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PATOLOGIAS NOS REVESTIMENTOS CERÂMICOS EM FACHADA

PATHOLOGY IN FACADE CERAMIC COATING

PATOLOGÍA EN REVESTIMIENTO CERÁMICO EN FACHADA

Alessandra Ambrósio Horsth 1, Flávio Nolasco Barrelete 2, José Alves Maciel Junior 3,
Lugrésio Rodrigues Miranda 4

1) Especialista em Docência da FAF, Univertix – Matipó – MG, alehorsth@hotmail.com.


2) Graduando em Engenharia Civil – Faculdade do Futuro, flavinhodaplanet@yahoo.com.br.
3) Graduando em Engenharia Civil – Faculdade do Futuro, lugresiomiranda@hotmail.com.
4) Graduando em Engenharia Civil – Faculdade do Futuro, juniorenhg@gmail.com.

CONTATOS
Lugrésio Rodrigues Miranda, Córrego Vista Alegre – Zona Rural – Martins Soares / MG,
Cep: 36972-000, casa: (28) 99924-0488 celular (33) 98438-2319,
lugresiomiranda@hotmail.com.

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PATOLOGIAS NOS REVESTIMENTOS CERÂMICOS EM FACHADA

PATHOLOGY IN FACADE CERAMIC COATING

PATOLOGÍA EN REVESTIMIENTO CERÁMICO EN FACHADA

Resumo

Objetivo: Este artigo foi elaborado no intuito de apresentar as principais


manifestações patológicas recorrentes nos revestimentos cerâmicos em fachada. Foram
abordadas: descolamento, eflorescência, trincas, fissuras e gretamentos. Método: Enumerou-
se dados, através de revisão bibliográfica. Resultados: Relação de seu aparecimento com a
possível negligência das t écnicas de execução ou a falta de projetos específicos para
exteriores. Conclusão: Finalmente concluiu-se que se seguidas as instruções de práticas sobre
instalação deste sistema na superfície externa das edificações, é possível garantir funções
como: proteção contra infiltração, conforto térmico para o interior, resistência ao tempo e ao
clima, longevidade de acabamento, fácil manutenção e atrativo estético elevado. Descritores:
Patologia. Revestimento Cerâmico. Fachada.

Abstract

Objective: This article was prepared in order to present the mainly pathological
occurrences in the ceramic revetment of the facade. It was pointed: detachments,
efflorescence and cracks. Method: Dates have been enumerated, through literally research.
Results: Connections between the appearance of these problems with the possible technical
and executive negligence, also the lack of a specific executive project of the system.
Conclusion: Finally, concludes that the practical instructions of this system in the buildings
external surface ensure the functions fulfillment as: protection against infiltration, promote
thermal comfort, time and weather resistance, workmanship longevity, easy maintenance and
high esthetical attractive. Descriptors: Pathology, Ceramic revetment, Façade.

Resumen

Objetivo: Este artículo fue elaborado con el propósito de presentar las principales
manifestaciones patológicas recurrentes en los revestimientos cerámicos en fachada. Se
abordaron: desprendimiento, eflorescencia, grietas, fisuras y grietas. Método: Se enumeró
datos, a través de revisión bibliográfica. Resultados: Relación de su aparición con la posible
negligencia de las técnicas de ejecución o la falta de proyectos específicos para exteriores.
Conclusión: Finalmente se concluyó que si se siguen las instrucciones de prácticas sobre
instalación de este sistema en la superficie externa de las edificaciones, es posible garantizar
funciones como: protección contra infiltración, confort térmico para el interior, resistencia al
tiempo y al clima, longevidad de acabado, fácil mantenimiento y atractivo estético alto.
Descritores: Patología. Revestimiento Cerámico. Fachada.

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1 INTRODUÇÃO

No Brasil o uso de revestimento cerâmico para fins de acabamento em fachada é muito


