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M.E.B.
Métodos de Estudo Bíblico
____________
Curso FOCO
4ª Edição
Março de 2015
Este curso foi desenvolvido com base em recursos disponibilizados por: Émerson S. Pereira,
professor de MEB do Seminário Bíblico Palavra da Vida, em Atibaia-SP; Igreja Batista Cidade Univer-
sitária em Campinas (ibcu.org.br); e Yuri de Aráujo Alves, bacharel em Teologia com ênfase pastoral
A distribuição deste material precisa da autorização de seus editores. A venda deste livro não
está autorizada.
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO DO CURSO........................................................................................4
1.1 DESCRIÇÃO..................................................................................................................4
1.2 PROPÓSITO...................................................................................................................4
1.3 OBJETIVOS.....................................................................................................................4
2. INTRODUÇÃO A MEB.....................................................................................................5
3.1 ORAÇÃO......................................................................................................................10
ANEXO 5 – ADVÉRBIOS....................................................................................................50
1. APRESENTAÇÃO DO CURSO
1.1 DESCRIÇÃO
Métodos de Estudo Bíblico é uma matéria composta por técnicas de leitura, inter-
estudo mais profundo e exato da Bíblia. MEB não visa sanar todas as dúvidas que o
aluno tenha sobre textos bíblicos, mas sim capacitá-lo a chegar a uma conclusão pró-
1.2 PROPÓSITO
1.3 OBJETIVOS
atual;
2. INTRODUÇÃO A MEB
Cl 3.16
2Tm 3.16,17
2Tm 2.15
Sl 19.7-11
Sl 119.9,11
Sl 119.28
Sl 119.99,100,104
Sl 119.105
Cl 1.9,10
1Pe 2.2
•
•
•
•
•
Curso FOCO – Métodos de Estudo Bíblico
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• Tirar o texto de seu contexto e utilizá-lo como fundamento para uma prática
ou ideia;
“O estudo bíblico efetivo requer um método. Não se ensina uma criança nadar, jogando-a na
parte funda de uma piscina e dizendo: ‘Tudo bem, agora nade.”
H. Hendricks e W. Hendricks
Analítico
É o exame cuidadoso de um capítulo, trecho ou versículo bíblico. É o estudo do objeto
em seus pormenores, tendo o cuidado de notar até os mais diminutos aspectos. As partes da
passagem são estudadas como por um microscópio. É como entrar numa biblioteca e focali-
Sintético
como uma unidade, visando entender seu sentido como um todo. Este estudo não se preocu-
pa com os pormenores, mas com o escopo global do livro, como que por um telescópio. É
como entrar numa biblioteca e focalizar uma estante inteira. Usa gráficos, tabelas, quadros
etc. Exemplo: Efésios: minha nova vida em Cristo; Gálatas: justificados pela fé vivendo no
Tópico ou Temático
dela. Nesse método um tópico é "caçado" através da Bíblia. Este estudo exige o uso de uma
Biográfico
pode enfatizar exemplos positivos e negativos, virtudes, feitos, relacionamento com Deus,
etc. Exemplos: A vida de Moisés: 40 anos no Egito, 40 anos em Midiã e 40 anos no deserto;
Cronológico
É o estudo que remonta e traça uma linha de tempo, organizando fatos históricos rela-
cionados a pessoas, reinos, eventos, acontecimentos etc. Este estudo pode servir como pano
Geográfico
personagens ou fatos históricos. Este exame inclui lugares, cidades, montes, rios etc.
Exemplo: Elias nos montes Carmelo e Horebe (1Rs 18-19); viagens missionárias de
Histórico
É o estudo que se preocupa com a história bíblica. Pode envolver aspectos cronológi-
Doutrinário
É o estudo de uma doutrina ou conceito teológico, que pode abranger toda Bíblia, ou
algum livro, autor ou gênero literário bíblico. A abordagem deste estudo pode seguir um pa-
drão sintético, analítico ou tópico, podendo ser apoiado por livros de teologias sistemáticas.
