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INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA

ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE


CESTP DE APOIO EM CUIDADOS CONTINUADOS
INTEGRADOS

A PESSOA DEPENDENTE E O PAPEL DO TÉCNICO DE


INTERVENÇÃO EM CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

Discente: Inês Vilão, 20278


Beja
2019

1
INSTITUTO POLITÉCNICO DE BEJA
ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE
CESTP DE APOIO EM CUIDADOS CONTINUADOS
INTEGRADOS

A PESSOA DEPENDENTE E O PAPEL DO TÉCNICO DE


INTERVENÇÃO EM CUIDADOS CONTINUADOS INTEGRADOS

Beja
4 de Dezembro de 2019
Discente: Inês Vilão, 20278
Docente: Alexandra Batista
Disciplina: Princípios Básicos Na Prestação De Cuidados

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Índice

Índice ............................................................................................................................................. 3
Introdução ..................................................................................................................................... 4
A Pessoa Dependente E O Papel Do Técnico De Intervenção Em Cuidados Continuados
Integrado ....................................................................................................................................... 5
Quais as funções de um técnico de intervenção num serviço de cuidados continuados? ............. 9
Caracterização dos cuidadores formais de pessoas idosas .......................................................... 11
Notícias Relacionadas Com Os Idosos ........................................................................................ 13
Conclusão .................................................................................................................................... 16
Referência Bibliográficas ............................................................................................................ 17

3
Introdução

No mundo atual, face às alterações sociodemográficas, económicas e estruturais, a


dependência no autocuidado tem cada vez mais importância, sendo hoje uma enorme preocupação
das políticas de saúde e sociais a identificação das pessoas em situação de dependência e a criação
de respostas ajustadas às suas necessidades.

O envelhecimento é um processo contínuo, inevitável e inerente à própria vida. Na Europa


registam-se taxas elevadas de pessoas idosas, incluindo Portugal.

Presentemente confrontamo-nos com um número notável de pessoas idosas incapazes de


satisfazer as exigências do autocuidado. A evidência dos factos mostra que é a família e os
cuidadores formais quem presta a maior parte dos cuidados às pessoas dependentes em contexto
familiar/Hospitalar. Os Cuidadores que se preocupam em oferecer os melhores cuidados, mas
nem sempre sabem como fazer ou como agir diante das mais diversas situações do dia-a-dia.

4
A Pessoa Dependente E O Papel Do Técnico De Intervenção Em
Cuidados Continuados Integrado

Sabe-se que as pessoas idosas apresentam um risco potencial no que se refere à perda das
suas capacidades funcionais e/ou mentais, o que pode determinar dependência total ou parcial
para a realização de AVD’s (atividades da vida diária) (Miguel, et al.,2007).

Um indivíduo requer cuidado quando necessita de ajuda para executar alguma das
AVD’s. Estas são atividades realizadas diariamente de modo a poder viver de forma autónoma,
inserido no seu entorno habitual, cumprindo o seu papel social. Podem ser divididas em atividades
básicas (autocuidado, mobilidade na sua habitação e comunicação) e instrumentais (tarefas
domésticas, administração da sua habitação e mobilidade no seu entorno) (Rogero-García, 2009).
Quando uma pessoa tem dificuldade para executar as AVD’s, acontecem quatro possibilidades:
receber cuidado informal, receber cuidado formal, receber cuidado formal e informal, ou por
último, não receber nenhum tipo de cuidado.

O termo “cuidado” pode ser definido como o processo de assegurar a satisfação de um


conjunto de necessidades indispensáveis para a vida, sendo uma das funções humanas de maior
importância. Existem três situações vitais em que o cuidado se torna fundamental: a infância, a
doença e a dependência associada à velhice. Para todas elas, a sociedade naturalizou a tarefa de
cuidar como parte integrante do papel da mulher (Casado-Mejía, Ruiz-Arias, & Solano-Parés,
2009). O contexto da prestação de cuidados pode assumir duas formas distintas: cuidado formal
e cuidado informal (Sequeira, 2010).

O cuidado informal é um tipo de apoio desenvolvido por pessoas da rede social do recetor
de cuidados e é provido de forma voluntária, sem que medie nenhuma organização nem
remuneração (Rogero-García, 2009). Sequeira (2010) acrescenta ainda que cuidados informais
são os que são executados de forma não antecipada, não remunerada e que podem compreender
a totalidade ou apenas uma parte dos mesmos.

