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PITA, Flávia Almeida.

Contrapontos entre solidariedade e autointeresse: uma breve retrospectiva


histórico-filosófica. In: LIMA, José Raimundo Oliveira. Pita, Flávia Almeida. A Incubadora de
Iniciativas de Economia Popular e Solidária da UEFS e a organização de uma metodologia de
incubação coletiva e autogestionária. Feira de Santana-BA: Shekinah, 2016.

CONTRAPONTOS ENTRE SOLIDARIEDADE


E AUTOINTERESSE: UMA BREVE
RETROSPECTIVA HISTÓRICO-FILOSÓFICA

Flávia Almeida Pita4

Resumo:

retrospectivamente o papel, maior ou menor, que tal valor tem


desempenhado no curso da história do ocidente. Objetiva-se, ainda,
com isto, entender as perspectivas que se abrem na contemporaneidade,

o valor Solidariedade na busca de caminhos para a superação da crise


que enfrentam os Estados, a Democracia e os arranjos econômicos
que lhes sustentam.
Palavras-chave

1 INTRODUÇÃO

Solidariedade é termo que admite vários sentidos e mobiliza


várias áreas do conhecimento. A elaboração intencional de seu
conteúdo semântico coincide com a modernidade, especialmente
quando é lembrada como um dos três pilares iluministas, ao lado da

4 Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Direito e Sociologia da


Universidade Federal Fluminense, Mestra em Direito Público pela Universidade
Federal de Pernambuco - UFPE. Especialista em Direito Processual (programa
então coordenado pelo Prof. Calmon de Passos), pela Universidade do Salvador
- UNIFACS. Professora Assistente do Curso de Direito do Departamento de
Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS.
Procuradora do Estado da Bahia, com atuação na área tributária.Ex-promotora de
justiça do Estado da Bahia. Integrante da IEPS e do Grupo de Estudos e Pesquisas
em Economia Popular e Solidária e Desenvolvimento Local Solidário.
liberdade e da igualdade, com evidente conotação política e relação
olidariedade é tema que também

sobre a subjetividade, da busca do equilíbrio entre a satisfação do


autointeresse e a responsabilidade pelo bem comum.
As atividades de pesquisa e extensão desenvolvidas no âmbito
da Incubadora de Iniciativas da Economia Popular e Solidária5,
assim como ao Grupo de Estudos e Pesquisas em Economia Popular
e Solidária e Desenvolvimento Local Solidário6 têm exigido um olhar
mais cuidadoso sobre esse valor humano. Em meio a discussões
que envolvem acadêmicos das mais diversas áreas do conhecimento
(Direito, Economia, Pedagogia, Engenharias, Administração...),
e projetos em que a solidariedade é um valor a ser resgatado,
amadurecido, concretizado nas práticas cotidianas dos grupos
“incubados”, e nas opções políticas da esfera pública (da própria
Universidade, inclusive), é constante o sentimento de perplexidade,
os obstáculos a enfrentar e, sobretudo, um céu de nuvens sobre o

objetivando-se resgatar retrospectivamente o papel, maior ou menor,


que tal valor tem desempenhado no curso da história do ocidente.
Objetiva-se, ainda, com isto, entender as perspectivas que se abrem

que parece vir ganhando o valor Solidariedade na busca de caminhos


para a superação da crise que enfrentam os Estados, a Democracia e
os arranjos econômicos que lhes sustentam.

5 Informações mais detalhadas encontram-se disponíveis em < http://incubadorauefs.


blogspot.com.br/>
6 Os dados do Grupo podem ser consultados no Diretório do CNPQ, em <http://
plsql1.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=20447088IPZ19I>
2 SOLIDARIEDADE: BREVE RETROSPECTIVA
HISTÓRICA DO SEU SENTIDO E DO SEU PAPEL