Etimológico
bíblicas. A eficácia deste estudo necessita a consulta nos idiomas originais bíblicos, através de
léxicos, comentários exegéticos, concordâncias nas línguas bíblicas ou texto bíblico original.
- partindo do Geral para o Específico. Buscaremos uma abordagem exegética, não eise-
gética. Uma abordagem eisegética tenta explicar um texto com base em pressupostos.
O estudo exegético visa chegar a conclusões extraídas do próprio texto em seu contex-
to, tomando cuidado com os pressupostos, embora não seja possível anulá-los por
EISEGESE
EXEGESE
trair, conduzir para fora como um comentário crítico que analisa o texto no contexto
original. A eisegese é o inverso. A preposição grega eis, “para dentro”, indica movi-
todo estudo bíblico, pois se refere à prática do que foi estudado. A ausência da aplica-
3.1 ORAÇÃO
Bendito sejas, Senhor! Ensina-me os teus decretos.
Sl 119:12 - NVI
Sl 119:18 - NVI
Faze-me discernir o propósito dos teus preceitos, então meditarei nas tuas maravilhas
Sl 119:27 - NVI
Ensina-me, Senhor, o caminho dos teus decretos, e a eles obedecerei até o fim.
Sl 119:33 - NVI
Dá-me entendimento, para que eu guarde a tua lei e a ela obedeça de todo o coração.
Sl 119:34 - NVI
Sl 119:36 – NVI
Sl 119:73 – NVI
Curso FOCO – Métodos de Estudo Bíblico
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versículo.
Para o nosso estudo em sala de aula utilizaremos como exemplo o livro de 2 João.
◦ Dados Introdutórios
carta?
palavras-chave?
◦ Anotações Gerais – Faça alguma anotação que julgue ser relevante; levante
questões que surgiram ao longo da leitura para serem respondidas até o término do
estudo.
Destinatários: Uma senhora e seus filhos (v.1,5). Aparentemente o autor os conhece bem
e sente um grande carinho e amor (v.1,4)
Pano de Fundo: Alguns falsos mestres que estavam se infiltrando nas comunidades
evangélicas e casas a fim de converter os cristãos às suas doutrinas antibíblicas e pecami-
nosas. O apóstolo exorta os crentes a não receberem em suas casas aqueles que negam a
fé em Cristo e querem destruí-la (v.7-11).
Temas Principais: Hospitalidade (v.10), comunhão (v.10,11), falsos mestres (v.7), perseve-
rança na fé (v.8), anticristo (v.7).
Interesses do Autor: Tratar um problema com falsos mestres; exortar os crentes à perse-
verança.
Anotações Gerais:
(1-3)
(4-11)
(12-13)
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Autor
Data
Destinatário
Pano de Fundo
•
•
Temas Principais
•
•
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•
•
Interesses do Autor
•
•
Gênero Literário
Anotações Gerais
Divisão em Parágrafos
-----------------------------x-----------------------------
• Estudo Micro
Enquanto no Estudo Macro olhamos para o livro de modo panorâmico, agora
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◦ Clima do Texto
mento etc.
◦ Perguntas Observadoras
Quem? Para quem? O quê? Onde? Como? Quando? Quanto? Por quê? Para quê?
Quem ?
Quem são as pessoas ?
O que sabemos sobre elas de antemão ?
O que elas dizem ?
O que dizem delas ?
Escreveu ? (autor)
Para quem escreveu ? (público)
O que ... ?
O que está acontecendo?
Um milagre? De que tipo?
Uma História? Você consegue descrevê-la?
Uma ordem?
O que cada personagem está falando, fazendo?
O que acontece antes do evento? e depois? [tente entender a relação
entre o que vem antes e o que vem depois].
Que eventos acontecem?
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Quando... ?
Quando as coisas aconteceram?
Cedo? A tarde? De madrugada?
Que dia? O que aconteceu na véspera?
Em que período? (contexto)
Em que época da vida dos personagens?
Quando foi escrito o livro?
