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ALTA IDADE MÉDIA

Síntese – séculos IV a X

Política
Francos: primeiros germânicos a se converterem ao catolicismo romano, em fins
do século V → batismo do rei Clóvis e início da dinastia merovíngia.

Dinastia merovíngia → deriva seu nome de Meroveu, avô de Clóvis. Governa os


francos do século V até meados do século VIII.

Carlos Martel → derrota os muçulmanos na batalha de Poitiers – 732

Pepino, o Breve → filho de Carlos Martel, consolida o pacto franco-papal →


depõe o último rei merovíngio com apoio da Igreja, fundando assim a dinastia
carolíngia, que deriva seu nome de Carlos Martel.
Surgimento do Estado papal → Pepino concede as terras italianas conquistadas dos
lombardos à Igreja. Transforma o dízimo em lei.

Império Carolíngio
Carlos Magno → filho de Pepino, é coroado “imperador do Sacro Império
Romano” no Natal de 800.

Fatores favoráveis:
- Anuência da Igreja
- Enfraquecimento dos laços com o Oriente (Bizâncio).

- A organização administrativa era excessivamente personalizada.

- Frágeis vínculos imperiais.

- Desagregação do Império: Tratado de Verdun:


- O Império não tinha unidade orgânica;
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- Difusão da vassalagem;
- Contradição das funções reais;
- Invasões dos séculos IX e X (vikings, magiares e sarracenos).

Sociedade

- Terra: praticamente a única forma de riqueza.

- Fidelidade pessoal entre os homens: caráter militar e espontâneo;


patrimonialismo.

- Sociedade polarizada: proprietários fundiários e trabalhadores despossuídos:

1) Proprietários

- Pequenos e médios proprietários → camponeses livres (pagenses) → alódios


- Detinham imensas extensões de terra; verdadeira aristocracia;
a eles eram concedidos privilégios pelo soberano.
- Aristocracia leiga: famílias antigas. Recebiam, em troca de
serviços prestados ao rei, novas extensões de terra
- Potentes
(beneficium). Carlos Magno distribuiu muitos benefícios.
- Aristocracia eclesiástica: proveniente das mesmas famílias.
Monges e bispos. No século IX a Igreja detinha cerca de 1/3
das terras cultiváveis do Ocidente.

- Essas duas aristocracias ligam-se ainda mais com a instituição da vassalagem.


- Carlos Martel, em princípios do século VIII, confisca terras da Igreja para
entregar aos guerreiros. Para contornar o precedente aberto, surgiu a vassalagem:

Vassalagem → tentativa de controlar e cooptar os grandes proprietários

- Ampliação e desdobramento da rede vassálica em duas instâncias:

Rei

Vassalos reais

Vavassalos, homens livres, donos de propriedades menores

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- Ao longo dos séculos VIII e IX, desenvolve-se uma associação automática entre
benefício e vassalagem → a tentativa de vassalagem levava à própria negação do
Estado.
Benefício (concessão de Vassalagem (ligação social
terras) entre aristocratas)

- Prática econômica: terra


entregue ou recebida

- Prática política: o vassalo


Feudalidade ganha poderes naquela terra

- Prática religiosa: relação de


lealdade e juramento de
fidelidade

- O benefício passa a se chamar feudo entre fins do século IX e fins do século XI


e só um vassalo pode recebê-lo.

2) Trabalhadores

- Grande variedade de matizes jurídico-econômicos:

Assalariados: sem dúvida os havia. Grupo pequeno de homens sem terra,


ambulantes, quase sempre artesãos.

Colonos: cada vez mais eram transformados em servos. Os servos representavam


no máximo 10% do conjunto dos trabalhadores rurais. Só após o ano mil ganharão
mais importância.

Escravos: grande discussão historiográfica. É necessário observar as especificades


regionais.

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Economia

Economia agrária dominial

- Podemos conhecê-la graças ao restabelecimento do uso da escrita pelos


carolíngios. Mas há limites: a documentação se refere aos domínios-padrão no
coração do Império.

Domínio → derivados das villae romanas

- Grande ou até imensa propriedade rural: 200 a 2000 hectares


- Assimila-se ao que mais tarde seria uma paróquia.

Traços mais característicos do domínio:

- Sua estrutura de funcionamento.


- A forma como ele era explorado.
- A distribuição interna de suas partes.

