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ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

GABINETE de APOIO
ao Deputado MENDES BOTA
Eleito em representação da Região do Algarve
Palácio de S. Bento 1249-068 Lisboa
Telef: 213 919 277 Mail: mendesbota@psd.parlamento.pt
Sítio electrónico: www.mendesbota.com

COMUNICADO Nº 20/XI

MENDES BOTA QUER RATIFICAÇÃO DA CONVENÇÃO SOBRE ABUSOS


SEXUAIS DE CRIANÇAS

O deputado Mendes Bota, que também é presidente da Comissão para a Igualdade da


Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, questionou o Governo sobre a falta de
ratificação por parte de Portugal, da Convenção sobre a Protecção de Crianças contra a
Exploração Sexual e os Abusos Sexuais, quase três anos decorridos sobre a sua
aprovação.

Além das questões que endereçou por escrito aos Ministérios da Justiça, dos Negócios e
Estrangeiros e do Trabalho e da Solidariedade Social, a inquirir as razões de tal
“laxismo”, Mendes Bota aproveitou ontem a presença na Assembleia da República da
Secretária de Estado da Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Moniz,
para formular idêntica questão, tendo sido prometido pela governante o máximo
empenho para fazer avançar o processo de ratificação.

TEXTO INTEGRAL DA INTERPELAÇÃO


DE MENDES BOTA AO GOVERNO

No dia 25 de Outubro de 2007, 24 países, incluindo Portugal, assinaram a


Convenção do Conselho da Europa sobre a Protecção das Crianças contra a
Exploração Sexual e os Abusos Sexuais. Passados quase três anos, apenas
cinco países signatários (Dinamarca, Grécia, Holanda, S.Marino e Albânia)
procederam à respectiva ratificação, cumprindo assim o mínimo requerido
para entrar em vigor nesses países.
Esta Convenção, é o primeiro instrumento jurídico internacional a classificar
como crime as diferentes formas de abuso sexual de crianças, incluindo os
abusos cometidos com recurso à força, ameaça ou coacção, mesmo no seio
da família, e destina-se a proteger todos os seres humanos com idade
inferior a 18 anos.
Ainda no passado dia 1 de Junho se comemorou mais uma vez o Dia Mundial
da Criança, e nunca será demais recordar o artigo 8º da Declaração dos
Direitos da Criança: “A criança deve, em todas as circunstâncias, ser das
primeiras a beneficiar de protecção e socorro”.
É, infelizmente, um dos traços marcantes da sociedade actual, o abuso e a
exploração sexual a que são sujeitas as crianças, em números aterradores,
e que o mediatismo tem revelado em toda a sua drástica extensão, não
conhecendo fronteiras, diferenças sociais ou étnicas. O abuso pode estar ao
nosso lado, debaixo do mesmo tecto familiar, ou ser matéria de importação
e exportação.

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ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

A infância carece de protecção total, e dentro do conceito mais abrangente


dos direitos das crianças, está a prevenção dos maus tratos físicos e morais
decorrentes da exploração e do abuso sexual, que têm consequências que
se perpetuam entre gerações. Um abusador começa, na maioria dos casos,
por ter sido uma vítima.
Daí que seja inexplicável e inaceitável este laxismo formalista do governo
de Portugal, seguindo na linha de outros Estados europeus, ao não ter
ratificado ainda esta Convenção do Conselho da Europa.
Poderá argumentar-se que algumas das medidas preconizadas, já foram
contempladas na última revisão do Código Penal, como a criminalização da
pornografia infantil ou a exploração sexual no ciberespaço, ou na recente
legislação que proíbe os condenados por crimes sexuais a aceder a certas
actividades profissionais com contacto directo com crianças, para evitar a
reincidência.
Mas existem múltiplos aspectos constantes da Convenção que carecem de
ser transpostos para o sistema legislativo nacional, quer ao nível da
investigação, acusação e direito processual, quer ao nível das medidas
preventivas, de protecção e de assistência às vítimas, ou mesmo em
afinações necessárias de introduzir no direito penal português.
Além disto, assinale-se que, o mecanismo de monitorização da aplicação
prática da Convenção, previsto nos seus artigos 39º ao 41º, só entra em
vigor com a ratificação de, pelo menos, 10 Estados subscritores. E, por seu
turno, ao não ratificar a Convenção, Portugal fica também afastado das
disposições contidas no artigo 38º relativas à Cooperação Internacional
nesta matéria que, como é sabido, tem uma componente transfronteiriça
relevante.
Assim sendo, e ao abrigo do arsenal de disposições constitucionais, legais e
regimentais, requeiro a V. Exa. se digne obter da Justiça, dos Negócios
Estrangeiros, e do Trabalho e da Solidariedade Social, resposta à seguinte e
singela pergunta:

- Quando pensa o governo fazer dar entrada na Assembleia da República o


processo de ratificação da Convenção do Conselho da Europa sobre a
Protecção das Crianças contra a Exploração Sexual e os Abusos Sexuais?

Assembleia da República, 5 de Junho de 2010

GABINETE DE APOIO
Telefone: 213 919 277

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