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Alegrete RS
2013
Informações da capa Agradecimentos Especiais
A bela imagem que ilustra a capa deste livro é o
magnífico trabalho de autoria da Sra Deja Rosa, vencedora
do Concurso de pintura “JOSÉ DE ABREU: SEU Agradeço a Deus por ter tornado possível esta
REGIMENTO, SUA CIDADE”, realizado na semana de minha obra e agradeço todo o apoio dos meus filhos e
aniversário de 124 anos do Regimento José de Abreu no netos.
ano de 2012. Mário Souza dos Santos
Princesa Isabel
Na história do Brasil é reconhecida como redentora,
ao ter assinado a Abolição da Escravatura em 13 de maio de
1888. Além de princesa e regente, foi a primeira senadora do
Brasil, ocupou o cargo por ser herdeira do trono a partir dos
25 anos de idade. Antes de assinar a Lei Áurea, já havia
sancionado leis para o primeiro recenseamento do império,
naturalização de estrangeiros e relações comerciais com os Primeiro Comandante
países vizinhos.
Teve como Primeiro Comandante o Tenente Coronel
Em 28 de setembro de 1871, como regente do João da Silva Barbosa, futuro comandante da 1º coluna do
império, sancionou a Lei do Ventre Livre, lei que libertava General Arthur Oscar, que derrotou Antônio Conselheiro em
todos os filhos de escravos, assinada enquanto Dom Pedro Canudos 08 anos depois.
II viajava pela Europa. A favor da abolição, pressionara o
ministério que logo viria a ser dissolvido e recomposto por
políticos abolicionistas.
Depois de onze anos de casamento, com o duque
Luís Gastão de Orleans, conhecido como conde D´Eu, teve
o seu primeiro filho, Pedro de Alcântara, posteriormente teve
Luiz Maria Felipe e Antônio Gusmão Francisco. Em 1889,
com a Proclamação da República, toda a família real
embarcou para a Europa, nessa época tinha dificuldade para
se locomover, e viveu seus últimos dias vida na capital
francesa. O 10º Regimento de Cavalaria Ligeira, teve parada
em São Paulo, organizado no dia 25 de fevereiro de 1889.
Cidade de Santos-SP
Causas:
A estrada de ferro entre São Paulo e Rio Grande do
Sul estava sendo construída por uma empresa norte-
americana, com apoio de grandes proprietários rurais,
detentores de força política na região e no governo central.
Para a construção da estrada de ferro, milhares de famílias
de camponeses perderam suas terras. Este fato gerou muito
desemprego na área.
Outro motivo da revolta foi a compra de uma grande Participação do 9º Regimento de Cavalaria na
área da região por de um grupo de pessoas ligadas à Guerra do Contestado.
empresa construtora da estrada de ferro. Esta propriedade
foi adquirida para o estabelecimento de uma grande (Transcrito do livro “A Campanha do Contestado”- de
empresa madeireira, voltada para a exportação. Com isso, Demerval Peixoto- 1920.)
muitas famílias foram expulsas de suas terras. ... Desta feita, operamos a divisão da tropa em quatro
O clima ficou mais tenso quando a estrada de ferro linhas tomando os nomes dos pontos cardeaes respectivos,
ficou pronta. Muitos trabalhadores que atuaram em sua e por conveniência das operações ficaram independentes o
construção tinham sido trazidos de diversas partes do Brasil 54 de caçadores e o 9º regimento de cavalaria.”...
e ficaram desempregados com o fim da obra. Eles
permaneceram na região sem qualquer apoio. Neste
contexto, surgiu a figura messiânica de José Maria, pregador
popular com alegados poderes divinos.
Reação do governo:
Os governos (federal e estadual) começaram a ficar
preocupados com a liderança de José Maria e sua
capacidade de atrair os camponeses. O governo passou a
acusar o beato de ser um inimigo da República, que tinha
como objetivo desestruturar o governo e a ordem da região.
Com isso, policiais e soldados do exército foram enviados
para o local, com o objetivo de desarticular o movimento.
Os soldados e policiais começaram a perseguir o
beato e seus seguidores. Armados de espingardas de caça, Tropas na Região do Contestado
facões e enxadas, os camponeses resistiram e enfrentaram “Compuzeram a linha do coronel Sócrates, as
as forças oficiais que estavam bem armadas. Nestes seguintes unidades: 51 de caçadores com uma secção da 2ª
conflitos armados, entre 5 mil e 8 mil rebeldes morreram. companhia de metralhadoras; 16 de infantaria, ... 14 de
infantaria, 57 de caçadores, provindo de Porto Alegre e
depois sob ordens do major Nestor Passos; um contingente
de soldados do 8.° regimento, e ainda chegados
Curiosidade: intervalIadamente, um contingente do 11 regimento, um
O primeiro uso bélico de avião no Brasil, foi durante a esquadrão do 9.° de cavallaria, dirigido pelo capitão Souza
Guerra do Contestado (reconhecimento) Pacheco e, mais tarde, um outro contingente de 120
soldados do 5º de infantaria. ...
... A Linha Sul, compreendendo maiores distâncias
entre os centros de recursos, foi logo dotada de numerosa irradiavam constantemente, percorrendo os caminhos que
cavalIaria na supposição de melhores resultados pela acção rumavam os centros fanatizados, emquanto seu coração,
maneira e veloz da arma. O major Leovigildo trazia um ditava trechos tendentes a calar no espírito dos ttransviados.
contingente de cavallarianos, formado com 90 praças ao … O 9° regimento de cavallaria avançará de
mando do tenente Carlos Pereira e tiradas do 4° regimento Curitybanos para Santa Cecilia, onde estacionará,
em São Nicolau, 110 soldados do 5 ° regimento de São Luiz explorando os caminhos em todas posições. Fica em
Gonzaga sob o comando do tenente Antunes, 50 homens Curitybanos um destacamento deste regimento.
sob a direção do capitão Pará, vindos do 6º regimento em Quartel General em Iracema, 10 de Janeiro de
São Borja e ainda 50 praças com o tenente Barreto Pereira 1915."...-... A tropa está em marcha para o norte, Ordem á
do 9° regimento que aquartelava em Alegrête. Ao todo era Columna:
um misto de 300 soldados montados, tendo á frente a ... O 9º regimento de cavallaria guarnecerá Santa
energia máscula de um verdadeiro typo de soldado. Cecilia e fará os reconhecimentos necessários.