A polissemia do termo solidariedade exige, de início, um


esforço maior de descrição do universo que ele habita e do sentido
que ora se deseja aprofundar.
É possível, já desde o início, precisar que a palavra
solidariedade pode ser inserida em dois contextos distintos. Em uma
primeira acepção, a que se pode denominar de pré-moderna, a palavra
vincula-se às ideias de fraternidade (fraternitas) e de amor ao próximo
(caritas), provenientes da tradição bíblico-cristã. A valorização do

antiga, do que é exemplo o Estoicismo, no ocidente, e o Budismo, no


oriente.
A partir dessa concepção moral de solidariedade, vinculada às
relações intersubjetivas individuais, à questão da satisfação ou res-
-
brio entre o interesse pessoal e o do outro, parece, então, desenvolver-
se um segundo contexto, mais relacionado à vida social e política.
Neste sentido, não é irrelevante destacar que a palavra
solidariedade tem sua origem etimológica ligada ao Direito
– indiciando, desde aí, a sua relevância nos processos de
institucionalização do poder político. Para o Direito Romano, a
obligatio in solidum7 era negócio jurídico em que qualquer um dos
codevedores assume integralmente a responsabilidade por todo o
crédito. Segundo Brunkhorst8, solidariedade, no latim, refere-se à
“cooperação responsável de direito civil”.
Da relação do termo com as ideias de complementaridade e

fatores de amálgama social, as origens dos Estados, suas funções e


seus limites, especialmente a partir do século XVIII.

7 Praticamente a mesma obrigação solidária da vigente disciplina jurídica brasileira.


8 Buhkhorst, 2002, apud WESTPHAL, Vera Herweg. Diferentes matizes da idéia de
solidariedade. Revista Katál, Florianópolis, v. 11, n. 1, p. 43-52, jan./jun. 2008., p. 44.
Em seu Discurso sobre a Origem das Desigualdades entre os
Homens, Rousseau diz ser contrária ao direito natural a “desigualdade
que reina entre todos os povos policiados, pois é manifestamente
contra a lei de natureza que (...) que um punhado de pessoas nade
9

Desrespeitar-se-ia, assim, a comunhão de interesses que supostamente


explicaria o contrato social, no qual “[...] o ato de associação encerra
um empenho recíproco do público com os particulares, e que cada
indivíduo contratando (se me é dado dizê-lo) consigo mesmo, acha-se
de dois modos empenhado, isto é, como membro do soberano com os
particulares, e como membro do Estado com o soberano”10.
O “contrato consigo mesmo”, proposto por Rousseau, no

que tornaria possível a existência do Estado.


Axel Honneth salienta o papel fundamental da obra do pensamento
de Maquiavel na viragem entre a doutrina política da Antiguidade e da
11
. São os
escritos políticos de Maquiavel que lastreiam a convicção de que

[...] o fundamento da ontologia social apresenta a


suposição de um estado permanente de concorrência
hostil entre os sujeitos: visto que os homens, impelidos
pela ambição incessante de obter estratégias sempre
renovadas de ação orientada ao êxito, sabem mutuamente
do egocentrismo de suas constelações de interesses,
eles se defrontam ininterruptamente numa atitude de
12
. (HONNETH, 2003, p. 32-33)

Da Antiguidade clássica até a Idade Média, as comunidades

9 Discurso sobre a Origem das Desigualdades entre os Homens (E-book). Ed.


Ridendo Castigat Mores, 2001, p. 141.
10 Rousseau, Jean-Jacques. Do Contrato Social. São Paulo: Martin Claret, 2000, p. 31

sociais. Tradução de Luiz Repa. São Paulo: Ed. 34, 2003.


12 Ibidem, p. 32-33.
ciência política é “uma doutrina da vida boa e justa, ao mesmo tempo
que o estudo das instituições e das leis adequadas”. Assim, é apenas “na
comunidade ética da polis ou da civitas, que se distingue do mero contexto
funcional de atividades econômicas devido à existência de virtudes
intersubjetivamente partilhadas, que a determinação social da natureza
humana alcança um verdadeiro desdobramento”13. O homem seria um
ser social por excelência, organizando-se em grupos instintivamente,
como parte da natureza, formando com ela um todo em harmonia.
Um pouco mais de um século depois de Maquiavel, já apoiado
no modelo metodológico das ciências naturais, e vivenciando
mudanças econômicas e sociais que tornavam descontextualizada

sujeitos por autoconservação é o ponto de referência último ganha

a forma de ação política do Estado Liberal Moderno. Dogmatiza-


se, então, a percepção da natureza humana como autorreferenciada,
egoísta, caracterizada em sua essência “pela capacidade especial de
empenhar-se com providência para o seu bem-estar futuro”14. Nisto se
15
para

