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6º Regimento de Cavalaria Blindado 1º Edição

AÇO, AÇO, AÇO,


FERRO E AÇO,
FOGO E BALAÇO.
6º RCB, BRASIL!
O grito de guerra do 6º RCB foi criado para expressar
sua ligação com o blindado, material de emprego que o
diferencia. Este chamamento também exalta o espírito
guerreiro de uma Unidade que foi concebida para ser a força
de choque da Brigada de Cavalaria Mecanizada.

Alegrete RS
2013
Informações da capa Agradecimentos Especiais
A bela imagem que ilustra a capa deste livro é o
magnífico trabalho de autoria da Sra Deja Rosa, vencedora
do Concurso de pintura “JOSÉ DE ABREU: SEU Agradeço a Deus por ter tornado possível esta
REGIMENTO, SUA CIDADE”, realizado na semana de minha obra e agradeço todo o apoio dos meus filhos e
aniversário de 124 anos do Regimento José de Abreu no netos.
ano de 2012. Mário Souza dos Santos

A contracapa é ilustrada pelos integrantes do


Regimento. A fotografia, ambientada em torno do lema da Agradeço a Deus por ter me concedido a graça de
organização militar, evidencia o maior valor do Regimento: realizar este trabalho, a minha esposa Samara, filhos
seus homens. Este trabalho foi feito em homenagem e Mithiele, Miguel Filho e Maria Clara e ao meu pai, José,
agradecimento a este valoroso conjunto, de agora e de pela compreensão e apoio.
sempre. Esta imagem ficou registrada por meio da talentosa Agradeço ao Tenente Coronel Trovizo pela
lente do Sr Olmiro Pedroso Porto, fotógrafo do Regimento. confiança em mim depositada, ao pesquisador Mário
Souza dos Santos pela oportunidade proporcionada e a
todos os integrantes do Regimento, que de alguma
forma contribuíram no cumprimento desta missão.

Miguel Henrique da Silveira Pacheco

Agradeço ao Exmº Sr Cmt do Exército e a todos


os integrantes do 6º RCB por terem me dado a
oportunidade de exercer a função mais gratificante que
um oficial de cavalaria pode merecer. Juntos fizemos
algo...
Agradeço também a meus pais, Ivo e Vasti. À
minha Paula e ao Vitor que vem por aí e já é a luz de
nossa casa.
Agradecimentos ainda ao Sr Paulo André, da
editora Ciência Moderna, sem o qual ideia deste livro
não se materializaria.
Ricardo de Castro Trovizo
ÍNDICE Capítulo V
Informações da capa Coronel Homero Laydner
Prefácio O Patrono do Regimento – Marechal José deAbreu
Introdução Estandarte Histórico do Regimento
Uma síntese deste trabalho Inauguração do novo quartel
Homenagem “do 6° RCB a seu ex-Comandante”
Capítulo I
Criação do Regimento Capítulo VI
Princesa Isabel Transformação do 6º RC em 6º RCB
Primeiro Comandante A chegada dos Blindados no Regimento
Revolta da Armada Centro Hípico José de Abreu
Revolução Federalista Piquete José de Abreu

Capítulo II Capítulo VII


A chegada do Regimento em Alegrete Salão de Honra
Histórico da cidade de Alegrete História do sobrenome De Abreu
Marquês de Alegrete Galeria de Ex-Comandantes
Guerra do Contestado
Participação do Regimento na Guerra do Contestado Capítulo VIII
O Regimento e seus Esquadrões
Capítulo III Curso de formação de Sargentos
Transformação do 9º RC em 6º RCI
A Revolução de 1923 - Primeiro emprego em solo gaúcho Capítulo IX
Coronel Maurício de Abreu Acervo Histórico do Regimento José de Abreu
Revolta de 1924 Sala de Exposição Ten Cel Armando de Moraes Âncora
Revolução de 1926 O estribo
Revolução de 1930 O clarim
Revolução de 1932
A história de uma espada Capítulo X
Nossos Pracinhas da FEB Charges do Coronel Estigarribia
O Burrico Perico
Capítulo IV Quase perdemos o Comandante
Transformação do 6º RCI para 6º RC Deu no Boletim
Soldado Luiz Dalpizol Pelotão Zequinha
Última carga de Cavalaria Projeto Charrua
Última Passagem de Comando da 2ª Divisão de Cavalaria Tenente Nabor
A Taça Charrua Prefácio
Medalha do Regimento
Ao Solado de Cavalaria Durante o Curso de Altos Estudos Militares da
Canção do Regimento José de Abreu ECEME, é comum ouvir que o comando de uma Unidade
Tombômetro Operacional é uma das missões mais importantes que se
Decálogo do Comandante pode dar a um oficial do Exército. Pois bem, na condição de
Em busca dos restos mortais aluno, por vezes não é possível aferir a exata dimensão
Agradecimentos desta assertiva.
Bibliografia No entanto, a partir da designação para a função é
que se dá conta da magnitude do cargo. Neste sentido,
parafraseando um conhecido anúncio: comandar um
Regimento de nossa Cavalaria se constitui em considerável
e honrosa responsabilidade; comandar um RCB, Unidade
dimensionada para ser a força de choque e desaferramento
de nossas Brigadas de Cavalaria Mecanizada se constitui
em considerável distinção; mas comandar o 6º RCB... não
tem preço!!!
Ter a condição de se gerenciar um efetivo de cerca de
oitocentos homens, dotados do poder de combate conferido
pelo meio blindado sobre lagarta. Se ocupar das
incumbências do Curso de Formação de Sargentos, cujo
material humano se constitui no melhor que a aprovação em
um dos vestibulares mais concorridos do Brasil pode
fornecer. Dispor da bela infra estrutura legada pela visão e
esforço dos valorosos que por aqui passaram. Desfrutar do
convívio dos confrades camaradas do Regimento. Tudo isso,
emoldurado pelo hospitaleiro Alegrete, coração da
Campanha Oeste Gaúcha, sítio histórico e amálgama da
alma guerreira e cavalariana deste povo acolhedor e
perfeitamente identificado com o Regimento. Simbiose que
alimenta esta OM e impulsiona esta querida comunidade.
Vivenciar esta absorvente conjuntura é algo cujo valor
não se pode mensurar. Talvez estas palavras nem façam
sentido para aqueles que não tiveram a fortuna de observar
o amanhecer alegretense a partir da “Colina Masgrau”.
No entanto, ao longo destes 125 anos de história,
muitos companheiros experimentaram a ventura de Introdução
pertencer à “família José de Abreu”. O fruto do trabalho
destes homens e mulheres se constitui naquilo que No mês de janeiro de 2012, fui procurado pelo
carinhosamente se chama de “ O Glorioso”. Comandante do 6º RCB, Ten Cel Trovizo, que me convidou a
A expressão “já pertenci ao Glorioso” é bastante fazer este trabalho, cuja finalidade seria manter viva a
comum neste chão. Justamente para honrar esta preciosa memória do 6º Regimento de Cavalaria Blindado, esta
herança e em agradecimento por termos a oportunidade de tradicional Unidade da 2º Brigada de Cavalaria Mecanizada,
desfrutar do ápice da carreira das armas sob este céu é que ‘‘Brigada Charrua”. A princípio fiquei um pouco apreensivo
propusemos esta singela homenagem: registrar, de acordo tendo em vista a magnitude do trabalho, mas aceitei o
com nossas circunstâncias, um pouco da épica trajetória desafio, dando início aos trabalhos no mês de fevereiro de
desta organização militar. 2012, desde então se passaram 18 (dezoito) meses, nos
quais realizei diversas pesquisas, no Centro de Pesquisas
Agora ...À CAVALO!!!... ou, na linguagem do blindado: de Alegrete (CEPAL), no Acervo Histórico de Alegrete, no
arquivo do 6º RCB, em publicações antigas da Gazeta de
PREPARAR PARA EMBARCAR!!! ... Alegrete, entrevistas com militares da reserva e reformados
...EMBARCAR!!! que integraram o Regimento, entrevistas com
personalidades alegretenses, pesquisas de campo, etc.
boa leitura. Apesar de ser filho de militar do Exército, servi como
fuzileiro naval. Deste modo, desenvolver este trabalho foi
TC Trovizo – Cmt do 6º RCB. uma oportunidade ímpar para conhecer de forma mais
intensa o trabalho destes profissionais, nestes meses em
que convivi com os companheiros do 6º RCB, tive a grata
satisfação de viver o dia a dia de uma Unidade do Exército,
em especial, uma Unidade Blindada da Cavalaria, pude
acompanhar o trabalho desenvolvido por estes homens, que
conduzem as tarefas de forma responsável, sem perder a
alegria e o bom humor.
Procurei desenvolver os capítulos deste livro na
ordem cronológica dos acontecimentos, o leitor atento, irá
perceber que no princípio o Regimento era "itinerante",
deslocava-se ao sabor dos acontecimentos e de acordo com
as necessidades da Nação, até sua chegada em Alegrete, o
há 104 (cento e quatro) anos, só se ausentando da cidade
para o cumprimento de missões.

O 6º Regimento, assentado sobre a colina Masgrau,


pode ser identificado ao longe, graças ao contraste Uma síntese deste trabalho
proporcionado pelo vermelho e branco característico da
nossa Cavalaria, no fundo verde da coxilha. O Regimento foi criado em São Paulo, através
A comunidade alegretense e o Regimento Abreu, Decreto n° 10.015 de 18 de Agosto de 1888, assinado pela
mantêm integrado trabalho, muito apreço e consideração princesa Isabel. No entanto, o Regimento só "saiu do papel"
recíproca, o Regimento orgulha-se de sua cidade, que por em 14 de Dezembro de 1889, recebendo a denominação de
sua vez, orgulha-se de seu Regimento. 10º Regimento de Cavalaria Ligeira.
O primeiro Comandante do Regimento, foi o Tenente
O lema do Regimento é: Coronel João da Silva Barbosa, que 08 (oito) anos depois,
também viria comandar a 1ª Coluna do General Arthur
“NOSSO VALOR NÃO ESTÁ NO QUE TEMOS, MAS SIM Oscar, na vitoriosa Campanha de Canudos.
NO QUE SOMOS". O Regimento teve sucessivas paradas no período de
1893 a 1898, na cidade de Santos por ocasião da Revolta da
Este lema reflete muito bem a forma competente com Armada, guarnecendo o porto desta cidade para evitar o
que o Regimento cumpre todas as missões, pois mesmo desembarque dos marinheiros revoltosos, em virtude da
com restrições materiais, a Unidade gerencia com eficiência Revolução Federalista de 1893, fez paradas nas cidades de
os recursos de que dispõe, contando com o valor de seus Curitiba, Florianópolis, Lages e Porto Alegre.
militares (fator humano) para superar as dificuldades, Por aproximadamente 10 (dez) anos, de 1898 a 1908,
evidenciando a importância do "ser" sobre "ter". ficou em Santa Vitória do Palmar cumprindo missões de
combate ao contrabando e vigilância da fronteira.
Este lema evidencia que, independente da plataforma O Regimento só chegou a Alegrete em março de
de combate de que dispusermos, somos Cavalarianos, 1909, ano em que recebeu a denominação de 9º Regimento
somos tropa blindada, somo Força-Tarefa, somos a de Cavalaria, como não havia um aquartelamento para
diferença numa Brigada de Cavalaria Mecanizada. abrigá-lo, acantonou junto às futuras instalações até 1911,
quando foi inaugurado seu primeiro quartel, no local onde
hoje está instalado o 12º Batalhão de Engenharia de
Combate Blindado.
Nos anos de 1914-1915, participou da luta na Região
do Contestado, entre Santa Catarina e Paraná, sob às
ordens do Gen Leovigildo Paiva.
Em 11 de Dezembro de 1919, o Regimento recebeu a
numeração que o acompanha até hoje, 6º (sexto), tendo sido
transformado em 6º Regimento de Cavalaria Independente.
Em 1923, cumpriu a missão de guarnecer os trens e
instalações da Viação Férrea, por motivo da "Revolução de
23", no Rio Grande do Sul, contra Borges de Medeiros comemorar o seu centenário, teve seu estandarte
Governador do Estado. condecorado pelo superior Tribunal Militar, com a ordem do
No ano de 1926, participou com um Esquadrão no Mérito Judiciário, em 1991 o estandarte do 6º Regimento de
Combate do Seival, onde ocorreu o último ataque de Cavalaria Blindado, foi condecorado pelo Presidente da
Cavalaria no Rio Grande do Sul, comandado pelo República, com a ordem do Mérito Militar.
alegretense Oswaldo Aranha, combateu os revoltosos Ten Não poderia me furtar de incluir neste livro o Salão de
Nelson e Alcides Etchegoyen de Santa Maria, e Ten Vicente Honra Cel Homero Laydner e o Acervo Histórico Ten Cel
Mário de Castro de São Gabriel. Armando de Moraes Âncora, pois ambos dispõem de
O Regimento aderiu a Revolução que depôs o riquíssimo acervo.
Presidente Washington Luiz em 1930, dando fim à República Achei útil descrever ao leitor a missão e a importância
Velha e início a era Vargas (1930-1945). dos Esquadrões no Regimento.
Por ocasião da 2ª Guerra Mundial, o Regimento Todo quartel acumula histórias através dos anos, que
enviou 200 (duzentos) pracinhas em 1943, para fazer parte contadas de geração em geração, perpetuam-se através dos
da força Expedicionária Brasileira, que lutou na Itália em tempos, algumas pela importância, outras, por possuírem
1944, destacando-se os soldados alegretenses Prim uma pitada de humor, foi pensando em compartilhá-las com
Rodrigues Canes, João Espinarde, ambos mortos em o leitor que fizemos o Capítulo X, intitulado "Nacos de
combate. Tive também o prazer de entrevistar o Sr Alceu história", onde utilizamos algumas charges do Cel
Alves Moreira, último “FEBiano” vivo em Alegrete, que Estigarribia, que serviu no Regimento e entrevistas com ex-
gozando de perfeita saúde e lucidez, descreveu toda sua integrantes do Regimento, alguns deles integrantes da
trajetória na Itália. Confraria dos Camaradas do Regimento José de Abreu.
Em 1946, o Regimento sofreu nova mudança de
denominação, passando a chamar-se 6º Regimento de
Cavalaria.
No ano de 1957, foram concluídas as obras do seu
novo e moderno aquartelamento (atuais instalações) na
colina Masgrau, construído para atender às necessidades do
Regimento, no mesmo ano, em 13 de maio recebeu a
denominação histórica de ''Regimento José de Abreu".
Em 1964, aderiu ao contra golpe, trazendo ao nosso
país a liberdade que hoje desfrutamos.
Em 1971, no mês de dezembro, recebeu sua atual
denominação, ''6º Regimento de Cavalaria Blindado",
substituindo a velha companhia do amigo cavalo pelo carro
de combate.
Em 1972, foi fundado o circulo Militar de Alegrete,
precursor do Centro Hípico do Regimento. Em 1988, ao
Capítulo I Criação do Regimento
1888-1908 Ao final do século XIX, o Império agonizava, o poder
Real encontrava-se envolvido em graves questões políticas
e sociais, buscava reformas profundas a fim de salvar a
coroa, uma das medidas adotadas, ainda que tardia, foi à
reorganização do Exército. Assim, a Princesa Isabel criou o
Regimento por meio do Decreto Nr 10.015 – de 18 de agosto
de 1888.
Abaixo, transcrição de alguns artigos relacionados à
criação do Regimento:
Decreto Nº 10.015 – de 18 de Agosto 1888
Reorganiza as forças arregimentadas do Exército.
Usando da autorização conferida pelo parágrafo 11,
do Art.8º, da lei n° 3.348, de 20 de outubro de 1887, a
A capa ideal Princesa Imperial Regente, em nome do imperador o senhor
“Copiada de um modelo de capa para uso do gaúcho desenvolvido D. Pedro II, Há por bem decretar o seguinte:
pela Renner, a capa Ideal (assim denominada pelo fabricante, em
etiqueta costurada no interior da capa, à altura do peito), era de lã
impermeabilizada. Art. 1°. As forças arregimentadas do Exército
Usava-se comprida, para cobrir também a anca da montaria, permanente ficam organizadas em corpos das armas de
quando montado.
Abrigava contra frio e chuva; um excelente cobertor em noitadas engenharia, artilharia, cavalaria, infantaria e de transporte,
frias. de conformidade com os quadros que acompanham o
O capitão da gravura está usando um binóculo Zeiss-Nedinsco
modelo 1936, excelente equipamento ótico que vinha em estojo de presente Decreto.
couro com protetor de lentes na alça e lentes para sol”.
Art. 2°. (assuntos referentes à arma de engenharia).
(Cel Estigarríbia)
Art. 3° e 4º. (assuntos referentes à arma de artilharia).
Art. 5°. A arma de cavalaria constará de dez
regimentos, de quatro esquadrões cada um, sendo dois
d’estes de clavineiros e dois de lanceiros.
Parágrafo 1°. Todos os regimentos serão de cavalaria
ligeira e terão idêntica organização.
Parágrafo 2°. Haverá em cada regimento um Princesa Isabel
veterinário contratado, com a graduação de alferes. O
armeiro, correeiro e clarim-mór terão a graduação de 1° A Princesa Isabel assinou o Decreto que deu origem
sargento, e os ferradores a de cabo, todas estas praças ao Regimento em 1888. Nascida no palácio de São
trarão a divisa no braço direito. Cristóvão e batizada na Capela Imperial no dia 15 de
novembro de 1846, seu nome foi uma homenagem à Rainha
Parágrafo 3°. Em cada regimento haverá um só de Nápoles, sua avó.
estandarte, que será conduzido em formatura pelo
secretario.
Art. 6° e 7º (assuntos referentes à arma de infantaria)
Art. 8°. Os comandos dos batalhões e regimentos
serão preenchidos, metade por coronéis e metade por
tenentes-coronéis.
Art. 9°. O ministro da guerra expedirá as instruções
que forem necessárias para a execução das disposições do
presente decreto. THOMAZ JOSÉ COELHO DE ALMEIDA,
do conselho de sua Majestade, o Imperador, Senador do
Império, o Ministro secretario de Estado dos Negócios da
Guerra, assim o tenha entendido e faça executar.
Palácio do Rio de Janeiro, em 18 de agosto de 1888,
67° da Independência e do Império - PRINCESA IMPERIAL
REGENTE. - THOMAS JOSÉ COELHO DE ALMEIDA.

Princesa Isabel
Na história do Brasil é reconhecida como redentora,
ao ter assinado a Abolição da Escravatura em 13 de maio de
1888. Além de princesa e regente, foi a primeira senadora do
Brasil, ocupou o cargo por ser herdeira do trono a partir dos
25 anos de idade. Antes de assinar a Lei Áurea, já havia
sancionado leis para o primeiro recenseamento do império,
naturalização de estrangeiros e relações comerciais com os Primeiro Comandante
países vizinhos.
Teve como Primeiro Comandante o Tenente Coronel
Em 28 de setembro de 1871, como regente do João da Silva Barbosa, futuro comandante da 1º coluna do
império, sancionou a Lei do Ventre Livre, lei que libertava General Arthur Oscar, que derrotou Antônio Conselheiro em
todos os filhos de escravos, assinada enquanto Dom Pedro Canudos 08 anos depois.
II viajava pela Europa. A favor da abolição, pressionara o
ministério que logo viria a ser dissolvido e recomposto por
políticos abolicionistas.
Depois de onze anos de casamento, com o duque
Luís Gastão de Orleans, conhecido como conde D´Eu, teve
o seu primeiro filho, Pedro de Alcântara, posteriormente teve
Luiz Maria Felipe e Antônio Gusmão Francisco. Em 1889,
com a Proclamação da República, toda a família real
embarcou para a Europa, nessa época tinha dificuldade para
se locomover, e viveu seus últimos dias vida na capital
francesa. O 10º Regimento de Cavalaria Ligeira, teve parada
em São Paulo, organizado no dia 25 de fevereiro de 1889.

Tenente Coronel João da Silva Barbosa

João da Silva Barbosa sentou praça a 24 de janeiro


de 1850, promovido a Alferes em 30 de dezembro de 1859,
a Tenente em 1º de junho de 1867, a Capitão Comissionado
Imagem da cidade de São Paulo em 1889, ano do em 1869, foi agraciado com a Medalha da Campanha do
estabelecimento do 10º RCL Uruguai (1851 a 1852).
Revolta da Armada – o primeiro emprego Floriano Peixoto, que assumiu após alguns meses do
governo de Deodoro da Fonseca, alegava que essas
O Regimento foi empregado na cidade de Santos, em orientações constitucionais não se aplicavam ao seu
missões de manutenção da ordem interna, guarnecendo governo, pois o mesmo foi instaurado pelo voto indireto,
aquele porto para evitar que os marinheiros revoltosos mesmo apresentando tal justificativa, os militares
desembarcassem. insatisfeitos trataram de organizar os navios em seu poder e
apontar seus canhões em direção à Capital Federal, Floriano
Peixoto, confiante com o apoio político que possuía, decidiu
não ceder às imposições da Armada.

Cidade de Santos-SP

No governo de Floriano Peixoto, após a renúncia de


Deodoro da Fonseca, a renovação dos quadros políticos Floriano Peixoto
nacionais e regionais abriu espaço para a ascensão dos Dessa maneira, em 13 de setembro de 1893, os
civis ao poder, sobretudo dos grandes cafeicultores ligados navios revoltosos abriram fogo contra a cidade do Rio de
ao Partido Republicano Paulista (PRP). Foi neste contexto Janeiro. Até março do ano seguinte, os conflitos se
que os Almirantes Saldanha da Gama e Custódio de Mello, desenvolveram com a resposta terrestre dada pelas
então Ministro da Marinha, arquitetaram um movimento fortalezas e tropas que defendiam o mandato florianista.
contra o governo Floriano Peixoto. Para justificar sua ação, Diversos voluntários se apresentaram para defender o
os revoltosos denunciavam a ilegalidade do governo de governo, tendo grande importância ao proteger a região de
Floriano, de acordo com o texto constitucional, o vice- praia da cidade e impedindo que os revolucionários
presidente só poderia assumir o governo após dois anos de desembarcassem.
cumprimento do mandato presidencial, caso contrário, novas Alguns dos participantes da revolta, ainda tentando
eleições deveriam ser preparadas. resistir às tropas governamentais, abriram novas frentes de
batalha na região sul, esse novo foco de resistência Revolução Federalista
apareceu graças aos participantes da Revolução Federalista
que ocorria no Rio Grande do Sul, também palco de atuação Os federalistas não reconheciam a legitimidade do
de nosso Regimento. O governo acabou sufocando esses governo de Floriano Peixoto.
dois levantes com apoio das classes médias e dos
cafeicultores paulistas, prestigiado por suas amplas alianças
políticas, Floriano Peixoto – o “Marechal de Ferro” – tornou-
se um “defensor da República”.
Floriano Peixoto venceu a Revolta da Armada com
amplo apoio da população.

Gumercindo Saraiva (3º da esquerda para a direita sentado)

Em 16 de abril de 1893, o Regimento que se


encontrava em Santos retornou para São Paulo, onde uma
semana depois, recebeu ordem de marcha para combater a
Revolução Federalista. Desta maneira, o 10º RCL despediu-
se de São Paulo, pois foi atuar nos anos de 1894 a 1896
pelo interior do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul,
permanecendo instalado sucessiva e provisoriamente em
Curitiba (02 meses), Florianópolis (02 meses), Lages (11
meses), Porto Alegre (11 meses) e Santa Vitória do Palmar
(de 1898 até 1908).
Surgida na mesma época e no mesmo contexto
político da Revolta da Armada, a Revolução Federalista foi
um movimento ocorrido entre facções políticas rivais do Rio
Grande do Sul. Durante o governo de Floriano Peixoto
houve uma remodelação dos quadros governamentais, com
a deposição de todos os políticos próximos à figura de
Deodoro da Fonseca, essa mesma ação política foi golpe acabou não se consolidando. No entanto, a violência
estendida à esfera estadual, onde os governadores “pró- empregada nos confrontos, marcada por cerca de 10.000
Deodoro” foram substituídos por representantes simpáticos mortes, deixou a Revolução Federalista popularmente
ao novo governo. conhecida como a “revolução da degola”.
No Estado do Rio Grande do Sul dois partidos
políticos disputavam o poder entre si, de um lado o Partido
Republicano Rio-Grandense (PRP) – conhecidos como Em junho de 1895, os conflitos da revolução chegaram ao
“Pica-Paus” - era favorável ao republicanismo positivista e fim com as lutas ocorridas no campo de Osório, na região de
apoiava o novo governo de Júlio de Castilhos, aliado de Quaraí. O federalista Saldanha da Gama lutou até a morte
Floriano em oposição ao Partido Federalista (PF) – com os últimos quatrocentos homens remanescentes em
conhecidos como Maragatos - era composto por integrantes suas tropas, para dar fim a outros possíveis levantes, um
contrários ao governo Júlio de Castilhos e defensores da acordo de paz foi assinado, em agosto de 1895, concedendo
maior autonomia dos estados por meio de um regime anistia a todos os que participaram do conflito.
parlamentarista.
A diferença de perspectiva política entre esses dois
grupos somente piorou com a imposição do governador Júlio
de Castilhos, inconformados com a imposição presidencial,
os federalistas liderados por Gaspar Silveira Martins e
Gumercindo Saraiva, pegaram em armas para exigir à
anulação do governo castilhista, em fevereiro de 1893, a
rápida reação das tropas governamentais acabou obrigando
os federalistas a recuarem para regiões do Uruguai e da
Argentina.
A reação dos federalistas foi articulada com o ataque
à cidade de Bagé, realizando ataques surpresa em
diferentes pontos do estado, os revoltosos conseguiram
avançar no território nacional tomando regiões em Santa
Catarina e no Paraná, naquele mesmo ano, a Revolta da Curitiba-PR
Armada, ocorrida no Rio de Janeiro, se uniu à causa dos
federalistas gaúchos conquistando a Vila do Desterro (atual O 10º Regimento de Cavalaria Ligeira atuou em
Florianópolis), em Santa Catarina. Curitiba e Paranaguá seguindo após para a Vila do Desterro
Mesmo com o apoio dos militares cariocas, a tentativa (atual Florianópolis).
de golpe acabou enfraquecendo. O apoio ao governo de
Floriano Peixoto contava com setores muito mais
significativos da população, desta maneira, a tentativa de
Porto Alegre-RS

Florianópolis-SC Abaixo, a cidade de Santa Vitória do Palmar, onde o


10º Regimento de Cavalaria Ligeira permaneceu por 11
anos, combatendo o contrabando e guarnecendo a fronteira,
desde o Chuí até Jaguarão, de 1898 até 1908.

Santa Vitória do Palmar-RS nos dias atuais


Lages- SC
Capítulo II
A chegada do Regimento em Alegrete
1909 – 1918
De 1909 a 1919, pelo menos três acontecimentos
importantes envolveram o Regimento. Neste período,
mudou-se para Alegrete-RS, teve sua denominação trocada
de 10º Regimento de Cavalaria Ligeira para 9º Regimento de
Cavalaria e participou da Guerra do Contestado.
O aviso nº 285 de 11 de janeiro de 1909, dava ordem
para o 10º Regimento deslocar-se para Alegrete, onde
chegou em 15 de março e no mesmo ano, pelo Decreto Lei
nº 6.961 de 04 de abril, passou a denominar-se 9º
Regimento de Cavalaria:

Botas, esporas e pingalins


'O mais famoso boteiro foi o Moreira no Rio. Uma Moreira de
cromo alemão era bota para se sair General com ela.
Na década de 50 distribuíam umas botas de cano, para melhor
se ajustarem às pernas. Essas botas e as esporas reiúnas
fornecidas na AMAN por aquela época, levavam a designação
Baima, alusão ao tenente almoxarife, que tinha este nome.
O cadete de Cavalaria traquejado usava botas de cano alto e
duro, o pingalim regulamentar de couro (com castanhas
cromadas) e esporas rabo de papagaio, sem roseta.
O oficial e a praça com curso de equitação fardavam esporas
douradas e o pingalim era em couro preto com castanhas
douradas. As esporas dos cabos e soldados eram de latão, muito
largas. Bota nova, como a do dia da espora, num dia de
calor intenso, trancava na perna e era aquele sufoco descalçá-
la'.
(Cel Estigarríbia) Rua dos Andradas – Alegrete-RS

O 10º Regimento tomara o número 9, acampando em


Alegrete, às margens do Rio Ibirapuitã. Em 23 de março de
1911, foi inaugurado o seu moderno aquartelamento, onde Na frente do quartel, no primeiro pavilhão, ficavam a
permaneceu por 48 anos, hoje, as antigas instalações do secretaria, o estado maior, o xadrez e a guarda, o segundo
Regimento abrigam o 12º BE Cmb Bld. pavilhão foi destinado ao 1º Esquadrão, no centro do pátio
ficava situado o pavilhão das cavalariças, tendo 22,40 m de
Foto do novo quartel do então 9º Regimento de Cavalaria frente por 10,20 m de fundos, dispondo de 20 amplas baias
em Alegrete, no ano de 1911 para animais, todas com cimento assentado sobre uma
sólida camada de concreto, cada baia dispunha de
manjedoura grande para pasto e balde-bebedouro, na
época, as instalações foram projetadas segundo diretrizes
de veterinários franceses, a fim de evitar a transmissão de
moléstias contagiosas próprias da raça cavalar”.
“Quartel sendo constituído de pavilhões independentes
dispostos sobre as faces de um quadrilátero de ângulos
biselados, é do tipo moderno, amplo e cômodo próprio para
receber um jovem soldado de hoje”.