...No Corisco foram se postar fôrças de cavalaria do
9° regimento, ao mando do major Portugal e 32 vaqueanos
de João Goerten; em Cima da Serra os cavallarianos do
tenente-coronel Paiva; em Luiz de Souza um destacamento
de infantaria; em Perdizes o grosso da coluna preparando-
se para en veredar pela Tapéra, e em Cruzeiro estava o 2º
esquadrão do 9° regimento de cavallaria com o capitão
Pacheco.
Transformação do 9º RC em 6º RCI
Louvor o Gen de Div Candido Mariano Rondon Por este fato que deveras honra a corporação
sintetizou a grande satisfação que lhe causou a ação armada, determino que sejam louvados todos os Oficias e
Brilhante do 2º Esquadrão do 6º Regimento de Cavalaria Praças que tomaram parte na referida ação, devendo este
independente em Clevelandia, pois com 7- homens manteve louvor ser averbado individualmente nos respectivos
o comando do 6º Regimento de Cavalaria Independente, assentamentos.
acampamento a margem esquerda do Arroio Cachoeirinha Regresso da Campanha - agradecimento e louvor –
19 de janeiro de 1925. Faz hoje uma semana justa que o Regimento regressou da
Campanha contra os rebeldes nos estados do Paraná e
Ordem de Marcha para Guarapuava. Santa Catarina, para onde seguira desde 29 setembro do
O Sr. General Comandante das Forças em que ano findo, em condições bem precárias marchamos para
operações em telefonema do QG das 16:30 horas de ontem, esse serviço, sem uniformes, sem munição, e com três
meses de atraso nos vencimentos, além de trabalhados por
outras misérias de ordem moral, que na ocasião saturavam Revolução de 1926
o ambiente onde éramos condenados a viver, foi este o
estado do Regimento ao marchar para o campo de luta, em
A Revolução de 1926 foi um movimento ocorrido no
defesa do governo constituído e da própria integridade do
Rio Grande do Sul, liderado por tenentes de Santa Maria e
Brasil.
São Gabriel, ainda influenciados pela Revolta Tenentista,
que começou em1922, culminando com Revolução de 1930.
Louvo não em meu nome, mas no da Pátria
Por ocasião da Revolução de 1926, o 6º RCI ficou em
agradecida pelo inquebrantável amor por ela revelado,
São Gabriel, onde 70 homens foram mandados seguir sob o
entretanto, se a Pátria compete louvar as virtudes excelsas,
comando de Oswaldo Aranha para perseguir os revoltosos.
louvor que transforma em perpétuo reconhecimento, a este
No combate do Seival um pelotão do 6º RCI, teve um
comando compete a obrigação de louvá-los e agradecê-los
homem levemente ferido.
com abundância de coração, pelos sacrifícios, trabalhos,
resignação e fé que demonstraram na sacrossanta missão
que lhes foi confiada, este louvor deve ser consignado
nominalmente a todas as praças que seguiram e voltaram
com o Regimento.
Nascido em 20 de julho de 1919, estado do Rio Nas pesquisas realizadas, tive o prazer de visitar o 2º
grande do Sul, município de Alegrete, solteiro, jornaleiro, Sargento Alceu Alves Macedo, último FEBiano vivo em
filho de Paulo Espinarde, foi morto por fogos de artilharia Alegrete, hoje com 91 (noventa e um) anos de idade,
alemã que atingiram um comboio dos aliados durante gozando de invejável lucidez e saúde.
deslocamento na Itália, o Soldado João Espinarde é mais
um de nossos valorosos pracinhas que pereceram na Itália,
honrando o juramento com a pátria, evidenciando
juntamente com os demais o valor do Soldado do Regimento
e do Exército Brasileiro.
O R Cont
A cavalo ocorriam situações bem diferentes para o militar do
que a pé. Mas o R CONT previa tudo, adaptando as
continências, honras e sinais de respeito às características da
tropa hipomóvel.
(Cel Estigarribia)
No período de 1946 a 1970, o Regimento sofreu nova
alteração na denominação, mudou de 6º Regimento de Soldado Luiz Dalpizol
Cavalaria Independente para 6º Regimento de Cavalaria.
Participou da Revolução de 1964. Participou da última Carga O Soldado Luiz Dalpizol, foi protagonista de uma cena
de Cavalaria, que foi um exercício, realizado pela extinta 2ª espetacular ocorrida no Regimento durante uma instrução,
DC (Divisão de Cavalaria). quis o destino que esta cena fosse registrada para sempre,
através da lente do 2º Sargento Jorge Saraiva Marcanth, que
teve a felicidade de registrar este instantâneo.
Transformação do 6º Regimento de Cavalaria
Independente para 6º Regimento de Cavalaria
Terminada a 2ª Guerra Mundial, o Exército fez nova
reformulação em suas Unidades e o 6º Regimento de
Cavalaria Independente passou a denominar-se 6º
Regimento de Cavalaria.
Abaixo, transcrição parcial do Boletim Regimental nº
149, de 24 de junho de 1946, que publicou a mudança de
denominação e reorganização.
XIX-REORGANIZAÇÃO DO REGIMENTO
1) De acordo com os Ofícios circulares Nºs 1114-a
(Reservado) de 14 do corrente da 3ª R.M. E circular nº 52/A
(reservada) de 19 também do corrente, da 2ª DC e Rd. nº
1283 a, de 22 do corrente, da 2ª DC, passa o Regimento
nesta data denominar-se 6º R.C. com a organização global
que se segue: Esq.Comdo.Serv. (atual Esq. Extranumerário),
I Esq. Fuz. (que permanece), Esq.Fuz.Quadros(atual sub-
unidade quadros), Esq.Mtr.(atual Esq.Mtr), Pel. Canhão .Anti
Carro e Sec.Mob.anexa, todos com os efetivos constante
dos documentos citados. Soldado Dalpizol
2) Em consequência é nesta data extinto o
atual II Esq. De Fuz.. Esta sub-unidade deverá tomar as Incorporado em 30 de agosto de 1952, no estado
providencias que se seguem: a) Encerrará toda a sua efetivo do Regimento, no Esquadrão de Petrechos Pesados,
escrituração (administrativa e de instrução)com a data de tomou o número 851, filho de Vicente Dalpizol e de Helena
sua extinção para posterior recolhimento de mesma ao Brezola Dalpizol, nascido em 22 de junho de 1933, natural
arquivo do Regimento. do Rio Grande do Sul, município de Getúlio Vargas, foi
licenciado do serviço a 25 de fevereiro de 1953.