- Os domínios eram explorados em moldes extensivos: poucas inovações técnicas,


com baixa produtividade, e uma má exploração de solos pouco férteis:

“...a produtividade era baixa e o único meio viável para minimizá-la seria dotar o
domínio de ampla reserva de mão-de-obra”. MENDONÇA, Sonia R. de. O mundo
carolíngio. p. 17

- O domínio era geralmente dividido em duas grandes partes:


1) Terra indominicata: “reserva senhorial”, explorada pelo senhor
2) Terra mansionaria: pequenas explorações camponesas (mansus): menor unidade
produtiva e fiscal (já indica uma relação servil)

Prestações em trabalho → em troca da concessão do “manso”, os camponeses


deviam principalmente trabalho; isto é “a própria essência do regime dominial”.

- União orgânica entre a reserva e as explorações camponesas que a cercavam.

- Baixos excedentes → para fazer frente à estagnação econômica, havia necessidade


de uma quantidade elevada de agricultores.

“...o papel real das explorações camponesas era, sobretudo, o de propiciarem um


amplo reservatório de mão-de-obra para o cultivo do mansus indominicatum”.
MENDONÇA, Sonia R. de. O mundo carolíngio. p. 19

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- Uso exclusivo do senhor
- Terras cultiváveis (1/3 ou ¼ do
total)
Reserva
senhorial - Três partes - Corte: centro do domínio

- Terra inculta (maior parcela)

- Atribuídas aos trabalhadores a título hereditário


Domínio
- 2/3 ou 2/5 da reserva senhorial
- Mansos livres: maior que o servil, obrigações menos
pesadas (transporte e prestações ocasionais)
- Tenências:
Explorações teoricamente,
camponesas uma unidade de
exploração para
sustentar uma
família
- Manso servil: dos escravos estabelecidos (tarefas mais
braçais e permanentes junto à reserva

- Na prática, havia uma grande disparidade entre os mansos.

- Houve um processo de rompimento da equivalência entre a situação jurídica do


trabalhador e a da terra que ele ocupava: a terra (natureza do manso) passa a definir
o estatuto dos homens: nivelamento dos trabalhadores. Com isso, vai aumentando
o número de corvéias.

- Necessidade constante de ampliação do domínio: os domínios avançavam,


engolindo as pequenas propriedades livres ainda existentes ao seu redor.

- A origem do sistema se deu entre os rios Reno e Loire, mas o regime foi
adquirindo cores locais próprias, nem existindo em algumas áreas da Europa.
- Nas áreas periféricas, havia mais mão-de-obra escrava, e os mansos livres
pagavam apenas uma renda fixa.
- Não se pode esquecer das pequenas explorações camponesas que ainda
sobreviviam.

- Pode-se perguntar: o domínio clássico foi uma regra ou uma exceção?

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Situação das cidades → pouco conhecida. Postura atualmente mais difundida:
reconhece-se um certo debilitamento até o século VIII, e a partir daí uma
constante recuperação. A famosa tese de Henri Pirenne (Maomé e Carlos Magno) é
hoje pouco aceita. Acredita-se hoje que o Mediterrâneo nunca esteve totalmente
bloqueado.

Comércio interno → limitado, mas não paralisado: havia trocas, feiras e mercados
locais. Moeda como instrumento de reserva → a moeda era rara porque os bens
eram raros.

Igreja

- Necessidade de conversão dos bárbaros e maior cristianização das áreas rurais:


multiplicação das paróquias e mosteiros → grande desafio.

- O movimento monástico foi auxiliado pela imunidade → doações generosas dos


reis bárbaros.

- Razões do prestígio do bispado: saber, riqueza de sua sede e pureza de conduta.


Os bispos resolviam todas as questões de fé, doutrina, liturgia, além de prover
amparo para os pobres.

- Necessidade de um clero secular especializado, letrado e versado nas questões da


Igreja.

Surgimento das escolas episcopais

- Lenta união da Igreja e do Estado

Justificativa → o rei fora o vencedor da heresia no Ocidente

Mosteiros: multiplicados por um movimento espontâneo de fundações piedosas


que gozavam de certa autonomia dentro da hierarquia eclesiástica

Inspiração oriental → vida de ascetismo e isolamento

São Bento de Núrsia → séculos VII e VIII (Itália) → novo tipo de monasticismo,
mais participativo → visão de mundo dinâmica, participante, adequada à vida no
campo → “laborare est orare”

Êxito da regra beneditina: os mosteiros se transformam em refúgios de sabedoria,


abrigo e proteção.

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- Crise do Estado merovíngio: novos problemas.

