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Recebeu nos últimos 5 (cinco) anos ou está para receber valores decorrentes de vitória em processo
na Justiça do Trabalho? Atenção! Existem várias...
Questões polêmicas sobre o Imposto de Renda
PGFN publica ato sobre rendimentos tributáveis recebidos acumuladamente
Primeira Vara Federal Tributária de Porto Alegre reconhece a inexigibilidade do IRRF incidente sobre
parte das verbas recebidas em Reclamatória...
Tribunal Superior do Trabalho adota nova posição e afasta a incidência de IR sobre juros de mora
Medida Provisória n.º 497, de 2010 define nova forma de cálculo e afasta a
incidência de IRRF sobre verbas trabalhistas recebidas de forma acumulada:
O artigo 20 da Medida Provisória n.º 497, de 27 de julho de 2010
(D.O.U. de 28.07/2010 – retificada no D.O.U. de 29.07.2010) traz um novo artigo a Lei n.º
7.713, de 22 de dezembro de 1988 que trata sobre o Imposto de Renda e dá outras
providências, in literis:
Medida Provisória n.º 497, de 27 de julho de 2010:
“(...) Art. 20. A Lei n.º 7.713, de 22 de dezembro de 1988,
passa a vigorar acrescida do seguinte art. 12-A:
‘Art. 12-A. Os rendimentos do trabalho e os
provenientes de aposentadoria, pensão, transferência para a
…google.com/…/imposto-de-renda-irrf… 1/17
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provenientes - IRRF sobre as v…
de aposentadoria, pensão, transferência para a
reserva remunerada ou reforma, pagos pela Previdência
Social da União, dos estados, do Distrito Federal e dos
municípios, quando correspondentes a anos-calendários
anteriores ao do recebimento, serão tributados
exclusivamente na fonte, no mês do recebimento ou crédito,
em separado dos demais rendimentos recebidos no mês.
§ 1.º O imposto será retido, pela pessoa física ou jurídica
obrigada ao pagamento ou pela instituição financeira
depositária do crédito, e calculado sobre o montante
dos rendimentos pagos, mediante a utilização de
tabela progressiva resultante da multiplicação da
quantidade de meses a que se refiram os
rendimentos pelos valores constantes da tabela
progressiva mensal correspondente ao mês do
recebimento ou crédito.
§ 2.º Poderão ser excluídas as despesas, relativas ao
montante dos rendimentos tributáveis, com ação judicial
necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se
tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização.
§ 3.º A base de cálculo será determinada mediante a
dedução das seguintes despesas relativas ao montante dos
rendimentos tributáveis:
I - importâncias pagas em dinheiro a título de pensão
alimentícia em face das normas do Direito de Família,
quando em cumprimento de decisão judicial, de acordo
homologado judicialmente ou de separação ou divórcio
consensual realizado por escritura pública; e
II - contribuições para a Previdência Social da União, dos
estados, do Distrito Federal e dos municípios.
§ 4.º Não se aplica ao disposto neste artigo o constante no
art. 27 da Lei n.º 10.833, de 29 de dezembro de 2003,
salvo o previsto nos seus §§ 1.º e 3.º.
§ 5.º O total dos rendimentos de que trata o caput,
observado o disposto no § 2.º, poderá integrar a base de
cálculo do Imposto sobre a Renda na Declaração de Ajuste
Anual do ano-calendário do recebimento, à opção
irretratável do contribuinte.
§ 6.º Na hipótese do § 5.º, o Imposto sobre a Renda
Retido na Fonte será considerado antecipação do imposto
devido apurado na Declaração de Ajuste Anual.
§ 7.º Os rendimentos de que trata o caput, recebidos entre
1.º de janeiro de 2010 e o dia anterior ao de publicação
desta Medida Provisória, poderão ser tributados na forma
deste artigo, devendo ser informados na Declaração de
Ajuste Anual referente ao ano-calendário de 2010.