visado devido ao seu custo relativamente baixo, em relação ao de pedras ornamentais, sua
durabilidade e a grande variedade de cores, texturas e formas que agregam qualidade e valor
na composição. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes Cerâmica- ANFACER
(2017), a quantidade de lojistas que aumentou suas vendas em maio de 2017 cresceu em
relação ao mesmo período no ano de 2016, o que demonstra uma reação de um setor afetado
pela crise econômica do país, este que em 2001 chegou a ser o segundo maior consumidor do
produto no mundo atrás apenas da China, conforme ANFACER (2004), que atestou a
qualidade da produção brasileira, baseando se na exportação naquele ano, que o situou no
terceiro lugar no ranking mundial.
Estando presente em edificações com funções estéticas e de proteção, é no cobrimento
exterior sua maior visibilidade. A fachada de um edifício é responsável pela impressão
causada nas pessoas o que justifica a necessidade da escolha correta destes materiais para fins
estéticos e de durabilidade.
É comum depararmos em nosso dia a dia com obras que apresentam problemas no
acabamento exterior, seja pela designação errônea de produtos ou por falhas de execução. A
fim de apurar a origem das anomalias que acometem os revestimentos cerâmicos em fachadas
de edificações prediais, notou-se que sua ocorrência vem, em grande parte dos casos, de
relativamente pouco tempo depois de sua aplicação como explica SILVESTRE e BRITO
(2004), que ressalta ainda uma ineficiência no acompanhamento das evoluções tecnológicas
dos materiais por parte dos profissionais que executam ou mesmo concebem seu projeto.
O objetivo principal desse artigo é identificar os principais tipos de patologias
recorrentes em revestimento cerâmicos de fachada e levantar suas possíveis causas,
analisando as principais manifestações patológicas em superfícies externas cobertas com
material cerâmico. Demonstrando a relação entre a negligência no emprego das técnicas de
aplicação e o aparecimento de falhas no conjunto, apresentando as vantagens de um projeto
específico para a construção dessa composição, fornecendo dados sobre suas possíveis causas
e os métodos existentes para diagnóstico e descrevendo os principais elementos de um sistema
com acabamento em placas cerâmicas.
Direcionados pelas designações da NBR 13755/96, para a aplicação de ladrilhos e
placas cerâmicas em áreas externas, buscou-se caracterizar as falhas no processo de aplicação
do revestimento e na preparação de sua base em todas as camadas que a compõe.

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2 MÉTODO

2.1 REFERENCIAL TEORICO

A preferência pelo uso de placas cerâmicas como revestimento exterior é justificada


segundo MEDEIROS; SABBATINI (1999), por características como: durabilidade superior
se comparado aos demais tipos de coberturas, estética valorizada, fácil manutenção, harmonia
na composição, boa impermeabilização, bloqueio térmico e acústico além de agregação de
valor à edificação. Porém, como aponta VERÇOZA (1991, apud ROSCOE 2008), a busca por
economia e agilidade na execução, acaba possibilitando o surgimento de anomalias nas
construções.
Conforme SILVA, CARVALHO JUNIOR e BRANCO (2003), pode se afirmar que a
diversidade de agentes que podem interferir na produção de um sistema da construção civil
somado a produtos parciais, causa a junção de vários padrões de qualidade afetando a
funcionalidade do objeto final.
As diversas camadas que compõe o sistema, se fossem de movimentação livre,
apresentariam comportamento bastante diferenciado daquele que apresentam quando
imersas no sistema, que impõe restrições e leva ao surgimento de esforços
internos.Tais esforços tendem a ser tão mais expressivos quanto mais rígidas as
camadas e, caso atinjam valores excessivos, podem levar ao surgimento de fissuras,
perda de aderência e outros problemas. (JUNGINGER, 2014, p. 2)

De acordo com FONTENELLE; MOURA (2004), a origem de uma patologia nem


sempre coincide com o local onde sua manifestação é facilmente perceptível, ressalta ainda
que as fases de projeto e execução são fatores que implicam em seu surgimento se
negligenciadas.
LOPES (2009), afirma que grandes construtoras e mesmo seguradoras utilizam
métodos de diagnóstico e de estimativa de vida útil, para atestar a durabilidade das edificações
e com isso justificar a composição de valores.
SILVA, CARVALHO JUNIOR e BRANCO (2003), constatou que a negligência às
normas técnicas específicas de materiais e execução, promove o surgimento de patologias em
edificações.
“No Brasil, frequentemente, patologias atribuídas a erros de execução são na realidade
originárias nos projetos.” (SILVA, CARVALHO JUNIOR e BRANCO, 2003, p.1.).
RIBEIRIO (2006), explica que o sistema de revestimento cerâmico tem em seu projeto
especificações para garantir a compatibilidade dos elementos e eficiência em suas
designações.

