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13/03/2018 Alimentos que nos chegam ao prato não foram feitos para comer, diz a médica Cristina Sales - Revista Prosa Verso e Arte
E se o seu organismo não reconhecer aquilo que você come como um alimento? Defende-
se, inflama-se, fica doente. É o que fazem muitos dos produtos que levamos à boca.
Cristina Sales*, médica e especialista em alimentação, garante que na origem da maioria
das doenças que afetam o homem do século XXI está o que comemos e o modo como o
fazemos. É que os alimentos são veículos de comunicação: dizem às células como devem
comportar-se.
beber sumo de maçã e de laranja. Mas se alguém ler os rótulos das embalagens verifica
que contém imenso açúcar, frutose, acidificantes, etc., e o que falta é a maçã e a laranja. É
preciso informar, ensinar e consciencializar a população.
os dias, além de ficar com o sistema acidificado e perder cálcio (uma compensação do
organismo que depois predispõe à osteoporose), também fica numa excitação – o ácido
fosfórico é um estimulante cerebral e é óbvio que uma criança que de manhã come um
prato de cereais chega à escola e não para quieta. O ácido fosfórico altera o
comportamento e em determinadas concentrações é neurotóxico.
Explique lá melhor…
Se comer mais proteínas do que hidratos de carbono vai produzir mais glucagon e induzir o
metabolismo a ir buscar gordura acumulada para disponibilizar às células, ou seja, vai
desarmazenar. Mas se comer mais arroz, massa ou batatas vai dar uma ordem em sentido
contrário, vai dizer que é precisa mais insulina e vai acumular gordura.
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13/03/2018 Alimentos que nos chegam ao prato não foram feitos para comer, diz a médica Cristina Sales - Revista Prosa Verso e Arte
A alimentação é bioquímica?
Os alimentos são veículos de comunicação. Se fizer uma refeição de gordura saturada –
uma sopa com um chouriço e depois um cozido à portuguesa – dá um sinal à cárdia
(esfíncter entre o estômago e o esófago) para alargar e é assim que ocorrer o refluxo
gastroesofágico e aparece a azia. A gordura saturada é um sinal que se dá à cárdia para se
manter aberta. Se no dia seguinte a mesma pessoa só comer azeite ou gorduras de peixe
não terá azia. Sabe porquê? É que o azeite ajuda a fechar a cárdia. Este é outro exemplo
que ilustra a importância do conhecimento. Pessoas mais esclarecidas fazem escolhas mais
acertadas.
Há outros exemplos?
Se uma pessoa tem tendência depressiva porque não consegue produzir serotonina em
quantidade suficiente, deve comer os alimentos que têm os aminoácidos precursores da
serotonina – a carne de peru, por exemplo, é extremamente rica em triptofano, que é um
precursor da serotonina. Se a pessoa souber isto, no outono, quando o tempo fica mais
escuro, porque é que não há de comer mais carne de peru em vez de carne de vaca?
independentemente de se ter doença ou não. Hoje sabe-se que um cérebro com Alzheimer
já está inflamado vinte anos antes da manifestação da doença. Todas as doenças
degenerativas começam com processos inflamatórias, as autoimunes também. Não
conhecemos é as causas.
E as gorduras?
As gorduras ómegas 6, que se encontram nas margarinas e nos óleos e que são
provenientes da soja, do milho e do amendoim, são claramente pró-inflamatórias.
Precisamos de ómega 6 no organismo, mas em quantidades muito reduzidas. O problema é
que a cadeia alimentar atual é geradora de uma alimentação extraordinariamente rica em
ómega 6 e pobre em ómega 3. Basta pensar que, dantes, as galinhas e as vacas comiam
erva, agora comem rações provenientes da soja; os peixes comiam algas, agora comem
rações também com soja. Os produtos alimentares que usamos são essencialmente da
linha produtora de ómega 6.
[…]
Mas comprar carne magra e peixe gordo, frutos e hortaliças é muito mais
dispendioso…
Mas há estratégias que podem ser implementadas. Uma é comprar carne de melhor
qualidade e comer menos quantidade e menos vezes. É preferível comer carne três vezes
por semana em vez de comer carne gorda todos os dias. Além disso, toda a gente ganha se
fizer uma alimentação vegetariana dois dias da semana e em vez da carne comer, por
exemplo, arroz de feijão ou grão-de-bico com massa. Se se acrescentar hortaliças, ervas
aromáticas e azeite, podemos dizer que são refeições perfeitas. Menos carne, mas de
melhor qualidade; mais peixe (incluindo cavala e sardinhas, frescas ou em conserva de
azeite) e ovos (podem ser consumidos três ou quatro por semana) são opções a privilegiar.
Porto dura uma hora e não se marca de um dia para o outro. Porque os pacientes já são
muitos e porque as palestras e conferências em que Cristina Sales é oradora convidada
também são frequentes. Saiba mais AQUI!
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