Esta foto foi publicada nos principais jornais do país e Elo porque não divide nem secciona, antes une em
nas revistas Globo e Cruzeiro, que projetaram o nome do transição harmoniosa, duas realidades que diferem apenas
Regimento no exterior, obtendo o primeiro lugar num no detalhe.
concurso de fotos inéditas realizado na Alemanha. Nota: Estas palavras do Sr.Tenente Coronel Carlos Augusto
Ramirez Teixeira, foram registradas no Livro Ouro do 6º
Regimento de Cavalaria Blindado no dia 18 de agosto de
2011.
Discurso do Tenente Coronel Ramires
Transcrição do discurso do Tenente Coronel Ramires,
então comandante, em homenagem do 6º Regimento de
Cavalaria Blindado ao Sr Luiz Dalpizol, ex integrante da
OM, protagonista da “Foto do Ginete” , registro de1952, e
também prestar uma justa homenagem ao saudoso
Sargento Jorge Saraiva Marcanth, representado na ocasião
por sua filha, Sra. Fátima Marcanth.
“Esta foto foi oferecida ao Cel. Homero Laydener, em
1958, pelo autor, Sargento Jorge Saraiva Marcanth, que teve
a felicidade de capturar esse momento; “raro nesse gênero”
conforme bem observado pelo próprio autor, em dedicatória
constante na foto. Sr Luiz Dalpizol
O Regimento José de Abreu, muito se orgulha de ter
servido de palco desse momento ímpar, onde observamos a A foto acima mostra o Sr Luiz Dalpizol agradecendo a
sensibilidade do fotógrafo e a coragem de nosso soldado homenagem recebida, na solenidade de comemoração dos
ginete, em perfeita harmonia com sua montaria, coragem 123 (cento e vinte e três) anos do Regimento, no dia 18 Ago
esta, que muito bem representa um dos valores cultuados 2011.
pelo soldado do Regimento José de Abreu e do Exército
Brasileiro. Abaixo, palavras do Soldado Dalpizol, registradas no
Hoje, rugem os motores e o ensurdecedor barulho livro ouro:
das lagartas de nossos Blindados, não mais ouvimos o “Agradeço ao quartel pela acolhida que deu ao soldado 851”.
galope de carga ou o tinir de lanças e espadas durante o
entrevero, se evoluir é olhar para o futuro sem apegar-se a
preconceitos superados, também o é presenciar os valores
positivos do passado, superamos a transição, mas ainda
mantemos um elo com a antiga cavalaria.
Última Carga de Cavalaria – 1967 do jornalista V. Fróes no qual descreveu esse exercício, com
o seguinte:
Em 09 de novembro de 1967, os campos de Saicã “MAIS UMA CARGA CAMARADAS! Essa frase
assistiram à última carga de cavalaria realizada no RS, com inesquecível do Brigadeiro Andrade Neves foi rememorada,
integrantes da 2ª DC, ao Comando do General Tasso Villar mais intensamente, na manhã nublada do dia 09 de
de Aquilo, na “8ª Brigada de Cavalaria, Brigada Gen José de novembro de 1967, quando o General Tasso Villar de
Abreu” recebendo o diploma e medalhão alusivo. Aquino, Comandante da 8º Brigada de Cavalaria, de
manobras, iniciava o galope de seu corcel para executar,
numa homenagem à memória do célebre Barão de Cerro
Largo, a provável última grande carga de cavalaria em nosso
continente.
1957
O pica-fumo
A chegada de um Aspirante (PICA-FUMO) revigorava a
Unidade. Afinal, sangue novo, vinha com as últimas do
Exército, tanto em matéria de uniformes, como em matéria de
conhecimentos.
Além da curiosidade com que o aguardavam, pairava no ar
uma certa dúvida a respeito de sua competência.
Principalmente entre alguns oficiais e praças há muito tempo
servindo em torno de sua interiorana guarnição de origem.
Numa bela homenagem ao soldado que passou a sua São duas obras importantíssimas em um Regimento
de Cavalaria, para o treinamento contínuo de homens e Nota 1: Aqueles que conhecem o Regimento José de Abreu,
animais, além de ser local para competições esportivas. já perceberam que ao longo dos anos ocorreram diversas
Obras que estão merecendo toda atenção e carinho, serão mudanças nas instalações. O Armazém Reembolsável, o
também, construções modelares no gênero. Açougue Regimental, a Padaria Regimental, foram extintos,
a Granja, não mais vende produtos aos militares, mas ainda
ajuda na economia fornecendo alguns produtos ao Serviço
Considerações Finais de Aprovisionamento do Regimento. O Picadeiro ainda é um
objetivo a ser consolidado. O Cassino dos Oficiais, sofreu
Desejamos deixar bem claro que neste trabalho, não várias alterações, já não existe eletrola automática, dama,
nos animou o espírito subalterno de elevar, imerecidamente gamão, xadrez, hoje, se observa uma mesa onde o atual
a quem quer que seja. Tudo que dissemos poderá ser visto Comandante (campeão do Regimento) ensina truco aos
por quantos o queiram, bastando para isto, fazer uma visita seus oficiais...
ao Regimento José de Abreu.