§ 8.º A Secretaria da Receita Federal do Brasil disciplinará o
disposto neste artigo.’ (NR)” (Grifamos)
O artigo 12-A, suso transcrito, acaba com as discussões relativas
à forma de cálculo do Imposto de Renda Retido na Fonte - IRRF de verbas recebidas em
reclamatórias trabalhistas e, dos provenientes de aposentadoria e pensão, definindo que
deve ser aplicada a tabela progressiva resultante da multiplicação da quantidade de meses a
que se referiram os rendimentos pelos valores constantes na tabela progressiva mensal
correspondente ao mês do recebimento ou crédito, podendo ser excluída da base de cálculo
…google.com/…/imposto-de-renda-irrf… 2/17
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(rendimentos tributáveis) as despesas com a ação judicial, inclusive advogados, desde que
pagas pelo contribuinte sem indenização pela decisão judicial.
Segundo a previsão legal, podem ser também deduzidas as
importâncias pagas a título de pensão alimentícia e contribuições à Previdência Social Oficial.
Na prática, se consideramos um indivíduo que ingressou no Poder
Judiciário pleiteando diferenças devidas a título de rendimentos de seu trabalho num
período de 2 (dois) anos, tendo obtido êxito e recebido em agosto de 2010 a quantia de
R$100.000,00 (cem mil reais) de rendimentos tributáveis numa reclamatória trabalhista,
tendo pago R$10.000,00 (dez mil reais) de honorários contratuais ao seu advogado,
veremos que a redução com relação a tributação de 27,5% diretamente sobre o montante
atualizado da verba recebida, que daria R$27.500,00 de imposto a pagar – como vinha
procedendo a Justiça do Trabalho – é realmente considerável:
(a) Apuração da Base de Cálculo do IRRF conforme MP
n.º 497, de 2010:
R$100.000,00 – Total de verbas tributáveis da reclamatória
trabalhista.
(-)R$10.000,00 – Honorários Advocatícios e despesas
processuais.
(-)R$10.000,00 – Pensão Alimentícia descontada.
(-)R$11.000,00 – Contribuição para a Previdência Social oficial.
_______________
= R$69.000,00
R$69.000,00/24 meses (2 anos) = R$2.875,00
(b) Aplicação da Tabela Progressiva mensal
correspondente ao mês do recebimento ou crédito (Lei
n.º 11.945/2009 ao inciso IV do art. 1.º da Lei n.º
11.482/2007):
Parcela a
Base de Cálculo Alíquota
deduzir
até R$ 1.499,15 - -
de R$ 1.499,16 até R$
7,5% R$ 112,43
2.246,75
de R$ 2.246,75 até R$
15% R$ 280,94
2.995,70
de R$ 2.995,70 até R$
22,5% R$ 505,62
3.743,19
acima de R$ 3.743,19 27,5% R$ 692,78
Dedução por dependente: R$ 150,69
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retido.
Uma inovação é o fato de o contribuinte poder optar se declarará
tais rendimentos integraram a base de cálculo do Imposto de Renda na Declaração de Ajuste
Anual e, se assim optar, os valores pagos a título da exação serão considerados como
antecipação do imposto devido apurado na declaração.
A MP assevera que a Receita Federal do Brasil deverá disciplinar a
forma de aplicação das alterações legais e que os rendimentos recebidos entre 1.º de janeiro
de 2010 e 27 de julho de 2010 já poderão ser tributados pelo novo regime, porém, se
assim proceder, o contribuinte interessado deverá informar na declaração de ajuste anual
referente ao ano calendário de 2010 os valores recebidos e tributados.
Apesar de já ser uma realidade para garantir a não tributação
sobre o valor integral do contribuinte, algumas questões não enfatizadas pela Medida
Provisória continuarão tendo que ser resolvidas perante o Poder Judiciário, como é exemplo
a incidência de Imposto de Renda sobre os Juros moratórios e demais parcelas isentas da
exação. Acaso seja compelido o interessado ao desconto da exação sobre tais verbas, deverá
socorre-se ao Poder Judiciário para garantia de mais este direito.
