Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
ANTICORRUPÇÃO
DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL:
PRIMEIROS PASSOS PARA UM PLANO
NACIONAL ANTICORRUPÇÃO
Revisão:
Erika Alonso
Diagramação:
Andreza Moreira
Capa:
Andreza Moreira
DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL:
PRIMEIROS PASSOS PARA UM PLANO
NACIONAL ANTICORRUPÇÃO
Esta pesquisa foi desenvolvida pela FGV Direito Rio, em parceria com
o Ministério da Justiça, e foi selecionada para receber financiamento do
Prosperity Fund, do Foreign and Commonwealth Office, do Reino Unido.
A corrupção no Brasil tem raízes em diferentes estruturas da sociedade,
muitas delas vinculadas ao Estado. Por essa razão, ações segmentadas rara-
mente firmam-se para produzir mudanças substanciais na cultura, com resul-
tados duradouros.
Avaliou-se, entre outros pontos, como o governo do Reino Unido, com ex-
periência reconhecida no campo, desenhou um plano anticorrupção, identifi-
cando estratégias para priorizar e implementar não apenas ações de fiscaliza-
ção, mas também esforços de advocacy para a redução da corrupção.
Além das avaliações realizadas, o projeto visa a dar ao governo brasileiro
instrumentos diferentes para ampliar a luta contra a corrupção, impactando de
maneira eficiente os debates nacionais, além de contribuir para os esforços de
minimização da corrupção no Brasil.
DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL: PRIMEIROS PASSOS
PARA UM PLANO NACIONAL ANTICORRUPÇÃO
Alguns dos maiores sucessos da ENCCLA, nos últimos treze anos, são
a criação do Programa Nacional de Capacitação e Treinamento para o
Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (PNLD), a criação do
Cadastro de Entidades Inidôneas e Suspeitas, a criação de Delegacias
Especializadas em Crimes Financeiros, no âmbito da Polícia Federal (PF),
e o desenvolvimento da metodologia utilizada no Ranking Nacional da
Transparência, divulgado pelo Ministério Público Federal (MPF).
Interessante notar que diversas das ações pretendidas para 2017 se re-
ferem ao desenvolvimento de mecanismos de cooperação e integração
entre os diversos órgãos.
1 primeira avaliação deste estudo analisa qualitativamente as respostas aos 308 pedidos de acesso
A
à informação enviados. Os tópicos em licitação são analisados comparativamente entre prefeituras 11
e tribunais de contas a partir da disponibilidade de dados demonstrada pelos órgãos e do nível de
transparência dos processos anticorrupção, tanto no âmbito do controle interno quanto no de controle
externo. A segunda avaliação analisa a disponibilidade de informações sobre processos licitatórios nos
portais de licitação das prefeituras e dos tribunais de contas. A construção desta avaliação levou em
conta padrões internacionais de abertura de dados em compras públicas, como o Open Contracting
Partnership (OCP), e o Local Government Transparency Code 2014 do governo do Reino Unido. A
terceira avaliação analisa a responsividade dos órgãos ao controle social, ou seja, sua capacidade em
responder aos pedidos de informação de forma adequada e dentro do prazo estabelecido pela lei.
o controle e a disponibilidade de dados sobre licitações foram avaliados não
DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL: PRIMEIROS PASSOS
PARA UM PLANO NACIONAL ANTICORRUPÇÃO
Envios Respostas
Prefeitura Respostas % % Dias
válidos precisas
Aracaju - SE 7 6 86% 0 0% 5
Manaus - AM 7 0 0%
Macapá - AP 7 0 0%
Campo Grande - MS 7 0 0%
Belém - PA 7 0 0%
Envios Respostas
Tribunal de Contas Respostas % % Dias
válidos precisas
TCE MT 5 2 40% 0 0% 2
16
TCM PA 5 1 20% 0 0% 30
TCE PR 5 1 20% 0 0% 20
TCE RN 5 2 40% 0 0% 25
DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL: PRIMEIROS PASSOS
PARA UM PLANO NACIONAL ANTICORRUPÇÃO
Envios Respostas
Tribunal de Contas Respostas % % Dias
válidos precisas
TCE AL 5 0 0%
TCE AP 5 0 0%
TCM BA 5 0 0%
TCE MG 5 0 0%
TCE MS 5 0 0%
TCE PI 5 0 0%
TCE RR 5 0 0%
TCE SE 5 0 0%
TCE TO 3 0 0%
A evidência demonstra que parte das prefeituras que não cumprem com
a transparência ativa o fazem não necessariamente por dificuldades téc-
nicas ou falta de recursos. Houve casos em que os dados foram gerados
e enviados ao órgão de controle externo; por conseguinte, poderiam
ser disponibilizados ao público pela própria prefeitura, mas, por outros
motivos, a prefeitura deixou de disponibilizá-los, como é o caso das Pre-
feituras de Fortaleza, Belo Horizonte, Teresina e Palmas.
