A LIAHONA
R elatório da 162
C onferência G eral Sem estral de
A Igreja de J esus C risto dos
Santos dos Ü ltimos D ias
Sermões e Procedimentos dos dias 3 e 4 de outubro de 1992,
no Tabernáculo da Praça do Templo, Cidade do Lago Salgado, Utah
spero não parecer presunçoso ao
E
lembrar-vos do único e magnífico
sistema alternativo que o Senhor
estruturou em seu reino, a fim de que vá
sempre avante sem interrupção,
enfrentando qualquer emergência que
tenha que enfrentar. Para mim isto é um
milagre e constantemente renovador",
disse o Presidente Gordon B. Hinckley,
Primeiro Conselheiro na Primeira
Presidência, em seus comentários
durante a sessão geral matutina de
domingo da L62a conferência geral
semestral da Igreja.
O Presidente Hinckley observou que
o Presidente Ezra Taft Benson "atingiu
uma idade em que não pode realizar
tudo o que outrora realizava. Isto não o
diminui em seu chamado de profeta.
Limita-o, porém, nas atividades físicas.
Tivemos situações semelhantes no
passado. O Presidente Wilford Woodruff
envelheceu em serviço. Foi assim com os
Presidentes Heber J. Grant, David O.
McKay, Joseph Fielding Smith e, mais
recentemente, com o Presidente Spencer
W. Kimball...
A despeito das circunstâncias,
porém, a obra prossegue de maneira
ordenada e maravilhosa. Assim como foi
na ocasião em que o Presidente Kimball
esteve doente, temos prosseguido sem
hesitar, porque há normas bem
estabelecidas. Quando não há uma
norma firmemente estabelecida,
conversamos com o Presidente e
recebemos aprovação antes de agirmos."
Ao falar a respeito das resoluções da
Primeira Presidência e do Quorum dos
Doze, o Presidente Hinckley disse:
"Como Autoridades Gerais, debatemos
vários problemas que surgem diante de
nós. Cada homem é diferente. Falamos
com base em experiências e
conhecimentos diversificados.
Discutimos maneiras de melhorar e
fortalecer a obra.
Pode haver vários pontos de vista
no início desses debates, mas antes de
concluí-los, há total unanimidade,
nenhuma outra ação é posta em prática.
O próprio Senhor declarou que essa
união é absolutamente necessária.
Será que este é um modo diferente
de governar? É o governo do reino de
Deus na terra. É o único em sua
organização. É um sistema no qual, se
um homem estiver incapacitado, a obra
não tropeçará nem cairá".
Embora Presidente Benson não
estivesse presente às sessões da
conferência, assistiu-as pela televisão, em
seu apartamento. Todas as demais
Autoridades Gerais compareceram.
As sessões foram conduzidas pelo
Presidente Hinckley e pelo Presidente
Thomas S. Monson, Segundo
Conselheiro na Primeira Presidência.
A ação administrativa da
conferência ocorreu na sessão de sábado
à tarde com a desobrigação do Élder
Marion D. Hanks e do Élder Robert L.
Backman da Presidência dos Quoruns
dos Setenta e com a designação de
ambos como membros eméritos do
Primeiro Quorum dos Setenta. Os
Élderes George R. Hill III, John R.
Lasater, Douglas J. Martin, Glen L. Rudd,
Douglas H. Smith, e Lynn A. Sorensen
foram desobrigados do Segundo
Quorum dos Setenta. O Bispo Henry B.
Eyring e o Bispo Glenn L. Pace, primeiro
e segundo conselheiros no Bispado
Presidente também foram desobrigados
e subseqüentemente apoiados para
servirem no Primeiro Quorum dos
Setenta. Foram apoiados para substituí-
los no Bispado o Bispo H. David Burton,
primeiro conselheiro e Richard C.
Edgley, segundo conselheiro, ambos da
Cidade do Lago Salgado. Foram
anunciados previamente pela Primeira
Presidência e apoiados nesta conferência
o chamado de Élder Charles Didier e
Élder L. Aldin Porter dos Setenta para a
Presidência dos Quoruns dos Setenta.
Foram apoiados como membros do
Primeiro Quorum dos Setenta quatro
irmãos cujos chamados haviam sido
anteriormente anunciados pela Primeira
Presidência; e foram apoiados ao
Segundo Quorum dos Setenta quinze
novas Autoridades Gerais cujos
chamados foram previamente
anunciados pela Primeira Presidência.
Além dessa ação, foram feitas mudanças
nas presidências gerais da Escola
Dominical e dos Rapazes. (Vide páginas
22 e 109.)
Foi de grande interesse o anúncio
feito por Presidente Hinckley a respeito
da compra de propriedades para a
construção de templos em Hong Kong;
Hatford, Connecticut; e Utah County.
(Vide páginas 22 e 110.)
As sessões da conferência foram
transmitidas pela rede de satélites da
Igreja a mais de três mil locais nos
Estados Unidos, Canadá, Mexico, Porto
Rico, Haiti, Antilhas e República
Dominicana. Traduções simultâneas
foram feitas em quinze línguas fora o
inglês. As fitas de vídeo da conferência
serão enviadas às unidades da Igreja
onde não houve transmissão ao vivo
nem posterior. - Os Editores. □
A L iahona/J aneiro 1993 1
 A LIAHOXA Índice de A ssuntos e O radores
Janeiro de 1993, Vol. 17, n° 1
93981 059 - São Paulo - Brasil
Publicação oficial em português de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Relatório da 162a
Conferência Geral Anual, de 3 e 4 de outubro de 1992. Os assuntos a seguir são abordados Profetas 4 ,4 5 ,6 1 ,8 5 ,9 4
A Primeira Presidência:
Ezra Taft Benson, Gordon B. Hinckley, Thomas S. em discursos com início nas Promessas 87
Monson páginas indicadas: Prosperidade 16,43
Quorum dos Doze:
Howard W. Hunter, Boyd K. Packer, M arvin J. Ashton, L. Proteção 39
Tom Perry, David B. Haight, James E. Faust, N eal A.
Maxwell, Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks, M. Russell Adversidade 11,68, 73 Sabedoria 5
Ballard, Joseph B. Wirthlin, Richard G. Scott
Consultores:
Advertência 16,33,80 Sacerdócio 49
Rex D. Pinegar, John H. Groberg, V. Dallas Merrell, Amor 31 Sacrifício 91
Robert E. Wells
Editor: Rex D. Pinegar Aposentadoria 13 Segurança 22
Diretor Gerente do Departamento de Currículo:
Ronald L. Knighton Aprendizado 5, 77 Serviço 1 3 ,3 1 ,4 7 ,4 9 ,8 3 ,1 0 2
Diretor de Revistas da Igreja: Thomas L. Peterson
International Magazines:
Arbítrio 65,95 Sucessão Presidencial 61
Editor Gerente: Brian K. Kelly
Editor Gerente Assistente: Marvin K. Gardner
Arrependimento 9 Tabemáculo 53
Editor Associado: David Mitchell Auto-Estima 27,95 Temor 97
Editora Assistente/Seção Infantil: DeAnne W alker
Controlador: Tom Fossett Benson, Ezra Taft 4 ,9 4 Testemunho 11,36,43
Diretor de Supervisão de Arte: M. M. Kawasaki
Diretor de Arte: Scott D. Van Kampen Caridade 31,33 Valores 80
Desenho: Sharri Cook
Produção: Reginald J. Christensen, Steve Dayton, Jane Compromisso 11,7 0 ,8 0 ,9 1 Verdade 65,68
Ann Kemp, Denise Kirby
Gerente de Circulação: Joyce Hansen Conferência Geral 85 Os oradores desta conferência são
A Liahona:
Diretor Responsável e Produção Gráfica: Dario Mingorance onsagraçao alistados em ordem alfabética.
Editor: Paulo Dias Machado Conversão 45
(Reg. 8966-35-02 - RJ)
Tradução e Notícias Locais: Ana Gláucia Ceciliato Coragem 73,97 Alvarez, Lino 25
Assinaturas: Carlos Tadeu de Campos
REGISTRO: Está assentado no cadastro da DIVISÃO DE
Crescimento da Igreja 89 Archibald, Dallas N. 27
CENSURA DE DIVERSÕES PÚBUCAS, do D.P.F., sob n°
1151-P209/73 de acordo com as normas em vigor.
Crianças 100 Ashton, Marvin J. 22
SUBSCRIÇÕES: Toda a correspondência sobre assinaturas Cura 65 Backman, Robert L. 13
deverá ser endereçada ao: Departam ento de Assinaturas,
05599-970 - Caixa Postal 26023 , Desafios 47 Ballard, M. Russell 33
São Paulo, SP.
Preço da assinatura anual para o Brasil: Cr$ 75.000,00;
Educação 5 Bateman, Merrill J. 29
para Portugal - Centro de Distribuição Portugal Lisboa, Ensino 27,100 Caldwell, C. Max 31
Rua Aquiles Machado, 5M 5J -1 9 0 0 - Lisboa. Assinatura
Anual Esc. 1.000; para o exterior, simples: US$ 5,00; aérea, Escolas da Igreja 77 Clyde, Aileen H. 95
US$ 10,00. Preço de exemplar em nossa agência: Cr$
6.300,00. Escrituras 16,29,85, 87 Coleman, Gary J. 45
As mudanças de endereço devem ser comunicadas
indicando-se o antigo e o novo endereço. Esperança 35 Dickson, John B. 47
A LIAHONA - © 1977 por A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias. Todos os direitos reservados. Estudo das Escrituras 29 ,3 9 ,8 3 Faust, James E. 91
Edição Brasileira do "International M agazine" de A
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Ú ltim os Dias, acha-
Fé 5 ,1 9 ,3 3 ,3 6 ,3 9 ,5 3 ,8 9 ,9 7 ,1 0 5 Fowler, John E. 85
se registrada sob o número 93 do Livro B, n° 1, de
Matrículas e Oficinas Impressoras de Jornais e
Força 53 Grassli, Michaelene P. 100
Periódicos, conforme o Decreto n° 4857, de 9-11-1930. A
Liahona, revista internacional de A Igreja de Jesus Cristo
Honestidade 9 Haight, David B. 80
dos Santos dos Últim os Dias é publicada mensalmente Institutos de Religião 77 Hanks, Marion D. 68
em chinês, holandês, dinamarquês, inglês, finlandês,
francês, alemão, italiano, japonês, coreano, norueguês, Jesus Cristo 1 9 ,2 9 ,3 1 ,3 3 ,3 6 ,4 5 , Hinckley, Gordon B. 4 ,2 1 ,5 3 ,6 1
português, samoano, espannol, sueco e tonganês;
bimensalmente em indonésio, taitiano e tailandês; e 100,102 Hunter, Howard W. 19,102
trimestralmente em islandês. Impressão: ULTRAPRINT
Impressora Ltda. - Rua Bresser, 1224 - Brás - São Paulo - Lar 22 Jensen, Jay E. 87
SP.
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nos o direito de publicar somente os artigos solicitados
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2.430 - Telefone (011) 814-2277.
The A Liahona (ISSN 0885-3169) is published m onthly by Obra Missionária 1 3 ,4 7 ,4 9 ,9 4 Nelson, Russell M. 5
The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints, 50 East
North Temple, Salt Lake City, Utah 84150. Second-class
Obediência 4 ,1 1 ,2 5 ,3 9 ,4 3 ,7 0 ,9 4 Oaks, Dallin H. 39
postage paid at Salt Lake City, Utah and at additional
mailing offices. Subscription price $9.00 a year. $1.00 per
Oração 83 Pace, Glenn L. 11
single copy. Thirty days' notice required for change of Orgulho 16,43 Packer, Boyd K. 77
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from a recent issue; changes cannot be made unless both Paciência 68,105 Paramore, James M. 9
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and Canadian subscriptions and queries to Church Pais 25,27 Pearce, Virginia H. 97
Magazines, 50 East North Temple Street, Salt Lake City,
Utah 84150, U.S.A. Subscription information telephone Paz 19 Perry, L. Tom 16
number 801-240-2947.
POSTMASTER: Send address changes to A LIAHONA at
Perseverança 22,73,91 Scott, Richard G. 65
50 East North Temple Street, Salt Lake City, Utah 84150, Pioneiros 91 Wirthlin, Joseph B. 36
U.S.A.

2
Í n d ice
1 R e l a t ó r io da 1 6 2 a C o n f e r ê n c ia G e r a l S e m e s t r a l Sessão M a t u t in a d e D o m in g o
de A I g r e ja de J e s u s C r is t o dos Santo s dos 61 A I g r e ja P r o s s e g u e Presidente Gordon B. Hinckley
Ú l t im o s D ia s 65 C o m o C o n s e r t a r u m a V id a D a n if ic a d a
Élder Richard G. Scott
S essão M a t u t in a d e Sábado 68 U m D eu s de A mor que F a la aos H o m en s
4 O P ec a d o N ã o P rev a lecerá Élder Marion D . Hanks
Presidente Gordon B. Hinckley 70 " C o m p r o m e t e is - v o s d e C o r a ç ã o "
5 O n d e E stá a S a b e d o r ia ? Élder Neal A . M axwell
Élder Russell M . Nelson 73 M il a g r e s - N a q u e l e s T e m p o s e A g o r a
9 "P elo P od er de S u a P a l a v r a F iz e r a m co m que as Presidente Thomas S. Monson
P r is õ e s R u ís s e m " Élder James M . Paramore
11 R e n a s c im e n t o E s p ir it u a l Bispo Glenn L. Pace S essã o V e s p e rtin a d e D o m in g o
13 Os A n o s D o u r a d o s Élder Robert L. Backman 77 "É B o m S e r I n s t r u íd o ..." Élder Boyd K. Packer
16 " E is que o S en hor M e R evelo u G randes e 80 ê x i t o n a O b e d iê n c ia a o s P r in c íp io s d o E v a n g e l h o
M a r a v il h o s a s C o is a s " Élder L. Tom Perry Élder David B. Haight
19 O F a r o l d o A n c o r a d o u r o d a P a z 83 " P o r M e io d e C o n v it e " (ALMA 5:62) B etty JoN .
Presidente Howard W. Hunter Jepsen
85 F a z e r - s e S á b io p a r a a S a l v a ç ã o
S e s s ã o V e s p e r t in a de Sábad o Élder John E. Fozvler
21 A p o io aos O f ic ia is da I g r e ja 87 " L e m b r a i - v o s T a m b é m d a s P r o m e s s a s "
Presidente Gordon B. Hinckley Élder Jay E. Jensen
2 2 A n s e io p e l o L a r Élder Marvin ]. Ashton 89 A O b r a M is s io n á r ia n a s F il ip in a s
2 5 " H o n r a T e u P a i e T u a M ã e " Élder Lino Alvarez Élder Augusto A. Lim
27 N a s c id o de B o a F a m íl ia 91 U m a H e r a n ç a I n e s t im á v e l Élder James E. Faust
Élder Dallas N . Archibald 94 A o N os D e s p e d ir m o s
29 V ir a C r is t o E x a m in a n d o as E s c r it u r a s Presidente Thomas S. Monson
Élder M errill J. Bateman
31 Amor de C r is t o R e u n iã o G e r a l das M ulheres

Élder C. M ax Caldwell 95 C o n f ia n ç a po r M e io d a C o n v er sã o

33 A A l e g r ia da E s p e r a n ç a R e a l iz a d a A ile e n H . C ly d e

Élder M. Russell Ballard 97 M e d o V ir g in ia H . P e a r c e

36 F o g u e ir a s E s p ir it u a is do T estem u n h o 100 " O l h a i p a r a V o s s a s C r ia n c in h a s "
Élder Joseph B. Wirthlin Presidente M ichaelene P. Grassli
102 Ás M u l h e r e s d a I g r e ja
Presidente Howard W. Hunter
Sessão do S a c e r d ó c io
105 " O E x e m p l o d o s F i é i s "
39 H is t ó r ia s da B íb l ia e P ro teçã o P esso a l
Presidente Thomas S. Monson
Élder Dallin H . Oaks
43 O S en hor F ará os J usto s P ro spera rem
56 A u t o r id a d e s G e r a is de A I g r e ja de J e s u s C r is t o
Élder Dean L. Larsen
dos Santo s dos Ú l t im o s D ia s
45 J e s u s C r is t o E s tá no C en tro da R estau ração do
108 N o t íc ia s d a I g r e ja
E v an gelh o Élder Gary J. Coleman
112 E l e s F a l a r a m p a r a N ó s
47 N in g u é m D is s e que S e r ia F á c il
Élder John B . Dickson
49 O S a c e r d ó c io em A ção As fotografias da conferência foram tiradas por Jed A. Clark, Welden
Presidente Thomas S. M onson Andersen, Phil Shurtleff, Craig Dimond, John Luke, Melanie
53 E d if ic a r V o s s o s T a b e r n á c u l o s Shumway, e Matt Reier.
Presidente Gordon B. Hinckley

A L iahona/J aneiro 1993 3

 SESSÃO MATUTINA DE SABADO
3 de outubro de 1992
0 P ecado
N ão P revalecerá
Presidente Gordon B. Hinckley
Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência
"Que mantenhamos os padrões estabelecidos e
sigamos rumo à segurança e exaltação. "
eus Irmãos: Em
M
circunstâncias normais o
Presidente Benson nos
falaria na sessão de abertura
conferência e dar-nos-ia calorosas
boas-vindas. Lamentamos que não
esteja conosco. Ele gostaria de estar
aqui, e nós gostaríamos que
estivesse. Sua dificuldade para sair
de casa vem aumentando muito. A
idade toma difícil sua aparição em
público. Ele se encontra agora em
seu nonagésimo quarto ano de vida.
Não lhe é fácil executar o que
outrora fazia com tanto vigor e
entusiasmo. Sua voz forte e vibrante
nos inflamou a todos, em épocas
passadas. Sua eloqüência ao expor
tanto o evangelho como seu
extraordinário testemunho desta
obra, em tom persuasivo e
irrefutável, ecfificou a todos os que o
4
ouviram. Sentimos falta dele e
oramos para que o Senhor o conforte
e o abençoe, a fim de que goze de
felicidade no restante de sua vida.
Seus fardos tomaram-se mais
pesados quando a amada
companheira, irmã Flora Amussen
Benson, faleceu, a 14 de agosto de
1992. Estiveram casados
aproximadamente sessenta e seis
anos. Foram um exemplo para toda a
Igreja. Ele sente agora a terrível
solidão de um homem que perde a
prendada e bela esposa, mãe dos
seus filhos, seu apoio e conforto.
Nosso coração se enternece por
ele com simpatia e amor. Rogamos
que o Senhor o conforte e sustenha,
trazendo-lhe alegria ao coração
enquanto permanecer conosco, como
profeta de Deus.
Ele pediu-nos que déssemos
andamento à conferência. Assim o
da fazemos, por ele encorajados, e com
uma prece no coração, para que
sejamos abençoados pelo Senhor -
cada um de nós que ralar - para que
haja uma grande efusão espiritual
entre os santos que estão reunidos
em lugares diferentes, em
circunstâncias diversas.
Como sinal da grandeza de sua
força de expressão, e como
reafirmação para cada um de nós,
transmito-vos uma ou duas
declarações feitas por ele no
passado. Vale a pena repetir.
Cito: "Esta é a última e grande
dispensação, na qual os grandes
propósitos de Deus serão
consumados, a única dispensação na
qual o Senhor prometeu que o
pecado não prevalecerá. A Igreja não
será tirada da terra outra vez. Está
aqui para ficar. O Senhor assim
prometeu, e vós sois uma parte dessa
Igreja e reino - o núcleo ao redor do
qual será edificado o grande Reino
de Deus na terra. O Reino do Céu e o
Reino de Deus na terra serão
reunidos na vinda de Cristo - e essa
época não está muito distante. Como
eu gostaria que pudéssemos ter uma
visão dessa obra, da sua genialidade,
e compreender a proximidade desse
grande evento! Estou seguro de que
seriamos mais ajuizados, se
compreendêssemos o que nos
aguarda. (The Teachings ofEzra Taft
Benson, Salt Lake City: Bookcraft 1988,
p. 19.)
"Deus nos abençoe a todos, a
fim de que possamos seguir o rumo
estabelecido pelo Pai Celestial e por
nosso maior exemplo - o Senhor
Jesus Cristo. Que assim procedamos
a despeito do que o mundo diga ou
faça, que nos apeguemos à barra de
ferro, que sejamos firmes na fé,
mantenhamos os padrões
estabelecidos e sigamos rumo à
segurança e exaltação. (Vide 1 Néfi
8:19.) A porta está aberta. O plano
está aqui na terra. E o plano do
Senhor. A autoridade e o poder estão
aqui. Vós decidireis." (The Teachings
o f Ezra Taft Benson, p. 26.)
Foram essas as declarações deste
homem que é hoje o profeta de Deus
e nosso Presidente. Trazemos a vós
seu amor, suas saudações e sua
bênção. E a ele retribuímos com
amor e lealdade, com uma prece
para que o Deus do Céu o abençoe,
conforte, sustenha e lhe dê alegria e
felicidade. Assim eu oro, ao prestar
testemunho de que ele é o profeta ao
qual o Senhor treinou e susteve
durante todos estes anos, para falar
como profeta às nações e como nosso
líder, em nome de Jesus Cristo,
amém.
 "Buscai diligentemente e ensinai-vos

O nde E stáa Sabedoria ?

Élder Russell M. Nelson
do Quorum dos Doze Apóstolos
"No esforço para se adquirir uma formação
acadêmica, o desejo pessoal tem mais influência do
que a instituição educacional, e a fé pessoal é mais
eficaz do que o corpo docente. "
Mais tarde, muitas academias de
ensino foram criadas.
Hoje, com o número de
membros da Igreja no mundo
excedendo a cifra de oito milhões,
evidentemente não é mais possível à
Igreja exercer um papel decisivo na
educação secular. Ainda assim,
nosso compromisso para com a
educação continua constante.
As escrituras ensinam que "a
glória de Deus é inteligência". (D&C
93:36.) Ensinam ainda que as
"inteligências (individuais)...foram
organizadas antes de existir o
mundo." (Abraão 3:22.) "O homem
também no princípio estava com
Deus. A inteligência, ou a luz da
verdade, não foi criada nem feita,
nem pode deveras ser feita." (D&C
93:29.)
oje gostaria de propor uma
uns aos outros palavras de
sabedoria; sim, nos melhores livros
procurai palavras de sabedoria;
procurai conhecimento, mesmo pelo
estudo e também pela fé." (D&C
88:118.) E assegura-nos de que a
sabedoria aqui adquirida
permanecerá conosco para sempre.
(Vide D&C 130:18-19.)
Tomando como medida este padrão
divino, torna-se claro que os que
impulsivamente abandonam os
estudos, reduzindo sua formação
acadêmica, não apenas desprezam o
decreto divino como frustram a
realização do próprio potencial.
Recordo-me de meu momento
de decisão há muitos anos quando,
ainda adolescente e sem formação
acadêmica, empreguei-me
temporariamente, na época de Natal.
O trabalho era monótono.
Cada hora e dia passavam
lentamente. Resolvi naquele
momento que deveria obter uma
formação acadêmica que me
qualificasse melhor para a vida.
Tomei a decisão de permanecer na
escola e de me empenhar em
terminar o curso, como se minha
vida dependesse disso.
Mais tarde, como presidente de
estaca, muitos jovens me
perguntaram a respeito de seus
próprios objetivos acadêmicos.
Alguns me perguntaram quanto
tempo levou para que eu me
tornasse médico.

H
pergunta feita há muito por
Jó: "Onde se achará a
sabedoria?" (Jó 28:12.)
Os líderes desta Igreja têm
enfatizado repetidamente a
importância da formação acadêmica.
É um componente vital da sabedoria.
Não muito depois de os pioneiros
terem iniciado a construção do seu
templo em Illinois, fundaram a
Universidade da Cidade de Nauvoo.
A Primeira Presidência declarou que
essa universidade "nos permitirá
ensinar sabedoria a nossos filhos,
instruí-los em todo o conhecimento e
aprendizado nas artes; ciências e
demais profissões."1
Cena semelhante ocorreu após os
pioneiros perseguidos adentrarem o
vale do Grande Lago Salgado.
Menos de três anos depois, em 28 de
fevereiro de 1850, fundaram a
Universidade do Estado de Deseret.2
Nossa inteligência pessoal é
eterna e divina. Creio que Thomas
Jefferson sentia a dignidade do
espírito humano ao escrever: "Jurei,
sobre o Altar de Deus, eterna
hostilidade contra toda forma de
tirania sobre a mente do homem."3
Procurai Estudar
Devido à nossa consideração
sagrada por todo intelecto humano,
consideramos a educação uma
responsabilidade religiosa. No
entanto, as oportunidades e
habilidades diferem. Creio que, no
esforço para se adquirir uma
formação acadêmica, o desejo
pessoal tem mais influência do que a
instituição educacional, e a fé pessoal
é mais eficaz do que o corpo docente.
Nosso Criador espera que seus
filhos, em toda parte, se eduquem.
Ele proferiu um mandamento:
"O padrão geral norte-
americano seria de quatro anos na
universidade, seguidos de 4 anos na
faculdade de medicina", respondi-
lhes. "E, se desejarem optar por uma
especialidade isso levará pelo menos
mais cinco anos, dependendo da
área desejada.
Por vezes, esta afirmação
provocava uma reação: "Isso levará
treze anos - talvez mais? É muito
tempo para mim!"
"Tudo depende", respondia eu
então. "A preparação para sua
carreira profissional não é longa
demais se souber o que deseja fazer
da vida. Que idade terá você daqui a
treze anos, se não persistir em seus
estudos? Terá a mesma idade, quer
se torne o que deseja ser ou não!"
Assim, meu conselho na época -
e agora - é que continueis a estudar,
onde quer que estejais, quaisquer
que sejam vossos interesses e

A L iahon a /] a n eir o 1993 5


Élderes Merrill ]. Bateman e Gary L. Coleman estavam entre as Autoridades Gerais apoiadas na
conferência como membros do Segundo Quorum dos Setenta.
oportunidades, da maneira que
achais que melhor podeis servir
vossa família e a sociedade.
Acautelai-vos contra o Desequilíbrio.
Decidi o que aprendereis e aos
propósitos de quem servireis, mas
não coloqueis todos os ovos
intelectuais no cesto do aprendizado
secular. Livrai-vos da admoestação
do Livro de Mórmon:
Oh! A vaidade, fraqueza e
insensatez dos homens! Quando são
instruídos, pensam que são sábios e
não ouvem os conselhos de Deus,
pondo-os de lado, supondo que
sabem por si mesmos; portanto sua
sabedoria é insensatez e não lhes traz
proveito. E eles perecerão.
"Mas é bom ser instruído
6
quando se ouve os conselhos de
Deus." (2 Néfi: 9:28-29.)
Essa escritura me faz lembrar de
um amigo que orgulhosamente se
gabava de que sua escalada rumo à
riqueza fora fruto de trabalho
incansável e das lições aprendidas na
"dura escola da vida". Contudo, sua
riqueza custara-lhe o
desenvolvimento espiritual. Quando
já era tarde demais, descobriu com
pesar que a escada para o sucesso
estivera o tempo inteiro apoiada à
parede errada. Nunca lera esta
instrução de seu Criador:
"Buscai não as riquezas mas a
sabedoria, e eis que os mistérios de
Deus vos serão revelados, e então
sereis enriquecidos. Eis que é rico
aquele que tem a vida eterna." (D&C
6:7; vide também 11:7.)
A falta de familiaridade dos
homens com as escrituras causou,
muitas vezes pesar a um grande
número de pessoas por longos
períodos de tempo. O sofrimento
resultante dessa ignorância é deveras
trágico. Gostaria de ilustrar este
ponto com exemplos da história, que
se referem ao alastramento de
infecções.
No século XIX os responsáveis
pela saúde pública e outros estavam
preocupados com a poluição
atmosférica, não com os visíveis
hidrocarbonos enevoados de hoje,
mas com um miasma invisível, ao
qual se atribuíam quase todas as
infecções. Em 1867, por exemplo,
Lord Lister apontava o ar impuro
como a principal causa de infecções.4
Devido a isso, em 1869, Simpson de
Edinburgh, recomendou com
insistência, que os hospitais fossem
demolidos e reconstruídos a cada
poucos anos.5Essa prática
extravagante foi também
recomendada por outros
especialistas.6
Até Florence Nightingale, que se
tornou uma lenda viva por seus
heróicos serviços durante a Guerra
da Criméia, não reconheceu a
transmissão de infecções de um
paciente a outro - apesar de suas
cuidadosas observações de que
infecções em ferimentos eram
responsáveis por 40% da
mortalidade pós-operatória.7
Outros tampouco, perceberam
essa relação. Por séculos, as vidas de
incontáveis mães e crianças foram
ceifadas pela "febre de parto" -
infecções transmitidas aos inocentes,
sem que se soubesse, por mãos não
lavadas de enfermeiros.8
Há apenas cem anos, o grande
trabalho de Koch, Pasteur e outros
provou que as infecções poderiam
ser causadas por bactérias em fluidos
do corpo contaminados - ou em
dejetos infectados - passadas de uma
pessoa a outra.
Tendo em mente essas
passagens da história, gostaria de
citar a palavra do Senhor, registrada
há muito em Levítico, capítulo
quinze:
"Falou mais o Senhor a Moisés e a
Aarão, dizendo:
Falai aos filhos de Israel, e dizei-
lhes: Qualquer homem que tiver
fluxo de sua carne, será imundo por
causa do seu fluxo.
 Esta pois será a sua imundícia
por causa do seu fluxo...
Toda a cama em que se deitar o
que tiver fluxo, será imunda; e toda a
cousa, sobre o que se assentar, será
imunda.
E qualquer que tocar a sua cama,
lavará os seus vestidos, e se banhará
em água...
E aquele que tocar a carne do
que tem o fluxo, lavará os seus
vestidos, e se banhará em água."
(Levítico 15:1-5, 7; grifo nosso.)
Vários versículos se seguem, que
reenfatizam e ilustram esses
importantes princípios. Então lemos
a conclusão:
"Quando, pois, o que tem o
fluxo, estiver limpo do seu
fluxo...lavará os seus vestidos, e
banhará a sua carne em águas vivas,
e será limpo." (Versículo 13.)
Assim, nosso amoroso Pai
Celestial revelara claramente há mais
de três mil anos, princípios de
higiene para se lidar com pacientes
infectados. Essas escrituras estão em
completa consonância com
modernas diretrizes da medicina.
Mas durante todos aqueles milênios,
uantas mães pereceram
esnecessariamente? Quantas
crianças sofreram porque a busca do
homem pelo conhecimento não
incorporara a palavra de Deus?
Desafios Contemporâneos
Em nossos dias, deparamo-nos
com muitos desafios. Alguns deles
são novos, outros antigos - apenas
revestidos de roupagem moderna.
As epístolas de Paulo incluem
profecias concernentes aos nossos
dias. Estais familiarizados com estas
descrições?
"Nos últimos dias sobrevirão
tempos trabalhosos.
Porque haverá homens amantes
de si mesmos, avarentos,
presunçosos, soberbos (e a lista de
qualidades insidiosas prossegue)...
Sem afeto natural...
Mais amigos dos deleites do que
amigos de Deus;
Tendo aparência de piedade,
mas negando a eficácia 'dela...
Que aprendem sempre, e nunca
podem chegar ao conhecimento da
verdade." (II Timóteo 3:1-5, 7.)
A admoestação de Paulo
descreve a apostasia e outros perigos
de nossos dias. Alguns desses
Élderes Glen L. Rudd, Rulon G. Craven e Ben B. Banks, dos Setenta. Élder Craven é presidente da
Área do Pacífico, e Élder Banks é membro da Presidência da Área Filipinas/Micronésia.
perigos são contrários aos propósitos
de Deus e são defendidos por
pessoas persuasivas que possuem
mais habilidades do que moralidade,
mais conhecimento do que
sabedoria. Sua racionalização visa à
justificação. A Bíblia afirma que "o
caminho do tolo é reto aos seus
olhos." (Provérbios 12:15.) Na
verdade, as pessoas com propósitos
malignos freqüentemente ostentam a
máscara da honestidade. Assim,
devemos estar constantemente
alertas.
Para se construir uma casa
resistente, não se escolhem tijolos
quebrados ou rachados. Portanto,
para construírdes vosso destino
eterno, não podeis - não deveis -
limitar lições àquelas que são
desvirtuadas para excluir as
revelações de Deus. O Livro de
Mórmon oferece essa nota de
admoestação e esperança:
"Não tenteis dar conselhos ao
Senhor, mas, sim, recebei conselhos
de sua mão. Pois que vós mesmos
sabeis que ele aconselha com
sabedoria, justiça e grande
misericórdia em todas as suas
obras." (Jacó 4:10.)
Lembrai-vos do terrível preço
pago quando se ignora a instrução
divina. Até o início do século, as
infecções se espalhavam como se
ninguém jamais houvesse lido ou
levado a sério o décimo-quinto
capítulo de Levítico. Onde está a
sabedoria?
Hoje nos preocupamos
seriamente com a crescente incidência
da infecção humana com o vírus HIV.
(Vírus da Imuno-supressão Humana),
vírus variantes, e o conseqüente
surgimento da AIDS (Síndrome da
Deficiência Imunológica Adquirida).
Uma epidemia foi predita - uma
praga alimentada por uns poucos que
demonstram maior preocupação para
com os direitos civis do que para com
a saúde pública - uma praga
instigada pelos imorais. Alguns
vivem na luxúria, como se o
mandamento de Deus para sermos
castos tivesse sido escrito com um
asterisco, isentando-os da obediência
a ele. E, lamentavelmente, como em
pragas ocorridas em outros tempos,
muitas vítimas inocentes são
condenadas ao sofrimento. Onde está
a sabedoria?
Morte e cargas financeiras
crescentes, que poderiam ser
evitadas, também ocorrem em todo o
mundo devido à indiferença ou ao
desconhecimento da declaração de
Deus de que o tabaco "não é bom
para o homem". (D&C 89:8.) Muitos
outros problemas sociais poderiam
ser enumerados, como alcoolismo e
uso de drogas, jogatinas, conflitos
civis e derrocada da estabilidade
familiar.10Podemos saber muito e, no
entanto, aprender tão pouco. "Onde
está a sabedoria que foi perdida com
o conhecimento? Onde se acha o
A L iahona/J aneiro 1993 7

Élderes W. Eugene Hansen, Robert K. Dellenbach e L. Aldin Porter, dos Setenta. Élder Hansen é
presidente da Area Ásia Norte, e o Élder-Dellenbach é membro da Presidência da Área Européia.
conhecimento que foi perdido com
as informações?"11 Novamente
pergunto eu: "Onde está a
sabedoria?"
Sabedoria Encontrada
A sabedoria é encontrada na
inteligência pura - naquela luz
divina que pode guiar as pessoas em
todos os países, climas e continentes.
O Senhor prometeu que "entre
aqueles que se assentam nas trevas
resplandecerá uma luz, a qual será a
plenitude do meu evangelho". (D&C
45:28.) Então lamentou-se:
"Mas eles não a recebem; pois
não compreendem a luz, e por causa
dos preceitos dos homens, desviam
de mim os seus corações.
E naquela geração haverá
homens que não passarão até que
vejam uma praga superabundante;
pois uma doença desoladora cobrirá
a terra.
Mas os meus discípulos
permanecerão em lugares santos, e
não serão abalados; mas entre os
iníquos, homens levantarão as suas
vozes e amaldiçoarão a Deus e
morrerão.
E haverá terremotos também em
diversos lugares, e muitas
desolações; e ainda assim os homens
endurecerão os seus corações contra
mim." (D&C 45:29,31-33; vide
também 87:6.)
Contrastando fortemente com
tão terrível caos, a luz do evangelho
de Jesus Cristo se irradia como a
esperança do mundo.
Missionários e membros
corajosamente proclamam o seu
brilho.
Pelo mundo inteiro, estudantes
sábios atentam para a luz e
enriquecem sua educação,
estudando nos Seminários e
Institutos da Igreja. O Senhor não
esconde sua sabedoria de ninguém:
"Se algum de vós tem falta de
sabedoria, peça-a a Deus." (Tiago
1:5.)
Novamente proponho a
pergunta feita por Jó: "Onde se
achará a sabedoria?" (Jó 28:12.)
Resposta: Ela emana do Senhor. Ele
mesmo disse:
"Darei aos filhos dos homens
linha por linha, preceito por preceito,
um pouco aqui e um pouco ali; e
abençoados os que ouvem os meus
preceitos e escutam os meus
conselhos, porque serão instruídos
na sabedoria; pois a quem recebe,
darei mais." (2 Néfi 28:30.)
Luz e sabedoria divinas
continuam a aumentar quando o
amor pela Deidade cresce:
" 0 que é de Deus é luz; e aquele
que recebe a luz e persevera em
Deus, recebe mais luz, e essa luz se
torna mais e mais brilhante até o dia
perfeito." (D&C 50:24; vide também
88:67.)
"Aquele que guarda os seus
mandamentos recebe verdade e luz,
até que seja glorificado em verdade e
conheça todas as coisas." (D&C
93:28.)
Onde está a sabedoria? Ela pulsa
e surge com a luz da verdade do
Senhor! Com essa luz, ele nos eleva
em direção à vida eterna.
Testifico em nome de Jesus
Cristo, amém.
NOTAS
1. History the Church, 4:269.
2. Journal History of The Church of Jesus
Christ of Latter-day Saints, 28 de fevereiro de
1850, pp. 1-2.
3. Elbert D. Thomas, Thomas Jefferson,
World Citizen (Nova York: Modem Age
Books, 1942), p. 251.
4. J. Lister, "On a new method of treating
compound fracture, abscess, etc., with
observations on the conditions of
suppuration." Lancet, 1 (1867): 326.
5. J. Y. Simpson, "Our existing system of
hospitalism and its effects," Edinburgh Medicai
Journal, 14(1869): 817.
6. L. A. Stimson, "Bactéria and ther
influence upon the origin and development of
septic complications of wounds," New York
Medicai Journal, 22(1875): 144.
7. See Edward Cook, The Life ofFlorence
Nightingale, 2 vols. (Londres: Macmillan and
Co., 1913), 1:352-438.
8. See Ignaz Philipp Semmelweiss, Die
Aetiologie der Begriffund die Prophylaxis des
Kindbettfiebers, reprinted from 1861 ed. (Nova
York: Johnson Reprint Co., 1966), pp. 102-113.
9. See Isolation Techniquesfor Use in
Hospitais (Washington, D.C.: U.S. Department
of Health, Education, and Welfare, 1970), p. 9.
10. See Bryce J. Christensen, "Critically
III: The Family and Health Care," TTie Family in
America, The Rockford Institute Center on the
Family in America, Mount Morris, III., Maio
de 1992, pp. 1-8.
11. T. S. Eliot, "Choruses fron 'The
Rock'/' The Complete Poems and Plays (Nova
York: Harcourt, Brace & World, 1971), p. 96.

"P elo P oder de S ua
Palavra F izeram com que
as P risões R uíssem "
Élder James M. Paramore
da Presidência dos Setenta
"Queridos amigos, foi Jesus cjuem abriu e abrirá as
portas de nossas prisões pessoais. "
mados irmãos, durante alguns
A anos e com os mais profundos
sentimentos, tenho pensado
sobre o assunto que desejo expor-vos
esta manhã. O profeta Mórmon nos
diz que "pelo poder da palavra (do
Senhor) fizeram com que as prisões
ruíssem". (Mórmon 8:24.) Reli,
recentemente as histórias de Jean
Valjean, personagem brilhante da
novela de Victor Hugo, Os
Miseráveis, e de Bob Merrick, da
novela Sublime Obsessão, de Lloyd C.
Douglas. Estas duas histórias,
embora muito diferentes no tempo,
circunstâncias e exuberância,
tocaram-me o coração de várias
maneiras.
Fiquei angustiado ao pensar na
pena de Jean Valjean - os dezenove
anos de prisão e as coisas que lhe
fizeram devido à transgressão
mínima de roubar pão para
alimentar a família que passava
fome. Sofreu tantas injúrias, mesmo
depois de ter finalmente sido solto
da prisão física.
Alguns destes mesmos
sentimentos me vieram à mente ao
refletir nos sofrimentos que Bob
Merrick infligiu a si mesmo. A vida
de um eminente cirurgião ficou
perdida, assim como a visão de
outro, devido às atividades
caprichosas de Bob Merrick, seu
egoísmo, vaidade e desprezo pelos
outros. Sofreu numa prisão
construída por ele próprio.
Sim, sei que estes episódios tão
bem elaborados são fictícios, mas
fazem-me pensar nos vários tipos de
prisão que Satanás nos leva a
construir para nós mesmos e para
outros, ou que outros constroem
para nós. Não temos todos nós sido
libertados de várias formas de
cativeiro? Como vos sentistes
quando as portas de vossas prisões
pessoais foram abertas? Como foi
sentir-vos livres? Que maravilhoso é
ser libertado de qualquer tipo de
prisão!
Lembro-me de como me senti há
quarenta e um anos, quando fui
tirado de um trem na Europa, às
duas horas da madrugada, por dois
soldados de uma nação hostil e
contra a minha vontade. Fui verbal e
fisicamente maltratado. Pensei que
nunca mais veria minha família ou
meu país. Asseguro-vos que,
enquanto estava cativo, o sangue
percorreu minhas veias como
adrenalina. Embora a prisão durasse
menos que um dia, pareceu-me uma
eternidade. Quando fui posto em
outro trem e mandado de volta a
salvo, minha gratidão ao Senhor não
tinha limites... Estava livrei Ao
conversar com o condutor do trem,
soube que centenas não tiveram
tanta sorte.
Pensei, então, naquele que
verdadeiramente nos liberta dos
vários tipos de prisão para o perdão,
para a novidade de vida, de espírito,
de mudanças e oportunidades, e
como as almas dos homens
encontram conforto, satisfação e
segurança quando isto acontece.
Pensei no Filho de Deus e sua maior
dádiva voluntária a cada um de nós,
à custa da própria vida e sob
excruciante dor. Pensei em como o
Pai Celestial ama todos nós. Ele está
lá, com chaves para abrir as portas
que nos prendem, mesmo quando
estamos encerrados em prisões que
nós próprios construímos. Pensei
naqueles que, ao longo do caminho,
ajudam a girar as chaves que
libertam, e que se preocupam tanto
em reconstruir a confiança de outros
- como os dois homens de Deus nas
novelas, que ajudaram a libertar Jean
Valjean e Bob Merrick de suas
prisões, levando-os a magnificentes
novas liberdades, prometidas pelo
Senhor.
O quanto possa ser terrível o
cativeiro físico, existem outras
prisões ainda mais devastadoras.
Estas são bem sutis e assumem
várias formas na vida, como (1) tirar
vantagem dos outros; (2) prestar
falso testemunho para obter lucro;
(3) saber de coisas que são
verdadeiras e não defendê-las; (4)
roubar a moral de outra pessoa; (5)
destruir a inocência de uma
criancinha; (6) ser escravo do álcool
ou de drogas; (7) ou financeiramente
abrir uma cova para outros,
causando-lhes miséria, destruindo-
lhes a capacidade de cuidar das
próprias necessidades e assim por
diante. Existem muitas prisões que
procedem de nosso pecado ou do
pecado de outrem, "de acordo com o
cativeiro e o poder do demônio" (2
Néfi 2:27) que nos fazem perder o
rumo.
Gostaria de dar um exemplo
para ilustrar a questão dessas
prisões. O profeta Jó aconselhou a
A L iahon a /J an eiro 1993 9

não "especular com vosso amigo".
(Jó 6:27.) Entendo que poderia ser
um sócio nos negócios, um vizinho,
um membro da Igreja. Como isto
aconteceria?
Há alguns anos, um excelente
rapaz era dono de um negócio muito
bem sucedido. Havia trabalhado
longas e duras horas, e durante
muitos anos, a fim de desenvolver as
aptidões, reputação e especializações
necessárias para montar seu negócio
e prover sua jovem família. Amava
seu trabalho. Todas as manhãs
iniciava animado cada projeto novo,
com criatividade e senso de
oportunidade. Tinha uma vida boa,
repleta de esperanças e projetos. Aí,
foi terminado um projeto
importante. Pagamentos volumosos
foram antecipados, porém um
negociante astuto descobriu que
aprovações verbais, dadas ao meu
amigo para muitas alterações
necessárias no projeto, poderiam ser
facilmente ignoradas e
desconsideradas. Não havia, afinal,
nenhum documento escrito. Era
simplesmente "bom negócio"
consegui-los o mais barato possível,
mesmo depois do compromisso
assumido. E, assim, os
compromissos verbais não foram
honrados. O dinheiro devido, que
era considerável, não foi pago.
Neste ponto, temos várias
prisões aqui colocadas: a prisão da
fraude do negociante "astuto", e a
prisão do enganado, que não pôde
honrar os próprios compromissos.
Até a presente data, o que foi
enganado, com muita
industriosidade e privação, ainda
10
tenta sair da prisão criada pelo
outro. Perdeu a confiança nas
pessoas, ele e a família perderam
oportunidades e o negócio, por
causa de outros.
Não ensinou o Salvador, pelo
profeta Moisés: "Se alguém fizer
pastar o seu animal num campo ou
numa vinha, e o largar para comer
no campo de outro, o melhor do seu
próprio campo e o melhor da sua
vinha restituirá"? (Êxodo 22:5.)
Esses tipos de prisão geralmente
fazem com que o ofendido perca a fé,
a esperança e até a capacidade de
cuidar de si próprio, como foi o caso
do meu jovem amigo. Não deveriam,
portanto, acontecer. Causam anos de
angústia. Levam os envolvidos a
duvidar da justiça e da compaixão.
Algumas vezes acham que é
impossível resolver seus negócios
pessoais honrosamente.
As lições ensinadas pelo
Salvador diferem largamente destas
ações. Porque ele ensinou: Portanto,
tudo o que vós quereis que os
homens vos façam, fazei-lho também
vós. (Vide Mateus 7:12; 3 Néfi 14:12.)
Ele ensinou: "Eis que é de minha
vontade que... pagueis todas as
(vossas dívidas". )(D&C 104:78.) Sim,
mesmo que leve anos, pagai vossas
dívidas.
Nenhum cristão deveria jamais
ser um obstáculo para outro cristão.
Muitas viúvas, mães solteiras e
casais idosos são vítimas daqueles
que tiram proveito deles, que não
honram seus compromissos,
colocando-os num tipo de prisão. Os
afetados suplicam que alguém lhes
abra as portas da prisão, geralmente
enquanto bebês choram por
necessidades básicas.
Quando procuramos seguir a
Cristo, fazemos o juramento de um
cristão, como membros desta Igreja;
fazemos convênio de jamais colocar
alguém em qualquer tipo de prisão,
mas sim tentar libertar os que ali se
encontram. Tomamo-nos como o
homem que disse que quando se
filiou a esta igreja mudou a maneira
de pensar, de falar, de acreditar, de
se vestir, de trabalhar e honrar seu
patrão; as coisas que lia, os filmes a
que assistia, o modo como conduzia
seus negócios financeiros, com
absoluta honestidade, e o modo
como servia ao próximo.
Verdadeiramente acreditava no
poder libertador do evangelho de
Jesus Cristo e tomou-se livre por
causa dele. Como é declarado no
livro de João. "Se pois o Filho vos
libertar, verdadeiramente sereis
livres" (João 8:36).
Há alguns anos, um conhecido
meu encontrava-se cativo havia mais
de vinte anos, de um sério problema
de alcoolismo que o acorrentava a
cada dia. Saía ao trabalho, comprava
a bebida alcoólica, dirigia seu carro
para fora da cidade e bebia até quase
não conseguir mais achar o caminho
de casa. Estava, verdadeiramente,
sob a escravidão do demônio e vivia
num inferno. Um mestre familiar fiel
amava este irmão, visitava-o com
freqüência, ensinou-o a orar pedindo
ajuda, e orava sempre por ele. Certo
dia, ao afastar-se da cidade para
iniciar o ritual diário do álcool,
sentiu-se fortemente levado a parar o
automóvel, andar até um campo,
ajoelhar-se e pedir ajuda ao Pai
Celestial. Mais tarde, testificou em
lágrimas que, ao levantar-se, depois
de orar, o desejo de beber o
abandonara por completo. Libertara-
se de vinte anos de prisão. Deus
ouviu sua oração, sentiu o desejo do
seu coração, e abriu as portas da
prisão que o prendia.
Queridos irmãos, é Jesus quem
abre e abrirá as portas de nossas
prisões pessoais. É uma promessa
gloriosa sob condição de
arrependimento, a todos que se
encontram cativos, por qualquer que
seja o motivo.
Certamente, um santo dos
últimos dias demonstrará a
liberdade que recebeu andando em
completa moralidade e em completa
honestidade, como ensina o Senhor.
Pois sua palavra é sua
fiança-sagrada e honrada. Sua vida
torna-se o testemunho de que tudo é
verdadeiro - cada princípio e cada
palavra que procede do Senhor e de
seus profetas. Ao vivermos estes
princípios cardeais, somos
verdadeiramente livres e tomamo-
nos testemunhas de sua palavra.
Uma das mais belas e profundas
declarações do homem de Deus a
Jean Valjean foi: "Meu irmão, não
mais pertences ao mal, e sim ao bem.
É a sua alma que lhe compro, e dou-
a a Deus." (Victor Hugo, Os
Miseráveis, vol. 1, capítulo 12.) Basta
de prisões para outros, por causa de
minhas ações.
Jesus veio ao mundo para que o
homem tenha vida e a tenha em
abundância. Trilhou o caminho,
ensinou a maneira, abriu as portas
ara verdadeiramente libertar a
umanidade e disse: "E conhecereis
a verdade, e a verdade vos
libertará". (João 8:32.) O escritor
Lloyd C. Douglas expressou essa
idéia maravilhosamente, quando
disse a Bob Merrick: "Quando
encontrares O CAMINHO, estarás
comprometido - tomar-se-á uma
obsessão - uma sublime obsessão".
Sabemos que é assim, pois temos
o registro do que aconteceu aos
santos que verdadeiramente
seguiram o Salvador durante
duzentos anos após sua aparição nas
Américas: "E todos quantos a eles se
achegavam, e realmente se
arrependiam de seus pecados, eram
batizados em nome de Jesus e
recebiam também o Espírito Santo.
...e não havia contendas nem
disputas entre eles, e procediam
retamente uns com os outros.
E tinham todas as coisas em
comum; portanto não havia ricos
nem pobres, escravos nem livres,
mas eram todos livres...
"...e sem dúvida não poderia
haver povo mais ditoso entre todos os
povos criados pela mão de Deus". (4
Néfi 1:1-3,16; grifo nosso.)
Sim, "pelo poder de sua palavra
fizeram com que as prisões ruíssem".
(Mórmon 8:24.) Que vivamos de
maneira a sermos livres, sem prisões
para nós mesmos ou para outros,
somente com uma sublime obsessão,
repleta de liberdade e bênçãos à
nossa frente, em nome de Jesus
Cristo, amém.
R enascim ento E spiritual
Bispo Glenn L. Pace
dos Setenta
"Com todas as profecias que vemos sendo cumpridas,
que grande evento estamos esperando para dizer:
'Incluí-me'?"
uando pequeno, era
Q excessivamente dependente
de minha irmã mais velha.
Por exemplo: era enjoado para
comer e, quando visitávamos meus
avós, ofereciam-me constantemente
alimento de que não gostava. Para
diminuir meu constrangimento,
quando o prato me era passado,
perguntava a minha irmã: "Collene,
eu gosto disso?".
Se era algo conhecido, e ela sabia
que eu não gostava, dizia: "Não, ele
não gosta disso."
Eu, então, dizia a vovó: "Ela está
certa, eu não gosto disso."
Se era algo que não comêramos
antes, recomendava-me: "Espere um
minuto". Depois provava-o e dizia-
me se eu iria gostar ou não. Se sua
conclusão fosse negativa, não havia
palavras que me fizessem comer.
Sei que já é mais do que tempo
de confiar em meu próprio gosto e
parar de negar a mim mesmo
alimentos saudáveis, só porque
minha irmã disse que eu não iria
gostar deles.
Falando mais seriamente, creio
que já é tempo de nos
banquetearmos com os frutos do
nosso próprio testemunho, em vez
de nos basearmos no testemunho de
outras pessoas. O testemunho de que
vos falo é muito mais profundo do
que saber que a Igreja é verdadeira.
Precisamos chegar ao ponto de saber
que somos verdadeiros para com a
Igreja. Precisamos também aumentar
nossa capacidade de receber
revelação pessoal. Uma coisa é
receber um testemunho de que
Joseph Smith viu Deus e Jesus
Cristo. Outra é confiar na própria
capacidade de receber a revelação a
que temos direito.
Muitas vezes não damos o
devido valor às bênçãos do
evangelho. E como se fôssemos
passageiros no trem da Igreja, o qual
segue em frente gradual e
metodicamente. As vezes olhamos
pela janela e pensamos: "Parece
bastante divertido lá fora. Este trem
é tão restritivo". Saltamos então, e
brincamos um pouco nos bosques.
Mais cedo ou mais tarde,
descobrimos que não é tão divertido
quanto Lúcifer o fez parecer, ou
ficamos seriamente feridos. Aí,
tratamos de voltar aos trilhos e
vemos o trem distante. Num
impulso resoluto nós o alcançamos,
subimos ofegantes, limpamos o suor
da testa, e agradecemos ao Senhor
pelo arrependimento.
Enquanto ainda no trem,
podemos observar o mundo e alguns
de nossos membros lá fora, rindo e
divertindo-se. Censuram-nos e
tentam persuadir-nos a sair. Alguns
atiram toras e pedras nos trilhos,
para descarrilar o trem. Outros
A U ahona /J aneiro 1993 11

correm ao longo da via férrea, e
embora não brinquem nos bosques,
também não conseguem entrar no
trem. Outros tentam correr na frente
e geralmente pegam a curva errada.
Sugeriria que o luxo de entrar e
sair do trem como nos agrada está
diminuindo. A velocidade do trem
está aumentando. Os bosques
tomam-se muito mais perigosos, e o
nevoeiro e a escuridão se
aproximam.
Embora nossos caluniadores
sejam tão capazes de "estender seu
débil braço para desviar do seu
curso o rio Missouri, ou fazê-lo ir
correnteza acima" (D&C 121:33)
quanto de descarrilar este trem,
ocasionalmente conseguem induzir
indivíduos a saírem dele. Com todas
as profecias que vemos sendo
cumpridas, que grande evento
estamos esperando para dizer:
"Incluí-me"? O que mais precisamos
ver ou experimentar antes de entrar
no trem e nele permanecer até
alcançar nosso destino? É tempo de
renascimento espiritual. É hora de
penetrarmos em nós mesmos e
reacendermos nossas próprias luzes.
O Presidente Joseph F. Smith
disse: "Uma falta que deve ser
evitada pelos santos, jovens e idosos,
é a tendência de viverem sob luz
alheia... permitindo... que a luz que
ostentam seja refletida, ao invés da
original". (Doutrina do Evangelho, 5a
ed., p. 78.)
O mundo todo parece estar
tumultuado. A imprensa de hoje está
repleta de relatos sobre fome,
12
revoluções civis e desastres naturais.
Mais devastador ainda, a longo
prazo, é o destrutivo furacão
espiritual da desobediência aos
mandamentos de Deus que varre o
mundo. Esta tempestade terrível
rompe a fibra moral das nações da
terra e deixa-as na desolação. Muitas
pessoas parecem não prestar atenção
a este furacão e tomaram-se tão
insensíveis, que nem ao menos
sentem uma brisa.
Seguimos um ciclo que se
repetiu várias vezes no Livro de
Mórmon. Como o Senhor nos diz:
"No dia da sua paz, eles trataram
com leviandade os meus conselhos;
mas, no dia de suas tribulações, me
procuraram por necessidade". (D&C
1 0 1 :8 .)
Portanto, não deveríamos
surpreender-nos, de que o Senhor
esteja permitindo algumas chamadas
para nos despertar, a fim de sacudir-
nos da apatia, assim como fez nas
dispensações anteriores. No livro de
Helamã, Néfi diz: "E assim vemos
que se o Senhor não castiga seu povo
com numerosas aflições,... estes dele
não se lembram" (Helamã 12:3).
Em nossa dispensação o Senhor
disse: "E o meu povo precisa ser
castigado até que aprenda a ser
obediente, ainda que seja pelas
coisas que agora sofre" (D&C 105:6).
Para alguns, os eventos que se
desenrolam no mundo, hoje, são
assustadores. Esta não é a hora para
pânico, mas definitivamente é tempo
de preparação. O que fazer a fim de
preparar-nos melhor para o que está
às portas? É simples. Devemos voltar
ao básico e "aprender obediência".
Quando somos obedientes, seguimos
os primeiros princípios do evangelho
e depositamos nossa fé no Senhor e
Salvador, arrependemo-nos dos
pecados, somos batizados e
recebemos o Espírito Santo para nos
guiar. Lemos e ponderamos as
escrituras, oramos por orientação e
procuramos ajudar aqueles que
passam por momentos difíceis.
Compartilhamos o evangelho com as
pessoas da terra e tornamos possível
a realização de ordenanças
salvadoras para aqueles que já
passaram além do véu.
Durante esta conferência e em
muitas outras ocasiões seremos
ensinados pelos servos ungidos do
Senhor. Estes profetas, videntes e
reveladores recebem revelações
pertinentes ao Reino, a que seus
mantos lhes dão direito. Seguimos os
líderes. Preparamo-nos para receber
a investidura no templo. Se
permanecermos fiéis, esta
investidura literalmente nos dará
poder adicional para sobrepujarmos
os pecados do mundo e
"permanecermos em lugares santos"
(DC 45:32).
Faço um apelo especial à
juventude. Permanecereis mais
seguros e infinitamente mais felizes
se colocardes vossa energia na
obediência do hoje, do que se a
guardardes para o arrependimento
do amanhã. Quando somos
obedientes, estabelecemos uma base
para a qual enviar os desafios do
futuro.
Desafios e tribulações
aparecerão em nosso caminho,
apesar da obediência. Desastres e
tribulações nem sempre são para
punir o pecador, mas geralmente
para santificar o justo. Admiramos
os primeiros membros da Igreja, por
sua fidelidade nas inúmeras
provações por que passaram. E
interessante analisar se tiveram
sucesso quando se depararam com
dificuldades, devido à
espiritualidade, ou se eram
espirituais devido aos obstáculos
que enfrentaram.
Na vida de todos nós chegam
momentos dourados da adversidade.
Esta dor amiga nos parte o coração,
faz-nos ajoelhar e reconhecer que
não somos nada sem nosso Senhor e
Salvador. Esta amiga faz-nos rogar
por segurança a noite toda e durante
todo o dia seguinte e, algumas vezes,
durante semanas e meses. No final,
porém, tão certo como o dia segue a
noite, se permanecermos fiéis, esta
estranha amiga, a adversidade,
guiar-nos-á diretamente para os
braços estendidos do Salvador.
Tenho procurado compreender
por que temos que passar por
tribulações, a fim de experimentar a
comunicação suprema. Parece haver
uma intensa concentração que deve
ser adquirida para que nossas preces
alcancem o Pai Celestial, e, mais
importante ainda, para que ele possa
fazer-se entender por nós. Algumas
vezes precisamos esforçar-nos para
ouvir a voz suave e mansa. Para
aprendermos o que não é visível ao
mundo, precisamos estar numa
freqüência espiritual que não
pertence ao mundo. A adversidade
pode ajudar-nos a entrar nessa
sintonia. Até mesmo o Salvador
comunicou-se mais intensamente
com nosso Pai Celestial quando em
agonia. Quando o Senhor estava no
Getsêmani, Lucas registrou: "E,
posto em agonia, orava mais
intensamente". (Lucas 22:44.)
O desafio para cada um de nós,
a fim de evitarmos chamadas
constantes para nos despertar, é
permanecermos obedientes, depois
de nos voltarmos para o alto.Quando
a tempestade se for, é possível
permanecermos em sintonia, sendo
valentes no testemunho. Podemos,
então, desfrutar as tréguas - às vezes
longas - e experimentar o céu na
terra. Entretanto, ter uma vida
inteira de bem-aventurança parece
não estar no plano, se nossa meta for
obter crescente espiritualidade e
perfeição.
E meu desejo que cada um de
nós experimente um renascimento
espiritual ao nos tornarmos mais
obedientes. Este profundo
crescimento espiritual nos ajudará a
termos a perspectiva necessária para
enfrentar as adversidades de hoje e
força para encarar o amanhã.
Enquanto o mundo está conturbado,
o Reino permanece intacto. Vivemos
na melhor e mais empolgante parte
de nossa dispensação, desde a
restauração. Rogamos que vos
torneis participantes ativos na
edificação do Reino. Esta é a hora de
nossa oportunidade, o que testifico
em nome de Jesus Cristo, amém.
Os A nos D ourados
Élder Robert L. Backman
Membro Emérito do Primeiro Quorum dos Setenta
"Vejo oportunidades gloriosas para os casais idosos
continuarem a ser úteis no serviço ao próximo.
Quanto a Igreja precisa de nós!"
"Morreu aos setenta, mas esperou
até os oitenta e cinco para ser
enterrado".
O que fazer?
Há uma única passagem no
Novo Testamento que descreve a
vida do Salvador entre a idade de
doze anos e o início do seu
ministério. Muitas vezes mencionei
esta passagem ao me dirigir à
juventude. Penso se não se aplica
também a nós, especialmente os
aposentados. Lucas escreveu: "E
crescia Jesus em sabedoria e em
estatura, e em graça para com Deus e
os homens". (Lucas 2:52.)
Em linguagem moderna, estas
palavras traduzem-se no crescimento
físico, mental, social e espiritual do
Salvador. Que modelo a seguir!
á quatorze anos vim a este Crescimento Físico
H púlpito para aceitar meu
chamado de Setenta.
Os anos seguintes têm sido os
É evidente que nosso corpo se
desgasta. Faz parte da vida.
mais desafiadores, compensadores e Acredito, porém, que temos a
satisfatórios da minha vida. responsabilidade de manter a saúde
Regozijo-me com cada experiência na melhor forma possível, por meio
em particular. de exercícios adequados, dieta
Nesta conferência passei a ser saudável e cuidados diários com o
Autoridade Geral emérita. Oro para corpo. Espero seguir o exemplo do
que minha vida produtiva não esteja Élder Joseph Anderson, que ainda
no fim. Olho para a frente e penso no nadava aos cem anos e, até o fim da
ue fazer com o restante dos meus vida, caminhava todos os dias; ou
ias. Não me sinto velho; minha meu tio, Milt Backman, que ainda
mente ainda está razoavelmente joga bola aos noventa e quatro anos.
alerta; meu corpo está em bom
funcionamento. Meu pai morreu aos Crescimento Mental
noventa e quatro anos. Minha mãe
ainda vive aos noventa e cinco. Precisamos continuar a exercitar
Ainda me resta uma boa a mente, porque ela necessita de
quilometragem. Salvo um acidente, exercício tanto quanto os músculos
provavelmente tenho ainda uns do corpo.Quero seguir o exemplo do
vinte e cinco anos pela frente. meu bom vizinho, Perris Jensen, que
Não quero ser como o se diplomou pela Universidade de
aposentado de quem se disse: Utah aos oitenta e um anos, e Amelia
Á L iahon a /J a n eir o 1993 13

Élder Lytin A. Mickelsen, presidente da Área América do Sul, cumprimenta dois visitantes da
conferência
McConkie, viúva do Élder Bruce R.
McConkie, que depois da morte do
marido, começou a pintar.
Já comecei a ter aulas de piano e
desejo dominar o computador, se
viver o suficiente.
Crescimento Social
Temos tantas oportunidades de
servir ao próximo. Onde quer que
moremos, nossos concidadãos estão
famintos da sabedoria e experiência
daqueles que já viveram muito e
bem. Sem o serviço voluntário que
pode ser oferecido pelos
aposentados, nossas cidades correm
o perigo de extinguir-se. Ao olhar à
frente, penso no extraordinário
serviço cívico que Lowell Bennion
prestou durante toda a vida e, mais
particularmente, ao aposentar-se.
Exemplificou o verdadeiro modo de
vida cristão, indo ao encontro
"destes pequeninos irmãos".
(Mateus 25:40.)
14
Crescimento Espiritual____________
Um dos perigos que observo na
aposentadoria é o de nos
desligarmos do mundo. Voltamo-
nos para dentro de nós mesmos,
como se a sociedade dissesse: "Não
tendes mais utilidade". Com o
aumento da expectativa de vida,
mais e mais pessoas se aposentarão.
Espero que a Igreja continue a nos
utilizar. Temos sido provados e
testados durante a vida. A sociedade
não nos trará nenhum desafio que já
não tenhamos enfrentado.
Aprendemos o que é importante e o
que traz felicidade duradoura. Que
a Igreja utilize nossa experiência,
testemunho, sabedoria e
entendimento. Podemos ainda
auxiliar na edificação do Reino de
Deus. Acredito que ele precise de
toda ajuda que puder obter.
Não há aposentadoria no serviço
do Senhor. Acreditamos no
progresso eterno. Devemos ter um
crescimento espiritual contínuo
durante toda a vida. O evangelho
desafia-nos a perseverarmos até o
fim.
A palavra perseverança tem uma
conotação interessante. Costumamos
associá-la ao sofrimento. Fiquei
curioso ao descobrir que perseverar
vem do latim indurare, que significa
"fortificar, endurecer, fazer durar".
Gosto de uma definição encontrada
no dicionário Random House
Dictionary. Define-a como "ter ou
obter conhecimento ou
reconhecimento contínuo, como de
valor, de mérito, ou grandeza".
Quando penso na grande alegria
que experimentei durante meu
ministério, sinto esperança de que
essas ricas experiências espirituais
não tenham cessado. Sei que não
cessarão, se eu aceitar as
oportunidades de serviço que estão à
minha frente.
Tendo-me envolvido
profundamente na obra missionária
nos últimos anos, vejo
oportunidades gloriosas para os
casais idosos continuarem a ser úteis
no serviço ao próximo. Quanto a
Igreja precisa de nós!
Há tantos que encontraram
satisfação servindo como
missionários, esquecendo-se de si
próprios nesse trabalho importante,
permanecendo vigorosos com a
disciplina e unidade de propósito
resultantes da dedicação ao
evangelho e de testemunho
prestado. Espero que eu possa fazer
o mesmo!
Penso em Royce Flandro e
esposa que, depois de aposentados,
cumpriram missão na Espanha e
prestaram um serviço valiosíssimo.
Ao voltar para casa, sentiam
saudades dessa experiência
maravilhosa. Foram então ao
Departamento Missionário para
perguntar onde poderiam servir
melhor. Foi-lhes sugerido que
aprendessem húngaro, o que
fizeram. Alguns meses depois, foram
chamados para servir na Hungria e,
uma vez mais, fizeram-no com
distinção. Agora, partiram para a
Mongólia.
Muitos de nós tememos sair de
nossas "zonas de conforto" e
roubamos a nós mesmos algumas
das maiores aventuras da vida.
O irmão Harold Salway e esposa
serviram em Fiji, Irlanda, Africa do
Sul, Israel, Inglaterra, Califórnia e,
atualmente, preparam-se para ir à
Flórida. Pretenaem continuar a
servir até que a saúde o permita.
Quem pode medir o bem que
fizeram ou as bênçãos que
receberam?
Chegou recentemente, ao
Departamento Missionário, uma
carta do Presidente Thomas R.
Murray, da Missão Independence
M issouri, referente ao trabalho
missionário do Élder Ronald Smith e
esposa. Escreveu:
"Os Smiths deixaram uma
herança na cidade de Nebraska.
Batizaram dezoito pessoas,
reativaram um elevado número em
duas alas, viajaram muitas milhas
por mês, colaboraram com o jornal
local, prestaram serviços relevantes à
comunidade, motivaram o
Escotismo, fortaleceram a liderança
da ala, integraram, confraternizaram
e provaram ser excelentes relações
públicas para a Igreja na
comunidade." Membro dos Setenta.
Onde poderiam os Smiths ter
gasto tempo mais produtivo e
rendoso ou prestado serviço mais "Apenas os amamos". unidade familiar eterna, o que faço.
edificante? Regozijo-me nas ricas (Vide Ensign, maio de 1978, p. 72.)
Alguns têm a idéia de que, ao experiências dos quatorze anos que Sinto-me mais honrado que todos os
envelhecermos, não podemos mais se passaram. Anseio, porém, pelos homens. Sinto-me mais abençoado
aprender línguas. Isto não é verdade. desafios dos anos dourados, que me do que todos os homens. E sou
Cada vez mais, vemos casais que aguardam. Espero ansioso as novas muito grato pelo sagrado chamado
vêm ao Centro de Treinamento experiências, novas aventuras, novos que tive. Regozijo-me com a
Missionário sem conhecimento horizontes, novos mundos a oportunidade de consagrar minha
prévio de uma língua e partem dois conquistar. Anseio pelas novas vida ao serviço do Senhor.
meses depois, capazes de se oportunidades de crescimento físico, Todas as bênçãos que tenho na
comunicarem. Suas habilidades mental, social e espiritual. Oro para vida, tudo o que considero
certamente aumentam ao amar e que minha vida, deste dia em diante, importante e precioso em meu
servir no campo missionário. Mesmo testifique que sou um discípulo de coração, atribuo à filiação à Igreja de
quando uma língua nova é difícil, os Jesus Cristo, o Filho de Deus! Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
casais idosos fazem um trabalho Oro para que eu e vós fiquemos Dias, ao amor que tenho pelo
singular nas missões, simplesmente bem "usados" no serviço do Senhor, Senhor, ao testemunho do evangelho
por estarem lá. Sua experiência, para que no final de nossa vida útil e divino e à maneira como agi diante
exemplo, e fé são ótimos recursos na produtiva possamos regozijar-nos das oportunidades de servir.
edificação de membros novos da com Paulo: "Combati o bom Amados Irmãos da liderança
Igreja. São absolutamente combate, acabei a carreira, guardei a geral, minha querida esposa e eu
indispensáveis ao crescimento do fé. Desde agora a coroa da justiça me ainda estamos preparados para ir
Reino em todo o mundo. está guardada". (II Timóteo 4:7-8.) aonde quer que nos desejeis mandar
Lembro-me de ter conhecido um Concluo meu ministério público e para fazer o que nos pedirdes. Oro
casal maravilhoso que cumpria parafraseando as palavras que disse tão somente que possamos ser
missão entre emigrantes do Sudeste em 1978, as quais têm significado instrumentos nas mãos do Senhor,
Asiático, na Missão Oakland ainda maior para mim, depois desta para auxiliar-vos em vossos
Califórnia. Ao observar a união entre experiência particular. chamados maravilhosos de edificar o
os missionários e estes maravilhosos O Presidente Benson declarou Reino de Deus, santificar o povo e
novos santos dos últimos dias, que a mais alta honra que podemos preparar o caminho para a vinda de
perguntei à irmã missionária se ela ter é a de sermos membros da Igreja Cristo em sua glória, quando todo
ralava a língua deles. Respondeu-me de Deus, o que sou; saber que Cristo joelho se dobrará e toda língua
que não. Perguntei-lhe, então, como é nosso Salvador, o que vos testifico, confessará que ele é o Salvador do
se comunicavam com os membros. eu sei. Portar o Santo Sacerdócio, o mundo, o que testifico em nome de
Com lágrimas nos olhos, replicou: qual porto; e fazer parte de uma Jesus Cristo, amém.

A L iahona /J aneiro 1993 15

 Jesus Cristo. As últimas palavras de

Eis que o Senhor M e Morôni aos membros da Igreja são

escritas em tom de advertência.
Escreve como alguém que vê a
história de seu povo repetir-se no

R evelou G randes e futuro:

"E eis que o Senhor me revelou
grandes e maravilhosas coisas
relativas a um futuro próximo, ao

M aravilhosas C oisas dia em que essas coisas aparecerão

Élder L. Tom Perry
do Quorum dos Doze
"Vivemos numa das mais gloriosas épocas da história
da humanidade. A oportunidade de colher as bênçãos
do Senhor jamais foi tão grande. "
idades. É um livro de grande emoção
e sentimento. Tomemos o conselho
de Brigham Young e imaginemo-nos
no lugar onde Morôni, o último dos
grandes profetas nefitas, esteve. A
missão que o pai lhe confiara, de
terminar os registros, foi muito
difícil. Devia estar em estado de
choque, ao relatar a total destruição
de seu povo.
Deve ter-se sentido compelido a
descrever como seu povo fora
perseguido pelos lamanitas até a
destruição total. Na solidão, relata
que seu pai se encontrava entre os
mortos. Percebemos que terminar o
registro é a única coisa pela qual
Morôni vive, como relata: "Portanto,
escreverei e ocultarei os registros na
terra; e não importa o que me possa
suceder depois". (Mórmon 8:4.)
entre vós.
"E eis que eu vos falo como se
estivésseis presentes e, entretanto,
não estais. Mas por Jesus Cristo me
fostes mostrados e conheço as vossas
obras.
Sei que andais segundo o
orgulho de vossos corações e poucos
há entre vós que não se exaltem com
orgulho, a ponto de se vestirem com
trajes suntuosos, entregarem-se à
inveja, à malícia, às disputas,
perseguições e a toda sorte de
iniqüidades: e vossas igrejas, sim,
todas elas se corromperam, em
virtude do orgulho de vossos
corações.
Porque eis que amais o dinheiro,
vossos bens, vossos custosos trajes e
o adorno de vossas igrejas mais do
que amais os pobres e necessitados,
os doentes e os aflitos.
Ó vós, corrompidos, hipócritas,
mestres que vos vendeis por aquilo
que se corrompe, por que haveis
corrompido a santa igreja de Deus?
Por que tendes vergonha de tomar
sobre vós o nome de Cristo? Por que
não considerais que maior é o valor
de uma eterna felicidade do que o
daquela miséria que não tem fim?
Por causa dos louvores do mundo?"
(Mórmon 8:34-38.)
Por que a humanidade não

B
righam Young aconselhou-nos
a usar as escrituras desta forma:
Meus amados irmãos, ledes as
escrituras como se as estivésseis
escrevendo há mil, dois mil, ou cinco
mil anos? Ledes como se estivésseis
no lugar dos homens que as
escreveram? Se assim não o fazeis,
tendes esse privilégio, para que
possais familiarizar-vos tão bem com
o significado das palavras escritas de
Deus como estais com vossos
pensamentos e conversas diárias".
(Discursos de Brigham Young, comp.
John A. Widtsoe, Salt Lake City:
Deseret Book Co., 1954, p. 128.)
O Livro de Mórmon está repleto
de relatos notáveis, com lições que
podem ser aplicadas a todas as
Tudo que lhe resta é a certeza de
que o Senhor o preservará o tempo
suficiente para completar o registro,
o qual, algum dia, será encontrado
por um escolhido do Senhor. Sabe
que o registro será uma voz de
advertência às gerações futuras do
que acontece quando nações, como a
sua própria, se afastam dos
ensinamentos do Senhor. É do fundo
do coração que Morôni brada aos
que um dia receberão os registros.
Quer livrar os que lerem seu relato
do pesar e miséria resultantes da
desobediência.
Escreve primeiramente aos
membros da Igreja, e depois àqueles
que não abraçaram o evangelho de
consegue aprender com a História?
Creio que este é um dos grandes
mistérios da mortalidade. Por que
aqueles que professam ser
verdadeiros seguidores de Cristo
freqüentemente se tomam vítimas
da sedução do mundo? São muito
evidentes as bênçãos recebidas por
aqueles que confiam no Senhor e
seguem os caminhos que ele nos
prescreveu.
Vários artigos recentes, na
imprensa de notícias e de negócios,
relatam o sucesso de Utah, lugar
onde ainda temos a maior
concentração de membros da Igreja.
Ressaltam "somos aqui um
receptáculo de valores à moda
antiga, uma história americana que

16
deu certo". (New York Times, 15 de
setembro de 1991, p. 1.)
Um dos artigos registrou: "Se
religião, como Karl Marx escreveu, é
o 'ópio do povo', em Utah é a
anfetamina. Graças grandemente à
influência de A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias... Utah
tornou-se invejado pelos seus
vizinhos." (Time, 29 de julho, 1991, p.
22 .)
Em outra revista, Business Week,
lemos: "Utah em seu melhor
desempenho. Dos cinqüenta estados,
Utah tem o grau mais elevado de
instrução, a população mais jovem, a
maior porcentagem de diplomados
no colégio, a mais alta porcentagem
de pessoas com educação
universitária, é o nono em
porcentagem de diplomados
universitários, a população de estado
com a média mais elevada em
número de anos completos de escola,
a maior taxa de natalidade, a menor
taxa de mortalidade, a quarta mais
longa em expectativa de vida, uma
das três mais baixas taxas de câncer,
Élder Jack H. Goaslind, dos Setenta, conversa com Élder Robert L. Backman, que se tornou Membro
uma das taxas mais baixas de
Emérito do Primeiro Quorum dos Setenta.
doenças do coração, a mais baixa em
consumo de álcool, a mais baixa em
consumo de tabaco, a média mais azar, da pornografia, e da advertir os fiéis, roga aos incrédulos.
curta de permanência em hospitais, a contestação à oração em público a Novamente lemos:
população mais saudável,... (e) o minar os valores que nos unem como "E, agora, falo também a
melhor governo de estado." (Business uma comunidade de santos. respeito daqueles que não crêem em
Week, 16 de dezembro, p. 118J.) Não há dúvida de que os Cristo.
Notai tanto o que foi, como o membros da Igreja enfrentam Eis que crereis no dia de vossa
que não foi dito nesses artigos. grandes desafios nestes dias. visitação - pois que, quando o
Enaltecem realizações coletivas, não Precisamos não apenas resistir, mas Senhor vier, sim, naquele dia em que
conquistas individuais. É notável o montar uma contra-ofensiva às a terra se enrolar como um rolo e os
ue os cidadãos de Utah são capazes tentações e ensinamentos do mundo, elementos se derreterem com
e realizar juntos. Como a fim de preservar nossa ardente calor, sim, naquele dia, no
comunidades, tornaram-se faróis singularidade. qual sereis levados à presença do
para o mundo. Como povo, Apesar dos desafios que Cordeiro de Deus - direis então que
demonstram capacidade de enfrentamos, rogo que vos não há Deus?
sobrepujar muitas diferenças mantenhais firmes em vossas Negareis por mais tempo o
causadas por interesses particulares, convicções. Não há como escapar aos Cristo, ou podereis mirar o Cordeiro
individualismo incontrolável e julgamentos que Deus desencadeará de Deus? Supondes que podereis
egoísmo. sobre a cabeça daqueles que viver com ele, conscientes de vossa
Como desejaria sentir-me à decidirem seguir um caminho culpa? Supontes que podereis ser
vontade com toda a atenção que contrário à sua vontade. Prestemos felizes vivendo com esse santo ser,
temos recebido.Em meio a toda essa atenção aos conselhos de Morôni e quando vossas almas estão
publicidade favorável, vemos tantos evitemos a sina que destruiu seu atormentadas pela consciência da
membros que buscam as coisas do povo. culpa, de haverdes sempre abusado
mundo contrárias à palavra dos Parte do que Morôni sentiu de suas leis?...
profetas do Senhor através dos pode ainda ser traduzido num Voltai, portanto, ó descrentes!
séculos. desejo renovado de realizar a obra Retornai ao Senhor! Clamai ferven-
Preocupamo-nos mais com a boa missionária. Morôni também temente ao Pai, em nome de Jesus,
aparência, com o tamanho da casa, e testemunhou a iniqüidade e para que talvez possais ser achados
com nossos carros e acessórios, do destruição que a descrença traz, sem manchas, puros, formosos e
que com os pobres e necessitados. quando as almas de homens e brancos naquele grande e último dia,
Presenciamos também a ameaça da mulheres não estão ancoradas nos tendo sido limpos pelo sangue do
legalização do aborto, dos jogos de ensinamentos do evangelho. Após Cordeiro". (Mórmon 9:1-3,6.)

A L iah o n a /] a n eiro 1993 17


Élder Hans B. Ringger, presidente da Área Européia, e um de seus conselheiros, Élder Robert K.
Dellenbach, cumprimentam o Élder Helvécio Martins, da Presidência da Área Brasileira.
Quem não daria a devida
atenção aos avisos de alguém que
testemunhou tanto pesar e miséria?
Há alguma dúvida de que suas
palavras são uma afirmação de que
existe um modo melhor, mais feliz e
pleno de se viver? As palavras de
Morôni não são apenas uma voz de
advertência, mas também uma voz
de esperança, ao fazer-nos saber que
cada filho de Deus é precioso, e que
nosso Pai deseja que toda alma se
alegre na imortalidade e vida eterna.
Novamente lemos:
"E devido à redenção, que veio
por Jesus Cristo, são os homens
levados de volta à presença do
Senhor; sim, nisto é que todos os
homens são redimidos, pois a morte
de Cristo efetuou a ressurreição, por
meio da qual vem a redenção de um
interminável sono, do qual todos os
homens serão acordados pelo poder
de Deus, quando soar a trombeta; e
eles virão, tanto pequenos como
grandes, e se apresentarão ao seu
tribunal, redimidos e livres desta
eterna cadeia da morte, que é a
morte temporal.
18
Virá então o julgamento do
Santo sobre eles; e então chegará a
hora em que os impuros continuarão
na impureza e os que são justos
continuarão em sua justiça; os que
são felizes permanecerão felizes e os
infelizes permanecerão infelizes."
(Vers. 13-14.)
Estamos aqui para declarar que
o evangelho restaurado de nosso
Senhor e Salvador está na terra para
abençoar todos os filhos do Pai
Celestial. Estamos desejosos de
compartilhá-lo.
Um de nossos profetas
modernos declarou:
"Nosso objetivo é levar o
evangelho a todo o mundo.
Irmãos, este é um projeto
ambicioso que temos, mas como
sabem, estamos tão somente
planejando fazer o que o Senhor já
visualizou e do que nos encarregou."
(Spencer W. Kimball, Regional
Representatives' Seminar, 5 Abril
1976, p. 1.)
Nós vos convidamos a juntar-
vos a nós para encontrar a
verdadeira plenitude que a vida tem
a nos oferecer.
Estamos cercados de tanta
depressão, tanto desespero, tanta
falta de confiança e de esperança!
Pergunto-me: Qual é o propósito de
todo esse sofrimento? Considerai
comigo por um instante as grandes
bênçãos que nos foram prometidas
em um convênio com o Senhor. Ele
firmou um contrato solene com cada
um de nós, desde o início, para dar-
nos tudo o que possui, de acordo
com nossa fé. Ele declarou: "Eu, o
Senhor, estou obrigado quando
fazeis o que eu digo". (D&C 82:10.)
Por convênio solene ele
cumprirá sua parte do acordo. A
oportunidade de receber estas
grandiosas bênçãos está em nosso
poder, com base em nossa conduta
pessoal. O que é requerido de nós?
Primeiro, precisamos ser
obedientes às leis do Senhor. Esta é
uma das primeiras lições ensinadas a
Adão e Eva: obediência traz fé, atrai
as bênçãos dos céus. Desobediência
traz pesar e tristezas.
Após a lei da obediência vem o
mandamento de nos doarmos ao
servir aos filhos do Pai Celestial.
Sacrificar o que temos em benefício
de nossos irmãos é o teste supremo
do evangelho. Um dos propósitos
desta experiência mortal é ver se
seguiremos o conselho do Salvador:
"Buscai primeiro o reino de Deus, e a
sua justiça, e todas estas coisas vos
serão acrescentadas". (Mateus 6:33.)
Vivemos na mais gloriosa época
da história da humanidade. A
oportunidade de colher as bênçãos
do Senhor jamais foi tão grande,
assim como a oportunidade de servi-
lo e experimentar a eterna satisfação
resultante deste serviço.
Que as palavras de Morôni e as
vozes de todos os profetas nos
encham os corações, para que
possamos escapar dos erros do
passado pela obediência às leis
eternas ae Deus. Lembremo-nos de
que está em nosso poder saborear os
frutos do evangelho, pois ele nos
promete que se obedecermos à sua
lei e estivermos dispostos a entregar-
lhe o que requer de nós em serviço e
sacrifício, encontraremos as alegrias
da eternidade.
É meu testemunho que Deus
vive, que Jesus é o Cristo, o Filho do
Deus Eterno, e isso declaro em nome
de nosso Senhor e Salvador, Jesus
Cristo, amém.

0 Farol do
A ncoradouro da Paz
Presidente Howard W. Hunter
Primeiro do Quorum dos Doze Apóstolos
"O de que mais necessitamos em todo o mundo é
uma fé sincera e ativa nos ensinamentos básicos de
Jesus de Nazaré."
eus queridos irmãos,
M sabemos que, a despeito do
auspicioso progresso
presenciado nos últimos anos em
muitas partes do mundo, ainda há
muita contenda, dor e desespero.
Ficamos com o coração partido e
sentimo-nos angustiados quando as
notícias diárias locais ou
internacionais nos trazem mais
histórias de conflitos e sofrimentos e Ele próprio disse a respeito de sua
com muita freqüência, de guerras.
Certamente, nosso desejo é que o
mundo se torne um lugar melhor
para se viver, que haja mais amor,
que as pessoas se preocupem mais
umas com as outras e que a causa da
paz e da tranqüilidade se espalhe em
todas as direções e estenda-se a
todos os povos.
Na busca de paz e estabilidade,
gostaria de citar uma grande voz do
passado: "(Para tornar o mundo) um
lugar melhor... para se viver... o
primeiro e mais importante passo é o
de escolher, como chefe, alguém que
nos guie de maneira indubitável,
cujos ensinamentos, quando
praticados, nunca hajam falhado.
Em... (qualquer) mar tempestuoso de
incertezas, o navegador precisa ser
capaz de ver, em meio à tempestade,
o farol do ancoradouro da paz".
(David O. McKay, Man May Knowfor
Himself, Salt Lake City: Deseret Book
Co., 1967, p. 407.)
A mensagem desta conferência
eral de A Igreja de Jesus Cristo dos
antos dos últimos Dias é a de que
há apenas um condutor no universo,
apenas uma luz verdadeira e segura,
um único farol infalível para o
mundo. Essa luz é Jesus Cristo, a luz
e vida do mundo, a luz que um
profeta do Livro de Mórmon
descreveu como "uma luz sem fim,
que nunca poderá ser escurecida".
(Mosiah 16:9.)
Ao buscarmos o porto da
segurança e da paz, quer sejamos
homens ou mulheres, famílias,
comunidades ou nações, Cristo é o
único farol no qual podemos confiar.
missão: "Eu sou o caminho, e a
verdade e a vida". (João 14:6.)
Nesta época, como em todas as
eras anteriores, e em todas as épocas
futuras, o de que mais necessitamos
em todo o mundo é uma fé sincera e
ativa nos ensinamentos básicos de
Jesus de Nazaré, o Filho vivo do
Deus vivo. Porque muitos rejeitam
esses ensinamentos, a razão é ainda
maior para os que sinceramente
crêem no evangelho de Jesus Cristo
proclamarem a verdade e
mostrarem, pelo exemplo, o poder e
a paz de uma vida reta e sem
turbulências.
Analisai, por exemplo, esta
instrução de Cristo a seus discípulos.
Disse ele: "Amai a vossos inimigos,
bendizei os que vos maldizem, fazei
bem aos que vos odeiam, e orai pelos
que vos maltratam e vos
perseguem". (Mateus 5:44.)
Pensai no efeito em que essa
admoestação teria em nossos bairros,
nas comunidades em que viveis, em
que vivem vossos filhos, nas nações
que formam a nossa grande família
terrena . Compreendo que esta
doutrina apresenta um grande
desafio, mas certamente é um
desafio muito mais aceitável do que
as terríveis tarefas a nós impostas
pela guerra, pela pobreza e pela dor
que o mundo continua a enfrentar.
Como devemos agir quando
somos ofendidos, mal
compreendidos, tratados injusta ou
indelicadamente, ou quando pecam
contra nós? O que devemos fazer se
somos magoados ou feridos por
aqueles a quem amamos, ou
preteridos em uma promoção, ou
falsamente acusados, ou temos
nossos motivos injustamente
atacados?
Revidamos? Enviamos um
batalhão ainda maior? Voltamo-nos
para a lei do olho por olho, dente por
dente, ou, como diz o Tevye, Um
Violinista no Telhado,
compreendemos que isto, no final,
nos deixará cegos e sem dentes?
Todos temos boas
oportunidades de praticar o
cristianismo, e devemos tentar fazê-
lo sempre que elas surgirem. Todos
podemos, por exemplo, ser um
pouco mais inclinados ao perdão.
Em uma revelação dos últimos dias,
o Senhor disse: "Os meus discípulos,
nos dias antigos, procuraram
pretextos uns contra os outros, e em
seus corações não perdoaram; e por
esse mal foram afligidos e
dolorosamente castigados.
"Portanto, digo-vos, que deveis
perdoar uns aos outros; pois aquele
que não perdoa a seu irmão as suas
ofensas, está em condenação diante
do Senhor; pois nele permanece o
pecado maior.
Eu, o Senhor, perdôo a quem
quero perdoar, mas de vós se requer
que perdoeis a todos os homens".
A L iahon a /J a n eir o 1993 19

(D&C 64:8-10.)
Na majestade de sua vida e no
exemplo de seus ensinamentos,
Cristo deu-nos muitos conselhos,
sempre acompanhados de
promessas seguras. Ensinou com
uma grandeza e autoridade que
enchiam de esperança os instruídos e
os ignorantes, os ricos e os pobres, os
sãos e os doentes.
Sua mensagem, como disse um
escritor, "fluía doce e profusamente
tanto a ouvintes individuais como a
multidões enlevadas; e algumas de
suas revelações mais ricas foram
confiadas não a governantes nem
multidões, mas aos perseguidos e
banidos pela sinagoga judaica, ao
tímido inquiridor da noite solitária, e
à frágil mulher junto ao poço, ao
meio-dia". Seus ensinamentos não
lidavam com a cerimônia e as
minúcias tanto quanto com a alma
humana, o destino da humanidade, a
vida humana cheia de fé, esperança e
caridade. "Saindo das profundezas
de suas santas emoções (seus
ensinamentos) entusiasmavam os
ouvintes como que com uma chama
elétrica". Resumindo, sua autoridade
era a autoridade de Deus. A voz de
Cristo era pura e impregnada de
compaixão. Mesmo a severidade de
suas mais duras declarações era
transmitida com amor inexprimível.
( Frederic W. Farrar, A Vida de Cristo,
Portland, Oregon: Fountain
Publications, 1964, p. 215.)
Gostaria de recordar uma das
grandes histórias do triunfo de
20
Cristo sobre aquilo que parece testar-
nos e trazer-nos grande temor ao
coração. Quando os discípulos de
Cristo partiram em uma das
freqüentes jornadas pelo Mar da
Galiléia, a noite estava escura, e os
elementos revoltos e adversos. As
ondas se levantavam violentas, o
vento soprava impetuoso, e aqueles
homens mortais, frágeis, estavam
assustados. Infelizmente, não havia
ninguém com eles para acalmá-los e
salvá-los pois Jesus fora deixado a
sós na praia.
Como sempre, Cristo estava
velando por eles. Amava-os e
preocupava-se com eles. No
momento de maior desespero, viram
na escuridão a imagem de um manto
flutuante, caminhando em sua
direção por cima do mar. Gritaram
de pavor diante da aparição,
pensando tratar-se de um fantasma
que caminhava sobre as ondas. E em
meio à tempestade e à escuridão -
como nos acontece tão
freqüentemente quando, em meio às
trevas da vida, o oceano parece tão
imenso e nossos pequenos barcos tão
frágeis - chegou-lhes a voz
confortadora da paz, com estas
simples palavras: "Sou eu, não
temais". Pedro exclamou: "Senhor,
se és tu, manda-me ir contigo por
cima das águas". E a resposta de
Cristo foi a mesma que dá a todos
nós: "Vem".
Pedro saltou por sobre a
amurada do barco, em direção às
águas turbulentas e, enquanto
manteve os olhos fitos no Senhor, o
vento pode ter-lhe soprado
violentamente os cabelos e as águas
lhe ensopado as vestes, mas tudo
estava bem. Foi somente quando,
vacilando na fé, desviou os olhos do
Mestre para contemplar a fúria das
vagas e o abismo sombrio sob si, que
começou a afundar. Novamente,
como acontece a muitos de nós,
gritou: "Senhor, salva-me". E Jesus
não o desamparou. Estendeu-lhe a
mão e agarrou o discípulo que se
afogava, passando-lhe uma gentil
reprimendâ: "Homem de pouca fé,
por que duvidaste?".
Então, seguros a bordo da
pequena embarcação, presenciaram
o vento acalmar-se e o arrebentar das
ondas tornar-se apenas em pequenas
rendas espumantes Logo alcançaram
a enseada, seu porto seguro, onde
todos esperariam estar um dia. A
tripulação, tanto quanto os
discípulos, estava tomada de grande
espanto. Alguns se dirigiram a ele,
dizendo o que agora repito: "És
verdadeiramente o Filho de Deus".
(Adaptado de Farrar, The Life o f
Christ, pp. 310-13; vide Mateus 14:22-
23.) ,
É minha firme convicção que, se
como pessoas, famílias,
comunidades e nações pudéssemos,
como Pedro, fixar os olnos em Jesus,
também nós poderíamos caminhar
triunfantemente sobre "as ondas
crescentes da descrença" e
permanecer "destemidos em meio
aos ventos da incerteza". Se, porém,
desviarmos o olhar daquele em
quem devemos crer - como é tão
fácil fazer, e como o mundo está
tentado a fazer - se fixarmos o olhar
no poder e na fúria dos elementos
terríveis e destruidores que nos
cercam, ao invés de o fixarmos
naquele que nos pode auxiliar e
salvar, então inevitavelmente
afundaremos em um mar de
conflitos, tristezas e desespero.
Nesses momentos, quando
sentimos que as vagas ameaçam
afogar-nos, e que o abismo das águas
está prestes a engolfar o barco de
nossa fé, que tomba de um lado para
outro, oro para que ouçamos
sempre, em meio à tempestade e à
escuridão, as doces palavras do
Salvador do mundo: "Tende bom
ânimo; sou eu, não temais". (Mateus
14:27.)
Em nome de Jesus Cristo, amém.
SESSÃO VESPERTINA DE SABADO
3 de outubro de 1992
A poio aos O ficiais
da Igreja
Presidente Gordon B. Hinckley
Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência
"Irmãos, em harmonia com o princípio do comum
acordo, conforme revelado, apresento-vos agora as
Autoridades Gerais e oficiais da Igreja, para voto de
apoio. "
Perry, David B. Haight, James E.
Faust, Neal A. Maxwell, Russell M.
Nelson, Dallin H. Oaks, M. Russell
Ballard, Joseph B. Wirthlin e Richard
G. Scott.
Os que forem a favor, queiram
manifestar-se. Os que se opuserem,
queiram manifestar-se.
É proposto que apoiemos os
conselheiros na Primeira Presidência
e os Doze Apóstolos como profetas,
videntes e reveladores.
Os que forem a favor, queiram
manifestar-se. Se alguém se opuser,
manifeste-se pelo mesmo sinal.
É proposta a desobrigação
oficial, acompanhada de um voto de
gratidão aos Élderes Marion D.
Hanks e Robert L. Backman por seu
serviço como membros da
/ Presidência dos Quoruns dos Setenta
proposto que apoiemos Ezra e para que sejam designados
Taft Benson como profeta, membros eméritos do Primeiro
vidente e revelador, e Quorum dos Setenta.
Presidente de A Igreja de Jesus Com gratidão por seus serviços
Cristo dos Santos dos Últimos Dias; como Autoridades Gerais, é
Gordon B. Hinckley como Primeiro proposto que desobriguemos os
Conselheiro na Primeira Presidência; seguintes membros do Segundo
e Thomas S. Monson como Segundo Quorum dos Setenta: George R. Hill
Conselheiro na Primeira Presidência. III, John R. Lasater, Douglas J.
Os que forem a favor, queiram Martin, Glen L. Rudd, Douglas H.
manifestar-se. Os que se opuserem, Smith e Lynn A. Sorensen.
queiram manifestar-se. É proposto que o Bispo Henry B.
É proposto que apoiemos Eyring e o Bispo Glenn L. Pace sejam
Howard W. Hunter como presidente desobrigados como Primeiro e
do Conselho dos Doze Apóstolos, e Segundo Conselheiros,
os seguintes, como membros do respectivamente, no Bispado
conselho: Howard W. Hunter, Boyd Presidente.
K. Packer, Marvin J. Ashton, L. Tom Os que desejarem expressar um
voto de gratidão pelo grande serviço
prestado por estas Autoridades
Gerais, queiram manifestar-se.
É proposto que apoiemos como
Presidentes dos Quoruns dos
Setenta, os Élderes: Dean L. Larsen,
James M. Paramore, J. Richard
Clarke, Rex D. Pinegar, Carlos E.
Asay, Charles Didier, e L. Aldin
Porter.
Os que estão a favor queiram
manifestar-se. Os que se opõem,
queiram manifestar-se.
Depois da conferência de abril,
os Élderes Carlos H. Amado, Ben B.
Banks, Spencer J. Condie, e Robert K.
Dellenbach foram chamados como
membros do Primeiro Quorum dos
Setenta.
É proposto que apoiemos Henry
B. Eyring e Glenn L. Pace como
membros do Primeiro Quorum dos
Setenta.
Todos os que desejarem
acompanhar-nos no apoio a estas
Autoridades Gerais, queiram
manifestar-se. Se houver alguém
contrário, que o faça pelo mesmo
sinal.
Os Élderes Lino Alvares, Dallas
N. Archibald, Merrill J. Bateman, C.
Max Caldwell, Gary J. Coleman,
John B. Dickson, John E. Fowler, Jay
E. Jensen, Augusto A. Lim, John M.
Madsen, V. Dallas Merrell, David E.
Sorensen, F. David Stanley, Tai
Kwok Yuen e Lowell D. Wood foram
chamados como membros do
Segundo Quorum dos Setenta depois
da conferência de abril.
Os que desejarem apoiar estes
chamados e estas Autoridades
Gerais, queiram manifestar-se. Os
que não concordarem, queiram
manifestar-se.
É proposto que apoiemos H.
David Burton como Primeiro
Conselheiro e Richard C. Edgley
como Segundo Conselheiro do Bispo
Robert D. Hales, no Bispado
Presidente.
Os que forem a favor, queiram
manifestar-se. Os contrários,
queiram manifestar-se.
É proposto um voto de gratidão
aos Élderes Hugh W. Pinnock,
Hartmam Rector, Jr. e Clinton L.
Cutler por seus serviços na
presidência geral da Éscola
Dominical, e aos Élderes Robert K.
Dellenbach e Stephen D. Nadauld
por seus serviços como primeiro e
segundo conselheiros,
A L iahona/J aneiro 1993 21
 respectivamente, na presidência
geral dos Rapazes.
Os que desejam acompanhar-
nos, queiram manifestar-se.
E proposto que apoiemos os
Elderes Merlin R. Lybbert, Clinton L.
Cutler e Ronald E. Poelman como a
presidência geral da Escola
Dominical, e Élderes Stephen D.
Nadauld e L. Lionel Kendrick como
primeiro e segundo conselheiros,
respectivamente, na presidência
geral dos Rapazes.
Todos os que apóiam, queiram
manifestar-se. Os que se opuserem,
queiram manifestar-se.
E proposto que apoiemos as
outras Autoridades Gerais e os
oficiais gerais da Igreja como
presentemente constituídos.
Os que estiverem a favor,
queiram manifestar-se. Os que se
opuserem, queiram manifestar-se.
Parece-me que os votos positivos
foram unânimes.
Convidamos os novos
Conselheiros no Bispado Presidente a
virem ocupar seus lugares ao púlpito.
Obrigado, irmãos, pelos votos
de amor e apoio.
Agora, temos algumas
informações aos membros da Igreja.
Sentimos-nos felizes em anunciar
que a construção do Templo de San
Diego, na Califórnia, está dentro do
prazo, e ele será dedicado
provavelmente entre abril e junho de
1993. As obras dos templos de
Bountiful Utah e Orlando Flórida
também estão no prazo. O trabalho
de arquitetura está em andamento,
aguardando para breve a construção
dos templos de St. Louis, Missouri;
Bogotá, Colômbia; e Guayaquil,
Equador.
Estamos, também, felizes por
anunciar que propriedades foram
selecionadas para a construção de
um novo templo em Hong Kong
para atender às necessidades de
nosso povo naquela grande área da
Asia, e outra em Hartford,
Connecticut, que atenderá os
membros da Igreja residentes nas
áreas de Nova York, Boston e Nova
Inglaterra, e também outro templo
no Condado de Utah para aliviar a
pressão do Templo de Provo, que
está funcionando muito além de sua
capacidade original. Antecipamos
que haverá outros templos, cuja
localização será anunciada
posteriormente. Grato.
22
A nseio pelo L ar
Élder Marvin J. Ashton
do Quorum dos Doze Apóstolos
"Quando temos um anseio (pelo lar),... talvez seja
nossa alma que está com saudades de sua terra natal,
desejando não mais ficar longe do Senhor."
m algum momento da vida,
E provavelmente sentistes a
angústia da saudade. Pode ter
sido naquelas primeiras vezes em
que dormistes fora de casa, passando
a noite na casa de um amigo. Apesar
de quererdes muito ficar com os
amigos, talvez estivésseis com
saudades de vossos pais e da
sensação de segurança e conforto
que se tem em casa.
Uma saudade constante de casa
pode ter sido sentida só mais tarde -
quando partistes para a
universidade ou para a missão, ou
quando vos separastes da família
pelo casamento e mudastes para
longe de casa. Talvez tenha ocorrido
quando vossos pais se divorciaram e
tivestes de adaptar-vos a um novo
ambiente e talvez até a um padrasto
ou madrasta e a novos parentes.
Nesses períodos de adaptação e
ausência, talvez vos tenhais sentido
perturbados, solitários, com
profundo anseio pelo lar.
Há pouco tempo, um presidente
de missão pediu-me que falasse com
um missionário que estava sentindo
muita saudade de casa. Sua angústia
intensa resultava em fraco
desempenho, perda de tempo, falta
de concentração e desagrado pela
atual designação. Aproveitei a
ocasião para dizer-lhe que certa dose
do tipo certo de saudade de casa
poderia ser algo positivo, mas tinha
que ser mantido sob controle.
Gostaria de dizer, de início, que
anseio é definido como "forte ou
profundo desejo, saudade
profunda". Aquele missionário
parecia sinceramente desejar ter um
melhor desempenho. A dose certa de
saudade de casa pode ser benéfica.
Não apenas as crianças, mas
todos pensamos no lar, quer em
circunstâncias alegres, quer durante
provações. Permitimo-nos ter
saudades do amor, da aceitação, da
segurança, da compreensão e da
orientação que ali geralmente são
ensinados e dos quais partilhamos.
O lar deve ser o lugar onde podemos
aliviar a alma e encontrar força
renovada para enfrentar o mundo;
ali há conforto, alegria e
compreensão, ali vivem os melhores
amigos e ali aprendemos a ser o
melhor possível.
Há um tipo de anseio pelo lar
ue nunca devemos desejar perder.
2) lar deve ser uma âncora, um porto
seguro, um refúgio, um lugar feliz
para habitar, onde somos amados e
podemos amar. É no lar que as
maiores lições são ensinadas e
aprendidas. O lar e a família podem
ser o centro de nossa fé terrena, onde
o amor e a responsabilidade
recíprocos se combinam
adequadamente. Pensar no lar, com
suas lembranças agradáveis e felizes,
pode tomar-nos mais fortes durante
nossos dias na terra, tanto no
presente como no futuro.
O Presidente Benson sempre
amou o lar onde passou a infância.
Ele ama Whitney, sua terra natal;
ama a propriedade em que os onze
filhos nasceram e foram criados por
pais dignos.
Durante toda uma vida de
viagens pelo mundo, ele desejava
voltar freqüentemente ao lar, e era o
que fazia. Seu coração sempre esteve
em Cache Valley. Gostava de voltar e
conversar com os membros da
família que ainda vivem lá e rever os
amigos de infância, vizinhos,
professores, bispos, parentes que
tiveram uma influência tão benéfica
em sua vida. Ele os chama de "as
melhores pessoas do mundo", e
Whitney de "a comunidade rural
ideal".
E revitalizante para o Presidente
Benson voltar às suas raízes, à terra
que o acalentou, edificou-lhe o
caráter e proporcionou-lhe o sagrado
começo ae uma vida devotada a O Coral da Juventude M órm onfoi responsável pela música na sessão vespertina de sábado.
Deus, à família e ao país. O
Presidente Benson ama o lar de sua
infância. sentimento caloroso em relação a para comer, em que ansiava pela
Estou preocupado com as esse lar temporário. Talvez por causa segurança, proteção e aceitação que
pessoas que hoje não têm saudade do frio, elas se uniram e sentiram-se tivera antes? Estaria ele com uma
de casa, ou não pensam nela. E aquecidas. saudade infinita do lar? Arrependido
lamentável que haja pessoas que A oradora começou e esperando que o pai o aceitasse
nunca tiveram vida familiar perguntando: "Para onde vão depois como servo, voltou para casa. O pai
agradável, de modo que sintam desta conferência ao ar livre?". O alegrou-se, acolhendo-o de braços
saudade do lar. Nossa coro uníssono de trezentas jovens abertos e com total aceitação. Sabia
responsabilidade é partilhar o calor ressoou pelos pinheiros. "Para sem dúvida que acolher o filho
de nossos lares, sendo bons vizinhos casa!," gritaram elas. "Para onde?" a obstinado era fundamental para o
e amigos. líder perguntou-lhes novamente, e seu retorno ao lar celestial. (Vide
Saber quem somos é importante, elas responderam com convicção Lucas 15:11-32.)
mas saber onde estamos em relação ainda maior: "Para casa!" Sabiam No decorrer dos anos,
ao lar terreno e a nosso lar celestial é para onde queriam ir mais do que aconselhei muitas pessoas cuja
essencial, para que recebamos todas tudo e estavam ansiosas para chegar saudade do lar ameaçava interferir
as bênçãos do Pai Celestial para os lá. na missão, no casamento e na
que o amam e guardam seus O lar mais agradável que um dia família.
mandamentos. O lar eterno é nosso teremos será aquele onde Percebi, no entanto, que ter
destino final. Uma ânsia adequada habitaremos com nossas famílias, saudade do lar não é de todo mau. É
pelo lar evitará que nos percamos tendo um relacionamento adequado natural sentir saudade das pessoas
em atalhos ou caminhos que nos com o Pai Celestial e Jesus Cristo. com quem se tem maior intimidade.
desviem. Nem o filho pródigo resistiu ao E normal desejar estar onde sentimos
Em uma conferência de Moças apelo do lar. Ele rejeitou o pai, a vida segurança, onde aqueles que
em Alberta, Canadá, trezentas moças familiar, seus direitos, esbanjando amamos estão profundamente
acampavam em tendas espalhadas luxuriosamente a herança numa vida interessados em nosso bem-estar. E
no meio de altos pinheiros. Choveu dissoluta. Quando não tinha mais compreensível querer voltar ao lugar
diariamente e o tempo estava frio e nada e estava reduzido a viver das onde aprendemos a andar e a falar,
úmido, mas não houve queixas no sobras que apenas os porcos onde nos sentimos amados, mesmo
acampamento. No último dia da comiam, seus pensamentos quando os amigos se afastavam, e
conferência, a líder discursou para as voltaram-se para o lar. Será que onde éramos aceitos,
jovens sob um ceú nublado. Apesar havia momentos, enquanto revirava independentemente da situação. Não
do frio inesperado, reinava ali um os campos à procura de cascas secas há lugar no mundo que possa

A L i a h o n a / J a n e ir o 1993 23

substituir o lar onde se deu e recebeu
amor.
Recentemente, testemunhamos a
trágica devastação que o Furacão
Andrew deixou ao passar pelo sul da
Flórida e Louisiana. Dezenas de
milhares de pessoas perderam o lar.
Os integrantes das forças armadas
ergueram cidades de tendas,
procurando, pelo menos, dar um
abrigo às vítimas. O mais sério,
porém, é que, pelo menos por algum
tempo, muitas dessas pessoas não
poderão ir para casa. Não posso
imaginar quanta falta devem sentir
daquilo que tinham há tão pouco
tempo.
Conheci outros homens e
mulheres que, por uma razão ou
outra, não podiam ir para casa ou
não tinham uma casa para onde ir.
Senti a dor deles e vi suas lágrimas.
E, no mínimo, uma situação
dolorosa.
Conheci também homens e
mulheres que puseram em risco o
privilégio de voltar para o lar
celestial. Algumas pessoas
enfrentavam problemas que as
imposibilitavam de realizar no
templo os convênios eternos que nos
ligam ao lar eterno. Senti-lhes a
angústia e o desejo de ter à mão
24
oportunidades que, pelo menos por
algum tempo, estavam fora de seu
alcance.
As ramificações são tocantes e
infinitas. Talvez todos já tenhamos
tido estes tristes pensamentos: E se
eu não for digno? E se nunca mais
puder voltar para casa?
Se lhe fosse possível encontrar
um meio, Satanás desviaria nossa
atenção de nossa herança. Faria com
que nos envolvêssemos em mil e
uma coisas nesta vida - nenhuma
que provavelmente tenha muita
importância afinal, para impedir que
nos concentrássemos nas coisas que
realmente importam,particularmente
a realidade de sermos filhos de Deus.
Ele gostaria que nos esquecêssemos
de nosso lar e dos valores da família.
Gostaria de manter-nos tão
ocupados com coisas
comparativamente insignificantes,
que não teríamos tempo de nos
esforçar para entender de onde
viemos, de quem somos filhos, e o
quão gloriosa pode ser a volta ao lar!
Somos literalmente filhos do Pai
Celestial. Guardamos o primeiro
estado. Durante a experiência na
vida pré-mortal, vivemos com um
Pai amoroso que cuidou de nós e nos
ensinou. Fomos ensinados no que
deveria ser um ambiente espiritual e
educacional perfeito. Alegramo-nos
quando conhecemos o plano pelo
qual seriamos provados. Desde
quando chegamos, tivemos que
passar por um período de provação
e teste, quando teríamos um véu na
memória, a fim de que fôssemos
livres para andar pela fé e pelo
Espírito, ou para renunciar à nossa
herança e direito espirituais.
Hoje estamos aqui, e sei que
todos concordaremos que este
segundo estado cumpriu seu
propósito. É uma época de
provações. Os desafios, deveres e
responsabilidades às vezes parecem
obscurecer tudo mais. Infelizmente, é
fácil ficarmos tão sobrecarregados
pela pressão da vida, que deixamos
de focalizar aquilo que é mais
importante.
Uma definição da palavra foco é
"atenção dirigida", ou "ênfase".
Talvez, mais do que de qualquer
outra coisa, nesta era de
comunicação de massa, instantânea,
com o mundo todo, e de
comodidades modernas que
parecem ajudar-nos a fazer mais
num só dia do que consideraríamos
possível há apenas algumas décadas,
precisemos pôr em foco e direcionar
nossa atenção para as coisas que
realmente importam. E o que
realmente importa é um testemunho
pessoal de Jesus Cristo, uma
compreensão de quem somos e do
ue fazemos aqui, bem como uma
eterminação absoluta de voltar ao
lar.
Qual o músico jovem que,
depois de anos de cansativos
ensaios, tendo sido finalmente
escalado para estrear em um
concerto iria, a caminho da
apresentação, entrar numa longa fila
para assistir ao último filme de
sucesso, esquecendo-se das milhares
de pessoas que o esperavam para
ouvi-lo?
Qual o corredor internacional
que, tendo treinado bem mais de
uma década, chegaria à final
Olímpica e pararia no meio da
corrida para ver as finais do salto em
altura, realizadas no outro lado do
campo?
Estes exemplos podem parecer
absurdos - mas é muito mais trágico
alguém que, tendo um testemunho
da verdade e do conhecimento do
propósito da vida, fica mais
absorvido nesta vida do que na vida
eterna, que está só um pouco mais
preocupado com seu status e posição
na mortalidade do que na eternidade
e cujo foco não está direcionado para
Deus, o Pai, e Jesus Cristo, com
quem é possível ter uma ligação
gloriosa.
Temo que corramos o risco de
agir como atletas ocasionais e
condicionados, muito mais
interessados no tipo de roupa
esportiva que vão usar do que em
preparar-se para participar da
corrida. C. S. Lewis tinha uma
maneira curiosa de avaliar esse
dilema: "Somos criaturas de coração
dividido, iludindo-nos com bebidas,
sexo e ambições, quando uma alegria
infinita nos é oferecida, assim como
uma criança ignorante que quer
continuar a fazer bolos de lama em
uma favela porque não imagina o
que significa ter a oportunidade de
passar um feriado na praia.
Contentamo-nos com bem pouco!"
(A Mind Awake, New York: Harcourt
Brace Javanovich, 1968, p. 168.)
O profeta Mórmon disse a
mesma coisa de outro modo: "Por
que tendes vergonha de tomar sobre
vós o nome de Cristo? Por que não
considerais que maior é o valor de
uma eterna felicidade do que o
daquela miséria que não tem fim?
Por causa dos louvores do mundo?".
(Mórmon 8:38.)
Quando temos um anseio por
algo que não sabemos o que é, talvez
seja nossa alma com saudade da
terra natal, ansiando por não mais
ficar longe do Senhor e buscando
algo mais elevado, melhor e mais
compensador do que qualquer coisa
que esta terra tenha para oferecer.
Depois que José, o filho mais
novo de Jacó, se juntou aos irmãos,
pediu-lhes que voltassem a Canaã
para buscar o pai, Jacó. Enquanto
seus irmãos se preparavam para
partir, José disse-lhes simplesmente:
"Não contendais pelo caminho"
(Gênesis 45:24).
Poderia o Pai Celestial ter-nos
dado um conselho semelhante
quando nos separamos dele, a fim de
começarmos a jornada na terra?
Que o anseio por um lar seja a
motivação de que precisamos para
viver de modo a retornarmos ao lar
celestial com Deus, nosso Pai, numa
base eterna. Oro humildemente em
nome de Jesus Cristo, amém.
"H onra T eu Pai e
T ua M ã e "
Élder Lino Alvarez
Dos Setenta
"Exorto todos os que me ouvem... a honrarem aos
pais todos os dias e a tentarem fazer as coisas que lhes
tragam honra."
ueridos irmãos, sinto-me
Q muito humilde por estar no
mesmo púlpito de onde
tantos homens de Deus nos
ensinam as verdades imutáveis do
evangelho eterno.
Oro para que o Espírito do
Senhor esteja presente nesta tarde,
de modo que, ao expressar-me numa
língua que não é a minha, entendais
com a mente e o coração o que
tentarei dizer, a fim de que a
promessa de que seremos edificados
e nos alegraremos juntos seja
cumprida. (Vide D&C 50:22.) Peço-
vos que oreis em vosso coração para
que isso se torne possível.
Em qualquer lugar, quero
expressar gratidão ao Pai Celestial
por seu amor, sua misericórdia, sua
paciência e, acima de tudo, sua
confiança em mim. Sou grato à
Primeira Presidência, ao Quorum
dos Doze e aos Setenta por tudo que
me ensinaram, no decorrer de
muitos anos, a respeito do Salvador e
de como posso servi-lo melhor. Sou
grato também por meu presidente de
missão, que acreditou em mim em
minha juventude. Deu-me confiança
e alimentou meu testemunho de
Cristo e do evangelho restaurado.
Recebo este chamado sentindo-
me inadequado, mas tenho um
grande e solene testemunho que vem
de Deus e o desejo de dar o melhor
de mim para servir ao Senhor e ao
seu povo. Recebi este chamado por
intermédio do Presidente Hinckley,
que me chamara antes como
presidente da missão de estaca da
primeira estaca de Santiago, Chile,
em 1972 e, posteriormente, como
presidente da Missão Cidade do
México Sul, 1982.
Tenho pensado em minha
infância, minha juventude e minha
vida adulta, e creio que o alicerce de
minhas crenças foi estabelecido por
meus pais durante minha infância e
juventude. Gostaria de homenageá-
los. Meu pai e minha mãe não
tiveram instrução formal, porém,
souberam ensinar-nos os princípios
eternos do evangelho. Sou o décimo
filho de uma família de doze - dez
homens e duas mulheres.
O Senhor deu a Israel, por meio
de Moisés, os Dez Mandamentos no
Monte Sinai. Gostaria que atentásseis
para o quinto mandamento, que diz:
"Honra a teu pai e a tua mãe, para
que se prolonguem os teus dias na
terra que o Senhor teu Deus te dá"
(Êxodo 20:12).
Há duas coisas que nossos pais
A L iahon a /J an eir o 1993 25

O Presidente Thomas S. Monson, à direita, recebe as boas-vindas dos Élderes Boyd K. Packer à
esquerda, e Marvin J. Ashton, do Conselho dos Doze.
fizeram com todos os filhos e pelas
quais devemos honrá-los. Primeiro,
ensinaram-nos princípios corretos,
ajudaram-nos a andar em retidão
perante o Senhor e a viver os
mandamentos. Segundo, ensinaram-
nos o valor do trabalho, da
integridade pessoal e da união
familiar. Embora nem todos sejamos
membros da Igreja, tentamos viver
de acordo com os princípios que eles
nos ensinaram. Todos os anos temos
a oportunidade de reunir a família -
filhos, netos e bisnetos - com meu
pai. Ele faz o que Léhi fez antes de
morrer, quando reuniu os filhos e
disse-lhes: "E agora, para que minha
alma possa regozijar-se convosco e
para que meu coração possa deixar
este mundo com satisfação, por
vossa causa, para que eu não vá para
a sepultura com pena e dor, levantai-
vos do pó, meus filhos, e sede
homens e sede determinados em um
só pensamento e um único coração e
unidos em todas as coisas, para não
cairdes em cativeiro" (2 Néfi 1:21).
26
Quando eu estava prestes a sair
para a missão, fiquei preocupado
com as mesmas coisas que hoje
preocupam os rapazes e as moças
que vão cumprir missão. Preocupei-
me com trabalho, namorada, escola e
família. Nessa época, meu pai tinha
quase sessenta e seis anos de idade, e
eu pensei: meu pai é idoso, e se eu
partir por dois anos, poderá morrer e
não o verei mais. Quem tomará
conta de minha mãe? Ela ficará
completamente sozinha quando ele
não estiver mais a seu lado.
Resumindo, digo-vos que
cumpri dois anos na missão, cinco
anos nas escolas da Igreja no Chile,
três anos como presidente da missão,
e seis anos como representante
regional e meu pai ainda está aqui,
como o cabeça da família. Meu pai
nasceu um mês depois do Presidente
Benson, e, portanto, no mês passado
completou noventa e três anos.
Testifico que quando servimos
ao Senhor de todo o coração, poder,
mente e força, ele nos abençoa.
Quero também homenagear os
pais de minha adorável
companheira, que a ensinaram como
meus pais o fizeram. Sou grato por
aceitarem o evangelho antes mesmo
de ela ter nascido.
Testifico que uma excelente
maneira de honrar os pais é obedecer
aos mandamentos e servir ao Senhor.
Depois de ter sido designado
para servir no Segundo Quorum dos
Setenta, eu, minha esposa e um de
nossos filhos visitamos meu pai.
Pedimos-lhe que me desse uma
bênção, algo que sempre procurei
fazer cada vez que recebi uma nova
designação do sacerdócio. Ele impôs
as mãos sobre minha cabeça e deu-
me uma bênção curta, mas
grandiosa. Disse ele: "Filho, eu te
abençôo para que o Espírito Santo te
acompanhe, acompanhe tua esposa e
teus nlhos em tudo o que fizerdes."
"O que mais poderia eu desejar?"
Sou grato a minha doce
companheira e a meus queridos
filhos sendo que dois estão agora
cumprindo missão de tempo integral
e o terceiro está aguardando seu
chamado. Sem o amor e a confiança
deles, eu nada poderia fazer. Amo-os
muito e confio plenamente neles.
Exorto todos os que estão
ouvindo, tanto os jovens como os de
mais idade, a honrarem seus pais
todos os dias e a tentarem fazer as
coisas que os honrem. Testifico de
todo o coração que Deus vive, que
Jesus Cristo o honrou, guardando os
mandamentos e obedecendo a ele.
Nosso Salvador ensinou-nos isso
quando disse: "Porque eu desci do
céu, não para fazer a minha vontade,
mas a vontade daquele que me
enviou" (João 6:38).
Testifico que o Salvador é nosso
exemplo e modelo de vida. Temos
que lutar todos os dias para seguir
seus ensinamentos e fazer o que ele
fez, pois "o Filho por si mesmo não
pode fazer coisa alguma, se o não vir
fazer ao Pai" (João 5:19).
Testifico que Joseph Smith é um
profeta de Deus e que, por meio
dele, a plenitude do evangelho foi
restaurada, a fim de abençoar as
famílias da terra. Testifico que Ezra
Taft Benson é o profeta de Deus hoje,
e que A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias é a única
verdadeira e viva na face da terra.
Testifico essas coisas em nome de
Jesus Cristo, amém.
 outro caminho ou meio pelo qual o

N ascido de B oa Fam ília

Élder Dallas N. Archibald
dos Setenta
"Quando a correção e a disciplina se tornam
necessárias, é essencial continuar a elevar e
fortalecer*, para que a pessoa não deixe de sentir que é
importante e capaz. "
profundamente e tocaram-me a
alma. Que grande carga de
responsabilidade o Senhor pôs sobre
nós, os pais: guiar essas crianças nos
caminhos da santidade, guiá-las
através dos perigos da mortalidade e
caminhar ao lado delas no caminho
reto e estreito que conduz à
eternidade. Sim, é nossa
responsabilidade ensinar-lhes tudo o
que precisam fazer para que, no dia
em que o mortal se transformar em
imortal, estejam preparadas para
retornar à presença do Pai e habitar
com ele e o Irmão mais velho, Jesus
Cristo.
O Livro de Mórmon mostra
claramente o valor da retidão e
dedicação dos pais: "Eu, Néfi, tendo
nascido de boa família, fui, portanto,
instruído sobre alguma coisa de todo
ecentemente, tive a
homem possa salvar-se, senão por
meio do sangue expiatório de Jesus
Cristo". (V. 9.)
A referência às palavras do rei
Benjamim mostra que Helamã, como
pai, conhecia as escrituras e ensinava
os filhos a seguirem as palavras dos
profetas. Ele continuou, dizendo: "E
agora, meus filhos, lembrai-vos de
que é sobre a rocha de nosso
Redentor, que é Cristo, o Filho de
Deus, que deveis construir os vossos
alicerces". (V. 12.)
Que melhor ensinamento podem
os pais dar a um filho, do que o de
seguir os profetas e construir um
firme alicerce baseado em Jesus
Cristo? Jacó, profeta do Livro de
Mórmon, ensinou que, uma vez que
tenham aprendido e "obtido uma
esperança em Cristo", podemos
ensinar-lhes a conseguir riquezas,
para que as usem com o fim de
"vestir os nus, alimentar os
famintos" (Jacó 2:18-19). Precisamos
ensinar-lhes tudo o que precisam
para viver com o Pai, e o melhor
mestre é o exemplo.
Sentado no fundo da capela,
silenciosamente perguntei a mim
mesmo: "Estou fazendo tudo que
devo fazer? Minha mulher e minha
filha podem caminhar comigo,
confiantes de que as guiarei para o
reino celestial? 'Ensinai-me, ajudai-
me../". Parai por um minuto e fazei
a mesma pergunta a vós próprios:
"Minha mulher e meus filhos podem
caminhar comigo, confiantes de que

R
oportunidade de me sentar no
fundo de uma capela, durante
uma sessão do tempo de
compartilhar da Primária, e observar
um animado grupo de crianças
mantendo muito ocupada uma
professora de música. Como último
hino, a regente pediu às crianças que
cantassem "Sou um Filho de Deus".
Elas sentaram-se e, pela primeira vez
durante toda a sessão, as vozes
foram uníssonas em qualidade, ao
invés de em quantidade. As palavras
ecoaram pela capela, com
ressonância angelical:
Ensinai-me, ajudai-me
As leis de Deus guardar
Para que um dia eu vá
Com ele habitar. (Hinos, n° 193.)
Essas palavras suplicantes
penetraram-me o coração
o conhecimento de meu pai". (1 Néfi
1:1.) Enos escreveu: "E as palavras
que freqüentemente havia ouvido de
meu pai sobre a vida eterna e a
alegria dos santos penetraram
profundamente em meu coração".
(Enos 1:3.) Mórmon registrou o
seguinte, a respeito de Néfi e Léhi, os
dois filhos de Helamã: "Pois
lembravam-se das palavras que
Helamã, seu pai, lhes havia dito. E
estas são as palavras". (Helamã 5:5.)
Temos aqui um tributo a um bom
pai e também as palavras que ele
disse aos filhos. Lembrou-lnes os
nomes que lhes dera, para que
sempre procurassem praticar boas
obras e tivessem o desejo de obter a
preciosa dádiva da vida eterna.
(Vide versículos 6-7.) Depois lhes
disse: "Oh! Lembrai-vos, lembrai-
vos, meus filhos, das palavras que o
rei Benjamim disse a seu povo! Sim,
lembrai-vos de que não há nenhum
os guiarei para o reino celestial?".
Disse o Salvador: "Buscai primeiro o
reino de Deus". (Mateus 6:33.)
As instruções são claras.
Precisamos ensinar e precisamos ser
um exemplo desses ensinamentos.
Muitas vezes, contudo, no afã de
persuadir outras pessoas a agirem
retamente, começamos a usar a
força, o que resulta em rebelião. A
tentativa de forçar uma pessoa a
aceitar nosso modo de pensar faz
com que ela feche a mente aos
nossos ensinamentos e acabe
rejeitando nossas palavras. As
pessoas têm o livre-arbítrio.
Em Doutrina e Convênios, seção
121, o Senhor explica a maneira
correta de ensinar. Ele disse: "A não
ser que seja com persuasão, com
longanimidade, com mansuetude e
ternura, e com amor não fingido;
Com benignidade e

A L iahona /] aneiro 1993 27


Presidente Thomas S. Monsoti, Segundo Conselheiro na Primeira Presidência.
conhecimento puro, que
grandemente ampliarão a alma".
(Vs. 41-42.) Como amo as palavras
"ampliarão a alma"!. O ensino
adequado amplia a alma.
Comparemos, por exemplo, uma
criança a um copo vazio, e nosso
conhecimento e experiência, que se
acumularam através dos anos, a um
balde cheio de água. A lógica e a
física nos dizem que não podemos
despejar um balde de água
diretamente num pequeno copo.
Contudo, usando princípios corretos
de transferência de conhecimentos, o
copo pode ser ampliado. Esses
princípios são a persuasão, a
longanimidade, a mansuetude, a
ternura, o amor não fingido, a
bondade e o conhecimento puro.
Eles ampliarão o copo, que é a alma
da criança, permitindo-lhe receber
muito mais do que o balde inicial.
28
Psicólogos comportamentais
escreveram compêndios sobre este
assunto. O Senhor nos deu as
mesmas informações em apenas
alguns versículos de escritura.
Devemos sempre ensinar, liderar e
guiar de modo a criar níveis de auto-
estima em nossos filhos e nas outras
pessoas.
A fim de criar e manter a auto-
estima, nossas palavras e ações
devem sempre transmitir ao
indivíduo a idéia de que ele é
importante e capaz. As escrituras
usam o termo "elevar". Os
psicólogos diriam: "Reforçai o
positivo". O segredo é simples.
Procurai sempre as qualidades
positivas das pessoas, e elevai, ou
seja, reforçai a parte positiva por
meio de palavras e ações. Palavras
que rebaixam, como "burro" ou
"idiota", ou frases como "por que
não consegue fazer nada direito?"
destroem a auto-estima e não devem
fazer parte de nosso vocabulário. É
impossível salientar o que é bom nas
pessoas, se temos sempre palavras
ou frases negativas na ponta da
língua, e estamos sempre prontos a
expressá-las por meio de gestos.
A súplica que existe por trás das
palavras "ajudai-me as leis de Deus
guardar" é esta: "Elevai-me.
Fortalecei-me. Fazei-me saber que
sou importante e capaz". (Vide D&C
81:5.)
Quando a correção e a disciplina se
tornam necessárias, é essencial
continuar a edificar e fortalecer, para
que a pessoa não deixe de sentir que
é importante e capaz. Na seção 121
de Doutrina e Convênios, o Senhor
explica como fazê-lo: "Reprovando,
às vezes, com firmeza, quando
movido pelo Espírito Santo; e
depois, mostrando um amor maior
por aquele que repreendeste". (V.
43.)
Como observou Élder Maxwell,
a palavra betimes, que aparece na
escritura em inglês, muitas vezes é
interpretada como às vezes, quando,
na verdade, significa logo,
prontamente, o que mudaria esta
passagem para: "Reprovando
prontamente..." Portanto, a correção
deve ocorrer prontamente, sob a
orientação do Espírito Santo, e não
com rancor. Há cento e trinta anos,
num discurso neste tabernáculo,
Brigham Young aconselhou: "Jamais
castigueis além da medida de
consolo que tendes para oferecer".
(Journal ofDiscourses, 9:124-125.) O
Senhor disse: "...e depois,
mostrando um amor maior". (D&C
121:43.)
As instruções a respeito da
forma de corrigir são claras e
simples: prontamente, com a paz do
Espírito Santo e com um desejo
interior de consolar tão grande, que
tenhamos certeza de que a auto-
estima não será ferida, e que a
pessoa continuará a sentir-se
importante e capaz.
Ó, bons pais, ouvi estas palavras
e atendei a elas:
Ensinai-me, ajudai-me
As leis de Deus guardar
Para que um dia eu vá
Com ele habitar.
Em nome de Jesus Cristo, amém.

Vir a C risto
E xam inando as
E scrituras
Élder Merrill J. Bateman
Dos Setenta
"Um exame trivial e esporádico das escrituras não
abre, geralmente, a porta aos sussurros do Espírito."
Joseph Smith que é possível ouvir-
lhe a voz e conhecer suas palavras
por meio das escrituras.
"Estas palavras são, não de
homens ou de um homem, mas
m inhas....
Pois é a minha voz que vo-las
diz; pois são dadas pelo meu
Espírito, e pelo meu poder vós as
podeis ler uns para os outros;
Portanto, podeis testificar que
ouvistes a minha voz, e conheceis as
minhas palavras." (D&C 18:34-36.)
Para vir a Cristo e aperfeiçoar-se
nele, cada pessoa precisa receber um
testemunho das palavras do Senhor.
Alguns indivíduos vacilam porque
deixam de abrir os livros, outros
porque lêem sem atenção. Como
poderíamos esperar, há uma
diferença entre examinar
m inúmeras ocasiões, o Senhor diligentemente, ou seja "ponderar as
ordenou a seus discípulos que escrituras", e a leitura displicente.
examinassem as escrituras, a Uma história contada na Igreja
fim de aprenderem e viverem as ilustra a diferença.
doutrinas de salvação. Durante seu Um menino de seis anos
ministério, o Salvador afirmou: " afastou-se da companhia de
Examinais as escrituras,... são elas carrinhos-de-mão durante uma
que de mim testificam" (João 5:39). tempestade e ficou perdido. Quando
Quando apareceu no Hemisfério o tempo melhorou Robert e Ann
Ocidental, após a ressurreição, Cristo Parker perceberam que o filho estava
citou as escrituras e depois disse aos perdido e começaram a procurá-lo.
nefitas: "Deveis examinar estas Durante dois dias, numa busca
coisas. Sim, ordeno-vos que organizada, não tiveram sucesso.
examineis estas coisas diligente­ Dicidiram que a companhia teria que
mente" (3 Néfi 23:1). Em nossos dias, seguir adiante por causa da
o Senhor ordena a seus seguidores: proximidade do inverno.
"Examinai estes mandamentos, pois Um jornal pioneiro relata o
são verdadeiros e fiéis, e... serão seguinte:
todas cumpridas." (D&C 1:37.) "Ann Parker prendeu um xale
O Salvador revelou ao Profeta (vermelho) brilhante nos ombros
magros do marido e pediu-lhe que
voltasse sozinho pela trilha, para
procurar novamente o filho. Se o
encontrasse morto, deveria
embrulhá-lo no xale, se estivesse
vivo, o xale seria uma bandeira para
dar-lhe um sinal. Ann e os filhos
pegaram sua carga e seguiram
caminho com a companhia,
enquanto Robert percorria
novamente os quilômetros da...
trilha chamando, procurando e
orando pelo filhinho indefeso."
Imaginamos que ele não tenha
apenas olhado casualmente atrás de
algumas árvores ou andado
sossegadamente pela trilha, mas que
tenha investigado cada mata, cada
bosque e cada vale ou brejo.
Chegando finalmente ao posto
comercial, soube que o filho foi
encontrado por um lenhador e a
esposa, que cuidaram dele. (O
menino) adoecera em conseqüência
do abandono e do medo. Deus,
porém, ouvira as orações de seu
povo.
Todas as noites, na sua trilha,
Ann e os filhos vigiavam e, quando
na terceira noite os raios do pôr-do-
sol mostraram o reflexo de um xale
vermelho brilhante (por sobre a
cabeça do marido), a corajosa
mãezinha caiu na areia em estado
deplorável.... (Ela) dormiu pela
primeira vez em seis ... dias." 1
A história ilustra a diferença
entre apenas procurar e "examinar
diligentemente". Um exame
ocasional e esporádico das escrituras
não abre, geralmente, as portas para
os sussurros do Espírito nem nos dá
maior compreensão da vida e do
caráter do Salvador. Precisamos
examinar as escrituras com o mesmo
vigor com que Robert procurou seu
filho e com a mesma persistência da
mãe em busca do horizonte, a fim de
ouvirmos sua voz e conhecermos
suas palavras. O Presidente Howard
W. Hunter, do Conselho dos Doze,
afirmou o seguinte em uma
conferência geral:
"Aqueles que se aprofundam na
biblioteca escriturística... descobrem
que a compreensão requer mais do
ue uma leitura ou manuseio
isplicente - é necessário um estudo
concentrado... Quem estuda as
escrituras todos os dias consegue
muito mais do que aqueles que
estudam muito num dia só e depois
durante muitos dias não o fazem ."2
A L iahon a /] a n eiro 1993 29
 A importância de ter e examinar
as palavras do Senhor é ilustrada no
Livro de Mórmon. O profeta Léhi e
sua família viajaram de Jerusalém
até as margens do Mar Vermelho e
depois fizeram mais uma jornada de
três dias pelo deserto; depois disso o
Senhor lembrou a Léhi que ele
estava espiritualmente desarmado. A
família, na pressa de deixar
Jerusalém, não havia levado as
escrituras consigo. Eles não tinham
as palavras que o Senhor transmitira
aos profetas anteriores.
Em um sonho, Léhi recebeu o
mandamento de enviar os filhos de
volta a Jerusalém para buscar uma
série de placas de latão que
continham os escritos dos profetas e
a genealogia de seus antepassados.
Após dificuldades e um tempo
considerável, os filhos voltaram à
tenda do pai com as placas. Depois
de dar graças ao Senhor pelo retomo
seguro dos filhos, o Livro de
Mórmon relata: "Examinamos (as
placas), vimos que eram de grande
valor, sim, de tão grande valor que
por eles poderíamos preservar os
mandamentos do Senhor para
nossos filhos" (1 Néfi 5:21).
As placas de latão, juntamente
com seus próprios registros,
permitiram que a família
transmitisse as palavras do Senhor
de uma geração a outra. As
escrituras e a oração tomaram-se o
meio principal usado pelas gerações
subseqüentes para desenvolver sua
fé em Cristo.
Há certas bênçãos que obtemos
por examinarmos as escrituras.
Quando uma pessoa estuda as
palavras do Senhor e obedece a elas,
ela se aproxima do Salvador e sente
um desejo maior de levar uma vida
justa. A capacidade de resistir à
tentação aumenta, e vencem-se as
fraquezas espirituais. Curam-se
feridas espirituais.
Léhi teve seu grande sonho
visionário logo depois que consultou
as placas de latão. (Vide 1 Néfi 8.)
No sonho, Léhi viu uma árvore que
roduzia um fruto excessivamente
ranco, muito doce ao paladar e
mais desejável que todos os outros
frutos. Viu um caminho que levava à
árvore e uma barra de ferro ao longo
da trilha. Viu névoas de escuridão no
caminho, que faziam algumas
pessoas se perderem e se afastarem.
Outros alcançavam a árvore
30
segurando na barra de ferro, mas
depois ficavam envergonhados;
soltavam a barra de ferro e
desapareciam. A única maneira de
atingir a árvore e partilhar do fruto
permanentemente era ficarem
"continuamente apoiados à barra de
ferro" (1 Néfi 8:30).
O que era a barra de ferro? Néfi
a definiu como "a palavra de Deus"
- as palavras dos profetas vivos e as
escrituras que encaminham as
pessoas a Cristo. Néfi afirmou ainda
que, aqueles que dessem ouvidos à
palavra de Deus e a ela se
apegassem, jamais pereceriam. (Vide
1 Néfi 15:24.)
A árvore que aparecia no sonho
era a árvore da vida, que representa
o amor de Deus por nós, expresso
pela benevolência do Pai e do Filho.
(Vide 1 Néfi 11.) Apegando-nos à
barra de ferro desenvolvemos fé em
Cristo e em sua obra.
O profeta Alma, que viveu
centenas de anos depois de Léhi, foi
profundamente tocado pela visão
que Léhi teve da árvore da vida.
Alma, no entanto, substitui os
símbolos de maneira interessante.
Compara a palavra de Deus à
semente que é plantada no coração e
depois nutrida. Afirma que, se as
pessoas tiverem apenas o desejo de
acreditar em Cristo, a semente
brotará e germinará, e elas sentirão
algo crescer dentro de si, à medida
ue a semente lhes dilata a alma. O
esejo de acreditar, aliado à
obediência, transforma-se na fé em
Jesus Cristo.
Alma afirma que o cuidado
constante fará com que a semente
cresça, transformando-se na árvore
da vida com o fruto que é
excessivamente branco, doce, e puro
- "uma árvore que brotará para a
vida eterna" (Alma 32:26-42). No
exemplo de Alma, a árvore da vida
cresce dentro de cada pessoa para
transformar-lhe o coração e a alma.
Apegar-se à barra de ferro, no sonho
de Léhi, eqüivale a isso.
A explicação que Alma deu a
respeito da árvore crescendo em
nosso interior e transformando nosso
coração, faz-nos entender melhor
uma série de perguntas que fizera
anteriormente aos membros da
Igreja. As perguntas eram: "Haveis
nascido espiritualmente de Deus?
Haveis recebido sua imagem em
vossos semblantes? Haveis
experimentado essa poderosa
mudança em vossos corações?"
(Alma 5:14.) As mudanças no
coração e na alma acontecem quando
plantamos a semente e cuidamos
delas. O estudo das escrituras, a
oração, a obediência e o serviço são
elementos-chave na edificação da fé
em Cristo.
O Presidente Benson, na
conferência geral de abril de 1986,
expressou os seguintes pensamentos:
"Por mais diligentes que sejamos em
outras áreas, certas bênçãos só
devem ser encontradas nas
escrituras, só na conversão à palavra
do Senhor, e apegando-nos a ela à
medida que abrimos caminho em
meio às névoas de escuridão em
direção à árvore da vida".3 Irmãos,
testifico que o Presidente Benson é o
profeta do Senhor, que Jesus é o
Cristo, e oro para que possamos
ouvir-lhe a voz, examinando as
escrituras. Em nome de Jesus Cristo,
amém
NOTAS
1. Camilla W. Judd, in Kate B. Carter,
comp., Treasures o f Pioneer History, 6 vols. (Salt
Lake City: Daughters of the Utah Pioneers,
1952-57), 5:240-41, vide também Allan K.
Burgess, How to Understand and Enjoy the
Scriptures. (Salt Lake City: Deseret Book Co,
1986), pp. 6-7.
2. Conferência Geral, outubro de 1979.
3. Conferência Geral, abril de 1986.

A m or de C risto
Élder C. Max Caldwell
dos Setenta
"A expressão 'amor de Cristo' pode ter significado
em três dimensões: amor a Cristo, amor de Cristo,
amor semelhante ao de Cristo. "
ligou a palavra caridade ao Salvador.
Ele declarou que "caridade é o puro
amor de Cristo e permanece para
sempre" (Mórmon 7:47).
Pensei no que significava a
expressão "amor de Cristo". Essa
resposta era decisiva, porque "o
Senhor Deus ordenou que todos os
homens tenham caridade, que é
amor" (2 Néfi 26:30). Se devemos ter
caridade, temos, p o is, de saber o que
é. A expressão 'amor de Cristo"
pode ter significado em três
dimensões:
1. Amor a Cristo
2. Amor de Cristo
3. Amor semelhante ao de Cristo
Primeiro, amor a Cristo. Este
conceito proclama Jesus como objeto
de nosso amor, e nossa vida deve ser
uma expressão exterior de gratidão a
C
heguei a conhecer um pouco ele. Às vezes é difícil fazer isso.
do Livro de Mórmon como Certa vez, participei de uma
testemunha de Cristo, e reunião de sumos sacerdotes, na
considero preciosos os ensinamentos
qual um irmão mais velho deu
contidos em suas páginas sagradas.
instruções. Ele observou que "como
Hoje, gostaria de ralar sobre um de povo, freqüentemente oramos,
seus valiosos preceitos. dizendo: "Agradecemos por todas as
Quando jovem, na missão, bênçãos que desfrutamos. E as
lembro-me de ler as palavras de bênçãos que não temos? Pode ser
Paulo aos santos de Corinto e de muito difícil ser grato por elas".
haver meditado no que ele quis dizer Aquele homem querido acabara de
com a frase "a fé, a esperança e a passar seu primeiro Natal sem a
caridade, estas três, mas a maior companheira, em mais de cinqüenta
destas é a caridade" (I Coríntios anos. E difícil ser grato ao Senhor em
13:13). Perguntava-me por que a circunstâncias que não apreciamos.
caridade deveria ser a maior. Nosso amado Presidente Benson
Caridade era uma palavra que eu contou algumas de suas experiências
não entendia. Parte da razão de meu com os santos, em países
dilema era que o uso comum do destroçados pela guerra, e disse o
termo caridade não parecia estar de seguinte: "Certa irmã andou mais de
acordo com o uso doutrinário ou mil milhas com quatro crianças
escriturístico. pequenas, deixando sua casa na
Ao examinar o Livro de Polônia. Perdeu as quatro crianças
Mórmon, tive nova visão. Mórmon, devido à inanição e ao frio. No
um antigo profeta das Américas, entanto, diante de nós, em sua
extrema debilidade, com roupas
esfarrapadas e pés envoltos em
estopa, e prestou testemunho de
quanto era abençoada" (Conferência
Geral de abril, 1980). As coisas que
não apreciamos não devem diminuir
as razões que temos para conservar
nosso amor ao Salvador. De outro
modo, podemos perder a
perspectiva e tornar-nos amargos, e
nosso amor a Cristo pode perder-se.
Quão profundamente o
amamos? Nosso amor depende de
condições favoráveis? Diminui, ou é
fortalecido por nossas experiências?
Nosso amor a ele é evidenciado por
nosso comportamento e nossa
atitude? A caridade, ou amor a
Cristo, sustenta-nos em todas as
necessidades e nos influencia em
todas as decisões.
Uma segunda dimensão do
significado de caridade é amor de
Cristo. Uma explicação inspirada nos
vem de um profeta do Livro de
Mórmon. Falando ao Senhor, Morôni
declarou: "Tu disseste ter amado o
mundo a ponto de dar tua vida por
e le ,...
Esse amor que tiveste pelos
filhos dos homens é caridade" (Éter
12:33-34).
Ao concordar com os severos
requisitos da expiação, o Salvador
ofereceu a expressão máxima de
amor. "Ninguém tem maior do que
este: de dar alguém a sua vida pelos
seus amigos" (João 15:13). E ao
permitir que seu Filho fizesse um
sacrifício tão altruísta e sofrido, o Pai
nos ofereceu a expressão máxima
desse amor, como dádiva para o
restante de seus filhos.
O apóstolo João testificou com
clareza a respeito dessa
representação infinita, mas
condicional, da caridade dos Deuses,
quando escreveu: "Porque Deus
amou o mundo de tal maneira que
deu o seu Filho unigênito, para que
todo aquele que nele crê não pereça,
mas tenha a vida eterna" (João 3:16).
A dádiva da caridade deve ser
aceita. A redenção de nossos
pecados, por meio do sacrifício do
Salvador, não terá efeito se não
desejarmos cumprir as condições
desse sacrifício.
Falando da necessidade de
recebermos o amor divino de Deus,
Morôni declarou, em espírito de
oração: "Se os homens não tiverem
caridade, não poderão morar no
A L iahona/J aneiro 1993 31

lugar quepreparaste nas mansões de
teu Pai" (Eter 12:34).
Há alguns anos, preparei-me
para dar uma aula sobre um assunto
que sentia ser particularmente
difícil. Na noite anterior à aula
programada, orei pedindo
orientação e depois fui dormir,
ainda com a mente conturbada.
Quando acordei, tomou conta de
minha mente um pensamento que
depois partilhei com a classe. Após a
aula, um jovem me disse em
particular: "A aula era para mim.
Agora sei o que tenho a fazer". Mais
tarde, soube que aquela aula havia
sido seu primeiro contato com a
Igreja em muitos anos. Assim,
continuou a colocar a vida em
ordem e acabou cumprindo
fielmente uma missão. Atualmente,
é feliz guardando os convênios
familiares eternos. Conseguiu o dom
da caridade, pois aceitou o amor
expiatório de Cristo.
Um terceiro conceito de
caridade é possuir amor semelhante
ao de Cristo. Em outras palavras, as
pessoas são o objeto do amor cristão:
"Tenho caridade para com meu
povo...
"Tenho caridade para com o
judeu...
"Tenho também caridade para
com os gentios" (2 Néfi 33:7-9). Uma
vez que Néfi tinha tal amor por
todos, perguntamo-nos como ele o
adquiriu. Deve ter sido por viver
32
antecipadamente o mandamento
divino que seria depois proclamado
pelo Salvador como a chave para o
desenvolvimento do amor: "Um
novo mandamento vos dou: Que vos
ameis uns aos outros, como eu vos
amei" (João 13:34: grifo nosso).
O amor de Jesus estava
inseparavelmente ligado a uma vida
de serviço, sacrifício e doação, e foi
resultado dela. Não podemos
desenvolver um amor cristão, a não
ser seguindo o processo prescrito
pelo Mestre.
O apóstolo João não foi apenas
amado pelo Senhor, mas amou
também o próximo, como o Senhor.
João confirmou o processo, dizendo:
"Conhecemos a caridade nisto: que
ele deu a sua vida por nós; e nós
devemos dar a vida pelos irmãos" (1
João 3:16).
Será coincidência os
missionários darem uma parte de
sua vida em proveito do próximo, e
depois voltarem para casa e
testificarem seu grande amor às
pessoas a quem serviram? Será algo
miraculoso que os bispos e outros
líderes do sacerdócio e das
auxiliares, que se sacrificam pelos
outros, sintam muito amor por
aqueles que recebem os frutos de seu
trabalho? Haverá amor maior entre
os mortais do que o de uma mãe,
que oferece tudo por seu filho?
Muitos que desejam ter caridade
como Jesus, conseguem-no como ele
o conseguiu.
Certa ocasião, como minha
esposa ia viajar no fim-de-semana,
pediu a uma das irmãs de nossa ala
que desse a sua aula na Sociedade de
Socorro. Na semana seguinte, aquela
irmã foi à nossa casa e devolveu-lhe
o manual. Levou também à minha
esposa um pão fresco e um bilhete
escrito a mão, que dizia: "Amo-te. És
uma pessoa especial.. Obrigada por
pensares em mim". Sentia-se grata
por lhe terem pedido que servisse.
Estava cheia do amor de Cristo.
Caridade não é apenas um
preceito ou princípio nem apenas
uma palavra para descrever ações ou
atitudes. Ao contrário, é uma
condição interna que tem de ser
desenvolvida e vivida, para ser
entendida. Possuímos caridade
quando ela é parte de nossa
natureza. As pessoas que têm
caridade, têm amor ao Salvador,
aceitaram seu amor e amam aos
outros como ele os ama.
Pode ter certa importância notar
que a palavra caridade não aparece
em um único versículo do Velho
Testamento. Com certeza os profetas
dos tempos antigos entendiam a
necessidade da caridade, como o
Apóstolo Paulo e os profetas da
antiga América.
E com certeza esses profetas
sabiam e ensinavam que "a caridade
é o puro amor de Cristo" (Morôni
7:47). Acabamos pensando se os
inimigos de Cristo deliberadamente
tiraram dos escritos sagrados essas
verdades salvadoras, como parte dos
ensinamentos simples e preciosos
que Néfi, profeticamente, disse que
seriam retirados. (Veja 1 Néfi 13:20-
29.) A caridade é, também,
parcialmente explicada no Novo
Testamento. Felizmente, porém, o
Livro de Mórmon, uma outra
testemunha de Cristo, restaurou a
compreensão desse preceito eterno.
Testifico que, se formos fiéis a esse
preceito, ficaremos mais perto de
Deus. Na verdade, seremos mais
semelhantes a ele.
Individual e coletivamente,
podemos ter a paz e a felicidade
desfrutadas por quase duzentos anos
na antigüidade, quando "não havia
contendas na terra, em virtude do
amor a Deus que vivia nos corações
do povo" (4 Néfi 1:15). Sei disso e sei
que o Salvador vive, no sagrado
nome de Jesus Cristo, amém.
 violentos distúrbios, tanto físicos

A A legria da quanto sociais. Os Estados Unidos

ainda estão abalados com a
devastação de dois furacões
incrivelmente destrutivos. O povo

E sperança R ealizada das Filipinas não vê um fim para a

Élder M. Russell Ballard
Do Quorum dos Doze Apóstolos
"Minha mensagem a vós... é simplesmente esta: o
Senhor está no comando. Ele conhece o fim desde o
começo."
aconteça, mas ainda não é o fim.
Porquanto se levantará nação
contra nação, e reino contra reino, e
haverá fomes, e pestes, e terremotos
em vários lugares.
Mas todas estas coisas são o
princípio de dores" (Mateus 24:6-8;
grifo nosso).
Embora as profecias anunciem
que essas coisas deverão acontecer,
aumenta o número de pessoas que
demonstram grande preocupação
com o que parece ser a aceleração de
uma calamidade mundial. Como
membros da Igreja, não podemos
esquecer a admoestação do Salvador:
"Não vos assusteis, porque é mister
que isso tudo aconteça". Esta é uma
época difícil, em que as forças da
natureza parecem estar
desencandeando um dilúvio de
devastação causada pela erupção
vulcânica do Monte Pinatubo. A
fome atinge parte da África, onde o
sofrimento é trágico. Em menor
proporção, a fome atinge milhões de
pessoas, mesmo em países de alto
padrão de vida.
Muitas partes do mundo são
dominadas pela insegurança política,
guerras e caos econômico, e
pornografia. O uso de drogas, a
imoralidade, a AIDS, e o abuso de
crianças tornam-se mais opressivos a
cada dia. A mídia satisfaz
ativamente o apetite insaciável dos
espectadores por assassinatos,
violência, nudez, sexo e
obscenidades. Não será esta a época
à qual Morôni se referia, ao escrever:
"E eis que vos falo como se
estivésseis presentes e, entretanto,
não estais. Mas por Jesus Cristo me
fostes mostrados e conheço as vossas
obras" (Mórmon 8:35). E depois
profetizou a respeito das condições
atuais do mundo.
Irmãos, sejam estes os últimos
dias ou não, mesmo o "começo das
dores", como predisse o Salvador,
podemos achar que a vida é cheia de
frustrações, decepções e dor. Muitos
sentem-se incapazes de enfrentar o
caos que parece dominar o mundo.
Outros sofrem com familiares que
estão sendo carregados por uma

V
iver nestes tempos difíceis,
irmãos, exige que todos nós
mantenhamos uma
perspectiva positiva, e cheia de jornal que citava estatísticas do U.S.
esperança no futuro. Hoje, mais doGeological Survey indicando que
que no passado, me perguntam
sobre os sinais dos tempos, e se acho
que o fim do mundo está próximo.
Minha resposta é a mesma que Jesus
deu há aproximadamente dois mil
anos: "Mas daquele dia e hora
ninguém sabe, nem os anjos que
estão no céu, nem o Filho, senão o
Pai.
Olhai, vigiai e orai porque não
sabeis quando chegará o tempo".
(Marcos 13:32-33.)
Quando perguntaram a Jesus
sobre os sinais de sua vinda, ele
disse: "E ouvireis de guerras e de
rumores de guerras; olhai não vos
assusteis, porque é mister que isso tudo
"fomes, e pestes, e terremotos em
vários lugares".
Recentemente, li um artigo de
está aumentando a freqüência e
intensidade dos terremotos. De
acordo com o artigo, apenas dois
terremotos de vulto, atingindo pelo
menos seis graus na escala Richter,
ocorreram na década de 1920. Na
década de 1930, o número aumentou
para cinco, diminuindo para quatro
na década de 1940, mas na década de
1950, houve nove terremotos
violentos, seguidos de quinze na
década de 1960, quarenta e seis na
década de 1970 e cinqüenta e dois na
década de 1980. Já houve quase
tantos terremotos na década de 1990
quantos na década de 1980.
O mundo está passando por
corrente veloz e furiosa de baixos
valores e de padrões morais
decadentes. As crianças,
especialmente, estão sofrendo
enquanto a sociedade se afasta cada
vez mais dos mandamentos de Deus.
Muitas pessoas até mesmo se
resignaram a aceitar a iniqüidade e a
crueldade do mundo como algo
irremediável. Desistiram da
esperança. Decidiram deixar de
tentar transformar o mundo em um
lugar melhor, onde possam viver
com suas famílias. Renderam-se ao
desespero.
Admito que temos inúmeras
razões para nos preocuparmos
profundamente, pois não vemos
respostas imediatas para os
problemas aparentemente insolúveis
que enfrentamos. No entanto, apesar
deste sombrio quadro que, em

A L iahon a /J a n eir o 1993 33


última análise, piora, nunca
devemos perder a esperança!
Morôni, tendo uma visão de nossos
dias, aconselhou: "Portanto, é
>reciso haver fé, e, se é preciso haver
Íé, também é preciso haver
esperança" (Morôni 10:20).
A todos os que têm sentido
desespero e falta de esperança,
ofereço as palavras do Senhor, dadas
por intermédio do Profeta Joseph
Smith: "Não temais, pequeno
rebanho, fazei o bem, deixai que a
terra e o inferno se unam contra vós,
pois se estiverdes estabelecidos sobre
a minha rocha, eles não poderão
prevalecer...
Buscai-me em todo pensamento,
não duvideis, não temais" (D&C
6:34,36), "assim também estou no
meio de vós" (D&C 6:32).
Minha mensagem hoje, irmãos, é
simplesmente esta: O Senhor está no
comando. Ele sabe o fim desde o
começo. Ele nos deu as instruções
adequadas que, seguidas, nos
ajudarão a atravessar qualquer crise
com segurança. Seus propósitos
serão cumpridos, e um dia,
entenderemos as razões eternas para
todos esses acontecimentos.
Portanto, hoje devemos ter cuidado
para não reagir com violência, nem
devemos envolver-nos em
preparativos exagerados, mas o que
devemos fazer é obedecer aos
mandamentos de Deus e nunca
perder a esperança!
Onde encontramos esperança
em meio a tanta agitação e
34
catástrofes? É muito simples: nossa
única esperança de segurança
espiritual, nesta época turbulenta, é
voltar a mente e o coração para Jesus
Cristo. O profeta Mórmon ensinou:
"Deveis ter esperança de que por
intermédio da expiação de Cristo e
do poder da sua ressurreição, sereis
elevados à vida eterna, e isto em
virtude da vossa fé nele, de acordo
com a promessa.
Portanto, se um homem tem fé,
forçosamente deverá ter esperança,
pois sem fé, não pode haver
esperança" (Morôni 7:41-42).
Fé em Deus e em seu Filho, Jesus
Cristo, é absolutamente essencial
para que mantenhamos uma
perspectiva equilibrada nos
momentos de provações e
dificuldades. Lembrai-vos de que
não acontecerá nada em nossa vida
que Deus não entenda. Alma
ensinou: "E sofrerá penas, angústias
e tentações de toda espécie, e isto
para que se cumpra a palavra que
diz que ele tomará sobre si as dores e
enfermidades de seu povo" (Alma
7:11).
Aproximai-vos dele se
estiverdes desanimados e
procurando orientação na vida.
Armados com o escudo da fé,
podemos vencer os desafios diários e
dominar nossas maiores fraquezas e
temores, sabendo que, se nos
esforçarmos por obedecer aos
mandamentos de Deus, haja o que
houver, estaremos bem.
E claro que isso não significa
que seremos poupados de
sofrimentos e tristezas pessoais. A
retidão nunca evitou a adversidade,
mas a fé em Jesus Cristo - a
verdadeira fé, sincera e inabalável- é
o poder de enfrentar os desafios do
universo. Pode ser uma força
propulsora que opera milagres, ou
pode ser uma fonte de força interior,
que nos dá paz, conforto e coragem.
Ao exercermos fé e confiança,
nasce a esperança. Esperança se
origina da fé e dá significado e
propósito a tudo o que fazemos.
Pode até mesmo dar-nos a certeza
tranqüilizadora de que precisamos, a
fim de vivermos felizes em meio a
um mundo cheio de iniqüidade,
calamidades e injustiças.
Quando o final do ministério
mortal do Salvador estava próximo,
ele deu esta esperança
tranqüilizadora a seus amados
discípulos: "Deixo-vos a paz, a
minha paz vos dou: não vo-la dou
como o mundo a dá. Não se turbe o
vosso coração, nem se atemorize"
(João 14:27).
A esperança é um princípio
precioso pelo qual podemos viver.
Algumas pessoas, porém, perderam
toda a esperança por causa de
pecados e transgressões. Uma pessoa
pode ficar tão profundamente
absorta nos caminhos do mundo que
não vê a saída e perderá toda a
esperança. Meu apelo a todos os que
caíram na armadilha do adversário é
que nunca desistam! Não importa o
quão desesperadoras as coisas
pareçam, ou o quão desesperadoras
ainda possam ficar, crede em mim:
podeis sempre ter esperança.
Sempre.
Recentemente, tive o privilégio
de realizar as ordenanças seladoras
do templo para uma família
maravilhosa. Foi uma ocasião
especial, como costumam ser essas
cerimônias, mas se tivésseis
conhecido o pai dessa família há
vários anos, teríeis entendido o
milagre que estava acontecendo na
Casa do Senhor naquele dia. Com
permissão dele, cito um trecho de
uma carta que me escreveu:
" Nasci na Igreja e aprendi o
evangelho no colo de minha mãe.
Pela diligência e perseverança dela,
acendeu-se uma pequena fagulha de
testemunho que nunca me
abandonou nos momentos mais
difíceis da vida. Na adolescência,
Satanás me atingiu em cheio. Foi no
fim da década de 1960 e começo da
década de 1970, uma época de
grande tumulto, e Satanás se voltou
para mim. Fui envolvido pelo vício
das drogas, do amor livre, da
diversão livre, e o resto do mundo
não me importava. A partir do
primeiro gole de álcool, comecei a
deteriorar-me lentamente. Depois do
álcool, foi bem mais fácil usar outras
drogas. Para conseguir drogas, é
preciso tornar-se um bom mentiroso.
Aprende-se a fazer o que for
necessário para esconder esse
comportamento.
Depois de muitos anos vivendo
desse jeito, toda minha fibra moral
pareceu esgotar-se. Tinha um
mínimo de consciência e havia
mergulhado nas profundezas do
desespero e da depressão. Vi amigos
morrerem e serem levados ao
suicídio devido a drogas. Com o
passar do tempo, meus amigos e eu
fomos expostos ao sistema de justiça
criminal. Na verdade, muitos de
meus antigos amigos ainda estão na
prisão. Se não fosse pela pequena
chama de testemunho colocada em
mim por minha mãe quando eu era
criança e que me fazia saber que o
Pai Celestial ainda poderia amar-me,
tenho minhas dúvidas de que estaria
escrevendo esta carta hoje."
Alguns pais poderiam ter
perdido a esperança neste filho
pródigo, mas não a mãe deste
homem. Continuou a acreditar que
ele encontraria o caminho de volta
aos ensinamentos da infância e, mais
uma vez, depositou confiança no
Senhor Jesus Cristo. Com o apoio
carinhoso da família e de amigos, foi
exatamente o que ele fez. Peço
licença para ler novamente um
trecho da carta dele:
"Se há algo que aprendi, é que
não importa o quanto nos sintamos
perdidos, não importa o quanto
tenhamos descido, pode haver
perdão e paz. Aprendi que quanto
mais nos afastamos do Senhor, mais
difícil é voltar a ele e a seus
ensinamentos, mas quando abri o
coração e supliquei ao Pai Celestial
que me ajudasse, em nome de seu
Filho Jesus Cristo, acabei conhecendo
o poder do arrependimento e as
bênçãos da obediência aos
mandamentos de Deus."
Irmãos, gostaria que cada um de
vós tivesse estado conosco no templo
naquele dia, para sentir a alegria da
esperança realizada. Estou certo de
que teríeis sentido, como eu senti, o
amor a Deus reavivado e a felicidade
sublime que encheu o coração da
mãe de meu amigo quando seus
quatro filhos com as esposas e outros
familiares a cercaram na sala de
selamento.
O Apóstolo Paulo ensinou que
três princípios divinos formam o
alicerce sobre o qual podemos
construir a estrutura de nossa vida.
São a fé, esperança e caridade. (Vide
I Coríntios 13:13.) Juntos, formam
uma base de apoio, como um banco
de três pernas. Cada princípio tem
significado em si mesmo, mas cada
um deles também desempenha um
importante papel de apoio. Cada um
fica incompleto sem os outros. A
esperança ajuda a fé a desenvolver-
se. Da mesma forma, a verdadeira fé
dá origem à esperança. Quando
começamos a perder a esperança,
estamos também vacilando na fé. Os
princípios da fé e esperança, quando
juntos, devem ser acompanhados da
caridade, que é o maior de todos. De
acordo com Mórmon, " a caridade é
o puro amor de Cristo e permanece
para sempre" (Morôni 7:47). É a
perfeita manifestação da fé e
esperança.
Agindo juntos, estes três
princípios eternos nos dão a ampla
perspectiva eterna de que
precisamos para enfrentar os
desafios mais duros da vida,
incluindo as provações profetizadas
para os últimos dias. A verdadeira fé
traz esperança no futuro; permite-
nos olhar para além de nós mesmos
e das preocupações presentes.
Fortalecidos pela esperança, somos
levados a demonstrar o puro amor
de Cristo por meio da obediência e
do serviço cristão.
Asseguro-vos irmãos, que o Pai
Celestial tem consciência de nós,
individual e coletivamente. Ele
entende as dificuldades espirituais,
físicas e emocionais que enfrentamos
hoje. Na verdade, todas elas são
parte de seu plano para nosso
crescimento e desenvolvimento
eternos. E a promessa que nos fez é
infalível: " o que permanece na fé e
faz a minha vontade, vencerá" (D&C
63:20).
O Salvador prometeu que "Toda
arma que for fabricada contra ti não
prosperará:... Esta é a herança dos
servos do Senhor" (3 Néfi 22:17).
Que todos nós encontremos "a
paz de Deus, que excede todo
entendimento" (Filipenses 4:7), que
só pode ser encontrada por meio da
caridade, da fé e da esperança.
Desejo prestar-vos testemunho
de que sei que Jesus Cristo vive. Ele
restaurou sua igreja na terra, por
meio do Profeta Joseph Smith. A
certeza de vida eterna repousa no
amor a Deus e na obediência aos
mandamentos. Esse conhecimento
me dá esperança e fé. Que seja assim
com cada um de vós, oro
humildemente em nome de Jesus
Cristo, amém.
A L iahon a /J an eiro 1993 35

F ogueiras E spirituais
do T estem unho
Élder Joseph B. Wirthlin
do Quorum dos Doze Apóstolos
"Ofereço três sugestões para inflamar a chama do
testemunho pessoal, como proteção contra os lobos do
mal que nos espreitam. "
"Guardiães do Convênio", A Liahona,
março de 1973, p. 34.)
Nos dias de hoje, não temos que
nos proteger dos lobos nas estradas
em sentido espiritual, porém,
defrontamo-nos com os lobos astutos
de Satanás na forma de tentações,
maldade e pecado. Vivemos em
tempos perigosos, em que lobos
vorazes rodeiam os campos
espirituais à procura de pessoas
fracas na fé ou nas convicções. Em
sua primeira epístola, Pedro
descreveu: "O diabo, vosso
adversário, anda em derredor,
bramando como leão, buscando a
uem possa tragar". (I Pedro 5:8.) O
enhor disse ao Profeta Joseph
Smith: "... os teus inimigos te
(rodeiam) como os lobos procurando
o sangue do cordeiro". (D&C 122:6.)
á muitos anos, grandes Todos somos vulneráveis ao ataque.
alcatéias de lobos vagavam Entretanto, podemos fortalecer-nos
pelos campos da Ucrânia, com a proteção de um testemunho
tomando as viagens muito perigosas ardente que assim como uma
naquela parte do mundo. Essas fogueira, foi construído de maneira
alcatéias eram destemidas. Não se correta e é mantido cuidadosamente.
intimidavam com as pessoas nem Infelizmente, alguns na Igreja
com qualquer das armas existentes acreditam sinceramente que seu
naquela época. A única coisa que testemunho é uma fogueira ardente,
parecia amedrontá-los era o fogo. quando, na verdade, nada mais é do
Assim, os viajantes que se afastavam que a tênue luz bruxuleante de uma
das cidades costumavam fazer uma vela. Sua fidelidade está mais
grande fogueira, deixando-a acesa vinculada ao hábito do que à
durante toda a noite. Enquanto o santidade, e a busca da retidão
fogo ardia intensamente, os lobos pessoal quase é passada para trás,
permaneciam afastados, mas, se o preferindo-se a busca dos interesses
fogo se extinguia, eles atacavam. Os e prazeres pessoais. Tendo como
viajantes compreenderam que, fazer proteção uma luz de testemunho tão
e manter uma fogueira crepitante, frágil, esses viajantes das estradas da
não era apenas uma questão de vida são uma presa fácil para os
conveniência ou conforto - era uma lobos do adversário.
questão de sobrevivência. (Vide O Salvador sabia que muitos de
36
seus seguidores teriam que lutar
para enfrentar os rigores do
verdadeiro discipulado; por isso,
ensinou-lhes como obter um
testemunho ardente. Na noite
anterior à crucificação, Jesus
participou da ceia da Páscoa com os
doze apóstolos amados, a maioria
dos quais estivera com Jesus durante
todo seu ministério. Em dado
momento, naquela noite sagrada, o
Senhor olhou para Pedro, o apóstolo
sênior e amigo fiel. Sabendo o que
seria exigido dele depois da
ascensão, o Senhor disse: "Simão,
Simão, eis que Satanás vos pediu
para cirandar como trigo:
Mas eu roguei por ti, para que
tua fé não desfaleça; e tu, quando te
converteres, confirma teus irmãos".
(Lucas 22:31-32; grifo nosso.)
Imaginai por um momento que
sois Pedro. Há três anos, um santo
estranho vos convidou a abandonar
barcos e redes, vossos meios de
sustento, e pediu-vos que o
seguísseis. Assim o fizestes sem
hesitação, e por três anos
continuastes a segui-lo, amá-lo e
apoiá-lo. Vós o vistes confundir os
sábios, confortar os cansados e
aflitos, curar os doentes, e restituir a
vida aos mortos. Vós o vistes
dominar maus espíritos, acalmar
mares agitados, e, por alguns
minutos, até andastes sobre as águas
em direção a ele. Estáveis ao lado
dele quando Moisés e Elias lhe
apareceram; transfigurou-se diante
de vossos olhos. Consagrastes vossa
vida inteira a ele. E, agora, ele vos
questiona, instruindo-vos a
fortalecer vossos irmãos "quando te
converteres."
Pedro surpreendeu-se,
garantindo ao Senhor: "Estou pronto
a ir contigo até à prisão e à morte".
(Lucas 22:33.) No entanto, Jesus
sabia e compreendia. Não estava
condenando Pedro por falta de
convicção; Pedro demonstrou-a
durante a prisão do Senhor. Ao
contrário, o Salvador estava dizendo
a Pedro o que ele deveria fazer
quando seu testemunho se tomasse
mais seguro.
Assim como conhecia Pedro, o
Senhor nos compreende, a mim e a
vós, quando nosso testemunho
talvez não seja a fogueira ardente
que pensais que seja, ou gostaríeis
que fosse. Em alguns casos, talvez, o
testemunho seja edificado de modo
impróprio, alicerçado em programas
sociais e personalidades, em vez de
estar implantado na rocha segura da
revelação pessoal, ou, talvez,
permitistes que vosso testemunho se
enfraquecesse gradualmente,
durante anos de desuso e
complacência espiritual.
Independentemente da razão do
obscurecimento de vosso
testemunho, o Senhor aconselha-vos
ternamente a virdes a ele e
fortalecer-vos nele. Disse ele a
Morôni: "Se os homens vierem a
mim, eu lhes mostrarei sua fraqueza.
E dou a fraqueza aos homens a fim
de que sejam humildes;... pois, se se
humilharem e tiverem fé em mim,
então farei com que as coisas fracas
se tomem fortes entre eles". (Éter
12:27.)
Algumas pessoas são fracas na
fé e no testemunho, mas não têm
nem consciência de quão precária é
sua condição. Provavelmente, a
maioria delas ficaria ofendida com
este comentário. Levantam a mão
direita para apoiar os líderes da
Igreja e, depois, resmungam e se
queixam quando uma decisão não
lhes agrada. Afirmam ser obedientes
aos mandamentos de Deus, mas não
se constrangem em comprar
alimentos aos domingos e, em
seguida, pedir ao Senhor que os
abençoe. Alguns dizem que dariam a
vida pelo Senhor, mas recusam-se a
servir no berçário.
O Senhor falou claramente a
respeito das pessoas que "se
aproximam de mim com a sua boca,
e com os seus lábios me honram,
mas o seu coração se afasta para
longe de mim". (Isaías 29:13.) Suas
palavras foram: "Nem todo o que me
diz: Senhor, Senhor! entrará no reino
dos céus, mas aquele que faz a
vontade de meu Pai, que está nos
céus.
"Muitos me dirão naquele dia:
Senhor, Senhor, não profetizamos
nós em teu nome? e em teu nome
não expulsamos demônios? e em teu
nome não fizemos muitas
maravilhas?
"E então lhes direi abertamente:
Nunca vos conheci: apartai-vos de
mim, vós que praticais a iniqüidade.
(Mateus 7:21-23.)
Ninguém gostaria de ouvir do
Senhor palavras tão decepcionantes
a seu respeito. Por esta razão, deveis
fazer tuao o que estiver ao vosso
Participantes do Coral do Tabernáculo cantam durante uma sessão da conferência.
alcance para garantir que a fogueira
espiritual do testemunho queime
ardentemente, mantendo afastados
os lobos das trevas. Sempre podeis
usar mais gravetos secos. Conforme
o apóstolo Paulo ensinou, todos
"destituídos estão da glória de
Deus". (Romanos 3:23.) Nenhum de
nós já progrediu tanto nesta vida que
não necessite de continuamente
fortalecer seu testemunho.
Ofereço três sugestões para
inflamar a chama do testemunho,
como proteção contra os lobos do
mal que nos espreitam, ameaçando
nossa estabilidade espiritual.
Primeira, certificai-vos de que
vosso testemunho está edificado
sobre um sólido alicerce de fé no
Senhor Jesus Cristo. Ainda que
apreciemos a amizade dos santos e
estejamos bem impressionados com
os programas inspirados da Igreja,
lembremo-nos de que temos uma
única âncora segura para nossas
almas, que foi mencionada nas
palavras do profeta Helamã, quando
ensinou seus filhos: "E agora, meus
filhos, lembrai-vos de que é sobre a
rocha de nosso Redentor, que é
Cristo, o Filho de Deus, que deveis
construir os vossos alicerces, para
que quando o demônio desencadear
a fúria de seus ventos, quando soltar
suas flechas no furacão, sim, quando
todo seu granizo e violenta
tempestade vos colherem, nada disso
tenha força para vos arrastar ao golfo
da miséria e angústia sem fim, por
causa da rocha sobre a qual estais
edificados; porque é uma fundação
segura, da qual não caem os homens
que nela constroem." (Helamã, 5:12.)
Talvez sejais um dos membros
da Igreja cujo primeiro contato com
o evangelho aconteceu por meio da
bela música do Coro do Tabernáculo.
Talvez vossa vida tenha sido
abençoada pelo programa de bem-
estar da Igreja, quando seguistes o
conselho profético de armazenar
alimentos e outras coisas necessárias
à sobrevivência. Estes são aspectos
maravilhosos e inspirados da Igreja,
que Deus estabeleceu para ajudar a
levar seus filhos a Cristo. Entretanto,
são instrumentos, e não o fim. O
centro final de nossa devoção deve
ser unicamente o Pai Celestial e seu
Filho Amado, Jesus Cristo.
Freqüentemente ouvimos falar
de pessoas que se afastaram da
Igreja porque algum líder, professor
ou membro disse ou fez algo que os
ofendeu. Outros tiveram a fé abalada
quando os irmãos tomaram uma
posição firme da qual eles
discordavam. Nesses casos,
pergunto a mim mesmo se a fé
destas pessoas era fundamentada
seguramente no testemunho de Jesus
Cristo, ou apenas alicerçada em suas
próprias idéias e observações de
caráter social, a respeito do que a
Igreja e seus membros deveriam ser.
A escritura nos ensina: "Confia no
Senhor de todo o teu coração, e não
te estribes no teu próprio
A L iahon a /J an eiro 1993 37

entendimento." (Provérbios 3:5.)
Na comovente oração, registrada
no décimo sétimo capítulo de João, o
Salvador ensinou esta profunda
verdade: "E a vida eterna é esta: que
te conheçam, a ti só, por único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem
enviaste". (João 17:3.)
Nossa prioridade deve ser
edificar um testemunho alicerçado
num relacionamento sincero e
pessoal com o Pai Celestial e seu
Filho Amado, Jesus Cristo, e na fé
que temos neles.
Ancorados nessa f é , estamos
prontos para minha segunda
sugestão - uma outra camada de
gravetos na fogueira do testemunho
- é o arrependimento humilde e
sincero. Poucas coisas extinguem
mais rapidamente o fervor do
Espírito Santo no coração de uma
pessoa do que o pecado. Entorpece
os sentidos espirituais, diminui a
confiança e a segurança pessoal,
além de separar o pecador do
Mestre. Alguém que carrega o fardo
de um pecado do qual não se
arrependeu, está propenso a
racionalizar a respeito de outras
desobediências. Quanto mais o
pecado for racionalizado, maior a
possibilidade de destruição pelos
lobos de Satanás.
Poucos questionariam o risco
espiritual de pecados maiores, como
assassínio ou infidelidade conjugal.
O que dizer, porém, da pessoa que
38
usa o tempo do patrão para tratar de
assuntos pessoais, da pessoa que
entra sorrateiramente num cinema
para assistir a um filme
pornográfico, do estudante que cola
nas provas, da pessoa que critica
outras injustamente, ou do pai ou
mãe que acha a noite familiar uma
boa idéia - para os outros?
A verdade é uma só: qualquer
coisa que não nos aproxima de Deus,
afasta-nos dele. Não existe um
espaço intermediário, uma área
nebulosa e cinzenta onde possamos
cometer um pecado insignificante
sem regredirmos espiritualmente.
Por esta razão, precisamos
arrepender-nos e vir a Cristo
diariamente, com os joelhos
dobrados, para impedir que a
fogueira do testemunho seja
apagada pelo pecado.
Minha terceira sugestão é
seguirmos o exemplo do Salvador.
Ele estabeleceu o padrão.
Em qualquer atividade e em
quaisquer circunstâncias, podemos
perguntar a nós mesmos o que Jesus
faria e, então, determinar nosso
próprio rumo. Por exemplo, que
espécie de mestre familiar seria o
Salvador? Ele deixaria,
ocasionalmente, de visitar as
famílias? Ele as visitaria sem levar
uma mensagem? Ou ministraria às
famílias como o Bom Pastor que é
zelo e bondade constante? No fundo
do coração sabemos que espécie de
mestre familiar Jesus seria, como
também sabemos que tipo de bispo,
professor, líder da Primária,
secretário ou consultor dos jovens
ele seria. Ainda que nesta vida nunca
possamos estar à altura de seu
padrão de excelência, teremos
melhores resultados tentando, do
que não o fazendo.
Podemos aplicar o mesmo
princípio a outras atividades. Que
tipo de pai ou mãe Jesus seria ? Que
espécie de vizinho, patrão,
empregado, estudante ou amigo? Se
vivermos de modo a nos aproximar­
mos o mais possível do padrão
estabelecido pelo Salvador, nosso
testemunho será fortalecido
continuamente e nossa fogueira
espiritual jamais se reduzirá a cinzas.
Vivemos numa época perigosa. A
influência de Satanás parece ser
desenfreada e esmagadora. Lembrai-
vos da promessa de Deus aos que
acendem e conservam acesas as
chamas ardentes do testemunho,
para opor-se aos lobos que os
ameaçam. Esta é sua promessa: "Não
temas, porque eu sou contigo; não te
assombres, porque eu sou teu Deus:
eu te esforço, e te sustento com a
destra da minha justiça"(Isaías
41:10.)
A força da Igreja repousa na
intensidade e vitalidade do
testemunho pessoal de seus
membros. Testemunho firme e
inabalável estabelece a diferença
entre a fidelidade e a rebeldia.
Presto testemunho de que, para
desfrutarmos uma vida feliz,
compensadora, e espiritual,
precisamos ter certeza de que nosso
testemunho está alicerçado na fé em
Jesus Cristo, no arrependimento
humilde e sincero, e no exemplo do
Salvador.
Sei que o Pai Celestial vive e
ama cada um de nós. Seu Filho, Jesus
Cristo, é nosso Salvador e Redentor.
A expiação de Cristo nos
proporciona imortalidade e
possibilidade de vida eterna, o tipo
de vida que Deus tem, se nos
arrependermos do pecado e formos
leais e fiéis aos mandamentos.
Joseph Smith é um profeta de Deus.
Por meio dele, o Senhor restaurou o
evangelho de Jesus Cristo nestes
dias. O Presidente Erza Taft Benson
é nosso profeta. Testifico estas
verdades divinas em nome de Jesus
Cristo, amém.
SESSÃO DO SACERDÓCIO Quando chegaram ao local
3 de outubro de 1992 designado, Abraão construiu um
altar e colocou a lenha sobre ele.

H istórias da B íblia e Então, diz a Bíblia: "Abraão...

amarrou a Isaque, seu filho, e deitou-
o sobre o altar em cima da lenha".
(Gênesis 22:9.) O que pensou Isaque

P roteção P essoal quando Abraão fez uma coisa tão

Élder Dallin H. Oaks
do Quorum dos Doze Apóstolos
" Os santos dos últimos dias fiéis são protegidos dos
poderes do demônio... até que hajam concluído sua
missão na mortalidade."
aos jovens, este livro conta 168
histórias da Bíblia.
Eu amava estas histórias e li-as
muitas vezes. Compartilharei
algumas das minhas favoritas e
comentarei seus ensinamentos e o
impacto que tiveram em minha vida.
Começo com uma história que
julguei haver compreendido quando
era menino, mas que na verdade só
comecei a entender bem mais tarde.
O Senhor falou a Abraão e disse-
lhe que tomasse seu único filho,
Isaque, e se dirigisse ao topo de uma
montanha na terra de Moriá "e o
oferecesse ali em holocausto".
(Gênesis 22:2.)
A primeira vez que li esta
história não sabia o que queria dizer
"em holocausto". Eu, porém, vivia
em uma fazenda com animais e
eus queridos irmãos, esta é
estranha? A Bíblia não menciona
nenhuma resistência ou objeção. O
silêncio de Isaque pode ser apenas
explicado em termos de confiança e
de obediência ao pai.
Então a Bíblia nos diz: "E
estendeu Abraão a sua mão, e tomou
o cutelo para imolar o seu filho".
(Gênesis 22:10.)
Como sabeis, Abraão foi
aprovado no teste e o Senhor salvou
o jovem Isaque. "Não estendas a tua
mão sobre o moço", um anjo
ordenou a Abraão. (Gênesis 22:12.)
Um carneiro, cujos chifres estavam
presos a uma touceira, transformou-
se na oferta, no lugar de Isaque.
Como menino que era, eu
percebia mais do que tudo a
aventura por detrás dessa história,
embora estivesse certamente
impressionado com a obediência de
Isaque. Ao tornar-me mais velho,
aprendi que a experiência de Abraão
e Isaque era o que as escrituras
chamam de um símbolo, que é à
semelhança ou em lembrança de
outra coisa. O profeta do Livro de
Mórmon, Jacó, disse que o
mandamento dado a Abraão de
sacrificar seu filho Isaque era "à
semelhança de Deus e seu Filho
Unigênito". (Jacó 4:5.)
Esta história também demonstra
a bondade de Deus em proteger
Isaque e em prover um substituto

M
uma ocasião importante,
quando portadores do santo
sacerdócio de todo o mundo se
reúnem para receber instrução e
inspiração. Como muitos dos
homens mais velhos aqui presentes,
tenho filhos e netos que me ouvem
em diferentes lugares. Desejamos
que esta reunião seja valiosa e
interessante para os jovens do
sacerdócio. Dirijo minhas palavras
principalmente a eles.
Quando era menino, passava
quase todas as noites lendo livros.
Um dos meus favoritos era H urlbufs
Story ofthe Bible (História da Bíblia filhos, não compreendi quanta dor
de Hurlbut - N. do T.). Publicado
por um ministro protestante para
ajudar a ensinar as verdades bíblicas proverá... meu filho". (Gênesis 22:8.)
montanhas ao redor; assim, podia
compreender facilmente o resto da
história.
Abraão levantou-se cedo, selou
um de seus animais e iniciou a
jornada. Achei que Isaque deve ter-
se sentido privilegiado por estar
junto com o pai naquela viagem.
Ao terceiro dia, Abraão e Isaque
subiram a montanha para adorar.
Como a maioria dos jovens, Isaque
estava curioso. Viu o fogo, a lenha e
o cutelo que carregavam, "m as",
perguntou ele ao pai, "onde está o
cordeiro para o holocausto?".
(Gênesis 22:7.) Enquanto não tive
Abraão deve ter sentido, quando
simplesmente respondeu: "Deus
para que ele não tivesse que morrer.
Devido ao pecado e à mortalidade,
nós, como Isaque, estamos
condenados a morrer. Quando toda
e qualquer outra esperança se vai, o
Pai Celestial providencia o Cordeiro
de Deus, e somos salvos por seu
sacrifício.
O apóstolo Paulo ensinou que as
escrituras são "divinamente
inspirada(s)" e são "proveitosa(s)...
para instruir em justiça". (II Timóteo
3:16.) Obtemos instrução em justiça
com as experiências registradas nas
escrituras. Elas nos proporcionam o
ue poderíamos chamar de estudo
e caso em que vemos os resultados
de guardar ou quebrar os
mandamentos de Deus.

A L iahona /J an eiro 1993 39

 Um exemplo de especial
importância para os jovens trata de
José, que foi vendido ao Egito.
Embora apenas um escravo, as
habilidades de José eram tão
impressionantes para o seu senhor,
que foi por ele nomeado responsável
por tudo o que possuía, na casa e no
campo. (Vide Gênesis 39:4-6.) Então,
naquela posição de preeminência e
poder, José deparou-se com um
teste.
A esposa de seu senhor o tentou
a cometer adultério com ela. José
rejeitou seus avanços, dizendo-lhe
que não trairia a confiança de seu
marido, ou a confiança ainda maior
que violaria, pecando contra Deus ao
fazer o que José chamou de "este
tamanho mal". (Vers. 9.) Rejeitou-a
repetidas vezes. Um dia, quando não
havia ninguém mais em casa, ela
agarrou-o pelas vestes. Em uma
descrição maravilhosamente vivida,
a escritura diz: "Ele deixou o seu
vestido na mão dela, e fugiu, e saiu
para fora". (Vers. 12.)
Que exemplo de retidão! O
mesmo ensinamento foi dado nesta
revelação moderna: "Saí de entre os
iníquos. Salvai-vos. Sede limpos, vós
que portais os vasos do Senhor".
(D&C 38:42.) Estas palavras nos
ordenam que sigamos o exemplo de
José.
Um elemento comum em muitas
das minhas histórias prediletas da
Bíblia, era a maneira como o Senhor
protegia seus filhos dignos e fiéis.
Quando jovem, esta era a minha
parte favorita da história de José.
Todos nos lembramos de como
os invejosos filhos mais velhos de
Jacó planejaram matar o irmão mais
novo. Após lançarem mão de José e
jogarem-no em um buraco,
decidiram vendê-lo como escravo,
mudando o plano original. Enquanto
diziam a seu pai que José fora morto
por animais selvagens, os
mercadores que o haviam comprado
nas planícies de Canaã conduziam-
no ao Egito e à escravidão. (Vide
Gênesis 37.)
No Egito, José foi injustamente
enviado para a prisão. No entanto,
mesmo lá ele se sobressaiu, e o
Senhor o abençoou. Um dia, ele
interpretou o sonho do Faraó, e foi
feito governador de todo o Egito.
Nessa poderosa posição, tomou-se o
instrumento para salvar seu povo da
fome e amou e perdoou os irmãos
40
que tanto mal lhe fizeram. (Gênesis
40-45.)
Quando jovem, vibrava com as
aventuras de José e me
impressionava a maneira como o
Senhor o salvou dos perigos do
assassinato, da prisão e da
escravidão. A primeira vez que li o
Livro de Mórmon, encontrei a
declaração de que "José... que foi
vendido no Egito... foi protegido
pela mão do Senhor". (1 Néfi 5:14.)
Em leituras posteriores das
escrituras, descobri que esse tipo de
proteção está à disposição de todos.
A Bíblia afirma, por exemplo, que "o
Senhor guarda os fiéis" (Salmos
31:23) e que Deus "escudo é para os
que confiam nele". (Provérbios 30:5.)
Outro exemplo da proteção de
Deus é o menino pastor Davi. Davi
possuía firme fé no Deus de Israel, e
essa fé deu-lhe grande coragem.
Quando os exércitos dos filisteus
se reuniram para batalhar contra os
israelitas, o poderoso Golias
adiantou-se e desafiou-os para um
combate individual. O rei Saul e toda
Israel "espantaram-se, e temeram
muito". (I Samuel 17:11.) Dia após
dia ele renovou o desafio, mas
ninguém o enfrentava.
Quando o jovem Davi foi ao
campo de Israel para entregar
provisões, ouviu o rugido de Golias.
Surpreso, perguntou: "Quem é pois
este incircunciso filisteu, para
afrontar os exércitos do Deus vivo?".
(Vers. 26.) Davi apresentou-se para
lutar contra aquele homem. O rei
recusou o pedido, dizendo: "Tu
ainda és moço". (Vers. 33.) Davi
respondeu-lhe com coragem e fé: "O
Senhor me livrou da mão do leão...
ele me livrará da mão deste filisteu".
(Vers. 37.)
Quando Davi se dirigiu ao
campo de batalha, Golias escarneceu
dele devido à sua pouca idade,
amaldiçoou-o pelos seus deuses e
gritou que alimentaria as aves e as
bestas do campo com sua carne.
(Vide vs. 42-44.)
A resposta de Davi é uma das
grandes expressões de fé e coragem
em toda a nossa literatura. Fez-me
vibrar quando era menino, e ainda o
faz.
"Tu vens a mim com espada e
com lança, e com escudo; porém eu
venho a ti em nome do Senhor dos
exércitos, o Deus dos exércitos de
Israel, a quem tens afrontado.
Hoje mesmo o Senhor te
entregará na minha mão, e ferir-te-ei,
e te tirarei a cabeça, e os corpos do
arraial dos filisteus darei hoje
mesmo às aves do céu e às bestas da
terra: e toda a terra saberá que há
Deus em Israel.
E saberá toda esta congregação
que o Senhor salva, não com espada,
nem com lança; porque do Senhor é
a guerra, e ele vos entregará na nossa
mão." (Vers. 45-47.)
Todos sabeis o que aconteceu a
seguir. Davi tonteou o filisteu com a
pedra lançada com a funda e cortou-
lhe a cabeça com a própria espada.
Assustados com a queda de seu
campeão, os filisteus fugiram. Com
gritos de triunfo, os exércitos de
Israel os perseguiram e obtiveram
grande vitória.
Inúmeros jovens já foram
inspirados por este maravilhoso
exemplo de retidão. Há ocasiões em
que todos nós devemos fazer frente
aos que zombam de nós e nos
injuriam. Talvez tenhamos que
enfrentar algumas forças terrenas tão
poderosas quanto Golias. Quando
isso acontecer, devemos imitar a
coragem de Davi, que foi poderoso
porque tinha fé, e lançou-se a uma
causa justa em nome do Senhor dos
Exércitos.
Nossos missionários também
parecem fracos e sem defesa,
ineficientes frente às armas do
adversário e àqueles que o servem. O
Senhor, porém, prometeu-lhes que
"será o seu escudo" (D&C 35:14), e
essa promessa é cumprida todos os
dias em muitos lugares no mundo
inteiro.
O escudo que Deus propicia aos
fiéis também nos protege de
impulsos nocivos. A revelação que
ordena aos santos de hoje que se
abstenham de álcool, tabaco, bebidas
quentes e outras coisas nocivas,
promete aos fiéis que "o anjo
destruidor os passará como aos
filhos de Israel, e não os matará."
(D&C 89:21.)
Outra história de proteção
envolveu um profeta e seu jovem
servo. Por ter Eliseu ajudado o reino
de Israel a repelir os sírios, estes
enviaram um grande exército com
cavalos e carros para capturar o
profeta. Quando o jovem servo de
Eliseu viu os exércitos cercando sua
cidade, gritou apavorado, mas Eliseu
tranqüilizou-o:
Não temas; porque mais são os que
estão conosco do que os que estão
com eles.
E orou Eliseu, e disse: Senhor,
peço-te que lhe abras os olhos, para
ue veja. E o Senhor abriu os olhos
o moço, e viu; e eis que o monte
estava cheio de cavalos e carros de
fogo, em redor de Eliseu." (II Reis
6:16-17.)
O Senhor interveio, para
confundir e cegar os sírios, e estes
foram capturados pelos exércitos de
Israel.
Quando ainda menino, sempre
que lia esta maravilhosa história,
identificava-me com o servo de
Eliseu. Pensava eu que, se alguma
vez me visse cercado pelas forças do
mal enquanto a serviço do Senhor,
esperava que o Senhor me abrisse os
olhos e me desse fé para
compreender que, quando estamos a
serviço do Senhor, os que estão
conosco são sempre mais poderosos Estrangeiros que compareceram a conferência geral ouviram os discursos traduzidos
simultaneamente em sua própria língua, inclusive polonês, laociano, servo-croata, tcheco e taitiano.
do que os que estão contra nós.
Histórias da Bíblia como estas
não significam que os servos de persuasiva de meu tema. Felizmente, quando June se
Deus serão poupados de todas as Minha esposa, June, fora a uma debruçou para abrir a porta do lado
dificuldades, ou que sempre serão reunião de oficiais da ala. Quando do motorista, olhou pelo retrovisor e
salvos da morte. Alguns fiéis cheguei à capela para levá-la para viu o rapaz chegando com um
perderam a vida em perseguições, e casa, estava acompanhada de uma revólver na mão. Sabiamente, não
alguns sofrem grandes dificuldades irmã a quem daríamos carona. Ela destrancou a porta. Nos dois ou três
em conseqüência da fé, mas a morava na área vizinha, Woodlawn, minutos seguintes, que pareceram
proteção prometida aos servos fiéis que era o território de uma gangue uma eternidade, ela foi a espectadora
de Deus é uma realidade hoje, como chamada de Blackstone Rangers. horrorizada de algo que estava
o era nos tempos bíblicos. Estacionei na calçada em frente acontecendo do lado de fora da
Em todo o mundo, os santos dos do prédio desta irmã e acompanhei-a janela, do lado do motorista.
últimos dias fiéis são protegidos dos até a porta de seu apartamento. June O jovem encostou o revólver em
poderes do demônio e de seus permaneceu no carro, na Rua 61. Ela meu estômago e disse: "Quero seu
servos, até que hajam concluído sua travara todas as portas, e eu deixara dinheiro". Tirei a carteira do bolso e
missão na mortalidade. Para alguns, as chaves na ignição, caso ela mostrei-lhe que estava vazia. Nem
a missão mortal é breve, como precisasse sair dali. Havíamos até mesmo estava com um relógio de
aconteceu a certos jovens valentes então morado na parte sul de pulso que pudesse oferecer-lhe,
que perderam a vida na obra Chicago e nos acostumáramos a porque a correia se quebrara naquele
missionária, mas, para a maioria de essas precauções. mesmo dia, horas antes. Ofereci-lhe
nós a jornada na mortalidade é Já no saguão do prédio e antes algumas moedas que tinha no bolso,
longa, e continuamos em nosso curso de sair para a rua, olhei mas ele rosnou um não.
com a proteção de anjos da guarda. cuidadosamente em todas as "Passe as chaves do carro",
Tive na vida muitas experiências direções. Pela luz de um poste ordenou ele. "Estão no carro", disse-
em que fui guiado naquilo que próximo, vi que a rua estava deserta, lhe. "Diga a ela que abra a porta",
deveria fazer, e protegido de injúrias exceto por três jovens que retorquiu o rapaz. Por um momento,
e também do mal. A proteção do caminhavam por ali. Esperei até que considerei as novas possibilidades
Senhor tem-me servido de escudo sumissem de minha vista e caminhei que se apresentariam nessa situação,
contra pessoas mal-intencionadas, e depressa para o carro. e recusei. Ele ficou furioso. Apertou-
também me tem protegido de mim Ao parar à porta, para que June me o estômago com o revólver e
mesmo, não me permitindo ceder a destravasse para mim, vi um disse: "Faça isso, se não te mato."
aos piores impulsos. Senti-me feliz daqueles jovens correndo de volta, Embora a cena tenha ocorrido há
com essa proteção em uma noite em minha direção. Ele tinha algo na vinte e dois anos, lembro-me de tudo
uente de verão, nas ruas de
2 Ihicago. Jamais contei essa
mão direita, e eu sabia o que era.
Não houve tempo para entrar no
tão claramente como se fosse ontem.
Lera em algum lugar que nada
experiência em público. Faço-o neste carro e sair dali antes que ele me concentra nossa mente tão
momento porque é uma ilustração alcançasse. maravilhosamente quanto alguém

A L iahon a /J an eir o 1993 41


Élderes W. Mack Lawrence e Charles Didier, dos Setenta, conversam com a irmã Elaine L. Jack,
presidente geral da Sociedade de Socorro, antes da Reunião Geral das Mulheres, realizada no
Tabernáculo de Lago Salgado em 26 de setembro de 1992.
nos apontando uma arma mortal e
dizendo-nos que tem a intenção de
matar-nos.
Quando recusei, o jovem
assaltante repetiu as ordens, desta
vez enfatizando-as em um tom ainda
mais zangado e com mais pressão
sobre o revólver afundado em meu
estômago. Lembro-me de haver
pensado que ele provavelmente não
atiraria em mim propositadamente,
mas se não tivesse cuidado com a
maneira como continuava a apertar a
arma contra meu estômago, poderia
acabar disparando sem querer. Seu
revólver parecia ser de baixo custo, o
que me deixou nervoso quanto ao
seu mecanismo de disparo.
"Quero seu dinheiro." "Não
tenho nenhum." "Passe as chaves do
carro." "Estão no carro." "Diga a ela
que abra a porta." "Não." "Faça isso,
senão te mato." "Não."
Dentro do carro, June não podia
ouvir o que estava sendo dito, mas
podia ver o que acontecia com o
revólver. Estava desesperada,
pensando o que fazer. Deveria ela
destravar a porta? Deveria tocar a
buzina? Deveria ligar o carro e sair
dali? Tudo o que lhe ocorria parecia
poder piorar as coisas; assim, apenas
esperou e orou. Então teve uma
sensação de paz. Sentiu que tudo
terminaria bem.
Pela primeira vez, vi uma
42
possibilidade de ajuda. Por detrás do
assaltante surgiu um ônibus. Parou a
alguns metros de nós. Um
passageiro desceu apressadamente e
sumiu na noite. O motorista olhou
diretamente para mim, mas pude ver
que ele não iria ajudar-me.
Enquanto isto acontecia às
costas do jovem assaltante, portanto
fora de seu campo de visão, ele ficou
nervoso e distraiu-se. A arma se
moveu contra meu estômago até que
o cano apontou ligeiramente para à
minha esquerda. Meu braço já estava
parcialmente levantado e, com um
movimento rápido, poderia agarrar a
arma e lutar com o rapaz sem que
houvesse a possibilidade de eu ser
atingido por um tiro. Eu era mais
alto e mais forte do que ele, e
naquele ponto de minha vida, era
um tanto atlético. Não tinha dúvidas
de que o dominaria facilmente, se
pudesse neutralizar a arma.
No momento em que estava
prestes a atacá-lo, tive uma
experiência inusitada. Não ouvi nem
vi nada, mas soube de uma coisa.
Soube o que aconteceria se eu
agarrasse aquela arma. Lutaríamos, e
eu voltaria o revólver contra o peito
do jovem. Ele dispararia, e o rapaz
morreria. Também compreendi que
não deveria ter o sangue do jovem
em minha consciência pelo resto da
vida.
Relaxei e, à medida que o ônibus
partia, segui um impulso de pôr a
mão direita no ombro dele e dar-lhe
uma lição. June e eu, na época,
tínhamos filhos adolescentes;
portanto, a reprimenda veio
facilmente.
"Olhe aqui", disse eu. "Isto não
está certo. O que está fazendo não
está certo. O próximo carro pode ser
o da polícia, e poderia ser morto ou
ir parar na prisão por causa disto."
Com o revólver de volta ao meu
estômago, o jovem assaltante
respondeu às minhas palavras
repetindo suas ordens pela terceira
vez, mas desta feita sua voz estava
mais fraca. Ao fazer a ameaça final
de matar-me, não soou persuasivo.
Quando novamente me recusei a
atendê-lo, hesitou por um momento,
enfiou o revólver no bolso e saiu
correndo. June destravou a porta, e
saímos dali, oferecendo uma oração
de agradecimento. Havíamos
experimentado o tipo de proteção
miraculosa ilustrada nas histórias da
Bíblia, sobre as quais lera quando
menino.
Tenho freqüentemente
ponderado a importância desse
evento em relação às respon­
sabilidades que mais tarde recebi na
vida. Menos de um ano após aquela
noite de agosto, fui escolhido como
presidente da Universidade Brigham
Young. Quase quatorze anos após
aquela experiência, recebi meu
chamado atual.
Sou grato por ter recebido do
Senhor a visão e a força que me
impediram de confiar no braço da
carne e permitiram-me confiar na
proteção do Pai Celestial. Sou grato
pela promessa do Livro de Mórmon
de que "não é preciso, pois, que os
justos temam", pois o Senhor "por
seu poder (os) preservará". (1 Néfi
22:17.) Sou grato pela proteção
prometida àqueles que mantêm seus
convênios e qualificam-se para as
bênçãos prometidas em lugares
sagrados.
Estas e todas as promessas aos
filhos fiéis de Deus são feitas pela
voz e poder do Senhor Deus de
Israel. Testifico desse Deus, nosso
Salvador Jesus Cristo, cuja
ressurreição e expiação nos
asseguraram a imortalidade e
deram-nos a oportunidade de
alcançarmos a vida eterna. Em nome
de Jesus Cristo, amém.

0 Senhor Fará os
J ustos P rosperarem
Élder Dean L. Larsen
da Presidência dos Setenta
O Senhor está disposto a "fazer seu povo prosperar
com as riquezas da terra, desde que use esta fartura
com prudência, humildade e caridade".
m nome da Presidência dos
E Setenta e dos membros do
Quorum, gostaria de dar
calorosas boas-vindas aos Élderes
Eyring e Pace, que agora tomam
posição com os Setenta. Também
reconhecemos o chamado de mais
uinze homens para os Quoruns dos
etenta. Seus nomes foram lidos
anteriormente pelo Presidente
Hinckley e eles estão servindo desde
meados de agosto. Felicitamos
também o Bispo Edgley e Bispo
Burton por seus chamados para o
Bispado Presidente da Igreja, com o
Bispo Hales.
Expressamos nosso amor e
profundo respeito e admiração aos
irmãos que concluem oficialmente,
nesta conferência geral, seus
chamados como Setentas.
Durante a conferência da Igreja
em Fayette, Nova York, em 1831, o
Senhor deu uma revelação, por meio
de Joseph Smith, que contém uma
promessa extraordinária. "E fiz rica a
terra", declarou o Senhor, "e eis que
ela é o meu pedestal, portanto, sobre
ela outra vez me porei de pé.
E agora me disponho e
condescendo em vos dar maiores
riquezas, mesmo uma terra de
promissão, uma terra que mana leite
e mel, sobre a qual não haverá
maldição quando o Senhor vier;
E se a buscardes de todo o vosso
coração, dar-vo-la-ei como a terra de
vossa herança.
E este será meu convênio
convosco, vós a tereis como a terra
de vossa herança, e para a herança
dos vossos filhos para sempre,
enquanto a terra permanecer, e vós a
possuireis outra vez na eternidade,
para não mais se passar". (D&C
38:17-20.)
O Senhor tem demonstrado em
todas as gerações que, quando os
habitantes da terra se lembram dele
e são obedientes às suas instruções,
ele os abençoa não apenas com
bênçãos espirituais, mas também
com fartura material.
As escrituras comprovam a
disposição do Senhor de fazer que
seu povo prospere com as riquezas
da terra, desde que use esta fartura
com prudência, humildade e
caridade, sempre reconhecendo a
fonte de suas bênçãos.
Quando o povo de Léhi chegou
às Américas, vindo do velho mundo,
sentiu-se muito dependente do
Senhor, ao organizar seus lares e
lutar pelo próprio sustento. Néfi
registrou:
"E nos esforçamos por guardar
os juízos, os estatutos e
mandamentos do Senhor em todas
as coisas...
E o Senhor estava conosco; e
prosperamos grandemente, porque
plantamos sementes e nossas
colheitas foram abundantes. E
começamos a criar rebanhos,
manadas e animais de toda espécie.
E aconteceu que começamos a
prosperar muito e a multiplicar-nos
sobre a terra." (2 Néfi 5:10-11,13.)
Este tipo de prosperidade
material tem sido sempre uma coisa
frágil. Tem demostrado ser um dos
maiores testes enfrentados pelas
pessoas. Sempre foi difícil sustentar
as qualidades humanas essenciais e
outros fatores que originam a
fartura. Observamos isto num
episódio descrito no primeiro
capítulo de Alma, no Livro de
Mórmon.
Enquanto leio versículos deste
relato, prestai atenção aos elementos
que contribuem para o sucesso
material do povo e, depois, aos
fatores que levam a desgraças
subseqüentes.
"E quando os sacerdotes
deixavam os seus labores para
ensinar ao povo a palavra de Deus, o
povo também deixava os seus
trabalhos para ouvir a palavra de
Deus. E, tendo os sacerdotes
ensinado a todos a palavra de Deus,
voltavam diligentemente a seus
trabalhos; e o sacerdote não se
julgava acima de seus ouvintes, pois
o pregador não era melhor que o
ouvinte, nem o mestre melhor que o
aprendiz; e eram assim todos iguais,
e todos trabalhavam, cada um de
acordo com suas forças.
E eles repartiam seu sustento,
cada um de acordo com o que
possuía, com os pobres e os
necessitados, e os doentes e os
aflitos; e não usavam vestimentas
custosas, se bem que asseadas e
atraentes.
E assim estabeleceram os
negócios da igreja e começaram a ter
paz contínua...
Graças à solidez da igreja
começaram a enriquecer
extremamente, tendo abundância de
tudo que lhes era necessário, tanto
de rebanhos e gado como de animais
cevados de toda espécie, e também
de cereais, ouro, prata e coisas
A L iahona /J aneiro 1993 43

preciosas, assim como de seda, de
finos tecidos de linho e de toda
espécie de bons tecidos caseiros.
E assim, em seu estado de
prosperidade, não deixavam
ninguém despido, nem faminto,
sedento ou doente, nem ninguém
por alimentar-se; porque não tinham
posto o coração nas riquezas;
portanto, eram liberais para com
todos, tanto velhos como jovens,
tanto escravo como liberto, tanto
homem como mulher, pertencesse
ou não à igreja, sem fazer distinção
de pessoas, se estivessem
necessitadas.
E assim prosperaram." (Alma
1:26-31.)
Tem sido sempre assim. Quando
as pessoas vivem em harmonia com
a vontade do Senhor, todos os
fatores essenciais que dão origem às
bênçãos de Deus, parecem combinar-
se. Prevalecem o amor e a harmonia.
Até mesmo as condições
meteorológicas, o clima e elementos
parecem contribuir. A paz e a
tranqüilidade perduram. O trabalho
e o progresso marcam a vida das
pessoas. É como o Senhor prometeu:
"Se andardes nos meus estatutos e
guardardes os meus mandamentos, e
os fizerdes,
Então eu vos darei as vossas
chuvas a seu tempo; e a terra dará a
sua novidade, e a árvore do campo
dará o seu fruto:
E a debulha se vos chegará à
vindima, e a vindima se chegará à
sementeira: e comereis o vosso pão a
fartar, e habitareis seguros na vossa
terra.
Também darei paz na terra, e
dormireis seguros, e não haverá
quem vos espante". (Levítico 26:3-6.)
Talvez as maiores tragédias de
todos os tempos tenham ocorrido
44
quando as pessoas receberam as
bênçãos prometidas pelo Senhor e
depois se esqueceram da fonte que
lhes propiciou uma vida agradável.
Moisés admoestou o povo de Israel a
respeito desta tendência natural,
quando disse:
"Guarda-te para que te não
esqueças do Senhor teu Deus, não
guardando os seus mandamentos, e
os seus juízos, e os seus estatutos...
Para que, porventura, havendo
tu comido e estando farto, e havendo
edificado boas casas, e habitando-as,
E se tiverem aumentado as tuas
vacas e as tuas ovelhas, e se
acrescentar a prata e o ouro, e se
multiplicar tudo quanto tens;
Se não eleve o teu coração e te
esqueças do Senhor teu Deus...
E digas no teu coração: A minha
força, e a fortaleza de meu braço, me
adquiriu este poder." (Deuteronômio
8:11-14,17; grifo nosso.)
Voltando ao relato em Alma, ao
qual me referi anteriormente, não
haviam passado muitos anos desde
aquela época de prosperidade,
descrita em linguagem tão brilhante,
quando o povo começou a atribuir a
si mesmo os méritos de tempos tão
felizes. Encontramos este triste relato
no registro de Alma:
"E aconteceu que, no oitavo ano
do governo dos juizes, os membros
da igreja começaram a tornar-se
orgulhosos, por causa de sua
excessiva riqueza, de suas delicadas
sedas, seus finos panos de linha e
seus muitos rebanhos e gado, ouro,
prata e toda espécie de coisas
preciosas, que haviam obtido pelo
seu trabalho; e por causa de tudo
isso começaram a tornar-se
orgulhosos...
O povo da igreja começava a...
voltar seu coração para as riquezas e
para as coisas vãs do mundo,
principiava a fazer pouco caso dos
outros." (Alma 4:6,8.)
O mesmo ciclo aconteceu nos
dias de Helamã. Em certo momento,
Helamã descreve seu povo desta
maneira:
"E sucedeu que durante esse
mesmo ano a igreja desfrutou
grande prosperidade, a tal ponto que
houve milhares que se uniram à
igreja para receber o batismo do
arrependimento.
E foi tanta a prosperidade da
igreja, e tão numerosas as bênçãos
derramadas sobre o povo, que até os
sumos sacerdotes e mestres ficaram
sobremaneira admirados." (Helamã
3:24-25.)
Entretanto, não passou muito
tempo até que o ciclo se completasse.
Cinco anos mais tarde, Helamã faz
este relatório a respeito dos
membros da igreja: "E houve paz
também no ano qüinquagésimo
primeiro do reinado dos juizes, com
exceção do orgulho que começou a
entrar na igreja; não na igreja de
Deus, mas, sim, no coração daqueles
que professavam a ela pertencer.
E encheram-se de orgulho a
ponto de perseguir a muitos de seus
irmãos". (Helamã 3:33-34.)
Estas mudanças abruptas na
.condição do povo fizeram com que
Helamã se lamentasse:
"E assim podemos ver quão
falso e inconstante é o coração dos
filhos dos homens; sim, podemos ver
como o Senhor, na grandeza de sua
infinita bondade, bendiz e faz
prosperar os que colocam nele a sua
confiança.
"Sim, e vemos também que é
justamente quando ele faz prosperar
seu povo, sim, aumentando seus
campos, seu gado e rebanhos, seu
ouro, prata e toda sorte de coisas,
preciosas, preservando sua vida,
livrando-o das mãos de seus
inimigos,... e finalmente fazendo
tudo para o bem e felicidade de seu
povo, sim, então é que os vemos
endurecer os corações, esquecendo-
se do Senhor seu Deus." (Helamã
1 2 : 1 - 2 .)
Uma coisa é olhar para trás e
considerar os acontecimentos da
história. Outra é analisar a nossa
própria época. Temos a certeza de
que o Senhor abençoará e fará
prosperar seu povo, se guardar os
mandamentos e reconhecer que o
Senhor é a fonte de suas bênçãos.
Não nos esqueçamos de que
estas bênçãos são condicionais. O Rei
Limhi advertiu o povo: "Pois eis que
o Senhor disse: Não socorrerei a meu
povo no dia de suas transgressões,
mas obstruirei seus caminhos para
que não prosperem, e suas obras
serão como pedra de tropeço diante
deles". (Mosiah 7:29.)
Como portadores do sacerdócio,
a quem o Senhor confiou a liderança
de sua obra, precisamos analisar
cuidadosamente nossa própria vida.
Devemos avaliar honestamente o
nível de fé e obediência do nosso
povo. Os indicadores não nos
animam. Atualmente, apenas uma
pequena porcentagem dos membros
da Igreja em todo o mundo são
dizimistas. Para muitos que vivem
em condições precárias talvez não
haja outra maneira de livrar-se do
empobrecimento, a não ser a
obediência a esta lei. Ao visitar as
estacas da Igreja, descobri que
menos de 50 por cento das famílias
estão contribuindo com as ofertas de
jejum da Igreja, e a tendência não
está melhorando.
Chegamos ao ponto em que um
número maior de homens adultos se
tornam élderes em perspectiva do
que portadores do Sacerdócio de
Melquisedeque. Aproximadamente
metade dos membros que passaram
pelo templo têm recomendação para
o templo atualizada. Relatos de
outras violações à lei do Senhor são
motivo de preocupação.
Pode parecer que estes
indicadores carregam um som
lúgubre, mas, conforme Enos
declarou no Livro de Mórmon,
algumas vezes é necessário "grande
clareza nas prédicas". (Enos 1:23.)
Já que o mundo continua a
amadurecer em iniqüidade, nossas
necessidades devem tornar-se cada
vez mais diferentes das do mundo e
seus padrões. Será um enorme
desafio para nós. Precisamos ser
melhores do que já fomos. Sendo
bem sucedidos, temos a promessa
certa do Senhor, de que ele nos fará
prosperar em tudo o que for
necessário para nosso bem-estar.
Esta é minha fé e testemunho. E no
entanto uma promessa condicional.
Que possamos qualificar-nos para o
seu cumprimento nesta vida e nesta
época, é minha sincera oração. Em
nome de Jesus Cristo, amém.
J esus C risto E stá no
C entro da R estauração
do E vangelho
Élder Gary J. Coleman
dos Setenta
"A Restauração ... absorve cada parte de nossa
jornada mortal. Mantém-nos direcionados no
caminho que devemos trilhar na busca diária do
significado da vida."
eus irmãos no evangelho,
M dirijo-me a vós nesta noite
para expressar os
sentimentos do meu coração. Quero
que vós, rapazes, saibais que existem
âncoras seguras para nossa vida
nestes tempos difíceis. Existem
alicerces sólidos sobre os quais
podemos fundamentar-nos e guiar-
nos através das tempestades
devastadoras dos últimos dias.Hoje
podemos desfrutar a plenitude do
evangelho com esmerada atenção
aos príncipios e práticas
básicos.Viver estes conceitos nos
ajudará a percorrer alegremente o
caminho para a vida eterna.
Quando jovem, trilhei caminhos
diferentes dos ensinados em A Igreja
de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias. Vivia uma combinação
de doutrinas e mandamentos dos
homens, tendo uma forma de
religiosidade, mas faltavam as
verdades eternas e o poder que tais
verdades traziam. Durante a
juventude, a religião foi parte vital
de minha vida. Üm lar religioso era o
núcleo de nossa vida familiar. Ainda
assim, alguma coisa estava faltando;
algo fundamental sobre o propósito
da vida estava obscurecido e incerto.
No inicio da idade adulta, tive a
felicidade de conhecer santos dos
últimos dias bondosos que me
abriram novas portas do evangelho.
As doutrinas da restauração do
evangelho de Jesus Cristo
transformaram-se em caminho para
a vida eterna e em alegria plena aqui
na mortalidade. Poucas coisas na
vida tomaram-se mais preciosas
para mim do que o conhecimento da
realidade da Trindade. Somos
literalmente filhos espirituais de
Deus, o Pai. A vida e a missão do
Filho Unigênito, Jesus Cristo, afetam
minha vida diariamente. A
influência do Espírito Santo, dia a
dia, é um grande conforto.
Filiei-me a esta Igreja porque
Deus se tem revelado aos profetas
dos últimos dias e eles testificam sua
veracidade.Depois de perguntar a
A L iah o n a /J a n eir o 1993 45

Membros dos Setenta.
Deus se os ensinamentos deste
evangelho são verdadeiros, recebi
um testemunho mais poderoso que a
visão, mais convincente do que
palavras. Foi-me revelado doce
testemunho, pelo poder do Espírito
Santo, de que as verdades do
evangelho restaurado estão na terra
hoje. Minha maior bênção é ter-me
convertido a esta Igreja e saber, sem
dúvida, da divindade de Jesus Cristo
como Filho de Deus. Este ser perfeito
e ressurreto está à frente desta igreja.
E nele que nos devemos alicerçar. E
ele a pedra angular de nosso alicerce.
E a rocha de nossa salvação, a rocha
sobre a qual não somente a Igreja
será edincada, mas também o
testemunho pessoal. Nenhum
homem, sim, nenhum outro nome
debaixo dos céus sustentará nosso
alicerce. O profeta Helamã falou
convincentemente deste sagrado
alicerce, quando declarou:
"E agora, meus filhos, lembrai-
vos, lembrai-vos de que é sobre a
rocha de nosso Redentor, que é
Cristo, o Filho de Deus, que deveis
construir os vossos alicerces, para
que quando o demônio desencadear
a fúria de seus ventos, quando soltar
suas flechas no furacão, sim, quando
todo o seu granizo e violenta
tempestade vos colherem, nada disso
46
tenha força para vos arrastar ao golfo
da miséria e angústia sem fim, por
causa da rocha sobre a qual estais
edificados; porque é uma fundação
segura, da qual não caem os homens
que nela constroem." (Helamã 5:12.)
Não devemos apenas edificar
sobre o alicerce firme de Jesus Cristo,
mas o profeta Jacó identificou-o
como o fundamento seguro! Esta
p ed ra, afirma ele, será a grande, a
última, e a única fundação sólida.
(Vide Jacó 4:14-16.)
Reconheço, com plena
convicção, que o testemunho de Jacó
é verdadeiro. Quando o apóstolo
Pedro corajosamente declarou a
Jesus: "Tu és o Cristo, o Filho de
Deus vivo ", Jesus respondeu: "Bem-
aventurado és tu, Simão Barjonas,
porque to não revelou a carne e o
sangue, mas meu Pai, que está nos
céu s." (Mateus 16:16-17.) Cristo nos
será revelado pelo mesmo processo
que Deus usou com Pedro. Cristo é a
rocha sobre a qual devemos edificar,
sim, a rocha da revelação.
Tomei-me membro desta Igreja
porque profetas dos últimos dias
têm sido chamados por Deus para
executar sua obra. Lembro-me do
ano, mês, dia, e até do instante em
que meu coração absorveu o
testemunho de que Joseph Smith é
um profeta de Deus. Ele executou o
trabalho de um profeta e foi
instrumento nas mãos de Deus para
novamente tornar conhecida sua
vontade nesta terra.
Deus continua a levantar
profetas e regozijo-me com o
princípio de revelação constante
para nossos dias. Acolho com alegria
a oportunidade de sentar-me abaixo
da Primeira Presidência e do
Quorum dos Doze Apóstolos - a
quem apoiamos como profetas,
videntes e reveladores. O próprio
Senhor falou em nossos dias acerca
desses homens : "O que eu, o Senhor,
falei, disse e não me escuso e ainda
que passem os céus e a terra, a
minha palavra não passará, mas será
inteiramente cumprida, seja pela
minha própria voz, ou pela de meus
servos, não importa". (D&C 1:38.)
Como membros desta igreja,
somos o que o apóstolo Paulo
testificou: "Assim que já não sois
estrangeiros, nem forasteiros, mas
concidadãos dos santos, e da família
de Deus; edificados sobre o
fundamento dos apóstolos e dos
profetas, de que Jesus Cristo é a
principal pedra da esquina". (Efésios
2:19-20.)
Fico extremamente feliz com a
restauração dos livros de escrituras,
por usá-los hoje e neles obter
instrução. Obviamente, o Livro de
Mórmon é verdadeiro. Fala de
Cristo; fala daqueles que se
regozijam em Cristo; está repleto
dos ensinamentos de Cristo;
profetiza de Cristo e testifica a nós e
a nossos filhos sobre a fonte da
remissão dos pecados. Certamente é
outro testamento de Jesus Cristo!
Deus fala aos homens nestes últimos
dias assim como o fazia em tempos
antigos! É indiscutível que a
revelação é uma ação constante nesta
igreja!
A autoridade de Deus na terra
está com os portadores do sacerdócio
desta igreja. Indubitavelmente, todas
as ordenanças de salvação e vida
eterna estão nesta igreja. Aquilo que
é ligado na terra pela verdadeira
autoridade do sacerdócio também o
é nos céus. Sim, a Restauração trouxe
novamente á terra as verdadeiras
doutrinas e ordenanças do
evangelho de Jesus Cristo. A
Restauração afeta cada fibra de
nosso ser. Absorve cada parte de
nossa jornada mortal. Mantém-nos
no caminho que devemos trilhar na
busca diária do significado da vida.
Na verdade, existe um caminho
estreito e apertado que leva à vida
eterna: seguir o Salvador e os
profetas vivos. Devemos aceitá-los
como os treinadores inspirados de nossa
corrida na vida.
O profeta Néfi declara: "Deveis,
pois, prosseguir para a frente com
firmeza em Cristo, tendo uma
esperança resplandecente e amor a
Deus e a todos os homens. Portanto,
se assim prosseguirdes,
banqueteando-vos com a palavra de
Cristo e perseverando até o fim, eis
que, diz o P a i: Tereis vida eterna.
E agora, meus queridos irmãos,
este é o caminho; e não há outro
caminho ou nome, dado debaixo do
céu, pelo qual o homem possa ser
salvo no reino de Deus." (2 Néfi
31:20-21.)
Parte de nosso aprendizado
mortal é caminhar pela fé,
arrepender-nos do pecado e orar
diariamente ao Senhor. Alegramo-
nos quando os sussurros do Espírito
Santo nos são gentilmente dados, e
somos advertidos a percorrer o
caminho de vida correto. Entretanto,
todos enfrentamos tempos difíceis
na mortalidade. Todo tipo de vozes
nos gritam das camadas da opinião
pública. Nosso rumo nunca será a
trilha popular do mundo. Há
obstáculos em nosso caminho que
poderão levar-nos a torcer um
tornozelo ou cortar um dedo.
Entretanto, precisamos seguir
avante. Vamos em frente com a
força do Senhor, cada um
responsável por seu próprio
desempenho ao término da
trajetória mortal. Devemos ser
capazes de declarar com Paulo:
"Combati o bom combate, acabei
a carreira, guardei a fé."
"Desde agora, a coroa da justiça
me está guardada, a qual o Senhor,
justo juiz, me dará naquele dia; e não
somente a mim, mas também a todos
os que amarem a sua vinda." (II
Timóteo 4:7-8.)
Sou muito grato por minha
companheira eterna e pela segunda
geração de santos dos últimos dias
em nossa família, que também
abraçou a causa de Cristo. Que Deus
nos ajude a participar da plenitude
da restauração deste sagrado
evangelho, eu oro humildemente em
nome de Jesus Cristo, amém.
N inguém D isse que
S eria Fácil
Élder John B. Dickson
dos Setenta
"Comprometei-vos com o Pai Celestial a não permitir
que algo vos impeça de cumprir uma missão de tempo
integral. "
mados irmãos do sacerdócio,
A é um grande prazer estar
convosco esta noite e
expressar meus sentimentos e minha
gratidão por saber que Deus vive e
nos ama, que Jesus Cristo é nosso
irmão mais velho e Salvador e que
vive na terra um profeta que pode,
com autoridade, declarar: "Assim diz
o Senhor". Encaro com grande
reverência e humildade o chamado
do Senhor para servir como setenta e
testemunhar ao mundo que Jesus é o
Cristo. Farei o melhor possível para
levar a obra avante, onde quer que
me seja dada a designação de
trabalhar.
Quero falar-vos sobre a
importância do serviço no reino de
Deus e da importância da missão de
tempo integral na vida dos rapazes e
dos casais de mais idade.
Sem parecer pretensioso,
gostaria de vos relatar, rapazes do
Sacerdócio Aarônico, algo sobre meu
chamado missionário. Era o ano de
1962, e recebi um chamado do
Presidente David O. McKay para a
Missão Mexicana. Pouco depois,
soube que tinha um câncer num osso
do braço direito e que meu tempo de
vida era mínimo. Na bênção que
recebi de meu maravilhoso pai, foi-
me dito que eu viveria, que o
chamado missionário seria
cumprido, que eu teria uma família e
que poderia servir ao Senhor todos
os meus dias. O médico
cumprimentou-me por minha
grande fé no Senhor, mas garantiu-
me que eu não percebia totalmente a
seriedade da doença. Como haveis
notado, tenho apenas um braço, em
decorrência daquele problema. Dez
meses depois de amputar o braço,
entrei na Missão Mexicana, cheio de
entusiasmo e pronto para trabalhar.
Compreendei, rapazes, que há
muitos anos eu me comprometera
com o Senhor a cumprir uma missão
de tempo integral e não permitiria
que algo me impedisse de cumprir
este chamado. Bem, irmãos, o
médico morreu há vinte anos,
sempre admirado por ver-me ainda
respirando. Na verdade, ele ficou
bastante interessado na Igreja.
Irmãos, quero que saibais que
ter um braço por quase trinta anos
tem sido uma das maiores bênçãos
em minha vida. Não tem sido o
maior desafio, mas sim um grande
mestre, ensinando-me a ser mais
paciente e tolerante com os outros,
uma vez que tive que aprender a ser
A L iahona/J aneiro 1993 47

Élderes James E. Faust e Russell M. Nelson, do Conselho dos Doze.
mais paciente comigo mesmo.
Ajudou-me a compreender a
necessidade de desafios para
desenvolvermos o caráter e a
capacidade de resistência, ajudando-
nos a nos tomarmos o que o Senhor
quer que nos tornemos.
Os desafios podem ser físicos,
espirituais, econômicos ou
emocionais, mas se os considerarmos
como oportunidades e degraus para
o progresso, e não barreiras e pedras
de tropeço, nossa vida e nosso
crescimento serão assombrosos.
Tenho aprendido que entre um
desafio e outro há muita
tranqüilidade, mas jamais consegui
qualquer desenvolvimento autêntico
sem enfrentar um desafio.
Há um poema, de autor
desconhecido, no qual podemos
pensar quando surgirem problemas
no caminho. Chama-se "A Ostra."
48
Era uma vez uma ostra
Cuja história vou contar
Percebeu ela que a areia
Infiltrara-se em sua concha.
Apenas um pequenino grão
Mas que lhe provocava dor,
Pois as ostras têm sentimentos
Muito simples.
Será que ela repreendeu
Esta peça do destino
Que a deixou num estado
Tão deplorável?
Amaldiçoou o governo,
Convocou uma eleição
E declarou que o mar
Deveria ter alguma proteção?
Não! disse a si mesma
Sentada na concha!
"Já que não posso removê-lo,
Vou melhorá-lo."
Os anos se passaram,
Como sempre acontece,
E ela chegou ao seu destino,
Um cozido de ostras!
Porém, o pequeno grão de areia,
Que tanto a incomodava,
Transformara-se numa linda pérola,
Magnífica e brilhante.
Bem, esta história tem moral
E não é ela grandiosa?
O que uma ostra pode fazer
Com um pequeno grão de areia?
E o que não poderíamos fazer
Se ao menos começássemos,
Com todas as coisas
Que entram em nós?
Rapazes, como enfrentareis os
desafios que poderão comprometer
as oportunidades de servir? Talvez
esses desafios sejam oportunidades
profissionais, um carro, namorada,
uma combinação de pecados ou uma
infinidade de outras razões. Para os
irmãos mais idosos pode ser um iate,
acampamentos, pescarias, ou talvez
não querer perder alguns
casamentos ou nascimentos tão
aguardados. Qualquer que seja o
desafio individual ajoelhai-vos esta
noite e comprometei-vos com o Pai
Celestial a não permitir que algo vos
impeça de aproveitar a oportunidade
maravilhosa de cumprir uma missão
de tempo integral. Se ainda não
fostes chamados, informai o bispo
sobre o desejo que tendes de servir.
Quando no capítulo vinte e
cinco de Mateus o Senhor diz: "Em
verdade vos digo que, quando
fizestes a um destes meus
pequeninos irmãos, a mim o fizestes"
(Mateus 25:40), ele explicava sobre a
importância de prestar serviço ao
próximo, para sermos dignos de
estar em sua presença. Que melhor
maneira poderia haver de servir e
fazer sacrifício do que aceitar o
chamado de uma missão de tempo
integral? Ao mesmo tempo, por
favor observai que existem
deficiências e limitações que tornam
outros tipos de serviço local mais
viáveis do que cumprir uma missão
de tempo integral.
Na sessão do sacerdócio da
conferência de abril, o Élder Neal A.
Maxwell disse: "Irmãos, estes são
(vossos) dias ( Helamã 7:9) na
história da Igreja". (Conferência
Geral, abril 1992.) Sim,meus jovens
irmãos, este são vossos dias, fazer
parte de 50.000, 75.000 e 100.000
missionários servindo no exército do
Senhor, armados com paz, retidão e
poder.
 Enquanto presidíamos a Missão
Cidade do México Norte no final da
década de setenta, decidimos abrir
uma área chamada Huasteca, onde
havia apenas uma família da Igreja,
numa vasta área com inúmeras
comunidades e pequenas cidades.
Depois de dois anos, havia 500
membros da Igreja em cinco ramos e
um distrito organizado. Isto foi feito
por um grupo de fiéis missionários
de dezenove a vinte anos e por dois
casais maravilhosos que se
dedicaram, para que outros filhos do
Pai Celestial pudessem conhecer e
entender o evangelho.
Depois de três semanas,
aproximadamente, um missionário
de Huasteca nos telefonou, e
sentimos que ele estava um pouco
desanimado. Ainda não recebera
nenhuma carta, estava numa área de
muito calor, com altos índices de
umidade, e aprendendo sobre uma
cultura que era nova para todos nós.
Após conversarmos alguns minutos,
lembrei-lhe de que havíamos
comentado que não seria fácil. Disse
ele: "É verdade, presidente, é
verdade. Não seria fácil. Eu sabia
que não seria fácil". Então, começou
a trabalhar com grande entusiasmo.
Terminou seu trabalho com muito
sucesso e voltou para casa. Alguns
meses mais tarde, quando cursava a
Universidade Brigham Young, ele e
alguns de seus companheiros nos
telefonaram para a casa da missão,
na Cidade do México, às 2h30 da
manhã, acordando-nos de um
profundo sono. Após uma curta
conversa, disse que era maravilhoso
falar com eles, mas que era um
pouco tarde para telefonar. Disse ele:
Eu sei, presidente, mas o senhor
sabia que não seria fácil".
Irmãos, a vida não foi feita para
ser fácil, mas prometo que aqueles
que servirem fielmente ao próximo,
e com determinação enfrentarem
todos os desafios sob a influência do
Espírito, serão abençoados com uma
felicidade que lhes impregnará a
alma, e que é uma bênção que nos
molda e edifica e jamais nos poderá
ser tirada.
Presto-vos testemunho da
veracidade do evangelho do Senhor
Jesus Cristo e das bênçãos que
acompanham o serviço altruísta e o
trabalho consistente feito em seu
santo nome, e digo isto em nome de
Jesus Cristo, amém.
0 Sacerdócio em A ção
Presidente Thomas S. Monson
Segundo Conselheiro na Primeira Presidência
"Temos nós a força e a fé... para servir com resoluta
coragem e determinação inabalável?"
ue gloriosa visão tenho diante
Q de mim esta noite! Aqui, no
Tabemáculo da Praça do
Templo, no Assembly Hall,
no Marriott Center da Universidade
Brigham Young e nas capelas
espalhadas pelo mundo reúne-se um
exército poderoso - o exército real do
Senhor. Recebemos o sacerdócio,
fomos preparados para o dever e
chamados para servir.
A experiência do menino
Samuel, ao responder ao chamado
do Senhor, sempre foi uma
inspiração para mim, como tem sido,
sem dúvida, para todo portador do
sacerdócio. Lembramo-nos de que o
menino Samuel serviu a Deus
perante Eli. Uma noite, enquanto o
menino dormia, o Senhor cnamou-o
pelo nome: "Samuel". E ele
respondeu: "Eis-me aqui". Pensando
que Eli o havia chamado, Samuel
correu ao seu encontro e repetiu a
declaração: "Eis-me aqui", mas foi-
lhe recomendado que voltasse a
dormir. < pouco além da nossa capacidade. Há
Três vezes o Senhor chamou-o e
a resposta foi a mesma. Então, o
Senhor chamou uma quarta vez,
repetindo o nome do menino duas
vezes: "Samuel, Samuel".
A resposta do rapaz, como
antes, é um clássico exemplo para
vós e para mim. Disse ele: "Fala,
porque o teu servo ouve.
E disse o Senhor a Samuel: Eis
aqui vou eu a fazer uma cousa em
Israel, a qual todo que ouvir lhe
tinirão ambas as orelhas". (Vide I
Samuel 3:1-11.)
A maioria de vós, jovens,
receberá um dia um chamado para
cumprir uma missão. Como eu oro
para que vossa resposta seja como a
de Samuel: "Eis-me aqui... Fala,
porque o teu servo ouve". Então,
recebereis ajuda dos céus. Todo
missionário esforça-se para ser o
missionário que sua mãe pensa que
ele é, o missionário que o pai espera
que ele seja, até mesmo o
missionário que o Senhor sabe que
ele pode tomar-se.
Lembro-me de uma
recomendação missionária para um
jovem na qual o bispo escreveu:
"Este candidato é o melhor que já
recomendei. Ele serviu nos quoruns
dos diáconos, mestres e sacerdotes
dos quais foi membro. Sobressaiu-se
academicamente e nos esportes na
escola secundária. Não conheço
rapaz mais excelente. P.S.: Sinto
orgulho de ser seu pai". O
Presidente Spencer W. Kimball, na
época presidente do Comitê
Missionário, ponderou: "Espero que
os pais dele fiquem contentes com a
designação de sua missão. Não
conheço nenhuma vaga para ele esta
manhã no reino celestial".
As vezes, as expectativas
daqueles que nos amam estão um
A L iahona /J a n eiro 1993 49

alguns anos, antes de um templo ser
construído na África do Sul, os
santos que planejavam visitar um
templo tinham que fazer uma
viagem longa e dispendiosa para
Londres, Inglaterra, ou,
posteriormente, para São Paulo,
Brasil. Quando visitei a África do
Sul, eles, com toda a força do coração
e da alma, pediram-me que insistisse
com o Presidente Kimball para que
buscasse inspiração dos céus para
construir um templo naquele país.
Assegurei-lhes que isso era um
assunto entre o Senhor e o profeta.
Eles responderam: "Temos fé no
senhor, Presidente Monson. Ajude-
nos, por favor".
Depois de regressar à Cidade do
Lago Salgado, descobri que já havia
sido aprovada uma proposta para
um templo na África do Sul e que
estava para ser anunciada
imediatamente. Quando isto
aconteceu, recebi um telegrama dos
membros daquele país, que dizia:
"Obrigado, Élder Monson. Sabíamos
que conseguiria!". Creio que nunca
os convenci de que, embora eu
aprovasse a proposta, não fui
responsável por ela.
Todo chamado para servir é um
drama na vida da pessoa. Estou certo
de que este tem sido o caso de cada
50
um dos irmãos que hoje cedo foram
apoiados como novas Autoridades
Gerais. Deixai-me relatar-vos
algumas lições maravilhosas da vida
de um desses irmãos, Jay E. Jensen,
relatado recentemente no Church
News (8 de agosto de 1992, pp. 6,14).
Élder Jensen fala a respeito de
momentos decisivos em sua vida.
Seu despertar espiritual começou
quando era menino e vivia em
Mapleton, Utah. Os pais faziam
noites familiares muito antes de isso
tornar-se um programa da Igreja.
Recorda que o pai lia para ele lições
tiradas do Livro de Mórmon. O
profundo amor que a mãe tinha
pelos livros causou também um
impacto positivo no filho. Foi,
porém, quando leu sozinho o relato
de Joseph Smith da Primeira Visão
que o testemunho de sua veracidade
se tomou real.
Depois de formar-se na escola
secundária, o jovem Jay e a
namorada Lona decidiram casar-se e
não esperar o chamado para cumprir
missão. "Quase partiu o coração de
meu pai", relata o Élder Jensen.
"Minha mãe contou que meu pai
simplesmente chorou".
Duas semanas mais tarde e antes
de finalizarem os planos para o
casamento, Jay e Lona assistiram a
uma reunião sacramental na qual um
ex-missionário contou sobre sua
missão. O Espírito tocou o coração
de ambos e acabaram adiando o
casamento. Jay levantou-se, foi ao
escritório do bispo e apresentou-se
para o serviço missionário. O
restante do ocorrido não importa.
Jay foi missionário na Missão
Hispano-Americana.
Lona mudou-se para a
Califórnia a trabalho e cumpriu uma
missão da estaca. Quando Jay
terminou a missão eles se casaram
no Templo de Manti. O pai do Élder
Jensen viveu o suficiente para ver o
filho cumprir uma missão honrosa e
casar-se no templo. A irmã Jensen
disse muitas vezes que mandar o
futuro marido para a missão foi a
coisa mais difícil que já fez, mas foi a
mais compensadora. "Eu nunca teria
feito de outra maneira, porque não
teríamos sido tão felizes de outra
forma".
Hoje, Jay e Lona servem na
Guatemala. Ele é membro da
Presidência de Área da América
Central.
Ao ponderarmos esses
momentos decisivos na vida de Jay e
Lona Jensen, lembramo-nos da
declaração: "A porta da história
abre-se com a ajuda de pequenas
dobradiças", e assim é com a vida
das pessoas.
Pais, avós, estamos lendo para
nossos filhos e netos a palavra do
Senhor? Ex-missionários, vossas
mensagens e vossa vida inspiram
outros a se levantarem e servir?
Irmãos, estamos suficientemente em
sintonia com o Espírito de forma que
quando o Senhor chama, ouvimos,
como fez Samuel e declaramos: "Eis-
me aqui"?. Temos nós a força e a fé,
qualquer que seja o chamado, para
servir com resoluta coragem e
determinação inabalável? Quando
assim fazemos, o Senhor pode
operar poderosos milagres por nosso
intermédio.
Um desses milagres aconteceu
no sul dos Estados Unidos, numa
área antes conhecida como a
Confederação. Isto tem a ver com
história da família e as ordenanças
do templo. Durante o período de
1860 a 1865, esta região tomou-se
literalmente impregnada de sangue
dos jovens soldados da América;
centenas de milhares pereceram. Até
hoje o solo revela aqui e acolá um
botão velho de uniforme, a fivela de
um cinto, um projétil deflagrado. O
que dizer, contudo, dos homens que
morreram na flor da juventude?
Muito nunca se casaram. Quem ficou
para realizar as ordenanças do
templo por eles? Serão negadas a
eles as bênçãos das ordenanças
eternas?
William D. Taylor, um
canadense sem nenhuma ligação
com qualquer dos dois lados do
violento conflito ocorrido há tantos
anos, morava com a esposa e a
família no velho sul e, de repente,
viu-se cheio de irresistível interesse
por aqueles que morreram ainda tão
jovens. Alguma coisa no irmão
Taylor insistia em que ele fizesse
algo pessoalmente; um chamado
para servir em silêncio.
Em carta que me enviou, datada
de 20 de julho de 1992, o irmão
Taylor escreveu: "Há cerca de um
ano entreguei-lhe uma atualização
do trabalho de extração que tem sido
feito em favor dos soldados escreveu: "No sábado à tarde, os "Por nossos esforços em favor deles,
confederados (o início deste projeto rapazes do Sacerdócio Aarônico e as correntes do cativeiro cairão e a
foi há aproximadamente quatro seus líderes reuniram-se no templo escuridão que os rodeia se dissipará,
anos). A extração progride em ritmo para batizar os soldados mortos. Que para que a luz brilhe sobre eles e, no
constante. Até agora, enviamos mais maravilhosa visão foi ver aqueles mundo espiritual, ouvirão sobre a
de 101.000 nomes para que as jovens do Sacerdócio Aarônico obra que tem sido feita para eles por
ordenanças do templo sejam sendo batizados por seus líderes. Em seus filhos aqui, e se regozijarão
realizadas. quase todos os casos, quando o convosco na realização desses
Sou grato por me permitirem rapaz tinha terminado 14 ou 15 deveres".1
realizar esse trabalho. Traz-me uma nomes, ele se virava para abraçar o Cumprimento o irmão William
alegria que não se compara a nada líder e derramar algumas lágrimas Taylor por sua liderança em trazer
ue eu já tenha experimentado. E de alegria. Que exemplo de amor bênçãos eternas às suas "tropas" que
ifícil expressar o que sinto em verdadeiro e serviço do sacerdócio! devem por certo reverenciar seu
palavras. Vibro de alegria quando Tive a experiência de ser testemunha nome.
um outro regimento é preparado e na fonte, podendo, assim, observar o Quando alguém é portador do
fica pronto para ser enviado ao que acontecia e, em alguns poucos Sacerdócio de Deus, ele nunca sabe
templo e lamento profundamente casos, obtendo o irrefutável quando chegará o momento de
quando a informação na história do testemunho do Espírito de que servir. O desafio é estar pronto para
regimento é insuficiente para que os aqueles jovens soldados que o chamado. Em 24 de agosto, o
papéis por um soldado sejam morreram aceitaram os batismos Furacão Andrew atingiu
submetidos". realizados em favor deles pelo violentamente a costa da Flórida ao
As palavras de um poeta Sacerdócio Aarônico. sul de Miami. As rajadas de vento
revelam os sentimentos do irmão "Anotamos o nome de cada um excederam trezentos quilômetros por
Taylor: dos soldados batizados naquele dia hora. Foi o desastre mais caro da
glorioso, a fim de que os rapazes história dos Estados Unidos. Oitenta
Lá os vejo marchando pelo caminho, pudessem ter uma breve história dos e sete mil casas foram destruídas,
Um em azul e outro em cinza, soldados por quem foram batizados. deixando 150.000 desabrigados. Os
Agora, lado a lado novamente, Não tenho dúvida de que esta danos foram estimados em 30
Lá os vejo subindo rumo ao Filho, experiência surtirá um efeito bilhões de dólares. Cento e setenta e
Rebeldes e ianques, ambos benéfico na vida de todos os que oito casas de membros foram
orgulhosos, dela participaram. danificadas e quarenta e seis
A jornada silenciosa apenas começou. A declaração do Presidente destruídas.
Joseph F. Smith, falando da redenção Um grupo avançado foi
Irmãos, gostaria de fazer uma dos mortos, proporciona uma formado na unidade de bem-estar da
descrição do serviço do sacerdócio tocante explanação da alegria Igreja em Atlanta antes que a
pertinente a esta obra, como descrita sentida por todos que participam tempestade desabasse, e chegou ao
por um líder do sacerdócio. Ele desse e de outros esforços similares: local designado assim que os ventos

A L iahona /J an eiro 1993 51


amainaram. O caminhão levou
alimento, água, roupa de cama,
ferramentas e suprimentos médicos
- o primeiro suprimento de
primeiros socorros a chegar na área
do desastre.
Líderes locais do Sacerdócio e da qualquer coisa que pudessem para
Sociedade de Socorro organizaram-
se rapidamente para fazer um
levantamento dos danos e prejuízos,
e ajudar na tarefa de limpeza geral.
Três grandes grupos de membros
voluntários, somando mais de cinco
mil pessoas, trabalharam lado a lado
com os moradores vítimas do
desastre, ajudando a reparar três mil pois não tenho condição de pagar
casas, uma sinagoga judaica, uma
igreja Pentecostal e duas escolas.
Quarenta e seis missionários da
Missão Florida Ft. Lauderdale
trabalharam em tempo integral por
mais de duas semanas,
descarregando caminhões, servindo
de intérpretes, ajudando na
segurança e controle do tráfego e
auxiliando nos reparos.
O tempo permitirá apenas um
vislumbre dos vários relatos
comoventes relativos a este
extraordinário exemplo do
sacerdócio em ação.
1. Uma manhã, telefonaram paratodos destruídos.
a capela de Kendall. Uma senhora
52
explicou que sabia que a Igreja tinha
um grupo de pessoas que saíam para
consertar telhados e janelas. Eles
confirmaram a informação e ela
deixou o endereço. Foi-lhe dito que
voluntários logo sairiam para fazer
ajudar. Ela, então, perguntou se
precisava ir até lá para pagar
primeiro e também a quem deveria
pagar. Disseram-lhe que nada
cobrariam e foi quando ela começou
a chorar incontrolavelmente,
conseguindo por fim dizer: "Só
posso agradecer a Deus por isso,
nada".
2. Zack, um jovem de dezenove
anos, que está agora no Centro de
Treinamento Missionário,
acompanhou um carregamento de
alimento, roupas etc., enviado por
membros da Geórgia Central para
ajudar as vítimas cio furacão.
Quando estava saindo, a mãe deu-
lhe algumas bonecas de pano e
outras preciosas bonecas de sua
coleção premiada. Zack teve um
razer especial em distribuir aquelas
onecas para meninas de olhos
tristes cujos outros brinquedos foram
3. Um irmão de St. Anthony,
Idaho, e outros líderes daquela área
viram a terrível devastação sofrida
pelas pessoas do sul da Flórida
quando o relato apareceu na
televisão. Eles sentiram uma
necessidade incontrolável de fazer
alguma coisa para ajudar aqueles
ue tinham sido atingidos. Logo,
ecidiram enviar um caminhão de
dezoito rodas lotado de batatas para
a Flórida. Os caminhões foram
carregados com caixas e sacos de
batata e partiram rapidamente para
o local do desastre.
As batatas chegaram em
excelentes condições. Os
missionários descarregaram os
caminhões e logo as dividiram. Foi
surpreendente como as batatas
foram apreciadas pelo povo do sul
da Flórida. Eles estavam tão
cansados de comer sanduíches, que
as batatas foram descritas como algo
tão saboroso quanto uma sobremesa.
Em menos de três dias, todas as
batatas foram distribuídas a
membros e não-membros
igualmente. Corações se
enterneceram e estômagos foram
satisfeitos pela bondade daqueles
maravilhosos membros de Idaho que
enviaram as batatas.
4. Um sentimento típico
experimentado por aqueles que
puseram tudo de lado na vida
pessoal e correram para ajudar seus
irmãos foi relatado por um casal de
Huntsville, no Alabama. Eles
escreveram:
"(Nosso) segundo dia [na cena
de devastação causada pelo furacão]
foi domingo, mas foi tão importante
para nós que corrêssemos com o
trabalho como o foi para aqueles
ue deixaram o Vale do Lago
algado no domingo, salvar os
pioneiros com carrinhos-de-mão das
terríveis dificuldades. No campo de
futebol e atletismo de uma escola
secundária, que era o local de
reunião, cada grupo de estaca
preparou o próprio sacramento (e)
reunião de testemunho antes de sair
para mais um dia de trabalho.
Cantamos os hinos que
conhecíamos. O sacramento foi
abençoado e distribuído por
portadores do sacerdócio em roupas
de trabalho. O pão foi distribuído
em frigideiras e a água em copos de
plástico. O Espírito ainda estava lá.
Nem todos puderam prestar
(testemunho) devido ao limite de
uma hora para a reunião.O hino de
encerramento, 'Sou um Filho de
Deus', fez-nos lembrar que
precisávamos continuar ajudando
todos os seus filhos."
5. Um irmão que falava
espanhol, acompanhado da esposa,
aproximou-se do Élder Morrison,
presidente da Área Sudeste da
América do Norte, e disse: "Perdi
minhas economias, minha casa e
minha fazenda; todos os meus
abacates foram destruídos. Não
tenho nada". Depois, sorriu
suavemente e disse: "Mas tenho
tudo. Tenho o evangelho de Jesus
Cristo".
Deus abençoe o Élder Morrison,
seus conselheiros e todos os
companheiros líderes do sacerdócio,
missionários, tanto élderes como
missionárias e todos os muitos
milhares que serviram tão magnífica
e irrestritamente. Sem dúvida, estes
reagiram como Samuel: "Eis-me
aqui".
A limpeza geral realizada após o
furacão Andrew continua, assim
como o trabalho de reconstrução, em
razão da devastação causada pelo
furacão Iniki, que atingiu a ilha de
Kauai nas Ilhas Havaianas.
Nesses eventos cataclísmicos e
nos desafios silenciosos de cada
vida, o sacerdócio está
verdadeiramente em ação. Nunca
desanimemos, pois esta é a obra do
Senhor na qual estamos
empenhados. Diz-se que "O Senhor
molda as costas de acordo com o
fardo que é colocado nelas". O
conselho do Senhor a todos nós
reunidos esta noite, a quem foi dada
a autoridade do sacerdócio e de
quem se espera prestação de serviço,
traz paz ao coração e conforto à
alma:
"Vinde a mim, todos os que
estais cansados e oprimidos, e eu vos
aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo, e
aprendei de mim, que sou manso e
humilde de coração; e encontrareis
descanso para as vossas almas.
Porque o meu jugo é suave e o
meu fardo é leve...(Mateus 11:28-30).
Testifico esta verdade. Em nome
de Jesus Cristo, amém.
NOTAS:
1. Doutrina do Evangelho, 5a ed. (Cidade
do Lago Salgado, Deseret Book Co., 1939). pp.
469-470.
E dificar Vossos
Tabernáculos
Presidente Gordon B. Hinckley
Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência
"Nosso corpo... nossa mente são tabernáculos de
nosso espírito. Aquele que é o Pai desses espíritos
deseja que cultivemos força e virtude nestes
tabernáculos pessoais. "
ostaria de afirmar que é
G sempre uma inspiração
participar destas grandiosas
reuniões do sacerdócio. Há muitasseus propósitos, quando subiu a este
convenções e conferências sendo
realizadas pelo mundo, mas
nenhuma comparável a esta. O
milagre da transmissão via satélite
tornou possível reunir centenas de
milhares de homens em centenas de
locais. Cada um de nós é uma pessoa
distinta, mas temos todos um só
pensamento, um só propósito, uma
só fé, cada um de nós tendo sido
ordenado àquele sacerdócio e
autoridade que vem de Deus, nosso
Pai Eterno.
Há muito mais homens reunidos
em locais fora da Cidade do Lago
Salgado do que dentro do
Tabernáculo, de onde falamos hoje.
Nossas vozes e imagens vos
alcançam, emitidas deste magnífico e
antigo edifício na Praça do Templo.
Gostaria que todos vós estivésseis
aqui, neste local maravilhoso e
único.
Este Tabernáculo não é o maior
salão de convenções do mundo. Há
seis mil lugares aqui. Atualmente, há
salões dez vezes maiores, mas este
local é diferente - diferente na
origem, na estrutura e nas
qualidades.
Refiro-me a este edifício porque
é o seu aniversário. Foi concluído e
utilizado pela primeira vez para
reunião dos santos há 125 anos, na
conferência de outubro. Desde aí,
tem sido o púlpito onde se originam
as conferências da Igreja.
Imagino se Brigham Young
pensou que este edifício duraria
tanto tempo, ou se serviria tão bem a
púlpito, há um século e um quarto.
É um edifício peculiar. Não
conheço outro no gênero. Tem certa
personalidade, um espírito próprio.
Os que se sentam sob sua abóbada
grandiosa parecem ter essa
impressão.
Recentemente, tivemos neste
salão uma convenção de muitos
oficiais das Forças Armadas dos
Estados Unidos. Realizavam uma
conferência aqui na Cidade do Lago
Salgado e desejavam ouvir o Coro do
Tabernáculo.
Chegaram numa linda manhã de
domingo. Fui convidado a dirigir-
A L iahon a /J a n eiro 1993 53
 lhes uma mensagem e falei-lhes a
respeito desta construção. O coro,
acompanhado pela 23a Banda do
Exército, apresentou-se em seguida,
num pequeno concerto. Concluído o
concerto, o Coro cantou num
crescendo, o hino "Já Refulge a
Glória Eterna".
]á refulge a glória eterna de Jesus, o Rei
dos reis,
Breve reinos deste mundo ouvirão as
suas leis...
Vencendo vem fesus.
Olhei em volta do salão e vi
experientes veteranos de guerra com
lágrimas descendo pelas faces. Para
muitos deles foi uma experiência
magnífica e tocante. Este edifício tem
um espírito com qualidade única e
maravilhosa.
Quatro dias após a chegada dos
pioneiros a este vale, em 1847,
(Brigham Young tocou com sua
bengala o solo ressequido e disse:
"Aqui construiremos um templo a
nosso Deus". Os dez acres nos quais
o templo está erguido tomaram-se
conhecidos como Praça do Templo.
A primeira estrutura construída aqui
era um pavilhão, um local
improvisado para reuniões.
Consistia essencialmente de postes
que sustentavam frágil telhado de
galhos, servia de abrigo contra o sol
causticante. Depois, foi construído
para o lado sul o que veio a ser
conhecido como o "Tabemáculo" e,
mais tarde, como o "Velho
Tabemáculo". Era uma estrutura
com telhado de duas águas, que
oferecia certo conforto, tanto no
inverno como no verão.
Aquela gente, neste remoto e
desértico povoado, era impulsionada
por uma fantástica visão.
Acreditavam, sem qualquer dúvida,
que estavam construindo o Reino de
Deus na terra. A fé que exerciam
combinou-se com a visão que tinham
e determinaram-se a construir um
local mais amplo, que acomodasse
milhares.
As dimensões foram
estabelecidas: 45,70 m de largura por
76,20 m de comprimento. Como isso
poderia ser feito naquelas
circunstâncias? Não possuíam aço
para fazer vigas nem tinham pregos
ou parafusos e porcas em quantidade
suficiente. Era o ano de 1864, e a
ferrovia não iria chegar a este
54
território senão cinco anos mais
tarde.
Pontes foram construídas no
leste e no oeste, utilizando-se o que
se conhecia como "desenho de
Remington". Pensar, porém, em
utilizar o mesmo sistema na
estrutura de um telhado, pareceu a
muitos um disparate. Apesar disso, o
trabalho continuou.
A localização foi determinada -
logo a leste do templo em
construção. O desenho concebido
exigia quarenta e quatro suportes de
arenito, ou pilares. Foram erigidos
em forma oval e ancorados em bases
firmes. Com o acréscimo de portas e
rodapés, estes suportes tornaram-se
as paredes deste edifício.
As pedras de arenito foram
trazidas das montanhas a leste,
polidas e esculpidas em um padrão
definido. De modo semelhante, foi
trazido calcário das montanhas e
queimado para ser utilizado em
argamassa e marmorite. O grande
desafio era criar um telhado que se
apoiasse e se projetasse dos pilares
de arenito. Ergueram-se andaimes de
madeira. Grandes quantidades de
troncos foram trazidas das
montanhas e serradas em pranchas.
Estas pranchas eram unidas de
maneira a formar uma grande treliça
em triângulos, que ficaria mais
reforçada com a pressão do peso.
Onde as pranchas se cruzavam,
abriam-se orifícios e inseriam-se
cavilhas. Os orifícios eram bem
justos e, à medida que as cavilhas
eram colocadas, a madeira fendia-se
aqui e ali. Tiras de couro cru eram
amarradas em volta da madeira. Os
construtores sabiam que, quando o
couro cru secasse, encolheria, e as
fendas seriam ajustadas. A ponte de
madeira ocupa 2,75 m do espaço
entre o teto ou forro e o telhado.
Suponho que ninguém tenha visto
algo assim antes. Ela tomou possível
que este enorme salão sem pilastras
internas suportasse o telhado.
Os céticos - e há sempre muitos
- disseram que, quando o andaime
interno fosse retirado, o telhado
desabaria.
Entretanto, os andaimes foram
retirados e o telhado permaneceu
intacto. E continua assim há 125
anos. Periodicamente, engenheiros o
examinam. Maravilham-se por não
encontrarem deterioração ou
enfraquecimento no edifício.
Foi construído nesta área
remota, a 2.000 km das cidades
fronteiriças ao longo do Mississipi e
a 1.200 km das colônias da costa do
Pacífico. Para mim é um milagre.
Penso na habilidade daqueles que o
desenharam e sei que houve grande
inspiração por trás desta
engenhosidade. Penso em fé quando
reflito sobre a época e circunstâncias
em que foi construído. É
verdadeiramente um tabemáculo,
construído no deserto, de onde a voz
dos servos do Senhor deveria sair
para o mundo.
É o Tabemáculo. Assim nos
referimos a ele. E o Tabemáculo
Mórmon da Praça do Templo, na
Cidade do Lago Salgado, que se
tornou conhecido por milhões e
milhões de pessoas no mundo e que,
durante mais de sessenta e três anos,
têm escutado a transmissão
radiofônica da audição do Coro,
produzida neste salão.
Ainda que construído de
madeira, nos dias de pobreza de
nosso povo, e apesar de desenhado e
construído sem a engenharia
moderna e perícia arquitetônica,
vem perdurando e servindo por
mais de 125 anos, incomparável e
maravilhosa casa de adoração e
cultura.
Posso ver em minha imaginação
Brigham Young de pé, observando
os homens reunindo o madeirame e
dizendo: "Construam-no forte,
rapazes. Construam-no forte!".
Nosso corpo, meus irmãos,
nossa mente, são tabernáculos de
nosso espírito. Aquele que é o Pai
desses espíritos deseja que
cultivemos força e virtude nestes
tabernáculos pessoais. Apenas nessa
força há segurança, crescimento e
felicidade. Se há uma mensagem
altissonante que posso extrair desta
estrutura, é esta - Sede fortes!
Este é o mesmo desafio
mencionado pelos profetas e líderes
que andam pelas páginas de nossas
escrituras. O grande rei Davi, por
exemplo. Que força tremenda
possuía! Havia, porém, uma trágica
fraqueza dentro dele. Ele a conhecia
e quando "aproximaram-se os dias
da morte de Davi... deu ele ordem a
Salomão, seu filho, dizendo:
"Eu vou pelo caminho de toda a
terra: esforça-te pois, e sê homem.
E guarda a observância do
Senhor teu Deus, para andares nos
O Presidente Gordon B. Hinckley e o Presidente Thomas S. Monson, da Primeira Presidência,
conversam por alguns instantes antes do início de uma sessão da conferência. O Presidente Ezra
Taft Benson normalmente estaria sentado entre eles, mas sua idade avançada limita suas aparições
em público.

A presidência geral da Sociedade de Socorro, da esquerda para a direita: irmã Chieko N. Okazaki,
primeira conselheira, irmã Elaine L. Jack, presidente, e irmã Aileen H. Clyde, segunda conselheira.

A L iahona /J a n eir o 1993 55

A uto rid ad es G erais de A I g reja de J esu s C risto dos S a n to s dos Ú ltim os D ias
A PRIMEIRA PRESIDENCIA

Presidente Gordon B. Hinckley Presidente Ezra Taft Benson Presidente Thomas S. Monson
Primeiro Conselheiro Segundo Conselheiro

O QUORUM DOS DOZE

Howard W. Hunter Boyd K. Packer Marvin J. Ashton L. Tom Perry David B. Haight James E. Faust

Neal A. Maxwell Russell M. Nelson Dallin H. Oaks M. Russell Ballard Joseph B. Wirthlin Richard G. Scott

PRESIDÊNCIA DOS SETENTA

Dean L. Larsen James M. Paramore J. Richard Clarke Rex D. Pinegar Carlos E. Asay Charles Didier L. Aldin Porter
 PRIMEIRO QUORUM DOS SETENTA SEGUNDO QUORUM DOS SETENTA
(em ordem alfabética) (em ordem alfabética)

Angel Abrea Carlos H. Amado B. Banks William R. Bradford Ted E. Brewerton Lino Alvarez Dallas N. Archibald Eduardo Ayala Merrill J. Bateman C. Max Caldwell Albert Choules, Jr. Gary J. Coleman

Monte J. Brough F. Enzio Busche John K. Carmack Joe J. Christensen Spencer J. Condie Rulon G. Craven LeGrand R. Curtis Clinton L. Cutler Julio E. Dávila John B. Dickson Graham W. Doxey John E. Fowler

Gene R. Cook Jacob de Jager Robert K. Dellenbach Loren C. Dunn Henry B. Eyring Lloyd P. George F. Melvin Hammond HanlnSang Jay E. Jensen Malcolm S. Jeppsen Kenneth Johnson Cree-L Kofford

Vaughn J. Featherstone Jack H. Goaslind John H. Groberg W. Eugene Hansen W. Mack Lawrence Augusto A. Lim Richard P. Lindsay Merlin R. Lybbert John M. Madsen Helvécio Martins Gerald E. Melchin

Jeffrey R. Holland F. Burton Howard Maiiin K. Jensen L. Lionel Kendrick Yoshihiko Kikuchi V. Dallas Merrell Lynn A. Mickelsen Joseph C. Muren Stephen D. Nadauld Dennis B. Neuenschwander Jorge A. Rojas Robert E. Sackley

Adney Y. Komatsu Alexander B. Morrison Glenn L. Pace H. Burke Peterson Hugh W. Pinnock Sam K. Shimabukuro David E. Sorensen F. David Stanley TaiKwokYuen Horacio A. Tenorio J. Ballard Washburn LowellD. Wood

O BISPADO PRESIDENTE

Ronald E. Poelman Hartman Rector, Jr. Hans B. Ringger EarIC.Tingey Durrel A. Woolsey

H. David Burton Robert D. Hales Richard C. Edgley

Primeiro Conselheiro Bispo Presidente Segundo Conselheiro
58
 Vinte anos antes ele vira a mãe
passar por grande sofrimento antes
de falecer, e carregara por todos
aqueles anos um ressentimento pela
angústia que ela passara. Com o
problema da esposa, no entanto, por
mais difícil que ele tenha sido para
ela e a família, sua raiva sublimara-
se em um relacionamento espiritual
mais estreito com o Senhor, e fora
capaz de participar do sofrimento da
esposa com mais dignidade.
Um pouco antes de morrer, a
esposa pediu-lhe uma bênção para
aliviá-la da dor intensa. Ambos
haviam chorado quando ele lhe
impôs as mãos sobre a cabeça e falou
com o Senhor, "e", disse ele, "senti a
presença espiritual do Pai Celestial.
Tive uma forte sensação de que
alguém mais chorava conosco!". Já
perto do fim, severamente
debilitada, disse-lhe ela: "Nunca me
senti tão sã!".
A forte sensação de que ele
estava lá e "chorava" com eles foi
real. Claro; porque não? Jesus
chorou diante do sepulcro de
Lázaro; chorou por causa dos
presságios das aflições de Jerusalém;
e chorou quando veio ao continente
americano e ajoelhou-se com seu
povo, especialmente quando "tomou
das criancinhas, uma a uma,
abençoou-as e rogou por elas ao
Pai". (3 Néfi 17:21; vide também
vers. 22; João 11:35; Lucas 19:41.)
Em minha casa, ontem à noite,
após as reuniões, abrimos o bilhete
de uma querida irmã da Igreja, que
há dois anos perdera o marido em
um acidente. Ela e sua querida
família haviam sido confortadas,
dizia ela, por uma frase que tenho
em um quadro, na parede de meu
escritório:
"Crer em Deus é saber que todas
as regras serão justas, e que haverá
surpresas maravilhosas."
Agradeço a Deus por seu amor e
pelo amor de seu Filho. Aqueles que
tomaram sobre si o nome de Cristo,
como fizemos nós, devem carregar o
fardo que ele nos legou, que é um
legado de amor, misericórdia e
serviço ao próximo, aceitando nossa
herança de esperança e solicitude e
crendo e agindo conosco, a fim de
aliviar os males e sofrimentos da
humanidade. Deus nos ajude a
honrar este encargo, oro
humildemente em nome de Jesus
Cristo, amém.
70
"COMPROMETEI-VOS
de C oração "
Élder Neal A. Maxwell
do Quorum dos Doze Apóstolos
“A consagração é a única rendição que é também
uma vitória. Ela nos liberta da... tenebrosa escravidão
do orgulho."
ste é um momento apropriado
E para que eu agradeça ao Élder
Hanks por sua influência em
minha vida, em tantos momentos,
por tantos anos. Há dezoito anos,
deste mesmo púlpito roguei àqueles
que se encontravam indecisos à
"porta" da Igreja, que entrassem.
(Ensign, novembro de 1974, pp. 12-
13.) Hoje, dirijo meu apelo aos
membros que já estão dentro, mas
cujo envolvimento é displicente,
pessoas a quem amamos, cujos dons
e talentos são muito necessários à
construção do reino!
Qualquer apelo para uma
consagração maior é, naturalmente,
um apelo para todos nós. Estas
minhas observações, porém, não são,
a priori, para os que já estão lutando
firmemente e que genuinamente
procuram guardar os mandamentos
de Deus, ainda que, às vezes, não
atinjam seus objetivos.(Vide D&C
46:9.) Tampouco são estas palavras
dirigidas particularmente aos que
deliberadamente se rebelam,
incluindo alguns que saltam
amarrados com cordas elásticas
intelectuais ou comportamentais -
em busca de novas sensações, apenas
para serem balançados
abruptamente, de um lado para
outro, pelas velhas heresias e velhos
pecados.
Ao invés disso, minhas palavras
destinam-se aos membros
essencialmente "honrados", que
deslizam pela superfície quando
deveriam aprofundar sua
participação, e que estão
displicentemente e não
"zelosamente" empenhados. (D&C
76:75; 58:27.) Embora participem
nominalmente, suas reservas e
hesitações são inevitavelmente
notadas. Eles podem até entrar em
nosso templo sagrado, mas,
infelizmente, não permitem que o
templo sagrado entre neles.
Esses membros aceitam
chamados, mas não as
responsabilidades correspondentes;
assim, seus deveres na Igreja com
freqüência precisam ser realizados
por aqueles já "zelosamente"
empenhados.Alguns acham que
estão meramente "descansando"
entre um chamado e outro. Nunca,
porém, podemos ficar hesitantes no
que diz respeito a este sublime
chamado de Jesus: "Que classe de
homens [e mulheres] devereis ser?
Em verdade vos digo que devereis
ser como eu sou". (3 Néfi 27:27; vide
dos filhos de Israel do Egito, e sua
passagem pelo Mar Vermelho.
Quando chegaram ao mar, os
exércitos egípcios que os perseguiam
os alcançaram: "E os filhos de Israel
entraram pelo meio do mar em
seco". (Êxodo 14:22.) Os egípcios
entraram atrás deles. Então Moisés
tornou a estender a mão sobre o mar,
e as águas se fecharam. Os israelitas
estavam salvos, e os exércitos
egípcios se afogavam.
Triunfantemente, o povo entoou
hinos de louvor ao Senhor, mas o
Todo-Poderoso os deteve e disse:
"Como podeis entoar hinos de
louvor e júbilo quando tantos de
meus filhos se afogam nas águas do
mar?".
Em lembrança desse evento, os
judeus, durante o último período da
Páscoa, incluem salmos de louvor
abreviados, meios-haleluias, como
parte da celebração.
Na verdade, a luz proveniente
da Fonte tem brilhado por todo o
mundo. Regozijamo-nos nisso e
temos um humilde testemunho a
prestar: Deus é um Pai vivo,
revelador e que fala ao homem.
Quando, aos valiosos recursos
de antigos profetas e escritores da
Bíblia, se juntam as verdades
corroboradoras e enaltecedoras das
escrituras da Restauração, esses
tesouros, reunidos, trazem uma luz
esclarecedora e respostas às mais
importantes perguntas que a
humanidade tem feito em todos os
tempos, ainda faz e continuará a
fazer no futuro com preocupação
crescente, à medida que as
populações e interpretações se
multiplicam. Elas se referem à
verdade sobre Deus, Cristo e o
Espírito Santo - a Trindade;
referem-se ao próprio homem;
referem-se à vida mortal com seu
significado e propósitos; e referem-se
à eternidade e suas promessas.
Um exemplo significativo dessa
luz mais plena vem em resposta à
crescente lista de preocupações com
que a humanidade se defronta - as
pessoas, as instituições, os países, a
civilização. O salmista, há milhares
de anos, clamou: "Tem misericórdia
de mim, ó Senhor, porque estou
angustiado". (Salmos 31:9.) Então ele
falou de problemas, alguns dos quais
soam estranhamente familiares aos
ouvidos modernos. Nesta exata hora,
em nosso mundo atribulado,
calamidades e destruições, temor,
fome e conflitos assediam a terra;
aflições e adversidades colocam
grandes fardos sobre muitas vidas.
Livros que tratam de problemas
pessoais, familiares e sociais se
multiplicam. Freqüentemente
parecem concordar que a pergunta a
ser feita não é por que as pessoas
boas sofrem provações, mas como
elas reagirão ao serem provadas. As
escrituras nos ajudam a responder a
algumas questões importantes:
• Promete Deus a seus filhos
imunidade aos problemas e aflições?
• Seria a tribulação uma
evidência de seu desagrado?
• Teriam os profetas da
antigüidade, Cristo e os apóstolos,
vivido sem adversidade?
• Teria ele prometido aos seus
seguidores que seriam poupados de
problemas?
As escrituras respondem. O
Sermão da Montanha fala aos que
choram, aos que são pobres em
espírito, que são injuriados e
perseguidos, que são acusados
falsamente. (Vide Mateus 5:3-4,11.)
O conselho é que voltem a outra
face quando forem atingidos, e que
caminhem a milha extra quando
forçados. Menção é feita aos que
transgridem, aos que são inimigos,
aos que amaldiçoam e odeiam e,
insultuosamente, abusam dos
inocentes. O sol brilha sobre o mau e
sobre o bom, a chuva cai sobre o
justo e o injusto. (Vide Mateus 5:39-
45.)
Aos primeiros líderes da Igreja
foi dada a seguinte admoestação: "Sê
paciente nas aflições, pois terás
muitas". (D&C 24:8.)
Deus não nos impedirá de
passar pelas experiências que
devemos ter aqui. Ele não nos
protege das tribulações nem garante
imunidade aos problemas.
Muitas dores que sofremos e que
inevitavelmente impomos aos outros
são auto-induzidas por meio de
nosso próprio mau julgamento - por
meio de escolhas incorretas.
E, para isso, há uma oferta de
ajuda. O pecador penitente recebe a
certeza de que Deus perdoará,
esquecerá e nunca mencionará os
pecados dos quais arrependemos
verdadeiramente.
Não podemos, porém, controlar
muito do que nos acontece nesta
vida, podemos apenas reagir. Saber
o que Deus prometeu pode
proporcionar-nos a coragem e a fé
necessárias. As escrituras asseguram
que podemos saber com certeza que
o Senhor visita seu povo em suas
aflições. (Vide Mosiah 24:13-14.) E
que "todo aquele que confiar em
Deus será auxiliado em seus
sofrimentos, pesares e aflições, e será
exaltado no último dia". (Alma 36:3.)
Jesus disse àqueles que
lamentavam a perda de um ente
querido: "Também vós agora, na
verdade, tendes tristeza; mas outra
vez vos verei, e o vosso coração se
alegrará, e a vossa alegria ninguém
vo-la tirará". (João 16:22.)
Disse ele aos solitários, aos
desesperançados e aos que estavam
cheios de temor: "Não te deixarei
nem te desampararei". (Hebreus
13:5.)
Assim, a promessa é a de que,
em tempos de dor e aflição, se
erseverarmos e permanecermos
éis, se pusermos nele nossa
confiança e formos corajosos, o
Senhor nos visitará em nossas
aflições, fortalecendo-nos para que
suportemos o fardo e apoiando-nos
nas provações. Ele estará conosco até
o fim da vida, levantar-nos-á no
último dia, levando-nos a maiores
oportunidades de serviço.
Finalmente nos exaltará com ele e
com nossos entes queridos, e
consagrará nossas aflições para
nosso proveito.
Uma das experiências que me
atingiu profundamente a alma em
anos recentes, foi ouvir um bispo
expressar seus sentimentos com
relação à perda da esposa, vítima de
câncer, uma experiência que muitos
outros maridos, mulheres e famílias,
compreendem tão bem.
A L iahona /J aneiro 1993 69

U m D eus de A mor Q ue
Fala aos H omens
Élder Marion D. Hanks
Membro Emérito do Primeiro Quorum dos Setenta
"Cristo está à porta e bate; os que desejarem que ele
entre.. .devem...'abrir a p o r t a "
qualquer pessoa que tenha
A tido a oportunidade de servir
ao próximo, como é o nosso
caso, é conferida uma honra que vai
além do mérito pessoal. Sabemos
disso e somos gratos.
A Bíblia declara que Deus é o
Pai e o Deus dos espíritos de toda a
humanidade. (Vide Números 16:22;
Hebreus 12:9.) O apóstolo Paulo
ensinou ao povo de Atenas que
somos "geração de Deus", e aos
romanos que "o Espírito testifica com
o nosso espírito que somos filhos de
Deus. E, se nós somos filhos, somos
logo herdeiros também, herdeiros de
Deus e co-herdeiros de Cristo". (Atos
17:28-29; Romanos 8:16-17.)
Devido ao grande amor de
nosso Pai, e devido ao seu
compromisso para com a liberdade
de escolha que nos concedeu,
odemos desde o início gozar do
enefício de fazer escolhas por nós
68
próprios. João declara, nos primeiros
versículos de seu evangelho, que
Cristo era "a luz verdadeira, que
alumia a todo o homem que vem ao
mundo". (João 1:9.) As escrituras
também registram que "o Espírito de
Cristo é concedido a todos os
homens, para que eles possam
conhecer o que é bom e o que é
mau". (Morôni 7:16; vide também
D&C 84:45-46.) Há uma escritura
importante que, juntamente com
estas, explica por que nem todas as
pessoas andam pela luz, e por que
algumas delas não escolhem o bem
ao invés do mal: "O Espírito alumia a
todo o homem no mundo que atende
à sua voz". (D&C 84:46; grifo nosso.)
Nosso Pai Celestial deseja que
toda a humanidade seja conduzida
pela luz, mas essa bênção não será
imposta a ninguém.Cristo está à
porta e bate; os que desejarem que
ele entre e com eles ceie, devem
ouvir a sua voz e "abrir a porta".
(Apocalipse 3:20.) Assim, dois
grandes princípios nos quais o
evangelho se centraliza, amor e livre-
arbítrio, são ensinados com
simplicidade. Cada um de nós está
aqui para aprender a amar e dar de
si, atender ao Espírito e decidir fazer
a vontade do Pai. Deus deseja que
seus filhos e herdeiros se tornem
aquilo que podem tornar-se; que nos
qualifiquemos para nossa herança,
mas precisamos fazer escolhas; nós
somos aqueles que tomam as
decisões, e ele não nos tirará essa
responsabilidade. Já no livro de
Deuteronômio se lê:
"Vês aqui, hoje te tenho
proposto a vida e o bem, e a morte e
o m al;.. .escolhe pois a vida para que
vivas, tu e a tua semente, "Amando
ao Senhor teu Deus, dando ouvidos
à sua voz." (Deuteronômio 30:15,19,
20 .)
Por meio da luz do Senhor, a
verdade, em certa medida, já
alcançou muitas vias, elementos e
níveis de vida. Tem-me dado grande
satisfação descobrir tantas coisas
boas, em tantos lugares, e
provenientes de tantas fontes. O
Presidente Joseph F. Smith falou a
respeito dos membros unidos da
Trindade, referindo-se a eles como "a
fonte da verdade". Disse ele:
"Desta fonte, todos os antigos
filósofos instruídos receberam
inspiração e sabedoria - dela
receberam todo o seu conhecimento.
Se encontramos a verdade em
fragmentos, através dos tempos, é
inquestionável que ela se originou na
fonte e foi dada a filósofos,
inventores, patriotas, reformadores e
profetas, pela inspiração de Deus".
(Improvement Era, junho de 1907,
p. 629.)
Os primeiros líderes da Igreja e
os que a eles sucederam, testificaram
de maneira semelhante. Em todo
campo de atividade no qual já estive
envolvido, tive o privilégio de
associar-me com pessoas de caráter e
qualidade, que compartilharam
muitas coisas de valor comigo.
Considerai este exemplo especial da
sabedoria de um caro professor e
escritor Quaker, Rufus Jones, que
disse:
"A religião vital não pode ser
mantida e preservada com base na
teoria de que Deus lidou com o
homem apenas em eras passadas, e
de que a Bíblia seja a única evidência
que temos de que nosso Deus é um
Deus vivo, revelador e que fala ao
homem. Se Deus alguma vez falou,
ele continua a fazê-lo. Ele é o grande
Eu Sou, não o grande Eu Fui." (A
Flash ofEternity.)
Esta é a expressão significativa
de uma verdade fundamental. Nossa
própria compreensão desse princípio
é a de que Deus se comunica com
seus filhos, e de que ele revelou,
continua a revelar e ainda revelará
muitas coisas grandes e importantes
relativas ao seu reino.
A tradição judaica nos ajuda a
apreciarmos ainda mais a natureza
de nosso Pai Celestial, quando
ternamente oferecem Halel (N.T.
"Louvor") ao celebrarem a Páscoa,
em comemoração ao histórico êxodo
vos apoiarão.
Muitas pessoas oferecem
conselhos, mas as sugestões de uma,
freqüentemente contradizem as de
outra. Como sabereis em quem
acreditar? Fazei a vós mesmos as
seguintes perguntas:
• O que motiva a oferta de
ajuda?
• Meu bom-senso confirma que
isso é certo? Se assim for, está em
consonância com os ensinamentos
do Salvador?
• O conselho foi seguido na vida
da pessoa que o ofereceu? A vida
dela foi aprimorada por isso?
Uma honesta avaliação,
utilizando esses padrões, vos ajudará
a decidir se o conselho visa ao vosso
bem ou ao interesse pessoal de outra
pessoa. Um amigo verdadeiro não é
aquele que sempre vos encoraja a
fazer o que desejais, mas o que vos
auxilia a fazer aquilo que sabeis que
deveis fazer.
Podeis bloquear o poder
corretivo da verdade,
constantemente permitindo que
outros vos protejam das
conseqüências de vossas ações
indignas, sem serdes suficientemente
inteligentes para modificar vossa
vida. Não reagir apropriadamente à
ajuda fixará em vossa mente falsos
conceitos, e não vereis necessidade
de arrependimento. Vossos
procedimentos negativos serão
reforçados, não rejeitados.
Como pode alguém decidir
uando vos ajudar e quando vos
eixar encarar a realidade e crescer?
O Senhor deu a resposta. Quando
demonstrardes remorso genuíno,
tiverdes o coração contrito,
reconhecerdes a culpa, começardes a
vos aprimorar, ainda que haja
pequenos escorregões - quando
aceitardes responsabilidade por
ações impróprias, estará na hora de
receberdes apoio e ajuda produtivos.
Se, porém, continuardes com
manipulações, culpando outros por
decisões erradas, enganando e
cc itinuando no caminho da
transgressão, lançando mão de
camuflagens ou disfarces, estareis
reforçando falsos princípios e
enveredando por um caminho no
qual enfrentareis duras realidades.
Uma coisa é saber como
consertar uma vida danificada, outra
é fazê-lo. Vós vos modificareis
apenas quando reconhecerdes que
isto trará um benefício pessoal
duradouro. Bem no fundo sabeis que
quebrar os mandamentos não vos
traz nada de produtivo e, na
verdade, causa muita dor a vós
próprios e a outros. Não espereis
atingir o fundo. Isso é doloroso e
poderia deixar cicatrizes
permanentes.
Podeis enganar a quem deseja
crer em vós, mas não podeis
enganar o Senhor. Por causa de sua
justiça, um dia ele vos confrontará
com as conseqüências daquilo de
que não vos arrependestes.
Ninguém deseja que isso aconteça.
Algumas transgressões são tão
profundas, que é improvável que as
sobrepujeis sem auxílio. Buscai esse
auxílio. Com o tempo, com a força
do uso contínuo do livre-arbítrio
para viver a verdade, sereis curados
por meio do Salvador. Procurai
alguém em quem confiais e que seja
realmente confiável; que
compreenda o livre-arbítrio e a
verdade. Podeis começar em
qualquer ponto - com um amigo,
um ente querido, um profissional
competente, ou um membro fiel.
Adquirindo confiança, falai com o
bispo. Ele possui chaves do
sacerdócio que vos ajudarão.
Começai agora e não pareis até que
compreendais e obedeçais aos
ensinamentos do Salvador e recebais
seu poder curador. De outra
maneira, a cura será incompleta.
O comentário a seguir, usado
com a permissão de alguém que foi
auxiliado por outra pessoa,
demonstra como o Senhor propicia a
cura por meio de um líder do
sacerdócio, quando este age como
instrumento inspirado: "Apreciei
muito as vossas palavras de
sabedoria e bondade. Tenho sentido
muita força vinda do Senhor. Meu
testemunho cresce passo a passo, dia
a dia.
Ainda me dói o coração, mas
agora compreendo que isto é para o
meu próprio bem e que há uma luz
no fim do túnel. A bênção que me
destes sob a direção do Espírito
verdadeiramente me modificou.
Finalmente sou capaz de ter
esperança e saber que desta vez
conseguirei. Agora, aguardo com
entusiasmo cada novo dia".
Testifico que o Salvador cura
permanentemente. Disse ele: "Há
entre vós... aflitos por qualquer coisa?
Trazei-os aqui e eu os curarei...
Vejo que vossa fé é suficiente
para que eu vos cure...
E ele os curou a todos". (3 Néfi
17:7-9; grifo nosso.)
Testifico que o Salvador vos
curará quando decidirdes obedecer à
verdade e usar o livre-arbítrio
segundo o conselho dele.
Possa o Senhor abrandar-vos o
coração para que possais saber que
aquilo de que falamos é verdadeiro.
Possa ele dar-vos coragem e força
para iniciardes a cura agora. Em
nome de Jesus Cristo, amém.
A L iahon a /J a n eir o 1993 67

princípio... de acordo com o arbítrio
moral que eu lhe dei, para que todo
homem seja responsável... no dia do
juízo". (D&C 101:78; grifo nosso.)
Estas escrituras nos ensinam a
superar os efeitos das escolhas
erradas, quer sejam a mentira, o
furto, a jogatina, o vício do álcool ou
das drogas, a imoralidade, o abuso
moral e físico, ou qualquer coisa
parecida. Falando simplesmente, as
pessoas devem usar o livre-arbítrio
para obedecerem à verdade.
Quando alguém vos aconselhou,
já dissestes: "Simplesmente não
penso como vós. Esses são vossos
princípios e padrões. Tenho os meus
próprios"? Por favor, compreendei
que ninguém pode modificar a
verdade. A racionalização, fortes
interesses pessoais, todos os
argumentos dos homens, a ira ou a
vontade própria não podem
modificar a verdade. Satanás sabe
disto; assim, tenta criar uma
atmosfera em que as pessoas
começam a inconscientemente sentir
que não apenas podem decidir o que
fazer, mas também determinar o que
é certo fazer. Satanás tenta
persuadir-nos a vivermos afastados
da verdade, racionalizando nossas
ações como se fossem um direito de
escolha.
Nosso Pai Eterno, porém,
definiu a verdade e estabeleceu o
que é certo e o que é errado antes da
criação desta terra. Fixou também as
conseqüências da obediência e
66
desobediência a essas verdades.
Defendeu o direito de escolhermos
nosso caminho na vida, para que
crescêssemos, nos desenvolvêssemos
e fôssemos felizes; não temos, no
entanto, o direito de escolher as
conseqüências de nossas ações. Aqueles
ue voluntária e seguidamente
esobedecem aos mandamentos,
inevitavelmente aprenderão essa
verdade. Joseph Smith foi inspirado
a registrar: "Quando de Deus
obtemos uma bênção, é pela
obediência àquela lei na qual a
bênção se baseia". (D&C 130:21.)
Por favor, compreendei que
ninguém tem o privilégio de
escolher o que é certo. Deus reservou
essa prerrogativa para si próprio.
Nosso arbítrio nos permite escolher
caminhos alternativos, mas estamos
presos às conseqüências decretadas
por Deus. Mais tarde, se não
gostarmos do lugar aonde nos
conduz esse caminho, a única saída
será o arrependimento.
Nosso Pai Celestial nos deu
verdades, sendo que, algumas, como
declarações de causa e efeito. Nós as
chamamos de mandamentos.
Levam-nos à felicidade. Ele sabia
que Satanás tentaria persuadir
alguns a viverem sem padrões fixos,
baseando suas decisões em
circunstâncias do momento, no que
parecesse ser conveniente, ou no que
proporcionasse o maior retorno e
proveito pessoal. Dessa maneira,
Satanás remove da vida das pessoas
o poder da verdade, para que possa
escravizar-lhes a alma.
Se estiverdes encurralados e
parecer não haver saída, lembrai-vos
do que ensinou Robert Frost: "A
melhor saída é enfrentar o
problema." (De "A Servant to
Servants".) Deveis enfrentar o
desafio e vencê-lo. Fazemos isso
apoiando-nos na fé em Jesus Cristo e
na obediência a seus mandamentos.
É o único meio de curar
permanentemente os danos
causados à mente e ao espírito pela
iniqüidade. Também cura, nos
limites da lei eterna, um corpo
devastado pelos efeitos da
transgressão.
Pode ser difícil compreender isto
no estado atual de vossa mente. Por
favor, acreditai em mim. Ele vos
ajudará, se agirdes à maneira dele.
Um profeta disse: "Pois como pode
um homem conhecer o mestre a
quem não serviu, que lhe é estranho
e que está longe dos pensamentos e
intenções de seu coração?". (Mosiah
5:13; grifo nosso.) Lede e aprendei a
respeito do Salvador, até que o
conheçais, e então confiai nele.
Podeis achar que mudanças são
difíceis, mas podeis fazê-las. Podeis
perguntar-vos por que não
acreditam em vós quando decidis
transformar uma vida de
desobediência em uma vida de
integridade e conformação à
verdade. Leva tempo para se
estabelecer uma reputação que
sobrepuje os efeitos das decisões do
passado, que visavam a enganar e
tirar vantagem dos outros — mas
vale a pena.
Notastes que, mesmo que vossa
intenção seja boa e que sigais
precisamente os procedimentos
devidos, se fizerdes o menor erro em
um computador, ele não
responderá? Todo o vosso esforço é
vão. Não é assim que o Senhor age.
Não há armadilha em seus
mandamentos. Ele deseja que sejais
bem sucedidos. O Senhor reconhece
a pureza de coração e a real intenção.
Vossa obediência à verdade e o uso
apropriado do livre-arbítrio abrem a
porta à ajuda divina. Em um
primeiro momento, talvez apenas
vós e ele acreditareis em vossa
sinceridade, mas sereis
recompensados pela alegria advinda
do progresso pessoal. Com o tempo,
outros reconhecerão vossa retidão e
 de relacionamentos sadios e

C omo C onsertar um a preciosos, e as maravilhosas belezas

da terra, que o Senhor nos deu para
nossa felicidade, estareis buscando
emoções que estão além dos limites

V ida D anificada que ele estabeleceu? Buscais

Élder Richard G. Scott
do Quorum dos Doze Apóstolos
"Satanás nos persuade a vivermos longe da verdade,
racionalizando nossas ações como se fossem um
direito de escolha."
saborearmos essas guloseimas. A
experiência que mais apreciávamos,
porém, era o balanço de corda que o
Tio Zene pendurara em uma árvore
alta, perto de um belo riacho.
Propiciava-nos horas de puro
divertimento. Arqueávamos as
costas e esticávamos as pernas e pés
para vermos quem poderia ir mais
depressa e mais alto. Era pura
diversão.
Uma vez, para que eu me
divertisse ainda mais, meu irmão
Gerald colocou-me sobre o assento
de madeira do balanço e rodopiou-
me até que as duas cordas ficassem
torcidas. Com um forte empurrão,
lançou-me para o ar e comecei a
rodopiar com velocidade crescente.
A princípio, tive uma sensação
fantástica, à medida que ganhava
lgumas das mais doces
estímulos transitórios, mesmo
reconhecendo que serão seguidos de
fortes sentimentos negativos?
Estimulam vosso apetite emoções
que atormentam, criando uma sede
insaciável por mais? Prevalece esta
sede sobre a motivação para vos
aprimorardes, que deveria resultar
dos frutos negativos da
transgressão? Concentrais-vos em
satisfazer apetites, por meio de uma
participação crescente, ainda que
comeceis a perceber que
inevitavelmente isto vos trará
conseqüências extremamente
desagradáveis? Já imaginastes como
e quando ireis parar?
Ainda que publicamente
defendais com vigor vossas ações,
em particular, em momentos de
solene contemplação, podeis
reconhecer vossa dificuldade.
Embora exteriormente culpeis outros
por vossos problemas, já deveis ter
descoberto que a violação da
confiança e negação da verdade
conduz à redução de opções. Vós
mesmos vos encurralareis cada vez
mais. Finalmente, parecerá não
haver saída, e um sentimento de
desesperança vos surgirá no coração.
Não tenho outro interesse que o
de ajudar-vos. Ouvir-me-eis? Talvez
desafie algumas de vossas idéias
preestabelecidas; mas, por favor,
ouvi-me por alguns minutos.

