ENADE 2006, Questão 8 - Uma Biografia/Questão de pontuação
Psicologia Disciplina: Arte e Subjetivdade Ano/Semestre: 2014 – 8º Período Professor: Ana Cláudia Yamashiro Arantes Acadêmico: Everson Ferreira da Cunha
Considerando o desenho, “Uma biografia”, do cartunista Caulos, que
apresenta uma sequência de cinco quadros e o texto “Questão de pontuação”, que é um poema de João Cabral de Melo Neto, que apresenta três estrofes de quatro versos cada, é possível responder a questão analisando que o poeta utiliza os sinais de pontuação como metáforas de comportamentos ou atitudes humanas, ou seja, para o eu lírico cabe ao homem escolher como agir ou reagir diante das diferentes situações da vida: que ele se encante e se espante (viva em ponto de exclamação); que se questione sempre sobre o que vive ou presencia (viva em ponto de interrogação); que viva oscilando e, muitas vezes, que não tome partido, quando se trata de questões políticas. A resposta da questão é a letra E, sendo que no desenho do cartunista Caulos representa o quinto quadro, enquanto que no poema de João Cabral se refere a terceira estrofe. A fundamentação da resposta está no fato de que o poeta estabelece uma relação entre a vida e a pontuação, em ambos os casos, mesmo sem linguagem verbal o ponto final no quinto quadro metaforiza a morte. Uma vez respondida a questão, se faz necessário ir mais além afim de discutir o enunciado e extrair um pouco mais da subjetividade do texto. É preciso entender que o texto se refere a uma metáfora, que por sua vez, segundo a Wikipédia, significa uma figura de linguagem que produz sentidos figurados por meio de comparações implícitas. Ela pode dar um duplo sentido à frase. Com a ausência de uma conjunção comparativa. Também é um recurso expressivo. Por esta razão, é obvio que não podemos afirmar categoricamente que o sentido da morte é o fim da vida ou a cessação da existência como sendo o ponto final da vida, mas, os sofrimentos, as frustrações, e as circunstâncias adversas no percurso da vida humana também podem ter este sentido. Concluo com palavras do poeta Fernando Pessoa: Nem sempre um ponto final é um ponto final. É possível, sempre, começar um novo parágrafo, por isso Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca! Se o achar, segure-o! Referências