O cuidado formal é definido como as ações que um profissional executa de forma


especializada e que ultrapassa as capacidades que as pessoas possuem para cuidar delas próprias
ou dos demais. Existem dois tipos básicos de cuidado formal: o que se provê desde as instituições
públicas ou privadas e o que é contratado através das famílias. Estas, cada vez mais têm
necessidade de recorrer a serviços privados de cuidado para enfrentar a difícil tarefa de cuidar dos
seus membros dependentes (Rogero-García, 2009).

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Os cuidados são prestados por equipas interdisciplinares, nomeadamente nas áreas de
medicina e enfermagem, fisioterapia, terapia ocupacional, psicologia e serviço social, tendo como
objetivo a reabilitação, readaptação e reinserção familiar.

No que toca ao técnico de intervenção é denominado de cuidado formal, ou seja, tem


formação para atuar. Define-se como cuidador formal “o prestador de cuidados que recebe uma
remuneração e que tem competências para trabalhar com idosos em situação de dependência,
fazendo a ligação entre a família, o utente e a instituição” (Sequeira,2010, p. 156).

Na última década, tem-se verificado o aumento de programas de formação para os


cuidadores formais, que se centram na informação e aquisição de conhecimentos e competências
em relação aos problemas relacionados com a demência. Contudo, não se tem aprofundado o
stress e a carga emocional a que são sujeitos os cuidadores.

Com efeito, “cuidar de idosos desencilhados está associado a elevados níveis de stresse,
sobrecarga física” (Rolland et al., 2007, p. 120), o que leva a que os cuidadores formais tenham
frequentemente uma grande insatisfação no trabalho, por se confrontarem com a dependência que
acompanha a doença (Davison, McCabe, Visser, Hudgson & George, 2007; Kuske et al., 2009,
p. 120).

A formação dos cuidadores relativamente aos aspetos da demência em Portugal é


insuficiente. Segundo Kuske e colegas (2009), cerca de 60% dos idosos institucionalizados
apresentam um quadro demencial. Este estudo revela ainda que em Portugal, como em outros
Países Europeus, os cuidados aos idosos com demência são prestados, por pessoas com baixa
escolaridade e pouca formação específica (Kuske et al., 2007, p. 120). Torna-se, assim, necessário
formar os cuidadores formais com capacidades que lhes possibilitem adequar os cuidados que
prestam às necessidades dos idosos e, conjuntamente, diminuir a sobrecarga que o ato de cuidar
já implica.

É importante a componente educativa, para que os cuidadores formais tenham mais


informação sobre a doença, o como reduzir o stress, e como ajudar os profissionais a gerir as suas
emoções e a implementar estratégias na resolução dos problemas (Sousa, Mendes & Relvas, 2007,
p. 120).

No âmbito dos cuidados prestados pelos cuidadores formais se deve dar importância às
“estratégias a usar na gestão do stresse e a gerir as emoções […] traduzindo-se numa melhoria
dos cuidados prestados e uma maior satisfação nos cuidadores formais” (Morano & Bravo, 2002,
p. 121

Para quem cuida de idosos é imprescindível desenvolver competências específicas. Jacob


refere “duas linhas de competências a primeira do saber-ser e saber-estar (gostar dos idosos,

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trabalhar em equipa, confidencialidade e humanidade) e saber-fazer, onde se salientam os
procedimentos sobre higiene pessoal e cuidados” (2004, cit in Batista, 2012, p. 37).
Quando alguém decide ser cuidador informal ou formal necessita de adquirir e desenvolver várias
competências e intervir na capacitação dos cuidadores.
As competências podem ser agrupadas em três categorias:

 Informação - Competência necessária para saber como cuidar, para adquirir ou


desenvolver o conhecimento;

 Mestria - Designa-se por “saber fazer de modo que o cuidador desenvolva perícias,
mestria na prestação de cuidados, no comunicar, no posicionar, no alimentar”
(Sequeira, 2010, p. 176);

 Suporte - Competência está centrada no desenvolvimento pessoal, estabelecendo


uma relação com o dar-se e o saber cuidar-se.