Somos de opinião que numa época em que todos Nota 2: Motivado por comentários que circulam através dos
gritam a inexistência de homens com discernimento tempos, de que este quartel teria sido inicialmente
administrativo, devemos apontar os capazes, para que construído para abrigar outra OM, mas que o então
sejam aproveitados em postos chaves e importantes, no Comandante do 6º Regimento de Cavalaria, Tenente
beneficio do bem estar público. Coronel Homero Laydner, num “golpe de mão”,
O 6º Regimento de Cavalaria é fruto de um trabalho simplesmente trouxe o Regimento para as novas
insano, honesto e muito bem orientado, mostrando instalações, foram realizadas buscas por documentação e
cabalmente a capacidade administrativa do atual Comando, registros da época, que pudessem ter servido de estímulo a
o que justifica perfeitamente todas as nossas palavras, tal suspeita, no entanto, nada foi encontrado que justifique
sinceramente elogiosas. tal afirmação. Há, sim, evidências que mostram a ativa
participação do Comandante do Regimento na supervisão
Não poderíamos ter constrangimento algum em citar das obras, decidindo como seria a distribuição dos pavilhões
as virtudes do Coronel Homero Laydner, do Tenente-Coronel e baias, finalmente, observando-se a descrição de
Luiz Carlos de Medeiros Pontes, que dentre muitas outras elementos como: picadeiro, Carriere, pista de cross-Country,
funções exerceu a de instrutor da Escola Militar das Agulhas Formação Veterinária, é fácil concluir que toda a obra foi
Negras, e a de instrutor chefe Escola de Equitação do direcionada para abrigar uma Cavalaria.
Exército, funções para as quais não só são escolhidos os
melhores dentre os mais capazes, isto para não citar a de
muitos de igual valor, que os põe em destaque dentro do
quadro militar brasileiro, com elementos aptos a
desempenhar qualquer função, para qual venha a ser
designado”.
Homenagem “do 6° RCB a seu ex-Comandante” José de Abreu - “Barão do Cerro Largo”.
De suas alterações extraímos o seguinte resumo:
O Sr Cel HOMERO LAYDNER Of de Cav do Exército
Brasileiro, valor pessoal e zelo profissional, com mais de 30
anos de serviço, a maior parte vividos na faixa da fronteira
Rio-grandense, ora como Of de tropa, ora no EM da 2º DC, o
Cel HOMERO LAYDNER pela vontade firme no cumprimento
dos deveres militares, correção de atitudes dos quais de
significativo valor, estão a credenciá-lo como excelente
militar
Serviços de relevância que recomendam o candidato:
a sua atuação na 2º DC como “troupier” e como Of do
estado maior, afirmado por mais de 20 anos de assinalados
serviços, resultou em benefícios reais para o prestigio e
eficiências de nosso exército, na faixa de nossa fronteira
com a Argentina. O seu perfeito procedimento na vida
pública e privada, somados a circunstância de possuir mais
de 60 elogios, muitos dos quais de significativo valor, estão a
credenciá-lo como excelente militar, exemplar cidadão e
Coronel Homero Laydner modelar chefe de família.
Comandante do Regimento José de Abreu - 6° RC, no Tropier – Palavra da língua francesa significa soldado de
período de 1°/04/1953 a 13/11/1957, nascido em Alegrete- Cavalaria.
RS no dia 08 e agosto de 1908, foi declarado Aspirante
Oficial da Arma de Cavalaria em 19 de janeiro 1929, na
Escola Militar de Realengo-RJ.
O Sr. Cel. HOMERO LAYDNER durante sua carreira
militar serviu por diversas vezes no 6° RC (nos postos de 1º
Ten, Cap, Maj e por último como Cmt do Rgt).
Durante o período que comandou o 6° RC, foi o Cmt
que conseguiu transferir o regimento do antigo para o novo
aquartelamento, orientou desde o início a construção da
nova sede do Regimento, inaugurado no atual local,
conseguiu a denominação histórica de Regimento José de
Abreu ao 6° RC, criou o Brasão de Armas e o Estandarte
Histórico em homenagem ao seu glorioso patrono Marechal
Capítulo VI
Transformação do 6º RC em 6º RCB
1971 – 2012
A denominação que acompanha o Regimento até
hoje, “6º Regimento de Cavalaria Blindado”, chegou através
da Portaria Ministerial Nr 042 - 22 Set 71, o 6º Regimento de
Cavalaria (6º RC), foi transformado em 6º Regimento de
Cavalaria Blindado (6º RCB).
CARACTERÍSTICAS
Duque de Caxias
Também encontramos o quadro do Marechal Osório,
A marmita - preta patrono da Cavalaria.
(Cel Estigarribia)
Osório – O Legendário
O sobrenome português é de origem toponímica,
Quadro com o Brasão da família Abreu, entre outros sendo um dos sobrenomes derivados do lugar onde vivia ou
acervos. tinha terras o portador original do nome de um lugar
chamado Abreu, localizado na Província do Minho, ao
noroeste de Portugal, o qual foi adotado pela primeira vez
por Gomes de Abreu, durante o Reinado do Rei Afonso
Henriques de Portugal (1185 – 1211).
No Brazão dos Abreus de Portugal, a bordura de
prata foi carregada com oito folhas de álamo azul. Álamo é
uma espécie de pinheiro, que desenvolve em seu tronco
uma resina da qual se produz o “breu”, daí a referência dada
à região produtora de breu, por este motivo o “de” indica
lugar. (o trecho acima é um fragmento do trabalho
denominado DESCENDENCIA DO MARECHAL JOSÉ DE
ABREU, que teve seu início em 01/11/1998, no primeiro
encontro dos descendentes de José de Abreu, sob a
coordenação da tetraneta Neuza Maria Ferraz de Abreu
Brazil, realizado na cidade de Porto Alegre – RS, com a
presença de cento e cinquenta descendentes.)
