Sie sind auf Seite 1von 119

El azul de las abej

Laura Alcoba

novela ¿L ed h asa
A lcoba, L aura
El azul d e las abejas. - l a ed. la reim p. - C iu d a d
A u tó n o m a de B u e n o s Aires: E dhasa, 2 0 1 4 .
128 p.; 2 2 ,5 x 1 4 cm .

T ra d u c id o p o r: L eo p o ld o B rizuela
IS B N 9 7 8 -9 8 7 -6 2 8 -3 3 0 -4

1. N a rra tiv a A rgentina. 2. N ovela. I. L e o p o ld o


B rizu ela, trad . II.T ítu lo
C D D A 863

T ítu lo o riginal: Le Bleu des abeiUes

D ise ñ o d e c u b ie rta : Ju a n B alaguer y C ristin a C e rm e ñ o

P rim e ra e d ic ió n en A rgentina: sep tiem b re d e 20 1 4


P rim e ra reim presión: abril de 20 1 5

© E d itio n s G allim ard, 2013


© d e la trad u cció n L e o p o ld o B rizu ela, 2 0 1 4
© d e la p resen te e d ic ió n E dhasa, 201 5

A vda. D iag o n al, 519-521 A vda. C ó rd o b a 744, 2° piso C


0 8 0 2 9 B arcelona C 1 0 5 4 A A T C ap ital F ederal
T el. 93 4 9 4 97 20 Tel. (11) 50 327 0 6 9
E sp añ a A rg e n tin a
É -m aíl: info@ edhasa.es E -m ail: in fo @ e d h asa.co m .a r

IS B N : 9 7 8 -9 8 7 -6 2 8 -3 3 0 -4

Im p reso p o r A rcángel M a g g io - D iv isió n Libros

Im p reso e n A rg en tin a
Para vermos o azul, olhamos o céu.
A térra é azul para quem olha do céu.
A z u l será urna cor em si ou urna questáo de distáncia?
O u urna questdo de grande nostalgia?
O inalcangável é sempre azul.

C la r ic e L is p e c to r
A descoberta do mundo
Detrás de m i nariz

JVLi viaje c o m e n z ó e n alguna p a rte detrás de m i nariz.


Y m u c h o antes de salir de la A rg en tin a. Ya n o re­
c u e rd o si fue m i ab u elo q u ie n m e a n u n c ió qu e p ro n to
iba a em p ezar a to m a r clases de francés — o si fue m i
abuela o alguna de m is tías— . Sólo sé q u e u n adulto
m e dijo q u e te n ía q u e em p ezar c u an to antes y ap ren ­
d er m u y ráp id o si n o q u ería se n tirm e co m p le ta m e n te
p e rd id a a m i llegada a París. La p artid a era in m in e n te
y te n ía q u e p rep ararm e. E n dos o tres meses te reencontrás
con tu mamá.
E n La Plata, al p rin c ip io ap ren d í a co n testar e n fran­
cés ciertas p reg u n tas sim ples — C om m ent t ’appelles-
- tu ? Q uel est ton age?*— y m ás tard e a fo rm u la r esas
m ism as p re g u n ta s a c o m p a ñ e rito s im a g in a rio s. E s­
fo rz á n d o m e p o r p r o p o n e r v a ria c io n e s a p a r tir de
las p alab ras q u e acab ab a de a p re n d e r. F u e u n a d e las
p rim e ra s cosas q u e m e a co n sejó N o é m ie , m i p ro fe ­
so ra d e fran cés.

* “¿Cómo te llamás? ¿Qué edad tenés?” (N. delT.)

9
— E stoy segura d e q u e p o d és h a c e r la m ism a p re ­
g u n ta de o tro m o d o ; a ver, p en sá u n p o q u ito — m e
decía en español.
— M m m m ... toi aussi, tu as huit ans?
— Tres bien!*

J u n to a N o é m ie descu b rí so n id o s nuevos, u n a erre


m u y h ú m e d a q u e hay q u e ir a b u scar al fo n d o del
paladar, casi a la garganta, y ciertas vocales q u e se h a ­
cen reso n ar detrás de la n ariz, c o m o si u n o q u isiera a
la vez p ro n u n ciarlas y guardarlas p ara u n o . E l francés
es u n a le n g u a m u y extraña: d eja caer los sonidos y al
m ism o tie m p o los retien e, c o m o si e n el fo n d o n o es­
tu v iera m u y seg u ro de q u e re r lib e ra rlo s... y esto fue,
m e acuerdo, lo p rim e ro qu e m e dije a p ro p ó sito d e m i
n u ev o id io m a .Y ta m b ié n q u e m e haría falta p ra c tic a r
m ucho.
P ro n to N o é m ie m e d e sc u b rió 1caracteres q u e n o
h ab ía visto n u n c a , el acen to grave y el circunflejo, y,
después, la “ ce ced illa” . D e este n u e v o sig n o ,“ Q ” , m u ­
c h o m ás q u e d e los otros, m e e n a m o ré enseguida; y e n
p ed acito s de p ap el, y e n los m árg en es blancos d e los
diarios, y e n el reverso b lan co d e los sobres d e las car­
tas, m e aplicaba a escrib ir esta sim ple p alab ra,Jran^ais,
y a veces ces cedillas solas, o pegadas unas a otras,

* “M m m m ... ¿vos también tenes ocho años?” “ ¡Muy bien!”


(N. del T.)

10
hasta fo rm a r u n a especie de cad en a o surco. E ra u n a
m an era d e pasar el tie m p o hasta esa p a rtid a q u e yo
creía in m in e n te .
JVü m adre se había refugiado en Francia en agosto de
1976, y m i p erm an en cia e n La Plata no habría debido
ser más q u e u n breve paréntesis antes de reencontrarnos
al otro lado del océano. Pero pasaron los meses. Llegó a
pasar u n año y yo n o m e iba de La Plata. M oit j ’ai neuf
ans. E t toi?* era la pregunta q u e ahora le hacía a IsToémie.

E n esos últim o s tiem pos en La Plata yo iba a v er a m i


padre a la cárcel, cada q u in ce días, jueves p o r m ed io
—^allá, el ju ev es es el día de visitas, el ú n ico y sin apela­
ció n — . Las visitas se h acen p o r la tarde y d u ran en rea­
lidad m u y p o c o ; pero, au n q u e la cárcel está e n La Plata
y estas visitas tie n e n lugar a u n a h o ra precisa, u n o en
verdad p ierd e el día entero. P o rq u e hay q u e fo rm a r fila
an te la p u e rta d e la cárcel. D espués hay q u e pasar la re­
quisa de u n a señ o ra que p e rm a n e c e en silencio m ie n ­
tras las m ujeres se desvisten bajo su m irada vigilante, tal
c o m o nosotras lo h icim os tantas veces, m i abuela y yo,
u n a ju n to a la otra. N o habla, esta señora, p o rq u e su p o ­
n e q u e las m u jeres q u e h a n en trad o e n su cabina saben
desde hace m u c h o có m o d e b e n co m p o rtarse antes dé
ser palpadas .Y tie n e razón. P o r su lado, los h o m b res son
som etidos a u n tratam ien to p arecid o p o r guardias que,

* “Yo tengo nueve años, ¿y vos?” (N. delT.)

ii
supongo, d e b e n de p e rm a n e c e r ig u alm en te silencio­
sos. D esp u és hay q u e h a c e r o tra fila d e espera, esta vez
d en tro de la cárcel, y después avanzar p o r u n co rred o r,
y p o r ú ltim o agruparse, u n o s tras otros, p o r familias y
siem pre e n silencio, an te u n a reja e n o rm e . A q u í suele
su ced er q u e alguien m ás se d e d iq u e a palparnos, a u n
cu an d o ya otros se hayan atrib u id o el d erech o d e re ­
visación m in u cio sa m ien tras estábam os e n b o m b a c h a
ante aquella señora — p ero esta segunda revisación es
m u c h o m ás rápida, d u ra apenas u n o s instantes— . Es
c o m o u n reflejo q u e tie n e n allá e n la cárcel: palp an sólo
p o r co stu m b re.Y después h ay o tra reja q u e dejar atrás y
p o r fin u n a p u erta. M ien tras pasam os esta p u erta, c o m o
todas las otras, es n ecesario q u e ciertos h o m b res c o n
am etralladoras nos v ean a to d o s m u y b ie n , lo q u e a v e­
ces to m a m u c h o tiem p o . P o r eso, d u ra n te m is ú ltim o s
tiem p o s e n L a Plata, c u a n d o iba a v er a m i p ad re a la
cárcel, faltaba m u c h o a la e sc u e la ... y siem pre e n jueves.
Y sin em b arg o nadie m e hacía preguntas, n i m i m aestra
ni m is c o m p a ñ e rito s d e clase. U n o de cada dos ju ev es,
yo desaparecía: eso era to d o .
C u a n d o al fin llag ab a ju n t o a él, m i p a d re m e p a ­
blaba m u c h o de ese jviaje q u e m u y p ro n to e m p re n d e ­
ría y p ara el q u e te n ía q u e p re p a ra rm e , sí. D e c ía q u e
lu e g o de m i p a rtid a los dos Ib a m o s a escrib irn o s, y
q u e era n e c e sa rio h a c e rlo re g u la rm e n te , al m e n o s u n a
vez p o r sem ana, de m o d o de m a n te n e r, e n el p ap el,
u n a especie de co n v ersació n . M e sen tía capaz: sí, le
escribiría. Jueves p o r m e d io le ren o v ab a m i p ro m esa.

12
L a p a rtid a m e daba m ied o , p o r m o m e n to s. Y al
m ism o tie m p o te n ía m u c h a s ganas. Ya n o desaparece­
ría los ju ev es p ara ir a v er a m i pad re, es verdad. P ero
te n ía ta n to ap u ro p o r v o lv er a v er a m i m am á, q u e es­
tab a e n F rancia h acía ya ta n to tiem p o . Y cada vez m ás
tie m p o . H ay un problema de papeles. .. Pero m uy pronto te
reencontrarás con ella, vas a ver; no puede demorarse mucho
más. N o d ejab an d e re p e tírm e lo . Y sin em b arg o n o
su ced ía n u n ca.

N o é m ie es m o ro c h a , tie n e el p e lo largo y u n lu n a r
ju n t o a la co m isu ra d e la b o ca, apenas p o r en cim a
d e los labios. U n lu n a r q u e asocié in m e d ia ta m e n te al
id io m a francés, esa le n g u a q u e ya q u ería h a c e r m ía,
c o n sus vocales esco n d id as detrás d e la nariz. D esd e
m i p rim e ra clase e n L a P lata seguía los m o v im ie n to s
d e aquella p e q u e ñ a m a n c h a n e g ra estam pada apenas
p o r e n c im a de los labios d e N o é m ie , antes de re p e tir
los so n id o s y las palabras q u e aq u el lunari hab ía a c o m ­
p a ñ a d o . A sí fue c o m o e n L a Plata, gracias a N o é m ie y
a su lu n ar, a u n c u a n d o m i p a rtid a se postergara u n a y
o tra vez, m e p u se ya e n cam ino. E n alguna p a rte p o r
d etrás de m i n ariz.
N o é m ie y su lu n a r p asab an dos n o c h e s p o r sem a­
n a p o r la casa de m is abuelos para a y u d arm e a llevar a
té r m in o el g ran viaje q u e yo d eb ía e m p re n d e r pronto,
m u y pronto, esta vez sí, ya está cerca. D esp u és de aq u ello s
caracteres ta n lin d o s y d e aquellas p re g u n ta s q u e yo

13
debía re sp o n d e r siem p re h a c ie n d o m is p ro p ias v aria­
ciones, N o é m ie m e e n se ñ ó can cio n es: A.u clair de la
lune p rim e ro , y lu e g o Frére Jacques. E n La Plata, m i
profesora p en sa b a q u e este re p e r to r io sería esencial a
m i fu tu ra “ in te g ra c ió n ” , c o m o ella m ism a d ecía to d o
el tiem p o . Tenes que saber cantar esas canciones para p o ­
der integrarte. Y A la claire fo n ta in e también.
C o m o m i viaje se p o sp u so todavía u n p o c o m ás,
N o é m ie se dijo q u e te n d ría tie m p o p a ra p ro fu n d i­
zar m i ap ren d izaje c o n la ayuda de u n lib ro de texto.
Fue en ese p rim e r lib ro francés q u e m e e n te ré de q u e
aquí, en F rancia, to d o s los p e rro s se llam an “M é d o r” y
todos los gatos “ M in e t’\ Y m u ch as otras cosas q u e e n
aquel m o m e n to m e p a re c ie ro n m u y útiles.

H asta la ú ltim a clase, p o r m u c h o q u e N o é m ie se es­


forzara p o r h a c e rm e avanzar p o r las leccio n es suce­
sivas d el libro, m i cu rso d e francés se basó e n aq u el
ju e g o de p reg u n tas y variacio n es y e n cu en tro s c o n
c o m p a ñ e rito s im ag in ario s. Toi aussi, tu as dix ans, pos
vrai>
N o é m ie e n c a rn a b a alte rn a tiv a m e n te personajes de
diferentes n iñ o s, perso n ajes q u e se nos h ab ían v u e lto
familiares: M a rg u e rite , C a th e rin e y Jean , chicos a los
que les h ab íam o s in v en tad o , ju n ta s, u n aspecto y u n a

* “¿Y vos? Vos también tenes diez años, ¿no es cierto?” (N.
del T.)

14
h isto ria, y qu e, a lo largo d e los m eses y las estaciones,
p arecían crecer al m ism o tie m p o q u e yo. M a rg u e rite
ten ía u n p erro , p ero Je a n ad o rab a los gatos. E n cu a n to
a C a th e rin e , m i p referid a, veía el S ena desde la v e n ta ­
na de su cu arto , et méme la Tour Eiffel.
A l p rin c ip io , M a rg u e rite , C a th e rin e y Je a n se des­
lizaban to d o el tie m p o p o r el toboggan y se h am acab an
en las balangoires; después, cada vez m en o s, p ero siem ­
pre c o m ía n croissants y crépes au sucre y te n ía n todos
u n lu n a r ju n t o a la b o ca. N o se c o n o c ía n e n tre ellos
p ero yo sí los c o n o c ía b ie n : nos e n c o n trá b a m o s e n
diferentes lugares de París q u e N o é m ie m e enseñaba
a u b icar e n el m apa. E n cada clase, e n el c o m e d o r de
mis abuelos, e n La Plata, dos veces p o r sem ana y d u ­
ran te casi dos años, N o é m ie y yo nos tran sp o rtam o s
lá-bas — es decir, aquí.
H asta q u e u n día p a rtí, y para siem pre.
Fue e n enero, e n los p rim ero s días del año 1979,
hace u n o s m eses a p e n a s... o u n a etern id ad , ya n o lo sé.

15
Casi verdadero

TJn día, p o r fin , m e re e n c o n tré c o n m a m a e n Francia.


S ólo q u e n o fiii a v iv ir a París, c o m o m e h a b ía n d ic h o
tantas veces, sin o cerca.
A u n q u e n i d ic h o así sea d e l to d o verdad.
P o rq u e n o p u e d e decirse q u e el B la n c -M e sn il
q u e d e m u y cerca de París; e n realid ad casi q u e d a u n
p o c o lejos. A veces te n g o la im p re sió n de q u e q u e d a
m u y 3ejp sf
P e ro fu e eso lo q u e le c o n té a m i am ig a J u lie ta
e n la carta q u e le m a n d é ta n p r o n to c o m o lle g u é
a F ran cia. C om o podés leer en el remitente, no vivo en
París sino m u y cerca. E sc rib í eso e n p rin c ip io p o rq u e
es m ás sim p le, p e ro ta m b ié n p o rq u e París era el d es­
tin o p re v isto p a ra m í d esd e h a c ía m u c h o tie m p o , el
d e stin o p a ra el q u e yo m e h a b ía p re p a ra d o ta n to . Si
yo le h u b ie ra e sc rito q u e p a ra lle g a r a P arís d esd e
el B la n c -M e s n il h a y q u e atravesar D ran cy , B o b ig n y
y P a n tin , ella, lo sé, se h a b ría se n tid o e x tra ñ a m e n te
d efrau d ad a y h a b ría id o a c o n ta rle a A n a, a V eró n ica
y a to d as las d em ás q u e e n re a lid a d n o v iv o e n París,

16
o h n o . H a b ría d ic h o , m e im a g in o , q u e antes de p a rtir
m e h a b ía n c o n ta d o c u a lq u ie r h isto ria , q u e se h a b ía n
b u rla d o d e m í. P o r lo dem ás, d e c ir q u e v iv o cerca de
París n o es v e rd a d e ra m e n te falso, p o d ría d ecirse q u e
es casi v e rd ad ero .
La ú ltim a vez q u e nos v im o s, Ju lieta m e p id ió que
le c o n ta ra c ó m o eran “la T o rre E iffel” y “ JNTotredam”
apenas c o m o estuviera “ allá” al o tro lado del océano.
P o r eso, e n el sobre de esa carta q u e le m a n d é , deslicé
ta m b ié n u n a postal e n q u e se veía la T o u r Eiffel, y le
h ablé de la nieve e n p le n o m es d e e n e ro ... y le co n té
todas m is an écd o tas de frío, d e n iev e y de co p o s h ela­
dos, c o n lo q u e estaba segura d e causar g ra n asom bro
e n La P lata e n el c o ra z ó n d el v e ra n o austral.
A veces, u n o tie n e la im p re sió n d e v er p o r el suelo
d iam an tes o trozos d e cristal, p e ro son sólo charcos
q u e el frío c o n g eló . B asta g o lpearlos u n p o c o p ara que
se ro m p a n e n m il p ed acito s. Si u n o salta sobre ellos
c o n los pies ju n to s h a c ié n d o lo s estallar, después tien e
la im p re sió n d e estar de p ie e n tre las m il astillas de u n
espejo r o t o . .. y esto, ap ro x im ad am en te, fu e lo q u e le
dije a Ju lie ta e n español, e n m i carta.
Ju lie ta m e re sp o n d ió q u e, gracias a to d o lo q u e yo
h ab ía escrito y a esa lin d a ta ije ta postal, h ab ía p o d id o
im a g in a rm e p e rfe c ta m e n te a m í b ajo la T o rre Eiffel,
c o n u n a b o in a de lan a d e colores y ante u n can tero
de flores co lo rid as. ¡Q ué lindo! D e b o decir q u e la res­
p u e sta d e Ju lie ta m e alivió, y m u c h o . Ella m e im a g i­
n ab a ahí: y o lo hab ía logrado.

17
T an p ro n to c o m o llegué a Francia, ta m b ié n le
m a n d é a N o é m ie u n a tarjeta postal. P ara ella b u sq u é
un a fo to en la q u e se v ieran los m uelles d el Sena: los
m uelles e n que ella m e hab ía h e c h o dialogar, tantas
veces, c o n nuestros personajes p referid o s, C a th e rin e
y su ab u ela M a rin e tte . E n esa im ag en q u e elegí para
N o ém ie! tam b ién se veía, de fo n d o , la catedral de N o -
tre D a m e y los ten d eretes abiertos de algunos bouqui-
nistes: casi el m ism o lugar e n q u e yo h ab ía c o n seg u id o
p o r p rim e ra vez g u ard arm e, en u n a m ism a frase, tres
vocales sucesivas detrás de m i nariz. A lgo q u e h ab ía
h e c h o d e u n a m an era bastante creíble, o p o r lo m e n o s
eso h a b ía p arecid o d e c ir la sonrisa d e C a th e rin e , se­
guida d e in m e d ia to p o r la sonrisa de su abuela, las dos
ru b ric a d a s p o r el m ism o lunar. E n esa p o stal n o le re­
co rd é a N o é m ie aquella conversación sobre los m u e ­
lles d e u n Sena im a g in a rio q u e h ab ía q u e d a d o e n m i
m e m o ria c o m o m i p rim e ra p ro eza nasal, el m o m e n to
en que, e n La Plata, en casa de mis abuelos, sobre la m esa
de la cocina, p o r fin había em pezado m i viaje. Pero tenía
la esperanza de que, c o n sólo v er esa im a g e n q u e h ab ía
elegido para ella, N o é m ie lo recordara. E n el reverso
de la taijeta repetí m is anécdotas de nieve y charcos de
agua b a jo capas de cristal. P ero m e c u id é m u y b ie n
de d e cirle a N o é m ie que, e n aquellos p rim e ro s días
que pasé en Francia, n o había c o m p re n d id o casi nada
cada v ez que había escu ch ad o hab lar francés de veras.
T a m p o c o le dije q u e e n m i edificio hay dos p erro s, u n
pastor alem án y o tro c h iq u itito y m o rru d o , p e ro los

18
dos se llam an S ultán. E so la hab ría so rp re n d id o e x tra ­
ñ a m e n te . M e im ag in ab a a N o é m ie c o n su lunar, an te
o tro alu m n o , in clin ad o s los dos sobre el libro de fran ­
cés e n q u e se v eían aquellos dos personajes, el p e rro
M é d o r y el gato M in e t, y volvía a escucharla explicar
q u e así llaman en Francia a los perros y a los gatos. ¿Podía
hablarle e n to n ces d e los dos Sultanes de m i edificio?
N o , c ó m o iba a h acerle algo así.

Lo b u e n o de las cartas es q u e u n o p u e d e p in ta r las


cosas c o m o q u iere, sin m e n tir p o r eso. E leg ir en tre
las cosas q u e nos ro d e a n , de m o d o q u e to d o parezca
m ás b e llo en el p ap el. La nieve y la escarcha d el m es
de en ero , p o r esos m ism o s días e n q u e e n La P lata la
g e n te p o n e la cab eza bajo el c h o rro de la canilla para
p o d e r aliviarse del b o c h o rn o del verano, so n v erd ad e­
ras. Y los charcos d e agua congelados, brillan tes c o m o
espejos, q u e p a re c e n p e d ir q u e u n o los ro m p a e n m il
p edazos u n a y o tra vez, los h e visto, desde la v en tan a
de m i c u a rto — d u ra n te los largos m eses de in v ie r­
n o — , e n las calles d e la u rb a n iz a c ió n C a m in o Verde,
o V oie V erte, e n el B lan c-M esn il, c o m o m arcan d o el
c am in o de p u n to s suspensivos.

19
B arrio Latino

V ivo c o n m i m a m á y A m alia e n u n edificio de cu atro


pisos, e n el b a rrio d e la V oie V erte.
Allá e n La P lata y o n o im ag in ab a q u e las cosas p u ­
d ieran ser así. N i el B la n c -M e sn il — c o n su Voie q u e
alguien, alg u n a véz, h ab rá visto verd e— n i A m alia.
A m alia es b ajita y re c h o n c h a , y tie n e u n p e lo raro
q u e se e n ru la e n las p u n tas, u n p e lo d e u n c o lo r in d e ­
finible. D ic e q u e tie n e la m ism a ed ad q u e m i m adre,
p e ro p arece m ayor, m u c h o m ay o r e n realidad. Le falta
u n d ien te, u n o de los caninos d e arrib a, creo. T am ­
p o c o p arece te n e r to d o s los d ien tes d e abajo. M a m á
vive c o n ella p o rq u e siem pre es m ás fácil pagar u n
alq u iler de a dos, a u n e n el B la n c -M e sn il, al final de
la V oie V erte. Se c o n o c ie ro n e n la universidad, las dos
estu d iab an h isto ria. Y cu an d o se re e n c o n tra ro n p o r
casualidad e n París, después d e las desapariciones, los
asesinatos y el m ie d o , sig u iero n c a m in o n a tu ra lm e n te
ju n ta s, co d o a co d o .
L o c o m p re n d o , claro, p ero n u n c a im a g in é q u e las
cosas p u d ie ra n ser así. D e verdad.
E n tre A m alia y yo h u b o , desde el p rin c ip io , c o m o
u n frío. P ero d e b o re c o n o c e r q u e ella hace grandes
esfuerzos p ara q u e nu estra re la c ió n m ejore.
D espués d e la distancia de los prim eros días de
p ro n to A m alia e m p ezó a brom ear. N o paraba de decir
qu e e n realidad teníam os su erte d e vivir de este lado
de la g ran avenida q u e separa los b arrio s del B lanc-
M esnil. A l o tro lado em pieza el b a rrio de los Q u in z e
A rp en ts, d o n d e los edificios so n m ás altos y están en
general m u c h o m ás sucios q u e el nuestro. E n Q u in z e
A rp en ts hay m u c h o s negros y árabes, m ientras q u e en
este rin c ó n en q u e vivim os la m ayoría so n portugueses,
españoles y hasta algunos franceses. A s í que bien podes
escribirles a tus amigos que vivís en el Barrio Latino... muy
cerca de Africa del N orte y de Sahel — sólo que las distancias
no son las mismas de este lado del océano— . Está todo junto
aquí} en este pañuelito en que vivimos. E n fin : para nosotros,
¡éste es el Barrio Latino, el verdadero-verdadero!
Sí: después de aq u el frío d e los p rim e ro s días, A m a­
lia h ace g randes esfuerzos, es verdad. P ero yo habría
p re fe rid o q u e p arara de so n reír alg u n a vez, c o n aq u e­
lla d e n ta d u ra llen a de agujeros.

J u n to a m i cam a, c o n unas p eq u eñ as chinches azules,


apenas llegué aq u í clavé un a h o ja c o n u n cronogram a
detallado para m is cartas. T engo q u e escribir cinco car­
tas p o r sem ana, u n a p o r día, de lu n es a viernes, antes de
la pausa del fin de sem ana, q u e ded ico a la lectura.
Los lunes le esc rib o a m i padre. L ó g ico : es el c o ­
m ie n z o de la sem ana, el día e n q u e te n g o q u e c u m ­
p lir m i p ro m esa m ás im p o rta n te . L u eg o v ie n e u n a
sem ana ep isto lar sin pausas hasta el v iern es. Ya se m e
ha v u elto u n h áb ito . E l m a rte s y el m iérco les les es­
c rib o a m is dos abuelas. E l ju e v e s a a lg u n a de m is
tías o a a lg u n o de m is p rim o s — p e ro so n tan to s,
en tre tías y p rim o s, te n g o ta n to p a ra elegir, q u e voy
a lte rn a n d o — . P ara n o e sc rib ir siem p re a los m ism o s,
llevo ta m b ié n u n a lib re ta d o n d e a n o to el n o m b re de
la tía o del p rim o ele g id o y la fech a e n q u e le m a n d é
u n a carta. E l v ie rn e s e sc rib o a alg u n a de m is am igas
q u e q u e d a ro n e n La Plata. Y el fin de sem an a tra to
de avanzar c o n la le c tu ra de los libros q u e m i p a d re
m e re c o m e n d ó .
Fue él q u ie n tu v o la idea. E n la cárcel papá lee
m u ch o , e m p e z a n d o p o r los libros q u e le p e rm ite n te ­
n er y sig u ien d o p o r los libros de los otros presos, q u e
siem pre e n c u e n tra n el m o d o de hacerlos circular. E sto
m e lo c o n tó m i abuela. E n fin. C o m o m i pad re sabe
q ue a m í ta m b ié n m e gusta m u c h o leer, p en só q u e
p o d ríam o s le e r cierto s libros los dos al m ism o tiem p o .
El los lee e n español — el reg lam en to de la p risió n le
p ro h íb e le e r e n otros idiom as— m ien tras q u e yo, e n
el B lan c-M esn il, ¡leo e n francés alg u n o de esos libros
q u e él tien e e n la] celda. E so m e sirve de te m a de c o n ­
versación para nuestras cartas sem anales, y al m ism o
tiem p o avanzo m u c h o e n m i aprendizaje d e la le n g u a
francesa.