Como...?
Como as coisas aconteceram?
Rapidamente?
Vagarosamente?
Por meio de um milagre?
Por mãos humanas?
Por que...?
Por que as coisas aconteceram?
Por que foi incluído? (veja Jo 20.30,31; 1Jo 2.26, 5.13)
Por que antes disso / depois daquilo ?
Por que alguém disse algo? Se calou?
Para que?
Houve um propósito?
Um objetivo?
◦ Estrutura Gramatical
▪ Verbos – Observe com calma. Avalie o tempo verbal, voz (passiva ou ati-
epístolas apostólicas.
◦ Perguntas Observadoras
O que sabemos delas? - conhecia seus ouvintes e se importava muito com eles (v.1).
O que dizem delas? - São crentes e estão nos caminhos da verdade (v.1,4).
O que está acontecendo? - A influência de falsos mestres tem corrompido a muitos cristãos.
O quê está falando? - O apóstolo ensina que os cristãos não deveriam cumpri-
trina de Cristo.
Como fazer o que está sendo dito? - Não receber em casa nem cumprimentar os
falsos mestres.
Por quê? - Porque quem hospeda ou cumprimenta os falsos mestres tem parte
◦ Estrutura Gramatical
Verbos principais
Substantivos principais
“doutrina” → singular, pois se refere a uma doutrina (a de Cristo – v.9), e não de várias
outras doutrinas.
Modificadores
“na” (v.9) – prep. “em” + “a” (artigo definido) – se refere a uma doutrina específica.
“porque” (v.11) – conj. explicativa – fornece uma explicação para o que foi dito antes.
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◦ Estrutura Literária
9 Todo aquele que prevarica, e não persevera na doutrina de Cristo, não tem a Deus.
EFEITO CAUSA
Quem persevera na doutrina de Cristo, esse tem tanto ao Pai como ao Filho.
EFEITO CAUSA
10 Se alguém vem ter convosco, e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis.
CAUSA EFEITO
“Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo
de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua
meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentin-
do uma mesma coisa. 3 Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humil-
dade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. 4 Não atente cada um para
o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.
5 De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus,
6 Que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, 7 Mas es-
à morte, e morte de cruz. 9 Por isso, também Deus o exaltou soberanamente, e lhe
deu um nome que é sobre todo o nome; 10 Para que ao nome de Jesus se dobre todo
o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, 11 E toda a língua con-
SIGNIFICA?
Neste passo buscaremos determinar de modo
• A Necessidade da Interpretação
A interpretação é necessária devido à existência
de algumas barreiras:
Barreira Linguística
_______________________________
_______________________________
Barreira Cultural
_______________________________
_______________________________
_______________________________
Barreira Histórica
_______________________________
Barreira Geográfica
_______________________________
Barreira Literária
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Contradição do texto
Subjetivismo/Relativismo
Neo-ortodoxismo
• Estudo Macro
◦ Princípios de Hermenêutica Geral
-----------x-----------
1 Alguns estudiosos defendem que há uma exceção para essa regra quando o assunto é profecia, pois
o seu cumprimento pode apontar para momentos históricos e escatológicos ao mesmo tempo.
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◦ Mensagem do Livro
2João
A cooperação ministerial depende da comunhão da fé segundo a Verdade.
Efésios
Privilégios espirituais no Cristo exaltado devem levar o corpo ao crescimento em união, à santificação
na vida diária e ao triunfo no conflito espiritual. 2
Gálatas
O cristão é justificado e santificado pela fé em Cristo, no poder do Espírito Santo, sem as obras da lei.
fira verbos como almeja, conduz, promove, resulta, aponta, impede, delimita, auxilia, motiva,
Sl 23.1
Jo 3.16
Mt 6.25-33
-----------x-----------
◦ Propósito do Livro
Resuma o propósito do livro inteiro em uma sentença. Isso será muito impor-
tante para a interpretação de qualquer parágrafo do livro, pois tudo deverá estar re-
Exemplos:
1João
Capacitar os crentes a discernir os verdadeiros filhos de Deus, fortalecendo-lhes a fé
e motivando-os à santificação e perseverança na verdade.
