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Inclusão e Avaliação na Escola

INCLUSÃO E AVALIAÇÃO NA ESCOLA

BEYER, Hugo Otto. Inclusão e Avaliação na escola: de alunos com necessidades educacionais especiais. – 4 ed. Porto
Alegre: Mediação, 2013. 128p.

Este livro trata do grande desafio de ter uma escola inclusiva com capacidade de atender alunos em situações
diferenciadas de aprendizagem. Os seis capítulos que formam este livro destacam o fato de que os alunos são
sempre diferentes entre si e que todos são especiais. Beyer sugere importantes alternativas que vivenciou na
Alemanha em relação à inclusão, como a individualização do atendimento pedagógico, a avaliação mediadora, não
comparativa e a adoção de sistema de bidocência. O livro nos apresenta como foi, como é e, como deveria ser o
processo de inclusão do aluno com deficiência nas escolas. O autor, no decorrer dos capítulos, dá algumas
orientações de como organizar tanto as escolas como o sistema educativo para receber e trabalhar a aprendizagem e
a socialização das crianças com deficiência sem excluir. Destaca que é necessário resgatar aspectos importantes
sobre o pensar à inclusão sobre possibilidades de novas organizações da estrutura das escolas para o sucesso da
proposta. Ações como, a redução numérica de alunos nas salas de aula e a própria bidocência são suportes
necessários para uma educação inclusiva de qualidade.
Na introdução Beyer nos convida a olhar à história da educação formal da pessoa com deficiência. O autor perpassa
pelos paradigmas que fundamentaram a educação especial, uma vez que estes inferem diretamente no modo como
é oferecido o atendimento pedagógico a esse aluno.
No primeiro capítulo, “Educação especial e inclusão: tempos e espaços sociais”, o autor busca fazer um
levantamento histórico da organização e da estrutura da educação, demonstrando que, desde a sua origem, a
“escola e a educação formal sempre foram um privilégio para poucos, um privilégio dos poderosos” (p. 12) e não
estava preocupada em resolver os desequilíbrios sociais. Salienta então que nunca houve na história da educação
uma escola realmente para TODOS. Aborda a existência de dois tipos de escolas bem estabelecidas: a escola especial
e a regular. Para o autor, a escola especial surgiu ao longo da história como uma “solução complementar”, de caráter
não permanente, para as crianças com deficiência, uma vez que as escolas regulares não ofereciam esse espaço.
Porém, sem deixar a tentativa de normatização do aluno com deficiência. O autor argumenta que “as crianças que
não contemplem as medidas de normalidade ou de desempenho satisfatório, conforme o currículo escolar, são
rejeitadas e ‘ajeitadas’ no sistema escolar especial.” (p.21).
No segundo capítulo, “A inclusão na escola: ideias para implementação”, o autor descreve que “algumas mudanças,
entretanto, têm se verificado, desde que alguns países decidiram romper com a fragmentação imposta,
historicamente, por uma dicotomia que definia algumas crianças como normais e outras como deficientes.”(p.27).
Em oposição a esse modelo estabelecido, o autor insiste na concepção de que homogeneidade e uniformidade
adotadas pelas escolas vão de encontro à diversidade assumida pelas políticas da educação inclusiva e são opostas à
concepção de que cada criança difere uma da outra e o ato de educar consiste em confrontar-se com essa
diversidade. Na tentativa de atender os alunos com deficiência, Beyer propõe que “o ensino deve ser organizado de
forma que complete as crianças em suas distintas capacidades.”(p.29). Para o autor, “a individualização do ensino
significa a individualização dos alvos, da didática e da avaliação” (p.29). O autor expõe o modelo de bidocência que
acontece na cidade de Hamburgo na Alemanha, apontando como funciona, quem são os atores deste processo e
quais alterações são necessárias para que a bidocência possa se efetivar. Beyer trabalha o conceito de educação
subsidiária, apontando para uma educação especial móvel que tem quatro princípios fundamentais, que são: da
convivência, da necessidade, que se refere à reivindicação de que todos os alunos recebam uma educação
apropriada às suas necessidades, da proximidade, que é a descentralização da ajuda pedagógica, sendo que a mesma
deve ocorrer o mais próximo possível do “espaço de vida” do aluno com eficiência e finalmente o princípio da