A atenção e cuidado do idoso em instituições de longa permanência é uma tradição


marcante na realidade do envelhecimento em Portugal (Fragoso, 2008). Gorzoni & Pires (2006)
citaram como causas de institucionalização, idosos em estádios mais avançados de demência,
idade avançada, níveis de dependência elevada e fraco ou inexistente suporte familiar. A
institucionalização surge assim, tanto para a família como para os idosos sem suporte familiar,
como a última alternativa, quando todas as outras são inviáveis (Paulos, 2010). Deste quadro,
surge a necessidade de criação de estruturas físicas, tão especializadas quanto possível, que deem
respostas globais às necessidades dos idosos portadores de incapacidade elevada, surgindo assim,
uma importante figura para a manutenção do bem-estar do idoso: o cuidador (Sousa, 2011).

Para acompanhar esta tendência social de envelhecimento, é necessário compreender e


conhecer o idoso. Só desta forma se consegue que a qualidade de vida não diminua enquanto se
somam os anos de vida. Fala-se de uma parte da população que, muitas vezes, é incompreendida
e até ignorada. A falta de cuidados e os maus-tratos para com os idosos estão a tornar-se
recorrentes, assim como situações de solidão. Esta última pode levar ao agravamento de doenças
mentais, como a depressão e a demência. É na companhia, no cuidado e no incentivo aos idosos
que entram os/as auxiliares de geriatria/Saúde como figura crucial para o bem-estar destas
pessoas.

Face ao aumento da população idosa e de situações de dependência, a necessidade de


estruturas e serviços de apoio a idosos irá aumentar uma vez que estes têm assumido um papel
preponderante na provisão de cuidados para esta população (Spilsbury, Hewitt, Stirk, & Bowman,

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2011). No início do século XXI, sendo os idosos, um grupo da população significativo, torna-se
necessário encontrar formas de compatibilizar o envelhecimento e a qualidade de vida. Uma
instituição de cuidados gerontológicos, seja um estabelecimento oficial, pertencente a uma
Instituição Particular de Solidariedade Social ou Privado, deve apostar na prestação de cuidados
aos idosos com qualidade e de forma a promover a autonomia e a qualidade de vida dos seus
clientes (Paulos, 2010).

Face à procura de cuidados para idosos em situação de dependência, o número de


entidades proprietárias apresentou um aumento expressivo na última década, correspondendo a
um crescimento de cerca de 55,0% no período 2011-2018.

Foi publicado um comunicado pela Guarda Nacional Republicana (GNR), o “Censos


Sénior 2017”, que dá conta de mais de 45 mil idosos sinalizados no ano passado por viverem
sozinhos ou isolados, e dados de 2016 revelam que cerca de 40% da população portuguesa com
mais de 65 anos se encontra sozinha durante 8 horas ou mais por dia. Ou seja, quase um milhão
de idosos está em situação de solidão ou isolamento, que afeta mais homens que mulheres e está,
em parte, associado ao nível de escolaridade.

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Quais as funções de um técnico de intervenção num serviço de
cuidados continuados?

O técnico de intervenção faz parte de uma equipa de cuidados continuados como todos os
outros profissionais, este reveste-se de especial importância para este serviço pois sem ele não
teriam a mesma eficácia e eficiência, nem conseguiram elaborar as tarefas de
forma tão produtiva. O técnico de intervenção torna-se importante para a recuperação dos
utentes podendo assim conhecer a sua vida o que irá ajudar no seu desempenho pois conhecerá
e pontos fracos e fortes do utente.

As suas tarefas neste serviço são:

1. Auxiliar na prestação de cuidados aos utentes, de acordo com orientações do enfermeiro:


Ajudar o utente nas necessidades de eliminação e nos cuidados de higiene e conforto de acordo
com orientações do enfermeiro;

 Auxiliar o enfermeiro na prestação de cuidados de eliminação, nos cuidados de higiene


e conforto ao utente e na realização de tratamentos a feridas e úlceras;
 Auxiliar o enfermeiro na prestação de cuidados ao utente que vai fazer, ou fez, uma
intervenção cirúrgica;
 Auxiliar nas tarefas de alimentação e hidratação do utente, nomeadamente na preparação
de refeições ligeiras ou suplementos alimentares e no acompanhamento durante as
refeições;
 Executar tarefas que exijam uma intervenção imediata e simultânea ao alerta do
profissional de saúde;
 Auxiliar na transferência, posicionamento e transporte do utente, que necessita de ajuda
total ou parcial, de acordo com orientações do profissional de saúde.