2João
Fortalecer a fé dos cristãos ao instruí-los sobre a hospitalidade e relacionamento sadios.
Efésios
Encorajar o desfrute da posição privilegiada da Igreja em Cristo
e sua aplicação na vida cotidiana para Cristo no mundo. 3
Gálatas
Convencer os crentes sobre a autoridade apostólica de Paulo e
a verdadeira relação entre a lei, o evangelho e a liberdade em Cristo,
conduzindo-lhes à verdadeira vida pela graça e pela fé.
◦ Esboço Sintético
Nível avançado: Dê um título para cada parágrafo e depois faça uma proposi-
ção4 para cada um deles. Esse ponto é importante pois auxilia o estudante a ter uma
cionam.
Exemplo em 2 João:
ESBOÇO SINTÉTICO – 2 João
1. SAUDAÇÃO (1-3)
A saudação apostólica visa se identificar com os leitores como participantes eternos da Verdade cristã.
2. ORIENTAÇÃO (4-11)
2.1 Exortação à Perseverança na Verdade (4-8)
A presença de falsos mestres na comunidade cristã promoveu a necessidade de uma exortação à
perseverança na fé pura e à rejeição dos anticristos, atitude que possibilita o progresso do discipulado
outrora iniciado.
3. DESPEDIDA (12-13)
O término da breve carta sugere um ambiente de urgência para uma solução.
-----------x-----------
4 Proposição é uma frase completa – Sujeito + Verbo + Predicado. Deve-se procurar usar termos auto
explicativos, pois a frase visa explicar o texto. No caso de proposições para livros/parágrafos os
termos devem ser bem gerais, para abranger ao máximo o conteúdo apresentado.
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• Estudo Micro
◦ Hermenêutica Especial
Hermenêutica Especial. Uma vez que a hermenêutica geral trata de princípios gerais
que pertence o texto ou passagem bíblica. Ver quadro "Gêneros Literários da Bíblia"
(Anexo 1).
Após identificar o gênero literário, o estudante deve cuidar para tratar distinta-
mente cada gênero. Por exemplo, parábolas não devem receber o mesmo tratamento
concedido às epístolas; apesar, de toda Bíblia ser a Palavra de Deus, o próprio Deus
ao escreverem seus livros e epístolas - elemento que evidencia ainda mais a riqueza
da unidade bíblica.
Algumas orientações:
As narrativas não devem ser vistas como normativas, sim como descritivas;
As profecias devem ser entendidas à luz do plano histórico revelado nas Escrituras;
As epístolas são normativas e suas aplicações devem cuidar das questões culturais da
época;
As poesias refletem ideias e pensamentos que devem ser interpretados como princípios;
Os provérbios devem ser vistos como princípios, não como mandamentos ou promessas;
"Entendes o Que Lês", por Gordon Fee e Douglas Stuart . Edições Vida Nova
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◦ Figuras de Linguagem
especial.
Categoria Função Exemplos
Sl 1.4
SÍMILE Comparação explícita através de termos (semelhante, como, tal...). Lc 10.3
Is 40.6
METÁFORA Comparação implícita através de uma figura ou símbolo. Utiliza o verbo Mt 5.13
(ser).
Gn 25.23
METONÍMIA Troca de nomes por outros de mesma relação. Lc 16.29
Gn 6.12
SINÉDOQUE Troca de conceitos por outros de mesma relação. Rm 3.23
Gn 4.10
PERSONIFI- Atribuição de características humanas a coisas, ideias, animais... Is 55.12
CAÇÃO
2Cr 16.9
ANTROPO- Atribuição de características humanas a Deus. Sl 8.3
MORFISMO
At 7.60
EUFEMISMO Suavização de uma expressão, substituição por uma mais agradável. 1Co 11.30
Dt 1.28
HIPÉRBOLE Exagero para se dar uma ênfase. Sl 6.6
1Re 18.27
IRONIA Linguagem sarcástica. Jr 18.18
Is 5.1-7
PARÁBOLA Símile ampliada: história + aplicação. Lc 8.4-15
Is 5.1-7
ALEGORIA Metáfora ampliada: história + aplicação. Rm 7.1-6
Pv 27.18-21
PROVÉRBIO Parábola ou alegoria comprimida. 28.3
Pergunta que exige resposta não verbal, mas força uma resposta lógica e Gn 18.14
RETÓRICA óbvia. Rm 8.31
FIGURADO OU LITERAL?