A
recordações de minha
infância giram em torno de
alguns dias de verão e outono
passados junto de meus irmãos, na
fazenda do Tio Zene, no interior do
Estado da Virgínia. Lá
caminhávamos pelos bosques de
perfumadas flores silvestres.
Maravilhavam-nos os esquilos
voadores, as aves de plumagem
colorida, e, de vez em quando,
descobríamos uma raposa ou um
faisão. Riachos cheios de meandros
convidavam-nos à pescaria de
pequenos peixes, e uma nascente
fresca e pura nos saciava a sede.
Havia cachorros-quentes, salada de
batatas, picles e, naturalmente, torta
de maçã quente com sorvete caseiro.
Cada momento que passava
aumentava nossa expectativa de
mais e mais velocidade. Essa
sensação fugaz foi rapidamente
substituída por sensações cada vez
mais fortes de tontura, náusea e puro
pavor. Quando a terrível experiência
terminou, não conseguia ficar em pé,
girava-me a cabeça e tinha a certeza
de que meu estômago jamais seria o
mesmo.
Durante todo o tempo, Gerald
gritava e pulava de alegria. Quando
finalmente saí do balanço,
perguntou: “Não foi incrível?".
Pensei eu: "Está louco", mas
meus lábios disseram: "Sim, foi
incrível. Sente-se lá agora e eu lhe
mostrarei como é incrível".
Fico a imaginar se alguns de vós
estareis fazendo o mesmo com a
própria vida? Ao invés de
aproveitardes e gozardes as
inúmeras experiências edificantes,
Podeis estar cansados de ver
outros tentando dirigir vossa vida —
sempre vos dizendo o que fazer.
Afinal, tendes direito às vossas
próprias escolhas. Isto está certo.
Tendes esse direito. É vosso livre-
arbítrio. O segredo para resolver
vossos problemas está em
compreender e combinar o livre-
arbítrio com a verdade do Pai.
Disse o Mestre: "Aquele que
guarda (os) mandamentos recebe
verdade e luz...
Luz e verdade renunciam ao ser
perverso...
E aquele ser iníquo pela
desobediência,... vem e tira dos filhos dos
homens a luz e a verdade". (D&C 93:28,
37,39; grifo nosso.)
Ele também declarou: "Que todo
homem possa agir em doutrina e

A L iahon a /J a n eir o 1993 65


bênção divinas para poder realizar
bem suas tarefas.
Concluindo, credes que este
grupo deixaria a Igreja
desencaminhar-se? Lembrai de
quem é esta Igreja. Ela tem o nome
do Senhor Jesus Cristo, que é o seu
cabeça. E dele o poder para remover
qualquer que negligencie seus
deveres ou ensine o que não esteja
em harmonia com a vontade divina.
Digo a cada um e a todos que
não temos agenda pessoal.
Possuímos apenas a agenda do
Senhor. Há os que criticam quando
nos pronunciamos, quer
aconselhando, quer advertindo. Por
favor, reconhecei que nossas súplicas
não são motivadas por desejo
egoísta. Reconhecei que nossas
advertências não deixam de ter
fundamento e razão. Por favor,
reconhecei que as decisões de
discorrer sobre diversos assuntos
não são tomadas sem prévia
deliberação, debate e oração. Por
favor, reconhecei que nossa única
ambição é ajudar cada um de vós em
vossos problemas, lutas, famílias e
em vossa vida.
64
Tomo a liberdade de dizer, como
testemunho pessoal, que tenho sido
Autoridade Geral desta Igreja por
mais de um terço de século. Durante
vinte anos, participei do círculo dos
Doze Apóstolos. Durante mais onze
anos, tenho sido conselheiro na
Primeira Presidência. Sei como opera
o sistema. Sei que é divino em seu
plano e autoridade. Sei que não
existe o desejo de ensinar nada se
não o que o Senhor ensinaria. Ele
afirmou que "As decisões destes
quoruns, ou de um deles, serão feitas
em toda justiça, em santidade, em
humildade de coração, mánsidão e
longanimidade, em fé, virtude e
conhecimento, temperança,
paciência, piedade, amor fraternal e
caridade". (Doutrina e Convênios
107:30.) É neste espírito que
procuramos servir.
Disse ainda a respeito do que é
ensinado por seus servos, que "os
que o receberem em fé, e agirem em
justiça, receberão a coroa da vida
eterna.
Mas os que endurecerem seus
corações na incredulidade e o
rejeitarem, isso reverterá em sua
própria condenação". (Doutrina e
Convênios 20:14-15.)
Quando recomendamos a nosso
povo que observe o Dia do Sábado,
ue se abstenha de torná-lo um dia
e comércio, estamos apenas
repetindo o que o Senhor declarou
no passado e confirmou em
revelação moderna. Quando
clamamos contra o jogo, estamos
apenas reiterando o que foi dito
pelos profetas que já se foram.
Quando insistimos em que
fortaleçamos os alicerces de nossos
lares, estamos apenas fazendo o que
abençoará nossas famílias. Quando
advertimos nosso povo a obedecer à
lei do dízimo, estamos repetindo o
que o Senhor disse no passado e
confirmou nesta dispensação para
abençoar seu povo. Quando
advertimos contra a pornografia,
imoralidade, drogas e equivalentes,
estamos apenas fazendo o que os
profetas sempre fizeram.
E nossa a responsabilidade
mencionada por Ezequiel: "Filho do
homem: Eu te dei por atalaia sobre a
casa de Israel; e tu da minha boca
ouvirás a palavra, e os avisarás, da
minha parte." (Ezequiel 3:17.)
Não temos qualquer desejo
egoísta em relação a isto - apenas o
de que nossos irmãos sejam felizes,
que a paz e o amor reinem em seus
lares, que sejam abençoados pelo
poder do Todo-Poderoso em suas
várias atividades em retidão.
Agradeço a todos que, com
mãos erguidas e corações generosos,
nos sustentam e apóiam nestas
responsabilidades.
Que o Todo-Poderoso vos
abençoe, amados irmãos. Esta é a
obra de Deus, o Pai Eterno, que
vive e reina no universo. É a obra
do Senhor Jesus Cristo, nosso
Salvador e Redentor, o Filho Vivo
do Deus Vivo. Ela foi estabelecida
na terra com divina autoridade,
com um profeta e outros líderes
chamados pela voz de revelação e
treinados por longos anos de
serviço. Nunca falhará. Continuará
a ter sucesso.
Faço-vos a promessa de que
todos que a apoiarem, e sustentarem,
e se esforçarem com fé e oração para
viver seus princípios, serão
abençoados com felicidade e
realizações nesta vida e alegria
eterna no mundo vindouro. Em
nome de Jesus Cristo. Amém.
iguais ao mesmo tempo. O Senhor
jamais ordenou tal coisa e jamais
pensou em fazê-lo. Sempre há um
cabeça na Igreja, e se a Primeira
Presidência é removida por morte ou
outro motivo, então os Doze
Apóstolos passam a ser o cabeça da
Igreja, até que seja novamente
organizada uma presidência de três
sumos sacerdotes presidentes, que
têm o direito de possuir o ofício da
Primeira Presidência da Igreja. (A
Doutrina do Evangelho - 1 9 7 5 página
159.)
Aqui pois, irmãos, está o notável
plano do Senhor para o governo de
seu reino na terra. A autoridade para
conduzir seus assuntos foi recebida
nesta dispensação das mãos de
Pedro, Tiago e João, que foram
ordenados pelo Senhor quando
esteve na terra. E, como já vimos, há
ordem no exercício dessa autoridade.
Quero dizer algumas palavras
sobre os homens que são membros
do Quorum da Primeira Presidência
e do Quorum dos Doze Apóstolos.
Conheço todos que presentemente
servem. Conheci todos os que
ocuparam estas cadeiras nos últimos
sessenta anos. Tenho certeza de que
nenhum deles aspirou ao cargo que
ocupa. Nenhum deles fez campanha.
Creio que nenhum deles jamais se
julgou digno do chamado. Este é um
ponto singular e notável.
Nos Estados Unidos estamos, no
momento, em campanha para eleger
homens e mulheres para cargos
públicos. Milhões e milhões de
dólares estão sendo gastos nessa
campanha, com centenas de milhares
de pessoas trabalhando, a fim de
promover os interesses de seus
candidatos preferidos.
Como é diferente do trabalho do
Senhor! Nenhum membro fiel desta
Igreja pensaria em candidatar-se a
um cargo eclesiástico. Em lugar
disso, "Cremos que um homem deve
ser chamado por Deus, por profecia
e pela imposição das mãos por quem
possua autoridade, para pregar o
evangelho e administrar as suas
ordenanças". (Quinta Regra de Fé.)
O próprio Senhor disse, a
respeito dos Doze que escolhera:
"Não me escolhestes vós a mim, mas
eu vos escolhi a vós, e vos nomeei".
(João 15:16.)
Estou convicto de que nenhum
homem já chamado para ser
Autoridade Geral desta Igreja,
certamente nenhum que conheci,
deixou de ajoelhar-se, confessando
suas fraquezas, suplicando ao
Senhor que o protegesse das
tentações e qualquer erro e rogando
forças, sabedoria e inspiração para
realizar bem aquilo que foi chamado
a fazer.
Sinto que conheço meus irmãos.
Conheço meu líder, Presidente
Benson. Ajoelhei-me com ele em
oração e ouvi suas petições.
Conheço-lhe o coração e posso
testificar sua bondade. Conheço seu
amor e posso testificar sua
veracidade. Conheço sua profética
súplica e posso testificar sua
sinceridade.
Conheço meu companheiro na
presidência, Thomas S. Monson.
Conheço-lhe a força e o desejo de
fazer avançar o reino de nosso Pai.
Conheço cada um dos Doze por
ordem de idade, desde o Presidente
Howard W. Hunter até o Élder
Richard G. Scott.
Estes são meus associados nesta
obra do Todo-Poderoso. Como disse
antes, nenhum deles ambicionou
este sagrado ofício. Cada um foi
chamado, e alguns deles fizeram
grande sacrifício ao aceitar o
chamado. Oramos juntos. Reunimo-
nos em solene assembléia na casa do
Senhor. Periodicamente,
compartilhamos do sacramento da
Ceia do Senhor e renovamos nossos
convênios com ele que é nosso Deus,
tomando novamente sobre nós o
nome do Senhor, de quem somos
chamados a testificar.
Como Autoridades Gerais,
debatemos vários problemas que
surgem diante de nós. Cada homem
é diferente. Falamos com base em
experiências e conhecimentos
diversificados. Discutimos maneiras
de melhorar e fortalecer a obra. Pode
haver vários pontos de vista no
início desses debates, mas antes de
concluí-los, há total unanimidade,
nenhuma outra ação é posta em
prática. O próprio Senhor declarou
que essa união é absolutamente
necessária.
Será que este é um modo
diferente de governar? É o governo
do reino de Deus na terra. E único
em sua organização. É um sistema
no qual, se um homem estiver
incapacitado, a obra não tropeçará
nem cairá. Retomando à minha
ilustração anterior, há uma
tripulação a bordo com treino
aprimorado. Há um sistema, um
sistema divinamente administrado,
com uma base alternativa que faz a
obra prosseguir e governa a Igreja no
mundo inteiro, não importa que
dificuldades possam ocorrer a
qualquer um de seus líderes.
As Autoridades Gerais sobre os
quais vos falei, são apóstolos do
Senhor Jesus Cristo. Presto-vos
testemunho de sua integridade.
Testifico a fé que possuem. Presto-
vos testemunho da voz de inspiração
e revelação em seus chamados. Cada
um deles é homem de poder
comprovado. Mas sua maior força
reside no reconhecimento de que
cada um deve receber direção e
A L iahon a /J a n e ir o 1993 63

Logo em seguida, apoiamos seus
conselheiros e depois os membros do
Conselho dos Doze Apóstolos como
profetas, videntes e reveladores.
Com quinze homens assim descritos,
investidos e apoiados, alguém não
familiarizado com a Igreja poderia
julgar que haveria grande confusão.
O Reino do Senhor é um reino de
ordem. Não há confusão em sua
liderança.
Quando um homem é ordenado
ao apostolado e escolhido como
membro do Conselho dos Doze, as
chaves do Sacerdócio de Deus lhe
são conferidas. Cada um dos quinze
homens vivos, assim ordenados, é
portador dessas chaves. Entretanto,
apenas o Presidente da Igreja tem o
direito de exercer o poder dessas
chaves em sua plenitude. Ele pode
delegar o exercício do poder de
várias chaves a um ou mais irmãos.
Cada um deles tem as chaves, mas
está autorizado a utilizá-las apenas
no grau concedido pelo profeta do
Senhor.
Tal atuação foi concedida pelo
Presidente Benson a seus
conselheiros e aos Doze, de acordo
com as várias responsabilidades a
eles delegadas.
Por revelação do Senhor, "do
Sacerdócio de Melquisedeque, três
sumos sacerdotes Presidentes
escolhidos pelo grupo, e designados
e ordenados a esse ofício e apoiados
pela confiança, fé e oração da Igreja,
formam o quorum da Presidência da
62
Igreja". (Doutrina e Convênios
107:22.)
Esta "Presidência do Sumo
Sacerdócio, segundo a ordem de
Melquisedeque, tem o direito de
oficiar em todos os ofícios da Igreja".
(Doutrina e Convênios 107:9.)
Acrescenta-se a este princípio:
"... é de acordo com a dignidade de
seu ofício que ele preside o conselho
da Igreja; e é seu privilégio ser
assistido por outros dois presidentes,
designados do mesmo modo que
ele".
"E no caso de ausência de um ou
de ambos os que tiverem sido
designados para o assistir, ele terá
poder para presidir o conselho sem
assistentes; e no caso de ele próprio
estar ausente, os outros presidentes,
ambos ou um deles, terão poder para
presidir em seu lugar". (Doutrina e
Convênios 102:10-11.)
Nós, que servimos como
conselheiros, sabemos e
reconhecemos os parâmetros de
nossa autoridade e de nossa
responsabilidade. Nosso único
desejo é dar assistência e ajudar
nosso líder nos tremendos encargos
de seu ofício. A Igreja está-se
tornando grande, com mais de oito
milhões de membros atualmente.
Está-se espalhando pelo mundo
inteiro. Seu programa é extenso,
complexo e lida com enorme
quantidade de elementos. As
responsabilidades são inúmeras e
variadas.
A despeito das circunstâncias,
porém, a obra prossegue de maneira
ordenada e maravilhosa. Assim
como foi na ocasião em que o
Presidente Kimball esteve doente,
temos prosseguido sem hesitar,
porque há normas bem
estabelecidas. Quando não há uma
norma firmemente estabelecida,
conversamos com o Presidente e
recebemos aprovação antes de
agirmos. Que nunca se diga que
houve qualquer intenção de assumir
autoridade, de fazer, ou dizer, ou
ensinar algo que estivesse em
desacordo com os desejos daquele
que foi posto nesse ofício pelo
Senhor. Desejamos ser seus servos
leais. Não pedimos honra para nós.
Desejamos simplesmente fazer o que
precisa ser feito, quando precisa ser
feito, e de acordo com as normas
sobre as quais o Presidente já se
pronunciou.
Como já indiquei, há outros
doze aos quais foram conferidas as
chaves do apostolado. São, como
descreve a revelação: "os doze
conselheiros viajantes... chamados
para ser os Doze Apóstolos, ou
testemunhas especiais do nome de
Cristo no mundo todo - diferindo
assim dos outros oficiais da Igreja no
que diz respeito aos deveres do seu
chamado.
" E eles formam um quorum
igual em autoridade aos três
presidentes previamente
mencionados." (Doutrina e
Convênios 107:23-24.)
Podeis perguntar: Pode haver
dois grupos separados com
autoridade igual, sem confusão?
Sim. O Senhor deu resposta a isto.
Disse ele: " Os Doze constituem um
Sumo Conselho Presidente Viajante,
para oficiar em nome do Senhor, sob
a direção da presidência da Igreja".
(Doutrina e Convênios 107:33.)
A respeito deste assunto, o
Presidente Joseph F. Smith disse: "O
dever dos Doze Apóstolos da Igreja é
pregar o evangelho ao mundo,
difundi-lo aos habitantes da terra e
prestar testemunho de Jesus Cristo, o
filho de Deus, como testemunhas
vivas de sua missão divina. Tal é o
chamado especial desses homens, e
estão sempre sob a direção da
Presidência da Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias,
quando essa Presidência está intacta,
pois na Igreja nunca há duas cabeças
SESSÃO MATUTINA DE DOMINGO
4 de outubro de 1992
A Igreja P rossegue
Presidente Gordon B. Hinckley
Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência
"O Senhor estruturou... seu reino afim de que vá
sempre avante sem interrupção, enfrentando
qualquer emergência que venha a surgir."
á poucas semanas, quando
H regressava de uma
conferência regional, tivemos
uma experiência que permanece viva
em minha mente. Quando nos
aproximávamos do aeroporto, o
comandante dirigiu-se aos
passageiros pelo rádio e, em tom
ríspido e autoritário, declarou:
"Temos uma emergência! Por favor,
prestem atenção. Temos uma
emergência, e a tripulação lhes dará
instruções. Para sua segurança, por
favor, façam o que lhes for
solicitado". A tripulação pôs-se em
ação. Este era o momento para o
qual haviam sido treinados. Todos
sabiam precisamente o que fazer.
Todos os utensílios foram
rapidamente colocados em
compartimentos trancados.
Os passageiros foram
remanejados e os homens mais fortes
colocados em cada saída de
emergência.
Pediram-nos que tirássemos os
óculos, abaixássemos a cabeça e
segurássemos firmemente os
tornozelos.
Uma mulher com um bebê no
colo, sentada logo atrás de mim,
chorava. Ouviram-se outros
soluçarem. Todos sabiam que não
era apenas um exercício, mas aquilo
era real e grave.
Um homem apareceu na porta
da frente. Reconheceu-me e inclinou-
se para dizer-me: "Sou piloto e estou
de folga. O sistema de controle
principal falhou; mas acho que tudo
vai acabar bem. Já acionaram o trem
de pouso e os freios".
Por estranho que pareça, não
tive medo. Em muitos anos de vôo
houve ocasiões em que me senti
amedrontado. Entretanto, dessa vez
sentia-me calmo. Sabia que o avião
tinha um sistema alternativo para
lidar com uma emergência assim, e
que a tripulação fora bem treinada.
Sabia também que a eficácia
desse sistema alternativo seria
conhecida dentro de um ou dois
minutos, quando os pneus tocassem
a pista.
Esse momento chegou bem
depressa. Para alívio de todos, o
avião tocou o chão de leve, com o
trem de aterrissagem em posição
correta, os motores foram
desligados, e, finalmente, a aeronave
parou.
Os bombeiros estavam de
prontidão. Fomos levados ao portão.
A tripulação foi aplaudida, e alguns
expressaram gratidão ao Senhor.
Tenho refletido nessa
experiência em termos da Igreja à
qual pertencemos. O cabeça da Igreja
é o Senhor Jesus Cristo. Esta é a sua
Igreja, mas o cabeça terreno é nosso
profeta. Os profetas são homens
investidos de um chamado divino.
Não obstante a divindade do
chamado, eles são humanos. Estão
sujeitos aos problemas da
mortalidade.
Amamos, respeitamos,
honramos o profeta destes dias,
Presidente Ezra Taft Benson e nele
confiamos. Ele tem sido um líder
magnífico e talentoso, cuja voz tem
ecoado em testemunho desta obra no
mundo inteiro. Possui todas as
chaves do sacerdócio na terra, hoje.
Atingiu, porém, uma idade em que
não pode realizar tudo o que outrora
realizava. Isto não o diminui em seu
chamado de profeta. Limita-o,
porém, nas atividades físicas.
Tivemos situações semelhantes
no passado. O Presidente Wilford
Woodruff envelheceu em serviço.
Foi assim com os Presidentes Heber
J. Grant, David O. McKay, Joseph
Fielding Smith e, mais recentemente,
com o Presidente Spencer W.
Kimball.
Algumas pessoas evidentemente
por não conhecerem o sistema,
preocupam-se que, com a idade do
Presidente, a Igreja enfrente uma
crise. Parece não compreenderem
que há um sistema básico de apoio.
Bem no âmago deste sistema há
sempre uma tripulação bem treinada
a bordo, se assim posso referir-me a
eles. Eles vêm sendo treinados nos
procedimentos da Igreja. Mais
importante ainda, é que os membros
da tripulação possuem as chaves do
Sacerdócio Eterno de Deus. Foram,
também, colocados nesse lugar pelo
Senhor.
Espero não parecer presunçoso
ao lembrar-vos do único e magnífico
sistema alternativo que o Senhor
estruturou em seu reino, a fim de
que vá sempre avante sem
interrupção, enfrentando qualquer
emergência que venha a surgir e
superando qualquer contingência
que tenha que enfrentar. Para mim
isto é um milagre maravilhoso e
constantemente renovador.
Ontem à tarde apoiamos Ezra
Taft Benson como profeta, vidente e
revelador e Presidente de A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias.
A L l \ho n a /J a n eir o 1993 61

para oeste, atravessar mares
desconhecidos, indo mais longe do
ue qualquer homem antes dele. A
espeito do terror do desconhecido e
das queixas e quase motim da
tripulação, navegou freqüentemente
orando ao Todo-Poderoso, pedindo
orientação. Em relato aos soberanos
de Espanha, Colombo repetidas
vezes declarou que sua viagem era
para a glória de Deus e a divulgação
da fé cristã. Apropriadamente o
homenageamos por sua força
persistente diante da incerteza e do
perigo.
Sede fortes, na misericórdia. É fácil
ser arrogante no lar, nos negócios e
em palavras e ações. Este mundo
doentio precisa tanto de bondade,
amor e misericórdia, virtudes que se
tomam expressão de força, e não de
fraqueza, para qualquer portador do
sacerdócio. Sede fortes com a força
da qual Isaías fala, ao afirmar:
60
"Confortai as mãos fracas, e
fortalecei os joelhos trementes.
Dizei aos turbados de coração:
Esforçai-vos, não temais: eis que o
vosso Deus virá com vingança, com
recompensa de Deus; ele virá e vos
salvará". (Isaías 35:3-4.)
"Assim fazendo", diz-nos o
Senhor em moderna revelação:
"Farás o maior bem aos teus
semelhantes, e promoverás a glória
daquele que é o teu Senhor.
Portanto, sê fiel; permanece no
cargo para o qual te designei; socorre
aos fracos, ergue as mãos que
pendem e fortalece os joelhos
enfraquecidos." (D&C 81:4-5.)
Sede fortes, irmãos, com a força da
honestidade simples. Como é fácil
seguir o conselho perverso: "Menti
um pouco, aproveitai-vos das
palavras de alguns, abri uma cova ao
vosso vizinho". (2 Néfi 28:8.)
Assim descreve Néfi o povo de
seus dias, como também descreve
muitos de nossos dias. Como é fácil
afirmarmos: "Cremos em ser
honestos, verdadeiros, castos,
benevolentes". (Décima Terceira
Regra de Fé) Como é difícil para
muitos, entretanto, resistir à tentação
de mentir um pouco, enganar um
pouco, roubar um pouco, levantar
falso testemunho ao falar mal dos
outros. Elevai-vos acima disso,
irmãos. Sede fortes na simples
virtude da honestidade.
Sede fortes - na f é pela qual andais e
na Igreja da qual somos membros. Esta é
a obra do Deus Todo-Poderoso. É a
mais preciosa de todas as causas e
necessita de vossas forças.
Apresento-vos estas belas e
poderosas palavras de Paulo aos
santos efésios: "No demais, irmãos
meus, fortalecei-vos no Senhor e na
força do seu poder.
Revesti-vos de toda a armadura
de Deus, para que possais estar
firmes contra as astutas ciladas do
diabo. Porque não temos que lutar
contra a carne e o sangue, mas sim
contra... os príncipes das trevas,
...contra as hostes espirituais da
maldade, nos lugares celestiais...
"Estai pois firmes, tendo
cingidos os vossos lombos com a
verdade e vestida a couraça da
justiça e calçados os pés na
preparação do evangelho da paz;
Tomando sobretudo o escudo da
fé com o qual podereis apagar todos
os dardos inflamados do maligno".
(Efésios 6:10-12,14-16.)
Espero que este significativo
edifício no qual nos reunimos,
utilizado nestes 125 anos pelos
santos dos últimos dias como nosso
Tabemáculo, nos lembre da força
com que nos nutriremos, enquanto
vivermos neste tabernáculo mortal,
que é dom e criação de Deus.
Irmãos, sede fortes no
testemunho de Jesus Cristo, o Filho
de Deus. Ele é a pedra angular
principal desta grande obra. De sua
divindade e realidade presto solene
testemunho. Ele é o Cordeiro sem
mácula, que foi oferecido pelos
pecados do mundo. Por meio de sua
dor e devido a seu sofrimento,
encontro reconciliação e vida eterna.
Ele é meu Mestre, meu Exemplo,
meu Amigo e meu Salvador, a quem
amo e reverencio como o Redentor
do mundo. Em seu santo nome.
Amém.
seus caminhos, e para guardares os
seus estatutos, e os seus
mandamentos, e os seus juízos, e os
seus testemunhos, como está escrito
na lei de Moisés: para que prosperes
em tudo quanto fizeres, para onde
quer que te voltares" (I Reis 2:1-3).
Esse é um bom conselho para
todos os homens e rapazes
portadores do Sacerdocio de Deus.
Sede fortes - sede fortes na
autodisciplina. Quantos homens bons
desperdiçam as forças, e dissipam a
vontade, e destroem literalmente sua
vida porque não têm o poder da
autodiscipina. Gostaria de ler uma
carta que recebi de um homem que
não teve coragem de assinar o nome.
Ele escreve:
"Tenho 35 anos e fui convertido
à Igreja há mais de dez anos.
Durante a maior parte de minha vida
adulta fui viciado em pornografia.
Envergonho-me ao admiti-lo. Meu
vício é tão real quanto o de um O Presidente Gordon B. Hinckley e o Presidente Thomas S. Monson, da Primeira Presidência,
cantam um hino com a congregação.
alcoólatra ou viciado em drogas.
"Fui pela primeira vez
apresentado a esse tipo de material Distanciai-vos das revistas Em minha comemoração
quando criança. Fui molestado por pornográficas e de outros tipos de particular deste evento, tenho lido e
um primo mais velho e a literatura destrutiva. Há tanta coisa relido um versículo importante e
pornografia era utilizada para atrair boa a ser vista, há tanta leitura profético do Livro de Mórmon e
meu interesse. Estou convencido de maravilhosa a ser experimentada, ao também uma biografia longa de
que estar exposto ao sexo e à invés de desperdiçar tempo, destruir Cristóvão Colombo.
pornografia em idade precoce é a o caráter, e minar a força de vontade Esse versículo da visão de Néfi
raiz de meu vício atual. Considero com essa podridão avassaladora. relata: "E olhando, vi entre os
uma ironia que os que apóiam o Sede fortes - ao defender o que é gentios um homem que estava
comércio pornográfico digam que é correto - Vivemos numa época de separado da semente de meus
uma questão de liberdade de concessões e aquiescência mútuas. irmãos pelas muitas águas; e vi que o
expressão. Eu não tenho liberdade. Nas situações com as quais nos Espírito de Deus desceu sobre o
Perdi o livre-arbítrio por me tomar deparamos diariamente, sabemos o homem: e, saindo esse homem sobre
incapaz de vencer este vício. E uma que é certo, sob a pressão dos as muitas águas, chegou até a
armadilha para mim, e parece que colegas e de vozes enganadoras dos semente de meus irmãos, que estava
não posso livrar-me dele. Por favor, que tentam persuadir-nos, na terra da promissão". (1 Néfi
por favor, por favor, suplique aos capitulamos. Comprometemo-nos. 13:12.)
irmãos da Igreja que não só evitem, Consentimos. Cedemos e Interpretamos isso como se
mas eliminem as fontes de material envergonhamo-nos de nós mesmos. referindo a Colombo. É interessante
pornográfico de sua vida... Como homens do sacerdócio, notar que o Espírito de Deus desceu
Finalmente, Presidente devemos cultivar a força para seguir sobre ele. Depois de ler essa extensa
Hinckley, por favor, ore por mim e nossas convicções. biografia, que ganhou o prêmio
por outros na Igreja que talvez sejam O mundo inteiro comemora este Pulitzer há quarenta anos, intitulada
como eu, para que possamos ter a mês, os quinhentos anos da Almirante do M ar Oceano - não tenho
coragem e a força para vencer este descoberta da América por Cristóvão dúvidas de que Cristóvão Colombo
vício terrível." Colombo. O almirante Samuel Eliot foi um homem de fé, e um homem
Irmãos, não há nem felicidade Morison, biógrafo de Cristóvão de indomável determinação.
nem paz quando se sucumbe às Colombo afirma: "Esta noite de 11-12 Reconheço que neste
fraquezas e se cede ao que degrada e de outubro (1492) foi marcante para aniversário, um grupo de críticos
destrói. Quando essa espécie de o destino do homem, a mais notória falou contra ele. Não discuto a vinda
material estiver na televisão, desligai já experimentada a bordo de de outros a este hemisfério Ocidental
o aparelho. Não fiqueis apalermados qualquer navio, em qualquer mar". antes dele, mas foi ele quem, com fé,
diante da tela. Evitai os videoteipes (Almirante do M ar Oceano: (Vida de acendeu uma luz para descobrir um
excitantes, do mesmo modo que Cristóvão Colombo, Boston: Little, novo caminho para a China, e que
evitaríeis uma praga. São da mesma Brown and Company, 1942, página nesse processo, descobriu a América.
categoria. 223.) Era uma tarefa aterradora - navegar

A L iahona /J an eir o 1993 59

Mateus 5:48; 3 Néfi 12:48.) Nunca é
seguro descansar no que se refere a
esse chamado! Na verdade, ser
"valente" no testemunho de Jesus
inclui lutar para ser mais semelhante
a ele em mente, coração e atributos.
(D&C 76:79.) Tornar-se essa classe de
homem e mulher é a expressão
máxima da ortodoxia!
Naturalmente, todos temos
liberdade de escolha e não
desejaríamos que fosse diferente. E
lamentável, entretanto, que, ao se
decidirem pela indolência, as
pessoas não estejam apenas
escolhendo algo para si mesmos,
mas para a geração seguinte, e para
todas as gerações futuras. Pequenos
equívocos dos pais podem produzir
desvios imensos nos filhos. As
gerações mais antigas de uma
família, talvez tenham mostrado
dedicação, enquanto que alguns da
geração atual mostram evidências de
afastamento. Lamentavelmente, na
próxima, alguns poderão seguir o
caminho da dissidência, uma vez
que a erosão reclama o seu preço. crescente; um mundo no qual, se forma, estão sendo abandonados.
Conquanto os membros muitos chegam alguma vez a Em qualquer tentativa de explicação,
displicentes não sejam iníquos, não pronunciar o nome da Deidade, é nossa língua poderá apenas dizer-
raro evitam parecer extremamente apenas por uma questão de lhes "a mínima parte". (Alma 26:16.)
retos, aparentando estar menos pontuação verbal ou como uma Continuamos a nos importar com
comprometidos do que realmente expressão de exclamação - nunca de eles, mas nos importamos mais com
estão - uma forma irônica de adoração! nosso dever para com Deus.
hiprocrisia. Em contrapartida, aqueles que Brigham Young aconselhou com
Alguns desses membros, sinceramente buscam uma franqueza: "Alguns não
honrados de tantas outras maneiras, consagração maior não se compreendem deveres que não
erroneamente vêem a Igreja como desvencilham de seus compromissos estejam em consonância com seus
uma instituição, mas não como um nem se despem de suas santas sentimentos e afetos naturais...Há
reino. Conhecem as doutrinas do vestes. Evitam a obscenidade, deveres que estão acima da afeição".
reino mais por citação do que por mantêm a lei da castidade, pagam o (Journal o f Discourses, 7:65.)
compreensão. dízimo, amam e servem aos cônjuges Assim também, é justo avisar
Os membros displicentes estão e filhos. Como bons vizinhos, estão que a determinação de se buscar
sempre muito ocupados com os "dispostos a carregar" o peso das maior consagração logo expõe o que
cuidados e coisas do mundo - como cargas uns dos outros, "a chorar com ainda nos falta - algo doloroso, mas
acontecia com o honrado Amuleque. os que choram, confortar os que necessário. Lembrai-vos do jovem
Chamado muitas vezes, recusava-se necessitam de conforto" e rico e justo a quem disse Jesus:
a ouvir. Conhecia realmente as valentemente "servir de testemunhas "Falta-te uma coisa"?. (Marcos 10:21.)
verdades do evangelho, mas não o de Deus em qualquer tempo, em Ananias e Safira, bons membros da
admitia. (Alma 10:4-6.) todas as coisas e em qualquer lugar". Igreja, "retiveram"para si uma
Uma característica comum entre (Mosiah 18:8-9.) porção, ao invés de consagrarem o
os membros honrados, mas Quando uma pessoa se decide a todo. (Atos 5:1-11.) Alguns jamais
displicentes, é o desdém pelos ser mais espiritualmente venderiam Jesus por trinta moedas,
deveres aparentemente não empenhada, ocorre uma mas tampouco lhe dariam tudo o que
emocionantes do discipulado, tais vulnerabilidade inicial: é difícil possuem!
como a oração diária, leitura regular romper com o passado. Uma vez, Infelizmente, temos a têndencia
das escrituras, freqüência à reunião porém, iniciado o processo, vemos de pensar na consagração apenas em
sacramental, pagamento integral do que os amigos que tentam impedir termos de propriedade e dinheiro.
dízimo e participação nas nosso progresso espiritual não são Há, porém, tantas maneiras de se
ordenanças do templo sagrado. Tal verdadeiros amigos. Qualquer reter uma porção. Uma pessoa pode
desdém é especialmente perigoso no censura da parte deles reflete ou estar dando dinheiro e tempo e, no
mundo de hoje, com seu devastador ressentimento, ou uma preocupação entanto, estar retendo uma porção
relativismo e seu sensualismo inconsciente de que, de alguma significativa de si mesma. Outra

A U ah o n a /J an eiro 1993 71
 pode compartilhar talentos
publicamente e, no íntimo, ter
orgulho pessoal. Outra ainda pode
evitar ajoelhar-se diante do trono de
Deus e, no entanto, curvar-se diante
de uma galeria de amigos. Outra,
finalmente, poderia aceitar um
chamado na Igreja, mas ter o coração
mais voltado para um determinado
papel que exerça no mundo.
Outras há ainda que consideram
mais fácil dobrar os joelhos do que a
mente. Explorações emocionantes
são preferidas à execução
perseverante; a especulação parece
mais divertida do que a consagração,
e é mais fácil suavizar doutrinas
duras do que a elas submeter-se.
Pior ainda, por não obedecerem,
esses membros têm falta de saber
verdadeiro. (Vide João 7:17.)
Faltando-lhes o saber verdadeiro não
podem defender a fé e tornam-se
críticos ao invés de defensores!
Alguns desses acabam achando-
se tão importantes q u e,
provincianamente, confundem o seu
universo local com o todo da Igreja!
Só uma consagração maior
curará a ambivalência e a
displicência de qualquer um de nós!
Como já mencionado, os desafios
que acompanham uma consagração
crescente podem ser severos, mas
podem também refletir a divina
misericórdia que é necessária para
induzir-nos a uma consagração
maior. (Vide Helamã 12:3.) Se nos
tomarmos fracos, talvez
necessitemos de provas difíceis.
Privações podem preparar-nos para
uma consagração mais profunda,
embora essa idéia nos cause
arrepios. Se ficamos satisfeitos com
muita facilidade, Deus pode
administrar-nos uma dose de
descontentamento divino. Sua
longanimidade, assim, toma-se
extremamente necessária para
ampliar nosso livre-arbítrio e
desenvolvimento, mas ele não é um
Pai indulgente.
Não podemos "suportar tudo
agora", mas o Senhor "nos guiará" ao
"darmos lugar" em nossos
pensamentos e planos e
"abandonarmos" o pecado, que são
as únicas formas de podermos
começar a abrir espaço, no coração
para tudo o que Deus pode
proporcionar-nos. (D&C 78:18; 50:4;
Alma 32:27,28; 22:18.)
Todos nós somos um
72
estalajadeiro que decide se há espaço
para Jesus!
A consagração é a única
rendição que é também uma vitória.
Liberta-nos da tosca e superlotada
prisão do egoísmo, e emancipa-nos
da tenebrosa escravidão do orgulho.
No entanto, ao invés de buscar maior
consagração, é tão fácil continuar
fazendo as coisas com displicência,
sem assumir grandes compromissos,
como se esperássemos "ir para o
paraíso carregados". (Henrie Fairlie,
The Seven Deadly Sins, Indiana:
University of Notre Dame Press,
1979, p. 125.)
Seriam a consagração e
"incorporação" à vontade do Pai
uma ameaça à nossa
individualidade? (Vide Mosiah 15:7.
Não! O Pai Celestial apenas nos pede
que percamos o velho "eu ", a fim de
encontrarmos o "eu" novo e
verdadeiro. Não é uma questão de
perder a identidade, mas de
encontrar a nossa verdadeira
identidade!
Quando, finalmente, estivermos
voltados para a direção do lar eterno,
os dedos acusadores do escárnio do
mundo poderão ser melhor
suportados. Quando sabemos a
uem pertencemos, as outras formas
e pertencer cessam de ter qualquer
significado para nós. Assim também,
à medida que Jesus começa a ter um
lugar real em nossa vida, ficamos
com muito menos medo de perder
nosso lugar e posição no mundo.
Quando nossa mente capta o
significado e a importância da
expiação de Jesus, o domínio que o
mundo exerce sobre nós se
enfraquece. (Vide Alma 36:18.)
Mais consagração não significa,
necessariamente, mais horas
dedicadas ao serviço na Igreja. E
mais uma questão de maior
conscientização a respeito de para
quem trabalhamos. Por ora, a
consagração pode não requerer que
se abra mão de bens materiais, mas,
antes, que as coisas materiais não
tenham tanto domínio sobre nós.
Apenas quando as coisas começam a
entrar em foco, "com os olhos fitos",
é que podemos ver as "coisas como
realmente são!" (Jacó 4:13.) Que visão
nos aguarda! Apenas à medida que
reagirmos às tentações da vida como
fez Jesus, que "delas não fez caso",
estaremos "libertos" - finalmente
livres! (D&C 20:22; João 8:32.)
Assim, a verdadeira ortodoxia
traz segurança e ventura! Não
significa apenas ser correto mas ser
feliz. Não é estranho que a própria
palavra ortodoxia tenha caído em
desfavor aos olhos de alguns? A
medida que a sociedade se toma
mais e mais desestruturada, alguns
se apressam a clamar contra a
ortodoxia!
Lembrai-vos de como,
perseguida ferrenhamente pelos
exércitos enfurecidos do Faraó, a
antiga Israel seguiu estritamente as
instruções do Senhor? Moisés
estendeu a mão e o Mar Vermelho
abriu-se. Com muralhas de água
levantando-se de cada lado, Israel
atravessou a estreita passagem
obedientemente e sem dúvida
rapidam ente! Ninguém clamava
contra a obediência naqueles dias!
Enfrentaremos muitos
obstáculos que de nós requererão
obediência similar, à medida que os
profetas conduzem os "homens [e
mulheres] de Cristo" por um
caminho estreito e apertado.
Quando nos tornamos mais
semelhantes a Jesus, em
pensamentos e ações, não nos
sentimos oprimidos nem reprimidos,
mas livres e abertos a novas
descobertas! A não-ortodoxia de
comportamento e intelecto
representa exatamente o oposto. Um
pouco de pornografia pode levar a
Íiessoa não apenas a abusar
isicamente aos filhos e do cônjuge,
mas a ir perdendo, pouco a pouco, a
auto-estima. Uma certa tendência à
maledicência pode levar não apenas
ao falso testemunho, mas também, e
mais frequentemente, a maliciosos
sussurros que, infelizmente, "serão
guardados na memória como gritos".
(C. S. Lewis, The Quotable Lezuis, ed.
Qwen Barfield and Jerry Root,
Wheaton, Illinois: Tindale
Publications, 1989, p. 425.) Certa
dose de críticas às Autoridades
Gerais, o que parece bastante
inofensivo, pode não só prejudicar
outros membros, mas ainda - e até
mesmo - levar a pessoa a se
"estabelecer como a luz do mundo".
(2 Néfi 26:29.) Sim, felizmente alguns
desses pródigos retomam, mas
normalmente andam sozinhos,
abandonados por aqueles que um
dia desviaram!
Jesus aconselhou os discípulos:
"Portanto, decidi isto em vosso
coração - fareis as coisas que eu vos
ensinar e ordenar". (TJS Lucas 14:28.)
A consagração vem depois desta
decisão. O Profeta Joseph Smith
disse que o conhecimento dissipa as
trevas assim como a incerteza e a
dúvida, porque estas não podem
existir onde há conhecimento."
(Ensinamentos do Profeta Joseph Smith,
pp. 279-280.) Ter tomado esta
decisão nos impede de reagir a
pequenas ondas de dissensão, como
se fossem vagalhões. Devemos ser
discípulos, não oscilando como
"uma cana agitada pelo vento".
(Mateus 11:7.) Mais membros
necessitam do imenso alívio e paz
que esta decisão pode trazer. Sem
isso, essas pessoas serão como "o
mar bravo que não se pode
aquietar". (Isaías 57:20.)
Há ainda outra razão especial
para se tomar a decisão: viveremos
em uma época em que "todas as
coisas estarão em confusão". (D&C
88:91; 45:26.) As incertezas, as
revoltas e as desordens do mundo de
hoje serão de tal monta, que aqueles
que vacilarem e se equivocarem
serão jogados de um lado para outro
por grande turbulência.
Finalmente, se recuarmos diante
de uma consagração mais profunda,
não seremos dignos daquele que, por
amor a nós, se recusou a "recuar" em
meio à profunda agonia da
Expiação! ( D&C 19:18.) Pelo
contrário - seguiu adiante, dando
tudo de si e terminando as
"maravilhosas preparações que
fizera para os filhos dos homens".
(D&C 19:19.)
Como seria se a Missão
Messiânica Mortal de Jesus houvesse
consistido apenas de sermões
admiráveis? Ou se houvesse sido
engrandecida por curas e outros
milagres - sem as terríveis, mas
consagradas horas de expiação no
Getsêmani e no Calvário? Como
então consideraríamos o ministério
de Jesus? Onde estaria a
humanidade?
Irmãos, o que quer que
abracemos, que não seja Jesus e sua
obra, impedirá que nos
qualifiquemos para entrar em seu
reino e, portanto, que sejamos por
ele abraçados. (Vide Mórmon 6:17.)
Decidamo-nos e preparemo-nos
agora para esse maravilhoso
momento, eu oro em nome de Jesus
Cristo, amém!
M ilag res -N aqueles
T empos e A gora
Presidente Thomas S. Monson
Segundo Conselheiro na Primeira Presidência
"Não estamos sós. A ajuda do Pai Celestial está
perto."
á quase quarenta anos, recebi
H
um convite para encontrar-me
com o Presidente J. Reuben
Clark Jr., Conselheiro na Primeira
Presidência da Igreja, um estadista de
estatura elevada, e um erudito de
renome internacional. Minha
profissão, na época, era ligada ao
ramo de tipografia e publicação. O
presidente Clark cumprimentou-me
quando cheguei a seu escritório,
começando, então, a mostrar-me
documentos de sua velha
escrivaninha, um calhamaço de notas
manuscritas, muitas delas feitas
quando era estudante de Direito
muitos anos antes.Prosseguiu,
descrevendo-me em linhas gerais sua
meta de criar uma harmonia entre os
evangelhos. Esta meta realizou-se
com a obra monumental: Nosso
Senhor dos Evangelhos.
Recentemente, peguei da
prateleira de minha biblioteca um
exemplar de capa de couro, com
dedicatória, desse clássico
levantamento da vida de Jesus de
Nazaré. Enquanto lia com atenção as
muitas páginas, fiz uma pausa na
seção intitulada "Os milagres de
Jesus". Lembro-me como se fosse
hoje, do Presidente Clark pedindo-
me que lesse vários desses relatos,
enquanto ficava sentado em sua
espaçosa cadeira de couro, ouvindo.
Jamais me esquecerei desse dia.
O Presidente Clark pediu-me
que lesse em voz alta o relato de
Lucas, concernente ao homem cheio
de lepra. Prossegui, lendo:
"E aconteceu que, quando
estava numa daquelas cidades, eis
que um homem cheio de lepra,
vendo a Jesus prostrou-se sobre o
rosto, e rogou-lhe, dizendo: Senhor,
se quiseres, bem podes limpar-me.
E ele estendendo a mão, tocou-
lhe, dizendo: Quero; sê limpo. E logo
a lepra desapareceu dele." (Lucas
5:12-13.)
Ele me pediu que continuasse a
ler em Lucas, sobre um homem
paralítico e a maneira arrojada como
foi apresentado para atenção do
Senhor:
" E eis que uns homens
transportaram numa cama um
homem que estava paralítico, e
procuravam fazê-lo entrar e pô-lo
diante dele.
E, não achando por onde o
pudessem levar, por causa da
multidão, subiram ao telhado e por
entre as telhas o baixaram com a
cama até ao meio, diante de Jesus.
E, vendo ele a fé deles, disse-lhe:
Homem, os teus pecados te são
A L iah o n a /J a n eir o 1993 73
 perdoados." (Versículos 18-20.)
Seguiu-se, então, um comentário
malicioso dos fariseus com respeito a
quem tinha o direito de perdoar
pecados. Jesus acabou com a
controvérsia, dizendo: " Qual é mais
fácil? dizer: Os teus pecados te são
perdoados; ou dizer: Levanta-te, e
anda?
Ora, para que saibais que o Filho
do homem tem sobre a terra poder
de perdoar pecados (disse ao
paralítico), a ti te digo: Levanta-te,
toma a tua cama, e vai para tua casa.
E, levantando-se logo diante
deles, e tomando a cama em que
estava deitado, foi para sua casa,
glorificando a Deus". (Versículos 23-
25).
O Presidente Clark tirou do
bolso um lenço e enxugou as
lágrimas, comentando: " Quando
ficamos velhos, choramos com mais
freqüência". Depois de algumas
palavras de despedida, saí de seu
escritório, deixando-o só com seus
pensamentos e lágrimas.
Ao refletir sobre esta
experiência, sinto o coração cheio de
gratidão ao Senhor por sua divina
intervenção em socorrer os
sofredores, curar os doentes e
levantar os mortos. Lamento,
contudo, pelos muitos aflitos da
mesma prova que não souberam
como encontrar o Mestre, aprender
seus ensinamentos e tornar-se
beneficiários de seu poder. Lembro-
me que o próprio Presidente Clark
sentiu tristeza e dor com a trágica
morte do genro, Mervyn S. Bennion,
capitão do encouraçado West
Virgínia em Pearl Harbor. Naquele
dia, não havia nenhum carneiro na
mata, nenhum escudo de aço para
deter a granada, nenhum milagre
para curar feridas da guerra. A fé,
contudo, nunca estremeceu e as
orações respondidas deram coragem
para continuar.
O mesmo acontece hoje. Na
vida, a doença atinge entes queridos,
acidentes deixam marcas cruéis na
lembrança, e pernas pequeninas que
outrora correram, estão confinadas a
uma cadeira de rodas.
Mães e pais que aguardam
ansiosamente a chegada de um
precioso filho, às vezes, vêem que
nem tudo está bem com o bebezinho.
Os pais deparam-se com um
membro que falta, olhos cegos, um
cérebro imperfeito, ou com o termo
74
"Síndrome de Down", e ficam
frustrados, cheios de tristeza,
procurando encontrar esperança.
Segue-se a inevitável culpa de
alguém, a condenação de uma ação
descuidada: e as eternas perguntas:
"Por que aconteceu uma tragédia
dessas na família?". Por que não a fiz
ficar em casa?". "Se pelo menos ele
não tivesse ido àquela festa". "Como
aconteceu isso?". "Onde estava
Deus?". "Onde estava o anjo da
guarda?". Se, por que, como - aquelas
insistentes palavras - não trazem de
volta o filho perdido, o corpo
perfeito, os planos dos pais ou os
sonhos da juventude. Autopiedade,
retraimento, ou desespero profundo
não trarão a paz, a certeza ou a ajuda
necessárias. Ao invés disso, devemos
prosseguir, olhar para cima, ir
avante e elevar-nos em direção ao
céu.
E imperativo reconhecermos que
qualquer coisa que nos aconteça
acontece com outros. Eles lidaram
com a situação e devemos fazer o
mesmo. Não estamos sós. A ajuda do
Pai Celestial está perto.
Talvez nenhuma outra pessoa
tenha sofrido tanto quanto Jó, que foi
descrito como " sincero, reto e
temente a Deus, e desviava-se do
mal". (Jó 1:1.) Ele prosperou de todas
as formas. Em outras palavras, teve
tudo. Depois, veio a perda de,
literalmente, todos os seus bens: a
riqueza, a família e a saúde. Certa
vez, sugeriram: " Amaldiçoa a Deus,
e morre". (Jó, 2:9.) A fé total de Jó
depois das provas requeridas de
poucos outros, é um testemunho da
verdade, uma proclamação de
coragem e uma declaração de
confiança:
"Quem me dera agora, que as
minhas palavras se escrevessem!
Quem me dera, que se gravassem
num livro!
E que, com pena de ferro, e com
chumbo, para sempre fossem
esculpidas na rocha!
Porque eu sei que o meu
Redentor vive, e que por fim se
levantará sobre a terra.
E depois de consumida a minha
pele, ainda em minha carne verei a
Deus.
Vê-lo-ei por mim mesmo, e os
meus olhos, e não outros, o verão."
(Jó 19:23-27.)
Relatar-vos-ei um breve
episódio da vida de outras pessoas,
para compreendermos que, depois
das lágrimas de um dia de
desespero, uma noite de tristeza, "a
alegria vem pela manhã". (Salmos
30:5.)
Há apenas dois anos, Eve Gail
McDaniel e seus pais, Bispo e irmã
Jerry Lee McDaniel, da Ala
Reedsport Oregon, foram ao meu
escritório e deram como contribuição
ao Departamento Histórico da Igreja
um exemplar do Livro de Mórmon
que Eve tinha escrito à mão e
colocado em três grandes fichários.
Eve, então com 28 anos, nasceu em
18 de setembro de 1962. Quando
bebê, teve um caso de meningite,
que lhe causou lesão celebrai. Ela
não pode ler, mas copiou o Livro de
Mórmon inteiro, letra por letra, por
um período de mais de dezoito
meses. Fazendo isso, aprendeu a
reconhecer algumas palavras e
frases, tais como mandamentos e não
obstante. Sua favorita - e ela se
iluminava ao repetir a frase - era " E
aconteceu que". Eve refletia a alegria
da realização, mesmo o sorriso do
sucesso. Os pais regozijavam-se em
sua alegria de coração e leveza de
espírito. O céu estava muito perto.
Em outra ocasião, perto do
Natal, tive a oportunidade de
encontrar-me no Edifício dos
Escritórios da Igreja com um grupo
de crianças deficientes. Eram cerca
de sessenta no grupo. Fiquei
literalmente com o coração derretido
quando as encontrei. Elas cantaram
para mim " Sou um Filho de Deus",
“Rudolph, the Red-nosed Reindeer"
(Rudolf, a Rena do Nariz Vermelho)
e "Amai-vos uns aos outros". Havia
uma expressão tão angelical no rosto
daquelas crianças e tal confiança
expressa em seus comentários, que
senti estar pisando solo sagrado.
Presentearam-me com um belo
livreto no qual cada uma fez uma
pequena página, ilustrando as
bênçãos pelas quais eram mais
agradecidas no Natal. Recomendo
aos muitos professores e famílias que
trabalham atrás dos bastidores que
tragam um pouco de conforto,
propósito e alegria a estas crianças
especiais. Eles iluminaram todo o
meu dia.
Há vários anos, a Universidade
Brigham Yong homenageou com
uma citação presidencial Sarah
Bagley Shumway, uma mulher
verdadeiramente marcante do nosso
tempo. A citação continha as
palavras: "Muitas vezes, é em nossos
lares e com os membros da própria
família que ocorrem os dramas da
vida diária, de significado eterno,
mas geralmente não proclamados.
As pessoas nesses lugares simples,
mas importantes, trazem
estabilidade ao presente e promessa
para o futuro. Suas vidas são cheias
de lutas e sentimentos profundos
quando se defrontam com
circunstâncias que raramente se
encaixam bem dentro das fórmulas
de peças teatrais, filmes e noticiários,
mas, suas vitórias, embora pequenas,
fortalecem as fronteiras pelas quais
deverá passar a história das gerações
futuras".
Sarah casou-se com H. Smith
Shumway, então seu "amigo e
namorado de nove anos", em 1948.
O namoro foi mais longo do que a
maioria porque Smith, oficial de
infantaria durante a II Guerra
Mundial, ficou cego e foi gravemente
ferido pela explosão de uma mina
terrestre quando avançava para
Paris, na França. Durante a longa
reabilitação, Sarah aprendeu braille a justificado apontou para a patriarca. Adivinhai quem aprendeu
fim de corresponder-se com ele em localização em sua camiseta dos datilografia para transcrever as
particular. Ela não tolerava a idéia queridos familiares e irradiou um muitas bênçãos que ele dá? Correto:
de que outros lessem em voz alta as sorriso de alegria. Só então ponderei a esposa amada, Sarah.
cartas que escrevia para o homem ue ele nunca pudera ver qualquer Smith e Sarah Shumway e sua
que amava. os filhos ou netos. Ou será que viu? família são exemplos de pessoas que
Percebemos alguma coisa do Conquanto os olhos nunca os se ergueram acima da adversidade e
espírito desse jovem casal na simples tivessem visto, o coração os conhecia tristeza, sobrepujando a tragédia da
franqueza da proposta de casamento e amava. deficiência causada pela guerra e
de Smith Shumway. Finalmente em Numa noite de entretenimento, trilhando bravamente a estrada mais
casa, no Wyoming, depois da guerra, a família Shumway foi para o palco elevada da vida.
disse ele a Sarah: "Se você dirigir o em Aspen Grove. Perguntaram aos Ella Wheeler Wilcox, a poetisa,
carro, consertar as meias e ler a filhos: "Como é crescer numa casa escreveu:
correspondência, eu faço o resto". com com pai cego?". Uma das filhas
Ela aceitou. sorriu e disse: "Quando éramos É bem fácil ser agradável,
Anos de estudo conduziram a pequenos, de vez em quando Quando a vida flu i como uma canção,
uma carreira de sucesso, oito filhos achávamos que nosso pai não Mas o homem de valor é aquele que
perfeitos, muitos netos e vidas de deveria comer tanta sobremesa no sorri,
serviço. Os Shumways, ao longo da jantar, então, sem contar a ele, Quando tudo sai completamente errado.
vida, defrontaram-se com os trocávamos nossa porção menor pela Pois o teste do coração é a dificuldade,
problemas de uma criança com dele. Talvez ele soubesse, mas nunca Que sempre vem com lágrimas,
surdez grave, um filho missionário reclamou". E o sorriso que vale os louvores da terra
com câncer, e uma neta gêmea que Uma criança emocionou-nos É o sorriso que brilha entre lágrimas.
sofrerá lesões ao nascer. quando contou: "Quando eu tinha ("O Que Vale a Pena.)
Minha família e eu tivemos o cinco anos, lembro-me de meu pai,
privilégio de conhecer o clâ inteiro segurando-me pela mão e passeando Concluirei com o exemplo
dos Shumways em Aspen Grove no comigo pela vizinhança. Nunca inspirador de Melissa Engle, de West
ano passado. Foi uma alegria para percebi que ele era cego, porque ele Valley, em Utah. Melissa é retratada
nós estar com eles. Cada um vestia falava sobre pássaros e outras coisas. no número de agosto de 1992 da New
uma camiseta de identificação, na Sempre achei que ele segurava Era. Ela conta a própria história.
qual havia um mapa com a minha mão porque me amava mais "Quando nasci, só tinha um
localização de cada criança e família, do que outros pais amavam seus polegar na mão direita porque o
junto com os nomes de todos. O filhos". cordão umbilical se enrolara em
irmão Shumway, com orgulho Hoje, o irmão Shumway é volta dos meus dedos e (cortara-os).

A L iahon a /J a n eiro 1993 75


Meu pai quis achar alguma coisa
que eu pudesse fazer para
fortalecer a mão e torná-la útil.
Tocar violino parecia algo natural
porque eu não teria que dedilhar
com ambas as mãos, como se faz
com a flauta...
Faz oito anos que toco violino.
Tenho aulas particulares e preciso
trabalhar com coisas como entregar
jornal, para ajudar a custeá-las. Vou
de ônibus para as aulas de violino...
"Um ponto alto (em minha vida) foi
Interlochen, localizado num lago em
Michigan, um dos melhores
acampamentos de música do mundo
para (jovens). Enviei minha proposta
para as oito semanas de treinamento
musical intensivo e não consegui
acreditar que fora aceita.
O único problema era dinheiro.
Custava milhares de dólares, e não
havia jeito de eu poder... juntar
aquela grande quantia dentro do
prazo. Então, orei muito e, cerca de
76
uma semana antes de ter que enviar
o dinheiro, fui chamada ao escritório
de um homem que tinha uma
doação para alguém deficiente que
estivesse envolvido com as artes.
Aquilo, para mim, foi um milagre...
Sou muito grata por isso." (New Era,
agosto de 1992, pp. 30-31.)
Quando recebeu a doação,
Melissa virou-separa a mãe, que não
desejava ver a filha desapontada, e
tentara reprimir seu entusiasmo e
esperança, e disse: "Mãe, eu lhe disse
que o Pai Celestial ouve as orações.
Olhe só como ele me respondeu.
Aquele que nota quando cai um
pardal, realizou o sonho de uma
criança e respondeu à sua oração.
A vós, que tendes suportado
silenciosamente a doença, a vós que
haveis cuidado dos deficientes
físicos ou mentais, que tendes
carregado um fardo pesado dia após
dia, ano após ano, e a vós, mães
nobres e pais dedicados,
cumprimento-vos e oro para que as
bênçãos de Deus estejam sempre
convosco. As crianças,
particularmente aquelas que não
podem correr, brincar, ou divertir-
se, ficam as tranqüilizadoras
palavras: "Ó crianças, Deus vos ama.
Seu amor vos guardará" (Hinos, n°
192.)
Chegará, com certeza, o dia do
cumprimento da grande promessa
do Livro de Mórmon:
"A alma será restaurada ao
corpo e o corpo à alma; sim, e todos
os membros e juntas serão
devolvidos aos respectivos corpos;
sim, nem mesmo um fio de cabelo da
cabeça será perdido, mas tudo será
devolvido à sua própria e perfeita
forma...
E então os justos resplandecerão
no reino de Deus." (Alma 40:23,25.)
Dos Salmos ecoa a certeza: "O
meu socorro vem do Senhor, que fez
o céu e a terra...
Aquele que te guarda não
tosquenejará. Eis que não
tosquenejará nem dormirá o guarda
de Israel". (Salmos 121:2-4.)
Por anos afora, os santos dos
últimos dias têm sido confortados
por um hino que é um dos favoritos
dos jovens:
Se da vida as vagas procelosas são,
Se com desalento julgas tudo vão,
Conta as muitas bênçãos, dize-as de uma
vez
E verás, surpreso, quanto Deus já fez.
Tens acaso mágoas, triste é teu lidar?
É a cruz pesada que tens de levar?
Conta as muitas bênçãos, não duvidarás,
E num canto alegre os dias passará s.
Quando defrontares os conflitos teus,
Não te desanimes, mas espera em Deus;
Seu divino auxílio minorando o mal,
Te dará consolo, sempre até o final.
(Hinos, n° 57).
A qualquer um que, com agonia
no coração e tristeza na alma, tenha
perguntado: "Pai Celestial, estás
realmente aí?... Tu ouves e
respondes a todas... as orações?"
(Children's Song-book, n° 12). Presto-
vos testemunho de que ele está. Ele
realmente ouve e atende a todas as
orações. Seu Filho, o Cristo, rompeu
as correntes das prisões terrenas. As
bênçãos do céu esperam por vós. Em
nome de Jesus Cristo, amém.
SESSÃO VESPERTINA DE DOMINGO
4 de outubro de 1992
"É B om Ser Instruído ..."
Élder Boyd K. Packer
do Quorum dos Doze Apóstolos
"Nossa educação prossegue enquanto vivemos. Se é
que há um término para o aprendizado do mundo,
certamente não há fim para o aprendizado
espiritual."
ou grato pelo poder do coral,
S pelo poder da música para criar
um espírito de reverência e
adoração.
Aconselham-nos a "buscar
diligentemente e ensinar uns aos
outros palavras de sabedoria; sim,
nos melhores livros procurar
palavras de sabedoria; procurar
conhecimento, mesmo pelo estudo e
também pela fé". (D&C 88:118.)
As palavras estudo e f é
representam, cada uma, um tipo de
educação. Em primeiro lugar
recebemos o mandamento de
"ensinar a doutrina do reino uns aos
outros.
Ensinai diligentemente e a
minha graça vos atenderá, para que
sejais instruídos mais perfeitamente
em teoria, em princípio, em
doutrina, na lei do evangelho, e em
todas as coisas que pertencem ao
reino de Deus". (D&C 88:77-78.)
Devemos, também, "obter um
conhecimento de história, de países e
de reinos, das leis de Deus e dos
homens, e tudo isto para a salvação
de Sião". (D&C 93:53; vide também
88:79.)
A Igreja deve concentrar-se na
educação moral e espiritual;
podemos incentivar a educação
secular, mas não necessariamente
ministrá-la.
O Espírito de Coligação____________
Muito se fala nas escrituras a
respeito da coligação dos santos. No
início, o chamado se estendia aos
conversos de todo mundo, para que
se reunissem em Sião. E eles vieram,
primeiro como um fio de água, e
depois como uma torrente. A Sião
para a qual vieram enfrentava
terrível perseguição e foi
grandemente fortalecida por eles.
Por não existirem escolas
públicas, a Igreja estabeleceu escolas.
Mesmo em nossa geração, têm sido
abertas escolas em locais onde não
existia nenhuma.
Algo do espírito de coligação
tocou nossas escolas. Lembro-me de,
na época em que era supervisor do
seminário, ter participado de
conferências de estaca com as
Autoridades Gerais, a fim de
recrutar alunos para as escolas da
Igreja.
Em uma conferência de área
realizada na Cidade do México, em
1972, Bruce R. McConckie disse:
"[As] palavras reveladas falam
d a.. .existência de congregações
d o.. .povo do convênio do Senhor em
todas as nações, falando todas as línguas
e entre todos os povos, quando o
Senhor retom ar...
O local de coligação para os
santos mexicanos é o México; o local
de coligação para os santos
guatemaltecos é a Guatemala; o local
de coligação para os santos
brasileiros é o Brasil; e assim é por
toda a extensão e amplitude da
terra...Toda nação é o local de
coligação de seu próprio povo".
(Conferência de Area do México e
América Central, 26 de agosto de
1972, p. 45.
No mês de abril seguinte, o
Presidente Harold B. Lee citou essas
palavras na conferência geral e
anunciou, na prática, que a fase
pioneira de coligação estava
encerrada. A coligação, a partir dessa
época, deveria ser feita na Igreja, em
todas as nações. (Vide Conference
Report, abril de 1973, p.7.)
Com a criação de escolas
públicas, a maior parte das escolas
da Igreja foram fechadas.
Imediatamente se organizaram
seminários e institutos de religião em
várias nações.
Poucas escolas daquele período
pioneiro restaram, entre elas, a
Universidade Brigham Young e
Faculdade Ricks.
Atualmente, a BYU está com um
número excessivo de alunos. Atende
a uma porcentagem cada vez menor
de nossos jovens em idade de
faculdade, a um custo sempre
crescente por aluno. Todos os anos,
um número maior de alunos
qualificados são recusados,
simplesmente por falta de vagas.
Líderes e membros pleiteiam a
duplicação dessas escolas em outras
partes. Não podemos, contudo, nem
devemos tentar dar a educação
secular a todos os membros da Igreja
de todo o mundo. Nossos jovens não
têm escolha, senão estudar em outras
escolas.
Os que não podem freqüentar
escolas da Igreja têm sido
aconselhados pela Primeira
Presidência a se reunirem onde haja
um instituto de religião. O programa
do instituto será intensificado para
vosso benefício.
Alguns de vós viveis em países
onde a educação é relativamente
fácil de se obter. Outros precisam
A L iahon a /J a n eir o 1993 77
 esforçar-se até para aprender a ler e
escrever, porque as escolas, ou os
meios necessários para freqüentá-las
estão fora de seu alcance.
Alguns necessitam de educação
especial, devido a deficiências de
aprendizado ou restrições auditivas,
visuais ou de movimento.
Para muitos é uma questão de
dinheiro. A situação econômica da
família e do país faz a educação
parecer um sonho impossível.
Deus Não Faz Acepção de Pessoas
Vós que tendes disponibilidade
de escolas deveis lembrar-vos disto:
"Deus não faz acepção de pessoas:
Mas que lhe é agradável aquele
q u e, em qualquer nação, o teme e
obra o que é justo". (Atos 10:34-35;
vide também Morôni 8:12; D&C 1:35;
38:16.)
Nem o Senhor nem a Igreja
admitem favoritismo com relação
àqueles que se graduaram e àqueles
que têm apenas formação prática e
pouca, ou nenhuma, formação
acadêmica.
A menos que tenhais a visão
sempre crescente de milhões de
membros por todo o mundo,
podereis não entender por que as
Autoridades Gerais tomam certas
decisões no tocante a escolas da
Igreja.
O Fim de uma Tradição
Numa reunião da família,
durante o último verão, Irmã Packer
e eu comunicamos o fim de uma
tradição de família. Nossos dez
filhos e alguns de nossos netos
freqüentaram a BYU. Não será
possível que todos os nossos netos
sigam essa tradição.
Aconselhamo-los a seguirem o
conselho das Autoridades Gerais. Se
não conseguirem estudar em uma
escola da Igreja, e isto será cada vez
mais comum, devem reunir-se com
outros membros da Igreja em uma
escola que tenha um instituto de
religião. Então, enquanto estudam
temas seculares, poderão aprender
os "convênios e regras da igreja",
conforme as escrituras nos
aconselham.
Eles não serão julgados pelo tipo
e quantidade de cursos que fizeram,
mas pelo conhecimento das coisas de
valor eterno.
78
Dissemos a nossa família que
ficaríamos tão orgulhosos deles se
fizessem um curso técnico, quanto se
estudassem numa faculdade.
Ficaremos igualmente satisfeitos
com eles, se escolherem escolas
técnicas e ganharem a vida
trabalhando com as mãos.
Afinal, nossa educação
prossegue enquanto vivemos. Se é
que há um término para o
aprendizado do mundo, certamente
não há um fim para o aprendizado
espiritual.
A obra do Senhor prossegue
baseada na força das pessoas que
labutam no dia-a-dia de trabalho do
mundo: aprendiz, artesão,
assalariado, operário, funcionário de
escritório, garçonete e, em uma
categoria à parte - dona-de-casa.
Uma Advertência
Não podemos ignorar estas
advertências do Livro de Mórmon:
"E começou o povo a dividir-se em
classes, segundo suas riquezas e
oportunidades de instrução; sim porque
muitos eram ignorantes, por causa
de sua pobreza, ao passo que outros
recebiam muita instrução, por causa
de sua opulência.
E alguns se exaltavam em seu
orgulho, ao passo que outros se
achavam abatidos em sua
humildade;...
E assim uma grande
desigualdade se operou...de modo
que a Igreja começou a decair". (3
Néfi 6:12-14.)
Néfi advertiu-nos a respeito dos
que "quando são instruídos pensam
que são sábios e não ouvem os
conselhos de Deus, pondo-os de
lado, supondo que sabem por si
mesmos; portanto sua sabedoria é
insensatez e não lhes traz proveito.E
eles perecerão". Ele acrescentou:
"Mas é bom ser instruído quando se
ouvem os conselhos de Deus". (2
Néfi 9:28-29, grifo nosso.)
Uma Segunda Taxa________________
Para os que têm o privilégio de
freqüentar uma escola da Igreja, há
uma taxa que não é paga em
dinheiro e que devemos exigir de
vós - uma taxa de conduta e
desempenho. Os alunos que se
matriculam em escolas da Igreja são
entrevistados pelo bispo e, a partir
deste ano, pelo presidente da estaca.
Eles precisam assumir o
compromisso de ter um padrão de
conduta consistente com o de
membros fiéis da Igreja.
Ocasionalmente, o bispo
entrevista pessoas que se qualificam
academicamente, mas que não
mantêm o padrão da Igreja. Talvez o
bispo pense: "O ambiente de uma
escola da Igreja mudará este aqui".
O bispo não deve fazer isso. Não é
justo para com os que são
completamente fié is, mas que são
recusados por falta de vagas.
E se, embora matriculado, um
aluno for pego transgredindo, ou
violando os padrões que se
comprometeu a seguir na época da
matrícula, por mais difícil que seja
para o bispo, para o aluno, ou para
os pais, a sua saída da escola da
Igreja deve ser considerada.
Corpo Docente Dedicado__________
Nossos professores e
funcionários são um
milagre-homens e mulheres que
possuem a mais elevada formação
acadêmica, sendo que muitos deles
se têm destacado por importantes
realizações. Eles são, ao mesmo
tempo, homens e mulheres de
humildade e fé.
Somos gratos por professores
que desafiam os alunos a atingirem
altos níveis de escolaridade, mas que
jamais pensariam em minar-lhes o
testemunho ou agir de modo a
solapar o progresso da Igreja e do
reino de Deus.
Devido a estes ótimos
professores, nossas escolas podem
ser insuperáveis quanto aos padrões
de ensino oficiais, e, ainda, únicas
em sua missão, muito contribuindo
para a Igreja, embora um número
crescente de alunos qualificados não
consigam matricular-se.
Como os salários do corpo
docente e dos funcionários são pagos
com o dízimo da Igreja, há também
um padrão para eles. Uma
universidade da Igreja não existe
para dar emprego ao corpo docente,
e pesquisas individuais não são uma
razão predominante para o
financiamento de uma universidade.
O Monte Everest da educação,
mencionado pelo Presidente
Kimball, não será alcançado apenas
por meio da capacidade do corpo
docente.(Vide Church News, 22 de
novembro del980, p. 4.) Será n o .^ n a fL ^ < }a k .th e T .a w s ,ô fv tb e 1
atingido pelo desempenho dos 'íhat keep.eíh' % la w s > f'6 o d
alunos.
"'■.no nèddJo& íeütó
O Propósito______________________
We b.oiieve .kit
Nosso propósito é produzir
alunos que tenham a rara e preciosa
combinação de uma educação
soberba, complementada pela fé no
Senhor, por um conhecimento das
doutrinas que ele revela, e um
testemunho de que elas são
verdadeiras.
Para aqueles poucos cujo
enfoque principal é secular e que se
sentem tolhidos como alunos ou
como professores, em tal ambiente,
há, apenas nos Estados Unidos e
Canadá, mais de 3.500 faculdades e
universidades onde poderão
encontrar o tipo de liberdade que
apreciam. E nós estamos
determinados a honrar a confiança
dos dizimistas da Igreja.
Alunos de outras escolas logo
aprendem que alguns professores
deliberadamente minam a fé e
desafiam a moral e os valores
espirituais que eles possuem. secundária. Agora sustenta a família por todo o mundo, com certeza
Deveis, contudo, ser livres, e incentiva os filhos na busca da sabem o que está ocorrendo e, em
mesmo em vossas próprias escolas, verdade. razão de seu discernimento
para reverter o desafio e defender o profético, podem interpretar os
direito de crer em Deus, guardar os Seguir os Líderes__________________ sinais dos tempos.
convênios feitos no batismo e que Não sejais enganados por eles, -
são renovados no sacramento. Uma vez que toquei no assunto por esses enganadores. Se deve
da coligação dos santos, devo ler um haver qualquer coligação, ela será
Um Sonho que Vale a Pena Perseguir versículo de Doutrina e Convênios: anunciada por aqueles que foram
"Outra vez eu vos digo que a apropriadamente ordenados e têm
Incentivamos os jovens de ninguém será permitido sair a pregar autoridade na Igreja.
todos os países a procurarem o meu evangelho ou edificar a minha Afastai-vos de quaisquer outros.
estudar. Ainda que às vezes pareça igreja, a não ser que tenha sido Segui os líderes que foram
não haver esperança, com ordenado por alguém com devidamente ordenados e
determinação e fé no Senhor sereis autoridade; e que a igreja saiba que publicamente apoiados, e não vos
bem sucedidos. E um sonho que tem autoridade e que foi desviareis.
vale a pena perseguir. apropriadamente ordenado pelos O Senhor disse:
Certa ocasião, passei alguns líderes da igreja". (D&C 42:11.) "A glória de Deus é inteligência,
minutos com um jovem que decidira Há alguns que não foram ou em outras palavras, luz e
abandonar a escola e entrar para o apropriadamente ordenados pelos verdade.
exército. Naquele momento tentava cabeças da Igreja, que falam de um Luz e verdade renunciam ao ser
decidir o que fazer da vida. iminente caos econômico e político, o perverso:
Incentivei-o a concluir o curso fim do mundo. Eles estão orientando Mas vos mandei que criásseis os
secundário. erradamente os membros, para que vossos filhos em luz e verdade".
Não lhe dei dinheiro; não havia se reúnam em colônias ou se unam a (D&C 93:36-40.)
escolas da Igreja para ele, nem cultos. Esses enganadores dizem que Deus permita que, como Igreja,
mesmo uma bolsa de estudos. Em as Autoridades Gerais não sabem o famílias e pessoas, possamos criar
poucos minutos ensinei-lhe que ocorre no mundo, ou que as nossos filhos, nossos jovens, em luz e
simplesmente a respeito da Autoridades Gerais aprovam seus verdade, e que eles recebam o
autoconfiança, que é parte ensinamentos, mas não querem falar testemunho daquele de quem
importante da vida. Apesar de estar a esse respeito no púlpito. Isso é testificamos—nosso Redentor e
acima da idade normal, ele voltou a mentira. As Autoridades Gerais, em Salvador, Jesus Cristo - para isso oro
estudar e concluiu a escola razão de viajarem constantemente em nome de Jesus Cristo, amém.

A L iah o n a /J a n eir o 1993 79

 a árvore e o cachorro; ela ilustra

Ê xito n a O bediência aos minha preocupação:

Ao atravessarem o campus de
uma universidade do Leste, dois
homens foram atraídos por um

P rincípios do E vangelho grupo de pessoas ao redor de uma

Élder David B. Haight
Quorum dos Doze Apóstolos
"Não deve haver dúvidas a respeito de nossos
padrões, nossas crenças - a respeito de quem somos!"
Pessoas de muitas partes e
nações do mundo, interessadas e
atentas, bem como os santos dos
últimos dias, estão preocupadas com
a crescente influência e pressões de
um movimento cultural perturbador,
que está depreciando os valores e
padrões sociais e religiosos de
moralidade. Cada geração que passa
enfraquece ou deprecia ideais e
valores anteriormente centralizados
em Cristo.
Michael Hirsley, que escreve
para o jornal Chicago Tribune, disse
que adivinhar o futuro religioso da
América é um assunto arriscado -
que "o preconceito mais amplamente
aceito no país é o preconceito
anticristão". (The Billings Gazette, 16
maio 1992.)
Os sinais dos tempos são
grande árvore. Ao se aproximarem,
notaram que as pessoas se divertiam
com as acrobacias de um esquilo de
rabo peludo, que corria em volta da
árvore, subia nela e descia correndo
novamente. Lim cão setter irlandês
estava ali perto, observando
atentamente o esquilo. Cada vez que
o esquilo desaparecia, correndo
árvore acima, o cão rastejava
vagarosamente em direção à árvore.
O esquilo prestava pouca atenção à
proximidade do cão, que
pacientemente esperava o momento
propício. As pessoas que
observavam a cena sabiam o que
poderia acontecer, mas não fizeram
nada, até que, num átimo, o cão,
apanhando o esquilo desprevenido,
abocanhou-o nas garras de seus
dentes afiados.
As pessoas então correram
horrorizadas, tentando à força abrir
a boca do cão para salvar o esquilo.
Era tarde demais. O esquilo estava
morto. Qualquer um ali poderia ter
avisado o esquilo ou segurado o cão,
mas divertiam-se momentaneamente
e observavam, em silêncio, o mal
avançar sorrateiramente sobre o
bem. Quando correram em sua
defesa, era tarde demais.
Diariamente, observamos ao
nosso redor o que foi retratado nesta
parábola. Sentamo-nos ociosamente,

R
econhecerei eternamente e
com gratidão as bênçãos que o
Senhor me concede e, nesta
ocasião, tomo a fazê-lo.
Fomos orientados a nos
reunirmos "para adorar o Rei, o
Senhor dos Éxercítos" (vide Zacarias
14:16) e para sermos elevados na fé e
no desejo de retidão. Assim,
prestamos testemunho do Mestre,
uns aos outros, e recebemos
conselhos daqueles que foram
designados para administrar os
assuntos do seu reino aqui na Terra.
As conferências desta igreja são
muito mais que uma convenção
onde se apresentam pontos de vista
ou se adotam normas por votação.
São assembléias onde a mente e a
vontade do Senhor se manifestam
por intermédio de seus servos. A
Igreja não é uma democracia - é um
reino.
ameaçadores. Aonde nos levarão? Eu,
particularmente, estou preocupado.
Períodos anteriores de declínio
moral provocaram a atenção divina.
Em tempos passados, assim como no
presente, os profetas do Senhor
emitiram uma voz de advertência. O
Senhor disse a Ezequiel: "Eu te dei
por atalaia sobre a casa de Israel; e tu
da minha boca ouvirás a palavra, e
os avisarás da minha parte".
(Ezequiel 3:17.)
Pelo que estamos
testemunhando no mundo atual,
sinto-me inspirado a elevar uma voz
de advertência, para que a
humanidade se prepare - pelo
arrependimento - para o grande dia
do Senhor (vide D&C 1:11-12).
Sou grato ao Élder Dallin Oaks
pelo relato de uma parábola
moderna, à qual me refiro como a
parábola do esquilo de rabo peludo,
observando um fio insidioso de
blasfêmia, vulgaridade,
comportamento degradante,
escárnio de ideais e princípios justos
invadir nossa casa e nossa vida por
meio dos vários tipos de mídia,
ensinando a nossos filhos valores
negativos e corrupção moral. Aí,
ficamos furiosos quando nossos
filhos agem de maneira diferente
daquela que gostaríamos, e o
comportamento social continua a
deteriorar-se.
Lê-se em uma manchete de
jornal: "As Linhas de Combate Estão
Claramente Definidas na
Guerra...Cultural da América". O
artigo então pergunta: "Quem
determina as 'normas pelas quais
vivemos...e nos governamos'? Quais
as crenças que formarão as bases da
lei?..."

80
 "Nosso (desafio cultural)... está
diretamente ligado a 'quem nós
somos' e 'em que acreditamos'."
(Patrick J. Buchanan, Salt Lake
Tribune, 13 setembro 1992, A15.)
Cal Thomas do jornal Los
Angeles Times, escreveu que algumas
pessoas consideram "o estado, no
que se refere aos assuntos do
mundo, igual ou superior a Deus. O
Deus deles não se envolve e derrama
bênçãos quando as desejamos. Seus
mandamentos, porém, são ignorados
quando ele nos pede que façamos
algo que não desejamos.
A verdade é que nossas leis
tiveram origem em um padrão de
retidão que devia promover o bem
comum, ou seja, 'o bem-estar geral'...
Esse padrão foi abandonado à
medida que a ignorância bíblica
floresceu, graças, em parte, à
antipatia do Estado em relação a
verdades eternas e imutáveis.
William Penn nos preveniu: 'Se
não formos governados por Deus,
seremos governados por tiranos'. A termos tinham significado diferente Joseph Smith pertenceu, portanto, a
visão de uma pessoa sobre Deus e do de hoje... A questão, agora, é se um grupo de elite que havia sido
seus requisitos para nossa vida nos transformaremos em nosso testado, que era confiável e leal. Ele
pessoal determina sua visão sobre o próprio deus." (Cal Thomas, Salt foi um dos "nobres e grandes"
papel do Estado na vida pública.... Lake Tribune, 18 setembro. 1992, A18; descritos por Abraão (Abraão 3:22), e
Benjamim Franklin... observou grifo no original.) que se tomou um dos servos
que, se um pardal não pode cair ao Não é de admirar que Isaías, ao escolhidos, enquanto na terra.
chão sem o conhecimento de Deus, falar por inspiração, declarasse: Dezenas de milhares de pessoas,
'poderá um império surgir sem a sua "Nem são seus caminhos os meus fervorosas e corajosas, ouviram e
ajuda?' caminhos, diz o Senhor". (Isaías 55:8.) acreditaram na gloriosa mensagem -
O falecido teólogo e filósofo Imutáveis, os ideais e princípios de uma nova esperança de uma vida
Francis Schaeffer escreveu que 'Deus centralizados em Deus, adotados melhor. Esperavam encontrar
delegou autoridade ao Estado; pelos fundadores de nossa nação não riquezas no final do arco-iris recém-
portanto, ele não é autônomo. O somente formam a base da descoberto? Uma vida fácil e de
Estado deve ser um agente da liberdade, mas são os cravos que a conforto? Pelo contrário! Haveriam
justiça, restringir o mal punindo os mantêm segura. de encontrar problemas, frio, dores e
malfeitores, e proteger as pessoas de Há uma vasta diferença entre fome - com insultos e males físicos,
bem na sociedade. Quando é feito o princípios, que são imutáveis, e incluindo trágica perda de vidas. Foi
inverso, o Estado não possui preferências, que dependem de a certeza que tinham e sentiam, de
autoridade real. É uma autoridade escolha. que estavam sendo guiados
usurpada e, como tal, não tem lei e é Não deve haver dúvidas a divinamente, que fez com que sua fé
tirania'..." respeito de nossos padrões, nossas se expandisse e pudessem suportar
"E a guerra cultural é isto! Um crenças - a respeito de quem somos! tantos sofrimentos e provações.
conflito entre aqueles que Testemunhas oculares atestam a Homens e mulheres de força
reconhecem a existência de um Deus fé e a coragem dos conversos que física e espiritual desbravaram o
que falou a respeito da ordem do deixaram seus lares na América, deserto e estabeleceram o que Isaías
universo, do propósito do Estado e Escócia, Suécia - bem como suas viu e sobre o que escreveu setecentos
do plano de vida individual, e famílias e bens materiais - para se anos antes do nascimento de Cristo:
aqueles que pensam que essas unirem a Brigham Young e aos "E acontecerá nos últimos dias que
instruções não são claras, ou estão milhares de pioneiros, a fim de se firmará o monte da casa do
abertas a interpretação, ou, ainda, estabelecerem no oeste a "Sião" Senhor no cume dos montes e se
que Deus é irrelevante no debate ou sobre a qual Joseph Smith falara. exalçará por cima dos outeiros: e
não existe, e que estamos por conta Joseph Smith - o Profeta, o professor concorrerão a ele todas as nações.
própria... e amigo - vira Deus! Ele viu o Cristo E virão muitos povos, e dirão:
(Há trinta anos), os estudantes vivo! Poucos homens tiveram tal Vinde, subamos ao monte do
ainda podiam orar e ler a Bíblia nas visão: Pedro, Tiago e João, Moisés, Senhor, à casa do Deus de Jacó, para
escolas, o aborto era ilegal e certos Abraão e Adão - somente alguns! que nos ensine o que concerne aos

A L iah o n a /] a n eir o 1993 81


seus caminhos, e andemos nas suas
veredas; porque de Sião sairá a lei, e
de Jerusalém a palavra do Senhor".
(Isaías 2:2-3).
Qual era o seu propósito? Qual
era o seu motivo? Não era o ouro
existente na Califórnia, mas a
possibilidade de adorar o Deus
Todo-Poderoso de acordo com os
ditames de sua consciência. Esse era
o seu motivo - organizar a igreja do
Senhor e ensinar os princípios
eternos revelados ao seu Profeta,
Joseph Smith. Arriscaram tudo o que
tinham e estavam dispostos a
suportar qualquer provação. O
registro de sua jornada e dos seus
primeiros dias neste vale é um ponto
alto da história da civilização.
Pouco havia de convidativo
nessa façanha, além da fé. Na
verdade, haviam sido avisados de
que nada cresceria - agora, florescem
fazendas, cidades e vilarejos. Eram
edificadores - não destruidores.
Tinham um sonho majestoso de
coisas grandiosas e ideais elevados:
de casas e jardins, templos e igrejas,
escolas e universidades. Seria
necessário trabalhar - trabalhar
muito - e dos melhores esforços de
cada um, para que isso se realizasse.
Eles se tomaram colonizadores
experientes e benfeitores de nossa
nação e da humanidade. Muitos de
nós somos o produto daquela
colonização inspirada de anos atrás -
82
de seus ensinamentos e bênçãos
provenientes de trabalho árduo
unido ao desejo de uma vida melhor,
e à certeza de que isso seria
alcançado.
A profundidade da fé no Deus
vivo, encontrada naqueles pioneiros,
sua lealdade e obediência, aliadas a
uma base sólida de retidão, inspira-
nos hoje. Acreditavam haver
iniciado a caminhada em direção à
perfeição - um processo que
requereria toda uma vida de
trabalho. O Presidente Kimball
declarou: "(Mas) a cada pessoa é
dada uma fórmula - obediência por
meio de sofrimento, e perfeição por
meio de obediência". (The Teachings
o fSpencer W.Kmball, ed. Edward L.
Kimball, Salt Lake City: Bookcraft,
1982, p. 168.)
Sua trilha era reta, limpa, sem
desvios: deviam viver os
mandamentos de Deus e perseverar
até o fim. Hoje, sabemos como
devemos viver. Sabemos o que é
certo e o que é errado.
Devemos ensinar e treinar
nossos filhos, para que andem nos
caminhos do Senhor. As crianças não
devem desenvolver caráter e valores
familiares por seus próprios
expedientes, nem para ouvir música,
assistir à televisão ou a filmes sem a
devida supervisão, como se isso fosse
um meio de obter conhecimento e de
aprender como viver.
O Senhor claramente ordenou
aos pais que ensinem os filhos a
fazerem o bem (vide Alma 39:12) -
que lhes ensinem "a doutrina do
arrependimento, da fé em Cristo, o
Filho do Deus vivo, e do batismo e
dom do Espírito Santo pela
imposição das mãos, ao alcançarem
oito anos de idade, (ou) sobre a
cabeça dos pais seja o pecado".
(D&C 68:25.)
"E eles também ensinarão as
suas crianças a orar e a andar em
retidão perante o Senhor." (D&C
68:28".)
"Não permitireis que vossos
filhos andem famintos ou desnudos,
nem que transgridam as leis de
Deus...
Mas ensiná-los-eis a andar pelos
caminhos da verdade e da
moderação; ensiná-los-eis a se
amarem mutuamente e a servirem
uns aos outros." (Mosiah 4:14-15.)
Um Deus que se preocupa
conosco escreveu na pedra - com o
próprio dedo - os Dez
Mandamentos. Eles representam a
lei básica do Todo-Poderoso e
formaram os elementos
fundamentais da lei civil e religiosa,
desde aquela época.
O Sermão da Montanha,
proferido pelo Senhor, detalha
princípios e instruções de origem
celeste.
Essas instruções divinas -
princípios ensinados tão eficazmente
e com mais detalhes no Livro de
Mórmon, na Bíblia e outras
escrituras - se obedecidas,
fortalecerão mães e pais, filhos e
filhas, os quais têm todos igual
obrigação de estudar as escrituras e
ganhar força e entendimento de
coisas eternas.
A única maneira absoluta de
proteger a nós mesmos e a nossas
famílias do ataque dos ensinamentos
do mundo, é comprometer-se a viver
os mandamentos de Deus,
freqüentando as reuniões da Igreja,
onde podemos aprender e fortalecer
o testemunho, tomando o
sacramento para renovar convênios,
a fim de preparar-nos para entrar
dignamente no templo, onde
poderemos encontrar um refúgio do
mundo, e um lugar de renovação da
capacidade de enfrentar com êxito os
males do mundo. Isto vos declaro,
deixando-vos meu testemunho, em
nome de Jesus Cristo. Amém.

"P or meio de C onvite "
(A lma 5:62)
Betty Jo N. Jepsen
Primeira Conselheira na Presidência Geral da Primária
"Como membros da igreja verdadeira (do Senhor),
talvez não tenhamos tanta necessidade de aprender
coisas novas como temos de ser lembrados daquilo
que já sabemos."
erta amiga minha estava
C chamando os filhos, para que
não se atrasassem para as
reuniões dominicais da Igreja. "Por
favor, venha logo, Matthew", disse.
"Estou indo, estou indo", soou uma
vozinha, vinda de outra parte da
casa. A mãe respondeu: "É, o Natal
também vem vindo!". Naquele
instante, Matthew, de três anos de
idade, apareceu na porta ao lado e
disse: "Que bom, eu adoro o Natal."
Estou aqui hoje para dizer-vos que
também adoro o Natal. Uma das
razões de ser tão maravilhoso
pertencermos a A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias é
podermos fazer do dia-a-dia uma
eterna época de Natal.
Quando leio o relato do
nascimento do Salvador, sinto o
desejo de ter uma experiência igual à
dos Reis Magos - sei guiada por
uma estrela; ou passar pelo que os
pastores passaram - ser convidada
por um coro de anjos para ir a
Belém. Gostaria de me ajoelhar ao
lado da manjedoura, sentir o aroma
da palha limpa, ver aquele recém-
nascido junto à mãe mortal e
testemunhar esse milagre por mim
mesma. Creio que em cada um de
nós, mortais, existe um desejo
natural de se aproximar de Cristo.
Por sermos todos filhos de Deus,
temos, talvez, uma necessidade
humana básica: a de assumirmos um
compromisso com a parte espiritual
de nosso ser. Cada um de nós tenta
saciar essa necessidade da maneira
que sabe.
Como membros da igreja
verdadeira, talvez não tenhamos
tanta necessidade de aprender coisas
novas como temos de ser lembrados
daquilo que já sabemos. E isso o que
acontece quando ponderamos o
nascimento do Salvador. Creio que
dessa forma nossa mente mortal se
recorda de coisas que nosso espírito
já sabe.
Nestes últimos dias, fui
convidada a testemunhar maravilhas
por mim mesma. O convite de A
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias que diz: "Vinde a
Cristo" e "Voltai", estende-se a todos
os filhos de Deus. Esse convite está
em vigor desde que Jesus disse aos
discípulos: "Vinde após mim". (Vide
Mateus 4:19.) Através das
dispensações, os profetas têm feito o
mesmo convite a todos os que
desejam ouvir.
O profeta Alma, o filho,
lembrou-aos membros da Igreja em
Zarahemla esta importante
mensagem. Disse: "Eis que ele envia
um convite a todos os homens, pois
que seus braços de misericórdia
estão estendidos para eles, e diz:
Arrependei-vos e eu vos receberei...
Sim, vinde a mim e apresentai
obras de retidão." (Alma 5:33,35.)
Como membro da Igreja, ouço o
convite e fico pensando: De que
maneira posso chegar lá, partindo de
onde estou? Sei que o convite do
Senhor é para todos, por isso, minha
resposta pessoal e sincera é a mesma
de meu amigo Matthew - "Estou
indo". E qual é o meu dever? Alma
despertou no povo de Zarahemla a
lembrança de seus deveres,
terminando com esta frase
importante: "Vinde a mim e
apresentai obras de retidão". (Alma
5:35; vide também 4:3.) Usando o
conselho de Alma como guia,
vejamos juntos de que maneira
podemos atender ao convite de
Cristo.
Podemos Examinar a Palavra de Deus
Ao estudarmos e ponderarmos
as escrituras e as palavras dos
profetas modernos, podemos
oanquetear-nos com as palavras de
Cristo, e elas nos ensinarão todas as
coisas que devemos fazer. (Vide 2
Néfi 32:3.) Depois disso, devemos
cultivar a palavra até que crie raiz.
(Vide Alma 32:41-43.) Após darmos
ouvidos á palavra e apegarmo-nos
a ela, temos à promessa de que nem
as tentações nem os ardentes
dardos do adversário nos
dominarão. (Vide 1 Néfi 15:24.)
Seremos capazes de reconhecer a
verdade quando a ouvirmos, da
mesma forjna que os pastores e os
Reis Magos fizeram quando
souberam do nascimento do
Salvador. As escrituras são a
palavra de Deus e uma luz para nós
e para o mundo; podemos seguir
essa luz como se fosse nossa
estrela-guia.
Podemos Orar
Podemos recorrer ao Pai Celestial
em nome do Salvador. A oração nos
A L iahon a /J a n eir o 1993 83

dá a oportunidade de demonstrar
gratidão. Quando fazemos um
inventário de nossas bênçãos,
enchemo-nos de esperança. "Rogai ao
Pai com toda a energia de vossos
corações, para que possais ser cheios
com esse amor". (Morôni 7:48.)
Podemos pedir o que
precisamos a cada hora, a cada
minuto. É possível termos esta
conversa pessoal com o Pai Celestial,
por meio de Jesus Cristo,
ajoelhando-nos em oração com a
mesma certeza que teríamos, se
pudéssemos ajoelhar-nos ao lado da
manjedoura e ali ver o Salvador.
Podemos Participar das Ordenanças
de Salvação_______________________
Ao participarm os do
sacram ento, recordam o-nos dos
convênios feitos no batism o. A
oração sacram ental nos ajuda a
lem brarm os do Salvador e de sua
bondade. Podemos viver
dignam ente, a fim de
participarm os das ordenanças do
templo. Essas ordenanças são o
ponto culm inante da conversão
dos homens e m ulheres m ortais e
atendem àquela necessidade já
mencionada de um com prom isso
terreno com o conhecim ento
celeste. Podem os considerar
nossas idas ao tem plo como uma
peregrinação pessoal a um local
sagrado, do mesmo modo que
aconteceu com os pastores, em sua
jornada àquela hum ilde
estrebaria.
84
Podemos Desenvolver Nossos
Talentos
Esses são os presentes que
trazemos. Os talentos que possuímos
vêm do Pai Celestial e, para honrá-
lo, podemos desenvolvê-los e
multiplicá-los para depois os
devolvermos a ele. Todos temos
algum talento que pode ser
exercitado, desenvolvido e doado.
Estais exercitando vossos talentos
com freqüência? Vosso talento talvez
seja a bondade, ou gratidão. O que
dizer de sermos alegres, altruístas, e
termos o desejo de ajudar? O que
dizer de habituarmos a dar aquele
sorriso cativante? Os Reis Magos
deram ouro, incenso e mirra. Nós
podemos dar nossos talentos.
Podemos Servir ao Próximo
Quando servimos ao próximo,
em qualquer que seja a forma,
estamos demonstrando o desejo de
atender ao convite do Senhor:
"Vinde a Mim". E se pararmos para
avaliar se realmente temos servido
ao próximo? Perguntemos a nós
mesmos: Farei aquela visita ao
amigo que não pode sair de casa?
Abrirei a boca para prestar
testemunho da verdade e defendê-
la? Serei capaz de dar bens materiais
a outrem? Dou atenção a meus
filhos? Sirvo com alegria em meu
chamado na Igreja?
As vezes me sinto
sobrecarregada com meu chamado,
mas tenho certeza de que o Senhor
me dará coragem e me ajudará a
fazer sua vontade. Provavelmente,
muitas de vós desejais sentir-vos
seguras, protegidas, viver
tranqüilamente dentro de limites que
conheceis e onde vos sentis à
vontade. Se, porém, não passarmos
por novas experiências e chamados
que nos apresentem desafios, não
conseguiremos crescer e não seremos
tão úteis para o estabelecimento do
reino do Senhor como precisamos
ser. Assim como os pastores
deixaram uma região familiar, na
noite escura, partindo para uma
experiência nova, é-nos pedido que
deixemos ambientes seguros e
conhecidos, a fim de servirmos ao
próximo e adquirirmos experiência.
Creio que todos podemos recriar
a cena familiar de Belém em nossa
vida. Podemos ter uma estrela para
seguir, como os Reis Magos.
"Lâmpada para os meus pés é a tua
palavra, e luz para o meu caminho".
(Salmos 119:105.) As escrituras
podem iluminar-nos o caminho e
nosso testemunho pode ser uma luz
interior. As vozes de anjos podem
ser a voz de nosso amado profeta e
de seus servos. Podemos ajoelhar-
nos ao pés do Salvador tão
literalmente quanto os pastores e os
Reis Magos, só que fazemos isso em
oração. As dádivas que ofertamos
são os nossos talentos. Podemos
clamar "Hosana", assim como
aquele coro de anjos, e divulgar as
boas-novas ao prestarmos
testemunho. Cada novo dia é uma
oportunidade de nos
comprometermos a agir como
sabemos. (Vide D&C 43:8.) Por meio
de obras de retidão, podemos
aproximar-nos do Senhor
diariamente, como se tivéssemos
trilhado, com sandálias nos pés, o
caminho pedregoso de Belém, tendo
nas mãos um cajado, ou presentes
para ofertar.
E minha oração que o Pai
Celestial nos ajude a sermos sábios -
suficientemente sábios para
aceitarmos seu convite, divulgarmos
sua palavra e seguirmos um
"caminho direto à eterna felicidade".
(Alma 37:44.) Que possamos
responder com alegria: "Estou indo".
Testifico, pois, que "quem apresenta
boas obras, ouve a voz do Bom
Pastor, e o segue". (Alma 5:41.) Digo
isto em nome do "pastor que vos há
chamado e vos chama ainda" (Alma
5:37), Jesus Cristo. Amém.

Fazer -se Sábio para
a Salvação
Élder John E. Fowler
Dos Setenta
"Convidamos todos a virem à fonte da luz e verdade,
sim, a palavra de Deus revelada por meio das
escrituras e dos profetas e apóstolos atuais."
o iniciar este ministério
A agradeço por terdes levantado
a mão em sinal de apoio a
minha designação e também sou
grato pelo amor e apoio constantes
de minha companheira eterna, meus
filhos, pais e familiares.
Quando este tabemáculo foi
dedicado, em 9 de outubro de 1875,
o Presidente John Taylor leu as
seguintes palavras de súplica e
dedicação, contidas na inspirada
oração de Brigham Young:
"Dedicamos e consagramos a
parte deste edifício em que nosso
Presidente e teus servos se
encontram agora, para que seja um
local santo e sagrado, onde possam
levantar-se para declarar a tua
palavra e instruir o teu povo em
nome de teu Filho para sempre...
Que teus anjos e espíritos
ministradores cerquem esta
habitação, para que quando os teus
servos se colocarem neste local
sagrado para instruir teu povo, as
visões da eternidade lhes sejam
abertas, e possam ser cheios da
inspiração do Espírito Santo e do
dom e poder de Deus; e que todos
aqueles que derem ouvidos às
alavras de teus servos possam
eber generosamente da fonte das
águas da vida, a fim de que se
instruam para a salvação."
(Millennial Star, 15 de novembro de
1875, p. 724.)
Desde o início da obra dos
últimos dias, aqueles que dirigem a
palavra aos santos somente o fazem
após muita reflexão, meditação,
jejum e oração. Certamente, todos os
oradores têm buscado "as visões da
eternidade" para que possam estar
"cheios da inspiração do Espírito
Santo e do dom e poder de Deus". A
esperança de cada um deles, assim
como a minha, hoje, é a de abençoar
a vida dos que darão ouvidos às
palavras que lhes permitirão "fazer-
se sábios para a salvação".
Será que os membros da Igreja
compreendem verdadeiramente a
importância das palavras proferidas
neste púlpito em sessões de
conferência geral e em outras
reuniões especiais realizadas no
Tabemáculo? Compreendem a
responsabilidade que têm de "ouvir
a voz do Senhor" por meio da voz de
seus servos? (D&C 1:14.) Pois
certamente, "seja pela voz do
Senhor, ou pela de seus servos, não
importa". (D&C 1:38.)
Nossos membros sabem que a
orientação e os conselhos inspirados
dos líderes da Igreja são a voz de
advertência de um Pai Celestial
amoroso que conhece as várias
calamidades que "haveriam de vir
sobre os habitantes da terra?" (D&C
1:17.) "A ira do Senhor está acesa, e a
sua espada está banhada nos céus, e
sobre os habitantes da terra cairá".
(D&C 1:13; grifo nosso.)
"Portanto, a voz do Senhor se
dirige aos confins da terra, para que
todos os que quiserem possam
ouvir." (D&C 1:11.)
Como muitos "não sabem onde
encontrá-la" (D&C 123:12), os povos
da terra estão carentes da palavra de
Deus, falada com clareza e
simplicidade por verdadeiros servos
do Senhor e vivida em espírito de
obediência por seus discípulos.
Indivíduos e famílias, cuja vida está
espiritualmente falida, são um
testemunho silencioso de como é vã
a tentativa de se viver no mundo de
hoje sem as revelações dadas pelo
Pai Celestial por meio de seus
profetas e apóstolos. Quanta
maldade, quanto sofrimento e
tristeza poderiam ser eliminados se
as pessoas dessem ouvidos às
palavras inspiradas, proferidas deste
púlpito, pelos líderes da Igreja.
Preocupamo-nos com o número
de pessoas que vivem hoje em
relativa escuridão espiritual,
enquanto as palavras dos profetas
estão à disposição de todos. E esses
pronunciamentos proféticos são uma
"lâmpada para os... pés,... e luz para
o... caminho" de todos os filhos do
Pai Celestial desejosos de ouvir e
depois viver de acordo com as
verdades reveladas. (Salmos
119:105.)
O Presidente Benson disse:
"Sucesso na retidão, poder para
evitar enganos e resistir à tentação,
orientação na vida diária, cura da
alma, são apenas algumas das
romessas do Senhor àqueles que
uscam sua palavra". (A Liahona,
julho de 1986, p. 84.)
Portanto, é com insistência que
convidamos todos a virem à fonte da
luz e verdade, sim, a palavra de
Deus revelada por meio das
escrituras e dos profetas e apóstolos
atuais e outros líderes gerais da
Igreja. Convidamos todos a darem
ouvidos às mensagens desta e de
outras conferências realizadas
recentemente.
A L iahon a /J a n eir o 1993 85

O conselho dado pelo Presidente
Benson há poucos anos demonstra
que isso deve ser algo constante:
"Nos próximos seis meses, o lugar do
número de A Liahona com os
discursos da conferência deve ser
junto às obras-padrão para consulta
freqüente. Conforme dizia meu caro
amigo e irmão, (Presidente) Harold B.
Lee, permitamos que esses discursos
de conferência 'sirvam de guia para
nossos passos e palavras nos
próximos seis meses. São assuntos
importantes que o Senhor houve por
bem revelar a este povo nestes dias".
(A Liahona, julho de 1988, p. 87.)
Escutai as palavras inspiradas
do Presidente Marion G. Romney,
extraídas de três discursos de
conferência:
"Em determinados momentos
desta conferência, fomos
presenteados com oratória
eloqüente. Fomos ensinados por
grandes mestres. Nesta conferência,
ouvimos verdades e recebemos
orientação suficientes para sermos
levados à presença de Deus, se as
praticarmos. Levaram-nos à
montanha espiritual e mostraram-
nos visões de grande glória, mas,
quantos de nós ouvimos aquela voz
dizendo que temos que fazer a nossa
parte?". (Conference Report, abril de
1954, pp. 132-33.)
"Numa conferência geral, somos
edificados espiritualmente ao
ouvirmos a liderança da Igreja,
inspirada pelo Senhor, na ocasião, a
nos orientar sobre princípios
específicos e como aplicá-los
diariamente... Ele sabe por que
inspirou os demais irmãos que vos
86
dirigiram a palavra nesta conferência
a dizerem o que vos disseram.
Temos o enorme privilégio de ouvir,
por meio desses homens, o que o
Senhor diria se estivesse aqui. Se não
concordarmos com o que dizem é
porque não estamos em harmonia
com o Espírito do Senhor."
(Conference Report, outubro de 1950,
pp. 126-27.)
"Em nossos dias, o Senhor
revela sua vontade a todos os
habitantes da terra e,
particularmente, aos membros da
Igreja, por meio dos profetas
vivos,sob a direção da Primeira
Presidência. O que eles dizem, como
presidência, é o que o Senhor diria se
estivesse aqui pessoalmente. Esta é a
rocha sobre a qual o mormonismo
está edificado. Portanto, repito, o que
eles dizem, como presidência, é o
que o Senhor diria se estivesse aqui;
e é escritura. Deve ser estudado,
compreendido e vivido, do mesmo
modo que as revelações contidas em
Doutrina e Convênios e outras
escrituras. Os que seguirem este
rumo não irão interpretá-los
erroneamente, achando que eles
estão tomando alguma posição
política ou que buscam interesses
pessoais; nem dirão que os irmãos
não conhecem as circunstâncias em
ue vivem aqueles a quem se
irigem; ou ainda que não podemos
dar ouvidos a seus conselhos por
não serem precedidos das palavras:
'Assim diz o Senhor'.
Aqueles...que por meio de
oração fervorosa e estudo diligente
se instruírem acerca das palavras dos
profetas vivos e agirem de acordo
com elas, serão visitados pelo
espírito do Senhor e saberão pelo
espírito de revelação que eles
transmitem o pensamento e a
vontade do Pai." (Conference Report,
abril de 1945, p. 90.)
E se contarmos o número de
publicações que contêm os
ensinamentos de nosso amado
profeta e Presidente Ezra Taft
Benson? Ele está em seu
qüinquagésimo ano de serviço como
testemunha especial do Senhor Jesus
Cristo. Assim como Moisés, suas
mãos se tomaram um tanto pesadas
depois de todo esse tempo, mas as
palavras que proferiu deste púlpito
durante todo o seu ministério
inspirado continuarão a abençoar a
vida dos membros fiéis.
Ao falar sob inspiração, há
muitos anos, o Presidente Wilford
Woodruff se referiu aos
pronunciamentos dos homens que
governam a Igreja, dizendo:
"Quando (os profetas) falam sob a
influência de (seu) poder profético,
acrescentam novas revelações
àquelas já existentes. Eles nos guiam
em meio à turbulência causada pelas
forças do adversário. Todos eles...
usam as revelações passadas e
presentes para atender às
necessidades do povo de sua época.
As palavras proferidas por esses
homens... devem ser lidas e seguidas
como mensagens inspiradas que nos
ajudem a obter alegria nesta vida e
na futura". (The Discourses of Wilford
Woodruff, Salt Lake City: Bookcraft,
1946, pp. Xi-Xii.)
Voltamos, portanto, a fazer um
apelo aos membros e outras pessoas
a que recorram às palavras de nosso
amado profeta. Devemos lê-las e
prestar atenção a elas. Que possamos
dar ouvidos a estas e outras
mensagens proferidas deste púlpito
pelos profetas vivos e líderes da
Igreja, a fim de fazer-nos "sábios
para a salvação".
Presto-vos testemunho de que o
Presidente Ezra Taft Benson, seus
conselheiros e os membros do
Conselho dos Doze são apóstolos e
profetas do Cordeiro de Deus; que
esta Igreja e sua obra de trazer almas
a Cristo está firmemente edificada
no alicerce da bondade, fé e unidade
de nossos apóstolos e profetas vivos.
Jesus Cristo vive e é a pedra angular
desta obra de salvação. Em nome de
Jesus Cristo, amém.

"L embrai- vos Também
das P romessas "
Élder Jay E. Jensen
Dos Setentas
"O Senhor nos prometeu bênçãos específicas ao
lermos e estudarmos as escrituras. Uma delas é a
exaltação. Surpreendentemente, a maior parte das
promessas pertence à mortalidade."
ou imensamente grato por
S minha esposa e filhos. Desfrutar
o amor, confiança e apoio que
me dão, é uma das maiores bênçãos
de minha vida. Expresso sincera
gratidão aos pais que amam e vivem
o evangelho, e também a meus
irmãos de quem tenho aprendido
tanto. Agradeço às Autoridades
Gerais por sua amável e gentil tutela.
Expresso gratidão a todos com quem
tenho trabalhado durante todos estes
anos e àqueles que me manifestam
seu amor e me apóiam neste
chamado. Prossigo com fé no Senhor
e em seus líderes, confiando nas
promessas do Senhor de q u e, a não
ser que tenhamos sido
preordenados, não recebemos
chamados como este.
Experimentai o Poder da Palavra
Amo as escrituras. Testifico que versículo 5, e encontrei a ajuda de
são a palavra de Deus. Apliquei um
versículo de Alma à minha vida: as
escrituras têm me levado a praticar o
que é justo; sim, produz mais efeito
sobre minha mente do que a espada
ou qualquer outra coisa que me
tenha acontecido - portanto
experimentei a virtude da palavra de
Deus. (Vide Alma 31:5.)
O Presidente Benson
aconselhou: "Mergulhai (nas
escrituras) diariamente, para que o
poder do Espírito vos ampare... (O
Poder da Palavra, A Liahona, julho de
1986, página 84.)
O Presidente Kimball afirmou: Refleti repetidas vezes sobre elas".(JS
"Descobri que, quando tenho um
relacionamento casual com a
divindade e parece não haver ouvido Não havia parado para considerar
divino escutando, nem voz divina
falando, que estou distante, muito
distante. Se mergulho nas escrituras,
a distância diminui e a
espiritualidade volta. (The Teachings
o f Spencer W. Kimball, ed. Edward L.
Kimball, Salt Lake City: Bookcraft
1982, p.135.)
Lembrai-vos Também das
Promessas
Quando presidia uma missão na
América do Sul, viajei a uma
longínqua cidade para entrevistar
missionários, realizei uma
conferência de zona e dirigi uma
conferência de distrito. Descobri
alguns problemas entre os
missionários. Na conferência de
distrito, outros problemas sérios
entre membros e líderes surgiram .
Em minha mente, as coisas negativas
pesavam mais do que as positivas,
tanto num caso como no outro,
deixando-me frustrado e
desapontado. Após quatro dias de
entrevistas e reuniões, embarquei
com o coração pesado no avião que
me levaria para casa.
Muitas vezes leio as escrituras
enquanto viajo e a elas me dirijo em
busca de conforto e direção. Leio
algumas de minhas passagens
preferidas. Enquanto folheava
Doutrina e Convênios, parei na seção
3. Fui profundamente tocado pelos
cinco primeiros versículos ao sentir
que se aplicavam a minhas
preocupações.
Quando leio um versículo,
freqüentemente acrescento meu
nome ao lado dele. Assim fiz com o
que necessitava, a fim de remover
meus sentimentos tristonhos: "Eis
que estas coisas,(Jay Jensen,) te
foram confiadas, mas quão severos
foram os teus mandamentos, e
lembra-te também das promessas
que te foram feitas, (Jay Jensen)..."
As palavras "lembra-te também
das promessas" atingiram-me com
uma força tremenda. Identifiquei-me
com o Profeta Joseph Smith quando
leu Tiago 1:5. As palavras " lembra-te
também das promessas" pareciam
"ter penetracfo com grande força em
todas as fibras do meu coração.
2:12.) Durante aqueles quatro dias
eu focalizara apenas os problemas.
uma única promessa.
Tinha comigo naquele dia, no
avião, uma cópia de minha bênção
patriarcal. Eu a li, observando
diversas promessas maravilhosas.
Repassei, mentalmente, as
promessas que me foram feitas
quando fui chamado como
presidente de missão. Dirigi-me a
outras escrituras e ponderei as
promessas de cada uma delas.
Aprendi então, e tem-me sido
reensinado muitas e muitas vezes
ue, quando buscamos as escrituras,
escobrimos que "são verdadeiras e
fiéis, e as profecias e as promessas
nelas contidas serão todas
cumpridas. (Doutrina e Convênios
1:37.)
A L iahona / J a n eiro 1993 87

Duas Categorias de Promessas_____
O Senhor nos prometeu bênçãos
específicas ao lermos e estudarmos
as escrituras. Um exercício do qual
me utilizo, para identificar estas
promessas, é o de fazer duas colunas
numa folha de papel, e no topo de
uma delas, escrever as palavras
"Promessas para Esta Vida", e na
outra, as palavras "Promessas para a
Vida Futura". Quando encontro uma
promessa, anoto a referência e a
promessa sob uma das colunas.
Encontrei, repetidas em
diferentes lugares nas escrituras, as
duas principais promessas para
quem lê e estuda as escrituras, que
pertencem à vida futura: uma delas é
a exaltação, e a outra é a vida eterna. quando ensinavam, faziam-no com
Por exemplo, Néfi disse: "Portanto se
assim prosseguirdes, banqueteando-
vos com a palavra de Cristo e
perseverando até o fim, eis
que...Tereis vida eterna". (2 Néfi
31:20.)
A descoberta surpreendente foi
que a maior parte das promessas que os homens". (Doutrina e Convênios
recebemos por lermos e estudarmos
as escrituras, pertencem à
mortalidade. Três categorias de
promessas a considerar são:
promessas de poder, promessas de
desenvolvimento e "outras"
promessas. Só terei tempo de citar
algumas.
Promessas de Poder
Considerai estas cinco
promessas de poder:
1 - Poder para vencer o mal - Néfi coração e a disposição: Samuel ensinou
ensinou que "Todos os que dessem
ouvidos à palavra de Deus e a ela se
apegassem,...os ardentes dardos do
adversário [não] poderiam dominá-
los cegando-os". (1 Néfi 15:24; vide
também Salmos 17:4; 119:98-101;
Helãma 3:29-30.)
2 - Poder para Viver em Retidão - 15:7; vide também 1 Néfi 15:20.) Três
Alma "pregou-[lhes] a palavra de
Deus para fazer com que se
lembrasse[m] de seus deveres".
(Alma 4:19.) O salmista disse:
"Lâmpada para os meus pés é a tua
palavra e luz para o meu caminho".
(Salmos 119:105; vide também II
Timóteo 3:15; Helamã 15:7-8.)
3 - Poder para Ensinar de Maneira "pela paciência e consolação das
Convincente - Alma e os filhos de
Mosiah "haviam examinado
diligentemente as escrituras.. .e
88
poder e autoridade de Deus. (Alma
17:2-3; vide também II Timóteo 3:16.)
Para Hyrum Smith o Senhor disse -
"Primeiro procura obter minha
palavra...então, se o desejares, terás
o meu espírito e a minha palavra,
sim, o poder de Deus para convencer
11:21; vide também II Timóteo 3:15-
17; Alma 4:19; 31:5; Doutrina e
Convênios 84:85.)
4 - Poder para Invocar os Poderes
do Céu - Jacó disse que "procuramos
os profetas.. .e nossa fé se toma tão
inabalável que podemos realmente
ordenar em nome de Jesus, de tal
forma que as próprias árvores nos
obedeçam, ou as montanhas, ou as
ondas do mar". (Jacó 4:6; Helamã
10:4-5.)
5 - Poder para transformar o
aos nefitas que os lamanitas foram
"encaminhados à crença das santas
escrituras...que os santos profetas
escreveram e passaram a crer no
Senhor e se arrependeram, sendo
que essa fé e arrependimento lhes
transformaram o coração". (Helamã
maravilhosas promessas.
Promessas de Desenvolvimento
Considerai agora as seguintes
promessas de desenvolvimento:
1 - Desenvolver esperança e alegriaDeus. Eles apareceram ao Profeta
- O apóstolo Paulo ensinou que
escrituras tenhamos esperança".
(Romanos 15:4; vide também 1 Néfi
11:25; Jacó 2:8; 4:6 Alma 44:5;
Doutrina e Convênios 19:23.)
2 - Desenvolver Espiritualidade -
"A prédica da palavra fazia com que
o povo tivesse uma grande tendência
para praticar o que era justo". (Alma
31:5; vide também 2 Néfi 4:15-16;
Môroni 6:4.)
3 - Desenvolver o saber e o
entendimento - Néfi ensinou que "as
palavras de Cristo vos ensinarão
todas as coisas que devereis fazer (2
Néfi 32:3.) A Joseph Smith o Senhor
disse: "As santas escrituras são
dadas por mim para vossa
instrução". (Doutrina e Convênios
33:16; vide também Salmos 19:7;
119:98-101; II Timóteo 3:15-17; Alma
12:10; 17:2-3; Doutrina e Convênios
18:34-36.)
4 - Desenvolver o poder de
discernimento - "A palavra viva e
poderosa de Deus...romperá todos
os artifícios, armadilhas e
artimanhas do diabo". (Helamã 3:29.)
"E o que entesourar minha palavra,
não será enganado". JS - 1:37; vide
também Hebreus 12:4.)
5 - Desenvolver o Testemunho -
"Podeis testificar que ouvistes a
minha voz, e conheceis as minhas
palavras." (Doutrina e Convênios
18:36; vide também Salmos 19:7.)
Outras Promessas
Além dessas categorias gerais de
promessas de poder e
desenvolvimento, há outras
promessas, como, "porque então
farás prosperar teu caminho, e então
prudentemente te conduzirás",
(Josué 1:8) e como disse Joseph
Smith, "a fé vem por ouvir a palavra
de Deus". (Joseph Smith, History of
the Church 3:379.)
O presidente Howard W.
Hunter declarou: "Quando...lemos e
estudamos as escrituras, colhemos
benefícios e bênçãos de muitos tipos.
E o estudo mais proveitoso a que
podemos dedicar-nos". (A Liahona -
março de 1980, página 93.)
Que "nos lembremos também
das promessas". Testifico que as
escrituras são a palavra de Deus. Eu
as amo. Testifico que Deus vive. Ele
é nosso Pai. Jesus Cristo é o Filho de
Joseph Smith exatamente como ele
afirmou que o fizeram. O Presidente
Ezra Taft Benson é o profeta de Deus
hoje.Em nome de Jesus Cristo,
amém.

A O bra M issionária
nas F ilipinas
Élder Augusto A. Lim
dos Setenta
"A fé, devoção e viver dos princípios corretos dos
membros (filipinos) melhorou a vida deles não apenas
no aspecto espiritual mas também no tem poral"
ostaria de expressar amor e
G apreço a minha companheira
eterna, pelo apoio e carinho
que me tem demonstrado durante
todos estes anos como membro da
igreja. Presumo que muitos de vós já
sabeis que sou natural das Filipinas,
terra de aproximadamente 67
milhões de pessoas, a Pérola do
Oriente; agora, porém, é uma terra
devastada por terremotos, tufões,
inundações e até mesmo erupções
vulcânicas. Entretanto, não falarei
das calamidades que causaram
tantos sofrimentos e testaram a fé
demonstrada por nosso povo; prefiro
falar das grandes bênçãos
espirituais, derramadas em
abundância enquanto o evangelho se
espalha pelo país.
O evangelho restaurado foi
primeiramente apresentado pelos
militares e mulheres SUD que
serviram nas Filipinas quase no fim
da Segunda Guerra Mundial, mas a
obra missionária começou
oficialmente nas Filipinas (segundo
os registros da Missão Extremo
Oriente Sul) em 28 de abril de 1961,
quando o Élder Gordon B. Hinckley,
na época membro do Conselho dos
Doze Apóstolos, se reuniu com um
pequeno grupo de membros nos
subúrbios de Manila para proferir
uma oração, invocando as bênçãos
do Senhor sobre a obra missionária
nas Filipinas.
Antes da oração o Presidente
Hinckley, em breve discurso, fez esta
declaração profética: "O que
começamos aqui afetará a vida de
milhares e milhares de pessoas desta
ilha, e seus efeitos serão sentidos de
geração em geração, resultando em
grande e eterno bem". (Conferência
de Área das Ilhas Filipinas, agosto
1975, p. 20.)
Após estas considerações, o
Presidente Hinckley orou, dizendo:
"Invocamos tuas bênçãos,
querido Pai, sobre os missionários
que aqui virão, que teu Espírito lhes
toque o coração, que sua vida seja
pura e virtuosa, que seus exemplos
sejam maravilhosos para este povo,
ue sejam abençoados com o 'dom
as línguas', que falem a língua do
povo, que trabalhem em unidade de
propósito para honra e glória de teu
nome, que sigam avante sem temor,
que nada os detenha, que declarem
com preceitos e testemunho a
restauração da tua santa obra, a fim
de que teus filhos sejam abençoados.
Pai, dá-lhes alegria, coragem e
satisfação em seus labores, e que
sejam produtivos.
"Invocamos tuas bênçãos sobre
o povo desta terra, para que sejam
amáveis e hospitaleiros, bondosos e
gentis para com aqueles que aqui
virão, a fim de que muitos milhares,
ó Senhor, recebam esta mensagem e
sejam por ela abençoados. Abençoa-
os com mente receptiva e coração
compreensivo, com fé para receber,
com coragem para viver os
princípios do evangelho e com
desejo de compartilhar as bênçãos
que receberão. Oramos para que
muitos homens - fiéis, bons,
íntegros, leais - se filiem à Igreja e
recebam as bênçãos do sacerdócio,
aceitem e desenvolvam liderança,
que a tua obra aqui seja amplamente
administrada pelos irmãos locais,
sob a direção dos que possuem as
chaves nesta época, de acordo com a
lei e ordem de tua Igreja." (Gordon
B. Hinckley, "Commencement of
Missionary Work in the
Phillippines".)
Alguns dias após esta reunião
histórica, chegaram os quatro
primeiros missionários de tempo
integral, vindos da Missão Extremo
Oriente Sul, com sede em Hong
Kong. Começando com um grupo
pequeno de membros, em 1961, a
Igreja nas Filipinas cresce em ritmo
notável, atingindo hoje mais de dois
mil batismos por mês. Graças à
estreita correlação entre os membros
e os missionários de tempo integral,
temos hoje trezentos mil membros,
distribuídos em quarenta e oito
estacas, sessenta e cinco distritos e
treze missões. Cinco dos treze
presidentes de missão, os oito
representantes regionais e todos os
presidentes de estaca e de distrito
são santos dos últimos dias nativos.
De sessenta a setenta por cento dos
mais de dois mil missionários de
tempo integral atualmente no
campo, também são nativos. E hoje,
erguendo-se majestosamente num
terreno elevado, dominando um vale
onde moram centenas de milhares
de pessoas, no coração de Metro
Manila, está o Templo de Manila,
Filipinas.
Certamente, a oração do
Presidente Hinckley está sendo
cumprida, pois milhares de homens
e mulheres, assim como casais mais
velhos, estão respondendo ao grande
chamado do Senhor: "É a minha
A L iahon a /J a n eir o 1993 89

vontade que proclames o meu
evangelho de terra em terra, e de
cidade em cidade, sim, e nas regiões
próximas, onde ainda não tiver sido
proclamado". (D&C 66:5.)
Após trabalhar de perto, como
presidente de missão, com estes
jovens missionários devotados,
honrados e íntegros, sinto-me
humilde e grato pelo bem que eles
praticam. Estes jovens embaixadores
do Senhor deixam o conforto do lar,
a companhia de entes queridos, e
partem para terras estrangeiras, ou
lugares longínquos, prestando forte
testemunho do Salvador, ensinando
o evangelho com fé e conhecimento
seguro de sua veracidade. Meu
testemunho se fortalece quando vejo
o grande esforço dos missionários
para vencer a saudade, adaptar-se a
um novo ambiente, a outros
costumes, a uma nova língua, e uma
alimentação tão diferente da
preparada pela mãe. Tudo isso, pelo
nobre desejo de proclamar o
evangelho ao mundo.
Sou testemunha dos sacrifícios
diários destes missionários que
suportam com bom ânimo
provações, fazendo caminhadas
extenuantes de vários quilômetros,
andando de bicicleta debaixo de sol
causticante ou de chuva fria, e
enfrentando o desconforto de andar
em jipes sobrecarregados, dirigindo
em alta velocidade por estradas
esburacadas e poeirentas, a fim de
chegar a tempo às palestras
marcadas.
Os mensageiros da verdade dos
nossos dias, trabalhando nas
90
Filipinas ou em outras nações,
labutam com afinco e oram
constantemente a fim de serem
dignos instrumentos do Senhor,
testificando e desafiando todas as
pessoas a virem a Cristo por meio do
arrependimento e batismo,
"ensinando-as a guardar todas as
coisas que o Senhor lhes ordenar".
(Mateus 28:20.)
Assim como os filhos de Mosiah
"haviam examinado diligentemente
as escrituras para poder conhecer a
palavra de Deus". (Alma 17:2.) E
"tinham-se entregado a muitas
orações e jejuns; por isso tinham o
espírito de profecia e de revelação, e
quando ensinavam faziam-no com
poder e autoridade de Deus". (Vers.
3.) E "sofreram muito, tanto corporal
como mentalmente: fome, sede,
cansaço, assim como muita
tribulação em espírito". (Vers. 5.)
Todavia, depois de terminar uma
missão honrosa, como Amon, um
dos filhos de Mosiah, estes
missionários também podem
declarar: "Meu gozo é completo; sim,
meu coração transborda de alegria e
me regozijo em meu Deus". (Alma
26:11.)
Também estamos
testemunhando o cumprimento
literal das orações e bênçãos
proferidas pelo Presidente Hinckley
na bela manhã de abril de 1961, em
favor de nosso país. Milhares de
pessoas têm sido tocadas pelo
Espírito, quando as mensagens do
evangelho são levadas aos lares por
missionários esforçados, ajudados
por membros desejosos de
compartilhar as bênçãos que
recebem, como membros da Igreja.
Freqüentemente nos perguntam as
razões desse crescimento fenomenal.
Ouso emitir apenas algumas
opiniões: primeiro, querendo talvez
o único país cristão na Ásia por
muitos séculos, preparou o povo
para a vinda do evangelho. Por
serem as Filipinas consideradas o
terceiro maior país de língua inglesa
do mundo, o povo entendeu a
mensagem do evangelho e a
capacidade de liderança dos
membros desenvolveu-se
rapidamente.
Entretanto, o mais importante é
a natureza humilde do povo e sua
dependência do Senhor nas coisas de
que necessitam, o que os torna
receptivos ao sussurro do Espírito.
Devido a dificuldades econômicas
do país, o evangelho é a resposta às
orações das pessoas que pedem um
modo de vida melhor. Por levarem
uma vida centralizada no evangelho,
as pessoas notam como a vida dos
membros da Igreja se transforma, e
isso lhes dá esperança. As famílias
da Igreja talvez ainda morem em
casas simples, com chão e paredes de
barro ou bambu, mas, por aceitarem
o evangelho e serem obedientes aos
mandamentos do Senhor, recebem as
bênçãos prometidas; em virtude
disso, as pessoas observam as
transformações ocorridas nessas
famílias que agora vivem em
melhores condições sanitárias, são
mais saudáveis e educadas, estão
sempre alegres e prontas a ajudar os
outros, são gratas pelo que possuem,
não importando quão humildes
sejam, e geralmente são mais felizes.
Obedeceram ao conselho do Senhor:
"Aprende de mim e ouve as minhas
palavras; anda na mansidão do meu
espírito e terás paz em mim". (D&C
19:23.) A fé, a devoção, e a
obediência a princípios corretos
melhoram a vida dos membros não
apenas no aspecto espiritual, mas
também no temporal, pois o Senhor
não disse que "os de boa vontade e
os obedientes comerão do bem da
terra de Sião"? (D&C 64:34.)
Que o Senhor continue a
abençoar nosso povo com alegria e
paz de espírito, enquanto
obedecerem a seus mandamentos e
aos conselhos dos líderes em meio à
adversidade, é minha humilde
oração, em nome de Jesus, amém.

U ma H erança
Inestimável
Élder James E. Faust
do Quorum dos Doze Apóstolos
"Desejamos convidar os que foram ofendidos,
perderam o interesse, ou se afastaram por qualquer
motivo, a retornarem à plena atividade conosco".
gora que esta conferência está
A prestes a encerrar-se, quero
falar-vos a respeito de uma
herança inestimável. Sinto gratidão
pelos fiéis pioneiros de todos os
países do mundo, que ajudaram a
estabelecer a Igreja em suas terras.
Conversos de primeira geração da
Igreja são,na verdade, pioneiros. São
homens e mulheres de grande fé e
devoção. H oje, contudo, falarei
essencialmente sobre o legado
inestimável que pertence aos
descendentes de todos os pioneiros,
especialmente àqueles que vieram
para este vale e fixaram-se em Utah e
em outras partes do oeste norte-
americano.
Na comemoração de 24 de julho
de 1992, estivemos com os santos da
Estaca Riverton Wyoming. Sob a
direção do Presidente Robert
Lorimer e de seus conselheiros, os
jovens dessa estaca e seus líderes
reconstituíram parte da jornada dos
carrinhos-de-mão, ocorrida em 1856.
Saímos logo cedo em um furgão com
tração nas quatro rodas e fomos
primeiro a Independence Rock, onde
pegamos a Trilha Mórmon. Vimos
Devil's Gate poucas milhas à frente.
Ficamos comovidos ao chegarmos ao
solo sagrado de Martin's Cove, um
vale estreito entre as montanhas,
onde os componentes da Companhia
Martin de Carrinhos-de-mão,
congelados e famintos, esperaram os
carroções de salvamento que vinham
da Cidade do Lago Salgado. Cerca
de cinqüenta e seis pessoas da
Companhia Martin de Carrinhos-de-
mão pereceram de fome e frio
naquele local.
Foi uma experiência comovente
ver o ponto de travessia onde mais
de quinhentos membros da
companhia foram carregados por
três jovens corajosos.
Posteriormente, os três morreram
devido ao esforço tremendo e ao frio
a que foram expostos durante as
travessias. Quando o Presidente
Brigham Young soube desta ação
heróica, chorou como criança, e mais
tarde declarou publicamente:
"Somente esta ação já garantiu a C.
Allen Huntington, George W. Grant
e David P. Kimball, a salvação eterna
no Reino Celestial de Deus, mundos
sem fim". (Solomon F. Kimball,
"Belated Emigrants of 1856,
Improvement Era, fevereiro de 1914,
p. 288.)
Prosseguimos na trilha até o
local onde os membros da
Companhia Willie foram resgatados.
Sentimos que pisávamos solo
sagrado. Lá, vinte e um membros
desse grupo morreram de fome e de
frio. Continuamos, a fim de
atravessarmos Rocky Ridge, que tem
dois mil duzentos e sessenta metros
de altitude. É o ponto mais elevado
da Trilha Mórmon. Para atingir o
topo de Rocky Ridge, a duzentos e
vinte metros de onde se achavam,
tiveram que caminhar três mil e
duzentos metros pela Trilha. Foi
dificílimo para todos os pioneiros
cruzar Rocky Ridge. Para os
membros da Companhia de
Carrinhos-de-mão de Willie foi
particularmente doloroso, pois
atravessaram essa cordilheira no
outono de 1856, sob uma tempestade
de neve. Muitos usavam sapatos
gastos, e as rochas agudas faziam
com que seus pés sangrassem,
deixando uma trilha de sangue na
neve.
Ao atravessarmos Rocky Ridge,
encontramos dois pregos grandes e
dois botões antigos. Sem dúvida
esses objetos se haviam soltado
quando eles passaram pelas rochas
pontiagudas. Senti reverência por
aquele local histórico. Vários de
meus antepassados cruzaram aquele
despenhadeiro, embora nenhum
deles o tenha feito em companhias
de carrinhos-de-mão. Nem todos os
meus antepassados, que iniciaram o
grande êxodo para o oeste,
conseguiram chegar até Rocky
Ridge. Dois deles morreram em
Winter Quarters.
Ao caminhar por Rocky Ridge,
perguntei-me se tenho feito minha
cota de sacrifício. Em minha geração
não vi tanta gente fazendo tanto
sacrifício. Pergunto-me o que mais
deveria ter feito, e deveria estar
fazendo, para promover esta obra.
Poucos quilômetros à frente, em
Radium Springs, encontramos 185
jovens e líderes da estaca Riverton,
que reconstituíram as jornadas com
carrinhos-de-mão. Prestamos
testemunho da fé e do heroísmo
daqueles que dolorosamente
seguiram aquela trilha há 136 anos.
Fomos a Rock Creek Hollow,
onde a Companhia de Carrinhos-de-
mão de Willie acampou. Treze
integrantes da Companhia Willie,
que pereceram de frio, cansaço e
fome foram enterrados em uma vala
comum em Rock Creek Hollow. Dois
A L iahon a /J a n eiro 1993 91

outros integrantes, que morreram
durante a noite, foram enterrados
nas proximidades. Dentre os que
foram enterrados em Rock Creek
Hollow havia duas crianças heróicas:
Bodil Mortinsen, nove anos, da
Dinamarca, e James Kirkwood, onze
anos, da Escócia.
Bodil, aparentemente, estava
encarregada de cuidar de algumas
das crianças pequenas durante a
travessia de Rocky Ridge. Quando
chegaram ao acampamento, devem
tê-la enviado para recolher lenha. Ela
foi encontrada morta por
congelamento, encostada a uma roda
de seu carrinho-de-mão, agarrada a
uma artemísia.
Quero falar-vos a respeito de
James Kirkwood. James era de
Glasgow, Escócia. Na viagem para o
oeste norte-americano, James estava
acompanhado da mãe viúva e três
irmãos, um dos quais, Thomas, de
dezenove anos de idade, era inválido
e viajava no carrinho-de-mão. A
principal responsabilidade de James
era cuidar do irmão de quatro anos
de idade, Joseph, enquanto a mãe e o
irmão mais velho, Robert, puxavam
o carrinho. Ao subirem Rocky Ridge,
nevava e soprava um vento gelado e
cortante. A companhia levou vinte e
sete horas para percorrer vinte e
quatro quilômetros. Quando o
pequeno Joseph ficou cansado
demais para caminhar, James, o
irmão mais velho, teve que carregá-
lo. Ficando para trás do grupo
principal, James e Joseph seguiram
vagarosamente rumo ao
92
acampamento. Quando finalmente
chegaram, James,"após ter cumprido
sua tarefa, desfaleceu e morreu por
exposição ao frio e pelo esforço
excessivo". (Carta particular de Don
H. Smith a Robert Lorimer, 20 de
fevereiro de 1990, citado do relato de
Don Chislett.)
Heróica também foi a ação
daqueles que responderam ao
chamado ao Presidente Brigham
Young na conferência geral de
outubro de 1856. O Presidente
Young pediu quarenta rapazes
fortes, sessenta a sessenta e cinco
parelhas de mulas ou cavalos,
carroções carregados com onze mil
quilos de farinha, para saírem em
um ou dois dias, a fim de "trazer
para cá essas pessoas que estão nas
campinas". (LeRoy R. Hafen,
Handcarts to Zion, Glendale,
Califórnia: Arthur H. Clarke Co.,
1960, p. 121.) Os voluntários
partiram imediatamente em auxílio
dos viajantes.
Quando as pessoas resgatadas se
aproximaram do Vale do Lago
Salgado, Brigham Young convocou
uma reunião. Aconselhou os santos
do vale a receberem em seus lares, os
que haviam sido salvos, darem-lhes
conforto, roupa e comida. O
Presidente Young disse:
"Encontrareis alguns com os pés
congelados até os tornozelos; alguns
estão congelados até os joelhos e
outros têm as mãos
congeladas.. .Queremos que os
recebam como receberiam seus
próprios filhos, e que sintam por eles
o mesmo amor". (Hafen, Handcarts to
Zion, p. 139.)
A chegada dos pioneiros em
carrinhos-ae-mão ao vale foi
registrada pelo capitão Willie: Em
nossa chegada, os bispos das
diferentes alas recolheram todas as
pessoas que não tinham onde ficar,
em locais confortáveis. Algumas
tinham os pés e as mãos gravemente
congelados, mas tudo o que podia
ser feito para aliviar-lhes o
sofrimento foi feito...Centenas de
cidadãos se reuniram em tomo dos
carroções ao cruzarmos a cidade,
dando boas-vindas cordiais aos
irmãos que chegavam ao lar entre as
montanhas". (James G. Willie,
Journal Histoiy, 9 de novembro de
1856, p. 15.)
Estas dolorosas experiências
desenvolveram, nesses pioneiros,
uma fé inabalável em Deus.
Elizabeth Horrocks Jackson
Kingsford disse: "Eu, porém,
acredito que o Anjo Registrador
anotou nos arquivos do céu, e que
meus sofrimentos em prol do
evangelho serão para meu bem".
(Leavesfrom the Life of Elizabeth
Horrocks Jackson Kingsford, dezembro
de 1908, Ogden, Utah, p.7.)
Além da herança de fé deixada
por aqueles que atravessaram os
[>rados, também ficou um grande
egado de amor - amor a Deus e à
humanidade. E uma herança de
temperança, independência, trabalho
árduo, padrões de moral elevados e
companheirismo. É uma herança de
obediência aos mandamentos de
Deus e lealdade àqueles a quem
Deus chamou para guiar seu povo. E
um legado de abandono do pecado.
Imoralidade, modos alternativos de
vida, jogo, egoísmo, desonestidade,
crueldade, alcoolismo e drogas não
fazem parte do evangelho de Jesus
Cristo.
Em Utah haverá uma votação a
respeito da liberação de jogos de
azar, dentro de poucas semanas. A
Igreja não recua de sua posição
quanto ao assunto. Devido, contudo,
ao aumento das rivalidades e dos
debates, aconselhamos aos membros
da Igreja a serem tolerantes e
compreensivos. Temos todos o livre-
arbítrio moral, mas se o usarmos
insensatamente, teremos de pagar o
preço. O Presidente J. Reuben Clark
disse: "Podemos usar o livre-arbítrio
tanto para obedecer quanto para
desobedecer, mas, se
desobedecermos, teremos que nos
sujeitar à punição" (Fundamentais of
the Church Welfare Plan, discurso
proferido em uma reunião de bispos
em 6 de outubro de 1944, p. 3.)
Não posso deixar de imaginar
por que esses intrépidos pioneiros
precisaram pagar um preço tão
terrível de agonia e sofrimento, por
sua fé . Por que a natureza não foi
apaziguada para poupá-los de sua
intensa agonia? Acredito que a vida
deles foi consagrada a um
propósito superior, por meio de seu
sofrimento. O amor que sentiam
pelo Salvador estava gravado
profundamente em suas almas, e
nas almas de seus filhos, e nas dos
filhos de seus filhos. A motivação
de sua vida era fruto de uma
conversão real dentro de cada um.
Conforme disse o Presidente
Gordon B. Hinckley: "Quando
pulsa no coração de um santo dos
últimos dias um testemunho
imenso e vital da veracidade deste
trabalho, ele cumpre suas
responsabilidades na Igreja".
(ENSIGN, maio de 1984, p. 99.)
Acima e além dos
acontecimentos épicos de que
participaram, os pioneiros
descobriram um guia para a vida
pessoal. Encontraram realidade e
significado na vida. Durante os dias
difíceis de sua jornada, os
integrantes das companhias de
carrinhos-de-mão de Martin e Willie
cruzaram com alguns apóstatas da
Igreja que voltavam do oeste para o
leste. Estes apóstatas tentaram
convencer algumas pessoas das
companhias a retomarem. Alguns o
fizeram. A grande maioria dos
pioneiros, contudo, seguiu em
frente, rumo a uma realização
heróica nesta vida, e rumo à vida
eterna no porvir. Francis Webster,
membro da Companhia Martin,
declarou: "Todos nós saímos dessa
experiência com o conhecimento
absoluto de que Deus vive, pois nos
familiarizamos com ele nos
momentos de aflição extrema".
(David O. McKay, "Pioneer
Women", Relief Society Magazine,
janeiro de 1948, p. 8.) Espero que
este legado inestimável de fé,
deixado pelos pioneiros, nos inspire
a participarmos mais plenamente da
obra do Salvador, que é
proporcionar a imortalidade e a vida
eterna a seus filhos.
Vós que sois descendentes
desses nobres pioneiros, possuis
uma herança inestimável de fé e
coragem. Se houver qualquer um de
vós que não esteja em plena
atividade no evangelho de Jesus
Cristo, convidamo-lo a procurar
descobrir o que instilou tão grande
fé em seus antepassados, e o que os
motivou a pagar, voluntariamente,
um preço tão terrível por sua
filiação na Igreja. Desejamos
convidar os que foram ofendidos,
perderam o interesse, ou se
afastaram por qualquer motivo, a
retornarem à plena atividade
conosco. Os membros fiéis, com
todas as suas falhas e defeitos,
esforçam-se com humildade para
realizar a obra do Senhor em todo
mundo. Precisamos de vossa ajuda
na grande luta contra os poderes das
trevas reinantes no mundo de hoje.
Ao vos tornardes parte desta obra,
satisfareis os vossos mais profundos
anseios. Conhecereis o conforto
essoal que pode acompanhar a
usca das coisas santas e sagradas
de Deus: Podeis desfrutar as
bênçãos e convênios administrados
no templo sagrado. Podeis ter
grande significado e propósito na
vida, mesmo no mundo profano em
que vivemos. Podeis ter força de
caráter para agir por vós mesmos e
não deixar que outros ajam por vós.
(Vide 2 Néfi 2:26.)
Há alguns an o s, a Primeira
Presidência da Igreja convidou:
"Sabemos que alguns estão
inativos, que outros se tomaram
críticos e propensos a encontrar
falhas, e que há desassociados ou
excomungados por transgressões
graves.
A todos oferecemos nosso amor.
Estamos ansiosos por perdoar, no
espírito daquele que ciiz: 'Eu, o
Senhor, perdôo a quem quero
perdoar, mas de vós se requer que
perdoeis a todos os homens'. (D&C
64:10.)
Aconselhamos os membros da
Igreja a perdoarem aqueles que
possam tê-los ofendido. Aos que
deixaram de ser ativos e aos que têm
propensão à crítica, dizemos: 'Voltai.
Voltai e banqueteai-vos na mesa do
Senhor; tornai a provar dos doces e
saciadores frutos da fraternidade dos
santos'.
Acreditamos que muitos
desejam retornar, mas estão
constrangidos em fazê-lo.
Asseguramo-vos que sereis
recebidos de braços abertos e mãos
estendidas, dispostas a ajudar".
(Declaração Especial da Primeira
Presidência, 23 de dezembro de
1986.)
No encerramento desta grande
conferência, em nome de todos os
meus irmãos, reitero, sincera e
humildemente, este convite.
Aguardamo-vos com os braços
abertos. Digo isso em nome de Jesus
Cristo, amém.
A L iahon a /J an eiro 1993 93

Ao Nos D espedirmos
Presidente Thomas S. Monson
Segundo Conselheiro na Primeira Presidência
O Presidente Benson "nos recomendaria guardar os
mandamentos, santificar nosso lar e aperfeiçoar nossa
vida".
radicionalmente, o Presidente da
T
Igreja, o Profeta do Senhor,
vidente e revelador, faria os
comentários finais da conferência geral
e abençoaria a todos. Humilde e
respeitosamente, cumpro a designação
de representá-lo nesta ocasião.
Esta foi uma conferência gloriosa.
As orações foram sinceras e profundas,
a música e o canto elevaram-nos ao
céu, dando-nos uma visão, talvez, além tinha tão grande amor, disse, ao
da nossa compreensão. Os irmãos que
falaram e a irmã Jepsen pregaram a
palavra de Deus, tocando-nos os
corações com mensagens inspiradas.
Estamos todos mais elevados por
termos participado da conferência.
A cadeira do Presidente Benson
ficou desocupada durante as sessões
da conferência, o que nos entristece.
Seu sorriso pronto, seu aceno de mão,
as declarações da verdade que têm
marcado sua influência fizeram falta,
mas estamos satisfeitos e gratos por ter
o Presidente Benson participado da
94
conferência pela televisão. Enviamos
nosso pesar pelo falecimento de sua
amada e eterna companheira, Flora.
Como somos gratos pelo sagrado
convênio que liga esses dois
namorados por toda a eternidade! A
Igreja inteira se une em poderosa
oração ao Pai Celestial para que o
Presidente Benson seja amparado pela
mão do Senhor e abençoado de acordo
com a necessidade e os divinos
propósitos do Pai. Nós apoiamos,
seguimos e amamos nosso Profeta.
O Presidente Benson venerava o
Presidente David O. McKay, que
supervisionou o trabalho missionário
realizado por Presidente Benson na
Grâ-Bretanha há muitos anos. O
presidente McKay encerrou uma
conferência com estas palavras: "Ao
chegar a hora de nos despedirmos,
espero que os ensinamentos e a vida
do Mestre vos pareçam mais belos,
mais necessários e mais aplicáveis à
felicidade humana do que vos
pareciam antes... Aceitando-o como
meu Redentor, Salvador e Senhor,
aceito o evangelho como o plano de
salvação, como o único caminho
perfeito para a felicidade e a paz".1
O Presidente Joseph Fielding
Smith, por quem o Presidente Benson
concluir uma conferência: "Oro para
que o Pai nos céus abençoe seu povo,
abençoe-o abundante e
completamente. Oro para que os
santos permaneçam firmes, resistindo
às pressões e tentações do mundo; que
coloquem em primeiro plano as coisas
do reino de Deus, que sejam fiéis na fé
e guardem todos os convênios".2
O Presidente Harold B. Lee, amigo
e companheiro de infância, e, mais
tarde, companheiro estimado do
Presidente Benson na obra do Senhor,
declarou: "Não posso deixar esta
conferência sem dizer que tenho a
certeza de que o Mestre não tem estado
distante de nós nessas ocasiões. Esta é
sua igreja... Ele não é um mestre
ausente; ele se preocupa conosco. Quer
ue sigamos para onde ele nos
irige '.3
O Presidente Spencer W. Kimball,
que foi apoiado apostolo e membro do
Conselho dos Doze junto com o Presi­
dente Benson, encerrou uma
conferência geral, dizendo: "Ao ouvir
extasiado cada um desses maravilhosos
sermões, decidi que voltaria para casa e
seria um homem melhor do que
sempre fui."4
Presidente Benson, estas foram
declarações de quatro de vossos
companheiros, que tiveram uma
influência inspiradora em vossa vida.
Haveis declarado, em ocasião similar,
no encerramento de uma conferência:
"Que possamos voltar para casa com
renovada dedicação à sagrada missão
da Igreja da forma como foi belamente
apresentada nessas sessões de
conferência: 'Convidar todos para vir a
Cristo', (D&C 20:59) 'Sim, vinde a
Cristo, sede perfeitos nele' (Morôni
10:32)".5
Irmãos, sei do amor que o
Presidente Benson tem por vós, pelo
Senhor e sua obra. Ele nos recomen­
daria guardar os mandamentos,
santificar o lar e aperfeiçoar nossa vida.
Que possamos, em união, como
membros de A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias, alcançar
esses objetivos. Assim fazendo,
traremos alegria à alma, paz ao coração
do profeta e o sorriso de aprovação do
Senhor por nossos esforços.
Ao partir cantemos
Hinos de louvor
Ao Divino Mestre
Por seu grande amor
Por seus gratos dotes
E cuidados seus
Subam nossos hinos
Sempre, sempre a Deus.6
A obra é verdadeira. Jesus é o
Cristo. Ezra Taft Benson é um profeta
de Deus. Eu assim testifico, e oro para
que as bênçãos do céu acompanhem a
todos, em nome de Jesus Cristo, amém.
NOTAS
1. Em Conference Report, 3 out, 1965, p. 144.
2. Conferência Geral, abr. 1971.
3. Conferência Geral, out. 1972.
4. Conferência Geral, out. 1976.
5. Conferência Geral, abr. 1988.
6. Hinos, 1985, n° 89.
REUNIÃO GERAL DAS MULHERES
26 de setembro de 1992
C onfiança por M eio
da C onversão
Aileen H. Clyde
Segunda Conselheira na Presidência Geral da Sociedade de Socorro
"É importante ampliarmos a visão e tentarmos
compreender, conforme foi mostrado a Moisés, o
paradoxo de sermos pequenos e grandes ao mesmo
tempo."
into-me tão feliz por estar com
S vocês nesta grande congregação
de irmãs da Sociedade de
Socorro, Moças e líderes das crianças
da Primária. É muito bom termos o
Presidente Hinckley, o Presidente
Monson, o Presidente Hunter e
outros líderes do sacerdócio conosco
esta noite.
Acho que vivemos numa época
maravilhosa, e digo maravilhosa
porque todas temos o conhecimento
necessário para vivermos em retidão,
cheias de confiança e felicidade.
Como sempre aconteceu, vivemos
em circunstâncias complicadas,
incertas e algumas vezes difíceis.
Graças, porém, ao evangelho
restaurado, temos o tipo de
conhecimento que garante nossa
sobrevivência e até mesmo nosso
triunfo sobre determinadas
circunstâncias que ameaçam nosso
equilíbrio e progresso.
Há muito tempo, Moisés subiu a
um monte para conversar com Deus.
O Senhor mostrou-lhe o mundo em
que vivemos. Foi uma visão
extraordinária, diferente de qualquer
outra de que eu tenha conhecimento:
"E (Moisés) viu o mundo e seus
confins e todos os filhos dos homens,
que são e que foram criados". E diz a
escritura: "Ficando grandemente
maravilhado e assombrado". (Moisés
1:8.) Podeis imaginar como seria ver
todos os homens e todas as coisas
que já estiveram ou estarão na terra?
Moisés encheu-se de assombro e
disse a si mesmo: "Agora, por isto
sei que o homem é nada, coisa que
nunca havia imaginado". (Moisés
1:10.) O Senhor então lhe ensinou
uma verdade ainda maior e mais
importante. Ele disse: "Esta é minha
obra e minha glória: proporcionar a
imortalidade e a vida eterna ao
homem". (Moisés 1:39.) E eu diria: a
todo homem e a toda mulher. Que
maravilha foi para Moisés e é para
nós, saber que embora sejamos nada
quando comparados à imensidão do
universo, na verdade somos a razão
de sua criação bem como da criação
da terra.
Creio que é importante
ampliarmos nossa visão e tentarmos
compreender, como foi mostrado a
Moisés, o paradoxo de sermos
pequenos e grandes ao mesmo
tempo. As escrituras nos ajudam a
tomarmos consciência de nossa
identidade singular.
Existíamos como indivíduos
muito antes desta vida. Tínhamos o
livre-arbítrio, e escolhemos vir à terra,
mesmo sabendo que teríamos que
correr certos riscos e enfrentar
dificuldades. Sentimo-nos
suficientemente confiantes para
escolher o plano de Jesus Cristo.
Sabíamos que ele nos ajudaria,
mostrando-nos como poderíamos
viver retamente, amar e servir uns
aos outros, evitar o mal e buscar o
bem.
Depois, passamos por uma
transição e, aqui estamos; cada um
de nós é apenas um, dentre as
multidões que Moisés vislumbrou,
não obstante, empenhamo-nos em
descobrir nossa verdadeira
identidade como indivíduos, o
propósito de estarmos aqui e de
onde realmente viemos. Ao
conhecermos o evangelho, na terra,
onde temos que aprender tudo
novamente, vemos esta preciosa
verdade: na vida pré-mortal usamos
o livre-arbítrio ao escolhermos Cristo
como líder. Ele garante a sua parte e
todos podemos garantir a nossa, ao
fazermos convênios e estabelecermos
uma sociedade com ele. O rei
Benjamim descreve como isto ocorre,
no Livro de Mórmon:
"E agora, por causa do convênio
que fizestes, sereis chamados
progênie de Cristo, filhos e filhas
dele, pois eis que, neste dia, ele vos
gerou espiritualmente; pois dizeis
que vossos corações se
transformaram pela fé em seu nome;
portanto, nascestes dele e vos
tomastes seus filhos e suas filhas.
Sob esta chefia sois feitos livres,
e não há outro chefe por meio do
qual possais ser libertos. Nem há
nenhum outro nome pelo qual
obteremos a salvação; quisera,
portanto, que tomásseis sobre vós o
nome de Cristo, vós todos, que
haveis feito convênio com Deus de
ser obedientes até o fim de vossas
vidas." (Mosiah 5:7-8.)
Ao falar-vos sobre como somos
importantes individualmente para o
Pai Celestial e para o Salvador, de
acordo com os ensinamentos do
evangelho, espero sinceramente que
A L iahon a /J a n eir o 1993 95

Élder Richard G. Scott, do Conselho dos Doze, com visitantes da conferência.
tenhamos maior confiança em nossa
própria capacidade de tomarmos
decisões corretas, o que nos ajudará
a crescer espiritualmente. Algumas
pessoas desejam ouvir uma voz
autoritária dizendo: "Faça isto" ou
"Faça aquilo". Outras querem que
Deus lhes diga exatamente o que
fazer para que não corram nenhum
risco. Ao falar num serão na
Universidade Brigham Young, o
Élder Dallin Oaks disse: "Uma das
maneiras de crescermos, aqui na
mortalidade, é por meio das decisões
que temos que tomar. As pessoas
96
ue procuram deixar todas as
ecisões nas mãos do Senhor e
esperam que ele lhes revele o que
devem fazer, logo se encontrarão
pedindo ajuda sem obter resposta.
Isso pode acontecer, por exem plo,
nas incontáveis vezes em que temos
que tomar decisões simples ou em
que qualquer uma das escolhas é
satisfatória. Devemos ponderar em
nossa mente, usando o poder de
raciocínio que o Criador nos
concedeu. Depois, orar pedindo
orientação e, se a recebermos, agir de
acordo com ela; caso contrário,
devemos tomar a decisão que
julgamos ser a melhor". (Dallin H.
Oaks, "Our Strength Can Become Our
Downfall”, Serão para as estacas da
BYU, 7 de junho de 1992, pp. 3-4.)
Quando nos convertemos ao
evangelho de Jesus Cristo, tornamo-
nos tanto humildes quanto valentes;
sentimo-nos fortalecidas para tomar
decisões. Um exemplo das várias
dificuldades que pessoas bondosas
enfrentam na vida pode ser
encontrado no breve relato do livro
de Rute, no Velho Testamento. Toda
vez que o leio, descubro algo novo.
Ultimamente tenho pensado nesse
relato como uma história de
conversão, coragem e decisão.
Refere-se a outra época, outra
cultura, e ainda assim refere-se a nós
também.
Noemi e seu marido,
Elimeleque, com os dois filhos,
haviam deixado Israel, por causa da
grande fome que assolava o país,
peregrinando até uma terra inimiga,
chamada Moabe. No devido tempo,
seus filhos se casaram com mulheres
moabitas, cujos nomes eram Orfa e
Rute. Então, no espaço de dez anos,
o pai e os dois filhos faleceram.
Noemi soube que a fome havia
cessado em Judá e decidiu voltar ao
seu povo. Aconselhou as noras a
voltarem para suas famílias.
Chamou-as de filhas e beijou-as e
elas levantaram a voz e choraram.
(Isso não é extraordinário? Não
entendo por que uma história tão
clara e conhecida como essa não
mude um pouco o teor das anedotas
que se contam sobre as sogras.) Por
fim, Orfa decide permanecer em
Moabe e Noemi diz mais uma vez a
Rute: "Eis que voltou tua cunhada ao
seu povo e aos seus deuses; volta tu
também após a tua cunhada". (Rute
1:15.)
Nesse momento, num hebraico
majestoso e poético, Rute comunica
sua decisão e confirma sua
conversão. "Não me instes para que
te deixe, e me afaste de ao pé de ti:
porque aonde quer que tu fores irei
eu; e onde quer que pousares à noite
ali pousarei eu; o teu povo é o meu
povo, o teu Deus é o meu Deus."
(Rute 1:16.)
Quando Noemi, que era uma
mulher sensata, viu a determinação
de Rute, "deixou de lhe falar nisso",
(Rute 1:18) o que não quer dizer que
tenha deixado de falar com ela, mas
que desistiu de tentar convencê-la
das dificuldades que enfrentaria em
Israel. Rute, a Moabita, enfrentaria a
intolerância, a pobreza e muita
incerteza, mas havia-se convertido e
havia tomado uma decisão. Ela e
Noemi formaram uma grande dupla,
não apenas enfrentando juntas os
problemas que surgiam, mas
também aproveitando as
oportunidades.
Com o passar do tempo, Rute se
casou com Boaz e tiveram um filho.
"Então as mulheres disseram a
Noemi: Bendito seja o Senhor...pois
tua nora, que te ama, o teve (o filho),
e ela te é melhor do que sete filhos.
E Noemi tomou o filho...e foi sua
ama.
E as vizinhas lhe deram um
nome dizendo: A Noemi nasceu um
filho. E chamaram o seu nome
Obede. Este é o pai de Jessé, pai de
Davi". (Rute 4:14-17.)
Esta foi um tipo de profecia de
grande importância para nós. Numa
cultura hostil à liderança feminina,
estas mulheres, Noemi e Rute
viveram de tal modo que resultou,
segundo a escritura enfatiza, em
Obede, pai de Jessé, que é pai de
Davi, através de cuja linhagem,
detalhadamente descrita no primeiro
capítulo de Mateus, nasceu Jesus,
chamado o Cristo. Poderíeis
imaginar que o pequeno livro de
Rute prenunciaria tão grandioso
acontecimento?
Rute, com confiança, enfrentou
sofrimentos que não nos são
estranhos - a morte de um ente
querido, a solidão num local
estranho e a necessidade de
trabalhar para sobreviver. Seu
empenho, ao tomar cada decisão,
repercutiu posteriormente num
acontecimento grandioso, e é para
mim um exemplo de que devemos
dar grande importância à vida diária
e às decisões que tomamos ao
procurarmos seguir a Deus.
Presto-vos testemunho destas
coisas. Sou grata pelo livre-arbítrio e
por poder confiar no Pai Celestial e
em sua orientação. Sou grata pela
expiação do meu Salvador, que
compreendeu perfeitamente os
riscos. Sou grata pelas bênçãos da fé
e da caridade que enchem minha
alma de alegria e felicidade e por
isso digo que realmente vivemos
numa época maravilhosa.
Em nome de Jesus Cristo, amém.
M edo
Virginia H. Pearce
Primeira Conselheira na Presidência Geral das Moças
"Temos que nos decidir a levar-lhe (ao Pai Celestial)
nossos temores, a confiar nele e deixar que nos guie."
ncaro esta enorme
E
responsabilidade com grande
respeito e amor a vós,
especialmente a vós, moças. Sei que
me estais ouvindo de um modo
muito pessoal. Cada uma de vós
tem, neste momento, necessidades
individuais. Apesar da formalidade
da ocasião, tenho absoluta certeza de
que muitas de nós, por meio da
música, dos discursos, ou
simplesmente do companheirismo
das amigas que nos cercam,
encontraremos as respostas e o
incentivo para seguir avante. Meu
único desejo é ser parte desse
processo.
No desejo de dizer alguma coisa
que vos tocasse individualmente,
comecei a pensar em algo que todo
ser humano experimenta, algo que
geralmente encaramos de maneira
negativa e que, se pudéssemos,
evitaríamos. As vezes, achamos que
ninguém mais sofre disto como nós,
ou, num esforço para reprimir este
sentimento, tentamos convencer-nos
de que simplesmente ele não nos
atinge. Estou falando do medo.
Perguntei a muitas jovens o que
as fazia sentir medo. Estas são
algumas respostas:
"Quando me mudei para uma
escola nova, senti medo de não
conseguir fazer amigos."
"No ano passado meu irmão
ficou doente. Tive medo de que ele
morresse."
"Quando ouço meus pais
brigando e discutindo, tenho medo
de que se divorciem."
"Cometi alguns erros terríveis e
tive muito medo de que
descobrissem, e que minha família se
sentisse envergonhada e desonrada.
Tive tanto medo da humilhação, que
cheguei a pensar em fazer um
aborto."
"Preocupo-me com uma porção
de coisas - o que dizer, como agir,
que roupa vestir. Parece que nem
consigo divertir-me ou fazer amigos,
porque sempre tenho receio do que
as pessoas pensarão de mim."
"Por causa de algumas coisas
que aconteceram comigo quando era
pequena, é difícil não ter medo dos
homens. Às vezes tenho medo até de
ficar sozinha com o bispo, numa
entrevista. Também tenho medo de
que as pessoas descubram o que
aconteceu comigo e não mais me
amem."
"Tenho medo de não passar no
vestibular."
"Tenho medo de não me casar."
"Receio que meus pais não
tenham condições de comprar meu
uniforme escolar."
Um tanto assustador, não é?
Quando lemos as escrituras,
descobrimos que o medo faz parte
da história do ser humano, desde o
início do mundo. Chego a crer que,
na existência pré-mortal, quando os
A L iah o n a /J a n eir o 1993 97

Élder Sam K. Shimabukuro, membro da Presidência da Área Ásia Norte, sorri calorosamente para
seu companheiro de quorum.
dois planos foram apresentados,
alguns decidiram seguir Lúcifer por
medo - medo de deixar a presença
do Pai sem garantia de que
voltariam. Talvez Lúcifer tenha
tocado nesse ponto fraco, o medo,
assegurando-lhes que, com seu
plano, todos retomariam.
Imagino como Adão e Eva, que
tinham vivido em total segurança -
em meio a animais dóceis, com
alimento abundante, sem oposição
da natureza - devem ter sentido
medo ao serem expulsos para um
mundo onde a própria sobrevivência
deve ter sido motivo de medo
constante.
Por que o medo faz parte da
vida terrena?
Talvez a maior esperança de
nosso Pai Celestial seja de que o
busquemos por causa de nossos
temores. As incertezas da vida nesta
terra nos fazem lembrar de que
dependemos dele, mas isso não é
automático. Temos o livre-arbítrio.
Temos que nos decidir a levar-lhe
nossos temores, a confiar nele e
deixar que nos guie. Temos que fazer
estas escolhas, mesmo quando nos
sentimos inclinadas a confiar cada
vez mais em nossas idéias
desvairadas e muitas vezes
distorcidas.
Quando procurarmos viver os
mandamentos e orar ao Senhor, ele
nos levará a fazer coisas que
acalmarão nossos temores. Para isto
98
precisamos de muita coragem e da
orientação do Espírito Santo. O
Espírito Santo pode ajudar-nos a
compreender quando e com quem
devemos dividir os temores.
Seremos amparadas por ele ao
enfrentarmos o medo e tentarmos
fazer coisas que nunca fizemos antes.
Gostaria de falar-vos sobre dois
conceitos que me têm ajudado
quando estou amendrontada. O
primeiro é um conselho da irmã
Michaelene Grassli, presidente geral
da Primária. Servi sob sua orientação
na Junta Geral da Primária.
Estávamos numa designação de
treinamento quando uma líder local
começou a descrever entusiástica e
detalhadamente as irmãs da
liderança geral que visitaram aquela
área no ano anterior. Quando nos
contou as coisas maravilhosas que
fizeram e demonstrou a expectativa
de que fizéssemos o mesmo, senti
um nó no estômago. Naquela noite,
depois que nossa anfitriã foi embora,
falei de meus temores à irmã Grassli:
Tinha medo de não ser tão boa
quanto aquelas outras irmãs,
achando que certamente
desapontaria a todos e faria com que
ela e a liderança da Igreja se
envergonhassem de mim.
Respondeu-me: "Já senti isso, mas o
que me consola é saber que só preciso
preocupar-me se o que direi será
aceitável e agradável ao Senhor".
Suas palavras trouxeram-me paz
imediata e tenho-as repetido a mim
mesma em incontáveis situações.
Nós, mulheres, gostamos muito
de agradar aos outros, procurando,
às vezes, obter tanta aprovação, que
acabamos divididas e confusas em
relação às diferentes necessidades
dos que nos cercam. Quando nos
concentramos em agradar ao Pai
Celestial, sentimos paz, e o medo e a
ansiedade desaparecem. Jovens,
pensai nisto na próxima vez que vos
pedirem que participeis de uma
apresentação na Igreja, que visiteis
um membro inativo de vossa classe
ou que planejeis uma atividade: "Só
reciso preocupar-me em agradar ao
enhor". Acho que alguns de vossos
temores desaparecerão. O profeta
Davi disse: "O Senhor é a minha luz
e a minha salvação; a quem temerei?
O Senhor é a força da minha vida; de
quem me recearei?". (Salmos 27:1.)
O segundo conceito que me tem
ajudado são as seguintes palavras do
famoso pintor Vincent van Gogh:
"Estou sempre fazendo algo que
ainda não sei fazer, para aprender a
fazê-lo". Grande parte da vitória
diária sobre o medo, está em
simplesmente fazermos as coisas que
ainda não sabemos fazer.
Há coisas que ainda não sabeis
fazer e que mesmo assim estais
fazendo? Que tal tentar conversar
com um rapaz na Mutual, mesmo
que vos sintais desajeitadas? E o que
pensais de realmente vos dedicaràes
aos estudos, embora estejais
desanimadas? Sempre ouço a irmã
Janette Hales, presidente geral das
Moças, dizer aos jovens que devem
trabalhar muito. Ela diz: "O trabalho
aumenta nossa capacidade e, se
tiverdes mais capacidade, tereis mais
confiança em vós mesmas".
Li recentemente a autobiografia
de Eleanor Roosevelt, que foi esposa
de um presidente dos Estados
Unidos, mas sua influência
ultrapassou as fronteiras da política
e da posição social. Sua vida é um
exemplo, para as mulheres, de
alguém que desenvolveu
esplendidamente os próprios
talentos, servindo ao próximo. A
infância e a juventude dessa mulher
foram marcadas pelo medo e falta de
confiança em si mesma. Contou ter
sido uma adolescente desajeitada,
alta demais, dentuça, mal vestida e
tão tímida, mesmo com os jovens de
sua idade, que as festas e os bailes
lhe causavam pavor. Então, como
conseguiu tornar-se uma pessoa
confiante, a ponto de fazer tamanhas
contribuições?
Disse ela: "Ganhamos força,
coragem e confiança a cada
experiência em que realmente
f>aramos para encarar o medo de
rente... Temos que fazer as coisas
que achamos que não somos
capazes". (Karen McAuley, Eleanor
Roosevelt, New York: Chelsea House
Publishers, 1987, p. 105.)
Se nos concentrarmos em
agradar ao Senhor, ao invés de
agradar aos outros, e continuarmos
trabalhando arduamente, fazendo
algo que ainda não sabemos fazer,
cresceremos. Nossa confiança no Pai
Celestial e em seu Filho, Jesus Cristo,
aumentará. A fé nos dá a certeza de
que, no final, não apenas
sobreviveremos, mas teremos
imensa alegria e felicidade.
Após a morte de Cristo, Paulo
converteu-se e tornou-se um grande
missionário. Tinha um companheiro
mais jovem, a quem amava como o
pai ama o próprio filho. Ao lermos
sua história, em II Timóteo, vemos
que trabalhavam juntos e foram
separados. Timóteo sente-se
amedrontado e solitário - ser
missionário pode ser assustador.
Paulo está na prisão, em Roma.
Escreve a Timóteo: "A Timóteo, meu
amado filho...
Dou graças a Deus... que sem
cessar faço memória de ti nas minhas
orações noite e dia;
Desejando muito ver-te,
lembrando-me das tuas lágrimas".
(n Timóteo 1:2-4.)
Não é uma carta carinhosa?
Imaginai que a recebestes de alguém
que se preocupa com vossas lágrimas.
Paulo continua a lembrar a
Timóteo quão forte é: "Trazendo à
memória a fé não fingida que em ti
há". (Vers. 5.) Diz a Timóteo que
tanto sua avó como sua mãe foram
mulheres de fé. para vencer os temores! nos amam na fé. A graça seja com
Pensai em quanta força vossas E esta é minha parte preferida da vós todos. Amém". (Tito 3:15.)
avós e mães vos transmitiram. carta: "Porque Deus não nos deu o Saúdam-vos todos os que estão
Depois, Paulo pede a Timóteo espírito de temor, mas de fortaleza, e comigo. Nós vos amamos;
que se lembre de usar o dom do de amor, e de moderação". (Vers. 7.) conhecemos vossos temores e vossa
Espírito Santo: "Te lembro que Não são estas as coisas que mais fé. Presto-vos testemunho de que
despertes o dom de Deus que existe desejais ter quando vos sentis Jesus Cristo é o nosso Salvador, de
em ti pela imposição das minhas amedrontadas - espírito de fortaleza, que ele me ama, de que ele ama
m ã o s (V e rs . 6.) amor e capacidade de discernir? todas vós e que, com sua ajuda,
Lembrai-vos de que vos Paulo encerra uma de suas nossos temores darão lugar à fé.
impuseram as mãos e de que vos foi cartas, dizendo: "Saúdam-te todos os Digo estas coisas em seu nome.
concedido um dom? Usai esse dom que estão comigo. Saúda tu os que Amém.

A L iah o n a /J a n eir o 1993 99


"O lhai para
Vossas C riancinhas "
Presidente Michaelene P. Grassli
Presidente Geral da Primária
"Nenhum outro grupo... na Igreja é tão receptivo à
verdade, tem tanta facilidade para aprender e reter o
que lhes é ensinado."
erto bispo falou-me da ocasião
C em que entrevistou uma irmã
para um chamado na ala.
Leram juntos o capítulo 17 de 3 Néfi,
no Livro de Mórmon.
Leram o trecho em que o
Salvador pediu aos nefitas que lhe
levassem as criancinhas, orou por
elas e abençoou-as, quando os anjos
desceram dos céus e ministraram-
lhes e foram rodeadas por fogo.
Essas palavras familiares são
versículos poéticos e vigorosos.
É interessante que depois o bispo
disse: "Irmã Breinholt, o Salvador
não pode estar pessoalmente em
nossa ala todos os domingos, mas,
por meio da inspiração do Pai
Celestial, nós a estamos chamando
para fazer pelas crianças da ala o que
o Salvador faria se estivesse aqui.
Está sendo chamada para ser
100
professora da Primária!"
Quando ouvi aquela experiência
extraordinária, quis estudar esses
versículos novamente, para entender
melhor o que o Salvador fez com as
crianças nefitas e o que ele faria por
nossas crianças se estivesse aqui. O
exemplo do Salvador, e o conselho
do bispo de amarmos e servirmos as
crianças, sejam elas nossos filhos,
vizinhos, amigos ou alunos da
Primária, aplicam-se a todas nós.
Todas elas nos pertencem.
Tendo isso em mente,
examinemos alguns versículos do
décimo sétimo capítulo de 3 Néfi.
Vamos estudar juntas o exemplo
dado pelo Salvador.
No versículo 11, seu convite não
foi acidental ou inconseqüente. "Ele
ordenou que as criancinhas fossem
trazidas (à sua presença)." (Vers. 11;
grifo nosso.) Agora, observai o que o
versículo onze não diz. Não diz: não
liguem para o que os pequeninos
fazem, pois ainda não são
responsáveis por suas ações. Não diz
que as crianças deveriam ser levadas
para qualquer outro lugar, a fim de
evitar que o perturbassem. E não diz
que elas não iriam entender. Diz,
porém, que as crianças precisam
aprender as coisas importantes do
reino.
Como filhos de Deus, elas têm
tanto direito quanto nós de receber
orientação espiritual.
"Trouxeram, pois, suas
criancinhas e as colocaram no chão,
ao redor dele, permanecendo Jesus
no meio delas." (Vers. 12.) Será que
alguma vez consideramos servir às
crianças algo inferiorizante? Está
claro que, para o Salvador, as
crianças nefitas não só mereciam
estar em sua presença, mas também
mereciam seu tempo e atenção. As
crianças precisavam dele, e ele se
colocou no meio delas.
O versículo doze também diz
que Jesus esperou "até que todas as
crianças foram colocadas perto
dele." Ele não queria apenas um
determinado número e não se
contentava com simplesmente
algumas das crianças. Queria que
todas estivessem ali, e ensinou a
todas.
Jesus então orou de modo tão
fervoroso ao Pai, que "não há língua
que possa falar, nem homem que
possa escrever, nem podem os
corações dos homens conceber tão
grandes e maravilhosas coisas."
(Vers. 17.) E as criancinhas estavam
ali! Ouviram aquela oração;
presenciaram o acontecimento e se
emocionaram. As crianças entendem
e devem estar presentes quando
alguém dá uma bênção do
sacerdócio, quando os membros da
ala ou da família fazem um jejum
especial, quando os pais e líderes
oram e prestam testemunho, quando
seus entes queridos conversam sobre
o evangelho, e em outras ocasiões
especiais.
"E tomou das criancinhas, uma a
uma, abençoou-as e rogou por elas
ao Pai." (Vers. 21.) Jesus estava
pregando a um grupo de cerca de
2.500 homens, mulheres e crianças.
Pensai em quanto tempo deve ter
levado para abençoar e rogar pelas
crianças, "uma a uma."
Provavelmente tomou muitas delas
nos braços ou as colocou no colo. E
chorou, pois sua alegria era
completa.
"E, dirigindo-se à multidão,
disse: Olhai para vossas
criancinhas." (Vers. 23.) Jesus
chamou a atenção da multidão
especificamente para as crianças.
Para mim, a palavra olhar tem muita
importância. Significa mais do que
simplesmente "ver." Quando o
Senhor instruiu os nefitas a olharem
para seus pequeninos, creio que quis
dizer que deviam dar atenção a eles,
contemplá-los, olhar além do
presente e enxergar suas
possibilidades eternas.
"E, ao levantar a vista... viram
ue se abriam os céus e deles
esciam anjos que pareciam estar no
meio do fogo; e os anjos desceram e
circundaram aqueles pequeninos e
eles foram rodeados por fogo e anjos
lhes ministraram." (Vers. 24.)
O que teria acontecido se a
multidão não tivesse olhado com os
olhos espirituais? Teriam visto os
anjos descerem dos céus? Poderiam
ter visto as crianças serem rodeadas
por fogo? Teriam notado que anjos
ministraram aos pequeninos? É
muito significativo para mim que,
mais tarde, o Salvador tenha
ensinado as coisas mais sagradas
somente às criancinhas, e que lhes
tenha soltado as línguas para que
falassem à multidão. (Vide 3 Néfi
26:14.)
Não é espantoso que após a
visita do Salvador os nefitas tenham
vivido em paz e retidão por
duzentos anos? Por causa das coisas
maravilhosas que lhes ensinou, das
bênçãos e atenção que deu a eles e a
seus filhos, tornaram-se um povo
reto, e essa retidão se perpetuou
através dos filhos de seus filhos por
muitas gerações.
Não subestimemos a capacidade
e o potencial das crianças de hoje de
perpetuarem a retidão. Nenhum
outro grupo de pessoas na Igreja é
tão receptivo à verdade, tem tanta
facilidade para aprender e reter o
que lhes é ensinado. Nenhum outro
grupo é tão vulnerável a
ensinamentos errôneos e vítima de
negligência e maus tratos. As
crianças não podem cuidar de si evangelho. Podemos ajudá-las a Alaska mas mora temporariamente
mesmas. Nós, adultos do mundo, presenciarem acontecimentos na Rússia, visitou o lar de uma
precisamos olhar por elas. Os espirituais maravilhosos. Elas família com dois filhos pequenos.
pequeninos do mundo inteiro podem ouvir quando oramos Descobriu que as crianças lêem e
merecem ser "(guardados na) sinceramente por elas. Se seguirmos amam as escrituras e estão famintas
memória e... alimentados pela boa o exemplo do Senhor, seremos seus por mais conhecimento. Quando foi
palavra de Deus, (para) assim anjos ministradores aqui na terra. assistir às reuniões do pequeno ramo
(trilharem) o bom caminho." Num domingo bastante viu que, como a Igreja era muito
(Morôni 6:4.) ocupado, um bispo notou, em meio a recente lá, eles não estavam
Jesus nos mostrou claramente o todas as pessoas que apinhavam o habituados a ensinar as crianças aos
que fazer ao cumprirmos nossa saguão da capela, um menininho domingos.
responsabilidade de ensinar e cuidar sentado no chão, chorando. Relatou: "Como sabia o que as
das crianças. Nossos desafios são Deixando a agenda de lado, o bispo crianças estavam perdendo, senti
diferentes dos desafios do povo imediatamente voltou a atenção para algo muito forte me dizendo que
nefita, porque vivemos em outra a criança em prantos. Sentou-se no tinha que ajudar." E depois
época. Mas a maneira do Senhor não chão e abraçou o garotinho contra o comentou: "Senti que seria
depende da época. Na sua Igreja, peito, até o choro cessar e o menino responsabilizada se não fizesse
não pode haver outro modo. Como poder explicar o que havia nada." Então, fez. Não muito tempo
ele mesmo mostrou, nossa presença acontecido. Depois, consolada, a depois, foi chamada como presidente
física e atenção são vitais para nossos criança saiu do saguão de mãos da Primária do distrito, para ser um
filhos, para as crianças da Primária e dadas com o seu anjo ministrador na anjo ministrador na terra para
da comunidade. Podemos olhá-las terra. aquelas crianças.
numa perspectiva eterna e ajudar Creio que o Salvador teria feito o Uma amiga minha recebeu um
todas elas a conhecerem o Salvador e mesmo. convite do casamento no templo de
aprenderem as grandes verdades do Uma jovem mãe SUD, que é do um jovem que havia sido seu aluno

A L iahona /J a n eiro 1993 101

 na Primária. Ao responder ao
convite, ela perguntou: "David, sua
família mudou-se, e não nos vemos
há anos. Como se lembrou de mim?"
"Irmã McMullin," disse ele,
"ensinou-nos que devíamos ser
limpos e dignos para receber o
sacerdócio. Ensinou-nos que
devíamos lavar as mãos e vestir
roupas limpas quando fôssemos
distribuir o sacramento. Também
nos ensinou a ser limpos
interiormente. Quando enfrentava
tentações e tomava decisões nos anos
de namoro, sua voz me vinha à
mente: 'Um diácono é limpo por
dentro e por fora. Sou digno de
entrar no templo por sua causa. É
por isso que quero que esteja aqui."
Uma irmã servindo missão com
o marido, na Nova Guiné, escreveu-
nos contando que ensinava o
evangelho às criancinhas sob uma
árvore, numa grande plantação de
coco. Depois das aulas, as crianças
faziam fila para beber um pouco de
água gelada, tão escassa e preciosa,
levada numa jarra plástica por seus
anjos ministradores na terra.
Acho que o Salvador também
aprovaria isso.
Todas nós, sejam quais forem as
circunstâncias em que vivemos,
podemos ajudar uma criança, de um
modo que ninguém mais sabe, só
nós. Podemos dar-lhe água,
alimento, amor, conforto e, acima de
tudo, podemos dar-lhe a "água viva"
do evangelho. (Vide João 4:10-14.)
Quando ensinarmos as crianças
com a mesma dedicação e
compromisso demonstrados pelo
Salvador, estaremos abençoando-as
com amor, proteção, fé, testemunho
e coragem para resistirem ao mal.
Estas são medidas preventivas para
ajudar a impedir a violenta onda de
imoralidade que a todos contamina
nos dias de hoje. O evangelho pode e
deve ser um modo de vida para elas.
Pensai em como será a Igreja
amanhã, se atendermos às
necessidades de nossas crianças hoje.
Pensai no que acontecerá se não
fizermos isso.
Irmãs, ensinando as crianças,
também poderemos fazer com que o
evangelho se perpetue por muitas
gerações, pois temos nas mãos os
recursos mais valiosos e vulneráveis
que existem: nossas crianças.
Testifico-vos isto em nome de Jesus
Cristo. Amém.
1 02
À s M ulheres da Igreja
Presidente Howard W. Hunter
Presidente do Quorum dos Doze Apóstolos
"Há uma grande necessidade de reunir as mulheres
da Igreja para que apóiem o Sacerdócio e ajudem-nos
a deter a corrente do mal que nos cerca."
inhas amadas irmãs, saúdo-
M vos com amor e respeito,
sabendo que sois filhas do
Pai Celestial e conhecendo o
potencial que existe em cada uma de
vós.
Em nome dos oficiais gerais da
Igreja, agradeço-vos pelo serviço que
prestais à Igreja, à família, à
vizinhança e à comunidade na qual
viveis. Reconheço que muitas das
vossas obras altruístas e solidárias
não são conhecidas, nem divulgadas
e, muitas vezes, não são agradecidas.
Como a escritura aconselha:
"Não vos canseis de fazer o bem,
pois estais construindo o alicerce de
um grande trabalho" (D&C 64:33).
Lembrai-vos da promessa do
Salvador de que as boas obras feitas
em segredo serão um dia
recompensadas abertamente pelo Pai
nos Céus (vide Mateus 6:3-6,16-18).
O Senhor não vos esquece. Nós
oramos pelo vosso bem-estar.
Agradecemos a Deus pela influência
aprimoradora que tendes sobre o
mundo por intermédio de vosso
serviço, sacrifício, compaixão e luta
por aquilo que é belo e enobrecedor.
Agradecemos por tornardes
nossa vida tão melhor devido ao que
sois. Vosso firme exemplo de retidão
contrasta com os caminhos do
mundo.
Há muita confusão no mundo
que nos rodeia. Ouvimos muitas
vozes adotando causas e tentando
converter os outros ao seu modo de
ensar. A este respeito, a situação,
oje, não é diferente da confusão
descrita pelo Profeta Joseph Smith
em seus dias. Ele disse que alguns
gritavam: " 'Eis aqui a verdade', e
outros, 'Eis ali a verdade' " (JS 2:5).
Muitos hoje lutam, devido aos
desafios da vida. Por causa das
perplexidades, confusão e males que
nos cercam, é natural que
procuremos alguém que possa
ajudar-nos. Algumas mulheres
anseiam por uma inspiração capaz
de confortar o coração, sanar feridas
e revelar o caminho a seguir, quando
não parece haver nenhuma direção
segura para se tomar.
Não fomos, porém, deixados
sem consolo! Temos as escrituras,
que contêm palavras duradouras de
um amoroso Pai nos Céus, que nos
diz que somos sua prioridade. Disse
ele: "Porque eis que esta é a minha
obra e minha glória: proporcionar a
imortalidade e a vida eterna ao
homem", termo genérico da
escritura que também significa
mulher (Moisés 1:39).
Além dessas palavras de um Pai
Celestial amoroso, temos o Salvador,
de quem Alma escreveu:
"E sofrerá penas, angústias e
tentações de toda espécie, e isto para
que se cumpra a palavra que diz que
ele tomará sobre si as dores e
enfermidades de seu povo.
E tomará sobre si a morte, para
poder soltar as cadeias da morte que
prendem o seu povo; e tomará sobre
si as suas enfermidades, para que
suas entranhas se encham de
misericórdia, segundo a carne, e para
que possa conhecer, segundo a
carne, como socorrer o seu povo, de
acordo com suas enfermidades"
(Alma 7:11-12).
Deve ser confortador para vós,
irmãs da Igreja de Cristo, lembrar
que esse mesmo Jesus, que é o
Salvador por causa da Expiação,
demonstrou amor e preocupação
pelas mulheres do seu tempo. Ele
gostava da companhia das mulheres
e tinha boas amigas. Uma de suas
grandes parábolas foi a das dez
virgens. Ele abençoou as crianças,
honrou a viúva que ofertou duas
moedas e ensinou a mulher de
Samaria, revelando-lhe que era o
Messias. Expulsou sete demônios de
Maria Madalena e perdoou a mulher
apanhada em adultério. Curou a
filha da mulher grega, que estava
curvada havia dezoito anos e curou a
mãe de Pedro de uma febre.
Ele restituiu o filho morto à mãe,
a filha de Jairo aos pais, e Lázaro às
irmãs pesarosas, que estavam entre
seus amigos mais chegados. Ao ser
pendurado na cruz, voltou o coração
para a mãe, colocando-a aos
cuidados do discípulo amado, João.
Mulheres prepararam o corpo de
Jesus para o sepultamento, e foi
Maria a quem primeiro apareceu
como o Senhor ressuscitado; foi ela,
também, a encarregada de levar a
mensagem gloriosa da ressurreição
aos discípulos.
Há alguma razão para
pensarmos que ele não se importa
com as mulheres hoje? Antes da
ascensão, prometeu aos discípulos:
"Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará
outro Consolador... Não vos deixarei
órfãos" (João 14:16,18). Suas
discípulas e filhas são também estejam. Devido ao chamado que coração crente, olhar bondoso,
privilegiadas por terem recebido, recebemos, de testificar, governar e palavra de encorajamento, lealdade -
igualmente, aquele outro administrar, de nós é requerido, a até mesmo na sua hora de
Consolador, o dom do Espírito despeito de idade, doenças, exaustão humilhação, agonia e morte - e da
Santo. e sentimentos de incapacidade, que mesma forma nós, seus servos
Como testemunhas especiais do façamos o trabalho que ele nos deu espalhados por todo o mundo,
Salvador, recebemos a grandiosa até o último alento. precisamos de vós, mulheres da
designação de administrar os O Senhor e Salvador precisou Igreja, ao nosso lado, ajudando-nos a
assuntos de sua igreja e reino e de das mulheres do seu tempo como deter a onda do mal que ameaça
ministrar a seus filhos onde quer que mão confortadora, ouvido atento, engolfar-nos. Juntos devemos

A L iahon a /J a n eiro 1993 103


permanecer fiéis e firmes na fé
contra um número superior de
pessoas que pensam diferente de
nós. Parece-me que há uma grande
necessidade de reunir as mulheres
da Igreja para que apóiem o
Sacerdócio, ajudem-nos a deter a
corrente do mal que nos cerca e a
avançarmos na obra do Salvador.
Néfi disse: "Deveis, pois, prosseguir
para a frente com firmeza em Cristo,
tendo uma esperança resplandecente
e amor a Deus e a todos os homens,
(mulheres e crianças)" (2 Néfi 31:20).
Em questão de obediência a ele,
somos a maioria, mas somente juntos
podemos realizar o trabalho que nos
foi dado e estar preparados para o
dia em que o veremos.
Assim como trabalhamos com
vigor para ajudar os necessitados do
mesmo modo caridoso que o Senhor
ajudou as mulheres de sua época,
rogamo-vos também que auxilieis,
com vossa poderosa influência, a
fortalecer as famílias, a igreja e a
comunidade.
Sabemos que muito bem é
espalhado por pessoas e
organizações que procuram curar as
doenças do mundo. Encorajamo-vos
a seguir a admoestação da escritura
de estardes profundamente
empenhadas ou ativamente
envolvidas em boas causas na Igreja,
na vizinhança, na comunidade e até
mesmo em todo o mundo (vide D&C
58:27). No entanto, ainda afirmamos
que sem Cristo e sem o evangelho,
104
com as ordenanças e convênios
salvadores, as pessoas não
alcançarão seu verdadeiro potencial
nesta vida nem no mundo vindouro.
Aqueles que seguem a Cristo
procuram seguir-lhe o exemplo. O
sofrimento dele por nossos pecados,
defeitos, tristezas e doenças deve
motivar-nos, similarmente, a
estender nossa caridade e compaixão
àqueles que nos rodeiam. E bastante
apropriado que o lema da mais
antiga organização de mulheres no
mundo - a Sociedade de Socorro de
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos
dos Últimos Dias - seja "A Caridade
Nunca Falha".
Continuai a procurar
oportunidades de servir. Não vos
preocupeis demasiado com vossa
condição social. Lembrai-vos do
conselho do Salvador concernente
àqueles que buscam os "primeiros
lugares nas ceias" ou as "primeiras
cadeiras nas sinagogas"? "Porém o
maior dentre vós será vosso servo".
(Mateus 23:6,11.) É importante ser
apreciado, mas devemos concentrar-
nos na retidão, não no
reconhecimento; no serviço, não na
posição social. A professora visitante
fiel que silenciosamente faz seu
trabalho mês após mês, é tão
importante para a obra do Senhor
quanto aqueles que ocupam o que
alguns vêem como posições mais
eminentes na Igreja. A aparência não
eqüivale ao valor real das coisas.
Numa reunião geral das
mulheres da Igreja, o Presidente
Spencer W. Kimball aconselhou:
"Tende em mente, queridas irmãs,
que as bênçãos eternas que são
vossas por pertencerdes à Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias são muito maiores do que
quaisquer outras bênçãos que
porventura possais receber. Não
pode haver reconhecimento maior
do que o de ser uma mulher de
Deus, nenhuma condição social mais
elevada do que a que vos é conferida
por serdes filhas de Deus que
experimentam verdadeira
irmandade, são esposas, mães, e
realizam outras tarefas que têm uma
influência positiva no mundo".
(Ensign , nov. 1972, p. 102.)
Sois escolhidas para serdes
mulheres fiéis de Deus em nossos
dias, para estardes acima da
mesquinhez, dos mexericos,
egoísmo, lascívia e toda forma de
iniqüidade.
Reconhecei vosso divino direito
inato como filhas do Pai Celestial.
Sede alguém que cura com palavras,
tanto quanto com as mãos. Procurai
conhecer a vontade do Senhor, e
depois dizei, como disse aquela
Maria exemplar, mãe de Jesus: "Eis
aqui a serva do Senhor; cumpra-se
em mim segundo a tua palavra"
(Lucas 1:38).
Para concluir, estes versos de
um poeta desconhecido têm um
significado importante:
Fala-se sobre uma esfera de mulheres,
Como se esta tivesse um limite;
Não há lugar na terra ou no céu,
Não há tarefa dada à humanidade,
Não há bênção nem maldição,
Não há um sim ou um não sussurrado,
Não há vida, nem morte, nem
nascimento
Que tenha o mínimo valor...
Sem uma mulher.
Amadas irmãs, sei que Deus
vive, que Jesus é seu Filho Unigênito,
o Salvador do mundo. Sei que esta é
a Igreja de Jesus Cristo. Ele a dirige.
Testifico também a veracidade e
natureza eterna de vossa honrada
posição como mulheres.
Que o Senhor vos abençoe
enquanto prosseguirdes servindo-o e
servindo ao próximo, e esforçando-
vos para vos tomar tudo o que vos
permite vosso potencial. Em nome
de Jesus Cristo, amém.

" 0 E xem plo dos F iéis "
Presidente Thomas S. Monson
Segundo Conselheiro na Primeira Presidência
"O verdadeiro amor pode alterar vidas humanas e
mudar a natureza do homem."
sta reunião tem sido bela e
E gratificante. Endosso o
conselho dado pelo Presidente
Howard W.Hunter e o dado pelas
irmãs que nos dirigiram a palavra.
Ao contemplar a grande audiência
reunida esta n oite, penso nas
palavras do Presidente Heber J.
Grant, que declarou: "Freqüentemen­
te, sinto que uma foto de nossas
ueridas irmãs com seus rostos
ivinos e inteligentes, seria um
testemunho ao mundo da
integridade de nosso povo."
Certamente, precisaríamos das
maiores lentes que existem para
incluir todas vós numa fotografia.
Isto não nos é possível, mas, com
Deus todas as coisas são possíveis.
Em sua visão infinita, ele pode
literalmente ver e abençoar todos
nós. Tudo o que precisamos fazer é
merecer as bênçãos sempre
predicadas à fidelidade dos
mandamentos.
O Presidente George Albert
Smith disse: "Desejo gravar em vós,
filhas de Deus... que para o mundo
perdurar, deveis manter a fé. Para o
mundo ser feliz, deveis determinar o
ritmo desta felicidade...para
conservarmos a força física, o poder
da mente e a alegria espiritual, terá
de ser à maneira do Senhor". Talvez
uma jovem tenha pensado nisso
quando expressou os anseios do
coração: "O que realmente
precisamos é de menos crítica e mais
exemplos a seguir".
Freqüentemente somos rápidos
em criticar, propensos demais a
julgar e prontos a abandonar a
oportunidade de ajudar, erguer e, até
mesmo, salvar. Alguns apontam o
dedo acusador ao teimoso ou
desafortunado e dizem com escárnio:
"Ela nunca vai mudar. Ela sempre foi
má pessoa". Poucos vêem além da
aparência exterior e reconhecem o
verdadeiro valor da alma humana.
Quando o fazem, ocorrem milagres.
O oprimido, o desencorajado, o
indefeso tornam-se não mais
"estrangeiros, nem forasteiros, mas
concidadãos dos santos, e da família
de Deus". (Efésios 2:19.) O
verdadeiro amor pode alterar vidas
humanas e mudar a natureza do
homem.
Esta verdade foi belamente
representada no palco em M y Fair
Lady. Eliza Doolittle, a florista, falou
a alguém de quem gostava: "Sabe,
realmente, pondo de lado as coisas
que uma pessoa pode aprender com
facilidade - a maneira de vestir e o
modo adequado de falar - a
diferença entre uma dama e uma
florista não está na maneira como ela
se comporta, mas em como ela é
tratada. Serei sempre uma florista
para o Professor Higgins, porque ele
sempre me trata e sempre me tratará
como uma florista; mas sei que posso
ser uma dama para você, porque
você sempre me trata e sempre me
tratará como uma dama".
O Apóstolo Paulo escreveu uma
epístola ao amado companheiro
Timóteo na qual dá um conselho
inspirador, tão aplicável a mim e a
vós hoje, como o foi para Timóteo.
Ouvi cuidadosamente suas palavras:
"Não desprezes o dom que há em ti",
"mas sê o exemplo dos fiéis na
palavra, no trato, na caridade, no
espírito, na fé, na pureza". (I Timóteo
4:14,12.)
Não precisamos esperar por um
evento cataclísmico, um
acontecimento dramático no mundo
em que vivemos, ou um convite
especial para sermos um exemplo,
um modelo a seguir. As
oportunidades estão diante de nós
aqui e agora, mas são perecíveis.
Provavelmente serão encontradas
em nossos próprios lares e nas ações
do dia-a-dia. Nosso Senhor e Mestre
mostrou-nos o caminho: "(Ele)
andou fazendo bem". (Atos 10:38.)
Em todos os seus feitos, ele foi um
exemplo a ser seguido - o exemplo
dos fiéis.
E nós? Somos?
A felicidade impera quando
existe respeito genuíno uns pelos
outros. A esposa se achega mais ao
marido, e o marido aprecia mais a
esposa, as crianças são felizes como
devem ser. Se existe respeito no lar,
as crianças não se acham naquela
terrível "terra do nunca", - nunca
são motivo de preocupação, nunca
são os que precisam de liderança
paterna adequada.
Aqueles que ainda não são
casados, aconselho: As pessoas que
se casam na esperança de formar
uma parceria permanente devem ter
certas habilidades e atitudes mentais.
Devem ser habilidosas em se
adaptarem um ao outro. Precisam
ser capazes de resolver os problemas
mútuos, a boa vontade de dar e
tomar na busca da harmonia.
Precisam de altruísmo no nível mais
elevado, com o pensamento de que
um parceiro ceda ao outro a posição
desejada para si próprio.
Há muitos anos, proferi um
discurso de colação de grau para
uma classe que se formava. Fui à
casa do Presidente Hugh B. Brown
para que pudéssemos ir juntos de
carro para a universidade onde ele
dirigiria a cerimônia e eu deveria
falar. Quando o Presidente Brown
A L lahona /J a n eir o 1993 105

entrou no carro, disse: "Espere um
momento". Olhou em direção à larga
janela da sacada de sua linda casa e
então, percebi o que estava
procurando. A cortina foi puxada e
vi a irmã Zina Brown, sua amada
companheira com bem mais de
cinqüenta anos, na janela, sentada
numa cadeira de rodas, acenando
com um pequeno lenço branco. O
Presidente Brown tirou do bolso
interno do casaco um lenço branco e
acenou para ela em retorno. Depois,
com um sorriso, disse: "Vamos".
Enquanto dirigíamos, perguntei
ao Presidente Brown a respeito do
sinal dos lenços brancos. Ele me
contou o seguinte incidente: "No
primeiro dia após meu casamento
com a irmã Brown, quando fui
trabalhar, ouvi um tapinha na janela
e lá estava Zina, acenando com um
lenço branco. Achei o meu e acenei
de volta. Desde aquele dia até hoje,
nunca saio de casa sem trocar esse
pequeno adeus com ela. E o símbolo
do amor que temos um pelo outro;
uma indicação de que tudo estará
bem até nos reencontrarmos ao
anoitecer". Sim, um modelo a seguir,
"o exemplo dos fiéis".
Vós, jovens que estais presentes
106
esta noite, também podeis ser um
modelo - um exemplo. Estamos
todos cientes de que vivemos numa
época em que alguns zombam da
virtude, vendem pornografia sob o
disfarce da arte ou cultura, tornam
um olho cego, um ouvido surdo e
um coração calejado aos
ensinamentos de Jesus e a um código
de decência. Muitos dos nossos
jovens são arrastados na direção
errada e tentados a tomar parte dos
ecados do mundo. Tais pessoas
uscam ansiosamente a força
daqueles que têm a habilidade de
permanecer firmes na verdade. Por
meio do viver reto, e estendendo a
mão auxiliadora e o coração
compreensivo, podeis libertar,
podeis salvar. Quão grande será,
então, a vossa alegria. Quão eterna
será a bênção que vos será conferida.
Algumas mulheres enfrentam a
doença e a invalidez, a ponto de
ficarem confinadas ao leito. Mesmo
assim, existe o privilégio de se
erguer acima das aflições e ser um
verdadeiro exemplo de fé, amor e
serviço. Assim aconteceu no
casamento de Virginia e o marido,
Eugene Jelesnik. Por muitos anos,
eles trabalharam juntos, trazendo o
dom da canção e da música a
milhares de soldados, homens e
mulheres, e a audiências em palcos
de todo o mundo. Então, a doença e
a idade avançada forçaram Virginia
a permanecer entre quatro paredes -
confinada ao leito. O espírito,
contudo, não poderia ficar preso
como refém por um corpo deficiente.
Ela continuou a encorajar o marido,
sendo uma inspiração e constante
apoio. Todos os que são beneficiados
com os concertos de Eugene em sua
comunidade, e com seu serviço
cívico, maravilham-se com sua
energia, entusiasmo e bondade. Em
suas muitas responsabilidades,
Virginia foi sempre uma fonte de
força.
Enquanto o Apóstolo Paulo nos
recomenda com insistência que
sejamos o exemplo dos fiéis, não
restringe as fronteiras do serviço ou
limita a extensão de nossa influência.
Em julho deste ano, minha
mulher e eu comparecemos a um
banquete em homenagem a pessoas
ue foram reconhecidas pelo serviço
iscreto, pelo sacríficio altruísta e
pela devoção anônima em elevar
outros a um nível de vida superior,
sem pensar em engrandecimento ou
recompensa pessoal. Uma senhora
indígena norte-americana deu,
literalmente, muito de sua vida para
ensinar meninos e meninas de sua
raça como viver, amar e servir. A
resposta que deu ao ser reconhecida
pelas realizações que fez revelava
sua humildade. Discreta e
sinceramente, disse apenas uma
palavra especial: "Obrigada".
Outra linda mulher foi
homenageada por seu cuidado,
serviço e liderança. Como
enfermeira, confortou os feridos na II
Guerra Mundial. Como esposa e
companheira do marido, fez
negócios no mundo inteiro que
abençoaram a vida de muitos e, hoje,
viúva, continua servindo
diariamente seu Estado e sua
comunidade. Ela parece estar sempre
sorrindo. Talvez seja porque tenha
encontrado a chave da felicidade. Foi
sempre uma missionária. Sempre
estava no local onde precisavam
dela.
Soubemos ainda que uma outra
trabalhou com amor, discreta, porém
eficazmente para assegurar os
direitos das crianças, vítimas de
abusos, de não serem
negligenciadas ou abandonadas.
Havia outros. Todos
qualificados pela definição de
pioneiro, ou seja, "alguém que vai à
frente, mostrando o caminho para os
outros seguirem".
Durante o banquete e o
programa, sentei-me perto de uma
personalidade bem conhecida, Flip
Harmon, e a esposa, Lois. Flip tem
estado envolvido na direção da
comemoração dos "Dias de 47" há
quarenta e três anos, sendo esta uma
atividade anual no dia 24 de julho na
Cidade do Lago Salgado. Como Flip
estivesse circulando pelo salão,
cumprindo os deveres oficiais, tive o
privilégio de conversar com Lois. Ela
mencionou que ela e os membros da
família compareciam a todas as
apresentações do famoso rodeio que
é um dos pontos altos da
comemoração dos "Dias de 47". Um
rodeio é interessante de vez em
quando, mas todas as noites?
Perguntei a Lois como ela conseguia
participar desse programa. A
resposta foi sincera: "Esta é a vida do
Flip e quero ser parte dela. Ele conta
comigo". Na noite em que fui ao
rodeio com a irmã Monson, minha
tia Blanche (de noventa e cinco no vigésimo aniversário de minha vida. É a minha companheira
anos) e nossos netos, Lois estava casamento. Mais tarde, Flip foi eterna". (A palavra companheira
rodeada pelos filhos e netos chamado como bispo. Os dois parecia combinar com as botas de
queridos. Ela era a síntese da permanecem fiéis um ao outro e leais cowboy.) "Estaremos juntos para
felicidade. Durante a conversa no ao Senhor. sempre". A paciência foi
almoço, Lois contou-me Enquanto Lois falava, notei os recompensada, o amor externado. O
espontanemente detalhes sobre o olhos cheios de lágrimas. Ela disse: céu estava próximo.
marido.Disse que Flip tinha uma "Flip sempre usa botas de cowboy. Queridas irmãs, as jovens e
mãe que era um anjo e que orara No fim do dia, ele senta na cadeira aquelas não muito jovens, embora as
ardentemente pelos filhos quando em frente à lareira onde tira as botas condições possam diferir e as
serviram o país na época da guerra. e, depois, lê o jornal. Ele nunca oportunidades variar, podeis ser
Quando Flip voltou para casa, ele e guarda as botas, não importa modelos a seguir, até mesmo "o
Lois se casaram. Seguiu-se uma vida quantas vezes eu lhe fale sobre isso. exemplo dos fiéis".
ocupada e crianças que foram bem- Há alguns anos, isso me aborreceria, No Templo Sagrado, bem a leste
vindas ao lar. Todos os anos ao mas agora não. Hoje, simplesmente do Tabernáculo na Praça do Templo
aproximar-se a data do aniversário adoro aquelas botas. Meus na Cidade do Lago Salgado, um belo
de casamento, ele perguntava: "Que sentimentos são de ternura e fico tributo foi dado a duas de nossas
presente quer ganhar pelo nosso com o coração pleno ao pegar com irmãs que servem no berçário. Elas,
aniversário de casam ento?". Todos amor e boa vontade aquelas botas e claro, estavam vestidas de branco,
os anos, a resposta era a mesma: guardá-las todas as noites". como as crianças que naquela noite
"Um selamento no templo". O Naquele momento, eu é que seriam seladas aos pais. Quando as
presente não era dado. fiquei com os olhos marejados. irmãs se despediram das crianças,
Então, certo ano quando a Inesperadamente, pediram a Lois uma menininha, com um coração
pergunta constante foi feita: "O que Harmon que subisse à plataforma, cheio de fé, disse-lhes: "Boa noite,
quer ganhar, Lois, pelo nosso onde lhe foi feita uma notável anjos". Usarei suas palavras para
aniversário de casamento?" e a homenagem por suas ações dizer a vós, irmãs de todo o mundo:
resposta usual foi dada: "Ir juntos ao anônimas. Deram-lhe um bonito "Boa noite, anjos". Em nome de Jesus
templo de Deus", a réplica de Flip foi buquê de rosas vermelhas. Flip foi Cristo, amém.
inesperada: "Está certo. Vou fazer os convidado a se manifestar. Sua NOTA
preparativos para o acontecimento". expressão era sincera. Era como se os 1. Gospel Standards, comp. G. H. Durham
Foram selados para o tempo e a dois estivessem sozinhos no amplo (Cidade do Lago Salgado: Improvement Era,
eternidade na sagrada casa de Deus salão do hotel. "Lois é a luz da 1941), p . 150.

A L iah o n a /J a n e ir o 1993 107

 N O T Í C I A S DA I G R E J A

Mudanças nos Setenta e no Bispado Presidente

Setenta e dos novos da Escola Dominical
conselheiros no e dos Rapazes. Dois
Bispado Presidente novos membros da
foi anunciado pela Presidência dos
Primeira Presidên­ Quoruns dos
cia, e eles foram Setenta, anunciados
apoiados durante a anteriormente,
162a conferência foram apoiados
geral semestral. juntamente com
Além disso, a quinze novos mem­
condição de emérito bros do Segundo
foi concedida a dois Quorum dos Seten­
membros do Primei­ ta, cujos chamados
ro Quorum também foram
dos Setenta, e seis comunicados
membros do Se­ previamente.
Élder Henry B. Eyring gundo Quorum dos Élder Glenn L. Pace O Bispo Henry B.
Setenta foram Eyring e o Bispo Glenn L.
desobrigados, por terem A Primeira Presidência
O chamado dos dois
novos membros do completado o período também anunciou mudanças
Pace, primeiro e segundo
conselheiros no Bispado
Primeiro Quorum dos designado de cinco anos. nas presidências gerais

0 1

Élder Marion D. Hanks Élder Robert L. Backman Élder George R. Hill III Élder John R. Lasater

Élder Douglas J. Martin Élder Glen L. Rudd Élder Douglas H. Smith Élder Lynn A. Sorensen

108
Presidente, foram chamados
para o Primeiro Quorum
dos Setenta.
Anunciou-se
recentemente que o Élder
Eyring fora indicado como
novo comissário do Sistema
Educacional da Igreja. Ele
continuará a exercer esse
cargo. Élder Eyring foi
chamado para o Bispado
Presidente em 6 de abril de
1985. Já fora comissário
assistente, comissário do
Sistema Educacional da
Igreja e presidente da
Faculdade Ricks. Élder Pace
também foi chamado para o
Bispado Presidente em 6 de
abril de 1985. Serviu no
Conselho Executivo
Missionário e, durante os
nove anos que antecederam
seu chamado para o
Bispado, foi funcionário do
Departamento de Serviços
de Bem-Estar da Igreja.
Como conselheiros do
Bispo Presidente, Robert D.
Hales, foram chamados H.
David Burton e Richard C.
Edgley.
Os Élderes Marion D.
Hanks e Robert L. Backman
receberam a condição de
eméritos. Élder Hanks foi
chamado para o Primeiro
Conselho dos Setenta em 4
de outubro de 1953, aos 31
anos de idade. Foi presiden­
te do Templo de Lago Salga­
do e da Missão Britânica,
serviu por duas vezes na
Presidência dos Setenta e,
mais recentemente, como
diretor-executivo do Depar­
tamento do Sacerdócio.
Élder Backman foi
apoiado para o Primeiro
Quorum dos Setenta em I o
de abril de 1978. Foi
chamado para a Presidência
dos Setenta em outubro de
1985. É ex-presidente e ex-
conselheiro geral dos
Rapazes e presidiu a Missão
dos Estados do Nordeste
dos EUA. Mais recentemen­
te, foi diretor-executivo do
Departamento Missionário.
Os Élderes George R.
Hill III, John R. Lasater,
Douglas J. Martin, Glen L.
Rudd, Douglas H. Smith e
Lynn A. Sorensen foram
desobrigados após
completarem o período
designado de trabalho no
Segundo Quorum dos
Setenta. Estes seis irmãos
foram chamados para os
Setenta em 4 de abril de
1987. O irmão Martin é
presidente do Templo da
Nova Zelândia.
Como membros da
Presidência dos Quoruns
dos Setenta foram apoiados
os Élderes Charles Didier e
L. Aldin Porter, em
substituição aos Élderes
Hanks e Backman.
Foram também
apoiados como membros do
Segundo Quorum dos
Setenta os Élderes Lino
Alvarez, Dallas N.
Archibald, Merrill J.
Bateman, C. Max Caldwell,
Gary J. Coleman, John B.
Dickson, John E. Fowler, Jay
E. Jensen, Augusto A. Lim,
John M. Madsen, V. Dallas
Merrell, David E. Sorensen,
F. David Stanley, Tai Kwok
Yuen e Lowell D. Wood.
Foram desobrigados da
presidência geral da Escola
Dominical os Élderes Hugh
W. Pinnock, Hartman
Rector Jr., e Clinton L.
Cutler. Élder Merlin R.
Lybbert foi chamado como
novo presidente, tendo os
Élderes Clinton Cutler e
Ronald E. Poelman como
primeiro e segundo con­
selheiros respectivamente.
Foram desobrigados da
presidência geral dos
Rapazes os élderes Robert
K. Dellenbach, primeiro
conselheiro, e Stephen D.
Nadauld, segundo conse­
lheiro. Foram chamados
para servir com o presidente
geral dos Rapazes, Élder
Jack H. Goaslind, os Élderes
Stephen D. Nadauld,
primeiro conselheiro, e L.
Lionel Kendrick, segundo
conselheiro. □
Bispo H. David Burton
erviço na Igreja é tradição
S da família Burton. H.
David Burton lembra-se
tanto do pai quanto do avô
servindo em posições de
liderança durante anos.
Além disso, seu trisavô, Ro­
bert Taylor Burton, foi mem­
bro do Bispado Presidente.
Agora, recentemente chama­
do como primeiro conselhei­
ro no Bispado Presidente, o
Bispo Burton prossegue com
a tradição de família e segue
as pegadas do trisavô. "Há
realmente duas prioridades
em minha vida", explica o
Bispo Burton. "Minha
família e a Igreja. Isso
resume bem tudo o que
acontece em minha vida".
H. David Burton,
nascido em 25 de abril de
1938 na Cidade do Lago
Salgado, conheceu a esposa,
Barbara Matheson, na oitava
série da escola primária.
Casaram-se em setembro de
1960, depois que ele
retomou da Missão
Austrália Sul. O casal tem
cinco filhos, sendo que três
são casados, e seis netos.
O Bispo Burton formou-
se pela Universidade de
Utah com o grau de bacharel
em Economia. Depois de
trabalhar para a comissão
fiscal do Estado, trabalhou
para a Kennecott Copper
Corporation, sediada na
Cidade do Lago Salgado.
Exceto pelo curto período de
tempo que Irmão
Burton levou para
completar o mes­
trado em Michi-
gan, a família Bur­
ton sempre residiu
no Vale do Lago
Salgado.
Em 1977, o Bispo
Burton foi traba­
lhar para o depar­
tamento de orça­
mentos da Igreja,
como assistente.
Um ano e meio
mais tarde, aceitou
um emprego como
secretário no Bis­
pado Presidente,
onde trabalha des­
de aquela época.
"A missão foi
provavelmente o maior fa­
tor no fortalecimento de
meu testemunho", observa o
Bispo Burton. "Tornaram-
me missionário sênior em
apenas oito semanas, e foi
uma daquelas ocasiões em
que se nadava ou se morria
afogado. Nadamos, apesar
de quase nos termos afoga­
do em determinadas
ocasiões.
Foi lá que aprendi que
prestar testemunho é o
aspecto mais importante da
obra missionária. Prestamos
o testemunho e deixamos
que o Espírito converta".
O Bispo Burton
continua a confiar no
Espírito ao servir como
rofessor de Doutrina do
vangelho, selador, bispo e
sumo conselheiro. O Espírito
tem-no orientado no
trabalho como secretário-
executivo no Bispado
Presidente, nos últimos
quatorze anos.
Como presidente de
estaca antes do chamado
para o Bispado Presidente,
com freqüência aconselhava
os membros da estaca a
ficarem em sintonia com o
Espírito e a irem ao templo.
"O templo é um dos grandes
segredos que mantém a
união no casamento, edifica
o testemunho e conserva a fé
inabalável", diz ele. □
A L iahon a /J a n eir o 1993 109
 Bispo Richard C. Edgley
á onze anos, Richard C.
H Edgley era presidente da
General Mills e servia em uma
presidência de estaca. Surpreen­
deu-se ao receber uma oferta da
Igreja para trabalhar como di­
retor administrativo do Depar-
tamentade Finanças e
Registros.
"Levei algum tempo para
decidir-me; foi a decisão mais
difícil que tomei", diz o recém-
chamado segundo conselheiro
no Bispado Presidente. "Mas
senti que era importante e aju­
dou-me a reorganizar minhas
prioridades. Jamais me
arrependi."
Um dos motivos de a
decisão ter sido difícil foi
porque Irmão Edgley trabalhara
durante dezenove anos na
General Mills. Após bacharelar-
se em história e ciência política
pela Universidade Brigham
Young, fez um mestrado na
Universidade do Estado de
Indiana, indo depois trabalhar
para General Mills. Passou
quatro anos em Toronto, capital
da província de Ontário, no
Canadá, e quatro anos em
Boston, Massachusetts, antes de
ir para a sede da empresa em
Minneapolis, Minnesota.
Além de ajudar a definir e
a fortalecer prioridades, a
mudança para a Cidade do
Lago Salgado trouxe outros
benefícios ao Irmão Edgley, a
sua esposa, Pauline Nielson, e a
seus seis filhos,
110
dois dos quais são
agora casados.
"Encontramos
amigos fantásticos",
diz o Bispo Edgley.
E ele sabe a
importância que têm
os amigos. Quando
adolescente,
trabalhou, certo
verão, em uma
fazenda de Idaho e
encontrou novos
amigos que tinham
os mesmos valores
que ele. "Foi uma
época solitária, não
um período
tranqüilo", diz ele,
"mas, no final, foi uma grande
bênção. Passei aquele verão
estudando as escrituras. Foi
quando o evangelho se tomou
vivo para mim". Pouco tempo
depois cumpriu missão nos
estados do leste do EUA.
Nascido a 6 de fevereiro de
1936 e criado em Preston, Idaho,
o Bispo Edgley cita seus pais,
Phenoi e Ona Crockett Edgley,
como as pessoas que mais o
influenciaram na vida.
"Faleceram há dez anos e ainda
sinto sua influência", diz ele.
"Fico imaginando com
freqüência o que meu pai
gostaria que eu fizesse em certas
situações".
Outras pessoas que
influenciaram a vida do Bispo
Edgley são os líderes da Igreja.
Trabalhar com Autoridades
Gerais durante a última década
ensinou-lhe a importância de
seguir os líderes e mostrou-lhe
que a obra do Senhor é
verdadeiramente inspirada.
"Uma escritura que é de
particular significado para mim,
desde que fui chamado como
Autoridade Geral, é D&C
84:88", diz o Bispo Edgley. "Ela
fala a respeito de o Senhor
enviar seus servos e de ficar à
sua direita e à sua esquerda, ten­
do eles seu Espírito no coração e
os anjos ao redor para sustê-los.
Ultimamente tenho refletido
bastante a respeito dessa
promessa." □
Anunciados os Planos
para a Construção de
Novos Templos
òram indicadas as seguintes propriedades para a
F construção de novos templos: Hong Kong, Hartford,
em Connecticut, e Condado de Utah, em Utah. O
Templo de Hartford "atenderá os membros da Igreja re­
sidentes nas áreas de Nova York, Boston e Nova Ingla­
terra", explicou Gordon B. Hinckley, Primeiro
Conselheiro na Primeira Presidência, ao anunciar os
novos templos durante a 162a conferência geral
semestral.
O Templo do Condado de Utah "aliviará a pressão do
Templo de Provo, que está funcionando muito além de
sua capacidade original", prosseguiu o Presidente
Hinckley.
"Antecipamos a informação de que haverá outros
templos cujos locais serão anunciados posteriormente",
concluiu.
Um dos locais foi indicado duas semanas após a
conferência geral. Na rededicação do Templo de
Londres, Inglaterra, de 18 a 20 de outubro de 1992, o
Presidente Hinckley declarou que um lugar foi
escolhido para a construção de um segundo templo no
Reino Unido. O novo templo, que será chamado Templo
de Preston, Inglaterra, atenderá os santos de vinte
estacas no Norte da Inglaterra, Escócia e Irlanda. A data
do início da construção não foi anunciada. □
Notícias Rápidas
CINGAPURA - John WASHINGTON D.C. -
Huntsman Jr. prestou Kresimir Cosic, ex-jogador da
juramento como novo equipe de basquete da Uni­
embaixador dos Estados versidade Brigham Young e
Unidos nesse país. Irmão ex-membro da equipe
Huntsman, 32 anos, membro olímpica de basquete da
da Ala Mt. Olympus 2, Estaca Iugoslávia, foi nomeado vice-
Mt. Olympus Salt Lake, é o embaixador da Croácia, nação
mais jovem embaixador que se tornou independente
recentemente. Nos Estados
norte-americano. Cumpriu
missão em Taiwan (República Unidos, irmão Cosic, que se
da China) e fala o Mandarin, tomou membro da Igreja
bem como vários outros enquanto estudava na BYU,
dialetos. Trabalhou como foi enviado para a capital
assistente adjunto do americana devido a seu
secretário de comércio norte- conhecimento a respeito dos
americano na Ásia Oriental. Estados Unidos.

Em primeiro plano: Élder Russell M. Nelson com os santos, no Congo. Os Élderes Richard G. Scott e Earl
C. Tingey, ao fundo, juntam-se as pessoas que participaram das cerimônias de dedicação.
Dedicação de Quatro Nações Africanas
m cinco dias, os
E Élderes Russell M.
Nelson e Richard G.
Scott, do Quorum dos
Doze, dedicaram
quatro nações da África:
Zâmbia, Botsuana,
Namíbia e Congo.
A primeira nação,
Zâmbia, foi dedicada a
20 de agosto de 1992
pelo Élder Nelson em
um local retirado, num
monte próximo de um
lago que fica no terreno
da universidade, em
Lusaka, a capital do
país.
A 21 de agosto, o
Élder Scott proferiu a
oração dedicatória em
Botsuana, numa
pequena clareira na
Reserva de Caça de
Gaborone.
No dia seguinte, um
pequeno grupo reuniu-
se na Namíbia, no
Monte Tower, em
Windhoek, para a
oração dedicatória
proferida por Élder
Nelson. Élder Scott
dedicou o Congo em 24
de agosto, em um local
solitário na encosta de
um monte, a cerca de 26
quilômetros de
Brazzaville, a capital da
nação, descendo o Rio
Congo.
Quase todos os
membros de Zâmbia
compareceram à
dedicação. A Igreja em
Zâmbia começou com
um ramo organizado
em Kwekwe para
expatriados que
trabalhavam na área. O
primeiro casal
missionário chegou ao
país em abril de 1992.
Desde essa época foram
batizadas vinte e seis
pessoas, e cinqüenta e
quatro pessoas
freqüentam as reuniões
sacramentais.
O primeiro casal
missionário enviado a
Botsuana chegou em
junho de 1990, com a
designação de localizar
membros batizados nos
Estados Unidos que se
haviam mudado para
essa nação árida.
Foram encontradas
cinco pessoas e outras
foram batizadas em
setembro do mesmo
ano. O registro da Igreja
no país foi feito em
agosto de 1991. Em
março de 1992 o
primeiro ramo foi
dividido em duas
unidades. O número de
membros aumentou
para 160 no país. A
Namíbia é parte da
Missão África do Sul
Cidade do Cabo. Um
pequeno número de
membros reuniu-se para
a dedicação daquela
nação. O presidente da
missão, Blaine Hudson,
disse que "o Senhor
tocou os corações dos
líderes locais que deram
as boas-vindas à Igreja
de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias
nesta nova nação. O
Espírito que reinou
naquele pequeno
rebanho mostrou um
profundo sentimento
interior de que eles não
foram esquecidos e o
Senhor os conhece... A
Igreja está pronta para
florescer nesta terra
vasta e esparsamente
povoada."
No Congo, cerca de
sessenta e cinco
membros e líderes locais
da Igreja participaram
da dedicação. Depois
houve um serão
especial com
aproximadamente 250
membros e visitantes,
em Brazzaville. Os dois
membros do Quorum
dos Doze, juntamente
com líderes da missão e
do distrito também
participaram da
reunião. □
A L iahon a /J a n eir o 1993 111
 E les F alaram para N ós
Relatório da 162a Conferência Geral Semestral nos dias 3 e 4 de outubro de 1992
Presidente Ezra Taft
Benson (conforme lido
por Gordon B. Hinckley,
Primeiro Conselheiro na
Presidência):
Esta é a última e
grande dispensação...a
única dispensação na qual
o Senhor prometeu que o
{>ecado não prevalecerá. A
greja não será tirada da
terra outra vez. Está aqui
para ficar. O Senhor assim
prometeu, e vós sois uma
parte dessa Igreja e reino.
Gordon B. Hinckley,
Primeiro Conselheiro na
Presidência:
Se há uma mensagem
altissonante que posso
extrair desta estrutura
(Tabemáculo) é esta - Sede
fortes!... Sede fortes na
autodisciplina! Sede fortes-ao
defender o que é correto...
Sede fortes... na
misericórdia... Sede
fortes...com a força da
honestidade simples... Sede
fortes - na fé.
Thomas S. Monson,
Segundo Conselheiro na
Primeira Presidência:
Presto-vos meu
testemunho que (o Pai
Celestial) está aí. Ele ouve
e responde a toda oração.
Russell M. Nelson do
Conselho dos Doze:
Nosso Criador espera
que seus filhos, em toda
parte, se eduquem. Ele
proferiu um mandamento:
"Buscai diligentemente e
ensinai-vos uns aos outros
palavras de sabedoria,
sim, nos melhores livros
122
procurai palavras de algumas forças terrenas tão Dean L. Larsen da
sabedoria; procurai poderosas quanto Golias. Presidência dos Setenta:
conhecimento, mesmo Quando isso acontecer, Já que o mundo
pelo estudo e também pela devemos imitar a coragem continua a amadurecer
fé". (D&C 88:118.) E de Davi, que foi poderoso em iniqüidade,...
assegura-nos de que a porque tinha fé, e lançou-se Precisamos ser melhores
sabedoria aqui adquirida a uma causa justa em nome do que já fomos.
permanecerá conosco para do Senhor dos Exércitos. Sendo bem sucedidos
sempre. (Vide D&C temos a promessa
certa do Senhor, de
130:18-19.) Joseph B. W irthlin do
Conselho dos Doze: que ele nos fará prosperar
Dallin H. Oaks do Em qualquer em tudo o que for
Conselho dos Doze: atividade e em quaisquer necessário para nosso
Há ocasiões em que circunstâncias, podemos bem-estar.
todos nós devemos fazer perguntar a nós mesmos o
frente aos que zombam de ue Jesus faria e então, Lino Alvarez, dos
nós e nos injuriam. Talvez eterminar nosso próprio Setenta:
tenhamos que enfrentar rumo. Exorto todos os que
estão ouvindo, tanto os
jovens como os de
mais idade, a honrarem
seus pais todos os
dias e a tentarem fazer
as coisas que os
honrem.
Dallas N. Archibald dos
Setenta:
Procurai sempre as
qualidades positivas das
pessoas...Palavras que
rebaixam como "burro"
ou "idiota" ou frases
como "Por que não
consegue fazer nada
direito?" destroem a
auto-estima e não
devem fazer parte de
nosso vocabulário.
Betty Jo N. Jepsen,
Primeira Conselheira na
Presidência Geral da
Primária:
As escrituras são a
[>alavra de Deus e uma
uz para nós e para o
mundo; podemos seguir
essa luz como se fosse
uma estrela-guia.
0 B osque S agrado , de G reg K . O lsen

Quando a luz repousou sobre

mim, vi dois Personagens, cujo
resplendor e glória desafiam
qualquer descrição, em pé,
acima de mim, no ar. Um deles
falou-me, chamando-me pelo
nome, e disse, apontando para
/
o outro: “JBsíe E o Meu Filho
Amado. Ouve-o
(Joseph Smith 1 :17.)
A LIAHONA
 A LIAHONA
F E V E R E I R O D E 1 9 9 3

DESTAQUES

MENSAGEM IIA P R IM E IR A PH USIH ÉN CIA:

OS CAMINHOS 1*0K ONDU J E S I J S VMM»!
PRESIDENTE THOMAS S. M O N S O N ................................................................................................ 2

IÍICI4.II \>l YOUNG E A HUSIM IN SAHIUIHAHE S O C IA L

ARTHUR R. BASSETT........................................................................................................................................................... 1 0

ÁLBUM DE FA M ÍLIA : ENSAIO FO TO G RÁ FIC O 18

F I J I : ILH AS OU F É SHIRLEEN MEEK SAUNDERS .......................................................... 3 2

POHNCHAI JU V T O A T IP : E SP IR IT U A L M E N T E PRUPARAHO
DAVID MITCHELL ....................................... 42

A UUUICIDAOU OO VOSSO C Ô \JU G E

MELVIN L. PRUEITT..................................... 46

ESPECIALMENTE PARA OS JOVENS

Na capa: O TESTEM UN HO OO UIYRO OU GRAVURAS
Ex-ministro metodista, o irm ão fijiano MALY S O U VA N TH O N G .......................................................................................................................................................... 8
Kalaveti Tubu ouviu fa la r da Igreja pela
prim eira vez em 1975 — po r uma
m ulher no ônibus. Ele estudou AGONIA OCULTA LISA A. J O H N S O N ........................................................................ 26
pacientem ente o evangelho até que a
esposa, Luísa, concordou com seu UM SOLO SAGKAOO GREGORY ENCINA B ltLIK O P F .................................................... 3 0
batism o em 19 8 4 . A gora, eles e os filhos
são membros ativos na ilha de Fiji.
Fotografados do lado de fora de sua
casa, irm ão Tubu está vestido com um
"sulu" e irmã Tubu com um vestido em
DEPARTAMENTOS
tecido "ta p a ", com estamparias típicas de
Fiji. Fotografia de Shirleen Meek COM ENTÁRIOS 1
Saunders. Vide: "Fiji: Ilhas de Fé",
página 32.
MUNSAGUM OAS PHOUUSSORAS VISITAN TU S:
C apa da Seção Infa ntil: BU SC A R O SUNHOH D IA RIA M EN TE 25
Pramol Rashika é um jovem
santo dos últimos dias que m ora em Fiji.
Fotografia de Shirleen Meek Saunders.
SEÇÃO INFANTIL
H IST Ó R IA S HO LIV RO OU MÓRMON:
A M ISSÁO OU ALMA UM AMONIAH 2

SÓ PARA H IV U R TIR 5

T EM PO OU COMPARTIUHAK:
O T E M PL O É A CASA DO SUNHOB JUDY EDWARDS ............................... 6

O CAMINHO C UBTO U SUGUBO

VICKIE ANDERSON E LORALEE W ILKEY............................................................................................................................8

OU UM AMIGO PARA O UTRO:

É L D E R L . UIONUL K E N D R IC K 12
FEV EREIRO de 1993, V ol. 17, n a 2 COMENTÁRIOS
93982 059 São Paulo - Brasil
Publicação oficial em português de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Ú ltim os Dias.
A Primeira Presidência: Ezra T a ft Benson,
Gordon B. Hinckley, Thom as S. M onson
Quorum dos Doze: Howard W . Hunter,
Boyd K. Packer, Marvin J. A shton, L. Tom Perry,
David B. Haight, James E. Faust, Neal A . Maxwell,
Russell M. Nelson, D allin H. Oaks, M. Russell Ballard,
Joseph B. W irthlin, Richard G . S co tt
FUI TOCADA PELA MENSAGEM a rtig os b io g r á fic o s s o b r e os P residen tes
Consultores: R ex D. Pinegar, Charles Didier, modernos da Igreja. Vide na página dez desta
Robert E. W ells
Editor: Rex D. Pinegar C o n h e c i a Ig re ja há v in te an o s, edição, um artigo sobre o Presidente Brigham
Diretor G erente do D epartam ento de C u rrícu b:
Ronald L. Knighton quando fui to cad a pela m ensagem dos Young.
Diretor de Revistas da Igreja: Thom as L. Peterson
missionários sobre o Livro de Mórmon.
International Magazines:
Editor G erente: Brian K. Kelly D ep o is de filia r-m e a e la , fiq u e i PORTAS ABERTAS
Editor Gerente Assistente: M arvin K. Gardner
Editor A ssociado: David M itchell gravem ente enferma e hospitalizada por
Editora Assistente/Seção Infantil: D eA nne W alker
C ontrolador: Diana V an Staveren m ais de um an o . C o m e ce i a a p re cia r A L ia h o n a (em e sp a n h o l) sem pre
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D iretor de A rte: S c o tt D. V an Kampen muito a revista Seito N o Michi (A Liahona, fortaleceu meu testem unho, dando-m e
D esenho: Sharri Cook
Produção: Reginald J. Christensen, Steven L. Dayton, em japonês) e o Livro de Mórmon. Suas exem p lo s de m em bros que vivem o
Jane A nn Kemp, Denise Kirby
G erente d e C irculação: Joyce Hansen histórias confortaram-me e ajudaram-me a evangelho. O que aprendo na Liahon a
A Liahona: sentir o Espírito durante a provação da aplico em minha vida, no trabalho e nas
Diretor Responsável e Produção G ráfica: Dario Mingorance
Editor: Paulo Dias Machado doença. Agora estou curada, e sinto-me aulas que dou na Igreja. Tenho podido
(Reg. 8 9 6 6-35-02 - R J)
Tradução e N otícias Locais: A n a G láucia C eciliato grata por gozar de boa saúde. Obrigada utilizá-la também como um meio de falar
Assinaturas: Carlos Tadeu de Campos
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L I A H O N A F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
1
 M EN SA GEM DA PRIM EIRA PR ESID ÊN C IA

Os Caminhos por Onde

Jesus Andou
Presidente T ho m a s S. M on so n
S egundo C onselheiro na Primeira Presidência

um frio dia de dezembro, reunimo-nos no Tabernáculo de

N
seguíam os —
Lago Salgado para, em seu funeral, render homenagem e

tributo a um homem a quem amávamos, honrávamos e

o P resid en te H arold B. Lee. P ro fé tic o em seus

Em um sentido muito real, todos
podemos a n d a r por onde Jesus
andou quando, com suas
p a la v ra s nos lábios, seu espírito
no coração e seus ensinam entos
pronunciamentos, vigoroso em sua liderança, dedicado no servir, o Presidente
em nossa vid a, atravessam os a

Lee inspirava-nos o desejo de atingir a perfeição. Ele costumava aconselhar: m ortalidade.

“Guardai os mandamentos de Deus. Segui os caminhos do Senhor”.

Um dia depois, num recinto muito sagrado de um dos pavimentos

superiores do Templo de Lago Salgado, seu sucessor era escolhido, apoiado e

designado para a sagrada responsabilidade. Incansável no trabalho, humilde

na maneira de ser, inspirador no testemunho, o Presidente Spencer W.

Kim ball pediu-nos que prosseguíssem os no rumo determ inado pelo

P residente Lee. Usou as mesmas palavras p en etran tes: “G uardai os

mandamentos de Deus. Segui os cam inhos do Senhor. Andai em seus

A L I A H O N A • F E V E R E I R O DE 19
3

passos”. Hoje, o Presidente Ezra Taft Benson nos dá o
mesmo conselho vigoroso.
C ertã noite, passei casualm ente os olhos por um
folheto de turismo recebido dias antes. Fora impresso em
cores brilhantes e redigido de maneira muito persuasiva.
O leitor era convidado a visitar os fiordes da Noruega e
os Alpes Suíços num único giro turístico. Outra opção
acenava com uma visita a Belém — a Terra Santa —
berço do cristianism o. A mensagem tinal do folheto
continha este simples, mas imperioso apelo: “Venha e
ande por onde Jesus andou”.
Num sentido muito real, todos podemos andar por
onde Jesus andou, enquanto passamos pela mortalidade,
tendo nos lábios suas palavras, no coração seu espírito e
em nossa vida seus ensinamentos.
Espero que possamos andar com o ele andou —
confiantes no futuro, com fé constante no Pai e amor
genuíno aos outros.
Jesus trilhou o caminho do desapontamento.
Poderá alguém apreciar seu lamento sobre a Cidade
Santa? “Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e
apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu
ajuntar os teus filhos, como a galinha os seus pintos
debaixo das asas, e não quiseste?” (Lucas 1 3:34-)
Jesus trilhou o caminho da tentação.
O maligno, recorrendo a toda a sua força, aos mais
con v id ativ os sofism as, procurou te n tá -lo , quando
faminto, depois de quarenta dias e quarenta noites de
jejum: “Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras
se tornem pães”. E a resposta: “Nem só de pão viverá o
hom em . . . ”
Novamente: “Se tu és o Filho de Deus, lança-te de
aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará
A L I A H O N A • F E V E R E I R O
4
Satanás tentou Jesus, oferecendo os reinos do
mundo: "Se prostrado, me ad o rares". O Mestre,
porém, replicou: "Vai-te, Satanás, porque está escrito:
ao Senhor teu Deus ad o rará s, e só a ele servirás".
(Vide Mateus 4:8-10.)
ordens a teu respeito . . . ” A resposta: “Não tentarás o
Senhor teu Deus”.
Mais uma vez: “. . . os reinos do mundo, e a glória
deles . . . te darei se, prostrado, me adorares . . . ” O
Mestre replicou: “Vai-te, Satanás, porque está escrito:
Ao Senhor teu Deus adorarás e só a ele servirás” (vide
Mateus 4:2 -1 0 ).
Jesus trilhou o caminho da dor.
Pensai na agonia do Getsêmani:
“. . . Pai, se queres, passa de mim este cálice, todavia
não se faça a minha vontade, mas a tua . . . E, posto em
agonia, orava mais intensamente. E o seu suor tornou-se
em grandes gotas de sangue, que corriam até ao chão.”
(Lucas 22:42,44-)
E quem de nós poderia esquecer a crueldade da cruz.?
Suas palavras: “. . . Tenho sede . . . Está consumado . . .”
(João 19:28,30).
Sim , cada um de nós trilhará o cam inho do desa­
p o n ta m e n to , talv ez devid o a uma op o rtu n id ad e
perdida, uma energia mal em pregada, ou um en te
querido não doutrinado. O cam inho da ten ta çã o ,
também, será trilhado por todos nós. “E é necessário que
o diabo ten te aos filhos dos hom ens, ou estes não
poderiam ser seus próprios árbitros. . . ” (D&C 29:39).
Da mesma forma trilharemos o caminho da dor. Não é
possível chegar ao céu com conforto. O Salvador do
mundo lá chegou depois de muita dor e sofrimento. Nós,
seus servos, não podemos esperar mais que o Mestre.
Antes da Páscoa, tem que haver uma cruz.
Enquanto vencemos esses caminhos que nos trazem
penoso so frim en to , podem os andar tam bém por
caminhos que nos oferecem alegria eterna.
Como Jesus, podemos trilhar o caminho da obediência.
DE 1 9 9 3

- ele nos preparando para seguirmos seu
eg 'C .
Não será fácil. “Ainda que era Filho, aprendeu a
obediência, por aquilo que padeceu”. (Hebreus 5:8.)
Façamos da herança que nos legou Samuel o nosso lema:
“. . . eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o
atender m elhor é do que a gordura de ca rn eiro s”.
(I Samuel 15:22.) Lembremo-nos de que o cativeiro e a
morte são o resultado final da desobediência, enquanto a
obediência é recompensada com liberdade e vida eterna.
Nós, com o Jesus, podemos trilhar o cam inho do
serviço ao próximo.
A vida de Jesus brilhou como um farol resplandecente
de bondade, durante seu ministério aos homens. Deu
forças aos membros do aleijado, luz aos olhos do cego,
audição aos ouvidos do surdo, e vida ao corpo do morto.
Suas parábolas pregam autoridade. Com a do bom
samaritano, ele ensinou: “. . . Amarás . . . ao teu próximo
. . .” (Lucas 10:27). Pela bondade para com a mulher
adúltera, ensinou compreensão compassiva. Na parábola
A L I A H O N A • F E V E R E I R O
dos talentos, ensinou-nos a progredir e
procurar a perfeição. Bem poderia estar
caminho.
Finalmente, ele trilhou o caminho da
oração.
Três grandes lições tiramos de três
o raçõ es im ortais. P rim eiro, em seu
ministério: “. . . Quando orardes, dizei:
“Pai, santificado seja o teu nome . . .”
(Lucas 11:2).
Segundo, no Getsêmani: “. . . não se
faça a m inha v on tad e, mas a tu a”
(Lucas 22:42).
Terceiro, na cruz: “. . . Pai, perdoa-
lhes, porque não sabem o que fazem . . .” (Lucas 23:34)-
E seguindo o caminho da oração que comungamos
com o Pai e tornamo-nos participantes do seu poder.
Teremos a fé, ou mesmo o desejo de seguir esses
caminhos por onde Jesus andou? Os profetas, videntes e
reveladores de Deus convidaram-nos a fazê-lo. Basta
segui-los, pois é o caminho por onde eles andam.
Lem bro-m e de meu primeiro co n tato com Elder
Spencer W. Kimball, há muitos anos, quando ele era
membro do Quorum dos Doze, e eu, um jovem bispo na
Cidade do Lago Salgado. Certa manhã, quando atendi ao
telefone, uma voz disse: “Aqui fala o Élder Spencer W.
Kimball. Quero pedir-lhe um favor. Em sua ala, escondida
por trás de um alto prédio na Quinta Avenida Sul, existe
um pequeno “trailer” onde mora Margaret Bird, uma
índia navajo viúva. Ela se acha indesejável, perdida e
inútil. Será que o irmão e a Presidência da Sociedade de
Socorro poderiam procurá-la, estender-lhe a mão da
DE 1 9 9 3
fratern id ad e e dar-lhe calorosas
boas-vindas?” Assim fizemos.
Aconteceu um milagre. Margaret
Bird como que desabrochou em seu
novo a m b ien te. Term inou o
desespero. A viúva fora visitada em
sua a fliçã o . A ch a ra -se a ovelha
perdida. Todos os que participaram
desse simples drama humano, dele
emergiram como um ser melhor.
Sem dúvida, o verdadeiro pastor
foi o apóstolo consciencioso que,
deixando as noventa e nove de seu
ministério, foi em busca da preciosa
alma que estava perdida. Spencer W.
Kimball trilhou o caminho que Jesus
trilhou.
E n q u a n to andarm os pelos
cam in h os trilh ad o s por Jesu s,
a ten te m o s para o som de seus
passos. Procuremos apertar a mão do Carpinteiro. Então que já viveu. Viemos a conhecê-lo como o Filho de
chegaremos a conhecê-lo. Talvez nos procure como um Deus. Ele nunca esculpiu uma estátu a, pintou um
desconhecido, sem nome, como em outros tempos se quadro, compôs um poema ou dirigiu um exército.
achegou aos que estavam às margens do lago e não o Jamais usou uma coroa real, empunhou um cetro ou teve
conheciam. Ele nos diz as mesmas palavras: . . Segue- sobre os ombros um manto de púrpura. Seu perdão não
me tu”, designando-nos para a tarefa que ele tem a tinha limites, sua paciência era inesgotável, sua coragem
cum prir em nossos dias. Ele ordena, e aos que lhe desmedida.
obedecerem, sejam eles sábios ou simples, ele se revelará Jesus transformava os homens. Mudava seus hábitos,
nas fadigas, co n flito s e sofrim entos que terão que opiniões e ambições. Modificava seu temperamento,
suportar por causa dele; e, por experiência própria, eles disposição e natureza. Ele transformava o coração dos
virão a saber quem ele é. homens.
Descobrimos que ele é mais que o infante de Belém, Pensem os no p escador de nom e Sim ão, mais
mais que o filho do carpinteiro, mais que o maior mestre conhecido como Pedro, o líder dos apóstolos. O cético,

A L I A H O N A • F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
6
Nós, como Jesus, podemos trilhar o cam inho da
oração. Fazendo isso, com ungam os com o Pai e
tornam o-nos participantes do seu poder.
descrente e impetuoso Pedro haveria de lembrar-se da
noite em que Jesus foi levado ao sumo sacerdote. Foi a
n oite em que a m ultid ão se pôs “a cuspir n ele (o
Salvador), e a cobrir-lhe o rosto, e a dar-lhe punhadas
. . . E os servidores davam-lhe bofetadas” (Marcos 14:65).
Onde estava Pedro, aquele que prometera morrer por
ele e jamais negá-lo? O registro sagrado revela: “E Pedro
o seguiu de long e, até d en tro do p átio do sumo
sa cerd o te , e estav a assen tad o com os servidores,
aquentando-se ao lume” (Marcos 14:54). Esta foi a noite
em que Pedro, cum p rind o a p ro fecia do M estre,
realmente o negou três vezes. Em meio aos empurrões,
vitupérios e pancadas, o Senhor, na agonia da sua
humilhação e majestade do seu silêncio, voltou-se e
olhou para Pedro.
Conforme um dos cronistas descreveu a mudança:
“Foi o bastante . . . (Pedro) esqueceu o perigo, já não
mais temia a morte. [Ele] saiu correndo . . . nas trevas
. . . ao encontro da alvorada . . . Aquele penitente
[estava] de coração partido, diante do tribunal da
própria consciência, e ali sua antiga vida, sua antiga
v ergon h a, sua an tig a fraqueza, seu an tigo eu foi
condenado à morte por aquele arrependimento divino
que fez surgir um novo ser mais nobre”.
(Frederic W. Farrar, The Life o f Christ, Portland,
Oregon: Farrar Publications, 1964, p. 604.)
E houve Saulo de Tarso, um letrado, conhecedor dos
escritos rabínicos nos quais certos estudiosos modernos
encontram tantas preciosidades. Por alguma razão,
aqueles escritos não atendiam à necessidade de Paulo, e
ele continuou bradando: “Miserável homem que eu sou!
quem me livrará do corpo desta m orte?” (Romanos
7:24.) Então, certo dia, encontrou Jesus, e eis que todas
A L I A H O N A • F E V E R E I R O
as coisas se fizeram novas. Daquele momento até o dia
de sua morte, Paulo exortava os homens a se despojarem
do “velho homem . . .” e revestirem-se “do novo homem,
que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e
santidade”. (Efésios 4:22,24.)
O passar do tempo não alterou a capacidade do
Redentor de transformar a vida dos homens. Assim
como falou ao Lázaro morto, ele fala a vós e a mim: “. . .
Saí para fora” (João 11:43). Saí do desespero da dúvida.
Saí da tristeza do pecado. Saí da morte da descrença.
Saí para uma nova vida. Saí.
Ao fazermos isso e dirigirmos nossos passos pelos
cam in h os que Jesu s trilh o u , lem brem o -n o s do
testemunho dado por Jesus: “Eis que sou Jesus Cristo,
cuja vinda ao mundo foi anunciada pelos profetas . . .
sou a luz e a vida do mundo . . .” (3 Néfi 11:10-11).
“Sou o primeiro e o último; sou o que vive; sou o que foi
morto; sou o vosso advogado junto ao Pai.” (D&C 110:4-)
A este testemunho junto o meu: Ele vive. □
IDÉIAS PARA OS MESTRES FAMILIARES
1. Ao vivermos com as palavras de Jesus em nossos
láb io s, seu esp írito em nosso c o ra çã o e seus
ensinamentos em nossa vida, passaremos confiantes pela
mortalidade.
2. Podemos ter confiança no futuro, com fé constante
no Pai Celestial e amor genuíno aos outros.
3. Podemos desenvolver a capacidade de sermos bem
sucedidos quando enfrentarmos decepções, tentações e
dor.
4. Podem os ser o b e d ie n te s, servir a nossos
semelhantes e comunicar-nos com Deus em oração.
DE 1 9 9 3
 O TESTEMUNHO
DO LIVRO DE
GRAVURAS
uando era menina, tendo
Q sido criada em uma família
budista no Laos, nunca
sequer ouvira falar em Cristo e
cristianism o. Devido, porém, aos
conflitos ocorridos em nosso país,
nossa família teve que deixar a terra
n atal, e acabam os vindo para os
Estados Unidos. Aqui, conheci os
missionários SUD e aprendi a respeito
de Jesus C risto e sua verdadeira
Igreja. Fui batizada em ju n h o de
1989.
No dia 26 de novembro de 1990,
um domingo, eu estava no ônibus a
caminho de casa, voltando de nosso
ram o a siá tic o em L yn n field,
Massachusetts. Sentei-m e ao lado
de uma menina de onze anos e do
irmão dela de seis anos. Eu os tinha
visto no ramo, mas não sabia seus
nomes. Sabia que ainda não eram
membros da Igreja.
A menina levava nas mãos um
livro para crianças, com histórias da
Bíblia. Estava folheando as páginas e
admirando as maravilhosas gravuras.
“O lh e !”, disse ela surpresa, apon-
tando para uma gravura de Jesus
A L I A H O N A
M aly Souvanthong
Um livro para dendo as histórias, porque quando
crianças e a
pergunta de uma
no
criança me
viram Jesus pregado à cruz, ficaram
com m uita pena dele. E quando
viram que ele havia ressuscitado,
ficaram contentes.
mostraram quão Expliquei toda a história do livro
com m inhas próprias palavras. E
grande é a minha quando lhes fiz perguntas, as duas
própria fé em crianças levantaram rapidamente a
mão, mostrando que sabiam a res­
Cristo.
posta, como se estivessem na escola.
Por fim, a m enina olhou para
ajoelhado junto à rocha, em oração, mim e p ergu n tou : “Tudo isso é
e expressando no rosto uma dor verdade?”.
muito profunda. O lhei para ela e disse: “Sim. E
Virando-se para mim, ela pergun- verdade, sim”.
tou: “Por que Jesus está com essa Ao responder-lhe, senti que sabia
cara?”. mesmo que era verdade. D ei-m e
“Porque ele está sofrendo pelos conta então de que realmente tinha
pecados de todas as pessoas. Ele está um testem unho de Cristo. Prestei
DIMOND
sentindo muita dor.” testemunho das coisas que sabia em
N ovam ente ela me perguntou: meu coração serem verdadeiras. Sei
DE CRAIG
“Por que?”. que o Espírito estava comigo. Senti-
Então eu lhe disse: “Quer que eu o. Senti a sensação do Espírito — o
FOTOGRAFIA
leia para você?”. calor, a paz, o amor.
C om ecei de onde Jesus estava Desse dia em diante, tive vontade
ajoelhado em oração. Enquanto lia, de falar ao mundo inteiro a respeito
eu lhe explicava as histórias. Sabia de Jesus Cristo. Quero que todos
que as crianças estavam compreen­ tenham essa mesma alegria. □
• F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
8
 B r ig h a m Yo u n g
e a R e s p o n s a b il id a d e S o c ia l
A
lgumas pessoas contentam-
se em aceitar a vida como
ela sem pre foi. O u tra s,
porém, tendo uma visão do que a
vida poderia ser, não se satisfazem
até realizar tudo que esteja ao seu
alcance para transformarem essas
visões em realidade.
Brigham Young foi um desses
homens. Convertido ao evangelho
aos trinta e um anos de idade, ele
tin h a uma grande visão de
possibilidades, todas elas c e n tra ­
lizadas no estabelecimento do reino
de Deus na terra. Para ele, esse reino
não era um sonho imaginário, mas
uma possibilidade física, um novo
modo de vida, um novo padrão para
a sociedade. E ele permitiu que essa
visão crescesse em sua mente, até se
tornar — tomando emprestada uma
frase de Jerem ias — com o “fogo
ardente, encerrado nos [seus] ossos”
(Jeremias 20:9).
“Tenho vontade de gritar aleluia,
o tempo todo”, disse ele, “quando
penso que conheci Joseph Smith, o
P rofeta . . . Temos o poder de
continuar o trabalho [de edificar o
reino de Deus] que Joseph começou,
até que tudo esteja preparado para a
A L I A H O N A
A rthur R. Bassett
vinda do Filho do Homem. Este é o
trabalho dos santos dos últimos dias,
e o único trabalho que temos nas
mãos." (Journal o f Discourses, 3:51;
grifo nosso).
Esse “trabalho” de edificação do
R ein o de Deus in flu en cio u suas
m etas, sua vida e, por fim , seu
destino eterno.
Feliz é o homem ou mulher que
pode torn ar-se ob cecad o por tal
objetivo, como Brigham o foi. Para
ele, nenhum sa c rifíc io p arecia
grande demais, desde que tivesse um
p ro p ósito , e s p ecia lm e n te se o
propósito era o de edificar o reino de
D eus na terra . A busca desse
o b je tiv o a fa sto u -o da vida que
levava com o c a rp in te iro em
Mendon, Nova York, e colocou-o
em movimento, para nunca parar,
até ter estabelecido sua casa — e
• F E V E R E I R O DE
10
sede da Igreja — no outro lado do
c o n tin e n te , no Vale do Lago
Salgado, em Utah.
Batizado sob a neve, no início da
primavera de 1832, Brigham Young
foi confirmado à beira das águas e
ordenado élder em sua casa, a três
quilômetros de distância, antes que
as roupas que vestia secassem. Antes
do final daquele ano — um ano
im portante, no qual sua primeira
mulher faleceu e ele encontrou pela
primeira vez o Profeta Joseph Smith
— Brigham Young tornou a sair sob
a n eve, desta vez ten tan d o
com p artilh ar seu novo modo de
e n ca ra r a vida com amigos do
Canadá.
Enfrentando o frio de dezembro,
Brigham Young e o irmão, Joseph,
partiram a pé para Kingston, no alto
Canadá. Essa jornada levaria os dois
jovens élderes a uma distância de
A cim a: A credita-se que esta
fotografia de Brigham Young tenha
sido tirada em 1851, em seu
qüinquagésim o an iversário . Outra
fotografia, à direita, foi tirada em
1876, aos setenta e cinco anos de
id ade.
1 9 9 3
A L I A H O N A • F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
11
 DE ARTEFATOS DE JED CLARK, RON READ E MATT REIER.
Acim a: Parte do gu arda-roupa
de Brigham Young: um p ar de
calças que se acredita ter sido
com prado por ele na In g laterra,
uma cartola, botas de couro de
carneiro e uma ben g ala. À
direita: Joseph Smith registrou o

POR ROBERT T. BARRETT; FOTOGRAFIA

nome de Brigham Young como
extrem am ente ativo no cuidado
dos doentes acometidos de
cólera, durante a m archa de
1600 quilômetros p ara resg atar
os santos de Missouri das m ãos
do populacho.

ILUSTRADO

Acim a: Torno de m óveis de

Brigham Young. A esq u erd a : Porta
LONCZYNA, JR.

o rnam entad a de uma casa de

fazen d a em Sug ar Hill, Nova York,
DE LONGIN

que Brigham ajudou a fazer. As

ja n e la s são um exemplo da
hab ilid ad e de Brigham como
FOTOGRAFIA

vidraceiro.

A L I A H O N A • F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
12
mais de quatrocentos quilômetros,
cam in h an d o na lam a profunda,
coberta de neve que chegava à altura
dos joelhos. Somente quem já teve
que cam inhar na lama coberta de
neve pode realmente fazer idéia da
árdua tarefa enfrentada por esses
dois missionários. Para aumentar seu
desconforto, caminharam quase dez
quilômetros sobre o gelo — gelo tão
fino, que se quebrava sob seus pés,
fazendo entrar água nos sapatos, até
ficarem com água “até a metade do
sapato”.
Os missionários trabalharam dois
m eses n aq u ela área e batizaram
quarenta e cinco almas. Quem quer
que já ten h a re c o n h e c id o suas
próprias fraquezas poderá consolar-se
sabendo que o trabalho missionário
não foi fácil para Brigham Young. Ele
se considerava “tão incapaz de se
expressar quanto o mais incapaz . . .
Como me dava dor de cabeça ter
idéias para apresentar às pessoas, e
não ter palavras para expressá-las.
Eu era, porém, tão determinado, que
sem pre te n te i fazer o m elhor
possív el”. (Jou rn al o f D iscourses,
5:97.)
Mais um ano se passou, e outra
m issão foi cum prida, an tes que
Brigham Young finalmente pudesse
estabelecer sua pequena família em
K irtla n d , O h io , onde se tornou
muito chegado ao Profeta Joseph
Smith. Vinte novas almas entraram
para o reino como resultado de seus
esforços na segunda missão, e ele as
conduziu para Kirtland, como mais
tarde conduziria os santos na jornada
para o o este . A ssim que se
A L I A H O N A
estabeleceu na pacata cidadezinha
de K irtla n d , no n o rte de O h io ,
Brigham Young começou a aprender
com o P ro feta Jo se p h S m ith a
respeito de Sião, a morada dos puros
de coração.
Outro grande sacrifício pela causa
de Sião ocorreu em 1834, quando
Brigham Young acompanhou Joseph
Smith na marcha do Acampamento
de Sião. Chegou a Kirtland a notícia
de que os santos de Missouri haviam
sido expulsos de seus lares por
pop u lach os e n ecessitav am
auxílio. Um apelo foi feito aos irmãos
de K irtland. Joseph e 205 outros
atenderam ao pedido de ajuda. A
força seria enfrentada com a força.
Os que m arch aram sabiam que
poderiam encontrar a morte no fim
da jornada de 1600 quilômetros.
geração de Brigham Young estava
acostumada a longas caminhadas,
mas nada como aquela marcha. O
Presidente Young relatou, mais tarde,
que teve que andar mês após mês,
com sangue nos sapatos, enquanto
trabalhava como missionário, mas
mesmo o trabalho missionário não
era nada, comparado com a dureza
daquela marcha, dia após dia, sob o
calor do princípio do verão.
À m edida que a m arch a
p rogredia, ch egou o c a n sa ço ,
diminuiu a paciência, e os ânimos se
e x a lta ra m . Por fim , eles foram
atingidos pela temível cólera, com
seus terrív eis espasm os e m orte
súbita. Dois anos antes, a América
do N orte havia passado por uma
epidem ia de c ó le ra de grandes
proporções, e seus sintomas eram
• F E V E R E I R O DE
13
c o n h e c id o s: d iarréia, vôm itos
espasmódicos e cãibras dolorosas,
seguidos de d esid ratação , que
deixava o rosto pálido e abatido, as
extremidades frias e escuras, e a pele
das mãos e pés enrugada.
A morte sobrevinha em um dia,
ou até m esm o em uma hora, e,
algumas vezes, a vítim a sim ples­
mente tombava para a frente, como
que ab atid a por um m achado.
Alguns membros do Acampamento
de Sião tentaram fugir, mas Brigham
de Young perm aneceu. Joseph Sm ith
registrou o nome de Brigham como
um dos homens que mais ativamente
cuidava dos doentes e enterrava os
mortos.
Pouco tem po depois dessa
experiência no Acam pam ento de
A Sião, Brigham Young foi chamado
como membro do primeiro Quorum
dos Doze Apóstolos dos nossos dias,
organizado em 1835. Com o novo
ch am ad o, Brigham passou por
muitas mudanças e sentiu o peso das
novas responsabilidades. Sua meta
na vida, porém , perm an ecia
inalterada: continuar o trabalho que
Josep h havia com eçad o, até que
tudo estiv esse preparado para a
vinda do Filho do Homem.
Dois acontecim entos ocorridos
durante os anos em que Brigham
Young era apóstolo dão-nos uma
visão de sua dedicação constante ao
evangelho. Ambos ocorreram no ano
de 1839.
O prim eiro foi em fev ereiro .
Joseph Sm ith estava na Cadeia de
Liberty, e Brigham Young cuidava
dos n eg ócios da Ig reja com o
1 9 9 3
Presidente do Quorum dos Doze. O
problema que tinham pela frente era
mudar os santos de Missouri para
Illin o is. Poucas pessoas estavam
preparadas para a mudança; muitos
eram carentes e, na pressa de partir,
grande era a tentação de fugir para
salvar a própria vida. Aos olhos de
Brigham Young, porém, essa não era
a maneira de agir dos verdadeiros
santos de Deus. Era evidente que a
sociedade não iria perdurar, a menos
que os homens pudessem aprender a
amar, ter compaixão e cuidar uns dos
outros.
A ssim , foi co n v o ca d a uma
reu n ião e foi e sta b e le c id o um
co n v ên io , d eclaran d o que os
signatários não partiriam até terem
ajudado todos os pobres, para que
partissem também. Brigham Young e
a família, acompanhados da família
de Heber C. Kimball (Élder Kimball
havia perm anecido em M issouri),
partiram no frio mês de fevereiro,
com seus carroções, rumo a Illinois,
numa das mais estranhas procissões
de toda a emigração Mórmon.
D epois de v iajar trin ta e dois
quilômetros pelas planícies geladas
de Missouri, Brigham Young parava,
estabelecia um abrigo tem porário
para sua m ulher e cin co filhos, e
voltava ao ponto de partida. Ali, ele
apanhava algumas das famílias de
santos carentes e seus pertences, e
voltava para onde havia deixado sua
família. Dessa maneira, viajou três
vezes a d istância percorrida pela
maioria dos outros viajantes. Mais
tarde, ao final da jorn ad a — em
Quincy, Illinois — uma importante
A L I A H O N A
reunião foi realizada. Os santos em
Q uincy souberam que cin qü enta
famílias haviam ficado em Far West
e eram pobres demais para viajarem.
Eles uniram esforços mais uma vez,
vendendo o pouco que lhes restara
— chapéus, casacos e sapatos -—
para levantar fundos para a viagem
dos santos pobres. Brigham Young
comentou:
“Partimos o pão e participamos
do sa cra m en to . Ao térm in o da
reunião, foram coletados 50 dólares
em dinheiro e oferecidas diversas
p arelh as para o tran sp o rte dos
irmãos necessitados. Uma da pessoas
que fizeram essa oferta foi a viúva de
Warren Smith, cujo marido e filho
haviam sido mortos no massacre de
Haun’s Mill. Ela enviou sua única
p arelh a n aq u ela m issão
caridade.”
Com essas experiências e muitas
semelhantes, aumentou a convicção
de Brigham Young de que as pessoas
podem ser unidas em amor, que são
capazes de criar uma sociedade mais
cristã, fundam entada no amor e
cuidado mútuos.
O segundo a c o n te c im e n to
daquele mesmo ano, que demonstra
a determinação de Brigham Young
de sacrificar tudo pela edificação do
rein o de D eus, o correu en tre
setem bro de 1839 e fevereiro de
1840 e envolve sua missão na Grã-
Bretanha.
Focalizamos aqui, especialmente,
sua viagem a N ova York. H avia
ch egad o a hora de os Doze
Apóstolos partirem para uma missão
e sp ecia l. Brigham Young, com o
• F E V E R E I R O DE
14
tantos outros dos irmãos, estava
d o en te, ten d o co n tra íd o o que
parece ter sido malária. Com dores
em todo o corpo, de alguma forma
ele conseguiu forças para se erguer
do le ito em M o n tro se, Iow a, e
v e stir-se para a viagem . N ão
possuindo um ca sa co , usou um
acolchoado de berço para proteger-
se do frio. Todos os seus filhos
estavam febris e acamados. A esposa
também estava doente e necessitava
de ajuda para cuidar do bebê de dez
dias. O rio M ississippi ficav a a
apenas 150 metros de distância, mas
Brigham não conseguia sequer andar
até a sua m argem . Um vizinho
levou-lhe uma carroça e Brigham
Young arrastou-se para dentro dela.
Esperavam-no junto ao rio, e ele foi
de transportado de barco a remo para a
outra margem. Israel Barlow levou-o
a cavalo para a casa de Heber C.
Kimball, em Nauvoo, onde Brigham
d esfa leceu , e não conseguiu
prosseguir viagem por quatro dias.
Por fim , tendo chegad o o
momento da partida, os missionários
rumaram para o leste, como lhes foi
possível. O Presidente Young viajou
de carroção. Os que já tiveram que
en fren tar o d esco n fo rto de uma
gripe podem imaginar o que uma
pessoa doente, sacudida de um lado
para outro, pelo in terior do país
entre Illinois e Indiana, deve ter
passado. Q u a tro m eses depois,
Brigham Young chegou à cidade de
Nova York — finalmente bem, mas
sem se livrar das adversidades. Em
Brooklyn, Nova York, ao embarcar
em uma balsa, caiu sobre um grande
1 9 9 3
 A cim a: Capa e telescópio
usados por Brigham durante a
travessia das planícies. À
esquerda: Recuperando-se de
uma febre e fisicamente
debilitado, Brigham avistou o
V ale do Lago Salgado pela
prim eira vez, de dentro da
carruagem de Wilford
Woodruff. Relata-se ter dito
na ocasião: "E o bastante.
Este é o lugar certo".

Acim a: Ornam ento de ben g ala

talhado em ouro, um presente
dado a Brigham Young. À direita:
Escrivaninha de quatro lados,
feita segundo especificações de
Brigham Young. U sada
freqüentem ente por ele e seus
conselheiros.

A L I A H O N A • F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
15
Acim a: Este desenho arquitetônico
do Templo de Lago S algad o , feito
por W illiam W ard, ficou na parede
do escritório do Presidente Young
por m ais de vinte anos. A direita:
A Beehive House, onde o
Presidente Young m orava e tinha
seu escritório.
anel de ferro e deslocou o ombro
esquerdo. Dois irmãos o seguraram
firmemente contra o convés e Parley
P Pratt puxou-lhe a mão, enquanto
firm ava o pé nas co ste la s de
Brigham. Apesar da dor, Élder Young
empurrou o osso de volta ao lugar
com a mão direita. Desmaiou em
seguida, e não conseguiu vestir-se
sozinho por diversos dias.
O u tras pessoas poderiam ter
desanimado e desistido muito antes
de chegarem a esse ponto. Brigham
Young, porém , n u n ca d esistia
quando a ed ificação do reino de
Deus estava em jogo. Seguiu em
frente, embarcou no navio, e teve
en jôos durante a m aior parte da
viagem para a Inglaterra. Estava tão
magro ao chegar à Inglaterra, que
seu próprio primo, Willard Richards,
não o reconheceu.
Depois de meses de árduo serviço
missionário, voltou para casa e para
a família. Seu sacrifício fora aceito
pelo Senhor. Ao chegar em Nauvoo,
Élder Young foi louvado da seguinte
maneira:
“Q uerid o e bem amado irm ão
Brigham Young, na verdade, assim te
A I I A H O N A
diz o Senhor: Meu servo Brigham,
não mais se requer de ti que deixes a
tua fam ília com o em tem pos
passados, pois a tua oferta me é
aceitável.
T e n h o v isto o teu se rv iço e
trabalho nas viagens que fizeste pelo
meu nome.
Eu, p o rta n to , te m ando que
en v ies a m inha p alavra ao
estrangeiro e tomes especial cuidado
de tua família de agora em diante, e
para sem pre. A m ém .” (D & C
126:1-3.)
Essa foi a preparação de Brigham
Young para o chamado de profeta.
Depois do martírio de Joseph Smith,
Brigham Young guiou os santos ao
vale do Grande Lago Salgado. Em
1847, com quarenta e seis anos, foi
apoiado como segundo Presidente
da Ig reja. Sob sua lid eran ça, os
santos dos últimos dias fizeram o
d eserto flo re sce r com o a rosa.
E xp loraram e colon izaram uma
região agreste; fundaram cidades e
vilas; construíram casas, capelas e
tem plos; p lantaram , irrigaram e
colheram ; construíram indústrias,
casas de com ércio e sistem as de
• F E V E R E I R O DE
16
transporte. Ensinaram os princípios
do ev an g elh o a seus filh o s e
en viaram m issionários a lugares
longínquos da terra.
N ão apenas uma, mas m uitas
vezes, Brigham Young pôs a vida
sobre o altar, zeloso pelo estabeleci­
mento do reino de Deus, a Sião na
te rra . Tudo m ais na vida era
su b o rd in ad o a essa m eta ; ele
a c r e d ita v a n ela com tod o o
coração. Devido a essa preparação,
era a pessoa ideal para ser escolhida
pelo S e n h o r para e n c o r a ja r os
o u tro s a u nirem esfo rço s no
d e se n v o lv im e n to da so cied ad e
ideal. Sua dedicação a Cristo era
completa. Como profeta do Senhor,
mais tarde, ele comentou:
“Tenho Sião em mira constante­
m ente. Não esperemos que anjos,
ou E n oq u e e seu povo v enham
para e d ific a r S iã o , mas vamos
edificá-la nós mesmos. Plantaremos
trig o , co n stru ire m o s casas,
ce rc a re m o s nossas fazen d as,
plantarem os vinhas e pom ares e
prod uzirem os tudo o que nos
tro u x er c o n fo rto e felicid ad e e,
desta forma, pretendemos edificar
1 9 9 3
Sião na terra, e purificá-la, e limpá- Eventos da vida de Brigham Young, 1801-1 877
la de todo tipo de poluição.
Que uma santa influência parta Ano Idade Evento
de nós em direção a todas as coisas 1801 — I o de junho: N asce em W hitting ham , Verm ont.
sobre as quais temos algum poder; 1815 14 Falecim ento da m ã e ; Brigham com eça a tra b a lh a r para
sobre o solo que cultivamos, sobre as g a n h a r o sustento, vindo m ais tard e a tornar-se carpinteiro.
casas que construímos e sobre tudo 1824 23 5 de outubro: C a sa -se com M iriam W orks.
o que possuímos; e, caso cessemos 1832 31 Batizado; ordenado élder. Falece a esposa. Brigham Young
de nos associar ao que é corrupto, e conhece Joseph Sm ith; cum pre m issão de curto prazo nos
estabeleçamos a Sião de Deus nos Estados Unidos e C a n a d á .
corações, em nossas casas e cidades, 1834 32 18 de fevereiro : C a sa -se com M ary Ann A ngell.
e em todo nosso país, futuramente 33 M aio-jun ho : Serve com o capitão da m archa do
tomaremos a terra, porque somos os A cam pam ento de Sião .
senhores da terra; e, ao invés de 1835 33 14 de fevereiro : O rd en ad o m em bro do prim eiro Q uorum
espinhos e cardos, toda planta útil, dos Doze Apóstolos de nossa época.
que serve para alimento do homem 183 9-4 1 3 8 -4 0 C um pre m issão na Inglaterra.
e para embelezar e adornar, brotará 1844 43 27 de junho: M artírio de Joseph Smith.
da terra.” (Brigham Young, Journal of 8 de agosto: Brigham Young dirige a Igreja como Presidente
Discourses, 9:284.) do Q uo rum dos Doze Apóstolos.
Em resumo, o planejam ento de 1 8 4 6 -4 7 4 5 -4 6 Lidera a jo rnada dos santos para o V ale do
uma com unidade, para Brigham Lago Salg ado .
Young, não co n sistia apenas na 1847 45 14 de jan eiro : Recebe a seção 136 de Doutrina e
organização de cidades e pomares, C onvênios.
mas, sim, na ed ific a ç ã o de uma 46 24 de julho: Entra no Vale do Lago Salgado com o primeiro
morada digna dos anjos, um pedaço grupo de santos.
do céu na terra . A ed u ca çã o , a 2 7 de dezem bro: É ap oiado Presidente da Igreja.
música e as artes deveriam ter um 1850 49 1 5 de junho: Torna-se go vernador do Território de Utah.
papel p red o m in an te, e Brigham 1853 52 6 de ab ril: Lança a pedra a n g u lar do Templo do Lago
previa a época em que Siã o , na Salg ado.
região oeste dos Estados Unidos, se 1858 57 1 1 de junho: D eixa o cargo de governador, após um
tornaria um exemplo para todos os m andato de oito anos.
povos do m undo que para lá 1867 66 6 de outubro: A prim eira conferência geral é re alizada no
co n v erg iriam , a fim de se novo Tabernáculo do Lago Salg ado .
beneficiarem desse nosso exemplo. 1 1 de novem bro: Institui a o rg anização geral da Escola
Seu sonho, em muitos aspectos, D om inical.
ainda não se concretizou, porque 8 de dezem bro: Reinstitui a Sociedade de Socorro.
muitos não conseguem captar-lhe o 1869 68 A estrad a de ferro chega a Utah.
sig n ificad o. Ficam os ten ta d o s a 2 8 de novem bro: C ria um a o rg anização geral para as
perguntar à nossa geração: “Onde M oças.
estão os homens, mulheres e jovens, 1875 74 10 de junho: C ria um a o rg anização geral
na Ig reja de h o je , com uma para os Rapazes.
dedicação a esse sonho semelhante 1877 75 6 de ab ril: Dedica o tem plo de St. G eo rg e, o prim eiro
à de Brigham Young?” Esperamos tem plo no oeste. Dá nova ên fase à o rg anização do
que a resposta seja: “Bem aqui, em sacerdócio.
nossa ala, em nosso ramo”. □ 76 29 de agosto: Falece na C id ad e do Lago Salg ado , Utah.

A L I A H O N A • F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
17
 ALBUM DE
FAMÍLIA

uma manhã de primavera na Cidade do Lago Salgado, Utah.

N de 1845, Willard Richards,

Igreja, sua esposa, Jenetta, e uma

H eber Jo h n foram até a galeria
um dos A p ósto los da Richards, cada fotografia traz consigo
o filhoh istória. Por exem plo, a
Lucien Foster em Nauvoo, Illinois,
para tirarem uma fotografia.
A fotografia era uma invenção
nova, e a ida à galeria deve ter sido
uma aventura em ocionante para a
família Richards. O retrato de família
ali tirado, que é m ostrado acim a,
torn ar-se-ia, mais tarde, de valor
inestim ável para W illard e Heber
Joh n porque, quatro meses mais
tarde, Jenetta faleceu subitamente.
Mais de cento e cinqüenta anos
depois, ainda tem valor inestimável,
fazendo parte da coleção de fotografias
do Museu de História e Arte da Igreja,
Com o o retrato da fam ília
fotografia de 1989, à direita, mostra
santos dos últim os dias em uma
rem ota região m ontanhosa da
Guatemala construindo sua própria
capela de tijolos de barro feitos a mão.
O projeto nasceu da fé, dedicação,
serviço e amor ao Senhor.
A fotografia tem preservado várias
cenas como esta, momentos especiais
na vida dos santos dos últimos dias
do passado e do presente.
Os exem plos con tid os nestas
páginas, embora poucos, mostram que
o evangelho é uma exp eriên cia
compartilhada, que nos une como
Igreja mundial, como família mundial.

L I A H O N A F E V E R E I R O DE 19 9 3
18

Esquerda: M issionários de tempo
integral, éld er A lbertelli e élder
Church, fazendo proselitismo em
Cergy, França, 1990.
No alto: Um arm ênio convertido à
Igreja é batizado em uma pia batis­
mal improvisada em Aleppo, Síria,
em 6 de abril de 1923. Uma
anotação no verso da foto registra
A L I A H O N A
Acim a: A p esar de esta fotografia
da p rep aração do sacram ento,
de 1975, ter sido tirad a na ala
de estudantes da U niversidade
Brigham Young, ela poderia ter
sido tirada em qualquer a la ou
ram o do mundo.
seis batismos realizados naquele
dia.
Acim a: Em m uitas partes do
mundo, o lugar m ais conveniente
em que se encontre ág u a
transform a-se na "pia batism al",
como no caso deste grupo de
conversos da Nova Z e lâ n d ia , em
1900.
• F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
21
 FOTOGRAFIA DE CRAIG DIMOND

FO TO GRAFIA DE MARK PHILBRICK

Acim a: Em 1990, Enoch Q uaye, de

Londres, In glaterra, lê as escrituras
com o filho. O irm ão Q uaye foi
chefe de tribo em G h an a .
No alto à direita: No mundo
inteiro, o am or dos santos dos
últimos d ias ao Salvad o r é
dem onstrado por meio de serviço
aos necessitados, como na visita
desta fam ília a uma vizin ha viúva.

Acim a: A prim eira Escola Dominical A lem an ha, H olanda, Noruega,

da Igreja foi o rg anizad a em 1849.
Cinqüenta anos depois, em 1899,
esta classe m ultilíngüe, na
Vigésim a Prim eira A la da Cidade
do Lago Salgado, reunia trajes
típicos da D inam arca, Suécia,
Nova Z e lâ n d ia , Inglaterra, Escócia
e Estados Unidos.
A direita: Em 1990, a irm ã Tatiana
Turutina, prim eira presidente da
Sociedade de Socorro do ram o de
Vyborg, na antiga União Soviética.

A L I A H O N A • F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
22
No alto: Membros do ram o de Eket,
Akwa Ibom, N igéria. Quando esta
fotografia foi tirad a, em 1985, os
trinta mem bros do ram o se
reuniam em uma casa alu g a d a . As
reuniões eram re a liz a d a s na FOTOGRAFIA DE ANN LAEMMLEN LEWIS

lingua efik.
Embaixo: Uma cena universal na
Igreja: o pai e outros portadores
do sacerdócio abençoam uma
criança. □

FOTOGRAFIA DE D O U G MARTIN

A L I A H O N A • F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
24

BUSCAR O SENHOR DIARIAMENTE
omo filh as de um
C C elestial amoroso, somos
abençoadas com seu amor.
Por que, então, não sentimos sempre
sua dedicada orientação? Quando
aprendemos a confiar no Senhor em
todas as coisas, a fé torn a-se um
poder real que nos sustém, e com o
qual podemos contar em todas as
circunstâncias. Dessa forma, senti­
mos melhor a mão orientadora do
Senhor na vida diária.
No livro de A lm a, A m uleque
lembra-nos de que o Pai C elestial
está profun d am en te in teressad o
em todos os aspectos de nossa vida,
mas que o poder o rien ta d o r só
se m an ifesta p len a m en te se o
procurarm os. A m uleque en sin a:
“Que comeceis a exercer a vossa fé
para o arrep en d im en to , e que
comeceis a chamar pelo seu santo
nome . . .
H u m ilh ai-v os e c o n tin u a i a
dirigir-lhe vossas preces.
Clam ai a ele quando estais em
vossos campos, sim, sobre todos os
vossos rebanhos.
Clamai a ele em vossas casas e
rogai pelos vossos, tanto de manhã
como ao meio-dia e à tarde.
Rogai-lhe que vos proteja contra
o poder de vossos inimigos . . .
R o g ai-lh e que fa v o reça as
colheitas de vossos cam pos, para
poderdes prosperar.
Rogai-lhe que proteja os vossos
rebanhos, para que aumentem.
(Descerrai) vossas almas a Deus,
em vossas alcovas, em vossos lugares
MENSAGEM DAS PROFESSORAS VISITANTES
Pai
ILUSTRADO POR LORI ANDERSON W ING
secretos e em vossos campos” (Alma
34:17, 19-22, 24-26).
Em que locais e em quais situações
podemos precisar mais seriamente da
ajuda do Senhor?
“MOSTRA-ME O CAMINHO”
Há anos, uma jovem SUD perdeu-
se num deserto acidentado, fora dos
limites da fazenda de sua família.
Assustada e desnorteada, deu-se
conta de que precisava im ediata­
mente de ajuda; fechou, então, os
olhos e orou fervorosamente: “Pai,
mostra-me o caminho de casa”.
Mal acabara de pronu nciar as
palavras, sentiu como se uma mão
lhe pousasse no ombro, dirigindo-a.
Devido a essa sensação, começou a
subir uma ravina próxima. Esta forte
impressão acompanhou-a durante
todo o cam inho de volta e não a
abandonou até girar a maçaneta da
porta de sua casa.
A experiência ajudou a estabelecer
o alicerce da fé que a susteve durante
toda a vida. “Gostaria que todas as
A L I A H O N A • F E V E R E I R O
25
pessoas, especialmente aquelas que
estão perdidas espiritu alm ente,
tivessem tal conhecimento do amor
de nosso Pai”, disse ela.
Que evidências pessoais temos de
que o Pai Celestial ouve nossas orações
e guia-nos na vida diária, mesmo de
maneira quase imperceptível?
ABRIR A PORTA PARA O SENHOR
“Eis que estou à porta, e bato: se
alguém ouvir a minha voz, e abrir a
p o rta, e n tra re i em sua c a sa ”
(Apocalipse 3 :2 0 ). Numa pintura
muito conhecida da porta descrita
nessa escritura, a maçaneta aparece
somente do nosso lado. Embora o
Senhor esteja pronto para entrar,
ele não nos força a fazer-lhe tal
convite.
Quando nos voltamos a Deus em
o ra çã o , estam os na realidade
abrindo a porta, preparando-nos
para receber o poder da fé em nossa
vida. “Lembra-te de que sem fé nada
podes fazer; portanto, pede com fé”
(D&C 8:10).
O S e n h o r nos observa nas
atividades diárias e está pronto a nos
atender. Da mesma forma com o
ajudou a jovem que se encontrava
perdida e assustada no deserto, ele
nos mostrará o caminho de casa ao
nos humilharmos e o procurarmos
em oração.
De que forma a atitude de convidar
o Senhor para entrar em nossa vida
nos dá fo r ç a para seguir seus
ensinamentos? □
DE 1 9 9 3
FOTOGRAFIA DE STEVE BUNDERSON

Sob um sorriso, podem estar ocultos o medo e a culpa — o terrível fardo

dos que sofrem abuso sexual. Quer isto se refira a nós ou a alguém que
conheçamos, a esperança, a paz e a cura estão ao alcance das mãos.
A L I A H O N A • F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
26
 AG O N IA
O C U LTA
Lisa A. Johnson
A
o conhecer Andréia*, não que in clu iu a co n selh a m e n to
podemos deixar de gostar profissional e espiritual, permitiu-lhe
dela. E uma pessoa deixar as experiências traumáticas
calorosa, amigável e divertida, e
no passado e tornar-se outra vez
sabe com o fazer com que uma emocional e espiritualmente sã.
pessoa se sinta bem consigo mesma.
E la, porém , nem sem pre foi NÃO SE ESTÁ SÓ
assim.
Por muito tempo, carregou consigo In felizm en te, a situ ação de
um segredo terrível e trágico que não A n d réia não é incom um . Um
conseguia contar a ninguém. Chorava número alarmante de casos de abuso
m uito e estava co n sta n tem en te sexual chega ao nosso conhecimento
deprimida. Afastava-se do convívio todos os dias, envolvendo tan to
das pessoas, não possuía amigos nem moças quanto rapazes. Os abusos não
tinha autoconfiança para se sair bem se limitam a um só tipo de pessoa
na escola ou em qualquer outra coisa. nem a uma classe so cial. Eles
Andréia fora vítima de abuso sexual acontecem a pessoas de toda raça,
na infância. religião, ocupação, nível de renda e
“Julgava ter cometido um pecado de educação.
terrível”, disse ela. “Achava que era Há ocorrência de abusos sexuais
revoltante demais para ser contado. nas famílias SUD.? A trágica verdade
Sentia-me repugnante e completa­ é a de que são constatados casos na
mente sem valor, até que um bispo Igreja. Os líderes na sede da Igreja
muito compreensivo me explicou que têm receb id o m uitas ca rta s de
não era minha culpa, que o Senhor membros que passaram por isso.
ainda me amava e que eu poderia Em que consiste exatam ente o
obter ajuda.” abuso sexual? Por d efin ição, ele
A ajuda que Andréia recebeu, envolve “qualquer atividade sexual­
m en te e stim u la n te en tre uma
c ria n ça e um adulto ou ou tra
* Os nomes verdadeiros não foram criança, que esteja em uma posição
usados. de domínio, confiança ou controle”
A L I A H O N A • F E V E R E I R O DE
27
Child Abuse: Helps for Ecclesiastical
Leaders [folheto da Igreja], 1985,
página 2).
“Talvez [o abuso sexual de
crianças] sempre existisse em nosso
meio”, diz o Presidente Gordon B.
Hinckley, Primeiro Conselheiro na
Prim eira P resid ên cia, “mas sem
despertar a atenção que atualmente
recebe. Estou contente que o clamor
público esteja aumentando contra
esse terrível mal que, infelizmente,
e x iste dem ais em nosso m eio
também. Pais, não podeis maltratar
vossos pequeninos sem ofender a
Deus. Qualquer homem envolvido
em relações incestuosas é indigno de
portar o sacerdócio, indigno de ser
m em bro da Ig reja, devendo ser
tratado de acordo. Qualquer homem
que espanque ou maltrate os filhos
de outra maneira, terá de prestar
contas ao grande juiz de todos nós.”
(A L iahona, julho de 1985, p. 60.)
C a rta s receb id as de alguns
membros da Igreja relatam quão
d ev astad o r é o abuso sexu al.
Lindy*, de quinze anos, escreve:
“Q uando os pais das crianças de
quem eu cu id ava ch egaram em
casa, eu ia pedir à mãe delas que me
levasse para casa de carro, mas o pai
1 9 9 3
insistiu em fazê-lo. Soube naquele
m om en to que e sta ria em
dificuldades. Durante o caminho ele
tentou molestar-me. Não importava
o que eu fizesse para tentar impedi-
lo, ele não parava”.
Tiffany*, de dezesseis anos, tem
outra história: “Lembro-me de uma
vez, quando tinha cerca de cinco
an os”, escreve ela. “Fui passar a
noite em casa de meu avô com meus
irmãos e irmãs mais velhos . . . Disse
a vovô que meu estômago doía, e ele
me disse que apanhasse o travesseiro
e fosse se n ta r em seu c o lo . Foi
quando tudo começou”.
Há ainda D a v id *, de v in te e
cinco anos, que sente ser importante
ressaltar que os meninos são vítimas
tam bém . “T iv e problem as com
abuso sexu al”, disse ele. “M inha
babá abusou de mim sexualmente
quando eu era pequeno. Não sabia o
que ela estava fazendo. Compreendi
o que acontecera anos mais tarde e
senti-me terrivelmente mal comigo
mesmo”.
S e n tir-se “terriv elm en te” mal
consigo mesmo é algo que aflige a
m aioria dos que sofreram abusos
sexuais. Lidar com tal sentimento é
uma das partes mais importantes da
recuperação.
“NÃO PECOU”
A Primeira Presidência aprovou a
seguinte declaração de normas a
respeito do assunto: “V ítim as de
estu pro ou de abuso sexual
freq ü en tem en te sofrem traum as
sérios e passam por sentimentos de
culpa desnecessários. Os oficiais da
Igreja devem lidar com tais casos
com sensibilidade e preocupação,
reassegurando a essas vítimas que
elas, com o v ítim as de ações
m alignas por parte de ou tras
A L I A H O N A
pessoas, não pecaram, ajudando-as a
superarem os sentimentos de culpa e
a recobrar a auto-estima e confiança
nos relacionamentos pessoais.
N a tu ra lm e n te , uma
m adura, que v o lu n ta ria m en te
consinta em ter relações sexuais,
deve dividir a responsabilidade pelo
que aconteceu, mesmo que o outro
participante tenha sido o agressor.
Pessoas que c o n sc ie n te m e n te
incentivem avanços sexuais também
têm uma p arcela de resp o n sa­
bilidade pelo com portam ento que
disso advier, mas as pessoas que
sejam rea lm en te forçad as a
m an terem rela çõ es sexu ais são
v ítim as e isen tas de culpa de
qualquer pecado sexual. . .
As v ítim as de abuso sexu al,
quand o ainda pequ en as, são
igualmente inocentes de qualquer
pecado, sendo jovens demais para
av aliarem a im p o rtân cia
comportamento sexual. Mesmo nos
casos em que as ações com etidas
co n ta ra m com o ap aren te
consentim ento de uma pessoa de
pouca idade, esse con sen tim en to
pode ser ignorado ou não
q u a lifica d o para propósitos de
responsabilidade moral, quando o
agressor tiver ocupado uma posição
de au torid ad e ou poder sobre a
v ítim a ” (c a rta às A u torid ad es
Gerais, Representantes Regionais, e
outros líderes do sacerdócio, 7 de
fevereiro de 1985).
OBTENDO AJUDA
As vítim as de abuso sexual
necessitam saber que o ocorrido não é
culpa delas e, ainda, que também
necessitam desesperadam ente de
ajuda. Precisam contar im ediata­
m ente a alguém — um p arente,
co n selh eiro , professor, bispo —
• F E V E R E I R O
28
alguém de quem se sintam próximos e
em quem confiem . Ninguém deve
tolerar o abuso.
Há todos os tipos de razões que
pessoa tornam difícil à vítima denunciar o
ocorrido. M uitas vezes o agressor
ameaça a vítima ou sua família, para
que permaneçam em silêncio. Tais
ameaças são um sinal de que algo
está errad o , e isso deve ser
denunciado a alguém — depressa.
O s agressores sabem que estão
agindo erradamente e não querem
que ninguém os descubra, mas as
v ítim as podem ob ter apoio e
proteção das ameaças recebidas, se
fizerem a denúncia.
Há ou tras razões pelas quais
muitas vítimas hesitam em falar a
resp eito do o co rrid o . N ão raro,
tem em que a den ún cia do crim e
separe ou destrua a família. Isso nem
sempre é verdade. Se o problema for
do extremo, os órgãos governamentais
c o m p eten tes podem rem over o
agressor de sua casa, e não a vítima.
Há, ainda, serviços profissionais de
aconselhamento e acompanhamento
que podem ajudar os membros da
fam ília a so lu cio n arem seus
problemas pessoais e familiares. Seu
objetivo é o de fortalecer a família, e
não destruí-la. A vítima pode dirigir-
se ao bispo, à psicóloga ou
orientadora da escola onde estuda, a
algum adulto em quem confie ou ao
serv iço de a ssistê n c ia so cia l da
prefeitura de sua cidade, a fim de
encontrar os profissionais especia­
lizados em aconselhamento para este
tipo de caso. As questões financeiras
não devem ser um em p ecilh o à
o b te n çã o de aju da. N o caso das
prefeituras, esses serviços podem ser
obtidos gratuitamente.
As vítimas com freqüência temem
que a denúncia do crime destrua a
rep u tação da fam ília d en tro da
DE 1 9 9 3
Ig reja , mas a titu d es devem ser
tomadas contra os agressores, tanto
para ajudá-los a se arrependerem
como para impedir o prosseguimento
das violências. “Os propósitos da
ação disciplinar da Igreja são: [1]
salvar as almas dos transgressores;
[2] p roteger os in o c e n te s ; e [3]
salvaguardar a . . . integridade . . . da
Igreja” (Manual Geral de Instruções,
março de 1989, p. 10-1).
Pode ser especialmente difícil às
vítim as do sexo m ascu lin o
denunciarem os abusos dos quais
foram vitimas. A sociedade sempre
diz ao homem que ele deve ter o
controle das coisas e ser capaz de se
proteger em qualquer situação. Ao
admitir que se tornou uma vítima, a
pessoa teme que isto ocasione um
reflex o n eg ativ o em sua
masculinidade.
Outras razões também impedem
as vítimas de fazerem denúncias. E
difícil admitir que alguém chegado
e ste ja co m eten d o um crim e
hediondo. Ao invés disso, muitas
vítimas culpam a si mesmas, dizendo
que receberam o que mereceram, e
não denunciam. Podem ainda sentir
que, uma vez fe ita a d en ú n cia ,
outros irão con sid erá-las sujas e
indignas de receber amor. Algumas
vítim as nem sequ er chegam a
perceber o crime, porque o agressor
as levou a acreditarem que este tipo
de re la c io n a m e n to é n orm al e
natural.
A d esp eito de todas as
dificuldades para se d en un ciar o
abuso sexu al, é e sse n c ia l que a
denúncia ocorra. É primordial que
todos os envolvidos recebam ajuda.
Os resu ltad os do abuso sexu al
podem aparecer de formas ofensivas
se os en volvid os não receb erem
ajuda para lidar com o problema. O
abuso sexual nem sempre é, mas
A L I A H O N A
pode ser, a causa da delinqüência,
depressão, promiscuidade sexual,
isolamento social, relacionam ento
difícil com pessoas de mesma idade,
d e sc o n fia n ça , d ificu ld ad es no
relacionam ento conjugal futuro; e
pode ainda contribuir para o abuso
dos próprios filhos da vítima, se os
problem as não forem tratados e
solucionados.
“Por nove meses de minha vida
estiv e en v olv id a em um grupo
com unitário, cujo líder molestava
sexualmente as adolescentes”, diz
Sharon. “Fui uma das vítimas. Os
detalhes do que ele fez constam de
um inquérito policial. Por meio de
a co n se lh a m e n to p ro fissio n al,
aprendi que não preciso mantê-los
em minha mente.”
PROSSEGUINDO
Uma vez que as vítim as
re co n h e ça m que sofreram uma
violência, necessitam passar pelo
processo de aju stam en to à crise.
Muitas pessoas param em um desses
estágios, e isso pode refletir-se em
seus relacionamentos interpessoais.
As v ítim as fre q ü e n te m e n te
n e c e ssita m de aju d a para
prosseguirem com sua vida,
superando os efeito s dos abusos
sofridos.
C h o qu e é o prim eiro desses
estágios. E um e n to rp ecim en to ,
porque o ocorrido é terrível demais
para ser compreendido ou aceito.
Segue-se a fase da negação. A
v ítim a p en sa: “Eu não a cre d ito
nisso. Isto não poderia ter
acontecido comigo. Não a mim. Não
à minha família”.
Raiva, fúria e ressentimento vêm
a seguir. “O que eu fiz?” pensa a
vítima. “Por que esta coisa horrível
aconteceu comigo? Como alguém
• F E V E R E I R O DE
29
pode ser tão cruel?”.
Depois é a vez da promessa e da
b argan h a. “Se isto n u n ca mais
ocorrer, e se nunca mais se falar no
assunto, todos podemos esquecer
que isso já aconteceu”, ou “Se eu for
especialm ente bom e digno, serei
abençoado de forma que isso nunca
mais venha a acontecer, e eu me
esqueça de tudo”.
Q uando a negação não mais é
e fe tiv a , a depressão assume o
controle das coisas. “Nunca mais
serei puro e casto”, pensa a vítima,
erroneamente. “Sou indigno, e tudo
isso é irreparável”.
Se a vítima obtiver ajuda, pode
seguir-se a fase da aceitação. “Isso
dói terrivelmente”, pensa ela, “mas
a vida pode prosseguir e não tenho
que me se n tir p e r m a n e n te ­
m en te degradada por causa do
acontecido.”
A assimilação é o passo final. O
abuso sofrido é colocado na devida
p ersp ectiv a, e o se n tim en to de
a u to co n fia n ça e a u to -e stim a é
restaurado. O acontecido torna-se
parte do passado e deixa de ser o
ponto central da vida da vítima.
Passar por esses estágios ajudou
Andréia a recom eçar a levar uma
vida mais feliz e mais com p en -
sad o ra. O u tro s que, com o ela ,
foram v ítim as de abuso sexu al,
tam bém podem co m e ça r a
recu p era r-se. E im p o rtan te que
compreendam que têm o direito de
não serem vitimizados e o direito
de obter ajuda, caso isso venha a
acontecer. Precisam saber que não
são culpados, que não são impuros
nem m enos casto s. E, acim a de
tudo, p recisam saber que o Pai
C e le s tia l ain d a os am a, tem
grandes esperanças em relação a
eles, e providenciou maneiras de se
recuperarem. □
1 9 9 3
 Em Solo Sagrado
m pé, ali, em meio aos jardins
E do Templo de Santiago Chile,
lem brei-m e de quando
E pelo poder do Espírito Santo
podeis saber a verdade de todas as
freqüentava a escola católica, ainda
menino, que ficava naquele terreno coisas.” (Morôni 10: 4,5.)
onde agora se erguia o templo. Na
primavera de 1970, o padre de nossa
paróquia anunciara que venderia
nossa e sco la aos m órm ons. “Os
chilenos acham que a Igreja Católica
é a única religião”, disse ele.
“Naturalmente”, pensei eu. “Que
outra religião haveria?”
O padre continuou: “Quero que
todos façam um relatório a respeito
de A Ig reja de Jesu s C risto dos
Santos dos Últimos Dias”.
Um a vez que o e s c r itó rio da
missão SU D ficava a apenas dois
quarteirões de minha casa, dirigi-me
para lá, em busca de inform ações
para o relatório. Quando voltei para
casa, examinei os bonitos folhetos a
resp eito da Ig re ja e o L iv ro de
Mórmon. O exemplar do livro que
recebi continha a promessa especial
de Morôni, logo na primeira página:
“E, quando receb erd es estas
coisas, eu vos exorto a perguntardes
a Deus, o Pai Eterno, em nome de
C risto , se estas coisas são
verdadeiras; e, se perguntardes com
um c o ra ç ã o sin ce ro e com real
intenção, tendo fé em Cristo, ele vos
A L I A H O N A
G reg o ry Encina Billikopf
manifestará sua verdade disso pelo
poder do Espírito Santo.
Ao ler aquela promessa, recebi
um testem unho espiritual de que
aquelas palavras eram verdadeiras e
de que o Livro de M órm on era
verdadeiro. Eu, porém, tinha quinze
anos e não estava pronto para ser
“religioso”. Assim, decidi não fazer
nada específico a respeito de meus
sen tim en to s. Meu in teresse fora
despertado, e tirei a melhor nota da
classe com o meu relatório a respeito
dos mórmons.
Depois de outra aula sobre religião,
com ecei a meditar na natureza da
Trindade. Por meio de inspiração,
compreendi que o Pai, o Filho e o
E spírito S a n to são três pessoas
distintas, mas unas em propósito. Este
novo e precioso conhecimento viria
mais tarde ajudar-me a reconhecer a
verdadeira Igreja de Deus.
Isto ocorreu anos mais tarde, após
m inha fam ília m udar-se para os
Estados Unidos, quando estudava na
Universidade da Califórnia. Randy,
um amigo que morava no mesmo
andar que eu no d orm itó rio dos
estudantes, deu-me um exemplar do
Livro de Mórmon. O livro ficou em
• F E V E R E I R O DE
31
meu quarto, fechado, por muito
tempo. Randy e eu discordávamos
em relação a muitas coisas, mas toda
vez que ele falava a respeito da
Igreja, sentia o Espírito me testificar
que o que ele dizia era verdadeiro.
Decidi ir de avião para casa, no
N atal, e enchi uma m ochila com
livros que leria durante o vôo.
Ao fazer as malas, vi o Livro de
Mórmon e coloquei-o por último na
sacola, dizendo a mim mesmo que o
leria após ter lido todos os outros.
No avião, porém, o livro colocado
por ú ltim o foi o prim eiro a ser
retirado, e subitamente senti uma
grande necessidade de lê-lo. Levei
quatro dias e noites para terminar o
livro. Ao ler e orar, soube que era
verdadeiro. Mal podia crer no que
estava descobrindo!
Quando retornei à faculdade, na
Califórnia, imediatamente contei a
Randy que acreditava no Livro de
Mórmon e disse que desejava ser
b atizad o. Ele ficou m uito feliz.
Chamamos os élderes e fui batizado
pouco tempo depois.
Como poderia saber, ainda naquela
aula de religião, quando jovem, que
um dia, naquele mesmo local onde
outrora se erguera a minha escola, eu
en traria na casa do Senh or — o
Templo de Santiago Chile? □
1 9 9 3
I L H A S DE FE

"Celestial" — essa é uma maneira de descrever a beleza de

Fiji. O evangelho, porém, acrescenta beleza espiritual aos
membros, que tornam a vida neste paraíso ainda melhor.