13 Ibidem, p. 32.
14 Ibidem, p. 34.

melhor parece ser valer-se do próprio Thomas Kuhn, que, no posfácio de seu Estrutura

[referindo-se a trabalho de Margareth Masterman, The Nature of a Paradigm] preparou


um índice analítico parcial e concluiu que o termo é utilizado de pelo menos vinte e duas
maneiras diferentes”) – diz ser o termo usado em seu livro em dois sentidos principais.
O primeiro deles, a que denomina de sociológico, corresponde a “toda uma constelação
de crenças, valores, técnicas etc., partilhadas pelos membros de uma comunidade
determinada”. Numa segunda acepção, o termo “denota um tipo de elemento dessa
constelação: as soluções concretas de quebra-cabeças que, empregadas como modelos
ou exemplos, podem substituir regras explícitas como base para a solução dos restantes
quebra-cabeças da ciência normal” (p. 220).
a compreensão e intervenção do homem no mundo, não mais visto
como parte dele, mas como seu objeto, matéria-prima do homo faber.
No berço da modernidade, assim, na perspectiva do
individualismo liberal, a solidariedade aparece como uma mera
concessão do autointeresse, momentânea e limitada, a que se curvava

comunidade e ao exercício do poder institucionalizado.


No entanto, o consequente e intenso processo de exploração
do homem e dos recursos naturais que se seguiram a essa nova visão

um quadro de crise e desconforto que ambienta os pilares do


pensamento contemporâneo. Em especial, as tensões geradas pela
desigualdade e exploração da massa trabalhadora, e o desencanto
diante dos problemas que a razão e a ciência não foram capazes de
resolver, conduzem ao que José Fernando de Castro Farias chama de
“descoberta da solidariedade”16.

a solidariedade assume paulatinamente o sentido de “nova maneira

sociedade como um todo”17. Neste sentido, a partir do século XIX o


discurso da solidariedade ganha sustentação sob diferentes perspectivas.
Os escritos do jovem Hegel, e sua ética do reconhecimento18, apontam para
alternativas à centralidade da luta por autoconservação Maquiavélica-
Hobbesiana. Proudhon, em sua proposta anarquista, conclui que “a
propriedade é o roubo”19. Marx e Engels desvendam os mecanismos

16 FARIAS, Jose Fernando de Castro. A Origem do Direito de Solidariedade. Rio


de Janeiro: Renovar, 1998.
17 FARIAS, José Fernando de Castro. Ibidem, p. 190.
18 Que vem sendo retomada pelos herdeiros da Escola de Frankfurt, a exemplo de

São Paulo, Ed. 34, 2003), como elemento essencial para a compreensão da ética e
da sociabilidade humanas.
19 O que é a propriedade? Lisboa: Editoria Estampa, 1975, p. 11.
de apropriação da mais-valia, creditando à solidariedade proletária o
caminho para superação da sua exploração e das desigualdades. Podem
ainda ser destacados a construção dos ideais da social-democracia, o
desenvolvimento da doutrina social católica, especialmente a partir
da encíclica Rerum Novarum, de 1891, o solidarismo francês de
Léon Bourgeois e a centralidade que a solidariedade assume na teoria
sociológica de Émile Durkheim20.

revisões do papel e da forma de atuar do Estado e nas instituições


jurídicas durante o século XX, relacionadas à medida da intervenção
do Estado na economia e, sobretudo, na distribuição de bens,
à responsabilidade civil do Estado, ao sistema de seguridade e
previdência social, a questão sindical, a função social dos contratos
e da propriedade. Todos temas que, em essência, exigem retomar
solidariedade e que
constituem, talvez, uma das mais difíceis questões dos nossos dias:
qual seria o ponto de equilíbrio entre a satisfação do próprio interesse
e o do outro? Como articular a intimidade e a coletividade?
A evolução da discussão acerca de tais questões tem
permanecido em pauta no último século e no presente. Elas ocupam um