Figura
Texto Categoria Sentido no Texto
(palavra no texto)
Sl 17.6
Mt 5.14
Is 55.12
Dt 1.28
Rm 11.34
1Pe 1.24
Gn 18.14
Sl 84.11
Sl 98.8
Lc 8.4-15
Pv 15.3
-----------x-----------
◦ Estudo de Vocábulos
▪ Nível Básico
(em português).
▪ Nível Avançado
Observação:
braica ou grega);
1) ir para o lado de
2) passar a frente ou por sobre sem tocar em algo
3) ultrapassar, negligenciar, violar, transgredir
4) passar tanto a ponto de desviar-se de
4a) partir, sair, ser dissuadido de
5) alguém que abandona sua verdade
Dicionário VINE
Literalmente, “ir à parte, afastar-se”, por implicação, “ir além”.
Conclusão
Como João estava falando sobre os falsos mestres, que não permaneceram na
afastaram da verdade do evangelho de Cristo. E por isso eles não eram de Deus.
IMPORTANTE:
O estudo de vocábulo tem como objetivo lançar luz ao entendimento do estudante e ouvintes,
uma vez que existe uma barreira linguística levantada pelos séculos que separaram o escritor
O estudante não fará um estudo de vocábulo de todas as palavras e termos de seu texto. Depen-
dendo do seu conhecimento e habilidade com línguas bíblicas (hebraico e grego), terá maior facili-
dade em identificar e definir palavras e expressões centrais. Porém, de maneira geral, deverá ob-
servar qual ou quais termos apresentam um valor importante ou destaque no texto em estudo
(dentro do raciocínio do escritor bíblico) que “merecem” uma análise específica a fim de ajudar na
◦ Correlação
texto e com outras passagens bíblias (correlação interna), e na consulta de outras fer-
1. Conteúdo
Qual o significado aparente da expressão/trecho de seu parágrafo quando
Exemplo: 2Jo 10
Parece que João está falando que há um tipo de pessoa que se desviou da dou-
trina de Cristo. Essa pessoa não tem a Deus, não é convertida (v.9). Assim, se ela vies-
se ao encontro dos cristãos, eles não deveriam recebê-la (v.10). Pois isso significaria
Conclusão 1: O v.10 significa que os crentes não devem falar com desviados da fé.
2. Contexto
Como os parágrafos anteriores e posteriores auxiliam na interpretação do tex-
to? Como seu parágrafo se relaciona com o restante do livro (antes e depois)? Como
Exemplo: 2Jo 10
João, após uma saudação (1-4), expressa sua alegria por saber que alguns de
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seus conhecidos perseveram na verdade, no evangelho (5,6). Sua felicidade tem ainda
mais motivos diante da realidade de falsos mestres, que tem pregado heresias a res-
peito de Jesus. Por isso, João também exorta aos cristãos que tenham muito cuidado,
Então vem o parágrafo 9-11, com uma ordem para não se associar com os des-
viados do evangelho.
incrédulo. Seu foco deve estar nos falsos mestres que ensina heresias sobre Jesus. As-
sim, o v.10 significa que os cristãos não deveriam receber e conversar com esses men-
tirosos.
3. Comparação
Veja se o ensino extraído de seu parágrafo está presente em outros textos bíbli-
Exemplo: 2Jo 10
Gl 1:8 - Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho
além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.
Curso FOCO – Métodos de Estudo Bíblico
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Jo 8:47 - Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso vós não as escutais,
porque não sois de Deus.
