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Universidade Federal de Santa Catarina

Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos


Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos

ATMOSFERA MODICADA EM ALIMENTOS


Acondicionamento e Embalagens para Alimentos

Doutoranda: Fabíola Diniz da Silva


Professor: Germán Ayala Valencia

Florianópolis, 2018
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Definição Nomenclatura
Polimerização
polímeros

Principais Métodos de
polímeros processamento
Conteúdo
Definição e objetivos da Embalagem de Atmosfera Modificada (EAM)
Tipos de atmosfera modificada
Materiais e equipamentos utilizados
Revisão
Exercício
Atmosfera Modificada

A atmosfera modificada é um método que altera a composição da fase gasosa de


uma embalagem, container ou câmara

É uma técnica aplicada para embalar alimentos refrigerados, frescos ou


processados, com limitada vida de prateleira

(DEVLIEGHERE et al. 1998)


Histórico
O uso da atmosfera modificada teve início com os egípcios, que já armazenavam
alimentos em recipientes hermeticamente fechados.

1821 na França foram realizados os primeiros estudos por Jacquet Beard com frutas.

O grande avanço tecnológico da atmosfera modificada deve-se a Kidd e West, que


iniciaram seus estudos em 1918, na Inglaterra.

A primeira aplicação comercial de preservação de carne fresca por atmosfera modificada


foi na década de 30, sendo empregadas no transporte marítimo de carne resfriada da
Austrália, Nova Zelândia e América do Sul para a Grã-Bretanha.

Essa técnica tem sido aplicada com considerado sucesso na Europa e nos Estados Unidos
vem ganhando espaço desde 1980.
Atmosfera Modificada
A embalagem em atmosfera modificada é um método de conservação de
alimentos, que proporciona:

 aumento da sua validade comercial

 diminui perdas com sua deterioração

 facilita a comercialização dos diferentes produtos


Atmosfera Modificada

A embalagem em ATM é um sistema dinâmico, no qual devem ser considerados


alguns parâmetros:

• Características físico-químicas do produto


• Condições de armazenamento
• Transpiração do produto
• Permeabilidade aos gases através da embalagem

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Potencial de Aplicação

Armazenamento
Exigência e magnitude de resposta favorável
Disponibilidade na estação de produção
Disponibilidade do produto

CARNES AVES PESCADOS QUEIJOS


MASSAS FRESCAS PRODUTOS DE PANIFICAÇÃO
FRUTAS HORTALIÇAS CASTANHAS/NOZES/AMENDOIM
ALIMENTOS PROCESSADOS

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Tipos de Métodos

 Embalagem do produto em sacos confeccionados com filmes poliméricos


sintéticos

 Controle das aberturas de ventilação dos contêineres durante o transporte

 Aplicação de filmes, coberturas comestíveis e ceras na superfície do produto

 Uso de câmaras de armazenamento impermeáveis ao ar e com controle


rigoroso de concentração de gases no seu interior (AC)

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Tabela 1: Extensão da vida de prateleira de alguns alimentos embalados em AM
(Fellows, 2006).

VIDA DE PRATELEIRA (DIAS)


PRODUTO AR AM

CARNEa 4 12

PEIXEa 7 28

FRANGOa 6 18

MASSA FRESCAa 2 10

PÃOb 4 12

BOLOb 14 180

CAFÉb 3 548

a- armazenagem refrigerada
b- armazenagem na temperatura ambiente

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Gases

Os fatores que influenciam na escolha da mistura de gases são:

 A microbiota capaz de crescer no produto

 Sensibilidade do produto ao O2 e ao CO2

 Estabilidade da cor desejada


(CHURCH, 1995)
Dióxido de Carbono (CO2)
 Solúvel em água e gordura

 Efeito bacteriostático devido à:

Inibição direta das enzimas ou diminuição das velocidades das reações enzimáticas

Penetração na membrana bacteriana e consequente alteração do pH intracelular

Alteração das propriedades físico-químicas

Fatores que influenciam o efeito bacteriostático:

 carga bacteriana inicial


 temperatura de estocagem
 tipo de produto embalado
(CHURCH, 1994; CHURCH, 1995)
Dióxido de Carbono (CO2)

A concentração de CO2 pode causar alterações na cor e sabor dos produtos e


favorecer a exsudação de carnes frescas e pescado.