Shirleen M eek Saunders

“Deus criou Fiji em um dos seus dias mais Frutas e flores crescem espontaneamente de
felizes”, diz o Flder G len L. Rudd, ex- folhagens em uma paleta de diversos matizes
Presidente da Area do Pacífico Sul da Igreja, de verde.
E, quando se vai de carro de uma ponta à E n tretan to , a vida neste paraíso nem
outra de Viti Levu, a maior ilha do país, só se sempre é idílica. Por trás da beleza natural de
pode concordar. Picos v u lcânicos se Fiji há uma nação em desenvolvimento, e o
sobressaem em meio a florestas tropicais e bem povo daqui luta com os desafios econômicos,
cuidadas plantações de ca n a -d e-açú car; p o lítico s e so ciais, bem com o com os
palmeiras e praias de areia fina dão lugar a problemas que disso decorrem, mas, para
baías de águas reluzentes de um azul profundo, alguns cidadãos fijianos, o evangelho de Jesus

A kanisi Rosi e o bebê Tupoutua B a ra v ila la , na conferência da Estaca Suva Fiji.

A proxim adam ente 7.000 santos dos últimos d ias vivem nesta nação salp ica d a de ilhas.
MEEK SAUNDERS
ÍRAFIA DE SHIRLEEN

o
Q
O

A L I A H O N A F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
32
Cristo tornou-se uma importante fonte de força. Abraçar
seus ensinamentos e princípios os ajuda a suportar as
provações, dá-lhes paz e esperança em dias melhores.
Fiji é formada de mais de trezentas ilhas, que se
localizam aproxim adam ente 1.776 km ao norte de
Auckland, Nova Zelândia. Embora cem delas não sejam
h ab ita d a s, a m aioria da p op u lação do país está
concentrada em apenas treze ilhas.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
chegou a Fiji em 1924, quando Mele Vea Ashley, um
membro da Igreja, emigrou para lá, vinda de Tonga,
ju n tam en te com os filhos. Alguns outros membros
vieram de Samoa, mas somente em 5 de setembro de
1954 um ramo composto por quatorze santos dos últimos
dias foi oficialm ente organizado, reunindo-se em um
edifício público alugado em Suva, a capital. Nos trinta e
nove anos seguintes àquele início humilde, a Igreja
cresceu e conta com cerca de 6 .6 0 0 membros, uma
estaca com seis alas (organizada em 1 9 8 3 ), e dois
distritos com quinze ramos.
REUNINDO-SE
Muitos líderes da Igreja aqui dizem que os problemas
de transporte e com unicação são alguns dos maiores
desafios que os m em bros da Ig reja en fren tam —
especialmente aqueles que vivem em áreas rurais fora de
Suva e no lado ocidental de Viti Levu. A remuneração
salarial em Fiji é muito baixa; portanto, apenas umas
poucas pessoas têm condições de comprar carro. A
maioria tem no transporte coletivo o seu principal meio
de locomoção.
Em fins de 1987, após um golpe de estado realizado
sem derramamento de sangue, o novo governo das ilhas
A L I A H O N A • F E V E R E I R O
34
d eclarou ilegal o fu n cio n a m e n to dos tran sp ortes
co letiv o s aos dom ingos. Isto não rep resen tou um
problema para as pessoas que pertenciam à religião cristã
dominante no país, pois havia uma igreja dela em cada
vila e vilarejo. Muitos santos dos últimos dias vivem,
porém, longe de seus ramos ou alas.
Vilisi e Fai Ucunibaravi e seus seis filhos decidiram
que andariam os doze quilômetros que separavam sua
casa da capela de Nausori, todos os domingos. “Algumas
pessoas riam-se de nós, e não paravam para nos oferecer
c a ro n a ”, diz a irm ã U cu n ib arav i, mas não tin h a
importância. Nosso coração já estava na Igreja antes de
sairmos de casa”.
Hoje, três anos depois, o governo tornou a lei menos
restrita, de modo que os ônibus passaram a operar aos
domingos durante parte do ano. Sem acesso a outros
tipos de tran sp orte, alguns membros podem agora
apanhar o ônibus para irem à Igreja, mas, devido aos
horários dos ônibus, muitos freqüentemente chegam
tarde às reuniões, ou se vêem forçados a sair antes que
elas se encerrem.
Algum as alas e ramos alugaram cam in h ões de
particulares para apanharem os membros em suas casas e
levarem-nos à Igreja. O Bispo Timoci Ratu, da Ala Nadi,
porém, descobriu que essa não era uma solução perfeita.
“Estouramos o orçamento da ala apenas com os gastos de
transporte”, diz ele. “Assim, incentivei as pessoas a virem
por sua própria fé. Em um prim eiro m om ento, a
freqüência diminuiu, mas agora já recuperou os mesmos
níveis de antes”.
O problema de transporte também afeta as visitas de
mestres familiares e de professoras visitantes e, como
muito poucas pessoas possuem telefone em casa, tudo
fica ainda mais difícil. O Presidente Inosi Naga, da
DE 1 9 9 3
Extrema esq u erd a : Brijm a Wati
C haran , membro do Ramo
Sigatoka, é um dos muitos
m issionários nativos que
esp alh aram a m ensagem do
evangelho em sua terra natal.
Centro: Entre as b elas flores de Fiji
estão a s açucenas e as orq uídeas.
Esquerda: O Bispo Timoci Ratu com
a espo sa, Letlia, e a filha m ais
nova, A kesa. "Um a das coisas que
sabem os fa ze r m elhor é proclam ar
o evan g elh o", diz o Bispo Ratu.
"N ão nos envergonham os de
serm os m em bros da Igreja".

Estaca Suva Fiji, diz: “È difícil sair de casa para fazer
essas visitas, mas tentamos sinceramente, e acho que
estamos obtendo alguns bons resultados”.
A Irmã Raj Kumari, presidente da Sociedade de
Socorro do Ramo Tavua, pede às professoras visitantes
que enviem pelo correio uma mensagem datilografada às
irmãs que moram fora da cidade. Os líderes de quorum
do sacerdócio do ramo designam grupos de homens para
que viajem até uma vila específica, a fim de visitarem
todos os membros de uma só feita.
No Ramo Sigatoka, a presidente da Sociedade de
Socorro, Siteri Varo, apanha um ônibus para as vilas nas
m ontanhas todo mês, a fim de visitar as irmãs que
moram mais longe. Ela sai de casa às 8 da manhã e
retorna ao meio-dia. “Não é tempo suficiente para se
fazer todo o necessário”, diz ela, “mas não tenho escolha.
O último ônibus do dia passa nesse horário”.
Ainda que os membros em Suva morem próximos uns
dos outros, a irmã Grace Taito, presidente da Sociedade
de Socorro da Estaca Suva, tem problemas semelhantes
no que diz respeito à comunicação, mas, por ser a diretora
da escola de primeiro grau mantida pela Igreja, ela pode
enviar mensagens aos bispos e presidentes da Sociedade
de Socorro das alas por meio dos filhos deles — ou dos
filhos de seus vizinhos — que estudam na escola.
FIJIANOS E INDIANOS
Em 1878, o governo britânico de Fiji levou para as
ilhas trabalhadores indianos para as plantações de cana-
de-açúcar. Após cin co anos, os indianos poderiam
retornar ao seu país às próprias custas; se ficassem por
mais cinco anos, o governo pagaria sua passagem de
volta, ou lhes permitiria permanecerem em Fiji. Muitos
desses trabalhadores preferiam a vida nas ilhas ao sistema
indiano de castas. Assim, ficaram. Hoje, aproximada­
mente metade da população de Fiji descende desses
trabalhadores contratados.
Os indianos fijianos mantiveram muitos aspectos de
sua cultura nativa, que pouco tem em comum com a
cultura nativa dos fijianos. Os dois grupos possuem
crenças, costumes e estilos de vida diferentes. Devido a
isso, os dois povos mantêm-se separados em sua grande
maioria. Integrar os dois grupos na Igreja tem sido quase
sempre um teste do amor que as pessoas sentem pelo
próximo. Problemas políticos recentes complicaram
ainda mais a situação. Em outubro de 1987, os militares
fijianos substituíram o então recém -eleito primeiro-
ministro, que era membro de um partido político ao qual
pertencia a maioria dos indianos. Desde aí, as tensões
entre os dois grupos se intensificaram.
Com o os m embros da Igreja têm reagido a essa
delicada situação? “Acho que qualquer pessoa que nos
observe diria que nos saímos muito bem no que diz
respeito à união”, diz o Presidente Naga, da Estaca Suva.
“Durante o golpe de estado, admoestamos os membros a
não misturarem política com religião. Continuamos a
dizer a nosso povo que, uma vez que nos filiamos à
Igreja, não há estranhos nem estrangeiros. E acho que
eles realm ente acreditam nisso, embora alguns deles
tenham pessoalmente demonstrado preocupação com o
que aconteceu em nosso país”.
O Bispo Ratu diz que felizmente a tensão não é muito
sen tid a na Ig re ja , m esm o pelos m em bros novos.
“Suponho que isso se deva ao que o evangelho nos
en sin a sobre não h aver d iferen ça en tre os seres
humanos, mesmo no que diz respeito a classe social, raça,
credo, ou cor da pele”, diz ele. “Quando nos reunimos, se
há tem ores por parte dos indianos em relação aos
fijianos, tentamos acalmá-los”.
Além do conselho às pessoas para que se unam, os
líderes da Igreja fornecem aos membros experiências

A L I A H O N A • F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
35
Esquerda superior: Com nove anos Raki Raki. Direita superior: Itisoni capital. Abaixo: Raj Kum ari com
de idade quando esta foto foi Tilley, um agricultor contratado, su as filhas Amol R ashika, à
tirad a, Moushmi Singh havia sido serviu como bispo da A la Lam i, esq u erd a, e Pram ol Rashika,
batizado um mês antes, no Ramo próxim a à cidade de Suva, a m em bros do Ramo Tavua.

A L I A H O N A • F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
36
práticas. Membros de ambos os grupos trabalham lado a
lado no sumo conselho, nas auxiliares das alas e estacas,
nos bispados e quoruns do sacerdócio, e como missionários
de tempo integral. Isto cria respeito mútuo. “Eu a amo”,
diz a irm ã Varo, uma fijia n a , sobre sua prim eira
conselheira indiana, Brijma Wati. “Ela me ajuda tanto —
e não apenas no que se refere às responsabilidades da
Sociedade de Socorro, mas também tomando conta de
meu filho enquanto presido as reuniões”.
Os líderes também se certificam de que todos os
membros sejam ensinados, na Igreja, em sua própria
língua. Embora a língua oficial de Fiji seja o inglês,
muitos membros de mais idade, e os que moram em áreas
mais distantes e menos populosas, falam apenas a língua
nativa. Assim, os bispados e presidências de ramo não
raro program am três orad ores para a reu n ião
sacramental: um fala industão, o outro fijiano, e o último
inglês. Os professores dos quoruns do sacerdócio e as
professoras da Sociedade de Socorro freqüentemente
utilizam tradutores, para que todos possam participar das
aulas. Nas atividades das alas e ramos, sempre há um
bom número de pratos fijianos e indianos.
Mesmo com todos esses esforços, às vezes há uma
tensão ocu lta, sutil, entre os grupos, mas os santos
indianos e fijianos informam que, na Igreja, sentem-se à
vontade e iguais entre si, mais do que em qualquer outro
lugar em sua sociedade.
COSTUMES E CULTURAS
Para os fijianos, o costume tribal é uma das mais
importantes partes de sua vida. As vilas e vilarejos estão
espalhados por todo o país, e cada um deles possui um
chefe que determina a lei do lugar. Na verdade, antes de
os missionários serem enviados a uma nova área, os
líderes da Igreja precisam participar de cerim ônias
A L I A H O N A • F E V E R E I R O
37
tradicionais, a fim de obterem a permissão do chefe.
Nas vilas, as pessoas vivem uma espécie de ordem
unida. Dão tudo o que possuem ao chefe e, em troca, ele
lhes dá alim ento, vestuário e um lugar para morar.
Mesmo quando uma pessoa se muda da vila, sua família
tem direito a tudo o que lhe pertence. O Bispo Ratu diz:
“Recentemente, minha família contou-me que os filhos
de uma parente — que nasceram fora dos laços do
m atrim ônio e não têm pai — precisavam pagar os
estudos. Dei-lhes o dinheiro. É esperado de nós que
atendamos às necessidades de todos os nossos parentes”.
A tradição fijiana não permite que as pessoas iniciem
uma conversação com pessoas mais velhas, e pessoas
comuns do povo não podem aproximar-se de pessoas
importantes das tribos sem que sejam convidadas a fazê-
lo. Pode ainda haver restrições entre pessoas de vilas
diferentes. “Isto às vezes é um problema”, diz Alex
Lobendahn, sumo conselheiro na Estaca Suva, “pois se
há restrições, os membros de uma família de uma vila
não podem realizar visitas de mestres familiares a uma
família de outra vila.
Gostaria de poder quebrar essas barreiras e ir até as
pessoas em nome de Deus, em vez de ir procurá-las em
nome da cultura”, continua ele. “As pessoas, porém,
relutam ; é com preensível que não desejem causar
problemas”.
O irmão e a irmã Ucunibaravi ignoraram as restrições
culturais a fim de poderem casar-se. A irmã Ucunibaravi
vem de uma família fijiana importante, e seu marido
pertence ao povo. “Durante o nosso namoro”, diz o
irmão Ucunibaravi, “minha mulher teve de escolher a
mim ou a sua classe social — mas ter o sacerdócio no seu
lar era mais importante para ela”.
Os cidadãos indianos de Fiji também possuem fortes
tradições culturais. Muitos pais indianos não permitem
que seus filhos namorem, e os casamentos arranjados são
DE 1 9 9 3
Direita: O Bispo Subhash D ass com quanto o Senhor nos prom eteu", irm ãs Christine P rasad , V alenshya
a esposa, Roselyn, e os filhos Amit diz a irm â Dass. "As coisas Prasad e Ragni Lata descobriram
(à esquerda) e A nand. "Ir ao m ateriais perdem a im portância que viver o evangelho as torna
templo me fez com preender o diante disso." Extrema direita: As felizes.

muito comuns. Quando uma mulher se casa, ela se torna
membro da família do marido, e uma serva na casa de
sua sogra. Enquanto viver lá, o sogro tem a palavra final
no que diz respeito ao que ela pode ou não fazer. Isto
pode impedir que uma jovem senhora se filie à Igreja,
ainda que o seu marido, de quem o costume não requer
que obtenha a permissão do pai, venha a ser batizado.
A maioria dos fijianos de ascendência indiana são
hindus, ou seja, de religião brâm ane, e alguns dos
membros indianos da Igreja são excluídos do convívio
dos familiares quando abandonam as crenças que suas
famílias m antiveram por gerações. “M inha filosofia
p esso a l”, diz o irm ão P eter L ee, co n se lh e iro na
presidência da M issão Fiji Suva, “é a de que se as
tradições culturais de uma pessoa não impedirem o seu
progresso, então elas devem ser mantidas, mas se forem
trad ições que im peçam a obra do Senhor, en tão é
necessário que se tome uma decisão a respeito do que
deveríam os ou não fazer. D o c o n trá rio , jam ais
conseguiremos prosseguir”.
CHEIOS DE AMOR E BONDADE
Um dos pontos fortes mais aparentes dos cidadãos de
Fiji é o seu amor às pessoas. “É uma característica da
ilha, eu acho”, diz Alex Lobendahn. “As pessoas aqui dão
tudo e não retêm nada para si mesmas.
Quando ensinamos nosso povo a respeito de amar ao
próximo e de integração, isso não é nenhuma novidade
para eles”, diz Peter Lee. “E algo com que já estão
acostumados”.
Sua esposa, Sereana, concorda. “Já vivemos esses
princípios. Por exemplo, se temos alimento de sobra,
automaticamente o levamos para nossos vizinhos”.
A irmã Fauoro Akata, presidente da Sociedade de
Socorro da Ala Nadi, lembra-se de que uma das irmãs
sempre freqüentava as reuniões com o marido e os filhos
SUD, mas ela mesma nunca se filiara à Igreja. “Um dia”,
diz a irmã Akata, “perguntei-lhe por quê. Disse-me que
era porque não possuía um vestido branco. Assim,
compramos o tecid o para ela. Fez um vestido e foi
batizada pouco depois”.
Em Nadi, os santos também trabalham para ajudar
uns aos outros a chegarem ao Templo de NukuAlofa
Tonga. A viagem a Tonga custa cerca de 450 dólares
am ericanos — uma q u an tia enorm e para algumas
famílias conseguirem economizar. Assim, todos os anos,
os membros trabalham juntos, a fim de levantarem o
dinheiro necessário, e organizam jantares comunitários e
espetáculos culturais. Então selecionam diversas pessoas
ou famílias que estejam desempregadas, ou que não
tenham condições de economizar, e enviam essas pessoas
ao templo, na viagem anual de agosto.
O calor humano também faz com que os santos fijianos
sejam bons membros missionários. Não é difícil encontrar
membros de alas e ramos que já se conheciam antes de se
filiarem à Igreja. Na semana seguinte ao batismo, Seminsi
e S e rean a R atu , m em bros do Ram o R akiraki,
apresentaram os missionários a dois contatos. Até o
momento, cinco dos amigos dos Ratus já foram batizados.
“Uma das razões pelas quais espalhamos o evangelho
tão facilmente é que, com freqüência, misturamo-nos
uns com os outros”, diz o Bispo Subhash Dass da Ala
Nasinu, de Suva. “Se paramos para cumprimentar as
pessoas na rua, é comum que nossa conversa demore de
cinco a dez minutos.”
MISSIONÁRIOS NATIVOS
O desejo de levar o evangelho a seu próprio povo
chega até o programa missionário de tempo integral. Dos
105 missionários e missionárias ora designados para Fiji,

A L I A H O N A • F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
38
38 são nascidos no país. Os missionários locais têm
desempenhado um papel vital desde os primórdios da
Igreja em F iji. Q uand o os prim eiros m issionários
americanos chegaram, em maio de 1954, os oficiais da
imigração permitiram que apenas dois deles ficassem no
país a cada vez. Assim, os missionários locais compuseram
todo o resta n te da força m issionária. A co ta de
missionários americanos foi gradualmente subindo para
dezesseis, e eliminada após o golpe de estado de 1987.
A maioria dos fijianos, no entanto, serve em seu
próprio país. (Uns poucos élderes de ascendência indiana
estão hoje sendo designados para a índia.) Uma das
razões para tal é a língua. Por muitas pessoas não falarem
inglês fluentemente, os missionários não fijianos algumas
vezes acham d ifícil en sin ar p rincíp ios esp iritu ais
abstratos. Os m issionários nativos resolveram esse
problema. “Quando ensinamos em nossa própria língua”,
diz o Elder Laisiasa Veikoso, “podemos dizer as coisas
com mais clareza. Podemos explicar nossos sentimentos
de maneira mais clara a nossos pesquisadores, o que os
ajuda a sentirem o Espírito”.
O Elder Nawal Sen diz que gosta de servir em Fiji
porque deseja que seu povo receba o conhecimento que
salva. De ascendência indiana, ele percebe que, por
entender a cultura e a religião indianas, pode ajudar seu
povo a resolver seus problemas, utilizando os princípios
do evangelho.
“Flá c e rc a de seis an os, tín h am os apenas doze
missionários locais servindo”, diz o Presidente Naga.
“Agora temos trinta e oito. E teremos muitos mais. Os
filhos da nossa primeira geração de membros já estão
atin g in d o a idade para cum prir m issão, e estão
ad quirind o uma com p reen são dos p rin cíp io s do
evangelho por meio de seus estudos no seminário.”
A L I A H O N A • F E V E R E I R O
39
Igualm ente im portante, o programa m issionário
propicia treinamento precioso aos jovens fijianos. “Os ex-
missionários são uma verdadeira força para nós”, diz o
Bispo Joseph Sokia, da Ala Tamavua. “Muitos deles
p erm an ecem ativ o s, e a m issão fo rta le c e -lh e s o
testem unho e prepara-os para as responsabilidades
missionárias e de liderança por toda a vida”.
O irmão e a irmã Ucunibaravi concordam que sua
missão lhes trouxe uma maturidade espiritual que fez
verdadeira diferença em sua vida e na de seus filhos.
“Sentimo-nos privilegiados de havermos servido”, dizem
eles. “Há m uitas fam ílias separadas aqui. Se não
houvéssemos cumprido missão, provavelmente estaríamos
na mesma situação”. Sua missão também os ajudou a se
envolverem seriamente com a atividade na Igreja. “A Igreja
é o ponto central de nossa vida”, diz o irmão Ucunibaravi.
“Estaríamos completamente perdidos sem ela”.
“Embora desejasse ardentemente servir no exterior”,
diz A lex Lobendhan, “sabia que necessitávam os de
missionários aqui. Foi difícil, de certa forma, mas ajudou-
me a compreender e amar as pessoas ainda mais. A
missão deu-me a determinação para ajudar a Igreja a
crescer aqui em Fiji.”
Muitos ex-missionários não ficam em Fiji. Muitos vão
para a U niversidade Brigham Young — campus do
Havaí, casam-se com membros da Igreja de outras ilhas,
ou aceitam empregos em outros países onde há maiores
oportunidades financeiras.
FÉ — E MILAGRES
O s m em bros da Ig re ja fijia n o s são h u m ild es,
possuidores de uma forte fé de que Deus tomará conta
deles. Tal fé não é vã.
DE 1 9 9 3
Esquerda superior: Sanjanita Singh,
de dezesseis anos, e a m ãe. Devi
Wanti Singh, que foi a prim eira
presidente da Sociedade de Socorro
do Ramo Ba.
Direita superior: Jovesa N ausa,
membro do Ramo Ba, coloca o arado
nos bois para trabalharem em sua
plantação de cana-de-açúcar. "Sigo
o evangelho passo a passo", diz ele.
"Creio que é isto que o Senhor
gostaria que eu fizesse". Abaixo:
Vaione Soronavalu deixou o emprego
em uma p adaria para servir em
tempo integral na Missão Fiji Nadi.

A L I A H O N A • F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
40
 Quando Sunita Kumari, uma irmã indiana de vinte e
um anos, desejou filiar-se à Igreja, seu irmão mais velho
tentou impedi-la, arranjando-lhe um casam ento. Os
m em bros do Ram o R a k ira k i je ju a ra m e oraram
juntamente com Sunita, e os planos para seu casamento
não tiveram sucesso. Ela foi batizada.
Poucos meses mais tard e, os m em bros do ramo
novamente jejuaram e oraram com Sunita, desta vez
para que ela encontrasse um emprego. Estivera tentando
empregar-se desde que term inara os estudos, havia
quatro anos. Agora sentia ser especialmente importante
que ganhasse seu sustento, “para que pudesse pagar o
dízimo e ajudar os pobres”. Uma semana mais tarde,
Sunita conseguiu emprego com o secretária de uma
empresa recém -form ada. Depois disso, ela cumpriu
missão na Missão Fiji Suva.
Quando Mona e George Dunn decidiram plantar
cana-d e-açúcar em sua fazenda próxima a Lautoka,
estavam em um ano de seca. Após seis semanas sem
chuvas, os Dunn e o agricultor que haviam contratado
para semear seus campos temiam que as mudas não
sobrevivessem. O irmão e a irmã Dunn e seus filhos
jeju aram e oraram . Ao voltarem para casa, após a
reunião da Igreja no domingo seguinte, encontraram o
agricultor. “Vocês foram muito abençoados”, disse ele.
“Choveu o suficiente para manter viva a plantação”.
Um pouco depois, quando o seu reservatório de água
já estava quase seco, os Dunn novamente oraram por
chuva. Algumas noites depois, sentados na varanda,
viram algumas nuvens. “N ão seria m aravilhoso se
chovesse agora?” disse a irmã Dunn.
“Vai chover”, respondeu-lhe o marido.
C h o veu . A tem p estad e fez tran sb o rd ar seu
reservatório — mas nem chegou a molhar a estrada que
levava à sua casa.
Subhash e Roselyn Dass e seus filhos, Amil e Anand,
A L I A H O N A
desejavam ir ao templo para serem selados, mas não
tinham dinheiro suficiente. Quando o irmão Dass foi
chamado como bispo, a família teve um forte sentimento
de que necessitavam receber suas investiduras. Tinham
dinheiro suficiente para apenas uma passagem aérea até
Tonga; assim, a irmã Dass incentivou o marido a ir só.
“Não”, disse ele. “Precisamos ir todos juntos. O Senhor
providenciará uma forma”.
A família jejuou durante os dois domingos seguintes.
Ao tinal da segunda semana, o empregador do irmão
Dass ofereceu-lhe o dinheiro emprestado para as quatro
passagens aéreas. “Ir ao tem plo foi a mais bela
experiência que já tivemos”, diz o Bispo Dass. “Sabemos
agora que, se buscarmos o reino de Deus em primeiro
lugar, o Senhor fará o resto”.
N ÃO HÁ M A IO R ALEG RIA
Em Vesaru, — zona agrícola, perto de Ba — Jovesa
Nausa vive em uma fazenda de can a-d e-açú car de
quatro hectares. Ele é élder no Ramo Ba e professor da
classe de Doutrina do Evangelho. “Costumava colher
m uita ca n a em m inha fazenda — de 2 5 0 a 270
to n e la d a s”, diz ele, “mas não era feliz. A gora eu
p e rte n ç o à Ig re ja , e não m ais me preocu p o com
dinheiro. Creio que Deus está conosco e ajuda-nos.
A inda que ten h a colhid o m enos can a que no ano
passado, estou feliz.”
Os sentimentos do irmão Nausa são os mesmos de
todos os santos de Fiji: “Nossa família nunca foi tão
unida”; “Estamos muito contentes de ser membros da
Igreja”; “O evangelho nos torna felizes”.
A alegria é uma das maiores bênçãos que a Igreja
trouxe aos santos em Fiji — uma alegria que pode durar
eternamente. Viver no paraíso está-se tornando cada vez
melhor. □
• F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
41
 Pornchai
J untratip
Espiritualmente Preparado

David Mitchell

ornchai Juntratip entra na sala cuidadosamente

P
Khrap”.
e pressente a localização do visitante. Sorri,
ajunta as palmas das mãos, inclina a cabeça e
oferece a saudação tradicional tailandesa: “Sawat dee

O irmão Juntratip é um homem magro, de aparência

frágil, que foi descrito como “um homem em quem não
há dolo, intocado pelas influências do mundo”. Como
trad u tor da Igreja em sua cidade n atal, B an gcoc,
Tailândia, o irmão Juntratip já conseguiu realizar muitas
coisas na vida, apesar de haver perdido a visão ainda na
adolescência.
“Tinha cerca de oito ou nove anos de idade quando
perdi a visão do olho direito, mas foi apenas quando
utilizei binóculos que percebi que só podia ver com o
olho esquerdo. Perdi o olho d ireito por v olta dos
quatorze anos. Agora posso apenas perceber a diferença
entre claro e escuro.”
Ao perder, porém, a habilidade de enxergar com os
olhos, o irmão Juntratip desenvolveu a habilidade de
enxergar pelo Espírito.
“Estava com pouco menos de trinta anos quando
encontrei pela primeira vez os missionários santos dos
últimos dias. Estavam andando de bicicleta perto de casa
e viram-me. Pararam e apresentaram-se, perguntando se

Com o filho Pituporn nos braços, Pornchai Juntratip

está próximo ao carro de "fast food", operado por sua
espo sa. Irm ã Juntratip, à esq u erda, vende guloseim as
aos funcionários de com panhias com escritórios
próximos dali.

eu já ouvira falar da Igreja. Q uando disse que não,
falaram-me de Joseph Smith e da Primeira Visão.
Pelo que me disseram, senti que Joseph Smith era um
bom homem que não havia feito nada de errado. Por
sugestão deles, ajoelhei-me e orei ao Pai Celestial para
saber se o que eles haviam dito era verdadeiro. Quando
me le v a n te i, aquele se n tim en to suave e calo ro so
percorreu-me o corpo.”
Os élderes marcaram um outro dia para me visitar, e
deram-me edições em braile do Livro de Mórmon e
Regras de Fé, do Élder James E. Talmage — ambas em
inglês.
Pornchai, porém, diz que foi preparado para este
momento. Seu pai, um bancário, começou a ensinar-lhe
inglês quando Pornchai tinha nove anos. Ao completar
dez anos, começou a estudar com um tutor. Mais tarde,
m a tricu lo u -se em um curso secu n d ário por
correspondência, para cegos, oferecido por uma escola
americana, e recebeu seu diploma pouco antes de os
missionários pararem para lhe falar.
“Quando penso naqueles anos, compreendo que tudo
se encaixou perfeitamente”, diz o irmão Juntratip. “Não
apenas fora capaz de ler os livros que os missionários me
deram, mas acho que fui preparado espiritualmente para
receber a mensagem do evangelho.
Cresci observando os costumes de duas religiões.
Como a maioria dos tailandeses, fui educado como
budista. Meus pais, de ascendência chinesa, observavam
as tradições religiosas daquele país, como o festival do
Ano Novo, o festival dos ancestrais, e o festival da lua
nova.
Havia lido a respeito de Jesus Cristo e, ainda pequeno
A L I A H O N A • F E V E R E I R O
44
Utilizando um computador, o irm ão Pornchai Juntratip
traduz m aterial de estudo para os alunos tailan deses
do sem inário e instituto. Ele ouve fitas cassete que lhe
sã o e n v ia d a s d a C id a d e do Lago S a lg a d o e en tão
in s e re a tra d u ç ã o no com putador. Extrem a d ireita ,
a c im a : O ir m ã o e a ir m ã J u n t r a t ip com o f ilh o ,
Pituporn.
— há muito tempo — assistira a tilmes sobre o Senhor,
como Os Dez Mandamentos e outros filmes da Bíblia, e
acreditava em Deus. Disse a mim mesmo que deveria
haver um Deus, porque se não houvesse nenhum, quem
poderia ter criado o universo e todas as coisas boas e
belas que ele co n tém ? T in h a de h aver um Ser
onipotente.”
O irmão Juntratip foi batizado em 6 de dezembro de
1976, aos vinte e oito anos.
Nessa época, seus pais já haviam falecido, mas houve
oposição por parte de seus dois irmãos mais novos. “Eles
eram engenheiros formados, e sua única religião era o
materialismo. Não podiam compreender o que eu estava
fazendo”.
Três anos mais tarde, eles se opuseram à sua decisão
de ir para a Universidade Brigham Young — campus do
Havaí. “Meus irmãos tinham certeza de que eu não me
sairia bem ”, lem b ra-se o irm ão Ju n tra tip , “e não
desejavam passar pelo constrangimento de terem de me
levar de volta para casa”. A fim de impedir sua ida, os
irmãos assumiram o controle de uma propriedade que a
mãe lhe deixara. Planejara vendê-la para ter o dinheiro
necessário para os estudos na Universidade, mas os
irmãos disseram que manteriam a propriedade para que,
caso ele não concluísse o curso, ela fosse vendida, a fim
de custear sua passagem de volta para casa.
O irmão Juntratip, contudo, levou adiante os seus
planos e m atricu lou -se na BYU -cam pus do H avaí.
Escreveu a uma companhia aérea, solicitando que lhe
perm itissem pagar apenas a m etade do v alor da
passagem . Eles respon deram , e n v ia n d o -lh e uma
passagem totalmente gratuita.
DE 1 9 9 3
 Pornchai estudou literatura inglesa na Universidade,
gravando em fita cassete as aulas e palestras, e ouvindo
ou tras fitas gravadas a resp eito dos assun tos que
estudava. Sustentava-se transcrevendo fitas de histórias.
Formou-se em dezembro de 1983, e então matriculou-
se na BYU de Provo, Utah, para obter o mestrado em
literatura inglesa. “Por haver-me saído bem nos estudos
no Havaí, meus irmãos me permitiram que eu usasse o
dinheiro da venda da propriedade para custear minha
viagem a U ta h ”, diz o irm ão Ju n tra tip . “T iv e de
despender tanto tempo com os estudos, que não podia
trabalhar para me sustentar; mas, felizmente, recebi uma
bolsa de estudos. Concluí o mestrado em junho de 1986
e voltei para a Tailândia”.
Durante sete meses após o retorno a seu país, o irmão
Juntratip deu aulas em casa. Então foi convidado a
trabalhar para a Igreja, como tradutor.
“Havia orado para encontrar um emprego que se
adaptasse às minhas condições especiais, e o trabalho de
tradução me proporciona isso. Traduzo os manuais do
seminário e instituto para o tailandês.”
No começo, o irmão Juntratip contratou alguém para
ler o texto em inglês para ele. Então ditava a tradução
A L I A H O N A • F E V E R E I R O
4.5
em tailan d ês para um gravador, e as titas eram
posteriormente transcritas. Estas duas últimas fases do
trabalho foram eliminadas quando ele aprendeu a usar
uma máquina de escrever com caracteres tailandeses.
Mais tarde, substituiu a máquina de escrever por um
computador, o que facilitou as revisões e correções. Além
disso, ele agora recebe uma versão gravada em fita do
texto original em inglês.
O irmão Juntratip conheceu a esposa, Kwanjai, alguns
anos após o retorno da BYU. Ela cumprira missão na
Tailândia.
Os Ju n tra tip s foram selados no Tem plo M anila
Filipinas em junho de 1990, pelo presidente do templo,
Floyd H ogan, que fora o presidente de missão de
Kwanjai. O filho deles, Pituporn, nasceu em agosto de
1991. “Seu nome significa bênção patriarcal”, explica o
irmão Juntratip. “Esperamos que ele cresça e seja um
bom missionário, como a mãe”.
“Lem bro-m e de que, quando os m issionários me
en sinaram as p alestras, sen ti que a mensagem do
evangelho era verdadeira, era boa”, diz ele. “Ao tentar
viver segundo o evangelho, descobri com toda a certeza
que é verdadeiro e bom.” □
DE 1 9 9 3
A Felicidade do
Melvin L. Prueitt
Vosso Cônjuge
E
m todo ca sa m en to , cada
cô n ju g e tem o poder de
d estru ir ou au m en tar o
amor. Há algum tempo, observei um
belo e jov em ca sa l por alguns
m inutos. Podia-se ver que eram
casados, porque ela não teria falado
com ele da maneira como o fez, se
fossem apenas n am orad os.
Censurava-o violentamente por algo
triv ia l. Por m eio de palavras e
gestos, disse-lhe que ele não valia
nada. Não me parecia ser assim.
Na v erdade, am bos pareciam
inteligentes e bem sucedidos, mas
ela fazia com entários negativos a
respeito de tudo o que ele dizia ou
fazia.
Sen ti o desejo de dizer àquela
jo v em : “O que está ten ta n d o
conseguir?” Talvez achasse que, ao
c r itic á -lo , ele co m p reen d eria a
verdade que permeava suas palavras
e subitamente se transformaria no
que ela desejava que fosse. O que,
porém, ela estava fazendo, era criar
Não importa quão forte ele seja, ou
quão ardente seu amor pudesse ter
sido durante o namoro, esse tipo de
tratamento um dia enfraquecerá e
destruirá o amor que ele lhe dedica.
A lguns jo v en s dizem: “Nosso
am or é fo rte o su ficie n te para
suportar umas poucas brigas”. Sim,
feridas são curadas, mas feridas
deixam cicatrizes, e estas, por sua
vez, não deixam muito espaço para o
crescimento do amor.
Podemos ser condicionados 011
treinados a reagir — emocional e
fisicamente — à maneira pela qual
os outros nos tratam. Se cada vez
que abríssemos a porta do refrigera­
dor levássemos um choque, e se isso
continuasse a acon tecer dia após
dia, mês após mês, acabaríamos por
odiar o refrigerador. Sentiríamos até
mesmo repulsa à simples menção da
palavra “refrigerador”.
O mesmo acontece aos casais que
um dia já foram apaixonados, e que
se critic a m m u tu am en te com
palavras e ações. Como o amor pode
continuar a suportar esse tipo de
abuso por anos a fio? Creio que o
amor é uma em oção que faz com
que desejemos que a outra pessoa
seja feliz. Q uan d o fazemos
comentários que ferem o cônjuge,
estam os essencialm ente dizendo:
“N ão me im porto com os seus
sentimentos. Eu não o amo”.
C o n h e ço duas pessoas que já

e stã o casad as há m uitos anos.
A m bos são form ados em nível
superior e são pessoas encantadoras,
mas toda vez que ela faz um
comentário em uma reunião social,
ele arrasa os argumentos dela. O que
isso faz à auto-estima dela? Será que
ele ach a que ela não tem s e n ti­
m entos? O que isso diz a ela a
respeito do amor que ele sente? Com
o passar dos anos, o que isto pode ter
feito ao amor dela por ele? Não há
lugar para q u alq u er tipo de
superioridade no casam ento, nem
mesmo por brincadeira.
Algum as vezes, quando tem os
A L I A H O N A
um d esen ten d im en to com nosso
cônjuge, tentamos pôr a culpa em
alguém. Após havermos decidido de
quem é a culpa, sentim os que o
culpado merece alguma punição — e
geralmente o castigo é infligido em
forma de palavras ásperas e duras. Se
exigirm os ju stiç a no casam en to ,
porém, podemos perder a bênção do
amor.
Q u an d o en co n tram o s aquela
pessoa especial, (que se torna nosso
cô n ju g e) um b elo se n tim en to
desperta — um doce dom de Deus.
Podemos tratar desse sentim ento
com ternura, com o faríamos com
• F E V E R E I R O
48
uma flor, e ele crescerá em frescor e
beleza através dos anos, ou podemos
m a ltra tá -lo , rid icu larizá-lo e
negligenciá-lo — e então ficaremos
a im aginar por que esm oreceu e
desapareceu. As flores são assim, e
assim é o amor.
Se realm en te am arm os nosso
cô n ju g e, sua felicid ad e será tão
im p o rtan te para nós que não
diremos nada que o hum ilhe. Na
verdade, nossas expressões verbais
estarão cheias de elogios, admiração
e gentileza, e o amor crescerá.
A esco lh a é nossa. Podemos
passar a vida brigando com nosso
cônjuge, defendendo nossos direitos,
protegendo o ego, apontando erros,
tornando claro nosso descontenta­
m en to. No fu tu ro, porém , se
fizermos esta escolha, veremos que o
amor do côn ju ge estará gran d e­
m ente empanado, e ele não mais
sen tirá alegria ao olhar-n os nos
olhos nem sentirá o calor de nossa
presença.
Podemos fazer uma escolha mais
sábia. Podemos tentar modificar a
nós m esm os, para que nossas
palavras continuamente reflitam o
verdadeiro amor. Assim procedendo,
é mais provável que colham os a
recom pensa de vermos con tin ua­
mente o olhar de nosso cônjuge se
iluminar toda vez que entramos na
sala. A vida nos o ferece a
possibilidade de tornarmos nosso
ca sa m en to uma união de amor
eterno. Qual a nossa decisão? □
DE 1 9 9 3
 Construção do Templo de Nauvoo, de Gary E. Smith
Joseph Smith e Brigham Young conversam com o arquiteto do templo, William Weeks.
Após o martírio de Joseph Smith, os santos continuaram a am pliar Nauvoo, a despeito da possibilidade de serem forçados a abandonar a cidade. Os
recursos eram escassos, e Brigham Young registrou em seu diário: "Eu indaguei ao Senhor se deveríamos fic a r. . . e terminar o templo. A resposta foi
que deveríamos". A estrutura foi dedicada em 1846.
 s nenúfares são algumas das muitas belas

O flores que ajudam a fazer de Fiji, nas ilhas do

Pacífico, um “ céu". 0 evangelho, porém,
adiciona uma beleza espiritual aos membros, que
fazem a vida neste paraíso ainda melhor. Vide "Fiji:
Ilhas de Fé", página 32.
 Reorganizada a Presidência
do Templo de São Paulo
NOTÍCIAS LOCAIS

Sérgio Munhoz

O
s irmãos Raimundo Walter Tavares
Ampuero e Oswaldo Silva Camargo
foram chamados como primeiro e
segundo conselheiros, respectivamente, do
presidente Hélio da Rocha Camargo. As
irmãs Rosicler Andrade Ampuero e Beatriz
da Silva Camargo, esposas dos conselheiros,
servirão como assistentes da irmã Nair
Belmira Camargo, superintendente do
templo e esposa do presidente.

Da e sq u e rd a p a ra a d ire ita: R o sk le r A n d ra d e A m p u ero , Raim un do W a lter T av are s

A m p u e ro , N a ir B elm ira C a m a rg o , Hélio d a Rocha C a m a rg o , B eatriz d a Silva C am arg o e
O s w a ld o S ilv a C a m a rg o

F E V E R E I R O 1 9 9 3
1
AMERICA O
zônio. Odisséia 2001. Nasa.
DE
Angra dos Reis. Nova York.
Américas —teus nomes, quase
indiferentes à minha vida, às
COLOMBO - nossas vidas... Meus sonhos viajam
rumos buscando a razão da Terra.”
500 ANOS! O colorido das canções e dos
poemas apresentados na peça
As Américas Viajam nos Sonhos
despertou nos paulistas, neste
fim de ano, o amor pelo nosso
continente e pela nossa gente.
“Isto é um trabalho de primeiro
mundo; bravo!” foi a reação que
teve uma expectadora depois do
espetáculo no Teatro T U C A da
Universidade C atólica, onde as
apresentações tiveram casa lotada.
Este trabalho, que contou com a
participação da poetisa Fernanda
Liberal (várias vezes premiada), do
compositor e cantor Wladimir
Campione (talento riquíssimo e
raro), com direção de Ana Gláucia
C eciliato (A Porta, e outros), e um
p T t I
faceT lumT n ad a AS AMÉRICASPoema
VIAJAM NOS SONHOS
Musicado
N O T Í C I A S L O C A I S
2
grande elenco de adultos, jovens e
crianças, causou uma reação
unânime de aplausos. Missionários
conseguiram também 790
referências até a última
apresentação, em Ubatuba, SP. A
peça já foi apresentada em várias
capelas da Grande São Paulo e tem
convites para várias apresentações
no interior e em outros estados.
Para a Igreja, a peça levou a imagem
positiva e culta a todos que
assistiram a ela - um excelente
veículo missionário; todos os que a
viram levaram consigo um
sentimento de felicidade, de
patriotismo, de esperança nesta
terra - sentimentos de irmandade e
amor. As Américas Viajam nos
Sonhos poderá estar em cartaz na
melhor capela ou teatro de sua
cidade —aguardem!
“...claridade. Luz. Aqui é o
começo do mundo!”
apresenta
 apresenta
«rupo Teatral
“FACE ILUMINADA *AS AMÉRICAS VIAJAM NOS SONHOS
Poema Musicado

F E V E R E I R O 1 9 9 3
3
DUAS LÍDERES
MUNDIAIS VISITAM O
BRASIL
Enviado por Demar Staniscia
Diretor de Assuntos Públicos, Área Brasileira
stiveram no Brasil, no final de
E outubro e início de novembro, as
irmãs Janet C. Hales, Presidente Geral
das Moças e Ruth B. Wright, segunda
conselheira na Presidência Geral da
Primária. Elas visitaram diversas
estacas, participando de reuniões
especiais para mulheres. Foram
acompanhadas pelas irmãs Carol
Hillam, Rudá Martins e Linda
Archibald, que fazem parte da Junta
Geral das Organizações, para a Área
Brasileira.
EVENTOS DA ESTACA
S. PAULO
Enviado por Marisa Silveira Cuellar
Diretora d e Assuntos Públicos
da Estaca S. Paulo
P ro je to d e S e rv iço
Os jovens da Estaca S. Paulo
costumam comemorar a Semana da
Pátria com um projeto de serviço à
comunidade.
Em setembro último, a liderança
escolheu como beneficiário o
Asilo Bussocaba, que abrigava na
ocasião 243 idosos internos.
Jovens e líderes somavam 160
pessoas, que trabalharam arduamente
para retirar dos quase 4-000 m2 de
terreno duas toneladas de lixo. O
cansaço foi amplamente compensado
pela satisfação de tomar o local
moradia mais digna para aqueles
anciãos, e de ver amor e gratidão
estampados naqueles rostos marcados
pelos anos.
P ro g r a m a C u ltu ra l
No dia 30 de outrubro de 1992, foi
realizado um programa cultural em
comemoração aos 500 anos da
descoberta da América.
Magnificamente elaborado pela
Sociedade de Socorro da estaca, uma
Da e sq u e rd a p a ra a d ire ita :: Irm ãs Linda A rch ib ald , Ruth W rig ht, Jan e t
C. H a le s, C a ro l H illam e Rudá M artins
apresentação instrumental em harpa receberam ajuda do governo para se
paraguaia e, para finalizar, o brilhante estabelecerem, etc.
espetáculo “Canta Meu Povo”, Tais registros existem desde 1808,
apresentado pelo grupo folclórico da no Rio de Janeiro, e um pouco mais
Casa de Portugal, que encantou a tarde, no Porto de Santos, Estado de
platéia. A Missão São Paulo Norte e a São Paulo.
missão da estaca organizaram
excelente exposição missionária a fim
de apresentar o evangelho restaurado
aos inúmeros não-membros que se
encontravam entre as 800 pessoas
MISSIONÁRIOS
presentes. DA MISSÃO
RIO DE JANEIRO
PESQUISA 1984-1987
GENEALÓGICA -
Entrem em contato com o
TRABALHO DE AMOR endereço abaixo, ou por esses
telefones, para atualização do
Enviado por Ninete Furlan de Godoy cadastro.
Diretora de Assuntos Públicos, A la Vila Tebas
Comitê organizador
adeu João Kempa, é uma pessoa
T dedicada à obra genealógica, tendo
conseguido pesquisar a sua família até
Av. Cons. Rodrigues Alves, 284
Vila Mariana
a nona geração. 04014-000 - São Paulo - SP
Eis algumas informações que ele
nos forneceu e que gostaríamos de Telefone: (011) 573-7345/6517
transmitir aos nossos leitores: os livros com Johanan
de registro de entrada pelo Porto do Castellano
Rio de Janeiro, ex-capital da
República, são ótima fonte de (011) 851-2372
informações sobre imigrantes vindos com Marcelo Saito
de todos os países do mundo. Por esses
Assunto:
livros, pode-se saber o país de origem e Conferência com o Presidente e
até mesmo a cidade, a profissão, a
Sister Cory William Bangerter
cidade do Brasil a que se dirigiam, se
N O T Í C I A S L O C A I S
4
ORGANIZAÇÃO DA
ESTACA CAMPINAS
FLAMBOYANT
os dias 22 e 23 de agosto de
N 1992, Campinas, SP, na
conferência da estaca, foi organizada a
Estaca Campinas Flamboyant. O élder
Harold G. Hillam, da presidência da
Área Brasileira, assistido pelo
Representante Regional Élder José
Benjamim Puerta, presidiu a
conferência. A nova estaca surge
como resultado da divisão da estaca
Campinas Castelo, que abrange os
municípios de Campinas, Jaguariúna,
Mogi-Mirim, Itapira e Mogi-Guaçu, e
é formada pelas seguintes unidades:
Alas Campinas I, Campinas II, Da e sq u e rd a p a r a a d ire ita: Éld er H aro ld G . H illam , Presid ente Setuo
Progresso, Jaguariúna e Mogi-Guaçu e S u zu k i, Presidente Luiz Antonio C a iro , P residen te R eg inaldo C a n o v a e
dos Ramos de Mogi-Mirim e Itapira. Élder Jo sé B. Puerta
A presidência está assim
constituída: Luiz Antonio Cairo, Os responsáveis por esse trabalho
FILMES PARA A
presidente; Setuo Suzuki, primeiro foram: Keith Merril, Matt Williams,
conselheiro e Reginaldo Vidal TELEVISÃO Grant Baird, Stephen Allen e Douglas
Canova, segundo conselheiro. Borba, que vieram de Lago Salgado
Enviado por Demar Staniscia exclusivamente para a realização
CONFERÊNCIA Diretor de Assuntos Públicos, Área Brasileira desses filmes. O diretor Keith Merril é
conhecido nos meios artísticos dos
REGIONAL N O RIO ois filmes de curta duração para Estados Unidos, pois além de ter
divulgação da Igreja, foram feitos dirigido muitos filmes, recentemente
ealizou-se na Ilha do Governador,
R Rio de Janeiro, em 18 de outubro
de 1992, mais uma conferência
no Brasil em outubro último. Os
filmes são “O Florescer do Amor” e
conquistou o prêmio CLIO, com o
filme “Service on the Run”,
“Desjejum”, que oportunamente serão considerado como o “Oscar” da
regional. Nove mil pessoas lotaram o apresentados na televisão brasileira. Propaganda.
Ginásio da Associação Atlética
Portuguesa. O Apóstolo Richard G.
Scott presidiu o evento. Entre as
autoridades eclesiásticas presentes
encontravam-se Charles Didier, do
Quorum dos Setenta, diretor
executivo do Departamento do
Sacerdócio; Harold G. Hillam,
presidente da Área Brasileira; Élder
Orville W. Day, presidente da Missão
Rio de Janeiro e Antonio José
Mendonça, Representante Regional.

Presenteie
seus amigos
com
A LIAHONA
D a e sq u e rd a p a ra a d ire ita: Stephen A lle n , Keith M erril, M att W illiam s e
....... ...................... ................... ........ D o u g las B orba

F E V E R E I R O 1 9 9 3
5
NOTÍCIAS DE VITÓRIA,
ES
Enviado por Windsor Calmon Fernandes
Diretor de Assuntos Públicos

A triz d a Rede G lo b o Recebe o

Evangelho

s élderes Leite e Valério, da Ala

O Cobilândia, estaca Vitória,
ensinam o evangelho restaurado a
Carmem Silva, atriz de teatro e da
Rede Globo de Televisão.

PROGRAMA DE
ALFABETIZAÇÃO DE
ADULTOS
Enviado por Mário Quoos
Diretor de Assuntos Públicos,
Estaca C uritiba Portão

urante todo o ano de 1992, a

D Estaca Curitiba Portão patrocinou
um curso de alfabetização de adultos,
que tem beneficiado membros e não-
membros da Igreja. A professora é
Nadir Roque presidente de Sociedade
de Socorro, que leciona na Rede
Municipal de Ensino de Curitiba, PR,
e na Faculdade Tuiuti, da mesma
cidade. É pedagoga, especializada em
Educação para Adultos, Pré-Escolar, e
Alfabetização. aos não-membros é ainda oferecido hinos e a maneira correta de orar.
Os livros didáticos foram doados um Livro de Mórmon e a “Bendito o que semeia livros.”
pela Fundação Educar, do Paraná, e oportunidade de aprenderem os nossos (Castro Alves.)

N O T Í C I A S L O C A I S
6
MISSIONÁRIOS
AJUDAM A POLÍCIA
EM CURITIBA
Enviado por Marcos A. Zandoná
Diretor de Assuntos Públicos, Região C uritiba

s élderes Correia e Ferreira,

O quando trabalhavam na Ala
Curitiba II, Paraná, ajudaram os
guardas da Polícia Municipal, alocados
no Posto do Passeio Público, a
capturarem um elemento que havia
furtado uma bicicleta. Como bons
missionários, os élderes aproveitaram a
oportunidade e deram a primeira
palestra aos soldados ali mesmo, no
posto policial, oferecendo também um
Livro de Mórmon a cada um.

54 JOVENS LIMPAM
OS JARDINS DO
TEMPLO
Enviado por Sérgio Munhoz
Templo de São Paulo

o dia 31 de outubro de 1992,

N acompanhados de seus líderes,
54 jovens da Estaca São Paulo Oeste
participaram de projeto de serviço
para extirpar as ervas daninhas dos
jardins do Templo de São Paulo.
Devidamente recomendados por
seus bispos, os jovens mostravam-se
felizes pela oportunidade de servir na
Casa do Senhor.
A Presidência do Templo agradece!

PRAÇA SANTOS
ANDRADE, EM
CURITIBA, RECEBE
"TRATAMENTO
ESPECIAL"
Enviado por Mauro Quoos
Diretor de Assuntos Públicos,
Estaca C uritiba Portão

ovens de diversas estacas de

J Curitiba, capital do Estado do
Paraná , reuniram-se para limpar a
praça pública situada entre o famoso
Teatro Guaíra e as majestosas colunas
da Universidade Federal do Paraná.
Os jovens recolheram o lixo que fazendo contatos. Foi um belo
enfeiava os jardins e a praça, e os exemplo de liderança e de serviço à
missionários estiveram presentes, comunidade.

F E V E R E I R O 1 9 9 3
IV CRIART
IV CRIART
Enviado por Mauro Quoos
Diretor d e Assuntos Públicos,
Estaca C uritiba Portão
m 27 de junho de 1992, a Primária
da Estaca Curitiba Portão, PR,
promoveu a IV CRIA RT, atividade
em que cada ala apresentou um show
de talentos com as crianças.
Todos se esmeraram nas
apresentações sobre temas variados,
mas o ponto alto foi uma pequena
peça teatral em que astronautas de
outro planeta vieram visitar a terra.
Os “visitantes” se encantaram com as
belezas de nosso planeta, dando às
crianças (e adultos) uma verdadeira
aula de amor à natureza.
I SEMANA DE
CULTURA E ARTE
APÓIA A OBRA
MISSIONÁRIA
Enviado por Suzana Mcauchar
Diretora de Assuntos Públicos,
Distrito de Juiz d e Fora
Departamento de Assuntos
Públicos do Distrito de Juiz de
Fora, MG, com o apoio da Casa da
Amizade das Senhoras dos Rotarianos,
promoveu a I Semana de Cultura e
Arte, de 12 a 15 de agosto, de 1992.
De caráter missionário, o evento
constou de um ciclo de palestras,
como: “O que você deve saber sobre a
AIDS”, Hipertensão; A Mulher de
SHOW DE TALENTOS
Enviado por élder Lima
élder Rosa
arcou o encerramento da I
M Gincana da Independência da
Ala Pajuçara, Estaca Maceió, AL,
realizada no mês de setembro, o
animado Show de Talentos “Alegria,
Sorria! Nós Somos Santos dos
Últimos Dias” (2 Néfi 2:25).
Promovido pela obra missionária, o
show contou com várias apresentações
especiais, como o Coral da Escola
Técnica Federal de Alagoas.
Os missionários obtiveram muitas
referências nessa atividade.
Meia Idade; Direitos do Trabalhador,
ministradas por médicos e advogados
filiados ao Rotary Clube.
Simultaneamente às palestras, uma
exposição de artes plásticas, artesanato
em geral, trabalhos manuais, objetos
históricos antigos, cultura latino-
americana, fotografia, trabalhos
gráficos e um setor infantil, além de
uma exposição especial da obra
missionária. No sábado, além da
mostra de arte, fez-se o encerramento
solene da atividade, com um show
cultural de música e dança,
apresentado por membros e
pesquisadores. O evento foi
amplamente divulgado pela imprensa,
o que atraiu grande número de
visitantes. Todos os representantes do
Rotary Clube presentes receberam o
Livro de Mórmon. Plantou-se em cada
pessoa uma semente que poderá
transformar-se em frutífera árvore. A legria, Sorria! - Ala Pajuçara
N O T Í C I A S L O C A I S
8
 H I S T Ó R I A S DO L I V R O DE M Ó R M O N

A MISSÃO DE ALMA EM A lm a estava angustiado devido à iniqüidade dos nefitas, por

isso decidiu que passaria todo o tem po pregando o evangelho.
AMONIAH Em vez de co n tin u ar com o juiz suprem o, A lm a escolheu
N efih ah para ocu par essa posição. A lm a 4 :6 - 7 , 1 6 -1 9

A lm a pregou o ev an gelh o por toda a terra. Q u an d o pregou A lm a partiu para o u tra cid ade. E le estav a triste por causa
n a cidade de A m o n iah , não lhe deram ouvidos e da grande iniqüidade do povo de A m o n iah .
exp u lsaram -no de lá. A lm a 1 8 :1 4
A lm a 5 :1 ; 8 :8 - 9 ,1 1 ,1 3
POR JERRY THOMPSON
ILUSTRADO

U m a n jo apareceu e a b e n ço o u -o por sua fidelidade. Disse a A lm a estav a fam in to e, ao e n tra r n a cid ade, pediu alim ento
A lm a que voltasse a A m o n iah e pregasse n o v am en te o a um hom em . O hom em disse que um an jo lhe avisara da
arrep en d im en to. chegad a de A lm a e dissera que A lm a era um profeta de
A lm a 8 :1 4 - 1 6 , 18 D eus. A lm a 8 :1 9 - 2 0

S E Ç Ã O I N F A N T I L * F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
2
Este h om em , A m u lequ e, hospedou A lm a em sua casa e A lm a co n to u a A m u lequ e sobre sua m issão em A m o n iah .
alim en to u -o . A lm a p erm an eceu com A m u lequ e e sua A m u lequ e foi co m A lm a à cid ade, para dizer ao povo que se
fam ília por m uitos dias. Ele agradeceu a D eus pela fam ília arrep endesse. O Espírito S a n to os ajudou.
de A m u lequ e e a b en ço o u -o s. A lm a 8 :2 1 - 2 2 , 27 A lm a 8 :2 3 - 3 2

A lm a disse ao povo que se arrependesse, ou D eus os O povo de A m o n ia h se zangou, e te n taram colo car A lm a
destruiria. Disse que Jesu s C risto viria para redim ir aqueles n a prisão, m as o S e n h o r o protegeu.
que nele tivessem fé e se arrependessem . A lm a 9 :3 1 - 3 3
A lm a 9 : 1 - 2 , 7 - 8 ,1 2 , 1 6 ,2 6 - 2 7

A m u lequ e co lo co u -se à fren te do povo. E le não era A m u le q u e disse ao p o v o q u e A lm a e ra um p ro fe ta de

estrangeiro com o A lm a. M uitos o c o n h e cia m . A m u lequ e D e u s , q u e as p alav ras de A lm a e ra m v erd ad eiras. O pov o
co n to u -lh e s sobre o a n jo que vira. fico u su rp reso c o m o te s te m u n h o de A m u le q u e .
A lm a 9 :3 4 ; 1 0 :4 ,7 - 8 A lm a 1 0 :9 - 1 2

S E Ç Ã O I N F A N T I L - F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
3
O s hom en s iníquos se zangaram e te n ta ra m con fu n d ir U m dos ho m en s iníquos ch am av a-se Zeezrom . Ele disse a
A m u lequ e co m perguntas, mas A m u lequ e d isse-lhes que A m u leq u e que lhe daria seis m oedas de prata se ele dissesse
sabia sobre seu plano m alvado. que D eus não existia.
A lm a 1 0 :1 3 -1 8 A lm a 1 0 :3 1 ; 1 1 :2 1 -2 2

A m u lequ e sabia que D eus existia e disse que Zeezrom sabia A m u lequ e co n to u a Zeezrom sobre Jesus C risto , a
disso tam bém , e que Zeezrom am ava m ais o d in heiro que a ressu rreição e a vida etern a. O povo ficou im pressionado.
Deus. Zeezrom co m eço u a trem er de m edo.
A lm a 1 1 :2 3 —24 A lm a 1 1 : 3 2 - 3 7 , 4 3 - 4 4 , 4 6

Zeezrom viu que A lm a e A m u lequ e tin h am o poder de M uitos acred itaram em A lm a e A m u lequ e, co m eçaram a
D eus, pois sabiam o que ele pensava. Zeezrom , e n tã o , ouviu arrep en d er-se e a estu d ar as escrituras.
a pregação de A lm a sobre o ev angelho. A lm a 14:1
A lm a 1 2 :1 , 7 - 9 (Continua na página 14)

S E Ç Ã O I N F A N T I L * F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
4
 SÓ PARA DIVERTIR

Conte os Corações Ligue os Pontos

Ruth Iman Roberta L. Fairall

Quantos corações consegue encontrar nesta figura? Ligue os pontos numerados para ver quem
está aprendendo a fazer algo divertido.

18* *19

./yrv20
15“ - _ Í2 I-Z 1

2o«?5 2
^o— c £c f =-(3"

Assim Disse o Senhor

Marianne Frost Bates

Combine o profeta do Velho Testamento com aquilo que o Senhor lhe disse.

_ 1. Noé a.
b.
— 2 . Josué Mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás.”
c. “Faze para ti uma arca da madeira de Gofer: farás compartimen
— 3. Moisés d. “Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive, e clama contra ela,
subiu até mim.”
— 4. Jonas e. “Vem agora, pois, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu
do Egito.”
— 5. Adão f. “Tenho dado na tua mão a Jericó,
. . . e o muro da cidade cairá abaixo.”
— 6. Abraão & : OS

seus filhos me tenho provido de um rei.”

— 7. Jacó h. “Mas Israel será o teu nome.
. . . uma nação e multidão de nações sairão de ti,
— 8. Samuel . . . a terra que tenho dado a Abraão e a Isaque, e à tua semente depois de ti darei a terra.’

■j:9 ] pnuipç j ppií» 3 (g) 3P?rt — H (L) -V ZZ nsaujO apjft — v ( 9)

'■ L\'9Y Z S?S3U?Q — 9 (£) !Z: I smlof — P (W -01 ■£ °P0X3 9P!t> — 3 (f) :S ‘Z-9 ?nso[jpin, — / ( 1 ) sissusq — j ( j ) uoyuzs o 21p uíissy

S E Ç Ã O I N F A N T I L - F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
5

,0 Templo
E a Casa do
Senhor
"Ela é a tua casa, um
B Í 9 B Í lugar da tua san tidad e"
(Doutrina e Convênios 109:13).
Já imaginou alguma vez como
seria a casa do Pai Celestial no céu?
Podemos somente imaginar que
deve ser maravilhosa. Ao tentar
imaginá-la, podemos pensar em
nossas próprias casas na terra. As
casas são diferentes, de acordo com
os diferentes tipos de pessoas.
Algumas pessoas vivem em casa de
tijolos, outras em casa de madeira.
As casas podem ser apartamentos,
ou simples cabanas, ou mesmo
barcos.
Não importa qual seja a
aparência da casa, o mais
importante é o que se encontra
dentro dela. Se uma casa está
repleta de amor e bondade, é um
belo local.
O Pai Celestial também quer ter
uma bela casa aqui na terra, onde
podemos conversar com ele e sentir
seu amor. Ele ordenou que
construíssemos casas para ele, onde
pudéssemos ouvir mensagens e
receber bênçãos importantes. Essas
casas são chamadas de templos.
Podemos adorar melhor o Senhor no
templo e fazer convênios importantes
com ele, ou seja, promessas.
S E Ç Ã O
TEMPO DE COMPARTILHAR
Jud y Edw ards
Como todo templo é um local
sagrado, aqueles que vão ao templo
precisam ser dignos e guardar os
mandamentos do Pai Celestial.
Dessa forma, o amor, a beleza e a
santidade continuarão a ser
encontrados na casa de Deus.
Instruções
1. Destaque a próxima página da
revista. Cole-a num papelão ou
cartolina, depois recorte nas linhas
pontilhadas.
2. Na página 3 desenhe a figura
do templo mais próximo de sua casa.
Pinte todos os desenhos.
3. Fure onde indicado, junte as
páginas em ordem e costure com um
fio de lã ou barbante grosso,
formando um livreto. Dê um laço
com o fio de lã na parte da frente do
livreto. Vire as páginas, uma a uma,
cantando “Eu Gosto de Ver o
Templo”. (Vide A Liahona, Seção
Infantil, junho de 1992, página 5.)
Idéias para o Tempo de
C om partilhar
I. Usando “Eu Gosto de Ver o
Templo" (A Liahona, Seção Infantil,
junho de 1992, página 5) como guia,
aliste e debata algumas das coisas que
uma pessoa pode fazer no templo:
sentir o Santo Espírito, escutar, orar,
I N F A N T I L * F E V E R E I R O
6
fazer convênios com o Pai Celestial,
selar a família.
2. Explique que, no templo, as
pessoas usam roupas especiais,
brancas, que representam a pureza, a
limpeza, a santidade e a retidão. No
debate, utilize Apocalipse 3:4-51:
“Comigo andarão de branco;
porquanto são dignas disso.
O que vencer será vestido de vestes
brancas’’.
Fale sobre outras ocasiões em que
nos vestimos de branco (batismo,
casamento e enterro).
3. Mostre uma gravura do templo
mais próximo de onde mora. Faça com
que as crianças menores desenhem
uma figura de si mesmas em frente ao
templo. Debata com as crianças
maiores a história do templo.
Incentive-as a escreverem o que sentem
sobre o templo em seus diários.
4 •Convide uma criança que já
esteve no templo por ocasião de uma
dedicação ou selamento a contar sua
experiência, ou convide um adulto para
relatar brevemente às crianças da
Primária as bênçãos que recebeu por ir
ao templo.
5. Convide o bispo ou presidente do
ramo para falar com as crianças sobre
o que uma pessoa precisa fazer para
ser digna de entrar no templo, e sobre
as recomendações. □
DE 1 9 9 3
 EU
GOSTO
DE VER
O
TEMPLO
Jan ice Kapp Perry

Sentindo o Santo Espírito,

Vou escutar e orar.

O o

Porque o templo é a casa do

Senhor, Lugar santificado, 3

As fam ílias podem se selar Agradeço ao Pai por me ensinar,

Para toda a eternidade. Bem cedo esta verdade. 8
-------------------------------------------------- 1

S E Ç Ã O I N F A N T I L - F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
7
0 Caminho Certo e Seguro
Vickie Anderson e Loralee Wilkey
irmão mais velho de Carrie puxou uma de suas
0 tranças grossas e loiras. “Ei, Sardenta, você devia
deixar os tosquiadores cortarem seu cabelo
também”.
“É mesmo”, concordou o irmão gêmeo, “você daria
mais lã que “Tim Buck (carneiro Tim ).”
Carrie, de nove anos, fez uma careta para os irmãos.
Os três estavam sentados no topo do monte de palha no
fundo do galpão das ovelhas. As ovelhas, na espera de
serem tosquiadas, movimentavam-se abaixo deles,
berrando nervosamente. A tosquiadeira zumbia, e
homens gritavam ordens, enquanto jogavam os velos (lãs
de carneiro) na sacola de lã.
Tim Buck, o grande carneiro, líder do rebanho, parecia
ser o único calmo, em meio à confusão. Fora posto num
cercado separado e estava mascando feno. Toda vez que
se sacudia para espantar as moscas, soava a grande sineta
que tinha ao redor do pescoço.
“Carrie Helen!”, gritou ó pai da menina. “Carrie
Helen Shultz, venha aqui, por favor.”
Sempre desejosa de agradar ao pai, ela respondeu: “Já
estou indo!” Escorregando pelo monte de palha abaixo,
correu para encontrar o pai.
“Carrie, preciso que você vá com Tim Buck, guiando
as ovelhas que já foram tosquiadas, até o pasto sul. Há
S E Ç Ã O I N F A N T I L *
umas cem ovelhas, mais ou menos, fora os cordeiros.
Temos que fazer abrir caminho para os outros carneiros.”
“Sim, senhor”, respondeu ela, dando um largo sorriso
para os irmãos e jogando os ombros para trás
orgulhosamente.
O pai prendeu a ponta de uma corda grossa na coleira
do carneiro líder do rebanho, dando a outra ponta a
Carrie."Muito bem, Carrie, Tim Buck está pronto.
Lembre-se de qual é o trabalho dele”. Sem hesitar, Tim
Buck saiu do cercado, pondo-se em marcha. Ele não
demonstrou nenhum medo de Carrie, olhando-a com
brandos olhos castanhos, cheios de simpatia e sabedoria.
Confiante na própria importância e no amor de Tim
Buck, Carrie saiu à frente do velho carneiro, caminhando
por entre as ovelhas barulhentas que responderam
imediatamente ao som da sineta do carneiro líder. Ao
passarem pelo portão do curral, seguindo Carrie e Tim
Buck, Carrie percebeu a animação delas, enquanto
corriam para a estrada. Pareciam saber que estavam
livres, agora, para ir ao pasto do sul. Percebendo a
antecipação delas, e certa de sua responsabilidade,
Carrie puxou a corda presa à coleira do carneiro,
tentando levá-lo para a ponte estreita, seu atalho
preferido para o pasto do sul.
Tim Buck, no entanto, resistiu aos puxões de Carrie e
F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
9
tomou o rumo da colina, a rota mais longa e usual.
Carrie puxou a corda novamente, tentando guiar o velho
carneiro para a ponte. Tim Buck resistiu outra vez.
“Por que você não vai pelo caminho que eu quero?”
Quando Tim Buck empacou, Carrie bateu o pé
impacientemente. Embora puxasse com força, seus vinte
e sete quilos não eram nada, comparados ao peso do
grande carneiro. Quando os braços começaram a ficar
cansados, Carrie lançou um olhar furioso a Tim B uck, e
resmungou: “Tudo bem! Vou pelo seu caminho desta vez.
Venha. Vamos subir aquela colina alta. Pelo menos,
podemos cortar pelo campo de feno, em vez de dar volta
pela estrada.”
As ovelhas, confusas pela demora, tinham começado
a andar, berrando inquietas. Quando Tim Buck tomou a
dianteira, a sineta tilintou e as ovelhas se aquietaram.
Quando Carrie, adiantando-se cerca de um metro,
apertou o passo, Tim Buck se apressou também. As
ovelhas famintas, da mesma forma, apertaram o passo.
Carrie correu para o topo da colina, esbaforida. “Agora é
a minha vez”, disse ela, puxando com força a corda de
Tim Buck, forçando a cabeça do animal em direção ao
campo de feno.
Tim Buck deu uma cabeçada em Carrie suavemente,
fazendo-a diminuir seu controle. Depois, dirigiu-se
novamente para a estrada usual.
“Seu animal teimoso! Não está vendo que é muito
mais fácil cortar caminho por aquele campo do que dar a
volta?” Carrie puxou a corda, tentando arrastar Tim
Buck em direção ao campo de feno. Ele olhou para ela,
depois balançou a cabeça com força. A sineta soou
desordenadamente e as ovelhas avançaram
precipitadamente, quando Tim Buck se afastou do campo
de feno e dirigiu-se rapidamente para a estrada familiar.
A corda começou a escorregar das mãos de Carrie, mas
ela a agarrou com firmeza.
Quase correndo, Carrie tentou passar à frente de Tim
Buck, mas ele sozinho caminhava mais rápido. Quanto
mais ela tentava, mais rapidamente ele ia, e quanto mais
rapidamente ele ia, mais rapidamente iam as ovelhas e os
cordeiros. Carrie logo se encontrou entre Tim B uck e as
ovelhas em disparada, enquanto a corda lhe escorregava
da mão. Ela a segurou desesperadamente, embora lhe
queimasse os dedos.
Familiarizadas com a estrada e apressadas devido à
fome, as ovelhas correram em direção ao portão aberto
do pasto do sul, onde Tim Buck viu o próprio atalho! De
repente, ele se desviou da estrada e desceu uma ladeira
íngreme. Por causa do movimento repentino Carrie caiu,
e a corda foi arremessada para longe. As ovelhas se
S E Ç Ã O I N F A N T I L *
afastaram rapidamente de Carrie e desceram a ladeira
seguindo Tim Buck pelo portão aberto do pasto.
Carrie ficou no chão, desnorteada, machucada e
vencida. Soluçando, ela se pôs de pé com dificuldade.
Com os joelhos esfolados e as mãos ardendo, foi
cambaleando de volta ao galpão das ovelhas. A cada
passo, imaginava as caçoadas dos irmãos e o
desapontamento o pai.
O pai foi ao encontro dela com o caminhão, antes que
a menina alcançasse o galpão. Parando-o, ele correu para
ela. Depois, erguendo o rosto banhado de lágrimas da filha
e pousando-lhe a mão no ombro, disse: “Parece que teve
alguns problemas, Carrie”. Ele a observava atentamente,
mas a voz era suave e direta. Vendo as mãos avermelhadas
de segurar a corda, ele umedeceu o lenço em água limpa, e
começou a passá-lo nas mãos da filha, enquanto ela
contava sua história.
“Então, você queria que o carneiro fosse pelo caminho
mais curto, atravessando a ponte?”, disse o pai quando ela
terminou.
“Teria sido muito mais rápido.”
“Acha que todas aquelas ovelhas poderiam cruzar
juntas a ponte estreita em segurança?”
“Bom”, hesitou Carrie. “Acho - Acho que não. Elas,
porém, teriam tido bastante espaço para atravessar o
campo de feno.”
“Mas Carrie, lembra-se de como as ovelhas ficam
doentes quando comem feno demais? Sabia que a maioria
das ovelhas, depois que começam a comer feno fresco, não
conseguem mais parar?”
“Desculpe, pai”, disse Carrie, soluçando.
“Você teve sorte, Carrie, de Tim Buck não deixar as
ovelhas seguirem por um caminho perigoso.”
“E mesmo, ele é realmente teimoso”, disse Carrie.
“Talvez ele não seja tão teimoso, mas ele se empenhou
em fazer o que achava correto. Lembre-se, Carrie, ele é o
líder das ovelhas. Ele as guia por caminhos que as levarão
em segurança para onde querem ir, da mesma forma que
eu e sua mãe guiamos você por caminhos corretos, para
que possa voltar a viver com o Pai Celestial.”
Carrie e o pai entraram no caminhão e ele olhou de
novo para as mãos dela, a fim de certificar-se de que não
estavam muito machucadas. Depois, dirigiu para o pasto
do sul e parou. Carrie ficou surpresa quando ele saiu do
caminhão, tirando-a também.
“Muito bem, Carrie Helen. Agora que você sabe que
Tim Buck age dessa forma, acha que pode levá-lo de volta
para pegar mais ovelhas?”
“Sim, pai. E, desta vez, vou deixá-lo indicar o
caminho.” □
F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
11

Élder L. Lionel Kendrick
De uma entrevista feita por Janet Peterson com
Não nasci na Igreja. Sou
converso e cresci em Baton Rouge,
na Louisiana. Embora meus pais não
fossem membros de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias,
olho para trás e agradeço pelo modo
como influenciaram minha vida.
Minha mãe nasceu com um defeito
congênito no coração, e disseram-
lhe que, se tivesse filhos, correria
risco de vida. Nasci oito anos depois
de seu casamento; sou filho único.
Minha mãe era amorosa e
compassiva. Sempre falava bem das
pessoas e fez com que tal costume se
enraizasse em mim. Ao invés de ter
tido complicações de saúde, ela
viveu a vida em sua plenitude
máxima, até morrer com a idade de
cinqüenta anos.
Freqüentemente, penso nas
coisas que minha mãe ensinou;
lembro-me delas como se alguém
tivesse ligado um gravador. Entre
elas, aqui estão algumas:
S E Ç Ã O
DE UM AMIGO PARA OUTRO
Élder L. Lionel K endrick, dos Setenta
É muito fácil ter problemas, difícil é
livrar-se deles.
Se o trabalho é grande ou pequeno,
não importa; faça-o direito, ou não o
faça.
Depois de iniciado um trabalho, não
pare antes de terminá-lo.
Minha mãe instilou em mim uma
ética de trabalho e o desejo de fazer
melhor. Ela teve uma profunda
influência em minha vida, e eu tive
um ótimo relacionamento com ela,
assim como com meu pai.
I N F A N T I L - F E V E R E I R O
12
Meu pai ensinou-me extraor­
dinárias lições sobre serviço. Ele
tinha muitas habilidades, tais como
carpintaria e mecânica, sendo
sempre o primeiro a aparecer
quando alguém precisava de ajuda.
Nunca o vi receber pagamento pelos
serviços prestados. Também aprendi
com ele que uma das chaves para a
felicidade é apreciar realmente o
que se faz. Nunca conheci um
homem que amasse o trabalho mais
do que ele.
Meus pais tinham padrões
semelhantes aos dos santos dos
últimos dias. Comparecíamos às
reuniões da Igreja Metodista todos os
domingos e íamos a reuniões de
oração às quartas-feiras. Eles tinham
um grande amor ao Salvador e foram
exemplo de muitas características
cristãs. Estes exemplos foram tão
importantes para mim quanto as
lições que ensinaram.
Meus pais me ensinaram a
DE 9 9 3
acreditar em mim mesmo, bem Crianças, ouvi e amai realmente conselho dos irmãos do sacerdócio,
como no Senhor. Tenho grande fé vossos pais. Isso pode parecer banal, quando me tornei membro da Igreja.
nas promessas do Senhor. “A Deus mas é muito importante. Amei meus Sou realmente grato a meus pais por
tudo é possível" (Mateus 19:26) é pais e tinha grande desejo de seguir terem me ensinado a seguir seus
uma de minhas escrituras preferidas. o conselho deles. Como nunca me conselhos, a respeitar as autoridades
Sei que essa promessa é verdadeira, foi difícil seguir o conselho de meus e a tentar moldar minha vida
seja vencendo tentações ou pais, foi também fácil seguir o segundo o exemplo do Salvador. □
realizando algo na vida pessoal ou
profissional. Se escolherdes as metas
certas e trabalhardes arduamente,
não há nada que não possais realizar
com a ajuda do Senhor. Aprendi a
ter ânimo na vida e a não temer os
desafios. O medo apaga a centelha
da fé.
(Continuação da página 4)

A maioria das pessoas, contudo, queria matar Alma e Zeezrom entristeceu-se por sua iniqüidade e por ter ensina­
Amuleque. Ao invés disso, elas amarraram os dois homens do o povo a fazer coisas erradas. Zeezrom implorou-lhes que
e levaram-nos ao juiz supremo. soltassem Alma e Amuleque.
Alma 14:2-4 Alma 14:6-7

Zeezrom e as outras pessoas que se arrependeram foram O povo iníquo atirou no fogo as esposas e os filhos que
expulsas da cidade. O povo iníquo enviou homens para acreditavam na palavra de Deus e queimaram também suas
apedrejá-los. escrituras.
Alma 14:7 Alma 14:8

Alma e Amuleque foram forçados a assistir à morte das O Espírito Santo, contudo, disse a Alma que não impedisse
mulheres e crianças no fogo. Amuleque quis usar o poder a matança, pois as pessoas que estavam morrendo estariam
de Deus para salvá-los. com Deus e os iníquos seriam castigados.
Alma 14:9-10 Alma 14:11

S E Ç Ã O I N F A N T I L * F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
14
O juiz supremo esbofeteou Alma e Amuleque várias vezes e Outros homens iníquos foram à prisão e maltrataram-nos
fez com que os oficiais os jogassem na prisão. de muitas formas. Não deram alimento nem água suficiente
Alma 14:14-17 a Alma e Amuleque.
Alma 14:18-22

Outros homens iníquos foram à prisão e maltrataram Alma Alma e Amuleque levantaram-se. Alma orou e pediu a
e Amuleque de várias maneiras. Não lhes deram água nem Deus que os fizesse fortes, por causa da fé que tinham em
alimento suficiente. Cristo.
Alma 14:24 Alma 14:25

O poder de Deus penetrou em Alma e Amuleque, fazendo Os homens malvados ficaram com medo. Começaram a
os romper as cordas que os prendiam. correr, mas caíram no chão. A terra tremeu e as paredes da
Alma 14:25-26 prisão ruíram, matando os homens iníquos.
Alma 14:27

S E Ç Ã O I N F A N T I L * F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
15
O Senhor protegeu Alma e Amuleque, e eles saíram da Alma e Amuleque foram, então, para a terra de Sidorn,
prisão e da cidade. O povo de lá ficou amedrontado e fugiu onde encontraram o povo de Amoniah que se tinha
deles. arrependido. Zeezrom estava lá e encontrava-se muito
Alma 14:28—29 doente. Alma 15:1-3

Zeezrom alegrou-se por Alma e Amuleque estarem vivos, Zeezrom acreditou em Jesus Cristo e arrependeu-se dos
pois pensou que tivessem sido mortos por causa do que pecados. Quando Alma orou por ele, Zeezrom ficou curado
tinha feito. Zeezrom, então, pediu-lhes que o curassem. imediatamente.
Alma 15:4-5 Alma 15:6-11

Zeezrom foi batizado e começou a pregar o evangelho. O povo iníquo que permaneceu em Amoniah foi inteira­
Muitos outros também foram batizados. mente destruído por um exército lamanita, como Alma pro­
Alma 15:12-14 fetizara.
Alma 16:2,9

S E Ç Ã O I N F A N T I L * F E V E R E I R O DE 1 9 9 3
16
A LIAHONA
 A LIAHONA
M A R Ç O 1 9 9 3

DESTAQUES

MENSAGEM DA P R IM E IR A P R E S ID E N C IA : EU C R E IO
PRESIDENTE G O R D O N B. H IN C K LE Y ................................................................................................

ABENÇOADOS, HONRADOS P IO N E IR O S MARY ELLEN E D M U N D S ......................... 1 2

O P R IM E IR O JE JU M D E MANOLI C A R O L A N N B A U G H M A N R IV E R O ........... 2 4

JOIIIN' TAVI.OR. O CO RA JO SO LEO N R. H A R T S H O R N ....................................... 2 6

C A RLO S E MARIA ROM .: UMA MUDANÇA DE CORAÇÃO

M ARVIN K. G ARD NER. 40

S O I UMA M ULH ER “ ESCONDIDA P E L O LA R ”?

PETREA KELLY....................................................................................................................... 46

ESPECIALMENTE PARA OS JOVENS

E L E NÃO ERA MÃ P E SSO A JULENE M . J O L L E Y ........................................... 10
Na capa: MENSAGEM MÓRMON 19
Desde a época em que vivia numa
cabana de pa u-a-pique na Á frica, até O LIV IO GOM ES MANUEL: O SE G R E D O DE SEU SU C ESSO
joaa r basquete profissional em Portugal,
O lív io Gom es M anuel sempre acreditou LISA A. J O H N S O N .............................................................................................................................................. 34
estar sendo preparado para algum a
coisa. Encontrou essa "a lg u m a coisa" na
form a de dois missionários. Vide "O lív io
G om es M anuel: O Segredo de Seu DEPARTAMENTOS
Sucesso", página 3 4 . Fotografia de Lisa
A. Johnson. COM ENTÁRIOS
C apa da S eçã o Infantil:
Irmãs dedicadas e zelosas simbolizam PERG UN TAS E R E S P O ST A S:
fam ílias eternas, dedicadas e zelosas. COMO PO SSO V EN CER A PROCRASTINAÇÃO? 20
Vide "As Famílias Poderão Ser Eternas",
página 8 da seção infantil. Fotografia de
Steve Bunderson. MENSAGEM DAS P R O F E S S O R A S V ISITA N TE S:
C L ID A R DAS IR M Ã S COM F É E D ESV ELO 25

SEÇAO INFANTIL
O HOMEM DA LATA DE LIX O PAULWEIS

TE M PO DE CO M PARTILH AR:
T E M P L O S E ORDENANÇAS JUDY E D W A R D S ......................................................... 6

l l l \ 0 : AS FA M ÍLIA S POD ERÃ O S E R ETERN A S

RUTH M . G ARDNER E VANJA Y. W A T K IN S .............................................................. 8
SO PARA D IV E R T IR 9

AMIGOS EM NOTÍCIA: DA ESPANHA E DE PORTUGAL 10

DE LM AMIGO PARA O L T R O : É L D E R MOVI I J . ICROl GH 12
G EO R G E A L R E K T SM ITH KELLENE R IC K S .................................................................. 14

CÁPSULA DO TEM PO RUTH I M A N ....................................................................................... 16

M A R Ç O de 1993, Vol. 17, n e 3 COMENTÁRIOS
93983 0 5 9 São Paulo - Brasil
Publicação oficial em português de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últim os Dias.
A Primeira Presidência: Ezra T a ft Benson,
Gordon B. H inckley, Thom as S. Monson
Quorum dos Doze: Howard W . Hunter,
Boyd K. Packer, Marvin J. A shton, L. Tom Perry,
David B. Haight, James E. Faust, Neal A . Maxwell,
Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks, M. Russell Ballard, O SENHOR ESTÁ SEMPRE PRESENTE
Joseph B. W irthlin, Richard G . S co tt maravilhoso para mim estar aprendendo
Consultores: R ex D. Pinegar, Charles Didier, tantas coisas mais sobre o Pai Celestial e a
Robert E. W ells
Editor: Rex D. Pinegar O artigo “Crer em Cristo”, de Stephen Ig re ja . G o s to m u ito de ler e re le r o
Diretor Gerente do Departamento de Currículo:
Ronald L. Knighton E. Robinson, no número de abril de 1992 Tambuli.
Diretor de Revistas da Igreja: Thom as L. Peterson
da Nordstjarnan (em sueco) ajudou-me a Fiquei impressionada com o artigo “A
International Magazines:
:
Editor Gerente Brian K. Kelly entender que não posso fazer tudo sozinha. Conquista dos Ares”, publicado em abril
Editor Gerente Assistente: M arvin K. Gardner
Editor Associado: David M itchell Preciso da ajuda de Cristo. Compreendo, de 1992, que fala sobre Jenny Ireland e
Editora Assistente/Seção Infantil: D eA nne W alker
Controlador: Diana V an Staveren agora, que não é necessário correr mais seu espírito irreprimível. Ela realmente me
Supervisão de Arte: M. M. Kawasaki
Diretor de Arte: S cott D. V an Kampen rap id am e n te do que m inh as fo rça s o inspirou a dar o melhor de mim. Por favor,
Desenho: Sharri Cook
Produção: Reginald J. Christensen, Steven L. Dayton, permitem e que posso obter ajuda. Hoje, c o n tin u e m a p u b lica r artig o s sobre
Jane A nn Kemp, Denise Kirby
Gerente de Circulação: Joyce Hansen procuro fazer o melhor que posso e sei que, m em bros novos que e stã o realizan d o
A Liahona: com a ajuda do Senhor, posso continuar grandes feitos em sua vida. Essas histórias
Diretor Responsável e Produção Gráfica: Dario M ingorance
Editor: Paulo Dias M achado tentando. Ele está sempre presente. a u m en tam meu d ese jo de v iv er o
(Reg. 8966-35-02 - RJ)
Tradução e Notícias Locais: A na G láucia C eciliato evangelho.
Assinaturas: Carlos Tadeu de Campos
G isela Jacobi
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CENSURA DE DIVERSÕES PÚBLICAS, do D .P .F., sob Ramo Helsingborg, Distrito M almo
n e 1151 'P209173 de acordo com as normas em vigor.
Alleli S. Orias
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registrada sob o número 93 do Livro B, n 9 1, de
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conforme o Decreto n 2 4 8 5 7 , de 9 -1 1 -1 9 3 0 . A Liahona,
revista internacional de A Igreja de Jesus C risto dos irm ãs so lte ira s na S eito no M ichi (em m issio n ária e je ju m . Poderia ser uma
Santos dos Ú ltim os Dias é publicada mensalm ente em
chinês, holandês, dinamarquês, inglês, finalandês, japonês). Estas histórias ajudam-me a ter experiência como professora visitante, ou
francês, alemão, italiano, japonês, coreano, norueguês,
português, samoano, espanhol, sueco e tonganês; esperança de que, se for fiel, receberei as uma visão diferente obtida do estudo das
bimensalmente em indonésio, taitiano e tailandês; e
trimestralmente em islandês. Impressão: U L T R A P R IN T
bênçãos que o Senhor nos prometeu nesta e s c ritu r a s , uma o ca s iã o em que foi
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Devido à orientação seguida por esta revista, reservamo- Sou ex-missionária e tenho tido muitas
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pela redação. Não obstante, serão bem-vindas as provações ao tentar viver os princípios do
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pelo conforto transmitido pelos artigos. e x p e riê n cia com os leitores? Se assim
T h e A Liahona (IS S N 0 8 8 5 -3 1 6 9 ) is published monthly quiser, envie seu artigo para International
by T h e C hurch of Jesus C hrist o f Latter-day Saints, 50
East N orth Tem ple, S alt Lake C ity, U tah 8 4 150. A pedido, nome não revelado Magazines, 50 East North Temple Street,
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unless both the old address and the new are included. HISTÓRIAS INSPIRADAS estaca ou distrito, cidade e país. O artigo
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Lake City, Ü tah 8 4150, U .S .A . Subscription information
telephone number 8 01-2 4 0 -2 9 4 7 . Sou membro novo de A Igreja de Jesus em sua p róp ria língu a. N ós o tr a ­
Printed in Brazil Cristo dos Santos dos Últimos Dias nas duziremos. O s originais que não forem
P O S T M A S T E R : Send address changes to A LIA H O N A Filipinas e leio o Tambidi (em inglês). È
at 50 East N orth Tem ple Street, S a lt Lake C ity, U tah publicados serão devolvidos.
8 4150, U .S .A .

A L I A H O N A • M A R Ç O DE 1 9 9 3
1
 MENSAGEM DA PRIMEIRA PRESIDÊNCIA

Eu Creio
Presidente G ordon B. Hinckley
Primeiro C onselheiro na Primeira Presidência

C
ada um de nós é, em grande parte, produto daquilo em que

acredita. Nosso com portam ento é governado por nossas

Creio que o corpo

crenças. Elas se tornam nosso padrão de conduta.
hum ano é criação da
D ivindade. Nosso
As treze Regras de Fé enunciadas por Joseph Smith são consideradas
corpo foi designado
expressão de doutrina desde 1842, quando foram escritas com o intuito de pelo Pai Celestial
p ara ser tabernáculo
expor resumidamente nossa teologia. Elas têm sido usadas como resumo de de nosso espírito
eterno.
nossa crença, para que todo o mundo as conheça.

Tenho um conjunto de crenças pessoais secundárias, dez para ser mais exato,

que escrevi para me servirem de lembrança e orientação na vida. Pediram-me

que vo-las transmitisse. Eu o faço com certa relutância, porque são de natureza

pessoal, mas com a esperança de que motivem outras pessoas. As dez

afirmações não se encontram necessariamente em ordem de importância.

UM: CREIO NAS MARAVILHAS DO CORPO

HUMANO E NO MILAGRE DA MENTE HUMANA.

Tenho em casa um aparelho de som razoavelmente bom. Não o utilizo

com freqüência, mas, de vez em quando, eu me sento em silêncio, à meia luz,

e ponho-me a escutar, por cerca de uma hora, músicas que perduraram

A L I A H O N A • M A R Ç O DE 1 9 9 3
3
através dos séculos devido à excelente qualidade. Ouvi,
outra noite, o Concerto para Violino de Beethoven e
maravilhei-me por tal música ter saído da mente de um
hom em . O com positor, su ponho, assem elh av a-se
bastante a qualquer um de nós. Não sei qual era a sua
altura, o tamanho de seu corpo, ou seu peso. Imagino
que sentia fome, dor e tinha a maioria dos problemas
comuns a todos, e talvez alguns que não enfrentamos.
Da gen ialid ad e d aquela m en te, porém , saiu a
extraordinária harmonia que criou raras e magníficas
obras-primas da música.
Já tivestes a oportunidade de reíletir no milagre que
sois, os olhos que vos fazem enxergar, os ouvidos com
que ouvis, a voz com que falais? Nenhuma câmera já
con stru íd a pode ser com parada ao olho hum ano.
Nenhum meio de comunicação já elaborado pode ser
com parado à voz e ao ouvido. N enhum a bomba já
co n stru íd a fu n cio n a por ta n to tem po e tão
eficientem ente quanto o coração humano. Que coisa
extraordinária é cada um de nós.
Olhai para vosso dedo. A mais habilidosa tentativa de
reproduzi-lo mecanicamente produziu apenas uma rude
imitação. Na próxima vez que usardes vosso dedo, olhai
para ele, e percebei quão maravilhoso é. Certa vez, numa
sala de concertos, sentei-me num local de onde podia ver
os dedos dos instrumentistas. Cada um deles, tanto os
que tocavam instrumentos de cordas quanto os que
tocavam instrumentos de percussão, metais ou sopros —
todos usavam os dedos. Não precisamos dos dedos para
cantar ou assobiar, mas excluindo-se essas exceções,
haveria muito pouca harmonia musical sem a agilidade
de dedos treinados.
Creio que o corpo humano é criação da Divindade.
George Gallup observou certa vez: “Posso provar a
existência de Deus estatisticamente. Tomem o próprio
corpo humano como exemplo — a possibilidade de que
todas as funções do indivíduo simplesmente ocorram por
acaso é estatisticamente impossível”. Nosso corpo foi
A L I A H O N A
designado pelo Pai Celestial a ser tabernáculo para nosso
espírito eterno.
Sou grato pelo crescente conhecimento a respeito do
cuidado do corpo. Li, certa vez, que ao fumar um único
cigarro, estatisticam ente falando, o indivíduo estaria
perdendo sete minutos de vida. Pergunto-me como uma
pessoa em sã consciência pode vir a fumar um cigarro.
Como pode uma pessoa em sã consciência introduzir
drogas destrutivas em seu corpo? Como pode uma pessoa
em sã consciência expor-se à mortal ameaça da AIDS ou
outro tipo de problemas de saúde pelo uso indevido do
próprio corpo?
Penso nas m arav ilh as de nosso tem po, o mais
grandioso de todos da história da humanidade. Mais
invenções e descobertas científicas ocorreram durante
minha vida do que em todos os séculos anteriores da
história da humanidade.
Que milagre é a mente humana! Pensai no poder que
ela tem de assim ilar co n h ecim en to s, de analisar e
sintetizar. Que coisa extraordinária é o aprendizado, o
processo pelo qual o co n h ecim en to acum ulado de
séculos é resumido e avaliado de modo que rapidamente
possamos aprender o que originalmente necessitou de
longos exercícios de pesquisa, tentativas e erros.
A educação é o grande processo de conversão pelo
qual o co n h e c im e n to a b stra to se tran sform a em
atividade útil e produtiva. Nunca deve ser interrompida.
Não importa a idade que tenhamos, podemos adquirir
conhecim entos e fazer uso deles. Podemos acumular
sabedoria e dela tirar proveito. Podemos entreter-nos
com o milagre da leitura e admirar as artes, de modo a
aum entar as bênçãos e a plenitude de nosso viver.
Q uanto mais envelheço, mais aprecio as palavras de
escritores inteligentes, antigos e modernos, e a leitura
prazerosa dos livros que escreveram.
Vivemos sob o divino m andam ento de “ [buscar]
conhecimento, mesmo pelo estudo e também pela fé”
(D&C 88:118). E “qualquer princípio de inteligência que
M A R Ç O DE 1 9 9 3
4
 p iilí ;
■■: síw v .
•s** ‘'VjtíraF^ * r
alcançarmos nesta vida, surgirá conosco na ressurreição”
(D&C 130:18).
DOIS: CREIO NA BELEZA
A terra em sua beleza original é uma expressão da
natureza de seu Criador. A linguagem utilizada no
primeiro capítulo de Gênesis me intriga. Ele declara que
“a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face
do abismo” (Gênesis 1:2). Suponho que essa imagem
tinha tudo, menos beleza.
“E disse Deus: Haja luz. E houve luz” (versículo 3). E,
assim, continuou a criação até que “viu Deus tudo quanto
tinha feito, e eis que era muito bom” (versículo 31).
M inha interpretação dessa passagem é que havia
beleza, porque “o Senhor Deus fez brotar da terra toda a
árvore agradável à vista” (Gênesis 2:9).
Creio na beleza da natureza: as flores, os frutos, o céu,
o pico das m on tan h as e as p la n ície s em que se
A L I A H O N A
encontram. Vejo e acredito na beleza dos animais.
Vejo e admiro a beleza nas pessoas. Não estou tão
preocupado com a aparência que vem do uso de loções e
cremes, pastas e máscaras, como mostrada nas revistas e
na televisão. Não me importa se a pele é escura ou clara.
Vi pessoas bonitas em todos os países por onde andei. As
criancinhas são belas em qualquer lugar do mundo, e
tam bém os idosos, cu jas mãos e faces enrugadas
demonstram a luta pela sobrevivência.
Creio na beleza da virtude pessoal. Existe tanta feiúra
no m undo em que vivem os. Ela se m an ifesta na
linguagem vulgar, no modo desleixado de vestir e de
agir, no comportamento imoral que zomba da beleza, da
virtude, e que sempre deixa cicatriz. Cada um de nós
deve viver acima do mal sórdido e destrutivo que é a
imoralidade.
TRÊS: CREIO NO EVANGELHO DO TRABALHO
Não há nada abaixo dos céus que substitua o trabalho
produtivo. E o processo pelo qual os sonhos se tornam
realidade. E o processo pelo qual fantasias vagas se
transformam em realizações dinâmicas.
M uitos de nós somos preguiçosos por natureza.
G ostam os mais de b rin ca r do que de trabalhar.
Preferimos folgar a ter que trabalhar. Um pouco de
diversão e um pouco de folga fazem bem, mas é o
trabalho que estabelece a diferença na vida de um
homem ou de uma mulher. E o desenvolvimento da
mente e a utilização das mãos que nos elevam acima da
mediocridade. E o trabalho que nos dá o alimento, as
roupas, a casa em que vivemos. E inegável a necessidade
do trabalho de mãos hábeis e de mentes treinadas, para
crescermos e prosperarmos individualmente, e para que
nossa nação seja respeitada pelo mundo.
Quando Adão e Eva foram expulsos do jardim, Jeová
declarou: “No suor do teu rosto comerás o teu pão, até
que te tornes à terra”. (Gênesis 3:19.)
• M A R Ç O DE 1 9 9 3
.5
 QUATRO: CREIO QUE A HONESTIDADE
AINDA É A MELHOR POLÍTICA
Que coisa destrutiva é a desonestidade! Ela se tornou
um câncer na sociedade. Profissionais da área de seguros
relatam os cu stos c re s c e n te s de reiv in d ica çõ es
desonestas. A sonegação de impostos rouba milhões ao
tesouro nacional e coloca um fardo injusto e excessivo
sobre os que pagam h o n e sta m e n te . Fu rto por
funcionários, contabilização de despesas falsas e coisas
semelhantes causam enormes perdas às instituições. A
instituição talvez suporte a perda de dinheiro, mas o
indivíduo não pode permitir-se a perda do auto-respeito.
Uma carta e um cinzeiro vieram parar no escritório do
Bispado Presidente. A carta dizia: “Caro senhor, roubei de
seu hotel o cinzeiro anexo, em 1965. Depois de muitos
anos, quero desculpar-me e pedir-lhe que me perdoe meu
erro. Sinceramente, (assinatura). PS.: Estou anexando
um cheque para tentar reembolsá-lo pelo cinzeiro”.
O cheque era de US$26,00, um dólar para cada ano
que o cinzeiro ficou com ele. Posso imaginar que, durante
aqueles vinte e seis anos, cada vez que batia o cigarro na
beirada do cinzeiro, ele sentia uma dor na consciência.
Não sei se o hotel deu por falta do cinzeiro, mas o homem
que o furtou teve falta da paz por mais de um quarto de
século, e acabou pagando pelo cinzeiro muito mais do que
ele valia. Sim, a honestidade é a melhor política.
CINCO: CREIO NA OBRIGAÇÃO
E NA BÊNÇÃO DO SERVIÇO
Falo do serviço que é prestado sem expectativa de
recompensa financeira. A maior parte dos problemas do
mundo provém da ganância do ser humano. Que coisa
saudável e maravilhosa para um homem ou uma mulher
é deixar de lado expectativa de ganhos pessoais e dar de
si com força e energia, com o propósito de ajudar os
menos afortunados, de m elhorar a com unidade, de
A L I A H O N A • M A R Ç O
6
limpar o meio ambiente e embelezar a paisagem. Quão
maior seria o sofrimento dos desabrigados e famintos de
nossas com unidades sem o serviço de cen ten as de
voluntários que dão tempo e dinheiro para ajudá-los.
Tenh o um am igo, um advogado fam oso e bem
sucedido. Quando se casou, a esposa lhe disse: “Tomemos
a decisão de usar um quarto de nosso tempo livre para
melhorar a comunidade em que vivemos”. Muitos anos se
passaram, e aquela resolução foi cumprida. O marido,
agora viúvo, recebeu reconhecimento por haver assumido
de maneira dinâmica e altruísta, a liderança de diversos
projetos para melhoria das águas e do meio ambiente, e
por dem onstrar extraord in ária visão do futuro na
construção de instalações públicas que se tornaram uma
bênção na vida de todos os cidadãos daquela região.
Todos os que já cumpriram missão podem testificar a
enorme alegria de servir ao próximo. Em algumas áreas
do mundo, um grande exército de professores voluntários
do seminário e instituto levam avante o trabalho de
instrução. Conversei com um deles, há poucos dias, um
homem de negócios bem sucedido, que acorda às cinco
da manhã, cin co dias por semana, para dar aula no
sem inário. Disse ele: “É a m elhor coisa que fa ço ”.
Ninguém pode viver plenamente e com alegria, se viver
apenas para si. Disse o rei Benjamim: “Quando estais a
serviço de vosso próximo, estais somente a serviço de
vosso Deus” (Mosiah 2:17).
SEIS: CREIO QUE A FAMÍLIA É A UNIDADE
BÁSICA E MAIS IMPORTANTE DA SOCIEDADE
As maiores alegrias da vida são vividas nas relações
familiares felizes. As mais dolorosas aflições, a depressão
e a desesperança são frutos de uma vida familiar infeliz.
Há muitos insucesáos no mundo, mas o maior de
todos, em m inha opinião, é o insucesso de um lar
desfeito. A dor que isso causa não pode ser medida.
A principal causa de tudo isso é o egoísmo. A cura da
DE 1 9 9 3

maior parte dos problemas encontra-se no arrependi­
mento, por parte do ofensor, e no perdão por parte do
ofendido.
Todo casamento está sujeito a problemas ocasionais.
Eles podem, porém , ser superados com p aciên cia,
resp eito m útuo e to le râ n c ia . Q uan d o erros são
cometidos, podemos pedir desculpas, arrepender-nos e
pedir perdão, mas é necessário que haja o desejo de
seguir esses passos, por parte do marido e da mulher.
Creio na família em que o marido considera a esposa
como a maior bênção e trata-a de acordo, em que a
mulher considera o marido como a fonte de estabilidade e
força, conforto e segurança, em que os filhos olham para a
mãe e o pai com respeito e gratidão, em que os pais
consideram os filhos como bênção, e a responsabilidade de
criá-los e educá-los, como um grande, sério e maravilhoso
desafio. A edificação de um lar nesses moldes requer
esforço e energia, perdão e paciência, amor, perseverança
e sacrifício, mas vale tudo isso e ainda mais.
A L I A H O N A
A p ren d i que a essên cia real da felicid ad e no
casam ento repousa não tanto no romance como no
cuidado e preocupação pelo conforto e bem-estar do
cônjuge. Pensar somente em si mesmo e na gratificação
dos desejos pessoais não edificará nem confiança, nem
amor, nem felicidade. Somente quando há altruísmo é
que o amor, e suas características florescem e dão frutos.
O casamento, em seu significado mais verdadeiro, é
uma sociedade igualitária, onde um não exerce domínio
sobre o outro, mas os dois se encorajam e auxiliam
mutuamente em todas as responsabilidades e aspirações
que venham a ter.
SETE: CREIO NO PRINCÍPIO DA ECONOMIA
Estamos vendo na sociedade muitas falências de
empresas, num grau e extensão que não eram vistos há
muito tempo. Muitas dessas falências são resultado de
empréstimos imprudentes, de dívidas tão grandes, que
não podem ser pagas. Na América, temos visto bilhões e
bilhões de dólares perdidos na falência de instituições de
crédito e poupança, que foram forçadas a fechar as
portas porque os devedores não pagaram as dívidas.
Temos v isto b an co s fortes abalados e forçados a
interrom per suas atividades porque aqueles a quem
emprestaram não têm condições de pagar as dívidas.
Penso em uma grande empresa aérea internacional, cujos
bens foram liquidados recentemente. Ela não conseguiu
pagar suas dívidas. H ouve uma época em que era
considerada a empresa aérea comercial mais importante
do mundo. Utilizei seus serviços ao viajar para regiões
d istan tes, onde esta ou trora poderosa rain h a das
empresas aéreas era o que havia de melhor. Perdeu,
entretanto, o senso de liderança, fez empréstimos acima
de sua capacidade e foi, pouco a pouco, vendendo suas
rotas. Agora está desativada.
“As empresas americanas utilizam atualmente cinqüenta
por cento de seus ganhos para o pagamento de dívidas, o
• M A R Ç O DE 1 9 9 3
7
dobro da porcentagem utilizada há 15 anos.” (U.S. N e m
and World Report, 15 de outubro de 1990, página 136).
Esse problema, porém, não se limita às instituições
comerciais. Atinge também um número incontável de
indivíduos. No período de um ano, as dívidas pessoais, não
relacionadas a moradia, nos Estados Unidos, aumentaram
em 27 bilhões de dólares. “A família típica gasta agora
trinta por cento de sua renda no pagamento de dívidas,
quando gastava vinte por cento há um ano”. (Ibid.)
Nossos antepassados pioneiros seguiam o seguinte
d itad o: “C o n serte, use até acabar, fa ça com que
funcione, ou viva sem.”
Contrair dívidas razoáveis para a compra de uma casa
que esteja dentro das possibilidades de pagamento e
talvez para outras coisas necessárias, é algo aceitável. De
meu ponto de vista, porém, posso ver de modo bastante
vivido as terríveis tragédias daqueles que insensatamente
contraíram dívidas para comprar coisas de que realmente
não precisavam.
Disse certa vez o Presidente Grant: “Se existe uma
coisa que traz paz e contentamento ao coração humano
e à família, é viver apenas com nossos recursos. Não há
coisa mais opressora, desanimadora e triste do que ter
dívidas que não se pode saldar e obrigações que não se
pode cu m p rir”.(F o lh e to “C o n s tâ n c ia em m eio a
M udança”, p.6 , 33394 059.)
OITO: CREIO EM MIM MESMO
Não tenho a intenção de dizer isto com convenci­
mento. C reio, entretanto, na minha com o na vossa
capacidade de fazer o bem, de contribuir para a sociedade
da qual fazemos parte, de crescer e desenvolver-nos e de
fazer algo que podemos hoje considerar impossível.
Creio que sou um filho de Deus e que tenho uma
herança divina. Creio que existe algo de divino em mim
e em cada um de vós. Creio possuirmos uma herança
divina, e que é nossa responsabilidade, nossa obrigação e
A L I A H O N A • M A R Ç O
«
nossa oportunidade cu ltiv ar e desenvolver nossas
melhores qualidades interiores.
Embora meu trabalho pareça humilde, embora minha
contribuição seja pequena, posso realizá-la com dignidade
e oferecê-la de modo altruísta. Meus talentos podem não
ser grandes, mas posso u tilizá-los para aben çoar o
próximo. Posso ser um dos que trabalham com orgulho
naquilo que vem das mãos e do coração. Posso ser um dos
que respeitam colegas de trabalho, suas opiniões e crenças,
compreendendo seus problemas e tendo o desejo de ajudá-
los, caso tropecem . Creio no princípio de que posso
influenciar o mundo, e que essa influência, por menor que
seja, contribuirá para um bem maior. A bondade existente
no mundo em que vivemos é a soma de muitas ações
pequenas e aparentemente insignificantes.
NOVE: CREIO EM DEUS, MEU PAI ETERNO, E EM
SEU FILHO AMADO, O REDENTOR DO MUNDO.
Creio no princípio da Regra de Ouro enunciada por
Jesus Cristo: “Tudo o que vós quereis que os homens vos
façam, fazei-lho também vós”. (Mateus 7:12.) Creio no
princípio da segunda milha por ele mencionado no Sermão
da Montanha. Apesar da dificuldade de segui-lo, creio na
paciência, no perdão e na caridade que ele ensinou.
Creio em adorar a Deus “de acordo com os ditames da
nossa consciência e [em conceder] a todos os homens o
mesmo privilégio, deixando-os adorar como, onde, ou o
que quiserem” (Décima primeira Regra de Fé).
Creio nos santos escritos do passado. Nossos livros
sagrados, nossas escrituras, estabeleceram a base de nossa
lei civil, de nosso relacionam ento social, de nossas
responsabilidades fam iliares e, acim a de tudo,
ensinamentos, princípios e mandamentos divinos, pelos
quais dirigimos nossa vida. Eles proclamam a inexorável lei
da colheita: “O que semeardes, isso colhereis”. (Vide
Gálatas 6:7 e D&.C 6:33). Eles explicam detalhadamente a
lei da responsabilidade, pela qual deveremos um dia prestar
DE 1 9 9 3

contas de nosso trabalho, nossas atividades e nossas
palavras ao Deus dos céus, que nos concedeu o privilégio
da vida, com todas as suas alegrias, oportunidades e
desafios.
“E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por
ú nico Deus v erd ad eiro, e a Jesu s C risto , a quem
enviaste.” (João 17:3.)
Não completamente, mas em parte pelo menos, vim a
conhecer e a amar meu Pai Celestial e meu Redentor.
DEZ: CREIO NA ORAÇÃO
Creio no convite de buscar meu Pai Eterno em nome
do Senhor Jesus Cristo. Creio ser verdadeira a promessa:
“Se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus,
que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e
ser-lhe-á dada” (Tiago 1:5).
Foi essa promessa que levou o menino Joseph Smith a
ir ao bosque, onde se ajoelhou em súplica e pediu
A L I A H O N A
resposta à sua indagação.
Creio, sem qualquer dúvida, na realidade da visão
descrita por Joseph Smith. Dessa fonte de comunicação
do Deus dos céus, que é o Redentor ressuscitado do
mundo, com um menino puro de coração e sem estudos,
brotou esta magnífica, maravilhosa e verdadeira Igreja,
que se está espalhando por toda a terra, para abençoar a
vida de todos os que derem ouvidos à sua mensagem.
Creio na oração, essa oração que é prática comum
dos que são chamados para cargos de liderança nesta
Igreja, e que suscita inspiração e revelação de Deus, para
bênção de sua Igreja e de seu povo.
Creio na oração, o privilégio precioso e maravilhoso
que nos foi dado para nossa orientação, consolo e paz.
Estas, portanto, são as minhas dez regras de fé. Ao
mencioná-las, utilizei a primeira pessoa do singular, o
que raramente é bom. Procuro seguir essas crenças, não
com o sucesso que poderia esperar, mas, pelo menos,
com o desejo de fazê-lo. O fereço-as apenas com a
esperança de que venham a ser úteis para alguém. □
AUXÍLIOS PARA DEBATE
1. Som os, em grande parte, produto de nossas
crenças, que governam nosso comportamento.
2. O Presidente Hinckley apresenta dez diretrizes
pessoais que incluem crença:
— no milagre do corpo e da mente humana.
— na beleza
— no evangelho do trabalho
— na honestidade como melhor política
— na obrigação e bênçãos do serviço
— na fam ília com o unidade mais im portante da
sociedade
— no princípio da economia
— em si mesmo
— em Deus, o Pai, e seu filho, Jesus Cristo
— na oração
• M A R Ç O DE 1 9 9 3
9
ELE NÃO ERA M
Ju le n e M . Jo lle y

“H o je fa la r e m o s so b re
casam e n to no tem p lo ”, disse a
p r o fe s s o r a da c la ss e de
M e n in a s M o ç a s , s o r r in d o
d o c e m e n t e . P r e p a r e i- m e , pareça co n v en ien te
pois ia a co n tece r de novo. to rn a r c o n h e cid a s ao
C a d a vez que assu n to s m u n d o to d a s as c o is a s
com o c a s a m e n to no c o n c e rn e n te s ao a s s u n to ”
te m p lo ou P a la v r a de (D & C 1 0 :3 7 ).
S a b e d o r ia e ra m d e b a tid o s , Li e reli o versícu lo m u itas vezes, e
alguém parecia m en cion ar meu cada vez sen tia mais raiva dos m em bros
p a i, que a lé m de não ser da ala.
m em b ro da I g r e ja , fu m a v a . E sta e scritu ra é prova de que estou
M u it a s v e z e s , e le tin h a a té ce rta , e e le s e stã o errad o s, p en sei
m esm o servido com o exem plo. enraivecid a.
D uas h o ras d e p o is , a in d a V is u a liz e i-m e n o p ú lp ito , c ita n d o essa
e n ru b e sc id a e e m b a r a ç a d a d ev id o e s c r itu r a e c o r r ig in d o to d a s as p e s so a s .
aos c o m e n tá rio s da c la s s e , fu i p ara C ertam en te, a congregação se desm ancharia
casa a pé. em lágrimas de arrependim ento. M al podia
M eu p ai te m um m au h á b ito , m as a g u a r d a r a r e u n iã o d e te s t e m u n h o n o
não é m á pessoa, pensei irritada. C om o domingo seguinte.
eles podem julgá-lo, se não o co n h ecem D u ra n te a s e m a n a , p o r é m , a r a iv a
de verdade? co m e ço u a d esg astar-m e. Era um a b a ta lh a
N a q u e la n o ite , d ep o is da Ig re ja , grande dem ais para uma só pessoa.
p ro c u re i a lg u m a s e s c r itu r a s s o b re C o m o p o d eria b rig a r c o m a a la in te ira ?
ju lg a r as p e s so a s e e n c o n tre i pensei, preocupada.
exatam ente a que eu esperava: “Mas A p ro x im a n d o -se o d om ingo, fo rm u lei um
. . . c o m o n e m se m p re p o d e s p la n o m e lh o r — u m p la n o q u e m o s t r a r ia
discernir os injustos dos justos, . . . realm ente o m eu ressentim ento: ficaria em casa
p e rm a n e ça s c a la d o , a té q u e m e com m eu pai aos dom ingos.
Á PESSOA

Q u a n d o m in h a m ã e e m in h a s irm ã s
e s ta v a m p ro n ta s p a ra ir à I g r e ja , v e s ti um
agasalho de g in á stica e estirei-m e p reg u içosam en te
em frente à televisão, com meu pai. M in h a m ãe ficou
an g u stiad a, m as eu tin h a ce rte z a de q u e m eu pai me
apoiaria.
D epois de todos terem saído, ele m e perguntou por
que eu ficara em casa. C o n te i-lh e tudo, incluindo quão
s e v e r a m e n t e e le e s t a v a s e n d o ju lg a d o p o r a lg u n s
m em bros da ala.
E le f ic o u q u i e t o p o r u m m o m e n t o . D e p o is ,
perguntou se a Igreja era im portante para mim.
“C la ro ”, disse eu.
“V ocê acred ita que ela seja verdadeira?”, indagou.
“S im , é ”, r e s p o n d i, im a g in a n d o o n d e e le q u e ria
chegar.
“S e ela é verd ad eira, n u n ca d eixe que algum a coisa
que digam ou façam a fa s te -a d ela. A lé m disso, pensei
que os m órm ons não julgassem ”, disse ele, cu tu can d o-m e
de brincadeira.
“Perm anece ca la d o ”, ecoaram as palavras da escritura.
D e repente, parecia que elas se aplicavam mais a m im do
que à ala. Em m inha ira, esqu ecera-m e de que as pessoas
erram e, às vezes, dizem coisas que magoam , em bora não
te n h a m e s s a i n t e n ç ã o . T a lv e z eu t e n h a ju lg a d o os
m e m b ro s da a la in ju s t a m e n t e , p e n s e i. N o p ró x im o
dom ingo eu voltaria à Igreja.
M eu pai sem pre me ensinou hon estid ade, respeito,
trabalho diligente e amor. N aquela tarde, porém , ele
m e ensinou a perdoar. □
 A B E N Ç O A D O S , H O N R A D O S

PIONEIROS
As mulheres SUD de todo o mundo mantêm vivo o legado dos
pioneiros, aliviando fardos e preparando o caminho para outros.
M a ry Ellen Edm unds

o dia 2 4 de ju lh o de 1977,

N
um d o m in g o , 1 3 0 a n o s
após a ch eg ad a
primeiros pioneiros m órm ons ao vale
do Lago Salgado, fiz um discurso na
r e u n iã o sa c ra m e n ta l so b re
pioneiros. Foi difícil preparar e fazer
o discurso, porque falei num a língua
q u e h av ia a ca b a d o de a p re n d e r: o
indonésio. Eu era m em bro do Ram o
Solo, no ce n tro de Jav a.
A o d iscu rsar sob re os p io n eiro s,
d e i-m e c o n t a de q u e os m e m b ro s
d a q u e la pequena co n g reg ação
ta m b é m e ra m p io n e ir o s — os
p rim eiros m em b ros de A Ig reja de
Jesus C risto dos S a n to s dos Ú ltim os
D ias num a terra verd ejan te e antiga.
D epois do discurso, algumas irmãs
a g r a d e c e r a m -m e , p o r a ju d á -la s a
com preender algo sobre o q u anto os
pioneiros de U tah sofreram e sobre a
grand e fé que possuíam . P ensei em
tudo que aprendi com esses grandes
santos indonésios a respeito de fé e
so frim en to . Seu s esfo rço s p ion eiros
p a r e c ia m - m e tã o s ig n i f i c a t i v o s
q u a n to as h istó ria s da jo rn a d a dos
pioneiros para o oeste am ericano. As
e n ã o te r m in o u q u a n d o to d o s os
grupos de carro çó es e carrin h o s-d e-
dos m ão ch eg aram a o se u d e s t i n o .
P io n e i r o é a lg u é m — q u a lq u e r
p e s s o a — q u e v a i p r im e ir o . Is s o
os a co n tece no sécu lo X X , assim com o
CO RTESIA DA BIBLIOTECA PÚBLICA DE DENVER, a c o n te c e u n o sé c u lo X V I I I , ou no
DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA OCIDENTAL
X I X . A c o n te c e em todas as vilas e
b a ir r o s , e m to d a s as c id a d e s e
M inha m ãe nunca puxou um s u b ú r b io s onde a lg u é m te m a
carrin ho -d e-m ão , no entanto era c o r a g e m de lid e r a r c o m r e tid ã o .
uma pioneira. Lem bro-m e de ter A b r in d o t r i l h a s , e le s m a r c a m o
visitado os doentes com e la , cam in h o a ser seguido pelos dem ais.
alim entado os fam intos, e C o n h e c i algum as dessas pioneiras e
consolado os enfraquecidos. m inha vida foi enriqu ecid a por causa
delas.
FACES DA FÉ
palavras de um h in o em louvor aos
p r im e ir o s p i o n e ir o s m ó rm o n s Q uando p en so em p io n e ir a s
v ie r a m -m e à m e n te : “ E le s , os ab en ço ad as e honradas, v e jo rostos.
c o n stru to re s da n a ç ã o ”. E pensei o E s p e c i f i c a m e n t e , v e jo f a c e s de
quão apropriadam ente essas palavras m u lh e r e s que me a ju d a r a m a
se aplicavam às irmãs javanesas. c o m p re e n d e r por que “A C arid ad e
P o u c o a p o u c o , p o r m e io de N u n c a F a lh a ” fo i e s c o lh id o c o m o
e x p e r iê n c ia s com o e sta na lem a da Socied ad e de S oco rro. Essas
Indonésia, co m ecei a perceber que o irmãs têm verd ad eiram ente o serviço
p io n e irism o ain d a o c o rre por to d a por lem a e o am or por estrela-gu ia.
parte. N ão com eço u no sécu lo X IX S eg u ram en te, a cad a dia algum fardo

A L I A H O N A • M A R Ç O DE 1 9 9 3
12
ILUSTRADO POR KEITH LARSEN

A L I A H O N A • M A R Ç O DE 1 9 9 3
13

é aliviado, um coração alegrado, uma
esperança renovada.
O primeiro rosto que me vem à
mente é o de minha mãe. Lembro-
me de ir com ela visitar os doentes,
alimentar os famintos e consolar os
can sad os. N un ca puxou um
c a rrin h o -d e -m ã o e n u n ca foi a
primeira a entrar num vale, mas foi
uma pioneira. As vezes, íamos à casa
de alguém que estava morrendo, e
minha mãe alimentava e banhava a
pessoa. Às vezes, íamos a uma vila
indígena próxima para levar roupas e
a lim en to s, ou en sin a r cuidados
médicos caseiros.
Lembro-me, também, de Barbara
Taylor, que c o n h e c i em 19 6 2 ,
quando cheguei a Hong Kong como
missionária. A irmã Taylor era esposa
do p resid en te R o b ert Sh erm an
Taylor, p resid en te da M issão do
Su d este A siá tic o . Um dia após
minha chegada, ela me levou para
uma visita de professora visitante.
Ju n ta m e n te com uma dupla de
missionárias que falava cantonês,
tomamos um ônibus para o porto e
depois uma balsa até um lugar
chamado Aberdeen.
Entre as casas que visitamos, havia
algumas encravadas na encosta de um
morro. Chegávamos a essas casas
subindo degraus escavados a mão,
abrindo cam inho entre galinhas e
crianças. Ao visitarmos uma irmã —
uma linda e jovem mãe chinesa — vi
A L I A H O N A
Aqueles pioneiros bolivianos
realizavam a noite fam iliar na
cam a, o local m ais aquecido da
casa. Minha cam in had a na chuva
e lam a p ara visitá-los valeu
todo o sacrifício feito.
CORTESIA DE CULVER PICTURES
e senti coisas que nunca sentira antes.
Ao observar as famílias de refugiados
que moravam na encosta do morro,
dei-me conta de que eram filhos de
Deus, que mereciam toda a ajuda que
lhes pudéssem os dar a fim de
compreenderem a vida terrena com
todos os desafios que enfrentavam.
Por todo lado havia multidões de
jovens que falavam uma língua que
eu não com preendia, mas que se
comunicavam comigo por meio de
sorrisos e sentimentos, desejosos de
aprender, crescer e ajudar.
ABRINDO TRILHAS
M axine Grimm é para mim um
grande exemplo de pioneira honrada.
C onheci-a em 1964, nas Filipinas,
quando havia ali apenas um ramo da
Igreja e menos de cem membros.
Com o marido, Peter Grimm (nós o
chamávamos de “Grimm-pa”), essa
m ulher ex tra o rd in á ria ajudou a
h a stear a ban d eira da verdade
naquela linda nação-ilha.
A irmã Grimm fora voluntária da
Cruz Vermelha durante a Segunda
Guerra Mundial e permanecera nas
• M A R Ç O
14
Filipinas após o término da guerra,
para ajudar os novos membros da
Igreja. Lem bro-me claram ente de
quando ela chegou à nossa pequena
casa na estrada Kamias número 7-D,
para aju d ar-n o s a dar in ício à
primeira Sociedade de Socorro da
C idade de Q uezon. Ela sempre
levava exem plares da R evista da
Sociedade de Socorro para emprestar
às irmãs, além do seu órgão de fole
portátil, para que pudéssemos cantar
juntas os hinos todas nós, as seis
irmãs do ramo.
Muitos belos semblantes daqueles
primeiros santos dos últimos dias das
Filipinas ficarão gravados em minha
m em ória para sem pre. Um dos
muitos que poderia representar todos
eles é o de Salud Dizon Jimenez, a
primeira conversa a ser batizada na
Cidade de Quezon. Ela tornou-se,
mais tarde, presidente da Sociedade
de Socorro, quando foi organizado
um ramo n aquela grande cidade
próxim a de M an ila, ca p ita l das
Filipinas. A irmã Jimenez e muitas
como ela freqüentemente viajavam
horas em jeepneys (jipes-lotação) e
ônibus até a Avenida Taft, em Pasay,
onde realizávamos as reuniões da
Igreja. O utras seguiram os passos
dessas grandes pioneiras, e hoje as
Filipinas são abençoadas com cerca
de 300.000 membros em quarenta e
sete estacas. Um templo embeleza a
cidade de Manila.
DE 1 9 9 3
EDIFICANDO NOVOS ALICERCES
Vem -m e à lem bran ça outra
m ulher p ion eira que ajudou as
famílias de um ramo de Monclova,
M éx ico , a fazerem de seus lares
centros de ensino. Eu a conheci num
dom ingo, em setem bro de 197 5 .
Adelita alegremente me mostrou as
coisas que fizera em sua própria casa
A L I A H O N A
para m otivar os filhos a estudar,
d ep o is'm e co n to u o que estav a
fazendo para ajudar as outras irmãs
do ram o a en sin arem m elhores
hábitos de estudo aos filhos. Adelita
era a n a lfa b eta , mas dava m uito
v alor à ed u ca çã o . H um ilde e
graciosa, desejava apenas servir.
Penso nos santos da pequena vila
de Bermejillo, México, para onde fui
• M A R Ç O DE 1 9 9 3
15
com alguns missionários de saúde em
1975. Caminhando por uma estrada
poeirenta com o presidente do ramo e
a esposa, aprendemos a identificar as
casas dos membros da Igreja. Suas
cercas e casas estavam pintadas, e
jardins floridos e hortas destacavam
seus quintais limpos e arrumados. Ao
passarmos por diversas casas, a esposa
do presidente do ramo nos disse:
“Estas pessoas não estão ativas
atualm ente, por isso não se pode
notar que são santos dos últimos dias.
Em breve, porém, elas estarão de
volta ao nosso meio, e na próxima
visita podereis identificá-las também”.
Mais tarde, os membros desse ramo
construíram sua própria capela.
O belo rosto da irm ã Pai, no nada ao ver suas duas pequenas
altiplano boliviano, enche minha
mente de ternas lembranças. Visitei
a irmã e sua família em janeiro de
1975. Eles eram membros da Igreja
havia apenas três meses, mas tinham
aprendid o nesse tem po que o
P resid en te S p e n ce r W. K im ball
incentivava os membros da Igreja a
fazerem uma horta. Fiquei emocio­
h o rtas e um jard im com flo res.
A L I A H O N A • M A R Ç O DE
16
Todas as noites, eles cobriam as três
plantações com folhas de plástico
para p rotegerem seu tesou ro da
geada.
N unca me esquecerei da noite
fam iliar, realizada no lugar mais
aquecido da casa: a cama. A respeito
dessa experiência, escrevi em meu
d iário: “A ch u v a e o frio, a
cam inhada na lama, tudo valeu o
1 9 9 3

esforço feito. Eli teria cam inhado
cem milhas para poder visitar essa
família e ter o privilégio de sentir seu
esp írito e en tu siasm o por serem
membros da Igreja e aprenderem
princípios que os ajudam a serem
mais saudáveis e felizes”. A b e n ­
çoados e honrados pioneiros.
Penso na mulher que conheci na
República Dominicana, logo após o
Natal de 1983. Algumas missionárias
estavam comigo na casa dela em São
Francisco, quando ela nos contou
sobre as mudanças dram áticas ao
tornar-se membro da Igreja. Fiquei
impressionada com sua coragem de
abrir novos caminhos em relação a
hábitos e tradições que precisavam
ser mudados. Minha fé foi fortalecida
ao ouvir essa grande pioneira falar de
seus mais profundos sentim entos
sobre Jesus Cristo e sua alegria ao
descobrir o evangelho.
Chorei quando tivemos que partir.
Estivéramos juntas por tão pouco
tempo, mas senti-m e como se já a
conhecesse há muito. Enquanto eu e
minhas companheiras descíamos a
rua, voltei-m e diversas vezes para
a c e n a r-lh e . Ela ainda estav a lá
quando viram os a esqu in a e
perdemos de vista seu rosto alegre.
SEGUINDO AVANTE
Muitos semblantes pioneiros que
tenho na lembrança são de amigas
A L I A H O N A
Depois de cada reunião,
a s irm ãs indonésias deliberavam
em espírito de oração quem
p recisava ser visitad a . Assim ,
levavam o arro z que haviam
se p ara d o durante a sem an a para
dividir com as que tinham
menos do que elas.
CO RTESIA DE CUIVER PICTURES
da N ig éria, A frica O c id e n ta l.
Quando estive lá pela primeira vez,
em janeiro de 1984, conheci Cecília
e soube de seu pioneirismo criativo
no que me p arecia a tarefa
avassaladora de viver o dia-a-dia.
D isse-lhe: “Vai ser m inha profes­
sora”.
Ela resp on d eu : “S e re i sua
professora”.
Disse-lhe que não sabia se poderia
aprender rapidamente, em razão do
m uito que ela podia ensinar-m e.
Sorriu gen tilm en te e disse: “Vou
ensinar devagar”.
E foi isso que fez. Fui vizinha de
C e c ília por vários m eses e serei
eternamente grata pelas coisas que
me ajudou a aprender. Sou uma
pioneira melhor graças a essa grande
alma e a outras em nossa vizinhança
que me permitiram seguir-lhes os
passos por algum tempo.
Uma das lições mais importantes
que aprendi na Á frica foi avaliar
minhas prioridades e valores. Em
uma de nossas aulas da Sociedade de
Socorro, o manual recomendava que
as crianças fossem ajudadas a manter
as gavetas limpas e arrumadas. Uma
• M A R Ç O
17
das irmãs perguntou: “O que é uma
gaveta?”.
T an tas irmãs SU D , pioneiras
honradas, serão exaltadas sem jamais
haverem visto uma gaveta, possuído
um vestido novo, usado uma agenda,
ou se olhado no espelho. Elas se
rejubilarão no reino celestial sem
nunca terem caminhado pela Praça
do Templo ou visitado a sede geral
da Sociedade de Socorro em Lago
Salgado.
Ainda acho divertido lembrar que
minha companheira, Ann, e eu fomos
enviadas para ensinar Cecília e outras
irmãs a respeito da auto-suficiência.
Embora espere ter ensinado alguma
coisa sobre saúde e higiene que tenha
feito diferença para elas, sei que fui eu
quem aprendeu as maiores lições. A
maioria dessas lições refere-se à auto-
suficiência. Estou convencida de que
Cecília e suas irmãs sabem como lidar
com qualquer em ergência. Pros­
seguindo sempre, elas são verdadeira­
m ente pioneiras abençoadas e
honradas.
C o n h e ci Sally P io b ello nas
F ilip in as, em 1972, quando fui
enviada para lá como missionária de
saúde. Fiquei sabendo que ela e o
marido haviam perdido o primeiro
bebê com cinco meses de idade. Sally
tinha outros filhos, estava grávida na
época e perguntou-me: “O que devo
fazer para ter um bebê mórmon
saudável?”. Pensei em sua coragem e
DE 1 9 9 3
fé ao a ceita r a verdade e adotar
novos hábitos e tradições. Em pouco
tem po, as pessoas da vizinhança
espalharam a n o tíc ia : “O bebê
mórmon está chegando!”.
No dia 20 de jan eiro de 1973,
Sarah Piobello nasceu, um saudável
e lindo “bebê mórmon”. O espírito
pioneiro da mãe capacitou-a a fazer
coisas que n u n ca fizera an tes,
acrescentando mais verdades ao que
já conhecia. Sally costumava sorrir
para mim e dizer: “Irmã, não se pode
ensinar truques novos a um cachorro
v elh o ”. E n tão fazia uma pausa e
dizia: “Mas irm ã, eu não sou
cachorro!”.
Em 1984, recebi uma carta de sua
filha de onze anos, Sarah, a quem a
fam ília e os amigos cham am de
“melãozinho”: “Desculpe-me por não
ter escrito há tanto tempo, mas toda
vez que vou começar a escrever uma
carta, meus amigos insistem em que
eu vá brincar com eles. Decidi que
lhe escreveria esta carta sem falta.
Estamos felizes porque minha mãe
está fazendo o que o programa de
preparo familiar dos missionários de
b em -esta r as en sinou . A gora
purificamos a água e temos uma dieta
equilibrada. É por isso que crescemos
mais que as outras cria n ç a s. O
tem plo está sendo con stru íd o e
espero encontrar-m e com você lá.
Amo você. Melãozinho”.
Recebi também uma carta de sua
A L I A H O N A
mãe, m inha grande amiga Sally:
“Quero expressar gratidão por tudo
que aprendi e que faz ta n ta
diferença em minha família. Percebo
agora que algumas coisas que minha
mãe me ensinou — coisas que a mãe
dela lhe havia ensinado — não eram
corretas. As verdades que agora
aprendo, porém, serão ensinadas a
m eus filhos, aos filhos deles e às
gerações futuras. Não seremos mais
am ald içoad os pela ig n o râ n cia .
‘Conhecereis a verdade, e a verdade
vos lib e rta rá !’. Com o costum am
dizer, nunca é tarde para aprender e
mudar. Deus deve amar-nos muito
para permitir que recebamos tantas
verdades”.
SERVIR É O SEU LEMA
Quando cheguei à Indonésia pela
primeira vez, em 1976, conheci um
grupo de pioneiras, em Java, que me
ajudaram a com preender m uito,
m uito mais m esmo,a respeito do
sig n ificad o de palavras com o
socorro, compaixão, e serviço. Essas
irmãs da So cied ad e de S o co rro ,
lid erad as pela p resid en te Ibu
Subowo, eram almas gigantes em
corpos pequenos. Todas as manhãs,
antes de começar a cozinhar, cada
uma das irmãs separava uma colher
de arroz. Guardavam o arroz em
sacos plásticos que eram levados
para a Sociedade de Socorro toda
• M A R Ç O DE 1 9 9 3
18
sem an a. D epois da reu n ião ,
deliberavam em espírito de oração
quem precisava ser visitada. Todas
juntas iam então visitar as pessoas
necessitadas, levando os sacos de
arroz para dividir com as que tinham
menos que elas.
C o n sag ração . O armazém do
Senhor. Uma sociedade de santos
interdependentes. Aprendi muito a
respeito de sacrifício, e pergunto a
mim mesm a qual seria meu
equivalente à colher de arroz.
Pensei muito a respeito do comen­
tário de Enos no final de seu relato no
Livro de Mórmon. Ele tinha certeza
de que um dia se encontraria com o
Senhor e “[veria] sua face com prazer”
(Enos 1:27). Existem muitas faces
nesta terra que espero um dia ver
novam ente com prazer. Entre elas
estão as faces das mulheres que me
ensinaram tan to a respeito do
pioneirismo, tendo o serviço por lema
e o amor por estrela-guia.
Todos somos pioneiros. Através dos
anos, através das distâncias, abrimos
caminho atravessando nossas próprias
fronteiras desconhecidas. Em circuns­
tâncias variadas, cruzamos nossas
planícies, cantam os nossos hinos,
enterramos nossos mortos, enfren­
tamos sofrimentos pessoais, carre­
gamos os fardos uns dos outros,
visitamos, consolamos, e demonstra­
mos compaixão. Abençoados, hon­
rados pioneiros! □
 MENSAGEM MORMON

ANTES QUE TUDO MAIS DE ERRADO, ^

LEIA AS INSTRUÇÕES

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DIMOND
DE CRAIG
FOTOGRAFIA

(VIDE MOSIAH 1 :6-7.)

A L I A H O N A • M A R Ç O DE 1 9 9 3
19
 PERGUNTAS E RESPOSTAS

COMO POSSO VENCER A PROCRASTINAÇÃO?

"A procrastinação é um grande problem a p ara mim. Deixo tarefas por fizerdes, fazei-o de todo o coração”
term inar, m etas por alcan çar e prom essas por cumprir, a p e n as porque não (C olossen ses 3 :2 3 ). Realize com
começo a s coisas a tempo. Não é m inha intenção desapo n tar as pessoas, entusiasmo as muitas tarefas com
m as parece que sim plesm ente não consigo d ar início às coisas. O que que se defrontar e execute-as de boa
posso fa z e r?" vontade. Não é necessário planejar
Perguntas de interesse geral respondidas ú guisa de orientação, não com o pronunciamento oficial todos os minutos do dia. Permita-se
da Igreja. um tem po livre e algum d iv erti­
mento também.

NOSSA RESPOSTA: • Transforme o término de tarefas

A procrastinação é um hábito que
pode ser quebrado. Primeiro, tome a
decisão de mudar. Depois, leve o
problema ao Pai Celestial. Se orar
sin ce ra m en te, ele lhe dará a
orientação e o apoio necessários para
fazer a mudança. Então, trabalhe
naquilo que precisa executar.
Aqui estão algumas sugestões que
podem ser úteis:
• Prepare, diariamente, uma lista
do que deve fazer e depois vá
riscando cada coisa que terminar.
Não se esqueça de anotar as tarefas
quando elas surgirem. Ter à mão um
pequeno calendário pode ser útil.
• C o m ece com a tarefa mais
difícil, ou com aquela que mais lhe
desagrada. Em co m p a ra çã o , o
restante do trabalho parecerá fácil.
• Divida os projetos grandes e
assustad ores em p artes. D epois,
execute cada um passo a passo.
• R eco m p en se a si mesm o
quando terminar um projeto. Depois
de completar um projeto especial-
m ente d ifíc il, relaxe por algum
tempo.
difíceis ou desagradáveis num jogo.
Diga a si mesmo: “Vou trabalhar o
m áxim o possível d u ran te v in te
m in u to s”. Q u an d o nos c o n c e n ­
tramos em term inar alguma coisa
rap id am en te, conseguim os um
resultado melhor.
• Afaste as distrações do local de
tra b a lh o . M an ten h a alim en to s,
televisão, revistas, telefone e outras
tentações fora do caminho.
• Não adie um projeto por medo
de não o executar com perfeição. È
melhor cumprir prazos, esforçando-
se o mais possível mesmo que os
resultados não sejam perfeitos.
• E stab eleça m etas realistas e
lembre-se de ser flexível.
• N ão a c e ite m ais p ro jeto s e
designações do que pode dar conta.
Se concordar em fazer algo, esforce-
se ao máximo para terminá-lo. Não
diga “sim” se não tem intenção de
concluir a tarefa.
• D eterm in e prioridades
estabeleça um ritmo de trabalho.
• D ecid a m udar o h áb ito da
procrastinação. O Apóstolo Paulo
a co n selh o u : “E, tudo q u an to
A RESPOSTA
DOS LEITORES
Quando receber um chamado ou
designação, comece imediatamente a
cum prir suas respon sabilid ad es.
Planejando cuidadosamente o que
precisa ser feito e sendo constante na
execução das tarefas, terá sucesso.
Não há nada m elhor do que a
sensação de term inar uma tarefa
corretamente. Sua consciência ficará
leve e tra n q ü ila , e irá se n tir-se
verdadeiramente abençoado. Isso o
ajudará a cumprir todos os desafios
— físicos ou espirituais.
M arlene Alves de Almeida, 3 1
Ala Cordeiro, Estaca Sudeste
Recife, Brasil
Às vezes, é d ifícil con seg u ir
motivação para executar as desig­
nações recebidas. Q uando falho,
sempre digo a mim mesma que, da
e próxima vez, começarei a trabalhar
tão logo receb a a d esign ação.
Invariavelmente, cometo os mesmos
erros repetidas vezes. Sei, porém,
que o Pai C elestial não nos pode

A L I A H O N A • M A R Ç O DE 1 9 9 3
21
ajudar, até que nos esforcemos para
começar.
Se inicio uma tarefa, não importa
quão pouco eu faça, ou quão pouco
in sp irad a e s te ja , sei que o Pai
C elestia l me ajudará. P la n ejo as
etapas necessárias para cumprir a
designação e estabeleço um prazo
para term in ar cad a uma d elas,
tentando não me atrasar dentro do
meu esquema. Ao envolver-me com
a ta refa , o S e n h o r me in sp ira.
Q u a n to m aior o meu d esejo de
cumprir a designação, m elhor me
sinto com relação a meus esforços.
L em b re-se de que, quando
p ro crastin am os, estam os apenas
sendo egoístas. “N ão deixe para
amanhã o que pode fazer hoje”.
Masami Ohta, 19
Ramo Nonami,
Estaca Nagoya
Nagoya, Japão
A ociosid ad e é uma séria
fraqueza, que pode im pedir o
progresso. Às vezes eu procrastino,
porque prefiro assistir à televisão, ou
não fazer nada, em vez de trabalhar.
O Pai C elestial nos ama e dá-nos
mais oportunidades de melhorar e
mudar os maus hábitos.
Quando oro para obter orientação
A L I A H O N A
do Espírito Santo, planejo melhor o
tempo e controlo o que eu mesma
posso realizar. Tento planejar com
um propósito e tenho notado que,
quando sou mais organizada, consigo
fazer tudo que preciso, e faço tudo
em menos tempo.
I Rosa Beatriz Pérez
\Baudino, 19
j A la Los Laureies,
Estaca Ciudad Ojeda
Cabimas, Venezuela
Todos os dias escrev o o que
preciso fazer e enumero os itens em
ordem de im portância. Durante o
dia, risco aqueles que já completei e,
embora nunca termine a lista, sinto-
me realizada porque tudo o que
comecei foi terminado.
Sandra Berger
Ramo Bielefeld, Estaca Hannover
Hannover, Alemanha
Tive um sério problem a com a
procrastinação. Um dia, fui sozinha a
um lugar sossegado e refleti sobre
como me sentia a respeito de mim
mesma, e como Deus se sentia a meu
respeito. Pensei em todas as coisas
que não tin h a fe ito e fiq u ei
completamente desanimada.
Ajoelhei-me e orei, pedindo ao Pai
Celestial que me perdoasse e desse
• M A R Ç O DE
22
forças para agir m elhor. Pouco a
pouco, fui sentindo uma mudança
positiva na vida. Comecei a reservar
tem po para m editar em m inhas
responsabilidades. Esse mom ento
ajuda-me a manter-me concentrada
naquilo que é importante na vida e a
não me preocupar com outras coisas.
D esen volvi fé em mim mesma
quando descobri que era filha de
Deus e que ele se preocupava comigo.
Maria Verônica V.
I Basilio, 16
- Ala Tagig,
|Estaca Pasig
Manila, Filipinas
T in h a problem a com p ro cras­
tinação antes de conhecer a Igreja.
Não terminava nada, porque queria
fazer vinte coisas ao mesmo tempo e
esta b ele cia m etas que não podia
alca n ça r. Pouco a pouco, fui
tentando realizar menor número de
tarefas e realizá-las bem. Agora,
consigo terminar tudo o que começo
e percebo melhoras, pois aprendi a
preparar-me mais adequadamente.
C arm en Cantos
Ala Jaén, Distrito M álaga Espanha
Jaén, Espanha
Há um ditado que diz: “A preguiça
é o ladrão da vida eterna”. Às vezes,
1 9 9 3
fico com preguiça, mas lembro-me de
que sou filho de Deus e que ele está
sempre comigo, e assim posso buscar
a perfeição. Sou parte do seu plano
eterno. Isso me motiva a ser melhor.
IO Uu-ju, 18
Ala Son Hu>a,
|Estaca Chong-ju
Taejon, Korea
Não sabemos quando será nosso
último dia na terra, de modo que
precisam os preparar-nos agora,
vivendo com o o Senhor gostaria.
Quando procrastinamos, não sentimos
a influência do Senhor na vida, tão
fortemente quanto poderíamos.
Paula Folau Alovili
Ackland, Nova Zelândia
Costumava sentir-me muito mal
por não terminar as designações da
escola, do trabalho e da Igreja. Um
dia, estava avaliand o q uan to eu
procrastinava e por quê, e percebi
que estava pondo itens de menor
importância à frente daqueles que eu
deveria estar fazendo. Considerava-
me culpada por não fazer o melhor
que podia, e essa era a razão pela
qual eu me sentia infeliz e deprimida.
Ao m ed itar sobre m inha
incapacidade, ten tei imaginar-me
A L I A H O N A
como a filha de Deus que eu deveria
tornar-me. Imaginei todas as coisas
que poderia fazer e senti amor e paz
no coração. Percebi a importância de
ser filha de Deus e descobri que não
tinha confiança em mim mesma nem
a determ inação de atingir minhas
metas. Eu sabia que o Pai Celestial
me ama e quer que eu aja melhor.
Comecei a mudar e, agora, sei que
não há nada que eu não possa fazer,
se me esforçar.
P recisam os c o n fia r em
m esm os, em nosso p o te n cia l e
talentos, valorizando-nos como o Pai
Celestial nos valoriza. Se pudermos
vislumbrar nosso potencial eterno,
seremos motivados, por essa visão, a
realizar grandes coisas na vida.
' Rita David, 19
|Ala Aguanambi,
13» , Estaca Fortaleza
Fortaleza, Brazil
Sou grato aos líderes da Igreja que
nos incentivam a escrever diários.
Todas as noites, escrevo o que fiz
d u rante o dia. Isso me ajuda a
m an ter um registro de m inhas
responsabilidades e ponderar o que
posso fazer melhor. Antes de ir para
cama, peço ao Pai Celestial que me
ajude a estabelecer metas e cumpri-
• M A R Ç O DE
23
las. Q uando escrev o as m etas,
concentro-me mais nelas e esforço-
me mais para alcançá-las.
Élder Jorg Fischer, 23
Ramo Nüm berg,
Estaca N üm berg
Missão M unich
, Alemanha
Torne a seção de PERGUNTAS E
RESPOSTAS mais útil, respondendo
nós às perguntas abaixo. Envie as
respostas antes de 1- de maio de 1993
a PERG U N TA S E R ESPO STA S,
In tern atio n al Magazines, 50 East
North Temple, Salt Lake City, Utah,
84150, U.S.A. Inclua nome, idade,
ala ou ramo, estaca ou distrito, cidade
e país. Se possível, envie também uma
fotografia. Ela não será devolvida. As
respostas podem ser manuscritas ou
datilografadas em sua própria língua,
pois serão traduzidas. Se sua resposta
for pessoal ou muito reservada, peça
que seu nome não seja publicado. As
respostas não serão necessariamente
todas utilizadas.
PERGUNTA: Tenho orado a respeito
de um problem a e não estou certa
de ter recebido resposta. Como posso
discernir os sussurros do Espírito de
m eus próprios pensam entos, e sp e ­
ranças e tem ores? □
1 9 9 3
 O PRIMEIRO JEJUM DE MANOLI
á muitos anos, em nossa
H
pequena cid ad e, na E s­
panha, fazemos reuniões
da Sociedade de Socorro em casa,
uma vez por sem ana. C om o a
maioria das mulheres que as fre­
qüentam são de outras religiões,
evitamos, a princípio, ensinar as
lições de doutrina dos manuais da
Sociedade de Socorro. Gradual­
mente, porém, fomos incluindo as
lições de Viver Espiritual.
Uma manhã, procurei fervorosa­
mente um assunto que tocasse as
m ulh eres. “O que as m ulh eres
devem ouvir esta semana, Pai?”,
perguntei em oração.
Em seguida, e n c o n tre i uma
lição sobre oração e jejum . Senti
que deveria dar essa aula, mas ainda
imaginava com o a idéia do jeju m
seria aceita por não-m em bros da
Igreja. Decidi seguir a inspiração,
pois, há muito tempo aprendi a não
questionar os sussurros do Espírito.
A aula foi boa, ten d o sido
esclarecidas muitas dúvidas e idéias
errôneas. As mulheres começaram a
entender que o jejum, acompanhado
da oração, é uma poderosa ferra­
menta que qualquer pessoa pode
utilizar. Quando eu estava saindo,
uma m ulher que ra ra m en te
comparecia às reuniões, perguntou-
me: “Posso jejuar também.7”.
“C laro que sim, M a n o li”,
repliquei. “Q ualquer pessoa pode
jeju a r. O Pai C e le s tia l não faz
distinção de pessoas e responderá a
todos os-seus filhos.”
C a ro l A n n B a u g h m a n Rivero
Manoli estava visivelmente aflita:
“Sabe, faz dois anos que minha mãe
está num h osp ital
doentes m entais. Ela
piorou recen tem en te e não me
reco n h ece nem a m inha irmã.
para Sen tim o -n o s im potentes quando
vamos visitá-la. Dói-me tanto vê-la
nesse estado”.
Disse a Manoli que começaria um
jejum com ela. Iniciamos com uma
oração. Ao nos levantarmos, depois
de orar de joelhos, expliquei-lhe que
o Pai Celestial sempre responde a
orações e jejuns, mas quando e
como achar melhor.
No dia seguinte, a irmã de
M anoli con tou-lh e que os
fu n cio n ário s do hosp ital
haviam parado de ad ­
ministrar à mãe os sedativos
de rotina porque ela tivera
uma sensível melhora. Estava
livre da agonia que vinha
sen tin d o an tes e repousava
tranqüilam ente. Ela morreu no
dia seguinte, mas Manoli sentia-
se confortada pela certeza de que
a mãe ainda gozava paz e estava
livre da dor.
A prendi m uito com esta
ex p eriên cia. Sei que o Pai
Celestial estava pensando em
Manoli quando me inspirou a
dar a lição que preparou duas
irmãs para a morte da
mãe. □

CUIDAR DAS IRMÃS COM FÉ E DESVELO
T
odas as coisas v iv en tes
precisam de cuidado
adequado para crescerem.
Sem luz, alim en to e água, uma
plantinha nunca poderá tornar-se
uma árvore frutífera.
O cuidado adequado também é
essencial para o crescimento da alma
humana. Cuidar é nutrir, alimentar,
ou sustentar. Nutrimos as pessoas
fisicamente quando dividimos com
elas nosso alim en to e bens, e
emocional e espiritualmente quando
as fortalecemos e encorajamos.
O Salvador passou horas cu lti­
vando amizade com Maria, Marta e
Lázaro. Guiou Pedro, o impetuoso
pescador, aconselhou o mancebo rico
e edificou e en corajo u os fracos.
Abençoou ternamente as crianças.
As m ulheres parecem ter um
desejo natural de cuidar do próximo.
Isso pode ser feito com palavras,
exemplos e gestos am áveis. Duas
maneiras específicas de fazê-lo são
pequenos gestos que demonstrem
atenção e o exercício de nossa fé em
favor dos necessitados.
PODEMOS MOSTRAR
INTERESSE, NÃO CRITICAR
Q uand o vem os pessoas em
dificuldade, podemos pensar que
estam os aju d and o quando as
critica m o s, ou quando lhes
mostramos como devem melhorar. O
Senhor, porém, não nos mandou
“capinar o jardim” (ou seja, remover
as faltas) da vida alheia.
A L I A H O N A
MENSAGEM DAS PROFESSORAS VISITANTES
ILUSTRADO POR LORIE ANDERSON W ING
Em vez de julgar ou criticar aqueles
que podem estar em dificuldades,
podemos ouvir sem dar conselhos,
aju d ando-os a en con trarem
próprias respostas. Podemos fazer
pequenas coisas que mostrem nosso
interesse: um sorriso encorajador, uma
palavra de apreço, ou disposição para
relatar uma experiência.
Uma jov em u n iv e rsitá ria
encontrava-se quase que soterrada
por dificuldades pessoais e familiares.
“Foi um período de tristeza e
solidão”, lembra. “Então, Lila, uma
jov em que servia com igo num
chamado da ala, começou a visitar-
me em meu apartamento. A visita
repetiu-se por muitas e muitas vezes,
exatamente nos momentos em que
me sentia à beira do desespero. A
amizade que demonstrou ajudou-me
a prosseguir, não somente porque me
trou xe ânim o, mas porque me
mostrou que o Pai Celestial sabia de
minha necessidade”.
• Quando foi que a preocupação de
• M A R Ç O
25
alguém a ajudou num período difícil?
• O que essa pessoa fez, especifica­
mente, para ajudá-la?
• Recorda-se de alguém que precise
d esse tipo de a ju d a de su a p a rte,
agora ? .
PODEMOS EXER CER FÉ EM
FAVOR DO PRÓXIM O
O u tra m aneira de zelar pelas
pessoas é exercer fé e orar por elas.
A lm a jeju o u e orou pelo filho
rebelde, e sua fé produziu bons frutos
na nutrição espiritual de Alma, o
Filho. (Vide Mosiah 27:8-14, 20.)
Um casal da Califórnia, com filhos
as de idades entre dezoito e trinta anos,
descobriu que os filhos eram aben­
çoados quando eles, os pais, jejuavam,
oravam e freqüentavam o templo
especificamente em favor dos filhos:
“Um filh o que deveria ter
cumprido missão de tempo integral,
e que sofria por falta de testemunho,
foi o motivo de muitas das nossas
visitas especiais ao templo”, disse a
mãe. “Depois de cada visita (ao
tem plo), surgia uma cen telh a de
mudança em sua vida, e logo o fogo
do testemunho queimou com calor
suficiente para que ele cumprisse
m issão” ( E n s ig n , m arço de 1992,
página 71).
• L e m b ra -s e de q u a n d o seus
esforços para ajudar alguém levaram
conforto a um amigo ou mem bro da
família? Qual foi sua experiência?
• Quem , na sua vida, talvez precise
agora de sua fé e orações ? □
DE 1 9 9 3
JOHN TAYLOR
O C O R A J O S O
Leon R. H a rts h o rn
ouco antes de o Profeta Joseph Sm ith e seu
P
irmão Hyrum serem assassinados na cadeia de
Carthage, o Élder John Taylor, seu companheiro
de prisão, cantou “Um Pobre e Aflito Viajor” para os
confortar. Em minutos, Joseph e Hyrum foram mortos.
Uma bala projétil atingiu o relógio de bolso do Élder
John Taylor, cuja vida foi miraculosamente preservada.
Este incidente dramático talvez seja o momento mais
conhecido da vida de John Taylor, que mais tarde se
tornou o terceiro Presidente da Igreja. No entanto,
talvez poucas pessoas tenham uma idéia clara do homem
em si, com sua marca pessoal de ousadia e fé sincera, ou
do seu enorme sucesso como jornalista e missionário da
Igreja.
Talvez o caráter do Presidente Taylor seja melhor
descrito por dois carinhosos apelidos que lhe foram
dados quando jovem: “Defensor da Fé” e “Campeão da
Liberdade”.
De que é feito um homem que enfrenta um grande
grupo de pessoas hostis e abertam ente as convida a
baterem nele e, no entanto, entende de tal forma os
A L I A H O N A
sentim en tos das pessoas que poderia resolver uma
discussão sem Jizer uma única palavra?
Jo h n Taylor com eçou a d esenvolver essas
características cedo na juventude, em suas atitudes com
rela çã o ao S e n h o r e ao ev an gelh o. N ascido em
Milnthorpe, na Inglaterra, em 1 - de novembro de 1808,
John Taylor foi um sério pesquisador da verdade, desde a
meninice. “Naquele período da minha juventude”, disse
ele mais tarde, “aprendi a aproximar-me de Deus. Muitas
vezes ia para o campo e, escondendo-me atrás de um
arbusto, inclinava-me perante o Senhor e clamava-lhe
que me guiasse e dirigisse. E ele ouviu minhas orações. As
vezes eu levava outros meninos comigo. Será bom para
vós . . . clamar ao Senhor em vossos lugares secretos,
como eu fiz”. (Em Journal of Discourses, 5:314-15.)
Aos dezesseis anos, John Taylor tornou-se membro da
Igreja M etodista e, aos dezessete, foi indicado como
pastor leigo. Mais tarde, teve “uma forte impressão de
que eu tinha que ir para a América pregar o evangelho”.
(Como citado em B. H. Roberts, T h e Life o f John Taylor,
Salt Lake City, Utah: Bookcraft, 1963, página 28.) John
• M A R Ç O DE 1 9 9 3
26
Descrito por Brigham Young como "um dos editores
m ais fortes que já existiu", John Taylor editou e foi o
autor de muitos jornais, revistas, livretos e folhetos.
Também escreveu alguns livros im portantes de
doutrina, nos prim eiros anos da Igreja.
Taylor emigrou para o Canadá em 1832, aos vinte e três
anos. Em Toronto, conheceu e casou-se com Leonora
Cannon, que também era da Grã-Bretanha. Continuou a
pregar para a Igreja Metodista, mas, insatisfeito com
aquela religião, os Taylors e alguns amigos organizaram
um grupo de estudo religioso e oraram pela restauração
do Cristianismo do Novo Testamento. Enquanto isso,
Jo h n trab alh av a no que aprend era na In g laterra:
marcenaria e tornearia de madeira.
Os Taylors souberam do evangelho restaurado em
circunstâncias incomuns. Em 1836, Parley P Pratt foi
enviad o a T o ro n to , por re v e la çã o , para pregar o
evangelho. C oncernente à missão do Élder Pratt no
Canadá, Élder Heber C. Kimball profetizou: “Como
resultado desta missão, a plenitude do evangelho se
espalhará pela Inglaterra”. (Vide Roberts, página 35.) O
Èlder Pratt recebeu de um estran h o uma carta de
apresentação para um John Taylor em Toronto. Quando,
porém, visitou a casa dos Taylor, teve uma recepção
educada, mas não exatamente cordial. Mais tarde, depois
de apresentar sua mensagem aos ministros religiosos da
cidade, Élder Pratt preparou-se para partir. Maleta na
mão, despedia-se de John Taylor quando um vizinho —
membro do grupo de estudo religioso dos Taylors —
en trou , o fereceu sua casa para que o Elder P ratt
pregasse, propondo h osp ed á-lo e a lim e n tá -lo .
Conseqüentemente, John e Leonora Taylor ouviram a
pregação de Élder Pratt. Esta foi a resposta de John ao
grupo de amigos:
“Aqui estamos, ostensivamente em busca da verdade.
Já pesquisamos por completo outros credos e doutrinas, e
comprovamos que são falsos. Por que deveríamos temer
fazer o mesmo com o mormonismo? Este cavalheiro, Sr.
P ratt, apresentou-nos muitas doutrinas que corres­
pondem aos nossos pontos de vista . . . Já oramos a Deus,
pedindo-lhe que nos envie um mensageiro que nos diga
se sua verdadeira igreja está na terra. Eu desejo pesquisar
suas doutrinas e pretensões à autoridade e ficaria muito
A L I A H O N A • M A R Ç O
20
contente se alguns de meus amigos se unissem a mim
nesta pesquisa. No entanto, se nenhum o fizer, podeis
estar certos de que pesquisarei sozinho. Se descobrir que
sua religião é verdadeira, aceitá-la-ei, sejam quais forem
as conseqüências; caso contrário, irei desmascará-la.”
(Vide Roberts, páginas 38-39.)
Por três semanas, John Taylor acompanhou Elder
Pratt a todos os lugares, copiando os sermões que ele
proferia. Depois, em particular, comparava-os com as
escrituras. Satisfeitos ao verificar que o missionário
estava ensinando a verdade, John e Leonora Taylor se
uniram à Igreja. John foi ordenado élder aos vinte e oito
anos de idade e, quando os missionários voltaram para
casa, foi encarregado da Igreja no Canadá.
O irmão Taylor converteu muitos amigos e vizinhos
em Toronto. Um ano depois do batismo, os Taylors
m udaram -se para Ear W est, em M issouri. No ano
seguinte, em 19 de dezembro de 1838, John Taylor foi
ordenado A póstolo, pouco depois do seu trigésimo
aniversário.
Quatro anos mais tarde, Elder Taylor foi nomeado
editor do T im es a n d S ea so n s, o jorn al da Igreja em
Nauvoo, Illinois. Nos anos seguintes, ele editou e foi
autor de muitos jornais, revistas, livretos e folhetos. O
Presidente Brigham Young disse sobre o Elder Taylor:
“Ele tem um dos intelectos mais privilegiados que se
poderia encontrar num homem; é poderoso, cheio de
vigor, e podemos dizer também que é um poderoso editor,
mas usarei um termo que me agrada, dizendo que ele é
um dos editores mais fortes que já conhecemos”. (Em
Jo u rn a l o f D iscourses, 4:3 4 .) Em 1882, enquanto era
Presidente da Igreja, escreveu um livro intitulado A
M ediação e Expiação de Nosso Sen h o r e Salvador Jesus
C risto , no qual explica as escrituras e presta forte
testemunho do papel de Jesus Cristo como Salvador e
Redentor.
O Elder Taylor também obteve considerável fama
como orador eloqüente, que impressionava os ouvintes
mais com ló gica do que com m era em oção. Em
cumprimento à profecia, ele auxiliou os companheiros
apóstolos a levarem o evangelho à sua terra natal. Nas
Ilhas Britânicas, iniciou a obra em Liverpool, na Ilha do
Homem e na Irlan d a. Mais tarde, presidiu a obra
m issio n ária na F ran ça e na A lem an h a, onde
DE 1 9 9 3
Defrontando-se com a possibilidade de ser coberto de
piche e penas, John Taylor desafiou os adversários,
rasgando a roupa e declarando: "C avalheiro s, vinde
com vosso piche e vossas penas, a vítima está pronta!".
supervisionou a tradução e publicação do Livro de
Mórmon em francês e alem ão; com eçou tam bém a
publicação de duas revistas internacionais da Igreja:
LÉtoile (“A Estrela”) em francês, e Zions Panier (“O
Estandarte de Sião”) em alemão.
O Élder Taylor também exerceu importante papel,
ajudando os santos a se estabelecerem em Nauvoo e,
mais tarde, no O este. Após o m artírio de Joseph e
Hyrum Sm ith , Jo h n Taylor ajudou o Elder P ratt a
conduzir um grupo de 1.500 santos ao Vale do Lago
Salgado, no outono de 1847. Lá, serviu com o juiz,
legislador, e superintendente de escolas por muitos anos.
Por ocasião da morte do Presidente Brigham Young em
1877, John Taylor, com sessenta e nove anos, assumiu a
liderança da Igreja até 1887, quando morreu.
C om o era o hom em Jo h n Taylor? O segu inte
incidente dará uma idéia: Como jovem Apóstolo, Elder
Taylor foi falar a alguns membros da Igreja perto de
Columbus, em Ohio. Pouco antes de sua chegada, alguns
santos contaram-lhe que a maioria do povo da cidade
planejava reunir-se no local ao ar livre onde ele falaria.
Previam que ele seria co b erto de piche e penas e
aco n selh a ra m -n o a não ir. Após um m om ento de
reflexão, replicou que iria, e se os amigos não quisessem
acompanhá-lo, iria sozinho.
Quando chegou, começou informando aqueles que lá
se en con travam de que chegara re cen tem en te do
C anad á, uma terra sob regim e m o n árq u ico :
“Cavalheiros, agora estou diante de homens cujos pais
lutaram para obter uma das mais grandiosas bênçãos
conferidas à família humana — o direito de pensar, falar
e escrever; o direito de dizer quem irá governá-los, e o
direito de adorar a Deus de acordo com os ditames de
sua consciência . . . Vejo ao meu redor os filhos daqueles
nobres pais que, ao invés de se inclinarem ao comando
de um tirano, deram a vida, fortunas e honra sagrada
para romper esses grilhões. . .
Incidentalm ente, contudo, fui informado do vosso
A L I A H O N A
propósito de cobrir-me de piche e penas por causa de
minhas opiniões religiosas. É essa a dádiva que herdastes
de vossos pais? É essa a bênção que obtivestes pelo
derramamento do sangue de vossos bem-amados? É essa
vossa liberdade? Se assim for, tendes agora uma vítima, e
teremos uma oferta à deusa da liberdade”.
N aquele m om ento, rasgou as roupas e disse:
“Cavalheiros, vinde com vosso piche e vossas penas, a
vítima está pronta; e vós, espíritos dos veneráveis patriotas,
contemplai os feitos de vossos filhos degenerados! Vamos,
cavalheiros! Vamos, digo que estou pronto!”.
N inguém se m oveu nem falou. Élder Taylor
permaneceu ali, ereto em completa majestade, nos seus
1,80 m de altura, calmo, mas desafiador. Ninguém se
aproximou.
Depois de uma pausa, ele falou durante mais três
horas! Ao término do discurso, líderes da comunidade se
aproxim aram d ele, exp ressan d o desagrado pelas
intenções hostis de alguns cidadãos. (Vide Roberts,
páginas 53-55.)
A fé corajosa de John Taylor foi também demonstrada
quando cumpriu uma de suas missões na Inglaterra.
Depois de uma difícil jornada de Far West, Missouri,
Elder Taylor chegou a N ova York com apenas um
cen tav o no bolso. N ão era, porém, do tipo que se
julgasse pobre e, quando lhe perguntaram se tinha algum
dinheiro, disse que sim. No dia seguinte, Élder Pratt
aproximou-se dele:
“Irmão Taylor, ouvi dizer que o senhor tem bastante
dinheiro.”
“Sim, irmão Pratt, é verdade.”
“Bem”, disse o Elder Pratt, “estou para publicar um
livro: Voice o f W aming e M illennial Poems; preciso muito
de dinheiro, e, se pudesse fornecer-m e duzentos ou
trezentos dólares, ficaria muito grato.”
“Bem, irmão Parley, pode dispor de tudo o que tenho,
se lhe for de proveito.” A essa altura, ele pôs a mão no
bolso e deu ao Élder Pratt o centavo.
Os dois riram animadamente, e depois o Élder Pratt
disse: “Eu pensei que tivesse dito que possuía muito
dinheiro”.
“E possuo", replicou o Elder Taylor. “Estou bem
vestido, o senhor me dá bastante alimento, bebida e bom
alojamento; tudo isso e mais um centavo de sobra, já que
• M A R Ç O DE 1 9 9 3
31
não devo nada, não é muito?”
Naquela noite, numa reunião de alguns líderes da
Igreja que se preparavam para ir à Inglaterra, Elder Pratt
propôs que ajudassem o Elder Taylor com dinheiro para
pagar a passagem. Elder Taylor objetou, dizendo que, se
tivessem algo, deviam dá-lo ao Élder Pratt, pois ele tinha
uma família para sustentar e necessitava de dinheiro para
a publicação de seu livro. Wilford Woodruff, um grande
homem de fé, demonstrou pesar pela posição do Elder
Taylor.
“Não haverá dificuldade a esse respeito”, replicou o
Élder Taylor. “Arranje uma passagem para mim no vosso
navio e eu providenciarei o dinheiro.”
Então, das várias pessoas que foram influenciadas pelo
E spírito do Senh or, Élder Taylor receb eu doações
suficientes para pagar, não só sua passagem, mas também
a de um outro élder. (Vide Roberts, páginas 72-74.)
Grande coragem e ousadia — nos seus feitos, no que
escrevia e dizia!
John Taylor tinha grande com preensão e amor às
pessoas. Certa vez, enquanto era Presidente do Quorum
dos Doze A p ósto los, dois irm ãos idosos e fiéis se
aproximaram dele para falar sobre uma disputa amarga.
Eles tinham resolvido que aceitariam qualquer decisão
do P resid en te Taylor. E n tã o , eles o v isitaram e
perguntaram se poderia ouvir sua história.
Disse ele: “Irmãos, antes de ouvir-vos, gostaria muito
de cantar-vos um dos hinos de S iã o ”. O Presidente
Taylor, cantor talentoso e comovente, cantou um hino
para os dois. Ao terminar, disse que sempre que ouvia
um dos hinos de Sião, sentia desejo de ouvir mais outro.
Assim, os dois irmãos consentiram em ouvir um segundo
h in o. D epois d este, o P resid en te Taylor fez um
comentário espirituoso de que ouvira dizer que número
ímpar dava sorte; então, concordaram que ele cantasse
um terceiro. Posteriorm ente, disse com um sorriso:
“Agora, irmãos, não quero ser cansativo, mas se ouvirdes
mais um hino, prometo parar de cantar e ouvir vosso
caso”. Quando terminou o quarto hino, os dois irmãos
estavam em lágrimas; levantaram-se, apertaram as mãos
e pediram desculpas ao Presidente Taylor por terem
tomado seu tempo. Saíram sem lhe dizer sobre o que se
desentenderam. O canto os havia reconciliado. (Vide
Improvement Era, setembro de 1940, página 522.)
A L I A H O N A • M A R Ç O
32
Quando dois irm ãos fiéis se aproxim aram do
Presidente John Taylor para resolver uma disputa
a m a rg a , fez com que se reconciliassem pelo Espírito,
cantando-lhes hinos de Sião.
Em outra ocasião, surgiu uma dificuldade entre os
m em bros de um ram o. “Q uan d o nos reu n im os”,
recordou mais tarde o Presidente Taylor, “in iciei a
reunião com uma oração e, depois, chamei vários irmãos
presentes para orar; eles o fizeram, e o Espírito do Senhor
repousou sobre nós. Pude n o tar que havia um
sentim ento bom nos corações daqueles que tinham
demonstrado ressentimento e disse-lhes que expusessem
o caso, mas eles afirmaram que nada tinham a dizer. Os
maus sentim entos desapareceram, pois o Espírito do
Senhor eliminou-os, e eles sabiam que deviam perdoar
uns aos outros.” (Em Journal o f Discourses, 21:366-7.)
Assim era John Taylor!
Ironicamente, embora fosse proclamado campeão da
liberdade, como profeta passou muito tempo no exílio,
por causa da intensa perseguição do governo dos Estados
Unidos aos santos. Em conseqüência, sob sua direção
grandes colônias de santos emigraram para o México e
Canadá.
Durante um período difícil, Élder Taylor disse: “No
que me concerne, digo que venham todas as coisas como
Deus as ordenou. Eu não desejo provações; não desejo
tribulações . . . Mas se os terremotos rugirem, os raios
faiscarem , os trovões retu m barem , e as forças da
escu rid ão forem so ltas, e o esp írito do mal tiv er
permissão para alastrar-se, e uma influência maléfica
atingir os santos, se minha vida, assim como a deles, for
testada — que tudo venha, pois somos os santos do
Altíssimo . . . Sinto que devo concordar e empenhar-me
no trabalho, qualquer que seja ele. Se for para a paz, que
haja paz; se for para a guerra, que seja com a espada em
punho”. (Em Journal o f Discourses, 5:114-115, 122.)
Felizmente, houve um término pacífico para o conflito,
mas sem o espírito corajoso de John Taylor durante
aqueles tempos difíceis, muitos santos teriam perdido a fé.
Ele foi um exemplo óbvio da verdade de que a coragem é
contagiosa. Pode ser assim também em nossa própria vida
e na vida daqueles que influenciamos. □
DE 1 9 9 3
 Eventos mais
importantes da
vida de John Taylor
1808-1887
Ano Idade Evento
1808 l e de novembro: Nasce em
Milnthorpe, Inglaterra.
14 Trabalha como tanoeiro (que faz
barris) e como torneador de
madeira.
16 Entra para a Igreja Metodista.
24 Emigra para o Canadá.
27 E batizado, ordenado élder e dirige
a Igreja no Canadá.
30 19 de dezembro: E ordenado
Apóstolo.
3 1 -3 3 Cumpre a primeira missão na
Inglaterra.
34-37 Serve como editor do Times and
Seasons.
35 E gravemente ferido na Cadeia de
Carthage, no martírio de Joseph
Smith.
3 7 -3 8 Cumpre a segunda missão na
Inglaterra.
38 Lidera um grupo de santos para o
Vale do Lago Salgado.
4 1 -4 4 Preside a obra missionária na França
e na Alemanha.
4 7 -4 9 Preside a Missão dos Estados do
Leste.
4 9 -6 8 Serve na Legislatura Territorial de
Utah.
68 29 de agosto: Torna-se líder da
Igreja como Presidente do Conselho
dos Doze Apóstolos.
69 11 de agosto: Organiza a Associação
da Primária.
71 10 de outubro: Apoiado Presidente
da Igreja.
76 Fevereiro: Retira-se para o exílio,
devido à perseguição do governo dos
Estados Unidos.
78 25 de julho: Morre em Kaysville,
Utah.

A L I A H O N A • M A R Ç O DE 1 9 9 3
33
OLIVIO
GOMES
MANUEL
O SEGREDO DE SEU SUCESSO

Lisa A. Johnson
FOTOGRAFIA TIRADA PELO AUTOR

T
odos já devem ter ouvido
uma h istó ria m iracu losa
sobre o rapaz ou moça criado
na pobreza, que sobrepujou grandes
o b stá cu lo s para to rn a r-se um
campeão mundial de atletismo, rico
e famoso.
Temos uma história similar, mas
com eça de m aneira ainda pior e
term in a m uito m elhor. P arece
impossível? Leiam.
O lívio Gom es M anuel cresceu
numa pequena vila angolana. Ele e
os sete irmãos e irmãs viviam numa
caban a de p au -a-p iq u e de dois
cômodos, chão de terra e telhado de
sapé. Não havia água encanada nem
eletricidade.
Quando Olívio tinha nove anos de
idade, seu país foi atirado numa guerra
civil extremamente violenta, na qual
milhares de pessoas morreram, ou
simplesmente desapareceram. Depois,
Olívio Manuel saiu
de uma cabana de
pau-a-pique na
África para uma
m issão em
Portugal e, entre
uma coisa e outra,
jogou basquete
profissional.
 quando a maior parte do con flito
havia term inado, a fome varreu
Angola, e milhares mais morreram de
fome. “Não era uma vida boa”, diz
Olívio, com uma voz profunda e doce.
M oderação no falar é uma c a ra c­
terística dele.
Olívio, contudo, foi salvo da fome
devido à sua in crív el altu ra e
agilidade. Conseguiu jogar basquete
em troca de alim en to. “Deus me
abençoou”, diz ele.
Com onze an os, ap ro xim ad a­
m en te, O lív io tin h a 1,9 0 m. Já
jogava basquete profissional havia
cerca de dois anos. “Profissional”
significava que a com panhia que
patrocinava a equipe às vezes lhe
dava comida nos dias de jogo. Em
algumas semanas, aquelas eram as
únicas refe içõ e s co m p letas que
Olívio fazia.
O melhor de tudo eram as viagens
Ele estava em Portugal,
para jogar, pois forneciam todas as
jogando basquete
refeições. Olívio jogou na Nigéria,
havia a p e n as um mês,
A lg éria , no Zaire e até
quando viu dois
Checoslováquia. “Estive lá durante
rap azes, usando ternos
dez dias, e deram-nos dinheiro para
elegantes. Disseram
comprar alim en to”, con ta O lívio.
que queriam falar-lh e.
“Com esse dinheiro, comprei roupas
e sapatos para minha família. Era
difícil comprar roupas em Angola,
por causa dos altos preços.”
Olívio tinha sido criado pelos pais
para ser um bom cristão, mas houve
tempos em que sua fé foi provada.
“Se Deus existe, como pode permitir
que tan tas pessoas m orram , que
tantos sofram?” perguntava. Ainda
assim, Olívio não podia negar que
D eus tiv era in flu ê n cia na sua
sobrevivência, e sentia que estava
A L I A H O N A • M A R Ç O DE
36
sendo preparado para alguma coisa.
Quando O lívio tinha dezessete
anos, jogou numa equipe do exército
angolano. Todos os rapazes do país
eram obrigados a servir no exército
por tempo indeterm inado. O lívio
tam bém p articip ou da se leçã o
nacional.
Foi aí que começou a sonhar com
a idéia de jogar em Portugal. Falava
fluentem ente a língua portuguesa.
(Angola foi colônia de Portugal, e a
língua oficial é a portuguesa.) Além
disso, Olívio soube que os jogadores
profissionais em Portugal realmente
receb iam salário s. Ele poderia
mandar dinheiro para a família.
O lívio levou alguns anos para
obter um visto para Portugal, mas,
uma vez lá, em poucos dias
encontrou uma equipe profissional
que o con trato u . Tinha não só a
altura que eles queriam (2 metros),
mas também a habilidade.
Em apenas um mês, encontrou
na algo mais. “Eu estava no metrô e vi
esses dois rapazes — eram bem
jovens, mas usavam ternos elegantes
e disseram que queriam falar-me. Eu
concordei”.
“C om eçaram a en sin ar-m e as
palestras. A história de Joseph Smith
me surpreendeu, mas eu me senti
bem a respeito dela. Tudo soava
bem. Uma semana mais tarde, fui a
uma c o n fe rê n c ia . C o m ecei a
freqüentar as reuniões e, depois, fui
b atizad o. O batism o é para a
remissão dos pecados. Eu era uma
boa pessoa, mas sabia que precisava
ser batizado.”
Olívio não sabia a que o batismo
1 9 9 3
"A história de
Joseph Smith me
surpreendeu, m as
eu me senti bem a
respeito d ela. Tudo
so ava bem. Uma
sem ana m ais tarde,
fui a uma conferência
. . . e depois fui
batizado." Agora ele
está cumprindo
m issão.
 o conduziria. Q uando não estava
jogando basquete, estava na igreja.
“Tentava ir sempre à igreja. Toda vez
que eu ia, minha mente se abria, e eu
aprendia um conceito novo. Sentia-
me ótimo”.
Um ano depois, um dos colegas
americanos da equipe disse: “Ei, você
é mórmon. Os mórmons não servem
com o missionários? Você sairá da
equipe e irá para a missão também?”
A q u ilo fez O lív io co m eça r a
pensar. “As coisas que aprendi
tinham significado para mim, e eu
disse: Bem, se essas coisas vêm de
D eus, ten h o que as e x p lica r às
pessoas”.
Deixar o basquete, porém, seria
d ifíc il. O lív io tin h a acabad o de
entrar para a seleção portuguesa, e
sua equipe profissional ofereceu-lhe
um c o n tra to m uito v a n ta jo so :
bastante dinheiro, um carro e um
O basquete é tão
apartamento luxuoso.
natural p ara Olívio
“Era uma decisão difícil deixar o
como o n ad ar é para
basquete, por isso resolvi receber a
um peixe. Parece que
b ên çã o p atriarcal. A b ên ção
ele foi feito para isso.
declarava que eu ia servir ao Senhor,
e assim decidi ir. Deus me preparou
para vir aqui e encontrar o evangelho,
dando-m e ta len to para jogar
basquete. Não vejo problem a em
deixar o basquete para servi-lo. Acho
que posso ajudar muitas pessoas.”
A gora, éld er O lív io Gom es
M an u el, que saiu do n o rte de
Portugal há quase dois anos para
servir no sul do país, está ajudando
muita gente. É conhecido na missão
pelo sorriso fra n co , a n atureza
sin cera, o trabalh o d iligen te e o
relacio n am en to am istoso com as
A L I A H O N A • M A R Ç O DE 1 9 9 3
38
pessoas mais baixas que ele.
Esse não é o tipo de fama que faz
de alguém uma estrela em rede
nacional de televisão, mas, sim, uma
estrela nas eternidades. E embora
O lívio não ganhe grandes somas,
provenientes de contratos gigantescos
e p atro cín io s, ele sabe que a
recompensa eterna será muito maior.
Ainda assim, os olhos de Olívio se
iluminam quando ele tem nas mãos
uma bola de basquete, no dia de
preparação dos missionários. Vendo-o
deslizar pela quadra de basquete,
nota-se que o basquete é tão natural
para ele como o nadar para um peixe.
Parece que foi feito para isso. Uma vez
terminada a missão, Olívio gostaria de
usar o basquete para pagar os estudos
numa universidade. Depois, quer
retornar a Angola “para ajudar a
Igreja e ajudar as pessoas de lá a se
desenvolverem”. Élder Manuel fala
agora, principalmente, o português,
mas lembra-se da língua nativa, um
dialeto africano chamado Quinbondo,
e também sabe inglês.
Embora o fim desta história esteja
longe de ser escrito, ela já é uma
h istó ria de su cesso tão grande
q u an to o próprio éld er M anu el.
Afinal, o jogador profissional mais
rico do mundo não pode comprar o
caminho para o céu. Não importa
quantos autógrafos ele dê, pois se o
seu nome não estiver escrito no livro
da vida, nada significará.
Élder Manuel já conquistou mais
sucesso do que poderia sonhar, e seu
segredo é simples: “Eu escuto Deus,
e quando faço o que ele diz, ele me
abençoa”. □
Olívio já obteve
m ais sucesso do que
poderia sonhar, e seu
segredo é sim ples:
"Eu escuto Deus, e
quando faço o que
ele diz, ele me
abençoa."
 CARLOS E MARIA ROIG
UMA MUDANÇA
DE CORAÇÃO
M a rv in K. G a rd n e r
stá bem! Eu já ouvi os missionários”, disse Carlos
E
Smith!”
à esposa. “Mas não quero saber mais. Eu não
acredito nisso. E nunca vou acreditar em Joseph
Carlos estava acostumado a ter as coisas a seu modo.
Com o engenheiro civ il, era m uito respeitado pela
com unidade p ro fissio n al, tin h a m uitos amigos
importantes e era membro de diversos clubes da elite
social de Assunção, Paraguai.
Durante os oito anos de casados, porém, parecia que
Maria sempre estava a implorar-lhe que desse mais uma
oportunidade à Igreja. “Eu continuava chorando e
discutindo com ele”, conta ela. “Então, um dia, ele se
cansou, arrumou as malas e foi embora!”.
Ela ficou sozinha com os três filhos, na bela casa que o
próprio Carlos havia desenhado e construído. E teve
muito tempo para pensar.
Em 1961, aos doze anos, Maria Teresa Ambrasath foi
batizada, junto com a mãe e quatro irmãs. Estavam entre
os primeiros membros da Igreja no Paraguai. Quando
Carlos Alberto Roig começou a cortejá-la, sabia que ele
não era membro da igreja. Naquela época, porém,havia
Em sua casa em Assunção, Parag u ai. Na frente:
A ndrea (4) e San dra (6). Segunda fileira: Verônica
(14), Carlos, M aria e Marcelo (12). Atrás: N athalia (17),
Carolina (21) e o m arido de C arolin a, G a b rie l Cella.
A L I A H O N A
poucos rapazes solteiros na Igreja em Assunção. Carlos
era um rapaz educado, atraente, de cabelos negros
ondulados, estudado e com uma carreira promissora.
Maria era uma bela loira descendente de europeus. Eles
faziam um casal perfeito. Carlos levava-a de carro até a
Igreja e voltava mais tarde para buscá-la.
Depois de se casarem , em 1970, e com eçarem a
formar uma família, Maria continuou ativa na Igreja,
servindo como professora e presidente nas auxiliares da
ala e da estaca. “Carlos continuou a levar-nos para a
Igreja e a buscar-nos mais tarde”, conta Maria. “As
pessoas viam -no e diziam-me: ‘Seu marido vai ser
membro da Igreja um dia’. Mas ele nunca assistia às
reuniões”.
Desde o começo do casamento, Maria tentou fazer
com que Carlos se interessasse pelo evangelho. “Todas
as noites, eu lia os livros da Igreja para ele enquanto
estav a d e ita d o ”, diz ela. “O ev an g elh o era tão
interessante e importante para mim, que queria dividi-lo
com ele. Queria que ele soubesse tudo que eu sabia”.
Sem perceber, Carlos passou a acreditar em algumas
das coisas que ouvia. “Eu li tanto para ele”, diz ela, “que
quando conversávam os sobre religião com amigos,
Carlos não percebia que estava transmitindo doutrina da
igreja; ele achava que estava falando da sua religião”.
Resistia inflexivelmente, porém, à idéia de mudar de
religião. De vez em quando, devido as súplicas de Maria,
ele ouvia os missionários, mas de nada adiantava. “Chorei
• M A R Ç O DE 1 9 9 3
41

muitas vezes por causa disso, quando estava sozinha”, diz
Maria, “e sempre discutíamos sobre o assunto”.
Felizmente, Carlos voltou para casa dois dias depois
de ter partido naquele m omento de raiva. E, pouco
tempo depois, algo aconteceu que mudou o coração de
Maria e seus sentimentos para com o marido.
“Foi chamado o primeiro patriarca no Paraguai, e eu
pedi minha bênção patriarcal”, lembra ela. “Na bênção,
o Senh or me assegurava que, se m agnificasse meu
chamado de esposa, mãe e filha de Deus, além dos outros
chamados na Igreja, tudo iria acabar bem. O Senhor me
prometeu que tocaria o coração de meu marido, e que
poderíamos ir ao templo e ser selados. Foi-me dito que
não chorasse mais por causa disso. (Como o patriarca
podia saber que eu passara todo o dia anterior chorando
por esse motivo?)”
Quando ela contou a Carlos sobre a bênção, ele fez
pouco caso, d izen d o -lh e que aq u ilo n un ca iria
acontecer.”Eu, porém, tinha muita fé e esperança na
bênção p atriarcal”, diz ela. “Daquele m om ento em
diante, nunca mais insisti com ele a respeito da Igreja.
Em vez disso, com ecei a fazer o que minha bênção
patriarcal me dizia que fizesse.”
Ela tornou seu lar um lugar agradável e alegre,
procurando ser um bom exemplo do que acreditava.
Guardava o dia do Senhor, cumpria seus chamados na
Igreja e ia com os filhos às reuniões e atividades. “Jejuei e
orei por Carlos”, diz ela. “Meus filhos e eu realizávamos
a l i a h o
A p esar de Carlos resistir à idéia de m udar de
religião, M aria m anteve a esp erança nas
prom essas de sua bênção patriarcal. Ela tornou
seu la r um lugar a g ra d á v el e aleg re e procurou ser
um bom exemplo do que acred itava. "Agora não
tenho m ais tempo p ara meus clubes sociais", diz
Carlos. Em vez disso, ele prefere p a ssar o tempo
em casa com a fam ília.
noites familiares e sempre o convidávamos a participar.
Nas orações familiares, sempre orávamos para que ele
um dia aceitasse o evangelho. Quando era sua vez de
orar, porém, ele sempre pedia ao Senhor que não o
deixasse perder a fé nem afastar-se da sua igreja!”.
Maria também estava preparando Carlos para o dia
em que ele começasse a pagar o dízimo. “Pedia-lhe que
me desse dez por cento de suas rendas extras. Eu pagava
meu dízimo com isso. Ajudava-o a acostumar-se a viver
sem os dez por cento”.
Numa quinta-feira, ao preparar o desjejum, Maria
sentiu fortem ente que deveria orar para que Carlos
tornasse a ouvir os m issionários. “N aquele mesmo
instante comecei meu jejum”, diz ela.
Surpreendentemente, dois missionários foram visitá-la
por acaso naquela tarde. “Fazia muito tempo que os
missionários não iam à nossa casa”, diz ela. “Eu lhes
con tei que estava jeju ando naquele dia por Carlos.
Disseram: ‘Nós jejuaremos com a irmã. E vamos batizar o
seu marido! Quando podemos voltar?’”.
Maria pediu-lhes que voltassem na noite da segunda-
feira seguinte, porque era o único dia em que Carlos não
ia a um de seus clubes depois do trabalho. Na segunda-
feira, ela e os dois missionários começaram um novo
jeju m . Ela nada dissera a C arlos sobre a visita dos
missionários.
Q uando C arlos voltou do trabalho, naquele dia,
avisou que iria ao clu be jo g ar tên is. “Fiqu ei tão
n a • m a r ç o DE 1 9 9 3
42
desapontada!” diz Maria. “Ele nunca jogava tênis na
segunda-feira. E eu tinha certeza de que não voltaria até
bem tarde. Não sabia como pedir-lhe que ficasse. E,
assim, ele acabou indo”.
Às seis e meia da tarde, os missionários chegaram.
C horando de co n stran g im en to e d ecep ção , M aria
explicou que Carlos não estava em casa. “Nós estávamos
jejuando por ele!”, disse ela. “Como foi que as coisas
acabaram saindo desse jeito?”.
E n tr e ta n to , a pessoa com quem C arlos h avia
combinado de jogar tênis não apareceu. E ninguém mais
apareceu! “Não havia com quem jogar”, lembra ele. “Era
muito estranho. E, assim, voltei para casa”.
Os missionários ainda estavam lá, e, por alguma razão,
Carlos teve vontade de conversar com eles. Esse foi o
início de seis meses de séria pesquisa.
Foram seis meses difíceis. “Enquanto os missionários o
ensinavam ”, diz Maria, “o Espírito estava presente.
Quando, porém, saíam, o Espírito parecia ir com eles, e
C arlos ficav a por c o n ta própria. Eu je ju a v a
freqüentemente por ele”.
“Um élder uruguaio que me ensinou tin h a uma
personalidade muito parecida com a minha”, diz Carlos.
“Tivemos várias discussões. Eu fazia perguntas difíceis,
ele as esclarecia, e eu tentava refutar as respostas. Eu
gostava de debater a respeito do evangelho daquela
maneira. Queria a mensagem direta, e ele ajudou a
esclarecer muitas coisas.”
A L I A H O N A
“Por fim, decidi fazer a minha parte e ver o que
aconteceria”, diz ele. “Parei de fumar. Costumava fumar
dois maços por dia. Parei de beber. Comprei alguns livros
católicos, estudei-os todos, e conversei com meu tio, que
era padre católico. Comprei, então, um livro a respeito
da história da Igreja mórmon.” Carlos tirou licença do
trabalho, esperando encontrar um lugar calmo para
estudar e meditar.
Então, como se tivesse sido combinado, um parente
ligou e ofereceu sua casa aos Roigs por duas semanas.
Ficava num lugar tranqüilo, no interior do país. Era
justamente o retiro de que precisava.
“Sentei-me, li e orei”, diz Carlos. “Li a história e a
doutrina. Naquela época, eu já me convencera de que
devia ser verdade. Precisava apenas tomar a decisão.”
“Havia algo dentro de mim, porém, que me impedia
de fazê-lo. Perguntei-me qual seria o problema. Certa
noite, em meu quarto, estava com a Bíblia e o Livro de
Mórmon abertos. Encontrei uma escritura que dizia que
se quiséssemos achegar-nos ao Senhor, deveríamos pedir
perdão àqueles que ofendemos. (Vide 3 Néfi 12:23-24.)
Essa escritura realmente me fez pensar. Quem eu havia
ofendido?”
De repente, soube o que precisava fazer. “Havia algo
em minha vida que eu precisava confessar e do que
precisava arrepender-me, mas, com medo de perder
minha família e de perder tudo, não contara a ninguém.
S e n ti que p re cisaria arrep en d er-m e com p leta e
• M A R Ç O DE 1 9 9 3
43

sin c e ra m e n te . A cred ita v a em C risto , e, n aq u ele
momento, fui iluminado com a verdade que até então
não aceitara: Joseph Smith era um profeta. Fui também
iluminado com tudo que se relacionava ao evangelho.
Naquele instante, meu coração se humilhou.
“Então procurei m inha esposa e disse: ‘Você vai
chorar. E vai ser difícil’. Sabia em meu coração que
poderia perder tudo, inclusive minha família. Não podia,
contudo, permanecer em silêncio. Foi difícil, mas Maria
aceitou meu arrependimento.
“Sua compreensão, amor e fidelidade mudaram tudo
em mim”, diz ele. “Lembrei-me de Saulo de Tarso, cuja
vida se transformou com pletam ente após ter visto o
Senhor. Era o que havia a co n tecid o com igo: uma
mudança de 180 graus.”
Carlos foi batizado pouco tempo depois, no dia 14 de
fevereiro de 1984- Um ano mais tarde, ele, Maria e os
filhos foram selados no Templo de São Paulo. “A bênção
patriarcal de minha esposa se cumpriu”, diz ele.
Outra promessa também foi cumprida. Alguns anos
antes, quando Verônica nasceu, Maria levou-a à Igreja
para ser abençoada. “Um missionário me disse: ‘Quando
esta criança tiver oito anos de idade, seu marido irá
batizá-la”’. Verônica estava com sete anos quando seu pai
se filiou à Igreja; ele a batizou no ano seguinte.
Logo depois do batismo, Carlos foi chamado como
conselheiro na presidência da Escola Dominical. Seis
meses mais tarde, tornou-se presidente do quorum de
A L I A H O N A
Carlos desenhou e construiu sua casa com muito
espaço p ara a fam ília e os am igos. Dedicou a
ca sa, após o término da construção. "Um espírito
de am or e a leg ria rein a aq u i", diz ele. "São
bênçãos realm ente in im ag in áveis."
élderes. Um ano depois do batismo, ele se tornou bispo.
Q uatro anos depois, tornou-se presidente da Estaca
Assunção Paraguai. Ainda hoje servindo nesse chamado,
Carlos já passou mais da metade de seu tempo de Igreja
como presidente de estaca.
Tornar-se membro da Igreja trouxe alguns sacrifícios.
“Quando fui batizado, meu pai, que era oficial das forças
armadas, disse-me: ‘Não és mais meu filho’. Falei com ele
com amor e prestei-lh e testem unho da Igreja. Ele,
porém, rejeitou-me e tratou-me como se tivesse traído a
família. E meus irmãos e irmãs afastaram-se de mim”.
A mãe de Carlos havia estudado o evangelho em
segredo, muito antes de Carlos ser batizado. Converteu-
se e marcou a data do batismo. “Meu pai, porém, não
concordou. Disse a ela: ‘Se fores batizada, não voltes
para casa’. Assim, ela não foi batizada antes de falecer”.
Anos depois, seu pai ficou muito doente, e Carlos
passou muitos dias e noites com ele. “Antes da morte de
meu pai, um padre católico foi ministrar-lhe os últimos
sacramentos. Meu pai, porém, disse-lhe: ‘Não quero
recebê-los. Estou com meu filho.’ O padre protestou:
‘Precisamos fazer as orações’. Meu pai disse: ‘Não. Vou
fazê-las com C arlos’. Suas últimas palavras antes de
morrer foram: ‘Carlos, se eu viver, minha vida vai mudar.’
Quando ele disse isso, soube que deveríamos realizar as
ordenanças no templo por ele e minha mãe. E o fizemos”.
Carlos e Maria têm cinco filhas e um filho. Carolina
tem vinte e um anos e casou-se no templo com Gabriel
• M A R Ç O DE 1 9 9 3
44
FOTOGRAFIA DE MARVIN K GARDNER
C ella. N athalia tem dezessete anos, V erônica tem
quatorze, Marcelo doze, Sandra seis e Andrea quatro.
“Lembro-me das experiências que passamos quando
nosso pai não era membro da Igreja”, diz Carolina.
“Agora, quando vejo meu pai, geralmente fico muito
emocionada. Agradeço ao Pai Celestial”.
Nathalia concorda. “Quando meu pai saiu de casa
zangado naquele dia, chorei muito. Pensei que ele nunca
mais voltaria. Sempre tivéramos uma família unida e
nossa mãe sempre dizia que poderíamos ter uma família
eterna. Por isso foi difícil. Hoje, porém, eu o vejo no
púlpito, dando conselhos. É um milagre”.
Depois que Sandra nasceu, o médico aconselhou
Maria a não ter mais filhos. “Nós, no entanto, oramos”,
diz o presidente Roig, “e ambos sentimos que nosso Pai
nos dizia: ‘Podem ter mais’. Quando Maria ficou grávida,
o médico disse que ela iria perder a criança. Dei-lhe,
porém, diversas bênçãos e jejuei por ela. Andrea nasceu
sem problemas. O médico não podia acreditar”.
As bênçãos continuaram a multiplicar-se. “Cada vez
que um de nossos filhos nascia”, diz ele, “eu recebia mais
trabalho em minha profissão, e meu salário aumentava.
Minha bênção patriarcal diz que todos os bens que
possuo devo usar para o Senhor. E o Senhor me abençoa
com muito”.
Um ano depois de Carlos filiar-se à Igreja, ele e Maria
decidiram que sua casa era muito pequena para uma
família que estava crescendo. Assim, Carlos desenhou e
A L I A H O N A
con stru iu uma casa nova e maior. Ela é b on ita e
espaçosa, com muito espaço para os filhos e amigos.
Nathalia estuda piano na sala de estar. Verônica faz seus
deveres de casa na mesa da sala de jantar. M arcelo
brinca fora com Alfie, seu cocker spaniel. E Sandra e
Andrea dão uma festa para suas bonecas. As visitas são
tratadas como parte da família. No quintal dos fundos
há uma churrasqueira, um pátio coberto, um trampolim
e uma piscina. A horta está cheia de verduras, abacaxis
e cana-de-açúcar. As árvores estão carregadas de frutos:
bananas, laranjas, goiabas, abacates e mangas.
C arlos dedicou sua casa quando term inou de
construí-la. “Um espírito de amor e alegria reina aqui”,
diz ele. “Estamos procurando cumprir o que o Senhor
espera de nós. E todas essas coisas nos foram
acrescentadas, exatamente como dizem as escrituras”.
“São bênçãos realm ente inim agináveis”, diz ele.
Estremece ao pensar o quão perto esteve de perder, ou
desistir de tudo. “Agora não tenho mais tempo pàra
meus clubes sociais. Dedico a maior parte do meu tempo
ao Senhor. Enquanto dirijo, penso nos membros da
e s ta c a e seus problem as. Há m uito o que fazer.
Desperdicei quarenta anos da minha vida. Agora preciso
dedicar meu tempo ao Senhor.”
“Carlos é o melhor membro da Igreja que conheço",
diz a irmã Roig. “Ele magnifica seus chamados, ama o
evangelho e é o maior defensor de Jesus Cristo e Joseph
Smith que conheço.” □
• M A R Ç O DE 1 9 9 3
45
 SOU UMA MULHER
“ESCONDIDA
PELO LAR”?
Petrea K elly

m a M u lh er E sco n d id a pelo Lar. O títu lo, no importantes. (Elas esqueciam que, ainda assim, o

U ca tá lo g o de livros, a tra iu -m e a a te n çã o
repetidas vezes —- Um a M ulher Escondida pelo
Lar. Seria a história da minha vida .7 Peguei o livro na
biblioteca. Era um diário escrito por uma mulher que
trabalho doméstico tinha que ser feito por alguém,
estivesse ela ou ele, se tornando ou não importante.)
Poucos anos depois, parecia não restar nenhuma escolha
para as mulheres. Quase todas que conheço hoje devem
vivera no sul dos Estados Unidos no início do século; um trabalhar meio período, ou em tempo integral, dentro ou
reg istro agradável e ca seiro de sua vida agitad a, fora de casa. Para muitas, é uma necessidade econômica.
enquanto gerou e criou uma numerosa família, amou o Trabalhar fora livra a mulher do anonimato? Talvez, se
esposo, entreteve amigos e cuidou dos pais idosos. Ela ela estiver na televisão. A maior parte das mulheres
era m uito parecid a com ig o, uma boa m ulher, que c o n h e ç o , co n tu d o , deve
trabalhadora, bondosa, admiradora de todas as belezas da manter horários cuidadosamente
natureza. Seus escritos eram similares a alguns dos meus controlados e limitar rigidamente
— cheios de alegria pelas pequenas realizações dos filhos, suas atividades, a fim de trabalharem
p reocu p ação com dores de d en te e de ouvido, no emprego e cuidarem da casa e
encantamento diante do desabrochar da primavera. Ela, da família. Elas parecem escondidas
contudo, denominava-se “uma mulher escondida no num mundo pequeno, limitado pelas
lar”. Tinha um talento óbvio para escrever, mas nunca realidades de tempo e energia.
conseguiu muito tempo para desenvolvê-lo. A área física Eu ainda estava imaginando o que
de sua vida era pequena, mal chegando à vila mais havia com a palavra escondida, que me
próxima. chamou a atenção. Será que tinha
Será que eu me via como “uma mulher escondida pelo algo a ver com a situação na
lar?”, pensei. Sim, sou uma mulher caseira, mas será que qual eu freqüentem ente me
as paredes e o telhado da minha casa se tornaram como e n co n tra v a quan d o, ao
o alqueire sobre a candeia da minha luz pessoal? conhecer pessoas novas, elas
Nos meus vinte e cinco anos de casada, a posição da me faziam perguntas edu­
mulher na sociedade tem sido assunto de muito debate e cadas acerca de nossos
confusão. Quando me formei na universidade, não fui filhos e depois se volta­
aceita num emprego de professora porque estava grávida vam, com um interesse
— uma norm a m u n icip al ap licad a e strita m e n te . óbvio, para o trabalho do
Naqueles dias, esperava-se que mulheres grávidas e a meu marido e seus passa­
maioria das outras mulheres, com ou sem filhos, ficassem tempos? Sim, em situações
encerradas em casa! Poucos anos depois, mulheres que com o essa, eu realm ente
ficavam em casa eram ridicularizadas na imprensa me sinto escondida e tenho
popular. O trabalho dom éstico era tido com o algo v on tad e de ch o ra r:
indigno, que não m erecia a a ten çã o das m ulheres “Olhem de novo! Há uma

A L I A H O N A • M A R Ç O DE 1 9 9
46
pessoa aqui — não apenas a mãe de alguém e a mulher
de um hom em , mas uma pessoa com seus próprios
interesses e talentos. Leio livros, tenho opiniões, às vezes
sou até espirituosa — arrisquem; aprendam a conhecer-
me!” Para aqueles que me conhecem bem e com quem
não sou tímida, não sou uma pessoa “escondida”.
Se meu lar não é um alqueire sobre minha luz, então o
que é? E uma sala — e eu, uma candeia colocada sobre o
consolo, em cima da lareira, para iluminar aquela sala e
todos que entrem no meu círculo de luz? Talvez a palavra
escondida se aplique a uma pontinha de um orgulho
infeliz dentro de mim — o desejo de ser uma cidade
sobre um monte, em vez de apenas uma candeia em uma
sala. Tenho medo de que seja isso.
Sei, porém, que o Senhor me deu uma luz, e que é
exatamente a luz certa para o espaço onde habito: minha
casa, família, vizinhança e ala. Sei que o trabalho que
tenho a fazer é importante, e que ninguém mais pode
iluminar o espaço ao meu redor. Sinto-me segura de que,
a maior parte do tempo, o Senhor aprova as prioridades
que estabeleci e o modo como cultivo minha própria
luzinha. Também sei que, para manter essa luz brilhando,
preciso empenhar os meus melhores esforços, talentos e
energia. Sei que sou parte da cidade colocada sobre o
monte, como o é todo membro de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Pode haver apenas poucas pessoas no mundo, de cada
vez, com luzes tão brilhantes que iluminem uma cidade
inteira, ou o mundo todo. Brigham Young foi uma dessas
pessoas e freqüentemente recebe todo o crédito pela
mudança da Igreja para o oeste e colonização de Utah e
outros estados. No entanto, ele realmente não fez nada
daquilo sozinho. Certamente, ele inspirou e orientou o
povo, mas foram os milhares de pessoas com pequenas
candeias, que realmente araram o campo, construíram
cabanas e templos, assaram os pães, lavaram as roupas,
con stru íram as cidades, com puseram as can çõ es,
escreveram as histórias, ensinaram as crianças, colheram
as safras e fizeram todos os outros trabalhos relativos à
colonização do oeste. Sem todas essas pequenas luzes, o
sonho de Brigham Young nunca se teria tornado realidade.
O Presidente Joseph F. Smith disse: “Fazer bem feito
as coisas que Deus ordenou que toda a humanidade
fizesse é a verdadeira grandeza. Ser um pai ou mãe bem
sucedido é muito mais importante do que ser um general
A L I A H O N A
ou um estadista famoso” (Doutrina do Evangelho, Salt
Lake City: Deseret Book, 1939, p. 259).
Sei de todas essas coisas mas, às vezes, ainda me sinto
“escondida” e acho que não é o louvor do mundo que
mudaria esse sentimento. Lembro-me do tempo em que,
como mãe de quatro crianças bem pequenas e esposa de
um m arido m uito ocupado, me sentia não apenas
escondida, mas sepultada pela minha casa. Lembro-me
vividamente de estar passando roupa num quarto, cheio
de brinquedos espalhados pelo ch ão, assistindo à
conferência geral pela televisão. Quando o Presidente
H arold B. Lee falou , p arecia que estav a falando
diretamente a mim. O Espírito entrou em meu coração
naquele dia, para lembrar-me de que eu era filha de Deus
e amada por ele. Lágrimas salpicaram a mesa de passar
roupa quando senti seu amor — sentim ento que eu
havia esquecido.
Mais tarde, percebi que tinha estado ocupada demais
com minha pequena família para estudar as escrituras e
ir ao templo. A maior parte do tempo que passava na
Igreja era gasto no corredor com bebês inquietos, em vez
de participar da adoração. Eu pensava que ter lido as
escrituras anos antes como missionária seria o suficiente
para estar amparada o resto da vida. Eu me sentia
“escondida” — afastada da presença do Senhor, mas não
era verdade. Ele estava lá, mas eu não olhara para cima,
para vê-lo e receber sua ajuda e bênção. Agora sei que
não im porta o q u an to m inha vida possa p arecer
insignificante para o mundo — desde que eu não esteja
escondida do Senhor.
Então, sou “uma mulher escondida pelo lar”? Não,
sou uma mulher que ilumina um espaço, que é a minha
casa — com partilhando m inha luz com outros que
entram no meu círculo de iluminação. A minha casa e o
trabalho que faço escondem meus talentos? Impedem-
me de atingir meu potencial? Não, desde que eu decida
não deixar que isso aconteça. Ser uma dona de casa, mãe
e esposa não esconde o meu eu real mais do que o
esconderia ser eu uma professora, operária de fábrica,
enfermeira ou advogada.
Não, não sou “uma mulher escondida pelo lar”. Sou
“uma m ulher m elhorada pelo la r ”, uma “m ulher
incentivada pelo lar”. O mais importante, porém, é que
sou uma filha amada pelo Pai Celestial, que nunca tira os
olhos de mim. □
• M A R Ç O DE 1 9 9 3
48
M a t e r n id a d e , de Nancy Seamons Crookston
Nascido na África, Olívio

Gomes Manuel

sobreviveu à pobreza, à

guerra civil e à fome,

para tornar-se jogador

de basquete

profissional. Então

encontrou dois

missionários.

Vide “ Olívio Gomes

Manuel: 0 Segredo de

Seu Sucesso ”, página 34.

 Entrevista
NOTÍCIAS LOCAIS Sacrifício para Servir
por Jennifer Brough e
Eliza Brough
eu pai atualmente
M
preside uma
missão no Brasil.
Enquanto eu visitava minha
família durante o Natal,
ouvi meus pais falando sobre
um dos missionários, élder
Don Wilcox. Juntamente com minha mãe,
tive o privilégio de “entrevistá-lo”. Ele não
gosta de falar de si mesmo nem de divulgar os
sacrifícios que fez para poder cumprir missão
de tempo integral. Minha mãe teve que
insistir para obter a história deste tímido e
humilde missionário.
Dom Wilcox nasceu em Mount Vemon,
Washington, no dia 12 de setembro de 1972.
Quando tinha 5 anos de idade, seus pais se
divorciaram. O pai dele era alcoólatra. Sua
mãe o deixou porque não podia agüentar
mais o sofrimento dos filhos e dela mesma.
W ilcox disse: “Minha mãe é a maior mulher
que conheço, ela teve que trabalhar muito
para criar sozinha os filhos”.
Don era um “jovem comum”, e gostava de
esportes, de dançar, ler e cantar. Quando
adolescente, começou a tomar bebidas
alcoólicas com os amigos. Ele lembra: “Talvez
eu parecesse feliz, mas por dentro sentia-me
triste e perdido”. Foi então que o Pai Celestial
mandou-lhe ajuda. Don conheceu uma jovem
de sua escola e, com ela, começou a participar
M A R Ç O
de atividades e reuniões da
Igreja.
Conta ele: “Quando recebi
um exemplar do Livro de
Mórmon, levei-o para casa
e comecei a ler com toda a
atenção. Terminei o livro
em uma semana”.
Don recebeu as palestras de
um casal idoso de
missionários do estado de Idaho, élder e sister
Mattson. Eles se tomaram grandes amigos.
Don foi batizado no domingo de Páscoa de
1989. “Desde que consegui desenvolver um
relacionamento com o Pai Celestial e as
escrituras, o termo ‘felicidade verdadeira’
tomou-se mais significativo. Eu realmente
tenho um testemunho da oração e do estudo
das escrituras”.
Depois de um ano como membro ativo da
Igreja, o bispo de Don falou-lhe sobre missão
e os vários aspectos da preparação - estudar as
escrituras continuamente e preparar-se
espiritualmente. Quanto ao aspecto
financeiro, ele precisaria de U$ 350 por mês
(em média de 5 a 7 salários mínimos) por 24
meses! O total chegaria a U$ 8400 dólares.
A família de Don não poderia ajudá-lo na
parte financeira. O bispo disse-lhe que a ala o
ajudaria, mas quando meditou sobre isso,
sentiu o desejo de sustentar-se. “Eu queria,
acima de tudo, servir ao Pai Celestial”.
Embora Don tivesse planejado matricular-
se numa escola, decidiu aplicar o pouco
1 9 9 3
/
dinheiro que poupara num fundo prepararam para a missão têm a sacrifício, estudo, aulas de preparação
missionário. Precisava encontrar tendência de dedicar-se mais ao para missionários em perspectiva,
emprego o mais rapidamente possível, trabalho. Eles também salientam que seminário, instituto e completa
a fim de economizar para a missão. “cada missionário em perspectiva deve participação nas atividades da Igreja.
Ele poderia ter saído mais cedo, preparar-se para cumprir missão - até Estes esforços e incentivo dos líderes
deixando que outros financiassem sua o ponto de sacrifício. Os jovens que abençoarão a vida desses jovens.
missão, mas afirmou: “Eu considerava são sustentados por outros fundos têm Elder Don Wilcox é um excelente
uma bênção e privilégio ser uma responsabilidade perante o Senhor - exemplo de missionário dedicado. E
missionário do Salvador Jesus Cristo. devem ter certeza absoluta que eles muito respeitado e amado pelos
Daria tudo, faria tudo que pudesse próprios, suas famílias e amigos companheiros. Atualmente é líder de
para obter o dinheiro eu mesmo”. fizeram o possível para pagar os custos distrito. Os pensamentos de élder
Don foi trabalhar como técnico de da missão, antes de usarem os fundos Wilcox resumem-se nestas palavras:
florestas durante o dia. As 7 horas da que resultam do sacrifício de outros. “Estou muito grato pela oportunidade
manhã, já tinha que estar no emprego, Uma vez no campo missionário, eles de compartilhar algo que me deu
onde plantava árvores e construía devem ser completamente dedicados e tanto. Ao completar um ano no
linhas de prevenção contra incêndios usar esses fundos sagrados com o maior campo missionário como mensageiro
nas florestas. Às 17 horas entrava no cuidado”. do Evangelho restaurado, tenho
segundo emprego, vendendo sapatos e, Meus pais apreciam os bispos, testemunho sincero das verdades que
trabalhava até as 21 horas. Aos presidentes de ramo e estacas e outros pregamos. Encorajo os jovens a se
sábados, trabalhava no terceiro líderes que ensinam os jovens a prepararem espiritual e
emprego, carregando feno em prepararem-se espiritual e financeiramente para a missão de
fazendas. Aos domingos e durante a financeiramente por meio do tempo integral”.
rotina pesada da semana, encontrava
tempo para estudar as escrituras, fazer
orações, jejuns e serviço na Igreja.
Trabalhando assim, Don sacrifiou
muita coisa que pessoas de sua idade
gostam de fazer. Adiou os estudos, não
tinha tempo para os amigos, jogos e
bailes, e não gastava dinheiro com
namoradas, poupando cada centavo.
Para a missão, Don comprou um velho
sobretudo, numa loja do “Exército da
Salvação”, por 6 dólares.
Depois de um ano e meio, Don
economizara o suficiente para pagar a
missão integralmente. Também
vendeu tudo o que possuía de valor
para conseguir o dinheiro necessário
para a missão. Don Wilcox colocou
tudo que tinha no altar. “Valeu a pena
cada centavo, cada minuto e tudo que
eu possuía no mundo, para preparar-
me espiritual e financeiramente e
representar a Igreja do Senhor”,
afirmou élder Wilcox.
Élder Wilcox está pagando $350
dólares por mês - que a Igreja exige de
todos os missionários norte-
americanos - e o custo total da sua Coral com 302 vozes, na Conferência Regional do Rio de Janeiro.
missão é aproximadamente metade
desse valor. Mesmo assim, nunca
reclamou. Acima de todo o sacrifício,
CONFERÊNCIA Élder Richard G. Scott, do Quorum
élder Wilcox vive a lei da REGIONAL dos Doze, Élder Charles Didier, da
Consagração - o dinheiro que ele não Presidência do Quorum dos Setenta, e
está usando para sua missão paga as io de Janeiro (RJ) - Realizada em
R
Élder Harold Hillam, da Presidência
despesas de outros missionários. 18 de outubro de 1992, na da Área Brasileira; 9.500 membros e
Meus pais observaram que os Associação Atlética Portuguesa, Ilha pesquisadores, e um coral com 302
missionários que se sacrificaram e se do Governador, com a presença do vozes, participaram dessa conferência.

N O T Í C I A S L O C A I S
2
C o ral d a Estaca M a n a u s no A m a z o n a s Shopping.
OBRA MISSIONÁRIA
anoas (RS) - A cidade de Canoas,
C que pertence à área da Grande
Porto Alegre e conta atualmente com
três unidades da Igreja, Canoas I,
Canoas II e Niterói, da Estaca Novo
Hamburgo, teve no segundo semestre
de 92 a sua primeira Expo-Mórmon,
realizada pelos membros locais.
Durante os cinco dias de exposição no
calçadão da cidade, os transeuntes
travaram conhecimento com a Igreja.
Publicações como A Liahona, livros
das organizações auxiliares e o Livro de
Mórmon foram destaques. A todas as
pessoas que deixaram ali seus endereços
foi, mais tarde, entregue um exemplar
do Livro de Mórmon pelos
missionários. Como resultado da
exposição, famílias, não só de Canoas,
mas também de cidades vizinhas como
Esteio, Sapucaia e Porto Alegre, estão
recebendo as palestras dos missionários.
anaus (AM) - O Coral da Estaca
M
Manaus, formado de oitenta e
cinco jovens, sob a regência de
Helena Cristina F. Conde,
apresentou-se no dia 11 de novembro
último, no Amazonas Shopping. Com
o apoio da Missão Manaus, foram
distribuídos muitos Livros de Mórmon
e feitos muitos contatos missionários.
A união de esforços fez com que a
Igreja ficasse bem conhecida na
capital do maior Estado brasileiro.
Com a finalidade de divulgar o Livro
de Mórmon na região, a Estaca
Manaus também participou, no mês
de outubro, da Feira do Livro,
promovida pelo SENA1 do Amazonas.
Entre os quinze expositores, a Igreja
destacou-se por suas publicações.
Alguns jovens que se mostraram
interessados no Livro de Mórmon já
foram batizados na Igreja.
antiago (RS) - já lemos a respeito
S de missionários que tiveram a
oportunidade de visitar o prefeito e
outras autoridades em cidades onde
fazem missão. Em Santiago, porém, o
prefeito e o vice-prefeito foram os que
visitaram o ramo e aproveitaram para
pedir aos líderes locais idéias para a
administração daquele município.
Visitaram as instalações da capela e
ficaram admirados com a organização
da Igreja.
V
itória (ES) - Missionários da
Estaca Vitória aprenderam a
comunicar-se, por sinais, com um
grupo de deficientes auditivos, e
compartilharam o evangelho com esses
importantes filhos do Pai Celestial.
Entre outros eventos, como o baile de
formatura do Seminário, hoje os
deficientes participam também de
atividades esportivas e sociais da Igreja.
M A R Ç O 1 9 9 3
3
LÍDERES DA IGREJA
PEDEM TOLERÂNCIA
idade do Lago Salgado (Utah)
C Notícias recentes sobre a
intolerância étnica e religiosa, no
mundo hoje, deram origem à seguinte
declaração de Bruce L. Olsen, diretor
geral de Assuntos Públicos, em nome
das Autoridades Gerais da Igreja.
“Reafirmamos aqui a antiga
preocupação de A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias com o
bem-estar e valor intrínseco de todas as
pessoas. Os santos dos últimos dias
acreditam que ‘Deus não faz acepção de
pessoas: Mas que lhe é agradável aquele
que, em qualquer nação, o teme e obra
o que é justo’ (Atos 10:34-35). Todos
os homens e mulheres são filhos de
Deus. E moralmente errado, para
qualquer pessoa ou grupo, negar-lhes
sua dignidade inalienável, sob a trágica
e abominável teoria da superioridade
racial ou cultural.
Conclamamos todas as pessoas, em
todos os lugares, a adotarem os ideais
tradicionalmente consagrados de
tolerância e respeito mútuo.
Acreditamos sinceramente que ao
tratarmos uns aos outros com
consideração e compaixão,
descobriremos que podemos todos
coexistir em paz, apesar de nossas mais
profundas diferenças.”
NOVAS ESTACAS
staca São Carlos (SP) - Organizada
E em 15 de novembro de 1992.
Surgiu da divisão da Estaca
Araraquara. Formam esta nova estaca
as alas São Carlos I, São Carlos II, São
Carlos III, São Carlos IV, Porto
Ferreira, Pirassununga e os ramos São
João da Boa Vista I, São João da Boa
Vista II e Espírito Santo do Pinhal.
Justino Carlos Archiza Peres,
presidente; Julio Cesar Nagliati,
primeiro conselheiro; Valdir Correia
de Alencar, segundo conselheiro.

staca São Paulo Piratininga (SP) -

E Organizada em 06 de dezembro de
1992. Surgiu da reorganização das
Estacas São Paulo Interlagos e São
Paulo Oeste. Formam esta nova estaca
as alas Diadema I, Diadema II,
Americanópolis, Mar Paulista,
Piratininga, Pedreira e o ramo Membros do Distrito de Juiz de Fora pintando uma escola local.
Eldorado. Luiz Carlos Coronetti,
presidente; Francisco Furtado Sobreira,
primeiro conselheiro; Adalberto Jorge
Cunha, segundo conselheiro.
A nova presidência da Estaca São
Paulo Interlagos: Wanderlei Violin,
presidente; Marcelo Andrezzo,
primeiro conselheiro; Alvarício Gentil
Miguel da Silva, segundo conselheiro.

SERVIÇO AO
PRÓXIMO
auru (SP) - Durante as
B comemorações da Organização das
Moças, sob a coordenação da
presidência da Organização das Moças
da Estaca, essas jovens de Bauru,
Botucatu e Jaú visitaram um lar-escola
onde vivem muitos meninos órfãos e
outros excepcionais, presenteando-os
com doces, tocando violão, cantando
com eles e encenando esquetes de
teatro. Levaram-lhes, além da
diversão, carinho e solidariedade.
Naquela mesma semana, a Sociedade
de Socorro da Estaca Bauru, contando
com cerca de 40 mulheres, prestou
serviços de solidariedade em um asilo,
cortando cabelos, fazendo a unha e a
barba de pessoas idosas, que tanto
apreciam o amor e o carinho que lhes
são dedicados. A caridade da
Sociedade de Socorro não falhou. Visita a asilo - Sociedade de Socorro da Estaca Bauru.

N O T Í C I A S L O C A I S
4
 uiz de Fora (MG) - Durante um
J período aproximado de seis meses,
alguns membros do Distrito de Juiz
de Fora consagraram suas manhãs e
tardes de sábados à pintura de uma
das escolas estaduais da cidade.
O material foi fornecido pela
prefeitura. Esses membros sentiram-se
edificados por este exercício de
caridade.

alvador (BA) - No último

S Supersábado do Ano, os jovens do
Seminário da Estaca Salvador
realizaram vários projetos de serviço
na comunidade, como parte das
atividades do programa. Limparam a
rua da capela, uma praça, os jardins de
um asilo e visitaram um orfanato.
Trabalhando para a comunidade, esses
belos jovens reconheceram o valor do
serviço ao próximo.

Jovens da Estaca Salvador em serviço na comunidade.

elém (PA) - No dia 21 de estaca, fizeram, como projeto de serviço,

B novembro de 1992, as Moças de
Belém, após receberem instruções de
um engenheiro agrônomo, membro da
uma bela horta que deverá produzir
verduras e hortaliças para beneficiar os
membros carentes de sua região.

Jovens de Belém no plantio da horta.

ERRAMOS: Página 7 da Seção Infantil de A Liahona de

fevereiro de 1993.
Bloco 1, leia-se: Bloco 4, leia-se:
Eu gosto de ver o templo Devo preparar-me desde já -
Ali eu hei de entrar Este é meu dever sagrado

M A R Ç O 1 9 9 3
5
Vista geral do acampam ento.

PROGRAMA DE
ACAMPAMENTO DAS
MOÇAS
campo e as montanhas, as
árvores e as flores, tudo o que
voa, nada, ou que se move sobre a
terra, são lições a serem estudadas na
grande escola do Pai Celestial, e estão
ã nossa disposição nos bons livros e no
grande laboratório da natureza.”
(Brigham Young Journal of
Discourses, 9:370.)
Com base nessas palavras
inspiradoras, jovens brasileiras,
juntamente com jovens da Igreja em
todo o mundo, participam, desde
1991, do Programa de Acampamento
das Moças —- um programa que as
coloca em contato direto com a Da esquerda para a direita - Debora Castellano, Nancy Rappleye, Jill
natureza; nele as moças aprendem Gollaher e Mercedes Kikuchi que, com Élder Dallas Archibald e irmão
técnicas especiais de vida no campo, Greg Gollaher formam o Comitê de Acampam ento da Área Brasileira.
participando de atividades que
aumentam os laços de amizade entre Rappleye e Mercedes Kikuchi como segunda etapa, as líderes das estacas de
líderes e jovens e inspiram-nas a viver conselheiras, e Débora Castellano toda a Região do Estado de São Paulo,
mais perto do Pai Celestial. como secretária, formando assim, o que abrange 50% das estacas do Brasil,
O programa foi organizado no Comitê de Acampamento da Àrea também foram treinadas,
Brasil pela Presidência de Área, que Brasileira. Na primeira etapa do qualificando-se para dirigir
chamou Elder Dallas Archibald e programa, líderes adultas de seis acampamentos com as jovens do
irmão Greg Gollaher para liderar o estacas-piloto de São Paulo foram programa das Moças. A terceira etapa
programa da parte do sacerdócio, Jill treinadas, e essas estacas já realizaram terá início em 1993, com
Gollaher como diretora, Nancy acampamentos com suas jovens. Na acampamentos em fevereiro e abril,

N O T Í C I A S L O C A I S
6
onde serão treinadas e qualificadas as
líderes adultas das estacas das regiões
de Curitiba, Porto Alegre, Recife e
Rio de Janeiro.
Vivendo juntas ao ar livre, moças e
líderes compartilham uma amizade e
confiança mais profundas. Os
princípios do evangelho aprendidos
em salas de aula — cooperação,
participação, confiança, gratidão
e testemunho — passam a ter maior
significado na prática. Muitas
moças e líderes têm-se emocionado
ao compartilhar seu testemunho
quando reunidas ao redor da
fogueira, apreciando o céu
iluminado pelas estrelas e o calor da
amizade. Com o apoio dos pais e
líderes do sacerdócio, as moças
poderão, com o Programa de
Acampamento das Moças,
desenvolver sua força física, mental e
espiritual, receber suas qualificações,
aplicar técnicas para a preservação
da vida, e compreender e utilizar os Irmã Janette Hales, Presidente G eral das Moças (segunda da esquerda
recursos da natureza. para a direita) visita acam pam ento no Brasil.

MISSÃO CUMPRIDA
rasília (DF) - Missão cumprida, o
B tenente do Exército Brasileiro,
Helvio Antonio da Silva Pereira, foi
transferido para a reserva, após 30
anos de serviço. Em solenidade
especial, foi-lhe entregue placa
comemorativa e feita a leitura de suas
mais destacadas realizações; dentre
elas, a conquista de três medalhas
militares: Medalha de Prata de Bons
Serviços, do Mérito Amazônico e do
Pacificador Duque de Caxias, além de
duas comendas do Chapéu Tropical
nos graus prata e ouro, e ainda, um
Elogio Especial de Ação Meritória de
Caráter Excepcional.
O irmão Helvio, que atualmente
serve como presidente da Estaca
Brasília Alvorada, procurou sempre Depois de 30 anos de serviço, a recompensa.
conciliar o desempenho das tarefas
militares com o evangelho,
fortalecendo os membros e unidades da INTERESSE E CULTURA do projeto “Segundas Musicais”,
promovido pela direção do Teatro
Igreja. No ato solene de sua despedida,
ampina Grande (PB) - Nos dias 2 Municipal de Campina Grande. Após
ofereceu ao Coronel do Exército,
Cássio Rodrigues da Cunha, um
exemplar do Livro de Mórmon e
C de novembro e 28 de dezembro
últimos, um público entusiasmado
o show, o público, ainda tocado pela
beleza da apresentação, dirigiu-se ao
declarou publicamente ser grato a Deus, lotou o Teatro Paulo Pontes, durante Salão de Exposições do teatro, onde
à família e a todos os que o apoiaram, a apresentação musical de um grupo missionários exibiram material
ajudando-o a conquistar a gratificante de santos dos últimos dias, da Estaca ilustrativo e literatura sobre a Igreja.
sensação de missão cumprida! Campina Grande. O evento fez parte Várias referências foram obtidas.

M A R Ç O 1 9 9 3
7
A RESPEITO DE
DINHEIRO
Élder Marvin J. Ashton
d o Conselho dos Doze
(Adaptado de um discurso proferido
na reunião dos Serviços de Bem-Estar,
em 5 de abril de 1975.)
ara vivermos abundante e
P alegremente no mundo de hoje, é
essencial que saibamos como
administrar nosso dinheiro. As idéias
que se seguem podem ajudar-nos a
melhor administrar nossas finanças
pessoais e familiares.
1. Ensinar cedo aos membros da
família a importância de trabalhar e
ganhar. “No suor do teu rosto comerás
o teu pão” (Gên. 3:19) não é conselho
fora de moda. É básico para o bem-
estar pessoal. Um dos maiores favores
que os pais podem fazer aos filhos é
ensiná-los a trabalhar. As crianças
devem ganhar seu dinheiro fazendo
pequenos serviços e tarefas
apropriadas. Acho que é uma
infelicidade a criança crescer em um
lar onde lhe seja incutida a idéia de
que a família possui uma árvore de
onde brota dinheiro.
2. Ensinar as crianças a tomarem
decisões a respeito de dinheiro. Usem
um tipo de raciocínio que elas
compreendam. “Economize seu
dinheiro” é uma declaração sem
sentido, mas “Economize seu dinheiro
para uma missão, uma bicicleta, um
vestido, ou um enxoval” tem um
sentido compreensível.
CONVITE
REUNIÃO DE EX-MISSIONÁRIOS DA
MISSÃO BRASIL RECIFE
(1 9 8 7 - 1 9 9 0 / Pres. M endonça)
C onvid am os todos os ex-m issionários
da M issão R e cife para uma reunião no
dia I a de m aio de 1 9 9 3 , às 9 horas, na
casa do In stitu to C axin g u i, Rua
Edm undo Sca n a p ieco , 154, Fone (0 1 1 )
2 1 0 -7 8 4 0 . T erem os alo jam en to para os
que m oram em outras cidades. Para
inform ações, favor co n tatar Pitori
(0 1 1 ) 8 1 4 -2 2 7 7 R . 2 8 5 , C a n o ( 0 1 1 )
2 7 8 -9 4 9 7 ou M urilo (0 1 1 ) 2 1 0 -7 8 4 0 .
3. Ensinar cada familiar a contribuir
para o bem-estar total da família.
Encorajem projetos de levantamento
de fundos que as crianças
compreendam e que contribuam para
um objetivo familiar. Algumas famílias
perdem a tremenda experiência
financeira e espiritual que poderiam
ter, caso se sentassem juntos, e cada
um contribuísse com sua quota mensal
para um membro da família que serve
no campo missionário.
4. Ensinar aos membros da família
que o pagamento imediato das
obrigações financeiras faz parte da
integridade e honradez. Pagar o
dízimo Àquele que não nos vem
cobrar todos os meses nos ensina a
sermos mais honestos com os que
estão mais próximos fisicamente.
5. Aprender a controlar o dinheiro
antes que ele nos controle. Uma
tutura esposa deve perguntar a si
mesma: “Meu noivo sabe administrar
o dinheiro? Sabe como evitar
dívidas?”. Estas perguntas são mais
importantes do que “Ele pode ganhar
muito dinheiro?”.
6 . Aprender autodisciplina e
autocontrole em questões de
dinheiro. Os casais demonstram
maturidade quando consideram os
companheiros e famílias mais
importantes do que seu próprio
impulso de gastar. A administração do
dinheiro deve ser aprendida em
conjunto, num espírito de cooperação
e amor. Para o marido que diz que a
esposa é a pior administradora de
dinheiro do mundo, eu diria: “Olhe-se
no espelho e conheça o pior treinador
de professores do mundo”.
7. Uso de orçamento. Toda família
deve saber, antecipadamente, quanto
dinheiro poderá gastar cada mês e no
que deverá gastá-lo. Evitem o
pagamento de juros, a não ser que seja
para a compra de uma casa, educação,
ou outros investimentos de vital
importância. Comprem tudo o mais à
vista. Evitem compras a crédito ou em
prestações e sejam cuidadosos com o
uso de cartões de crédito. Economizem
e invistam uma percentagem
específica de sua renda. Aprendam o
princípio de obediência fazendo suas
contribuições à Igreja e pagando todas
as suas outras obrigações financeiras
em dia.
N O T Í C I A S L O C A I S
8
8 . Fazer da educação um processo
contínuo. Façam todos os cursos
formais que lhes for possível. Usem as
escolas noturnas e os cursos por
correspondência para se prepararem
ainda mais. Não nos
podemos permitir, quando estivermos
desempregados, ficar sentados à espera
de “nosso tipo de trabalho”, se outros
empregos honrosos aparecerem.
9. Trabalhar com o objetivo de ter
casa própria. Isto é um investimento,
não uma despesa. Comprem o tipo de
casa que sua renda comporte.
Melhorem-na durante todo o tempo
em que nela morarem. Então, quando
a venderem, poderão usar o capital
para obter uma casa melhor.
10. Participar de um programa de
seguro. É da maior importância ter
seguro médico e seguro de vida.
11. Procurar compreender e
enfrentar a inflação existente. E
preciso reconhecer o valor real do
dinheiro. Embora as pessoas hoje em
dia ganhem mais, o dinheiro vale
menos. Portanto, a maioria dos
assalariados de hoje tem menos poder
aquisitivo do que há alguns anos.
12. Seguir um programa de
armazenamento de alimentos e de
preparação para emergências.
Armazenem suprimentos básicos e de
emergência, de modo sistemático e
ordeiro. Contudo, evitem endividar-se
com isto. Estudem cuidadosamente as
promoções. Quando possível, cultivem
uma horta. Comam alimentos
nutritivos e exercitem-se
apropriadamente, a fim de manter a
saúde em bom estado. O dinheiro, na
vida dos santos dos últimos dias, deve
ser usado como meio de alcançar
felicidade eterna. O seu uso descuidado
e egoísta traz escravidão financeira.
N O T A : Se você tem uma notícia
que pode ser de interesse geral para
a igreja no Brasil, envie-a para a
redação. Quando apropriado,
mande-nos também foto bem
revelada. Não podemos garantir,
contudo, que o artigo será
publicado. A publicação dependerá
de fatores estabelecidos pela
administração da igreja. O material
enviado à redação não será
devolvido.
A I G R E J A D E
SI:CÃO INFANTIL
J E S U S C RI S « J l O D O S S A N T O S D O S Ú L T I M O S D I A S • M A R Ç O D E 1 9 9 3
O HOMEM DA
Paul W eis
uando o telefone tocou,
Q Michael não tinha idéia de
que o telefonema poderia
transformar uma boa ação emvoce
O pai levantou-se da mesa de
jantar e atendeu ao telefone.
à porta. “Tenho uma surpresa para
má. .
Quando retornou alguns minutos
depois, parecia entusiasmado. “Boas
notícias!”, gritou. “A companhia me
chamou de volta ao trabalho.
Começarei no mês que vem.”
Eram mesmo boas notícias. O pai
fora despedido da usina siderúrgica
havia cerca de dois anos. Eles
perderam a casa e agora moravam
num apartamento pequeno. Fora
uma adaptação difícil.
“Parabéns, pai”, disse Michael.
Crystal pulou da mesa, atirou os
braços ao redor do pescoço do pai e
gritou: “Oh, pai!”
Fazia tempo que Michael não a
via fazer aquilo.
A mãe ficou sentada em silêncio,
sorrindo.
“Donna”, disse-lhe o pai: “Nesta
primavera procuraremos uma casa
nova.”
Uma lágrima deslizou pelo rosto
sorridente da mãe. Levantou-se da
mesa e abraçou longa e
carinhosamente o marido. “Sente-se
e termine o jantar, Fred”. Vestiu o
S E Ç Ã O
casaco e pegou a chave do depósito.
“Espere aqui”, disse ela, dirigindo-se
))
a
Foi quando Michael percebeu que
poderia ter problemas. Sabia que a
mãe tinha ido pegar o casaco da
firma em que o pai trabalhara. O pai
sentia orgulho do casaco, um prêmio
por 10 anos de serviço na usina
siderúrgica. Recusara-se, porém, a
vesti-lo, depois de demitido. A
mulher guardara-o —•por garantia,
no caso de o marido voltar ao
emprego.
Algumas semanas antes,
enquanto Michael e Crystal lavavam
a louça, ele escutara a mãe e o pai
conversarem. Ela sugerira ao marido
que usasse o casaco da companhia, já
que estava ficando tão frio.
“Não”, dissera o pai
firmemente:”Prefiro morrer de frio a
fazer propaganda gratuita para a
siderúrgica. Livre-se dele.”
No dia seguinte Michael foi ao
parque, como era seu costume.
Gostava de ver as pombas e esquilos
no caminho para a escola. Nunca
dera muita atenção ao velho que
recolhia garrafas e latas vazias das
lixeiras.
Naquela manhã em particular
I N F A N T I L • M A R Ç O
2
notou que o homem cheirava e
provava restos de comida, enchendo
os bolsos com aquilo de que mais
gostava.
Daí em diante, sempre que podia,
Michael pegava biscoitos ou
torradas com geléia de seu próprio
prato, às escondidas, e deixava -os
para o homem num pacote bem
embrulhado. Normalmente o
homem sorria agradecido ao
encontrar o alimento. Isso fazia com
que Michael se sentisse bem por
dentro.
Certa manhã, porém, o homem
reagiu de modo diferente. Olhou ao
redor do parque, furioso. Quando
viu Michael, caminhou para ele,
sacudiu o embrulho na cara de
Michael e gritou: “O que é isto! Não
preciso da caridade de nenhum
jovenzinho como você, tentando
fazer uma boa ação”.
Muito envergonhado, Michael
fugiu.
Nunca mais deixara nada para o
homem até o dia anterior. Esfriara
muito e, no caminho para a escola,
avistou novamente o homem
vestindo uma jaqueta fina e rasgada e
aconchegando-se debaixo do viaduto
perto do parque. Michael correu para
casa, apanhou duas coxas de galinha
DE 1 9 9 3
ATA DE LIXO

....
da geladeira, embrulhou-as num
guardanapo, colocou-as no bolso do
casaco do pai e correu de volta para o
parque. Empurrou o casaco para
dentro da lata de lixo, tentando fazer
parecer que havia sido jogado fora, e
desapareceu — estava quase na hora
de o homem chegar para a sua ronda
diária.
As lembranças de Michael foram
interrompidas quando a mãe voltou.
“Fred, o casaco da companhia
desapareceu! Por acaso jogou-o
“Não”, disse o pai. “Não se livrou
dele?”.
“Não”, disse minha mãe. “Há
apenas uma semana eu o peguei,
pensando em convencê-lo a vesti-lo
por causa do frio, mas estava
manchado de graxa, então guardei-o
novamente até poder levá-lo ao
tintureiro.
Michael olhou para Crystal
preocupado, pois ela o vira com o
casaco; no entanto, a irmã apenas
olhava para o teto sem dizer nada.
ocorrido, mas estava com medo. Vou
esperar até amanhã para contar-lhes
e assim não estragar as boas notícias
de meu pai, pensou.
No dia seguinte, quando a família
voltava da igreja, a mãe, gaguejando,
disse: “Fred, aquele homem está
usando o seu casaco!”.
Michael voltou-se rapidamente
para olhar.
O pai fixou o olhar no homem.
“Tem certeza?”.
“Claro que
mãe. “Olhe para aquela mancha de pedir mais do que isso?”, disse o pai, Michael. No balcão da cozinha ele
graxa!I”. olhando firmemente para Michael. encontrou 11111 prato de papel bem
Michael disse, sem pensar: “Acho “Acho que ele é um filho arrumado, cheio de comida, em
melhor explicar”. maravilhoso”. cima das botas velhas dó pai. “As
“Não se preocupe com isto, filho”, Na manhã seguinte, após o botas também?”
interrompeu o pai. “Donna, suba desjejum, enquanto Michael se “As botas também”, disse a mãe.
com as crianças para o apartamento. aprontava para ir à escola, a mãe “Seu pai vai comprar botas novas.”
Eu cuidarei disto.” disse: “Michael, quando estiver Agora, a mãe e o pai sabiam! E,
“Mas, pai, eu quero — ” passando pelo parque, poderia jogar melhor ainda, eles também se
“Está tudo bem Michael”, fora estes restos de comida para importavam. Michael sorriu para si
interrompeu o pai novamente. mim? Limpei a geladeira, e o lixeiro mesmo ao apanhar o prato cheio de
“Agora suba.” não passará antes de quinta-feira”. “restos de comida”. Quem já ouviu
Enquanto Michael andava de um “Está bem, falar de sobras de comida quentes
lado para outro 110 apartamento, a mãe”, disse tiradas da geladeira? □
mãe olhava pela janela. Crystal
acompanhava Michael e a mãe com
o olhar, como se assistisse a uma
partida de tênis.
Quando o pai entrou, fitou
Michael por longo tempo. Não ouviu
as perguntas da esposa, até que esta
o puxou pela manga e perguntou
novamente: “Onde está seu casaco?
Ele não quis devolvê-lo?”
“Nós nos enganamos”, disse o pai.
“Não era o meu casaco.”
“Fred, eu reconheceria aquele
casaco em qualquer lugar”, disse a
mulher, espantada. “E o seu casaco.”
“E dele, Donna”, disse meu pai.
“Ele disse que o seu menino o
deu a ele.”
“Parece estranho”, disse a
mãe, indignada. “Se ele
tivesse um filho, ele não
deixaria que o pai morasse nas
ruas e comesse restos das latas de
lixo.”
“Na verdade, não é bem o filho
dele”, retrucou o homem. “O velho
disse que ' seu menino’ é como um

Bm bJ
anjo, que aparece quando ele mais
precisa. Quando está com fome, esse
menino aparece com alimento. JM M /: t í í M m
Quando estava gelado, esse menino fp
BS?^
levou-lhe o casaco. Quem poderia

M á
 TEMPO DE COMPARTILHAR
TEMPLOS E
ORDENANÇAS
Judy Edw ards
"Seja esta casa construída em meu nome,
para que nela eu possa revelar ao meu
povo as m inhas ordenanças." (D&C 124:40.)
A palavra ordenança tem um significado especial na
Igreja. Uma ordenança é uma cerimônia sagrada.
Quando participamos de uma ordenança, fazemos
convênios ou promessas de obedecer aos mandamentos
do Pai Celestial.
Instruções
Observe as figuras e identifique as ordenanças.
Escreva o nome da ordenança embaixo da figura, usando
a relação abaixo. Depois, leia a descrição de algumas das
ordenanças que temos na Igreja e pinte a moldura das
figuras, como indicado. Algumas molduras podem ter
mais de uma cor.
Sacramento
Batismo
Bênção de crianças
Casamento celestial
Imposição das mãos para o dom do Espírito Santo
Batismo pelos mortos
Selamento
1. Algumas ordenanças são chamadas de ordenaiiças
salvadoras. Essas ordenanças são necessárias à salvação.
Jesus descreveu duas ordenanças salvadoras quando
disse: “Aquele que não nascer da água e do Espírito, não
pode entrar no reino de Deus” (João 3:5). Nascer da
água significa ser batizado, e nascer do Espírito significa
imposição das mãos para receber o dom do Espírito
Santo. Outras ordenanças salvadoras são selamentos e
S E Ç Ã O I N F A N T I L
casamento celestial. (Vide D & C 131:1-2.)
Pinte de vermelho as molduras das ordenanças salvadoras.
2. Algumas ordenanças são realizadas apenas no
templo sagrado. Algumas dessas ordenanças incluem o
batismo pelos mortos, casamento celestial e selamentos.
Pinte de azul as molduras das ordenanças do templo.
3. Muitas outras ordenanças também são realizadas na
Igreja, como distribuição do sacramento e bênção de
crianças.
Pinte de amarelo as molduras que restaram.
Somos abençoados por viver numa época em que
podemos ter templos sagrados na face da terra e assim
receber as ordenanças do templo. Sem templos, essas
ordenanças não estariam à nossa disposição ou à disposição
de nossos entes queridos que já faleceram. Por causa dos
templos, as ordenanças salvadoras podem ser realizadas em
favor de todas as pessoas que viveram na terra.
Idéias para o Tempo de Com partilhar
1. Peça às crianças que contem onde foram batizadas.
Explique-lhes que as crianças que vivem em outras partes do
mundo podem ser batizadas numa variedade de locais
diferentes: pias batismais, rios, lagos, oceanos, etc. (Vide “O
Batismo ao A r Livre dos Profetas”, Seção Infantil de A
Liahona, março de 1990, pp. 1 4 -1 5 ). Explique que o
batismo pelos mortos é realizado somente no templo. (Vide
D & C 1 2 4 :2 9 - 3 9 .) Mostre uma gravura de uma pia
batismal do templo e explique-lhes que o modelo foi tirado do
Templo de Salomão e que os doze bois representam as doze
tribos de Israel. (Vide I Reis 7 :2 3 —2 6 .)
2. Peça a um casal fiel que expresse às crianças seus
sentimentos em relação às ordenanças do templo. □
• M A R Ç O DE 1 9 9 3
6
 L
£ ó 6 L 3 Q O i a V W • 1 I 1 N V J N I O V Í 3 S

C luive de Cores:
Sacramento — amarei)
Batismo — vermelho
Bênção de crianças — amarelo
Casamento
celestial — vermelho, azul
Imposição das mãos — vermelho
Batismo pelos
mortos — vermelho, azul
Selamento — vermelho, azul

onhoá snnr aod oavaismi

As Famílias Poderão Ser Eternas
Com brilho J= 8 0 - 9 6
r F G7 c Cm B1,

I3 m o

1. U - ma f a - m í- lia te - nho, sim! E - les são tão bons pra mim

2. E n -q u a n -to a -in - da jo - vem sou Eu i - rei me pre - pa - rar

i
Jo HJ J , J, V er
1

B^m . F Dm Gm C7

«T3 J ^ j t>
f
Q u e-ro v i-v e r com e - les p a-raa_e - ter - ni - d a -d e^ a s- sim!
Pra que no tem - pio do Se - nhor eu pos - sa me ca - sar.

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m

Gm BKti F D70 Gm ___

t
\,f } if 1 P^ts- 'f r n
com e - les v i-v e r pra sem -p reeu m e-re-cer, O S e - n h o r m o s-tro u -m e o que fa-

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5

A Gm D 7 rG m c7 F C7

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’f ~
zer. O Se - nhor mos - trou - mejo que fa - zer.

— .4
É ^ e -______

1 2 o

Letra: R uth M uir G ard ner, n. 1927. © 1980 S U D D outrina e C o n v ên ios 1 3 8 :4 7 - 4 8

M úsica: V a n ja Y. W atk in s, n. 1938. © 1980 S U D A lm a 3 7 :3 5
Este h in o pode ser copiado para uso na Igreja e no lar, sem fins com erciais.

S E Ç Ã O I N F A N T I L • M A R Ç O DE 1 9 9 3
8
 SÓ PARA DIVERTIR

UMA FIGURA PARA COLORIR

A FAMÍLIA E OS PROFESSORES AJUDAM

MEU TESTEMUNHO A CRESCER
“Oh, lembra-te, meu filho, e aprende sabedoria em tua mocidade; sim, aprende em
tua juventude a guardar os mandamentos de Deus.” (Alma 37:35.)

S E Ç Ã O I N F A N T I L • M A R Ç O DE 1 9 9 3
9
AMIGOS EM
DA ESPANHA E DE PORTUGAL

A ndrés V illalb a, 7, M adri,
Espanha, gosta de
atividades com jogos nas
reuniões fam iliares. Tem
dois passarinho s e um
peixe.
Noemi López, 10, M adri,
Espan ha, gosta de n ad ar
e fa ze r ginástica. Seu
livro predileto é o Livro
de Mórmon.
Juan V élez Frias, 6,
M adri, Espan ha, gosta de
a n d a r na chuva. Brincar
com m iniaturas de
soldados e cavalos é o
que m ais gosta de fazer.
Aileen V illalba, 9, Madri,
Espanha, gosta de fazer
parte da classe G arotas
Felizes da Prim ária e gosta
de cozinhar, especialmente
arroz. Gosta de todas as
m atérias na escola, menos
matemática.

_ m
Verônica H ernández, 4,
M adri, Espanha, adora a

Para aju d a r a s crianças a desenvolverem o am or e o desejo de servir, a Prim ária da Prim ária. Gosta de colorir

Ala de O e iras, Estaca O e iras Lisboa Portugal, fez caixas com bolos e biscoitos de desenhos e la var louça.

coco. Foram a um asilo, e cad a criança deu uma caixa com bolo e biscoito a um avô
ou avó "adotiva".

S E Ç Ã O I N F A N T I L • M A R Ç O DE 1 9 9 3
10
NOTÍCIA

Guillermo López, 7, Madri, Irene Montoya, 8, M adri, Julio López, 5, M adri, S a ra Som oza, 8, Madri,
Espanha, gosta de fazer Espan ha, gosta de Esp an h a, sem pre se Espan ha, gosta de
piquenique com a fam ília. brincar com bonecas e de diverte quando brinca a p ren d er sobre Jesus e
Sua comida predileta é acam p ar com a fam ília. com carrinhos. Gosta de de a ju d a r a m áe em
espaguete. Gosta de Na escola, o de que m ais comer espaguete, e sua casa.
futebol, matemática, e do gosta é desenhar. cor predileta é o
Tempo de Compartilhar da verm elho.
Primária.

Brincar com boneca e de

escola são as duas
atividades prediletas de Depois de uma m anhã de ativid ad es esportivas e de alpinism o, a juventude do
Marta Som oza, 5, M adri, Distrito das Ilhas C a n á ria s de Santa Cruz de Tenerife passou a tarde ensaiando
Espanha. Ela ajuda em p ara um show de talentos n aq u ela m esm a noite. As pessoas do distrito assistiram a
casa, arrum ando a m esa. um ótimo program a de m úsica, dança e teatro, apresentad o pelos talentosos
jovens.

S E Ç À O I N F A N T I L • M A R Ç O DE 1 9 9 3
11
 DE UM AM IG O PARA OUTRO

ÉLDER MONTE
J. BROUGH
De u m a e n tre vista fe ita p o r Tryn Paxton com É ld e r M o n te J. B ro u g h , dos Setenta.

H á muitas pessoas na minha vida atacado por um cachorro bem

que considero como heróis, mas
serviu-me de grande exemplo um
cachorro cocker spaniel, chamado
Pepper (Pimenta).
Lembro-me do dia em que tia Madge deu Pepper a
meu irmão Max e a mim. Pepper era um filhote preto e
franzino, e estávamos encantados em tê-lo. Tinha um
rabo longo e pesado, e orelhas tão compridas que quase
alcançavam o chão.
Um dia Pepper foi gravemente ferido num acidente
automobilístico. O ombro foi esmagado, e depois disto
ele sempre andava com apenas uma de suas patas
dianteiras. Era um cachorro de aparência engraçada.
Meus amigos zombavam de Pepper, mas meu irmão e eu
o amávamos. Era nosso amigo fiel.
Nasci com um defeito físico que exigiu várias cirurgias
na perna esquerda durante minha infância. Não podia
correr nem brincar como as outras crianças. Quando
tinha doze anos, sofri um acidente que deixou minha
perna tão quebrada que precisei usar muletas e cadeira
de rodas durante seis meses.
Um dia, quando ia de muletas até o armazém local, fui
grande. Mordeu-me as pernas e os
braços e derrubou-me no chão.
Lembro-me de ter gritado por
socorro, e de pensar que ninguém ouviria. De repente,
uma figura preta voou para o local da briga e começou a
defender-me. Era uma batalha selvagem entre um
pequenino e defeituoso cocker spaniel e um cachorro
bem maior e voraz. Pepper me deu tempo suficiente para
alcançar uma das muletas e entrar na briga. Juntos fomos
capazes de espantar o cachorro.
Pepper e eu estávamos ambos machucados, e ele bem
mais do que eu. Sofreu durante muitos dias devido aos
ferimentos, mas finalmente ficou bom.
Pepper — meu amigo manco e gentil. Ele estava
disposto a dar a vida por mim. Aprendi muito sobre
amizade com o exemplo desse cachorrinho preto. Não
exigiu nada em troca de sua lealdade. Ficava satisfeito
em ser apenas acariciado na cabeça e tratado com
bondade. Talvez eu possa retribuir o presente de Pepper
de alguma forma, lembrando-me dele e seguindo seu
exemplo de amizade. Por causa de Pepper, tenho eu
próprio tentado ser um amigo fiel e devotado. □

S E Ç Ã O I N F A N T I L • M A R Ç O DE 1 9 9 3
12
George Albert
Smith
K e lle n e Ricks

1. G eorg e tinha a p e n a s cinco anos de id ade, m as

a d o rava aju d a r a m ãe. Certa m anhã, ela o vestiu com
seu m elhor terno de veludo e pediu-lhe que levasse
uma m ensagem ao Presidente
2. G eorge estava nervoso ao cam in har p ara o 3. Um guard a parou-o e, bruscam ente, perguntou-lhe
escritório do profeta. Ficou a in d a m ais nervoso ao o que d e se jav a. Q uando G eorge explicou, o guarda
em purrrar o g ran d e portão e procurar o profeta. disse que o profeta estava muito ocupado p ara vê-lo.

4. George estava assustado. Enquanto decidia o que 5. Rindo, o guard a contou ao profeta que aquela
fazer, uma porta se abriu e o Presidente Young saiu. criança desejava vê-lo. O Presidente Young pediu ao
pequeno G eorg e que entrasse!

6. O Presidente Young sentou-se, tomou 7. G eorg e Albert Smith

o menino no colo, e conversou com ele. sem pre tentou tratar
G eorge ficou im pressionado com o a s pessoas da
respeito e am or que o m esm a forma
profeta lhe bondosa e
demonstrou. respeitosa que o
Presidente Young o
tra tara . Q uando se
tornou o oitavo
Presidente da Ig reja,
já e ra conhecido por
seu am or e
generosidad e p ara com
todas as
pessoas. □

S E Ç Ã O I N F A N T I L • M A R Ç O DE 1
15
 CAPSULA
DO TEMPO Ruth Im a n

C o m o atividade da R eu nião
Familiar, m onte uma cápsula do
tem po. Faça uma relação de itens
que poderiam ser colocad os d en tro
da cápsula. Ela poderá incluir:
• Lista de seus pratos favoritos
•Fotografia sua ou da fam ília
• Lista de atividades ou
passatem pos prediletos da
fam ília.
•N om es de m elhores amigos,
professores, ou babás.
•Títulos de livros
favoritos.
•A co n tecim en to s m arcan tes.
•Escritura ou história das
escrituras predileta.
•M an ch etes ou recortes de
jornais que ten h am
significado especial.
• R elação das m etas pessoais
ou fam iliares.
•A lgo engraçad o que lhe tenh a
aco n tecid o .
• Fotografias de anim ais de
estim ação.
• D esen h o de algo especial que
te n h a feito re ce n tem en te.
•Brinquedo pequ eno, pedra
especial, co n ch a do mar, e tc ., de
que goste.
• Lista de seus assuntos preferidos
na escola.
Procure uma caixa com tam pa
para co lo ca r todos os itens dentro.
D urante a atividade, peça a cada
pessoa da família que fale sobre o que
estiver colocando na caixa. Q uando
todos os itens estiverem dentro da
caixa, coloque a tampa e feche com
fita adesiva. D o lado de fora escreva
a data em que foi lacrada e a
data em que deverá ser
aberta; guarde-a. Lem bre-se
de que todos os objetos
colocados na cápsula do
tem po ficarão lacrados até a
data em que a família decidir
que será aberta. Poderá fazer
esta atividade uma vez por
ano, abrindo a caixa do ano
anterior e en ch end o uma
nova caixa. □

S E Ç Ã O . I N F A N T I L • M A R Ç O DE 1 9 9 3

16
A LIAHONA
 A LIAHONA
ABRI L 1993

D E S T A Q U E S
SAUDAÇÃO IIE PÁSCOA DA PISM IM I5 \ P R E SID Ê N C IA 1

Mi:.\SAGCH DA P R IM E IR A P R E SID Ê N C IA :
O SIGNIFICADO DA PÁSCOA PRESIDENTE EZRA TAFT BE N S O N ................................ 2

E L E S O CONHECEM: P R O F E T A S DOS ÚLTIM OS

DIAS PR ESTA M TESTEM UN H O DE C R IS T O 6

A ÚLTIMA C EIA 12

A GRAÇA HO SENHOR ÉIDER G ENE R. C O O K ............................................................. 16

“ NÃO SE N T I M AIS D O R E S” C R A IG A . C A R D O N .............................................. 22

C R IS T O : A ÚLTIMA SEMANA DE SE U M IN IST É R IO

XILOGRAVURAS DE GUSTAVE D O R É ................................................................................................................................ 2 6

EQUADOR D O N L. SE A R LE ......................................................................... 32

H IL F O R D WOODHI F F : IIOMEM DE F É E ENTUSIASMO

Na Capa: LEO N R, H A R T S H O R N .................................. ...........................................................................4 2
O Bispo Francisco Castaneda, em frente
à capela da Ala Im babura, Estaca
O ta va lo Equador. O cartaz que se vê na
porta faz propaganda da Liahona, a E S P E C I A L M E N T E PARA OS J O V E N S
revista da Igreja em espanhol.
Vide "E q u a d o r/' p. 3 2 . Fotografia O A D EU S DE MEU PAI PATRÍCIA R. R O P E R ........................................................... 10
de Don L. Searle.

Capa da Seção In fa ntil: UM NOVO MÉTODO S H A U N A R O B IN S O N ..................... 20

Fotografia de M elanie Shumway.

D E P A R T A M E N T O S
MENSAGEM DAS P R O F E S S O R A S V ISITA N TES:
COMPAIXÃO: SEN TIM EN TO E AÇÃO 25

SE Ç ÃO I N F A N T I L
DÁDIVAS DE AMOR DE UMA CRIANÇA PARA OUTRA
JUNE E LOUIS ELDREDGE ...............................................................................................................2

JE S U S C R IS T O : NOSSO SALVADOR E R E D E V IO K
PRESIDENTE EZRA TAFT B E N S O N ................................................................................................... 4

UMA OVELHA CHAMADA H H \ M M » LOIS J. FU NK 6

MÚSICA: ((LANDO JE S U S VOLTAR MIRLA G R E E N W O O D T H Y N E .............. 8

LM NOVO T IP O DE PÁSCOA LYNETTE K. A L L E N .................................... 10

TEMIM» DE C O M PA RTILH A R: T E M P L O S P O R TODO O M l'M IO

JUDY EDW ARDS....................................................................................................................................................................... 12

MENSAGEM NUMA CASCA D E OVO PEGGY ROGERS........................... 14

SÓ PARA D IV E R T IR 10
A B R IL de 1993, Vol. 17, n 2 4
9 3 984 0 5 9 São Paulo - Brasil
Publicação oficial em português de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últim os Dias.
A Prim eira Presidência: Ezra T a ft Benson,
Gordon B. Hinckley, Thom as S. M onson
Quorum dos Doze: Howard W . Hunter,
Boyd K. Packer, Marvin J. A shton, L. Tom Perry,
David B. Haight, James E. Faust, Neal A. Maxwell,
Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks, M. Russell Ballard,
Joseph B. W irthlin, Richard G . S co tt
C onsultores: Rex D. Pinegar, Charles Didier,
Robert E. W ells
Editor: Rex D. Pinegar
SAUDAÇÃO
DE PÁSCOA DA
Diretor Gerente do Departamento de Currículo:
Ronald L. Knighton
Diretor de Revistas da Igreja: Thom as L. Peterson *
International Magazines:
Editor Gerente: Brian K. Kelly

PRIM EIRA
Editor Gerente Assistente: Marvin K. Gardner
Editor Associado: David M itchell
Editora Assistente/Seção Infantil: D eA nne W alker
Controlador: Diana Van Staveren
Supervisão de Arte: M. M. Kawasaki

PRESIDÊNCIA
Diretor de Arte: S co tt D. V an Kampen
Desenho: Sharri Cook
Produção: Reginald J. Christensen, Steven L. Dayton,
Jane A nn Kemp, Denise Kirby
Gerente de Circulação: Joyce Hansen
A Liahona:
Diretor Responsável e Produção Gráfica: Dario M ingorance
Editor: Paulo Dias Machado

A
(Reg. 8 9 6 6-35-02 - R J) mensagem do anjo, no sepulcro de Jesus, naquela
Tradução e Notícias Locais: A na G láucia C eciliato
Assinaturas: Loacir Severo Nunes prim eira m anhã da ressu rreição — ” (E le) já
REGISTRO: Está assentado no cadastro da DIVISÃO DE
CENSURA DE DIVERSÕES PÚBLICAS, do D .P .F . , sob ressuscitou” — é a mensagem jubilosa de A Igreja
n" 1151 'P209173 de acordo com as normas em vigor.
SUBSCRIÇÕES: Toda a correspondência sobre assinaturas
de Jesus C risto dos San to s dos Ú ltim os Dias a toda a
deverá ser endereçada ao: humanidade.
Departam ento de A ssinaturas,
0 5 5 9 9 - 9 7 0 - Caixa Postal 2 6 0 2 3 , Este incomparável evento, ocorrido há quase 2000 anos,
São Paulo, SP.
Preço da assinatura anual para o Brasil: C r$ 1 5 0 .0 0 0 ,0 0 ; traz renovação a todas as pessoas: “Porque assim como todos
para Portugal - C entro de Distribuição Portugal, Rua
Ferreira de Castro, 10 - M iratejo, 2 8 0 0 - Almada. morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em
Assinatura Anual Esc. 500; para o exterior, simples: U S$
5,00; aérea, U S $ 10,00. Cristo” (I Coríntios 15:22).
Preço de exemplar em nossa agência: C r$ 1 2 .5 0 0 ,0 0 .
As mudanças de endereço devem ser comunicadas Aceitamos a expiação e a ressurreição do Senhor Jesus
indicando-se o antigo e o novo endereço.
A L IA H O N A - © 1977 por A Igreja de Jesus C risto dos
Cristo e acrescentam os nosso solene testem unho aos de
Santos dos Últim os Dias. Todos os direitos reservados.
Edição Brasileira do “International Magazine” de A Igreja
outros, de que “(ele) foi crucificado, morreu e ressuscitou no
de Jesus C risto dos Santos dos Últim os Dias, acha-se terceiro dia” (D&C 20:23). Pois como ele testificou: “O Pai
registrada sob o número 93 do Livro B, n fi 1, de
Matrículas e O ficinas Impressoras de Jornais e Periódicos, me enviou para que eu fosse levantado sobre a cruz . . .
conforme o Decreto n e 48 5 7 , de 9 -1 1 -1 9 3 0 . A Liahona,
revista internacional de A Igreja de Jesus C risto dos pudesse atra ir a mim todos os hom ens, . . . para
Santos dos Ú ltim os Dias é publicada mensalm ente em
chinês, holandês, dinamarquês, inglês, fmalandês, (comparecerem) perante mim, a fim de serem julgados por
francês, alemão, italiano, japonês, coreano, norueguês,
português, samoano, espanhol, sueco e tonganês; suas obras” (3 Néfi 27:14).
bimensalmente em indonésio, taitiano e tailandês; e
trimestralmente em islandês, tch eco, húngaro e russo. N esta P áscoa, con vid am os todos a re fle tir sobre o
Impressão: U L T R A P R IN T Impressora Ltda. - Rua
Bresser, 1224 - Brás - São Paulo - SP. significado da expiação, pois ele já ressuscitou e é nosso
Devido à orientação seguida por esta revista, reservamo-
nos o direito de publicar somente os artigos solicitados Advogado junto ao Pai. □
pela redação. N ão obstante, serão bem-vindas as
colaborações para apreciação da redação e da equipe
internacional do “International Magazine". Colaborações
espontâneas e matérias dos correspondentes estarão
sujeitas a adaptações editoriais.
Redação e A dm inistração: Av. Prof. Francisco Morato,
2.430 - T elefone (0 1 1 ) 814 -2 2 7 7 .
T h e A Liahona (ISS N 0 8 8 5 -3 1 6 9 ) is published monthly
by T h e C hurch o f Jesus Christ o f Latter-day Saints, 50
East N orth Tem ple, S alt Lake C ity, U tah 84150.
Second-class postage paid at S a lt Lake C ity, U tah and at
additional mailing offices. Subscription price $ 9 ,0 0 a
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for change o f address. W h en ordering a change, include
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Lake City, U tah 84150, U .S .A . Subscription information
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at 50 East North Tem ple Street, S a lt Lake C ity, U tah
8 4150, U .S .A .

A L I A H O N A • A B R I L DE 1 9 9 3
/
 MENSAGEM DA PRIMEIRA PRESIDÊNCIA

O Significado
da Páscoa

P residente Ezra Taft Benson

ão me lembro de uma época em que não acreditasse em lesus

N ressurreição sempre fizeram parte de mim. Fui criado num lar

com pais fiéis que acreditavam sinceramente em Cristo e testificavam dele, e

por isso sou imensamente grato.

Os maiores eventos da história são aqueles que afetam o maior número de

pessoas pelo período mais longo de tempo. De acordo com esse critério,

nenhum outro acontecimento poderia ser mais importante para indivíduos e

Participam os do
nações do que a ressurreição do Mestre.
sacram ento em memória
da grande dádiva do
A ressurreição literal de toda alma que viveu e morreu na terra é uma
Salvad or a toda
hum anidade — a
realidade, e, certamente, devemos preparar-nos cuidadosamente para esse
Expiação.

evento. Uma ressurreição gloriosa deve ser a meta de todo homem e mulher,

pois a ressurreição será uma realidade.

FOTOGRAFIA DE
STEVE BUNDERSON; CRISTO NO GETSÉMANI,
Nada é mais absolutamente universal do que a ressurreição. Todo ser vivo DE HEINRICH HOFMANN

A I I A H O N A • A B R I L DE 1 9 9 3
3

ressuscitará. “Porque, assim como todos morrem em
Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo”
(I Coríntios 15:22).
As escrituras nos dizem que no terceiro dia, após a
crucificação de Jesus, houve um grande terremoto. A
pedra foi removida da entrada do sepulcro. Algumas das
mulheres, que se encontravam entre os seus seguidores
mais devotos foram ao sepulcro com especiarias e “não
acharam o corpo de Jesus”.
Apareceram anjos e disseram simplesmente: “Por que
buscais o vivente entre os mortos? Não está aqui, mas
ressuscitou” (Lucas 24:3 -6 ). Nada na história se iguala a
este pronunciamento dramático: “Não está aqui, mas
ressuscitou”.
A ressu rreiçã o do S e n h o r tem com o hase o
testemunho de muitas pessoas de confiança. O Senhor
ressurreto apareceu a várias mulheres, aos dois discípulos
no cam in h o de Em aús, a Pedro, aos A p óstolos e,
“depois”, como Paulo relata, “foi visto, uma vez, por mais
de quinhentos irmãos . . . E por derradeiro de todos . . .
apareceu também a (Paulo)” (I Coríntios 15:6, 8 ).
Durante os quarenta dias subseqüentes à ressurreição,
o Senhor se manifestou várias vezes e deu instruções
pertinentes ao reino de Deus. Muito do que disse e fez
não está escrito, mas as coisas que estão registradas, João
nos assegura, “foram (escritas) para que creiais que Jesus
é o C risto , o F ilh o de D eus, e p a ru cjue, c r e n d o ,
A L I A H O N A
DE FREDERIKSBORG.
(tenhamos) vida em seu nom e ” (João 20:31; grifo nosso).
DO MUSEU
O Salvador disse aos discípulos que logo subiria ao Pai
nos céus. Ao se aproximar a hora da ascensão, o Senhor,
PERMISSÃO
naquela última e solene entrevista, deu instruções tinais
aos discípulos.
COM
Quando Cristo e os discípulos foram “até Betânia”,
DE FREDERIKSBORG, DINAMARCA. USADO
onde Maria, Marta e Lázaro viviam, ele, “levantando as
suas mãos, os abençoou” (Lucas 24:50). Enquanto assim
falava, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu,
ocu ltando-o. Enquanto os apóstolos fitavam o céu,
apareceram dois personagens vestidos de b ranco e
disseram aos que lá estavam reunidos: “Varões galileus,
por que estais olhando para o céu.' Esse Jesus, que dentre
vós foi recebido em cima no céu, há de' vir assim como BLOCH. ORIGINAL NA CAPELA DO CASTELO
para o céu o vistes ir" (Atos 1:9-11).
Reverentemente e com grande alegria, os apóstolos
retornaram a Jeru salém . A ascensão do Sen h o r se
realizara. Os discípulos, então, começaram a entender
mais plenam ente algumas de suas últimas palavras:
“Tende bom ânimo, eu venci o mundo” (João 16:33). Por
causa de Cristo, a tumba não teve vitória permanente. A
A CRUCIFICAÇÃO. DE CARL HEINRICH
morte foi vencida!
Após a ascensão, o Senhor apareceu aos habitantes da
América, como registrado no Livro de Mórmon. Depois,
nos tempos modernos, o Profeta Joseph Smith testificou o
aparecimento do Redentor do mundo com estas palavras:
“E agora, depois dos muitos testem unhos que se
• A B R I L DE 1 9 9 3
4
 Como uma de suas testem unhas
dos últimos d ias, testifico que
ele vive hoje. Ele é um ser
ressuscitado. É nosso Salvador
e Senhor, o verdadeiro Filho
de Deus.

prestaram dele, este é o testemunho, último de todos,

que nós damos dele: que ele vive! Pois vimo-lo.” (D&C
7 6 :2 2 - 2 3 .)
Como uma de suas testemunhas dos últimos dias,
testifico que ele vive hoje. Ele é um ser ressuscitado. E
nosso Salvador e Senhor, o verdadeiro Filho de Deus.
Testifico que ele voltará como nosso Senhor, glorificado e
ressurreto. Esse dia não está muito distante. A todos que
o aceitam como Salvador e Senhor, sua ressurreição
literal significa que a vida não termina com a morte, pois
ele prometeu: “Porque eu vivo, e vós vivereis” (João
1 4 :1 9 ).□

IDÉIAS PARA OS MESTRES FAMILIARES

1. A ressurreição literal de toda alma que viveu e

morreu na terra é uma realidade.
. 2 . 0 evento da ressurreição do Senhor tem como base
o testemunho de muitas pessoas de confiança, registrado
no N ovo testa m e n to , no Livro de M órm on e em
Doutrina e Convênios.
3. O Presidente Benson testifica: “Como uma de suas
testemunhas dos últimos dias, testifico que ele vive. Ele é
um ser ressuscitado”.
4- Todas as pessoas devem preparar-se cuidadosamente
para este evento. Uma ressurreição gloriosa deve ser a
meta de todo homem e mulher.

L I A H O N A A B R I L DE 19 9 3
O SEPULTAMENTO DE CRISTO, DE CARL HEINRICH BLOCH. ORIGINAL NA CAPELA D O CASTELO DE FREDERIKSBORG, DINAMARCA. USADO C O M PERMISSÃO D O MUSEU FREDERIKSBORG.

ELES 0 CONHECEM
PROFETAS D O S ÚLTIM OS DIAS PRESTAM
TESTEM U N H O DE CRISTO

JOSEPH
SMITH

"O s princípios funda­

m entais de nossa

religião são o teste­

munho dos apóstolos e

profetas, concernentes a

Jesus Cristo; que ele

m orreu, foi sepultado e

levantou-se novam ente

no terceiro dia e subiu

aos céus; todas as outras

coisas que pertencem à

nossa religião são

a p e n as apêndices

d isso ."1

A L I A H O N A • A B R I L DE 1 9 9 3
B rig h a m Y o u n g : “Pode toda a sabedoria do mundo
imaginar meios pelos quais possamos ser redimidos,
retornar à presença de nosso Pai e do irmão mais velho, e
habitar com os anjos santos e os seres celestiais? Não; está
além do poder e sabedoria dos habitantes da terra . . .
preparar ou criar um sacrifício que pudesse pagar esse
divino débito. Mas Deus providenciou-o, e seu Filho o
pagou.” 2
John Taylor: “Como Filho do Homem, ele suportou tudo
que era possível a carne e o sangue suportar; como Filho
de Deus, triunfem sobre tudo, e para sempre, para
assentar-se à direita de Deus.*
W ilfo rd W o o d r u ff: “Quando levaram o Senhor para
ser pregado na cruz, no momento exato em que o espírito
deixou aquele triste tabernáculo, portava as chaves do
reino de Deus com toda a força, poder e glória, do reino,
exatamente como havia feito quando estava ainda na
carne .”4
L o re n z o S n o w : “ . . . o Espírito de Deus, envolvendo
totalmente minha pessoa, . . . dispensando para sempre,
en q u a n to durarem a razão e a m em ória, toda
possibilidade de dúvida ou temor em relação ao fato
histórico de que o ‘infante de Belém’ é realmente o Filho
de Deus.” 5
Jo sep h F. S m ith : “Cristo é realmente o Salvador de
minha alma, o Salvador da humanidade. Sacrificou a
vida por nós, para que pudéssemos ser salvos; ele rompeu
as cadeias da morte, . . . declarou ser o caminho da
salvação, a luz e a vida do mundo, e acredito nisso de
todo o coração .”6
H e b e r J . G r a n t : “Jesus não somente veio à terra como
uma dádiva universal, mas também como uma oferta
individual com uma mensagem pessoal a cada um de nós
. . . O sangue de Cristo nos salvará condicionalmente,
não como nações, comunidades 011 grupos, mas como
indivíduos.” 7
G e o r g e A lb e r t S m ith : “Fui apoiado e, por assim dizer,
. . . elevado acima de mim mesmo, recebendo poder, que
não era meu, para en sin a r as gloriosas verdades
proclamadas pelo Redentor do mundo. Não o vi face a
fa ce, mas . . . se n ti sua p resen ça de uma form a
inequívoca. Sei que meu Redentor vive.”s
A L I A H O N A
D avid O. M cKay: “É obrigação dos membros da Igreja
fazer do imaculado filho do Homem, o seu ideal. Ele é o
único Ser Perfeito que já pisou na terra; o exemplo
sublime da nobreza; de natureza divina; perfeito em
amor.”9
Joseph Fielding Smith: “Quem devemos amar acima de
qualquer coisa no mundo? . . . O Senhor e Salvador Jesus
Cristo. Amá-lo mais do que a própria vida, ou mais do
que nossos pais, mães e filhos; . . . porque, sem suas
bênçãos, nada teríamos.” 10
H a r o id B. L e e : “Pelo poder do Espírito Santo e com
profunda h um ild ad e, eu, so len em en te, presto
testemunho ao mundo de que Deus vive e que seu Filho,
Jesus Cristo, nasceu na carne; foi crucificado e levantou-
se dos mortos com um corpo de carne e ossos, e está
sentado hoje à mão direita do Pai como nosso juiz e
advogado.” 11
Spencer W. K i m b a l l : “Com divina e im ponente
dignidade, suportou as afrontas, quando indivíduos
perversos cuspiram em sua face. Jesus perm aneceu
majestoso, quando o arrastaram de um lugar para outro.
Nem uma só palavra de rancor escapou de seus lábios.
B a te ra m -lh e na face e so caram -lh e o corp o ; não
obstante, permaneceu resoluto e intimorato.
Ele havia ensinado, “Amai aos vossos inimigos”. Naquele
momento, Cristo demonstrava o quanto podia amá-los:
estava morrendo na cruz por aqueles que o tinham nela
cravado.” 12
1. History o f the C hurch, 3:30.
2. Discursos de Brigham Young, compilados por John A. Widtsoe, página 59.
3. T he M ediation and the Atonem ent, Salt Lake City: Deseret News
Company, 1882, página 151.
4. Discourses o f W ilford W oodruff, publicado por G. Homer Durham, Salt
Lake City: Bookcraft, 1946, página 27.
5. Preston Nibley, Os Presidentes da Igreja, página
6. Improvement Era, agosto de 1906, página 806.
7 .Juvenile Instructor, dezembro de 1929, página 697.
8 . 1estimonies o f O ur L eaders, compilado por Florance Green, Salt Lake
City: Bookcraft, 1958, página 47.
9. Treasures of Life, compilado por Clare Middlemiss, Salt Lake City:
Deseret Book, 1962, página 210.
10. Take H eed to yourselves, compilado por Joseph Fielding Sm ith, Jr., Salt
Lake City: Deseret Book, 1971, página 296.
11. Ye A re the Light o f the Workd, Salt Lake City: Deseret Book, 1974,
página 243.
12. A Liahona, dezembro de 1981, páginas
13. A Liahona, dezembro de 1990, página 8.
• A B R I L DE 1 9 9 3
 EZRA TAFT
BENSON

"Eu o am o de toda

m inha alm a.

Hum ildemente testifico

que ele é hoje o mesmo

Senhor am oroso e

piedoso que trilhava os

cam inhos poeirentos da

Palestina. Ele está ao

lado de seus servos

nesta terra. Ele nos am a

e se preocupa conosco.

Disto podeis ter

certe za ."13

A L I A H O N A • A B R I L DE 1 9 9 3
9
 O Adeus
de Meu Pai
Patrícia R. Roper
FOTOGRAFIA DE MELANIE SHUMWAY
 inha mãe estivera no hospital até tarde da
M
noite com meu pai e co n to u -n o s que os
médicos não sabiam com certeza o que ele
tinha. Não havia nada a fazer, senão esperar para ver o
que o amanhã nos reservava.
Antes de irmos para a cama, minha mãe telefonou ao
hospital mais uma vez, para ver se estava tudo bem com
meu pai. Uma enfermeira disse-lhe que voltariam a ligar
dentro de alguns minutos, pois tinham de atender a uma
emergência. Na hora não sabíamos, mas a emergência
era meu pai.
Quando a enferm eira retornou a ligação, pediu à
minha mãe que fosse ao hospital imediatamente. Meu
irmão Lewis e uma de minhas irmãs, Rebeca, disseram
que iriam com ela. Cansada e preocupada, vesti o
pijam a, mas, ao d eitar-m e, o Espírito me alerto u :
“Levante-se — precisa ir”.
Ignorei a voz, mas ela voltou, mais forte dessa vez, e
não discuti. Quando chegamos ao hospital, minha mãe
disse: “Vou diretamente para a U TI, verificar se tudo
está bem com ele. Não demoro”.
Depois de longo tempo, ela saiu e disse: “Não posso
deixar que vejam seu pai nessas condições. Ele ficaria
arrasado se soubesse que o viram assim”.
Protestamos veementemente, mas ela não cedeu, e
disse: “Não. Lembrem-se dele como era antes”.
Certamente, minha mãe não queria dizer que meu pai
estava morrendo! Fiquei petrificada de medo. Então,
notei que havia uma Bíblia em cima da mesa. Peguei-a e
comecei a ler. Um versículo em particular chamou-me a
atenção:
“Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo
de partir, e estar com Cristo, porque isto é ainda muito
Sonhei que meu pai estava em pé à porta, vestido
de branco. Ele chorava, m as eu sab ia que estava
feliz. "Adeus, crianças", sussurrou ele.
A L I A H O N A
melhor.” (Filipenses 1:23.)
Quando terminei de ler, sabia que meu pai tinha de
partir. Lewis estava agora soluçando na sala de espera.
Minha irmã mais nova, Rebeca, dizia-me como era triste
ver Lewis chorar e como seria duro não ver meu pai no
hospital. Minha irmã mais velha, MaryAnn, e meus dois
irm ãos, Karl e M ic h a e l, ainda estavam em casa,
esperando ansiosam ente inform ações. Que notícia
terrível para se dar!
Depois de chorar muito, sentamos todos num sofá e
dormimos, por breves períodos de tempo, um sono
in q u ieto . L em bro-m e de ter pensado: “N ã o pode
terminar deste jeito. Alguma coisa tem que acontecer para
sabermos que ele sentirá falta de nós e para nos confortar no
futuro".
Quando adormeci, sonhei que meu pai estava em pé
à porta, vestido de branco. Ele chorava, mas eu sabia
que estava feliz. A cenou e disse baixinho: “Adeus,
crianças”.
Eu não queria que ele fosse embora, mas acordei de
repente e ele se fora. Meu pai morreu naquela noite.
Acordei no dia seguinte em minha própria cama, e
mal conseguia lembrar dos amigos que nos haviam
levado para casa na noite anterior. Sentei-me na cama e
olhei em volta. Sabia que algo estava errado e lembrei-
me: Meu pai morrera na noite passada. Enterrei a
cabeça de novo no travesseiro, já úmido pelas lágrimas,
e chorei um pouco mais.
Os dias subseqüentes ao en terro foram os mais
difíceis: pôr somente sete pratos na mesa, ouvir minha
mãe chorando baixinho à noite e olhar a cadeira de meu
pai — vazia. Onde estava o pai que eu amava tanto?
Depois, lembrei-me do sonho no qual ele dissera adeus,
chorando, e da escritura: “Tendo desejo de partir, e estar
com Cristo, porque isto é ainda muito melhor”.
Sim, ele estaria conosco em espírito toda vez que
precisássem os dele, pois sua lem brança nos traria
conforto. Suportei mais facilmente a tristeza ao saber
que ele estava com Cristo. □
• A B R I L DE 1 9 9 3
11
A ULTIMA
“E, chegada a hora, pôs-se à mesa, e

com ele os doze apóstolos . . . E

CEIA
tom an d o o pão, e h av en d o dado

graças, partiu-o, e deu-lho, dizendo:

Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. Sem elhantem ente tomou o cálix,

depois da ceia, dizendo: Este cálix é o Novo Testamento do meu sangue, que é derramado por vós. Mas eis

que a mão do que me trai está comigo à mesa . . . E com eçaram a perguntar entre si qual deles seria o que
 FOTOGRAFIA DE MELANIE SHUMWAY

havia de fazer isto.” (Vide Lucas 22:14, 19-21, 23.) Durante anos, muitos artistas, utilizando-se de

vários materiais e técnicas, retrataram a consternação dos Doze Apóstolos depois do pronunciamento do

Salvador de que um deles o trairia. Alguns artistas

copiaram a famosa pintura de Leonardo da Vinci, de

1 5 0 0 a n o s, à direita. **■ A d e ta lh a d a p e ç a de

p o rc e la n a , acima, fo i cria d a na Itá lia em 1 9 8 5 .