1Jo 4:2 - Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus
Cristo veio em carne é de Deus;
Conclusão 3 – a 2ª conclusão pode ser reforçada com base nos textos acima.
4. Consulta
Somente neste momento o estudante utilizará de ferramentas interpretativas
Exemplo: 2Jo 10
1. John MacArthur comenta que João não está proibindo os cristãos de receber pesso-
as que estão em desacordo com questões de menor importância. Seu alvo era os fal-
sos mestres, que estavam promovendo uma campanha contra o evangelho, visando
de vínculo com eles. Pois os cristãos só poderiam ajudar aqueles que proclamam a
2. Simon Kistemaker explica que era comum que os cristãos se reunissem em casas
darem espaço para as pessoas que querem destruir a igreja de Jesus com suas falsas
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doutrinas. Aquele que fizesse poderia ser considerado cúmplice das más obras desse
3. Segundo John Stott, João não estava proibindo o recebimento de visitantes casuais
e normais, mas sim de mestres oficiais, que vinham com uma doutrina errada a ensi-
nar. A esses, não se devia receber em casa, nem mesmo dar-lhes boas vindas. (I,II e III
4. C.H. Dodd diverge dos comentaristas acima. Ele defende que João estava proibin-
pelos falsos mestres. Assim, não se deve entender o v.10 como uma ordem para hoje.
Conclusão 4 – João tem em mente os falsos mestres (cf. 7-9), que viviam de casa em
casa, buscando seduzir os crentes verdadeiros para si. O v.10 significa que os cristãos
não deveriam receber esses homens, nem sequer dar-lhes boas vindas. Pois isso de-
5. Conclusão
Pronto. Agora basta escrever uma conclusão final para o texto analisado no es-
6. Comprovação
Esse ponto é melhor aplicado no caso de um ensino amplo, como o significado
ção não é impossível, mas pode ser bem mais difícil. Pois a ideia aqui é comprovar
que sua última conclusão se encaixa na mensagem e propósito do livro, os quais você
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registrou no seu Estudo Macro, no passo da Observação. Para tanto, faça o seguinte:
• Relacione sua conclusão final com a mensagem do Livro. Demonstre que sua
gem ou propósito do livro então algo pode estar errado. Verifique se sua mensagem e pro-
pósito do livro estão corretas e depois verifique se seu estudo de interpretação micro seguiu
todos os passos.
proposição (Tema central + Verbo + Complemento). Essa frase deve resumir o ensino
básico da passagem.
OBS.: É possível que o seu texto tenha palavras que necessitaram de um estudo
mais profundo para que você as compreendesse melhor. Assim, ao construir sua pro-
leitor que não teve todo o trabalho de pesquisa sobre o texto. Procure utilizar termos
Por exemplo: Em vez de escrever “A justificação pela graça de Deus ocorre median-
Cristo“, ou “A culpa pelo pecado é cancelada pelo favor imerecido de Deus por meio
Lembre-se que nesse momento nós devemos interpretar o texto, dizer o que sig-
texto.
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conclusão de seus estudos e perdem a praticidade que Deus espera de todo cristão.
terpretada nos dias atuais, nas mais diferentes situações. Desta forma há somente
uma interpretação verdadeira e correta para o texto, ainda que possa haver muitas
Uma vez que o estudo bíblico conduz à aplicação, o estudante deve entender
que durante o processo a Aplicação deve receber a mesma atenção que conferida à
Observação e à Interpretação.
hoje. Por exemplo: Deus deseja que seu povo seja santo, assim como
Ele é santo.
