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• PETRONILHA BEATRIZ GONÇALVES E SILVA

Membro do Conselho Nacional de Educação.


Doutora em Educação.
Professora do Centro de Educação e Ciências Humanas da
Africanidades
Universidade Federal de São Carlos. São Carlos/SP.
E-mail: petronilha@power.ufscar.br Esclarecendo significados e defin

Fotos Vera Regina Triunpho


A expressão africanidades brasileiras refere-se
às raízes da cultura brasileira que têm origem africana.
Dizendo de outra forma, queremos nos reportar ao
modo de ser, de viver, de organizar suas lutas, próprio
dos negros brasileiros e, de outro lado, às marcas da
cultura africana que, independentemente da origem
étnica de cada brasileiro, fazem parte do seu dia-a-dia.
Possivelmente, alguns pensem: Realmente, é ver-
dade o que vem de ser dito, pois todos nós come-
mos feijoada, cantamos e dançamos samba e al-
guns freqüentamos academia de capoeira. E isto,
sem dúvidas, é influência africana. De fato o é,
mas há que completar o pensamento, vislumbrando
os múltiplos significados que impregnam cada uma
destas manifestações. Feijoada, samba, capoeira re-
sultaram de criações dos africanos que vieram es-
cravizados para o Brasil e de seus descendentes e
representam formas encontradas para sobreviver,
para expressar um jeito de construir a vida, de senti-
la, de vivê-la. Assim, uma receita de feijoada, de
vatapá ou de qualquer outro prato contém mais do
que a combinação de ingredientes: é o retrato de
busca de soluções para manutenção da vida física,
de lembrança dos sabores da terra de origem. A ca-
poeira , hoje um jogo que promove o equilíbrio do
corpo e do espírito pelo seu cultivo, nasceu como
instrumento de combate, de defesa.
Africanidades brasileiras, pois, ultrapassam o
dado ou o evento material, como um prato de
sarapatel, uma apresentação de rap. Elas se consti-
tuem nos processos que geraram tais dados e even- Em Porto Alegre/RS, comunidade negra participa de missa afro, na Igrej
tos, hoje incorporados pela sociedade brasileira.
Elas se constituem também dos valores que motiva- nos vêm , nos mais de quinhentos anos de Brasil, cons-
ram tais processos e deles resultaram. Então, estu- truindo suas vidas e suas histórias, no interior do seu
dar Africanidades Brasileiras significa estudar um grupo étnico e no convívio com outros grupos;
jeito de ver a vida, o mundo, o trabalho, de conviver • conhecer e aprender a respeitar as expressões cul-
e lutar por sua dignidade, próprio dos descendentes turais negras que compõem a história e a vida de
de africanos que, ao participar da construção da na- nosso país, mas, no entanto, são pouco valorizadas;
ção brasileira, vão deixando nos outros grupos étni- • compreender e respeitar diferentes modos de ser,
cos com que convivem suas influências, e, ao mes- viver, conviver e pensar;
mo tempo, recebem e incorporam as daqueles. • discutir as relações étnicas, no Brasil, e analisar a
perversidade da assim designada democracia racial;
Com que finalidades estudar • refazer concepções relativas à população negra,
Africanidades Brasileiras? forjadas com base em preconceitos.
Muitas são as finalidades por que devemos in-
cluir Africanidades Brasileiras no currículo esco- Propondo encaminhamentos
lar. Por exemplo: Schenetzier dá-nos importantes indicações. A
• ensinar e aprender como os descendentes de africa- aprendizagem, diz ela, consiste em reorganização

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s brasileiras • ajudar os alunos a compreender que ninguém cons-
trói sozinho as concepções a respeito de fatos, fenô-
menos, pessoas; que as concepções resultam do que
nindo procedimentos pedagógicos ouvimos outras pessoas dizerem, resultam também de
nossas observações e estudos;
• lançar desafios para que seus alunos ampliem e/ou
reformulem suas concepções prévias, incentivando-os
a pesquisar, debater, trocar idéias, argumentando com
idéias e dados;
• incentivar a observação da vida cotidiana, observa-
ções no contexto da sala de aula, a elaboração de con-
clusões, a comparação entre concepções construídas
tanto a partir do senso comum como a partir do estudo
sistemático.
Em se tratando de Africanidades Brasileiras, é
preciso acrescentar que:
• de acordo com Silva, deveriam combater os pró-
prios preconceitos, os gestos de discriminação tão
fortemente enraizados na personalidade dos bra-