Exemplar de uma produção limitada, tem um metro

A L I A H O N A • A B R I L DE 1 9 9 3
13
de comprimento, 38 centímetros de altura e 40 centímetros de profundidade. «'*-■ A peça de crochê,

abaixo, é obra da artista Veda Andreasen, de Midvale, Utah. Com aproximadamente l,52m de altura e

l,83m de largura, o trabalho de crochê levou dez anos

para ser terminado. **■ Harrison Begay Jr., de Santa

Clara, Novo México, artista índio da tribo Navajo e

ex-m issionário, captou o dram ático m om ento da

Última Ceia na escultura de argila, acima. Cada peça

A L I A H O N A • A B R I L DE 1 9 9 3
14
fo i la p id a d a a m ã o ,( co m p ed ras de p o lim e n to .

E x p re ssõ e s fa c ia is su tis e g esto s das m ãos são

retratados nas áreas não polidas. Também baseado

na obra-prima de Leonardo da Vinci, o painel de papel

e seda, com l , 1 4 m de com p rim en to, à direita, foi

criado pelo membro da Igreja Chang, Yun-Szu de Taipei, Taiwan. Todas as peças contemporâneas

mostradas aqui estão na coleção do Museu de História e Arte da Igreja, Cidade do Lago Salgado, Utah. □
 A GRAÇA
SENHOR É ld e r G ene R. C o o k
dos Setenta
Não pode haver modo mais glorioso de
celebrar a Páscoa do que centralizar
mais plenamente nossa esperança em
Jesus Cristo.
m jovem amigo meu veio ver-me para uma
U e n tre v ista na qual con fessou algumas
pequenas dificuldades que estava tendo com o
pecado. Ele achava que seus pecados eram muito sérios.
Permitiu que Satanás o fizesse acreditar que ele não era
boa pessoa, que não tinha o poder para sobrepujar
fraquezas. Estava sobrecarregado com os desafios e
problemas da vida e perdera a paz que normalmente
acompanha um verdadeiro discípulo de Jesus Cristo.
“Sei que o papel de C risto é o de nos salvar do
pecado”, disse meu amigo, “mas o que acontece com
todos os outros problemas da minha vida?”
Ao ten ta r co n so lá -lo , d isse-lh e que C risto fora
enviad o não apenas para cu rar as ferid as das
transgressões e da iniqüidade, mas também para carregar
nossos pesares, tristezas e culpas (vide Mosiah 14:4-5,
11; Alma 24:10); que além de “(sofrer) penas, angústias
e tentações de toda espécie”, também tomou sobre si “as
dores do seu povo”, “a morte, para poder soltar as cadeias
. . . que prendem o seu povo”, e “suas enfermidades, para
A L I A H O N A
DO
que possa con h ecer. . . como socorrer o seu povo.” (Vide
Alma 7:11-12; grifo nosso.)
Enquanto este jovem e eu liamos as escrituras juntos,
ele ficou impressionado ao perceber que, de alguma
forma, Cristo é capaz de tomar sobre si não somente o
pecado num sentido geral, mas também o pesar, a tristeza,
a morte, as enfermidades, a falta de paz, a culpa e a dor.
Que pensam ento glorioso é o de que Jesus C risto é
realmente capaz de tomar sobre si os problemas e desafios
com que nos defrontamos diariamente. Ele não só nos
ajudará a sermos salvos no dia do julgamento, mas ele e o
Pai nos ajudarão a sobrepujar as provações diárias se os
buscarmos espiritualmente, e comunicarmo-nos com eles.
Uma palavra usada nas escrituras para definir a
capacidade de sobrepujar as provações do mundo por
meio do amor de Deus é a graça. Não é fácil definir a
palavra graça. Talvez a melhor definição que conheça
seja “o poder de fazer”, o poder que o Senhor nos deu
para realizarmos todas as coisas. Sabemos que o Senhor
não apenas quer conceder-nos sua graça, mas que ele nos
ordenou que crescêssemos de graça em graça. (Vide
D&C 93:1-20.)
Fico impressionado com uma passagem de escritura
que fala sobre “a bondade amorosa (do) Senhor, e tudo
que conferiu sobre (à humanidade) pela sua benignidade
e bondade amorosa, para todo o sempre.
• A B R I L DE 1 9 9 3
17
 Em todas as suas aflições (da humanidade), ele se
afligiu. E o anjo de sua presença os salvou; e em seu
amor, e em sua piedade, os redimiu, e os susteve, e os
carregou em todos os dias antigos” (D&C 133:52-53).
Parece evidente que o Senhor se aflige toda vez que
nós nos afligimos, que ele enviará anjos para nos ajudar,
e que, com seu am or ele nos ajuda d ia riam en te ,
estejamos cientes disso ou não. Quão gratos devemos ser
pela graça do Pai e do Filho!
Talvez alguns de nós, como foi inicialmente o caso do
meu jovem amigo, não avaliemos a maravilhosa bênção
que^pode ser este poder em nossa vida, o de fazer, ou
seja, a graça. Podemos, contudo, entendêdo cada vez
mais, se vivermos de acordo com os princípios que nos
ajudam a ter acesso a ele. Gostaria de com partilhar
convosco quatro desses princípios.
1. Fé no Senhor Jesus Cristo.
Como foi clara a declaração de Cristo depois que
Pedro caminhou sobre as águas e afundou: “Homem de
pouca fé, por que duvidaste?” (Mateus 14:31).
No momento em que Pedro duvidou, ele isolou-se do
poder que o sustentara ao cam inhar sobre as águas.
Quantas vezes ao pedirmos ajuda, não nos isolamos do
poder de Deus, por causa da dúvida ou do medo?
O Senhor é claro acerca dos resultados positivos da
fé: “Sendo pois justificados pela fé, temos paz com Deus,
por nosso Senhor Jesus Cristo:
Pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na
qual estamos firmes, e nos gloriamos na esperança da
glória de Deus” (Romanos 5 :1 -2 ; grifo nosso).
Ao lerm os a s escrituras juntos, ele ficou
im pressionado ao perceber que, de algum a form a.
Cristo é cap az de tom ar sobre si não somente o
pecado, m as tam bém o pesar, a tristeza, a morte,
as enferm idades, a falta de p az, a culpa e a dor.
 2. Humildade e um coração arrependido.
Foi-nos dito que “Deus resiste aos soberbos, dá,
porém, graça aos humildes” (Tiago 4:6; grifo nosso).
O S e n h o r en sin a o mesm o p rin cíp io em ou tra
escritura; “Se os homens vierem a mim, eu lhes mostrarei
sua fraqueza. E dou a fraqueza aos homens a fim de que
sejam humildes; e minha graça é suficiente para todos os
que se humilham perante mim; pois, se se humilharem e
tiverem fé em mim, então farei com que as coisas fracas
se tornem fortes entre eles” (Eter 12:27; grifo nosso).
A o nos hum ilharm os e nos arrependerm os dos
pecados, convidamos Cristo a entrar em nossa vida,
elevar-nos o espírito e ajudar-nos nas dificuldades. Ao
mesmo tempo, contudo, devemos aprender a submeter-
nos alegrem ente à vontade do Senh or em todas as
coisas.
Os problem as com que o meu jov em amigo se
defrontou não são incomuns. As vezes, os santos dos
últimos dias pensam que escaparão por serem membros
da Igreja, a certos tipos de desafios. Minha experiência
tem mostrado que eles têm tantos ou mais desafios, que a
maioria das pessoas. Por que .7 Porque o Senhor os ama.
Q uão vigorosas são estas palavras de D o u trin a e
Convênios 9 5 :1 -2 : “E a quem amo eu também castigo
para que os seus pecados possam ser perdoados, pois com
o castigo eu preparo o meio de em todas as coisas livrá-
los de tentação, e a vós tenho amado —
“Portanto, precisais ser castigados”.
A razão, tão divina, pela qual o Senhor nos castiga é
para que possamos obter perdão. Sinto-me feliz sabendo
que ele sempre prepara um m eio para me livrar e
reafirma-me o seu amor, embora eu não perceba isso
durante a provação.
O Sen h or tam bém ressalta o papel essen cial do
arrependimento para se obter a graça:
“E possa Deus conceder, em sua grande condescen­
dência, que os homens sejam levados ao arrependimento e
a boas obras para que possam ser restaurados na graça pela
graça, segundo seus feitos.” (Helamã 12:24; grifo nosso.)
Precisamos arrepender-nos para termos o “poder de
fazer”, que é a graça, e não pode haver dúvida quanto à
necessidade que nós todos temos de nos arrepender
continuamente.
A L I A H O N A
A fim de fazê-lo, “me oferecereis como sacrifício um
coração quebrantado e um espírito contrito . . .
Por conseguinte, todos os que se arrependerem e
vierem a mim como criancinhas, eu os receberei. . . ; por
conseguinte, arrependei-vos, e vinde a mim, ó vós,
extremos da terra, e salvai-vos” (3 Néfi 9:20,22).
3. Sacrifício, fazendo tudo o que pudeimos.
Uma pessoa deve fazer tudo o que puder. Então, a
graça de Deus começará a surtir efeito em sua vida.
“Porque trabalhamos diligentemente para as escrever,
a fim de persuadir nossos filhos e nossos irmãos a
acreditarem em Cristo e a se reconciliarem com Deus;
pois sabemos que é pela graça que somos salvos, depois de
tudo o que pudermos fazer.’’ (2 Néfi 25:23; grifo nosso.)
Que glorioso princípio para compreendermos, o de
que a ajuda do Senhor a nós — seja homem, mulher, ou
criança, com pouca ou muita fé — não se baseia naquilo
que sabemos, nem mesmo naquilo que podemos oferecer
ao Senhor, mas, claramente, em fazermos tudo que nos
for possível nas circunstâncias atuais.
4. Obediência aos mandamentos.
Há muitas escrituras que dizem que devemos cumprir
os mandamentos. Um homem não tem que ser perfeito
agora para receber uma resposta às orações, mas tem que
ser humilde de coração e tentar ao máximo cumprir os
mandamentos. Então, o Senhor o auxiliará.
“Pois, se guardardes os meus mandamentos, recebereis
a sua plenitude, e sereis glorificados em mim como eu
sou no Pai; portanto, vos digo, vós recebereis graça por
graça . . .
“Aquele que guarda os seus mandamentos recebe
verdade e luz, até que seja glorificado em verdade e
conheça todas as coisas.” (D&.C 93:20, 28; grifo nosso.)
Que o Senhor nos abençoe ao refletirmos sobre o
verdadeiro significado da Páscoa, e que nós, por nossa
vez, reconheçamos mais conscientemente o grande bem
que ele nos concedeu por intermédio de seu Filho. Não
pode haver desejo mais glorioso na Páscoa do que o de
centralizar nossa esperança mais plenamente em Jesus
Cristo, o qual verdadeiramente nos diz: “Eis que estou à
porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a
porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele
comigo” (Apocalipse 3:20). □
• A B R I L DE 1 9 9 3
19
 UM NOVO
MÉTODO
Decidi que já era hora de obter meu próprio testemunho.

S h auna R obinson

Quando estava na escola secundária, decidi que já era
hora de obter meu próprio testem unho, ao invés de
contar com o de meus pais.
Eu não tinha bem certeza de como proceder; então,
uma noite, enquanto orava de joelhos junto à cama, pedi
ao S e n h o r que me rev elasse se o ev an g elh o era
verdadeiro. Depois, pulei para a cama e dormi.
Nos dias que se seguiram a essa experiên cia, fiz
exatamente a mesma coisa. Obviamente, eu não estava
conseguindo obter um testemunho.
Decidi tentar um método diferente. Ao invés de
apenas orar e pular para a cama, eu oraria e aguardaria a
resposta de joelhos. Nada aconteceu.
Eu tinha de fazer alguma coisa. Acabara de ler o Livro
de Mórmon, e as pessoas sobre as quais lera estavam
constantem ente adquirindo testemunho. Não parecia
justo que eu não obtivesse resposta. O que eu estava
fazendo de errado?
Então, uma noite, li em Doutrina e Convênios 9:7:
“Eis que não compreendeste; tu supuseste que eu to
daria, quando não fizeste outra coisa senão pedir”.
P erceb i, e n tã o , que estav a te n ta n d o o b te r um
testemunho de maneira completamente errada. Ao invés
de apenas esperar receber um testemunho, eu precisava
encontrar um.
Procurei todas as referências que pude encontrar
sobre “testemunho”, conversei com o bispo, com meus
pais e outros sobre o assunto.
Depois de estudar e jejuar, orei e pedi ao Senhor que
me aju dasse a saber a verd ad e. Meu testem u n h o
começou a crescer.
Eu estava errada, contudo, ao pensar que minha
primeira oração não tinha sido respondida. Doutrina e
Convênios 9:7 foi a resposta. Embora não tivesse sido um
testemunho, a escritura me mostrou como consegui-lo
por mim mesma. □

A L I A H O N A • A B R I L DE 1 9 9 3
20
 “NA O
SENTI MAIS
DORES”

C ra ig A . C a rd o n

or que ainda nie lembro de

P meus pecados?” perguntou a

m ulher que foi ao meu
es critó rio . Ela estav a confusa;
con tu d o, tin h a um desejo m uito
sincero de compreender.
Na época, eu era presidente de
m issão, e essa irm ã tin h a ido
a c o n selh a r-se com igo sobre um
assunto que a perturbava já havia
algum tempo.
C o n to u -m e que, anos an tes,
com etera um sério pecado. C o n ­
fessara ao líder apropriado do
sacerdócio e seguira o conselho de
pedir perdão ao Senhor, à Igreja e às
pessoas envolvidas. Mudou de vida e
agora cum pria os m andam entos.
Ainda assim, as ações que praticara
voltavam-lhe às vezes à mente.
“O Senhor afirmou que quando
nos arrependemos, somos perdoa­
dos”, disse ela, “e ele não se lembra
mais dos nossos pecados. [Vide D&C
58:42.] Se, porém, ainda me lembro,
isso deve sig n ificar que não me
arrependi completamente, e que o
Senhor não me perdoou. O que mais
posso fazer? Com o saberei que o
Senhor me perdoou?”

Como A lm a, o Filho, podemos ser

atorm entados pela lem brança dos
pecados, m as a expiação do
Salvado r pode elim inar o
sofrimento.

A CONVERSÃO De ALMA, DE GARY KAPP

 FOTOGRAFIA DE PHIL SHURTLEFF, POSADA POR M ODELOS
Fir-lhe algumas perguntas e fiquei
convencido de que sua atitude era
de arrependim ento, obed iência e
sinceridade. Pedi-lhe que abrisse as
e scritu ra s. Ju n to s, lem os os
mandamentos do Senhor de perdoar-
nos uns aos ou tros e a toda a
h um anid ad e. D isse -lh e que, se
devemos perdoar-nos mutuamente,
devem os tam bém perdoar a nós
mesmos.
Ela aceitava o princípio do perdão
ao próximo, mas a idéia de perdoar a
si mesma ainda lhe era muito difícil.
O utras escrituras causaram -lhe a
mesma reação . Ela não se sentia
aliviada.
Em seguida, com eçam os a ler
sobre o princípio da té em Jesus
C risto . Em bora eu orasse s ile n ­
cio sa m en te para que o S e n h o r
dirigisse a conversa, eu não tinha
idéia de que o Espírito logo nos
ensinaria com grande impacto. Fui
movido a abrir o Livro de Mórmon,
em Alma, capítulo 36, que eu então
estava lendo no estudo pessoal.
Pedi-lhe que lesse em voz alta as
palavras de Alma, o Filho, ao filho
H elam ã: “E a c o n te c e u que,
en q u an to eu estav a sendo assim
ato rm en tad o e p ertu rbad o pela
lembrança de tantos pecados, eis que
me lembrei também de ter ouvido
A L I A H O N A
meu pai profetizar ao povo sobre a
vinda de Jesus Cristo, um Filho de
Deus, que viria expiar os pecados do
mundo” (versículo 17). A escritura
parecia ter sido escrita especialmente
para ela! Foi interessante notar que
ao m esmo tem po que A lm a se
lembrava dos pecados, também se
lembrava da expiação.
Ela co n tin u o u a ler: “E tendo
fixado minha m ente nesse pensa­
mento clamei em meu coração: O
Jesu s, Filh o de D eus, tem
misericórdia de mim, pois que sinto o
fel da amargura e estou rodeado das
e tern a s c o rre n te s da m o rte ”
(versículo 18). A súplica dessa irmã
era a mesma que a de Alma!
Depois, leu o versículo 19: “E eis
que, tendo assim pensado, não senti
mais meus (pecados)”.
As palavras ch am aram -m e a
a te n ç ã o e fix ei n elas o olhar,
surpreso. Ela tinha lido errado! A
palavra não era pecados.
Pedi-lhe que lesse o versículo de
novo. O Espírito sussurrou-me que
ela estava prestes a receb er uma
resposta para a pergunta que lhe
causara tanta angústia.
Sem tirar os olhos da página, ela
releu silenciosamente o versículo. Os
olhos se lhe encheram de lágrimas ao
compreender alguma coisa. Suave­
• A B R I L
24
mente, com dificuldade de controlar
a voz, leu então em voz alta: “E eis
que, tendo assim pensado, não senti
mais dores; e também não fui mais
atorm en tad o pela lem brança de
meus pecados”. (Grifo nosso.)
O s olhos não estavam mais
cheios de lágrimas de angústia, mas
de aleg ria, de e n ten d im en to e
aceitação.
Nos anos subseqüentes a essa
experiência comovente, tenho tido a
teliz oportunidade de presenciar
várias vezes o Senhor abençoando
alguém com a compreensão desses
princípios.
Aquelas experiências — e Alma
36 — d eixaram -m e c la ro que,
quando nos arrependemos sincera­
mente e exercemos fé no Senhor e
na expiação, somos perdoados. A
lembrança dos pecados anteriores
pode vir-nos à mente de tempos em
tem pos; mas, se tam bém nos
lem brarm os de que a expiação é
real, não sentiremos mais dores. Não
seremos mais “atormentados” pela
lembrança dos pecados.
Depois, nós também poderemos
sentir-nos como Alma: “E oh, que
alegria e que luz m aravilhosa vi
então! Sim, minha alma se encheu
de tanta alegria quanta havia sido
minha dor” (versículo 20). □
DE 1 9 9 3

COMPAIXÃO: SENTIMENTO E AÇÃO
A
s escrituras relatam que,
pouco antes de levantar o
tilho morto de uma triste
viúva, Jesus “m oveu-se de íntima
com paixão por ela” (Lucas 7 :1 3 ).
Compaixão é um aspecto importante
do amor cristão. E a capacidade de
sentir o que o outro está sentindo e,
depois, ajudar.
Paulo descreveu uma congregação
de san tos com passivos: “Se um
membro padece, todos os membros
padecem com ele; e, se um membro
é honrado, todos os m em bros se
regozijam com e le ” (I C o rín tio s
12:26).
PODEMOS AJUDAR OUVINDO E
PERCEBENDO OS SENTIMENTOS
DA OUTRA PESSOA
Q uan d o tem os com p aixão,
tentamos sentir as tristezas e alegrias
dos outros. As vezes, pode ser duro
ouvir o que eles dizem, esp ecia l­
m ente quando estão sofrendo. E,
com freqüência, nada podemos fazer
para eliminar a dor. Nesses casos,
apenas ouvir pode ser uma forma de
genuína compaixão.
Um homem, cuja jovem esposa
morrera, conta como precisa dessa
forma de compaixão. “Se eu digo a
alguém: ‘Isso me lembra de (como
minha esposa) costumava . . . ’, meu
co m en tá rio às vezes causa um
silêncio constrangedor. Quero falar
sobre ela. Às vezes, quero só divagar.
MENSAGEM DAS PROFESSORAS VISITANTES
Sim, é doloroso, mas a solidão e o
isolamento são piores. Deixem-me
lembrar e chorar” (Kevin Fitzwater,
Ensigti, junho de 1992, página 57).
• P ense n u m a o ca siã o em q u epude aguar o gramado para ela e dar
alguém realm ente a ouviu. Corno se
sentiu? C om o se sentiu em relação a
essa pessoa ?
COMPAIXÁO É AÇÃO
Ouvir com compaixão pode levar
à ação. A irmã Louis Porter,
p residente de uma So cied ad e de
Socorro na Cidade do Lago Salgado,
estava visitando uma irmã idosa no
hospital: “Perguntei-lhe o que podia
fazer por ela, e ela respondeu: ‘Nada.’
Quando, porém, lhe perguntei o que
FOTOGRAFIA DE PHIL SHURTLEFF
a preocupava, ela me disse que era o
gramado (da sua casa) e seu gato. Eu
nunca teria sabido disso se ela não
me tivesse contado, mas, depois,
comida ao gato”.
Quando conhecemos as necessi­
dades do próximo, devemos agir. O
Apóstolo Tiago disse: “E, se o irmão
ou a irmã estiverem nus, e tiverem
falta de mantimento quotidiano,
E algum de vós lhes disser: Ide em
paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e lhes
não derdes as coisas necessárias para
o corpo, que proveito virá daí?”
(Tiago 2:15-16).
Um grupo de irmãs de Caracas,
Venezuela, agiu compassivamente
quando como parte de um projeto de
serviço, visitou um asilo. Levaram
biscoitos e suco para as mulheres,
mas quando as viram com cabelos
desalinhados e quase sem roupas,
largadas em cadeiras, com rostos
inexpressivos, sentiram o que elas
deviam esta r sen tin d o e agiram
im ediatam ente. Juntaram roupas
e aju daram a v e sti-la s. D epois,
lim param -lhes o rosto e o corpo,
e p e n tea rem -lh e s os cabelos.
Tendo dado dignidade a essas
mulheres, seguraram-lhes as mãos,
conversaram com elas e distribuíram
os biscoitos e o suco.
• Q uem poderia beneficiar hoje, se
ouvisse com compaixão?
• Q u em poderia hoje usufruir de
sua compaixão ? □
CRISTO
A ÚLTIMA SEMANA DE SEU MINISTÉRIO
Entalhes em M a d e ira de G ustave D oré

m núm ero an terio r de A
O u v in d o uma grande
multidão, que viera à
festa, que Jesus vinha a
Jerusalém, tomaram
ramos de palmeiras, e
saíram--lhe ao encontro,
com suas en ferm id ad es” (A lm a

E
e clamavam: Hosana:
L ia h o n a (D ezem bro de 7:11-12).
Bendito o rei d ’Israel
1 9 9 2 ), vimos os even tos Mais tarde, o próprio Salvador que vem em nome
concernentes ao nascimento e missão ensinou aos nefitas que a expiação é do Senhor. ”
de Jesus Cristo, que foram ilustrados a essência do evangelho: “Este é o
(João 1 2 :1 2 - 1 3 .)
com entalhes de madeira do artista evangelho que vos dei: que vim ao
francês Gustave Doré (1832-1883). mundo para fazer a vontade do Pai, E entrando no templo,
Agora, na Páscoa, veremos a última porque ele me enviou. começou a expulsar todos
sem ana do m in istério m ortal do E o Pai me enviou para que eu
os que nele vendiam e
Salvador. fosse levantado sobre a cruz, e para compravam, dizendo -
O evangelho restaurado nos dá que, depois que eu tiv esse sido
lhes: Está escrito: a
uma im p o rta n te p ersp ectiv a do levantado sobre a cruz, pudesse atrair minha casa é casa de
sofrim en to e m orte do Salvador. a mim todos os homens . . . para oração; mas vós fizestes
A n tes do n ascim en to de C risto , (comparecerem) perante mim, a fim
dela covil de salteadores. ”
A lm a profetizou que o Salvad or de serem julgados por suas obras,
(Lucas 19:45-46.)
sofreria “penas, angústias e tentações sejam elas boas ou m ás” (3 N éfi
de toda espécie . .. 27:13-14).
E tomará sobre si a morte, para Jesus Cristo — “o Cordeiro . . .
poder soltar as cadeias da morte que imolado desde a fundação do mundo”
prendem o seu povo; e tomará sobre (M oisés 7 :4 7 ) — com preendeu
si as suas enferm idades, para que plenamente sua missão. No mundo
suas en tra n h a s se en ch am de pré-mortal, quando o Pai perguntou:
misericórdia, segundo a carne, e para •“A quem en v ia rei?” o Filho
que possa conhecer, segundo a carne, voluntariamente respondeu: “Eis-me
como socorrer o seu povo, de acordo aqui, envia-me” (Abraão 3:27).

A L I A H O N A • A B R I L DE 1 9 9 3
26
 E, indo um pouco mais
para diante, prostrou-se
sobre o seu rosto, orando
e dizendo: M eu Pai, se é
possível, passe de mim
este cálice; todavia, não
seja como eu quero, mas
como tu queres. E
voltando para os seus
discípulos, achou-os
adormecidos. ”
(Mateus 2 6 :3 9 - 4 0 .)

Pilatos “disse aos judeus:

Eis aqui o vosso Rei. Mas
eles bradaram: Tira, tira,
crucifica-o. Disse-lhes
Pilatos: Hei de crucificar
o vosso Rei? Responderam
os principais dos
sacerdotes: Não temos
rei, senão o C ésa r’’
E, quando comiam, Jesus tomou o pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos (João 1 9 :1 4 - 1 5 ).
discípulos, e disse: Tomai, comei, isto é o m eu corpo. E, tomando o cálice, e dando
graças, deu-lho, dizendo: Bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue
do Novo Testamento, que é derramado por muitos, para remissão dos pecados. ”
(Mateus 2 6 :2 6 - 2 8 .)

A L I A H O N A • A B R I L DE 1 9 9 3
28
L I A H O N A A B R I L DE 19 9 3
30
E, quando chegaram ao
lugar chamado a Caveira,
ali o crucificaram, e aos
malfeitores, um à direita
e outro à esquerda. ”
(Lucas 2 3 :3 3 .)

T om aram pois o corpo de

Jesus e o envolveram em
lençóis com as especiarias
. . . E havia um horto
naquele lugar onde fora
crucificado, e no horto um
sepulcro novo, em que
ainda ninguém havia sido
posto. Ali p o is. . . puseram
a Jesus." (João 1 9 :4 0 ^ 2 .)
E (Jesus) disse-lhes . . . Recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir
sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e
Samaria, e até aos confins da terra. E quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado
às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos." (Atos 1 :7 - 9 .) □

A L I A H O N A • A B R I L DE 1 9 9 3
31
 Don L. Searle

Santos equatorianos mostram que há um

núcleo de fé no "meio da terra".

e pegarm os um jo rn a l em sem pre fá cil ser um san to dos

S Q u ito ou G u ayaq u il, no

Equador, p ro v av elm en te
últimos dias em seu país, diz o irmão
Trujillo, mas testes e provações não
são nada com parados à alegria
leremos algo sobre alguma proposta
ou programa para d esenvolver a proveniente do evangelho.
riqueza inexplorada do Equador, a O irm ão e a irmã T ru jillo
fim de fo rta le c e r a econ om ia da ensinaram a fam ília a participar
n a çã o . Esse é um país rico em inteiramente do evangelho. Cinco
recursos naturais subdesenvolvidos. dos dez filhos do casal cumpriram
No entanto, é ainda mais rico em m issão, e agora os n etos estão
recursos espirituais e, enquanto o começando a ser missionários.
Equador luta por desenvolver toda O irmão Trujillo tem certeza de
sua riqueza n a tu ra l, suas fo n tes que o progresso atual no Equador é
esp iritu ais estão flo rescen d o apenas um começo para o evangelho
tra n q ü ilam en te, à medida que o restaurado. “A profecia tem que se
evangelho se espalha pelo país. cum prir. Ela diz que a terra se
Essas fontes espirituais podem ser encherá com o evangelho”. (Vide
encontradas por todo o Equador, na D&C 65:2.)
vida de santos dos últimos dias. • Em O ta v a lo , pegando uma
• Se form os à casa de José estrada poeirenta na periferia da
Trujillo, em Q uito, veremos que a cidade e caminhando por uma pe­
ampla sala da frente — que seria a quena plantação de milho, chega-se
sala de visitas na maioria das casas
— é um e s critó rio d ed icad o ao
tra b a lh o da Ig reja. A li o irm ão Acim a: Detalhe de uma tradicional
Trujillo, patriarca da Estaca Colón, tap eçaria feita em O tavalo,
dá bênçãos patriarcais. Equador: Direita: Lauro Yam verla e
A família Trujillo foi batizada em a fam ília, em frente ao cam inhão
1966, no ano seguinte à chegada dos que usam p ara os negócios da
m issio nários ao Equador. N ão é m ercearia.

A L I A H O N A • A B R I L DE 1 9 9 3
32

a uma pequ ena casa de dois ca sin h a de barro, onde
cômodos. Juan José Munoz, segundo Guerrero vive com os seis filhos. (O
conselheiro na presidência da Estaca filh o de dezenove anos está na
O tavalo Equador, mora ali com a Bolívia, trabalhando para ganhar
mulher, Laura, e os quatro filhos. A dinheiro para a missão.) Não há água
irm ã M unoz é p resid en te da corrente nem encanam ento nessa
Sociedade de Socorro da ala. parte de Guayaquil, e os aposentos
Em 1986, a família Munoz viajou de dormir são separados por uma
para o Templo de Lima, Peru, para ser c o rtin a ; a am pla sala da fre n te ,
selada, e não teriam conseguido isso porém, é bastante espaçosa para as
sem a ajuda do Senhor, diz o aulas de seminário da irmã Guerrero.
Presidente Munoz. Eles econom i- A irmã Guerrero trabalha para o
zaram metade do salário por mais de governo, a fim de sustentar a família,
um ano, para ajudar a custear as e está estudando Direito, pois assim
despesas; venderam alguns de seus terá co n d içõ e s de m elh o rar os
poucos bens e pediram uma quantia rendim entos e o nível de vida da
emprestada para cobrir o restante dos família. Ela também trabalha como
gastos. Em 1988, repetiram a viagem, segunda conselheira na presidência
depois de um esforço semelhante. da Sociedade de Socorro da Estaca
Os santos dos últimos dias devem Guayaquil Equador Sul. A despeito
ir ao tem plo para entenderem as da agenda apertada, ela gosta muito
bênçãos plenas do evangelho, diz o de dar aulas de seminário de manhã
e novamente à noite, para aqueles
Presidente Munoz. “Por isso é grande
nosso desejo de ter um templo no que não podem ir mais cedo. “O que
Equador”. me deixa mais feliz é ter a
• Q uan d o Laura G u errerooportunidade de ajudar os jovens”,
convida alguém para sentar, é bom diz ela.
tomar cuidado com os manuais do
sem in ário. Ela não pôde ainda A UTILIZAÇÃO DAS RIQUEZAS
mandar consertar a mesa quebrada,
por isso, usa uma das cadeiras como O evangelho restaurado chegou
escrivaninha. primeiramente ao Equador em 1965.
Exceto pelas cadeiras de madeira, Em 9 de outubro daquele ano, o Élder
há pouca coisa mais na sala da Spencer W. Kimball, do Quorum dos
A L I A H O N A • A B R I L DE
34
Direita: C ésar Hugo Cacuango, 11
anos, com os irm ãos Juan Pablo, 9,
e Ricardo Antonio, 7. Extrema
direita: Paola Yanez. Abaixo: Henry
Ortiz, diretor do Centro de
Distribuição de Quito.
irmã Doze, subiu ao topo de uma colina
em Quito e dedicou a terra, orando
para que o povo “transformasse sua
vida e se organizasse para realizar o
grande program a” que o Sen h or
estabelecera. Ele suplicou ao Senhor
que abençoasse os índios equato­
rianos, “para que pudessem encher-se
do conhecim ento das verdades do
evangelho”, pelas quais “esperaram
tanto tempo” (History of the Andes
Mission, 9 de outubro de 1965).
A p rin cíp io , a Ig reja cresceu
devagar, mas o cre scim e n to
a c e le ro u -se à m edida que os
recursos espirituais eram utilizados
em áreas cada vez maiores — na
co sta e na região in d ígen a de
O tavalo. Podemos ouvir, hoje, os
membros repetirem muitas vezes: “O
evangelho mudou minha vida”. É
quase um eco da oração do Élder
Kimball.
A Igreja no Equador tem agora
n o v en ta mil m em bros, em sete
estacas e três missões (Guayaquil
N orte, Guayaquil Sul e Q uito); e
uni templo está para ser construído
lá. O núm ero de m em bros tem
crescido cerca de 9 por cen to ao
ano, com várias c e n te n a s — às
vezes, mais de mil — m em bros
novos unindo-se à Igreja todo mês.
As condições econôm icas tornam
1 9 9 3
 difícil, para alguns deles, mantèr
con tato com a Igreja. Muitos não
têm carro nem telefone, e levar uma
família às reuniões pode sair caro.
Além disso, conseguir um emprego e
mantêdo muitas vezes significa sair
de casa por uns tempos, ou trabalhar
horas e dias extras, incluindo os fins-
d e-se m a n a . A in d a assim, os
equatorianos freqüentam a Igreja tão
fielmente quanto membros de outras
áreas.
Em bora o ev an gelh o e suas
bênçãos sejam os mesmos em toda
parte, a vida para os membros em
Quito, Otavalo e Guayaquil pode ser
muito diferente.

QUITO

Há um ar colonial na velha região

de Quito, com sua arquitetura típica
da era h ispânica, a alguns quilô­
metros dali, contudo, bancos, lojas
de m oda e grandes ed ifício s de
escritórios dão à moderna Quito um
aspecto cosmopolita. A temperatura
é moderada, embora o equador — de
onde deriva o nome do país — fique
apenas alguns quilômetros ao norte
da cidade. Uma placa numa rodovia
de Quito indica o caminho para “o
meio da terra”.
Q uito e o planalto dos Andes,

A L I A H O N A • A B R I L DE 1 9 9 3
35
geralmente chamado de “Sierra”, no
qual Q u ito está lo ca liz a d a , são
conhecid os pelo tradicionalism o.
Grande parte da história do país
c e n tra liz a -se aqui, onde alguns
membros da Igreja têm observado a
expansão do evangelho quase desde
o seu início no Equador.
“O progresso que estamos fazendo
agora nos dá esp era n ça de um
crescimento ainda maior”, diz César
Cacuango, que foi batizado em 1968.
Seus chamados na Igreja têm variado
de professor da Escola Dominical a
presidente de missão. Atualm ente,
ele é R ep resen tan te Regional da
região de Guayaquil Equador, mas
como um dos diretores no escritório
de área da América do Sul, mora e
trabalha em Quito.
O crescim ento da Igreja trouxe
desafios. Um deles é en sin ar
liderança e serviço a membros que
podem sentir-se incapazes devido à
falta de instrução, ou porque nunca
esperaram servir com o líd eres.
Alguns membros, designados como
professoras v isitan tes ou m estres
fam iliares de pessoas de nível de
instrução mais elevado, ou de maior
poder aq u isitiv o , não fazem as
visitas, pois sentem que não têm
nada a oferecer.
O irm ão C acu an g o é um dos

A L I A H O N A - A B R I L DE 1 9 9 3
36
Extrema esq u erd a : Miriam
G arcia, do Ramo Latino de
O tavalo, com a m áquina de tecer
m eias com que tra b alh a atrás de
sua casa. Seus rendim entos
ajudam a custear a m issão do
líderes que dizem que os membros
da Ig reja sobrep ujam essa
dificuldade vivendo plenamente o
evangelho. Quando as pessoas se
filiam à Igreja, a mudança de sua
vida não é somente espiritual, mas
também física, explica ele. Elas se
libertam de maus hábitos e tornam-
se mais limpas, mantendo também
suas casas com m aior h ig ien e.
D epois, o estu d o do ev an g elh o
aum enta-lhes o desejo e a cap a­
cidade de se instruir e, à medida que
servem de boa v o n tad e, tran s-
formam-se em líderes mais capazes
de ajudar a fam ília, a Igreja e a
comunidade.
Seria difícil não sentir uma certa
vibração entre os membros de Quito
hoje. Sua fé também é evidente. A
atitu d e de m uitos d eles está
registrada numa inscrição sobre uma
escrivaninha nos escritórios de área
da Igreja: “É assim que o Salvador
faria.7”
E n co n tra m o s esse tipo de
dedicação em famílias como a de
M arco e Piedad Canar. O irm ão
Canar é patriarca da Estaca Equador
Sa n ta A n a, e a irm ã C a n a r é
presidente da Sociedade de Socorro
da estaca. O filho mais velho dos
C anar, Luís, e a filh a R u th
cumpriram missão; os filhos menores
A L I A H O N A
irm ão. Esquerda: Bispo
Francisco C astaned a, da ala
Im babura. Abaixo: Jo sé e M aria
C astaned a, da Estaca O tavalo
Equador, dizem que a Igreja
mudou com pletam ente sua vid a.
Vladimir, Javier, David e M ichael
esperam com entusiasmo o dia em
que eles também serão missionários.
Os meninos menores dizem que os
amigos na escola sabem a respeito de
suas cren ças e aceitam seu com ­
promisso para com elas.
Essas pessoas são espirituais, mas
não necessariamente circunspectas.
D urante um jogo, depois de uma
noite familiar, Vladimir fica de frente
para M ich a e l, segurando uma
pequena caneca com água. Quando
Michael não consegue responder a
uma pergunta com rapidez
suficiente, Vladimir joga-lhe a água
no rosto. Ninguém está seguro nesse
jogo, incluindo o pai e a mãe.
Grace Torres é outro membro cuja
vida foi moldada pela dedicação ao
ev an g elh o . E x -m issio n ária, ela
trabalha como consultora para uma
com pan h ia de co sm ético s e está
p lan ejan d o com eçar seu próprio
n eg ó cio de a rte sa n a to para
exportação. Ela se entusiasma com
as atividades dos jov en s adultos
solteiros, que inclui música, dança e
vários esportes. As atividades são
p lan ejad as para fo rta le c e r os
indivíduos, mas têm resultado em
muitos casamentos. Isso indica que
não é mais difícil para um jovem que
participa das atividades da Igreja
• A B R I L DE 1 9 9 3
37
e n c o n tra r uma esposa que seja
membro da igreja, explica a irmã
Torres.
Os jovens adultos em Quito dão
muito apoio uns aos outros, embora
alguns se afastem porque não vivem
o evangelho, diz ela.
Seu comentário aplica-se também
a outras pessoas: em Quito, como em
outras áreas, alguns membros “caem
ao pé do cam in h o” (vide Mateus
13:4), e outros negam a si mesmos as
bênçãos plenas do evangelho. No
e n ta n to , em áreas em que o
evangelho existe há menos de trinta
anos, há agora uma grande base de fé
e com p an h eirism o para apoiar
m em bros dispostos a assumir
compromissos.
OTAVALO
Localizad a bem ao n o rte do
equador, O ta v a lo fica num
h em isfério d iferen te de Q u ito .
Parece estar também, culturalmente,
num outro hemisfério.
A cultura dominante aqui é a dos
índios Otavalo — Otavalenos. É um
centro de fabricação das tradicionais
m ercad orias de lã O tav ale n as.
Máquinas de costura industriais e
a u to m á tica s, teares e le trô n ico s
importados substituíram os métodos

m anuais mais tra b a lh o so s, em
algumas fábricas onde são feitas
blusas, pon ch os e m alas de mão
coloridas. Muitos O tavalenos são
astu tos hom ens de n eg ó cio s,
vendendo seus produtos no Equador
e em outros países.
Os membros da Igreja Otavalenos
d en om in am -se “L a m a n ita s” e
referem -se aos m em bros de d es­
cen d ên cia européia e índia como
“L a tin o s”. N inguém p arece in ­
comodar-se com a distinção, embora
raramente se ouça esses termos em
outras áreas do país, onde os Latinos
são a maioria. Cerca de 25 por cento
dos membros da estaca de Otavalo
são Latinos; a estaca tem um ramo
latino de língua espanhola para eles,
já que poucos falam Q u ich u a , o
d ia leto dos O ta v a le n o s. Dos
m em bros O ta v a len o s nas outras
unidades da estaca, cerca de 25 a 30
por cento não falam espanhol.
N um a c o n fe rê n c ia de e sta c a ,
m em bros lam an itas e la tin o s
cum prim entam -se calorosam ente
com o irm ãos. O p resid en te da
estaca, José Alberto Picuasi, inicia o
discurso em esp an h ol, dizendo:
“Gostaria de dizer-lhes que vos amo
— todos v ó s”. No d eco rrer da
conferência, a maioria dos discursos
são em Quichua com um pouco de
A L I A H O N A
Direita: A fam ília de Luís Alberto
Cacuango, do lado de fora de sua
casa em Pucará, onde ele é
presidente do ram o. Extrema
direita: Um membro da Estaca de
espanhol quando alguém cita uma
escritura ou presta testemunho.
Durante a sessão de liderança no
sábado à tarde, o Presidente Munoz,
segundo conselheiro na presidência
da e s ta c a , con v id a os líd eres a
ouvirem quinze m in u tos da
conferência geral; alguns podem não
entender a tradução em espanhol,
diz ele, mas “podem os se n tir o
espírito que reina lá”.
Sentir a influência do espírito é o
que significa o evangelho para muitos
membros em O tav alo — pessoas
com o Lauro Yamverla e a esposa,
Lucila. No começo, foi difícil para os
missionários ensiná-lo, relembra o
irmão Yamverla. Quando, porém, o
espírito prestou testemunho de que a
mensagem era verdadeira, “tracei
uma meta de que, se fosse batizado,
seguiria os en sin am en tos do
evan gelh o rig o ro sam en te”. A
princípio, quando começou a fechar
a m ercearia aos dom ingos, ficou
preocupado com a possibilidade de
perder a clientela mas, na verdade, o
negócio prosperou.
O irmão e a irmã Yamverla têm
estado profundamente envolvidos
com o serv iço desde que se
tornaram membros da Igreja. Como
presidente da Sociedade de Socorro
da ala, a irm ã Yam verla faz o
• A B R I L DE
38
O tavalo ag u ard a o início de uma
conferência Abaixo: Membros da
Ala P rad era, incluindo o
conselheiro do quorum dos
diáconos Alex Valenzuela.
possível para ajudar as irmãs de sua
área a aprenderem coisas práticas,
como cozinhar e fazer outras coisas
básicas no lar. Entretanto, ainda mais
importante do que isso é ensinar-lhes
a “transmitir o amor de Cristo aos
outros”.
A presidente da Sociedade de
Socorro da estaca, Josefina Cacuango,
diz que o contato constante com as
irmãs, por intermédio das professoras
visitantes, é uma das maneiras pelas
quais os membros podem demonstrar
esse amor, mas pode ser d ifícil
co n ta ta r todos os mem bros, pois
muitos residem na zona rural, em “el
cam p o”, aonde usualm ente as
professoras visitantes e os mestres
familiares precisam ir a pé.
Por exemplo: o marido da irmã
Cacuango, Luís, preside o ramo de
Pucará, que se estende por vários
quilômetros ao norte, ao longo de
uma p arte da rodovia Pan-
A m erica n a , e uns c in co ou seis
quilômetros a leste, até as primeiras
elev açõ es de uma cad eia de
montanhas. Muitos membros vão às
reuniões a pé. A pequena capela
básica que construíram com material
fornecido pela Igreja é motivo de
orgulho para os santos dos últimos
dias e os moradores.
Luís Cacuango é, de certa forma,
1 9 9 3

presidente de toda Pucará. Ele prega
o evangelho a qualquer pessoa que
queira ouvir. Seu serviço abrange
níveis práticos também. Quando se
dirige a O tavalo em seu pequeno
cam in h ão , as pessoas de Pucará
sabem que podem pegar carona com
ele. E às vezes, quando retorna, leva
suprimentos que algumas pessoas
encomendaram.
Os membros da estaca encontram
várias maneiras de servir, às vezes bem
perto de casa. M iriam G arcia é
primeira conselheira na presidência da
Sociedade de Socorro da ala, mas
freqüenta o ramo latino. Numa loja
atrás de sua casa, vários teares
elétrico s tecem meias que são
vendidas no Equador, Peru e
Colômbia. Os lucros se destinam, em
parte, ao sustento do irmão que lhe
pregou o evangelho antes de ser
chamado para cumprir missão em
Guayaquil.
A L I A H O N A
“Eu acreditava em Deus antes de
me tornar membro e acreditava que
Cristo viria, mas não sabia como me
preparar”, diz ela. Hoje é grata pelo
c o n h e c im e n to do plano do
evangelho e pelo apoio espiritual do
Pai Celestial. Também é grata pelas
b ên ção s m ateriais que lhe
possibilitam enviar dinheiro para o
irmão em Guayaquil.
G U A Y A Q U IL
E a maior cidade do Equador —
centro de comércio e um dos três
maiores portos do país tem o ar de
uma cidade que cresceu rapida­
m en te devido a uma rep en tin a
prosperidade, mas que atravessa
momentos difíceis. Guayaquil é um
centro de exportação de bananas e
também de indústrias de pesca e de
venda de camarões. Essa última tem
sido fortem ente prejudicada pelo
• A B R I L D E
39
declínio de produção nas áreas de
camarões.
G uayaquil é um ímã que atrai
pessoas que procuram trabalho e o
crescim ento ocorreu mais rapida­
m en te do que a cap acid ad e do
governo de providenciar empregos.
Em algumas áreas, não há água e
tratamento de esgoto. Dia e noite,
uma estação de bombeamento extrai
água de um rio, co lo can d o -a em
tanq u es e carro s-p ip a para ser
transportada à periferia da cidade.
José G abriel Á lvarez, dono de
uma em presa de ferram en tas e
presidente da Estaca Equador Sul,
estim a que 70 por ce n to dos
h a b ita n te s da cid ad e, in clu in d o
m em bros, vivem abaixo do nível
oficial de pobreza. Os negócios, em
geral, estao em baixa. O desemprego
e a pobreza contribuem para um alto
índice de criminalidade.
A despeito desses problemas, a
n atu reza am igável e ab erta das
pessoas da c o sta do Equador
determina o estado de espírito da
cid ad e, e a m aioria das pessoas
parecem otimistas acerca do futuro.
O c re s cim e n to da Ig reja no
Equador tem sido m aior em
Guayaquil, onde as pessoas parecem
ser receptivas a novas idéias. Há
mais de dezesseis mil santos dos
1 9 9 3
últimos dias entre os dois milhões de
pessoas na cid ad e ap ro xim ad a­
m en te. G u ayaqu il tem d ezoito
capelas e outras mais estão sendo
planejadas.
Como a Igreja pode enfrentar seu
rápido crescim ento? Jimy O lvera,
segundo conselheiro na presidência
da Estaca Guayaquil Equador Norte,
sorri e responde: “Precisamos treinar
mais líderes — e mais missionários”.
Há, também, é claro, membros
antigos que ajudaram a organizar a
Igreja desde o in íc io . A d alb erto
Torres era um hom em p ro n to a
aceitar a verdade, depois de sonhar
uma noite, em 1969, com dois livros
— a Bíblia e, ao lado dela, um que
nunca vira antes. Ele reconheceu o
segundo livro quatro meses mais
tarde, quando visitou um amigo que
estav a sendo en sinad o pelos
missionários. No momento em que
leu o primeiro versículo do Livro de
Mórmon, sentiu que era verdadeiro.
Depois que foi batizado, a esposa
ficou pensando se ele fizera a coisa
c e rta , mas um sonho tam bém a
c o n v e n ce u . V iu -se estu d an d o a
B íb lia , h á b ito que não tin h a , e
en ten d eu que deveria seguir o
cam inho da verdade tomado pelo
marido.
O irm ão T orres, p a tria rca da

A L I A H O N A • A B R I L D E 1 9 9 3
40
Extrema esquerda: Carlos e
Francisca Frias. Ambos ex-
m issionários. Ele é bispo da
Prim eira Ala de Salad o, Estaca
G uayaquil Equador Central.
Esquerda: Uma classe de jovens
adultos da Escola Dominical em
Estaca Guayaquil Equador Leste,
comenta que muitos membros locais
“prestam testemunho da Igreja sem
perceberem”. Fazem-no pelo modo
como vivem. Outros os observam,
querendo saber qual a fon te da
felicidade dos santos dos últimos dias
e de sua força espiritual.
O irmão e a irmã Torres tornaram
o evangelho parte integrante na vida
dos doze filhos. Henry Torres voltou
para casa recentem ente, depois de
cumprir missão na Colômbia. Se ele
achou a obra m issionária difícil?
“N ão me ativ e às d ificu ld a d es”,
respondeu ele. “O Senh or nunca
disse que seria fácil, apenas que
podíamos fazer o trabalho”.
Devido ao crescimento acelerado
da Igreja aqui, m uitos m em bros
novos — alguns jovens, como Henry
Torres, e outros simplesmente novos
no evangelho — fazem parte da
liderança básica crescente.
Os líderes locais dizem que casais
com o San tiag o Léon e a esposa,
Raquel Plúas de L éon , estão
esta b e le ce n d o um padrão de
casa m en to no tem plo que um
número cada vez maior de jovens
está seguindo. Santiago e Raquel não
d esistiram da idéia de casar no
Tem plo de Lim a, Peru, em bora
tivessem que sobrepujar dificuldades
A L I A H O N A
G u ayaq u il. Abaixo: Laura
G uerrero , de G u ayaqu il, ensina
uma classe da Escola Dominical
num a sa la in acab a d a de uma casa
alu g a d a que serve como cap ela. A
irm ã G u errero tam bém dá a u las de
sem inário.
econômicas e enfrentar opiniões de
parentes de outras crenças. “Fiquei
feliz só de olhar o templo por fora”,
lem bra ela, “mas poder en trar e
participar das ordenanças — aquilo,
sim, foi uma verdadeira bênção”. Na
parede da sala da fren te de sua
pequena casa está uma fotografia do
Templo de W ashington. A baixo,
uma inscrição manuscrita: “Equador,
prepare-se para o seu templo”.
O am or fu n d am en tad o
evangelho é irradiado na vida de
Carlos Frias e da esposa, Francisca,
ambos ex-missionários. Ele é bispo
da ala Salado, E staca Guayaquil
C e n tra l, e ela é c o n se lh e ira na
presidência das Moças da ala. Eles
têm três filhos pequenos.
Talvez o bispo e a esposa gozam
da confiança dos jovens por causa
da maneira como vivem. “Podemos
dizer-lh es com o viver, podem os
ensinar-lhes, mas aprendi que eles
não farão nada, a m enos que
sejamos um exemplo”, diz o bispo
Frias. “Se faço algo que não devia
ter feito, que lhes disse que não
fizessem, eles me alertam ”. Ele é
grato pela ajuda de membros que
podem ser tão honestos.
O bispo Frias e a esposa são
membros desde a juventude. Para
outros, batizados com mais idade, o
• A B R I L D E
41
serv iço na Igreja to rn a-se
rapidamente um curso intensivo de
liderança.
E rn esto M erch án , membro da
Igreja desde 1988, é conselheiro no
bispado da ala e serviu antes como
presidente do quorum de élderes. Ele
se esfo rça m uito por guardar os
co n v ên io s b atism ais, porque “o
Senhor nos disse, nas escrituras, que
devíam os ser uma luz para os
no o u tro s”. (Vide M ateu s 5 :1 6 .) O
irmão M erchán espera que alguns
dos seus parentes vejam a luz do
evangelho.
A esposa percebeu essa luz, depois
de ob serv ar por dois anos o
crescimento do marido na Igreja e de
sentir o amor que os membros da
Igreja demonstravam a ela. Apenas
um ano após seu batismo, Carmen
M erch án foi cham ad a com o
presidente da Sociedade de Socorro
da ala. A falta de experiência e a
pobreza dos membros de sua área
não a desencorajam, diz ela, já que
pode sentir a ajuda do Senhor em
seu chamado. Como se não bastasse,
acrescenta: “Posso amá-las” como o
Salvador ensinou.
“Aqui no Equador, com o em
outros países, o Senhor é o mesmo”,
diz Ernesto Merchán. “O evangelho
é o mesmo. Somos uma família.” □
1 9 9 3
WILFORD WOODRUFF
HOMEM
ilford Woodruff permanece
W como um exemplo do que
uma grande fé, somada ao
entusiasmo — combinados com um
ouvido sempre atento e um coração
obediente aos influxos do Espírito
Santo — pode fazer pelos membros
da Ig reja. E le, p a rtic u la rm e n te ,
precisava ser um hom em forte e
capaz de confiar no Senhor, porque
guiou a Igreja durante um período
realmente difícil.
Por o casião da m orte
Presidente Jo h n Taylor em 1887,
W ilford W oodruff en co n tra v a -se
escondido, em razão dos conflitos
en tre a Igreja e o governo dos
Estados Unidos no que dizia respeito
ao casam en to plural. O governo
confiscara as propriedades da Igreja.
Muitos chefes de família haviam sido
presos ou estavam escondidos. Até os
santos de Idaho perderam o direito
de voto.
Estas eram apenas algumas das
co n d içõ e s que Élder W oodruff
enfrentou quando se tornou o quarto
Presidente da Igreja. Nem mesmo
DE FÉ E E N T U S I A S M O
Leon R. Hartshorn
enquanto conduzia os negócios da
Igreja, ele podia afastar-se por muito
tem po de seu e sco n d e rijo para
falar aos queridos membros da Igreja
nas c o n fe rê n c ia s gerais. C om o
Presidente da Igreja durante este
período difícil, W ilford Woodruff
do precisou apoiar-se intensamente no
Senhor para ajudá-lo a cuidar dos
santos. Nesta época de sua vida ele
estava preparado para fazê-lo.
A PREN DEN D O A
C O N F IA R EM D E U S
Wilford Woodruff aprendeu ainda
criança a confiar profundamente no
poder do Senhor. De acordo com
suas anotações, passou por muitos
acidentes e outras dificuldades, e só
foi poupado por causa da
misericórdia do Senhor. Caiu em um
caldeirão de água fervente aos três
A L I A H O N A • A B R I L D E
42
anos de idade; escorregou de uma
viga no celeiro do pai e aterrou com
o rosto no chão; quebrou o braço ao
ca ir da escad a; foi ata ca d o no
estômago por um boi, soterrado por
uma carga de fen o quando o
ca rro ção tom bou; estava em um
carroção que virou quando o cavalo
d esgovernado disparou morro
abaixo; caiu de uma árvore de mais
de quatro metros, batendo com as
costas no chão; foi salvo de morrer
afogado; por um triz, escapou de
morrer congelado quando, por acaso,
alguém que passava o viu rastejar
para o oco de uma macieira; abriu o
peito do pé esquerdo quando cortava
lenha; foi mordido por um cão nos
últimos estágios da raiva; foi atirado
de um cav alo em disparada e
Durante sua prim eira m issão na
In glaterra, Élder Woodruff foi
conduzido à fazend a de John
Benbow, onde centenas foram
convertidos e batizados.
1 9 9 3
*
quebrou uma perna em dois lugares,
deslocando ambos os tornozelos. E
tudo isso a c o n te c e u an tes que
Wilford chegasse aos vinte anos de
idade!
Mais tarde, caiu duas vezes da
roda do m oinh o, escap and o por
pouco de ser m orto por esmaga-
m en to . Em ou tras o ca siõ es, foi
arrastado por cavalos em disparada;
uma arma apontada para seu peito
foi acionada acidentalm ente, mas
negou fogo, e a queda de uma árvore
fra tu ro u -lh e o e ste rn o e três
costelas, ferindo-lhe seriam ente a
coxa, o quadril e o braço do lado
esquerdo.
Não surpreende que ele bem cedo
houvesse reconhecido que o poder
do Senhor o preservara. Recordando
esses acidentes mais tarde, disse ele:
“Atribuo, portanto, a preservação de
minha vida na terra ao cuidado de
uma Providência misericordiosa, cuja
mão se estendia para resgatar-me da
morte quando eu estava na presença
dos perigos mais ameaçadores”.
Jovem ponderado, ele queria fazer
o que fosse correto. No começo da
adolescência, escreveu: “Minha idade
é um período importante na vida de
todo homem; porque, em geral, o
homem forma, nesse período da vida,
a maior parte de seu caráter para a
vida e a eternidade. Como devo ser
cauteloso em passar esse marco no
caminho de minha existência terrena!
S in to que n ecessito de cuidado,
prudência, circunspeção e sabedoria
para guiar meus passos na trilha que
leva à honra e à vida eterna”.
A L I A H O N A
D E S C O B R IN D O A V E R D A D E
A constante busca de orientação
levava Wilford Woodruff freqüente­
mente ao Senhor em oração. Assim,
quando teve oportunidade de ouvir
o evangelho, estava preparado para
recebê-lo.
D este modo d escreve ele sua
a p re sen ta çã o ao ev an g elh o : “O
Élder Pulsipher iniciou com uma
oração. Ajoelhou-se e implorou ao
Senhor, em nome de Jesus Cristo,
por aq u ilo que d esejav a. Sua
maneira de orar e a influência que
esp alh av a, im p ression aram -m e
grandemente. O Espírito do Senhor
desceu sobre mim e prestou
testemunho de que ele era um servo
de Deus. Depois de cantar, pregou
ao povo por uma hora e meia. O
E sp írito de Deus repousou
p od erosam en te sobre ele, que
prestou um forte testem unho da
divina autenticidade do Livro de
M órm on e da m issão do P rofeta
Joseph Smith. Acreditei em tudo o
que disse. O esp írito deu te s t e ­
munho de sua veracidade. . . .
Os éld eres deram en tão
oportunidade às pessoas da c o n ­
gregação de levantar-se e falar a
favor ou co n tra o que haviam
ou vido. Q uase im e d iatam e n te
percebi que me havia posto de pé. O
Espírito do Senhor impulsionou-me
a dar testemunho da veracidade da
mensagem apresentada por aqueles
élderes. E xortei meus vizinhos e
amigos a não se oporem àqueles
homens, porque eram verdadeiros
• A B R I L D E
44
servos de Deus. Haviam pregado
para nós n aq u ela n o ite o puro
evangelho de Jesus Cristo. Quando
me se n te i, meu irm ão Azmon
levantou-se e prestou testemunho
se m e lh a n te, sendo seguido por
muitos outros”.
Três dias depois, havendo
examinado cuidadosamente o Livro
de Mórmon, foi batizado, a 31 de
dezembro de 1833. Escreveu ele: “A
n eve tin h a quase um m etro de
profundidade, o dia estava frio, e a
água m esclada com gelo e neve;
entretanto não senti frio”.
R E G IS T R A N D O A H IS T Ó R IA
Logo depois disso foi para
Kirtland, onde conheceu o Profeta
Joseph Smith.
De K irtlan d , ele e ou tros
membros novos acom panharam o
Profeta na marcha do Acampamento
de Sião. Durante esse período foi
“movido” a começar um registro dos
eventos significativos da história da
Ig reja. M ais tarde co m en to u a
respeito dessa orientação divina:
“O diabo tem procurado tirar-me a
vida desde o dia em que nasci até
hoje, mais do que a de qualquer outro
homem. Parece que sou uma vítima
marcada pelo adversário. Só posso
en co n trar uma razão para isso:
o diabo sabia que se eu entrasse para
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos
dos Últimos Dias, escreveria a sua
história e registraria as obras e
en sinam entos dos profetas, dos
apóstolos e dos élderes. Tenho
1 9 9 3

registrado p raticam en te todos os
serm ões do P resid en te Brigham
Young e de hom ens com o O rson
Hyde, Parley P Pratt e outros. Outra
razão por que fui im pulsionado a
escrever nos primeiros dias, foi que
quase todos os historiadores desig­
nados naqueles tempos apostatavam e
levavam os diários consigo.”
“G O V E R N A D O P E L O E S P ÍR IT O ”
P ou co depois da m arch a do
Acampamento de Sião, iniciou sua
grande c a rr e ira m issio n á ria ,
servindo no sul dos Estados Unidos,
A L I A H O N A
C anad á e n o rd este dos Estados
U n id o s. C om o m issio n á rio ,
experim entou freq ü en tem en te a
orientação do Espírito. Na ocasião
em que se re tira v a do cam po
m issionário, en q u an to au xiliava
grupos de conversos a se reunirem
em Sião, escreveu:
“Depois de passar dois anos e
meio na Nova Inglaterra e Canadá,
retirando os santos, iniciei o retorno
eu m esm o, com o ú ltim o grupo
de cem pessoas de B o sto n ,
Massachussets. Desembarcamos em
P ittsb u rg h , P en silv ân ia, ao
en ta rd ecer. N ão q u eríam os
• A B R I L D E 1 9 9 3
45
"Parece que sou uma vítima
m arcada pelo ad versário . . .
O diabo sab ia que se eu
entrasse p ara A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos
D ias, escreveria a sua história."
permanecer lá, mas, sim seguir para
St. Louis, Missouri. Observei um
vapor com as cald eiras acesas e
pronto para partir. Perguntei ao
capitão quantos passageiros levava,
e ele respondeu que trezentos e
cin q ü e n ta . ‘O sen h or poderia
receb er mais cem ?’ ‘S im .’ Mas o
Espírito disse-me: ‘Não embarque
nesse vapor, nem v ocê nem seu
grupo’. M u ito bem, disse eu. Já
havia aprendido algo a respeito
daquela voz mansa e delicada, e não
embarquei no vapor, esperando até a
m anhã seguinte. T rin ta minutos
após a partida, o vapor incendiou-
se. Eles usavam cordas em vez de
correntes, e não conseguiram atingir
a margem. A noite estava escura e
não se salvou uma alm a. Não
houvesse obedecido à influência
daquela o rie n ta ç ã o in terior, eu
estaria lá.
T en h o sido governado e
controlado pelo Espírito. Tenho-me
familiarizado com esse Espírito. Não
se tratava de soar de trombetas nem
de trovões e relâmpagos; era a voz
mansa e delicada dentro de mim.”
Foi ordenado apóstolo em Far
West, Missouri, em 1839, aos trinta
e dois anos de idade.

P R EG A N D O O EVA N G ELH O
Muitos membros da Igreja pensam
em W ilford W oodruff com o um
grande missionário. Heber J. Grant
disse: “Provavelmente ele [Wilford
W oodruff] foi a pessoa que mais
con v ersos trou xe para a Ig re ja ”.
(Conference Report, abril de 1942.)
Embora já tivesse estado em duas
outras m issões, sua mais fam osa
missão foi na Inglaterra, iniciada em
1839.
No dia de seu trigésimo terceiro
an iv ersário, estav a pregando na
cidade de Hanley, na Inglaterra, e
com grande sucesso, quando foi
surpreendido pela in sp iração do
Senhor de ir para o sul, onde foi
literalmente conduzido à fazenda de
Jo h n Benbow , nos arred ores de
Birmingham. Um grupo conhecido
com o Irm ãos U nidos h a v ia -se
reu nid o em o ra çã o , pedindo ao
Senhor que lhes m andasse
m ensageiros com a plenitud e do
evangelho.
A L I A H O N A
No Templo de St.
G eo rg e, "os
espíritos dos
mortos se
reuniram ao meu
redor, desejando
sa b e r por que não
os redim íam os . . .
Esses eram os
signatários da
D eclaração de
Independência".
S o m en te desse grupo o Élder
Woodruff batizou 45 pregadores e
160 membros da congregação. Um
dos policiais enviados para prender
Élder W oodruff por pregar o
evangelho, uniu-se à Igreja depois de
ouvir o dinâmico missionário. Dois
oficiais locais da Igreja Anglicana,
que foram espion ar as reu n iões,
acabaram p ed in d o -lh e que os
batizasse.
W ilford W oodruff tro u x e 3 3 6
pessoas para a Igreja durante o ano
de 1 8 4 0 . E n tão , aten d en d o ao
ch am ado do P resid en te Josep h
Sm ith, ele e as outras autoridades
gerais voltaram para casa, levando
con sigo um n avio lo tad o de
conversos.
S E G U IN D O A V O Z D O E S P ÍR IT O
Após essa m issão, o Élder
Woodruff dedicou-se ativamente a
ajudar a construção do Templo de
Nauvoo, e a preparação dos santos
para irem às Montanhas Rochosas.
• A B R I L D E 1 9 9 3
46
Durante esse tempo teve algumas
grandes exp eriên cias espiritu ais
devido à fé e sensibilidade à voz do
Espírito.
As seguintes experiências espiri­
tuais falam do estreito relacion a­
mento de Wilford Woodruff com o
Pai Celestial.
— “Minhas missões foram pelo
Espírito de revelação. Foi-me dito
por aquela voz mansa e delicada,
que me dirigisse às Ilh as Fox,
lo calizad as ao largo da co sta
nordeste dos Estados Unidos. Na
ép oca da grande ap ostasia em
Kirtland, o Espírito do Senhor me
disse: “Toma um companheiro e vai
para as Ilhas Fox”. Eu não sabia mais
a respeito das Ilhas Fox do que sabia
a respeito de Kolob, mas fui para lá e
batizei uma cen ten a. . . ”
— C e rta vez, quando estav a
perdido numa violenta tempestade,
“tateando como cegos à procura de
uma p arede, uma luz b rilh a n te
resplandeceu rep entinam ente ao
nosso redor, rev elan d o nossa
perigosa situ ação à beira de um
precipício. A luz continuou conosco
até en co n trarm o s a estrad a.
Prosseguimos, então, rejubilando-
nos, embora a escuridão voltasse e a
chuva continuasse a cair”.
— Em outra ocasião, depois de
haver estacionado sua carruagem
para passar a n o ite , e já se ter
recolhido no seu interior, uma voz
lhe disse: “Levantai-vos e tirai a
carru agem do lu gar”. A lguns
in sta n te s depois, uma enorm e
árvore, arrancada por um tufão, foi
 A 4 de janeiro de 1896, Utah
tornou-se o 45° estado dos Estados
Unidos. O Presidente Woodruff e
seus conselheiros, G eorge Q.
Cannon e Joseph F. Smith,
a le g ra ra m -se com os santos. Uma
g ran de b an d eira norte-am ericana
foi colocada no recém -dedicado
Templo de Lago Salgado.

batismal e pedi ao irmão McAllister

que me batizasse pelos signatários da
Declaração da Independência, e mais
cinqüenta, num total de cem.”
Wilford Woodruff parecia nunca
d esp erd içar tem po e en ergia.
Durante o período de perseguição,
enquanto estava no exílio, ensinou o
evangelho aos índios americanos do
sudoeste dos Estados Unidos. Tinha
grande amor e respeito por aquele
povo, e em bora estiv esse com
A ILUSTRAÇÃO DA BANDEIRA NO TEMPLO É BASEADA EM UMA FOTO HISTÓRICA. setenta e dois anos na época, ainda
gostava de ficar no meio deles, caçar
e pescar, enquanto estava no sertão.
arrem essada sobre o lugar onde problemas”. Esse grande missionário e emissário
havia estado a carruagem. —
“Duas semanas antes que eu de Deus era tam bém um homem
— Enquanto em Londres, como deixasse St. George, os espíritos dos que apreciava viver ao ar livre.
missionário, teve uma aterrorizante mortos se reuniram ao meu redor, no Embora conseguisse sair do exílio
exp eriên cia com o “príncipe das templo, desejando saber por que não por um curto período de tempo, ele
trevas . . . Quando ele estava para os redimíamos. Disseram eles: ‘ . . . teve que se esconder novamente,
dominar-me, orei ao Pai, em nome nós lançam os o fu ndam ento do quando a perseguição aos santos
de Jesus C risto, por ajuda. T ive governo que hoje desfrutais, e nunca ficou realmente pior. Imagine este
en tão poder sobre ele e ele me nos afastam os dele, mas nos grande hom em não poder nem
deixou, em bora me en co n tra sse mantivemos firmes neles e fiéis a mesmo com parecer ao funeral de
m uito ferid o. Em seguida, três Deus’. Esses eram os signatários da sua querida esposa Phoebe, no início
homens vestidos de branco vieram a D eclaração de Independência dos de 1895.
mim e oraram com ig o, e fui Estados Unidos, e permaneceram E n q u a n to presidiu a Igreja,
im ed iatam en te cu rad o de meus comigo por dois dias e duas noites. . . continuou a abrir o seu coração ao
ferim en to s e lib erta d o de meus D irigi-m e d iretam en te à fonte Senhor, pedindo orien tação para

A L I A H O N A • A B R I L D E 1 9 9 3

47
que pudesse ad eq u ad am ente MARCOS IMPORTANTES NA VIDA DE WILFORD WOODRUFF,
conduzir os santos. A 25 de setembro 1807-1898
de 18 9 0 , o P resid en te W oodruff
an u n cio u ao m undo, no fam oso P E R ÍO D O ID A D E A C O N T E C IM E N T O
Manifesto, que era da vontade do 1807 — l e de março: Nasce em Farmington, Connecticut.
Se n h o r que fossem suspensos os 1821 14 Trabalha como moleiro.
casam entos plurais. (Vide D & C , 1833 26 31 de dezembro: E batizado.
1834 27 Participa da marcha do Acampamento de Sião.
Declaração O ficial-1.)
1834-1836 27-29 Cumpre missão no sul dos Estados Unidos.
Ao final de sua adm inistração,
1837 30 Casa-se com Phoebe Carter.
enquanto a hostilidade do governo
1837-1838 30-31 Cumpre missão no leste dos Estados Unidos e nas
norte-americano em relação à Igreja
Ilhas Fox.
diminuía, ele dedicou o Templo de 1839 32 26 de abril: E ordenado apóstolo.
Lago Salgado (6 de abril de 1893) e 1839-1841 32-34 Cumpre missão na Grã-Bretanha.
viveu para ver U ta h elev ad o à 1842 35 Torna-se gerente administrativo do Times and
categoria de Estado em 1896, o que Seasons.
significava que os santos poderiam 1843-1844 36-37 Cumpre missão no leste dos Estados Unidos;
escolher seus próprios líderes cívicos é informado do martírio de Joseph Smith.
locais. 1844-1846 37-39 Serve como presidente da Missão Européia.
O Presidente W oodruff morreu 1847 40 24 de julho: Entra no Grande Vale do Lago
Salgado com Brigham Young.
com a idade de noventa e um anos
1848-1850 4M 3 Preside a Igreja nos estados do leste dos Estados
em São Francisco, Califórnia. Servira
Unidos.
bem aos seus sem elh a n tes e ao
1850 43 E designado para a legislatura do território.
Senhor. V iajara mais de 2 8 0 .0 0 0
1856 49 E designado como historiador da Igreja.
quilômetros para pregar o evangelho, 70 Torna-se presidente do Templo de St. George.
1877
batizara 2 .0 0 0 pessoas na Igreja e 1879 72 Enquanto no exílio, é enviado como missionário
escrevera mais de 7.000 páginas de aos índios americanos.
história da Igreja, abrangendo um 1887 80 Torna-se líder da Igreja como Presidente do
período de 62 anos. Foi missionário, Quorum dos Doze Apóstolos.
m oleiro , im pressor, fazen d eiro, 1888 81 17 de maio: Dedica o Templo de Manti.
p ion eiro , colonizad or, esta d ista , 1889 82 È apoiado como Presidente da Igreja.
apóstolo e profeta do Senhor Jesus 1890 83 Publica o Manifesto, suspendendo o. casamento
C risto . Para W ilford W oodruff plural.
1893 86 6 de abril: Dedica o Templo de Lago Salgado.
grande té, som ada a grande
1898 91 2 de setembro: Falece em São Francisco, Califórnia
entusiasmo, é, certam ente, igual a
grandes experiências. FO N TES
Essa mesma equação se aplica a 1. Diários e papéis de Wilford Woodruff localizados nos Arquivos da Igreja SUD.
cada um de nós. Se tivermos fome e 2. “History o f Wilford W oodruff', Deseret News 8, números 18-22 (julho-agosto).
4. “Autobiography o f Wilford W oodruff’, Tullidge’s Quarterly Magazine 3 (outubro de
sede de receber o testem unho do
1883-julho 1884).
Espírito em nossa vida, precisaremos 5. Wilford Woodruff, Leaves from my Journal, Cidade do Lago Salgado: Juvenile
aplicar o esforço necessário para Instructor Office, 1881.
recebê-lo. □ 6. Matthias F. Cowley, Wiltord Woodruff, Cidade do Lago Salgado: Bookcraft, 1964.

A L I A H O N A • A B R I L D E 1 9 9 3

4H
 O s santos levaram mais de quarenta anos para construir o Templo de Lago Salgado.
Este mês marca o 10 0 ° aniversário de sua dedicação pelo Presidente Wilford Woodruff, em 6 de abril de 1893.
Reúnam -se eles numa capela ou em uina casa alugada, os santos,

no "m eio da te rra ”, prestam testemunho de que o evangelho

lhes mudou a vida para melhor. Vide “ Equador”, p. 32
 Comemoração Mundial
das Moças
NOTICIAS LOCAIS
s atividades que marcaram a embelezamento da comunidade, as moças

A comemoração mundial da
Organização das Moças foram
inumeráveis por todo o Brasil, assim como
no mundo inteiro. Aqui, nossas moças se
permitiram que sua luz brilhasse. As
atividades nas capelas também
proporcionaram aprendizado, espiritualidade
extra e boa música. A seguir, algumas fotos
envolveram de corpo e alma. Na doação de das moças durante suas atividades
alimentos aos necessitados, na visita a comemorativas, em várias partes do Brasil.
hospitais, asilos (brincando e cantando com
as crianças), na limpeza, conservação e “Andai na Luz”

Moças de G oiânia (GO)

A B R I L 1 9 9 3
1
Moças de Curitiba (PR)

Moças de Curitiba (PR)

Moças de Porto Alegre (RS)

N O T Í C I A S L O C A I S
9
 M oças e outros jo vens d e B auru (SP)

M oças e o Presidente do Ram o d e B a rra M a n sa (RJ) M o ças do Ram o Em bu d a s A rtes (SP)

ti

Moças de Uberlândia (MG)

A 8 R I L 1 9 9 3

3
NOVAS MISSÕES
Missão Rio de Janeiro Norte (RJ)
Estabelecida em 20 de janeiro de
1993, a missão foi criada da divisão da
Missão Rio de Janeiro. Moisés
Barreiro Damasceno, 37 anos,
empresário industrial, foi chamado
para presidir a nova missão. Ele
recentemente servia como presidente
da Estaca Ribeirão Preto (SP), e no
passado, exerceu os cargos de
conselheiro da estaca, bispo,
presidente do quorum de élderes, e foi
missionário na Missão Uruguai-
Paraguai. Presidente Barreiro, é filho
de Bortolo Barreiro e de Eromita
Damasceno. Sua esposa, Ana Presa
Torres, é filha de Uberfil Torres e
Rosalia Presa. Irmã Barreiro ocupou os
cargos de presidente das Moças da
estaca, conselheira da Primária da
estaca, presidente da Sociedade de
Socorro, e presidente da Primária. O
casal tem quatro filhos, Josué,
Gislaine, Moisés, Gisel. Um grupo de
missionários da Missão Rio de Janeiro
faz agora parte da nova missão.
Missão Ribeirão Preto (SP)
Estabelecida em 20 de janeiro de
1993, a nova missão foi criada da
C e sa r A ugusto S eig u er M ilder
M au reen D ayse M ilder
M oisés B arre iro D am a scen o e A n a P re sa Torres B arre iro
divisão das missões: Belo Horizonte Missão Rio de Janeiro Sul (RJ)
(MG), Campinas (SP) e Interlagos Com a divisão da Missão Rio de
(SP). Cesar Augusto Seiguer Milder, Janeiro, esta recebe o novo nome de
37 anos, coordenador do Sistema missão Rio de Janeiro Sul.
Educacional da Igreja, foi chamado
para presidi-la. Chamados anteriores
incluem: presidente da estaca,
SERVIÇO A O
membro do sumo conselho, bispo, PRÓXIMO
conselheiro na presidência da missão,
presidente dos Rapazes e conselheiro Belém (PA) - Um grupo de jovens da
na Escola Dominical. Ele é filho de Ala Belém, liderados pela Sociedade
Eldio Milder Krunsel e de Bianca Flor de Socorro da ala, trabalharam com
Seiguer. Sua esposa, Maureen Dayse, muito vigor nas duas últimas
é filha de campanhas de agosto e outubro de
Leugim de 1992, vacinando centenas de crianças
Paula e de contra poliomielite, tétano, difteria e
Antonia de coqueluche. Alguns missionários da
Paula. Irmã Missão Manaus também participaram
Milder foi do evento e aproveitaram a
conselheira da oportunidade para divulgar o nome da
Primária, Igreja. O sucesso do projeto foi tão
professora de grande que as autoridades de saúde de
Viver Espiritual, Belém já fizeram um convite para a
conselheira e Igreja participar também das próximas
presidente da campanhas.
Sociedade de
Socorro. O casal Fortaleza (CE) -1 5 8 jovens, de 8 a 14
tem três filhos, anos, aprenderam a fazer tapeçaria,
Danielle, modelagem em gesso, arranjos de
Bianca, Cesar. flores, além de receberem educação
Alguns religiosa e participarem de recreação
missionários das sadia. Tudo isso como parte do projeto
missões comunitário de 120 dias, da Estaca
envolvidas nas Fortaleza Bom Sucesso. No
divisões fazem encerramento das atividades,
agora parte da estiveram presentes o Secretário do
nova missão. Trabalho e da Ação Social e uma
representante do Conselho do Menor
e do Adolescente, integrante da
mesma Pasta Social.
N O T Í C I A S L O C A I S
4
NOVAS ESTACAS PRIMÁRIA EM FESTA
Estaca Ribeirão Pires (SP) Brasília (DF) - A Primária da Ala crianças se vestiram de palhaços e
Organizada em 13 de dezembro Gama II, Estaca Brasília, realizou em participaram de jogos recreativos.
de 1992, proveniente da divisão da outubro último, A Tarde do Circo - Nessa ocasião colorida, as crianças
Estaca Santo André, a nova estaca uma atividade cultural, onde as festejaram os aniversariantes do mês,
é formada pelas alas Ribeirão Pires,
Mauá I, Mauá II, Santo André III, e
pelos ramos Jardim Zaira e Pérola
da Serra. Antonio Roberto Pagani,
presidente; Ademar Leal, primeiro
conselheiro; Valdevino Joaquim
Alves, segundo conselheiro. A
Estaca Santo André fica constituída
pelas alas Santo André I, Santo
André 11, Santo André IV, Santo
André V, e pelos ramos Jardim
Alvorada, Jardim Pilar e Utinga. Jorge
Moreira da Silva, presidente; João
Hudson Fin, primeiro conselheiro;
Paulo Roberto Toffanelli, segundo
conselheiro.

Estaca São Paulo Vila Sabrina (SP)

Organizada em 24 de janeiro de
1993, proveniente da divisão da
Estaca São Paulo Norte, a nova estaca
é formada pelas alas Jaçanã, Jardim
Brasil, Jardim Modelo, Vila Ede,
Vila Galvão e Vila Maria. José
Olímpio Fabrízio, presidente;
Mauro Gonçalves, primeiro
conselheiro; Mário Rinaldi, segundo
conselheiro. A Estaca São Paulo
Norte fica constituída pelas alas Horto
Florestal, Imirim, Jardim Tremembé,
Santana, Tucuruvi, Vila Nova
Cachoeirinha, e pelos ramos Vila
Guilherme e Jardim Peri. Valério
Kikuchi, presidente; Paulo Eustáchio
de Oliveira, primeiro conselheiro;
Johannes Ayres Castellano, segundo
conselheiro.
Estaca Santa Maria (RS)
Organizada em 31 de janeiro de 1993,
é formada pelas alas Ipiranga, Itambé,
Santa Maria, Santa Marta, Santiago,
Tancredo Neves, e pelos ramos
Camobi e Santiago Vila Nova. Aires
Luciano, presidente; Adão Gomes de
Oliveira, primeiro conselheiro; Pedro
R. Veleda Machado, segundo
conselheiro.
P rim á ria d a A la G a m a II co m em o ra se u s a n iv e rsa ria n te s
NO VO DISTRITO ADMINISTRATIVO
Distrito de Itanhaém (SP) - Situada São Paulo (SP) - O Departamento de
no litoral sul paulista, a cidade Distribuição da Igreja no Brasil ganha
de Itanhaém se torna sede do novo gerente - Loacir Severo Nunes,
novo distrito que é ligado à 38 anos, formado em Direito, técnico
Missão São Paulo Sul. Fazem em Administração de Empresas. Até
parte do novo distrito os ramos de fevereiro último ocupava o cargo de
Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe e Supervisor do Sistema Integrado dos
Registro. Relatórios Financeiros da Igreja.
NOTA:
Se você tem uma notícia que
pode ser de interesse geral para
a igreja no Brasil, envie-a para
a redação. Quando
apropriado, mande-nos também
foto bem revelada. Não
podemos garantir, contudo, que
o artigo será publicado. A
publicação dependerá de
fatores estabelecidos pela
administração da igreja. O
material enviado à redação não
será devolvido.
Loacir S ev e ro N unes

A B R I L 1 9 9 3

5
INTERESSE
Belém (PA) - Agora, o interesse por
genealogia e história da família
aumentou no Estado do Pará, com a
inauguração do Centro de História da
Família da Estaca de Belém. Na
ocasião, estiveram presentes o irmão
Alvaro Santin, do Departamento de
Genealogia da Igreja, e os irmãos
locais que receberam treinamento
para trabalhar no CHF.
M oroni Bing Torgan - p a le stra s contra a s d ro g a s
Jundiaí (SP) - Nasceram no dia 25 de
setembro de 1992, na cidade de
Jundiaí, ala Parque do Colégio, as
lindas trigêmias, Michele Andresa,
Natália Kelly e Tais Cristina, filhas de
M issio n á rias do Século X X I
Brasília (DF) - Em palestra feita em
Paranoá, cidade satélite de Brasília, o
irmão Moroni Torgan, deputado
federal, falou a uma respeitável
platéia, estando presente autoridades
locais e líderes da comunidade, sobre
os malefícios do uso do álcool e das
drogas. Missionários da Missão Brasília
estiveram presentes e conversaram
com os visitantes.
Benedito Sergio Pereira e Maria José
Oliveira Pereira. O casal sente-se
abençoado recebendo três filhas de
uma vez só que poderão ser
missionárias do século XXI.
n o t í c i a s l o c a i s
6
Manaus (AM) - A ida ao Templo
iniciou-se com o embarque de todos os
irmãos em porto fluvial, com destino
ao Rio Solimões e depois ao Rio
Madeira, até Humaitá, RO, de
onde prosseguiram de ônibus até São
Paulo.
A ida ao Templo não começou
com o embarque dos irmãos no porto
de Manaus em 25 de novembro,
quarta-feira. Foram muitos meses
de preparação e sacrifícios de toda
ordem. Houve quem pedisse para ser
despedido de seu emprego para
poder ter fundos suficientes. Houve
quem vendesse seus eletrodomésticos
para pagar pesados custos de uma
viagem de uma semana, com dois
translados. Houve quem viajasse
doente, apenas desejando entrar na
Casa do Senhor.
Esta história de coragem e fé teve
ainda muitos lances dignos da herança
dos pioneiros. Após 3 dias de viagem
de barco, toda a água potável que
tinham se acabou. Eram 56 pessoas,
inclusive crianças. Naquele exato
momento o Senhor mandou uma
forte chuva, tão forte que a
embarcação teve que ancorar, pois não
havia visibilidade. Ali na margem, os
santos colocaram todos os seus
garrafões para encher. Conseguiram,
então, água para beber e cozinhar
durante a última parte do trecho
fluvial. Um dia mais e estavam
chegando a Humaitá, após 4 dias de
viagem. Nesse trecho, na viagem pelo
Rio Madeira, uma criança completou 8
anos e foi batizada no rio.
Naquele sábado mesmo, dia 28,
embarcaram de ônibus para São Paulo,
utilizando as precárias estradas que
ligam Rondônia ao sul do país. Dos 56
membros da caravana, somente 15
já haviam passado pelo Templo, muitos
dos quais ex-missionários. Dormir na
rede não era tão desconfortável como
dormir num ônibus trafegando estradas
poeirentas e esburacadas.
Durante toda a viagem, o
Presidente Wilson os encorajava a
serem reverentes, a ajudarem uns aos
outros e a cuidarem das crianças. Isto
os preparou ainda mais para entrarem
no templo.
Setenta to n e la d a s de A rte. Foto de R u y Bronze
Osasco (SP) - O recém-inaugurado
viaduto metálico, orgulho da
engenharia nacional, com 150 metros
de vão livre, teve as paredes de
concreto adornadas com esculturas
murais em chapas de aço, numa
concepção artística do escultor
Ferruccio Perrotti, ala SP17-Osasco,
num total de 124 figuras com
dimensões variáveis.
Salvador (BA) - No dia 23 de
agosto de 1992, saiu de Salvador,
com destino ao Templo de São
Paulo, a primeira caravana da Estaca
de Salvador, com 80 membros. Hoje,
já uma nostalgia!
A B R I L 1 9 9 3
7
São Luís (MA) - Com 100% de
freqüência dos convidados, foi
realizada, em novembro passado, a
primeira conferência de ex-
missionários de São Luís. Apesar do
pequeno número, esses jovens que
foram fiéis nos seus chamados como
servos do Senhor em terras distantes,
hoje ajudam com suas experiências no
crescimento do distrito em diferentes
chamados.
A CARIDADE NUNCA
FALHA
São Paulo (SP) - Foi um ano muito
bom! Sim, tivemos uma tromba d’água
na região, muitas famílias perderam
“tudo” que tinham; mas a compaixão
das irmãs de Vila Gomes e Jardim
Bonfiglioli, da Estaca São Paulo, que
trabalharam juntas arrecadando
roupas e alimentos e distribuindo-os
para as famílias atingidas pela água, fez
grande diferença.
Neste ano, também, as irmãs da
Ala Vila Gomes, dentro do programa
das comemorações dos cento e
cinqüenta anos de existência da
Sociedade de Socorro, visitaram,
durante todo o ano, um hospital para
crianças autistas e levaram-lhes
alimentos doados. Estas atividades
comprovaram que a caridade nunca
falha e fizeram com que todos
sentissem que 1992 foi realmente um
ano muito bom. S o cied ad e de Socorro v isita ho spital p a ra cria n ça s a u tistas

Rio de Janeiro (RJ) - Irmãs da Ala
Nova Iguaçu visitaram o Orfanato
Patronato daquela cidade, levaram um
lanche para as crianças e realizaram
atividades recreativas com elas. A
Organização das Moças organizou a
parte cultural, apresentando uma
pequena peça teatral. As mulheres e as
moças sentiram-se felizes em dar
um pouco de carinho àqueles
pequeninos, esperando que a
experiência que as crianças tiveram
possa ser, de alguma forma, útil em
suas vidas futuras. “Esperamos também
visitá-los mais vezes. E um sentimento
maravilhoso”, diz Vania L. Gonçalves,
presidente da Sociedade de Socorro
da ala.

O rfa n a to Patronato

N O T Í C I A S L O C A I S

8
■ ■ ■
u
DADIVAS DE AMOR
de uma Criança para Outra
Jun e e Louis Eldredge
O
s olhos de Sarawuth Buttho, de oito anos,
iluminaram-se ao examinar o pacote de
roupas. Ele se virou e correu escada acima até
a sala de sua casa de palafitas, no Ramo de Ubon, na
Tailândia, e depois de alguns minutos chamou o pai:
“Nunca vi roupas como estas, pai. Venha mostrar-me
como vesti-las”.
A irmã de Sarawuth, Oranut, e sua amiga, Chanchira
Thondee, agarraram as sacolas com as preciosas roupas e
correram para a porta ao lado, na casa de Chanchira,
onde experimentaram as roupas novas. Ver o sorriso de
Oranut, observar o rodopio de Chanchira usando um
vestido franzido lilás, ou vislumbrar o olhar de Saramuth
em sua primeira camisa branca e gravata, seria motivo
mais do que suficiente para agradecer às crianças de
Bangkok o maravilhoso presente.
As crianças da Primária do ramo de língua inglesa em
Bangkok, Tailândia, ouviram falar de seus irmãos e irmãs
da região de Issan, na Tailândia. Souberam que eles eram
S E Ç Ã O I N F A N T I L
2
muito pobres e que tinham muito pouca roupa para
vestir. Na verdade, souberam que a única troca de roupa
que essas crianças tinham era o uniforme da escola, que
usavam todos os dias. Não tinham nenhuma roupa
especial para os domingos.
Incentivadas a servir os semelhantes de qualquer
forma que pudessem, as crianças da Primária de Bangkok
iniciaram o projeto de dar suas roupas extras às crianças
da região de Issan. Levaram as roupas que queriam doar
para a Primária, e lá, as líderes se certificaram de que
tudo estava limpo, passado e consertado. Roupas para
cerca de vinte crianças foram, então, colocadas em sacos
plásticos e etiquetadas com o tamanho e idade do
menino ou menina que as receberiam.
Depois que os missionários que serviam na região
distribuíram os “pacotes de amor”, relataram histórias
maravilhosas de gratidão:
Uthaiwan Arkomkong, de três anos, mora com os pais
num pequeno quarto ao lado do local onde o pai trabalha
• A B R I L DE 1 9 9 3
FOTOGRAFIA DE JÜNE E LOUIS ELDREDGE
como mecânico. Normalmente muito tímida, a pequena
Uthaiwan riu e dançou pelo quarto quando vestiu o
vestido amarelo franzido que estava em seu pacote.
No ramo de Srisaket, duas meninas de oito anos
receberam vestidos exatamente no dia em que seriam
entrevistadas para o batismo. Nessa ocasião especial,
ficaram felizes em tirar fotografias com as roupas novas.
Quando uma adolescente parou de usar um par de
sapatos porque lhe apertavam os pés, eles foram levados
à irmã Pongsuwan, mãe de três filhas pequenas. “Quer
S E Ç Ã O I N F A N T I L
3
ser Cm de rei a?” perguntou o irmão Dang ao ajoelhar-se e
calçar os sapatos nos pés pequenos da irmã Pongsuwan.
Ficaram perfeitos. A irmã Pongsuwan dançou e rodopiou
de felicidade, dizendo a todos que nunca tivera antes um
par de sapatos!
O amor das crianças da Primária de Bangkok por seus
irmãozinhos e irmãzinhas da região de Issan foi
retribuído com muitos sorrisos radiantes e calorosos
agradecimentos durante essa amorosa troca de presentes
— presentes de uma criança para outra. □
• A B R I L DE 1 9 9 3
 DE GARY SMITH
ILUSTRAÇÃO

S E Ç Ã O I N F A N T I L • A B R I L DE 1 9 9 3
4
 JESUS CRISTO
Nosso Salvador e Redentor

Presidente Ezra Taft Benson

"E se cham ará Jesus Cristo o Filho de Deus, o Pai dos céus e da terra, o Criador de todas
a s coisas." (Mosiah 3:8.)

0 princípio fundamental de nossa religião é fé no Submeteu-se a humilhações e insultos de seus

Senhor Jesus Cristo. Somente ele pode
proporcionar a esperança e a força de que
necessitamos para superar as fraquezas humanas.
Jesus Cristo foi e é o Senhor Deus Onipotente. Ele é o
Filho Unigênito de Deus na carne. Foi o Criador todo-
poderoso dos céus e da terra. Ele é a fonte da luz e da
vida de todas as coisas. Sua palavra é a lei pela qual o
universo é governado.
Embora fosse o Filho de Deus, Jesus estava sujeito a
todas as dificuldades e provações da mortalidade, como
“tentações. . . fome, sede e cansaço” (Mosiah 3:7).
Sofreu as dores de todos os homens no Getsêmani.
“Pois eis que eu, Deus, sofri estas coisas por todos, para
que arrependendo-se não precisassem sofrer;
Sofrimento que me fez, mesmo sendo Deus, o mais
grandioso de todos, tremer de dor e sangrar por todos os
poros, sofrer, tanto corporal como espiritualmente”
(Doutrina e Convênios 19:16,18).
inimigos, sem reclamar ou retaliar.
Finalmente, suportou o flagelo e a vergonha brutal da
cruz. Só então se submeteu voluntariamente à morte.
“Ninguém ma tira de mim [minha vida], mas eu de
mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para
tornar a tomá-la.” (João 10:18.) Porque ele superou a
morte, toda a humanidade será ressuscitada.
Humildemente testifico que ele é hoje o mesmo
Senhor amoroso e piedoso que trilhava os caminhos
poeirentos da Palestina. Ele está ao lado de seus servos
nesta terra. Ele nos ama e preocupa-se com cada um de
nós. Ele vive hoje como nosso Senhor, nosso Mestre,
nosso Salvador, nosso Redentor e nosso Deus.
Que Deus nos abençoe a todos, para que o aceitemos,
adoremos e sigamos. □
(Adaptado de um artigo de A Liahona de dezembro de 1990, páginas
3-8.)

S E Ç Ã O I N F A N T I L • A B R I L DE 1 9 9 3
5
 UMA OVELHA
CHAMADA BRANDON
Lois J. Funk

qui, gatinha, gatinha! Aqui, gatinha, gatinha!” “Como sahe qual deles está faltando?”, perguntou

A chamou Brandon repetidas vezes. A mãe apareceu

na porta dos fundos. “Brandon, já está ficando
escuro. Entre.”
“Mãe, um dos gatinhos não está na caixa!”. Brandon
correu para a varanda. “Está vendo?”, disse ele. “Um,
dois, três, quatro, cinco. Estão todos aqui, menos a
Mandy”.
LUSTRADO POR RON PETERSON
o pai, juntando-se a eles na varanda. “São todos
iguais.”
“De jeito nenhum”, disse Brandon. “São todos da
mesma cor, mas cada um é um pouco diferente do outro,
e eu sei que é a Mandy que está faltando.”
“Tudo bem, mas está na hora de entrar”, disse o pai.
“Não vai acontecer nada com a gatinha. Ela
provavelmente voltará durante a noite. Vou dar uma
olhada mais tarde para ver se ela está aqui.”
“Mas eu não posso ir para a cama enquanto não a
encontrar”, insistiu Brandon. “Se eu tivesse sumido, não
ficariam preocupados?”.
“Claro que ficaríamos!”, disse o pai. “Já sei o que
vamos fazer: vamos pegar a lanterna e procurar a
gatinha”.
Procuraram debaixo da varanda dos fundos, nos
arbustos, e em todos os outros locais onde supunham
que uma gatinha assustada pudesse esconder-se.
Não conseguiram, porém, encontrar Mandy em parte
alguma.
“Está ficando muito tarde”, disse o pai. “Precisamos
entrar mesmo.”
“Espere, pai. Escute! Ouviu isso?”
O pai parou para ouvir.

“Estou ouvindo Mandy chorando. Está ouvindo, pai?”

Sem dúvida, havia um miado fraco “Miau! Miau!”
vindo de alguma parte.
“Lá em cima, pai! Ilumine lá em cima.”
O pai iluminou acima deles, e lá estava a gatinha num

S E Ç Ã O I N F A N T I L • A B R I L DE 1 9 9 3
6
galho da amoreira. suas ovelhas. A Bíblia diz que ele conhece todas as
O pai chamou: “Aqui, gatinha, gatinha! Aqui, ovelhas pelo nome, do mesmo modo que você conhece
Mandy!”. aqueles gatinhos. E da mesma forma que ama aqueles
A gatinha, porém, só chorava mais alto. “Miau! gatinhos, tanto que antes de ir para a cama, quer ter
Miau!”. certeza de que estão todos em segurança, Jesus também
“Vou subir para pegá-la”, decidiu Brandon. “Subo olha por nós e quer que estejamos bem.”
sempre nessa árvore”. “Eu gosto de ser chamado de ovelha”, disse Brandon,
Enquanto o pai segurava a lanterna, Brandon subiu ao “e fico contente por Jesus me amar tanto.” □
galho onde estava a gatinha, mas ela se afastou.
“Ela está muito assustada”, disse o pai. “Precisa saber
que pode confiar em você.”
Brandon esticou a mão bem devagar, enquanto dizia
baixinho: “Aqui, Mandy”.
Como ela não se movesse, Brandon acariciou-lhe a
cabeça. “Aqui, Mandy”, disse ele outra vez. Depois, bem
devagar, deslizou a mão pelo peito de Mandy e ergueu-a,
colocando-a nos ombros. Enquanto ele descia da árvore,
ela ficou agarrada a sua jaqueta.
Mais tarde, quando Mandy estava em segurança
dentro da caixa, na varanda, o pai lhe disse, enquanto o
colocava na cama: “Sabe, isso me lembra uma história
sobre Jesus”.
“Jesus também tinha um gato que sumiu?”, perguntou
Brandon, surpreso.
“Não”, disse o pai, “mas ele contou uma história
acerca de um pastor que tinha muitas ovelhas. Uma
ovelhinha se perdeu, e o pastor não descansou enquanto
não a encontrou, e levou-a de volta para junto das
outras.
Jesus é conhecido como o Bom Pastor, e nós somos

S E Ç Ã O I N F A N T I L • ABRI L DE 1 993
 Quando Jesus Voltar

Com referência J= 96-108

C7

fsípá
1.N ão sei se an - jos can ta - rão gres - sar Je
2. Não sei se pron - to es ta - rei gres - sar Je

•y. ) > - - a
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S E Ç Ã O I N F A N T I L • A B R I L DE 1 9 9 3
8
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hri lha - rão, no ceu, com mais fui gor OU
ten ta - rei a su a lei cum prir Pois

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se o sol a fas ta - rá da noi - te o ne
ven - do, ou tros, mi nha luz a Cris - to hão de se

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J:f
gror. Mas sei quewos pe que ni nos o
guir. E quan do e le re gres - sar eu

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Mes - tre a - bra ça ra Pois e le mes - mo
sei que me di rá: “Fi - zes te bem me

9:
Bk Gm C7
O

l 1! ^ tj
d is se^as - sim: “Dei - xai os vir mim.
ni no bom, Em meus bra ços fi ca rás.”

Letra e música: M irla Greenwood Thayne, n. 1907. Mateus 16:27; 19:13-15

Copyright © 1952, 1980 por M irla Greenwood Thayne, Provo, U tah .
Todos o s direitos reservados. E p r o ib id a a r e p r o d u ç ã o d e s t a m ú s ic a p a r a q u a l q u e r
p r o p ó s it o sem p e r m is s ã o d o p r o p r ie t á r io d o C o p y r ig h t .

S E Ç Ã O I N F A N T I L • A B R I L DE 1 9 9 3
9
 L
UM NOVO TIPO
DE PÁSCOA
Lynette K. Allen

sta será a noite familiar mais enfadonha que nós já contar aos outros como a família de Jeremias era

E tivemos!” exclamou Jeremias, deixando-se cair na

cadeira enquanto empurrava as cenouras para
junto das batatas. “Não podemos ficar em casa e preparar
as guloseimas da Páscoa? Que comemoração de Páscoa é
essa:7”
“Já discutimos este assunto”, afirmou o pai
resolutamente. “Muitas páscoas já se passaram com
muito pouca consideração sobre seu significado real. E
tempo de nossa família fazer uma mudança. O projeto de
serviço desta noite é do tipo de coisa que o Salvador fez
na última semana de sua vida — ajudar os outros.”
“Mas por que ela?”, queixou-se Jeremias.
“Já chega de queixas”, disse a mãe. “Termine de
jantar. Não falta muito para anoitecer.”
De repente, Jeremias sentou-se e começou a comer as
batatas já frias. Não que tivesse qualquer coisa contra a
vizinha da casa ao lado, a senhora Adams. E era óbvio
que uma viúva de oitenta anos precisava de ajuda, mas
por que não poderiam fazer algo para alguém como a
irmã White? Cada vez que alguém fazia algo por ela,
recebia em troca deliciosos biscoitinhos caseiros.
E a família Spencer? A classe da Primária de Jeremias
ajudou-os a mudar de casa. Logo no domingo seguinte, a
irmã Spencer chegou a chorar quando prestou
testemunho sobre “aqueles maravilhosos Luzeiros”.
E também quando o grupo de Lobinhos de Jeremias
limpara o parquinho infantil, não fora tão mal. O próprio
prefeito escrevera um bilhete de agradecimento e
enviara-lhes vales de sorvete.
Entretanto, era diferente com a senhora Adams.
Ela mal cozinhava; as pessoas é que lhe levavam a
maioria das refeições. Não saía de casa para poder
maravilhosa. E certamente não tinha dinheiro para
oferecer sorvete a todos. Além disso, não ouvia bem.
Provavelmente ficaria assistindo à televisão e nem
notaria que alguém estava trabalhando no jardim.
Limpar o jardim da sra. Adams foi tão difícil quanto
Jeremias imaginara. Levou aproximadamente duas horas
para a família inteira apanhar as folhas secas, aparar a
relva e os arbustos em volta da casa. Já estava quase
escuro quando terminaram. E ele estivera certo sobre a
senhora Adams e a TV. O som estava tão alto que era
ouvido lá de fora, e ela nem percebeu o que estava
acontecendo do lado de fora da porta. Mesmo assim,
Jeremias começou a sorrir ao pensar na surpresa que ela
teria.
Kim, a irmã mais velha de Jeremias, ajudou-o a
amarrar o último saco de folhas secas. “Sei como se sente
em relação a esta noite, pois tive que cancelar meus
planos com meus amigos!”.
Jeremias não soube o que dizer. Kim estava no
segundo grau e tão ocupada que fazia tempo que não
conversava com ela.

S E Ç Ã O I N F A N T I L A B R I L DE 1 9 9 3

10
 “Esta manhã, porém, no seminário”, prosseguiu
Kim, “a irmã Hansen lembrou-nos de que ninguém fez
tanto pelas outras pessoas na terra como Jesus.
Quando orou no Getsêmani e quando morreu na cruz,
ninguém lhe agradeceu. De qualquer maneira, comecei
a pensar que talvez fosse uma boa forma de comemorar
a Páscoa, fazer algo difícil sem que nos agradeçam.”
Sorriu. “Você é trabalhador, sabia? E por acaso fiquei
sabendo que mamãe fez bolo de chocolate para nós;
portanto, anim e-se.” Apanhou o saco de folhas e
levou-o para fora.
Jeremias não estava pensando no bolo de chocolate,
enquanto a observava caminhar. Pensava, sim, na paz
que sentia. Os últimos raios cor-de-rosa do pôr-do-sol
estavam desaparecendo, e o menino mal podia divisar o
restante da família, que guardava os apetrechos de
jardinagem e encaminhava-se para casa, mas sabia que
sua família estava ali, e sentia que os amava. Podia
vislumbrar a sra. Adams, de bengala, pela janela da sua
sala de estar, indo para a cozinha. E mesmo que não
compreendesse todos aqueles sentimentos, sabia com
certeza que a Páscoa nunca mais seria a mesma. □
 TEM PO DE COM PARTILHAR

TEMPLOS POR TODO O MUNDO

Judy Edw ards

"Q ue meu povo sem pre construa (templos) em nome na lista (abaixo), ponha um ponto ou asterisco no
meu santo nom e." (D&C 124:39.) país onde se localiza o templo, no mapa.

O Senhor ordenou que seu povo construísse templos
por querer que eles recebam as bênçãos do templo, como
a bênção do selamento das famílias. Com a construção
de templos pelo mundo inteiro, mais membros têm a
oportunidade de ir ao templo e receber essas bênçãos.
Há quarenta e cinco templos em vinte e dois países do
mundo. E mais nove templos — em Bogotá, Colômbia;
em Bountiful, Utah (E.U.A.); em Guayaquil, Equador;
em Orlando, Flórida (E.U.A.); em St. Louis, Missouri
(E.U.A.); em Hong Kong; em Hartford, Connecticut,
(E.U.A.); no Condado de Utah, (E.U.A.) e em Preston,
Inglaterra — foram anunciados ou estão em fase de
construção. E, com o aumento do número de membros
da Igreja, mais templos serão construídos.
Instruções
Os países onde se localizam os templos são indicados a
cores no mapa. Combine o número de cada país com o
Idéias para o Tempo de Com partilhar
1. Pesquise a história do templo em sua área e conte às
crianças histórias sobre fé em relação à construção do templo,
ou sobre membros que lá estiveram. As crianças poderão
desenhar o seu templo.
2. Faça o jogo de combinação de pares, utilizando as
gravuras dos edifícios da Igreja e seus nomes. Inclua as
gravuras de seu templo local, de outros templos, do
Tabemáculo de Lago Salgado, de uma capela, do Escritório
de Administração da Igreja, do Assembly Hall na Praça do
Templo. Explique às crianças as diferenças entre os templos e
os outros edifícios da Igreja.
3. Cante “Eu Gosto de Ver o Templo" (Seção Infantil
de A Liahona de junho de 1992, página 5) ou “Tal
Como um Facho” (Hinário, N e 2), que foi cantado na
dedicação do Templo de Kirtland em 1836. Discuta a
alegria e a gratidão daqueles que recebem as bênçãos do
templo. □

Estes são os templos que estão funcionando atualmente:

Templo de Alberta (Canadá)
Templo de Apia Samoa
Templo do Arizona (E.U.A.)
Templo de Atlanta Geórgia (E.U.A.)
Templo de Boise Idaho (E.U.A.)
Templo de Buenos Aires Argentina
Templo de Chicago Illinois (E.U.A.)
Templo de Dallas Texas (E.U.A.)
Templo de Denver Colorado
(E.U.A.)
Templo de Frankfurt Alemanha
Templo de Freiberg Alemanha
Templo da Cidade da Guatemala
(Guatemala)
Templo do Havaí (E.U.A.)
Templo de Idaho Falls (E.U.A.)
Templo de Johannesburgo
África do Sul
Templo de Jordan River (E.U.A.)
Templo de Las Vegas (E.U.A.)
Templo de Lima Peru
Templo de Logan (E.U.A.)
Templo de Londres Inglaterra
Templo de Los Angeles (E.U.A.)
Templo de Manila Filipinas
Templo de Manti (E.U.A.)
Templo da Cidade do México
(México)
Templo de Nova Zelândia
Templo de Nuku'alofa Tonga
Templo de Oakland (E.U.A.)
Templo de Ogden (E.U.A.)
Templo de Papeete Taiti
Templo de Portland Oregon (E.U.A.)
Templo de Provo (E.U.A.)
Templo de Lago Salgado (E.U.A.)
Templo de San Diego (E.U.A.)
Templo de Santiago Chile
Templo de São Paulo (Brasil)
Templo de Seattle (E.U.A.)
Templo de Seul Coréia
Templo de St. George (E.U.A.)
Templo de Estocolmo Suécia
Templo da Suíça
Templo de Sidney Austrália
Templo de Taipei Taiwan
Templo de Tóquio (Japão)
Templo de Toronto Ontário
(Canadá)
Templo de Washington (E.U.A.)

S E Ç Ã O I N F A N T I L • A B R I L DE 1 9 9 3
12
ovo relembra Jesus saindo do túmulo no terceiro dia. Dessa maneira
o pysanky simboliza a ressurreição.
Como são feitos os desenhos no pysanky! Na Páscoa talvez você
escreva, seu nome em um ovo com giz de cera bem claro antes de
í.-u m ít y
mergulhá-lo no corante. Depois de o ovo tingido, poderá ver seu
nome escrito. A cera do lápis preencheu pequenos buracos na casca
do ovo, então a tinta não conseguia penetrar ali.
Ao fazer pysanky, usa-se a mesma idéia, mas em vez de crayons, os
ucranianos utilizam uma vareta com um pequeno funil metálico na
ponta. O funil é aquecido na chama de uma vela e mergulhado em
cera de abelhas. A cera líquida é então para se desenhar no ovo.
Para se formar desenhos delicados e complexos no pysanky repete-
se o processo de aplicar a cera e mergulhá-los na tinta várias vezes.
As cores são acrescentadas da mais clara para a mais escura. Para um
ovo em branco, vermelho e preto, o primeiro passo é cobrir com cera
todas as partes do ovo que ficarão brancas no desenho final.
Depois, mergulha-se o ovo na tinta vermelha. A seguir cobrem-se
todas as partes vermelhas do desenho com cera e tinge-se o ovo de
preto. Derrete-se finalmente, a cera, e o desenho poderá ser visto.
Que tipo de mensagem as pessoas enviam umas às outras no
pysanky! Muitas mensagens são como as que enviamos nos cartões
de felicitações, cartões com votos de saúde e sucesso. Como a maior
parte das pessoas não sabia ler, as mensagens eram escritas com
gravuras em lugar de palavras. Animais na forma de ovelhas ou
cavalos significavam votos de prosperidade. As árvores
representavam amor, caridade e boa vontade. Até mesmo as flores
podiam ter um significado: branco para pureza, vermelho para amor
e alegria, preto para a eternidade. Para as pessoas que praticam a
antiga arte pysanky, o ovo é um símbolo jubiloso da ressurreição. □

S E Ç Ã O I N F A N T I L • A B R I L DE 1 9 9 3
15
 Miniatura de
Bumerangue

1. Desenhe o modelo (acima)

em cartolina e recorte.
2. Coloque o bumerangue no
Labirinto Marítimo dorso de uma das mãos, com a
mão ligeiramente inclinada
Ray Taylor
para cima.
3. Dê umas pancadinhas no
bumerangue com o indicador.
O bumerangue deverá girar e
depois voltará num giro para
baixo.
4. Faça competições com os
amigos para ver qual dos
bumerangues vai mais longe, o
que fica mais tempo no ar,
e/ou o que volta para mais
perto do dono.

Que entrada o navio de piratas deverá pegar,

a fim de conseguir o mapa do tesouro?

S E Ç Ã O I N F A N T I L • A B R I L DE 1 9 9 3
16
 A LIAHONA
M A I O DE 19 9 3

DESTAQUES
MENSAGEM DA P R IM E IR A P R E SID Ê N C IA :
MADRUGADA DE D E S E S P E R O —MANHÃ DE A LEG R IA
PRESIDENTE TH O M A S S. M O N S O N ................................................................................................ 2

COMO SE AVALIA IJM M ILA G RE I.OIS LAMB REEDER........................... 8

M EL M ELH OR P R E S E N T E l»E A N IV ER SÁ R IO
TAKAMI IWASAKI M A S U K O .................................................................................................................................................. 1 3

SOM ENTE P E L O P K Ii\ C ÍP IO DA RETID Ã O

PRESIDENTE G O R D O N B. H IN C K L E Y ..............................................................................................................................2 0

LM A ORAÇÃO NO ESTACIONAMENTO 24

LORENZO SNOW: AS D E C ISÕ E S l»E LM JOVEM

ARTHUR R. BA S S E TT ................................................................................................................ 26

DAS MÃOS E DO CORAÇÃO MARJORIE DRAPER C O N D E R .............................. 34

OS SANTOS DA TAILÂNDIA DAVID M IT C H E L L ............................. 40

Na capa: ESPECIALMENTE PARA OS JOVENS

Desde a restauração d o sacerdócio
em 18 29, um exército crescente de A CASA QUE OS GÊM EO S C O N STRLÍRA M RICHARD M . R O M NEY . 10
homens e jovens tom aram a estrada
sagrada d o sacerdócio. Vide "Somente
pelo Princípio da Retidão", do Presidente LM P A P E L DE E S T R E L A DIANE H O F F M A N ......................................................... 16
G o rdon B. Hinckley, página 20. (Foto da
capa de Eldon K. Linschoten. DAVY, O CAMPEÃO Q L E NÃO C O R R E L SUSAN E. T A N N E R .................. 18
Pintura da Q u a rta C apa, Pedro, Tiago e
João O rdena ndo Joseph Smith e O liver,
de Minerva Teichert.)
MENSAGEM M ÓKM OV
F É SEM O RR A S 33
Capa da Seção Infantil:
Alexandra M arina Ferreira C alad o, E LE S E TOlt.XOL R EA L M O R G A N D. W E S TE R M A N ........... 46
de Parede, Portugal, é destaque em
"Fazer A m igos", página 12. (Fotografia
de Julie W ardell.
DEPARTAMENTOS
COM ENTÁRIOS 1

MENSAGEM DAS P R O F E S S O R A S V ISITA N TE S:

A EDIFICAÇÃO DO RELVO DE D E L S ..............................................................2 5

SEÇÃO INFANTIL
H IST Ó R IA S DO L IV R O DE M ÓRM OV
AMON, O GRANDE SERVO 2 , 1 4

O TALENTO DE SH E L L Y DEBRA H A D F IE L D ......................................... 4

SÓ PARA D IV E R T IR 7
T EM PO DE CO M PA RTILH A R:
O TE M PL O É LM LOCAL DE REVELAÇÃO 8

DE LM AMIGO PARA OI TICO:

É L D E R IIORÁCIO A. TEINÓItlO 10

FAZER AM IGOS: ALEXANDRA MARINA F E R R E IR A

CALADO. DE P A R E D E . P O R T L G A L j u l i e WARDELL 1
M A IO de 1993, Vol. 17, n 9 5 CO M EN TÁ RIO S
93985 0 5 9 São Paulo - Brasil
Publicação oficial em português de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últim os Dias.
A Prim eira Presidência: Ezra T a ft Benson,
Gordon B. H inckley, Thom as S. Monson
Quorum dos Doze: Howard W . Hunter,
Boyd K. Packer, Marvin J. A shton, L. Tom Perry,
David B. Haight, James É. Faust, Neal A . Maxwell,
Russell M. Nelson, D allin H. Oaks, M. Russell Ballard, FORTALECIDA PO R MINHAS IRMÃS nossas re u n iõ e s tam bém m elh o ro u .
Joseph B. W irthlin, Richard G . S co tt
C onsultores: Rex D. Pinegar, Charles Didier, Quando compartilhamos o que temos com
Robert E. W ells
Editor: Rex D. Pinegar
D e s e jo c o n g ra tu la r-m e com a os que nos cercam, todos são abençoados
Diretor Gerente do Departamento de Currículo: maravilhosa edição da Liahorui (espanhol),
Ronald L. Knighton
com uma sensibilidade maior ao Espírito.
Diretor de Revistas da Igreja: Thom as L. Peterson de março de 1992, em com em oração ao O brigad o por uma revista que ed ifica
International Magazines:
Editor Gerente: Brian K. Kelly 150- aniversário da Sociedade de Socorro. testemunhos.
Editor Gerente Assistente: M arvin K. Gardner
Editor Associado: David M itchell Senti um belo espírito de fraternidade
Editora Assistente/Seção Infantil: D eA nne W alker
Controlador: Diana V an Staveren
ao ler a respeito de irmãs de todas as partes William Mimhela
Supervisão de Arte: M. M. Kawasaki do mundo, que demonstram sua caridade
Diretor de Arte: S c o tt D. V an Kampen Estaca Lima Peru Central
Desenho: Sharri C ook ajudando os filhos do Pai Celestial. Sinto-
Produção: Reginald J. Christensen, Steven L. Dayton,
Lima, Peru
Jane A nn Kemp, Denise Kirby me fortalecida ao saber que todos os santos
Gerente de Circulação: Joyce Hansen
A Liahona: dos últimos dias são uma grande família. A P ER TO DE CASA
Diretor Responsável e Produção Gráfica: Dario Mingorance
Editor: Paulo Dias M achado Liahona promove nossa união.
(Reg. 8 9 6 6-35-02 - R J)
Tradução e Notícias Locais: A na G láucia C eciliato Sua história sobre a irmã Crisanta Juan,
Assinaturas: Loacir Severo Nunes
Sandra Belfarin na edição de março de 1992 do Tambuli
REGISTRO: Está assentado no cadastro da DIVISÃO DE
CENSURA DE DIVERSÕES PÚBLICAS, do D .P .F . , sob Ala San Felipe I (inglês), foi ótima. Foi muito interessante
n e 1151 -P209 173 de acordo com as normas em vigor.
SUBSCRIÇÕES: Toda a correspondência sobre assinaturas
San Felipe, Venezuela ler a respeito de outra irmã filipina como
deverá ser endereçada ao:
eu. Ela demonstrou coragem, fé exemplar e
Departam ento de A ssinaturas,
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para Portugal - C entro de Distribuição Portugal, Rua
Ferreira de Castro, 10 - M iratejo, 2 8 0 0 - Almada.
O presidente de nossa estaca fez-nos Com os problemas econômicos que todos
Assinatura Anual Esc. 500; para o exterior, simples: U S$ um desafio inspirado. Disse aos membros
5,00; aérea, U S $ 10,00.
os filipinos enfrentam, fico feliz em saber
Preço de exemplar em nossa agência: C r$ 1 6 .0 0 0 ,0 0 . da e s ta c a q u e, se q u iséssem o s ter a que existem algumas irmãs Juan na Igreja
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indicando-se o antigo e o novo endereço. in flu ê n c ia do e v a n g e lh o em todos os — espero que existam muitas mais. Tenho
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francês, alemão, italiano, japonês, coreano, norueguês, m em bros ativos já tinham sua própria NOTA DO E D ITO R
português, samoano, espanhol, sueco e tonganês;
bimensalmente em indonésio, taitiano e tailandês; e a s sin a tu ra , c o m e ça ra m a o ra r para
trimestralmente em islandês, tcheco, húngaro e russo.
Impressão: U L T R A P R IN T Impressora Ltda. - Rua encontrar famílias a quem ajudar. Cada Somos im e n s a m en te g ra tos a n ossos
Bresser, 1224 - Brás - São Paulo - SP.
Devido à orientação seguida por esta revista, reservamo- fam ília a tiv a fez a ssin a tu ra para uma leitores e os con v id am os a nos en viarem
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pela redação. Não obstante, serão bem-vindas as família menos ativa. Agora, algumas das cartas, artigos e histórias. A língua não é
colaborações para apreciação da redação e da equipe
internacional do “International Magazine”. Colaborações alas têm 100 p o rcen to de fam ílias que barreira. Incluam nome completo, endereço,
espontâneas e matérias dos correspondentes estarão
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84 150, U .S .A .

A L I A H O N A • M A I O D E 1 9 9 3

I
 MENSAGEM DA PRIMEIRA PRESIDÊNCIA

Madrugada de Desespero
— Manhã de Alegria

Presidente Thomas S. Monson

Segundo C onselheiro na Primeira Presidência

L
ondres, Inglaterra, acha-se impregnada de história. Quem já não

ouviu falar de Trafalgar Square, do Palácio de Buckingham, do

Ajoelhada ao lado de
Big Ben, da Abadia de Westminster ou do Rio Tâmisa? Menos uma anciã, via-se a
jovem esposa aflita,
conhecidas, porém de valor inestimável, são as magníficas galerias de arte
chorando a perda do
marido navegante. O
desse centro de cultura.
toco de vela no
parapeito da janela
C erta tarde cin z en ta de in v ern o , v isite i a fam osa G aleria T ate,
revelava sua longa,
maravilhando-me diante das paisagens de Thom as Gainsborough, dos inútil vigília.

retratos de Rembrandt e das nuvens tempestuosas de John Constable.

Escondida num canto do terceiro andar, encontrei uma obra-prima que não

só despertou minha atenção, mas também conquistou-me o coração. O

artista, Frank Bramley, pintara uma humilde choupana voltada para o mar

revolto. Ajoelhada ao lado de uma anciã, via-se uma jovem esposa aflita,

chorando a perda do marido navegante. O toco de vela no parapeito da

janela revelava sua longa, inútil vigília. Pesadas nuvens escuras eram tudo o

que restava da noite tempestuosa.

A L I A H O N A • M A I O D E 1 9 9 3

3
 Pude se n tir-lh e a so lid ão , o
desespero. O títu lo vividam ente
obsessivo dado pelo pintor à sua obra
revelava a trágica história. Dizia:
Madrugada de Desespero.
Como a jovem viúva ansiava pelo
consolo, pela realidade do “Requiem”
de Robert Louis Stevenson:
O navegante voltou do mar,
para casa
E o caçador retomou
das montanhas.
Para ela e inúmeros outros que
perderam entes queridos, cada
madrugada é de desespero. E a
experiência dos que encaram a morte
como o fim de tudo, e a imortalidade
como um mero sonho.
A renomada cientista Madame
Marie Curie, ao voltar para casa na
noite do funeral de seu marido, Pierre
Curie, morto num acidente nas ruas
de Paris, anotou em seu diário: “Eles
encheram a sepultura e cobriram-na
de flores. Tudo acabou. Pierre dorme
seu derradeiro sono debaixo da terra;
é o fim de tudo, tudo, tudo.”
O ateu Bertrand Russell acrescenta
em seu testamento: “Nem fogo, nem
heroísm o, nem integridade de
pensam ento e sentim entos podem
preservar uma vida individual além do
túmulo”. E Arthur Schopenhauer,
filósofo e pessimista alemão, foi ainda
mais amargo. Ele escreveu: “Desejar
imortalidade é desejar a perpetuação
eterna de um grande engano”.
Na verdade, toda pessoa co n s­
A L I A H O N A
ciente tem se perguntado: “A vida do
homem continua além da sepultura?
A morte atinge toda a humani­
dade. Visita os idosos que caminham
com passos trôpegos; seu chamado é
ouvido pelos que mal atingiram a
metade da jornada da vida e, com
freqüência, cala o riso das cria n ­
cinhas. A morte é uma realidade
trágica da qual ninguém pode escapar
ou negar.
Um homem venerável, perfeito e
ju sto cham ado Jó , há sécu los
descreveu a m orte com estas
palavras: “Como as águas se retiram
do mar e o rio se esgota, fica seco.
Assim o homem se deita, e não se
levanta; até que não haja mais céus
não acordará nem se erguerá de seu
sono” (Jó 14:11-12).
Jó, porém, assim como multidões
de outros, rebelou-se contra esta
idéia. Afastando-se do espetáculo
deprimente da aparente vitória da
morte, ele proferiu o brado triunfante:
“Quem me dera agora, que minhas
palavras se escrevessem! Quem me
dera, que se gravassem num livro!
E que, com pena de ferro, e com
ch um bo, para sem pre fossem
esculpidas na rocha!
Porque eu sei que o meu
R ed entor vive, e que por fim se
levantará sobre a terra.
. . . Em m inha carn e v erei a
Deus” (Jó 19:23-26).
E quem não se sentirá inspirado
pelo toque de clarim do Apóstolo
• M A I O D E 1 9 9 3
4
Paulo, declarando: “Porque estou
certo de que, nem a morte, nem a
vida, nem os an jo s, nem os
principados, nem as potestades, nem
o presente, nem o porvir,
Nem a altura, nem a profundidade,
nem alguma outra criatu ra nos
poderá separar do amor de Deus, que
está em Cristo Jesus nosso Senhor”
(Romanos 8:38-39).
Talvez nenhuma escritura revele
com mais dramaticidade uma verdade
divina do que a declaração de Paulo
na epístola aos Coríntios: “Porque
assim como todos morrem em Adão,
assim também todos serão vivificados
em Cristo” (1 Coríntios 15:22).
A morte com freqüência chega
como um intruso. E um inimigo que
surge rep en tin a m en te em pleno
banquete da vida, apagando suas
luzes e alegria. A morte pousa sua
mão pesada sobre aqueles que nos
são mais caros, d eixan d o-n os às
vezes frustrados e perplexos. Em
certas situações, quando há muito
sofrimento e doença, a morte surge
como um anjo misericordioso. Quase
sempre, porém, consideramo-la um
inimigo da felicidade humana.
A difícil situação da viúva, por
exem plo, é um tem a comum nas
sagradas escrituras. Nosso coração se
compadece com a viúva de Sarepta.
Seu marido se fora. Acabara-se sua
escassa reserva de alimentos. Fome e
morte a aguardavam. Então chegou
o profeta de Deus com a ordem,

ILUSTRAÇÃO DE LARRY WINBORG
aparentemente ultrajante, de que a
viúva o alimentasse. Sua resposta é
particularmente tocante: “Vive teu
D eus, que nem um bolo ten h o ,
senão so m ente um punhado de
farinha numa panela, e um pouco de
azeite num a b o tija ; e vês aqui,
apanhei dois cavacos, e vou prepará-
lo para mim e para o meu filho, para
que o comamos, e morramos” (I Reis
17:12).
As palavras tranqüilizadores de
Elias penetraram -lhe a alma: “Não
tem as; vai, faze conform e à tua
A L I A H O N A
palavra: porém faze disso primeiro
para mim um bolo pequeno e traze-
mo para fora; depois farás para ti e
para teu filho.
Porque assim diz o Senh or de
Israel: A farinha da panela não se
acabará, e o azeite da botija não
faltará . . .
E foi ela, e fez conforme à palavra
de Elias . . .
Da panela a farin h a se não
acabou, e da b o tija o azeite não
faltou” (versículos 13-16).
Essa mesma viúva perdeu o filho
• M A I O D E
O Élder Harold B. Lee ouviu-
lhes as alegações. Sentiu a
tristeza que havia em seus
corações e cham ou-as para
servirem ao Senhor e à
hum anidade.
precioso para a morte inimiga. O
Deus do céu, porém, ouviu-lhe a
súplica e, por meio de seu profeta,
restaurou-lhe a vida do filho.
A viúva de Naim passou a mesma
coisa que a viúva de Sarepta. Ela
também perdeu o filho. Ela também
teve o filho de volta — sadio. Uma
dádiva do Senhor Jesus Cristo.
E hoje em dia? Existe consolo para
um coração angustiado? Deus ainda
se lembra do sofrimento da viúva?
Não m uito distante do Taber-
náculo de Lago Salgado viviam duas
irmãs. Ambas tinham dois lindos
filh o s. Am bas tin h am maridos
carin h o so s. Am bas viviam com
co n fo rto , prosperidade e saúde.
Então, o ceifeiro implacável visitou
seus lares. Prim eiro, ambas per­
deram um filho; depois o marido.
Amigos as visitaram ; as palavras
deram-lhes certo consolo, mas a dor
continuava forte.
Passaram-se os anos. Os corações
continuavam cheios de dor. As duas
irmãs procuraram e conseguiram
isolar-se do mundo que as rodeava.
Ficaram a sós com sua amargura.
Então, um profeta moderno de Deus,
1 9 9 3
que conhecia bem essas duas irmãs,
recebeu do Senhor a inspiração para
cuidar de sua dor. O Elder Harold B.
Lee deixou seu movimentado gabinete
e foi ao apartamento de cobertura das
viúvas. O uviu -lh es as alegações.
Sentiu a tristeza que havia em seus
corações e chamou-as para servirem
ao Senhor e à humanidade. Ambas
tornaram -se oficiantes no templo
sagrado. Ambas voltaram-se para fora,
para a vida de seus semelhantes e para
o alto, para o semblante de Deus. A
paz substituiu a pertu rbação. A
confiança dissipou o desespero. Deus,
uma vez mais, lembrou-se da viúva e,
por interm édio de um profeta,
concedeu o consolo divino.
As trevas da morte sempre podem
d issip ar-se pela luz da verdade
revelada. “Eu sou a ressurreição e a
vida", disse o Mestre; “quem crê em
mim, ainda que esteja morto, viverá;
E todo aquele que vive, e crê
em mim, n u n ca m o rrerá ” (João
11:25-26).
Essa c o n fia n ç a , sim , esta
confirmação sagrada da vida além da
m orte, bem poderia ser a paz
prometida pelo Salvador, quando
asseverou a seus discípulos: “Deixo-
vos a paz, a minha paz vos dou: não
vo-la dou como o mundo a dá. Não
se turbe o vosso coração, nem se
atemorize” (João 14:27).
“Credes em Deus, crede também
em mim.
Na casa de meu Pai há muitas
A L I A H O N A
moradas: se não fosse assim, eu vo-
lo teria dito: vou preparar-vos lugar
. . . para que onde eu estiver estejais
vós também” (João 14:1-3).
Da escu rid ão e do h orror do
C a lv á rio elev o u -se a voz do
Cordeiro, dizendo: “Pai, nas tuas
mãos entrego o meu espírito” (Lucas
2 3 :4 6 ) . E a escu rid ão não mais
existia, pois ele estava com o Pai.
Ele viera de D eus, e para Deus
retornara. Assim, também aqueles
que cam in h am com D eus n esta
p eregrin ação terren a sabem por
exp eriên cia sagrada que ele não
a b an d o n ará os filh o s que n ele
confiam . Na noite da m orte, sua
presença será “melhor que uma luz e
mais segura que a senda conhecida”.
A realidade da ressurreição foi
proclamada pelo mártir Estevão que,
ao olhar para o alto, bradou: “Eis
que vejo os céus abertos, e o Filho
do Homem que está em pé à mão
direita de Deus” (Atos 7:56).
Saulo, na estrada para Damasco,
teve uma visão do Cristo ressurreto
e exaltado. Mais tarde, como Paulo,
defensor da verdade e destemido
missionário a serviço do Mestre, ele
prestou testem u n h o do S e n h o r
ressurreto, quando declarou aos
santos de Corinto: “Cristo morreu
por nossos pecados, segundo as
escrituras; . . . foi sepultado, e . . .
ressuscitou ao terceiro dia, segundo
as escrituras: . . . foi visto por Cefas,
e depois pelos doze.
• M A I O D E 1 9 9 3
6
D epois foi visto, uma vez, por
mais de quinhentos irmãos . . . foi
visto por Tiago, depois por todos os
apóstolos.
E por d errad eiro de todos
me ap areceu tam bém a mim”
(I Coríntios 15:3-8).
Em nossa d isp en sação, este
m esm o testem u n h o foi expresso
intrepidamente pelo Profeta Joseph
Smith, quando ele e Sidney Rigdon
testificaram : “E agora, depois dos
m uitos testem u n h os que se
prestaram dele, este é o testemunho,
último de todos, que nós damos dele:
Que ele vive!
Pois vimo-lo, mesmo à direita de
Deus; e ouvimos a voz testificando
que ele é o Unigênito do Pai —
Q ue por ele, por m eio dele, e
dele, são e foram os mundos criados,
e os seus h ab itan tes são filhos e
filhas gerados para D eus” (D & C
76:22-24).
Este é o co n h e c im e n to que
sustém . Esta é a verdade que
conforta. Esta é a confiança que guia
os que estão curvados pela dor, para
fora das sombras da escuridão, em
direção à luz.
Esse auxílio não é restrito aos
idosos, aos instruídos, ou a uma
minoria seleta. Está à disposição de
todos.
Há m uitos anos, os jo rn ais da
Cidade do Lago Salgado publicaram a
nota de falecim en to de uma boa
amiga — mãe e esposa levada pela

morte no melhor de sua vida. Fui ao
velório e lá encontrei uma multidão
de pessoas reunidas para externar
suas co n d o lên cias ao marido
desnorteado e os filhos. Subitamente,
a criança menor, Kelly, reconheceu-
me e pegou m inha mão. “Venha
comigo”, disse, guiando-me para o
caixão no qual jazia o corpo da mãe
amada. “Não estou chorando, Irmão
Monson, e o senhor também não
deve chorar. Minha mãe falou-me
muitas vezes sobre a morte e a vida
com o Pai C elestia l. P erten ço a
A L I A H O N A
minha mãe e a meu pai. Ficaremos
juntos novamente”. As palavras do
salmista ecoaram em minha alma:
“Da boca das crian ças . . . tu
suscitaste a força” (Salmos 8:2).
Com os olhos m arejados de
lágrimas, vi o sorriso lindo e cheio de
fé de minha amiguinha. Para ela,
cu ja mão pequenina con tin u av a
agarrada à minha, jamais haveria
uma m adrugada de desespero.
A m parada por seu testem u n h o
in a b a láv el, sabendo que a vida
continua após a morte, ela, o pai, os
• M A I O D E 1 9 9 3
7
A m enininha cuja m ãe falecera
pegou m inha mão e disse: "Não
estou chorando. Irm ão Monson,
e o senhor não deve chorar.
Ficarem os juntos novam ente"
irmãos, as irmãs e, na verdade, todos
os que com p artilh am deste
con h ecim en to da verdade divina
podem declarar ao mundo: “O choro
pode durar uma noite, mas a alegria
vem pela manhã”. (Salmos 30:5).
Com toda força de minha alma,
testifico que Deus vive, que seu
F ilh o A m ado é as prim ícias da
ressurreição, que o evangelho de
Jesus Cristo é aquela luz penetrante
que faz de cada m adrugada de
desespero uma manhã de alegria. □
ID É IA S P A R A O S
M E S T R E S F A M IL IA R E S
1. Apesar de a morte ser vista
m uitas vezes com o um an jo de
misericórdia em situações de grande
sofrimento, a maioria das pessoas vê
a m orte com o um inim igo da
felicidade humana, que nos deixa
pesarosos e perplexos.
2. O S e n h o r nos deu m uitas
confirmações sagradas da vida além
da morte. As escrituras estão cheias
de experiências que substituem a
perturbação pela paz, e o desespero,
pela confiança.
 COMO SE AVALIA UM

MILAGRE
Lois Lamb Reeder

H
á alguns amos, minha mãe teve um tumor Saí da janela, pensando em milagres: Quem tem o
m aligno no cé re b ro . A d esp eito da direito de receb ê-los? O s milagres são concedidos
devastadora notícia, meu pai, um verdadeiro exclusivamente pela fé? Como, exatamente, avaliamos
um milagre?
crente em milagres, insistiu que ela se recuperaria se Depois, pensei em minha mãe. Parecia que
nossa fam ília exercesse a fé n ec e ssá ria . O ram os ela agora estava morrendo devagar — morrendo de um
fervorosamente, e minha mãe recebeu muitas bênçãos do segundo tumor cerebral, cerca de trinta e cinco anos
sacerdócio, mas seu estado de saúde foi declinando cada depois que o primeiro fora removido. Ela tivera uma vida
vez mais. feliz e produtiva — completa — e eu me perguntava se
Desesperado, mas sem se deixar abater, meu pai haveria outro milagre reservado para ela.
continuou indo ao templo diariamente. Enquanto estava Quando a beijei pela última vez nesta vida, disse-lhe
à janela, vendo-o encam inhar-se para o templo bem que a amava. Seu olhar sereno ao morrer convenceu-me
cedo certa manhã, lembrei-me de um dia, muitos anos de que eu testemunhara um dos maiores de todos os
antes, quando meu irmão mais novo caiu de um cavalo. m ilagres. D evido à realid ad e do ev an gelh o e da
Pensando que ele sofrerá apenas uma ligeira contusão, ressurreição de Cristo, eu sabia que ela estava sorrindo
com um pouco de sangue no nariz, fiquei arrasada novamente, abraçando todas aquelas pessoas queridas
quando ele morreu ainda naquela noite. O mundo que haviam partido antes dela.
parecia ter desabado, e durante meses murmurei a Ainda não sei como avaliar um milagre, mas isso não
dolorosa pergunta: Por que o Pai Celestial não fez um importa mais. Milagres acontecem a cada instante, e, às
milagre para salvar a vida de meu irmão? vezes, o maior milagre não é viver, mas morrer. □
Alguns anos depois de sua morte, nossa família foi
ab en ço ad a com um m ilagre, quando m inha mãe
sobreviveu à remoção do primeiro tumor. Sabíamos que O o lhar sereno de m inha m ãe ao m orrer
o Pai Celestial respondera às nossas orações, preservando convenceu-m e de que eu testem unhara um dos
a vida de minha mãe. m aiores de todos os m ilagres.

A L I A H O N A • M A I O D E 1 9 9 3
O
 A CASA QUE
OS GÊMEOS
CONSTRUÍRAM
Richard M. Romney

Q ual foi seu último projeto de serviço? Foi algo

realm en te sign ificativ o para as pessoas que
receberam seu auxílio? Tal projeto trouxe o
amor de Cristo para suas vidas, mostrando-lhes
que existem pessoas que realmente se importam umas
com as outras?
Jessie e Steve Cota, de doze anos de idade, irmãos
gêmeos que moram no Ramo de Nogales, na Estaca
Tucson Arizona, prestaram esse tipo de serviço. Não o
fizeram, no entanto, como um projeto do quorum ou
uma designação do presidente do ramo, mas porque

Steve Cota, extrema esquerda, e o irm ão gêmeo Jessie,

com o pai, José. Acim a, os ra p a zes, o pai e a fam ilia
que aju d a ram , em frente à casa nova.
perceberam a necessidade de uma família e encontraram
uma maneira de supri-la.
Com a ajuda do pai, construíram uma casa para uma
família desabrigada.
A casa que os gêmeos construíram é similar a outras
dezenas de casas que cobrem a encosta de Nogales, no
México, uma cidade que fica na divisa entre os Estados
Unidos e o México. A casa é pequena, feita na maior
parte de madeira compensada e não tem água encanada,
mas agora é o lar de uma família de seis pessoas — uma
mulher que foi abandonada pelo marido e os cinco filhos,
que viviam nas ruas.
“Minha tia, que mora no M éxico, encontrou essa
mulher no hospital”, explica Steve. “Ela viu a situação
na qual viviam a mulher e os cinco filhos, percebeu que
precisavam de ajuda e falou com meu pai, José, que é
primeiro conselheiro na presidência do ramo, para saber
o que poderia ser feito.”
A notícia se espalhou rapidam ente no ramo. Os
membros da Igreja contribuíram como puderam, e o
irmão Cota, que é construtor, conseguiu a doação de
materiais de um projeto de construção no qual estava
trabalhando. A tia doou a propriedade atrás de sua
própria casa, para a nova construção.
"O mais importante de tudo isso é que, agora, as
crianças que moram nessa casa terão um futuro", diz
o irmão Cota. "Ficarão protegidas das intempéries e
terão possibilidade de ir à escola."
A L I A H O N A
“Todos ajudaram ”, diz Jessie, “mas, para falar a
verdade, meu pai fez a maior parte do trabalho.”
O irmão Cota, porém, atribui a realização aos filhos.
“Eles realmente gostam de trabalhar. Ajudaram a colocar
o assoalho, a transportar os baldes de água para fazermos
argamassa, a fazer a estrutura da casa e o telhado. O
telhado, para nós, é motivo de orgulho, pois foi feito com
telhas betuminadas e deve durar muitos anos”.
T rab alh am os c e rc a de três a q u atro sem anas,
incluindo sábados, para concluir a obra. “Foi bom para
nós, pois sabíamos que estávamos ajudando uma pessoa
que precisava de auxílio”, diz Steve. “Aprendemos muito,
fazendo esse trabalho juntos. Por exemplo, como os
membros da Igreja podem esforçar-se para ajudar outras
pessoas na com unidade; aprendemos também sobre
construção e tornamo-nos mais amigos de nosso pai”.
“Gostamos de ‘martelar’ juntos”, diz Jessie. “Tilvez eu
seja construtor também, quando crescer.”
O irmão Cota apenas sorri e diz: “O mais importante
de tudo isso é que, agora, as crianças que moram nessa
casa terão um futuro. Ficarão protegidas das intempéries
e terão possibilidade de ir à escola”.
A visita durou um pouco mais. Conversamos sobre a
casa dos passarinhos que os gêmeos estavam construindo
como passatempo, sobre os jogos de beisebol de Steve, o
amor de Jessie pelo futebol e os planos de construir um
banheiro do lado de fora da casa.
Depois, a mulher, rodeada pelos filhos, cumprimentou
os Cotas calorosamente e posou para uma foto com eles.
“Estas são as pessoas”, disse ela, “que me deram um
lar.” □
• M A I O D E 1 9 9 3
12
 Meu Melhor Presente
de Aniversário Takam i Iw asaki M asuko

E u estava me preparando para ser uma monja
budista, mas tudo mudou em dezembro de
1985, quando fui convertida ao evangelho de
Jesus Cristo e fui batizada, tornando-me membro da
Igreja.
C o m ecei a tra b a lh a r com o en tregad ora de um
POR RON PETERSON
ILUSTRADO
“b u ffe t”. Essa ro tin a de trab alh o pode parecer
enfadonha, mas eu gostei da oportunidade que me deu
de partilhar o evangelho e fazer novos amigos.
Estranhamente, parecia que quase todos os clientes
tinham algo a dizer sobre religião numa ocasião ou
outra, mas eu nunca lhes contava que era membro da

A L I A H O N A • M A I O D E 1 9 9 3

13

Igreja, a menos que me perguntassem a respeito de
minha religião. De vez em quando, dava um jeito de
visitar clientes depois do trabalho, para falar-lhes mais
sobre a Igreja.
A maioria de meus clientes estava em casa quando eu
fazia as entregas, mas se não en con trava ninguém,
deixava um bilhete com as encomendas. Uma cliente que
nunca estava em casa era a senhora Ueki. Ela começou a
responder a meus bilhetes, e eu ficava ansiosa por receber
sua calorosa mensagem todos os dias. Embora eu nunca a
tivesse visto, dei-lhe o apelido de “D. Gatinha”. Ela me
respondeu, apelidando-me de “Pombinha”.
Nessa época, eu me preparava para a missão. Ia para
Hokkaido, no Japão. Em meados de março, escrevi a D.
Gatinha para dizer-lhe que estava saindo da cidade, mas
não lhe disse por quê. Não queria que sentisse que eu me
tornara sua amiga apenas para que fosse batizada. Eu
desejava sinceramente continuar nossa amizade.
Depois de muitas orações humildes, finalmente decidi
escrever-lhe e contar-lhe que eu era santo dos últimos
dias. Queria que ela soubesse por que eu me filiara à
Igreja e os m otivos pelos quais estav a indo para
Hokkaido e lá ficaria durante dezoito meses. No dia
seguinte, deixei-lhe a carta e dois folhetos missionários:
“O Propósito da Vida” e “O Testemunho do Profeta Joseph
Srnith”.
Duas semanas depois que cheguei a Asahikawa, em
Hokkaido, recebi uma carta de D. Gatinha. Logo que a
abri, reconheci a bela e familiar caligrafia: “Querida
Pombinha, como vai? Como vão as coisas? As pessoas
tratam-na bem? Espero que não esteja tendo problemas.
Está comendo direito? Preocupo-me com o seu bem-estar.”
Ao ab rir a carta, reconheci a bela e fam iliar calig rafia.
Fiquei com os olhos cheios de lág rim as ao sa b e r que
m inha am iga estava recebendo a s palestras dos
m issionários.
A L I A H O N A
Takam i cumpriu
m issão em
H okkaido,
Jap ão .
Fiquei com os olhos cheios de lágrimas.
Após a saudação inicial, ela escreveu algumas linhas
e, depois, começou uma nova carta. Dessa vez dirigiu-se
a mim, para minha surpresa, como “Sister Iwasaki”.
“Recebi os folhetos da sua última entrega. Sempre
disse aos meus am igos que estav a procurando a
verdadeira igreja. Depois de ler sua carta, dei uma olhada
nos folhetos e fiquei em ocionada. Perguntei a mim
mesma: ‘Será isto o que venho procurando?’
Também queria saber por que escolhera essa igreja,
por isso, no mesmo dia telefonei à casa da Missão Osaka
em H irakata. M arcam os a primeira palestra com os
missionários para o dia 9 de abril, e as visitas seguintes
para os dias 12 e 16 de abril, e 2 de maio.”
Fiquei exultante!
Nós nos correspondemos durante seis meses, nos
quais sen ti seu testem u n h o crescer. No dia 13 de
novembro, quando entrei na capela, uma pessoa me disse
que havia uma encomenda para mim. No pacote dizia
“Para o seu Aniversário”. Era de D. Gatinha. Dentro
havia uma carta na qual escrevera:
“Querida Pombinha: Desculpe não ter escrito antes.
Sexta-feira passada, meu filho mais velho, Junya, que
tem oito anos, terminou a última palestra missionária.
Ontem ele foi entrevistado para o batismo. Adivinhe
qual é a data do nosso batism o? Poderíam os tê-lo
marcado mais cedo, mas deixamos para o dia 27 de
novembro. Sabe por quê? Porque é seu aniversário!”
Esse foi o melhor presente de aniversário que já recebi
— saber que D. Gatinha e Junya seriam batizados. Meus
amigos foram ao batismo para me representar.
Agradeço a Deus por usar-me como instrumento para
ajudar a guiar a irmã Ueki e sua família ao evangelho. □
Depois de terminar a missão, Takami casou-se com Kazuyoshi Masuko
no Templo de Tóquio. Eles freqüentam a Ala de Toyohira, na Estaca
Supporo, Japão.
• M A I O D E 1 9 9 3
ir>
 UM PAPEL
DE ESTRELA D iane Hoffman
O sonho de Becki Jackson tornara-se
realidade. Fora escolhida para atuar num
dos papéis principais do musical da escola,
algo que desejara desde bem pequena.
Passada a tensão dos testes de seleção,
Becki estava ansiosa por decorar sua parte
e levou as partituras para casa. No entanto, ao folhear o
“script” ficou desconcertada com muitas das canções que
pareciam ter letras indecentes e duplo sentido. E o seu
papel era o pior!
Becki e sua família, que moram em Fisherville, em
Ontário, Canadá, e freqüentam o Ramo de Simcoe, são
membros da Igreja há dois anos. Os padrões de Becki
sempre foram elevados, mas agora que era membro da
Igreja e a única mórmon da escola, estava ainda mais
decidida a mantê-los.
Quando foi ao primeiro ensaio da peça, conta ela:
“Disse ao diretor que não cantaria aquelas músicas”. “Ele
tentou convencer-me de que a letra tinha somente o
objetivo de ser engraçada. Eles não queriam perder-me
com o e stre la , disse ele, mas se eu me sen tia tão
incomodada daquela maneira, eles me dariam outras
canções para cantar”. E Becki recebeu outras!
No en saio seg u inte, foi designada para o coro .
Ninguém lhe deu nenhuma explicação. Outra moça foi
Becki Jackson, acim a, não é somente uma pessoa
ocupada na escola e na Ig reja; ela é um palhaço
profissional, esquerda, que atua em hospitais locais e
atividades da com unidade.
A L I A H O N A
colocada no papel de estrela e pediram-
lhe que cantasse as canções.
As colegas de Becki, porém, apoiaram
de tal form a sua p osição, que os
professores finalmente modificaram as
músicas, retirando com pletam ente os
trechos que Becki se recusara a cantar.
O pai de Becki, Kel Jackson, diz: “Conheci a força do
testem unho de B ecki quando lhe perguntei se iria
continuar no musical. Ela respondeu: ‘Esperei muito por
isso e tenho me esforçado demais. Podem ter tirado a
minha parte, mas eliminaram as letras indecentes e eu
estarei nesse espetáculo’. Durante semanas de ensaio ela
nunca mencionou o ocorrido nem reclamou de forma
alguma”.
Quando lhe perguntaram se ela estava magoada com os
professores pelo modo como agiram, Becki respondeu:
“Não gostei da atitude deles com relação às músicas, mas
eles são boas pessoas e estão trabalhando muito para fazer
deste musical um espetáculo do qual a escola se orgulhe”.
Na noite de estréia, Becki demonstrou grande alegria
por atuar no seu limitado papel, que incluía um solo de
uma linha. “Muitas pessoas perguntaram por que ela não
cantou uma parte maior”, comenta o pai. “Foi então que
com preendi plenam ente que ela desempenhou uma
parte maior do que todos os outros papéis da peça.
Deixara de lado desejos pessoais para atuar de forma
agradável ao Pai Celestial. O exemplo de Becki é um
lembrete de que o sacrifício por princípios do evangelho
sempre levará a um papel de estrela”. □
• M A I O D E 1 9 9 3
17
DAVYO
CAMPEÃO QUE
NÃO CORREU
Susan E. Tanner
uando meu filho Davy entrou para a equipe
Q dos corredores, no quarto ano da escola, seu
ficávamos orgulhosos dele.
Davy foi logo convidado a lazer parte do clube de
grande talento como corredor tornou-se logo país e ganharam; foram os campeões
evidente. Nas corridas, era sempre um dos primeiros, e Quando os rapazes voltaram
nacionais.
corrida organizado por alguns treinadores locais. Era uma
grande oportunidade, mas havia um problema: muitas
das competições realizavam-se aos domingos, e, por isso,
Davy não aceitou o convite.
Quando Davy recusou o convite no ano seguinte, os
trein ad o res presum iram que meu m arido e eu o
estávam os impedindo de fazer parte do clube, mas
esclarecemos que a escolha fora apenas de Davy.
A resposta de Davy aos treinadores foi: “Eu realmente
gostaria muito de entrar para o clube, mas não corro aos
domingos”.
No sexto ano, Davy havia desenvolvido uma incrível
‘arrancada’ na corrida, que o colocava entre os dois ou
três m elhores corredores em todas as com petições.
Convidaram-no novamente a entrar para o clube. Dessa
vez, com um atrativo a mais — os rapazes planejavam
viajar pelos Estados Unidos para competir nas finais do
campeonato nacional em sua faixa etária. Os treinadores
e os membros da equipe queriam muito que Davy fosse
com eles.
Davy recebeu o sacerdócio e foi ordenado diácono
naquele ano. Quando conversou conosco sobre o convite
do clube de corrida, perguntamos apenas: “Filho, e suas
responsabilidades do sacerdócio.7”.
A resposta de Davy à equipe foi: “Preciso ir à Igreja
aos domingos”.
A L I A H O N A
O clube foi para as finais, com ­
petiram com os melhores de todo o
para casa, a escola, os pais e os treinadores do
clube exultaram com a atuação dos rapazes. A
escola preparou uma reunião especial com repórteres
de jornal e câmeras de TV. Chamaram um por um,
enquanto aplausos entusiásticos ressoavam na platéia.
Davy sentou-se, observando os rapazes receberem o
reconhecimento que teria sido dele se tivesse feito uma
escolha diferente. Fiquei com o coração em pedaços
ao ver suas lágrimas. Toquei-o de leve no ombro,
e saímos da ruidosa multidão. Num lugar
sossegado, a b ra c e i-o e ch oram os
juntos por um momento. Depois,
disse-lhe o quanto me orgulhava
dele. Davy tinha feito o que o
Pai C e le s tia l esp erav a que
fizesse. A admiração das pessoas
e o recon h ecim ento do mundo
são atrativ o s poderosos, mas têm
muito pouco a ver com nosso progresso
eterno.
A lguns dias mais tard e, re la te i a
exp eriên cia de Davy a um amigo. Pouco
depois, meu amigo mandou-lhe uma carta junto com
um troféu , no qual se lia: “Davy: C am peão da
Juventude”.
A carta dizia: “Você recebeu o livre-arbítrio para
escolher. O brigado por seu exem plo. È mesmo um
campeão”. □
M A I O D E 1 9 9 3
 S omente
Este discurso foi proferido num
serão , em 3 de maio de 1992, numa
transm issão via satélite, em
comemoração ao 163° aniversário
da restauração do sacerdócio.
E um grande desafiei falar numa
reunião deste tipo. Suponho
que esta noite, a congregação
totalize cerca de meio m ilhão de
homens e rapazes, todos ordenados ao
sacerdócio de Deus. Pedro descreveu
esse grande grupo como “o sacerdócio
real” (vide I Pedro 2:9), e realmente o
somos, quando vivemos de acordo
com os estritos e elevados padrões
pelos quais devem viver os que agem
em nome de Deus, o Pai Eterno, com
a autoridade concedida pelo Senhor
Jesus Cristo.
Suponho que nenhum de nós pode
realmente compreender a magnitude
do poder deste grupo extraordinário.
C erta ocasião, W ilford W oodruff
descreveu uma experiência em abril
de 1834, quatro anos depois de
organizada a Igreja. Foi em Kirtland,
O h io. O P rofeta Joseph Srnith
convocou uma reunião do sacerdócio.
Todos os que portavam o sacerdócio
na época reuniram-se numa pequena
cabana. Havia apenas alguns sumos
sacerdotes, nenhum apóstolo ou
setenta, e alguns élderes. O pequeno
grupo que se reuniu na pequena sala
de uma casinha de madeira cresceu a
ponto de termos hoje aproximada­
mente um milhão de portadores do
A L I A H O N A
pelo Prin
da R etidão
Presidente Gordon B. H inckley
Primeiro C onselheiro na Primeira Presidência
Sa cerd ó cio A arôn ico e 9 0 0 .0 0 0
portadores do Sacerd ó cio de
Melquisedeque.
Kirtland, na época o local onde
vivia a maioria dos santos, era uma
cidade pequena. Hoje, 158 anos mais
tarde, somos uma poderosa c o n ­
gregação que se espalha por toda a
terra. Reuni-me recentemente, com
portadores do sacerdócio em Madrid,
na Espanha; depois, em Roma, na
Itália, em Genebra, na Suíça, e em
Odense, na Dinamarca que, por sua
localização central, serve de ponto de
reunião para os m embros de
C openhague e outras cidades
dinamarquesas. Em cada área fala-se
uma língua diferente. Os membros
daquelas quatro localidades saúdam
cada um uma bandeira e são cidadãos
de nações diferentes; todos, porém,
• M A I O D E
21)
cípio
têm uma grande coisa em comum:
estão ligados pelo cordão da
irmandade do evangelho de Jesus
C risto . Todos eles receberam
im posição das mãos e autoridade
divina.
Soube que agora temos membros
em Í 38 países. Pensai nisso. Em
todas as localidades onde se plantou
este ev an g elh o , foi n ecessário
estabelecer uma base do sacerdócio
sobre o qual se pudesse construir. Em
algumas localidades, começou com o
pai de uma fam ília que reuniu a
esposa e os filhos para adorarem ao
Senhor no dia santificado. Desses
pequenos começos derivaram fortes
congregações, que se tornaram alas e
estacas em Sião.
Na primeira vez em que visitei
Rom a, não havia nenhum outro
santo dos últimos dias em toda a
Itália do qual tivéssemos con h eci­
mento. Agora há homens de força e
capacidade naquela nação, homens
de fé e amor ao Senhor, bem como
fortes estacas.
Quando abrimos o trabalho nas
Filipinas, em 1961, nossa pequena
reunião incluía um filipino nativo,
membro da Igreja. Hoje, há 263.000
m em bros filip in o s registrad os,
organizados em quarenta e quatro
estacas de Sião, com muitas capelas
e um lindo templo. Tudo faz parte do
processo de e n co n tra r e en sinar
homens receptivos ao Espírito Santo.
Alguns deles aceitam o batism o,
1 9 9 3
p erm anecem fiéis e crescem em
conhecim en to e entend im ento e,
em poucos anos, tem os bispos,
presidentes de estaca, presidentes de
missão, patriarcas e presidentes de
tem plo. E o assom broso m ilagre
deste trabalho.
È claro que mulheres fiéis são uma
parte essencial de tudo isso. Elas têm
feito um trabalho esplêndido. Têm
feito contribuições notáveis, mas, com
tudo isso, foi necessário encontrar
hom ens, en sin á-los, batizá-los,
alimentá-los, treiná-los e qualificá-los
para posições de liderança.
Na revelação que conhecem os
com o a seção 1 de D outrin a e
Convênios, o Senhor declara que uma
das razões pelas quais houve a
restauração do evangelho foi para que
“todo homem fale, em nome de Deus,
o Senh or e Salvador do m undo”
(D&C 1:20).
Ele está falando aqui do sacerdócio,
seu sacerdócio. Este é o objetivo de
nosso trabalho: que todo homem fale
em seu nome.
O que é triste e lamentável é que
nem todos os que foram ordenados ao
sacerdócio têm sido fiéis à autoridade
que receberam. Eles continuam sendo
portadores de um ofício do sacerdócio,
mas somente no nome, pois, devido a
indiferença ou transgressão, perderam
o poder de agir nesse ofício. Todos
devemos estar cientes de que isso
pode acon tecer a qualquer um, a
menos que estejamos constantemente
A L I A H O N A
vigilantes, mantendo nossas vidas em
harm onia com os princípios do
evangelho.
Fico pensando em Oliver Cowdery.
Foi um homem que desistiu do
trabalho como professor para ajudar
Joseph Smith na tradução do Livro de
Mórmon. Enquanto trabalhava nisso,
surgiu uma dúvida com relação ao
batismo. Em resposta à sua oração, foi
concedido o Sacerdócio Aarônico,
pelas mãos de João Batista.
Foi Oliver Cowdery também que,
junto com o Profeta Joseph Smith,
recebeu a imposição das mãos de
Pedro, Tiago e João, os apóstolos que
receberam o sacerdócio do próprio
Sen h or en q u an to estavam na
mortalidade. Foi Oliver Cowdery que
se tornou testemunha das placas das
quais o Livro de M órm on foi
traduzido. Tornou-se o segundo élder
da Igreja. Foi um dos três a quem o
P rofeta pediu que procurasse os
prim eiros doze A póstolos nesta
dispensação. Ele os instruiu em
palavras que ressoam com poder até
os dias de hoje.
Esse mesmo O liv er Cowdery,
porém, deixou que algumas coisas
sem im portância o desviassem .
Tornou-se d esco n ten te e mal-
humorado e criticava Joseph Smith.
O espírito de apostasia perturbou-o
até que deixou a Igreja.
Mais tarde ele voltou, pedindo que
o aceitassem apenas como membro.
Wilford Woodruff declarou a seu
• M A I O D E
21
respeito: “Vi Oliver Cowdery quando
parecia que a terra se lhe fosse abrir
debaixo dos pés. N unca vi um
homem prestar testemunho mais forte
do que ele, quando sob a influência
do Espírito; mas quando deixou o
reino de Deus, seu poder caiu como
um raio caindo do céu. Ele foi
destituído de sua força como Sansão
sobre os joelhos de Dalila. Perdeu o
poder e o testemunho que desfrutara,
e nunca mais os recuperou na sua
plenitude, embora tivesse morrido
como membro da Igreja” (Stanley R.
Gunn, O liver Cow dery — Second
E lder and S cribe, Salt Lake City:
Bookcraft, 1962, página 73).
Thomas B. Marsh era o membro
sênior do primeiro Quorum dos Doze.
O Senhor falou-lhe numa revelação.
Era um homem de grande poder e
capacidade. Então, envolveu-se numa
briga en tre a esposa e uma irmã
Harris, acerca de um pouco de creme
de leite. Não muito tempo depois,
perdeu a harmonia com os irmãos dos
Doze e finalmente saiu da Igreja. Por
dezenove longos anos, viveu em
amargura, solidão e pobreza, ele que
antes era um homem poderoso,
portador do santo apostolado e
presidente do Conselho dos Doze.
Já vi homens que eram fortes e
poderosos advogados desta grande
causa, hom ens que portavam o
sacerdócio com dignidade e poder.
Em alguns casos, porém, tornaram-se
descuidados; em outros, caíram em
1 9 9 3
 "G u a rd a a observância do Senhor teu Deus,
para a n d a re s nos seus cam inhos, e p ara g u ard ares
os seus estatutos, e os seus m andam entos, e os seus
juízos, e os seus testem unhos, . . . p ara que
transgressão, e ainda em outras
situações, tornaram-se orgulhosos e
teimosos.
As promessas do Senhor àqueles
que magnificam seu chamado nesse
sacerdócio são maravilhosas. Posso
visualizar a ocasião em que, quando
eu era criança, ouvi neste tabernáculo
o Presidente Heber J. Grant ler estas
grandes palavras extraídas da seção
121 de Doutrina e Convênios:
“Q u an to tem po podem p er­
m anecer impuras as águas que
correm? Que poder deterá os céus .7
Seria tão inú til querer o homem
estender seu débil braço para desviar
do seu curso o rio Missouri, ou fazê-lo
ir correnteza acima, como evitar que o
Todo-Poderoso derram e os seus
con h ecim en tos dos céus sobre as
cabeças dos santos dos últimos dias.”
(Versículo 33.)
Depois, continuou a citar mais
coisas concernentes a esse princípio
com relação àqueles que foram
ordenados ao sacerdócio de Deus:
“Eis que muitos são chamados, mas
poucos são escolhidos. E por que não
são eles escolhidos?
Porque seus corações estão tão
tixos nas coisas d este m undo, e
aspiram tanto às honras dos homens,
que não aprendem esta única lição —
Que os direitos do sacerdócio são
inseparavelmente ligados aos poderes
dos céus, e que os poderes dos céus
não podem ser con trolad os nem
manipulados a não ser pelo princípio
prosperes em tudo quanto fizeres"
(I Reis 2:3).
da retidão.” (Versículo 34-36.)
Todos nós que possuímos esse
poder divino devemos reconhecer
esta verdade suprema — que os
poderes dos céus que são associados
ao sacerd ó cio “não podem ser
controlados nem manipulados a não
FOTOGRAFIA DE ELDON K. LINSCHOTEN
ser pelo princípio da retidão”.
“E certo que esse poder pode ser
conferido sobre nós; mas, quando
tentamos encobrir nossos pecados ou
satisfazer o nosso orgulho, nossa vã
am bição, exercer co n tro le , ou
domínio, ou coação sobre as almas
dos filhos dos homens, em qualquer
grau de injustiça, eis que os céus se
afastam ; o Espírito do Senh or se
magoa; e, quando se afasta, amém
para o sacerd ócio ou autoridade
daquele homem.
L i a h o N A M A I O D E
Eis que, antes de o perceber, ele é
entregue a si mesmo, para recalcitrar
con tra os aguilhões, perseguir os
santos e lutar con tra D eu s.”
(Versículos 37-38.)
Q uero ressaltar, irmãos, que
embora continuemos a portar o ofício,
podemos perder o poder. M uitos
hom ens parecem pensar que, por
terem sido ordenados, o sacerdócio é
deles p erm an en tem en te, para o
exercerem como quiserem. Acham
que podem quebrar um convênio e
um mandamento aqui e ali, pecar
desse jeito ou do outro e, ainda assim,
ter o poder do sacerdócio; e que Deus
ratificará aquilo que fizerem em seu
nome e no nome do Redentor. Isso é
escárnio, e acredito que quando fazem
isso, tomam o nome elo Senhor em
vão. Profanam o nome do seu Filho
Amado. Profanam o dom sagrado que
receberam por ordenação, e a
autoridade que perderam devido à
transgressão.
Foi o Senhor quem disse que será
“amém para o sacerdócio ou a
autoridade daquele homem” que se
entrega ao pecado, que é orgulhoso,
cuja atitude é de vã ambição, ou que
procura exercer controle em qualquer
grau de injustiça.
Existem inimigos desse trabalho
hoje como haviam no passado. Entre
eles há os que, por todos os artifícios e
esquemas imagináveis, denigrem os
líderes da Igreja, do passado e do
presente, e procuram destruir o reino.
1 9 9 3
Quem são e le s .7 E n tre os mais
inteligentes estão homens que uma
vez foram ordenados ao sacerdócio,
mas, que devido ao seu co m ­
portam ento, perderam toda a aceita a ordenação e depois entrega-
autoridade do sacerdócio que
poderiam ter. E bem verdade que,
tendo sido entregues a si mesmos,
recalcitram co n tra os aguilhões,
perseguem os santos e lutam contra
Deus.
Irmãos, não quero ser pessimista,
mas lev a n to uma voz de ad-
m oestação a todos, hom ens e
rapazes, para que se esquivem do
pecado. Transgressão é incompatível
com autoridade divina. Fujam da
pornografia como fugiriam de uma
praga. A b sten h a m -se do pecado
sexual em qualquer grau. Fujam da
desonestidade e da fraude. Rogo-vos
que controleis qualquer resquício de
orgulho ou de vã ambição. Peço-vos
que olh eis para d en tro de vós
mesmos e verifiqueis se vossa atitude
denota dom ínio ou coação sobre
vossas esposas e filhos, lembrando
sempre de que “nenhum poder ou
influência pode ou deve ser mantido
por virtude do sacerdócio, a não ser
que seja com persuasão, com
longanimidade, com mansuetude e
ternura, e com amor não fingido.
Com benignidade e conhecimento
puro, que grandemente ampliarão a
alma, sem hipocrisia e sem dolo”
(versículos 41-42).
Somos lembrados do “juramento e
A L I A H O N A
con v ên io do sacerd ó cio ”, como
descrito na seção 84. Estou certo de
que o Pai nos Céus não está satisfeito
com nenhum homem ou rapaz que
se ao mal. No próprio processo de
aceitação da ordenança ele faz um
juram ento a Deus e um convênio
com ele.
Que figura magnífica, que pessoa
nobre é o homem que foi ordenado ao
sacerdócio que é chamado sacerdócio
de Melquisedeque segundo o grande
sumo sacerdote de Salém, que anda
com dignidade, porém, com
humildade perante seu Deus, que
respeita e aprecia seus colegas, que
rejeita as tentações do adversário, que
se torna um verdadeiro patriarca no
lar, 11111 homem de bondade e amor,
que reco n h ece a esposa como
companheira e filha de Deus, e os
filhos como aqueles a quem tem a
responsabilidade divina de nutrir e
guiar em retidão e verdade. Tal
homem não tem nada de que se
envergonhar. Vive sem rem orso.
Podem falar dele, mas ele sabe que
Deus conhece seu coração, o qual é
puro e imaculado.
Espero que todos os homens e
rapazes desta vasta congregação
deixem esta reunião, onde quer que
estejam, com a firme resolução de
viver de modo mais digno como
membro desta grande sociedade real,
que é diferente de qualquer outra
sociedade na face da terra. Seja vossa
• M A I O D E 1 9 9 3
23
riqueza grande ou pequena, isto não
importa à vista de Deus. Séja vossa
posição no mundo de maior ou menor
importância, não faz diferença, pois
devemos lembrar-nos de que o Senhor
não olha para a aparência exterior,
mas para o coração. (Vide I Samuel
16:7.)
Para terminar, coloco sobre cada
um de nós o encargo dado por Davi
ao filho Salomão:
“Esforça-te pois e sê homem;
E guarda a observância do Senhor
teu Deus, para andares nos seus
caminhos, e para guardares os seus
estatutos, e os seus mandamentos, e os
seus juízos, e os seus testemunhos, . . .
para que prosperes em tudo quanto
fizeres, para onde quer que te
voltares.” (I Reis 2:2-3.)
Irmãos, esta é a obra do Senhor. Ela
jamais falhará. Continuará cada vez
mais forte enquanto existirem homens
que recebam o sacerdócio de Deus,
andem nos seus caminhos, guardem
seus estatutos, seus mandamentos,
seus juízos e seus testemunhos.
Deus vos abençoe, amados irmãos.
D eixo-v os meu testem unho da
realidade e poder da autoridade que
nos foi divinamente concedida. È uma
investidura única em todo o mundo;
um sacerdócio real. Chega-nos como
uma dádiva de Deus, que pedirá a
todos nós um relatório sobre como a
utilizamos. Deixo-vos meu amor e
minha bênção, em nome de Jesus
Cristo, amém. □
 Uma Oração no
Estacionamento
Nome não revelado
L
em bro-m e n itid a ­
mente daquela noite
e admiro-me ao ver
o q u an to me desviara
daquilo que eu sabia ser o certo. Lá estava eu, procurando
alimento nas latas de lixo, atrás de um supermercado.
Estava prestes a me suicidar, mas tinha medo de morrer.
Extremamente assustado, refleti nas incríveis mudanças
que permitira que ocorressem em minha vida.
N ascera num lar S U D e desde m uito jov em
freq ü en ta ra as reu n iões da Ig reja . Form ei-m e no
seminário, desempenhei cargos de liderança e gostava
muito de ser um membro ativo da Igreja.
Depois de me formar no segundo grau, ganhei uma
bolsa de estudos para a Universidade Brigham Young,
mas, ao invés de aceitá-la, decidi entrar para a equipe
titular de beisebol de uma universidade de outro Estado.
Sonhava tornar-me atleta profissional.
Na faculd ad e, ex p erim en tei um estilo de vida
completamente diferente. As atitudes das pessoas eram
diferentes da minha e descobri um complexo de filosofias
variadas. Minha freqüência na Igreja diminuiu e meus
padrões logo decaíram. A despeito dos longos anos como
membro da Igreja, eu não era um verdadeiro discípulo de
Jesus Cristo e ignorei com pletam ente o Espírito do
Senhor.
Novas idéias e ten tações causaram -m e profundo
im pacto. C om ecei a experim entar drogas e a beber
álcool, e a namorar uma moça que não era membro da
Igreja. Até deixei a equipe de beisebol para arranjar um
emprego, a fim de adquirir um carro para impressioná-la.
A I I A H O N A
Ao me envolver mais com
ela e com drogas, comecei a
faltar às aulas.
N ão dem orou m uito
para eu me tornar viciado. Em dois anos, não conseguia
mais manter um emprego ou desempenhar uma função
na sociedade normal. Fiquei sem dinheiro, doente e sem
amigos nas praias de San Diego, Califórnia.
Naquela noite, no estacionamento do supermercado,
ajoelhei-me. Com lágrimas rolando pelo rosto, implorei
ajuda, esperando que o que eu aprendera quando
cria n ça fosse verdade, e que alguém me estivesse
ouvindo.
De repente, um calor maravilhoso envolveu-me a
cabeça, e depois todo o corpo. Senti o Espírito do Senhor
com uma intensidade que jamais sentira antes. Uma
calma confortadora me envolveu, e pela primeira vez em
anos, senti paz.
Q uando me lev an tei, não sen tia mais medo ou
angústia. Sabia que minha oração desesperada e sincera,
pedindo ajuda, fora respondida.
O caminho de volta foi longo, mas compensador. Voltei
à atividade na Igreja e com ecei um estudo sério das
escrituras. Trabalhei por um certo tempo como diretor de
um cen tro de reabilitação para drogados, no sul da
Califórnia, e vi muitos serem ajudados pelo poder de Deus.
Também vi outros que não deram ouvidos aos
ensinamentos do Senhor afundarem-se cada vez mais no
desespero e na degradação. Sofro por essas pessoas e sou
grato ao Senhor por ter ouvido minha oração desesperada
e respondido a ela. □
• M A I O D E 1 9 9 3
24

A EDIFICAÇÃO DO REINO DE DEUS
A
s m ulheres da Ig reja
devem ser firm es em
propósito”, diz Elaine L.
Jack, presidente geral da Sociedade
de S o co rro . “D evem os buscar
primeiro o reino de Deus.”
Em meio aos variados desafios que
enfrentamos, temos hoje a oportuni­
dade de edificar o reino de Deus,
desenvolvendo a fé e dedicando-nos
ao próxim o. Podem os m ostrar
compaixão pelos que nos cercam ,
servir à comunidade e desenvolver
talentos individuais. Concentramo-
nos, assim , no rein o de D eus,
enquanto lidamos com os assuntos
do mundo.
• Quais são algumas das coisas que
nos impedem de edificar o reino?
• Como p o d em os m an ter-n os
concentrados em nosso objetivo?
P O D E M O S E D IF IC A R O R E IN O D E
D E U S P O R M E IO DA B O N D A D E
O Novo Testam ento fala sobre
Dorcas de Jope, “uma discípula . . .
ch eia de boas o b ra s”. Ela era
conhecida e amada pelas “esmolas
que fazia”. Q uando morreu e foi
lavada, puseram-na num quarto, “e
todas as viúvas . . . (choravam) e
(mostravam) as túnicas e vestidos
que Dorcas fizera quando estava com
elas”. O Apóstolo Pedro foi chamado
e, depois de ajoelhar-se e orar para
que se levantasse, “dando-lhe a mão,
a levantou, e . . . apresentou-lha
MENSAGEM DAS PROFESSORAS VISITANTES
; ií W
ILUSTRADO POR LORI ANDERSON WING
viva” (Atos 9:36-41).
Ao realizarmos as tarefas diárias,
podemos edificar o reino de Deus
por meio de pequenos gestos de
bondade, pois “de pequenas coisas
provêm as grandes” (D & C 6 4 :33).
Sorrir enquanto esperamos o ônibus,
ler com uma criança, dar um passeio
com uma irm ã idosa e defen d er
causas justas na com unidade são
maneiras simples de estabelecermos
o reino de Deus.
Em Lucerna, na Suíça, todos os
sábados de manhã a irmã Martha
Stad elm ann é uma das primeiras
freguesas das bancas de flores na
feira liv re. Ela com pra prim eiro
algumas rosas em miniatura, de um
rosa forte e vivido e, depois, em
outra banca, flores amarelas para
duas amigas que com em oram seu
an iv ersário na sem ana seguinte.
Após o desjejum, enche um cesto
com os ramalhetes de flores alegres,
colocan d o tam bém um pãozinho
para outra amiga, em agradecimento
por sua bela o ração no ú ltim o
domingo. Em seguida, M artha sai
L I A H O N A M A I O
para visitar as irmãs. Ela espalha
alegria em seu pequeno ramo suíço,
lem bran d o-se de outras pessoas,
pensando n elas e dem onstrando
consideração por meio de gestos de
bondade.
• Q ue pequeno gesto de bondade
posso jazer hoje ?
E D IE IC A M O S O R E IN O
PR ESTA N D O TESTEM U N H O
Prestar testemunho em todas as
horas e locais é outra maneira de
edificarmos o reino. Podemos começar
em casa e na vizinhança. Odalis Caba,
de Bonao, na República Dominicana,
diz: “Prestar testemunho não é como
repartir uma laranja, que fica menor.
Meu testem unho cresce quando o
compartilho, e, por isso, sinto muita
alegria”.
• A quem posso prestar testemunho
hoje!
“T E N D E B O M Â N IM O ”
O Senh or disse: “Tende bom
ânimo . . . pois eu, o Senhor, estou
convosco e convosco ficarei” (D&C
68:6). Fomos chamadas para servir a
Deus numa época em que o
adversário exerce uma crescen te
influência, mas as irmãs de Sião são
destemidas, “porque Deus não nos
deu o espírito de temor, mas de
fortaleza, e de amor, e de moderação”
(II Timóteo 1:7). □
DE 1 9 9 3
 AS DECISÕES DE UM JOVEM
LORENZO
SNOW
uitos jovens e m oças da
M Igreja enfrentam questões
religiosas seriamente, pela
p rim eira vez, na a d o le s c ê n c ia e
q u an d o e stã o na ca sa dos v in te ,
q u an d o têm de e n c a ra r d e cisõ es
d ifíceis sobre m issão, ca sa m e n to ,
universidade, serviço militar e religião.
Lorenzo Snow, o quinto Presidente da
Igreja, defrontou-se com tais crises no
início da vida adulta.
GRANDES PERSPECTIVAS
Lorenzo Snow foi um dos poucos
líderes da Igreja de antigamente que
tev e o p o rtu n id ad e de fre q ü e n ta r
uma universidade. O jovem Lorenzo
estudou no C olég io O b erlin , uma
u n iv e rsid a d e p r e s b ite r ia n a
reputação nacional por suas idéias
progressistas. Foi uma das primeiras
universidades am ericanas a admitir
joven s e rapazes em regime misto.
A rth u r R. Bassett
Em 1 8 3 0 , um g rupo de rap azes
preeminentes, que se haviam unido
co n tra a escravatura, transferiu-se
para Oberlin. Em 1836, persuadiram
Charles Finney, um famoso ministro,
a ir para O berlin com o professor de
te o lo g ia . Tudo isso a c o n te c e u no
te m p o em qu e L o ren z o
estudava nessa universidade.
Lorenzo foi para O berlin, “cheio
de asp iraçõ es m u n dan as, grandes
perspectivas e recursos financeiros
para satisfazer m inha a m b ição de
adquirir uma educação universitária
liberal”. Vindo de família rica, tinha
m u ito s am igos e p a re n te s
esperavam ansiosam ente que ele se
de tornasse uma pessoa de destaque. Um
de seus c o n h e c id o s , W illia m
M cK in le y , to rn o u -s e m ais tard e
P re s id e n te dos E sta d o s U n id o s.
Esperava-se que Lorenzo, como todo
A L I A H O N A M A I O DE
20
jo v e m re s p e itá v e l da ép oca,
desenvolvesse certo grau de devoção
e interesse por assuntos religiosos.
O b s e rv a n d o o d e s e n ro la r dos
acontecimentos no campus, contudo,
escreveu à sua irmã Eliza: “Se não
posso encontrar nada melhor do que
o que tenho aqui no Colégio Oberlin,
digo adeus a todas as religiões”.
Sn o w
“UMA LUZ SURGIU NO
MEU ENTENDIMENTO”
Eliza, sempre chegada ao irmão,
preocupava-se com ele por causa do
seu interesse em assuntos militares.
que
Para Lorenzo Snow, o clímax de
uma vida de experiências
espirituais começou quando o
S alvador lhe apareceu no Templo
de Lago Salgado e falou com ele
face a face.
1 9 9 3
N a s c id o em 1 8 1 4 , n o f in a l da
“seg u n d a g u erra p e la in d e p e n ­
dência” da Am érica e durante a era
n a p o le ô n ic a , L o re n z o s e n tir a
a tr a ç ã o pelo fa sc ín io da vida de
soldado. Eliza sempre se preocupara
com a possibilidade de o irmão ser
m o rto a in d a jo v e m em algum
cam po de b a ta lh a estra n g eiro . A
m ente de Eliza, porém , voltara-se
para assuntos religiosos. Ela, a mãe
e a irm ã f ilia r a m -s e à Ig r e ja e
m udaram -se para K irtlan d , O h io ,
e n q u a n to L o re n z o e s ta v a em
O berlin. Sentindo que ele também
p o d eria e n c o n tr a r s a tis fa ç ã o no
e v a n g e lh o , E liza e sp e ro u um a
op o rtu n id ad e de levar Lorenzo a
Kirtland, onde poderia conhecer o
P r o fe ta Jo s e p h S m ith e ser
influenciado por ele.
L o ren zo e n c o n tr a r a -s e b re v e ­
mente com Joseph Sm ith em 1831,
em H iram , O h io , e ach ara que o
P ro fe ta era “h o n e sto e s in c e r o ”.
N aquela época, disse ele, “uma luz
surgiu n o m eu e n te n d im e n to e
nunca mais se apagou”. Mais tarde,
e n q u a n to e stu d a v a em O b e r lin ,
Lorenzo conheceu David W. Patten,
um apóstolo, e conversou mais sobre
o e v a n g e lh o co m e le . C om o
resu ltad o , co m eço u a d efen d er a
Igreja, tornando-se impopular entre
os e s tu d a n te s e p ro fe sso re s da
universidade.
N os p rim e iro s te m p o s da
educação americana, todo estudante
respeitável devia aprender hebraico
e grego. Em 1836, Joseph Sm ith e
outros líderes da Igreja em Kirtland,
A L I A H O N A
O h io , organizaram a “E sco la dos
Profetas” e contrataram um homem
le tra d o em h e b r a ic o , Dr. Jo sh u a
S e ix a s , para e n s in á -lo s . L oren zo
tin h a a c a b a d o de te rm in a r os
estu d o s d e lín g u a s c lá s s ic a s em
Oberlin, mas ainda não dominava o
h eb raico; en tã o , Eliza convidou o
irmão mais novo a ir a K irtland e
e s tu d a r h e b r a ic o . E le a c e ito u .
L o ren z o , p ro v a v e lm e n te , ja m a is
im ag in o u a m udança que se
efetuaria em sua vida com a viagem
a Kirtland.
UMA LUTA
CONTRA O ORGULHO
Em K ir tla n d , L o re n z o fic o u
profundam ente impressionado com
Jo s e p h S m ith , P ai, P a tr ia r c a da
Ig r e ja e pai do P r o fe ta . A in d a
lu ta n d o c o n t r a o o rg u lh o e as
ambições mundanas, Lorenzo viu-se
e n v o lv id o n u m a lu ta e s p ir itu a l.
C e r ta o c a s iã o , o u v iu o P ro fe ta
“ch e io do Espírito S a n to , falando
com a voz de um arcanjo, cheio do
poder de D eus”. A face do Profeta
se ilu m in o u a té fic a r co m o “a
brancura da neve”.
A alm a de Lorenzo m ostrou -se
sensível, mas a mente hesitou. O que
sig n ifica ria para seus am igos e
p are n te s, que previam um futuro
brilhante para ele, se os “desapontasse
e se juntasse aos pobres, ignorantes e
desprezados ‘Mórmons’”, como eram
conhecidos?
Joseph Sm ith, Pai, sensibilizou-se
com os problemas do jovem Lorenzo
• M A I O DE 1 9 9 3
28
e aconselhou-o certa ocasião: ‘Não
se p re o c u p e , te n h a c a lm a , e o
Sen h o r lhe m ostrará a veracidade
desta grande obra dos últimos dias,
levand o-o a p ro cu r a r ser batizado’.
E s te c o m e n tá r io su rp re e n d e u o
rapaz, mas ao continuar buscando o
Senhor, cum priu-se a promessa do
Patriarca. Lorenzo foi batizado em
1836, aos vinte e dois anos de idade,
m as ain d a se s e n tia in c o m p le to .
Q u e r ia tir a r to d a s as d ú v id as;
desejava uma confirm ação maior do
E s p írito do q u e a qu e re c e b e r a
anteriormente.
UM CONHECIMENTO PERFEITO
Duas ou três semanas depois do
batismo, Lorenzo recebeu a certeza
que desejava. Durante o período em
que procurou obter seu testemunho
in icial, retirav a-se todas as noites
para um bosque perto de sua casa, a
fim de buscar o Senhor em oração.
U m a n o ite , n ã o te v e n en h u m a
vontade de orar. Os céus, disse ele,
eram como bronze sobre sua cabeça,
m as em b o ra não se se n tis s e
inclinado a orar, dirigiu-se ao local
em que costumava fazê-lo.
“M al havia ab erto os lábios na
te n ta tiv a de o ra r”, disse ele mais
ta r d e , “o u v i so b re a c a b e ç a um
ruído com o o roçagar de roupas de
seda, e, de súbito, desceu sobre mim
o E s p írito de D eu s, e n v o lv e n d o
to t a lm e n te m in h a p e sso a , e n ­
c h e n d o -m e do topo da c a b e ça à
sola dos pés e, o h !, qu ão grande
alegria e felicidade eu senti! Não há

Durante quarenta e dois dias de tem pestade no mar, com o navio
oscilando devido a ventos fortes e ondas gigantescas, Elder Snow
perm aneceu calmo e cheio de paz, pois estava em penhado no serviço
do Senhor, a caminho da Inglaterra.
p a la v ra s que d e sc re v a m a q u ase unir-se aos santos e, como resposta à
instantânea transição da nuvem de sua fé, o S e n h o r lhe deu a paz de
trev a m e n ta l e e sp iritu a l, para o espírito que desejava.
fulgor de luz e conhecim ento de que
Deus vive, que Jesus Cristo é o Filho SEM BOLSA NEM ALFORJE
de Deus e da restauração do Santo
S a c e r d ó c io e da p le n itu d e do No e n ta n to , n en h u m a guerra é
evangelho. Foi um batismo completo ganha num a ú n ic a b a ta lh a ,
— uma im ersão tangível . . . mais L o ren z o Snow , assim co m o to d o
real e concreta em seus efeitos sobre mundo, teve de continuar lutando,
cada parte do meu corpo, do que a a fim de a m a d u r e c e r e s p ir itu a l­
imersão na água.” m ente.
Esse conhecim ento foi muito mais S id n e y R ig d o n , m em b ro
im portante para ele do que toda a Prim eira Presidência e ex-m inistro,
riq u e za e h o n ra q u e o m u n d o r e c o n h e c ia a im p o rtâ n c ia
p o d eria d a r-lh e. C om fé, d ecid iu e d u c a ç ã o e e n c o r a jo u L o ren z o a
A L I A H O N A • M A I O DE
29
continuar os estudos. O ex-estudante
de O b e rlin , co n tu d o , tin h a agora
outros objetivos em mente. Embora
dissesse que era extremamente tímido
e que p reg ar a o u tra s p essoas o
deixava profundamente preocupado,
ainda assim foi tomado pelo desejo de
compartilhar o evangelho com outras
pessoas. Para ele, era a coisa mais
importante que poderia fazer.
Na p rim a v e ra de 1837, foi
c h a m a d o para ser m iss io n á rio e
começou sozinho a pregar em Ohio,
sem bolsa nem alforje. Essa seria uma
das provações mais difíceis de sua
vida.
“F o i . . . um teste duro para minha
n a tu re z a in d e p e n d e n te sair sem
bolsa nem alforje — especialm ente
sem a bolsa”, disse ele, “pois, desde o
tempo em que tinha idade suficiente
para trabalhar, a atitude de ‘eu pago
m inhas c o n ta s ’ p arecia uma parte
necessária do meu respeito próprio, e
nada sen ão um c o n h e c im e n to
absoluto de que Deus requeria isso
agora, como fizera antes com os seus
servos, os discípulos de Jesus, poderia
induzir-me a prosseguir dependendo
dos o u tro s para su p rir m in h a s
necessidades básicas. Meu dever com
relação a isso era claro para mim e
e eu estava decidido a cumpri-lo.”
P reo cu p ad o , mas co n fian d o no
Senhor, Elder Snow em barcou para
sua primeira missão. Visitou uma tia,
d epois v ia jo u c e r c a de 5 0 q u ilô ­
da metros. Logo que o sol se pôs, fez sua
prim eira v isita o ficia l com o élder
da mórmon, e não lhe deram abrigo. Fez
oito visitas naquela noite, até que o
1 9 9 3
hospedaram — "indo para a cam a
sem jantar e partindo de manhã sem
d e s je ju m ”. Esse ío i seu p rim eiro
contato com a obra missionária, mas
recusou-se a render-se ao desânimo.
Cum priu uma m issão honrosa no
seu E sta d o , b a tiz a n d o alg u ns
parentes e amigos; depois, mudou-se
com os santos para Missouri.
MAIS MISSÕES
No o u to n o de 1838, o esp írito
missionário com eçou a pressioná-lo
de ta l tu rm a , que a n s ia v a
em penhar-se novam ente na obra,
em bora tivesse estado doente boa
p a r te do v e r ã o . S u a s f o r ç a s se
haviam esgotado, mas sentia que se
fizesse um esforço para em barcar
n o se rv iç o do S e n h o r, D eu s lhe
d aria a fo rça n e c e ssá r ia . A ssim ,
qu and o ch eg o u o ch am ad o , saiu
para c o m p a r tilh a r o e v a n g e lh o ,
c o n t r a r ia n d o os c o n s e lh o s
d e s e jo s dos p a is. A p r in c íp io ,
c o n s e g u ia a n d a r a p e n a s c u r ta s
d istâ n cia s, e p re cisav a s e n ta r-se
para d e s c a n s a r. G r a d u a lm e n te ,
p orém , as fo rça s lh e v o lta ra m e
sua saú d e foi c o m p le t a m e n t e
restabelecida.
Durante essa viagem missionária,
L o ren zo tr a b a lh o u em q u a tro
E sta d o s. D e p o is , em fe v e r e ir o ,
esteve em Kentucky, preparando-se
para voltar para casa — uma viagem
de m ais de 8 0 0 q u ilô m e tro s, em
meio a neve profunda. Com apenas
alg u ns tro c a d o s n o b o lso , tin h a
grande té em que o Senhor proveria
suas necessidades.
Essa viagem de volta foi difícil.
D urante a maior parte da jornada,
suas meias ficaram encharcadas de
lama, neve e chuva, e teria sido bom
se tivesse encontrado uma pousada
para dormir perto do fogo. A viagem
fez o jovem missionário perder muito
p eso e, ao r e to r n a r para ca sa e
para os e n te s q u e rid o s, n ã o o
r e c o n h e c e r a m . S o b os cu id a d o s
d e le s, L o ren z o d e s fa le c e u e foi
acometido de uma febre muito alta,
perm anecendo acam ado por muitos
dias.
CHEIO DE PAZ
Essas foram as missões do início
do ministério de Lorenzo Snow — e
o com eço de muitas outras. No ano
seguinte, foi à Grã Bretanha. Esteve
no mar durante quarenta e dois dias
tem p estu oso s, os quais d escrev eu
e para a tia:
“V eja-m e em sua vivida im agi­
n a çã o , num a d essas te m p esta d es
terríveis, sentado num grande barril
de água, a g a rra d o com am bas as
mãos a uma cord a próxim a . . . o
navio o scila n d o , a rrem essan d o -se
rápida e violentam ente de um lado
para outro — de vez em quando uma
o n d a g ig a n te s c a a v a n ç a so b re a
amurada, dando um banho em todos
que lá estão — veja, sentado perto
de m im , um h o m em c h o ra n d o
a m a rg a m e n te , com o m ed o na
fisionomia — no momento seguinte,
uma onda bate violentam ente sobre
a am u rad a, a rre m e ssa n d o -o para
L I A H O N A M A I O
longe de sua cadeira • • • para o lado
oposto, de .onde se levanta com um
b raço qu eb rad o e co m p leta m en te
e n c h a r c a d o ." E m b a ix o , ca ix a s se
soltavam e rolavam sobre mulheres e
crian ças que gemiam e choravam .
Em meio a tudo isso, porém, Elder
Snow estav a ch e io de paz, por se
a c h a r e m p e n h a d o no se rv iç o do
Senhor.
Essa cena foi muito parecida com
uma vivida pelo A p ó sto lo Paulo.
(Vide Atos 27.) Sem dúvida, muito
em Lorenzo Snow se assemelhava a
P a u lo , em te rm o s de tr a b a lh o
missionário. A missão de Élder Snow
à G rã-Bretanha foi seguida de muitos
o u tro s an o s de obra m issio n á ria .
C o m o a p ó sto lo , abriu o tra b a lh o
missionário na Itália, na Suíça e em
Malta, e supervisionou a tradução do
Livro de M órm on para o italian o .
M ais tard e, serviu nos estad os do
n o ro e s te dos E stad o s U n id o s, no
H a v a í e n a P a le s tin a . A n te s de
terminar as missões, havia cruzado o
o cean o oito vezes, viajado mais de
24 0 .0 0 0 quilômetros, custeando suas
próprias despesas d u ra n te tod o o
tempo.
Em s e te m b r o de 1 8 9 8 , com
o it e n t a e q u a tr o a n o s , L o re n z o
Snow tornou-se o quinto Presidente
da Igreja. O Presidente Snow deve
ser lembrado por muitas coisas: por
seu c a v a lh e ir is m o e m a n e ira s
re fin a d a s , p e lo p ro fu n d o c o m ­
prom etim ento espiritual para com o
S e n h o r , p e la g ra n d e h a b ilid a d e
com o colonizador e legislador, e por
seu trabalho com o educador. Deve
 g o v e rn o dos E sta d o s U n id o s
co n fisc a ra a m aior p arte de suas
propriedades, devido ao problema
do casam en to plural. Em 1899, o
Presidente Snow disse aos membros
da Ig re ja : “E sta é a resp o sta aos
n o sso s p ro b lem a s fin a n c e ir o s .
Em bora com o Igreja estejam os em
grande débito, digo-vos que, se este
povo pagar o dízim o co m p le ta e
honestam ente, os grilhões da dívida
serão tirad o s de n ó s”. O s san tos
re a g ira m co m le a ld a d e a e ste
p ro n u n c ia m e n to e as dívid as da
Igreja foram saldadas antes da morte
do Presidente Snow.

“FACE A FACE”

Para Lorenzo Snow, o clímax de

Talvez a m aior contribuição da presidência de Lorenzo Snow uma vida de experiências espirituais
tenha sido sua insistência no pagam ento dos dízim os, que, como com eçou d ep o is da m o rte do
corretamente profetizado, solucionaria o pesado fardo de P re s id e n te W ilford W oodrutt. O
dívidas que a Igreja carregava. P re s id e n te Snow , que e n tã o era
Presidente do Quorum dos Doze, foi
ao Templo de Lago Salgado. Vestido
ser esp ecialm ente lem brado com o a lc a n ç a d o a n te s , na h is tó r ia da com as roupas do templo, ajoelhou-
missionário. Um dos aspectos mais Igreja, e que não se repetiu durante se para orar, lembrando ao Senhor
im portantes de sua ad m inistração vinte anos. que ele freqüentem ente orava para
foi o in cen tiv o à obra m issionária que o Presidente Woodrutt vivesse
em todo o mundo. Enviou rapazes “UM DÍZIMO COMPLETO mais tempo do que ele, a fim de não
para cum prirem m issão de estaca E PAGO HONESTAMENTE” te r de a rc a r co m as pesad as
por cinco ou seis meses, designou o responsabilidades de Presidente da
Élder Heber J. G rant para iniciar a Talvez a m aior co n trib u içã o do Igreja. Depois disse ao Senhor que
pregação do evangelho no Japão e m inistério de Lorenzo Snow com o faria qualquer coisa que dele fosse
talo u em le v a r o e v a n g e lh o à P resid en te da Ig reja te n h a sido a requerida.
Rússia, Á ustria e A m érica Latina. ênfase ao pagamento do dízimo pelos Terminada a oração, o Presidente
D u ra n te o p rim e iro a n o de sua santos dos últimos dias, que permitiu Snow aguardou uma resposta do
adm inistração, enviou mais de mil à Igreja to rn ar-se fin an ceiram en te Senhor, mas nada aconteceu. Mais
m is s io n á rio s ao m undo p ara in d e p e n d e n te . Em 1 8 9 8 , a Ig reja tarde, quando cam in h ava por um
trabalharem — um número jamais tin h a m u ita s d ív id a s, p o rq u e o corredor, uma manifestação gloriosa

A L I A H O N A • M A I O DE 1 9 9 3
:si
de repente se abriu diante dele: O Destaques da Vida de Lorenzo Snow, 1(314-1901
Senhor Jesus Cristo lhe apareceu. O
Presidente Snow falou mais tarde à Ano Idade Evento
sua n e ta so b re essa e x p e r iê n c ia , 1814 — 3 de abril: Nasce em Mântua, Ohio.
m o stra n d o -lh é o lo ca l do tem plo 1831 17 A mãe e a irmã unem-se à Igreja; ouve Joseph
onde tudo ocorrera. Ela escreveu: Sm ith falar.
“V ovô deu m ais um p asso e 1835 21 Entra para o Colégio Oberlin; a irmã, Eliza, une-se
estendeu a mão esquerda e disse: ‘Ele à Igreja.
ficou bem ali, c e rc a de um m etro 1836 22 Freqüenta a escola de hebraico em Kirtland; E
acim a do solo. Parecia que estava batizado em 19 de junho.
sobre uma placa de ouro sólido’. 1837 23 Faz missão em Ohio.
Vovô me disse que personagem 18 3 8 -3 9 2 4 -2 5 Muda-se para Far West, Missouri; faz missão no
glorioso era o Salvador e descreveu M eio-O este americano.
suas m ãos, pés, sem blante e belas 184 0-43 2 6 -2 9 Faz missão na G rã-Bretanha; apresenta o Livro de
v e s te s b ran cas, tu d o de um a Mórmon à rainha Vitória.
brancura e de um brilho tão glorioso, 1845 31 Casa-se.
que mal podia olhar para ele. 1 8 4 6 -4 8 3 2 -3 4 Atravessa as planícies em direção ao Grande Vale
E n tã o deu m ais um p asso e do Lago Salgado.
co lo co u -m e a m ão d ireita sobre a 1849 35 12 de fevereiro: E ordenado Apóstolo.
cabeça, dizendo: ‘Bem, minha neta, 1 849 -5 2 3 5 -3 8 Faz missão na Europa, inaugurando o trabalho na
quero que se lembre de que este é o Itália, Suíça e Malta.
te s te m u n h o de seu av ô , que ele 1852-81 3 8 -6 7 È eleito para a legislatura de U tah; serve durante
contou com os próprios lábios que vinte e nove anos.
realm ente viu o Salvador, aqui no 1853 39 É chamado para presidir a colonização de Brigham
Templo, e falou com ele face a face.”’ City, Utah.
A lg u ém p o d eria p e n sa r o que 1864 50 Faz missão de curto prazo no Havaí.
teria aco n tecid o se Lorenzo Snow, 18 7 2 -7 3 5 8 -5 9 Viaja para a Palestina; participa da segunda
como jovem estudante universitário, dedicação da terra para a volta dos judeus.
tivesse decidido que religião não era 18 7 2 -8 2 5 8 -6 8 Serve como presidente do Conselho Territorial de
para ele. □ Utah.
18 7 3 -7 7 5 9 -6 3 Serve como conselheiro do Presidente Brigham
Young.
FONTES 1885 71 Faz missão entre os índios americanos no noroeste
1. Eliza R . Snow, Biography anã Family
dos Estados Unidos.
Recorã o f Lorenzo Snow, Salt Lake City,
18 8 6 -8 7 7 2 -7 3 Cumpre pena de onze meses por praticar o
1884.
2. L cR oi C . Snow, “A n Experience o f My casamento plural.
F ath er’s”, Improvement Era, setem bro de 1889 75 Abril: Torna-se presidente do Quorum dos Doze
1933, páginas 6 7 7 - 7 9 . Apóstolos.
3. Francis M. G ibbons, Lorenzo Snow,
1893 79 Torna-se presidente do Templo de Lago Salgado.
Spiritual Giant, Prophet o f God, Salt Lake
1898 84 13 de setembro: E apoiado como quinto
City, 1982.
4- “Lorenzo Sn ow ”, Encyclopedia of Presidente da Igreja.
Momuniism, New York: M acm illan 1899 85 Dá nova ênfase ao dízimo em toda a Igreja.
Publishing Company, 1992. 1901 87 10 de outubro: Morre na Cidade do Lago Salgado.

A L I A H O N A • M A I O DE 1 9 9 3
32
 MENSAGEM MÓRMON

FÉ SEM OBRAS
NÃO FUNCIONA
LUKE
DE JOHN
FOTOGRAFIA

Fé sem obras é como um barco sem remos: não vai a lu ga r nenhum . Assim, pare de ir à deriva e comece a
rem ar. Caso contrário, ficará pa ra do na á gua. (Veja Tia go 2 :1 7 -1 8 .)

A L I A H O N A • M A I O DE 1 9 9 3
33
 » D A S

Mãos
C oraçãO
M a rjo rie D ra p e r C o n d e r

Nestes

acolchoados e

tecidos, os artistas

santos dos últimos

dias expressaram

seu testemunho,

com o uso de

agulha e

linha.

E is que o S em ea d o r
S a iu a S em ear” ,
ponto de cruz, 1988, de
Katharina Bulla, de Aalen,
Alemanha. “E falou-lhe de muicas
coisas por parábolas, dizendo: Eis
que o semeador saiu a
semear" (Mateus 13:3).
Ponto de cruz é um bordado
feito sobre tela usando-se pontos
simples e regulares contados e
cruzados. E um trabalho lento, e o
resultado é um desenho ou quadro
firmemente tecido e de grande
durabilidade.
 yn D a u g h e rty , de San d y , tra b a lh o s a rtís tic o s já e x is te n te s . trabalho: “Sou, também, membro da

L
tú n ic a
O re g o n , le u , em G ê n e s is ,
37:3, esta história: “E Israel
am av a a Jo s é . . . e fe z -lh e suma
de v á ria s
R e c o n h e c e n d o qu e essa tú n ic a
c o r e s ”.
Consideram isso como um elogio ao
artista original. Os artistas populares
a n to s dos ú ltim o s d ias ta m b ém
u sam , com f r e q ü ê n c ia , im a g en s
fa m ilia r e s : C r is t o , o te m p lo , a
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias.”
C ada vez que um artista recria
um a im agem c o n h e c id a , u san d o
materiais diferentes, em combinação
sim bolizava uma lig a çã o esp ecia l fam ília, os m issionários e histórias co m e le m e n to s de sua p ró p ria
entre pai e filho, Irmã Daugherty fez das escrituras. Embora a perspectiva cultura, surge uma nova imagem. O
um casaco, (à direita) para sua mãe, criadora de cada um seja diferente, bord ad o filip in o d en o m in ad o “As
que representava o elo natural entre as im agens fa m ilia res c o n h e cid a s Famílias São Eternas” (p. 39) é um
elas, como mãe e filha modernas. lhes permitem dizer, por meio de seu exem plo. Vemos aqui uma imagem
A ssim co m o Irm ã D au g h erty, que nos é familiar, o Templo de Lago
muitos artistas utilizam pano, agulha Salgado, mas a cultura do artista se
e lin h a para c ria r tra b a lh o s reflete na palmeira e nas cores
artísticos e úteis. Tais artistas são, vivas.
geralm ente, donas de casa que À m edida que a Ig reja
fazem roupas para a família e continuar a expandir-se por
usam tecidos para d ecorar a todo o mundo, a arte dos
casa. Embelezando criações santos dos últim os dias
úteis, elas produzem arte. re p rese n ta rá o te s te ­
Em bora as artes tê x te is m u n ho dos a rtista s
tenham sido tradicional­ sobre o evangelho, e
m e n te cria d a s por haverá uma diver­
mulheres, os homens sidade crescente
tam bém e s tã o , na de ex p ressõ es
atu alid ad e, usando esses culturais.
recursos.
Os artistas têxteis, com o outros
M arjorie Draper Conder é a
artistas populares, freqüentem ente adtninistradora do Museu de História
u sam im ag e n s e n c o n tr a d a s em e Arte da Igreja.

“ D e d i c a ç ã o ” , casaco de retalhos, 19 8 8 , de Lyn Daugherty, de Sandy, Oregon.

“E Israel amava a José . . . e fez-lhe uma túnica de várias cores” (Gênesis 37:3). A Irmã Daugherty fez este casaco de retalhos para o
septuagésimo aniversário de sim mãe. Primeiro, juntou uma variedade de tecidos e cortou-os em pedaços pequenos, costurando-os, então,
um ao outro, para form ar um desenho com os retalhos. Cortou, depois, nesse pano, a parte da frente do casaco, as costas, as mangas, e
assim por diante. Então, acolchoou cada parte do casaco antes de uni-los, e montou a peça. Este trabalho de juntar retalhos formando um
desenho tem sua origem na antiga história dos Estados Unidos. Os pioneiros procuravam aproveitar o máximo de seus recursos, recortando
tecidos de roupas usadas e costurando os retalhos para fazer colchas ou roupas. A cabaram chegando a desenhos e trabalhos intricados.

A L I A H O N A • M A I O DE 1 9 9 3
36
 O M il a g r e
das G a iv o t a s ,
acolchoado, 1990, dc
Marva E. Dalebout,
de St. George, Utah. “Com
a minha vo? clamei ao
Senhor, ele ouviu-me"
(Salmos 3:4).
Este desenho representa a
preservação das colheitas dos
pioneiros diante da nuvem de
gafanhotos, pela aparição
miraculosa de gaivotas, que
devoraram os insetos.

A b r a ã o , P a i d o s F ié is , aplique, 1990, de Ruth Dubrez, de

Englewood, Colorado.
“E eu os abençoarei através de teu nome (de A braão); pois quantos receberem este
evangelho, serão chamados segundo teu nome, e serão contados entre tua semente, e se
levantarão e te abençoarão, com o seu pai" (A braão 2:10).
N o aplique se costuram pedaços de vários tamanhos de tecido sobre um maior. A Irmã
Dubrez ilustrou vividamente o estilo nômade de vida de A braão, usando tecidos com
enorme variedade de texturas, cores e padronagens.
 ElfSSffl

r a ig s

tienm
PSW6*»wr

ÍÍlSS^K!:;';-iSEi

T e m p lo d e N a u v o o , ponto de cruz, 1 9 8 6 , de Helga Steffel, de Ostfriesland, Alemanha.

"Que seja esta casa construída em meu nome, para que nela eu possa revelar ao meu povo as minluis ordenanças."
(D & C 124:40.)
Este bordado é versão de uma pintura de Steven T. Baird, o T em p lo de N au voo ,
R e p re se n ta çã o 1 1 0 . 1. A Irmã Steffel bordou esta obra de arte com lã e fio sintético. Os pontos firmes e cheios do ponto de
cruz mostram claramente os detalhes angulares do edifício.

A L I A H O N A • M A I O DE 1 9 9 3
•»O
.)<)
 A pós o D il ú v io ,
suéter de tricô, 1990, de
Marceline Bravo, de
Lausanne, Suíça. “E
lembrou-se Deus de Noé, e
de todo o an im al,. . . e Deus
fez passar um vento sobre a
terra, e aquietam-se as
águas.
“E disse Deus: . . . O meu
arco tenho posto na nuvem;
este será por sinal do
concerto entre mim e a
terra. ” (Gênesis 8 : 1,
9:1 2 -1 3 .)

A s F a m í li a s S á o E t e r n a s , bordado, 1990, de Lourdes de

Samson, de Bataan, Filipinas.
“O Profeta Elias deveria plantar nos corações dos filhos as
promessas feitas aos pais.
“Prognosticando a grande obra a ser feita no templo do Senhor na
dispensação da plenitude dos tempos, para a redenção dos mortos e
o selarnento dos filhos aos pais, para que toda a terra não seja ferida
com uma maldição e totalmente destruída na sua vinda."
(D & C 138: 4 7 ^ 8 ) .
O trabalho da Irmã Samson reflete seu júbilo
quanto ao poder selador do sacerdócio, um poder que se encontra
no templo, e também quanto à perspectiva de se viver para
sempre com a família. □

A L I A H O N A • M A I O DE 1 9 9 3
V)
- ,
 OS SANTOS DA
TAILANDIA
“Fui batizado em um rio, às cinco da manhã. A água
estava muito fria, mas eu me sentia aquecido. Era um
sentimento muito bom.”
Relem brando sua conversão ao evangelho de Jesus
C risto , há v in te e dois anos, K riangkrai P itakpong,
presidente do D istrito Khon Kaen, relata experiências
se m elh a n tes às d esfru tad as pelos qu ase q u a tro mil
conversos à Igreja na bela Tailândia.
Ao sul da C hina e rodeada por Burma, Laos, Cam boja
e Malásia, a Tailândia é uma nação asiática que nunca
foi co lo n izad a por nenhu m país eu rop eu , um dado
histórico refletido pelo seu nome, que significa “Terra dos
Livres”.
O p rim e iro m is s io n á rio SU D n esse
tradicionalm ente budista foi o élder Elam Luddington.
Ele chegou à capital, Bancoc, em abril de 1854, e saiu de
lá em julho do mesmo ano. Mais de cem anos depois, em
novembro de 1966, o país foi dedicado à obra missionária
E sq ue rda: O presente do Livro de M órm on levou a
irmã W annipha Thongchalerm e seus filhos, A riza , de
4 anos, e Aachanoon, de 3, ao evangelho.
A c im a : M em bros do Ramo Khon Kaen participaram
recentemente de uma reunião social cheia de
atividades.
A L I A H O N A
/\
D a vid M itc h e ll
pelo Élder Gordon B. Hinckley. Depois de dois anos de
negociações entre a Igreja e o governo da Tailândia, seis
missionários foram transferidos para lá, provenientes da
M issão E x trem o O rie n te Su l. Em 1 9 6 9 , a Tailândia
tornou-se parte da nova Missão Sudeste da Ásia; e, em
ju lh o de 197.3, foi organizada a M issão Tailândia. Há,
atu alm en te, n o v en ta m issionários de tem po integral,
vinte dos quais são tailandeses.
Visto que não é permitido o proselitismo na Tailândia,
a maioria dos pesquisadores são indicados por referência
dos membros. Outros, como Kriangkrai Pitakpong, ficam
curiosos quando vêem os missionários. “Eu costumava
ver os missionários passarem de bicicleta e imaginava
país quem seriam e o que faziam. Quando, finalmente, entrei
em co n tato com eles, aceitei o convite para assistir às
suas au la s de in g lê s. C o m e c e i, e n tã o , a estu d a r o
evangelho e a ler o Livro de Mórmon. Fui batizado em
outubro de 1970, quando tinha dezenove anos.”
BÊNÇÃOS E DESAFIOS
O bter um testem unho e ser batizado foram alguns dos
eventos im portantes da vida de Kriangkrai Pitakpong.
O u tr o s a c o n t e c im e n t o s r e le v a n te s in c lu e m seu
casam ento com M ukdahan, a quem levou para a Igreja;
seus chamados com o presidente do ramo Khon Kaen e,
• M A I O DE 1 9 9 3
41
O Presidente K rian g k ra i, à e sq u e rd a , e Silapachai Traachew, da presidência do Ramo Khon Kaen, entregam
suprimentos de prim eiros socorros a Dangchai Sasud, à d ire ita , como fizeram com outras famílias do ram o.
Irm ão Sasud, m em bro há mais de vinte anos, era fazendeiro até há seis anos, quando uma m ordida de aranha
deixou-o cego.

depois, do Distrito Khon Kaen; e, em 1990, uma viagem
aérea com a fam ília e ou tros san to s tailan d eses ao
Templo de M anila Filipinas.
“Nossa viagem a Manila foi um marco na história da
Ig re ja n a T a ilâ n d ia . É ram o s c e r c a de d u z e n to s.
E stá v a m o s m u ito e m o c io n a d o s ”, c o n ta
“P lan ejáram os a viagem d u rante m u ito tem po. Era
m uito cara, ce rca de U S $ 3 5 0 ,0 0 por pessoa. Todos
trabalharam muito para conseguir o dinheiro. Até nossa
filha Kerasin, de dez anos, ganhou um pouco de dinheiro
v en d e n d o ca rv ã o para co z in h a . F oi para nós uma
ocasião especial.”
A o lad o das b ê n ç ã o s , p o ré m , a v id a p ara os
Pitakpongs também teve seus desafios. Há cerca de sete
anos, o Presidente Pitakpong estava fora, a negócios,
qu an d o um lad rão in vad iu sua casa, golpeou irm ã
Pitakpong com uma chave inglesa e roubou um colar de
ouro que ela estava usando. “Meu filho, Wuthikrai, foi
ajudar a mãe e também foi atingido, assim como minha
sogra. O hom em fugiu q u an d o m inh a filh a g ritou ,
pedindo socorro.
M inha mulher teve de ser hospitalizada e ainda sofre
de fo r te s d o res de c a b e ç a , o qu e d ific u lta sua
concentração.”
A fa m ília , p orém , e n c o n tra c o n fo rto v iv en d o o
evangelho de Jesus C risto. “O selam en to no tem plo
e le . trou xe para nossa fam ília um esp írito ú n ico ”, diz o
Presidente Pitakpong. “F ortaleceu nosso testem unho
individual. Atualm ente, não só nosso filho de dezesseis
anos deseja ir para a missão, mas tam bém suas duas
irmãs mais novas.”
Ao falar dos dois mil membros pertencentes aos nove
ram os que preside, o P resid en te P itakpon g diz que
muitos são extremam ente pobres. “Em algumas famílias,
há apenas uma pessoa trabalhando, e nem sempre ela
tem um em prego fixo. A lgum as fam ílias m al têm o
suficiente para subsistir. Em algumas, só um dos cônjuges
é membro da Igreja. Seja qual for a situação, porém, os
membros têm muita fé e são ativos na Igreja. Eles vão
para as reuniões a pé, de ônibus ou bicicleta — seja qual
for a distância entre suas casas e a Igreja.”
Ás vezes, pessoas de fora assistem às reuniões da

A L I A H O N A • M A I O DE 1 9 9 3
42

Missionárias percorrem de bicicleta as estradas de
terra verm elha das cercanias de U d o rn , no dia de
preparação.
Igreja, e algumas que ouviram a mensagem do evangelho
gostariam de filiar-se a ela, diz o Presidente Pitakpong.
“A tr a d iç ã o re lig io sa dos pais ou fa m ília s, p orém ,
im p e d e -o s de fa z ê -lo . P e s s o a lm e n te , eu n ã o me
preocu pava com a tra d içã o . S a b ia que a Ig reja era
verdadeira e desejava ser batizado.”
A tu a lm e n te , em sua vida d iária e p resid in d o o
D istrito Khon Kaen, o Presidente Pitakpong gosta de
usar o L ivro de M ó rm o n co m o guia. “A p lico , com
f r e q ü ê n c ia , as liç õ e s q u e a p re n d o n o L iv ro de
M órm on.”
NECESSIDADE DE PARTILHAR O EVANGELHO
O Livro de M órm on foi um m eio de apresentar a
Igreja a W annipha T hongchalern. Tendo inicialm ente
conhecido o cristianismo por intermédio de um soldado
norte-am ericano, ela recebeu de um amigo um exemplar
do Livro de M órm on, após o que foi visitad a pelos
missionários de tempo integral. “Aprender o evangelho
foi, para mim, uma e x p e riê n c ia feliz”, diz ela. “O s
A L I A H O N A
missionários me visitavam de dois em dois dias, e eu
tom av a n o ta do que eles me diziam . C ada vez que
voltavam, eu lhes repetia a lição anterior. Fui batizada
em 1976.”
Irmã Thongchalerm casou-se com um não-membro,
cujo trabalho exigia que viajasse muito. Depois de cinco
an os de ca s a m e n to , eles se d iv o rcia ra m . A n tes do
d ivórcio, a irm ã T h o n g ch a le rm co m eçara a estudar
enferm agem , profissão que ainda exerce em um dos
hospitais da cidade. Três anos depois do divórcio, casou-
se com Anan, que se batizara em 1981. O casal e os dois
filhos, Ariza, de 4 anos, e A achanoon, de 3, faziam parte
do grupo que foi ao Templo de Manila.
“Quando voltei do templo, senti grande necessidade
de partilhar o evangelho com os outros. D ecid i que
ten taria trazer pelo m enos outras dez pessoas para a
Igreja, meta que consegui depois de dois anos.”
A irm ã T h o n g ch a le rm , que ensina no sem inário,
Escola D om inical e Sociedade de Socorro, dá grande
valor ao seu testem unho. “Sin to que, aconteça o que
acontecer, ninguém me pode tirar o testemunho de Jesus
C risto.”
O s T h o n g c h a le rm s v iv em num a ca sa de vários
andares, em U dorn — casa que será com pletam ente
terminada por irmão Thongchalerm “algum dia”.
FORÇA NOS PRINCÍPIOS DO EVANGELHO
Em contraste com a grande casa dos Thongchalerms,
vemos a simples m oradia de madeira de Boonthom e
Suwan Pamangkata, e sua filha Suchita, de seis anos.
O irmão Pamangkata ganha a vida com dificuldade,
conduzindo uma espécie de riquixá, um triciclo que
transporta passageiros. Trabalha cerca de dez horas por
d ia e g o s ta ria de tr a b a lh a r m ais, m as sua v isão é
p reju d ica d a à n o ite , por cau sa de ca ta ra ta s que se
desenvolveram nos dois olhos.
A irm ã P am angkata suplem enta a renda familiar,
co zin h an d o e fazend o fa x in a para ou tras pessoas e
também vendendo seus belos artigos de crochê.
• M A I O DE 1 9 9 3
43

Anan Eldredge, o prim eiro homem a ser convertido na
Tailândia, ajudou a Igreja a crescer em sua terra
natal.
O irmão Pamangkata estudou o cristianismo quando
era jovem, mas não havia nenhuma igreja à qual -se filiar.
Quando já era casado, encontrou os missionários SUD ,
que reacen d eram seu in tere sse pelo Salvad or. Irm ã
Pamangkata ficou impressionada com a mensagem do
evangelho, mas relutou em ser batizada. “Antes, porém,
que meu marido fosse batizado, com eçou a praticar a
Palavra de Sabedoria. Isto o ajudou a vencer o fumo e a
bebida, que consumiam grande parte de nossos ganhos.
Ver o que o evangelho realizara em sua vida ajudou-me a
d e s e n v o lv e r o te s te m u n h o , e fu i b a tiz a d a . H o je ,
e n c o n tr o d ia r ia m e n te fo r ç a nos p rin c íp io s
evangelho.”
“ASSUMI UM COMPROMISSO”
Quatrocentos e cinqüenta quilômetros a noroeste de
U d o rn , em C h ia n g M a i, os tr a b a lh a d o r e s e s tã o
instalando uma fonte nos jardins bem cuidados de uma
ca sa .esp açosa e m o d ern a. Três c r ia n ç a s o b serv a m
atentam ente. São elas Atikun, de 13 anos, Punjaree, de
8, e N athanon, de 6. Sua mãe, D atchanee Limsukhon, é
A L I A H O N A
o ú n ic o m e m b ro de sua fa m ília . O m a rid o , um
neurologista, não faz objeção a que ela seja membro da
Ig r e ja , m as, às v ezes, ela tem qu e o rg a n iz a r sua
participação na Igreja de modo a atender às necessidades
da família.
O primeiro contato de irmã Limsukhon com a Igreja
se deu quando era jovem e ouviu membros do ram o
cantando em uma sala alugada em Bancoc. Gostou do
que ouviu e desejou filiar-se “àquela igreja”, para que
pudesse cantar com os outros membros. Acreditou nas
palestras dos m issionários, mas a fam ília recusoudhe,
in icialm en te, permissão para ser batizada. “D esejava,
contudo, ser batizada, e o fui, em novembro de 1969.”
Em janeiro de 1970, ela voltou para casa em Chiang
M a i, e o b te v e um d ip lo m a em e n fe rm a g e m na
u n iv e rsid a d e lo c a l. F o i, e n tã o , p ara a M issã o de
T rein a m en to das Línguas da Igreja, no H avaí, onde
ensinou o tailandês durante quatro meses, antes de ser
cham ada para uma missão. Ao term inar a missão em
B ancoc, teve a oportunidade de ir aos Estados Unidos
para aperfeiçoar-se em enfermagem, em Utah e no Texas.
Foi, então, para a Inglaterra, para casar-se com seu noivo
tailandês, que estava estudando lá.
Quando o marido terminou os estudos, voltaram para
Chiang Mai, onde ele está clinicando como neurologista.
“Visto que sou o único membro da Igreja na família,
os padrões da Igreja são extremamente importantes para
mim”, diz a irmã Limsukhon. “Assumi o compromisso de
vivê-los.”
do
“ENCONTREI AS RESPOSTAS”
Q u a n d o a irm ã L im su k h o n e sta v a m o ran d o em
Chiang Mai, logo após seu batismo, um dos missionários
de tempo integral era A nan Eldredge. Irmão Eldredge é
membro da Igreja há quase tanto tempo quanto a Igreja
está na Tailândia.
Nascido com o A nan Tubtimta, ele morava em uma
pequena aldeia q u in h en to s qu ilôm etros ao n o rte de
B an co c. Q uando estava com oito anos, m orreu-lhe a
• M A I O DE 1 9 9 3
44
mãe — deixando-o cheio de perguntas sobre a vida e a
m o rte . A o p ro cu rar as re sp o stas a essas p erg u n tas
procurou também aprimorar sua educação, tornando-se
um dos melhores alunos do curso secundário.
Quando tinha dezesseis anos, saí de casa e fui para
Bancoc, onde trabalhei como ajudante de garçorrí em um
h o t e l”, c o n ta e le . Lá se to rn o u am igo do filh o
ad olescente de um funcion ário do D ep artam en to de
E stad o n o rte -a m e ric a n o , Louis E ld red ge. Louis e a
esposa, June, eram santos dos últimos dias. Q uando os
E ld red ges foram d esig n ad o s para um a im p o rta n te
instalação militar,na Tailândia, convidaram A nan para ir
com eles.
C onheci dois soldados SU D que conversaram comigo
sobre o ev an g elh o . Por in term éd io d eles e n c o n tre i
respostas para minhas perguntas sobre a vida e a "morte.
Descobri quem sou, de onde vim e para onde vou.”
A nan foi batizado no dia 24 de dezembro de 1967,
sendo o primeiro homem tailandês a ser convertido na
Tailândia. No ano seguinte, quando os seis primeiros
missionários de tempo integral foram designados para a
Tailândia, Anan tornou-se seu companheiro constante,
en sin an d o-lhes a língua e aju d an d o -o s a traduzir os
folhetos da Igreja.
O s Eldredges o fe re c e ra m -se para ad o ta r A n an e
enviaram -no para uma faculdade nos Estados Unidos.
Embora isto significasse perder seu nome de família, o pai
de Anan, um respeitável diretor de escola, encorajou-o a
aceitar a oferta dos Eldredges.
Nem bem A nan chegara aos Estados Unidos, porém,
foi chamado para cumprir missão na Tailândia. Depois de
uma m issão de trin ta m eses, voltou para os Estados
Unidos e m atriculou-se numa faculdade da Califórnia.
Lá, conheceu uma formanda da Universidade Brigham
Young, a inglesa Margaret Brown, que se convertera na
Inglaterra. Os jovens casaram-se cinco meses depois, no
Templo de Los Angeles.
“Depois de m inha form atura em A dm inistração de
Empresas, Margaret e eu fomos para a Tailândia, a fim de
que ela conhecesse minha família. L>urante essa visita fui
A L I A H O N A • M A I O
i:>
contratado para estabelecer o escritório de distribuição
de área da Igreja.”
E n q u a n to ali tra b a lh a v a , ele ajudou a fazer uma
revisão do Livro de M órmon em tailandês, auxiliando
ta m b ém na tr a d u ç ã o e p u b lic a ç ã o de D o u trin a e
Convênios e da Pérola de Grande Valor naquela língua.
Depois de trabalhar durante cinco anos no Centro de
Distribuição da Igreja, Anan e Margaret voltaram para
os Estados Unidos, onde ele continuou seus estudos de
gemologia que havia iniciado na Tailândia. Mais tarde,
instalou uma joalheria na Cidade de Kansas, e depois
uma loja em Anchorage, no Alasca.
Q uand o lhe perguntam com o é que um tailandês,
casado com uma inglesa, decidiu morar no Alasca, ele
responde, brincando: Gosto de pescar lá”.
A nan, M argaret e sua fam ília de três filhos e duas
filhas deveriam torn ar-se pescadores de hom ens. Em
1 9 8 8 , A n a n fo i c h a m a d o p ara p re sid ir a M issão
T a ila n d e s a . (A n te s de c o m p le ta r seu te rm o co m o
presidente de missão em 1991, ele recebeu o novo casal
m is s io n á rio dos E s ta d o s U n id o s — L o u is e Ju n e
Eldredge.)
So b a lid eran ça do P resid en te A n a n Eldredge, o
número de membros da Igreja na Tailândia apresentou
um aumento constante. Ele enfatizava freqüentemente a
necessid ad e de os mem bros integrarem e reterem os
novos co n v e rso s, assim co m o reativ arem os m enos
ativos. Seus olhos estão voltados para o dia em que será
criada a primeira estaca na Tailândia.
E sse dia pod e c h e g a r em b re v e e, q u a n d o isto
acontecer, será em cumprimento de uma profecia.
Em sua oração dedicatória em 1966, o Elder Gordon
B. Hinckley designou a Tailândia com o um refúgio de paz
d uradou ra. Na o ca siã o , as n a çõ es vizinhas estavam
empenhadas em guerras intensas. Elder Hinckley disse:
“Dedicam os esta terra da Tailândia . . . à pregação do
evangelho eterno. Oramos para que o Espírito repouse
sobre esta terra e sobre esta nação, para que haja muitos.
Pai, sim, m ilhares e dezenas de m ilhares, que darão
ouvido à mensagem”. □
DE 1 9 9 3
 ELE SE T O R N O U
REAL
Morgan D. Westerman
ra noite, e o barulho costum eiro do C en tro de
E T r e in a m e n to M is s io n á rio já se a c a lm a r a .
A conch eg u ei-m e mais no co berto r em que me
havia enrolado e continuei a ler.
Eu tin h a que pôr a leitu ra em dia. Para a lc a n ça r
m inha m eta, teria que acabar de ler os dois terços do
livro que faltavam, até o fim da semana. Foi um desafio
que animadamente aceitei, embora já tivesse lido o Livro
de M órmon anteriorm ente. Meu exemplar estava bem
marcado, e reconhecia cada uma das histórias que lia. As
mensagens, porém, nunca haviam sido tão significativas
quanto agora. Talvez fosse por isso que o presidente do
C T M nos desafiara a ler o Livro de Mórmon durante as
trê s sem a n a s em qu e a li p e rm a n e c e ría m o s
treinamento.
Li d u ran te b a s ta n te tem p o . Q u a n to mais eu lia,
naquela noite silenciosa, mais as histórias se tornavam
reais para mim. E stava quase surpreso com o poder
fa s c in a n te do liv ro q u e ag o ra d e s c o b r ia . E le me
en can tav a. S e n ti que o Livro de M órm on me falava
diretamente, e agora conseguia ouvir como nunca havia
feito antes.
Estava no livro de Alma, redescobrindo a história de
com o ele e A m u lequ e se livraram de seus inim igos
quando o poder de Deus derrubou as paredes da prisão
em que se encontravam. O que ocorreu antes de serem
presos é que teve um efeito poderoso sobre mim. Li como
algumas das pessoas de coração mais brando acreditaram
A L I A H O N A
em suas palavras e começaram a orar a Deus, pedindo-
lhe perdão. A maioria do povo, porém, rejeitara tudo que
lhes fora en sin ad o . O s in créd u lo s, que eram hostis,
am arraram Alm a e A m uleque e planejaram m atá-los,
assim com o a todos os que aceitaram seus ensinamentos
e creram n eles. Todos os hom ens que creram foram
afastados do meio deles e apedrejados, além de cuspirem
neles. Então, os homens iníquos pegaram as esposas e
filhos dos que creram , e também Alma e Amuleque, e
atiraram-nos ao fogo.
Ao ler, pude ver e sentir toda a cena. Vi os homens
iníquos atarem A lm a e A m uleque e obrigarem -nos a
assistir ao que estava aco n tecen d o . Q ueim aram suas
em escritu ras, te n ta n d o d estruir a palavra de Deus que
h a v ia m r e je ita d o . E n tã o , sem s e n tir v e rg o n h a ou
empatia, pegaram as mulheres e crianças que choravam
e, uma a uma, atiraram-nas na fogueira mortal.
A li estava eu, com o Livro de M órm on, o coração
lite r a lm e n te ard en d o de so lid a rie d a d e . P en so que
compreendi um pouco o que Alma e Amuleque devem
ter sen tid o ao assistirem à m orte dos m ártires, pois
assistira à mesma cen a ao ler, e sabia que realm ente
havia acontecido. E, por ter certeza de que a narração
era verdadeira, senti e, finalm ente, com preendi que o
livro que lia era verdadeiro. Escorreram-me lágrimas dos
olhos recém -abertos, ao compreender que eu deixara de
apreciar a verdade durante tanto tempo. Agora, porém,
o b tiv era um testem u n h o . Em bora a n tes acred itasse,
• M A I O DE 1 9 9 3
■n
agora eu tinha a certeza.
Com o rosto molhado de lágrimas, levantei os olhos
do Livro de Mórmon e focalizei-os na neve que caía do
lad o de fo ra . Eu n ão s e n tia m ais frio . U m c a lo r
indescritível rae envolvia com p letam ente. N unca me
sen ti tão insp irado a o rar com o n aq u ele m o m en to .
Ajoelhei-m e e fiz uma oração sincera de agradecimento.
Perdi a conta do tempo ao ajoelhar-me e abrir a alma em
gratidão. Minhas lágrimas rolavam sem que eu sentisse
vergonha, enquanto agradecia ao Pai C elestial por me
Envolvei-vos mais intensam ente
nas e s c r itu r a s . E n c o n tr a r e is
narrativas que vos m aravilharão e
in sp irarão . D esc o b rire is tam bém
re sp o sta s para v o ssas m a io re s
p e rg u n ta s. A q u i e s tã o alg u m as
sugestões para ajudar-vos, enquanto
ledes:
L ed e qu an d o estiverdes a co rd a d os e
alertas. Sentindo-vos sonolentos ao
ler, mudai o horário de leitura.
A L I A H O N A
dar o Livro de M ó rm o n , e pelo te ste m u n h o fo rte ,
e m b o ra tr a n q ü ilo , qu e r e c e b e r a de que e le era
verdadeiro.
Agora, cada vez que leio as narrativas do jovem Néfi
ou do velho Rei Benjamim, de Samuel, o Lamanita, ou
de A lm a, o grande m issionário, aqueles sen tim en tos
voltam com força e clareza. Alegria e luz dilatam-me o
c o ra ç ã o re p etid a m en te qu an d o le io , e lágrim as me
afloram aos olhos quando me lembro daquela noite de
inverno no Centro de Treinamento Missonário. □
APLICAI-AS AVÓ S
L ed e c o m o u tra p e s s o a . Algumas que resolverd es ler as escritu ra s,
vezes é ag ra d á v el p a rtilh a r uma te n ta i c o m e ç a r em 3 N é fi, ond e
experiência. Cada um lê um trecho, C r is to a p a re c e no c o n t in e n t e
em voz alta. Fazei-o com am igos, americano.
irmãos ou um dos pais. L ed e v ersõ es in fan tis d as histórias
U sai auxílios didáticos. Solicitai ao das e s c r itu r a s . D e p o is , led e as
v o sso p ro fe sso r ou aos pais que mesmas histórias na versão original.
sugiram alguns livros para serem U sai a im agin ação. Tentai projetar
lidos juntam ente com as escrituras. os acontecim entos em vossa mente,
N ã o c o m e c e is sem p re n o c o m e ç o . q u a n d o le rd e s. Im a g in a i-v o s no
Por exem plo, se continuardes a ler lo c a l, e as escritu ra s se to rn a rã o
• M A I O DE 1 9 9 3
48
 H e ra n ç a , d e J e a n L e ig h to n L u n d b e rg C la r k , P ro vo , U ta h .
As cores exuberantes e a ausência de som bras nesta pintura a óleo (1 99 0), sim bolizam a luz da verdade que pode prevalecer na fam ília, unidade básica da Igreja.
 “ Que figura magnífica, que pessoa nobre é o homem que foi

ordenado ao sacerdócio que é cham ado M elquisedeque,. . . que

anda com dignidade, porém , com humildade perante seu Deus

. . . Tal homem não tem nada de que se envergonhar." (Vide

Presidente Gordon B. Hinckley, “ Somente pelo Princípio de

R etidão." páginas 2 0 —23.)

!HI
 Conferência Regional
A
raraquara (S P ) - Realizada nos
dias 13 e 14 de março de 1993, a
NOTÍCIAS LOCAIS
conferência foi presidida pelo Elder
Howard W. Hunter, presidente do Quorum
dos Doze Apóstolos. Élder Boyd
K. Packer, do Quorum dos Doze, e o Elder
Dallas N. Archibald, da Presidência da Área
Brasileira, também estiveram presentes.
Os representantes regionais A led ir P.
Barbour e José B. Puerta participaram da
MAIO
con ferên cia com os presidentes das estacas
Araraquara, Bauru, M arília, R io C laro,
R ibeirão Preto, R ibeirão Preto C en tro, São
C arlos e São José do R io Preto. As esposas
desses líderes abrilhantaram o evento com
sua presença e participação. U m coral de
5 0 0 vozes trouxe música inspiradora para o
estádio G igantão, que acolheu os 8 .4 0 0
membos e visitantes que assistiram à
conferência.
1993
1
Jovens de B auru em dia de pesquisa
JOVENS
Bauru (SP) - Atendendo à
solicitação da Prefeitura de
Bauru, rapazes e moças da estaca
participaram, nos dias de carnaval,
de um projeto de pesquisa, em
favor dos moradores do Núcleo
Beija-Flor de Bauru, um bairro
de casas populares, com o
objetivo de se realizar um
mutirão de limpeza naquela
unidade. O projeto foi seguido
de atividades recreativas como:
piquenique, bailes e jogos que
confraternizaram os jovens daquela
cidade.
M oças da Estaca M o in h o dos Ventos
M oças na Conferência em Ijui
Porto Alegre (RS) - A Estaca
Moinho dos Ventos Porto Alegre
comemorou em 21 de novembro
último, o Dia Mundial das
Moças. Como parte das atividades
comemorativas, as jovens
visitaram um asilo em Porto Alegre
e outro em Canoas, e foi um dia
muito feliz, diz Miralda Soares.
Outra parte das atividades foi
realizada na sede da estaca, onde
apreciaram boa música e mensagens
inspiradoras.
Ijuí (RS) - De 19 a 24 de fevereiro
os 124 jovens de Ijuí, São Luiz
Gonzaga, Santa Maria e Santa Rosa
realizaram sua conferência na Sede do
M oças de Jo ã o Pessoa em visita às crianças
N O T Í C I A S L O C A I S
O
Sindicato dos Empregados do
Comércio de Ijuí. Na ocasião
prestaram serviços à comunidade,
empenharam-se em atividades
recreativas, esportivas e
espirituais. A conferência
promoveu integração e diversão
saudável.
João Pessoa (PA) - O Orfanato Dom
Ulrico, no centro de João Pessoa, não
parecia o mesmo depois da visita de
dezenas de moças, no dia 23 de
fevereiro de 1993. Foi um dia
inesquecível para as jovens e
inesquecível para as crianças que
receberam este serviço de carinho,
atenção e amor.
Rapazes na Conferência em Ijuí
Rio de Janeiro (RJ) - Aconteceu
nos dias 20 a 23 de fevereiro
último, a IV Conferência de Jovens
da Estaca Rio de Janeiro. Mais de
cem jovens participaram do evento
realizado na Confederação
Brasileira de Judô, em Santa Cruz
(R J), reunindo Rapazes e Moças,
e Jovens Adultos Solteiros.
Utilizando o tema “Vigiai”, o
programa incluiu show de
talentos, esportes, atividades
recreativas e, depois das reuniões
de domingo, um tempo para
escrever aos missionários. No
final da conferência, em reunião
de testemunho, os jovens
expressaram sua alegria de serem
membros da Igreja.
Conferência de Jo ve n s , Estaca Rio de Ja n e iro
Jo ven s d o Distrito de Santo  n g e lo
Rio de Janeiro (RJ) - Cumprindo a
orientação da Organização das Moças,
para realizar um projeto de serviço,
quinze moças da Ala Ilha do
Governador visitaram o Centro de
Tratamento de Deficientes Físicos e
Mentais, na Tijuca. Suas líderes as
acompanharam nesse projeto caridoso.
No início da visita já se podia observar
o resultado do amor transmitido aos
cento e cinqüenta deficientes. O
programa alcançou tanto sucesso que
as jovens, em seu testemunho,
contagiaram os jovens do PA S e
outros irmãos, que agora fazem visitas
periódicas àquela instituição, levando
auxílios diversos. “Estamos contentes
por termos cumprido esta tarefa e
pelos programas inspirados da Igreja”,
diz Paulo M. de Oliveira, bispo da ala.
Ju ve n tu d e de Teresina no a ca m p a m e n to de carnaval
MAIO 1993
3
Santo Ângelo (RS) - Noventa e
dois jovens do Distrito de Santo
Ângelo passaram o carnaval
em Giruá, em contato com a natureza.
Aproveitaram para prestar serviço
a uma escola local, praticaram
esportes, instruíram-se com vídeos,
e tiveram uma reunião especial
de testemunho, assistida pelos
residentes daquela comunidade, que
ainda não conheciam a Igreja de Jesus
Cristo.
Teresina (PI) - Os jovens do
Seminário e Instituto do Distrito de
Teresina foram acampar durante o
carnaval. Participaram de atividades
esportivas, várias brincadeiras e
também de uma Noite Familiar
especial.
Moças de Tubarão visitando o asilo Conferência do PAS de Vitória - serviço e recreação

Tubarão (SC) - As moças de
Tubarão foram ao asilo e ajudaram
as idosas a pintarem as unhas e a se
embelezarem. Deram-lhes afeto
e colaboraram na limpeza do
edifício, depois de um período de
fortes chuvas. “Estas são algumas
das atividades que temos por
aqui”, diz Daniela Martins
Pereira, uma professora do
seminário.
Vitória (ES) - Fevereiro foi um mês de
muitas atividades para a juventude. Os
jovens de Vitória, que fazem parte do
Programa de Adultos Solteiros, não
poderiam ser diferentes. Tiveram sua
conferência nos dias 20 a 23. Foram à
Cidade de Afonso Cláudio, no
interior do Estado, e lá realizaram um
projeto de serviço comunitário,
limpando a rua de entrada da cidade e
fazendo uma campanha contra a
cólera, o que foi muito reconhecido,
tendo recebido agradecimentos do
prefeito da cidade e do secretário
municipal de obras.
Uberlândia (M G) - Foi o primeiro
encontro, mas os membros do PA S
do Distrito de Uberlândia já
antecipam encontros futuros.
Nos dias 30 e 31 de janeiro último,
eles participaram de atividades
recreativas em uma chácara, uma
caminhada de 5 km, e, no domingo,
realizaram uma reunião sacramental
especial e de testemunho. Tudo
indica que este primeiro encontro foi
um sucesso.

Primeiro Encontro do PAS em Uberlândia N o meio da cam inhada, um rio para refrescar

N O T Í C I A S L O C A I S
4

Missionários em Itaúna - M G
OBRA MISSIONÁRIA
Belo Horizonte (MG) - No dia 15
de fevereiro último, a Igreja e o Livro
de Mórmon ficaram mais conhecidos
dos residentes de Itaúna, em Minas
Gerais, com a realização da primeira
exposição naquela cidade pelos
missionários santos dos últimos dias e
membros locais.
SOCIEDADE DE
SOCORRO
Goiânia (G O ) - Tapetes e colcha de
retalhos, roupas de bebê e de crianças
até três anos, foram alguns dos
trabalhos executados pelas irmãs da
cidade de Goiânia.
A confecção dos oitenta e nove
tapetes se deu entre fevereiro e
novembro de 92. Cinqüenta deles
foram doados a um abrigo de idosos
da cidade. Durante a visita aos
idosos, as irmãs cuidaram daqueles
que necessitavam de cuidados
especiais. Ajudaram também na
cozinha, na lavanderia, na arrumação
dos quartos e na limpeza de
móveis. Finalizaram a visita cantando
hinos e deixaram, assim, um
maravilhoso espírito de Natal com
todos que lá estavam. Os tapetes
restantes foram vendidos na Expoarte
da Sociedade de Socorro da Estaca,
cuja renda foi utilizada na compra de
flanela para a confecção de roupas
para crianças.
A confecção da colcha de retalhos
ocorreu nos meses de abril a dezembro,
e dela participaram todas as irmãs da
Sociedade de Socorro, até mesmo
aquelas que não tinham nenhum
conhecimento de costura. O projeto
culminou com a entrega da colcha ao
Núcleo de Apoio e Assistência da
Associação de Combate ao Câncer de
Goiás. A colcha será vendida em
forma de rifa e o valor arrecadado será
aplicado na manutenção dos doentes
hospitalizados. O projeto alcançou um
outro objetivo inesperado - a
confecção de colchas deste tipo será
introduzida no Núcleo como forma de
“terapia ocupacional” que ainda
possibilitará uma renda adicional para
a instituição. “Uma vez que não é
necessário saber costurar para
participar da confecção, até os
homens poderão tomar parte no
MAIO 1993
5
projeto”, reconheceu, com
entusiasmo, a coordenadora do
núcleo.
As irmãs de Goiânia também
dedicaram, durante quase todo o ano
de 92, uma tarde por semana à
confecção de enxovais para bebês e
roupas para crianças até três anos de
idade. Resultado - oitenta peças de
roupas que foram entregues a uma
creche e escola especial da cidade.
Num trabalho adicional, tendo
conhecim ento da carência em que se
encontra a escola, foi feita uma coleta
na Sociedade de Socorro e mais cento
e seis peças, entre roupas e calçados,
foram entregues na mesma ocasião.
Também roupas de bebês foram
entregues à representante da
Associação Cristã Feminina, Zélia
Medeiros, para encaminhá-las à Casa
da Mãe Solteira daquela região.
Trabalhar na comunidade e servir
ao próximo, àqueles que realmente
precisam de ajuda, por serem
parcialmente dependentes, como é o
caso das mães solteiras e doentes
portadores de câncer, ou totalmente
dependentes, como é a situação dos
idosos que auxiliamos e as crianças
excepcionais, trouxe a mim e às irmãs
que trabalharam nesses projetos de
serviço, grande alegria, diz Rute
Madella F. Souto, presidente da
Sociedade de Socorro da Ala Goiânia.
Quanto mais eu me envolvia nos
projetos, mais crescia minha vontade
de trabalhar solidariamente. Esse
trabalho em grupo fortaleceu a união
das irmãs, e tornou mais forte nossa fé
e vontade servir. Sei com certeza que
“quando estamos a serviço de nosso
próximo estamos somente a serviço de
nosso Deus”, completa irmã Souto.
São Paulo (SP) - A Sociedade de
Socorro do Ramo Perus é
relativamente nova; porém, já
desenvolveu seu interesse de ajudar e
de participar na prestação de serviço à
comunidade. Há alguns meses as irmãs
visitaram uma casa de repouso na
região, à qual prestaram serviço
solidário. Também um asilo foi
visitado, e fizeram limpeza geral das
instalações. “A alegria de servir
domina nossos corações”, diz Noemi
A . Silva, presidente da Sociedade de
Socorro do ramo.
BYU
São Paulo (SP) - Bolsas de estudo
para Mestrado em Administração de
Empresas (M B A ), e Mestrado em
Recursos Humanos (M O B ), na
Universidade Brigham Young, Provo,
U tah, estão sendo oferecidas a
brasileiros que preencham os
seguintes requisitos: (1) Sejam ex-
missionários ou que estejam
exercendo cargo eclesiástico de
relevância, (2) o cônjuge seja
brasileiro, (3) que tenham formação
educacional superior completa ou em
vias de se formar. Para mais
informações, sobre outros requisitos,
conteúdo dos programas e
oportunidades no mercado de
trabalho, envie seu currículo
completo para:
Paulo César Amorim, Alameda São
Carlos, 254, Alphaville Residencial,
Barueri, São Paulo. CEP 06486-000.
NOTA: Se você tem uma
notícia que pode ser de
interesse geral para a
Igreja no Brasil, envie-a
para a Redação. E
importante que a notícia
venha acom panhada de
uma foto de boa
qualidade, bem revelada,
que ilustre bem os fatos
narrados. Artigos em
geral devem responder a
algumas questões básicas
como: O que, Onde,
Quem, Q uando e Por
quê. N ã o garantimos que
o artigo será publicado.
A publicação dependerá
de normas estabelecidas
pela redação. O material
enviado à Redação não
será devolvido.
Museu de História e Arte da Igreja
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
TERCEIRO CONCURSO
INTERNACIONAL DE ARTE:
"VIVENDO O EVANGELHO NA IGREJA MUNDIAL"
Elegibilidade e Critérios
Aberto a todos os membros de A
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias. O propósito da
competição é incentivar artistas SU D
a criarem arte inédita que represente o
modo como os membros da Igreja
vivem os padrões evangélicos hoje em
dia. A arte deve refletir um tema do
evangelho, valor, atividade ou
imagem, extraído da vida
contemporânea dos santos dos
últimos dias. O Museu encoraja os
artistas a usarem interpretação criativa
de assuntos religiosos para refletir
temas do evangelho no contexto de
suas próprias culturas e tradições
artísticas.
Aberto a todas as categorias de arte.
Os artistas podem inscrever somente
um trabalho, o qual deve estar pronto
desde l e de janeiro de 1991. As
categorias admissíveis incluem
tecelagem, acolchoados, bordados,
louças, cerâmicas, jóias, entalhe em
madeira, escultura, fotografias,
desenhos, gravuras, pinturas, etc. Os
trabalhos aceitos para a avaliação
final devem estar emoldurados,
montados ou de qualquer modo
prontos para exibição. O trabalho
original não deverá ser maior que 72
polegadas em sua maior extensão
(mais a moldura, se for o caso).
Acolchoados e outras artes têxteis
podem ser maiores.
Prim eira Etapa d a A v a lia ç ã o
com Slides
Apresente até dois slides (ou
fotografias de até 8 x 1 0 polegadas) do
trabalho jun to com a ficha de
inscrição. Coloque uma etiqueta em
cada slide, na frente (sendo fotografia,
atrás), com o nome do artista, título
da obra, categoria do trabalho, e uma
seta ou a palavra “T O P ” indicando a
N O T Í C I A S L O C A I S
6
posição da obra em pé. Os slides e
fotos não serão devolvidos. O
participante concede ao Museu o
direito de usar a imagem para
propósitos publicitários e educacionais.
A v a lia ç ã o Final d o Tra b a lh o
O rig in a l
Os autores dos trabalhos
selecionados para a etapa final de
avaliação serão informados depois de
2 7 de dezembro de 1 993. Os
trabalhos classificados para a final
devem chegar ao Museu no máximo
até 17 de fevereiro de 1994- Uma
exposição de obras selecionadas será
aberta ao público no sábado, 26 de
março de 1994. Os trabalhos não
poderão ser retirados antes de 5 de
setembro de 1994, quando termina a
exposição.
Prêm ios em Dinheiro e Prêmios
de Aquisição
Seis jurados selecionarão os
trabalhos para exibição e darão
prêmios em dinheiro e prêmios de
aquisição, do fundo de premiação.
Dois grupos, cada um formado de três
jurados qualificados, julgarão as obras
de acordo com a categoria, ou seja,
pintura concorrerá com pintura,
cerâmica com cerâmica, acolchoado
com acolchoado, etc. O júri levará em
conta: (1) o sucesso no tratamento do
tema e (2) a excelência estética e o
talento técnico. Os prêmios incluirão
até vinte “Prêmios de Mérito” de 500
dólares cada, três prêmios “Preferência
do Visitante”, também de 500 dólares
cada, e um grande número de
“Prêmios de Aquisição”, pelo valor da
obra de arte. Os “Prêmios de Mérito”
compreenderão os trabalhos avaliados
de maior destaque em cada categoria.
As obras adquiridas se tomarão parte
da coleção do Museu.
 II! CONCURSO INTERNACIONAL DE ARTE
1994
"VIVENDO O EVANGELHO N A IGREJA MUNDIAL"

FICHA DE INSCRIÇÃO

N om e do artista:

Endereço:

Ala/Ramo:

Estaca/Distrito:.

T ítulo do Trabalho:

Tipo: ___________________________________________________________________________________________

A n o de criação:___ Tam anho (em polegadas): altura____ H; largu ra____ W ; profundidade____ D.

Categoria: □ Pintura □ D esenho □ A quarela □ Estampa

□ M ateriais Misturados □ Fotografia □ Escultura □ E n talhe em madeira

□ V itral □ A rgila □ C erâm ica □ A colch oad o

□ C ostura □ Bordado □ Tecelagem □ Vim e

□ C ouro □ Jó ia □ M etal

□ O utro:

Comentário sobre o trabalho (para usar como título ou curta explicação acompanhando o trabalho):

À venda? □ Sim □ Não.

Preço de venda: U .S.$________________ ou Valor do seguro: U .S.$________________
Entregue a Ficha de Inscrição com o slide ou fotografia da obra de arte no C entro de D istribuição* local até 31
de outubro de 1 993. O Centro de Distribuição os enviará ao Museu para que cheguem até 17 de novembro de
1993. Os juizes informarão os vencedores da primeira etapa depois de 27 de dezembro de 1993. Não mande a obra
original a menos que seja notificado.
* Centro de Distribuição
Av. Professor Francisco Morato, 2430
0 5 5 1 2 -3 0 0 -S ã o P a u lo -S P
 Os quatro filhos de Mosiah saíram de Zarahemla, a fim de
pregar a palavra de Deus aos lamanitas. Cada um deles foi
para uma cidade diferente.
Alma 17:12-13.

Amon foi para a terra de Ismael. Ao chegar, os lamanitas o Amon disse ao Rei Lamoni que desejava viver com os
amarraram e levaram-no ao seu rei, Lamoni. lamanitas. Lamoni ficou satisfeito e ordenou a seus homens
Alma 17:20-21. que desamarrassem Amon.
Alma 17:22-24.

Depois de dizer que seria servo do rei, Amon foi enviado Certo dia, quando Amon e outros servidores levavam os
para ajudar a vigiar os rebanhos do rei. rebanhos para beber água, alguns ladrões lamanitas
Alma 17:25. espantaram os animais, afim de roubá-los.
Alma 17:26-27, 18:7.

S E Ç Ã O I N F A N T I L • M A I O DE 1 9 9 3
2
Os outros servos que trabalhavam com Amon ficaram com Amon sabia que esta era sua oportunidade de usar o poder
medo. O Rei Lamoni havia matado outros servos que de Deus para conquistar o coração dos lamanitas. Aí eles
tinham perdido animais para esses ladrões. ouviriam seus ensinamentos.
Alma 17:28. Alma 17:29.

Amon disse aos outros servos que, se reunissem novamente Amon e os outros servos rapidamente encontraram os
os animais, o rei não os mataria. animais e trouxeram-nos de volta para o local onde
Alma 17:31. bebiam água.
Alma 17:32.

Quando os ladrões lamanitas voltaram, Amon disse aos Os ladrões lamanitas não tinham medo de Amon.
outros servos que cercassem os rebanhos, enquanto ele iria Pensavam que seria fácil matá-lo.
lutar com os ladrões. Alma 17:34-35.
Alma 17:33.
(Continua na página 14)
 O TALENTO
Mi SHEUY
D e b ra H a d fie ld
helly gosta muito de pular. Pulava n o parque.
S Saltitava quando ia da casa para a escola e
quando de lá voltava. Saltitava para a casa da
vizinha, a fim de visitar a irmã Jones. Pulava tanto, que
suas amigas e a família a chamavam de “Pulinho”.
No entanto, certo dia, Shelly voltou da escola muito
de linguagem, e ainda assim dou mais respostas erradas
devagar. N ão tin h a v o n ta d e de sa ltita r. A s p ern as
pareciam pesadas quando subiu os degraus da varanda e
abriu a porta da frente. Encontrou a mãe sentada à mesa
da cozinha, escrevendo cartas.
“O i, Shelly! Com o foi a escola h o je?” perguntou a
mãe, fazendo uma pausa para fechar um envelope.
Shelly não disse nada. Sentia lágrimas subindo-lhe aos
olhos. O/i, n ão, pensou, vou ch o ra r ou tra ve.z-
A mãe colou alguns selos nos en velop es. D epois,
virou-se para Shelley: “O que há de errado, querida?”.
Quando a mãe a abraçou, Shelley sentiu as lágrimas
rolarem pelo rosto. “O h, mãe! Alguns dos meninos da
escola disseram que eu sou burra. Será que eu sou?”.
A mãe apertou-a mais contra si. “Não, Shelly, não é
burra”. '
Shelly inclinou-se para trás e olhou para a mãe. A
mãe tinha um modo de olhá-la que fazia com que se
S E Ç Ã O I N F A N T I L
4
se n tisse co m p ree n d id a . S a b ia que a m ãe a am av a.
“Então, por que tudo é tão difícil para mim? Sou sempre
a última a terminar a lição de M atem ática e o exercício
do que todo o mundo”. A mãe estendeu-lhe um lenço.
Shelly soluçou. “Eu realmente tento, mãe! Tento mesmo!
E você me ajuda a estudar toda noite. Então, por que é
tão difícil para mim?”
A mãe puxou Shelly para mais perto e respondeu-lhe
com uma pergunta: “Shelly, qual é o maior talento que
uma pessoa pode ter?”.
Sh elly pensou . L em b ro u -se de com o seus irm ãos
adolescentes tocavam bem violino. Eles faziam parte da
orquestra da escola. “È tocar violino?” perguntou.
“N ão”, disse a mãe. “Tocar violino não é o maior de
todos os talentos. Pense novam ente.”
Ela pensou em com o seu pai trabalhava bem com
madeira. G ostava de observá-lo, enquanto fazia belos
móveis. “E construir coisas?”, perguntou.
A mãe sacudiu a cabeça. “Não, a marcenaria não é o
maior talento. Pense mais um pouco”.
Então Shelly se lembrou de como gostava de ouvir a
mãe cantando os hinos da Primária para ela na hora de
• M A I O DE 1 9 9 3
dorm ir. Às vezes, q u and o S h e lly n ão e sta v a m u ito
cansada depois de estudar, elas cantavam juntas. A mãe
regia a música na Primária. Shelly gostava de aprender
novos hinos com a mãe. “C antar é o maior talento que
uma pessoa pode ter.?” perguntou Shelly.
“N ão , Shelly. O ta le n to na m ú sica é um grande
talento, mas não é o maior de todos.”
Shelly pensou em sua amiga Aubree. Geralm ente ela
terminava sua lição de M atem ática e de linguagem antes
de todos os outros da classe. A u bree não tin h a que
estudar depois das aulas; assim, tinha aulas de dança em
várias tardes da semana. Ela dançava balé e sapateava.
Aos sábados, S h elly gostava de v isitar A u b ree. Ela
deixava que Shelly usasse uma de suas belas fantasias e
ensinava-lhe alguns passos de dança.
“O maior de todos os talentos é a dança?”, perguntou
Shelly.
S E Ç Á O I N F A N T I L
5
“Não, Shelly, não é a dança. Pense bem .”
Shelley pensou. Então se lembrou de com o lhe era
difícil ler. As vezes as letras pareciam dançar, ou mesmo
desaparecer. “O h, mãe, não é ler, éV'.
A mãe deu-lhe um abraço. “Não, não é ler. Dançar,
cantar, ler, fazer móveis e tocar instrumentos são todos
grandes talentos, mas nada são comparados com o maior
de todos os talentos. E, Shelly, você tem esse talento.”
Shelly surpreendeu-se. “Não, mãe. Não há nada que
eu faça realmente bem”.
“O h, sim, há. Tente fazer com que as pessoas sejam
felizes. Você visita a irmã Jones quando volta da escola.
Ela sente-se solitária morando sozinha, e você a anima.
Ela me diz sempre como espera ansiosa suas visitas.”
Shelly sorriu. G ostava da irmã Jones. Às vezes ela
to c a v a h arp a para S h e lly ouvir. A irm ã Jo n e s até
d issera que e n s in a ria S h e lly a to ca r, q u an d o seus
• M A I O DE 1 9 9 3
braços crescessem o suficiente.
A mãe apertou Shelly mais uma vez co n tra si. “E
quando nossa campainha toca, é a primeira a correr para
abrir. Saúda a todos com um sorriso. M esm o quando
minluis amigas chegam, você lhes oferece um biscoito e
sempre as convida para voltarem. Isso lhes dá alegria”.
Minha mãe tem r a z ã o , pensou Shelly. E u re a lm e n te
gosto de fa z e r com qu e as pessoas se sintam felizes.
“S h e lly ”, disse a m ãe, “seu ta le n to é o m elhor de
todos. Pode adivinhar agora qual é ele?”
Shelly ainda meneou a cabeça.
“Shelly, seu talen to é o amor. Sabe com o am ar as
pessoas, e isto é o maior de todos os talentos. Foi isso que
Jesus ensinou. Todos os outros talentos — cantar, dançar,
S E Ç Ã O I N F A N T I L
6
fazer móveis, tocar instrum entos e mesmo ler — não
significam muito, se você não souber amar.”
Sh elly pensou um pouco mais e sacudiu a cab eça
afirm ativ am en te. Deu um b eijo na m ãe e abraçou -a
fortem ente. Então correu pelo corredor, a fim de trocar a
roupa e ir brincar.
No dia seguinte, pouco antes de tocar a campainha de
saída, um menino da classe de Shelly começou a caçoar
dela outra vez. Mas Shelly apenas lhe deu um sorriso.
Posso n ã o ser tão inteligente qu an to v o c ê , pensou ela, m as,
ain d a assim , posso a m á -lo ; e Jesu s disse qu e a m a r é a m elh or
de todas as coisas.
Ela então pôs os livros de M atem ática e linguagem na
mochila e foi pulando por todo o cam inho de casa. □
• M A I O DE 1 9 9 3
 SÓ PARA DIVERTIR

Combinar as Escrituras A n n L a e m m le n Lewis e Jackie O w e n

USADO C O M PERMISSÃO DA DE.SERET BOOK COMPANY

Aqui está uma lista-de alguns dos livros encontrados nas escrituras. Na
linha que se e n co n tra ju n to a cada livro, escrev a VT, se o livro se
encontra no Velho Testamento. Escreva NT, se o livro se encontra no Novo
Testamento. Escreva LM, se o livro se encontra no Livro de Mórmon.

ALMA LUCAS
I PEDRO OMNI
ENOS JONAS
GÊNESIS RUTE
MARCOS ATOS
APOCALIPSE JUDAS
AMÓS 2NÉFI NÚMEROS
MOSIAH HABACUQUE JACÓ
ESTER SALMOS TITO
PALAVRAS DE MÓRMON IITESSALONICENSES HELAMÁ

Desafio do
Relógio José A n tô n io C o n tre ra s

Trace cinco linhas retas cruzando

o m o stra d o r do re ló g io , a fim de
dividi-lo em seis pares de horas, cujas
somas sejam sempre iguais.

9 + / :£+S’ :f-+ 6 Y + Ü Í ' Z+I I 'I + f f :f l ” lmtíi! P s',nuos swiüiíüps' s-pp m m njvr •) ■.tnZnpy </p oiJpspq
'intíPjDj-{ '<onf z *iiíu iq ‘uouuoj/y , y u u .w jiy 'souzj ‘m u jy •|V"7
o iij 'sim nf ‘s m m n u n m s tL jj 'st/jy 'sv.vrj ‘ns(Itpw xly *soM nyy ‘(up<y / :±f\j -sa m u n ft ‘soiujv$ w i i y ‘sv u o f *jU>jsg ‘s o iu y sv MnikjtutÇ)

S E Ç Â O I N F A N T I L • M A I O DE 1 9 9 3
7
 TEMPO DE COMPARTILHAR
O TEMPLO É UM LOCAL
DE REVELAÇÃO
"Se pedires, receberás revelação sobre revelação."
(Doutrina e Convênios 42:61.)
Judy E dw ards
Se você tivesse uma dúvida séria sobre algo
importante, aonde gostaria de ir para pensar
e orar a respeito? Talvez desejasse ficar só
em seu quarto, ou fora, em.um local sossegado.
Quando o Presidente da Igreja tem uma pergunta
séria sobre algo sagrado, ele gosta de ficar em um local
tranqüilo, a fim de ponderar e orar. O templo é um lugar
santo e cheio de paz, onde o Presidente da Igreja e
outras pessoas dignas podem ir para receber orientação
especial de nosso Pai Celeste. E um lugar onde o Pai
Celestial se revela, ou responde a perguntas relativas a
assuntos sagrados.
O Presidente Ezra Taft Benson disse: “Q uando me
sinto oprimido por um problema ou dificuldade, vou à
casa do Senhor com uma oração no peito, à procura de
respostas. Elas me chegam de maneira clara e
inconfundível” (A Liahona, S eç ã o In fan til , Pres. Ezra
Taft Benson, “O Templo É um Lugar Sagrado”, junho de
1992, pagina 2).
Visto que o Presidente da Igreja é um profeta e
revelador, ele recebe revelações para todas as pessoas e
diz-nos o que o Pai Celestial deseja que saibamos.
Durante muitos anos, o Presidente Spencer W.
Kimball orou ao Pai Celestial para saber se chegara o
tempo em que todos os homens fiéis poderiam receber o
sacerdócio. A resposta lhe foi revelada no dia 1- de
junho de 1978, no Templo de Lago Salgado. Esta
resposta é chamada de D eclaração O ticial — 2, e é
agora parte do livro de Doutrina e Convênios. Em
parte, diz o seguinte: “(O Pai Celestial) ouviu nossas
orações e, por revelação, confirmou que chegou o dia,
S E Ç Ã O I N F A N T I L
8
de há muito prometido, em que todo homem fiel e
digno da Igreja pode receber o santo sacerdócio, com
poderes para exercer sua autoridade divina e partilhar
com seus entes queridos de toda bênção que dele
deriva, incluindo-se as bênçãos do templo. Portanto,
todos os membros dignos do sexo masculino da Igreja
podem ser ordenados ao sacerdócio, sem levar em
consideração sua raça ou co r”.
Somos gratos pelas revelações do Pai Celestial e pelos
profetas que são dignos de receber essas mensagens!
Instruções
Ao ler estas histórias de pessoas que receberam
revelações no templo, procurem as referências das
escrituras, para descobrirem que mensagens especiais
essas pessoas receberam; preencham, então, os espaços
em branco.
Idéias para o Tem po de C om partilhar
1. A Primeira Presidência e o Conselho dos Doze são profetas,
videntes e reveladores para a Igreja e para o mundo. Faça com que as
crianças identifiquem esses homens em fotografias recentes e digam o
tflte sabem sobre eles. (Veja o último número de A Liahona, —
Conferência Ciend.)
2. Ajude as crianças a compreenderem que as revelações podem ser
recebidas por meio dos sussurros do Espirito Santo, visões, sonhos, e
visitações, e que os profetas e outras pessoas dignas têm recebido
revelações em outros lugares além do templo - por exemplo, Moisés no
M<mre Sinai (veja Exodo 24-12, 16-18), Léhi em sua casa (veja I
Néfi 1:5-8), Hnos na floresta (veja Enos 1:1-5), Saulo (Paulo) em
uma estrada (veja Atos 9 :3 - 6 ) , Joseph Smith em uma prisão (veja
D&C' 122), Joseph F. Smith em seu quarto (veja D & C 138:
cabeçalho, versículos I, II). Depois de ouvir essas narrativas, as
crianças poderiam fazer gravuras para ilustrá-las.
3. Recite a nona regra de fé; depois, leia e debata D&C
121:26—27 e Amós 3:7. d
• M A I O DE 1 9 9 3
 SAMUEL
Quando escutou seu nome ser chamado certa noite no templo, o menino
Samuel pensou que quem o estava chamando era Eli, o sumo sacerdote. Mas
Eli sabia que era o Senhor falando a Samuel. Assim, Eli disse a Samuel que,
na próxima vez que ouvisse a voz, dissesse: “Fala, Senhor, porque o teu servo
ouve” (I Samuel 3:9). Samuel fez como Eli sugerira, e o Senhor tinha uma
triste mensagem para Samuel: “Su scitarei________________ tudo quanto
_______________ c o n tra __________________ : . . .
“Porque já e u _____ ________ ________q u e ______________________________ para
sempre” (I Samuel 3 :1 2 -1 3 ).

ZACARIAS
Havia, nos dias do rei Herodes, um sacerdote justo, cujo nome era
Zacarias. Ele e sua mulher Isabel não tinham filhos.

Certo dia, quando Zacarias, um sacerdote justo, estava servindo no

templo, um anjo lhe apareceu. Inicialm ente, Zacarias ficou com medo, mas o
anjo lhe disse que não temesse, pois suas orações haviam sido ouvidas: “Tua
____________ à lu z_____________ , e l h e _________________________________ ”
(Lucas 1:13).

JOSEPH SMITH
No dia 21 de janeiro de 1836, enquanto Joseph Sm ith estava no Templo
de Kirtland, teve uma visão. Viu o reino celestial e reconheceu ali várias
pessoas. Seu irmão Alvin, que morreu antes de ser batizado, estava entre
elas. Joseph perguntou como podia ser isso. A voz do Senhor disse: “Todos os
q u e ______sem u m ______ d e s te ______ , que o teria m ______ se lhes tosse
____________ , _____________, serão _____ ^ do re in o ___________________ ”
(D & C 137:7).

JOSEPH SMITH, OLIVER COWDERY

Joseph Sm ith e Oliver Cowdery estavam no Templo de Kirtland, no dia 3
de abril de 1836, quando o Senhor lhes apareceu com esta alegre mensagem
sobre o templo: “Pois eis q u e ______e s ta ______ , e o meu n o m e___ _________ ;
e em misericórdia ao (D&.C 110;7).
POR SCOTT GREER
ILUSTRADO

S E Ç Á O I N F A N T I L • M A I O DE 1 9 9 3
9
DE UM A M IG O PARA O U TR O
l:LDI:R HORÁCIO
E ntrevista com É lder H o rá c io A. T enório,
dos Setenta, p o r Beverly J. A h ls tro m .
inha infância foi uma
M mistura de escola,
diversão e trabalho —
no M éxico, é possível trabalhar-se
em qualquer idade. Naqueles tempos
eu ia à escola apenas parte do dia.
Aos oito anos, trabalhava com
minha mãe como ator, em um
programa semanal de rádio. Aos
nove fazia flores de plástico para o
Natal. Aos dez, trabalhava em uma
lavanderia. Andava de bicicleta
pelas ruas, perguntando quem tinha
roupas para lavar. E quando estava
com quatorze anos, negociava stands
para exposições.
M inha primeira etapa escolar foi o
primário. No terceiro ano, recebi um
prêmio especial por ser o melhor
aluno da escola, mas quando fiquei
mais velho e cursava o ginásio, não
era mais um aluno tão bom.
Gostava muito de jogar beisebol,
e o fazia diariamente. Por ser muito
pequeno, as luvas de beisebol eram
grandes demais para minha mão.
Não tínhamos, naquela época, no
M éxico, luvas menores, só grandes.
Assim, eu tinha que usar as grandes.
Meu dedo mínimo é, atualm ente,
curto, porque o quebrei muitas vezes
jogando beisebol. Eu simplesmente
S E Ç Á O
fazia um curativo e continuava
jogando. Meu treinador costumava
dizer: “Q uando Horácio pega a
bola, ela nunca vai ao chão. Pode
ser que a bola nocauteie Horácio,
mas H orácio nunca deixa a bola
cair.” Eu jogava em várias posições e
acho que era bom, pois houve um
jogo em que os adversários não
fizeram nem um ponto. Jogava
também futebol americano, mas
tinha problemas, pois era bastante
magro. Muitas vezes fui duramente
atingido.
Mesmo assim, aprendi que nada
que se deseje realmente fazer, é
impossível de ser feito. Creio que
aprendi essa lição com minha mãe.
Ela era uma pessoa muito diferente.
Trabalhava em propaganda no
M éxico, numa época em que poucas
I N F A N T I L • M A I O
10
mulheres trabalhavam em firmas.
Meu avô era militar, e foi general
durante a Revolução M exicana. Era
um homem muito duro, mas amava-
me. Ensinou-me a amar meu país e
minha bandeira. Anualmente, no
mês de setembro, nós celebrávamos
o Dia da Independência M exicana,
na casa.de meus avós. Realizávamos
um grande jantar no dia 15 de
setembro e íamos assistir ao desfile
no dia 16.
Lembro-me de me hospedar na
grande casa de meus avós. Fazíamos
cinco refeições por dia. Pela manhã,
tomávamos apenas chocolate quente
e comíamos pão. O almoço era às
onze horas e incluía pão, carne e
feijão. O jantar era às duas 011 três
horas da tarde, e a ceia, só às onze da
noite. As crianças não ficavam
acordadas para a ceia.
No M éxico, as crianças eram
ensinadas a respeitar os adultos.
Lembro-me de que, quando havia
uma reunião da família, as crianças
só podiam comparecer se fossem
convidadas. Se uma criança desejava
falar, tinha que pedir licença.
O Senhor me protegeu a vida.
Aos dois anos, tive amebas no
estômago. Esses seres microscópicos
de meu estômago fizeram buracos em
meus intestinos. O s médicos
disseram que eu não tinha
DE 1 9 9 3
A . TENOR IO
possibilidade de viver, mas fiquei
bom e fui curado.
Em outra ocasião, meu tio, que
era apenas três anos mais velho que
eu, colocou-me em um carrinho de
bebê e levou-me para dar uma volta
ao redor da casa. Havia, em frente
da casa, uma estrada, e do lado
dela, um canal de irrigação.
Quando ele atravessou a estrada
comigo, o carrinho escorregou
para dentro do canal. Naquele dia,
o canal estava vazio, mas meu tio
não conseguiu tirar-me de lá. Minha
mãe sentiu minha falta e
começou a chamar-me.
Quando me procurou na casa
e não pôde encontrar-me,
sentiu-se induzida a procurar
na estrada e no canal. Ela nos
encontrou e tirou-nos de lá,
pouco antes que a água começasse a
correr pelo canal. Se não tivesse
dado ouvidos ao Espírito, meu tio e
eu nos teríamos afogado.
Precisamos compreender que
Deus vive e, sendo nosso Pai, nos
ama. Ele não deseja que soframos
nenhum mal. Testifico que nosso
Mestre, nosso Pastor, é Cristo,
nosso melhor Amigo, que
esclarece todas as nossas
dúvidas. Ele nos cura as feridas e
transforma nossa dor em doces
experiências. □ Com a m ãe, em Delícias, México.

S E Ç Ã O I N F A N T I L • M A I O DE 1 9 9 3
11
 FAZER A M IG O S
ALEXANDRA
MARINA FERREIRA
CALADO
DE PAREDE, PORTUGAL
J u lie W a rd e li
obra missionária dos santos dos últimos dias em
A Portugal só se iniciou depois da revolução
política de 1974- Então, em janeiro de 1975,
Igreja, no Hotel Roma, em Lisboa. Alguns meses depois,
trinta pessoas assistiram à primeira reunião pública da Uma menina ativa, Alexandra gosta de brincar com
o Presidente Thomas S. M onson foi a um monte perto
de Sintra e dedicou Portugal para a obra missionária.
Alexandra, de dez anos, e sua família são gratos pela
ida dos missionários a seu país. Há vários anos, os
missionários bateram à sua porta, e a avó convidou-os a
entrar. Devido a este contato, Alexandra, os pais (Rosa e
Arnaldo) e o irmão Victor, assim como a avó, filiaram-sè
à Igreja. Quando Alexandra assistiu a uma reunião dos
santos dos últimos dias pela primeira vez, sentiu-se mais
à vontade ali do que em qualquer outra igreja. Mais
tarde, quando foi batizada, teve a certeza de que era a
coisa certa a ser feita. Alexandra sabia que poderia obter
exaltação e voltar, um dia, para o Pai Celestial e Jesus.
Atualmente, a família é ativa na Ala de Oeiras, Estaca
de Lisboa Portugal Oeiras. Alexandra e Victor gostam de
assistir à reunião sacramental e à Primária. A irmã
Ferreira é segunda conselheira na presidência da
Primária. O hino favorito de Alexandra, quando canta
na Primária, é “Meu Pai Celestial Me Ama”. Gosta muito
dos jogos que são feitos durante o Tempo de
Compartilhar.
A escola também é uma parte importante da vida de
S E Ç Ã O I N F A N T I L
12
Alexandra. M atem ática é a matéria de que mais gosta.
Aprecia ler os livros da coleção “Casa Pequena”; 1 Néti é
seu livro de escrituras favorito.
bonecas, brincar de casinha e jogar tênis. Sempre se
diverte nadando na piscina de uma amiga. Um dia, ela
gostaria de ter aulas de piano. Alexandra e o irmão
gostam de andar de bicicleta e de patinar juntos.
Lavar a louça, tirar o pó e fazer a cama são algumas de
suas tarefas. Gosta de preparar batatas fritas, arroz e
ovos. Seu prato favorito é peixe cozido com repolho e
batatas, temperados com vinagre e azeite de oliva.
Portugal é um belo país com ruas de paralelepípedos,
telhados típicos e lindas praias. Alexandra e a família
moram em um apartamento numa cidadezinha do litoral.
Saem com freqüência para caminhar na praia ou no
parque. Todos apreciam a noite familiar, e Alexandra
sempre gosta de fazer a oração. Também gosta de falar
sobre o evangelho com a família. Sabe que a noite
familiar é importante, e a ajudará a edificar seu
testemunho. □
Além de apreciar a Primária, A lexandra, à direita,
tam bém gosta da beleza que a cerca.
Freqüentem ente ela, o irm ão Victor e os pais saem
para cam inhar na praia ou no parque.
• M A I O DE 1 9 9 3
S E Ç Ã O I N F A N T I L • M A I O DE 1 9 9 3
13
(Continuação da página 3

O poder de Deus estava com Amon. Ele começou a Quando tentaram matar Amon, ele cortou o braço de cada
apedrejá-los com uma funda e matou alguns deles. Isto fez homem que levantava o cajado para feri-lo. Amedrontados,
com que os outros ficassem muito zangados. os ladrões fugiram.
Alma 17:36. Alma 17:37-38.

Os outros servos levaram os braços cortados ao Rei Lamoni Lamoni ficou admirado. Desejava ver Amon, mas tinha
e contaram-lhe o que Amon havia feito, e que grande poder medo. Pensava que Amon era o Grande Espírito.
possuía. Alma 18:2-4, 11.
Alma 17:39, 18:1.

Quando Amon foi vê-lo, o Rei Lamoni não sabia o que O Espírito Santo ajudou Amon a saber o que Lamoni
dizer. Ficou sem falar durante uma hora. estava pensando. Amon explicou que não era o Grande
Alma 18:14. Espírito. Ele era apenas um homem.
Alma 18:16-19.

S E Ç A O I N F A N T I L < M A I O DE 1 9 9 3
14
O rei ofereceu a Amon qualquer coisa que ele quisesse, se Amon disse que só queria que Lamoni acreditasse em suas
lhe explicasse onde obtivera o poder para vencer os ladrões palavras. O rei disse que acreditaria em tudo que Amon lhe
e como lera os seus pensamentos. dissesse.
Alma 18:20-21. Alma 18:22-23.

Amon perguntou ao Rei se ele acreditava em Deus. Lamoni Amon explicou que o Grande Espírito é Deus, que Deus
respondeu que acreditava em um Grande Espírito. criou todas as coisas que há na terra, e que ele conhece
Alma 18:24-27. nossos pensamentos.
Alma 18:28-32.

O homem foi criado à imagem de Deus, continuou Amon. Amon usou as escrituras para ensinar Lamoni a respeito da
Disse que o Santo Espírito de Deus o chamara para ensinar criação da terra, de Adão, e de Jesus Cristo.
o evangelho a Lamoni e seu povo. Alma 18:36, 39.
Alma 18:34-35.

S E Ç A O I N F A N T I L M A I O D E 1 9 9 3

15
Lamoni acreditou em Amon e começou a orar pelo perdão Os servos de Lamoni o carregaram para onde estava sua
de seus pecados. Então, caiu ao chão, como se estivesse esposa e puseram-no sobre a cama. Depois de dois dias,
morto. pensaram que estivesse morto e decidiram sepultá-lo.
Alma 18:40-42. Alma 18:43; 19:1.

A esposa de Lamoni não acreditava que ele estivesse morto. Sabendo que o poder de Deus estava com o rei, Amon lhe
Tendo ouvido falar do grande poder de Amon, ela lhe pediu disse que Lamoni não estava morto, e que se levantaria no
que ajudasse Lamoni. dia seguinte.
Alma 19:2-5. Alma 19:6—8.

Ela ficou ao lado da cama de Lamoni durante toda a noite. Lamoni ensinou o povo a respeito de Deus e Jesus Cristo.
No dia seguinte, Lamoni levantou-se e disse que vira Jesus Aqueles que creram, arrependeram-se dos pecados e foram
Cristo. O rei e a rainha encheram-se do Espírito Santo. batizados.
Alma 19:11-13. Alma 19:31-36.

S E Ç Ã O I N F A N T I L • M A I O DE 1 9 9 3
16
A LIAHONA
 A LIAHONA
JUNHO DE 1993

D E S T A Q U E S
M E N S A G E M l>/t 1*1!I >1 ■:IIS V P R E S I D Ê N C I A :
C R E M O S E M S E R H O N E S T O S PRESIDENTE GORDON B. HINCKLEY............................. 2

A P E N A S M A IS U M A R E I M Ã O S A C R A M E N T A L
PAT ALLRED BURNELL.......................................................................................................... 14

EM B U S C A IIA R E S T A U R A Ç Ã O ANGELO SCARPULLA.......................... 16

C O N V ERSA S O R R E A IG R E JA NA AMÉRICA CENTRAL......................................... 21

O R A IX D O C O M O E N O S CHRISTIE ANN GILES........................ 2 4

- J O S E P II S M I T I I : A S B Ê N Ç Ã O S D O
R E L A C IO N A M E N T O F A M I L I A R ARTHUR R. BASSETT............................. 2 6

M A R . T E R R A E A L M A S NA D IN A M A R C A
GILES H. FLORENCE, JR.............................................................................................................................3 6

O C A N T O D A G R A T ID Ã O LISA RAYTURNER........................ ............................................ 4 6

Na Capa:
Um dos muitos conversos da D inam arca, E S P E C I A L M E N T E PARA OS J O V E N S
Annette M athiasen Jensen não apenas
aceitou as palestras missionárias, com o
tam bém decidiu que queria ser UM D IA E M D O M R O T O M R O ESINATH MUTUMANJI................................. 8
m issionária e servir po r dois anos em sua
terra natal. Vide "M ar, Terra e Almas na RU SCA E R E SG A T E LARRY HILLER............................. ......................................................... 1 0
D inam arca", página 3 6 . (Fotografia de
G iles H. Florence, Jr.)
P A R A S U A IN F O R M A Ç Ã O 3 3
C apa da Seção Infantil:
Fotografia de M elanie Shumway

D E P A R T A M E N T O S
C O M E N T Á R IO S 1

M EN SA G E M D A S P R O F E S S O R A S V IS IT A N T E S :
COM O L ID A R COM D E F IC IÊ N C IA S 2 5

S EÇ ÃO I N F A N T I L
JU A N C A R L O S E A C A M IS A DA C O N F E R Ê N C IA
JAN M. SMITH .............................................................................................................................................. 2.

T E M P O D E C O M P A R T I L B A R : O T E M P E O É UM L O C A L F E L I Z
JUDY EDWARDS........................................................................................................................................... 6
T R U M A N O. A N G E L L : C O N S T R U T O R D O R E L V O
SHANNON W. OSTLER.................................................. ............................................................................ O

R O N E C A F E I T A D E L E N Ç O JUDIE FORDHAM......................................... 12

D A VI D O. M C K A Y KELLENE RICKS ADAMS..............................................................................1 4

A ESTR A D A D E JE R IC Ó PRESIDENTE THOMAS S. MONSON................................... 16

JU N H O de 1993, Vol. 1 7 ,n s 6 C O M E N TÁ R IO
93986 0 5 9 São Paulo - Brasil
Publicação oficial em português de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Ú ltim os Dias.
A Prim eira Presidência: Ezra T a ft Benson,
G ordon B. Hinckley, Thom as S. M onson
Quorum dos Doze: Howard W . Hunter,
Boyd K. Packer, Marvin J. A shton, L. T om Perry,
David B. Haight, James E. Faust, Neal A. Maxwell,
Russell M. Nelson, D allin H. Oaks, M. Russell Ballard, LIAHONA NA RÚSSIA S u a r e a ç ã o c o n v e n c e u -m e de qu e a
Joseph B. W irthlin, Richard G . S co tt
C onsultores: R ex D. Pinegar, Charles Didier, revista é bem mais do que um simples pe­
Robert E. W ells O brigado pelos artigos in teressan tes e riód ico — é um in stru m en to m issionário
Editor: Rex D. Pinegar
Diretor Gerente do Departamento de Currículo: úteis publicados na Liahona (em espanhol). valioso. O conteúd o da revista exem plifica
Ronald L. Knighton
Diretor de Revistas da Igreja: Thom as L. Peterson A p r e c io p a r t ic u la r m e n te a r e v is ta , o ev an g elh o de Jesu s C risto na vida dos
International Magazines:
Editor Gerente: Brian K. Kelly agora que estou m orando na Rússia. Sou sa n to s dos ú ltim os dias esp alh ad o s pelo
Editor Gerente Assistente: M arvin K. Gardner
de Lima, Peru; estou aqui cursando o ter­ m undo. C o n tém m ensagens inspiradoras
Editor Associado: David M itchell
Editora Assistente/Seção Infantil: D eA nne W alker ceiro ano de agronom ia.
Controlador: Diana V an Staveren de n o ssas q u erid as A u to rid ad e s G era is,
Supervisão de Arte: M. M . Kawasaki S o u m e m b ro da Ig r e ja d esd e 1 9 8 5 .
Diretor de Arte: S c o tt D. V a n Kampen
sem pre m ostrando o cam in h o da retidão.
Desenho: Sharri Cook Depois de term inar meus estudos, gostaria A o lerm os as histórias inspiradoras publi­
Produção: Reginald J. Christensen, Steven L. Dayton,
Jane A nn Kemp, Denise Kirby de v o lta r à R ú ssia co m o m issio n ário de cadas em A Liahona, sentim o-nos tocados
Gerente de Circulação: Joyce Hansen
A Liahona:
tem po integral. pelos belos exem plos de coragem , trabalho,
Diretor Responsável e Produção Gráfica: Dario M ingorana
A Igreja cresce rapidam ente na Rússia; testem u nho e fé de nossos irmãos no evan­
Editor: Paulo Dias Machado
(Reg. 8966-35-02 - R J) a m aioria dos m em bros m oram nas cidades
Tradução e Notícias Locais: A n a G láucia C eciliato gelho. Suas experiências têm uma influên­
Assinaturas: Loacir Severo Nunes de São Petersburgo e M oscou. A cidade de cia positiva em nossa vida. A revista é um
REGISTRO: Está assentado no cadastro da DIVISÃO DE
CENSURA DE DIVERSÕES PÚBLICAS, do D .P .F., sob K iev , na U c r â n ia , ta m b é m te m alg u n s tesouro precioso.
n e 1151 'P209173 de acordo com as normas em vigor.
membros. A o presentearm os nossos amigos não-
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deverá ser endereçada ao: G o sta ria de co m p a rtilh a r m eu te s t e ­ m embros com a revista da Igreja, ajudamos
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português, samoano, espanhol, sueco e tonganês; A cre d ito qu e g ostariam de saber dos
bimensalmente em indonésio, taitiano e tailandês; e
Sheng (em ch in ês), tenh o que lê-la de capa
trimestralmente em islandês, tcheco, húngaro e russo. r e s u lta d o s d e m in h a c a r t a “E x e m p lo s a capa e, freqü en tem en te, derram o lágri­
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Devido à orientação seguida por esta revista, reservamo-
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colaborações para apreciação da redação e da equipe A p u b licação de m in ha ca rta d esper­ p a ra m im e n q u a n t o s ir v o o e x é r c i t o .
internacional do “International Magazine”. Colaborações
espontâneas e matérias dos correspondentes estarão to u -m e o d e s e jo de c o m p a r tilh a r m eu S en ti-m e particularm ente en corajad o pela
sujeitas a adaptações editoriais.
te s te m u n h o da m a r a v ilh o s a r e v is ta A pintura que aparece na edição de agosto de
Redação e A dm inistração: A v. Prof. Francisco Morato,
2 .4 3 0 - 0 5 5 1 2 - 3 0 0 -T e le fo n e (0 1 1 ) 814-2277. L iah on a (e m p o r t u g u ê s ), a ssim c o m o 1 9 9 2 , m o stra n d o H e la m ã na c h e fia do
T h e A Liahona (ISS N 088 5 -3 1 6 9 ) is published monthly
by T h e C hurch o f Jesus Christ of Latter-day Saints, 50 m inha gratidão por ela. e x é r c ito de 2 0 0 0 jo v e n s a m o n ita s. Q u e
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84150, U .S .A .

A L I A H O N A • J U N H O DE 1 9 9 3
1
 MENSAGEM DA PRIMEIRA PRESIDÊNCIA

Cremos em Ser
Honestos
Presidente G o rd o n B. H in ckle y
Primeiro C onselheiro na Primeira Presidência

ntre as m uitas cartas anônimas que tenho recebido, houve

E uma de particular interesse. C o n tin h a uma n o ta de vinte

dólares e um bilhete, dizendo que o rem etente fora à minha

casa m uitos anos atrás. C om o ninguém tivesse aten d id o à cam painha,

tentou abrir a porta, e, enco n tran d o -a destrancada, entrou e andou pela

Ao ler a carta, pensei
nos juros excessivos a
que o próprio autor da
carta se submetera
por um quarto de
século com seu
constante problem a de
casa. Na mesa de cabeceira, viu uma nota de vinte dólares, pegou-a e saiu.
consciência.
D u ran te anos, d o era-lh e a co n sc iê n cia e, agora, estav a d evolvend o o

dinheiro.

Ele não incluiu juros pelo período em que fez uso do meu dinheiro, mas,

ao ler sua com ovente carta, pensei nos juros excessivos a que ele próprio se

su bm etera, por um qu arto de sécu lo , com seu c o n s ta n te problem a de

consciência. Não tivera paz enquanto não fez a restituição.