Aqueles do século XIV, membros da honorável casa
Brasão da família Abreu dos Abreu, viveram no tempo em que uma das maiores
façanhas das armas da história de Portugal, teve lugar, a
saber, a Batalha de Aljubarrota travada em 14 de agosto de
1385, próxima da assim denominada cidade, localizada no
História do sobrenome De Abreu centro de Portugal. O rei Castelhano Juan I, reclamava a
O genealogista Manoel José da Costa Felgueiras Coroa de Portugal, através de seu casamento com a Rainha
Gayo, registrou que o sobrenome ABREU é uma corrupção Beatriz, a filha do último Rei de Portugal.
de EVREUS e, este, a corrupção de D’EVREUX, e identifica A grande maioria dos Portugueses, incluindo muitos
Gonçalo Martins de Evreus, como natural da Normandia e dos patrióticos membros da Família Abreu, não estavam
que descende por varonia dos Condes D’Evreux. Uma dispostos a aceitar um Rei Castelhano, razão pela qual
árvore genealógica da família Guzman D’Evreux, desde o escolheram como seu líder a João de Avís, que se iriam
século XIII aos atuais titulares – Vannes em 27 de fevereiro juntar a luta que estava para vir por Nuno Alvares Pereira, o
de 1806, distendendo seus galhos de gerações, desde o ano “condestável’’ Juan I invadiu Portugal confiante no valor de
de 1230, cuja origem era a Espanha, mas cujos seu Exército, que contava com vinte e dois mil cavaleiros e
descendentes se ramificaram pela França, Áustria e Países soldados, e esperava o apoio de nobres Portugueses que o
Baixos. tinham como legítimo herdeiro. Ao contrário, João que tinha
sido proclamado Rei de Portugal há apenas quatro meses, nome, neste caso, o sobrenome é derivado do nome de um
estava apto para reunir tão somente uns meros sete mil lugar chamado Abreu, durante o reinado do Rei Afonso
homens, não obstante o prestígio do Chefe Pereira, ganho Henriques de Portugal (1185-1211). O prefixo “De” indica a
através de suas vitórias em incursões do ano precedente, origem toponímica do sobrenome. Os primeiros registros
inspirou entre a milícia de seus comandados e soldados, os mostram que a Família Abreu desempenhou um importante
quais podem ser incluídos heroicos membros da família papel na história de Portugal, tendo ocupado altas posições
Abreu, a garantia da necessidade de uma condição da em chancelarias e nas ordens Militares.
vitória, uma vez que a direção dos Castelhanos tornou-se Um ramo da Família tinha o título de senhores de
clara, Pereira propôs um plano que acarretaria no regalados, resultante do casamento entre Diego Gomes de
bloqueamento das linhas inimigas em avanço, e então Abreu e Dona Leonor Vigas do Rego. Seus descendentes
procederia a ofensiva, tendo manejado seus inimigos em eram Senhores de Amial, Paço, de Anquião, Carreira, Abreu
terrenos que anularia a vantagem numérica dos invasores. e Limas e Abreus - Cavoras.
A despeito da desconfiança de alguns Comandantes As referências mais antigas sobre o nome datam do
Portugueses em adotar uma estratégia agressiva contra um século XI, com o registro de uma doação por parte de Dona
oponente numericamente superior, o ritmo dos Urraca, filha do Rei. A igreja de Cuy, em 13 de janeiro de
acontecimentos tiveram poucas alternativas para escolha de 1071. Entre outras propriedades mencionadas no citado
ações e os ainda indecisos, foram forçados a seguir o documento, aparece a propriedade de Vasco Nunes de
audacioso desígnio do condestável, que saiu de Abrantes Abreu. Um descendente desta família, Gonçalo Rodrigues
com o Exército levantado e seguiu para Comar. Os de Abreu, era camareiro a serviço do Rei Afonso Henriques
Portugueses procederam para prevenir o avanço dos de Portugal. Os ramos da família espalharam-se por
castelhanos em Lisboa, e Pereira colocou suas forças numa Portugal através do casamento entre membros da família
colina defensiva ao norte e a oito quilômetros ao Sul de Abreu com membros de outras famílias proeminentes. Felix
Leiria. Ali, com encostas ásperas para ambos os lados, a José de Abreu y Bertolano, nascido em Carracas em 13 de
posição defensiva tinha a vantagem da inclinação sobre o julho de 1721, era membro da ordem dos Cavaleiros de
campo do atacante, os cavalheiros castelhanos, acreditando Santiago.
em sua própria superioridade, ignorantes do terreno, Seu irmão, José Antônio, tinha o título de Marquês de
resolveram atacar. O triunfo Português em Aljubarrota, uma Regalia.
fonte de honra para todos, incluindo os atuais portadores do Uma das figuras muito admiradas e reverenciadas
nome da Família Abreu, não só preservou a sua pelos Portugueses, sem dúvida incluindo passados e atuais
independência nacional, mas também marcou a supremacia membros da ilustre família Abreu é a Santa Elizabeth de
política das classes burguesas de Portugal, que tinham Portugal (1271 – 1336).
preparado e feito a Revolução de 1383, e escolhera a João Também conhecida como a “Pacificadora” e “ A
de Avís como Rei. Rainha Santa, Filha de Pedro III de Aragão, ela foi chamada
O sobre nome Português Abreu é de origem por sua tia, Santa Elizabeth da Hungria e foi casada com o
toponímica, sendo um dos sobrenomes derivados do nome Rei Denis de Portugal em 1282, um evento conhecido por
do lugar onde vivia ou tinha terras o portador original do alguns dos membros da família Abreu. Elizabeth venceu a
corrupção e prazeres da corte real, devotando sua riqueza e
energia para atividades caritativas. Quando seu filho Afonso Galeria de Ex-Comandantes
empreendeu uma rebelião contra seu pai, Elizabeth
bravamente interpôs-se entre os Exércitos oponentes
efetuando a contento uma reconciliação. Verdadeira para
com seu Cognome “ A Pacificadora”, Elizabeth morreu em
meio a rota para um campo de batalha, onde esperava
conseguir a paz entre seu filho, o Rei Afonso IV, e o Rei
Castelhano Afonso XI. De fato, os portadores do sobrenome
Abreu podem gloriar-se na rica e colorida História de sua
terra Portugal.
Brasão de Armas: Em pala; verde, cinco asas de
águia de ouro, a segunda de ouro deito aspas de goles,
postas de três, duas e três, uma bordura de prata, carregada
com oito folhas de álamo azul. Um coronel ducal de ouro
Portugal.