20 Considerando a limitação da necessária síntese desta exposição, faz-se referência,


para um aprofundamento sobre a importância e contribuição de cada dos autores a
DURKHEIM, Émile. Da divisão do trabalho social. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes,
1999; ARANGO, Rodolfo. Solidaridad em La historia de Occidente: entrevista a
Hauke Brunkhorst. Revista de Estudios Sociales, Bogota, n. 46, p. 185-188, mai./
ago. 2013; ARANGO, Rodolfo. Solidaridad, democracia y derechos. Revista de
Estudios Sociales, Bogota, n. 46, p. 43-53, mai./ago. 2013; DUQUE, María Paula.
El concepto de solidaridad, de Lucas, Javier, 1993 (resenha). Revista de Estudios
Sociales, Bogota, n. 46, p. 192-194, mai./ago. 2013. FARIAS, Jose Fernando de
Castro. A Origem do Direito de Solidariedade. Rio de Janeiro: Renovar, 1998.
HERRERA, Carlos Miguel. El concepto de solidaridad y sus problemas político-

Bogota, n. 46, p. 63-73, mai./ago. 2013.


tiracolo”, atravessamos guerras e seus horrores, os embates da
guerra fria, a queda dos regimes socialistas, retrações e expansões da
intervenção do Estado, a participação das empresas multinacionais e

e movimenta o poder estatal, grandes avanços na tecnologia da


comunicação e locomoção, um mundo cada vez mais “globalizado”
de sociedades desiguais, fragmentadas e plurais.

humanidade e o suposto amadurecimento das democracias liberais,


de um lado, e a incapacidade de atender as mais básicas exigências do
bem estar, de outro, continuaram inspirando, ao longo do século XX
solidariedade, sobre

Apesar disso, contraditoriamente, fato é que as sociedades


capitalistas contemporâneas e neo-liberalismo econômico que ainda é
marca dos Estados ao redor do mundo, fundamentam-se, em ultima ratio,
no pressuposto de que o homem não é, por natureza, um ser solidário. No
dizer de FARIAS, a solidariedade tornou-se um “paradigma perdido”:

É espantoso constatar que o discurso solidarista,


embora seja um dos discursos fundadores de nossa
contemporaneidade, foi em larga escala ignorado
pelo homem contemporâneo. Temos a impressão de
que estamos entrando no século XXI sem ter passado
pelo século XX, pois o homem deste século viu com

juristas já vislumbravam no decorrer do século XIX:


a possibilidade de uma democracia social e pluralista
cuja força motora está no pluralismo da vida social e
na solidariedade .

3 SOLIDARIEDADE E CONTEMPORANEIDADE

Nas últimas décadas, especialmente, temos vivenciado crises

21 A Origem do Direito de Solidariedade. Rio de Janeiro: Renovar, 1998, p. 284-285.


de várias ordens, que passam pelo desconforto com os padrões de
pensar o mundo, de trocar e acumular riquezas e com o modo de se
relacionarem os homens e seus grupos.
O capitalismo dá mostras de esgotamento, fazendo ao norte do
planeta suas novas vítimas, que têm passado a dividir com o hemisfério
sul os problemas que os arranjos econômicos globais historicamente
destinavam apenas aos últimos: desigualdade, desemprego, violência,
crise nos sistemas de educação, saúde, seguridade e moradia. Sofrem,
igualmente, os arranjos políticos dos grupos humanos, cada vez
mais carentes de legitimação. Sofrem os indivíduos, isolados em
um individualismo sem precedentes, saciados no consumo e em
relações circunscritas, mais e mais, aos espaços virtuais. Acresce-se
a tal quadro a constatação da gravidade dos efeitos da ação intensiva
do homem sobre a natureza e seus recursos, que têm feito despertar
preocupações ecológicas que a ênfase no autointeresse e no pleno

A palavra tem sido constantemente articulada em várias áreas


do conhecimento humano, de regra relacionada a alternativas a esta
realidade que demanda mudanças.
Na Economia, fala-se em Economia Solidária e em
Desenvolvimento Solidário. O tema é ainda fundamental nas
discussões sobre a Economia dos setores populares, sobre o trabalho
cooperado, apontados como alternativas ao desemprego crescente. As
críticas às políticas neo-liberais e suas consequências no acirramento
das desigualdades resgatam a ideia de solidariedade nas discussões em

papel atribuído ao Terceiro Setor na prestação de serviços públicos22.