Nota: É interessante observar que sempre houve a justa


preocupação em providenciar acomodações adequadas
para receber o soldado, esta preocupação se manteve
constante através dos anos. Atualmente o desafio do
comando é adequar os alojamentos para receber “o
Aquartelamento do 9º RC – 1911 jovem soldado de hoje”, que possui celular, notebook,
laptop e outros eletroeletrônicos, o que torna, por
Sobre este aquartelamento, a Gazeta do Alegrete de exemplo, o número de tomadas dos alojamentos
23 de março de 1911, assim se referia: insuficiente.
“Esta magnífica obra feita sob supervisão do Tenente de
Engenharia Rozendo Carpes, começou em 1909, e foi
concluída em 1911, esta obra ficou assim descrita: pavilhões
flancos esquerdos e direitos iguais, com 46,50 m de frente e O custo total das obras principais, alpendres, trabalho
7 m de fundo, destinados ao 2º e 4º Esquadrão, na face da de abastecimento de água e sistema de esgoto atingiu a
retaguarda, ficam 04 (quatro) edificações, no primeiro o 3º soma de 261.645$ 720 (duzentos e sessenta e um contos
Esquadrão, e o outro a arrecadação geral, escola seiscentos e quarenta e cinco réis e setecentos e vinte mil
regimental, casa de música, copa e refeitório, nos outros réis), sendo a construção realizada dentro do orçamento,
pavilhões foram dispostos aos lavatórios gerais, às células e inclusive a despesa da instalação elétrica.
a cozinha amplíssima.
Histórico da cidade de Alegrete

Na região da fronteira, ao sul do Continente, durante


150 anos lutaram portugueses e espanhóis, estas lutas só
tiveram fim na segunda metade do século passado.

A figura anterior se refere à tela existente na capela hoje


localizada na área do antigo povoado de Nossa Senhora da
Conceição Aparecida do Inhanduí representando a primeira
povoação do Alegrete que foi destruída – este local é
conhecido como” Capela Queimada”

Cidade de Alegrete-RS Os sobreviventes da freguesia arrasada, em 1817,


lançaram os fundamentos de nova povoação, desta vez à
A origem da cidade foi o acampamento de soldados margem esquerda do arroio Ibirapuitã, cerca de 37
de um general lusitano - D. Diogo – que em 1811 chegara às quilômetros distante do primitivo local. Deram-lhe o nome de
margens do rio Inhanduí. Alegrete em homenagem a Luis Teles da Silva Caminha
Meneses, marquês de Alegrete e governador da Província
Alguns anos depois, em 1816, a aldeia, que tinha de São Pedro do Rio Grande, que se constituíra patrono do
como padroeira Nossa Senhora da Conceição Aparecida, foi novo povoado. Aos ajuntamentos que não possuíam um
saqueada, arrasada e incendiada pelos "insurgentes" de Padre se denominava “capela”.
Artigas, um caudilho da “Banda Oriental do Uruguai”. Ainda Deste modo, em 1820, a capela de Nossa Senhora da
hoje, lá se encontra o cemitério, sendo o lugar conhecido Conceição Aparecida de Alegrete recebeu o título de
como “Capela Queimada”. "Curato" com a chegada de seu primeiro Padre: Manoel
Fernandes de Almeida, o primeiro batismo, foi realizado a 30
de dezembro de 1920, a pessoa batizada chamava-se
Lucrécia, era uma escrava. Marquês de Alegrete
O Curato foi elevado a “Vila” em 1831, no entanto, foi
em 1842, que um importante episódio histórico demonstrou
o crescimento do município: a reunião da Assembleia
Constituinte dos Farrapos, cujos membros ali redigiram o
projeto de sua "Constituição Republicana". Ainda existe o
local onde se realizou esse encontro, no qual hoje funciona
um estabelecimento bancário.

Curato – é um termo religioso, derivado de cura ou


padre, que era usado para designar aldeias e povoados
com as condições necessárias para se tornar uma
paróquia. Povoação pastoreada por um cura.

Distrito criado com a denominação de Alegrete, pela


lei provincial nº 23, de 30-04-1846 desmembrado do
município de São Borja.
Elevado à condição de cidade com a denominação de
Alegrete, pela lei provincial nº 339, de 22-02-1857, ano no
qual foi concluída a primeira ponte sobre o Rio Ibirapuitã. A
determinação para sua construção fora baixada doze anos
antes, em 1845, pelo então Presidente da Província de São
Pedro do Rio Grande: Luís Alves de Lima e Silva, o então Luís Teles da Silva Caminha e Menezes
Barão de Caxias.
Luís Teles da Silva Caminha e Menezes, nasceu em
27 de abril de 1775, em Lisboa - Portugal. Foi Tenente -
General do Exército. Acompanhou, em 1807, a família real
ao Brasil, e em 1811, foi nomeado Governador da Província
de São Paulo, sendo depois transferido para o Rio Grande
do Sul, onde deixou excelentes recordações. Em 1814,
mandou fazer o recenseamento da população, elevou à vila
as povoações de Mostardas e de Cachoeiras e protegeu
muito o desenvolvimento da povoação de Aparecida, que
tomou então o nome de Alegrete. Triunfou por toda a parte,
conseguindo derrotar completamente Artigas na batalha do
Sítio de Catalão, que se realizou a 04 de janeiro de 1817, Guerra do contestado – primeiro emprego após
pondo a termo a Guerra da Cisplatina. a chegada no Alegrete
Em 1818, foi nomeado conselheiro de guerra e
acompanhou depois D. João VI para o reino de Portugal. A Guerra do Contestado foi um conflito armado que
Seu último título foi de Marquês do Alegrete. Era o VIII ocorreu na região Sul do Brasil, entre outubro de 1912 e
Conde de Tarouca, tendo recebido a Grã-cruz da Ordem da agosto de 1916. O conflito envolveu cerca de 20 mil
Torre e Espada, o título de Comendador das Ordens de camponeses que enfrentaram forças militares dos poderes
Cristo e de Nossa Senhora da Conceição da Vila Viçosa. federal e estadual. Ganhou o nome de Guerra do
Também foi condecorado com a medalha de campanha da Contestado, pois os conflitos ocorrem numa área de disputa
Guerra Peninsular, vindo a falecer em1828, na cidade de territorial entre os estados do Parará e Santa Catarina, rica
Lisboa - Portugal. em erva-mate e madeira.
Administrador esclarecido e enérgico, foi intitulado
‘‘Fundador e Protetor’’ da cidade de Alegrete, tendo
incentivado o desenvolvimento de outras diversas.

Mapa a Região da Guerra do Contestado - 1914-1915.

Causas:
A estrada de ferro entre São Paulo e Rio Grande do
Sul estava sendo construída por uma empresa norte-
americana, com apoio de grandes proprietários rurais,
detentores de força política na região e no governo central.
Para a construção da estrada de ferro, milhares de famílias
de camponeses perderam suas terras. Este fato gerou muito
desemprego na área.
Outro motivo da revolta foi a compra de uma grande Participação do 9º Regimento de Cavalaria na
área da região por de um grupo de pessoas ligadas à Guerra do Contestado.
empresa construtora da estrada de ferro. Esta propriedade
foi adquirida para o estabelecimento de uma grande (Transcrito do livro “A Campanha do Contestado”- de
empresa madeireira, voltada para a exportação. Com isso, Demerval Peixoto- 1920.)
muitas famílias foram expulsas de suas terras. ... Desta feita, operamos a divisão da tropa em quatro
O clima ficou mais tenso quando a estrada de ferro linhas tomando os nomes dos pontos cardeaes respectivos,
ficou pronta. Muitos trabalhadores que atuaram em sua e por conveniência das operações ficaram independentes o
construção tinham sido trazidos de diversas partes do Brasil 54 de caçadores e o 9º regimento de cavalaria.”...
e ficaram desempregados com o fim da obra. Eles
permaneceram na região sem qualquer apoio. Neste
contexto, surgiu a figura messiânica de José Maria, pregador
popular com alegados poderes divinos.

Reação do governo:
Os governos (federal e estadual) começaram a ficar
preocupados com a liderança de José Maria e sua
capacidade de atrair os camponeses. O governo passou a
acusar o beato de ser um inimigo da República, que tinha
como objetivo desestruturar o governo e a ordem da região.
Com isso, policiais e soldados do exército foram enviados
para o local, com o objetivo de desarticular o movimento.
Os soldados e policiais começaram a perseguir o
beato e seus seguidores. Armados de espingardas de caça, Tropas na Região do Contestado
facões e enxadas, os camponeses resistiram e enfrentaram “Compuzeram a linha do coronel Sócrates, as
as forças oficiais que estavam bem armadas. Nestes seguintes unidades: 51 de caçadores com uma secção da 2ª
conflitos armados, entre 5 mil e 8 mil rebeldes morreram. companhia de metralhadoras; 16 de infantaria, ... 14 de
infantaria, 57 de caçadores, provindo de Porto Alegre e
depois sob ordens do major Nestor Passos; um contingente
de soldados do 8.° regimento, e ainda chegados
Curiosidade: intervalIadamente, um contingente do 11 regimento, um
O primeiro uso bélico de avião no Brasil, foi durante a esquadrão do 9.° de cavallaria, dirigido pelo capitão Souza
Guerra do Contestado (reconhecimento) Pacheco e, mais tarde, um outro contingente de 120
soldados do 5º de infantaria. ...
... A Linha Sul, compreendendo maiores distâncias
entre os centros de recursos, foi logo dotada de numerosa irradiavam constantemente, percorrendo os caminhos que
cavalIaria na supposição de melhores resultados pela acção rumavam os centros fanatizados, emquanto seu coração,
maneira e veloz da arma. O major Leovigildo trazia um ditava trechos tendentes a calar no espírito dos ttransviados.
contingente de cavallarianos, formado com 90 praças ao … O 9° regimento de cavallaria avançará de
mando do tenente Carlos Pereira e tiradas do 4° regimento Curitybanos para Santa Cecilia, onde estacionará,
em São Nicolau, 110 soldados do 5 ° regimento de São Luiz explorando os caminhos em todas posições. Fica em
Gonzaga sob o comando do tenente Antunes, 50 homens Curitybanos um destacamento deste regimento.
sob a direção do capitão Pará, vindos do 6º regimento em Quartel General em Iracema, 10 de Janeiro de
São Borja e ainda 50 praças com o tenente Barreto Pereira 1915."...-... A tropa está em marcha para o norte, Ordem á
do 9° regimento que aquartelava em Alegrête. Ao todo era Columna:
um misto de 300 soldados montados, tendo á frente a ... O 9º regimento de cavallaria guarnecerá Santa
energia máscula de um verdadeiro typo de soldado. Cecilia e fará os reconhecimentos necessários.
...No Corisco foram se postar fôrças de cavalaria do
9° regimento, ao mando do major Portugal e 32 vaqueanos
de João Goerten; em Cima da Serra os cavallarianos do
tenente-coronel Paiva; em Luiz de Souza um destacamento
de infantaria; em Perdizes o grosso da coluna preparando-
se para en veredar pela Tapéra, e em Cruzeiro estava o 2º
esquadrão do 9° regimento de cavallaria com o capitão
Pacheco.

... Cavallaria : 9.° regimento, contingente (dos 4º, 5º e


6º) do tenente-coronel Paiva, um esquadrão do 14º
regimento ,um pelotãodo 2º e outro do 14º regimentos , um
pelotão de estafetas (escolta do com mando ) e outros
pelotões de trem improvizados para o serviço de
abastecimento . …
Tropas na Região do Contestado Nos campos do Corisco, continuou o 9.° regimento de
cavaIlaria; no arraial de Cima da Serra foi postado o
Official affeito ás vicissitudes da guerra, exemplo vivo contingente recém chegado do capitão Philadelpho; ... no
e brilhante de homem de armas, llustrado e sereno, energico Lageado um esquadrão do 9.° regimento.
e bondoso, o comandante do destacamento de cavallaria
fazia tambem literatura para seus comandados. Pregava, Nota: Neste texto, referente à participação 9º Regimento na
concitava e exemplicava o sacrificio sem reclamos no Campanha do Contestado, a grafia das palavras encontra-
cumprimento do dever. Durante algum tempo, tendo se de acordo com a original, do livro - “A Campanha do
como pivo a villa de Campos Novos, seus piquetes Contestado”- de Demerval Peixoto- 1920.
Capítulo III No período de 1919 a 1946, o Regimento passou por
mais uma mudança de denominação, sendo transformado
1919 – 1946
de 9º Regimento de Cavalaria em 6º Regimento de
Cavalaria Independente, com a reorganização do Exército
realizada em função das doutrinas surgidas com a 1º Guerra
Mundial, permanecendo na guarnição de Alegrete. Participou
das Revoluções de 1923, 1926, 1930 e 1932.

Enviou 200 (duzentos) pracinhas para integrar a FEB


(Força Expedicionária Brasileira), que lutou na Itália na 2ª
Guerra Mundial.

Transformação do 9º RC em 6º RCI

Abaixo, transcrição parcial do Decreto n° 13.916, de


11 de Dezembro de 1919:

O Presidente da República dos Estados Unidos do


Em batalha (O C2-50) Brasil, usando das autorizações concedidas pelo parágrafo
C2-50 Evolução nas Unidades de Cavalaria a Cavalo e Motorizadas, foi
Manual da Ordem Unida e Ordem dispersa da Tropa Hipo. único do Art. 43, capítulo VI, título III do decreto n. 12.790,
Nas formaturas, nas passagens em revista, a Formação em Batalha – de 02 de janeiro de 1918, e art. 59, da lei n.3.674, de 07 de
praticamente duas fileiras a intervalo de um corpo de cavalo, joelho
com joelho – era a formação usual. janeiro de 1919.
Formava-se com uniforme de parada e sela equipada, espadas e Resolve:
lanças com bandeirolas.
Nas ordem dispersa existia uma formação que um infante raramente
entenderia, a Formação em Quincôncio. Art. 1° (Trata da divisão do território da República em
Nesta formação simplesmente não deveria ocorrer alinhamento e
cobertura. Regiões Militares e Circunscrições Militares)
(Cel Estigarribia)
Art. 2° (Trata da distribuição das Regiões Militares e
Circunscrições Militares)
Art. 3° (Trata da descrição da Divisão Militar e
composição das Brigadas). Com a transformação chegaram os novos materiais:

Art. 4° ( Descreve o destacamento de Mato Grosso)

Art.5° Para execução do disposto no Art. 2°, 3° e 4°,


são criados três batalhões de caçadores, doze companhias
de metralhadoras, um regimento de cavalaria, um
regimento de artilharia montada e três grupos de montanha,
um batalhão de engenharia, uma companhia de aerostação,
oito depósitos de material de engenharia de campanha, três
depósitos de remonta.

Art. 6° ( Trata da divisão da Artilharia de Costa)

Art. 7° Os batalhões e os grupos incorporados são


designados em cada regimento pelos números romanos I, II,
III, ou I, II; as companhias, os esquadrões e as baterias são Foto do fogão de campanha-cozinha, popularmente
numeradas seguidamente nos seus regimentos (1ª à 9ª, 1° à chamado “Maria Preta”, enquanto o Regimento se deslocava
4°, 1ª à 6ª); identicamente nos batalhões de caçadores, nos a comida já era preparada, ao longe se avistava a fumaça.
de engenharia, nos corpos de trem e nos grupos isolados.
Os batalhões de caçadores tem numeração separada,
de 1° à 27°; os grupos a cavalo vão de 1° à 3°; os de obuses
e os de montanha, de 1° à 5°; os regimentos de cavalaria
divisionária, de 1° à 5°, e os independentes, de 1° à 11°.

Nota: Conforme o segundo parágrafo do texto do Art 7º,


os regimentos de cavalaria independente receberam a
numeração de 1º à 11º, pela nova distribuição, o 9º
Regimento de Cavalaria foi transformado em 6º
Regimento de Cavalaria Independente.

Art. 8° (Estabeleceu alterações na numeração das


circunscrições de recrutamento).
Viatura utilizada para transporte de carne.
Viatura utilizada para transporte de água.

Armão da viatura cozinha (aberto)

Viatura utilizada para transporte de carne (vista traseira)


a) Guardar atentamente o trem, resistindo hábil e
A Revolução de 1923 – primeiro emprego em energicamente contra qualquer ato que embarace o
tráfego e os serviços de carga e descarga.
solo gaúcho
b) Verificar pelos manifestos da VFRGS (Viação
A Revolução de 1923, foi um movimento ocorrido no Férrea do Rio Grande do Sul) se há carros com
Rio Grande do Sul, quando forças lideradas por Joaquim armas, munições, uniformes, barracas e
Francisco de Assis Brasil, conhecidos por “Maragatos”, equipamentos.
lutavam contra a permanência de Antônio Augusto Borges
de Medeiros como governador do estado, este, herdeiro c) Impedir que os trens façam qualquer descarga fora
político de Júlio de Castilhos, estava no poder desde 1908, das estações.
representava o PR (Partido Republicano) e eram chamados
pelos opositores de Pica-paus. Em 21 de Junho de 1923, houve um combate entre as
forças na cidade de Alegrete. O combate realizou-se na orla
A fim de esclarecimento, a alcunha “Maragato” era leste da cidade junto à ponte do Rio Ibirapuitã perto do
uma denominação pejorativa, utilizada pelos Pica-paus, para Quartel do 6º RCI.
referirem-se aos integrantes do PL (Partido Libertador),
surgiu em função da presença de uruguaios que apoiavam
os Libertadores na Revolução, estes uruguaios eram
integrantes do Partido Colorado do Uruguai, que neste país,
já era conhecido como Maragato, numa referencia à região
histórico-cultural do norte da Espanha, mais precisamente
Província de Leão, de onde vieram os fundadores do partido,
que usavam lenços vermelhos.
Quanto à expressão “Pica-pau”, esta era utilizada
também de forma pejorativa pelos Maragatos, para
referirem-se aos Borgistas, fazia analogia ao método
utilizado pela ave (pica-pau) para furar a madeira, que
consiste em insistentes pancadas com o bico, e a insistente
cobrança de impostos por parte do governo do estado.
Durante esta Revolução, o Exército manteve a ordem Ponte Borges de Medeiros - Alegrete
sem tomar partido de nenhum lado, o 6º RCI cumpriu a
missão de proteger a ferrovia e trens da área, dentre as
missões estavam:
Coronel Maurício de Abreu matizes do verde. Bebeu e banhou-se, seguramente, nos
olhos d’água que, naquelas paragens, afloram do ventre da
O Coronel Maurício de Abreu, era bisneto do terra virgem... Naqueles repechos acaudilhou fantasias,
Marechal José de Abreu, lutou em favor dos Maragatos sob tropereou sonhos e estrelas... Afinal, como diria Luiz
o Comando de Honório Lemes da Silva, chefe militar da Menezes, “Caravelas de Colombo/ também aportaram ali;
revolução. /pra América fez cantigas / foi Bolívar, foi Artigas/ nas águas
Sobre o seu bisavô, Marechal José de Abreu, o do Quaraí...”.
escritor Simões Lopes Neto, em seu livro Contos
Gauchescos, referiu-se como o “Anjo da Vitória”, conforme “Sua terra madrugou ao chamamento guerreiro de
fragmento transcrito abaixo: 1923, e ele foi um dos primeiros a atender o apelo de
“Esse, o cavalo dele não dava rédea para trás, Adalberto Corrêa, na Estância do Mancarrão, já de pingo
não! Esse, quando havia fome, apertava o cinto, como alçado no freio, navegando em “ganas de pelear”, ganhando
os outros, e ria-se! Esse dormia como quero-quero, as divisas de sargento pelo espirito de liderança e o
farejava como cervo e rastreava como índio...; esse, voluntarismo. Ao aceno de ambos, num piscar de olhos
quando carregava, era como um ventarrão, abrindo estava formado o primeiro e mais desaforado Piquete de
claros num matagal”. (Simões Lopes Neto - Contos Lanceiros dos muitos que pipocaram pelos caminhos do
Gauchescos) pampa visando derrubar o castelo autoritário de Borges de
A respeito do Coronel Maurício de Abreu, escreveu Medeiros. Na pobreza franciscana de armas de fogo,
João Batista Marçal o artigo intitulado “A Saga de um fabricaram-se lanças com cabos de taquara, ali mesmo,
Guerreiro”, publicado na Gazeta de Quaraí em 03 de abril de usando lâminas das tesouras de esquilar ovelhas. De todos
2006, transcrito abaixo: os quadrantes do solo quaraiense que se olhasse, das
coxilhas, das canhadas e dos picadões, vinham magotes de
“O Coronel Maurício de Abreu, o guerrilheiro de porte campeiros de lenço vermelhos tremulando ao vento, ao
espartano que tombou de lança em punho no Combate da passo ou ao trote, filhos de uma querência que ardia sob a
Ponte do Ibirapuitã, na gesta maragata de 23, engolfado chamada da revolução.
numa maré de coragem e sangue, é uma espécie de herói Ainda recrutando combatentes, mas já rumbeando
sem rosto da história de Quaraí. Bisneto do marechal Abreu, para a tomada da cidade, fez o seu batismo de fogo junto às
o “Anjo da Vitória”, do texto magistral de Simões Lopes Neto águas do Quaraí-Mirim, em 28 de janeiro de 1923, primeiro
e um dos sinuelos da povoação destes pagos, Maurício é sangue derramado nesse entrechoque de bárbaros.
cria deste chão e expoente maiúsculo da vocação libertária Atacados com descargas de mosquetões por uma tropa da
de nossa gente. Foram precisos cinco balaços para vergar a Brigada Militar, o Piquete de Lanceiros, comandado
sua sanha de combate. diretamente por Adalberto Corrêa e Maurício de Abreu, levou
Nada se conhece de sua infância de guri campeiro, de cambulhada a tropa legalista, aos berros, à ponta de
têmpera enrijecida nas fraldas do Jarau, do Quarai-Mirim ou lança e à pata de cavalo. Destaque do confronto para
do Pai-Passo, nem o ano, nem o local exato em que abriu os Sargento Maurício de Abreu, heroico descendente do Barão
olhos para o mundo, naquela vastidão que tem todos os do Cerro Largo, ali mesmo promovido ao posto de tenente.
Começava aí uma saga de peleador, que só teria final de pedra, entrincheirado e guarnecendo o flanco esquerdo
com o seu último suspiro, à beira da morte, na Ponte do da gente de Honório, o inimigo permanecia no seu último
Ibirapuitã. A primeira tomada de Quaraí, escaramuça em núcleo de resistência. Abreu conduziu os seus homens
Alegrete e as admiráveis cargas de lança, quase suicidas, contra ele, numa carga temerária; cercou-o; lancearam e
no cerco de Uruguaiana. Em março, a mais extraordinária mataram gente até por cima dos parapeitos de pedra;
façanha desse punhado de valentes: entre o passo da Cruz depois, entraram na mangueira-de-pedra e o entrevero se
e o Cerro de Palomas, em Livramento, em debandada, até a desenrolou, cruento e bárbaro...“Numa cerimônia simples
linha divisória com a pátria de Atrigas. Maurício de Abreu como são todas as coisas verdadeiras, Honório Lemes – As
ganhou ali, nesse altar de homens livres que é o topo da Revoluções de Seu Tempo”.
coxilha, as divisas de capitão. Deixando São Gabriel, onde foram recebidas com
Foi nessa etapa da campanha que Antero Marques o carinho e fidalguia, as tropas maragatas vão acampar na
conheceu, num acampamento do “Passo do Guedes”, fazenda “Santa Rosa”, em Rosário do Sul. Ali vai ferir-se um
quando Adalberto Corrêa voltava do Uruguai, trazendo dos mais duros confrontos dessa guerra, com 4 horas de
algumas armas e munições. Sua coluna era composta de duração. Surpreendida, a retaguarda da coluna ficou
120 homens. Comandava-a mais de perto e diretamente – espremida “numa picada estreita, tortuosa, cerrada de mato,
informa o autor de “Mensagem a Poucos “- um homem pedregosa e apertada entre os cerros”, ficando Honório “sem
moreno, de estatura média tendendo para baixa, magro mas campo de manobra na estreita passagem”, conforme Jorge
de compleição forte, calmo, olhar sereno e sutil de índio – Telles, em Honório Lemes – “As revoluções de seu Tempo”.
Maurício de Abreu, com o posto de capitão “. Esses traços, e Pois foi nesse legítimo calcanhar de Aquiles, que a
somente esses. É tudo o que se conhece do sombreado de tropa governista – de acordo com o depoimento de Antero
seu perfil. Marques – “carregou, heroicamente, (...) em cargas
temerárias de valentes que foram todas desfeitas e
Maio já ia pelas caronas e Flores da Cunha dizimadas. Comandava-as Nepomuceno Saraiva, e foram
palmilhava os campos da Fronteira no rastro do “Leão do destroçadas por Maurício de Abreu, que aguentou o peso
Caverá”, encarniçadamente. Este, esgueirando-se entre principal, foram 8 ou 10 investidas. Desfeito, Nepomuceno
Quarai e Livramento, buscava ganhar os confrontos da Serra Saraiva refluía sobre o grosso de sua força, acrescentava
do Caverá. Quase desarmado, arrastava seus bravos nos reforços e carregava, de novo. Numa das cargas foi
coxilhões entre o arroio “Porteirinha” e o “Cerro do Guedes”. reconhecido à curta distância por Abreu, que lhe atirou cinco
O combate se alastra, como um polvo, estendendo seus vezes de pontaria, tendo falhado o pente inteiro de seu
tentáculos num circulo de ferro e fogo. Honório evita o cerco mosquetão. “ Nos viés do picadão a luta se dava corpo a
esse retira, combatendo, poupando vidas, numa refrega sem corpo, no bate- boca selvagem do ferro- branco... Na manhã
vencidos nem vencedores. seguinte, orgulhoso de seu comandado, Honório Lemes
Tropas em segurança - conta Antero Marques – colocava-lhe os galões de coronel.
“falou-se do valor e do heroísmo de Maurício de Abreu, Combate do Ibirapuitã. 19 de junho de 1923. A ponte,
subcomandante da força de Quaraí. Sobre o Cerro de palco de cinematográficos espetáculos de valentia. Lances
Palomas, numa cerca-de-pedra e numa mangueira também de audácia inaudita, fuzilaria, cargas de espada e lança em
que os contendores jogavam a vida pra cima, como homenagem ao valoroso jovem, que morrera por um nobre
pedacinhos de confete. Movia-os, de um lado, a ideal”.
impetuosidade de Flores da Cunha, Oswaldo Aranha e Tinha trinta e poucos anos!
Nepomuceno Saraiva; do outro, as tropas de Honório
Lemes, que, no fundo, não queria, aí, esse confronto.
Mangueava isto sim, as forças de Flores da Cunha, no rumo
do Caverá, seu chão, para dar-lhe talvez o golpe fatal.