2.Assegurar a limpeza, higienização e transporte de roupas, espaços, materiais e


equipamentos, sob a orientação de profissional de saúde:

 Assegurar a recolha, transporte, triagem e acondicionamento de roupa da unidade do


utente, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos;

 Efetuar a limpeza e higienização das instalações/ superfícies da unidade do utente, e


de outros espaços específicos, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos;
 Efetuar a lavagem e desinfeção de material hoteleiro, material clínico e material de
apoio clínico em local próprio, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos;

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 Assegurar o armazenamento e conservação adequada de material hoteleiro, material
de apoio clínico e clínico de acordo com normas e/ou procedimentos definidos;
 Efetuar a lavagem (manual e mecânica) e desinfeção química, em local apropriado,
de equipamentos do serviço, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos;
 Recolher, lavar e acondicionar os materiais e equipamentos utilizados na lavagem e
desinfeção, de acordo com normas e/ou procedimentos definidos, para posterior
recolha de serviço interna ou externa;
 Assegurar a recolha, triagem, transporte e acondicionamento de resíduos hospitalares,
garantindo o manuseamento e transporte adequado dos mesmos de acordo com
procedimentos definidos.

3.Assegurar atividades de apoio ao funcionamento da unidade de cuidados continuados:


 Efetuar a manutenção preventiva e reposição de material e equipamentos;
 Efetuar o transporte de informação entre as diferentes unidades e serviços de prestação
de cuidados de saúde;
 Encaminhar os contactos telefónicos de acordo com normas e/ ou procedimentos
definidos;
 Encaminhar o utente, familiar e/ou cuidador, de acordo com normas e/ ou procedimentos
definidos.

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Caracterização dos cuidadores formais de pessoas idosas

A profissão de cuidador de pessoas idosas tem um caracter pouco atrativo, sendo


invocados como fatores justificativos, a natureza do trabalho, natureza da instituição e
condições de trabalho neste setor (baixa remuneração, baixas perspetivas de evolução e escassa
formação). Desta forma, a imagem pública dos serviços de cuidados desencoraja os
trabalhadores a se manterem nesta profissão, explorando novas oportunidades de trabalho.

É também de referir como características deste grupo profissional, ausência de


motivação, elevada insatisfação no trabalho, deficiente desempenho profissional e a distância e
desumanização frequentes nas relações pessoais e profissionais. Prestadores de cuidado direto
em instituições de longa permanência têm um trabalho difícil, trabalham longas horas, são mal
pagos, recebem benefícios mínimos e são propensos a lesões e depressão (Stone, 2004;
Zimmerman, et al., 2005).

A alta rotatividade existente nestes profissionais pode afetar o funcionamento físico e


mental dos residentes institucionalizados, assim como, também afeta os trabalhadores de ação
direta, uma vez que um staff reduzido coloca encargos desnecessários aos trabalhadores que
permanecem na instituição, resultando num aumento das taxas de lesões e acidentes de
trabalho, embora não haja estudos empíricos que documentem uma relação direta.
Ironicamente, concomitantemente com esta situação, é reconhecido que estes trabalhadores
são fundamentais para a preservação da qualidade de vida dos residentes de instituições de
apoio a idosos e que a relação entre o residente e o cuidador é a característica central desta
qualidade. O cuidado que fornecem é íntimo e pessoal, cada vez mais complexo física e
mentalmente, devido ao contato constante e diário com o recetor de cuidados, sendo os olhos
e os ouvidos do sistema de cuidados.

É hoje evidente, que o trabalho por turnos altera a qualidade de vida e a produtividade
dos trabalhadores, enquanto põe em risco a sua segurança. Afeta os ritmos biológicos, causando
desordens a nível psicológico e físico, tais como dores de cabeça, perda de apetite e queixas
gástricas devido à irregularidade do horário das refeições, diminuição do estado de vigília que
juntamente com a fadiga, irá acarretar diminuição da capacidade mental, afetando desta forma
o rendimento laboral, o que poderá por em risco a segurança do próprio trabalhador, colegas e
utentes. Existem diferenças significativas entre o sono diurno e o sono noturno.