Ten Cel João da Silva Barbosa
25-02-1889 a 03-03-1890
Ten Cel Ernani Augusto Corrêa Ten Cel Heitor da Fontoura Rangel
22-02-1933 a 07-03-1935 07-07-1941 a 26-09-1942
Ten Cel Mário Neves Galvão
Ten Cel Armando Moraes Âncora 04-04-1945 a 12-05-1945
30-10-1942 a 15-02-1944
Ten Cel Sebastião Dalisio Mena Barreto Ten Cel Oromar Osório
05-02-1944 a 28-04-1944 22-05-1945 a 16-07-1946
Ten Cel Salm de Miranda Cel Homero Laydner
16-07-1946 a 14-02-1948 01-04-1953 a 13-01-1957
Ten Cel Bento Pena Fernandes Júnior Ten Cel Waldo Chagas Nogueira
14-05-1948 a 12-07-1949 25-03-1959 a 26-09-1961
Ten Cel Jaime C. Bicca de Freitas Cel Enio Gouvêa dos Santos
27-09-1961 a 15-01-1963 11-02-1967 a 27-02-1969
Revista da cavalhada
A Revista da Cavalhada era mensal. Examinava-se tudo:
limpeza, ferragem, ripagem, tosagem, penso etc...
Havia sempre mais cavalos que condutores e, por isso, na
hora de cantar o número do cavalo para a comissão
examinadora havia muita confusão.
O uniforme do soldado, no caso, era composto de um gorro
circular sem pala, tamanho único (uma das mais feias e
impróprias peças de uniformes jamais concebidas), camiseta O Regimento de Cavalaria Blindado é o elemento de
branca, calção azul (em cujo cadarço amarravam a chave do
cadeado ou o próprio), conga preta.
manobra mais eficaz para conduzir operações ofensivas e
No cavalo, um cachimbo lhe retira qualquer ardor para um defensivas continuadas, cerrando sobre o inimigo a fim de
coice. Os oficiais ainda se fardam com uniformes no estilo
francês (uma missão militar francesa, na década de 30, deixou
destruí-lo, neutralizá-lo ou capturá-lo, utilizando o fogo, a
marcas em muitos aspectos do exército): golas, punhos e manobra, o combate aproximado e a ação de choque. Na
polainas em brim v.o. Escuro, na cor dos culotes, equipamento
tipo mills e capacete de fibra endurecida, apelidado Jim das
ofensiva é especialmente apto para realizar incursões,
Selvas. atacar, aproveitar o êxito e perseguir o inimigo, participando
(Cel Estigarribia)
de manobras de flanco. Nas operações defensivas mantém
o terreno, executa movimentos retrógrados, particularmente
a ação retardadora, e realiza contra- ataques. (C 2-30 –
Brigada de Cavalaria Mecanizada - 2ª Edição - 2000 )
O Regimento é composto por 05 (cinco) Esquadrões,
sendo 01 (um) Esquadrão de Comando e Apoio, 02 (dois)
Carros de Combate e 02 (dois) de Fuzileiros Blindado.
Esquadrão de Comando e Apoio 1º Esquadrão de Carros de Combate
(Cel Estigarribia)
Acervo Histórico do Regimento José de Abreu
O Regimento possui um rico Acervo Histórico,
composto do Acervo de Blindados do 6º RCB, Espaço
Cultural Barbearia do Regimento e Sala de Exposição
Tenente Coronel Armando de Moraes Âncora, nele
encontramos os mais variados artefatos utilizados pelo
Exército ao longo dos anos, como carros de combate,
capacetes da Segunda Guerra, uniformes, móveis antigos,
etc. Passear pelo Acervo é como uma agradável viagem ao
passado, que permite às mentes de sensibilidade mais
apuradas, ouvir a história que cada objeto conta na
suavidade do silêncio.
Mostrar o Acervo Histórico em sua totalidade tornaria
este capítulo demasiado longo, por esta razão, procuramos
trazer para estas páginas apenas alguns objetos, os quais
julgamos mais importantes. Carro de Combate “M41 A3”
Acervo de Blindados Carro de Combate M4 “Shermann”
Clarim
Companheiro constante de nossas lidas, o clarim
tanto nos conduz para o “debandar”, como para a
“continência”; ao seu som levantamos e deitamos; na hora
da carga ele nos faz estremecer, arrepiar, tremer, vibrar,
enfurecer e avançar resolutos para esmagar o inimigo no
Oração ao Cavalariano
entrevero mortal. É a voz do chefe, é a voz do Comandante, ‘‘Se ao teu corcel não cedes o lugar para de ti depois,
é a voz do líder a nos comandar e guiar. então, cuidar embora te domine o sofrimento;
Se não te agradas, ao menos um momento, com as
Instrumentos polidos brilhando ao sol, bandeirolas tradições heráldicas fremir das cargas que deixaram de
existir;
abanando ao vento; cavalhada baforando, lanças Se não te orgulhas de empunhar a lança, que Osório fez
esmagadas pela empunhadura, ouvidos atentos ao toque credora de esperança na conquista suprema de vitória;
que conduz à batalha, que liberta cavalo e cavaleiro da Se não te queres embriagar na glória de, antes de
todos, ir para o inimigo, infiltrar-te isolando no perigo,
agonia da espera que os aprisiona..., não ousem pensar reconhecer para informar, cobrir retardar, envolver,
que a beleza de tudo isso se perdeu num tempo longínquo, perseguir;
pois os cavalarianos de hoje são os guardiões desse Se, por estares no motor montado, julgas haver-se o
velho ardor quebrado se rei não és do campo na
passado de glória. amplidão, se te faltas a coragem de um leão e o
penetrante olhar da águia não tens, quando a caminho
Clarim e Cavalaria eram elementos inseparáveis da para luta vens, digo-te então:
guerra antiga, onde honra e coragem eram mais importantes Erraste a vocação!
Para trás! Chora em vão teu desengano!
que a vitória, quando cavalarianos enfrentavam a morte Não serás nunca um Cavalariano!’’
montados em cavalos caprichosamente encilhados,
vestindo elegantes uniformes, com luvas imaculadamente
brancas e almas sobejamente livres.