________________________________
Sobre o regime de progressivo que deve ser adotado, em detrimento ao regime de caixa
comumente efetuado nos processos trabalhistas, da mesma forma que é feito sobre os
descontos previdênciários, aconselho a leitura de interessante texto de autoria de Diógenes
Gomes Vieira, disponibilizado na internet e entitulado DESCONTOS
PREVIDENCIÁRIOS E FISCAIS. POR QUE REGIME PROGRESSIVO PARA
PREVIDÊNCIA SOCIAL E REGIME DE CAIXA PARA O LEÃO??? muito
interesante a análise feita sobre esta dualidade feita pelo jurista.
Os dispositivos legais dos regulamentos são claros em informar a forma correta de calcular
o imposto devido e, segundo a jurisprudência, a aparente antinomia desse dispositivo com
o artigo 12 da Lei n.º 7.713/88 se resolve pela seguinte exege-se: este último disciplina
apenas o momento da incidência do imposto, já os Regulamentos do Imposto de Renda –
RIR disciplinam o modo correto de calcular o mesmo.
Nesse Contexto, no ato de retenção na fonte da exação deve observar as faixas de isenção,
deduções e alíquotas aplicáveis à renda que teria sido auferida mês a mês pelo contribuinte,
se não fosse o pagamento a menor, e não a simples incidência do imposto sobre os
vencimentos totais acumulados recebidos e atualizados em virtude de condenação judicial,
sob pena de estarmos punindo o contribuinte com a retenção indevida de Imposto de
Renda sobre valores dos benefícios percebidos de forma acumulada por mora exclusiva do
próprio empregador e promovendo o locupletamento ilícito da Fazenda Nacional sobre
verbas isentas e não tributáveis.
Após a análise da jurisprudência suso transcrita, verificamos ser cristalino o direito dos
trabalhadores agraciados por verbas decorrentes de condenações em sede de sentenças
trabalhistas, em ver readequado o cálculo do Imposto de Renda devido, como se fosse
apurado mês a mês, acrescido dos valores que deveria ter percebido na época e que só
receberá agora de forma acumulada, graças à decisão judicial do Foro Trabalhista,
respeitadas é claro as isenções e deduções legais.
Admitamos que determinada pessoa física que receba rendimentos do trabalho assalariado,
possua 2 (dois) dependentes e apresente os seguintes dados no mês de março do ano de
2001:
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Levando-se em conta os valores da tabela progressiva supra, o rendimento bruto
apresentado corresponderia à alíquota de 27,5% (vinte e sete e meio por cento), com a
parcela a deduzir de R$ 360,00 (trezentos e sessenta reais). Vamos, agora, calcular o valor
do IR Fonte:
Fica assim demonstrado que um rendimento mensal de R$ 3.000,00 (três mil reais),
percebido no mês de março do ano de 2001, estaria sujeito à retenção na fonte de R$
375,32 (trezentos e setenta e cinco reais e trinta e dois centavos), após os devidos
descontos e deduções legalmente previstas, aplicáveis a cada caso específico. Ao
admitirmos a incidência sobre valores acumulados e à alíquota máxima de 27,5%
estaremos tributando a maior o contribuinte em desrespeito aos postulados normativos da
isonomia (artigo 150, inciso II, da CF/88) e capacidade contributiva (§ 1.º do artigo 145, da
CF/88).
Assevere-se que, além das faixas de isenção no cálculo mês a mês, existem ainda
determinadas verbas que estão albergadas por isenções legalmente previstas, como é
exemplo o artigo 19, II e § 1.º, da Lei n.º 10.522/2002 c/c o Ato Declaratório n.º 06, de
07/11/2006, aonde a União Federal está dispensada de contestar o pedido relativo ao
abono de que trata o artigo 143, da CLT e conversão em pecúnia de 1/3 do período de
férias, da mesma forma que com relação às férias indenizadas, conforme Ato Declaratório
n.º 01, de 18/02/2005.