ja Nossa Senhora das Dores, construída por escravos

e desenvolvimento das concepções dos alunos; im-


plica, pois, mudança conceitual. Embora referin-
do-se a conhecimentos prévios em Química, a afir-
mativa da autora também diz respeito à aprendiza-
gem em todas as outras áreas do conhecimento. Cal-
cule-se o valor desse entendimento quando são tra-
tados conteúdos pouco valorizados pela sociedade,
quando, ao ensiná-los, pretende-se apagar precon-
ceitos, corrigir idéias, atitudes forjadas com base
nas destruidoras ideologias do racismo, do branquea-
mento. Schenetzier, citando Andersen, pondera que
ensinar implica, entre outras coisas, busca de es-
tratégias úteis para proceder à mudança con-
ceitual. Para tanto, os professores deveriam:
• buscar conhecer as concepções prévias de seus alu-
nos a respeito do estudado, ouvindo-os falar sobre elas; Atabaque marca o ritmo de música litúrgica

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sileiros, desejando sinceramente superar sua igno- chocalho, atabaque, berimbau,etc.,com o auxílio de
rância relativamente à história e à cultura dos brasi- quem sabe fazê-lo. E não basta saber tocar instrumen-
leiros descendentes de africanos; tos, é importante saber de que são feitos, como são
• organizar seus planos de trabalho, as atividades para feitos e, sempre que possível, aprender a construir, pelo
seus alunos, tendo presente o ensinamento de Lopes menos, alguns deles. Mais ainda, as músicas de origem
de que na cultura de origem africana só tem total- africana são feitas para serem ouvidas e dançadas. Por-
mente sentido o que for aprendido pela ação, isto é, tanto, ensinar música afro, na perspectiva das
se, no ato de aprender, o aprendiz executar tarefas Africanidades, implica ouvir, produzir ritmos, construir
que o levem a pôr a mão na massa, sempre infor- instrumentos, dançar, conhecer a origem dos ritmos e
mado e apoiado pelos mais experientes. Dizendo de dos instrumentos, as recriações que eles têm sofrido
outra maneira, aprender-se realmente o que se vive através dos tempos e os lugares por onde têm passado
e muito pouco sobre o que se ouve falar. e se enraizado.
Africanidades Brasileiras: Ø Matemática
uma nova área de conhecimento? Ao desenvolver conteúdos de Matemática, se o
Não necessariamente. Estudos já realizados professor estiver atento às Africanidades Brasilei-
apontam para uma área interdisciplinar, melhor di- ras, poderá valer-se, certamente, de obras, ainda ra-
zendo, todas as áreas do conhecimento a compõem, ras entre nós, que mostram construções matemáti-
desde que abordadas sem perder a perspectiva da cas africanas de diferentes culturas. Com isso, os
cultura e da história dos povos africanos ou deles alunos irão aprendendo diferentes caminhos trilha-
descendentes. dos pela humanidade, através de povos de diferentes
As Africanidades Brasileiras, no que diz respeito culturas, para a construção dos conhecimentos que
ao processo ensino-aprendizagem, conduzem a uma vêm acumulando.
pedagogia anti-racista, cujos princípios são:
- respeito, entendido não como mera tolerância, mas Ø Psicologia
como diálogo em que seres humanos diferentes mi- Esta área de conhecimento trata de importantes
ram-se uns aos outros, sem sentimentos de superio- descobertas científicas a respeito do comportamento
ridade ou de inferioridade;
- reconstrução do discurso pedagógico, no senti-
do de que a escola venha a participar do processo de
resistência dos grupos e classes postos à margem,
bem como contribuir para a afirmação da sua identi-
dade e da sua cidadania;
- estudo da recriação das diferentes raízes da cul-
tura brasileira, que nos encontros e desencontros
de umas com as outras se fizeram e hoje não são
mais gêge, nagô, bantu, portuguesa, japonesa, italia-
na, alemã, mas brasileira de origem africana, euro-
péia, asiática.
As Africanidades Brasileiras abrangem diferen-
tes aspectos, não precisam, por isso, constituir-se
numa única área, pois podem estar presentes em
conteúdos e metodologias, nas diferentes áreas de
conhecimento constitutivas do currículo escolar.
Vejamos alguns exemplos.