▪ Contexto
▪ História
▪ Cultura
◦ Princípio x Literalismo
O que pode nos auxiliar a descobrir qual o princípio por trás do texto é
• Perguntas Aplicativas
bíblico ou mensagem:
1. Há um exemplo a seguir?
3. Há um erro a evitar?
4. Há um pecado a abandonar?
Família:
Pessoas:
Relacionamentos:
Grupos Sociais:
Igreja:
Atividades:
Necessidades:
-----------x-----------
Curso FOCO – Métodos de Estudo Bíblico
41
• Formulação de Aplicações
A aplicação deve ser vista como outra parte do Estudo e não, apenas, como
uma simples conclusão ou desfecho. Assim como o estudante gasta tempo nos pas-
Nem sempre a aplicação é tão fácil de se formular. Por isso, você pode desen-
tas, por exemplo: “devo amar mais as pessoas”. Essa aplicação não está errada, po-
evangelismo traduzindo a bíblia inteira para as mais de 2000 tribos não alcançadas
◦ Mensurável – é importante que você seja capaz de avaliar se você tem con-
“Quando?” e “Como?”.
Princípio Extraído:
Deus não deseja que eu ofereça qualquer tipo de cooperação para com aqueles
que rejeitaram o evangelho e passaram a pregar outra mensagem que compete com
Aplicações:
ta de casa.
lho. Se for, estarei à disposição para ajudá-lo no que for possível. Se não, não oferece -
3. Não vou contribuir em campanhas de outras religiões, feitas para o seu pro-
gresso ministerial.
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A riqueza da revelação escrita de Deus pode ser vista na liberdade criativa que
o Espírito Santo concedeu aos autores bíblicos. Essa liberdade criativa divinamente
Muito embora, grande parte da Bíblia registre histórias, nem toda Bíblia con-
NARRATIVA Categoria amplamente marcada pela presença de elementos Gênesis, histórias dos
históricos: personagens, cenário e enredo Evangelhos, Atos
EVANGELHO Material único organizado com o propósito de revelar o Evange- Mateus, Marcos, Lucas
lho por meio da narração da vida terrena de Jesus e João
PARÁBOLA Breve história oral que ilustra um princípio ensinado; recorre à 2Sm 12.1-6; Ec 9.14-16,
reflexão mediante o uso de cenas da vida diária Parábolas de Jesus
POESIA Verso escrito para ser declamado ou cantado ao invés de lido; Jó, Salmos, Provérbios,
apela às emoções devido às imagens e símbolos Eclesiastes, Cantares
PROVÉRBIO Dito ou declaração curta de uma verdade moral; marcado por Provérbios
paralelismos de ideias e metáforas
SABEDORIA Ampla categoria na qual a sabedoria dos mais velhos é passada Jó, Provérbios, Sl 37 e
aos mais novos; apela à experiência da vida 90, Eclesiastes
PROFECIA Declaração autoritária das palavras divinas que visam correção e Profetas Maiores,
consolação Profetas Menores
DISCURSO Ensino didático com tom de proclamação de verdades ou de de- Sermão da Montanha
fesas apologéticas Defesa de Paulo (At 22-
23)
Conjunções Coordenativas
Classificação Sentido Exemplos
A sua pesquisa é clara e objetiva.
Aditivas
adição, soma Ela não só dirigiu a pesquisa
e, nem, mas também
como também escreveu o relatório.
Adversativas
mas, porém, contudo, oposição, contraste Tentei chegar mais cedo, porém não consegui.
todavia, entretanto
Alternativas
ou, ou...ou, ora...ora, já...já, alternância, exclusão Ou escolho agora, ou fico sem presente de aniversário.
quer...
Conclusivas
Marta estava bem preparada para o teste, portanto não ficou
quer logo, pois (posposto conclusão explicação
nervosa.
ao verbo), portanto
Explicativas
pois (anteposto ao verbo), justificativa Não demore, que o filme já vai começar.
porque, que
Conjunções Subordinadas
Classificação Sentido Exemplos
sem valor semântico
Integrantes Espero que você volte. (Espero sua volta.)
específico, apenas
que, se Não sei se ele voltará. (Não sei da sua volta.)
ligam orações
Causais
Ele não fez a pesquisa porque não dispunha de meios.
porque, como, já que, causa, motivo
Como não se interessa por arte, desistiu do curso.
visto que
Condicionais Se precisar de minha ajuda, telefone-me.
se, caso, desde que, condição Não irei ao escritório hoje, a não ser que haja algum negócio
contanto que, a menos muito urgente.
