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Haja visto, por exem plo, os estudos filosóficos dos dois volum es de
H eterodoxia (1949 e 1967) ou os ensaios críticos reunidos em Sentido e
F orm a da Poesia Neo-Realista (1 9 6 7 ), — sem favor algum, um dos m ais
objetivos, equilibrados e esclarecedores estudos críticos já publicados acerca
do fenôm eno “ neo-realista” e seus avatares poéticos em Portugal.
D ividido em oito capítulos, este Pessoa Revisitado abre-se com certas
“Considerações Pouco ou N ada Intem pestivas” , que incidem, e de maneira
direta, sobre o que tem sido até hoje o problema capital para os críticos de
Fernando Pessoa: os seus heterônim os. D iz o ensaísta: “ Infelizm ente, e na
aparência com justificados m otivos ou natural tentação, o objeto primeiro
da exegese de Pessoa não foi sua poesia múltipla, mas a relação dessa múltipla
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poesia com os seus míticos (e reais) autores, o que m ergulhou toda a crí
tica numa miragem criadora de miragens, ( ) . O que foi tom ado real
mente a sério (. ) não foi a silenciosa autonom ia dos poem as no seu con
junto com o o jogo que entre si constituem, mas A lberto Caeiro e Reis e
Campos, considerados com o autores reais dos poem as que Pessoa a justo tí
tulo lhes a trib u i.” (pág. 25 — grifos do au tor).