Ø Música e dança
Do ponto de vista das Africanidades Brasileiras, não
tem cabimento a musicalização de crianças, adolescen-
tes e adultos que não inclua os ritmos de origem afri-
cana. E, do mesmo ponto de vista, não bastará ouvir
textos musicais e reconhecer instrumentos típicos. Será
preciso ouvir e fazer tentativas de tirar som e ritmo de
instrumentos típicos: caixa de fósforo, pandeiro, agogô, Criança negra reafirma sua identidade e cidadania
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das pessoas, das maneiras como elas se relacionam Ø Literatura e Língua Portuguesa
entre si. No Brasil, assim como em outros países Poderá envolver pessoas da comunidade que têm
de fortes raízes africanas, em qualquer nível de en- o gosto de colaborar com a escola. As histórias
sino, torna-se inadmissível desconhecer as obras de colhidas pelos alunos são transformadas em tex-
Franz Fanon, pelo menos Pele Negra,Máscaras tos que poderão ser reunidos num livro e, desta
Brancas(...) que analisa e discute as dificuldades en- forma, serem divulgados entre outras classes e tam-
frentadas por descendentes de africanos para terem bém na comunidade.
sua identidade respeitada, enquanto tias, num mun- Os professores, juntamente com os alunos, de-
do colonizado por europeus. No nosso caso especí- cidem o que perguntar, que histórias pedir para as
fico, não há como desconhecer a obra de Neuza San- pessoas da comunidade negra contar: histórias de
tos Souza, Tornar-se negro. brincadeiras, de trabalho, de festejos, de celebra-
ções religiosas, da vida na escola, etc.
Ø Sociologia Apresentamos, a seguir, exemplos de algumas his-
Fonte-chave para estudos que tenham preocupa- tórias colhidas por professores e alunos em dife-
ção com as Africanidades Brasileiras é certamente rentes situações, junto a representantes de comuni-
a obra de Clovis Moura, salientando-se Sociologia dades negras.
do Negro Brasileiro, em que aborda a sociedade bra- Essas histórias constituem relatos originais. A
sileira, a partir de estudos sobre a problemática que linguagem individual foi mantida, o que dá aos rela-
envolve o povo negro. tos a autenticidade histórica dos fatos acontecidos
com os ancestrais dos depoentes.
Ø Educação Física
Na medida em que esta área de conhecimento, ao
dedicar-se ao estudo do corpo, incluir dança, seria
incompreensível, no Brasil, deixar de haver sessões
de danças de raízes africanas. E, na área de jogos, de
se jogar capoeira.
Ø História
A História do Brasil, enquanto construção de
uma nação, inclui todos os povos que a constituem.
Assim, ignorar a história dos povos indígenas, do
povo negro é estudar de forma incompleta a histó-
ria brasileira. Por exemplo, o professor que traba-
lha na perspectiva das Africanidades Brasileiras não
omitirá, ao tratar da fundação de Laguna, em Santa
Catarina, que, conforme registra Cláudio Moreira
Bento em O Negro, a expedição que lá se instalou
em 1648 era formada, em 70%, por homens ne-
gros escravizados. Ao referir a fundação da Colô-
nia de Sacramento, não esquecerá de fazer saber
que, além dos escravos, a tropa fundadora contava
com soldados negros.
Se a história ensinada na escola souber contem-
plar, também, a vida vivida no dia-a-dia, pelos gru-
pos menosprezados pela sociedade, então estaremos
ensinando-aprendendo a história brasileira integral-
mente realizada. Conforme o entendimento de Gi-
gante, a valorização da história dos grupos popula-
res, registrando o que em suas memórias está guar-
dado de suas experiências, é tarefa que pode ser rea-
lizada por professores e alunos, a partir da comuni-
dade em que a escola está inserida. Desta forma,
pondera o autor, todos os que constroem o Brasil