22 Vide, por exemplo: RAZZETO, Luis et al. Las organizaciones econômicas


populares. Santiago: Edição Academia de Humanismo Cristiano Arzobispado de
Santiago, 1983. Singer, Paul. Introdução à economia solidária. São Paulo: Perseu
Abramo, 2002. MANCE, Euclides André. A revolução das redes: a colaboração
solidária como uma alternativa pós-capitalista à globalização atual. Petrópolis:
Vozes, 2001. SINGER, Paul. Desenvolvimento Capitalista e Desenvolvimento
Solidário. Estudos Avançados, v. 18, n.51, p. 7-22, ago. 2004. BRAVO, Maria
Na Sociologia, a solidariedade assume sentido central, por
exemplo, no pensamento de Boaventura de Souza Santos23. Destaca
24
, por exemplo, sobre ressurgimento,
nas últimas décadas, do interesse pelas formas de produção solidárias
e, em particular, pelos arranjos cooperativos. Sugere, então, quatro
razões para isto, especialmente relacionadas às condições econômicas
e políticas que circundam o trabalho cooperado e que fazem dele um
caminho de emancipação. A primeira delas, a seu ver, deriva do fato
de as cooperativas, não obstante fundamentadas originalmente em
princípios não-capitalistas, organizam-se produtivamente de modo a
competir no mercado, que, por seu turno, valoriza objetivos de regra
perseguidos também pelo cooperativismo, como a autonomia das

Uma segunda razão residiria na tendência de as cooperativas


apresentarem uma maior produtividade, e potencial para atenderem com

Isto se deve, inicialmente, ao fato de que seus trabalhadores,

Inês Souza; PEREIRA, Potyara A. P. (Org.). Política social e democracia. 2. ed.


São Paulo: Cortez; Rio de Janeiro: UERJ, 2002. FALEIROS, Vicente de Paula.
A Política Social do Estado Capitalista: As Funções da Previdência e Assistência
Social. São Paulo: Cortez, 1982. MONTAÑO, Carlos. Terceiro setor e questão
social: crítica ao padrão emergente de
intervenção social. São Paulo: Cortez, 2002. SANTOS, Luís Miguel Luzio dos.
Organizações da Sociedade Civil: entre a Solidariedade libertária e a libertadora.
2007. Tese. Programa de Estudos Pós-graduados em Ciências Sociais. Área de
Concentração Ciências Sociais. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São
Paulo; GENTILI, Pablo. SADER, Emir (orgs.). Pós-neoliberalismo: as políticas
sociais e o Estado Democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.
23 Vide SANTOS, Boaventura de Souza (org.). Produzir para viver: os caminhos
da produção não capitalista. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005;
SANTOS, Boaventura de Souza (org.). Democratizar a democracia: os caminhos
da democracia participativa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
24 SANTOS, Boaventura de Souza. RODRÍGUEZ, César. Introdução: para ampliar
o cânone da produção. SANTOS, Boaventura de Souza (org.). Produzir para
viver: os caminhos da produção não capitalista. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2005. pp. 23-78.
diferentemente do empregado subordinado, “têm maior incentivo
econômico e moral para dedicar o seu tempo e esforço ao trabalho”,
além de prescindirem da constante vigilância que exige o trabalho
subordinado (e dos consequentes altos custos dela decorrentes), já que o

disto, por suas características, as cooperativas, diante de um mercado


cada vez mais segmentado e mutante, parecem ter uma maior facilidade

participação ativa e inovadora dos trabalhadores no processo produtivo


e de se inserir em uma rede de cooperação econômica formada, alem

culturais, educativas e políticas de apoio de trabalhadores”25


A terceira razão apresentada por Boaventura de Souza Santos
relaciona-se com o efeito de distribuição da propriedade – de incentivador
da igualdade, portanto – que exercem, na economia, os arranjos
cooperativos, uma vez que, nelas se está diante da propriedade coletiva dos