Alimentos com muita umidade como carnes vermelhas e de aves, pescados, a


excessiva absorção de CO2 pode causar o colapso da embalagem, fazendo com que o
produto fique com uma leve aparência de embalagem a vácuo.

(CHURCH, 1994; CHURCH, 1995)


Controle
Efeito CO2 Vácuo
20/80 % (CO2 / N2)
40/60 % (CO2/N2)
50/50 % (CO2/N2)
100 % (CO2 )

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Nitrogênio (N2)

 Gás quimicamente inerte, insípido

 Gás de enchimento para evitar colapso

 Substitui O2 (alternativa para embalagem a vácuo)

Evita crescimento de microrganismos aeróbios

 Baixa solubilidade (água e gordura)

 Menor permeabilidade do que CO2 / O2

 Retarda a oxidação
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(BLAKISTONE, 1999; CHURCH, 1995)
Oxigênio (O2)

 Acarreta oxidação – gorduras, pigmentos, vitaminas

 Acelera o amadurecimento e senescência de frutas e vegetais

 Ocasiona o crescimento de bactérias aeróbias

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(CHURCH, 1995; FLOROS; MATSOS, 2005)
Oxigênio (O2)
A presença em pequenas quantidades é necessária para alguns produtos

Permiti processos básicos Manter a cor vermelha


de respiração aeróbia das carnes frescas

Manter o pigmento da carne, a oximioglobina, que fornece à carne fresca a cor vermelha
característica
Inibe o crescimento de anaeróbias estritas, embora exista uma grande variação da
sensibilidade de anaeróbios ao O2
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(CHURCH, 1995; FLOROS; MATSOS, 2005)
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Tabela 2: Misturas de gases para alguns alimentos EAM
Produto %CO2 %O2 %N2

Produtos assados 60 0 40

Queijo duro 60 0 40

Queijo maturado 0 0 100

Creme 0 0 100

Crustáceos 40-60 20-30 0-30

Salgadinhos secos 40-60 0 70-80

Peixe (gorduroso) 30-60 0 40-70

Peixe (branco) 40-60 20-30 0-30

Frutas/hortaliças 3-10 2-10 80-95

Carne (cozida) 25-35 - 70-75

Carne (curada) 20-35 - 65-80

Carne (vermelha) 15-40 60-85 0-10

Massa (fresca) 50-80 - 20-50

Pizza 40-60 0-10 40-60

Frango 20-50 - 50-80


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Adaptada de Day (1992) e Smith et al. (1990)
Atmosfera modificada Passiva

Produto é colocado dentro de uma embalagem selada, permeável a gases

Não há controle estrito sobre a atmosfera interna obtida

Atmosfera é criada por meio da própria respiração do produto dentro da


embalagem, até que se atinja um equilíbrio

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Atmosfera modificada Ativa

Modificação da atmosfera do interior da embalagem por misturas


gasosas com concentrações pré-estabelecidas

Essa atmosfera pode ser alterada durante o armazenamento

Podem utilizar sistemas com baixas ou elevadas concentrações de O2


em misturas com outros gases, como CO2, CO, N2

Podem ser utilizadas em uma variedade de produtos como pães, bolos,


biscoitos, pizzas, massa fresca, queijo, carnes, frutas entre outros

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Passiva x Ativa
Concentração O2/CO2 (%)

Tempo de armazenamento (horas)

A diferença entre os 2 métodos está no grau


de controle das concentrações de gases. 24
Embalagem a vácuo

É o acondicionamento do produto em embalagens com barreira aos gases nas


quais o ar é removido para prevenir o crescimento de organismos
deteriorantes, a oxidação e a descoloração do produto.

Geralmente são utilizados filmes com baixa permeabilidade a gases.