Num solo coalhado de sangue, orquestrado por


berros animalescos, entre o fumo e a fumaça, as cargas se
sucedem. Honório vai retirando suas tropas, combatendo. O
inimigo avança, palmo a palmo. Do lado dos atacados, uma
figura se agiganta, munhecas garroteando a lança mortífera
ali no parapeito da Ponte. É o coronel Maurício de Abreu, o
índio indomável do Cerro do Jarau, à frente de sua gente,
que resiste à horda fanática dos borgistas. E que fica ali,
peitando a primeira carga que consegue passar do meio da
travessia, varado com cinco balaços. Antes de cair, para
usar a imagem de Euclides da Cunha, como que oferecendo
a moldura para a própria estátua...
Sua vida se esvai, lentamente. O médico A. Saint
Pastous, que o atende nesse instante derradeiros, tem que
lutar também contra os instintos sanguinários da gente que
cercava Flores da Cunha, já imperando em Alegrete, e que
queriam matá-lo a qualquer preço. Vem seu ultimo suspiro.
“A notícia da morte de Abreu espalhou-se por toda a cidade,
- conta Saint Pastous, em ‘Páginas da Vida’- agravando a
tensão, já carregada, de revolta da oposição. Passaram a
circular rumores de ameaças dos ‘Provisórios’, para
perturbar a cerimônia do enterro. Em desagravo,
compareceu, em peso, a população da cidade, sem
distinção de idade, sexo, ou classe social. O caixão com o
corpo de Abreu, foi carregado a pulso, da Igreja ao cemitério,
desfilando entre duas alas em armas; de um lado, os
‘Provisórios’, do outro, o Exército. E assim, a cidade, onde
até as pedras eram contra o governo, prestava sua última
Revolta de 1924 telegrama em 28 de setembro. O Regimento atuou nas
regiões de Guarapuava, Clevelândia e Foz do Iguaçu.
Ocorreu em São Paulo, liderada pelo General Isidoro Em pesquisa aos boletins da época, encontramos
Dias Lopes. No dia 05 de julho, aproximadamente 1000 algumas passagens dignas de transcrição, conforme o leitor
homens ficaram em locais estratégicos em São Paulo, com o pode conferir abaixo.
objetivo de derrubar o presidente Artur Bernardes, ao serem
derrotados formaram a coluna paulista, que partiu em
direção ao interior do estado, liderada por Siqueira Campos
Juarez Távora.
Ao mesmo tempo, no estado do Rio Grande do Sul, o
Capitão Luiz Carlos Prestes que também não concordava
com a direção política do Brasil, liderou uma ofensiva militar
de Santo Ângelo em direção ao estado do Paraná, visando
encontrar-se com a coluna paulista, o que se tornaria a
coluna Prestes.

Comando da Coluna Prestes - 1925

O Regimento foi empregado para manter a lei e a


ordem, seguindo do seu quartel às 07:00 horas do dia 29 de
setembro de 1924, em direção a estação da Viação Férrea
de Alegrete, de onde partiu às 09:00 horas, em cumprimento Boletim Nº 156 de 13 de dezembro de 1924 – Relato dos
a ordem do Comandante da 3ª Região Militar, recebida por combates de 23 e 24 de novembro de 1924.
A 25 de janeiro (de 1925) em que esteve com seu que este Regimento se transportasse com urgência do seu
Esquadrão isolado em Palma, e principalmente nos dias 6 e acampamento para a Cidade de Guarapuava.
7 de fevereiro em que sem se deixar impressionar pelas
notícias alarmantes de avanço de fortes colunas rebeldes Guarapuava, 29 de janeiro de 1925.
que em sua retirada desastrosa espalharam os Oficiais e Destacamento de Palmas nesta data ficou criado um
Praças do Batalhão voluntário republicano Clevelandenses, destacamento misto com sede em Palmas e constituído
manteve a ocupação de Clevelandia, assegurando a ordem desde já do 29º BC uma companhia em Porto União, 2º
e expedindo reconhecimentos que permitiram ao comando o Esquadrão do 6º Regimento de Cavalaria independente.
conhecimento exato da situação. Tal conduta demonstra o
estado de perfeita disciplina e instrução do 2º Esquadrão do Telegrama do Cel Severiano Ribeiro - Cel Fidêncio
6º Regimento de Cavalaria independente. E é com maior Mello completamente aniquilado. Pato Branco, fartura
prazer que autorizo o seu comandante a tornar extensivo Fidêncio fugiu com alguns capangas, restantes rebeldes
nominalmente este louvor aos oficiais e praça que julgar constituídos elementos prestes, Siqueira Campos e João
merecedores. Alberto pouca resistência já oferecem nossa pressão
sistemática.
Marcha do Regimento - o Regimento levantou
acampamento hoje as 08 horas da cidade de Guarapuava, Louvor transcrição 12 de abril de 1925, do Bol. das
acampando as 18:15 horas no Passo das Bananas. Dia 7 de Forças em Operações nº 190 de 10 do corrente, transcreve-
maio de 1925. se o seguinte ‘‘Louvo o 1º Tem Olavo de Figueiredo Souto,
Comandante do 2º Esquadrão do 6º Regimento de Cavalaria
O Regimento chegou em Santa Maria as 17:30 do dia Independente pela correção com que se houve no período
17 de maio onde ficou estacionado. O Regimento saiu as de 14 de dezembro de 1924, posição na referida cidade
20:00 horas de Santa Maria e chegou as 8:30 do dia 18 de independente a ocupação por uma coluna rebelde de mais
maio de 1925 em Alegrete. de Mil homens.

Louvor o Gen de Div Candido Mariano Rondon Por este fato que deveras honra a corporação
sintetizou a grande satisfação que lhe causou a ação armada, determino que sejam louvados todos os Oficias e
Brilhante do 2º Esquadrão do 6º Regimento de Cavalaria Praças que tomaram parte na referida ação, devendo este
independente em Clevelandia, pois com 7- homens manteve louvor ser averbado individualmente nos respectivos
o comando do 6º Regimento de Cavalaria Independente, assentamentos.
acampamento a margem esquerda do Arroio Cachoeirinha Regresso da Campanha - agradecimento e louvor –
19 de janeiro de 1925. Faz hoje uma semana justa que o Regimento regressou da
Campanha contra os rebeldes nos estados do Paraná e
Ordem de Marcha para Guarapuava. Santa Catarina, para onde seguira desde 29 setembro do
O Sr. General Comandante das Forças em que ano findo, em condições bem precárias marchamos para
operações em telefonema do QG das 16:30 horas de ontem, esse serviço, sem uniformes, sem munição, e com três
meses de atraso nos vencimentos, além de trabalhados por
outras misérias de ordem moral, que na ocasião saturavam Revolução de 1926
o ambiente onde éramos condenados a viver, foi este o
estado do Regimento ao marchar para o campo de luta, em
A Revolução de 1926 foi um movimento ocorrido no
defesa do governo constituído e da própria integridade do
Rio Grande do Sul, liderado por tenentes de Santa Maria e
Brasil.
São Gabriel, ainda influenciados pela Revolta Tenentista,
que começou em1922, culminando com Revolução de 1930.
Louvo não em meu nome, mas no da Pátria
Por ocasião da Revolução de 1926, o 6º RCI ficou em
agradecida pelo inquebrantável amor por ela revelado,
São Gabriel, onde 70 homens foram mandados seguir sob o
entretanto, se a Pátria compete louvar as virtudes excelsas,
comando de Oswaldo Aranha para perseguir os revoltosos.
louvor que transforma em perpétuo reconhecimento, a este
No combate do Seival um pelotão do 6º RCI, teve um
comando compete a obrigação de louvá-los e agradecê-los
homem levemente ferido.
com abundância de coração, pelos sacrifícios, trabalhos,
resignação e fé que demonstraram na sacrossanta missão
que lhes foi confiada, este louvor deve ser consignado
nominalmente a todas as praças que seguiram e voltaram
com o Regimento.

Revolução de 1926 – Santa Maria


Em virtude dos levantes de Bagé, São Gabriel e
Santa Maria, o Comandante da 3º RM, mandou organizar
um destacamento sob o comando do Major do Exército Luiz
Carlos Morais, para combater os insurretos, o destacamento
recebeu para sua organização o contingente do serviço de Revolução de 1930
remonta, constituído de 80 homens e o 4º Esquadrão do 1º
Regimento de Cavalaria da Brigada Militar, que tinha A Revolução de 1930 foi um movimento que deu fim à
seguido para São Gabriel em 14 de novembro de 1926, República Velha. Constituiu-se no ápice do Movimento
comandado pelo Capitão Eugênio Henrique Krum. Para Tenentista, surgido em 1922 no Rio de Janeiro.
completar o efetivo do destacamento foram selecionados A Revista O Globo de Porto Alegre publicou em 1930,
alguns soldados, sob o comando do Capitão do 6º a matéria abaixo, que descreve as manifestações da
Regimento de Cavalaria Independente Custódio Adolfo população alegretense em apoio a Getúlio Vargas, na
Ramos de Melo, ficando o restante do 6º Regimento de Revolução de 1930. O 6º Regimento de Cavalaria
Cavalaria Independente aquartelado, pois, o Major temia que Independente aderiu ao movimento que deu fim a República
fossem aderir aos revolucionários. O efetivo do Velha e início a era Vargas.
destacamento foi aumentado com uma tropa de 620 civis
sob o comando de Oswaldo Aranha, intendente Municipal de
Alegrete.
As tropas Revolucionárias comandadas pelos oficiais
sediciosos de Santa Maria, chefiados por Nelson e Alcides
Gonçalves Etchegoyen e mais os remanescentes da revolta
de São Gabriel sob o comando do Tenente Vicente Mario de
Castro, tinham feito uma retirada estratégica, preparando
uma cilada para a tropa de Oswaldo Aranha, em uma
posição propícia para oferecer tenaz resistência, no lugar
denominado Seival. A tropa de Oswaldo Aranha realiza neste
combate nas palavras do pesquisador Alegretense Flávio
Poitevin. A última carga de Cavalaria no Rio Grande do Sul. Alegrete-1930
A tropa constituída de provisórios, apesar de larga
experiência guerreira, atacou afoitamente de frente usando “O deputado Baptista Luzardo e alguns membros do
espadas e lanças em suas cargas de Cavalaria, eram Directório Libertador local dirigiram-se então aos jornais e a
dizimados pelos revolucionários, neste combate, o Dr. próceres de alguns municípios vizinhos, comunicando
Oswaldo Aranha, vendo sua tropa arrefecer em face dos nossas resoluções e pedindo-lhes solidariedades nos
constantes fracassos das cargas de cavalaria, no auge da protestos.
luta, reúne pequeno grupo de guerreiros e atropela em Desde esse momento a ideia revolucionaria abalou
direção as trincheiras inimigas, mas é atingido por uma bala todas as camadas sociais. Baptista Luzardo deixara ligações
no pé, caindo ferido. importantes para a ação nomeando, nessa ocasião, para
coordenadores das mesmas, os Coronéis Arthur do Prado
Souza, Presidente do Directório Libertador, e Bazilio Bicca,
bem como o infrascripto. Por outro lado, o Dr. Oswaldo numero possível de homens para cercar a cidade ás 18
Aranha, ratificava no Cel. Basilio Bicca a combinação horas, pois em Porto Alegre rebentaria o movimento ás 17.
existente e incumbia o Intendente Municipal, Sr. Antonio Antes desse dia tivemos uma phase de preparação
Freitas Valle, a quem é ligado por estreitos laços de família e bastante trabalhosa, na pesquiza de adeptos entre os
por forte solidariedade pessoal e política, de agir elementos militares. Foram mal sucedidas as tentativas de
resolutamente. adesão que buscamos entre a oficialidade. Desta, tínhamos
Deve-se consignar que em Alegrete os efeitos da apenas ao nosso lado, o Tenente Ary Salgado Freire, que
“Frente Única” foram de harmonia e bom entendimento. Se é aqui se revoltara em 24 e comandara, no posto de Tenente
verdade que do anseio e da fé na revolução tinha prioridade Coronel, um destacamento da coluna Prestes. Não tinha
o Partido Libertador, que desde a sua fundação se batia pela comando de tropa, mas era pessoa da mais absoluta
transformação revolucionaria das instituições, é justo confiança da Revolução, pelas suas qualidades de carácter
assinalar que o Partido Republicano se solidarizou de e capacidade militar, tantas vezes brilhante a empenhar os
maneira eficaz na ideia revolucionaria. O Intendente Freitas seus esforços na realização dos ideais por que já se batera.
Valle e os subintendentes Manoel Rodrigues, Cássio Canto, Comunicamos-lhe então que em Alegrete havia um núcleo
Delfino Antunes, Paulo Carús, Ladislau Moraes e Pércio numeroso de revolucionários, que aceitaria com prazer o seu
Nunes trabalharam em cordialidade com elementos comando, ao que ele anuiu, lembrando porém que se
libertadores. E por essa harmonia, Alegrete ofereceu um buscasse adesão de determinados colegas seus. Estes, de
espetáculo único no Estado: novo abordados, recusaram-se a participar dos nossos
No dia 3 de outubro, às seis horas da tarde, a cidade planos.
era cercada por cerca de dois mil homens congregados Com os sargentos e praças fomos melhores
naquele dia em todos os districtos, com fim de atacar o sucedidos, pois numerosos dentre estes se prontificaram
quartel do 6º Regimento de Cavalaria ou provocar a sua decisiva e entusiasticamente a promover a revolta dentro do
adesão à revolução. Comandava um destacamento de trinta quartel, por serem solidários com a causa que empolgava a
homens do 2º Regimento da Brigada Militar, encarregado do alma nacional.
policiamento da cidade, o 1º Tenente Antonio Mesquita. Entre estes, estiveram desde o inicio, comprometidos,
Entre as elegâncias locais da Frente Única, deve ser os sargentos Homero Alves de Medeiros, Telmo Teixeira,
assignalada a do subintendente do 4º districto, Snr.Delfino Rozendo Palma, Brisido dos Santos e outros, auxiliados por
Antunes, que juntamente com o Cel. Alfredo Loureira, chefe alguns cabos e cerca de 80 praças. A revolta deveria dar-se
libertador do mesmo districto, organizaram em comum um ás 17 ¹/2 horas do dia 3 de outubro, apoiada por numeroso
corpo de 300 homens, cujo comando foi oferecido ao ultimo, grupo de civis, já previamente combinados. Foram dias de
que o exerceu durante os dias de mobilização em conjunto. grande trabalho e atividade os que precederam ao histórico
3 de outubro, principalmente na residência do Cel. Bazilio
PLANO DE ACÇÃO Bicca, transformada em quartel-general revolucionário.
Conforme havia sido combinado com o Dr. Oswaldo Nessa phase preparatória, principalmente no trabalho
Aranha, Baptista Lusardo e Cel. João Alberto, o plano de junto ao Exército foi figura primacial o Cel. Bazilio, podendo
ação, no primeiro dia do movimento, seria reunir o maior dizer-se com segurança que a adesão honrosa e total do 6º
Regimento, sem perda de um tiro e de um homem, foi obra despotismo federal; que esse movimento estava ramificado
de seu esforço, superior critério e da firmeza com que dirigiu por todo o país e que nesta cidade o povo se reunia e
as negociações. Afora o apoio e as providências tomadas armava.
pelo Cel. Intendente, seus subordinados e o Comandante do Existiu em Alegrete, além do 6º RCI, com efetivo de
destacamento da Brigada, foram auxiliares prestimosos o Dr. mais de 400 homens, a sede da 2º Divisão de Cavalaria, sob
Eugênio Martins Pinto e Tenente Protásio. Os próceres o Comando do Coronel Euclydes Figueiredo. Este achava-se
libertadores, sob a direção do Cel. Arthur Souza e Dr. em Livramento, em inspeção militar. Assim, a maior
Alexandre Lisboa, expediram ordens aos chefes da autoridade militar da praça era o Comandante do 6º
campanha para a ação conjunta com os subintendentes. Regimento. O Coronel Bazilio, então, as 16 horas, com risco
Fizeram viagens quase diárias a Porto Alegrete e evidente da sua liberdade, prontificou-se a ser o portador da
Uruguaiana vários agentes de ligação. comunicação e do convite para o Exército fizesse causa
comum com o povo. A resposta do Comandante Regueira foi
3 DE OUTUBRO a de um rio-grandense humano e digno. Disse, mais o
Afinal raiou o almejado dia, já na véspera havíamos menos “que era militar e defendia nessa qualidade o
recebido do Dr. Oswaldo Aranha a confirmação de que era governo legal, mas que nada teria com o que fizéssemos
inadiável o inicio do movimento. Foram horas de emoção e fora do seu quartel, desde que não o hostilizássemos’’.
jubilo patrióticos as que se sucederam a essa tão esperada Poderíamos, portanto, reunirmo-nos, armarmo-nos e
ordem. O Rio Grande, unido, ansiava para romper as peias tomarmos posições. Era meia vitória: de hora em hora
que o manietavam e ia ouvir finalmente o toque de alvorada seriamos mais numerosos e eficientes, pois o tempo seria
redentor. Expediram-se emissários para a reunião de pelos revolucionários e contra os que estavam isolados no
elementos, os mais numerosos possíveis, para que na tarde quartel. Exultamos com esse estado de cousas. Nesse
do dia seguinte estivesse a cidade sitiada. ínterim recebíamos novo recado telegráfico do Dr. Aranha,
A atividade, porém, desenvolvida pelas autoridades dizendo que “esperava Alegrete ás 18 horas cumprisse o
rurais e os libertadores teve repercussão na cidade cerca seu dever”.
das 13 horas do dia 3. A notícia chegou ao quartel, trazida E a verdade é que Alegrete já o estava cumprido com
pelo oficial encarregado da invernada. energia desde as 16, em que dera o brado de guerra no
Diante disso, o Tenente Coronel. Isauro Regueira, reduto inimigo. Isso mesmo foi comunicado ao Dr. Aranha,
Comandante do Regimento, mandou tocar oficias a reunir, notificando-o entusiasmos do povo, das razões da
pondo as forças em rigorosa prontidão. Constou precipitação e da confiança geral na Victória.
imediatamente que o Comandante havia comunicado pelo Com o decorrer das horas, foram chegando as
rádio, a Porto Alegre, o levante de Alegrete. Em vista disso, noticias da tomada do Quartel General de Região e
para agir do modo mais eficiente e evitar ataques de consequente prisão do General Gil de Almeida, bem como
surpresa ou inútil derramamento de sangue, resolveu-se da adesão de outras guarnições militares. Tudo isso era
levar imediatamente ao Coronel Regueira a comunicação de comunicado ao Comandante do 6º. A força revolucionaria
que o povo e o governo do Rio Grande, desde aquele eram acrescidas a todo o momento de novos contingentes.
momento, se achavam em estado de revolta contra o Afinal, após trinta horas de negociações e de
entendimentos, sob certa pressão, como exigiam os
acontecimentos, feitas pessoalmente pelo Cel. Bazilio Bicca
estávamos vitoriosos. Revolução de 1932
Assim dizemos por que na noite do dia 4 já o
Comandante Regueira se havia convencido das inutilidades Como o leitor pode perceber, a nação vivia um
de maior resistência e combinara deixar o comando nas período de incertezas, marcado por descontentamentos
primeiras horas da manhã de 5. Permitindo que o regimento políticos, que culminavam em revoltas. Neste contexto, os
passasse para a causa nacional. Como resultado desse anos de 1923, 1926, 1930 e 1932, foram marcados por
entendimento, obteve a concessão de retirar-se com revoltas, nas quais o Exército teve ativa participação, o
garantias até a fronteira, acompanhado dos oficiais que o Regimento sempre esteve pronto para intervir quando
quisessem seguir”. solicitado, para manter ou restabelecer a ordem.

Nota: Esta matéria foi transcrita da publicação original sem


alteração da grafia, visando proporcionar ao leitor, contato com a
linguagem e escrita da época. É fácil observar o emprego de
palavras que caíram em desuso com o passar dos anos, assim
como o uso de palavra da língua espanhola, cujo uso ainda é
muito comum entre os habitantes da fronteira, para facilitar a
compreensão do leitor, transcrevo-as abaixo com seus
respectivos significados:

Infrascripto – abaixo-assinado (espanhol)


Prócer - homem importante de um partido, de uma classe etc.
Phase = fase – etapa
Primacial - Pertencente ou que concerne a primaz, Foto do portão de entrada do 6º RCI
em que há primazia; principal.
Peias - embaraças; entravas; estorvas; impedes; prendes. A Revolução de 1932 foi um movimento ocorrido no
Manietavam - algemavam; maniatavam. estado de São Paulo, que exigia uma nova Constituição
Federal, conforme havia sido prometido por ocasião da
Revolução de 1930.
A Revolução de 1932 teve reflexos no Rio Grande do
Sul, onde contou com o apoio de Borges de Medeiros, mas
foi sufocada pelo então Interventor Flores da Cunha.
norte do Ibicuí (Mun de São Francisco e Santiago do
Boqueirão)... A 21, foi desligado da DC o 5º RCI, por se
Envolvimento do 6º RCI na Revolução de 1932, com a achar com ordem de marcha. Na noite de 22 para 23 Set, o
sua atuação em Uruguaiana. 5º RCI (Uruguaiana), que se achava com ordem de
desembarque para a frente de operações em São Paulo,
(Compilação da obra “PRELÚDIO DE URUGUAIANA”. nas guerras e revoltou-se em Uruguaiana, juntamente com o 2º GA Cav.
revoluções – De Carlos Fontes) Nas primeiras horas do dia 23, por ordem do Cmt da 2ª DC,
(...) Consta, do livro (manuscrito) da então 2ª Divisão o 6º RCI embarcou rumo à Uruguaiana, pela estrada de
de Cavalaria, com sede em Alegrete, o seguinte, sobre essa ferro, a fim de sufocar o levante. Ao atingir esse Regimento,
Revolução: na manhã do dia 23 a cidade de Uruguaiana, os revoltosos
já estavam se dispersando e o 6º RCI entrou no quartel
“Em 1932... julho: A 02, regressou da cidade de onde acantonou. Outubro: A 3, o 5º RCI, refeito do abalo
Uruguaiana, o Cmt da 2ª DC, Gen JOSÉ MARIA FRANCO e sofrido com a revolta, embarca para a frente de operações,
a 11, em virtude da Revolução eclodida em São Paulo, a DC o 6º RCI que já regressava a Alegrete, deixou um Esquadrão
entrou em rigorosa prontidão e foi determinado pelo Cmt da em Uruguaiana, para guarnecer a cidade...”
Região, fossem cessadas simultaneamente, férias, licenças
e dispensas a todos os oficiais e praças da Divisão. Nessa Sobre a revolta do 5º RCI e a 1ª Bateria do 2º Grupo
mesma data, o Cel JOÃO AIMBIRÉ MENDES, que de Artilharia a Cavalo, sob o Comando do Cap. Floriano
comandava interinamente o DC, deixou o comando da Peixoto Keller, foi sufocado por um esquadrão do 6º RCI
mesma, regressando ao Comando de sua Unidade em (Alegrete), confirmado pelo publicado no Boletim Interno do
Rosário, o 8º RCI, assumindo a Divisão o Gen JOSÉ MARIA 5º RCI, de nº. 226, de 23 de setembro de 1932, com a
FRANCO. A 13, a cidade (Alegrete), passou a ser policiada transcrição do seguinte Radiograma:
pela tropa federal, tendo sido a esse respeito, baixado “De Alegrete – De ordem Cmt Região o 6º RCI
instruções. A 15, por ordem do Cmt da 3ª RM, foi aberto o deverá ficar disposição a fim de garantir-lhe ação que
voluntariado para todas as armas. A 18, foi desligado desta deverá desenvolver na reprimenda necessária deveis
DC, o 8º RCI, que seguiu destino para Santa Maria, à segundo determina comandante Região fazer seguir
disposição do comando do Grupo de Guarnições daquela trem especial para Porto Alegre escoltasse força
cidade e que se destinava à frente de operações em São conveniente chefes rebeldia oficiais e sargentos que
Paulo. Agosto: A 2, foi criado um Departamento Divisionário tenham tido participação movimento pt Com essa
de Cavalaria nesta cidade (Alegrete), para receber escolta deverá vir relatório do ocorrido fim proceder-se
voluntários e reservistas que se apresentem acordo justiça pt 6º RCI permanecerá em Uruguaiana até
voluntariamente. Setembro: A 5, o Cmt do 6º RCI (Alegrete), nova deliberação pt Deveis informar quantidade
comunicou que seguiram a 03, dois pelotões montados, munição perdida e dizer por telegrama nomes oficiais
para o Passo Novo (Ibicuí) e dois a pé para o Passo do quer Cavalaria quer Artilharia envolvidos na sedição pt
Catarino. Esses pelotões foram vigiar esses passos visto Ten. Cel. Laurindo Cmt 2ª DC”.
haver forças revolucionárias de MARÇAL TERRA, na zona
A história de uma espada
Contar a história do Regimento sem mencionar a
“história da espada”, seria um lapso imperdoável, pois
acontecimentos inusitados como este, são fragmentos
formadores da alma de uma Unidade Militar, não há
descrição que melhor retrate esta história, que a “Carta a um
Tenente de Cavalaria”, cujo magnífico conteúdo compartilho
com o leitor na transcrição abaixo.

O ano de 1941. Abril, o mês. O dia não me recordo.


Mas era frio e chuvoso. A terra, Alegrete, no Rio Grande do
Sul. O Regimento, o legendário Sexto Regimento de
Cavalaria Independente (6° RCI), hoje Regimento José de
Abreu.