Charges do Coronel Estigarribia Na Carriére do Regimento discutia-se sobre cavalos e
generalidades. O grande esforço físico, a destreza e a
Além das Charges que ilustram os capítulos deste coragem desenvolvidas pela equitação, aproximavam-se
livro, para apreciação do leitor, destacamos mais algumas muito os oficiais e praças e ajudavam a fortalecer o espírito
neste capítulo, estas charges aparatam a parede do corredor de corpo. Periodicamente, chegavam novas remontas e a
do 2º piso do pavilhão administrativo do Regimento. cavalhada meio “chucra” tinha que amansar nas mãos da
soldadesca. Ao comando de “À VONTADE, A CAVALO”
A instrução equestre começava a festa.
A equitação dos soldados era basicamente o volteio e Aspirante chegava sem saber jogar pólo. Tem até a
o exterior. Os sargentos também saltavam e jogavam pólo, história daquele que literalmente ficou (no ar) quando o
completando os times dos Oficiais. Os Oficiais faziam tudo, o capitão, de 4 no time, preparando para o “back”, gritou:
exterior, o pólo e o salto, o adestramento. “Aspirante, fica!”
Forragem e baias
Os cuidados com a cavalhada só diminuíam no
intervalo entre o licenciamento e a incorporação, quando
ficava solta na invernada.
Para assisti-lo no serviço de escala existiam os
CAVALARIÇAS, que fardavam-se com camisetas, calções,
tamancos ou botas de borracha, economizando o
fardamento de instrução. Na verdade, cada militar cuidava
de sua própria montada, reforçando-lhe a forragem, dando-
lhe água, tosando-o e pensando-o, levando-o à ferradoria ou
à Visita Veterinária.
Para o salto, o supra-sumo do requinte era possuir Nas Unidades sem água encanada nas baias,
uma sela DANLOUX, cabeçada de encomenda e aquele começava-se a encher as tinas de madrugada. Certo
bridão grosso, de cargueiro. Para o pólo (e o adestramento), Capitão suspendia a água de seu cavalo sempre que este
os mais craques e requintados queriam uma sela BIDAL, lhe dava um tombo na equitação.
embora a grande maioria usasse mesmo o arreamento A forragem consistia de rações intercaladas de milho,
REIÚNO; no Rio Grande do Sul, era costume jogar pólo de alfafa e verde (capim). Se o milho fosse molhado muito
bombachas, com um bom pelego sobre a sela. Prevista nos antes de ingerido ou existisse mofo na alfafa, era cólica
manuais e constante do programa de instrução, a equitação certa.
dos praças e dos oficiais era diária, mas o pólo se praticava A alfafa prensada vinha em fardas retangulares de
duas vezes na semana e nos sábados e domingos. 45Kg, atadas com o milagroso e multiuso ARAME DE
ALFAFA, cujo emprego engenhoso daria um bom livro. desfiles, quando marchava-se centenas de quilômetros.
Os homens e animais marchavam completamente
equipados e nada faltava às frações elementares: seu carro-
cozinha, sua pipa d'água, carroças coloniais com a complexa
tralha do Subtenente. Naquelas carroças iam toldos, placas
indicativas, marmitas térmicas, lampiões, canastras,
ferramentas de parque, fogões NA, tambores de água
fervente, sacos LISTERS, galinhas pondo ovos, bolachas
duríssimas e, às vezes, uma garrafinha de aguardente para
curar gripes no inverno.
O Serviço em Campanha
Ia-se muito ao campo para a instrução do Serviço em
Campanha, o que implicava no transporte de uma tralha
enorme. Para o Morteiro 81mm Brandt utilizava-se uma
carrocinha. Arrumava-se o tubo, placa-base, bi-pé,
ferramenta de parque, balizas e bandeirolas, granadas,
espoletas. Depois de descarregado o material, quem o
conduzia era a sua guarnição num esforço imenso e alívio
do cargueiro.
cavalhada, as salas de recreação, biblioteca, etc.
Nos dias de grande pompa, como no Dia da Pátria, no Aprendia-se que a ossatura de uma posição era dada
Dia do Soldado ou numa Inspeção, o Regimento formava pelo fogo cruzado das Metralhadoras, daí o zelo enorme por
com uniforme de parada, normalmente numa grande área elas. Os homens da guarnição de FM ou MTR ajudavam a
como o Campo de Pólo, se contíguo ao aquartelamento. De cavalhada a transportar bolsas, reparos, canos de troca. A
talabarte de couro Curitiba, espada Solingen, botas Moreira, função mais castigada era a do cavaleiro remuniciador-
túnica e culote Passarello, capacete de fibra tipo francês, os condutor de cargueiro, porque tracionava o cargueiro, levava
oficiais montavam seus cavalos de cola atada com ligas o reparo nas costas e cruzava umas quatro bolsas de
brancas, caneleiras de couro branco encerado, malotes e munição pelo corpo.
carga de frente apertados, manta de parada azulão com
No cargueiro do FM ou MTR Madsen iam 10 bolsas, Contou-nos o Sargento Guedes, que em certa
cada uma com 5 carregadores a 16 tiros 7mm. ocasião o seu esquadrão foi para o Capivari, a fim de
realizar instrução, no acampamento em que estavam
apareceu um burrico, que logo foi batizado com o nome
“Perico”. O comandante do esquadrão adotou o Perico como
mascote, ordenando que cuidassem bem dele, ao que
parece, o próprio Perico entendeu a ordem, pois passou a
ficar exigente em sua alimentação.
Objetivos Gerais – realizar uma preparação pré- Tive a oportunidade de entrevistar o 1º Tenente Nabor
profissionalizante e educativa de menores de desassistidos, Ribeiro Emiliano, ex-integrante do Regimento, incorporado
com idade de 12 a 14 anos, que ainda não tinham sido alvo às fileiras do 6º Regimento de Cavalaria Independente – 6º
RCI, em 1º de fevereiro de 1941, no então 2º Esquadrão de período foi marcado por rigorosas prontidões no Regimento,
Fuzileiros, foi promovido a Cabo em 26 de agosto de 1942, estas, duravam até 30 (trinta) dias ou mais, os militares só
3º Sargento em 02 de abril de 1945, cursou o CRAS (Curso eram liberados para irem em casa por poucas horas.