(Phillips, 1996)
Atmosfera Controlada

 Consiste na modificação e controle dos gases no meio de armazenamento


durante todo período de estocagem

 Envolve o uso de câmaras herméticas a gases e implica a adição ou remoção de


gases, exigindo um controle instrumental rigoroso da composição atmosférica

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(Phillips, 1996)
Material de embalagem para EAM

 Barreira baixa (>300 cc.m-2) para envolver carne fresca ou outras


aplicações nas quais a transmissão de oxigênio é desejada

 Barreira média (50 a cc.m-2)

 Barreira alta (10 a 50 cc.m-2)

 Barreira ultra-alta (<10 cc.m-2) que protege o produto do oxigênio até


o final de sua vida de prateleira

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Material de embalagem para EAM

As seguintes propriedades físicas são essenciais nos materiais escolhidos:

 baixa transmissão de vapor de água

 elevada capacidade de barreira ante os gases

 resistência mecânica aos esforços sofridos durante o manejo da máquina

 alta capacidade de proporcionar a integridade da vedação

 assegure a retenção do gás desde o envase até que seja aberto pelo
consumidor

(HASTINGS, 1993)
Material de embalagem para EAM
Os materiais mais utilizados são:

 Policloreto de vinila (PVC)

 Polipropileno (PP)

 Poliestireno (PS)

 nylon

 Polietileno (PE)

Suas propriedades de barreiras dependem da espessura


Material de embalagem para EAM

PEBD PP
 Versátil  quimicamente similar PE

A permeabilidade é  pode ser extrusado ou coextrusado


moderadamente baixa para o vapor para proporcionar características de
de água vedação pelo calor

 alta para o O2  proporciona maior barreira aos


gases e ao vapor de água do que o
 reduzido efeito de barreira contra PE
os odores

(GREENGRAS, 1993)
Material de embalagem para EAM

PVC PS
 filme termo formável mais utilizado  polímero termoplástico claro
ATM
 elevada resistência à extensão
 boa capacidade de barreira diante dos
gases e moderada ante o vapor de  propriedades de barreira reduzidas
água

 excelente resistência a gorduras

(GREENGRAS, 1993)
Material de embalagem para EAM

Nylons
 filmes resistentes com elevada resistência à extensão

 higroscópicos e suas propriedades mecânicas se alteram graças à


absorção de água

 É recomendado para uso em produtos cárneos (conter ossos afiados)

(GREENGRAS, 1993)
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Máquinas Embaladoras para Utilização em AM

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Máquinas Embaladoras para Utilização em AM

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Máquinas Embaladoras para Utilização em AM

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Máquinas Embaladoras para Utilização em AM

Vídeo

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Máquinas Embaladoras para Utilização em AM

38
Vídeo

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Quadro de vantagens e desvantagens da atmosfera modificada
Vantagem Limitações
Aumento da vida de prateleira Custo adicional
Aumento da armazenagem resulta em
diminuição das perdas econômicas e aumento do Necessidade de controle da temperatura
raio de distribuição
Menos entregas de distribuição levando a custos Necessidade de equipamentos especiais e
mais baixos treinamento de operadores
Aumento do tamanho das embalagens tem
Pouca ou nenhuma necessidade de conservantes
impacto sobre o custo de transporte e exibição
químicos
no varejo
Separação mais fácil de alimentos fatiados (com Os benefícios são perdidos na abertura ou
exceção de embalagem a vácuo) vazamento da embalagem
Segurança dos alimentos a ser estabelecida para
Boa apresentação dos produtos
alguns alimentos 40
Parâmetros Críticos

 Qualidade inicial do produto


 Especificação da mistura gasosa
 Controle de temperatura
 Propriedades de mecânicas da embalagem
 Eficiência do equipamentos de acondicionamento

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Garantia de qualidade de EAM

Apesar da Embalagem com Atmosfera Modificada ser um processo bem


estabelecido, é uma boa prática manter rígidos controles de qualidade através do
teste da embalagem.

Níveis incorretos de O2, tanques de gás vazios e barras de soldagem ruins podem
causar misturas imprecisas de gases e solda de má qualidade resultando na
deterioração do produto.

Testes de rotina da embalagem com analisadores de gases asseguram qualidade da


embalagem, uniformidade e consistência da marca.