22
A veces m e cuesta e n c o n tra r los libros q u e él quiere
q u e lea, c o m o La Vie des abeilles, de JM aurice M a e te r-
linck, q u e reclam é desde m i llegada a Francia, d u ran te
m ás de u n m es, hasta q u e p o r fin m am á e n c o n tró u n
ejem p lar usado e n la librería Jo se p h G ib e rt, e n París,
e n el verdadero B a rrio L atino. U n ejem p lar viejísim o
y destartalado — tan reseco q u e si v u elv o dem asiado
ráp id am en te las páginas se m e q u e d a n m in ú scu lo s p e -
dacitos de p ap el p egados e n los dedos— , p ero cuyo
tex to p arece co rre sp o n d e rse palabra p o r palabra c o n
aquel q u e m i p a d re tie n e e n tre las m an o s, e n la cárcel
de La Plata.
E n sus cartas m i p ad re copia, e n español, pasajes
enteros de La Vie des abeilles... La vida de las abejas,
c o m o él dice.
Es m u y im p o rta n te q u e él lo escriba de este m o d o
pues, así c o m o n o tien e d erech o a leer e n o tro idiom a
que n o sea el castellano, ta m p o c o tien e d erech o a escri­
b ir e n otra lengua, n i siquiera u n a palabra, n i u n a sola.
E n cu an to a m í, es lo m ism o: c u an d o le escribo cartas
n o tengo derech o a deslizar e n ellas n i u n a sola palabra
en francés, p o r breve q u e sfea. Pasa q u e nuestra corres­
p o n d e n c ia es requisada p o r los servicios de inteligencia
de la cárcel, tan to las cartas q u e en tran co m o las que
salen, y nada debe escapárseles. Pero yo sé bien, claro,
que el títu lo del libro de M a u ric e M aeterlin ck es La
Vie des abeilles y qu e se divide e n siete grandes seccio­
nes de las cuales la p rim e ra n o se titula “ E n el um bral
de la co lm en a” sino “A u seuil de la ruche”: u n títu lo que

23
suena m u c h o más ex trañ o a mis oídos, p ero tam b ién
m u c h o m ás lindo, e n el fondo. T engo el libro ante m is
ojos, aquí estoy y p u e d o verificarlo todo. P o r lo dem ás,
los pasajes que m i p ad re m e copia e n español los e n ­
cu en tro sin m u c h a dificultad e n m i p e q u e ñ o libro de
hojas am arillen tas... d el que a m e n u d o se m e q u ed an
pegados trocitos m in ú scu lo s en los dedos, c o m o u n a
arena de papel.
M i p ap á n o se c o n fo rm a c o n tra n sc rib ir pasajes
enteros de La vida de las abejas; ta m b ié n los c o m e n ta
en frases m u y com plicadas q u e a veces, sin e m b a r­
go, te n g o la sen sació n d e c o m p re n d e r. P o r m i parte,
m e c u id o de e m b a rc a rm e e n largas exposiciones: te n ­
go d em asiado m ie d o d e eq u iv o carm e. S ólo tra to de
in te rc a m b ia r alg u n a id ea sobre las abejas, apenas p ara
m o strarle q u e estoy ju g a n d o su ju e g o y q u e ev id e n ­
te m e n te leo el m ism o lib ro q u e él, c o m o m e lo p id ió .
D esp u és yo m ism a c o p io e n m i lib re tita, e n francés,
algunos de los pasajes q u e a m i p ap á le p a re c ie ro n m ás
interesantes, m ás h e rm o so s o m ás m isterio so s, y q u e a
m í ta m b ié n m e gustan. C o m o este c o m ie n z o de frase
q u e subrayé antes m ism o de q u e m i p a d re m e hablara
de él e n u n a de sus cartas — qu izá p o rq u e es u n o de
los raros pasajes q u e n o tu v e n ecesid ad de releer c o m o
e x p rim ié n d o m e las m en in g es, y desde la p rim e ra le c ­
tu ra e n te n d í to d o — : E l a zu l es el color preferido de las
abejas.

24
Claparéde

E n el B la n c -M e sn il tu v e q u e esperar m ás de u n m es
antes d e em p e z a r la escuela. P o r eso u n a vez, cansada
d e q u e d a rm e to d o el día sola e n aq u el b a rrio de la
V oie V erte, a c o m p a ñ é a m a m á a su trabajo. F ue a fines
del m es de enero.
T o m am o s varios colectivos p ara llegar a París. D es­
pués, e n París, m u c h o s otros colectivos y m etros; así
d u ra n te to d o el día. S u ced e q u e m a m á y A m alia se
e n c o n tra ro n u n trab ajo raro. A c o m p a ñ a n a chicos que
“ están e n tra ta m ie n to ” , c o m o ellas d icen . C ada u n a
p o r su lad o va a b u scar a estos chicos a sus casas en los
b a rrio s m ás lin d o s, a la o tra p u n ta de París, y los lleva
a u n a casa g ra n d e llam ada C lap aréd e — q u e tam b ién
se halla e n ese se c to r de la c iu d a d e n d o n d e viven los
chicos, y d o n d e to d o brilla— . D esp u és, cu an d o ellos
te rm in a n c o n lo q u e tie n e n q u e hacer, m i m am á y
A m alia v u e lv e n a llevarlos a su p u n to de partida. Así es
su trabajo. A veces se cru zan , cada u n a c o n u n n iñ o , y
cam b ian algunas palabras e n la sala de espera de C la­
p aréd e; p e ro sólo al fin d e la jo rn a d a , cu an d o están

25
de vuelta en casa, se c u e n ta n u n a a la o tra sus idas y
venidas.
N o rm a lm e n te se desplazan c o n u n solo n iñ o p o r
v e z ... de o tro m o d o sería dem asiado co m p licad o . P o r­
q u e au n q u e ellos ya n o sean tan p e q u e ñ o s n ecesitan
p e rm a n e n te m e n te q u e se los vigile. N o sólo c u an d o
cruzan la calle, to m ad o s de la m an o d e m a m a o de
A m alia. T a m b ié n bajo tierra, en los tú n eles d el m e ­
tro, estos chicos precisan u n cu id ad o especial. P o rq u e
p o d rían tira r sin necesidad de u n a cam panilla de alar­
m a o arro jarse a las vías en el preciso in stan te e n que
el tren aparece c o m o u n a tro m b a ... y c o n u n a gran
sonrisa, p o r lo dem ás. O bajarse los p an talo n es y aga­
charse a h a c e r caca d elante d e to d o el m u n d o , sobre
los escalones de u n a escalera m ecánica, p a ra después
lim piarse c o n las m anos — eso pasó u n a vez, m a m á m e
lo c o n tó — . L o cual n o es ta n p eligroso c o m o tirarse
de cabeza a las vías tan p ro n to c o m o el tre n sale del
túnel, claro, p e ro así y to d o es m u y m olesto.
“ C h ic o s c o n p ro b lem as” , dice m am á. N e ce sita n
vigilancia p e rm a n e n te : p o r eso ellas n o p u e d e n ir c o n
más de u n n iñ o a la vez.
Pero, en aq u el día del m es de enero, q u e a c o m p a ­
ñara a m a m á hasta C lap aréd e n o sería n in g u n a m o les­
tia. A u n q u e fuese c o n ella, n o era e n v erd ad un chico
más; m am á sabía q u e nad ie le rep ro ch aría m i p resen ­
cia. P o rq u e e n el ó m n ib u s yo n o m e tiro al piso ni
in te n to la m e r las m anos de las viejas p o n ie n d o ojos
de loca; m e p o rto m u y b ie n , la g e n te de C lap aréd e

2.6
lo c o m p re n d e ría e n se g u id a ... m i c o m p a ñ ía n o iba a
im p e d ir q u e m am á h iciera c o rre c ta m e n te su trabajo.
Y así y to d o es e x te n u a n te este e m p leo q u e en ­
co n traro n ; m a m á y A m alia n o tie n e n , c o m o se dice,
d erech o a n in g ú n error. A u n c u a n d o cierto s chicos
sean m u c h o m ás tran q u ilo s q u e lo q u e ellas m e an u n ­
ciaran. C o m o ese ru b ie c ito q u e fu im o s a b u scar a su
casa, fren te a u n a p lacita h e rm o sa en la q u e alguien
había te n id o la delicadeza de c u b rir las plantas co n
pequeñas som brillas transparentes para p ro teg erlas del
invierno.
A q u e l ch ic o ten ía el p e lo m u y e n ru la d o y cachetes
blancos y rojos, c o m o salido de u n lib ro de cu en to s
rusos q u e y o h ab ía leíd o u n a vez; y n o d ecía palabra.
C u a n d o llegam os a su casa ya estaba esp erán d o n o s
q u ietito , sen tad o e n u n a silla de la entrada, al p ie de u n
e n o rm e espejo. Ya te n ía p u esto u n so b reto d o , y hasta
u n g o rro y u n p a r de guantes m u y gruesos. T an p ro n ­
to c o m o n o s a b rie ro n la p ú e rta m i m ad re se disculpó
ante u n a señ o ra elegante, lo lamento, madame, he venido
con mi hija. P ero ella le dijo q u e n o ten ía im p o rtan cia.
Y en seg u id a agregó q u e, al c o n trario , la n o v ed ad pare­
cía gustarle m u c h o a A n to in e — p o rq u e así se llam aba
aquel ch ic o ta n ru b io — . E s verdad, dijo m i m ad re en
castellano c u a n d o ya habíam os salido de n u ev o a la
placita, parece que a A ntoine le encanta que estés aquí.
N o b ie n su b im o s al p rim e r m etro , A n to in e fiie a
sentarse e n u n estra p o n tín , ap retan d o los cod o s co n tra
el c u e rp o c o m o p ara o c u p a r el m e n o r espacio posible.

27
A l verlo, y au n q u e él n o d ijera nada, m e p areció e n ­
te n d e r q u e m e invitaba a se n ta rm e a su lado, y así lo
hice. A m í ta m b ié n , claro, m e g u stan los estrap o n tin es.
L o b u e n o de esos asientos es q u e n o ten és a n ad ie
enfrente.
A n to in e n o m e dijo n a d a d u ra n te ese p r im e r tra­
yecto. C asi n i se m o v ió e n su asiento: sólo m irab a h a ­
cia adelante, c o m o ju g a n d o a las estatuas. S en tad a allí a
su lado, y o ta m p o c o h ab lé n i m e m o v í m u c h o m á s ...
y sin em b a rg o n ad a parecía m olestarlo, to d o lo c o n ­
trario .
L u e g o tu v im o s q u e h a c e r tran sb o rd o e n u n a esta­
c ió n cuyo n o m b re h e o lv id ad o , p e ro cuyo tú n e l te n ía
la fo rm a ex acta de u n a ro d aja de p a n gig an te. A l subir
al se g u n d o tre n c o rrim o s a sen tarn o s e n dos e stra p o n ­
tines, el u n o ju n t o al otro. Y, c o m o e n el tre n an terio r,
A n to in e h iz o bajar el suyo c o n u n sim ple g o lp e de
n a lg as... c o m o si quisiera, p en sé yo, lim ita r sus m o ­
v im ie n to s a lo e stric ta m e n te necesario. E n to d o caso,
A n to in e h a b ía lo g rad o in v en tar u n a té c n ic a p ro p ia
q u e d o m in a b a a la p erfe c c ió n .
Y fu e e n ese se g u n d o tre n cu a n d o A n to in e sacó de
su bolsillo u n caracol m a rin o q u e te n ía en el fo n d o
esc o n d id o u n caram elo, y e m p ezó a h u rg a rlo c o n la
len g u a. P en sé q u e era u n a id ea rarísim a e sco n d er u n
caram elo d e n tro de u n caracol de m ar; n u n c a h ab ía
visto golosinas así. P ero e n to n c e s, sin u n a sola palabra,
A n to in e h iz o algo q u e m e so rp re n d ió ta n to c o m o p a ­
reció aso m b rar a m am á: sin m irarm e, apenas c o n u n

28
m o v im ie n to de su b razo h acia el costado, m e acercó
o tro caracol, q u e e v id e n te m e n te m e regalaba. T am ­
b ié n éste te n ía u n caram elo in cru stad o e n el fondo,
p e ro era d e u n c o lo r distinto. T o m é el caracol e im ité
a A n to in e .Y a él p areció p rovocarle u n ex trañ o placer
que, lad o a lado, cada u n o e n su estrap o n tín , los dos
pasáram os la le n g u a p o r d e n tro de u n caracol brillante
de azúcar; el suyo era casi d el c o lo r d e su pelo.
E n la sala de espera d e C lap aréd e, sin m ira rm e tam ­
p o c o en to n ces, m e regaló o tro más; e n verdad, tenía
los bolsillos llenos. P ara saborearlo esperé q u e estuvié­
ram os d e n u e v o e n el m e tro , de reg reso a su casa, de
n u ev o lado a lado e n dos estrap o n tin es.

P ero d e b o confesar q u e la m ay o r p a rte de los chicos


q u e v an a C lap aréd e so n m u c h o m ás in q u ie to s que
A n to in e . C o m o u n o q u e n o p ara de m o v e r los brazos.
P areciera q u e q u iere ap artar co rtin as invisibles e n las
q u e h a q u e d a d o atrap ad o o espantarse u n a in so p o rta­
ble n u b e de m oscas. P ero a su a lre d e d o r n o hay co r­
tinas n i m oscas: sólo sus b razo s qu e g o lp e a n en todas
d ireccio n es. H e asistido al espectáculo u n a vez sola,
p e ro parece q u e ese ch ic o h ace siem p re lo m ism o,
m u ev e los brazos sin parar. Ya n o sé c ó m o se llama;
quizás aq u el día n a d ie lo llam ó p o r su n o m b re, a no
ser q u e lo haya olvidado. Sin em b arg o de él, en cam ­
bio, m e acu erd o p e rfe c ta m e n te , c o m o de esas m uecas
de d o lo r q u e le d e fo rm a b a n la cara y que, seg ú n su

29
m adre, n u n ca lo d ejab an en p a z ... a causa de esos in ­
sectos y de esas co rtin as que, au n q u e fu eran invisibles,
siem pre le h acían ta n to daño.
C u a n d o a m i m a d re le to có o cu p arse de ese chico,
el día en q u e yo la aco m p añ é, tu ve q u e m a n te n e rm e
a distancia, ta n to en el ó m n ib u s c o m o e n la sala d e es­
pera de C laparéde. A u n q u e ya lo co n o ciera, m i m ad re
tam p o co parecía m u y segura c o n él. Y la n o té m u y
aliviada cu an d o al fin co n sig u ió dejarlo de n u ev o en
su casa en m an o s de o tra señora qu e to m ó su relevo;
parecía e x tra o rd in a rio q u e n o h u b iese o c u rrid o nada
d u ran te to d o ese tie m p o pasado c o n nosotras, c o n esos
m olinetes de sus brazos qu e n u n c a q u e ría n d e te n e r­
se. Q u e todavía tu v ie ra puestos sus an teo jo s e n o rm es,
adem ás. P o rq u e n o h ab ía dejado de lid iar c o n tra c o r­
tinas e insectos im ag in ario s, y de sufrir e n o rm e m e n te
en la batalla; p e ro sus anteojos estaban a ú n sobre su
nariz. E intactos, p o r si fu era po co .

E ran apenas las cin co de la tard e y ya se había h e ­


ch o de n o c h e c u a n d o fuim os a buscar a Paul, el te rc e r
chico. L o e n c o n tra m o s solo e n su casa, p ero e v id e n ­
te m e n te estaba aco stu m b rad o . C u a n d o nos ab rió la
p u erta, Paul en sus pies sólo ten ía sus m edias y soste­
nía en su m a n o iz q u ie rd a la p ie rn a de u n ro b o t, roja y
azul. Pónete unos zapatos y un sobretodo, le p id ió m am á.
E n to n ces lo seguim os hasta su pieza, al fin de u n largo
c o rre d o r c o n paredes cubiertas d e cuadros, al p a re c e r

30
m u y antiguos. E ra c o m o u n m useo, salvo q u e alK n o
había n a d ie ... n ad ie m ás q u e Paul, e n m edias, c o n u n a
p iern a de plástico e n la m ano.
E l suelo del c u a rto d e P au l estaba c o m o tapiza­
do de ju g u e te s rotos — autitos, tre n c ito s y tractores,
y sobre to d o m u ñ e q u ito s , ro b o ts y su p erh éro es q u e
m u y ra ra m e n te se v eían en tero s— . C abezas, p iernas y
pech o s de plástico c u b ría n la alfom bra. E n el m o n tó n
creí re c o n o c e r a S u p e rm a n , al H o m b re A rañ a y quizás
a G o ld o rak , p o r lejos m i p referid o . P ero célebres o
an ó n im o s to d o s los m u ñ e q u ito s estaban h ech o s p e ­
dazos.
Paul p rim e ro se p u so los zapatos y después fue a
buscar el ab rig o q u e hab ía dejado sobre la cam a, al o tro
lado del cuarto, co lo can d o u n pie d elante del o tro y
casi sin d o b lar las rodillas, c o m o u n a u tó m a ta .T o m ó el
cam ino m ás c o rto p ara alcanzar su ab rig o , sin p re o c u ­
parse d e los m u ñ e c o s y los héroes e n pedazos q u e
atestaban el suelo. T an to a la ida c o m o a la v u elta pasó
p o r sobre varios d e esos restos d e m u ñ e c o s q u e crujían
bajo sus pies, p e ro sin prestarles la m e n o r aten ció n . N i
siquiera a u n a p ie rn a ro ja y azul q u e aplastó c o n u n o
de sus b o tin es, y q u e sin d u d a era el p a r d e aquella q u e
e m p u ñ ab a c u a n d o nos a b rió — eso m e dije una frac­
ción d e seg u n d o antes de verla h u n d irse para siem pre
en la lana gris y e n ru la d a q u e tapizaba el piso.

31
L ulú

D esd e hace algunos m eses y o y a la escuela Jacques D e -


cou r. E stoy orgullosa: es m i p rim e ra escuela francesa.
D e trá s de u n a reja, e n tre el b a rrio de la V oie V erte
y el b a rrio d e Q u in z e A rp e n ts, hay varios edificios
m o d e rn o s , largos y bajos. B u e n o , ah í es. A Jacq u es D e -
c o u r v a n los n iñ o s de los dos b a rrio s, p e ro ta m b ié n
hay alu m n o s q u e v ie n e n de u n as casitas q u e hay detrás
d e la escuela, y q u e so n b astan te lindas. H asta tie n e n ,
algunas, u n p e q u e ñ o ja rd ín .
P a ra q u e m e a d m itie ra n , tu v e q u e p asar p r im e r o
p o r el d e s p a c h o d e la d ir e c to ra , q u ie n m e h iz o al­
g u n a s p re g u n ta s a las q u e lo g r é re s p o n d e r. E s c ie r ­
to q u e la m a y o ría e ra n b a s ta n te fáciles — u n p o c o
c o m o aq u ellas q u e m i p ro fe s o ra d e fran c é s m e h a ­
b ía h e c h o ta n ta s v eces e n L a P la ta — , a u n q u e d e s­
p u é s d e ta n to tie m p o m is re sp u esta s h a b ía n te n id o
q u e c am b iar.
— Sí, p ro n to voy a c u m p lir o n c e años.
S in em b arg o , hasta el m o m e n to e n q u e la d irec­
to ra d ijo bon, eh bien, d ’accord, nous verrons si elle arrive

32
á suivre * n o m e sen tí segura. S obre to d o p o rq u e , des­
p u és de aquellas p reg u n tas parecidas a las q u e N o é m ie
in tercalab a e n nu estro s ju e g o s , la d irecto ra m e había
p re g u n ta d o algo q u e n o c o m p re n d í, a u n q u e lo disi­
m u lé m u y b ie n .Y le c o n te sté oui c o n u n a sonrisa, tra­
ta n d o d e p a re c e r siem p re segura de m í m ism a, P o r
su erte ella se d e tu v o ahí.
P o rq u e h ay escuelas p ara los chicos q u e n o hablan
b ie n el francés. La d ire c to ra n o d ejó de recordárnoslas
al p rin c ip io d e aquella cita, p e ro m i m ad re le resp o n ­
dió algo q u e yo ya sabía: q u e eso estaba fu era de dis­
cu sió n , q u e ella n o q u ería q u e yo fu era a esas escuelas.
P o rq u e co n fiab a sobre to d o e n la in m e rsió n . JVLi m a­
dre espera de m í q u e d em u e stre su te o ría del “bañ o
lin g ü ístic o ” , y q u e así m e abra cam in o lo m ás rápido
posible. Si o c u rrie ra lo c o n tra rio se d ecep cio n aría, y
yo ta m b ié n . C re o in clu so q u e m e resultaría h u m illan ­
te después de to d o lo q u e m a m á m e dijo acerca de la
im p o rta n c ia de m i p r im e r “b a ñ o de fran cés” ... tenía
q u e lograrlo.

E n el p a tio d e la escuela, sin em bargo, tra to de n o


h ab lar dem asiado. M e c u id o m u c h o de llam ar la ate n ­
ció n . N o sólo p o rq u e te n g o m ie d o de e n tra r e n u n a
co n v ersació n q u e se m e vaya de las m anos, u n diálogo
e n el q u e p o d ría p e rd e r p ie y q u e llevara a los chicos

* “Bueno, está bien, de acuerdo, veremos si puede seguir.” (N.


del T.)

33
d e Jacques D e c o u r a decir a los ad u lto s que, e n m i
caso, esa te o ría del b a ñ o n o fu n c io n a , q u e es n e c e ­
sario que m e saq u en cu an to antes de la piscina, sino
ta m b ié n p o rq u e n o m e gusta m o s tra r m i acento. M e
da vergüenza. C u a n d o m e d o y c u e n ta d e q u e alg u ien
lo p ercib e m e sien to co m o e n esa pesadilla q u e te n g o
c o n frecu en cia y e n la qu e estoy d e pie, al fo n d o de
u n ó m n ib u s, y de p ro n to m e d o y c u e n ta de q u e m e
o lv id é de v e stirm e y q u e h e salido descalza y a h o ra
n o ten g o m ás ro p a puesta q u e la b o m b a c h a . M e doy
cu e n ta , sí, p e ro n o p u e d o rem ed iarlo , y el ó m n ib u s
sig u e ad elante a to d a velocidad, n ad a p arece capaz de
d eten erlo , y m e lleva n o sé a d o n d e , in e lu c ta b le m e n te .
A u n q u e lo p e o r n o es ig n o rar ese destino, sino q u e
to d o s los pasajeros tam b ién se h a n d a d o c u e n ta y a h o ­
ra tie n e n los ojos clavados en m í. M e h an visto y, so b re
to d o , saben. Y yo tam b ié n sé q u e lo saben y e n el fo n ­
d o eso es lo m ás h o rrib le : saber q u e ellos saben y n o
p o d e r h acer nada. Sí, respecto de m i a c e n to sien to lo
m ism o q u e sien to e n ese ó m n ib u s e n q u e viajo tantas
veces, d o rm id a , cu an d o d escu b ro e n los ojos d e los
o tro s que ta m b ié n se h an d ad o c u e n ta ; y m e gustaría
d e p ro n to desap arecer de allí, estar e n cu alq u ier o tro
lugar. Pero m i su e ñ o en general te rm in a c o n ese se n ti­
m ie n to de v erg ü en za, m ientras q u e m i acen to , después
d e la vergüenza, c o n tin ú a. E so es lo q u e m e p o n e tan
nerviosa y a veces ta m b ié n m e e n fu re c e tanto. Q u i­
siera b o rrarlo , h acerlo desaparecer, arran carlo de m í a
este acento arg en tin o . P o r eso e n Jacq u es D e c o u r p re ­

34
fiero escu ch ar a los dem ás; n o h ab lo sino c u a n d o m e
p re g u n ta n algo o cu an d o v e rd a d e ra m e n te n o te n g o
o tra elecció n .
P ero tan p ro n to c o m o m e q u e d o sola, an te el es­
p ejo del bañ o , p ra c tic o la p ro n u n c ia c ió n de las p ala­
bras m ás com p licad as, ésas c o n m u ch as erres, y vocales
detrás de la n ariz, y ges, y esas eses q u e c h isp o rro te a n
entre dos vocales, h a c ie n d o cosquillas e n to d o el p a ­
ladar — arroso ir, paresseuse, gélatine, raison, raisin, raison-
ne— . B ie n rá p id o p ractico la p ro n u n c ia c ió n de las “ u ”
— tu, tordu, mordu, pointu— e in clu so de la s “ u ” sólitas,
u u u u s m u y largas q u e hag o d u ra r lo m ás q u e p u e d o ,
hasta q u e se m e acaba el aire. Para p o d e r p ro n u n c ia r
estas “ u ” , e n los tiem p o s de m is clases e n La Plata,
N o é m ie m e h ab ía en señ ad o u n p e q u e ñ o tru c o : p o n e r
los labios c o m o si fuera a d e c ir “ u ” p e ro e n cam b io
d ecir “ i ” : Vas a ver, eso funciona.
Y es v e rd a d q u e fu n c io n a . H ay q u e hacerles c re e r
a los labios q u e u n o dirá u n a cosa y de p ro n to d ecir
otra. A l p rin c ip io , sí, es c o m o h acerles tram p a. R e su lta
extrañ o d e sc u b rir q u e se los p u e d e en g atu sar ta n fá­
cilm ente: casi m e d e c e p c io n a q u e la tram p a c o n fo r­
m a de “ u ” c u m p la ta n b ie n su co m e tid o . P ero p o c o a
p o co los labios se dejan llevar, a p re n d e n a p ro n u n c ia r
la “u ” francesa sin necesid ad d e e n g a ñ o alguno. E spero
que alg ú n día se m e vuelva u n a co stu m b re: sí, creo
que voy a co n seg u irlo .

35
E n la escuela Jacques D e c o u r n o h ab lo m u c h o ; así y
to d o , ya m e h ic e de alg u n o s am igos. H acia el final de
la p rim e ra sem ana, ya te n ía tres: Luis, A n a e Inés. A u n ­
q u e haya in g resad o a m ita d del a ñ o escolar y esté casi
siem p re en silencio, e n los recreos estos tres chicos m e
p id e n q u e ju e g u e c o n ellos.
Luis e In és so n p o rtu g u e se s, A n a es española; p e ro
en tre ellos h ab lan siem p re e n francés. C o n ellos m e
sien to m e n o s in c ó m o d a al m o m e n to d e hablar. M e
p a re c e m ás sim ple q u e c o n los otros chicos; sien to
m e n o s v erg ü en za. P o r sus fam ilias, su p o n g o , estarán
a c o stu m b ra d o s a los acen to s. A veces te n g o la sensa­
c ió n de q u e fo rm a m o s u n a p e q u e ñ a ban d a. La b a n d a
del B a rrio L atin o del B la n c -M e sn il, c o m o diría A m a ­
lia: ésos so m o s,n o so tro s,“ los p ib es d el B a rrio L a tin o ” .
Yo soy el m ie m b ro m ás silencioso d el g ru p o , p e ro la
pasam os b ie n ju n to s .
C o m o yo, m is am igos v iv en e n los edificios q u e
ro d e a n la escuela. E l d e L uis q u e d a al lad o del g im n a ­
sio, m u y cerca de Jacq u es D e c o u r.