Regional de Aperfeiçoamento de Sargentos) no 7º No ano de 1961, por ocasião da Campanha da
Regimento e Cavalaria – 7º RC, em Santana do Livramento, Legalidade, o 6º RC permaneceu coeso com seu
foi promovido a 2º Sargento em 02 de abril de 1956, e a 1º comandante, em 1964, o Regimento aderiu à revolução e
Sargento em 14 de fevereiro de 1966. alguns “Brizolistas” foram presos no quartel.
A respeito do Tenente Nabor, o Capitão Fernando
Bezerra de Castro, Comandante do Esquadrão de Comando
em 1964, escreveu o seguinte elogio: “O 2º Sargento Nabor,
sempre se apresentou como militar disciplinado e
interessado pelos problemas do Esquadrão, tanto
administrativos como os referentes à instrução. Por ocasião
da Revolução de 31 de março de 1964, permaneceu coeso
em torno de seu chefe e ideais da Revolução, cooperando
eficazmente na completa união do Esquadrão.
Tenente Nabor
Em 05 de agosto de 1966, foi promovido a 2º Tenente
da Reserva de 1ª Classe e a 16 de agosto de 1966,
promovido a 1º Tenente da Reserva de 1ª Classe.
Contou-nos o Tenente Nabor, que no ano de 1942, em
virtude da guerra, o 6º RCI guarnecia durante a noite a
hidráulica, as pontes ferroviárias e a usina hidrelétrica, até o
dia 08 de maio de 1945, quando receberam a notícia que a A Taça Charrua
guerra havia acabado.
Em 1954, a nação viveu um período turbulento em Em 22 de novembro de 1960, no Comando do
virtude do suicídio do Presidente Getúlio Vargas, esse General Ênio da Cunha Garcia, foi instituída pela 2º Divisão
de Cavalaria um concurso hípico, com uma taça oferecida Cavalaria venceu pela quarta vez alternada e terceira vez
pelo comércio de Uruguaiana, e que recebeu a denominação consecutiva a competição.
de “Taça Charrua”, de acordo com as regras estabelecidas,
a Unidade que conquistasse a Taça Charrua, três vezes
consecutivas, ficaria com a posse definitiva da referida taça.
ESTRIBILHO
ESTRIBILHO
Salve a cavalaria de Osório
Cujo lema é lutar e vencer
De vitória em vitória saíste
Tu cumpriste teu grande dever
Tombômetro
Irmãos Cavalarianos, Criamos este precioso Livro
Registro de Quedas (Tombômetro) para que nos estejamos
sempre buscando aprimorar nossa montada, com isso
estreitando cada vez mais os laços das tradições de nossa
Decálogo do comandante do 6º RCB
- “Faça do 6º RCB o melhor lugar para a sua realização
pessoal e seu crescimento profissional;
- Você decide a que tipo de Regimento quer pertencer;
- O seu trabalho é se preparar para a guerra;
- Não se conforme com o erro: Está errado? Conserte. - Não
está bom? Faça de novo.
- Caiu? Levante. Faça melhor. A excelência não é mistério
ou inspiração. É transpiração, é hábito.
- Mereça o orgulho que seus familiares têm de você;
Treine. Por mais simples que pareça a atividade, ela deve
ser treinada com profissionalismo. A improvisação de ações
previsíveis e sinônimo de amadorismo.
- No José de Abreu não há espaço para amadores;
Tenha iniciativa. Mas não se esqueça que o profissional
militar só está autorizado a agir pautado por três
parâmetros: a legalidade, a moralidade e a justiça.
- O integrante do 6º RCB é acima de tudo um respeitador da
lei, cabendo-lhe dar o exemplo e proceder com urbanidade
sempre, porém com firmeza na incerteza e com serenidade
“O hipismo constitui para a cavalaria sua melhor no caos.”
escola de perigo e intrepidez, é a fonte criadora do espírito
do cavalariano e da mística indispensável a formação Ricardo de Castro Trovizo
espiritual de nossa arma” Cmt do 6º RCB
“Que nossos estribos se choquem em cavalgadas
futuras”
Em busca dos restos mortais mesmo falou que tem procurado manter o cemitério cercado,
No dia 17 de março de 2012, foi organizada uma mas, o mesmo sofre depredações dos caçadores de
expedição histórica para uma pesquisa de campo ao tesouros.
cemitério da propriedade rural, que pertenceu à família do Com o apoio do Comando do 6ª Regimento de
Marechal José de Abreu. Em Alegrete, situada no 5ª distrito, Cavalaria Blindado - ‘‘Regimento José de Abreu’’, o Ten Cel
na Região do Inhanduí, e na localidade de Jacaraí, a 25 km Cav Ricardo de Castro Trovizo, concedeu total apoio
da cidade, pela estrada RS/566 Alegrete – Itaqui. logístico, tendo feito uma limpeza da área a cargo do
esquadrão de comando e apoio, comando pelo Cap Cav
Leandro Zubiaurre Ameida, tendo como Auxiliar o sub Tem
Paulo Ricardo Prates Dornelles.
A comissão formada para a investigação contou com
a seguinte constituição: presidente Cel Cav Alexadre Gindri
Angonese (Comandante 4º RCC – Regimento Passo do
Rosário) vice-presidente Ten Cel Cav Ricardo de Castro
Trovizo (Comandante do 6º RCB ‘‘Regimento José de Abreu
’’ secretário Carlos Fontes, Militar reformado do Exército
Brasileiro e delegado Regional da academia de historia
Militar terrestre do Brasil ‘‘ Delegacia Gen Setembrino de
Carvalho’’ Uruguaiana. Foi encontrada uma lapide grande
de mármore que indicava o tumulo do Tem Cel Claudio José
de Abreu, como esta Expedição é apenas histórica, para
Termos maiores resultados terá que ser feita também uma
Expedição é apenas histórica para termos maiores
resultados terá que ser feita também uma expedição
cientifica. O autor do livro fez parte da comissão junto com o
Da esquerda para a direita, Coronel Angonese, o autor, Sr. Flávio Poitevin.
Historiador Carlos Fontes, Pesquisador Flávio Poitevin e o
Tenente Coronel Trovizo.