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JUNGINGER (2014) destaca que a elaboração de um projeto alveja expor detalhes e
especificações acerca dos métodos e materiais próprios de cada aplicação, levando em
consideração, estabilidade global da edificação, cronograma de execução da estrutura,
exigências arquitetônicas, tipo de substrato, variação térmica, características e propriedades
das placas, argamassas e rejuntes.
Conforme CAMPANTE E SABBATINI (2001), o projetista estabelece um valor para
a vida útil do projeto e, a partir daí, toma decisões sobre materiais, execução, ações de
manutenção e preço do imóvel, tendo objetivo de atender a durabilidade prevista.
SILVA, CARVALHO JUNIOR e BRANCO (2003), exemplificou as fases de
produção de um sistema de revestimento cerâmico destacando: etapa de elaboração de projeto
executivo; etapa de especificação de materiais; etapa de execução. Apresentou ainda as
seguintes vantagens de um sistema que se baseia nessas etapas: perceptível redução de
anomalias; não se tem relatos de reparos ou a necessidade deles em edifícios que aderiram ao
projeto; consequentemente não foi necessário mão de obra para tais reparos, e com isso
ausência de incômodo aos usuários; redução do desperdício de materiais.
Conforme a NBR13755 (1996), revestimento externo é uma junção de camadas sobre
postas com a finalidade de proteger de agentes nocivos, alem tornar atraente a composição.
Também nela constam as definições a seguir:
-Base: “Substrato constituído por superfície plana de paredes...” “... sobre a qual é aplicada a
argamassa colante, para assentamento das placas cerâmicas.”(NBR 13755, 1996. p.2)
-Argamassa de regularização: “Camada com mesmo traço do emboço, aplicada em um ou
mais demãos sobre o chapisco, sempre que a espessura necessária para o emboço for maior do
que 25mm.” (NBR 13755, 1996. p.3)
-Argamassa colante: “Mistura constituida de aglomerantes hidráulicos, agregados minerais e
aditivos, que possibilita, quando preparada em obra com a exclusiva adição de água, a
formação de uma pasta viscosa, plástica aderente.” (NBR 13755, 1996. p.2)
-Junta: “Espaço regular entre duas peças de materiais idênticos ou distintos.” (NBR 13755,
1996. p.3)

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2.2 MÉTODOS PARA DIAGNÓSTICO

CAMPANTE e SABBATINE (2001), destaca que uma boa análise da origem da


patologia é feita de forma gradual, começando pela observação da anomalia, seguida da
constatação da causa, depois a natureza dessa causa, para enfim chegar à origem do problema.
Bauer, Castro e Antunes (2011), aponta dentre os diversos objetivos de uma
investigação de patologia, a apuração pontual das falhas e danos, a análise da degradação dos
componentes do sistema, delimitação dos meios de evolução das patologias, antecipação de
futuras manifestações com avaliação das causas e efeitos para fins de correção.
Silvestre e Brito (2008), relacionou os métodos de diagnóstico in situ e os
equipamentos a seguir:
- Análise visual assistida- Fissurômetro e medição de inclinação;
- Técnicas mecânicas- Choque de esferas;
- Técnicas ultrassônicas- Ultrassom;
-Técnicas acústicas- Percussão;
- Métodos térmicos- Ensaio termográfico;
- Técnicas de força/deformação- Testemunhos de gesso e pull-off.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

3.1 DESTACAMENTO

Quando a placa cerâmica perde a aderência do substrato é caracterizado como


destacamento, sendo este substrato o emboço sobre a alvenaria ou sobre as peças estruturais,
ou da argamassa colante, segundo IBAPE/BA (2016). Neste contexto a Associação Nacional
dos Fabricantes Cerâmica- ANFACER (2017) ressalta que a ocorrência do descolamento de
placas cerâmicas mostra a insuficiência da aderência das camadas para segurar as
deformações do conjunto, o que ocorre com distintas camadas de acabamento, como, tintas,
pedras, vidros e argamassas.
“O descolamento de placas cerâmicas é uma das patologias mais preocupantes e que
envolve a segurança de uso e operação do empreendimento, devido aos riscos envolvidos.”
(GAIL, 2014, p.27). Ao se destacar do décimo pavimento de um prédio uma placa cerâmica