C ad a m a ñ a n a , antes de ir a la escuela, Inés y yo p a ­


sam os a b u sc a t a Luis p o r la p u e rta de, su edificio;
a u n q u e éste se e n c u e n tre a p o co s m etro s d el p o r tó n
de en trad a, no so tras lo esp eram o s ahí. Sin n ecesid ad
de p o n e rn o s d e acu erd o , m u y p ro n to se nos h a v u e lto
u n a especie de cita. Las dos b ajam o s cada u n a d e su
casa m ás o m e n o s a la m ism a h o ra . N o s e n c o n tra m o s

36
e n m e d io del pasaje, y vam os ju n ta s a b u scar a Luis. A
veces ta m b ié n A n a se n o s u n e a la e n trad a del edificio
d e Luis; p e ro ella, e n cam b io , v ie n e p o r o tro cam ino.
L uis tie n e el p e lo castaño m u y oscuro, casi n eg ro ,
lacio y s o rp re n d e n te m e n te largo p a ra u n varón. Su
v o z es m u y ag uda y sólo ju e g a c o n las chicas. P o r eso
to d o s los chicos lo llam an L u lú ... eso los hace reír.
¡Eh, Lulú!, le g rita n . Decinos la verdad, dale, ¿sos varón
o nena? C asi siem pre es u n tal C arlo s el q u e abre el
fu eg o , u n ch ico q u e vive e n el m ism o edificio q u e yo
p e ro al q u e jam ás le h ab lé. C arlos tie n e siem pre u n
g ru p ito a lre d e d o r d e él, cu atro o c in c o chicos, siem ­
p re los m ism os.
P o r lo g en eral Luis hace c o m o si n o los oyera. A
ellos les gusta m olestarlo y d ar grandes carcajadas m ie n ­
tras G arlos, c o m o alen tan d o a su p e q u e ñ a tropa, les
re p a rte palm adas e n la espalda. Luis sigue ju g a n d o al
elástico o a la soga c o m o si nad a pasara. N osotras las
chicas lo im itam os, cerram o s filas c o n él y seguim os
ju g a n d o c o m o si los varones n o estuvieran ahí m irá n ­
d o n o s, reto rcién d o se de risa. P ero ellos siem pre vu elv en
a la carga. ¡Dale, Lulú! Decí, ¿nena o varón? Queremos ver,
nos morimos por ver, ¡Lulita! Y se ríe n c o n m ás ganas, y a
veces Luis se harta, y hasta se p o n e a llorar. Basta, basta,
¡déjenme tranquilo! Y después de las lág rim as a veces
p u e d e p e rd e r el c o n tro l y p o n e rse a aullar, a p elearse
a p u n ta p ié s c o n u n e n e m ig o im a g in a rio , p ara caer de
p r o n to de rodillas, c o m o si ese adversario lo h u b ie ra
d o b leg ad o . L o h e v isto h a c e rlo varias veces: es u n a

37
im ag en e x tra ñ a la cólera de Luis, q u e al m e n o s tie n e
el m é rito d e alejar a los b u rlo n e s c o m o si de p ro n to
se h u b ie ra n a te rra d o de lo q u e acaban de provocar.
C u a n d o Luis e n tra e n ese estado, Inés es la ú n ic a q u e
p u e d e calm arlo: lo to m a p o r los h o m b ro s, vamos, Luis,
vení, no les des bolilla, le dice y se aleja c o n él, y nosotras
les vam os detrás, A n a y yo. M e gusta m u c h o Inés. M e
parece tan lin d a, c o n sus labios b ie n m arcados, siem p re
rosados, casi ro jo s a veces, y su p elo castaño, largo y
espeso.

Sin em b arg o , u n a vez ella m e h iz o p o n e r triste.


Pasó así. N o sé p o r q u é ra z ó n se le hab ía m e tid o
en la cabeza la id ea de p re g u n ta rm e sobre m i país d e
o rig en . Q u e ría saber si yo ta m b ié n era española, c o m o
A na.
— No* y o v e n g o d e la A rg en tin a.
— Y d ó n d e q u e d a eso.
Inés n o h ab ía escu ch ad o jam ás hab lar de ese país.
N i ta m p o c o d e A m é ric a d el Sur. E t c’est oú, ga? D e s­
pués m e p re g u n tó c ó m o h a b ía h e c h o para v e n ir has­
ta Francia, p o r d ó n d e h ab ía pasado hasta te rm in a r e n
este b a rrio e n m ita d del a ñ o escolar.
Se so rp re n d ió m u c h o al escu ch ar q u e yo h ab ía t o ­
m ad o u n avión: m e m iró c o n un o s ojos re d o n d o s y
en o rm es. T u v e m ie d o d e h a b e r p ro n u n c ia d o m al la
palabra p o r cu lp a d e esas vocales de detrás de la n a riz
que todavía se m e resisten, sobre to d o si m e e m o c io ­

38
n o . .. y estas p reg u n tas de Inés, n o sé p o r q u é, m e h a n
h e c h o v e n ir lágrim as a los ojos. C u a n d o te n g o q u e
hablar de verdad an te los dem ás, resulta siem p re m ás
difícil q u e an te el espejo d el b añ o ; y, an te los ojos sor­
p ren d id o s de Inés, ya n o m e q u ed a m ás q u e u n h ilo
de voz, c o m o u n balido. T en g o m ie d o de q u e ella haya
escuchado algo p arecid o a lavionne, de m o d o q u e re­
pito la frase, roja de v e rg ü e n z a o qu izá de fu ria c o n tra
m í m ism a, ya n o sé, y le ag reg o algunos gestos.Y p o r
fin lev an to el d e d o ín d ic e e n d ire c c ió n a las nubes,
hacia el cielo de n u e stro b a rrio , y h ag o u n a ú ltim a
tentativa: O ui, Vavión, lá-haut.*
— ¿E n avión? — d esco n fía Inés— .Ja, eso sí q u e es
raro. Luis y yo vam os siem p re e n a u to a P o rtu g al. Y
A na ta m b ié n , ella siem p re va e n au to a v e r a sus a b u e ­
los. ¿ N o es cie rto , A na? E s m u y caro el a v ió n ...
T rato de explicarle e n to n c e s q u e yo n o h ab ría p o ­
dido h a c e r ese trayecto p o r tierra, q u e si n o h u b ie ra
to m a d o el av ió n h ab ría d e b id o v e n ir en b a r c o ... u n
viaje q u e h ab ría d u ra d o m u c h ísim o .
— La A rg e n tin a está m u y lejos. A l o tro lad o del m ar.
A l v e r su cara de sorpresa, u n a vez m ás re c u rro a
los gestos: fin jo d ib u jar so b re u n g lo b o te rrá q u e o im a­
g in a rio el c a m in o q u e m e c o n d u jo al B lan c-M esn il.
— La A rg e n tin a está ab ajo d e to d o .

* “Sí, el avión, allá arriba.” (N. delT.)

39
A la m añ an a siguiente, Inés n o estaba esperándom e e n la
p u e rta de su casa. S orprendida, fui cam inando sola hacia
el edificio de Luis. Y recién cuando llegué a la entrada
del edificio al fin los vi a los tres, a Luis, Inés y A na: esta­
b an ya en el p atio de la escuela, al o tro lado de la reja. D e
c o m ú n acu erd o h abían ig norado nuestra cita.
Ya en el saló n d e clase, m e d i c u e n ta en seg u id a de
q u e Inés te n ía u n a a c titu d extrañ a. C o m o ta m b ié n
Luis, p o r lo dem ás. N o m ira b a n n u n c a h acia d o n d e
yo estaba, p a re c ía n h a c e r c o m o si yo n o existiera. S ólo
A na, desde la o tra p u n ta d el salón, volvía sus ojos h acia
m í de ta n to e n tan to . Yo n o h ab ría sabido d e c ir si p a ­
recía in trig a d a o afligida; p ara m í lo ú n ic o seguro era
q u e ya n o m e m ira b a c o m o siem pre.
E n el p a tio , fu e Inés q u ie n se m e acercó . P arecía
m u y en o jad a.
— Es m e n tira lo q u e dijiste ayer.
— ¿Q ué?
— L o d el av ió n , el barco, to d o eso. La A rg e n tin a n o
está tan lejos.
— P e ro ...
— ¡N ada! ¡Sos u n a m entirosa! D ijiste eso p a ra h a ­
c e rte la in te re sa n te .Y n o sos m ás q u e u n a fan farro n a.
— P ero n o ...
— ¡Pero sí! A la A rg e n tin a fu e m i papá, n e n a . ¿Y
sabés qué? P ara ir hasta allí le bastó to m a rse u n tre n y
después el m e tro . ¿Q u erías to m a rn o s el p e lo c o n esa
h isto ria del av ió n ? Q u e d a acá n o m á s tu país, m u c h o
m ás cerca q u e n u estro s países.

40
Yo ya n o p o d ía hablar. M e h ab ía q u e d a d o d u ra allí,
c o m o u n a id io ta , m irá n d o la e n silencio.
— ¡El avión! ¡D esde el o tro lad o del m ar! D ijiste
eso, ¿no?
Y to m ó a L uis p o r los h o m b ro s, y se alejaron así,
ju n to s , a ju g a r al elástico. A n a, q u e hab ía p resen ciad o
la escena, se fu e tras ellos.
Yo te n ía ganas de llorar.
¿ C ó m o explicarles?
D e sp u és y o ta m b ié n m e acerq u é, y le h ic e e n te n ­
d e r a A n a c o n u n gesto q u e q u e ría reem plazarla e n u n
ex tre m o d el elástico. Es a b u rrid o te n e r u n e x tre m o
del elástico y sabía q u e ella, c o m o yo, d etestab a h a ­
cerlo.
A n a m iró a Inés, e Inés se e n c o g ió de h o m b ro s
c o m o d ic ie n d o que* a u n q u e yo n o era m ás q u e u n a
m en tiro sa, p a ra eso daba ig u al - • • E n realid ad m e n e ­
cesitaban, p e ro fu e c o m o si m e h ic ie ra n u n favor: yo
les daba lástim a.
C re o q u e el elástico es u n b u e n consejero. Ju sto en
el m o m e n to e n q u e so n ó la cam p an a, de p ro n to , tu v e
u n a idea.
— ¿Te acordás, el añ o pasado, del f ú tb o l...? ¿El
M u n d ia l d e m il n o v e c ie n to s seten ta y o ch o ? P re g ú n ­
tale a tu p ap á. F u e en ese país de allá abajo, e n la A r­
g en tin a, d o n d e se ju g ó el ú ltim o M u n d ia l.
T a m b ié n e n to n c e s h ic e gestos p ara estar seg u ra de
h a c e rm e c o m p re n d e r.Y p a te é varias veces u n a p e lo ta
im a g in a ria m ie n tra s re p e tía esa palabra, fútbol.

41
A l día siguiente, Inés m e esperaba e n m e d io del pasaje,
c o m o siem p re.Y m e u n í a ella y e m p ezam o s a c a m i­
n ar e n silencio hacia el edificio de L uis.
— Tenías razó n c o n eso de la A rg e n tin a . M i p ad re
lo v io p o r la tele, h u b o u n C a m p e o n a to del M u n d o
allá.
M e lo dijo antes d e llegar a la reja d e la escuela, y
después se lo rep itió a Luis y a A n a ta n p ro n to c o m o
estu v im o s ju n to s , e n el patio.
— N o m in tió e n eso de la A rg e n tin a . Es u n país
q u e ex iste de verdad. Y ta m b ié n es c ie rto q u e allá j u e ­
gan al fú tb o l.

42
La quinta fo to

M i p ap á sólo p u e d e te n e r cin co fotos e n su celda. Así


lo d isp o n e el reg lam en to de la p risió n . Y tie n e n q u e
ser fo to s de personas a las cuales lo u n a u n v ín cu lo de
p aren tesco del q u e haya dado pruebas. Las autoridades
de la p risió n q u ieren saber q u ié n es q u ié n y p o r q u é m i
papá p re te n d e te n e r esas im ágenes consigo. N o le dan
d e re c h o m ás qu e a estas únicas fotos, sea cual fuere su
tam año. P u e d e n ser p eq u eñ as, m inúsculas, n o im p o rta:
sólo p u e d e te n e r e n su celda cin co fotos, n i u n a más.

C re o q u e fu e siem p re así, sólo q u e yo n o lo sabía.


H asta ah o ra , ese a su n to d e las fo to s n u n c a p areció ser
im p o rta n te . N u n c a h a b ía escu ch ad o h ab lar de eso, en
to d o caso. P ero desde h ace alg ú n tie m p o , e n sus cartas,
m i p a d re v u elv e al te m a u n a y o tra vez. A n tes de des­
p e d ir m e hasta la sem an a q u e v ien e, desliza siem p re u n
larg o p á rra fo sobre la fo to q u e espera: ... como ya te dije,
tengo derecho a cinco fotos. Y como no tengo más que cuatro,
podés mandarme una tuya: ésa sería m i quinta foto.

43
H a c e ya casi dos m eses q u e la e sp e ra ,pero vos n u n ­
ca me la mandás y no entiendo por qué. E n esta q u in ta
im a g e n , q u e c o m p le ta rá y c e rra rá su c o le c c ió n , él
q u ie re q u e y o ap arezca c o n m i m a d r e ... será c o m o
te n e r dos fo to s e n u n a . P ap á q u ie re ta m b ié n q u e se
vea el paisaje, pero no mucho, porque en ese caso ustedes
dos saldrían m u y chiquitas, y yo quiero ver bien tu cara y
también la de tu madre.'Y q u ie re q u e esta fo to la to m e ­
m o s cerca d el lu g a r e n q u e v iv im o s, a la e n tra d a del
ed ificio , p o r e je m p lo , p a ra p o d e r im a g in a r u n p o c o
n u e s tra v id a. O d e n tro d e l d e p a rta m e n to . P e ro q u e
ta m b ié n e n ese caso n o s c u id e m o s de n o salir m u y
c h iq u itita s en la fo to , in siste m u c h o e n eso. Y ta m ­
b ié n e n q u e n o se v ea a n a d ie m á s ... p o r q u e b astaría
la s o m b ra de u n d e s c o n o c id o p a ra q u e la fo to le fu e ­
ra co n fiscad a.
¿ Y éste quién es? ¿Q uién es, eh? ¿Je creés que somos
boludos? E so le g rita ría n , sí, y le a rra n c a ría n in m e d ia ta
y rá p id a m e n te su q u in ta foto. S in q u e él llegara a verla
siq u iera... P o r eso hay q u e o b serv ar p ro lija m e n te esta
regla: e n la q u in ta fo to n o d eb e a p arecer n i u n d esco ­
n o c id o , n i de paso, n i c o m o in v ita d o sorpresa.

E n su ú ltim a carta, p ap á p arecía ya m u y e n o ja d o c o n ­


m ig o . ¿Pero vos entendés que no puedo más con esta espera?
¿Por qué no me mandaste nada todavía? ¿Por qué no me
decís nada, ni siquiera la mencionás? ¿Por qué hacés como si
no te hubiera pedido nada?
Ya n o s sacam os varias fo to s, m a m á y yo, y h ay al­
gunas e n las q u e se n o s ve ju n ta s. A d em ás, le p e d í q u e
p o sara ju n t o a m í co n sid e ra n d o , ju s ta m e n te , c ó m o d e ­
b e ría ser esa q u in ta fo to q u e m i p a d re espera... F u e
A m alia q u ie n n o s las sacó, n i d e m u y cerca n i d e m u y
lejos, e n u n a m b ie n te fam iliar p e ro d esp o jad o de to d a
o tra p resen cia. H a y u n a e n q u e se n o s ve d elan te del
a ren ero d e la V oie V erte, d o n d e ju e g a n los n iñ o s; hay
otras e n q u e p o sam o s e n u n ja r d ín c u b ie rto d e nieve
fre s c a ... y éstas so n m is p referid as a causa de to d o ese
b la n c o esp u m o so q u e n o s ro d ea, c o m o si alg u ien h u ­
biese a rro ja d o u n a m a n ta de a lg o d ó n a nu estro s pies.
Pero, c u a n to m ás las m iro , m ás m e cuesta d e c id ir­
m e. T en g o u n b lo q u e o c o n este a su n to de la q u in ta
foto. JVLi p a d re n o p a ra de reclam ar, n o se rin d e. P ero
yo n o le m a n d o nada.

A lgo q u e m e gusta m u c h o , e n las cartas q u e n o s es­


c rib im o s m i p a p á y yo, es q u e a v eces lo g ro o lv id ar
d ó n d e está él, y m e p o n g o a h a b la r d e las abejas y de
los co lo res a los q u e so n sensibles; a d o ro ese tem a. ¿A
vos qué te parece? ¿Por qué prefieren el azul? ¿ Y cómo se
habrá dado cuenta el señor Maeterlinck? L e h ag o a m e n u ­
d o estas m ism as p reg u n tas. Decir que uno sabe cuál es el
color preferido de un insecto... es arriesgado, ¿no te parece?
Y si lo que dice vale para las abejas de aquí, ¿será igual para
las abejas de allá? ¿ Y para todas las abejas del planeta? E n
m is cartas, m u c h a s veces e sc rib o las m ism as cosas, p e ro

45
sé q u e eso n o tie n e dem asiad a im p o rta n c ia . E n to d o
caso, m i p ap á n o m e re p ro c h a q u e vu elv a c o n sta n te ­
m e n te co n las m ism as p reg u n tas, c o m o si le gustase la
rep etició n ; a u n q u e siem p re sean las m ism as p re g u n ­
tas, él se esfuerza p o r d a rm e respuestas distintas cada
vez, busca a rg u m e n to s siem p re nuevos p ara tra ta r d e
c o n v e n c e rm e acerca d el azul. Y así, c o m o sin q u e re r­
lo, h e m o s e n tre te jid o u n v erd ad ero d eb ate sobre este
tem a. A papá le in te re sa re a lm e n te esta d iscu sió n q u e
se nos ha v u e lto ta m b ié n , p o c o a p o co , u n a su e rte de
ju e g o : n u estro ju e g o p re fe rid o , p o r lo visto.
S eg ú n él, m u c h a s ex p erien cias p u d ie ro n h a b e r
p e rm itid o d e s c u b rir q u e el azul es el c o lo r p re fe rid o
de las abejas. Q u izá s hayan plantado, por ejemplo; alre­
dedor de una colmena macizos de flores de muchos colores,
en lugares apartados entre sí, y luego hayan obligado a las
abejas a quedarse en la colmena varios días para liberarlas
y
de repente y ver en qué dirección volaban todas. E sa fue
la p rim e ra resp u esta q u e m e dio, p e ro yo volví a la
carga c o n m is dudas. E l experimento de los macizos de
flores no da resultados seguros. A u n cuando las abejas se
hayan arrojado en masa sobre las flores azules. ¿Cómo saber
que las preferían por su color a zu l y no por su perfume?
No, ese experimento no sirve; las flores azules no pueden
probar nada. E stab a e x tra ñ a m e n te org u llo sa de h a b e r
e n c o n tra d o esa o b je c ió n , y c o n te n ta ta m b ié n de q u e
él m e re c o n o c ie ra , e n la carta siguiente, q u e m e h ab ía
su m ad o u n p u n to . Tenés toda la razón, las flores azules
no bastan como prueba. P ero p ap á ta m p o c o se rin d ió .

46
Por otro medio, los científicos pueden haber confirmado que
ése era el color que las había atraído. Después de la expe­
riencia de los macizos de flores, pueden haber creado puntos
de referencia de muchos colores en un mismo campo. Postes o
banderines completamente azules y desprovistos de olor. E sta
vez fu e él q u ie n se a p u n tó u n p o ro to . Comprendo, de
acuerdo. Pero, no sé por qué, todavía no me convenzo. P o r lo
dem ás, h ab ría q u e h a c e r estos e x p e rim e n to s c o n todas
las abejas d el m u n d o : ése es m i a rg u m e n to m ás fu erte.
¿ Y si en alguna parte del planeta hay una especie de abejas
que no coincide con las demás? M i p ad re se n te n cia q u e
u n o siem p re tie n e d e re c h o a im ag in ar, p ero q u e él le
cree al a u to r d e La vida de las abejas: Adaeterlinck dice
que les gusta también elfucsia y el amarillo, pero el color que
prefieren es el azul; sobre este punto, según Maeterlinck, no
hay discusión. Y él conocía m uy bien a las abejas. S i algún
día tenés la oportunidad de comprobarlo por vos misma, vas
a concluir que el a zu l es el color que más les gusta, seguro.
Siempre, en cualquier circunstancia, en cualquier parte del
mundo. Eso dice Maeterlinck, y yo le creo.
A d o ro h ab lar d e esto c o n papá, y b u sco a rg u m e n ­
tos nuev o s p ara la n z a rm e u n a vez m ás al debate. A u n
cu a n d o en el fo n d o y o ta m b ié n , desde h ace m u c h o ,
esté c o n v en cid a de q u e el azu l es el c o lo r q u e las a b e ­
jas p refieren . N o lo a d m ito to d av ía, p e ro hace m u c h o
qu e p ap á te r m in ó p o r c o n v e n c e rm e .
Es el c o lo r azul q u e las abejas am an p o r sobre to d o ,
el azul tie r n o ... M a e te rlin c k sabe de q u é habla, pasó
m u c h o tie m p o estu d ián d o las. E n su lib ro re c u e rd a u n

47
viaje q u e h iz o a H o la n d a , u n viaje q u e evoca c o m o
u n re c u e rd o lejan o ; q u izá fu era u n n iñ o e n esa épo ca.
N o d ice n ad a so b re la ed ad q u e te n d ría p o r en to n ces,
p e ro afirm a q u e fu e e n ese país d o n d e v io las p rim e ra s
co lm en as, e n u n a re g ió n p le n a de co lo res vivos, con
armarios y relojes que brillan al fondo de los corredores.
E n ese r in c ó n p e rd id o de H o la n d a , JVLaeterlinck
c o n o c ió ta m b ié n a u n an cian o , su p r im e r m a e stro
e n m a te r ia d e abejas. Y e sc rib ió so b re él cosas m u y
raras. Era una suerte de viejo sabio que se había retirado
allí donde la vida parecía más estrecha que en ninguna otra
parte, si es posible que la vida realmente lo sea en algún
lugar. B u sq u é e n el d ic c io n a rio to d as las palab ras q u e
n o e n te n d ía d e las p á g in a s q u e se re fie re n a ese a n ­
cian o , n o q u e ría q u é n a d a suyo se m e escapara. H ic e
así u n a larg a lista d e p alab ras francesas nuevas: pignon,
enlum iné, ouvragé, versicolore y m u c h a s otras: pont-levis,
vernissé, éta in ,fa ien ce... y p a ro a q u í. Sé d e m e m o ria
to d o lo q u e se re fie re a este a n c ia n o h o la n d é s , c o ­
n o z c o c o m o si lo h u b ie r a v isto el m u ro b la n q u e a d o
de su casa c o n tra e l c u a l h a b ía in sta la d o sus c o lm e ­
nas. F u e él q u ie n le h a b ló a M a e te rlin c k d el azu l y
las ab ejas.Y ta m b ié n este an c ia n o , p o r su p u e sto , sabía
d e q u é h a b la b a ... m ás q u e n a d ie , in c lu so .T o d a s esas
p alab ras q u e c o p ié e n m i lib re tita se e n c u e n tr a n e n
la p r im e r a p a r te d e l lib ro d e JVLaeterlinck, titu la d a
A u seuil de la R u ch e , m i p re fe rid a .
P ero desde h ace algunas sem anas, a p e sa r de las abejas,
ya n o p u e d o o lv id a r q u e m i p ad re está e n p risió n . E stá
e n u n a cárcel, y sólo tie n e d e re c h o a cin c o fo to s. A
veces te n g o la im p re s ió n d e q u e p o r eso m ism o n o le
m a n d o nada.
E n su celda, p ap á n o p u e d e te n e r m ás q u e c in c o
fo to s, y sólo le q u e d a u n lu g a r libre.
C u a n to m ás m e lo rep ite, m ás m e angustia.
S iem p re v u e lv e so b re el te m a , c o n m ás detalles
aún. A n tes d e te r m in a r cada carta, in c lu y e u n p árrafo
cada vez m ás largo sobre esta q u in ta fo to q u e y o le
h ag o esperar.
M i p a p á ag reg a m u ch as p recisio n es sobre la fo to
c o n q u e su eñ a, al p u n to de q u e a veces te n g o la im ­
p re s ió n d e h a b e rla v isto : .. .para que pueda ver tu cara, la
de tu madre y un poco de lo que ahora las rodea, habría que
hacer una especie de plano americano madre-hija. ¿Vos sabes
lo que es un plano americano?
Y n o d eja d e aso m b rarse, cada vez m ás m o lesto .
Una vez más he recibido carta tuya, pero ninguna foto, ¿por
qué?

P ero es q u e y o ta m b ié n m e lo p re g u n to .
A dem ás, ¿y si m e eq u iv o c o al e le g ir la ú ltim a fo to ?
¿Si la fo to n o le gusta, si n o es b a sta n te linda? ¿T endrá
p a p á d e re c h o d e v o lv e r a d ejar lib re u n casillero, p a ra
q u e yo le en v íe otra? ¿M e d arán u n a se g u n d a o p o r ­
tu n id ad ?

49
Y e n to d o c a so ... S u p o n g am o s q u e elijo m al la
q u in ta fo to p e ro m e dan d e re c h o d e en v iarle otra:
¿qué h arán c o n esa fo to q u e n o c u m p lió c o n sus ex ­
pectativas? ¿La ro m p erán ? ¿La tirarán? ¿La q u em arán ?
¿La c o rta rá n e n m il p e d a c ito s c o n g ran d es tijeras p u n ­
tiagudas? ¿Y q u ié n h ará to d o eso, eh? ¿ U n g u ard iacár-
cel? ¿La señ o ra q u e se o c u p a d e req u isar a las m ujeres,
esa q u e se p e in a siem p re c o n u n ro d e te m u y ap retad o
en la coronilla? ¿ Q u é hará ella los días e n q u e n o hay
visita? ¿E n q u é pasará el tie m p o los días q u e n o so n
jueves?
A eso, quizás: a h a c e r d esap arecer fotos. Es m u y
probable.
P ero n o m e atrevo a p re g u n ta rle esas cosas a papá;
te n g o m ie d o de e n tristecerlo , c o m o esas m ism as p re ­
guntas m e e n triste c e n a m í.Y el q u in to lu g a r q u ed a
siem p re vacío.

Ya es tie m p o , sin em b arg o , d e q u e le m a n d e la fo to


perfecta, la fo to ideal, la im a g e n d ig n a d e ser su q u in ta
y ú ltim a foto. A q u ella q u e n a tu ra lm e n te se im p o n ­
dría, la q u e él jam ás pen saría e n h a c e r d esa p a re c e r para
reem plazarla p o r otra.
C a d a lu n e s a la n o c h e , sin em b arg o , al m o m e n to de
ce rra r el so bre e n q u e h e deslizado m i n u e v a carta a
papá, v u elv o a dejarla sola, sin la fo to rec la m a d a tantas
v e c e s ... c o m o hoy, q u e es lu n es. Sé q u e se e n o ja rá a u n
m ás co n m ig o , p e ro n o p u e d o h a c e r o tra cosa.