Anarquia merovíngia: usurpação de terras da Igreja, pressão lombarda e bizantina.

Pré-requisitos insispensáveis para a Igreja atingir seus objetivos:


1) Autonomia em relação a Constantinopla
2) Reunificação do Ocidente a partir de uma base de apoio político

- Meados do século VIII: aliança Estado carolíngio / Igreja → Pepino: defesa do


papado; combate aos lombardos; criação do Estado pontifical.

Sagração do rei: o poder temporal passa a emanar do espiritual → idéia de


Império.

Estado carolíngio + Igreja = Cristandade

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BAIXA IDADE MÉDIA
Síntese – séculos XI a XIII

Economia
Passagem da agricultura dominial para a senhorial

 Crescimento demográfico  essencial


- Fim das migrações de povos.
- Melhoria dos instrumentos agrícolas.
- Mudanças no sistema de cultivo.
- Avanço sobre as terras incultas: três frentes:
1) “Terrenos baldios nas margens ou no interior das antigas regiões
cultivadas.”
2) “Pântanos, litorais arenosos ou manguezais”  expansão “para fora” das
aldeias e vilas.
3) “Criação de aldeias novas em lugares onde antes nada existia.”

 Mudanças no sistema de culltivo:


- Generalização do assolamento trienal.

Trigo Aveia Pousio

Aveia Pousio Trigo

Pousio Trigo Aveia

- Novos modos de atrelagem de animais de tiro.


- Arados.
- Ferraduras.
- Carreta de quatro rodas.
- Aumento geral do uso do ferro.

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Organização econômica senhorial

 Os mansi foram divididos em unidades bem menores, as tenências (3 ou 4


hectares.
 A reserva senhorial também é reduzida. Razões:
1) Necessidade de se criar novas tenências camponesas.
2) Aumento da produtividade: > produção com menos terra.
3) A principal fonte dos rendimentos passou a vir do exercício dos direitos
de ban.
4) Desmenbramento (desde fins do século X) das terras em função do
feudalismo.

 Não se deve confundir senhorio e feudo.

Território que dava a Cessão de direitos


seu detentor poderes (geralmente sobre um
econômicos ou senhorio)
jurídico-fiscais

 Mudanças no regime de mão-de-obra


- Desaparecimento da escravidão (não totalmente).
- Aumento do trabalho assalariado.
- Os servos se tornam o principal tipo de trabalhador.
- As prestações em serviço diminuem bastante.

Mecanismos novos de exploração econômica:


1] Senhorio doméstico

Três formas
Distintas 2] Senhorio territorial
(Duby, 1963)

3] Senhorio banal

1] Senhorio doméstico
- Herança da escravidão carolíngia.
- Organizada em torno do senhor e sua “família” (seus homens)  antigos
“escravos estabelecidos” : vínculo homem a homem e não uma
dependência direta com a terra.
- Impunha aos protegidos: a “mão morta”, a formariage, a capitação.

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2] Senhorio territorial
- Baseada na posse do solo, da terra.
- Os trabalhadores tinham situações jurídicas bastante distintas.
- Formas de extração da riqueza: corvéias e pagamentos (em moeda ou
produtos).

3] Senhorio banal
- Derivado dos direitos de “bannum” usurpados ao rei.
- Remontava à descentralização dos antigos principados territoriais do
tempo carolíngio; podia ser cedido em feudo.
- Pode sobrepor-se a vários senhorios fundiários.
- O “senhor banal” possuía uma série de direitos novos e profundamente
odiados:
Justiça

Direitos novos Talha: imposto arbitrário, depois fixado

Banalidades: obrigatoriedade do uso do lagar,


forno e moinho do senhor mediante uma taxa

Hospedagem do senhor, seus cães e


homens

- Progressiva identificação do senhorio fundiário e banal.

 Comércio

- Séculos XI-XIII: aumento da atividade manufatureira e mercantil.

Evidências que não permitem aceitar as teses de Henri Pirenne (sobre


o comércio na Alta Idade Média)
- Le Goff e Duby: mudanças na agricultura e demografia  impulso para
o aumento do comércio.
- Duby: dois sistemas de comércio (séculos XI a XIII)
1) Comércio entre aldeias, castelos e burgos  voltado para artigos
baratos, pesados e cotidianos.
2) Comércio entre países e mesmo continentes diferentes: artigos de
luxo, caros e que geravam grandes lucros em pequenas
quantidades.

- O transporte marítimo e fluvial são os preferidos.