O pagamento de férias vencidas e não gozadas feito pelo empregador ao seu empregado
em decorrência de rescisão do contrato de trabalho, bem como o auxílio refeição e ajuda
cesta alimentação, aviso prévio, FGTS e a multa de 40%, inclusive os juros de mora e a
correção monetária, não se sujeitam à incidência do imposto de renda.
Tais pagamentos estão abrangidos na regra de isenção referente à indenização paga por
despedida ou rescisão de contrato de trabalho, prevista no artigo 6.º, incisos I, II e V, da
Lei n.º 7.713, de 1988 e no artigo 39, incisos IV, XIII e XX, do Regulamento do Imposto
de Renda, aprovado pelo Decreto n.º 3.000, de 1999.
Destacamos as razões do Voto vencedor, proferidas pelo eminente Des. Federal Antônio
Albino Ramos de Oliveira, no processo suso ementado, verbis:
“(...) no tocante aos juros moratórios que são, por natureza, verba indenizatória dos
prejuízos causados ao credor pelo pagamento extemporâneo de seu crédito, e como tal
conceituados no art. 404 do vigente Código Civil (Lei 10.406, de 10/01/2002):
‘Art. 404. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, serão pagas com
atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, abrangendo
juros, custas e honorários de advogado, sem prejuízo da pena convencional.
Parágrafo único. Provado que os juros da mora não cobrem o prejuízo, e não havendo
pena convencional, pode o juiz conceder ao credor indenização suplementar.’
Outro não era o tratamento dado à matéria pelo art. 1.061 do Código Civil de 1916:
‘Art. 1.061. As perdas e danos, nas obrigações de pagamento em dinheiro, consistem nos
juros da mora e custas, sem prejuízo da pena convencional.’
A única inovação trazida pelo Código Civil de 2.002 foi a possibilidade de o juiz conceder
indenização suplementar caso os juros de mora não cubram o prejuízo do credor - o que
vem, mais uma vez, ressaltar o caráter indenizatório desses juros.
Cuida-se, aqui, de mora no pagamento de verba trabalhista, que tem notória natureza
alimentar, impondo ao credor a privação de bens essenciais de vida, e/ou o
endividamento para cumprir seus próprios compromissos. A indenização, através dos
juros moratórios, corresponde aos danos emergentes, ou seja, àquilo que o credor
perdeu em virtude da mora do devedor. Não há nessa verba, portanto, qualquer
conotação de riqueza nova, a autorizar sua tributação pelo imposto de renda.
Indenização não é renda.
Via de consequência, com renovada vênia ao ilustre Relator, voto dando provimento ao
agravo em maior amplitude, concedendo a antecipação da tutela não só para que o
imposto de renda incidente sobre as diferenças salariais devidas ao autor seja calculado
…google.com/…/imposto-de-renda-irrf… 9/17
19/11/2010 IMPOSTO DE RENDA - IRRF sobre as v…
pela alíquota de 15%, como também para afastar sua incidência sobre os juros
moratórios.”
Pelo Todo exposto, verifica-se que o tema referente à natureza das verbas recebidas a
título de juros de mora, correção monetária, aviso prévio, FGTS e a multa de 40%, da
mesma forma que as férias vencidas e proporcionais, respectivo terço constitucional e
indenização adicional não comportam mais discussão perante a jurisprudência: têm
natureza indenizatória e não estão sujeitas à incidência do imposto de renda ante as
previsões legais apresentadas.
Após as devidas alocações de valores, aplicando as isenções legais a que tem direito e as
tabelas e alíquotas das faixas de isenção mês a mês da época a que se referem tais
rendimentos, é possível verificar uma diferença considerável em relação ao que será retido
na fonte no processo trabalhista e que deveria ser efetivamente pago pelo substituto
tributário e, em conseqüência, efetivamente recebido pelo trabalhador.
Para fins de comprovação da adequação ao disposto no artigo 166, do CTN, apesar de ser
o substituído na relação jurídica tributária de retenção na fonte do Imposto de Renda, deve
ser asseverado que o trabalhador é o único que está a assumir o respectivo encargo
financeiro, o que fica suficientemente comprovado pois a retenção na fonte, se ocorrer, irá
incidir exclusivamente sobre o vencimento devido à ele, sendo a fonte pagadora (substituto
tributário) mera repassadora do desconto fiscal apurado.