50
T a m b ié n m e gustaría q u e se lo p id ie ra a m am á.
P ero ellos casi n o se escrib en , y esto es algo q u e yo sé
sin c o n o c e r v e rd a d e ra m e n te las razo nes. T a m b ié n p o r
eso n o le m a n d o nada, y h ag o c o m o si este asunto de
la q u in ta y ú ltim a fo to n o e x is tie ra ... a u n q u e n o dejo
de p e n sa r e n ella.

N o m e atrevo a a b rir la carta de m i p a p á q u e recibí


ayer a la n o c h e , p o rq u e de a n te m a n o sé q u e protestará,
m ás a ú n q u e h a c e u n a sem ana, claro. Su carta sem anal
acaba de llegar; m e escrib ió , c o m o de co stu m b re . P ero
te n g o m ie d o de sacarla d el sobre.
C o m o to d o s los sobres q u e v ie n e n d e la A rg en tin a,
tie n e franjas azules, oblicuas, q u e fo rm a n u n a especie
de m a rc o a lre d e d o r de la d ire c c ió n .Y la in sc rip c ió n
V ÍA A É R E A e n m ayúsculas, arrib a, a la d erech a.

51
Tuberías

E n el liv in g de n u e stro d e p a rta m e n to , las p ared es


están c u b ie rta s d e u n p a p e l p in ta d o c o n fo rm a s
g e o m é tric a s . A m a rillo , a n a ra n ja d o y m a r ró n . E s la
moda de aquí, m e h a b ía d ic h o m i m a d re c u a n d o e n tré
p o r p r im e r a v ez e n a q u e l d e p a rta m e n to d e l B la n c -
M e sn il. N o m e h a b ía a n im a d o a p re g u n ta rle q u é sig­
n ific a b a a q u e l aquí. ¿ H a b ría u n a m o d a ex clu siv a d el
B la n c -M e sn il? E l d iseñ o g e o m é tr ic o h a c e p e n s a r e n
cañ erías, e n c ie n to s d e tu b e ría s q u e ro d e a n el liv in g .
O to d o el d e p a rta m e n to , m e jo r d ich o , p o r q u e n o
h ay n i u n sitio U bre de esas tu b e ría s p in ta d a s.
E n la p ie z a d e m am á, así c o m o e n la p ie z a de A m a ­
lia, m u y cerca de la en trad a, se v e ese m ism o e m p a p e ­
lado, a u n q u e c o n u n a diferen cia: c u a n d o las cañerías
so n anaranjadas el p a p e l es ru g o so , c o m o si las garras
de u n g a to lo h u b ie ra n arañ ad o , d e ja n d o so b re ellas
p e q u e ñ o s rayones violetas. P e ro n o está d añ ad o , n o : es
apenas u n a v arian te.
A q u ella p rim e ra vez q u e e n tré al d e p a rta m e n to
m a m á m e señaló los m u ro s d el liv in g c o n aire d e d e ­

52
solación. D esp u és alzó los ojos h acia el cielo rraso del
liv in g y el de la p e q u e ñ a co cin a: p o rq u e h ay tuberías
p in tad as p o r to d o s lados, hasta e n los b añ o s. ¡N o pongas
esa cara! A m í también me pareció horrible la primera vez.
E s cuestión de costumbre, ya vas a ver. N o h ay u n a sola
p a re d b lan ca e n el d e p a rta m e n to , apenas los zócalos y
las p u e rta s se h a n salvado d e los tu b o s, y ta m p o c o del
to d o : alg u ien h a c reíd o n e c e sa rio llam ar la a te n c ió n
so b re el c e n tro de cada p u e rta , p e g a n d o allí u n re c tá n ­
g u lo d el p a p e l q u e m u e stra las tu b erías q u e hay a d e n ­
tro, ya q u e n u n c a dos h a b ita c io n e s co n tig u as lu c e n el
m ism o e m p a p e la d o ...
T a m b ié n es así e n m i cu arto . P ero e n c u a n to a los
tu b o s creo q u e tu v e su e rte : los m ío s so n casi iguales
a los q u e h ay e n el liv in g , sólo q u e c o lo r crem a. M e
aleg ra h a b e rm e salvado d e las garras de gato.

E n el liv in g c o n tu b erías d e m i n u e v o h o g ar, m ien tras


esp ero q u e m i m a m á y A m alia te r m in e n sus trajines
c o n los ch ico s de C la p a ré d e y m e c u e n te n las av en tu ­
ras d el día — p re g u n tá n d o m e si a lg u n o las h a b rá m o r­
d id o hoy, ya q u e al m e n o s dos veces se h a n salvado p o r
u n p e lo — , m iro m u c h a telev isió n . M a m á d ice q u e es,
u n b u e n m o d o de fa m ilia riz a rm e c o n la le n g u a fran ­
cesa. E in v o c ó la te o ría de siem p re: la in m e rsió n .
D e la telev isió n n o e n tie n d o m u c h o . E n g en eral
h a g o to d o s los esfuerzos q u e p u e d o p o r seg u ir lo q u e
se dice. P e ro a veces h a g o e x a c ta m e n te lo c o n tra rio :

53
trato de e n te n d e r lo m e n o s posible p ara q u e los so n i­
dos q u e salen d e l te le v iso r m e en v u elv an c o m o u n a
m úsica.Y p u e d o q u e d a rm e así m u c h o tie m p o , d e já n ­
d o m e a c u n a r p o r la m ú sica de la le n g u a fran cesa...
n e g á n d o m e a lo q u e q u ie re n d ecir las palabras, in te ­
resán d o m e sólo p o r la m elo d ía, p o r los m o v im ie n to s
de labios de todas esas p ersonas q u e lo g ra n e sc o n d e r
vocales detrás d e su n a riz y sin el m e n o r esfuerzo, sin
pensarlo, ¡pum f, d ic e n — an, un, on— , y to d o p arece
tan sim ple — en, uint, oint— ; escucho, adm iro, aprecio.
M e d ig o q u e e n a lg ú n lado de m í eso p ro d u c e alg ú n
efecto. Y la id ea d e l “ b a ñ o lin g ü ístic o ” de p ro n to n o
m e basta, q u ie ro ir m u c h o m ás lejos: q u ie ro h u n d ir­
m e e n esa le n g u a p a ra siem pre, q u ie ro estar adentro.
C o m p re n d e r cada so n id o , del p rim e ro al ú ltim o . Q u e
las vocales de d etrás d e la n a riz m e rev elen d e u n a
vez to d o s sus s e c re to s ... q u e v e n g a n a alojarse e n m í
e n u n lu g a r n u ev o , u n rin c ó n q u e n o c o n o z c o a ú n
p ero q u e m e d e sc u b rirá el itin e ra rio q u e siguen, el
m ism o itin e ra rio q u e re c o rre n e n to d o s los q u e las
p ro n u n c ia n sin te n e r, a d iferen cia de m í, n ecesid ad d e
pensarlo tanto.
L o q u e m ás m e gusta so n el n o tic ie ro y los d e ­
bates p o lítico s, so b re to d o cu a n d o p a rtic ip a G eo rg es
M archais. M e q u e d o c o m o en can tad a c u a n d o su cara
aparece e n la p antalla; él ta m b ié n h ace m u c h o s gestos,
g rita, se en o ja y se p o n e m u y colo rad o .

54
U n o jo de m u ñ eca

E n la escuela Ja cq u es D e c o u r hay u n a chica, A strid ,


q u e ju e g a cada v ez m ás seg u id o c o n n o so tro s. A l p r in ­
cip io n o era m ás q u e u n a am iga de A n a, p ero a h o ra ya
p arece u n a m ás d e n u e stro p e q u e ñ o g ru p o , y a veces
m e a n im o a h ab lar c o n ella. A strid es v e rd a d e ra m e n te
francesa: eso es lo b u e n o . E staba tan c o n te n ta el día e n
q u e se lo a n u n c ié a m am á.
— Y sin e m b a rg o n o es m u y francés ese n o m b re ,
A strid . ¿Estás seg u ra d e q u e es francesa? ¿ C ó m o es su
apellido?
M e d e c e p c io n ó u n p o c o saber q u e su n o m b re n o
era d e aq u í, y d u d é antes de d ecirle a m a m á cuál era
su apellido; te n ía m ie d o de q u e m e c o n firm a ra q u e,
c o m o to d o s n o so tro s, A strid v en ía d e o tra p arte.
— Se llam a B e rg o u g n o u x , A strid B e rg o u g n o u x .
— A h , e n to n c e s n o cabe d u d a.T e n és razó n . Es fran ­
cesa. N o p o d ría ser m ás fra n c e s a ... ¡B erg o u g n o u x !
Q u é o rg u llo s a m e p u se . A l fin te n ía u n a a m ig a
fran c e sa , u n a c h ic a d e m i e d a d . H a b ía e n c o n tr a d o
a u n a fra n c e s a d e v e rd a d , y^ h a sta h a b ía m o s h a b la ­

55
d o , A s tr id y yo. M i e x p e r ie n c ia c o n A n to in e , el d ía
e n q u e a c o m p a ñ é a m a m á a C la p a ré d e , h a b ía sid o
c o m p le ta m e n te sile n c io sa , n o c o n ta b a . M e h a b ía
e n c a n ta d o e sta r s e n ta d a a su la d o e n los e s tr a p o n -
tin e s d e l m e tro , y ta m b ié n sus ru lo s ru b io s , p e ro ,
e n té r m in o s d e “ in m e r s i ó n ” , n o m e h a b ía h e c h o
a v a n zar u n so lo p aso . N e c e s ito q u e m e h a b le n , y es­
c u c h a r to d a s las p a la b ra s p o sib le s p a ra p o d e r g u a r ­
darlas d e n tr o d e m í.
D e s d e q u e c o n firm é q u e n o c a b e n dud as so b re
los o ríg e n e s fran ceses de A strid , cada v ez q u e a b re
la b o c a p o n g o m u c h a a te n c ió n a to d o lo q u e d ice;
su fran cés es fo rz o s a m e n te m ás a u té n tic o q u e el d e
los d em ás, u n fran cés de p r im e r a agua. U n fran cés
B e r g o u g n o u x — q u ié n p u e d e d u d a rlo — es u n fra n ­
cés q u e v ie n e tra n sm itié n d o se d e padres a h ijo s d esde
h a c e g e n e ra c io n e s, q u izá desde la m ism a n o c h e de los
tie m p o s. Im p o sib le sab er a q u é p ro fu n d id a d lleg an las
raíces de esa le n g u a .
A d em ás es m u y lin d a A strid . M u c h o m ás lin d a q u e
Inés. S u p ie l es clara y resp lan d ecien te, c o m o si su
c u e rp o estu v ie ra ilu m in a d o p o r d e n tro . T ie n e p e q u e ­
ñas m a n c h a s doradas e n las m ejillas, a u n o y a o tro
lad o de la n a riz , y m a n c h a s sonrosadas dispuestas e n
dos sem icírcu lo s q u e se re m o n ta n hasta las sienes y
p a re c e n d ib u ja r so b re su p ie l u n a so n risa p e rm a n e n te .
Así, c u a n d o está c o n te n ta , p a re c e q u e tu v ie ra dos s o n ­
risas: la de sus labios y la q u e d ib u ja n esas m an ch as d e
ru b o r, apenas p o r en cim a. Y to d o c o m b in a ta n b ie n

56
c o n su n a riz lig e ra m e n te respingada. Si n o fu e ra p o r
el ojo, A strid sería la ch ica m ás h e rm o s a d el m u n d o .
A strid tie n e ta m b ié n el p e lo larg o y castaño, y e n
esa cara b lan ca y siem p re so n rie n te , esa cara capaz de
so n re ír d o b le m e n te , u n o s ojos gran d es y v erd es en
fo rm a de a lm en d ra. A l verla p o r p rim e ra vez, u n o se
d ic e q u e m i am ig a es la m ism a belleza. P e ro si la m iras
m ás a te n ta m e n te , n o tá s q u e algo d esen to n a; qué pena,
pero qué pena, pensás en seg u id a.
Pasa q u e d e sus lin d o s ojos, e n realidad, u n o so lo es
v erd ad ero . E l o tro o jo es d e v id rio . C o m o u n a d e esas
b o litas c o n q u e ju g a m o s e n el p atio .
P ero la b o lita v e rd e de A strid está m u y b ie n h e c h a ,
el o jo de v id rio es e x a c ta m e n te del m ism o c o lo r q u e
el q u e le q u ed a, y tie n e algunas p e q u e ñ a s vetas azules
e n el i n t e r i o r ... e x a c ta m e n te c o m o el o tro , el v e rd a ­
dero. H a y q u e m ira rla de cerca p ara darse c u e n ta de
q u e el o jo es falso, q u e fu e fa b ric a d o ín te g ra m e n te y
p in ta d o c o m o se p in ta n los ojos de u n a m u ñ e c a ...
y q u e ese o jo n o ca m b ia n u n c a , p e rm a n e c e siem p re
ig u a l a sí m ism o : eso es lo q u e d elata q u e n o es o jo de
v erd ad .
P arece q u e A strid p e rd ió el o jo an te rio r, el q u e te ­
n ía antes de q u e le encastraran esa p erla de v id rio e n
la órbita, p o r p u ra casualidad. A n a m e lo c o n tó e n u n
recreo, e n el patio. N o le h ab ía p re g u n ta d o n ad a p ero ,
c o m o n o tó q u e el o jo de A strid m e llam aba la a te n c ió n ,
e n to n c e s v in o h acia m í y m e dijo: A strid tiene un ojo de
vidrio. ¿ Y sabés por qué? Porque se cayó por la escalera.

57
M e preg u n té c ó m o p o d ía h a b e r pasado, y desde
qu e Ana te rm in ó d e hablar n o h e d ejad o de im a g in a r
la escena: A strid, c o n su p e lo largo, p ie rd e el eq u ilib ro
en lo alto de la escalera de la escuela — n o sé si pasó
en la escuela, p e ro es ahí d o n d e m e la im a g in o — ; A s­
trid cae ro d a n d o hasta el m ás b a jo de los escalones,
golpeándose c o n cada u n o d e ellos a to d a v elo cid ad ,
p rim e ro e n la espalda, lu e g o e n u n h o m b ro , después
en la cabeza; y c u a n d o p o r fin te r m in a abajo, sobre el
felp u d o m a rró n y verde, u n o d e sus ojos salta d e su
cara c o m o im p u lsa d o p o r u n reso rte. P ero el reso rte
se ro m p e, y así la caída de A strid d a p o r resu ltad o u n
agujero ro jo en lu g a r de u n o d e sus ojos ta n lindos.
A strid llora y sangra .Y al m ism o tie m p o p a reciera q u e
so n ríe c o n esas m an ch itas rosadas q u e su b e n hasta sus
sienes fo rm a n d o dos grandes sem icírcu lo s p o r d elan te
de las orejas.
A h o ra, c u a n d o A strid m e habla, al tie m p o q u e m e
c o n c e n tro e n b e b e r del m a n a n tia l de su francés B e r­
g o u g n o u x , n o d ejo d e m irarle esa b o lita v erd e y azul.
Sé b ie n q u e es el o tro ojo el q u e le p e rm ite ver, y
q u e d eb e d e fastidiarla q u e yo le m ire to d o el tie m p o
esa esfera d e v id rio q u e sólo sirve p ara ta p a r u n h u e ­
co, p ero n o p u e d o h a c e r o tra cosa. P o rq u e siem p re es
ig u al a sí m ism o : la p u p ila, in m ó v il, lu c e c o m o u n a
p e q u e ñ a m a n c h a de tin ta, p e rfe c ta m e n te re d o n d a ; los
p e q u e ñ o s trazos azules sobre el fo n d o tan v erd e tie ­
n e n siem p re el m ism o b rillo . N a d a se m u ev e e n ese
ojo. E l ojo d e A strid m e da paz.

58
¡Q u erem os la yapa!

A h, ¡qué b u e n a estaba la ca rn e a q u e l día e n el c o m e ­


d o r de la escuela! S o b re eso to d o s estu v im o s in m e ­
d ia ta m e n te d e acu erd o . A penas o lim o s el h u m ito q u e
v enía d e la c o c in a nos v o lv im o s locos. A dem ás, regalo
del C ielo , sirv ie ro n n u estra m esa antes q u e n in g u n a
otra; u n a p o s ic ió n ideal p ara p e d ir m ás p ed azo s d e
carne, si es q u e q u e d a b a n restos e n la co cin a. E so casi
siem pre pasa, ¡pero para poder pedir segunda vuelta tienen
que estar bien vacíos los platos de toda la mesa! Y p o r eso,
c u a n d o la c o m id a está b u en a, n o b ie n te rm in a n d e ser­
v írn o sla e m p e z a m o s a c o m e r a to d a v elo cid ad . N u n c a
falta el c o m p a ñ e ro q u e nos re c u e rd a lo q u e te n e m o s
q u e h a cer: ¡Vamos, al ataque! Y atacam os, sí: e n m e n o s
de lo q u e can ta u n gallo lim p ia m o s a to d a v e lo c id a d
los platos p a ra reclam ar du rabe, ¡la yapa! ¡Queremos la
yapa, m adam e!Y g rita m o s tan fu e rte c o m o p o d e m o s y
b lan d im o s n u estro s platos vacíos p o r sobre las cabezas
para a tra e r la a te n c ió n de las señoras d e servicio. C o sa
q u e h ay q u e h a c e r ráp id o si u n o n o q u iere q u e o tro s
nos b irle n la yapa. Es casi u n a carrera. A n tes m ism o

59
de e n tra r e n el c o m e d o r, c u a n d o sabem os q u e h o y
hay papas fritas o fid eo s g ratin ad o s, n o s p re p a ra m o s ...
p o rq u e ta m b ié n los dem ás su eñ an , sin d u d a, c o n p e d ir
du rabe.
M e gusta m u c h o esa palabra, la p rim e ra , creo, q u e
ap ren d í e n Jacq u es D e c o u r. E n rabe, la e m u d a del
final es m ás m u d a q u e d e co stu m b re , y e n cierto s ca­
sos lleg a a d esap arecer d el to d o . C u a n d o c o rre m o s esa
carrera p o r la yapa, p ro n u n c ia m o s la p alabra c o rta n d o
la re sp ira c ió n en la be, c o m o p a ra q u e to d o sea m ás
ráp id o , p a ra p o d e r re p e tir m u ch a s veces la p alab ra a n ­
tes d e q u e los dem ás e m p ie c e n p o r su lad o a g rita r ¡du
rab} du rab, queremos du rabf aquí!
A q u e l día e n p a rtic u la r la c o m p e tic ió n se a n u n c ia ­
ba feroz: p o r u n a v ez era c a rn e lo q u e nos lanzaba a la
batalla. N i papas fritas n i fideos, sin o unas rodajas de
c a rn e m u y finas y p e rfe c ta m e n te red o n d as, bañadas
en u n a d elicio sa salsa b e ig e y c u b ie rta s de u n d elicad o
ro cío de p e re jil p icad o . F u e a q u e l c o n ju n to lo q u e
nos d ecid ió a c o m p e tir d esen fren ad am en te, creo. B astó
que la señ o ra dejara los platos sobre esa b an d eja c o lo r
naranja q u e h ay al cen tro de la m esa para q u e n o s e c h á ­
ram o s cada u n o e n c im a d el s u y o ... h a b ía q u e darse
prisa, la c a rre ra em p ezab a.
C o m o to d o s n o so tro s, D alila d e v o ró e n p o c o s se­
g u n d o s su p o rc ió n p ara g a n a r la ca rre ra p o r la yapa: es
im p o rta n te a c tu a r c o n e sp íritu de g ru p o . A veces hay
chicos q u e se resisten a h a c e r c o m o los dem ás y c o ­
m e n a u n ritm o n o rm a l, p e ro eso es m u y raro; y si e n
u n a m esa q u e acaba de lanzarse a la carrera alg u n o se
distrae ju g a n d o c o n el te n e d o r, p o r ejem p lo , los otros
en se g u id a lo llam an al o rd e n : Pero apúrate, ¡dale! E n fin:
n o es el caso d e D alila. C o m o to d o s n o so tro s, n o te n ía
n in g u n a gana d e q u e n o s b irla ra n el p r im e r puesto.
H a b ía sido u n a de las p rim e ra s e n sacu d ir su p la to p o r
e n c im a de la cabeza m ie n tra s g rita b a ¡La yapa, la yapa,
señora, acá, nosotros! Y a ú n g rita b a d e s g a ritá n d o s e ...
c u a n d o o tra se ñ o ra d e serv icio ap areció c o n u n p la to
lle n o d e h u ev o s duros. E n to n c e s c o m p re n d ió .
P o rq u e , siem p re q u e n o s sirv en cerdo, ta m b ié n h a ­
c e n h u e v o s duros p a ra los m u su lm an es. P ero ya era
d em asiad o tarde. C u a n d o la señ o ra d e los h u ev o s d u ­
ros e n tró e n el c o m e d o r, D alila n o sólo se h ab ía c o m i­
d o y a su p o rc ió n de c a rn e , sin o q u e h ab ía lim p ia d o los
restos c o n u n p e d a z o d e p an : el p la to q u e acababa de
sa c u d ir p o r e n c im a d e su cabeza se veía p e rfe c ta m e n te
b lan co . D alila h ab ía d e v o ra d o to d o , hasta las hojas de
perejil. Y p o r si esto fu e ra p o c o , le h a b ía g u stad o m u ­
ch ísim o : n o h ab ía p a ra d o d e d ar g ritito s de c o n te n to ,
¡un v erd a d e ro b an q u ete!
P ero, n o b ie n v io los h u ev o s d u ro s e n el p lato p la­
tead o , D a lila cam b ió p o r c o m p le to . Se e c h ó a llo rar.Y
ya n o fu e su p lato sino to d o su c u e rp o lo q u e e m p e ­
zó a sacudirse e n tre h ip o s y sollozos.V olcó d e p ro n to
la cabeza e n tre las p ie rn a s, c o m o q u e rie n d o v o m ita r
aq u e lla c a rn e q u e in stan tes atrás h a b ía festejad o tan to .
P ero n o co n seg u ía h a c e rlo ; del c u e rp o d e D alila n o
salían m ás q u e lágrim as.

61
H ab ía c o m id o cerdo. H a b ía c o m id o u n p ed azo d e
puerco, y p o r si esto fu era p o c o , lo h ab ía celeb rad o
ante to d o s los dem ás.
Todos e n n u estro g ru p o nos h ab íam o s q u e d a d o
m udos, y p o c o a p o c o fu e ro n h a c ie n d o silencio c u a n ­
tos nos ro d eab an : la carrera p o r la yapa se h ab ía d e te ­
nido e sp o n tá n e a m e n te . A lg u n o s chicos in clu so e m p e ­
zaron a salirse de su sitio, h a c ía n a u n lado el te n e d o r y
se acercab an a ella, c o m o si q u isieran e n te n d e r el m is­
terioso a ccid en te. P o r su parteólos chicos m u su lm an es
que n o se h a b ía n e q u iv o c a d o c o m o ella n o p arecían
sentir n in g ú n o rg u llo p erso n al: m irab an a D alila c o n
aire com pasivo. P ero n o se atrev ían a acercarse, c o m o
si sus lág rim as e h ip o s los m a n tu v ie ra n a distancia. ¿ O
sería ese e rro r de D alila el q u e los m a n te n ía alejados,
el p ecad o q u e h ab ía c o m e tid o a la vista d e todos?
C u a n d o la escu ch am o s m u r m u ra r tengo miedo, n o
supim os q u é hacer, y n o h ic im o s nada. P arecíam o s
p etrificad o s, u n círculo de im p o te n c ia y de e stu p o r
se hab ía c rea d o e n to r n ó de D alila. Sólo Luis tu v o el
valor de ro m p e rlo . Se acercó a ella. T rató d e to m a rla
entre sus brazos. P ero la cabeza de D alila seguía gacha,
con los ojos clavados e n el piso. Varias veces m ás, c o n
gestos y palabras de co n su elo , Luis tra tó de h a c e r q u e
D alila se in c o rp o ra se . P ero sus esfuerzos e ra n p e rfe c ­
tam en te in ú tiles.
Y p o r fin D alila dijo estas palabras:
— H e c o m id o cerdo, p e ro n o m e q u ie ro m o rir. N o
m e q u ie ro m o rir.