Fanfarra do 6º RCI em 1934

Após a chegada do 6º RCI, foi publicado nos boletins


do 5º RCI o seguinte:
“Sublevação do Regimento: ontem às 20 horas o
regimento e a 1ª/2º GAC Cav sublevaram-se, rendendo
oficiais no xadrez. O quartel muito sofreu bem como o
material em grande parte extraviado. Hoje às 8 horas Espada do 2º Ten José Magalhães da Silveira, perdida no
hasteou a bandeira branca entrando em entendimento com Rio Ibirapuitã em 1941.
este comando, para a sua rendição.
Comandava a então 3° Região Militar, hoje Comando
Militar do Sul, um General duro, inteligente, culto e dinâmico.
Seu nome: Estevão Leitão de Carvalho.
A 2° Guerra Mundial ensanguentava já a terra quase
toda. O Brasil, atento à conjuntura, preparava suas Forças
Armadas para a eventualidade – que afinal ocorreu – de se
ver obrigado a participar do conflito.
Duas jornadas (dois dias) de inspeção, com aviso prévio de
48 horas, transformaram a rotina do 6° RCI em clima de
Guerra. Do comandante ao mais modesto dos soldados,
todos se preparavam para as tarefas impostas e para tomada pelo tenente comandante da patrulha de ponta:
enfrentar o velho que, se dizia, vinha para ripar… atravessar o rio a nado. Em verdade outra ideia não passou
No Campo da Aviação, em batalha, o Regimento pela cabeça do jovem 2° tenente comandante da patrulha.
sofreu o primeiro contato com o chefe. Passou em revista, A época era de enchente. O rio Ibirapuitã estava
minuciosa, a unidade completa. Até os cavalos, como que campo a fora, bufando como dizem os gaúchos. Media cerca
vivendo a situação, portaram-se magnificamente bem, de 200 metros de água, vale dizer, de nado.
imóveis e atentos aos seus cavaleiros, em verdadeira O Tenente não titubeou. O tempo, a urgência, era
posição de sentido. Nem o vento, molhado por uma fator preponderante. Equipado, como estava, o rio Ibirapuitã
chuvinha fria, logrou empanar a beleza militar da cena nem fora da caixa, a chuva, o frio, nada o impediu da única
diminuir a tensão do momento – realmente solene. decisão a tomar. Patrulha, por um, à minha retaguarda! Foi
Finda a revista, e consoante o programa, caberia a sua voz de comando. E encaminhou-se para o rio. À frente,
um Esquadrão reforçado (1 Pel de Mrt e 1 Pel de Mtr) dar dando o exemplo, atirou seu cavalo a água fria e correntosa
uma carga para que se pudesse avaliar o espírito de do Ibirapuitã. A patrulha, disciplinada e instruída, seguiu o
agressividade do Regimento. Coube ao II Esquadrão fazê-lo. chefe, o jovem Tenente. Todos os homens, sem pestanejar,
Qualquer dos Esquadrões poderia executá-la. O Regimento jogaram seus cavalos no rio. A correnteza, fortíssima, porém,
estava instruído. frustrou o desejo do conjunto. A quase totalidade dos
O II, em batalha, numa das extremidades do Campo cavaleiros foi levada água abaixo, talvez dois ou três
de Aviação, espadas e lanças em riste, rostos contraídos, quilômetros, onde por fim alcançaram terra, mas na mesma
estribando fundo, a um gesto de seu Capitão, irrompeu margem, isto é, naquela em que entraram no rio.
furiosamente, como se fora mesmo enfrentar o inimigo. Dois homens, porém, atingiram a barranca oposta:
Realizado, com êxito, pois que ninguém tombara, nem O Tenente, comandante da patrulha, e um cabo, o
peças de equipamento se desprenderam, ao sinal da cabo Jotilho.
reunião estava novamente o Esquadrão pronto a receber Era a certeza do cumprimento da missão. Em
nova missão, o que realmente aconteceu. verdade, aquela foi cumprida. Prosseguindo, o Tenente e o
Tratava-se agora de um exercício tático em que o cabo seu companheiro puderam informar a respeito do que
Regimento seria lançado, em profundidade, como vanguarda se passava nas hostes inimigas, no outro lado do rio.
da 2° Divisão de Cavalaria. Coube, ainda, ao II Esquadrão, De posse das informações recebidas, aprestava-se o
conforme estava previsto, a missão de fazer a vanguarda do Esquadrão para transpor o rio. Entretanto, o General
Regimento. Comandante da Região, antevendo, talvez, o grave risco a
Cumpria atravessar a cidade e prosseguir no rumo da que se submeteria a tropa (cerca de 250 homens), dadas ás
fronteira. Mas para chegar à cidade era indispensável condições do rio, suspendeu a travessia, considerando a
transpor o rio Ibirapuitã. ponte reparada, pela Engenharia, que acorrera em tempo
Pela situação original a ponte sobre o Ibirapuitã útil.
estava ainda intacta. Entretanto, quando a patrulha de ponta Finda a operação, ao cair da tarde, verifica o Tenente
aproximava-se da ponte, um árbitro (inimigo em tempo de comandante da patrulha, que perdera nas águas ágeis do
paz) considerou-a destruída. Só uma decisão poderia ser Ibirapuitã, a sua espada. Sua espada de comando, símbolo
da honra militar e da sua condição de oficial. Assim, Tenente Rui Monarca da Silveira – a quem
Concluída a inspeção, na qual, aliás, se fora bem o dirijo esta carta, foste tu o Aspirante que passou a portar a
Regimento, uma única perda a considerar: a espada do espada do Tenente comandante da patrulha – teu pai – o
Tenente comandante da patrulha. O Regimento, à frente seu hoje General-de-Brigada José Magalhães da Silveira,
comandante, em formatura solene, entrega ao Tenente uma comandante do 1° Grupamento de Fronteira, no Rio Grande
outra espada, como homenagem devida e justa a quem do Sul.
soubera, ainda jovem, e mesmo na paz, honrar a primeira Como vês – meu jovem Tenente - os cavalarianos de
espada que recebera. hoje são herdeiros fiéis dos cavalarianos de ontem. Dos
Os tempos passaram. O Tenente transferido, já cavalarianos de Osório que, no dizer insuspeito de Garibaldi:
integrava outra Unidade de Cavalaria por esse Brasil afora. constituíam a melhor Cavalaria do mundo.
No verão seguinte, o rio com suas águas baixas, Aqui termino esta carta, pensando no exemplo
oferecia praias agradáveis para o banho. Um outro Tenente, eficiente que a história dessa espada constitui – ligando,
Renê Guedes da Luz, da reserva, convocado devido ao pelo seu punho – duas gerações, igualmente irmanadas no
estado de guerra, banhava-se nas águas do Ibirapuitã. cumprimento do DEVER.
Sente que seu pé tocara algo estranho. Abaixa-se e, para Um pai, um filho, o mesmo uniforme,
surpresa sua, encontra uma espada, rabo de galo, de a mesma fibra, a mesma espada, o mesmo ideal.
Cavalaria. Um exemplo:
Era a espada do Tenente comandante da patrulha. Cumprir a missão a qualquer preço.
Participa a seu comandante de Esquadrão. Este
propõe-lhe uma troca, que foi aceita. Ficou assim o Brasília, DF, março de 1973.
comandante do II Esquadrão com a espada que fora do Gen Carlos Alberto da Fontoura
Tenente. O comandante do Esquadrão, então, pensou: se
um dia o Tenente comandante da patrulha tiver um filho
oficial, outra não será a espada que deverá portar.
Correm os anos. Os então comandantes do
Esquadrão e o Tenente comandante da patrulha, já coronéis,
vêm a servir na mesma organização militar. Aí, no convívio
diário, o comandante do II Esquadrão ficou a saber que o
comandante da patrulha tinha um filho cursando a Academia
Militar das Agulhas Negras.
O tempo passou. Em dezembro de 1969, o
comandante do II Esquadrão viu realizado o seu desejo de
vinte e oito anos atrás:
- o filho do comandante da patrulha, aspirante a
oficial, recebera, a 20 de dezembro de 1969, a Espada que
seu pai perdera nas águas ligeiras do Ibirapuitã, em 1941.
Nossos Pracinhas da FEB
O Regimento se fez presente na 2ª Guerra Mundial,
através de 200 (duzentos) pracinhas enviados para integrar
a FEB (Força Expedicionária Brasileira), que lutou na Itália,
são dignas de destaque a atuação dos Soldado Prim
Rodrigues Canes, morto em combate em ato de bravura,
Soldado João Espinarde, vítima de uma bomba alemã
durante um deslocamento, e o Sr Alceu Alves Macedo,
último FEBiano vivo de Alegrete.

Soldado Prim Rodrigues Canes

Sd Prim Rodrigues Canes

Incorporado no Regimento em abril de 1940, sendo


licenciado no mesmo ano, como reservista de 1ª classe.
Apresentou-se em julho de 1943, como reservista-voluntário
no então 6º RC, para integrar a Força Expedicionária
Brasileira (FEB). Seu ato de bravura ocorreu no dia 16 de
Cópia da Folha de Alterações do Sd Prim
abril de 1945, quando tombou na região de MONTESE,
sendo praça no 6 º RCI.
DIPLOMA DA CRUZ DE COMBATE
Criado por Decreto - lei n.6.795, de 17 de agosto de 1944.
O Presidente da República dos Estados Unidos do
Brasil, resolveu, de acordo com o Decreto de 26 de outubro
de 1945, conceder a Cruz de Combate de Primeira Classe
ao soldado da arma de infantaria, PLIM RODRIGUES
CANNES- No dia 16 de abril de 1945, na região de
MONTÉSE, o inimigo desencadeou violentos bombardeios
jamais sofridos por outras unidades da F.E.B., ameaçando a
vida de todos aqueles que ousassem a sair de seus abrigos,
quando houve necessidade urgente de tiros de armas
automáticas. O soldado PLIM compreendendo a
necessidade de utilizar os referidos tiros, saiu de seu abrigo
e concitou alguns companheiros a acompanharem-no,
alegando que era necessário o sacrifício de alguns homens
para a salvação de numerosos companheiros se dirigiu
imediatamente para o local onde se encontrava a peça,
fazendo-a funcionar incontinente. Pouco tempo depois uma
granada o atingiu e a morte o colheu em posto de bravura. O
acentuado espírito de sacrifício, a extraordinária bravura, o
destemor, a calma, a abnegação e o sentimento do dever
revelado pelo soldado PLIM, o destacam entre os melhores
combatentes da F.E.B. e seu nome figurará sempre entre os
bravos que tombaram na defesa da Pátria.
Nota: Quanto à discordância na grafia do nome do soldado
Prim, encontrada na Folha de Alterações e Diploma da Cruz
de Combate, se faz necessário esclarecer que a grafia
correta é “PRIM RODRIGUES CANES”, conforme consta no
Livro de Alterações, o erro ocorreu na lavratura do Diploma.

Diploma da Cruz de Combate concedido ao Sd Prim.


Soldado João Espinarde 2º Sargento Alceu Alves Macedo

Nascido em 20 de julho de 1919, estado do Rio Nas pesquisas realizadas, tive o prazer de visitar o 2º
grande do Sul, município de Alegrete, solteiro, jornaleiro, Sargento Alceu Alves Macedo, último FEBiano vivo em
filho de Paulo Espinarde, foi morto por fogos de artilharia Alegrete, hoje com 91 (noventa e um) anos de idade,
alemã que atingiram um comboio dos aliados durante gozando de invejável lucidez e saúde.
deslocamento na Itália, o Soldado João Espinarde é mais
um de nossos valorosos pracinhas que pereceram na Itália,
honrando o juramento com a pátria, evidenciando
juntamente com os demais o valor do Soldado do Regimento
e do Exército Brasileiro.

2º Sargento Alceu Alves Macedo


O Sgt Alceu apresentou-se voluntário no 6º RCI em
15 de abril de 1940, foi incorporado no dia 02 de maio de
Soldado João Espinarde 1940, tomou o número 213 (duzentos e treze), filho de
Acácio Alves de Macedo, nascido a 26 de fevereiro de 1922,
em Alegrete, prestou compromisso à bandeira em 05 de
outubro de 1940, e foi licenciado do serviço militar em 20 de Capítulo IV
fevereiro de 1941.
1946 – 1970
Em 1943, tendo em vista a Guerra Mundial, o
Sargento Alceu, apresentou-se como voluntário, sendo
encaminhado pelo Regimento para fazer parte do 6º
Regimento de Infantaria, em Caçapava-SP, de onde partiu
com o 1º Escalão da Força Expedicionária Brasileira para a
Itália.
O Sargento Alceu, como os demais participantes da
FEB, foi agraciado com a medalha da Cruz de Combate.

O R Cont
A cavalo ocorriam situações bem diferentes para o militar do
que a pé. Mas o R CONT previa tudo, adaptando as
continências, honras e sinais de respeito às características da
tropa hipomóvel.

Mesmo para aquela situação do militar a comando de alguma


matungo queixudo. O correto, quando ultrapassasse um
superior, seria gritar mais alto que o galopar e a barulhenta
queda de materiais: Permissão para ultrapassar, a comando!

(Cel Estigarribia)
No período de 1946 a 1970, o Regimento sofreu nova
alteração na denominação, mudou de 6º Regimento de Soldado Luiz Dalpizol
Cavalaria Independente para 6º Regimento de Cavalaria.
Participou da Revolução de 1964. Participou da última Carga O Soldado Luiz Dalpizol, foi protagonista de uma cena
de Cavalaria, que foi um exercício, realizado pela extinta 2ª espetacular ocorrida no Regimento durante uma instrução,
DC (Divisão de Cavalaria). quis o destino que esta cena fosse registrada para sempre,
através da lente do 2º Sargento Jorge Saraiva Marcanth, que
teve a felicidade de registrar este instantâneo.
Transformação do 6º Regimento de Cavalaria
Independente para 6º Regimento de Cavalaria
Terminada a 2ª Guerra Mundial, o Exército fez nova
reformulação em suas Unidades e o 6º Regimento de
Cavalaria Independente passou a denominar-se 6º
Regimento de Cavalaria.
Abaixo, transcrição parcial do Boletim Regimental nº
149, de 24 de junho de 1946, que publicou a mudança de
denominação e reorganização.

XIX-REORGANIZAÇÃO DO REGIMENTO
1) De acordo com os Ofícios circulares Nºs 1114-a
(Reservado) de 14 do corrente da 3ª R.M. E circular nº 52/A
(reservada) de 19 também do corrente, da 2ª DC e Rd. nº
1283 a, de 22 do corrente, da 2ª DC, passa o Regimento
nesta data denominar-se 6º R.C. com a organização global
que se segue: Esq.Comdo.Serv. (atual Esq. Extranumerário),
I Esq. Fuz. (que permanece), Esq.Fuz.Quadros(atual sub-
unidade quadros), Esq.Mtr.(atual Esq.Mtr), Pel. Canhão .Anti
Carro e Sec.Mob.anexa, todos com os efetivos constante
dos documentos citados. Soldado Dalpizol
2) Em consequência é nesta data extinto o
atual II Esq. De Fuz.. Esta sub-unidade deverá tomar as Incorporado em 30 de agosto de 1952, no estado
providencias que se seguem: a) Encerrará toda a sua efetivo do Regimento, no Esquadrão de Petrechos Pesados,
escrituração (administrativa e de instrução)com a data de tomou o número 851, filho de Vicente Dalpizol e de Helena
sua extinção para posterior recolhimento de mesma ao Brezola Dalpizol, nascido em 22 de junho de 1933, natural
arquivo do Regimento. do Rio Grande do Sul, município de Getúlio Vargas, foi
licenciado do serviço a 25 de fevereiro de 1953.
Esta foto foi publicada nos principais jornais do país e Elo porque não divide nem secciona, antes une em
nas revistas Globo e Cruzeiro, que projetaram o nome do transição harmoniosa, duas realidades que diferem apenas
Regimento no exterior, obtendo o primeiro lugar num no detalhe.
concurso de fotos inéditas realizado na Alemanha. Nota: Estas palavras do Sr.Tenente Coronel Carlos Augusto
Ramirez Teixeira, foram registradas no Livro Ouro do 6º
Regimento de Cavalaria Blindado no dia 18 de agosto de
2011.
Discurso do Tenente Coronel Ramires
Transcrição do discurso do Tenente Coronel Ramires,
então comandante, em homenagem do 6º Regimento de
Cavalaria Blindado ao Sr Luiz Dalpizol, ex integrante da
OM, protagonista da “Foto do Ginete” , registro de1952, e
também prestar uma justa homenagem ao saudoso
Sargento Jorge Saraiva Marcanth, representado na ocasião
por sua filha, Sra. Fátima Marcanth.
“Esta foto foi oferecida ao Cel. Homero Laydener, em
1958, pelo autor, Sargento Jorge Saraiva Marcanth, que teve
a felicidade de capturar esse momento; “raro nesse gênero”
conforme bem observado pelo próprio autor, em dedicatória
constante na foto. Sr Luiz Dalpizol
O Regimento José de Abreu, muito se orgulha de ter
servido de palco desse momento ímpar, onde observamos a A foto acima mostra o Sr Luiz Dalpizol agradecendo a
sensibilidade do fotógrafo e a coragem de nosso soldado homenagem recebida, na solenidade de comemoração dos
ginete, em perfeita harmonia com sua montaria, coragem 123 (cento e vinte e três) anos do Regimento, no dia 18 Ago
esta, que muito bem representa um dos valores cultuados 2011.
pelo soldado do Regimento José de Abreu e do Exército
Brasileiro. Abaixo, palavras do Soldado Dalpizol, registradas no
Hoje, rugem os motores e o ensurdecedor barulho livro ouro:
das lagartas de nossos Blindados, não mais ouvimos o “Agradeço ao quartel pela acolhida que deu ao soldado 851”.
galope de carga ou o tinir de lanças e espadas durante o
entrevero, se evoluir é olhar para o futuro sem apegar-se a
preconceitos superados, também o é presenciar os valores
positivos do passado, superamos a transição, mas ainda
mantemos um elo com a antiga cavalaria.
Última Carga de Cavalaria – 1967 do jornalista V. Fróes no qual descreveu esse exercício, com
o seguinte:
Em 09 de novembro de 1967, os campos de Saicã “MAIS UMA CARGA CAMARADAS! Essa frase
assistiram à última carga de cavalaria realizada no RS, com inesquecível do Brigadeiro Andrade Neves foi rememorada,
integrantes da 2ª DC, ao Comando do General Tasso Villar mais intensamente, na manhã nublada do dia 09 de
de Aquilo, na “8ª Brigada de Cavalaria, Brigada Gen José de novembro de 1967, quando o General Tasso Villar de
Abreu” recebendo o diploma e medalhão alusivo. Aquino, Comandante da 8º Brigada de Cavalaria, de
manobras, iniciava o galope de seu corcel para executar,
numa homenagem à memória do célebre Barão de Cerro
Largo, a provável última grande carga de cavalaria em nosso
continente.

A 2ª DC se preparando para a última Carga de Cavalaria.


Como tradição de Arma de Cavalaria hipomóvel, os
grandes comandos, ao término dos exercícios procuravam
realizar, coroando o êxito das instruções, uma carga A 2ª DC se dirigindo para a última Carga de Cavalaria
simulada. E assim, a 2ª Divisão de Cavalaria (hoje 2ª Bda C Não poderia haver espetáculo mais empolgante e
Mec), com suas Unidades subordinadas, realizou grandioso do que esse para coroar, após duas semanas de
(considerada a última carga dessa Divisão),nos campos de exercícios, a maior manobra já realizada pelo III Exército,
Saicã, em 09 de novembro de 1967, a “ Última Carga”, sob o nos últimos 27 anos. Nada faltava ao cenário. Até os quero-
Comando de General Tasso Villar de Aquino, queros, permaneciam alheios aos movimentos de pessoal e
convencionando-se chamar “8ª Brigada de Cavalaria viaturas que se deslocavam na região. Ao fundo do
Marechal José de Abreu”, quando então, ao término dos descampado, como que se projetando na tela do horizonte,
exercícios foram entregues a cada participante um medalhão eucaliptos balançavam seus galhos ao vento,
com a esfinge daquele Marechal. acompanhando os acordes dos clarins que reboavam
Conta-se que essa carga aconteceu na várzea da anunciando aos cavaleiros e suas montadas, as ordens de
“Invernada Itororó”, no sentido de sul para o norte. ataque. Por entre uma tênua nuvem de pó percebia-se a
A magnífica obra do Cel Professor General Lauro figura do General, cuja espada desembainhada refletia em
Marques, “Era uma vez na cavalaria”, nos brinda com o texto sua lâmina, o dourado de alguns raios de sol que
conseguiam infiltrar-se por entre as nuvens, na tentativa de Última Passagem de Comando da 2ª Divisão de
obter um lugar privilegiado para assistir àquele último ato. Cavalaria
Ao passo!... Ao trote!.... A galope!... CARGA! E dois mil
cavaleiros, formando um perfeito binômio com seus animais, Em 23 de maio de 1969, às 10 horas da manhã, na
disparavam pelo campo afora vibrando suas espadas ao ar Estância da Harmonia, em Alegrete, teve lugar a última
e, tenazmente, para manterem erguidos os símbolos de passagem de comando da 2ª DC como Grande Unidade. Foi
seus Regimentos, que flamejavam violentamente naquele a passagem de comando do General de Brigada Tasso Villar
galope desenfreado. Nessa hora, civis e militares, soldados de Aquino ao General de Brigada Walter Pires de Carvalho e
e oficiais, povo e autoridades, foram envolvidos, como se Albuquerque.
fora um só conjunto, por intensa emoção. Com as gargantas
secas e os olhos marejados de lágrimas viam, no
acontecimento, a grandeza de nossos antepassados
quando, em combate similar, defendiam o solo de nossa
amada Pátria. Inicia-se o reagrupamento da Cavalaria
(MARQUES,2003).
O autor deste estava lá, firme com sua montada,
como componente de sua subunidade e com o pensamento
naquela estrofe musical: “ entre o fumo das batalhas, surges
como um vendaval” (“Arma de Heróis”, letra e música de
José Tavares da Silva).
De acordo com MARQUES (2003), “.... a ‘penúltima’
carga de Cavalaria (exercício de carga), realizada no Rio
Grande do Sul, aconteceu em maio de 1972, em São Borja.
Nela, o Comandante do III Exército (hoje Comando Militar do
Sul), Gen Oscar Luiz da Silva e dois oficiais do seu Estado-
Maior, convidados para dela participarem com seus cavalos,
rodaram logo ao seu início, ferindo-se sem maior gravidade.
Para os oficiais de Cavalaria, não existirá, nunca, uma última General de Exército Emílio Garrastazu Médici, então
Carga – a última é Manobras de 1967: “ultima carga” – Comandante do 3º Exército, atual Comando Militar do Sul
Comando do Gen Tasso Villar de Aquino.
Nesta cerimônia histórica, presidida pelo General de
Exército Emílio Garrastazu Médici, comandante do III
Exército, atual Comando Militar do Sul, compareceram as
seguintes unidades integrantes da 2ª DC: o 5º Regimento de
Cavalaria de Quaraí. O 7º Regimento de Cavalaria e o 8º
Grupo de Canhão 75 Auto-Rebocado de Sant'ana do
Livramento. O 8º Regimento de Cavalaria e o 22º Grupo de Infantaria QEMA Luiz Ernani Caminha Giorgis, baseados nos
Artilharia de Campanha, de Uruguaiana. O 2º Regimento de relatos feitos na época pelo historiador José Eber Bentim da
Cavalaria Motorizado de Rosário do Sul. O 6º Regimento de Silva, sócio correspondente da Academia de História Militar
Cavalaria, o 3º Grupo de Canhão 75 Auto-Rebocado, o 12º Terrestre do Brasil, publicado na Revista do Exército volume
Batalhão de Engenharia e a 12ª Companhia de 131 nº 3 Jul/Set de 1994, sob o título “ A saudosa 2º Divisão
Comunicações de Alegrete. de Cavalaria.

6º Regimento de Cavalaria desfilando em continência ao


novo Comandante da 2ª Divisão de Cavalaria
General Tasso Vilar de Aquino e Walter Pires Albuquerque
passando a tropa em Revista

Após a passagem de comando, debaixo de intensa


chuva, houve desfile em homenagem ao General de Exército
Emílio Garrastazu Médici, Comandante do III Exército.

Este Evento foi registrado no livro da 2º Brigada de


Cavalaria Mecanizada, dos historiadores Coronel de
Engenharia QEMA Rei Cláudio Moreira Bento e Coronel de
(Cel Estigarribia)

Capítulo V Talvez o leitor esteja se perguntando neste momento,


por que o ano de 1957 ocupa um capítulo inteiro do livro. No
entanto, após breve leitura, irá perceber a importância deste
ano para o Regimento, foi o ano em que ocorreu a mudança
para as atuais instalações na colina Masgrau, recebeu a
denominação histórica de “Regimento José de Abreu” e foi
agraciado com seu Estandarte Histórico.
Estas conquistas são fruto do árduo e profícuo
trabalho desenvolvido pelo então Comandante do
Regimento, Tenente Coronel Homero Laydner, cujo legado,
tem sido orgulho dos integrantes da família José de Abreu e
há de perpetuar-se na história do Regimento.

1957
O pica-fumo
A chegada de um Aspirante (PICA-FUMO) revigorava a
Unidade. Afinal, sangue novo, vinha com as últimas do
Exército, tanto em matéria de uniformes, como em matéria de
conhecimentos.
Além da curiosidade com que o aguardavam, pairava no ar
uma certa dúvida a respeito de sua competência.
Principalmente entre alguns oficiais e praças há muito tempo
servindo em torno de sua interiorana guarnição de origem.