L em b ro -m e de q u an d o os jo rn a is lo c a is p u b lica ra m uma h is tó ria

semelhante. O Estado de U tah recebeu um bilhete anônimo, com duzentos

A L I A H O N A • J U N H O DE 1 9 9 3
3
d ó lares. O b ilh e te dizia: “O d in h e iro an ex o é pelo
material que usei durante os anos em que trabalhei para
o Estado — como envelopes, papéis, selos, etc.”.
Imaginai a m ontanha de dinheiro que inundaria os
escritórios do governo, de empresas e de com erciantes, se
todos os que furtaram um pouco aqui e um pouco ali
devolvessem aquilo que tiraram de maneira desonesta.
O custo de cada produto do supermercado, de cada
gravata ou blusa comprada nas lojas inclui, para cada um
de nós, uma carga extra provocada pelos furtos.
O CUSTO DA DESONESTIDADE PESSOAL
Como existem pessoas que vendem seus nomes por tão
pouco! Lem bro-m e do caso, de ampla repercussão, de
uma pessoa bem conhecida do público que foi presa por
haver roubado uma mercadoria que custava menos de
cinco dólares. Não sei se ele chegou a ser condenado nos
tribunais, mas seu pequeno crime condenou-o perante as
pessoas. De certa forma, essa tola ação arruinou muito do
bem que ele já fizera e ainda era capaz de fazer.
Toda vez que entramos num avião, pagamos um custo
extra a fim de que, por medida de segurança, nós sejamos
revistados e nossa bagagem também. No total, isso chega
a m ilh õ e s de d ó la re s, por ca u sa da a ss u sta d o ra
desonestidade de alguns que, por meio de ameaças ou
c h a n ta g e m , te n ta ria m o b te r aq u ilo a que n ão têm
direito.
Reivindicações fraudulentas de pagamento de seguros,
r e la tó r io s de d esp esas a u m e n ta d o s, chequ es
docum entos falsificados — tudo isso são exemplos de
uma epidemia de proporções inacreditáveis. Na maioria
dos ca so s, a q u a n tia en v o lv id a in d iv id u a lm e n te é
pequena, mas, no total, isso representa um exorbitante
índice de desonestidade pessoal.
A L I A H O N A
RETIDÃO PESSOAL
Algumas pessoas podem considerar a qualidade de
caráter conhecida por honestidade como assunto trivial.
E u , p o ré m , a c r e d ito q u e é a p ró p ria e s s ê n c ia do
evangelho. Sem honestidade, nossa vida e a estrutura de
nossa so cie d a d e d e sin te g ra m -s e , to rn a n d o -s e algo
monstruoso e caótico.
O livro do Gênesis contém uma declaração notável:
“Abrão . . . disse ao rei de Sodoma: Levantei minha mão ao
Senhor, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra,
Q u e desde um fio até à co rreia dum sap ato, não
tom arei cousa alguma de tudo o que é teu” (G ênesis
1 4 :2 2 -2 3 ).
Felizmente, ainda há quem observe os princípios de
retidão pessoal. Lembro-me de ter tomado um trem de
Osaka para Nagoya, no Japão. Na estação, amigos nos
esperavam para dar-nos as boas-vindas e, na agitação,
m inha esposa esqueceu a bolsa no trem . Telefonam os
para a e sta çã o de T ó q u io para re la ta r o o co rrid o e,
quando o trem chegou ao seu destino, três horas depois,
te le fo n a ra m -n o s da ferro v ia para in fo rm a r-n o s que
haviam e n c o n tra d o a bolsa. N ão iríam os v o ltar por
Tóquio, e, assim, levou mais de um mês para a bolsa nos
ser entregue em Lago Salgado, intata.
Tais experiências, tem o eu, estão-se tornando cada
vez mais raras. Em nossa infância, nos Estados Unidos,
ouvíam os as histórias sobre G eorge W ashington, que
confessou ter cortado uma cerejeira; e sobre Abraham
e Lincoln, que andou uma longa distância para devolver
uma m oeda ao verdadeiro dono. Pessoas pessimistas,
contudo, com um zelo inoportuno, destruíram a fé nesse
tipo de honestidade; a mídia, em casos excessivamente
numerosos, tem-nos mostrado um verdadeiro desfile de
fraudes, nas muitas formas hediondas.
• J U N H O DE 1 9 9 3
4

Lem bro-m e do caso de um a pessoa bem
conhecida do público que foi presa por haver roubado
uma m ercadoria que custava uns poucos dólares. N ão
sei se ela chegou a ser condenada nos tribunais, mas
seu pequeno crime condenou-a perante as pessoas.
O que antes era controlado pelos padrões de ética e
moral das pessoas, hoje é controlado pela lei. E assim, as
leis se multiplicam, a polícia consome um m ontante cada
vez maior de dinheiro e as instalações penitenciárias são
c o n s t a n te m e n te a m p lia d a s — m as a to r r e n te de
desonestidade continua e aumenta.
A FALSIDADE NÃO É NOVA
É claro que a falsidade não é algo novo. É tão velha
quanto o homem. “E disse o Senhor a Caim: O nde está
Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei: sou eu guardador
do meu irmão?” (Gênesis 4:9).
O profeta M alaquias, da antiga Israel, perguntou:
“Roubará o homem a Deus? todavia vós me roubais, e
dizeis: Em que te roubamos? nos dízimos e nas ofertas
alçadas.
Com maldição sois amaldiçoados, porque me roubais
a mim, vós, toda a nação” (Malaquias 3 :8 -9 ).
M esm o após o m ilag re de P e n te c o s te s , algum as
pessoas que se haviam filiad o à Ig reja p ra tica ra m a
fraude. Os conversos venderam suas terras e depositaram
A L I A H O N A
o dinheiro aos pés dos apóstolos.
“Mas um certo varão chamado Ananias, com Safira,
sua mulher, vendeu uma propriedade.
E reteve parte do preço, sabendo-o também sua mulher;'
e, levando uma parte, a depositou aos pés dos apóstolos.
Disse então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás
o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, e
retivesses parte do preço da herdade?
G u ard an d o -a não ficav a para ti? E, vendida, não
estava em teu poder? Por que formaste este desígnio em
teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus.
E Ananias, ouvindo estas palavras, caiu e expirou . . .
E, passando um espaço quase de três horas, entrou
ta m b é m sua m u lh er, n ã o sa b e n d o o qu e h a v ia
acontecido.
E disse-lhe Pedro: Dize-me, vendeste por tanto aquela
herdade? E ela disse: Sim, por tanto.
Então Pedro lhe disse: Por que é que entre vós vos
concertastes para tentar o Espírito do S e n h o r?. . .
E logo caiu a seus pés, e expirou.” (Atos 5 :1 -1 0 .)
DESONESTIDADE EM ROUBAR, ADULTÉRIO
Em nossa época, as pessoas pilhadas em uma ação
desonesta não morrem, como aconteceu com Ananias e
Safira, mas algo dentro delas sim. A con sciên cia fica
a n e s te s ia d a , o c a r á te r d e fin h a , o a u to -r e s p e ito
desaparece, a integridade morre.
N o m onte Sin ai, o dedo do Sen h or escreveu a lei
nas tábuas de pedra: “N ão fu rtarás” (Êxodo 2 0 :1 5 ).
N ã o h o u v e a m p lia ç ã o ou r a c io n a liz a ç ã o d esse
m an d am en to , que depois foi acom p anh ad o por três
outros, a violação dos quais envolve a desonestidade:
“Não adulterarás”. “N ão dirás falso testem unho”. “Não
cobiçarás” (Êxodo 20: 14, 16, 17).
• J U N H O DE 1 9 9 3
5
 Já houve alguma vez adultério sem desonestidade? Na
linguagem popular, o adultério é considerado um engodo.
E realm ente o é, pois rouba a virtude, a lealdade, as
promessas sagradas, o auto-respeito e a verdade. Envolve
a mentira. E desonestidade pessoal da pior espécie, pois
trai a mais sagrada das relações humanas e rejeição dos
co n v ê n io s e p rom essas fe ito s d ia n te de D eu s e do
homem. E a sórdida violação da confiança, o abandono
eg o ísta da lei de D eu s. E, co m o o u tra s form as de
d e so n e stid a d e , seus fru to s são triste z a , am arg u ra,
cônjuges inconsoláveis e crianças traídas.
MENTIRA
“N ão dirás falso te ste m u n h o .” N a essên cia desse
mandamento encontram os novam ente a desonestidade.
A televisão mostrou a história de uma mulher que ficou
presa durante vinte e sete anos, tendo sido condenada
pelo testemunho de pessoas que, mais tarde, apareceram
para confessar que haviam mentido. Sei que esse é um
caso e x trem o , mas n ão estam os fam iliarizad os com
exemplos de reputações destruídas, de corações partidos,
de carreiras arruinadas por línguas mentirosas de pessoas
que prestaram falso testemunho?
Li um livro de História, um longo e detalhado relato
das trap aças p raticad as pelas n açõ e s en vo lv id as na
Segunda Guerra Mundial. O tema do livro é tirado das
palavras de W inston Churchill, que disse: “Em tempo de
guerra, a verdade é tão preciosa que deveria ser sempre
acompanhada de um guarda-costas para protegê-la das
mentiras” (T h e S econ d W orld W ar, volume 5, C losin g the
Ring, Boston, Houghton Mifflin, 1951, página 383). O
livro fala dos muitos engodos perpetrados em cada lado
do conflito. Sua leitura leva novamente à conclusão de
que a guerra é o p róprio jo g o do d em ô n io e que a
A L I A H O N A
Já se disse que a palavra de um homem vale tanto
quanto um documento. Para m anterm os a santidade
do encargo que nos foi dado, não podemos ser menos
do que honestos, verdadeiros e virtuosos.
verdade está entre suas principais vítimas.
In feliz m e n te , o uso fá cil de falsidad es e engodos
continua, muito depois de terem sido assinados tratados
de paz, e os hom ens treinados na arte de enganar em
tempos de guerra continu am a usar suas aptidões em
tempos de paz. Então, com o uma doença endêm ica, o
mal se espalha e cresce sua virulência.
AVAREZA
“N ão c o b iça rá s.” N ão é a co b iça — esse m al que
corrói — raiz da maioria das tristezas do mundo? Por que
ninharia os avarentos negociam sua vida! C erta vez, li
um livro que tratava dos funcionários de uma instituição
f in a n c e ir a . C om a m o rte do p re s id e n te , um v ic e -
presidente sênior co n correu à vaga. A história era o
relato de um hom em honrado e capaz, mas que, por
cobiçar melhores posições, comprometeu princípio após
princípio até arruinar com pletam ente sua vida. Nesse
processo, quase acabou com a própria instituição que
esperava liderar. O relato era fictício, mas as histórias de
negócios, governos, in stitu ições de vários tipos estão
repletas de exem plos de pessoas gananciosas que, na
J U N H O DE 1 9 9 3
6
te n ta t iv a e g o ísta e d e s o n e s ta de o b te r v a n ta g e n s
f in a n c e ir a s , d e stru íra m o u tro s e, fin a lm e n te , a si
próprios.
Boas pessoas, homens bem intencionados de grande
capacidade, trocam o caráter por bagatelas que, depois,
se lhes d esin te g ram d ia n te dos o lh o s. Seu s son h os
transformam-se apenas em pesadelos obsessivos.
UM HOMEM HONESTO:
A MAIS NOBRE OBRA DE DEUS
Que jóia preciosa é o homem ou mulher em quem não
há dolo, nem engano, nem falsidade. O autor do livro de
Provérbios escreveu:
“Estas seis cousas aborrece o Senhor, e a sétima a sua
alma abomina:
Olhos altivos, língua mentirosa, e mãos que derramam
sangue inocente:
Coração que maquina pensamentos viciosos; pés que
se apressam a correr para o mal;
T e ste m u n h a falsa que p ro fere m e n tira s: e o que
semeia contendas entre irmãos.” (Provérbios 6 :1 6 -1 9 .)
A avaliação feita há muito tempo pelo poeta inglês é
ainda verdadeira: “Um homem honesto é a obra mais
nobre de D eu s” (A lexan d er Pope, An E ssa y o n M a n ,
Epístola 111, linha 248). O nde há honestidade, há outras
virtudes.
A HONESTIDADE É UM PRINCÍPIO BÁSICO
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
afirma que “cremos em ser honestos,verdadeiros, castos,
ben ev o len tes, virtuosos e em fazer o bem a todos os
homens” (Décima Terceira Regra de F é).
Para mantermos a santidade do encargo que nos foi
A L I A H O N A • J U N H O
d a d o , n ã o p o d em o s ser m e n o s do qu e h o n e s to s ,
verdadeiros e virtuosos.
já se disse que a palavra de um homem vale tanto
quanto um docum ento. Serem os menos confiáveis ou
menos honestos que nossos antepassados?
Aqueles que vivem o princípio da honestidade sabem
que o Senhor realmente os abençoa. Deles é o precioso
d ire ito de m a n te r a c a b e ç a erguida à luz do sol da
v erd ad e, d e se m b a ra ça d a m e n te d ia n te de qu alqu er
h o m em . S e q u a lq u e r m em b ro d e sta Ig re ja tem
necessidade de arrepender-se, que com ece agora.
Irmãos, o Senhor exige que seu povo seja honesto. Que
cada um de nós deseje de todo o coração ser honesto em
seus relacionam entos e em tudo o que fizer. Deus nos
ajudará, se procurarmos a força que dele emana. Então,
doce será nossa paz de espírito e nossa vida. Abençoados
serão aqueles com quem vivemos e nos associamos. E Deus
nos abençoará e guiará com amoroso cuidado. □
IDÉIAS PARA OS MESTRES FAMILIARES
1. A q u a lid a d e de c a r á te r c o n h e c id a co m o
honestidade é a própria essência do evangelho.
2. Sem honestidade, nossa vida e a estrutura da nossa
sociedade desintegram-se, tornando-se algo monstruoso e
caótico.
3. Quando alguém é desonesto, a consciência fica anes­
tesiada, o caráter definha, o auto-respeito desaparece, a
integridade morre.
4- A honestidade é a essência de pelo menos quatro
dos dez m a n d a m en to s — não roubar, não co m e te r
adultério, não mentir e não cobiçar.
5. A honestidade perm ite-nos estar desembaraçados
diante de qualquer pessoa. Os honestos são abençoados
com paz de espírito e merecem o amor e cuidado de Deus.
DE 1 9 9 3
 EM DOMBO TOMBO
Sua honestidade foi
recompensada com algo
muito mais importante
que dinheiro.
Esinath M u tu m a n ji
oje de manhãzinha, fui aos
H escritórios da prefeitura em
Dombo Tombo, Zimbábue.
E n q u a n to eu estav a na fila,deuma
m ulher acidentalm ente deixou cair
um a n o ta de v in te d ó la re s. V i e
a v is e i-a . E la ap an h o u a n o ta do
chão e disse: “Obrigada”.
M u ita s das p essoas da fila
comentaram: “Que idiota! Que boba!
Por que n ão pegou o d in h e iro e
guardou-o para si?”.
Eu, porém , respondi: “N ão, eu
nunca faria isso, pois sou uma filha
de Deus”.
Quando os outros se acalmaram,
um senhor que estava em pé atrás
mim perguntou-me em voz baixa:
“Costuma ir à igreja? Parece ser uma
boa moça”.
Eu disse: “Sim, eu vou à igreja”.
E ele perguntou: “Qual é o nome
da sua igreja?”.
Eu respondi: “É A IG R E JA DE
JE S U S C R IS T O D O S S A N T O S
D O S Ú L TIM O S D IA S. Se o senhor
q u iser, p od e ir à ala de D o m b o
Tombo nas tardes de terça-feira, às
5h30, ou aos domingos, às 10h30. Eu
o verei lá”.
E o hom em disse: “O h ! Sim . Eu
•i»
irei! .
Por isso, estou muito feliz com o
que fiz hoje. □
 BUSCA E
Tad é um jovem e
tanto. Esperamos que
ele nunca precise sair
atrás de nenhum
de nós.

Larry Hiller
FOTOGRAFIA D O PRÓPRIO AUTOR

ad Jessop uma vez perdeu sua

T p ró p ria fe s ta -s u r p r e s a de
a n iv e r s á r io , p o rq u e
co m p areceu à casa de um am igo,
como havia prometido.
Ele uma vez retirou -se no meio
n ão

dos exames finais do colégio, para ir

p ro c u ra r um a p e sso a . O jo v e m
reconhece que cancelaria um encon­
tro para o baile mais importante do
ano, se recebesse um telefonema da
pessoa certa.
Pode-se imaginar que Tad seja um
in d iv íd u o de q u em p o d e ría m o s
depender? Imaginem isto:
Um m e n in o de nove a n o s,
cansado de tan to andar, perdido e

A L I A H O N A J U N H O DE 1 9 9 3
10
tropeçando no escuro. ‘À sua volta,
na n o ite fria , as á rv o re s
m ontanhas fazem negras formações
contra o escuro do céu. De repente,
ele ouve vozes — vozes reais —
ch am an d o seu n o m e. A ssu stad o ,
mantém-se em silêncio.
Perto dali, Tad Jessop lidera sua
eq u ip e de re s g a te , seg u in d o um
esquema de busca freqüentem ente
praticado. Ele foi chamado durante
um serão dom ingueiro, por um de
seus co m an d an tes da P atru lha de
Resgate de A rapaho. Agora, Tad e
e sua equipe se m ovim entam através
do terreno acidentado, numa busca
o rg a n iz a d a , g u ia d o s por
la n te r n a s e p e la s vo zes uns dos
outros.
Com a busca prolongando-se até a
m anhã seguinte, o cansaço e o frio
com eçam a entorpecer os membros
da equipe. Entretanto, nenhuma voz
de m enino responde a seus gritos.
Não é senão várias horas mais tarde
que o rádio anuncia que o m enino
perdido chegou a uma estrada, onde
foi localizado por um guarda florestal.
Enquanto Tad e sua equipe, exaustos,
suas v o lta m para ca sa , o m e n in o é
alegrem ente entregue a seus pais, e
d ep ois le v a d o ao h o sp ita l para
verificação. Tad Jessop, de 18 anos,
serv e, há dois anos e m eio, com o
voluntário da Patrulha de Resgate do
Condado de Arapaho, em Littleton,
C o lo ra d o . Ele tem particip ad o de
dezenas de missões de busca e resgate
e diz qu e ca so s co m o esse são
bastante comuns. Sua equipe de dez
co m p o n en tes m u itas vezes p a ssa
horas ou m esmo dias, cam inhando
até lhes doerem as pernas, chamando
aos gritos até ficarem roucos, tudo
para que uma outra pessoa tenha a
agradável sen sação de reunir uma
criança perdida aos pais; ou de ouvir
os calorosos agradecim entos de um
excursionista ferido. “N a maioria das
vezes, não se está na equipe que vai
encontrar a vítima”, diz ele. Afinal,
n o rm a lm e n te h á v á ria s e q u ip e s
tr a b a lh a n d o no m esm o c a so ,
p ro c u ra n d o em d ife re n te s áre a s
predeterm inadas. “N a m aioria dos
c a so s, v a sc u lh a m o s um a á rea e
podemos dizer: ‘Pelo menos sabemos
onde a vítima não está’. Pode parecer
um trabalho frustrante, mas tem que
ser feito”.
Se é pequena a possibilidade de
ter a a grad áv e l se n saç ão de re al­
mente encontrar a criança perdida,
ou o e x c u r sio n ista fe rid o , o que
m an tém T ad e su a e q u ip e em
atividade? “E a preocupação com as
vítimas”, ele responde. “N ão dá para
dormir enquanto elas estão lá fora”.
N ão importa que outra equipe sinta a
emoção de achá-las. “Simplesmente
sabermos que foram encontradas, já é
uma grande emoção”.
É claro que nem todas as vítimas
são crian ças perdidas. H á ad o le s­
c e n te s e a d u lto s. A lg u n s têm
problemas enquanto escalam rochas.
Outros se perdem ou se machucam
A L I A H O N A
durante cam inhadas. O utros ainda,
têm p ro b le m a s p r o v o c a d o s por
imprudência ou por fazerem escolhas
néscias. N ão im porta. Tad e outros
com o ele sem pre largam q u alq u er
coisa que estejam fazendo, para irem
ao resgate. Por isso, ele usa um bip
onde quer que vá. E foi por isso que
ele perdeu sua festa de aniversário e
tam bém por isso teve que voltar à
e sc o la p a ra c o m p le ta r os e x a m e s
finais. E por esse motivo, perderia o
baile do ano (“Já aconteceu a outros
rapazes”, ele conta). Tad e outros em
id a d e c o le g ia l, da P a tru lh a de
Resgate de A rapaho, passam longas
h o ra s em tre in a m e n to de e m e r ­
gências médicas, esquemas de busca,
sobrevivência, resgate em penhascos
e outros. É um a organização séria,
d ir ig id a por o fic ia is a d u lto s
q u a lific a d o s , q u e o p e ra m sob a
autoridade do xerife do Condado.
C o m o líder, T ad p r e c is a e sta r
c o n s t a n t e m e n t e in fo r m a d o da
c o n d iç ã o fís ic a e m e n ta l dos
com ponentes da equipe. U m grupo
que esteja fraco devido a exaustão ou
fom e p o d e c o m e te r sé rio s e rro s,
a p e s a r de to d o o tr e in a m e n to .
“M inha primeira responsabilidade é
para com minha equipe — mantê-la
em segurança”, afirma. “N ão se deve
adm itir o risco de term os m ais do
que uma vítima”. É um trabalho que
Tad encara seriamente.
A lg o assim tã o im p o rta n te e
e n tu sia sm a n te p o d e to rn a r-se o
• J U N H O DE 1 9 9 3
12
c e n tro de um a e x istê n c ia , se o
permitirmos. A bênção patriarcal de
Tad, contudo, enfatiza a necessidade
do equilíbrio espiritual na vida; e ele
to m a c u id a d o p a ra que su as
atividades na Patrulha não interfiram
no que não devem. “O que fazemos
aqui é bom”, observa, “mas não é mais
im portante que o evangelho”. Será
que isso lhe traz conflitos? “Muitos.
Por e x e m p lo , tre in a m e n to no
dom ingo. A alguns eu vou, porque
são só dois por ano e preciso estar
p re se n te ; tam bém em m issõ es da
P atru lh a, q u an d o alguém e stá em
p e rig o no d o m in g o , eu vo u . Em
pequenos treinam entos, porém, nos
q u ais n ão é realm en te n ec e ssário
estar presente, a igreja vem primeiro”.
A o falar sobre o lado espiritual de
sua vida, Tad vê várias semelhanças
co m su a s a tiv id a d e s de b u sc a e
r e sg a te . Por e x e m p lo , o p ró p rio
c o n c e ito de b u sca e re sg a te . Tad
serve no com itê de atividades dos
jovens de sua estaca e no conselho
do seminário, e sabe da importância
de procurar as pessoas perdidas. N a
verdade, ele diz: “O tema de uma de
n ossas co n ferên cias de jo ven s foi:
B u sc a e R e s g a te . N ã o fo i id é ia
m in h a; d e v o re c o n h e c e r q u e foi
mérito de outro membro do com itê”.
De forma idêntica, ambos os tipos
de busca e resgate requerem mais do
que o simples desejo de ajudar. Para
se a lc a n ç a r o e fe ito d e s e ja d o , é
necessário treinamento e preparação.
Tad e sua equipe passam longas
horas em treinam ento de
em ergência m édica, esquem as de
busca, sobrevivência e resgate em
penhascos. A meta deles é sa lv a r
Para Tad, o equivalente espiritual
do treinam ento de busca e resgate
inclui orações diárias, participação na
igreja e no seminário e estudo diário
das escrituras. Seu estudo habitual
inclui o Livro de Mórmon e Jesus, o
Cristo. Só de ouvi-lo falar, podemos
Enquanto participa de m issões
de busca e resgate, Tad prep ara-
se para outro tipo de m issão —
encontrar a "ovelha perd id a" do
Senhor, a qual precisa ser
trazida de volta ao rebanho.
v id as sem pôr em risco as su as
próprias, m as o treinam ento básico
pessoal de Tad inclui estudo das
escrituras, orações d iárias e
participação no sem inário.
ver que seu compromisso de estudar
as escrituras é profundo e pessoal, e
que ele realmente tira proveito disso.
E Tad não afirm a, mas poderíam os
até m esm o a ch ar um e q u iv a len te
espiritual para aquele bip que ele usa.
É estar em sintonia com o Espírito.
Para Tad Jessop, é rotina ser chamado
a qualquer hora do dia ou da noite.
Muitas vezes o trabalho é monótono,
como m ontar guarda numa estrada,
p ara o c a s o de um c a m in h a n te
p e rd id o a p a re c e r. A s v e z e s, o
resu ltad o de um a bu sca é trágico.
Quase sempre o trabalho é árduo. O
q u e n u n c a se to rn a ro tin a é o
sentim ento de responsabilidade por
sua equipe e pelas pessoas que eles
estão tentando ajudar. A ssim , Tad
p o d e, vez por o u tra , perder um a
festa de aniversário ou sair correndo
da escola, mas ele é exatam ente o
tip o de rap az de q u em se p ode
depender. Ele é preparado e importa-
se. O que m ais se pode querer? E
quando ele for chamado para aquela
o u tra m issão p ara a q u al se e stá
preparando — aquela que dura dois
a n o s — sa b e m o s q u e v ai ter o
mesmo empenho. E isso é bom, pois
há um grande núm ero de pessoas
perdidas caminhando por aí. □
 Pat Allred Burnell

E
ra apenas uma reunião sacram ental comum. cabeças grisalhas inclinavam-se uma para a outra.
N aquele m om ento, santos dos últimos dias Um rapaz levan tou-se e m ostrou calm am ente a
assistiam a reuniões sacramentais em milhares saída a uma criança.
Era Gary, filho de Mindy e David. Um espírito doce
de capelas em todo o mundo. Algo aconteceu, porém,
para tornar fora do comum essa reunião sacramental. ia to m an d o co n ta do am b ien te à m edida que as
Depois de distribuído o sacramento, fiquei olhando fam ílias se fortaleciam , sentindo-se espiritualm ente
ao meu redor, enquanto o bispo se levan tava para mais próximas umas das outras.
falar. Lá estava a família Spillm an. Jan e estava em A filhinha de Dallas estava sentada no colo do pai.
frente ao bispo, o braço repousando nas costas do Virou-se e abraçou-o. O pequeno Donelle ia de Jackie
m arido, R ich ard, que segurava o ca çu la , Tommy, p ara W ayne, à procu ra de ab raço s e carin h o s. A
o b serv an d o -lh e o rosto, en q u an to lhe d a v a um a capela, naquele momento, era um lugar especial, com
m am adeira. Isso atraiu m inha ate n çã o para Jo el, um espírito especial.
sem p re tã o g e n til, q u e a c a r ic ia v a a c a b e ç a do O recém -b atizado Ja red , filho de Kim , prestou
irmãozinho. testemunho e depois foi sentar-se ao lado do pai. Mais
Experiências espirituais surgem de várias formas. te ste m u n h o s fo ram p r e s ta d o s , e os m em b ro s
A o olhar para os Spillmans, senti paz no ambiente da continuavam a sentir o espírito.
c a p e la . C o m e c e i a o lh ar em v o lta e re p are i em N aq u ele in stan te pensei novam ente nos santos
algumas imagens maravilhosas. reunidos em salas, auditórios alugados e capelas em
A sh ley A n d erso n , de q u atro an os, que e stav a todo o mundo, desfrutando aquele m esm o espírito.
sentada na frente com a mãe, foi até a última fileira e M esm o m em bros co m o eu, que m oram longe da
sentou-se no colo do irm ão Deloy N ielsen. H oras fam ília ou que perd eram e n te s q u e rid o s, n ão se
in c o n tá v e is de a ju d a no b e r ç á r io h a v ia m -n o encontravam realm ente sozinhos. Estávam os todos
transformado no “avô adotivo” de muitas criancinhas ju n tos para esse m om ento especial, num dom ingo
que o amavam. comum, numa ala comum, numa estaca comum de
Chegou a hora do testem unho. Um casal idoso, Sião.
que eu n u n ca vira a n te s, se n ta ra -se no m eio da A p e n a s m ais um a re u n ião sac ra m e n ta l? Tudo
c a p e la . Ele tin h a o b ra ç o n os o m b ros d e la e as depende da forma como a vemos. □

FOTOGRAFIA DE CRAIG DIMOND


Como resultado de uma
pesquisa histórica de
m inha ig reja, eu tinha
certeza de que ocorrera
uma apo stasia já no fim
do prim eiro século
depois de Cristo; m as,
ponderei. Deus não
deixaria sua Igreja
d esa p a re ce r para
sem pre. Certam ente, a
verd a d e ira Ig reja de
Cristo d everia existir.
A L 1 A H O N A
Em Busca da
Restauração
A ngelo Scarpulla
S
ou de um lugarejo na Sicília,
Itá lia , on d e flo rescem
lim oeiros e os cam p os são D e p o is de ter sid o o rd e n a d o
d em arcad os por fileiras verdespadre
de em 1950, minha fé na Igreja
cactos espinhentos, carregados dos Católica começou a vacilar. A certa
mais doces frutos. Lembro-me com
prazer dos an os que lá passei, em
preparação para tomar-me um padre
católico. Depois de haver ingressado
no seminário com dez anos, formei-
me na escola secundária e continuei
os e stu d o s de te o lo g ia em várias
cidades da Sicília. Eu era bom aluno e
bom seminarista.
M inha história, porém , contada
a g o r a , q u e já so u id o s o , in c lu i
tr iste z a s, m as ta m b é m a le g ria s .
Depois de ter passado a vida inteira
n u m a a n g u s t ia d a b u sc a , d e d ic o
e ste r e la to de m in h a co n versã.o
a to d o s os q u e p r o fe s s a m a
fé v e r d a d e ir a , c r is t ã o s 011 n ã o ,
e e s p e c ia lm e n t e a o s q u e e s t ã o
• J U N H O DE 1 9 9 3
17
procurando a igreja restaurada de
Cristo.
a ltu r a , ju lg u e i tê -la p e rd id o
totalm ente. Essa foi a primeira de
m uitas crises de cren ça, m as não
falei com ninguém sobre isso e não
sei se m eu s c o le g a s e su p e rio re s
alguma vez teriam percebido minha
agonia interior. E xtern am en te, eu
agia com o sem pre: rezava m issas,
orava em público e adm inistrava o
s a c ra m e n to re g u la rm e n te . M eus
superiores conferiam -m e cargos de
con fiança. Entre outras coisas, fui
n o m e a d o re ito r do S e m in á r io e
to rn e i-m e um p re g a d o r m u ito
solicitado.
Eu, porém , vivia m uito infeliz,
porque minha antiga fé sofrerá 11111
co lap so dentro de mim. Solicitei,
então, a oportunidade de continuar
os e stu d o s de te o lo g ia na
U niversidade Pontifícia em Rom a,
e sp e r a n d o co m isso d is s ip a r as
dúvidas. Meu pedido foi atendido e
passei quatro anos trabalhando em
meu d o u to rad o , na Facu ld ad e de
Teologia Dogmática.
A o in v és de d is s ip a r m in h as
d ú v id a s e fo r ta le c e r m in h a fé, a
e x p e r iê n c ia su rtiu um e fe ito
co n trário . A ssim , v o ltei à S icília
com mais um doutorado mas com a
fé literalmente em pedaços.
N ã o m ais c o n sid e ra v a m in h a
situação como uma crise passageira,
m as co m o um a re alid a d e perm a-
n en te. P ro fu n d a m e n te in feliz,
in v e jav a os fiéis in c u lto s que
mantinham a sua fé simples. Eu não
estava suportando apenas a agonia
interna de dúvidas religiosas, mas
tam bém me d e fro n ta v a com um
dilema moral e profissional: Com o
poderia permanecer a serviço de uma
igreja em cujos ensinamentos eu não
acreditava?
Quando alguém me aconselhou a
O irm ão e a irm ã Scarpulla
servem no Ramo de Rimini. Ele
é presidente do ram o, e a irm ã
Scarpulla é conselheira na
presidência da Sociedade de
Socorro.
A L I A H O N A
ser c a u te lo s o e c o n tin u a r fe r v o ­
rosamente os estudos, matriculei-me
na Faculdade de Letras e Filosofia da
U n iv e rsid a d e E sta d u a l. A n a lise i
m inhas perguntas por m ais q uatro
anos, mas minha fé apenas continuou
a se deteriorar.
N ão conseguia encontrar resposta
p ara m eu m aior p rob lem a: C om o
resultado de uma pesquisa histórica
sobre minha igreja, eu tinha certeza de
que ocorrera uma apostasia já no fim
do primeiro século depois de Cristo.
Com o, porém, poderia eu conciliar
isso com a natureza imutável de Deus?
Certamente, ponderei, Deus não teria
estabelecido sua Igreja para deixá-la
desaparecer para sempre, depois de
a p e n a s um sé c u lo ; d e v e ria d u rar
eternamente. Onde se encontrava a
solução para a apostasia? Sem dúvida,
deveria haver outra Igreja cristã que
tiv e sse h e rd a d o a d o u trin a da
verdadeira Igreja de Cristo.
Depois de haver obtido mais um
g rau nos e stu d o s, ch e g u ei a um a
e n c ru z ilh a d a . H a v ia a p en a s d u as
possibilidades: continuar como padre
de uma igreja que entrava em conflito
com m inha con sciên cia, ou deixar
m inha igreja e profissão, a fim de
permanecer fiel a minhas convicções.
Eu sa b ia m u ito bem q u e a
p rim e ira o p ç ã o e ra e tic a m e n te
imoral, mas certamente seria a mais
c ô m o d a ; s a b ia tam b é m q u e a
• J U N H O DE 1 9 9 3
19
se g u n d a cria ria en o rm es d ific u l­
d a d e s, m as, à q u e la a ltu ra , n ão
hesitei. Em 25 de setembro de 1965,
a b a n d o n e i m eu o fíc io e dei um
adeus final à igreja e à profissão.
Com o eu esperava, essa decisão
crio u um e n o rm e v az io ao m eu
redor; até os parentes mais próximos
r e je ita r a m - m e . S o z in h o e sem
dinheiro, parti para o norte da Itália,
o n d e c o m e c e i v id a n o v a. Lá,
encontrei rapidamente um emprego
com o professor de literatura num
instituto técnico de Bolonha.
N a s h oras v a g a s, c o n tin u e i a
pesquisar, primeiro embarcando num
estudo do Protestantism o, que me
d eix o u ain d a m ais d e silu d id o e
am arg o do que a n te s. N en h u m a
igreja parecia possuir os requisitos da
verdadeira Igreja de Jesus Cristo. Se
eu tivesse en c o n trad o o Livro de
Mórmon na época, ou se alguém me
tivesse falado de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias,
talv e z m in h a jo rn a d a tiv e sse
terminado ali.
Infelizmente, isso não aconteceu.
I n g r e ss e i n um e stu d o de o u tra s
religiõ es além do cristian ism o —
islamismo, budismo e hinduísmo —
acabando por negligenciar a busca
da verdadeira Igreja de Jesus Cristo.
T o rn ei-m e p e rito em filo so fia
o rie n ta l e p a sse i a a c re d ita r que
talvez um a religião fosse tão boa
q u an to outra. C om o resu ltado de
todos esses estudos, parecia que eu
me tornara indiferente à religião.
G ra ç a s, porém , às b ê n ç ã o s do
S en h or, eu a in d a a c r e d ita v a em
Deus e em sua divindade, e nunca
p e rd i c o m p le ta m e n te a fé n a
divindade de Jesus Cristo. Por essa
razão, continuei a buscá-lo.
N e s s e m eio te m p o , c a se i-m e .
M in h a e sp o sa , In ês, fo ra c r ia d a
numa família católica, mas não era
um membro ativo. Resolvemos, pois,
n ão ed u car n osso s dois filh os em
religião alguma, deixando a escolha
para eles.
Com o p a ss a r dos a n o s,
ap ro x im ei-m e m ais d o S alv a d o r.
Com ecei a orar regularmente e a ler
de novo a Bíblia. Eu era um cristão
sem ig r e ja , m as a in d a e s t a v a
empenhado na busca da verdadeira
Igreja de Jesus Cristo.
Por essa época eu já contava mais
de sessenta anos. Foi quando o bom
Senhor teve pena de mim, enviando-
me p ressen tim en tos, na form a de
sonhos, de que minha oportunidade
logo chegaria.
N um a clara m anhã de setembro,
eu a c a b a r a de d e sc e r do c a rro
quando vi dois rapazes à distância.
E le s m e o lh a r a m co m o se me
c o n h e c e sse m e e stiv e s se m m e
e sp e r a n d o . C u r io s a m e n te , n ã o
a ssu m i a a titu d e d e fe n s iv a q u e
A L I A H O N A
n o r m a lm e n te u s a v a a fim de
esquivar-m e de con tatos m açantes
com ve n d e d o res ou m ission ários.
Para m inha grande surpresa, senti-
me a tra íd o por e le s, co m o se eu
ta m b é m e s p e r a s s e e n c o n tr á - lo s
havia muito tempo. Embora fossem
e str a n g e ir o s , c o n v e rse i a b e rta e
am igavelm en te com esses rapazes
puros e sinceros.
E ram m is sio n á rio s m ó rm o n s.
Q uando soube disso, foi como se um
raio me tivesse atingido e ouvi-os
com grande alegria. Senti que Deus
fin a lm e n te re sp o n d e ra a m in h as
perguntas. R ecebi de boa von tade
um Livro de M órm on e, n a q u ela
m esm a noite, com ecei a lê-lo com
grande expectativa.
Sozinho, lendo o livro em minha
e s c r iv a n in h a , fu i d o m in a d o por
alegria e ternura. Sentim entos doces
q u e eu n u n c a e x p e r im e n ta r a
fizeram-me sentir quase iluminado,
num estado de semiconsciência que
durou, talvez, uma hora.
D eu s deu-m e a m ais p ro fu n d a
c e r te z a de q u e eu e n c o n tr a r ia
n a q u e le liv ro a v e rd a d e q u e
procurava havia anos. A leitura do
L iv ro de M ó rm o n fa sc in o u -m e
imediatamente e, junto com a Bíblia,
lev o u -m e a um a ú n ic a e d iv in a
revelação: a igreja cristã, que caíra
em apostasia, fora restaurada! Cristo,
afinal, não abandonara sua igreja —
• J U N H O DE 1 9 9 3
20
fora o homem o autor da apostasia, e
agora o Sen h or tornara a trazer à
terra a sua igreja! Até eu, em minha
in s ig n ific â n c ia , se n ti que fo ra
restaurado. Minha longa noite, que
d u ra ra m u ito s a n o s, fin a lm e n te
terminara!
G raças a Deus, eu estava, enfim,
feliz. Meu testemunho crescia todos
os dias, enqu an to eu prosseguia o
e stu d o d a s e sc r itu r a s e d is c u tia
d ou trin a com os m issionários e o
presidente do ramo, Ezio Caram ia.
P o u co s m e se s d e p o is de ter
e n c o n tr a d o os m is sio n á rio s , fui
batizado e tornei-me membro de A
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias. Para aumentar minha
felicidade, minha esposa também foi
batizada meses depois.
M ais tarde recebi o Sacerd ócio
A a rô n ic o e o S a c e r d ó c io de
Melquisedeque e testifico hoje, com
ab so lu ta certeza, que A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias é a única verdadeira Igreja de
Je su s C risto . S o u g ra to pelo
testem un ho que tenho do profeta
vivo e dos Doze Apóstolos modernos.
Este é meu jubiloso testemunho,
m oldado com gran de sofrim en to,
que ofereço humildemente a todos
a q u e le s a q u em p o ssa a ju d ar. A
Igreja é eterna, assim como todas as
o b ra s de D e u s. E la é su a o b ra-
prima. □
CO N V ERSA
SOBRE A IGREJA N A
AM ÉRICA C EN TR A L
FOTOGRAFIA DE PHIL SHURTLEFF
A Igreja está tendo um crescimento constante na América
C e n tra l, a p e sa r dos efeitos, em algun s p aíse s, da
intranqüilidade civil, dificuldades econômicas e catástrofes
naturais. A fim de obter um relato em primeira mão desse
crescimento, a equipe das revistas da Igreja conversou com
Elder Ted E. Brewerton, Presidente de Área da América
Central.
Pergunta: A Igreja está forte na Am érica Central?
R e s p o s t a : H á m ais de um q u a rto de m ilh ão de
m em bros d istribu ído s em sete p aíses — G u atem ala,
Belize, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica e
Panamá. Temos quarenta e sete estacas, dez missões e
um templo. Em média, são realizados duzentos batismos
por mês em cada missão.
R : Isso cria um grande desafio para a liderança local?
R .: Sim, cria, mas eu acredito que a liderança regional
A L I A H O N A • J U N H O
21
d a s e s t a c a s e m issõ e s e stá em m u ito b o a s m ão s.
Contam os com a ajuda de dez representantes regionais
n ativos; sete das dez m issões têm presidentes latino-
americanos, e a experiência e o conhecimento de outros
m em bros da P residên cia de Á rea aum entam a nossa
fo rç a . M eu p rim e iro c o n se lh e ir o , E ld er C a rlo s H.
A m ado, é guatem alteco e tem m uita experiência em
liderança; meu segundo conselheiro, Elder Jay E. Jensen,
já passou muito tempo na Am érica Latina. Assim, temos
mais treinamento de liderança eclesiástica hoje do que
em qualquer outra época.
P.: Parece que as pessoas da A m érica C entral são
receptivas ao evangelho.
R .: Em muitas áreas, sim. E, obviamente, a mão do
Senhor está no trabalho.
Por volta de março de 1991, em La Ceiba, na parte
cen tral da co sta norte de H onduras, os m issionários
estavam ensinando uma família, que perdeu o interesse
depois de duas p alestras. M ais tarde, em julho, duas
m issionárias encontraram o registro da família e foram
visitá-la. Q uando chegaram, a mãe estava chorando, e
e la s p e rg u n ta ra m -lh e o que a c o n te c e ra . A m ulher
contou-lhes um sonho no qual vira o filho de vinte anos,
que assistira às duas primeiras palestras com a família e
m orrera um mês antes da visita das m issionárias. N o
sonho, o filho lhe disse: “ Você e meu pai devem ser
b a tiz a d o s , p a ra q u e eu p o ssa ser b a t iz a d o ” . E ela
perguntou às m issionárias: “C om o um a pessoa m orta
pode ser batizada?”. A quela casa encheu-se de alegria
quando a família ouviu o restante das palestras. Quatro
deles foram batizados em agosto de 1991.
P.: Então, a força espiritual da Igreja está crescendo
tanto quanto o número de membros?
R .: Sem dúvida. O conhecim ento dos princípios do
e v a n g e lh o e da d o u trin a é g ran de m esm o entre os
DE 1 9 9 3
m em b ro s n o v o s. Isso se d e v e p a r c ia lm e n te a o s
m ission ários e aos líderes locais. Tem os sen tid o um
nítido aum ento de espiritualidade. A força espiritual
tam bém tem crescido, devido à m aneira pela qual os
membros têm encarado as dificuldades e distúrbios que
os cercam.
P.: A s agitações populares e as catástrofes naturais em
algum as localidades da A m érica C entral frustraram o
progresso da Igreja?
R .: A luta em alguns países trouxe dificuldades para a
Igreja. Algumas casas de membros foram danificadas ou
d e stru íd a s p or te rrem o to s ou a g ita ç õ e s p o p u la re s.
Q uan d o, porém , a eru p ção de um v u lcão derram ou
cinzas sobre o sul da Guatem ala no ano passado, o vento
soprou-as para longe das seis unidades da Igreja; e no
terrem oto mais recente, nenhum a casa dos santos dos
últimos dias foi destruída.
Pode parecer paradoxal, mas a instabilidade de alguns
p aíse s fo rta le ce u a a u to -su fic iê n c ia dos sa n to s dos
últimos dias. Eles tiveram que chamar mais missionários
de seus próprios países e carregar o pesado fardo da
liderança. Duas das dez missões da América Central, por
exemplo, não têm missionários anglo-americanos, isto é,
americanos ou canadenses; todos os missionários dessas
missões são latino-americanos. Esta necessidade de uma
auto-suficiên cia m aior tem sido um a bênção para os
membros. Além disso, depois de voltar para casa, esses
missionários casam-se no templo e são líderes e membros
mais fortes.
P.: Recentem ente, os missionários anglo-am ericanos
fo ram r e tir a d o s de H o n d u r a s. C o m o e stá a o b ra
missionária sem eles?
R .: A s d u a s m issõ e s de H o n d u r a s c o n tin u a m
funcionando apenas com missionários latino-americanos.
A lém d isso, as alas e e sta c a s percebem a crescen te
A L I A H O N A
n ecessidade de preparar e cham ar m ais m issionários
locais, tornando-se cada vez mais auto-suficientes.
P.: Há membros que foram atingidos pelos efeitos dos
conflitos em seus países?
R .: Sim , alguns. Temos m issionários que carregam
consigo um doloroso passado relacionado a atividades de
g u e rr a . A m a io ria d e le s s ã o c o n v e r s o s , e a lg u n s
participaram de combates. Quando, porém, eles mudam
de vida, tornam-se grandes líderes! Acho que, de certo
m odo, são m ais felizes do que as p e sso a s poderiam
imaginar, porque percebem que o arrependimento é real
e que a expiação também é para eles. Reconhecem que
podem ser re alm e n te p e rd o a d o s de c o isas que não
queriam fazer, ou que tiveram de fazer no passado.
P.: O crescim ento da Igreja está atingindo todos os
níveis sociais?
R .: Sim, mas eu diria que o crescimento é maior entre
a claSse média e classe média-baixa. Estamos, entretanto,
batizando profissionais liberais.
A auto-suficiência de que falei antes criou um notável
grupo de líd eres. È im p re ssio n a n te ver d ezen as de
homens e mulheres fortes e devotados, que podem fazer
qualquer coisa na Igreja. Tem os m uitas m ulheres de
destaque entre nós. Em M anágua, na N icarágu a, por
exem plo, m inha esp o sa e a esp o sa do presiden te da
missão reuniram-se recentemente com quinhentas irmãs.
Por causa da pobreza e das condições daquele país, essas
mulheres havia anos não se reuniam num grupo como
e sse . E las se ale g ra ra m im e n sam en te por c a u sa do
espírito que sentiram juntas.
P.: O s m em b ro s e s t ã o e n tu s ia s m a d o s com seu s
esforços para fortalecer a Igreja?
R .: E les n ão a ch am q u e têm tid o su c e ss o . S ã o
hum ildes. Suas vidas parecem centralizadas na Igreja.
N ã o querem d eix ar a cap ela aos dom in gos; querem
• J U N H O DE 1 9 9 3
99

O templo da Cidade da G u atem ala tornou-se
um centro espiritual p ara os santos guatem altecos, que
"possuem uma notável afin idad e com o Espírito e uma
grande sen sibilid ad e a ele", diz o Élder Ted E.
Brewerton, presidente de á re a da Am érica Central.
apenas ficar lá com os amigos.
Eles possuem uma notável afinidade com o Espírito e
uma grande sensibilidade a ele. N ão sentem a mínima
h esitação quanto a falar com os amigos a respeito de
religião. C on versam abertam en te sobre a o ração e o
efeito que ela causa em suas vidas.
P.: A Ig re ja , de m an e ira g e ra l, é bem a c e ita na
América Central?
R .: Sim. Muitos preconceitos sobre religião que havia
antigamente não existem mais. Fizemos algumas coisas
para aju d ar a Igreja a ser bem ace ita. Por exem plo,
colocam os m astros nas cap elas da G u atem ala e, em
1 9 9 1 , no d ia 15 de se te m b r o , q u e é o D ia da
Independência em todos os países da Am érica Central,
realizamos cerim ônias de hasteam ento da bandeira em
154 dos nossos edifícios. Durante os programas, oramos
pela paz e pela chuva nesses países. Muitos líderes civis e
militares compareceram aos programas, que foram bem
re ce b id o s p e la s p e sso a s em g era l. E ssa s a tiv id a d e s
ajudaram líderes do governo e outros a entenderem o
compromisso que a Igreja assume de melhorar as áreas
onde vivem os membros.
O s p ró p rio s m em b ro s, c o n tu d o , p ro v a v e lm e n te
contribuíram mais para a ace itação da Igreja do que
qualquer coisa que pudéssem os ter planejado. A lguns
A L I A H O N A
membros fazem parte dos altos círculos políticos. Outros
têm cargos elevados no exército — Coronel Augusto
Conde, por exemplo. D evido a sua integridade, ele se
aposentou do serviço m ilitar na G uatem ala com uma
excelente reputação; depois serviu na presidência do
templo da Guatem ala. A secretária do vice-presidente de
El Salvador é esposa do segundo conselheiro de uma
presidência de estaca. Ela é ótima.
M em bro s co m o e sse s falam a b e rta m e n te de sua
religião e o que ela representa e as pessoas em seus países
estão percebendo isso. Um dos ministros do mais alto
escalão do governo de El Salvador convidou Israel Pérez,
presidente da M issão El Salvador San Salvador Oeste, ao
seu escritório e pessoalmente resolveu alguns problemas
de vistos para missionários. Depois, disse ao presidente
Pérez: “Q uero que saiba que, por causa do que estão
fazendo, nosso país está melhor. Preocupam -se com a
família e tentam m elhorar as pessoas m oralm ente. Eu
lhes dou as boas-vindas”.
P.: O que mais contribuiu para o sucesso da Igreja na
Am érica Central?
R .: Vêm-me à mente duas escrituras: A primeira está
em Helam ã: “E assim vemos que o Senhor começou a
derramar seu Espírito sobre os lamanitas, em virtude da
facilidade e empenho que m ostravam em crer em suas
palavras” (Helamã 6:36).
A ntes de citar a segunda escritura, desejo descrever
uma cena. Q uando vou ao púlpito para falar, vejo belos
rostos de san to s fiéis. Q u an d o vou ao tem plo e nos
vestimos de branco, vejo um belo povo com a pele um
pou co m ais escura que a m inha — e as palavras do
Salvador aos sobreviventes das destruições em 3 Néfi me
vêm à mente: “E eis que vós sois os filhos dos profetas, e
sois da casa de Israel; sois do convênio” (3 Néfi 20:25).
O Pastor de Israel não esqueceu suas ovelhas. □
• J U N H O DE 1 9 9 3
23
 Orando
como Enos
O Senhor dispôs-se a abençoar-me no momento
em que verdadeiramente conversei com ele.
A
joelhei-me ao lado da cama
para orar antes de dormir,
sentindo o coração prestes a
explodir — não de alegria, mas de
solidão e ressentimento. N ão era isso
o q u e eu e sp e r a v a , de m a n e ira
alguma!
E ra m in h a se g u n d a n o ite no
Centro de Treinamento M issionário
em P ro v o , U ta h , e eu se n tia -m e
muito infeliz. N ão gostava de minha
companheira, não gostava de ter de
ap ren d e r um a n o v a lín g u a e n ão
gostava de mim mesma por ser tão
imatura.
Iniciei a oração e logo percebi que
n a d a tin h a p a ra dizer. E m b o ra
n ecessitasse desesp erad am en te de
a lg u é m p a ra c o n v e rsa r, n ão me
parecia justo expressar sentim entos
de vazio, solidão e amargura ao Pai
C e le stial. F in alm en te, proferi um
tip o de o r a ç ã o p a d r o n iz a d a :
“O brigada por m inha saúde e pela
o p o r tu n id a d e de e sta r a q u i” , e
arrastei-me para a cama.
A L I A H O N A
Christie Ann G iles
FOTOGRAFIA DE CRAIG DIMOND
Por que o Pai C e lestial não me
a ju d a ? p e n se i r e ss e n tid a . S e ele
realm ente sabe o que desejo antes
que lhe peça, o que está esperando?
L em b rei-m e e n tã o do liv ro de
E n o s, q u e lera n a q u e la ta rd e .
Im a g in e i E n o s a jo e lh a n d o - s e na
• J U N H O DE 1 9 9 3
24
floresta, implorando perdão e ajuda
ao S e n h o r. S u a s p a la v ra s me
ecoavam na mente: “Implorei a Deus
com toda a minha alma” (Enos 1:9).
F iz era eu o m esm o? P ed ira
realmente, com humildade, ajuda ao
Pai Celestial? Eu sabia que não.
Tornei a ajoelhar-me. D essa vez,
tinha muito a dizer. Contei ao Pai o
quanto estava frustrada, com o não
conseguia aprender a língua, como
precisava amar minha companheira e
como queria realizar um bom trabalho
missionário. Chorei ao explicar que
me considerava abandonada e que
precisava de ajuda.
“ E buscar-m e-eis, e me achareis
q u a n d o me b u sc a rd e s de to d o o
vosso coração.” (Jeremias 29:13.)
Dessa vez eu não só proferi uma
oração, mas orei de verdade. O utra
vez, se n ti o c o r a ç ã o p re ste s a
explodir, m as de esp eran ça, paz e
amor. A o deitar-m e, eu ainda não
sabia como as coisas iriam-se resolver,
mas sabia que daria certo. □

COMO LIDAR COM DEFICIENCIAS
C
omo discípulas de Cristo,
somos ensinadas a amar e
aceitar todos os filhos de
n osso Pai. Isso in clui aq u eles que
têm deficiências físicas, em ocionais
ou m entais. N o ssa m eta é levar as
b ê n ção s do e v a n g e lh o a to d as as
p essoas. “N isto to d os co n h ecerão
q u e so is m eu s d is c íp u lo s , se vo s
a m a rd e s uns a o s o u t r o s ” (Jo ã o
13:35).
Muitas têm deficiências, ou sabem
de familiares ou amigos que as têm.
Alguns têm problemas de visão ou
audição; outros, doenças mentais ou
distúrbios intelectuais; outros ainda,
dificuldades de aprendizado ou sérios
p ro b le m a s de c o m p o r ta m e n to .
A lg u m as d e ssa s d e fic iê n c ia s, por
requererem o uso de equipamentos,
como cadeira de rodas ou aparelhos
de surdez são visíveis; muitas, porém,
não são facilmente percebidas.
COMPREENDER E ACEITAR
O am o r e a c o m p r e e n s ã o do
Salvador abrangiam todas as pessoas,
de to d a s as c o n d iç õ e s . P o d em os
se g u ir-lh e o e x e m p lo p e rfe ito ,
a u m e n ta n d o n o ssa c o m p re e n sã o
p ara com a q u e le s c u jo s d e sa fio s
parecem grandes, tornando-se mais
fácil aceitá-los.
Q u a n d o n ã o p o ssu ím o s e sse
entendim ento, a depressão de um a
pessoa poderá parecer-nos falta de fé.
Q u e m o u v e m al p o d e d a r a
im p ressão de ser in sen sív el. U m a
c r ia n ç a co m p r o b le m a s de
c o m p o r ta m e n to p o d e rá p a r e c e r
indisciplinada.
A mãe de uma criança deficiente
diz q u e e sp e r a q u e os o u tr o s
c o m p re e n d a m q u e a filh a tem
aptidões e não somente deficiências.
A L I A H O N A
M EN SA GEM DAS PRO FESSO RAS VISITAN TES
ILUSTRADO POR LORI ANDERSON WING
“ M inha filha é n ov en ta por cento
n o rm a l e a p e n a s dez p o r c e n to
deficiente” , diz ela, “m as a m aioria
d as p e sso as só n o ta
deficiências”.
S egu in d o o exem plo de am or e
co m p a ix ã o que o S a lv a d o r deu a
todas as pessoas, faremos com que os
d eficien tes sin tam -se ace ito s. Um
ad olescen te cego e surdo sen te-se
amado quando os membros da ala o
cum prim entam com um aperto de
mão e um abraço. Um a criança surda
adora ver o bispo, que aprendeu a
cum prim entá-la pelo nom e e dizer
“eu te am o” em linguagem de sinais.
O utra mãe sente tristeza porque os
amigos raramente se lembram de seu
filho autista que não pode ir à igreja.
“A m aio ria d as p e sso a s n u n ca se
refere a Brandon por tem erem que
eu m e o fe n d a se d isse r e m a lg o
errado. N a verdade, porém, sinto-me
m ais fo rte q u a n d o a lg u é m me q u a n d o e dizer o que re alm e n te
pergunta como ele está”. s in to . Isso tem tid o um e fe ito
• Como podemos mostrar interesseterapêutico sobre mim”.
e amor por alguém que conhecemos,
portador de uma deficiência? deficiente ou sua família? □
• J U N H O DE
25
PODEMOS OFERECER AJUDA
Se formos receptivos ao Espírito,
preocupando-nos uns com os outros,
descobrirem os m uitas m aneiras de
aju d ar os d eficien tes. U m a jovem
co m um sé rio d istú r b io de
c o m p o rta m e n to a d o ra v a q u e os
c o m p o n e n te s de su a c la sse d as
M o ç a s lhe m a n d a sse m b ilh e te s
carin h o so s e p equ en os presen tes.
U m a irm ã c e g a a p r e c ia q u e os
m em bros lhe ofereçam co n d u ção
para ir às atividades da Igreja. Uma
mulher que se recuperava de uma
d o e n ç a m e n ta l c o n sid e ro u -se
satisfeita q uan do foi in dicada por
um amigo para um emprego de meio
período.
A queles que cuidam de pessoas
com sérias deficiências geralm ente
su a s também têm grandes necessidades.
P o dem p r e c is a r de a p o io físic o ,
s o c ia l e e m o c io n a l. P o dem os
o fere ce r-n o s p ara cu id ar de uma
c r ia n ç a d e fic ie n te p or a lg u m a s
horas, ficar com as crianças de uma
fam ília e n q u a n to os pais visitam
uma pessoa no hospital; ou oferecer
c o n d u ç ã o p a ra um a c o n su lta
m é d ic a . In c lu ir as p e ss o a s que
cuidam de deficientes nas atividades
da ala e oferecer-lh es aju da pode
aliv ia r um p o u co da p ressão que
sentem.
U m a m u lh e r c u jo filh o é
deficiente diz: “Tenho uma natureza
o tim is ta e a jo co m o se tiv e sse
con trole de m inhas em oções, mas
tenho uma amiga com quem posso
d e s a b a fa r e c h o r a r de vez em
• C om o podem os a ju d a r um
1 9 9 3
 JOSEPH F. SMITH
AS BÊNÇÃOS DO RELACIONAMENTO FAMILIAR
Arthur R. Bassett
N
uma época em que os valores
da família sofrem constantes
ataques e brigas entre pais e
filhos são algo comum, é encorajador
conhecer famílias cujos membros são
unidos por fortes laços de amor.
Eram esses os sen tim en to s que
Joseph F. Smith, o sexto Presidente
d a Ig r e ja , n u tria p e la fa m ília . E
s ig n ific a tiv o q u e , d u r a n te sua
adm in istração, o Presidente Sm ith
tenha dado especial ênfase ao lar, às
reuniões familiares e à valorização da
vida familiar como um todo — uma
ênfase que emerge novam ente com
grande força em nossos dias.
N o in íc io da a d o le s c ê n c ia , o
jovem Jo se p h já h av ia p erd id o os
pais. Talvez fosse em virtude dessa
p e rd a q u e ta n to v a lo r iz a ss e a
segurança e o amor de uma família.
O pai de Joseph, Hyrum Sm ith,
era o irm ão m ais velho do Profeta
Jo se p h S m ith . T a n to o P ro fe ta
quanto Hyrum foram mortos a tiros
por uma turba, quando Joseph tinha
ap en as cin co an os de id ade. E de
c o n h e c im e n to g e ra l que H yrum
A L I A H O N A
havia sido o grande amigo e apoio do
Profeta Joseph durante a maior parte
de suas vidas; e que Joseph amava o
irm ão m ais velho com o a própria
v id a . O S e n h o r tam b é m h a v ia
e x p re ssa d o seu am or por H yrum ,
“pela integridade do seu coração, e
porque ele ama o que é reto diante
de mim” (D & C 124:15).
“ELE DEU-ME UM
BEIJO DE DESPEDIDA”
Joseph F. Sm ith sem pre am ou o
p a i co m e sp e c ia l d e v o ç ã o . S u a
últim a record ação dele — Hyrum
partindo a cavalo rumo a Carthage
— era v iv id a : “ S em d e sc e r do
cavalo”, relembra o Presidente Smith
mais tarde, “meu pai inclinou-se na
sela e ergueu-me do chão. Deu-me
um beijo de despedida, pôs-m e no
• J U N H O DE
26
c h ã o n o v a m e n te e eu fiq u ei
olhando-o cavalgar para longe”. Essa
experiência foi seguida por dias de
incerteza e, no final, por uma noite
de terror. “ Lem bro-me da noite do
a s s a s s in a t o . . . q u a n d o um dos
irm ãos veio de C arthage e bateu à
n o s sa ja n e la , d e p o is de ter
an oitecido, e cham ou m inha m ãe:
‘Irmã Smith, seu marido foi m orto’”.
Apesar de esse evento ter-se passado
quando o menino tinha apenas cinco
anos de idade, m uitos anos depois
ele a in d a se le m b ra v a do te rro r
daquela noite.
A ORAÇÃO DE UMA MÃE
D o is a n o s a p ó s a m o rte de
H yrum , Jo se p h F. S m ith e a m ãe
viúva, Mary Fielding Smith, partiram
pelas planícies da América do Norte,
em c o m p a n h ia de m u ito s o u tro s
pioneiros m órm ons. A irm ã Sm ith
tin h a n ão a p en a s seus dois filhos
pequenos, mas também cuidava dos
cinco filhos que seu falecido marido
tivera com a primeira esposa. Com
1 9 9 3
sete anos de idade, Joseph guiou a
junta de bois da família até Winter
Quarters, Nebraska. Aos nove anos,
conduziu o carroção até o Vale do
Lago Salgado.
D uran te o tem po que passaram
n as p la n íc ie s , o jo v e m Jo se p h
aprendeu muitas lições de fé com sua
m ãe. A o acordarem ce rta m an h ã,
descobriram que sua melhor junta de
bois havia desaparecido. O menino e
seu tio, Joseph Fielding, procuraram
inutilmente durante toda a m anhã.
Cansados e desanimados, retornaram
ao acam pam ento. A li encontraram
M ary F ie ld in g S m ith de jo e lh o s,
implorando a Deus que os ajudasse
na busca, uma vez que a perda dos
bois atrasaria ainda mais a chegada a
seu destino.
E r g u e n d o -se de su a o r a ç ã o ,
aquela vigorosa mãe pioneira disse
ao irmão e ao filho que tomassem o
desjejum , pois ela traria os bois de
volta. Ela partiu rumo ao rio, apesar
dos protestos do irmão, que dizia ser
inútil continuar a procura. Sem dar
o u v id o s ao irm ão, e d e p o is a um
v a q u e ir o de um a c a r a v a n a de
M issou ri que ten to u dizer-lhe ter
v isto os b o is n a q u e la m a n h ã ,
dirigindo-se para a direção oposta,
Mary Fielding Smith caminhou até o
rio. C h egan d o à m argem , fez sinal
p a ra q u e o irm ã o e o filh o a
segu issem . E n co n traram e n tã o os
b o is a m a r r a d o s a u m a m o ita de
salgueiros, fora do alcance da vista.
Alguém, aparentemente, colocara os
b o is a li, p la n e ja n d o v o lt a r p a ra
A L I A H O N A
apan h á-los depois que o grupo de
pioneiros tivesse seguido viagem.
O Presidente Sm ith disse, mais
ta rd e , que e ssa e x p e riê n c ia fo ra
“uma das prim eiras dem onstrações
práticas e positivas da eficácia da
oração que eu havia testem unhado”.
A im pressão causada serviu-lhe de
ajuda por toda a vida.
Q uatro anos após terem chegado
ao vale do Lago Salgado — quando
Joseph F. Smith tinha treze anos de
idade — sua mãe faleceu, deixando-
o órfão de pai e mãe.
O SONHO DE UM
MISSIONÁRIO SOLITÁRIO
Durante seu décim o quinto ano
de v id a , Jo s e p h F. S m ith foi
o rd en ad o é ld er, re c e b e u as
in v e stid u ra s e foi e n v ia d o com o
missionário nas ilhas havaianas. Ali
e n fr e n to u d o e n ç a s e d e sâ n im o ,
muito além do que um jovem de sua
idade costum a experim entar. Essas
experiências, porém, fortaleceram -
lhe a a lm a e a m p lia ra m - lh e a
c a p a c id a d e , e n r iq u e c e n d o su a
compreensão espiritual.
Uma dessas experiências consistiu
de um so n h o , sig n ific ativ a m e n te
cen tralizad o em um a exp eriên cia
familiar. Esse sonho ocorreu durante
uma época de sua missão em que ele
e stav a profu ndam en te deprim ido.
“Encontrava-me . . . totalmente sem
am igo s . . . S e n tia -m e tã o
insignificante em minha condição de
p o b re z a , fa lta de in te lig ê n c ia e
• J U N H O DE 1 9 9 3
28
conhecim ento, apenas um menino,
que dificilm ente ousava olhar para
um homem face a face”.
N o so n h o , Jo se p h viu o tio, o
Profeta Joseph Smith, o pai, Hyrum
Smith e a mãe, Mary Fielding Smith.
Ele foi consolado e seu testemunho
do Profeta e do plano de salvação
fo rta le c e u -se . “Q u a n d o d e sp e rte i
n a q u e la m an h ã, era um hom em ,
apesar de apenas um menino. N ada
havia no mundo que eu temesse . . .
A v isã o , a m a n ife s ta ç ã o e o
testemunho que recebi naquela noite
fizeram de mim o que sou hoje, se é
que e x iste em m im algo de bom ,
puro ou justo perante o Senhor. Essa
visão ajudou-m e a vencer todas as
p ro v açõ es e a atra v e ssa r to d as as
dificuldades”.
ABENÇOADO COM AMOR
Joseph F. Smith não passaria a vida
inteira sozinho e sem fam ília. A os
vinte anos de idade, casou-se com
Levira Smith, pouco antes de partir
para sua segunda missão, desta vez na
Inglaterra. Durante a missão, teve o
c o n so lo de sab e r que algu ém
aguardava seu retorno. M ais tarde,
casou-se com cinco outras esposas
(sendo aquela a época da prática do
casam e n to plural na Igreja): Ju lia
Lambson, Sarah Ellen Richards, Edna
Lambson, Alice A nn Kimball e Mary
Taylor Schwartz. Ele se tornou pai de
q u a re n ta e oito filh os. Um deles,
Joseph Fielding Smith, tornou-se mais
tarde o décimo Presidente da Igreja.
O am or de Élder Smith por sua
fam ília foi dem onstrado quando,
noite após noite, seg u rava a filha,
Mercy Josephine, nos braços,
cuidando dela durante a doença
que a levou à morte.
Um belo exem plo do am or que
Joseph F. Sm ith tinha pela fam ília
vem dos primeiros anos após ter-se
to rn ad o pai, q u a n d o re ce b ia um
sa lá r io m u ito b a ix o e e ra p a g o
apenas em espécie. N essa condição
de pobreza, viajou certa vez até a
cidade, na véspera do N atal, para
comprar “algo para meus filhos”.
“Eu queria algo para con ten tá-
A L I A H O N A
los, para fazer com que o N atal fosse
um dia diterente de todos os outros,
mas não tinha um centavo no bolso!
Andei de um lado para outro da Rua
Principal, olh an do as vitrines das
lojas . . . em todos os lugares. Então,
e sc o n d i-m e d a v is t a de to d a a
h u m a n id a d e , sen te i-m e e ch o rei
com o uma criança até aliviar meu
p esado co ração . D epois de algum
tem po, v o ltei para ca sa, de m ãos
v a z ia s co m o a h a v ia d e ix a d o e
brinquei com meus filhos, cheio de
gratidão e alegria . . . por tê-los em
minha vida.”
Outra experiência que ilustra seu
am or pela fam ília ocorreu quando
faleceu sua primeira filhinha, Mercy
• J U N H O DE 1 9 9 3
29
Josephine, a quem ele carinhosamente
c h a m a v a de “ D o d o ” . A p eq u en a
Dodo faleceu aos três anos de idade.
Depois de ter velado a filhinha noite
após noite, segurando-a, encorajando-
a, E lder S m ith afligiu -se ao vê-la
passar uma noite inteira sem dormir.
N a manhã seguinte, ela disse: “Eu vou
dormir esta noite, papa”. Suas palavras
“atravessaram-me o coração”. Pouco
depois, ela faleceu.
Ele expressou seu sofrimento em
uma carta: “Quase não ouso confiar
em mim m esm o para escrever, pois
a in d a a g o ra m eu c o ra ç ã o sofre e
minha mente está um caos. Se eu vier
a murmurar, que o Senhor me perdoe,
minha alma foi e está sendo provada
por enorme aflição, meu coração está
ferido e quase partido em pedaços.
Estou desconsolado, meu lar parece
desolado e quase sombrio . . . minha
doce Dodo foi-se! Q uase não posso
acreditar e meu co ração pergunta:
Será verdade.? Procuro em vão, escuto,
nenhum som. Vagueio pelos quartos,
to d o s e stã o v a z io s, s o litá r io s,
desolados, desertos. Corro os olhos
pela calçada do jardim, procuro em
volta da casa, olho aqui e ali tentando
achar um vestígio daquela cabecinha
loira como o sol, daquela face rosada,
mas não, ai de mim, não existe mais o
som suave de seus passin h os. N ão
ex istem m ais aq u e le s so rrid e n te s
olhos negros brilhando de amor pelo
pai; não há mais aquela doce vozinha
a perguntar-me tudo . . . não existem
mais as mãos suaves envolvendo-me
o pescoço nem os doces lábios rosados
devolvendo com inocência de criança
os meus abraços e beijos am orosos,
mas tão-somente uma cadeira vazia.
S e u s p e q u e n o s b rin q u e d o s e stã o
escondidos, suas roupas guardadas e
ap en as um p en sam en to d eso lad o r
esm aga com peso de chum bo meu
coração: ela não está aqui, ela foi-se!
. . . Estou à beira do desvario por
causa de minha dor e só Deus sabe o
quanto eu amava minha filha: ela era
a luz e a alegria do meu coração”.
Q u a r e n ta e se is a n o s d e p o is,
apenas dois anos antes de sua morte,
o Presidente Smith escreveu em seu
diário: “Hoje é o quadragésimo nono
aniversário do nascimento de minha
p rim e ira filh a , M ercy Jo se p h in e .
A L I A H O N A
U m a m enina extrem am ente bela e
inteligente. Ela morreu no dia 6 de
junho de 1870, com quase três anos
de id a d e , d e ix a n d o a p e n a s a
lembrança dos três anos mais doces,
felizes e adoráveis de toda a minha
vida até então. O, com o eu amava
aquele pequeno anjo de amor e luz”.
Para Joseph E Smith, o amor da
fa m ília era a m aio r de to d a s as
alegrias. Pouco depois de haver-se
to rn ad o o p ro feta do Senh or, ele
disse:
“ N ã o p o d e h a v e r fe lic id a d e
genuína longe e fora do lar e todo
e sfo r ç o fe ito p a ra s a n t ific a r e
p r e se r v a r a in flu ê n c ia do lar
enaltece aqueles que trabalham e se
sacrificam pelo seu estabelecimento.
Homens e mulheres freqüentemente
procuram substituir a vida no lar por
o u tr a q u a lq u e r ; fo r ç a n d o - s e a
a c r e d ita r q u e o la r s ig n ific a
restriçõ es; que a m aior das lib er­
d ad es é a p len a o p o rtu n id ad e de
a n d a r de um lu g ar p a ra o u tro ,
segun do os próprios desejo s. N ão
existe felicidade sem serviço e não
e xiste serv iço m aior do que o de
converter o lar em uma instituição
divina e promover e preservar a vida
familiar.
A q u e le s que fo g e m das
responsabilidades do lar privam -se
de um importante elemento do bem-
estar social. Eles podem entregar-se
a prazeres sociais, mas estes serão
s u p e r fic ia is e r e s u lta r ã o em
d e s a p o n ta m e n to m ais ta rd e n a
vida.”
• J U N H O DE 1 9 9 3
30
UM MISSIONÁRIO
POR TODA A VIDA
Além das grandes contribuições no
lar, em favor da própria família, Joseph
F. Smith passou a maior parte da vida
com o m issionário ou como líder da
Igreja. D epois da m issão nas ilhas
havaianas, aos quinze anos de idade,
cu m p riu m issã o de três an os na
Inglaterra, tendo sido depois ordenado
apóstolo e conselheiro na Primeira
Presidência, com vinte e sete anos de
idade. C om o apóstolo, presidiu as
missões da Europa e da Inglaterra. Aos
quarenta e um anos, novam ente se
tornou m em bro da Prim eira Presi­
dência da Igreja e serviu na Primeira
Presidência por quase quarenta anos
— m e tad e de su a v id a — ten d o
falecido aos oitenta anos de idade.
Tendo servido como conselheiro na
P rim eira P re sid ê n cia d u ra n te a
administração de Brigham Young, ele
também serviu como conselheiro na
P rim eira P re sid ê n cia d u ra n te a
administração de John Taylor, Wilford
Woodruff e Lorenzo Snow. Por fim, em
1901, aos se sse n ta e dois anos de
idade, tomou-se Presidente da Igreja.
Durante a maior parte da vida do
P resid en te S m ith , a Igreja sofreu
g ran d e s a ta q u e s do g o v ern o dos
Estados Unidos, devido à prática do
casamento plural. O Presidente Smith
to rn o u -se um dos m ais h áb eis
defensores dessa prática da Igreja. Por
algum tem po, ele e ou tro s líderes
e x ila ra m -se v o lu n ta ria m e n te —
afligia-se grandemente por não poder
Ao m editar nas escrituras, o
Presidente Smith teve uma visão do
Salvador no mundo espiritual,
organizando os santos e profetas
justos como m issionários dos
espíritos em prisão.
estar com sua grande família e cuidar
dela. Então, em 1888 e 1889, viajou
para Washington, D.C., para tentar
negociar com o governo dos Estados
U nidos um abran dam en to das leis
re p re ssiv a s c o n tra os sa n to s dos
últimos dias.
D epois de o Presidente W ilford
W oodruff ter recebido a revelação
conhecida com o M anifesto, pondo
A L I A H O N A
fim à prática do casamento plural, em
1890 (veja D & C Declaração Oficial
— 1), o Presidente Smith continuou
a trab alh ar in can sav elm en te para
aliviar as tensões existentes entre a
Igreja e o governo e para aumentar o
re sp e ito p ú b lico p e la Ig re ja . O
Presidente Sm ith presidiu a Igreja
numa época de grande prosperidade
e c re sc im e n to . C o m o p ro fe ta,
fortaleceu o papel dos quoruns do
sacerdócio e deu ênfase à importância
do lar.
PROFESSOR DA VERDADE
U m a das m aiores con tribuições
do P re sid en te Jo se p h E S m ith à
• J U N H O DE 1 9 9 3
31
Igreja foi a m an eira fra n ca com o
e n sin a v a o e v a n g e lh o . A o servir
como profeta, ele e seus conselheiros
na Primeira Presidência publicaram
declarações esclarecendo a doutrina
da Igreja em assu n tos tais com o a
origem do hom em e a natureza de
D e u s, o Pai, e Je su s C r isto . E les
tam bém alertaram contra os talsos
e n s in a m e n to s . A p ó s su a m o rte ,
a lg u m as de su as m en sag e n s m ais
importantes foram publicadas em um
liv ro in titu la d o D o u trin a do
Evangelho.
S u a “ V isã o d a R e d e n ç ã o dos
M ortos” foi aceita como escritura e
agora encontra-se na seção 138 de
Doutrina e Convênios. N o dia 3 de
o u tu b r o d e 1 9 1 8 , a p e n a s se is Destaques da vida de Joseph F. Smith
s e m a n a s a n te s de su a m o rte , o
Presidente Smith teve uma visão do
( 1838- 1918)
m inistério do S alv a d o r no m undo
Data Idade Evento
espiritual durante o curto período de
1838 - 13 de novembro: N asce em Far West, Missouri.
te m p o e n tre a C r u c if ic a ç ã o e a
1844 5 Flyrum Smith, seu pai, é morto.
Ressurreição. (Vide 1 Pedro 3:18-20;
1846-48 7-9 Conduz uma junta de bois através das planícies, até o
4 :6 .) O P re sid e n te S m ith t e s t e ­
Vale do Lago Salgado.
m unhou o S alv a d o r m in istrar aos
1852 13 Morre sua mãe; ele fica órfão.
santos e profetas justos que haviam
1854-57 15-18. Cumpre missão no Havaí.
m orrid o ; viu tam bém o S a lv a d o r
1859 20 Casa-se com Levira A. Smith; cham ado como sumo
organizar a obra missionária para os
conselheiro.
espíritos dos iníquos e dos que não se
1860-63 22-25 Cumpre missão na Inglaterra.
haviam arrependido.
1865-74 27-36 Serve na Câm ara Legislativa Territorial.
O id o so p r o fe ta r e c e b e u e ssa
1866 27 l ü de julho: é ordenado apóstolo e conselheiro na
m a r a v ilh o s a r e v e la ç ã o q u a n d o
Primeira Presidência, pelo Presidente Brigham Young.
e stav a s e n ta d o em su a s a la ,
1874-75 35-37 Preside as missões da Europa e da Inglaterra.
“ponderando as escrituras;
1880 41 10 de outubro: Torna-se segundo conselheiro do
E meditando no grande sacrifício
Presidente John Taylor na Primeira Presidência.
exp iató rio do Filho de D eus, pela
1884-88 45-49 Parte para exílio voluntário devido à perseguição por
redenção da humanidade.
causa do casam ento plural. Trabalha nos Estados
E o grande e m aravilhoso amor,
Unidos, México, Havaí e Canadá.
que foi m a n ife sta d o p elo Pai e o
1888-89 49-50 Atua como lobista para a Igreja no Congresso, em
F ilh o , n a v in d a do R e d e n to r ao
Washington, D.C.
mundo” (D & C 138:1-3).
1889 50 7 de abril: Torna-se segundo conselheiro do
N a visão, o Presidente Smith viu
Presidente Wilford Woodruff na Primeira Presidência.
que “os santos regozijaram-se na sua
1898 59 13 de setembro: Torna-se segundo conselheiro do
red en ção e dobraram os jo elh os e
Presidente Lorenzo Snow na Primeira Presidência.
reconheceram o filho de Deus como
Mais tarde é apoiado como primeiro conselheiro.
seu Redentor e Libertador da morte e
1901 62 17 de outubro: A poiado como Presidente da Igreja.
das cadeias do inferno” (versículo 23).
1906 67 Viaja pela Europa. É o primeiro Presidente da Igreja a
Desse modo, ele tinha esperança
fazê-lo.
na salvação de todos os que amavam
1918 79 3 de outubro: Recebe a Visão da Redenção dos
o S e n h o r — d e sd e su a p ró p ria e
Mortos.
q u e rid a filh a “ D o d o ” a to d o s os
80 19 de novembro: Falece na Cidade do Lago
filhos de nosso Pai.
Salgado.
E, p e lo te ste m u n h o d o P r e si­
dente Smith, todos nós podemos ter FO NTES
a m esm a e sp e r a n ç a n a n a tu re z a 1. Joseph Fielding Sm ith, Life of Joseph F. Smith, Salt Lake City: D eseret Book
Company, 1969.
eterna de Deus, em seu plano para
2. Francis M. Gibbons, Joseph Sm ith: Patriarch and Preacher, Prophet of God, Salt Lake
nossa felicidade e em sua prom essa
City: D eseret Book Company, 1984-
aos fiéis das bênçãos de uma família 3. Joseph F. Sm ith, Doutrina do Evangelho, Salt Lake City: D eseret Book Company,
eterna. □ 1986.

A L I A H O N A • J U N H O DE 1 9 9 3
32
PARA SUA
INFORMAÇÃO

; H O JE ignorarei o que eu quero e

i pensarei no que posso faser para ajudar
[ outros a serem mais felizes,
i

H O JE vou-me concentrar nas coisas

G eri Christensen de que mais gosto em mim mesmo e
FOTOGRAFIA DE JOHN LUKE
esquecer das que não gosto.

Recorte cada uma

UM MES DE
METAS
das metas nas H O JE trabalharei continuam ente no
páginas 33 e 35 e que quer que esteja fazendo e não
desistirei até que tenha terminado.
coloque-as dentro
*■* *
de um recipiente.
---
Então, retire uma a
cada dia do mês e
.... H O JE otei ecerei incentivo ou
com preensão a alguém que esteja
tente cumpri-la. precisando.
H O JE tarei algo de especial para
alguém, simplesmente para alegrar seu
dia.

H O JE manterei uma sincera prece no

coração durante todo o dia.

H O JE darei o melhor de mim no que

fizer, depois me darei os parabéns

H O JE tarei algo que me é difícil, algo

que tenho estado evitando por muito
tempo.

i------------------------------------------------------ ,
i i
i i
| H O JE tentarei ver a mim e a todos
i conforme o próprio Senhor nos vê, ou i
| seja, com o pessoas de grande valor,
i i
i--------------------------------------------------------------------1
i--------------------------------------------------------------------1
i i
i i
! H O JE tentarei fazer minha família
i ficar feliz por eu fazer parte dela, sendo i
] agradável a eles todos,
i i
i------------------------------------------------------ 1

A L I A H O N A • J U N H O DE 1 9 9 3
33

JOVENS DE TENERIFE
B em p e rto da c o s ta n o rte da
Á fr ic a , h á um a ilh a ch am ada
Tenerife, onde os jo ven s S U D são
fortes e unidos e a obra missionária
vai indo muito bem.
Tenerife é uma das ilhas Canárias,
q u e p e rte n c e m à E sp a n h a . O s
h a b it a n t e s têm a p a r ê n c ia de
espan h óis e falam espan hol. Lá, a
Igreja tem som ente doze anos, mas
existem m uitas fam ílias com pletas
n as a la s e ram o s. E n tr e ta n to , os
jovens é que constituem a principal
fonte de força. Eles trabalham com
os missionários e trazem vários novos
amigos à Igreja.
A L I A H O N A
“N ós temos algo de grandioso que
os outros não têm, e sentimos que é
im p o rta n te c o m p a r tilh á - lo ” , diz
O scar Herrera Rivero, 17.
Eles tam bém aju d am os outros
m em b ro s em su a s a tiv id a d e s.
R e c e n te m e n te , p a ssa ra m o dia
a ju d a n d o a le v ar as c ria n ç a s da
Prim ária ao p arq u e.‘A noite, re a ­
lizaram um show de talen tos para
toda a estaca. Isso não só ajudou os
m em bros a se sentirem próxim os,
mas também muitos pesquisadores e
membros menos ativos foram capazes
de ver o quanto podem-se divertir na
Igreja dos santos dos últimos dias.
• J U N H O DE 1 9 9 3
34
--------------------------
MARATONA
MÓRMON
Podem imaginar uma reunião de
25 horas de duração que tenha sido
realmente uma boa experiência? Os
ra p az e s e as m o ças da A la 3 de
Madison, Estaca Wisconsin Madison,
podem. Eles reuniram-se num feriado
prolongado — sexta e sábado inteiros
— para ler o Livro de Mórmon capa a
capa.
O s jovens se encontraram na casa
de um líder e leram das 9 da manhã
às n ov e da n o ite , p a ra n d o só o
tem p o su fic ie n te p ara p ro fe rir a
b ê n ç ã o do a lim e n to . D e p o is, os
rapazes acamparam do lado de fora e
as m oças passaram a noite na casa
 H O JE realmente prestarei atenção
H O JE não criticarei quem c diferente
i àquela voz mansa e delicada e H O JE escreverei uma carta a meus
de mim. A o invés disso, tentarei
] obedecerei às sugestões espirituais que pais e dir-Ihes-ei o quanto os aprecio.
apreciá-lo(a).

; H O JE aprenderei algo mais sobre

i meus antepassados.
i i
i___________________________________________________ i
i--------------------------------------------------------------------1
i i
i i
; H O JE não farei aquilo que sei que não j J H O JE participarei de algum a atividade , ! H O JE farei um professor saber o
i deveria. i i de valor, que beneficie outros. j quanto me tem ajudado.
i i
i i
i________________________________________________ __ _____________________ j

i-------------------------------------------------------------------- 1
i i
j H O JE não terei inveja do que os
H O JE serei absolutam ente honesto em H O JE contarei minhas bênçãos e farei
[ outros possuem nem do que
tudo o que disser e tizer. uma lista delas.
i conseguem fazer. i
i i
i___________________________________________________ i
i-------------------------------------------------------------------- 1
i i
i i
; H O JE manterei meus pensam entos H O JE vou parar de tentar ser quem H O JE expressarei amor e gratidão a
i puros e positivos o dia todo. não sou e vou gostar de quem sou. alguém.
i i
l - W S m m ___ # W & í M i _______ a w f t f s __________________i

de um vizinho. N a manhã seguinte, d e sp e ç o - m e de to d o s . Cedo me convosco no agradável tribunal

novam ente se reuniram para um a descansarei no paraíso de Deus, até do g ra n d e Je o v á , o Ju iz E tern o ,
jornada semelhante. que meu espírito e corpo se reúnam ta n to de v iv o s co m o de m orto s.
N ã o h o u v e “ v iv a s ” q u a n d o o de n o v o e eu s e ja c a r r e g a d o Am ém ”.
ú ltim o v e rso foi lid o : “ E a g o ra , triunfante pelo ar, para encontrar-

AMIGOS
EM NOTÍCIA
Em “ Para S u a I n fo rm a ç ã o ” ,
publicaremos curtos artigos sobre seu
g ra n d e p r o je to de se rv iç o , c o n ­
fe rên cia s de jo v e n s e a tiv id a d e s.
Também imprimiremos citações,
id é ia s e te ste m u n h o s cu rto s
sobre assuntos específicos.
G o sta ría m o s da sua c o la ­
b o ra ção . M an d e -n o s q u alq u er
c o isa que ach e que a ju d aria ,
inspiraria ou divertiria os jovens
santos dos últimos dias do mundo.
Se possível, por favor, mande fotos.
Anote nome, idade, cidade, país, ala
ou ramo e estaca ou distrito. Mande
c o la b o r a ç õ e s p a ra: “ For Your
Inform ation” , International M aga­
zin es, 2 5 th floor, 50 E a st N orth
Temple, Salt Lake City, Utah 84150,
U.S.A. Obrigado! □
 M AR, TER R A E

dTnam arca
Os membros da Igreja na Dinamarca são mais fortes devido às escolhas que
precisam fazer em uma terra de prosperidade e permissividade.
G iles H. Florence, Jr.

P
ara entrar na centenária casa de fazenda onde PRESERVAÇÃO DA BELEZA
P alie e E sth e r B lo n d (p r o n u n c ia -se B lum )
moram, provavelmente teríamos que abaixar a Mesmo antes de decidirem aceitar o evangelho, Palie
cabeça para passar pela porta baixa. Eles restauraram
e essa
E sth e r h a v ia m d e c id id o v a lo riz a r su a h e ra n ç a
casa de telhado de palha, que estava quase em ruínas,dinam arquesa. Eles estão em penhados no trabalho de
localizada nos arredores de Frederícia e a mobiliaramp rese
comrv a r e a p re ciar sua arte , a rte sa n a to e belezas
antigüidades. Suas paredes e prateleiras de madeira escura naturais e também o evangelho, que, em sua opinião,
estão cobertas de obras de arte originais — incluindo um engrandece tal herança.
esboço a óleo de Carl Bloch, que retrata Cristo pregando N as palavras de Esther, Palie é um dos dois últimos
o Sermão da M ontanha, parte de uma série de obras de a rtesão s restan tes em toda a península principal da
arte do pin tor a resp eito da vid a do M estre, que se D in am arca, Jyllan d, que ainda fazem o fino entalhe
en con tram em exp o sição perm an en te no C a ste lo de manual encontrado nas colunas, cornijas e molduras de
Frederiksborg, em Hilleroed, próximo a Copenhagen. parede da arquitetura antiga.
N ão som ente na casa de Palie e Esther, mas também Além de artista e empreiteiro aposentado, Palie cria
no estilo de vida que escolheram , sua noção do que é aves raras. Em grandes cercados atrás da casa, ao lado de
v irtu o so , am áv el e lo u v áv el é ap are n te . Em to d a a sua oficina, encontram os aves de cores brilhantes em
D in am arca, os san tos dos últim os dias estão fazendo seus poleiros ou agarradas às grades de suas gaiolas, a
e sc o lh as c o n sc ie n te s — e s c o lh a s q u e re fle te m os cantar. O s periquitos reais de asas verdes e seus primos
princípios do evangelho restaurado. coloridos ainda não desapareceram por causa de pessoas
como Palie.
O s amigos sorriem e dizem que Palie e Esther são, eles
p r ó p r io s, “ a v e s r a r a s ” . S e u g o s to p e la n a tu re z a
e n c o n tr o u u m a m a n e ir a m u ito h u m a n itá ria de
Esther e Palie Blond de pé, nos fundos da casa da expressar-se. N os últimos vinte anos, eles têm levado
fazend a que restau raram , nos arred o res de grupos de deficientes físicos, a maioria deles em cadeiras
Frederícia, D inam arca. de rodas, para acampar nos bosques durante o verão.

A L I A H O N A • J U N H O DE 1 9 9 3
37
 Acima à esquerda: Esboço original de Carl Bloch p ara a pintura de Cristo preg ando o Serm ão
da M ontanha, que se encontra em exposição perm anente no Castelo Frederiksborg em Hilleroed,
perto de Copenhagen. Centro: K aren e Oven Christensen, de Ribe, com os filhos (começando da
esquerda) Rune, Bjorn, Cam illa e C an n a. À direita: Moinhos de vento, antigos e m odernos, são uma
característica da paisagem d inam arq u esa. Na outra pág in a : O presidente da estaca Ârhus, Carsten
Larsen, desfruta um momento junto da filha, M aria, antes da conferência da estaca.

“A s vinte e cinco pessoas que levamos têm idades que
variam de trinta a oitenta anos”, diz Palie. “Ficamos em
uma m aravilhosa casa antiga, bem dentro da floresta.
Passam os então os dias passeando juntos pela floresta,
p a ra n d o p a ra fazer p iq u e n iq u e e ad m irar a b eleza
natural.” Ele e Esther são também membros fundadores
da sociedade nacional de esclerose múltipla e trabalham
como voluntários na junta de saúde.
“Gostam os muito de estudar o evangelho juntos”, diz
Esther. Eles se filiaram à Igreja depois que os missionários
os visitaram em casa, em 1954- “O casam en to eterno
tocou Palie e eu fiquei im pressionada com o plano de
salvação”.
Eles receberam as palestras por algum tempo em 1956
e Palie sentiu-se espiritualmente tocado ao ler os escritos
de Néfi. Então, certo dia, sem dizer nada a Esther, ele foi
batizado. Em pouco tempo, Esther começou a perceber
algo diferente nele e perguntou: — “ Foi batizado, não
foi?” Depois de mais algumas palestras missionárias, ela
também foi batizada. Desde essa época, ela foi duas vezes
presidente da Sociedade de Socorro e ele presidiu o ramo
e o d is tr ito , além de te r sid o o p rim e iro b isp o de
Frederícia.
Seu batismo ocorreu pouco depois do centenário dos
primeiros batism os na D inam arca, ocorridos em 1850,
a p ó s o E ld e r E r a stu s S n o w ter a b e r to a M issã o
E scan d in av a. H o je a D in am arca tem duas e stac as e
4.100 membros.
O CULTIVO DA TERRA
O u tro m em bro da Igreja, cu ja escolh a con scien te
inclui uma casa em meio à bucólica beleza do interior do
p a ís, é C h r is tia n K u n tz, p r e s id e n te do ram o de
S 0nderborg, que fica em frente do fiorde Flensborg, da
A lem anha. Q uando os missionários bateram à porta da
casa da família Kuntz, a esposa de Christian convidou-os
a voltarem, e apesar de nunca se ter filiado à Igreja, “ela
me apóia muito e sempre o fez”, diz ele.
Sua casa de pedra, entre jardins e animais, é espaçosa.
Dentro das espessas paredes da casa da família Kuntz, o
ramo se reunia em ocasiões especiais, durante o período
de crescimento dos filhos, Soren e Susanne. Soren é hoje
m issio n á rio em S e a tt le , W ash in g to n , e S u sa n n e é
e stu d a n te . Para S u sa n n e , “ ter reu n iõ es do ram o na
biblioteca de casa era algo muito natural para mim”.
U m a escolha consciente também levou Ove e Karen
Christensen à sua fazenda nos arredores de Ribe, a trinta
e dois quilômetros de Esbjerg, o maior porto ocidental da
Dinamarca.
Desde 1984, os Christensens cultivam cevada, trigo,
ervilhas e framboesas em seus trinta e três hectares de

A L I A H O N A • J U N H O DE 1 9 9 3
38
 Acim a à esquerda: Presidente Richardt A ndersen, da estaca Copenhagen,
em frente à sede da estaca. Centro: O coro d as crianças canta na conferência da estaca
Ârhus. À direita: Barcos e b alsas m elhoram e facilitam a viagem entre a s cidades e vilas
da D inam arca, e sp a lh a d a s por q uase 500 ilhas.

terra. E les criam p orcos e v a c a s p ara a lim e n ta ç ã o ;
cavalos, por esporte. Em alguns aspectos, os Christensens
são dinamarqueses típicos: aproximadamente setenta por
c e n to d a s te r r a s d in a m a r q u e s a s s ã o d e s t in a d a s à
agricultura, predominando as pequenas fazendas como a
deles. “Queríamos que nossa família usufruísse a vida na
fazenda”, diz Ove. “Temos experimentado muitas coisas
boas ao cu ltiv arm o s a terra e ap ren d erm o s a lei da
colheita”.
O s traços físicos e a pele clara dos Christensens são
a c e n tu a d a m e n te n ó rd ic o s, a ssim co m o su a c á lid a
hospitalidade. Diante dela, na mesa, está uma bandeja
polida com pedaços de bolo cuidadosam ente cortados,
pãezinhos, queijos e uma jarra de vidro com suco feito
em casa.
O s dinamarqueses são um povo sociável no qual parece
n ão h av er re stad o um tra ço seq u e r de seu s ferozes
antepassados vikings, que aterrorizaram o norte da Europa
há mil anos. Para os dinam arqueses, receber visitas é
sinônimo de lanche ou até mesmo de uma refeição. Os
m issio n á rio s que serv em na M issã o D in a m a rc a
Copenhagen gostam de dizer, “Aqui na Dinamarca temos
uma refeição por dia. Ela com eça na primeira visita da
manhã e só termina na última visita da noite”.
Ove trabalha na equipe de enfermagem do hospital de
Esbjerg há dezesseis anos e Karen trabalha lá há seis. Eles
mantêm seiis horários de serviço em turnos diferentes, de
modo que sempre um dos dois possa ficar com os quatro
filhos, cuja idade varia de dois a doze anos. “Ele é ótimo
com as crianças enqu anto eu estou trabalhan do” , diz
Karen. “Ove é um pai maravilhoso” .
E la a c r e s c e n t a : “A s p e ss o a s do h o s p ita l, que
conheciam Ove antes de ele se unir à Igreja em 1981,
atribuem seu enorme crescimento ao modo de vida que
adotou” . Karen filiara-se à Igreja em 1978, depois de
haver m orado em N ov a York com uma prima por um
ano. Hoje, ela trabalha na presidência da Primária da ala
Esbjerg, e O ve dá aulas ao Sacerdócio Aarônico. Duas
vezes por ano, Karen e Ove vão ao templo de Estocolmo,
na Suécia, o que exige um a longa jornada de carro e
balsa.
CUIDADOS COM O MAR
N ã o é p r e c iso ir tã o lo n ge q u a n to o te m p lo de
Estocolmo para se precisar dos serviços de uma balsa. O
p ró p rio re in o d a D in a m a r c a c o n s t itu i- s e de um
arquipélago de 483 ilhas ao redor de Jylland. Para ir de
carro da estaca Arhus, por exemplo, na costa leste de
Jy lla n d , à e s ta ca C o p e n h a g e n , na c o s t a le ste de
Sjaelland, a maior ilha do arquipélago, é necessário viajar
parte dessa distância a bordo de uma balsa.

A I I A H O N A • J U N H O DE 1 9 9 3
40
 A s balsas com aberturas em formato de m andíbulas
em am bas as extrem idades — para carregar em uma
m argem e d e sc a r r e g a r em o u tr a — sã o p ro v a da
e n g e n h o sid a d e d o s d in a m a r q u e s e s . A s b a lsa s são
pontuais, eficientes e confortáveis. Um a vez a bordo,
pode-se fazer uma refeição, olhar as vitrines das lojas ou
dormir numa cabine, viajando tão tranqüilamente como
se estivesse fazendo o percurso por cima de uma ponte.
O m ar en v olve e p erm eia p ra tic am e n te to dos os
aspectos da vida na Dinamarca. Em qualquer ponto do
país, nunca nos encontramos a mais de setenta e cinco
quilômetros do mar. A s rotas do M ar do N orte para a
Inglaterra e Alem anha são o principal mercado para os
produtos agrícolas. O comércio fez da Dinam arca um dos
países mais ricos do mundo.
A frota mercante é a principal fonte de empregos e ela
teria c o n tra ta d o R ich ard t A n d ersen , p resid en te da
E staca C openhagen, se sua ded icação ao Sen h or não
tivesse mudado seus planos.
“Eu havia servido na M arinha Dinam arquesa e queria
o b te r tr e in a m e n to co m o n a v e g a d o r ” , lem b ra o
presidente Andersen. M as depois de terminar sua missão
na Dinamarca, em 1970, casou-se com Helmi e tiveram
o primeiro de seis filhos. Em vez de Esbjerg e uma vida
no mar, ele foi cham ado como bispo da segunda ala de
Copenhagen e tornou-se policial. Ele tem sido presidente
da estaca nos últimos nove anos.
“O m aio r d e sa fio e n fr e n ta d o p e la Ig re ja na
D inam arca, hoje, consiste em estarm os m orando num
país sem religião” , diz ele, suspirando profundam ente.
“Um ponto positivo que posso identificar no atual estado
em que se encontra todo o país da Dinam arca é que o
m al é tã o o s te n s iv o , q u e é v isto co m o a lg o
evidentem ente errado pelas pessoas com senso moral.
Para nossa juventude, por exemplo, é como o preto no
branco.”
Ele m en cion a as leis perm issivas estab ele cid as na
d é c a d a de se sse n ta , q u a n d o o p aís se to rn o u m ais
p ró sp ero . “ D e um m o m en to p a ra o u tro n o sso p aís
tornou-se rico e desejava m ostrar ao m undo que essa
riqueza nos trouxera compreensão e sofisticara-nos.
Então aprovam os leis que perm itiam a pornografia,
nudez nas p ra ia s, ab o rto v o lu n tá rio , c a sa m e n to de
A L I A H O N A
hom ossexuais. A s barreiras morais foram derrubadas a
toda a nossa volta”.
A pesar de a D inam arca não ser a única a enfrentar
e sse s m ales so c ia is, o p a ís d e sp e rto u c o n sid e rá v e l
in te re sse in te rn a c io n a l por c a u sa d e le s. Pelo lad o
positivo, o presidente Andersen vê que os membros da
Ig re ja , ju n ta m e n te co m o u tra s b o a s p e sso a s da
Dinam arca, têm-se fortalecido mais do que nunca contra
a ten dência à im oralidade. “O casam en to no tem plo
realm en te tem ab en ço ad o n osso p o v o ” , ele declara.
“Contam os agora com muitas pessoas que são bastante
fortes e que fazem o que deve ser feito. Seus filhos estão
cumprindo m issão e suas famílias são sólidas. Estamos
alcançando a força necessária para levar o evangelho ao
povo da Dinam arca”.
UM NÚMERO CRESCENTE DE MISSIONÁRIOS
N o s ú ltim o s três an o s o n úm ero de b atism o s de
conversos na estaca Copenhagen duplicou, passando de
v in te e sete em 1988 p a ra um a c e n te n a em 1990.
“Estam os colhendo os frutos do trabalho dos que nos
precederam e esforçando-nos para completar o edifício
cujos alicerces estabeleceram ”, diz ele. Esse seu esforço
inclui trabalhos extras aos sábados, com os filhos, que
estão juntando dinheiro para a missão; tudo o que ele
ganha trabalhando com eles vai para o fundo.
U m e xe m p lo d e ssa fo rça m issio n á ria é A n n e tte
M ath iasen Jen sen , de vinte e q u atro anos. “A lgo de
especial nos missionários me fez ter o desejo de cumprir
m issão” , diz ela. “Então, quando fui confirmada, fiquei
feliz ao ouvir as palavras ‘o Senhor se agrada com teu
desejo de cumprir m issão’”.
De 1988 a 1990, A nnette cumpriu missão de tempo
integral na Dinamarca. Ela casou-se recentemente com
O le Je n s e n , da p rim e ira a la de O d e n se e e sp e ra
continuar seus estudos na área de comunicação para os
surdos.
N a ilha de Odense, que é famosa por ser a terra natal
de H ans C h ristian A ndersen, Trine e Steen Kreiberg
tin ham resp ectiv am en te três e dois an os quan do os
missionários bateram à porta de sua casa. Seus pais, Finn
e Inge, foram batizados e a família foi mais tarde selada
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 Acima à esq u erd a : O guitarrista clássico Jan Pedersen, em sua casa em Esbjerg, com a esposa,
M arie-H élèn e, e o filho, A ilan. A direita: No estúdio de g ravaçã o de sua casa em Ballerup, Palie e
Halbôrg Hatting produzem m úsicas, trilhas sonoras e program as usados dentro e fora da Igreja.
Na outra pá g in a : Desde 1966, os D ançarinos Mórmons da estaca Copenhagen têm feito
apresentações internacionais de dan ças folclóricas.

no templo. Hoje, Steen, que cumpriu missão em Oregon,
e Trine já são eles próprios casados no templo. O marido
de Trine cumpriu m issão que serviu em San A ntonio,
T exas, e h oje é ban q u eiro em O d en se. A esp o sa de
Steen, Lone, é neta do patriarca da estaca Ârhus, Verner
Buur.
A segunda geração de membros da Igreja da família
K re ib e rg é um a só lid a e v id ê n c ia da a firm a ç ã o do
p re sid e n te A n d e rse n a re sp e ito d a fo rta le c im e n to
proporcionado pelo casam en to no tem plo. Para Inge
K re ib e rg a m aior p ro v a d isso é su a te r c e ira filh a ,
Caroline.
“N unca teríamos tido Caroline se não nos tivéssemos
u n id o à Ig re ja ” , e x p lic a In ge. C o m o a m aio ria das
m ulheres dinam arquesas, Inge ach ava que já tivera o
número suficiente de filhos. “Eu achava que dois filhos e
um em prego eram o su ficie n te . E n tão , ce rta n oite,
e n q u a n to eu me p r e p a r a v a p a ra d a r um a a u la do
instituto, a respeito do papel da mulher na maternidade,
parei subitamente. Sabia que não estava vivendo aquilo
que era ensinado na aula.”
Ela lem bra-se de ter acred itad o que o que a aula
ensinava era verdade. Sabia que precisava estudar e orar
a respeito da maternidade e seu estudo tornou-se intenso
e pessoal. Por fim, decidiu que, para ela, ter outro filho
era o ce rto — um a e sc o lh a m u ito sig n ific a tiv a na
Dinamarca. Agora, Finn, Inge e Caroline, de onze anos,
moram em Odense, em uma sólida casa com janelas de
arm ação de chumbo, adaptação de uma antiga estação
ferroviária aban donada, na qual Finn havia brincado
quando menino.
RECEBER PODER NO TEMPLO
A perspectiva da eternidade e os convênios do templo
tam bém fo rtaleceram o casam e n to de K nud e Bodil
Christensen. Knud é gerente de uma loja de m aterial
eletrônico e eletrodomésticos, e Bodil é professora. Eles
passaram por muitas provações, devido a problemas de
saúde, lembra Bodil, que hoje é presidente da Sociedade
de Socorro do Ram o de Herning.
“ H o u ve m u itos o b stá c u lo s a vencer, m as sem pre
pudem os contar com o apoio um do outro”, diz Bodil.
Estas palavras suaves referem-se às dificuldades por ela
enfrentadas ao dar à luz, à luta de Knud contra o câncer
e à subseqüente quimioterapia, radioterapia e período de
c o n v a le s c e n ç a , a m e n in g ite de su a filh a p e q u e n a
Katharine, e à fé e à gratidão que todas essas provações
fizeram crescer no lar da família Christensen.
“ Ir ao tem plo p ara nos fo rta le ce rm o s tem sido a
e ssên c ia esp iritu al de n osso c a sa m e n to ” , acresce n ta
Knud. Ele é um homem de força tranqüila, enquanto a

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 A esq u erd a : Henny Klitgaard em sua casa em A alborg, onde ela e o m arido,
Preben, dão a u la s de dança. Centro: Knud e Bodil Christensen, do ram o Herning,
com sua caçula. A direita: O ator sh ak e sp e a rea n o Eddie K arnil e a esposa.
Ida, na sua casa em O dense.

esposa é mais extrovertida; mas estão sempre juntos nas
provações.
A ssim com o a D inam arca é quase toda cercada de
água, com imagens contrastantes de purificação das águas
e de poluição, os próprios dinamarqueses encontram-se
cercados por um mar de tentações. A prosperidade trouxe
d isp o n ib ilid a d e de tem p o e re cu rso s, além de um a
oportunidade de escolhas nunca vista até então.'
B a n c a s de jo r n a is , c lu b e s n o tu r n o s , c in e m a s e
televisão mostram a imoralidade de modo tão explícito,
que as pessoas sensíveis precisam ter cuidado constante.
Se o m esm o tip o de e n g e n h o sid a d e e d e c isã o que
conquistaram os mares pudesse ser usado contra o mar
de imoralidade que carrega m uitos dinam arqueses, sua
prosperidade e progresso seriam uma bênção educativa.
A D in am a rca há m u ito é r e sp e ita d a p ela beleza
simples e funcional de sua arquitetura, seus móveis e sua
arte. A s pessoas que se deixaram arrastar pela terrível
te m p e s ta d e da p o r n o g r a fia e d a p e rm issiv id a d e
d e n e g rira m e ssa h e r a n ç a , c a u s a n d o um d istú rb io
desnecessário àquelas águas tranqüilas.
DESEJAR O QUE É CORRETO
O direito de escolh a pode ser algo solitário, com o
jette (pronuncia-se lette) Schmitz, de Aalborg, descobriu
ao filiar-se à Igreja. Jette fala com franqueza a respeito de
um casam e n to de nove an os, que n ão resistiu à sua
conversão. “Sou hoje mais forte do que jam ais poderia
ter sido sem a Igreja”, diz Jette. “Ela trouxe um rumo
claro para minha vida. Sou tão grata pelo que tem feito
por mim, que sempre a menciono quando converso com
as pessoas”.
N um país onde menos de três por cento das pessoas
freqüentam uma igreja, cabe dizer que Jette não é uma
d in a m a r q u e s a típ ic a . C o n sid e r a n d o q u e os
dinamarqueses são de modo geral muito reservados, ela é
incom um ente extrovertida. A daptou -se de m odo tão
natural ao cham ado de diretora de assuntos públicos da
ala, que não hesitou em ligar para a emissora de televisão
local, a fim de anunciar que a juventude da estaca Arhus
estava apresentando uma peça.
“A chei extraordinário que, enquanto a m aioria dos
jovens dinam arqueses passam o tem po todo sem fazer
nada, esses adolescen tes tivessem decidido em pregar
todo o seu tempo para ensaiarem e apresentarem uma
peça; parecia algo que valia a pena ser anunciado.” A
emissora de televisão parece ter pensado o mesmo. Seu
telefon em a resultou em um segm en to television ado,
inform ando os telespectadores a respeito da Igreja na
Dinamarca.
Je t t e é um d o s m u ito s m em b ro s d a Ig re ja na

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D in am arca que gosta de d an çar q u ad rilh a. N ão é a
primeira coisa que nos vem à mente quando pensamos
na Dinam arca, mas, já desde 1952, os dinam arqueses
vêm adotando a quadrilha tradicional americana como
uma variedade da dança folclórica dinamarquesa.
Em 1982, Preben K litgaard, m em bro da Igreja de
Aalborg, escreveu um livro a respeito de quadrilha. A
partir daí, o irmão Klitgaard e a esposa, Henny, têm-se
dedicado ao ensino e a apresentações da quadrilha. Para
eles, en ch er o salão de sua c a sa , q u atro n oites por
sem ana, com os sons de p assad as ritm adas, palm as e
gritos, tornou-se um instrumento missionário.
S eu s filh os, S u san n e , E lisab eth e Jim m y tam bém
adoram participar. Isso se tornou o passatempo favorito
da família e, depois, muito mais que isso. “O interesse em
d a n ç a r q u a d r ilh a era tã o g r a n d e ” , e x p lic a a irm ã
Klitgaard, “que Preben e eu passamos a dar aulas numa
e sc o la n o tu rn a . Q u a n d o a m u ltid ã o u ltra p a sso u a
capacidade do salão alugado, construímos uma nova ala
em nossa casa para atender a esse crescim ento”.
Freqüentemente, após uma aula de quadrilha, conta
ela, as p e sso as ficam p ara co n v e rsar e pergu n tam a
respeito do estilo de vida dos Klitgaards. “Para nós, isso é
um con vite aberto p ara que prestem os testem u n h o ,
porque é o evangelho que nos deu um propósito na vida.
A dança abriu o coração de muitas pessoas ao evangelho”.
N ão são apen as os adultos que gostam de dan çar
quadrilha dinamarquesa. A estaca Copenhagen orgulha-
se do seu g ru p o de jo v e n s, d e n o m in a d o M o rm o n
D anserne (D ançarinos M órm ons), que conserva uma
tradição de vinte e cinco anos em danças folclóricas e
que teve in ício em um a c o n fe rê n c ia de jo v e n s em
Estocolm o, Suécia, em 1966. Vestidos inteiram ente a
caráter, com an águas de estilo am erican o e vestidos
xadrez de algodão, d an do largas p assad as e baten do
palmas, esses entusiastas dão sua contribuição à dança
fo lcló rica tra d ic io n a l. S o b a e x p e rie n te d ire ç ã o de
M arion A is, da ala IV de C o p en h age n , eles têm -se
apresentado em palcos, festivais e na televisão, do Jardim
Tivoli, em Copenhagen, até na Alem anha e Suécia.
A medida que a Igreja cresce na Dinam arca, mais e
mais m em bros se destacam aos olhos do público. A s
fotografias das Ilhas Faeroe, tiradas por Palie H attig,
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foram p u b licadas pelo serviço postal em um volum e
comem orativo. Jan Birk, da A la I de O dense, tem um
programa de rádio que trata de questões de família. Ele e
a esposa, Carol, têm dez filhos e tornaram-se famosos na
m ídia dinam arquesa com o advogados de questões de
fa m ília . “ O s v a lo re s do e v a n g e lh o e n sin a ra m -n o s
verdades que com partilham os livrem ente para ajudar
outras famílias”, diz o irmão Birk.
E ddie K arn il, de O d e n se , é p ro v av elm en te m ais
c o n h e c id o n a D in a m a r c a co m o R ic a r d o III. S eu
desem penho em peças de Shakespeare foi elogiado e
c o n sid e ra d o um dos m elh ores da D in am arca; e sua
re p re se n ta ç ã o do p e rso n ag em S c ro o g e , de C h arle s
D ick e n s, tem sid o um c lá ssic o a n u a l no T eatro de
Odense. Ele e a esposa têm sete filhos.
O u tro m em bro da Igreja cu jas ap resen tações têm
conquistado a atenção do público é o guitarrista clássico
Ja n P e d erse n , de E sb jerg , que cu m p riu m issão em
Londres. Sua esposa, M arie-Hélène, foi missionária em
B ru xelas. Tendo estu d ad o duran te sete anos em um
conservatório musical, Jan faz apresentações freqüentes,
dirige um a esco la de m úsica e dá aulas particulares.
Todos esses m em bros dinam arqueses são m issionários
óbvios na Dinamarca.
“Esta é uma terra especial”, diz o presidente Richardt
A n d e r s e n . “ N a D in a m a r c a h á m u ita s c o is a s que
merecem ser preservadas e há muita coisa boa a ser feita.
O s san tos dos últim os dias dinam arqueses aparecem ,
cada vez mais, como uma grande força em prol do bem .”
O s m em bros dinam arqueses procuram dem onstrar
claram ente seu respeito pelo que de melhor existe na
Dinam arca: sua beleza natural e simples, o poder de vida
encontrado em seu solo, a renovação e a regeneração de
suas águas e sua rica herança cultural e artística.
C o m o re p re se n ta d o n as fin as fig u ras da fam o sa
porcelana real de Copenhagen — a ordenhadora com
avental e xale, a mãe lendo para uma criança sentada no
colo, ou as m eninas de touca e roupa de banho que lhes
chega aos tornozelos — a pureza e a sim plicidade são
virtudes eternas. Essas inocentes imagens refletem-se nas
escolhas conscientes feitas pelos santos dos últimos dias
dinam arqueses, que estão vivendo e compartilhando o
evangelho diariamente. □
DE 1 9 9 3
 oA joelhei-me ao lado de meu
filho de três anos de idade
e ouvi sua oração antes de
se deitar: “Sou grato por minha
prazeres,
mãe como poderia ser grata por
Canto da e meu pai, pela neve e pelas nuvens.
Sou grato por Papai N oel (Pai Natal,
em Portugal). Sou grato pelas pizzas
Gratidão e p or m eu irm ã o m ais v e lh o .
O brigado pelo alim ento. O brigado
por tudo”.
A guardei enquanto ele hesitava.
Lisa Ray Turner
Com um inventário tão grande de
bênçãos, presumi que estava indeciso
entre continuar a lista ou pular para
a cam a quente e convidativa. Após
uma longa pausa, acrescentou: “Oh,
e por favor abençoe nosso gato velho
e bobo”. Terminou, então, a oração
com um enfático amém.
Tentei lembrar-me da última vez
que agradecera ao Senhor por coisas
como essas. Certam ente minha vida
era c h e ia de p e q u e n a s b ê n ç ã o s .
A ssim com o meu filho, eu ach ava
q u e p izzas e ram d e lic io s a s , m as
n u n c a as in c lu íra em m in h a s
o r a ç õ e s . A p r e c ia v a a n ev e e as
nuvens, também, mas tam pouco as
mencionava.
Q uantas coisas ele reunira em sua
oração! Quisera que minhas orações
fo sse m tã o a u t ê n t ic a s , q u e m eu
c o r a ç ã o e s t iv e s s e c h e io d e ssa
gratidão pelas coisas simples do dia-
a-dia!
G ostava de pensar que as omitia
por serem insignificantes demais para
co n star dos im p ortan tes a g ra d e ci­
mentos e apelos de um adulto. Sabia,
p o rém , que na re a lid a d e nem as
notava mais. Vivia tão ocupada com
listas do que precisava fazer e com
m inhas responsabilidades, que não
prestava atenção às pequeninas flores
roxas que pontilhavam o quintal, à
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c o m p le x id a d e d a s fo lh a s, ou ao
cheiro da terra molhada pela chuva.
S e nem e sta v a co n scien te d esses
eles?
Meus filhos, ao contrário, obser­
vavam todos os detalhes de sua vida.
N a d a lh e s e s c a p a v a a o s o lh o s
o b serv ad o res e c o raç õ e s co m p re­
en siv os. M eu filho de cin co anos
corria pelo simples prazer de sentir o
corpo sau dável m ovim entar-se —
não para queimar calorias ou atingir
o batim ento cardíaco desejado. Meu
filho de três anos dançava efusiva­
m ente sem pre que ouvia m úsica e
am assava lam a com os pés apenas
para sentir o lodo morno escorrendo
por entre os dedos. O bebê era um
p e rfe ito e x e m p lo de a le g ria . Ele
e x p e r im e n ta v a b o lh a s de sa b ã o ,
lam bu zava o cab elo com su co de
m açã e perseguia besouros negros,
brilhantes — liberto das noções de
lim p eza, ou da re p u g n â n c ia dos
adu ltos em relação a criatu ras de
seis patas.
Certamente eu já fora como meus
filhos, mas, de algum modo, perdera
sua e sp o n tan e id ad e e d eslu m b ra­
m ento. Em minha vida tão adulta,
tão ocupada, esquecera-me da alegria
das atividades do dia-a-dia. H avia
esquecido a gratidão pelo com um ,
pelo costumeiro, pelo simples.
N a tu ra lm e n te era g ra ta p e la s
“g ran d es b ê n ç ã o s” . A g ra d e cia ao
Senhor constantem ente pela saúde,
pela fam ília e pelo evangelho. Era
impossível ignorar estes dons. Uma
ida ao h o sp ita l ou um a d o e n ç a
tran sitó ria co n stitu íam lem bretes
vigorosos de que a saúde era uma
bênção tangível, não sim plesm ente
algo para ser incluído em orações
 apressadas e resm ungadas. Jantares
em datas festivas, bilhetes carinhosos
escritos por m eus filhos e abraços
a p e rta d o s faziam com que me
lembrasse de agradecer por uma vida
familiar rica e gratificante. Orações
respondidas ou reuniões sacramentais
in sp iradoras im peliam -m e a a g ra ­
decer ao Senhor pelo evangelho.
E ra tam b é m fá cil d e m o n stra r
gratidão durante crises. Concordei
com o co m e n tá rio fe ito por Elie
W iesel (a u to r n o r te -a m e ric a n o
n a sc id o na R o m ê n ia em 1928 e
s o b r e v iv e n te d o s ca m p o s de
co n cen tração da Segu n d a G uerra
M u n d ia l), ao a c e ita r o P rêm io
Nobel da Paz de 1986: — “Ninguém
é m ais cap az de g ra tid ã o do que
aq u ele que em ergiu do reino das
trevas”.
Embora eu não tivesse sofrido as
atro cid ad es do H o lo cau sto, com o
Elie Wiesel, a gratidão vinha rápida
e fe r v o r o sa a p ó s os p e río d o s
som brios de m inha vida. Foi fácil
exprimir gratidão quando, após uma
série de terríveis abortos acidentais,
meu primeiro filho nasceu saudável
e no tempo certo.
E n ch i-m e de g ra tid ã o q u an d o
meu segundo filho se recuperou de
uma doença crítica e devastadora.
M eu coração cantou com gratidão
q u a n d o m in h a te rc e ira grav id ez
resultou, apesar de complicações, no
n a sc im e n to de um m e n in in h o
robusto.
O que acon tece, porém , com a
gratidão no dia-a-dia? Isso também
n ão faz p a rte do e v an ge lh o ?
Naturalmente, uma vida concentrada
no evangelho inclui crenças, adora­
ção, dever e amor. Gratidão, porém,
tem que fazer parte dessa vida.

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 A o p en sar na gratid ão infantil,
lem b ro -m e da re c o m e n d a ç ã o de
C r isto de nos to rn arm o s co m o
criancinhas. Talvez para me tornar
com o uma criança deva aprofundar
minha capacidade de sentir gratidão e
de agradecer. Minha consciência das
ocupações adultas havia agredido meu
se n so de g ra tid ã o p or um tem p o
dem asiadam ente longo. N ão queria
mais ficar tão ocupada que deixasse de
notar minhas bênçãos — grandes ou
p e q u e n a s — e as p e sso a s que
enriqueciam minha vida. Então tomei
a d ecisão con scien te de praticar a
g ra tid ã o da m esm a form a que
estudava piano quan do crian ça —
diária e co n scien cio sam e n te , com
persistência.
Coisas m aravilhosas aconteceram
— n ão no sen tid o terren o ou em
n ív e l g r a n d io s o , ó b v io , m as em
coisas pequenas, corriqueiras. Vi o
mundo com novos olhos.
C o m ece i a n o tar o p ô r-d o -so l.
Estivera sempre lá? Passei a arrastar
minha família para fora, a fim de que
vissem os extraordinários matizes do
roxo e do rosa no céu. C om ecei a
observar a beleza do rosto de meu
bebê — mesmo quando estava cheio
de purê de ervilhas e de molho seco
de fra n g o . O b se rv e i m eu m arid o
aconchegar ternamente nossos filhos
em suas camas à noite e lembrei-me
de q u a n to o a m a v a . C o m e c e i a
brincar na areia com as crianças e a
apreciar a textura da areia branca,
granulada. Com ecei a sentir gratidão,
mesmo sem um “reino das trevas”.
Sempre achara que gratidão era um
sentim ento com o am or ou ódio —
algo que nos vinha n atu ralm en te.
Gratidão, porém, é mais uma virtude,
com o esperan ça ou fé — algo que
A L I A H O N A
talvez não nos venha naturalmente,
m as que pode ser a p re n d id o (ou
reaprendido), ao nos tornarmos como
criancinhas. Ela pode ser praticada e,
como um trecho difícil de um estudo
de Chopin, torna-se mais fácil com a
prática.
M esm o q u an d o ap ren d id a com
p e rfe içã o , a g ra tid ã o n ão reso lve
to d o s os p r o b le m a s. N ã o é um a
a tit u d e fin g id a de ig n o ra r
im p erfeições e as m ágoas da vida
nem um a atitude egoísta, de auto-
e x a lta ç ã o . N ã o a p ag a o p esar e o
sofrim en to, m as pode torn ar m ais
fácil su p o rtá-lo s. Pode n u trir-n os
espiritualmente e aparar as arestas de
nossa vida atribulada.
Por serm os tã o o c u p a d o s, com
t a n ta s a tiv id a d e s e o b r ig a ç õ e s
d is p u ta n d o - n o s a a te n ç ã o , n em
sempre é fácil agradecer ou, como o
hino sugere, contar nossas bênçãos.
C o n ta r b ê n ç ã o s n ão é alg o
particularmente popular hoje em dia.
O mundo leva-nos a concentrarmo-
n o s n a q u ilo q u e não te m o s —
dinheiro para um carro novo, para
fé ria s e x tr a v a g a n te s e p a ra ben s
materiais ilimitados.
A p e s a r do e n fo q u e do m un do
n e ssa a titu d e a u to -in d u lg e n te , o
evangelho ensina-nos que a gratidão é
fundamental. O Salvador demonstrou
sua importância em Lucas 17:11-19.
Jesus curou dez leprosos e, dos dez,
apenas um voltou para agradecer. O
homem glorificou a Deus e prostrou-
se aos pés de Cristo para agradecer-
lhe. Jesus lhe perguntou: “N ão foram
dez os limpos? E onde estão os nove?”
(Versículo 17).
F aço a m esm a p e rg u n ta com
freqüência. O nde estavam aqueles
n ove h om en s c u ja vid a foi
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co m p le ta m e n te tra n sfo rm a d a —
párias que novam ente se tornaram
parte da sociedade, com o pessoas
saudáveis e perfeitas? Como puderam
nem sequer dizer um simples “obri­
gado”, após haverem sido curados de
um m al tã o re p u g n a n te ? N ão
compreenderam eles a magnitude do
milagre? Os pais deles esqueceram-se
de ensiná-los a agradecer?
as N ã o creio n isso. A p esa r de as
escrituras não mencionarem, acho que
eram a to rm e n tad o s pelas m esm as
dificuldades que enfrentamos hoje, dois
mil anos mais tarde. Talvez a vida deles
fosse repleta de detalhes e trivialidades.
Talvez estivessem tão envolvidos com a
própria v id a, que sim plesm en te
h ou vessem se e sq u ecid o . Talvez
estivessem impacientes para voltar para
as fam ílias e p ara a co m u n id ad e,
querendo esquecer sua vida anterior. O
relato de Lucas não diz. Sabem os,
porém, que apenas um retomou.
E sse fo i v e r d a d e ir a m e n te
abençoado, e não apenas porque se
recuperou de seu mal cruel. Ele foi
especialm en te aben çoado por não
ter perdido o espírito de gratidão.
Muitas criancinhas são como aquele
leproso. Elas sentem gratidão.
A pós ouvir meu filho agradecer
pelas pizzas, bem como pelos pais e
irm ãos mais velhos, com ecei a ser
mais como o leproso curado — mais
com o m eus três filhos. C om ecei a
se n tir-m e g r a ta p or c o b e rto re s
quentes, nuvens de algodão brancas
e fofas e tulipas bran cas. Passei a
agradecer por três meninos espertos
e tra v e sso s, por um in v ern o sem
in fe c ç õ e s de o u v id o e p o r um
marido amoroso.
C o m e c e i a e n to a r o c a n to da
gratidão. □
1 9 9 3
fflm

Proselitism o entre os Indios, d e W in fre d R. G e is le r

Em 1885, missionários visitaram os índios Shoshone de Wind River (Wyoming) levando um Livro de Mórmon e uma carta de amizade de Brigham Young. O chefe índio W ashakie aceitou os presentes
contando a seus subchefes que o "Pai acima das nuvens" dissera a Brigham Young que enviasse os missionários. Isso foi o início de uma longa amizade entre Washakie e os santos dos últimos dias.
uma força para o bem na Dinamarca. Vide “ Mar, Terra e
Almas na Dinamarca", página 36. (Fotografia de Giles H.
Florence, Jr.)

111
 Novo Centro
de Treinamento Missionário
da Área Brasileira
NOTÍCIAS LOCAIS
C
om a presença de Élder James E. Faust
e de Elder L. Aldin Porter, e da
Presidência de Área, será realizada no
dia 10 de junho próximo a cerimônia de
“abertura da terra” do novo C T M da Área
Brasileira. O novo CTM será construído na
Rua Padre Antonio D ’Angelo 121, em São
Paulo, onde está situada hoje a capela da Casa
Verde.
A construção, sob a responsabilidade da
Área Temporal da Igreja, terá
aproximadamente 9,000 m2. Será iniciada no
segundo semestre deste ano e deverá levar dois
anos para ser terminada. O prédio, de sete
pavimentos, com capacidade para
aproximadamente oitocentos missionários,
será equipado com dormitórios, salas de aulas
amplas e confortáveis, salão de reuniões com
O novo CTM, em São Paulo
J U N H O
capacidade para mil pessoas, que será usado
também como ginásio de esportes, duas
quadras de esportes externas, restaurante,
cozinha, etc.
O novo CTM , que abrirá um espaço
maior para o número crescente de missionários
no Brasil, permitirá que eles tenham um
treinamento mais completo e adequado para o
bom desenvolvimento do trabalho missionário
em nosso país. Facilitará também a vinda de
caravanas ao Templo, uma vez que o
Alojamento do Templo será utilizado só para
esse fim.
Convidamos a todos a participarem
dessa cerimônia de abertura de Terra
que se realizará no dia 10/6/93 às 9:00 hs
da manhã na capela de Casa Verde - Estaca
Perdizes.
1 9 9 3
1
REENFATIZADAS
QUALIFICAÇÕES
PARA OBRA
MISSIONÁRIA
DE TEMPO
INTEGRAL
A
Primeira Presidência
reenfatizou e esclareceu
princípios e normas há muito
tempo estabelecidos para orientar
líderes locais da Igreja ao
recomendarem pessoas para servir
na obra missionária de tempo
integral. N a carta a líderes locais
de todo o mundo, a Primeira
Presidência ressaltou o princípio de
que a obra missionária de tempo
integral não é um direito, mas um
privilégio, e seu objetivo é ajudar a
Igreja a cumprir os propósitos
revelados pelo Senhor.
“Som os gratos pela reação
altruísta dos que se preparam
espiritual, física, emocional e
moralmente para o chamado de
missionário de tempo integral”,
declarou a Primeira Presidência.
Um documento contendo normas
mostrou a preocupação de que sejam
dadas oportunidades locais
significativas aos que não podem
cumprir missão de tempo integral,
“para que sintam a alegria de servir e
tenham um crescimento pessoal
compatível com sua condição
individual.
Comovemo-nos com aqueles
que, enfrentando sérios problemas
físicos, mentais e emocionais,
sentem obrigação de realizar a
obra missionária de tempo
integral”.
O documento afirma ainda que a
obra missionária exige muito e não é
adequada para pessoas que têm
limitações físicas, mentais ou
emocionais que as impeçam de
enfrentar os rigores da obra
missionária de tempo integral.
Líderes locais da Igreja são
incentivados a preparar os jovens, a
fim de que sejam dignos de servir
como missionários de tempo integral,
no crescente esforço missionário
mundial.
MISSÃO BRASIL FORTALEZA
loão Roberto C. Martins Silva. 41
anos. Pertence à A la São Paulo XIII,
Jabaquara, Estaca São Paulo Oeste. É
diretor do Instituto de Religião e está
sendo desobrigado como conselheiro
na presidência da estaca. Foi
secretário executivo de estaca, sumo
conselheiro e bispo. É formado em
Orientação Educacional pela FMU.
Nasceu no Rio de Janeiro, RJ. É filho
de Ramiro Martins Silva e Zilma da
Fonseca Costa Martins Silva e é
casado com Maria Lúcia Estaca. O
casal tem dois filhos. Ela é conselheira
na presidência da Sociedade de
Socorro, cargo que ocupa pela segunda
vez. Foi presidente das Moças e
professora da Escola Dominical. E
formada pela Universidade Federal do
Rio de Janeiro, cidade onde nasceu. E
filha de José Estaca e Maria Paes de
Figueiredo Estaca.
MISSÃO BRASIL RECIFE SUL
lorge Moreira da Silva. 38 anos, Ala I
de Santo André, Estaca Santo André,
SP; presidente de estaca, ex-diretor
regional de assuntos públicos,
conselheiro de estaca, sumo
conselheiro e conselheiro de bispado.
Presidente de indústria, formou-se pela
Universidade Metodista, nasceu em
São Paulo, SP. É filho de Miguel
Moreira e Maura Ferreira Silva. E
casado com Vanerlene Mello Oliveira,
e o casal tem dois filhos. Ela é
professora da Sociedade de Socorro, ex-
consultora das Moças e presidente da
Primária. Natural de São Paulo, SP, é
filha de Alfredo Teixeira Oliveira e
Emília da Fonte Mello Oliveira.
N O T Í C I A S L O C A I S
2
MISSÃO BRASIL MANAUS
Aldo Francesconi. 44 anos,
membro do ramo de Embu das
Artes, Estaca São Paulo Taboão.
Presidente de estaca, ex-presidente
de estaca e bispo. Gerente-
Administrativo da Área Brasileira,
formou-se em Administração de
Empresas na Faculdade Paulo Eiró.
Nasceu em São Paulo, é filho de
Oswaldo Francesconi e Alzira
Augusta Lopes Francesconi. E casado
com Francily Francesconi, quatro
filhos. Ela é presidente da Sociedade
de Socorro, ex-presidente da Primária
da estaca e ex-presidente das Moças.
Formou-se na Faculdade de
Administração. Nasceu em São
Paulo; é filha de Francisco Parronchi
Filho e Alice Prandi Vicente
Parronchi.
MISSÃO BRASIL SÃO PAULO NORTE
Ralph G. Degn. 52 anos, ala de River
Heigts, Estaca Providence Utah;
bispo, ex-bispo e conselheiro de ala,
organista de ala e estaca, professor na
Escola Dominical e líder de escotismo;
cumpriu missão no Brasil de 1960 a
1963. E aposentado, fundador e chefe
executivo de indústria de fogos de
artifício. E formado pela
Universidade de Utah e pela
Universidade de Georgetown. Nasceu
em Logan, Utah, filho de Wilford
Bennie Degn e íris Swapp Degn;
casou-se com Mary Ann Daynes, oito
filhos. Ela foi diretora de esportes e
acampamento da estaca, conselheira e
professora na Sociedade de Socorro,
conselheira das Moças e professora na
Escola Dominical e Primária,
Jane Adam s e G ary D. Kennedy
especialista em artes culturais.
Estudou na Universidade de Utah. É
natural da Cidade do Lago Salgado,
Utah, filha de Wilford W. Daynes e
Antoinette Ivins Wilson Daynes.
MISSÃO BRASIL SÃO PAULO SUL
Garv D. Kennedv. 39 anos, A la de
Potomac North, Estaca Washington
D.C.; professor do seminário, ex-sumo
conselheiro, bispo e conselheiro de
bispado, presidente do quorum de
élderes, presidente dos Rapazes,
professor da Escola Dominical. Serviu
na Missão Brasil São Paulo Sul, de
1972 a 1974- E diretor-presidente e
chefe executivo de uma firma de
sistemas de integração. Formou-se pela
Universidade de Utah, com mestrado
na Escola Kellogg de Gerenciamento
da Universidade do Noroeste dos EUA.
Nasceu em Evanston, Wyoming, filho
de Franklin Dee Kennedy e Sydnee
Ann Mower Kennedy; casou-se com
Jane Adams, quatro filhos. Ela é
conselheira na presidência das Moças,
ex-conselheira e professora na
Sociedade de Socorro e professora da
Escola Dominical; é formada pela
Universidade Estadual de Utah;
nasceu na Cidade do Lago Salgado,
filha de Allan Nebecker Adams e
Helen Mabey Adams.
MISSÃO BRASIL SÃO PAULO
INTERLAGOS
1. Merril Warthen. 47 anos, ala de
Hazelcrest, Estaca Paradise, Las Vegas,
Nevada. Conselheiro de estaca, ex-
sumo conselheiro, bispo, conselheiro
de bispado, líder da obra missionária
da ala, presidente do quorum de
José Benjamim Puerta e Diva E. Staniscia
élderes. Cumpriu missão no Brasil de MISSÃO BRASIL FLORIANOPOLIS
1965 a 1967; é gerente de venda de Tosé Beniamim Puerta, 69 anos, Ala
autos. Graduado pela Universidade São Paulo 5, Estaca São Paulo,
Brigham Young; nasceu em St. representante regional, ex-secretário
George, Utah, filho de John Edward executivo da Presidência de Área,
Warthen e Norma Jane Flansen presidente do CTM , presidente do
Templo de São Paulo, presidente de
Warthen. E casado com Janice Kay
Johnson, e tem quatro filhos. Ela é estaca, membro do sumo conselho e
presidente de Primária, ex-conselheira presidente de ramo; foi gerente do
e consultora na presidência das Moças, departamento de tradução dos
professora na Sociedade de Socorro, Escritórios da Igreja. Natural de São
presidente da Primária, conselheira e Paulo, filho de Manoel Puerta e Maria
regente de música, formada pela Aguilera. E casado com Diva E.
Universidade Brigham Young, nascida Staniscia e tem dois filhos. Ela é
em Billings, Montana; é filha de Glen professora visitante, ex-presidente da
Barnett e Gwen Smith Johnson. Sociedade de Socorro, presidente da
Primária, superintendente do Templo
MISSÃO BRASIL RIO DE JANEIRO de São Paulo e diretora do CTM ;
Valério Kikuchi. 39 anos, A la Horto natural de São Paulo, SP, filha de
Florestal, Estaca São Paulo Norte. Paulino Staniscia e Adelina Filomena
Presidente de estaca, ex-sumo Rugna.
conselheiro, presidente dos Rapazes da
estaca, bispo, conselheiro de bispado e
presidente de quorum de élderes.
Estudou Administração nas Faculdades
Santana e São Paulo e é proprietário
de uma empresa de consultoria num
ramo da informática. Nasceu em São
Paulo, filho de Mitsuru Kikuchi e Ada
Guida Kikuchi. E casado com
Mercedes Sanchez L. e tem seis filhos.
Ela é lider de acampamento das moças,
ex-conselheira do programa de
acampamento da Área Brasileira,
missionária de estaca, presidente e
professora na Sociedade de Socorro,
presidente das Moças, professora na
Escola Dominical e professora do
Seminário. Cursou a Faculdade Brasilio
Machado. Nasceu em São Paulo, é filha
de Pablo Garcia e Juana Bemal Lopez Mercedes Sanches L. e
Sanchez. Valério Kikuchi
JUNHO 1993
3

Homero S. Amato e Sandra Puerta
MISSÃO BRASIL SALVADOR
Homero S. A m ato. 44 anos, da A la
Jardim da Saúde, Estaca São Paulo
Oeste, é agente regional de bem-
estar, ex-conselheiro de estaca,
sumo conselheiro, presidente de
missão da estaca, bispo e presidente
do quorum de élderes. Serviu na
Missão Brasil-Sul de 1970 a 1972,
estudou Adm inistração em São
Paulo e na Universidade Brigham
Young. É vice-presidente de uma
companhia de recrutamento de
pessoal e consultoria. Nasceu em
São Paulo e é filho de Francisco
Júnior e Eulália Salvador Am ato;
casado com Sandra Puerta, cinco
filhos. Ela é presidente das Moças da
estaca, ex-presidente da Sociedade
de Socorro, conselheira e professora
de Viver Espiritual, presidente da
Primária e professora dos Luzeiros e
Garotas Felizes e coordenadora
júnior da Escola Dominical; serviu
na Missão Uruguai/Paraguai de 1969
a 1971, nasceu em São Paulo e é
filha de José Benjamim Puerta e Diva
Staniscia Puerta, chamados para
presidir a Missão Brasil Florianópolis.
MISSÃO BRASIL RECIFE
Max Greg Gollaher. 42 anos,
presidente dos Rapazes do Ramo
Internacional de São Paulo, Estaca São
Paulo Taboão, ex-líder de grupo dos
sumos sacerdotes, conselheiro de
bispado, sumo conselheiro, presidente
da missão da estaca, presidente de
ramo, presidente de quorum de élderes.
Cumpriu missão na África do Sul de
1969 a 1971. E gerente executivo de
finanças da Ford do Brasil. É formado
em Biologia Química e Administração
de Empresas pela Universidade de
Utah. Natural de Logan, Utah, filho
de Max Gilbert Gollaher e Condie
Fem Gollaher, casado com Jill
Suzanne Long Gollaher, tem sete
filhos. Ela é conselheira na
presidência da Primária, ex-presidente
das Moças, presidente da Sociedade de
Socorro, conselheira na Primária,
presidente do comitê de atividades,
consultora das Meninas-Moças,
presidente da Primária, professora na
Sociedade de Socorro. E formada em
Educação Elementar pela Universidade
de Utah. Nasceu na Cidade do Lago
Salgado, filha de Darld James Long Jr. e
Carol Elaine Christensen Long.
ORGANIZAÇÃO DE
ESTACAS
Enviado por Adair Sebastião Iglézia
Estaca São José do Rio Preto
(14 de dezembro de 1992)
Com a presença do Élder Dallas
Archibald, da Presidência de Área, e
Élder José B. Puerta, Representante
Regional, foi organizada dia 14 de
dezembro último, a primeira estaca em
São José do Rio Preto, SP, fazendo
parte da Missão Ribeirão Preto, que,
até esta data, era Distrito da Missão
Campinas.
A nova presidência ficou assim
constituída: Guilherme Tell Peixoto,
presidente; Adair Sebastião Iglézia,
primeiro conselheiro; Roberto José do
Nascimento, segundo conselheiro.
Presidente Peixoto, 36 anos, casado
com Solange Gaspar Peixoto, tem 3
filhos, foi missionário de tempo integral,
bispo, conselheiro de estaca, conselheiro
de ramo e presidente de ramo.
Presidente Iglézia, 39 anos, casado
com Izilda A . Martins, 4 filhos. Foi
presidente de escola dominical,
conselheiro de bispado, presidente de
quorum de élderes, presidente de ramo
e membro de sumo conselho.
Presidente Nascimento, 41 anos,
casado com Marta Costa do
Nascimento, tem 3 filhos. Serviu em
vários chamados na Igreja: presidente
de quorum de élderes, conselheiro de
ramo, presidente de distrito, membro de
sumo conselho e conselheiro de ramo.
N O T Í C I A S L O C A I S
4
Estaca Uruguaiana
(29 de dezembro de 1992)
Em reunião presidida pelo Élder
Harold G. Hillam, da Presidência da
Área Brasileira, foi organizada em 29
de dezembro último a Estaca
Uruguaiana. Como presidente foi
chamado o irmão Saul Eduardo
Seiguer Milder, como primeiro
conselheiro, Udo Nerci Tesch, e
segundo conselheiro, Auri Guedes
Pereira.
Presidente Milder, 30 anos,
coordenador de pesquisa para
fundação educacional, ex-presidente
de estaca e bispo, é casado com
Marilene Camargo Rodrigues.
Presidente Tesch, 40 anos, homem
de negócios, foi ex-conselheiro de
presidente de estaca, sumo
conselheiro, conselheiro de bispo e
presidente de quorum de élderes. É
casado com Ivone Sirlene Obrigon.
Presidente Auri Guedes Pereira, 30
anos, escriturário, ex-bispo e
secretário de ala, casado com Neia
Terelinha Breno.
Estaca Piratininga
(06 de dezembro de 1992)
Em reunião especial presidida pelo
Élder Helvécio Martins, foi organizada,
no dia 6 de dezembro último, a Estaca
Piratininga. Para presidir a nova estaca
foram chamados Luiz Carlos
Coroneti, presidente; Francisco
Furtado Sobreira, primeiro
conselheiro, e A. Jorge Cunha,
segundo conselheiro.
Presidente Coroneti, 46 anos,
empresário, exerceu os cargos de
presidente de estaca, conselheiro de
estaca, bispo, conselheiro de bispado e
presidente dos rapazes. É casado com
Elci Zimmermann.
Presidente Sobreira, 53 anos, é
professor universitário, ex-conselheiro
de estaca, sumo conselheiro, bispo,
conselheiro de bispado e presidente de
quorum de élderes. É casado com
Alzira Bittencourt.
Presidente Cunha, 30 anos,
é assistente administrativo.Exerceu
os cargos de presidente dos rapazes,
bispo, conselheiro de bispado e
presidente do quorum de élderes.
Casado com Use Isabel de Silva.
Estaca B rasília
NOVOS INÍCIOS
Estaca Brasília
A Organização das Moças da A la
Gama II, Estaca Brasília, levou a
efeito a comemoração dos Novos
Inícios, que contou com a presença
das moças, pais e amigos.
Enviado por Evinha Minezes
2S Conselheira das Moças
Jo sé M artins e B enedita M artins
CASAL EM MISSÃO
Enviado por Marcus F. Guaicuru
m outubro do ano passado saiu em
E missão o casal José e Benedita
Martins. Eles são da A la Santo André
2 e estão servindo na Missão Recife.
Foram oficiantes regulares no Templo;
o irmão Martins liderava o grupo de
sumo sacerdotes em sua ala, e irmã
Benedita coordenava o programa de
alimentação dos missionários
Estaca Fo rtaleza M ontese
Estaca Brasília Alvorada
Dia 27 de março de 1993, na capela
do Ramo Planaltina, Estaca Brasília
Alvorada, foi realizada a atividade de
Novos Inícios da Organização das
Moças.
Enviado por Valdemiro de Nascimento
Secretário Executivo
Milton D. C o rre a A ffonso e fa m ília
O casal Martins serve de
incentivo para outros que tenham
disponibilidade para servir na obra
do Senhor, em campo missionário.
NOVO
REPRESENTANTE
REGIONAL
ilton Daniel Correa Affonso, 37
M anos, representante de vendas da
J U N H O 1 9 9 3
5
Estaca Fortaleza Montese
Realizou-se dia 13 de fevereiro de
1993, o programa especial Novos Inícios
pela Organização das Moças do Ramo
Esperança, Estaca Fortaleza Montese.
Pais e amigos das moças
compareceram à festa, que teve, no
final, um desfile de vestuário-padrão
apresentado pelas jovens.
Enviado por Rosângela Lima
Diretora de Ass. Públicos
Varig S.A ., é o novo Representante
Regional da região de João Pessoa, que
abrange as estacas de Maceió, Maceió
Litoral, João Pessoa, João Pessoa
Rangel e Campina Grande. Elder
Correa era presidente da Estaca
Olinda/PE; foi membro do sumo
conselho, conselheiro da estaca e
missionário na Missão
Uruguai/Paraguai.
É casado com irmã Darcy Lima
Correa. O casal tem três filhos:
Leandro, Meliah e Leonardo Miguel.
 O s estu d an tes d e S ã o Roque com parecem em m a ssa
Élder C am p an elli co n v e rsa com u m a esp e ctad o ra à a p re se n ta çã o d e " A s A m é ricas V ia ja m nos Sonh os"

ESFORÇO
MISSIONÁRIO EM
SÃO ROQUE AS AMÉRICAS VIAJAM NOS SONHOS

O s missionários da Missão São

Paulo Norte, num grande esforço
de proselitismo, conseguiram levar uma
t ~:ênTMÔ$MAS

multidão ao Cine São José, na cidade

de São Roque, onde foi apresentada a
peça “As Américas Viajam nos
Sonhos”, em duas sessões. As escolas
da cidade dispensaram os alunos, que
compareceram em massa, de cadernos
em punho, a fim de fazerem um
trabalho escolar sobre o tema da peça.
Segundo informação do Presidente
Ralph Chipman, presidente da Missão
São Paulo Norte, toda a população de
São Roque hoje sabe da existência da
Igreja, graças à apresentação de “As
Américas Viajam nos Sonhos”. Foi um
belo trabalho missionário!

ATIVIDADE EM
INSTITUIÇÃO PENAL
Enviado por élderes Buckley e Monteiro

I
mportante atividade foi realizada
em janeiro de 1993, na Cadeia
Pública de Londrina, Paraná, onde
missionários e detentos se reuniram
para discutir assuntos específicos
como, por exemplo, O Filho Pródigo.
Cabe destacar que a atividade foi das
mais gratificantes e marcada por
momentos de emoção e
espiritualidade. A tiv id a d e em Instituto Pen al

N O T Í C I A S L O C A I S
6
Creche V ila M ira - Pintura do refeitório e sa la de
e n tra d a ; lim p eza g e ral
PROJETOS DE SERVIÇO
Enviado por Rosângela Lima
Diretora de Assuntos Públicos
Estaca Fortaleza Montese
Durante o Carnaval, os jovens da
Estaca Fortaleza Montese levaram a
efeito um programa diferente, na
cidade de Caio Prado, reformando
uma escola municipal. Os jovens
BOLSAS DE
ESTUDO NA BYU
B olsas de estudo para Mestrado
em Administração de Empresas
MBA), e Mestrado em Recursos
Humanos (MOB), na Universidade
Brigham Young, Provo, Utah,
estão sendo oferecidas a
brasileiros que preencham os
seguintes requisitos: (1) Sejam ex-
missionários ou estejam exercendo
cargo eclesiástico de relevância,
(2) o conjugue seja brasileiro, (3)
tenham nível educacional superior
ou estejam em vias de formar-se.
Para mais informações, sobre
outros requisitos, conteúdo dos
programas e oportunidades no
mercado de trabalho, envie seu
currículo completo para:
Paulo César Amorim,
Alameda São Carlos, 254,
Alphaville Residencial,
Barueri, São Paulo.
CEP 06486-000.
P ra ça M ilão - lim p eza e co n serv açã o
mórmons tomaram-se conhecidos por
sua alegria e espontaneidade em
servir. Esse exemplo poderá ser a base
da obra missionária na cidade!
Estaca São Paulo Oeste
Cerca de 160 jovens da Estaca São
Paulo Oeste confratemizaram-se
durante a Conferência de Carnaval,
prestando serviços comunitários.
C ria n ça s em vo lta do jard im do Tem plo
"EU GOSTO DE VER O
TEMPLO" - UMA
EXCURSÃO DIFERENTE
Enviado por Edinalda Alves dos Santos
C om o propósito de aproximar mais
as crianças do sentido sagrado do
templo, a Primária da Estaca São Paulo
- Ipiranga organizou uma excursão
diferente, com o fim de ajudar as
crianças a “gostarem de ver o templo”.
J U N H O 1 9 9 3
C
Com a colaboração da Prefeitura de
São Paulo, Regional de Vila Mariana,
que forneceu o material de serviço,
foram realizados reparos em quatro
creches e uma praça: pintura, limpeza,
jardinagem e outros. A s creches
visitadas foram as seguintes: Creche
Municipal Jabaquara, Creche Vila
Mira, Creche Vereador Raul Tabajara
Vidigal Leitão, Creche Vila Guarani e
Praça Milão.
N a abertura da atividade elas
ouviram uma breve mensagem sobre
os templos do mundo, principalmente
o de São Paulo, e adquiriram a
reverência necessária para o passeio.
N o local conheceram o templo, os
edifícios anexos e aproveitaram para
cantar “Eu Gosto de Ver o Templo”,
ressaltando o tema da Primária para
1993.
O evento contou com a
participação de cerca de 100 crianças
de 3 a 11 anos!
APROXIMA-SE O possibilidade de concorrerem com
artigos e poemas. O concurso, porém,
PROGRAMAÇÃO DE
PRAZO FINAL PARA O destina-se a artes visuais e não à NATAL
CONCURSO palavra escrita. Impressão, no mundo
Enviado por Sonia Casado
das artes, refere-se a desenho ou
INTERNACIONAL DE gravura a água-forte, litografia, estampa Diretora de Assuntos Públicos
ARTE ou gravação, ou possivelmente

“Embora outubro pareça distante,
chegará rapidamente para os
interessados em participar do Terceiro
Concurso Internacional de Arte da
Igreja”, declara Marjorie Draper
Conder, curadora responsável pelo
concurso, no Museu de História e
Arte da Igreja na Cidade do Lago
Salgado, Utah.
“Solicitamos que artistas SU D
enviem fotos ou slides da obra com a
qual gostariam de concorrer, ao centro
de distribuição local até 31 de outubro
de 1993. Os slides e as fotos serão,
então, remetidos ao Museu dentro do
prazo estipulado para o concurso, a ser
realizado em novembro.”
O concurso anunciado no mês de
maio passado, em A Liahona, está
aberto a obras de todas as categorias
artísticas, incluindo pinturas,
impressões, fotografias, esculturas,
tecelagem, cerâmica, trabalhos de
agulha, e outras artes e ofícios.
“Houve um equívoco, em algumas
línguas, quanto à palavra impressões”,
diz a irmã Conder. “Algumas pessoas
achavam que significava textos
impressos e indagaram a respeito da
O
Shopping Center Bouganville,
caligrafia. Naturalmente,
compreendemos que algumas obras em Goiânia, teve como
contêm palavras como parte de sua programação, para todo o mês de
composição, o que é aceitável.” dezembro último, exibição de corais
O julgamento preliminar irá da cidade. O Coral Vozes de Sião, da
basear-se nos slides e nas fotos das Estaca Goiânia, sob a regência do
obras. Os artistas cujos trabalhos irmão Norberto Cano, apresentou-se
forem selecionados para o julgamento nos dias 23 e 24. Muitos missionários
final enviarão a obra à Cidade do Lago estiveram presentes buscando
Salgado por meio dos centros de referências e divulgando o evangelho.
distribuição locais.
“O envio das obras do concurso
através dos centros de distribuição
locais elimina o custo pessoal da
remessa à Cidade do Lago Salgado. A
coorperação dos funcionários dos
centros de distribuição de todo o
mundo ajuda a tomar possível a
realização do concurso. Por exemplo,
no concurso de arte de 1991, quarenta
e dois países participaram, e grande
parte dos trabalhos foi remetido pelos
centros de distribuição.”
O tema do concurso de 1993 é
“Vivendo o Evangelho na Igreja
Mundial”.
A ficha de inscrição e as regras do
concurso foram publicadas em A
Liahona de Maio de 1993 e podem
também ser encontradas nos centros
C o ral V o ze s de Sião em G a ra n h u n s
de distribuição.

FORMANDAS DO RAMO EM PORTUGUÊS

CORPO DE PARA BRASILEIROS EM
BOMBEIROS MIAMI
Enviado por Oswaldo de Bittencourt A. Filho. endo em vista o grande número de
Diretor de Assuntos Públicos T
brasileiros residindo na cidade de
Miami (U SA ), cerca de 150 mil, foi

O
Corpo de Bombeiros do Rio de
Janeiro, fundado há 136 anos,
formou, no dia 15 de fevereiro último,
sua primeira turma de oficiais
femininas, no posto de Primeiro e
Segundo-T enente.
Entre as treze oficiais está a irmã
Elisa Eleonora Greco Novello, 1®
Tenente-Médica, que é esposa do
bispo Marco Novello, da A la do
Encantado, Estaca Rio de Janeiro.
Irmã Greco, além de dedicar seu
Irm ã Elisa N ovello no Dia de tempo ao Corpo de Bombeiros, é mãe
Form atura de dois filhos.
organizado um Ramo em português,
dando-lhes, assim, a oportunidade de
ouvir e aprender o evangelho em seu
próprio idioma.
Foi chamado para presidir o ramo o
irmão Elias Samways, nascido em Ponta
Grossa, Paraná, onde serviu como Bispo.
Endereço provisório do Ramo:
5582 W. Flager St.
Fone: 261-3286
Telefones para contato:
Irmão Elias Samways: 866-2920
Irmão André Amyradakis: 279-6239

N O T Í C I A S L O C A I S
8
A I G R E J A D E
SI:CÃO INFANTIL
J E Ss U S C R I s« 3 t o d o s s a n t o s d o s ú l t i m o s D I A S • J U
 JUAN
CARLOS
E A CAMISA
PARA A
CONFERÊNCIA
B aseado em história verídica

Jan M. Smith

A
o primeiro cantar do galo,
Juan Carlos abriu os olhos,
e espiou pelas frestas da
parede de madeira acima de sua
cabeça. A escuridão da noite já se
desvanecia. Aquele era o primeiro
dia em que ia ajudar a irmã Fuentes
a fazer tortilhas. E hora de me
arrumar, pensou. Saiu em silêncio da
rede de dormir para o chão de terra e
foi para fora lavar-se na água gelada
da bomba.
A conferência de Estaca seria em
dois meses e, na semana anterior, o
Presidente Garcia, presidente do
ramo, anunciara que uma
Autoridade Geral estaria presente.
Era fantástico, exceto por uma coisa

S E Ç Ã O I N F A N T I L J U N H O DE 1 9 9 3
— os rapazes da cidade estariam
todos vestindo lindas camisas de
tecido Panamá ou camisas brancas
com gravata. Até mesmo o pai de
Juan tinha uma camisa para o
domingo. Um dos missionários que
terminara a missão e fora para casa,
dera a ele.
Juan Carlos tinha apenas uma
camisa. A mãe fizera-a de saco de
farinha. Ele usava-a todos os dias da
semana, até mesmo para ir à igreja
aos domingos. Juan tinha vergonha
de vestir uma camisa feita de saco de
farinha para ir à igreja — embora o
ramo se reunisse numa casa de um só
comodo — e ele já dissera isso ao
pai. O pai apenas respondera:
“Lembre-se, filho, o Senhor olha
para o que está dentro das pessoas,
não para o que está fora”. N a última
conferência, no entanto, Juan
sentira-se tão constrangido por causa
de camisa, que, ao término da
conferência, não foi para a fila
cumprimentar os oradores; nem ao
menos se lembrava do que haviam
falado. Esta conferência, entretanto,
seria diferente — graças às tortilhas.
Juan gostava muito da irmã
Fuentes, que era professora da
Primária do pequeno ramo de apenas
quatro famílias e seis crianças. Ela
também era a fornecedora de
tortilhas da vila. Era trabalho duro
umedecer e moer o milho, carregar
baldes de água e buscar lenha na
floresta, montanha acima. As
tortilhas precisavam ser feitas bem
cedo, pois quase todas as famílias do

S E Ç A O J U N 19 9 3
vilarejo mandavam uma criança à círculos perfeitamente regulares de trabalho no campo, os homens
casa de irmã Fuentes com uma massa fumegante, grossa e clara que queriam tortilhas quentes. E depois,
moeda pequena para comprar alguns ela fazia. A ntes de partirem para o no almoço, eles as comiam frias,
dobradas sobre o feijão.
N o sábado a irmã Fuentes fora à
casa dele. “Juan Carlos”, disse ela,
“estou procurando alguém para me
ajudar. São tantos os que querem
tortilhas pela manhã! Tenho tentado
mas, sozinha, não consigo fazer o
suficiente para todos. Será que me
ajudaria? O trabalho é duro, mas eu
lhe pagarei duas ‘lempiras’ por
semana”.
Duas lempiras! Era muito
dinheiro! Poderia ganhar o
suficiente, antes da conferência, para
comprar uma camisa branca, se
economizasse com cuidado.
Irmã Fuentes já estava
trabalhando quando Juan Carlos
chegou na segunda-feira. A manhã
passou rapidamente. Ele acendeu o
fogo, carregou a água e moeu o
milho entre duas pedras. Ficou
surpreso ao ver a rapidez com que as
mãos dela se moviam ao trabalhar
com a massa de tortilhas. Depois que
as tortilhas eram todas vendidas,
havia potes para arear e madeira
para juntar para o dia seguinte.
Ele trabalhava todas as manhãs,
dia após dia. Algum as vezes era
difícil deixar a rede enquanto a
família ainda dormia. Imaginava-se,
então, vestido com a camisa nova,
cumprimentando a Autoridade
Geral, e aí era mais fácil. Todos os
sábados mais duas moedas prateadas
eram amarradas no lenço que
escondia debaixo de uma pedra, num
dos cantos da casa.
Quase todas as sem anas o
SEÇÃO
Presidente Garcia viajava de ônibus
à cidade grande, a trabalho. N a sua
última viagem antes da conferência,
e depois de tratar dos negócios, tinha
uma compra especial a fazer, pois
levava no bolso o dinheiro de Juan,
ainda amarrado no lenço.
A camisa era linda!
Imaculadamente branca, com quatro
pregas na frente e botões que
brilhavam. Juan nunca vira camisa
tão bonita. Dobrou-a com cuidado e
devolveu-a ao plástico amarrotado.
Em poucos dias, ele, Juan Carlos iria
vesti-la para a conferência. Desta
vez, por certo não ficaria
envergonhado.
N a manhã seguinte, Juan, ansioso
de contar à irmã Fuentes sobre a
camisa, correu todo o percurso até a
casa dela. Ficou surpreso ao
encontrá-la ainda deitada em seu
catre. N ão era seu costume. Aí, seus
olhos voltaram-se para o tornozelo
dela, e um frio percorreu-lhe a
espinha. Inchara o dobro do
tamanho normal, e o roxo e o preto
mostravam que o ferimento era
grave.
“A enfermeira da clínica disse que
está quebrado”, informou irmã
Fuentes. “Ela não tem como tratar
de fraturas, por isso preciso ir ao
hospital da cidade se quiser ficar boa.
Senão terei que ficar de cam a por
um bom tem po.”
Viajar até a cidade e o hospital, de
táxi, ficaria muito caro. Juan sabia
que poucas pessoas da vila teriam
condições de fazê-lo. Muitos do
INFANTIL • JUNHO DE
5
povoado m ancavam por causa de
fraturas não tratadas e Juan
lembrava-se de como a mão de sua
avó a importunara por muitos anos
depois que a quebrara. Quando
começou a fazer sozinho as tortilhas
da manhã, prometeu em seu coração
que ajudaria a irmã Fuentes a ir ao
hospital —- de qualquer maneira! Já
tinha um plano em mente ao ir para
casa naquele dia. Venderia a camisa
nova e daria o dinheiro à irmã
Fuentes para a viagem ao hospital.
Uma brisa suave soprava o
perfume das flores pela veneziana e
no banco da capela onde Juan Carlos
estava sentado. Sentia-se tão feliz!
Tinha a irmãzinha Lizeta ao colo,
como de costume. A um lado estava
a irmã Fuentes, o tornozelo e o pé
cobertos pelo gesso branco e grosso.
N o outro, o pai e a mãe. Ele ouvia
atentam ente os oradores, com a
certeza de que aquela era a melhor
de todas as conferências. A última
oração foi proferida e minutos depois
— foi mil vezes melhor do que
esperava — estava dando a mão à
Autoridade Geral.
“Juan Carlos”, disse a Autoridade
Geral, “gostaria que soubesse que
o Senhor te ama e está orgulhoso
de ti.”
O coração de Juan Carlos encheu-
se de alegria. Seu pai estava certo —
o Senhor olha mesmo para o que está
dentro, e não para o que está fora.
Ninguém havia reparado na sua
camisa feita de saco de farinha. Nem
mesmo Juan Carlos. □
1993

O TEMPLO E
UM LOCAL FELIZ
"Q ue se regozijem os corações
de todo o meu povo, o qual . . .
construiu esta casa ao meu
nom e." (Doutrina e
Convênios 110:6.)
Judy Edw ards
O que é que o torna
mais feliz? Se pudesse
escolher entre uma
coisa que durasse só um pouco e
outra que durasse para sempre,
qual escolheria? Um sorvete ou
um amigo? Um avião, uma
boneca de papel ou um Livro de
Mórmon? Um jogo de futebol ou uma
viagem com a família?
Sorvetes, bonecas e jogos de
futebol são muito divertidos mas não
nos trazem uma felicidade duradoura
como os amigos, as escrituras e a
família.
O templo mostra-nos como
escolher as melhores coisas da vida
— coisas que duram muito, como a
bondade e o amor. O templo ajuda-
nos a aprender mais sobre o Pai
Celestial e Jesus Cristo e sobre o
motivo de estarmos aqui nesta terra.
E as ordenanças do templo tornam
possível que as melhores coisas da
vida durem para sempre.
Vejamos o que cinco crianças da
Primária disseram sobre o templo:
“O templo é um local feliz, porque
lá aprendemos a respeito de Jesus.”
S E Ç Ã O
TEM PO DE COM PARTILHAR
ILUSTRADO POR CRYSTAL DUTSON
(Nicole, 6 anos.)
“As pessoas vão ao templo para
fazer batismos pelos mortos. E preciso
ter doze anos, freqüentar a igreja e
guardar os mandamentos. Eu quero ir
ao templo um dia.” (Melissa, 11 anos.)
“O templo é um local feliz porque é
lá que a gente se casa. Eu vou fazer
isso porque então estarei selada ao
meu verdadeiro marido para sempre.”
(Amanda, 9 anos.)
“O templo é um local onde os
bebês podem ser selados às famílias. E
muito bonito lá dentro. E sossegado.
Eu senti-me feliz lá. As vezes as
pessoas choram de felicidade, porque
o bebê que elas amam muito está
sendo selado a elas.” (Corbyn, 8 anos.)
I N F A N T I L • J U N H O
6
“N o templo sempre há reverência.
E um local sagrado, não é como
qualquer outro. È a casa do Pai
Celestial.” (Joseph, 11 anos.)
Idéias para o Tempo de
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1. Pergunte às crianças o que as toma
felizes. Escreva as respostas no quadro-
negro. Ajude as crianças a decidirem
se as coisas as tomam felizes por
pouco tempo ou por muito tempo.
Desenhe ou coloque uma estrela ao
lado das coisas que são eternas e
peça às crianças que façam desenhos
retratando-as.
2. Convide uma criança que tenha
tido uma experiência feliz no templo para
contar o que sentiu.
3. Convide uma líder ou professora
da Primária para contar às crianças seus
sentimentos a respeito de uma
experiência feliz que tenha tido no
templo.
4■ Usando Doutrina e Convênios
8 8 :119 como referência, fale às crianças
sobre como elas próprias podem ser
semelhantes a templos — cheias de
oração, de jejum, de fé, de ensino, de
glória, de ordem e do Espírito de Deus.
5. Ajude cada criança a fazer um
livro pessoal sobre o tempfo, usando
gravuras de revistas velhas da Igreja,
fotos, trechos especiais de diários e assim
por diante. No decorrer do ano, as
crianças poderão ir acrescentando coisas
ao livro. □
DE 1 9 9 3
 Instruções
Para fazer um mobile que lembre coisas felizes do
templo, retire as páginas 6-7 e monte-as em cartolina.
A seguir, no espaço indicado, desenhe o templo que
ficar mais próximo de sua casa, depois pinte e recorte cada
gravura, fazendo furos onde indicado. N o verso de cada
gravura, escreva a respeito das bênçãos
do templo que tornam as pessoas felizes.
Use barbante ou linha grossa para
prender as gravuras menores na parte
inferior da gravura de seu templo, e
depois pendure o móbile.

SEÇÃO INFANTIL • JUNHO DE 1993

7
 TRUMAN O
ANGELL ED IFIC A D O R D O REIN O

Sh an no n W. O stler

Q
uatro dias depois de os Providence, Rhode Island. Foi o N essa mesma época, algo
santos chegarem ao Vale quinto de dez filhos, tendo importante lhe aconteceu. Escreveu
do Lago Salgado, o aprendido a assumir em seu diário: “Senti desejo sincero
responsabilidades desde muito
Presidente Brigham Young escolheu de tornar-me um instrumento do
jovem. Q uando tinha nove anos o
o lugar onde o novo templo seria Cristianismo”. Orou durante meses
paidoficou fora de casa por algum
construído. Este templo, a casa pedindo orientação, e “sua vida
Senhor, levaria quarenta longos anos tempo e o rapaz tornou-se turbulenta e suas fraquezas foram
para ser construído. Seria uma responsável pela maior parte do
lembrança constante da trabalho da fazenda da família,
perseverança e do sacrifício dos podendo freqüentar a escola apenas
primeiros santos, entre eles Truman durante dois invernos. Aos dezessete Truman O. Angell projetou o Templo
O. Angell, o arquiteto do templo. anos, Truman foi aprendiz de de Lago Salgado, acima, à esq., e o
Truman Osborn Angell, filho de carpinteiro, aprendendo a esculpir e Templo de St. G eorge, acima, à dir.
Jam es e Phebe Osborn Angell, montar belos acabam entos de À direita, um dos prim eiros esboços
nasceu em 1810 em North madeira para casas. do Templo de Lago Salgado.

S E Ç Ã O I N F A N T I L • J U N H O DE 1 9 9 3
8
abandonadas”.
Essa mudança preparou Truman
para aceitar a mensagem de dois
missionários SU D alguns anos
depois, ao mudar-se para a parte
oeste de N ova York. Ele, a esposa
Polly e a mãe foram batizados.
Sentindo então o espírito e a alegria
do evangelho, Truman e um primo
viajaram oitocentos quilômetros para
o leste, pregando o evangelho
diariamente durante nove semanas.
Truman desejava reunir-se ao
corpo principal da Igreja, e, em 1835,
mudou-se com a família para
Kirtland, Ohio, onde encontrou
trabalho aguardando por ele no
templo. Púlpitos, bancos, escadas,
batentes de janelas e portas, tudo
precisava ser construído. O Profeta
Joseph Smith reconheceu o bom
trabalho de Truman e encarregou-o
de muitas outras construções em
Kirtland.
Q uando o Templo de Kirtland
SEÇÃO
estava quase pronto, Truman foi
ordenado setenta. Preparou-se
entusiasticam ente para outra missão.
Pouco antes de sua partida, porém, o
Profeta Joseph pediu-lhe que ficasse
e construísse uma loja. Truman disse
ao Profeta que agora era setenta e
gostaria de ser missionário. O Profeta
simplesmente disse: “Bem, vá em
frente”.
Depois que Joseph Smith saiu,
Truman lutou consigo mesmo: Com o
poderia prestar testemunho de um
profeta de Deus, se ele, Truman, não
estava disposto a seguir o conselho
do profeta? Truman perm aneceu em
Kirtland, construiu a loja e muitos
outros edifícios necessários.
A família Angell continuou a ir
para onde quer que o corpo principal
da Igreja se estabelecesse. Sofreram
ataques e perseguições em Missouri e
N auvoo. Com o passar dos anos,
vários filhos pequenos de Truman e
Polly morreram. Q uando os últimos
INFANTIL • JUNHO DE
10
santos deixaram N auvoo, Truman e
alguns outros homens ficaram para
trás, a fim de terminar e dedicar o
templo do Senhor. Ele deve ter
ficado profundamente triste ao saber
como aquele edifício santo fora
profanado e incendiado.
Truman fez parte do primeiro
grupo de santos a entrar no Vale do
Lago Salgado em 1847. Dois anos
antes fora-lhe dito na bênção
patriarcal: “Teu chamado é mais para
ajudar os santos na construção de
cidades e templos do que atravessar
continentes pregando o evangelho”.
Sua habilidade como arquiteto foi
reconhecida pelo Presidente
Brigham Young, e em pouco tempo
Truman envolveu-se em projetos de
casas, escolas, igrejas, uma fábrica de
açúcar, fortes, lojas, uma
penitenciária, um teatro, uma
mansão para o governador e, o mais
importante, templos.
Muitos edifícios maravilhosos
1993
Além de tem plos, o irm ão
Angell tam bém projetou
muitos outros belos edifícios.
Exemplos deles na Cidade do
Lago Salgado são a Beehive
House, extrema esq .; a
entrada do Eagle G ate, que
outrora fora a entrad a da
fazenda de Brigham Young, à
esq., e a Lion House, à dir.
ainda estão de pé, como prova do
talento arquitetônico de Truman
Angell. Os templos de Lago Salgado
e St. George, a Beehive House de
Brigham Young, a Lion House e o
Eagle Gate, na Cidade do Lago
Salgado, são apenas alguns exemplos
do seu trabalho.
Truman considerava seu trabalho
um chamado, mais que um emprego.
A maioria dos trabalhadores doava
um décimo de seu tempo aos
projetos da Igreja, mas os
trabalhadores de tempo integral,
como Truman, eram pagos com vales
de dízimo, que podiam ser trocados
por alimentos, roupas e outras coisas
básicas.
Truman estudara desenho
arquitetônico e inovações na
construção. A pressão constante que
sofria por ser o arquiteto da Igreja
prejudicou-lhe a saúde; Brigham
Young, então, chamou-o para uma
missão na Europa. Lá, deveria não só
S E Ç Ã O
pregar às pessoas, como também
visitar os grandes edifícios e estudar
os estilos arquitetônicos. Estava em
missão havia treze meses quando foi
chamado de volta para ajudar na
construção do Templo de Lago
Salgado.
N o início, o trabalho no templo
não evoluiu muito rapidamente.
Houve muitos atrasos, como na
época em que o Presidente dos
Estados Unidos, Jam es Buchanan,
enviou as tropas federais a Utah
com um novo governador para
substituir Brigham Young. O s santos,
lembrando-se dos violentos ataques
sofridos no Leste, jam ais permitiriam
que suas novas terras e casas fossem
novamente saqueadas. Tiraram de
suas casas os objetos de valor e
encheram-nas de palha, para
tocarem fogo caso as tropas inimigas
aparecessem. Até mesmo o alicerce
do templo foi coberto de terra, para
que parecesse apenas um terreno
I N F A N T I L • J U N H O
11
arado. Felizmente, um acordo de paz
foi feito, antes que as tropas
chegassem a Lago Salgado.
Com a evolução da construção
do templo, Truman procurou a
orientação e o conselho do
Presidente Young em quase todos os
passos do caminho. Havia muitos
detalhes a serem resolvidos e o
trabalho requeria a supervisão
constante de Truman. Todos os seus
esforços eram devotados ao serviço
do Senhor, independentemente de
seus problemas constantes de saúde
e de suas atribulações pessoais.
Truman Angell não viveu para
ver o término do belíssimo Templo
de Lago Salgado, que foi dedicado
em abril de 1893. Este ano marca o
100a aniversário desse grande
evento. Essa estrutura majestosa
ergue-se como monumento à
dedicação do irmão Angell e de
outros santos na edificação do Reino
de Deus aqui na terra. □
DE 1 9 9 3
 BONECA FEITA
Judie Fordham
Q
uando as crianças pioneiras
atravessaram as planícies, em
direção ao Vale do Lago
Salgado, não havia carros,
ônibus e aviões, como agora. Elas
caminhavam ao lado de carroções
carregados de alimentos, colchões,
roupas de cama e sementes para o
plantio na estação vindoura. N ão
havia espaço para brinquedos e
bonecas, e, por isso, as crianças
aprendiam a fazer seus próprios
brinquedos. Um dos prediletos era
uma boneca feita de lenço — era
macia e gostosa de abraçar, e deu
muita alegria às crianças pioneiras.
Finja ser uma criança pioneira e
faça uma boneca dessas. Vai precisar
de um lenço branco e grande de
homem; 1,15m de renda ou
passafitas colorido (de 2,5cm de
SEÇÃO
DE LENÇO
largura), uma régua, linha de bordar
rosa e azul, algum tipo de
enchimento e quatro pedaços de fita
estreita (25cm de com prim ento).
1. Costure uma carreira de renda
em um dos lados do lenço. Costure
uma segunda carreira ligeiramente
acima da primeira.
2. N o lado oposto do lenço,
marque o meio a 9cm da borda.
Borde aí o nariz da boneca (vide
ilustração). Borde dois olhos azuis
l,25cm acima do nariz, distantes
cerca de 2,5cm um do outro.
3. Faça um chum aço redondo
com o enchimento, com 5cm de
diâmetro. Para fazer a cabeça da
boneca, coloque o enchim ento sob o
INFANTIL • JUNHO DE
12
rosto que acabou de preparar,
prenda bem o lenço ao redor do
enchimento e amarre o “pescoço”
com um pedaço de linha dupla.
Passe um pedaço de fita ao redor do
pescoço, cobrindo a linha, e dê um
laço.
4. Costure dois círculos de renda
ao redor da parte posterior da
cabeça, formando uma touca.
5. Faça os braços enrolando o
lenço dos dois lados da cabeça e
amarrando com um nó, deixando
2,5cm em cada extremidade, para
formar as mãos.
6. Faça três laços de fita e
costure-os, a distâncias iguais, acima
da renda da saia. □
1993
DAVI D O. McKAY
Kellene Ricks A dam s

1. Os pais de David Om an McKay ensin aram -n o desde muito cedo que ele era filho de Deus e que o Pai Celestial
o am ava . En sin aram -lh e tam bém que poderia sem pre conversar com o Pai Celestial.

SEÇÃO INFANTIL • JUNHO DE 1993

14
2. Além das orações diárias, D avid a joelhava-se todos os dias para o ra r com a fam ília.

3. N um a noite escura houve um a terrível tempestade. 4. Finalm ente criou coragem bastante para ajoe lh a r-
David estava na cama e com muito m edo. Sabia que, se no chão frio e o ra r pedindo proteção para si e a
se orasse, iria sentir-se m elhor; mas estava com m edo fam ília. Enquanto ora va , D avid ouviu uma voz que
de sair da cama para a joelhar-se em oração. dizia: " N ã o temas, nada te fe rirá ".

5. Q ua nd o term inou de orar, conseguiu dorm ir, pois 6. M uitos anos depois, D a vid O . M cKay to rn o u -se o
sabia que o Pai Celestial o protegeria e protegeria sua nono Presidente da Igre ja e seu testem unho do
família. p od e r da oração foi um g ra n d e exem plo p ara todo
o m undo. □

S E Ç Ã O I N F A N T I L • J U N H O DE 1 9 9 3
15
 A ESTRADA DE
JERICÓ
Presidente T ho m a s S. M on so n
Segundo C onselheiro
na Primeira Presidência

eu pai trabalhou dura e arduamente quase O este onde, na frente da casa de tio Elias, eu ficava

M todos os dias de sua vida. Estou certo de que

no dia do Senhor ele gostaria de simples­
mente ficar em casa. Mesmo assim, visitava os membros
idosos da família, procurando dar-lhes um pouco de alegria.
Um deles era seu tio, tão severamente afligido pela
entrevado nos braços, como se fosse um boneco de
artrite que não conseguia andar nem cuidar de si.
Algumas tardes de domingo, meu pai propunha: “Venha,
Tommy, vamos dar um passeio com tio Elias”. Então, no
velho Oldsmobile 1928, dirigíamo-nos para a Rua O ito
aguardando no carro enquanto meu pai entrava. Não
demorava muito, ele aparecia, carregando o tio
porcelana. Eu abria a porta do carro e ficava observando
com que delicadeza e carinho ele acomodava tio Elias no
banco da frente, para que tivesse uma visão melhor,
enquanto eu ia para o assento de trás.
O passeio era curto e a conversa limitada, mas oh!
que grande legado de amor! Meu pai nunca leu para
mim a parábola do bom samaritano que se encontra na
Bíblia. Em troca, levava-me consigo e com Tio
Elias, naquele velho Oldsmobile 1928, pela
estrada de Jericó. □

(Adaptado de um discurso
da Conferência Geral
de outubro de 1988.)
DE ROBERT T. BARRETT
ILUSTRAÇÃO

S E Ç Ã O I N F A N T I L • J U N H O DE 1 9 9 3

16
A LIAHONA
“ Saiu pois Jesus fora, levando a coroa de espinhos e o vestido de púrpura. E disse-lhes Pilatos: Eis aqui o homem.
[E] eles bradaram: Tira, tira, crucifica-o" (João, 19:5, 15).
 R elatório da 163a
C onferência G eral A nual de
A Igreja de J esus C risto dos
Santos dos Ú ltimos D ias
Sermões e Procedimentos dos dias 3 e 4 de abril de 1993,
no Tabernáculo da Praça do Templo, Cidade do Lago Salgado, Utah

amentamos, e como para o Primeiro

L lamentamos, que o
Presidente Benson
não tenha podido falar-
nos nem tenha podido
estar presente em
qualquer das sessões",
disse o Presidente
Gordon B. Hinckley,
primeiro conselheiro na
Primeira Presidência, ao
término da sessão
vespertina final de
domingo da conferência
geral de abril.
"Ele, porém, assistiu a todas as
sessões e pediu-m e que vos
transmitisse seu am or e bênção de
profeta.
Pediu-me tam bém que vos
repetisse seu testemunho de nosso
Divino Redentor, que está à cabeça
desta Igreja que leva o seu nome.
Passo agora a citar-vos as palavras
do Presidente Benson:
'Com o testem unhas do Senhor
Jesus Cristo, proclam am os ser ele
verdadeiramente o Salvador de
todos [e]... realm ente o Filho de
Deus, o Redentor, o M essias
Prometido. Nenhuma outra
m ensagem tem maior significado do
que a que ele nos trouxe. Nenhum
outro evento tem maior im portância
do que seu sacrifício expiatório e
subseqüente ressurreição. E
nenhuma língua m ortal pode
expressar suficiente gratidão por
tudo que Jesus fez por n ós."
Presidente H inckley e
Presidente Thom as S. Monson,
segundo conselheiro na Primeira
Presidência, dirigiram as sessões
desta conferência geral de abril.
Uma ação adm inistrativa
ocorreu na sessão vespertina de
sábado. Os Élderes F. M elvin
H am m ond, Kenneth Johnson, e
Lynn A. M ickelsen, do Segundo
Quorum dos Setenta foram apoiados
Quorum dos Setenta, e
Élder Neil L. Andersen,
de Tampa, Flórida, e
Élder D. Todd
Christofferson, de
Charlotte, Carolina do
Norte, foram apoiados
como membros do
Prim eiro Quorum dos
Setenta.
Foi tam bém de
interesse o anúncio do
Presidente Hinckley na
sessão matutina de
dom ingo, de que o local do segundo
templo do Condado de Utah, neste
estado, anunciado na última
conferência geral de outubro, será
em Am erican Fork, e que a Igreja
está "n o processo de aquisição de
terrenos [para templos] na Éspanha e
em pelo m enos três outras nações".
As sessões da conferência foram
transm itidas via satélite para mais
de 3.000 localidades. Foram
realizadas traduções simultâneas
para quinze línguas diferentes. Fitas
de vídeo da conferência serão
enviadas para as unidades da Igreja
onde não há possibilidade de
realizar transmissões ao vivo ou
posteriores. - Os Redatores.

yl L iahona / J ulho 1993 1

 A LIAHONA
Julho de 1993, Vol. 17, n° 7
93987 059 - São Paulo - Brasil
Índice de A ssuntos e O radores
Publicação oficial em português de A Igreja de Jesus C risto dos
Santos d os Ú ltimos Dias, R elatório da 163a Conferência Geral Anual,
de 3 e 4 de abril de 1993.
A Primeira Presidência: Ezra Taft Benson,
Gordon B. Hinckley, Thomas S. Monson Os assuntos a seguir são abordados Preparação 58
Quorum dos Doze: Howard W. Hunter, Boyd K. Packer, em discursos com início nas Pressão de Grupo 58
Marvin J. Ashton, L. Tom Perry, David B. Haight, James
E. Faust, Neal A. Maxwell, Russell M. Nelson, Dallin H. páginas indicadas: Proteção 89
Oaks, M. Russell Ballard, Joseph B. W irthlin, Richard G.
Scott Respeito 1 5,39
Consultores: Rex D. Pinegar, Charles Didier, Robert E.
Wells
Am or 6 2 ,8 7 Reverência 65
Editor: Rex D. Pinegar Arrependim ento 5 ,8 ,8 2 Sacerdócio 1 8 ,3 6 ,3 9 ,4 3
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Ronald L. Knighton Ativação 50 Salvador 27
Diretor de Revistas da Igreja: Thomas L. Peterson
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Editor Gerente Assistente: Marvin K. Gardner
Batismo 91 Smith, Joseph 29
Editor Associado: David Mitchell Benson, Ezra Taft 96
Editora Assistente/Seção Infantil: DeAnne W alker
Tem plo de Lago Salgado 18, 74
Controlador: Diana Van Staveren Bondade 87 Tem plos 4 ,1 8 ,2 4 , 74
Supervisão de Arte: M. M. Kawasaki
Diretor de Arte: Scott D. Van Kampen Com prom isso 78, 8 5 ,8 6 Testem unho 8 2 ,8 6 , 96
Desenho: Sharri Cook
Produção: Reginald J. Christensen, Steven L. Dayton, Jane C om unicação 31 Trabalho 4 6 ,5 4
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Gerente de Circulação: Joyce Hansen Convênio 5 Últim os Dias 78
A Liahona: Conversão 8
Diretor Responsável e Produção Gráfica: Dario Mingorance
Editor: Paulo Dias Machado (Reg. 8966-35-02 - RJ) Dons de Deus 62 Os oradores desta conferência
Tradução e Notícias Locais: Ana Gláucia Ceciliato
Assinaturas: Loacir Severo Nunes Ensino 33 estão alistados em ordem
REGISTRO: Está assentado no cadastro da DIVISÃO DE
CENSURA DE DIVERSÕES PÚBUCAS, do D.P.F., sob n°
Espírito Santo 48 alfabética.
1151-P209/73 de acordo com as normas em vigor. Estudo das Escrituras 12
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deverá ser endereçada ao: Exemplo 48 Andersen, Neil L. 85
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A LIAHONA - © 1977 por A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias. Todos os direitos reservados. Heróis 48 Edgley, Richard C. 10
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de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, acha-se H istória da Família 24 Faust, Jam es E. 36
registrada sob o número 93 do Livro B, n° 1, de Matrículas
e Oficinas Impressoras de Jornais e Periódicos, conforme o Hum ildade 10, 82,91 Haight, David B. 24
Decreto n° 4857, de 9-11-1930. A Liahona, revista
internacional de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Jesus Cristo 8 ,1 2 ,2 7 ,2 9 ,6 5 ,9 1 ,9 6 Hinckley, Gordon B. 5 4 ,5 8 , 7 4 ,9 6
Últimos Dias, é publicada mensalmente em chinês, Lar 70
holandês, dinamarquês, inglês, finalandês, francês, alemão,
Hunter, How ard W. 65
italiano, japonês, coreano, norueguês, português, samoano, Liderança 39 Kendrick, L. Lionel 12
espanhol, sueco e tonganês; bimensalmente em indonésio,
taitiano e tailandês; e trimestralmente em islandês, tcheco, Linguagem da O ração 1 5 ,9 3 M adsen, John M. 27
húngaro e russo. Impressão: ULTRAPRINT Impressora
Ltda. - Rua Bresser, 1224 - Brás - São Paulo - SP. Livro de M órmon 27 M axwell, Neal A. 78
Devido à orientação seguida por esta revista, reservamo-
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The A Liahona (ISSN 0885-3169) is published monthly by
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postage paid at Salt Lake City, Utah and at additional
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Perseverança 1 0 ,5 0 W ood, Lowell D. 91
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50 East North Temple Street, Salt Lake City, Utah 84150, Poder 2 9 ,4 3 W irthlin, Joseph B. 70
U.S.A.

2
Índice
1 R e l a t ó r io da 1 6 3 a C o n f e r ê n c ia G e r a l A n u a l de 50 B usca e Sa lv a m en to
A I g r e ja de J e s u s C r is t o dos Santo s dos P residente Thom as S. M onson
Ú l t im o s D ia s 58 A l g u m a s L iç õ e s Q u e A prendi Q u an d o J ovem
P residente G ordon B . H inckley
S essão M a t u t in a d e Sá ba d o
4 O T em plo do Senhor S essão M a t u t in a d e D o m in g o

P residente Thom as S. M onson 62 D á d iv a s

5 C u m p r ir C o n v ê n io s Presidente Thom as S. M onson
Élder M. R ussell B allard 65 " S ó P o r e m Ti, J e s u s , P e n s a r "
8 O S e n h o r d a V id a Élder J. R ichard Clarke Presidente H ow ard W. H unter
10 G uardai a F é B ispo R ichard C. Edgley 67 P az P or M e io d a O ração
12 E x a m in a i as E s c r it u r a s É lder R ex D . P inegar
É lder L. Lionel K endrick 70 F a m íl ia s e L a r e s E s p ir it u a l m e n t e F o r t e s
15 A L in g u a g e m d a O r a ç ã o É lder Joseph B. W irthlin
Élder D allin H. Oaks 74 E s t a T r a n q ü il a C a s a de D eu s
18 O T e m p l o , o S a c e r d ó c io P residente G ordon B . H inckley
Élder B oyd K. P acker
S e s s ã o V e s p e r t in a de D o m in g o

S e s s ã o V e s p e r t in a de Sá ba d o 78 " E is que o I n im ig o E s t á R e u n id o "

22 A p o io a o s O f ic ia is da I g r e ja Élder N eal A . M axw ell
P residente Thom as S. M onson 82 R e c e b e r A ju d a D iv in a pela

23 R e l a t ó r io do C o m it ê de A u d it o r ia d a I g r e ja G raça do Sen hor

Ted E. D avis Élder G ene R . C o o k
23 R e l a t ó r io E s t a t ís t ic o de 1992 85 “O S e n h o r Q u a l if ic a A qu eles a Q uem C h a m a "
F. M ichael W atson É lder N eil L. A ndersen
24 A d o ra çã o P esso a l no T em plo 86 S ei em Q u e m C o n f ie i
É lder D avid B. H aight É lder D. T odd Christofferson
27 J e s u s C r is t o , o F il h o d o D e u s V iv o 87 " Cam as de Gato" de B ondade
É lder John M . M adsen C h ie k o N . O k a z a k i
29 O P o d e r d a I g r e ja A l ic e r ç a d o e m C r is t o 89 " D e it a r - m e F a z em V erd es P a s t o s "
Élder V. D allas M errell É lder T a i Kzvok Yuen
31 O r a ç ã o É lder D avid E. Sorensen 91 V in d e a C r is t o É lder Low ell D . W ood
33 O P od er dos P r in c íp io s C o r r e t o s 93 D e V o lta aos E l e m e n t o s B á s ic o s do E van gelh o
É lder R ichard G. Scott É lder L. T o m Perry
36 V o lta para C a sa , P a i 96 "O T estem u n h o de um P ro feta "
Élder Jam es E . Faust P residente G ordon B. H inckley

S essão do Sa c e r d ó c io
56 A u t o r id a d e s G e r a is de A I g r e ja de J e s u s C r is t o
dos Santo s dos Ú l t im o s D ia s
39 H onrar o S a c e r d ó c io
É lder Russell M. N elson 98 N o t íc ia s d a I g r e ja
104 E l e s F a l a r a m p a r a N ós
43 A FÉ P r o d u z o P o d e r d o S a c e r d ó c io
É lder John K. C arm ack
46 O P r in c íp io d o T r a b a l h o As fotos da conferência foram tiradas por Jed Clark, Welden
É lder F. D avid Stanley Andersen, Phil Shurtleff, Craig Dimond, John Luke, Peggy
48 H e r ó is Bispo H . D avid Burton Jellinghausen, e Matt Reier.

A L iahona / J ulho 1993 3

SESSÃO MATUTINA DESABADO
3 deabril de1993
0 T em plo do S enhor
P resid ente Thom as S. M onson
Segundo Conselheiro na Prim eira Presidência
Presidente Benson sempre amou os templos e a obra
do templo... Todas as sextas-feiras, ele e Sister
Benson iam ao templo para participar de uma sessão.
mados irmãos, é costume o
A
Presidente da Igreja abrir
cada conferência, para saudar
os santos no mundo todo e para
estabelecer o espírito de tudo que se
seguirá. Uma vez que o Presidente
Benson não pode estar conosco em
pessoa, atendo ao seu convite de falar
por ele. A maior parte do tempo
apresentarei suas próprias palavras.
Presidente Hinckley e eu
fizemos uma visita muito agradável
ao Presidente Benson na quarta-feira
passada. Ele recebeu-nos
carinhosamente, sorriu-nos com
aquele sorriso am igável que todos
nós amamos e fez-nos sentir que
nossa presença era muito bem -vinda.
Quando o Presidente Hinckley lhe
apresentou os planos para a
conferência e perguntou ao
Presidente se era seu desejo que
prosseguíssemos segundo os planos
e estendêssemos seu amor a todos,
ele respondeu com um ressonante
"Sim!". Nós com preendem os suas
preocupações. Com partilham os seu
am or e trazem o-vos suas bênçãos.
Esse gigante do Senhor m erece
nossas orações constantes e fé
permanente.
Na sexta-feira, 26 de março,
Sister M onson e eu participam os da
cerim ônia de inauguração de uma
exposição m aravilhosa no museu
junto à Praça do Templo. Essa
exposição foi denom inada "O M onte
da Casa do Senhor" e retrata a
fascinante saga dos 40 anos
necessários para a construção do
Tem plo de Lago Salgado. Convido
todos os que puderem a visitar a
exposição e sentir o espírito que ela
transmite. N a terça-feira, 6 de abril,
será o aniversário do Tem plo de
Lago Salgado. Cem anos terão
decorrido desde o glorioso dia em
que foi dedicado.
Enquanto visitava a exposição
um repórter perguntou-me: "O
Presidente Benson apreciaria esta
exposição?".
Eu respondi: "Adoraria!".
O Presidente Benson sempre
amou os templos e a obra do templo.
Quando se sentia melhor, todas as
sextas-feiras ele e Sister Benson iam
ao tem plo para participar de uma
sessão. Sabíam os que nossa reunião
da Prim eira Presidência naquela
manhã deveria acomodar-se a esse
comprom isso. Certa manhã, eu
com entei que precisava realizar
ordenanças do templo para alguns
nom es de m inha família que
estavam preparados. Com um
sorriso e um brilho nos olhos, o
Presidente disse: "Irmão M onson, se
estiver muito ocupado, por que não
perm ite que Sister Benson e eu
façamos esse trabalho por vocês?".
N ão é necessário dizer que
encontram os tempo para fazer o
trabalho nós mesmos.
As próprias palavras do
Presidente Benson indicam seu amor
ao templo. Ele comentou certa vez:
"Eu me lembro...quando...menino,
vindo do campo e aproximando-me
da velha casa da fazenda...eu podia
ouvir minha mãe cantando "Neste
M undo" (Hinos, n° 136). Eu
posso...vê-la com os olhos da mente,
inclinando-se sobre a tábua de
passar roupa...com gotas de suor na
testa". Ela estava passando longas
tiras de tecido branco, e estendera
jornais no chão para conservá-las
limpas. "Quando lhe perguntei o que
estava fazendo, ela disse: 'São
mantos do templo, meu filho. Seu
pai e eu vamos ao Tem plo de Logan'.
Então ela colocou o velho ferro
no fogão, puxou uma cadeira para
perto da minha e falou-m e sobre a
obra do templo — quão im portante
era poder ir ao templo e participar
das sagradas ordenanças que lá são
realizadas. Ela tam bém falou de sua
esperança fervorosa de que um dia
seus filhos...netos e bisnetos tam bém
tivessem a oportunidade de
desfrutar essas preciosas bênçãos".
Ele continuou: "Sinto-me feliz em
dizer que suas mais caras esperanças
foram cumpridas em grande parte".1
Em outra ocasião, o Presidente
Benson instruiu-nos: "Algumas
vezes, na paz dos belos templos, os
problemas sérios da vida encontram
solução. As vezes conhecimento
puro flui para nós sob a influência
do Espírito". Disse ele: "Eu sou grato
ao Senhor pelos templos. As bênçãos
da Casa do Senhor são eternas. Elas
são da maior im portância para nós
porque é no templo que obtem os de
Deus as maiores bênçãos relativas à
vida eterna. O templo é realm ente a
porta do céu.
Ele disse: "Lembremo-nos
sempre, ao visitar esses gloriosos
templos e neles trabalhar, que o véu
entre este mundo e o mundo
espiritual pode tornar-se muito
tênue. Eu sei que. isso é verdade",
declarou. "Devemos tam bém ter em
mente que é tudo um grande
programa de am bos os lados do véu,
e não é im portante se servimos aqui
ou lá, desde que o façam os de todo o
coração, poder, mente e força".2
Presidente Benson, vossas
palavras são bem -vindas. Nós as
ouvimos. Nós as seguiremos. Elas,
como o templo que tanto amais, são
como um refúgio das tempestades
da vida — com o um farol perpétuo
que nos guia ao porto seguro.
Faço eco aos sentim entos de
todos, Presidente Benson, ao dizer
que vos am am os e sempre oramos
por vós. Em nome de Jesus Cristo,
amém.
NOTAS
1. Ensign, agosto 1985, p. 8
2. Vide Ensinamentos de Ezra Taft Benson
(Salt Lake City: Bookcraft, 1988), pág. 164
C um prir C onvênios
É ld er M . Russell Ballard
do Q uorum dos D oze A póstolos
Enganais-vos a vós mesmos se pensais que podeis
quebrar promessas feitas ao Pai Celestial e não sofrer
conseqüências.
sta manhã, quero falar
E principalm ente aos rapazes e às
m oças da Igreja. Oro ao
Espírito que me ajude a inspirar-vos,
jovens, a querer viver em retidão.
Alguns de vós podeis não
compreender o plano do Pai
Celestial o suficiente para avaliar o
quão im portante é o viver
m oralm ente limpo se quiserdes
gozar de paz, felicidade e auto-
estima. Quando entenderdes essas
coisas, as verdades do evangelho vos
darão a orientação de que necessitais
para serdes mem bros dignos da
Igreja. Quando aceitardes os
princípios básicos do evangelho e
vos com prom eterdes a vivê-los,
tereis a com preensão espiritual que
vos ajudará a serdes puros, cheios de
integridade e fé.
Infelizm ente, vivemos num
mundo inundado de todo tipo de
poluição moral, incluindo drogas,
violência, linguagem obscena,
pornografia na literatura; e
videotapes e programas de televisão
que prom ovem o sexo ilícito e a
prom iscuidade como sendo normais.
Um debate nacional está se
intensificando cada vez mais para
tom ar o aborto por opção, aceitável.
Com desafios como esses, é
preciso que vos lembreis de que não
os enfrentais sozinhos. Há pessoas
que vos am am e desejam que sejais
felizes. Querem os o m elhor para vós.
Mais especialm ente, o Pai Celestial
vos ama e quer que tenhais alegria e
felicidade. Ele fez promessas
maravilhosas aos seus filhos fiéis que
o amam, que são batizados e que
guardam os mandamentos.
Q uando entrastes nas águas do
batism o, fizestes uma promessa ao
Senhor de que vos "(humilharíeis)
diante de Deus,... testificando diante
da igreja que (vos arrependestes)
verdadeiram ente de todos os
(vossos) pecados e (estaríeis)
dispostos a tomar sobre (vós) o nome
de Jesus Cristo, com o firme
propósito de servi-lo até o fim, e
(m anifestaríeis) verdadeiram ente por
(vossas) obras, que (recebestes) o
Espírito de Cristo para a remissão de
(vossos) pecados". (D&C 20:37.)
Eostes, portanto, ligados por
convênio ao "com portam ento e
conversa piedosa,... vivendo em
santidade diante do Senhor". (D&C
20:69.)
M uitos de vós fostes batizados
com oito anos, e podeis não entender
que essa foi a prom essa que fizestes
ao Pai Celestial quando batizados.
Lembrai-vos sempre de que estais
sob esse convênio. O Pai Celestial
rometeu, em troca, que daria
ênçãos m aravilhosas àqueles que
honrassem os convênios,
guardassem os mandamentos e
A L iahon a / ] ulho 1993 5

O Bispado Presidente cumprimenta Élder James E. Faust, do Quorum dos Doze, à direita. Da esquerda
para a direita: Bispo H. David Burton, primeiro conselheiro; Bispo Robert D. Hales; e Bispo Richard C.
Edgley.
perseverassem até o fim. Eles serão
selados pelo Santo Espírito da
promessa e a eles serão dadas "todas
as coisas" (D&C 76:55; grifo nosso;
vide também versículos 50-54, 70),
incluindo uma herança no reino
celestial (2 Néfi 31:16-20).
O Apóstolo Paulo escreveu: "A s
coisas que o olho não viu, e o ouvido
não ouviu, e não subiram ao coração
do homem, são as que Deus
preparou para os que o am am ''. (I
Coríntios 2:9.) Aqueles que vivem
uma vida pura e guardam os
mandamentos "habitarão na
presença de Deus e seu Cristo para
todo o sem pre". (D&C 76:62.) Eles
"(terão) a vida eterna... o m aior de
todos os dons de D eus". (D&C 14:7.)
Eu vos lembro, rapazes, de que
fostes ordenados ao sacerdócio, de
que fizestes um convênio a mais com
o Senhor. Quando fostes ordenados,
fizestes uma promessa sagrada de
que honraríeis fielm ente o
sacerdócio. (Vide D&C 84:33-42.)
Ficam os contentes em saber que
muitos de vós sois leais e fiéis em
todos os sentidos aos convênios do
sacerdócio, e estais-vos preparando
para receber as bênçãos prometidas
do Senhor. Infelizmente, sabemos
também que muitos rapazes do
sacerdócio dão pouca atenção à
6
natureza séria das sagradas
prom essas feitas ao Pai Celestial.
Deixai-m e explicar por que vós,
rapazes e moças, deveis cum prir os
convênios que fizestes com Deus.
No mundo pré-m ortal, antes de
deixarm os a presença do Pai
Celestial, ele nos advertiu sobre as
novas experiências que teríam os na
mortalidade. Sabíam os que teríamos
um corpo físico de carne e ossos.
Sendo que nunca havíam os sido
mortais antes, não tínhamos
experiência em lidar com as
tentações da m ortalidade, mas o Pai
Celestial sabia e compreendia. Deu-
nos a responsabilidade de controlar
nosso corpo mortal e de sujeitá-lo ao
nosso espírito que deveria dominar
as tentações físicas que nosso corpo
encontrasse num mundo material. O
poder espiritual capaz de vencer a
influência de Satanás é-nos dado
pela observância dos mandamentos
de nosso Senhor, Jesus Cristo.
Estando aqui na terra pela
prim eira vez em nossa existência
eterna, estamos longe da presença
protetora do Pai nos Céus e sujeitos
à influência de Satanás e seus
seguidores. Lembrai-vos de que
Satanás tentou até m esm o fazer com
que o Salvador traísse as promessas
feitas a Deus. Depois de batizado,
Jesus foi ao deserto para jejuar e orar
durante quarenta dias. Satanás
escolheu aquele m omento, durante a
fom e e fraqueza física de Cristo, para
tentá-lo, mas Jesus não sucumbiu;
perm aneceu firme.
Satanás procurará tentar-nos em
ocasiões e de m aneiras que explore
nossas fraquezas ou destrua nossas
forças. Suas promessas, contudo, são
falsidades que dão apenas prazer
temporário. Seu propósito maligno é
o de tentar-nos a pecar, sabendo que,
quando pecamos, nos separam os do
Pai Celestial e do Salvador, Jesus
Cristo. Começam os a nos afastar das
bênçãos prometidas do Pai Celestial,
dirigindo-nos para a miséria e
agonia nas quais definham Satanás e
seus seguidores. Ao pecar,
colocam o-nos em poder de Satanás.
Q ueridos jovens amigos,
com preendo as lutas com as quais
vos defrontais todos os dias para
guardar os mandam entos do Senhor.
A batalha por vossas almas está cada
vez mais violenta. O adversário é
forte e astucioso. Tendes, porém,
dentro de vosso corpo físico, o
poderoso espírito de um filho de
Deus. Como vos ama e deseja que
retorneis a sua presença, o Pai nos
Céus deu-vos uma consciência que
diz a vosso espírito quando estais
guardando os m andamentos do
Senhor e quando não estais. Se
prestardes mais atenção ao vosso eu
espiritual, que é eterno, do que ao
vosso eu mortal, que é físico, podeis
sem pre resistir às tentações de
Satanás e vencer seus esforços para
tomar-vos sob seu poder.
Deveis ser honestos com vós
mesm os e permanecer fiéis aos
convênios que fizestes com Deus.
Não caiais na armadilha de pensar
que podeis pecar um pouco e que
isso não tem importância. Lembrai-
vos: "O Senhor não pode encarar o
pecado com o mínimo grau de
tolerância". (D&C 1:31.) Alguns
rapazes e m oças da Igreja falam
abertam ente sobre transgressões
sexuais. Parece que se esquecem de
que o Senhor proíbe todas as
relações sexuais antes do casamento,
incluindo carícias, perversão sexual
de todos os tipos, ou preocupar-se
com sexo em pensam ento, palavra
ou ação. Alguns jovens racionalizam
tolam ente que "n ão é tão sério"
pecar agora porque sem pre se pode
arrepender m ais tarde, quando
quiser ir ao templo ou sair em
missão. Todos os que assim pensam
estão quebrando prom essas feitas a
Deus tanto na vida pré-m ortal
quanto nas águas do batismo. A
idéia de pecar um pouco é enganar-
se a si mesmo. Pecado é pecado! O
pecado vos enfraquece
espiritualmente, e sem pre põe o
pecador em risco eterno. Escolher o
pecado, mesmo com o intento de se
arrepender, é simplesmente se
afastar de Deus e violar convênios.
Reconhecidamente, m uitos de
vós, rapazes, honrais o sacerdócio e
muitas moças "(defendem ) a
verdade e a retidão" como declara o
lema das Moças. (M anual de Liderança
das Moças, Salt Lake City: A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias, 1992, p. 5.) Nós vos louvamos
por vossa fidelidade e integridade.
Para aqueles que se extraviaram,
o Senhor providenciou um caminho
de volta, mas não sem dor. O
arrependimento não é fácil; leva Élderes Han In Sang e Sam K. Shimabukuro, dos Setenta.
tempo — um doloroso tempo!
Enganais-vos a vós mesmos se
pensais que podeis quebrar proferidas palavras tão verdadeiras! m elhor não com eter o pecado.
promessas feitas ao Pai Celestial e Não podeis fa z e i coisas erradas Alguns pecados são de tal
não sofrer conseqüências. e sentir-vos bem . E impossível!... gravidade, que podem pôr em risco
Apoiais a Primeira Presidência e Oramos para que vós — a jovem a condição de membro da Igreja e a
os Doze Apóstolos como profetas, geração que surge — mantenhais o vida eterna. Os pecados sexuais são
videntes e reveladores. Preparamos corpo e a mente limpos, livres da dessa gravidade.
para vós um folheto intitulado Para o contam inação do mundo, para que Nos casos em que as escolhas já
Vigor da juventude (Salt Lake City: A sejais vasos aptos e puros, a fim de levaram à impureza sexual, o
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos assumirdes, triunfalmente, as arrependimento é o cam inho de
Últimos Dias, 1990.) M uitos de vós responsabilidades do reino de Deus, volta. Conversai com os pais e com o
sabeis que este folheto inspirado em preparação para a segunda vinda bispo. Eles vos am am e vos
contém diretrizes para ajudar-vos a de nosso Salvador." (Pp. 3-5.) explicarão como arrepender-vos e
avaliar vossa conduta moral. Não vos esqueçais de obter um como tom ar a pôr a vida em ordem.
Admoesto-vos a lerdes cada palavra exemplar do folheto Para o Vigor da O milagre do perdão é real, e o
repetidas vezes a fim de que Juventude e de lê-lo com freqüência. verdadeiro arrependimento é aceito
compreendais o que o Senhor e sua Carregai convosco o cartão que pelo Senhor. O arrependimento total
igreja esperam de vós. A m ensagem resum e esse folheto. Lede de alguns pecados requer não
da Primeira Presidência é tão im por­ cuidadosam ente a seção no folheto apenas que os confessemos e
tante que citarei alguns pontos dela. que ensina os princípios de pureza resolvam os com o Senhor, mas que
"Prezados rapazes e moças, sexual e segui os conselhos com tam bém o façamos perante a Igreja.
Q ueremos que saibais que vos exatidão. Aqueles que não foram O bispo e o presidente da estaca
amamos. Temos grande confiança sábios e transgrediram , devem ler e foram designados, por revelação,
em vós. Por este motivo, falamo-vos orar sobre a seção que trata do para servir como juizes nesses casos.
franca e honestamente.... arrependimento. Isso tam bém é Apenas o Senhor pode perdoar
Deus vos ama, como ama todos muito im portante, portanto, citarei pecados, m as esses líderes do
os seus filhos. Seu desejo, propósito alguns pontos dessa seção. sacerdócio podem ajudar o
e glória é fazer com que volteis à sua "A lgum as pessoas quebram transgressor no processo de
presença puros e imaculados, tendo conscientem ente os m andam entos de arrependimento.... Se pecastes,
provado que sois dignos de uma Deus. Elas planejam arrepender-se quanto antes com eçardes a trilhar o
eternidade de alegria na presença antes de sair em m issão ou de cam inho de volta, mais rapidamente
dele.... receber os convênios e ordenanças encontrareis a paz e a alegria
Escolhei uma vida moralmente sagrados no templo. O advindas do milagre do perdão."
limpa. O profeta Alma declarou: 'A arrependim ento para esse tipo de Os presidentes de estaca e
iniqüidade nunca foi felicidade' com portam ento é difícil e doloroso e missão, os bispos e presidentes de
(Alma 41:10). Nunca foram pode levar um tempo muito longo. É ramo receberam , recentemente,

A L iah o n a / J ulho 1993 7

 instruções da Primeira Presidência
sobre a recomendação de membros
dignos e qualificados para o serviço
missionário de tempo integral.
Irmãos, esperamos que ensineis aos
líderes dos jovens, aos pais e à
juventude esses princípios há tanto
tempo estabelecidos. Os
missionários devem ser moralmente
limpos e espiritualmente preparados
por vós para servirem ao Senhor no
mundo de hoje. Eu vos exorto a
seguirdes estritam ente essas
instruções e a fazerdes tudo o que
estiver ao vosso alcance para ajudar
os jovens a evitarem qualquer tipo
de pecado que possa desqualificá-los
para o serviço no reino de Deus.
Queridos jovens amigos, eu vos
incentivo a reservardes um tempo
toda semana para ficar sozinhos,
longe da televisão e das pessoas.
Levai as escrituras e, ao lê-las,
ponderando e orando, avaliai
honestamente vossa vida. Verificai
vossa posição em relação às
promessas que fizestes ao Pai
Celestial. Se tiverdes um problema,
conversai com o Senhor em séria e
hum ilde oração. Aconselhai-vos com
vossos pais; eles vos ajudarão. O
bispo e os líderes adultos dos
Rapazes e M oças ajudarão. Eles vos
amam e querem que estejais em paz
com vós mesm os a fim de que
partilheis do sacramento dignamente
todas as semanas. Entretanto, depois
de tudo dito e feito, apenas vós
sabeis se estais sendo fiéis aos
convênios que fizestes com Deus.
Sereis gratos, quando chegar a
hora de entrar no templo, por
haverdes seguido o conselho do
Senhor e escolhido ser moralmente
limpos. Que Deus vos abençoe,
rapazes e moças, com um coração
puro e um desejo sincero de servir
dignamente ao Senhor.
Sei que esta Igreja é verdadeira.
Sei que Deus vive e que Jesus é o
Cristo. Sei que se vós, a juventude da
Igreja, tiverdes a coragem de
guardar vossos convênios e se
seguirdes o conselho de vossos pais
e líderes da Igreja, tereis o desejo e a
força para viver dignamente.
Estareis, então, preparados para as
responsabilidades no lar, na Igreja e
na comunidade e preparados
também para voltar à presença do
Pai Celestial. Que Deus abençoe toda
a nossa preciosa juventude, eu oro,
em nom e de Jesus Cristo, amém.
0 S en h or da V ida
É lder J. R ichard C larke
da Presidência dos Setenta
Por intermédio de Jesus Cristo podemos nascer de
novo. Podemos mudar. Podemos transformar-nos
completamente. E podemos permanecer
transformados.
•SX
rimeiramente, desejo agradecer
P
a meus netos, que vêm orando
nas últimas sem anas para que
seu avô tenha o Espírito do Senhor
nesta ocasião.
A prim avera em Utah traz uma
esperada renovação de vida. A
Páscoa se aproxima e, mais uma vez,
meditam os sobre a ressurreição e o
plano de salvação de nosso Pai. Os
m ilagres da natureza e o evangelho
se com binam para lem brar-nos de
que o Senhor da Vida é um Deus de
milagres.
Para m uitos, talvez o milagre
mais espetacular fosse o
ressurgim ento de alguém dentre os
mortos. As escrituras descrevem a
alegria suprema da viúva de Sarepta
e de Naim, cujos filhos mortos
tiveram a vida restaurada. (Vide I
Reis 17:17-24; Lucas 7:11-15.) O
episódio mais dram ático relata como
o Salvador se dirigiu ao sepulcro de
seu querido amigo Lázaro, morto
havia quatro dias. Pedindo-lhes que
retirassem a pedra, "clam ou com
grande voz — Lázaro, sai para fora.
E o defundo saiu, tendo as mãos
e os pés ligados com faixas". (João
11:43-44.)
O Profeta Joseph Smith
expressou-se num a percepção
profunda, que reformularei como
pergunta —- É mais inacreditável que
alguém seja levantado dentre os mortos
do que renasça espiritualmente? (Vide
Ensinamentos do Profeta Joseph Smith,
p. 187.)
João, o Apóstolo, ensinou que a
mais elevada manifestação de amor
do Pai Celestial foi enviar "seu Filho
unigênito ao m u n d o , para que por
ele vivam os". (I João 4:9.)
Poucos com preenderam isto
durante seu ministério. O intelectual
Nicodem os ficou im pressionado com
os m ilagres de Jesus, mas mesmo
possuindo grande conhecimento das
escrituras, não conseguiu captar a
doutrina do renascim ento espiritual,
a transformação da alma hum ana, o
que significa nascer de novo. (Vide
João 3:1-10.)
A natureza fornece alguns
paralelos notáveis. O falecido
produtor de cinema, Cecil B.
DeM ille, relatou a seguinte
experiência:
"U m dia eu estava deitado em
uma canoa, quando um inseto
preto... subiu nela. Observei-o
preguiçosamente durante algum
tempo.
Com o calor do sol, o inseto
começou a morrer. Foi então que
uma coisa estranha aconteceu. Sua
casca preta brilhante rachou nas
costas, e de dentro saiu uma massa
inform e, que rapidam ente se
transformou em vida bela e
colorida...Pouco a pouco surgiram
asas iridescentes que, com o sol,
refletiam milhares de cores...O corpo
azul-esverdeado tomou forma.
Diante de meus olhos ocorrera
uma m etamorfose — a
transformação de um inseto
hediondo num a criatura linda e
colorida...Eu testem unhara...um
milagre. Da lama saíra uma vida
nova e bela. E naquele momento
pensei que se o Criador opera tais
maravilhas com a mais inferior das
criaturas, o que não estará reservado
para o espírito hum ano!"
M eu testemunho hoje é que, por
intermédio de Jesus Cristo podemos
nascer de novo. Podemos mudar.
Podemos transformar-nos
completamente. E podemos
permanecer transformados.
Essas mudanças totais requerem
o poder de Deus. Ele faz esta
promessa ao povo do convênio:
"E vos darei um coração novo, e
porei dentro de vós um espírito
novo...e farei com que andeis em
meus estatutos." (Ezequiel 36:26-27.)
O rei dos lam anitas foi tocado
pelo poder do Espírito quando ouviu
o evangelho. Ele perguntou a Aarão:
"Q ue deverei fazer para conseguir
essa vida eterna da qual
falaste?...para poder nascer de Deus,
arrancar este espírito iníquo de meu
peito e receber o Espírito de
Deus?...Darei tudo quanto
possuo...para poder receber esse
grande regozijo". (Alma 22:15.)
Observai a receita de Aarão: "Se
desejas isto, se te curvares diante de
Deus, sim, se te arrependes de todos
os teus pecados...invocando seu
nome com fé, acreditando receber,
então obterás a esperança que
desejas". (V. 16.)
Prostrando-se perante o Senhor,
o rei suplicou: "Se tu és Deus, faz-
me-lo saber e abandonarei todos os
meus pecados para conhecer-te".
(V. 18.)
Das páginas de nosso diário
missionário tiramos um caso
repetido freqüentemente nas missões
da Igreja. John e Shirley W ithers
eram publicitários bem sucedidos.
Tinham uma vida movimentada,
entregando-se aos prazeres do
mundo. Quando conheceram os
missionários, ficaram
im pressionados com seu sem blante
puro e radioso, tão diferente de
outros jovens que conheciam.
Q uando o Espírito lhes tocou o
coração, o milagre da conversão teve
início. Seu com portam ento anterior
tornou-se incom patível com os
princípios do evangelho. Um novo
conjunto de prioridades e valores
substituiu os interesses do mundo. A
bebida e o cigarro tom aram -se
hábitos descartáveis, em bora isso
lhes exigisse grande esforço. O
recato passou a determ inar seu
vestuário. A oração, o estudo das
escrituras, serviço na Sociedade de
Socorro e no sacerdócio tornaram-se
o foco de sua vida. Foram batizados
e receberam o Espírito Santo.
Irmã Clarke e eu, com alguns de
nossos missionários, reunim o-nos no
Tem plo de Lago Salgado quando
John, Shirley e os filhos foram
selados como família eterna. Seus
sem blantes refletiam a beleza
resplendente da em ancipação da
alma. Testem unham os um
renascim ento espiritual, como se
fosse da tumba.
Participei recentem ente de um
serviço religioso num a prisão
estadual. Quando os reclusos
prestaram testem unho, fiquei
comovido com o remorso que
sentiam do com portam ento que os
levara à prisão. M ais tocantes,
porém, foram suas manifestações de
am or ao Salvador, a esperança que
demonstraram em sua m isericórdia e
perdão, ao orarem para que o
arrependim ento que sentiam fosse
aceitável a seus olhos.
Gostaria de citar as palavras de
uma pessoa naquela reunião. Ao ler
o Livro de M órmon, ele descobrira o
bálsam o sanador e a com paixão de
um Salvador amoroso:
"N este último mês, o Senhor
concedeu-m e muitas bênçãos. Ele
transform ou-m e o coração, livrou-
me da raiva, do ódio, do medo.
Substituiu-os pelo amor e pela
esperança. Tam bém me libertou de
minha língua obscena e de meu
desejo de fumar. Está-me ajudando a
vencer m uitas fraquezas da carne.
Sempre acreditei ter um
relacionam ento com o Senhor. Vejo
agora como essa relação era egoísta.
Quando li a respeito de Corior,
fiquei chocado. Usara muitas
daquelas justificativas e
racionalizações para criar um 'deus
m aleável', que eu pudesse moldar
para atender a minhas necessidades
iníquas.
Desejo realmente ser
batizado...ser m embro de A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias. Creio que é a sua Igreja, e sei
que minha longa busca está
term inada."
A conversão espiritual é
precedida de um desejo intenso de
m udança e da adm issão de que
precisamos da ajuda divina. Somente
aqueles que hum ildemente abrem o
coração têm a coragem de admitir
seus erros e confiar no Senhor para
receber perdão e redenção.
Não sei como nosso Salvador na
realidade realiza o milagre
santificador da expiação, como ele
toma sobre si nossas angústias
m entais e físicas e assume nossas
dores e culpas; sei, porém, que ele o
faz. Isto me leva às seguintes
conclusões:
1. O incom preensível rigor de
seu sofrimento deve convencer-nos
de que somos amados e muito
im portantes para nosso Pai Celestial.
De outra forma, como tal sofrimento
seria permitido?
2. O sacrifício de nosso Salvador
precisava ser uma ação voluntária de
misericórdia, o derram amento de
sangue inocente, o justo pelos
injustos, o perfeito pelos imperfeitos.
3. A expiação deveria ser infinita
e eterna, estando ao alcance de toda
a hum anidade.
4. Eu acredito, para usar uma
frase associada a apólices de seguro,
que devemos pagar o dedutível.
Precisam os experimentar muita dor,
muito sofrimento, muita culpa, para
adquirirmos consciência da pesada
carga suportada pelo Salvador e
sabermos ser gratos.
M inha alma se angustia quando
A L lahona / J ulh o 1993 9
 sua expiação é tratada levianamente,
quando a bênção do arrependimento
é reduzida a uma simples conversa
com o bispo, quando a confissão é
breve, sem hum ildade ou tristeza
segundo Deus. Esta atitude de sentir
que tudo é nosso direito e não
privilégio, foi recentemente expressa
por um jovem membro da Igreja, que
escreveu:
"Fiz coisas erradas, que sabia
serem erradas, porque isso me foi
ensinado desde que m e posso
lembrar...Sei que o arrependimento é
um dom grandioso. Sem ele estaria
perdido. Não estou pronto para
arrepender-me dos pecados, mas sei
que quando estiver, poderei fazê-lo."
Essa indulgência com o pecado
premeditado mostra um triste
equívoco a respeito do
arrependimento. Como advertiu
Amuleque, não devemos adiar o dia
do arrependimento para o fim. (Vide
Alma 34:32-35.) Não podemos
prever o dia de nossa prestação de
contas. U m núm ero grande demais
de pessoas acredita que a salvação é
uma fuga da penalidade do pecado,
ao invés de um a libertação da
tendência para pecar. Os verdadeiros
penitentes não apenas buscam
perdão para seus pecados passados,
mas suplicam ao Salvador que
liberte seu coração do desejo de
pecar.
5. Finalmente, devemos
reconhecer o dom e cum prir as
condições, a fim de que a redenção
seja completa. O amor motiva nossa
obediência a Deus. Para
expressarmos amor e gratidão pela
expiação, fazemos convênio com o
Pai Celestial de tomar sobre nós o
nome de seu Filho e prestar
testemunho dele em todas as horas e
em todos os lugares, obedecendo a
seus mandamentos. (Vide M osiah
18:8-10.)
Presto solene testem unho de que
uma aceitação plena da expiação,
juntam ente com as ordenanças
salvadoras do evangelho, muda
vidas. Por interm édio de Jesus
Cristo, o Senhor da Vida, podemos
ser elevados de uma morte de erros e
pecados a um renascimento
espiritual de esperança e alegria
eterna. Ele vive. Ele nos ama. Ele nos
suplica que nos acheguemos a ele e
encontrem os paz. Que o façamos é
minha oração, em nome de Jesus
Cristo, amém.
10
G uardai a F é
B isp o R ich ard C. E d gley
Segundo C onselheiro no Bispado Presidente
Os próprios obstáculos sobrepujados aproximam
mais do Pai Celestial os fiéis.
uando eu era um jovem ex-
Q missionário, meus ex-
companheiros de m issão e eu
despediamo-nos
costum eiram ente com as palavras:
"G uarda a fé". Em bora fosse uma
frase corriqueira, dita inform almente
e sem muita reflexão, a admoestação
é séria e foi feita pelo Senhor.
O Apóstolo Paulo, na segunda
epístola a Tim óteo, declarou:
"C om bati o bom com bate, acabei a
carreira, guardei a fé". (II Timóteo
4:7.) Tem sido sem pre nossa
responsabilidade guardar a fé até o
fim. Na seção dezoito de Doutrina e
Convênios, o Senhor admoesta: "E
todos os que se arrependerem e
forem batizados em meu nom e, que
é Jesus Cristo, e perseverarem até o
fim serão salvos". (V. 22.)
Nunca esquecerei a impressão
que me causou o Presidente Joseph
Fielding Smith, em seu nonagésimo
quinto aniversário ao exclamar:
"Espero que eu persevere até o fim
nesta vida". Hoje, talvez mais do que
nunca, nossa fé sofra desafios de
todo tipo. Isso não nos deve
surpreender, já que os desafios
fazem parte do plano de Deus. Como
Abraão se provou a si mesmo
perante o Senhor com fé inabalável
quando levou o filho Isaque à
montanha para ser sacrificado, nós
tam bém devemos provar ao Pai
Celestial nossa devoção,
perseverança e fé.
Todos nos defrontamos com os
desafios normais e esperados da
m ortalidade. Passamos pela
experiência da morte, batalham os
contra a transgressão, tentamos
vencer as dificuldades do
arrependim ento, às vezes lutam os
contra a rebelião e lidamos com o
estresse de sustentar nossas famílias.
Essas coisas são esperadas. Nós nos
preparam os para elas e as
enfrentamos.
Para os fiéis, os testes e
provações norm ais da vida não
precisam ser inimigos da fé. Embora
não busquem os esses obstáculos e
desafios, nós os aceitamos, e por
meio deles edificamos a vida e a fé.
Os próprios obstáculos sobrepujados
aproxim am mais do Pai Celestial os
fiéis, ajudando-os a desenvolver um
espírito hum ilde e submisso,
tornando-os gratos e fazendo que
apreciem as bênçãos que em anam de
um Pai amoroso. Em resumo, essas
experiências podem aumentar e,
muitas vezes, realm ente aum entam a
fé. Os fiéis não oram para serem
poupados das provações da vida,
mas sim para que tenham forças
para se elevarem acima delas. Dessa
forma, aproxim am -se mais do Pai
Celestial e do estado de perfeição
que buscam.
Para os santos dos últimos dias,
muitas vezes o maior teste de fé — o
mais sutil, mas tam bém o mais sério
— vem , não dos obstáculos normais
da m ortalidade, mas do sucesso. Há
uma forte relação, até uma relação
de causa e efeito, entre a fé e as
virtudes da hum ildade e de se ter
um coração submisso, que sempre
foram ingredientes fundam entais da
fé. As assim cham adas realizações da
vida, sejam materiais ou intelectuais,
quando não contrabalançadas pelos
princípios do evangelho e com a
influência do Espírito Santo,
freqüentemente afastam a pessoa
dos princípios fundamentais que
promovem a fé. Quando o sucesso é
alcançado sem o reconhecimento a
Deus, que é quem concede todas as
bênçãos, esse mesmo sucesso leva à
arrogância e a um a deterioração das
virtudes que nos conduzem à fé.
Quando o sucesso conduz ao auto-
engrandecimento ou à substituição
da vontade do Pai Celestial por
nosso conhecimento terreno,
colocamos em risco os princípios
sobre os quais nossa fé está
fundamentada. Qualquer coisa que
destrua a hum ildade e a submissão
é, na verdade, uma ameaça à fé.
Não im porta qual seja nossa
posição na vida ou nossas
realizações, se grandes ou não; um
coração submisso e um espírito
hum ilde são ainda fundamentais
para a fé. Devem os tomar cuidado
para não perm itir que o sucesso no
mundo ou o aprendizado terreno
substitua a sabedoria espiritual e a
orientação divina dada por Presidente Thomas S. Monson, Segundo Conselheiro na Primeira Presidência, à direita, cumprimenta o
Élder M. Russell Ballard, do Quorum dos Doze.
interm édio dos profetas.
No Livro de M órmon, M órmon
explica a degeneração dos nefitas, o seguinte: "O h! Q uão astuto é o Senhor designou para liderar.
resultante do senso de realização plano do maligno! Oh! A vaidade, Existem pessoas que acham que
distorcido em relação a assuntos fraqueza e insensatez dos homens! nossos líderes não estão informados
terrenos: "Porque viram e Quando são instruídos, pensam que das realidades do dia-a-dia. Tentam
verificaram, com grande tristeza, que são sábios e não ouvem os conselhos guiar os mem bros, substituindo as
o povo da igreja com eçava a se de Deus, pondo-os de lado, supondo revelações de Deus aos profetas, por
exaltar no orgulho de seus olhos, que sabem por si m esm os; portanto seu próprio conhecimento.
voltava seu coração para as riquezas sua sabedoria é insensatez e não lhes Infelizm ente, há pessoas que os
e para as coisas vãs do mundo, traz proveito. E eles perecerão". (2 seguem. Cristo advertiu: "Acautelai-
principiava a fazer pouco caso dos Néfi 9:28.) Jacó, depois, elucida, de vos, porém , dos falsos profetas, que
outros e a perseguir os que não forma que todos podemos vêm até vós vestidos como ovelhas,
criam, de acordo com a sua vontade compreender, que aquele mas interiorm ente são lobos
e prazer". (Alma 4:8.) aprendizado, sob as devidas devoradores". (Mateus 7:15.)
A lém disso, o Senhor nos circunstâncias, tem um papel Numa tentativa de melhor
adverte acerca de confiar apenas na im portante em nossa vida. Ele preparar os santos para os
força e sabedoria humanas. Disse ele: explica: "M as é bom ser instruído inevitáveis lobos am eaçadores, o
"M aldito é aquele que confia no quando se ouve os conselhos de Apóstolo Paulo advertiu: "Porque eu
homem, ou faz da carne o seu braço, D eus". (V. 29.) sei isto: que, depois da minha
ou ouve os preceitos do hom em , a Há os assim chamados partida, entrarão no meio de vós
menos que seus preceitos sejam "instru íd os" que deixaram que o lobos cruéis, que não perdoarão ao
dados pelo poder do Espírito Santo". intelecto destruísse sua base rebanho". (Atos 20:29.) Onde esses
(2 Néfi 28:31.) espiritual e que tentam tam bém lobos conseguiriam vestir-se como
Jacó tam bém nos esclareceu com desviar os fiéis daqueles que o ovelhas de forma tão autêntica que

A L iahon a / J ulho 1993 11

 enganariam o rebanho do Senhor?
Será que eles estariam "vestidos"
com grandes riquezas e roupas finas
como M órmon alertou? (Vide Alma
4:8.) A vaidade, fraqueza e
insensatez dos homens, os instruídos
que não dão ouvidos aos
m andamentos de Deus, como
advertiu Jacó? (Vide 2 Néfi 9:28.)
Será que, às vezes, podem vestir-se
de modo a parecerem bons pastores,
que até os próprios eleitos poderiam
ser enganados?
Sim, como Abraão dos tempos
antigos, nossa fé será testada.
Sofreremos doença, dor, morte e
tragédia. Isso é inevitável. Essa é a
razão principal pela qual optam os por
participar da mortalidade. Podemos
suportar essas provações e
tribulações porque dispom os dos
dons divinos, que nos ajudarão a vê-
las como são. Ao vencê-las,
aproximam o-nos mais do Pai
Celestial, sentimos seu am or e
ganhamos seu conhecim ento e
verdade. Somos capazes de vencer
esses testes e de perseverar até o fim.
Devemos preocupar-nos com
aquilo que podem os não reconhecer
pelo que verdadeiram ente é — a
substituição da orientação inspirada
de Deus pela vontade do homem.
Não nos deixemos levar pelos
sofismas dos homens, não
contrabalançados pelos princípios do
evangelho e pelo Espírito do Senhor.
Não percamos de vista aqueles
princípios duradouros dados por
Deus — os princípios de hum ildade
e coração submisso que nos têm
sustentado desde a restauração do
evangelho. Busquem os a verdade e a
orientação de um Pai amoroso.
Confiemos no Pai nos Céus e em
seus profetas vivos e na revelação
pessoal para nos orientar. Q uando os
profetas falarem, ouçamos e
obedeçamos.
Presto solene testem unho de que
Deus vive, que se preocupa conosco
o suficiente para designar profetas
para nossa bênção e edificação.
Presto testemunho de que, buscando
orientação de nosso Pai, seguindo os
profetas, nossa fé será m antida e
engrandecida. Irmãos, minhas
palavras de despedida, proferidas
não de maneira vaga ou sem
significado e reflexão, mas com
sobriedade e sinceridade, são
simplesmente: "G uardai a fé". Em
nome de Jesus Cristo, amém.
12
E xam inai as E scrituras
É ld er L. L io n el K en d rick
dos Setenta
O padrão é o mesmo para indivíduos e para nações.
Sem ler as escrituras eles deixam de conhecer o
Salvador.
o deixarm os nosso lar celestial
A
para a viagem através da
m ortalidade, recebem os
instruções e direções divinas que nos
ajudariam a voltar em segurança
para o Pai Celestial. Tais conselhos
nos foram com unicados claram ente,
a fim de nos prepararm os para as
experiências terrenas.
Nosso Pai Celestial continua a
com unicar-se conosco por meio de
revelações, que são com unicações
divinas. Elas podem vir até nós,
pessoalm ente, ou pela voz dos
servos escolhidos do Senhor, os
profetas, videntes e reveladores. As
revelações recebidas pelos profetas
nos são dadas em forma de escritura
ou pela voz dos profetas vivos.
Assim sendo, as escrituras se tom am
um mapa, um conjunto de instruções
divinas que nos ajudarão na jornada
pela m ortalidade e na viagem de
volta ao lar. Assim com o um mapa
fechado, as escrituras, se não
examinadas, são de pouco valor para
indicar-nos a direção.
Estam os estudando diariamente
as instruções divinas? Quando foi a
última vez que verificamos nossa
bússola celestial, para nos certificar
que ainda estam os na rota correta? A
estrada para o reino celestial tem
mão única. Q uando deixam os de
estudar as escrituras, podemos
encontrar-nos na contram ão de uma
rodovia de m ão única.
E s c r it u r a s
O Salvador nos deu um conceito
m uito claro do que são as escrituras.
Falando dos primeiros élderes desta
dispensação, ele disse: "E tudo que
falarem, quando sob a inspiração do
Espírito Santo, será escritura, será a
vontade do Senhor". (D&C 68:4.)
As escrituras revelam a vontade
divina do Senhor, em nosso
benefício. Todos nós devemos ter um
desejo ardente de estudar as
escrituras diligente e diariamente
para conhecer a vontade do Senhor.
Para alguns será necessário
desenvolver disciplina, a fim de
estudar as escrituras diariamente.
S e n t im e n t o s
Como nos sentim os a respeito
das escrituras? Temos o mesmo
am or às escrituras que foi expresso
por N éfi quando disse: "Porque
minha alm a se deleita nas escrituras,
e meu coração medita sobre elas...
Eis que m inha alma se deleita
nas coisas do Senhor, e meu coração
medita continuamente sobre as
coisas que vi e ouvi". (2 Néfi 4:15-16.)
Devem os m ostrar grande
respeito e reverência por essas
revelações sagradas. Devemos ser
gratos àqueles que registraram e
preservaram estas revelações para
nossa consulta.
Jacó, um dos quatro principais
escritores do Livro de Mórmon,
mostrou preocupação ao perceber
que poderia registrar somente uma
pequena parte de suas palavras nas
placas. Ele menciona que estaria
limitado em seus registros "devido à
dificuldade em gravá-las sobre as
placas". (Jacó 4:1.) Apesar das
dificuldades do trabalho, Jacó sentiu
que seria importante usar parte das
placas para expressar seus ternos
sentimentos em relação a com o espe­
rava que recebêssem os as palavras.
Ele disse: "E trabalhamos diligen­
temente para gravar estas palavras
sobre placas, na esperança de que
nossos queridos irmãos e nossos
filhos as recebam com corações
agradecidos e, olhando-as, possam
aprender com alegria, e não com
tristeza nem com desdém ". (Jacó 4:3.)
Alguns sofreram a morte para
que tivéssemos as escrituras hoje.
Élderes Tai Kwok Ynen, Sam K. Shimabukuro, e Han In Satig, dos Setenta.
Historicamente, as escrituras da
Bíblia estavam reservadas para os
clérigos, e a sua leitura por outras I m p o r t â n c ia não trouxeram quaisquer
pessoas era delatada. Por vezes, as escrituras ou registros sagrados.
leis até proibiam a leitura pública ou As escrituras devem ser da O m ni registra as condições de
particular das escrituras. Que bênção m aior im portância em nossa vida. um a nação sem escrituras: "H aviam
maravilhosa temos hoje, não N ossa sobrevivência espiritual tido m uitas guerras e sérias
som ente de possuir a mais com pleta durante os estresses de nossa contendas, e, de quando em
coleção de escrituras da história, mas sociedade e nas tentações de quando, haviam perecido pela
tam bém de termos liberdade de nossos dias depende grandem ente espada. Seu idiom a havia-se
examiná-las e usá-las. da força que recebem os ao corrom pido, não haviam trazido
exam inar as escrituras e ouvir as nenhum registro consigo, negavam
P r o p ó s it o palavras dos profetas, videntes e a existência de seu C riad or". (Omni
reveladores. 1:17.)
Um dos propósitos mais Povos, assim com o nações, Ainda mais séria do que suas
sagrados pelos quais as escrituras perecem sem escrituras. As contendas e guerras contínuas, e da
foram escritas é a de possibilitar a escrituras são o alimento espiritual corrupção de seu idioma, era a
todos o conhecimento do Cristo. As de nosso espírito, o que é tão tragédia de não conhecerem o
escrituras ensinam e testificam de im portante quanto o alimento físico Salvador. O padrão é o mesmo para
Jesus Cristo. Elas nos ensinam muito para o nosso corpo. Era tão indivíduos e para nações. Sem
do que devemos saber e fazer para im portante para Léhi ter as examinar as escrituras, eles deixam
voltar à presença do Salvador. João escrituras e registros que estavam de conhecer o Salvador.
foi específico ao estabelecer o ravados nas placas de latão, que o
propósito das escrituras, quando enhor ordenou a Néfi que matasse E stu d a r
disse: "(Estas coisas), porém , foram Labão a fim de obtê-los. O Senhor
escritas para que creiais que Jesus é o sabia de sua im portância para a O Salvador aconselhou-nos
Cristo, o Filho de Deus, e para que, alimentação espiritual de Léhi e seus quanto à maneira de estudar as
crendo, tenhais vida em seu nom e". descendentes. Ele explicou: "M elhor escrituras. Ele disse: "E agora, todo
(João 20:31.) é que morra um homem do que aquele que ler, que entenda: e quem
Néfi prestou testem unho da deixar que uma nação degenere e tiver as escrituras, esquadrinhe-as".
razão pela qual ele registrara as pereça em incredulidade". (1 Néfi (3 Néfi 10:4.) O Profeta Joseph Smith
revelações, quando disse: "E eu, 4:13.) aconselhou:
Néfi, escrevi estas coisas para meu Em contraste, os m ulequitas, "Exam inai as Escrituras -
povo, para ver se conseguia que m igraram para o continente Examinai as Revelações... e pedi ao
persuadi-lo a lem brar-se do Senhor am ericano logo depois que Léhi e Pai Celestial, em nome de seu Filho,
seu Redentor". (1 Néfi 19:18.) sua fam ília deixaram Jerusalém , Jesus Cristo, que vos manifeste a

A L iah o n a /] ulho 1993 13


Élderes David E. Sorensen, Malcolm S. Jeppsen, e Albert Choules, ]r., dos Setenta.
verdade, e se o fizerdes com os olhos
fitos na sua glória, nada duvidando,
ele vos responderá pelo poder do seu
Santo Espírito. Assim, sabereis por
vós mesmos e não por intermédio de
outros. Não dependereis mais do
homem para conhecer a Deus, nem
haverá lugar para especulações."
(Ensinamentos do Profeta Joseph Smith,
pp. 13-14.) Não é suficiente ler as
escrituras. Leitura esporádica resulta
em retenção reduzida. Devemos
estudar pontos específicos. Devemos
buscar a verdade e uma
compreensão crescente de sua
aplicação em nossa vida.
Para que sejamos sábios no
estudo das escrituras, devemos
preparar-nos para que ele seja uma
experiência espiritual especial. Estas
sugestões podem ser proveitosas:
1. Horário
Determine um horário para
estudar as escrituras diariamente. O
estudo das escrituras é uma parte tão
essencial do desenvolvimento
espiritual que deve ter prioridade
em nossa agenda diária. Nosso
espírito nunca deve ser privado
dessa força espiritual tão necessária
ue advém do estudo das escrituras,
em este alimento espiritual nosso
espírito se torna faminto e fraco,
suscetível às tentações.
O Presidente Kim ball ensinou o
princípio de que "N enhum pai,
24
nenhum filho, nenhuma mãe,
nenhum a filha, deve estar tão
ocupado ou ocupada que não tenha
tempo de estudar as escrituras e as
palavras dos profetas m odernos".
(Ensign, maio de 1976, p. 47.)
2. Oração
Devem os iniciar e terminar cada
sessão de estudo com uma oração.
Devem os convidar o Espírito para
nos ensinar. Néfi ensinou que: "O s
mistérios de Deus... serão m ostrados
pelo poder do Espírito Santo".
(1 Néfi 10:19.)
3. Exame
Examinar é procurar, pesquisar,
explorar cuidadosamente. Ao
estudarm os, devem os fazê-lo com
propósito, buscando conceitos
específicos, buscando pontos
específicos e um a expansão da visão
da verdade eterna. Devem os
procurar princípios, doutrinas,
respostas a perguntas e soluções
para problemas. Devemos procurar
paralelos doutrinários e possíveis
significados ocultos daquilo que foi
registrado.
4. Ponderar
Ponderar é meditar, pensar,
deleitar-se e entesourar. E m ais do
que um método mental, é um esforço
espiritual para obter e compreender
a verdade. Devem os seguir o
processo ensinado pelo Salvador aos
nefitas, quando lhes ensinou
princípios sagrados. Ele disse: "Ide
para vossas casas, m editai sobre
estas coisas por mim faladas e pedi
ao Pai, em meu nome, que vo-las
faça entender; preparai vosso
entendim ento para am anhã". (3 Néfi
17:3.)
Devem os ponderar os
significados do que aprendemos no
estudo das escrituras. O Apóstolo
Paulo instruiu os santos filipenses:
"N isso pensai". (Filipenses 4:8.)
Pensar requer a formação de
im agens mentais e a focalização
intensa das coisas que foram
descobertas. Néfi aconselha:
"Banqueteai-vos com as palavras de
Cristo; sim, pois eis que as palavras
de Cristo vos ensinarão todas as
coisas que devereis fazer". (2 Néfi
32:3.) Banquetear-se significa
consumir, digerir, absorver.
Ao ponderarmos devemos
seguir o conselho do Salvador,
quando disse: "Entesourai
continuam ente em vossas m entes as
palavras de vida". (D&C 84:85.) Isto
significa que devemos repetir em
nossa m ente os princípios
aprendidos e fazer uso deles em
cada uma de nossas decisões.
5. Relacionar
Néfi aconselha a "(aplicar) todas
as escrituras às nossas circunstâncias
para nossa utilidade e instrução". (1
Néfi 19:23.) Devem os ler como se o
Senhor nos estivesse falando
diretamente, de maneira pessoal.
6. Aplicar
O Presidente Romney
aconselhou: "A prender o evangelho
pela palavra escrita... não é o
suficiente. Ele deve tam bém ser
vivido... não é possível aprender o
evangelho completamente sem vivê-
lo". (Ensign, setembro de 1980, p. 4.)
Ao aprenderm os um princípio,
devemos fazer um esforço
verdadeiro para aplicá-lo e vivê-lo.
C o n c lu sã o
As escrituras são um tesouro
inestimável. Se examinarmos as
escrituras, procurando os princípios
simples e preciosos, o Senhor nos
revelará sua vontade e seremos
ricam ente abençoados. Se
exam inarm os as revelações e a elas
reagirm os corretamente, voltaremos
em segurança para o lar de nosso Pai
Celestial. Isso eu testifico, no sagrado
nom e de Jesus Cristo, amém.

A L inguagem da
O ração
É ld er D allin H. O aks
do Q uorum dos Doze A póstolos
Quando nos dirigimos a nosso Pai Celestial, devemos
evitar as palavras comuns e revestir nossas orações
de uma linguagem especial de amor e respeito.
uando jovem , aprendi que
Q todos devíamos grande
respeito aos que ocupam o
cargo de bispo. Como sinal
desse respeito, sem pre nos
dirigíamos a nosso bispo como
"Bispo Christensen" ou "Bispo
C alder" ou "Irm ão Jones". Nunca o
chamávamos por "S r." ou por seu
primeiro nome, com o fazíam os com
outras pessoas. Com o bispo, sempre
usávamos um título honroso.
Quando tinha dezessete anos,
alistei-me na Guarda Nacional de
Utah. Lá aprendi que um soldado
devia usar certa linguagem quando
se dirigia a um oficial. Para mim,
esse foi outro exem plo de respeito à
autoridade. Percebi, também, que
essa linguagem especial
representava, tanto para o soldado
como para o oficial, um lem brete das
responsabilidades de suas
categorias. M ais tarde, entendi que
esse mesmo raciocínio explica por
que os m issionários de tempo
integral devem sem pre ser chamados
por seus honrados títulos de élder ou
sister.
Como advogado, familiarizei-
me com a linguagem form al que essa
classe usa para se dirigir aos juizes
durante os processos no tribunal.
Depois que me formei, trabalhei por
um ano como funcionário do juiz
presidente da Corte Suprem a dos
Estados Unidos. Sem pre usávam os o
título form al de seu ofício: "Juiz
Suprem o". Sem elhantem ente,
referências a nossos mais altos
líderes governam entais devem ser
feitas de modo especial, com o Sr.
Presidente, Sua Excelência, Sua
Majestade. O uso de títulos denota
respeito pela posição e autoridade.
As palavras que usamos, ao falar
ccrm alguém, podem identificar a
natureza de nosso relacionam ento
com essa pessoa. Podem tam bém
lembrar ao que fala e ao que ouve as
responsabilidades que têm um para
com o outro em seu relacionam ento.
A forma de tratamento pode ainda
servir com o um sinal de respeito ou
afeição.
Assim é com a linguagem da
oração. A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últim os Dias ensina seus
m embros a usarem uma linguagem
particular quando çram ao Pai
Celestial.
Quando vam os a um templo ou
à capela para uma reunião religiosa,
deixam os nossas roupas de trabalho
de lado e vestim o-nos com algo
melhor. Essa m udança de vestuário é
um sinal de reverência.
Similarmente, quando nos dirigimos
ao Pai Celestial, devemos evitar as
palavras comuns e revestir nossas
orações de uma linguagem especial
de amor e respeito. Durãnte uma
oração, os m em bros de nossa Igreja
não se dirigem ao Pai Celestial com
as m esmas palavras que usam ao
falar com um companheiro de
trabalho, um empregado,
em pregador ou comerciante no
mercado. Usam os palavras especiais,
santificadas pelo uso em
com unicações inspiradas, palavras
que nos foram recomendadas e
exem plificadas por aqueles que
apoiam os com o profetas e
professores inspirados.
A linguagem especial da oração
toma diferentes formas em
diferentes línguas, mas o princípio é
sem pre o mesmo. Devem os orar a
nosso Pai Celestial usando palavras
que denotam amor, respeito,
reverência e união. A aplicação desse
princípio naturalm ente irá variar de
acordo com a natureza de cada
língua, incluindo a forma de
linguagem usada na tradução das
escrituras. Algum as línguas
possuem pronomes e verbos de
tratamento coloquial ou familiar,
usados som ente com familiares e
amigos m uito próximos. Outras, têm
formas honoráveis de tratamento,
que denotam grande respeito, como
palavras usadas somente para
dirigir-se a um rei ou pessoas de
posição elevada. Estes dois tipos
especiais de linguagem são
apropriados para uso em orações,
pois transm item amor, respeito,
reverência ou união.
Em nossa língua temos verbos e
pronom es tanto de uso coloquial e
fam iliar, como de uso honorável e
nobre. Quando dirigimos orações a
nosso Pai Celestial, nossas
alternativas disponíveis são palavras
comuns como você, seu e lhe, ou
palavras nobres, porém incomuns,
como tu, ti, te e teu. Os santos dos
últimos dias, é claro, preferem a
alternativa de mais respeito. Em
nossas preces, usamos uma
linguagem nobre e diferente, até
mesm o arcaica.
Os homens que apoiamos como
profetas, videntes e reveladores têm
continuam ente ensinado e exortado
os mem bros de nossa igreja a
expressarem suas petições ao Todo-
A L iahon a / J ulho 1993 15

O Coro do Tabernáculo canta a Antífona de "Hosana" como introdução ao "Tal como um Facho", cantado
por todos para comemorar a dedicação do Templo de Lago Salgado, em 1893, há cem anos.
Poderoso na linguagem especial da
oração. O Presidente Spencer W.
Kimball disse: "E m todas as nossas
orações, é aconselhável usarmos os
pronomes tu, ti, te e teu, em vez de
você, seu e lhe, porquanto denotam
respeito" (Fnith Precedes the M iracle,
Salt Lake City: Deseret Book Co.,
1972, p. 201). Vários outros líderes da
Igreja já deram o mesmo conselho.
(Vide Stephen L. Richards,
Conference Report, outubro 1951, p.
175; Bruce R. M cConkie, A Liahona,
setembro 1976, p. 12; L. Tom Perry,
A Liahona, janeiro 1984, p. 20.)
Talvez alguns dos que estão
ouvindo este sermão já estejam
dizendo: "M as isso é estranho e
difícil. Por que temos que usar
palavras que estão fora de uso há
centenas de anos? Se exigirmos uma
linguagem especial, iremos
desencorajar crianças, m embros
novos e outros que estão
aprendendo a orar".
Irm ãos, a linguagem especial da
oração é muito mais que uma
sutileza da tradução das escrituras.
Seu uso serve a um propósito
importante e atual. Sabemos disso
por meio de revelação moderna e
dos ensinamentos e exem plos dos
profetas modernos. A maneira como
oramos é importante.
Os pronomes tu, ti, teu e tua
aparecem por toda parte nas orações
que os profetas do Senhor revelaram
para uso em nossos dias.
16
Uma revelação recebida em
1830, o ano em que a Igreja foi
organizada, ensina que o élder ou
sacerdote que adm inistra o
sacram ento deve "ajoelhar-se... e
rogar ao Pai em solene oração,
dizendo:
"Ó Deus, Pai Eterno, nós te
rogam os em nom e de teu Filho, Jesus
C risto." (D&C 20:76-77, 79.)
A prece oferecida na dedicação
do Tem plo de Kirtland, em 1836, é
um outro exemplo da linguagem de
oração usada pelo Profeta Joseph
Smith:
"E agora, Pai Santo, nós, o teu
povo, te pedim os que nos assistas,
com a tua graça, na convocação da
nossa assembléia solene,...
Para que a tua glória desça sobre
o teu povo e sobre esta tua casa, que
agora dedicamos a ti, para que seja
santificada e consagrada para ser
santa, e para que a tua presença
esteja continuam ente n ela." (D&C
109:10,12.)
Este profético m odelo da
linguagem da oração tem sido
fielmente seguido em todas as
súplicas sagradas que os profetas
usam para dedicar templos ao
Senhor. Há exatam ente cem anos,
não muito longe de onde estou
agora, o Presidente Wilford
W oodruff iniciou a oração
dedicatória do Templo de Lago
Salgado com estas palavras:
"N osso Pai Celestial, tu que
criaste os céus e a terra e todas as
coisas que neles há; tu, ó mais
glorioso,... nós, teus filhos,
apresentam o-nos hoje diante de ti e,
nesta casa que construím os ao teu
mais sagrado nome, hum ildemente
im ploramos pelo sangue expiatório
de teu Filho Unigênito, que nossos
pecados não mais sejam lembrados
contra nós, mas que nossas orações
ascendam a ti e tenham livre acesso
ao teu trono, para que sejamos
ouvidos em tua santa habitação."
(Como citado por Gordon B.
Hinckley, Ensign, março 1993, p. 2.)
Q uando o Profeta Joseph Smith
estava preso na cadeia de Liberty,
M issouri, escreveu uma oração
inspirada, que se tom ou a 121a seção
de Doutrina e Convênios. E digna de
nota a linguagem especial que o
profeta usou ao dirigir-se ao Pai
Celestial:
"Ó Deus, onde estás? E onde
está o pavilhão que cobre o teu
esconderijo?...
Lembra-te dos teus santos que
sofrem, ó nosso Deus; e os teus
servos em teu nome se regozijarão
para sem pre." (Vers. 1 ,6 .)
Outras orações proferidas pelo
Profeta Joseph Sm ith tam bém têm a
linguagem especial e formal de
oração. (Vide The Personal Writings o f
Joseph Smith, ed. D ean C. Jessee, Salt
Lake City: Deseret Book Co., 1984,
pp. 283-84, 536-37.)
Para citar exem plos mais
recentes, todos sabemos que as
orações proferidas nestas
conferências gerais da Igreja sempre
têm a linguagem especial de oração,
ue aprendem os com os exemplos
os profetas e professores modernos.
Som os tam bém guiados pela
linguagem especial que lemos nas
orações registradas na versão do Rei
Tiago da tradução da Bíblia e no
Livro de Mórmon.
Temos, nas escrituras, registros
de três belas orações que o Salvador
proferiu durante seu ministério
terreno. São exem plos para todos
nós. Constatam os que em cada uma
destas orações estão as palavras tu,
ti, te, teu em vez de você, seu e lhe.
Ao ensinar a seus discípulos o
que cham am os de A Oração do
Senhor, o Salvador disse: "Portanto,
vós orareis assim: Pai nosso, que
estás nos céus, santificado seja o teu
nom e". (Mateus 6:9; vide também 3
Néfi 13:9.)
 Em sua grande oração
intercessora, proferida na noite
anterior à crucificação, o Salvador
usou estas palavras: "P ai, é chegada
a hora; glorifica a teu Filho, para que
também o teu Filho te glorifique a
ti;...
E a vida eterna é esta: que te
conheçam, a ti só, por único Deus
verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem
enviaste". (João 17:1, 3.)
O Livro de M órmon registra esta
oração, que o Salvador proferiu
durante sua visita aos justos
remanescentes de Israel no
continente americano, em seguida à
ressurreição:
"Pai, graças te dou por teres
dado o Espírito Santo a estes que
escolhi;...
Pai, rogo-te que dês o Espírito
Santo a todos os que crerem em suas
palavras." (3 Néfi 19:20,21.)
Essa linguagem simboliza
respeito, união e reverência ao Pai.
Espero que esta repetição do
conselho de usarmos uma linguagem
especial em nossas orações não seja
mal compreendida.
Excelência literária não é o nosso
desejo. Não pedimos orações
formosas e prolixas. Não desejamos
estar entre aqueles que "oram para
ser ouvidos pelos homens e
louvados por sua sabedoria". (Alma
38:13.) Desejamos seguir o
ensinamento do Salvador: "E,
orando, não useis de vãs repetições,
como os gentios, que pensam que
por muito falarem serão ouvidos".
(Mateus 6:7; vide tam bém 3 Néfi
13:7.) Nossas orações devem ser
simples, diretas e sinceras.
Devem os tam bém lembrar que
nossa posição quanto à linguagem
especial da oração é baseada em
revelações modernas e nos
ensinamentos e exem plos de
profetas modernos.
Esperamos, particularmente,
que este nosso conselho não mais provável que seja pela ausência o Apóstolo Paulo: "Q uando eu era
provoque, em alguns, relutância em delas do que pela fraseologia que m enino, falava como menino, sentia
orar em reuniões da Igreja ou em contêm. como m enino, discorria como
outros locais. Temos uma Quando uma de nossas filhas menino, mas, logo que cheguei a ser
preocupação especial com membros tinha cerca de três anos, fazia uma hom em , acabei com as coisas de
novos e outros que ainda não coisa que nos encantava. Q uando a m enino". (I Coríntios 13:11.)
tentaram usar essas palavras. chamávam os, ela norm alm ente O mesmo acontece com a
Tenho certeza de que nosso Pai respondia: "M im tá aqui". Essa oração. Nossos primeiros esforços
Celestial, que ama todos os seus inocente resposta era uma das coisas serão ouvidos com alegria por nosso
filhos, ouve todas as orações e mais doces que ouvíamos. Quando Pai Celestial, não importando sua
responde a elas, independentemente crescesse, porém , esperávam os que linguagem. Serão também desse
de como são proferidas. Se ele está ela falasse corretam ente, e é claro modo ouvidos pelos membros
ofendido com relação a orações, é que foi o que aconteceu. Como disse dedicados de nossa Igreja. À medida

A L iahon a / J ulho 1993 17

 que ganham os experiência como
m embros de A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias, porém,
precisamos tom ar-nos mais maduros
em todos os esforços, incluindo as
orações.
Homens e mulheres que
desejarem demonstrar respeito,
esforçar-se-ão por aprender a
linguagem especial da oração. As
pessoas passam horas
especializando-se em técnicas de
comunicação em outros campos,
como poesia ou prosa, música
instrumental ou vocal, e até
linguagem de acesso a
computadores. Meus irmãos, a
maneira de nos dirigirmos ao Pai
Celestial é, no mínimo, tão
importante quanto essas coisas.
Os adultos precisam de algum
tem po para aprenderem a
linguagem da oração, mas isso não é
muito difícil. Na verdade, já
fazem os m ais de 75% da oração ao
substituir você e seu por tu e teu.
(Vide D on E. N orton Jr., Ensign,
janeiro 1976, pp. 44-47.)
A revelação moderna ordena aos
pais que "(ensinem ) suas crianças a
orar". (D&C 68:28.) Isto exige que os
pais aprendam e orem com a
linguagem especial da oração.
Aprendemos nossa língua nativa
simplesmente ouvindo aqueles que a
falam. Isso tam bém acontece com a
linguagem que usamos para nos
dirigir ao Pai Celestial. O processo
para se aprender a linguagem da
oração é mais fácil e doce do que o
de qualquer outra língua. Devemos
dar aos filhos o privilégio de
aprendê-la, ouvindo-nos usá-la nas
várias orações proferidas
diariamente no lar.
O Profeta Joseph Sm ith disse:
"Perguntar a Deus, ou vir à sua
presença é algo muito sério".
(Ensinamentos do Profeta Joseph Smith,
p. 24.) A linguagem especial da
oração nos lembra da grandeza desse
privilégio. É minha oração que todos
estejamos mais atentos à importância
do uso desta reverente e amável
linguagem ao proferirmos orações
em público ou em particular.
Testifico que esta é a Igreja de
Jesus Cristo, restaurada pelo
Salvador nestes últimos dias, com
autoridade e o dever de pregar seu
evangelho e mandamentos a toda
nação, família, língua e povo. Em
nome de Jesus Cristo, amém.
18
0 T em plo , o Sacerdócio
É ld er Boyd K. Packer
do C onselho dos Doze A póstolos
Apesar da imponência que o Templo de Lago Salgado
possa ter, o interior invisível do templo é o mesmo em
todos os templos. As ordenanças são as mesmas, os
convênios têm o mesmo poder selador, o Santo
Espírito da Promessa está igualmente presente.
A
s vésperas da dedicação do
Tem plo de Lago Salgado, o
Presidente W ilford W oodruff
e seus conselheiros divulgaram uma
Epístola aos Santos. Apesar de
haverem -se passado cem anos, ela
poderia ter sido publicada hoje. Eles
escreveram: "D urante os últimos
dezoito m eses...foram realizadas
cam panhas políticas, aconteceram
eleições... Agora sentimos que...antes
de entrarm os no templo para
apresentar-nos diante do Senhor...,
precisam os despojar-nos de todo
sentim ento áspero ou
desagradável..."
"A ssim poderão as nossas
súplicas, não perturbadas por
qualquer pensamento de discórdia,
ascender aos ouvidos de Jeová e
trazer as mais escolhidas bênçãos do
Deus do C éu!" 1
Quando o Templo de Lago
Salgado foi dedicado, haviam -se
passado 57 anos desde que o Senhor
aparecera no Templo de Kirtland, as
chaves haviam sido conferidas e
Elias havia aparecido, cumprindo a
profecia feita por M alaquias 22
séculos antes.
Deveria haver templos em
Independence, Far W est e Spring
Hill, em Adam -Ondi-Ahm an, mas
estes tem plos nunca foram
construídos.
H aviam-se passado 52 anos
desde que o Senhor havia ordenado
aos santos a construção de um
templo em Nauvoo, advertindo-os
de que se eles não o concluíssem no
prazo determinado, "os batismos por
vossos mortos não me serão
aceitáveis; e se não tiverdes feito
estas coisas no fim do prazo dado,
sereis rejeitados como igreja, com os
vossos mortos, diz o Senhor vosso
D eu s".2
Os santos construíram o templo,
mas foram expulsos e o tem plo foi
destruído pelo po p u lach o.3
O coronel Thomas L. Kane
escreveu: "Eles conseguiram
defender-se do último golpe de
espada" da turba até que, "com o
conclusão do trabalho, eles
inscreveram no revestimento
superior da frente...
A Casa do Senhor:
Construída por A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Santidade ao Senhor!
"...Foi esse dia", escreve ele, que
"assistiu à partida dos últimos
élderes, e do maior grupo que viajou
em uma só companhia. O povo de
Iowa me contou que, da manhã à
noite, eles passaram rumo ao oeste,
como uma interm inável procissão.
Eles não pareciam muito
desanimados, disseram, porém, no
alto de cada colina, antes de
desaparecerem, eles eram vistos
voltando os olhos...para seus lares
abandonados e para o seu distante
templo e seu pináculo re lu z en te ."4
Os santos desapareceram no
horizonte, além de Far W est, onde as
pedras angulares colocadas sete anos
antes ainda se encontravam em seus
lugares — guiados por profetas e
apóstolos, que possuíam as chaves
do sacerdócio, e que levavam em
suas mentes as ordenanças do
templo e a autoridade para
administrar o novo e sem pitem o
convênio.
Quando os santos foram
ocupando o Vale do Lago Salgado,
tudo o que eles possuíam, ou
podiam alm ejar possuir, ou era
transportado em um carroção, ou
teria que ser feito por eles mesmos.
Eles dem arcaram a área do
templo antes mesmo que a cabana
mais tosca tivesse sido levantada.
As estátuas de Hyrutn Smith, à esquerda, e Joseph Smith, na Praça do Templo.
Havia um arquiteto naquela
primeira companhia, W illiam
Weeks, que havia projetado o templo hom em dizer a um dos quando entraram no Vale: "Se eles
de Nauvoo. Aquela desesperadora transportadores de pedras 'Sentim os nos deixarem em paz por dez anos,
desolação, no entanto, foi demais sua falta na reunião de ontem à não precisarem os mais pedir favores
ara ele. Quando o Presidente
Ç oung foi para o oeste em 1848, o
tarde'. 'Sim /disse o condutor dos
bois, 'E u não assisti à reunião. Eu
a eles".10 Dez anos depois deste dia
chegou um m ensageiro com a notícia
irmão W eeks partiu de lá, dizendo: não tinha roupas adequadas para ir à de que o exército de Johnson estava
"Eles nunca construirão o templo reunião'. 'B em ', disse o marchando para oeste com ordens
sem m im ".5 hom em ,'Brigham Young chamou de "resolver a questão dos
Truman O. Angel, um mais hom ens e parelhas para puxar M órm ons".
carpinteiro, foi indicado para blocos de granito para o templo'. O Presidente Young disse aos
substituí-lo. Ele disse: "Se o O condutor, atiçando os bois Santos: "[N ós] temos sido expulsos
presidente e os meus irmãos sentem com o chicote, disse, '...n ós vam os de um lugar para outro;...temos sido
ue podem apoiar um pobre verme pegar outra pedra de granito na espalhados e saqueados....
o pó como eu para ser o Arquiteto p ed reira/ "7 Não temos transgredido lei
da Igreja, irei...servi-los e não O Presidente W oodruff algum a,...nem temos a intenção de
desacreditar a m im mesmo... Possa o observou hom ens cortando blocos de fazê-lo; mas se qualquer nação vier
Senhor ajudar-me a assim fazer".6 granito de 6,5 metros quadrados, e para destruir este povo, com o Deus
O isolamento, que os aliviou da depois dividindo-os em blocos de Onipotente sendo meu protetor, eles
perseguição das turbas, tornou-se constru ção.8 Se não houvesse não conseguirão fazê-lo".11
tam bém um obstáculo. Onde iriam nenhum acidente (e isto seria uma Os alojamentos da colônia foram
eles conseguir marretas e cunhas excessão), aquele condutor, "com evacuados, e os santos deslocaram-se
para extrair os blocos de granito para roupas pobres demais para a para o sul. Cada pedra da Praça do
a construção? Eles não haviam adoração", poderia estar de volta em Tem plo foi removida. O alicerce, que
carregado muitas delas nos uma sem an a.9 depois de sete anos de trabalho
carrinhos-de-m ão, nem nos Aquele espírito iníquo, que estava quase ao nível do chão, foi
carroções. havia inspirado o Governador coberto com terra e a área foi arada.
Em 1853 foi colocada a pedra Boggs, do M issouri, a expedir a M ais tarde, quando o alicerce foi
angular, e parelhas de bois ordem para exterm inar os santos e desenterrado, foram encontradas
começaram a arrastar pedras de que constantem ente paira sobre a algumas rachaduras. Então ele foi
granito das montanhas a 32 obra do Senhor, acom panhou-os arrancado e substituído.
quilôm etros de distância. para o oeste. Dezesseis grandes arcos
" 'Bom dia, irm ão', ouviu-se um O Presidente Young havia dito invertidos de granito foram

A L iahon a / J ulho 1993 19


A Praça do Templo, visitantes da conferência e o "Assembly Haü".
construídos nas novas fundações.
Não há registro sobre o m otivo desta
modificação. Esta maneira de
construir era desconhecida neste país
na época. Se por acaso algum dia
houver uma gigantesca força
tendendo a erguer o tem plo por
baixo, então saberemos porque eles
estão ali.
A construção subia pouco a
pouco. Um casal jovem poderia ter
visitado o local e haver voltado com
seus netos adolescentes para ver o
templo ainda inacabado.
Quando o templo estava quase
concluído, Jam es F. W oods foi
enviado à Inglaterra para recolher
genealogias,12 o que foi o início de
um sagrado trabalho de história da
família que vai além de tudo o que o
homem imaginou.
John Fairbanks e outros foram
mandados à França para aprender
pintura e escultura, "para que o
nome do Senhor pudesse ser
glorificado através...das artes".13
Ele deixou sete filhos para sua
esposa tomar conta. Ele não
conseguiria se despedir dela em
público, portanto dois dos seus
filhos o acom panharam até a estação,
para uma partida cheia de lágrim as.14
As contribuições das mulheres
20
na construção do tem plo não foram
menores que as dos hom ens. Talvez
somente outra m ulher possa
entender o sacrifício que uma
mulher faz ao ver que algum a coisa
que precisa ser feita, e que ela não
pode fazer, foi feita por alguém. E
som ente um hom em bom sabe no
âmago de seu coração a profunda
dependência que ele tem de sua
esposa — como só ela consegue fazer
bem feito o que é necessário fazer.
Na m ultidão do dia da
dedicação encontrava-se um menino
de sete anos de idade, vindo de
Tooele, que guardaria uma vivida
lembrança daquele evento e uma
clara recordação do Presidente
W ilford W oodruff por mais noventa
anos. LeGrand Richards serviria um
dia no Q uorum dos D oze Apóstolos,
como havia servido seu pai antes
dele.
Aos doze anos, LeGrand ouviu o
Presidente W oodruff dar o seu
último discurso em público. M esmo
depois de noventa anos, o Elder
Richards prestou-nos um claro
testem unho sobre esses eventos
sagrados.
Tem havido muitas visitações ao
templo. O Presidente Lorenzo Snow
viu o Salvador lá. A m aior parte
dessas experiências sagradas não é
publicada.
Apesar da imponência que o
Tem plo de Lago Salgado possa ter, o
interior invisível do templo é o
m esm o em todos os templos. As
ordenanças são as mesmas, os
convênios têm o mesmo poder
selador, o Santo Espírito da
Prom essa está igualmente presente.
No dia da abertura da terra para
o Tem plo de Lago Salgad o
Presidente Brigham Y oi .g disse:
"existem poucos élderes de Israel,
pouquíssim os mesmo sobre a terra,
que sabem qual é o significado da
palavra investidura. Para sabê-lo, é
necessário que tenham experiência, e
para adquiri-la é necessário que seja
construído um tem plo".15
O Senhor, ordenando aos santos
que construíssem um templo em
Nauvoo, disse: "P ois não há lugar
nenhum na terra em que ele possa
vir para vos restaurar...a plenitude do
sacerdócio,16
E mostrarei ao meu servo Joseph
todas as coisas relativas a esta casa, e
ao seu sacerdócio.17
Pois nela estão as chaves do
santo sacerdócio ordenadas".18
Alguns m embros da Igreja estão
agora ensinando que o sacerdócio é
uma espécie de autoridade sem
controle, que pode ser assumida por
qualquer um que tenha recebido a
investidura. Eles alegam que isto
confere autom aticamente à pessoa a
autoridade para realizar as
ordenanças do sacerdócio. Eles
buscam versículos de escritura que
estão fora do contexto e interpretam
declarações de líderes antigos — o
Profeta Joseph Smith, por exemplo—
-para sustentar suas alegações.
O que causa perplexidade nisto
é: apesar de toda a sua pesquisa
através da história da Igreja e do seu
suposto conhecim ento das escrituras,
eles esqueceram aquele simples, óbvio
e absoluto princípio que tem
governado a concessão do
sacerdócio desde o início, colocado
sim plesm ente desta forma:
"C rem os que um homem deve
ser cham ado por Deus, pela profecia
e pela im posição das mãos, por
quem possua autoridade para pregar
o evangelho e adm inistrar as suas
ordenanças".19 O sacerdócio é
conferido através de ordenança, não
sim plesm ente através da realização
de um convênio ou do recebimento
de uma bênção. Tem sido assim
desde o princípio. Não im porta o
que eles possam presum ir, ou
subentender, ou deduzir a respeito
de qualquer coisa que tenha sido
falada ou escrita, no passado ou no
presente, a ordenação específica a
um ofício no sacerdócio é o meio, e o
único meio, pelo qual ele foi ou é
agora conferido.
E as escrituras tom am bem claro
que a única concessão válida do
sacerdócio provém de "alguém com
autoridade, e que a igreja saiba que
tem autoridade e que foi
apropriadamente ordenado pelos
líderes da igreja".20
Lembrai-vos, foi o João Batista
ressurreto, "sob a direção de Pedro,
Tiago e João, os quais tinham as
chaves do Sacerdócio de
M elquisedeque",21 que veio,
essoalmente, para restaurar o
acerdócio Aarônico,22 e foram
Pedro, Tiago e João ressuscitados
que vieram, em pessoa, para
restaurar o Sacerdócio de
M elquisedeque23 — fatos na história
da Igreja sem os quais a nossa
reivindicação de autoridade do
sacerdócio seria infundada.
O Profeta Joseph Sm ith explicou
que o anjo que apareceu a Cornélio tam bém ao cham ado para o qual Seguram ente nenhum dos que
mandou que ele fosse a Pedro para alguém foi designado. Ordenações e dizem pertencer ao seu povo seria
ser ensinado porque "Pedro poderia designações não autorizadas nada culpado de uma coisa dessas".28
batizar, e anjos não, enquanto transm item , nem poder, nem O Senhor prom eteu aos santos
existissem na carne oficiais legais autoridade do sacerdócio. em Nauvoo: "Se trabalhardes com
portando as chaves do reino, ou a Se eles procuram agir de má fé toda a vossa força, consagrarei
autoridade do sacerdócio"; e na com o sacerdócio e com as coisas aquele local [a área do templo] para
ocasião em que o Senhor chamou sagradas do tem plo, o Senhor disse que seja santificado.
Paulo como "m inistro e testem unha" que iria "cegar as suas m entes, para E, se o meu povo atender à
no cam inho de Dam asco,24 ele o que não com preendam as suas obras minha voz, e à voz dos meus servos os
enviou a Ananias para receber m aravilhosas".27 quais designei para guiar o meu
instrução e autoridade.25 Naquela epístola divulgada na povo, eis que na verdade vos digo,
O sacerdócio é um convênio dedicação do Tem plo de Lago não serão movidos de seu lugar.
eterno. O Senhor disse: "P ois todos Salgado, a Prim eira Presidência M as se não atenderem à minha
os que receberem uma bênção de tam bém disse: "Podem hom ens e voz, nem à voz destes homens que
minhas m ãos obedecerão à lei e às mulheres que estão violando a lei de designei, não serão abençoados".29
condições, que desde antes da Deus, ou aqueles que estão sendo Neste centésim o aniversário da
fu ndação do mundo foram negligentes em prestar obediência dedicação do templo, possa cada um
instituídas".26 aos seus m andam entos, esperar que de nós rededicar-se ao serviço do
Não esqueçais o que é simples, a simples entrada em sua santa casa Senhor.
óbvio e absoluto: O sacerdócio, em ou a participação na sua dedicação Pronunciai a palavra templo.
qualquer tempo ou circunstância é os torne m erecedores de receber, ou Pronunciai-a calma e
conferido através de ordenação por fazer com que recebam , sua bênção? reverentemente. Pronunciai-a
quem possua a devida autoridade, e Pensam eles que poderão novamente, e repeti-a. Templo.
seja conhecido na Igreja que ele a arrepender-se e abandonar o pecado Templo. Templo. Acrescentai a
possui. E m esmo quando o com tanta facilidade? palavra santo. Santo Templo.
sacerdócio foi conferido, um O usam eles, m esm o em Pronunciai-a como se estivesse
indivíduo não possui autoridade pensam ento, por esse m otivo acusar escrita com letras maiúsculas, não
além daquela que pertence ao ofício nosso Pai de injustiça e parcialidade, im porta em que lugar da frase ela
específico para o qual ele foi e atribuir-lhe desleixo no cum pri­ apareça.
ordenado. Estes lim ites aplicam-se m ento de suas próprias palavras? Templo. Uma outra palavra é

A L iahon a / J ulho 1993 21

 igual em importância para um santo SESSÃO VESPERTINA DE SÁBADO
dos últimos dias. Lar. Juntai as 3 deabril de 1993
palavras santo templo e lar, e havereis
descrito a casa do Senhor!
O Senhor permita que sejamos
merecedores cie entrar ali e receber a
plenitude das bênçãos do seu
sacerdócio, oro em nome de Jesus
Cristo, amém.
NOTAS
1. Wilford Woodruff, George Q. Cannon,
Joseph F. Smith, Primeira Presidência de A
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias, 18 de março de 1893, citado por James H.
Anderson, "O Templo de Lago Salgado",
Contributor, abril de 1893, pp. 284-285.
2. D&C 124:32.
3. "Estudo Histórico do Templo
Mórmon em Nauvoo, Illinois", Don F. Colvin,
tese de mestrado, agosto de 1962,
Universidade Brigham Young.
4. Panfleto, discurso apresentado diante
de A Sociedade Histórica de Pennsylvania, 26
de março de 1850, Divisão de Arquivos,
Departamento de História da Igreja, A Igreja
de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias,
Cidade do Lago Salgado, Utah; doravante
citado como Arquivos da Igreja.
5. Ver Diários de Thomas Bullock, 1844-
1850,8 de julho de 1848, Arquivos da Igreja.
6. Diário de Truman O. Angel, 1857-8
de abril de 1868,28 de maio de 1867, Arquivos
da Igreja.
7. David O. McKay, serviços de
dedicação do Templo de Lago Salgado, 21 de
maio de 1963, pp. 7-8.
8. Diário de Wilford Woodruff, 4 de
julho de 1889. Arquivos da Igreja.
9. David O. McKay, serviços de
dedicação do Templo de Lago Salgado, 21 de
maio de 1963, pp. 7-8.
10. Journal ofDiscourses, 5:226; 14:108.
11. Idem.
12. Diário de Abraham H. Cannon, 13 de
julho de 1891, Biblioteca Harold B. Lee,
Universidade Brigham Young, Provo, Utah;
doravante citado como Biblioteca da BYU.
13. Diário de John Fairbanks, Biblioteca
da BYU.
14. Idem.
15. Discursos de Brigham Young, p. 416.
16. D&C 124:28; grifo nosso.
17. D&C 124:42; grifo nosso.
18. D&C 124:34.
1 9 .5a Regra de Fé.
20. D&C 42:11.
21. Joseph Smith 2:72.
22: D&C 13.
23. João veio como um ser transladado.
Ver D&C 7.
24. Atos 26:16.
25. Ensinamentos do Profeta Joseph
Smith, p. 268
26. D&C 132:5, grifo nosso; ver também
D&C 124:33.
27. D&C 121:12.
28. O Templo de Lago Salgado, pp. 284-
85
29. D&C 124:44-46; grifo nosso.
22
A poio dos O ficiais da
Igreja
Presid en te T h o m as S. M on son
Segundo Conselheiro na Prim eira Presidência
I
rmãos, apresentam os agora as
Autoridades Gerais e oficiais
gerais da Igreja, para vosso voto
de apoio.
É proposto que apoiem os o
Presidente Ezra Taft Benson como
profeta, vidente e revelador, e
Presidente de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias;
Gordon B. Hinckley, como primeiro
conselheiro na Primeira Presidência,
e Thom as S. Monson, com o segundo
conselheiro na Primeira Presidência.
Os que forem a favor, queiram
m anifestar-se. Os que se opuserem,
se houver, podem manifestar-se.
É proposto que apoiemos
Howard W. Hunter como Presidente
do Conselho dos. Doze Apóstolos e
os seguintes m em bros desse
Conselho: Howard W. Hunter, Boyd
K. Packer, M arvin J. Ashton, L. Tom
Perry, David B. Haight, Jam es E.
Faust, Neal A. M axwell, Russell M.
Nelson, Dallin H. Oaks, M. Russell
Ballard, Joseph B. W irthlin, e
Richard G. Scott.
Os que estiverem a favor,
queiram manifestá-lo. Se alguém se
opuser, manifeste-se.
É proposto que apoiemos os
conselheiros na Primeira Presidência
e os Doze Apóstolos como profetas,
videntes e reveladores.
Todos que estiverem de acordo,
queiram manifestá-lo. Se alguém se
opuser, manifeste-se pelo mesmo
sinal.
É proposto que apoiemos como
membros do Primeiro Quorum dos
Setenta as seguintes Autoridades
Gerais que estão servindo como
membros do Segundo Quorum dos
Setenta: Élderes F. Melvin
Ham m ond, Kenneth Johnson, e
Lynn A. Mickelsen.
Os que estiverem a favor,
manifestem -se. Os que se opõem, se
houver, m anifestem -se pelo mesmo
sinal.
É tam bém proposto que
apoiem os Neil Linden Andersen e
David Todd Christofferson como
novos m em bros do Primeiro
Q uorum dos Setenta.
Todos que estiverem a favor,
m anifestem -se. Os que se opõem, se
houver, m anifestem -se pelo mesmo
sinal.
É proposto que apoiemos as
outras Autoridades Gerais e
presidências gerais das auxiliares
com o presentem ente constituídas.
Todos os que estiverem a favor,
queiram m anifestá-lo. Se houver
alguém que se oponha, queira
manifestar-se.
Parece que os votos positivos
foram unânimes.
Convidam os os novos Setenta a
ocuparem seus lugares junto ao
púlpito.
O brigado, irmãos, por vosso
voto de am or e apoio.
R elatório do C omitê de R elatório
A uditoria da I greja E statístico
de 1992
A presen tad o por Ted E. D avis
Com itê de A uditoria da Igreja
 Primeira Presidência de A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias
Comitê de Auditoria é
O independente de todos os
oficiais, em pregados e
operações da Igreja e tem acesso a
todos os registros relativos à sua
responsabilidade. Exam inam os os
controles de recibos e despesas de
fundos e outros procedim entos que
salvaguardam os bens da Igreja e as
organizações que controla, incluindo
os sistemas de orçamento,
contabilidade e auditoria, e os
extratos financeiros da Igreja
relativos ao ano findo em 31 de
dezembro de 1992.
O dispêndio dos fundos da
Igreja para o ano foi autorizado pelo
Conselho de Disposição de Dízimos,
composto da Primeira Presidência,
Conselho dos Doze e Bispado
Presidente, como prescrito por
revelação. Os comitês de
Apropriação e Orçamento
administram as maiores despesas
orçamentárias dentro de orçamentos
aprovados.
O quadro do Departamento de
Auditoria é composto de contadores
credenciados e auditores igualmente
qualificados, sendo independente de
todos os outros departamentos.
Realiza auditorias financeiras,
operacionais e dos sistemas de
computação de todas as operações da
Igreja, mundialmente. Negócios
incorporados controlados pela Igreja,
ou de sua propriedade, cujas contas
não são mantidas pelo Departamento
de Finanças e Registros, são
verificados por auditores internos da
Igreja ou por firmas de auditoria
profissionais independentes. As
auditorias de unidades locais são
realizadas localmente. Os
procedimentos para essas auditorias
locais e os relatórios de auditoria são
prescritos e examinados pelo
Departamento de Auditoria.
Baseados no exame dos controles
financeiros e operacionais e dos
relatórios de auditoria e respostas,
somos de opinião que os
procedimentos de controle de
orçamento, contabilidade, auditoria e
outros são apropriados para a
manutenção adequada dos bens e
obrigações da Igreja. Em todos os
aspectos materiais, todos os fundos
da Igreja recebidos e despendidos
durante o ano findo em 31 de
dezembro de 1992, foram controlados
e contabilizados de conformidade
com as norm as e procedimentos
estabelecidos pela Igreja.
Submetem os respeitosamente,
COM ITÊ DE AUDITORIA DA
IGREJA
David M. Kennedy
Ted E. Davis
Donald D. Salm on
Jam es B. Jacobson
A p resen tad o por M ich ael W atson
Secretário da Prim eira Presidência
Para informação dos membros da
Igreja, a Primeira Presidência
publicou o relatório estatístico a
seguir, referente ao crescimento e
posição da Igreja até 31 de dezembro
de 1992. (As estatísticas são baseadas
em relatórios del992, disponíveis
antes da conferência.)
Número de Unidades da Igreja
Estacas................................................1.919
D istrito s............................................... 601
M issões..................................................276
Alas e Ram os.................................20.081
Países e territórios com alas
e ramos organizados........................146
M embros da Igreja
Total de m em bros......... .8.406.895
Crianças registradas
batizadas durante 1992 ..... 77.380
Conversos batizados
....274.477
durante 1992...................
M issionários
M issionários de tempo
integ ral........................................... 46.025
M embros Preeminentes Falecidos
Desde Abril do Ano Passado:
Élder Robert E. Sackley, membro do
Segundo Quorum dos Setenta; Élder
John H. Vandem berg, Autoridade
Geral Emérita; Élder H. Verlan
Andersen, antigo mem bro do
Segundo Quorum dos Setenta; Irmã
Flora Am ussen Benson, esposa do
Presidente Ezra Taft Benson; Irmã
Sara M errill Tanner, viúva do
Presidente N. Eldon Tanner,
Conselheiro na Prim eira Presidência;
Irmã Ariena S. Vandemberg, viúva
do Élder John H. Vandemberg,
Autoridade Geral Emérita; e Ruth
Pingree Smith, viúva do Élder
Joseph F. Smith, Patriarca da Igreja.
Anunciam os tam bém o falecimento
de Irmã Velm a N. Simonsen, antiga
conselheira na presidência geral da
Sociedade de Socorro, em dezembro
de 1991.
A L iahon a / J ulh o 1993 23
 materiais terrenos para edificar um

A doração P essoal no lugar que inspira reverência celestial.

Esse Tem plo M órmon utiliza
arquitetura majestosa para criar um
espaço incrível que invoca os céus

T em plo celestiais". Ele continua:

Élder D avid B. H aight
do Q uorum dos D oze Apóstolos
Mais majestosa que o próprio templo é a visão do
propósito dos templos... de redimir todos os que são
obedientes às leis e mandamentos de Deus.
Cristo e de salvação nesta época, que
o Livro de M órmon é uma
testem unha da divindade de Cristo e
que A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias é a igreja do
Senhor na terra e a única
organização que possui autoridade
para ensinar o evangelho e
administrar suas ordenanças.
Convidam os todos a participarem
das bênçãos que estas verdades
possibilitam.
Hoje é o último dia da visitação
pública ao novo Tem plo de San
D iego Califórnia. Q uando suas
portas se fecharem esta noite, mais
de setecentas mil pessoas terão tido a
oportunidade de visitá-lo.
Os dois prim eiros dias da
visitação foram reservados a líderes
egozijo-m e com cada um de
"A gradecem os a eles por nos
lembrarem o quanto é possível
tornar sagrado um simples edifício."
("Open House Update", San Diego
Jewish Times, 20 de março de 1993.)
M uitos relatos comoventes nos
têm sido trazidos, como resultado
dessa visitação; incontáveis corações
foram tocados. Mais de oito mil
pessoas com necessidades especiais
com pareceram em cadeiras de rodas,
cada uma delas levando parentes ou
amigos para ajudá-las. Um jovem
parou na entrada do tem plo para
lim par cuidadosamente a cadeira de
rodas de seu pai, antes de entrar no
sagrado interior do templo. Um pai
devotado tomou a frágil filha de 15
anos nos braços e carregou-a de sua
cadeira de rodas até a sala das
noivas. Ela olhou em volta e disse:
"A h, isto é tão lindo". Com um
sorriso nos lábios e lágrimas nos
olhos, ela reclinou suavemente a
cabeça no ombro do pai e disse: "É
aqui que eu quero vir para me casar
um dia". Essa moça foi ao templo
diretamente do hospital, onde havia
passado a maior parte dos últimos
cinco anos, e voltou para lá assim
que term inou a visita — vendo
realizado o seu desejo de conhecer o
templo.
Aqueles que visitam o templo
não foram apenas tocados pela

RI
vós que vos juntastes a nós no
J L V aapoio aos líderes da Igreja.
Damos as boas-vindas aos irmãos
Neil Andersen e Todd Christofferson
como novas Autoridades Gerais.
Nossos corações se enchem de
gratidão pelo crescimento contínuo
da Igreja, evidenciado pelo grande
número de novos membros, por
mais m issionários, mais templos,
mais capelas de alas e sedes de
estaca. Estamos crescendo e
continuaremos a crescer enquanto
nos esforçarmos por alcançar e
ajudar as pessoas que buscam
esperança e salvação.
A disposição de todos está nossa
m ensagem de que Jesus Cristo é o
Filho literal de Deus e nosso
Redentor, o mediador da nossa
salvação, que Joseph Smith é o
revelador do conhecimento sobre
civis locais e estaduais, clero de
outras denom inações e líderes
educacionais e do com ércio, bem
com o a representantes da m ídia e da
im prensa. Centenas aceitaram o
convite. Foi meu privilégio, junto a
outros, recepcionar esses
convidados, e responder a suas
perguntas.
Bem cedo, na m anhã do
primeiro dia, ignorando a chuva,
esses convidados fizeram fila para
entrar na casa do Senhor.
Cam inharam em silêncio e
reverência pelo templo, observando
maravilhados a beleza arquitetônica
e os m óveis e equipam entos da casa
do Senhor. Eles foram ver com os
próprios olhos as coisas sobre as
quais haviam lido e ouvido.
O rabino W ayne Dosick
escreveu no San Diego Jezoish Times:
"O tem plo é construído... com
beleza do mesmo; comentários
deixados nos cartões de referências
indicam que m uitos sentiram
profunda reverência e marcante
im pacto emocional.
Por mais de cem anos esses
m esm os sentimentos têm tocado os
corações de um vasto número de
pessoas que visitaram esta Praça do
Tem plo ao verem e sentirem a
m ajestade e transcendental beleza do
Tem plo de Lago Salgado. Cem anos
depois de sua dedicação, ele
perm anece soberbo, como um régio
monum ento à fé, industriosidade e
discernim ento dos santos de Deus
que o construíram.
No entanto, ainda mais
m ajestosa que o próprio templo é a
visão do propósito dos templos que
guiou os seus construtores. Este
propósito é o de redim ir todos os

24
que são obedientes às leis e
mandamentos de Deus.
O evangelho em sua plenitude
foi revelado a Adão, e
indubitavelmente todas as práticas
religiosas são derivadas dos
remanescentes da verdade ensinada
a Adão. Algumas práticas religiosas
ensinadas naqueles primeiros
tempos foram, sem dúvida,
corrompidas ao serem transmitidas
através das gerações. Os membros
fiéis, porém, que entendem a
natureza eterna do evangelho — do
propósito de Deus de proporcionar
im ortalidade e vida eterna ao
homem — com preendem claramente
por que a história do hom em parece
girar em torno da edificação e uso de
templos. (Vide John A. W idtsoe,
"Adoração nos Tem plos", Utah
Genealogical and Historical Quarterly,
abril de 1921, pp. 53-54.)
Os santos de todas as épocas
tiveram templos, de uma ou de outra
forma. Há evidências de que a
adoração nos templos era prática
comum desde Adão até Noé e de
que, depois do dilúvio, o santo
sacerdócio continuou; portanto,
temos toda razão em acreditar que as
ordenanças do templo se achavam à O Templo de Lago Salgado refletido nas janelas do Centro de Visitantes Norte, na Praça do Templo.
disposição daqueles qualificados
para recebê-las. (Vide Widtsoe,
"Adoração nos Tem plos" p. 52.) perm anente do Senhor — e aos O Departam ento de História da
O Senhor "m andou que Moisés templos construídos por sua Fam ília da Igreja tem registros
construísse um tabem áculo, que autoridade nos dias de hoje. microfilmados da vida de
deveriam levar consigo no O centro da comunidade, na aproximadamente dois bilhões de
deserto...para que pudessem ser Israel antiga, era o templo. Ele é uma pessoas. Tudo o que precisamos
reveladas as ordenanças que haviam instituição muito antiga. fazer por um determinado
estado escondidas desde antes da Um dos propósitos do templo é antepassado é ter esperança de que o
fundação do m undo". (D&C 124:38.) prover um local que possibilite a seu registro exista — e então
No livro de Êxodo o Senhor redenção dos m ortos por meio das encontrá-lo.
instruiu M oisés em m eticulosos ordenanças de salvação realizadas Isto, é claro, nem sempre é fácil.
detalhes a respeito das especificações em seu favor por procuradores Mas enquanto pesquisais, lembrai-
e requisitos para a construção do vivos. vos destes três princípios:
tabernáculo. "A pesar de não ter sido Há uma enorme Primeiro: O Senhor nunca pede o
mais que uma tenda, ele foi responsabilidade ligada à grandiosa impossível. M uitas vezes o que é
elaboradamente terminado e obra de redenção dos mortos. No difícil, mas nunca o impossível.
mobiliado, em pregando-se as sermão fúnebre por seu amigo, King Alguns poderão sentir que
melhores posses do povo na sua Follet, o Profeta Joseph disse: "A buscaram conscienciosamente o
construção". (James E. Talmage, maior responsabilidade que Deus Espírito na tarefa de encontrar
Regras de Fé, p. 145.) depositou sobre nós neste mundo é a informações sobre seus antepassados
Ele deveria ser portátil e móvel, de buscar nossos m ortos". (History o f e, não tendo sucesso, atribuem a falta
acompanhando as peregrinações dos the Church, 6:313.) de sucesso a uma fé insuficiente. Se é
israelitas, e atendeu a suas Na busca de nossos isto o que sentis, eu sugiro paciência.
necessidades espirituais por mais de antepassados falecidos, poderemos Dai tem po ao Senhor. Tende fé que,
quinhentos anos. Utilidade e im aginar uma entediante pesquisa em seu próprio tempo, todas as
grandeza sublime foram combinadas em livros e microfilm es inform ações de que necessitais serão
na construção dessa estrutura única. em bolorados, e anos de procura, a encontradas. Enquanto isso, rogai ao
Essa verdade tam bém se aplica ao menos que tenham os uma visão Senhor que dirija vossa atenção para
templo de Salomão — que substituiu desta grande obra dos últimos dias e outros antepassados cujas
o tabernáculo como o santuário saibam os como proceder. informações sejam mais acessíveis.