Com estas observações, torna-se possível aos trabalhadores beneficiados por valores
recebidos em processos trabalhistas obter a restituição dos valores pagos (retidos na fonte)
a maior ou, impedir a retenção de forma indevida. No primeiro caso, através de pedido
restituição a ser formulado diretamente a Secretaria da Receita Federal do Brasil, após
prévia habilitação do crédito judicial transitado em julgado, nos termos da IN SRF n.º 600,
de 2005.
As previsões legais e normativas são claras e específicas, então, uma vez reconhecido
judicialmente o direito de ter descontado do IRRF, a diferença apurada com o cálculo
efetuado mês a mês, nos moldes previstos pelo RIR (Decreto n.º 3.000/99) e, relativo aos
valores sobre os quais deveria ter sido respeitada a isenção legal, deve-se reconhecer
também, de forma expressa no dispositivo da sentença, o seu direito de efetuar o pedido de
habilitação de crédito (arts. 50 e 51, §§, da IN SRF n.º 600, de 2005), para posterior
pedido de restituição do montante recolhido indevidamente, conforme artigo 54, § único,
da IN SRF n.º 600, de 2005 ou, mediante processamento eletrônico da Declaração de
ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF), nos termos do artigo 3.º, II,
da IN SRF n.º 600, 2005.
Para apuração do quantum debeatur deverá ser elaborada conta mediante a consideração
dos cálculos aritméticos apresentados no processo, que serão elaborados a partir das verbas
discriminadas na planilha utilizada e que foi homologada pelo juízo trabalhista, aonde
foram apresentadas a natureza de cada uma delas. Vejamos a jurisprudência a respeito,
verbis:
“TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. INCIDÊNCIA SOBRE PERCEPÇÃO
ACUMULADA DE DIFERENÇAS SALARIAIS DECORRENTE DE SENTENÇA
PROFERIDA EM RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. INAPLICABILIDADE DO
§ 2.º, DO ARTIGO 46, DA LEI N.º 8.541/92. ARTIGO 12, DA LEI N.º 7.713/88.
ARTIGO 43, DO CTN. ARTIGO 150, II, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. A
percepção acumulada das diferenças salariais, obtida a partir do reconhecimento
judicial do direito do contribuinte de receber valores equivalentes a verbas salariais,
não representa o montante auferido pelo mesmo mês a mês (renda mensal). Assim, o
contribuinte, por ter recebido valores com atraso imputado ao empregador não pode
sofrer tributação em alíquota máxima. 2. A retenção de imposto de renda na fonte deve
levar em conta os valores percebidos mensalmente sob pena de afrontar a isonomia
tributária (artigo 150, II, da CF), nos casos de valores recebidos pelo contribuinte em
razão de decisão judicial trabalhista. Assim, verificada que a renda proveniente do trabalho
do contribuinte era obtida mensalmente, inaplicável, ao caso, o § 2.º, do artigo 46, da Lei n.º
8.541/92. 3. Deve ser a elaborada a conta mediante a apresentação de cálculos
aritméticos pela autora, a partir dos valores recebidos e correta a incidência do
imposto de renda sobre os mesmos, atualizados. 4. A restituição dos valores retidos
indevidamente deve sofrer atualização monetária a partir da retenção pelos índices
determinados. 5. Apelação do autor provida e apelação da União improvida.” (TRF 4.ª, AC
n.º 2005.71.00.008176-2/RS, 1.ª Turma, Relator Álvaro Eduardo Junqueira, julgado em
18/10/2006, DJU de 29/11/2006 - Grifamos)
Apesar do direito à repetição do indébito nas formas suso referidas, a melhor solução para
a restituição do valor é o deferimento de antecipação de tutela a fim de determinar União
Federal (Fazenda Nacional) promova a suspensão da exigibilidade da exação questionada,
oficiando-se a fonte pagadora (substituto tributário) para que se abstenha de efetuar o
desconto fiscal ou, alternativamente, promova o depósito judicial do montante integral do
imposto a ordem deste juízo, até o término do presente processo.