adaptação que referenda a importância de um professor de educação especial no processo inclusivo. Todos esses
princípios têm em comum a aplicação prática da lei da inclusão, com ações e estratégias que proporcionem um
atendimento educacional adequado ao aluno com deficiência na escola regular.
No terceiro capítulo, “Olhares ‘de fora’: as experiências de integração na Alemanha e as discussões no Brasil”, Beyer
faz um desenho do panorama da inclusão escolar na Alemanha, e em seguida faz uma análise da realidade do
sistema educacional brasileiro com o processo da inclusão e suas práticas, os recursos humanos e materiais, que teve
maior força a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN) de 1996. Discute que as políticas
públicas da educação especial no Brasil, garantidas pela lei, não têm se mostrado eficientes e são incapazes de gerar
medidas estratégicas e de operacionalização mais efetiva, pois se sustentam em uma educação regular deficiente e
tem sua constituição numa lógica invertida, que a legislação no Brasil se fez presente antes de uma maior
mobilização das famílias como ocorreu no cenário europeu o que na visão do autor facilitou muito a disseminação da
proposta inclusiva.
“Uma escola para todos: do que estamos falando afinal?” é o título do capítulo quatro, no qual o autor trata dos
aspectos mais paradigmáticos da inclusão e considera a inserção dos alunos com deficiência nas escolas, de extrema
importância para o envolvimento dos pais, alunos, professores, gestores e da comunidade.
No capítulo cinco, que tem por título “Inclusão e avaliação no sistema escolar”, o autor procura refletir sobre as
necessidades específicas de aprendizagem dos alunos propondo adequações curriculares, didáticas e avaliativas,
levando em consideração as características destes fundamentos e suas inter-relações. Beyer afirma que “toda a
avaliação é circular, englobando todos os sujeitos envolvidos no processo de ensinar na escola.” (p.102)
No sexto capítulo, intitulado “O atendimento escolar dos alunos com necessidades educacionais especiais”, o autor
ilumina suas reflexões se reportando às teorias de Vygotsky e Feuerstein, que apresentam a importância da vivência
social da criança com deficiência. Beyer destaca os principais pontos teóricos desses autores com o objetivo de
mostrar a importância das experiências de inclusão de forma ativa. Beyer apresenta as propostas de Feuerstein que
discute sobre “o desenvolvimento das teorias da modificabilidade estrutural cognitiva e a experiência de
aprendizagem mediada”. (p.112) As propostas de Feuerstein “ se dão através das práticas de avaliação dinâmica,
com o LPAD (Learning Potential Assessment Device), dispositivo de avaliação de potencial de aprendizagem, da
intervenção visando à transformação das estruturas cognitivas, com o IEP (Instrumental Enrichment Program)
Programa Instrumental de Enriquecimento também conhecido como PEI”. O paradigma da inclusão está posto e
cabe à escola e aos educadores reverem suas práticas pedagógicas, trabalhar em equipe e acolher os alunos com
deficiência, deixando para trás a histórica segregação social com relação às pessoas com deficiência.
O autor encerra sua obra dizendo que estamos, sim, numa encruzilhada em que ou estagnamos e retrocedemos ou
aceitamos o desafio e construímos novas práticas mais acolhedoras e mais inclusivas.
Para Beyer, a pessoa com deficiência deve viver no mundo real, pois é nesse mundo que ela vive e está inserida. A
inclusão proporciona ao aluno a vivência neste mundo real, cheio de alegrias e também frustrações e superações.
O autor deixa claro que o desafio do projeto da inclusão foi lançado e está constantemente em briga com as práticas
pedagógicas das escolas e das políticas públicas voltadas para a educação. O papel social da escola inclusiva segundo
Beyer é “[...] erigir em torno de si práticas de aceitação e acolhimento, tanto mais includentes quanto mais a
sociedade gerar processos de exclusão” (BEYER, 2005, p. 61).
Apesar da primeira edição deste livro ter sido em 2005 e já terem se passado 13 anos, podemos ver claramente que
as escolas e o sistema público de ensino brasileiro ainda não estão organizados o suficiente para receber crianças
com deficiência em seus quadros.

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