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- Duas grandes rotas ligam a Europa entre si e ao resto do mundo.
1) Rota do Norte: Londres  Mar do Norte, Báltico  além-Elba 
comunas do Dnieper
2) Rota mediterrânica: cidades italianas (Pisa, Florença, Gênova, Veneza,
etc.)  Mediterrâneo oriental e Mahgreb  Bizâncio, litoral sírio e
Alexandria  caravanas da Índia e da China caravanas do interior
da África (marfim, ouro, peles, plumas)

- O ponto central das duas rotas era o condado de Champagne, que se


torna, no século XII, o centro do comércio internacional na Europa.
Localização estratégica e sistema de garantias criado pelos condes locais.
Os produtos eram geralmente importados, mas havia também um
comércio local e transações financeiras.
- Os dois extremos deste eixo comercial (Flandres e Itália) eram os mais
importantes centros comerciais e manufatureiros da Europa.

 “Revolução Industrial medieval” (Gimpel):


- Crescimento demográfico e comercial que acaba desembocando nas
cidades.
- As cidades buscam autonomia: mas o afastamento da região rural levou
ao incremento do comércio entre as duas regiões.
- Duas maiores indústrias medievais: construção e têxtil (os maiores
centros desta eram Flandres, Itália e Inglaterra).
- Associações profissionais: corporações de ofício. Oficina
Razões para o agrupamento: Mestre
Religiosas: tradição das confrarias.
Econômicas: monopólio profissional. Jornaleiro
Político-sociais: organização da plebe
de artesãos diante dos mercadores.
Aprendiz

- Organização interna: até fins do século XIII, os jornaleiros podiam


aspirar à condição de mestres. Mas depois elas se enrijeceram e a posição
tendeu a tornar-se hereditária.
- Monetarização da economia: devido à grande diversidade de moedas e ao
baixo valor das mesmas, o poder monárquico se fortalece e põe em
circulação metal entesourado. Surgem os bancos na Itália.

- Moral econômica da Igreja:


Distribuição: propriedade privada desde que para o bem comum.
Equilíbrio: condenação da usura e prescrição do preço justo.
 Capitalismo medieval?

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- Hilário Franco Jr. Acredita poder se falar em “premissas do capitalismo”
ou “pré-capitalismo” (Léopold Génicot), que não era no entanto o único
sistema nem o dominante.

Sociedade
 Feudo-clericalismo
- Papel central da Igreja na auto-imagem da sociedade. Fazia a conexão
entre os vários elementos da sociedade feudal.
- Construção da idéia das três ordens:
Vários clérigos foram os “criadores” desta idéia
Exemplo: Adalberon de Laon, 1025-1027

“oratores”: clérigos Mesma


origem
Três social
“ordines” “bellatores”: guerreiros

“laboratores”: trabalhadores

- “Ordo”: designa a “ordem do universo”, a “ordem social” e também cada


“ordem”.

Oratores: o clero. Grande distribuição social. À medida que o poder


monárquico se enfraquece, os bispos vão assumindo funções “estatais”.
Recebem grandes doações.
Bellatores: De início uma pequena elite. Diante das invasões do séc. X,
eles passam a armar e sustentar elementos socialmente inferiores.
Laboratores: camponeses livres, escravos, artesãos e,
predominantemente, servos (trabalhadores dependentes). Teoricamente,
os mercadores também.

 Relações sociais

Oratores e bellatores – relação horizontal (contrato feudo-vassálico).

relação vertical (autoridade)

laboratores - relação horizontal (solidariedade comunal)

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 Laços feudo-vassálicos: laços de pseudo-parentesco que unia um “ancião”
(sênior) e um “moço” (vassalus)
O juramento vassálico:
1) Homenagem: o vassalo se ajoelha diante do futuro senhor, com as mãos
postas; o senhor coloca suas mãos sobre as do “seu homem”
2) Fidelidade: de pé, o vassalo jura sobre as relíquias ou sobre a Bíblia.
Beijam-se (osculum)
3) Investidura: entrega de um objeto simbolizador do feudo concedido

Desigualdade – igualdade – reciprocidade (Le Goff)

- Parentesco artificial e complementaridade das relações sociais.


Obrigações negativas

- Obrigações do vassalo consilium:“dar conselhos”,


participar do tribunal do
senhor
Auxilium: serviço militar e
ajuda econômica:
- pagamento de resgate
- cerimônia de sagração do
filho
- casamento da filha mais
velha
- partida do senhor para uma
cruzada

proteção
- Obrigações do suserano
sustento

- Rompimento: traição, “felonia”


- Regra de primogenitura: o feudo só poderia ser transmitido inteiro ao
primeiro filho do senhor: necessidades militares.
- O feudo era indiviso, mas podia ser indefinidamente subenfeudado.