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19/11/2010 IMPOSTO DE RENDA - IRRF sobre as v…
Para ajuizar o pedido pode ser necessário, segundo exigência da 1.ª Turma Recursal do Rio
Grande do Sul (Processo eletrônico n.º 2007.71.50.024849-6): a) A sentença e acórdão; b)
cálculo de liquidação da sentença, contendo discriminação mensal das parcelas recebidas,
ou acordo; c) decisão homologatória do cálculo ou do acordo; d) comprovante de retenção
do imposto de renda; e) contracheques de todo o período objeto do cálculo trabalhista; f)
as Declarações de Ajuste Anual de todo o período objeto do cálculo trabalhista bem como
a do ano-calendário do recolhimento do imposto apurado na reclamatória.
O inteiro teor da liminar suso transcrita pode ser visualizada no site da Justiça Federal do
Rio Grande do Sul.
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19/11/2010 IMPOSTO DE RENDA - IRRF sobre as v…
Assim, a PGFN está autorizada a não contestar, a não interpor recursos e a desistir dos já interpostos,
conforme determina o Parecer PGFN/CRJ nº 287, de 12 de fevereiro de 2009, que concluiu pela dispensa,
desde que inexista outro fundamento relevante, com relação às ações judiciais que visem obter a declaração
de que, no cálculo do IRPF incidente sobre rendimentos pagos acumuladamente, devem ser levadas em
consideração as tabelas e alíquotas das épocas próprias a que se referem tais rendimentos, devendo o
cálculo ser mensal e não global.
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O juízo da 1.ª Vara Federal Tributária de Porto Alegre/RS declarou que as parcelas recebidas
acumuladamente por força de decisão judicial, devem ser tributadas na fonte, quanto à alíquota e montantes,
conforme a tabela progressiva vigente na data em que os rendimentos eram devidos, nos exatos termos em
que incidiria o tributo se as parcelas tivessem sido percebidas à época própria, além da inexigibilidade do
imposto de renda sobre as parcelas recebidas por ocasião da execução de sentença do processo trabalhista
referido na inicial a título de: 1) juros de mora; 2) auxílio refeição e ajuda cesta alimentação; 3) FGTS e
multa; 4) aviso prévio indenizado; e 5) férias indenizadas e respectivo terço.
O autor, através de seus advogados, ajuizou ação de rito ordinário contra a UNIÃO, narrando que o
requerente teria ajuizado reclamatória trabalhista na qual o reclamado foi condenado a pagar férias não
gozadas, auxílio refeição, ajuda cesta alimentação, juros de mora, correção monetária, aviso prévio, FGTS e
multa de 40%. E, em que pese a natureza indenizatória de tais verbas, foram elas indevidamente tributadas,
razão pela qual faz jus à restituição do tributo recolhido e calculado sobre o valor global acumulado, devendo
ser considerado o período mensal da prestação laboral com utilização das alíquotas aplicáveis à época,
conforme o denominado regime de competência.
A UNIÃO respondeu ao pedido, defendendo, entre outras, a legalidade do imposto à alíquota de 27,5%,
porém, em atenção a jurisprudência majoritária, o juízo reconheceu os pedidos formulados na integralidade.
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19/11/2010 IMPOSTO DE RENDA - IRRF sobre as v…
A referida decisão não é definitiva, pois ainda cabem recursos por parte da Fazenda Nacional ou, o reexame
necessário, porém, já é um importante precente a respeito do reconhecimento do direito dos reclamantes em
não ver tributada a totalidade das verbas recebidas de forma acumulada pelo IRRF e obter a restituição do
valor eventualmente pago a maior nos últimos anos.
FONTE: 2008.71.00.008996-8
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O dispositivo passou a considerar os juros como perdas e danos, sem fazer qualquer
distinção entre juros de mora incidentes sobre parcela de natureza remuneratória ou
indenizatória.