não econômicos que derivam do trabalho cooperado, fortalecendo práticas


que concretizam cotidianamente valores como democracia participativa,
cidadania, emancipação – solidariedade, conclui-se também – contribuindo
para a “eliminação da divisão que impera hoje entre a democracia política,
de um lado, e o despotismo econômico (isto e, o império do proprietário
sobre os trabalhadores no interior da empresa), do outro”26.
Também no Direito a palavra Solidariedade vem sendo
articulada de modo cada vez mais constante. No Direito Internacional,
as discussões em torno dos Direitos Humanos, do Direito do Trabalho,
do Direito Ambiental e mesmo do Direito Tributário têm incluído
a solidariedade como valor ou princípio em suas discussões27. A

25 Ibidem, p. 36.
26 Ibidem, p. 37.
27 Vide, por exemplo: CASO, Giovanni et al. (org.) Direito & Fraternidade. São
Paulo: Cidade Nova: LTr, 2008; VERONESE, Josiane Rose Petry. OLIVEIRA,
Olga Maria Boschi Aguiar de. Direitos na pós-modernidade: a fraternidade em
questão. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2011. CHOUERI Junior, Nelson.
Pedagogia da Solidariedade traz o tema igualmente à berlinda no
campo da educação28. Mesmo as ciências duras têm se interessado
pelo tema, como alerta Pedro Demo, ao relacionar nomes que, na
atualidade, discutem os fundamentos biológicos da cooperação,
especialmente em contraposição à suposta supremacia absoluta do
autorinteresse, subjacente ao evolucionismo darwiniano: Wright e
sua teoria da “soma não zero”; as discussões em torno da tese do
“gene egoísta”, de Dawkins, que levaram a cientistas como Leigh Jr.,
Szathmáry, Michod, Keller e Reeve a relevar o papel da cooperação
no processo evolutivo; Sober, Wilson e Dugatkin, que acentuam a
importância da solidariedade grupal na sobrevivência evolutiva dos
grupos humanos29.
A questão da solidariedade, sobretudo, tem sido tema

relacionada às alternativas possíveis para as crises da pós-modernidade


e à incapacidade que têm demonstrado os arranjos políticos das
Democracias liberais para enfrentá-las e superá-las.
Um primeiro nome escolhido para demonstrá-lo é o do
pragmatista americano Richard Rorty, na medida em que, em suas

Investigações em torno do antropocentrismo e da atual crise ecológica. 2010.

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal. SEVEGNANI, Joacir. A

Direito. 2006. Dissertação. Programa de Mestrado Acadêmico em Ciência Jurídica.


Área de Concentração Fundamentos do Direito Positivo. Universidade do Vale do
Itajaí – UNIVALI, Santa Catarina. CONTIPELLI, Ernani de Paula. Solidaridade
Social Tributária na perspectiva da Teoria Tridimensional do Direito de Miguel
Reale. 2009. Tese. Programa de Doutorado em Direito do Estado da Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, São Paulo.
28 Vide, por exemplo, FREIRE, Paulo. FREIRE, Nita. OLIVEIRA, Walter
Ferreira de. Pedagogia da Solidariedade. Indaituba, SP: Villa das Letras, 2009;
e SEQUEIROS, L. Educar para a solidariedade: projeto didático para uma nova
cultura de relações entre os povos. Porto Alegre: Artmed, 2000.
29 DEMO, Pedro. Solidariedade como efeito de poder. São Paulo: Cortez; Instituto
Paulo Freire, 2002.
próprias palavras, “em vez de ocupar-se com um suposto conhecimento
da realidade objetiva, o pragmatismo quer ser, antes de tudo, uma
30
.
Em Contingência, ironia e solidariedade, Rorty, já na sua

cristianismo de que a perfeita auto-realização reside no servir ao

demonstrar que autocriação e solidariedade humana são dimensões


31
.
Em sua busca da sustentação não-metafísica, mas historicamente
contingente, da solidariedade humana, Rorty coloca-a em lugar
de destaque, defendendo a necessidade de assumir o lema “temos
obrigações para com os seres humanos simplesmente como tais”, não
como algo inerente à natureza à humana, mas como “um meio de
nos lembrarmos de continuar procurando expandir ao máximo nosso
sentimento de nós”32, como uma exortação “a criar um sentido mais
expansivo de solidariedade do que o que temos atualmente”33.
A conhecida interlocução que Richard Rorty estabelece com
Jürgen Habermas34, mas também a recorrente menção a este valor

do seu pensamento nesta exposição. O próprio valor de sua obra no

ele, torna-o uma referência obrigatória.