Conde X Feudo recebido do rei


precisa de mais guerreiros Y

K L M N O P Q R S
A B C D E

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Cavaleiro  guerreiro altamente especializado; início da utilização do
estribo, no século VIII

Equipamento caro, equivalente, equivalente a 22 bois

- O detentor de terras precisava ter (ou ser) cavaleiros para defende-las, e o


cavaleiro precisava de terras para manter seu equipamento e treinamento
militares.
- Necessidade de novas terras  única forma de expansão
- Necessidade de manter, revigorar ou alterar os laços e a hierarquia
aristocrática.

Levam a constantes guerras interfeudais.

- Condição social dos cavaleiros: firma-se a partir do século XI.


- Geralmente elementos saídos do campesinato livre, eram armados e
sustentados pelo senhor em sua própria casa.
- Com o número crescente e o custo da manutenção, preferiu-se remunerá-
los com terra.
- Autonomia  combates entre eles e expedições destrutivas contra
“feudos” inimigos  anarquia militar
Paz de Deus  fins do século X:
respeito aos clérigos, mercadores e
Cristianização da camponeses
Cavalaria (miles Christi)
Trégua de Deus  proibição de lutar
alguns dias por semana e em certos
períodos do ano
Cerimônia de adubamento  rito iniciático, quase um sacramento
- O cavaleiro adubado tinha grande prestígio no século XII

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 Contradições econômicas e sociais
- Levam às cruzadas  estas aceleraram a dinâmica social e trouxeram à
tona novos problemas:
 Enfraquecimento da Igreja;
 Decadência aristocrática;
 Emergência de novos grupos sociais:
 campesinato livre
 comunas: movimentos coletivos
 burguesia

 Emergência das cidades


- Depois de morar um certo tempo nas cidades, o camponês tornava-se
homem livre; tornava-se burguês.
- Desde fins do século XII forma-se nas cidades um proletariado. Elas já
não oferecem as mesmas condições.
- Não se pode exagerar o caráter antifeudal da burguesia. Contudo não se
pode negar o papel que, com o tempo, as cidades exerceram contra a
sociedade feudal. Nelas se concentraram todas as formas de
marginalidade social.
- Heresias  mais contundentes movimentos sociais de contestação da
época feudal.

 Síntese das transformações


- Surgimento de novos valores individualistas  reflexo e origem de um
conjunto mais amplo de transformações, uma maior valorização do
indivíduo  crescente humanização da imagem de Cristo.
- Valorização da mulher e da criança  incremento do culto à Virgem
desde o século XII.

Política

 Personagens políticos principais da Baixa Idade Média:


- Império
- Igreja
- Monarquias
- Nobreza feudal
- Comunas

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 Interação desses personagens na Idade Média:

universalismo X particularismo

Império e Igreja a emergência de poderes


fracassam, dando particulares (feudos) e nacionais
oportunidade para (monarquias)

Soberano:
- relação unilateral com os súditos
- sagrado (ungido)
Rei  caráter duplo - único
e contraditório
Suserano:
- relação bilateral
- poder de fato apenas nos seus
senhorios

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Igreja

 Movimento reformista originado no século XII, na abadia de Cluny, para


enfrentar os males que afligiam a Igreja, devido à entrada de muitos elementos
leigos no corpo sacerdotal:

- melhoria nos costumes


- Gregório VII (1073-1085) – grande impulsionador das reformas:
- Submeter os bispos ao papa
- Combater a simonia
- O nicolaísmo

 Querela das Investiduras: choque entre Gregório VII e o imperador


Henrique IV (1056-1106)

- O imperador nomeia bispos, contra a nobreza, e se recusa a renunciar ao


poder de “investir” religiosos
- Resolução: Concordata de Worms (1127):
1) O poder de investir o cargo pertence à Igreja
2) O poder de conceder os benefícios pertence ao imperador

- Não resolve o problema, já que o problema da escolha ainda permaneceu.