Consecutivas
Estudou tanto durante a noite que dormiu na hora do exame.
que (precedido de tão, tal, consequência
A dor era tanta que a moça desmaiou.
tanto), de modo que
Comparativas
como, que (precedido de O jogo de hoje será mais difícil que o de ontem.
comparação
mais ou menos), assim Ele é preguiçoso tal como o irmão.
como
Conformativas O passeio ocorreu como havíamos planejado.
conformidade
como, conforme, segundo Arrume a exposição segundo as ordens do professor.
Concessivas
Embora fosse tarde, fomos visitá-lo.
embora, se bem que, concessão
Eu não desistirei desse plano mesmo que todos me abandonem.
mesmo que, ainda que
Temporais
A briga começou assim que saímos da festa.
quando, assim que, antes tempo
A cidade ficou mais triste depois que ele partiu.
que, depois que
Finais
Toque o sinal para que todos entrem no salão.
para que, a fim de que, finalidade
Aproxime-se a fim de que possamos vê-lo melhor.
que
Proporcionais
O preço fica mais caro à medida que os produtos escasseiam.
à medida que, à proporção
Quanto mais reclamava menos atenção recebia.
proporção que
5 Adaptado de http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/conjuncao-e-mas-ou-logo-pois-que-
como-porque.htm ; http://www.soportugues.com.br/secoes/morf.php; – Acesso 19/2/2013
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que elas possuem na construção de frases e textos eficientes. As relações que as preposições estabele-
cem entre as apartes do discurso são tão diversificadas quanto imprescindíveis; seja em textos narrati-
vos, descritivos ou dissertativos, noções como tempo, lugar, causa, assunto, finalidade e outras costu-
mam participar da construção da coerência textual e da obtenção dos efeitos de sentido discursivos.
Assim como toda literatura, cada livro bíblico possui uma estrutura literária
(FLUXO), mas dentro do mesmo livro ou trecho, pode-se encontrar diferentes instru-
mentos:
Expressões: "por esta razão, por esta causa, por isso " 2Ts 2.5-12
COMPARAÇÃO Elementos semelhantes ou parecidos Sl 1.3-4
tro do seu sentido natural. Neste processo torna-se útil identificar os diferentes ins-
trumentos da estrutura literária por meio de destaques com sinais gráficos para que o
Andai no Espírito
e jamais satisfareis a concupiscência da carne
(ação futura) (ação presente)
IMPERATIVO porque a carne milita contra o Espírito
(ação presente) e o Espírito contra a carne
CAUSA EFEITO
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visualize no próprio texto o fluxo lógico e natural da sua estrutura gramatical. O pro-
ções, como as EPÍSTOLAS, não sendo muito apropriado para narrativas, poesias e
profecias, muito embora em alguns destes casos seja possível sua utilização.
EXEMPLOS:
Ef 6.10-13
Ef 6.1-4
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ANEXO 5 – ADVÉRBIOS7
bio.
“Marcos jogou bem”. | “Marcos jogou muito bem”. A palavra muito intensifi-
A criança é linda.
oração.
Por exemplo:
como:
7 http://www.soportugues.com.br/secoes/morf/morf75.php
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mandar: verbo
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás,
aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte,
volta.
Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã, cedo, dantes, de-
pois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre,
Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde, deva-
gar, às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse
jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor,
bondosamente, generosamente.
Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tam-
Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso, bastante, mais, menos, de-
masiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase,
unicamente. Por exemplo: Brando, o vento apenas move a copa das árvores.
FEE, Gordon e STUART, Douglas. Entendes o que Lês? Tradução de Gordon Chow. São
Paulo: Edições Vida Nova, 1984.
ZUCK, Roy B. A Interpretação Bíblica. Tradução de César A. Bueno Vieira. São Paulo:
Edições Vida Nova, 1994.