O presidente do TST, ministro Milton de Moura França, salientou que, embora a questão esteja
pendente de julgamento no STJ, resolveu trazer as seis vistas regimentais que tinha sobre o
caso para não retardar os processos. Moura França acompanhou o relator originário, ministro
Ives Gandra Martins Filho, que mantinha a incidência do Imposto de Renda, sem prejuízo de
rever o seu entendimento quando o STJ fixar tese a respeito.
Além do relator originário e do presidente do TST, o ministro João Oreste Dalazen votou
nesse sentido. Para Dalazen, a legislação específica do Imposto de Renda é clara ao dispor
sobre a incidência ao qualificar os juros de mora como rendimento do trabalho assalariado, e
não pode ser sobreposta pela legislação geral (Código Civil).
(ROAG 2110/1985)
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19/11/2010 IMPOSTO DE RENDA - IRRF sobre as v…
Anonymous
SOCORRO
Preciso de sua orientação. Em ação movida em 2002, contra uma seguradora onde trabalhava, recebi, em
set/2009, o valor líquido de R$ 106.322,61 (já descontado honorários advocatícios e contábeis).
1a dúvida: Na Declaração de IR devo lançar como rendimento tributável o valor da base de cálculo do IR
(valor do principal), que foi o mesmo valor declarado pela fonte pagadora (R$ 180.711,92), ou lanço este
valor descontando os honorários (R$ 180.711,92 - R$ 46.422,51 = R$ 134.289,41), ou ainda, lanço o
valor líquido (R$ 106.322,61)?
Estou muito assustado. Fiz a minha própria declaração e, no extrato, apareceram pendências. Pedem para
retificar a minha declaração, mas não sei como.
Luiz Reis
luizreis69@uol.com.br
Nuiquer
persistência
Parabéns ao nobre colega pela persistência no tema; de minha parte também entendia que o IRRF não
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19/11/2010 IMPOSTO DE RENDA - IRRF sobre as v…
poderia incidir sobre as verbas senão pelo regime de caixa, vez que o contrário se traduziria em injustificável
prejuízo ao trabalhador que veria descontado de seus haveres impostos que de outra forma não incidiriam se
seu empregador tivesse adimplido seus haveres oportunamente; por esta razão, há longo tempo introduzi nas
minhas exordiais pedido para que o empregador fosse condenado a indenizar o IRRF que incidisse sobre o
montante das verbas condenatórias. Pena que a JTSP não tem a visaão de modernidade da justiça gaúcha.
Parabéns mais uma vez. Nuíquer Sousa Castro Filho - Sousa Castro Advocacia - Santos/SP
4ª Edição da Revista da FESDT - Direito Tributário em Questão publica artigo sobre IRRF
A 4ª Edição da Revista Direito Tributário em Questão da Fundação da Escola Superior de Direito Tributário
- FESDT publicou o artigo de autoria do Dr. Alexandre Röehrs Portinho entitulado IRRF sobre verbas de
reclamatórias trabalhistas.
O artigo apresenta estudo desenvolvido sobre o tema e uma análise a respeito da forma correta de calcular o
IRRF incidente sobre verbas recebidas em reclamatórias trabalhistas, esclarecendo sobre o direito e a
necessidade de observância às deduções e isenções legais, frente aos postulados normativos da capacidade
contributiva e da isonomia.
A Revista da FESDT é referência em divulgação de artigos de Direito Tributário no Estado do Rio Grande
do Sul e segundo o Editorial, Sr. Luiz Antônio Bins - Presidente da FESDT e Diego Galbinski -
Coordenador do Conselho Editorial da Revista da FESDT, nesta nova edição procurou-se honrar o
compromisso da instituição de "proporcionar um ambiente profícuo à discussão dos principais, mais atuais e
candentes temas, questões e desafios em sede do Direito Tributário, tudo, sempre, amalgamado no seio da
maior variedade e da maior liberdade possíveis de opiniões, ideologias e interpretações."
Fonte: http://www.fesdt.org.br/revista_fesdt4.php
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