A L iah o n a / J ulho 1993 25


Uma vista do centro da Cidade do Lago Salgado, com o "Assembly Hall" em primeiro plano, as torres do
Templo de Lago Salgado e o Edifício dos Escritórios da Igreja ao fundo.
Tendes tam bém a vosso dispor
outra grande fonte de ajuda. Em
vossas alas e estacas existem agora
consultores de história da família
preparados para ajudar-vos na
pesquisa de vossos antepassados.
Segundo: Começai no ponto em
que estais. Dai um passo de cada
vez. Tendes inform ações preciosas
sobre a vida de vossos pais. Registrai
essas informações e então retrocedei
uma geração por vez, procurando
antepassados que não foram
batizados, não receberam as
investiduras, ou não foram selados.
Terceiro: Não procureis fazer
tudo de uma vez. O rei Benjamim
ensinou: "E vede que estas coisas
sejam feitas com sabedoria e ordem;
porque não se exige que o homem
corra mais do que suas forças o
perm itam ". (Mosiah 4:27.)
Determinai em espírito de
oração o que precisais fazer por
vossos antepassados. Isto pode ser
afetado por muitos fatores — o que
outros m embros da família já
poderão ter feito, vossas próprias
aptidões e interesses, o tempo de que
dispondes. O im portante é q u e façais
26
alguma coisa.
A freqüência regular ao templo é
uma das maneiras m ais simples de
abençoar aqueles que estão
aguardando no mundo espiritual. Se
morais perto de um templo,
aproveitai a oportunidade de
participar freqüente e regularmente. Se
residis a alguma distância do
templo, planejai excursões para que
tam bém possais ser enaltecidos e
edificados por meio desta obra de
amor, tão recom pensadora e
grandem ente necessária.
Luella Boyd, uma viúva de 83
anos, saía de sua residência em
Basin, W yom ing, às cinco horas da
m anhã, dirigia o carro durante sete
horas até o tem plo de Idaho Falls,
onde chegava por volta do m eio-
dia, e então participava de quatro
sessões de investidura. Na m anhã
seguinte ela estava no tem plo na
hora de abrir e assistia a m ais oito
sessões, sem alm oçar. No terceiro
dia iniciava às cinco da m anhã e
com pletava quatro investiduras até
o m eio-dia, então dirigia para casa,
chegando às oito da noite. D ezesseis
sessões — 965 quilôm etros — 83
anos de idade! Em um ano ela fez
isso onze vezes, deixando de fazê-lo
apenas um mês, devido ao mau
tempo. A parte m ais extraordinária
desta história é que ela está
servindo atualm ente como
m issionária de H istória da Fam ília
aqui em Lago Salgado. Lem brai-vos,
sister Boyd tem oitenta e três anos.
E nós acham os que som os
ocupados! Q ue m aravilhoso espírito
e dedicação! Ela é uma de 365
m issionários de tem po integral de
História da Fam ília trabalhando em
Lago Salgado, desfrutando uma
experiência espiritual inesquecível.
Agora, depois de haverdes
realizado as ordenanças do templo
por vossos antepassados imediatos,
identificai os antepassados difíceis
de achar, prestai serviço na Extração
de Registros Familiares, ou criai uma
versão do programa
com putadorizado dos registros de
vossa família para ser compartilhado
com parentes ou outras pessoas, por
meio do Arquivo de Ancestrais da
Igreja.® Todas estas atividades
ajudam a prover as sagradas
ordenanças do templo a vossos
antepassados. Fazendo isto,
conhecereis o indescritível regozijo
de ser um salvador no M onte Sião
para um antepassado que esperava
vossa ajuda.
O Senhor tem derramado seu
Espírito sobre seus filhos — que se
manifesta por meio de novas
tecnologias, procedimentos
sim plificados e expansão de
recursos, o que nos perm ite acelerar
nosso progresso na redenção dos
mortos.
Depois de havermos
conscienciosam ente feito tudo o que
puderm os para localizar os registros
de nossos antepassados, o Senhor
dirigirá nossa atenção para registros
guardados em locais improváveis,
onde inform ações sobre
antepassados foram preservadas.
Um dedicado missionário de
História da Família não conseguia
ler as informações de um microfilme
sobre uma mulher. Ele não
conseguia decifrá-lo. Ajoelhou-se no
local de trabalho para pedir ajuda ao
Senhor — m as continuou sem poder
ler o m icrofilme. Ajoelhou-se
novam ente e rogou ao Senhor, mas
ainda não conseguiu lê-lo.
Ajoelhando-se pela terceira vez,
disse ao Senhor que sentia que
aquela mulher estava esperando que
o trabalho por ela fosse realizado.
Como isto poderia ser feito, se ele
não conseguisse ler o microfilme?
Levantou-se e olhou novam ente para
o microfilme, que agora estava
perfeitamente legível.
Eu creio que quando buscais
diligentemente vossos antepassados
— com fé — as informações
necessárias virão a vós, mesmo
quando não houver registros
terrenos da vida deles.
A realização de ordenanças
pelos antepassados é parte do plano
divino de nosso Pai Celestial. É uma
designação muito im portante dada à
sua igreja, que será concluída por nós
porque ele ordenou. Esta obra é uma
poderosa testemunha da missão
divina de Joseph Smith, por meio de
quem foi revelada.
O Élder John A. W idtsoe fez este
importante pronunciamento:
"Q uando a história do pensamento
humano for escrita do ponto de vista
da adoração no templo, poderá ser
descoberto que o templo e as
ordenanças neles realizadas têm sido
a influência dominante na
modelagem do pensam ento humano
desde o início da raça. M esmo hoje",
continua ele, "as controvérsias
políticas nada são na determinação
do caráter de um povo, se
comparadas aos sentimentos e
convicções religiosos, especialm ente
as que são praticadas nos templos do
povo". ("A doração nos Tem plos",
p. 52.)
A salvação dos filhos de nosso
Pai Celestial, de Adão e Eva até a
presente geração, é a obra mais
im portante nesta vida e na
eternidade. Nossa alegria — ou
nosso desapontamento — nas
eternidades pode depender da nossa
participação voluntária nesta grande
obra dos últimos dias.
O Presidente Spencer W.
Kimball disse: "Q uanto mais
claramente vem os a eternidade, mais
óbvio se torna que a obra do
Senhor...é uma obra ampla e
grandiosa, com evidentes
similaridades em ambos os lados do
v é u "(ENSIGN, janeiro de 1977, p. 3.)
Deus nos abençoe com amor
pelos nossos antepassados e com
dignidade para participarm os das
ordenanças no templo. Declaro que
esta obra é verdadeira. Em nome de
Jesus Cristo, amém.
J esus C risto , o F ilho
do D eus V ivo
É ld er Jo h n M . M ad sen
dos Setenta
Todos aqueles que conhecem e entendem a gloriosa
obra de redenção executada pelo Senhor Jesus
Cristo... compreendem por que devem ter bom ânimo.
mados irmãos, sinto-m e cheio
A de arrebatadora alegria e
gratidão pelos eventos
transcendentais que ocorreram no
Tem plo de Kirtland, há 157 anos.
Desejo prestar uma hum ilde
hom enagem a meus pais, que me
criaram "no saber e na advertência
do Senhor" (Enos 1:1).
Eu am o as palavras do Senhor,
dadas a todos os que são cham ados e
designados para pregar o evangelho
nestes últim os dias: "Ó meus
servos... tende bom ânim o e não
temais, pois eu, o Senhor, estou
convosco e convosco ficarei; e vós
testificareis de mim, m esmo Jesus
Cristo, que sou o Filho do Deus vivo,
que eu era, que eu sou, e que eu
virei". (D&C 68:5-6.)
Todos os que conhecem e
entendem a gloriosa obra de
redenção executada pelo Senhor
Jesus Cristo, e todos os que sabem de
sua m ajestade, poder e promessas,
com preendem por que devem ter
bom ânimo. Aqueles que vieram a
conhecê-lo não temem! Eles o
buscam "em todo pensam ento".
"N ão [duvidam] nem [tem em ]"
(D&C 6:36). Sabem que ele, o Senhor
Jesus Cristo, está com eles e os
defenderá! (Vide D&C 6:32; 29:4-7;
32:3; 84:87-88.)
"...Tende bom ânimo, e não
temais, pois eu, o Senhor, estou
convosco e convosco ficarei...".
Seguir essa promessa animadora
e sagrada é uma obrigação séria e
igualmente sagrada, mesmo um
m andam ento que não pode ser
ignorado: "...E vós testificareis de
mim, m esmo Jesus Cristo, que sou o
Filho do Deus vivo, que eu era, que
eu sou, e que eu virei" (D&C 68:6).
Qual o motivo desta sagrada
obrigação, deste mandamento do
Senhor a seus servos? O próprio
Senhor responde: "E a vida eterna é
esta: que te conheçam, a ti só, por
único Deus verdadeiro, e a Jesus
Cristo, a quem enviaste" (João 17:3).
"P ois estreita é a porta e
apertado o cam inho que leva à
exaltação e à continuação das vidas,
e poucos há que o encontram,
porque no mundo não me recebeis
nem me achareis" (D&C 132:22).
"E u sou o cam inho, a verdade e
a vida. Ninguém vem ao Pai, senão
por m im " (João 14:6).
Para entenderm os o plano de
salvação, nenhuma doutrina é mais
fundam ental do que a que revela a
verdadeira identidade e o papel de
Jesus Cristo.
A L iahon a / J u lh o 1993 21
 Como, porém, chegarão as
nações a um entendimento da
verdadeira identidade do Senhor
Jesus Cristo? Considerai estas
profecias:
• "Tem po virá em que o
conhecimento de um Salvador se
espalhará por todas as nações,
famílias, línguas e povos" (Mosiah
3:20).
• "Estes últimos registros
(referindo-se claram ente ao Livro de
M órmon e outras escrituras dos
últimos dias)... [mostrarão] a todas
as famílias, línguas e povos que o
Cordeiro de Deus é o Filho do Pai
Eterno e o Salvador do mundo, e que
é necessário que todos venham a ele,
pois, do contrário, não se salvarão"
(1 Néfi 13:40).
• "E dos céus enviarei justiça; e
da terra farei brotar a verdade para
dar testemunho do meu Unigênito;
sua ressurreição dentre os mortos;
sim, e também a ressurreição de
todos os homens; e farei que a justiça
e a verdade varram a terra como um
dilúvio, a fim de ajuntar meus eleitos
das quatro partes da terra" (Moisés
7:62).
O Presidente Benson declarou
com clareza que 'o Livro de M órmon
é o instrumento determ inado por
Deus para "[varrer] a terra com o um
dilúvio, a fim de ajuntar [seus]
eleitos" ' (A Liahona, janeiro 1989,
p. 3). Não temos privilégio mais
sagrado nem responsabilidade mais
urgente e sagrada do que prestar
testemunho de que Jesus é o Cristo,
o Filho do Deus vivo! E não temos
"instrum ento" mais eficaz com o
qual cumprir esta sagrada tarefa do
que o registro que Deus preparou
exatamente para esse propósito — o
Livro de M órmon, Um Outro
Testamento de Jesus Cristo! Em suas
páginas, assim como nas outras
obras-padrão da Igreja, a verdadeira
identidade do Senhor Jesus Cristo é
sem pre revelada — no passado,
presente e fuiuro!
Em m uitos países, na época de
Natal, pessoas lotam os teatros para,
com reverência e júbilo, erguerem -se
cantando as triunfantes e imortais
palavras de Isaías, adaptadas à
música do M essias de Handel:
"Porque um menino nos nasceu,
um filho se nos deu; e o principado
está sobre os seus ombros; e o seu
nome será: M aravilhoso,
Conselheiro, Deus forte, Pai da
28
Presidente Thomas S. Monson,
Segundo Conselheiro na Primeira Presidência.
eternidade, Príncipe da p az" (Isaías
9:6).
M as quem é esse "m en in o"?
Quem é esse "filh o "? E "d e quem é
filho"? (M ateus 22:42.) Q uem é esse
"D eu s forte, Pai da eternidade,
Príncipe da paz" de quem fala
Isaías? O Livro de M órmon
"...com prova e esclarece..." quem ele
é! (Vide A Witness and a Warning,
Ezra Taft Benson, Salt Lake City,
D eseret Book Co, 1988, p. 13.)
Ele é Jesus Cristo, nascido neste
m undo com o o "Filho U nigênito"
(Jacó 4:5,11; 2 N éfi 25:12; Alma 5:48;
9:26; 12:33-34; 13:5) de Deus, "O Pai
E terno", e Filho de M aria "segundo a
carne" (1 Néfi 11:18-24; 2 Néfi 2 :4 ,8 ;
31:7; 32:6; M osiah 3:8).
Ele é Jesus Cristo, o "M essias"
por m uito tempo esperado, "o
Salvador" e "R edentor do m undo" (1
N éfi 1:19; 10:4-17; 15:13-14; 2 Néfi
2:6-10) de quem todos "o s profetas
testificaram " (3 Néfi 11:10; M osiah
3:13; Helamã 8:13-23), que veio ao
mundo "para que os filhos dos
hom ens (pudessem) receber a
salvação, pela fé em seu nom e"
(M osiah 3:9; 2 Néfi 31:2-21; Alma
32:21-43).
Ele é Jesus Cristo, o "Cordeiro
de D eu s", que foi "julgado pelo
mundo, ...levantado num a cruz" (1
Néfi 11:32-33) e "crucificado" (1 Néfi
19:9-10,13-15; 2 Néfi 6:9; 10:3-5;
25:12-13; M osiah 3:9; 15:7-9) "para
expiar os pecados do m undo" (Alma
34:8; 22:14; 33:22-23; M osiah 3:11-18).
Ele é Jesus Cristo, o qual, antes
de condescender em "[descer] dos
céus" e viver "entre os filhos dos
hom ens" (Mosiah 3:5), não era
nenhum outro senão o "grande
Jeov á" (Morôni 10:34; D&C 110:3-4;
Abraão 1:16; 2:6-8), "o Deus de
Abraão, de Isaque e de Jacó" (1 Néfi
19:7-15; M osiah 7:19-20; Helamã
8:13-23), "o Santo de Israel" (2 Néfi
6:9), aquele que deu "a lei" a Moisés
na m ontanha! (3 Néfi 15:5.)
Ele é Jesus Cristo, "o Pai dos
céus e da terra, o Criador de todas as
coisas, desde o princípio" (Mosiah
3:8; 2 Néfi 9:6; Alma 11:39; 3 Néfi
9:15; D&C 38:1-3; 76:24), de quem a
"expiação infinita" (2 Néfi 9:5-10;
2:6-10; Alma 34:8-16; 36:17-18) traz
"a ressurreição dos m ortos" (2 Néfi
9:10-13,21-22; Jacó 4:11-12; Alma
11:42-45; 40:23; Helamã 14:15-19).
Ele é Jesus Cristo, "o Juiz Eterno,
tanto de vivos quanto de m ortos"
(Morôni 10:34; 2 Néfi 2:9-10; 9:13-17,
41; M osiah 3:1 0 ,1 8 ; 3 Néfi 27:13-15;
28:31; M órm on 3:20-22).
Ele é Jesus Cristo, "o Senhor
Onipotente, que reina, que era e que
é, de toda a eternidade, a toda a
eternidade..." (Mosiah 3:5).
"Q meus servos..., tende bom
ânim o e não temais, pois eu, o
Senhor, estou convosco e convosco
ficarei; e vós testificareis de mim,
m esm o Jesus Cristo, que sou o Filho
do Deus vivo, que eu era, que eu
sou, e que eu virei" (D&C 68:5-6).
Eu sei e presto testemunho de
que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus
vivo, que ele foi e é o Grande Jeová,
o Salvador e Redentor do mundo. Eu
sei que ele expiou os pecados do
m undo e que foi ressuscitado com
um corpo glorioso de carne e ossos.
Presto testem unho de que ele vive e
em breve voltará para governar e
reinar como o "R ei dos reis, e Senhor
dos senhores" (Apocalipse 19:16).
Q ue verdadeiram ente "(inundem os)
a terra com o Livro de M órm on" (A
Liahona, janeiro 1989, p. 3), para que
todos que queiram possam vir a ele e
serem salvos, é m inha oração, no
sagrado nome de Jesus Cristo,
amém.

0 P oder da I greja
A licerçado em C risto
Éld er V. D allas M errell
do Q uorum dos Setenta
Peço que cada um reflita comigo sobre as várias
razões pelas quais o verdadeiro caráter e poder desta
obra transcende a genialidade de qualquer homem.
ostaria que soubésseis do
G profundo am or que vos
dedico.
Tenho profundo interesse pelos
comentários de pessoas educadas do
mundo a respeito da influência e
poder da Igreja.
Gostaria de relatar-vos algumas
observações de Harold Bloom, um
judeu especialista em religião. Dr.
Bloom é um em inente catedrático na
universidade de Nova York e na de
Yale.
Ele escreveu a respeito do poder
e futuro da Igreja e exalta Joseph
Smith como "um autêntico gênio
religioso, incomparável em nossa...
história", elogiando "a segurança de
seus instintos, sua excepcional visão
do que precisam ente [era] necessário
para a introdução de uma nova fé"
(The American Religion, New York:
Simon & Schuster, 1992, pp. 82-83).
Joseph Sm ith e o M ormonismo,
diz ele, deram ao m undo "u m Deus
mais hum ano e um hom em mais
divino" (p. 100). Bloom diz: "E u
tam bém não... duvido de que Joseph
Sm ith foi um autêntico profeta.
Onde, em toda a história am ericana,
podem os encontrar alguém que se
lhe com pare?" (P. 95). "N ada me
im pressiona mais, em toda a história
americana,... do que os primeiros
mórmons, Joseph Smith, Brigham
Young, Parley e O rson Pratt, e os
hom ens e m ulheres que foram seus
seguidores e am igos" (p. 79).
E com grande satisfação que
acrescento m inha perspectiva às
im pressionantes conclusões do Dr.
Bloom. Ele escreveu a respeito da
m aneira diferente como um crente
talvez encare o M orm onism o, e eu
sou um crente. Tam bém, tenho
décadas de trabalho acadêm ico e
profissional pesquisando e
aconselhando instituições sobre
assuntos de liderança e poder, e
desejo explicar-vos o que penso
sobre o verdadeiro poder da Igreja.
Peço que cada um reflita comigo
sobre as várias razões pelas quais o
verdadeiro caráter e poder desta
obra transcende a genialidade de
qualquer homem.
Em prim eiro lugar, o poder da
Igreja é baseado na autoridade divina.
Deus, o Pai, e seu Filho apareceram a
Joseph Sm ith e dirigiram a
restauração de sua Igreja. Jesus
Cristo escolheu e ordenou os que
têm posse exclusiva das chaves do
sacerdócio, para revelar e dirigir a
obra de Deus. O poder e a
autoridade da Primeira Presidência e
do Quorum dos Doze Apóstolos
estendem -se ao trabalho ordenado
por Cristo no mundo todo. Ele
designou os Apóstolos e os Setenta
para viajarem por todas as nações, a
fim de edificarem e adm inistrarem a
Igreja. O Senhor tam bém convoca
"m inistros perm anentes" (vide D&C
84:111) para amparar-nos e
abençoar-nos no local onde estamos,
e confirm ou a legitim idade de seus
representantes ordenados: "Seja pela
minha própria voz, ou pela de meus
servos, não im porta" (D&C 1:38). Os
que possuem autoridade não têm
dúvida quanto a quem pertence esta
obra e para quem trabalhamos.
Em segundo lugar, um poder
imenso advém de nosso propósito
divinamente ordenado. A meta da
Igreja não é posição social nem
poder político ou econômico. Nosso
propósito é convidar todos a virem a
Cristo e aperfeiçoarem -se nele. As
doutrinas reveladas do evangelho
concedem-nos visão e perspectiva
sobre Deus e seu plano para nossa
salvação. A Igreja é um instrumento
divino que nos ajuda a qualificar-nos
para a vida eterna, que é vida com
Deus. Esse é nosso propósito
sagrado, que molda tudo que se
refere ao reino do Senhor.
O poder da Igreja também se
relaciona a sua obra essencial. Nosso
trabalho é ensinar doutrinas e
princípios corretos do evangelho e
proporcionar a toda a humanidade
as ordenanças salvadoras, para que
recebam "tudo que [o] Pai possui"
(D&C 84:38). O Presidente Howard
W. Hunter declarou que a Igreja tem
"u m a m ensagem completa e
abrangente... restaurada para
atender às necessidades de toda a
hum anidade" (A Liahona, janeiro de
1992, p. 21). Na verdade, a Igreja está
formando uma grande família que
inclui toda raça, credo, língua e
gênero, os pobres e necessitados, os
pecadores e os santos, os vivos e os
mortos, nas operações
misericordiosas, virtuosas e justas do
plano de Deus para todos os seus
filhos.
Somos investidos de poder por fiéis
santos dos últimos dias que são
discípulos de Jesus Cristo, não apenas
membros da Igreja. O poder da Igreja
baseia-se profundamente no
discipulado, com raízes em fé
individual no Senhor Jesus Cristo.
Nossa fé se m anifesta nas águas do
A L iahona / J ulh o 1993 29

Élderes Helvécio Martins, Harold G. Hillam, e Dallas N. Archibald, dos Setenta.
batismo, na participação digna do
sacramento, na adoração no templo e
na integridade de nossa vida
cotidiana. O verdadeiro discípulo
sela sua fé com serviço motivado por
amor ao Salvador e aos habitantes da
terra.
A força da Igreja é baseada também
na obediência ao princípio de mordomia.
Reconhecem os que tudo que temos
pertence a Deus. Nós e todos os
irmãos que nos precederam somos
como um só, oferecendo nossas
ofertas de dízimo, tempo e talentos
para a edificação do reino de Deus.
Esforçamo-nos por elevar-nos uns
aos outros e por nos estabelecermos
como uma comunidade do convênio,
cuja vida é centralizada em Cristo.
Finalmente, a fo n te de poder da
Igreja requer progresso constante.
Nossas doutrinas mais fundamentais
nos im pelem a m elhorar, individual
e coletivamente. Aconselhamo-nos
uns com os outros. Oram os juntos e
em segredo. Reconhecem os nossas
fraquezas, buscam os as escrituras e
meditamos sobre ajustes necessários.
Usufruímos os justos benefícios das
dádivas inspiradas da ciência,
tecnologia e arte. Correlacionamos,
corrigimos e reestruturamos, usando
toda a verdade que conseguimos
assimilar na harm onização de nossa
vida, da liderança e da organização
deste trabalho com os ensinamentos
e o exemplo perfeito de nosso líder
30
Jesus Cristo.
Alguns, como o Dr. Bloom
sugere, podem ter um "receio
saudável" do futuro poder dos
mórm ons (The American Religion, p.
86). A eles, respondemos
hum ildemente: "E ste é o trabalho
contínuo do Todo-Poderoso". Esta
não é a igreja de Joseph Smith. E A
Igreja de Jesus Cristo. É a única
organização em todo o m undo que
não falhará. Estam os testem unhando
hoje o cum prim ento das palavras do
profeta Daniel: O Deus do céu
levantará um reino, o qual encherá
toda a terra e será estabelecido para
sem pre (vide Daniel 2:29-45).
O professor Bloom elogiou a
paciência dos líderes da Igreja. A
paciência nasce de um otim ismo
justificado. Élder H eber C. Kimball,
um dos prim eiros apóstolos, nos dá
uma im pressionante ilustração. Ele
voltou de uma missão na Inglaterra,
em 1838, e encontrou a metade dos
mem bros de Kirtland, Ohio,
afastados. O Profeta Joseph Sm ith e
vários outros líderes im portantes
estavam presos havia cinco meses.
Cinco apóstolos e duas das Três
Testem unhas haviam apostatado.
M ilhares de santos em M issouri
estavam sendo atacados e expulsos
de suas casas, que eram incendiadas.
Ao encontrar essa deplorável
situação, Élder Kimball escreveu:
"Verdadeiram ente posso dizer que
nunca vi a Igreja em melhores
condições desde que fui batizado. Os
poucos que restam são firmes e
inabaláveis, cheios de amor e boas
obras.,.[e] perderam tudo [o que
possuíam ], estando agora prontos
para pregar o evangelho a um
mundo espiritualm ente agonizante
(Orson F. W hitney, The Life o f Heber
C. Kimball, Salt Lake City: Bookcraft,
1992, p. 246).
Na m esma época, na cadeia de
Liberty, Joseph Sm ith escreveu estas
palavras inspiradas: "Q ue poder
deterá os céus? Seria tão inútil
querer o homem estender seu débil
braço para desviar de seu curso o rio
M issouri, ou fazê-lo ir correnteza
acima, com o evitar que o Todo-
Poderoso derram e os seus
conhecim entos dos céus sobre as
cabeças dos santos dos últimos dias"
(D&C 121:33).
Com grande otimismo, o Profeta
Joseph escreveu ao editor do jornal
Chicago Democrat: "N enhum a
profana m ão deterá o trabalho em
seu progresso; perseguições poderão
ser desencadeadas, turbas reunidas,
exércitos preparados, calúnias
espalhadas, mas a verdade de Deus
irá adiante intrépida, nobre,
independente, até que haja
penetrado cada continente, visitado
todos os climas, varrido todos os
países e soado em cada ouvido, até
que os propósitos de Deus sejam
cum pridos e o Grande Jeová diga
que o trabalho está term inado"
(.History o f the Church, 4:540).
Regozijamo-nos porque o futuro
pertence a nosso M estre, que criou
este mundo, formulou o plano de
salvação e estabeleceu esta Igreja. Ele
próprio declarou: "P ois eu, o Senhor,
para exercer os poderes dos céus,
estendi a minha mão; vós não a
vedes agora, mas ainda um pouco e
a vereis, e sabereis que eu sou, e que
virei, e com o meu povo reinarei"
(D&C 84:119).
Nenhum a outra instituição tem
o caráter divino de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Isso por causa de sua autoridade
verdadeira, propósito revelado,
função divina, discípulos dedicados,
visão de nossa m ordomia e
princípios de progresso eterno. Estas
coisas eu hum ilde e
agradecidam ente testifico, em nome
de nosso Senhor e Salvador Jesus
Cristo, amém.

O ração
Éld er D avid E. Soren sen
dos Setenta
A oração, por si só, pode transformar-nos e purificar-
nos, tanto individualmente como em grupo.
uando nossos filhos mais
Q velhos ainda eram pequenos,
morávamos num a rua muito
movimentada da Cidade do
Lago Salgado. M inha mulher, Veria,
e eu nos preocupávamos com os
perigos que a rua representava para
nossos filhos. Aproveitávam os todas
as oportunidades para reforçar a
importância de não ficarem na rua.
Também, nessa época, nossos filhos
estavam aprendendo a respeito de
templos e famílias eternas. Assim, as
orações deles incluíam regularmente
este pedido: "P o r favor, ajuda-nos a
casar no templo e a não ficar na rua".
Certa vez, depois de os filhos de
nossos vizinhos terem brincado com
os nossos, recebemos um telefonema
da mãe deles. Uma das crianças
ouvira uma oração, quando estava
em nossa casa, e oferecera a seguinte
variação, ao orar naquele dia: "P or
favor, ajuda-nos a não ficar no
templo e a casar na rua".
Espero que aquela oração não
tenha sido recebida exatam ente da
forma como foi enunciada, mas
tenho forte testem unho da
im portância da oração para moldar
nossa vida.
No Livro de M órm on o Salvador
dá grande ênfase à oração. Ele orou
repetidamente e de modo pessoal
com os nefitas e por eles. E depois de
fazê-lo, pediu-lhes que lhe seguissem
o exemplo:
"E m verdade, em verdade vos
digo que deveis velar e orar sempre,
para que não sejais tentados pelo
demônio e dele não vos torneis
cativos.
E, da mesma forma com que orei
entre vós, assim orareis em minha
Igreja, entre o meu povo, que se
arrepende e é batizado em meu
nome. Eis que eu sou a luz; eu vos
dei o exem plo." (3 Néfi 18:15-16;
vide tam bém 3 Néfi 18:24; 19:17-34;
27:21.)
Na verdade, Cristo exorta
especificamente os nefitas, pelo menos
dez vezes, a "orar ao Pai em (seu)
nom e". (3 Néfi 18:19; vide também 3
Néfi 13:6-9; 14:11; 17:3; 18:20-21,23;
20:31; 21:27; 27:2-7, 9,28.)
Cristo ensinou que a oração é
im prescindível em cada passo do
processo de aperfeiçoam ento, mas
especialm ente no início. Por
exemplo, ele ensinou que uma das
razões fundam entais para a
restauração do evangelho foi que
Israel dispersa pudesse orar ao Pai
em nome de Cristo:
"Sim , a obra será iniciada entre
todos os dispersos de meu povo,
com o Pai para preparar o caminho
que todos deverão trilhar para
chegar a mim , a fim de que possam
invocar o Pai em meu nome." (3 Néfi
21:27; grifo nosso.)
Tam bém ensinou que nós, na
Igreja, devemos orar em favor dos
que estão pesquisando a Igreja. (Vide
3 Néfi 18:23-30.) Ele encorajou os que
haviam ouvido sua palavra a
ponderá-la e a orar ao Pai, em seu
nome, para o entendimento
aumentar. (Vide 3 Néfi 17:3.) E,
naturalm ente, m ostrou-nos que
m esmo pessoas perfeitas como ele
próprio, devem orar constantemente.
A oração é um passo necessário
em cada nível de nosso progresso
rumo a uma sem elhança cada vez
maior com nosso Pai Celestial. Uma
vez que tenhamos experimentado
sua bondade, Cristo nos incentiva a
orarm os com freqüência — em
segredo, em família, na Igreja e em
nossos corações, pedindo
continuamente as coisas específicas
de que necessitam os — dizendo-nos:
"E tudo quanto pedirdes ao Pai, em
meu nome, se pedirdes o que é
direito e com fe, eis que recebereis".
(3 Néfi 18:20.)
Cristo ensinou aos nefitas que a
oração é mais do que apenas um
meio de receber a generosidade de
nosso Pai Celestial; a oração é, em si
mesm a, uma demonstração de fé,
assim como de retidão. A oração é
uma característica dos que adoram a
Deus, o Pai, e a seu Filho, Jesus
Cristo. Isto porque a oração, por si
só, pode transformar-nos e purificar-
nos, tanto individualmente como em
grupo. Segundo nosso Dicionário
Bíblico, "O objetivo da oração não é
m udar a vontade de Deus, mas sim
assegurar, para nós e para outros,
bênçãos que Deus já deseja conceder-
nos, mas que precisamos suplicar".
(P. 753.)
Em outras palavras, as orações
harm onizam nossos desejos com os
desejos do Pai, trazendo-nos, assim,
não só as bênçãos que desejamos,
como uma união maior com o Pai.
Esta prática é fundamental para a
salvação coletiva e individual de
homens e mulheres.
Élder Hyrum M. Smith
expressou bem essa idéia quando
escreveu: "A oração da fé é o
segredo da força da Igreja". (Hyrum
M. Smith e Janne M. Sjodahl, The
Doctrine and Covenants Commentary,
rev. ed., Salt Lake City: Deseret Book
Co. 1972, p. 194.)
Vi a confirm ação disso em
minha própria vida. Quando
morávam os na Califórnia, um de
nossos filhos ficou gravemente
ferido em um acidente de carro. Teve
o crânio fraturado, e os médicos
deram -nos poucas esperanças de que
A L iahon a / J ulh o 1993 31
 sobrevivesse. Três dias depois de
entrar no hospital, contraiu
m eningite e seu estado piorou. O
m édico da família, que é nosso
vizinho, foi visitar-nos e disse:
"Tudo que podemos fazer agora é
orar".
E nós oramos. Durante várias
semanas, nossos vizinhos, amigos e
colegas de trabalho uniram-se a nós
em oração por nosso filho e para que
tivéssemos forças para enfrentar a
situação. Quase um mês depois o
estado de saúde de nosso filho
estabilizou-se, m elhorou e,
finalmente, tivemos a bênção de vê-
lo recuperar-se e tom ar a sorrir.
Não desejaria a ninguém uma
experiência semelhante, mas aquele
período difícil e terrível demonstrou-
nos o princípio que o Presidente
Thomas S. M onson ensinou à Igreja.
Disse ele: "A oração é o passaporte
32
para o poder espiritual". (A Liahona,
janeiro de 1991, p. 53.) Durante a
enferm idade de nosso filho, vim os e
sentimos o poder espiritual da
oração! Nossa ala nunca orara com
tanto fervor, e creio que os membros
nunca estiveram tão unidos. Nossa
família foi sustentada pela fé e pelas
orações conjuntas de amigos. E
mesmo com muito medo de perder
nosso filho, sentimo-nos mais perto
do Pai Celestial e mais conscientes
de nossa dependência dele do que
em qualquer outra época de nossa
vida.
Em bora as bênçãos que
suplicamos e recebemos por meio da
oração sejam inegavelmente
grandiosas, a maior bênção e o maior
benefício não são as bênçãos físicas
ou espirituais recebidas em resposta
às orações, mas sim as mudanças por
que passa nossa alma ao
aprenderm os que dependem os do
Pai Celestial para receber força.
Uma m ãe relatou a seguinte
experiência, que exemplifica esta
idéia. Ela disse: "A s vezes, durante
uma refeição, um de meus filhos
tenta chamar minha atenção
enquanto está com a boca cheia. Por
meio de barulhos e sinais, ele tenta
mostrar-m e o que deseja que eu faça
para ele. Sei perfeitam ente que ele
quer um copo de leite, mas espero
que use palavras, para atendê-lo.
Não é que eu não compreenda o que
ele deseja, mas acho im portante ele
aprender a comunicar-se bem ".
Assim como os pais orientam os
filhos a respeito de comunicação e
cortesia, creio que nosso Pai Celestial
nos ensina a orar porque a oração em
si nos faz progredir. Adoramos o
Pai Celestial como onisciente e
onipotente. Como nosso Criador, ele
sabe, com certeza, de nossas
necessidades, preocupações, alegrias
e lutas, sem que o informemos. A
razão pela qual o Pai nos pede que
oremos não é informá-lo de algo que
ele não sabe. É que, ao praticarm os a
comunicação eficaz com ele,
m oldamos e modificamos nossa
vida, do mesmo modo que nos
transformamos ao aprendermos a
nos comunicar, quando crianças.
O Presidente G ordon B.
Hinckley ensina o seguinte: "A o nos
ajoelharmos, a própria postura
contradiz as atitudes citadas por
Paulo: 'Soberbos... obstinados...
orgulhosos'...
Ao nos dirigirmos à Divindade,
estamos tentando sobrepujar a
tendência de blasfem ar e de nos
tom arm os mais amigos dos deleites
do que amigos de Deus.
A inclinação para sermos
profanos e ingratos é vencida
quando, em família, agradecemos ao
Senhor pela vida, paz e tudo o que
possuím os". (A Liahona, setembro de
1991, p. 4.)
Além dos m omentos em que
participamos das ordenanças do
evangelho, não há outra ocasião na
vida em que m elhor possam os
renovar nossa vida espiritual e
compreender a posição que
ocupamos perante Deus, do que
quando oramos. Quando nos
aproximamos de Deus em
hum ildade e respeitosamente
consideramos sua graça e grande
amor por nós, tom am o-nos um povo
mais santo e reverente, mais capazes
de receber as bênçãos que ele
espontaneamente nos derrama. Na
verdade, a oração da fé é o segredo
da força da Igreja.
Testifico que Deus vive, que
Jesus é o Cristo, que Joseph Sm ith
foi o profeta da Restauração. Ezra
Taft Benson é nosso profeta. As
placas de ouro do Livro de M órm on
são uma realidade, assim com o as
aparições de M orôni e de muitos
outros anjos que instruíram o
Profeta Joseph Smith, em resposta a
suas orações. A restauração do
sacerdócio é real e eterna. É o poder
de ligação em ordenanças divinas
como batism os e selamentos,
adm inistradas pela Igreja hoje. A
Prim eira Presidência e os Doze
Apóstolos são profetas, videntes e
reveladores. Isso testifico em nome
de Jesus Cristo, amém.
0 P oder dos P rincípios
C orretos
É ld er R ichard G. Scott
do Q uorum dos D oze A póstolos
Embora seja fácil achar, não é fácil seguir os
verdadeiros princípios, enquanto não se tornarem um
procedimento costumeiro em nossa vida.
urante algum as horas quase
D
toda sem ana, tenho uma
experiência que me deixa
comovido com gratidão, adm iração e
confiança no futuro. Com o parte do
padrão usado pela Primeira
Presidência para cham ar, por
inspiração, m issionários de tempo
integral, a cada sem ana alguns dos
apóstolos exam inam de 500 a 800
recom endações de todo o mundo. A
história de cada candidato é uma
vinheta de sacrifício, devoção,
testem unho, e fé.
Os que não entendem nossas
raízes espirituais ficam perplexos
com o nosso program a missionário.
Eles não conseguem acreditar que
m oças tenham o desejo de dedicar
um ano e m eio e os rapazes dois
anos, ao ensino de princípios
religiosos, sob um rigoroso
program a diário com altíssimos
padrões de disciplina pessoal
enquanto deixam para trás os
namoros e todos os outros interesses
particulares. Nem conseguem
com preender por que estes jovens
trabalham para financiar sua missão,
às vezes com a ajuda da família ou
amigos, uma vez que não podem
escolher onde irão servir nem com
quem.
A esses jovens unem-se casais
que deixam lares confortáveis, netos,
recreação, com freqüência várias
vezes, para irem a lugares distantes e
para viverem sob as mais humildes
condições. M uitos aprendem uma
língua estrangeira, expõem-se a
culturas extrem am ente diferentes,
aceitando desafios que não estão
seguros de poder vencer. Ainda
assim, esses jovens e esses casais
retornam do cam po missionário,
onde trabalharam com grande
sacrifício pessoal, agradecendo ao
Senhor o privilégio. Não há nada
sem elhante no mundo.
O que cria esta valorosa força de
mais de 48.000 missionários, que
voluntariam ente servem ao
próximo? De onde vem sua força? A
resposta repousa no poder de
princípios corretos. Vou explicar.
Q hom em sempre se Deneficiou
da obediência a princípios
verdadeiros. Os destemidos
polinésios cruzaram, em canoas
precárias, um im enso oceano indo
para muito longe. Este feito foi
conseguido, não por sorte, mas pela
obediência a princípios sólidos de
navegação celestial. Eles se
prepararam cuidadosam ente e não
sucum biram à tentação de desviar-se
A L iahon a /J ulh o 1993 33
 do curso ou de demorar-se no
caminho. Da mesma forma,
podemos estar certos de atingir
objetivos dignos na vida,
entendendo e seguindo firmemente
os princípios corretos enraizados na
verdade revelada.
Os princípios são âncoras. São
como as âncoras de aço que os
alpinistas usam para conquistar
penhascos que, de outra maneira,
seria im possível conquistar. Eles vos
ajudam a ter confiança em situações
novas e desconhecidas. Eles serão a
vossa proteção nas tormentas de
adversidade da vida.
Toda a tragédia auto-infligida
que ocorre hoje pela violação dos
mandamentos do Senhor poderia ser
evitada pela obediência constante e
cuidadosa à verdade revelada. O
poder produtivo de princípios
corretos pode tornar a vida uma
alegre e edificante experiência.
Podemos entender o que motiva
os missionários a sacrificarem-se
para servir ao próxim o, examinando
sua juventude. O livro de Provérbios
registra este princípio: "Instrui o
menino no caminho em que deve
andar, e até quando envelhecer não
se desviará dele". (Provérbios 22:6.)
Quando vós, mães, estais
constantemente em casa, pelo menos
nas horas em que os filhos estão lá,
podeis detectar as necessidades
individuais de cada filho e encontrar
os meios de satisfazê-las. Vossos
instintos, divinamente conferidos,
ajudam a perceber os talentos
especiais e as aptidões únicas de
uma criança, de modo a poder
alimentá-los e fortalecê-los. Pensai
nestes exem plos de como o amor
solidário e a sensibilidade de pais,
especialm ente mães, abençoam a
vida dos filhos:
Uma mulher ouviu o filho de
quatro anos dizer ao irmão de seis:
"N ão acredito em Jesu s". O irmão
respondeu: "Isso me deixa triste".
Percebendo uma necessidade, a mãe
reforçou o entendimento que o
menino tinha do Salvador. Colocou
uma gravura do Redentor no quarto
dele e continuou a ensinar ainda
mais sobre o M estre a todos os filhos.
Algum tempo depois, o filho caçula
comentou: "M ãe, a senhora é minha
m elhor amiga— depois de Jesus".
Outra mulher lia
constantem ente as escrituras para
seus filhos a fim de ensinar-lhes a
34
verdade. Enquanto residia no
exterior, em um local onde não havia
boas escolas, ela gastava muito
tempo e energia ensinando-os
cuidadosam ente — com
surpreendentes resultados. Certa
ocasião o pai foi ajudar a filha de
cinco anos a fazer oração à noite.
Encontrou-a ajoelhada, expondo
seus sentim entos ao Pai Celestial.
Percebendo sua presença, ela olhou
para cima. Ele disse: "Sabe como o
Pai Celestial fica feliz quando fala
com ele?". Ela respondeu: "O ra, pai,
vou falar com ele a vida toda". Essa
é a pureza de coração de uma
criança de cinco anos, que foi
cuidadosa e espiritualmente
educada.
O utra mãe lia as histórias do
evangelho aos filhos, desde
pequenos. Um a vez, ao ler sobre a
crucificação de Cristo, o filho de dois
anos e meio soluçou. Ela percebeu
que ele era uma criança
espiritualm ente sensível. Com o
correr dos anos, aquela criança
tornou-se um jovem reto,
disciplinado que ama o Senhor e
guarda seus m andamentos. A
linguagem profana, tão difundida
nos dias de hoje, é-lhe
particularm ente ofensiva. Ao evitar
esse e outros males, é criticado por
ser muito "igrejeiro". Embora seja
difícil agora, essa decisão de ser tão
reto irá tom á-lo um marido, pai e
líder vigorosam ente forte.
Quando Clayton, de dois anos
de idade, ouviu a família falar sobre
a avó, que estava em missão em
Swaziland, África, seu coraçãozinho
foi tocado. M uitas vezes cruzava os
braços, inclinava a cabeça e dizia:
"V o-vó na missão. Jesus. Am ém ".
Quando voltou, ele não a reconheceu
até que ela disse: "Sou sua avó
m issionária". Na m esm a hora ele
sorriu, correu e abraçou-a. Todos os
netos, agora, desejam ser
missionários.
Que frutos duradouros irão
resultar das sementes de verdade
que cuidadosam ente plantais e
cultivais no solo fértil da mente e
coração confiantes de vossos filhos?
Recentem ente li a história de m uitos
missionários e descobri uma grande
ligação entre m issionários
excepcionais e mães que optam por
não trabalhar fora, geralm ente
fazendo um grande sacrifício
financeiro e pessoal. Usando nomes
fictícios, relatarei trechos de
comentários de bispos e presidentes
de estaca sobre missionários reais.
Isto é apenas uma fração dos muitos
milhares de exemplos que existem.
Eles hom enageiam as mães que se
sacrificaram, deixando de trabalhar
fora em benefício dos filhos.
"K evin é um dos melhores
rapazes que conheço. E um líder
nato, bem -dotado, inteligente e
talentoso, com quem as pessoas se
sentem à vontade. Leu o Livro de
M órmon seis vezes e tem um forte
testemunho, adquirido por meio de
estudo, serviço, provações e
sacrifícios. Atualmente, tem uma
bolsa de estudos integral na
faculdade de m edicina."
"Loraine é uma das moças que
mais se destaca na Igreja. Será uma
alegria para qualquer presidente de
m issão."
"R oy é o tipo de rapaz que
desejaria para minha filha algum
dia."
"Brad é um dos melhores
rapazes que conheço. Enfrenta
desafios como se o Senhor estivesse
sussurrando em seu ouvido."
"C arol tem se portado de
maneira digna como líder de torcida
na escola secundária e na faculdade.
E uma líder e uma das jovens mais
queridas em seu meio, é forte e seu
amor pelo Senhor é evidente em seu
brilho de '1000 w atts'."
"Pierre pertence a uma família
muito forte. Ganhou todo o dinheiro
necessário para a missão. Não se
deixa levar pela pressão dos amigos,
tem sido sem pre um líder, ora
regularm ente, estuda as escrituras, é
ligado à família e aos princípios do
evangelho. Faz prim eiro as coisas
difíceis."
"M ark é possivelmente o rapaz
mais bem preparado que já
recomendei. Tomou muitos sob sua
proteção e estabilizou-lhes a vida
por causa de seu testemunho e amor.
Sendo de uma família de oito filhos,
ele honra os pais de todas as formas.
Disse que jejuaria e oraria durante a
sem ana em que sua missão estivesse
sendo considerada."
"M arie é forte, sente-se
motivada, é inteligente, dedicada e
sabe aonde vai. Pertence a uma
fam ília forte, onde ideais e valores
centralizados no evangelho lhe
foram transmitidos com sucesso.
Durante toda a vida tem sido um
exemplo de serviço e retidão."
"D ale tem um forte alicerce no
evangelho, proveniente de seu
próprio estudo e da influência de
uma família que lhe dá apoio. É o
mais velho de cinco filhos e sempre
faz as coisas certas. Tinha carteira de
habilitação, mas quando o preço do
seguro subiu, ele a devolveu
voluntariam ente."
"R odney é um rapaz que
impressiona. Passou algum tempo
no exército e conseguiu que todo o
batalhão orasse com ele antes dos
testes. Vários foram à Igreja com
ele."
"Sonya é quase boa demais para
ser verdade!"
"M ac tem uma bolsa de estudos
de atletismo e está quase atingindo a
meta de representar seu país nas
Olimpíadas neste outono. Decidiu,
porém, que chegou a hora de
cumprir m issão."
"M arco é um vaso puro,
agradável, não fala muito, mas é
firme. Um de oito irmãos, recebeu
recentemente o grau de Escoteiro da
Pátria, que chegou tarde não por
desinteresse, mas porque desde os
treze anos trabalhara arduamente
para ajudar a sustentar sua grande
fam ília."
"Layne é um doce gigante, com
a predisposição para ser um bom
exemplo. Ótimo aluno, adiou a ida
para a universidade a fim de ganhar que a m ãe deve ficar em casa com os não vos ouvem, escolhendo
dinheiro para a missão. Vendeu os filhos. Ele tam bém disse: caminhos totalmente diferentes. O
cavalos que am ava para ajudar a "Com preendem os que algumas de Pai Celestial tem passado pela
família financeiram ente." nossas boas irm ãs são viúvas ou m esma experiência repetidamente.
"L ee é completam ente confiável divorciadas, e que outras se Em bora alguns de seus filhos tenham
e responsável. Para ilustrar sua fé, a encontram em situação incomum, usado o dom do livre-arbítrio para
mãe, neste momento, está entre a tendo, por necessidade, que tomar decisões contrárias aos seus
vida e a morte; contudo, ele está trabalhar durante um certo período conselhos, ele continua a amá-los.
ansioso por servir. Comentou: 'Isto é de tempo. Esses casos, porém, são Tenho certeza, porém, que ele nunca
o que o Senhor e os meus pais exceções, não a regra. (Ezra Taft se culpou pelas escolhas insensatas
desejam '." Benson, To TheM others ofZ ion , desses filhos.
Há milhares de jovens como folheto, 1987, pp. 5-6.) As irm ãs que Como mães e pais, enfrentais
esses que descrevi, e muitos mais a se encontram nessa situação têm o problem as porque as pressões do
caminho. direito a inspiração e força do m undo vos im pedem de cumprir
Como vós, mães desses jovens, Senhor. As que saem de casa por eficazmente vossa função divina?
deveis sentir-vos gratas ao razões menos prem entes, não. Vossa vida é inconscientemente
contemplardes alguns dos frutos de Como pais não com etais o erro alimentada pelo fogo do desejo de
vosso sacrifício. Tendes uma visão de, propositadam ente, intervir para coisas que podem comprom eter
do que significa ensinar a verdade suavizar ou elim inar as relações eternas e o desenvolvimento
obediente e pacientemente, porque conseqüências naturais da decisão do caráter de um filho? E preciso que
olhais para além da comida deliberada de vossos filhos, de violar sacrifiqueis os prazeres pessoais e o
derramada, das roupas sujas, das os mandamentos. Essa atitude egoísmo, em benefício de atividades
tediosas horas de rotina, das lutas reforça falsos princípios, pode abrir a centralizadas na família, e que não
com as lições da escola e as longas porta a pecados mais sérios, e deixeis a cargo da Igreja, da escola
horas ao lado da cama do filho diminui a probabilidade de ou da sociedade, o papel importante
doente. arrependimento. de acompanhar o desenvolvimento
O Presidente Benson ensinou Alguns de vós tendes filhos que equilibrado de vossos filhos. E

A L iahon a / J u lh o 1993 35
 preciso tempo, grandes esforços e
sacrifícios pessoais para ensinar uma
criança no cam inho em que deve
andar. O que, porém, vos trará maior
recompensa por um trabalho bem
feito?
Talvez não tenhais recebido a
bênção de ter sido criados em uma
família com preensiva; contudo,
usando princípios corretos
moldareis, fortalecereis e dareis
propósito a vossa vida.
A afirmação inspirada de Joseph
Smith: "Ensino-lhes princípios
corretos e deixo que governem a si
m esm os", ainda é válida. O Senhor
usa o mesmo princípio conosco.
Encontrareis princípios corretos nos
ensinamentos do Salvador, de seus
profetas e das escrituras. Embora
seja fácil achar, não é fácil seguir os
verdadeiros princípios enquanto não
se tom arem um procedim ento
costumeiro em nossa vida. Eles
exigirão que vos livreis de idéias
falsas, poderão levar-vos a duras
batalhas dentro das câm aras secretas
de vosso coração, a situações
decisivas para vencer tentações,
pressão de amigos e a falsa atração
da "saída mais fácil". Entretanto,
quando resolutamente seguirdes
princípios corretos, ireis gerar uma
força de caráter que se m anifestará
em momentos de necessidade
urgente. Vosso apego constante a
princípios, irá ajudar-vos a vencer os
tentadores, porém falsos estilos de
vida que vos cercam. Vossa fiel
obediência a princípios corretos
acarretará críticas e zombarias, mas
os resultados são tão eternam ente
válidos, que valem qualquer
sacrifício.
Agora, este é o mais im portante
princípio que posso transmitir-vos:
Ancorai vossa vida no Salvador.
Fazei de seus ensinamentos vosso
manual de vida. Fazei do Pai
Celestial e de seu Filho amado a
prioridade de vossa vida, de vossa
vontade, de vosso desejo principal.
Fazei com que sejam mais
importantes para vós do que a
própria vida, mais im portante até do
que vosso amado cônjuge e filhos.
Então, recebereis tudo de que
necessitais.
Testifico solenemente que o Pai
Celestial e Jesus Cristo vivem. Eles
vos conhecem , vos amam e querem
ajudar-vos. Em nome de Jesus
Cristo, amém.
36
V olta para C asa , Pai
E ld er Jam es E. Fau st
do Q uorum dos D oze A póstolos
As bênçãos do sacerdócio, honrado por pais e maridos
e reverenciado por esposas e filhos, pode
verdadeiramente curar o câncer que aflige a
sociedade.
esta época de Páscoa, estendo
N
a todos os participantes desta
conferência meus mais
calorosos cum prim entos e minhas
orações por vossa felicidade e bem -
estar. N este dia, lem bram o-nos de
que o Senhor ressurreto nos deu a
responsabilidade de edificar o reino
de Deus na terra. Com isto em mente,
espero acrescentar algum as idéias
que fortaleçam a mais im portante de
todas as instituições — a família.
N os últim os tem pos, a sociedade
tem sido atorm entada por um câncer
de que poucas fam ílias conseguem
escapar. Falo da desintegração dos
lares. Há uma prem ente necessidade
de iniciar-se um tratam ento
corretivo. Não quero ofender
ninguém com o que tenho a dizer.
Ratifico m inha profunda crença de
que a mulher é a m aior criação de
Deus. Acredito, tam bém , que não há
bem m aior em todo o m undo do que
a maternidade. A influência da mãe
na vida dos filhos transcende nossa
im aginação. Pessoas que criam filhos
sozinhas, em sua maioria mulheres,
desem penham um serviço
especialm ente heróico.
Reconheço haver um excesso de
m aridos e pais que abusam da
esposa e dos filhos, os quais
necessitam de proteção. Estudos
sociológicos atuais, porém,
reafirm am energicam ente que a
influência de um pai zeloso na vida
de uma criança é essencial — seja ela
m enino ou menina. Nos últimos
vinte anos, quando lares e famílias
lutam por m anter-se intactos, esses
estudos revelam um dado alarmante:
m uitos dos crimes e problemas
com portam entais nos Estados
Unidos originam-se em lares em que
o pai abandonou os filhos. Em
muitas sociedades no mundo, a
pobreza de crianças, crimes, abuso
de drogas e desintegração da família
podem ser atribuídos a condições em
que o hom em não proporciona
orientação paterna. Do ponto de
vista sociológico é, agora,
dolorosamente aparente que o pai
não é elem ento opcional na família.
Devem os respeitar a posição do pai
como sendo o principal responsável
pelo apoio físico e espiritual. Declaro
isto sem hesitação, porque o Senhor
revelou que esta obrigação é do
marido. "A s mulheres têm o direito
de receber de seus maridos o
sustento, até que eles sejam tirados"
(D&C 83:2). Mais adiante: "Todas as
crianças têm o direito de receber de
seus pais o seu sustento até
alcançarem a m aioridade" (D&C
83:4). Além disso, o bem -estar
espiritual deve ser "[realizado] pela
fé e convênio de seus pais (D&C
84:99). Com respeito às criancinhas,
o Senhor prometeu que "grandes
coisas [poderão ser] requeridas de
seus p ais" (D&C 29:48).
E inútil discutir quem é mais
im portante, pai ou mãe. N inguém
duvidaria de que a influência da
mãe é indispensável para os recém -
nascidos e para os prim eiros anos de
vida da criança. A influência do pai
aumenta à m edida que a criança fica
mais velha. Pai e m ãe, contudo, são
necessários nos vários estágios de
desenvolvim ento da criança. Am bos
fazem coisas intrinsecam ente
diferentes para os filhos. Tanto mães
quanto pais educam os filhos, mas
as abordagens são diferentes. As
mães têm o papel dom inante de
preparar os filhos para viverem com
suas fam ílias (no presente e no
futuro). Os pais parecem mais bem
equipados para preparar as crianças
para atuarem no am biente fora da
família. Um a autoridade declara:
"Estudos dem onstram que o pai tem
um papel especial a desem penhar na
edificação do auto-respeito da
criança. Ele é im portante, tam bém,
em form as que realm ente não
entendem os, no desenvolvim ento
dos limites e controles m orais dos
filhos". Diz ainda: "U m estudo
tam bém m ostra que a presença do
pai é decisiva para estabelecer para
a criança o seu sexo. Curiosam ente,
o envolvim ento paterno gera uma
identidade e um caráter sexual mais
destacados, tanto em meninos
uanto em m eninas. É claram ente
em onstrado que a m asculinidade
dos filhos e a fem inilidade das filhas
são m aiores quando o pai participa
ativam ente da vida fam iliar" ("Do
Children Need Fathers?", Karl
Zinsm eister, Crisis, outubro de
1992).
Os pais em qualquer situação
conjugal têm o dever de deixar de
lado diferenças pessoais e incentivar
um ao outro, para que tenham uma
influência digna na vida dos filhos.
Não será possível dar às
mulheres todos os direitos e as
bênçãos que vêm de Deus e
autoridade legal, sem diminuir a
nobreza da outra grande criação de
Deus, o hom em ? Eliza R. Snow
declarou em 1872: "A posição da
m ulher é uma das questões do
momento. Social e politicamente
atrai a atenção do mundo sobre si.
Alguns...se recusam a admitir que a
m ulher tem direito a quaisquer
prerrogativas além...dos caprichos,
das extravagâncias ou dos
prêm ios...que os hom ens decidam
conceder-lhe. Na falta de
argum entos, eles criticam e
ridicularizam ; um velho subterfúgio
para os que se opõem a princípios
corretos que não conseguem
contestar. O utros...não apenas
reconhecem que a posição da m ulher
deve ser melhorada, m as são tão
radicais em suas teorias extremas,
que criam nela um antagonism o
contra o homem, achando que ela
tem uma existência distinta e oposta;
e...m ostrando quão com pletamente
independente ela deve ser". Na
verdade, ela prossegue, eles "a
fariam adotar os aspectos mais
repreensíveis do caráter dos hom ens,
e que deveriam ser evitados ou
m odificados p o r eles, em vez de
serem copiados pelas mulheres.
Estes são os dois extremos, e entre
eles está o equilíbrio perfeito". (The
W om arís Exponent, 15 de julho de
1872, p. 29.)
M uitas pessoas não
com preendem nossa crença de que
Deus estabeleceu sabiamente uma
autoridade dirigente para as mais
inspiradas instituições do mundo.
Esta autoridade dirigente é chamada
de sacerdócio. O sacerdócio é
conferido em confiança, a fim de ser
usado para abençoar todos os filhos
de Deus. O sacerdócio não é uma
uestão de gênero; significa bênçãos
e Deus para todos, pelas mãos dos
servos que ele designou. Na Igreja
esta autoridade do sacerdócio pode
abençoar todos os m em bros, por
meio da m inistração de mestres
familiares, presidentes de quorum,
bispos, pais e todos os outros
hom ens dignos que foram
encarregados da administração dos
assuntos do reino de Deus. O
sacerdócio é influência e poder
dignos, através dos quais os meninos
são ensinados na juventude e
durante toda a vida a honrarem a
castidade, a serem honestos e
diligentes e a respeitarem e
defenderem as mulheres. O
sacerdócio é uma influência
controladora. As meninas aprendem
que por meio de sua influência e
poder para abençoar, elas podem
realizar muitos de seus desejos.
Portar o sacerdócio significa
seguir o exemplo de Cristo e
procurar imitar-lhe o exemplo de
paternidade. Significa preocupação e
cuidados constantes com os filhos. O
hom em que porta o sacerdócio deve
honrá-lo, demonstrando carinho
eterno, com absoluta fidelidade, pela
esposa e mãe de seus filhos. Ele deve,
durante toda a vida, demonstrar
desvelo e preocupação pelos filhos e
pelos filhos dos filhos. A súplica de
Davi por seu filho rebelde é uma das
mais tocantes em todas as escrituras:
"M eu filho Absalão, meu filho, meu
filho, Absalão! quem me dera que eu
morrera por ti, Absalão, meu filho,
meu filho!". (II Samuel 18:33.)
Exorto os maridos e pais desta
Igreja a serem o tipo de homem sem
o qual a esposa não gostaria de ficar.
Exorto as irm ãs desta Igreja a serem
pacientes, am orosas e compreensivas
com seus maridos. As pessoas que se
casam devem estar totalmente
A L iahon a / J ulho 1993 37
 preparadas para verem o casamento
como a prioridade em sua vida.
E destrutivo para o sentimento
que existe num casamento feliz, que
um dos cônjuges diga ao outro: "N ão
preciso de você". Isto é
particularmente verdadeiro porque o
conselho do Salvador era e é
tom arem -se uma só carne: "Portanto
deixará o homem pai e mãe, e se
unirá a sua mulher, e serão dois
numa só carne[.]
Assim não são mais dois, mas
uma só carne". (Mateus 19:5-6.) É
im ensamente mais difícil ser um só
de coração e mente, do que sê-lo
fisicamente. Esta unidade de coração
e mente m anifesta-se em expressões
sinceras como: "O brigado" e "Sinto
orgulho de você". Essa harmonia
familiar existe quando se perdoa e
esquece, elementos essenciais para
um relacionamento matrim onial
maduro. Alguém disse que
deveríamos m anter os olhos bem
abertos antes do casamento e meio
fechados depois. (Scudery, The
International Dictionary ofT houghts, p.
473.) A verdadeira caridade deve
começar no casamento, pois é um
relacionamento que deve ser
edificado todos os dias.
Imagino se é possível que um
cônjuge abandone o outro e saia
completamente ileso. Qualquer
cônjuge que diminua o papel divino
do outro perante os filhos, avilta a
florescente feminilidade das filhas e
a em ergente m asculinidade dos
filhos. Suponho que sem pre haja
diferenças honestas entre marido e
mulher, mas elas devem ser
resolvidas em particular.
A im portância deste assunto me
encoraja a dizer algo a respeito da
quebra de convênios. Devemos
admitir que alguns casamentos
simplesmente não dão certo. Aos
que se encontram nessa situação,
estendo minha compreensão, pois
todo divórcio acarreta sofrimento.
Espero que o que vou dizer não vos
cause inquietação. Em minha
opinião, qualquer promessa feita
entre o homem e a m ulher durante a
cerimônia de casamento tom a-se tão
im portante quanto um convênio. O
relacionamento familiar de pai, mãe
e filho é a instituição mais antiga e
mais duradoura do mundo. Vem
sobrevivendo enormes diferenças de
geografia e cultura. Isto acontece
porque o casamento de um homem
38
com uma mulher é um estado
natural e é ordenado por Deus. É um
dever moral. Os casam entos
realizados em nosso templo, visando
a um relacionam ento eterno, tornam-
se, então, os convênios mais
sagrados que podem os fazer. O
poder selador dado por Deus e
restaurado por meio de Elias é
invocado, e Deus se tom a um dos
envolvidos nas prom essas.
O que, então, pode ser
considerado "causa ju sta" para se
quebrar os convênios do casamento?
Em toda uma vida passada tratando
de problem as hum anos, tenho-me
esforçado por com preender o que
pode ser considerado "causa ju sta"
para a quebra de convênios.
Confesso não ter sabedoria nem
autoridade para declarar
conclusivam ente o que seja "causa
ju sta". Apenas os participantes do
casam ento podem determinar isto.
Eles devem arcar com o peso da
responsabilidade pela série de
conseqüências acarretadas pela
dissolução do casam ento. Em minha
opinião, "causa ju sta" não deve ser
nada m enos sério do que um
relacionam ento prolongado e
aparentem ente irredimível, que
destrói a dignidade de uma pessoa
com o ser hum ano.
Ao m esm o tempo, tenho uma
boa idéia quanto ao que não é uma
boa razão para quebrar os sagrados
convênios do casam ento.
C ertam ente não é apenas
"sofrim ento m ental",
"incom patibilidade de gênios",
"afastam ento um do outro", ou "fim
do am or", principalm ente quando
há crianças envolvidas. Com relação
a este conselho divino, Paulo
aconselha: "V ós, m aridos, amai
vossas m ulheres, como tam bém
Cristo amou a igreja, e a si m esm o se
entregou por ela " (Efésios 5:25).
"Para que ensinem as mulheres
novas a serem prudentes, a am arem
seus maridos, a amarem seus filhos"
(Tito 2:4).
Em minha opinião, os membros
da Igreja possuem a cura mais eficaz
para a desintegração de nossa vida
familiar. Homens, m ulheres e
crianças devem honrar e respeitar o
papel divino do pai e da mãe no lar.
Quando isso acontece, o respeito
mútuo e a gratidão entre os
mem bros da Igreja serão
incentivados pela dignidade nele
encontrada. Deste modo as grandes
chaves seladoras restauradas por
Elias, m encionadas por Malaquias,
podem ser acionadas: "[Para
converter] o coração dos pais aos
filhos, e o coração dos filhos a seus
pais, para que eu não venha, e fira a
terra com m aldição" (Malaquias 4:6;
D&C 110:15).
O Presidente Joseph Fielding
Sm ith declarou, referindo-se às
chaves de Elias: "O poder selador
concedido a Elias é o poder que liga
maridos, esposas e filhos aos pais
por toda a eternidade. E o poder
selador existente em toda ordenança
do evangelho... Era missão de Elias
vir e restaurá-lo, para que a maldição
do caos e da desordem não existisse
no reino de D eus" (Elijah the Prophet
and His M ission, Joseph Fielding
Sm ith, pp. 3 ,5 ). Caos e desordem são
com uns demais em nossa sociedade,
mas não devem os permitir que
destruam nossos lares.
Talvez vejam os o poder
concedido por Elias como algo
associado apenas a ordenanças
formais realizadas em lugares
sagrados. Estas ordenanças, porém,
tornam -se dinâmicas e produtivas
apenas quando se revelam em nossa
vida quotidiana. M alaquias disse
que o poder de Elias voltaria os
corações dos pais aos filhos e vice-
versa. O coração é o centro das
em oções e um conduto para
revelações (vide M alaquias 4:5,6).
Este poder selador revela-se dessa
maneira em relações familiares, em
atributos e virtudes desenvolvidos
em um am biente saudável e no
serviço dedicado. Estes são os
cordões que unem as famílias, e o
sacerdócio apressa seu
desenvolvimento. De formas
im perceptíveis, m as reais, "com o o
orvalho dos céus, a doutrina do
sacerdócio se destilará sobre a tua
alm a [e o teu lar]" (D&C 121:45).
Testifico que as bênçãos do
sacerdócio, honrado por pais e
maridos e reverenciado por esposas
e filhos, pode verdadeiram ente curar
o câncer que aflige a sociedade.
Rogo-vos — voltai para casa, pais.
M agnificai vosso chamado no
sacerdócio; abençoai vossas famílias
por meio dessa influência sagrada e
experim entai as recompensas
prom etidas por nosso Pai e Deus.
Digo isto em nome de Jesus Cristo,
amém.
SESSÃO DO SACERDOCIO todos os dons, poderes e bênçãos
3 deabril de1993 que caracterizaram a Igreja nos dias
antigos. (Vide I Coríntios 12:28.)

H onrar o Sacerdócio L íd e r e s e T ít u l o s

Há uma diferença entre os

É ld er R ussell M . N elson
do Q uorum dos Doze A póstolos
O Presidente Ezra Taft Benson pediu-nos
especificamente que sigamos os apropriados
princípios do protocolo do sacerdócio.
O Presidente Ezra Taft Benson
pediu-nos especificam ente que
sigamos os apropriados princípios
do protocolo do sacerdócio, os quais,
observou ele "m uitos de nós temos
aprendido por meio de observação
enquanto ouvimos nossos superiores
hierárquicos". Ele disse: "O
rotocolo é um a prática estabelecida
á muito tempo, que prescreve
completa deferência a...uma ordem
de procedim entos corretos".3 Citarei
o Presidente Benson e outros líderes
porque, como ireis notar, grande
parte da minha m ensagem referir-se-
á a este protocolo.
T ip o s d e O r g a n i z a ç ã o ________________
Há diferenças, tanto nas práticas
padrões de liderança das
organizações seculares e os das
instituições espirituais. As
organizações hum anas são
governadas por oficiais cujos títulos
conotam posição ou realizações.
Quando nos dirigimos a um oficial
m ilitar, juiz, senador, doutor ou
professor, mencionamos o seu título.
Prestamos a honra devida aos
indivíduos que alcançaram tais
posições.
Ém contraste, o reino de Deus é
governado pela autoridade do
sacerdócio, que não é conferido para
honra, mas para um ministério de
serviço. Os títulos do sacerdócio não
foram criados por homens; não
existem para ornamento, nem
expressam superioridade. Eles
descrevem designações de serviço na
obra do Senhor. Não somos
chamados, apoiados e ordenados por
nós mesmos, mas "pela profecia e
pela im posição das mãos por quem
possua autoridade para pregar o
evangelho e administrar as suas
ordenanças". (Quinta Regra de Fé,
vide tam bém Hebreus 5:4.)
Os títulos pertencentes ao santo
sacerdócio merecem nossa mais
elevada consideração e respeito.

I
rmãos, relativam ente pouco tem
sido escrito sobre o tema do meu
discurso.1 Ainda assim, espera-se
que cada um de nós tenha um bom
conhecimento dele. Estou falando
de honrar o sacerdócio.
Esta é A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias. Aquele
que permanece à testa da Igreja
restaurada assim ordenou ao
sacerdócio: "qu e todo hom em fale,
em nome de Deus, o Senhor, o
Salvador do m undo". (D&C 1:20.)
Impressionante! Ele escolheu honrar-
nos com o seu sacerdócio.
Assim, nós o honram os honrando o
sacerdócio — tanto o seu poder
como os seus portadores.
Procedendo assim, homens,
mulheres e crianças de todo o
mundo serão abençoados. H onrar o
sacerdócio nutre o respeito, o
respeito prom ove a reverência, e a
reverência convida a revelação.2
como na organização, entre a Igreja
do Senhor e as instituições humanas.
H omens e mulheres podem criar
associações entre si e ser governados
por norm as de aceitação recíproca.
A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últim os Dias, entretanto,
não é uma democracia, nem uma
república. É um reino — o reino de
Deus na terra. Sua igreja é
hierárquica, onde a autoridade maior
se situa no topo. O Senhor dirige os
seus servos ungidos. Eles testificam a
todo o mundo que Deus tem falado
novamente. Os céus foram abertos.
Um vínculo vivo foi formado entre
os céus e a terra em nossos dias.
Essa autoridade suprema é
apoiada sobre um alicerce seguro
que obedece a um padrão de
organização estabelecido desde a
antigüidade. Jesus Cristo é a
principal pedra de esquina, com
apóstolos e profetas, bem como
Cada m em bro da Primeira
Presidência deve ser mencionado e
tratado com o "Presidente" (vide
D&C 107 :2 2 ,2 4 ,2 9 ). O título
"Presid ente" tam bém é usado
quando nos referim os à presidência
de uma estaca ou missão, ou a um
presidente de ramo ou quorum do
sacerdócio. O título "apóstolo" é
sagrado. Ele é dado por Deus e
pertence som ente àqueles que foram
chamados e ordenados como
"testem unhas especiais do nom e de
Cristo no mundo todo"(D&C
107:23). Um apóstolo fala em nome
daquele a quem representa como
testemunha especial. Este título
sagrado não é usado como forma de
tratamento. Preferivelm ente
devemos usar o título de "É ld er" ou
"Irm ão" ao nos referirmos a um dos
Doze.
O título "b isp o " também se
refere a presidência; o bispo é o

A L iahon a / J ulho 1993 39


presidente do Sacerdócio Aarônico
da ala e é o sumo sacerdote que
preside as organizações da ala.
Reverentemente nos referimos a ele
como "o bispo".
"É ld er" é um título sagrado
compartilhado por todos os
portadores do Sacerdócio de
Melquisedeque.
U m C o n selh o A bra n g en te
Perm iti que vos dê um conselho
de natureza genérica, inicialmente
no que se refere às Autoridades
Gerais. Nós os reconhecem os como
instrumentos nas m ãos do Senhor,
mesmo conhecendo sua natureza
humana. Eles necessitam de cortes
de cabelo, serviços de lavanderia e
até de alguns lembretes ocasionais
como qualquer um. Certa vez o
Presidente Benson nos contou uma
história para ilustrar o assunto. Ele
disse:
"O rson F. W hitney...era um
hom em com um grande poder de
concentração. Certo dia, em uma
viagem de trem, ele estava tão
preocupado que não percebeu o
trem passar pela estação onde
deveria descer. Assim , teve que
pegar uma condução para voltar
àquele ponto. Enquanto isso, o
40
presidente de estaca continuava
esperando...e finalm ente chegou à
conclusão de que algo devia ter
acontecido e que o Irm ão W hitney
não viria para a reunião, e decidiu
com eçar a conferência. Ao
aproxim ar-se, o Élder W hitney foi
saudado pelas palavras do primeiro
hino, 'ó pobres corações, que
desgarrados v agais...'"4
Honramos esses hom ens por
causa de seu extraordinário
chamado. Os seus atos oficiais são
válidos na terra e nos céus. Lembro-
m e muito bem da prim eira vez em
que estive com uma das Autoridades
Gerais. Foi um sentimento
indescritível. Em bora eu fosse
apenas um m enino, im ediatamente
— quase instintivam ente — me
levantei. Até hoje m e sinto da
mesma maneira quando um dos ■
Irm ãos entra no recinto. Uma
Autoridade Geral é um oráculo de
Deus.
Freqüentem ente mencionam os
as chaves da autoridade do
sacerdócio. Quinze hom ens que
vivem hoje — a Primeira Presidência
e os Doze — foram ordenados
apóstolos e receberam todas as
chaves da autoridade do sacerdócio.
O Presidente G ordon B. Hinckley
explicou recentemente que "som ente
o Presidente da Igreja tem o direito
de exercer a plenitude [dessas
chaves]. Ele poderá delegar o direito
de exercer várias delas a um ou mais
dos seus Irmãos....
"Tais prerrogativas foram
concedidas pelo Presidente Benson
aos seus conselheiros e aos Doze de
acordo com as diversas
responsabilidades a eles delegadas."5
Por designação da Primeira
Presidência e dos Doze, as
Autoridades Gerais conferem as
devidas chaves a presidentes de
estaca e missão, que por sua vez
conferem as chaves requeridas a
bispos, presidentes de ramo e de
quoruns.
A cada portador do sacerdócio é
designado um líder amoroso, porque
"a minha casa é uma casa de ordem,
diz o Senhor Deus, e não de
confusão". (D&C 132:8.)
Esta ordem estabelece também
os lim ites da revelação. O Profeta
Joseph Sm ith ensinou que "é
contrário ao sistem a de governo de
Deus que um mem bro da Igreja, ou
qualquer outra pessoa, receba
instruções para alguém cuja
autoridade seja maior do que a su a".6
O mesmo princípio estabelece que
ninguém pode receber revelações
para alguém que se encontre fora
dos limites definidos da sua
responsabilidade.
H onrar o sacerdócio significa
tam bém honrar o próprio chamado.
Algum as regras que poderão ser
úteis:
• Aprender a ouvir e aceitar
conselhos. Procurar orientação dos
líderes constituídos e aceitá-las de
boa vontade.
• Não fa la r mal dos líderes da
Igreja.
• Não am bicionar um chamado
ou posição.
• Não opinar sobre quem deveria
ou não ter sido chamado.
• Não recusar uma oportunidade
de servir.
• Não pedir desobrigação.
Informar os líderes sobre a mudança
das circunstâncias na vida, certo de
que os líderes pesarão todos os
fatores quando, em espírito de
oração, estiverem decidindo sobre o
tempo adequado para a
desobrigação.
Aquele que faz um cham ado e
aquele que o recebe tornam-se
igualm ente responsáveis. Citarei o
Élder Jam es E. Talmage:
"A queles através de quem o
chamado veio a um homem ...são
indubitavelmente considerados
responsáveis por seus atos com o ele
é pelos dele; e de cada um será
requerida uma detalhada prestação
de contas de sua mordomia, um
relato completo do seu serviço ou da
sua negligência, do uso ou do abuso
na administração da confiança nele
depositada."7
Alguns aspectos do sacerdócio
não estão vinculados a título ou
posição. A autoridade para
administrar uma bênção do
sacerdócio, por exemplo, depende
unicamente de ordenação e
dignidade. O Senhor não privaria
nenhum de seus filhos de alguma
bênção devido à falta de alguém com
um chamado específico. Qualquer
élder na Igreja possui o mesmo
sacerdócio que o Presidente da
Igreja.
Irmãos, lembrai-vos, por favor:
O mais alto grau de glória está à
vossa disposição somente através
daquela ordem do sacerdócio ligada
ao novo e sem piterno convênio do
casamento. (Vide D&C 131:1-4.)
Portanto, vossa prioridade em
honrar o sacerdócio consiste em
honrar vossa companheira eterna.
U m C o n s e l h o E s p e c íf ic o
Agora serei mais específico no
aconselhamento. M aridos e pais:
com vossa querida companheira,
moldai as atitudes em vosso lar.
Estabelecei um padrão de oração.
Orai regularmente e em voz alta por
vossos líderes do sacerdócio e das
organizações auxiliares, locais e
gerais. Vossa atitude de cortesia em
casa e de reverência na capela será
copiada pelos membros de vossa
família. Ajudai os vossos entes
queridos a seguirem os canais
apropriados quando procurarem
orientação. Ensinai que o
aconselhamento deve ser recebido de
pais confiáveis e de líderes locais, e
não das Autoridades Gerais. Nas
duas últimas décadas, a Primeira
Presidência publicou essencialmente
a mesma carta seis vezes para
reafirmar esta diretriz.
Pais, vós com preendeis o
princípio da auto-suficiência temporal
e procurais prover o arm azenamento
para um ano, em vosso lar. Pensai
Élderes ]oe ]. Christensen, e Carlos H. Amado, dos Setenta.
tam bém na necessidade de
armazenamento de recursos
espirituais — não apenas para um
ano, mas para toda a vida —
igualmente guardados no lar. Um
pai digno deve ser sem pre o
prim eiro a ter a oportunidade de
abençoar os mem bros de sua família.
Com o passar do tempo, os filhos
poderão fazer retiradas desse
reservatório espiritual, dignos de
adm inistrarem às suas próprias
famílias e tam bém a seus pais.
Agora para os rapazes que
portam o Sacerdócio Aarônico (ou
preparatório): Se o honrardes, se vos
preparardes para cum prir uma
missão e estiverdes dignos para
serdes cham ados com o m issionários,
eu vos prometo: Ireis então "falar em
nome do Senhor D eus" e levar sua
luz para as almas que a procuram.
Para elas sereis como um anjo
ministrador, que será para sem pre
lembrado com amor. (Vide D&C 13.)
Embora minhas próximas
palavras sejam dirigidas aos amados
presidentes e bispos, os princípios
aplicam -se a todos. Q uando aquele
que vos preside entrar em uma
reunião que vós estivestes
presidindo, por favor, consultai-o
im ediatam ente, pedindo-lhe
instruções. Inteirai-vos dos seus
desejos. Concedei-lhe tempo
adequado para transm itir sua
mensagem. Uma com ovente
ilustração foi feita certa vez pelo
Élder Jam es E. Faust:
"Fiquei sabendo do pesar
sofrido pelos membros a e uma
estaca deste vale quando sua
presidência foi reorganizada. O
oficial presidente era um dos
apóstolos m ais venerados, ímpar em
toda a história da Igreja, [Élder] Le
Grand Richards, já com mais de 90
anos, porém lúcido e alerta. Durante
a conferência, os oradores locais
tomaram quase todo o tempo,
deixando para o Élder Richards
apenas dez ou quinze minutos. O
que foi que ele fez? Estendeu o
tempo? Não, ele prestou um breve
testemunho e encerrou a reunião na
hora certa.
Não que os membros da estaca
quisessem que a reunião durasse
mais do que o tempo regulamentar...
No entanto, ficaram tristes por seus
mem bros, que teriam outras
oportunidades de ouvir os líderes
locais, porém poderiam não ter,
com o na verdade não mais tiveram,
a oportunidade de ouvir o seu
querido apóstolo. Resumindo, os
oradores não respeitaram o oficial
presidente."8
Ninguém deverá usar da
palavra depois que uma Autoridade
Geral houver discursado. Depois que
a reunião tiver terminado,
presidentes e bispos, permanecei ao
lado de vosso líder constituído até
serdes dispensados. Ele pode sentir-
se inspirado a dar alguma instrução
A L iahona / J ulho 1993 41

ou ensinamento adicional. E vós
podereis tam bém evitar problemas.
Por exemplo, se algum membro
dirigir a vosso líder uma pergunta
que não deveria ser feita a ele,
estareis lá para responder a ela.
Agora alguns comentários sobre
o sumo conselho da estaca. Ele não
tem presidente. Ele não tem
autonomia e reúne-se, mesmo
quando dividido em comitês, a
chamado e sob a direção da
presidência da estaca. Ainda que os
membros do sumo conselho possam
assentar-se na ordem dos seus
chamados para o conselho, nenhum
deles tem ascendência sobre outro.
Em contraste, a ascendência é
honrada entre os apóstolos
ordenados — até mesmo ao entrar
ou sair de uma sala. O Presidente
Benson relatou-nos o seguinte:
"H á alguns [anos], o Élder
Haight concedeu uma deferência
especial ao Presidente Romney na
sala superior do templo. O
Presidente Romney estava-se
demorando por alguma razão, e
[Élder Haight] não queria precedê-lo
na saída. Quando o Presidente
Romney fez sinal para que [ele]
42
saísse, o Élder Haight respondeu,
'N ão, Presidente, o senhor prim eiro'.
Bem hum orado, o Presidente
Rom ney respondeu, 'O que há,
David? Está com m edo que eu roube
algum a co isa?"'9
Esta deferência de um apóstolo
júnior para com um sênior está
registrada no Novo Testamento.
Quando Sim ão Pedro e João, o
amado, correram para investigar a
inform ação de que o corpo do
Senhor crucificado fora levado do
sepulcro, João, sendo mais jovem e
mais ágil, chegou primeiro, porém
não entrou. Ele esperou o apóstolo
mais antigo entrar primeiro. (Vide
João 20:2-6.) A ascendência no
apostolado tem sido há muito tempo
o meio pelo qual o Senhor seleciona
o seu Sumo Sacerdote presidente.
R epreen sã o e A r r e p e n d im e n t o
Irm ãos, estas questões são
importantes. Há m ais de um século e
meio, o Senhor repreendeu
severam ente o seu povo. Estas são as
palavras:
"E m verdade, a condenação
paira sobre vós, que fostes
estabelecidos para conduzir a minha
Igreja....e tam bém sobre a Igreja; e é
necessário que haja arrependimento
e mudança entre vós, em todas as
coisas, nos vossos exemplos diante
da Igreja e perante o mundo, em
todos os vossos modos, hábitos e
costumes, e a maneira de vos
saudardes; dando a cada um o
respeito devido ao ofício, chamado e
sacerdócio para os quais eu, o
Senhor, vos indiquei e ordenei."10
Se algum de nós também for
culpado de tratar com leviandade
estas coisas sagradas, que se
arrependa e se decida honrar o
sacerdócio e aqueles a quem o
Senhor tem confiado suas chaves.
Irm ãos, proclamam os a toda a
hum anidade estas verdades eternas:
"O Sacerdócio de M elquisedeque
possui o direito de presidência, e em
todas as épocas do m undo tem
poder e autoridade sobre todos os
ofícios da Igreja."(D & C 107:8). Este
poder possui "a s chaves de todas as
bênçãos espirituais da Igreja. "(D&C
107:18.) Que possamos honrar
integralm ente este sacerdócio, eu oro
em nome de Jesus Cristo, amém.
NOTAS
1. Talvez o leitor deseje consultar James
E. Talmage, "The Honor and Dignity of
Priesthood," reproduzido por James R. Clark
em Messages o fth e First Presidency, 6 volumes.
(Salt Lake City: Bookcraft, 1970), 4:305-9.
2 . 0 Presidente George Q. Cannon disse:
"[Honrar o Presidente da Igreja] nos motivará
a nos achegarmos ao Pai e a vivermos de
modo a receber suas revelações para nós
mesmos, para que o conhecimento que vem
do Espírito esteja em nossos corações, para
que a voz do verdadeiro Pastor seja conhecida
por nossos ouvidos, para que quando a
ouvirmos possamos reconhecê-la... Este é o
privilégio dos santos dos últimos dias, e
qualquer pessoa desta Igreja que não viver de
modo a desfrutar este privilégio permanece
muito aquém do que poderia ser." (Journal o f
Discourses, 19:110.)
3. "O Singular Chamado de uma
Autoridade G eral", Reunião de treinamento
de Autoridades Gerais, 2 de outubro de 1985,
pag. 5.
4. Idem, p. 1
5. ENSIGN, novembro de 1992, p. 54.
6. Ensinamentos do Profeta Joseph
Smith, p. 23.
7. Messages o fth e First Presidency, 4:306
8. James E. Faust, "U m Setenta É uma
Autoridade G eral", Sessão Especial de
Treinamento para os Setenta, 29 de setembro
de 1987, p. 4.
9. "O Singular Chamado de uma
Autoridade G eral", p. 9.
10. History ofth e Church, 2:177.
 a alcançar sucesso, poder e a

A FÉ P roduz o P oder controlar o tempo. Eles incluem

nossa inteligência natural, estudo,
treinam ento e preparação, por
interm édio de manuais, guias,

do Sacerdócio agendas e orçamentos.

Éld er Joh n K. C arm ack
dos Setenta
Imploremos fervorosamente ao Senhor; como o
fizeram os antigos apóstolos: "Senhor, acrescenta-nos
a fé". Depois, usemos nossa fé ampliada como fonte
principal de poder em todos os nossos chamados.
do sacerdócio têm um bom
desempenho, m as ficamos bem
abaixo de nosso potencial. Por que?
Será que o problema está em
deixarmos de recorrer à maior fonte
de poder, quando exercem os o
sacerdócio? Estam os trocando
eletricidade por velas?
Fé no Senhor Jesus Cristo é a
fonte dinâmica da força do
sacerdócio. Deixando de pôr
prim eiram ente a fé nos chamados,
reduzim os a luz e o poder do
sacerdócio. Outros obstáculos
tam bém bloqueiam a passagem de
suas benéficas irradiações.
Oliver Cow dery pensou que
poderia traduzir sob a trêmula luz
de uma vela. O Senhor instruiu-o,
dizendo: "Lem bra-te de que sem fé
mados irmãos, bem aqui, nada podes fazer; portanto, pede
Trabalham os com esforço
diligente e determinado, utilizando
os sistem as e conceitos de
adm inistração que aprendemos. Eu
não diria uma palavra sequer contra
esses recursos. Eles nos servem bem.
Freqüentem ente se originam de um
processo de fé e inspiração, tentativa
e erro, e esforço inteligente. Afinal, o
Senhor disse: "Organizai-vos;
preparai todas as coisas necessárias"
(D&C 88:119).
Acrescentai fé, entretanto, e o
serviço do sacerdócio torna-se
grandioso. Duas velas de repente
explodem em quatrocentos watts de
luz. M ais especificamente,
penetram os na fonte de poder do
Senhor e nossas ações se
harm onizam com as dele. Ele
compensa nossas deficiências.
Im ensos reservatórios invisíveis de
energia dinâmica suprem nossas
necessidades.
O Senhor mandou que os
apóstolos cressem nele, dizendo:
"A quele que crê em mim também
fará as obras que eu faço, e as fará
maiores do que estas" (João 14:11-
12). O poder para realizar grandes
obras claram ente advém, da fé em
Cristo.
Vejam os um conhecido
exemplo. Néfi e seus irmãos
receberam do Senhor a designação
de conseguir as placas de latão de
Labão. Eles tentaram a sensatez, o

A neste auditório, há poder

bastante para realizar
qualquer coisa para a qual formos
chamados. Nós somos o sacerdócio
de Deus.
Recentemente, Élder Tai e eu
estivemos hospedados no Hotel
Everest, em Katmandu, Nepal. Certa
noite, faltou luz. Felizmente, deram-
nos duas velas e fósforos.
Em lugar de mais ou m enos
quatrocentos watts de energia
elétrica, porém , para ilum inar nossos
quartos, passamos a ter som ente a
luz de duas velas, o que não nos
permitia continuar o trabalho.
O sacerdócio de Deus é
potencialmente uma fonte de força
maior do que a eletricidade.
Coletivamente, os irmãos portadores
com fé" (D&C 8:10).
Antigos líderes do sacerdócio
como Ped.ro, Paulo, Joseph e
Brigham chegaram a resultados
surpreendentes em seus chamados.
Como? Todos usaram a fé. Não
tinham com putadores nem
máquinas de fax. Seu poder
dependia da fé. Quando lhe pediam
que fizesse uma intervenção
miraculosa, Jesus freqüentemente
respondia: "Seja-vos feito segundo a
vossa fé" (vide M ateus 9:29; 15:28).
Em vez de confiar na fé, somos
tentados a usar os recursos
confortáveis e tangíveis da vida
material para cum prir cham ados no
sacerdócio. A Igreja tam bém
providenciou alguns recursos. São
recursos úteis, que nos têm ajudado
charme, a persuasão, recursos com
os quais estavam familiarizados.
Ofereceram até objetos preciosos, do
tesouro da família, em troca das
placas. Nada funcionou. Na verdade,
fugiram para não serem mortos,
acusados de roubo.
Som ente então Néfi se voltou
para a fé pura. Vejam os como
funcionou: Ele convenceu-se de que
o Senhor lhe dera a designação de
conseguir as placas. Depois, reuniu a
energia mental e a confiança para
tentar de novo. "E u irei e cumprirei
as ordens do Senhor" (1 Néfi 3:7).
Sem saber o que faria, Néfi começou
a avançar, enquanto seus irmãos se
escondiam do lado de fora das
muralhas da cidade. "E fui
conduzido pelo Espírito não sabendo

A L iahona / J ulh o 1993 43


de antemão o que deveria fazer"
(4:6). Ele estava então, movendo-se
pela f é — confiança no
desconhecido, esperança em coisas
invisíveis. Sabeis o resto.
Reparai que fé e confiança no
Senhor vieram primeiro. Depois veio
a ação. Ele não tinha planos; só
confiava no Senhor. Foi, deveras,
uma investida do tipo "preparar,
apontar, fogo!", o oposto do
procedimento convencional. Lam ã e
Lemuel acharam que era
imprudência. Então o plano do
Senhor se desenvolveu e N éfi foi
conduzido por mãos invisíveis.
Freqüentemente é assim que
funciona a fé . Eu, por exemplo, fui
designado a acompanhar Élder e
Sister Bateman e Élder e Sister
Steadman até o local de seu
chamado missionário, como
professores de inglês, em Hanói,
Vietnã. Nós planejamos e
organizamo-nos, mas tínhamos mais
perguntas que respostas. Depois de
cumprir nossa agenda, restou ainda
um dia inteiro sem nada planejado.
Havia mais a fazer, mas o quê? E
onde?
Naquela manhã, decidim os agir
44
pela fé e saímos. Os eventos nos
conduziram a cerim ônias de boas-
vindas no Palácio das Crianças de
Hanói, a um jantar em nossa honra
com a O peração Sorria Vietnã e
outras atividades planejadas por
nossos anfitriões. Eles tinham estado
muito ocupados para nos com unicar
seus planos, mas o Senhor sabia de
tudo e m oveu-nos com o peões num
tabuleiro de xadrez.
No livro Lectures on Faith,
preparado por irmãos sob direção de
Joseph Smith, em Kirtland, Ohio,
pergunta-se: "O que devem os
entender por trabalhar pela fé? Nós
respondemos: entendem os que,
quando um hom em trabalha pela fé,
ele trabalha por meio de exercício
mental em vez de força física. É com
palavras, e não por seus poderes
físicos, que cada pessoa trabalha,
quando trabalha pela fé" (Salt Lake
City: D eseret Book Co., 1985, p. 72).
Uma frase breve m as profunda,
no Livro de Abraão, descreve o
poder total da fé que Deus possui:
"N ão há nada que o Senhor teu Deus
proponha em seu coração fazer que
não fará" (Abraão 3:17). A fé nos põe
no coração as coisas certas a fazer,
além das palavras e do empenho
mental necessários para realizá-las.
Pode ser que precisemos deixar
algum tempo livre em nosso
planejam ento e em nossa agenda.
Então a fé terá espaço para atuar.
Em bora a fé freqüentemente
inclua algum pensamento positivo, é
muito mais do que isso. Ela tem
fontes divinas e é uma m anifestação
de unidade e parceria com o Senhor.
M esm o as idéias e palavras
form uladas pela fé nos vêm por
inspiração do Espírito Santo, e o
poder para agir de acordo com essas
palavras vem de Deus.
M ais im portante ainda é que a fé
nos leva diretam ente para a vida
eterna, pois exercitando-a,
conhecem os Deus e seu poder e
tom am o-nos como ele.
Em Lectures on Faith, os irmãos
explicaram , que "o plano de
salvação... é um sistem a de fé —
com eça com fé e continua pela fé; e
qualquer bênção recebida,
relacionada ao plano, é fruto da fé"
(p. 80).
Os líderes do sacerdócio
necessitam de equilíbrio, sabedoria e
recursos que os ajudem a se
organizar, m as por que não
adicionarm os o poder da fé que está
ao nosso alcance? Sei que muitos já
estão fazendo isso.
Parece fácil, não é? Talvez, para
alguns, isto soe vago e simplista
demais. Bem, de certo modo é fácil,
m as há sérios obstáculos a serem
vencidos antes de podermos
acrescentar essa fonte de poder, em
nosso benefício. O passo mais difícil
talvez seja resolver que a fé vem em
prim eiro lugar. Depois, devemos
vencer os obstáculos. Destes, o maior
freqüentem ente é a indignidade.
Para realm ente termos fé precisamos
lim par os instrum entos da fé — a
mente, o corpo e o espírito.
Ironicam ente, quando não
estam os vivendo dignamente, parece
que a ordem do uso dos princípios
do evangelho se inverte naquele
período. Primeiro, arrependimento,
depois, fé. Pode-se dizer que o
arrependim ento foi aceso por uma
partícula de fé, mas para termos o
poder da fé, às vezes precisamos
prim eiro arrepender-nos.
O orgulho e a arrogância
bloqueiam a fé.
A auto-suficiência, geralmente
causada por sucesso financeiro, alto
grau de instrução, fama e honra dos
homens, pode im pedir-nos de ter fé.
O fanatismo religioso pode
destruir a fé. Em religião, como em
outras coisas, às vezes mais significa
menos.
Álcool, drogas, diversões
sensuais, pornografia e acúm ulo de
bens materiais obstruem as artérias
da fé, e medo, culpa, amargura e
ressentimento podem sufocá-la. Sim,
Satanás levanta muitos obstáculos.
Ele não deseja que tenham os fé.
Agora, voltemos à lista de
obstáculos. Observastes qualquer
deles nas crianças? Não é de admirar
que o Senhor nos tenha sugerido que
procuremos ter fé como a das
crianças.
Irmãos, a fé não é um recurso
exclusivo do sacerdócio. O centurião
romano não portava o sacerdócio,
mas, pela fé, pediu a Jesus que
curasse seu servo. Acrescentou que
não era digno de que o Senhor
entrasse em sua casa, em bora fosse
um homem cuja autoridade era
respeitada. Ele afirmou: "M as dize
somente uma palavra, e o meu
criado sarará" (Mateus 8:8). Jesus Presidente geral da Primária Michaelene P. Grassli, ao centro, Irmã Betty ]o N. Jepsen, primeira
conselheira, à esquerda, e Irmã Ruth B. Wright, segunda conselheira.
maravilhou-se e disse: "N em mesmo
em Israel encontrei tanta fé " (vers.
10). máxim o — levantar os mortos — é, por Simão Pedro no desafio que o
A m ulher gentia de Canaã ocasionalm ente, exercido por Salvador lhe fez antes de sua
também fez uso dessa fonte de aqueles de grande fé. Os doentes são ressurreição: "Sim ão, Simão, eis que
poder. Espíritos malignos haviam curados, os cegos vêem, os aleijados Satanás vos pediu, para vos cirandar
entrado em sua filha e, pela fé, ela andam e maus espíritos são expulsos como trigo;
pediu a Jesus que os expulsasse. de pessoas — tudo pela combinação Mas eu roguei por ti, para que tua
Jesus, provavelm ente testando-lhe a da fé com o poder do sacerdócio. f é não desfaleça: e tu, quando te
fé, explicou que fora enviado para Sinto que não desfrutamos um converteres, confirma teus irm ãos"
ministrar som ente àqueles da casa de núm ero suficiente de dons (Lucas 22:31-32; grifo nosso).
Israel. Ela não se deu por achada: espirituais em nossos chamados. Talvez seja tempo de nos
"Sim , Senhor, mas tam bém os Podem os com eçar hum ilharm os e vencerm os os
cachorrinhos com em das migalhas acrescentando os ingredientes da fé obstáculos à fé tornando-nos, então,
que caem da mesa de seus mencionados em L e c tu r es o n F a ith : convertidos como Pedro. Por que
senhores". Jesus exclamou: "Ó 1. Saber e aceitar que Deus existe. viver com a luz de duas velas, se
mulher! Grande é a tua fé: seja isso 2. Conhecer o verdadeiro temos a nossa disposição mais de
feito para contigo como tu desejas" caráter, atributos e perfeições de quatrocentos watts? As tarefas são
(Mateus 15:27-28). Deus. tão grandes! Como poderemos levar
Irm ãos, podem os aprender 3. Saber que o rum o que estamos o evangelho a todo o mundo e
muito sobre fé com irm ãs com o essa agora tentando seguir na vida está redim ir os mortos ao mesmo tempo?
cananéia, com amigos de outras em acordo com a vontade de Deus Eu não sei, mas o poder e a energia
crenças, como o centurião romano, e, (vide p. 38). para fazer isso precisarão ser e serão
especialm ente, com as crianças. Não Adicionem os esses três conseguidos pela fé no Senhor Jesus
im porta como aprendam os a usar o elem entos aos recursos do poder do Cristo.
poder da fé, precisam os tê-la para sacerdócio. Não poderem os fazê-lo a Portanto, irmãos, imploremos
cum prir as magníficas tarefas que m enos que nos santifiquem os e fervorosamente ao Senhor, como o
nos são designadas. acrescentem os mais profundidade fizeram os antigos apóstolos:
Precisamos usar mais espiritual a nosso conhecimento. "Senhor, acrescenta-nos a fé" (Lucas
plenamente os dons do Espírito, os Agora, o que devemos fazer 17:5). Depois, utilizemos nossa fé
quais, sem exceção, operam por meio para pôr a fé acim a de qualquer ampliada como fonte principal de
da fé. Esses dons estão ao nosso coisa? Se prestarm os bem atenção, poder em todos os chamados. Em
alcance hoje. M esmo o poder descobrirem os a chave da fé exercida nome de Jesus Cristo, amém.

A L iahon a / ] ulho 1993 45


0 P rincípio do
T rabalho
Éld er F. D avid Stanley
dos Setenta
A segunda milha de trabalho árduo é o que faz a
diferença entre a alegria da realização e a aceitação da
mediocridade.
á mais de 6.000 anos, o Pai
H Adão recebeu um
mandamento: "N o suor do
teu rosto comerás o teu pão"
(Gênesis 3:19).
Há cerca de 2.700 anos, um
poeta grego disse que "antes de
chegar à excelência os deuses
im ortais verteram suor, e longo e
íngreme é o cam inho" (Hesiod,
Works and Days, 1. 287; como citado
em Familiar Quotations de John
Bartlett, 14. ed., Boston: Little, Brown
e Co., 1968, p. 67).
M eus jovens amigos do
Sacerdócio Aarônico e vós,
instrutores deste grande exército de
Cristo: o princípio do trabalho tem
sido ensinado desde a fundação do
mundo. É o fundamento de todo
sucesso duradouro. O assustador
desaparecimento do trabalho como
parte da ética básica é alarmante.
46
Constantem ente ouvimos de nossos
jovens: "É muito difícil", "D ê-m e
algo mais fácil", "E u quero agora",
"N ão posso esperar tanto tem po". A
feia doença do "nada para fazer"
está crescendo entre nós em
proporções epidêmicas. Ela, aos
poucos, destrói o estofo básico de
nossas nações. O profeta Ezequiel
claram ente definiu a iniqüidade
como uma "abundância de
ociosidade" (Ezequiel 16:49).
Som os o que somos, como povo,
porque nossos antepassados não
tem eram o trabalho árduo e honesto.
Eles entendiam a necessidade de
trabalhar; a própria sobrevivência o
exigia. Um ponto comum a todas as
pessoas bem sucedidas é a
com preensão do que significa pagar
o preço do sucesso. Fundamental
nesse ponto é a determinação
interior de fazer "o que for
necessário". Isto significa dizer:
"Trabalharei árdua e honestam ente
para atingir minha m eta".
O trabalho árduo é uma bênção
de Deus. Devem os buscá-lo "d e todo
coração, mente e força" (D&C 4:2).
Isso constitui a diferença entre o
mediano e o excelente.
Grandes atletas são
trabalhadores árduos. Gols, defesas,
passes, cestas, cortadas, são todos
resultados de longas horas de prática
cansativa e trabalho árduo. A parte
principal dessa prática sempre
dependerá de nós m esm os, e não do
treinador. A vitória é fruto de
diligência pessoal e com prom isso
com o trabalho árduo. A cena de um
cam peão e da glória que o cerca
nunca deve obscurecer o longo
processo pelo qual ele passou para
tom ar-se campeão. Há um tempo de
preparação e um tempo de vitória. A
segunda m ilha de trabalho árduo é o
que faz a diferença entre a alegria da
realização e a aceitação da
mediocridade.
Quando eu era presidente de
missão, muitos m issionários me
diziam: "Presidente, eu quero
batism os agora".
M inha resposta era e será
sem pre a mesma: "D eve trabalhar
arduamente, ser diligente, hum ilde e
fazer suas orações com fé".
Jovens, estais gastando tempo
demais pensando naquilo que
quereis ser, em vez de estabelecer
um padrão disciplinar e trabalhar
duram ente por aquilo que ireis ser?
Uma noite, eu estava em companhia
de dois missionários na casa de um
jovem pesquisador, que fora
desafiado a ler o Livro de Mórmon.
Em sua poltrona reclinável,
bebericando algo comprado na
mercearia da esquina, ele nos
assom brou com sua resposta: "É
muito difícil".
Alguém disse: "Tu, ó Deus, nos
dás todas as coisas boas pelo preço
do trabalho" (David Hum e, Human
News-, como citado em The Macmillan
Book ofP roverbs, M axims, and Famous
Phrases, sei. Burton Stevenson, Nova
York: TTie M acmillan Co., 1948, p.
1331).
O rapaz havia sentido o Espírito,
mas, infelizmente, a semente caíra
em solo pedregoso, e ele não estava
disposto a trabalhar arduamente, a
fim de pagar o preço requerido para
adquirir seu próprio testemunho.
Aquela noite, tememos que ele
tivesse tomado uma decisão que
poderia prejudicar sua vida eterna,
quando disse: "É muito difícil".
Uma das coisas mais tristes para
os presidentes de missão é ver
missionários e missionárias
chegarem ao cam po missionário sem
terem aprendido a trabalhar. O
Presidente Ezra Taft Benson deu-nos
uma poderosa chave em um de seus
discursos sobre a obra missionária:
"U m dos maiores segredos da obra
missionária é o trabalho! Se um
missionário trabalhar, ele terá o
Espírito; se ele tiver o Espírito,
ensinará pelo Espírito; se ensinar
pelo Espírito, tocará o coração das
pessoas e será feliz. Não haverá
saudade de casa nem preocupação
com a família, pois [ele terá] todo
[seu] tempo, talentos e interesse...
centralizados no trabalho do
ministério. Trabalho, trabalho,
trabalho — não há nada que o
substitua, especialm ente na obra
m issionária" (The Teachings ofE zra
Taft Benson, Salt Lake City:
Bookcraft, 1988, p. 200).
Pais e instrutores de futuros
missionários. Jovens amigos que se
preparam para a missão, ou que
estão servindo. Se quereis ter
sucesso, com eçai com o fundamento
do trabalho. Recentemente, tivemos
uma onda de batismos em uma de
nossas missões. Quando lhe
perguntaram qual a razão disso, o
presidente da missão respondeu:
"Batism os resultam de trabalho
árduo. Devem os trabalhar mais e
m elhor".
O profeta Alm a disse o mesmo
muito bem , ao louvar o sucesso de
Amon e seus irmãos. Afirmou: "E eis
que trabalharam esforçadam ente"
(Alma 29:15).
Essa é a pura definição do
trabalho.
Há pouco mais de oito meses,
quando um violento furacão varreu
a Flórida, Jack Demaree, da Estaca
M ontgomery Alabama, e muitos
outros como ele viajaram mais de
três mil e duzentos quilôm etros ida e
volta, usando tempo de suas férias
para ajudar as vítim as do furacão.
Ele trouxe o artigo de um jornal da
Flórida, que dizia: "N um sábado
quente e úmido, cerca de 12000 mundiais em nos reunir, pensar, sim plesm ente sabem com o realizar o
voluntários — incluindo 9000 planejar e organizar trabalho, mas trabalho. M eus jovens amigos do
membros da igreja M órmon de seis precisam os realizá-lo. Precisam os Sacerdócio Aarônico, falai menos e
estados, com suas moto-serras, trabalhar. fazei mais. Trabalhai.
compensados e papéis alcatroados Enquanto m uitos estão Sou muito grato por meus pais,
— invadiram o sul da Flórida... sentados, falando e até gritando que me ensinaram a trabalhar. Não
Tanta gente [estava] trabalhando, grandes palavras de efeito havia outra opção em nossa casa. Era
que só duzentas pessoas secundário, trabalhadores santos um requisito absoluto.
com pareceram no sábado de manhã dos últim os dias serão sem pre vistos Pais de Sião, ensinai a vossos
a uma reunião de oração ao ar livre trabalhando diligentem ente e filhos o valor do trabalho árduo e
... apesar da estimativa de que mais ajudando o próximo. honesto. Não há substituto ou
de 5000 estariam presentes" (Ocala, Contrariam ente ao que m uitos alternativa. Cuidado para não
Flórida, Sunday newspaper, 6 acreditam , as expressões, "fa la r" e criardes pessoas preguiçosas. Entre
setembro 1992). "sen tar" nunca substituirão "o todas as vantagens que cada um de
Em minha conversa com irmão trabalho diligente". A o aceitar uma nós deseja proporcionar a nossos
Demaree sobre sua experiência, ele designação ou com prom eter-se a filhos, certificai-vos de que, acima de
disse: "Tudo que fiz foi cortar em trabalhar para alguém , trabalhai tudo, esteja o trabalho árduo e
pedaços árvores que foram realm ente. Vossa integridade no honesto. Rapazes, aprendei a
derrubadas pelo furacão". tocante a esse com prom isso vos trabalhar e trabalhai! Que isto se
Irm ãos, tomando isso como uma acom panhará por toda a vida. torne parte de vós.
analogia, cortar árvores é mais Q ualquer grupo de jovens de Deus vive, e eu sei disso. Este é
importante do que pensar em cortar qualquer quorum sabe quem são os seu trabalho, e ele espera que cada
árvores, ou planejar cortar árvores. trabalhadores — aqueles poucos um de nós o faça. Em nome de Jesus
Estamos nos tornando especialistas santificados e silenciosos, que Cristo, amém.

A L iahona / J ulho 1993 47

 disfarçada. Ele cria falsos heróis que,

H eróis imitados, nos levam às profundezas

B isp o H. D avid B urton
Prim eiro Conselheiro no Bispado Presidente
Dai ouvidos e respondei aos sussurros do Espírito
Santo e uni-vos aos heróis da retidão para fazer
frente aos males patrocinados pelo mestre do engodo.
oportunidades que tem de rebater) é
um recorde que vai durar muito
tempo. Nolan Ryan não é só um
grande arremessador do beisebol, é
um ser hum ano maravilhoso e
sensível.
Um arremessador de sucesso é
capaz de atirar a bola com
velocidade e precisão. Seus
arrem essos são disfarçados para
enganar o rebatedor. O
arremessador, dependendo de como
segura a bola ou a solta, faz com que
ela siga em curva, deslize, caia
bruscamente, oscile ou dim inua sua
velocidade antes de chegar ao
rebatedor. No beisebol, bons
arremessadores com o Nolan Ryan
são mestres em enganar batedores.
Na vida, aquele que é o maior de
m de meus heróis, Néfi,
do pecado.
Além disso, heróis
cuidadosam ente selecionados
podem fornecer-nos um padrão para
nossa vida e servir-nos de exemplo.
Podem dar-nos coragem para
percorrer a estrada da vida em
retidão. Eu tenho muitos outros
heróis, além de Néfi e Nolan Ryan.
Uma noite, trabalhei até tarde no
Edifício dos Escritórios da Igreja.
Quando cham ei um elevador para ir
para casa, minha m ente estava
absorta. Em minha distração, já ia
entrando no elevador quando uma
mão avançou para apertar a minha, e
uma voz firme disse: "Eu sou
Spencer Kimball. Quem é o irmão?".
Surpreso, não conseguia lembrar
quem eu era. Ali estava um de meus
heróis; após considerável demora,
murm urei vagamente alguma coisa
que parecia meu nome. Quando
penso no Presidente Kimball, penso
em O M ilagre do Perdão, penso em
alongar nossos passos, "faça agora",
o sacerdócio para todos os homens
dignos e, mais que tudo, em vencer
adversidades. Ele sempre será um de
meus heróis.
Alma, o sumo sacerdote da
igreja de Deus, tentou sem sucesso
pregar o arrependimento a seus
irmãos nefitas da cidade de

U
freqüentemente dizia: "Minha
alma se regozija". Esta noite,
m inha alma se regozija por fazer
parte dos muitos milhares que se
reuniram para aprender mais sobre
as responsabilidades do sacerdócio.
Na próxim a segunda-feira, as
palavras "Bola em jogo!" soarão
pelos cam pos da liga principal de
beisebol de todos os Estados Unidos
e Canadá. Estou triste porque um de
meus heróis, o arremessador Lynn
Nolan Ryan Jr., anunciou
recentem ente que esta será sua
última temporada.
Nolan provavelm ente será eleito
para a Galeria da Fama do Beisebol
no prim eiro ano em que for elegível.
Ele será lembrado pelo recorde de
vinte e sete temporadas na liga
principal. Seu arremesso de 150
quilôm etros por hora é legendário.
Mais de 5.600 "strikeouts" (N.T. O
arremessador marca um "strikeout"
quando consegue fazer com que o
rebatedor erre nas três
todos os enganadores tem tremenda
influência. Ele tem muitos nomes,
mas é mais conhecido como Satanás
ou diabo. E ele sabe que "vós sois a
geração eleita, o sacerdócio real" (I
Pedro 2:9).
Não duvideis, m eus jovens
irmãos, Satanás é o comandante-
chefe do engodo. Ele não se satisfaz
apenas em fazer prisioneiros; ele
quer as alm as dos homens. Uma de
suas estratégias traiçoeiras é
enfraquecer progressivam ente
nossos sentidos quanto ao que é
certo e errado. Satanás quer
convencer-nos de que está na moda
mentir e trapacear. Ele nos incentiva
a ver coisas pornográficas, sugerindo
que isso nos prepara para a
realidade do mundo. Ele quer que
acreditem os que a im oralidade é um
m odo de vida atraente, e que a
obediência aòs mandam entos do Pai
Celestial está fora de moda. Satanás
constantem ente nos bombardeia com
propaganda enganosa, lindam ente
em balada e cuidadosamente
Amoniah. Foi embora da cidade
muito desanimado. Um anjo
apareceu-lhe e disse: "...fui enviado
para te ordenar que voltes à cidade
de Amoniah, e pregues novamente
ao povo da cidade; sim, prega-lhes.
Sim, dize-lhes que se não se
arrependerem o Senhor Deus os
destruirá" (Alma 8:16). Alma
retornou, conform e lhe fora
ordenado.
Am uleque vivia na cidade de
Amoniah. Ele relatou esta
experiência: "E enquanto viajava
para visitar um parente próxim o, eis
que um anjo do Senhor apareceu e
me disse: Amuleque, volta à tua
casa, porque alim entarás um profeta
do Senhor; sim, um santo homem
escolhido por Deus; porque jejuou
m uitos dias por causa dos pecados
deste povo e está faminto. Tu o
receberás em tua casa e o
alimentarás, e ele abençoará a ti e à
tua casa" (Alma 10:7).
Am uleque retornou e acolheu
Alma em sua casa para comer e

48
descansar. Ele foi chamado para ser
companheiro de missão de Alma.
Certa ocasião, os dois foram
amarrados, espancados e jogados na
prisão por terem pregado
arrependimento. Em resposta a suas
súplicas, o Senhor fez desabar as
paredes da prisão, matando aqueles
que os tinham aprisionado.
Alma e Am uleque deram
ouvidos ao anjo. Eles responderam
ao chamado missionário e pregaram
o arrependimento. M antiveram -se
firmes diante da adversidade e
prisão. A vida desses heróis é digna
de imitação.
Através dos anos, cada bispo foi
um herói para mim. O bispo atual,
Stephen G. Stoker, é um herói para
nossa família.
Sou grato aos bispos que me
ajudaram, quando jovem , a
preparar-me para receber o
Sacerdócio de M elquisedeque. Um
bispo paciente e amável ajudou-me a
entender que o serviço missionário
era muito mais im portante do que
aperfeiçoar meu jogo de golf, o que
fora a maior am bição de minha
adolescência.
Hoje eu me divirto jogando golf
com meus filhos e genros. Quando
os rapazes estão jogando bem, eles
representam um desafio. Sendo mais
ágeis, mandam a bola bem mais
longe do que eu. Por não terem
ainda dominado a noção de que a
menor distância entre dois pontos é
uma linha reta, permaneço
competitivo. Na ânsia de bater com
força na bola, eles freqüentemente a
desviam ou jogam -na para fora dos
limites do campo.
Rapazes, depositai fé e confiança
no bispo. Perm iti-lhe ajudar-vos a
viver em retidão, dentro dos limites
que o Pai Celestial determinou. Se
vos desviastes dessa linha reta,
deixai que o bispo vos ajude a
m udar o curso de vossa vida, antes
que as artimanhas de Satanás vos
tenham firm em ente em seu poder.
Espero que o Senhor tenha reservado
um lugar especial nas eternidades
para os bons bispos.
O Pai Celestial sabia que este
filho teimoso precisava de um bom
pai. Ele escolheu um ótimo para
mim. A dedicação de meu pai para
com seus filhos e netos consum iu
muito de seu tempo. Ele amava o
Senhor e cuidou de suas
incumbências durante todos os seus
dias. Ele não era som ente meu pai;
era um de m eus heróis.
M eu pai foi presidente do meu
quorum de sacerdotes e bispo de
nossa ala em m inha adolescência. Os
que foram filhos de bispo sabem
que, às vezes, as expectativas quanto
ao desem penho de um filho de bispo
tendem a ser um pouco altas.
Durante o tem po em que meu
pai foi bispo, construiu-se uma nova
capela em nossa área. As
contribuições financeiras locais eram
parcialm ente com pletadas com mão-
de-obra. Freqüentem ente eu chegava
em casa e encontrava um recado na
m esa da cozinha, convidando-m e a
ir trabalhar no novo edifício com
meu pai. Esses convites nem sem pre
eram recebidos com grande simpatia
e entusiasmo. Parecia-m e que o filho
do bispo recebia mais do que sua
justa porção de convites para
trabalhar na nova capela.
Q uando o prédio estava quase
pronto, iniciou-se o trabalho de
jardinagem . Aos irmãos do
sacerdócio foi dada a oportunidade
de levar fertilizantes ao local. Como
o bispo fazia parte do grupo, o filho
do bispo sentiu obrigação de ir junto.
Fom os a um curral de ovelhas nas
montanhas e, com pás, carregamos
um cam inhão com fertilizante de
ovelha seco e finamente triturado.
M uito do que jogávam os no
cam inhão era-nos devolvido pelo
vento. O material malcheiroso caía-
nos nos olhos, garganta, nariz,
orelhas e costas. Não me lembro de
haver-m e sentido tão desconfortável
em outra ocasião. Temo ter
expressado meus sentimentos de
modo exaltado. Quando voltamos à
capela para descarregar, descobri
que minha bicicleta nova fora
roubada. M eu protesto foi sonoro. Por
que o Senhor perm itiria que alguém
roubasse minha bicicleta, quando eu
estava fazendo o seu trabalho?
Quando meu pai e eu chegamos
em casa, tom amos banho e sentamo-
nos para o jantar. M inhas queixas
sobre o dia e minha bicicleta perdida
continuavam. Quando nos
ajoelhamos para orar, ele agradeceu
ao Pai Celestial pela oportunidade
de servir naquele dia e expressou
amor por mim; pediu perdão para a
pessoa que pegara a bicicleta;
mencionou sua tristeza pela perda,
mas expressou gratidão por não ter
sido seu filho quem cometera o
roubo. Pais são grandes heróis. Eu
oro, se sois afortunados o bastante
para terdes um pai por perto, que ele
seja vosso herói. Pais, vivei de
maneira que vossos filhos e outros
possam considerar-vos como heróis.
Os rebatedores excepcionais de
beisebol têm o dom de
extraordinária visão, assim como
excepcional coordenação entre olho e
mão. Eles conseguem até ver as
costuras da bola e saber a direção em
que está girando. Assim, podem
reagir m elhor ao engodo do
arremessador. Nosso Pai Celestial
nos deu um dom que nos ajuda a
identificar os engodos de Satanás e
resistir a eles: O dom do Espírito
Santo.
É minha oração que vós, que
orgulhosam ente portais o Sacerdócio
Aarônico, deis ouvidos e respondais
aos sussurros do Espírito Santo, e
que vos unais aos heróis da retidão
para enfrentar os males patrocinados
pelo m estre do engodo.
Sei que nosso Pai Celestial vive e
que seu Filho é nosso Salvador e
Redentor. Sei que eles nos amam e
querem que tenham os sucesso. Disto
presto testem unho em seu santo
nome, Jesus Cristo, amém.
A L iahon a / J ulh o 1993 49

B usca e Salvamento
P resid en te Thom as S. M onson
Segundo Conselheiro na Prim eira Presidência
Em nossos chamados do sacerdócio (nós)... talvez
nunca (venhamos) a perceber plenamente a
influência de (nosso) serviço.
urante os aparentemente
D interm ináveis anos da guerra
do Vietnã, ouvíamos com
freqüência na voz tonitruante dos
meios de comunicação o termo
"busca e destruição". Esta frase
ajudava a explicar ao público a
natureza peculiar dos combates
naquela área de densas florestas,
calor opressivo e doenças
debilitadoras.
Aquela guerra não foi marcada
por batalhas de grande escala em
terreno aberto. Pelo contrário — o
inimigo era em geral oculto — mas
nem por isso menos perigoso — o
ue levou ao conceito de busca e
3 estruição. As baixas eram elevadas,
o sofrimento era enorme e havia
destruição por todo lado. Nunca
saberemos quantos gritaram sua
própria versão da pergunta bíblica
"Porventura não há ungüento em
Gileade?1. O mundo respirou
aliviado quando o conflito se
encerrou e a paz prevaleceu.
Pensava eu na expressão busca e
50
destruição no inverno passado, ao
visitar um amigo e vizinho no belo
Vale Heber, que fica a leste da
Cidade do Lago Salgado. Alguns
aventureiros montando m otocicletas
de neve estavam perdidos havia
vários dias num local inóspito, de
fortes ventos, frio penetrante e
silêncio sinistro. M eu amigo Johnny
contou-m e a respeito da situação
desesperadora dos desaparecidos e
da ansiedade das famílias.
M encionou que fazia parte do grupo
de Busca e Salvamento do condado,
cujos m embros deixaram seus
negócios e fazendas para ir em busca
dos desaparecidos.
A equipe de busca havia orado
para que o frio diminuísse, pois
sabiam da im portância do elemento
tempo em tal situação. Suas orações
foram respondidas e o tempo
melhorou. Procurando em cada
canto da vasta área com a ajuda de
potentes binóculos, a equipe de
busca utilizou um helicóptero para
sobrevoar as montanhas e ravinas e
finalm ente localizou o grupo
perdido. Depois disso, veio a parte
mais difícil, que era a de alcançar e
resgatar o corajoso grupo. Tudo
terminou bem. Os perdidos foram
encontrados, vidas foram poupadas
e a preocupação e o medo deram
lugar à alegria e ao júbilo.
Johnny, com profunda em oção,
disse-me: "A doro trabalhar em busca
e salvamento. Só de olhar nos rostos
daqueles que poderiam ter perecido,
sentir e ver sua profunda gratidão,
enche-m e o corpo e a alma de
com paixão e agradecim ento. Nunca
antes tive experiência tão m arcante".
Talvez ele estivesse
com preendendo, de modo pessoal,
as palavras do Senhor: "Lem brai-vos
de que o valor das almas é grande na
vista de D eus"2. Ou talvez o meu
am igo estivesse percebendo o
sentido da penetrante declaração do
Profeta Joseph Smith, que disse: "É
m elhor salvar a vida de um homem
do que reviver um dentre os
m ortos".3
Meus pensamentos voltaram-se
então para aquele hino da Escola
Dom inical — um de nossos
prediletos, que sempre me traz
lágrimas aos olhos e piedade ao
coração:
Eis que seguras no aprisco
Noventa e nove estão,
M as a centésima ovelha
Perde-se na escuridão.
O Bom Pastor quer salvá-la.
Ei-lo ansioso a clamar:
"Minha ovelhinha perdida,
Depressa, ide buscar."
A estrofe seguinte reflete nossa
resposta ao apelo do Pastor:
Junto das águas tranqüilas,
Verdes pastagens sem fim ,
Eis que vagueia o rebanho
Como em viçoso jardim.
“Sim, caro M estre, iremos
Tua ovelhinha buscar,
Para que em teu regaço
Venha, enfim, descansar. "*
Nesta noite expresso a gratidão
da Prim eira Presidência e do
Quorum dos Doze Apóstolos, assim
como de todas as Autoridades
Gerais da Igreja, a todos os membros
em todo o mundo pela generosidade
e sacrifício de contribuírem com
tempo, talentos e recursos, por meio
de ofertas de jejum e outros serviços,
para aliviar sofrimentos e abençoar
vidas.
Nos últimos doze m eses, por
exem plo, a Igreja participou de mais
de 350 projetos para aliviar a fome,
ajudar com unidades e contribuir em
espécie na Ásia, Europa Oriental,
África, Am érica Latina, Caribe,
assim como nos Estados Unidos e no
Canadá.
Nesses projetos desenvolvidos
em 1992 incluem -se atividades
diversas, como o envio de mais de
3.5 m ilhões de quilos de roupas
usadas escolhidas — mais de 190
containers — a localidades deste país
e do exterior, para serem
distribuídas a refugiados, famílias
desabrigadas e outras pessoas
necessitadas. Deu-se atenção especial
às necessidades da África, onde
roupas, cobertores e outros
suprimentos, além de mais de 500
toneladas de alimentos, foram
fornecidos para matar a fom e e
ajudar o desenvolvimento de
comunidades. Ainda outras 250
toneladas de alim entos foram
doadas a bancos de alimentos e
programas de alimentação para
pessoas sem lar e com outros
problemas, nos Estados Unidos e no
exterior.
Temos agora casais cumprindo
missão de tempo integral, dedicados
ao serviço hum anitário na Europa,
África, Ásia, M ongólia e América
Latina. M édicos e enfermeiras,
educadores e outros profissionais
têm prestado consultorias de curto
prazo a m inistérios governamentais,
hospitais, escolas e outras
instituições em muitos países.
Alguns projetos atacam as causas da
pobreza e do sofrimento, dando
apoio aos esforços
desenvolvimentistas das populações
locais.
Embora a Igreja às vezes
implemente program as diretamente,
seus esforços são, geralmente,
coordenados através de organizações
de boa reputação, probidade e
serviço eficaz, entre as quais citamos
a Cruz Verm elha Norte-Americana,
a Cruz Vermelha Internacional, as
Sociedades do Crescente Vermelho,
o Exército da Salvação, os Serviços
Assistenciais Católicos, os Serviços
Comunitários Católicos e outras
organizações cívicas e religiosas,
para a realização de projetos de
assistência e desenvolvimento. Tudo
isso se soma à ampla ajuda dada por
bispos de alas, presidentes de ramos
e líderes de m issões aos mem bros da riquezas, portanto, eram liberais perdendo uma delas, não deixa no
Igreja em todo o mundo. As palavras para com todos, tanto velhos como deserto as noventa e nove e não vai
de um profeta do hemisfério jovens, tanto escravo como liberto, após a perdida até que venha a
ocidental, pronunciadas há séculos, tanto hom em com o mulher, achá-la?
são ainda ouvidas hoje: O rei pertencesse ou não à Igreja, sem E achando-a, a põe sobre os
Benjamim lembrou seu povo de que fazer distinção de pessoas, se ombros, alegrando-se.
"quando estais a serviço de vosso estivessem necessitadas".6 E chegando à casa, convoca os
próximo, estais somente a serviço de O Livro de Lucas, em um amigos e vizinhos, dizendo-lhes:
vosso D eu s"5. capítulo, nos dá duas parábolas Alegrai-vos comigo, porque já achei
Nesse mesmo livro sagrado, relacionadas que nos levam a pensar a minha ovelha perdida.
contemplamos as palavras ditas e nos dirigem os passos na direção Digo-vos que assim haverá
sobre o povo durante o reinado de do Mestre. Prim eiram ente temos a alegria no céu por um pecador que
Alma, filho de Alma: "...não parábola da ovelha perdida e, se arrepende, mais do que por
deixavam ninguém despido, nem depois, temos a parábola do filho noventa e nove justos que não
faminto, sedento ou doente, nem pródigo. necessitam de arrependim ento".7
ninguém por alimentar-se, porque O Senhor disse: "Q u e hom em Na parábola do filho pródigo,
não tinham posto o coração nas dentre vós, tendo cem ovelhas, e lembramo-nos de que um filho

A L iahon a / J ulho 1993 51

 desperdiçou sua herança e chegou a
passar fome. Cham o atenção para a
afirmação: "...e ninguém lhe dava
nada". Ao cair em si, finalmente,
voltou à terra do pai, esperando
receber somente uma reprimenda.
"E levantou-se e foi para seu pai;
e quando estava ainda longe, viu-o o
seu pai, e se moveu de íntima
compaixão, e, correndo, lançou-se-
lhe ao pescoço e o beijou.
E o filho lhe disse: Pai, pequei
contra o céu e perante ti, e já não sou
digno de ser cham ado teu filho.
M as o pai disse a seus servos:
Trazei depressa o m elhor vestido, e
vesti-lho, e ponde-lhe um anel na
mão, e alparcas nos pés.
E trazei o bezerro cevado, e
matai-o, e comamos, e alegremo-nos.
Porque este meu filho estava m orto e
reviveu, tinha-se perdido, e foi
achado."9
Ao filho fiel, que se tom ara um
tanto crítico com relação à atitude do
pai para com seu irmão, foi dada a
mesma resposta: "E ste teu irmão
estava morto, e reviveu; e tinha-se
perdido e foi achado".10
Se me permitirdes abandonar
aquela época e aquele local distantes,
partilharei convosco exem plos da
influência orientadora do M estre e
Pastor, quando nós, no cumprimento
de nossas designações a seu serviço,
sejam quais forem, vem os a
evidência de sua divina ajuda e
sentimos o toque de sua mão gentil.
Servi como bispo durante o
período da Guerra da Coréia.
Havíamos recebido da sede da Igreja
a sugestão de que os bispos
mandassem uma carta pessoal a
cada militar todos os meses,
acompanhada de uma cópia da
revista da Igreja daquela época,
Improvement Era, além de uma
assinatura do Church News, o jornal
semanal da Igreja. Foi preciso um
pouco de esforço. Em nossa enorme
ala, tínhamos cerca de 18 militares.
Não tínhamos muito dinheiro. Os
quoruns do sacerdócio, com esforço,
forneceram os fundos para as
assinaturas e eu m e encarreguei de
escrever as cartas. Tendo servido na
M arinha no final da Segunda
Guerra, eu sabia a im portância de se
receber notícias de casa.
Certo dia, uma irmã que
taquigrafava as cartas que eu ditava,
perguntou-me: "Bispo Monson,
nunca desanim a?".
52
Respondi: "N ão. Por quê?".
"Já percebeu", disse ela, "que
esta é a décima sétima carta mensal
consecutiva que m anda a Lawrence
Bryson, sem nunca ter recebido uma
resposta?"
Eu disse: "Envie a décima
sétima. Talvez ela dê resultados". E
deu. Recebi a resposta de um posto
de correio do Exército em San
Francisco. O irmão Bryson, no
distante Pacífico, escrevera uma
cartinha que com eçava assim:
"Prezado bispo, não sou muito de
escrever cartas, (eu sabia disso
dezessete m eses antes de ele dizer-
me) mas hoje é um dia especial. Fui
ordenado m estre no Sacerdócio
Aarônico. M eu líder de grupo ficou
ao meu lado e sou grato a ele." E
concluiu: "A propósito, obrigado
pelo Church News e pela revista, mas,
em especial, muito obrigado pelas
cartas m ensais".
Anos m ais tarde, em uma
conferência da Estaca Cottonwood,
que o Élder Jam es E. Faust presidia,
contei essa experiência na reunião do
sacerdócio da estaca. Após a reunião,
um homem aproxim ou-se e
perguntou-me: "Lem bra-se de
m im ?".
Olhei para ele e apesar de terem
se passado vinte e dois anos, eu
disse: "Law rence Bryson!".
Ele respondeu: "E m pessoa.
Obrigado pelas cartas. Elas são a
razão de eu estar aqui hoje".
Onde está Law rence Bryson
hoje? Ele e a esposa estão atualm ente
cumprindo uma missão de tempo
integral. A vida dele reflete atividade
total na Igreja. Eles estão à procura
das ovelhas perdidas. Acho que
sabem onde encontrá-las. Sei que
eles as salvarão.
Ainda tenho a m aravilhosa carta
que m e foi escrita por Law rence
Bryson, datada do dia de Natal de
1953. É um dos presentes de Natal
mais queridos que eu já recebi. Sem
dúvida, às vezes nos perguntam os
por que, depois de dezessete cartas,
nenhuma resposta chegou; mas uma
verdade eu tinha em mente: "A
sabedoria de Deus pode parecer
loucura aos homens, mas a m aior de
todas as lições da m ortalidade é que
quando Deus fala e o homem
obedece, aquele hom em sempre
estará certo". Os líderes da Igreja
haviam -nos instruído. Como bispos,
devíamos apenas obedecer. A
bênção viria, sem dúvida.
Irm ãos, em nossos chamados no
sacerdócio, tenho a certeza de que às
vezes nos perguntamos se estamos
afetando a vida de outros de
maneira positiva. O instrutor do
quorum que prepara a lição com
diligência, os mestres familiares que
deixam de lado suas conveniências
pessoais e levam a mensagem às
fam ílias de sua responsabilidade e os
líderes do quorum que procuram
salvar outros talvez nunca cheguem
a perceber plenamente a influência
de seu serviço. O mesmo se pode
dizer dos m issionários fiéis que
diariam ente executam o trabalho do
M estre. Sem reclamar, servindo,
sacrificando-se em prol de outrem,
esses nobres servos m erecem eterna
gratidão e nossas fervorosas orações.
Estas simples palavras do
Eclesiastes, ou o Pregador,
asseguram -nos conforto e inspiram
serviço: "Lança o teu pão sobre as
águas, porque depois de muitos dias
o acharás".11
Tal foi minha experiência em
relação ao Presidente George H.
W atson, que hoje serve como
prim eiro conselheiro na presidência
da Estaca Naperville Illinois.
O irmão W atson enviou-me uma
carta datada de 3 de outubro de
1978, falando-m e sobre sua
conversão à Igreja e seu batism o, que
aconteceu em 1959, no Leste do
Canadá, onde eu era presidente da
missão na época. Só recebi essa carta
no ano passado, trazida a m im pelo
Élder John E. Fowler, que a
descobriu quando visitava a família
W atson após a conferência da estaca.
Tanto o irm ão W atson como eu
temos alguma relutância em
com partilhar convosco a sua carta,
porém , sentindo que este relato
poderia encorajar muitos dos irmãos
que participam desta reunião
m undial do sacerdócio, nós o
faremos.
Term inarei lendo as palavras do
presidente W atson. Ele escreveu:
"Prezado Élder Monson:
Esta é um a carta inesperada,
cujo propósito é agradecer-lhe pelas
suas cartas de uns 20 anos atrás —
uma para mim e outra sobre m im —
e inform á-lo dos efeitos que tiveram
— em m inha vida.
Cham o-me George W atson. Em
1957, aos vinte e um anos de idade,
em igrei da Irlanda, onde fui criado,
para o Canadá. O principal objetivo
de minha ida para o Canadá era o de
juntar dinheiro suficiente para fazer
pós-graduação na Universidade de
Londres.
Eu trabalhava nas Q uedas do
Niágara e aluguei um quarto pela
ridícula quantia de seis dólares
semanais. A única inconveniência
era ter que levar a minha senhoria —
de 73 anos — à Igreja todos os
domingos, em St. Catherines,
Ontário.
Logo percebi que era uma
obrigação desagradável, porque ela
gastava os 25 minutos da viagem
para convencer-me a ouvir os
m issionários de sua Igreja. Resisti
por mais de um ano, até o dia em
que ela anunciou que duas jovens
m issionárias viriam para o jantar e ^
que eu estava convidado também. É
difícil ser rude com missionárias!
Pensei muito nos meses
seguintes e concluí que embora o
que as onze duplas missionárias
estavam ensinando parecesse
correto, eu teria que renunciar a
coisas demais, além de estar farto de
levar minha senhoria à Igreja. Para
fazê-la desistir de pedir-m e que a
levasse, decidi atrasar-m e meia hora
no domingo seguinte e sentar-me
com ela na Igreja usando camisa
aberta no peito, tênis e calça esporte.
Imaginei que isso iria em baraçá-la, e
que ela não mais me pediria que a
levasse.
Meu plano funcionou com
perfeição, só que ela não se importou
de chegar atrasada. A lém disso,
minha aparência causou tanto
impacto quanto um peixe num
aquário. Chegam os quando a Escola
Dominical se separava em classes.
Ao invés de ir para a aula, preferi
ficar conversando com um hom em
que estava numa cadeira de rodas e
que me "entend ia". Como eu deveria
voltar à Irlanda daí a 8 dias (julho de
59), ele sugeriu que eu fosse batizado
antes. Ele ficou de telefonar e
confirm ar durante a semana, mas
contrapus-me a seus esforços
simplesmente não atendendo ao
telefone a semana inteira. No
domingo, após uma noite insone,
telefonei a ele para desculpar-me e
fui batizado praticam ente a caminho
do aeroporto — sabendo que nunca
encontraria mórmons na Irlanda e
que a Igreja perderia contato comigo.
Não tenho idéia, Presidente
Élderes Dean L. Larsen, James M. Paramore, e J. Richard Clarke, da Presidência dos Setenta.
M onson, de onde o senhor
encontrou o meu endereço na
Irlanda, m as na sem ana que lá
cheguei, recebi sua carta dando-me
boas-vindas à Igreja. No domingo, às
9 da manhã, um tal de presidente
Lynn bateu à porta dizendo ter
recebido uma carta do Pres. Monson,
pedindo-lhe que cuidasse de mim.
Os m eses e anos seguintes foram
traumáticos. Três reuniões no
domingo era demais! De forma
alguma eu iria falar em público; e
não adiantava esperarem mais de
dez por cento. E ainda o pior: Minha
nam orada com eçou a ridicularizar-
me. Ela acabou sendo batizada!
M oram os agora em Illinois e
temos três filhos m aravilhosos.
Sem pre procuro avaliar o m otivo de
o Senhor nos abençoar tanto! Temos
todos sentido o apoio de sua mão
nos m om entos de dificuldade.
Em bora seja im provável que
venham os a encontrar-nos, gostaria
de agradecer-lhe sinceram ente por
ter tomado o tem po de escrever
aquelas duas cartas. Elas m udaram
com pletam ente o curso de nossa
vida. Sou grato pelo conhecim ento
do propósito da vinda do Salvador à
terra, de minha relação com ele e do
que ele espera de mim. A coragem e
a firm eza de Joseph Sm ith, o Profeta,
e o conhecim ento que ele nos trouxe
sem pre serão fonte de inspiração
para mim. D eleito-m e com a
oportunidade de ser útil na Igreja do
Senhor.
Que o Senhor continue a
abençoá-lo em seu trabalho, e
obrigado por sua influência em
minha vida.
Assinado: George W atson."
No Natal passado, quando
George W atson e sua amada Chloe
vieram à Cidade do Lago Salgado
para visitar dois filhos e um genro,
foram ver-m e no escritório. Eles
prestaram testem unho e
agradeceram de novo a todos os que
participaram desta história humana
e deste milagre de nossos dias.
Derram am os lágrim as, proferimos
orações e expressamos gratidão.
Foi uma época do ano adequada
para tal evento, quando toda a
cristandade pára um momento e
lem bra-se dele — sim, de Jesus
Cristo — que m orreu para que
tenham os a vida eterna. Aquele que
sabe até mesmo quando um pardal
cai ao chão, sem dúvida orquestrou a
missão de busca e salvamento que
trouxe a fam ília W atson ao seu
rebanho. Que sejamos sempre
encontrados a seu serviço, é a minha
hum ilde oração. Em nome de Jesus
Cristo, amém.
NOTAS
1. Jeremias 8:22.
2. D&C 18:10.
3. History o f the Church, 5:366.
4. Hinos, 140.
5. Mosiah 2:17.
6. Alma 1:30.
7. Lucas 15:4-7.
8. Ibid., 15:16.
9. Ibid., 15:20-24.
10. Ibid., 15:32.
11. Eclesiastes 11:1.
A L iahon a / ] ulh o 1993 53

A lgum as L ições que
A prendi Q uando J ovem
P resid en te G ord on B. H inckley
Prim eiro Conselheiro na Prim eira Presidência
A resposta a nossos problemas está em seguirmos o
simples evangelho de Jesus Cristo, o Filho de Deus,
cjue trouxe ao mundo o amor de seu Pai.
ostaria de dizer algumas
G coisas aos rapazes. Os mais
velhos podem escutar ou
dormir. Que m aravilhoso é ser
jovem neste período da história da
Igreja e do mundo. Certam ente esta é
a grande era de luz e conhecimento.
Este é um tempo como nenhum
outro. Nunca antes houve tantas
descobertas científicas. Nunca antes
houve tantas oportunidades de
estudo. Nunca antes houve tantas
oportunidades de serviço na Igreja.
Quase vos invejo. Em seguida,
porém , não vos invejo mais. Penso
nos muitos problem as com que
conviveis. Enfrentais difíceis
tentações que estão por toda parte. É
fácil para os mais velhos admoestar
os mais jovens. Em vez disso,
gostaria de fazer algo que nunca fiz
antes. Se me permitis um prazer
pessoal, quero contar-vos algumas
54
lições que aprendi quando menino.
Cresci aqui em Lago Salgado e
era com o qualquer outro menino
sardento. Tinha bons pais. Meu pai
era um hom em instruído e
habilidoso. Era respeitado na
com unidade e amava a Igreja e os
líderes. O Presidente Joseph F.
Sm ith, que foi o Presidente em
minha infância, era um de seus
heróis. Ele amava o Presidente
Heber J. Grant, que se tornou
Presidente da Igreja em 1918.
M inha mãe era prendada e
maravilhosa. Era professora, mas
quando se casou deixou o em prego
para tom ar-se dona-de-casa e mãe.
Para nós, ela era um grande sucesso.
Vivíam os num a casa que eu
achava grande, na Ala Um. Tinha
quatro côm odos no andar principal
— cozinha, sala de jantar, sala de
estar e biblioteca — e quatro quartos
no andar de cima. Situava-se num
grande terreno de esquina. Havia
um vasto gram ado com muitas
árvores que soltavam milhões de
folhas, e tínhamos sem pre muito
trabalho a fazer.
Q uando eu era bem pequeno,
tínham os um fogão na cozinha e um
na sala de jantar. Mais tarde,
adquirim os um aquecedor a carvão,
e que maravilha era aquilo! Tinha,
porém, um apetite voraz por
combustível e não possuía
alim entador automático. Toda noite,
tínham os que pôr o carvão dentro do
aquecedor com uma pá e em pilhá-lo
cuidadosamente.
Aprendi uma grande lição com
aquele monstruoso aquecedor: se
quisesse m anter-m e quente, tinha
que manejar a pá.
M eu pai achava que os filhos
deviam aprender a trabalhar, tanto
no verão como no inverno; comprou,
então, uma fazenda de dois hectares
que, posteriorm ente, aumentou para
mais de doze. Passávamos lá o verão
e retornávamos à cidade quando as
aulas começavam.
Possuíam os um grande pom ar e
as árvores tinham que ser podadas
na prim avera. M eu pai nos levava a
dem onstrações de poda, dadas por
especialistas da faculdade de
agricultura. A prendem os uma
grande verdade — podia-se muito
bem determ inar o tipo de fruto que
seria colhido em setem bro, pelo
modo com o se podava em fevereiro.
A idéia era aum entar o espaço entre
os ram os, para que a fruta ficasse
exposta à luz do sol e ao ar.
Adem ais, aprendem os que árvores
jovens produzem os m elhores
frutos. Isso tem m uitas aplicações
na vida.
Ficávam os doentes naquele
tempo, assim como se fica doente
hoje. Na verdade, acho que
ficávam os mais. Naqueles anos
remotos, não tínhamos leite
pasteurizado. Nem, é claro, uma
lavadora de louça automática, só que
era nossa função automática lavar a
louça. Quando éramos vítima de
catapora ou sarampo, o médico
avisava o departamento de saúde da
cidade e um funcionário colocava na
janela da frente uma placa dizendo
que qualquer pessoa que desejasse ir
à nossa casa o faria por seu próprio
risco.
Se a doença fosse varíola ou
difteria, a placa era alaranjado-
brilhante, com letras pretas, e dizia
literalm ente: "Fique longe daqui".
Aprendi algo de que sempre me
lembro — ficar atento a sinais de
perigo e maldade, e manter
distância.
Freqüentei a Escola Hamilton,
que era um grande edifício de três
andares. O prédio era velho e pobre,
segundo os padrões atuais, mas eu
aprendi que não era o prédio que
im portava — eram os professores.
Quando as condições do tempo o
perm itiam , reuníamo-nos em frente
à escola para jurar fidelidade à
bandeira. Depois, m archávamos
ordenadam ente para nossas classes.
íam os bem arrum ados para a
escola e a má aparência pessoal não
Presidente Gordon B. Hinckley, Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência. Presidente Thomas S. Monson, Segundo Conselheiro na Primeira Presidência.

Uma estátua da Praça do Templo comemora a visita, em 1829, de João Batista a joseph Smith e Oliver Cowdery e a restauração do Sacerdócio Aarônico.

A L iahon a / J ulho 1993 55

Autoridades Gerais de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
A Prim eira Presidência

P residente G o rd o n B. H in ck le y P residente E zra T a ft Ben so n P residente T h o m a s S . M on so n

P rim e iro Conse lhe iro S e g u n d o Conse lhe iro

O Quorum dos Doze

H o w a rd W . H u n te r B o yd K. Packer M a rv in J . A sh to n L. T o m P e rry D a vid B. H a ig h t Ja m e s E. Faust

Neal A . M axw ell Russell M . N elson D a llin H . O oks M . Russell B a lla rd Jo seph B. W irth lin R ichord G . Scott

Presidência dos Setenta

D ean L. Larsen Jam es M . P aram ore J . Richard Clarke Rex D . Pinegar Carlos E. Asay Charles D idier L. Aldin Porter
 lJrimeiro Quorum dos Setenta

Carlos H . Am ado N eil L. Andersen ; ii W illiam R. B radford

Gene R. Cook Jacob de Jager Robert K. Dellenbach Loren C. D unn Henry B. Eyring V aughn J . Featherstone

Jack H G oaslind Jo h n H. Groberg F. M elvin H am m on d W . Eugene Hansen Jeffrey R. H olland

F. B urton H oward M arlin K .Jensen Kenneth Johnson Yoshihiko Kikuchi A dney Y. Komatsu

Lynn A. Mickelsen H ugh W . Pinnock Ronald E. P oelm an

H artm an Rector, Jr. H ans B. Ringger Earl C. Tinge y

 Segundo Quorum dos Setenta

Lino Alvare z D allas N . Archibald Edua rd o Ayala M errill J . B atem an C. Mox Caldwell Albert Choules, Jr. G qry J . C olem an

Rulon G . Craven Le G ra nd R. Curtis Clinton L. Cutler Ju lio E. D ávilo Jo hn B. Dickson G ra h a m W . Doxey Jo h n E. Fow ler

Lloyd P. George H an In Song Ja y E. Jensen M olcolm S. Jeppsen C ree-L Kofford W . Mack Lawrence Augusto A . Lim

Richord P. Lindsay M erlin R. Lybbert J o h n M . M adsen Helvécio M artins G ero ld E. M elchin V . D allas M errell Joseph C. M uren

H oracio A . Ten orio J B allard W ashburn Low ell D . W ood D urrel A. W oolsey

O Bispado Presidente

H. David Burton Robert D. Hales Richard C. Edgley

Primeiro Conselheiro Bispo Presidente Segundo Conselheiro
era tolerada. Os meninos usavam
camisa, gravata e calças curtas.
Usávamos meias pretas longas, que
chegavam até acima do joelho. Eram
feitas de algodão, gastavam-se
rapidamente e tinham de ser
cerzidas freqüentemente.
Aprendíamos a cerzir, pois era
inconcebível ir à escola com um furo
na meia.
Aprendemos uma lição sobre a
importância do asseio e da ordem
essoal, e isso me tem abençoado até
oje.
A pedra no sapato de minha
professora do primeiro ano era meu
amigo Louie. Ele tinha o que os
psicólogos de hoje chamariam de
algum tipo de fixação obsessiva. Ele
sentava-se na classe e mastigava a
gravata até ficar molhada e desfiada.
A professora o vituperava.
Louie posteriormente se tornou
um homem de posses e eu aprendi a
nunca subestimar o potencial de um
menino para obter êxito na vida,
mesmo quando ele mastiga a
gravata.
Com o passar do tempo,
finalmente cheguei ao sexto ano
naquela escola.
Meus amigos foram
essencialmente os mesmos através
de todos aqueles anos. As pessoas
não se mudavam muito naqueles
dias. Um de meus amigos chamava-
se Lynn. Esse não era seu verdadeiro
nome, mas é como vou chamá-lo.
Lynn estava sempre encrencado. Ele
parecia ter dificuldade em
concentrar-se no que estava
acontecendo, principalmente quando
era primavera e tudo tinha melhor com muito cuidado e oração. algum cinema no centro da cidade,
aspecto fora da escola do que dentro. No ano seguinte, matriculamo- pois não tínhamos dinheiro para
A srta. Spooner, nossa nos no colegial. Como o prédio, isso. Nem pensamos em ir ao
professora, parecia estar de olho em porém, não comportava todos os parque, pois temíamos ser vistos
Lynn. Um dia, aproximadamente às estudantes, nossa classe do sétimo pelo sr. Clayton, o inspetor escolar.
onze horas, Lynn perturbou a aula e ano foi mandada de volta à Escola Nem em ir atrás da escola contar
a srta. Spooner ordenou-lhe que se Hamilton. histórias indecorosas, pois não
fechasse no armário até que ela o Sentimo-nos insultados. Ficamos conhecíamos nenhuma. Nunca
mandasse sair. Obediente, Lynn furiosos. Passáramos seis infelizes ouvíramos falar de drogas ou
entrou no armário e fechou a porta. anos naquele local e nos qualquer coisa do gênero.
Quando o sinal tocou, ao meio-dia, considerávamos merecedores de Simplesmente andamos ao léu e
ele saiu, pondo na boca o último algo melhor. Todos os meninos da desperdiçamos o dia.
pedaço do almoço da srta. Spooner. classe se reuniram depois da aula. Na manhã seguinte, o diretor, sr.
Nenhum de nós, exceto ela, Decidimos que não toleraríamos esse Stearns, estava à nossa espera na
conseguiu segurar a risada, e isso tipo de tratamento. Estávamos porta da escola. Tinha um ar nada
piorou as coisas. Lynn continuou determinados a entrar em greve. amigável. Disse-nos algumas
fazendo palhaçadas através dos No dia seguinte não aparecemos verdades e depois avisou que não
anos. Ele nunca aprendeu, até ser na escola. Não tínhamos, entretanto, poderíamos voltar à escola sem um
tarde demais, que a vida é assunto para onde ir. Não podíamos ficar em bilhete de nossos pais. Foi a primeira
sério, envolvendo escolhas casa, pois nossas mães fariam vez que me vi proibido de entrar na
importantes que devem ser feitas perguntas. Não pensamos em ir a escola. Fazer greve, disse ele, não era

A L iahona / J ulho 1993 59

 maneira de se resolver um problema.
Estávamos ali para sermos cidadãos
responsáveis e, se tínhamos uma
queixa, podíamos ir à sala do diretor
e discutir o assunto.
Havia somente uma coisa a
fazer: voltar para casa e conseguir o
bilhete.
Lembro-me de que entrei
envergonhado em casa. Minha mãe
perguntou-me o que havia de
errado. Contei a ela. Expliquei que
precisava de um bilhete. Ela foi
breve. Foi a reprimenda mais
dolorosa que jamais me deu. Estava
escrito:
"Prezado sr. Stearns,
Por favor desculpe a ausência de
Gordon ontem. Sua atitude foi
apenas um impulso de seguir o
grupo."
Ela assinou-o e me entregou.
Voltei à escola e cheguei mais ou
menos na mesma hora que alguns
outros meninos. Todos entregamos
os papéis ao sr. Stearns. Não sei se
ele os leu, mas nunca me esquecerei
das palavras de minha mãe. Apesar
de ter tido participação ativa no que
fizéramos, resolvi, naquele instante,
que nunca mais faria nada apenas
para seguir a multidão. Decidi que
tomaria minhas próprias decisões,
baseando-me no mérito da questão e
em meus padrões, e não seria
pressionado em uma ou outra
direção por aqueles que me
cercavam.
Essa decisão abençoou-me a
vida em várias ocasiões, algumas
vezes em circunstâncias muito
desagradáveis. Impediu-me de fazer
certas coisas que poderiam, no
máximo, ter resultado em sérios
danos e problemas e, no mínimo, ter-
me custado o respeito próprio.
Meu pai tinha um cavalo e
charrete quando eu era menino. Uma
noite, no verão de 1916, algo
maravilhoso aconteceu. Foi
inesquecível. Ele chegou em casa em
um Ford Modelo T 1916 preto, novo
e brilhante. Era um carro
maravilhoso. Para os padrões de
hoje, contudo, não passava de uma
coisa grosseira e temperamental.
Não tinha, por exemplo, ignição
automática, era necessário girar uma
manivela. Havia algo que se
aprendia rapidamente ao girar
aquela manivela: ou retardava-se a
faísca, ou ela reagia violentamente
em sentido contrário e quebrava-lhe
60
a mão. Quando chovia, as bobinas
ficavam molhadas, e o motor não
dava partida de jeito nenhum. Com
aquele carro aprendi a preparar-me,
a fim de evitar problemas. Uma
pequena lona sobre o capô mantinha
as bobinas secas. Um pouco de
cuidado em retardar a faísca
possibilitava girar a manivela sem
quebrar a mão.
A coisa mais interessante,
porém, eram as luzes. O carro não
tinha bateria. A única eletricidade
vinha de uma coisa chamada
magneto. A potência do magneto era
determinada pela rotação do motor,
ou seja, se o motor estivesse girando
rapidamente, as luzes eram fortes; se
diminuísse a rotação, ficavam
debilmente amareladas. Aprendi
que, se quisesse enxergar à minha
frente enquanto descia uma ladeira,
tinha que manter o motor acelerado.
Como com as minhas
descobertas, acontece também com
nossa vida. Diligência, entusiasmo e
trabalho árduo conduzem ao
progresso espiritual. Devemos usar o
que temos à mão e manter-nos
ativos, se queremos luz em nossa
vida. Ainda tenho a tampa do
radiador daquele velho Modelo T
1916. Aqui está. É uma lembrança de
lições que aprendi há setenta e sete
anos.
Aprendi algo mais com aquele
automóvel. Hoje eu dirijo um carro
moderno, silencioso e potente, com
todas as comodidades, incluindo
aquecedor e ar condicionado. O que
produziu a diferença entre aquele
Modelo T 1916 antigo, barulhento e
difícil de dirigir e os carros de hoje?
Foi a capacidade e dedicação de
milhares de homens e mulheres que,
por mais de duas gerações,
planejaram, estudaram, fizeram
testes e trabalharam juntos visando a
esse desenvolvimento.
Aprendi que, quando pessoas de
boa vontade trabalham em conjunto,
de maneira honesta e dedicada, não
há limite para o que podem realizar.
Em 1915, o Presidente Joseph F.
Smith pediu aos membros da Igreja
que realizassem noites familiares.
Meu pai disse que obedeceria, que
aqueceríamos a sala onde ficava o
piano de cauda de minha mãe e
faríamos o que o Presidente da Igreja
pedira.
Nós, crianças, éramos péssimos
cantores. Juntos, podíamos fazer
qualquer coisa durante a música,
mas pedir a um de nós que tentasse
cantar um solo na frente dos outros
era o mesmo que pedir a um sorvete
que não derretesse em cima do
fogão. No começo, dávamos risada e
fazíamos comentários divertidos
sobre o desempenho uns dos outros,
mas nossos pais persistiram.
Cantamos juntos. Oramos juntos.
Ouvíamos silenciosamente nossa
mãe ler histórias da Bíblia e do Livro
de Mórmon. Nosso pai contava-nos
histórias de sua vida. Ainda me
lembro de uma delas. Encontrei-a
recentemente, enquanto folheava um
livro dele, publicado há muitos
anos. E assim:
"D ois jovens, um mais velho do
que o outro, andavam por uma
estrada que atravessava uma
plantação. Ao lado da estrada,
viram um casaco e um par de
sapatos velhos de homem e, à
distância, o dono, trabalhando na
plantação.
O menino mais novo sugeriu
que eles escondessem os sapatos e se
ocultassem para ver, quando o
homem retomasse, a sua
perplexidade.
O menino mais velho,... achou
aquilo não muito bom. Disse que o
dono certamente era um homem
muito pobre. Por sugestão sua,
depois de discutirem o assunto,
decidiram tentar algo diferente. Em
vez de esconder os sapatos,
colocariam um dólar de prata em
cada um deles e... veriam o que o
homem faria com o dinheiro.
Logo o homem retornou da
plantação, vestiu o casaco, colocou
um dos sapatos, sentiu algo estranho
dentro, tirou-o de dentro do sapato e
viu que era um dólar de prata.
Espanto e surpresa [brilharam] em
seu rosto. Ele olhou para o dólar
várias vezes, olhou para trás e não
viu ninguém, então começou a
colocar o outro sapato quando, para
seu assombro, achou outro dólar.
Seus sentimentos foram
arrebatadores... Ajoelhou-se e
ofereceu em voz alta uma prece de
agradecimento, falando sobre a
esposa doente e desamparada e os
filhos famintos... Fervorosamente
agradeceu ao Senhor por aquela
generosidade proveniente de mãos
desconhecidas e invocou a bênção
dos céus sobre os que lhe haviam
dado aquela ajuda tão necessária.
 Os meninos permaneceram
[escondidos] até que o homem se foi.
Eles foram tocados pela oração e
sentiram algo cálido no coração... Ao
saírem, andando pela estrada, um
disse ao outro: 'Não é um bom
sentimento?'" (Adaptado do livro de
Bryant S. Hinckley, Not by Bread
Alone, Salt Lake City: Bookcraft,
1955, p. 95.)
Daquelas simples reuniões
realizadas na sala de nossa velha
casa, surgiu algo indescritível e
maravilhoso. O amor sentido por
nossos pais fortaleceu-se. O amor
entre nós, filhos, intensificou-se.
Nosso amor ao Senhor cresceu. Um
apreço pela bondade sincera brotou
em nossos corações. Essas coisas
maravilhosas aconteceram porque
nossos pais seguiram o conselho do
Presidente da Igreja. Eu aprendi uma
coisa tremendamente importante
com isso.
Naquela velha casa, sabíamos
que nosso pai amava nossa mãe.
Essa foi mais uma das grandes lições
de minha juventude. Não me lembro
de ouvi-lo falar com ela ou dela sem
bondade. Ele a incentivava em suas
atividades individuais da Igreja e
responsabilidades cívicas. Ela
possuía talento inato, e ele a
encorajava a usá-lo. O conforto dela
era a preocupação constante de meu
pai. Nós os víamos como iguais,
como companheiros que
trabalhavam juntos e amavam um ao
outro do mesmo jeito que nos
amavam.
Minha mãe, da mesma forma,
incentivava meu pai e fazia qualquer
coisa para vê-lo feliz. Aos cinqüenta
anos ela contraiu câncer. Ele se
preocupava com todas as suas
necessidades. Lembro-me de nossas
orações em família, com as súplicas
lacrimosas de meu pai e nossas.
Logicamente não havia nenhum
seguro médico na época. Ele teria
gasto cada dólar que possuía para
ajudá-la. Na verdade, ele gastou
bastante. Levou-a a Los Angeles em
busca de melhor atendimento
médico. Foi inútil.
Isso foi há sessenta e dois anos,
mas lembro-me com clareza de meu
pai, angustiado, descendo do trem e
indo ao encontro de filhos muito
tristes. Andamos solenemente até o
vagão de bagagens, de onde o féretro
foi desembarcado e levado à agência
funerária. Conhecemos ainda mais a
Em visita aos Estados Unidos, Sua Alteza Real (S.A.R.) Princesa Saiote Mafilé'o Pilolevu Tuita, de
Tonga, e seu marido Consul Geral Capitão Sosaia Ma'ulupekotofa Tuita, foram convidados a visitar a sede
da Igreja, na Cidade do Lago Salgado, e a Universidade Brigham Young, em Provo, Utah. Embora não
sejam santos dos últimos dias, o casal visitante, visto aqui com o Élder John H. Groberg, dos Setenta, à
direita, assistiu a todas as sessões gerais da conferência. O Capitão Tuita assistiu também à reunião do
sacerdócio.
ternura de nosso pai. Isso teve um viver com entusiasmo e gratidão. Já
efeito sobre toda a minha vida. passei por muitos momentos felizes
Aprendi, ainda, algo sobre a — tantos! A semente de tudo isso,
morte — a absoluta desolação de acredito, foi plantada em minha
crianças que perdem suas mães — infância e nutrida em casa, na escola
mas, também, sobre a paz sem dor e e na ala, lugares onde cresci e
a certeza de que a morte não é o fim aprendi lições simples mas
da alma. importantes sobre a vida. Não
Naqueles dias, não falávamos conseguiria ser grato o bastante.
abertamente sobre o amor que É triste e doloroso ver a tragédia
tínhamos uns pelos outros. Não de tantos lares desfeitos, maridos
precisávamos. Sentíamos a que parecem não saber como tratar a
segurança, a paz e a força serena esposa, crianças que sofrem abusos e
inerentes a famílias que oram e que, quando crescem, se tornam
trabalham em conjunto, ajudando-se ofensores de outra geração.
mutuamente. Nenhuma dessas tragédias é
"Honra a teu pai e a tua mãe, necessária. Sei que não. A resposta a
para que se prolonguem os teus dias nossos problemas está em seguirmos
na terra que o Senhor teu Deus te o simples evangelho de Jesus Cristo,
dá" (Êxodo 20:12). Ainda menino, fui o Filho de Deus, que trouxe ao
levado a crer nesse mandamento mundo o amor do Pai.
divino. Irmãos, perdoai-me por ter
Considero este um grande tomado vosso tempo falando assim
mandamento do Senhor. Se ao de maneira pessoal. Eu não saberia
menos fosse mais amplamente dizer o que pretendia se não o fizesse
observado, haveria muito menos desse modo.
miséria nos lares; em vez de Jovens, "Faze o bem, os efeitos
difamação, acusações e brigas, espera" (Hinos, 1991, número 147).
haveria gratidão, respeito e amor. "Faze o bem, escolhendo o que é
Meu pai faleceu há muito certo" (Hinos, 1991, número 148).
tempo. Eu me tornei pai, avô e Pais, sede bons homens, para
bisavô. O Senhor tem sido muito que vossa esposa fale de vós com
generoso. Tenho tido minha porção amor e apreço, e vossos filhos se
de desapontamentos, insucessos e lembrem de vós com eterna gratidão,
dificuldades. Em média, porém, eu oro humildemente em nome de
minha vida tem sido boa. Tento Jesus Cristo, amém.
A L iahona /J ulho 1993 61
 SESSÃO MATUTINA DE DOMINGO
4 de abril de 1993
D ádivas
Presidente Thomas S. Monson
Segundo Conselheiro na Primeira Presidência
Demos nós generosamente a ele, como ele tão
abundantemente nos tem dado.
O Presidente David O. McKay
dizia freqüentemente que
precisávamos sair um pouco
do esquema agitado do dia-a-dia,
cheio de cartas para responder,
telefonemas para dar, pessoas para
ver, reuniões a comparecer,
reservando um tempo para meditar,
ponderar e refletir sobre as verdades
eternas e sobre as fontes da alegria e
felicidade que todos buscamos.
Ao tirarmos um tempo para
pensar, os padrões mundanos,
mecânicos e repetitivos da vida dão
lugar às qualidades espirituais, e
adquirimos uma perspectiva muito
necessária, que nos inspira na vida
cotidiana. Quando sigo esse
conselho, pensamentos sobre a
família, experiências com amigos e
ricas lembranças de dias especiais e
noites tranqüilas vêem-me à mente,
trazendo-me um doce repouso.
A época natalina, com seu
significado especial, sempre nos
emociona, inspira-nos a uma
62
renovação do compromisso com
Deus e traz, como diz a letra do belo
hino "Calvário", "descanso ao
fatigado e paz à alma".
Fico pensando nos contrastes do
Natal. Os presentes extravagantes e
dispendiosos, embrulhados e
empacotados artisticamente e com
materiais caros, têm o seu mais alto
ponto nos famosos catálogos de
presentes que anunciam: "Para a
pessoa que tem tudo". Num desses
catálogos, vi uma casa de 372 metros
quadrados embrulhada com um
gigantesco laço de fita e um enorme
cartão que dizia: "Feliz Natal".
Outros presentes incluíam tacos
cravejados de diamantes para
jogadores de golfe, um cruzeiro no
Caribe para os que gostam de viajar
e uma luxuosa excursão aos Alpes
suíços para os aventureiros. Tais
presentes pareciam encaixar-se no
tema de um desenho humorístico de
Natal que mostrava os Três Reis
Magos viajando para Belém com
caixas de presentes em seus camelos.
Um dizia: "Escreva o que lhe estou
dizendo, Baltazar, com estes
presentes, estamos dando início a
algo que as pessoas não vão
conseguir controlar no futuro!".
Existe um famoso conto de
Natal de O. Henry sobre um jovem
casal que vivia na mais terrível
pobreza. Os dois, contudo, queriam
dar um ao outro um presente
especial. Não tinham, porém, nada
para dar. Então, o marido teve uma
grande idéia: "Darei a minha
querida esposa um belo pente para
adornar-lhe os lindos cabelos longos
e pretos". A esposa também teve
uma idéia: "Comprarei uma linda
corrente para o relógio que meu
marido tanto aprecia".
Chegou o Natal; os valiosos
presentes foram trocados. Depois, a
surpresa final, tão típica das
pequenas histórias de O. Henry: A
esposa cortara os longos cabelos e
vendera-os para conseguir dinheiro
para comprar a corrente do relógio, e
o marido vendera o relógio, a fim de
comprar o pente para adornar os
cabelos longos, que ela agora já não
tinha.1
Em casa, num canto recluso,
tenho uma pequena bengala preta
com um cabo imitando prata.
Pertenceu a um parente distante. Por
que a conservo há 60 anos? Há uma
razão especial. Quando eu era
menino, participei em nossa ala de
uma peça sobre o Natal. Fui
privilegiado com o papel de um dos
Três Reis Magos. Com um turbante
na cabeça, a capa do banco do piano
de minha mãe caindo-me sobre o
ombro em drapeado, e a bengala
preta na mão, disse a parte que me
coubera: "Onde está aquele que é
nascido rèi dos judeus? porque
vimos a sua estrela no oriente, e
viemos a adorá-lo" .2 Não me recordo
de todas as palavras daquela peça,
mas lembro-me vividamente do que
senti quando nós três, "os reis
m agos", olhamos para cima e vimos
a estrela, viajamos pelo palco,
encontramos Maria com o menino
Jesus e nos ajoelhamos e o adoramos,
abrindo nossos tesouros e mostrando
os presentes: ouro, incenso e mirra.
Gostei especialmente de não
termos retornado ao malvado
Herodes para trair o menino Jesus,
mas obedecemos a Deus e partimos
por outros caminhos.
Os anos passaram rapidamente.
Os acontecimentos de uma vida
atribulada foram sendo gravados na
lembrança, mas a bengala de Natal
continua a ocupar um cantinho
especial em minha casa; e em meu
coração simboliza um compromisso
com Cristo.
Por alguns momentos, deixemos
de lado os catálogos de Natal, com
seus presentes exóticos. Esqueçamos
até as flores para a mãe, a gravata
especial para o pai, a boneca
mimosa, o trem que apita, a bicicleta
há tanto tempo esperada — inclusive
os livros e vídeos de "Jornada nas
Estrelas" — e dirijamos nossos
pensamentos para as dádivas
divinas e duradouras. Selecionei, de
uma longa lista, apenas quatro:
 1. A dádiva do nascimento.
2. A dádiva da paz.
3. A dádiva do amor.
4. A dádiva da vida eterna.
Primeiro, a dádiva do
nascimento, que foi universalmente
concedida. Tivemos o privilégio
divino de deixar o lar celestial para
habitar num tabernáculo de carne e
demonstrar por nossa vida a
dignidade e as qualificações que
temos para um dia voltarmos a ele,
aos entes queridos e a um reino
chamado celestial. Nossa mãe e nosso
pai concederam-nos essa
maravilhosa dádiva. Temos a
responsabilidade de mostrar
gratidão por meio de nossas ações.
Meu próprio pai, um tipógrafo,
deu-me uma cópia de algo que
imprimira. Intitulava-se "Carta de
um Pai", e terminava com este
pensamento: "Talvez minha maior
esperança como pai seja ter um
relacionamento tal com você que,
quando chegar o dia em que olhar o
rosto de seu primeiro filho, sentirá
um desejo profundo de ser para o
seu filho o tipo de pai que eu tentei
ser para você. Que maior elogio um
homem poderia desejar? Com amor,
seu pai".
Nossa gratidão à mãe pela
dádiva do nascimento é igual ou
maior do que a devida ao pai. Ela,
ue nos olhou como "um lindo botão
a humanidade, recém-saído da casa
do próprio Deus para florescer na
terra"3, e supriu todas as nossas
necessidades, confortou-nos cada
vez que choramos, regozijou-se com
todas as nossas realizações e chorou
pelos fracassos e desapontamentos
que tivemos, ocupa um lugar de
honra em nosso coração.
Uma passagem em III João
mostra uma fórmula pela qual
poderíamos mostrar gratidão a
nossos pais pela dádiva do
nascimento: "N ão tenho maior gozo
do que este: o de ouvir que os meus
filhos andam na verdade ".4
Andemos dessa forma. Honremos os
doadores dessa dádiva de
inestimável valor.
Segundo, a dádiva da paz. No
mundo caótico em que vivemos, o
barulho do tráfego, os comerciais
espalhafatosos da mídia, o trabalho e
outras coisas que nos solicitam —
sem falar nos problemas do mundo
— causam dor de cabeça e
sofrimento e destroem nossas forças
Élder Yoshihiko Kikuchi, dos Setenta.
para lutar. O fardo da doença ou a
tristeza de chorar a morte de um
ente querido faz-nos ajoelhar e pedir
ajuda aos céus. Como os antigos,
poderíamos perguntar: "Porventura
não há ungüento em Gileade ? "5 Há
uma certa tristeza, até um desespero,
no verso a seguir:
Não há vida sem tristeza,
Não há coração sem dor,
Se alguém busca consolo neste mundo,
Busca em vão.6
Aquele que foi oprimido pela
tristeza e familiarizou-se com a dor
fala a todo coração atribulado e
concede a dádiva da paz: "Deixo-vos
a paz, a minha paz vos dou: não vo-
la dou como o mundo a dá. Não se
turbe o vosso coração, nem se
atemorize" .7
Ele envia suas palavras por
intermédio dos missionários que
servem em todo o mundo,
proclamando o evangelho de boas-
novas e sua saudação de paz.
Perguntas intrigantes como: "De
onde vim?", "Qual o propósito da
existência?", "Para onde irei depois
da morte?" são respondidas por seus
servos especiais. A frustração e a
dúvida desaparecem e o assombro
diminui quando a verdade é
ensinada com ousadia, mas em
espírito de humildade, por aqueles
que foram chamados para servir ao
Príncipe da Paz — o Senhor Jesus
Cristo. Sua dádiva é concedida
individualmente: "Eis que estou à
porta, e bato: se alguém ouvir a
minha voz, entrarei em sua casa, e
com ele cearei, e ele comigo ".8
O passaporte para a paz é a
prática da oração. Quando
expressamos humildemente os
sentimentos do coração, ao contrário
de apenas recitar palavras, obtemos
a paz que buscamos.
Em Hamlet, de Shakespeare, o
iníquo rei Cláudio se ajoelha e tenta
orar, mas levanta-se e diz: "Minhas
palavras voam para o alto, meus
pensamentos permanecem na terra;
palavras sem pensamentos, nunca
para o céu vão " .9
Uma pessoa que recebeu com
alegria o dom da paz foi Joseph
Millett, um dos primeiros
missionários das Províncias
Marítimas do Canadá que aprendeu,
enquanto lá estava e nas experiências
que teve mais tarde na vida, a
necessidade de confiar na ajuda do
Pai Celestial. Uma experiência de
que se recorda em seu diário é uma
bela ilustração de uma simples,
porém profunda fé:
"U m de meus filhos veio dizer-
nos que a família do irmão Newton
Hall não tinha mais pão. Eu não
tinha nenhum naquele dia.
Coloquei... nossa farinha num saco
para levar à casa do irmão Hall.
Logo depois, o irmão Hall entrou e
eu disse: Irmão Hall, você tem
farinha?". "Irmão Millett, não temos
nenhuma". "Bem, irmão Hall, há um
pouco naquele saco. Eu a dividi e ia
mandar-lhe uma parte. Meus filhos
A L iahona / J ulho 1993 63
 me disseram que não tinham mais. O
irmão Hall começou a chorar. Disse
que tentou pedir a outras pessoas,
mas não conseguiu nenhuma. Foi
para um bosque e orou ao Senhor, e
ele lhe disse que fosse procurar
Joseph Millett. "Bem, irmão Hall,
não precisa devolver-me a farinha se
o Senhor o mandou vir aqui por
causa dela. Não me deve nada''. Não
tenho palavras para expressar como
me senti bem ao descobrir que o
Senhor sabia da existência de alguém
como Joseph Millett.10
A oração conferiu a dádiva da
paz a Newton Hall e Joseph Millett.
Terceiro, a dádiva do amor.
"Mestre, qual é o grande
mandamento na lei?" inquiriu o
doutor da lei que falava com Jesus. A
resposta foi imediata: "Am arás o
Senhor teu Deus de todo o teu
coração, e de toda a tua alma, e de
todo o teu pensamento.
Este é o primeiro e grande
mandamento.
E o segundo semelhante a este é:
Amarás o teu próximo como a ti
mesmo " .11
Em outra ocasião, o Senhor
ensinou: "Aquele que tem os meus
mandamentos e os guarda esse é o
que me am a " .12 A s escrituras estão
repletas de passagens que falam da
importância do amor e de sua
relevância em nossa vida. O Livro
de Mórmon ensina que "a caridade
é o puro amor de Cristo " .13 O
próprio Mestre nos deu o modelo
ideal. Dele disseram que "andou
fazendo bem... porque Deus era
com ele " .14
Um trecho do famoso musical
“A Noviça Rebelde", sugere um curso
de ação que todos deveríamos
seguir:
Um sino não é um sino até que seja
tocado;
Uma canção não é uma canção até que
seja cantada;
E o amor não foi colocado no coração só
para lá ficar.
Amor não é amor até que seja dado a
alguém.15
Um grande número de idosos
em nossa sociedade anseia por
alguém que lhes demonstre amor,
particularmente quando sofrem de
angústia e solidão. Os idosos e
aqueles que já passaram a meia
idade (cerca de 60-65 anos) sentem a
64
tristeza de não ver suas esperanças e
sonhos realizados.
Élder Richard L. Evans escreveu
há alguns anos: "O que lhes falta na
solidão dos anos avançados é, em
parte, ou pelo menos, o de que
precisamos nos anos incertos da
juventude: a sensação de pertencer, a
certeza de sermos queridos e os
cuidados atenciosos de corações e
mãos amorosas; não a mera
formalidade de um dever, não
apenas um quarto num edifício, mas
um espaço na vida e no coração de
alguém...
Não podemos levá-los de volta à
juventude, mas podemos ajudá-los a
viver seus últimos anos de modo
mais belo, com nossa preocupação,
suprindo-lhes necessidades e
demonstrando, na prática, um amor
sincero " .16
As vezes, a conscientização do
problema do idoso nos é despertada
por uma criança. Gostaria de relatar-
vos uma lenda paquistanesa que
ilustra essa verdade:
Uma velha avó vivia com a filha
e o neto. Quando começou a ficar
fraca e doente, ao invés de ser uma
ajuda dentro de casa, passou a ser
uma constante provação. Quebrava
xícaras e copos, perdia facas e
derramava água. Um dia, irritada
porque a anciã quebrara outro prato
valioso, a filha mandou o neto
comprar um prato de madeira para a
avó. O menino hesitou, porque sabia
que um prato de madeira seria
humilhante para ela. A mãe, porém,
insistiu, e ele então saiu, retornando
não apenas com um, mas com dois
pratos de madeira.
"Pedi-lhe que comprasse
somente um", disse a mãe. "N ão me
ouviu?".
"Sim ", respondeu o menino,
"m as comprei o outro para a
senhora, quando ficar idosa."
Freqüentemente, temos a
propensão de esperar a vida inteira
para demonstrar gratidão pela
bondade ou ajuda dada por outra
pessoa. Talvez uma experiência
como essa tenha feito com que
George Herbert dissesse
prontamente: "Vós que me destes
tanto, dai-me uma coisa mais: um
coração grato " .17
Conta-se que um grupo de
homens conversava sobre pessoas
que lhes haviam influenciado a vida
e a quem eram gratos. Um homem
pensou numa professora do 2° grau
que o iniciou nas poesias do poeta
Tennyson e decidiu escrever-lhe
para agradecer.
Depois, escrita em garranchos
fracos, chegou esta carta:
"Querido Willie:
Não imagina o que seu bilhete
significou para mim. Estou na casa
dos 80, moro sozinha num pequeno
quarto, preparo minhas próprias
refeições, só, como a última folha
seca de uma árvore que resiste em
cair do galho. Creio que gostará de
saber que lecionei cinqüenta anos, e
o seu foi o único bilhete de
agradecimento que recebi. Chegou
numa manhã triste e fria, alegrando-
me de uma forma como nada o
fizera em muitos anos."
Ao ler esse relato, pensei na
maravilhosa frase que diz: "O
Senhor tem dois lares: o céu e um
coração agradecido".
Muito mais poderia ser dito com
respeito à dádiva do amor. Um verso
que aprecio resume muito melhor
essa preciosa dádiva:
Chorei na noite
Por causa de minha visão deficiente
Que me tornou cego para o necessitado;
Contudo, jam ais senti
Qualquer remorso
Por ser um pouco bom demais.11
Quarto, a dádiva da vida — isto
é, a imortalidade. O plano do Pai
Celestial contém as maiores
expressões do verdadeiro amor.
Tudo o que há de mais precioso,
incluindo nossas famílias, amigos,
alegria, conhecimento e testemunhos
desapareceria se não fosse pelo Pai e
seu Filho, o Senhor Jesus Cristo.
Entre os pensamentos e escritos mais
apreciados neste mundo está a
declaração da verdade divina:
"Porque Deus amou o mundo de tal
maneira que deu o seu Filho
unigênito para que todo aquele que
nele crê não pereça, mas tenha a vida
eterna" .19 Esse Filho precioso, o
Senhor e Salvador, expiou nossos
pecados e os pecados da
humanidade. Naquela noite
memorável no Getsêmani seu
sofrimento foi tão grande, sua
angústia tão profunda, que
implorou: "Pai, se é possível, passe
de mim este cálice; todavia, não seja
como eu quero, mas como tu
queres ".20Mais tarde, na cruz
impiedosa, ele morreu para que
vivêssemos, e vivêssemos para
sempre. A manhã da ressurreição foi
precedida de dor e sofrimento, de
acordo com o plano divino de Deus.
"SÓP o r em Ti, Jesus,
Antes da Páscoa era preciso haver
uma cruz. O mundo jamais
testemunhou dádiva maior ou
conheceu amor mais duradouro.
P en sar"
Néfi deu-nos esta Presidente H ow ard W. Hunter
responsabilidade: "Deveis, pois, Presidente do Q uorum dos D oze A póstolos
prosseguir para a frente com firmeza
em Cristo, tendo uma esperança
resplandecente e amor a Deus e a Que todos façam os mais para respeitar e reverenciar
todos os homens... Se assim
prosseguirdes, banqueteando-vos seu santo nome e, gentil e cortesmente, incentivar
com a palavra de Cristo e
perseverando até o fim, eis que, diz o outros afazerem o mesmo.
Pai: Tereis vida eterna.
E agora,... este é o caminho; e
não há nenhum outro caminho ou nome do Senhor. Hosana nas
nome, dado debaixo do céu, pelo alturas" (Mateus 21:9).
qual o homem possa ser salvo no Sem dúvida, aquele caminho tão
reino de Deus " .21 carinhosamente forrado em breve
levaria a um cenáculo e, depois, ao
Termino com as palavras de um
Getsêmani. Após paradas na casa de
venerado profeta, Presidente Harold
Anás, na corte de Caifás e no quartel-
B. Lee: "A vida é uma dádiva de
general romano de Pilatos, o
Deus ao homem. O que fazemos com caminho, é claro, prosseguiria até o
ela é nossa dádiva a Deus". Calvário. Não terminaria, porém, ali.
Demos nós generosamente a Conduziria ao sepulcro do jardim e à
ele, como ele tão abundantemente triunfante hora da ressurreição, que
nos tem dado, vivendo e amando comemoramos todo ano no Domingo
como ele e o Filho tão de Páscoa, daqui a uma semana.
pacientemente ensinaram, é minha Nesta agradável estação
sincera oração. Em nome de Jesus primaveril do ano, este despertar
Cristo, amém. anual quando, no hemisfério norte o
mundo se renova, floresce e volta a
NOTAS
ficar verde e fresco, nós
1. De "Gifts of the M agi".
2. Mateus 2:2.
instintivamente voltamos os
3. Gerald Massey, de The International pensamentos a Jesus Cristo, o

H
oje é o dia que o mundo Salvador do mundo, o Redentor da
Dictionary ofThoughts (Chicago: J.G. Ferguson
Publishing Co., 1969), p. 66.
cristão tradicionalmente humanidade, a fonte de luz, vida e
4. III João 1:4. denomina Domingo de amor.
5. Jeremias 8:22. Ramos. É o aniversário daquela Como mensagem de Domingo
6. Autor desconhecido. solene ocasião, há quase dois mil de Ramos e Páscoa, escolhi, para
7. João 14:27. anos, em que Jesus de Nazaré, o
8. Apocalipse 3:20. meu breve discurso desta manhã, as
Filho de Deus, iniciou a proclamação palavras de um hino antigo e
9. Ato 3, cena 3.
10. New Era, julho de 1975, p. 28.
final de sua divindade e entrou na sagrado, que são atribuídas a
11. Mateus 22:36-39. santa cidade de Jerusalém como o Bernard de Clairvaux e que se
12. João 14:21. Messias prometido que era. calcula terem mais de novecentos
13. Vide Morôni 7:47. Montado num jumento, em anos. Com o resto do mundo cristão,
14. Atos 10:38. cumprimento à profecia de Zacarias
15. "Sixteen, Going on Seventeen", do
os membros de A Igreja de Jesus
(vide Zacarias 9:9), ele tomou a Cristo dos Santos dos Últimos Dias
musical "A Noviça Rebelde".
16. Thoughts... for OneHundred Days
direção do templo por um caminho reverentemente cantam:
(Salt Lake City: Publishers Press, 1966), p. que a jubilosa multidão revestiu com
222. folhas de palmas, ramos floridos e Só por em Ti, Jesus, pensar,
17. Como citado em Richard L. Evans, algumas de suas próprias Sinto-me encher de amor;
Richard Evans' Quote Book (Salt Lake City: vestimentas, assim atapetando Oh, quanto anseio contemplar
Publishers Press, 1971), p. 238. adequadamente o percurso para a
18. Improvement Era, maio de 1960,
Teu rosto, bom Senhor!
p. 340.
passagem de um rei. Ele era o seu (Hinos, número 84.)
19. João 3:16. rei; aqueles eram seus súditos.
20. Mateus 26:39. "Hosana ao Filho de Davi", No Domingo de Ramos e na
21.2 Néfi 31:20-21. clamavam, "bendito o que vem em semana seguinte, no Domingo de

A L lahona/J ulho 1993 65


Páscoa, temos, naturalmente,
maravilhosos pensamentos sobre
Jesus. Na verdade, a Páscoa e, talvez,
o Natal, sejam provavelmente os
únicos períodos do ano em que
alguns irmãos do rebanho de Cristo
acham o caminho da igreja. Isso é de
se admirar, mas fico pensando se os
pensamentos sobre Jesus, que nos
"[enchem] de amor", não deveriam
ser muito mais freqüentes e
constantes em todas as épocas e
estações de nossa vida. Com que
freqüência pensamos no Salvador?
Com que profundidade, com quanta
gratidão e com quanta adoração
refletimos em sua existência? Quão
central em nossa vida achamos que
ele é?
Quanto de um dia normal, de
uma semana de trabalho ou de um
rápido mês devotamos a pensar só
em Jesus? Talvez, para alguns de
nós, não o bastante.
Certamente a vida seria mais
pacífica, casamentos e famílias
seriam mais estáveis, comunidades e
nações seriam mais seguras,
bondosas e construtivas, se mais do
evangelho de Jesus Cristo pudesse
"[encher-nos] de amor".
A menos que prestemos mais
atenção aos sentimentos de nosso
coração, pergunto a mim mesmo que
esperança temos de fazer jus àquela
alegria maior, àquele prêmio mais
doce: "contemplar (o) rosto (do) bom
Senhor".
Em cada dia de nossa vida e em
cada época do ano (não só na
Páscoa), Jesus nos pergunta, como o
66
fez após sua triunfal entrada em
Jerusalém, há muitos anos: "Que
pensais vós do Cristo? De quem é
filho?" (Mateus 22:42.)
Declaramos que ele é o Filho de
Deus e esta realidade deveria
comover nossas almas mais
freqüentemente. Oro para que o faça,
nesta Páscoa e sempre.
Não pode a fala proferir
Som que nos dê mais luz,
Nome mais caro de ouvir,
Que Redentor Jesus!
Testificamos, como o fizeram os
antigos profetas e apóstolos, que o
nome de Cristo é o único nome dado
debaixo dos céus pelo qual um
homem, mulher ou criança pode ser
salvo. E um nome bendito, um nome
afável, um nome sagrado.
Realmente, "não pode a fala
proferir... nome mais caro de ouvir".
Sendo que devíamos pensar no
nome de Cristo com mais freqüência
e usá-lo melhor e mais sabiamente,
que trágico é, e que profunda dor
nos causa, ver que o nome do
Salvador da humanidade se tornou
uma das mais comuns e mal usadas
profanidades.
Nesta Páscoa — quando de novo
somos lembrados de tudo o que
Cristo fez por nós, de quanto somos
dependentes de sua graça redentora
e ressurreição pessoal, e de como seu
nome tem o excepcional poder de
dissipar o mal, vencer a morte e
salvar a alma humana — que todos
façamos mais para respeitar e
reverenciar seu santo nome e, gentil
e cortesmente, incentivar outros a
fazerem o mesmo. Com este belo
hino como advertência, elevemos o
uso do nome da deidade à doce e
sagrada grandeza que merece, o que
foi na verdade, ordenado.
Nestes dias, assim como em
épocas passadas, Jesus declarou:
"Que todos os homens se acautelem
de como tomam em seus lábios o
meu nome —
Lembrai-vos de que aquilo que
vem do alto é sagrado e deve ser
mencionado com cuidado e por
constrangimento do Espírito" (D&C
63:61,64).
Amamos o nome de nosso
Redentor. Que o resgatemos do mau
emprego para a elevada posição a
que tem direito.
Ó esperança do porvir,
Promessa imortal;
Ao pecador hás de ouvir
E perdoar seu mal!
Que bela estrofe musical, e que
mensagem de esperança
fundamentada no evangelho de
Cristo! Algum de nós, em qualquer
situação, não precisa de esperança e
não busca uma alegria maior? Essas
são as necessidades e os anseios
universais da alma humana, e são as
promessas de Cristo a seus
seguidores. A esperança e a alegria
são oferecidas a todos os humildes
de coração contrito.
A contrição é cara — custa-nos
o orgulho e a insensibilidade, mas,
especialmente, custa-nos nossos
pecados. Pois, como o pai do rei
Lamoni sabia, há vinte séculos, esse
é 9 preço da verdadeira esperança.
"Ó D eus", clamou ele, "se tu és
Deus, faz-me-lo saber e abandonarei
todos os meus pecados para
conhecer-te, para que eu possa ser
ressuscitado dos mortos e seja salvo
no último dia" (Alma
22:18).Quando também estivermos
dispostos a abandonar todos os
pecados para conhecê-lo e segui-lo,
também sentiremos a alegria da
vida eterna.
E os humildes? Em um mundo
de pessoas demasiadamente
preocupadas em vencer por meio da
intimidação e que procuram ser o
número um, não são muitos os que
entram na fila para comprar livros
que exortem à humildade. Os
humildes, porém, herdarão a terra,
uma conquista coletiva muito
impressionante — e feita sem
intimidação! Mais cedo ou mais
tarde, e oramos para que seja mais
cedo do que mais tarde, todos
reconhecerão que o caminho de
Cristo é não só o caminho certo, mas,
essencialmente, o único caminho
para a esperança e a alegria. Todo
joelho dobrará e toda a língua
confessará que a mansidão é melhor
que a brutalidade, que a gentileza é
maior que a coação, que a voz suave
afasta a ira. No final, e antes disso
sempre que possível, devemos ser
mais como ele. "Ao pecador hás de
ouvir/E perdoar seu mal!".
Encerrarei meus comentários
como o fez o autor do antigo hino:
Seja meu prêmio junto a ti,
Jesus, meu benfeitor;
Eternamente escolhi
Contigo estar, Senhor!
Essa é minha oração pessoal e
meu desejo para o mundo inteiro
esta manhã. Testifico que Jesus é a
única fonte verdadeira de alegria
duradoura, que a única paz
permanente está nele. Desejo que ele
seja "nossa glória agora", a glória
que aguardamos individualmente e
o único "prêm io", que homens e
nações podem permanentemente
amar. Ele é nosso prêmio no tempo e
na eternidade. Qualquer outro
prêmio será, no final, improdutivo.
Qualquer outra grandeza definhará
com o tempo e se dissolverá com os
elementos. No final, assim como
nesta semana de Páscoa, não teremos
regozijo verdadeiro a não ser em
Cristo.
Nesta sagrada época do ano,
alimentados com a promessa de
renovação de vida, sejamos mais
devotados e disciplinados
seguidores de Cristo. Tratemo-lo
com carinho em nossos pensamentos
e pronunciemos seu nome com
amor. Ajoelhemo-nos ante ele com
humildade e compaixão.
Abençoemos e sirvamos outros, para
que possam fazer o mesmo.
Seja meu prêmio junto a ti,
Jesus, meu benfeitor;
Eternamente escolhi
Contigo estar, Senhor!
Em nome de Jesus Cristo, amém.
Pa z P or M eio da
O ração
Élder Rex D. Pinegar
da Presidência d o s Setenta
O milagre da oração, no meu entender, está em saber
que, nas secretas e silenciosas câmaras da mente,
Deus ouve e responde às orações.
E
m nome da Presidência dos
Setenta, damos, com alegria, as
boas-vindas aos Irmãos Todd
Christofferson e Neil Andersen às
fileiras dos Setenta. Estamos felizes
de poder servir convosco.
Muitas mensagens inspiradoras
sobre oração têm sido dadas do
púlpito deste Tabemáculo. Hoje
acrescento meu testemunho da
bênção de paz que advém do
miraculoso poder da oração.
Alexandre Dumas, em seu conto
clássico O Conde de Monte Cristo,
escreveu: "Pois a oração do homem
feliz é apenas um emaranhado de
palavras, até o dia em que o
sofrimento vem explicar-lhe a
sublime linguagem por meio da qual
ele fala com Deus" (Trans. Lowell
Bair, Nova York: Bantam Books,
1981, p. 34).
Minha juventude foi feliz e
despreocupada, até o dia em que a
tristeza e a tragédia me levaram para
mais perto do Senhor, em humilde e
sincera oração. No verão do meu
décimo terceiro ano de idade, numa
noite de julho, uni-me alegremente a
alguns amigos da vizinhança para
soltar fogos de artifício. Éramos
cinco e revezávamo-nos acendendo a
colorida variedade de foguetes,
rojões e bombas. Cada um era uma
nova surpresa, com sua explosão de
cores e sons pelo escuro do céu.
Nem todos os fogos
funcionaram como deviam. Na
verdade, a maioria deles falhava, ou
seja, eles crepitavam
momentaneamente e depois
morriam; nós os colocamos de lado
até tentarmos acender todos e, no
final, tínhamos tantos defeituosos
que não sabíamos o que fazer. Não
podíamos simplesmente jogá-los
fora. E se esvaziássemos a pólvora
de todos na caixa de papelão?
Poderíamos jogar um fósforo e ter
um estouro gigantesco!
Felizmente, para nós, a idéia não
deu certo — no começo. O fósforo foi
jogado, rapidamente corremos para
longe e esperamos. Nada aconteceu.
Forçando a sorte, tentamos uma
segunda vez, usando um detonador
improvisado feito de jornal enrolado.
Novamente, esperamos
ansiosamente à distância. De novo,
para nosso bem, nada aconteceu.
Nessa hora devíamos ter desistido.
Tolamente, fizemos uma nova
tentativa; desta vez, meu amigo
Mark e eu nos agachamos
A L iahona / J ulho 1993 67
 oração foi proferida na casa de meu
amigo, senti uma paz reconfortante.
Enquanto o médico tratava de
minhas queimaduras eu cantarolava
um hino, encontrando conforto
nestas palavras:
Com fervor fizeste a prece
Ao entristecer?...
Que repouso alcançado
E a humilde oração,
Que ao mais desalentado
Traz consolação!
(Hinos, 1991, número 83)
Todos os dias, quando o médico
trocava minhas ataduras, minha mãe
perguntava: "Ele pode ver?". Por
muitos dias a resposta foi a mesma:
"Não, ainda não". Finalmente,
quando todas as ataduras foram
definitivamente removidas, minha
visão começou a voltar. Eu esperara
por aquele momento com ansiosa
expectativa. A paz e o conforto que
sentira antes davam-me a certeza de
que tudo correria bem. Quando,
entretanto, minha visão clareou o
bastante para que eu enxergasse
minhas mãos e rosto, fiquei chocado,
despreparado para o que via. Para
meu terrível desapontamento,
descobri que tudo não estava bem.
Ver minha pele marcada por
cicatrizes e desfigurada causou-me
muito medo e trouxe-me grandes
dúvidas. Lembro-me de que pensei:
'Nada pode curar esta pele — nem
mesmo o Senhor'.
Com a continuação de minhas
orações e das orações de outros,
senti, com gratidão, a volta dos dons
de fé e paz, e depois, a seu tempo,
minha visão e pele foram curadas.
Meus amigos que se feriram foram
também abençoados com completa
recuperação.
Procuremos sempre obter o
miraculoso dom de paz, que o
Senhor nos dá por meio da oração.
Não nos esqueçamos de "com fervor
[fazer] a prece".
Uno-me a Alma para dizer:
"Que a paz de Deus esteja
convosco,... de agora em diante e
para sempre" (Alma 7:27).
Com este testemunho de paz por
meio da oração, testifico a realidade
de Jesus Cristo, de seu Pai e do
Espírito Santo, que nos guiarão pelo
mesmo caminho miraculoso, por meio
das respostas às nossas orações de fé.
Em nome de Jesus Cristo, amém.
70
Fam ílias e L ares
E spiritualmente F ortes
Élder Joseph B. Wirthlin
do Q uorum dos D oze A póstolos
Os padrões que o Senhor nos deu para a edificação de
templos também se aplicam à edificação da
espiritualidade no lar.
ueridos irmãos, o tema de
Q
meu discurso de hoje é a
edificação de lares e famílias
espiritualmente firmes.
Há alguns anos, durante uma
conferência de estaca em Manitoba,
no Canadá, a irmã Karen Beaumont
expressou seus sentimentos a
respeito das violentas tempestades
de inverno que são comuns naquela
região. Ela disse:
"Gosto imensamente das
tempestades de inverno... O vento a
soprar e a neve a cair trazem-me
uma sensação estimulante... Quando
já não consigo ver as árvores da
fazenda vizinha,... ligo para meu
marido!... Ele, então, apanha as
crianças na escola... É difícil
descrever o que sinto quando vejo
nossa família reunida em casa, com a
tempestade rugindo lá fora... E adoro
isso! Estamos todos seguros e
estamos juntos. Temos bastante
alimento e água. Quanto mais a
tempestade se prolonga, melhor...
Ficamos isolados do mundo...
Deleitamo-nos com o calor de nosso
lar e de nosso amor. Sinto o coração
pleno de paz e alegria. Chego, às
vezes, a desejar poder ficar assim
para sempre, com a família a minha
volta, protegida, longe das maléficas
influências do mundo. Infelizmente,
porém, a tempestade, por fim, cessa.
Escavamos a neve para abrir
caminho para fora de casa, e saímos
a enfrentar o mundo novamente." 1
Provavelmente, todos
desejamos, às vezes, retirar-nos e
isolar-nos das tempestades da vida e
dos flamejantes dardos de Satanás.
Entretanto, devemos estar no mundo
sem ser do mundo, o que significa
que precisamos seguir em meio ao
pecado, ao mal e à corrupção do
mundo, devendo, porém, rejeitá-los
e vencê-los. Estar no mundo pode
ser algo assustador, pois vivemos em
uma época na qual Satanás se está
tornando cada vez mais ousado. O
Senhor disse: "N ão peço que os tires
do mundo, mas que os livres do
mal". (João 17:15!)
O M al Q u e E x ist e no M u n d o _______
Um relatório recente, intitulado
"Crianças em Crise", retrata alguns
aspectos desse mal. Os editores de
certa revista de circulação nacional
fizeram longas considerações a
respeito do que está acontecendo a
nossas crianças:
"D os 65 milhões de americanos
com menos de 18 anos, [muitos]
vivem na pobreza, 22 % vivem com
apenas um dos pais, e quase 3%
vivem separados de ambos os pais.
A violência entre os jovens... está
aumentando rapidamente... As
brigas nos parques que terminavam
com narizes sangrando agora
terminam, às vezes, em morte. As
escolas que antigamente
consideravam conversas durante a
aula uma ofensa grave, estão
rotineiramente revistando as
crianças à procura de armas e
uestionando-as a respeito do uso de
rogas... Uma boa educação pública,
ruas seguras e jantares em família,
com o pai e a mãe presentes,
parecem agora velhas recordações de
um passado distante.... Os pais de
aproximadamente 2.750 crianças se
separam ou se divorciam a cada
dia.... A cada dia, mais de 500
crianças de 10 a 14 anos se iniciam
no uso de drogas ilegais, e mais de
1.000 começam a ingerir bebidas
alcoólicas. Quase a metade dos
estudantes de nível médio usam
drogas ou álcool, ou [se envolvem
em atos imorais ]".2 Os dados
provenientes de outras nações
também são alarmantes.
Estes e muitos outros males de
nossa sociedade atual têm origem na
desestruturação da família. Se
Satanás enfraquecer ou destruir os
laços de amor entre familiares, ele
poderá causar maior miséria e
sofrimento a maior número de
pessoas do que utilizando qualquer
outro método.

Os L a r e s Podem D a r P r o te ç ã o
O local para se curar a maioria
dos males da sociedade é o lar. A
construção de lares como fortalezas
de retidão que nos protejam do
mundo requer trabalho constante e
diligência. Ser membro da Igreja não
é garantia de uma família forte e
feliz. Freqüentemente os pais se
sentem assoberbados. Muitos
precisam cumprir toda a tarefa
sozinhos, ao mesmo tempo que
enfrentam o sofrimento emocional
de um divórcio. O Senhor proveu
um plano para ajudar-nos a ser bem
sucedidos frente a qualquer desafio
que venhamos a enfrentar.
No plano de salvação, todas as
famílias são instrumentos valiosos
nas mãos do Senhor para ajudar a
orientar seus filhos na direção de um
destino celestial. Moldar uma alma
imortal em retidão é o mais elevado
trabalho que podemos realizar, e o
lar é o lugar para fazê-lo. A fim de
cumprir esse trabalho eterno,
devemos tornar o lar um local
centralizado no evangelho. Onde
houver paz e harmonia em
abundância, o Espírito Santo estará
sempre presente. As tempestades do
maligno poderão ser repelidas já na
porta de entrada de nosso lar.
Façamos com que o alicerce
espiritual de cada lar seja a rocha de
nosso Redentor, conforme Helamã
ensinou: "E agora, meus filhos,
lembrai-vos, lembrai-vos de que é
sobre a rocha de nosso Redentor, que
é Cristo, o Filho de Deus, que deveis
construir os vossos alicerces, para
que quando o demônio desencadear
a fúria de seus ventos, quando soltar
suas flechas no furacão, sim, quando
todo o seu granizo e violenta
tempestade vos colherem, nada disso
tenha força para vos arrastar ao golfo
da miséria e angústia sem fim, por
causa da rocha sobre a qual estais
edificados; porque é uma fundação
segura, da qual não caem os homens
que nela constroem. (Helamã 5:12.)
Os padrões dados pelo Senhor
para a edificação de um templo
também se aplicam à edificação da
espiritualidade no lar: "Organizai-
vos; preparai todas as coisas
necessárias; e estabelecei uma casa,
mesmo uma casa de oração, uma
casa de jejum, uma casa de fé, uma

A L i a h o n a / J u l h o 1993 71

casa de ensino, uma casa de glória,
uma casa de ordem, uma casa de
Deus". (D&C 88:119.) Porventura
seguimos este conselho do Senhor?
Fazemos o que ele nos diz? Será
melhor que edifiquemos o lar de
acordo com este plano, pois do
contrário ele estará destinado ao
fracasso.
P a d r õ e s D iv i n o s p a r a o
F o r t a l e c im e n t o E s p i r i t u a l
Uma Casa de Oração e jejum
Para que o lar se torne uma casa
de oração e de jejum, devemos
"[orar] sempre, para que [possamos]
sair [vencedores]; sim, para que
[possam os]... escapar das mãos dos
servos de Satanás, que apóiam o seu
trabalho". (D&C 10:5.)
Nossa família deve reunir-se
para a oração em família pela manhã
e à noite. Além disso, devemos fazer
nossas orações individuais pelas
necessidades pessoais.
77
Uma Casa de Fé
Podemos tomar nosso lar uma
casa de fé acreditando na bondade
de Deus e acreditando que podemos
viver os princípios do evangelho e
ter paz e segurança. Precisamos da fé
para sermos obedientes,
perseverarmos e mantermos uma
perspectiva positiva. Sentimo-nos, às
vezes, desanimados e com vontade
de desistir. Mas, como disse certa
vez um velho vaqueiro: "Quando
caio do cavalo, preciso montar de
novo e seguir cavalgando". Nunca
devemos desistir.
Quando penso em fé, lembro-me
do exemplo de dois grandes profetas
do Livro de Mórmon: Alma e Néfi.
Tendo fé, Néfi voltou a Jerusalém
para apanhar as placas de latão, "não
sabendo de antemão o que deveria
fazer". (1 Néfi 4:6.) Alma orou com
fé pela conversão de seu filho
rebelde, que se tomara "um homem
malvado e idólatra" e "tratava de
destruir a Igreja de Deus". (Mosiah
27:8,10; vide os versículos 8-37.)
Uma Casa de Ensino e de Glória
Todo lar é uma casa de ensino,
seja para o bem ou não. Os membros
da família devem aprender a ser
obedientes, honestos, trabalhadores,
auto-suficientes e fiéis no
cumprimento dos princípios do
evangelho, ou poderão aprender
outra coisa. O ensino do evangelho
no lar dos membros da Igreja deve
basear-se nas escrituras e nas
palavras dos profetas atuais.
O Senhor ordenou aos pais que
ensinem seus filhos. O rei Benjamim
orientou os pais da seguinte
maneira: "N ão permitireis que
vossos filhos andem famintos ou
desnudos, nem que transgridam as
leis de Deus, e briguem e disputem
entre si e sirvam ao diabo....
Mas ensiná-los-eis a andar pelos
caminhos da verdade e da
moderação; ensiná-los-eis a se
amarem mutuamente e a servirem
uns aos outros". (Mosiah 4:14-15.)
Enfatizando esse dever, o
Senhor admoestou os pais de que se
não ensinarem os filhos a
"compreender a doutrina do
arrependimento, da fé em Cristo, o
Filho do Deus vivo, e do batismo, e
do dom do Espírito Santo pela
imposição das m ão s,... sobre a
cabeça dos pais seja o pecado".
(D&C 68:25.)
Uma palavra de conselho aos
pais: Ensinai vossos filhos a orar, a
confiar no Senhor para orientação
essoal e a expressar gratidão pelas
ênçãos recebidas. As crianças
aprendem convosco a distinguir o
bem do mal. Aprendem que mentir,
enganar, roubar ou cobiçar o que
pertence ao próximo é errado.
Ajudai-os a aprender a santificar o
dia do Senhor e a pagar o dízimo.
Ensinai-os a conhecer os
mandamentos de Deus e a obedecer
a eles. Ensinai as crianças pequenas a
trabalhar, e ensinai que o trabalho
honesto traz dignidade e auto-
respeito. Ajudai-as a ter prazer no
trabalho e a sentir a satisfação do
serviço bem feito.
Em 1904, o Presidente Joseph F.
Smith disse aos pais: "N ão deixeis
vossos filhos nas mãos de
especialistas..., mas ensinai-os por
meio de vossos próprios preceitos e
exemplos, dentro de vossos próprios
lares. Sede vós mesmos os
especialistas da verdade... Nem uma
criança, em cem, se perderá se o
ambiente, exemplo e ensino
oferecidos no lar estiverem em
harmonia com as verdades do
evangelho de Cristo, conforme
revelado e ensinado aos santos dos
últimos dias". 3
A maneira ideal de se
transformar um lar em uma casa de
ensino é realizar fielmente as noites
familiares. A Igreja reservou as
noites de segunda-feira para esse
propósito. Em 1915, a Primeira
Presidência instruiu os líderes e pais
a iniciarem a realização de noites
familiares, uma ocasião em que os
pais devem ensinar os princípios do
evangelho à própria família. A
Presidência escreveu: "Se os santos
seguirem este conselho, prometemos
que receberão grandes bênçãos.
Haverá maior amor no lar e
obediência aos pais. A fé se
desenvolverá no coração dos jovens
de Israel, e eles terão o poder de
combater as más influências e
tentações que lhes sobrevierem ".4
O Presidente David O. McKay
renovou a mesma promessa em
1965, acrescentando que a juventude
teria poder para "escolher a retidão e
a paz, sendo-lhes garantido um
lugar no círculo familiar de nosso
Pai".5 Em 1976, a Presidência
reafirmou que "a constante
participação nas noites familiares
desenvolve um maior sentimento de
valor pessoal, união familiar, amor
ao próximo e confiança em nosso Pai
Celestial".6
Ao levarmos em consideração
tão gloriosas bênçãos, era de esperar
que todos os membros fiéis da Igreja
fossem extremamente diligentes no
cumprimento desse conselho
profético. Naturalmente, porém,
somos todos humanos, e nossos
melhores planos nem sempre se
concretizam. E por que não? Não
deixemos que isso aconteça por falta
de empenho. Sei que o Senhor
cumpre suas promessas. Sei também
que podemos cumprir esse
mandamento se nos organizarmos e
nos prepararmos em "todas as coisas
necessárias".
Sou grato por meus pais e avós
terem proporcionado tais tradições
de ensino a nossa família. Meu pai
escreveu sobre como seus pais o
ensinavam quando criança:
"Com voz melodiosa e alegre,
Élderes Dennis B. Neuenschwander, Harold C. Hillam, e Dallas N. Archibald, dos Setenta.
minha mãe chamava: 'Venham,
crianças, está na hora de cantar e
contar histórias'... Ela se sentava em
uma velha cadeira de balanço,
recomendava-nos que prestássemos
atenção, cantássemos direito e
fizéssemos perguntas...
Aprendíamos a letra da canção
e, depois, seu significado ou a
história nela retratada nos era
explicado. 'A Primeira Oração de
Joseph Smith' nos ensinou a história
da restauração do evangelho, e por
meio dela a biografia de Joseph
Smith deixou-nos uma impressão
marcante. 'Vinde, ó Santos' abriu-
nos as portas do entendimento para
a grandiosidade das realizações, fé e
lealdade dos pioneiros...
Um testemunho do chamado
divino de Joseph Smith, da
veracidade do Livro de Mórmon e,
acima de tudo, da realidade de nosso
Pai Celestial e de seu Filho, Jesus
Cristo, foram bênçãos decorrentes da
hora de cantar e contar histórias de
nossa família." Meu pai escreveu
ainda: "Tenho o coração cheio de
gratidão para com minha angelical
mãe... por ter-me ensinado a
doutrina do arrependimento, fé,
batismo e dom do Espírito Santo. Ela
me ensinou o poder e a bênção da
oração, a existência real do Pai e do
Filho, e que Joseph Smith viu e falou
com eles quando tinha apenas
quatorze anos de idade.
Aprendemos com ela que o Profeta
recebeu a visita de outros
mensageiros celestiais..., e que por
meio deles a Igreja de Jesus Cristo foi
restaurada na terra.7"
Quando era menino, nossa noite
familiar realizava-se junto à mesa do
jantar. Era muito agradável e
prazerosa. Nessa ocasião, meu pai
recordava e nos contava a história de
sua vida. Ele muitas vezes nos
contava suas experiências
inspiradoras e emocionantes da
época em que pregara o evangelho
como missionário na Alemanha.
Cada história parecia ficar mais
interessante cada vez que era
contada. Cresci sem jamais ter
qualquer dúvida de que me tornaria
um missionário, e nunca perdi o
fervor que ele instilou em minha
vida. Minha mãe ensinou-nos a
respeito da nobreza de seus pais
pioneiros e de sua grande fé no
evangelho.
O lar pode literalmente tornar-se
uma casa de glória. As lembranças
de nossa tenra infância podem ser de
muito valor para nossa vida diária.
Uma Casa de Ordem
Para manter a ordem no lar, os
pais devem assumir a liderança,
exercer a autoridade paterna em justo
domínio, e estabelecer padrões de
comportamento aceitável para os
filhos, determinando limites e pondo-
os em prática de modo coerente. Eles
devem ensinar e orientar os filhos
A L i a h o n a / J u l h o 1993 73
 "com persuasão, com longanimidade,
com mansuetude e ternura, e com
amor não fingido; com benignidade,...
reprovando às vezes com firmeza,
uando movido pelo Espírito Santo; e
epois, mostrando um amor maior".
(D&C 121:41-43.) Os pais, então, terão
o respeito dos filhos, e os filhos
honrarão os pais, unindo a família.
Outra garantia de ordem no lar é
certificar-se de que os filhos sejam
abençoados, batizados, e que os
meninos recebam o sacerdócio. Além
disso, os filhos devem tomar-se
dignos de entrar no templo sagrado,
ser missionários e receber a grande
bênção do casamento eterno.
Uma Casa de Deus
Irmãos, se fizerdes do lar uma
casa de oração, jejum, fé, ensino,
glória e ordem, ele se tornará uma
casa de Deus. Se edificardes o lar no
alicerce da rocha de nosso Redentor
e do evangelho, ele poderá ser um
santuário onde vossas famílias serão
protegidas das violentas
tempestades da vida.
Testifico a divindade do
Salvador, Jesus Cristo, o Filho de
Deus. Somos filhos espirituais de
nosso Pai Celestial. Ele se importa
com cada um de nós e deseja que
nosso lar e nossa família sejam
espiritualmente fortes. Joseph Smith
é verdadeiramente um profeta de
Deus, assim como todos os seus
sucessores, incluindo o Presidente
Ezra Taft Benson. Em nome de Jesus
Cristo, amém.
NOTAS
1. Manuscrito não publicado,
Conferência da Estaca Winnipeg Manitoba,
em 27 de outubro de 1990.
2. Louis S. Richman, "Struggling to Save
Our Kids", Fortune, 10 de agosto de 1992, pp.
34-35.
3. Gospel Doctrine: Selections from the
Sermons and Writings of Joseph F. Smith (Cidade
do Lago Salgado: Deseret Book Co., 1939), p.
302.
4. James R. Clark, comp., Messages ofthe
First Presidency ofThe Church of Jesus Christ of
Latter-day Saints, 6 vols. (Cidade do Lago
Salgado: Bockcraft, 1970), 4339.
5. Family Home Evening Manual (Cidade
do Lago Salgado: O Conselho dos Doze
Apóstolos de A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias, 1965), pp. iii
6. Manual de Noite Familiar (Cidade do
Lago Salgado: A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias, 1976), p. 3.
7. Joseph L. Wirthlin, A Heritage ofFaith,
comp. Richard B. Wirthlin (Cidade do Lago
Salgado: Deseret Book Co., 1964), pp. 42-43.
74
E sta T ranqüila
C a sa de D eus
Presidente Gordon B. Hinckley
Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência
Todo templo, seja grande ou pequeno, velho ou novo,
é uma expressão de nosso testemunho de que a vida
além-túmulo é tão real e certa quanto a mortalidade.
E
stou certo de que reconheceis
que falar a esta vasta
congregação é uma enorme
responsabilidade. Eu peço vossa fé.
Quinta-feira passada, como
parte de nossa preparação para esta
conferência, todas as Autoridades
Gerais tiveram uma experiência
familiar a muitos de vós nesta
congregação. Em espírito de jejum e
oração, nós e nossas esposas
participamos da bênção maravilhosa
de uma sessão de investidura no
Templo d£ Lago Salgado.
Ao término dessa experiência,
éramos pessoas melhores, porque
tudo que lá ocorreu foi edificante e
purificador.
Não necessito lembrar-vos de
que é um grande privilégio entrar na
Casa do Senhor e participar das
ordenanças ali administradas. Quão
notável é cada um desses sagrados
edifícios, dedicados para propósitos
divinos e eternos em sua natureza.
Eles estão à disposição de todos nós,
devido a um preço pago por outras
pessoas.
O preço mais alto de todos foi
pago pelo Filho de Deus, o Salvador
e Redentor do mundo. Ele deu a
vida na cruz do Calvário, pelos
pecados de toda a humanidade.
Devido a essa dádiva, todos temos
asseguradas as bênçãos da
ressurreição. E também, por causa
dessa dádiva, poderemos obter vida
eterna e exaltação no reino de nosso
Pai, se nos esforçarmos para
conquistá-la.
Comparado à imensidão do
sacrifício do Salvador e das
conseqüências de sua expiação, o
preço pago para levantar esses
templos sagrados é verdadeiramente
pequeno.
Foi isso o que pensaram as
pessoas que construíram o magnífico
Templo de Lago Salgado.
Este é o primeiro domingo de
abril de 1993. Retrocedei comigo,
exatamente um século, a este mesmo
local. Não, retrocedamos exatamente
cento e um anos-. E a conferência de
abril de 1892. Este local está
apinhado de gente. A multidão é a
maior que já se reuniu nesta parte do
Oeste. Há milhares e milhares de
pessoas. Nem todas podem entrar,
tão grande é seu número. Vemo-las
nas ruas vizinhas. Algumas subiram
em postes telefônicos, outras em
árvores. É o momento da colocação
da grande esfera de granito que
coroa a torre mais alta, no lado leste.
E um dia de comemoração. Em cima
da esfera há uma figura de bronze,
banhada em ouro. A figura
representa Morôni — profeta,
escritor e compilador do Livro de
Mórmon. A figura representa o anjo
mencionado por João, o Revelador,
quando declarou com visão
profética:
"E vi outro anjo voar pelo meio
do céu, e tinha o evangelho eterno,
para o proclamar aos que habitam
sobre a terra, e a toda nação, e tribo,
e língua, e povo.
Dizendo com grande voz: Temei
a Deus, e dai-lhe glória; porque
vinda é a hora do seu juízo. E adorai
aquele que fez o céu, e a terra, e o
mar, e as fontes das águas"
(Apocalipse 14:6-7).
Diante da multidão, o Presidente
Wilford Woodruff toca um
interruptor. A esfera com o anjo é
fixada. O presidente dirige a
multidão em um grito grandioso e
sagrado: "Hosana! Hosana! Hosana
a Deus e ao Cordeiro!".
Nunca houvera nada igual, e
nunca mais houve algo semelhante.
O grito era uma expressão de
adoração. Manifestava gratidão.
Aquele foi um dia de ação de graças
inigualável. Foi um dia com o qual
aquele povo havia sonhado por
quase quarenta anos. Haveis ouvido
e lido muito, ultimamente, a respeito
daqueles quarenta anos de luta.
Meu bisneto de 6 anos, Peter,
esteve em Lago Salgado com a
família, nas férias de verão do ano
passado. Os pais levaram-no à Praça
do Templo. Apontaram para o
edifício e explicaram-lhe que levara
quarenta anos para ser construído. Usando fones de ouvido ligados às cabines de tradução instaladas no subsolo do Tabernáculo, os visitantes
estrangeiros da conferência recebiam a tradução simultânea dos discursos da conferência.
Ele perguntou: "Por que levaram
quarenta anos para construir o
templo, quando o Senhor levou seis fé inabalável na perseguição de uma ue terminassem o interior e
dias para criar toda a terra?". meta. edicassem o templo dali a um ano,
Em julho de 1847, Brigham Nesse tempo, três outros belos em 6 de abril de 1893, quarenta anos
Young apontara o local do templo, templos haviam sido levantados no após o assentamento das pedras
apenas quatro dias após a chegada território — em St. George, em fundamentais.
dos pioneiros a este vale. Aquele Logan e em Manti. Um vigoroso grito de aprovação
ponto fora marcado por Wilford O maior sonho de todos, porém, encheu o ar.
Woodruff. Em 6 de abril de 1853, estava aqui na Praça do Templo. E, Uma coisa, porém, era dizer sim
foram assentadas as pedras em abril de 1892, as paredes no entusiasmo do momento, e outra
fundamentais. Todos vós estais externas, torres e telhado já haviam realizar a tarefa. Algumas pessoas,
familiarizados com a história dos sido terminados. Não é de admirar práticas e experientes, disseram que
anos seguintes — anos de esforço e que o povo gritasse hosana. Mais de jamais poderia ser realizada.
grandes decepções; anos de trabalho uma geração havia passado desde o O edifício era apenas uma casca.
sob sol e chuva, trazendo grandes início do trabalho. Wilford Woodruff Iniciou-se uma grandiosa obra, a fim
blocos de granito dessas colinas tinha então 85 anos e era Presidente de terminar seu interior.
eternas e preparando as pedras, cada da Igreja. Diante da grande multidão Colocaram-se pisos, levantaram-
pedaço segundo um molde reunida naquele dia, Francis M. se divisórias, instalaram-se
cuidadosamente desenhado; anos de Lyman apresentou uma moção para encanamentos, além dos fios

A L iahona / J ulho 1993 75


elétricos. E então chegou a hora do
extraordinário trabalho de
acabamento.
Pregaram-se muitos metros de
ripas de madeira. Hidrataram-se
toneladas de cal para transformá-la
em gesso. Madeira foi cortada, posta
a secar, serrada e transformada em
maravilhosas obras.
Enquanto preparava as
ordenanças para uso em templos
mais modernos, passei muitas horas
e dias trabalhando no magnificente
Assembly Hall (Salão de
Assembléias) do Templo de Lago
Salgado. Maravilhei-me com a
habilidade daqueles que construíram
tão fortes e graciosas estruturas,
como as quatro escadas de canto ali
existentes. Já tive a oportunidade de
apreciar obras-primas arquitetônicas
em todo o mundo, mas nunca vi
trabalho mais belo do que o
encontrado na Casa do Senhor. Há
várias colunas caneladas, com flores
delicadamente esculpidas no topo.
Há numerosas obras de pedra,
76
madeira e gesso, com intricados e
artísticos desenhos. Nada foi
poupado para transformar esta casa
de Deus em um local cheio de
beleza.
Deve ter parecido impossível
fazer tudo isto em um ano, mas
artífices que haviam aprendido seu
ofício na Europa e nas Ilhas
Britânicas, e que vieram para estes
vales do Oeste dos Estados Unidos
como conversos, foram incansáveis.
De algum modo, aconteceu. De
algum modo, tudo ficou pronto em
doze meses.
Maravilha das maravilhas e
milagre dos milagres, estava pronto
em 5 de abril. Os principais jornais
do país enviaram correspondentes.
Seus elogios ao que viram foram
ilimitados. No dia anterior à
dedicação, o Presidente Wilford
Woodruff convidou um grande
número de pessoas de fora da Igreja
para visitarem o edifício. Elas foram
tocadas. Reconheceram aqui uma
beleza que não era resultante apenas
de habilidade, mas também de
inspiração.
Interrompo agora minha
narrativa por alguns momentos, para
falar de meu reverente apreço e
gratidão por esta singular realização.
Tudo isto foi feito nos dias de
pobreza de nosso povo. Desde essa
época, construímos e dedicamos
quarenta e um outros templos, cada
um, por si só, um clássico.
Dedicaremos outro belo templo em
San Diego, no final deste mês. Fomos
abençoados com os meios para fazer
tudo isto. Esses meios são fruto da
dedicada consagração de nosso
povo. Cada um desses edifícios é
sagrado. Cada um contém a
inscrição encontrada na parede leste
do Templo de Lago Salgado:
Santidade ao Senhor — A Casa do
Senhor. Cada um foi dedicado pelo
mesmo propósito, para ajudar na
realização da obra divina de Deus,
nosso Pai Eterno, que declarou: "Esta
é a minha obra e minha glória:
proporcionar a imortalidade e a vida
eterna ao homem" (Moisés 1:39).
As ordenanças que são
ministradas em cada templo são
idênticas às ordenanças ministradas
no Templo de Lago Salgado e
igualmente eficazes.
Temos sido criticados pelo custo
desses edifícios, um custo causado
pela excepcional qualidade da mão-
de-obra e dos materiais usados. Os
que nos criticam não entendem que
essas casas são dedicadas como
moradas da Deidade e, como
afirmou Brigham Young, devem
atravessar o Milênio.
Considero significativo que o
Templo de Lago Salgado, edificado
na época dos pioneiros, seja o maior
que já foi construído,
independentemente de nossa
situação. Nossos arquitetos dizem
que ele tem 2.186 metros quadrados.
O belo Templo de Los Angeles tem
1.642, e o de Washington, que é visto
por milhares de pessoas que passam
de carro, tem 1.383 metros
quadrados. Creio que nosso povo
jamais em nossa história construiu
ou terminou um edifício de tal
magnitude, complexidade de
desenho e excelência artística como a
estrutura que hoje homenageamos
pelo centenário de sua dedicação.
Por que todo este esforço
centralizado em um edifício, e por
que tanto trabalho para construir
 outros com o mesmo propósito?
O motivo é sempre o mesmo. Os
propósitos dos templos, que são
vários, foram estabelecidos por
palavras de verdade revelada.
Ouçamos algumas linhas da oração
dedicatória, proferida no Templo de
Kirtland em 1836, em linguagem que
o Profeta Joseph diz ter sido
revelada:
"E nós te rogamos, Pai Santo,
que os teus servos possam sair desta
casa armados com o teu poder, e que
o teu nome esteja sobre eles, e tua
glória ao redor deles, e que os teus
anjos zelem por eles" (D&C 109:22).
E mais:
"Inculca nos teus servos o
testemunho do convênio, para que,
quando saírem a proclamar a tua
palavra, possam selar a lei, e
preparar os corações dos teus santos
para todos aqueles julgamentos que
estás prestes a, em tua ira, enviar
sobre os habitantes da terra, por
causa de suas transgressões, e para
ue o teu povo não desfaleça no dia
a aflição." (D&C 109:38.)
E de outra revelação recebida
nos dias de Nauvoo:
"Pois não há lugar nenhum na
terra em que ele possa vir para vos
restaurar outra vez aquilo que se
perdeu, ou aquilo que ele levou,
mesmo a plenitude do sacerdócio.
Pois não existe na terra uma
fonte batismal, onde os meus santos
possam ser batizados pelos mortos —
Pois essa ordenança pertence à
minha casa...
Mas vos mando a todos vós
meus santos, que construais uma
casa ao meu nome...
E na verdade vos digo que seja
esta casa construída em meu nome,
para que nela eu possa revelar ao
meu povo as minhas ordenanças;
Pois à minha igreja me digno
revelar coisas que têm sido
conservadas ocultas desde antes da
fundação do mundo, coisas que
dizem respeito à dispensação da
plenitude dos tempos." (D&C
124:28-31,40-41.)
Cada templo construído por A
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias levanta-se como
expressão do testemunho deste
povo, de que Deus, nosso Pai Eterno,
vive, que ele tem um plano para
abençoar seus filhos de todas as
gerações, que seu Filho Amado,
Jesus Cristo, que nasceu em Belém
Élderes Robert E. Wells, e W. Eugene Hansen, dos Setenta.
da Judéia e foi crucificado na cruz do
Gólgota, é o Salvador e Redentor do
mundo, e que seu sacrifício
expiatório torna possível o
cumprimento desse plano na vida
eterna de cada um que aceita e vive
o evangelho. Cada templo, seja
grande ou pequeno, antigo ou novo,
é uma expressão de nosso
testemunho de que a vida além-
túmulo é tão real e certa quanto a
mortalidade. Não haveria
necessidade de templo se o espírito e
a alma humanos não fossem eternos.
Cada ordenança realizada nessa casa
sagrada é de conseqüências eternas.
Enquanto estava na terra, o Senhor
conferiu a seus discípulos escolhidos
o sacerdócio eterno, dizendo:
"E eu te darei as chaves do reino
dos céus, e tudo o que ligares na
terra será ligado nos céus, e tudo o
ue desligares na terra será
esligado nos céus" (Mateus 16:19).
Essa mesma autoridade foi
concedida, nesta geração, pelas mãos
de Pedro, Tiago e João, que a
receberam diretamente do Senhor.
Esse poder de selar nos céus o que
for selado na terra é exercido nessa
casa sagrada. Todos somos sujeitos à
morte física, mas por meio do plano
eterno, que se tornou possível pelo
sacrifício de nosso Redentor, todos
podem avançar para glórias
infinitamente maiores do que
qualquer das coisas maravilhosas
desta vida.
Foi por esse motivo que os de
uma geração anterior lutaram tanto,
com tanta fé, para construir uma
casa digna de ser dedicada a Deus, o
Pai Eterno, e a seu Filho Amado, o
Senhor Jesus Cristo. E esse foi o
propósito da construção dos templos
que precederam o de Lago Salgado e
dos que vieram depois, incluindo o
novo e belo Templo de San Diego,
cuja dedicação se dará em breve.
Aliás, aproveito a oportunidade
para dizer que haverá outros. Um
formoso templo em Bountiful, Utah,
deverá ser dedicado em 1995. Em
um terreno que pertence à Igreja há
muitos anos, em American Fork,
Utah, será construído outro.
Mais um, em Orlando, Flórida,
está em construção, e temos
esperança de este ano iniciar a do
Templo de St. Louis, Missouri.
Locais já estão reservados para um
templo em Connecticut e outro no
norte da Inglaterra. Projetos de
arquitetura para os templos de
Bogotá, na Colômbia, Guaiaquil, no
Equador, e Hong Kong, acham-se
em andamento e estamos em
processo de aquisição de
propriedades na Espanha e em pelo
menos três outros países.
Ao fazermos tudo isso, estamos
agindo como nossos antepassados —
ampliando e fortalecendo as estacas
de Sião; estamos levando o
evangelho às nações da terra;
estamos levando avante um vigoroso
trabalho de pesquisa da história da
família, para que uma obra de
redenção possa ser empreendida em
favor de milhões de pessoas que
passaram pelo véu da morte.
Estamos ajudando os pobres e os
A L iahona /J ulho 1993 71
 necessitados e contribuindo
generosamente com alimentos e
roupas para auxiliar muitos milhares
de irmãos em terras estrangeiras,
que não são de nossa fé, mas que
passam fome e privações por causa
de guerras e devastações da
natureza.
Agora, gostaria de retornar a 6
de abril de 1893. Houve uma
tempestade terrível naquele dia.
Choveu torrencialmente e o vento
soprou com fúria selvagem. Foi
como se as forças do mal estivessem
vociferando em violento protesto
contra essa consagração.
Tudo, porém, era paz e
tranqüilidade dentro das espessas
paredes de granito. O idoso profeta,
na época com oitenta e seis anos,
conduziu o povo ao belo salão de
assembléias do quinto andar. O salão
estava completamente lotado
naquela que foi a primeira de
quarenta e uma sessões. Após a
música de abertura e as boas-vindas,
o Presidente Wilford Woodruff
dirigiu-se ao púlpito, na extremidade
leste do salão, e proferiu a oração
dedicatória.
Foi uma oração emocionante e
vigorosa, uma expressão dos
corações daqueles que amam o
Senhor.
A oração foi seguida por uma
maravilhosa aclamação de Hosana
por todos os presentes. O coro então
cantou a composição de Evan
Stephens com aquelas mesmas
palavras de louvor ao Todo-
Poderoso: "Hosana, hosana, hosana
ao Deus de Belém!" e a congregação
uniu-se ao coro, cantando "Tal Como
um Facho", que fora entoado na
dedicação do Templo de Kirtland.
E agora, ao deixar convosco meu
testemunho desta casa sagrada, da fé
daqueles que a construíram, da
verdade e legitimidade das
ordenanças aqui cumpridas, convido
o Coro do Tabernáculo a novamente
cantar a mesma antífona "H osana",
acompanhado das congregações,
onde quer que estejam, cantando
"Tal como um facho de luz vem
ardendo o Espírito Santo do meu
Salvador" (Hinos, 1991, número 2).
Espero que, ao fazê-lo, desperte
em nós ardente testemunho da
divindade desta obra e gratidão ao
Todo-Poderoso, a quem este reino
pertence. Em nome de nosso Divino
Redentor, Jesus Cristo, amém.
78
SESSÃO VESPERTINA DE DOMINGO
4 de abril de 1993
"Eis que o Inimigo E stá
R eunido" (d&c 3&12)
Élder N eal A. Maxwell
do Q uorum dos D oze A póstolos
A ortodoxia nos pensamentos e no comportamento
proporciona-nos segurança e felicidade ao
enfrentarmos as tormentas, inclusive os "ventos de
doutrina
H
á alguns anos, surpreendia-
me com a imagem descrita
nas escrituras de anjos
esperando "dia e noite" pelo
"grande comando" de descer e ceifar
o joio em um mundo iníquo e
sofredor; pareciam-me por demais
ansiosos. (Vide D&C 38:12; 86:5.)
Diante de tanto sofrimento humano
desnecessário, entretanto, não me
surpreendo mais!
Mesmo assim, a ceifa final
ocorrerá apenas quando o Pai
determinar que o mundo está
"completamente amadurecido".
(D&C 86:7.) Entrementes, o desafio é
sobrevivermos espiritualmente em
um mundo de "trigo e joio" que se
deteriora. (Vide v. 7.)
Admito que alguns desertores
ou dissidentes às vezes nos
exasperam ao ressaltarem
excessivamente suas preocupações
particulares, mas são os efeitos
avassaladores do mundo em
deterioração sobre os membros da
Igreja que constituem o "perigo claro
e atual". "Maldades e desígnios"
realmente atuam por meio de
"homens conspiradores nos últimos
dias". (D&C 89:4.) O Senhor até
anuciou: "Eis que o inimigo está
reunido" (D&C 38:12).
Não devemos, contudo, ficar
intimidados ou perder a serenidade
— embora aquilo que era
moralmente inaceitável se esteja
tornando aceitável — como se a
freqüência com que a imoralidade é
praticada lhe conferisse
respeitabilidade!
Uma das formas mais sutis de
intimidação é a normalização
gradativa da aberração! Alexander
Pope acautelou-nos:
O vício é um monstro de aparência tão
aterradora,
Que para odiá-lo basta vê-lo;
Contudo, se o vemos com freqüência,
acostumamos com sua face, e
Primeiro o suportamos, depois o
lamentamos, e, finalmente, o
abraçamos.
(Alexander Pope, em The Oxford
Dictionary of Quotations, 3a. ed.,
Oxford University Press, 1979, p.
379.)
 Hoje, a luxúria desfila
abertamente como amor, a
licenciosidade posa como liberdade,
e sons estridentes fantasiam-se de
música. O mal chama a si mesmo de
bem e geralmente consegue safar-se!
Não que eu queira diminuir a
circunferência da liberdade, mas o
tamanho desse círculo não é a única
medida do bem-estar social.
Assim, exultar, como fazem
alguns, com a decadência permitida
no exterior do círculo, é ignorar os
efeitos deletérios de tais
vulgaridades sobre todos os que se
acham no interior dele. A descrição
do poeta Yeats vem a calhar:

Voando em círculos cada vez mais

amplos,
O falcão não consegue ouvir ofalcoeiro;
Tudo desmorona; o centro não sustenta;
A anarquia pura está solta no mundo.
(William Butler Yeats, "The Second
Corning", st.l.)

Atribuem-se ao historiador Will

Durant estas relevantes palavras: "Se
a fome pela liberdade destrói a
ordem, então a fome pela ordem
destruirá a liberdade". Seguindo esse
raciocínio, como é possível haver
uma crescente perda de controle do
impulso individual, sem uma perda
correspondente da liberdade
coletiva?
A violência sobeja, muitas vezes
para comprar drogas a fim de perder
a sintonia com o mundo, em vez de
vencê-lo. Como predito, nossos dias
assemelham-se com rapidez aos dias
de Noé, especialmente notáveis por
seus padrões de corrupção e
violência. (Vide Mateus 24:37;
Gênesis 6:11.) Não é de admirar que
o adversário perseverantemente
promova todos os velhos e
difundidos pecados, não por faltar-
lhe imaginação, mas por ser tão
constante a colheita.
O aborto, cuja incidência cresce
enormemente, faz-nos perguntar:
"Afastamo-nos tanto do segundo
grande mandamento de Deus —
ama teu próximo — que um bebê no
ventre não tem mais o direito de ser
amado — pelo menos como o
próximo da própria mãe?". Mesmo
assim, a violência para com uma
criança em gestação não justifica
outras violências!
E quanto aos nossos vizinhos?
Há muito tempo, Tocqueville previu
James P. Blair, fotógrafo da equipe da "National Geographic", fotografou a conferência como parte de um
artigo sobre Utah a ser publicado na revista, no próximo ano.
como o individualismo,
desvinculado da família e da
comunidade, poderia produzir a
"multidão solitária", dizendo:
"Assim, a democracia faz com
que cada homem não apenas
esqueça seus antepassados, mas
esconde seus descendentes e separe
dele seus contemporâneos; atira-o
para sempre de volta a si mesmo e,
no final, confina-o totalmente à
solidão de seu próprio
coração."(Alexis de Tocqueville,
"Democracy in Am erica", citado em
Political Thought in America, de
Andrew M. Scott, New York Rinehart
& Company, In c . , 1959, p. 225.)
Na busca de sua identidade e de
seu próprio lugar, muitos
adolescentes, supostamente espertos,
estão agora confinados á solidão de
uma gangue. Qual a vantagem de
dominar a rua, se a rua em que está
não leva a lugar nenhum? As
gangues marcam o fracasso tanto das
famílias como das comunidades,
além de simbolizarem uma revolta
geral contra a autoridade.
Em vez de sermos vizinhos
comunicativos, deixamo-nos inundar
por debates na televisão, alguns dos
quais apresentam, não conversas
verdadeiras, mas exibicionismo e
"voyeurismo" verbal entre virtuais
estranhos.
Estamos sendo inundados por
novelas que deveriam ser lavadas
com água e sabão! Algumas pessoas
afirmam seriamente que a violência e
a vulgaridade na televisão ou na
mídia não afetam os espectadores.
Isto, porém, suscita perguntas a
respeito da renda resultante de
comerciais, precisamente devido a
sua influência. Ou nós merecemos
reformas, ou os patrocinadores
merecem reembolso!
As pessoas que zombam dos
valores morais tradicionais deveriam
ouvir este conselho dos Durants:
"U m jovem com hormônios
super-ativos pensará por que não
deve dar plena expansão a seus
desejos sexuais; e se ele não for
refreado pelos costumes, pela
moralidade, ou pelas leis, poderá

A L iahona /J ulho 1993 79


O Coro do Tabernáculo e a congregação cantam "Tal como um Facho" para comemorar o 200° aniversário
da dedicação do Templo de Lago Salgado.
arruinar sua vida antes de
amadurecer o suficiente para
compreender que o sexo é um rio de
fogo que precisa ser contido e
esfriado por uma centena de
restrições, a fim de não consumir
tanto o indivíduo como o grupo.
(Will e Ariel Durant, The Lessons of
History, New York: Simon e
Schuster, 1968, pp. 35-36.)
A sensualidade exalta
erroneamente a capacidade de sentir,
de modo que as pessoas perdem a
capacidade de sentir! Três profetas
diferentes, em três dispensações
diferentes, lamentaram as pessoas
que "(perderam) a sensibilidade".
(Vide 1 Néfi 17:45; Efésios 4:19;
Morôni 9:20.) Podemos esperar que
as pessoas que já "(perderam) a
sensibilidade" preparem um futuro
aceitável? Os pecados grosseiros não
só anuviam o intelecto como
também o enfraquecem. Após
assassinar Abel, Caim ironicamente
vangloriou-se: "Estou livre!" (Moisés
5:33.) A manada de porcos
gadarenos igualmente se consolou,
pensando que eram todos fortes
individualistas, enquanto se
precipitava pelo despenhadeiro,
rumo ã destruição?
Alexandre Solzhenitsyn
lamentou, recentemente, que as
pessoas que afirmam que "Não
existe Deus, não existe verdade, o
universo é caótico, tudo é relativo",
constituem um "culto implacável da
novidade... (o qual) esconde uma
80
tentativa pertinaz de solapar,
ridicularizar e erradicar todos os
preceitos morais". ("The Relentless
Cult ofNovelty and How It Wrecked the
Century," The New York Times Book
Review, 7 de fevereiro de 1993, p. 17.)
O angustiante cenário do mundo
de hoje dá lugar a mais perguntas
ainda.
A pornografia, especialmente,
atinge mulheres e crianças. Por que,
então, se preocupam tanto em
protegê-la? A pornografia é mais
protegida do que os cidadãos nas
ruas!
Mesmo com suas falhas, a
família é fundamental, e uma vez
que nenhuma outra instituição pode
compensar plenamente o fracasso da
família, por que, então, em vez de
rocurar elevá-la, se empreende essa
usca desesperada de substitutos?
Por que não exigir estudos que
tenham impacto sobre a família,
antes de continuar com este
programa, ou aquele remédio, uma
vez que, de todas as preocupações
com o nosso meio, a família deveria
ser a promordial? Centenas de
departamentos e programas do
governo protegem diferentes
interesses, mas qual deles protege a
família?
Uma vez que a democracia
depende da obediência dos cidadãos
ao que não lhes pode ser imposto,
por que, então, a rígida resistência à
educação moral, que poderia
ressaltar princípios amplamente
compartilhados e testados?
Somente reformas institucionais
e individuais, assim como
autocontrole, poderão, finalmente,
resgatar a sociedade! Somente um
número suficiente de almas
resistentes ao pecado poderá mudar
o mercado. Como membros da
Igreja, devemos fazer parte dessa
contracultura resistente ao pecado.
Um número demasiadamente
grande de membros, contudo, está-
se precipitando pelo despenhadeiro,
embora, talvez, num ritmo mais
lento.
Em um mundo de "trigo e joio",
?[uão abençoados são os membros
iéis da Igreja, por terem o dom
precioso e constante do Espírito
Santo lembrando-lhes o que é certo e
os convênios que fizeram. "Pois eis
que...o Espírito Santo...vos lembrará
tudo que deveis fazer". (2 Néfi 32:5.)
Sejam quantos forem os decibéis da
decadência, eles não precisam
sobrepujar a voz mansa e delicada!
Alguns dos melhores sermões que
jamais ouviremos serão transmitidos
do púlpito da memória — a um só
ouvinte!
Embora vivam entre a prevista
"angústia das nações, em
perplexidade", os membros também
têm liderança profética, que lhes
proporciona orientação. (Lucas 21:25;
vide também D&C 88:79.) Várias
vezes por ano apoiamos quinze
apóstolos como profetas, videntes e
reveladores. Assim, sabemos em
quem confiar, embora algumas
pessoas "não (procurem) ao bem-
estar de Sião", mas "se (estabeleçam)
como a luz”. (2 Néfi 26:29.) Além
disso, o Profeta Joseph ensinou
claramente que aqueles que recebem
esse apostolado possuem "todas as
chaves que jamais existiram, ou que
podem ser conferidas ao homem
mortal". (Citado por Brigham Young
em Journal ofD iscourses, 1:137.)
Repetidas experiências ensinam
aos membros da Igreja que não
precisamos ser presas de hipócritas.
Além disso, "...se aproxima o dia em
ue aqueles que não ouvirem a voz
o Senhor...nem atenderem às
palavras dos profetas e apóstolos,
serão desarraigados de entre os
povos". (D&C 1:14.)
Ademais, o próprio processo de
governo da Igreja garante que não
tenhamos líderes secretos:
"...a ninguém será permitido sair
a pregar o meu evangelho ou
edificar a minha igreja, a não ser que
tenha sido ordenado por alguém
com autoridade, e que a igreja saiba
que tem autoridade e que foi
apropriadamente ordenado pelos
líderes da igreja." (D&C 42:11.)
O Presidente Woodruff exortou o
rebanho da Igreja a seguir as
Autoridades Gerais, pois, disse ele,
"no momento em que os homens
deste reino tentam adiantar-se a seus
líderes ou atravessar-se em seu
caminho...correm o perigo de serem
feridos pelos lobos...Nunca, em minha
vida, vi isso deixar de acontecer...(Em
Journal of Discourses, 5:83.)
Recebemos auxílio também por
meio de sermões, sacramento,
templo, orações, escrituras, acertos
de dízimo e admoestações de
pessoas queridas. Quando, porém,
os membros se apartam de tudo isso,
surgem problemas. Por exemplo, é
de lábios alienados e cheios de
justificativas que alguns cônjuges
angustiados ouvem aquelas terríveis
Élderes Mnrlin K. Jensen e John K. Carmack, dos Setenta.
palavras — "Nunca te amei!".
Com o inimigo "reunido", é vital
permanecer no "bom caminho".
(Morôni 6:4.) A ortodoxia nos (Mateus 22:21.) Mesmo a paciência é falar a verdade com amor,
pensamentos e no comportamento equilibrada por "reprovando às recusando-nos a usá-la para prestar
proporciona-nos segurança e vezes com firmeza, quando movido falso testemunho. (Vide Efésios 4:15;
felicidade ao enfrentarmos as pelo Espírito Santo", sendo que a Êxodo 20:16.) Podemos permanecer
tormentas, inclusive os "ventos de palavra traduzida como às vezes tem firmes nos "lugares santos", embora
doutrina". (Vide Efésios 4:14.) o significado de cedo ou logo. (D&C no mundo "todas as coisas (estejam)
Felizmente, o Espírito Santo nos 121:43.) A maturidade espiritual em confusão". (D&C 45:32; 88:91.)
ajuda a reconhecer a verdade pura, inclui tanto cheirar as flores quanto Podemos erguer "as mãos que
assim como os disparates! observar as folhas da figueira, para pendem", mesmo que alguns se
A ortodoxia garante um ver se "está próximo o verão". recusem a aceitar nossa mão amiga.
equilíbrio entre os vigorosos e (Mateus 24:32.) (D&C 81:5.) Podemos agarrar-nos à
corretos princípios do evangelho. No Assim, a plenitude do evangelho barra de ferro, mesmo que outros se
contexto doutrinário do evangelho, de Jesus Cristo é maior do que afastem e que alguns, do "grande e
não apenas estão a justiça e a qualquer de suas partes, e mais espaçoso edifício", acabem
misericórdia "bem ajustadas", para ampla do que qualquer de seus zombando de nós. (1 Néfi 8:26-28.)
uma "justa operação", mas também programas ou princípios! Como Néfi, talvez não saibamos
tudo o mais! (Efésios 4:16.) Os Mesmo nestes tempos difíceis, sempre o significado do que
princípios do evangelho requerem há muitas coisas que os membros acontece a nós ou ao nosso redor.
sincronização. Quando separados "armados com a justiça" podem Não obstante, como Néfi, ainda
uns dos outros, ou isolados, as fazer. (1 Néfi 14:14.) Podemos ter podemos saber que Deus nos ama!
interpretações que os homens dão a amor no lar, ainda que, no mundo, o (Vide 1 Néfi 11:17.)
essas doutrinas podem ser absurdas. amor de muitos esteja esfriando. Sim, "o inimigo está reunido",
O amor, se não for controlado (Vide Mateus 24:12.) Podemos ter mas quando estamos unidos aos
pelo sétimo mandamento, pode paz interior, ainda que a paz tenha "carros de fogo" do Senhor, "mais são
tornar-se carnal. A louvável ênfase sido tirada da terra. (Vide D&C 1:35.) os que estão conosco do que os estão
que o quinto mandamento dá a Podemos guardar o sétimo com eles"! (II Reis 6:16-17.) Além
honrar os pais, a menos que mandamento, embora outros o disso, de acordo com a promessa
controlada pelo primeiro quebrem e zombem dele. Podemos divina, nenhuma arma produzida
mandamento, poderia resultar em servir, de modo individualizado e contra a obra do Senhor no final
lealdade incondicional a pais humanitário, apesar de a massa do prosperará. Esta é "a herança dos
equivocados, em lugar de Deus. sofrimento humano parecer tão servos do Senhor" (Isaías 54:17; D&C
E preciso cuidado até em nossas esmagadora. 71:9). Isto eu asseguro e testifico, em
interpretações de Deus e de César. Podemos usar a língua para nome de Jesus Cristo, amém!

A L iahona /J ulho 1993 81


R eceber A juda D ivina
pela G raça do S enhor
Élder Gene R. Cook
dos Setenta
Por mais indignos que nos sintamos ou por mais
fracos que sejamos...se fizerm os tudo o que estiver ao
nosso alcance, ele nos ajudará e nos dará forças para
enfrentarmos as adversidades.
ueridos irmãos, presto-vos
Q testemunho da divindade do
Senhor Jesus Cristo e, mais
especificamente, da doutrina
da graça, que está à disposição de
toda a humanidade. (Vide Jacó 4:6-
7.) Ao fazê-lo, sou humildemente
grato ao Pai pelo maravilhoso dom
que nos concedeu, pois "amou o
mundo de tal maneira que deu o seu
Filho unigênito". (João 3:16.)
B u sca r o D om
Talvez alguns ainda não tenham
recebido e outros não saibam
usufruir o grandioso dom da graça,
ue o Pai concedeu a todos, por meio
o sacrifício expiatório de Jesus
Cristo. "Pois se um dom é concedido
a um homem, de que proveito é se
82
ele não o aceita?". (D&C 88:33.) O
profeta Zenoque disse: "Estás
indignado, ó Senhor, com este povo,
porque não compreende a
misericórdia que lhe dispensas por
causa de teu filho". (Alma 33:16.)
Muitas vezes, tentamos resolver
os problemas da vida por nós
mesmos, sem pedir a ajuda do
Senhor. Tentamos carregar o fardo
sozinhos.
No momento em que alguns
enfrentam tribulações e aflições,
perguntam-se: "Por que Deus não
me ajuda?". Outros chegam até a
duvidar das próprias orações e da
dignidade pessoal, dizendo: "Talvez
minhas orações não sejam eficazes".
Aqueles que sofrem com
doenças, desânimo, reveses
financeiros, rejeição, frustrações ou
até mesmo com a perda de um ente
querido, podem perguntar: "Por que
o Senhor não me cura ou por que
não me ajuda a resolver o problema
com meu filho? Por que não impediu
que ela morresse? Será que a vida
tem que ser tão cruel?".
Sim, podemos até clamar: "Ó
Deus, onde estás?... Quanto tempo
reterás a tua m ão?" (D&C 121:1-2.)
Jesus ensinou que passam os por
todas essas tribulações para sermos
purificados "na fornalha da aflição"
(1 Néfi 20:10), e que não temos que
suportá-las sozinhos, mas "[no]
nome do [nosso] Redentor" (D&C
138:13). Apesar de, muitas vezes,
acharmos que se esqueceu de nós,
ele afirma: "eu,...não vos
esquecerei...
Porque tenho a [vós gravados]
na palma de minha mão". (1 Néfi
21:15-16.)
Sei que o Senhor, por sua graça,
pode ajudar-nos incessantemente a
cada dia de nossa vida, nas dores
físicas e espirituais, nas
transgressões e, até mesmo, em todas
as enfermidades. (Vide Mosiah 14:5;
Alma 7:11-13; 34:31.)
C e n t r a l iz a r a V id a em C r ist o
Para termos sucesso ao enfrentar
as tribulações, precisamos ter os
olhos e o coração fitos no Senhor
Jesus Cristo. Porque "tendo o
homem caído, por si mesmo nada
pode merecer" (Alma 22:14),
precisamos de um advogado, um
intercessor, um mediador, para nos
ajudar. "E é por causa de teu Filho que
foste assim misericordioso para
[conosco]". (Alma 33:11; grifo nosso.)
Enchemo-nos de esperança ao
saber que, por mais indignos que nos
sintamos ou por mais fracos que
sejamos, se fizermos tudo o que estiver
ao nosso alcance, ele nos ajudará e nos
dará forças para enfrentarmos as
adversidades. (Vide II Coríntios
12:9.) Essa palavras, de certo modo,
definem o que é graça.
C om preender o que S ig n i f ic a G raça
Graça significa "poder ou
auxílio divino, que Jesus Cristo, com
seu imenso amor e misericórdia nos
concede". É "um poder que nos
capacita" a vencer a adversidade. A
doutrina da graça do Pai e do Filho é
de tamanha importância para nós
que é mencionada mais de duzentas
vezes nas escrituras.
Se o Senhor Jesus Cristo nos
conceder sua graça, esse poder que
nos capacita a vencer a adversidade,
triunfaremos nesta vida e seremos
exaltados na vida futura.
Gostaria de mencionar cinco
princípios que podem ajudar-nos a
obter esse auxílio divino em nossa
própria vida ou talvez estendê-lo a
mais alguém vicariamente. É fácil
entender esses princípios, mas difícil
praticá-los. Já conheceis todos eles.
No entanto, talvez não tenhais
imaginado que estão diretamente
relacionados à obtenção da graça.
O primeiro princípio é a fé.
"Sendo pois justificados pela fé,
temos paz com Deus, por nosso
Senhor Jesus Cristo; ! ‘ 1

Pelo qual também temos entrada

pela fé a esta graça" (Romanos 5:1-2).
É evidente que precisamos de fé
para obter este poder, ou seja, a
graça. Não é sem razão que a fé no
Senhor Jesus Cristo é o primeiro
princípio do evangelho.
Não foi clara a pergunta de
Cristo a Pedro que, depois de ter
caminhado sobre as águas, começava
a afundar? "Homem de pouca fé, por
que duvidaste?". (Mateus 14:31.) No
instante em que Pedro duvidou e
desviou os olhos do Salvador,
afastou-se do poder de Jesus Cristo,
que o havia mantido sobre as águas.
Da mesma forma, quantas vezes,
ao pedirmos auxílio ao Senhor,
deixamos que a dúvida e o temor
nos afastem dele, e, por isso, não
recebemos resposta alguma? (Vide
D&C 6:36; 67:3.)
O segundo princípio é o
arrependimento. Por meio do sacrifício
expiatório, a graça do Senhor pode
purificar-nos do pecado e ajudar-nos
a nos aperfeiçoarmos por meio das
tribulações, doenças e até mesmo
"deficiências de caráter".
Somos santificados e justificados
pela graça do Senhor. (Vide D&C
20:30-31.) Na verdade, "quando um
homem confessa os pecados, Cristo é
misericordioso". (Gene R. Cook e
Holly Cook, "I Am a Healthy M an” ,
hino não publicado, tradução livre;
vide Alma 24:10.) Lembrai-vos de
que Cristo pode ajudar-nos a vencer
nossas fraquezas e imperfeições, o
que de outra maneira jamais
aconteceria. (Vide Gênesis 18:14;
Marcos 9:23-24.)
Essa grande verdade deve
encher-nos de esperança, se formos
rápidos em lembrar que, para O "Assembly Hall", (Salão de Assembléias) na Praça do Templo, local onde as pessoas que não conseguem
entrar no tabernáculo assistem à conferência.
obtermos graça, é preciso que nos
arrependamos dos pecados.
"Portanto, benditos são os que fator. (Vide D&C101:7-8; Mosiah essencial para obtermos ajuda
se arrependem... 11:23-24.) divina.
E possa Deus conceder...que os O terceiro princípio é a O quarto princípio é fazer tudo o
homens sejam levados ao humildade. "Antes dá maior graça. que estiver ao nosso alcance. Paulo
arrependimento e a boas obras para Portanto diz: Deus resiste aos ensinou: "Pela graça sois salvos, por
que possam ser restaurados na graça soberbos; dá, porém, graça aos meio da fé; e isto não vem de vós; é
pela graça, segundo seus feitos." humildes". (Tiago 4:6.) dom de Deus. Não vem das obras,
(Helamã 12:23-24.) "E, se os homens vierem a mim, para que ninguém se glorie".
Um coração arrependido e boas eu lhes mostrarei sua fraqueza. E (Efésios 2:8-9.)
obras são essenciais para obtermos dou a fraqueza aos homens a fim de É verdade que não obtemos esse
graça. Ao suplicarmos uma resposta que sejam humildes; e minha graça é dom divino apenas por meio das
com oração fervorosa, ela pode ser suficiente para todos os que se obras, mas elas são uma das
mais condicionada ao humilham perante mim." (Éter condições para que o recebamos.
arrependimento de nossos próprios 12:27.) (Vide 2 Néfi 10:23-25.) "Pois sabemos
pecados do que a qualquer outro A humildade é uma condição que é pela graça que somos salvos,

A L iahona /J u l h o 1993 83

Élderes Detinis B. Neuensclnvander, e Hans B. Ringger, dos Setenta.
depois de tudo o que pudermos
fazer". (2 Néfi 25:23.)
Portanto, a menos que façamos
tudo o que estiver ao nosso alcance,
não podemos esperar que a graça de
Deus se manifeste. Que princípio
glorioso: a ajuda do Senhor —
tenhamos muita ou pouca fé,
sejamos homens, mulheres ou
crianças — não se baseia apenas
naquilo que sabemos, em sermos
fortes ou não, ou em quem somos,
mas sim em darmos tudo o que
tivermos e fazermos tudo o que estiver ao
nosso alcance naquele momento. Uma
vez que tenhamos feito tudo o que
estiver ao nosso alcance, o Senhor
nos ajudará, concedendo-nos sua
graça. (Vide D&C 123:17.)
Temos uma perspectiva melhor
do papel do Senhor, bem como do
nosso papel em relação à doutrina da
graça, ao lermos estas palavras
inspiradas: "Posso todas as coisas
naquele que me fortalece".
(Filipenses 4:13.)
O quinto princípio, guardar os
mandamentos, é, certamente, outro
requisito para obtermos a graça do
Senhor. "Se guardardes os meus
mandamentos, recebereis a sua
plenitude...; portanto,... recebereis
graça por graça". (D&C 93:20; vide
também vers. 28.)
Não temos que ser perfeitos
para obtermos graça, mas temos que
nos esforçar por guardar os
mandamentos. O Senhor, então,
poderá conceder-nos tal poder.
84
Morôni define de forma sucinta
a doutrina da graça: "Se vos
negardes a todas as impiedades e
amardes a Deus com todo o vosso
poder, mente e força, então sua graça
vos será suficiente e por sua graça
podereis aperfeiçoar-vos em Cristo...
Então sereis santificados em
Cristo, pela graça de Deus, através
do sangue derramado por Cristo".
(Morôni 10:32-33.)
E spe r a n ç a em J e s u s C r i s t o __________
Quão gloriosa é a doutrina da
graça, que nos persuade a
centralizarmos nossa fé e esperança
mais plenamente em Jesus Cristo.
Através da graça do Pai, teremos
maior compreensão de como
chegarmos ao Filho. (1 Néfi 15:14-
15.)
Sejamos submissos à vontade do
Pai, reconhecendo que está acima de
tudo. Devemos aceitá-la de bom
grado, pois nem ele nem seu Filho
jamais fariam qualquer coisa "que
não (fosse) em benefício do mundo".
(2 Néfi 26:24.)
Ao buscarmos mais plenamente
a ajuda do Senhor em nossa vida:
• Cresceremos "em graça e no
conhecimento da verdade". (D&C
50:40.)
• Ensinaremos "diligentemente
e a [sua] graça [nos] atenderá".
(D&C 88:78.)
• Por nosso trabalho
"[receberemos] a graça de Deus, para
[podermos] aumentar a [nossa] força
no Espírito,...podendo assim ensinar
com poder e autoridade de Deus".
(Mosiah 18:26.)
• Não "[perderemos] a graça".
(D&C 20:32.)
• [Receberemos] "graça por
graça". (D&C 93:20.)
"Cheguemos pois com confiança
ao trono da graça, para que
possam os alcançar misericórdia e
achar graça, a fim de sermos
ajudados em tempo oportuno."
(Hebreus 4:16.)
Testifico-vos que, se buscarmos
a graça de Deus, ele nos estenderá a
mão, bem como àqueles a quem
amamos, quando necessitarmos de
ajuda. Obedeçamos ao Senhor em
todas as coisas e ofereçamos a ele,
como sacrifício supremo, "um
coração quebrantado e um espírito
contrito". (3 Néfi 9:20; vide também
3 Néfi 12:19.)
Como um dos Setenta do
Senhor e testemunha especial de
Cristo, tendo a responsabilidade de
testificar ao mundo e de "preparar
o caminho diante da [sua] face"
(D&C 124:139), presto testemunho
da grandiosidade do Pai e do
Filho.
Jesus Cristo vive e pode intervir
em nossa vida, hoje, da mesma
forma que fez quando viveu nesta
terra.
Presto testemunho, perante a
Igreja, do toque da mão do Mestre
em minha própria vida, livrando-me
de uma enfermidade incurável.
Também presto testemunho da
orientação de um Pai amoroso, que
muitas vezes repreende ao corrigir,
purificando-me a alma e os
sentimentos, perdoando-me os
pecados e envolvendo todo o meu
ser com seu amor.
Irmãos, jamais deixemos as
tribulações e dificuldades nos
afastarem do amor de Deus e do
verdadeiro amor de Cristo. (Vide
Romanos 8:31,35-39.)
Que "[busquemos] esse Jesus de
quem os profetas e apóstolos têm
escrito, a fim de que a graça de Deus,
o Pai, e também do Senhor Jesus
Cristo, e do Espírito Santo, que dá
testemunho deles, esteja [conosco]
eternamente". (Éter 12:41.) Que a
graça de Deus esteja sempre
convosco (vide Romanos 16:20), é
minha oração, em nome de Jesus
Cristo, amém.
 "0 S en h or Q u a lifica
A qu eles a quem
C ham a"
Élder Neil L. Andersen
dos Setenta
Sei que quando estivermos a serviço do Senhor; ele
estará conosco, nos fortalecerá e aumentará nossa
capacidade.
E
stimados irmãos, as palavras
são extremamente inadequadas
para exprimir como me sinto
humilde e maravilhado, ao receber
este chamado especial. Durante toda
a vida, tenho ouvido as Autoridades
Gerais falarem e sentido o poder de
suas mensagens, desenvolvendo
grande reverência pelo papel que
desempenham na Igreja. Agora, ser
chamado para reunir-me a elas e
ajudá-las na edificação do reino de
Deus, é um privilégio que me sinto
fraco para aceitar. Peço-vos apoio, fé
e orações, para que lhes possa estar à
altura. Peço-vos paciência, e a
paciência de meus Irmãos, que serão
meus instrutores. Mais do que
qualquer outra coisa, oro pela ajuda
de nosso Pai Celestial e de seu Filho,
pois sem a ajuda e orientação deles,
certamente fracassarei.
Sou grato por minha
maravilhosa companheira, Kathy.
Ela faz com que a bondade pareça
fácil, e a pureza de seu espírito
sempre manteve nossa família
voltada para as verdades simples,
mas salvadoras do evangelho. Sou
extremamente grato pelos filhos
valentes e preciosos que nos foram
confiados. Amo-os ternamente e
aprecio muito o seu desejo de apoiar-
me neste novo chamado. Fui
abençoado com bons pais. Eles estão
servindo como missionários de
proselitismo na Missão Geórgia
Macon. Mesmo antes que o soubesse,
eu sabia que eles sabiam ser a Igreja
verdadeira. Aprecio muito os pais de
Kathy e seu exemplo de doação
desprendida, e nossos irmãos que
vivem o evangelho de modo singelo,
mas dedicado.
Nossa família retornou há nove
meses de uma missão no sul da
França. Quero expressar meu grande
amor aos membros daquele país. Foi
na França, há vinte anos, que
comecei a perceber o que procurar
primeiro o reino de Deus realmente
significava. E viver com os santos
franceses durante os últimos três
anos levou nossa família a uma
consagração muito maior. Sinto-me
grandemente agradecido aos ótimos
missionários que lá trabalharam
conosco e nos ensinaram que a fé
inflexível sempre prevalecerá em um
mundo descrente e cínico.
Finalmente, sou grato pelos bons
santos e membros de nosso estado
da Flórida, que nos fortaleceram
durante os muitos anos que
passam os lá.
Ouvi o Presidente Monson
dizer: "O Senhor qualifica aqueles a
quem ama". Sei que isto é verdade, o
que me dá esperança de encarar
algumas de minhas deficiências. Sei
que quando estivermos a serviço do
Senhor, ele estará conosco, nos
fortalecerá e aumentará nossa
capacidade. Isso já me aconteceu.
Senti seu Espírito animador.
Precisarei muito dele nos meses e
anos futuros.
Ofereço tudo que sou a este
santo chamado. Prometo estar
sempre pronto a aprender e oro para
que possa ser suficientemente
manso, a fim de que o Senhor molde
e fortaleça meu espírito para a
realização de seus propósitos.
Comprometo-me convosco e com o
Senhor a consagrar-me ao progresso
da causa da Restauração e a seguir
com lealdade seus líderes escolhidos.
Sei que nosso Pai Celestial vive e
ama todos nós. Sei que Jesus é o
Cristo e que ele nos oferece
amorosamente o caminho do perdão.
Sei que, por meio do Profeta Joseph
Smith, a Igreja de Jesus Cristo foi
restaurada na terra, e que a
verdadeira autoridade do sacerdócio
de Deus se encontra em A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias. Oro para que possa ser sempre
valente nesse testemunho e fiel a
essas verdades eternas, em nome de
Jesus Cristo, amém.
A L i a h o n a / J u l h o 1993 85
 e grandeza de nosso Deus, quanto a

S ei em Q uem C onfiei sua bondade e graça, justiça e

Élder D. Todd Christofferson
d os Setenta
Qualquer chamado, qualquer serviço, à causa de
nosso Senhor nos santifica.
trancá-la novamente. Era muito
difícil cumprir aquela tarefa.
Na ocasião, porém, comecei a
aprender o que desde lá vim a
compreender: de que qualquer
chamado, qualquer serviço, à causa
de nosso Senhor nos santifica. Seja
ele realizado sob o brilho do olhar
fixo do público, ou em um canto
obscuro conhecido apenas por Deus,
não importa. O que importa é que
sirvamos, pois servindo cumprimos
nossos convênios com a deidade, e
nesses convênios está a promessa de
salvação.
Presto hoje homenagem e
expresso amor àqueles que me
ensinaram os convênios e que, de
tantas outras maneiras abençoaram
minha vida: um nobre pai, uma mãe
abençoada, avós, bisavós e outros
misericórdia, a veracidade de seu
evangelho e o poder de seu
sacerdócio e a autenticidade do
chamado de seus videntes dos
últimos dias. Ao iniciar este
ministério, reconheço que qualquer
coisa que posâa realizar será em
virtude do poder e graça e dom de
Deus. Não sou, nas palavras de
Isaías, o machado que se gloriará
"contra o que corta com ele"; não
sou como a serra que
"presumirá...confra o que puxa por
ela". (Isaías 10:15.) Com Néfi, sei em
quem confiei. (Vide 2 Néfi 4:19.)
Sinto-me particularmente
gratificado, e é de grande significado
para mim, que possa a qualquer
momento e em toda circunstância,
aproximar-me pela oração, do trono
da graça, que meu Pai Celestial
ouvirá minha petição, que meu
Advogado, aquele que não cometeu
nenhum pecado, e cujo sangue foi
derramado, defenderá minha causa.
(Vide D&C 45:3-5.) Dependo
grandemente dessa aproximação de
Deus, que ele permite a todos os seus
filhos, pois realmente não faz
acepção de pessoas, e aquele que
pede recebe. Isso testemunho em
nome de Jesus C risto , amém.

S
abendo que eu poderia ser
convidado a falar hoje, minha
filha deixou-me um bilhete
amável esta manhã e, ao terminá-lo,
acrescentou: "P.S. Não tropece". Até
agora, tudo bem.
Não muito tempo depois de ser
ordenado diácono, meu bispo, Leon
Walker, pediu-me que fosse a seu
escritório para dar-me uma
designação. Estendeu-me uma chave
brilhante, a chave da capela, e
incumbiu-me da responsabilidade de
ajudar a cuidar do edifício.
Considerei-me um dos meninos mais
afortunados do mundo por receber
uma designação do presidente do
sacerdócio. Achei que não seria uma
tarefa difícil. Minha casa ficava a
apenas um minuto de bicicleta do
edifício. Logo, porém, aprendi aquilo
que, suponho, todo bispo saiba:
parece que todos na ala têm uma
chave do edifício. Assim que
trancava o edifício à noite, vinha
alguém e abria a porta. Mal abria
uma sala de aula da Primária,
alguma alma diligente estava lá para
familiares, mentores e amigos tanto
dentro como fora da Igreja. Meus
filhos ainda não podem entender
bem quão profundamente abençoam
minha vida por sua lealdade ao
Salvador e ao evangelho. Eu os
reverencio por isso. Aqueles que
conhecem minha Kathy já
observaram que me casei com
alguém muito superior a mim
mesmo, uma conclusão com que
concordo plenamente. Nosso
casamento é algo gratificante, e não
tenho palavras adequadas para
expressar meu amor.
Enquanto me angustiava há
pouco, pensando se a oferta que
coloquei sobre o altar daquele que
deu tudo o que possuía, era aceitável
e adequada, concluí que preciso
concentrar-me nas circunstâncias
externas e que, ao procurar os
interesses de seu rebanho e me
perder a seu serviço, sua graça me
será suficiente. Assim, comprometo-
me sem reservas.
De bom grado atesto a realidade

86

"C am as de G ato " de
B ondade
Chieko N. Okazaki
Primeira Conselheira na Presidência Geral da Sociedade de Socorro
Nunca devemos ser impiedosos, indiferentes ou
egoístas, pois existe um vínculo que liga todos nós,
ainda que isso seja algo que só Deus consiga ver.
ueridos irmãos e irmãs, alohal
Q Gostaria de falar a respeito de
como o serviço cristão
envolve todos nós numa rede
de bondade forte e maravilhosa.
Como o Apóstolo Paulo prometeu
aos santos colossenses, nossos
corações podem estar "unidos em
caridade". (Colossenses 2:2).
Estais vendo este pedaço de
barbante? E um barbante como
qualquer outro. Em minha infância,
no Havaí, eu e as outras crianças
costumávamos ter um pedaço de
barbante como este à mão para
brincarmos. O barbante em si não
parece ser nada, mas observai o que
podemos fazer com ele!
Esta cama de gato, em
particular, chama-se quatro olhos.
Podeis ver como é intricada e linda?
Vedes como cada parte sustenta as
demais e está interligada a elas? Não
podemos puxar uma parte sem
destruir todo o resto. O mesmo
acontece em nossa vida.
Conhecemos muitas pessoas. Com
algumas, o relacionamento dura
anos. Com outras, é breve. Em
ambos os casos, porém, podemos ser
amáveis, tendo o desejo de servir.
Aprecio muito o que o
Presidente Hinckley disse a respeito
de nossos padrões de
relacionamento na Igreja. Ele falou:
"Aos membros da Igreja que se
encontram ao alcance de minha voz,
dou o desafio de...jamais esquecerem
o majestoso e maravilhoso propósito
desta dispensação da plenitude dos
tempos. Procurai tecer
cuidadosamente vossa parte na
grande tapeçaria cujo desenho foi
criado para nós pelo Deus do céu".
(.EN SIG N , novembro de 1989, p. 54).
Talvez não saibamos o quanto
nosso pequeno pedaço de linha pode
contribuir para o resultado final
dessa grande tapeçaria. Talvez não
compreendamos o desenho formado
por nossa vida quando os pontos se
cruzam e se separam repetidamente,
mas o Senhor compreende. É claro
que não foi por acidente que o anjo
que repreendera o rebelde Alma, o
Filho com "voz de trovão", voltou a
aparecer para Alma, que agora vinha
servindo como missionário durante
vinte anos, e disse: "Abençoado és
tu, Alma;...porque foste fiel".
(Mosiah 27:11; Alma 8:15.) Suas
vidas formaram um desenho
cintilante.
Gostaria de falar-vos a respeito
de uma mulher que teceu seus fios
de bondade e compaixão em minha
vida. A irmã Rosetta Colclough,
missionária no Havaí, foi ao meu
colégio quando eu tinha onze anos e
convidou todos os alunos para
assistirem a uma aula especial de
religião que seria dada numa
pequena capela mórmon próxima
dali. Três outras meninas japonesas e
eu, todas budistas, aceitamos o
convite. Foi aí que comecei a
aprender a respeito do cristianismo
e, quatro anos mais tarde, tornei-me
membro da Igreja.
Em março último, recebi uma
carta de Rosetta Colclough Stark,
que agora reside no Arizona.
Anexou à carta um pequeno artigo
que escrevera para o jornal de sua
ala em 1978, há quinze anos, falando
sobre aquelas aulas de religião.
"Um dia, na aula das onze
horas, apenas quatro (meninas
japonesas) apareceram. Fiquei muito
decepcionada por ver tão poucas
pessoas...(Mas) quase no fim da aula,
pusemo-nos em pé na pequena
capela, com cabeças abaixadas e
olhos fechados, repetindo em
uníssono o Pai Nosso. O agradável
sol do Havaí penetrava pelas janelas.
Ao orarmos, subitamente senti que
estávamos sendo envolvidas por um
forte facho de luz que vinha do alto
com o formato de um cone invertido.
Um sentimento maravilhoso de paz
e alegria inundou-me o coração.
Continuei a orar bem devagar
enquanto aquela luz nos envolvia.
Sabia que as meninas também
estavam sentindo o mesmo, pois
tinham no rosto uma expressão de
profunda reverência. Despedimo-
nos em sussurros para não afastar o
espírito que sentíamos e elas saíram
nas pontas dos pés. Pensei: 'Pelo
menos uma dessas meninas se
tornará membro da Igreja e será uma
grande influência para o bem'."
Ela prosseguiu: "(Depois) que
terminei a missão, freqüentemente o
rosto daquelas quatro meninas
vinha-me à mente e ficava pensando
em como estariam. Havia uma,
Chieko Nishimura, que não me saía
do pensamento, e eu sempre olhava
a foto que havia tirado delas.
"Dez anos depois, meu marido e
eu estávamos assistindo à reunião
sacramental na Ala Imperial, na
Cidade do Lago Salgado, quando foi
anunciado que os oradores seriam
um jovem casal japonês, vindo do
Ha vai...Senti o coração quase pular
A L iahona /J ulho 1993 87

Élderes Hartman Redor, Jr. e D. Todd Christofferson, dos Setenta.
fora do peito. Sim, era minha
pequena Chieko... Após o término da
reunião, Chieko e eu tivemos um
jubiloso reencontro. Ficamos
assombradas por dentre as inúmeras
alas existentes naquela grande
cidade, eles terem vindo falar
justamente na minha ala. Sabíamos
que fora a mão do Senhor."
Perdemos contato depois que
meu marido e eu nos mudamos para
o Colorado, mas Rosetta ficou
surpresa e feliz quando, assistindo
pela televisão, no dia 14 de março de
1992, à celebração do
sesquicentenário da Sociedade de
Socorro, ouviu meu nome. Naquela
tarde, no Arizona, sentou-se e
começou a datilografar uma carta
para mim. Ela disse: "(Quando) ouvi
seu nome ser anunciado pela Irmã
Jack...endireitei-me no sofá e fiquei
atenta à tela da televisão e vi seu
nome aparecer no vídeo. Então você
começou a falar. Os cabelos escuros
haviam se tomado grisalhos, mas
aquele rosto meigo podia ser
facilmente reconhecido. Sim, é
minha pequena Chieko a quem
88
ensinei na capela de Honomakau,
em Kohala, há tantos anos. Ao ouvir
sua voz, lágrimas de alegria rolaram-
me pelo rosto...
Sou grata ao Pai Celestial pelo
privilégio de ensiná-la a respeito de
Jesus Cristo, nosso Salvador, naquela
pequena capela...Fui abençoada três
vezes por causa disso: primeiro,
quando estava lá com você sentindo
aquela luz vinda do céu; segundo,
quando falou em minha ala, em
Lago Salgado; e hoje, quando a ouvi
falar às mulheres do mundo via
satélite".
Rosetta diz que foi abençoada,
mas não sabia o quanto estava me
abençoando com sua bondade. No
momento em que ela me escrevia,
meu marido, Ed, era levado para o
hospital, pois sofrerá uma parada
cardíaca na tarde da celebração do
sesquicentenário. Quando a carta
chegou a minhas mãos, trouxe-me
um sentimento especial de
compaixão e amor, num momento
em que meus filhos e eu tentávamos
aceitar o fato de que Ed não
sobreviveria. Não vi o facho de luz
que ela viu quando nós, quatro
meninas budistas, repetíamos o Pai
Nosso, frase após frase. O Espírito,
porém, me tocou e me ajudou a
reconhecer minha verdadeira
identidade como filha de Deus,
fazendo com que aqueles
ensinamentos penetrassem
profundamente em meu coração
para que eu também pudesse tomar-
me filha de Cristo, nas águas do
batismo.
A vida de Rosetta tocou a minha
apenas três vezes, mas senti o amor
do Salvador em todas elas. Rosetta
mostrou-me o evangelho, regozijou-
se com Ed e comigo depois de nosso
batismo e trouxe-me enorme
conforto ao me lembrar do profundo
amor que o Pai Celestial tem por
mim num momento em que eu sofria
demais quando Ed estava morrendo.
Eu precisava dessa certeza, desse
amor. Precisava lembrar que, há
cinqüenta anos, o Pai Celestial,
estendeu a mão sobre uma franzina
menina budista e disse: "És minha
filha amada".
Contei esta história porque
ilustra de forma tão bela como
nossas vidas se entrelaçam de um
modo que jamais podemos prever.
Graças à fe, bondade e amor de
Rosetta, o desenho feito quando sua
vida se cruzou com a minha era
lindo. Tenho certeza de que ela teceu
desenhos maravilhosos ao
influenciar a vida de muitas outras
pessoas.
Irmãos, jamais sabemos até que
ponto podemos influenciar a vida de
alguém. Nunca devemos ser
impiedosos, indiferentes ou egoístas,
pois existe um vínculo que liga todos
nós, ainda que isso seja algo que só
Deus consiga ver. Sou parte do
desenho. Rosetta é parte desse
desenho. Vós sois parte do desenho.
E o Salvador é parte do desenho.
Gosto de pensar que o Salvador se
encontra nos espaços em meio ao
desenho, pois não haveria nenhum
desenho se os espaços não
existissem.
Que possamos todos ser
amáveis uns com os outros,
buscando a bênção prometida pelo
Apóstolo Paulo, para que nossos
"corações sejam consolados, e
estejam unidos em caridade"
(Colossenses 2:2). É minha humilde e
sincera oração, em nome de Jesus
Cristo, amém.
 Lembro-me de uma ocasião em

"D eitar -me Fa z em especial. Meu irmão e eu estávamos

voltando da escola depois de uma
terrível tempestade tropical. O
caminho pelo qual costumávamos

V erdes Pastos " passar estava coberto por um

Élder Tai Kwok Yuen
dos Setenta
Sentimo-nos, freqüentemente,... amedrontados ao nos
defrontarmos com as dificuldades da vida. Se
buscarmos orientação divina e seguirmos o caminho
do evangelho, seremos conduzidos ao nosso destino
final.
melancólica, até decepcionante. A
vida, com freqüência é assim para
muitos de nós. Em certas ocasiões é
maravilhosa, em outras, porém, é
sombria.
Perdi meus pais quando era
ainda muito pequeno. Tia Gu Ma,
uma irmã solteira de meu pai,
cuidou de mim e de meu irmão.
Criou-nos num vilarejo rural,
plantando verduras para ganhar a
vida. Todas as manhãs ela levava as
verduras para o mercado em duas
grandes cestas penduradas nas
pontas de uma vara comprida que
apoiava sobre os ombros. Depois,
voltava para casa com arroz e carne
comprados com o dinheiro ganho na
venda das verduras.
Lembro-me de cozinhar arroz
em um enorme caldeirão num fogão
deslizamento de terra. Confiando em
nossa capacidade, decidimos que
nada nos impediria de ir para casa.
Em uma encosta íngreme, perto dali,
havia um cano de esgoto que ficava
bem acima do terreno movediço. Se
quiséssemos chegar à vila onde
morávamos teríamos que caminhar
sobre esse cano. Ele era suspenso
sobre um riacho que, embora fosse
normalmente tranqüilo, se
transformara numa torrente de água
e lama. Carregando as mochilas com
material escolar, subimos o morro e
prosseguimos a expedição.
Ambos começamos a andar
cuidadosamente sobre o cano de
esgoto estreito e escorregadio.
Quando estava quase chegando do
outro lado, virei-me para ver como
meu irmão estava se saindo. Levei
um susto ao perceber que ele só
havia chegado à metade do caminho
e parado. Mais velho e mais sábio,
percebeu quão precário era o poleiro
em que estávamos e,
instintivamente, ficou imóvel,
incapaz de prosseguir. Ficamos
apavorados ao ver o risco que ele
corria, paralisado pelo medo,
empoleirado em um cano de esgoto
escorregadio e estreito, suspenso
sobre um rio caudaloso.
De repente fui pego de surpresa.
Jamais ouvira um grito de socorro
tão forte como aquele. Seu incrível
bramido ecoou por entre os vales e
colinas. Para nossa sorte, tia Gu Ma

E
m Hong Kong, há um ponto
turístico famoso, conhecido
como Pico Vitória. De seu
cume, em um dia sereno, tem-se uma
vista panorâmica do alvoroço do
porto, da linda parte da cidade à
margem do mar delineada por
arranha-céus e por ancoradouros. Se
olharmos com bastante atenção,
enxergaremos, ao longe, o ativo
aeroporto e a pista que se estende até
o mar. A noite, a vista do pico é
ainda mais deslumbrante. O porto é
iluminado por uma imensidão de
luzes que brilham como diamantes.
É uma cena magnífica!
A vista, porém, nem sempre é a
mesma. Num dia nublado, a
paisagem pode ser escura,
a lenha. (N. do T. Naquela região se
usava cana ou junco para ser
queimado.) Eu tinha seis anos de
idade. O caldeirão era tão grande
que meu irmão e eu subíamos em
banquinhos, cada um segurando
uma alça para conseguirmos tirá-lo
do fogão. Nosso jantar especial era,
ocasionalmente, arroz mal cozido ou
queimado, ou os dois.
Tia Gu Ma era uma pessoa
maravilhosa. Embora nunca tivesse
estudado, tinha uma nobre filosofia
de vida. Instilou em nós princípios
corretos, uma rígida auto-suficiência
e o valor do trabalho árduo. Seremos
eternamente gratos por seu amor e
sacrifício.
trabalhava nos campos abaixo dali e
nos escutou. Veio rapidamente em
socorro de meu irmão. Orientou-o
ternamente e levou-nos para a
segurança de nossa casa.
Sentimo-nos, freqüentemente, •
aflitos e amedrontados ao nos
defrontarmos com as dificuldades da
vida. Se buscarmos orientação divina
e seguirmos o caminho do
evangelho, seremos conduzidos ao
nosso destino final. As vezes, parece
tão difícil suportar as adversidades
que nos sentimos sem forças para
prosseguir. Se rogarmos ao Pai
Celestial com fé e humildade, ele nos
ajudará.
Quando tinha dezessete anos,
encontrei um antigo vizinho. Ele me

A L iahona /J ulho 1993 89

 A Praça do Templo e o Templo de Lago Salgado emergem por trás desta estátua do centro da Cidade do Lago Salgado, dedicada a Brigham Young e aos antigos
pioneiros.
convidou para ir à igreja no domingo
seguinte porque seria um dos
oradores. Fui, ouvi seu breve
discurso e ali conheci os
missionários. Um ano mais tarde, fui
batizado na piscina da casa da
missão, em Hong Kong, e tomei-me
membro de A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias.
A situação da China na década
de 40 era muito difícil. Certa família,
com um bebê de três meses, deixou o
continente e retornou para seu lar
em Taiwan. Vinte anos mais tarde,
em 1963, aquela criança, agora uma
jovem, chegava a Hong Kong para
estudar. Aceitou o convite dos
missionários e tornou-se membro da
Igreja em 1964.
Um ano depois, terminei a
universidade em Sydney, Austrália
e, ao voltar, conheci aquela bela
jovem, Hui Hua, no ramo da cidade
de Kowloon, em Hong Kong.
Casamo-nos no ano seguinte, no
Kom Tong Hall, em Hong Kong.
Consideramos nosso encontro um
90
milagre em nossa vida.
Pouco sabíamos a respeito do
que o Senhor havia reservado para
nós. Exatamente trinta anos depois
de meu batismo (e também de meu
aniversário), voltei com minha
esposa, ao mesmo local em que fui
batizado, para então servir como
presidente da Missão Hong Kong.
Durante os três anos em que
estivemos lá, vivemos experiências
inesquecíveis ao ver a mudança na
vida das pessoas que aceitaram o
evangelho. Ele iluminou-lhes a vida.
Por meio do evangelho, o ódio se
transforma em amor, o orgulho, em
humildade, o pecado, em retidão, a
tristeza, em alegria e o medo, em
paz. Ele nos dá a esperança de que
podemos voltar à presença do Pai
Celestial.
O evangelho também deu a mim,
um órfão, a esperança inabalável de
que poderei viver eternamente com
minha família. Talvez até chegue a
passear com meu pai para compensar
a infância perdida!
Como testemunha especial do
Senhor Jesus Cristo, sinto o mesmo
que o Apóstolo Paulo: "A mim, o
mínimo de todos os santos, me foi
dada esta graça de anunciar entre os
gentios, por meio do evangelho, as
riquezas incompreensíveis de
Cristo". (Efésios 3:8.)
Sou imensamente grato por
todas as oportunidades que tenho de
servir ao Pai Celestial. Ele me
abençoou com uma esposa amorosa
e três filhos maravilhosos, que
cumpriram missão. Sou grato a eles
pelo incansável apoio.
Em Salmos, capítulo 23, lemos:
"O Senhor é o meu pastor...Deitar-
me faz em verdes pastos, guia-me
mansamente a águas tranqüilas".
(Salmos 23:1-2.)
Sei que Deus vive. O Senhor é o
meu Pastor. Tenho realmente
deitado em verdes pastos e sido
guiado a águas tranqüilas. Jesus é o
Cristo, nosso Salvador e Redentor.
Disso eu testifico em seu nome
sagrado, amém.

V inde a C risto
Élder Lowell D. Wood
dos Setenta
[O convite para vir a Cristo] não é uma convocação
para participar de um evento único, mas para
participar de um processo.
O Senhor declarou que sua obra
e sua glória é "proporcionar a
imortalidade e a vida eterna
ao homem". (Moisés 1:39.) Ele
estabeleceu sua Igreja para ajudar
nesta grande obra. Assim, a missão
da Igreja é "convidar todos para vir a
Cristo" (D&C 20:59) e "[ser] perfeitos
nele" (Morôni 10:32; M anual de
Liderança do Sacerdócio de
Melquisedeque, p.3).
Gostaria de falar algo a respeito
do que A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias pede às
pessoas quando as convida para "vir
a Cristo". (D&C 20:59.)
Devemos compreender que este
convite não é uma convocação para
participar de um evento único, mas
para participar de um processo.
Este processo conduz os
indivíduos à vida eterna, que é "o
maior de todos os dons de Deus;
pois não há dom maior do que o da
salvação". (D&C 6:13.)
De que modo damos início a
esse processo tão emocionante e
importante? O Livro de Mórmon
registra os eventos que ocorreram
quando Cristo, depois de sua
ressurreição, visitou o povo de Néfi
na terra de Abundância. Esse evento
era de tal importância que o Pai
apresentou Cristo ao povo, dizendo:
"Eis aqui meu filho bem amado, no
qual me alegro, e no qual glorifiquei
meu nome; a ele deveis ouvir". (3 Néfi
11:7; grifo nosso.)
Nessa apresentação,
aprendemos a primeira coisa
requerida de nós: "a ele deveis ouvir".
Se quisermos nos achegar a Cristo,
devemos, em primeiro lugar, ouvi-
lo. Devemos aprender quem ele é.
Depois da apresentação feita pelo
Pai, ele disse ao povo:
"Eis que sou Jesus Cristo, cuja
vinda ao mundo foi anunciada pelos
profetas.
E eis que sou a luz e a vida do
mundo; bebi da taça amarga que o
Pai me deu e o glorifiquei, tomando
sobre mim os pecados do mundo,
cumprindo assim a vontade do Pai
em todas as coisas, desde o
princípio." (3 Néfi 11:10-11.)
Ele então os convidou a
aproximarem-se dele, um por um, e
"[ver] com seus próprios olhos e...
[apalpar] com suas próprias mãos".
(3 Néfi 11:15.) Aquelas pessoas
souberam por experiência própria
quem ele era. Entretanto, Jesus
relembrou-lhes que os que se
achegassem a ele por meio da fé
seriam ainda mais aceitáveis.
"E, outrossim, mais bem-
aventurados serão os que acreditarem
em vossas palavras, por haverdes
testificado ter-me visto e saber que
eu sou. Sim, benditos serão os que
crerem em vossas palavras." (3 Néfi
12 :2 ; grifo nosso.)
Temos a bênção de possuir as
escrituras, que contêm as palavras
dos antigos apóstolos e profetas, e o
privilégio de ouvir os apóstolos e
profetas modernos testificarem de
Cristo.
Quais foram as palavras
seguintes que Cristo dirigiu ao povo
de Abundância? Pensai em tudo que
ele poderia ter dito. Ele é o criador
desta terra e de um número
incontável de outras; ele acabara de
realizar a expiação infinita; havia
rompido os grilhões da morte; havia
estado com seu Pai Celestial. Ele
poderia ter falado sobre muitos
assuntos maravilhosos e
importantes, mas escolheu ensinar
sua doutrina, a qual é:
"E novamente vos digo que vos
deveis arrepender, e ser batizados
em meu nome e tornar-vos como
uma criancinha, ou de nenhuma
forma podereis herdar o reino de
Deus.
E em verdade, em verdade vos
digo que esta é a minha doutrina; os
que edificam nela edificam sobre
minha rocha, e as portas do inferno
não prevalecerão contra eles."
(3 Néfi 11:38-39.)
O Senhor não apenas ensinou a
necessidade do batismo, mas
chamou discípulos especiais e deu-
lhes o poder de batizar. Ele também
lhes ensinou a maneira correta de
batizar.
É vital para nossa jornada rumo
à vida eterna que exerçamos fé no
Senhor Jesus Cristo, que nos
arrependamos dos pecados e
sejamos batizados da maneira
correta por aqueles que possuem a
autoridade e utilizam a oração
correta. Depois desse batismo
podemos ser "visitados com fogo e
com o Espírito Santo e [receber a
remissão dos] pecados". (3 Néfi
12:2.) Entretanto, para progredirmos
devemos ceder "ao influxo do
Espírito Santo, [despojar-nos] do
homem natural, [tornando-nos]
santos pela expiação de Cristo, o
Senhor". (Mosiah 3:19.)
Para nos achegarmos a Cristo,
devemos abandonar os hábitos
mundanos, o orgulho e o egoísmo.
Ao cedermos aos influxos do
Espírito Santo, devemos
experimentar uma "poderosa
mudança em [nossos] corações"
(Alma 5:14), tornando-nos desejosos
A L i a h o n a / J u l h o 1993 91

Élder Tai Kwok Yuen, dos Setenta.
de submeter-nos a "tudo quanto o
Senhor achar que [nos] deve infligir"
(Mosiah 3:19).
A vida é muitas vezes difícil.
Também os santos estão sujeitos a
provações, frustrações, desafios,
doença, desemprego. Tudo isso deve
ser suportado com submissa
paciência, porque muitas vezes tais
provações são uma evidência da
mão do Senhor preparando-nos para
sermos dignos de viver com ele. Ser
submisso a Cristo significa colocá-lo,
juntamente com seus ensinamentos,
em primeiro lugar em nossa vida. A
total submissão de nossa vontade à
vontade dele é um dos maiores
obstáculos que enfrentamos na
jornada para a vida eterna. As
recompensas dessa submissão são
descritas de modo muito belo pelo
Presidente Ezra Taft Benson:
"Os homens e mulheres que
volvem a vida para Deus
descobrirão que ele pode fazer muito
mais pela vicia deles do que eles
poderiam fazer por si mesmos. Ele
aumentará suas alegrias, ampliará
sua visão, vivificará sua mente,
fortalecerá seus músculos, elevará
seus espíritos, multiplicará suas
92
bênçãos, aumentará suas
oportunidades, consolará suas
almas, prover-lhes-á amigos, e
derramará sobre eles a paz." ( The
Teachings ofE zra Taft Benson, Salt
Lake City: Bookcraft,1988, p. 361.)
O autocontrole e a
autodisciplina são virtudes
importantes, que precisam ser
desenvolvidas no processo de nos
achegarmos a Cristo. Em minha
adolescência, ao sair para uma
atividade, meus pais me diziam:
"Lembre-se de quem você é". Essa
frase não vos é familiar? Esta
declaração era eficaz para me fazer
lembrar da confiança que meus pais
depositavam em mim, das
expectativas de avós amorosos, e de
tios, tias e líderes do sacerdócio que
se importavam comigo. Ela me
lembrava da responsabilidade de ser
um bom exemplo para meus irmãos
mais novos.
O Pai Celestial nos faz um
pedido semelhante. Ele nos pede que
"sempre [nos lembremos] dele"
(D&C 20:77,79) e "[sirvamos] de
testemunhas [dele] em qualquer
tempo, em todas as coisas e em
qualquer lugar em que [nos
encontremos]" (Mosiah 18:9).
Tais lembretes constituem
instrumentos simples, mas eficazes,
para tomarmos decisões que nos
ajudarão a desenvolver o
autocontrole e a autodisciplina
necessários.
Qualquer pensamento, atividade
ou ação que seja compatível com o
nome, vida e ensinamentos de Jesus
Cristo é aceitável. Qualquer
comportamento não compatível com
seu nome, sua vida ou seus
ensinamentos não é aceitável e deve
ser evitado.
O processo de sermos
aperfeiçoados requer que recebamos
instrução especial, façamos
convênios sagrados, e recebamos as
mais altas ordenanças do sacerdócio.
Tais bênçãos somente podem ser
obtidas no templo de A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias. As pessoas que vêm a Cristo
devem entrar em seu templo.
E minha oração que cada um de
nós examine a própria vida e avalie
onde se encontra no processo de se
achegar a Cristo e de ser
aperfeiçoado nele. O Livro de
Mórmon promete que se "[viermos]
a ele, [ofertando-lhe nossas] almas
inteiras; [continuando] a jejuar, orando
e perseverando até o fim ... [seremos]
salvos". (Omni 1:26; grifo nosso.)
Se ainda não tendes aceitado o
convite de vos achegardes a ele, por
favor, fazei-o agora. Os missionários
de A Igreja de Jesus Cristo dos
Santos dos Últimos Dias estão
preparados e têm grande desejo de
ensinar-vos a doutrina de Cristo.
Eles possuem autoridade, batizam
da maneira correta e utilizam a
oração adequada.
Se já iniciastes o processo de vos
achegardes a Cristo, porém,
perdestes o rumo ou tomastes um
desvio, não vos desespereis.
Começai novamente. Voltai ao
caminho, e voltai agora! Vinde a
Cristo e desfrutai o "fruto do
Espírito" que é "caridade, gozo, paz,
longanimidade, benignidade,
bondade, fé, mansidão, temperança"
e começai a "[andar]... em Espírito"
(Gálatas 5:22-23, 25) e a "vos
[apegar] a toda boa dádiva" (Morôni
10:30).
Testifico que ele vive, que ele é a
luz e a vida do mundo, que ele é
nosso Salvador e Redentor, e faço-o
em nome de Jesus Cristo, amém.
 cartas de acompanhamento foram

D e V olta aos entregues a cada família pelos

mestres familiares. Os pais foram
especificamente encorajados a
liderar suas famílias na oração

E lementos Básicos do familiar e no estudo das escrituras.