A cerimônia de apresentação do Aspirante estava prevista no


RISG: realizava-se no Gabinete de Comando, onde se
guardavam a Bandeira Nacional e o Estandarte da Unidade.
À austeridade intimidadora do ambiente e dos presentes,
somava-se o olhar severo dos ex-comandantes, em galeria de
fotos ou quadros na parede.
O Aspirante, com uniforme de passeio, e os oficiais da
Unidade com uniforme da atividade, uns chegando da
equitação, o médico às vezes atrasado porque atendia um
baixado, o Cap. Braudelino, QAO, muito bem uniformizado,
desejoso de testar o PICA-FUMO com perguntas relativas ao
EA (Elemento Associado), seu chão.
Houve um S Cmt, há décadas no interior e, por isso, com
valores restritos em questões profissionais, que sugeriu ao Coronel Homero Laydner
Cmt a pergunta definitiva: “Pergunte a ele, Coronel, por favor,
se ao menos sabe montar a cavalo”.
Entrega do Estandarte Histórico Regimento José de Abreu.
“Há tempos atrás propus ao Exmo. Sr Ministro da
Guerra que numa justa homenagem ao valoroso Marechal
O Patrono do Regimento – Marechal José de José de Abreu, “Barão do Cerro Largo”, fosse dada ao 6º
Abreu – Barão do Cerro Largo Regimento de Cavalaria, de meu comando, a denominação
daquele excepcional cavalariano que passaria, assim, a ser
O genealogista Manoel José da Costa Felgueiras o patrono desta Unidade. Justificava-se a homenagem por
Gayo, registrou que o sobrenome ABREU é uma corrupção diversos motivos. De um lado pelo culto que devemos aos
de EVREUS e, este, a corrupção de D’EVREUX, e identifica nossos antepassados que tudo fizeram, que deram a própria
Gonçalo Martins de Evreus, como natural da Normandia e vida para manter a integridade do solo da pátria, como foi o
que descende por varonia dos Condes D’Evreux. Uma caso de José de Abreu, o Chefe de cavalaria que, talvez,
árvore genealógica da família Guzman D’Evreux, desde o mais se esforçou e mais conseguiu, como Cmt do território
século XIII aos atuais titulares – Vannes em 27 de fevereiro de Entre-Rios, para fixar definitivamente nossas fronteiras
de 1806, distendendo seus galhos de gerações, desde o ano com as nações do Prata. De fato, na maioria das operações
de 1230, cuja origem era a Espanha, mas cujos de guerra que se realizavam naquela época, particularmente
descendentes se ramificaram pela França, Áustria e Países nesta zona da fronteira Oeste, estava sempre a figura varonil
Baixos. de José de Abreu, acutilando o inimigo continuamente,
expulsando-o do nosso território, com os centauros da
O sobrenome português é de origem toponímica, gloriosa cavalaria. José Artigas, e, principalmente seus
sendo um dos sobrenomes derivados do lugar onde vivia ou lugares-tenentes Sotel, La Torre e Andresito Artigas, nas
tinha terras o portador original do nome de um lugar suas investidas, sempre encontraram pela frente os
chamado Abreu, localizado na Província do Minho, ao aguerridos cavalarianos de José de Abreu, que não lhes
noroeste de Portugal, o qual foi adotado pela primeira vez davam descanso, e eram o seu terror, jogando-os a ponta de
por Gomes de Abreu, durante o Reinado do Rei Afonso lança para o outro lado da fronteira, não permitindo nunca
Henriques de Portugal (1185 – 1211). que se firmassem no nosso território. Os combates de
No Brazão dos Abreus de Portugal, a bordura de Japeju, São Borja, Arapeí e Taquarembó são ações onde
prata foi carregada com oito folhas de álamo azul. Álamo é José de Abreu, teve oportunidade de empregar todo o seu
uma espécie de pinheiro, que desenvolve em seu tronco valor e onde ficou plasmada a sua bravura como Chefe da
uma resina da qual se produz o “breu”, daí a referência dada Cavalaria. No dia seguinte ao combate de Arapeí de cujo
à região produtora de breu, por este motivo o “de” indica ataque foi encarregado José de Abreu que infringiu
lugar. esmagadora derrota às tropas de Artigas, o inimigo ataca
A respeito do Patrono do Regimento, proferiu o com novos reforços sob o comando de La Torre, com 3.400
Coronel Homero Laydner brilhante discurso, por ocasião do homens. A batalha feriu-se terrível e durante horas. A
recebimento da denominação de “Regimento José de Abreu” situação era indecisa. Conta-nos o historiador Joaquim
e Estandarte Histórico, discurso este, que descreve de forma Manoel Macedo que o Marquês de Alegrete e o General
clara e precisa a trajetória deste ilustre militar, conforme Curado estavam apreensivos e já começavam a temer o
observamos na transcrição abaixo. resultado da ação, quando surge no meio da peleja o raio da
guerra, José de Abreu, que dirigindo impetuosas cargas de General Crisóstomo Calado, quando foram acometidos por
cavalaria, põe em desordem e em derrota as hostes inimigas outras forças que os atacavam pelo flanco. José de Abreu,
e conquista a vitória. não conseguindo conter os seus soldados, em grande parte
“paisanos voluntários”, foi com eles levado de roldão sobre a
Divisão Calado, que não podendo distingui-los dos
numerosos inimigos, cuja carga impetuosa ameaçava a
sorte de sua divisão, mandando formar quadrado, deu sinal
de fogo; e o Barão do Cerro Largo, intemerato Rio
grandense, nunca vencido pelos inimigos, caiu morto,
traspassado pelas balas brasileiras!...”
O grande Barão do Rio Branco, admirador
incondicional de José de Abreu assim refere à sua morte no
campo de batalha. “Assim terminou sua carreira gloriosa,
esse distinto veterano. A vida, que inteira consagrara à
pátria, devia ser também sacrificada a ela, e, de feito, sua
espada só deixou de combater quando a mão que a brandia
caiu desfalecida. “Com tantos serviços, com tantas glórias,
com tantas virtudes, tanta abnegação e civismo, o ilustre
Barão do Cerro Largo, teve nos últimos dias de sua vida,
Marechal José de Abreu como prêmio e recompensa, a ingratidão e o esquecimento
Passados alguns anos, José de Abreu já sexagenário, do Governo de seu país!....
é chamado para se incorporar às tropas do Marquês de “Bem o disse Mme. de Servigne: “Há serviços tão
Barbacena. Cansado, esgotado, não se nega e entra grandes e tão importantes, que só a ingratidão os pode
novamente na refrega. Aos aplausos que recebe de amigos pagar”. “Mas, acima das misérias e das fragilidades dos
e admiradores por vê-lo voltar ao campo da luta, respondia contemporâneos, acima de seus ódios e de seus erros,
como profetizando “Venho dar a guerra o que dela tenho eleva-se um dia o juízo da posteridade, sempre severo,
recebido”. A 20 de fevereiro de 1827, portanto a 130 anos, inflexível e imparcial, e a posteridade, pode-se já dizê-lo, há
refere-se a Batalha do Passo do Rosário. de destinar a tão exímio cidadão e a tão ilustre vítima, um
Alfredo Pretextato Maciel da Silva, a seu respeito, nos lugar distinto entre os mais gloriosos e prestantes filhos da
conta em “Os Generais do Exército Brasileiro”: “O Barão do Terra de Santa Cruz.
Cerro Largo” comandando uma pequena coluna de 560 Feito este ligeiro esboço das qualidades de José de
homens, foi designado para guardar o flanco esquerdo do Abreu, surge-nos outro motivo para homenageá-lo: É que
Exército, quando se viu atacado por uma enorme coluna de José de Abreu foi o fundador de Alegrete, cujo centenário
Cavalaria; os seus comandados tomados de pânico, citadino comemoramos no corrente ano.
recuavam destroçados, procurando apoio da Divisão do Aqui se radicou, recebeu sesmaria de campo,
constituiu família e deixou inúmeros descendentes. O 6º
Regimento de Cavalaria, aqui sediado há quase meio Estandarte Histórico do Regimento
século, é uma Unidade radicada e já tradicional em Alegrete
e, por suas fileiras tem passado inúmeros filhos seus, Simultaneamente foi assinado o Decreto que criou o
inclusive diversos descendentes do Barão do Cerro Largo. Estandarte-Distintivo para o “Regimento José de Abreu”:
Secundando a proposta do Regimento ao Exmo. Sr. Decreto nº 41.488, de 11 de Maio 1957 – Cria o Estandarte-
Ministro da Guerra para que fosse dada a denominação de Distintivo para o 6º Regimento de cavalaria “Regimento José
“José de Abreu” ao 6º Regimento de Cavalaria, a Comissão de Abreu”. O Presidente da República, usando da atribuição
Executiva Pro Comemorações do Centenário de Alegrete, que lhe confere o artigo 87, item I, da constituição Federal,
apelou diretamente a S. Excia. Para que fosse concretizada decreta:
aquela proposta e mais, para que ainda o fosse no corrente Art. 1º - Fica criado o Estandarte-Distintivo para o 6º
ano, dado que se comemora o centenário da elevação a Regimento de Cavalaria - “Regimento José de Abreu” de
categoria de cidade da povoação de que ele fora fundador. acordo com o modelo que este acompanha, obedecendo as
S. Excia, bem compreendeu a justeza e significação seguintes características:
de tal de desejo e atendendo a solicitação submeteu ao Em campo branco, pala azul com ¼ da largura do
Exmo. Sr. Presidente da República o decreto que foi estandarte, cores da cavalaria. Brocante, um escudo de
assinado e julgo oportuno ler neste momento: vermelho, tendo postas em santor cinco asas de ouro, do
Decreto nº 41.487, de 11 maio de 1957 - Dá a brasão dos Abreus.
denominação de “Regimento José de Abreu” ao atual 6º Sobre o escudo, em arco, dístico Regimento José de
Regimento de Cavalaria. O Presidente da República, Abreu em caracteres de ouro.
considerando: - Que o nome de José de Abreu está
gloriosamente ligado a história da fixação de nossas
fronteiras do Sul, particularmente na região de Alegrete; -
que contribuir para maior exaltação do nome de quem com
tanta bravura e espírito de sacrifício defendeu o solo pátrio é
fazer obra de patriotismo, de gratidão nacional e de estímulo
as mais nobres virtudes militares; decreta:
Art. 1º - O Atual 6º Regimento de Cavalaria passa a
denominar-se “Regimento José de Abreu”.
Art. 2º - Revogam-se as disposições em contrário.
Rio de janeiro, 11 de maio de 1957. 136º da
independência de 69º da Republica. Juscelino Kubitschek-
Henrique Lott.
Está assim reparada a injustiça, a ingratidão e o
esquecimento mantido em torno de José de Abreu, conforme Estandarte Histórico do Regimento
já previa há muitos anos o Barão do Rio Branco na sua Nos quatro cantos do estandarte, lembrando ações de
biografia do nosso homenageado e sobre a qual já me referi. que participou, na campanha do Paraguai, o 1º Corpo de
Caçadores a Cavalo, ao qual se vincula o 6º Regimento de que a referida comissão representa, essa valiosa oferta,
Cavalaria, legendas em ouro na seguinte ordem: - Ao alto, esse riquíssimo trabalho, essa jóia de confecção que é o
junto a tralha, a palavra Laguna; ao alto, no lado oposto, a belíssimo Estandarte-Distintivo do Regimento José de
palavra Apa; em baixo junto a tralha, a palavra Nhandipá; e, Abreu.
em baixo, no lado oposto, Baiendé. A vossa oferta muito nos comove e sensibiliza.
- Laço militar nas cores nacionais, com a inscrição em Recebo-a, manifestando-vos o orgulho de que está possuído
ouro “6º Regimento de Cavalaria”. Franja de ouro em toda a o Regimento.
volta. E, para corresponder a tão valioso mimo e a tão nobre
- Dimensões: 0m.80cm X 1m.10. gesto, julgamos que o mais que podemos fazer será
Art. 2º - O presente decreto entra em vigor na data de prometermos, como prometemos, neste momento solene, a
sua publicação, revogadas publicações em contrário. Rio de nos esforçarmos ao máximo, a tudo empreender, a tudo
janeiro, 11 de maio de 1957; 136º da Independência e 69º da fazer, a dar tudo de nós, para honrar este Estandarte-
República, Juscelino Kubitschek - Henrique Lott. Distintivo que será, para nós, a presença das elevadas
Conseguidos nossos objetivos, concretizada a virtudes, do heroísmo, do valor incontestado e do amor à
reparação do esquecimento em que jazia o nome do glorioso Pátria de José de Abreu, concitando-nos sempre, a seguir
José de Abreu, com a insigne honra concedida ao meu seus exemplos de civismo e a procurar, se necessário, imitar
Regimento, da mesma nobre arma de Cavalaria do seu suas essenciais virtudes militares.
Patrono, quis a brilhante e benemérita Comissão Executiva E agora companheiros do Regimento José de Abreu
Pró-Comemorações do Centenário de Alegrete, em boa hora recebido este Estandarte-Distintivo neste momento tão
sobre a feliz presidência da figura invulgar, dinâmica, honroso para o Regimento, guardemo-lo com carinho e o
eficiente e ditada de elevadas virtudes patrióticas e alto amor patriótico de que é digno. Cumpramos o nosso dever
espírito de civismo do meu particular amigo Dr. Ciro S. com o compromisso que acabamos de assumir. Honremos a
Leães, quis, repito, completar o seu empreendimento memória do nosso glorioso patrono o ínclito Marechal José
ofertando ao Regimento em nome da cidade de Alegrete, de Abreu, Barão do Cerro Largo.
neste ato publico cívico-militar, o seu Estandarte-Distintivo - Salve, pois, Estandarte-Distintivo do Regimento.
recentemente creado. - Salve cidade centenária de Alegrete.
A solenidade que estamos realizando é dessas que - Salve a legendária Cavalaria de José de Abreu.
ficam gravadas na historia da cidade e do Regimento, Salve a memória de José de Abreu, Barão do Cerro
constituindo um elo de ouro na união e no congraçamento Largo e nosso heroico patrono”.
de civis e militares, tão necessário para a paz é a harmonia,
para a “Ordem e Progresso” que almejamos para a nossa Inauguração do novo quartel
querida pátria.
Agradeço sensibilizado em meu nome e no nome dos Vejamos a grandiosidade das novas instalações a
oficiais e praças do Regimento José de Abreu ao Dr. Ciro partir da extensa transcrição da publicação da Gazeta de
Leães, a digna Comissão Executiva Pro Comemoração do Alegrete por ocasião do início das atividades do 6º
Centenário de Alegrete e, finalmente ao povo de Alegrete Regimento de Cavalaria na colina Masgrau:
Vista aérea do Regimento
Coronel Homero Laydner fazendo o uso da palavra na
inauguração do 6º RC Tem como patrono o herói que lhe empresta o nome,
o Marechal José de Abreu, Barão do Cerro Largo, fundador
da cidade de Alegrete. Não é, no entanto, somente esta
“No ano de 1957, o 6º Regimento de Cavalaria mudou razão que levou o Cel. Homero Laydner a propor ao Exmo.
de caserna, saiu do aquartelamento que ocupou desde Sr. Gen. Ministro da Guerra, o nome de tão ilustre cidadão,
1911, até 1957; portanto 46 (quarenta e seis) anos e veio para patrono da Unidade, e ele mesmo - Cel. Homero, falou
para a Colina Masgrau. muito bem sobre estas razões, quando da recepção do
O Regimento cujas glórias dariam para preencher um Estandarte-Distintivo do Regimento, no dia 5 de setembro
volumoso livro, possui um belo passado, firmado nas árduas do corrente ano”.
campanhas em que se empenhou, sempre em defesa da
ordem e da legalidade, constituindo-se em verdadeiro
orgulho do Exército do Brasil e da cidade que lhe serve de
sede. Até fins do ano passado, a unidade ocupava o quartel
onde se acha instalado o 12º Batalhão de Engenharia. Localização do Regimento José de Abreu
Atualmente, graças aos esforços de seu Comandante
o Cel. Homero Laydner, homem dinâmico, honesto é Não poderiam ter sido mais felizes os que se
possuidor de uma larga visão administrativa, o Regimento propuseram a missão da escolha do terreno onde seria
José de Abreu possui um quartel muito bem localizado e instalado o quartel do Regimento.
instalado. Em local agradável, pois ocupa a lomba de uma
coxilha, descortina-se-lhe um magnífico panorama onde empregado, disposição dos prédios, circulação do ar, jogo
está incluída parte da cidade de Alegrete – Fundada por seu de luz natural, espaço, etc.
patrono – e o Rio Ibirapuitã, tão intimamente ligado à história
militar do Brasil, nos episódios desenrolados no Rio Grande
do Sul.
Considerando-se a parte técnica, temos a ressaltar o
seu afastamento do centro urbano, com as suas
consequências benéficas para a população e, o fato de
possuir a Unidade, uma grande área territorial, capaz de
atender as suas necessidades quanto a locais para
instrução, potreiros, praças de esportes, pistas para saltos,
etc.
Apesar de situado em parte alta, não tem o
Regimento problema de falta de água, por ter sido incluído
no vasto plano administrativo do atual comando, a abertura
de um poço artesiano – já concluído – com a profundidade
de 98 metros e capacidade horária de 7500 litros.
Os potreiros, onde a água é imprescindível para a
cavalhada, são servidos por uma sanga, onde foram Foto do Regimento ainda em construção
construídos pequenos açudes, que preenchem bem a sua
finalidade. Olhando-se, de um plano superior, para o quartel Situado em terreno compacto, não tiveram os
do Regimento José de Abreu, temos a exata impressão do construtores que enfrentar o problema da capilaridade
zelo com que é tratado – os pavilhões bem pintados, cercas d’água, mas não deixaram assim mesmo de se preocupar
brancas riscando o terreno que lhe pertence, pátios limpos e com alicerces impermeáveis para enfrentar possíveis
homens por toda a parte, exercendo as mais variadas eventualidades.
atividades, para engrandecimento do todo. Um dos problemas eminentes da Unidade, apesar da
sua grande necessidade, demandará anos para ser
resolvido, é o problema da arborização, problema este, que
já foi atacado pelo atual comando, tendo sido plantadas
mais de 800 mudas de árvores, o que virá, por certo,
completar o conforto daqueles que ali militam, tornando o
Construção do Regimento ambiente mais agradável, alegre e sadio.
O quartel é do tipo quadrangular modificado,
A solida construção dos diversos pavilhões que obedecendo às contingências de local e recursos, para a
compõem o Regimento, obedeceu aos mais modernos adaptação do mesmo aos princípios de higiene, conforto e
preceitos técnicos e higiênicos, no que concerne ao material segurança.
É constituído de um pavilhão central, dois laterais e gelada. Vê-se ao entrar-se nele preocupação que dominou
dois outros situados à retaguarda dos primeiros. os responsáveis pelo seu planejamento, no sentido do bem
No central, estão instalados, além do comando, todas estar dos que mais tarde viriam a utilizá-los.
as seções administrativas e outras dependências, assim O Regimento José de Abreu possui em seu quartel,
distribuídas: no andar superior – O gabinete do comando, a instalações que são verdadeiras obras-primas de bom gosto
sala de honra, o gabinete do fiscal administrativo, a e perfeição técnica e que valem ser ressaltadas, como
secretaria, a casa das ordens, o arquivo, o gabinete do homenagem aos que idealizaram e tiveram coragem de
tesoureiro, os apartamentos para hóspedes, quartos e enfrentar tremendos problemas de ordem financeira para
cassinos para os oficiais; no andar térreo: – estão as salas adquiri-las.
de instrução para oficiais, a Formação Sanitária, o corpo da Abordaremos cada uma delas separadamente:
guarda, o xadrez, o cassino dos sargentos, a sala de espera
para visitas e a sala de transmissões do Regimento. Cozinha e Rancho das Praças
Neste pavilhão é digno de se notar a sala de honra do
Regimento, em estilo renascentista, que, sem se constituir São as dependências melhores equipadas do
em luxo excessivo é de uma organização, sobriedade e bom Regimento, visto preencherem cabalmente as suas
gosto, impecáveis. finalidades, quais sejam, não só a preparação das refeições,
Nos pavilhões laterais estão localizados os como também a sua consequente distribuição, tudo obtido
esquadrões, com seus alojamentos para praças, gabinete pelos métodos mais adequados.
dos respectivos comandantes, sala de armas, reserva de Nele se vê, o cuidado que o Comando da Unidade
material, etc. Estes pavilhões são fruto de planejamentos, dispensa aos seus subordinados, principalmente as praças
inteligentes, onde se tomaram em primeiro plano o seu que se destina o rancho, é mais uma obra que perpetuará
objetivo precípuo de bem servir as suas finalidades indelevelmente o nome do Cel Homero no histórico do
propostas dentro dos princípios mais avançados da técnica Regimento, dado o seu valor, não só material, como
moderna para construção de quartéis. principalmente moral, pela impressão agradável de conforto
Por ser, sob nosso ponto de vista, uma das partes e confiança que produz nos que dele faze uso.
mais importantes de uma Unidade Militar, abordaremos de A cozinha tem capacidade para fornecer alimentação
preferência os alojamentos, local onde os homens refazem, para 800 homens e está equipada com cinco modernas
pelo sono, as energias perdidas depois de um dia estafante. panelas de pressão, uma cafeteira e um grande fogão, tudo
Os alojamentos são de construção singela, como todo o da marca “Geral”, esmaltados em branco, o que lhes da um
conjunto, mas muito bem orientados, recebendo sol durante aspecto agradável, além de higiênico. As panelas recebem
todo o dia, muito bem ventilados (pelo sistema de ventilação vapor de uma grande caldeira, de idêntica fabricação, possui
natural cruzada), evitando-se, assim a poluição de ar no ainda na cozinha, uma maquina de descascar batatas, uma
ambiente. de moer carnes, uma de lavar pratos, todas elas elétricas e
De fácil limpeza, dotados de um mobiliário simples, um reservatório para água quente, com capacidade para
mas prático, com boa iluminação artificial, instalações 1000 litros.
sanitárias modernas e um bebedouro automático para água O rancho onde é servida a alimentação as praças, é
equipada com mesas modernas de pés de cano de aço É outra dependência do Regimento que merece ser
inoxidável, bancos móveis de acento de madeira, e pés ressaltada, por ter sido organizada inteiramente com
idênticos aos das mesas, tudo de fácil limpeza com água economias administrativas. É constituído de três salas,
quente e sabão. sendo uma de jogos, leitura e música, muito bem mobilhada,
Todo o pavilhão destinado ao rancho e cozinha, tem possuindo uma moderna eletrola “Filips”(sic) automática.
suas paredes cobertas de azulejos até a sua metade, piso A sala de refeições oferece um ambiente agradável,
de ladrilhos e teto de cimento armado. Para completar o equipada com, mesas modernas e higiênicas e, a cozinha
conjunto e demonstrando o sentimento cristão do nosso possuindo um ótimo fogão a gás, prima pela limpeza e
povo, não foi esquecida a colocação de um quadro da estética. Nunca é demais ressaltar o apreço que os
“última Ceia de Cristo” no salão de refeições e, como sargentos têm por seu comandante, bastando, para provar
demonstra esta simples e despretensiosa narrativa, uma esta assertiva o fato de a principal sala do cassino ter o seu
obra que pelo vulto e perfeição técnica, merece ser nome e ostentar um retrato seu colorido e muito bem
observada por quantos tem a incumbência de construir trabalhado.
quartéis, no gênero, é uma verdadeira obra de arte, um tipo
padrão. Formação Veterinária

Cassino dos Oficiais A formação veterinária do Regimento, sob a direção


do Cap Veterinário José Yedo Freitas Drumont, é uma
O cassino dos oficiais do Regimento, situado no dependência de alto valor material e técnico, onde a função
pavilhão central, é dividido em duas partes: Uma destinada foi considerada em primeiro lugar. Possuindo uma farmácia
a jogos e leitura, e outra as refeições. modelar, com respectivo depósito de medicamentos, uma
A primeira, mobilhada e moderna, com dois conjuntos oficina de ferraria, baias confortáveis para a enfermaria
de sala de visita, de pés de cano de aço vergado e cromado, veterinária, troncos para contenções, galpões para curativos
acento e encosto estofados, de colorido diverso, possui uma e ferragem, está a formação apta para cumprir muito bem a
moderna eletrola automática para dez discos, jogos de salão sua missão.
como dama, gamão, xadrez, etc..., uma pequena mesa A construção obedece à planta do Serviço de obras
estante, vasos com folhagens e outros objetos, tudo se do Exército e o material nela empregado é de muito boa
destina ao deleite daqueles que a procuram em suas horas qualidade, muito recomendando os que foram responsáveis
de folga. (Atualmente, os jogos de salão deram lugar a uma pelo seu erguimento.
mesa de “truco” onde o Cmt da OM costuma ensinar seus
oficiais).
Na parte destinada as refeições, temos a notar Granja Regimental
somente as mesas e cadeiras, todas elas com pés de
constituição idêntica as da sala de diversões e as mesas Também sob os cuidados técnicos do Cap. Yedo, foi
com cores diferentes e com tampo de fórmico. uma das dependências que mereceu carinhosa acolhida no
Cassino dos Sargentos magnífico plano administrativo do atual Comando, que lhe
compreendeu a importância em benefício, não só da uma de calçados, uma de perfumarias e uma pequena
economia da unidade, como da dos militares que nela farmácia. No corrente ano será inaugurada no armazém,
servem, pelo fornecimento de ovos, verdura, manteiga, uma sorveteria de fabricação italiana, que fornecerá sorvete
frangos, etc..., por preço muito mais acessível. e demais refrigerantes, para amainar os efeitos do
Dentre as melhorias introduzidas na granja, temos a escaldante calor sulino.
ressaltar a casa construída para o seu encarregado,
confortável, com quarto de banho completo, cozinha Padaria Regimental
moderna (estas duas peças com paredes revestidas de
azulejos brancos até a sua metade), sala de visitas com É outra dependência que faz parte do serviço social
lareira, toda assoalhada de tacos em mosaico e forro de do Regimento, também sob a direção do capitão Jim.
cimento armado, com esta casa, a atual administração do É de construção e montagem aprimoradas em todo o
Regimento gastou nada menos que quinhentos mil seu conjunto, ocupando uma sala perfeitamente enquadrada
cruzeiros. nos requisitos higiênicos.
Mas não ficou aí o plano de melhoramento da Granja: Dotado de um forno automático, de quatro bocas
- foi aberto um poço semi-surgente, no qual foi instalado um marca “Super Vulcão”, que funciona à eletricidade, óleo ou
possante cata-vento para recalcar a água; instalado um lenha. Possuem ainda máquinas para fazer massa, cortá-las
gerador elétrico; feitas instalações de água corrente e luz em tamanho certo, para a confecção do pão, etc... .
elétrica em todas as dependências da granja; construído um Manipuladas por elementos capazes, atende a
moderno aviário; com capacidade para mais de mil aves; padaria, não só ao rancho do Regimento, como aos militares
plantado um grande pomar, construída uma estrada de que nele servem, e ainda, aos ranchos de outras Unidades
acesso a Granja; foram melhoradas as pocilgas dado da Guarnição.
incremento a horta e intensificado o plantio de forrageiras;
construído um estábulo para vacas leiteiras; que prima pela Açougue Regimental
sua técnica, e atacadas outras obras de vulto, porém de
imprescindível valor. O açougue, que em breve terá seu matadouro próprio
- que já se acha em adiantada fase de construção –
Armazém Reembolsável preenche bem a sua finalidade, fornecendo carne mais
barata, de procedência conhecida e manipulada
Fazendo parte do serviço social do Regimento, sob a higienicamente.
direção do Capitão Jim Meireles, funciona esta dependência Possui ainda, ao lado do menor preço do produto que
com o objetivo de fornecer gêneros alimentícios de primeira fornece, a grande vantagem de ser o gado inspecionado
qualidade e a preços mais baixos. O armazém é muito bem pelo serviço veterinário do Regimento, antes de ser abatido,
sortido, em quantidade e qualidade, estando em condições evitando-se assim, a propagação de doenças dos animais
de atender não só aos nossos militares da Unidade, como aos homens, como no caso da Brucelose, Quisto Hidático,
também os da Guarnição, que dele fazem uso. Para Tuberculose etc..., É outra dependência que faz parte do
completar sua eficiência, possui uma seção de fazendas, Serviço Social do Regimento e fornece carne, não só ao
rancho da unidade, como aos militares que nela servem;
Está sob a direção da Fiscalização Administrativa do
Regimento. Mangueiras

Formação Sanitária Quando o Regimento foi transferido para o atual


quartel, lutou o comando com sérios problemas,
Funcionando provisoriamente no pavilhão central do principalmente com os de alojamento, pelo pequeno número
Regimento, terá a formação sanitária, brevemente suas de pavilhões construídos. Também a cavalhada não fugiu a
próprias instalações. Sob a direção do Dr. Antônio Tunes de esta falta de acomodações por não estarem construídas as
Moura, tem a formação sanitária, prestado relevantes baias e os potreiros e faltarem as mangueiras, que dada a
serviços à Unidade, não só na manutenção do estado hígido sua imperiosa necessidade, foram logo iniciadas, hoje,
dos homens, pela prevenção e debelação de moléstias, graças ao esforço da administração da Unidade, possui esta
como pela sua atuação dentro do serviço social, atendendo quatro mangueiras, que dado a qualidade do material com
a qualquer hora, os militares e seus dependentes, que que foram construídas “moirões de pau ferro, listões de
necessitam de assistência médica, tanto no quartel, como angico e bebedouro de cimento” vale ser ressaltada a sua
em suas residências. A Formação possui três salas, sendo importância como obra confortável e de longa duração,
uma para a sua administração, uma de curativos e a terceira construídas inteiramente com economias da Unidade, cujo
destinada ao Gabinete Odontológico. De mobiliário simples preço orçou em cerca de Cr$ 200.000,00 (duzentos mil
na sua maioria, mas condizente com os demais do cruzeiros).
Regimento, pela sua apresentação. Possui, como não
poderia deixar de ser em sua maior parte material e móveis
especializados. Obras em Construção
A atual administração do Regimento está se
Gabinete Odontológico esforçando grandemente no sentido da formação do seu
patrimônio material e, neste sentido, esta ultimando muitas
O gabinete odontológico é uma dependência da obras que, pelo seu valor merecem ser citadas, dentre elas
formação sanitária e, como está, funciona provisoriamente temos:
no pavilhão central do Regimento. Sob a direção do Dr.
Lysippo Nathaniel Ribeiro, atende, não só os militares, como
às suas famílias, prestando assim relevantes serviços dentro Estádio Olímpico
do campo social. Possuindo um equipo “Labras” “Cadeira
“Suprema” de dois pistons, esterilizador, “Delco” automático, A imperiosa necessidade da Educação Física, no
porta-resíduos tipo torpedo, armário para medicamentos tipo meio militar, com a resultante do atestamento físico e moral
“Atlante” e a quantidade de instrumentos necessários ao seu de nossos homens, impõem uma especial atenção e
funcionamento, esta o G.O. em condições de muito bem cuidado, quando se trata de tão importante ramo de
atender às suas finalidades. instrução profissional dos quadros e da tropa.
Não descurando deste ramo tão importante da vida, na maior parte de espada em punho, em defesa de
instrução, o Comando já delimitou dentro da área do nossa terra, quis o atual Comando corrigir uma injustiça que
Regimento, o local onde em futuro bem próximo, levantar- lhe fizeram seus conterrâneos, esquecendo aquele que
se-á o estádio de treinamento da Unidade, já em fase de soube ser soldado e administrador eficaz, quando a guerra
adiantada construção, ocupando uma área ampla de 250 não o tinha em suas garras.
por 280 metros, terá o Regimento José de Abreu, um Assim, além de escolher o seu nome para patrono da
estádio completo, constituído de pista padrão de corrida, Unidade, fez erguer, em frente o pavilhão central do
retangulares e com cabeça em semicírculo com o Regimento uma bonita herma, onde é claro, está o seu
desenvolvimento de 400 metros; pista olímpica com todas busto, e ficará um pouco de terra de onde tombou sem vida,
as suas medidas de acordo com as regras oficias de mais de espada na mão em defesa no Brasil.
atletismo. Na parte central da pista serão construídos, um
campo de futebol, caixões de areia para salto em distância, Jardinagem e Arruamento do Quartel
altura, salto triplo, salto com vara, locais para arremesso de
peso, disco, dardo e martelo. Paralelamente à beleza que iria imprimir ao quartel, a
Terá ainda o estádio, aparelhos e instalações jardinagem e os arruamentos do mesmo, constitui uma
diversas, como pórticos para ginástica, barras paralelas, necessidade, irá completar os trabalhos já executados,
etc... . todos eles de um espírito funcional à toda prova,
Será destinada uma área para canchas de basquete, efetivamente colocado em um ponto alto e descampado,
vôlei, tênis, local para lançamento de granadas em precisão sofre o regimento, o impacto dos fortes ventos do sul, com o
e em alcance. consequente levantar de imensas nuvens de poeira que
além de exigir constante e rigorosa limpeza, é maléfica à
Um terreno de 100 x 250 m, de superfície plana e saúde dos homens pela propagação de moléstias
gramada, será destinado à apresentação de turmas para a contagiosas.
educação física diária, ginástica de aparelhos, de solo,
baionetas, esgrima, etc.
Pista de Cross-Country
Circundando toda esta vasta área, tão diversamente
distribuída, será construída uma pista para aplicações Esta pista que tem por finalidade, além de esportiva,
militares. Esta obra, cujo valor não precisamos comentar o treinamento dos homens e animais, em terreno variado e
pela sua inestimável importância, esta sob a orientação com obstáculos diferentes, em números de 13, é de grande
técnica do Capitão Jorge André Porto da Rocha. importância num Regimento de Cavalaria.