Do ponto de vista social, o trabalho por turnos também gera dificuldades a nível da
sociedade, no convívio social e no acesso a bens de consumo, assim como, ao nível familiar, pela

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dificuldade na supervisão e educação dos filhos, na organização e tarefas de casa, desencontro
e dificuldades de comunicação entre os membros do casal

Além disso, esta atividade profissional também está associada a trabalho pesado que
juntamente com a falta de formação, regista grande incidência de sintomatologia dolorosa ou
desconforto nos cuidadores, registando-se índices de acidentes de trabalho superiores aos
verificados na indústria, enquanto se registam, maiores problemas psicológicos, depressões,
perturbações do sono, irritabilidade e stress. O facto de os profissionais de geriatria serem um
grupo profissional com tendência a apresentar acumulação de sintomas físicos e psíquicos que
juntamente com as exigências continuadas da tarefa, os conduzem a situações de stress e ao
desenvolvimento de quadros de doença.

A avaliação das condições físicas de cuidadores de idosos dependentes levou a inferir


que estes profissionais são doentes em potencial, estando a sua capacidade funcional
constantemente em risco. O fraco reconhecimento social destes trabalhadores, juntamente com
a crise dos cuidados, traduzida num aumento da demanda de cuidados e uma diminuição do
número de pessoas dispostas a realizar cuidados ou realizá-los de forma desinteressada,
incluindo na família, despoleta a origem espontânea de novas estratégias de cuidado, entre as
quais a externalização de uma parte das tarefas domésticas e cuidados de pessoas dependentes,
devido à disponibilidade de mão de obra barata procedente da imigração, criando novas
oportunidades laborais para esta população

Em suma, este grupo profissional, regista elevados níveis de absentismo e ainda grande
instabilidade, saídas e substituições frequentes, que por sua vez, comprometem a qualidade dos
cuidados prestados, uma vez que a desmotivação tem como consequência comportamentos e
atitudes dos quais os cuidadores não estão conscientes, mas que afetam negativamente a vida
dos idosos e a qualidade dos cuidados que lhe são prestados. Corroboram as afirmações
anteriores, defendendo que a motivação com o trabalho, a satisfação pessoal, a qualidade de
vida e o nível de formação dos profissionais que cuidam de idosos são fatores que influenciam
a qualidade do cuidado, estando todos eles comprometidos nestes trabalhadores. Acrescento
ainda que alguns pesquisadores têm especulado que trabalhadores sobrecarregados e
frustrados, podem ser mais propensos a abuso físico e mental sobre os utentes, ou tornarem-se
eles próprios vítimas dos abusos dos clientes.

Desta forma, toda a intervenção/atuação sobre este grupo profissional, é decisiva para
o bem-estar dos trabalhadores em si, mas também para os utentes residentes das instituições e
respetivas famílias.

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Notícias Relacionadas Com Os Idosos

Noticia 1
“Manuel, enfermeiro há sete anos, já passou pelas urgências de dois hospitais do Serviço
Nacional de Saúde na grande Lisboa. Nestes anos, já testemunhou várias situações de abandono
de idosos: “Se tivesse de chegar a um número, penso que poderia dizer que estes casos acontecem
cerca de uma vez por mês.”

Para o enfermeiro, as razões que levam os familiares a não cooperarem no processo de


alta são diversas: “Há casos de famílias que se recusam a levar os doentes para casa por
incapacidade de assegurar a continuação dos cuidados de saúde, por exemplo, quando as vias
aéreas dos doentes têm de ser aspiradas ou se há outro tipo de cuidados mais específicos.”

O segundo motivo –mais dramático e mais raro – é também o que Manuel não consegue
explicar. “Depois há outros casos em que os idosos são simplesmente deixados nos serviços.”

Segundo o enfermeiro, “há uma maior prevalência de casos de abandono nos picos do
verão e do inverno”. Apesar de a altura de inverno coincidir com o Natal, Manuel não acredita
que os abandonos nesta altura estejam relacionados com motivos de férias ou de deslocações
relacionadas com épocas de festividades. “Julgo que o aumento de abandonos nestas alturas se
prende com o agravamento das doenças com as temperaturas e, havendo mais doentes, há uma
maior probabilidade do acontecimento.”