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de 250 gramas atinge o solo com uma capacidade destrutiva similar a de um projétil de uma
arma de fogo (CAMPANTE e SABBATINI, 2001, apud TAN et al., 1994).
Em geral o descolamento acontece após o primeiro ano de uso do edifício, tendo
ocorrência isolada ou em painéis grandes. Sendo assim mais frequentes nos primeiros e
últimos andares, uma vez que a solicitação nestes pontos é maior, conforme observado por
SABBATINI; BARROS (2001).
Na ocorrência dessa patologia primeiramente se observa um som oco ao percutir as
placas cerâmicas, ou ainda a observação de locais onde há o estufamento das placas cerâmicas
e rejuntes, com destacamento da área em imediato ou posteriormente, conforme
FONTENELLE; MOURA (2004).
Tomando como referência os estudos de IBAPE/BA (2016), defini como possíveis
causas do destacamento, a falta de estabilidade, em função da acomodação geral do prédio;
fluência da estrutura de concreto armado, variação da umidade do ar e de temperatura,
característica pouco resilientes dos rejuntes; falta de contravergas, juntas de dessolidarização;
argamassa colante aberta por mais tempo que o permitido, locais contaminados ou com
impurezas; negligência das técnicas e uso inadequado de equipamentos para a aplicação da
argamassa, falha no processo de execução do assentamento do material cerâmico.
Neste sentido FONTENELLE; MOURA (2004) sugere que além de corrigir as
possíveis causas descritas acima, deve-se evitar o assentamento da placa cerâmica, na fase de
execução da obra onde o suporte que irá receber o material tenha pouco tempo de cura, para
evitar retrações indesejadas, podendo ocorrer tensões não ponderadas no projeto de fachada.

3.2 EFLORECÊNCIA

A eflorescência é caracterizado como o aparecimento de manchas esbranquiçadas no


revestimento, oriunda do acúmulo cristalino, deixando uma má aparência do revestimento. O
surgimento deste depósito é advindo dos sais solúveis contidos nas placas cerâmicas, nas
argamassas de emboço, de rejunte ou de fixação, nos constituintes na alvenaria, conduzidos
através da água de infiltração ou usada na construção, pelos poros dos itens de revestimento,
tais sais em contato com o ar se tornam sólidos gerando o depósito. Como base nas idéias de
FONTENELLE; MOURA (2004).
BAUER (1996) complementa que as três condições de igual valor que provocam a
eflorescência são: a proporção de sais solúveis presentes nos componentes ou materiais,

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existência de água e a pressão hidrostática fundamental para que desloque se à superfície.
Sendo necessário para o fenômeno a ocorrência das três situações simultaneamente.
SABBATINI; BARROS (2001) explica que devido ao sais solúveis contidos no
cimento Portland, seu uso deve ser diminuído, uma vez que constitui parte fundamental da
argamassa, sendo este considerável fonte de eflorescência nos revestimento. (BAUER, 1996,
p.15) traz mais detalhes mostrando que “Cimento que contenham elevado teor de álcalis
(Na2O e K2O) na sua hidratação podem transformar-se em Carbonato de sódio e potássio,
muito solúveis em água.”
Visualmente a área onde a eflorescência se deposita é comprometida e em alguns
casos os sais que a compõem podem ser agressivos, provocando destruição profunda,
conforme ocorre nos compostos expansivos, segundo BAUER (1996).
GAIL (2014) ressalta que a limpeza das manchas esbranquiçadas no revestimento é
algo paliativo, se as infiltrações ou umidades contidas nas camadas que antecedem o
revestimento não forem solucionadas a eflorescência reaparecerá.
Segundo observações de FONTENELLE; MOURA (2004), certas medidas podem ser
adotadas para prevenir o aparecimento da eflorescência, tais como diminuição do uso de
Cimento Portland na argamassa para emboço ou adotar cimento com teor de álcalis reduzido;
usar placas cerâmicas com melhores características, que tenha passado por alta temperatura de
queima, suficientes para tirar a umidade residual e eliminar sais solúveis; executar o
revestimento cerâmico somente após decorrido prazo mínimo necessário para que todas as
camadas que antecedem o revestimento cerâmico tenham secado. BAUER (1996)
complementa que garantindo a queima do material cerâmico a uma temperatura acima de
950ºC é possível eliminar sulfatos alcalinos e de magnésio, e a 1050ºC os de cálcio.
SABBATINI; BARROS (2001) acrescenta que para a limpeza do rejunte após sua
execução deve ser evitado ácido clorídrico, indevidamente conhecido com ácido muriático, se
for necessário seu uso, que o faça em concentrações baixas e sem grandes quantidades.
De acordo com FONTENELLE; MOURA (2004) para limpeza da área afetada com a
eflorescência uma lavagem simples do revestimento pode vir a eliminar os depósitos
cristalinos, mais se as circunstâncias continuarem favoráveis o problema poderá reaparecer.
Passando o tempo provavelmente o problema tende a reduzir, uma vez que os sais vão sendo
eliminados.