estarão presentes nos conteúdos escolares. Pessoas idosas são a memória da comunidade negra
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DEPOIMENTOS
As tochas de fogo Dona Tereza Azevedo Oliveira História do nosso
O mato do Limoeiro, quando eu era criança, eu me lembro povo através da família Benedito Samuel Barbosa
que era um mato muito fechado. Não era esse matinho que tem Meus Avós – Minha avó era negra, meu avô era mestiço. Ele
aí, aberto como fizeram agora. foi para a guerra do Paraguai. Lutou 2 anos, foi com 15 e voltou
Isso foi no tempo do Dirceu Rosa, aquela fazenda na frente com 17. Ele dizia que no fim da guerra tinham sobrado muitos
do mato do Limoeiro era dele. Foi dele, depois passou a ser do negros vivos. Mas nem todos voltaram, só ele e mais alguns. Os
governador. que voltaram nunca mais ouviram falar dos outros.
O Limoeiro era um mato fechadíssimo, tinha muita figueira.. Parentes mais Velhos – Na época dos meus avós, de acordo
Eu, quando era criança, cheguei a enxergar lá, quando anoitecia, com o que eles contavam, os parentes não se separavam. O pai era
umas línguas de fogo. A gente não ligava, mas tinha medo, mas responsável por todos enquanto vivesse. Os filhos, os netos moravam
não ligava muito. com ele, ou perto da sua casa. Até mesmo os irmãos mais novos
A minha mãe cozinhava para o pessoal daquela granja, tinha eram comandados pelos mais velhos. Numa fazenda, por exemplo,
uma pensão. Ficava lá naqueles cantos da Reforma. Daí, um dia todos moravam juntos, muitas vezes na mesma casa. Os filhos
de noite, a gente foi levar comida para um homem que cuidava casavam com vizinhos, com primos e continuavam todos ali.
das máquinas, o motor d’água, que estava puxando água. Tradições – Na religião, a família sempre acreditou na força
Enquanto o homem jantava, a gente brincava, eu e meu irmão e na energia dos antepassados. Uma parte da família foi e é
mais velho... E lá do mato do Limoeiro saíam, das figueiras, católica, a outra, espírita, mas para louvar o Senhor todos sempre
aquelas tochas de fogo... Passava uma pra lá, passava outra pra estiveram juntos.
cá. Nós olhávamos e não tínhamos medo. A família sempre participou das festas em louvor do padroeiro
De repente, quando nós agarramos o prato do homem para do lugar onde vivia e vive, seja uma fazenda, bairro, cidade.
vir embora... saiu do mato uma luzinha deste tamanhozinho, e As rezas foram e são consideradas importantes, com muito
veio na nossa direção. canto e louvação.
O meu irmão me agarrou pela mão e corria... corria... A gente No tempo dos avós, principalmente, usavam muito benzedu-
voava, não corria. E aquela luzinha sempre atrás da gente. ras para fazer curas. Benziam com brasa, alho, palma benta,
Hoje em dia, não existe mais nada daquilo ali. Agora, quando águ a.
eu era criança cansei de ver as tochas de fogo ali, andando por Trabalho – Meus avós e seus filhos trabalharam no café.
cima das árvores. Ela (a tocha) se formava amarela, verde, azul e Naquela época, para os estrangeiros, o café valia como ouro. A
não era uma só. maior parte da nossa família era de colono, vivia nas fazendas,
As pessoas mais velhas, a minha avó, a minha mãe sempre nas colônias. Cada homem tinha como tarefa 4.000 pés de café
contavam que aquilo ali, no tempo da escravidão, naquele lugar, para tratar.
degolavam os escravos e enterravam debaixo daquela figueira. Este trabalho era de sol a sol todos os dias, incluindo domingo.
Para cuidar do dinheiro dos fazendeiros, que ficava ali enterrado. Só não trabalhavam nos dias santos. Tudo debaixo de ordem do
Naquele tempo não existia banco, não é... feitor.
Como o negro era sacrificado! Degolavam, botavam debaixo Não tinha farmácia nem médico por perto.