Ainda assim, o profissional sente que estas situações estão a decrescer. “Sinto que há uma
maior consciencialização da sociedade, também pela atenção que é dada a este assunto nos meios
de comunicação social”, considera.

Sara, também enfermeira num dos maiores hospitais do país, explica que os abandonos
que tem testemunhado não são claramente assumidos pelos familiares. “Ouço muitas pessoas
dizerem que não têm condições em certos momentos para receber os utentes. Penso que há um
abandono mascarado. As famílias dizem que não conseguem receber o doente e é difícil distinguir
até que ponto isso pode ser verdade. Nesses casos, chamamos os assistentes sociais, que avaliam
a situação.”

Para a enfermeira, há doenças em que este tipo de comentários são mais recorrentes. “Por
exemplo, quando um doente idoso tem alta após um AVC.” No entanto, sublinha, estes casos não
acontecem todos os dias. E há até serviços em que o passar dos anos tem trazido boas notícias.
Por exemplo, o Hospital do Espírito Santo, em Évora, que em 2008 tinha mais de 30 camas
indevidamente ocupadas com estas situações: em 2015 não registou nenhum caso de abandono.”

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Com está noticia podemos verificar a realidade dos nossos dias a nível hospitalar umas
vez que cada vez mais onde quer que seja os idosos são deixados, sendo o auxiliar de saúde a sua
melhor ferramenta, uma vez que são os técnicos em termos de recurso quem passam mais tempo
com os idosos.

Noticia 2

Quase 20% dos acidentes domésticos aconteceram com idosos

Entre Janeiro e Junho deste ano foram registados nas urgências dos serviços de saúde
mais de 60.000 acidentes domésticos e de lazer, a maior parte em homens.

Quase 20% dos acidentes domésticos e de lazer que obrigaram a recorrer às urgências no
primeiro semestre deste ano aconteceram em idosos com mais de 75 anos, a maioria em casa
(67%), segundo dados oficiais.

Noticia 4
Tema da Noticia: “PTP preocupado com estratégia do GR para as ‘altas problemáticas”
Num comunicado, assinado por Edgar Silva (coordenador área saúde do PTP), dirigido hoje à
imprensa, o Partido Trabalhista afirma-se “vigilante” e “preocupado” com a estratégia do
Governo Regional para Saúde, nomeadamente no que diz respeito à “institucionalização
forçada” de cidadãos em condição de alta problemática.
Estratégia esta que o PTP classifica “de puro e doentio mercantilismo”, acusando o
Governo Regional fazer “vista grossa” enquanto há “pessoas abandonadas em unidades
hospitalares por familiares, aos quais urge aplicar legislação existente, e outra de protecção do
idoso, do seu património e da sua dignidade como pessoa e cidadão de plenos direitos”.

No entender dos trabalhistas, “a opção por entregar a privados os utentes ‘à sua guarda’,
que permanecem em hospitais públicos”, acontece “precisamente por este mesmo Governo
Regional e o seu SRS, na sua linha assistencial, falhar completamente nos serviços de saúde que
deveria prestar nos domicílios destes utentes, de acordo, com uma estratégia transversal e
colaborativa, desenvolvida entre parceiros sociais, o poder local, cuidadores informais e as
famílias”.

Noticia 3

14
Idosos cada vez mais pobres e mais sozinhos

As baixas reformas e pensões sociais quase não lhes permitem sobreviver ano após ano.
Inválidos, com mais de 65 anos e sem a família por perto, os idosos em Portugal contam, em
média, com cerca de 400 euros por mês para cobrir todas as despesas. Apesar do Inquérito às
Condições de Vida e Rendimento do Instituto Nacional de Estatística (INE) ter revelado que,
entre 2016 e 2017, a taxa de pobreza nacional diminuiu, a tendência é contrariada no caso das
pessoas com mais de 65 anos, que vivem sozinhas.