Herma do Marechal José de Abreu Picadeiro e Carriere

Numa bela homenagem ao soldado que passou a sua São duas obras importantíssimas em um Regimento
de Cavalaria, para o treinamento contínuo de homens e Nota 1: Aqueles que conhecem o Regimento José de Abreu,
animais, além de ser local para competições esportivas. já perceberam que ao longo dos anos ocorreram diversas
Obras que estão merecendo toda atenção e carinho, serão mudanças nas instalações. O Armazém Reembolsável, o
também, construções modelares no gênero. Açougue Regimental, a Padaria Regimental, foram extintos,
a Granja, não mais vende produtos aos militares, mas ainda
ajuda na economia fornecendo alguns produtos ao Serviço
Considerações Finais de Aprovisionamento do Regimento. O Picadeiro ainda é um
objetivo a ser consolidado. O Cassino dos Oficiais, sofreu
Desejamos deixar bem claro que neste trabalho, não várias alterações, já não existe eletrola automática, dama,
nos animou o espírito subalterno de elevar, imerecidamente gamão, xadrez, hoje, se observa uma mesa onde o atual
a quem quer que seja. Tudo que dissemos poderá ser visto Comandante (campeão do Regimento) ensina truco aos
por quantos o queiram, bastando para isto, fazer uma visita seus oficiais...
ao Regimento José de Abreu.
Somos de opinião que numa época em que todos Nota 2: Motivado por comentários que circulam através dos
gritam a inexistência de homens com discernimento tempos, de que este quartel teria sido inicialmente
administrativo, devemos apontar os capazes, para que construído para abrigar outra OM, mas que o então
sejam aproveitados em postos chaves e importantes, no Comandante do 6º Regimento de Cavalaria, Tenente
beneficio do bem estar público. Coronel Homero Laydner, num “golpe de mão”,
O 6º Regimento de Cavalaria é fruto de um trabalho simplesmente trouxe o Regimento para as novas
insano, honesto e muito bem orientado, mostrando instalações, foram realizadas buscas por documentação e
cabalmente a capacidade administrativa do atual Comando, registros da época, que pudessem ter servido de estímulo a
o que justifica perfeitamente todas as nossas palavras, tal suspeita, no entanto, nada foi encontrado que justifique
sinceramente elogiosas. tal afirmação. Há, sim, evidências que mostram a ativa
participação do Comandante do Regimento na supervisão
Não poderíamos ter constrangimento algum em citar das obras, decidindo como seria a distribuição dos pavilhões
as virtudes do Coronel Homero Laydner, do Tenente-Coronel e baias, finalmente, observando-se a descrição de
Luiz Carlos de Medeiros Pontes, que dentre muitas outras elementos como: picadeiro, Carriere, pista de cross-Country,
funções exerceu a de instrutor da Escola Militar das Agulhas Formação Veterinária, é fácil concluir que toda a obra foi
Negras, e a de instrutor chefe Escola de Equitação do direcionada para abrigar uma Cavalaria.
Exército, funções para as quais não só são escolhidos os
melhores dentre os mais capazes, isto para não citar a de
muitos de igual valor, que os põe em destaque dentro do
quadro militar brasileiro, com elementos aptos a
desempenhar qualquer função, para qual venha a ser
designado”.
Homenagem “do 6° RCB a seu ex-Comandante” José de Abreu - “Barão do Cerro Largo”.
De suas alterações extraímos o seguinte resumo:
O Sr Cel HOMERO LAYDNER Of de Cav do Exército
Brasileiro, valor pessoal e zelo profissional, com mais de 30
anos de serviço, a maior parte vividos na faixa da fronteira
Rio-grandense, ora como Of de tropa, ora no EM da 2º DC, o
Cel HOMERO LAYDNER pela vontade firme no cumprimento
dos deveres militares, correção de atitudes dos quais de
significativo valor, estão a credenciá-lo como excelente
militar
Serviços de relevância que recomendam o candidato:
a sua atuação na 2º DC como “troupier” e como Of do
estado maior, afirmado por mais de 20 anos de assinalados
serviços, resultou em benefícios reais para o prestigio e
eficiências de nosso exército, na faixa de nossa fronteira
com a Argentina. O seu perfeito procedimento na vida
pública e privada, somados a circunstância de possuir mais
de 60 elogios, muitos dos quais de significativo valor, estão a
credenciá-lo como excelente militar, exemplar cidadão e
Coronel Homero Laydner modelar chefe de família.
Comandante do Regimento José de Abreu - 6° RC, no Tropier – Palavra da língua francesa significa soldado de
período de 1°/04/1953 a 13/11/1957, nascido em Alegrete- Cavalaria.
RS no dia 08 e agosto de 1908, foi declarado Aspirante
Oficial da Arma de Cavalaria em 19 de janeiro 1929, na
Escola Militar de Realengo-RJ.
O Sr. Cel. HOMERO LAYDNER durante sua carreira
militar serviu por diversas vezes no 6° RC (nos postos de 1º
Ten, Cap, Maj e por último como Cmt do Rgt).
Durante o período que comandou o 6° RC, foi o Cmt
que conseguiu transferir o regimento do antigo para o novo
aquartelamento, orientou desde o início a construção da
nova sede do Regimento, inaugurado no atual local,
conseguiu a denominação histórica de Regimento José de
Abreu ao 6° RC, criou o Brasão de Armas e o Estandarte
Histórico em homenagem ao seu glorioso patrono Marechal
Capítulo VI
Transformação do 6º RC em 6º RCB
1971 – 2012
A denominação que acompanha o Regimento até
hoje, “6º Regimento de Cavalaria Blindado”, chegou através
da Portaria Ministerial Nr 042 - 22 Set 71, o 6º Regimento de
Cavalaria (6º RC), foi transformado em 6º Regimento de
Cavalaria Blindado (6º RCB).

Trato com as montarias Último desfile a cavalo do 6º RC - 1971


A lida diária com o cavalo tornava-o conhecedor do
cavalariano. Entre ambos nascia e frutificava uma amizade
muito grande.
Talvez a mais significativa mudança ocorrida no
Alguns conseguiam tornar suas montarias muito mansas, Regimento através dos tempos, por força da evolução da
tamanha a intimidade com eles.
Por isso, um Tenente da Cavalaria podia até se dar ao luxo de
arte da guerra, a companhia do velho amigo, o cavalo, foi
levar suas montarias à aguada completamente soltos; substituída pelo poder de fogo e proteção blindada dos
seguiam-no ou atendiam à voz ou ao assovio com
surpreendente presteza
carros de combate, depois de mais de 80 (oitenta) anos o
Regimento deixava de ser hipomóvel, iniciando uma
(Cel Estigarribia) harmoniosa transição para o blindado, sem romper os laços
com as tradições da antiga Cavalaria.
A foto abaixo mostra o momento do embarque da
cavalhada do Regimento, transferida para outras Unidades.

Antigas baias, demolidas para dar lugar às garagens dos


blindados, destaque para o cavalo Nemo (2º da direita para
Embarque da cavalhada do Regimento a esquerda), este cavalo dá nome a uma pista de salto do
Centro Hípico José de Abreu.

Assim, o Regimento deixou de ser Hipomóvel para


tornar-se Blindado em 1971, ampliando a capacidade de
combate da 2ª Brigada de Cavalaria Mecanizada e,
consequentemente, suas possibilidades operacionais. Integrantes da Equipe de Manutenção na época da
Primeiro desfile motorizado do 6º RCB – 1971. transformação do 6º RC/RCB -. O então Ten Adriano e Ten
Eduardo ministravam instrução de direção e Manutenção
dos Shermans e Scultcar. “Tempos de muito trabalho e CAMPEDELLI, chegaram no 6º RCB - “Regimento José de
extremamente gratificante”. Conforme relato do Coronel Abreu”, 18 (dezoito) carros de combate M4 Shermann,
Eduardo. procedentes do 1º RCC (Rio de Janeiro-RJ), sendo
distribuídos 09 (nove) Blindados para o 1º Esquadrão CC e
09 (nove) Blindados para o 2º Esquadrão CC. Estes foram
os primeiros Carros de Combate a compor esta Unidade
Blindada.
Carro de Combate M4 “SHERMANN”
CARACTERÍSTICAS
Armamento: 1 (um) Can 75mm, 1 (uma) Mtr. 30mm coaxial,
1 (uma) Mtr. 30mm de proa no Chassie 1 (uma) Mtr .50 Aae.

Ano de fabricação – 1940

Desempenho: Vel. Máxima 40 Km/h

Origem: Estados Unidos

Raio e Ação: 190 Km

Capacidade Reservatório Comb: 662 litros de gasolina


azul

Blindagem: Aço de 80mm

Motor: R975-C4 com 9 cilíndros a quatro tempos

Histórico Peso: 32 toneladas (equipado)


… Fabricado no verão de 1940, o Carro de combate
M4 “Shermann” entrou em ação pela primeira vez em 1942, Guarnição: Cinco homens
na Batalha de El Alamein (Norte da África).
Foi utilizado amplamente pelos Estados Unidos e
aliados durante e após a Segunda Grande Guerra, quando
foram produzidos cerca de 50.000 unidades. Também foi
empregado na Guerra da Coréia no Oriente Médio.
… Em 29 de maio de 1973, no Comando do Cel José
Carro Blindado de Pessoal – CBTP M-2 A1 HALF-TRACK Cavalaria a utilizar o M2 Half-Track foi o 1º Esquadrão de
Reconhecimento, que atuou na Campanha da Itália entre
1944 e 1945, incorporado a FEB.

… Em 1973, no comando do Cel José Campedeili, o


6º RCB - “Regimento José de Abreu” recebeu o 1º carro
blindado de transporte pessoal M-2 A1 Half-Track, onde foi
designado para o 4º Esquadrão de Fuzileiros Blindados,
procedente do Parque Regional de Motomecanização de
São Paulo (PqRMM /2).

CARACTERÍSTICAS

Armamento: Mtr 30mm e Mtr .50mm

Ano de Fabricação: 1943


Histórico
… O veículo meia lagarta Half-track caracteriza-se por Motor: White 160 AX, 6 cilindros, 147 HP
possuir rodas com pneus na sua parte dianteira e lagartas
na parte traseira. A partir de 1941, começou a produção em Blindagem: todo em aço com capota de lona removível
série do Half-Track pelos norte americanos, devido às várias
vitórias Alemãs na frente ocidental (2ªGuerra Mundial), Combustível: Gasolina
usando tanques acompanhados dos modelos de meia
lagarta, desde transporte à rebocadores de grandes peças Origem: Estados Unidos
de artilharia.
… Neste momento o Brasil firma o maior contato
militar de sua história com os Estados Unidos para a
aquisição de material militar, o que previa a compra de 430
carros meia lagarta M2 Half-Track, cujos exemplares
começariam a chegar no Brasil a partir de 1943. Com a
criação da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que lutou
ao lado dos aliados na campanha da Itália em 1944/45, o 1º
Esquadrão de Reconhecimento operou com cinco destes
veículos, usando no transporte de carga, pessoal e porta Centro Hípico José de Abreu
morteiro de 81mm. A primeira fração constituída de
Está constituído da Invernada Masgrau, que fica no O Coronel José Campadelli, criou o Círculo Militar de
Campo de Instrução do 6º Regimento de Cavalaria Blindado, Alegrete, cuja sede ficou na antiga Granja do Regimento.
o encarregado deste complexo é o Capitão de Cavalaria
Elvis Cris Antunes Coelho, Comandante do 3º Esquadrão de Cel José Campedelli
Fuzileiros Blindados, tendo como adjunto o 1º Sargento de
Cavalaria Gelson Rodrigues de Souza e veterinário, o 1º
Tenente Veterinário Rodrigo Flores Irion. O efetivo é 40
(quarenta) militares.

Foi criado o Estatuto do Círculo Militar que aceitava


civis para participar junto com os militares, foi criada uma
estrutura básica, na qual o primeiro departamento criado foi
o de Equitação, para cuja chefia foi nomeado o então
Aspirante de Cavalaria Pedroso, com decorrer do tempo,
foram tomadas medidas para estruturação do Centro Hípico,
dentre elas podemos citar a construção do Pórtico de
Entrada. Construída pelos integrantes do 2º Pelotão do 3º
O Coronel de Cavalaria José Campedelli assumiu o Esquadrão de Fuzileiros Blindados.
comando em maio de 1972, já com a determinação
Ministerial para transformação do 6º Regimento de Cavalaria Foram feitas algumas modificações na estrutura onde
(hipo) em 6º Regimento de Cavalaria Blindado (aço). Logo funcionava a Administração da Granja para se adequar à
que assumiu o comando o Coronel achou que as atividades Seção Veterinária.
hípicas teriam que ser retiradas do aquartelamento, esta
decisão do comandante inclusive causou estranheza, porque
os oficiais já estavam muito acostumados com a atividade
hípica dentro da caserna.
fundos, no antigo depósito de forragem, logo a seguir foi
construído o primeiro pavilhão de baias, em madeira de
eucalipto doadas pelo Sr Manoel de Freitas Andes
(Panchito), que fica onde está o pavilhão de alvenaria atual.
Este galpão recebeu a denominação de “Dama
Negra” em homenagem a uma égua que pertenceu ao
Tenente Melo, doada ao Centro Hípico pelos seus familiares,
por ocasião do seu falecimento. Por tradição, esta égua era
usada por todos os Aspirantes recém chegados a OM, para
realizar os primeiros saltos.
O Coronel Campedelli, como se preocupava muito
com a subsistência do Círculo na parte de equitação,
destinou toda a estrutura da pocilga que contava com 48
Entrada do Centro Hípico (quarenta e oito) matrizes da raça duroc e três cachaços
(porco macho reprodutor), o rendimento do produto da
pocilga, possibilitou a aquisição de 06 (seis) animais de salto
adquiridos em Quaraí e 12 (doze) animais para polo, que
foram aumentar o efetivo de animais de esportes
remanescentes e que seriam do Círculo, outra aquisição
possibilitada com a produção da pocilga foram 08 (oito)
selas de polo, 08 (oito) capacetes para polo e 24 (vinte e
quatro) tacos de polo, adquiridos na Argentina, este material
constituiu o primeiro acervo do material hípico do Círculo
Militar, que por determinação do Coronel Campadelli, juntou-
se ao equipamento hípico de um pelotão de cavalaria,
completamente equipado para desfiles, o equipamento
consistia de selas reiúnas, com equipamento de campanha e
que ficaram acondicionados na primeira reserva do edifício
da veterinária).
Foto atual do galpão das baias

Ao mesmo tempo, começaram a ser projetadas a


sede do futuro Círculo Militar que funcionava no galpão dos
Piquete José de Abreu
O piquete José de Abreu foi fundado em 1984, pelo
Cel Cav VLADIMIR GILBERTO DANIA NERVA, então
Comandante do Regimento, tendo realizado o seu primeiro
desfile filiado ao CTG Vaqueanos da Fronteira, em 20 de
setembro de 1985. Seu primeiro posteiro foi seu fundador.

Galpão Crioulo José de Abreu


O piquete em sua apresentação, também caracteriza
a estreita ligação entre o gaúcho, seu pingo e sua tradição
equestre: trazendo representações de modalidades
esportivas de hipismo que são praticadas em sua sede.
Coronel Nerva

O Piquete José de Abreu foi fundado nesta


Organização Militar (6° RCB), para cultuar e manter as
tradições gaúchas no Regimento, tendo como meta estreitar
os laços de amizade e camaradagem entre militares e
tradicionalistas da cidade, bem como servir de elo de
aproximação junto aos CTG de Alegrete.
O Patrão de honra: Será o Comandante da Unidade
em exercício.
A Patronagem é composta dos seguintes cargos:
Posteiro, 1º Capataz, 2º Capataz: Agregado das Pilchas,
Encarregado do Patrimônio. Desfile do dia 20 de setembro
Capítulo VII Salão de Honra
Salão de Honra No Salão de Honra do Regimento, encontramos
quadros como o de Duque de Caxias, patrono do Exército
Brasileiro.

Duque de Caxias
Também encontramos o quadro do Marechal Osório,
A marmita - preta patrono da Cavalaria.

A marmita preta usada para acondicionar a ração quente


individual. Tudo ia misturado, o feijão, o arroz, a salada, a
carne, a sobremesa, e na sua tampa servia-se o “chá
maligno.”

Comumente essa etapa continha um ovo cozido, mariola e


queijinho provolone. Dizia-se que cada garfada
correspondia a uma hora de azia.

Depois de socada a etapa ia sacolejando dentro da


marmita que era presa na carga da frente, no final de uma
etapa de marcha, seu consumo era um desafio.

(Cel Estigarribia)

Osório – O Legendário
O sobrenome português é de origem toponímica,
Quadro com o Brasão da família Abreu, entre outros sendo um dos sobrenomes derivados do lugar onde vivia ou
acervos. tinha terras o portador original do nome de um lugar
chamado Abreu, localizado na Província do Minho, ao
noroeste de Portugal, o qual foi adotado pela primeira vez
por Gomes de Abreu, durante o Reinado do Rei Afonso
Henriques de Portugal (1185 – 1211).
No Brazão dos Abreus de Portugal, a bordura de
prata foi carregada com oito folhas de álamo azul. Álamo é
uma espécie de pinheiro, que desenvolve em seu tronco
uma resina da qual se produz o “breu”, daí a referência dada
à região produtora de breu, por este motivo o “de” indica
lugar. (o trecho acima é um fragmento do trabalho
denominado DESCENDENCIA DO MARECHAL JOSÉ DE
ABREU, que teve seu início em 01/11/1998, no primeiro
encontro dos descendentes de José de Abreu, sob a
coordenação da tetraneta Neuza Maria Ferraz de Abreu
Brazil, realizado na cidade de Porto Alegre – RS, com a
presença de cento e cinquenta descendentes.)
Aqueles do século XIV, membros da honorável casa
Brasão da família Abreu dos Abreu, viveram no tempo em que uma das maiores
façanhas das armas da história de Portugal, teve lugar, a
saber, a Batalha de Aljubarrota travada em 14 de agosto de
1385, próxima da assim denominada cidade, localizada no
História do sobrenome De Abreu centro de Portugal. O rei Castelhano Juan I, reclamava a
O genealogista Manoel José da Costa Felgueiras Coroa de Portugal, através de seu casamento com a Rainha
Gayo, registrou que o sobrenome ABREU é uma corrupção Beatriz, a filha do último Rei de Portugal.
de EVREUS e, este, a corrupção de D’EVREUX, e identifica A grande maioria dos Portugueses, incluindo muitos
Gonçalo Martins de Evreus, como natural da Normandia e dos patrióticos membros da Família Abreu, não estavam
que descende por varonia dos Condes D’Evreux. Uma dispostos a aceitar um Rei Castelhano, razão pela qual
árvore genealógica da família Guzman D’Evreux, desde o escolheram como seu líder a João de Avís, que se iriam
século XIII aos atuais titulares – Vannes em 27 de fevereiro juntar a luta que estava para vir por Nuno Alvares Pereira, o
de 1806, distendendo seus galhos de gerações, desde o ano “condestável’’ Juan I invadiu Portugal confiante no valor de
de 1230, cuja origem era a Espanha, mas cujos seu Exército, que contava com vinte e dois mil cavaleiros e
descendentes se ramificaram pela França, Áustria e Países soldados, e esperava o apoio de nobres Portugueses que o
Baixos. tinham como legítimo herdeiro. Ao contrário, João que tinha
sido proclamado Rei de Portugal há apenas quatro meses, nome, neste caso, o sobrenome é derivado do nome de um
estava apto para reunir tão somente uns meros sete mil lugar chamado Abreu, durante o reinado do Rei Afonso
homens, não obstante o prestígio do Chefe Pereira, ganho Henriques de Portugal (1185-1211). O prefixo “De” indica a
através de suas vitórias em incursões do ano precedente, origem toponímica do sobrenome. Os primeiros registros
inspirou entre a milícia de seus comandados e soldados, os mostram que a Família Abreu desempenhou um importante
quais podem ser incluídos heroicos membros da família papel na história de Portugal, tendo ocupado altas posições
Abreu, a garantia da necessidade de uma condição da em chancelarias e nas ordens Militares.
vitória, uma vez que a direção dos Castelhanos tornou-se Um ramo da Família tinha o título de senhores de
clara, Pereira propôs um plano que acarretaria no regalados, resultante do casamento entre Diego Gomes de
bloqueamento das linhas inimigas em avanço, e então Abreu e Dona Leonor Vigas do Rego. Seus descendentes
procederia a ofensiva, tendo manejado seus inimigos em eram Senhores de Amial, Paço, de Anquião, Carreira, Abreu
terrenos que anularia a vantagem numérica dos invasores. e Limas e Abreus - Cavoras.
A despeito da desconfiança de alguns Comandantes As referências mais antigas sobre o nome datam do
Portugueses em adotar uma estratégia agressiva contra um século XI, com o registro de uma doação por parte de Dona
oponente numericamente superior, o ritmo dos Urraca, filha do Rei. A igreja de Cuy, em 13 de janeiro de
acontecimentos tiveram poucas alternativas para escolha de 1071. Entre outras propriedades mencionadas no citado
ações e os ainda indecisos, foram forçados a seguir o documento, aparece a propriedade de Vasco Nunes de
audacioso desígnio do condestável, que saiu de Abrantes Abreu. Um descendente desta família, Gonçalo Rodrigues
com o Exército levantado e seguiu para Comar. Os de Abreu, era camareiro a serviço do Rei Afonso Henriques
Portugueses procederam para prevenir o avanço dos de Portugal. Os ramos da família espalharam-se por
castelhanos em Lisboa, e Pereira colocou suas forças numa Portugal através do casamento entre membros da família
colina defensiva ao norte e a oito quilômetros ao Sul de Abreu com membros de outras famílias proeminentes. Felix
Leiria. Ali, com encostas ásperas para ambos os lados, a José de Abreu y Bertolano, nascido em Carracas em 13 de
posição defensiva tinha a vantagem da inclinação sobre o julho de 1721, era membro da ordem dos Cavaleiros de
campo do atacante, os cavalheiros castelhanos, acreditando Santiago.
em sua própria superioridade, ignorantes do terreno, Seu irmão, José Antônio, tinha o título de Marquês de
resolveram atacar. O triunfo Português em Aljubarrota, uma Regalia.
fonte de honra para todos, incluindo os atuais portadores do Uma das figuras muito admiradas e reverenciadas
nome da Família Abreu, não só preservou a sua pelos Portugueses, sem dúvida incluindo passados e atuais
independência nacional, mas também marcou a supremacia membros da ilustre família Abreu é a Santa Elizabeth de
política das classes burguesas de Portugal, que tinham Portugal (1271 – 1336).
preparado e feito a Revolução de 1383, e escolhera a João Também conhecida como a “Pacificadora” e “ A
de Avís como Rei. Rainha Santa, Filha de Pedro III de Aragão, ela foi chamada
O sobre nome Português Abreu é de origem por sua tia, Santa Elizabeth da Hungria e foi casada com o
toponímica, sendo um dos sobrenomes derivados do nome Rei Denis de Portugal em 1282, um evento conhecido por
do lugar onde vivia ou tinha terras o portador original do alguns dos membros da família Abreu. Elizabeth venceu a
corrupção e prazeres da corte real, devotando sua riqueza e
energia para atividades caritativas. Quando seu filho Afonso Galeria de Ex-Comandantes
empreendeu uma rebelião contra seu pai, Elizabeth
bravamente interpôs-se entre os Exércitos oponentes
efetuando a contento uma reconciliação. Verdadeira para
com seu Cognome “ A Pacificadora”, Elizabeth morreu em
meio a rota para um campo de batalha, onde esperava
conseguir a paz entre seu filho, o Rei Afonso IV, e o Rei
Castelhano Afonso XI. De fato, os portadores do sobrenome
Abreu podem gloriar-se na rica e colorida História de sua
terra Portugal.
Brasão de Armas: Em pala; verde, cinco asas de
águia de ouro, a segunda de ouro deito aspas de goles,
postas de três, duas e três, uma bordura de prata, carregada
com oito folhas de álamo azul. Um coronel ducal de ouro
Portugal.
Ten Cel João da Silva Barbosa
25-02-1889 a 03-03-1890

Ten Cel Isauro Reguera


11-01-1930 a 04-10-1930
Ten Cel Alcides L Santana Ten Cel Dilermando de Assis
26-10-1931 a 20-12-1932 16-08-1937 a 13-16-1940

Ten Cel Ernani Augusto Corrêa Ten Cel Heitor da Fontoura Rangel
22-02-1933 a 07-03-1935 07-07-1941 a 26-09-1942
Ten Cel Mário Neves Galvão
Ten Cel Armando Moraes Âncora 04-04-1945 a 12-05-1945
30-10-1942 a 15-02-1944

Ten Cel Sebastião Dalisio Mena Barreto Ten Cel Oromar Osório
05-02-1944 a 28-04-1944 22-05-1945 a 16-07-1946
Ten Cel Salm de Miranda Cel Homero Laydner
16-07-1946 a 14-02-1948 01-04-1953 a 13-01-1957

Ten Cel Bento Pena Fernandes Júnior Ten Cel Waldo Chagas Nogueira
14-05-1948 a 12-07-1949 25-03-1959 a 26-09-1961
Ten Cel Jaime C. Bicca de Freitas Cel Enio Gouvêa dos Santos
27-09-1961 a 15-01-1963 11-02-1967 a 27-02-1969

Cel Vinícius Lemos Kruel


Ten Cel João C. Rodrigues Beltrão 28-02-1968 a 16-03-1971
17-02-1963 a 25-04-1966
Cel Evilacio Pereira Cel Octávio Acosta Alvares
17-07-1971 a 04-05-1972 01-08-1974 a 11-06-1975

Cel José Campedelli Cel Eugênio Gualdi Filho


15-06-1972 a 18-07-1974 11-07-1975 a 19-07-1977
Ten Cel João Carlos F Jatahy Cel Wladimir Gilberto Dania Nerva
19-07-1977 a 22-08-1979 10-02-1982 a 18-01-1985

Ten Cel Antônio Carlos N. de Lemos Cel Roberto Luiz Coelho


22-08-1979 a 10-02-1982 18-01-1985 a 23-01-1987
Cel João Pedro Campos Cel Elber Pinto da Silva
23-01-1987 a 27-01-1989 29-01-1991 a 29-10-1991

Cel Nilo Fontoura Nunes Cel Tércio Travassos de Azambuja


27-01-1989 a 29-01-1991 04-11-1991 a 26-01-1994
Cel Valdo Guterres Mello
Cel Sérgio Costa de Castro 30-01-1998 a 27-01-2000
26-01-1994 – 26-01-1996

Cel Thadeu de Oliveira Bello


27-01-2000 a 01-02-2002
Cel jorge Washington Conceição Bermudez
26-01-1996 a 30-01-1998
Ten Cel Fernando Sampaio Costa Ten Cel Genessi Sá Júnior
01-02-2002 a 22-01-2004 19-01-2006 a 17-01-2008

Ten Cel Marcelo Martins


22-01-2004 a 19-01-2006 Ten Cel Uilson Nascimento
17-01-2008 a 21-01-2010
Nota: Como pode ser observado na Galeria de Ex-
Comandantes do Regimento, faltam às fotografias dos
Comandantes no período compreendido entre 03 de março
de 1890, e 11 de janeiro de 1930, período que marca o fim
do Comando do Tenente Coronel João da Silva Barbosa e o
início do Comando do Tenente Coronel Isauro Reguera, as
fotos que estão faltando na galeria não foram encontradas,
abaixo, a relação nominal destes Comandantes e o período
em que estiveram no comando do Regimento.

 De 19 maio a 9 novembro de 1890 - Coronel


Francisco Xavier de Godoy;
Ten Cel Carlos Augusto Ramires Teixeira
21-01-2010 a 21-01-2012  De 19 maio a 2 novembro de 1891 - Tenente Coronel
João Batista de Almeida;

- De 18 junho a 24 outubro de 1892 - Major Alfredo de


Atual Comandante do 6º RCB Miranda P. da Cunha;
Tendo iniciado o Comando em 11 de janeiro de 2012.
- De 20 março de 1893 a 11 julho de 1894 - Tenente
Cel. Carlos Augusto Pinto Pacca;

- De 11 julho de 1894 a 11 julho de 1906 - Coronel


João Justino da Rocha;

- De 7 de dezembro de 1906 a 4 de março de 1909 -


Tenente Coronel José Maria Ferreira;

- De 22 de março de 1909 a 1º de março de 1911 -


Coronel Fredolin José da Costa;

- De 21 de dezembro de 1911 a 22 de Junho de 1913


– Tenente Coronel Ernesto Francisco Dornelles;
Ten Cel Ricardo de Castro Trovizo
- De 21 de março de 1914 a 24 de junho de 1915 –
Major Antero Aprigio Gualberto de Mattos; Tenente Coronel João Torres Cruz;

- De 29 de junho de 1915 a 11 de fevereiro de 1916 – - De 19 de setembro de 1928 a 29 de fevereiro de


Tenente Coronel Epiphanto Alves Pequeno; 1929 – Capitão Gabriel Paiva da Cruz;

- De 1º de janeiro de 1917 a 2 junho de 1917 - Major - De 31 de maio a 16 de setembro de 1929 - Major


Álvaro de Souza Portugal ; José silvestre de Mello; e

- De 3 de junho de 1917 a 18 de janeiro de 1918 - - De 5 de outubro de 1929 a 7 de maio de 1931 –


Tenente Coronel José Maria Moreira Guimarães; Tenente Coronel Ary Salgado Freire.