30 apud SOUZA, José Crisóstomo de. Introdução aos debates Rorty & Habermas:
: os
debates Rorty & Habermas. São Paulo: Ed. UNESP, 2005, p. 48.
31 Contingência, ironia e solidariedade. Trad. Vera Ribeiro. São Paulo: Martins,
2007, p. 15.
15 rorty – contingência...
32 Ibidem, p. 322
33 Ibidem, p. 323

democracia: os debates Rorty & Habermas. São Paulo: Ed. UNESP, 2005.
A questão da solidariedade subjaz claramente à teoria da ação
comunicativa de Habermas, na condição de uma teoria discursiva,
intersubjetiva, da ética. Ela demonstra-se na proposta habermasiana de
transição do “agir estratégico” para o “agir comunicativo”, na medida
em que somente a este último aplica-se o princípio de que a linguagem
compartilhada intersubjetivamente conduz seus atores “[...] no sentido
de uma necessidade transcendental tênue – a abandonar o egocentrismo

se submeter aos critérios públicos de racionalidade do entendimento”35.

compreensão da sociedade, entre “sistema” e “mundo da vida”, e o


protagonismo que, neles, assumem, ou não, a racionalidade instrumental,
“estratégica” e os mecanismos comunicativos de coordenação da ação.
A partir de Habermas, faz-se referência, então, a dois de seus
discípulos, escolhidos em razão do aprofundamento que imprimem,

Axel Honneth, o primeiro deles, é o atual diretor do Instituto


para Pesquisa Social, onde sucedeu o próprio Habermas. Em sua Luta
por Reconhecimento, incomodado com a divisão habermasiana entre

sociológico da Teoria Crítica”, que acredita não ter sido superado por seu
mestre. Para isto, aposta na luta por reconhecimento mútuo que marca as
relações intersubjetivas – em substituição da luta por autoconservação que

e o desenvolvimento sociais, desenvolvendo e aprofundando o conceito de


reconhecimento que resgata dos escritos do jovem Hegel. O assentimento
solidário assume, para Honneth, ao lado da dedicação emotiva (“como a
conhecemos das relações amorosas e das amizades”) e do reconhecimento
jurídico, uma das três formas de reconhecimento recíproco36.

35 Ações, Atos de Fala, Interações Mediadas pela Linguagem e Mundo da Vida.


Pensamento pós-metafísico. In: HABERMAS, Jürgen. Pensamento Pós-Metafísico:

36 Luta por reconhecimento


Luiz Repa. São Paulo: Ed. 34, 2003, p. 157
Universität Flensburg, é o terceiro representante da Teoria Crítica
contemporânea, cujo pensamento é relevante neste momento em
razão, mais uma vez, de seu explícito interesse sobre o tema da
solidariedade. Em sua principal obra (“Solidariedade: da amizade
cívica à comunidade legal global”37), “desenvolverá uma análise
de cunho nitidamente sociológico, ancorando sua abordagem no
estudo ‘evolutivo’ das democracias e de seus marcos legais (portanto,
constitucionais), no que se poderia designar uma genealogia do
conceito de solidariedade”38.
Rodolfo Arango, introduzindo entrevista a Brunkhorst, atribui ao
autor uma interpretação da solidariedade “que faz possível pensar em um
mundo cosmopolita que recupere o vínculo interno entre solidariedade e
democracia supra- e transnacional, alternativa aos projetos da democracia
liberal e da globalização econômica”39. Para o próprio Brunkhorst,
a solidariedade pode representar um salto para uma democracia que

do capitalismo em um pequeno segmento dos Estados mundiais,


concentrados no norte-ocidente global, o que sempre foi o escândalo
moral do Estado de bem-estar ocidental (welfare and warfare)”40.
O economista indiano Amartya Sen é o último nome a que se
deseja fazer referência com o intuito de demonstrar o quanto relevante
se mostra o tema da Solidariedade entre aqueles que se dedicam à

