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A polícia não pode concluir que há estado de embriaguez como mera consequência automática

da recusa em fazer o teste do bafômetro. Ela pode ser demonstrada por outros meios de prova.
Assim decidiu a 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região ao liberar a carteira de
habilitação de um homem que não fez o teste. A decisão foi unânime.

Segundo relator, desembargador Ricardo Teixeira do Valle Pereira, não aparece no auto de
infração qualquer prova ou evidência de que o condutor apresentasse sinais de embriaguez. Ele
apenas teria se negado a fazer o teste.

Tudo começou quando um motorista foi parado em uma blitz da Polícia Rodoviário Federal que
pediu para ele fazer o teste do bafômetro. Com a negativa, o Detran teria lavrado o auto de
infração e suspendido a carteira de habilitação do motorista.

Ele então ajuizou ação pedindo liminar para voltar a dirigir e anulação do processo
administrativo no Detran/RS. Ele alegou que a autuação da PRF foi realizada de forma irregular,
já que não teria apresentado outra forma de exame capaz de provar a inexistência de álcool no
organismo.

O pedido de liminar foi aceito pela 1ª Vara Federal de Santana de Livramento. O Detran recorreu
da decisão, mas o TRF-4 manteve a decisão.

No acórdão, Valle Pereira citou o artigo 277 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) que diz que
a verificação do estado de embriaguez pode ser feita por outros meios de prova que não o teste
do bafômetro, ao menos para a cominação da pena administrativa. Ainda, a turma afirmou que
a jurisprudência exige que a embriaguez esteja demonstrada por outros meios de prova e não
pode ser decorrência automática da recusa em realizar o teste.

“Quando, além de não ter se envolvido em acidente de trânsito, não há nenhum indício externo
de que o condutor esteja dirigindo sob o efeito de bebidas alcoólicas, a simples recusa em fazer
o teste do etilômetro (‘bafômetro’) não pode ser considerada como caracterizadora do estado
de embriaguez”, afirmou o relator.

Agravo de Instrumento: 5027527-62.2015.4.04.0000

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