As bênçãos recebidas pelos
santos peruanos, como resultado da
prática destes dois princípios básicos

E vangelho do evangelho, a oração em família e

Élder L. Tom Perry
do Q uorum dos D oze A póstolos
Ponderemos novamente as bênçãos que nos são
prometidas se praticarmos fielm ente a oração e o
estudo das escrituras em fam ília todos os dias.
ajudam a compreender melhor o
rumo que ele traçou como um guia
seguro para conduzir-nos neste
período de provação mortal.
Até recentemente, parte de
minha designação incluía o Peru,
uma região do mundo que passa por
grandes tumultos. A inflação e as
lutas internas estão tirando do povo
peruano quase toda a esperança de
estabilidade na vida.
Tem sido difícil para os Irmãos e
para mim visitar o Peru com
regularidade, devido aos perigos da
viagem para lá. Os membros
peruanos tiveram que assumir
responsabilidades muito maiores
pela liderança do sacerdócio e
auxiliares e pelo serviço missionário
de tempo integral.
A presidência de área
o estudo diário das escrituras, foram
extraordinárias. Em pouco tempo
evidenciou-se um crescimento da fé
e do testemunho daqueles membros
da Igreja. Houve um aumento
significativo da freqüência à reunião
sacramental, que resultou em maior
espírito de comunidade, maior
interesse dos santos uns pelos outros
e maior amor. Apesar de a
freqüência ao templo ter-se tornado
cada vez mais difícil e perigosa,
surpreendentemente ela também
cresceu muito.
O número de missionários de
tempo integral imediatamente
começou a aumentar. Agora, as cinco
missões do Peru suprem suas
necessidades missionárias com
membros peruanos locais. Os
missionários de tempo integral vão
para o campo mais preparados para
servir, o que, naturalmente, resulta
em maior número de conversos
batizados.
Uma renovada ênfase em dois
princípios básicos do evangelho, a
oração e o estudo diário das
escrituras, causou uma mudança
drástica, resultando em maior
espiritualidade e mais obras entre os
santos daquele país.
O sucesso dos santos peruanos
nos ensina a importância de

A
gradeço ao Presidente
Hinckley, ao Presidente
Monson, e ao Coro do
Tabemáculo pela inspiradora sessão
desta manhã. Espero que o espírito
daquela sessão esteja conosco esta
tarde, ao passarmos para a parte
final desta conferência.
Lemos, em Doutrina e
Convênios: "Para que possam estar
preparados, e para que o meu povo
possa ser ensinado mais
perfeitamente, adquira experiência, e
conheça mais amplamente os seus
deveres, e as coisas que exijo de suas
mãos". (D&C 105:10.)
Quão gratos somos pelas
escrituras, que contêm as instruções
do Senhor a seus filhos. Elas nos
reconheceu a necessidade de
fortalecer os membros da Igreja no
país, e após muito jejum e oração,
decidiram dar ênfase a apenas dois
ensinamentos básicos do evangelho.
Eles escreveram uma carta para ser
enviada a cada uma das famílias do
Peru. O tema da carta era
"Converter-se ao Senhor", na qual se
dava ênfase à oração e ao estudo das
escrituras em família.
A presidência de área ensinou
esses princípios primeiramente às
presidências de estaca. Estas, por sua
vez, instruíram os sumos conselhos,
e, daí, as instruções foram
transmitidas aos bispos. Os bispos,
então, ensinaram os membros, e
seguirmos os elementos básicos de
uma vida voltada para o evangelho.
Ponderemos novamente as bênçãos
que nos são prometidas se
praticarmos fielmente a oração em
família e o estudo das escrituras em
família todos os dias.
As escrituras nos exortam
repetidamente a nos achegarmos ao
Senhor e orarmos em seu santo
nome. Nos últimos dias de seu
ministério, Alma instruiu os filhos
sobre como deveriam viver. Depois
de extraordinária conversão, ele
havia passado toda a vida a
proclamar o evangelho e a trabalhar
pelo aperfeiçoamento dos santos.
Antes de morrer, quis instilar nos
filhos o desejo de obedecer à vontade

A L iahona /J ulho 1993 93


Um edifício de escritórios próximo reflete as torres do "Assembly Hall", na Praça do Templo. O
Monumento às Gaivotas, em primeiro plano, comemora os bandos desses pássaros que salvaram as
colheitas dos pioneiros das nuvens de gafanhotos.
de Deus. Ele disse a Helamã:
"Oh, lembra-te, meu filho, e
aprende sabedoria em tua mocidade;
sim, aprende em tua juventude a
guardar os mandamentos de Deus!
Sim, e roga a Deus todo o seu
apoio; sim, que todos os teus feitos
sejam no Senhor, e aonde quer que
fores que o seja no Senhor; sim, que
os teus pensamentos sejam dirigidos
ao Senhor, sim, que o afeto do teu
coração seja posto no Senhor para
sempre.
Aconselha-te com o Senhor em
tudo quanto tiveres de fazer e ele te
dirigirá para o bem; sim, quando te
deitares à noite, repousa no Senhor,
que ele velará por ti em teu sono; e
quando te levantares, pela manhã,
tem o teu coração cheio de
94
agradecimento a Deus; e se assim
procederes serás elevado no último
dia." (Alma 37:35-37.)
A oração é o principal meio de
comunicação entre Deus e o homem.
A oração é parte importante de
praticamente todas as religiões,
cristãs ou não. O Profeta Joseph
Smith, falando a respeito da oração,
declarou:
"Dizemos aos irmãos, buscai
(até) conhecerdes a Deus, em vossos
aposentos, clamai a ele nos campos.
Segui as instruções do Livro de
Mórmon e orai por vossas famílias,
vosso gado, vossos rebanhos e
manadas, vossas plantações e todas
as coisas que possuis. Invocai as
bênçãos de Deus sobre... vossos
labores e sobre tudo que fizerdes."
(Documentary History ofthe Church,
vol. 5, p. 31).
Ao orarmos humildemente ao
Senhor, devemos lembrar-nos de a
quem nos estamos dirigindo e estar
preparados para dar-lhe nossa
atenção total. O Presidente John
Taylor aconselhou-nos:
"Orais em família? ... E quando
orais, vós o fazeis mecanicamente,
ou vos ajoelhais com humildade ... e
sincero desejo de rogar as bênçãos de
Deus sobre vós e vossa casa? Esta é a
maneira... apropriada de fazê-lo,
cultivando o espírito de devoção a
Deus e confiança nele, dedicando-
nos a ele e procurando obter suas
bênçãos ."{Journal of Discourses,
21:118.)
Como pais, temos o claro dever
de ensinar os filhos a orar, e as
orações familiares diárias
estabelecem padrões que irão
literalmente abençoar futuras
gerações. Como Élder Dallin H. Oaks
nos admoestou em seu belo discurso
desta manhã, devemos usar os
pronomes apropriados na oração,
conforme se encontram nas
escrituras: Tu, Teu, Te, Vós e Vosso,
quando nos dirigirmos à Deidade,
em lugar de pronomes mais comuns
como você, seu e sua. Desse modo,
mostramos maior respeito por nosso
Pai Celestial.
É gratificante saber que Deus se
importa conosco e está pronto a nos
responder quando nele depositamos
confiança. Não há lugar para o medo
se homens e mulheres confiam no
Todo-Poderoso e não hesitam em
humilhar-se perante ele para obter
orientação divina por meio da
oração. Embora enfrentemos
dificuldades e reveses, podemos
sentir confiança na oração, quando o
Senhor traz paz a nossa alma.
Em várias ocasiões, o Presidente
Benson citou o poema "Oração", de
Eliza M. Hickok, ao dirigir-se aos
membros da Igreja. É um poema que
aprendeu quando era portador do
Sacerdócio Aarônico:
Não sei que raro método Deus usará,
M as sei que à oração ele responderá.
Sei que sua palavra foi empenhada
Dizendo que toda oração será escutada,
E respondida, mais cedo ou mais tarde
Por isso oro e espero, sem medo ou
alarde.
Não sei se a bênção esperada
Virá da maneira por mim desejada
M as a ele confio minha oração,
Pois sei ser mais sábia a sua decisão
Seguro de receber a graça almejada
Ou outra resposta bem mais abençoada.
(Eliza M. Hickok, "Oração", Best
Loved Religious Poems, ed. James
Gilchrist Lawson, Nova York:
Fleming H. Revell Co., 1933, p.160).
Entre os santos peruanos, que
vivem numa nação assolada pela dor
e desespero, surgiram uma fé mais
forte no Pai Celestial e uma maior
devoção a ele, porque atenderam ao
conselho dado por seus servos e
passaram a realizar orações
familiares diárias.
Uma especial maturidade no
evangelho desenvolveu-se entre os
membros da Igreja no Peru, porque
eles acrescentaram ao hábito de
realizar orações familiares o de
estudar as escrituras em família
diariamente. Quando as palavras
reveladas pelos profetas chegaram
ao coração dos santos, causaram
uma poderosa mudança na maneira
como viviam e acreditavam. As
dúvidas, os problemas pessoais, e
preocupações mais importantes
foram respondidas pelos conselhos
inspirados das escrituras.
Todas as obras-padrão da Igreja
nos instruem a ler suas palavras e
ponderar. No Velho Testamento,
temos: "Buscai no livro do Senhor, e
lede". (Isaías 34:16.) No Novo
Testamento: "Examinais as
escrituras, porque vós cuidais ter
nelas a vida eterna, e são elas que de
mim testificam". (João 5:39.) Néfi, no
Livro de Mórmon, faz o seguinte
comentário: "Minha alma se deleita
nas escrituras, e meu coração medita
sobre elas, e as escreve para
instrução e proveito de meus filhos".
(2 Néfi 4:15.) Um conselho tirado de
Pérola de Grande Valor nos promete:
"E o que entesourar minha palavra,
não será enganado". (Joseph Smith
1:37.) E, em Doutrina e Convênios
lemos: "Primeiro procura obter [a
minha palavra]... estuda a minha
palavra, que foi enviada aos filhos
dos homens". (D&C 11:21-22.)
As escrituras são um de nossos
maiores tesouros. Elas contêm as
instruções de Deus a seu povo desde
o início dos tempos. Num mundo
tão cheio de doutrinas dos homens,
quão gratos somos por contarmos
com uma firme âncora na qual
podemos edificar a fé! A respeito do
Élderes Durrel A. Woolsey, e F. Melvin Hammond, dos Setenta.
Livro de Mórmon, o Presidente
Marion G. Romney diz:
"Se nossos jovens crescerem com
o hábito de estudar os ensinamentos
do Livro de Mórmon, não apenas
serão inspirados pelos exemplos de
coragem daqueles que escolheram o
certo.... mas também aprenderão os
princípios do evangelho de Jesus
Cristo, para que saibam discernir o
que é certo.
Em quase todas as páginas do
livro, encontrarão um testemunho
inspirador de que Jesus é realmente
o Cristo, o Filho do Deus Vivo, nosso
Redentor e Salvador. Esse
testemunho será uma âncora de
sustentação em meio a todas as
tempestades." (Conference Report,
abril de 1960, p.112.)
Existe uma coerência sublime
nas instruções do Senhor a seus
filhos. Aquilo que ele declarou ser
certo, sempre será certo. O que ele
declarou ser verdadeiro, sempre será
verdadeiro. O que ele declarou ser
pecaminoso, sempre será
pecaminoso. Podeis ter a certeza de
que quando as assim chamadas
"doutrinas esclarecidas" dos homens
contradisserem as santas escrituras,
elas trarão somente sofrimento,
desapontamento e destruição às
almas humanas.
O Presidente Benson
aconselhou-nos da seguinte maneira,
concernente ao estudo das escrituras:
"N ão tratemos [a sua palavra]
levianamente....E uma das mais
valiosas dádivas que nos deixou.
Exorto-vos a vos entregardes
novamente ao estudo das escrituras.
Mergulhai nelas diariamente ...Lede-
as em família e ensinai vossos filhos
a amá-las e estimá-las. A seguir, em
oração e conselho com outros,
procurai, por todos os meios
possíveis, incentivar os membros da
Igreja a seguirem vosso exemplo."
(Ezra Taft Benson, A Liahona, julho
de 1986, p. 84.)
Meu sincero conselho neste dia é
que renoveis o compromisso com
estes dois princípios básicos que
trouxeram tantas bênçãos aos santos
do Peru. Nunca deixeis passar um
dia sequer sem a oração em família e
o estudo das escrituras. Colocai à
prova este programa do Senhor; e
vede se ele não abençoará vosso lar
com maior paz, esperança, amor e fé.
Prometo-vos que a oração em
família e o estudo diário das
escrituras criarão dentro do lar uma
segurança e uma união que
enriquecerão vossa vida, preparando
vossas famílias para os desafios de
hoje e para as eternidades do porvir.
Que Deus nos conceda o desejo
de procurá-lo reverente e
humildemente em oração, e o sincero
desejo de estudar sua palavra,
contida nas santas escrituras.
Deus vive! Jesus é o Cristo, o
Salvador do mundo, é o solene
testemunho que vos presto em nome
de nosso Senhor e Salvador, Jesus
Cristo, amém.
A L i a h o n a / I u l h o 1993 95
 "0 Testem unho de um civilização jaredita, escreveu: 'Eu vos
exorto a que busqueis esse Jesus de
quem os profetas e apóstolos têm
escrito' (Eter 12:41)....
Algumas vezes ouvimos a

P ro fe ta " seguinte pergunta: "Os mórmons são

Presidente Gordon B. Hinckley
Primeiro Conselheiro na Primeira Presidência
Nenhuma língua mortal pode expressar suficiente
gratidão por tudo que Jesus fez por nós.
Benson não tenha podido falar-nos
nem tenha podido estar presente em
qualquer das sessões. Ele, porém,
assistiu a todas as sessões e pediu-
me que vos transmitisse seu amor e
bênção de profeta.
Pediu-me também que vos
repetisse seu testemunho de nosso
Divino Redentor, que está à cabeça
desta Igreja que leva o seu nome.
Passo agora a citar-vos as palavras
do Presidente Benson:
"Como testemunhas do Senhor
Jesus Cristo, proclamamos ser ele
verdadeiramente o Salvador de
todos [e]_realmente o Filho de
Deus, o Redentor, o Messias
Prometido. Nenhuma outra
mensagem tem maior significado do
que a que ele nos trouxe. Nenhum
outro evento tem maior importância
cristãos?". "N ós proclamamos a
divindade de Jesus Cristo", diz o
Presidente Benson. "N ós o
consideramos nossa única fonte de
salvação. Esforçamo-nos para viver
de acordo com seus ensinamentos e
ansiamos pelo momento em que ele
virá novamente à terra para
governar e reinar como Rei dos Reis
e Senhor dos Senhores. Nas palavras
de um profeta do Livro de Mórmon,
dizemos à humanidade hoje: 'Não se
dará nenhum outro nome e não
haverá nenhum outro caminho ou
meio pelo qual os filhos dos homens
possam obter sua salvação, que não
seja em nome de Cristo e através de
Cristo, o Senhor Onipotente'.
(Mosiah 3:17)". (The Teachings of Ezra
Taft Benson, Salt Lake City:
Bookcraft, 1988, p.10.)
Exorto-vos a aceitar o
testemunho daquele a quem
apoiamos como profeta, vidente e
revelador, e a ponderá-lo.
Presidente Benson, sei que
podeis ver-nos. Todos nós, presentes
a esta conferência, num total de
muitos milhares, expressamos amor
por vós e invocamos sobre vós as
bênçãos do Senhor. Nós vos
apoiamos como nosso profeta. Nós
vos abraçamos como nosso líder.
Agradecemos-vos pelo grandioso

M
eus amados irmãos,
desfrutamos dois dias
maravilhosos. O Espírito do
Senhor esteve conosco. Ouvimos
discursos inspirados, belas orações e
música inspiradora.
Estas conferências gerais
realizadas a cada seis meses nos dão
a oportunidade de aumentar nossa
fé no Senhor e sua obra eterna e
nosso amor por ele.
Estou certo de que se fortaleceu
dentro de nós a resolução de viver
um pouco melhor, de sermos um
pouco mais bondosos, de servirmos
com menos egoísmo, de sermos mais
dignos das bênçãos maravilhosas
que o Senhor tem generosamente
derramado sobre nós.
É costume que o Presidente da
Igreja nos deixe, no encerramento de
cada conferência, uma mensagem a
ser ponderada. Lamentamos, e como
lamentamos, que o Presidente
do que seu sacrifício expiatório e
subseqüente ressurreição. E
nenhuma língua mortal pode
expressar suficiente gratidão por
tudo que Jesus fez por nós.
Precisamos saber que Cristo nos
convida a nos achegarmos a ele. 'Eis
que ele envia um convite a todos os
homens, pois que seus braços de
misericórdia estão estendidos para
eles,... Sim, diz ele, vinde a mim e
participareis do fruto da árvore da
vida'. (Alma 5:33-34.)
Vinde, pois ele tem 'os braços
abertos para vos receber' (Mórmon
6:17).
Vinde, pois ele 'consolará vossas
aflições, defenderá vossa causa' (Jacó
3:1).
Vinde a ele, e 'ofertai-lhe vossas
almas inteiras, como dádiva' (Omni
1:26).
Morôni, ao concluir o registro da
trabalho que tendes feito na
liderança deste povo, em verdade e
retidão. Que Deus possa abençoar-
vos, nosso amado amigo, profeta e
Presidente.
E agora, irmãos, restam-nos dois
ou três minutos, e desejo expressar,
em nome das Autoridades Gerais, a
mais profunda gratidão pelos
membros da Igreja em todo o
mundo, pela vossa bondade para
conosco, pelo voto de apoio com
relação às nossas responsabilidades.
O adversário está solto na terra. Ele
procura destruir esta obra, mas se
estivermos unidos, seus esforços
serão inúteis. A obra do Senhor irá
avante e crescerá em majestade,
poder e força por todo o mundo.
Vimos hoje e nesses últimos dias, a
majestade, a maravilha e o poder
desta obra, que é de Deus.
Ao ouvirmos o discurso da irmã

96
Limpo e reformado para o seu 100° aniversário, o Templo de Lago Salgado é um centro de interesse para todos os que passam.
Okazaki nesta tarde, fomos tocados
pelo poder do Espírito, que inspirou
o coração de uma menina havaiana,
que não fora criada como cristã, e
tocou aquele coração até fazê-la
acreditar, e, ao acreditar, veio a
saber. Ao ouvirmos o testemunho do
irmão Kwok Yuen Tai, novamente
sentimos o milagre e a maravilha
desta obra. Aquele menino chinês de
Hong Kong foi a uma reunião
convidado por um amigo, e seu
coração foi tocado depois de algum
tempo. Lembro-me da época em que
ele era um menino em Hong Kong,
quando se filiou à Igreja. Quando o
encontrei novamente, ele estava em
Sydney, na Austrália, estudando
para formar-se em química. Depois,
foi para Londres trabalhar para uma
grande companhia química,
passando, mais tarde, a cuidar dos
negócios dessa companhia em
Formosa e em Hong Kong. O Senhor
guiou-o e conduziu-o. Desde aí ele
serviu como presidente de missão e
agora é uma Autoridade Geral da
Igreja.
Esses milagres, pois milagres é o
que são, estão acontecendo em todo
o mundo. Esta é uma obra de
milagres, e o poder do Espírito
repousa sobre a cabeça de homens,
mulheres, meninos e meninas, em
todo o mundo. Alguém disse que o
Espírito Santo pode ensinar-nos
coisas que não podemos ensinar uns
aos outros. Quão verdadeira é essa
afirmação. Quão maravilhosamente
verdadeira é essa afirmação! O
profeta Jeremias disse: "É vos
tomarei, a um de uma cidade, e a
dois de uma família; e vos levarei a
Sião.
E vos darei pastores segundo o
meu coração". (Jeremias 3:14-15.)
Esse é o milagre que está
ocorrendo.
Am ados am igos e
companheiros, desejamos a cada
um de vós um retorno seguro ao
lar. Invocamos as bênçãos do céu
sobre vós para que haja paz e amor
no lar e nos corações. Por favor,
aceitai nosso amor. Desejamos que
saibais que oramos por vós.
Sabemos que orais por nós, e vos
agradecemos. Aceitai nosso
testemunho, que é o mesmo
testemunho que todos vós podeis
prestar, de que Deus, nosso Pai
Eterno, vive, nosso Pai, o
governador e regente do universo,
a quem podem os recorrer e com
quem podem os falar em oração.
Jesus é o Cristo, o Unigênito de
Deus na carne, o Filho do Deus
vivo, que deu a vida para expiar os
pecados de toda a humanidade.
Ambos visitaram a terra para
inaugurar a dispensação da
plenitude dos tempos e conferiram
àquele que se tornou o Profeta
grandes e importantes chaves que
são o alicerce desta obra. Esta é
nossa fé, este é nosso testemunho,
assim testificamos em nome de
Jesus Cristo, amém.
A L iahona /J ulho 1993 97
 N O T Í C I A S DA I G R E J A
Élder F. Melvin Hammond
Chamadas Duas Novas Autoridades
Gerais, Três São Transferidas para o
Primeiro Quorum
Mensagem da Primeira Presidência O chamado de cinco novos
membros para o
Primeiro Quorum dos
APáscoa:
Primeira Presidência emitiu a seguinte mensagem de
Setenta foi anunciado pela
Primeira Presidência, na
Durante esta época de Páscoa, nós, mais uma vez, nos
regozijamos com toda a Cristandade e, com gratidão, abertura da 163a conferência
comemoramos a ressurreição de Nosso Senhor e geral anual.
Salvador, Jesus Cristo. Os Élderes F. Melvin
Palavras não podem descrever completamente a Hammond, Kenneth Johnson
magnitude do milagre acontecido no santo sepulcro e Lynn A. Mickelsen,
naquela remota manhã, mas o mensageiro celestial membros do Segundo
captou sua essência, quando disse: "Ele não está aqui, Quorum dos Setenta, foram
porque já ressuscitou..." (Mateus 28:6). apoiados como membros do
Foi um evento por muito tempo anunciado pelos Primeiro Quorum dos
profetas, muito buscado pelos santos do Senhor, muito Setenta. Neil Linden
esperado pelos que se encontravam no mundo espiritual, Andersen, de Tampa,
mas, ainda assim, pouco compreendido pelo mundo Flórida, e D. Todd
livre, pois ninguém antes vencera a sepultura. Christofferson, de Charlotte,
A ressurreição do Senhor completou o processo da
expiação que incluiu sua vida sem pecado, seu sofrimento Carolina do Norte, foram
no Jardim de Getsêmani e sua morte na cruz. A chamados para o Primeiro
ressurreição assegurou a imortalidade a todos e a Quorum dos Setenta.
expiação abençoada proporcionou um caminho à Élder Hammond, 59 anos,
exaltação para os que permanecerem fiéis aos princípios pertencia ao Segundo
do evangelho. Quorum dos Setenta desde
Nesta data sagrada, solenemente testificamos que abril de 1989. Hoje é
Jesus é o Filho de Deus, o Salvador e Redentor do mundo. primeiro conselheiro na
Sabemos que ele vive! Sabemos que, porque ele vive, presidência da Área México
também viveremos novamente. Sul, tendo sido
Juntamente com o apóstolo Paulo, exultamos: "Mas anteriormente conselheiro na
graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus presidência da Área México.
Cristo" (I Coríntios 15:57). □ Antes de seu chamado como
Autoridade Geral, foi
98
Élder Kenneth Johnson
presidente da Missão Bolívia
Cochabamba. Foi também
presidente de estaca, bispo,
oficiante do templo e
professor da Escola
Dominical.
Quando foi chamado
como Autoridade Geral, era
professor de religião na
Faculdade Ricks, em
Rexburg, Idaho, EUA.
Cumpriu oito mandatos na
Legislatura do estado de
Idaho e foi líder das
minorias durante três
mandatos. É casado com
Bonnie Sellers e o casal tem
seis filhos.
Élder Kenneth Johnson,
52 anos, foi chamado para o
Segundo Quorum dos
Setenta, em março de 1990.
Fazia parte da presidência
da Área Europa Norte. Foi
representante regional,
presidente de estaca,
conselheiro na presidência
de uma estaca, conselheiro
em um bispado, missionário
de distrito e professor da
Escola Dominical.
É natural de Norwich,

Élder Lynn A. Mickelsen
Inglaterra, e formado pela
Faculdade Municipal de
Norwich. Realizou curso de
pós-graduação no City and
Guilds ofLondon Institute of
Printing, depois do que se
tomou professor
universitário. De 1964 a
1990, trabalhou numa
corretora de seguros
britânica e era sócio da
firma quando de seu
chamado para trabalhar em
tempo integral. Ele e a
esposa, Pamela Wilson
Johnson, têm um filho.
Élder Mickelsen, 57 anos,
pertenceu ao Segundo
Quorum dos Setenta desde
março de 1990. Era
presidente da Área Sul
América do Sul. Antes de
seu chamado para ser
Autoridade Geral, foi
presidente da Missão
Colômbia Cali, foi
representante regional,
presidente de estaca e
bispo.
Nascido em Idaho Falls,
estado de Idaho, EUA,
freqüentou a Faculdade
Ricks e é formado pela
Universidade Brigham
Young. Era fazendeiro e
comerciante em Idaho antes
de seu chamado como
Autoridade Geral.
Participou também do
conselho de um hospital e de
várias associações de
fazendeiros. Ele e a esposa,
Jeanine Andersen Mickelsen,
têm nove filhos. □
Atualização:
Quadro de
Membros da Igreja
número de membros da
O Igreja continuou a crescer
durante 1992. De 6.720.000
santos dos últimos dias em
dezembro de 1988, o número
passou para 8.406.895 no fim
do ano passado. Segundo
estatísticas divulgadas na
conferência geral, quase
275.000 desses batismos foram
de conversos. O restante foi de
crianças de registro de oito
anos de idade.
8.406.895
8 .120.000 1
7.760.000 |
7.300,000 i
6.720.000 I
/
Elder Neil L. Andersen
dos Setenta
á três anos, Neil L.
H Andersen, a esposa,
Kathy, e seus quatro filhos
estavam assistindo a fitas de
vídeo da conferência geral e
ficaram impressionados com o
discurso de um membro do
Quorum dos Doze, sugerindo
aos membros que lessem o
prefácio do novo hinário e
aconselhava-os a não
negligenciarem os hinos,
lembra Élder Andersen,
membro recém-chamado do
Primeiro Quorum dos Setenta.
Depois, quando era
presidente da Missão França
Bordeaux, Élder Andersen e
sua família levaram o conselho
a sério. "Instituímos um
programa quase diário para
aprender os hinos", disse ele.
"Recebemos, em profusão, as
bênçãos indicadas no prefácio
escrito pela Primeira
Presidência".
Aproveitando o tempo que
passam juntos, na noite
familiar, para estudar os
discursos da conferência, a
família Andersen procura
especificamente conselhos e
promessas e estabelece metas
familiares conjuntas.
"Não nos damos conta das
enormes bênçãos que estão
disponíveis, a menos que
sigamos ativamente um curso
norteado pelos ensinamentos
dos profetas e apóstolos",
observa Élder Andersen.
"Nossa família tem visto isto
funcionar repetidamente."
Sementes de respeito e
obediência aos
líderes da Igreja
foram plantadas no
jovem de Idaho
quando ainda
criança. Nascido a 9
de agosto de 1951 e
criado em Pocatello,
Neil se lembra de
assistir às sessões da
conferência geral em
uma pequena
televisão branco-e-
preto quando era
jovem. Em outra
ocasião, a família
viajou várias horas
de carro para a
Cidade do Lago
Salgado, a fim de
ouvir a conferência
geral. Depois, ele
apertou as mãos de algumas
Autoridades Gerais. "Senti
grande força vinda desses
irmãos, e instilou-se em mim
uma profunda crença neles".
Élder Andersen cumpriu
missão na França e casou-se
com Kathy Sue Williams, no
dia 20 de março de 1975, no
Templo de Lago Salgado.
Formou-se na Universidade
Brigham Young e licenciou-se
em administração de empresas
pela Universidade de Harvard.
Ele e Kathy mudaram-se,
então, para Tampa, Flórida,
cidade natal de irmã Andersen,
onde trabalhou como diretor
de propaganda e mais tarde
como vice-presidente da
Morton Plant Flealth System.
Além de presidente de missão,
foi também presidente de
estaca, conselheiro na
presidência da estaca e
membro do sumo conselho.
"Algumas de nossas
lembranças mais felizes são do
tempo em que fomos
missionários", afirma Élder
Andersen. "É enquanto
estamos a serviço do próximo
que o Senhor aumenta e edifica
nossas capacidades. Em muitas
ocasiões, ao sentir-me
inadequado ao chamado que
estava diante de mim, senti a
generosidade do Senhor me
erguendo e me fortalecendo. É
esse conhecimento que me
sustem agora, ao contemplar
esta nova etapa que me enche
de humildade." □
A L iahona /J ulho 1993 99
 Élder D. Todd Christofferson Elaborado o Novo Manual de
dos Setenta
Acampamento das Moças
líderes de acampamento de
nesse campo. A
família morou na
área de
P ara viabilizar experiências
de acampamento para
moças de todo o mundo, um
jovens sem experiência
prévia.
Washington, D.C.; novo manual de
em Nashville, acampamento das Moças foi
Tennessee; preparado para a Igreja.
Herndon, Virgínia; Segundo a presidência geral 'AMP MAMAI,
e Charlotte, das Moças, o novo manual foi
Çarolina do Norte. redigido para atender às
Élder necessidades atuais.
Christofferson Com base nas escrituras e
serviu como nos princípios do evangelho,
representante o manual é "exatamente o
regional, que precisávam os", diz
presidente de Janette C. Hales, Presidente
estaca, sumo
Geral das Moças. "O
conselheiro, bispo,
acampamento tem muitos
presidente de
propósitos, m as o mais
missão da estaca, e
na presidência de importante deles é atrair as
estaca. Houve moças para mais perto do Pai
odd Christofferson tinha Celestial. É uma maravilhosa
T quinze anos, quando a
família se mudou para Nova
desafios profissionais e
pessoais e, durante os anos, oportunidade para os jovens
adquirirerr maior apreço
Mamial de Acampamento das Moças

Jersey. Nascido a 24 de janeiro
de 1945 e criado em Pleasant
Grove e Lindon, Utah, Todd
teve experiências e conheceu
pessoas na nova localidade da
costa leste dos Estados Unidos
que criaram nele lembranças
muito valiosas.
"Foi nessa época que
minha fé se desenvolveu,
transformando-se em um
testemunho maduro",
lembra-se Élder
Christofferson, um dos
membros recém-chamados do
Primeiro Quorum dos Setenta.
"Cresci, com fé, com a família,
amigos e outras pessoas que
influenciaram minha vida;
não me lembro de momento
algum em que não possuísse a
crença de que o evangelho era
verdadeiro. Em Nova Jersey,
porém, tomei-me consciente
do conhecimento de que era
verdadeiro, importante."
Importava tanto que ele
servisse uma missão (na
Argentina) e decidiu fazer
sempre o melhor possível
como membro da Igreja.
Casou-se com Katherine
Jacob, no Templo de Lago
Salgado, em 28 de maio de
1968, e o casal tem cinco
filhos. Bacharelou-se na
Universidade Brigham Young
e formou-se em Direito na
Universidade de Duke,
iniciando, então, seu trabalho
Elder Christofferson
descobriu que a coisa mais
significativa que aprendeu foi
como orar eficientemente.
"É por meio da oração que
podemos manter uma
perspectiva e atingir
estabilidade na vida.
Encontramos ajuda por
intermédio da única fonte que
pode realmente oferecê-la",
explica. "É pela oração que
podemos saber a qualquer
hora a vontade do Senhor a
nosso respeito. E, seguir essa
vontade toma-se mais
importante do que qualquer
outra consideração."
Élder Christofferson
oferece duas sugestões para a
oração eficiente: gratidão e
solidão. "Uma das coisas que
nos põe em sintonia com o
Espírito é a oração que deve
expressar gratidão por
bênçãos específicas", observa.
"É necessário muito tempo
para alistar bênçãos
específicas e, no processo,
começamos realmente a orar
pelo Espírito".
Além disso, acho que
precisamos encontrar ocasiões
em que tenhamos tempo
ilimitado sozinhos, sem medo
de interrupções, a fim de falar
com o Senhor. Essas horas
oferecem oportunidades
inestimáveis para nos
aproximarmos do Senhor. □
pelas criações de Deus".
Aqui está uma lista de
m udanças no novo manual:
• Âmbito internacional.
Foram elaborados requisitos
para obtenção do certificado
que se aplicam a qualquer
ambiente,
independentemente de clima
ou terreno. Estão incluídas
descrições da natureza de
várias partes do mundo.
• A obtenção do
certificado agora reflete os
valores do programa atual
das Moças.
• Líderes adultas são
incentivadas a completar os
novos requisitos, mas não é
exigido que façam isso antes
de dirigirem um
acampamento de Moças ou
darem certificados às
participantes.
• As moças podem tentar
obter certificado de mesmo
nível de outras participantes
de sua idade. Aquelas que
quiserem o certificado de
níveis passados podem tentar
obtê-los, podendo trabalhar
em mais que um nível de
certificado ao mesmo tempo.
• Foi incluído um
programa para Líderes de
Acampamento para moças de
dezesseis e dezessete anos de
idade. As moças podem ser
• As participantes
receberão um certificado ao
término de cada nível, com a
opção de receberem o
certificado de conclusão de
quatro anos de serviço.
Há outras seções no novo
manual que focalizam
solução de problemas,
consciência em relação à
natureza, alimentação e
nutrição, jogos e atividades e
orientação para participantes
deficientes.
O novo manual substitui o
M anual de Acam pam ento e o
M am ial de Certificado de M estra
de Campo. (Poderá ser
solicitado ao centro de
distribuição da Igreja, no
Brasil a partir de Io de
setembro.)
Caption Layout: Manual
de Acampamento das
Moças.O número de membros
da Igreja continuou a crescer
durante 1992. De 6.720.000
santos dos últimos dias em
dezembro de 1988, o número
passou para 8.406.895 no fim
do ano passado. Segundo
estatísticas divulgadas na
conferência geral, quase
275.000 desses batismos
foram de conversos. O
restante foi de crianças de
registro de oito anos de
idade. □

100

Colorado Denver Norte
Califórnia Carlsbad
Nebraska Omaha
Guatemala
Cidade da Guatemala Central
Dezessete Novas Missões Criadas
A Primeira Presidência
anunciou a criação de
dezessete novas missões:
— Missão Brasil
Florianópolis — antes parte
da Missão Brasil Curitiba,
tem população de 1, 3
milhão, atende a 4.839
membros em duas estacas e
dois distritos.
— Missão Brasil Recife
Sul — antes parte da
Missão Brasil Recife, tem
população de 6, 5 milhões,
atende a 17.000 membros
em cinco estacas e dois
distritos.
— Missão Brasil
Ribeirão Preto — antes
parte da Missão Campinas,
inaugurada em Io de
fevereiro, tem quatro estacas
e 9.693 membros.
— Missão Brasil Rio de
Janeiro Norte — antes parte
da Missão Rio de Janeiro,
também inaugurada em Io
Latvia Riga
Canadá
Toronto Oeste
N ova York
Nova York Sul
Brasil Recife
Sul
Brasil Rio
de Janeiro Norte
Brasil
Ribeirão Preto
Brasil Florianópolis
de fevereiro, tem três
estacas e 9.867 membros.
— M issão Califórnia
Carlsbad — antes parte da
Missão Califórnia San
Diego, tem população de 2
milhões, atende a 32.798
membros em onze estacas.
— Missão Califórnia
Roseville — antes parte da
Missão Califórnia
Sacramento, tem população
de 1 ,2 milhão e atende a
37.862 membros em onze
estacas.
— Missão Canadá
Toronto Oeste — antes
parte da Missão Canadá
Toronto, tem população de
4,3 milhões e atende a
11.924 membros em cinco
estacas.
— M issão Colorado
Denver Norte — antes
parte da Missão Colorado
Denver, tem população de
1 , 6 milhão e atende a
1
J
1
40.000 membros em treze
estacas.
— M issão Guatemala
Cidade da Guatemala
Central — a quarta missão
da Guatemala, inclui Belize
Oriental, atende a 24.723
membros em cinco estacas.
— Missão Latvia Riga —
antes parte da Missão
Rússia São Petersburgo, tem
população de 8,1 milhões e
atende a 156 membros.
— Missão Nebraska
Omaha — antes parte da
Missão Missouri
Independence, tem
população de 1 ,9 milhão e
atende a 12.532 membros
em quatro estacas e um
distrito.
— Missão Nova York
Nova York Sul — antes
parte da Missão Nova York
Nova York, tem população
de 7,3 milhões e atende a
6.453 membros em uma
estaca e um distrito.
— Missão Peru Chiclayo
— a sexta missão do Peru,
inclui a região noroeste do
país e atende a 14.460
membros.
— Missão Romênia
Bucareste — a primeira
missão na Romênia, país de
mais de 23 milhões de
pessoas, atende a
aproximadamente 100
membros no único ramo do
país.
— Missão Rússia
Samara — terceira missão
da Rússia, população de 5,5
milhões de pessoas, a
maioria vive às margens do
Rio Volga.
— Missão Tennessee
Knoxville — antes parte da
Missão Tennessee Nashville,
população de 2, 7 milhões,
atende a 8.599 membros em
três estacas.
— Missão Ucrânia
Donetsk — antes parte da
Missão Ucrânia Kiev,
população 19,5 milhões e
inclui a parte sul do país,
perto do Mar Negro.
Estas novas missões
elevam o total de missões no
mundo para 295. LU
L iahona /J ulho 1993 101

Esta igreja, localizada no número 412, da Rua Lombard, na Filadélfia, foi identificada como o local de um comovente
sermão feito pelo Profeta Joseph Smith no inverno de 1839-40. O edifício, que atualmente pertence a uma congregação
judaica, foi alugado pelo Profeta há 153 anos.
Identificado o Local do Sermão de Joseph Smith em 1839
na Filadélfia
John Shiffert
U ma inscrição desbotada
feita a tinta com uma
pena, num livro comercial
da Igreja Universalista
finalmente identificou um
importante local da história
da Igreja na área de
Filadélfia, Pensilvânia.
Está escrito:
"1840
14 de janeiro
Para uso da Igreja do
Rev. J. Smith por G. H.
McCully $13,63."
"O Rev. J. Smith" era,
com certeza, o Profeta
Joseph Smith. A igreja era a
Primeira Igreja
Independente de Cristo,
localizada no número 412
da rua Lombard, na
Filadélfia. E a ocasião era
familiar para qualquer um
que já leu o livro
Autobiography ofParley P.
Pratt — o dia na última
semana de dezembro de
102
1839, quando "uma enorme
igreja foi posta à disposição
de Joseph Smith e cerca de
três mil pessoas reuniram-
se para ouvi-lo". (Cidade do
Lago Salgado: Deseret Book
Co., 1979, p. 298.)
Esse sermão na
Filadélfia, que é um marco
da história da Igreja, ficou
especialmente famoso no
decorrer destes 153 anos
por causa do poder da
mensagem do Profeta e do
mistério sobre o local onde
fora proferido. O Élder Pratt
registra que os ouvintes
estavam "maravilhados" e
"emocionados" enquanto o
Profeta falava. (Vide
Ensign, dezembro 1992,
p. 8.)
O edifício foi
identificado graças ao
ímpeto do presidente da
Missão Filadélfia
Pensilvânia, Richard H.
Morley, e aos esforços de
pesquisadores na Filadélfia
e no Lago Salgado. Em
1888, o prédio foi comprado
da Igreja Universalista por
uma congregação ortodoxa
judaica que ainda hoje o usa
para suas devoções. O
púlpito, grades, bancos,
piso e sacadas originais
ainda existem.
Num dia frio do inverno
da Filadélfia,
aproximadamente 153 anos
e um mês depois que o
Profeta "levantou-se como
um leão prestes a rugir e,
estando cheio do Espírito
Santo, falou com grande
poder, prestando
testemunho das visões que
tivera, do ministério de
anjos de que desfrutou e de
como achara as placas do
Livro de Mórmon e as
traduzira pelo dom e poder
de Deus" (ibid.), o
Presidente Morley subiu
naquele mesmo tablado e
disse: "Este é o lugar".
A história da missão do
Profeta na Filadélfia, que
inclui ter aberto o Ramo da
Filadélfia no dia de seu 34°
aniversário (23 de
dezembro de 1839) e ter
presidido a primeira
conferência naquele local
(13 de janeiro de 1840),
começou em 29 de outubro
de 1839 quando ele deixou
Nauvoo, Illinois, em
companhia de Sidney
Rigdon, Elias Higbee e
Orrin Porter Rockwell. Eles
inicialmente foram de
carruagem até Washington
D. C. para prestar queixa ao
Congresso sobre o
agravamento das
perseguições aos mórmons
do Missouri. (Vide History
of the Church, 4:19.)
O Profeta foi à Filadéfia
também para conduzir a
pregação do evangelho na
parte sudeste da
Pensilvânia e central de
Nova Jersey. O médico
Robert E. Foster juntou-se
mais tarde ao grupo e
ajudou a cuidar de Élder
Rigdon, doente boa parte
do tempo. (Ibid. 4:48.)
O Profeta também
designou o Dr. Foster para
registrar os detalhes de suas
percepções da missão. Ao
término desta, em 4 de
março de 1840, o Profeta,
desapontado, escreveu: "Eu
dependia do Dr. Foster para
fazer o diário desta viagem,
mas ele me decepcionou".
(Ibid. 4:89.)
Como resultado, os
locais de alguns dos
importantes marcos da
história da Igreja em
Filadélfia foram perdidos,
até que James L. Kimball Jr.,
bibliotecário sênior do
Departamento Histórico da
Igreja, encontrou a chave
que destrancou a porta da
igreja "perdida" do Élder
Pratt em Filadélfia.
O irmão Kimball,

Muito do interior da igreja de Filadélfia onde Joseph Smith discursou há um século e meio é original. O púlpito onde o
Profeta falou, as grades, bancos, piso, e sacadas ainda existem.
auxiliado pela bibliotecária
sênior, Mary Gifford, com
quem trabalhava, estava
investigando mais
profundamente o trabalho
feito na Filadélfia por
Presidente Morley, irmão
Dan Rolph, da ala de
Jarrettown, Estaca Filadélfia
Pensilvânia, e pelo
pesquisador Sidney
Weitzman.
A chave estava no
Journal ofHistory, uma
publicação da Igreja
Reorganizada de Jesus
Cristo dos Santos dos
Últimos Dias. Os números
de julho de 1918 e janeiro de
1919 continham uma
história da Igreja na
Filadélfia, escrita por Walter
W. Smith.
Cento e cinqüenta e três
anos depois que os
Universalistas receberam
pagamento pelo uso de sua
igreja, o irmão Kimball
encontrou a inscrição que
identificou o local do
sermão do Profeta.
"O Élder Joseph Smith
[Jr.J, presidente de toda a
igreja, chegou em Filadélfia
no sábado, 21 de dezembro,
e Élderes Elias Higbee e
Orrin P. Rockwell, alguns
dias mais tarde. O
Presidente Smith falou a
grandes audiências no salão
da esquina das ruas Seventh
e Callowhill, na Igreja
Universalista, esquina das
ruas Fourth e Lombard, e
em outros locais". (Journal of
History, vol. 11, n° 3, julho
de 1918, Arquivos da Igreja
SUD.)
Outras evidências
contidas no Journal of
History permitiram aos
pesquisadores apontar com
precisão a Igreja
Universalista como o local
onde o sermão registrado
por Élder Pratt realmente
ocorreu. Enquanto vários
outros locais de reunião da
Igreja são identificados no
jornal como edifícios
comerciais, a Igreja
Universalista é a única que
aparece como salão
religioso, e o único local que
se ajusta ao registro de
Élder Pratt.
O próximo passo era
achar os arquivos da Igreja
Universalista, e aquela
inscrição no livro do
tesoureiro de 1816 a 1896,
declarando que os santos
dos últimos dias pagaram
13 dólares e 63 centavos
pelo aluguel do salão.
Apesar da data exata do
sermão do Profeta não ter
sido apurada, a pesquisa
continua como parte de um
esforço conjunto da Missão
Filadélfia Pensilvânia e do
conselho de assuntos
públicos da estaca de
Filadélfia.
As edições do Journal of
History também contêm
mais informações sobre os
primeiros dias da Igreja na
Filadélfia, incluindo o local
da primeira reunião e da
primeira conferência — o já
citado salão público na
esquina das ruas Seventh e
Callowhill. Infelizmente,
esse edifício e outros locais
onde se realizaram reuniões
da Igreja SUD mencionados
no Journal ofHistory não
existem mais. □
John Shiffert é o especialista em
assuntos públicos da Ala de
Jarrettown, Estaca Filadélfia
Pensilvânia.
Terminada a
Trilha da Pedreira
do Templo de
Lago Salgado
O serviço de Florestas dos
Estados Unidos
completou a pavimentação
da trilha histórica de Little
Cottonwood Canyon, uma
curta caminhada através das
escavações de granito, de
onde os primeiros
colonizadores do Vale do
Lago Salgado extraíram
pedras para a construção do
templo.
Os turistas que
percorrem a trilha de 400
metros podem ler sobre
interessantes lugares
históricos e naturais,
incluindo o acampamento
de extração de pedras, que
se transformou na Cidade de
Granite e na comunidade de
Wasatch.
O projeto de
pavimentação da trilha e
colocação de sinais levou um
ano para ser realizado e as
possibilidades futuras da
trilha são ilimitadas, disse
Nancy Krebs, guarda
florestal do Distrito de
Polícia Florestal de Lago
Salgado. "Esperamos
expandir a trilha,
possivelmente incluindo
exibições da história ao vivo,
para que as pessoas possam
conhecer a grande história
desta região e entender os
recursos aqui encontrados",
completou ela.
A conclusão da trilha
coincide com o centenário
do Templo de Lago Salgado.
Vários dos sinais falam a
respeito do trabalho daquela
época e do corte de rochas
nas pedreiras de granito.
A trilha abriu para
turistas em Io de maio e
permanecerá aberta até que
o inverno a torne
intransitável. □
A L i a h o n a [J u l h o 1993 103
 E les F alaram para N ós
Relatório da 163a Conferência Geral Anual nos dias 3 e 4 de abril de 1993
Presidente Ezra Taft
Benson (lido por Thomas S.
Monson, segundo
conselheiro na Primeira
Presidência):
Eu sou grato ao Senhor
pelos Templos. As bênçãos
da Casa do Senhor são
eternas. Elas são da maior
importância para nós porque
é nos templos que obtemos
de Deus as maiores bênçãos
relativas à vida eterna. O
templo é realmente a porta
do céu.
Gordon B. Hinckley,
Primeiro Conselheiro na
Primeira Presidência:
"Honra teu pai e tua
mãe, para que se
prolonguem os teus dias na
terra que o Senhor teu Deus
te dá." (Êxodo 20:12.) Ainda
menino, fui levado a crer
nesse mandamento divino.
Considero este um grande
mandamento do Senhor. Se
ao menos fosse mais
amplamente observado,
haveria muito menos
miséria nos lares, em vez de
difamação, acusações e
brigas, haveria gratidão,
respeito e amor.
Thomas S. Monson,
Segundo Conselheiro na
Primeira Presidência:
O plano do Pai Celestial
contém as maiores
expressões do verdadeiro
amor. Tudo o que há de
mais precioso, incluindo
nossas famílias, amigos,
alegria, conhecimento e
testemunhos desapareceria
se não fosse pelo Pai e seu
Filho, o Senhor Jesus Cristo.
Élder Boyd K. Packer, do
Conselho dos Doze:
Templo. Uma outra
104
palavra é igual em
importância para um santo
dos últimos dias. Lar. Juntai
as palavras santo templo e lar
e havereis descrito a casa do
Senhor.
L. Tom Perry do
Conselho dos Doze:
As escrituras são um de
nossos maiores tesouros.
Elas contêm as instruções
de Deus a seu povo desde o
início dos tempos. Num
mundo tão cheio de
doutrinas dos homens,
quão gratos somos por
contarmos com uma firme
âncora na qual podemos
edificar a fé!
Dallin H. Oaks do
Conselho dos Doze:
Quando vamos a um
templo ou à capela para uma
reunião religiosa, deixamos
Membros da Primeira Presidência e do Quorum dos Doze apreciam a música
do Coro do Tabernáculo Mórmon.
nossas roupas de trabalho de
lado e vestimo-nos com algo
melhor. Essa mudança de
vestuário é um sinal de
reverência. Similarmente,
quando nos dirigimos ao Pai
Celestial, devemos evitar as
palavras comuns e revestir
nossas orações de uma
linguagem especial de amor
e respeito.
Joseph B. Wirthlin do
Conselho dos Doze:
Nossa família deve
reunir-se para a oração em
família pela manhã e à noite.
Além disso, devemos fazer
nossas orações individuais
pelas necessidades pessoais.
Élder Rex D. Pinegar da
Presidência dos Setenta:
Às vezes, quando
nossas orações não são
respondidas como
queremos, podemos sentir
que o Senhor nos rejeitou
ou que nossa oração foi vã...
É nesse momento que
devemos continuar a orar
com paciência e fé e
procurar sentir aquela paz.
Kwok Yuen Tai dos
Setenta:
Por meio do evangelho,
o ódio se transforma em
amor, o orgulho, em
humildade, o pecado, em
retidão, a tristeza, em
alegria e o medo, em paz.
Ele nos dá esperança de que
podemos voltar à presença
do Pai Celestial. O
evangelho também deu a
mim, um órfão, a esperança
inabalável de que poderei
viver eternamente com
minha família. Talvez até
chegue a passear com meu
pai para compensar a
infância perdida.
Lowell D. Wood dos
Setenta:
Em minha
adolescência, ao sair para
uma atividade, meus pais
me diziam: "Lembre-se de
quem você é " . Esta
declaração era eficaz para
me fazer lembrar da
confiança que meus pais
depositavam em mim... Ela
me lembrava da
responsabilidade de ser um
bom exemplo para meus
irmãos mais novos.
Bispo H. David
Burton, do Bispado
Presidente:
Nosso Pai Celestial nos
deu um dom que nos ajuda
a identificar os engodos de
Satanás e resistir a eles: O
dom do Espírito Santo.
"E, no fim do sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, M aria Madalena,
[fora] ver o sepulcro" (Mateus 28:1).
 n ão se vendem dois passarinhos por um ceitil?
e nenhum deles cairá em terra sem a
vontade de vosso Pai...
Não temais pois: mais vaieis vós do que muitos
passarinhos” (Mateus 10:29, 31).
A I G R E J A D E J E S U S
A LIAHONA
C R I S T O D O S S A N T O S D O S Ú L T I M O S D I A S ■ A G O S T O D E 1 9 9 3
 A LIÀHONA
A G O S T O DE 1 9 9 3

DESTAQUES

DA P R I M E I R \ P R E S ID Ê N C IA :
UMA VOZ D E A D V E R T Ê N C IA
PRESIDENTE EZRA TAFT B E N S O N ....................................................................................................2

D E P O IS DA PROVAÇÃO. R ÊN Ç Ã O S M O D IB O DIAR R A .......................................... 8

A M O R. R IS O S E E S P IR IT U A L ID A D E NO ( A S A M E M O
BARBARA W O R K M A N .............................................................................................................................................................. 12

Á R E A E U R O P A M E D IT E R R Â N E A :
NOVOS D E S A F IO S E C R E S C IM E N T O 22

H E ItC R J . ( .R A M : UM HOM EM SE M D E S C U L P A S
LEO N R. HARTSHORN .................................. 26

C O R É IA : T E R R A DA CA LM A M A TU TIN A KELLENE RICKS A D A M S ..................3 4

ESPECIALMENTE PARA OS JOVENS

Na capa: O Q U E É O V E R D A D E IR O AM O R
M o d ib o D iarra foi a prim eira pessoa a E A V E R D A D E IR A F E L I C I D A D E ? ÉLDER NE AL A. M AXW ELL........................................... 1 9
ser batizad,a na Igreja em sua terra natal,
M a li, na Á frica O cide ntal. Vide "D epois
da Provação, Bênçãos", página 8. M EU R E F Ú G IO G E O R G E D IC K S O N ..............................................................................................................3 3
Fotografia de C raig D im ond.

C apa da Seção In fa n til:

PA RA SUA IN FO RM A ÇÃ O 42
Ruymán David Hernández M ontero leva
felicidade às vidas de sua fam ília e de O M ELH O R DE BA RCELO N A LISA A. J O H N S O N .................................................. 46
seus am igos em Santa Cruz de Tenerife,
Espanha. Vide página 1 4. Fotografia de
Julie W ardell.
DEPARTAMENTOS
C O M E N T Á R IO S ................................................................................................................. 1

M E N SA G EM DAS P R O F E S S O R A S V IS IT A N T E S :
M E L H O R A R N O S SA S C O M U N ID A D E S 25

SEÇÃO INFANTIL
H IS T Ó R IA S DO L IV R O D E MÓRMON:
AMON E N C O N T R A -SE COM O PA I DO R E I LAM O N I 2

D E UM AM IGO PA R A O U T R O : ÉLDER R O N A LD E. PO ELM AN ....................................4

S E G U IR O L Í D E R LIND A E V A N S ....................................................................................................................... 6
SÓ PA R A D IV E R T IR 10

T E M P O D E C O M P A R T IL H A R : S E G U I R O S P R O F E T A S
JUDY EDW ARDS................................................................................................................................ .........................................1 2

FA ZEN D O A M IG O S: RU YM Á N DAA ID IIE H N VM »I /

M O N T E R O D E SANTA C R U Z D E T E N E R I F E , ESPA N H A
JULIE WARDELL.......................................................................................................................................... 14
A G O ST O de 1993, Vol. 17, n2 8 COM ENTÁRIOS
93988 059 São Paulo - Brasil
Publicação oficial em português de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
A Primeira Presidência: Ezra Taft Benson,
Gordon B. Hinckley, Thomas S. Monson
Quorum dos Doze: Howard W. Hunter,
Boyd K. Packer, Marvin J. Ashton, L. Tom Perry,
David B. Haight, James E. Faust, Neal A . Maxwell,
Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks, M. Russell Ballard, A MKLIIOli REVISTA
Joseph B. Wirthlin, Richard G . Scott que suas palavras são inspiradas por Deus.
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PO STM A STER : Send address changes to A LIA H O N A
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A L I A H O N A • A G O S T O DE 1 9 9 3
1
 MENSAGEM DA PRIMEIRA PRESIDÊNCIA

Uma Voz de
Advertência
Presidente Ezra Taft Benson

H
á cerca de 162 anos, quando os élderes da Igreja estavam

reunidos em conferência, para decidir se as revelações

Doutrina e Convênios
deveriam ser publicadas para o mundo, o Senhor deu à
é um livro
ve rd a d eiro , pois sua
Igreja uma revelação, à qual se refere como o “prefácio” de Doutrina e
fonte m áxim a é Jesus

Convênios. Esta seção 1 desse livro prepara o leitor, como deve fazê-lo o Cristo, e sua
m ensagem é para
prefácio de um livro, explicando o propósito do Autor ao transmitir as todos os homens.

revelações nele contidas. O Autor de Doutrina e Convênios é o Senhor Jesus

Cristo, que o escreveu por intermédio do Profeta Joseph Smith. Doutrina e

Convênios é único entre as obras-padrão da Igreja, não apenas por causa de

seu Autor, mas por ser um livro moderno de escrituras.

O in ício do p refácio in clu i um co n v ite a to d a a h u m an id ad e,

especialmente aos membros da Igreja, para que dêem ouvidos às revelações,

pois a “voz de advertência” irá a todos os povos (versículo 4).

O anjo Morôni citou para o Profeta várias profecias da Bíblia, indicando

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que certos julgamentos aconteceriam nos últimos dias e
que essas predições ainda não haviam sido cumpridas,
mas logo o seriam:
“Escutai, ó povo da m inha igreja, diz a voz daquele
que habita no alto e cujos olhos estão sobre todos os
homens; sim, na verdade vos digo: Escutai, ó povo de
terras longínquas, e vós que habitais as ilhas do mar,
escutai juntam ente.
Pois, na verdade, a voz do Senhor se dirige a todos os
homens, e ninguém há de escapar, e não há olho que não
verá, nem ouvido que não ouvirá, nem coração que não
será penetrado.
E os rebeldes serão tom ados de m uita tristeza, pois
suas iniqüidades serão proclamadas de cima dos telhados,
e revelados os seus atos secretos.
E a voz de advertência irá a todos os povos pela boca
de meus discípulos, os quais escolhi nestes últimos dias.
E eles irão avante, e ninguém os impedirá, pois eu, o
Senhor, os mandei.
Eis que esta é a minha autoridade e a autoridade dos
m eus servos e o m eu prefácio para o livro dos m eus
m a n d a m e n to s, os q u a is lh es d e i, a fim de q u e os
publicassem para vós, ó habitantes da terra.
Portanto, tem ei e tremei, ó povo, pois o que eu, o
Senhor, decretei, neles será cumprido.” (Versículos 1—7.)
N os próximos três versículos, o Senhor lembra a todos
os homens o poder que deu a seus servos que levam a
mensagem desta dispensação:
“E çia verdade vos digo que àqueles que saem a pregar,
levando estas novas aos habitantes da terra, é dado o
p o d er p a ra se lar ta n to n a te rra co m o n os cé u s, os
incrédulos e os rebeldes;
Sim, na verdade, para os selar para o dia em que a ira
de Deus se derramará sem medida sobre os iníquos—
Para o dia em que o Senhor virá para recom pensar a
cada um de acordo com a sua obra, e m edir a cada um
co n fo rm e a m ed id a q u e h o u v e r u sa d o p a ra o seu
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próxim o.” (Versículos 8-1 0 .)
N os versículos seguintes encontram-se as razões pelas
quais o Senhor dirigiu sua mensagem a esta geração:
“Portanto, a voz do Senhor se dirige aos confins da
terra, para que todos os que quiserem possam ouvir;
Preparai-vos, preparai-vos para o que está por vir, pois
o Senhor está perto;
E a ira do Sen h or e stá acesa, e a sua esp ada está
banhada nos céus, e sobre os habitantes da terra cairá.
E o braço do Senhor se manifestará; e se aproxima o
dia em que aqueles que não ouvirem a voz do Senhor,
nem a de seus servos, nem atenderem às palavras dos
profetas e apóstolos, serão desarraigados de entre os
povos;
Pois se desviaram dos meus estatutos, e quebraram o
meu eterno convênio;
N ão buscam ao Senhor para estabelecer a sua justiça,
m as cada um segue o seu próprio caminho, segundo a
imagem do seu próprio Deus, a qual é à semelhança do
mundo, e cuja substância é a de um ídolo, que envelhece
e perecerá em Babilônia, mesmo a grande Babilônia que
cairá.” (Versículos 11-16.)
O Senhor, então, revela por que Joseph Sm ith foi
cham ado para restaurar o evangelho. Ele também indica
como este cham ado abençoará toda a humanidade:
“Portanto, eu, o Senhor, conhecendo a calam idade
que haveria de vir sobre os habitantes da terra, chamei
meu servo Jo seph Sm ith, lhe falei dos céus e dei-lhe
mandamentos;
E tam b ém a o u tro s dei m an d a m e n to s, p a ra que
proclam assem estas coisas ao mundo; e tudo isto para
que se cumprisse o que foi escrito pelos profetas—
A s coisas fracas do mundo virão e abaterão as grandes
e fortes, para que os homens não se aconselhem com o
próximo, nem confiem no braço de carne—
Mas para que todo homem fale, em nome de Deus, o
Senhor e Salvador do mundo;
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K. OLSEN
SMITH, DE GREG
DE JOSEPH
A PRIMEIRA VISÃO
"Portanto, eu, o Senhor, conhecendo a calam idade que
haveria de vir sobre os habitantes da terra, chamei
meu servo Joseph Smith, lhe falei dos céus e d e i-lh e
m andam entos." (D&C 1:17.)
Para que a fé também aumente na terra;
Para que o meu eterno convênio seja estabelecido;
P ara que a p le n itu d e do m eu e v a n g e lh o se ja
proclamada pelos fracos e humildes aos confins do mundo,
e diante de reis e governadores.” (Versículos 17-23.)
A Igreja já estava organizada havia um ano, e muitos
haviam sido abençoados ao aceitar o evangelho restaurado
de Jesus Cristo. Nos versículos seguintes o Senhor relata
com o foi m odificada a vida das pessoas por meio das
revelações— uma bênção que os leitores de Doutrina e
A L I A H O N A
Convênios podem receber hoje:
“Eis que eu sou Deus, e o disse; estes
mandamentos vêm de mim e foram dados
a o s m eu s se rv o s n a su a fra q u e z a ,
co n fo rm e a su a lin g u ag e m , p ara que
alcançassem compreensão.
E, se errassem, pudessem reconhecê-lo;
E se b u sc a sse m s a b e d o r ia , fo ssem
instruídos;
E se pecassem , fossem repreendidos,
para que se arrependessem;
E, sendo humildes, tossem fortalecidos
e a b e n ç o a d o s p elo alto e receb essem
co n h ecim en to de tem pos em tem p os.”
(Versículos 24-28.)
Nos dois versículos seguintes, o Senhor
diz que deu a seus servos poder para trazer
à luz o Livro de Mórmon, receber revela­
ções e estabelecer “a única igreja verdadeira
e viva sobre a face de toda a terra”:
“E, depois de ter recebido o registro
dos n efitas, sim, o m esm o Jo seph Sm ith, meu servo,
tivesse o poder para traduzir o Livro de Mórmon, pela
misericórdia e poder de Deus.
E, a q u e le s, ta m b é m , a q u em fo ram d a d o s e sses
m andam entos, pudessem ter poder para estabelecer o
alicerce desta igreja e tirá-la da obscuridade e das trevas,
a única igreja verdadeira e viva sobre a face de toda a
terra, com a qual, eu, o Senhor, me deleito, falando à
ig reja c o le tiv a e n ão in d iv id u alm e n te .” (V ersículos
29-30.)
O Senh or Jesus C risto adverte os membros de sua
igreja de que pecados dos quais não se arrependerem
poderão causar a perda do Espírito.
“Pois eu, o Senhor, não posso encarar o pecado com o
mínimo grau de tolerância;
Entretanto, aquele que se arrepende e faz a vontade
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do Senhor, será perdoado;
E aquele que não se arrepende, dele será tirada até a
luz que recebeu, pois o meu Espírito não lutará para
sempre com o homem, diz o Senhor dos Exércitos.”
(Versículos 31-33.)
Nós agora lemos que a paz será tirada da terra e que
Satanás reinará. O Senhor, porém, terá poder sobre seus
santos:
“E outra vez, em verdade vos digo, ó habitantes da
terra: Eu, o Senhor, estou disposto a tornar conhecidas
estas coisas a toda a carne;
Pois não faço acepção de pessoas e desejo que todos os
homens saibam que o dia rapidam ente se aproxima;
ainda não é chegada a hora, mas está perto, quando a
paz será tirada da terra e o diabo terá poder sobre o seu
próprio domínio.
E o Senhor também terá poder sobre os seus santos, e
reinará no seu meio, e descerá para julgar . . . o mundo.”
(Versículos 34-36.)
Concluindo, o Senhor testifica que as revelações são
verdadeiras e que as profecias nelas encontradas serão
cumpridas. Também diz que aquilo que transmitir a seus
servos será a sua voz, e que o E spírito te stific a a
veracidade das revelações e mandamentos do Senhor:
“Examinai estes mandamentos, pois são verdadeiros e
fiéis, e as profecias e as promessas neles contidas serão
todas cumpridas.
O que eu, o Senhor, falei, disse e não me escuso; e
ainda que passem os céus e a terra, a minha palavra não
passará, mas será inteiramente cumprida, seja pela minha
própria voz, ou pela de meus servos, não importa.
Pois eis que o Senhor é Deus, e o espírito testifica, e o
testemunho é verdadeiro, e a verdade permanece para
todo o sempre. Amém.” (Versículos 37-39.)
O meu propósito, ao transmitir-vos estas palavras do
Senhor a respeito das condições do mundo nos últimos
dias, é este:
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Hoje nós, como igreja, estamos fazendo soar a voz de
advertência por meio dos m issionários, em todas as
n açõ es da terra. E nviam os os m issio n ário s para
proclamarem o evangelho àqueles que desejem receber
nossa mensagem. Esperamos que todos os rapazes que
nos estejam ou vin d o tenham plan os de tornar-se
mensageiros do Senhor.
D ias difíceis nos aguardam . O Senhor anunciou
calam idades que sucederão às nações do mundo por
cau sa da d eso b ed iên cia e d esco n sid eraç ão a seus
m andam entos e revelações. Em seu grande amor e
misericórdia, levantou o Profeta Joseph Smith e outros
servos para proclamarem o evangelho, a fim de que a fé
aumentasse e o Senhor pudesse estabelecer seu convênio
eterno com toda a humanidade.
O convênio eterno é o evangelho.
V árias declarações contidas nesta revelação irão
fo rtalecer cad a m em bro da Igreja, se lhes derm os
ouvidos. Lembrai-vos de que estas são as palavras do
Senhor à Igreja, hoje.
Primeiro: A m issão do Profeta Joseph Sm ith foi
orientada por Deus.
Segundo: As revelações recebidas por Joseph Smith
são mandamentos do próprio Senhor.
Terceiro: Esses mandamentos foram dados aos servos
de Deus “na sua fraqueza, conforme a sua linguagem,
para que alcançassem compreensão” (versículo 24).
Q uarto: O Livro de M órm on foi traduzido pela
misericórdia de Deus, pelo poder de Deus.
Quinto: Joseph Smith e seus sucessores receberam
ordem de organizar a única igreja verdadeira e viva, após
um período de obscuridade e trevas. A Igreja restaurada
é agora recon h ecid a com o uma grande in fluên cia
positiva.
Sexto: O Senhor está satisfeito com a Igreja, como um
todo, mas não necessariamente com todos os membros,
individualmente.
DE 1 9 9 3

POR JUDITH MEHR
ILUSTRADO
Embora se aproxim e rapidam ente o dia em que a paz
será tirada da terra, "o Senhor terá poder sobre os
seus santos, e reinará no seu m eio, e descerá para
julgar . . . o m un d o" (D&C 1:36).
Sétimo: Ainda que a paz tenha sido tirada da terra e
Satanás tenha grande poder, o Senhor terá poder sobre
os seus santos e “reinará no seu meio”.
Finalm ente: Todas as palavras do Senhor serão
cumpridas, sejam elas dadas por ele próprio ou por meio
de inspiração e revelação a seus servos; e o Espírito
Santo dá testemunho a todos os que procuram conhecer
a veracidade das revelações e mandamentos.
Meus irmãos, presto-vos testemunho de que esta
igreja— A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
A L I A H O N A
D ias— é a igreja do Senhor. Ele está
satisfeito com seu progresso.
Testifico que ele está próximo de seus
servos— ele realm ente reina em nosso
m eio, por interm édio de seus servos.
T estifico que ele o rie n ta a Prim eira
Presidência hoje.
Joseph Smith é um profeta verdadeiro.
Ele estabeleceu o alicerce desta igreja, e o
Senhor abençoou-o e honrou-o.
D o u trin a e C o n v ê n io s é um livro
verdadeiro, pois sua fonte máxima é Jesus
Cristo, e sua mensagem é para todos os
homens.
Que o Senhor nos abençoe a todos, a
fim de que sejamos verdadeiros e fiéis aos
seus mandamentos. □
De um discurso proferido pelo Presidente Benson na
cerimônia de abertura da terra de uma capela em
Hiram, Ohio, em 22 de março de J986.
IDÉIAS PARA O S M ESTRES FAM ILIARES
1. Seção 1 de Doutrina e Convênios é um prefácio do
livro, dado pelo próprio Senhor, com um convite a toda a
humanidade para que dêem ouvidos às revelações.
2. N o prefácio, o Senhor prediz calam idades nos
últimos dias e revela por que Joseph Smith foi chamado
para restaurar o evangelho.
3. O Senhor testifica que, ainda que a paz seja tirada
da terra e Satanás tenha grande poder, o Senhor terá
poder sobre seus santos.
4. O Senhor está contente com a Igreja, como um
todo, m as não n ecessariam en te com os m em bros,
in d iv id u alm e n te. Ele so m en te se alegra quando
obedecemos a seus mandamentos.
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 M odibo D ia rra , n a p á g in a à d ire ita , é visto a c im a com m em bros da fam ília em frente a sua casa em Bam ako,
M ali. Q ua nd o esta foto foi tirada, seu filho mais velho, A m a d ou, estava cum prindo missão em M ontreal, Canadá.

D E P O IS DA
PROVAÇÃO,BÊNÇÃOS
M o d ib o D ia rra , em e n tre v is ta a C h irle y R oundy A rn o ld e Je a n in e Tew

M
eu nome é Modibo Diarra. Em 1981, tive a alta, cuja sombra usamos para reuniões de família. Num
honra de ser a primeira pessoa a tornar-se canto temos um galinheiro e um viveiro de coelhos. Uma
membro da Igreja em minha terra natal, cabra anda livremente, à procura de alimento.
Mali. E ditícil acreditar o quanto minha vida mudou a meu cão ficou doente e pensei que fosse um
Um dia,
partir de então, e que tudo aconteceu porque meu cão caso de hidrofobia. Naquele tempo eu era professor e um
estava doente! de m eus alu n os talou-m e sobre um v eterin ário
Mali fica no noroeste da Africa. O clima é quente e americano, Dr. Jerry Zaugg, que estava trabalhando em
seco. Há pó em toda parte. Apesar de a língua oficial ser Mali. Pedi a esse veterinário que viesse a minha casa, e a
o francês, muitas pessoas falam bambara, a língua local. minha esposa que preparasse chá para o visitante, como
A religião predominante é a islâmica. N ossa capital, é nosso costume. Ele, porém, recusou o chá, e explicou
Bamako, é uma cidade de tamanho médio, às margens que o con su m o d essa b eb id a era c o n trário aos
do rio Niger. Aqui, nossa família vive no típico estilo ensinamentos de sua igreja. Aquilo me interessou e eu
málio. lhe fiz muitas perguntas.
Em casa tem os um grande q u in tal, para o qual Várias coisas boas resultaram dessa visita. Primeiro,
pequenos cômodos dão acesso, e onde há uma árvore fiquei sabendo que meu cão não estava hidrófobo. Mais

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8
importante, porém, foi Dr. Zaugg ter-me pedido que lhe
desse aulas particulares de francês. Eu concordei e,
depois de cada aula, ele me falava de sua igreja, A Igreja
de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias.
Convidou-me a assistir aos serviços religiosos da Igreja
com duas famílias americanas que se reuniam numa casa.
Eles falavam inglês, que eu não falava bem na época, mas
deram -m e os seguintes livros em francês: Livro de
M órm on, D ou trin a e C o n v ên io s e U m a O b r a
Maravilhosa e um Assombro. O espírito era belo e forte e,
posteriormente, converti-me e fui batizado.
Após minha conversão, tornei-me melhor marido e
pai. Minha esposa e filhos não conseguiam acreditar no
quanto eu havia mudado. Meus dois filhos mais velhos,
Amadou e Gausou, começaram a fazer perguntas sobre a
Igreja e a ler o Livro de Mórmon. Foram batizados em
1984. Logo começaram a convidar outros jovens a ver
filmes da Igreja e conhecer os membros americanos que
viviam em Mali. Não tínhamos um ramo oficial, mas eu
escrevia o histórico de nossas reuniões sacramentais em
um livro verde com a palavra Registro na capa.
Com o membro da Igreja, recebi muitas bênçãos.
Então se iniciou um período que testou grandemente a
minha fé. Em fevereiro de 1988, perdi o emprego de
professor e, conseqüentemente, minha posição como um
dos líderes do Sindicato. N ão havia como encontrar
trabalho, apesar de todos os esforços. Minha vida inteira
fora dedicada ao ensino. Como poderia agora sustentar
minha esposa e seis crianças? Como iria alimentar os
outros onze parentes que, por motivos econôm icos,
estavam vivendo em nossa casa?
Todos trabalh avam arduam en te para con seguir
dinheiro. Minha esposa começou a costurar para fora,
enquanto Amadou e Gausou vendiam ferramentas que
fabricavam num torno mecânico. Meus filhos mais novos
engraxavam sapatos. Até minha mãe abriu um pequeno
negócio de venda de temperos. Mais tarde tive que
vender nosso carro, que havíamos comprado depois de
anos de economia. Implorei ao Senhor que me ajudasse a
prover a subsistência de minha família.
Foi durante esses tempos difíceis que recebi um pacote
dos escritórios da Igreja, na Cidade do Lago Salgado,
contendo uma versão simplificada do livro Princípios do
Evangelho, que fora traduzido para a língua bambara.
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10
Pediam-me que verificasse a tradução e traduzisse doze
hinos. Assim que iniciei o trabalho, compreendi sua
importância e procurei executá-lo o mais corretamente
possível. M uitas vezes lutei para achar a palavra ou
expressão correta. Outras vezes, minha mente se abria
estranhamente, como se alguém estivesse ditando para
mim. (Quando terminei as traduções, pedi que guardassem
a maior parte do dinheiro com que tencionavam pagar-me.
Era meu dízimo.) Continuei a orar constantemente pela
melhora de nossa desesperadora situação.
Eu nunca poderia imaginar o que me aconteceria em
seguida. Em maio, recebi uma carta de um velho amigo,
um médico americano chamado James Ferwarda. Eu o
havia conhecido durante sua visita a Mali, em 1985, e, a
seu pedido, acompanhara-o numa viagem por meu país.
Agora, para minha grande surpresa, ele me convidava
para visitá-lo em sua casa, mandando-me uma passagem
de ida e volta aos Estados Unidos!
Fiquei atônito, maravilhado com sua oferta. Parecia-
me, porém, impossível deixar minha família naquele
momento crítico. Os membros da Igreja me estimularam,
contudo, a aceitar o convite. Talvez, diziam, o Senhor
abrisse as portas para que eu fosse ao templo. Como
muitos outros membros, eu também sonhava passar pelo
templo “um dia”.
Ainda aturdido, eu fui, “não sabendo de antemão o
que deveria fazer” (vide 1 Néfi 4:6). Era incrível que
alguém, que mal estava sobrevivendo financeiramente,
pudesse fazer uma viagem tão cara. Depois que cheguei
aos E stad o s U n id o s, Dr. Ferw arda soube de meu
profundo desejo de passar pelo templo, que ficava a mais
de dois mil quilômetros de sua casa. Embora não fosse
membro da Igreja, ele me disse: “ Eu respeito suas
convicções religiosas e pagarei também seu bilhete para
Utah”.
Assim que cheguei à Cidade do Lago Salgado, visitei
os escritórios da Igreja. Nunca me esquecerei desse dia.
Élder Alexander Morrison, dos Setenta, ordenou-me
élder. Depois, fui ao templo e recebi a investidura. Todos
no templo eram tão gentis! A beleza e serenidade de lá
me tocaram pro fu n d am en te. F iquei tam bém
im pressionado ao ver, pela prim eira vez, os jovens
missionários. A gora eu estava certo de querer meus
filhos um dia na missão.
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 Irm ão D ia rra , sentado ao centro, reúne-se com líderes de povoados e representantes da organização
hum anitária que patrocina projetos de agricultura e educação em O uelessebougou, M ali.

N o dia seg u in te, v isite i os e sc ritó rio s de uma
organização humanitária que patrocina diversos projetos
de agricultura e educação em Mali. Na esperança de que
eles pudessem precisar de meus serviços, conversei com
vários administradores, mas voltei a Mali sem uma oferta
de emprego.
O teste de fé de minha família durou ainda cinco
meses. Durante esse período, eu me sentia agradecido
pelas ordenanças do tem plo, que me fortaleceram .
Entretanto, eu me via como que afogando num rio
profundo. Diariamente eu implorava ao Senhor que nos
salvasse da crise econômica. Então, em novembro, o
milagre aconteceu. Os responsáveis pela organização
h u m an itária que eu c o n h ecera em L ago S a lg ad o
enviaram-me um telegrama, contratando-me como seu
novo diretor em Mali. Eu não tinha dúvida de que era a
mão do Senhor puxando-me para fora do rio.
Meu emprego é um desafio, que exige negociações
com oficiais do governo, instrutores locais e chefes de
p o vo ad o s. Sem pre que in icio algo que me parece
impossível, infalivelmente alguém me diz: “Nunca vai
conseguir!”. Eu sei, porém, que o Senhor tem poder para
aju dar-m e. Eu oro e, de algu m a form a, as c o isas
funcionam. Ainda não estou rico, mas posso alimentar
minha família e os outros que dependem de mim. E
agora posso viajar para Utah a negócios, uma vez por
ano. N essas visitas vou ao templo e, algumas vezes,
assisto a uma conferência geral.
Outras coisas aconteceram, coisas maravilhosas. Em
1992, meu filho Amadou terminou sua missão na parte
do Canadá onde se fala francês, ajudando a ensinar e
batizar muitas pessoas, incluindo imigrantes africanos e
muçulmanos. Agora, ele e Gausou estudam nos Estados
Unidos. Gausou também quer cumprir missão um dia. E
minha oração que ele o faça, e que o resto de minha
família entre para a Igreja. Eu oro para que todos os
m eus filhos venham a ser bons alunos e cidad ãos
honestos.
E spero an sio so pelo dia em que a Igreja seja
organizada em Mali. Até agora, sou o único membro da
Igreja residente aqui. A basteço-m e espiritualm ente
orando constantemente e lendo o Livro de Mórmon.
Ainda tenho aquele velho livro verde com a palavra
Registro na capa. Em meu coração, porém, conservo um
outro registro. Lembrar-me-ei sempre de como o Senhor
derramou bênçãos sobre mim. □

A L I A H O N A • A G O S T O DE 1 9 9 3
II
Amor,
Risos &
Espiritualidade
N O C A S A M E N T O

Barbara W orkm an

Para fortalecer seu casamento,

alim ente-o com uma dieta
balanceada que o faça crescer.

N
ão conseguíamos entender Larry e a esposa.
Freqüentar uma Faculdade de Medicina não
deixa tempo suficiente para jogar tênis com
tanta freqüência, mas isso era exatamente o que faziam.
E até íam viajar! Nós, sendo um pouco mais velhos e
sábios, sabíamos que a vida é séria demais para que
gastassem tanto tempo sim plesm ente se divertindo
juntos. Hoje, porém, vemos que, vinte anos mais tarde,
aquele casam ento prossegue com a mesma alegria, e
adoramos visitá-los, pois sabemos que haverá sorrisos e
risadas.
Pouco tem po d ep ois que o co n h ecem o s, Larry
explicou-nos sua filosofia: “O casamento é uma relação
eterna. Se for sólido e feliz, poderei enfrentar qualquer
desafio que a vida me proporcionar. Se não for, então
nenhum emprego maravilhoso ou qualquer outra coisa
poderá compensar essa perda. Meu casamento terá a
mais alta prioridade no que se refere a meu tempo,
dinheiro e energia”.
Ultimamente, meu marido, Dan, e eu temos pensado

A L I A H O N A • A G O S T O DE 1 9 9 3

nos diferentes aspectos de nosso casamento. Recordamos
o amor, o crescimento espiritual, tudo o que nos fez rir e
chorar durante trinta e oito anos, nove filhos e vinte e
seis mudanças de casa.
A gora com preen d em os mais c la ra m e n te o que
desejamos acima de tudo em nosso casamento: amor,
risos e espiritualidade. Queremos continuar apaixonados,
sentir-nos desejados e atraídos um pelo outro, numa
amizade profunda e confortável. Queremos mais risos,
diversão e boas recordações. E desejam os alim ento
espiritual: oração, estudo e conversas sobre coisas
eternas.
No fim, esperamos ganhar a exaltação e ver nossos
filhos “andarem na verdade” (vide III João 1:4).
Cum prir esta m eta pode ser d ifícil num mundo
perturbado como o nosso, mas quando Dan e eu estamos
quase vencidos pela turbulência que nos cerca, lembro-
me de um quadro intitulado Paz■ Mostra um pássaro
pousado no ninho, no galho de uma árvore que se
projeta sobre as Cataratas do Niágara. Imagino nosso
casamento: amoroso, feliz, espiritual, num lar que me faz
recordar a tranqüilidade do pássaro no ninho. Dan e eu
descobrimos que podemos ter o lar de nossos sonhos,
usando o amor, o riso e a espiritualidade para criar um
casamento celestial.
AMOR
A força de nosso matrimônio está no amor, que cresce
e é fo rta le c id o por um p ro ced im en to re to e boa
comunicação.
Poucos dias antes de nosso casamento, Dan me disse:
“Pode ser que eu nem sempre saiba o que é certo, mas
prometo que, se souber, farei”. Depois, na manhã do dia
da cerim ô n ia , ele m andou uma c a rta para nosso
apartamento, dizendo entre outras coisas: “Acabei de
falar com o Pai Celestial e prometi jamais te dirigir uma
A L I A H O N A • A G O S T O
14
Q u e r e m o s c o n t in u a r a p a ix o n a d o s , s e n t ir -n o s
d e s e j a d o s e a t r a íd o s u m p e lo o u tro , n u m a a m iz a d e
p r o f u n d a e co n fo rtá v e l. Q u e r e m o s riso s, d iv e r s ã o e
b o a s re c o rd a ç õ e s.
palavra áspera ou cruel. Eu tentarei e conseguirei. Por
favor, sê paciente comigo e encoraja-me”.
Eu adorava seus cabelos encaracolados e a maneira
com o m anejava o taco de beisebol, mas seriam sua
retidão e amabilidade que fariam meu amor por ele
crescer.
Enquanto nosso amor continua a aumentar, vou
aprendendo o quanto é importante para Dan ver-me
feliz. Embora eu deseje ser bonita e uma perfeita dona-
de-casa para ele, não é isso o que mais lhe importa. Ele
p recisa que eu irrad ie esp eran ça. N ão há ou tro
re la cio n a m e n to no m undo onde a esp eran ça e o
otimismo sejam mais importantes. Dan precisa ver que
estou contente e satisfeita com o que está tentando fazer
e ser. Pelo privilégio de passar a eternidade apaixonada,
com a família a meu lado, posso trabalhar arduamente
pelo meu casamento.
Quando ele agradece meus esforços com as crianças e
a casa, sinto desejo de fazer ainda melhor. Quando
admiro sua preocupação com nossa família, seus esforços
para ob ter nosso su stento e sua boa índole, ele se
empenha mais. Se me lembro de expressar gratidão pelas
qualidades que me fizeram apaixonar-me por ele, meu
amor cresce e é amplamente correspondido. Se, pelo
contrário, sou sarcástica e crítica, derrubo o alicerce
sobre o qual nosso lar celestial deve ser construído.
Descobri, também, que há uma grande diferença
entre um rápido beijo no rosto e um abraço de verdade.
Vejo o quão im portante é, para nós dois, que meu
marido, antes de sair de manhã, me dê um abraço. A
sensação dura todo o dia ou, pelo menos, até que ele
volte. E à noite, quando ele chega, a dose tem que ser
repetida.
O amor não diminui, necessariamente, as diferenças
de personalidade. Um amigo nosso, Clair, adora esportes,
especialmente tênis. Sua esposa, Linda, gosta de cozinhar
e costurar. Ela, porém, decidiu tomar aulas de tênis.
DE 1 9 9 3
Ninguém ficou mais orgulhoso que Clair, quando ele e
seu amigo, John, perderam um jogo de duplas para as
esposas. Ao mesmo tempo, seu apreço pelos talentos e
gostos dela também floresceu.
Eu en ten d o as d iferen ça s ind ivid uais com o
oportunidades de o casal criar um todo mais amplo e
profundo do que qualquer dos dois separadamente. Por
exemplo, Dan e eu temos jeitos totalmente opostos de
A L I A H O N A • A G O S T O
15
tomar decisões. Eu gosto de estudar cada ângulo e tenho
a ten d ên cia de me desesperar diante de qualquer
probleminha. Dan quer ver, analisar rapidamente (em
geral para si mesmo), decidir e nunca voltar atrás. Ele
me ensinou que cada jeito tem seu valor. Quando não
julgamos um ao outro, podemos decidir juntos qual o
caminho melhor para cada situação.
Como marido e mulher, devemos estar atentos à
DE 1 9 9 3
constante necessidade de nos ajustarmos um ao outro
durante toda a vida, enquanto enfrentamos as provações
da mortalidade e lutamos por nosso crescimento pessoal.
Precisam os, contudo, lem brar-nos das cren ças que
compartilhamos e concentrar-nos nelas. Os momentos
em que dizemos “eu te amo por . . “obrigado . .
“estou tão orgulhoso(a) . . “desculpe-me por . .
seguidos de um a b ra ço , en riq u ecem nosso
A L I A H O N A • A G O S T O
16
relacionamento eterno. Tais momentos nutrem nosso
amor, o princípio vital do casamento.
R IS O S
Risos e felicidade muitas vezes estão tão longe um do
outro quanto a sensualidade está do amor. Sempre que
fazem os do cô n ju g e o o b je to de uma piada, ou o
D E 1 9 9 3
P o r s e r m o s filh o s d e p a is c e le stia is, n o s s o e s p írito se
a le g r a q u a n d o v iv e m o s c o m o p e s s o a s ce le stia is. U m
c a s a m e n to f u n d a m e n t a d o e m p r in c íp io s d iv in o s tem
u m p o d e r m a io r d o q u e n o s s a fo rç a in d iv id u a l.
diminuímos com humor degradante, estamos ofendendo
não só a ele, mas também a nosso Pai Celestial. Esse tipo
de riso nunca é apropriado.
O humor saudável ameniza os efeitos das provações e
é fundamental num lar feliz. As pessoas se casam, em
parte, porque são felizes quando estão ju ntas. Que
maravilha quando, depois do casamento, eles continuam
a fazer rir um ao outro. O humor de Dan, em todas as
situações, é um e n ca n to e um bálsam o para nossa
família. Um dia eu estava costurando e perdi a agulha no
carpete. Ele ajoelhou-se para procurá-la. Nem bem me
propus a ajudá-lo, disse: “Não precisa. Tenho certeza de
que vou espetá-la no dedo a qualquer momento”.
Todo casamento tem incidentes que podem tornar-se
sinais particulares entre os cônjuges. Um de nossos
“sinais” começou há vários anos, quando Dan me contou
uma idéia que teve. Ambos nos esquecemos qual era a
idéia, mas devo tê-la rechaçado abruptamente, pois sua
resposta, após uma pausa, foi: “Bem, por um minuto,
cheguei a pensar que seria uma grande idéia”. Hoje em
dia, sempre que um de nós se sente rejeitado, diz: “Bem,
por um minuto, cheguei a pensar . . .”. E aí nós dois rimos,
e a mensagem é clara e amigavelmente captada.
Existem crises familiares que podem tomar-se divertidas
lições. Meu tio e minha tia, ambos brincalhões, viviam
num rancho sem água encanada. Numa manhã chuvosa e
fria, meu tio entrou ensopado em casa e minha tia estava
confortavelmente sentada em frente à lareira. Ela disse:
“Querido, já que está todo molhado e frio, que tal ir buscar
um balde d’água?”. Ele saiu e voltou com a água, derramou
tudo em cima dela e disse: “Agora está molhada e fria. Que
tal ir pegar a água?”. Eles riem quando contam essa
história, que se tornou uma brincadeira da família. Agora,
quando alguém pede um favor que não devia, ou se dá
conta de que está aproveitando do outro, sempre começa o
pedido com um “já que está todo molhado e frio . . .”, e o
pedido é sempre atendido com um sorriso.
A L I A H O N A
Uma das chaves para se criar um divertimento sadio
no casamento é a fé— fé em Deus, um no outro e no
futuro— fé suficiente para relaxar e aproveitar o dia que
se está vivendo. Com fé, podemos ver algum humor até
mesmo nas provações.
E S P IR IT U A L ID A D E
Se querem os o esp írito do S e n h o r em nosso
casamento e em nosso lar, devemos seguir o conselho de
Morôni: “Sim, vinde a Cristo, sede perfeitos nele e negai-
vos a todas as impurezas” (Môroni 10:32). Se Cristo não
diria algo, nós também não o diremos, mesmo em casa.
Se C risto se sa crific a ria para sa n tifica r um
relacionamento, assim faremos— especialmente em casa.
Espiritualidade é amar o que Jesus ama. E querer um
casamento celestial o suficiente para abandonar atitudes
telestiais. A atitude telestial é egoísta e focaliza minhas
n ecessid ad es, m eu prazer, m eu tem po. A titudes
terrestriais— preocupar-se demasiadamente com o que os
outros pensam— também ferem o casamento. E nossa
família tão boa quanto as outras? Será que nossa casa é
bonita? O que nossos vizinhos pensam do modo como
passamos o tempo livre?
Por sermos filhos de pais celestiais, nosso espírito se
alegra quando vivemos como pessoas celestiais. Um
casamento fundamentado em princípios divinos tem um
poder maior do que nossa força individual.
Enquanto esperávam os o nono filho, um exame
revelou que eu tinha câncer. Os médicos não podiam
determinar a fonte nem a extensão da doença sem pôr
em risco o bem-estar da criança, e ela não tinha ainda
tempo suficiente para sobreviver a um parto antecipado.
Os m édicos sabiam, porém, que o tumor estava se
alastrando. Então tivemos que decidir se eles deviam
operar, apesar do risco, ou se devíamos esperar até que o
bebê estivesse mais desenvolvido.
• A G O S T O D E 1 9 9 3
17
 Para mim não parecia haver resposta. Eu queria viver
e criar nossos oito filhos. Desejava, porém, defender a
criança que tinha no ventre. Passamos várias semanas de
agonia, dando ao b ebê tem po para am adurecer,
buscando, em orações, a vontade do Senhor. Recebemos
a resposta quando, depois de muita oração e jejum, Dan
me disse: “Barbara, vai ficar tudo bem. Eu marquei a
cirurgia”.
Por causa do poder do sacerdócio, meu marido pôde
fazer muito mais do que tomar aquela difícil decisão. Ele
chamou nosso mestre familiar, um vizinho que tinha tido
sua própria luta contra o câncer, e meu irmão. Em nome
de Jesus C risto, Dan, ajudado por aqueles homens,
abençoou a mim e a nosso bebê, para que o que ia ser
feito fosse o melhor para nós.
Ele escreveu-m e uma ca rta , na n oite an terior à
ciru rg ia: “E stes dias têm sido para mim de mais
ansiedade e busca de mim mesmo, que qualquer outro
tempo de minha vida. . . . Enquanto estivemos vivendo
entre os ápices da fé e as profundezas do temor, passei
por uma purificação da qual não sabia que precisava. As
bênçãos do sacerdócio que recebeste são do Senhor. Esta
noite, em teu quarto de hospital, eu estava ciente de teu
conflito interior entre o medo e a fé. Tive essa mesma
experiência por várias horas, depois que voltei para casa.
A gora, porém , a ca b e i de receb er, com v eem en te
segurança, a confirmação do Senhor sobre as bênçãos
que recebeste . . . [Os médicos], como instrumento nas
mãos do Pai C elestial, farão o que for preciso para
desempenhar o trabalho dele”.
A cirurgia foi um sucesso. Nossa tilha, que agora tem
quinze anos, nasceu saudável sete semanas mais tarde.
Nossas provações e desafios continuam, mas estamos
constantemente tentando melhorar. Dan está cumprindo
a promessa que fez quando nos casamos. Ele faz o que
sabe ser certo . N unca é áspero ou cruel. Eu estou
aprendendo a expressar a felicidade e gratidão que
A L I A H O N A • A G O S T O
18
carrego, e até a tomar decisões mais rapidamente.
Irm ão G erald Lund, ad m in istrad or do S istem a
Educacional da Igreja, conta a história de uma equipe
m éd ica que levava um cam in h ão de provisões e
equipamentos pelas florestas da África, para montar um
hospital. As pontes que tinham que atravessar não eram
fortes o bastante para suportar o peso do caminhão. Em
vez de d eixar para trás p recioso s eq u ip am en tos,
diminuindo, assim, o peso da carga, eles paravam a cada
rio ou barranco, a fim de fortificar a ponte.
Q uan d o com eçam os a co n stru ir um casam en to
celestial, não temos outra escolha a não ser carregar a
carga inteira o caminho inteiro. Não podemos deixar
de lado as coisas pesadas, com o problemas com as
crianças, dificuldades financeiras, ou saúde deficiente.
Quando nós, em nosso caminhão “resolve-problemas”,
chegam os a um abismo, devemos estar dispostos a
fo rtific a r a p on te, a fim de que nosso casam en to
consiga atravessá-la.
Quando agimos assim, nosso amor aumenta e, juntos,
encontramos a felicidade. Também chegamos mais perto
do Senhor e passamos a saber de sua grande preocupação
por nossa família.
Se formos fiéis aos convênios do casamento feitos no
templo, o Senhor nos promete que: “ . . . [herdaremos]
tronos, reinos, principados, e poderes, domínios, todas as
alturas e profundidades . . . e [passaremos] pelos anjos e
deuses que ali estão, e [entrarem os] para a [nossa]
exaltação e glória em todas as coisas” (D&C 132:19).
Se Dan e eu ficarmos juntos para sempre, seremos
ambos aperfeiçoados. Meus desafios hoje são: olhar para
o meu querido, agora, e ver esse potencial etern o;
tra b a lh a r p a cie n te m e n te para v en cer m inhas
imperfeições; e deixar o Senhor influenciar meu marido
para que vença as dele. Por meio do amor, do riso e da
espiritualidade, nós dois trabalharemos juntos com vistas
à exaltação. □
DE 1 9 9 3
 Élder N e a l A. M a x w e ll
Do Q u o ru m dos Doze

O QUE E O
VERDADEIRO
AMOR E A
VERDADEIRA
FELICIDADE?

maginai ler, numa respeitada revista, a seguinte psicólogo na T V foi feita há poucos anos. Nenhuma

I propaganda: “A radioatividade está restaurando a pessoa sã, hoje, acreditaria naquelas afirmações sobre a

saúde de milhares de pessoas. Uma simples almofada rad io ativ id ad e. Suas leis e efeito s têm sido
radioativa, leve, pequena e confortável, usada nas costas cientificamente estudados e, mesmo nós, leigos, sabemos
durante o dia, e sobre o estômago à noite . . . Milhares já que a radiação não é brincadeira.
nos escreveram contando que foram curados de . . . Infelizm ente, a afirm ação feita pelo psicólogo— e
problemas de coração, fígado e rins”. muitos outros— é um caso diferente. Milhões de pessoas
Não acreditaríeis nisso, não é? Agora, imaginai ver na estão aceitando a racionalização de que a castidade é
T V um psicólogo nacionalm ente conhecido, dizendo “a n tiq u a d a ”. Pelo m enos o artigo sobre a “cura
que, já que os velhos padrões de castidade, virtude e radioativa” dizia abertam ente que as pessoas podiam
casam ento não se ajustam mais ao estilo de vida de experimentar o produto na hora e pagar mais tarde. Não
muitas pessoas de hoje, devemos baixar nossos padrões. obstante, em qualquer promoção da promiscuidade, a
Na verdade, ambas as asserções já foram feitas. O idéia de se “pagar mais tarde” está oculta em letras
artigo da revista apareceu em 1930, e a afirmação do miúdas, se é que chega a ser mencionada.
A L I A H O N A • A G O S T O D E 1 9 9 3
19
 X
■IV/-:'' , ^
WÈkWê
>

Élder LeGrand R. Curtis Elder Spencer J. C ondie Élder Joseph C. Muren

S ___

Area Europa Mediterrânea

Novos Desafios e Crescimento

A
Área Europa Mediterrânea inclui as terras onde desde a Argélia, que possui um território equivalente a
C risto e seus prim eiros seguidores viveram e um quarto dos Estados Unidos, até M ônaco, que é
abrange as terras de onde surgiu grande parte da quarenta e oito vezes maior do que a Praça do Templo na
cultura ocidental. Para saber como a Igreja está progredindo
Cidade do Lago Salgado.
n a q u e la reg ião, os ed ito res das rev istas d a Igreja Pergunta: Como conseguem supervisionar a área?
entrevistaram os membros da presidência daquela área: Élder Élder Condie: Como membros da presidência, cada
Spencer ]. Condie, Élder LeGrand R. Curtis e Élder Joseph um de nós é designado para supervisionar diretamente o
C. Muren, membros do Quorum dos Setenta. trabalho em países diferentes. Reunimo-nos todas as
P e rg u n ta : E x istem d ificu ld ad es esp eciais na terças-feiras, no escritório da área, e, durante o resto da
administração de uma área tão diversificada? sem ana, v isitam o s as m issões e p articip am os das
Élder Condie: Encaramos essas dificuldades como conferências de estaca ou de distrito de nossas áreas.
sendo desafios, e são m uitos. E n tretan to , líderes e Para tratar dos assuntos que envolvem essa variedade
m em bros lo ca is ded icad os torn am esses desafios de línguas e culturas, contamos com a ajuda de membros
manejáveis. da Igreja que reunimos de quatorze países para trabalhar
Temos trinta e cinco países em nossa área, e eles em nosso escritório. Esse pessoal é de grande valia para
apresentam grandes contrastes. A França tem cinqüenta nós, não somente por causa de suas aptidões lingüísticas,
e cinco milhões de habitantes; nossos membros estão mas também por sua dedicação.
distribuídos em seis estacas e em seis distritos. Também Pergunta: Isto nos dá a impressão de que existem
existem somente quatro ramos na Grécia, que tem mais muitos membros fortes na Área Europa Mediterrânea.
de dez milhões de habitantes. A Igreja, porém, está Élder Curtis: É verdade. Naturalmente, a Igreja é
naquele país há relativamente pouco tempo. mais desenvolvida em certas nações do que em outras.
O c n r\c c o ó r*> a tn r ln I omAC avo m a nm <
1 r/inrnnrln
DE LISA A.
terceira e quarta geração de santos na França. E, em
toda a área, vemos a força de ex-m issionários, que
são chamados para servir e dirigir a Igreja depois da
missão. Esta é uma das grandes razões de estarmos
encorajando nossos jovens a atenderem ao chamado
missionário— para que tenham o treinamento que uma
missão oferece e depois ajudem a edificar a Igreja em
suas próprias áreas.
Elder Muren: A missão é de importância vital, em
parte porque há uma dimensão espiritual que somente
alguns adquirem sem que tenham tido oportunidade de
consagrar suas vidas, de sacrificar. Também há uma
A L I A H O N A • A G O S T O
23
U m a fa m ília d a Ig re ja e m S e v ilh a , E s p a n h a : Pili (10),
Loli (9) e J a im e (6), co m s e u s p a is , V ic to ria e J a im e
R o m e ro C a rra s c o s o .
dimensão espiritual no ministério, que deve ser adquirida
por meio de aprendizado. Poucos são os líderes novos do
sacerdócio que tiveram alguém que lhes serviu de
modelo e que viram o Espírito em ação, quando decisões
eram tomadas, mas o membro que sai para servir como
missionário retorna com experiências que lhe permitem
dizer: “O Senhor opera desta maneira”.
DE 1 9 9 3
Á r e a E u r o p a M e d it e r r â n e a
Pergunta: Como podem os que não cumpriram missão
aprender sobre esta dimensão espiritual do ministério?
É ld er C u r tis : C asais m issionários são m odelos
valiosos. Necessitamos de casais em que um ou ambos
falem espanhol, português, francês ou italiano. Podemos
prometer-lhes uma emocionante aventura espiritual; eles
trabalhariam com alguns membros bastante fortes. Vejo
esta força nos membros que alegremente viajam duas a
três horas, em transportes públicos, somente para irem à
Igreja.
Élder Muren: Levar a Igreja aonde as pessoas moram,
é a resposta para alguns de nossos problem as de
distância. Assim, organizamos um número de pequenos
ramos próxim os aos locais onde moram grupos de
membros.
P e rg u n ta : O que ajuda a cria r o tipo de força
espiritual que vêem nos membros?
Élder M uren: A fé pessoal é básica para a força
espiritu al. Há algumas coisas espirituais que todo
membro deve aprender por si mesmo; levando isto em
consideração, tentamos criar condições adequadas ao
crescimento espiritual. Tentamos incentivar e edificar os
membros, individualmente, ajudando-os a verem suas
próprias responsabilidades em relação ao evangelho.
É ld er C u rtis : Temos sempre em m ente a nossa
juventude. Nossa meta é prover atividades e experiências
que os levem , fu tu ram en te, ao tem plo e à obra
m issionária. Para atender às necessidades de nossa
juventude, são necessários líderes verdadeiram ente
dedicados e grande engenhosidade; o interesse de nossa
juventude varia am plam ente, e o tempo e custo de
transporte quase sempre tornam a freqüência às atividades
um tanto difícil.
Élder Condie: Nossos membros em geral se ajudam
mutuamente. Quarenta por cento deles são solteiros; e
na F ra n ça , onde a m aioria d eles vive, ex iste um
A L I A H O N A
programa que teve bons resultados com os adultos
solteiros. Eles vão às atividades em grandes grupos.
Não há como medir a força que nossos membros
adquirem quando são visitados pelos líderes da Igreja.
Tivemos a presença de membros de todas as partes da
Espanha, quando Presidente Gordon B. Hinckley, da
Primeira Presidência, e Élder M. Russel Ballard, do
Quorum dos Doze, estiveram numa conferência regional.
Q u aren ta m em bros até vieram de avião de Las
Palm as, nas Ilhas C an árias. H ouve um grande
ressurgimento espiritual entre os santos dos últimos dias.
Pergunta: Isso deve ter causado um grande impacto
no trabalho missionário.
Élder Condie: Sim! E constantemente recomendamos a
nossa gente que se lembre do conselho do Presidente David
O. McKay— todo membro é um missionário.
À medida que a Igreja vai crescendo em diferentes
lugares sua presença é fortalecida, porque alguns líderes
locais são também líderes das comunidades.
Élder Curtis: O presidente do distrito de Roma, por
exemplo, é um médico muito conhecido, bem como sua
esposa. O presidente da estaca de Lisboa é um juiz de
direito. Um dos presidentes de estaca em Paris é alto
executivo de uma companhia multinacional.
Élder Muren: O espírito do evangelho e o amor que
os m em bros sen tem uns pelos ou tros são fo rtes,
independentem ente do número de membros de um
determinado país. Um membro isolado, em Marrocos,
precisava de um remédio que pensava não existir em seu
país. Encontramos, porém, um membro na cidade de
Casablanca, executivo de uma companhia farmacêutica
que fabrica o produto, que providenciou o envio do
remédio àquele irmão. Foi um programa de bem-estar de
duas famílias— membros ajudando membros. Esta é parte
da beleza do evangelho— e funciona, existam milhares de
membros num determinado país, ou apenas alguns. □
• A G O S T O DE 1 9 9 3
24

MELHORAR N OSSAS COMUNIDADES
A
s m ulheres SU D têm a
h abilidade, a op o rtu n i­
dade e a responsabilidade
de m elhorar a sociedade em que
vivem . Podem os fazer isto ao
refletirm o s os en sin a m en to s do
evangelho e começarmos a melhorar
nossa comunidade pouco a pouco.
Elaine L. Jaclc, presidente geral da
So cied a d e de S o c o rro , afirm ou:
“D em onstrais am or pelo Sen h o r
diariam ente quando apoiais vosso
marido, educais os filhos, cuidais dos
pais, ajudais os vizinhos, servis na
e sco la , p a rticip a is de co n selh o s
co m u n itário s e fazeis m uito do
trabalho deste mundo dentro e fora
do lar”.
O SERVIÇO NA IGREJA
PREPARA-NOS PARA O SERVIÇO
NA COMUNIDADE
A exp eriên cia na lid erança da
Igreja prepara-nos para o serviço
p ú blico eficaz. A prendem os a
organizar ev en to s e d elegar
responsabilidades. A preocupação
natural por nossas famílias encoraja-
nos a tentar melhorar as áreas em
que vivemos.
As irmãs da Sociedade de Socorro
do passado deixaram -nos um rico
legado ao recon h ecerem e reso l­
verem os problemas da comunidade.
Elas foram treinadas com o en fer­
m eiras, p arteiras e até mesm o
m édicas; pouparam e com praram
trigo para aliv iar a fom e e p ro ­
v id enciar sem entes; organizaram
campanhas de “combate às moscas”,
A L I A H O N A
M E N S A G E M D A S P R O F E SS O R A S VISIT A N T ES
ILUSTRADO POR D O U G BARLOW
para m elhorar a saúde e o sanea­
m en to ; trab alh aram em prol do
direito de voto das m ulheres nos
E stados U n id os. N ossas irmãs
con correram a cargos políticos e
trabalharam como oficiais no serviço
público. exposto suas idéias a respeito de
• Q u e p ro b lem a s em m inha com o os pais podem au xiliar as
comunidade poderiam ser resolvidos se crianças a serem bem sucedidas. No
eu me interessasse?
PODEMOS COMEÇAR
AOS POUCOS
A tu alm en te nossas
co n tin u am a in te re ssa r-se
educação, serviços sociais e política.
A té os m enores esfo rço s podem
influenciar nossas comunidades de
maneira significativa.
M artha Isgett, de C hapei Hill,
Carolina do Norte, ofereceu-se como
Voluntária para ajudar nas salas de
aula de cada um de seus oito filhos.
Ao auxiliar nos projetos de classe,
notou que algumas crianças tinham
dificuldade em concluir suas tarefas.
Outras não estavam acostumadas a
• A G O S T O
25
lim par e arrum ar tudo após
terminarem seus projetos. Martha
percebeu que podia ajudar estas
crianças ensinando-as a trabalhar.
“Eu tinha feito isso em casa com
meus filhos”, disse Martha. “Sempre
tinham tarefas em casa e sabiam
que havia uma lista de deveres para
eles. Q uando a conclu íam , eram
recom pensados, mas não tinham
permissão para brincar enquanto
não terminassem tudo. Agora meus
filh o s estã o m ais v elh os e com
maiores responsabilidades na escola,
no emprego e na missão por terem
aprendido a ser responsáveis no lar.”
Martha serviu em organizações de
pais e m estres na esco la, no
m u n icíp io e no estad o. Ela tem
m om en to, ela trab alh a com o
professora substituta, onde continua
a ajudar as crianças na formação de
bons h á b ito s. “D e sejo que as
cria n ça s ven ham preparadas à
irm ãs e sco la , e se orgulhem de seu
por trab alh o . S e i que os pais podem
aju dar em casa, in teressan d o -se
pelas tarefas de seus tilh os e
encorajando-os a terminar projetos
em casa e na escola”.
O envolvimento na comunidade
não precisa ser maior do que nossas
possibilidades em qualquer ocasião,
mas devemos estar sempre atentas
aos problemas e prontas para ajudar.
• O que estou fazendo em minha
com unidade? O que mais posso fazer
para ajudar ? □
D E 1 9 9 3
 HEBER
GRANT
UM HOMEM SEM DESCULPAS
Leon R. H a rtsh o rn

A
lgumas pessoas e n c o n ­ aperfeiçoou essa atitude. Cresceu
tram toda so rte de r a ­ acreditando que não havia razão
zões para não fazer uma para que ele, com a ajuda do Senhor,
porção de coisas na vida. Algumas
tusiasmo, elevando-se à altura do não pudesse realizar qualquer coisa
não querem trabalhar. Outras dão desafio. Se lhe parecia não possuir o que decidisse fazer. Costumava citar
um jeito de eximir-se de responsa­ dom natural para certa coisa, ele Ralph Waldo Emerson: “Aquilo em
b ilid ad es fa m ilia re s. A lgum as p ra ticav a e orava até adquirir a que persistimos, torna-se mais fácil
alegam estar por demais cansadas, destreza necessária. fazer; não que a natureza da coisa
doentes, ocupadas, ou ser muito ten h a m udado, mas nossa ca p a ­
pobres ou tímidas para ajudar os O VALOR DA AUTODISCIPLINA cidade de fazê-la aumentou”. (Citado
sem e lha n te s. E x istem as que se em C o n fe re n c e R ep o rt, abril de
con ten tam em d eixar que outros H eber J. G ra n t não co n h e c ia 1901, pág. 6 3 .) E H eber J. G rant
façam o que lhes caberia fazer, e desculpas, fosse para salvar a Igreja praticava o que pregava.
ainda as que sim plesm ente falam de ruína fin a n ce ira ou c a n ta r Ele gostava de co n ta r com o
sem p arar sobre am or, paz ou afinadamente os hinos de Sião! Fora aprendeu a lançar a bola, a fim de ser
serviço ao próximo. criado assim. O Presidente Brigham aceito na melhor equipe de beisebol.
Por outro lado,há pessoas como Young (em cuja casa o jovem Heber Também falava sobre a sua luta para
Heber J. Grant, sétimo Presidente da passava muitas horas) e Rachel Ivins m elh o rar a c a lig ra fia , a fim de
Ig reja . Ele p recisav a apenas de G ran t (a mãe de H eber, que era
algum as boas razões para fazer v iú v a), tin h am uma coisa em
alguma coisa, e já estava pondo mãos comum. Haviam aprendido o valor C o m o jo v e m a p ó s t o lo n u m a
à obra. Se não era fácil a tarefa, ele da au todiscip lin a, exigindo de si jo r n a d a m is s io n á r ia , E ld e r H e b e r J.
se esfo rçav a ao m áxim o até próprios o m elhor que tin h am a G r a n t p a r e c e u " v e r u m C o n s e lh o
con seg u ir o resu ltad o d esejad o. oferecer. n o C é u ", q u e lh e c o n firm o u o
A ta ca v a o im possível com e n ­ O jov em H eber absorveu e c h a m a d o p a ra o Q u o ru m d o s Doze.

A L I A H O N A • A G O S T O D E 1 9 9 3
2 6
transmitir uma boa impressão da sua
pessoa. Sua le tra acabou sendo
considerada excepcionalmente bela.
Ele exaltava do púlpito os hinos da
Igreja, dizendo que cantá-los era um
modo m arav ilh oso de adorar.
Em bora não p arecesse ter dom
natural para a m úsica, procurava
aprender e memorizar muitos dos
hinos, e cantava-os sem erros.
Em seus serm ões, g ostava de
incentivar as pessoas a empenharem-
se para melhorar sua habilidade de
viver. Pregava vigorosamente que o
poder para fazer o bem está dentro
de cada um. Ele dizia: “Som os os
arquitetos de nossa própria vida, não
apenas desta vida, mas de nossa vida
na eternidade. Deus nunca nos deu
um mandamento que não tivéssemos
a força de cumprir”. E ensinou que
deveríamos desenvolver ao máximo
essa força em nossa vida cotidiana.
A IM PORTÂNCIA
DO TRA BA LH O ÁRDUO
Heber Jeddy Grant era filho de
Jedediah M. G rant e Rachel Ivins
Grant, e nasceu a 22 de novembro de
1856, na Cidade do Lago Salgado. Seu
pai, que foi conselheiro do Presidente
Young e o primeiro prefeito da Cidade
do Lago Salgado, faleceu quando o
filho tinha nove dias de idade. Um
mem bro da Prim eira P residência
profetizou à irmã Grant que seu tilho
se tornaria um apóstolo ainda mais
importante que o pai. Aconselhava-o
A L I A H O N A
constantemente a “comportar-se” e a
“ser obediente”, a fim de ser digno de
ver o cumprimento dessa bênção.
H eber aprendeu ced o quão
importante é trabalhar arduamente.
Depois da morte do pai, ele e a mãe
en fren taram sérias d ificu ld ad es
financeiras e tiveram que se mudar
de sua bela casa para uma menor e
humilde. Recusando ajuda financeira
da Igreja, a irmã G rant trabalhou
com o costu reira para sustentar a
cria n ça. O jovem H eber ajudou-
a— fazendo tarefas ca seiras
pedalando a m áquina de costu ra
quando ela estava muito cansada.
M ais tarde, H eber com eçou a
trabalhar como menino de recados
de uma companhia de seguros. Por
sua grande vontade de aprender e
disposição para trabalhar, tornou-se
presidente do B an co Estadual de
U tah com apenas trinta e quatro
anos de idade. Como bom homem de
negócios que era, extrem am en te
honesto, Heber J. Grant tornou-se
bastante respeitado pelos membros e
não-membros da Igreja. Durante sua
vida, organizou vários negócios e
enriqueceu.
UM HOMEM GENEROSO
H eber, co n tu d o , não ficou
o b cecad o pela riqueza. Via suas
posses como um meio de ajudar os
necessitados e de auxiliar a Igreja e a
com u nid ad e. L em b ran d o -se das
dificuldades que ele e a mãe viúva
• A G O S T O D E
28
haviam passado, era generoso com as
viúvas e suas fam ílias. Tam bém,
e sta b e le c e u fundos para ajudar
missionários, firmas que empregaram
muitas pessoas e que ajudaram a
fortalecer a comunidade, financeira e
culturalmente. Como Presidente da
Igreja, fundou o Plano de Segurança
da Igreja (mais tarde denominado
Programa de Bem -Estar), e a esse
programa fez doações liberalmente, a
fim de iniciá-lo.
Heber tazia doações generosas por
e causa de seu amor ao próximo e sua fé
nas promessas do Senhor. Quando
moço, foi a uma reunião na qual houve
um pedido de doações. Terminada a
reunião, ele entregou ao bispo
cinqüenta dólares. Este devolveu-lhe
quarenta e cinco, dizendo que cinco
dólares eram a quantia certa para
ele doar. Heber J. Grant insistiu em
dar os cinqüenta, dizendo: “Bispo
Wolley, o senhor não afirmou que o
Senhor retribuiria quadruplicado?
M inha mãe é viúva e ela está
precisando de duzentos dólares”. Meu
rapaz— indagou o bispo— você acredita
mesmo que, se eu aceitar também estes
quarenta e cinco dólares, conseguirá os
duzentos mais depressa?— Certamente
— respondeu-lhe. Então ele os aceitou.
A caminho de casa Heber teve uma
idéia. Telegrafou a um senhor que não
conhecia e realizou uma transação
comercial que lhe deu um lucro de
duzentos e dezoito dólares e cinqüenta
centavos. No dia seguinte procurou o
bispo e disse: “Bispo, ganhei duzentos e
1 9 9 3
 Joseph Smith e a obra do Senhor.
“Durante os anos transcorridos
depois disso, jam ais me senti
chocado ou aborrecido com erros
gram aticais ou de pronúncia por
parte de quem prega o evangelho.
Compreendi que seria como julgar
um hom em pelas vestes de suas
palavras. Desde aquele dia até hoje,
o que me impressiona realmente é o
E sp írito , a in sp iração do Deus
v iv en te dada ao indivíduo ao
p roclam ar o evan gelh o, e não a
linguagem; porque há um grande
núm ero de hom ens que jam ais
tiveram, na batalha financeira da
vida, a oportunidade de acumular
meios suficientes para se vestirem de
Em a g o s t o d e 1 9 0 1 , É ld e r G r a n t a b r iu e p r e s id iu a m is s ã o ja p o n e s a , modo atraente. Desde aquele dia,
com s e d e e m T ó q u io . Em m a rç o d e 1 9 0 2 , b a t iz o u o p r im e ir o c o n v e rs o ten h o procurado, e conseguido,
ja p o n ê s, H ijim e N a k a z a w a , n a B a ía d e T ó q u io . ju lg ar hom ens e m ulheres pelo
espírito que possuem.”

dezoito dólares e cinqüenta centavos,
depois de doar aqueles cinqüenta
dólares, e agora estou devendo vinte e
um dólares e oitenta e cinco centavos
de dízimo. Tenho que arranjar a
diferença entre os dezoito dólares e
cinqüenta centavos e os vinte e um
dólares e oitenta e cinco centavos. O
Senhor não me deu o suficiente para
pagar o dízimo, além da retribuição
‘quadruplicada’”.
O ESPÍRITO, E NÃO A LÍNGUA
Em bora fosse extrem am en te
exigente consigo mesmo, Heber J.
Grant aprendeu cedo a importância
de não julgar as imperfeições alheias.
Ele contava com o aprendera essa
verdade. Ele fora à Igreja e o orador
fizera alguns erros gram aticais ao
iniciar o discurso. Heber achou que
sem dúvida reuniria farto material
para uma aula da escola, na qual
devia apresentar exemplos de erros
gramaticais para serem corrigidos.
Começou a tomar notas, procurando
prestar atenção aos erros. Sentiu,
porém, o Espírito do Senhor no que o
hom em estava dizendo e chorou
quando ouviu o seu testemunho sobre
a divindade do Salvador, a missão de
“UM A RESPOSTA DIRETA
À MINHA SÚPLICA”
E n q u an to H eber J. G ran t
amadurecia, sua fé em Deus também
amadurecia. Quando sua primeira
esposa, Lucy Strin g h am G ran t,
estav a gravem ente enferm a, ele
chamou os filhos ao hospital e disse-
lhes que sua mãe estava para morrer.
A filha, Lutie, ao ouvir isto implorou
ao pai que não d eixasse a mãe
morrer, que exercesse o sacerdócio
em favor dela. Ela e os outros filhos
deixaram o quarto e o Presidente
ajo e lh o u -se ao lado da cam a da

A L I A H O N A • A G O S T O DE 1 9 9 3
29
esposa. Sobre essa oração, disse ele
mais tarde:
“Eu falei ao S en h o r que reco-
n h ecia a mão dele na vida e na
m orte, na alegria e na dor, na
prosperidade ou adversidade. Não
me queixava por minha esposa estar
morrendo, mas faltava-me a força de
ver sua morte afetar a fé de meus
filhos nas ordenanças do evangelho.
Por isso roguei-lhe que desse a minha
filha Lutie um testemunho de que
era da sua v on tad e que a mãe
morresse. Dentro de poucas horas
m inha esposa ex alo u o ú ltim o
suspiro. C ham ei os filhos para o
quarto e d isse-lh es que sua mãe
estava morta. Meu filhinho Heber
com eçou a chorar am argam ente;
Lutie tomou-o nos braços, beijou-o e
disse que não chorasse, pois que a
voz do Senhor lhe dissera: ‘A morte
de sua mãe é a vontade do Senhor’.
Lutie não tinha conhecimento algum
de m inha o ração e aquela
manifestação a ela foi uma resposta
direta à minha súplica ao Senhor, e
jamais deixei de ser grato por isso.”
Heber J. Grant foi muito ligado à
família durante toda a vida. Vivendo
na época em que a Igreja praticava o
casa m en to plural, ele tev e duas
ou tras esposas, H uldah A gusta
Winters e Emily Wells, e doze filhos.
Uma das filhas que vivia longe de
casa, c o n ta : “Papai era um
prodigioso missivista, e tivesse eu
respond id o a suas ca rta s tão
prontam ente como ele às minhas,
A L I A H O N A
nós nos teríamos correspondido duas
vezes por semana . . . Todas elas
com eçavam assim: ‘São duas (às
vezes, três) da madrugada e não
consigo dormir, por isso achei que
poderia ter uma conversinha com
m in h a querida filh a ’. N inguém
jam ais saberá q u an ta falta senti
dessas cartas, depois que ele se foi”.
NAS MÃOS DO SENHOR
H eb er J. G ra n t to rn o u -se
presidente de estaca aos vinte e três
anos de idade e membro do Quorum
dos Doze A p ósto los aos v in te e
c in c o . Um ano mais tard e, foi
en viad o em m issão aos índios
americanos. Quando retornou, por
sua habilidade nos negócios, ajudou
a Ig reja a p erm an ecer segura
financeiramente na década de 1890,
um período de crise econômica nos
Estados Unidos. Ele, en tretan to ,
perdeu muitos de seus bens.
Em 1901, foi chamado para abrir
e presidir uma m issão no Japão,
sendo-lhe concedido o prazo de um
ano para se preparar e pôr em ordem
seus n eg ócios an te s de partir.
N aquela ocasião, H eber ainda se
recu p erav a das d ificu ld ad es
fin a n ce ira s que tiv era . Após a
reunião em que foi chamado, um
dos apóstolos c o n to u -lh e que o
Presidente da Igreja jamais o teria
chamado se soubesse de sua difícil
situação financeira. O Presidente
Grant concordou, e naquele mesmo
• A G O S T O DE
30
instante colocou-se completamente
nas mãos do Senh or, e todas as
m anhãs sua o ração dizia em
essência: “Por favor, ajuda-me hoje a
fazer alguma coisa para que eu possa
livrar-me das dívidas”. Em um ano,
todos os seus credores haviam sido
pagos. Ele não só estava livre de
dívidas, mas tinha o suficiente para
manter-se durante a missão.
Quando retornou, dois anos mais
tarde, foi chamado para servir mais
dois anos como presidente da Missão
Européia. Posteriormente, ajudou a
implantar a revista hnprovement Era,
uma precursora da atual revista da
Igreja.
Em 1918, com sessenta e dois anos
de idade, Heber J. Grant tornou-se
Presidente da Igreja; ocupou esse
cargo d urante v in te e sete anos
— en tre os outros P resid en tes, o
segundo em tempo de serviço. Muita
coragem e liderança eram necessárias
naqueles anos. Os membros da Igreja
precisavam de um líder forte que
pudesse gu iá-los e fo rta le cê -lo s
durante duas guerras mundiais, a
crise eco n ô m ica da G rande
Depressão nos Estados Unidos (de
1929 aos anos 3 0 ), e o rápido
crescim en to da Igreja em todo o
m undo. Ele ensinou os san tos a
viverem d en tro de suas possi­
bilidades, a trabalharem arduamente,
a amarem e servirem uns aos outros,
a pagarem o dízimo honestamente e a
viverem rigorosam ente de acordo
com a Palavra de Sabedoria. Iniciou
1 9 9 3
 “DIGNO DE SER UM APÓSTOLO”

D u rante toda a vida, H eber J.

Grant reconheceu que o Senhor era
a fonte de sua força. Chamado para
ser apóstolo quando tinha apenas
vinte e cinco anos de idade, ficou
atormentado durante quatro meses
com dúvidas a resp eito de sua
dignidade e p rep aração para o
chamado. Em uma jornada à reserva
dos índios Navajos, no Arizona, o
jovem apóstolo teve uma experiência
in esq u ecív e l, que silen cio u suas
dúvidas para sempre.
Ele c o n ta que en q u an to
cavalgava só, “pareceu-m e ver e
pareceu-me ouvir o que para mim
O P re sid e n te G r a n t d e s c o b r e q u e te c n o lo g ia n o v a p o d e r á s e r foi uma das coisas reais da minha
u s a d a n a p r o c la m a ç ã o d o e v a n g e lh o . Em m a io d e 1 9 2 2 , e le d e d ic a vida. Pareceu-me ver um Conselho
( in a u g u r a ) a p r im e ir a e m is s o r a d e r á d io d a Ig re ja . D o is a n o s m a is no C éu . P areceu -m e ouvir as
ta rd e , d á início, v ia rá d io , à s t r a n s m is s õ e s d a c o n fe rê n c ia g e r a l palavras que eram ditas. O uvi a
r e a liz a d a s n o T a b e r n á c u lo d e L a g o S a lg a d o . conversa com muito interesse . . . O
S a lv a d o r estav a p resen te nesse
C o n se lh o , meu pai estav a lá, e
o programa de seminários e institutos 1 9 3 7 , v iajou para a Europa (o também o Profeta Joseph Smith”. O
na Igreja. E com o estabelecimento segundo a fazer isso como Presidente jov em H eber ouvia, en q u an to o
do programa de bem-estar da Igreja, da Ig reja) e p articip o u das conselho discutia a necessidade de
ensinou os membros a serem auto- com em orações do cen ten á rio da preen ch er as vagas existentes no
su ficien tes e a cuidarem de suas Igreja na Inglaterra. Encorajou o Quorum dos Doze. “Vi que o Profeta
próprias fam ílias e de outros C oro do T ab ern á cu lo a a c e ita r Jo se p h S m ith e meu pai m en ­
necessitados. e fazer ap resen taçõ es em toda a cionaram minha pessoa e solicitaram
O Presidente Grant também fez n a çã o . F req ü e n te m e n te falava que eu fosse chamado para aquela
muito para aumentar o respeito que a grupos p ro fissio n ais, cív ico s posição. Eu sentei ali e chorei de
outros tinham pela Igreja. Falou na e g o v ern am en tais, aju d and o a alegria. Foi-me dado conhecer que
primeira transm issão de rádio da elim inar m al-entendidos sobre a eu nada fizera para merecer aquela
Igreja, em 1922. Supervisionou as Igreja. Por seus esforços, estabeleceu exaltada posição, a não ser viver
com em oraçõ es do cen tésim o bons relacionam entos e amizades uma vida lim pa e calm a. Foi-m e
aniversário da Igreja em 1930 e, em para a Igreja. revelado que . . . o Profeta Joseph e

A L I A H O N A • A G O S T O D E 1 9 9 3
31
 Datas Marcantes na Vida de Heber J. Grant
meu pai desejavam que eu ocupasse ( 1856- 1945)
aquela posição, sendo por causa de
sua fidelidade e suas obras fiéis que A no Idade Evento
eu fora chamado, e não por qualquer 1856 Nasce na Cidade do Lago Salgado em 22 de
coisa que tivesse feito ou alguma novembro. Seu pai morre quando Heber tem apenas
co isa e sp e c ia l que hou vesse nove dias.
realizado. Foi-m e dado saber que 1871 15 Emprega-se como funcionário de um banco, dando
isso era tudo o que aqueles homens início a uma carreira de negócios.
podiam fazer por mim; daquele dia 1875 19 Torna-se membro da superintendência da primeira
em diante, dependeria somente de AMM-Rapazes (atualmente conhecida como
mim fazer da minha vida um sucesso Organização dos Rapazes).
ou um fracasso . . . 1877 20 Casa-se com Lucy Stringham em l 2 de novembro.
“Daquele dia em diante, nunca 1880 23 Torna-se presidente da estaca em Tooele, Utah.
mais me preocupou a idéia de não 1882 25 E ordenado membro do Quorum dos Doze Apóstolos.
ser digno do apostolado, e não me 1883-84 26-28 É enviado em missão aos índios americanos.
preocupo desde as últimas palavras 1897 41 Torna-se membro da superintendência geral da AMM-
de Joseph F. Sm ith a mim (Élder Rapazes; é nomeado diretor comercial da Improvement
G ran t sucedeu a Joseph F. Sm ith Era, da qual era co-fundador.
como Presidente da Igreja): ‘Que o 1901-03 45-47 Organiza e preside a Missão Japonesa.
S e n h o r o a b e n ço e , meu filh o 1903-05 4 7 -5 0 Preside a Missão Européia.
(menino), que o Senhor o abençoe; 1918 62 Torna-se Presidente da Igreja.
você tem uma grande resp o n ­ 1919 63 Dedica o Templo do Havaí. A população da Igreja
sabilidade. Lembre-se sempre de que alcança a marca dos 500.000 membros.
esta é a obra do Senh or, não do 1923 67 Dedica o Templo de Alberta, Canadá. Fala na primeira
homem. O Senhor é maior do que transmissão de rádio de uma conferência geral.
qualquer homem. Ele sabe quem ele 1927 71 Dedica o Templo do Arizona.
quer que dirija a sua Igreja, e nunca 1936 80 Estabelece o plano de Bem-Estar da Igreja.
erra. Q ue o S e n h o r o a b e n ç o e .” 1937 81 Visita os santos e missionários na Europa.
(C o n feren ce R ep ort, abril 1941, 1945 88 Morre no dia 14 de maio na Cidade do Lago Salgado.
págs. 4 -5 .) Fontes
Assim era Heber J. G rant— um 1. Bryant S. Hinckley, H eber]. Grant: Highlights in the Life o f a Great Leader,
Presidente que não tinha medo de Salt Lake City: Deseret Book Company, 1951.
tentar, que nunca tem eu ter que 2. Francis M. Gibbons, Heber J. Grant: Man o f Steel, Prophet o f God, Salt
mudar de opinião depois de aprender Lake City: Deseret Book Company, 1979.
m ais, que tin h a grande fé no 3. Ronald W. Walker, “Heber J. Grant”, em The Presidents o fth e Church,
Salv ad or Jesu s C risto , e que se editado por Leonard J. Arrington, Salt Lake City: Deseret Book Company,
aferrava ao que sabia ser certo, não 1986.
im portava q u an to cu sta sse— um 4- “Heber J. Grant,” Encyclopedia o f Mormonism, New York: Macmillan
Presidente sem desculpas. □ Publishing Company, 1992, páginas 564-68.

A L I A H O N A • A G O S T O D E 1 9 9 3
32
FO TO DE C R AIG D IM O N D
MEU REFUGIO
udo com eçou c e rta n o ite de verão quando
T conversava com meu melhor amigo, Terry.
Terry era um pouco mais velho, portanto iria
para a missão antes que eu. Ele estava falando a respeito
da missão, quando subitamente compreendi: “Ei, isso
logo vai acontecer comigo”.
Eu sempre fora ativo na Igreja e muito obediente. Mas
ainda assim, o pensamento atingiu-me como um raio:
“Considera-se muito bom; no entanto, quão forte é seu
testemunho?”.
O que eu poderia fazer? Compreendi que precisava ler
o Livro de Mórmon. Sabia, porém, que necessitava de
um lugar tranqüilo, e eu era o mais velho de seis filhos.
Nossa modesta casa com um pequeno quintal era muito
b a ru lh e n ta . N ão h avia um bosque retirad o na
vizinhança. Meu primeiro pensamento foi o de encontrar
um espaço onde pudesse ficar sozinho.
A L I A H O N A
G e o r g e D ic k so n
Há alguns anos, por sermos uma família numerosa,
meu pai comprara uma limusine usada, pois nela havia
espaço suficiente para todos. O carro não era utilizado
havia tempo, e fora estacionado no fundo da casa,
embaixo do velho aro de basquetebol. O interior desse
carro era o único lugar que eu poderia pensar em ir para
encontrar tranqüilidade e isolamento, a fim de ler o
Livro de Mórmon sem ser interrompido.
Não me recordo exatam ente o que lia quando fui
tomado por um sentimento bom. Vi-me dominado pela
emoção, com lágrimas rolando pelo rosto, o que era algo
incomum para mim. Não podia imaginar que eu choraria
com algo que lera em um livro. Senti uma paz e uma
certeza irresistíveis de que me comunicava com o Pai
C elestial. Não havia dúvida. Sabia que o Livro de
Mórmon era a palavra de Deus e sabia que estava pronto
para partir em missão. □
• A G O S T O D E 1 9 9 3
33
F OTOGR AFIA DE FPG INTERNATIONAL

CORÉIA TERRA DA CALMA MATUTINA

H arm onizando valores tradicionais com o serviço do evangelho,
os santos sul-coreanos encontram paz espiritual.

Kellene Ricks A d a m s

R
oxo, azul e vermelho brilhantes atravessam as nacional peculiar, diferente da dos países
fendas do c o n c re to no c e n tro de S eu l e vizinhos que os dom inaram em várias
florescem no verde aveludado das montanhas épocas.
su l-co rea n a s, en q u an to a flor n a cio n a l vive, com
“A prend em os a resp eito de nossos
determinação, à altura de seu nome. Conhecida como antepassados bem jovens”, pondera Choi Mi
m oo gung hw a, que significa “flor perene”, esta flor Young, uma senhora de quarenta anos, mãe
obstinada, que parece florescer o ano todo, substitui de três filhos e membro fiel da Igreja.
rapidamente cada pétala murcha e ressequida por uma “Ensinam-nos lealdade e determinação,
nova e perfumada. e orgulho de quem e do que somos.”
A determ inação de sobrevivência da flor é muito Essa ardente determinação tem,
admirada pelo povo coreano, que conta histórias de certamente, ajudado o evangelho a
gerações de antepassados que possuíam determinação enraizar-se e crescer no fértil solo
semelhante. Os coreanos têm passado a vida defendendo da C o réia do Su l. A lguns dos
suas fronteiras e crenças e estabelecendo uma identidade primeiros conversos coreanos foram
 À e sq u e rd a : U m a c r ia n c in h a
c o r e a n a s o rri, e r a p a z e s e m tra je s
c o r e a n o s r e s p la n d e c e n t e s
REIA p a r tic ip a m d e u m a tra d ic io n a l
NORTE
d a n ç a d a a ld e ia . À d ire ita : D o is
COREIA t r a b a lh a d o r e s fa z e m a c o lh e ita e m
DO SUL
um ca m p o de a rro z ve rd e e
e x u b e ra n te .

JAPAO

COREIA
DO SUL

Pusan
K w angju

batizados no início da década de cinqüenta por militares

SUD, durante a Guerra da Coréia. Atualmente, o número
de membros na Coréia do Sul se aproxima da marca dos
sessenta mil, com quatorze estacas e um templo.

EN CO N TRA R UM EQUILÍBRIO

O cristianism o, seguram ente, não é novidade na

Coréia. Embora a religião principal da nação seja ainda o
budismo, mais de um terço dos quarenta e dois milhões
de pessoas que vivem na Coréia do Sul professam o
cristianismo. Ser um santo dos últimos dias, porém, não
é fácil em um país que tem experimentado um número
tremendo de revoluções nas últimas décadas.
“G randes m udanças políticas e econ ôm icas têm
ocorrido nos últimos anos”, com enta a irmã Choi. A
C oréia, apelidada de Terra da C alm a M atu tina há
centenas de anos, tem-se esforçado por encontrar um N o a lto : C h o J o o n g H y u n e s u a e s p o s a , Le e H y u n
equilíbrio sereno entre o progresso frenético moderno e A h , a m b o s e x - m is s io n á r io s , v iv e m co m s u a fa m ília
séculos de profundas tradições. n a v ila d e S o o n S h u n . A c im a : A l u n o s d o s e m in á r io
Irmã Choi e seu marido, Choi Seok Koo, são típicos e s t u d a m a s e sc ritu ra s.

A L I A H O N A • A G O S T O D E 1 9 9 3
36
representantes de um número crescente da primeira
geração de conversos determinada a educar os filhos
segundo o evangelho. “Lemos as escrituras e oramos
juntos. Tentamos mostrar às crianças quais são nossos
valores e nossas prioridades de modo que eles possam
aprender pelo exemplo onde está a paz e a segurança”,
diz a irmã Choi.
“Queremos que nossos filhos conheçam Deus e suas
verdades, para saberem onde podem en co n tra r as
respostas”, concorda o irmão Choi.
Irmão Choi é cardiologista e trabalha seis dias por
sem ana, saindo de casa às seis horas da m anhã e,
freqüentemente, retornando às nove ou dez horas da
n oite. Tal período de trabalho não é incom um aos
coreanos, que acreditam que o ritmo acelerado do mundo
financeiro e tecnológico coreano exige grande parte de
seu tempo. Irmão Choi, porém, chega em casa um pouco
mais cedo às segundas-feiras, para a noite familiar, e às
quintas-feiras, para cumprir suas responsabilidades como
oficiante no Templo de Seul Coréia.
“Sacrificam o-nos por nossa família e pela Igreja”,
reconhece ele. “Contudo, sacrificamo-nos pelas coisas
que amamos e que são importantes para nós; essas são as
coisas que nos trazem a paz.”
A L I A H O N A
APEGO A VALORES ETERNOS
Residindo em uma metrópole moderna e agitada, ou
em uma aldeia pacata na encosta de uma montanha, os
membros encontram paz e orientação no evangelho. No
povoado Yang San, localizado no meio da península
coreana, Chun Youn Jun e Lim In Sok educam os quatro
filhos com os mesmos valores e princípios que a família
Choi, porém em um cenário diferente. Depois de viver
em Pusan, o casal mudou-se para aquele povoado, a fim
de passar mais tempo com a família. A irmã Lim dirige
uma pré-escola, e o irmão Chun é escritor. (Muitas
coreanas conservam seu sobrenome de solteira após o
casamento.)
A família Chun descobriu novos talentos, recente­
mente. Ao relatar uma história que havia lido para os
próprios filhos, do Songdo Wi But (a revista coreana da
Igreja), o irmão Chun venceu, recentemente, o concurso
n acio n al de m elhor con tad or de h istórias. Agora,
maquilados e com fantasias, ele e sua esposa passam
muitas tardes entretendo a nova geração com “histórias
de fundo moral”.
Por ter vencido o concurso, a família Chun recebeu
uma grande atenção da mídia. Muitos programas de
• A G O S T O D E 1 9 9 3
37
televisão e artigos de jornal contaram a história dos
Chun. Destacando-se em quase todas as reportagens,
havia uma observação a respeito da unidade e do
compromisso da família. “As pessoas que nos visitavam
ficavam admiradas”, comenta a esposa, “mas estávamos
apenas vivendo os princípios do evangelho”.
Há alguns anos, a família Chun não seria considerada
incomum, pois as tradições de família são profunda­
mente enraizadas na cultura coreana, mas a Coréia do
Sul que, como outros países, se esforça por estar em dia
com o progresso m undial, n ota que preocupações
econôm icas e comerciais com freqüência ofuscam os
valores eternos.
“COISAS QUE MODIFICAM VIDAS”
Para Cho Young Hyun, bispo da Ala Poong Hyang em
Kwangju, a determ inação de viver os princípios do
evangelho na verdade transformou-se em vantagem no
competitivo mundo dos negócios.
Após form ar-se na u n iv ersid ad e, o Bispo C ho
ca n d id a to u -se a uma p osição de p restíg io com o
engenheiro químico em uma das maiores refinarias da
Coréia do Sul. Como parte do processo de seleção, ele foi
entrevistado por todos os diretores da com panhia.
“S e n ta ra m -se d ia n te de mim e q u estio n aram -m e
ininterruptamente”, conta ele.
Uma das perguntas formuladas foi o que ele sentia a
resp eito das resp on sab ilid ad es fam iliares quando
comparadas às responsabilidades profissionais. “Creio
que esperavam que eu lhes garan tisse que m inha
prioridade era a com panhia”, diz o Bispo Cho, “Eu,
porém, respondi sem hesitação que nenhum sucesso
poderia compensar o fracasso no lar. Minha resposta
surpreendeu-os e tocou-os e eu tive oportunidade de
citar as palavras de um profeta”.
O bispo Cho obteve o emprego. Depois de apenas
cinco meses, contudo, ele recebeu uma proposta do
Sistema Educacional da Igreja para ensinar. Apesar de
seu salário ser reduzido à terça parte, ele aceitou a oferta
e agora ensina em Kwangju, uma comunidade na região
sudoeste da Coréia, perto de onde crescera.
A L I A H O N A
N o a lto : Seo J in O o , v isto a q u i a o la d o d o s p a is , e stá
v iv o h o je p o r q u e o s m e m b r o s d a Ig r e ja se e s fo r ç a ra m
p o r s e r v ir co m a m o r e fé. A c im a : U m a jo v e m fa m ília
d e s fru ta o s ja r d in s d o T e m p lo d e S e u l C o ré ia .
“Desde jovem queria tornar-me professor”, diz o Bispo
Cho ao pensar a respeito do rumo que sua vida tomou.
“Mas ensinar matemática, ciência ou história não me
in teressav a. Q u eria en sin ar às pessoas coisas que
modificassem a vida delas. E é o que faço agora.”
As vidas que o bispo Cho está modificando incluem a
de jovens alunos que freqüentam as numerosas aulas do
sem inário e in stitu to em toda a C oréia do Sul. O
programa do seminário e instituto tem ganho impulso no
país, com o reconhecimento, por parte dos líderes locais
da Igreja, de que os jovens de hoje são os líderes de
amanhã, e de que eles precisam ver com os próprios
olhos onde é possível encontrar paz e felicidade.
A irmã Lee Kyung Hee, membro da Ala Seocho, em
Seul, dá aula no seminário diário. Como ex-missionária,
ela re c o n h e c e a im p o rtân cia de e s ta b e le c e r as
prioridades do evangelho ainda na juventude.
“Aprendo com esses jov en s”, explica. “Enquanto
estu d o e preparo as aulas, aprendo d etalh es do
evangelho e reforço meu testem unho, m inha vida,
m inhas ex p eriên cias. E en q u an to eu servir ao Pai
• A G O S T O D E 1 9 9 3
38
Celestial, ele continuará a abençoar-me.”
Na aula da irmã Lee, no seminário diário, os alunos
aprendem a aplicar os ensinamentos das escrituras em
situações atuais. “Adoro ler a respeito de Alma e dos
filhos de Mosiah em suas missões”, diz um aluno. “Posso
aprender por meio de seus exemplos e coragem. Pela
primeira vez na vida estou enfrentando os conflitos entre
meus amigos e minhas crenças. Sinto o poder do Senhor
ao ler as escrituras, participar das reuniões e tomar
decisões corretas”.
A ed u ca ção é um em p reen d im en to a lta m e n te
competitivo na Coréia. A escola elementar 011 primária
prepara os alunos para exames que os qualificam para
prosseguir nos estudos. Ir à escola e depois estudar de dez
a doze horas por dia não é incomum. Parar o que se está
estudando para participar de atividades religiosas pode
apresentar um conflito difícil, especialmente se o aluno
ou a aluna for o único membro da Igreja em casa.
ABENÇOADOS PELA OBEDIÊNCIA
Há uma jovem em Pusan, membro da Igreja, que está
familiarizada com esse dilema. Proibida pela mãe de
freqüentar as reuniões da Igreja, ela continuou a orar e a
ler as escrituras, acreditando que um dia ela mudará de
idéia.
“S ei o que é im p o rtan te para mim e sei que se
continuar a ser obediente e a fazer o que puder, o Senhor
me abençoará”, declara simplesmente.
Han Sang Ick, da Ala Shin Dang em Seul, sabe que
foi grandemente abençoado por sua obediência. Embora
sua vida não ten h a tom ado o rumo que p lan ejara
originalmente, o irmão Han diz: “Sou mais feliz hoje do
que jamais imaginei”.
Aluno universitário de arte dramática, que sonhava
atuar e ensinar, o irm ão H an foi esco lh id o com o
presidente do corpo estudantil do instituto SU D em
Seul. “Todos os presidentes anteriores haviam cumprido
m issão”, explica ele. “C om ecei a pensar seriam ente
quanto a sair ou não em missão”.
Irmão H an, batizado aos dezessete anos e único
m em bro da Ig reja em sua fa m ília , lu tava com
A L I A H O N A • A G O S T O
39
dificuldades por suas responsabilidades familiares. Seu
pai havia morrido, e sendo o filho mais velho, era
responsável por sua mãe. “Ela esperava realmente que eu
me formasse, casasse e cuidasse dela. Esse é um padrão
que foi estabelecido através dos anos”.
Em vez disso, o irmão Han formou-se, providenciou
para que cuidassem de sua mãe e, aos vinte e seis anos de
idade, tornou-se missionário de tempo integral. “E,
naturalmente, essa foi a decisão correta”, conclui ele.
“Como missionários, foi-nos ensinado que deveríamos
falar às pessoas em primeiro lugar a respeito do Livro de
Mórmon e da história de Joseph Smith. Eu sentia que era
difícil compreender e aceitar aquelas coisas e que seria
mais fácil para os pesquisadores aceitarem os princípios
do evangelho gradualmente”, diz o irmão Han.
Frustrou-se rapidam ente, porém, com a falta de
reação dos pesquisadores. Após jejuar e orar, “Recebi a
resposta”, comenta o irmão Han. “Soube que deveria
en sin a r o Livro de M órm on em prim eiro lugar.
Reconheci que não confiara na capacidade do Espírito
de tocar as pessoas e de modificar suas atitudes. Isso me
surpreendeu, mas quando obedeci, as pessoas aceitaram
aqueles princípios do evangelho e as idéias que eu achara
ser tão difíceis para eles”.
Embora possa parecer raro um missionário de vinte e
seis anos, na maioria dos países, muitos missionários
coreanos têm essa idade. Devido a dois anos e meio de
serviço militar obrigatório, e aos requisitos rígidos nos
estudos, é comum os coreanos saírem em missão após
com p letarem o serviço m ilitar e graduarem -se na
universidade. Cumprir missão vem-se tornando normal
para os santos coreanos, tanto para homens como para
mulheres. Há, atualmente, quatro missões na Coréia do
Su l, e mais de 25 por c e n to dos m issionários são
coreanos.
N a tu ra lm e n te , ap ren d er o ev an g elh o com um
coreano traz certas vantagens: os missionários relatam
aos p esq u isad ores, com fre q ü ê n cia , ex p e riên cias
pessoais sobre a mescla da cultura coreana com os
princípios do evangelho. Esses testemunhos pessoais
podem aju d ar novos m em bros a m od ificarem
radicalmente suas vidas.
D E 1 9 9 3
O p o v o c o r e a n o é i n s p ir a d o p e la
b e le z a e fo rç a d o T e m p lo d e S e u l
C o r é ia (a c im a ). A d ire ita : U m a
jo v e m m ã e e s u a f ilh in h a v is ita m
o s ja r d in s d o te m p lo . Extrem a
d ire ita : F lo re s c o lo r id a s
c re sce m e m a b u n d â n c ia
n a z o n a ru ra l, e u m a
a lu n a d o s e m in á r io
e scu ta a te n ta m e n te
se u p ro fe sso r.
 SABER O QUE TEM IM PORTÂNCIA ETERNA
Um dos maiores desafios enfrentados pelos santos
co rea n o s, e s p ecia lm e n te por aq u eles que estão
envolvidos com o mundo dos negócios, é obedecer à
Palavra de S a b ed o ria . “B eb er e fum ar são parte
integrante do modo de vida do país, da sociedade e do
mundo dos negócios”, observa Joo Duck Young, membro
do Ramo Duchon. “Após o trabalho, os homens bebem e
fumam so cia lm e n te . E uma p arte do trab alh o
estabelecida e aceita.
Os co rea n o s SU D , porém , sabem que, após o
trabalho, eles têm cham ados da Igreja a cumprir e
responsabilidades fam iliares a desempenhar. Sem o
conhecimento pessoal de que a Palavra de Sabedoria é
um princípio etern o associado à saúde e de que a
unidade familiar é uma unidade eterna, a pessoa sentiria
que todos se saem bem no mundo dos negócios, exceto
ela própria. O s m em bros precisam saber o que é
eternamente importante”.
E o irmão Joo deve saber. Como diretor geral do
Ministério do Comércio, ele é o membro da Igreja que
ocupa o cargo mais elevado no governo sul-coreano.
Os colegas passaram a respeitar seus padrões e até a
invejá-los.
“O evangelho en sina d ilig ên cia, h on estid ad e e
escrú p u lo ”, ex p lica ele. “E, m ais im p o rta n te, o
evangelho nos ensina a sermos gentis. Os coreanos são
pessoas muito reservadas; não se envolvem na vida de
outras pessoas, a menos que sejam parentes. Quando
faço algo inesperado para ajudar alguém, as pessoas
geralmente ficam surpresas. Sentem , porém, que sou
sincero e que realmente me importo.”
Ser re c ip ie n te dessa g en tileza incom um pode
modificar a vida de uma pessoa. Em Naju, Seo Jin Oo,
de dezesseis anos, está vivo hoje graças à té e ao amor de
sua família e de dezenas de amigos do evangelho.
Jin Oo encontrava-se na escola, estudando durante
A L I A H O N A • A G O S T O
41
um intervalo de aulas, quando um de seus colegas ficou
enraivecido repentinamente, acertando-o na cabeça com
um bastão. Atordoado, mas ainda consciente, Jin Oo foi
até o fundo da sala de aula, onde caiu desmaiado.
Para a fam ília Seo, os treze dias seguintes foram
preenchidos com bênçãos, orações e vigílias de vinte e
quatro horas. O calor do verão estava terrível, o hospital
não tinha ar condicionado e havia poucas enfermeiras.
Os pais de Jin Oo, Seo Young Won e Kim Kyung Ja,
tinham que m an ter a tem peratu ra do filho baixa,
aplicando continuam ente toalhas frias em seu corpo
febril.
“Sempre havia um membro ou um missionário lá”,
recorda-se o irmão Seo. Os membros iam ao hospital
para que os pais de Jin Oo pudessem descansar. O nome
de Oo foi posto na lista de oração no Templo de Seul, e
os membros de toda a estaca Kwangju fizeram jejuns
especiais.
“Os médicos e enfermeiras tentaram preparar-nos
para sua morte”, observa a irmã Kim. “Continuamos,
porém, a ter esperança. Tínhamos fé.”
Após duas cirurgias, Jin O o voltou do coma e, ao
contrário do que os médicos haviam predito, não houve
qualquer dano cerebral 011 efeitos perm anentes em
conseqüência do incidente.
“Foi um período extremamente comovente para nós”,
diz a irmã Kim, “mas certam ente aprendemos o que
realmente importava e para onde nos voltar a fim de
obter ajuda. A experiência de Jin Oo fortaleceu nossa
família e nosso ramo. Tornamo-nos mais amigos, mais
unidos, mais atentos às pessoas e às suas necessidades.
Estamos, realmente, mais determinados a amar e servir.”
Irrad ian d o a paz do ev an g elh o , os san tos sul-
coreanos— que perfazem um décimo de um por cento da
população total do país— estão determinados a continuar
a crescer. E essa determinação, como aquela da moo gung
hwa sempre florida, faz a diferença para os santos dos
últimos dias na Terra da Calma Matutina. □
D E 1 9 9 3
 PARA SUA IN F O R M A Ç Ã O

Pais
Não-Membros C a s e y N u ll

da Igreja en te-se triste ao ouvir um discurso ou uma aula a respeito de

S famílias eternas.7

Ter pai ou mãe inativo, ou não-membro, faz com que pense quanto
FOTOGRAFIA DE STEVE BUNDERSON E PHIL SHURTIIFF
COM M O D ELO S P O S A N D O PARA A FO TO
tempo sua família irá durar? Não desanime. Milhares de jovens SUD vão à
igreja sem um ou ambos
algumas de suas sugestões:
Saiba que, embora seu pai ou mãe
não acredite, o evangelho ainda é
verdadeiro. Nada mudará isso.
C o n fie no Senh or. O re com
freqüência e aproxim e-se dele. Ele
pode ser sua maior força.
Lembre-se de que o Pai Celestial
ama seus pais tan to quanto o
ama.
 Não acuse ninguém— especialmente a si próprio. Não é sua culpa se
seus pais não querem ir à igreja. E difícil saber a verdadeira razão de
seus sentimentos.
Procure amigos que possam apoiá-lo e entender sem criticar.
Persevere. Resistir às dificuldades traz grandes bênçãos. E há uma
grande possibilidade de que um dia as coisas mudem para melhor.

FAÇA A SUA PARTE

O que fazer para ajudar os pais a verem o valor da Igreja, sem

forçá-los? ,m
• Dê um ótimo exemplo. Compareça a todas as reuniões, tenha uma
atitude positiva e viva de acordo com os padrões que eles sabem ser
ensinados na igreja.
• Demonstre amor por eles. O evangelho de Jesus Cristo pode ajudá-lo a
achar formas de amar seus pais mais profundamente. Faça com que saibam
e sintam esse amor. D em onstre gratidão pelas coisas que eles lhe
ensinaram e que o ajudaram.
• Informe-os a respeito de suas metas. Se eles conhecerem seus planos de
sair em missão e casar-se no templo, talvez sintam-se encorajados a se
prepararem para esses eventos.
• Convide-os para certas reuniões. Não é necessário implorar-lhes que C A N T A N D O N A S F IL IP IN A S
compareçam a todas as reuniões, mas diga-lhes o quanto significaria tê-los
presentes quando de um discurso seu ou quando de sua participação num A música no Ramo de Labo,
programa. Distrito Daet Filipinas, ficou ainda
• Apóie-os em suas realizações. Ajude-os a cuidar da casa e da família. mais bonita depois que as irmãs
Demonstre interesse por seus planos e projetos. Não seja apenas filho ou A lo n a e Jon aly n A lao n foram
filha, seja um amigo dedicado. batizadas, em 1990. Contando as
vitórias das duas, elas já venceram
VEJA A SITUAÇÃO COMO UM TODO mais de cinqüenta competições
m usicais em n ív el d istrita l,
É facil concentrar-se em um desafio como sendo a fonte de todos os municipal, provincial e regional.
problemas. Por exemplo, pode-se pensar: “Se meu pai ao menos fosse à Elas também têm conseguido
igreja, haveria um espírito melhor em casa. Eu não brigaria com meus ajudar o trabalho missionário em
irmãos e seria capaz de estudar mais e tirar melhores notas”. seu ram o. D evido a seus bons
Não caia nessa armadilha. Assuma toda a responsabilidade que puder exemplos, os pais foram batizados.
por sua própria vida. Decida-se por ser uma pessoa semelhante a Cristo, Além de can tar em público,
não importa o que aconteça. Seus pais admirarão e respeitarão isso, Alona, de 15 anos, gosta de ser
independente da religião que professem. Isso o ajudará a ver que você é líder de torcida e trabalhar como
aquele que, em última análise, decide qual o caminho a seguir. diretora de música da ala. Jonalyn,
de 12 anos, adora a Organização
Continua na página 44, coluna I das Moças e jogar volibol. □

A L I A H O N A • A G O S T O D E 1 9 9 3
43
 QUANDO VEM O DESÂNIMO A J U D A À R O M Ê N IA

Às vezes, um pensamento positivo pode ajudar nos momentos difíceis. Quando as moças da Ala 1 de
Quando estiver desanimado, tente repetir um destes pensamentos: Swansea, Estaca Merthyr Tydfil
“A felicidade não é uma estação a que se chega, mas uma maneira de se País de G ales, viram fotos de
viajar” (Margaret Lee Runbeck). pessoas m orrendo de fome na
“Algumas das piores batalhas com que vos defrontareis serão travadas Romênia, elas quiseram ajudar.
dentro das silenciosas câmaras de vossa própria alma.” (Presidente Ezra Então, percorreram o comércio
Taft Benson.) lo cal pedindo d o açõ es— não
“Paz seja com a tua alma; as tuas adversidades e as tuas aflições serão somente dinheiro, mas também
por um m om ento; E então, se as suportares bem, no alto Deus te produtos e serv iços— para um
exaltará.” (D&C 121:7-8.) leilão na ala. Parecia que toda a
“Que seus corações se consolem; pois todas as coisas operarão para o cidade comparecera ao evento e o
bem daqueles que andam em retidão.” (D&C 100:15.) □ dinheiro foi usado para comprar
os alim en tos, m edicam entos e
roupas tão n ecessário s aos
romenos. □

A P R O V E IT A N D O O T E M P O
M o ç a s d o P a ís d e
G a le s e n v ia r a m
Pode acontecer a qual­
a ju d a à R o m ê n ia .
quer um: corremos tanto
para um compromisso e
então, quando lá chega­
mos, nos vemos esperando,
com tempo de sobra. As
jov en s da A la 15
A m erican Fork, E staca
A m erican Fork N orte
[Utah], decidiram tornar
produtivo o tempo dispo­
nível. Enquanto esperam,
fabricam acolchoados.
Todo mês elas têm uma
en trev ista de progresso
pessoal com suas c o n ­
sultoras e, antes e depois
das entrevistas, elas fazem
acolchoados leves numa

A L I A H O N A • A G O S T O D E 1 9 9 3
44

estrutura armada na sala-de-estar da
consultora. Os membros da ala doam
os materiais. Os acolchoados prontos
são doados aos idosos de um asilo
local. Na verdade, segundo as jovens,
A L I A H O N A
entregar os acolchoados é a melhor
parte. As pessoas que lá residem são
m uito agrad áveis— tan to que as
jovens decidiram continuar o projeto
indefinidamente. □
• A G O S T O D E
45
U M A M A G N ÍF IC A M IS S IO N Á R IA
Quem não gostar da idéia de se
form ar numa escola em que é o
único membro da Igreja na classe,
pode fazer como Tammy Shick, do
Ramo Ridgeway, Missão Pensilvânia
Pittsburgh. Ela ajudou a converter
duas de suas colegas de classe.
Seu trabalho missionário, porém,
não term in ou aí. Ela fez uma
apresentação para a classe a respeito
do Livro de Mórmon e presenteou
seu professor não-membro com um
exemplar do livro. Fez também um
trabalho de classe sobre a História
da Igreja. □
1 9 9 3
O MELHOR DE
BARCELONA
Lisa A. J o h n so n

FO TO G R A FIA DE LISA A. J O H N S O N ,
FO TO G R A FIA DA NATUREZA M OR TA DE JED CLARK

Os edifícios de outras moças em sua estaca. A maioria delas conheceu a

Igreja por interm édio de amigos ou de missionários.
Barcelona são
“Aqui eu aprendo que quando sigo os mandamentos sou
vibrantes,
livre, e isso me faz feliz”.
audaciosos, lindos. Notamos, realmente, um quê de felicidade interior
Assim tam b é m são suas nessas jovens, quando temos oportunidade de observá-
jovens, q u a n d o se trata de viver o las. Seu calendário de atividades é espantoso. As 6h30

evangelho e c o m p a rtilh a r o testemunho. da manhã, seminário. Escola das 8h30 às 2h da tarde. Aí,
vão para casa para o mediodía, quando a maior refeição
do dia, preparada por suas mães, é servida. Depois, é
o ano passado, durante os Jogos Olímpicos, o inevitável uma soneca. Às 4h, porém,

N mundo todo tinha os olhos voltados para essa

caleidoscópica cidade da Espanha. Para o que,
porém, se voltavam os olhos das jovens SUD?
Ficaríeis surpresos.
Durante as Olimpíadas de 1992, todos ouvimos muita
escola de novo por mais duas horas.
Finalm ente, quando chegam em
casa às 6h , precisam fazer as
montanhas de lições de casa que
os professores quase sempre lhes
coisa sobre o impressionante planejamento e arquitetura passam.
de B arcelon a, sobre sua com ida, seu colorid o, sua N ão há m uito tem po
cultura. Não são estes, entretanto, os aspectos que as livre nas noites de segunda
jov en s SU D daqui querem m encionar. O que elas a se x ta -fe ira . Sem pre
realmente desejam é falar do evangelho. que p ossível, tod av ia,
Não que elas não apreciem a singularidade de sua elas fazem proselitism o
cidade; é que isso já é tão comum para elas, que nem com os m issio n ários.
reparam mais nessas coisas. Elas têm um sem-número de As ativ id ad es da
outras atividades com que se ocupar, como compartilhar Ig reja e ev en to s J
o evangelho, por exemplo, porque sabem da profunda especiais geralmente
diferença que ele fez em sua vida. a c o n te c e m aos
“Os jovens da Igreja estão quase sempre felizes, e isso sábados.
é realmente diferente dos outros”, com enta M erixtel A agenda ^4
Tomás, de 15 anos. Ela foi convertida à Igreja, como as cheia leva A
J o s e p h S m ith o fe re ce u
um a m en sage m nova
e a u d a z em su a
é p o ca . A s jo v e n s d e
B a r c e lo n a o fe re c e m a
m esm a m en sage m .
E la s a m a m o t r a b a lh o
m is s io n á r io .

ao que m uitos tempo para recreação. O

classificam como a coisa mais
d ifícil para um SU D em
Barcelona— respeitar o Dia do
Senhor. Com as reu n iões,
p ro jeto s e ativ id ad es da
Ig reja nos sábados e
domingos, não sobra muito
resto da cidade assiste a eventos
esportivos e musicais nos domingos, mas
os membros da Igreja não com parecem a esses
eventos e, freqüentemente, têm pouco tempo para os
amigos que não são da Igreja.
As jo v en s, co n tu d o , fazem o que podem para
compensar isso, levando suas amigas não-SUD à Igreja.

“Quando estou andando com minhas amigas e vejo os
missionários, sempre os cumprimento e converso com
eles”, diz Nuria Jim énez, 14 anos. Elas perguntam:
‘“ Q uem são esses rapazes? C o n h e c e -o s? Eles são
estrangeiros?’. Aí eu tenho a oportunidade perfeita de
explicar”.
“Uma oportunidade perfeita de explicar” nunca se
perde com estas jovens. Elas até aproveitam os feriados
locais para compartilhar o evangelho. Por exemplo, 23 de
abril é “Dia de San Jorge”, o que é bastante semelhante
ao Dia dos Namorados em outros países. Acontece que
esse é também o aniversário da morte de Cervantes, o
grande e s crito r esp an h ol. E n tã o , a tra d içã o na
Catalunha, a parte da Espanha onde Barcelona se situa,
é de os hom ens darem uma rosa às m ulheres, e as
mulheres darem um livro aos homens.
As jovens SU D de lá modificaram a tradição. Elas
fizeram rosas de p ap el-crep o m , in seriram -n as em
exem plares do Livro de M órm on e ajudaram os
missionários a distribuí-los. Ninguém recusa um livro ou
uma rosa no dia 23 de abril.
A alegria que os fortes jov en s SU D sentem em
compartilhar o evangelho, mais do que compensa os
outros eventos que possam perder. Na verdade, elas
gostam tanto do trabalho missionário, que todas já têm,
incluída em seus planos futuros, uma missão de tempo
integral. “Eu acho importante para qualquer pessoa sair
em missão”, diz Montse Bermúdez, 17 anos. “Aprende-se
A L I A H O N A
M ã e s e filh a s,
fa m ilia r e s e
a m ig o s — q u a se to d o s
o s m e m b r o s d a Ig r e ja
e m B a r c e lo n a g o s t a m
d e c o m p a r t ilh a r o
e v a n g e lh o d a m e lh o r
fo r m a q u e p o d e m ,
c o m o m o d if ic a r a
t r a d iç ã o n o D ia d o s
N a m o ra d o s.
muito no campo missionário e isso ajuda na preparação
para nossa vida futura”.
È importante, na opinião delas, que o mundo tenha
oportunidade de encontrar a verdade, mas também é
importante para elas que o mundo saiba a verdade a
respeito do povo que vive naquela área.
“Quando as pessoas ouvem falar da Espanha, logo
pensam em touradas e flam en co”, com enta Duneia
Cabrán, 17 anos. Isso, porém, nada tem a ver com a
Catalunha. Até a língua, o catalão, é diferente da falada
no resto do país, apesar de quase todas as pessoas
também falarem o espanhol castelhano.
A comida, da mesma forma, é distinta do resto do
país. Cada região da Espanha tem seu próprio cozido,
feito com diferentes combinações de lingüiças, feijão e
legumes. O petisco favorito das jovens, de manhã, tarde
ou noite, contudo, é o pan con tomate, ou seja, fatias de
pão espanhol com uma camada de molho de tomate e, às
vezes, um pouquinho de azeite de oliva.
E, finalmente, a arquitetura, que separa Barcelona do
resto da Espanha. E arrojada, audaciosa, única— nada
diferente da religião que as jovens SUD abraçaram.
Há um espírito confiante aqui, uma certa coragem
para fazer algo maravilhoso, mesmo que fuja do normal.
Essa te n d ê n cia r e fle te -s e ta n to nos ed ifício s de
B arcelo n a com o na vida destas jovens corajosas o
bastante para tazer algo tão maravilhoso quanto aceitar e
compartilhar o evangelho de Jesus Cristo. □
• A G O S T O DE 1 9 9 3
48
 O Sem eador e o Ceifeiro, de G re g K. O lse n
"Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já estão brancas para a ceifa. E o que ceifa recebe ga la rdã o, e ajunta fruto para a vida eterna; para que, assim o
que semeia com o o que ceifa, am bos se regozijem " (João 4 :3 5 -3 6 ).
Os 35.000 habitantes de
Ouelessebougou, Mali,
esforçam-se por melhorar
suas condições de vida,
com a ajuda de Modibo
Diarra (capa), a primeira
pessoa a ser batizada na
Igreja em sua terra natal.
Vide “Depois da Provação,
Bênçãos”, página 8.

FOTOGRAFIA DE MAU CORTESIA DA ALIANÇA OUELESSEBOUGOU-UTAH

 Élder Faust
Preside Abertura de Terra
para o Novo CTM
NOTÍCIAS LOCAIS
S
ob a presidência do Élder James E.
Faust, do Quorum dos Doze, foi
realizada em São Paulo, no bairro da
Casa Verde, no dia 10 de junho último, a
cerimônia de Abertura da Terra do Novo
Centro de Treinamento Missionário-CTM.
Foi uma cerimônia emocionante, que contou
com a presença de muitos líderes eclesiásticos,
autoridades governamentais e membros de
várias regiões de São Paulo. O evento
transcorreu num ambiente de espiritualidade e
reverência. Os discursantes foram os Élderes
Helvécio Martins, Dallas N. Archibald e
Harold G. Hillam, da Presidência da Área
Brasileira; Élder Aldin L. Porter, da
D a e s q u e r d a p a r a d ir e it a : É ld e r A r c h ib a ld , D e p u t a d o E y m a e l, É ld e re s F a u st, P o rte r,
H illa m , M a r t i n s e P u e r t a (R e p r. R e g io n a l) .
A G O S T O
1
Presidência do Quorum dos Setenta, e Élder
James E. Faust, do Quorum dos Doze. Houve
ainda a apresentação de números musicais
especiais, entoados por um quarteto e por um
grupo de missionários em perspectiva. Em seu
discurso, o élder Faust ressaltou a importância
da construção do novo CTM para o
crescimento da obra missionária no Brasil, na
América Latina e no mundo, lembrando,
ainda, que a Igreja, com esse empreendimento,
está cumprindo o mandamento do Senhor de
levar o evangelho a todos os povos. Os outros
oradores também falaram da importância da
pregação do evangelho no Brasil. Ao término
da cerimônia, o Élder James E. Faust, ao lado
1 9 9 3
das demais autoridades gerais
presentes, deu início à Abertura da
Terra, sendo, a seu convite,
acompanhado pelo deputado federal
José Maria Eymael.
O novo CTM suprirá a
crescente demanda de novos
missionários, em virturde do
crescimento da Igreja no Brasil.
O atual, situado no bairro do
Caxingui, já não atende ao número
crescente de missionários em
treinamento. Quando o novo CTM
estiver totalmente construído,
treinará cerca de oitocentos
missionários por mês, de acordo
com previsões bastante
conservadoras para os próximos
dez anos. O edifício terá sete
pavimentos e um auditório com
capacidade para mil pessoas,
num total de nove mil metros
quadrados de área construída.
O edifício estará pronto em 1995.
Enviado por Antonio Carlos Meirelles
Diretor M ultirregional d e Ass. Públicos
APÓSTOLOS DEDICAM
MAIS QUATRO
NAÇÕES
uatro membros do Conselho dos
Q Doze “giraram as chaves e
abriram as portas”, ao dedicarem
quatro países europeus para a pregação
do evangelho.
Sob a direção da Primeira
Presidência, o Élder James E. Faust
dedicou a Letônia, o Élder Dallin H.
Oaks dedicou a Albânia, o Élder
Russell M. Nelson dedicou Belarus e o
Élder M. Russell Ballard dedicou a
Lituânia. Esses países estavam sob
domínio comunista até 1990-91.
A seguir, breves relatos de cada
serviço dedicatório:
Riga, Letônia - Dia 17 de março, o
Elder Faust dedicou a antiga república
da União Soviética. “Admiramos a
longa história do intrépido povo deste
país”, disse Élder Faust na oração
dedicatória. “Eles mantiveram a fé
durante séculos de opressão e jugo”.
N O T Í C I A S L O C A I S
Élder Faust orou para que
continuasse a haver paz e liberdade na
Letônia. Ele pediu que os líderes das
nações fossem retos, honestos, justos e
tementes a Deus. “Que o povo deste
país tenha ouvidos atentos e corações
humildes, para que um dia sejam
reunidos no teu reino”, disse Élder
Faust.
Tirana, Albânia - Élder Oaks
dedicou o pequeno e montanhoso país
da Península Balcã da Europa. Na
oração dedicatória de 23 de abril, ele
pediu uma bênção para o país, seus
líderes e cidadãos.
Ele orou para que eles fossem
abençoados com sabedoria e força,
para que a luz da liberdade fosse
preservada naquele país, que os
famintos pudessem ser alimentados, e
os que sofrem, confortados. O serviço
dedicatório foi realizado numa encosta
com vista para a capital, perto de um
memorial nacional chamado “O
Monumento dos Heróis”.
“Oramos para que tu detenhas as
forças do mal e frustres qualquer
tentativa de interromper a paz, a
liberdade e a prosperidade deste país”,
Élder Oaks acrescentou.

Minsk, Belarus - Élder Nelson

dedicou o país, antiga Bielo-Rússia ou
Rússia Branca, em 11 de maio. Ele
expressou gratidão pelas pessoas que
têm buscado a verdade e felicidade e
orou para que haja “uma rica colheita
de almas” que possam vir a Cristo.
“Esta terra é rica do sangue de
Israel”, disse Élder Nelson. “Que esta
linhagem escolhida se coligue aqui e
encontre refúgio e força nas estacas de
Sião. Que teus filhos prosperem nesta
terra à medida que aprenderem os teus
mandamentos e a eles obedecerem.”
Ele invocou bênçãos para o país, como
sendo “um abrigo de paz, um santuário
de fé e uma terra onde a liberdade
religiosa pode existir sem
discriminação”. NO VO PRESIDENTE de Amorim e Maria Carlota Martins
Ferreira. Foi presidente de ramo,
Vilnius, Lituânia - No topo de DO TEMPLO DE SÃO presidente de distrito e sumo
uma colina que dá para a cidade, Élder
Ballard dedicou a terra, observando o
PAULO conselheiro. É casado com Maria
Alice Ferrão.
significado histórico daquela colina no
thos Marques de Amorim, Maria Alice Ferrão de Amorim
desenvolvimento da Lituânia.
Na oração dedicatória, Élder
Ballard rogou que a paz e a
A 61 anos, do Ramo Rezende
Manejo, Distrito Dutra, presidente da
será a nova superintendente do
templo. A irmã Amorim nasceu em
prosperidade sejam concedidas ao Missão Brasil Fortaleza, foi chamado Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, e é
povo lituano. “Ajuda-os, Pai Celestial, como presidente do Templo de São filha de Djacyr Pires Ferrão e Hylda
ao fazerem esta grande transição para Paulo, sucedendo ao Presidente Hélio Barcellos Pires. Foi professora da
a liberdade, liberdade essa que da Rocha Camargo. O presidente Primária, do Seminário e da
proporcionou ao povo o privilégio da
Amorim é coronel reformado do Sociedade de Socorro. É professora de
presença dos missionários da tua Igreja
Exército Brasileiro. Nasceu no Rio de 1 “ grau. Presidente e irmã Amorim
para ensinar o evangelho de teu Filho
Jesus Cristo”, ele disse. Janeiro, e é filho de Antonio Marques têm dois filhos e seis netos.
“O povo deste país é generoso e
muitos são justos”, afirmou ele na
oração. “Que sejam tocados pelos
missionários, para que tua obra possa
ir avante.”

CRESCE O
EVANGELHO EM
ORIXIMINÁ
Enviado por M issã o Brasil M a n a u s

o mês de janeiro, os élderes S.

N Oliveira e Warner, da Missão
Brasil Manaus, receberam a
designação de visitar a cidade de
Oriximiná, na barranca do Rio
Trombetas, no Pará. Com muita fé e
vontade de trabalhar arduamente,
após alguns dias de trabalho foram
batizadas 30 pessoas. M e m b r o s d e O r i x i m in á , P a r á - M i s s ã o B r a s il M a n a u s .

A G O S T O 1 9 9 3
3

D a e s q u e r d a p a r a a d ire ita : É ld e r H e lv é c io M a r t in s , D e p u t a d o E y m a e l,
P r e s id e n t e H a r o ld H illa m e o i r m ã o D e m a r S t a n is c ia .
CAMARA FEDERAL
DEBATE HISTÓRIA DA
FAMÍLIA
Câmara dos Deputados em
A Brasília foi, no dia 28 de abril
último, palco de um evento de
extraordinária importância histórica
para a Igreja no Brasil. Foi quando o
deputado federal pelo Partido
Democrata Cristão, José Maria
Eymael, se pronunciou, exaltando os
trabalhos efetuados na área de
genealogia pela Sociedade
Genealógica de Utah, em conjunto
com a Igreja em todo o país,
principalmente na preservação de
documentos que se estão deteriorando
em inúmeros compartimentos do
serviço público nacional.
Tudo começou quando o Deputado
Eymael procurou o Centro da História
da Família no Caxingui, em São
Paulo, para obter informações sobre
seus antepassados, uma vez que há
anos vem pesquisando sua genealogia.
No início, em caráter particular;
depois, seu interesse cresceu tanto que
foi convidado para uma visita oficial
ao Escritório da Igreja.
O deputado mostrou extraordinário
interesse pelas pesquisas lá realizadas e
ficou surpreso quando, em
demonstração a ele apresentada,
localizou nomes de seus antepassados
na tela do computador, de localidades
da Holanda, Bélgica e França.
D e p u t a d o E y m a e l, e m
p r o n u n c ia m e n t o h is t ó r ic o n a
C â m a r a F e d e r a l e m B r a s ília .
Ficou tão impressionado que, dias
depois, em viagem aos Estados
Unidos, ele e a esposa resolveram
passar por Salt Lake City, para
conhecerem pessoalmente a sede da
Biblioteca da História da Família.
Foram gentilmente recebidos por um
casal ligado aos assuntos diplomáticos
da Igreja.
Tão logo voltou ao Brasil, o
deputado preparou o pronunciamento,
que foi reproduzido pela imprensa e
objeto de comentários no noticiário
oficial Voz do Brasil. O entusiasmo de
José Maria Eymael fez com que ele
manifestasse um firme testemunho
N O T Í C I A S L O C A I S
4
sobre o propósito dos trabalhos que a
Igreja vem realizando no campo das
pesquisas sobre História da Família.
Além disso, apresentou na Comissão
de Educação, Cultura e Desporto, da
Câmara Federal, o Projeto de Lei
Complementar que regulamenta a
preservação, manutenção e divulgação
de documentos públicos e privados, de
interesse da população brasileira, o
qual foi aprovado.
RAMO DE
RONDONÓPOLIS
Enviado por Richard C. Knudson
Presidente d a M issão Brasília
o dia 16 de maio de 1993 foi
N dedicada a primeira capela da
Missão Brasília em Rondonópolis, MT
(Ramo de Rondonópolis). O
presidente da Missão, Richard C.
Knudson, proferiu a oração
dedicatória. A reunião foi assistida por
196 pessoas, e o ramo já está pronto
para ser dividido. Foi a primeira
dedicação de uma capela nos ramos
dependentes da Missão.
A IGREJA TORNOU-SE
LEGAL N A ITÁLIA
Itália chegou a um importante
A marco, dia 12 de maio, quando o
país concedeu legalidade à Igreja”,
disse Élder Spencer J. Condie do
Quorum dos Setenta e presidente da
Área Europa Mediterrânea.
Élder Condie disse que a polícia
entrevistou vizinhos e sócios de
membros italianos, “a fim de
descobrir que tipo de pessoa os
mórmons são. Os relatos foram
unanimemente positivos e isso foi
parte da base para a legalização.
Nossos santos dos últimos dias têm
boa reputação em seu país e são
cidadãos de destaque”.
Os primeiros missionários SUD
chegaram à Itália em 1850 e, por seus
esforços, cerca de 100 pessoas foram
batizadas. A maioria delas emigrou
para os Estados Unidos. A Igreja
recebeu permissão para entrar no país
em 1965, e em 1966 a Missão Italiana
foi reaberta.
A o c e n t ro o P re fe ito D r. G ilb e r t o L in s A o c e n t ro o J u iz d e D ire ito D r. C r is t ó v ã o

OBRA MISSIONÁRIA V A C A M P A M E N T O DE M EST R A exposição de fotos, e os participantes

NO INTERIOR DO
NORDESTE
Enviado por Presidente Amorim
Presidente da M issão Fortaleza
ecentemente foi iniciado o
R trabalho missionário na cidade de
Currais Novos, RN, dando
prosseguimento ao que já vinha sendo
realizado pelo interior deste
importante estado do Nordeste
brasileiro. O trabalho teve início com
a visita e oferta de exemplares do
Livro de Mórmon às autoridades que
representam o governo da cidade,
como o Doutor Gilberto Lins, Prefeito
Municipal, e Dr. Cristóvão, Juiz de
Direito da Comarca de Currais Novos.
Dr. Gilberto Lins, com sua família, já
está recebendo as palestras dos
missionários.
DE C A M P O
Nos dias 30 e 31 de julho e 1Qde
agosto de 1992, foi realizado o 5Q
Acampamento de Mestra de Campo
das Moças da Estaca Belo Horizonte.
Essa atividade teve lugar num
local denominado “Recanto Verde”,
onde as moças puderam fazer
explorações e realizarem os requisitos
solicitados. No dia 30 de agosto,
houve um serão de encerramento,
quando foram entregues os
certificados de Novata, Montanhesa,
Inspiradora e Desbravadora às moças
que participaram do acampamento e
preencheram os requisitos
necessários.
Na ocasião foi feita também uma
compartilharam testemunhos e
experiências.
S E R Ã O S O B R E F O R M A E S IS T E M A
DE G O V E R N O
A fim de melhor informar os
membros da Estaca Belo Horizonte,
MG, realizou-se no dia 18 de abril um
serão sobre as formas e sistema de
governo. O serão contou com a
participação do Dr. Célio de Castro,
vice-prefeito de Belo Horizonte; sr.
Alexandre Nascimento, coordenador
da frente monárquica em Minas
Gerais, e Dr. José Correia Brasil,
vereador.
Os convidados foram presenteados
com um Livro de Mórmon.

NOTÍCIAS DE BELO
HORIZONTE
T R E IN A M E N T O D E P R IM E IR O S
S O C O R R O S E IN C Ê N D IO
Dia 23 de maio de 1992, as jovens
da Organização das Moças, da Estaca
Belo Horizonte, receberam um
treinamento sobre primeiros socorros
e casos de incêndio. O treinamento
em preparação para o V
Acampamento Mestra de Campo,
constou de parte teórica e prática, e
foi ministrado pela Cruz Vermelha e
pelo Corpo de Bombeiros da cidade. J o v e n s r e c e b e m t r e in a m e n t o d e p r im e ir o s s o c o r r o s .

A G O S T O 1 9 9 3
5
ORGANIZAÇÃO E
REORGANIZAÇÃO DE
ESTACAS
ESTACA OSASCO BRASIL
Em conferência da Estaca São
Paulo, realizada no dia 18 de abril e
presidida pelo Élder Harold G.
Hillam, da Presidência da Área,
assistido pelo representante regional,
Danilo Talanskas, foi organizada a
nova Estaca Osasco Brasil.
A presidência da estaca ficou assim
constituída: Marcos A. Aidukaitis,
presidente; Eduardo Martins Santana,
primeiro conselheiro; Manoel L. Ferrão
de Amorim, segundo conselheiro.
O presidente Marcos é casado com
Luíza Englert e o casal tem três filhos.
O presidente Santana é casado com
Ana M. A. de Azevedo, cinco filhos.
O presidente Amorim é casado com
Márcia C. de Souza, três filhos.
As seguintes unidades formam a
nova estaca: Ala Bela Vista, Ala
Carapicuíba, Ramo Itapevi, Ala Novo
Osasco, Ala Rochedale e Ala São
Paulo 17.
ESTACA FORTALEZA BRASIL CEARÁ
Em conferência da Estaca Fortaleza
Brasil, no dia 2 de maio último,
presidida pelo Élder Harold G.
Hillam, assistido pelo representante
regional, Irajá Bandeira Soares, foi
organizada a Estaca Fortaleza Ceará.
A presidência da estaca ficou assim
constituída: José Vieira de Matos
Filho, presidente; Antônio Nunes
Rabelo, primeiro conselheiro;
Francisco Teixeira Celestino, segundo
conselheiro.
O presidente Matos é casado com
Antônia L. Mendonça e o casal tem
um filho. O presidente Rabelo é
casado com Deusa M. Garcia
Lourenço, quatro filhos. O presidente
Celestino é casado com Luzanira C.
Nascimento, quatro filhos.
A estaca é formada pelas seguintes
unidades: Ala Araturi, Ala Conjunto
Ceará 1, Ala Conjunto Ceará 2, Ala
Conjunto Novo Ceará, Ramo Jurema
e Ala Sobral.
ESTACA SÃO PAULO BRASIL TAB O Ã O
No dia 18 de abril último foi
organizada a nova presidência da
Estaca, em reunião presidida pelo
Élder Helvécio Martins, da
Presidência da Área Brasileira,
assistido pelo representante regional,
Darcy C. D. Correa. José Carlos Scisci
foi apoiado como presidente, Mário
Hélio Emerick como primeiro
Conselheiro e Liugi Sato como
segundo conselheiro.
O presidente Seisci é casado com
Rosana Silva e o casal tem três filhos.
O presidente Emerick é casado com
Regina Mônica Godoy, três filhos. O
presidente Sato é casado com
Terezinha Mitiko A. Sato, 2 filhos. A
estaca é formada pelas seguintes
unidades: Ramo Cotia, Ramo Embu
das Artes, Ala Ferreira, Ramo
Internacional, Ala Itapecerica da
Serra, Ala Jardim Arpoador, Ala
Jardim Celeste, Ramo Jardim das
Palmas, Ala Jardim Taboão e Ala
Jardim Roberto.
ESTACA SALVADOR BRASIL NORTE
No dia 2 de maio último, foi
organizada a Estaca Salvador Brasil
Norte, em reunião presidida pelo
Élder Helvécio Martins, assistido pelo
Representante Regional Emani
Teixeira. A presidência da nova
estaca ficou assim constituída: Sandro
Quatel Silva, presidente; João
Lourenço Martins, primeiro
conselheiro, e Antônio Augusto da
Silva, segundo conselheiro.
E sta c a S a l v a d o r B r a s il N o rte . D a e s q u e r d a p a r a a d ire ita : p re s. J o ã o L
M a r t in s ( l s co n s.), p re s. S a n d r o Q u a t e l S ilv a ( p r e s . ) , p re s. A u g u s t o d a
S ilv a (2 - co n s.) e É ld e r M a r t in s .
N O T Í C I A S L O C A I S
6
O presidente Quatel é casado com
Luciana do Nascimento e o casal tem
três filhos. O presidente Lourenço é
casado com Maurina S. Pereira, três
filhos. O presidente Augusto é casado
com Maria E. de Carvalho Lopes Reis,
três filhos.
A estaca é constituída das
unidades: Ala Pirajá, Ramo Simões
Filho, Ramo Alagoínhas, Ala Bonfim,
Ala Cabula, Ala Feira de Santana,
Ala Jardim Acácia.
ESTACA SÃO PAULO NORTE
Em reunião presidida pelo Élder
Harold G. Hillam, da Presidência da
Área Brasileira, assistido pelo
Representante Regional Danilo
Talanskas, foi apoiada a nova
presidência da estaca.
Francisco José Ribeiro é o
presidente; Marcelo Leite Silveira é o
primeiro conselheiro, e Paulo César
Costa Loureiro é o segundo conselheiro.
O presidente Francisco é casado
com Paula M. Barreto Foz e o casal
tem dois filhos. O presidente Silveira
é casado com Marisa B. Silveira, dois
filhos. O presidente Loureiro é casado
com Nadia M. Silva, dois filhos.
A estaca é formada pelas seguintes
unidades: Ala Horto Florestal, Ala
Imirim, Ramo Jardim Peri, Ala Jardim
Tremembé, Ala Santana, Ala
Tucuruvi, Ramo Vila Guilherme, Ala
Vila Nova Cachoeirinha.
ESTACA M ANAUS RIO NEGRO BRASIL
Em reunião realizada no dia 30 de
maio de 1993, presidida pelo Êlder
Helvécio Martins, assistido pelo
Representante Regional Emani
Teixeira, foi apoiada a presidência da
estaca, assim constituída: Divino
Presença, presidente; Pedro Aurélio
Mendes Acosta, primeiro conselheiro;
Mário Diogo de Melo Junior, segundo
conselheiro.
O presidente Divino é casado com
Regina Marca Correa e o casal tem
quatro filhos. O presidente Acosta é
casado com Glícia M. M. Santos
Acosta, dois filhos. O presidente
E s t a c a M a n a u s R io N e g r o B r a s il. D a e s q u e r d a p a r a a d ire ita : p re s.
Diogo é casado com Rosiene C o s t a (p re s. d a M i s s ã o M a n a u s ) , É ld e r M a r t i n s , p r e s . P e d r o M . A c o s t a
Vasconcelos Mesquita, dois filhos. (1 - co n s.), p r e s . D iv in o P r e s e n ç a (p re s.), p r e s . M á r i o D . d e M e l o Jr. (2 -
Fazem parte da estaca as seguintes co n s.), é ld e r T e ix e ir a (re p r. r e g io n a l) .
unidades: Ala Ajuricaba, Ala
Alvorada, Ramo Compensa, Ala
Flores, Ala Manaus e Ramo
Redenção.

ESTACA M ANAUS BRASIL

A Estaca Manaus tem agora a
seguinte presidência: Uilson Felipe
Santiago, presidente; Francisco
Reguin, primeiro conselheiro; Jadir
Tavares de Oliveira, segundo
conselheiro.
Unidades que compõem a estaca:
Ramo Canarana, Ala Cidade Nova,
Ala Colônia Oliveira Machado, Ala
Coroado, Ramo Japiim, Ala
Petrópolis, Ala Vitória Régia.

Estaca M a n a u s Brasil. D a e sq u e rd a p a r a a direita: pres. C osta (pres. d a M is s ã o

M a n a u s), Élder M a rtin s, pres. Francisco R e gu in ( I a cons.), pres. U ilson F. S a n tia go
PRIMÁRIA (pres.), pres. Ja d ir T. d e O liveira (2- cons.), élder Teixeira (repr. regional).

Enviado por Presidência da Primária

A la Fama

a foto, crianças da Primária da

N Ala Fama, Estaca Goiânia, GO,
apresentando-se num show para não-
membros, atividade com fins
missionários, em que foram
conseguidas referências para os
missionários. Quase setenta crianças
participaram e quarenta pessoas que
não são da Igreja assistiram. O futuro
da Igreja está nas mãos das crianças, e
o esforço das líderes da Primária é
inestimável.

A G O S T O 1 9 9 3
7
NOTÍCIA DA ALA
PIEDADE, PE
Enviado por Daniel Santana Silva
Prof. d o Seminário, A la Piedade

a foto, alunos do seminário

diário, empenhados num projeto
de serviço. Estão reformando a casa de
um dos alunos, onde a água da chuva
entra livremente, que ameaça ruir. Por
esse ato de amor, membros da família
foram reativados. Nos supersábados,
muitos jovens prestam testemunho de
que estão sendo fortalecidos por essas
atividades. Sabemos que jovens de
outras alas fazem o mesmo tipo de
trabalho.

"CONHEÇA OS
MÓRMONS" - NA
EXPOGRANDE
Enviado por Adalberto Rodrigues da Silva
Dir. d e Assuntos Públicos, Região C am p o
G ib n d e , M S

o período de 16 a 25 de abril, a
N Estaca Campo Grande, MS, teve
brilhante participação na 55~
Expogrande - Feira de Veículos
Nacionais e Importados e de
Agropecuária.
No local, foi instalada uma barraca
SUD “Conheça os Mórmons”, onde
foram exibidos filmes e gravuras e Milhares de pessoas que visitaram a respeito dos mórmons, o que resultou
distribuídos muitos exemplares do feira tiveram a oportunidade de em um bom número de referências
Livro de Mórmon. conhecer a Igreja e saber mais a para os missionários.

CONHECE OS MOBMONS
iK PROARTPromoçdes

N O T Í C I A S L O C A I S
8
CAMPEÃ BRASILEIRA
DE GINÁSTICA
RÍTMICA
Enviado por M a risa S. Cuellar
Diretora de Ass. Públicos, Estaca São Paulo.

C om apenas 11 anos, Daniela Vio

foi a única jovem brasileira a
ser classificada nos Jogos
Panamericanos de 1991, em duas
modalidades de ginástica rítmica -
6e individual e 8e em ginástica
geral.
Recebeu também vários prêmios.
Sob a orientação de sua técnica
Conceição da Costa e o patrocínio da
General Motors, conquistou o l e lugar
no Estadual Paulista e 2e no
Brasileiro.
Recentemente, foi convidada
para representar o Brasil na França
e em Portugal, mas em virtude
de não ter patrocínio para
custear as passagens para o
exterior, Daniela deixou de
representar o Brasil nessas duas
oportunidades.
No entanto, ela e a mãe esperam
conseguir de alguma forma uma
oportunidade para que ela possa
participar do próximo convite.
Daniela Vio pertence atualmente à
ala Vila Gomes, Estaca São Paulo.
Batizou-se há um ano, juntamente
com a mãe e irmãos.
D a n ie la V io , c a m p e ã b r a s ile ir a d e g in á s t ic a rítim ic a .
IGREJA UNE-SE À
PREFEITURA DE
OSASCO CONTRA O
CÓLERA
Enviado por M a risa S. Cuellar
Diretora d e Ass. Públicos, Estaca São Paulo
o dia 31 de março último, os
N irmãos Demar Staniscia, Diretor
de Assuntos Públicos da Área
Brasileira, Marisa S. Cuellar, Diretora
de Assuntos Públicos da Estaca São
Paulo, e irmão Ronei P. F. Justiniano
visitaram o Prefeito de Osasco, sr.
Celso Gíglio, oferecendo-lhe nessa
ocasião a cooperação da Igreja para
a campanha contra o cólera entre a
população e os membros da Igreja.
Algumas semanas após a visita, com a
colaboração da irmã Luciana Perrotti
Ferruchio, o sr. Valdeci A. Conélio,
chefe da Seção de Vigilância
Epidemiológica da Secretaria da
Saúde de Osasco, fez uma palestra
na capela mostrando por meio de
vídeos e retroprojetor os muitos
aspectos relacionados não só ao
cólera mas também à febre amarela e
à dengue. A palestra foi muito
educativa pois também abordou os
vários aspectos da prevenção dessas
doenças.
O P A S d e C a m p o G r a n d e v is it a o A s i l o D o m B o s c o .

PROJETO DE SERVIÇO ATIVIDADE EM VITÓRIA

EM CAMPO GRANDE DE SANTO ANTÃO, PE
Enviado por Adalberto Rodrigues da Silva Enviado por Elder Franklin F. M oro
Diretor d e Ass. Públicos Secretário Executivo, M issão Recife

oi realizado em Campo Grande um oi realizado no dia 10 de abril

F projeto de serviço em que os
irmãos do Programa de Adultos
F passado, em Vitória de Santo
Antão, PE, uma atividade missionária
Solteiros visitaram o Asilo Dom junto à Guarda Mirim daquela cidade,
Bosco, acompanhados de líderes da com discursos sobre Palavra de
Estaca Campo Grande, MS. Fizeram Sabedoria, Lei da Castidade e a
uma limpeza geral nos pavilhões e, importância de mantermos nossos
além de outros trabalhos, apararam os corpos moralmente limpos. Na
cabelos dos internos. oportunidade foi entregue um
exemplar do Livro de Mórmon ao
presidente da entidade e a todos os
que participaram da atividade.
AOS LEITORES
A redação de A Liahona
solícita que as notícias enviadas
à revista tratem de assuntos e
acontecimentos que sejam de
interesse geral e não apenas dos
membros locais. As fotos devem
ser de boa qualidade e mostrar
alguma ação interessante, não
só grupos de pessoas.
Por exemplo: Se as irmãs da
Sociedade de Socorro estiverem
visitando um asilo, a foto
ilustrativa deve mostrar as irmãs
ajudando os asilados e não
apenas um grupo de mulheres
em frente à fachada de um asilo.

Agradecemos.

N O T Í C I A S L O C A I S
10
VISITA À PRAÇA
JOSEPH SMITH
Enviado por M a u ro Q u o o s
D iretor de Ass. Públicos Estaca C uritiva
Portão

praça Joseph Smith, em

A Curitiva, recebeu a visita dos
jovens da Organização das Moças e
Rapazes e Adultos Solteiros da
Estaca Curitiba Portão, no dia 6 de
fevereiro de 1993, sábado.
Os jovens, liderados pelo
Presidente Pedro Brassanini, lavaram
as lâmpadas, a pedra monumental,
varreram e carpiram o jardim e
podaram as flores.

Ex-M issionários d a M issã o Brasil Rio de Janeiro

Período: Julho/90 a Julho/9!
Presidente Orville W . D a y Jr.

A fim de mantermos confato e possivelmente marcar
um encontro com todos os missionários da missão acima
naquele período, pedimos a gentileza de enviar nome
completo, endereço e telefone para o seguinte local:
Ex-Missão Rio
Rua Conde Luiz Zunta, 98
0 4 4 5 6 -1 0 0 - S ã o Paulo-SP
Solicitamos enviar-nos as informações o mais breve
possível, pois tencionamos marcar o encontro para
outubro, quando o Presidente Day provavelmente virá
ao Brasil. Com o endereço de todos em mãos
poderemos avisar a data, horário e local.
Agradecemos.

A G O S T O 1 9 9 3
11
MEMBRO SUD
LANÇA LIVRO
Enviado por M a u ro Q uoos
Diretor d e Ass. Públicos, Estaca C uritiba
Portão

A Igreja de Jesus Cristo

na terra está novamente...
E sou grato por isto:
Sou Mórmon e vivo contente
(Minha Fé, pág. 70)

Entre amigos e familiares, o irmão

Florival Gomes fez, dia 17 de abril
passado, em Curitiba, o lançamento
de seu primeiro livro - “O Aprendiz
de Trovador”.
No livro, Florival mostra
uma verdadeira gratidão pelas
coisas eternas que tem na vida: a
família (pág. 52), a mãe (pág. 20), a
Igreja. At
Parabéns pelo sucesso. Vp*í-, ItAXe-1,
t é.
Á tiX c 'UtH.AÁe 'l

NO VO DISTRITO:
GUARUJÁ BRASIL
Enviado por M arina do A m aral Varella
Alcover
Diretora d e Ass. Públicos da Estaca Santos

0 de maio foi um dia de festa

3 para a Igreja no Guarujá: a
Estaca Santos Brasil se dividia
criando um novo distrito, o Distrito
Guarujá Brasil, formado pelas
seguintes unidades: Guarujá, São
Vicente, Vicente de Carvalho e
Enseada.
Em concorrida reunião que
contou com a presença do
Presidente Harold G. Hillam,
da Presidência da Área Brasileira,
do Representante Regional
Demar Staniscia, do Presidente
Stanley Neeleman, da Missão São
Paulo Sul, e do Presidente Acácio S.
de Freitas, da Estaca Santos, foi
apoiada a presidência do distrito,
com Ronald R. Gunn, como
presidente, e os irmãos Carlos
Alberto dos Reis Galvão e Carlos
Alberto Couto e Silva como
primeiro e segundo conselheiros,
respectivamente.
NOVOS DISTRITOS N A
MISSÃO MANAUS
DISTRITO DE SANTARÉM
No dia 2 de maio último foi
organizado o Distrito de Santarém, no
Estado do Pará. A presidência do
distrito é a seguinte: Oswaldo José de
Santana, presidente; Wemer Damião
Morhy, primeiro conselheiro;
Humberto Ferreira da Silva, segundo
conselheiro.
DISTRITO DE M ACAPÁ
No dia 9 de maio último foi
organizado o Distrito de Macapá, no
Amapá. A presidência do distrito é a
seguinte: Luiz Teixeira Vasconcelos
Filho, presidente; Raimundo Nonato
Santos Silva, primeiro conselheiro.
A IGREJA CRESCE NO
OESTE
Enviado por Humberto Ferreira da Silva
o oeste do Pará, em plena selva
N amazônica, encontra-se a mais
importante cidade do estado, depois
da capital - Santarém - localizada em
frente ao encontro dos dois rios:
Tapajós e Amazonas. Essa cidade
abriu as portas ao evangelho em 8 de
agosto de 1988, quando foi criado o
Ramo Santarém, tendo como pioneiro
irmão Hélvio A. S. Pereira e família,
juntamente com um grupo de
membros.
A primeira capela construída
foi dedicada em 30 de junho de
1992.

N O T Í C I A S L O C A I S
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 H I S T Ó R I A S D O L I V R O DE M Ó R M O N

O rei Lamoni desejava levar Amon para apresentá-lo a seu

Amon Encontra-se com o Pai do pai. O Senhor advertiu Amon para que não fosse, porque o
Rei Lamoni pai de Lamoni tentaria matá-lo.
Alma 20:1-2

O Senhor disse a Amon que fosse à terra de Midoni, onde Durante a viagem, encontraram-se com o pai do rei
seu irmão Aarão estava preso. O rei Lamoni foi com Amon. Lamoni, o rei de todo o país. Ele perguntou a Lamoni para
Alma 20:3-4 onde estava indo com um nefita mentiroso.
Alma 20:8, 10
DE JERRY T H O M P S O N
ILUSTRAÇÃO

Lamoni contou ao pai sobre Amon e seus irmãos. Lamoni recusou-se a matar Amon e disse que iriam libertar
Indignado, o pai de Lamoni ordenou-lhe que matasse Aarão. O pai ficou irado e levantou a espada para matar
Amon e não fosse para a terra de Midoni. Lamoni.
Alma 20:11-14 Alma 20:15-16

S E Ç Ã O I N F A N T I L • A G O S T O DE 1 9 9 3
2
Quando Amon se adiantou para proteger Lamoni, seu pai Quando o pai de Lamoni viu que Amon poderia matá-lo,
tentou matar Amon. Ele defendeu-se e feriu o braço do pai disse que daria a Amon metade do reino se lhe poupasse a
de Lamoni. vida.
Alma 20:17-20 Alma 20:21-23

Amon disse-lhe que desejava que Aarão e seus Vendo que Amon não desejava matá-lo, e admirado pelo
companheiros fossem libertados da prisão, e que não ficasse amor de Amon por seu filho, o velho rei pediu a Amon e
aborrecido com Lamoni. seus irmãos que o ensinassem.
Alma 20:24 Alma 20:25-27

Amon e o rei Lamoni foram para a terra de Midoni. -Lamoni Amon ficou triste ao ver que tinham sido tão maltratados.
falou com o rei de lá, e Aarão e seus companheiros foram Sofreram muitas coisas, mas foram pacientes em todas as
libertados. suas angústias.
Alma 20:28 Alma 20:29

S E Ç Ã O I N F A N T I L • A G O S T O DE 1 9 9 3
3
 DE U M A M IG O PARA O U T R O

ELDER RONALD E. POELMAN

De um a entrevista com Élder Ronald E. Poelman, dos Setenta,
feita por Kellene Ricks A d a m s

ma das experiências espirituais No início, era divertido, uma nova

U mais significativas que tive

aconteceu quando eu tinha
treze ou quatorze anos. Cresci em Lago
Salgado, Utah, e a Igreja era parte
integrante de minha vida. Certo dia, os
meninos do Sacerdócio Aarônico da ala
foram à Welfare Square (Centro de Serviços de Bem-
Estar) para um projeto de serviço.
Fomos designados para descarregar um vagão de trem
lotado de carvão. Tínhamos que subir no monte de
carvão e atirá-los para baixo em qualquer um dos lados
do trilho.
aventura. Era fácil jogar o carvão para
fora. Com o tempo, porém, a pilha
diminuiu, tornou-se necessário pegar os
pedaços de carvão, levantá-los acima da
cabeça para então atirá-los para fora.
Começamos a ficar cansados e muito
sujos. Os pedaços de carvão pareciam cada vez mais
pesados, e a tarefa tornou-se difícil.
Lembro-me de ter ido para casa naquela noite e
tomado um banho. O pó do carvão estava por todo o
meu corpo, na garganta e dentro do nariz. Podia sentir
seu gosto e cheiro. Senti-me muito mal e decidi que

DE LARRY W IN B O R G
ILUSTRAÇÃO

S E Ç Ã O I N F A N T I L • A G O S T O DE 1 9 9 3
4
evitaria fazer qualquer coisa assim
de novo.
Algumas semanas depois minha
família comemorou o Dia de Ação
de Graças. Sob a supervisão de
meus pais, preparamos pequenas
caixas com alimentos para as viúvas
da vizinhança. Minha irmã e eu
fizemos bolas carameladas de pipoca Roncild, a o s d o is a n o s d e id a d e .
e as embrulhamos em papel
manteiga. Minha mãe fez biscoitos.
Colocamos também frutas e algumas
balas. Levamos estes embrulhos para
as casas de cinco ou seis viúvas.
Não havia luz na última das
casas. Batemos e esperamos, mas
ninguém apareceu à porta. Quando
decidimos ir embora, vimos uma luz
despontar no final de um comprido
corredor. Então ouvimos os passos
desta irmã idosa, que vivia sozinha.
Ela abriu a porta, cumprimentou-
nos e convidou-nos a entrar.
Ao caminharmos pelo longo
corredor, senti o frio. Não havia
aquecimento na casa a não ser na
R o n a ld , a o s s e is a n o s , s e n t a d o
saleta no final do corredor, onde ela
nos convidou a sentar. Ali, o fogo
ardia na pequena lareira.
Demos nosso presente à irmã, cantamos algumas
canções de ação de graças e começamos a falar sobre
as coisas pelas quais éramos gratos. Quando chegou
sua vez, ela disse: “Uma das coisas pela qual sou grata
é que vocês vieram hoje e não ontem à noite. Hoje à
tarde recebi uma entrega de carvão do Welfare Square,
S E Ç Ã O I N F A N T I L
e assim podemos todos sentar-
nos aqui e desfrutar a lareira”. Dei-
me conta de que havia ajudado a
fazer com que o carvão chegasse
até ela.
Esta foi, para mim, uma
experiência de grande significado.
Senti como nunca antes a
importância do princípio do
co m s u a m a e evangelho de cuidar das pessoas. Vi
a experiência anterior de
descarregar todo aquele carvão de
uma perspectiva totalmente
diferente e com outro espírito. Essa
experiência no dia de Ação de
Graças afetou toda a minha vida.
O Senhor tem falado constante
e intensamente da responsabilidade
que temos de cuidar do próximo,
oferecer serviço e amor. Há tantas
coisas que podemos fazer para
ajudar as pessoas. Não é necessário
que nosso serviço seja sempre
expresso em dinheiro, trabalho ou
tempo. Podemos servir
simplesmente ao fazer que saibam
de seu valor individual. Todos nós,
n u m h id ra n te .
especialmente vocês, crianças,
podemos assim fazê-lo ao nos
esforçarmos em ajudar um vizinho ou amigo de classe
a sentir-se aceito e querido. Quando ajudamos os
outros a sentirem-se amados, descobrimos
freqüentemente que nos sentimos melhor com nós
mesmos. Há inúmeras maneiras de servir ao próximo
e amá-lo. O importante é tentar fazê-lo. □
• A G O S T O DE 1 9 9 3
5
 FICÇ Ã O

SEGUIR 0
LÍDER
Lind a Ev a n s

Greg enganchou o dedão no passador da

calça. Calamo-nos de imediato como se
esperássemos por um comunicado importante.
“Vamos descer a rua para pintar um pouco”.
“O que?” encarei-o. “Quer dizer trabalho?”
“Mark, não seja tão tolo.” Exibiu uma lata de
tinta spray preta. “Eu a ‘encontrei’ na loja de
materiais de construção.”
Rimos. Isso significava que Greg a havia
roubado. Senti um friozinho na barriga. Não
gostara da idéia; no entanto, era novo na
vizinhança. Se dissesse qualquer coisa, os
outros meninos não seriam mais meus
amigos.
Greg levou-nos a uma casa onde havia
uma cerca de madeira ao redor do jardim.
Entregou a tinta ao Sam.
“Espere aí”, disse eu sem querer.
Greg deu-me um tapa na cabeça. “Você é
um covarde?”
Protestei, indignado. “Eu? Claro que
~ »
nao .
Enquanto Greg não olhava, esfreguei a
cabeça no lugar que ele acertara. Doía. Ele é
um ano mais velho que eu, e bem maior.
Depois que Sam pichou a cerca, Greg e os outros
DE JERRY HARSTON

também tiveram sua vez. Aí, alguém me passou a lata

de spray. Respirei fundo, apertei o botão, e a tinta preta
espirrou para fora da lata.
“Ei!” o grito veio de alguém que não podíamos ver.
ILUSTRAÇÃO

Saímos correndo. Então, tropecei. Levantei-me,

porém alguém agarrou meu braço. Meu coração batia
tão forte que pensei que fosse desmaiar ou vomitar em minha calça
nova.
Consegui ver um homem com cabelos grisalhos e de óculos. “O que
você estava fazendo?” indagou, prendendo meu braço com força.
“Não sei”, disse eu, embora parecesse tolo.
“Quem lhe deu o direito de agir com vandalismo na minha
propriedade?”
“Bom, desculpe-me. O senhor vai chamar a polícia?” perguntei.
Minha voz estava trêmula como se eu fosse chorar.
“Creio que manterei isto entre mim e seus pais.”
Suspirei, então disse-lhe meu nome e número de telefone. Preferiria,
porém, ir para a cadeia do que deixar meus pais saberem o que fizera.
Meu pai chegou lá imediatamente. Parecia não poder decidir se
estava mais magoado ou mais zangado com o que eu havia feito. De
certo modo consegui encolher dentro de minha camisa.
“Mark pagará por todo o estrago, senhor Parker”, disse meu pai.
Engoli a seco. A mesada que recebia não dava nem para a metade
do que gostaria de comprar. Calculei que levaria boa parte de minha
infância até que pudesse pagar a pintura da cerca.
“Acho que tenho uma idéia melhor”, disse o sr. Parker. “Planejava
mesmo pintar esta cerca de novo. Que tal se eu comprar a tinta e Mark
pintá-la?”
Senti-me aliviado. Não estava animado com o trabalho, mas pintar a
cerca era bem melhor do que pagar pelo estrago.
Não teria ficado tão feliz se soubesse o que me esperava em
casa— meus pais disseram-me que eu não poderia ir a lugar algum com
meus amigos durante seis semanas!
“Magoar outras pessoas é contra a palavra de Deus”, disse o sr.
Parker, quando fui à sua casa novamente. Entregou-me um pincel.
Dei de ombros. “Eu sei”.
“Você certamente não agiu assim, quando arruinou a cerca.”
Virei-me e cuidadosamente suspendi o pincel de dentro da lata de

S E Ç Ã O I N F A N T I L • A G O S T O DE 1 9 9 3
7
 tinta. Dei a primeira pincelada vagarosamente para que pudesse fazê-la bem
feita. Achei que se o sr. Parker visse que eu era capaz de fazer um bom trabalho,
me deixaria sozinho.
O sr. Parker não saiu. Na verdade, pegou seu pincel e começou a pintar também.
Minha mão tremia. Derrubei tinta na perna da calça.
“Cuidado”, disse o sr. Parker.
“Não consigo— O senhor me deixa nervoso!” desabafei. Enterrei a ponta do
tênis no chão.
“Eu deixo? O que é isto agora?”
“O senhor fica me vigiando como se eu fosse mau ou coisa parecida.”
“É mesmo? Bem, sei que você não é mau ou então não estaria aqui agora.”
“Nunca fiz nada parecido antes. Greg, no entanto, disse que . . . “ Parei
e desviei o olhar rapidamente. Não tinha intenção de
JJfc denunciar os outros.
O senhor Parker sorriu. “Greg deve ser um dos
meninos que vi fugindo naquele dia”.
“O senhor os viu?”
“Certamente.”
“E nem ao menos me pediu que lhe dissesse
quem eram.”
“Eu também já fui menino.” O sr. Parker piscou.
Senti um peso sair dos meus ombros. O sr. Parker
parecia mais amigável do que imaginara.
Começamos a pintar novamente. Depois de algum
tempo ele disse:
“Você já foi à igreja?”
“Costumávamos ir.”
“Vou pedir a seus pais que me acompanhem no
domingo.”
“Eles são muito ocupados.”
“Vamos deixar que eles decidam. Acho que seus
pais não perderiam a chance de fazer com que você
conheça o tipo certo de amigos.”
Meu rosto ficou vermelho. Abaixei e concentrei-
me na pintura. “Tenho amigos”, sussurrei.
“Claro que tem, filho.”
O sr. Parker não disse mais nada. Esperava que
iniciasse um sermão de como meus amigos eram
maus— que não eram apenas uma má
influência, mas que também me
abandonaram. Estava pronto para ficar bravo
e dizer-lhe que meus amigos eram ótimos.

S E Ç A O I N F A N T I L A G O S T O DE 1 9 9 3
8
 Tudo o que fez, porém, foi assobiar. Reconheci a
melodia — era um hino.
Meus pais ficaram ansiosos por aceitar o convite do sr.
Parker de ir à igreja. Disse a mim mesmo que não
importava— pelo menos teria um lugar diferente para ir
nas próximas seis semanas. Mal podia esperar para que o
castigo terminasse e pudesse rever Greg e os outros
meninos.
O problema foi que me envolvi com os meninos da
Primária. Quando as seis semanas terminaram, estava
participando de um projeto para arrecadar livros para um
albergue. Depois disso, nós, os Valorosos, recebemos
papéis em uma peça teatral que apresentaríamos num
orfanato.
A próxima vez que vi Greg, estava atravessando o
parque com sua gangue. Parou repentinamente e os
outros empilharam-se atrás dele. Eles me lembraram
robôs brincando de “seguir o líder”.
S E Ç Ã O I N F A N T I L
“Mark, não tenho visto você por aqui.”
“Eu . . . hã . . . tenho estado ocupado! Senti o
friozinho de sempre na barriga. Estranho que nunca me
tivesse dado conta, mas sempre sentia isto quando estava
perto de Greg.
“È, soube que você esteve ocupado pintando a cerca
do velho Parker.”
Greg e seus robôs caíram na risada. Procurei
controlar-me.
“Venha conosco— estamos fazendo algo divertido.”
Greg mostrou um saco de pano.
Sabia que planejavam roubar laranjas do pomar do sr.
McKellar. Há seis semanas, eu sairia tropeçando em
meus próprios pés na corrida para juntar-me a eles.
Agora tudo que sentia era pena.
“Não, obrigado.” Virei-me e fui embora. Tinha outros
amigos agora. Meu tipo de amigos. O frio na barriga
desapareceu. E nunca mais voltou. □
• A G O S T O DE 1 9 9 3
9
S Ó PARA DIVERTIR

QUANDO EST
C a ro l G rim e s

Quando estamos quietos e fechamos os

olhos, podemos imaginar coisas
maravilhosas!
Alguém consegue descobrir em que estas
crianças pensam enquanto estão quietas?
Marque cada um dos itens da lista ao
encontrá-los; depois pinte a figura.

Uma borboleta conversando com

uma abelha
Estrelas no céu
Uma lagarta subindo em um poste
Flores balançando com a brisa
OU QUIETO
Um menino pensando em pão com geléia
Um coelho pulando
Um peixe no regato
Folhas alaranjadas caindo das árvores
Sorvete na taça
Luvas penduradas em um gancho
Filhotes de pássaro aprendendo a voar
Um filhote de cachorro dormindo na
cama dele
Gotas de chuva no céu
Uma menina sonhando com fitas para
o cabelo
Crianças lendo um livro □

ILUSTRAÇÃO DE SH AU N A M O O N E Y KAWASAKI
 TEMPO DE COMPARTILHAR

SEGUIR OS PROFETAS

Ju d y E d w a rd s

" S im , s e o m e u p o v o g u a r d a r o s G E O R G E ALB ERT S M IT H “Todas as poderá parar na casa do templo até

m e u s m a n d a m e n t o s e n ã o p o lu ir
e sta c a s a s a n t a , a p a r e c e r e i a o s
m e u s s e r v o s e f a la r - lh e s - e i co m a
m in h a p r ó p r ia v o z " (D o u t r in a e
C o n v ê n io s 110:8).
Nossos profetas ajudam-
nos na preparação para
entrarmos no templo,
ensinando-nos a viver corretamente.
Cada um dos profetas expressou seu
conhecimento sobre o que o Pai
Celestial deseja de nós. Se seguirmos
seus conselhos, seremos dignos de um
dia entrar no templo sagrado. Aqui
estão alguns de seus ensinamentos:
JO SE P H S M IT H “Devemos amar ao
próximo, seja ele amigo ou inimigo”.
B R IG H A M Y O U N G “A verdade,
quando amada, é obedecida”.
J O H N TAYLOR “O evangelho fala
de paz”.
W IL F O R D W O O D R U F F “Precisamos ser
guiados pelo Espírito de Deus”.
L O R E N Z O S N O W “É chegada a hora
de todo santo dos últimos di as. . .
fazer a vontade do Senhor e pagar o
dízimo integral”.
JO SEP H F. SM IT H “Sinto no coração
que devo perdoar a todos os homens”.
H EB ER J. G R A N T “Afirmo com toda
convicção que a lei do sucesso, aqui
e na vida vindoura, é ter um coração
humilde e devoto, e trabalhar,
trabalhar, TRA BA LH A R”.
pessoas da terra são filhas de
nosso Pai”.
D A V ID O. M C K A Y “Todo membro é
um missionário”.
JO S E P H F IE L D IN G S M IT H
é uma igreja mundial, o evangelho é
para todos os homens”.
H A R O L D B. LEE “Guardai os
mandamentos”.
SP E N C E R W. K IM B A L L “Alongai vossos
passos”.
E Z R A TAFT B E N S O N “Lede e estudai o
Livro de Mórmon”.
Este é um jogo de dois ou mais
participantes, para ajudá-lo a
lembrar-se dos nomes dos Presidentes
da Igreja, da seqüência em que
serviram e o que ensinaram. Pense
em como pode usar cada uma destas
verdades do evangelho em sua vida
para que o ajude a preparar-se para
entrar no templo quando crescer.
In st ru ç õ e s
1. Use um dado ou escreva os
números de 1 a 6 em pequenos
pedaços de papel e coloque-os num
saquinho. Use botões ou quaisquer
outros objetos pequenos como
marcadores.
2. Quando for a sua vez de jogar,
arremesse o dado ou retire um
número do saquinho. Movimente o
marcador para frente ou para trás no
tabuleiro do jogo, conforme o
número indicado. No entanto, não
que tenha percorrido todas as casas
dos profetas.
3. O objetivo do jogo é parar em
cada uma das casas dos profetas na
“A Igreja . . . mesma ordem em que serviram como
Presidentes na igreja. Anote o
progresso de cada um dos jogadores.
4- Quando chegar à casa do
profeta atual, leve o marcador para o
templo na jogada seguinte. O jogo
continua até que todos os jogadores
tenham entrado no templo.
Id é ia s p a r a o T e m p o d e
C o m p a rtilh a r.
1. Com o uso de escrituras, revistas
ou manuais da igreja, encontre histórias
relacionadas com templos ou
pronunciamentos dos profetas
modernos. Peça às crianças que
desenhem as histórias contadas.
2. Convide líderes e professores da
Primária para contar por que o templo
é importante para eles e como se
prepararam, ou estão-se preparando
para ir ao templo. Peça às crianças que
façam o mesmo.
3. Ajude as crianças a identificarem
maneiras de ganhar um testemunho e
tomarem-se dignas de, algum dia,
entrar no templo: buscar as escrituras,
orar, obedecer aos profetas, guardar os
mandamentos. As crianças podem
desenhar no quadro-negro ou fazer
mímica das idéias apresentadas, para
que sejam identificadas pelas outras
crianças. □

S E Ç Ã O I N F A N T I L • A G O S T O DE 1 9 9 3
12
 INICIO 11. H A R O L D B. LEE
"G u a rd a i os
2. B R I G H A M Y O U N G m a n d a m e n t o s ".
"A ve rdad e, q u a n d o
a m a d a , é o b e d e c id a '

1. J O S E P H S M IT H
9. D A V ID O. M C K A Y
" A m a i o p ró x im o ,
"T o d o m e m b r o é
a té m e s m o o s
u m m is s io n á r io " .
in im ig o s " .

7. H E B E R J. G R A N T
3. J O H N T A Y L O R
" T r a b a l h a i, tr a b a lh a i
" O e v a n g e lh o fa la
T R A B A L H A I" . ,
d e p a z ". 13. E Z R A TAFT
B E N S O N "L e d e o
L iv ro d e M ó r m o n ;

5. L O R E N Z O S N O W
"T o d o m e m b ro d eve
p a g a r o d íz im o
in t e g r a l".
10. J O S E P H F IE L D IN G
S M IT H " O e v a n g e lh o é
p a r a to d o o m u n d o " .

12. S P E N C E R W. K IM B A L L
4. W IL F O R D W O O D R U F F "A lo n g a i v o sso s p a sso s".
" S e d e g u i a d o s p e lo
E sp írito d o S e n h o r " .

8. G E O R G E A L B E R T 6. J O S E P H F. S M IT H
S M IT H " T o d a s a s "P e rd o a i a to d o s o s
p e s s o a s s ã o filh a s d e h o m e n s".
n o s s o P a i. "
S E Ç Ã O I N F A N T I L • A G O S T O DE 1 9 9 3
14
 FAZENDO AMIGOS
RUYMAN DAVID
HERNÁNDEZ MONTERO
de Santa Cruz de Tenerife, Espanha
Julie W a rd e ll
uymán, de nove anos, tem prazer em cuidar do
R
irmão, Brandon. Está sempre ansioso por carregá-
lo, dar-lhe de comer, trocar suas fraldas e niná-lo.
A música também traz grande alegria à vida de
Ruymán. Gosta de dançar e adora cantar, especialmente
os hinos da igreja. “Sou um Filho de Deus” é o hino de
que mais gosta. Quando crescer, Ruymán quer ser cantor.
Basquete, futebol, skate e natação são os esportes que
Ruymán aprecia. Gosta também de assistir a televisão e
vídeos, assim como falar em seu rádio transmissor-
receptor portátil.
Ruymán ama muito os pais. A mãe trabalha nos
escritórios do governador, e o pai é professor de inglês.
Sempre vão às montanhas ou à praia para um
piquenique ou churrasco. A areia escura das praias é um
espetáculo à parte na ilha.
Tenerife é uma das treze ilhas que compõem as Ilhas
Canárias da Espanha. Há muito tempo lá viviam cães
ferozes, por essa razão a ilha recebeu o nome de
Canária, do latim canis (cão). As ilhas estão localizadas
no Oceano Atlântico, cerca de 97 quilômetros a
noroeste da costa africana. Os membros da Igreja
vivem em pelo menos cinco das sete ilhas habitadas.
S E Ç Ã O I N F A N T I L
O trabalho missionário é tão bem sucedido nas ilhas
que foi organizada uma missão só para atender
a elas.
Ruymán e a família freqüentam o Ramo de Santa
Cruz de Tenerife, Distrito Santa Cruz de Tenerife Ilhas
Canárias. A irmã Hernández é presidente da Primária; o
irmão Hernández é líder de Escotismo do Distrito.
Ruymán sabe que é importante ir às reuniões da Igreja e
aprender o evangelho. Todas as crianças do ramo
assistem à mesma aula na Primária. Todos os meses
Ruymán aguarda ansioso os domingos de jejum. Desde os
três anos de idade, presta testemunho no pequeno ramo,
e é quase sempre o primeiro a fazê-lo. Os demais
membros do ramo disseram-lhe que ele os inspira a
seguir-lhe o exemplo.
A noite familiar é uma atividade importante para a
família. Ruymán gosta de tudo na noite familiar,
principalmente do alimento! Ensopado é o seu prato
favorito.
A família gosta de comemorar o Natal todos os anos.
E no dia 5 de janeiro, comemoram a visita dos Reis
Magos ao Menino Jesus. Este dia é chamado de “O Dia
dos Três Reis”. Neste dia, as crianças colocam seus
• A G O S T O DE 1 9 9 3
15
sapatos para fora— e esperam que eles fiquem cheios de
brinquedos, doces e frutas. Colocam também água para
os camelos, leite e biscoitos para os reis. Outra
festividade da ilha acontece no final de janeiro, quando
é realizada uma quermesse gigantesca e um desfile de
rua. Numa das noites durante esta festividade, há um
baile, uma festa e um concurso de fantasias realizado na
capela, para todos os membros.
S E Ç Ã O I N F A N T I L
Ruymán é um menino feliz, com um sorriso
contagiante. Ele dá muita alegria à vida do irmãozinho,
dos pais e dos membros do ramo. □
R u y m á n tem p r a z e r e m c u id a r d o ir m ã o B r a n d o n .
G o s t a d e b r in c a r n o p a r q u e e p a r tic ip a r d a s
fe s t iv id a d e s t r a d ic io n a is e d a Ig re ja co m o s a m ig o s d o
R a m o d e T e nerife.
• A G O S T O DE 1 9 9 3
16
A I G R E J A D E J E S U S
ALIAHONA
C R I S T O D O S S A N T O S D O S Ú L T I M O S D I A S ■ S E T E M B R O D E 1 9 9 3
 A LIAHONA
S E T E M B R O DE 1 9 9 3

D E S T A Q U E S
MENSAGEM DA P R IM I IISA P R E SID Ê N C IA :
CONVITE À EXALTAÇÃO PRESIDENTE TH O M AS S. M O N S O N .......................................2

A F É FE Z COM QUE CHEGÁSSEM O S A TEM 1*0

GUSTAVO A D O LFO A B A L O S .............................................................................................. 8
P IO N E IR O S NO PARAGUAI MARVIN K. G A R D N E R ................ 10

G FO R G F A E R E R T S M IT II: UM E X E M P L O VIVO O F AMOR

ARTHUR R. BASSETT .................................... 26

A R T E INFANTIL FM TODO O MUNDO 34

O FORTALECIM EN TO » A IG R E JA NA ÁREA
SU L DA AM ÉRICA DO S U L .....................................................................................4 4

E S P E C I A L M E N T E PARA OS J O V E N S
P O R QUE ESTO U CO RREN D O ?
N a ca p a : ÉLDER ANGEL A B R E A ................................ ................................................................... 22
O m enino brincando em Nivaclé
Boquerón, Paraguai (Primeiro copo) é um
dos muitos pioneiros nesse país sul-
MENSAGEM MÓRMON:
am ericano. Ultimo copa, no alto: Uma A A D V ER SID A D E PO D E TORNÁ-LO F O R T E 33
cena d o interior do Paraguai. M e/o:
Hum berto e Vitória Canete de Assunção,
com seus filhos H um berto, 4 anos,
UM ENGANO PRO V ID EN CIA L 40
David, 3 anos, e Fernando, 1 ano.
Embaixo: Jovens adultos apresentam-se PARA SUA INFORMAÇÃO 46
em um show de talentos em Assunção.
Vide "Pioneiros no P araguai", p. 10.
Fotografia da capa de M arvin K.
Gardner. D E P A R T A M E N T O S
C a p a d a Seção Infantil:
O Bezerro, de Edwin Evans C O M EN TÁ R IO S................................................................................................................ 1
(1 8 6 0 -1 9 4 6 ).
O irm ão Evans foi um dos quatro artistas MENSAGEM DAS P R O F E S SO R A S V ISITA N TES:
SUD que estudaram em Paris, França, no
início da década de 18 9 0 , sob o A ROA UTILIZAÇÃO DOS R E C U R SO S DA T E R R A 25
patrocínio da Igreja. Estes artistas
aperfeiçoaram suas técnicas de pintura
de murais para o Templo de Lago
Salgado, antes de sua dedicação em
SEÇÃO I N F A N T I L
abril de 1 89 3.
JO S E P H FIE L D IN G SM ITH KELLENE RICKS A D A M S ..................................... 2

A S U R P R E S A DE SHANNON MARJORIE A. PARKER ....................................................4

TEM PO DE COM PARTILH AR: C R E IO EM S E R HONESTO

JUDY ED W A RD S.............................................................................................................. 6
E R IN , A BOA SAMARITANA PAMELA BRA YT O N .......................... 8
SÓ PARA D IV E R T IR 12

O TESTEM UNHO DE UM MENINO

CHARLOTTE GROSSNICKLE D O M E N IC O .....................................................................................1 3

A P R O X I M A R - S E M A IS D E D E U S ÉLDER HENRY B. EYRING. 16

 COMENTÁRIOS
S E T E M B R O de 1993, V o l. 17, n 8 9
9 3 989 059 - São Paulo - Brasil
Publicação oficial em português de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Ú ltim os Dias.
A Prim eira Presidência: Ezra T a ft Benson,
Gordon B. Hinckley, Thom as S . Monson
Quorum dos Doze: Howard W . Hunter,
Boyd K. Packer, M arvin J. A shton, L. T om Perry,
David B. Haight, James E. Faust, N eal A . Maxwell, T O C A R A ALMA
Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks, M. Russell Ballard,
que aparecem na revista e o conteúd o
Joseph B. W irthlin, Richard G . S co tt lite r á r io . Tam bém g osto das p alav ras
C onsultores: Rex D. Pinegar, Jo h n H . Groberg,
V. Dallas Merrell, Robert E. W ells Sou membro da Igreja há nove anos. inspiradas das A utoridades G erais nos
Editor: Rex D. Pinegar
Diretor Gerente do Departamento de Currículo: D urante esse período tenho sido leitora discursos de conferências gerais.
Ronald L. Knighton
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assídua da Lia/uma (em espanhol). Ela me C om o sabem os, todo con h ecim en to
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Editor Gerente Assistente: Marvin K. Gardner permite que eu visualize os muitos irmãos próximo. Sou grata à Liahona por ser uma
Editor Associado: David M itchell
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Diretor de Arte: S co tt D. V an Kampen
Desenho: Sharri Cook Tenho dezenove anos de idade e gosto Emelina Victoria Barrios de Deleón
Produção: Reginald J . Christensen, Jennifer Datwyler,
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particularmente dos artigos dirigidos aos São Marcos, Guatemala
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Tradução e Notícias Locais: A na G láucia C eciliato
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CENSURA DE DIVERSÕES PÚBLICAS, do D .P .F ., sob
anos e te n h o v isto m u itas coisas
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Departam ento de A ssinaturas, maravilhosa. na m u d an ça de vida das pessoas ao
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conforme o Decreto n 2 4857, de 9 -1 1 -1 9 3 0 . A Liahona,
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Santos dos Ú ltim os Dias, é publicada m ensalm ente em
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francês, alemão, italiano, japonês, coreano, norueguês,
português, samoano, espanhol, sueco e tonganês; se à Ig re ja há trin ta an o s. Fom os os
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as escrituras, indo ao templo e lendo a T em ple S treet, S alt L a k e C ity, U tah
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A L I A H O N A • S E T E M B R O D E 1 9 9 3
/
 MENSAGEM DA PRIMEIRA PRESIDÊNCIA

Convite à Exaltação

P residente T hom as S. M on so n
Segundo C onselheiro na Primeira Presidência

m tod a p a rte , as p essoas e stã o co m p ressa. A viõ es a ja to

E tra n sp o rta m suas p re cio sa s ca rg a s h u m a n a s por e n o rm e s

c o n t in e n t e s e v a sto s o c e a n o s . C o m p ro m isso s têm de ser

cum pridos, atraçõ es tu rísticas cham am a a te n çã o , am igos e fam iliares

esperam a chegada de determ inado vôo. M odernas rodovias com pistas

múltiplas dão vazão a milhões de pessoas, numa corrente que parece não
Testifico q u e e le é o
ter fim. S a lv a d o r lite ral d o
m u n d o , o F ilh o d e D e u s,
Esse fluxo agitado de seres humanos em algum momento chega a parar? o P rín c ip e d a Paz, o
S a n t o d e Isra e l, o S e n h o r
Será que esse confuso ritmo de vida chega a parar para alguns momentos de
re ssu rre to .

meditação, ou de pensamentos dirigidos às verdades eternas?

FOTOGRAFIA DE JED CLARK; ACIMA,
DETALHE DE CRISTO E O PRÍNCIPE, DE
HEINRICH HOFMANN
Comparadas às verdades eternas, as questões da vida diária são realmente

triviais. O que vamos ter para o jantar? Há um bom filme em exibição esta

noite? Q ual a programação da televisão? Aonde iremos no sábado? Estas

perguntas provam ser insignificantes nos momentos de crise, quando entes

A L I A H O N A • S E T E M B R O DE 1 9 9 3
.1
queridos se machucam, quando a dor invade uma casa
em que há boa saúde, ou quando a própria vida parece
estar chegando ao fim, talvez prem aturam ente. Nessas
ocasiões, a verdade e os pormenores triviais da vida logo
se separam. A alma do homem se eleva rumo aos céus,
buscando uma resposta divina para as maiores perguntas
da vida: De onde viemos? Por que estamos aqui? Para
onde vamos, depois desta vida? As respostas a estas
perguntas não se descobrem dentro das capas dos livros
de faculdade, nem com um telefonema para o serviço de
informações, nem jogando uma moeda, ou selecionando
ao acaso respostas de múltipla escolha. Essas perguntas
transcendem a mortalidade, elas abrangem a eternidade.
De onde v iem os ? Todos os pais ou avós se fazem ,
in e v ita v e lm e n te , essa p e rg u n ta , m esm o que n ão a
exteriorizem, quando um bebê chora pela primeira vez.
Maravilhamo-nos com a criança perfeitamente formada.
Os pequenos pés, os delicados dedinhos, a bela cabeça,
para não falar dos ocultos, mas m aravilhosos sistemas
c irc u la tó rio , d igestivo e n erv o so — tudo te s tifica do
divino Criador.
O Apóstolo Paulo disse aos atenienses, no Areópago,
que somos “a geração de Deus” (Atos 17:29). Uma vez
sabendo que nosso corpo físico é gerado por nossos pais
m o rta is, te m o s qu e c o n s id e ra r c u id a d o s a m e n te o
significado da declaração de Paulo. O Senhor declarou
que “o espírito e o corpo são a alma do homem” (D & C
8 8 :1 5 ). É o espírito que é a geração de Deus. O autor de
H e b reu s r e fe riu -s e a e le co m o “P ai dos e s p ír ito s ”
(Hebreus 12 :9 ). O s espíritos de todos os hom ens são
lite r a lm e n te “filh o s e filh a s g era d o s p ara D e u s ”
(D & C 76:24).
P ara o e stu d o do a ssu n to , n o ta m o s qu e p o eta s
in sp ira d o s nos d e ix a ra m m e n sa g e n s to c a n te s e
registraram pensam entos transcend entes. Um escritor
d escreve a cria n ça recém -n ascid a co m o “um doce e
jovem botão de flor humano, recém -brotado da própria
casa de D eus para flo re sce r aqu i na te r r a ” (G erald
Massey).
E William Wordsworth escreveu esta verdade:
A L I A H O N A • S E T E M B R O
4
Nosso nascimento é como o sono e o esquecimento;
A alma que surge conosco, a estrela da vida,
Teve outro lugar como morada
E veio de muito longe;
N ão em total esquecimento
Nem em completa nudez,
Mas seguindo nuvens de glória nós viemos
De Deus, que é nosso lar!
O céu nos circunda na infância!
(“O de on Intimations of Immortality”).
Os pais, contemplando um bebê ou tomando pela mão
uma crian ça em fase de crescim ento, pensam em sua
responsabilidade de ensinar, inspirar e dar orientação,
lid eran ça e exem plo. E n qu anto os pais ponderam , as
crian ças, e p articu larm en te os ad olescen tes, fazem a
pergunta profunda: “Por que estamos aqui?”. Geralmente
é feita em silêncio no fundo da alma e exteriorizada desta
forma: “Por que estou aqui?”.
Q u ã o gratos deveríam os ser ao saberm os que um
C ria d o r sá b io form ou a te rra e c o lo c o u -n o s a q u i,
e sq u e cid o s de n o ssa e x is tê n c ia a n te rio r, para que
pudéssem os passar por um período de p rovação, ter
oportunidade de sermos provados e de nos qualificarmos
para tudo o que Deus preparou para nós.
E stá cla ro que um p ropósito prim ordial de nossa
existên cia aqui na terra é obter um corpo de carne e
ossos. Estamos aqui para ganhar a experiência que só é
possível estando nós separados de nossos pais celestiais.
Em milhares de sentidos, temos o privilégio de escolher
por nós mesmos. Aqui aprendemos, pela experiência, a
d iscern ir o bem do m al. A prend em os a distinguir o
am argo do d o ce . A p ren d em o s que n ossas d ecisõ es
determinam nosso destino.
Enquanto Paulo ensina aos tilipenses que o homem é
ex o rta d o a “o p era (r) a (sua) salv ação com tem o r e
trem o r” (Filipenses 2 :1 2 ), o M estre d eixou -n os uma
o rie n ta çã o que co n h ecem os com o a Regra de O uro:
“Tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-
lho também vós” (Mateus 7:12).
D E 1 9 9 3

N o s s o P ai C e le stia l n ã o n o s la n ç o u n a jo r n a d a
e te rn a s e m p r e p a r a r m e io s p e lo s q u a is p u d é s s e m o s
re c e b e r d e le o r ie n t a ç ã o , p o r in te rm é d io d e o r a ç ã o ,
a fim d e a s s e g u r a r n o s s o re t o rn o s e g u ro .
Pela obediência aos mandamentos de Deus, podemos
qualificar-nos para aquela “morada” da qual Jesus falou:
“Na ca sa de meu Pai há m u ita s m o rad as . . . vou
preparar-vos lugar, . . . para que, onde eu estiver, estejais
vós também” (João 1 4 :2 -3 ).
A vida segue seu curso. A juventude segue a infância,
a m a tu rid a d e ch ega tã o s o r r a te ir a , qu e
percebemos. Pela experiência, aprendemos a necessidade
de ajuda dos céus na jornada pela trilha da mortalidade.
Apreciamos muito este inspirado pensamento: “Deus é
um Pai; o homem é um irmão. A vida é uma missão e
não uma carreira”. (Presidente Stephen L Richards.)
D eu s, n o sso P ai, e Je s u s C r is to , n o sso S e n h o r ,
m o stra ra m o c a m in h o p ara a p e r fe iç ã o . E les nos
admoestam a escolher e a seguir as verdades eternas e a
nos tornarmos perfeitos, com o eles são perfeitos. (Vide
Mateus 5:48; 3 Néfi 12:48.) O Apóstolo Paulo comparou
A L I A H O N A
a vida a uma corrida com metas claram ente definidas.
Aos santos de Corinto ele declarou: “Não sabeis vós que
os que correm no estádio, todos, na verdade, correm,
mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o
alcanceis” (I Coríntios 9:24)•
N o em penho de vencer, não deixem os passar este
sábio conselho de Eclesiastes: “ . . . não é dos ligeiros a
carreira, nem dos valentes a peleja . . . " (Eclesiastes
9 :1 1 ) . Na realid ad e, o prêm io p e rte n ce àqu ele que
persevera até o fim.
Q u an d o penso na corrid a da vida, lem bro-m e de
outra corrida, acontecida em minha infância. Quando
tin h a aproxim ad am ente dez anos, meus amigos e eu
esculpimos, com canivetes, pequenos botes de brinquedo
com a madeira m acia de um salgueiro. Com uma vela
triangular de algodão, cada m enino lançou seu barco
numa corrida nas águas relativam ente turbulentas do
Rio Provo. Nós corríamos pela margem observando os
b a rq u in h o s, às vezes v io le n ta m e n te sacud id os pela
corrente, outras flutuando serenam ente em águas mais
profundas.
D u ran te uma dessas corrid as, notam os que o que
liderava todos os outros à linha de chegada subitamente
foi carregado pela correnteza para dentro de um grande
redem oinho. O barquinho adernou e virou, ficando a
girar e girar, sem poder v o lta r à c o rre n te principal.
Finalm ente, foi parar na orla do redemoinho, no meio de
outros restos e destroços.
O s b a rco s de b rin q u e d o de m in h a in fâ n c ia não
m al a tinham quilha para estabilizá-los, leme para guiá-los,
nem fonte de força. Inevitavelm ente, seu destino era rio
abaixo— a trilha de menor resistência.
A o c o n t r á r io dos b a rc o s de b rin q u e d o , fom os
abençoados com atributos divinos que têm por finalidade
guiar-nos ao nosso destino. Não viemos à mortalidade
para flutuar ao sabor das correntes da vida, mas com a
capacidade de pensar, raciocinar e realizar.
Deixamos nosso lar celestial e viemos para a terra na
pureza e inocência da infância. O Pai Celestial não nos
lançou na jornada eterna sem preparar os meios pelos
• S E T E M B R O DE 1 9 9 3
.)
quais pudéssemos receber sua orientação para retornar a
salvo ao fim desta grande corrida da vida. Sim, falo da
oração, do sussurro daquela pequenina voz dentro de
nós; e não negligencio as sagradas escrituras, escritas por
quem já navegou com sucesso pelos mares que ainda
precisamos atravessar.
Em algum momento de nossa missão mortal, aparece o
passo vacilante, o sorriso abatido, a dor da doença— até
mesmo o final do verão, a aproximação do outono, o frio
do inverno e a experiência que chamamos de morte.
Toda pessoa ponderada já fez a si mesma a pergunta
tão bem expressa por Jó , quando velho: “M orrendo o
hom em , porventura tornará a viver?” (Jó 1 4 :1 4 ). Por
m ais que te n te m o s afastar esta p ergu n ta de nossos
pensamentos, ela sempre retorna. A m orte chega para
tod os os seres h u m an o s. C h eg a para os idosos que
caminham com passos vacilantes. Seu chamado é ouvido
por aqueles que mal venceram a metade da jornada da
vida, e, com freq ü ên cia , silen cia o riso de cria n ça s
pequenas.
E quanto à existência além da morte? E a morte o fim
de tudo? Esta pergunta me foi feita por um jovem marido
e pai que se encontrava às portas da morte. Abri o Livro
de Mórmon e, em Alma, li-lhe estas palavras:
“R e la tiv a m e n te ao estad o das alm as no p eríod o
com preendido entre a m orte e a ressurreição, foi-m e
dado saber, por um anjo, que os espíritos de todos os
hom ens, logo que deixam este corpo m ortal, sim, os
espíritos de todos os homens, sejam eles bons ou maus,
são levados para aquele Deus que lhes deu a vida.
E deverá suceder que os espíritos daqueles que são
justos sejam recebidos num estado de felicidade, que é
cham ado paraíso, um estado de descanso e paz onde
terão descanso para todas as suas aflições, cuidados e
dores” (Alma 4 0 :1 1 -1 2 ).
M eu jo v em am igo, com olhos u m edecid os e com
expressão de profunda gratidão, sussurrou um silencioso
mas eloqüente “obrigado”.
Depois que o corpo de Jesus ficara no túm ulo três
d ias, o e s p ír ito v o lto u a e n tr a r n e le . A p ed ra foi
A L I A H O N A
removida, e surgiu o Redentor ressuscitado, revestido de
um corpo imortal de carne e ossos. A resposta à pergunta
de J ó — "M o rren d o o hom em , p o rv en tu ra to rn a rá a
v iv er?”— foi dada quando M aria e outras pessoas se
ap ro xim aram do tú m u lo e viram dois h om ens com
roupas brilhantes, que lhes disseram: “Por que buscais o
vivente entre os mortos? Não está aqui, mas ressuscitou”
(Lucas 2 4 :5 -6 ).
Testemunhos do Senhor ressuscitado nos dão conforto
e compreensão. Primeiro, do Apóstolo Paulo:
“C ris to m orreu por n o sso s p e ca d o s, seg u nd o as
escrituras . . . E que foi sepultado, e que ressuscitou ao
terceiro dia . . . E que foi visto por Cefas, e depois pelos
doze . . . D e p o is fo i v is to , um a vez, por m ais de
quinhentos irmãos . . . Depois foi visto por Tiago, depois
por todos os apóstolos. E por derradeiro de todos me
a p a re c e u ta m b ém a m im , co m o a um a b o r tiv o ”
(I Coríntios 1 5 :3 -8 ).
S e g u n d o , o te s te m u n h o c o n ju n to de duas m il e
quinhentas de suas outras ovelhas, como está registrado
no Livro de M órm on, um outro testam en to de Jesus
Cristo. O Senhor ressuscitado disse:
“Levantai-vos e vinde a mim para que possais meter
vossas mãos no meu lado e também tocar as marcas que
os cravos fizeram em meus pés e minhas mãos, a fim de
que possais saber que eu sou o Deus de Israel, e o Deus
de to d a a te rra , e que fui m o rto pelos p ecad os do
m undo. . .
E d ep o is de se te re m to d o s a p ro x im a d o e
testem unhado pessoalm ente, clam aram a uma só voz,
dizendo:
Hosana! Bendito seja o nome do Deus Altíssimo! E,
lan çan d o-se aos pés de Jesus, ad oraram -n o.” (3 N éfi
11:13, 14, 1 6 -1 7 .)
Terceiro, de Joseph Sm ith e Sidney Rigdon: “E agora,
depois dos muitos testem unhos que se prestaram dele,
este é o testem unho últim o de todos, que nós damos
dele: que ele vive!
Pois vimo-lo, mesmo à direita de Deus; e ouvimos a
voz testificando que ele é o Unigênito do Pai—
• S E T E M B R O D E 1 9 9 3
<)

À q u e le s q u e re p e te m a p e r g u n t a d e Jó,
"M o r r e n d o o hom em , p o rv e n tu ra to rn a rá a v iv e r ? "
(Jó 1 4:1 4 ), o s t e s t e m u n h o s d o S e n h o r re s s u rre to d ã o
c o n fo rto e c o m p re e n s ã o .
Q ue por ele, por meio dele e dele, são e foram os
mundos criados, e os seus habitantes são filhos e filhas
gerados para Deus.” (D & C 7 6 :2 2 -2 4 .)
Em virtude da vitória de Cristo sobre a tumba, todos
seremos ressuscitados. Esta é a redenção da alma. Paulo
escreveu: “E há corpos celestes e corpos terrestres, mas
uma é a glória dos celestes e outra a dos terrestres.
Uma é a glória do sol, e outra a glória da lua, e outra a
glória das estrelas; porque uma estrela difere em glória
doutra estrela.
Assim também a ressurreição dos mortos” (I Coríntios
15 :4 0 -4 2 ).
E a glória celestial que buscamos. E na presença de
Deus que desejamos habitar. E de uma família eterna que
q u ere m o s ser m e m b ro s. Tais b ê n ç ã o s d ev em ser
merecidas. (Vide 2 Néfi 25:23.)
De onde viemos? Por que estam os aqui? Para onde
vamos depois desta vida? Estas perguntas universais não
A L I A H O N A
precisam mais ficar sem resposta. Nosso Pai Celestial se
alegra com aqueles que guardam seus m andam entos.
T am b ém se p re o cu p a com o filh o p erd id o , com o
adolescente moroso, com o jovem obstinado, com o pai
d elin q ü en te. C om tern u ra , o M estre lhes fala; e na
verdade diz a todos: “Voltai. Erguei-vos. Entrai. Voltai
para casa. Vinde a mim.” Q ue alegria eterna nos espera
quando aceitamos seu divino convite à exaltação!
Testifico que ele é o m estre da verdade— é, porém,
mais do que um m estre. Ele é um exem plo de vida
perfeita— mas é mais do que um exemplo. Ele é o grande
médico— mas é mais do que um médico. Ele é o Salvador
literal do mundo, o Filho de Deus, o Príncipe da Paz, o
Santo de Israel, o Senhor ressurreto, que declarou: “(Eu)
sou Jesus C risto, cu ja vinda ao mundo foi anunciada
pelos profetas. Sou a luz e a vida do m undo” (3 Néfi
1 1 :1 0 -1 1 ). “Sou o primeiro e o último; sou o que vive;
sou o que foi morto; sou o vosso advogado junto ao Pai”
(D & C 110:4).
Como sua testemunha, testifico-vos que ele vive! □
IDÉIAS PARA OS MESTRES FAMILIARES
1. Em épocas de crise, a verdade e o trivial da vida
logo se separam.
2. Um a das questões mais ponderadas pelo homem:
“De onde viemos?” Os profetas testificam de um Criador
divino.
3. Uma segunda pergunta: “Por que estou aqui?” Os
profetas testificam de nossos propósitos— ganhar um
corpo, adquirir experiência, discernir o bem do mal e
aprender que as decisões determinam o destino.
4- O u tra qu estão que tam bém é universal— “Para
o n d e irem o s d ep ois que d eix a rm o s e sta v id a ?”— é
claram ente respondida nas escrituras, especialmente nas
referências concernentes à ressurreição do Senhor Jesus
Cristo.
5. As grandes perguntas universais não precisam ficar
sem resposta. Com ternura o M estre nos fala: “Voltai.
Erguei-vos. Entrai. Voltai para casa”.
• S E T E M B R O D E 1 9 9 3
 a s e x ta -fe ir a , d ia 19 de
N
C ó rd o b a ,
agosto de 1988, eu estava
de plantão, com o policial
do distrito de Rio Ceballos, perto
A r g e n tin a . As
daquela manhã, recebi o telefonema
de um a e n fe rm e ira do c e n tr o de
saúde, pedindo ajuda. Essas chamadas
eram comuns, já que possuíamos uma
das poucas ambulâncias da região.
A enfermeira dizia ter, no centro
de saúde, uma menina de cinco meses
com um caso grave de desidratação, e
solicitava transferência urgente para o
hospital infantil, em Córdoba, onde
existia o equipamento necessário para
o tratam en to . Eu e o m otorista da
ambulância rapidamente nos pusemos
a caminho e logo tínhamos o bebê e a
m ãe d e n tro da a m b u lâ n c ia .
c r ia n ç a , um a m e n in a ,
assustada e chorando, tinha febre e
oxidação excessiva no sangue; seus
o lh o s e sta v a m bem a b e rto s e o
rostinho demonstrava grande dor.
AFE FEZ
COM QUE
CHEGÁSSEMOS
A TEMPO
De Rio C eballos ao hospital em
q u inde
9h30
ze,
Córdoba são quarenta quilôm etros,
e h a v ía m o s p e rc o r rid o
quando vapor
fe rv e n te co m e ça ra m a esg u ich a r
apenas
e água
p ara fo ra do cap ô. Uma
v e r m e lh a su rgiu n o p a in e l e o
m edid or de te m p e ra tu ra in d ico u
su peraquecim en to. Isso não devia
acontecer! A ambulância acabara de
chegar da revisão. N ão tínham os,
contudo, outra escolha senão parar
e ver qual era o problema.
A m an gu eira que c o n e c ta v a o
radiador ao motor estava a ponto de
e x p lo d ir e v a z a n d o em v á rio s
lugares. “N ão podemos con tin u ar”,
d isse O s c a r, o m o to r is ta .
tiv ésse m o s c o n tin u a d o por m ais
A alg u n s m e tro s , o m o to r
e sta v a fundid o”. S e n tin d o -se im p oten te,
deu um soco no teto do carro.
M in h a m e n te esta v a in q u ie ta ,
te n ta n d o e n c o n tra r uma solu ção.
Não tínhamos um rádio e não havia
G u sta vo A d o lfo A b a lo s
A L I A H O N A • S E T E M B R O
o
o u tro s ca rro s na e s tra d a para
p ed irm os a ju d a . Em n ossa v o lta
havia somente campos abandonados.
Enquanto isso, o bebê piorava.
F in a lm e n te , disse a O sca r que
luz tín h a m o s que p ro sseg u ir o m ais
rapidamente possível e tentar chegar
a algum lugar onde conseguíssemos
ajuda. “Devemos confiar em Deus e
ter fé que chegaremos”, disse eu.
Oscar hesitou. Se continuássemos,
a m a n g u e ira p o d eria ex p lo d ir e
nunca chegaríam os ao hospital. Se
esp erá sse m o s um p o u co m ais, o
m otor teria tem po para esfriar. O
bebê, e n tre ta n to , estava cada vez
pior. Mais uma vez, eu disse a ele:
“Se “Oscar, devemos confiar em Deus.
E le nos a ju d a rá a ch e g a rm o s ao
te ria hospital”.
Tam bém en co ra jei a mãe e sua
filha. Enquanto falava, senti alguém
me dizendo que, se não perdêssemos
a esperança, chegaríam os a tempo
de sa lv a r a c r ia n ç a . C om
DE 1 9 9 3
determ inação e confiança, afirmei:
“Vamos conseguir”.
D em o s p a rtid a no m o to r
saím os. O m edidor não m ostrava
te m p e ratu ra tão a lta agora. N ão
havia mais vapor saindo por baixo
do capô. Prosseguimos com cautela
e, d ep o is do qu e p a re c e u um a
eternidade, chegamos ao hospital.
O m éd ico que aten d eu o bebê
nos disse: “Se tivessem dem orado
um pouco mais, ela poderia não ter
chegado aqui com vida. Encontrava-
se num e s ta d o bem p ior do que
pensávamos”.
Senti-m e muito grato pela ajuda
do Pai C elestial, que nos permitiu
chegar a tem po. Eu sabia que ele
e stiv e ra c o n o sc o d u ra n te to d o o
percurso.
E n q u an to voltávam os para R io meditar sobre o que acontecera, en­
C e b a llo s , d is c u tin d o o que quanto lia as escrituras, deparei-me
e a co n te c e ra , O scar d isse : “Foi com esta passagem, na Bíblia:
incrível. Eu não achava que iríamos “Disseram então os apóstolos ao
conseguir”. Senhor: Acrescenta-nos a fé.
D isse -lh e que h avíam os te s te ­ E disse o Senhor: Se tivésseis fé
m unhado um m ilagre. Ele o lh ou - com o um grão de mostarda, diríeis a
me nos olhos, sorriu e con cordou esta amoreira: Desarraiga-te. daqui e
com a ca b e ça . “O re i o tem po in ­ planta-te no mar; e ela vos obede­
teiro para que Deus nos ajudasse", ceria” (Lucas 1 7 :5 -6 ).
disse-lhe eu. Q ue possamos aumentar nossa fé
“Eu também”, ele confessou. “Foi e confiar no Senhor tanto nas horas
a primeira vez em m inha vida que boas quanto nas más. □
orei tanto. Deus nos ajudou a
chegar. Só ele poderia
ter feito isso.” S ú .f llu
M ais ta rd e , ao /
> ■

70

O GO

O
FOTOGRAFIA DE LEONOR GARCIA
M a rv in K. G a rd n e r
Fotografias do autor
/
n o ite de dom ingo, e a casa de A bílio e M aria
E E lena Sam aniego em A ssu nção, Paraguai, está
animada com o barulho da família. Os três filhos
so lteiro s estão p resen tes, assim co m o os três filhos
casados e famílias. Agora o jantar terminou e os adultos
conversam, enquanto as crianças brincam. De manhã,
um dos filhos voltara da missão, portanto, esta é uma
noite de recordações, risos e brincadeiras.
Não é de admirar que o ponto principal da conversa
seja a Igreja e a família, já que foi exatam ente a ênfase
d ada p ela Ig r e ja à fa m ília qu e c a tiv o u o irm ã o
Sam aniego, há quase vinte anos. “S e n ti o quanto os
M e m b r o s d a fa m ília S a m a n ie g o , à e sq u e rd a ,
re c o rd a m c o m o a Ig re ja o s tem a b e n ç o a d o p o r q u a s e
vin te a n o s . R e ce n te m e n te , m u ito s r a m o s fo ra m c r ia d o s
e m á r e a s a g r íc o la s ru ra is , a b a ix o .
m is sio n á rio s am av am m in h a fa m ília ”, lem b ra e le .
“Mostraram-me com o amar meus filhos. Meu coração foi
tocado e eu aceitei sua mensagem”. A família foi batizada
em 1974. Irmão Samaniego aprendeu a ser um patriarca
no lar. Agora, ele é também o patriarca da estaca.
O s fa m ilia re s falam so b re co m o a Ig reja os tem
ab en ço ad o. E n qu an to conversam , uma atm osfera de
am o r os e n v o lv e . L á g rim a s e te s te m u n h o b ro ta m
livremente.
Recordam os anos em que viviam a cinco quilômetros
do ramo mais próximo. “Éramos oito, e ficava muito caro
ir de ônibus”, conta a filha mais velha, Yenny, que agora
é mãe de quatro filhos e esposa do presidente da estaca,
Gregório Figueredo. “Então nós todos andávamos— duas
horas para ir e duas para voltar. Fazíam os isso todo
sábado para as atividades da Primária e da Mutual. E,
como no domingo as reuniões eram realizadas de manhã
e à tarde, íamos e voltávamos duas vezes— um total de
vinte quilôm etros. Q uando fazia muito calor, às vezes
almoçávamos sentados sob uma árvore, no intervalo das
reuniões. Desde o dia em que fomos batizados, não me
lembro de termos perdido uma só reunião". Agora, todos
os seis filhos e suas famílias são fiéis e ativos na Igreja.
Os rapazes lembram-se de que, quando tinham sete
ou oito anos de idade, se vestiam com camisa branca e
gravata e saíam para ensinar com os m issionários de
tempo integral. Vários membros da família, incluindo a
filha de quinze anos, C arolín , foram m issionários de
e sta c a . A g ora, os três filh os do casal Sam a n ieg o já
completaram missão de tempo integral.
As meninas lembram de sua mãe incentivando-as a
sair com rapazes que eram membros da Igreja, ainda que
parecesse não haver muitos rapazes SU D por perto. Ela
dizia: “C ertam en te existe uma m ãe, em algum lugar,
preparando um jovem especial para cada uma de vocês”.
A gora, todos os três filhos casados foram selados no
templo.
Irmã Sam aniego reflete sobre os anos em que dava
aulas no seminário diário: “Levantávamos toda manhã às
5 horas. Enquanto eu ensinava, meu marido preparava o
desjejum para a família e para os alunos. Então, todos
saíam a tempo de chegar à escola às sete horas”. Antes
de sua desobrigação com o professora do sem inário, a
irmã Samaniego já havia dado aulas aos seus seis filhos.
Tam bém en sin o u todos eles na P rim ária, na E sco la
Dominical e na Mutual. No momento, ela é presidente
da Sociedade de Socorro da ala.
Alguém aparece com um livro de recortes contendo
fotos dos Sam aniego e de outras “famílias pioneiras”,
construindo a capela. Eles falam de com o a Igreja no
Paraguai se tornou mais respeitada, devido ao exemplo
dos membros.
Já é tarde da noite, mas ninguém quer ir embora. As
recordações levam a mais recordações e, agora, há várias
conversas ao m esm o tem po. “Sou m uito feliz”, diz o
irm ão Sam an iego, tran q ü ilam en te. “M eu co ração se
alegra esta n o ite ao ver e ou v ir meus filh os e suas
famílias. ‘Os homens existem para que tenham alegria’. E
o que sinto h o je!”.
UM FIRME ALICERCE
A Igreja no Paraguai foi construída sobre um alicerce
firm e por m u ito s p io n e iro s — co m o a fa m ília
S a m a n ie g o — d is p o s to s a s a c r if ic a r -s e e a se rv ir
c o n tin u a m e n te , m esm o d u ra n te os anos em que o
progresso parecia lento.
O Paraguai, durante anos, tem aparentado um atraso
em relação às outras áreas da Am érica do Sul, onde o
crescim ento da Igreja tem ocorrido mais rapidamente. O
Paraguai foi parte da missão sediada em M ontevidéu,
Uruguai, de 1949 até a divisão da missão, em 1977. Sua
primeira estaca foi criada em fevereiro de 1979. No ano
seguinte, em jun h o, era formada a segunda estaca. A
terceira foi organizada em novembro de 1992.
A tualm ente existem 13.000 santos dos últimos dias
no Paraguai. Alguns são membros há décadas, outros, há
a p e n a s alg u n s d ia s. T o d o s, p o ré m , são p io n e iro s
— pessoas cuja vida foi tocada pelo Espírito Santo e que
correspondem com compromisso e fé.
“DECIDI RETORNAR”
A v id a n ã o p o d e ria ser m e lh o r p ara C a rlo s
Espínola, em 1967. Batizado aos 17 anos de idade,
cum priu m issão n o U ru gu ai e estav a e n tã o
estudando para form ar-se na Universidade
Brigham Young, em P rovo, U tah . Estava,
 C a rlo s e N e lly E s p ín o la e s e u s filh o s, d a e s q u e r d a p a r a a d ire ita: A rtu ro , A lv a r o
(a tu a lm e n te e m m is s ã o n o U r u g u a i), A r ie l e A le j a n d r a . " N o s s o s filh o s e s t ã o te n d o e x p e r iê n c ia s q u e
o s e s t ã o a j u d a n d o a a d q u ir ir s e u p r ó p r io t e s t e m u n h o ", d iz C a rlo s. N a p á g i n a a o la d o :
B a il a r in a s e m u m s h o w d e ta le n t o s n u m a a la d e A s s u n ç ã o .

também, ganhando o que ele considerava um grande
salário, escrevendo e preparando materiais para o Corpo
da Paz n o rte -a m e rica n o , para o en sin o das línguas
guarani e espanhol— ambas faladas no Paraguai.
Para com pletar o sonho, Nelly, sua noiva uruguaia,
estava pronta para ir a seu encontro. Eles se casariam no
Templo de Lago Salgado, ele term inaria os estudos, e
teriam uma vida maravilhosa nos Estados Unidos.
Inexplicavelmente, porém, Carlos sentiu que alguma
coisa não estava totalm ente certa. Tentando conseguir
orientação espiritual, ele pediu uma bênção patriarcal.
“Minha bênção dizia que era esperado que eu ajudasse
meu povo a conhecer a Igreja, e que eu seria um líder
entre ele s”, co n ta ele. “Q u and o recebi essa b ên ção ,
pensei muito a respeito”.
Ele jejuou e orou para saber interpretar a bênção. No
fim, “depois de ter recebido a confirm ação do Espírito,
senti que lá não era meu lugar. Sen ti que realm ente o
Senhor precisava de mim na A m érica do Sul. Então,
decidi retornar”.
Apesar de seu visto ter mais um ano de validade, ele
deixou tudo— apartam ento, móveis, escola e trabalho
— e voltou para casa. C arlos e N elly casaram -se no
Uruguai. Lá ele co n tin u o u os estudos e obteve dois
diplomas— um em adm inistração de empresas e outro
em construção. E conseguiu um emprego por menos de
um terço do salário que ganhava nos Estados Unidos.
“Meus amigos disseram que eu era louco. Eu, porém,
respondi: ‘Não, estou feliz porque é o que quero fazer’. E
eu sabia das razões por que fazia aquilo. As bênçãos que
recebem os por perm anecerm os aqui já resultaram no
cum prim ento de m uitas promessas de m inha bênção
patriarcal.”
Em 1979, Carlos tornou-se o primeiro presidente de
estaca do Paraguai. Quase dez anos depois, tornou-se o
segundo paraguaio a servir como presidente de missão.
(Ele abriu a M issão C h ile A n to fag asta.) E tem sido
abençoado profissionalmente. Há vinte anos trabalha no
Escritório do Bispado Presidente no Uruguai e Paraguai.
A tu a lm e n te , é o g e re n te re g io n a l para o B isp ad o
Presidente no Paraguai.
“Estamos muito satisfeitos com a vida aqui”, diz irmã
Espínola. “Para nós, os irmãos da Igreja são como uma
fam ília. Espiritualm ente, o Sen h or abençoou muito a
nós e a nossos filhos.” Ela e Carlos foram selados no
tem plo e têm q u atro filh os: A leja n d ra , de 22 anos,

A L I A H O N A • S E T E M B R O DE 1 9 9 3
i :í
 M e m b r o s d o r a m o v is ita m J o r g e A r e n a s ( s e g u r a n d o o b e b ê ) e s u a m u lh e r.
R o sa , e m s u a c a s a e m N iv a c lé B o q u e r ó n — u m p o v o a d o d e a p r o x im a d a m e n t e q u a r e n t a f a m ília s SU D .
E les a p e lid a r a m a v ila d e L a A b u n d a n c ia ( A b u n d â n c ia ), o n o m e d e u m a c id a d e ne fita
m e n c io n a d a n o L iv ro d e M ó r m o n .

Alvaro, de 20, Ariel, de 16, e Arturo, de 14- Eles falam
das maravilhosas experiências que já viveram em família,
tanto na missão quanto em casa.
“Nossos filhos são nossa maior herança”, diz Carlos.
“Eles estão tendo experiências que os ajudam a adquirir
seu próprio testem unho. Posso ver que estão vivendo
com luz própria”.
“ESTAMOS PENSANDO EM NOSSO BEBÊ”
N o in te r io r do G ra n C h a c o — o d e s e rto á rid o e
esparsamente povoado que cobre boa parte do noroeste
paraguaio— encontra-se Nivaclé Boquerón, um povoado
com aproxim adam ente qu arenta fam ílias SU D . Esses
m em bros, índios N ivaclé, apelidaram sua vila de La
Abundancia (“A bundância”). A maioria fala som ente o
nivaclé; alguns falam tam bém um pouco de espanhol.
M udaram -se para lá vindos de M istolar, um povoado
maior e mais afastado de índios SU D Nivaclé (vide Élder
Ted E. B re w e rto n , “M is to la r: O á sis E s p ir itu a l”, A
L iah on a, setem b ro de 1 9 9 0 , página 1 0 ). D uplas de
missionários ajudaram o grupo de La Abundancia a cavar
um poço em cada extremidade da vila e também os estão
ensinando a criar cabras e a plantar e colher— o bastante
para sua subsistência e um pouco para vender.
O ram o se reúne num a cap ela de m adeira de um
cômodo, iluminada por lampiões de querosene. Quase
toda noite há algum tipo de atividade lá, normalmente
uma aula do seminário que, mais tarde, se transforma em
en sa io do co ra l. D ele p a rticip a m jo v e n s e ad ultos,
cantando os hinos a quatro vozes, sem piano.
Fora da capela há uma fonte batismal simples, feita
por eles mesmos. Há uma área onde os rapazes jogam
fútbol. Há tam bém um jardim , algumas árvores e um
pequeno cemitério.
Enterrado nesse cemitério está Ireneo Arenas, o filho
recém -nascido de Jorge Arenas e de sua esposa, Rosa.
Em agosto de 1989, Jorge e Rosa deixaram Mistolar com
seus três filhos pequenos e duas outras famílias, numa
viagem de mais de 2 1 0 0 quilôm etros de ônibus, até o
tem plo de Buenos A ires, A rg en tin a. “Ao sairm os de
Mistolar, o bebê estava doente, com gripe”, diz Jorge.
“Q uando chegamos a Buenos Aires, ele estava bem pior.
Fazia muito frio. Entramos no templo e fomos selados
como família. O bebê continuava doente”.
Q uando retornaram ao Paraguai, preferiram ficar em

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14
La Abundancia a viajar várias horas mais até Mistolar. O A d ire ita: M e m b r o s e m
b eb ê c o n tin u o u a p io rar. “N ão h a v ia n a d a qu e N iv a c lé B o q u e ró n .
pudéssemos fazer por ele”, diz Jorge. C in co dias mais A b a ix o : J o r g e e R o s a
tarde, o bebê morreu. A r e n a s co m s u a s filh a s
“Enquanto carregava meu filho, eu pensava em quão D o m in g a , d e 9 a n o s .
g ra to e s ta v a por te rm o s B a sílic a , d e 7, e
acabado de ser selados no M a r iv e l, d e 2. D o is
tem plo. S ei que ele está jo v e n s m e m b r o s d o
com nosso Pai C elestial ra m o , e m b a ix o , le v a m
e qu e n ó s fic a re m o s á g u a p a r a ca sa .
com ele novamente, um
dia. A gora, tentam os

guardar todos os m andam entos do Pai C elestial, pois

pensamos em nosso bebê."
Jorge e Rosa mudaram-se para La Abimdancia. Jorge já
foi presidente do ram o; agora está na presidência do
quorum de éld eres e é re g e n te -a ss iste n te do co ro e
professor do seminário. O casal tem três filhas: Dominga,
de 9 anos; Basílica, de 7, e Marivel, de 2.
“Quando os missionários me ensinaram o evangelho
pela primeira vez”, diz ele, “senti alguma coisa que
p e n se i ser o E s p írito S a n to . S e m p re sin to esse
espírito, especialm ente quando estou lendo o Livro
de M órmon. Jesus Cristo visitou nossos antepassados
aqui nas Américas. Por certo tempo, eles obedeceram
aos m a n d a m e n to s . M a is ta r d e , p o rém , e les os
r e je ita r a m . Q u e ro serv ir n a q u ilo para o que for
cham ado na Igreja, porque sei que assim fazendo o
Senhor nos abençoará. Sei que Jesus Cristo morreu
por nós e foi ressuscitado por nossa causa. Ele perdoa
nossos pecados. Sei que ele vive.”

“EU OS ESTAVA PROCURANDO”

Na cid a d e de C o r o n e l O v ie d o , um
m issionário paraguaio nativo, élder C ristian
Turrini, orou para que o Senhor o ajudasse e a
seu com panheiro, élder M atthew Porter, a
encontrar pessoas que estivessem preparadas
E s t r a d a s q u a s e in t r a n s i­
tá v e is, ò e sq u e r d a ,
t o r n a m difícil o a c e s s o à
lo n g ín q u a c a s a d e
Is a b e lin o G im é n e z .
A b a ix o , é ld e r C ris tia n
T u rrin i t in h a a c a b a d o d e
o r a r p a r a e n c o n t ra r
a lg u é m p u r o d e c o ra ç ã o ,
q u a n d o e le e se u
c o m p a n h e ir o e n c o n ­
t r a r a m Is a b e iin o .
para ouvir o evangelho. Depois da oração, eles saíram e
andaram dois quarteirões. Um campesino (homem pobre
do ca m p o ) c o r r e u a té e le s . F a la n d o em g u a ra n i,
perguntou:
“São missionários SU D ? Eu os estava procurando, sei
que a Igreja é verdadeira e quero ser batizado!”
O campesino era Isabelino Gim énez. Ele e a esposa,
Estanislada, tinham ouvido as palestras dos missionários
numa cidade distante poucos anos antes, ju n to com a
família de Estanislada. Isabelino, porém, não aceitara o
batism o e não perm itira que a esposa fosse batizada,
apesar de toda a família dela ter-se filiado à Igreja. “Eu
havia dito a ela: ‘Vamos sair desta cidade e buscar nosso
futuro’. Na verdade, eu estava fugindo do evangelho”.
Isabelino e Estanislada mudaram-se para uma remota
re g iã o na selv a p a ra g u a ia . “F izem o s um a lo n g a
caminhada pela selva”, conta ele. “Chegamos sem nada.
Só tínhamos as roupas do corpo. Dormíamos no chão e
mal tínham os o que co m er”. Ele abriu uma clareira e
trabalh ou com afin co na form ação de uma lavoura.
Então ele e um dos filhos tiveram um tipo de infecção no
pé. O médico local foi incapaz de sequer aliviar-lhes a
dor. “Sentia-m e bastante desencorajado e triste. Queria
mudar de vida”.
A fam ília de Estanislada mudou-se da cidade para
fic a r p e rto d e le s. A in d a que isso fizesse co m que
perdessem contato com a Igreja, eles continuaram firmes
em sua religião. “Meu cunhado estava sempre lendo as
escrituras”, conta Isabelino. “Um dia eu disse a ele que
não co n seg u ia d orm ir por cau sa da dor no pé. Ele
respond eu que eu p re cisa v a o rar ao Pai C e le s tia l.
Perguntei-lhe: ‘Como devo orar?’. E ele começou a me
ensinar a respeito da oração. Disse-me que eu tinha que
me entregar ao Senhor.
“N aqu ele dia, ajo elh ei-m e e orei ao Pai C elestia l,
pedindo perdão. Pedi que curasse meu filho e a mim de
nossas infecções. Disse-lhe que precisava trabalhar por
minha família. Q uando contei à minha esposa que me
entregara ao Senhor, ela sorriu de felicidade.
Os pais dela começaram a me ensinar sobre a Igreja.
Lemos o Livro de Mórmon e Princípios do Evangelho. Eles
me ensinaram a orar em nome de Jesus Cristo. Nossas
feridas cicatrizaram-se.”
Isabelino e Estanislada queriam então ser batizados,
mas não sabiam como proceder. Não tinham como voltar
à cid ad e ond e os m issionários os haviam en sin ad o .
Finalm ente, quatro anos após ser curado da infecção,
Isabelino fez a viagem de quatro horas, a pé e de ônibus,
a té C o ro n e l O v ie d o — a cid a d e m ais p ró x im a — na
esperança de que a Igreja estivesse lá e que ele fosse
capaz de encontrar os missionários.
“D esci do ônibu s, no term in al, e pergu n tei a um
menino numa bicicleta se ele sabia onde era A Igreja de
A L I A H O N A • S E T E M B R O
17
FOTOGRAFIA: CORTESIA DE CRISTIAN TURRINI
J u n t o co m Is a b e lin o e E s t a n is la d a (atrás, a o centro),
fo r a m b a t iz a d o s d o is d e s e u s filh o s, u m a filh a a d o tiv a
(atrás, s e g u n d a d a e s q u e r d a p a r a a direita) e o irm ã o
e ir m ã m a is jo v e n s d e E s t a n is la d a — v is to s a q u i com o s
m is s io n á r io s .
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias; ele me disse
que era muito longe. A ndei aproxim adam ente quatro
quarteirões em direção ao centro da cidade e perguntei a
um homem, que disse não saber. C om ecei a orar para
que o Pai C elestia l me ajudasse, e assim não perdi a
esperança.
Numa esquina, perguntei a uma mulher. Ela disse:
‘Espere aqui. Eu conheço os missionários. Eles passarão
por aqui em breve’. Quando os vi, atravessei a rua sem
olhar o trânsito. Eu poderia ter sido morto, mas queria
tanto falar com eles.”
Os missionários estavam ansiosos por ensinar a família
G im énez. Em prim eiro lugar, receberam permissão do
presidente de missão para viajar até o remoto lugarejo na
selva. Então, saíram às 6 da manhã e viajaram cerca de
duas horas de ônibus, de Coronel Oviedo até uma cidade
vizinha. Lá, encontraram Isabelino e viajaram com ele
em o u tro ô n ib u s por m ais tr in ta m in u to s. D ep ois,
cam inharam por uma hora e meia através da floresta,
chegando à casa dos Giménez às dez horas. “Acho que
nunca andei tan to”, diz élder Turrini. “Eu nunca tinha
estado assim na selva, apesar de ser paraguaio. Vimos
D E 1 9 9 3
 D io n is io e G la d y s A g u ile r a , a b a ix o , à d ire ita, n ã o p u d e r a m e s p e r a r o s m is s io n á r io s
b a te re m à s u a p o rta e fo ra m e/es m e s m o s p ro c u rá -lo s. A g o r a , s e u s filh o s E d u a rd o , d e 9 a n o s ,
e D a v id , d e 7, e s t u d a m o L iv ro d e M ó r m o n , e m p r e p a r a ç ã o p a r a s u a p r ó p r ia m issã o .
A b a ix o , à e s q u e r d a , ce n tro d a c id a d e d e A s s u n ç ã o .
vários animais, cobras e pássaros. Q uando chegamos à
casa deles, a família nos tratou como se fôssemos anjos.
As c r ia n ç a s p u laram em cim a de nós e os a d u lto s
estavam em lágrim as. Eles haviam orad o por nossa
segurança e tinham o almoço pronto para nós”.
Naquele dia, os missionários ensinaram três palestras
a um grupo de aproximadamente trinta pessoas. Algumas
delas eram da fam ília de E sta n isla d a — m em bros da
Ig re ja — que tin h a m q u ase p erd id o a e sp e ra n ç a de
reencontrar a Igreja. Outros eram vizinhos interessados.
Após três horas de en sin o , os m issionários voltaram
para casa.
N o dia segu inte, os G im énez foram para C o ro n el
O viedo. C h o v ia e, com o eles estavam com crian ças
p e q u e n a s, a v iagem lev o u s e te h o ra s. O s é ld e re s
ensinaram as últimas três palestras e, no dia seguinte
— d o m in g o , 8 de se te m b r o de 1 9 9 1 — Is a b e lin o e
Estanislada foram batizados, assim com o seus filhos,
Aníbal e Diana, uma filha adotiva e o irmão e irmã mais
novos de Estanislada. Eles têm ainda dois filhos, Derlis e
Emanuel.
“Q uando submergi na água”, diz Isabelino, “não sei
como aconteceu, mas senti-me como se estivesse morto
por um segundo. Quando emergi, senti tanta felicidade
que ch o re i de alegria. A o ser co n firm ad o , tive uma
sensação maravilhosa. Levantei-m e então para prestar
testem u n h o e não consegui term in á-lo por causa da
grande alegria que sentia. Desde aí tenho compartilhado
meu testem u n h o com meus am igos e meu próxim o.
Quero que eles sintam a alegria que sinto.”
“FOMOS AO ENCALÇO DELES”
D u ra n te a n o s G lad y s e D io n is io A g u ile ra , de
Assunção, viram os missionários SU D andar pela cidade
e imaginavam quem eram e o que faziam. “Eles nunca
bateram à nossa porta", diz Gladys, “mas nós queríamos
que o fizessem”.
“Disse à minha esposa que deveríamos ajudá-los, pois
trabalhavam duramente e se sacrificavam pelo povo de
nosso país”, diz Dionisio, um m ecânico de automóveis.
A L I A H O N A • S E T E M B R O
19
“No fim, nós acabamos indo ao encalço deles, e não eles
ao nosso!”
Eles convidaram duas missionárias norte-am ericanas
para visitá-los— e algumas semanas mais tarde, em julho
de 1991, foram batizados. Em cerca de duas semanas,
Dionisio e Gladys foram chamados como presidentes dos
Rapazes e das M oças, no Ramo de Anahí.
“Estávamos casados havia doze anos e éramos felizes”,
diz G ladys. “M u itas vezes, co n tu d o , sen tíam o s que
faltava algo. Depois que fomos batizados, começamos a
ver coisas novas, coisas que nunca tínhamos visto antes.”
Por exemplo, eles se lembram da reverência que sentiram
no primeiro dia em que jejuaram — experimentaram um
espírito que nunca haviam sentido antes. E contam a
respeito de uma bênção que curou um de seus filhos.
“Agora nossa felicidade está co m p leta”, diz a irmã
Aguilera. Eles estão preparando seus filhos, Eduardo, de 9
anos, e David, de 7, para cumprirem missão. Uma nova
capela SU D foi construída a apenas um quarteirão da casa
deles. “Não me con ten to com o testem unho que tinha
quando fui batizada”, diz ela. “Vejo-o crescer todo dia”.
“MI COLONEL”
S u a p o s tu ra m a je s to s a n ã o é, de m odo algu m ,
arrogante. Ele trata as pessoas com o um querido avô
trataria— com ternura, muito amor e sem o menor sinal
de superioridade. Não obstante, como coronel reformado
do exército paraguaio, ele parece sentir-se tão à vontade
associando-se com os mais altos líderes do governo e do
ex ército , quanto se sente com a fam ília e amigos, ou
enquanto cum pre designações da Igreja. Sendo muito
estim ado igualm ente por m em bros e não-m em bros, é
freqüente e respeitosamente chamado de “mi colonel”.
Há trin ta anos, em 1 963, Luiz A. Ram írez estava
servindo como jovem major no exército paraguaio. Um
dia ele achou um exemplar do Livro de Mórmon sobre a
mesa, em sua casa, em Assunção. Ele nunca vira o livro
a n te s e n ão sabia de on d e surgiu, mas, a b rin d o -o ,
começou a folheá-lo. “Dizia que era ‘a palavra de Deus’ ”,
ele lembra. “Aquela frase— a palavra de Deus— penetrou
D E 1 9 9 3
 Em c a sa , e m A s s u n ç ã o : C o r o n e l L u is A. R a m ír e z co m a
e s p o s a , H o rtê n c ia , e a filh a , Lizet, q u e re ce n te m e n te
v o lto u d a m is s ã o n o U r u g u a i.

em mim profundam ente. E n tão , co m e ce i a ler, e um

grande interesse despertou dentro de mim”.
Era o momento perfeito. “Durante aproximadamente
três m eses, eu vinh a sen tin d o a n ecessid ad e de me
aproximar de Deus”, diz ele. Não estava satisfeito com
sua religião, mas tinha com eçado a ir à sua igreja aos
dom ingos, de qu alqu er m odo, esp eran d o e n c o n tra r
algumas respostas. “C om ecei a orar a Deus— não o tipo
de oração que tinha sido ensinado a fazer, mas de modo
bem sem elhante ao que os missionários me ensinariam
mais tarde. Isso continu ou por três meses. E n tão, eu
encontrei o livro”. jRAFIA DE IEO N O R GARCIA

“Q uem trouxe este livro?” ele perguntara à família.