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3.3 TRINCAS, FISSURAS E GRETAMENTO

A apresentação desta manifestação patológica se dá devido à perda de integridade da


parte exterior do revestimento cerâmico, isso pode ocasionar em danos estéticos como no
gretamento, ou levar a um destacamento da placa como nos caso das trincas, conforme
apresentado por FONTENELLE; MOURA (2004).
IBAPE/BA(2016) considera trinca quando a peça cerâmica se rompe, devido a atuação
das forças mecânicas, separando em partes, com abertura maior que 1,0mm. Já fissura é um
rompimento que não provoca a separação total da placa cerâmica, tendo abertura menor que
1,0mm. O gretamento é formado de várias aberturas menores que 1,0mm, que aparecem no
esmalte da placa cerâmica, concedendo a este um aspecto exterior de teia de aranha.
De acordo com SABBATINI; BARROS (2001) estas manifestações podem ocorrer de
forma generalizada em grandes painéis ou em uma única peça cerâmica, nas mais diversas
direções, tendo prováveis causas conferidas a alguns fatores tais como a retração e dilatação
da placa cerâmica, devido às variações de umidade e temperaturas, o que causa internamente
tensões que favorecem o aparecimento destes problemas. Outro fato é quando a estrutura se
deforma de forma exagerada, estas deformações podem ser transmitidas as alvenarias que em
alguns casos não conseguem absorvê-la em sua totalidade, passando então uma parcela para o
revestimento, se as tensões a ele transmitidas forem maiores que as por ele suportadas pode
vir a ocorrer descolamento, empolamento, trincas e fissuras do material cerâmico. Também a
falta de determinadas particularidades construtivas como a ausência em portas e janelas de
vergas e contra vergas, falta de pingadeiras em platibandas e janelas e a inexistência de juntas
de movimentação dos revestimentos, também atrapalham o bom funcionamento do mesmo.
Outra ocorrência está relacionada à argamassa convencional usada equivocadamente para
assentar o material cerâmico que tende a se retrair durante sua secagem, este efeito causa na
placa assentada um aperto, chamado de efeito “beliscão”, puxando a de modo que sua
superfície é tracionada e fica de forma convexa o que pode levar ao surgimento das trincas e
fissuras no revestimento cerâmico.
FONTENELLE; MOURA (2004) explica que a ocorrência destes problemas são
observados geralmente nos primeiros e últimos pavimentos dos prédios, comumente pela
ausência de juntas de movimentação e características construtivas convenientes.
Contemplados tais componentes em projeto de revestimento e utilizando argamassas
adequadas existe a possibilidade destes problemas não aparecerem.

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4 CONCLUSÃO

A partir das informações apresentadas e de tantas outras absorvidas no processo,


percebeu se um avanço positivo na produção de materiais para a construção civil, tanto em
qualidade quanto em tecnologia, o que contrastou com a corriqueira observância das
ocorrências de falhas no principal “cartão de visitas” de uma edificação, a fachada.
É possível notar que as técnicas de execução na maioria dos casos são passadas
informalmente principalmente em pequenos centros, e que a necessidade de um projeto
específico para revestimentos de exteriores, ainda é questionada pelo proprietário da obra. Por
outro lado as empresas de seguro estão interessadas nas projeções de vida útil de seus objetos
segurados, e um projeto detalhado e exclusivamente pensado para tal finalidade, traz boa
garantia de durabilidade.
Como podemos ver, as anomalias aparecem pouco depois do fim das obras
diminuindo muito a credibilidade do empreendimento, trazendo transtornos para quem
investiu assim como para quem construiu, e que isso pode ser evitado com a designação
correta de materiais e emprego de técnicas de aplicação condizentes para cada situação, o
revestimento cerâmico em fachada traz benefícios à edificação que vão além dos estéticos,
mas a boa aparência deste passa confiança para quem procura conforto e segurança.
Concluindo, do desconforto visual de uma mancha à possibilidade de um acidente
envolvendo vítimas, as manifestações patológicas de revestimentos cerâmicos de fachadas são
um mal possível de ser evitado em sua maioria.

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5 REFERÊNCIAS

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