daquela árvore e aquele espírito ficava ali para cuidar. Para Salário – O ganho, na época de meus avós, era pela produção,
ninguém mexer naquele ouro, naquele dinheiro. após a colheita, que ia de maio a novembro. O café era colhido e
O bs e rv aç ão: A depoente tinha filhos na escola e sempre colocado no armazém, depois ia para Santos onde era embarcado
colaborou com as professoras e os alunos. Na sua história, ela nos navios. Os trabalhadores só recebiam depois que o governo
se refere à fazenda da Reforma, onde se tentou uma experiência pagasse os fazendeiros, o que acontecia após a colheita. Mas,
de reforma agrária, no início dos anos 60. Palmares do Sul/RS. quando o preço do café não agradava os fazendeiros, o café era
jogado no mar ou queimado. Então os colonos não recebiam os
seus salários. Isto começou a ser assim por volta de 1930. Antes
O quicumbi Dona Tereza Lopes de Oliveira não era assim: antes da colheita o patrão dava um dinheiro para
O que é o quicumbi? as despesas com comida, até chegar a colheita.
É o Ensaio. Nós fizemos uma vez aqui em casa para pagar a As festas, os casamentos, os batizados se realizavam no final
promessa que o falecido pai do Maneca tinha feito. do ano, época em que recebiam o dinheiro da produção.
Foi em 74, não, em 75.
Neste Ensaio, dançam só os homens e cantam cantos de
reza. Eles têm um canto. Um mestre comanda a turma com BIBL IOGRAFIA
instrumentos: pente, um reco-reco, uma taquareira, um
tamborzinho. Eles passam a noite cantando aquelas orações do FANON, F. Pele negra, máscaras brancas. Porto: Paisagem, s. d.
Divino Espírito Santo. GIGANTE, H. História, memória e cotidiano nas primeiras séries do pri-
Eles não dançam uns com os outros, eles dançam sozinhos. meiro grau. Dissertação. (Mestrado em Educação). Faculdade de Educação.
É só gente morena. Este Ensaio vem do povo negro mesmo, do Universidade Federal de São Carlos. São Carlos/SP, 1993.
africano. GERBES, Paulus. Vivendo a Matemática – desenhos da África. São Paulo:
De onde gerou, nós não sabemos. De primeiro, usavam muito Scipione, 1993.
por aqui, isto de promessas. Faziam promessas e davam uma
festa, comida, bebida, tudo por conta do dono do Ensaio, aquele LOPES, H. T. 500 anos de cultura e evangelização brancas do ponto de vista
que fazia a promessa. das religiões afro-brasileiras. Rio de Janeiro, 1990. (Texto datilografado).
As mulheres só olhavam e faziam as comidas. MOURA, C. Sociologia do negro brasileiro. São Paulo: Ática, 1988.
Vinha muita gente olhar, os convidados. Só dançava aquele
grupo, essa dança é reza, não é divertimento. PALMARES DO SUL. Secretaria Municipal de Educação. Escola Municipal
Eles vinham cantando, dançando, tocando. Por aqui, ninguém de 1 o Grau Incompleto Cândido Osório da Rosa. Histórias do Limoeiro.
Palmares do Sul, 1986.
mais sabe nada disso. Nós falamos com o pessoal lá da Casca,
para vir aqui em casa. SCHENETZIER, R. P. Do ensino como transmissor para um ensino como
Veio muita gente, um Ensaio sempre junta muita gente.Depois mudança conceitual nos alunos: um processo (e um desafio) para a formação
da reza, vem o baile. Pena que a gente não seguiu o costume. de professores de Química. Cadernos ANPED, n. 6, p. 55-89, out. 1994.
O Ensaio vem do povo africano.
Observação: Dona Tereza Lopes de Oliveira, juntamente com SILVA, P. B. G. e. Africanidades: como valorizar as raízes afro nas propos-
tas pedagógicas. Revista do Professor, Porto Alegre, v. 11, n. 44, p. 29-30,
seu marido Maneca Boeira Oliveira, falava para seus filhos sobre out./dez. 1995.
o quicumbi. Palmares do Sul/RS.
SOUZA, N. S. Tornar-se negro. Rio de Janeiro: Graal, 1983.

REVISTA DO PROFESSOR, Porto Alegre, 19 (73): 26-30, jan./mar. 2003


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