62
XJn lib reto b ien actuado

C arlo s vive e n el m ism o edificio q u e n o so tro s, e n el


d e p a rta m e n to q u e está ju s to e n c im a del n u estro , c o n
su m am á, su h e rm a n a , u n a m o ro c h ita q u e to d av ía n o
tie n e e d ad p ara ir a Ja cq u es D e c o u r y su p e rro , u n o
de los dos Sultanes. C a rlo s tie n e u n a cabeza g ra n d e y
re d o n d a y unas m a n o s inm en sas, c o n d ed o s gruesos
c o m o los de u n adulto. E stá e n m i m ism o curso p ero
p arece m u c h o m ay o r q u e yo. A n a p ien sa q u e d eb e de
h a b e r re p e tid o , al m e n o s u n a vez, p o rq u e es m u c h o
m ás g ra n d o te q u e la m ay o ría d e los chicos. A u n v ié n ­
d o lo de lejos se d istin g u e p e rfe c ta m e n te u n a som bra
sobre sus labios, u n o s p e lito s m u y n eg ro s q u e fo rm a n
c o m o u n esbozo d e b ig o te , o scuro y re lu c ie n te a u n ­
q u e esos p elito s sean to d av ía m u y finos. E l S ultán de
C arlo s es el m ás p e q u e ñ o , n o el ovejero alem án sino el
otro, ese p e rro d im in u to de p iel to d a arru g ad a, c o m o
si llevara u n p u ló v e r d em asiad o g ra n d e p ara él.
D e sd e h ace a lg ú n tie m p o , todas las m añanas, C a r­
los m e sigue. N o c a m in a c o n m ig o ; p o r lo dem ás, él y
yo n u n c a n o s h e m o s d ic h o u n a palabra. Si c o n o z c o el

63
n o m b re de su p e rro , p o r ejem p lo , es sólo p o rq u e lo
llam a así c u a n d o se estira p a ra lanzarle u n p alo al o tro
lado del aren ero , / Sultán, agarrafo, es tuyo!, y c u a n d o el
p e rrito , p e rd id o e n su c u ero arru g a d o , resollando, se lo
trae d e v u elta, C a rlo s le dice: M u y bien, Sultán, ¡sos un
campeón, m i Sultán! P arece q u e le gusta d e c ir el n o m ­
b re d e su p e rro , q u izá p o rq u e fu e él q u ie n lo e lig ió ...
n ad ie d eb ió d e explicarle aq u ello de los M é d o r e n
Francia.
N o , C arlo s ja m á s m e h a d irig id o la p alab ra y n o
p a re c e te n e r in te n c ió n d e hacerlo , p e ro se le h a h e c h o
ese h áb ito : se g u irm e . C u a n d o atravieso el u m b ra l de
m i d e p a rta m e n to p a ra ir a la escuela sien to q u e él ya
está a c e c h á n d o m e a rrib a , e n el te rc e r piso. C u a n d o
cierro la p u e rta tras de m í, c o m p ru e b o q u e está listo
desde h ace r a t o ... y q u e m e espera, ju s to e n c im a de
m í, e n su p alier, p a ra p o n e rs e e n cam ino. Y c u a n d o
e c h o dos v u eltas de llave, p a ra él es c o m o si a lg u ie n le
diera la o rd e n d e p artir. C o m ie n z a a b ajar las escaleras
al m ism o tie m p o q u e yo y al m ism o ritm o , sólo q u e
u n p o c o m ás arrib a : ésa es la ú n ic a diferencia.
P o r eso, c u a n d o p o so la m a n o e n el p ic a p o rte del
p o r tó n d el ed ific io p a ra b ajar h acia el pasaje d e laV oie
V erte, él a ú n está b a ja n d o el ú ltim o tra m o de escale-
ras.Y em p ieza a h a c e r e x a c ta m e n te el m ism o tray ecto
q u e yo, u n o s m e tro s atrás; y después, in v a ria b le m e n te ,
c u a n d o ya los dos h e m o s p a rtid o , em p ie z a a c u m p lir
cada u n a de las etapas de m i itin e ra rio hasta la es­
cuela cuatro o c in c o seg u n d o s d espués de q u e y o las

64 ;
cu m p lo . N u n c a antes, n u n c a después. L o h e c o m p ro ­
b ad o tantas veces, llevo la c u e n ta e n sile n c io ... h a c e
to d o c o m o yo, c o n u n o s seg u n d o s de diferencia. M ás
aún: re p ro d u c e cada u n o d e m is gestos, y los m ism o s
ru id o s se e sc u c h a n c u a n d o avanza: ru id o de talo n es
qu e p isan los p e ld a ñ o s de la escalera, de bisagras q u e
c ru je n c u a n d o e m p u ja la p u e rta , de suelas d e g o m a
q u e h a c e n v ib ra r esa grilla m e tálica q u e u sam os d e
felpudo. D e sp u é s la p u e rta d el ed ificio q u e v u e lv e a
cerrarse h a c ie n d o c h irria r d e n u e v o las bisagras, a u n ­
q u e d e m o d o d if e r e n te ... los m ism o s sonidos q u e m e
a c o m p a ñ a ro n al salir del ed ificio re su en a n c o m o u n
eco, a m is espaldas, cin c o seg u n d o s después.
S in e m b a rg o , c u a n d o m e e n c u e n tro c o n In és,
C arlo s e m p ie z a a c a m in a r m ás d espacio. Es e v id e n te
q u e tra ta de m a n te n e rs e sie m p re a la m ism a d ista n ­
cia, a h o ra de n o so tra s dos. N o s d a m o s u n b eso , In és
y yo, y sigo te n ie n d o esa im p re s ió n de e c o a m is
espaldas, a u n q u e a h o ra los ru id o s re s u e n e n c o m o es­
tirad o s, c o m o la b a n d a so n o ra d e u n a p e líc u la q u e
pasa e n cá m a ra le n ta . M a n te n e r sus c in c o se g u n d o s
de in te rv a lo p a re c e ser m u y im p o r ta n te p a ra él, y los
p reserv a fre n a n d o , d e m o ra n d o su paso. P e ro c u a n ­
d o v o lv e m o s a p o n e r n o s e n m a rc h a , claro, C a rlo s se
a c o m o d a d e n u e v o a n u e stro ritm o , im ita n d o c ad a
paso q u e d a m o s c in c o se g u n d o s m ás tard e, re g u la r
c o m o u n m e tr ó n o m o .
A sí hasta el m o m e n to e n q u e n o s e n c o n tra m o s
c o n Luis.

65
P o rq u e en to n ces C arlo s cam b ia de ritm o c o m p le ­
tam en te. T an p ro n to c o m o aparece Luis, C arlos deja
de ser n u e stra rép lica a escala y re to m a la in iciativ a
de cada u n o de sus gestos. L o ve a L uis y p a re c e salir
de detrás de u n m u ro , b ru ta lm e n te . A l v e rn o s esperar­
lo al p ie de su edificio se p o n e a c o rre r c o m o su p e rro
S u ltán cu a n d o ve q u e u n p alo pasa v o la n d o sobre él
y p o r sobre el arenero. C arlos llega c o m o u n a tro m b a
hasta n o so tro s y le d a a L uis u n e m p u jó n q u e suena
c o m o u n pelotazo.
— L u lú , q u erid a, ¿ c ó m o estás?
Su esbozo d e b ig o te tie m b la p e rla d o d e sudor, a
pesar d el fino q u e h ace a esta h o ra de la m añ an a.
A l p rin c ip io Luis n o dice nada. Se p o n e a cam inar
m u y rápido, p egándose lo m ás posible a Inés y a m í, y
a veces hasta se cuela en tre nosotras: vam os los tres e n
blo q u e. C o m o los tram os an terio res del trayecto p o r el
edificio y el barrio, tam b ié n esta p a rte del lib reto m ati­
nal se cu m p le desde hace varios días del m ism o m o d o .
H ag am o s lo q u e hagam os, los gestos y las palabras de
C arlos n o cam bian e n nada. C ad a m añ an a se ajusta es­
tric ta m e n te a su papel, hasta el final del libreto.
— P ero b u en o , L ulú, q u e rid a , ¿qué te pasa? ¿Estás
enojada, m i negrita?
A u n q u e sigue sin d e c ir u n a palabra, L uis em p ieza a
p o n e rse colorado. A celera a u n m ás el paso e Inés y yo
lo aco m p añ am o s, a p u rá n d o n o s. P ero C arlo s n o ceja.
Los tres nos esforzam os p o r n o m irarlo , p o r avanzar
lo m ás ráp id o posible, p e ro él n o s sigue d e cerca: p o ­

66
d e m o s o ír su resp iració n agitada a nuestras espaldas, y
u n a especie de risa b u rlo n a cada tanto. C ad a m añana,
d esd e hace u n tie m p o , o c u rre así. C arlo s cam ina d e ­
trás de n o so tro s sin q u e p o d am o s verlo. P ero m ientras
sigue allí, im p a c ie n te y n e rv io so c o m o su p e rro S ultán
c u a n d o él le lanza u n p alo p o r e n c im a de su cabeza,
n o d e jo de im a g in a r q u e su b ig o te e n ciern es se eriza
de e x citació n . Sí: es ex trañ o , p ero a u n q u e la escena
siem p re pase a nuestras espaldas, la veo p e rfectam en te.
S o m o s tres, p e ro te n e m o s m ied o .
L uis sobre to d o , p o rq u e p o r él C arlo s llega a ese
estado: c o m o n osotras, Luis sabe p e rfe c ta m e n te q u e
sólo a él C arlos q u e rría tirarlo al piso y g o lp earlo y
m o rd e rlo .Y sin e m b a rg o C arlos se c o n tie n e ; está m u y
ex citad o , c o m o cada m añ an a, p e ro se c o n tie n e : eso
ta m b ié n p arece escrito d e an tem an o .
Y e n este p u n to , c o m o en todos los otros, siem pre
sigue las indicaciones d el m ism o libreto, al pie de la le­
tra. Se lim ita a h acern o s n o ta r su presencia p atean d o el
suelo c o n los zapatos — y u n m o n tó n d e piedritas saltan
y nos p e g a n en los tobillos— p o c o antes de to m a r p o r
fin su p ro p io cam ino. N o p o rq u e su ex citació n se haya
aplacado, al co n trario : te n g o m ás b ie n la sensación de
q u e sólo cu an d o ésta toca el m áx im o Luis co m p ren d e
q u e h a llegado el m o m e n to de alejarse.
E n to n c e s, a p re ta n d o los dientes, le da a Luis u n ú l­
tim o e m p u jó n y su cara relu ce de su d o r y se sacude en
u n a risa n erv io sa. U n e m p u jó n q u e se oye m u c h o m ás
fu e rte q u e los a n te rio re s y q u e h ace q u e Luis p ierd a

67
casi siem p re el e q u ilib rio . A n tes de esfum arse, G arlos
g rita: ¡Maricón!
Es en to n ces c u a n d o Luis ro m p e en sollozos: sus
lágrim as ta m b ié n fo rm a n p a rte d e l lib re to m atin al. Las
dos lo abrazam os, p e ro es siem p re sobre el h o m b ro de
In és d o n d e Luis apoya su cabeza. La m asa de su larg o
p e lo n e g ro y lacio se desliza de g o lp e y o c u lta to d a
su cabeza, fo rm a n d o c o m o u n te ló n espeso detrás d el
cual lo o ím o s llo ra r co n v u lsiv am en te. T o d o su c u e r­
p o se subleva p a ra aplacarse de a p o c o , ja d e a n d o cada
tan to .
E n esos m o m e n to s e n q u e Luis estalla, siem p re te n ­
go la im p re sió n d e q u e esta vez n a d a p o d rá d e te n e rlo ,
q u e su tristeza es m u c h o m ás fu e rte q u e las a n te r io ­
res. S in em bargo, Luis siem p re te rm in a p o r calm arse.
Y n o s o lv id am o s de lo q u e acaba de o c u r r i r ... hasta
el día siguiente.

68
Les fteurs bleues

Si elegí este libro, fu e p o r su títu lo : Les Jieurs bleues.


Y fu e p e n sa n d o e n el c o lo r q u e p re fie re n las abe­
jas q u e lo to m é de los estantes d e la b ib lio te c a del
Blanc-JVlesnil. A p en as descifré esas palabras sobre el
lo m o , m e dije q u e qu izá p o d ría e n c o n tra r e n él alguna
pista p a ra develar el m iste rio d e la co lm e n a . O al m e ­
n o s el relato d e e x p e rim e n to s sem ejan tes a esos que
a m i p ad re le gusta ta n to im a g in a r e n sus cartas. C o n
o tro s insectos, tal vez, p e ro c o n m acizo s de flores m u y
azules ta m b ié n , y acaso c o n p o stes, cintas o inm ensos
g lo b o s e n m ita d d el cam po. P u e d e ser q u e este libro
c o n firm e q u e las flores azules so n p referibles a todas
las otras, in clu so q u e in clu y a u n a d em o stra ció n : eso,
e x a c ta m e n te , fu e lo q u e m e dije. ¿Y si adem ás a q u e ­
llo q u e vale p a ra las abejas valiera ta m b ié n para otros
insectos y, q u ié n sabe, p ara to d o s los seres v iv o s... y si
to d o el m u n d o p re firie ra el azul e n m a te ria de flores?
Q u izás e n c o n tra ría e n ese lib ro respuestas a todas m is
p reg u n tas, rev elacio n es q u e lu e g o re p o rta ría a papá:
fu e p o r eso, e n p rin c ip io , q u e lo elegí.

69
P o r lo dem ás, a u n c u a n d o n o tu v ie ra n ad a de to d o
aquello, el títu lo e n sí m ism o — estaba segura— a p ap á
le encantaría. A u n q u e ese libro n o nos revelara nada,
sabía que lo p o n d ría c o n te n to q u e pensara e n el c o lo r
azul, q u e siguiese in v estig an d o p o r m i lado. Y q u e n o
m e olvidase de las abejas q u e él h ab ía q u e rid o q u e
fuéram os c o n o c ie n d o ju n to s , al m ism o tiem p o , u n o a
cada lado del A d á n tic o . P o r eso, sí, quise llev arm e ese
libro, ése y n in g ú n o tro . T an p ro n to c o m o lo vi su p e
q u e lo m e n c io n a ría e n mis cartas de los lunes, fu era
cual fuese su c o n te n id o , au n c u a n d o tu v ie ra q u e d e ­
cirlo en esp añ o l: Las flores azules. A u n c u a n d o — p e n sé
ya en to n ces, m ie n tra s m e en cam in ab a hacia el e sc rito ­
rio de la b ib lio te c a ria , al o tro lado de la sala— n u n c a
fu era lo m ism o q u e d ecirlo e n francés.
P ero elegí ese lib ro p o r algo m ás q u e las abejas y el
azul. M e e n c a n ta el títu lo : Les fleurs bleues.Tal cual. Si
p u d ie ra , m e gustaría m e n c io n a rlo e n m i p ró x im a car­
ta sin te n e r q u e trad u cirlo . A m o cada u n a de las letras
q u e lo c o m p o n e n , y sobre to d o la e m u d a al final de
la palabra bienes; m e llam ó la a te n c ió n en seguida, casi
ta n to c o m o el co lo r, esa vocal q u e n o se escu ch a p e ro
q u e es indispensable p ara q u e las flores sean v erd ad e­
ra m e n te bleuesy al fin y al cabo.
Las e m u d a s m e fa scin a n d e sd e sie m p re . Las a m o
d e sd e aq u ellas p rim e ra s clases d e N o é m ie , e n La
P lata, d esd e q u e m i p r im e r a p ro fe s o ra d e fran cés
m e h iz o d e s c u b rir, an tes q u e n in g u n a o tra , la e
m u d a q u e se e s c o n d e al fin a l d e su n o m b r e . U n a

70
v o c a l m u d a . C u a n d o u n o sólo c o n o c e el castellan o ,
n o p u e d e im a g in a r q u e e x is ta n cosas así: u n a v o cal
q u e está p e ro q u e n o se oye, ¡nada m e n o s! C u a n d o
lo su p e q u e d é m ás q u e s o r p r e n d id a ... lite r a lm e n ­
te e stu p e fa c ta . Y c o m o e x a lta d a , d e p r o n to : q u e ría
sa b e rlo to d o d e u n id io m a q u e p o d ía h a c e r cosas
se m e ja n te s.
A m é a q u e lla p r im e r a e m u d a c o m o to d a s las
q u e v in ie r o n d e sp u é s . P e ro m ás q u e eso, e n re a li­
d a d . C re o q u e a to d a s, p o r el so lo h e c h o d e e x is­
tir, las a d m iro . A v eces lle g o a e n tre v e r p o r q u é las
e m u d a s m e e m o c io n a n ta n p ro f u n d a m e n te . S e r a
la vez in d isp e n sa b le s y silen cio sas: h e a h í alg o q u e
n o p u e d e n h a c e r las vocales e n castellano, algo q u e
n o lo g ra rá n ja m á s. A m o esas letras m u d as q u e n o
se d e ja n a tra p a r p o r la v o z, o ap en as. C o m o si n o
m o s tra ra n m ás q u e u n m e c h ó n d e p e lo o la p u n ta
d e u n d e d o d e l p ie y se e s c o n d ie ra n d e in m e d ia to .
A p e n a s se las p e rc ib e , v u e lv e n a d e sa p a re c e r e n la
o s c u rid a d . ¿A n o se r q u e p e r m a n e z c a n al a c e c h o ?
C u a n d o a lg u ie n m e h a b la , a u n q u e n o las oig a, te n ­
g o la im p re s ió n d e verlas. Y c u a n to m ás a p re n d o el
fran cés, m ás rá p id o las d e sc u b ro . A v eces im a g in o
q u e las v o cales m u d a s m e v e n ta m b ié n a m í. C ad a
v ez m ejo r, in clu so , a m e d id a q u e avanzo, c o m o si ellas
ta m b ié n h u b ie ra n a p re n d id o a c o n o c e rm e . C o m o si,
d esde su e sco n d ite, m e p restaran a te n c ió n ... c o m o si
tu v ie se n h acia m í u n a m irad a, u n gesto, u n a m a n e ra
d e re sp o n d e r a lo q u e sie n to p o r ellas. M e gusta im a ­

71
g in a r q u e n o s c o m u n ic a m o s así, en silen cio . L leg o a
se n tir la c o m p lic id a d d e la o rto g ra fía francesa. Y es
algo q u e m e e n c a n ta .

Sin e m b arg o , la b ib lio te c a ria p are ce co n v e n c id a d e


qu e esas jleurs bleues n o so n p ara m í.
D e sd e el m ism o m o m e n to e n q u e ab rí la boca.
P o rq u e a pesar de los esfuerzos q u e hago, a pesar
de todas las vocales q u e consigo esconder detrás de m i
nariz — y cada vez m e jo r, adem ás, en este m es d e abril
del añ o 1979— , todavía hablo c o n ac e n to argentino.
U n a c e n to q u e detesto m ás q u e n u n ca. E n c u a n to abro
la bo ca, antes m ism o d e hablar, ya siento vergüenza.
N o b ie n la bibliotecaria m e escuchó, su v o z se volvió
m eliflua, em p ezó a hab larm e c o m o se le habla a u n b eb é
o c o m o si acabara de d escu b rir q u e era u n p o c o idiota.
— ¿ N o q u erés llevarte, m e jo r, u n a h isto rie ta ? ¿ U n a
de T in tín o de A sterix? O e n to d o caso Le p etit Nicolás,
si lo q u e q u erés es u n libro. E se es m ás p a ra tu edad.
¿Ya leiste Le petit Nicolás?
P o r cu lp a d e m i a c e n to , suelo pasar p o r to n ta ; n o
hay n a d a q u e m e ir r ite m ás .Y c o m o si esto fu e ra p o c o ,
la b ib lio te c a ria em p ie z a a re p e tir la frase, sep aran d o
b ie n las sílabas, alarg an d o las palabras c o m o su e n a n las
voces e n cám ara len ta.
---- TXJ-AS-DE-JÁ -L L7-LE-PE-TIT-NI-C O -LAS ?
La bibliotecaria articula exageradam ente, sup o n e que
n o c o m p ren d o la len g u a e n que m e habla. A u n cu an d o

72
yo pase m u c h o tiem p o inm ersa en ella, cada vez mas
tiem p o cada día. P ero la bibliotecaria n o se da cuenta
d e nada. N i se im ag in a qu e veo las e m udas, y que estoy
convencida de q u e ellas p o r su lado m e v en tam bién a
m í. Q u e estam os unidas, a nuestro m o d o . Es ella la tarada.
P o r fin lad e a u n p o c o la cab eza y se in c lin a h acia
m í, p a ra acercarse a m i oreja, s o n r ie n d o estú p id a­
m e n te . P o rq u e s o n ríe c o n tp d o s los d ie n te s afuera,
c o n u n a de esas so n risas exageradas q u e se su p o n e n
e n te r n e c e d o r a s ... p e ro q u e a m í m e cau san u n v e r­
d a d e ro h o rro r.
M e p a re c e v erla todavía, incl|inada so b re m í, c o n el
c a rm ín de sus labios b rilla n d o d em asiad o y m a n c h á n ­
d o le algunos d ien tes.
Q u iz á to d av ía m e cueste p ro n u n c ia r ciertas pala­
bras, es cierto , p e ro e n tie n d o p e rfe c ta m e n te a d o n d e
q u ie re llegar ella, y n o v o y a d e ja rm e avasallar.
— P re fie ro este libro. P refiero Les jieurs bleues.
— P ero es u n lib ro m u y difícil, ¿sabes? H a y m u ­
chísim os ju e g o s d e palabras. Es p a ra lecto res adultos,
m ayores q u e vos, n o vas a e n te n d e r nada.
A fe rró firm e m e n te el lib ro e n m i m a n o derecha,
n o estoy disp u esta a dejarlo. La señ o ra tie n d e u n a
m a n o , y yo lo a p rie to c o n m ás fuerza.
— -JE-PRÉ-FÉ-RB- C E -U - VRE.
T a m b ié n re p ito m i frase en fatizan d o cada sílaba,
a p lic á n d o m e a p ro n u n c ia r cada u n a de las letras, c o m o
lo h a g o a n te el esp ejo d e l b a ñ o c u a n d o p ra c tic o las u
y las vocales m u d a s de detrás d e la n ariz.

73
--- CE - LI-V-R-E.
P o r u n rato las dos seguim os e n silencio, e n u n casi
in so p o rtab le cara a cara. N o te n g o la m e n o r in te n c ió n
de a b a n d o n ar la lucha. Sigo firm e y la m iro desde lo
alto de m i m e tro cuarenta.
H asta q u e al fin c o m p re n d e q u e m e im p o rta n d e­
m asiado esas flores azules.
— P ero si d e todas m aneras q u erés lle v á rte lo a casa,
al m en o s ten es q u e d á rm e lo p ara q u e y o lo registre.
Sigo sin m o v e rm e .
— P o r favor, pasam e el lib ro u n m o m e n to , después
te lo d o y de n u ev o , te n g o q u e sellarle la h o jita d e atrás.
¿Podés d árm elo , p o r favor?
Ya n o sabe q u é hacer, entonces recu rre a los gestos.
C o n o zco m u y b ie n eso: te n e r m ied o de q u e n o te hayan
co m p ren d id o y recu rrir a los gestos. E n to n ces m e di­
vierte dejarla h acer el ridículo. Ella tien d e u n a m a n o ha­
cia m i libro, to m a del escritorio el sello, lo blande p o r en­
cim a de m i cabeza y sella c o n dos golpes el vacío co m o
para q u e yo vea, literalm ente, lo q u e ha q u e rid o decir.
P ero n o su e lto el lib rito .
P o rq u e te n g o m ie d o d e q u e to d o sea u n a tram pa.
Q u e c o lo q u e el libro e n u n a estan tería d em asiad o alta
para m í y q u e de n u ev o in te n te e n c a ja rm e e n cam bio
u n A sterix o Le petit Nicolás. H asta q u e al fin le tie n d o
Les fleurs bienes. E n to n c e s sella u n a le n g ü e ta d e c a rtó n
adosada a la ú ltim a p ág in a del lib ro y e sc rib e m is datos
en u n a ficha.
— Ya está, p o d é s irte.

74
T odavía m e p arece verla so n re ír c o n aire so b rad o r
a la señ o ra q u e trabaja ju n t o a ella p o c o antes de ag re­
gar, d irig ié n d o se a m í:
— Si R a y m o n d Q u e n e a u te resulta d em asiad o difí­
cil, volvés y elegís o tro au to r, ¿de acu erd o ?
P ero y o m e voy sin m ira r atrás, c o n m is jleurs bleues
b ajo el b razo , d ecid id a a llegar hasta el final del libro.
D e éste y de m u c h o s otros. Y c o m p le ta m e n te d e te r­
m in ad a, adem ás, a n o a b rir nunca en la v id a Le petit
Nicolás.

75
M esitas ratonas

XJna m a ñ a n a R a q u e l y F e rn a n d o d esem b arcaro n e n el


b a rrio de laV o ie V erte, en u n a u to m u y b la n c o y llen o
de regalos. S o n dos am igos d e m a m á qu e se re fu g ia ro n
e n S uecia, a rg e n tin o s ta m b ié n , an tig u o s g u errillero s,
c o m o m is p ad res y A m alia, q u e ta m b ié n los c o n o c e .
H a n d e b id o h a c e r u n largó v iaje p ara llegar hasta aquí;
si hasta p a re c e q u e c o n su a u to d e b ie ro n su b irse a
u n b a r c o ... saliero n de E s to c o lm o dos sem anas atrás.
A n tes de lleg ar a q u í h a n h e c h o varias escalas e n casas
d e o tro s a rg e n tin o s, e n A lem an ia, e n L ev erk u sen , y
ta m b ié n e n el n o r te de F ran cia, p o r el lado d e A m ien s.
C asi u n to u r d el exilio.
Ya los h a b ía v isto e n la A rg e n tin a , h a c ía m u c h o
tie m p o , n o re c u e rd o m u y b ie n d ó n d e n i c u á n d o
e x a c ta m e n te . P e ro lo q u e h e o lv id a d o p o r c o m p le ­
to so n los n o m b r e s c o n q u e los c o n o c í. P o rq u e en
aq u ello s tie m p o s de c la n d e s tin id a 4 d e b e n d e h a b e rse
lla m a d o d e o tr a m a n e ra , claro. C o m o to d o s los d e ­
m ás, h a b rá n llev ad o n o m b re s d e g u e rra tra n s ito rio s ,
P a c o y R ita , P e p e y M a b e l, O s c a r y J im e n a , vaya u n o

76
a saber. H a b ría p o d id o p re g u n ta rle a m i m am á, que
a ú n d e b e d e aco rd arse, c ó m o n o , p e ro q u é im p o rta n
y a los n o m b re s d e l p asad o . A veces lle g o a p e n sa r que
n o q u ie ro a c o rd a rm e ; esta m o s al o tro la d o d el o céa­
n o , y es ló g ic o q u e los n o m b re s a n tig u o s h ayan q u e ­
d a d o allá. E n to d o caso sus caras so n las de siem pre,
y las re c o n o c í, y ta m b ié n la so n risa c o n q u e R a q u e l
g r itó m ie n tra s ab ría la p u e r ta de su a u to relu cien te:
¡A l f i n llegamos!
E llos ta m p o c o m e h a b ía n o lv id ad o : n o b ie n m e
vio, R a q u e l e m p e z ó a a c a ric ia rm e el p e lo y a excla­
m ar: ¡Cómo creciste! L o q u e se d ice sie m p re a los chi­
cos. Y sí, hace tres años ya, d ijo m i m ad re. ¡Tres años!
Sí, tres años, re p itie ro n F e rn a n d o y R a q u e l a su turno.
¡Dios mío! Y n a d ie d ijo n a d a m ás; eso era suficiente,
to d o s te n ía m o s d e p ro n to u n n u d o e n la garganta.
Ya lo sabem os y ellos ta m b ié n . In ú til d e c ir más.
E sto c o lm o , A m ien s, L e v e rk u se n y la V oie V erte: to d o
es c o n se c u e n c ia de lo q u e pasó allá lejos. Y eso m is­
m o n o s re u n ía ta m b ié n ahí, ju n t o a ese arenero, en
el B la n c -M e sn il. T o d o p a re c ía absurdo, d e repente.
¿,Dérisoire?* E sa fu e la p a la b ra q u e m e su rg ió de p ro n ­
to, a u n q u e n o estaba seg u ra de sab er q u é significaba.
Y p o r u n in sta n te al m e n o s el m u n d o q u e d ó atrás, la
escen a se c o n g e ló ... d e g o lp e to d o s v o lv im o s a estar
u n p o c o allá, u n p o c o en aquella época, c o m o suele
decirse. A ngustias, m ie d o s, im ág en es d iferen tes d eb en

* Irrisorio. (N. delT.)

77
de h ab er surgido e n nuestras m entes, p ero n in g u n o los
m e n c io n ó .Y nadie los n o m b rara, n u n ca, a u n q u e los se­
pam os diferentes p e ro a la vez c o m u n e s, p o rq u e así
es el exilio, n o hay p o r q u é d ecir m ás. B asta y so b ra
quedarse u n m o m e n to e n silencio, ju n t o a u n aren ero
en el cual, aq u í y allí, b rilla n todavía u n o s ch arq u ito s
de escarcha. M u y p e q u e ñ o s ya, sí: es te m p ra n o , h ace
frío, p e ro el in v ie rn o ya se h a alejado, los can tero s m u y
blancos p a re c e n fu e ra d e estación.