Carlos Farinha Rodrigues, doutorado em Economia e investigador em áreas como a


distribuição do rendimento, desigualdade e pobreza, política social e avaliação de políticas
públicas, aponta "ilhas de pobreza" dentro da população mais velha, com taxas de pobreza
muito elevadas: em especial as mulheres, com uma esperança de vida maior e que foram
consideradas domésticas. "Se pensarmos em idosos que vivem sozinhos, com mais de 65 anos e
ainda por cima mulheres, aí as taxas já são muito mais elevadas. É consequência da nossa
história de rendimentos mais baixos", afirma o investigador.

Pessoas com carreiras contributivas mais pequenas e com menores salários, juntamente
com quem não teve uma vida ativa regular ou que não tenha sido contabilizada na Segurança
Social, ajudam a explicar o aumento da pobreza entre os mais velhos. "Também a desigualdade
tem vindo a crescer dentro da população idosa", acrescentou.

José António Pinto, assistente social na Junta de Campanhã, no Porto, vive a realidade
de perto e considera que "a doença, a insuficiência de recursos económicos e a falta de
retaguarda familiar é uma combinação explosiva que conduz os idosos a uma situação de muito
sofrimento e privação". De acordo com o técnico, a população mais velha fica esquecida,
porque as famílias consideram-na um "estorvo" e a Segurança Social não tem dinheiro.

Carlos Farinha Rodrigues acrescenta que "a questão dos subsídios é só uma parte da
história". "A pobreza dos idosos está associada a fatores de exclusão e de precariedade que não
são exclusivamente monetários. É necessário que existam políticas públicas que tentem também
reduzir a exclusão social", sugere, realçando que o envelhecimento da população torna mais
necessária a criação de condições para uma "velhice digna".

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Conclusão

Tal como foi dita no início deste trabalho, o envelhecimento populacional aumentou, a
necessidade de se cuidar e manter a qualidade de vida dos mais velhos. Por essa razão, o técnico
de intervenção (auxiliar de saúde) tornou-se um sector emergente. Por ser uma área que está
intimamente ligada aos cuidados de saúde e bem-estar, os auxiliares de saúde devem ter
formação.

Ser qualificado é uma mais-valia em qualquer área, no entanto, a área da saúde pede
uma especial atenção. Ter conhecimentos acerca das doenças e medicação, técnicas essenciais
para promover o bem-estar e aplicar a cada idoso segundo as necessidades do mesmo é
essencial.

Atualmente e cada vez mais tendo em conta a taxa de envelhecimento esta profissão
está com uma taxa de empregabilidade elevada, apesar de todos os fatores ditos em cima não é
uma profissão fácil. Engloba muitas dificuldades.

Torna-se cada vez mais importante o papel de técnicos de intervenção, encontramos-


mos perante um aumento em relação as necessidades dos idosos que não está a ser combatido,
sendo os técnicos quem faz a ponte muitas das vezes entre a família e a instituição, da equipa
multidisciplinar os que permanecem mais tempo com os idosos quer a nível hospitalar ou de
unidades.

Concluindo este trabalho realçando que os idosos precisam de nós, eles não têm culpa,
são seres inofensivos, e além de tudo são seres humanos com sentimos.

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Referência Bibliográficas

Diário de Noticias - OMS. Portugal é um dos cinco países da Europa que pior trata os idosos (20
de Fevereiro de 2018) https://www.dn.pt/portugal/portugal-esta-nos-cinco-paises-da-europa-
que-pior-trata-os-idosos-estudo-9139937.html

Felisbela Lopes, Jornal de Noticias - Quem cuida dos idosos?


https://www.jn.pt/opiniao/felisbela-lopes/quem-cuida-dos-idosos-9107779.html (9 de
Fevereiro de 2018)

Base de Dados Portugal Contemporâneo (PORDATA)


https://www.pordata.pt/Portugal/Indicadores+de+envelhecimento-526 (visto a 18 de
Dezembro de 2019)

Mariana Madrinha, Jornal i https://ionline.sapo.pt/artigo/495302/abandono-idosos-


continuam-a-ser-deixados-em-hospitais?seccao=Portugal (06 de Fevereiro de 2016)

Mestrado em Gerontologia Social, Fatima Alexandra Ramos Beringuilho


https://repositorio.ipcb.pt/bitstream/10400.11/2098/1/Quem%20cuida%20dos%20idosos..pd
f (Junhos, 2013)

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