37 Tradução livre do inglês. O texto tem edição na língua inglesa (Solidarity: From
Civic Friendship to a Global Legal Community.Cambridge:MIT Press, 2005).
38 CONSTANTINO, Alexandre Krügner. SOLIDARIEDADE: entre o desencanto
e o reencanto. 2009. Tese.
Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas. Área de concentração
Teoria Sociológica. Campinas, SP, p. 308
39 Texto em espanhol, tradução livre. ARANGO, Rodolfo. Solidaridad em La
historia de Occidente: entrevista a Hauke Brunkhorst. Revista de Estudios Sociales,
Bogota, n. 46, p. 185-188, mai./ago. 2013, p. 186.
40 Texto em espanho, tradução livre. Solidaridad em La historia de Occidente:
entrevista a Hauke Brunkhorst. Revista de Estudios Sociales, Bogota, n. 46, p.
185-188, mai./ago. 2013, p. 188
compreensão das sociedades contemporâneas.
Em Sobre Ética e Economia
ética inerente às escolhas individuais e sociais, Sen preocupa-se em por à
prova a suposta indissocialibidade entre autointeresse e comportamento
racional, responsável, aliás, por expulsar da teoria econômica clássica os
argumentos éticos. Sua intenção, então, parece ser reabilitar a ética na
Economia, demonstrando que, mesmo no que diz respeito às escolhas
econômicas, fatores como a “bonomia e simpatia por outras pessoas”,
“comprometimento com várias causas” ou “comprometimento com

intrinsecamente ruim”41 podem superar o autointeresse.


Em Desenvolvimento como Liberdade, Sen discute os contrates
entre o exercício da liberdade individual e o comprometimento com o
social, e a suposta preponderância do autointeresse nas escolhas sociais
e individuais, buscando uma possível reconciliação entre liberdade e
o raciocínio socialmente responsável. Ele propõe, neste sentido, que
“os valores sociais podem desempenhar – e têm desempenhado – um
papel importante no êxito de várias formas de organização social,
incluindo o mecanismo de mercado, a política democrática, os direitos
civis e políticos elementares, a provisão de bens públicos básicos e
instituições para a ação e protesto públicos”42.

4 CONCLUSÃO

O futuro alentador que pareciam anunciar os avanços da


ciência, os progressos tecnológicos ou a suposta sabedoria da mão
invisível do mercado tarda a ser realizar. Muito ao contrário, o homem
tem se visto imerso em um mundo cada vez mais desigual, tenso,
insalubre.
A excessiva ênfase no autointeresse, pressuposto, desde
os prenúncios da modernidade, como característica inerente à

41 Ibidem, p. 105.
42 SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. Tradução de Laura Teixeira
Motta São Paulo: Companhia das Letras, 2010, p. 333.
humanidade – a que se atribuía mesmo o caráter de virtude responsável
pela perpetuação da espécie – tem descambado, muito ao contrário, no

de populações que até então ainda não sofriam destes males, na


disseminação de intolerância e ressurgimento e aprofundamento de

Não é insuspeito, assim, que, de forma cada vez mais constante,


os diferentes ramos do conhecimento humano tenham se valido do

sobre os impasses da atualidade e sobre os caminhos para transpô-los.


Demonstram-se, assim, muito oportunos esforços no sentido de

quando nos afastamos dos acontecimentos, quando o presente já é passado,


e já não há mais tempo para, intervir conscientemente em favor de uma

Foi intenção do texto, assim, salientar o quanto o valor


solidariedade esteve e está presente no horizonte cultural, muito
embora de regra pouco enfatizado nas práticas sociais, especialmente

parece transversalmente retomar seu fôlego nas últimas décadas,


constantemente citado como elemento esclarecedor das relações
intersubjetivas, da sinergia entre os espaços público e privado, da
Democracia e do Estado contemporâneo.
Pretendeu-se, desta maneira, contribuir para a construção de

que têm partido da ideia da Solidariedade.

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