El baú l d el a u tito d e R a q u e l y F e rn a n d o estaba lle n o


de o b jeto s y de m u e b le s p e q u e ñ o s en v u elto s en p a p e l
de estraza: h ab ía u n a bolsa e n o rm e c o n o b jeto s de
d e c o ra c ió n , tres tab u retes, u n b a n c o y dos m esitas ra­
tonas. jY eso sí q u e era u n a verdad era sorpresa!
C u a n d o R a q u e l nos m o stró to d o aquello, A m alia,
m i m a d re y yo a b rim o s grandes los ojos — p o rq u e
adem ás sabíam os q u e cargaban c o n m ás cosas al salir
de E sto c o lm o , y q u e e n cada escala h a b ía n d ejad o re ­
galos— .A u n q u e lo m ás im p o rta n te lo h a b ía n g u ard a­
do para n o so tras, p o rq u e alg u ien les h a b ía d ic h o q u e
nos v e n d ría b ie n . Pero Raquel, qué locura, d ijo m i m a ­
dre, llev án d o se las m a n o s a la cabeza, qué locura. M a m á
n o p o d ía creerlo.
Es cierto , n o s h a b ía n an u n ciad o q u e n o s traerían
sorpresas, m a m á m e lo h ab ía d ich o la n o c h e a n te rio r,
m ientras co m ía m o s ju n t o a A m alia fid eo s c o n m a n te ­
ca. P ero n in g u n a d e n o so tras esperaba tan to .

78
A m alia h ab ía ap o stad o a q u e nos tra e ría n u n fras­
co c o n a re n q u e ... y yo h ab ía h e c h o u n a m u eca de
disgusto d e la q u e en seg u id a m e a rre p e n tí. O quizá
gorros de lana, h a b ía a rriesg ad o m am á. O carne seca. Por­
que ponen a secar la carne de reno allá por el norte, ¿no?
P ero to d o s estos o b je to s y estos m u e b le s n in g u n a los
im ag in ab a, q u é esperanza: p o r eso n o s q u ed am o s las
tres paralizadas a n te ese b a ú l lle n o casi hasta reventar,
a p re tá n d o n o s las m ejillas c o n las dos m an o s en V, c o m o
para im p e d irn o s gritar, e n ese m ism o gesto qu e h ac e n
los personajes d e los dibujos anim ados. M i m adre g ritó
de n u ev o en castellano: ¡Q ué locura, R aquel, no tenían por
qué! P ero ya era tie m p o d e vaciar el b aú l, p o rq u e h acía
e n v e rd a d u n frío de locos.
A m alia les p id ió a R a q u e l y F e rn a n d o q u e n o se
m o le staran , q u e n o so tras n o s o c u p a ría m o s, es lo menos
que podemos hacer, d ijo m i m ad re, lo único que falta es
que ustedes tengan que subir las escaleras con todos estos re­
galos. .. porque no hay ascensor, ¿saben? P ero c o m o b u e n
a rg e n tin o F e rn a n d o se reb eló , ¡ni se te o c u rra ...!Y se
acab ó la discu sió n . L o sabíam os: era el ú n ic o h o m ­
b re j u n t o a aq u e l aren ero , y p o r lo tanto, sin duda,
el h o m b r e de la situ ació n . E ra así y así sería siem pre.
E n m e n o s d e u n se g u n d o se h a b ía e c h a d o al h o m b ro
iz q u ie rd o los ta b u re te s y el b a n q u ito sueco, y h ab ía
carg ad o las m esitas b ajo su b razo d e rech o . N o p o d ía
creerlo. Y, p o r si fu e ra p o c o , lu c ía u n a g ran sonrisa,
c o m o d ic ie n d o a las chicas q u e n o le costaba nada;
cosas así d e b ía n co n sid erarse n o rm a le s dado q u e él

79
estaba allí. F u e e n to n c e s q u e m a m á h iz o el c o m e n ta ­
rio o bvio: Cuando hay un hombre en casa todo es distinto,
¿verdad? ¿O fu e A m alia? F e rn a n d o , siem p re can c h e ro ,
acababa d e in d ic a rm e p o r señas q u e yo fu era c o n él,
por dónde es, decime, yo te sigo. Q u e r ía h a c e r su trab ajo
c u a n to antes y d e ja r a las m u je re s c o to rre a n d o a su
g u sto ju n t o al au to , c o n to d o lo q u e te n d ría n p ara
co n tarse. U n o s m in u to s m ás tard e, estaríam os r e u n i­
dos en a q u e l d e p a rta m e n to c o m o en rejad o d e tu b o s.

L o m ás s o r p r e n d e n te d e a q u e l m o n tó n d e reg alo s
e ra n lo s o b je to s de d e c o ra c ió n , las p rim e ra s cosas
d e este tip o q u e e n tra b a n e n el d e p a rta m e n to d el
B la n c -M e s n il: F e rn a n d o y R a q u e l n o s h a b ía n tra íd o
d e S u e c ia vasos y re c ip ie n te s d e v id r io d e c o lo re s
q u e y o m e a p liq u é a d esem b alar, u n o p o r u n o , c o n
le n titu d , c o m o p a ra p ro lo n g a r el p lacer. S e ría n u n o s
d ie z o b je to s e n to ta l, de to d o s los co lo res, ¡qué lo­
cura, R a q u el! F lo re ro s larg o s y ta n an g o sto s q u e n o
p o d ría n a lo ja r m ás q u e u n a o dos flores p o r vez. Y
ta m b ié n u n o s c u e n c o s o b o le s, u n o s re c ip ie n te s d e
fo n d o r e d o n d e a d o q u e te h a c ía n p r e g u n ta r te p a ra
q u é p o d ía n se rv ir, p e ro q u e n o p o r eso e ra n m e n o s
h e rm o s o s . C asi to d o s d e ja b a n v e r u n as b u rb u ja s p r e ­
sas e n la m asa d e l v id rio . D e b ía n de h a b e r n a c id o e n
la m a te ria a ú n c a n d e n te , p o c o an tes d e q u e ésta se
e n d u re c ie ra d e g o lp e y las d e ja ra atrapadas. E s ta b a n
to d a s d isp u estas d e m a n e ra d istin ta , y algunas e ra n
g ra n d e s y alargadas, p e ro e n su m ay o ría re d o n d a s y
d im in u ta s c o m o g lo b ito s d e soda.
M ie n tra s d esem b alab a aquellas cosas p o d ía sen tir la
m ira d a de to d o s fija e n m í. M i d e slu m b ra m ie n to los
co m p lacía, sobre to d o a R a q u e l.
— P o d es llev arte alg u n o s a tu cu arto , ¿no? Si tu
m a m á está de a cu erd o , claro.
M a m á está de a c u erd o , claro; ella m ism a m e p ro ­
p o n e re p a rtir los regalos suecos p o r to d a la casa, c o m o
m ás m e guste, in c lu so los p e q u e ñ o s m u eb les. Y así
e m p e c é a c o rre r e n todas d ireccio n es. Y p u se el ta­
b u re te e n el pasillo, ju n t o a la p u e rta de en trad a, y los
b a n c o s m ás ch ico s a lre d e d o r de aq u ella m esa e n la
q u e h acíam o s casi to d o . A h , ¡nos v e n ía n ta n b ie n estos
b a n q u ito s p ara los días c o m o aq u e l e n q u e ten íam o s
visitas! Y al te rm in a r, c o m o c o rre sp o n d ía , h ic e u n a re­
v e re n c ia a R a q u e l y F e rn a n d o .
— Silla o b a n q u ito , lo q u e u sted es p re fie ra n .
C o n los vasos y los cuencos de colores n o sabía b ien
q u é h a c e r ... e n casa n o hay m u ch o s m uebles, sólo los
im prescindibles, com p rad o s e n Em m aus.* D e m o d o que
u b iq u é los floreros u n o s ju n to a otros e n el aparador,
p o r delante de la fila de libros.Y estuve d u d an d o bastan­
te respecto de aquellos cuencos: m e parecían dem asiado
b o n ito s co m o para acabar e n la cocina. ¿Y qué harían los
suecos c o n ellos?, m e preguntaba. ¿Los llenarían de p ie­
dras o caracoles? Sí, lo m e jo r sería disponerlos sobre las

* Institución de caridad. (N. delT.)

81
inesitas ratonas, e n círculo. Sólo q u e todavía m e faltaba
en co n trar u n sitio para aquellas mesitas.
Y m ien tras trajin ab a n o m e p e rd ía palabra d e lo
q u e decía R a q u e l, q u e hab ía e m p e z a d o a h ab lar d e
E sto c o lm o y de Suecia.
P arece q u e allá al n o rte hay m u c h ísim o s lagos y
b o sq u es de árboles altos, in m en so s, c o m o e n la A rg e n ­
tin a p ara el lad o d e B a rilo c h e y San M a r tín de los A n ­
des. P o r eso, d e ta n to e n tanto, los suecos talan alg u n o s
y h a c e n c o n ellos p u e n te s, casas y m u eb les. S o b re to d o
m u eb les, en g ran cantidad. Se h a n v u e lto especialistas,
fam osos en el m u n d o entero.
Yo tenía la im presión de q u e R a q u e l se in terru m p ía
cada tanto para mirar, en to rn o de sí, aquellas tuberías p in ­
tadas en los m uros y hasta en el cielorraso. O tras veces m i­
raba p o r la ventana el largo pasaje que atraviesa el barrio.
Y p o r m om entos sentía u n p o c o de vergüenza, cuando
creía ver en sus ojos q u e todo le parecía triste. Pero R a q u e l
volvía a hablar de Suecia, y yo ya n o pensaba en ello.
Los suecos a d o ran , ta m b ié n , las ch u ch erías. M e jo r
d ic h o , am an sus casas y to d o lo q u e p u e d a n m e te r
a d en tro . ¡Es q u e allá h a c e ta n to frío! ¡Y los días so n ta n
c o rto s la m ay o r p a rte del in v ie rn o , y es ta n larga esa
estació n e n q u e casi siem p re es d e n o ch e! Para p o d e r
s o p o rta r su larga é p o c a de som bras, h a n te n id o esa
idea: o cu p arse d el in te rio r d e sus casas.
Todo m uy moderno, c o m e n ta b a m i m a d re to d o el
tie m p o , y n a d ie sabía m u y b ie n si era u n a crítica o u n
elo g io de la vid a a la sueca.

82
A h sí, c o in c id ía R a q u e l, todo lo sueco es forzosam ente
moderno, están m uy adelantados en todo, no paran de inven-
tar. ¿Q ué, por ejemplo? E sta vez era y o la q u e p re g u n ­
taba. E n to n c e s R a q u e l ex p licó q u e los suecos crean
to d o el tie m p o aparatitos nuevos, to d o lo q u e h ace a
la v id a c o tid ia n a los apasiona e insp ira, d esde el saca­
co rch o s hasta la cafetera. A llá to d o es m u c h ísim o m ás
m o d e r n o y p rá c tic o q u e e n la A rg e n tin a , e in clu so
q u e aq u í e n Francia: e n S u ecia la g e n te destapa las
botellas y las latas de co n serv a sin n in g ú n esfuerzo, se
sirve el té y n o d e rra m a u n a g o ta, y hasta se lava los
d ien tes sin fatigas inútiles. Los suecos tie n e n e n sus
casas to d a su e rte de cu ch illo s eléctrico s, sacacorchos
m ecánicos, y hasta u n o s ju n tam ig as largos y finitos que
después de cada co m id a lim p ian la m esa solos y c o m o
p o r e n c a n to .T o d o es siem p re so rp re n d e n te y n u e v o ...
moderno. C o m o aquellas m esitas rato n as q u e n o s h a ­
b ía n traído, u n ejem p lo p e rfe c to d e la fantasía sueca:
m esitas ovales p e ro n o d el to d o , c o n u n o d e los e x tre ­
m o s e x tra ñ a m e n te bombé. P o rq u e n o era u n d efecto
de fab ric a c ió n : aquella asim etría h a b ía sido h e c h a a
p ro p ó sito .
M u y b ie n ; esas m esitas, ju s ta m e n te , y o seg u ía sin
sab er d ó n d e ubicarlas. Son el tipo de mesas que uno
pone delante de un sofá, e x p lic ó R a q u e l, v ié n d o m e
cam b iarlas d e lu g a r tantas veces. E l p ro b le m a es q u e
n o te n e m o s sofá, y c re o q u e R a q u e l se d io c u e n ta
e n el m is m o m o m e n to e n q u e lo d ijo: la v i p o n e r ­
se c o lo ra d a e in c ó m o d a . F in a lm e n te u b iq u é las dos

83
m esitas e n el m ism o lu g a r d o n d e las h a b ía p u e sto
al p rin c ip io , ju n ta s y al p ie d e la v e n ta n a d el liv in g .
D e sp u é s m e se n té e n el piso, a n te la m ás c h iq u ita
d e ellas, al tie m p o q u e los a d u lto s se a c o m o d a b a n
e n to r n o de la m esa g ra n d e , u n o s e n sillas, o tro s e n
aq u ello s b a n q u ito s flam an tes, a to m a r m a te y c h a rla r
u n rato.

M ie n tra s los m ayores h ab lab an , re to m é el tejid o : m i


ú ltim a b u fa n d a e n p u n to espum a. T en em o s u n a la r­
ga h is to ria e n c o m ú n , las b u fan d as e n p u n to esp u m a
y yo. D e sd e q u e m i abuela m e e n se ñ ó a tejer, e n La
P lata, h a c e ya m ás de dos años, m e lan cé tres veces a
h a c e r u n a b u fa n d a e n p u n to esp u m a, p e ro a las dos
p rim e ra s las d ejé sin te rm in a r. P o rq u e a cada rato m e
d o y c u e n ta de q u e se m e escapó u n p u n to , y e n to n c e s
te n g o q u e d estejer algunas filas, v o lv e r atrás a c u b rir
el aguj ero. A n te s de re to m a r el te jid o a p a rtir d el lu g a r
e n q u e m e e q u iv o q u é . Y c o rrijo m i erro r. P ero alg u ­
nas filas m ás ad elan te m e e q u iv o c o d e nuevo.
Se tard a m u c h o e n h a c e r u n a b u fa n d a . Los dos ú l­
tim o s in v ie rn o s a b a n d o n é el te jid o p o rq u e a ú n ib a
p o r la m ita d c u a n d o ya se h acía se n tir la p rim av era.
E sto pasó e n la A rg e n tin a , a m e d ia d o s de sep tiem b re,
a fines d el in v ie rn o austral. P ero ah o ra , a sólo m eses
d e m i se g u n d o fracaso, h a b ía v u e lto a e m p e z a r aquí,
c o m o p ara a c o m o d a rm e u n p o c o m e jo r a estas esta­
ciones in v ertid as q u e m e resu ltan ta n raras; m i p a rtid a

8V
de la A rg e n tin a , a c o m ie n z o s del a ñ o 1979, e n p le n o
v eran o , m e h a b ía llevado d em asiad o p ro n to al c o ra ­
z ó n d el in v ie rn o francés: apenas e n el tie m p o de u n
viaje e n avión; p o r eso n o h a b ía te n id o n ecesid ad de
esp erar u n añ o e n te ro p a ra a n im a rm e a u n a nu ev a
ten tativ a. C laro q u e n o bastab a c o n q u e el in v ie rn o
h u b ie ra e m p e z a d o al revés, e n este o tro h em isferio : n o
b ie n c o m e n c é a tejer, sen tí q u e era m u y p ro b ab le q u e
v o lv ie ra a fracasar. La n iev e y el p e o r frío ya h a b ía n
q u e d a d o atrás, y m i b u fa n d a a ú n estaba lejos de ser
u n a b u fa n d a . P ero n o m e d ab a p o r ven cid a. P o r eso,
m ie n tra s ellos h ab lab an , m e a c o m o d é c o n m is ovillos
y m is dos agujas, d e cid id a a h a c e r p ro sp e ra r lo q u e a ú n
n o era, lo confieso, m ás q u e u n p e q u e ñ o re c tá n g u lo
de lan a roja.

F u e R a q u e l q u ie n em p ezó , después del seg u n d o m ate.


D e re p e n te se p u so a pasar lista de ausentes. P o r m o ­
m e n to s, F e rn a n d o la relevaba a p o rta n d o el n o m b re de
alg u ien q u e él recordaba, p e ro e n gen eral era R a q u e l
la q u e iba en u m erán d o lo s. Parecía guardar e n su cabeza
n o u n a sino m uchas listas, listas in term in ab les. Juan se
refugió en Suecia, en Góteborg. María murió en junio del 78.
Cristina también, el mismo año, pero en septiembre. R a q u e l
evocaba a cada u n a de estas personas p o r su n o m b re
v e rd a d e ro ... y si m e n ta b a a veces su n o m b re de g u e­
rra lo hacía en seg u n d o lugar, c o m o en tre paréntesis,
apenas p ara asegurarse de q u e to d o s co m p ren d ieran de

85
quién estaba hablando. Violeta (Carmen) está desapareci­
da. José (Miguelito) igual. P ero c o n m u ch o s de ellos n o
sabía qué h ab ía pasado: p o r eso decía los n o m b res e n
voz u n p o c o m ás alta. A veces reto m ab a to d o desde el
principio, in clu so aquello de lo qu e estaba segura, p ara
cernir m e jo r lo q u e ignoraba. R a q u e l n u n c a hacía d i­
rectam en te u n a p reg u n ta, p ero todos c o m p re n d ía n q u é
esperaba c u an d o , al p ro n u n c ia r u n n o m b re, su vo z q u e ­
daba c o m o suspendida e n lo alto. Si a algún n o m b re
sólo seguía u n silencio, era p o rq u e invitaba a sum arse a
sus amigas, a lle n a r las lagunas, si p odían.
—Ju lio ...
— ¿C uál? — p re g u n tó m i m adre— . H a b ía v ario s
Julios.
— Ju lio , el d e E nsenada. Ju lio , el Polaco.
—rD esaparecido. F u e e n el seten ta y seis.
C u a n d o a lg ú n blanco se llenaba, R a q u e l h acía u n a
pausa. Y ese tie m p o q u e n ecesitab a p ara in c o r p o ra r
u n n u e v o d a to parecía ser el m ism o q u e tard ab a en
tom arse u n n u e v o m ate. S ólo después d e ese ru id o ta n
típico q u e h a c e la b o m b illa cu a n d o la calabaza se va­
cía, sólo d esp u és de d evolvérsela a m i m a m á p ara q u e
ella le ceb ara a q u ie n le to c a b a el tu rn o , R a q u e l volvía
a re to m a r la p alab ra esp eran d o q u e A m alia o m a m á la
ayudaran a c o m p le ta r el in v e n ta rio de los exiliados, los
desaparecidos y los m u e rto s. Magda, en México. G usta­
vo, en la cárcel. ¿ Y Ernesto?

86
A n te las m esitas suecas yo seguía, m al q u e m al, c o n m i
tejido. C ad a tres o cu atro filas debía v o lv er atrás.Y sin
em b a rg o n o m e p erd ía u n a sola palabra d e la lista de
R a q u e l, tra ta n d o ta m b ié n de grabarla e n m i m e m o ­
ria. A u n c u a n d o m u ch as veces n o lo g rara e n te n d e r lo
q u e decían. P ero sabía m u y b ie n q u e n o im p o rta b a ,
q u e a veces se registra m e jo r de q u é se está h ab lan ­
d o c u a n d o n o se e n tie n d e d el to d o . C u a n d o se m ira
para o tro lad o m ie n tra s se escu ch a u n a voz, tra ta n d o
al m ism o tie m p o d e seg u ir u n tejido. C o m o pasa c o n
las lenguas, quizás así los re c u e rd o s se nos g ra b e n m e ­
jo r, p re c isa m e n te p o rq u e se h a b ajad o la guardia, p o r­
q u e u n o se h a d ejad o llevar. L o m ism o o c u rre c o n las
can c io n es in fan tiles q u e n o s sabem os de m e m o ria sin
q u e no s lo hayam os p ro p u e sto . E n algo q u e tie n e q u e
v e r c o n esto p en sab a yo m ien tras escu ch ab a la lista
de R a q u e l. A m alia y m i m a d re lle n a b a n algunas lag u ­
nas, p e ro otras, e n cam b io , seguían sien d o vacíos. P o r
m o m e n to s , de varios n o m b re s co n secu tiv o s n in g u n o
p o d ía d e c ir nad a. A b so lu ta m e n te nada.
A p esar de to d o , seguía p restan d o a te n c ió n a la lista.
T rataba de m e m o riz a r in c lu so los silencios, m ien tras
segu ía te jie n d o m i b u fa n d a e n p u n to espum a. Y m e
d ecía ta m b ié n q u e e n v e rd ad eran raras esas m esitas
suecas. D e m a sia d o altas, so b re to d o . D e rep en te, e n ­
to n c e s, m ie n tra s escu ch ab a a R a q u e l y h acía y desha­
cía m i tejid o , rep aré en algo. E staba sentada en el piso,
p e ro la m esita m e llegaba a nivel del m e n tó n . A u n
c u a n d o cam b iab a d e p o stu ra , sen tá n d o m e sobre m is

87
pies c o m o si fu e ra n u n a lm o h a d ó n q u e m e alzaba u n
p o c o , las m esitas seg u ían sien d o casi ta n altas c o m o
yo. H a b ía n sido co n ceb id as p ara suecos altísim os, p ara
esos gigantes ru b io s del g ra n n o r t e ... eso e n te n d í de
golpe, y se m e escapó u n p u n to q u e varias filas m ás
adelante m e o b ligaría a destejer.

Esa m ism a n o c h e p en sé q u e, p ro b a b le m e n te , n o lo ­
graría te r m in a r la n u ev a b u fa n d a antes d e q u e llegase
la p rim av era, c o m o m e h a b ía o c u rrid o c o n m is in te n ­
tos an te rio re s. Q u e el te jid o c o rría el p e lig ro d e pasar
largos m eses al fo n d o d e u n cajón, a m e d io cam in o
e n tre el ovillo y el cuello. ¿A n o ser q u e d estejiera la
b u fa n d a in c o n c lu sa p ara h a c e r c o n to d o aq u ello u n a
n u ev a m adeja? P o r q u é no.

88
Señ orita

La palabra m e e n c a n ta y al m ism o tie m p o m e da


m ied o . ¿Ya se hizo señorita? E so le p re g u n tó R a q u e l
a m a m á u n d ía q u e estab an solas las dos e n la cocina.
La escu ch é p e rfe c ta m e n te . T a m b ié n y o estaba p o r e n ­
tra r en la co cin a, p e ro al o írlo m e q u e d é d u ra y m e
esco n d í e n la p e n u m b ra d el pasillo. Sabía q u e estaban
h ab la n d o d e m í, y n o q u e ría p e rd e rm e nad a de lo q u e
d ijeran crey en d o q u e n o p o d ía oírlas.
Si R a q u e l p re g u n tó eso, lo sé, fu e p o r m is p ech o s.
T odavía n o p u e d e d ecirse q u e ten g a, v erd ad eram en te,
tetas, p e ro c re o q u e m u y p r o n to las te n d ré : m is p e ­
zo n es están d istintos de u n tie m p o a esta p arte, so n
c o m o dos re to ñ o s q u e c re c e n u n o a cada lad o del
p e c h o . E n la escuela, u n c h ic o se b u rló de m í. ¿Y?,
m e dijo, ¿te crecen o no? A l p rin c ip io yo n o lo e n te n d í,
p e ro c u a n d o Inés m e to m ó d el b ra z o y m e dijo no le
des bolilla, ¡vamos!, supe q u e se refería a esos dos brotes
cada día m ás salientes, y m e p u se colorada.
H a b ía sid o m a m á la p r im e r a e n n o ta rlo , alg u ­
n o s días atrás.Y o, h a sta e n to n c e s , n o m e h a b ía d ad o

89
c u e n ta de nada. A c a b a b a de d a rm e u n a d u c h a , h a ­
b ía d e ja d o la p u e r ta a b ie rta . Y d e p r o n to ella, q u e
p asab a p o r ahí, se d e tu v o a n te el u m b r a l y se p u so
a o b s e rv a rm e m ie n tra s y o m e secaba c o n el to a lló n .
P a re c ía a la vez h ip n o tiz a d a y triste . P o r fin, c o m o
e n u n so b resalto , g r itó : ¡Vertí a ver! Y n o era a m í
a q u ie n llam ab a, claro, sin o a A m a lia , q u e a p a re c ió
e n se g u id a : v i su cara e n el m a rc o d e la p u e rta , p e ­
g ad a a la d e m am á. A m a lia e m p e z ó a a c e rc á rse m e
m ie n tra s m a m á le h a b la b a b a jito c o n esa m e z c la d e
so rp re sa e in q u ie tu d q u e a h o ra ta m b ié n aflo rab a
e n su v o z. D e sp u é s h iz o u n g esto c o n el m e n tó n ,
c o m o se ñ a lá n d o m e . ¿ V e s...? P o rq u e su v o z p a re ­
cía h a b e rse e n m u d e c id o de p ro n to , c u a n d o e v id e n ­
te m e n te se d isp o n ía a h a c e r u n a p re g u n ta . M a m á
q u e ría sab e r si ta m b ié n A m a lia p o d ía v e r eso q u e
ella a cab ab a de n o ta r e n m í. N e c e s ita b a u n a c o n ­
firm a c ió n . A. ver, sacate ese toallón, pónete derecha. S in
miedo, dale, estamos entre chicas. Y yo a b rí el to a lló n y
m i m a d re in sistió .
— ¿Ves?
— A h , sí... C laro q u e veo.
A m alia al p rin c ip io h iz o u n a m u e c a e x trañ a, c o m o
si n o alcanzara a d escifrar d el to d o lo q u e te n ía a n te
sus ojos, p e ro desp u és o p tó p o r so n re ír, q u izá p a ra
tra n q u iliz a r a m am á, q u e p o r su lad o p a re c ía cada vez
m ás espantada. Va para señorita, dijo. Y m a m á alzó los
ojo s al cielo, c o m o si u n a d esg racia te rrib le acab ara
de abatirse sobre la V o ie V erte. A m alia esta vez larg ó

90
la carcajada, pero no seas dramática, che, vamos. ¡N i que
fuera tan grave! H a b la b a n de m í, p e ro lo h a c ía n c o m o
si yo n o estu v iera allí d e la n te ... q u iz á p o rq u e sin
d a rm e c u e n ta h a b ía e m p e z a d o ya a ser o tra. E staba
a p u n to d e hacerme señorita, c o m o se d ic e e n la A r­
g e n tin a .

P o r eso, c u a n d o R a q u e l dijo esa palabra, señorita, n o


m e so rp re n d ió dem asiado: ya se lo h a b ía o íd o d e c ir a
otros. E so es lo q u e m e espera, y ya se n o ta . ¿Pero había
ocurrido?
N o, no, todavía no, resp o n d ió m i m ad re, todavía no.
Las dos p a re c ie ro n aliviadas p o r la respuesta. Pero no
falta mucho, me parece, re ite ró R a q u e l.
Yo n o p o d ía v er a m a m á p o rq u e seguía allí, q u ieta,
e n la p e n u m b ra d el pasillo, c o n la espalda peg ad a a la
pared . S ólo sus voces lleg ab an hasta m í. P ero estaba
segura d e q u e m i m a d re acababa d e llevar u n a vez más
los ojos al cielo c o m o d ic ie n d o por favor, no mandes la
desgracia, ¡es lo único que nos fa lta b a is e n te n d í q u e es
in m in en te.Y a casi h e d ejad o de ser n iñ a. Señorita: así se
llam a lo q u e se m e v ie n e encim a.