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Algumas Pesquisas
EFEITO DA ATMOSFERA MODIFICADA ATIVA NA PÓS-COLHEITA MANUTENÇÃO DAS
CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DO TOMATE DE CEREJA

T de armazenamento dos tomates: 5 °C


Materiais poliméricos: polipropileno biorientado / polietileno de baixa densidade (BOPP /
LDPE)
Atmosferas testadas: ar sintético (controle), 5% O2 + 95% N2 (MAP 1), 5% O2 + 5% CO2 +
90% N2 (MAP 2) e 5% O2 + 10% CO2 + 85% N2 (MAP 3).

A combinação de tratamento com MAP 2 e baixa temperatura foi eficaz no que diz respeito a
retardar a maturidade e a qualidade do fruto durante o armazenamento de tomates cereja.
Os resultados mostraram que a MAP ativa pode prolongar a vida de prateleira dos tomates-
cereja por 25 dias e a concentração de gases pode influenciar as características físico-
químicas do tomate-cereja.
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FAGUNDES, et al. 2013
Algumas Pesquisas

PRÉ-SOLUBILIZAÇÃO DO CO2 PARA INIBIÇÃO DO CRESCIMENTO MICROBIANO E


PROLONGAMENTO DA VIDA ÚTIL DE ALIMENTOS

Uma maneira de aumentar a eficiência bacteriostática do CO2 e a eficiência


volumétrica das embalagens é pela dissolução do CO2 no produto antes de ser
embalado.

Esse método de pré-solubilização do CO2 no produto é chamado de SGS (Soluble Gas


Stabilization), com potencial de prevenir o colapso da embalagem causado pela
solubilização do CO2, reduzir o volume livre das embalagens e aumentar a vida útil do
produto em comparação à atmosfera modificada tradicional.

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Pré-solubilização CO2

Vídeo

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Resumindo
 A embalagem em atmosfera modificada consiste na substituição dos gases no interior da
embalagem por uma mistura predeterminada.

 A técnica pode ser feita ativa ou passivamente.

 A escolha do material de envase, da mistura de gases e de suas proporções vai depender,


principalmente, do tipo de alimento e dos mecanismos de deterioração.

 Se o alimento não respira e sua deterioração ocorre pelo crescimento de


microrganismos deteriorantes, como nas carnes e derivados, a mistura ideal deve
possuir altas concentrações de CO2 e o filme de embalagem deve ter pouca
permeabilidade aos gases.
 As frutas e vegetais, que são alimentos que continuam respirando após a colheita, a
técnica de embalagem mais utilizada é a passiva, que permite o equilíbrio entre os gases
CO2 e O2 no interior da embalagem, e o filme deve possuir permeabilidade
intermediária aos gases para possibilitar a troca gasosa.
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Exercício

Qual a diferença quanto à resposta do processo para os alimentos de


origem vegetal e animal submetidos a atmosfera modificada?

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Referências
BLAKISTONE, B. A. Principles and applications of modified atmosphere packaging of Foods. New York:
Chapman & Hall, 1999.
CHITARRA, M. I. F.; CHITARRA, A. B. Pós-colheita de frutos e hortaliças: fisiologia e manuseio. 2. ed. rev.
e ampl. Lavras: UFLA, 2005.
CHURCH, N. Developments in modified-atmosphere packaging and related technologies. Trends in Food
Science e Technology, v. 5, p. 345-352, 1994.
CHURCH, I. J.; PARSONS, A. L. Modified atmosphere packaging tecnology: a review. Journal of the
Science of Food and Agriculture, v. 67, p. 143-152, 1995.
FLOROS, J. D.; MATSOS, K. I. Introduction on modified atmosphere packaging. In: HAN, J. H. Innovations
in food packaging. 2005.
GREENGRASS, J. Films para envasado en atmósfera modifi cada. In: PARRY, R.T. Envasado de los
alimentos em atmosfera modificada. Madrid: A. Madrid Vicente, 1993. p. 79-118.
HASTINGS, M. J. Maquinaria de empaquetado. In: PARRY, R.T. Envasado de los alimentos em atmosfera
modificada. Madrid: A. Madrid Vicente, 1993. p. 56-78.

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