- De 4 de setembro de 1918 a 12 de agosto de 1920 -


Major Joaquim Fernandes Brandão;

- De 12 de agosto de 1920 a 20 de fevereiro de 1922 -


Tenente Coronel Luís Carlos Franco Ferreira;

- De 21 de fevereiro a 22 de março de 1922 - Tenente


Coronel Alfredo Floso Cantalice;

- De 1º de abril a 28 de junho de 1922 - Major Antônio


Azambuja;

- De 5 de julho de 1922 a 29 de maio de 1923 - Major.


Setembrino Alves de Oliveira;

- De 30 de maio de 1923 a junho de 1925 – Tenente


Coronel Raymundo da Silva;

- De 24 de junho de 1925 a 12 de fevereiro de 1927 –


Tenente Coronel Setembrino Alves de Oliveira;

- De 18 de março a 4 de outubro de 1927 - Maj.


Manuel Candido de Pinho;

- De 26 de dezembro de 1927 a 23 de maio de 1928 –


Capítulo VIII O Regimento e seus Esquadrões
O Regimento e seus Esquadrões O 6º Regimento de Cavalaria Blindado como
elemento de choque amplia a capacidade de combate da 2ª
Brigada de Cavalaria Mecanizada e, consequentemente,
suas possibilidades operacionais no comprimento de
missões de natureza ofensiva. Proporciona, ainda,
condições para o combate aproximado e para a manutenção
do terreno conquistado.

Revista da cavalhada
A Revista da Cavalhada era mensal. Examinava-se tudo:
limpeza, ferragem, ripagem, tosagem, penso etc...
Havia sempre mais cavalos que condutores e, por isso, na
hora de cantar o número do cavalo para a comissão
examinadora havia muita confusão.
O uniforme do soldado, no caso, era composto de um gorro
circular sem pala, tamanho único (uma das mais feias e
impróprias peças de uniformes jamais concebidas), camiseta O Regimento de Cavalaria Blindado é o elemento de
branca, calção azul (em cujo cadarço amarravam a chave do
cadeado ou o próprio), conga preta.
manobra mais eficaz para conduzir operações ofensivas e
No cavalo, um cachimbo lhe retira qualquer ardor para um defensivas continuadas, cerrando sobre o inimigo a fim de
coice. Os oficiais ainda se fardam com uniformes no estilo
francês (uma missão militar francesa, na década de 30, deixou
destruí-lo, neutralizá-lo ou capturá-lo, utilizando o fogo, a
marcas em muitos aspectos do exército): golas, punhos e manobra, o combate aproximado e a ação de choque. Na
polainas em brim v.o. Escuro, na cor dos culotes, equipamento
tipo mills e capacete de fibra endurecida, apelidado Jim das
ofensiva é especialmente apto para realizar incursões,
Selvas. atacar, aproveitar o êxito e perseguir o inimigo, participando
(Cel Estigarribia)
de manobras de flanco. Nas operações defensivas mantém
o terreno, executa movimentos retrógrados, particularmente
a ação retardadora, e realiza contra- ataques. (C 2-30 –
Brigada de Cavalaria Mecanizada - 2ª Edição - 2000 )
O Regimento é composto por 05 (cinco) Esquadrões,
sendo 01 (um) Esquadrão de Comando e Apoio, 02 (dois)
Carros de Combate e 02 (dois) de Fuzileiros Blindado.
Esquadrão de Comando e Apoio 1º Esquadrão de Carros de Combate

Juntamente com o 2º Esquadrão de Carros de


Tem por missão apoiar o Comando do Regimento com os Combate, o 1º Esquadrão é o elemento de manobra ofensivo
meios necessários à conduta das operações de Combate, é do Regimento, tem por missão cerrar sobre o inimigo e
constituído de uma Base Administrativa, Seção de destruí-lo pelo fogo, manobra e ação de choque, é
Comando, Pelotão de Comando, Pelotão de Manutenção, constituído 01 (uma) Seção de comando e 03 (três) Pelotões
Pelotão de Saúde, Pelotão de Comunicações, Pelotão de de Carro de Combate.
Exploradores, Pelotão de Morteiro e Pelotão de Suprimento.

Esquadrão de Comando e Apoio


1º Esquadrão de Carros de Combate
2º Esquadrão de Carros de Combate 3º Esquadrão de Fuzileiros Blindado

Assim como o 1º Esquadrão de Carros de Combate, o A missão do 3º Esquadrão de Fuzileiros blindados,


2º Esquadrão é o elemento de manobra ofensivo do juntamente com o 4º Esquadrão é participar de operações
Regimento, tem por missão cerrar sobre o inimigo e destruí- ofensivas e defensivas, embarcado em suas Viaturas
lo pelo fogo, manobra e ação de choque, é constituído 01 Blindadas de Transporte de Pessoal ou a pé. O emprego
(uma) Seção de comando e 03 (três) Pelotões de Carro de mais comum do fuzileiro blindado é em conjunto com o carro
Combate. de combate, formando o binômio fuzileiro – cc (fuzileiro +
carro de combate).

2º Esquadrão de Carros de Combate 3º Esquadrão de Fuzileiro Blindado


4º Esquadrão de Fuzileiros Blindados Curso de formação de Sargentos

A missão do 4º Esquadrão de Fuzileiros blindados,


juntamente com o 3º Esquadrão é participar de operações
ofensivas e defensivas, embarcado em suas Viaturas
Blindadas de Transporte de Pessoal ou a pé. O emprego
mais comum do fuzileiro blindado é em conjunto com o carro
de combate, formando o binômio fuzileiro – cc (fuzileiro +
carro de combate). O 4º Esquadrão possui ainda o pelotão
O Curso de Formação de Sargentos já teve uma
de operações especiais (PELOPES), fração de pronto
breve passagem pelo Regimento, no período de 18 de maio
emprego, apta a executar qualquer tipo de missão.
a 31 de outubro de 1970, na época funcionou anexo às
instalações do 1º Esquadrão de Fuzileiros, recebeu 30
(trinta) alunos, depois foi transferido para o 2º Regimento de
Reconhecimento Mecanizado em Porto Alegre, atualmente
12º Regimento de Cavalaria Mecanizado- Jaguarão, em
Porto Alegre, foi instalado no local onde hoje está o 8º
Esquadrão de Cavalaria Mecanizado, no Bairro da Serraria.

Através da Portaria Nr 44-A, de 03 de outubro de


2005, que instituiu a sistemática de descentralização do
período básico, o Regimento foi designado juntamente com
outras 11 (onze) Organizações Militares de corpo de tropa,
para a partir do ano de 2006, conduzirem esta etapa da
4º Esquadrão de Fuzileiro Blindado formação do futuro Sargento.
No dia 24 de Julho de 2006, o CFS do 6º RCB deu início às Capítulo IX
suas atividades.
Acervo Histórico do Regimento José de Abreu

Curso de formação de Sargentos

A 7ª Companhia de Alunos do Período Básico (CFS /


Os condutores
6º RCB), ocupa as antigas instalações do 1º Esquadrão de Na esquadra de exploradores o Guarda-Cavalos levava as
Carros de Combate, as quais foram remodeladas para montadas dos exploradores para a Zona de Reunião dos
Cavalos de Mão. Numa ação retardadora (ou em movimentos
receber 130 (cento e trinta) alunos. retrógrados) o Guarda-Cavalos pagava seus pecados, porque
a troca de posições era frequente e com rapidez.
Mas pagar pecados mesmo era com o Re-condutor de
Cargueiro. Levava umas quantas bolsas de munição, além das
que iam com o cargueiro. Este, invariavelmente marchava em
andadura mais lenta, reagindo à tração. Pior que tudo isso, só
quando o cavalo dói condutor fosse também caborteiro.
O arreiamento compunha-se de cabeçada-buçal com freio,
cabresto, peitoral, carga da frente completa (saco de
distribuição com uma muda de uniforme, balde de lona,
capacete de aço, marmita preta, sacolas); bornal de milho com
2Kg, dentro do alforge; corda de forragem; espada preta com
estojo de couro; porta-ferradura; carga de trás (capote, ½ pano
de barraca, 4 estacas de queixo, um macho e uma fêmea,
paus de barraca).

(Cel Estigarribia)
Acervo Histórico do Regimento José de Abreu
O Regimento possui um rico Acervo Histórico,
composto do Acervo de Blindados do 6º RCB, Espaço
Cultural Barbearia do Regimento e Sala de Exposição
Tenente Coronel Armando de Moraes Âncora, nele
encontramos os mais variados artefatos utilizados pelo
Exército ao longo dos anos, como carros de combate,
capacetes da Segunda Guerra, uniformes, móveis antigos,
etc. Passear pelo Acervo é como uma agradável viagem ao
passado, que permite às mentes de sensibilidade mais
apuradas, ouvir a história que cada objeto conta na
suavidade do silêncio.
Mostrar o Acervo Histórico em sua totalidade tornaria
este capítulo demasiado longo, por esta razão, procuramos
trazer para estas páginas apenas alguns objetos, os quais
julgamos mais importantes. Carro de Combate “M41 A3”
Acervo de Blindados Carro de Combate M4 “Shermann”

Carro Blindado de Transporte de Pessoal – M-2 A1 Half-Track


Carro de Combate “X-1 Pioneiro” Carro de Combate “M3 X1- A2"
Espaço Cultural Barbearia do Regimento

A barbearia do possui um belo acervo fotográfico que


Carro de Combate “M-3 A1 Scout Car” ornamenta suas paredes, são fotos deixadas de recordação
por militares que já serviram no Regimento.

Sala de Exposição Tenente Coronel Armando de


Moraes Âncora

Estribo ofertado aos amigos do Regimento


Sala de Exposição tenente Coronel Armando de Moraes
O verbo estribar denota amparo, confiança, firmeza,
Âncora
base, assentar. Neste contexto, um estribo como este é
ofertado ao amigo do 6º RCB. Este exemplar representa “a
outra metade do par” uma forma de dizer ao presenteado
que sempre terá algo de seu nesta OM e assim está sempre
convidado a retornar para que “NOSSOS ESTRIBOS SE
O estribo CHOQUEM EM CAVALGADAS FUTURAS”.
O estribo foi inventado no século V a.C., constitui-se
em verdadeira revolução tecnológica na Arte da Guerra de
então. Foi, por exemplo, um dos fatores responsáveis pelo
notável sucesso militar de “Gêngis Khan” o maior General de
seu tempo que dominou da Ásia Central até a Europa
Oriental e utilizou o cavalo como principal plataforma de O clarim
combate. Hoje, esse adereço proporciona apoio, conforto e
segurança ao ginete. O velho clarim é o instrumento inseparável da
Cavalaria, é o cantor perpétuo das horas alegres e também
das horas tristes. Ele canta as alegrias da “ALVORADA”
como soluça as tristezas do “SILÊNCIO”.
Capítulo X
Nacos de História

Clarim
Companheiro constante de nossas lidas, o clarim
tanto nos conduz para o “debandar”, como para a
“continência”; ao seu som levantamos e deitamos; na hora
da carga ele nos faz estremecer, arrepiar, tremer, vibrar,
enfurecer e avançar resolutos para esmagar o inimigo no
Oração ao Cavalariano
entrevero mortal. É a voz do chefe, é a voz do Comandante, ‘‘Se ao teu corcel não cedes o lugar para de ti depois,
é a voz do líder a nos comandar e guiar. então, cuidar embora te domine o sofrimento;
Se não te agradas, ao menos um momento, com as
Instrumentos polidos brilhando ao sol, bandeirolas tradições heráldicas fremir das cargas que deixaram de
existir;
abanando ao vento; cavalhada baforando, lanças Se não te orgulhas de empunhar a lança, que Osório fez
esmagadas pela empunhadura, ouvidos atentos ao toque credora de esperança na conquista suprema de vitória;
que conduz à batalha, que liberta cavalo e cavaleiro da Se não te queres embriagar na glória de, antes de
todos, ir para o inimigo, infiltrar-te isolando no perigo,
agonia da espera que os aprisiona..., não ousem pensar reconhecer para informar, cobrir retardar, envolver,
que a beleza de tudo isso se perdeu num tempo longínquo, perseguir;
pois os cavalarianos de hoje são os guardiões desse Se, por estares no motor montado, julgas haver-se o
velho ardor quebrado se rei não és do campo na
passado de glória. amplidão, se te faltas a coragem de um leão e o
penetrante olhar da águia não tens, quando a caminho
Clarim e Cavalaria eram elementos inseparáveis da para luta vens, digo-te então:
guerra antiga, onde honra e coragem eram mais importantes Erraste a vocação!
Para trás! Chora em vão teu desengano!
que a vitória, quando cavalarianos enfrentavam a morte Não serás nunca um Cavalariano!’’
montados em cavalos caprichosamente encilhados,
vestindo elegantes uniformes, com luvas imaculadamente
brancas e almas sobejamente livres.
Charges do Coronel Estigarribia Na Carriére do Regimento discutia-se sobre cavalos e
generalidades. O grande esforço físico, a destreza e a
Além das Charges que ilustram os capítulos deste coragem desenvolvidas pela equitação, aproximavam-se
livro, para apreciação do leitor, destacamos mais algumas muito os oficiais e praças e ajudavam a fortalecer o espírito
neste capítulo, estas charges aparatam a parede do corredor de corpo. Periodicamente, chegavam novas remontas e a
do 2º piso do pavilhão administrativo do Regimento. cavalhada meio “chucra” tinha que amansar nas mãos da
soldadesca. Ao comando de “À VONTADE, A CAVALO”
A instrução equestre começava a festa.
A equitação dos soldados era basicamente o volteio e Aspirante chegava sem saber jogar pólo. Tem até a
o exterior. Os sargentos também saltavam e jogavam pólo, história daquele que literalmente ficou (no ar) quando o
completando os times dos Oficiais. Os Oficiais faziam tudo, o capitão, de 4 no time, preparando para o “back”, gritou:
exterior, o pólo e o salto, o adestramento. “Aspirante, fica!”

Forragem e baias
Os cuidados com a cavalhada só diminuíam no
intervalo entre o licenciamento e a incorporação, quando
ficava solta na invernada.
Para assisti-lo no serviço de escala existiam os
CAVALARIÇAS, que fardavam-se com camisetas, calções,
tamancos ou botas de borracha, economizando o
fardamento de instrução. Na verdade, cada militar cuidava
de sua própria montada, reforçando-lhe a forragem, dando-
lhe água, tosando-o e pensando-o, levando-o à ferradoria ou
à Visita Veterinária.
Para o salto, o supra-sumo do requinte era possuir Nas Unidades sem água encanada nas baias,
uma sela DANLOUX, cabeçada de encomenda e aquele começava-se a encher as tinas de madrugada. Certo
bridão grosso, de cargueiro. Para o pólo (e o adestramento), Capitão suspendia a água de seu cavalo sempre que este
os mais craques e requintados queriam uma sela BIDAL, lhe dava um tombo na equitação.
embora a grande maioria usasse mesmo o arreamento A forragem consistia de rações intercaladas de milho,
REIÚNO; no Rio Grande do Sul, era costume jogar pólo de alfafa e verde (capim). Se o milho fosse molhado muito
bombachas, com um bom pelego sobre a sela. Prevista nos antes de ingerido ou existisse mofo na alfafa, era cólica
manuais e constante do programa de instrução, a equitação certa.
dos praças e dos oficiais era diária, mas o pólo se praticava A alfafa prensada vinha em fardas retangulares de
duas vezes na semana e nos sábados e domingos. 45Kg, atadas com o milagroso e multiuso ARAME DE
ALFAFA, cujo emprego engenhoso daria um bom livro. desfiles, quando marchava-se centenas de quilômetros.
Os homens e animais marchavam completamente
equipados e nada faltava às frações elementares: seu carro-
cozinha, sua pipa d'água, carroças coloniais com a complexa
tralha do Subtenente. Naquelas carroças iam toldos, placas
indicativas, marmitas térmicas, lampiões, canastras,
ferramentas de parque, fogões NA, tambores de água
fervente, sacos LISTERS, galinhas pondo ovos, bolachas
duríssimas e, às vezes, uma garrafinha de aguardente para
curar gripes no inverno.

Dizia-se ARGOLADO ao cavalo forrageando em


condições normais, em seu quartel e VENCENDO FORA,
nas demais situações. Como a distribuição da alfafa não era
muito precisa, às vezes acabava antes que o último cavalo
das baias recebesse sua ração. Àquele olhar desesperado,
da consciência do insucesso, dava-se o nome de OLHAR
DE FORRAGEM, aplicável a outras condições de frustração
inevitável.
Mas quanto mais forrageados, mais estrumáveis e
aumento considerável de moscas, coisa que comandante O pior é que a arrumação de todo esse material,
nenhum queria em seu quartel. Houve até o caso do Coronel assim como a encilhagem da cavalhada, sempre se fazia de
que mandou seu Major Fiscal descarregar o cavalo de um madrugada. Aliás, parece que todas as tarefas complicadas
Tenente porque, de tanto estrumar, acabou prejudicando a num Regimento de Cavalaria precisavam acontecer ainda no
estrumeira. escuro, ao alvorecer. Nasceu daí a expressão MADRUGADA
E CONFUSÃO, aplicável a todas situações de tumulto.
No rancho dos estacionamentos, comia-se demais por
Marchas e estacionamentos causa do desgaste com as tarefas da campanha. Era a
Na Cavalaria Hipo, além das marchas a pé, oportunidade para algum soldado mais esperto desapertar o
marchava-se a cavalo. Existiam mesmo situações estômago, servindo de portador das canecas de café de
extraordinárias de manobras, competições e reuniões para toda a sua esquadra. A situação de maior risco, digna
dos mais heroicos, era a da forragem à cavalhada presa à franja vermelha eu número da Unidade em dourado. Na
corda-tronco (grupo menores podiam ficar reunidos pelo anel garupa dos animais fazia-se uma figura com vaselina,
de bivaque, pouco usado). Temeridade sempre lembrada. normalmente um xadrez ou o brasão da Arma.
Tudo conforme o RISG, o RCont e o C2-5.
O Cassino dos Oficiais era local preferido para um
joguinho de gamão antes do almoço, depois da equitação.
O RISG Ou, ao som de algum bolero baixinho, servia para os
Tudo quanto não se estabelecera em outros manuais solteiros tirarem uma breve “tora”, que ninguém é de ferro.
e regulamentos, constava do RISG: cerimônias e O RISG também normatizava a parada diária,
formalidades, atribuições de cada posto, graduação e comandada pelo Capitão S1 e pelo Oficial de Dia nos
função, os serviços gerais, as dependências, formaturas, a feriados. Momento solene, de extremado rigorismo na
parada diária, as revistas médicas e veterinárias e da apresentação individual, terminava pelo não menos solene e
simbólico comando de “EM CONTINÊNCIA AO TERRENO,
APRESENTAR-ARMAS !”

O Serviço em Campanha
Ia-se muito ao campo para a instrução do Serviço em
Campanha, o que implicava no transporte de uma tralha
enorme. Para o Morteiro 81mm Brandt utilizava-se uma
carrocinha. Arrumava-se o tubo, placa-base, bi-pé,
ferramenta de parque, balizas e bandeirolas, granadas,
espoletas. Depois de descarregado o material, quem o
conduzia era a sua guarnição num esforço imenso e alívio
do cargueiro.
cavalhada, as salas de recreação, biblioteca, etc.
Nos dias de grande pompa, como no Dia da Pátria, no Aprendia-se que a ossatura de uma posição era dada
Dia do Soldado ou numa Inspeção, o Regimento formava pelo fogo cruzado das Metralhadoras, daí o zelo enorme por
com uniforme de parada, normalmente numa grande área elas. Os homens da guarnição de FM ou MTR ajudavam a
como o Campo de Pólo, se contíguo ao aquartelamento. De cavalhada a transportar bolsas, reparos, canos de troca. A
talabarte de couro Curitiba, espada Solingen, botas Moreira, função mais castigada era a do cavaleiro remuniciador-
túnica e culote Passarello, capacete de fibra tipo francês, os condutor de cargueiro, porque tracionava o cargueiro, levava
oficiais montavam seus cavalos de cola atada com ligas o reparo nas costas e cruzava umas quatro bolsas de
brancas, caneleiras de couro branco encerado, malotes e munição pelo corpo.
carga de frente apertados, manta de parada azulão com
No cargueiro do FM ou MTR Madsen iam 10 bolsas, Contou-nos o Sargento Guedes, que em certa
cada uma com 5 carregadores a 16 tiros 7mm. ocasião o seu esquadrão foi para o Capivari, a fim de
realizar instrução, no acampamento em que estavam
apareceu um burrico, que logo foi batizado com o nome
“Perico”. O comandante do esquadrão adotou o Perico como
mascote, ordenando que cuidassem bem dele, ao que
parece, o próprio Perico entendeu a ordem, pois passou a
ficar exigente em sua alimentação.

Existiam missões isoladas cumpridas nos PAG ou à


frente das posições e das colunas, pelos Vedetas e
Exploradores. Muito só, um vedeta (que deveria estar a pé)
poderia ser surpreendido em sua sonolência ou outras
distrações, ao invés de atento aos seus deveres básicos e
sintetizados na “Cruz do Vedeta”.

Cabo Hadarino e Perico após o salvamento

Estavam no acampamento nesse dia e presenciaram


os acontecimentos, o Subtenente Jesus (Jota) encarregado
do rancho, o Cabo Juvenal, Cabo Vargas e o alimentador
oficial do burro Cabo Rodrigues (Bafo), o comandante do
esquadrão havia levado seus cavalos para as oficinas de
O Burrico Perico instrução e junto foi o sargenteante, que tinha a fama de
dedo duro. matar o burro afogado? Na verdade o que aconteceu foi que
Era uma época de muito frio, o curso de cabos o Perico chegou tristonho no acampamento, então eu
estava junto com o esquadrão, numa manhã, por volta das 9 comentei com o cabo Guedes: Este burrico está com
horas, o esquadrão já estava em exercício, tinha caído uma problemas sentimentais, o cabo Juvenal ofereceu mariolas
geada muito grande, o Perico apareceu no acampamento e ao burro para tentar alegrá-lo, mas ele comeu apenas uma,
o Bafo, alimentador oficial do burro, ofereceu ao mesmo um sinal evidente do desgosto que o atormentava, o cabo
repolho que não estava muito bom, o Perico não aceitou, o Vargas tentou aconselhar o burro, mas nada disso adiantou,
Juvenal ofereceu um tomate, que também não foi aceito, foi pois o mesmo deu um baita zurro e se jogou de ponta
oferecida uma mandioca com casca, que também não foi cabeça no rio. O Capitão impressionado perguntou:
aceita, o Sub Jota ofereceu uma banana, mas o Perico - Sub Jesus, tudo isto é verdade? Pois me disseram
balançou a cabeça recusando. O Sub mandou descascar uma coisa e você esta contando outra. O Sub respondeu:
uma batata doce cozida e ofereceu ao burro, esta, ele - Tudo isto é verdade, inclusive estou redigindo uma
prontamente aceitou. menção elogiosa ao gaúcho Lixiguana (cabo Guedes), que
O Cabo Guedes (famoso Lixiguana), ofereceu uma sem titubear, jogou-se dentro do rio para salvar o jumento. O
mariola e o Perico só olhou, pois estava na embalagem de cabo Guedes, heroicamente e com o destemor que Deus lhe
papel, foi tirada da embalagem e ele prontamente o burro deu, reavivou o burro fazendo uma respiração boca a boca.
aceitou, o Vargas descascou um tomate e o Perico comeu O Capitão nada falou fez meia volta e nunca mais tocou no
também. O Cabo Guedes exclamou, este burro está ficando assunto, lá pelas tantas, chegou o sargenteante dedo duro,
muito exigente! Vamos dar sumiço neste burro. vinha chutando pedrinhas, cabisbaixo, olhou para eles e fez
Levaram o Perico para a beira da barranca do rio, que um juramento:
tinha uns 2 (dois) metros de altura até a água. O Perico foi - Um dia vocês me pagam.
ajeitado de costas para o rio pelo Cabo Guedes e pelo
Bugio, assistidos pelo Sub, que aconselhava o Perico a
terminar com aquelas exigências bobas.
O bondoso Cabo Juvenal, deu mariolas para o Perico
como sua última refeição. Neste momento o sargento dedo
duro correu atrás do capitão para informar que iriam matar o
Perico. Tempos depois vem o capitão a galope e chegando
ao acampamento foi perguntando ao Sub:
- Onde está o Cabo Guedes? E o Perico? Fui
informado que jogaram o burro n'água e que o mesmo
afundou e começou a zurrar, que estava se afogando. O Sub
Jesus, como era do seu costume, levantou a aba do seu
Quase perdemos o Comandante do Esquadrão
gorro e respondeu:
- Isto é uma inverdade, o burro está bem, foi o
Nos anos de 1959, estava servindo no 6º RC, em
sargenteante quem denunciou que o Cabo Guedes iria
Alegrete, no tempo da Cavalaria hipomóvel. Em pleno mês Piaguaçu e, ao galope, retornamos pela velha carreteira.
de agosto, um esquadrão foi designado para representar a Nossa preocupação aumentava na medida em que
unidade no desfile de 7 de setembro em Uruguaiana. Foram não se via nem sinal do comandante do esquadrão.
cinco dias e quatro noites de viagem, para não judiar muito Finalmente, às margens do Inhandui, encontramos sua
da cavalhada, que tinha de estar bonita para a parada montaria, rédeas arrastando pelo chão, aguardando seu
militar. O capitão comandante do esquadrão era um querido cavaleiro. Dentro da água, só a cabeça de fora, capa ideal
amigo, hoje falecido, e seus tenentes eram o Fabres, o enleada nos águas-pés, o capitão gritava para nós:
Piaguaçu e eu. Aliás, uma equipe de polo que marcou época - Me tirem daqui, gurizada. Estou encarangando de
no Sexto e depois no Oitavo de Cavalaria. frio. E me passem um trago para esquentar este pobre
corpo.
E não se falou mais no assunto.
“Causos”, crônicas e outras... - Antônio Augusto Brasil
Carús.

Com o frio de arrepiar e a chuva que não dava trégua,


o consumo de cachaça e de conhaque Dreyer (na moda,
então ) era incontrolável, principalmente entre os oficiais e
graduados. A estrada não era asfaltada e, ao prepararmos a
travessia do arroio Inhandui, água pelas costelas, o capitão,
já “chumbado’’ de tanto conhaque, determinou-me:
- Ten Carús, tome a vanguarda e comande a
travessia, que eu cuido da retaguarda.
Realizamos sem problemas a transposição de mais
de 160 cavaleiros e suas montarias, e algumas carroças de
apoio. E seguimos em direção à estância Santa Masilha,
nosso primeiro pernoite. Lá, em meio à montagem do
acampamento alguém me alertou de que o capitão havia Deu no Boletim
ficado para trás. Imediatamente, convidei o tenente Abaixo, transcrição de algumas publicações de
Boletins antigos do Regimento.
Seja preso por 30 (trinta) dias o Soldado Q.A.S, por estabelecimento. (Boletim Nr 150 – 7 Dez 1924).
ter sido encontrado em seu poder ontem na marcha, 01 (um)
cavalo tordilho, alheio, trazido das imediações do antigo Foram presos por 08 (oito) dias os Soldados P.M.R,
acampamento em Caracu (perto de Guarapuava, estado do J.D.C e P.M, por se acharem tomando banho completamente
Paraná), o referido cavalo vinha quase que completamente nus as 16:30 horas no Rio dos Patos, próximo de uma
envolvido em um pano de barraca para não chamar a grande ponte ali existente, pela qual constantemente
atenção sobre o animal furtado. O cavalo foi imediatamente transitam cavalheiros e famílias em viagem. (Boletim Nr 129
solto na estrada afim de ser recuperado pelo dono. (Boletim – 09 Maio 1925).
Nr 21 – 21 Jan 1925).
Foram presos por 08 (oito) dias os soldados J.A.S.N,
Fica preso por 21 dias o Soldado do 3º Esquadrão L.O, J.M, J.P e A.P.M, por terem gritado pedindo boia antes
N.A. por ter se embriagado no dia 20 do corrente e neste da mesma estar pronta. (Boletim Nr 135 – 16 Maio 1925).
estado rolado pela escada da igreja abaixo, sendo após
conduzido ao Hospital afim de ali repousar, sendo que em Marcha do Regimento – O Regimento levantou
caminho para ali tentou ainda agredir um Sargento, acampamento as 20:00 horas de Santa Maria, chegando às
tornando-se necessário o emprego da força física para 08:30 horas na cidade de Alegrete, acantonando no prédio
desarmá-lo e subjugá-lo, conforme foi comunicado ao nº 2, situado à Rua general Vitorino, esquina general neto.
Comandante do Destacamento. (Boletim Nr 103 – 21 Out (Boletim Nr 138 – 18 Maio 1925).
1924).