C a d a n o c h e , e n la cam a, m e to c o m is dos re to ñ o s
p a ra ap re c ia r el avance de la tra n sfo rm a c ió n . A veces
m e p a re c e q u e m e d u e le n u n p o c o , p e ro n o sé si es
d o lo r la p alab ra ap ro p iad a. ¿ N o será apenas, quizás,

91
u n a sen sació n n u ev a? A lg o n a c e e n esa p a rte d e m i
c u e rp o j u n t o c o n esa sen sació n , p e ro to d a v ía falta
u n tie m p o p ara q u e p u e d a e n te ra rm e d e q u é se tra ta
e x a c ta m e n te .

92
Les enfants réfugiés... ¡som os nosotros!

E l in v ie r n o ya h a b ía a b a n d o n a d o el B la n c -M e s n il
c u a n d o m e e n te r é d e q u e a ú n resistía e n las m o n ta ­
ñas, e n la c u m b r e de los A lp es. M i m a d re m e lo d ijo
d e sp u é s de p r e g u n ta r m e si m e g u sta ría p asar u n o s
días de las v a c a c io n e s esco lares, q u e e m p e z a ría n
m u y p r o n to , c o n u n a fa m ilia fra n c e sa q u e q u e ría
a y u d a r a los c h ic o s refu g iad o s. L e h a b ía n p ro p u e sto
lle v a rm e c o n ellos a la A lta Saboya, a d o n d e ib a n a
m e n u d o a h a c e r esquí. E ra u n reg alo m arav illo so el
q u e q u e ría n h a c e rn o s : Pasar algunos días con una f a ­
milia francesa en la nieve y las montañas. ¿ Q u é m e jo r
fo r m a d e in m e rs ió n ?

Y así, m i m a m á y yo tu v im o s q u e ir hasta M e u d o n , a
casa d e u n a p areja q u e te n ía c u atro hijos. P ero sólo los
m ayores v e n d ría n a la Saboya; su m ad re se q u ed aría
cu id a n d o a los m ás chicos.
M e u d o n n o q u e d a lejos d el B la n c -M e sn il, y sin
e m b a rg o es m u y distinto. La luz, p o r e je m p lo ... y el

93
aire, q u e en M e u d o n es p u ro y transparente. N o sé
c ó m o explicarlo, p e ro e n p o co s k iló m etro s, cu a n d o
u n o llega del o tro lado de París, parece q u e u n a m a n o
h u b ie ra lo g rad o aventar ese velo de p o lv o q u e c u ­
bre to d as las cosas aq u í en la V oie V erte. A u n e n los
días m ás lindos, e n el B la n c -M e sn il to d o p arece m ás
opaco, m ás so m b río q u e del o tro lado de París. E n
el B la n c -M e sn il el b lan co n u n c a es del to d o blan co ,
salvo c u a n d o cae d el cielo, cu a n d o se n o s im p o n e . ¿Y
de q u ié n fue la id ea de p o n e r este n o m b re al B la n c -
M esnil? ¿O h ab rá sido blan co y lu m in o so e n o tro s
tiem p o s? N o sé si M e u d o n lleva el n o m b re q u e le
c o rre sp o n d e , p e ro lo es cierto es q u e allí está to d o
en su lugar. C o m o e n el d e p a rta m e n to de la fam ilia
q u e n o s esperaba: a p esar de los bolsos, los esquís y las
botas e n o rm e s q u e v im o s a la entrada, listos para su b ir
al a u to ; y a u n q u e to d o s p arecían m u y atareados p re ­
p a ra n d o el viaje, to d o estaba e x a c ta m e n te e n el lu g a r
q u e le co rresp o n d ía.
D e sd e la p rim e ra vez q u e escu ch é ese n o m b re ,
M e u d o n , sentí q u e allí sí q u e era p ro b ab le q u e m u ­
chos p erro s se llam aran M é d o r; fue algo así c o m o u n
c o n v e n c im ie n to in m ed iato . M ás a ú n q u e el b a rrio de
C lap aréd e, c o n sus “p e tit-h o te le s ” de ja rd in e s tan c u i­
dados, M e u d o n m e tra n sp o rtó a las clases d e N o é m ie
y a esa Francia q u e e n La P lata yo h ab ía d e sc u b ie rto
c o n ella en las páginas de u n lib ro d e te x to , c o n lá m i­
nas h erm o sas e n p ap el d e ilustración. A q u e l país exis­
tía, p o r fin, en este d e c o ra d o p erfecto , m u y lejos del

94
I

Barrio Latino v e rsió n B lan c-M esn il, de la V oie V erte y


d e los Q u in z e A rp e n ts.
T an p ro n to c o m o en tram o s al d e p a rta m e n to de
M e u d o n o tro c h ic o llegó aco m p a ñ ad o de sus padres:
u n chico ch ilen o , E d u ard o , q u e ta m b ié n p articip aría
d e aq u el viaje a la Saboya. E ra lin d o E d u ard o , g ran d e
y fo rn id o , c o n u n a cabeza e n o rm e y el p elo castaño
lev em en te o n d u la d o .
— T odo b ie n — m e dijo m am á e n m e d io d e las
valijas y las bolsas de d o rm ir.
O quizá fu e u n a p reg u n ta: ¿to d o bien? A n te la
d u d a resp o n d í c o m o si lo fuera, p ara darle y d a rm e
seg u rid ad al m ism o tiem p o .
— Sí, claro, a n d á n o m ás si querés.
Los padres d e E d u a rd o se m a rc h a ro n c o n ella. Y
n o so tro s dos nos q u e d a m o s c o n la fam ilia d e JVLeudon,
ya q u e les enfants réfugiés som os nosotros.

La m ayor d e los hijos,V alérie, tie n e m i m ism a ed ad y


el p e lo castaño ata d o e n u n a coleta.
— M o strale to d o — le dijo su papá.
Y la seguí a su cuarto.
S o b re la c a m a h a b ía v ario s trajes de esquí espe­
rá n d o m e , d esp leg ad o s u n o s ju n t o a otros; era n las
p o sib ilid ad es q u e se m e o frec ía n p ara lu c h a r c o n tra
el frío, c u a n d o e stu v ie ra ju n t o a los otros ch ico s, e n
la nieve.
— L levate el q u e m ás te guste — dijo Valérie.

95
Y ta m b ié n p o d ía p re sta rm e guantes si los m ío s n o
eran abrigados, y u n g o rro y lo q u e quisiera. A l p o ­
n e rm e to d o aquello e n c im a de la ropa, sentí q u e m e
calzaba u n a a rm a d u ra de colores. E n u n o s m in u to s ya
estaba equipada.
V alérie y yo sim patizam os c o n so rp re n d e n te rap i­
dez. JVíe h acía feliz c o m p ro b a r q u e p o d ía m o s c o m u ­
n ic a rn o s sin grandes d ificu ltad es... y q u e m i francés
del B la n c -M e sn il servía ta m b ié n p ara M e u d o n , q u e
n o d e se n to n a b a d em asiad o e n ese lugar. P ero c u a n d o
de p ro n to V alérie m e p id ió q u e le re p itie ra algo q u e
yo acababa de d ecir m e p u se colorada, sen tí q u e h e r ­
vía p o r d en tro .
— A q u é distancia está la m o n ta ñ a , ¿eso q u erés sa­
ber?
Sí, ex ac ta m e n te eso le había p re g u n ta d o ; V alérie
q u e ría u n a c o n firm a c ió n . E n to n c e s re p e tí m i frase y
la a c o m p a ñ é c o n gestos.
P ero ta m b ié n m e p re g u n ta b a q u é distancia m e
separaba d e u n id io m a francés c o m p le ta m e n te m ío.
¿Llegaré a tenerlo algún día? Mace tanto tiempo que me
puse en camino.

E n c u a n to a E d u ard o , fu e gracias a C y ril — el h e rm a ­


n o d e V alérie— q u e e n c o n tró ro p a de su talla. C u a n ­
d o ir r u m p ió en el c u a rto c o n u n g o rro azul y v erd e
c o n p o m p o n e s , largam os la carcajada to d o s a la vez, y
él e m p e z ó a hacerse el to n to .

96
— ¡A v er d ó n d e esta esa nieve!
Y avanzaba c o n los b razo s e x te n d id o s, c o m o si se
ap restara a h a c e r u n a to m a de k arate, b u scan d o c o n
los ojos a u n e n e m ig o im a g in a rio , listo p ara v é rse -
las c o n el a n u n c ia d o in v ie rn o , m ie n tra s ju n to a sus
orejas los p o m p o n e s verdes se sacu d ían e n to d o s los
sen tid o s.
P a ra E d u a rd o ta m b ié n era la p r im e r a vez: p r im e ­
ras v a c a c io n e s d e e s q u í y p r im e r a in m e rs ió n e n u n a
a u té n tic a fa m ilia fran c e sa . E so le d ije ro n sus padres
a m a m á , e n c a stellan o , m ie n tra s c ru z a b a n el u m b ra l
y n o s a b a n d o n a b a n e n la lu z d e M e u d o n . E d u a rd o
y y o n o s h a b ía m o s sa lu d a d o c o n u n a so n risa p e ro
sin u n a sola p a la b ra . S u c e d ía , c re o , q u e él estaba
c o m o y o : c o n m ie d o p e ro c o n ganas d e z am b u llirse
e n el fran cés y n o p e rd e rs e u n a so la g o ta . M ie n tra s
n o s m irá b a m o s m e h ic e a m í m is m a esta p ro m esa:
h a b la rle lo m e n o s p o sib le , y n u n c a e n castellano,
salvo e n caso de n e c e s id a d e x tre m a . N o q u e ría q u e
h ic ié ra m o s ra n c h o p a rte , q u e e m p e z á ra m o s a ju g a r
a lo s c h ic o s re fu g ia d o s q u e se c o n s u e la n . N o q u e ­
ría estar pegada a él, c o m o d ice t o d o el tie m p o In és.
C o m o ta m p o c o q u e ría q u e él se me pegara. D e n i n ­
g u n a m a n e ra .
M u y p r o n to o tra s do s p e rs o n a s h ic ie ro n su a p a ­
r i c ió n e n el d e p a rta m e n to : u n h o m b r e c o n su h ija .
P o rq u e n o íb a m o s a v ia ja r c o n u n a sola fam ilia,
¡era n dos! La o tr a m a d re ta m p o c o v e n d ría c o n n o ­
so tro s: n o s iría m o s só lo c o n los dos p ap as, P a u l y

97
D e n is, q u e p a re c ía n c o n o c e rs e m u y b ie n . S eríam o s
en to ta l cin c o ch ic o s.

N u n c a había visto tanta nieve ju n ta .


Allá to d o era blanco, p o r todos lados. N o sólo en las
cum bres sino tam b ié n al b o rd e de los cam inos y alre­
d ed o r de la casa, u n chalet de m ad era co m o sólo había
visto en los libros. Pero en este caso era de verdad, y yo
estaba a llí... ésa fue la p rim era im p resió n q u e tuve, la de
h ab erm e m etid o en la ilustración d e u n libro, la de ha­
b e rm e deslizado e n él sin d arm e cuenta. Q u é increíble.
T odo era blanco, to d o , y la g en te estaba adentro. N ad a
que ver c o n la nieve que ya había co n o cid o , ahora pa­
recía d ecid id am en te u n a bro m a. P o rq u e estar allí arriba
era c o m o haberse h u n d id o en u n p o te de crem a fresca,
sentirse u n a m o sq u ita posada e n u n plato de p u ré.
P o d ría p a sa rm e ho ras m ira n d o el b la n c o q u e m e
ro d ea, d esean d o q u e el tie m p o se d e te n g a p a ra siem ­
p r e ... lo sé d esd e aq u el p r im e r d ía e n la m o n ta ñ a .
D esd e el p r im e r in sta n te am é esa n iev e q u e lo c u ­
b re to d o , la a m é d e fin itiv a m e n te . E l c o lo r b la n c o y
yo estam os u n id o s p ara siem p re. ¡Y esa p az q u e da
el blanco, el silen cio e n q u e p are cía a c u rru c a rse el
chalecito!

Allá arrib a to d o sonaba de m a n e ra distinta. C ad a ru i­


do se destacaba p e rfe c ta m e n te sob re el fo n d o blanco:

98
la voz de V alérie, q u e p re g u n ta b a si cada cual tenía
su bolso p o c o antes de q u e su p a d re cerrara el baúl
del auto, ¡blam!; el ru id o de la llave q u e D en is deslizó
en la c errad u ra, cric; el ch illid o de la p u e rta a b rié n d o ­
se sobre u n in te rio r co lo r ocre, uwuuira, y cada paso
n u estro p o r el cam in ito q u e llevaba d el a u to al chalet,
floc,jloc,jloc. A llá arrib a, to d o existía p len am en te. H asta
las palabras m ás co m u n es, dichas e n u n d ec o ra d o de
nieve, p a re c e n o c u p a r m u c h o m ás espacio e incluso
d u rar m ás tiem p o . C o m o el h u m ito q u e sale de todas
las bocas, las sílabas cuajan e n el aire frío y se v u elv en
pied ritas centelleantes.
F ue al día sig u ien te de n u e stra llegada cu a n d o e m ­
p e c é a esquiar. E n fin, n o ex actam en te. P o rq u e a m i
alred ed o r la g en te se deslizaba e n to d o s los sentidos
m ien tras q u e yo apenas si d escu b ría el d eseq u ilib rio
absoluto. T o d o aquel b lan co q u e n o m e hab ía suge­
rid o m ás q u e paz y d u lz u r a ... a h o ra te n ía algo m u y
d istin to q u e decir. ¡Ya vas a ver! P o rq u e la nieve a veces
acolcha y a m o rtig u a , p e ro ta m b ié n p u e d e arrastrarte,
sacudirte, y hasta ec h a rte p o r tierra. Y a m í m e sacu­
día, m e daba v u elta, m e h acía caer, ¡pum ! E ra im p o si­
ble q u e d a rm e q u ieta, n i a u n e n ese lu g ar de la ladera
a p a re n te m e n te playo q u e P a u l h ab ía creído apropiado
para in iciarm e. ¿ C ó m o p o d ía ser? T oda aquella d u l­
zura n o era m ás q u e ap arien cia, y p o r debajo to d o se
m o v ía sin cesar, c o m o si el b lan co escondiera u n m ar
tu m u ltu o so . Y sin em b arg o los dem ás chicos habían
salido ya esq u ian d o ; hasta el m ism o E d u ard o c o n sus

99
m o v im ie n to s ta n to m ás vacilantes q u e los de los d e ­
más. Yo era la ú n ic a q u e se d espatarraba a cada m o v i­
m ie n to , la ú n ic a q u e g rita b a cada vez q u e P au l in te n ­
taba le v a n ta rm e del suelo.
— N o tengas m ied o , n o hay n in g ú n peligro.
Los dem ás ya estaban lejos, p e ro yo g ritab a afe­
rra n d o m e d esesp erad am en te a Paul. M ás de u n a vez
p erd í m i g o rro ; incluso esos basto n es qu e se su p o n ía
qu e d e b ía n a y u d arm e v o la ro n p o r los aires. C o n todas
m is fuerzas h u b ie ra q u e rid o al m e n o s in c o rp o ra rm e y
m a n te n e rm e e n pie, p e ro n o lo conseguía.
F u e d u ra n te la m ás fu e rte d e aquellas sacudidas
q u e de p r o n to m e p u se a p e n sa r e n A strid . La escena
de la caída e n q u e h ab ía p e rd id o el ojo, ¿p o d ría h a b e r
su c e d id o aq u í, e n esta m ism a la d e ra resbalosa de n ie ­
ve? Im a g in é su o jo v e rd a d e ro saltan d o de su ó rb ita
e n m e d io de ese paisaje c o m o de crem a, e n la A lta
Saboya. M ie n tra s m is p ie rn a s salían disparadas e n d i­
re c c io n e s o p u estas p o c o antes de ap lastarm e la n a riz
c o n tra la n iev e, re c o rd a b a su o jo , aq u ella b o la b la n c a
y v erd e c o n esas lindas vetas azules e n el iris. H asta
tu v e la im p re s ió n de v e r su o jo p e rd id o flo ta n d o e n
u n c h a rc o r o jo ,ju s to d e la n te de m í ... P o rq u e d e b ió
d e sa n g rar m u c h o , A strid , el d ía e n q u e el o jo a n ti­
g u o le saltó de la cara. P e ro n o era m ás q u e m i g o rro ,
q u e u n a v ez m ás h a b ía v o la d o p o r el aire, el g o rro
ro jo c o n p o m p ó n de co lo res q u e P a u l m e ay u d ó e n ­
seg u id a a e n c a s q u e ta rm e e n la cabeza al tie m p o q u e
m e o frecía u n b ra z o p a ra p o n e r m e e n pie.

IOO
AI o tro día, p o r su erte, el m a r n o fu e ta n feroz.Y lo
fu e cada vez m e n o s, c o n el pasar de los días. C re o que
p o c o a p o c o te rm in é p o r dom esticarlo.

C ad a a n o c h e c e r v o lv íam o s al ch alet a com er, casi


siem pre, pastas y queso. Q u e so reblochon* sobre todo:
u n aprendizaje esencial, digam os, d e esta sem ana de
in m e rsió n ; p ara E d u a rd o tam b ién , creo, au n q u e, fieles
a n u e stro p acto , n u n c a lo c o m e n ta m o s. P o rq u e cada
vez q u e el reblochon h acía su a p a ric ió n al fin de cada
co m id a nuestras m iradas se en co n trab an : era co m o
u n a fo rm a de c o m p a rtir la e x p erien cia, de transitarla
ju n to s . D e darn o s án im o , tam b ién .
L o m ás im p o rta n te , e n c u a n to al reblochon, es n o
dejarse acobardar. H a y u n in c o n v e n ie n te claro, al
p rin c ip io : esa b a rre ra d e o lo r qu e el q u eso levanta en ­
tre sí m ism o y el resto d el m u n d o . P ero n o hay que
equivocarse. N o es n in g u n a agresión, es sólo la m a­
n e ra e n q u e el queso n o s dice: ¿Tenes ganas realmente?
¿Estás listo? E l h e d o r es la h e rra m ie n ta q u e el queso ha
e n c o n tra d o p ara rein ar e n la m e s a ... p o rq u e detestaría
ser trag ad o sin m ás, en g u llid o c o m o si nad a y sin que
n ad ie se d iera cu en ta.

* Reblochon: queso de la Alta Saboya, a base de leche de vaca


de raza Abundancia, Tarine y Montbéliarde. La pasta es suave
y su corteza es amarilla azafrán, cubierta de una fina “espuma
blanca” que da prueba de un buen refinamiento en bodega fres­
ca. (N. del T.)

101
Al otro lado de la mesa, cada vez que llegaba el m o ­
m ento del reblochon, p o co antes de clavar sus dientes en
la pasta cremosa, E duardo m e miraba. Y era com o to ­
m arnos de la m ano — necesitábam os hacerlo para p o d e r
saltar esa valla de h ed o r— . U n o enfrente del otro, nos
dábamos coraje co n la m irada para decirle ju n to s al q u e­
so: Sí, estamos listos, estamos aquí, con vos. C ada vez llegába­
mos más rápido a este instante co n el co rrer de los días,
cada vez c o n más ganas tam bién: porque, detrás del olor,
la m ateria del queso n o se le parece en nada; después de
que su o lo r áspero se apodera de tu nariz, el gusto te dice
otra cosa. Reblochon: co n su e casi extinta e n la prim era
sílaba y su sílaba final que se esconde detrás de la nariz, el
nom bre de este queso le calza perfecto.

D u ra n te el viaje de regreso, en au to y e n cam in o a la


reg ió n d e París, m e pareció e n te n d e r otras cosas im ­
p o rtan tes.
Las altas cum bres seguían blancas de nieve, p ero aba­
jo ya era prim avera, plena prim avera. H ab íam o s atrave­
sado u n a reg ió n de valles co n lotes y parcelas de todos
los colores, salpicada de pueblitos, cam panarios y casas
que p arecían sin edad. E ra la m ism a re g ió n qu e h a ­
bíam os atravesado a la ida, claro, p ero sólo a la vuelta
m e d eslu m b ró , y ese paisaje, que u n a sem ana atrás m e
había p arecid o b o n ito , de p ro n to n ie atrapó para siem ­
pre. Q u iz á p o rq u e los colores, m ientras estábam os allá
arriba e n la Saboya, habían ten id o tie m p o de volverse

102
más intensos. O p o rq u e u n a sem ana atrás había sido in ­
capaz de verlos así, tal co m o se m e aparecían a la vuelta.
A quellas colinas eran co m o u n m osaico que cubría el
paisaje entero, u n collage infinito de m aterias y colores,
u n a in m en sa m anta, hech a de retazos de tierra y de
historia. ¡Q u é increíble! ¿Y a esto llam aban el cam po,
aquí, en Francia? H asta entonces, el cam po n o había
sido para m í m ás qu e u n paisaje plano y siem pre id é n ­
tico, una única ex tensión de u n verde terroso y sucio:
un paisaje al q u e basta co n m irar un o s pocos segundos,
ya q u e siem pre parece decir lo m ism o. La pam p a es el
a b u rrim ie n to infinito. N o . E sto q u e había estado espe­
rán d o n o s al p ie de las m ontañas n o ten ía nada q u e ver
c o n el cam po q u e yo co n o cía de antes: era c o m o u n
vergel, u n in m en so ja rd ín habitado e n que las gentes,
allí d o n d e u n o m irara, habían sabido dejar sus huellas.

C reo q u e avancé m u ch o durante esa sem ana en la nieve.


Salvo c o n Les fleurs bleues.
E m p ezab a a d e c irm e q u e quizá tu v ie ra razó n la b i-
b lio te c a ria del B lan c-M esn il. P o rq u e yo n o e n te n d ía
nada. O , p o r lo m en o s, n o m u ch o . M e había llevado
el lib ro c o n m ig o a la Saboya, esp eran d o q u e m i sem a­
na d e in m e rsió n francesa m e ayudara a llegar hasta el
final. P ero n o h ab ía servido d e n a d a .Y es q u e adem ás
era u n lib ro ex trañ o , q u e n o tratab a d e abejas. E n ab­
soluto. N i siq u iera de flores azules. A veces la acción
tra n sc u rre e n el Sena, e n u n a barcaza. Y al rato, m u y

103
atrás en el tiem p o , c o n otros p erso n ajes qu e p a re c e n
ser los m ism os q u e los p rim ero s. P ero no. Personajes
q u e b e b e n .Y q u e d u e rm e n m u c h o . C o m o yo, p a ra ser
sincera, cada vez q u e in te n ta b a avanzar e n la lectura: al
am an ecer de m i ú ltim a n o c h e e n el chalet m e d esp er­
té c o n la cabeza sobre las jieurs bleues; hab ía a rru g a d o
varias páginas del libro sin qu ererlo .
Sin em b arg o seguía a p licán d o m e a la lectu ra, q u e ­
ría c o n todas m is fuerzas llegar hasta el fin a l... a u n q u e
p erd iera p ie tantas veces. Las frases y las escenas se
em b aru llab an e n m i cabeza, c o m o u n ovillo de lana
caído e n tre las patas de u n g atito ju g u e tó n . P ero q u é
m e im p o rta b a .
P o rq u e ya m e la im ag in ab a, a la b ib lio tecaria del
B lan c-M esn il, p re g u n tá n d o m e c o n u n a risita b u rlo n a
en la voz: ¿Q ué tal ese libro? ¿Lo leiste hasta el final? Sólo
p o r escapar de esa escena anunciada m e em peñaba en
llegar hasta la últim a página. N o quería darle el gusto de
h ab er adivinado lo difícil que sería esa lectura, q u e m i
acen to se lo h u b ie se an u n ciad o . N i el gusto de q u e
insistiera c o n L e petit Micolas. D e n in g u n a m an era.
A dem ás, lo sé bien : u n o siem p re e n c u e n tra la p u n ­
ta de u n caos d e lana, a u n c u a n d o el culpable haya
sido el m ás rev o lto so de los gatitos.

104
Los vestidos tiroleses

E ra m i p rim e ra p rim av era de este lado del A tlántico,


u n a p rim av era in c o n te sta b le q u e se hab ía ad u eñ ad o de
la V oie V erte e n unas pocas h o ra s:Y de p ro n to m am á
tu v o q u e salir a b u scar ro p a nueva: hab ía q u e co m p le­
ta r n u e stro .g u a rd a rro p a c o n p ren d as m ás livianas.
U n a n o c h e m a m á irru m p ió en m i cu arto cargando
sus trofeos: polleras y cam isas para ella y A m alia, más
u n a bolsa q u e u n a señ o ra de C áritas, q u e ya n o s c o n o ­
cía m u y b ie n , h ab ía ap artad o c u id ad o sam en te para m í.
T uve la im p re sió n de q u e la ro p a de esa bolsa p ro ­
v en ía del m ism o a rm a rio q u e m i m ad re h ab ía revuel­
to dos m eses atrás, c u a n d o to d av ía estábam os e n el
c o ra z ó n d el in v ie rn o . A d e n tro h ab ía algunas rem eras
a rayas, u n a m uscu lo sa d e m u je r a ro m b o s am arillos y
m a rro n e s y “ dos vestidos q u e te van a q u ed ar co m o
p in ta d o s” , al m e n o s eso fu e lo q u e m e dijo m am á.
A l parecer, los vestiditos e n cu estió n estaban sin
estrenar. ¡Mirá! ¡Si todavía tienen las etiquetas con el pre­
cio... ! Acá la gente se desprende de cosas nuevas, ¡no se
puede creer! M i m a d re se aso m b rab a cada vez, y yo c o n

105
ella. P o rq u e del o tro lado del océan o nad ie tira nada:
c o n los m anteles viejos se h acen repasadores, y los p u -
lóveres que ya nos q u ed an chicos se destejen para ha­
cer m edias.

El p rim er vestido de C aritas que m am á sacó de la b o l­


sa era rojo y azul, co n u n gran delantal blan co cosido a
la altura del talle y p equeñas cintas negras e n el pecho.
M am á lo iden tificó enseguida: Un vestidito tirolés.
— Para que te acuerdes siem pre de esa sem ana en
los Alpes, ¿qué más querés?
— H m m ... ¿y el otro?
E l segundo vestido n o era, es cierto, lo que se dice
tirolés. V enía tam b ién c o n delantal in co rp o rad o , pero
lucía decenas, cientos, m iles de florcitas bordadas: ro ­
sadas y rojas sobre el p e c h o y la espalda, verdes de la
cintura para abajo y hasta el b o rd e del ru ed o .
— E ste tam b ién parece u n vestido de m o n ta ñ a ...
P o r fin, del fo n d o de aquella bolsa, m am á sacó u n
par de zuecos dem asiado chicos para ella y todavía
dem asiado grandes para m í. P ero tarde o tem p ran o
term in arían p o r calzarm e, aseguró: en previsión de ese
día los deslicé bajo.la cama.
Y m ientras m e p robaba el seg u n d o vestido — el
que parecía evocar u n paisaje de m o n tañ as au nque n o
exactam ente d e lT iro l— tuve la im p resió n de qu e m i
m adre se contenía de soltar la carcajada. P ero quizá n o
fuera más que u n a idea m ía.

