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Nutrição e sistema imunológico

Por Andreia Sena Silva dos Santos,


acadêmica da FSP/USP e estagiária da Nutrociência.

O sistema imunológico constitui a defesa do organismo contra a ação


de microorganismos patogênicos (que geram doenças). O sistema
imunológico pode ser dividido em imunidade natural e imunidade adquirida.
O primeiro tipo constituiu a primeira linha de defesa do organismo e é
mais antiga em termos evolutivos. Na imunidade natural a barreira física da
pele, e de substâncias como muco e lágrima dificultam a entrada dos
microorganismos. Além disso, existem células conhecidas como fagócitos
que destroem microorganismo invasores, porém não guardam memória.
A imunidade adquirida é mais recente do ponto de vista evolutivo,
demora alguns dias para se estabelecer, no entanto detecta e destrói
microorganismos específicos, guarda memória e age por meio de linfócitos T
e Linfócitos B e anticorpos.
Quando o sistema imune produz respostas exageradas ou reconhece
como estranhos componentes que são próprios do organismo, ocorrem os
chamados processos alérgicos e as doenças auto-imunes, respectivamente.
A nutrição desempenha papel importante na imunidade, pois as
reações do sistema imunológico também necessitam de energia e de vários
nutrientes para a formação de células e outras substâncias envolvidas no
sistema de defesa do organismo.

Ingestão de energia

Na desnutrição muito severa geralmente ocorre diminuição da


atividade do sistema imunológico, com redução das células imunes e alta
incidência de infecções, que podem inclusive levar a morte.
Por outro lado, o extremo oposto, a obesidade também gera
distúrbios imunológicos, sendo observada maior quantidade de
componentes responsáveis pelo processo inflamatório.
Alguns estudos indicam que uma restrição leve na ingestão alimentar
pode melhorar as respostas do sistema imune.

Proteínas e aminoácidos

As proteínas são compostas por subunidades menores, os


aminoácidos, e desempenham papel importante no sistema de defesa do
organismo, pois são classificadas como nutrientes construtores.
Existem alguns aminoácidos específicos que estão mais relacionados
com a função imune, entre eles a arginina e a glutamina.
A arginina tem papel importante no crescimento e na função dos
linfócitos T. Além disso uma substância formada a partir da arginina, o
óxido nítrico (NO), induz a ação de várias células de defesa, combatendo
infecções causadas por vírus, bactérias, fungos, protozoários e vermes.
A glutamina é o aminoácido presente em maior quantidade no
sangue. Desempenha papel importante, pois é serve como fonte de energia
para as células do intestino delgado e para linfócitos e macrófagos, células
do sistema imunológico.
Gorduras

As gorduras desempenham diversas funções no organismo, incluindo


fornecimento de energia, componentes das membranas celulares e fazer
parte de processos de sinalização celular.
Os principais tipos de gorduras envolvidas nos processos do sistema
imunológico são os chamados ácidos graxos ômega 3 (encontrados
principalmente nos peixes) e ômega 6 (encontrados principalmente em
óleos vegetais).
Os ácidos graxos ômega 6 dão origem a substâncias chamadas
eicosanóides, que participam das reações inflamatórias aumentando o fluxo
sangüíneo no local da inflamação e agindo como sinalizadores para o
recrutamento das células de defesa. Desta forma atuam estimulando as
respostas do sistema imune.
Os ácidos graxos ômega 3 competem com os ômega 6 em algumas
reações do organismo. Sendo assim o consumo de ômega 3 diminui as
respostas do sistema imunológico. No entanto isso é vantajoso no caso das
doenças alérgicas e auto-imunes, onde ocorrem respostas imunológicas
exageradas ou inadequadas.

Vitamina A

A deficiência de vitamina A está relacionada ao aumento da gravidade


das infecções. A vitamina A regula diversos componentes do sistema imune,
tanto da imunidade natural como da imunidade adquirida.
A deficiência de vitamina A prejudica os efeitos da imunidade natural,
pois afeta a produção de muco no trato respiratório, gastrintestinal e
urinário. Esse mucoso serve como barreira física contra a entrada de
microorganismos. Além disso ocorre diminuição no número de células da
imunidade natural.
Na imunidade adquirida a deficiência de vitamina A prejudica o
crescimento e a função dos linfócitos B (produtores de anticorpos)
O processo de vacinação implica na introdução de parte de um
microorganismo, ou microorganismo enfraquecido ou morto, a fim de que
as células de defesa que possuem memória produzam anticorpos. No
entanto quando ocorre deficiência de vitamina A essa produção de
anticorpos é prejudicada.
Além disso a vitamina A diminui a gravidade de doenças infecciosas
como diarréia e malária.

Ferro

O ferro é um mineral necessário para praticamente todas as células


vivas, pois participa de diversas reações químicas incluindo o processo de
obtenção de energia e o processo de multiplicação celular.
A ação das células da imunidade natural, neutrófilos e macrófagos,
diminuem quando ocorre deficiência de ferro.
A deficiência de ferro pode causar diminuição da proporção de
linfócitos T no sangue. Além disso provoca a atrofia do timo, órgão que
produz os linfócitos T. a multiplicação de linfócitos B também fica
prejudicada nessa condição.
A sobrecarga de ferro, causada por medicamentos ou transfusões de
sangue freqüentes, também pode comprometer a atividade do sistema
imune. A redução da proporção de linfócitos T pode ser observada nessas
situações.

Probióticos

Os probióticos são microorganismos que resistem à passagem pelo


trato gastrintestinal, colonizam o intestino e trazem benefícios à saúde
humana, pois impedem a proliferação de microorganismos patogênicos. Eles
estão presentes em iogurtes, queijos e leites fermentados. Os tipos mais
conhecidos são os lactobacilos e as bifidobactérias.
As ações dos probióticos no sistema imunológico consistem em
estimular a produção de alguns fatores imunológicos e a modulação de
outros.
Entre as ações de estimulação os probióticos aumentam a atividade
das células da imunidade natural, aumenta a resposta dos anticorpos e
estimulam a produção de anticorpos após a vacinação.
As ações moduladoras incluem a redução da produção de substâncias
pró-alérgicas e o aumento da produção de substâncias antialérgicas.

O nosso organismo está permanentemente exposto a uma série de


microorganismos que podem causar infecções. O sistema imunológico existe
para exercer papel de proteção contra esses patógenos, no entanto uma
alimentação adequada tem papel fundamental no seu funcionamento
adequado.

Por Andreia Sena Silva dos Santos, acadêmica da FSP/USP e estagiária da


Nutrociência.

Referências bibliográficas:

Calder PC, Fields CJ, Gill HS. Nutrition and Imune Function. CAB
international, 2002, 426 p.

Calich VLG, Vaz CAC. Imunologia. Ed Revinter, Rio de Janeiro, 2001, 260
p.

Yoshida SH, Keen CL, Ansari AA, Gershwin ME. Nutrição e Sistema
Imunológico. In: Shils ME et al. Tratado de nutrição moderna na saúde e
na doença. 9ª edição, Editora Manole, Barueri, 2003.

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