Portal das
Portal das
Rio Branco - AC Licitações 100 0
Licitações
100 0 J
(TCE AC)
Portal da
Maceió - AL
Transparência
100 50 SICAP 0 0 J
Portal da
Manaus - AM Transparência 50 0 — 0 0 K
Municipal
Pesquisa de
Macapá - AP
Licitações
0 0 — 0 0 L
Compras
Salvador - BA
Salvador
100 0 — 0 50 J
Portal de
Fortaleza - CE — 0 100 Licitações dos 100 50 J
Municípios
Portal de
Compras
Vitória - ES
– Editais e
50 0 — 0 0 K
licitações
18 Goiânia - GO
Portal da
Transparência
50 0 — 0 50 K
Central de Mural de
São Luís - MA
Licitações
100 0
Licitações
100 50 J
Portal de
Fiscalizando
Belo Horizonte - MG Informações 50 50
com o TCE
100 0 J
e Serviços
DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL: PRIMEIROS PASSOS
PARA UM PLANO NACIONAL ANTICORRUPÇÃO
Prefeitura Tribunal de Contas
Campo Grande - MS — 0 0 — 0 0 L
Portal da
Cuiabá - MT
Transparência
0 0 — 0 0 L
Portal de Listagem de
Belém - PA
Licitações
50 0
Licitação
50 50 K
Portal da
João Pessoa - PB
Transparência
100 0 SAGRES 50 0 J
Portal de
Recife - PE
Compras
100 0 Tome Conta 100 0 J
Documentos / Mural de
Teresina - PI
Licitações (1)
0 0
Licitações
100 0 J
Portal da Portal de
Curitiba - PR
Transparência
100 0
Informações
100 0 J
Rio de Janeiro - RJ — (2) 0 0 — 0 50 J
Portal de
Natal - RN
Compras
50 0 — 0 0 J
Portal Trans-
Porto Velho - RO
parência
50 50 — 0 0 J
Portal da
Boa Vista - RR
Transparência
0 0 — 0 0 L
Portal
Transparência
Porto Alegre - RS
e Acesso à
0 0 — 0 50 L
Informação
Portal Trans-
Florianópolis - SC
parência (2)
0 0 — 0 0 L
Portal das
Prefeituras
Aracaju.
Aracaju - SE
compras
50 0 Municipais 50 0 J
do Estado de
Sergipe
e-Negócios
São Paulo - SP
Cidade SP
100 100 — 0 100 J
Portal da Portal da
Palmas - TO
Transparência
0 50
Transparência
100 0 J 19
100 Nível suficiente de informações
0 Ausência de informações
20
*As proposições analisadas na pesquisa foram coletadas até 15/09/2016. Fonte: FGV, 2017.
Portanto, o número de proposições apresentadas em 2016 não corresponde
ao total, devendo ser entendido como uma tendência de queda.
DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL: PRIMEIROS PASSOS
PARA UM PLANO NACIONAL ANTICORRUPÇÃO
Os temas mais recorrentes nas proposições analisadas são: Licitação
(17,9%); Financiamento Eleitoral (11,2%); Corrupção Ativa e Passiva
(8,3%); Improbidade Administrativa (7,6%); Crimes contra a Administra-
ção Pública (7,3%); e Enriquecimento Ilícito (5,5%).
Licitação
Improbidade
adm
Crimes
Caixa
contra
2
AdmP
Corrupção
Ativa e
Passiva
Financiamento
eleitoral
21
Fonte: FGV, 2017.
cia (12,2%), que inclui propostas que têm como tema: contas públicas; em-
presas estatais; tribunais de contas; acesso à informação etc. Agravamento
de Pena (8,7%), com proposições que tratam de: corrupção ativa e passiva;
crimes eleitorais; crimes contra a administração pública; enriquecimento ilí-
cito; improbidade administrativa etc.; e Tipificação (8,0%), com proposições
sobre: corrupção ativa e passiva; caixa 2; crimes eleitorais; enriquecimento ilí-
cito; improbidade administrativa, etc. Muitas delas propõem a transformação
da corrupção em crime hediondo ou lesa-pátria.
Restrição
Medidas de
Transparência
Agravamento
Celeridade
da Pena
Cria
Crime órgão
hediondo
Sanção
22
Regulamentação
Tipificação
Detecção
Punição
Prevenção
PT
SD
PP PR
PRB
DEM
PROS
PHS
PDT
24 PTB
PSB
PSC
PSD
VI RECOMENDAÇÕES
27
A versão integral da pesquisa “Diagnóstico institucional: primeiros passos para
um plano nacional anticorrupção” está disponível em: http://direitorio.fgv.br/cjus
DIAGNÓSTICO INSTITUCIONAL:
PRIMEIROS PASSOS PARA
UM PLANO NACIONAL ANTICORRUPÇÃO
O enfrentamento permanente da corrupção no Brasil depende do encontro de inte-
resses e competências institucionais. As condições para que os inúmeros órgãos que
formam o sistema de integridade nacional conjuguem esforços não são simples de
se atingir. Este é o propósito do estudo desenvolvido pela FGV Direito Rio e patroci-
nado pelo Prosperity Fund, do Reino Unido: apresentar o diagnóstico institucional de
parte da estrutura brasileira de combate à corrupção e com isso contribuir com os
fundamentos do esperado Plano Nacional Anticorrupção.
Esse esforço interdisciplinar de pesquisa combinou 1) a análise da experiência de
combate à corrupção no Reino Unido ao longo dos últimos dez anos, 2) a avaliação
da evolução legislativa e institucional do Brasil na luta contra a corrupção, 3) o
estudo sobre os instrumentos judiciais e respectivas respostas do STF e STJ sobre a
investigação e punição de crimes contra a Administração Pública e de improbidade
administrativa, 4) a avaliação sobre transparência em processos licitatórios em pre-
feituras e tribunais de contas e, por fim, 5) a análise sobre as atuais proposituras
do Congresso Nacional em resposta à expectativa popular de combate à corrupção.”