106
— N o m e río, m e s o n río ... — dijo ella— . Si te q u e ­
da precioso ese vestido. Falta qu e te hagas las trenzas y
quedas igualita a H e id i...
M e parecía q u e seguía to m á n d o m e el pelo, au n q u e
dijera lo contrario.
— Pero term ínala. Si te q ueda perfecto, te digo.
C o m o sea, tenes que ten er algo para p o n erte m a ñ a n a ...
E l vestido c o n florcitas al m en o s m e parecía más
d is c re to ... p o rq u e era m en o s tirolés, sin duda.
— Está bien, m am á. M e lo voy a poner.

Ya había salido de casa y estaba e n m ed io del pasaje


esperando que saliera Inés cu an d o de p ro n to , có m o
decirlo, to m é verdadera co n cien cia de las flores. E ran
m inúsculas y pulu lab an p o r to d o s lados, to d o el ves­
tido, hasta en las m angas y e n u n a especie de lazo que
hacía las veces de c in tu ró n ; p o rq u e, entre m i p e c h o
cu b ie rto de flores rojas y rosadas y la falda cu b ierta de
flores verdes, alguien había ten id o la idea de añadir,
e n la cintura, u n a franja de tela e n que alternaban las
flores en sus dos versiones, rojas y verdes.Y apenas m e
m ovía sentía que, c o n tra ria m e n te a lo que m am á y
yo habíam os creído el día an terio r, aquel vestido de
m o n ta ñ a n o era de m i talle: m e apretaba ex trañ am en ­
te e n las axilas, quizá p o r causa d e esos brotes de m i
p e c h o ... que parecían h a b e rm e crecido p o r la noche.

107
A quella m añana, co m o de costum bre, C arlos había
em pezad o a seguirm e. Pero de u n p o c o m ás lejos esta
vez, o eso m e parecía, co m o si m i vestido m o n tañ és lo
m an tu v iera a distancia.
Inés g ritó en c u an to m e vio:
— Pero b u e n o ... ¡vestido nuevo!
N o dije nada. E ra nuevo, sí: im posible que pasara
desapercibido.
C u a n d o Inés y yo nos reu n im o s c o n Luis tuve la
im p resió n de q u e ta m b ié n él iba a d e c ir algo. Pero p o r
suerte se co n tu v o .
E n cu an to a C arlos, esta vez siguió e n silencio d u ­
ra n te to d o el cam ino. M i vestido flo read o parecía h a ­
b erlo calm ado m isterio sam en te. P o r u n a vez, n uestro
lib reto m atinal se había alterado u n po co .

108
Magnolias for ever

N a d in e vive detrás de la escuela, en u n b a rrio de ca­


sitas. La qu e ella habita co n su m am á y su abuela que­
da al final de u n pasaje, p o r detrás de u n a pérgola
c o n flores. Es el rin c ó n m ás lin d o del B lanc-M esnil.
C o m o u n retazo de M e u d o n p erd id o aquí, en pleno
c o ra z ó n de la grisura. U n m iércoles m e in v itó a su
casa, a disfrutar de to d o aquello.
N ad in e es francesa, com o A strid, pero habla extraña­
m ente, m u ch o más extrañam ente que yo c o n m i acento
argentino. A veces la gente apenas si le entiende, y, por
m u y francesa que sea, le p id en que repita algunas de sus
frases. C osa que al parecer la irrita m u ch o más que a mí
cuando m e lo piden.T odo p o rq u e tiene u n pelo en la len­
gua, com o dice Inés, y aún hoy m e parece que lo escucho
a ese pelo. N ad in e cecea, desliza zetas p o r todos lados,
baña todas las vocales co n su saliva.Y to d o el tiem po se
lo recuerdan, p o r si acaso lo hubiera olvidado.
— A h , zeg u ro q u e zí, N a d in e , te n é z razón. A u n ­
q u e, la verdad, n o zé, N a d ó q u e rid a , ¡no te e n ten d i­
m o s nada!

109
N o so p o rto q u e se bu rlen de ella, y N a d in e lo sabe;
e n cuan to alg u ien em pieza a im itarla m e p o n g o tan
colorada c o m o ella y co n la m ism a rapidez, n o p u e d o
evitarlo. B asta q u e la furia y la vergüenza le sub an a
la cara para q u e tam b ién yo las sienta subir en m í, y
m is mejillas ard en , y bajo la cabeza hasta que N a d in e
consigue responderles algo o pasar a otro tem a, ig n o ­
rándolos. C re o q u e p o r eso m e in v itó a su casa aq u el
m iércoles .Y sin em bargo, en el fo n d o , sé que m e gusta
q u e N a d in e hable de m anera tan extraña, q u e te n ­
ga ese defecto de p ro n u n ciació n q u e to d o el m u n d o
percibe. Esas vocales ahogadas en su propia esp u m a
q u e hacen re ír a los dem ás m e p o n e n m u y triste y al
m ism o tiem po, secretam ente, las disfruto; es raro. P o r
to d o eso la q u iero m u ch o a N ad in e.

E n casa de N a d in e se adora a C lau d e Fran^ois. Para


su m adre, p ara su abuela y para N ad in e, es u n a verda­
dera pasión. Sólo q u e C lau d e F ran fo is m u rió el añ o
pasado. Inés m e c o n tó q u e se electro cu tó en el bañ o ,
p e ro no hagas nunca la menor alusión a su muerte delante
de Nadine: se pondría muy triste. E n aquella casita p o r
detrás de la p érg o la, nadie ha p o d id o superar el golpe.
A la en trad a de la casita, u n re tra to al óleo del c a n ­
tante descansa sobre una silla, p o r delante de u n m u ro
cu b ierto de u n a tela bordada c o n flores rosas y b la n ­
cas sobre la cual p ro n to colgarán el cuadro, seg ú n m e
explicó N a d in e . Su abuela b o rd ó aquellas flores, en

lio
p u n to cru z y en los m ism os tonos pastel de la tela. Fue
tam b ié n ella q u ien p in tó el cuadro tratando de repro­
d u cir los colores de las flores bordadas, de sus pétalos
abiertos hacia la cara del cantante co m o si alrededor
del óvalo de m adera qu e enm arca su rostro las flores
se ab rieran para contem plarlo. P o r algunos instantes,
N a d in e alzó el cuadro hasta el lugar qu e le asignaron
y lo apoyó c o n tra la p ared para que yo p u d iera im a­
ginar aq u el zaguán cu an d o la cara de C lau d e Fran^ois
se en co n trara al fin en su lugar.
— A zi va a quedar, m áz o m enos.

E n el c u a rto de N a d in e se ve aquel m ism o rostro en


todas las paredes. H ay tantos afiches colgados q u e sus
b o rd es a veces se encim an. Pero la falta de espacio n o
ha p o d id o frenar la pasión de coleccionista d e N adine:
sobre las im ágenes más grandes del cantante, en los
lugares q u e h o p resen tan n in g ú n interés o sobre el
fo n d o del cual su cara se destaca, ha p egado m ás fotos
de C lau d e F r a n g ís , peq u eñ itas, recortadas de diarios
y revistas.
T ie n e to d o s sus discos. Iz z la colección completa, m e
decía m ientras iba c u b rie n d o su cam a de decenas de
discos de 45 y 33 revoluciones, y se la veía extraña­
m e n te orgullosa. P o rq u e N a d in e tien e to d o C laude
Fran^ois sólo para ella, y a veces repetido.
E n u n a de las fotos q u e cuelgan sobre la cam a de
N ad in e, C lau d e Fran^ois recuerda e n o rm e m e n te a

ni
Luis, salvo p o rq u e es ru b io . E l parecido es verdadera­
m e n te so rp re n d e n te : en u n o y o tro caso, el p elo lacio
se abre en dos sobre la fren te co m o u n te ló n p o rtátil,
p ara te rm in a r arq u eán d o se lev em en te a la altura del
cuello. A p u esto a q u e C lau d e se escondería tras esos
telones d e pelo, tal co m o lo hace Luis, a veces, cuando
C arlos lo hace llorar.

T an p ro n to co m o N a d in e llegó de la cocina, adonde


había ido a buscar u n p aq u ete de tarteletitas de fruti­
lla, cerró la p u e rta de su c u a rto ... y quedam os com o
protegidas, en el corazón de su p eq u e ñ o tem plo. Luego
to m ó algunos discos y los aco m o d ó unos sobre otros
e n u n o rd en preciso: sabía exactam ente qu é canciones
quería escuchar y có m o cada u n a debía engancharse
c o n la siguiente. P o rq u e N a d in e n o sólo con o ce to ­
das las canciones de C lau d e Fran^ois, sino tam b ién el
efecto q u e provocan: unas ganas locas de bailar. O de
tirarse sobre u n alm o h ad ó n c o n los ojos fijos e n el cie-
lorraso; y ha preparado nuestra tarde de acuerdo co n su
perfecto c o n o cim ien to del rep erto rio . E m p ezan d o p o r
Alexandrie Alexandra, cuya letra repetía al tiem p o que se
echaba a bailar an te m í. E ra rarísim o, pero habría ju ra d o
que, cuando cantaba sobre la voz de C laude Fran^ois,
N ad in e ya n o ceceaba n i u n p oquito.
Yo la m iraba a N adine, que de pro n to pegaba u n grito
y llevaba sus m anos al p ech o com o tirando de u n a cu er­
da, ¡rah!, y el g rito parecía salir del fondo de su garganta

112
co n to d o el aire de sus pulm ones. D espués lanzaba los
brazos hacia adelante, co m o si arrojara la cuerda lejos,
espirando co n u n ro n co ¡hah! E ra raro verla inm ovili­
zarse b ru scam en te en m itad de u n contoneo, con u n a
m an o e n la cintura y la otra sobre u n muslo. M e m iraba
so n rien d o y sacudía las nalgas u n b u e n rato antes de
volver a em pezar co m o u n a trom ba.
— ¿Voz n o bailáz?
Yo hacía qu e n o c o n la cabeza, p e ro c o n una seña
de la m a n o le p ed ía q u e siguiera. P o rq u e m e encan­
taba m irarla.
Sin em bargo, al te rm in a r la p rim e ra canción, y des­
pués de h ab e r bailado c o n tan to entusiasm o, N a d in e
se en so m b reció de p ro n to . P o rq u e habíam os cam bia­
do de registro, y Comme d ’habitude era la can ció n ideal
para ce d e r a las confidencias. E n to n c e s N a d in e se d e­
rru m b ó de espaldas e n la cam a y m e invitó c o n u n
gesto a h acer lo m ism o, ju n to a ella.
— A h, fue ta n trizte, ta n trizte; lloram oz tan to
m am á y yo. ¡Y m i abuelita! N o te im agináz, eztaba
deztrozada.
E se “ d eztro zad a” m e e m o c io n ó a m í tam b ién . P o r­
qu e n o s co m u n icam o s e x trañ am en te, N a d in e y yo:
sentí qu e m is ojos se llen ab an de lágrim as al m ism o
tie m p o q u e los suyos.Y p en sé q u e sí, de verdad había
d eb id o de ser te rrib le to d o aquello e n la casita de d e ­
trás de la pérgola.

113
D e p ro n to N a d in e pareció m u y agitada. Se puso de
pie de u n salto, em pezó a h a c e r gestos y grandes ade­
m anes y a m irarm e fijo c o n los ojos h ú m ed o s, hasta
que p o r fin se tapó la b o ca c o n la m ano, c o m o para
im pedirse g rita r de h o rro r. Sin em bargo, n in g ú n so­
nido escapó de su boca, n i u n suspiro siq u ie ra ... y es
que n o tenía palabras para d e c ir qué le pasaba. Estaba
literalm ente desbordada, p o r la em o ció n . Yo n o sabía
qué hacer, c ó m o ayudarla; n o ten ía m ás palabras que
ella m ism a, así qu e m e levanté y la abracé. E l cantante
desaparecido, desde todos los rin co n es de la pieza, te­
nía la m irada fija en nosotras.
Pero p o c o después N a d in e re c o b ró su im pulso.
D ejó m is brazos para en sartar u n nuevo 45 rev o lu cio ­
nes en su tocadiscos. A lgo bailable, esta vez.
— Voz tam b ié n te habráz p u e z to trizte cu an d o ze
m u rió , ¿no ez zierto?
-—N o estaba en Francia e n esa época, N ad in e, lle­
gué después d e la m u e rte de C lau d e Fran^ois.
— ¿Azi q u e n o eztabaz acá cu an d o él vivía?
A u n q u e se había alegrado al cam biar de disco y
escuchar el co m ien zo del ritm o de la canción, N ad in e
parecía de n u ev o m u y triste.
Se acercó a m í .y m e to m ó de la m ano, co m o si
hubiera llegado su tu rn o de consolarm e.
— E n to n z e s ... ¿no lo co n ozizte? ¿Llegazte dez-
puéz qu e él ze m urió?
Sus ojos se veían h ú m e d o s o tra vez, p ero lo q u e
ahora la entristecía era q u e yo m e h u b ie ra p erd id o

114
aquella época, el tie m p o e n qu e C lau d e F r a n ^ is vivía
aún. Q u e h u b iera llegado después, dem asiado tarde.
— P ero ¿conozéz zuz canziones, p o r lo m enoz?
P referí m e n tirle u n p o co , para n o p ertu rb arla más.
— Sí, co n o zco varias, c la ro ...
E stábam os escu ch an d o Magnolias fo r ever. el n o m ­
bre estaba escrito e n letras rosadas e n el sobre del dis­
co, p o r en cim a de la cabeza del can tan te c o n sus dos
telo n es de pelo rubio.
— E sta precisam ente es m i preferida.
E ra cierto, adem ás: desde los p rim e ro s com pases
m e e n c a n tó esa can ció n . Y, para convencerla, esta vez
fui yo q u ie n se p u so a bailar, las m anos m u y abiertas,
los dedos a p u n tan d o al cielo.

115
M is tuberías

D u ra n te m is p rim e ro s m eses e n Francia, m e p re g u n ­


taba c ó m o fu n cio n ab a la cabeza de las personas q u e
hab lab an francés desde siem pre.
M u ch as veces m e tocaba v iv ir la m ism a escena, de
m a n e ra idéntica. E staba c o n alguien q u e d e p ro n to se
p o n ía a hablar e n francés a to d a velocidad, dem asiado
v e lo z m e n te para m í, claro.Y las frases pasaban p o r m i
cabeza sin que p u d ie ra atraparlas; apenas si conseguía
a fe rra rm e a las palabras q u e c o n o c ía in te n ta n d o des­
c u b rir los lazos e n tre ellas, lazos q u e ilu m in aran u n
destin o para todas las qu e iban q u e d a n d o a la som bra.
H acía m e n ta lm e n te m is hipótesis. Varias in te rp re ta ­
ciones m e parecían posibles, llegaba a en trev er dife­
ren tes salidas. P ero, m u c h o antes d e q u e h u b ie ra p o d i­
d o d e c id irm e p o r u n a de ellas, las personas ya h ab ían
lanzado varias ráfagas nuevas d e francés, m ás veloces
todavía. Tres, cu atro descargas suplem entarias, y p e r­
día pie, m e sentía c o m p le ta m e n te perd id a. Ya m e era
im p o sib le aferrarm e a lo q u e fuese, n o distinguía nada
m ás, hasta esas p o cas palabras q u e desde hacía tie m p o

116
m e resultaban fam iliares te rm in a b a n p o r desaparecer,
arrastradas p o r la c o rrie n te de to d o lo que n o entendía.
Ciertas veces tenía la im presión de q u e m e arrastraban
a m í p e ro otras, p o r lo co n trario , q u e se m e escapaban
p ara siem pre. C o m o ajena a la escena, las veía alejarse
e n el to rre n te de ese id io m a q u e m e excluía y m e d e­
ja b a así, im p o te n te , en la orilla. E ra en ese m o m e n to
cu an d o m e p re g u n ta b a c ó m o o p erab a el francés e n la
cabeza de los otros. ¿Por dónde pasaba?
Y au n q u e ya h iciera u n o o dos m eses q u e n o p e r­
día pie de esa m an era, u n a n o c h e del m es de m ayo an ­
tes de d o rm ir m e puse a p en sar de nuevo, largam ente,
e n m is tuberías.
E staba e n m i cam a, c o n la lu z apagada. M ientras
trataba de d istin g u ir e n la p e n u m b ra de m i c u a rto las
tuberías del em papelado, p ro c u ra n d o seguir el d ib u jo
c o n la y em a de los dedos, u n a vez m ás tratab a de c o m ­
p ren d er: ¿qué pasaba en la cabeza de A strid? ¿Y e n la
de N ad in e? ¿ C ó m o hacían para p en sar e n francés y
hab lar casi al m ism o tiem p o , en el m ism o im pulso?
¿ C ó m o sería ese circuito? ¿Por dónde pasaría? M e daba
la im p re sió n d e q u e n u n c a iba a e n c o n tra r la en trad a
y, co m o cada vez q u e pensaba e n aquellas cañerías p o r
las qu e n o p o d ía deslizarm e, m e puse e x tra ñ a m e n te
triste.
P o rq u e yo hablaba cada vez m ejo r, claro, y eran
cada día m e n o s las palabras q u e v erd ad eram en te n o
entendía, p ero el pro b lem a — y yo lo sabía b ien — era
qu e to d o pasaba e n dos tiem pos: pensaba e n castellano,

117
trad u cía m e n ta lm e n te las palabras, y sólo después abría
la b o ca. M u ch as veces, incluso, solía h a c e r u n a especie
d e resu m en de lo q u e quería decir para q u e la tarea n o
m e resultara tan pesada. E ra eso lo q u e n o funcionaba:
ten ía q u e e n c o n tra r la entrada de aquellas tuberías y,
p ara hacerlo, ten ía q u e actuar d irectam en te, sin tantas
vueltas.

H asta q u e u n día, p o r fin, pensé en francés. Sin dar­


m e cu en ta, y sin quererlo. Pensé y hablé e n francés al
mismo tiempo.
S u ced ió u n a m añ an a, m u y te m p ra n o ... au n q u e ya
era de día: estábam os, creo, en p len o m es de ju n io . La
luz en trab a en m i c u a rto p o r la v entana sin cortinas
q u e daba al pasaje. E n las paredes, las tuberías c o lo r
crem a em itían unos reflejos dorados q u e se colaban
p o r la m in ú scu la h en d ija del o jo q u e trataba de abrir.
E staba todavía entre la vigilia y el sueño, la cabeza a p o ­
yada en las Jleurs bleues cuya lectu ra había te rm in a d o
ju s ta m e n te la n o c h e an terio r. Llevaba p o r lo m en o s u n
m es d e retraso en la b ib lio teca del B lan c-M esn il, p e ro
estaba tan c o n te n ta de h ab er p o d id o llegar al final de
la p r u e b a ... Y de p o d e r anunciárselo a la bib lio tecaria,
sobre to d o . La n o c h e an terio r, m ientras m e d o rm ía ,
de sólo im ag in ar la escena m e había p u esto feliz p o r
anticipado, y p o r eso a ú n tenía el libro ju n to a m í.
E n fin: to d o pasó p o r la m añana. M i m am á se p re ­
paraba a ab an d o n ar la ja u la de tuberías q u e era el li-

118
v in g — d o n d e los tubos son anaranjados, m arrones y
am arillos— para salir a ocuparse de los chicos de C la-
paréde. A rreglaba sus cosas m ientras yo, m iran d o esas
tuberías q u e la luz de la m añana doraba ligeram ente,
seguía c o n la cabeza posada sobre Les fieurs bleues de
R a y m o n d Q u e n e a u . Y de p ro n to m e escuché pre­
guntarle a m a m á desde m i cama: Tu m ’as laissé les clés?*
¡Ella estaba tan sorprendida! P o rq u e fue verdade­
ram en te así c o m o le h ice la p reg u n ta, Tu m ’as laissé les
clés?, así, y n o de o tra m anera.
Yo ta m b ié n m e había q u ed ad o estupefacta.
¿Por d ó n d e h ab rían p o d id o llegar aquellas palabras
a mis labios, de repente?
— ¡H ablaste en francés!

M i m ad re se h ab ía asom brado e n castellano: ¡Hablaste


en francés!, rep itió .Y de verdad era raro.
Yo estaba m aravillada y d esco n certad a a la vez.
La sorpresa fue tal q u e m e q u itó el su e ñ o de u n
golpe.Y seguí largo rato c o n los ojos fijos en las tu b e ­
rías de m i cuarto. P o r p rim e ra vez n o h ab ía traducido.
H ab ía e n c o n tra d o , sin necesidad d e buscar, la entrada.
Al fin m e h ab ía deslizado p o r esas tuberías q u e d u ­
ran te ta n to tie m p o había creído inaccesibles.

* “¿Me dejaste las llaves?” (N. del X)

119
Lunes

Fue a la sem ana sig u ien te cu a n d o conseguí agregar a


m i carta de los lunes la im a g e n q u e papá esperaba h a­
cía tan to s m eses. N o sé q u é relació n habrá te n id o esto
co n m is tuberías, p e ro sé q u e sólo después de h a b e r
lo g rad o deslizarm e p o r ellas p u d e elegir la q u in ta foto
q u e él ta n to m e reclam aba.
La elegida era casi la ideal, se parecía m u ch ísim o
a la fo to q u e papá tantas veces había im ag in ad o p o r
escrito. T odavía h o y la te n g o e n m i m e m o ria .

E n la q u in ta fo to q u e te rm in é p o r enviarle, se nos ve a
m i m ad re y a m í . .. lo q u e equivalía a dos fotos en un a,
ex actam en te co m o él quería. N o posam os m u y cerca
de la cám ara p ero ta m p o c o m u y lejos; p o d ría decirse,
creo, q u e se trataba de u n verdadero plano americano,
tam b ié n c o m o papá quería. Se v en m u y b ie n la cara
de m a m á y la m ía, de frente, y p a rte de nuestros c u e r­
pos — d e los m uslos p ara a rrib a e n el caso de m am á, y
u n p o c o m en o s e n m i caso, p o rq u e a ú n soy m ás bajita

120
q u e ella— E stam os apoyadas c o n tra la pared, a u n o y
o tro lado de la v e n ta n a abierta q u e deja ver algo del
b a rrio . Papá p o r fin sabría q u é era la Voie V erte: u n
pasaje q u e avanza e n tre edificios grises y u n arenero al
m ed io . M am á tie n e el p e lo suelto, yo lo ten g o atado
en dos largas trenzas, p e ro al m e n o s n o m e h e p u esto
el vestido tirolés.Y , p o r cierto, ta m b ié n se v en las tu ­
berías, au n q u e n o m u ch as. A penas las necesarias co m o
para servir de deco rad o .
Sí, esta fo to le g u staría a p a p á , estaba segura.
P o rq u e ad em ás n o se v eía e n ella a n in g ú n d e sc o ­
n o c id o , n in g ú n in v ita d o so rp resa p o d ía d istin g u irse
afuera, c a m in a n d o p o r el pasaje d e la V oie V erte. N i
siq u ie ra el re fle jo d e A m alia en el c rista l d e la v e n ­
tan a, a u n q u e h u b ie r a sido ella q u ie n h a b ía o p r im i­
d o el d is p a ra d o r d e la cá m a ra a n te la c u a l p o s á ­
ra m o s p ara esa q u in ta foto. A q u ella im ag en lo ten ía
to d o p a ra triu n fa r.Y p a ra escap ar de las tijeras de los
g u a rd iacárceles.
T odavía h o y m e re c u e rd o deslizándola e n el sobre
c o m o si nada, sin d ar explicaciones p o r aquella espera
ta n larga n i d iscu lp arm e p o r m i p ersisten te silencio.
C o m o si to d o ese tie m p o h u b ie ra sido ló g ico y n e c e ­
sario para q u e la fo to apareciera.

C re o q u e e n la carta de aq u el lunes, la qu e llevó la


q u in ta foto, le hablé a papá de esas palabras francesas
q u e habían salido d e m i bo ca sin necesidad de pensarlo.

121
Y q u e tam b ién m e atreví a hablarle del libro de Q u e -
n eau . Pero apenas u n poco.
P orque, claro, a u n q u e lo h u b ie ra leíd o hasta el
final, m e daba c u e n ta de q u e en el fo n d o n o había
co m p re n d id o m u c h o . H a b ía devorado las palabras y
las frases, m e hab ía tragado el libro de la p rim e ra a la
ú ltim a línea. P ero q u é m e había qu ed ad o , al final, m e
era im posible decirlo. Y sin em bargo, au n q u e tantas
cosas se m e h u b ie ra n escapado, estaba segura de q u e
el libro había te rm in a d o p o r provocar, a su m anera,
alg ú n efecto.
P o r eso alg u ien p o d ría p en sar q u e la b ib lio tecaria
te n ía razón. A u n q u e yo sentía q u e en el fo n d o esta­
b a equivocada. M ás aún, c o m p le ta m e n te equivocada:
p o rq u e ahora m e m o ría d e ganas d e d e c ir algo sobre
el libro. N ad a dem asiado preciso, sin em bargo. P orque,
de lo co n trario , habría en m i carta m uchas tonterías.
P ero algo q u ería decir, sí, y algo es algo.
Así que sim p lem en te le c o n té a papá q u e m e h a­
bía gustado la h isto ria de C id ro lin y la del d u q u e de
A uge, y qu e m e hab ía h e c h o feliz q u e h u b ie ra n p o d i­
do reen co n trarse, hacia el final, para charlar u n p o co :
p o rq u e eso, estaba segura, sucedía e n el libro.
D espués trad u je para él, al castellano, la ú ltim a frase
de la novela, e n p rin c ip io p o rq u e era m ás p ru d e n te
citarla que seg u ir c o m e n ta n d o el libro, p ero tam b ién
p o rq u e m e p arecía v erd ad eram en te perfecta. A dem ás,
e n esa frase, las fam osas flores del títu lo h ab ían h e c h o
p o r fin su a p a ric ió n ... al cabo d e doscientas seten -

122
ta páginas. A u n q u e tantas cosas h u b ieran qu ed ad o en
som bras p ara m í, a u n q u e h u b ie ra sido tan difícil llegar
al fin de la lectura, ta n p ro n to co m o la leí m e dije que
esa sola frase justificaba tanta, tan ta pena:

Un manto de lodo cubría aún toda la tierra; pero ya, aquí y


allí, asomaban pequeñas flores azules.

123
Este libro nació de ciertos recuerdos persistentes aunque m u­
chas veces confusos; de un puñado de fotografías y de una
larga correspondencia de la que no subsiste más que una voz:
las cartas que mi padre me envió de la Argentina, donde
estaba preso hacía varios años por razones políticas. Entre el
mes de enero de 1 9 7 9 y el momento en que pudo también
él salir del país, papá y yo nos escribimos una vez por sema­
na. M is cartas desaparecieron, pero yo conservo las suyas. La
primera estáfechada el 21 de enero de 1979, la última el 21
de septiembre de 1981, es decir, pocas semanas después de su
liberación. Durante más de treinta años las había conservado
conmigo, pero no tuve el coraje ni la fu e rza de releerlas. Lo
hice durante la primavera francesa del año 2 0 1 2 .

G racias a Jean -B ap tiste p o r su apoyo y su p acien cia.A


H é lé n e , to rb e llin o travieso q u e in sp iró tantas de estas
páginas c o n su m ira d a y su sonrisa. A A u g u stin y E m i-
lien , p o r la felicidad qu e m e dan. Y a C athy, la m e jo r
de las am igas y la m ás ex ig en te de las lectoras, a quien,
u n a vez m ás, le d e b o m u ch o .

125

Das könnte Ihnen auch gefallen