 Heresias: grande número de religiosos consideram as reformas insuficientes, o


que dá origem a movimentos heréticos ou radicais:
- Grande acorrida à Ordem de Cister, fundada por S. Bernardo: caráter
ascético intolerante e críticas aos cluniacenses
- Valdenses: negam qualquer autoridade fora dos Evangelhos
- Albigenses: negação da Igreja, clero próprio (os cátaros), maniqueísmo
(negação do mundo)

- Inocêncio III, o Grande (1198-1216): organiza uma cruzada de


extermínio às heresias

- Surgem as “ordens mendicantes”:


- S. Domingos de Gusmão  ordem dominicana
- S. Francisco de Assis  ordem franciscana
- As ordens mendicantes estarão ligadas, desde o início, ao movimento das
universidades nascentes

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O DECLÍNIO DA IDADE MÉDIA
Síntese – séculos XIV-XVI

Economia
Crise generalizada  crise conjuntural com abalos estruturais: gênese da
economia moderna

- Ausência de crescimento da riqueza social global por falta de


investimentos.
- Crise: conseqüência dos próprios princípios da economia extensiva e
predatória das fases anteriores.
- Produção estática (limites técnicos) e consumo dinâmico (crescimento
populacional).

- Havia entre oferta e procura um equilíbrio precário, que se via
comprometido por qualquer acidente natural.
- Pelo menos cinco períodos de fome generalizada em quase todo o
Ocidente.
- Elevou-se a mortalidade, agudizaram-se as tensões sociais.
- Reflexos no setor secundário. Menos gastos com bens industriais.
- Reflexos no setor terciário. Redução da margem de lucro.
- Os bancos se ressentiam das constantes mutações monetárias feitas pelos
reis.
- A própria crise saneou a economia: abandono das terras improdutivas,
retração populacional, expansão ultramarina. Por volta de 1470 já se
constata uma recuperação.

Sociedade
 Passagem de uma sociedade de ordens para uma sociedade estamental,
acelerada pela crise generalizada.

 Quebra do imobilismo social

- Muitas famílias nobres perdiam suas terras e se deslocavam para as


cidades ou para as cortes principescas e monárquicas  descaracterização
 limitação da natalidade (a cada seis gerações desaparecia uma linhagem
nos séculos XIV e XV)

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- Enobrecimento de famílias burguesas (França) e aburguesamento de
famílias nobres (Itália)

 Quebra da identidade clero-nobreza



- Proletarização do clero a partir do século XIII e principalmente no século
XIV

 A burguesia consolida-se com a crise aristocrática



Penetração burguesa no campo  domínio burguês nas cidades (patriciado
urbano)

 Trabalhadores rurais:
- Retrocesso demográfico e econômico: recuo da servidão
- Ressurgimento de um campesinato livre
- Formação de uma elite camponesa: pecuária - principal atividade
- Inglaterra (e outras regiões): reação senhorial - revigoramento dos laços
de dependência
 Trabalhadores urbanos:
- Crise reforçou o poder da alta burguesia
- O afluxo de trabalhadores rurais para as cidades em busca de empregos
permitiu à alta burguesia achatar os salários.
- As corporações de ofício fecharam-se ainda mais.

Resultado deste estado de coisas: uma série de sublevações populares

Exemplos:

 Revoltas contra a miséria:


- Movimento dos Tuchins (1366-1384): camponeses e artesãos
arruinados de Auvergne e do Languedoc contra a miséria

 Revoltas mais importantes:


- Revolta da Flandres marítima (1323-1328): camponeses médios, contra
o aumento de impostos
- Jacquerie (maio-junho de 1358): começada na região de Paris e depois se
estendeu. Conjuntura:
 Peste negra
 Legislação salarial de 1351 e 1354

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 Crescente peso dos impostos
 Problemas gerados pela Guerra dos Cem Anos
- Rebelião campesina inglesa de 1381: questão fiscal teve peso decisivo.
Conjuntura:
 Depressão econômica
 Alto custo da mão-de-obra
 Dificuldades geradas pela guerra na França
 Revoltas urbanas
- Pelo controle do Estado que se afirmava, fosse comunal, senhorial ou
nacional
- Comunal: Movimento do Ciompi (1378), em Florença: cardadores de lã
(“ciompi”) tentam controlar as magistraturas
- Senhorial: Sublevação de Bruges e Gand (1379-1382): contra o poder do
conde de Flandres, pretendendo autonomia político-comercial
- Nacional: Revolta de Étienne Marcel (1356-1358): alto burguês que
armou o povo de Paris, tomou o palácio real e pretendeu tutelar a realeza

Política
 Ascensão do Absolutismo

 Guerra dos Cem Anos: conflito ao mesmo tempo feudal e nacional, onde
afloram e se resolvem as contradições da sociedade “feudo-nacional”.

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