Cuidados com a Higiene - Tendo o médico do O Comandante do 1º Esquadrão em parte de hoje,


Regimento notado na Revista Sanitária que, o uso dos comunicou que o Soldado V.L.L. ao regressar de um serviço
banhos não é feito com a assiduidade que era de desejar, que fizera em Ponte Alta, deixara o seu cavalo cansado a
recomenda-se às Sub-Unidades que não poupem esforços cerca de meia légua desta cidade. Conceda-se a esta praça
no sentido de estimular esta boa prática que, além de um um prazo razoável para apresentar o citado animal. (Boletim
dever social, é de um grande alcance higiênico.(Boletim Nr Nr 63 – 04 Mar 1925).
113 – 31 Out 1924)

Fica preso por 30 (trinta) dias o soldado J.M.F, por ter


achando-se de Patrulha, se embriagado, abandonado o
serviço, deixando na rua o cavalo de sua montada com os
arreios. (Boletim Nr 30 - 30 Jan 1925). Pelotão Zequinha
Fica preso por 6 dias o Soldado do 3º
Esquadrão E.A.A. – Por haver tentado dançar em um baile Em 1968, no comando do Coronel Vinícius Lemos
que não era convidado e por ser reincidente em sair da Kruel, foi criado o Pelotão Zequinha, que tinha por finalidade
Ambulância Mixta sem permissão quando enfermo neste
o ensino primário (hoje ensino fundamental), na época de medidas sócio educativas, e estejam matriculados na
compreendia o ensino do 1º ao 5º ano, além do ensino rede pública.
profissionalizante, funcionava em regime de semi-internato.
os alunos reprovados eram desligados do Pelotão.

Integrantes do Projeto Charrua

Pelotão Zequinha 1969 Oferecer assistência médico – odontológico e


Pela parte da manhã, eram ministradas aulas por educação geral.
professores da rede municipal, que eram trazidos ao quartel, Este projeto com o nome de Charrua começou em
na parte da tarde, após o almoço, eram ministrados os 1988 no 10º BLOG e em 2001 veio para o 6º RCB aonde se
cursos profissionalizantes existentes no Regimento, como os encontra ate hoje.
cursos de padeiro, correeiro, carpinteiro, cozinheiro, estes Prefeitura Municipal de Alegrete
cursos eram desenvolvidos até as 16:00h, depois destas Lei nº4. 507, de 07 de maio de 2010.
atividades os alunos praticavam Educação Física até as Autoriza o poder executivo a firmar convenio de
17:00h. cooperação e responsabilidade para execução do projeto
Os alunos seguiam um Quadro de Atividades Charrua.
Semanal (QTS) de segunda à sexta-feira, nos sábados havia Coordenador e instrutor 2º Sargento Milo Rogério
expediente pela parte da manhã e os alunos faziam faxina. Maciel Ceni - Auxiliares CB Cristian e SD Benício.

Projeto Charrua Tenente Nabor

Objetivos Gerais – realizar uma preparação pré- Tive a oportunidade de entrevistar o 1º Tenente Nabor
profissionalizante e educativa de menores de desassistidos, Ribeiro Emiliano, ex-integrante do Regimento, incorporado
com idade de 12 a 14 anos, que ainda não tinham sido alvo às fileiras do 6º Regimento de Cavalaria Independente – 6º
RCI, em 1º de fevereiro de 1941, no então 2º Esquadrão de período foi marcado por rigorosas prontidões no Regimento,
Fuzileiros, foi promovido a Cabo em 26 de agosto de 1942, estas, duravam até 30 (trinta) dias ou mais, os militares só
3º Sargento em 02 de abril de 1945, cursou o CRAS (Curso eram liberados para irem em casa por poucas horas.
Regional de Aperfeiçoamento de Sargentos) no 7º No ano de 1961, por ocasião da Campanha da
Regimento e Cavalaria – 7º RC, em Santana do Livramento, Legalidade, o 6º RC permaneceu coeso com seu
foi promovido a 2º Sargento em 02 de abril de 1956, e a 1º comandante, em 1964, o Regimento aderiu à revolução e
Sargento em 14 de fevereiro de 1966. alguns “Brizolistas” foram presos no quartel.
A respeito do Tenente Nabor, o Capitão Fernando
Bezerra de Castro, Comandante do Esquadrão de Comando
em 1964, escreveu o seguinte elogio: “O 2º Sargento Nabor,
sempre se apresentou como militar disciplinado e
interessado pelos problemas do Esquadrão, tanto
administrativos como os referentes à instrução. Por ocasião
da Revolução de 31 de março de 1964, permaneceu coeso
em torno de seu chefe e ideais da Revolução, cooperando
eficazmente na completa união do Esquadrão.

Tenente Nabor
Em 05 de agosto de 1966, foi promovido a 2º Tenente
da Reserva de 1ª Classe e a 16 de agosto de 1966,
promovido a 1º Tenente da Reserva de 1ª Classe.
Contou-nos o Tenente Nabor, que no ano de 1942, em
virtude da guerra, o 6º RCI guarnecia durante a noite a
hidráulica, as pontes ferroviárias e a usina hidrelétrica, até o
dia 08 de maio de 1945, quando receberam a notícia que a A Taça Charrua
guerra havia acabado.
Em 1954, a nação viveu um período turbulento em Em 22 de novembro de 1960, no Comando do
virtude do suicídio do Presidente Getúlio Vargas, esse General Ênio da Cunha Garcia, foi instituída pela 2º Divisão
de Cavalaria um concurso hípico, com uma taça oferecida Cavalaria venceu pela quarta vez alternada e terceira vez
pelo comércio de Uruguaiana, e que recebeu a denominação consecutiva a competição.
de “Taça Charrua”, de acordo com as regras estabelecidas,
a Unidade que conquistasse a Taça Charrua, três vezes
consecutivas, ficaria com a posse definitiva da referida taça.

Da esquerda para direita, Capitão Lauro, Capitão Addor e


Tenente Assis Brasil.
Taça Charrua ao centro
A primeira edição da Taça Charrua foi realizada nos Das 5 (cinco) edições realizadas da Taça Charrua, o
dias 26 e 27 de novembro de 1960, em Uruguaiana, o 6º Regimento sagrou-se campeão em 4 (quatro), mostrando o
Regimento de Cavalaria, totalizou 181 pontos e conquistou a elevado grau de dedicação de seus integrantes, o
primeira edição da competição. memorável feito destes militares, tem servido de inspiração à
A segunda edição da Taça Charrua, realizou-se em sucessivas gerações do Regimento.
Santana do Livramento, em 4 e 5 de março de 1961.
A terceira edição foi realizada em Quaraí, nos dias 27
e 28 de maio de 1961, e o 6º Regimento de Cavalaria
sagrou-se campeão pela segunda vez não consecutiva.
A quarta edição da Taça Charrua foi realizada em
Alegrete nos dias 19 e 20 de agosto de 1961, foi
conquistada novamente pelo Regimento, que sagrou-se
campeão pela 3ª vez alternada e 2ª vez consecutiva. Medalha Regimento Marechal José de Abreu
O Regimento conquistaria a posse definitiva da Taça
Charrua em sua 5ª edição, realizada em Uruguaiana nos A Medalha Regimento Marechal José de Abreu está
dias 11 e 12 de outubro de 1961, quando o 6º Regimento de sendo instituída neste ano de 2013. Tem por finalidade
reconhecer relevantes serviços prestados a esta tradicional Agulhada sobreposta em raios de esplendor em forma
Unidade do Exército brasileiro por pessoas físicas e circular com 35,0mm de diâmetro, representando as glórias
jurídicas. e as conquistas do 6º Regimento de Cavalaria Blindado,
desde a sua criação em 1888. Sobreposto à cruz, um duplo
círculo contendo dois listeis, um na parte superior de destra
para sinistra em meia circunferência em dígitos maiúsculos,
titulando a medalha: “Medalha Regimento Marechal
José de Abreu” e outro na parte inferior, igualmente em
meia circunferência de sinistra para destra titulando em
dígitos maiúsculos o nome do detentor da medalha “6º
Regimento de Cavalaria Blindado”. Em campo de abismo o
busto em perfil do Marechal José de Abreu, Patrono do 6º
Regimento de Cavalaria Blindado.
No verso; Em relevo: a cruz Agulhada sobreposta a
raios pontiagudos circunferenciados, de simbologias já
descritas no anverso apresenta um círculo carregado de
escudo português guarnecido de cinco estrelas que
representam as localidades sedes do Histórico 6º RCB e em
campo de abismo cinco asas de águia postas em sautor,
presentes no Brasão das Armas da Família Abreu; sotoposto
a data de 18.8.1888, data de criação do 6º Regimento de
Medalha Regimento Marechal José de Abreu - banhada em ouro Cavalaria Blindado.
velho A Medalha é suspensa em argola e contra-argola presas em
chapa de latão de 38,0 mm de comprimento por 2,0mm de
largura e por 1,08mm de espessura, banhada de ouro velho
HERÁLDICA e transpassada por Fita de Algodão Chamalotada.
Medalha confeccionada em latão banhado de ouro Fita medindo 36,0mm de largura x 45,0mm de
velho, em formato de Cruz Agulhada, medindo 40,0mm de comprimento, de cor branca, contendo uma faixa vermelha
distância entre braços e haste de extremidades a vertical de 2,5mm aplicada na metade destra da fita,
extremidades da cruz, com 1,08mm de espessura. A cruz simbolizando as cores heráldicas da Arma de Cavalaria e na
Agulhada representa uma das cruzes das Companhias dos metade sinistra da fita duas faixas unidas em vermelho e
Templários financiadoras das travessias marítimas de azul, nessa ordem de destra para sinistra, sendo que a
Portugal, origem de João de Abreu, pai do Marechal José de largura de cada faixa é de 2,5mm, representando nesse
Abreu que se casou no Brasil com Dona Ana Maria, nascida conjunto as cores heráldicas do Exército Brasileiro.
em Rio Grande de São Pedro, hoje Rio Grande do Sul. Barreta - Peça independente, confeccionada em
No anverso; Em relevo encontram-se: a Cruz chapa retangular de latão banhado em ouro velho, medindo
36,0mm X 12,0mm X 0,8mm de espessura, acolchoada de Ten Cel Cav TÉRCIO TRAVASSOS DE AZAMBUJA, para
fita chamalotada (a mesma da medalha), sendo no anverso ser lido em 18 Ago de 1991, nas solenidades de aniversário
guarnecida por moldura de latão banhado em ouro, medindo da Unidade.
36,0 mm de comprimento, por 12,0mm largura X 1,08mm
espessura, dotada de pinos laterais e grampos de fixação e Reunidos nesta garupa leste da colina Masgrau, sob o
carregada de Busto de Perfil do Mal José de Abreu. olhar protetor dos titãs patronos curvemo-nos, hoje, por
Passador - Peça assessório da Medalha: sobre o mouro chão para reverenciarmos em calado respeito
confeccionada em latão banhado em ouro velho, em forma o trabalho hercúleo do herói anônimo, o soldado de
de Moldura medindo de 36,0 mm de comprimento X 12,0mm cavalaria, que através dos séculos perpetuou costumes no
largura X 1,08mm espessura, banhada em ouro, carregada afã profícuo de fazer a história, mantendo vivo, através de
de Busto de Perfil do Mal José de Abreu com grampos brumas e temporais passados, o religioso culto das tradições
flexíveis para fixação do passador na metade da altura da cavalarianas.
fita da medalha.
As névoas do tempo misturam-se a poeira
A poeira da história escrita a cavalo.
No começo, era a arma que tinha engenhos.
Engenhos pesados que provocassem abalo.
Surgiu Ghengis –khan com hostes de homens ferrenhos
Montados em velozes corcéis,
Inovando a tática com a “virada da bandeira”.
Os guerrilheiros mongóis, muitas vezes cruéis.
Mudaram a guerra e construíram um império.
Chegou a Idade Média, chamada de negra
E mergulhou o mundo em ignorância e pobreza
Mas deixou um legado fundido em metal.
Alicerçada na fé, armaduras de aço e grande nobreza,
Institui-se uma nova ordem de dignidade e moral
Com seus cavaleiros andantes, reis e duques da era feudal.
Moderniza-se a guerra e com ela os guerreiros.
Ficam leves, audazes, ligeiros.
Decidem batalhas na ponta da lança, no fio da espada,
“Ao Solado de Cavalaria “ Galopando altaneiros em cargas mortais
Exaltação: Provocando surpresas e medo ao inimigo em retirada,
Matando e morrendo, mesclando seu sangue ao dos seus
Escrita pelo TC Cav MIGUEL ANGELO TEIXEIRA animais.
PEDROSO, a pedido do então comandante do 6º RCB, o Viram-se as páginas da gloriosa epopeia
Entrando em cena poderosos figurantes estrondo de potentes motores, enquanto espocam rajadas
Que roncam ferozes seus motores arrogantes por sobre a blindada torre.
Num rugir de canhões e matraquear de metralhas Compreenderemos então que, como num sonoro
Aumentando o horror no calor das batalhas caleidoscópio mágico, o repique entusiasmado dos clarins
Os tanques de aço e pássaros de ferro em toques de vitória, determinou que abandonado o campo
Cospem fogo e fumaça e respiram num berro de batalha, fique para trás, “canhões e balas, lanças partidas
Está completo o elenco de gloriosa tradição e pavilhões rasgados” e no retorno heroico à rotina diária se
Cultuada na paz com fervorosa devoção entoem cânticos que relatem com fidelidade a bravura, a
O cavalo, em cujo dorso amigo. honradez e dignidade do cavalariano que, soberanamente
Marchou para morrer, alheio ao perigo. entronado na sela do nobre amigo ou na torre de um
O soldado cavaleiro, levando em riste a lança luzidia. blindado, faz da espora um autêntico escapulário de prata, e
E na cinta a têmpera de aço da dura espada fria da boina preta sua coroa, que juntas simbolizam a
Calçando longas botas negras majestosidade do soldado de cavalaria.
E trazendo em seu rebordo fúlgida espora Evoquemos, pois, o valor moral de nossos
Para estímulo da montada nas refregas antepassados para confirmarmos dia a dia, nosso peito à
Sem ferir jamais o companheiro que adora. pátria bradando aos céus, perante a sua imagem, a
Encerram a linha de combate bandeira, defender-lhe “a honra, a integridade e as
O helicóptero e o carro blindado instituições com sacrifício da própria vida, se preciso for”,
Onde os peitos dos bravos afrontam a morte em mil embates mas pautemos nossa conduta para um dia sob o calor dos “
Levando altivos a bandeira amada, que ao vento voa, arsenais queimados “possamos substituir, como fermento
Sentados em tronos metálicos com a negra coroa da terra em que vivemos, o sangue jorrado nessa voluntária
Numa algaravia de gritos e clarinadas de vitória imolação, pelo suor vertido na doação do trabalho em vida.
Esquecidos da vida, ávidos de glória. Ouviremos, então, seguramente, o místico retinir dos
nossos estribos por estarmos cavalgando, todos,
Incorporemo-nos ao cenário criado nas estrofes gloriosamente juntos, e poderemos olhar-nos seguirem que ,
acima, para melhor analisarmos o significado simbólico da com orgulho, somos soldados, reinos de cavalaria, brasileira,
herança deixada ao longo da evolução da arma de cavalaria. mas, sobre tudo, homens de bem.
Ouçamos a voz rouca do canhão distante, seguida
célere do clarim que, vibrante, comanda carga às guerreiras
hordas, misturando no barulho horrível da batalha o grito
bárbaro de selvagens peitos, no ousado estímulo aos seus Canção do Regimento José de Abreu
corcéis mutantes que, iniciando vivos num tropel nervoso de Letra e música de Floriano Peixoto Saldanha Ramos
mil cascos que sacodem o chão, vão levantando poeira e
aquecendo o ar no resfolegar ritmado de enérgicas narinas, Regimento José de Abreu
se transformam aos poucos em monstros encouraçados que És forte invicto e gentil
rugem furiosos sobre poderosas lagartas rolantes entre
Sentinela avançada da Pátria arma. E no intuito de motivar a nós cavaleiros, cada queda
És orgulho do nosso Brasil corresponderá a 01 (uma) caixa de cerveja, para que
possamos compartilhar desse momento tão incólume, de
Se eu tiver de partir para a guerra forma fraterna.
Levarei a metralha e o canhão
Derramarei meu sangue na luta
Em defesa da nossa Nação

ESTRIBILHO

Salve a cavalaria de Osório


Cujo lema é lutar e vencer
De vitória em vitória saíste
Tu cumpriste teu grande dever

Regimento José de Abreu


Tens teu nome gravado na história
Ao lado da lei tu lutaste
Teu passado é coberto de glória

Nosso lema é lutar e vencer


Cumpriremos o nosso dever
Nós juramos perante à Bandeira
Defender o Brasil ou morrer

ESTRIBILHO
Salve a cavalaria de Osório
Cujo lema é lutar e vencer
De vitória em vitória saíste
Tu cumpriste teu grande dever

Tombômetro
Irmãos Cavalarianos, Criamos este precioso Livro
Registro de Quedas (Tombômetro) para que nos estejamos
sempre buscando aprimorar nossa montada, com isso
estreitando cada vez mais os laços das tradições de nossa
Decálogo do comandante do 6º RCB
- “Faça do 6º RCB o melhor lugar para a sua realização
pessoal e seu crescimento profissional;
- Você decide a que tipo de Regimento quer pertencer;
- O seu trabalho é se preparar para a guerra;
- Não se conforme com o erro: Está errado? Conserte. - Não
está bom? Faça de novo.
- Caiu? Levante. Faça melhor. A excelência não é mistério
ou inspiração. É transpiração, é hábito.
- Mereça o orgulho que seus familiares têm de você;
Treine. Por mais simples que pareça a atividade, ela deve
ser treinada com profissionalismo. A improvisação de ações
previsíveis e sinônimo de amadorismo.
- No José de Abreu não há espaço para amadores;
Tenha iniciativa. Mas não se esqueça que o profissional
militar só está autorizado a agir pautado por três
parâmetros: a legalidade, a moralidade e a justiça.
- O integrante do 6º RCB é acima de tudo um respeitador da
lei, cabendo-lhe dar o exemplo e proceder com urbanidade
sempre, porém com firmeza na incerteza e com serenidade
“O hipismo constitui para a cavalaria sua melhor no caos.”
escola de perigo e intrepidez, é a fonte criadora do espírito
do cavalariano e da mística indispensável a formação Ricardo de Castro Trovizo
espiritual de nossa arma” Cmt do 6º RCB
“Que nossos estribos se choquem em cavalgadas
futuras”
Em busca dos restos mortais mesmo falou que tem procurado manter o cemitério cercado,
No dia 17 de março de 2012, foi organizada uma mas, o mesmo sofre depredações dos caçadores de
expedição histórica para uma pesquisa de campo ao tesouros.
cemitério da propriedade rural, que pertenceu à família do Com o apoio do Comando do 6ª Regimento de
Marechal José de Abreu. Em Alegrete, situada no 5ª distrito, Cavalaria Blindado - ‘‘Regimento José de Abreu’’, o Ten Cel
na Região do Inhanduí, e na localidade de Jacaraí, a 25 km Cav Ricardo de Castro Trovizo, concedeu total apoio
da cidade, pela estrada RS/566 Alegrete – Itaqui. logístico, tendo feito uma limpeza da área a cargo do
esquadrão de comando e apoio, comando pelo Cap Cav
Leandro Zubiaurre Ameida, tendo como Auxiliar o sub Tem
Paulo Ricardo Prates Dornelles.
A comissão formada para a investigação contou com
a seguinte constituição: presidente Cel Cav Alexadre Gindri
Angonese (Comandante 4º RCC – Regimento Passo do
Rosário) vice-presidente Ten Cel Cav Ricardo de Castro
Trovizo (Comandante do 6º RCB ‘‘Regimento José de Abreu
’’ secretário Carlos Fontes, Militar reformado do Exército
Brasileiro e delegado Regional da academia de historia
Militar terrestre do Brasil ‘‘ Delegacia Gen Setembrino de
Carvalho’’ Uruguaiana. Foi encontrada uma lapide grande
de mármore que indicava o tumulo do Tem Cel Claudio José
de Abreu, como esta Expedição é apenas histórica, para
Termos maiores resultados terá que ser feita também uma
Expedição é apenas histórica para termos maiores
resultados terá que ser feita também uma expedição
cientifica. O autor do livro fez parte da comissão junto com o
Da esquerda para a direita, Coronel Angonese, o autor, Sr. Flávio Poitevin.
Historiador Carlos Fontes, Pesquisador Flávio Poitevin e o
Tenente Coronel Trovizo.

As terras pertenceram primeiramente à sesmaria de


Dando continuidade a missão de tentar localizar os restos
Joaquim Felix da Fonseca, Governador das Missões,
Mortais do insigne Patrono do Regimento, foi deslocada uma
posteriormente passaram a José de Abreu e seu filho
equipe sob o Comando do Capitão Bernardo Lacerda
Claudio José de Abreu. Na estatística feita pelo Padre
Ramos, tendo como auxiliar o Sub Ten João Marcelo dos
Pirontoni em 1852, mais ou menos, ele Claudio, declarou
Santos, que realizou a limpeza no cemitério da família do
como ‘‘campos que Herdei do meu pai ’’. Hoje o proprietário
Marechal Jose de Abreu. Tendo como comissão de estudos,
é o Dr. José Luiz Prates, residente em Uruguaiana. O
a equipe liderada pelo Cel Alexandre Gindri Angonese Agradecimentos
Comandante do 4º Regimento de Carros de Combate
‘‘Regimento Passo do Rosário’’ - Rosário do Sul e o Ten Cel Em especial ao Comandante do 6º Regimento de
Ricardo de Castro Trovizo Comandante do 6º Regimento de Cavalaria Blindado, Ten Cel Ricardo de Castro Trovizo. Por
Cavalaria Blindado ‘‘Regimento José de Abreu’’ Alegrete e ter me dado à honra de escrever a história deste glorioso
do historiador Carlos Fontes, Delegado da Academia de Regimento.
História Militar Terrestre do Brasil, foi realizada a pesquisa no Ao Cap Novakoski – Sub Comandante e seus
dia 20 de novembro de 2012, na Fazenda Continente de auxiliares 3º Sgt Miorando e Cb Éri.
propriedade do Sr, Antonio José Cassol, localizada no Pai Ao Cap Carlos Guimarães Moraes, fiscal por toda a
Passo 4º Sub Distrito de Alegrete, no local denominado ajuda possível e muitas vezes impossível e extensivo.
Rincão dos Abreus a 30 km da cidade na estrada Rincão do A todo o S.4 em especial ao 2º SGT Avelar.
28. Ao Cap Lacerda quando no Comando do 4º
Esquadrão.
Ao Cap. Zubiaurre Comandante do Esquadrão de
Comando e Apoio por ter tornado possível muito trabalho de
digitação, especialmente ao Sd Brenner pela ajuda como
digitador.
Ao Cap. Coelho por toda a ajuda para o Histórico do
Centro Hípico e do tombômetro.
Ao Cap. Neimayer pela ajuda quando no comando do
1º Esquadrão.
Ao 1º Ten. Renato Bittencourt Goulart Comandante do
Pelotão de suprimento, onde destaco os Sargentos Dinate,
Diego Silva, Jorge Augusto e Sargento Thiago Aquino, Cb.
Cunha, SD EP Fortes, Padilha, Thales e extensivo a todos
do Rancho.
No Arquivo 3º Sgt Carpes e Sd Marçal, pela ajuda nos
trabalhos de pesquisa.
Na saúde 2º Sgt Ezequiel e 3º Sgt Thielli, Sd Eric e
Cb. Mello.
No pavilhão de Comando ao 3º Sgt Claudio Lara
Toscani e Cb Resende, por toda a atenção apoio e ajuda e
em especial ao Sgt da reserva Schimtt.
Na Relações Públicas, ao 2º Sgt Robson Pedrozo
Menezes, Cb Neemias Sd EP Bastos e Leão. Em especial
ao 3º Sgt Carlos Romário Romeiro por todo o apoio, pois BIBLIOGRAFIA
independente da hora ou dia esteve sempre presente,
tornando possível cumprir todas as Missões. - Arquivo do 6º RCB;
Ao Cb da reserva não remunerada Enoque de Vargas, - Acervo Histórico do 6º RCB
por sua imensa competência, especialmente na restauração - 8º R C MEC – Regimento Conde de Porto Alegre – Carlos
de fotos antigas. Fontes;
Na Seção de Informática - ao Ten Becker, 3º Sgt - Guerra do Contestado – Demerval Peixoto;
Sander e um especial muito obrigado ao Cb Osório, por toda - CEPAL (Centro de Estudos e Pesquisa de Alegrete) –
ajuda, possível e impossível. Professor Danilo Assumpção da Silva;
Aos motoristas, Cb Luiz Mário, Cb Bruno Paz, Cb Dos - Acervo Histórico de Alegrete – Flávio Poitevin;
Anjos, Cb Adailton, Cb M. Oliveira, por toda a ajuda e em - CIBSB (Campo de Instrução Barão do São Borja) – Carlos
especial ao Sd EP L Gonçalves. Fontes;
Ao Cel Eng R1, Alex e as funcionárias do POUPEX, - 4º RCC (4º Regimento de Carros de Combate) - Carlos
meus agradecimento. Fontes;
Ao Sr Otaram, barbeiro do Regimento e seus - Publicação da Gazeta de Alegrete de 1911;
colaboradores, meu obrigado. - Publicação da Gazeta de Alegrete de 1957;
No PC do Comandante, aos Cb Vitor e Nelson por - Publicação da Revista O Globo de 1930;
toda a ajuda, meu especial agradecimento ao 3º Sgt Endrigo - Publicação da Gazeta de Quaraí de 2006;
quando de auxiliar do Comandante, por sua inesquecível - 1º RPMON / BM – Regimento Coronel Pillar – Hermito
ajuda. Lopes Sobrinho;
Ao 1º Ten Rui, meu muito obrigado, extensivo a todos - AN V FEB
os integrantes do S1. - Charges do Acervo Histórico do 6º RCB – Coronel Pedro
Ao Professor Danilo Assumpção Santos, pela imensa Paulo Cantalice Estigarribia;
ajuda dispensada. - Fotos e entrevista cedidas pelo Sargento Reformado
Ao Historiador Carlos Fontes pela orientação, ajuda e Hadarino Guedes;
apoio, meu muito obrigado. - Entrevista Coronel Miguel Ângelo Pedroso;
Ao Cel Eng R1Luiz Ernani Caminha Giorges, pela grande - Entrevista com o FEBiano Alceu Macedo Alves;
ajuda. - Biografia Coronel Homero Laydner – José Eber Betim; e
Ao Cel Reformado Cláudio Moreira Bento, por toda - Guerra da Triplice Aliança contra o Paraguai – IV Vol.
atenção e orientação. General Augusto Tasso Fragoso.
Ao 1º Sgt Cav Miguel Henrique da Silveira Pacheco,
Coautor deste livro, pela imensa ajuda, pela diagramação,
pelo toque especial que deu a esta obra, meu
reconhecimento, meu muito obrigado. Agradeço a Deus por
ter colocado este grande amigo em meu caminho, que tanto
me ajudou e hoje considero meu irmão mais moço.

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