Um parente de quinze anos de idade ganhara-o de dois
missionários dias antes, na casa de um amigo. “Continuei
a ler, interessando-m e cada vez mais. E ntão, disse ao
rapaz: ‘Quando vir esses missionários de novo, convide-
os a nos visitar’.”
Quando os missionários apareceram alguns dias mais
tarde, Luis estava quase no fim do Livro de M órmon, e
tinha muitas perguntas. Nas três semanas seguintes, ele e
a esp osa, H o rtê n c ia , re ce b e ra m duas p alestra s por
sem ana. N o sábado seguinte à te rce ira visita, foram
batizados. C om o resu ltad o disso, am igos e p aren tes
tam bém ficaram in teressad o s no ev an g elh o e foram
batizados. Logo, o “m ajor” tornou-se o “presidente”— do
Ramo Morôni, em Assunção.
A certa altura da carreira militar, o irmão Ramírez foi
designado para outro país, ficando longe da família por
qu inze m eses. D u ra n te a q u eles tem p o s d ifíc e is de
solidão, “o evangelho ajudou-m e bastante”, con ta ele.
“Eu orava e jeju av a freqü entem ente e sentia-m e bem
perto de minha família. T inha absoluta certeza de que
estaria sempre seguro. Sentia a ajuda do Senhor através
do Espírito”.
Em 1969, seis anos após o batism o, irmão
Ramírez foi promovido ao posto de coronel.
L e cio n o u na e sc o la m ilita r a té a
aposentadoria, em 1975, nunca esc o n ­
dendo que era um santo dos últimos
dias. Com o passar dos anos, alguns de
seus alunos ficaram interessados na Igreja e foram batizados
devido a seu exemplo.
R eform ad o do e x é rc ito , irm ão R am írez e fam ília
passaram cinco anos em U tah, onde ele se formou na
U niversid ade Brigham Young. N ão m uito depois do
retorno ao Paraguai, foi cham ado com o presidente de
missão, sendo o primeiro paraguaio a ocupar esse cargo.
E seu campo missionário era seu país nativo.
Desde sua desobrigação, em 1984, Coronel Ramírez
continua servindo com o conselheiro em presidências de
missão e estaca, fortalecen d o membros e ajudando a
organizar a Igreja em distritos e ramos distantes. Além
disso, continua a servir como consultor nas relações da
Igreja com o governo paraguaio, abrindo portas que,
talvez, ninguém mais pudesse ter aberto. Com humildade
c a r a c te r ís tic a , ele m inim iza sua im p o rtâ n c ia nesse
cam p o : “Talvez eu te n h a aju d ad o um p o u c o ”, diz.
Aqueles que já trabalharam com ele, entretanto, sabem
de sua grande habilidade de fazer amigos para a Igreja e
de ser um embaixador da boa-vontade entre os líderes
nacionais.
Alguns de seus antigos alunos e colegas, agora em
posições de responsabilidade no país, lembram-se dele e
respeitam -no com o santo dos últimos dias. “Algumas
vezes v e jo m eus a lu n o s, que agora são m ajo res ou
coronéis, e eles param e perguntam: ‘Como vai a Igreja?’
Eu lhes digo que está indo muito bem”.
“AGORA ESTÁ MUITO MAIS PERTO O DIA”
Realmente, a Igreja no Paraguai está “indo muito bem”.
E a história da Igreja nesse país continua a ser escrita—
tanto por santos de segunda e terceira geração, como por
novos conversos. Com a recente organização da
terceira estaca, o otimismo é grande: “Nós
vivemos no Paraguai desde que a Igreja
tin h a só dois ram o s”, diz o irm ão
Carlos Espínola. “Sin to que agora
está m uito mais perto o dia em
que a Ig re ja te rá um grande
c r e s c im e n to a q u i. Q u a n d o o
P resid en te Ezra T aft B enson
d ed ico u e sta te rra à
pregação do evangelho, disse
que haveria m uitas estacas
no Paraguai. Posso ver que
POR QUE
ESTOU
CORRENDO?
É lder A n g e l A b re a
dos SetentG
Usamos sabiamente o grande dom
do livre-arbítrio, ou deixamos que
outros o controlem?
o n ta -se uma h istória na A rg en tina mais ou
C m en o s assim : A lg u n s c ã e s e s tã o p arad o s
num a e s q u in a , co n v ersan d o s o b re
enfática
infortúnios e problemas que enfrentavam em sua
de c a c h o r r o . E le s sã o m u ito s , e a c o n v e r s a é
baru lhenta. D e rep en te, o mais observador grita: “A
vida e sinceram ente este conceito:
carrocin ha de cach o rro s!” Im ediatam ente, os animais
saem correndo em todas as direções, tão rapidam ente
qu anto possível. A uns dois quarteirões de distância,
um d eles pára e diz: “Por que estou co rren d o ? Sou
um g ato !”.
Apesar de ser uma história geralmente contada para
crianças, considero-a de extrem a importância para todos
nós. Várias vezes agimos como aquele gato— por causa
do que outras pessoas fazem ou dizem, deixamos de pôr
em prática um dos maiores dons que Deus nos deu, o
dom de fazer escolhas.
Todos nós tem os o liv re-arb ítrio . Nossa ex a lta çã o
depende disso. E cada um de nós prestará contas ao Pai
C e le s tia l, do p ro g resso a lc a n ç a d o por tê -lo usado
sabiamente.
V am os parar um m o m en to e a n a lisa r o uso que
estam os fazendo da liberdade de esco lh a. E quase o
mesmo que se perguntar: “Por que estou correndo?”
O hom em ajuda a determ inar seu próprio destino
A L I A H O N A
por meio das escolhas que faz. Esta é uma lei eterna.
Colhem os o que semeamos.
Não podemos espalhar sementes de preguiça e pouco
esforço e esperar receber as bênçãos da dedicação e do
tra b a lh o d ilig e n te . A cad a d ia, pelas e sc o lh a s que
fazemos, decidimos se vamos increm entar a construção
de nossa m orada e te rn a com o Pai C e le stia l, ou se
os
escorregaremos at) longo de um caminho que nos priva
das b ên ção s etern a s. Sam u el, o lam an ita, expressou
“E agora, meus irmãos, recordai, recordai que todos os
que perecem, perecem por culpa própria, e todos os que
praticam iniqüidades o fazem por si mesmos; pois eis que
sois livres e tendes o privilégio de proceder segundo
v o ssa liv re v o n ta d e , p o rq u e D eu s vos deu o
conhecim ento e vos fez livres.” (Helamã 14:30.)
Felicidade ou infelicidade, paz de espírito ou angústia,
tudo depende das escolhas que fazemos diariam ente.
Não poderemos sentir que estamos usando sabiamente o
dom do livre-arbítrio en quan to deixarm os que outros
tomem decisões por nós.
QUEM DECIDE
Certa vez conheci um homem que conseguiu chegar a
uma alta posição numa companhia. Diariamente ia para
o escritó rio com uma m aleta execu tiv a. Um dia, sua
esposa perguntou-lhe: “Por que carrega essa maleta para
o trabalho todo dia?”
Ele respondeu: “O vice-presidente-executivo é uma
pessoa muito im portante, e os papéis com que ele lida
• S E T E M B R O DE 1 9 9 3
22
são também muito importantes, concorda?”
“Sim ”, ela disse. Logo depois, porém , perguntou:
“Q uantas vezes abre a maleta para usar os papéis?”
“Na verdade, muito poucas”, respondeu ele.
E n tã o ela p e rg u n to u : “S e a m a le ta lh e dá uma
sensação de im portância, não seria mais fácil carregar
uma vazia?”.
Enquanto ele pensava a respeito, ela acrescentou:
“Se, porém, carrega-a só pela aparência, d eixe-m e
lembrá-lo de que, ao deixar o escritório, o único a vê-lo é
o zelador.”
Freqüentem ente nos tornam os escravos de rotinas.
Fazemos o que ditam os costumes. Só porque a maioria
faz alguma coisa, não significa, porém, que ela seja certa.
Um im portante fator que determ ina nossa exaltação é
saber, com a consciência limpa, o motivo que nos impele,
os pensamentos interiores que mais tarde resultarão em
ações.
Usamos o livre-arbítrio em nossos pensamentos, assim
como o usamos em ações. O Presidente David O. McKay
expressou isto desta m an eira: “C ada um de nós é o
arquiteto do próprio destino; e é realmente desventurado
aquele que tenta estruturar-se sem a inspiração de Deus,
sem entender que o crescim ento vem de
dentro e não de fora” (Instructor,
janeiro 1964, p. 1).
Se não usarm os e fica z ­
m en te o liv r e -a r b ítr io no
que diz respeito a pensamentos, nossa mente não
será treinada para estabelecer metas e controlar
desejos. Se o que pretendemos cumprir não estiver
A L I A H O N A • S E T E M B R O
bem definido em nossa c o n sc iê n cia , haverá falta de
direção em nossas ações; elas poderão ser substituídas
por atitudes e metas de outras pessoas.
A RESPEITO DO TEMPO
Pense naqueles que vivem repetindo frases feitas, sem
pensar no que realm en te estão dizendo. Essas frases,
contud o, em muitos casos determ inam o modo como
agimos.
Por exemplo, algumas pessoas dizem: “O tempo voa”,
quando na verdade o tempo passa em ritmo constante.
Ou dizem: “Economizar tempo”. O tempo, porém, não
pode ser econom izado ou em prestado. Q uantas vezes
ouvimos falar de alguém que quer “compensar o tempo
perdido”? Uma vez que o tempo passa, porém, não pode
ser reposto.
Essas frases sobre o tempo são comumente usadas. Na
verdade, freqüentem ente nós mesmos as usamos, sem
ponderar o seu significado.
N ão há dúvida de que tem po é o que há de mais
escasso em nossa vida. A menos que o administremos
sabiamente, poderá não haver mais nada a administrar.
O P re s id e n te S p e n c e r W. K im b all d isse: “O
d e s p e rd íc io é in ju s tific á v e l,
especialm ente o desperdício de
tem p o — lim itad o co m o ele é
em nossos dias de p ro v ação ”
(O Milagre do Perdão, p. 94).
Então, a solução não é queixar-se ou
ju n ta r-se àqueles que declaram : “N ão há
DE 1 9 9 3
te m p o ”. A so lu ç ã o é usar o tem p o sa b ia m e n te . A
autodisciplina no uso do tempo é de suma importância
na tarefa de tom ar d ecisõ es. Q u an d o não o usamos
sabiamente, não usamos o livre-arbítrio sabiamente.
APENAS HUMANO
O utra frase feita, muito usada com o justificativa para
não exercerm os com pletam ente o direito de escolha é
esta (geralmente dita em tom de derrota e resignação):
“A oposição é forte, e eu sou apenas hum ano”.
C om o pode alguém pensar na oposição com o fator
lim itativo? O p osição não é ju stificativ a para falta de
ação, e sim o próprio motivo para agirmos.
Léhi, falando a Jacó, disse: “Porque é necessário que
haja uma oposição em todas as coisas. Pois, se assim não
fo sse, . . . n ão h a v e ria ju s t iç a n em m ald a d e , nem
santidade nem miséria, nem bem nem mal” (2 Néfi 2:11).
As a fliçõ es, a o p o sição , as co n d içõ es que alguns
definiriam como desfavoráveis, estarão conosco por toda
esta vida de provações. A oposição é um princípio que
sempre esteve conosco. Não podemos permitir que nossa
condição humana seja uma justificativa para a falta de
a ç ã o p o sitiv a q u an d o c o n fro n ta m o s um a s itu a ç ã o
desafiadora.
Alguns acreditam que, por sermos hum anos, nossa
fraqueza é justificada. A creditar nisso significa sugerir
que Deus nos mandou à terra na condição preconcebida
de qu e fa lh a ría m o s , c e d e n d o in e v it a v e lm e n t e às
tentações de Satanás.
As escrituras, porém, nos ensinam: “Na verdade digo
que os homens devem se ocupar zelosamente numa boa
causa, e fazer muito de sua própria e livre vontade, e
realizar muito bem;
Pois neles está o poder para assim fazer, no que são
seus próprios árbitros. Se os homens fizerem o bem de
modo nenhum deixarão de receber a sua recom pensa”
(D & C 5 8 :2 7 -2 8 ).
A L I A H O N A • S E T E M B R O
24
Estes versículos mostram claram ente a atitude que
devem os desenvolver ao nos defrontarm os com cada
o b s tá c u lo — um a a titu d e de seg u ir a v a n te com
e n tu sia sm o , vigor e boa v o n ta d e . N essa c ita ç ã o do
Senhor, e nos versículos que a cercam , en con tram os
várias frases im portantes: “O cupar zelosam ente”, “sua
própria e livre vontade”, “neles está o poder” e “fazer o
bem”. Cada frase é uma mensagem em si mesma. Juntas,
porém , m otivam -nos a usar esp on tan eam en te nossos
talentos e liberdade de escolha.
Nessas palavras o Salvador nos ensina que devemos
servir de boa v o n ta d e, baseados no d esejo de assim
p ro c e d e r, m u ito m ais do q u e fa z er o tr a b a lh o
simplesmente porque somos obrigados. Para encontrar a
alegria de viver de acordo com a vontade do Salvador,
devemos desejar sinceram ente agradá-lo. Isso nos trará
paz de espírito e uma sensação recompensadora que não
poderá ser obtida de outra forma.
O LADO DO SENHOR
Precisamos dispor de algum tempo todos os dias para
ponderar a grande bênção que é termos o livre-arbítrio.
O Élder George Albert Sm ith disse:
“Há uma linha bem definida que separa o território do
Sen h or do de Lúcifer. Se vivemos no lado do Senhor,
Lúcifer não pode vir influenciar-nos, mas se cruzamos a
linha do seu território, estamos em seu poder. Guardando
os mandamentos do Senhor, estamos seguros no seu lado
da linha, mas se desobedecem os a seus ensinam entos,
voluntariamente cruzamos a linha da zona de tentação e
atraím o s a d estru içã o que lá está sem pre p resen te.
Sab en d o disto, quão ansiosos deveríam os c o n s ta n te ­
mente estar para viver do lado do Senhor” (lmprovement
Era, maio 1935, p. 278).
È meu sincero d esejo que, no co n flito diário para
tom ar d ecisões, nos en co n trem os sem pre no lado da
linha que pertence ao Senhor. □
D E 1 9 9 3

A BOA UTILIZAÇÃO DOS RECURSOS DA TERRA
D
eus deu a Adão e Eva uma
grande resp o n sabilid ad e
quando ordenou: “Enchei
a te r r a , e s u je it a i- a ; e d o m in a i”
(Gênesis 1:28). Herdamos de nossos
primeiros pais a responsabilidade de
administrar os recursos da terra que
o Pai Celestial criou e cuidar deles.
A s in s tr u ç õ e s do S e n h o r de
“sujeitar” e “dominar” subentendem
que devemos fazer bom uso da terra,
dos m in erais, do ar, da água, das
p lan tas e dos an im ais do m undo.
“E n ch er” sugere que recoloquem os
parte do que retiram o s da terra e
do ar, a fim de que c o n tin u e m a
abençoar-nos.
ADMINISTREMOS BEM AQUILO
QUE NOS FOI CONFIADO
“Sim , tod as as co isas boas que
provêm da terra na sua estação, são
fe ita s p ara o b e n e fíc io e uso do
h o m em , ta n to p ara a g ra d a r aos
olhos, como para alegrar o coração”
(D & C 5 9 :1 8 ) . Q u a n d o a d m in is­
tra m o s os re c u rs o s da te rra
s a b ia m e n te , s e n tim o s a le g ria e
podem os co m p a rtilh a r esse s e n ti­
mento com as pessoas.
U m a m u lh er e o m arid o c o m ­
praram uma casa em más condições,
devotando muitas horas de trabalho
para transformar o quintal de ervas-
daninhas em um jardim repleto de
flo res. Os tr a n s e u n te s ficav am
encan tad os com a visão do jardim
bem cuidado e das lindas flores.
A L I A H O N A
MENSAGEM DAS PROFESSORAS VISITANTES
ILUSTRADO POR RON PETERSON
Um jo v e m b isp o e a fa m ília
co lh e r a m fru ta s de su as á rv o re s
fr u tífe r a s p ara os v iz in h o s m ais
idosos. Os pais e as crianças deram
da a b u n d â n c ia qu e tin h a m , n ão
s o m e n te em f r u ta s , m as
amizade.
•O qu e p o d e fa z e r p a ra torn ar
melhor o local onde vive?
AJUDEMOS A
REABASTECER A TERRA
“N ão danifiqueis a terra, nem o
mar, nem as á rv o res” (A p ocalip se
7:3). Enquanto a nossa geração sabe
m ais do que n u n ca co m o fazer a
terra produzir mais por hectare, nós
ta m b ém d e sp e rd iç a m o s
consumimos mais combustível fóssil,
derrubam os mais árvores e som os
mais capazes de poluir o ar e a água
do que nunca. Podemos, no entanto,
ajudar a preservar e reabastecer os
recursos da terra.
As irmãs das Filipinas en terram
lixo orgânico e esterco de galinha no
• S E T E M B R O DE
25
solo das hortas. Com a conservação
dos seus recu rsos, elas con vertem
lixo em fertilizantes que melhoram a
qualidade dos alim entos para suas
famílias.
As famílias do Japão e de Taiwan
utilizam as terras ao longo das valas e
as que cercam suas casas e fábricas,
para plantar arroz e hortaliças.
Todas as famílias dos vilarejos das
p la n íc ie s d e se rta s dos A n d es
plantam um pé de eucalipto por ano.
U m a d é c a d a m ais ta rd e podem
com eçar a cortar uma árvore por ano
para fazer le n h a para co z in h a r e
a q u e c e r a m b ie n te s . Em m u itas
outras áreas do mundo, as pessoas
em ajudam a repor árvores e a replantar
florestas tropicais como recursos para
as gerações futuras.
As mulheres podem com eçar em
casa a reutilizar e conservar o que
tê m e e c o n o m iz a r água. Podem
a n d a r em vez de d irigir, e assim
e c o n o m iz a r g a so lin a fe ita de
co m b u stív e is fósseis, reduzindo a
poluição do ar.
Há vários anos, uma mãe de cinco
filhos decidiu que poderia ajudar e
com p rou p ro d u to s de te cid o
m ais, reutilizável e vidra, em lugar de papel
descartável. Sua família envolveu-se
em a tiv id a d e s co m u n itá ria s de
reciclagem de jornal, alumínio, vidro e
plástico. Estudaram também animais e
esp écies de plantas em ex tin çã o e
como preservá-los.
•De que maneira podemos ajudar a
reabastecer os recursos da terra1 □
1 9 9 3
 GEORGE ALBERT SMITH
UM EXEMPLO VIVO DE AM O R
maioria de nós não consegue
A resistir às pessoas que nos têm
p ro fu n d o am or e sabem
O P re s id e n te G e o rg e A lb e r t
Sm ith, oitavo Presidente da Igreja,
sua forte herança SUD . Seu pai era
demonstrá-lo de maneira significativa.
tinha uma preocupação e um amor
genuínos pelas pessoas, sentim entos
estes reconh ecid os igualm ente por
m em b ro s e n ã o -m e m b ro s .
exemplo, Beverly Nichols, novelista
britânica, escrevendo sobre sua visita
a U tah durante uma viagem pelos
E sta d o s U n id o s, d isse : “S e
e n c o n tr e i um h o m em h o n e s to ,
ín te g r o , te m e n te a D e u s, esse
homem foi o Presidente Sm ith”.
Um outro não-m órm on, falando
no fu n e ra l do P re sid e n te S m ith ,
d isse : “E le era um h o m em sem
malícia, um homem religioso e líder
esp iritu al, não só em sua própria
Ig re ja , m as em q u a lq u e r g ru p o .
M esm o estan d o sozinho com ele,
sentia-se sua espiritualidade”.
Essa espiritualidade foi adquirida
d u ra n te um a vid a de s e r v iç o ao
A rth u r R. Bassett
Sen h or, e b aseav a-se nos e n s in a ­
m entos que receb era por m eio de
J o h n H en ry S m ith , A p ó s to lo e
conselheiro do Presidente Joseph F.
Sm ith. Seu avô, George A. Sm ith,
era A p ó s to lo e c o n s e lh e ir o do
Presidente Brigham Young. Sua mãe
Por era filha do pioneiro Lorin Farr, que
ajudou a fundar a cidade de Ogden,
em Utah, e foi seu primeiro prefeito.
George Albert também aprendeu
já uma grande lição, sobre os joelhos
de B rig h a m Young. C om ap en as
cin co anos, a m ãe v estira -lh e um
terno de veludo preto e mandara-o
p ro c u ra r B rig h a m Y ou ng, co m o
p o rta d o r de um a c a r ta , p ed in d o
auxílio para a com pra de algumas
passagens de trem para O gden. O
pai de G eo rg e A lb e rt e sta v a em
missão na G rã-Bretanha e sua mãe
precisava de assistência.
George Albert cam inhou os dois
q u a r te ir õ e s a té o e s c r itó r io do
Presidente Young e abriu o pesado
A L I A H O N A • S E T E M B R O D E
26
portão de madeira do muro que na
época cercava a sede da Igreja. Viu-
se ca r a a cara com
segurança chamado John Smith, que
o in te r p e lo u : “O que
um fo rte
q u e r ? ”.
A p a v o ra d o , G e o rg e re sp o n d e u :
“Q u e ro f a la r co m o P re s id e n te
Young”, ao que o homem retrucou:
“O Presidente Young não tem tempo
para gente com o você”. Segundo o
próprio relato do Presidente Sm ith,
à q u e la a ltu r a o m e n in o e sta v a
prestes a desmaiar, mas justam ente
nesse m om ento abriu-se a porta do
escritório e o Presidente Young saiu e
perguntou: ‘“O que há, John?’
John respondeu: ‘Este menininho
aqui deseja ver o Presidente Young’, e
caiu na gargalhada. Achou que era
O P re sid e n te B r ig h a m Y o u n g
co locou G e o r g e A lb e rt s o b r e s e u s
jo e lh o s e, co m a m a io r g e n t ile z a
q u e se p o s s a im a g in a r, p e r g u n to u :
" O q u e d e s e ja d o P re sid e n te
Y o u n g ?"
1 9 9 3
uma boa piada. O Presidente Young,
p orém , com to d a a d ig n id ad e do
m u n do, d isse -lh e : ‘Jo h n , fa ç a -o
entrar’.
O guarda não teve outro remédio
senão deixar-m e entrar e conduzir-
me à v a ra n d a onde e s ta v a
Presidente Young . . .
O P resid en te Young tom ou -m e
p ela m ão , le v a n d o -m e p ara seu
escritó rio ; sen to u -se à sua m esa e
colocou-m e sobre seus joelhos, com
o braço nos meus om bros. C om a
m a io r g e n tile z a que se possa
imaginar, perguntou: ‘O que deseja
do Presidente Young?’
Imaginem só! Ele era o Presidente
de uma grande Igreja e governador
de um T e rritó rio , e com todos os
deveres que tinha a desempenhar, eu,
um m enino, era recebido com toda
dignidade e gentileza, como se fosse o
governador de um estado vizinho”.
G eorge A lb ert n u n ca esqueceu
aquela lição de co rtesia e sem pre
p ro cu rav a ser se n sív e l aos s e n t i­
m e n to s das p e sso as, in d e p e n ­
dentemente da condição de cada um.
Ele ainda conheceria muita gente
nos anos seguintes. Aos vinte anos,
trabalhava como vendedor da Zioris
C ooperative M ercantile Institution, e
v ia ja v a de ç a r r o ç ã o p or to d o o
Estado de U tah , co n h ecen d o todo
tipo de pessoa, nas m ais diversas
c ir c u n s tâ n c ia s . O c a s io n a lm e n te ,
e n t r e t in h a as p e sso as co m sua
A L I A H O N A
h a rm ô n ic a ou g u ita rra , ou fazia
demonstrações de sua destreza com
cla v a s in d íg en a s e h a lte r e s , que
utilizava para manter a forma tísica.
Seu senso de hum or abriu m uitas
portas e corações.
o O trabalho ajud ou-o a pagar os
estu d o s n a A c a d e m ia B rig h am
Young, em P ro v o , U ta h , e na
U n iv e rsid a d e D eseret (a tu a l
Universidade de U tah), na Cidade do
Lago S a lg a d o . E le cu m p riu duas
missões. A primeira, em benefício da
antiga Associação de Melhoramentos
Mútuos (A M M ) dos Rapazes e das
M oças, trabalhando com os jovens
nos povoados da região sul de Utah.
R ecebeu o segundo cham ado uma
semana depois de seu casamento com
Lucy Emily W oodruff, em m aio de
1892. A esposa uniu-se a ele nesse
ch a m a d o e am bos serv ira m
escritório da Missão dos Estados do
Sul dos Estados Unidos.
N aqueles tempos, a perseguição
contra os mórmons nos estados do
Sul dos Estados Unidos ainda era
in te n s a . C e r ta vez, E ld e r S m ith
estava com um grupo de m issioná­
rios numa cabana de troncos, sob o
assédio do populacho. Enquanto os
m issio n á rio s se a g a c h a v a m
assoalho, o quarto era varrido por
uma saraivada de balas, mas durante
todo o tempo, não houve qualquer
sinal de amargura da parte do Élder
Sm ith , apenas a d eterm in a çã o de
• S E T E M B R O D E
.) O
Zo
tr a b a lh a r co m m ais a fin c o para
“com p artilh ar o evangelho com os
outros filhos de Deus”.
D epois de sua m issão, o jo v em
casal se instalou na Cidade do Lago
Salgad o, onde tiveram três filhos:
Emily, Edith e George Albert Jr.
As atividades do Élder Sm ith em
prol do P a rtid o R e p u b lic a n o
v a le ra m -lh e um cargo fed eral no
recém -reconhecido Estado de Utah.
Suas outras atividades fora da Igreja
incluíam trabalhos para os Filhos da
R e v o lu ç ã o A m e r ic a n a , para os
Escoteiros da América, e congressos
agrícolas nacionais.
Em tod os os casos, co n q u isto u
preeminência nacional na organização.
Tornou-se vice-presidente dos Filhos
da Revolução Am ericana; recebeu o
“C a sto r de P ra ta ” e o “B ú fa lo de
no P rata”, as mais altas d istin ções do
escotismo nos Estados Unidos; serviu
na Ju n ta N a c io n a l E x e cu tiv a dos
Escoteiros da América e foi presidente
do C o n g resso In te r n a c io n a l de
Irrigação e Cultivo. Seu valor pessoal
foi re co n h e c id o em tudo que em ­
preendeu, em parte por causa de sua
intensa sensibilidade para com o bem-
estar alheio.
no Em 1903, a vida de George Albert
e a de sua família passaram por uma
grande m udança. Aos trinta e três
anos de id ad e foi o rd e n a d o
Apóstolo, servindo como membro do
Quorum dos Doze com seu pai.
1 9 9 3
 Apesar de ter ficado surpreso com
o novo cham ado, lembrou: “M inha
bênção patriarcal, recebida das mãos
de Zebedee Coltrin quando eu tinha
doze anos de idade, indicava que um
dia eu seria Apóstolo”.
C om o A p ó sto lo , form ulou uma
lis ta de m e ta s q u e r e fle t ia seu
passado e o credo pelo qual viveria
com o servo do Senhor. Seu “credo
de v id a ”, c o m o e le p ró p rio
d e n o m in a v a , in c lu ía sua d e t e r ­
m inação de “ser um amigo para os
n e c e s sita d o s e e n c o n tr a r aleg ria É ld e r S m ith g o s t a v a d e a t iv id a d e s
a liv ia n d o as n e c e s s id a d e s dos e a c a m p a m e n t o s p a r a e sc o te iro s e
pobres”. re c e b e u re c o n h e c im e n to n a c io n a l
Uma outra idéia de seu credo era: p o r s e u s s e rv iç o s a o Esco tism o .
“S a b e n d o qu e o R e d e n to r da
hum anidade ofereceu ao mundo o
único plano que nos desenvolverá na fez ao c u m p rir seu s e n c a rg o s
plenitude, tornando-nos realm ente a p o s tó lic o s , que in clu íra m serv ir
felizes aqui e no além, sinto que é com o presidente da Missão Européia
n ão a p e n a s um d ever, mas um de 1 9 1 9 a 1 9 2 1 . Ele co n tin u o u a
o ben d ito privilégio d issem inar esta servir na liderança geral da A M M R
verdade”. durante os anos de missão e, quando
E espalhar a verdade foi o que ele v o lto u da E u ro p a , to r n o u -s e

A L I A H O N A • S E T E M B R O D E 1 9 9 3
29
presidente geral dessa Associação.
C o m o A p ó s to lo , E ld e r S m ith
viajou muito, visitando vários países
da Europa e do P a cífico Su l. Por
onde p a ssa v a , cau sav a boa
impressão da Igreja. Em um discurso
na conferência geral de outubro de
1921, ele disse: “Anui meus irmãos e
minhas irmãs, e tenho afeição pelos
filh o s de m eu Pai q u e n ã o são
membros desta Igreja; enquanto ele
me der força física e poder m ental,
d e s e jo v iv e r de m odo a ser um
instrumento para o aperfeiçoamento
de todos aqueles com quem tenho
contato”.
Como Apóstolo novo, George A.
Smith viu uma Europa devastada pela
guerra. Como presidente do Quorum
dos Doze, veria aquele continente de
novo em gu erra, uma guerra que
terminou seis dias antes da morte do
P resid en te H eb er J. G ra n t. Élder
Smith foi apoiado Presidente da Igreja
em 21 de maio de 1945.
Pouco depois de vestir o m anto
do p r o fe ta , o P r e s id e n te S m ith
enviou o Élder Ezra T aft B en so n
à E u ropa, a fim de su p ervisio n ar
uma ajuda m aciça proporcionad a
pela Igreja.
Na conferência geral de outubro
de 1 9 4 7 , P re sid e n te S m ith falou
sobre sua visita a Washington D.C.
para encontrar-se com o Presidente
dos E sta d o s U n id o s, H arry S.
Truman.
A L I A H O N A
“Q uando o visitei, ele recebeu-me
muito amavelm ente . . . e eu disse:
‘Vim vê-lo para averiguar qual seria a
atitude do Senhor Presidente, se os
sa n to s dos ú ltim o s dias tiv essem
alim ento, vestuário, roupa de cam a
preparados para enviar de navio para
a Europa’.
Ele sorriu e, o lh an d o-m e, disse:
‘B em , o que os se n h o re s qu erem
em barcar para lá? O dinheiro deles
não tem nenhum valor’.
D isse eu : ‘N ã o q u e re m o s
dinheiro deles'.
Ele o lh o u -m e e p e rg u n to u : ‘O
senhor não quer dizer que lhes dará
de graça!’.
R e tr u q u e i: ‘C la r o qu e
daremos de graça. São nossos irmãos
e estão sofrendo. Deus abençoou-nos
co m a b u n d â n c ia , e s e n tim o -n o s
satisfeitos em mandar estas coisas, se
pudermos contar com a colaboração
do governo’.”
A ajuda foi rapid am ente provi­
d en ciad a sob form a de vagões de
trem e espaço para a remessa. Após
s o c o r r e r os m em b ro s da Ig re ja ,
toneladas de trigo foram enviadas a
n ã o -m e m b ro s da G r é c ia
p assavam fom e. E le c o n h e c e r a a
pobreza na própria ca rn e qu and o
jovem e fazia o possível para socorrer
os que sofriam seus efeitos; jam ais
poderia sofrer de apatia.
E le p r a tic a v a seu c re d o
“e n c o n tr a r a le g r ia , a liv ia n d o as
• S E T E M B R O D E
30
necessidades dos pobres”.
Também era parte do seu credo
“ v is ita r os en fe rm o s e a flito s,
e inspirar-lhes té para serem curados”.
Era comum nos hospitais da Cidade
do Lago Salgado e outros locais, ver o
P re s id e n te S m ith v isita n d o os
pacientes. Ele também conhecera o
sofrimento. Durante alguns anos, no
princípio de seu ministério apostólico,
esteve tão enferm o que não podia
servir ativam ente em seu cham ado.
o D ez an o s m ais ta rd e , c o m e n ta v a
numa conferência geral:
“E s tiv e n o v a le da so m b ra da
morte há poucos anos, tão próximo
do outro lado, que estou ce rto de
lh e s que n ão pod eria ter p erm an ecid o
aqui, não fosse pela bênção especial
de nosso Pai C eleste. . . . Q u an to
mais me aproximava do outro lado,
m aior era m inha certeza de que o
evangelho é verdadeiro.”
E le ja m a is e sq u e ce u as liçõ e s
daquela enfermidade e, sem dúvida,
elas contribuíram para a profundidade
de sua com paixão, a fim de que, à
se m e lh a n ç a do M e stre , pudesse
saber, “segundo a carne, como socorrer
que o seu povo, de a co rd o com suas
enfermidades” (Alma 7:12).
Apesar da doença, diagnosticada
finalm ente com o lúpus eritematoso,
enfermidade que causa fraqueza física
crô n ica , o P resid en te Sm ith viveu
de para ver o mundo de novo envolvido
em tensão política, quando o oriente
1 9 9 3
se opôs ao o cid en te e a guerra da
C oréia se in iciou . “O m undo está
doente”, advertiu ele na conferência
de outubro de 1949.
Na mesma con ferência, co m en ­
tou: “Podemos fazer leis até o dia do
juízo final, mas isso não tornará os
homens retos. Será necessário que
pessoas que estão na escuridão se
a rre p e n d a m de seu s p e c a d o s,
co rrijam sua vida e vivam em tal
retidão que possam gozar do espírito
do Pai Celestial".
A L I A H O N A
Mesmo num mundo tumultuado,
porém, o Presidente Sm ith, otimís-
tica e profeticam ente, viu a grande
obra missionária que estava para vir.
Na conferência geral de outubro de
1945, ele disse:
“Precisam os pregar o evangelho
aos países da A m érica do Sul, que
a in d a m al to c a m o s . P re c is a m o s
pregar o evangelho a todas as partes
da África onde ainda não estivemos.
Precisam os pregar o evangelho na
A sia . Eu p o d e ria c o n tin u a r ,
• S E T E M B R O D E
O P re sid e n te S m ith fe z u m a v isita
a o P re sid e n te d o s E s t a d o s U n id o s
H a r r y S. T ru m a n , p e d in d o a u x ílio
p a r a e n v ia r p r o v is õ e s a " n o s s o s
ir m ã o s e n o s s a s ir m ã s " d a E u ro p a
d o p ó s-g u e rra .
m e n c io n a n d o tod as as p artes do
mundo onde não tivemos permissão
para e n tra r. C o n s id e ro a R ú ssia
como um dos campos mais frutíferos
para a pregação do ev an g elh o de
1 9 9 3
Jesus C risto.” M A RC O S IMPORTANTES NA VIDA DE
Na conferência, no ano seguinte, G EO RG E ALBERT SMITH (1 870-1951)
ele disse:
“As transmissões de ondas curtas ANO IDADE EVENTO
co n tin u a rã o a m elhorar, e não se 1870 — Nasce a 4 de abril na Cidade do Lago Salgado, Utah.
passará muito tempo até que, deste 1883 13 C om eça a trabalhar na fábrica de macacões da ZCMI.
púlpito e de outros locais, os servos 1891 21 Cumpre missão no sul de U tah pela AM M R.
do S en h o r possam tran sm itir suas 1892 22 Casa-se com Lucy Emily Woodruff.
m ensagens a grupos isolados, que 1 8 9 2 -9 4 2 2 -2 4 Cumpre missão nos estados do sul.
por e sta re m tã o d is ta n te s , n ão 1898 28 É d esignad o R ece b ed o r do C a d a stro P ú b lico dos
podem ser alcançad os. Dessa e de Estados Unidos e Agente Especial da Pagadoria para o
outras formas, o evangelho de Jesus Estado de Utah, pelo Presidente dos Estados Unidos,
Cristo, nosso Senhor, o único poder W illiam McKinley.
de D eu s p ara a s a lv a ç ã o em 1903 33 Torna-se membro do Quorum dos Doze.
preparação para o reino ce le stial, 1904 34 Escreve seu credo.
será ouvido em to d o o m undo, e 1 9 0 9 -1 2 3 9 -4 2 A doença o impede de ser ativo no Quorum.
muitos que estão aqui hoje viverão 1919-21 4 9 -5 1 Serve com o presidente da Missão Européia.
para ver isso acontecer.” 1922 52 E eleito vice-presidente da Sociedade N acional dos
O hom em que disse qu e “n ão Filhos da Revolução Am ericana.
p ro c u ra ria fo r ç a r as p e sso as a 1931 61 F eleito m em bro da Ju n ta E xecu tiv a N acional dos
viverem segundo meus ideais, mas Escoteiros da América.
antes induzi-las pelo amor a fazerem 1939 69 C om eça a guerra na Europa.
o que é certo ”, morreu em ahril de 1941 71 Os japoneses atacam Pearl Harbor, no Havaí.
1951, aos 81 anos. Sob sua mordo­ 1943 73 Torna-se presidente do Quorum dos Doze Apóstolos.
mia, o programa de con strução da 1945 74 8 de maio: Termina a guerra na Europa.
Igreja expandiu-se para atender ao 14 de maio: Torna-se Presidente da Igreja.
crescim e n to do núm ero de m em ­ 14 de agosto: Termina a guerra no Extrem o O riente.
b ros, que passou a m arca de um 1947 77 É comemorado o centenário dos pioneiros de Utah.
milhão; a força missionária cresceu 1951 82 4 de abril: Morre na Cidade do Lago Salgado, Utah.
para mais de três mil; e o Templo de
Idaho Falls foi dedicado. FONTES
N o funeral do Presidente George 1. “George Albert Smith", Clussic Stories from the Livcs o f Our Prophets, compilado por
A lb e r t S m ith , o P r e s id e n te J. Leon R. Hartshorn, Cidade do Lago Salgado: Deseret Book Company, 1988.
R eu ben C la r k , que fo ra seu 2. Merlo J. Pusey, “George Albert Smith”, em Os Presidentes da Igreja, editado por
c o n s e lh e iro , d isse: “F oi a d e q u a ­ Leonard ). Arrington, Cidade do Lago Salgado, Deseret Book Company, 1986.
d am en te su gerido que seu nom e 3. “George Albert Smith”, Encyclopedia o f Mormonism, Nova York: Macmillan
verdadeiro era A m or”. □ Publishing Company, 1992.

A L I A H O N A • S E T E M B R O D E 1 9 9 3
:i2
 MENSAGEM M ÓRM ON

A ADVERSIDADE
PODE TORNÁ-LO FORTE

A L I A H O N A • S E T E M B R O DE 1 9 9 3
33
 ARTE
INFANTIL
EM TODO
O MUNDO

or m eio de p in tu ras, d ese­

P n h o s e c o la g e n s , m ais de
2.600 jovens artistas SU D de
to d o o m u ndo ex p ressa ra m suas
id é ia s a r e s p e ito da fa m ília , na
primeira exposição internacional de
arte infantil organizada pelo Museu
de H is tó ria e A rte da Ig re ja , no
c o m e ço d este an o, na C idade do
Lago Salgado.
“O s tr a b a lh o s c ria d o s por
c r ia n ç a s de c in c o a o n ze an o s,
exaltam a im portância da família”,
disse a educadora do museu, Jenny
L u n d , que a ju d o u a o rg a n iz a r a
exposição. “Por interm édio da arte,
elas expressam fé em Deus, amor à
família, percepção e criatividade.”
D as 2 .6 0 0 p e ça s e x p o sta s ,
trezen tas foram selecionad as para
serem e x ib id a s d u r a n te q u a tro
m e se s. Uma a m o stra d esses
tr a b a lh o s a p a re c e n as p ág in as
seguintes e na terceira capa.

M I N H A F A M ÍL IA
M id o r i K o b a y a s h i, 5 a n o s ,
G u m a -k e n , Ja p ã o

A L I A H O N A • S E T E M B R O D E 1 9 9 3
35
V E R Ã O N A V IL A Y u ra D iy a k o v , 8 a n o s , S ã o P e t e r s b u r g o , R ú s s ia

AUM ENTANDO 05 O R A Ç Ã O F A M IL IA R O TEM PLO B R I N C A N D O A O A R L IV R E

PÁSSARO S A n a P a u la M á r q u e z , 11 D a v id F a la b e lla S á n c h e z , Y a k o b u H ir a b a y a s h i,
M a s h a M a k a ro v a , 8 a n os, a n o s , C h u b u t, A r g e n t in a 8 a n o s , C o sta Rica 5 a n os,
S ã o P e t e rs b u r g o , R ú s s ia G u n m a -k e n , Ja p ã o
 ID A A O M E R C A D O
(a c im a ) Iv a n R a m ír e z
G o d ín e z , 8 a n o s , C id a d e
d a G u a t e m a la ,
G u a t e m a la
FESTA D E A N IV E R S Á R IO
(a b a ix o , n o ce n tro)
N a k a b e M a y a , 6 a n os,
T ó q u io , J a p ã o
A L I A H O N A • S E T E M B R O D E 1 9 9 3
') 7
N O CAM PO
(a b a ix o , à e s q u e r d a )
M a r ie la M o n t e r r o s o G.,
9 a n o s . C o sta Rica
V IS IT A A O T E M P L O
(a b a ix o , à d ire ita )
M a n u e la C a p u a n o ,
11 a n o s . S u íç a
 8P
£ 6 6 1 3 a O y a W 3 1 3 S • V N O H V I 1 V
P IQ U E N IQ U E E M F A M ÍL IA
(e sq u e rd a ) Rebeca
D e lg a d o C a m p a s ,
11 a n o s . C o sta Rica

F É R IA S D A F A M ÍL IA
(d e ta lh e , a c im a ) K a r la
B a r r e r a , 11 a n o s ,
C o sta Rica

A U T O -R E T R A T O
(a b a ix o ) S e ita Ish io ,
1 0 a n o s , T ó q u io , J a p ã o

M EU QUARTO A RRU M AD O A J U D A N D O EM C A SA
(alto) S a r a h - M a r ie (a c im a ) A sti D e w i Sri,
W e ttste in , 7 a n o s . 11 a n o s , W e st So lo ,
G e n e b r a , S u íç a I n d o n é s ia

H IS T O R IA F A M IL IA R
(n o m e d e sc o n h e c id o ),
9 a n o s . St. Trono, F ra n ça □
O a u to r p re fe re n ã o se id e n tific a r
ROVIDENCIAL
ra uma típica noite de inverno
E em Ohio, fria o bastante para
fazia uma tentativa quase vã de guiar
meu carro e verificar os nomes das
À estar nevando, mas quente o qu e d ir e ç ã o to m a r n a D ib e r t.
b astan te para estar ch o v e n d o .Enquanto
Eu
ruas ao mesmo tempo. Jim Bowen e
Mark Auckerman, amigos não-SU D ,
de 18 anos de idade, liam as placas
enquanto seguíamos pela rua coberta
de gelo.
“Tudo o que sei”, disse Jim, “é que
Chris mora na Avenida Dibert, que é
uma destas travessas.”
“Tem certeza de que é assim tão
longe?”, perguntou Mark.
E stá v a m o s n o e x tr e m o sul de
Springfield, um bairro que nenhum
de nós c o n h e c ia bem . Eu e sta v a
e n c a rre g a d o da d ifíc il ta r e fa de
d irig ir e d e c id i q u e d e v e ría m o s
c o n tin u a r a té qu e a c h á ss e m o s a
Avenida D ibert ou chegássemos ao
fim da rua.
A v a n çá v a m o s v a g a ro sa m e n te ,
te n ta n d o id e n tifica r as placas das
ruas que cruzávam os. E x atam en te
q u a n d o e s tá v a m o s a p o n to de
desistir e retornar, avistamos a placa.
“Dibert”, dissemos ao mesmo tempo,
alegremente.
Por causa do gelo e das péssimas
condições dos pneus, entrei em um
e s ta c io n a m e n to c e r c a de v in te
m e tro s d ep o is da Av. D ib e r t.
F azend o o re to rn o no e s t a c io n a ­
m e n to , eu p arei o c a rro p e rp e n ­
A L I A H O N A
dicularmente à rua que estivéramos
procurando. Agora o problema era
eu e M ark discutíamos se
era melhor ir para a direita ou para a
esquerda, Jim chamou-nos a atenção
para a casa bem à nossa frente.
T in h a d o is a n d a re s e e ra de
madeira, com o a maioria das casas
naquela parte da cidade. Na frente
havia uma pequena loja e no fundo
parecia haver dois apartamentos. A
loja tinha a frente voltada para a rua
da q u a l s a íra m o s , de m o d o que
agora estáv am os de fren te para o
lado da casa.
A trav és de uma ja n e la la tera l,
podíamos ver algum tipo de cham a
fa z en d o so m b ra s n as p a re d es
interiores. A cortina nos impedia de
ver se as ch am as vinham de uma
lareira ou de um fogão, mas logo nos
demos conta de que pareciam fortes
demais para um fogão e altas demais
para uma lareira.
D eixando o m otor ligado, pus o
carro em ponto m orto e pulei para
fora, seguido de perto por Mark. Ao
chegarm os à ja n e la , vimos que as
chamas eram bem mais altas do que
p e n sá v a m o s . P u la m o s a c e r c a e
correm os para a porta dos fundos.
Batemos o mais forte que pudemos,
mas ninguém respondeu. A p orta
estava trancada. Corri para a frente
do edifício, enquanto gritava a Jim
que pedisse auxílio.
• S E T E M B R O DE 1 9 9 3
41
Arrombei a porta da loja e pulei o
balcão. Havia um pequeno cômodo
entre a loja, na frente, e o aparta­
mento, atrás.
Na sala de estar do apartamento,
h av ia um a m ulher, g rita n d o h is­
te ric a m e n te e te n ta n d o apagar o
fogo com um pequeno tapete. O que
p arecia ser um grande e estofad o
so fá e s ta v a c o m p le ta m e n te em
cham as. O papel de parede estava
q u eim a n d o , e as ch a m a s subiam
p e la s p a re d e s , b a te n d o e esp a-
lh an d o-se pelo teto bem acim a da
cabeça da mulher.
M in h a p rim eira re a ç ã o foi de
abaixar-me, dar meia volta e sair da
sala. O calor era intenso, e a fumaça
rapidamente enchia o ambiente.
G ritei-lh e que saísse, mas final­
mente tive que agarrar-lhe o braço e
a rra stá -la para fora. P ergu n tei se
havia mais alguém na casa. A ntes
que ela pudesse responder, ouvimos
gritos no andar de cima.
“M eu s f ilh o s ”, d isse e la ,
soluçando.
“Q uantos?”, perguntei.
Ela disse que havia duas crianças
e apontou para uma porta bem ao
lado do sofá em chamas. Apesar de
p o u co s seg u n d o s se h a v erem
passado, as cham as já tom avam a
parede inteira e espalhavam-se por
todo o teto.
O lh a n d o para a porta, percebi
que, mesmo que conseguisse passar,
era p o u co p ro v á v e l qu e p u d esse
voltar pelo mesmo caminho.
M eus pensam entos v o ltaram -se
para o Pai C elestial. Parecia haver
apenas uma coisa a fazer. Pondo toda
m inha co n fian ça em D eus, saí em
disparada rumo às escadas, sentindo
o rosto queim ar en q u an to subia o
mais rapidamente possível.
No tòpo, em pé, estavam as duas
crianças, uma menina de cinco anos
e um menininho de dois. Choravam,
chamando a mãe. Com uma criança
presa em baixo de cada braço, virei-
me p ara d esc e r. A m ãe tin h a se
desvencilhado de M ark e já estava
chegando onde eu me encontrava.
O u v i um g ran d e e s tro n d o . A s
chamas agora já chegavam à metade
do vão da escada.
N um a fra çã o de seg u n d o , o rei
m ais profunda e in te n sa m e n te do
que jam ais orara em toda a m inha
vida. Percebia, agora, que não só a
minha vida, mas a de uma mulher e
duas crianças dependiam de minhas
ações. Lembro-me de haver pensado,
ou de haver falado em voz alta: “Não
se faça a minha vontade, mas a tua”.
D e rep en te, lem brei-m e de que
M ark e sta v a a in d a lá e m b a ix o e
com ecei a cham á-lo, gritando com
to d a fo r ç a . M ais ta r d e , e le me
contou que o estrondo que eu ouvira
fora o teto desmoronando e que um
enorm e pedaço de com pensado em
cham as caíra no chão, assim que a
A L I A H O N A
m ãe d esap arecera pela porta. Ele
ficara no andar de baixo para tentar
r e te r o fo g o , fe c h a n d o to d a s as
portas da casa, e não me ouviu gritar
que iríamos sair por uma janela.
Sabend o que a fum aça não nos
d e ix a r ia m u ito te m p o , c o r r i ao
segundo andar para procurar uma
janela.
Lá em cim a, en trei diretam ente
num cômodo totalm ente escuro que
aparentemente não tinha janelas. Eu
podia sentir as solas de meus sapatos
fic a n d o q u e n te s e p e rc e b i que a
fum aça estava mais insuportável a
cada segundo. A m ulher guiou-me
pelo hall até uma pequena ja n e la
que dava para o telhado.
Ela saiu prim eiro e eu a segui,
a in d a c a r re g a n d o um a c r ia n ç a
d e b a ix o de ca d a b ra ç o . Q u a n d o
chegamos à borda do telhado, pude
ver que a fumaça saía por todas as
janelas da casa. Vi M ark bem abaixo
de n ó s e g r ite i q u e ia jo g a r as
crianças para ele.
G ira n d o para g a n h a r im pulso,
joguei o m enininho a aproxim ada­
m e n te um m e tro da c a s a , para
M ark, que o pegou com precisão.
A fumaça estava tão espessa que
eu não conseguia ver o ch ão , mas
ouvi uma voz que não reconheci e
joguei a menininha do telhado. Fui
in fo rm ad o m ais tard e de que um
homem vira o fogo, parara o carro e
correra até Mark, a tempo de ajudá-
• S E T E M B R O D E 1 9 9 3
42
lo a pegar a menina.
A mulher ainda soluçava e gritava
histericam ente. Mark havia colocado
o m enino no ch ão e am o rtecera a
queda da mulher. Eu saltei e caí sem
me ferir.
No chão, em segurança, corri para
o a p a rta m e n to do o u tro lad o do
edifício. Lá, Jim e eu batem os com
fo r ç a n a p o rta , m as n ã o h o u v e
resposta. Depois de alguns segundos,
quebramos o vidro e abrimos a porta.
V a s c u lh a m o s to d a a casa e
d e s c o b rim o s que não m o rav a
ninguém naquele lado.
M eu s p e n s a m e n to s , e n q u a n to
voltava para o outro lado do edifício,
era m os fru to s de anos de
trein a m en to de E sco tism o — tra ta ­
m e n to para in a la ç ã o de fu m a ça ,
choque e exposição às intempéries.
A mulher e as crianças foram levadas
ao meu carro, que estava quente e
ainda ligado. O m enino perguntou
onde se encontrava seu cachorrinho
e, mesmo sem ter visto nenhum cão,
tentei assegurar-lhe que estava bem.
N isso, os carros de bom beiros e a
ambulância já estavam estacionados
em frente ao edifício e então pedi a
Mark e Jim que me encontrassem no
hospital.
T o d o s fo ra m tr a ta d o s e logo
liberados.
Q u a n d o v o lta m o s ao lo c a l do
incêndio, contam os nove carros de
bom beiros. O fogo fora debelado e
D e p o is d o in c ê n d io , tu d o q u e
re sto u d a c a s a foi a e stru tu ra
c a r b o n iz a d a , m a s o c ã o z in h o d o
m e n in o h a v ia , d e a lg u m m o d o ,
s o b re v iv id o .

tudo o que sobrou da construção foi

a e s tru tu ra ca rb o n iz a d a . Um frio
p e rco rre u -m e a esp in h a ao o lh ar
p a ra a c a s a , co m fu m a ç a ain d a
s a in d o p e la s ja n e la s . E n q u a n to
o b se rv á v a m o s s o le n e m e n te a
d estru ição que ali a co n tecera , um
b o m b e iro su rgiu .c o m alg o que
parecia ser um pequeno animal de
pelúcia, nas mãos. Era o cãozinho do
m enino. Ele tinha se escondido em
um a rm á rio no an d ar té rr e o , em
alg u m tip o de b o ls a de ar, e
s o b re v iv e r a às duas h o ra s de
incêndio sem um arranhão.
Uma sensação de alívio e gratidão
in vad iu -m e. D ei-m e co n ta de que
n ã o fo ra o a ca s o qu e nos le v a ra
àquela casa, mas uma força celestial
nos havia inspirado a fazer a curva
errada. Percebi que, sem a ajuda do
S e n h o r, v á ria s p essoas p ro v a v e l­
mente teriam perdido a vida. Antes
d esta e x p e riê n cia eu pensava que
minha fé era fraca, mas soube, então,
que se não tivesse sido pela fé, eu
te r ia e n tr a d o em p â n ic o a n te o
pensam ento de que poderia morrer.
Por ca u s a dos e n s in a m e n to s do
evangelho e da compreensão que ele
nos dá da m o r te , pude p e n sa r
claram en te e fazer o que precisava
ser feito. Percebera que minha vida
estav a nas m ãos do Pai C ele stia l.
E stou agrad ecid o por term os sido
poupados e por m inha fé ter sido
fortalecida im ensamente. □

A L I A H O N A • S E T E M B R O DE 1 9 9 3
43
 Elder H o racio A. Tenorio Elder Lynn A. M ick e lse n Elder Jo h n B. D ickso n

Fortalecimento da Igreja na
Área Sul da América do Sul
A Igreja exerce um a g r a n d e influência n a v id a de m ilh a re s de sa n to s d o s d e le , e fa la r a m -lh e so b re o
últim os d ia s na A m é rica do Sul. P a ra sa b e rm o s m a is so b re o crescim ento evangelho. Depois, disseram: “O que
contínuo no Chile, A rg e n tin a , U ru g u a i e P a ra g u a i, os re d a to re s d a revista temos para lhe dizer é tão sagrado
c o n ve rsa ra m com o Élder Lynn A. M ickelse n, d o s Setenta, pre sid e n te da que precisamos parar”. Eles pararam,
Á re a A m é rica do Sul Sul, e com os Elderes H o ra cio A. Tenorio e John falaram a respeito de Joseph Sm ith,
Dickson, d o s Setenta, co n se lh e iro s n a p re sid ê n cia de área. p re s ta ra m te s te m u n h o da res­
ta u r a ç ã o , e h o je o rapaz e s tá se
preparando para sair em missão.
P e r g u n t a : O qu e c o n s id e r a R: Temos hoje mais de 6 1 0 .0 0 0 , C om o esse jovem , as pessoas de
desafios especiais para os membros m as esse n ú m ero c r e s c e ra p id a ­ nossa área estão prontas para ouvir o
da Igreja em sua área? m e n te . N os q u a tro p aíses, tem o s evangelho, estão dispostas a escutar
R e s p o s t a : O s d esafio s são os agora dezoito missões e mais de cem testemunhos e a agir de acordo com
mesmos enfrentados pelos membros estacas. N o C h ile e no Uruguai, a o que sen tem . O s m em bros estão
em todo o mundo— viver o evangelho proporção de santos dos últimos dias, ansiosos por compartilhar o que têm.
e vir a Cristo, mas vemos qualidades c o m p a ra d a à p o p u la ç ã o de n ã o - A Ig r e ja é m u ito re s p e ita d a ,
especiais nos membros de nossa área m e m b ro s, é m a io r do qu e nos portanto, não é difícil falar com as
que os aju d am a so b re p u ja r as Estados Unidos. pessoas sobre ela.
dificuldades. P : O q u e p ro p o rc io n a ta n to E importante que os membros em
P: De qu e fo rm a e le s são sucesso à obra missionária? outras partes do mundo entendam
especialmente fortes? R: Há diversos fatores. Um deles co m o a Ig reja é re a lm e n te nesses
R : Eles têm m u ita fé e acatam é a d e d ica çã o dos m issio n á rio s e p a íse s . E sta s n ã o são áre a s de
to d a s as p a la v ra s do p ro fe ta , líderes, que estão sempre dispostos a te rc e ir o m u ndo. E stam o s aptos a
reverenciando-o e expressando amor falar do ev an g elh o onde quer que u tiliz a r to d a s as fe r ra m e n ta s e
por ele continuam ente. Estudam as e s te ja m . Por e x e m p lo : d ois dos m étodos usados em outros países.
escrituras e as revistas da Igreja. O nossos jovens missionários fizeram a T em os tid o , por ex e m p lo , algum
nível de conhecim ento que possuem, meta de dar sete palestras num dia e, sucesso por intermédio de programas
bem como o desejo de aprender, são quando iam para casa de b icicle ta de assuntos públicos para a mídia. A
im p ressio n an tes. Vem os repetidas naquela noite, tinham dado somente Ig r e ja a tr a i p e sso a s de to d o s os
vezes nos membros essa fé simples, seis. E n tão , um rapaz apareceu at) níveis. D en tre os membros en co n ­
mas grande e inabalável. lad o d e le s, de b i c ic le t a . Os tramos muitos com nível cultural e
P: Q uantos membros há na Área m issio n á rio s o lh a ra m um para o profissional elevado.
A m érica do Sul Sul? outro, colocaram -se um de cada lado P: Q ue e f e ito tem essa

A L I A H O N A • S E T E M B R O DE 1 9 9 3
44
d iv e rsid a d e de m em b ro s no
crescimento da Igreja?
R: Há uma maior divulgação da
Ig reja e o resultad o das ações dos
m em b ro s se r e fle t e em to d as as
camadas da sociedade.
Em M ontevidéu, no Uruguai, há
alguns meses o presidente da nação
falou a um grupo de 4 8 0 santos dos
ú ltim o s d ias do s e m in á r io
instituto. Luis A lberto Ferrizo, um
dos r e p r e s e n ta n t e s re g io n a is e
ta m b é m m e m b ro do C o n g r e s s o
N acio n al, disse ao p resid en te: “O
s e n h o r f r e q ü e n t e m e n te fa la do
futuro do Uruguai. Q uero que veja
o futuro do Uruguai”. E com isso, o
irm ão F errizo p ro m o v eu um e n ­
co n tro do presid ente com aqueles
jovens maravilhosos.
A lg u n s m em b ro s da Ig r e ja
to rn a r a m -s e c o n h e c id o s por seu
e x e m p lo de in te g r id a d e . U m de
n osso s r e p r e s e n ta n te s re g io n a is,
Jaim e G onzales, de V alparaíso, no
C h ile , o b te v e m u ito su c e s so no
n e g ó c io de la v a n d e ria s por sua
re p u ta ç ã o de h o n e s tid a d e . C o n ­
seguiu co n trato s com o e x é rcito e
com companhias privadas pela forma
como dirige sua firma.
O s san to s dos ú ltim os dias são
m u ita s vezes p ro c u ra d o s para
trabalhar, devido aos padrões pelos
quais vivem . Um jo vem m éd ico é
muito procurado pelos pacientes da
clínica onde trabalha e é conhecido
A L I A H O N A
como “o médico que não fuma”.
Temos muitos membros e líderes
que são bem conhecidos pelo serviço
que prestam as suas com unidades,
aos seus países e a sua família. Um
dos conselheiros na presidência da
missão paraguaia, por exemplo, é um
r e sp e ita d o líd e r m ilita r no país.
(V id e “P io n e ir o s n o P a ra g u a i”,
e página 10 deste número.) Em outra
área, um presidente de estaca e sua
esposa são m édicos. Eles têm seis
filh o s e são ó tim o s pais; mas ela
c h a m a a a te n ç ã o m ais e s p e c ia l­
m e n te por e s t a b e le c e r co m o
prioridade, no momento, a formação
de sua família, e não sua profissão.
A Igreja é freqü en tem en te alvo
de a te n çã o , pelo serv iço prestado
p e lo s m e m b ro s. D u r a n te um a
co n ferên cia de joven s, em Buenos
Aires, os jovens participaram de ■um
p r o je to de s e r v iç o . O s u p e r in ­
te n d e n te do p a rq u e onde
re u n ira m fic o u a g ra d a v e lm e n te
surpreso, pois dera aos jovens uma
grande tarefa para ser executada e
eles a term in aram em apenas um
dia. Em C ó rd o b a , n a A rg e n tin a ,
várias estacas SU D estiveram entre
os primeiros grupos a oferecer ajuda
depois de uma forte ench en te. Eles
fizeram tudo por conta própria, sem
nenhuma orientação nossa.
P: O evangelho pode mudar as
pessoas de várias formas. Q ual é a
maior mudança que se pode notar
• S E T E M B R O D E
45
na vida delas?
R: A mudança mais significativa
é que o ev an g elh o lhes dá, com o
indivíduos, uma nova perspectiva
espiritual em tudo que fazem, além
de solidificar a família. Os membros
obedecem ao conselho dos líderes da
Ig r e ja de fa z ere m tu d o o que
puderem para fortalecer a família. O
templo é um local sagrado para eles,
e querem que suas famílias sejam ali
seladas para a eternidade.
P: O crescim ento da Igreja gera
desafios especiais para os líderes?
R: Um dos grandes desafios que
tem os é o de fa c ilita r o e n v o lv i­
m e n to dos m em b ro s na Ig re ja ,
dando-lhes oportunidades de servir.
Estam os en fren tan d o esse desafio,
ressaltando que todos os membros
têm o direito de ter uma designação,
um c a rg o na Ig r e ja . D o u trin a e
C on v ên io s 8 4 :1 0 9 - 1 0 d eixa claro
se que todos têm necessidade de servir
na Ig reja, e ela precisa de todo o
trabalho dos membros, a fim de que
a organização seja perfeita.
Nós não som ente incentivam os
os líd e re s a d arem ca rg o s aos
m e m b ro s, m as e sta m o s tam b ém
organizando pequenos ramos onde
necessário, levando a Igreja ao povo
a fim de qu e re ce b a m to d a s as
bênçãos da participação. O serviço
dos membros é a vida da Igreja, e é o
c a m in h o p ara a vida qu e Je su s
prometeu. □
1 9 9 3
PARA SUA
INFORMAÇÃO

FERRAMENTAS Quando—

D O LIVRO Estiver triste por seus pecados e

DE M Ó R M O N erros, 2 Néfi 4 :1 7 -3 5 .
Q u iser saber por que e n c o n tra
tanta oposição na vida, 2 Néfi 2.
Sua fé fo r te s ta d a , A lm a
3 2 :2 1 -4 3 ; Mosiah 2 4 :1 3 -1 4 , 21.
Sen tir-se abandonado por Deus,
Alma 3 6 :2 7 ; Mosiah 4:9, 7:33.
Sentir-se incapaz, Alma 3 7 :6 -7 .
Não sentir o desejo de orar, 2 Néfi
3 2 :8 -9 .
Estiver deprimido, Alma 26:27.
S en tir-se esmagado
por suas fraquezas,
Éter 1 2 :2 7 -2 9 .
P recisar “recarreg ar a b a te ria ”,
Mosiah 4:27.

O L ivro d e M ó r m o n n o s
ofe re ce a s fe r r a m e n t a s
ce rta s p a r a
co n se rta rm o s q u a se
tu d o. A q u i e stá u m b o m
g u ia q u e n o s a ju d a a
s a b e r o n d e p ro c u ra r.
Q u a n d o c o n v id a ra m D o u g la s
Holt, de Tucson, Arizona, para falar
a uma classe de M oças a respeito da
a p lic a ç ã o das e s c ritu ra s em suas
v id a s, e le p e rg u n to u à filh a de
d ez o ito an o s, M a ria n n e , o qu e a
a ju d a v a . D u ra n te um a N o ite
F a m ilia r, a fa m ília fo rm u lo u
seguinte lista do Livro de Mórmon:
Se—
N e c e s s ita r o r ie n ta ç ã o , 2 N é fi
32:3.
S e n tir -s e te n ta d o a fazer algo
errado, 2 Néfi 2 8 :2 1 -2 3 .
P erd e r a p a c iê n c ia
e n q u a n to ag u ard a uma
2 Néfi 28:30.
Estiver cansado de ser um
exemplo, Alma 17:11-
Tiver vontade de pecar agora e
a r r e p e n d e r -s e d ep o is, A lm a
3 4 :3 2 -3 4 .
E stiv er “seg u in d o a m u ltid ã o ”,
2 Néfi 2 8 :7 -1 1 .
Precisar de perdão, Enos 1
Cobiçar, Mosiah 3:19.
N ão souber pelo que orar, Alma
3 4 :1 7 -2 8 ; 3 7 :3 6 -3 7 ; 38:14.
Q u a n d o q u is e r s a b e r o q u e f a z e r —
A p ó s ser b a tiz a d o e re c e b e r o
a Espírito Santo, 2 Néfi 3 1 :1 8 -2 0 .
A o te r só tre v a s à sua v o lta ,

A L I A H O N A • S E T E M B R O DE 1 9 9 3
46
Mosiah 16:9.
Em m e io à d is c ó r d ia , 3 N é fi
1 1 :2 9 -3 0 ; Mosiah 18:21.
Ao temer a morte, Alma 40.
Para vir a C ris to , O m n i 1 :2 6 ;
Morôni 10:32—33.

P a r a e n c o n t ra r—
O “S a lm o ” de N é fi, 2 N é fi
4 :1 7 -3 5 .
A conversão de Alma, Alma 36.
Por que C risto teve que morrer,
Alma 3 4 :8 -1 6 .
O r e la to de C r is to co m as
criancinhas, 3 Néfi 17:21-24-
O sonho de Léhi, 1 Néfi 8.
O d isc u rso do R e i B e n ja m im ,
Mosiah 3 -5 .
A promessa de M orôni, M orôni
1 0:3-5
As orações sacramentais, Morôni
4 ,5 .
A s B e m -a v e n tu r a n ç a s , 3 N é fi
12: 1- 12.

P ara a p re n d e r—
A n a s c e r de n o v o , M o sia h 5;
2 7 :2 4 -2 5 .
A ter fé, Alma 32.
A d is tin g u ir o bem do m al,
Morôni 7 :5 -2 8 .
Com os erros dos outros, Mórmon
9:31.
A s o b re v iv e r aos a ta q u e s do
adversário, Helamã 5:12.
A lid a r co m a p ó s ta ta s , A lm a
24:30.
P a r a d e s c o b r ir p o r q u e d e v e m o s —
Ouvir o Espírito, Ja c ó .4 :13.
R eg ozijar-n o s em C risto , A lm a
2 6 :1 1 -1 6 .
Suportar aflições, Jacó 6. □
DESENVO LVENDO
TALENTOS
Interesting Tales o f the O bvious
(Contos Interessantes sobre o Obvio),
Tem Ghost (Fantasma Adolescente) e
Life o f a Tivelve-year-oLl (Vida de uma
M e n in a de D oze A n o s)
chegaram exatamente a fazer sucesso
na lista de “b est-sellers” (N ota do
Tradutor: “livros mais vendidos”). Na
verdade, a autora tem apenas uma
publicação iminente— no jornalzinho
da escola. Isso, porém, não impede
que a aspirante a escritora, Carolyn
Jess, 14 anos de idade, mande sefis,
•
manuscritos a muitas editoras. “O que
faço tem ajudado a desenvolver meus
talentos e a encorajar outras pessoas a
n ão escreverem”, diz Carolyn, uma jovem
da A la de Holywood Road, Estaca
Belfast Irlanda do Norte. Ela também
escreve poesias e cria ilustrações para
seus trabalhos.
Sua história favorita se passa em
Belfast e Nova York e inclui alguns
personagens SUD. □

A L I A H O N A • S E T E M B R O D E 1 9 9 3
47
 DESEM PENHO
EXCEPCIONAL
A s a p r e s e n ta ç õ e s qu e fez na
A TURMA TO DA ESTÁ AQ UI conferência de estaca e formatura do
Na maioria dos lugares, é incomum ter-se 100% de freqüência s e m in á r io v a le ra m a p e n a p ara
todos os dias no seminário diário, mas não no Ramo de Alcala de C a ro ly n R ic k fo r d , A la S o lih u ll,
Henares, Missão Espanha Madri. Todos os doze alunos geralmente Estaca Birm ingham Inglaterra. Isso
comparecem, cinco dias por semana, às aulas de seu presidente da d e u -lh e a u to c o n f ia n ç a p ara
estaca/professor do seminário. Esta é uma foto de toda a classe, com conquistar uma vaga no C en tro de
a v ice -p re sid e n te do sem in ário, Isabel Q u iles, e, na fre n te , o Artes Dram áticas de Coventry, uma
presidente Roberto Heita. □ escola de m uito prestígio. Carolyn
toca flauta e piano. Parabéns. □

DIVERSÃO N A FINLÂNDIA
O que há de divertido para se fazer na Finlândia? Laura
Alakoski, de 12 anos, cozinha, esquia, lê, costura ou toca
piano.
Em casa, Laura faz bolos, biscoitos e elaborados pães-
de-m el em forma de casas. Também faz tricô, crochê e
roupas com modelos criados por ela. P ratica esqui de
velocidade e “cross country”, ciclismo e patinação no gelo.
T ratan d o -se de m úsica, adora to ca r piano e foi
chamada para ser a pianista da Primária aos 11 anos. 1
Agora to ca nas reuniões sacram entais. N ão há
m uitos jovens S U D onde m ora, mas Laura é
ótima para fazer amizades em qualquer lugar. □
 "N o N ossa Horto" de Lyuda S y o u ta n in a , 7 an os, de São P ete rsburg o, Rússia.
Este é um dos trezentos trabalhos em exibição na prim eira exposição de arte infantil patrocinada pelo Museu de História e Arte da Igreja, na C idade d o Lago S algado. (Vide página 34.)
 A Igreja no Paraguai foi

edificada sobre um alicerce

firme por pioneiros— alguns

dos quais são mem bros há

décadas, outros há apenas

alguns dias.

Vide “ Pioneiros no

Paraguai” , p. 10.

PARAGUAI
 Três Gerações
NOTÍCIAS LOCAIS
em Missão
S imultaneamente
arece incrível, mas não é, que avós,
P pais e netos estejam em missão ao
mesmo tempo. É exatamente o que está
acontecendo com a família Puerta. O
Presidente José B. Puerta, casado com Diva S.
Puerta, está presidindo a recém-organizada
Missão Brasil Florianópolis. O genro, Homero
Amato, casado com Sandra Puerta Amato
(filha de José e Diva Puerta) preside a Missão
Brasil Salvador. Enquanto isso os netos
Alexandre e Fernando Puerta estão,
P re sid e n te J o s é B. P u e rta e s e u s fa m ilia re s.
S E T E M B R O
respectivamente, na Missão Rio de Janeiro
Norte e na Missão Porto Alegre Sul.
Alexandre e Fernando são filhos de Paulo
Roberto Puerta (filho de José B. Puerta), que
foi presidente da Missão Brasil Recife de 1982
a 1985.
O Presidente José B. Puerta foi presidente
do Templo de São Paulo, presidente do CTM ,
presidente de estaca, representante regional e
secretário executivo da Presidência da Área
Brasileira.
1 9 9 3
7
O D e p u ta d o M o r o n i T o rg a n re c e b e n d o a p la c a e m s u a h o m e n a g e m n a A s s o c ia ç ã o C o m e rcia l d o Distrito
Federal.
DEPUTADO FEDERAL
MORONI TORGAN
NOMEADO VICE-LÍDER
DO GOVERNO
Enviado por Demar Staniscia
m 24 de maio último, o Deputado
E Federal Moroni Torgan foi
indicado pelo Presidente da
República, Itamar Franco, para a
importante função de vice-líder do
Governo na Câmara. Sendo ainda seu
primeiro mandato no Congresso
Nacional, esse acontecimento pode
ser considerado uma bênção, pois com
tal chamado o Deputado pode atuar
diretamente no plenário da Câmara.
Moroni Torgan é membro do
Parlamento Latino-Americano e tem
a missão de elaborar um projeto sobre
lavagem de dinheiro, para ser seguido
por todos os países da América Latina.
No Congresso Nacional ocupa as
funções de membro titular da
Comissão de Constituição, Justiça e
Redação e da Comissão de Defesa
Nacional. Também é membro
suplente nas Comissões de Finanças e
Tributação, Comissão Parlamentar de
Inquérito da Pistolagem e Sub-
Comissão Permanente de Segurança
Pública. Somam-se a esses cargos no
Congresso a função de Relator Geral
da Sub-Comissão Permanente do
Narcotráfico e da CPI que apura as
causas e responsabilidades pela
exploração e prostituição infanto-
juvenil, criada a pedido do próprio
deputado à Câmara no início da
legislatura de 1993.
Em 15 de dezembro de 1992, a
Associação Comercial do Distrito
Federal fez uma homenagem especial
ao Deputado Moroni Torgan, como
figura de maior destaque no cenário
político nacional devido a sua atuação
N O T Í C I A S L O C A I S
na luta contra o narcotráfico no país.
O Deputado Ibsen Pinheiro, na época
presidente da Câmara dos Deputados e
o ministro da Justiça Maurício Corrêa
receberam também a mesma
homenagem.
ABERTURA DA TERRA
DO TEMPLO DA
COLÔMBIA
o dia 26 de junho último, com
N uma oração de paz nos lábios e
ação de graças nos corações, os líderes
da Igreja participaram da cerimônia de
abertura da terra para o Templo de
Bogotá Colômbia. A cerimônia foi
presidida pelo Élder William R.
Bradford, presidente da Área América
do Sul Norte. Se o templo de Bogotá
for concluído sem problemas, será o
4 8 a templo da Igreja e o 5 a da
América do Sul.
 Antes de proferir a oração de
abertura da terra, o Elder Bradford
disse: “Penso que o Senhor está muito
contente por estarmos preparando os
alicerces de uma casa para ele”.
Elder Bradford citou um pouco da
história de Bogotá, que
originariamente se chamava Santa Fé.
Mais tarde, um nome foi acrescentado
para que a cidade não fosse confundida
com outras do mesmo nome. O nome
acrescentado foi Bacatá, nome de um
antigo chefe que morrera lutando pela
libertação da região. O nome da cidade
então ficou sendo Santa Fé de Bacatá,
que foi alterado para Santa Fé de
Bogotá. Esse é o nome atual da cidade,
sendo que, na maioria das referências,
é reduzido para Bogotá.
“Fantásticas foram as civilizações
que viveram neste vale”, disse o Elder
Bradford. Entre elas estavam os
descendentes do povo que emigrou de
Jerusalém, os lamanitas.
O Elder Bradford incitou os
membros a criarem ainda uma outra
civilização - a dos puros de coração.
Os puros de coração importam-se com
os pobres que existem no meio deles,
oram sempre e vão ao templo, onde as
famílias são seladas para a eternidade.
“Por isso construímos templos...”,
disse ele.
REORGANIZADO
DISTRITO DE CAMPOS
-RJ
Enviado por Jadson Andrade,
Secretário d o Distrito
om a presença do Presidente da
C Missão Rio de Janeiro Norte,
Moisés Barrero, foi reorganizado o
Distrito de Campos (RJ) no dia 6 de
junho último, sendo que a nova
presidência ficou assim constituída: José
Roberto Gementi, presidente; Wagner
Destro, primeiro conselheiro; Elvis Rosa
Ferreira, segundo conselheiro.
Na ocasião foram criadas três novas
unidades: Ramo Turf, Ramo
Aeroporto e Ramo Quissamã, e
reorganizados os ramos: Macaé,
Guarus, Campos, Visconde e Cabo
Frio. O Distrito conta hoje 8 unidades
na região do norte fluminense.
ESTACA CAMPINAS
FLAMBOYANT BRASIL
m reunião presidida pelo Elder
E Helvécio Martins, da Presidência
da Área Brasileira, assistido pelo
representante regional Aledir
Paganelli Barbour, no dia 11 de julho
de 1993, foi apoiada a nova
presidência da estaca. O presidente
atual é Elésio Ribeiro, o primeiro
conselheiro é Manoel Afonso Salgado
e o segundo conselheiro é Ivo
Giordano Roman Junior.
O presidente Elésio, 55 anos, é
casado com Luísa Ivone de Oliveira e
D a e s q u e r d a p a r a a direita: Pre s. S a lg a d o , 19 co n se lh e iro , Pres. Elésio
R ib e iro , pre s. d a esta ca . Pre s. Iv o G io r d a n o , 2 - co n se lh e iro , Elder
M a r t in s e Elder B a rb o u r.
ORGANIZADA ESTACA
DE CONTAGEM (MG)
m 6 de junho de 1993, foi
organizada a Estaca Contagem
(M G ), sendo chamados para presidi-la
os irmãos Evandro Chevitaresse
Parada como presidente, Osvaldo
Pereira Cruz como primeiro
conselheiro, e Edson Donizete
Gonçalves Ribeiro como segundo
conselheiro.
O Presidente Parada, 34 anos,
engenheiro, foi presidente do ex-
distrito de Contagem, além de ter
exercido cargos de presidente de
quorum de élderes, professor dos
S E T E M B R O 1 9 9 3
3
eles têm três filhos. É funcionário da
TELESP. Foi presidente de ramo e
bispo, entre outros chamados.-
O presidente Salgado, 43 anos, é
casado com Abigail C. Lima Salgado e
eles têm três filhos. Ele é comerciante
e foi do sumo conselho e presidente de
ramo.
O presidente Ivo, 29 anos, é casado
com Sissi Herold Neves Roman. Na
vida profissional é supervisor de
construção.
A estaca é formada das seguintes
unidades: Alas Campinas 1, Campinas
2, Jaguariúna, Mogi Guaçu, Progresso ;
ramos Flamboyant, Itapira, Mogi
Mirim e Souzas. O patriarca é o irmão
Luiz de Souza Pinto.
Luzeiros, secretário geral e
professor da Escola Dominical. E
casado com Silvia Leite Chevitaresse
Parada.
O Presidente Cruz, 33 anos, é I a
Sargento da Polícia Militar de Minas
Gerais. Foi primeiro conselheiro do
Distrito de Contagem, presidente de
ramo, primeiro conselheiro de ramo e
presidente dos rapazes. E casado com
Maria da Luz Silva Cruz.
O Presidente Ribeiro, 24 anos, é
promotor de vendas, casado com
Rosália Delfino Gonçalves Ribeiro.
Foi presidente do ex-Distrito de Sete
Lagoas e exerceu cargos de presidente
da missão do distrito, conselheiro de
ramo e presidente de ramo.
PROJETO DE SERVIÇO
PARA SALVAR O RIO
BARIGÜI
Enviado por M auro Quoos,
D.A. P. Estaca C uritiba Portão

uritiba (P R ) - Durante o
C carnaval deste ano, as
presidências das estacas de Curitiba
promoveram, com a aprovação do
líder regional, uma conferência para
os jovens do Programa de Adultos
Solteiros, tendo participado também
jovens das regiões de Ponta Grossa,
Santa Catarina e São Paulo.
A Estaca Portão, sob a liderança do
Presidente Waldemiro Skraba, ficou
encarregada de um projeto de serviço escalada uma equipe do Corpo de ribeirinha, a segunda plantou mudas
para a limpeza do rio Barigüi. Bombeiros para dar a assistência de árvores para reflorestar as margens
Colaboraram com o projeto o Rotary necessária. do rio, a terceira e maior equipe de
Club de Tamandaré (PR ), o Instituto O rio Barigüi é uma das fontes moças e rapazes fez a limpeza do leito
Ambiental do Paraná (IA P ), a Força principais de abastecimento de água do rio e, por último, um grupo
Ação e Defesa Ambiental (FA D A ) e de Curitiba e Almirante Tamandaré “formiga” transportou a sujeira para
a Prefeitura Municipal de Almirante Para efetuar a limpeza do rio foram um local mais afastado.
Tamandaré, sob a liderança de formadas três frentes de trabalho. A Essa foi uma experiência de
Luciano Gulin, secretário do Meio primeira equipe distribuiu folhetos confraternização e serviço que marcou
Ambiente da cidade. Foi também instrutivos na cidade e à população a vida de todos os jovens.

J o v e n s d o P.A.S. d e C uritib a, P o n ta G r o s s a , S a n t a C a ta rin a e S ã o P a u lo lim p a m o leito d o rio B a rig ü i.

Ex-Missionários da Missão Brasil Rio de Janeiro

Período: Julho/90 a Junho/93
Presidente Orville W. Day Jr.
A fim de mantermos contato e possivelmente marcar 0 4 4 5 6 -1 0 0 - S ã o P a u lo -S P
um encontro com todos os missionários da missão Solicitamos enviar-nos as informações o mais
acima naquele período, pedimos a gentileza de enviar breve possível, pois tencionamos marcar o encontro
nome completo, endereço e telefone para o seguinte para outubro, quando o Presidente Day
local: provavelmente virá ao Brasil. Com o endereço de
Ex-Missão Rio todos em mãos poderemos avisar a data, horário e
Rua Conde Luiz Sunta, 98 local.

N O T Í C I A S L O C A I S
4
N a Escola Municipal Prof. Licurgo.

PROJETO DE SERVIÇO RAMO PORTUGUÊS EM missionário, denominado Almas

Perdidas (L O ST SO U L S), para pessoas
DA ESTACA CAMPO BOSTON batizadas no Brasil ou em qualquer
GRANDE MS onhecido como Ramo Português,
outro país, perdidas em Boston por

Enviado por Adalberto R. da Silva C com freqüência média de

cinqüenta pessoas, o Ramo IV
não ter conhecimento da existência
do Ramo. Elas são encontradas pelos
Dir. d e Assuntos Públicos
de Cambridge em Boston, missionários e apresentadas ao Ramo.
om o apoio da prefeitura os Massachusetts, realizou sua segunda Membros recém-batizados também
C irmãos de Campo Grande
realizaram um projeto de serviço,
conferência em novembro de 1992.
Brasileiros e portugueses podem agora
recebem cargos de responsabilidade.
Este grupo foi organizado pelo irmão
cuidando da limpeza e pintura geral da ouvir o evangelho em sua própria João Fontoura, que foi missionário em
Escola Municipal Prof. Licurgo. Uma língua. Há no ramo um programa S. Paulo.
emissora de T V local comentou e
elogiou o trabalho dos jovens e adultos
que doaram tempo e energia pelo bem
da comunidade campograndense. A
prefeitura contribuiu com o material e
a tinta necessários.

PROJETO DE
SERVIÇO EM
HOSPITAL
s missionários da Missão Brasília
O foram ao Hospital Regional do
Gama ajudar as pessoas que procuram
o hospital, atendendo emergências,
dando informações e prestando outros
serviços necessários. Eles
presentearam a diretora do hospital
com um Livro de Mórmon, e Da esquerda para a direita: Élderes Lima e, Genuino, Dona Emília
obtiveram muitas referências. (diretora), e Élderes Calbaiser e Martins, no Hospital Regional do Gam a.

S E T E M B R O 1 9 9 3
5
ACAMPAMENTOS DAS
MOÇAS
Jundiaí (SP ) - As moças da Estaca
Jundiaí - SP realizaram nos dias 1 e 2
de maio último o seu primeiro
acampamento. Em contato com a
natureza, as jovens aprenderam
técnicas de sobrevivência,
fortaleceram seus testemunhos e
desenvolveram um amor maior entre
elas.
Enviado por Gisele Garcia, Presidente das
Moças da Estaca Jundiaí São Paulo.

Maceió (A L) - As líderes da
Jovens da Estaca Maceió.
Estaca Maceió e das alas organizaram
um acampamento para as jovens no
dia 20 de maio último. Elas foram
grandemente beneficiadas pelas
instruções recebidas e pela integração
proporcionada pelo convívio entre
irmãs que não se conheciam muito
bem.
Enviado por José Eraldo de A. Silva
Presidente d a Estaca M a c e ió

R io de Janeiro (R J) - Nos dias 10,

11 e 12 de junho último realizou-se o I
Acampamento das Moças da Estaca
Rio de Janeiro Madureira com a
presença de 83 irmãs, sendo 62 jovens
e 21 líderes adultas.
Foram necessárias quatorze barracas
Acam pam ento da Estaca Cam po Limpo.
para acomodar todo o grupo.
As jovens empenharam-se em
cumprir todos os requisitos do l e nível São Paulo (SP ) - A Estaca Campo coração de todas foi um grande e
(Novata) e já aguardam ansiosamente Limpo realizou, de 10 a 12 de junho profundo respeito pelas criações do Pai
o acampamento do próximo ano. último, seu I Acampamento das Celestial e uma amizade que uniu mais
Enviado por Carlos Alberto da Cruz Moças. Jovens e líderes reuniram-se as nossas jovens.
Wenceslau em meio à natureza. Enviado por Izilda A. B. Almeida
Diretor de Assuntos Públicos O sentimento que tomou conta do Presidente da S ociedade de Socorro

REUNIÃO ANUAL DOS EX-MISSIONARIOS DA MISSÃO PORTUGAL

Você, que fez missão em Portugal, não pode perder a
Reunião Anual dos Ex-Missionários, a ser realizada em
06 de novembro de 1993, na Capela do Caxingui.
Programa da Reunião: 17h00 - "Happy Hour"
18h30 - Reunião com o
Presidente Harold
Gordon Hillam e Sister
Carol Hillam
Maiores informações: M A R C U S VINÍCIUS A. G. DE
FREITAS: Caixa Postal, 26 0 7 2 -
05599-300 - S Ã O PAULO - SP
-Fone: (011) 815-5768
PAULO CÉSAR A M O R IM : Alameda São Carlos, 25 4 -
Residencial 04 - Alphaville -
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S P -F o n e : (011) 725-2794
P. S.: Estamos recadastrando todos os
missionários que serviram em
Portugal. Escreva-nos contando mais
sobre você. Precisamos do seu endereço
atualizado!

N O T Í C I A S L O C A I S
6
PROGRAMA DE
VANGUARDAS
Programa de Vanguardas é um

O programa de atividades para o

aprimoramento de jovens do
Sacerdócio Aarônico, baseado no
progresso pessoal de cada jovem nas
áreas de liderança, cidadania, serviço
ao próximo, bem como seu
desenvolvimento físico e mental.
Estas características são ampliadas
por meio de contato direto com a
natureza (acampamentos). Os cursos
de treinamento para a liderança em
todo o Brasil já foram iniciados e o
primeiro grupo a ser registrado no
estado de São Paulo e no Brasil foi o O grupo de va n gu a rd a da ala XII da Estaca S. Paulo Piratininga, na
grupo “M A C ED Ô N IA ”, da Ala foto junto com o Élder Archibald, cuidou do estacionamento dos mais de
Jardim Macedônia - Estaca São Paulo 200 carros das pessoas que compareceram à dedicação da terra do
Brasil Campo Limpo. novo CTM.

CONFERÊNCIA DE
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
MULHERES
C O M IT Ê G E R A L D O S V A N G U A R D A S
Enviado por Izaíra Jacó de Lima,
D A Á R E A BRASILEIRA
Diretora de Relações Públicas d a Estaca João
Pessoa Brasil.

Estaca João Pessoa Brasil

C E R T IF IC A D O DE R E G IS T R O DE G R U P O
A realizou a segunda Conferência
de Mulheres para todas as suas
unidades, na qual foram ensinadas
técnicas de racionamento de energia e
armazenamento doméstico. Foi
também tema de debates a
importância da família e de uma vida
O Comitê Geral dos V anguardas da Área Brasileira saudável. O encerramento da
certifica que sob n° 0 1 /SP encontra-se conferência foi marcado com a
apresentação do coro da estaca,
registrado
concertos de piano, violino e
o Grupo de Vanguardas declamação de poesias.

M A C E D Ô N I A
Estaca São Paulo Brasil Campo Limpo
A tra v é s deste c e rtific a d o o grup o está
autorizado a aplicar o program a dos
vanguardas até o dia trin ta e um de janeiro
de 1 9 9 4 , após esta data deverá ser
requerida a renovação do re g is tro do
grupo.

Vanguardas
ESTACA JOÃO PESSOA
S E T E M B R O 1 9 9 3
MULHER SUD EM
DESTAQUE
Enviado por Hélvio A. S. Pereira,
Presidente d a Estaca Brasilia A lvorada

o dia 15 de abril de 1993, a irmã

N Elaine Vasconcelos Carrano foi
agraciada com a medalha da comenda
de Dom Bosco, oferecida pelo
Tribunal Regional do Trabalho, pelos
bons serviços prestados. Os ministros
da Justiça, da Agricultura e outras
autoridades foram também
homenageados. Por seu excelente
trabalho, a irmã Elaine, juíza da EXPOSIÇÃO DE ARTE Carollo, 89 anos, por seu empenho
diário, força de vontade, lealdade e
segunda Junta de Conciliação de
Brasília, enaltece o valor dos santos na Enviado por Élder M olina
honestidade. O irmão Nicolas
comunidade. Dedicada à Igreja, foi freqüenta a Ala do Tucuruvi e é
presidente da Sociedade de Socorro da a foto acima vemos um grupo de membro da Igreja desde 1971. Na
estaca, presidente das Moças da ala, e
da Primária da ala. N missionários da Missão Brasil
Belo Horizonte. O que eles fizeram
Thomas De La Rue, já foi gerente de
vendas; hoje trabalha apenas como
vendedor, porém com o mesmo
para atrair pessoas e interessá-las no
evangelho? Nada de extraordinário. dinamismo de sempre. Na placa que
Apenas organizaram uma exposição de recebeu de presente, lemos os
arte com muitos quadros, na Praça seguintes dizeres: “Pelo seu
Francisco Sales em Sete Lagoas, profissionalismo, riqueza de vida,
Minas Gerais, no dia 12 de junho de exemplo e serviço nesses 28 anos.”
1993. Foi assim que muitas pessoas
tiveram contato com o evangelho
restaurado e começaram a se interessar
pela Igreja.

HOMENAGEM INÉDITA
Enviado por Laureni Fochetto

Thomas De La Rue, fundada há

A 180 anos na Inglaterra, com uma
filial no Brasil, fez uma homenagem
inédita na empresa a um de seus
funcionários, o irmão Nicolas Soares Nicolas Soares Carollo

/§ > /

IP
O “M a n u a l de |1 |Ç
A c a m p a m e n to das § â fi
Moças” não estará dis- $s£«!
ponível em setembro
deste ano, como anun-
ciado. Aguardem nova §J§p
data de publicação. WmM
Juíza Elaine Vasconcelos Carraro

N O T Í C I A S L O C A I S
8
A I G R E J A D E
SI:CÃO INFANTIL
J E S U S C R I SO í O D O S S A N T O S D O S Ú L T I M O S D I A S • S E T E M B R O D E 1 9 9 3
 JOSEPH FIELDING SMITH
K ellen e Ricks A d a m s

1. Joseph Fielding Smith passava muitas horas m ontando sua égua, Junie, e tom ava conta dela muito bem.
Depois de uma cavalgada, ele sempre a levava para passear e a escovava. A noite, tinha o cuidado de trancá-la
na cocheira do celeiro.
POR PAUL MANN
ILUSTRADO

2. Junie, porém , era um a égua esperta. Depois que 3. Sem pre que conseguia sair, nunca fugia. Em vez
Joseph a deixava no celeiro à noite, ela desatava a disso, abria a torneira do quintal da fam ília Smith, e
correia que prendia a porta da cocheira com o focinho então and a va pelo jardim ou pela relva.
e os dentes.

S E Ç Ã O I N F A N T I L • S E T E M B R O DE 1 9 9 3
2
4. Se Joseph ouvia a água correndo à noite, ele sabia
que Junie se soltara de novo. O pai de Joseph
brincava com o filho, dizendo que talvez a égua fosse
mais esperta do que ele.
6. Enquanto cam inhavam de volta para casa, ouviram
Junie cam inhando bem atrás deles. Joseph não
resistiu à vontade de p e rguntar ao pai se Junie não
era mais esperta do que ele!
S E Ç Ã O I N F A N T I L
5. O pai de Joseph decidiu prender Junie de um modo
que ela não conseguisse escapar, afivelando a correia
em volta de um a viga e debaixo de um travessão.
"M ocin ha ", disse ele à é gu a, "vam os ver se consegue
fugir a g o ra ".
7. Joseph Fielding Smith tinha um g rande senso de
hum or e p ra ze r em viver. Muitos anos mais tarde,
quando se tornou o décimo Presidente da Igreja, ele
incentivou outros m em bros da Igreja a apreciarem a
vid a. □
S E T E M B R O DE
 FICÇ À O

M a rjo rie A . P arker

R E S A

untar as folhas secas do quintal

J com um ancinho não era tão fácil

quanto Shannon pensava, nem
tão divertido. O ancinho era maior do
que ela e difícil de segurar.
“Q uer que eu a ajude?”, perguntou a
mãe.
“Não, obrigada”, respondeu
Shannon. “Q uero limpar tudo sozinha
para fazer uma surpresa para o pai.”
O ar do outono estava frio e as folhas
secas estalavam ao serem esmigalhadas
sob os pés. O sol, porém, brilhava
reluzente e, com o exercício, Shannon
com eçou a sentir calor e tirou a blusa
de lã.
“Que tal uma limonada?”, perguntou
a mãe.
Dessa vez, ela disse que sim.
“Seu pai vai gostar muito da
surpresa.”
“Eu sei.” Shannon terminou de beber
o refresco e voltou correndo para o
quintal, pois queria que tudo estivesse
pronto antes que o pai chegasse.
Ela trabalhou, trabalhou e trabalhou.
Finalmente, restou apenas uma grande
pilha de folhas coloridas no meio do
quintal. Mal podia esperar para mostrar
a surpresa ao pai.
POR TAIA MORLEY

Da janela da cozinha, a mãe

cham ou-a, dizendo: “Adivinhe quem
estou ouvindo ch e g a r. . . ”
ILUSTRADO

Shannon correu até a calçada para

abraçar o pai. Uma rajada súbita de
D E S H A N N O N

vento quase a derrubou, mas o pai

segurou-a e deu-lhe um grande abraço.
“E melhor eu segurá-la”, disse ele,
rindo. “Não quero que o vento leve
embora a minha filha querida”.
“Vamos lá para o quintal”, disse ela,
puxando-o. “Tenho uma surpresa.”
Um pouquinho antes de chegarem
ao quintal, Shannon disse: “Agora,
feche os olhos e não abra até eu
mandar”. Ela guiou-o pelo resto do
caminho, indo devagar para que ele
não tropeçasse. “M inha pilha de
folhas!” gritou ela. “Estão todas
espalhadas!”
O pai abriu os olhos. “Não fique
triste, meu anjo”, disse ele, depois que
ela lhe contou o que acontecera. “Foi
uma linda surpresa”.
“Como, se o vento estragou tudo?”
“Bom, o monte de folhas não é
realmente a surpresa— mas sim saber
que uma menina muito especial
trabalhou arduamente para fazer uma
coisa que agradasse ao pai. O vento
não pode levar essa surpresa embora,
por mais forte que sopre.”
O rosto de Shannon iluminou-se
num sorriso. “Verdade?”.
“C laro!”, disse o pai, beijando-a na
testa. “Aposto que nós dois juntos
poderíamos varrer esse quintal num
minuto.”
Shannon sorriu. “Vou pegar o
ancinho”. □
 TEMPO DE COMPARTILHAR
C R E I O EM S E R
HONESTO
J u d y E d w a rd s
"E que todo hom em negocie honesta­
m ente" (Doutrina e Convênios 51:9).
O Livro de Mórmon nos fala sobre um grupo especial
de pessoas honestas e fiéis a sua fé. Eram lamanitas que
conheceram o evangelho de Jesus Cristo, tiveram fé nele,
arrependeram-se dos seus pecados e foram batizados na
Igreja. Denominaram-se anti-néfi-lehitas. Como tivessem
aprendido que era errado lutar, enterraram as armas de
guerra e fizeram um convênio com o Pai Celestial de que
“nunca mais usariam armas” (Alma 2 4:18). Guardaram
tão fielmente esse convênio e todos os mandamentos, que
se tornaram conhecidos por serem “perfeitamente
honestos e justos em todas as coisas” (Alma 27:27).
Os anti-néfi-lehitas ensinaram os filhos a serem
honestos. Queriam que seus filhos e filhas fossem fiéis ao
evangelho e corretos no relacionamento com as pessoas
e com o Pai Celestial. Devido ao bom exemplo dos pais,
os filhos queriam ser também justos, honestos e fiéis ao
evangelho.
O Livro de Mórmon descreve esses meninos, depois
de já terem crescido: “E eram todos jovens, muito
valentes e corajosos, dotados de grande vigor e atividade;
mas eis que isto não era tudo, pois eram também homens
fiéis em todas as ocasiões e em todas as empresas que
lhes fossem confiadas” (Alma 53:20).
Esses jovens ánti-néfi-lehitas tornaram-se famosos
como os “jovens soldados de Helamã”. Devido a sua
honestidade e força espiritual, foram uma grande ajuda
para o povo.
Podemos ser como o exército de Helamã, seguindo o
exemplo dos lamanitas justos e sendo honestos e fiéis.
S E Ç Ã O I N F A N T I L
Instruções
Pinte a figura da próxima página. Retire a página da
revista e cole numa folha de cartolina. Reconte a história
dos anti-néfi-lehitas, utilizando essa gravura e as
escrituras da história.
Idéias para o Tem po de C om partilhar
1. Defina honestidade. O que é uma pessoa honesta?
“Uma pessoa honesta am a a verdade e a justiça. Ela
é honesta em palavras e ações. Não mente, não rouba
ou engana' (M anual de Princípios do Evangelho, p.
192). Usando exemplos reais com os quais as crianças
estejam familiarizadas, faça-as descobrir a melhor
solução para os casos que forem apresentados; depois,
fa ça uma representação das situações debatidas. Por
exemplo: (1) Se encontrassem uma carteira na rua, o que
fariam ? (2) Se fossem a uma loja para sua mãe e o
balconista lhes desse troco a mais, o que fariam ? (3) Se
pudessem alcançar algumas maçãs da macieira do vizinho,
cujos galhos estivessem pendendo para o seu quintal,
o que fariam ?
2. Explique às crianças que aprendemos a ser
honestos e a cumprir promessas quando somos jovens.
A o crescermos, fazem os convênios com o Pai Celestial,
como no batismo e no templo. Peça às crianças que citem
promessas que fazem à fam ília e aos amigos, e convênios
que fazem com o Pai Celestial. Debata como cumprir
promessas pode ajudá-los a se prepararem para guardar
convênios sagrados.
3. Conte histórias de crianças que começaram cedo na
vida a falar a verdade e viver honestamente. (Vide I Samuel
l: cabeçalho; 3:1—10, 19-20; Alma 56: cabeçalho, 45-56;
Daniel 1:3—l 7.) □
• S E T E M B R O DE 1 9 9 3
6
 Como os anti-néfi-lehitas aprenderam que era errado
lutar, enterraram as armas de guerra e fizeram um convênio com o
Pai Celestial de que “nunca mais usariam armas"
(Alma 24:18).
POR LORI ANDERSON WIN
ILUSTRADO

S E Ç À O I N F A N T I L • S E T E M B R O DE 1 9 9 3
7
ILUSTRADO POR SHAUNA MOO N EY KAWAí
FICÇ Ã O
MARTÁNA
P a m e la B ra yto n

“Quem conhece a parábola do

Bom Sam aritano?” perguntou a irmã
Stew art à classe do C T R .
“Eu co n h eço !” exclamou Erin,
levantando a mão. “É a história de
um homem que foi ferido por ladrões
e dois homens passaram por ele e
não o ajudaram, mas o Bom
Sam aritano parou e ajudou-o.”
“Isso mesmo, Erin. Obrigada. O
Bom Sam aritano não somente parou
e ajudou o homem, mas levou-o para
uma estalagem. Vamos ler Lucas
1 0 :3 0 -3 5 . Quem trouxe as escrituras
hoje?”
As crianças revezaram-se na
leitura dos versículos. A irmã
Stewart perguntou: “Dan, o que fez o
Bom Sam aritano na estalagem/”.
“Deu dinheiro ao dono da
estalagem e pediu-lhe que tomasse
conta do ferido.”
“Certo. O Bom Samaritano, além
de ajudar o ferido, andou a segunda
milha, certificando-se de que ele
receberia os cuidados necessários na
estalagem. Q uero ver quem de vocês
prestará um serviço a uma pessoa
esta semana, andando a segunda
milha. Falaremos de algumas de suas
experiências na aula do próximo
domingo.”
A cam inho de casa, Erin ficou
pensando em alguma coisa que
pudesse fazer. Tem de ser algo para
alguém que realmente precise de ajuda,
decidiu ela, mas não conseguiu

S E Ç Ã O I N F A N T I L • S E T E M B R O DE 1 9 9 3
9
pensar em nada. Naquela noite, ao ajoelhar-se ao lado da
cama para orar, pediu ao Pai Celestial que a ajudasse a
encontrar alguém que realmente estivesse precisando de
ajuda.
Os dias foram passando e nada aconteceu. Erin
prestou vários serviços. Por exemplo: Ajudou a lavar os
pratos e a preparar o lanche para a noite familiar, mas
tudo isso eram coisas que ela sempre fazia. Os pais de
Erin sempre agradeciam sua ajuda, mas agora Erin queria
fazer algo especial.
Finalmente chegou o domingo. Passara-se uma
semana inteira, e ninguém, exceto a família, precisara da
ajuda de Erin. Ela sentou-se no banco do carro por um
momento, olhando as pessoas entrarem na Igreja. O que
S E Ç Ã O I N F A N T I L
vou dizer à irmã Stewart e à c l a s s e pensou ao sair do carro
para participar da abertura da Escola Dominical.
Nesse exato momento, chegou a cam inhonete verde
da família Armstrong, fazendo um barulhão no
estacionam ento. Eles tinham cinco filhos, todos com
menos de seis anos de idade. Obviamente, a irmã
Armstrong devia ter passado a manhã muito ocupada,
porque ainda tinha os cabelos molhados e uma das
crianças ainda estava comendo um pedaço de torrada.
O irmão Armstrong, membro do bispado, chegara à
Igreja mais cedo para outras reuniões, deixando a irmã
Armstrong sozinha para vestir as cinco crianças e levá-
las para a Igreja no horário.
Enquanto Erin observava, a irmã Armstrong
procurava os sapatos de Lizzy, sua filha de dois anos, que
caíram debaixo do banco.
A irmã Perkins passou correndo por ela com os braços
• S E T E M B R O DE 1 9 9 3
10
cheios de livros, flores e papéis, dizendo: “Bom dia, irmã
Armstrong!”.
Enquanto a irmã Armstrong lutava para colocar os
sapatos de Lizzy, Mark, seu bebê, vomitou em toda sua
roupa. Crystal, de três anos, deu goma de mascar para
todas as crianças, enquanto a mãe não estava olhando, e
agora, Ahsley, de quatro anos, tinha goma de mascar
grudada na sua linda trança. A única que não estava
causando nenhum problema era Marilyn, de cinco anos,
que a pedido cia mãe tinha entrado na Igreja para
chamar o pai. No meio de toda essa confusão, a irmã
Armstrong sentou-se e chorou.
De repente, Erin percebeu que a família Armstrong
era a resposta a suas orações. Ela pôs as escrituras no
chão e correu para a cam inhonete. “D eixe-m e ajudá-la,
irmã Armstrong”, disse Erin ansiosa, “O que eu faço
primeiro?”
S E Ç Ã O I N F A N T I L
“Erin, você é a m inha salvação!” exclamou a irmã
Armstrong, enxugando os olhos.
juntas, calçaram os sapatos de Lizzy, limparam Mark e
tiraram a goma de mascar do cabelo de Ashley. Depois,
Erin pegou as escrituras, Mark e a sacola de fraldas e
entrou na Igreja. No hall de entrada, encontraram o
irmão Armstrong.
“Pelo jeito, você virou a Boa Sam aritana”, disse ele,
pegando Mark e dirigindo-se para a capela.
Erin sentou-se com os Armstrong durante a abertura
da Escola Dominical, depois ofereceu-se para levar Lizzy
e Crystal para suas classes da Primária.
“Ajudou-nos muito hoje, Erin. Muito obrigada”, disse
a irmã Armstrong.
“Gostaria de ajudar todos os domingos, se não se
importar. Posso esperar lá fora até chegarem e sentar com
vocês durante a abertura da Escola D om inical.”
A irmã Armstrong ficou muito contente e aceitou a
ajuda de Erin. Enquanto se dirigia para sua classe da
Primária, Erin pensava no sorriso da irmã Armstrong.
Erin sentiu um arrepio gostoso da cabeça aos pés.
Conseguira cumprir o desafio de servir e andar a segunda
milha.
Naquela noite, Erin ajoelhou-se ao lado da cama,
agradeceu ao Pai Celestial por guiá-la até a família
Armstrong e por ajudá-la a compreender como era
maravilhoso servir aos outros e andar a segunda milha. □
• S E T E M B R O DE 1 9 9 3
11
 SÓ PARA DIVERTIR

PROFISSÕES DO NOVO TESTAMENTO C h e ry l D . W a r n e r

Combine cada pessoa do Novo Testam ento com sua profissão.

1. Lucas a. Fariseu, príncipe dos judeus (Vide João 3:1.)

2. Nicodemos b. Sacerdote (Vide Lucas 1:5.)
3. Simão c. M édico (Vide Colossenses 4:14-)
4. Zacarias d. Mendigo (Vide Marcos 10:46.)
5. Paulo e. Curtidor (Vide Atos 9:43).
6. Mateus (Levi) f. Fazedor de tendas (Vide Atos 18:1-3.)
7. José g. Carpinteiro (Vide Mateus 1:18; 13:55.)
8. Lídia h. Coletor de impostos (publicano) (Vide Mateus 9:9; Lucas 5:27.)
9. Bartimeu i. Centurião (Vide Atos 10:1.)
10. Cornélio j. Vendedora de púrpura (tinta) (Vide Atos 16:14.)

TRIÂNGULOS
EM
QUADRADOS Ruth A . Im a n
. 48. 4.5 « 8* / 7* 29
r 2*8 *6 Q uantos triângulos há dentro
desses dois quadrados?
46* #43 f 34
12*
#40 *37

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i^1 '? (01) ‘r (6) :f (8) :s (L) -H (9) ‘4 (S)
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Porque não tenho d in h eiro p a ra com p rar sap ato s. ojio2np :sopvjíptm£) ua sojnSuvuj
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S E Ç Ã O I N F A N T I L • S E T E M B R O DE 1 9 9 3
12
ILUSTRADO POR PAUL MANN

O TESTEMUNHO
DE UM M E N I N O C h a rlo tte G ro s s n ic k le D o m e n ic o
Baseado em um incidente real

inha mãe pegou pedaços de madeira de uma dezessete anos quando tio Bob nasceu. Meu pai sempre

M pilha cada vez menor no chão da cozinha e

colocou-os dentro do fogão a lenha. Ela
estava aquecendo o forno para assar pão. Seis pães
cresciam na prateleira acima do fogão. Uma golfada de ar
quente atingiu meu irmão Jack, de cinco anos, e meu tio
freqüentem ente à casa dos pais somente para vê-lo.
Bob, de dez, ao entrarem com uma braçada de tocos de
madeira que empilharam cuidadosamente ao lado do
fogão. Na família do meu pai, os meninos eram
considerados homens com dez anos e deviam trabalhar o
dia inteiro.
Tio Bob é o irmão mais novo de meu pai. Ele tinha
teve um amor especial por ele. O nde quer que
morássemos, meu pai sentia saudades do tio Bob e ia
Q uando criança, tio Bob vinha visitar-nos muitas
vezes. Ajudava meu pai a cortar feno e a fazer o trabalho
do campo. Carregava madeira para minha mãe e gostava
muito de todos os pratos deliciosos que ela preparava.
O restante da família de meu pai convertera-se a A
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias depois
que meu pai já era adulto e saíra de casa. Tio Bob era o
membro mais jovem da família de meu pai e tinha um

S E Ç Ã O I N F A N T I L • S E T E M B R O DE 1 9 9 3
13
testemunho especial da Igreja.
Um dia, tio Bob empilhou um monte de madeira no
chão da cozinha e virou-se para minha mãe. O Espírito
tocou-o fortem ente e ele começou a explicar princípios
que tinha aprendido na igreja, nas escrituras e em
orações pessoais. Contou-lhe muitas coisas sobre o
evangelho de Jesus Cristo e sobre a oração de Joseph
Smith para saber qual igreja era verdadeira, assim como
sobre sua descoberta de que nenhuma das igrejas
daquela época continha a plenitude do evangelho. Tio
Bob disse-lhe como Joseph Sm ith tinha tido o privilégio
de ver Deus, o Pai, e seu Filho, Jesus Cristo, e de saber
por si mesmo que cada um deles tinha um corpo de
carne e ossos como o dele. Os olhos de tio Bob não se
desviaram de minha mãe nem por um momento
enquanto ele prestava forte testemunho.
M inha mãe não acreditava que um menino tão jovem
quanto tio Bob pudesse saber essas coisas. Ficou zangada
com as palavras que ouviu e disse ao tio Bob: “Pode vir a
nossa casa quando quiser, mas nunca mais mencione
essas coisas aqui novam ente”.
Tio Bob amava meus pais e queria voltar sempre que
pudesse. Ele concordou. “Tia Ruth, nunca mais falarei
dessas coisas em sua casa, eu prometo. Também prometo
que um dia me pedirá que a batize.”
Ora, isso foi há muitos anos, quando os jovens não
expressavam sua opinião abertamente. Esperava-se que
mostrassem respeito pelos mais velhos. Tio Bob teve que
usar de muita coragem para falar com minha mãe dessa
maneira.
Passamos muitos bons momentos com tio Bob. Ele
ticava conosco às vezes, quando meus pais iam visitar a
família de minha mãe, mas jamais quebrou a promessa
S E Ç Ã O I N F A N T I L
que fizera à minha mãe de nunca falar das grandes
verdades do evangelho e de nunca prestar testemunho,
nem mesmo quando ambos, meu pai e minha mãe,
estavam fora.
C erta vez, Tio Bob foi passar duas semanas conosco.
M inha irmã Jeannie fazia um bolo de especiarias todos os
dias. Batíamos dois litros de creme puro para a cobertura.
O cheiro parecia penetrar nos cantos da casa, saindo
para os campos onde Jack e tio Bob trabalhavam. Dava
água na boca . . . era um cheiro tão gostoso. Mas nem
assim, com o fogão abastecido de lenha e o estômago
cheio de um delicioso bolo, tio Bob quebrou a promessa
que fez a minha mãe.
Os anos foram passando, um após outro. Tio Bob
ficou adulto, casou, teve seis filhos e uma filha. Ele
sempre foi ativo na Igreja. Sabia que ela era verdadeira.
Serviu em muitos cargos no decorrer dos anos. Servia
onde precisassem dele, e mais tarde tornou-se patriarca
da estaca e oficiante no Templo de Portland Oregon.
Em 1971, tio Bob tinha cinqüenta anos e minha mãe
sessenta e quatro, quando ela lhe telefonou certo dia. E
curioso— depois de todos esses anos, ela ainda se
lembrava! M inha mãe disse: “Pode vir, Bob? Pode vir e
me batizar?”. Em 15 de abril de 1971— quarenta anos
depois que meu tio fizera sua promessa— ele batizou
minha mãe, que se tornou membro de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias. □
• S E T E M B R O DE 1 9 9 3
15
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APROXIMAR-SE MAIS DE DEUS

É ld e r H e n r y B. E yrin g
dos Setenta

onversamos com pessoas todos os dias, que podemos fazê-lo da mesma m aneira: falando, ouvindo

C dizem que Deus não existe, ou que está muito,

muito distante. Uma mulher sentada a meu
lado no avião disse-me certa vez que achava que Deus
era “um de nossos antepassados distantes”. Por um lado,
com ele, mas nos ordenou que o fizéssemos. O Senhor
ela estava certa. Deus é nosso antepassado, mas está
próximo, não distante. Ele é o pai de nossos espíritos;
somos seus filhos. Tal com o aquela mulher, porém, às
vezes todos nós nos sentimos distantes dele.
Se desejássemos ficar perto de alguém muito querido
que se encontrasse distante, saberíamos como fazê-lo.
Encontraríamos uma forma de falar com essa pessoa, de
ouvi-la, e descobriríamos maneiras de fazer coisas uma
pela outra. Q uanto mais freqüentem ente isso ocorrer e
quanto mais tempo durar, mais forte será o laço de
afeição. Q uanto mais tempo se passar sem que nos
falemos, sem que ouçamos uma à outra, sem que nos
sirvamos mutuamente, mais o laço se enfraquecerá.
Assim com o um amigo amoroso nos dá a
oportunidade de nos aproximarmos mais dele, Deus
nos ama e oferece-nos a mesma oportunidade; e
e agindo.
O Pai Celestial não apenas nos convidou a falarmos
diz em Doutrina e Convênios: “O ra sempre e derramarei
o meu Espírito sobre ti, e grande será a tua bênção”
(Doutrina e Convênios 19:38).
Depois de orar, devemos ouvir com toda a atenção. O
Espírito nos dará um testemunho ao lermos as escrituras,
ouvirmos os servos autorizados do Senhor e quando
Deus falar diretamente a nosso coração.
Agiremos, depois de ouvirmos, porque quando
escutamos a voz de Deus, por meio do Espírito, sempre
nos sentimos impelidos a fazer algo.
Agora, até mesmo o Salvador, quando estava na cruz,
sentiu que seu Pai estava distante dele. Haverá
momentos, talvez longos, em que sentiremos uma
separação, mas o cam inho para nos aproximarmos mais
de Deus é orar, ouvir e obedecer-lhe todos os dias. □
(Adaptado dc um discurso da Conferência G eral de abril de 1991)

S E Ç Ã O I N F A N T I L S E T E M B R O DE 1 9 9 3
16
 A LIAHONA
O U T U B R O DE 1 9 9 3

DE S T AQUE S

MENSAGEM l)A P R IM E IR A P R E SID Ê N C IA :

“ É V E R D A D EIR O . NÃO É ? ” PRESIDENTE G O R D O N B. HINCKLEY ...............................2

A I MA SÓ VOZ I ARI NE G A U N T ............................ 10

A IG R E JA NA ÍN DIA. PAQUISTÃO,
R W G L A D E SH E S R I LANKA 22

DAVID O. MCKAV: O VALOR DE EMA AEMA

LEON R. HARTSHORN............................................................................................................................................. 2 6

CASA D E REVELAÇÃO 34

O EIV RO RESGATADO CRISTINA A N T O N IO ..............................................................4 2

E S P E C I A L M E N T E PARA OS J O V E N S
E S P E R A R O LE AS CO ISA S ACONTEÇAM?
PIERRE AN THIAN............................................................................................................................................................. O

N a ca p a :
Em Israel, uma terra de vozes E L ESPERA V A M IL A G R E S TARA PEARSON................... 33
conflitantes, a música d o C o ro do
Tabernáculo soou com o um a só voz,
ajud ando a espalhar mensagem de paz.
AME A S I MESMO! GEORGE I. C A N N O N .................................................................... 4 6
O regente Jerold D. O ttley regeu o coro
no Jardim do Sepulcro. Vide "A Uma Só
Voz", página 10. Fotografia da capa de
David G a u n t e Scott Knudsen.
D E P A R T A M E N T O S
C a p a da Seção In fa n til: C O M EN TÁ R IO S................................................................................................................ 1
Tempo de Descobrir,
de Anne M arie O b o rn
MENSAGEM DAS P R O F E S S O R A S V ISITA N TES:
DEVEMOS USAR NOSSOS TALENTOS 25

SEÇÃO I N F A N T I L
H ISTÓ R IA S DO LIV RO D E MÓRMON:
AARÃO ENSINA O PAI l»E LAMÔNI 2

DE LM AMIGO PARA O LT R O : É L D E R MARION D. HANKS 4

HINO: O SENHOR D EU -M E LM TEM PLO

DONNELL HUNTER E DARWIN W O LF O R D ..............................................................................................................6

A ESCOLHA DA E Q U IP E MARK SHAFFER.................................................................... 7

TEM PO DE COM PARTILH AR: O SENHOR

D E I -M E LM TEM PL O JUDY EDWARDS....................................................................................... 1 0

AS F L O R E S D E JA N E DEBORAH H O P K IN S O N .......................................................... 1 2

SÓ PARA D IV E R T IR 16
O U T U B R O de 1993, V ol. 17, n " 10
COMENTÁRIOS
9 3 9 9 0 059 - São Paulo - Brasil
Publicação oficial em português de A Igreja de Jesus
Cristo aos Santos dos Ú ltim os Dias.
A Prim eira Presidência: E:ra T aft Benson,
Gordon B. Hinckley, Thom as S. M onson
Quorum dos Doze: Howard W . Hunter,
Boyd K. Packer, Marvin J. A shton, L. T om Perry,
David B. Haight, James E. Faust, Neal A . Maxwell,
Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks, M. Russell Ballard, MUITO IN SPIRA DO R consolado com seus artigos, com entários e
Joseph B. W irthlin, Richard G . S co tt
histórias. C om o um converso relativam ente
C onsultores: Rex D. Pinegar, Joh n H. Groberg,
V. Dallas Merrell, Robert E. W ells Em bora não seja um santo dos últimos recen te— fui batizado em 1991— aprendi a
Editar: Rex D. Pinegar
Diretor Gerente do Departamento de Currículo: dias, adoro ler o Tambuli (inglês) todos os co m p re e n d e r m elh o r as escritu ra s pelos
Ronald L. Knighton
Diretor de Revistas da Igreja: Thom as L. Peterson meses. E n co n tro artigos m uito inspiradores artigos que são nela publicados.
International Magazines:
e com freqü ência sin to -m e em ocion ada a
Editor Gerente: Brian K. Kelly
Editor Gerente Assistente: M arvin K. Gardner ponto de ch orar de alegria.
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Ramo G aldar (Ilhas Canárias)
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L E t o ile ( fr a n c ê s ) é m in h a g u a rd iã .
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Santos dos Últim os Dias. Todos os direitos reservados.
Edição Brasileira do “International Magazine” de A Igreja
Batizam os uma fam ília re c e n te m e n te , própria entrevista com os líderes e ter seus
de Jesus Cristo dos Santos dos Ú ltim os Dias, acha-se
cu jo prim eiro co n ta to com a Igreja foi por co n selh o s para me orientar. Q u an d o leio
registrada sob o número 93 do Livro B, n fi 1, de
Matrículas e O ficinas Impressoras de Jornais e Periódicos, m eio da L iahon a. U m m em bro da Ig reja
conforme o Decreto n° 48 5 7 , de 9 -1 1 -1 9 3 0 . A Liahona,
sobre os santos dos últimos dias em todo o
revista internacional de A Igreja de Jesus C risto dos deixou uma revista no salão de beleza onde m u n d o , p e r c e b o q u e so m o s u n ifica d o s
Santos dos Últim os Dias, é publicada mensalm ente em
chinês, holandês, dinamarquês, inglês, finalandês, trabalhava. U m a clien te leu um artigo na com o uma família internacional.
francês, alemão, italiano, japonês, coreano, norueguês,
português, samoano, espanhol, sueco e tonganês; revista, e isto gerou perguntas a respeito da Sugiro que usemos os artigos da revista
bimensalmente em indonésio, taitiano e tailandês; e
trimestralmente em islandês, tch eco, húngaro e russo. Ig reja, visitas dos m ission ários, co n v ite s c o m o b a s e p a ra i n s t r u ç ã o em a u la s ,
Impressão: U L T R A P R IN T Impressora Ltda. - Rua
Bresser, 1224 - Brás - S ão Paulo - SP. para p articip ar em ativid ades da Igreja e discursos, noites familiares, e vida diária.
Devido à orientação seguida por esta revista, reservamo-
nos o direito de publicar somente os artigos solicitados finalm ente batism o.
pela redação. N ão obstante, serão bem-vindas as
colaborações para apreciação da redação e da equipe Devem os seguir o exem plo dessa irmã e Stephanie Piette
internacional do “International Magazine”. Colaborações
espontâneas e matérias dos correspondentes estarão deixar a revista onde ela fique à disposição Ramo de Toul
sujeitas a adaptações editoriais.
de não-m em bros. E uma forma simples de Estaca Nancy França
Redação e A dm inistração: Av. Prof. Francisco Morato,
2.430 - 0 5 5 1 2 -3 0 0 - São Paulo - S P - T elefon e (0 1 1 ) realizar a obra m issionária e uma grande
816-5811.
T h e A Liahona (ISS N 0 8 8 5 -3 1 6 9 ) is published monthly oportunidade de com partilhar o evangelho NOTA DO E D IT O R
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de Jesus Cristo.
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A L I A H O N A • O U T U B R O DE 1 9 9 3
I
 MENSAGEM DA PRIMEIRA PRESIDÊNCIA

“É Verdadeiro, Não É?”

Presidente Gordon B. Hinckley

Primeiro C onselheiro na Primeira Presidência

T
en h o tid o a op o rtu n id ad e de c o n h e c e r m uitos h om en s e

mulheres maravilhosos em vários lugares do mundo. Alguns

deles me im pressionaram profu n d am en te. C o m p artilh arei

"Está disposto a pagar

convosco uma história que relatei há alguns anos. C on h eci um oficial da
um preço tão alto pelo
eva n ge lho?"— indaguei.
marinha de uma nação distante, um jovem brilhante que fora trazido aos
Os olhos escuros,
Estados Unidos para treinam ento avançado. A maneira de ser de alguns de marejados de lágrim as,
b rilha ra m -lhe no belo
seus colegas na M arinha dos Estados Unidos o havia impressionado, e a rosto m oreno ao
responder: "E ve rd a ­
pedido seu com partilharam com ele suas cren ças religiosas. Ele não era deiro, não é ?"

cristão, mas estava interessad o. F alaram -lhe a respeito do Salvad or do

mundo, Jesus Cristo, nascido em Belém, que deu a vida pela humanidade.

C ontaram -lhe da visita de Deus, o Pai Eterno, e do Senhor ressurreto ao

menino Joseph Smith. Falaram-lhe dos profetas modernos. Ensinaram-lhe o

evangelho do Mestre. O Espírito tocou-lhe o coração, e ele foi batizado.

Ele foi-m e apresentado pouco antes de retornar à sua terra natal. Nós

A L I A H O N A • O U T U B R O DE 1 9 9 3
3
conversamos sobre estas coisas, e então eu disse: “Seu povo
não é cristão. O que acontecerá quando voltar para casa
como cristão, especialmente um cristão mórmon?”.
E n tr is te c e u -s e -lh e o sem b lan te e ele resp o n d eu :
“M inha família ficará desapontada. Eles poderão rejeitar-
me e considerar-me m orto. Q uanto ao meu futuro e a
minha carreira, todas as portas poderão estar fechadas”.
— “E stá d isp osto a pagar um p re ço tão a lto pelo
evangelho?”— indaguei.
Os olhos escuros, marejados de lágrimas, brilharam-
lhe no belo rosto moreno ao responder: “E verdadeiro,
não é?”
Envergonhado por ter feito a pergunta, eu respondi,
“Sim, é verdadeiro”.
A isto ele replicou: “Então, o que mais importa?”
Gostaria de deixar convosco as mesmas perguntas: “È
verdadeiro? Então o que mais importa?”
A s e sta tístic a s sobre o cre sc im e n to da Ig reja são
impressivas e gratificantes. Elas me fazem lem brar de
uma recente transmissão radiofônica, em que o Chefe do
C onselho N acional de Igrejas foi entrevistado e falou
sobre o declínio do número de membros de alguns dos
maiores e mais conhecidos grupos religiosos, bem como
sobre o crescim ento acelerado de outros. C om o razão
d e ste d e c lín io e le a firm o u : “P o rq u e se to rn a r a m
p e rm issiv o s; p e rm ite m qu e q u a lq u e r um se to rn e
m em bro ou p e rm a n e ç a co m o m em b ro . N ão fazem
n en h u m a e x ig ê n cia rigorosa, seja q u a n to a fé ou a
contribuições”. M encionou, também, que os grupos que
requerem sacrifício de tempo, esforços, e recursos estão
vivenciando um crescimento vigoroso.
Ele prosseguiu dizendo: “A Igreja com o crescimento
mais rápido, com mais de um m ilhão de membros no
país, é a Igreja Mórmon, os santos dos últimos dias, com
sede na Cidade do Lago Salgado, que está crescendo 5%
ao ano, (e) isto é um crescim ento muito rápido”. Este é
um co m e n tá rio su rp reen d en te, um co m e n tá rio que
A L I A H O N A • O U T U B R O
4
d ev e ria in te re s sa r a to d o s os h o m en s ou m u lh eres
conscientes. Uma de suas afirmações é que a religião que
re q u e r d e d ic a ç ã o , q u e p ed e s a c r if íc io , qu e ex ig e
disciplina, também recebe a lealdade de seus membros e
o interesse e respeito dos outros.
Assim tem sido sempre. O Sen h or não foi ambíguo
quando disse a Nicodemos: “ . . . aquele que não nascer
da água e do E sp írito , não pode e n tra r no rein o de
D e u s ” (Jo ã o 3 : 5 ) . N ã o h a v ia e x c e ç õ e s . N ão h a v ia
permissividade na obediência ao mandamento. O mesmo
se dava com relação aos outros assuntos dos quais falou.
Paulo nunca usou de subterfúgios nem se esquivou
q u a n d o exp ôs os re q u isito s do e v a n g elh o de Jesu s
C risto . O m esm o a c o n te c e h o je . O próprio S e n h o r
declarou que “ . . . estreita é a porta e apertado é o
c a m in h o ” (M a teu s 7 :1 4 ) . Q u a lq u e r sistem a que se
ocupe das co n seqü ên cias etern as do com p ortam ento
hum ano deve esta b e le c e r diretrizes e ater-se a elas;
nenhum sistema que não espere de homens e mulheres
c e r to p a d rã o de d is c ip lin a e p a r t ic u la r m e n t e de
au to d iscip lin a, pode exigir deles lealdade por m uito
tempo. Talvez seja alto o preço, em matéria de conforto.
O sa c rifício pode ser real. Essa ex ig e n te realid ad e,
porém, é a substância do caráter, da força, e da nobreza.
Permissividade nunca produziu grandeza. Integridade,
leald ad e e vigor são virtu des cu jo s su sten tácu lo s se
desenvolvem através das batalhas travadas em nosso
íntim o, à medida que praticamos autodisciplina sob as
demandas da verdade divinamente revelada.
Existe, porém um outro lado da moeda, sem o qual
esta autodisciplina seria pouco mais do que um exercício.
A d isciplina im posta apenas pela disciplina em si, é
repressiva. Não faz parte do espírito do evangelho de
Jesus C risto. G eralm ente é imposta pelo medo, e seus
resultados são negativos.
A q u ilo , p o rém , q u e é p o s itiv o , qu e é fru to da
c o n v ic ç ã o p esso al, e d ific a , in sp ira e fo r ta le c e . Em
DE 1 9 9 3

Cam inhou pelas ruas, ressentido com o desejo que a esposa
tinha de b a tiza r-se , e o espírito de oração de algum a forma
tomou conta de seu coração. Suplicou a Deus uma resposta
às suas dúvidas.
questões religiosas, quando uma pessoa é motivada por
uma grande e poderosa convicção da verdade, ela própria
se disciplina, não por causa das exigências feitas pela
Igreja, mas por causa do co n h e cim en to , que traz no
coração, de que Deus vive; de que ela é filha de Deus,
com potencial eterno e sem limites; de que há felicidade
em servir e satisfação em trabalhar por uma grande causa.
O n o tá v e l p ro g resso d esta Ig re ja n ão é ta n to o
resultado do que a Igreja exige de seus membros, mas é o
resultado da convicção íntima dos membros de que este
é o tra b a lh o de D eus, e que a felicid a d e, a paz e a
satisfação são encontradas no serviço digno.
A força da Igreja não está em seus milhares de casas de
adoração espalhadas por todo o mundo, nem em suas
universidades, sem inários e institutos. Esses
são apenas prédios, úteis com o meios de se
alcançar um fim, mas apenas fatores de apoio
ao que é sua verdadeira força. A força desta
Igreja reside nos co raçõ es de seu povo, no
testemunho e na certeza que cada um tem da
veracidade desta obra. Q uando uma pessoa
tem esse testemunho, as exigências da Igreja
to rn a m -se d esafios ao in vés de fardos. O
Senhor declarou, “ . . . meu jugo é suave e o
meu fardo é leve” (Mateus 11:30).
O jugo das responsabilidades e da liderança
na Igreja transform a-se em oportunidades e
não é problem a para aqueles que vestem o
manto da dedicação, como membros da Igreja
de Jesus Cristo.
C e r ta vez o u v i a e x p e r iê n c ia de um
engenheiro recentem ente filiado à Igreja. Os
m ission ários foram à casa dele e a esposa
c o n v id o u -o s a e n tra r. E la resp o n d eu
prontam ente à mensagem, enquanto que ele
se julgou pressionado co n tra sua vontad e.
Uma noite ela m encionou que desejava ser
batizada. Ele ficou furioso. Ela não sabia o que aquilo
significava? Significava tempo. Significava pagar o dízimo.
Significava perder os amigos. Significava parar de fumar.
Ele vestiu o casaco e, batendo a porta, saiu noite afora.
Caminhou pelas ruas, ressentido com a esposa, ressentido
com os missionários, ressentido consigo mesmo por ter-se
permitido ser ensinado por eles. Ao sentir-se cansado, sua
zanga esfriou, e o espírito de oração de alguma forma
tomou conta de seu coração. Ele orou enquanto andava.
Suplicou a Deus uma resposta às suas dúvidas. E então
teve uma sensação, clara e inequívoca, como se uma voz
lhe dissesse “E verdade”.
“E verdade”, ele disse a si mesmo, repetidas vezes. “E
verdade”. Uma paz encheu-lhe o coração. Ao caminhar
em d ire ç ã o à ca sa , as r e s tr iç õ e s , as e x ig ê n c ia s , os
requisitos que o deixaram tão zangado com eçaram a
parecer oportunidades. Quando ele abriu a porta de casa,
encontrou a esposa ajoelhada em oração!
Depois, diante da congregação a quem relatou sua
exp eriên cia, falou da felicid ad e que en co n traram . O
dízimo não era problema. C om partilhar o que tinham
com D eu s, que lh es d era tu d o , p a re c e u -lh e m u ito
p o u co . T em p o p ara se rv ir n ã o era p ro b le m a . Iria
requerer apenas um planejam ento cuidadoso das horas
da semana. Responsabilidade não era problema. De tudo
isto surgiu crescim ento e uma nova perspectiva de vida.
E então, esse homem, intelectual e bem treinado, esse
e n g e n h e iro aco stu m ad o a ad m in istrar as co isa s do
m undo físico em que vivem os, p restou te ste m u n h o
solene, com olhos marejados de lágrimas, do milagre que
lhe havia acontecido.
O m esm o a co n te c e com ce n te n a s de m ilhares de
pessoas em muitas terras— homens e mulheres capazes e
preparados, homens de negócio e profissionais decididos,
homens práticos que trabalham com as coisas do mundo,
em cujos corações arde um testemunho silencioso de que
Deus vive, de que Jesus é o Cristo, de que esta obra é
divina, tendo sido restaurada na terra para abençoar a
vida de todos os que desejarem dela participar.
Disse o Sen h or: “Eis que estou à porta, e b ato : se
alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua
casa, e com ele cearei, e ele comigo” (Apocalipse 3 :2 0 ).
Jesus falando aos judeus no templo disse: “ . . . minha
doutrina não é minha, mas sim daquele que me enviou.
Se alguém quiser fazer a vontade dele, pela mesma
doutrina conhecerá se ela é de Deus , ou se eu falo de
mim mesmo.” (João 7:16-17)
Esta é a maravilha desta obra— que todo homem pode
saber por si mesmo. Ele não depende do mestre, nem do
pregador, nem do missionário, que apenas instruem e
prestam testemunho. Como Jó declarou há muito tempo:
A L I A H O N A
“Na verdade, há um espírito no homem, e a inspiração
do Todo-Poderoso os faz entendidos “(Jó 3 2 :8 ).
Cada um pode saber que isto é verdade por meio do
Espírito Santo, e com uma segurança tão grande quanto a
que temos de que o sol nascerá amanhã. E sabendo que
isto é verdade, ele se sentirá inclinado a disciplinar-se,
co m o c o n v é m à q u e le qu e tem c o n h e c im e n to do
s ig n ific a d o e do p ro p ó sito da vid a, de sua g ran d e
responsabilidade para com o próximo, para com a família
e para com Deus.
“A prend e de m im ”, diz o Senhor, “e ouve m inhas
palavras; anda na mansidão do meu Espírito e terás paz
em mim.”(D & C 19:23.)
E sta é a paz que “ex ced e to d o o e n te n d im e n to ”
(Filipen ses 4 :7 ) , porque não vem da m en te, mas do
Espírito, e “as coisas de D eus” são compreendidas pelo
“Espírito de Deus”(I Coríntios 2:11).
Há alguns anos, uma jovem brilhante e de excelente
formação acadêm ica falou em uma conferência para os
m ilita re s m em bros da Ig reja em B erc h te sg a d e n , na
A lem anha. Eu estava lá e ouvi suas palavras. Ela era
m a jo r do e x é r c ito , m éd ica, uma esp e c ia lista m u ito
considerada em sua área. Ela disse:
“Eu queria servir a Deus mais do que qualquer outra
coisa, mas por mais que tentasse não o encontrava. O
m ilagre de tudo isso é que ele me en c o n tro u . Num
sábado à tarde, em setembro de 1969, eu estava em casa,
em Berkeley, C alifórnia, e ouvi a cam painha da porta
tocar. Lá estavam dois rapazes, vestidos de terno, camisa
branca e gravata. Seus cabelos estavam bem penteados.
Eu fiquei tão impressionada com estes rapazes que disse:
“N ão sei o que estão vendendo, mas eu com pro”. Um
d e le s re s p o n d e u : “N ã o v en d e m o s n a d a . S o m o s
missionários de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias, e gostaríamos de lhe falar”. Convidei-os a
entrar, e eles falaram sobre sua fé.
“E ste foi o in ício de meu testem u n h o . Sou grata,
• O U T U B R O DE 1 9 9 3
6

Apesar de ser muito respeitada por seu trabalho como
médica no exército, ela queria acima de tudo servir ao Senhor.
"M as não o encontrava", afirm ou. " O m ilagre de tudo isso
é que ele me encontrou."
muito além do que poderia expressar em palavras, pelo
privilégio e pela honra de ser memhro de A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. A alegria e a
paz que este evangelho me trouxe ao coração são o céu
na terra. Meu testem u n ho desta obra é a coisa mais
p re c io s a em m in h a v id a , um a d ád iv a de m eu P ai
Celestial, pela qual serei eternam ente grata.”
Este co n h e cim en to nos vem h o je, com o vinha no
passado. Veio a meu amigo, oficial da marinha. Veio ao
en g en h eiro cu jas palavras c ite i. V eio à m éd ica cu jo
testem unho repeti. Há milhares que poderiam falar de
m odo se m e lh a n te . E se e x iste alguém em bu sca do
testem unho do Espírito San to a respeito destas coisas,
presto-vos testem unho de que ele pode ser alcançado.
A contecerá como aconteceu a Pedro:
A L I A H O N A • O U T U B R O
“E, chegando Jesus às partes de Cesáreia de
Filip o , in terrog o u os seus discípulos . . . :
Q u e m dizem os h o m en s ser o F ilh o do
homem ?”E Sim ão Pedro, respondendo, disse:
Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. “E Jesus
respondendo, disse-lhe: Bem aventurado és
tu, Sim ão Barjonas, porque to não revelou a
carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos
céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro,
e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e
as portas do inferno não prevalecerão contra
ela;” (Mateus 16:13, 1 5 -1 8 ).
E s ta r o c h a de r e v e la ç ã o é a fo n te do
conhecim ento com relação às coisas de Deus.
È o testem unho do Santo Espírito que testifica
da verdade eterna, e as portas do inferno não
p re v a le c e rã o c o n tr a q u a lq u er hom em ou
m ulher que o buscar, que o aceitar, que o
cultivar e que viver de acordo com ele.
O fe re ç o meu te ste m u n h o so len e destas
co isas sagradas e in v o co as b ên ção s deste
co n h e c im e n to sobre todos os que buscam
sinceram ente a verdade. □
AUXÍLIOS PARA DEBATE
1. Com relação aos requisitos do evangelho, o Senhor
declarou que “estreita é a porta, e apertado o caminho”
(vide Mateus 7:14).
2. As pessoas voluntariamente se disciplinam, de modo
a seguir os requisitos do evangelho, quando têm convicção
pessoal da verdade— quando sentem no coração que Deus
vive, que elas são filhas de Deus, com potencial eterno e
ilimitado, e que existe felicidade na obediência.
3. O r e q u is ito de a u to d is c ip lin a , c o n tid o no
evangelho, desenvolve caráter, força e nobreza, e traz paz
e oportunidades de crescimento.
DE 1 9 9 3
Q
u and o o p re sid e n te da as co isa s a c o n te c e r e m . Q u a n d o , fé, nosso esforço e nosso desejo?
m issão an u n cio u m inha porém, pensamos em quão breve era Decidimos não prestar atenção ao
transferência, pensei que nossa missão, soubemos que iríamos que nos haviam dito a respeito de
me estava punindo. Tendo nascido na
odiar desperdiçar preciosos meses. Avignon. Em nossas orações, pedimos
França, estava cumprindo missão em L em b ram o-n o s da escritu ra em ao S e n h o r que nos guiasse a uma
meu país e na S u íça . A g ora, meu M ateus 19:26: “A Deus tudo é pos­ alma escolhida— uma que fôssemos
companheiro e eu fôramos designados sível”. E se estivéssemos nessa cidade capazes de preparar para batizar no
líderes de zona em Avignon— uma e região por uma razão? E se as pessoas m ês s e g u in te . E p ro m e te m o s ao
cidade onde não se realizavam batis- da cidade não fossem tão sem espe­ Senhor que trabalharíamos com toda
mos de conversos havia muitos meses. rança com o fomos forçados a a cre­ nossa força.
P assam o s a p rim e ira n o ite lá, ditar? E se o problema fosse somente a Dois dias mais tarde, conhecemos
discutindo nossa situação e tentando atitu d e dos m issionários para com Haroun e começamos a ensiná-lo— e
e n co n trar m otivação e força. Um a elas? E se o Senhor preparasse Lim a o batizamos exatamente um mês após
solução seria sim plesm ente esperar recompensa tão grande quanto nossa nos term o s co m p ro m etid o com o

ESPERAR QUE AS
COISAS ACONTEÇAM?
P ierre A n th ia n
Sen h or. H arou n in d ico u -n o s seus
vizinhos que viviam no andar superior,
a fa m ília Langer, e co m e ça m o s a
ensiná-los. Eles também aceitaram o
e v a n g e lh o e foram b atizad o s. É
m aravilhoso ver o milagre da c o n ­
versão nas pessoas que amamos.
Com o o prédio de apartam entos
on d e v iv iam H a ro u n e a fa m ília
Langer tinha som ente dois andares,
com um apartamento em cada andar,
percebem os que o ed ifício todo se
h av ia c o n v e r tid o à Ig r e ja ! A li,
havíamos alcançado pleno sucesso!
Após quatro meses de trabalho,
sa c rifício s, m ilagres e b ê n ç ã o s, o
p eq u en o ram o de A vignon tin h a
p ra tic a m e n te d u p licad o . O s m is­
sionários de nosso distrito prepara­
ram quinze pessoas para se filiarem à
Igreja. Agora todos os missionários
queriam trabalhar naquela cidade.
Sua reputação havia sido restaurada.
Todas as más idéias a seu respeito
tinham sido mudadas.
Um ano depois da missão, fui ao
templo da Suíça e tive a surpresa e
alegria de encontrar o casal Langer e
seus três filhos. Testemunhei quando
se ajoelharam diante do altar e foram
selad os co m o fam ília. Irm ão E ric
Langer é agora sumo sacerdote— e
presidente do ramo de Avignon.
A g ra d e c i ao S e n h o r por sua
generosidade para com igo. E agra­
d eci por ter ilum inado a mim e a
meu companheiro naquela noite em
Avignon, quando decidimos traba­
lhar com toda nossa força. Qual teria
sid o o re s u lta d o se tiv ésse m o s
sim p le sm en te esp erad o as coisas
acontecerem? □
 A UMA
SÓ VOZ Em Israel, uma terra de vozes
conflitantes, a música do C o ro do
Tabernáculo soou com o uma só voz,
a ju d a n d o a espalhar mensagem de paz.

LaR en e G a u n t

O
s raios do sol se infiltram por entre as nuvens
acim a do C am p o dos P asto res, p ró xim o a
B elém . O balido das ovelhas e o tilintar do
sino de um bode preenchem o ar das manhãs, enquanto
b ed u ín os m od ern os guiam seu re b a n h o pelo m onte
rochoso. O campo em declive, muito semelhante hoje ao
que era a n tig a m e n te , qu and o a n jo s apareceram aos
pastores na noite em que Cristo nasceu, transforma-se
em vale com montes escarpados de ambos os lados. Os
montes, terraplenados com calcário, revestem-se de um
brilho mom entâneo na luz interm itente do sol. Belém, o
lugar do nascim en to do Salvador, repousa no alto do
m onte à direita— refletindo um branco resplandecente,
que atravessa até a bruma suave da manhã.

Cantando na encosta da m ontanha onde Jesus

proferiu o Sermão da M ontanha, os integrantes do Coro
do Tabernáculo (à esquerda) refletem as palavras dele:
"Exultai e alegrai-vos" (Mateus 5:12).
Acima: No Campo dos Pastores.

A L I A H O N A • O U T U B R O DE 1 9 9 3
II
 G radualm ente, os vales e m ontes que circundam o
Campo dos Pastores são envolvidos pelos acordes de “O
S e n h o r M eu P a sto r E ”, c a n ta d o p e lo C o ro do
Tabernáculo. “O Senhor meu Pastor é, não me faltará!
Em v erd e s p a sta g e n s d e s c a n s o m e d á ”. A p ó s as
derradeiras palavras do hino: “Por todas as bênçãos que
hoje me dás!” se elevarem fortes e claras pelo ar, o coro
pára de cantar. Para surpresa de todos, o som continua
como se fosse um eco prolongado, que se espalha pelo
vale e rico ch eteia de m onte em m onte. A m úsica do
Coro do Tabernáculo preenche a terra, e esta, por sua
vez, reluta em deixá-la ir.
Entre 26 de dezembro de 1992 e 6 de janeiro de 1993,
o C oro do Tabernáculo envolveu com música a Terra
Santa— dando concertos em Jerusalém, Tel Aviv e Haifa.
E os eco s prosseguiram en q u an to os co n certo s eram
transmitidos ao vivo pelo rádio e pela televisão israelita.
A reação da audiência e as críticas favoráveis da mídia
confirmaram que as pessoas relutavam em deixar que a
música terminasse.
UNIFICADOS PELA MÚSICA
A o b ra de d e sta q u e da v iag em do C o ro do
T abern ácu lo a Israel foi a ap resen tação da M issa de
Réquiem, opus 5, de Berlioz, com a Orquestra Sinfônica
de Jerusalém, durante a série Litúrgica 92 de concertos.
E sta série de co n c e rto s , realizada e n tre dezem bro e
janeiro todos os anos, destaca apresentações de obras
significativas cristãs para orquestra e corais.
Durante toda a excursão do Coro do Tabernáculo, as
reaçõ es da p latéia foram a m elhor in d ica çã o de seu
sucesso. Israel é um país com muitos músicos, porém, é
do co n h e cim en to geral que as platéias sofisticad as e
cultas da nação costumam sair imediatamente após um
A L I A H O N A • O U T U B R O
12
co n certo . Depois do R équiem de Berlioz, a audiência
reagiu ao poder e à energia desta grande música com
aplausos em uníssono— com um pedido de bis— por mais
de cinco minutos.
Teddy Kollek, prefeito de longa data de Jerusalém, disse
que os concertos do Coro do Tabernáculo representam a
“construção de pontes” e que a música era “uma forma
importante de edificar a paz e a fraternidade”.
As reações mais dram áticas das platéias, contudo,
o c o r ria m n o s c o n c e r t o s a c a p e la (N .T . — sem
acom panham ento de instrumentos musicais), quando o
coral apresentava um repertório misto de suas canções
mais cantadas, indo de Rachm aninoff ao canto religioso
a fro -a m e rica n ò . Estes co n c e rto s se in iciavam com a
platéia de pé, enquanto o coro cantava “H atikvah”, o
hino nacional israelense. A música continuava a atrair
e s p e c ta d o r e s d u r a n te to d a a p rim e ira m e ta d e do
co n certo, causando reações em ocionadas nas pessoas,
especialm ente quando o coro cantava uma combinação
de “By the Waters o f Babylon” (N. do T. — “Jun to aos
Rios de Babilônia”), seguido de “Vinde, ó Santos”.
Durante a segunda metade destes concertos, alguns
espectadores começavam a chegar mais para a frente em
seus lugares. Q u an d o o co ro ca n ta v a “N ow Shou t!”
(“Agora Clam em em A lta Voz”) , com as palavras “Batam
P alm as”, p arte da p la téia co m e ça v a a b a te r palm as
acom p anhand o a m ú s ic a . S o rris o s acan h ad o s
tra n sfo rm a v a m -se em sorrisos a b erto s. O s aplausos
ficavam mais altos ao térm ino de cada peça. Q uando
c h e g a v a o n ú m e ro fin a l, “ C in d y ”, co m seu ritm o
sincopado, as pessoas batiam os pés no chão, as palmas
das mãos nas pernas, ou moviam a cabeça ao compasso
da m ú sic a . Os o r g a n is ta s e o p e r c u s s io n is ta
acrescentavam sons de cavalos trotando, de sinos soando
e de um tam borim , en q u a n to o co ro b atia palm as e
DE 1 9 9 3
 O Coro do Tabernáculo, o tenor
Robert Breault e a Orquestra
Sinfônica de Jerusalém , todos sob a
regência de David Shallon,
apresentaram o Réquiem de Berlioz
em Jerusalém (extrema esquerda) e
em Tel A viv (à esquerda). Escrita
pelo compositor francês Hector
Berlioz em 1837, o Réquiem é uma
descrição musicada do momento da
morte, do dia do Julgam ento, da
redenção e da Ressurreição.

can tav a: “G et along home, little Cindy; I’ll marry you
someday" (“V á sossegada para casa, pequena Cindy; eu
me casarei com você, algum dia”.) Continuavam a sorrir
enquanto aplaudiam, alguns com os braços erguidos, e
por fim batiam palmas novam ente em uníssono.
Então o coral começava a bisar. Q uando os primeiros
acordes da inesquecível “Jerusalem o f Gold" (“Jerusalém
de O uro”) ecoavam na sala de concertos, a platéia ficava
boqu iaberta e aplaudia quando o solista co m eçav a a
cantar em hebraico. Era claro o envolvimento emocional
da platéia com a canção. Um a m ulher colocou a mão
sobre a boca em êxtase. Um homem de rosto sombrio
tirou os ó cu lo s e ch o ro u a b e rta m e n te . E n q u a n to a
música prosseguia, muitos dos presentes murmuravam a
letra com o coro e outros limpavam as lágrimas que lhes
corriam pela face.
A o térm in o da ca n ç ã o , o regen te do co ro , Jero ld
Ottley, dirigiu a atenção dos presentes para a compositora
de “Jeru sa lem o f G o ld ”, N ao m i S h em er, que e stev e
presente ao concerto de Jerusalém e também ao de Tel
Aviv. Q uando ela se levantou, a platéia ficou de pé e
aplaudiu-a entusiasticamente. Era uma reação à música
que lhes conquistara o coração durante a Guerra dos Seis
Dias, em 1967. Baseada na lenda de um xeque (N. do T.
— chefe árabe), que deu à esposa uma m iniatura, em
ouro, da cid ad e de Jeru salé m , a c a n ç ã o v en ceu um
concurso de música em 1967. Sendo co n stan tem en te
levada ao ar e aos corações das pessoas durante a guerra,
a canção transformou-se em algo que uniu os soldados
israelenses e o povo ao entrarem novam ente nas áreas
anteriormente proibidas da cidade até então dividida.
O aplauso em uníssono reiniciava, e o coro passava a
cantar “Já Refulge a Glória Eterna”. Próximo ao final do
hin o , as luzes se acen d iam e a p latéia batia palm as
acompanhando o ritmo, até que os aplausos encobriam o
final da música e todos ficavam em pé.
Q uan d o o coro com eçav a a bisar sua m úsica final
tradicional, “Deus Vos Guarde”, as pessoas continuavam
em pé e muitos enxugavam as lágrimas dos olhos.
“A música ultrapassa todas as barreiras”, disse Robert
Cundick, atuando como anfitrião no Centro Jerusalém,
em uma entrevista publicada no jornal Jerusalem Post. “A
música é o alicerce de uma experiência gigantesca com a
terra de Israel.”
Isto provou ser verdade em todos os concertos do Coro
do Tabernáculo. Em cada concerto, em um momento de
perfeita harmonia, o público era transformado em algo
mais elevado do que haviam sido como pessoas. A música
do coro entrelaçava seus sons às emoções e recordações
de cada ouvinte, unindo-os em um grande todo. E, por
esse breve m om ento, o público ficava unido em paz,
sustentado pela linguagem mundial da música.
COMENTÁRIOS APÓS OS CONCERTOS
O s a p la u so s ce ss a v a m e as luzes a c e n d ia m -s e ,
p erm itin d o que pou co a p ou co o pú blico saísse. Ao
descerem dos balcões ou entrarem no saguão principal,
alguns irrad iavam uma alegria silen cio sa. O u tros se
reu n iam em grupos e co n v ersa v a m an im ad am en te,
parecendo falar ao mesmo tempo.
•“N ão há palavras, n u n ca haverá palavras. Foi a
experiência mais extraordinária de minha vida.”
•“Sen tia que não respirava ar. Sen tia que respirava
música.”
•“A cab ei de passar duas horas no céu. Todo nosso
kib b u tz alu g ou um ô n ib u s e c o m p a re c e u . N ão
poderíamos deixar que o Coro do Tabernáculo passasse
por aqui sem ouvi-lo.”
•“O coro canta com o amor de Deus.”

A L I A H O N A • O U T U B R O DE 1 9 9 3
13
 O u tro m o m en to de e sp e c ia l in te re sse esp iritu a l
ocorreu dois dias depois, em Haifa, sob a forma de uma
bênção apostólica. As exigências físicas e profissionais
foram avassaladoras para todos os envolvidos na tournée.
O s co m en tário s de um in teg ran te do co ro , a seguir,
ilustram tensões sem elhantes vividas por outros: “Três
meses de ensaios extenuantes, várias apresentações, uma
dúzia de p ro g ram as r a d io fô n ic o s , p re p a ra tiv o s
p articu lares para a to u rn ée, atividades fam iliares de
Natal e a morte de minha mãe exigiram mais do que me
era possível suportar. Q u an d o em barquei, em 26 de
dezembro, sentia-m e com pletam ente exausto. Essa não
era a maneira de se iniciar uma tournée com o co ro ”.
Então, nos primeiros dois dias após a chegada a Israel, o
coro teve quatro ensaios gerais, incluindo três ensaios do
Réquiem de Berlioz (com aproximadamente uma hora e
m eia de d uração), um ensaio e uma apresentação do
concerto a capela.
Antes do primeiro concerto do coro em Haifa, Élder
Jam es E. Fau st a b en ço o u os in te g ra n te s do grupo.
Abençoou-os para que seu organismo se renovasse e para
que se fortalecessem para as apresentações.
“Pude sentir fisicam ente as forças voltando ao meu
corpo”, diz o integrante do coro, Toni Davis. “Quando
chegamos ao palco, sentíamos que nossas forças haviam
retornado. Acredito que depois de fazermos tudo o que é
possível, o Senhor faz o resto. Quando voltamos para o
hotel, ajoelhei-m e e agradeci ao Senhor pela força que
nos dera— não apenas espiritual, mas também física.”
Uma se m a n a d ep o is, d u r a n te um a re u n iã o
sacramental em Tiberíades, próximo ao Mar da Galiléia,
Élder James E. Faust testificou a divindade do trabalho
que o coro estava realizando e deu-lhes uma segunda
bênção apostólica. R epetind o as palavras de H elam ã
1 0 :4 -5 , a bênção de Elder Faust enfatizou a promessa do
A L I A H O N A • O
S e n h o r qu e diz: “ Por te re s f e ito isso co m ta n ta
perseverança, eis que te aben çoarei para sempre e te
farei poderoso em palavras e atos”.
ENSAIOS E CONCERTOS
A pesar de os in tegran tes do coro terem passado a
maior parte do tempo em ensaios, concertos, e filmando
um especial para a televisão a ser levado ao ar este ano,
as experiências espirituais prosseguiram.
Um momento especial para o coro aconteceu a 28 de
dezembro durante um ensaio no C en tro Jeru salém , o
primeiro ensaio com David Shallon, diretor da Orquestra
Sinfônica de Jerusalém. O coro sentou-se de frente para a
parede envidraçada e acortinada do auditório, e o sr.
Shallon ficou de costas para as janelas enquanto trabalhava
com o coro. Algum tempo após o início do ensaio, alguém
puxou as cortinas, permitindo ao coro uma visão da cidade
antiga à luz do dia. Quando o sr. Shallon se voltou para
olhar, deu um grito sufocado e parou por um momento
com as mãos juntas sob o queixo, enquanto ele e o coro
ab so rv iam a v ista m a ra v ilh o sa . F oi um m o m en to
emocionante tanto para o coro quanto para o diretor.
D u r a n te os c o n c e r t o s , a v ib r a ç ã o de c a n t a r o
R éq u iem de B erlio z e os c o n c e rto s a ca p ela causou
grande em oção e alegria aos integrantes do coro. Mas
para pelo menos um deles, M ichael McOmber, cantar em
Israel tinha um forte significado pessoal.
“C antei para judeus, muçulmanos, cristãos, e para o
irmão de meu bisavô, John Alexander Clark”, diz ele. O
élder John Clark, que havia sido chamado para a missão
turca em 1894, morreu vítima da varíola em 1895, em
Haifa, na Israel de hoje. Ele foi um dos dois missionários
lá enterrados que, aparentem ente, haviam morrido em
vão. N o presente, contud o, essas sepulturas serviram
T U B R O DE 1 9 9 3
 Extrema esquerda: As b e m -
sucedidas apresentações do coro
foram o resultado de muitas horas
de ensaio mesmo durante a
tournée. O diretor de música e
regente do coro, Jerold D. Ottley
(em p é ), exam ina um a seleção
musical com o organista do
Tabernáculo, Richard L. Elliott. À
esquerda: O p rogram a semanal de
rádio e televisão “Music and the
Spoken W ord " (N.T. "Música e a
Palavra P roferida"), apresentado
por Lloyd D. Newell diretam ente do
Centro Jerusalém da BYU. Foi
g ra va d o para transmissão na
Am érica do Norte e em outras
partes do m undo.

como prova da presença anterior da Igreja em Israel e
foram de grande auxílio para se obter aprovação para a
construção do C entro Jerusalém.
Apresentamos uma canção em ocionante baseada em
Salmos 137”, diz M ichael, ‘“Junto aos rios de Babilônia
nos assentam os e choram os, lem brando-nos de S iã o ’.
C h o rei ao c a n tá -la . Um senso de iron ia in esperad o
tomou conta de mim ao pensar em meu ancestral John:
‘C o m o e n to a re m o s o c â n t ic o do S e n h o r em te rra
estranha?’ dissera o salmista sobre a cativa Israel. Apesar
disso, senti-me estranham ente em casa naquele lugar, ao
entoar a canção do Senhor para meu ancestral. Fora até
lá para c a n ta r um réq u iem in m em oriam (N .T. em
lembrança de alguém que morreu). Nunca te esquecerei,
O Jerusalém, nem John Alexander Clark”.
Cantar “Junto aos Rios de Babilônia” em Israel trouxe
também um novo significado espiritual a muitos outros
integrantes do coro. “Em Haifa, mal conseguimos cantar
‘Junto aos Rios de Babilônia’, porque o espírito era muito
forte e várias pessoas choravam”, diz um dos integrantes
do coro. “Foi uma experiência incrível. A o cantarm os
‘V in d e, ó S a n t o s ’, p e rc e b i q u e a le tr a se a p lic a v a
igualmente ao povo judeu, e senti-me ligado a eles”.
GRAVANDO EM LOCAIS SAGRADOS
M uitos integrantes do coro e líderes sentiram mais
fortem ente o Espírito quando se reuniram nos locais de
gravação do especial para a televisão. Uma vez que os
lugares eram fechados ao público durante as gravações,
o coro desfrutou alguma privacidade durante a atuação
do grupo.
“H oje o coro cantou ‘G randioso Es Tu’ nas alturas
majestosas de Dominus Flevit (N.T. termo latino para “o
Senhor chorou”), próximo de onde Jesus chorou antes de
sua entrada triunfal”, escreveu Ken Wilks em seu diário.
O s olhos en ch era m -se -m e de lágrimas ao pensar em
meus ancestrais enterrados ao lado de uma igrejinha no
interior do Alabama. Agradeci a Cristo por proporcionar
as bênçãos do templo para unir as famílias.”
Antes de gravar no M onte das Bem -aventuranças, o
coro tomou dois barcos em Tiberíades e cruzou o Mar
da Galiléia. A meio cam inho, onde podem levantar-se
tem pestades repentinas com o a ocorrida na noite em
que Cristo acalmou as águas, os barcos pararam, foi feita
uma oração e o coro e outros cantaram “Mestre, o Mar
Se Revolta”.
“S e n ti verdadeiram ente o Espírito ao pararmos no
M ar da G aliléia”, diz alguém do coro. “Jam ais senti o
Espírito tão forte.”
Devido a com plicações, o coro chegou atrasado ao
M o n te das B em -a v en tu ra n ça s, restan d o apenas uma
hora de luz do dia. O céu já estava levemente anuviado,
e o sol com eçava a se pôr no Mar da Galiléia. Vários
observadores notaram que toda vez que as equipes de
filmagem iniciavam as gravações do coro, o sol surgia por
trás de uma nuvem estreita e seus raios iluminavam e
aqueciam o local— outro testem unho da mão do Senhor
acompanhando o coro a cada gravação. Na verdade, o
te m p o fic o u s e c o e e n s o la r a d o n o d e c o r re r de,
praticamente, toda a visita do coro. Choveu apenas uma
vez, e foi à noite.
No Campo dos Pastores, o coro entrou em uma área
c e rc a d a do cam p o p ró xim o ao lo c a l on d e os a n jo s
apareceram aos pastores. Peter Vasko, um dos padres
franciscanos que cuidam da área, acompanhou o coro
durante as filmagens e disse-lhes: “Permito que cantem
aqui porque os reconheço com o testemunhas de Cristo”.
Foi, porém, no Jardim do Sepulcro que muitos tiveram
o mais forte sentim ento espiritual.

A L I A H O N A • O U T U B R O DE 1 9 9 3
17
A L I A H O N A • O U T U B R O DE 1 9 9 3
7«
No Jardim do Sepulcro, à
esquerda, o coro cantou “ W hen I
Survey the Wondrous Cross". A
direita: Um cam eram an g ra va a
apresentação.
“O co ro foi co lo ca d o em uma área em fre n te ao
sepulcro vazio para a filmagem”, diz Fay Mason, do coro.
“Lá estava eu, de pé, diretamente em frente ao sepulcro
vazio. A música fora gravada antecipadam ente mas no
último ensaio Jerold O ttley permitiu que cantássem os
‘Wlxen I Survey the W ondrous C r o s s ’ (N .T. ‘Q u a n d o
Observei a Assombrosa Cruz’) . Enquanto cantava senti o
Espírito do Senhor muito próximo. Por um instante senti
que, se estendesse a mão, ele a seguraria.”
“Adquiri uma compreensão muito maior do Salvador,
e meu amor por ele aumentou”, diz Tom Porter, do coro.
“Ele vive! Pois com o diz uma outra canção: ‘Andei por
O nde Andou Jesus, sentindo-o junto a mim’. Sentim o-
nos dominados pelas últimas linhas da música [“When I
Survey the Wondrous Cross”] ao fitarmos o sepulcro vazio.
‘Am or tão assombroso, tão divino, reclam a minh’alma,
minha vida, meu tudo!’ Minha esperança é que eu possa
continuar a sentir essa mudança em minha vida, pois sou
uma pessoa verdadeiramente diferente por ter visitado
essa terra.”
“FALAMOS A ELEST ATRAVÉS DA MÚSICA”
Todos os que participaram da tou rnée do C oro do
Tabernáculo assinaram um acordo de não-proselitismo,
co m o o fazem to d o s os q u e fre q ü e n ta m o C e n tr o
Jerusalém da BYU. Élder Faust explicou a razão desse
acordo: “Na época em que adquirim os a propriedade
para a construção do C entro Jerusalém e iniciamos as
negociações para o arrendam ento, tam bém assinamos
um acordo de não-proselitismo. Preferimos referir-nos a
ele com o um convênio, porque a palavra reflete nosso
sério compromisso de honrar tal acordo. C erto dia, ao
conversarmos com o Prefeito Kollek a esse respeito, ele
nos lembrou que o mundo perdeu seis milhões de judeus
A L I A H O N A
no Holocausto. ‘Simplesmente não podemos arriscar-nos
a perder mais um judeu sequer’, disse ele”.
Integrantes do coro, cônjuges e equipe respeitaram
esse acordo ao pé da letra; apesar disso, todos ainda
encontraram muito sobre o que conversar com as pessoas
de Israel. Muitos deram às pessoas que conheceram uma
fita previam ente aprovada com algumas das músicas
populares do C oro do Tabernáculo, apropriadas para o
povo isra elen se por não h av er m enção do nom e de
Cristo. “N ão fizemos proselitismo. Falamos-lhes por meio
da música”, disse um dos integrantes do coro. “Deixamos
nosso amor com eles”, disse outro.
A ação generosa do cônjuge de um dos integrantes do
coro trouxe resultados duradouros. Q uatro integrantes
do coro e dois dos cônjuges haviam tomado um táxi até
o C entro M édico da Universidade Hebraica-Hadassah,
em K ad esh , para ver os fam osos v itrais de C h ag all
retratan d o as Doze Tribos de Israel. “Toda Jerusalém
c o m e n ta a r e s p e ito do c o r o ”, d isse Y o c h e v e d , a
recepcionista. Porém, quando lhe perguntaram se iria ao
concerto final aquela noite, ela gaguejou que devido a
“problemas” não poderia ir.
D ep o is de saírem é que os seis p e rce b e ra m que
“problemas” significava que ela não tinha dinheiro para
comprar o ingresso. Retornaram rapidamente e um dos
cônjuges deu-lhe seu próprio ingresso. Sua alegre reação
foi espontânea, e durante o concerto daquela noite ela
co m o v e u -se a té às lágrim as. A b ra ço u cad a um dos
novos amigos após o con certo e disse: “Não tenho como
p a g a r-lh es por sua g e n tile z a . N em m esm o sei seus
n om es, e n tã o h o je p la n tei uma árvo re no H ospital
Hadassah em nome do Coro do Tabernáculo Mórmon.
Ela continuará a viver e a crescer, e da próxima vez que
v o lta r e m a Je r u s a lé m p o d e rã o v er a á rv o r e . Su a
presença aqui trouxe-nos alegria e paz”.
• O U T U B R O DE 1 9 9 3
10
 Kay Lynn Wakefield aprendeu uma importante lição
de uma mulher que trabalhava no Jardim do Sepulcro.
“Enquanto caminhávamos apressadamente”, diz a irmã
W ak efield , “o som lím pido da voz de uma so p ran o
e n c h e u o ar. S e n ti-m e tão a tra íd a por a q u ele som
sublime que me afastei da multidão para descobrir de
onde vinha. E então eu a vi! Uma senhora inglesa, de
baixa estatura, varria uma das trilhas no jardim.
A o con versarm os, ela expressou a alegria sen tid a
todos os dias ao varrer as trilhas do Jardim do Sepulcro,
com freqüência cantando todo o cam inho. C on tei-lh e
que o C o ro do T a b e rn á cu lo c a n ta r ia no Jard im do
Sepulcro naquele dia. Seus olhos ficaram marejados ao
dizer: ‘Sim, eu sei, e sinto-m e privilegiada por estar aqui
hoje para ouvi-los’. Então abracei-a e fui reunir-me aos
outros. Uma vez mais fora lembrada de que não deveria
ficar tão absorta no destino final, a ponto de esquecer de
apreciar a jornada”.
Quando uma integrante do coro entrou em uma loja de
m ad eira de o liv e ira , em B e lé m , ela p re s e n te o u o
comerciante com uma fita do Coro do Tabernáculo. Ele
ouviu-a imediatamente. Em poucos minutos saiu correndo
atrás da integrante do coro, gritando alegremente: “Escute
o que sua música fez para minha loja!”
E assim a m úsica do C oro do T ab ern ácu lo cobriu
Israel por dez cu rto s d ias; em tro c a , Israel pareceu
relu tan te em d eixar a m úsica term inar. C om o o eco
persistente no Cam po dos Pastores, a música do coro
continua a ser ouvida nos lares de todo o país quando as
famílias escutam as fitas do coro, as reapresentações dos
program as de rádio, e assistem às retran sm issões da
televisão.
C o m o É ld e r F a u st d isse ao c o ro na re u n iã o
sacram ental, em Tiberíades: “O bem que fizeram neste
país jamais se acabará”. □
A L I A H O N A • O U T U B R O
20
UM EDIFÍCIO de
LUZ E PAZ
ma oliveira forte, retorcida e ch eia de nós se
U
destaca à luz do sol, perto da entrada do Centro
Jerusalém da Universidade Brigham Young para
Estudos do Oriente Médio. Os galhos escuros e nodosos da
árvore contrastam intensamente com o branco faiscante da
pedra do C e n tr o . Em bora a árvore p areça m orta se
comparada à relva verde em sua base, ela não está. Uma
observação mais cuidadosa dessa oliveira de 8 0 0 anos,
tran splan tada da G aliléia, revela brotos nascendo no
tronco alterado pela exposição ao tempo. As oliveiras,
cujas raízes podem durar séculos, estão entre as plantas
m ais re siste n te s, e a o liv eira do C e n tro serve com o
le m b re te a to d o s os que a vêem de qu e, qu an d o
aprofundamos nossas raízes nas verdades ensinadas pelo
Salvador, podemos ser alimentados pelo evangelho e seguir
rumo à vida eterna.
O C en tro Jerusalém , elevand o-se acim a da Cidade
Velha, localiza-se no extrem o sul do M onte Scopus, que
se estende ao norte do M onte das Oliveiras. O edifício
de 11.146 metros quadrados encontra-se em uma área de
1,8 h ectares. O s sete andares são construídos em um
declive íngreme de 30,5 metros e incluem salas de aula,
uma biblioteca, uma sala para múltiplos propósitos, um
r e s ta u r a n te self-serv ic e e um a sa la de ja n ta r , dois
auditórios e dormitórios para 175 alunos.
A mensagem da arquitetura desse edifício é luz e paz.
O s v isita n te s e n tra m p rim eira m en te em um jard im
isolado, com fontes e o som tranqüilo da água corrente;
dirigem-se então a uma longa e alta galeria que reflete
luz e calor. Mármore, teca (N.T. uma espécie de madeira)
DE 1 9 9 3
e p ed ra de Je r u s a lé m c o b re m a m a io r p a rte das
superfícies. Antes de entrarem no auditório superior de
330 lugares, os visitantes atravessam a luz filtrada dos
arcos de treliça que circundam o auditório. Um a vez que
três de suas quatro paredes são de vidro, a sala é bem
iluminada. D iferente de qualquer outra arquitetura de
Jerusalém, este auditório envidraçado proporciona uma
vista da antiga cidade de Jerusalém . A n oite, quando
visto do vale, o edifício iluminado com suas camadas de
janelas abobadadas parece um farol no monte.
A pós o té rm in o da c o n s tr u ç ã o , E ld er Je ffre y R.
Holland, na época presidente da Universidade Brigham
Young, levou Teddy Kollek, o prefeito de Jerusalém, para
visitar o edifício. Durante quarenta e cinco minutos, o
Prefeito Kollek perm aneceu virtualm ente em silêncio,
enq u anto cam inhava pelo C en tro . F inalm en te, disse:
“Tomaram a mais bela propriedade que lhes poderíamos
ter cedido e fizeram mais com ela do que pensei ser
possível. C o n sid ero este lo c a l o mais lind o e d ifício
construído em Israel nos últimos anos”.
O P r e fe ito K o lle k , um fo r te d e fe n s o r de um a
sociedade pluralista em Jerusalém, colocou sua carreira
política em perigo repetidamente durante a construção
do C entro. Ele declarou, em 16 de fevereiro de 1992, ao
convidar o C oro do Tabernáculo para ir a Israel: “De
todas as lutas destes vinte e cinco anos como prefeito de
A L I A H O N A • O U T U B R O
21
Com seus arcos graciosos cobertos de pedra, o Centro
Jerusalém da BYU imita elementos do estilo comum
em Jerusalém . Em uma galeria com prida e elevada
(no alto, à esquerda), a luz reflete-se no chão de
m árm ore. Na entrada do Jard im (no alto, à direita),
há um a oliveira de 800 anos de idade.
Jerusalém , a que envolveu o cam pus da B Y U -M onte
Scopus foi talvez a mais d ifícil e ce rta m en te a mais
importante. Não foi uma luta pelos mórmons, mas uma
luta pela tolerância em uma cidade que deve estabelecer
um exemplo para o mundo— uma cidade na qual todos
possam orar a Deus a seu próprio modo, sem restrição.
Com o poderíamos nós, judeus, que fomos afastados de
nossos lugares sagrados por séculos, recusar o direito de
o u tro s e s t a b e le c e r e m um a le g ítim a in s titu iç ã o
educacional e um local de adoração em Jerusalém?”
Hoje, alunos da Universidade Brigham Young podem
estudar no C entro Jerusalém para Estudos do O riente
Médio. E, na verdade, uma luz no monte para esses alunos
que lá vão adquirir conhecimento e aprofundar suas raízes
espirituais nas verdades permanentes do evangelho e da
vida de Cristo. Arquitetonicamente, é também uma luz no
monte, pois situa-se, com seus arcos, no alto do Monte
Scopus, sussurrando paz para a cidade abaixo. □
DE 1 9 9 3
 Élder jtilm K. Carmack
A Igreja na
índia, Paquistão, Bangladesh
e Sri Lanka
A Área Asiática consiste do Afeganistão,
Bangladesh, Butão, Brunei, Cam bodja, China, Hong
Kong, Indonésia, M acau, M alásia, M aldivas, M ongólia,
M yanm a (antiga B irm ânia), N epal, Paquistão,
Cingapura, Sri Lanka, Taiw an, Tailândia e Vietnã.
Os missionários SUD começaram o proselitismo nos
anos 1850, no cham ado subcontinente indiano, que
era uma parte do continente asiático, mas somente nos
últimos anos a Igreja tem estado presente naquela
área de m aneira consistente. Para sabermos como o
evangelho está se espalhando pela índia e por alguns
outros países da Área Asiática, os redatores da revista
conversaram com o Elder Monte J. Brough do Quorum
dos Setenta, Presidente da Á rea Asiática, e com os
Élderes John K. Carm ack e Tai Kwok Yuen do Q uorum
dos Setenta, conselheiros na Presidência da Área.
P: Podem falar-nos sobre o progresso da Igreja na
Área Asiática?
R : Um importante acontecim ento na área foi a criação
A L I A H O N A
Elder Monte J. Brough Elder Tai Kwok Yueu
da M issão índia B an galore, em ja n eiro deste ano. O
Presidente da Missão, G urcharan Singh Gill, professor de
m atem ática na Universidade Brigham Young, é indiano.
A Igreja en fren ta m uitos desafios na índ ia, mas a
estrutura da missão servirá melhor ao propósito da Igreja
de alca n ça r os 8 0 0 m ilhões de h abitan tes do país. A
maior força da Igreja é o seu potencial de crescim ento.
Nas terras onde servimos, estamos no estágio em que a
Igreja se encontrava há quarenta ou cinqüenta anos na
Am érica do Sul. Temos relativamente poucos membros,
mas são fiéis, devotados e desejosos de trabalhar.
P: Quantos membros temos nesses países?
R : Na índia tem os 1.200 m embros espalhados por
todo o país, embora a maioria deles seja do centro-sul da
índia.
No Paquistão, a Igreja tem sete unidades, com cerca
de 1 50 membros. Tivem os aproxim adam ente sessenta
batismos no ano passado.
Há também um ramo da Igreja, com 1 12 membros,
em Colombo, Sri Lanka, país situado em uma ilha.
• O U T U B R O DE 1 9 9 3
22
 P : A s p e sso a s d esse s p a íses e n fr e n ta m m u ito s Ebeneezer Solomon, cuja mãe, que não fala inglês, ouviu
obstáculos quando se filiam à Igreja? a respeito da Igreja há alguns anos, por uma das muitas
R : A m iséria é um grande o b stácu lo para m uitas duplas de missionários que tivemos na índia. Ela filiou-se
p e sso a s d e sse s p a ís e s . T a m b é m , c o m o a c u lt u r a à Ig reja e tro u x e co n sig o os dois filh o s. E b en eezer
religiosa faz parte integrante do seu estilo de vida, a cumpriu missão na índia há poucos anos. C asou-se e
pressão da fam ília e dos amigos é, m uitas vezes, um agora é conselheiro do presidente na Missão Cingapura.
grande desafio para aqueles que decidem seguir uma O irmão de Ebeneezer, Samuel, é presidente do ramo de
religião diferente. Bangalore.
P: Com o os membros enfrentam p Há muitos outros que poderíamos
CHINA
estes problemas? m e n c io n a r. H á um a fa m ília em
R : O nde quer que o evangelho Lahore, Paquistão, que leu o Livro
e n c o n tre solo fértil, in d e p en d e n ­ de M o rm ó n há m u ito s a n o s.
temente do país 011 das circunstâncias
em que as pessoas vivam, ele tem o
mesmo efeito maravilhoso— abençoa À esquerda: Incluído na Área
e traz felicidade. Asiática da Igreja, o Nepal abriga
P: Poderia m e n cio n a r algum as mais de 18 milhões de pessoas. Na
p esso as q u e são e x e m p lo s d esse capital, K athm andu, acima,
crescimento? adoradores em um Tem plo Hindu
R: Há um rapaz na ín d ia , la va m -se no Rio Baghm ati.

L I A H O N A O U T U B R O DE 19 9 3
23

FOTOGRAFIA DE MARVIN K.GARDNER
O b tiv e ra m te ste m u n h o de sua v e ra cid a d e e foram
batizad os re c e n te m e n te . E x iste ain d a um irm ão n o
Paquistão, cu ja vida mudou quando leu o fo lh eto da
Igreja— O Testemunho do Profeta Joseph Smith.
P oderíam os m e n cio n ar aind a as co n trib u iç õ e s de
nossos irmãos de outros países— pessoas dos Estados
Unidos e da Europa, ou outros lugares, que vivem nessas
terras devido a suas funções no governo ou nos negócios.
Com sua experiência na Igreja, ajudam a fortalecer os
ramos que freqüentam e são responsáveis pela aceitação
do evangelho por parte de muitas pessoas.
Também temos casais de missionários chamados para
o serviço hum anitário na A rea A siática. Por exemplo,
quatro casais de U tah chegaram a Hanói, no Vietnã, em
janeiro, para ensinar inglês aos médicos e à equipe de um
g ran d e h o s p ita l. A lém d isso , e n s in a r ã o in g lê s a
p ro fesso res, fu n cio n á rio s e c ria n ç a s do P a lá cio das
Crianças de Hanói.
No outono passado, quatro ex-educadores dos Estados
U nidos e as esposas, foram cham ados para servir na
A L I A H O N A • O U T U B R O
24
Sherine O pa tha , de Colombo, Sri Lanka, foi a prim eira
m issionária a ser cham ada em seu país. Ela serviu nas
Filipinas de 1989 a 1990.
Mongólia como consultores e conselheiros do Ministério
da Educação e das cinco universidades e suas faculdades.
Foram convidados a participar de vários im portantes
comitês de educação e a ensinar inglês e princípios de
a d m in is tr a ç ã o . E sses c a s a is fo ra m re c e b id o s
c a lo ro s a m e n te , n ão apen as p ro fissio n a lm e n te, mas
também por pessoas interessadas em saber mais sobre a
Igreja. Vários pesquisadores já freqüentam as reuniões
dominicais regularmente.
P: Como vê o futuro da Igreja nesta parte da Asia?
R : A e x p e c ta tiv a é de c r e s c im e n to c o n tín u o , à
m edida que o E sp írito to c a r as pessoas e puderm os
atingi-las. N essa enorm e vinha, os trabalhadores são
relativam ente poucos, mas têm servido bem.
No momento estamos mantendo a Igreja tão simples e
básica quanto possível nestas áreas, de maneira que os
m em b ro s n ã o se sin ta m esm agad o s p ela e s tru tu ra
organizacional, enquanto crescem no evangelho.
Em B a n g a lo re, ín d ia , na reu n ião sa cra m en ta l há
p o u co te m p o , um rap az de q u a to rz e a n o s fez um
excelente discurso, e seu irmão de vinte anos dirigiu a
reu n ião; tudo estav a tão bem preparado q u an to em
qualquer outra reunião em qualquer parte do mundo.
Em algumas destas áreas, onde a Igreja é pequena e
comparativamente nova, estamos desenvolvendo líderes
fortes para o futuro.
Há outro elem ento que fortalece nossos esforços— as
famílias ainda estão intactas nestes países. Essa condição
proporciona um elo natural com as doutrinas e princípios
da Ig reja e é uma das co isas que vai a u x ilia r o seu
crescim ento. □
DE 1 9 9 3

DEVEMOS USAR NOSSOS TALENTOS
oda m u lh e r ”, d isse o
P re s id e n te T h o m a s S.
JL M o n son , “foi investid a
por D eu s de c a r a c t e r ís t ic a s
individuais, dons e talentos, para que
possa cumprir uma missão específica
no plano eterno” (A Liahona, julho
de 1992, P. 108).
C o m o n a p a rá b o la qu e C ris to
ensinou, quando desenvolvem os os
ta len to s receb id o s do Sen h o r, ele
p ro n tam en te nos co n c e d e ou tros.
(Vide Mateus 2 5 :1 5 -2 1 .)
PODEMOS DESENVOLVER
TALENTOS NA VIDA DIÁRIA
Talvez este ja m o s e n ca ra n d o as
tarefas diárias sim plesm ente com o
uma obrigação. Q uando, porém, as
d esem p en h am o s co m amor, p re s­
tando serviço ao marido, aos filhos, à
família e aos amigos, sentimos alegria
e transmitimos essa alegria a outros.
P re p a ra r um a r e fe iç ã o sa b o ro sa ,
preparar uma lição, cuidar do jardim,
e s c r e v e r um a c a r ta , in c e n t iv a r
um a am iga ou p a re n te — to d o s
esses esfo rço s são ta le n to s send o
aperfeiçoados.
Deus, en tão, co n ced e-n o s ainda
m ais, a b en ço a n d o -n o s com novos
ta le n t o s . E les g e ra lm e n te são
atributos de caráter. Aprendemos a
c o m p re e n d e r as n e c e s s id a d e s
daqueles a quem servim os e a d e­
monstrar paciência, amor, tolerância
e generosidade.
A P re s id e n te E la in e J a c k fala
so b re os ta le n to s da av ó . E la
c o s tu ra v a as ro u p as de to d o s os
filh o s , tr ic o t a v a m eias e lu v as,
ordenhava as vacas, fazia manteiga e
a ven d ia, criav a g alinh as, patos e
A L I A H O N A
MENSAGEM DAS PROFESSORAS VISITANTES
perus, era conselheira na Sociedade
de Socorro e colhia trigo. “Por mais
duro que todo esse trabalho pareça,
será que é requerido menos de mim?
N ão p re ciso fazer e x a ta m e n te as
mesmas coisas que Vovó Low fazia,
mas devo p ro cu rar ser tão indus-
trio sa , co m p a ssiv a , e c o n ô m ic a e
auto-suficiente como ela era. Esta é
minha herança”.
• Q ue talentos você con siderou fa z e n d o o qu e p o d ia : passou os
agradável desenvolver?
PODEMOS DESENVOLVER
NOSSOS TALENTOS NOS
CHAMADOS DA IGREJA
Toda irmã disposta a aceitar um
cham ado com o líder ou professora
nas auxiliares, que vem para a aula
bem preparada, que faz um discurso,
trabalha com música ou dirige uma
a tiv id a d e , e s tá d e s e n v o lv e n d o
ta le n to s . A tra v é s dos ch a m a d o s,
au m en tam os nossa cap acid ad e de
ILUSTRAÇÃO DE DO U G BARLO
• O U T U B R O
25
en sin a r, to c a r um in stru m e n to e
envolver as outras irmãs.
R ecé m -ch a m a d a com o líder de
eco n om ia d om éstica numa ala em
H ighland Village, no Texas, Margo
Merrill enfrentou a tarefa aparente­
m e n te im p o ssív el de tran sfo rm ar
retalhos de tecid o em acolchoados
para serem doados. Como ela mesma
n ã o sa b ia c o s tu r á -lo s , co m e ço u
retalhos a ferro, cortou-os e separou-
os por cores. Depois levou os pacotes
p a ra a re u n iã o de e c o n o m ia
d o m éstica e pediu ajuda às irmãs,
que fizeram a combinação das cores,
formaram o desenho, costuraram os
retalhos e deram o acabamento. As
irm ãs u saram seus ta le n to s com
alegria e o resultado agradou a todas.
A o d esen v o lv erm o s ta le n to s e
a ceita rm o s ch am ad os, adquirim os
a u to co n fian ça e sentim os amor ao
servirm os de m aneiras d iferen tes.
B rig id a A c o s ta de Perez era
conselheira na Sociedade de Socorro
num pequeno ramo em San Felipe,
M éxico, onde algumas irmãs falavam
espanhol e outras a língua nativa, o
n a h u a tl. B rigid a usou seu ta len to
para tra d u z ir as au las to d as as
sem a n a s e d e sc o b riu qu e e sta v a
desenvolvendo um novo dom, o de
aproximar duas culturas diferentes e
de fazer com que as irmãs dedicassem
maior amor umas às outras.
Cada uma de nós é única— uma
filha de Deus investida de dons que
ele deseja que utilizemos para edificar
seu reino. Ao desenvolvermos esses
talentos, teremos uma vida mais feliz
e abençoaremos os outros.
• Q ue novos talen tos você está
desenvolvendo atualmente ? □
DE 1 9 9 3
 DAVID
O. McKAY O VALOR DE U M A ALMA
D
avid O . M cK ay, o n o n o
p resid en te da Ig reja, era
c o m p ro m e tid o co m
excelência, com a sinceridade, com o
valor de cada alma. Seu amor pelo
evangelho dava sentido e direção a
seus nobres instintos.
Ele viveu durante um importante
período da história moderna da Igreja.
Quando nasceu, a 8 de setembro de
1 8 7 3 , n a fazen d a dos pais em
H u n tsville, U tah , o P resid en te da
Igreja ainda era Brigham Young. A o
falecer, n o v e n ta e seis anos m ais
tarde, o Presidente McKay conduzira
uma Igreja mundial para a segunda
metade do século vinte— quando o
homem andou na lua.
D u ra n te sua a d m in is tra ç ã o , a
I g r e ja c r e s c e u de 1,1 p a ra 2 ,8
milhões de membros; o núm ero de
e sta ca s q u a se t r ip lic o u ; o de
missões cresceu mais de duas vezes;
a força missionária, seis vezes mais;
foram dedicados templos na Suíça,
N o v a Z e lâ n d ia , G r ã - B r e ta n h a e
Califórnia, e o evangelho foi levado
A L I A H O N A
Leo n R. H a rts h o rn
a c a v a lo para partir, e rg u e u -o nos
a mais nações do que em qualquer
período anterior.
“DE BOA FAMÍLIA”
Q P r e s id e n te M cK a y fo i p r e ­
p arad o para esse tr a b a lh o e essa
responsabilidade desde a in fân cia,
em Huntsville, onde aprendeu, pelo
exem plo dos pais, que na vida de
uma pessoa o S e n h o r e Su a obra
d ev em e s ta r em p rim e iro lugar.
Q uando tinha oito anos, suas duas
irmãs mais velhas faleceram e, pouco
tem po d ep o is, o pai foi ch am ad o
para uma m issão de dois anos na
E scó cia . S iste r M cK ay daria à luz
um a m e n in a , em dez d ia s. O s
trab alh o s na fazenda n ão podiam
parar, a jovem família precisava ser
a lim e n ta d a . Foi um te m p o
p ro v a ç ã o e s a c r if íc io — e D a v id
• O U T U B R O DE
20
aprendeu m uito a respeito de fé e
compromisso. Seu pai, ao montar no
braços, deu-lhe um beijo de adeus e
disse: “D avid , tom e co n ta de sua
mãe e da fam ília”. D aquele dia em
d ia n te , D a v id O . M cK ay d e s e n ­
v o lv e u um e x c e p c io n a l sen so de
responsabilidade.
EM BUSCA DE UM TESTEMUNHO
Seus pais o ensinavam bem, mas
q u an d o a d o le s c e n te , na fazen d a,
D a v id d e s e ja v a te r seu p ró p rio
testemunho da veracidade de Deus e
Sua obra.
“Um dia, quando era jovem, estava
à procura de umas cabeças de gado
O jovem David O. McKay não
recebeu uma resposta imediata ao
orar por uma manifestação da
veracidade do evangelho
de restaurado. Mas aprendeu uma
g rande lição.
1 9 9 3
' •
que se haviam perdido. Subindo uma
colina íngreme, parei para deixar meu
cavalo descansar, e ali, mais uma vez,
tive um in ten so d esejo de receb er
um a m a n ife sta çã o da verd ad e do
Evangelho Restaurado. Apeei, joguei
as réd e as por so b re a c a b e ç a do
animal e, sob um arbusto, ajoelhei-me
e orei para que Deus me declarasse a
veracidade de sua revelação a Joseph
S m ith . T en h o ce rte za de que orei
fervorosa e sinceramente, e com tanta
fé quanta um jovem pode reunir.
Ao térm ino da oração, levantei-
me, tomei as rédeas de meu leal pônei
e m o n tei. R eto m an d o o cam in h o ,
lembro-me de ter dito a mim mesmo:
‘N ão recebi nenhum a m anifestação
espiritual. Para ser honesto comigo
m esm o, devo dizer que c o n tin u o
exatam ente o mesmo “velho rapaz”
de antes de me ajoelhar.’”
Ele aprendera uma grande lição.
Um jovem santo dos últimos dias não
consegue um testem u n h o sim ples­
m en te p e d in d o -o ao Sen h o r, mas
combinando o pedido com trabalho,
serviço, sacrifício e obed iência aos
mandamentos de Deus.
UMA MENSAGEM NA PEDRA
David continu ou a trabalhar na
fazenda e, mais tarde, freqüentou a
Universidade de U tah, formando-se
em 1 8 9 7 . D u r a n te os an o s de
u niversitário jogou fu tebo l, tocou
piano em bailes e, no último ano, foi
A L I A H O N A
eleito presidente de classe. Perto da
formatura, já tinha feito seus planos
p r o fis s io n a is , m as bem a n te s de
re ceb er seu diplom a, o P resid en te
W iltord W oodruff en v io u -lh e uma
carta cham ando-o a cumprir missão
na G r ã -B r e ta n h a . Foi uma d ifícil
decisão — e ele debateu-se com ela,
assim co m o m u itos jo v e n s , h o je .
Decidiu deixar de lado seus planos e
aceitar o chamado.
Não foi fácil enfrentar os primeiros
meses de missão na Escócia, onde o
pai servira anos antes. Isso também
ocorre com muitos missionários. Ele
descreve esse período desanimador e
a s u b se q ü e n te re n o v a ç ã o de seu
co m p ro m isso co m o S e n h o r com
estas palavras:
“Naquele dia, estava com saudades
de casa e um pouco desanimado . . .
Acabara de deixar a escola. Amava a
e s c o la e os jo v e n s . A m ava
juventude. E depois, ir para lá e sentir
. . . o preconceito [das pessoas contra
a Igreja] deixou-me deprimido.
Enquanto (eu e meu companheiro)
v o ltá v a m o s à cid a d e, vi à m in h a
direita uma casa inacabada e, sobre a
p o rta da fre n te , uma in s c riç ã o
entalhad a na pedra. Isso era muito
incom um . Disse a Elder Jo h n sto n :
‘Vou até lá para ver o que diz’. Estava a
meio cam inho da porta quando li o
notável conselho gravado: ‘Sejas lá o
que fores, faze bem a tua parte’.
R e p e ti-a a E ld er Jo h n s to n , e n ­
quanto cam inhávamos em direção à
• O U T U B R O DE
211
cid ad e para p rocurar hospedagem
antes de iniciarm os nosso trabalho,
íam os calados, mas eu dizia a mim
m esm o, ou, quem sabe, o Espírito
d en tro de m im : ‘Es m em bro de A
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos
Últimos Dias. Mais que isso, estás aqui
com o representante do Senhor Jesus
Cristo. A ceitaste a responsabilidade
de representante da Igreja’ . . .
Naquela tarde, por volta da hora
em que con segu im o s a lo ja m e n to ,
a c e it e i a m en sag em d ada a mim
naquela pedra e, daquele mom ento
em diante, procuramos fazer a nossa
parte como missionários na Escócia.”
BÊNÇÃOS PROFÉTICAS
A o s q u a to rz e a n o s de id ad e,
D a v id o u v ira o se g u in te em sua
b ên çã o p atriarcal: “O S en h o r tem
a um tra b a lh o a ser feito por ti, no
qual verás muito do mundo, ajudarás
na c o lig a ç ã o de Isra e l d isp ersa e
também trabalharás no ministério. A
ti ca b erá a sse n ta r-te em co n selh o
com teus irmãos, presidir o povo e
exortar os santos à fidelidade”.
E ssa p r o fe c ia foi re p e tid a
e n q u a n to e le cu m p ria m issão na
E scó cia. D u ran te uma co n ferên cia
de missionários, o Presidente James
L. M cM urrin, da M issão Européia,
apontou para o jovem Elder McKay
e d isse : “D ig o - te , Irm ã o D a v id ,
Sa ta n á s te pediu para te ciran d ar
com o trigo, porém Deus vela por ti.
1 9 9 3

Um a m áxim a entalhada em pedra sobre a porta de um a
casa escocesa inspirou o jovem m issionário de tem po integral,
D avid O . McKay, em 1897.
Se co n serv ares a fé , a in d a te nam o rad a dos tem p os de u n iv e r­
assentarás nos principais conselhos sidade. Numa manhã fria de janeiro
da Igreja”. Não se passaram muitos de 1 9 0 1 , e le e E m m a R ay R iggs
anos para que essas profecias fossem ch eg aram de c h a r re te ao Tem plo
cumpridas. de Lago Salgad o para ca sa rem -se
Nessa conferência, o Elder McKay em c o n v ê n io p e ra n te o S e n h o r.
sentiu “uma rica efusão do Espírito A s p ro m e ssa s de am o r e h o n ra
do Sen h o r”. “Foi”, recordou ele, “a m a n tid a s e n tr e e le s era m
m a n ife s ta ç ã o p ela q u a l, q u a n d o completas, que por mais de sessenta
jovem, orara secretam ente com todo anos a suíte em que m oraram , no
o fervor nos campos e colinas”. H o te l U ta h , foi c a r in h o s a m e n te
chamada por alguns de suíte nupcial.
AMOR, HONRA, SERVIÇO “Sessenta e nove anos não é de jeito
n en h u m tem p o d em ais para uma
A p ó s r e to r n a r da m issão na lu a-d e-m el”, eles diziam, “esp ecial­
E scó cia , D avid ca so u -se com sua m ente quando se deseja co n tin u ar
A L I A H O N A • O U T U B R O DE
29
casado pela eternidade”.
Em 1899, D a v id O . M cK ay
trabalhou em O gden, U tah , com o
instrutor de uma escola pertencente
à Igreja, a Academia Weber, de onde
m ais tard e se to rn o u d iretor. Na
Igreja, serviu como superintendente
da Escola D om inical da estaca e, em
1906, com apenas trinta e dois anos
de id a d e , fo i c h a m a d o para o
Quorum dos Doze Apóstolos. Serviu
a tiv a m e n te em v á rio s ca rg o s:
s u p e r in te n d e n te g eral da E sco la
D om inical, comissário de educação
da Ig reja e p resid en te da M issão
Européia. Com sessenta e um anos,
to i c h a m a d o co m o c o n s e lh e ir o
do P re sid e n te H e b er J. G ra n t e,
mais tarde, ocupou o mesmo cargo
com o P resid en te G eo rg e A lb ert
Smith.
Na conferência de abril de 1951,
o mesmo ano em que ele e Emma
Ray comemoravam o qtiinquagésimo
a n iv ersá rio de ca sa m en to , David
O m an M cK a y d iscu rso u no
Tabernáculo, na Praça do Templo,
aos ali reu n id o s; com a idade de
seten ta e o ito anos, foi u n an im e­
tã o m ente apoiado pelos santos com o
p ro fe ta , v id e n te e re v e la d o r— e
Presidente da Igreja.
“Irm ãos, A u to rid ad es G e r a is ”,
começou ele,“Que Deus nos conserve
u n id o s, ig n o ran d o fraquezas que
percebemos, mantendo os olhos fitos
na glória de Deus e na promoção de
sua obra.
1 9 9 3
 E agora falarei aos m em bros da
Igreja. Nós todos precisamos de vosso
auxílio, de vossa fé e orações, não de
críticas hostis, mas de vossa ajuda.
Podeis fazer isso em oração, quando
n ão p od eis fazê-lo em p esso a. A
potência das preces de toda a Igreja
chegou até mim ontem, quando recebi
uma carta de um antigo vizinho de
m inha cidade natal. Ele ordenhava
suas vacas no curral, quando o rádio
an u n cio u que o P resid en te Sm ith
falecera. Percebendo o que aquilo
sig n ificav a para seu c o n te rrâ n e o ,
correu para casa e contou à esposa.
Imediatamente eles reuniram os filhos
e, naquele humilde lar, suspendendo
suas ativid ad es, ajo elh aram -se em
família e oraram. O significado dessa
o ra çã o eu d eixo a cargo de vossa
imaginação. Multiplicai isso por cem
mil, duzentos m il, m eio m ilhão de
lares, e vede o poder da união, das
preces e da influência sustentadora
que tem o corpo da Igreja.”
ESPÍRITO DE PROGRESSO
A ad m in istração do P resid en te
M cK ay, co m o sua v id a d esd e o
início, foi repleta de feitos notáveis.
Ele e Sister McKay foram de país em
país v is ita r e abençoar ta n t o
membros quanto pessoas de fora da
Igreja. In icio u -se a co n stru çã o de
te m p lo s em m u ito s p a íses,
atividades missionárias expandiram-
se, a população da Ig reja cresceu .
Um gran de esp írito de progresso
p a re c e u c a t iv a r a to d o s e d e ­
senvolveu-se boa vontade para com
os santos dos últimos dias.
CUIDADO COM O INDIVÍDUO
Era com prom isso do Presidente
M cK ay am ar ca d a p esso a
enlevasse os membros da Igreja. Num
dom ingo, uma classe de jovens da
E sc o la D o m in ic a l v ia jo u v á rio s
qu ilôm etros para v ê-lo, com hora
marcada, mas ele teve de ir às pressas
ao hospital onde seu irmão, Thomas
E. M cKay, estava agonizando. No
d o m in g o s e g u in te , a m u ito s
quilômetros de seu escritório, alguém
b a te u à p o rta d a q u ela cla ss e da
E sc o la D o m in ic a l. Q uando
professor abriu a porta, ali estava o
Presidente McKay. Fora conhecer os
alunos e desculpar-se por ter saído no
dia em que eles foram vê-lo.
Depois de explicar por que não
e sta v a em seu e s c r itó r io no dia
m a rca d o , ele a p erto u a m ão da
professora e de cada uma das crianças
e disse: “Q u ero que saibam que o
P resid en te da Ig reja cu m pre seus
compromissos, sempre que possível”.
Esse grande cuidado com nosso
comportamento em relação a todos os
que nos cercam foi uma das grandes
liçõ e s en sin a d a s pelo P re sid e n te
as M cKay. Na viagem à Europa para
d ed icar os lo ca is dos tem p los na
Suíça e Inglaterra, ele foi cercado por
A L I A H O N A • O U T U B R O DE
30
jovens ingleses, ávidos por obter dele
um autógrafo. A primeira da' fila foi
uma m enina de aproxim adam ente
nove anos de idade. Ela pediu ao filho
do Presidente, que o acompanhava:
“G o s ta ria de te r o a u tó g ra fo do
P resid en te M cK ay ”. O filh o, pen ­
san d o qu e seu pai e sta v a d e m a ­
que s ia d a m e n te c a n sa d o , co m e ço u a
d issu ad i-la. O P resid en te , porém ,
ouvindo a conversa, virou-se para a
m en in a e, b rin ca n d o , p ergu n tou :
“A cha que sei escrever com clareza
su ficien te para você ler?”. Ela não
sabia se o Presidente estava falando
sério e fico u c o n fu sa . N a q u ele
momento, um assistente interrompeu
com um a p e rg u n ta p re m e n te e
se g u ira m -se alg u ns m in u to s de
o c o n v e r s a . Q u a n d o e le se v o lto u
novamente para falar com a menina,
ela havia desaparecido.
“N u n c a vi m eu p ai m ais
c o n t r a r ia d o ”, d isse o filh o . “Por
favor, encontrem aquela menina com
vestid o azul”, pediu o P resid en te.
“T en h o ce rte z a de que ela tev e a
im p re ssã o de q u e eu n ã o q u eria
assinar seu livro. Ela me interpretou
mal.' Precisam a ch á -la .” Em pouco
tem p o , p re sid e n tes de ram o e de
m issão p ro cu ra v a m a m e n in a de
azul. A b u s ca , p o rém , foi in ú til.
Finalm ente, um missionário desco­
briu quem era a m enin a. N aquela
noite, ele ligou para o Presidente e
recebeu estas instruções: “Diga-lhe
que sinto muito por não ter podido
1 9 9 3

O Presidente McKay apertou a mão de cada uma das crianças da classe
da Escola Dominical e disse: "Q u e ro que saibam que o Presidente da
Igreja cumpre seus compromissos, sem pre que possível"
fa la r co m e la e que p ed i ao invadiu a fazenda e roubou as selas
presidente do ramo que me envie seu do Presidente. Depois de compradas
liv ro para L ag o S a lg a d o ; eu o selas novas, o depósito onde eram
autografarei e mandarei diretamente guardadas, passou a ser trancado à
de v o lta para e l a ”. E foi o que ch ave. Um d ia , as irm ãs
aconteceu! P re s id e n te M cK a y p a ra ra m
fazenda para verificar se tudo estava
CADA SER VIVO bem e, ao verem uma das janelas do
depósito aberta, fech aram -n a para
O v a lo r de um a alm a ! O evitar um segundo roubo. Q uando
Presidente M cKay sentia que cada com entaram isso com o Presidente,
ser vivo merecia ser respeitado e bem ele g e n tilm e n te d isse: “D e ix e i a
tratado. Mesmo animais e pássaros. janela aberta de propósito, porque há
F r e q ü e n te m e n te v o lta v a a sua um ninho de passarinho lá dentro e
fazenda em Huntsville para visitar e aquela é a única entrada pela qual os
andar a cav alo . U m a vez, alguém pássaros podem levar alimento para
A L I A H O N A • O U T U B R O DE
os filhotes. A cho que tenho o tempo
exato para dar um pulo até lá”. Ele
foi, abriu a janela e, ao retornar, disse
a m ig a v e lm e n te: “Foi e x a ta m e n te
como eu imaginara— um passarinho
estava fora tentando entrar, e a mãe
estava dentro tentando sair”.
No tempo em que era membro do
C o n se lh o dos D oze, Élder M cKay
tin h a um p o rco gran de ch am ad o
César. Um domingo de manhã, César
escapou do cercado. Sem tempo para
consertar a cerca antes de embarcar
num trem , Èlder M cKay colocou-o
no galinheiro, mas esqueceu-se de
dizê-lo aos filhos. Naquela noite, às
duas h o ra s a p ro x im a d a m e n te , a
fa m ília M cK a y a co rd o u co m o
incessante tocar do telefone. Era um
telegrama por telefone. Receosos de
qu e se tr a ta s s e de um a trá g ica
notícia, ouviram a mensagem: “César
no galinheiro. Dêem-lhe água”.
“HOJE EU ENCONTREI
UM PROFETA”
do
na O porte, a nobreza e a dignidade
do Presidente McKay, e seu amor pelo
Salvador, eram evidenciados em cada
palavra que proferia e em tudo o que
fazia. O que se tornara, por causa de
seu co m p ro m isso com o S e n h o r,
porém, era evidente mesmo quando
se sentava tranqüilamente sem dizer
nada. O seguinte incidente é contado
por um h o m em que c o n h e c e u o
Presidente quando voltava de uma de
1 9 9 3
suas visitas à Europa:
“L em bro-m e de esta r em N ova
DESTAQUES DA VIDA DE
York qu ando o P resid en te M cK ay DAVID O. McKAY, 1873-1970
v o lto u da E u ro p a. H av iam fe ito
a rra n jo s para qu e se tira sse m Data Idade Evento
fotografias, mas o fotógrafo habitual 1873 — 8 de setembro: nasce em Huntsville, Utah.
não pôde ir, e assim, em desespero de 1877 4 Presidente Brigham Young falece.
causa, a U nited Press m andou seu 1897 24 Forma-se na Universidade de Utah.
fotógrafo policial— hom em acostu- 1 8 9 7 -9 9 2 4 -2 6 Cumpre missão na Escócia.
mado ao mais duro tipo de trabalho 1899 26 Com eça a lecionar na Academia Weber.
em N o v a Y ork. E le foi para o 1901 27 Casa-se com Emma Ray Riggs.
aeroporto, dem orou-se ali por duas 1906 32 E chamado para o Quorum dos Doze Apóstolos.
h o ras e, p o s te rio rm e n te , saiu da 1 9 1 8 -3 4 4 5 -6 1 Serve como superintendente geral da Escola
câmara escura com uma pilha enorme Dominical.
de fotos. Ele devia tirar apenas duas. 1919-21 4 6 -4 8 Serve com o comissário de educação da Igreja.
Seu chefe imediatamente o censurou: 1 920 -2 1 4 7 -4 8 Visita missões em todo o mundo.
‘O qu e p en sa qu e e stá fazen d o , 1 9 2 2 -2 4 4 9 -5 1 Serve como presidente da Missão Européia.
desperdiçando tan to tem po e todo 1934-51 6 1 -7 8 Serve com o Segundo Conselheiro na Primeira
esse material fotográfico?’. Presidência.
O fotógrafo respondeu abru pta­ 1951 78 E apoiado Presidente da Igreja.
mente, dizendo que teria prazer em 1955 82 Dedica o Templo da Suíça.
pagar todo o m aterial ex tra e que 1956 83 Dedica o Templo de Los Angeles Califórnia.
p o d eria m a té d e s c o n ta r - lh e do 1958 85 Dedica o Templo da Nova Zelândia, a Faculdade da
salário o tem po a m ais. Era óbvio Igreja da Nova Zelândia, o Templo de Londres e a
que estava muito perturbado. Horas Faculdade da Igreja no Havaí.
m ais ta r d e , o v ic e - p r e s id e n te 1961 88 Apresenta o programa de correlação da Igreja.
ch am o u -o ao escritó rio , querendo 1964 91 Dedica o Templo de O akland Califórnia.
saber o que acontecera. O fotógrafo, 1970 96 18 de janeiro: falece em Lago Salgado, Utah.
e n tã o , d e c la r o u : ‘Q u a n d o era
m çnino, m inha mãe costum ava ler
para m im o V elh o T e sta m e n to , e FONTES
durante toda a vida im aginei qual 1. James B. Ailen, “David O. McKay,” em The Presidents ofth e Church,
seria a aparência de um profeta de publicado por Leonard J. Arrington, Salt Lake City: Deseret Book
Deus. Bem, hoje encontrei um.’ ” Company, 1986.
David O. McKay foi um profeta que 2. James B. Allen, “David O. McKay,” Encyclopedia of Mormonism, New
via o bem em todo mundo e que se York: Macmillan Publishing Company, 1992.
importava verdadeiramente com as 3. “David O. McKay,” em Mch Reino Avançará, Cidade do Lago Salgado:
pessoas. □ A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, 1980.

A L I A H O N A • O U T U B R O DE 1 9 9 3
 EU ESPERAVA
MILAGRES Ta ra Pearson

A
s vezes, gosto de tornar as coisas maiores do que
realmente são. Gosto de pensar que minha vida
é m ais e s tim u la n te e qu e algum e v e n to
dramático e espetacular vai acontecer, mudando tudo.
Talvez por isso fosse sempre frustrante orar e não ter
a q u e le s e n tim e n to c á lid o e g ra n d io so n em v isõ es.
A c re d ita v a que o ev a n g elh o era v erd ad eiro porque
p raticam ente todas as pessoas que eu con h ecia diziam
isso. M inha vida girava em torno da Igreja. Como poderia
não ser verdadeira? Eu, porém, queria sentir alguma coisa.
Não seria nada decepcionante ouvir uma voz vinda do
além , dizendo: “A Ig reja é, sem dúvida, verdadeira”.
A ch o que esperava m ilagres do evangelho. Com os
olhos cheios de lágrimas, orava ao Pai Celestial, mas
nada acontecia.
Então, certa noite, senti uma repentina necessidade
de ler as escritu ras. A o ler M osiah, uma felicidade
crescente queimou dentro de mim. Relatava o modo
com o, após ouvir as palavras do rei B enjam im , o
povo foi dominado pelo Espírito do Senhor, o qual
“efetu o u em nós, ou em nossos c o ra ç õ e s, uma
grande m udança, de modo que não tem os mais
vontade de praticar o mal, mas de fazer o bem
continuam ente” (Mosiah 5:2).
O E s p írito é e x a ta m e n te isso , p e n s e i— o
sentimento de amor quando escolhemos o certo, a
calo ro sa reafirm ação de co n tin u a r fazendo boas
e s c o lh a s . Eu o s e n tir a o tem p o to d o , mas n ã o o
reconhecera. Sei que o Pai Celestial nos ouve. Apesar de
às v ezes n ã o r e c o n h e c e r m o s as re sp o sta s a té as
entendermos, ele realmente responde às orações. □

ILUSTRAÇÃO DE PAUL MANN
H. Roberts cita o seguinte trecho da
história da família W hitney:
“‘Lá pelo primeiro dia de fevereiro
de 1831, uma carruagem com quatro
p esso as passou p e la s ruas de
Kirtland, parando em frente à loja de
Gilbert e Whitney. Um dos homens,
uma figura jovem de porte atlético,
d esceu da carruagem e subiu c o r ­
ren do a esca d a, en tra n d o na lo ja
o n d e e sta v a o s ó cio m in o ritá rio .
“Newel K. W hitney! Es o hom em !”
exclam ou ele, estend en d o co rd ial­
m ente a mão, como se fossem velhos
conhecidos. “Perdão, mas quem é o
c a v a lh e ir o ? ”, p e rg u n to u o n e g o ­
ciante, ao estender m ecanicam ente a
m ão . “N ão po sso c h a m á -lo p elo
n o m e , co m o fez c o m ig o .” “S o u
Joseph, o Profeta”, disse o estranho,
sorrindo. “O rou para que eu viesse
para cá , e agora, o que d eseja de
m im ?’” D iz -se qu e o P r o fe ta ,
enquanto estava no Leste, havia tido
uma visão dos W hitney, orando por
sua c h e g a d a a K ir tla n d . ‘M ãe
A L I A H O N A
W hitney’, (Elizabeth A nn, esposa de
N e w e l) ta m b ém c o n t a qu e um a
certa noite, antes de isso acon tecer
. . . , quando ela e o marido oravam
ao Senhor para saber como poderiam
receber o dom do Espírito Santo, que
era o que mais desejavam , tiveram
uma visão, com o se uma nuvem de
g ló ria p a ira sse so b re a c a s a , e
ouviram uma voz dos céus dizendo:
‘Preparai-vos para receber a palavra
do Sen h o r, pois está a c a m in h o ”’
(History o f the Church, 1:146).
A CONVERSÃO DE ORSON HYDE
O É ld e r O r s o n H y d e, qu e se
to rn o u m em b ro do Q u o ru m dos
Doze Apóstolos, escreveu:
“Com pareci à reunião dos santos
em K irtla n d , n o d o m in g o , 3 0 de
outubro de 1831, e ofereci-m e para
ser batizado, o que aconteceu pelas
m ãos do éld er Sid ney R igdon ; no
mesmo dia, Joseph Sm ith, o Profeta,
e Sidney Rigdon me confirm aram e
me o rd en aram élder. A p en as três
dias mais tarde recebi evidência da
aprovação divina com referência à
d ecisão que h av ia tom ad o . C e rta
n o ite , atrás do b a lcã o , fui to ca d o
pelo Espírito do Senhor de maneira
tão poderosa, que não senti vontade
de atender a mais ninguém e retirei-
me para usufruir o banquete sozinho.
F oram m o m e n to s p re c io s o s , dos
q u a is sem p re me le m b r a r e i”
(M illermial Star, 26 [1864]: 761).
• O U T U B R O DE 1 9 9 3
36
Acima: Nesta sala, a parte principal da loja, Joseph Smith e Newel K. Whitney
encontraram-se pela primeira vez■ Uma agência do correio e uma cooperativa
também funcionavam aqui. E foi aqui que um balconista, Orson Hyde (que mais
tarde se tornou membro do Quorum dos Doze Apóstolos), obteve o testemwiho do
evangelho. Extrem a esquerda: Um jogo de damas, colocado no canto da loja.
Esquerda: O quarto do empregado da loja.

A L I A H O N A • O U T U B R O DE 1 9 9 3
Entre dezembro de 1832 e junho de 1833, os Irmãos realizaram pelo menos dezoito
reuniões e conferências na Sala da Escola dos Profetas (acima). A natureza das
manifestações que ocorreram nesta sala, incluindo a visitação de 23 de janeiro de
1833, emprestou à sala a santidade de um templo. “Eis que na verdade vos digo, isto
é um exemplo da saudação com a qual vos saudareis uns aos outros na casa de Deus,
na escola dos profetas” (D & C 8 8 : 136). Esquerda: A plataforma entre os lances da
escada (canto inferior à esquerda) e a Sala da Escola dos Profetas (à direita)

A L I A H O N A • O U T U B R O DE 1 9 9 3
40
tam bém presente: “Em uma dessas
reuniões, o Profeta nos disse: ‘Se nos
h u m ilh arm o s d ia n te de D eu s e
exercerm os fé poderosa, veremos a
face do Senhor’. E, cerca do meio-dia,
as visões de m in h a m e n te foram
abertas, e os olhos de meu entendi­
mento se iluminaram, e vi a forma de
um hom em , e x tre m a m e n te b elo ,
sendo o seu semblante perfeito e claro
como o sol. Seu cabelo, de um cinza
prateado brilhante, caía ondulado de
maneira majestosa; seus olhos eram
de um azul intenso e penetrante, e a
pele de seu p esco ço da mais bela
alvura, sendo que estava coberto, do
pescoço até os pés, com uma túnica
solta da mais pura brancura: mais
branca do que qualquer túnica que já
tenha visto antes. A expressão de seu
rosto era extremamente penetrante e,
no e n ta n to , e n c a n ta d o ra . E, e n ­
qu anto eu me esforçava por co m ­
preender a personagem inteira, dos
pés à cab eça, ela me escapou, e a
visão encerrou-se. Mas deixou-me na
mente, durante meses, uma impressão
de amor que nunca sentira antes com
aquela in ten sid ad e”. (E xtraíd o do
d iário de Jo h n M u rd o ck ; vide A
Liahona, outubro de 1977, p. 30).
AS CHAVES DO REINO
O Profeta Joseph Smith registrou
que em 18 de março de 1833,
“O E ld e r R ig d o n e x p resso u o
desejo de que ele e o irmão Frederick
A L I A H O N A
G. W illiams fossem ordenados para
os ofícios a que haviam sido c h a ­
mados, ou seja, o de presidentes do
sumo sacerdócio, a fim de estarem
em igualdade de condições, quanto
às c h a v e s do r e in o , co m Jo s e p h
S m ith Ju n io r, de a c o rd o com a
r e v e la ç ã o do dia 8 de m a rç o de
1833. Assim, impus as mãos sobre a
cabeça dos irm ã o s S id n e y e
Frederick, ordenando-os a participar,
Joseph Smith III nasceu neste quarto, no
ju n ta m e n te com igo, da posse das dia 6 de novembro de 1832. Ele foi o
chaves desta última dispensação, e quarto dos nove filhos que Joseph e
a u x ilia r na p re s id ê n c ia do sum o Emma tiveram, mas o primeiro que
sacerdócio, como meus conselheiros: chegou à idade adulta. Nessa época, os
depois exortei os irmãos a guardarem
Smith também tinham gêmeos adotados.
os m a n d a m e n to s de D eu s co m Um deles faleceu em março de 1832.
fidelidade e diligência e dei muitas
in s tr u ç õ e s para o b e n e fíc io dos
santos, com a prom essa de que os
puros de coração teriam uma visão
c e le s t ia l; d ep o is de p e rm a n e c e r
algum tem po em o ração secreta, a
prom essa cu m priu-se, pois m uitos
dos p re s e n te s tiv e r a m os o lh o s
a b e rto s p elo e s p ír ito de D eu s e
c o n te m p la ra m m u ita s co isa s.
Abençoei, então, o pão e o vinho, e
d istrib u í uma p o rçã o a cad a um.
M u ito s dos irm ão s tiv era m uma
v isão c e le s tia l do S a lv a d o r e da
afluência de anjos e muitas outras
c o is a s , das q u a is ca d a um tem
registro do que viu” (History o f the
Church, 1 :3 3 4 -3 5 ; Vide Suplemento
do Manual do Professor de Doutrina
do Evangelho, curso de Doutrina e
Convênios, lição 35). □
• O U T U B R O DE 1 9 9 3
4/

LIVRO
RESGATADO
m o u tu b ro de 1984,
E trabalhava com o supervisora
de controle de qualidade em
um a fá b ric a de p ap el em O r a n i,
B ataan , Filipinas. C om o a m aioria
das fá b ric a s de p a p e l, a n o ssa
reciclava papel usado. Um dia o livro
C onheça os Mórmons estava em um
carregam ento de m aterial. Curiosa,
p eg u ei o liv ro , le v e i-o ao m eu
escritório e com ecei a lê-lo. Fiquei
sabendo a respeito de Joseph Sm ith e
sua visão, e prontamente aceitei que
Deus se revelaria a um menino. Não
e n te n d i a s e ç ã o qu e tr a ta v a da
hierarquia do sacerdócio, mas gostei
da Sociedade de Socorro. Li o livro
várias vezes.
Por m u itos m eses, eu e stiv e ra
tentando encontrar mais sentido para
o
C ris tin a A n to n io
eu a vid a. S e m p re fo ra c a tó lic a
praticante, e já freqüentara reuniões
para me tornar uma freira franciscana.
Ainda assim, sentia-me uma tábua no
oceano ao sabor da correnteza.
D u as sem a n a s m ais ta rd e ,
inspecionava material bruto em um
dos cam inhões de entrega, quando vi
um liv ro azu l. E ra o L iv ro de
Mórmon! Pedi-o ao motorista. Levei-
o ao meu escritório e com ecei a ler.
N o lado de dentro da capa estavam
descritos os passos da oração. “Talvez
seja bom tentar orar desta maneira”,
disse a mim mesma. Havia, também,
uma lista das páginas que tratavam
da visita de Cristo à América. Folheei
aq u ela s p ág in as a v id a m e n te . A li
e sta v a m as b e m -a v e n tu r a n ç a s e
outros ensinamentos de Jesus para os
A L I A H O N A • O U T U B R O DE 1 9 9 3
42
judeus! Não seriam aqueles capítulos
co p ia d o s do N o v o T e s ta m e n to ?
E n tã o p e rc e b i
e x a ta m e n te
que se tr a ta v a
do m esm o C r is to .
C e r ta m e n te e le tr a n s m itiria os
mesmos ensinam entos. Im aginei se
C r is to te ria v in d o às F ilip in a s
tam b ém . Fui para P rim eiro N éfi.
Q u e m era m N é fi, L é h i e Lam ã?
Eram nom es tão estran h o s. E n te -
sourava esses dois livros.
Então, no final de novembro, um
amigo apresentou-me Karen Gerdes,
um membro da Igreja mórmon, dos
Estados Unidos, que estava servindo
como voluntária do Corpo da Paz nas
Filipinas. Karen estava trabalhando
na área de Pantalan Luma, que fora
atingida por um maremoto.
H a v ia alg o n e la q u e eu n ã o
notara em outras pessoas. N ão era
so m e n te p o rqu e seus o lh o s eram
azu is. Seu so rriso e to d o o seu
sem b lan te eram d iferen te s. Podia
sentir sua sinceridade. Ela irradiava
felicidade e amor.
Im aginei por que ela d eixaria o
conforto de sua casa, moraria numa
região pobre, num clim a qu ente e
úmido, e com eria com ida estranha
— tudo sem um salário. Por que ela
se im p o rta v a ? E ram to d o s os
mórmons iguais a ela?
Alguns meses depois de conhecer
K a re n , d is s e -lh e : “E sto u e n v e r ­
g onh ad a porqu e eu d ev eria estar
aju d an d o meu p o v o ”. O íe re c i-m e
para ajudá-la em seus projetos. Assim
com eçou nossa am izade. Fazia-lhe
perguntas sobre religião. Sabia que
Karen me entendia, pois também fora
católica. Não tentou convencer-m e,
mas respondia às perguntas e deu-me
folhetos da Igreja.
E n tã o , em m arço de 1 9 8 5 , ela
co n v id o u -m e para um serã o . Lá,
reparei num cartaz sobre batism o
pelos mortos. Aquilo era novo para
m im . G u a rd e i na m e m ó ria a um curso bíblico que meu irmão e
referência da escritura no cartaz. As
missionárias passaram um filme, Rim
and N ot Be Weary (N. T. C orrer e
N ão se C ansar, não disponível em
p o rtu g u ê s.) A c e ite i a P alav ra de
S a b e d o r ia n a q u e la m esm a h o ra .
D ep o is, a p re s e n ta ra m Ja n e la s do
Céu. Eu nunca soubera que dízimo
sign ificava dez por c e n to . R esolvi
A L I A H O N A
co m eça r a dar os dez por c e n to e
não ser mais desonesta com Deus.
Peguei-me explicando aos membros
como eu via o dízimo: “E como numa
pescaria. Usamos a isca— o dízimo—
e pegamos um peixe — a b ên çã o ”.
D ep o is, usei o u tra co m p a ra çã o :
“Quando removemos os talos do pé de
batata-doce, eles produzem mais talos
e mais batatas-doces também”.
N ão g o s ta v a , c o n tu d o , de ser
chamada de “pesquisadora”, nem de
ser pressionada. Quando os membros
me perguntaram se eu gostaria que
os m issionários me ensinassem em
casa eu disse que não, mas convidei
as m issio n árias para ja n ta re m em
casa no sábado seguinte. Elas vieram
e trouxeram slides de um campo de
refugiados onde trab alh aram , mas
não falamos nada de religião. Antes
de saírem, deram-me vários folhetos
que prometi ler.
Na sem ana seg u in te, fui visitar
minha mãe em Manila. Perguntei-lhe
onde poderia e n c o n tra r um padre
que pudesse respon d er às m inh as
perguntas. Sugeriu-m e que fosse a
m inha irmã estavam freqüentando.
Fiz isso, com uma oração no coração
por uma oportunidade de fazer minha
p ergu n ta. Para m inh a su rpresa, o
padre in iciou exp lican d o a im por­
tância do batismo. Não perdi tempo,
levantei a mão e perguntei: “Havia
batismo pelos mortos, como afirma I
Coríntios 15:29?” Ele leu o versículo
• O U T U B R O DE 1 9 9 3
44
em voz a lta , depois o lh ou para o
relógio, dispensou a classe e me disse:
“F a la re m o s em m in h a s a la ”. E le
pegou sua tradução grega da Bíblia e
outros livros e com eçou a explicar-
me a ressurreição. Eu disse: “Esse não
é o te m a , eu a c r e d ito na re ss u r­
reição”. Depois de mais de duas horas
de co n v e rsa , eu aind a não estava
s a tis fe ita . Ele me em p resto u dois
livros.
N o d ia s e g u in te , fiz a m esm a
pergunta a um padre mais velho. Ele
me disse que batism o pelos mortos
não era mais necessário.
Em primeiro de abril, a fábrica de
papel fechou tem porariam ente. Eu
estava lendo um folheto cham ado O
Plano de Salvação, quando com ecei a
te r c e r te z a de qu e o qu e lia era
verdad e. O E sp írito S a n to estava
te s tific a n d o , d eix a n d o tu d o bem
cla ro para mim. Sab ia que Josep h
Sm ith fora um profeta, que a Igreja
era verdadeira. C horei. Encontrara
algo m uito precioso. Tiv e vontade
de co n ta r a m eu s c o le g a s de
trabalho, mas eles não entenderiam.
Fui p ara casa m ais c e d o e lá
en co n trei Karen. “Sei que o Plano
de Sa lv a çã o é verdad eiro”, disse a
ela, “e quero ser batizada”. Ela pediu
aos missionários que me ensinassem.
N o dia seguinte, recebi a prim eira
p a le s tr a dos é ld e re s Jo h n s o n e
Barangan. D esejava fortem ente ser
batizada e no dia seguinte bem cedo
fui à casa deles. Quando lhes contei
 Karen Gerdes, à esquerda, e
Cristina Antonio no Tem plo de
M anila Filipinas, em 1985.
Convertida à Igreja, Karen foi de
g ra n d e ajuda a Cristina na busca
da verdade.

meu desejo, Èlder Johnson me disse

q u e p a ra ser b a tiz a d a te r ia que
respeitar a Palavra de Sabedoria e
fr e q ü e n ta r a Ig r e ja . “C o m e c e i a
re sp e ita r a P a la v ra de S a b e d o ria
qu an d o assisti ao film e e já fui à
Ig r e ja v á ria s v e z e s ”, d isse eu .
E n sin aram -m e mais três palestras.
Assim, no domingo de Páscoa, sete
de abril de 1985, fui batizada. Senti
q u e a q u e le era o m o m e n to que
esperara desde o nascimento.
Aquele dia era também domingo
de jejum . Jejuei, prestei testemunho
na reunião sacram ental e paguei o
dízimo pela primeira vez. Depois de
p re s ta r te s te m u n h o , tiv e uma
c o n v ic ç ã o m a io r de qu e tin h a
tom ado a decisão certa. Sentia-m e
c o m p le ta — n ão m ais ao sab o r da
c o r r e n te z a , e sim co m d ire ç ã o
determinada. Sei que o Espírito me
prestou testemunho.
D ep o is do b a tism o , já cu m p ri
missão e sou oficiante no Templo de
M anila Filipinas.
So u m u ito a b e n ç o a d a por te r
a c e ita d o o e v a n g e lh o . S e i que o
Livro de Mórmon que salvei do lixo
foi o livro que me salvou. □

A L I A H O N A • O U T U B R O DE 1 9 9 3
45
AME A
SI MESMO!
G e o r g e I. C a n n o n
Ex-membro dos Setenta
Como se imagina?
Gostaria de sentir-se bem
sobre o que vê? Então,
isto é o que deve fazer.
uando eu era presidente de
Q m issã o , um a de m in h a s
responsabilidades era e n tre­
vistar missionários e missio­
n á ria s q u e h a v ia m te rm in a d o a
missão e retornavam ao lar. Sempre
lhes perguntava o que levavam para
casa como resultado de seu trabalho
com o missionários. N ão me referia
ao que levavam nas malas; referia-
me ao que havia dentro deles.
Um élder disse: “Volto para casa
gostando de mim mesmo”.
“O q u e q u er d izer co m is t o ? ”
perguntei-lhe.
Ele respondeu: “Toda minha vida
quis ser uma o utra pessoa. S e n tia
sem pre inveja do rapaz no ginásio
que era popular com as m enin as.
Queria ser ele. Tinha inveja do rapaz
que tinha o carro esporte vermelho.
Queria ser ele. Queria ser o atacante
A L I A H O N A
da equipe de futebol da escola.
Então quando cheguei ao campo
missionário, tive o mesmo problema.
Queria ser o assistente do presidente
ou o élder que sempre citava a escri­
tura certa no momento certo. Estava
sempre querendo ser outra pessoa”.
“QUEM SOU EU”
“N o en ta n to , depois destes dois
anos, descobri quem sou realm ente.
Sou um filh o de D eus. T en h o um
bom relacionamento com o Salvador
e com o próximo. Amo meus pais e
m inha fam ília. P erceb o que ten h o
ta le n to s que posso d esen v o lv er e
com p artilh ar e que outras pessoas
têm ta le n to s. Sou g rato pelo que
receb i. N ão sin to mais in v eja das
coisas que outros têm e eu não posso
ter. Volto para casa sentindo-me bem
a meu respeito.”
Também me senti bem quanto a
esse élder e o que levava consigo.
C om o fiq u e i feliz por e le te r
aprendido a gostar de si mesmo e ter
torn ad o esse sen tim en to parte de
• O U T U B R O DE
46
sua filosofia de vida.
Tem sido uma alegria, ao longo dos
an o s, v er co m o esse jo v em
amadureceu e se desenvolveu ao dar
de si m esm o e co m p a rtilh a r os
talentos com outros.
O S a lv a d o r disse: “Pois nem a
todos são dados todos os dons; pois
há muitos dons, e a cada homem é
dado um dom pelo Espírito de Deus.
A alguns é dado um, a outros outro,
p ara que to d o s se ja m assim
beneficiados” (D & C 4 6 :1 1 -1 2 ).
SEJA VOCÊ MESMO
Jules Feifer escreveu o artigo “Seja
Você M esm o”:
“Desde criança não queria ser eu
mesmo. Queria ser Billie Widdledon,
e B illie W id d led o n n em m esm o
gostava de mim. C om ecei a andar
com o <ele— falar com o ele— m atri-
cu lei-m e na esco la secu n d ária em
que ele se matriculara.
Foi aí que W id d led o n m udou.
C om eço u a sa ir co m o H erb y
Vandeman. Ele me confundiu todo!
1 9 9 3
C o m e c e i a an d ar e a fa la r co m o
B illie W id d le d o n , qu e a n d a v a e
falava como Herby Vandeman.
Foi e n tã o que c a í em m im e
percebi que Herby Vandeman andava
e falava com o Joey H averlin . . . E
Joey Haverlin andava e falava como
C ork y S a b is o n . E cá e sta v a eu,
andando e falando como a im itação
que Billie Widdledon fazia de Herby
Vanderman que, por sua vez, era uma
versão de Joey Haverlin, que tentava
falar e andar como Corky Sabison!
E sabe como quem Corky Sabison
andava e falava? De todos os sujeitos
n o m u n d o — e le im ita v a D op ey
W illin g to n — aqu ele p e stin h a que
anda e fala como eu !”
IR M Ã O S
Eu ten h o um irm ão mais novo,
Stan. Ele é formado em engenharia e
conserta e constrói qualquer coisa.
Quando fiz um teste vocacional na
fa cu ld a d e para te r um a id éia de
minhas aptidões, a pessoa que aplicou
o teste disse: “Uma área que você não
deve seguir éfa engenharia”. Ele tinha
razão. N ãg • p ossu o n en h u m a
habilidadâjmesta área. Quando tento
consertar nosso encanamento preciso
cham ar o en ca n a d o r para corrigir
A I I A H O N A
todos os erros que cometi.
Sou muito grato a meu irmão e o
am o, mas não o in v ejo. C erta vez
alguém disse: “Uma abelha pode não
ser uma águia, mas certam ente pode
produzir m el”.
PO LEGARES
E im p o rta n te que seja m o s nós
mesmos e gostemos do que somos.
Sempre que falo aos jovens da Igreja,
peço-lhes que olhem para seus pole­
gares. E, pergunto-lhes o que há de
diferente neles. Finalm ente respon­
dem que o dedão que têm é único.
Ninguém, que vive ou viverá na
te r r a , ja m a is te rá um d ed ão
exatam ente igual ao seu. O lhe para
seu dedão por um m om en to. Isso
n ão lh e diz o q u a n to v o cê
im portante e com o faz a diferença?
S e , em algum m o m e n to , fic a r
d e sa n im a d o ou tiv e r p en a de si
mesmo, dê uma boa olhada em seu
d ed ã o , e d ig a: “S o u e s p e c ia l.
Ninguém mais tem o meu polegar, e
ninguém jamais o terá”.
M E LH O R D O Q U E V O C Ê M ESM O
U m a m issio n ária m a ra v ilh o sa ,
co n v ertid a em seu país, a França,
• O U T U B R O DE
co stu m a v a d e ix a r m en sag en s em
minha mesa para me animar. Certo
dia achei a seguinte mensagem:
“N ão há nada de nobre em ser
su p e rio r a o u tro h o m em . A
verdadeira nobreza consiste em ser
superior ao seu eu anterior.”
O P resid en te David O . M cKay,
em um de seus últimos discursos de
conferência, aconselhou a juventude
da Igreja:
“N osso corpo não cum prirá seu
propósito— não poderá— sem aquilo
que lhe dá a vida que é a progênie da
D eid ad e, tão etern a q u an to o Pai
Celestial . . . Aquele espírito dentro
de você, jovem , é o seu verdadeiro
eu. O que faz de si mesmo depende
e x c lu s iv a m e n te de v o c ê ” ( C o n ­
ferência Geral, abril de 1967).
é O Dr. Albert Schweitzer disse: “A
não ser que dedique uma parte da
vida para auxiliar e servir os menos
a fo r tu n a d o s , sua vida n ã o será
completam ente feliz”.
O S a lv a d o r d isse q u e se nos
perdêssemos a serviço do próximo,
nos encontraríamos. Essa é a melhor
m a n eira de a p re n d er qu em r e a l­
m e n te é, o que pode fazer e
p reen ch er a vida com lem branças
maravilhosas ao aprender a amar a si
mesmo. □
1 9 9 3
 A Aparição do Senhor a Joseph Sm ith e a O liver Cow dery no Templo de Kirtland, em 3 de abril de 1836, de Theodore Gorka
D epois de perm anecer a joe lhad o em "solene e silenciosa o ra çã o " no Templo de Kirtland, o Profeta Joseph Smith e O live r C owdery presenciaram
um a visão d o Senhor "de pé no parapeito d o púlpito . . . seu sem blante resplandecia mais d o que o sol; e sua voz era com o o som de muitas
águas". O Senhor aceitou o tem plo recém -construido com o sua "santa casa". (Vide D & C 1 1 0 :1 -1 0 .)
 Ao término de 1992 e início de um novo ano, o Coro do Tabernáculo Mórmon
fez sua primeira visita a Israel. Além de uma agenda de concertos cheia, o coro
também filmou um programa especial de Páscoa para a televisão em vários locais
cristãos tradicionais, inclusive no Jardim do Sepulcro (acim a), onde o corpo do
Salvador crucificado pode ter repousado. Vide “A Uma Só Voz", página 1(1.
 Coluna dos
NOTÍCIAS LOCAIS
Vanguardas

O
s vanguardas, uma atividade do
Sacerdócio Aarônico, tem sido uma
força extraordinária para manter os
jovens unidos e motivados a cumprir elevados
padrões de conduta moral, disciplina, auto-
suficiência, patriotismo, etc. Temos observado
também um aumento de freqüência nas
unidades em que a atividade já está implantada,
onde alguns jovens inativos foram reativados.
Com o exemplos, poderíamos citar
quatro alas da Estaca São Paulo
Piratininga (ver tabela abaixo).
Eles também têm sido incentivados
a servirem uma missão de tempo integral,
preparando-se no seminário e guardando
dinheiro. Têm também realizado projetos de
serviço para ajudar a comunidade e
desenvolver civismo.

Antes do Depois do Diferença Diferença

Vanguarda Vanguarda %
A la XII 08 13 05 63%
Piratininga 02 07 05 250%
Consórcio 06 08 02 33%
Mar Paulista 11 15 04 36%
Totais 27 43 16 59%

O U T U B R O 1 9 9 3
/
Da esquerda p ara a direita: Élder Bruno Schm eil, Representante R e gio n al; Jo sé Jo rg e Cordeiro Cam po s, 1°
conselheiro; A delson de P aula P a rrella , presidente; Celso Bueno C a b ra l, 2 - conselheiro; Presidente O liveira,
M issão Curitiba; Élder D allas A rch ib a ld , d a Pres. Á re a .
NOVA PRESIDÊNCIA
N A ESTACA
FLORIANÓPOLIS
BRASIL
uatorze de fevereiro de 1993 foi
Q uma data muito importante para
os membros da Estaca Florianópolis,
pois com a saída do presidente Milder,
chamado para presidir a Missão Brasil
Ribeirão Preto, a presidência da estaca
foi reorganizada.
A Estaca Florianópolis é formada
de dezesseis unidades que vão desde o
sul do Estado de Santa Catarina até a
grande Florianópolis.
Em reunião presidida pelo Élder
Dallas N. Archibald, da Presidência
de Área, e do Élder A . Bruno
Schmeil, representante regional, foi
apoiada a presidência da estaca, assim
constituída: Adelson de Paula
Parrella, presidente, José Jorge
Cordeiro Campos, primeiro
conselheiro; Celso Bueno Cabral,
segundo conselheiro.
O presidente Parrella, 32 anos, é
casado com Berenice I. Lopes Parrella,
N O T Í C I A S L O C A I S
2
e o casal tem duas filhas. É advogado e
cumpriu missão em Recife, de 1980 a
1982. Exerceu várias funções como
membro da Igreja.
O presidente Campos é casado com
Valda Campos, e o casal tem três
filhos. E propagandista e cumpriu
missão em S. Paulo, de 1979 a 1981.
Entre outros cargos foi presidente de
ramo e bispo.
O presidente Cabral é casado com
Jane L. S. Cabral, e o casal tem quatro
filhos. É educador e cumpriu missão de
1981 a 1983. Entre outros cargos foi
bispo.
NOTÍCIA DE
JABOATÃO - PE
Enviado por Henrique S.A. Simplício
M e m b ro d o Sumo C onselho
TELÊ S A N T A N A RECEBE O LIV R O
DE M Ó R M O N
técnico de futebol do São Paulo,
O Telê Santana, recebe do bispo
Rudimar Timóteo da Silva, da Ala
Cajueiro Seco, um exemplar do Livro
de Mórmon. O bispo Rudimar, que
veio de Jaboatão na caravana de sua
estaca, ficou feliz ao realizar seu desejo
e disse que apesar do “corre-corre”
Telê Santana foi atencioso e cortês ao
receber o livro.
ESTACA CONTAGEM
BRASIL
a fusão de dois distritos, o de Sete
D Lagoas e o de Contagem, resultou a
organização da Estaca Contagem Brasil.
Em reunião especial presidida pelo
Elder James E. Faust, um dos doze
apóstolos da Igreja, acompanhado do
Élder Harold G. Hillam, da
Presidência de Area, assistidos pelo
Representante Regional, Élder Ernani
Teixeira, foi apoiada a presidência da
Estaca Contagem Brasil.
A presidência está assim
constituída: Evandro Chevitarese
Parada, presidente; Osvaldo Pereira
Cruz, primeiro conselheiro; Edson
Donizete Gonçalves Ribeiro, segundo
conselheiro.
O presidente Evandro, de 34 anos,
é casado com Silvia Leite C. Parada, e
o casal tem um filho. È engenheiro e
na Igreja exerceu vários cargos, sendo
por último presidente do Distrito de
Contagem. O presidente Osvaldo, de
53 anos, é casado com Maria da Luz
Silva Cruz, e o casal tem quatro filhos.
E primeiro sargento da Polícia Militar.
Exerceu vários cargos, sendo o último PROJETO DE SERVIÇO entidades de ajuda humanitária e por
primeiro conselheiro na presidência membros do Exército. O lema das
do Distrito de Contagem. O Enviado por Bispo Juarez P. Gonçalves jovens da ala era “SU D contra a
presidente Ribeiro, de 24 anos, é fome”. Foram arrecadadas mais de 18
casado com Rosália Delpino G. comitê da juventude do bispado toneladas de roupas e alimentos, que
Ribeiro. E promotor de vendas. N a
Igreja exerceu vários cargos, tendo
sido nos últimos tempos presidente do
O da A la Castelo RS — Bagé RS
participou de uma gincana contra a
“Fome e a Miséria” desenvolvida pela
foram
cidade.
doados aos necessitados da
Também foram recolhidos
garrafas e papelão, que serão vendidos
Distrito Sete Lagoas. prefeitura, pelo Rotary Club local, por para compra de alimentos.

ULTIMO AVISO MAIS INFORMAÇÕES:

REUNIÃQ ANUAL DOS MARCUS VINÍCIUS A. G. DE FREITAS
EX-MISSIONARIOS DA MISSÃO C aixa Postal, 2 6 0 7 2
PORTUGAL 0 5 5 9 9 -3 0 0 - São Paulo - SP
Fone: (011) 8 1 5 -5 7 6 8
Você, que cum priu missão em Portugal, não
pode perder a Reunião A nual dos Ex- PAULO CÉSAR A M O R IM
M issionários, a ser re a liz a d a em 0 6 de Alam eda São Carlos, 2 5 4
novem bro de 1 9 9 3 , na C apela do C a xin gu i. Residencial 0 4 - A lphaville
0 6 4 8 6 -0 2 0 - Santana do Parnaíba - SP
PROGRAMA DA REUNIÃO: Fone: (01 1) 7 2 5 -2 7 9 4

17h - "H a p p y Hour" P. S.: Estamos recadastrando todos os missionários

18 h 3 0 - Reunião com o Presidente Harold que serviram em Portugal. Escreva-nos
G ordon Hillam e Sister Carol contando mais sobre você. Precisamos do seu
Hillam endereço a tua liza do !

O U T U B R O 1 9 9 3
3
NOTÍCIA DE JUIZ DE
FORA
Enviado por Suzana Mcauchar

I S E M A N A DE C U LTU R A E ARTE
D O R A M O LE O P O LD IN A

ssa atividade foi promovida pelo

E Comitê de Atividades do Distrito
Juiz de Fora, com exposição de
artesanato em geral, artes plásticas,
objetos históricos, fotografia, etc., para
os membros e a comunidade. Festival
de poesia, apresentação do
Conservatório de Música de
Leopoldina, dos artistas mórmons de
Juiz de Fora. Como encerramento, foi
promovido um Seminário de
Alimentação Alternativa ministrado
por Raquel Bittar, da Prefeitura de Juiz
de Fora, com vistas ao aproveitamento
de alimentos e uso de farelos como
complementos e supridores de
carências acumuladas.

NOTÍCIA DE PIAUÍ
Enviado por Rosângela Lima
Diretora de Assuntos Públicos d a Estaca
Montese

o dia 24 de junho de 1993, a

N cidade de Floriano, no Piauí,
teve a oportunidade de ouvir uma
entrevista na rádio Irapuá, quando os
élderes Lima e Anderson falaram
sobre a restauração da verdadeira
Igreja de Cristo na terra. N a
oportunidade presentearam o locutor
Júnior Moura com um exemplar do
Livro de Mórmon.

N O T Í C I A S L O C A I S
4
H I S T Ó R I A S DO L I V R O DE M Ó R M O N

O Espírito do Senhor guiou Aarão e seus companheiros à

Aarão Ensina o Pai de Lamôni terra de Néfi para ensinar o pai de Lamôni, o rei de todos os
lamanitas.
Alma 22:1

Aarão contou ao rei que era irmão de Amon. O rei havia Quando perguntaram ao rei se acreditava em Deus, ele
pensado na bondade de Amon e nas coisas que ele dissera. respondeu que se Aarão dissesse que Deus existia, ele
Alma 22:2-3 acreditaria. Aarão afirmou ao rei que existe um Deus.
Alma 22:5-8

Aarão leu as escrituras para o rei. Ensinou-lhe a respeito da O rei perguntou o que precisava fazer para poder viver com
criação do mundo, da queda de Adão e da missão de Jesus Deus e ser feliz. Ele disse que faria qualquer coisa, até
Cristo. mesmo abandonaria seu reino.
Alma 22:12-14 Alma 22:15

S E Ç Ã O I N F A N T I L • O U T U B R O DE 1993
2
Aarão disse-lhe que deveria ajoelhar-se e orar com fé em O rei ajoelhou-se e orou para saber se Deus realmente
Deus. E que também precisaria arrepender-se existia. Ele disse que abandonaria todos os seus pecados.
completamente de seus pecados. Alma 22:17-18
Alma 22:16

O rei caiu ao chão como se estivesse morto. Quando a A rainha ordenou aos servos que matassem Aarão e seus
rainha o viu, pensou que Aarão e seus companheiros o companheiros. Os servos ficaram com medo de fazer isso,
tivessem matado. então ela mandou que chamassem o povo para matá-los.
Alma 22:19 Alma 22:20-21

Antes que uma grande multidão se formasse e provocasse O rei acalmou a esposa e os servos que estavam assustados e
tumulto, Aarão pegou a mão do rei e disse: “Levanta-te”, e ensinou-lhes o evangelho. Todos eles acreditaram em Jesus
o rei se pôs em pé. Cristo.
Alma 22:22 Alma 22:23

S E Ç Ã O I N F A N T I L • O U T U B R O DE 1993
3
 DO PRESIDENTE DE A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS;
FOTOGRAFIA DE WELDEN ANDERSEN; DIREITOS AUTORAIS DA CORPORAÇÃO
REPRODUÇÃO NÃO AUTORIZADA
DE UM A M IG O PARA OUTRO

ELDER MARION D. HANKS

E ntrevista com o Élder M a rio n D. H a n k s , m e m b ro e m é rito dos S ete n ta , e x -p re s id e n te do
Tem plo d e Lago S a lg a d o , p o r Ja n e t Peterson.

U
m grupo de jovens da Igreja, portadores de
recomendação, estavam indo ao Templo de
Lago Salgado para fazer batismo pelos mortos.
Uma jovem sentia-se indecisa porque, na realidade, não
compreendia a razão da existência do templo. Sua
professora disse: “Se você acha que não está preparada
para esta experiência, talvez possa ajudar uma jovem que
usa cadeira de rodas. Você poderia acompanhá-la, ajudá-
la a se trocar, levá-la à pia batismal e cuidar dela?” A
jovem concordou.
A o ajudar a jovem de cadeira de rodas, que nem
conhecera antes, ela sentiu o Espírito do Senhor. Sentiu-
se tão tocada que ela mesma pediu para ter o privilégio
de fazer batismos.
Um a das coisas que o Pai Celestial requer de nós, se
desejarmos voltar à sua presença, é que sejamos

S E Ç Ã O I N F A N T I L • O U T U B R O DE 1993
4
 batizados. Q uando nossos pais
são membros da Igreja, isso
normalmente acontece ao
completarmos oito anos de
idade, pois já temos
compreensão e
responsabilidade suficientes.
M uitas pessoas na face da
terra, no entanto, não foram batizadas porque não
tiveram essa oportunidade. É por isso que os missionários
são enviados a todas as partes do mundo para pregar o
evangelho.
E os que morreram sem terem tido a oportunidade de
serem batizados? O Pai Celestial disse que nós que
vivemos na terra, nesta época, devemos ajudar os que já
faleceram, batizando-nos por eles. Por isso as pessoas
vão ao templo e são batizadas pelos antepassados e por
outras pessoas que não podem fazê-lo por si mesmas. O
espírito dessas pessoas ainda está vivo; somente seu
corpo morreu. O evangelho lhes é pregado no mundo
espiritual e podem aceitar ou não as ordenanças feitas
por elas aqui.
Um a das grandes bênçãos
do templo é que um homem e
uma mulher podem casar-se
ali para toda a eternidade.
Então, eles e todos os filhos
estarão selados, ou seja,
unidos para sempre como
família, se continuarem a viver retamente.
Um homem e uma mulher que não se casaram no
templo podem, mais tarde, se forem dignos, ir ao templo
com os filhos e ser selados por alguém que tenha a
autoridade do Pai Celestial para realizar essa ordenança
sagrada. È maravilhoso ver a mãe e o pai se ajoelharem
com os filhos no altar da casa do Senhor, e serem selados
como família. Todos se vestem de branco e, às vezes, as
crianças menores não compreendem muito bem o que
está acontecendo, mas sentem o Espírito e se animam.
Uma das mais belas experiências que tive no templo
foi quando trabalhava com as crianças que seriam
seladas aos pais. Certa vez perguntei a um menino: “O
S E Ç Ã O I N F A N T I L
que você está fazendo aqui no templo?”.
Ele respondeu: “Vim para ser selado aos meus pais”.
Então perguntei: “O que quer dizer isso?”
Ele disse: “Seremos uma família para sempre”.
Eu disse: “Que bela resposta. Acho que você deve ter
uma boa família já que deseja estar com eles para sempre”.
Ele levantou os olhos e disse: “Sim, eu tenho”. As
crianças podem compreender a santidade e importância
do templo.
O Pai Celestial é o Pai de
todas as pessoas que já
viveram. Ele deseja que todos
os seus filhos recebam essas
bênçãos, mas não obriga
nenhum deles. Ele estabeleceu
sua Igreja, revelando o
evangelho e restaurando o sacerdócio e disse a nós,
membros da Igreja: “Sois os instrumentos ou, os
representantes, do meu amor. Deveis encontrar os outros
filhos que me buscam, e ensiná-los e ajudá-los”.
Por meio de seu sacrifício expiatório de amor, Cristo
nos deu a oportunidade de receber estas bênçãos. Se
seguirmos o exemplo do Salvador, poderemos ajudar os
outros. È por isso que estamos aqui. Deus nos amou de
tal forma que deu seu Filho. E seu Filho nos amou de tal
forma que deu sua vida. Estamos aqui para aprender a
amar como eles.
E por essa razão que o templo existe. É um lugar para
aprendermos a respeito de Jesus Cristo e seguirmos seus
ensinamentos. Os adultos podem ir ao templo e receber
o que chamamos de investidura. Eles aprendem
princípios muito simples e
básicos, e fazem convênios.
Esses princípios são os
mesmos que o Salvador
ensinou: fazermos a vontade
do Pai Celestial, servirmos,
compartilharmos e sermos
extremamente generosos. N ão
vamos ao templo apenas para realizar ordenanças pelos
mortos, mas também rededicamos nossa própria vida aos
ensinamentos de Jesus Cristo. □
• O U T U B R O DE 1993
5
O SENHOR DEU-ME UM TEMPLO
Docemente J = 9 6 -1 1 6
D Em A7

1 2' _ m 3 = í= i
1 . 0 Se - nhor deu - me um tem - pio tão lin - do pra mo -
2. Se meu cor po bem lim - po for, se pu - ro eu vi -

lp r~r.r .wà
T
D

* j
sr
rar. Lá no céu eu e rajss - pi ri to, ho - je jj
ver, Ao tem - pio do Se - nhor i rei mi - nhas

m ....j ...... i . á
D

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ter - ra e meu lar. C on - ser - va - rei meu
bên - çãos re - ce ber. Meu cor - po res - sur

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?= ^ Sr- J---- * ---- 0 --- M
f r ?K 4 f * * 'f T r r <í '
cor - po é o tem - pio que re - ce - bi do Pai.
jun-to_ao Pai Ce - les - te em gló - ria vi. - ve - rei.

i r
m
Letra: D onnell H unter, n. 1930. © 1969 S U D I C oríntios 3 :1 6 -1 7
M úsica: Darwin W olford, n. 1936. © 1969 S U D Doutrina e C on vên ios 8 8 :2 7 -2 9
Este hino pode ser copiado para uso na igreja ou
no lar, não para uso comercial.

S E Ç Â O I N F A N T I L • O U T U B R O DE 1993
6
 FICÇÀO

A ESCOLHA
DA EQUI PE M a rk Shaffer

S
tewart acordou apavorado. Era sexta-feira — dia
de jogar bola na aula de educação física. Sentiu
um nó no estômago. N ão conseguiu tomar o
desjejum e ficou quase o tempo todo calado no carro,
enquanto sua mãe o levava para a escola.
A primeira aula era de artes, sua preferida. Ele gostava
dessa aula porque era algo que sabia fazer bem. Também
gostava porque não tinha que competir com ninguém.
N ão havia nem vencedor nem perdedor; todos
simplesmente faziam o melhor que podiam. Isso é
justo, pensou ele.
A segunda aula era de inglês, uma aula que
Stewart até apreciaria se não fosse justamente
antes da aula de educação física. Ele adorava
ler. Era uma aventura e tanto deixar-se levar
para lugares longínquos pela imaginação.
Hoje, porém, quando com eçava a gostar
da história, lembrou-se de que, em
menos de uma hora, estaria usando
seu calção de ginástica e tênis,
esperando que todos os outros
meninos fossem escolhidos para
as equipes. Aí, alguém
finalmente diria: “Puxa, mas que maravilha — agora
acho que vamos ter que ficar com o Stew art!” Isso era
ainda pior que o próprio jogo. È claro que os jovens mais
fortes e mais atléticos eram os primeiros a serem
escolhidos; Stewart compreendia isso, mas não entendia
por que eles tinham que zombar dele só porque não
jogava bem.
Era a hora da terceira aula. Stewart atravessou o
campo de futebol e foi para o ginásio de esportes,
estremecendo só ao sentir o cheiro do vestiário. Ele e os
outros jovens trocaram-se rapidamente e tomaram seus
lugares no chão do ginásio de esportes; os treinadores
não gostavam de ficar esperando.
“Formem fila; hoje é dia de queimada”, gritou o
treinador Warden. “Precisamos de líderes para as equipes!”
Stewart chutou as linhas pintadas no chão do ginásio,
desejando que a aula já tivesse terminado e que fosse a
hora do intervalo. Ficou espantado quando o treinador
chamou seu nome — ele nunca havia sido cham ado para
escolher uma equipe antes!
Logo ele e outros três jovens estavam à frente do
grupo. Então o treinador Warden disse: “Stewart, você
começa” .
S E Ç Ã O I N F A N T I L
Im ediatam ente, a m aioria dos jovens com eçou o
costum eiro ritual de pular, acenar as m ãos e gritar:
“Eu! Eu! E u !” Dan ficou ali parado com os braços
cruzados. Ele não precisava ficar pulando; era o melhor
atleta da escola e era sempre o primeiro a ser
escolhido. Ele disse a Stewart: “Vamos, escolha-m e e
eu formarei o resto da equipe para você” . Stewart
hesitou e Dan ficou intrigado. “Escolha-m e — você
sabe que sou o m elhor” .
Todo o ginásio ficou em silêncio, sem acreditar
quando Stewart disse: “Escolho o Craig”.
Craig, espantado, deu um passo à frente e então abriu
um largo sorriso. “N unca fui o primeiro a ser escolhido”.
Ele era sempre o penúltimo a ser chamado, antes de
Stewart.
O s outros líderes de equipe escolheram. Quando
chegou a vez de Stewart novamente, podia-se ouvir um
alfinete cair no chão quando disse: “Andy”. Andy sempre
era cham ado antes do Craig.
• O U T U B R O DE 1993
8
 A cada rodada, Stewart prosseguiu fazendo as
escolhas no sentido contrário ao de costume, chamando
os jovens que “sobravam” e nunca eram escolhidos. Os
outros líderes escolheram os melhores jogadores, como
sempre.
Pela primeira vez, Stewart gostou do jogo. Sua equipe
ficou em último lugar, mas isso não importava. O que
importava é que todos os jovens da equipe sentiram que
tinham valor.
Q uando a partida terminou, todos foram trocar de
roupa. Stewart estava amarrando os sapatos quando Dan
se aproximou e o insultou: “Eu avisei para me escolher,
mas você não quis. Você não passa de um perdedor”.
“D an !”. Era a voz autoritária do treinador. “Stewart
pode ser qualquer coisa, menos um perdedor”. O
treinador Warden fez Dan se desculpar, mandou-o para a
sala de aula com os outros, depois virou-se para Stewart
e disse: “Obrigado”.
“Como? Pelo quê?”
S E Ç Ã O I N F A N T I L
O treinador sentou-se no banco e fez sinal para
Stew art sentar-se perto dele. “Por me lembrar de algo
m uito im portante. Sabe, sempre que há com petição
tem que haver um vencedor e um perdedor. Todos
querem vencer, ninguém quer perder. Hoje, os líderes
das outras equipes pensavam em vencer, por isso
escolheram os m elhores jogadores. Você estava mais
preocupado com os sentim entos dos outros. Teria sido
muito fácil ter escolhido o Dan e deixá-lo formar a
equipe vencedora para você. Você, porém, não fez isso.
Foi corajoso o bastante para escolher aqueles que todos
consideravam perdedores. H oje, no entanto, foi o
verdadeiro vencedor, Stew art, assim como os seus
colegas de equipe. Estou m uito orgulhoso de você”.
O treinador foi até a porta com Stewart, depois foi
para seu escritório, onde fez uma lista com os nomes de
todos os rapazes. Recortou as tiras de papel e jogou-as
num boné de beisebol, para sortear as equipes que iam
jogar no dia seguinte. □
• O U T U B R O DE 1993
9
 TEMPO DE COMPARTILHAR
O SENHOR
DEU-ME UM
TEMPLO
"Sim , o h o m em é o ta b e rn ó c u lo de Deus; m esm o te m p lo s " (D o u trin a e Convênios 9 3 :3 5 ).
O S en h or d e u -m e um te m p lo tã o lin d o p ra m o rar.
Lá no céu eu e ra es p írito , hoje a te rra é m eu lar.
C o n servarei m eu te m p lo b em lim p o , a b rilh a r.
M eu corpo é o te m p lo q u e recebi do Pai.
(Veja página 6 desta revista.)
Judy Edwards
Este hino da Primária diz que nossos corpos
são templos que o Pai Celestial nos deu. As
escrituras também nos dizem isto: “N ão
sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito de
Deus habita em vós?” (I Coríntios 3:16).
Como podemos conservar nosso templo limpo e fazê-lo
brilhar? De que maneira podemos manter-nos puros para
que o Espírito de Deus esteja conosco? Podemos começar
pensando, dizendo e fazendo coisas boas e edificantes.
Q uando o Presidente Spencer W. Kimball estava com
nove anos de idade, tinha a responsabilidade de tirar
leite de duas a nove vacas, todos os dias, na fazenda da
família. Ordenhar as vãcas é algo um tanto monótono,
então ele pensou em coisas interessantes, boas e
divertidas para fazer enquanto isso. Treinou esguichar
leite na boca dos gatos que ficavam ali por perto durante
a ordenha. A o compasso dos jatos de leite batendo no
balde, repetia as Regras de Fé e os Dez M andam entos até
decorar todos eles. Copiou a maioria das letras dos hinos
em folhas de papel e decorou-as. Sentado num
banquinho de uma perna só, com a cabeça apoiada no
corpo da vaca, cantava os hinos para as vacas.
O Presidente Kimball purificou o espírito, ocupando a
S E Ç À O I N F A N T I L
mente com coisas úteis enquanto trabalhava. Como
podemos fazer o mesmo?
Instruções
Leia o que o Presidente Kimball fez para que seus pensa­
mentos, palavras e ações permanecessem puros. Depois,
cole sua foto ou desenho na coluna da direita e preencha
os espaços em branco com coisas que você pode fazer para
que seus pensamentos, palavras e ações sejam puros.
Id é ia s p a ra o Tem po d e C o m p a rtilh a r
1. Conte a história do Presidente Kimball. Faça cópias da
atividade para as crianças. Peça a cada criança que procure
uma escritura ou hino preferido, copie numa folha de papel e
depois decore. O s menores podem fazer desenhos.
2. Diga às crianças que escrevam o que podem fazer
quando palavras ou pensamentos impróprios lhes vêm à
mente. (Possíveis respostas: recitar uma escritura que
decoraram, cantar ou murmurar um hino da Primária ou do
hinário, orar em silêncio, pensar em uma história alegre,
pensar no que Jesus fez quando foi tentado, dizendo: “Vai-te,
Satan ás". [Veja Lucas 4 :5 -8 .])
3. Designe as classes para que procurem e debatam uma
das seguintes escrituras que comparam o bem e o nud: Salmos
3 4 :1 3 -1 4 ; Provérbios 12:5; 12:17; 12:19; 12:20; 12:22;
13:5.
4- Coloque papéis com o nome das crianças em uma caixa
e sorteie alguns, pedindo então às demais, que descrevam as
crianças escolhidas com palavras positivas e carinhosas.
Debata como nos sentimos felizes quando falam os coisas boas
a respeito dos outros. □
• O U T U B R O DE 1993
10
 r " ^ (Seu nome)

I O Presidente Kimball I I I
I___________________ I I_______________ ___ I

1. Fazia sua tarefa 1. Faço minhas tarefas (_

(ordenhar as vacas)
2. Decorou as Regras de Fé 2.
3. Decorou os Dez M andamentos
4. C antava os hinos 3.
5. Decorou os hinos
4.

5.
FOTOGRAFIA DE ELDON K. LINSCHOTEN

J L
S E Ç Ã O I N F A N T I L • O U T U B R O DE 1993
11
As Flores de Jane
A mãe de Jane sabia
cuidar maravilhosamente
do jardim. Podia fazer
florir até mesmo um pedacinho de
solo rochoso. “M esmo que fique
cansada, sinto-me renovada quando
cuido do jardim ou apenas admiro
uma campina de flores silvestres”,
disse certa vez a Jane.
Depois que a mãe ficou doente,
Jane colhia flores para ela todos os
dias, enchendo o quarto com prímu­
las, margaridas, jasmins e flores do
campo de todas as cores do arco-íris.
O outono, porém, chegou e não
havia mais flores.
“A geada matou as últimas flores”,
sussurrou Jane um dia ao levar um
punhado de folhas ainda viçosas para
alegrar a mãe.
Pegando a mão de Jane, ela disse:
“Q uando a primavera chegar, Jane,
lembre-se de olhar as flores por
mim”.
Jane achou que o longo inverno
do Maine jamais terminaria. A casa
estava tão fria sem sua mãezinha. Os
pequenos Rose e Isaac tinham ido
para a casa da tia Ellen. Seu pai
estava sério e calado.
Certo dia seu pai lhe disse: “A tia
Ellen descobriu uma prima de sua
S E Ç Ã O
Deborah Hopkinson
Baseado em fatos reais
mãe que pode vir cuidar da casa para
nós na primavera. Se isso acontecer, a
Rose e o Isaac podem voltar para cá”.
“Q ual é o nome dela?”
“Kate. Prima K ate.”
A prima Kate parecia uma garota.
Era gordinha e sempre prendia as
tranças ruivas no alto da cabeça.
Rose e Isaac voltaram para casa. Eles
e Jane sentiam saudades da mãe. A
prima Kate, porém, acariciava os
dois pequenos e os fazia rir. Até
mesmo o pai sorria um pouco com
seu jeito engraçado. Jane, no
entanto, ainda não conseguia rir.
Por fim, a beleza da primavera
iluminou o mundo. O s narcisos de
sua mãe desabrocharam; depois
surgiram os crisântemos com seu
amarelo vivo. N as árvores os botões
floresciam. Certa noite, Jane sentiu
o doce aroma dos lilases que ficavam
embaixo da janela .
Ela, porém, só tinha vontade de
gritar e brigar com as flores. Com o é
que podiam estar ali, agora que sua
mãe se fora?
Certa m anhã Kate disse: “Jane,
precisamos fazer uma boa limpeza
na casa” .
Kate e Jane começaram uma
revolução, virando colchões e
I N F A N T I L • O U T U B R O
12
chacoalhando tapetes. Depois que
toda a casa estava limpa, Kate disse:
“A inda não mexemos nos vestidos de
sua mãe. Venha ajudar-me”.
Relutante, Jane seguiu a prima
Kate até o quarto dos pais. Os
vestidos da mãe ainda estavam
pendurados no guarda-roupa.
“Vamos separar alguns destes
vestidos para você, Jane. Assim,
quando crescer, poderá vestir algo
que era dela.”
Kate começou a separá-los. Jane
sentou-se no chão, segurando um
vestido de lã vermelho com o qual a
mãe costum ava ir à Igreja. Sentiu as
lágrimas rolarem pelo rosto e virou-
se para a janela para que Kate não
as visse.
Lá fora, avistou o pai, ao lado do
celeiro, e Rose brincando com Isaac
perto do jardim. Kate havia
trabalhado muito no jardim que
prometia fazer desabrochar todo tipo
de flores e verduras.
Jane olhou para o vestido que
tinha nas mãos. N ão queria desfazer-
se dele— não queria desfazer-se de
nenhum vestido. Eles fariam com
que se lembrasse da mãe durante os
invernos longos e frios, quando não
haveria flores. Subitam ente teve
DE 1993
 K '

ílFlfeíl .//

uma idéia. “Lembre-se de olhar para “Esse vestido vermelho de lã que mais. Jane começou a pensar no
as flores” a mãe dissera. Jane virou- você está segurando seria perfeito. desenho— tem que ter muitas flores!
se para a prima e perguntou Este preto de lã, também”. E sorriu
meigamente: “Kate, será que eu para Jane.
poderia ficar com um destes vestidos Ela entende o que estou sentindo,
agora, antes de crescer?” pensou Jane.
Kate parou e olhou para Jane. O tapete seria de lã, assim duraria
“Estes vestidos fazem com que a sinta
mais perto de você, não é mesmo?”
Jane balançou a cabeça, concor­
dando. “Quero fazer algo para que
seja lembrada. Poderia fazer um acol­
choado, mas não sei fazer isso direito”.
“Sua mãe a ensinou a fazer
tapetes? Ela mesma fez alguns tapetes
lindos com apliques e bordados.”
“A h sim! Ela me ensinou!
Lembro-me de ouvi-la dizer
que quando sabemos fazer um
tapete, podemos transformar
qualquer casa em um lar.”
“Bem, vamos ver”, disse
Kate, balançando a cabeça.
 Trabalhou no tapete todas as
noites durante o verão. Era grande—
com mais de um metro de largura e
quase dois metros de comprimento
— perfeito para ser colocado em
frente à lareira ou na cozinha.
Bordou o centro do tapete com
desenhos com tudo que observava
ao redor naquele verão: árvores, a
velha vaca da família, pássaros nos
ninhos no pomar de maçãs, seu pai
no cavalo indo à cidade. Colocou
até a casa em que morava, com as
duas grandes janelas embaixo,
quatro janelas do andar superior e
duas grandes chaminés. Bordou uma
bela flor e dezenas de lindos
corações. Bem no meio, copiou o
vaso de flores preferido da mãe com
um maravilhoso arranjo.
“Você não tem mais espaço no
centro”, disse Kate rindo certa noite.
“O que vai fazer nas bordasj”
“Trepadeiras e mais flores”, disse
Jane.
“E um projeto trabalhoso para
uma menina de onze anos”,
comentou o pai. “N unca vi nada
parecido em todo o M aine.”
“Ah, paizinho!”
“Bem, pelo menos não em
W iscasset. Com certeza ganha um
S E Ç Ã O
prêmio na Feira da Colheita.” (N. T.
U m a espécie de feira de artesanato,
realizada na época da colheita, onde
as pessoas expunham trabalhos.)
“D á para perceber que a Jane pôs
muitas lembranças neste tapete e o
está fazendo com muito am or”,
comentou a prima Kate.
Jane cortou mais de cem flores
para fazer apliques na borda. Usou as
roupas da mãe que tinham cores
mais vivas. Bordou folhas,
trepadeiras e flores contornando
todo o tapete. Todas as noites, antes
de dormir, tinha de chacoalhar a
mão pois seus dedos ficavam duros e
doloridos de tanto segurar a agulha.
N o dia seguinte, porém, tinha ainda
mais vontade de olhar ao redor para
se inspirar nas coisas belas que a mãe
lhe ensinara a ver.
Finalmente terminou o tapete. A
prima Kate ajudou-a a passá-lo a
ferro na noite anterior à Feira da
Colheita.
Foram de carroça para o centro
de Wiscasset, até o grande pátio da
igreja. Já havia acolchoados, tapetes
e bordados de todos os tipos em
exposição.
Jane hesitou.
“Venha”, disse a prima Kate,
I N F A N T I L O U T U B R O
14
puxando-a pelo braço. “Vamos para
dentro.”
“O que temos aqui?” perguntou a
sra. Kingsbury.
“Um tapete feito por Jane Gove,
de onze anos”, disse Kate, orgulhosa,
enquanto Jane tentava disfarçar o
acanhamento.
N a luz da manhã, o tecido claro e
os fios coloridos brilhavam e se
destacavam sobre a lã preta.
“Puxa, é quase como estar num
jardim! Você é a filha mais velha de
Mary Gove, não é? Sua mãe se
sentiria orgulhosa!” exclamou a sra.
Kingsbury.
Quando caminharam pelo pátio,
observando geléias, animais e
abóboras, era quase como se fossem
uma família novamente. Prima Kate
jam ais poderia substituir a mãe, mas
Jane estava feliz por ela ter ido
morar com eles. Era bom ver Isaac e
Rose rindo outra vez. E seu pai
parecia sentir-se mais leve. Mus, não
t io s esquecemos de nossa mãezinha.
Ela estará sempre em nossos corações,
pensou Jane.
Após o jantar, foram anunciados os
vencedores. Quando viu-a exposição
de bordados, Jane realmente não
pensou que o tapete venceria. Súbita-
DE 1993
Jane fez o ta p e te com as roupas
d a m ã e q u e tin h a m as cores
m ais vivas. Q u e ria tra n s m itir as
coisas b elas q u e a m ã e a
e n s in a ra a ver.

LOS ANGELES, CALIFÓRNIA

mente, porém, ouviu seu nome!
“N a Feira da Colheita de
Wiscasset de 1845, o prêmio de

FOTOGRAFIA DO TAPETE. CORTESIA DO CENTRO SEAVER PARA PESQUISA DO OESTE, MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL, CONDADO
primeiro lugar em bordados é para a
senhorita Jane Gove. Esta jovem tem
apenas onze anos de idade, mas criou
um dos trabalhos mais extraordinários
que nossos juizes jamais viram!”
Embora Jane tenha crescido e
feito outros tapetes para sua própria
família, sempre guardou aquele
tapete especial. Ele permaneceu
com a família por muito tempo até
que, por fim, alguém decidiu que
deveria ser visto por outras pessoas.
Hoje é considerado um a obra-prima
da arte popular americana e está
exposto no Museu de História
Natural de Los Angeles, Califórnia.
Durante toda a vida, Jane guardou
a alegre lembrança da mãe no
coração. E nunca esqueceu de sorrir
na primavera ao ver as flores desabro­
charem nos jardins e campinas. □

S E Ç Ã O I N F A N T I L • O U T U B R O DE 1993
15
 SÓ PARA DIVERTIR

O AAAPA CORES
DO TESOURO IDÊNTICAS
Sophie Wessel

Para fazer um velho mapa do tesouro, você precisará de: papel Há dois diagramas coloridos
(papel de embrulho comum, marrom claro, fica ótimo), lápis ou exatam ente iguais. Quais são?
caneta preta, giz de cera e canetas hidrográficas.
1. Para a noite familiar, esconda no lugar do tesouro o lanche
ou um òbjeto a ser usado durante a aula.
2. Desenhe um mapa no pedaço de papel, mostrando onde o
tesouro foi escondido.
3. Faça uma bola de papel, am assando-o bem.
4- Abra o papel cuidadosam ente e alise-o.
5. Repita de cinco a sete vezes os itens 3 e 4, até que o papel
fique bem velho e gasto.
6. Coloque o papel entre dois livros pesados para que fique
bem liso.

sDjum/ptuas ops 9 s £ .sroiíuapj soioq snp msrx/ssy

S E Ç Ã O I N F A N T I L • O U T U B R O
16
A LIAHONA
 A LIAHONA
N O V E M B R O 1 9 9 3

DE S T AQUE S
n CN SAG EM DA P R IM E IR A PR C SIU ÍIX C IA :
O T E M PL O » E LAGO SALGADO
PRESIDENTE G O R D O N B. H IN C K LE Y ...........................................................

CADA JANELA, CADA P IN Á C U LO

RICHARD NEITZEL H O L Z A P F E L ......................................... .............................

A FÉ DO IRM ÃO Á V IL A
JOSÉ O JE D A ............................................................................................................

COMO O T E M P L O NOS AJUD A

FRANCÊS W. H O D G S O N ..................................................................................

EM SUA CASA SAGRADA

JAY M . T O D D .........................................................................................................

"O P O D E R DE DEUS ESTAVA CONOSCO”

LARENE G A U N T .....................................................................................................

Na capa: DEPARTAMENTOS
O Templo de Lago S algado, dedicado
em 1 8 9 3 — cem anos atrás— é o
CO M ENTÁRIO S
destaque de vários artigos desta edição
de A Liahona. Primeiro capa: Fotografia
de C raig D im ond. Ultima capa: Fotos MENSAGEM DAS PR O FESSO R A S VISITANTES:
históricas cortesmente fornecidas pelos FO R TALECER NOSSA IR M A N D A D E
Arquivos da Igreja SUD; detalhes do
tem plo fotografados po r W elden O UV IND O E CO NFIAND O
Andersen.

Capa da Seção Infantil:

Xinia M unoz, da C idade de Belize, Belize, SEÇÃO INFANTIL
passa as noites de d o m ingo escrevendo
cartas aos missionários. Vide "Fazer H AR O LD R. LEE
A m igos", página 14. Fotografia da capa
KELLENE RICKS A D A M S .........................................................................
de M arvin K. Gardner.

O T E M PLO É UM LI GAR R EVER EN TE

KATHRYN A. FIFIELD............................................................................

TEM PO DE CO M PA RTILH AR : AVISO!

JUDY ED W AR D S......................................................................................

F1CÇÁO: IR M ÃO SM ITH D IZ “AM ÉM ” !

BRAD W IL C O X .........................................................................................

SÓ PAR A D IV E R T IR

COMO FAZER AMIGOS:

X IN IA M UNOZ DA C ID A D E DE R E LIZ E , H ELIZE
M ARVIN K. G A R D N E R .........................................................................................................
N O V E M B R O de 1993, V ol. 17, n 9 11 COMENTÁRIOS
93991 0 5 9 - S ã o Paulo - Brasil
P ublicação o ficial em português de A Igreja de Jesus
C risto dos S a n to s d o s Ú ltim o s Dias.
A Prim eira P resid ê n cia: Ezra T a ft Benson,
G ordo n B. H inckley, T h o m as S. M onson
Q u o ru m do s D o ze: H ow ard W. H unter,
Boyd K. Packer, M arvin J. A sh to n , L. T o m Perry,
D avid B. H aight, Jam es E. Faust, N ea l A . M axw ell,
R ussell M . N elso n , D allin H. O aks, M. R ussell Ballard, MAGNÍFICO exem plo ALEGRIA E GRATIDAO
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R on ald L. K n igh ton
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In tern ation al M agazines:
Editor Gerente: Brian K. Kelly além de um guia, a Liahona (em espanhol) aguardo com vivo interesse os artigos, as
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Jan e A n n Kem p, D enise Kirby le io . M in h a fa m ília toi e s p e c ia lm e n te e x e m p la re s e n c a d e r n a d o s de 1951 até
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Editor: Paulo D ias M ach ado Am izade na ín dia” (março de 1992). Que g u a r d a d o as p u b lic a ç õ e s em a r q u iv o s
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M atrículas e O ficin as Im pressoras de Jorn ais e Periódicos,
conform e o D ecreto n e 48 5 7 , de 9-11-1930. A L iah on a, a apreciá-la demais.
revista in ternacional d e A Igreja de Jesus C risto dos
S a n to s dos Ú ltim o s D ias, é publicada m ensalm en te em H á muito que aprender nas m ensagens Para mim é um prazer ler a Liahona (em
chinês, h olandês, dinam arquês, inglês, finalandês,
francês, alem ão, italiano, japo n ês, coreano, norueguês,
d a P r im e ir a P r e s id ê n c ia e d a s o u t r a s e sp an h o l). Tenh o sido m uito ab en çoad a
português, sam oano, espanh ol, sueco e tonganês; com a M ensagem da Primeira Presidência
A u to rid ad e s G e ra is. C o m o jovem , ach o
bim ensalm ente em indonésio, taitian o e tailandês; e
trim estralm ente em islandês, tch eco, húngaro e russo. seus con selh os um a gran de aju d a n estes e com os testem unhos de outros membros
Impressão: U L T R A P R IN T Im pressora Ltda. - R ua
Bresser, 1224 - Brás - S ã o P aulo - SP . tem pos difíceis. d a Ig r e ja . Q u a n d o le io a r e s p e it o da
D evido à orien tação seguida por esta revista, reservam o-
nos o direito de publicar som ente os artigos solicitados G osto de ler artigos sohre a história da influência do evangelho de Jesus Cristo na
pela redação. N ã o obstante, serão b em -vin das as
colaborações para apreciação da redação e da equipe Ig r e ja , p r in c ip a lm e n te o s q u e fa la m a vida das pessoas, sinto o coração repleto de
in ternacional do “ Internation al M agazine” . C o lab o raçõ es
espontâneas e m atérias d o s correspon dentes estarão respeito dos santos do Pacífico. fé e esperança.
su jeitas a adap taçõ es editoriais.
A O Le Liahona tem sido um a grande Para mim e m inha família, esta revista é
R ed ação e A dm in istra çã o : A v. Prof. Francisco M orato^
2.430 - 05512-300 - S ã o Paulo - S P - T e le fo n e (0 1 1 ) ajuda em minha vida. um com plem ento perfeito para o Livro de
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T h e A L iahona (I S S N 08,85-3169) is published m onthly M órm on e as dem ais escrituras.
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A L I A H O N A N O V E M B R O DE 1 9 9 3
1
 MENSAGEM DA PRIMEIRA PRESIDÊNCIA

O Templo de Lago
Salgado

Presidente G ordon B. Hinckley

Primeiro C onselheiro na Primeira Presidência

í í \ T osso Pai C elestial, tu que criaste os céus e a terra, e

I todas as coisas que eles contêm; tu, gloriosíssimo Pai, . . .

jL . ^ nós, teus filhos, vimos neste dia perante ti, e nesta casa

que construímos ao teu santíssimo nome, humildemente rogamos ao sangue

e x p ia tó rio de teu U n ig ê n ito , que n o sso s p e c a d o s n u n ca m ais sejam

lembrados contra nós, mas que nossas orações possam subir a ti e ter livre

O P re sid en te W ilfo rd
acesso ao teu trono, para que possamos ser ouvidos em tua santa habitação.
W o o d ru ff, q u e p ro fe riu a
o ra ç ã o d e d ic a tó ria do
E que p o ssa g rac io sam e n te agrad ar-te ate n d er a n o ssa s p e tiç õ e s, que
Tem plo de Lago S a lg a d o ,

respondas a elas de acordo com tua infinita sabedoria e amor, e concedas que e n s in a v a com c la re za a
im p o rtâ n c ia das
as bênçãos que buscamos sejam conferidas a nós, mesmo centuplicadas, visto o rd en an ça s do tem p lo .

que procuramos com pureza de coração e sincero propósito fazer tua vontade

e glorificar teu nome.” 1

Assim falou o Presidente Wilford Woodruff ao dedicar o Templo de Lago

Salgad o no dia 6 de abril de 1893. Essas linhas iniciais de um a notável

A L I A H O N A • N O V E M B R O DE 1 9 9 3
3

M u ita s p e d ra s e x ig ia m um a lto nível técnico dos
tra b a lh a d o re s , como nestes exem plos: u m a e s tre la de
p e d ra , u m a lua d e p e d ra , u m a n u v em de p e d ra .
oração dedicatória constituem por si mesmas um sermão.
N essas poucas palavras, que são o começo de uma longa
e bela súplica, o profeta d aq u ela ép oca recon h ece o
Criador dos céus e da terra. Reconhece a paternidade de
D eus nosso Pai e a bênção concedida a todos os Seus
filhos de falarem com Ele em o ra çã o . R eco n h e ce o
U nigênito do Pai, o Salvad or e R edentor do m undo,
cu jo sangue exp iatório foi d erram ado por todos nós.
Roga também que nos conservemos dignos das bênçãos
do Todo-Poderoso e tenhamos o desejo de glorificar Seu
nome.
A oração dedicatória é cheia de agradecim ento pelas
bênçãos do Senhor a Seu povo. A quele foi o m aior e
mais expressivo acontecim ento da história dos santos dos
últimos dias no Vale do Lago Salgado.
A lgo digno de nota toi W ilford W oodruff ter sido
quem fincou a estaca que m arcava o local do templo,
quatro dias depois da chegada dos pioneiros, em 1847.
Naquela ocasião o Presidente Brigham Young declarou:
“Aqui construiremos um templo para o nosso D eus”.
O irm ão W o o d ru ff viu com os p ró p rio s o lh os o
e sp e tá c u lo da c o n stru ç ã o d e sta m a g n ífic a c a sa do
S e n h o r, q u e d u ro u q u a r e n ta a n o s. N a é p o c a da
dedicação do templo ele estava com oitenta e seis anos e
tinha sido ap oiad o P residen te da Igreja q u atro anos
a n te s. Ele c o n h e c e r a to d o s os te m p lo s m o d e rn o s
construídos até então— o de Kirtland, o de N auvoo, o de
St. George, o de Logan e o de M anti. Ele havia sido o
p r e s id e n te do T em p lo d e S t. G e o r g e d e sd e a su a
dedicação, em 1877, até 1884-
A L I A H O N A • N O V E M B R O
4
Poucos poderiam ter um m elhor entendim en to do
p r o p ó s ito d e ss e s e d ifíc io s . E le c o m p r e e n d ia com
profundidade e ensinava com clareza a importância das
ordenanças na casa do Senhor, em especial a validade
das ordenanças pelos m ortos e a maneira pela qual as
fa m ília s d e v e m ser lig a d a s n u m a g ran d e co rre n te
patriarcal.
Bela é a oração que ele proferiu no serviço dedicatório
do que era então o mais novo templo da Igreja, e que
permaneceu o maior.
A obra realizada em todos os tem plos é idêntica e
igualm ente eficaz. Em bora o Templo de Lago Salgado
te n h a sid o o p rim e iro q u e os sa n to s co m e çaram a
construir no oeste dos Estados Unidos, foi o quarto a ser
term inado e dedicado. E, porém , o mais conhecido e
vem sendo usado para ilustrar literatura da Igreja há um
século. Ele é reconhecido por santos dos últimos dias e
mesmo pòr pessoas que não são de nossa fé no mundo
todo.
S e me p e rm itis fa la r de m o d o p e sso a l, um a das
m aiores bên çãos da m inha vida é o Tem plo de Lago
Salgado. Ele não é meu. Ele é do Senhor. Ainda assim,
tenho por ele um certo sentim ento de posse.
Ele é meu para que o olhe, e é meu para que nele
entre. N ão há necessidade de qualificações especiais para
admirá-lo do lado de fora. Certos padrões são, contudo,
exigidos dos que entram.
Ele é uma criação de beleza—
Um símbolo de força
Um refúgio de paz
Um santuário de serviço
Um a escola de instrução
Um lugar de revelação
Um a fonte de verdade
U m a casa de convênios
Um templo de Deus
DE 1 9 9 3
 Sou teliz por poder deleitar-m e quase diariam ente
com sua beleza arqu itetôn ica. Sou aben çoado, assim
co m o o é to d o m em bro dign o da Igreja, por poder
atravessar seus corredores e entrar em suas salas. Para
mim, é um edifício incomparável.
Quem poderá negar sua beleza única? Ele não segue
nenhum estilo a rq u ite tô n ico . C o m o sua co n stru çã o
durou quarenta anos, acredito que muitos detalhes foram
m udados d uran te esse tem po. A in d a assim , há uma
graciosa harmonia em seu estilo. Firmemente ancorado
no solo, ele se eleva em direção aos céus. Há uma sólida
simetria em seu desenho. Seis torres principais elevam-se
das paredes, e cada uma delas tem um conjunto em três
níveis de quatro torres menores.
A s linhas do edifício fazem com que cada uma das
to rre s p a r e ç a su rg ir in d e p e n d e n te m e n te do so lo ;
contudo, elas estão ligadas, para dar a idéia de harmonia
e união. Ju n tan d o cad a con jun to de torres está uma
fileira de pedras acastelad as. A s am eias de granito e
remates adicionam beleza ao desenho.
A diversidade de janelas é interessante: algumas são
redondas, outras, ovais, algum as encim adas por arcos
circulares e outras são estreitas e verticais.
N ão escrevo com o arquiteto. Escrevo com o alguém
que ama a beleza encontrada na harmonia das linhas e
na riqueza de detalhes que podem ser vistos de qualquer
ponto de onde se olhe.
Adm iro os arquitetos, que tiveram m uito pouco do
treinamento recebido hoje pelos arquitetos profissionais.
E xcetu an do-se o vidro e as ferragens, eles só tinham
acesso a materiais da região. N ão tenho dúvida de que
e le s fo ram in s p ir a d o s do a lto . S a b ia m n ã o e sta r
construindo um prédio comum: estavam cientes de estar
construindo um templo de Deus.
A s paredes de granito dão uma sensação de solidez e
força. A maioria dos que poliam e assentavam as pedras
tinham aprendido esse ofício na Inglaterra e haviam
A L I A H O N A
v in d o p ara U tah a p ó s a c o n v e rsã o à Ig re ja . Eram
altamente qualificados, e o templo, depois de um século
de existência, mostra isso.
Ja m e s M o y le, su p e r in te n d e n te d os p e d re iro s,
escreveu:
“N ão só dias, mas sem anas foram necessárias para
polir algumas das pedras . . . Muitas exigiam alto nível
técnico do trabalhador, pois têm uma borda muito fina.
Pode-se vê-las, do chão, nas grandes janelas redondas. O
granito fendia-se facilmente, já que os pequenos pedaços
de quartzo, feldspato e mica que o compõem, quebram
q u an d o ab a la d o s. Por essa razão, a borda m ais fina
sem pre era a últim a a ser cortada. Se fosse dado um
golpe errad o , ou se a b a tid a do m artelo fosse forte
dem ais, todo o trabalho era inutilizado e perdiam -se
sem an as in teiras .1 Há um a certa força, um m isto de
solidez e delicadeza no granito m aciço deste edifício
sagrado.
Q u an d o o tem plo foi term inado, con struiu-se um
muro ao redor do que passou a ser conhecido por Praça
do Templo. O trânsito na região é agora freqüentemente
congestionado e barulhento. Do lado de dentro do muro,
contudo, há um ambiente de paz e beleza. O chão, com
caminhos artisticamente traçados, os vastos gramados, as
árvores magníficas e as flores de luminoso colorido fazem
do lugar um m undo à p arte. V isitan tes de todos os
lugares, que agora chegam aos milhões, comentam isso.
Dentro do templo há um sentimento ainda maior de
paz. O mundo, com seu tumulto e sua pressa, é deixado
para trás: na casa do Senhor há tranqüilidade. Aqueles
que aqui trabalham sabem que estão lidando com coisas
da eternidade. Todos se vestem de branco. O falar é
suave. Os pensamentos se elevam.
Este é um san tuário de serviço. A m aior parte do
trabalho desta casa sagrada é realizado em favor dos que
já atravessaram o véu da morte. N ão conheço nenhuma
ob ra que se co m p are a e sta. E stá m ais p róxim a do
• N O V E M B R O DE 1 9 9 3
5

sacrifício d o Filho de D eus em favor da hum anidade
d o q u e q u a lq u e r o u tr o tr a b a lh o d e q u e te n h o
conhecimento. N ão se esperam agradecimentos daqueles
que além do véu se beneficiam desse serviço sagrado. É
um trabalho dos vivos em favor dos mortos. E a própria
essência do altruísmo.
Este edifício sagrado tom a-se uma escola de instrução
nas sublimes e sagradas coisas de Deus. Aqui é delineado
o plano de um pai amoroso em benefício de seus filhos de
todas as gerações. Aqui é explicada a odisséia da jornada
e te rn a d o h om em , d e sd e a e x istê n c ia p ré -m o rta l,
passando por esta vida e prosseguindo para a vida futura.
G ran d e s v e rd ad es fu n d am e n tais são e n sin a d a s com
clareza e sim p licid ad e, p od en d o ser e n te n d id as por
todos.
Este é um local de revelação. A qui, quase todas as
sem anas a Primeira Presidência e o Q uorum dos Doze
Apóstolos se reúnem desde o dia da dedicação. Aqui se
fazem orações fervorosas, pedindo luz e entendimento.
N este local sagrado há debates, serenos e contidos. E
a q u i se s e n te a in s p ir a ç ã o r e c e b id a p o r h o m e n s
investidos da mais alta autoridade do sacerdócio eterno,
que se aconselham mutuamente e procuram conhecer a
vontade do Senhor.
Eu e sta v a n aq u ele círcu lo , n a q u ela sa la sag ra d a,
quando o Presidente Spencer W. Kimball, num dia de
ju n h o de 1978, pediu orien tação ao Sen h or para um
assunto de grande importância. Tratava-se do direito de
todos os homens dignos receberem o sacerdócio.
Posso testificar agora, assim como já testifiquei antes,
q u e o e s p ír it o d e r e v e la ç ã o fo i s e n tid o n a q u e la
oportunidade e que os frutos daquela revelação têm sido
m aravilhosos para um grande núm ero de pessoas em
todo o mundo.
O te m p lo é tam b é m um lo c a l de in s p ir a ç ã o e
r e v e la ç ã o p e s s o a is . S ã o in c o n tá v e is os q u e , em
m o m e n to s de d ific u ld a d e , q u a n d o têm q u e to m ar
A L I A H O N A • N O V E M B R O
6
O te m p lo é u m a casa de convênios.
A qui p ro m ete m o s, s a g ra d a e
s o le n e m e n te , v iv e r o e v a n g e lh o de
Jesus Cristo em sua p le n itu d e
decisões difíceis e resolver problemas delicados, vêm ao
te m p lo em e s p ír it o de je ju m e o r a ç ã o , b u sc a n d o
o r ie n ta ç ã o d iv in a . M u ito s têm te ste m u n h a d o que,
em b ora m u ita s vezes n ão te n h am o u v id o vozes de
revelação, im pressões sobre o rum o a seguir sentidas
naquele momento ou mais tarde foram respostas a suas
orações.
Este tem plo é um a fonte de verdade eterna. “M as
aquele que beber da água que eu lhe der nunca mais terá
sede” (João 4:14)- Aqui se ensinam verdades de natureza
divina e implicações eternas.
Para os que nela entram, esta se torna uma casa de
convênios. A qui prom etem os, sagrada e solenem ente,
viver o evan gelh o de Je su s C risto em sua plenitude.
Com prom etem o-nos com Deus, nosso Pai Eterno, a viver
esses princípios, que são a base da religião verdadeira.
Este é um tem plo'de Deus. A inscrição na fachada
declara “Santidade ao Senhor— A C asa do Senhor”. A
prim eira expressão desse en u n ciado é um recon h eci­
m en to do T odo-P oderoso e um sinal de san tid ad e e
reverência perante Ele. A segunda é uma declaração de
p o sse . E ssa é a S u a c a s a , c o n stru íd a por m eio de
sacrifícios do povo e oferecida a Ele como um tributo de
amor e abnegação.
N e sta c a sa san ta recebi m inha in v estid u ra ainda
jovem, antes de sair em missão. Aqui mais tarde me casei
pela autoridade do santo sacerdócio, numa relação que a
m o rte n ão p o d e in te rro m p e r e o te m p o n ão pode
destruir. Aqui tenho entrado para realizar a obra para a
qual se construiu esta casa, sempre saindo uma pessoa
melhor do que era ao entrar.
A ssim tem sido com milhares de pessoas que vêm a
este templo, onde sentimos o amor divino do Redentor
do mundo.
Todos os templos da Igreja, embora diferentes entre si
quanto à concepção arquitetônica, oferecem as mesmas
bênçãos. Falam os neste m om ento do Templo de Lago
DE 1 9 9 3
Salgado em especial, porque há exatam ente um século
ele foi dedicado por um profeta de Deus. Sua construção
levou mais tempo do que a de qualquer outro templo—
quarenta anos. Q uanto ao espaço interno e instalações, é
o maior construído por nosso povo.
É um verdadeiro cumprimento das palavras de Isaías:
“E acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte
da casa do Senhor no cume dos montes e se exalçará por
cima dos outeiros: e concorrerão a ele todas as nações.
E virão m uitos povos, e dirão: Vinde, subam os ao
monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos
ensine o que concerne aos seus caminhos, e andemos nas
suas veredas.” (Isaías 2:2—3.)
Graças sejam dadas a Deus por Sua santa casa. Que
ela permaneça, como foi feita para permanecer, através
do milênio que há de vir, e que sirva às necessidades dos
filh os de n o sso Pai, os que e stã o viv o s e os que já
morreram. Que suas portas estejam sempre abertas para
os fiéis, a fim de que continuem a entrar por seus portais
e viver experiências espirituais edificantes. □
A L I A H O N A • N O V E M B R O
7
AUXÍLIOS PARA DEBATE
1. A dedicação do Templo de Lago Salgado há um
século foi o maior e mais significativo acontecimento na
história dos san tos dos últim os dias no Vale do Lago
Salgado.
2. O Tem plo de L ago S a lg a d o é recon h ecid o por
pessoas do mundo inteiro.
3. O T em p lo de L a g o S a lg a d o — co m o to d o s os
te m p lo s do S e n h o r— é um a c ria ç ã o de b eleza, um
símbolo de força, um refúgio de paz, um santuário de
serviço, uma escola de instrução, um local de revelação,
um a fonte de v e rd ad e, um a casa de co n vên ios, um
templo de Deus.
NOTAS
1. Wilford Woodruff, com o citado em Deseret Evening News, 6 de
abrirde 1893, página 5.
2. G o rd o n B. H in ckley , Jam e s Henry M oyle (S a lt L ak e C ity:
Deseret Book Company, 1951), página 80.
DE 1 9 9 3
 CADA JANELA,
CADA PINÁCULO
FALA DAS COISAS DE DEUS

Q uando o Templo de Lago Salgado foi

finalmente dedicado, depois de quarenta anos, cumpriu-se
uma profecia de 2 .6 0 0 anos.

c
Richard N eitzel H olzapfel

a annnhei p e la

meio derretida com os pés

am arrados em tra p o s” , escreveu um
san to dos últim os dias anônim o, que
presenciou as cerim ônias de abertura
da terra congelada do Templo de Lago
lam a
c o n g e la d a e p e la n ev e
os a te re m fé p a ra v isu a liz a r os
p in á c u lo s a in d a n ão c o n stru íd o s ,
enquanto ficavam lá parados, tremendo
com os pés na lama semicongelada.
Prim eiro, o Profeta Jo sep h Sm ith
ensinara-lhes que a “co ligação”, ou a
saída de “Babilônia” , ocorreria com o
p r o p ó sito e s p e c ífic o de c o n stru ir
tem plos: “ D eus coliga seu povo nos
S algad o em 14 de fevereiro de 1853. últimos dias para edificar uma casa ao
“ Vestia calças feitas com o pano da saia Sen h or” . Isso a c o n te c e r ia em
de m inha m ulher— uma m anta de lã cum prim ento de antigas profecias de
O a rq u ite to do te m p lo ,
escocesa fina; uma cam isa de chita e q u e “ v irã o m u ito s p o v o s, e d irã o :
T ru m an O. A n g e l, fe z este
um chapéu de palha. Estas eram todas Vinde, subamos ao monte do Senhor, à
d esen ho d a fa c h a d a fro n ta l,
as ro u p a s q u e eu p o s s u ía . O u iria c a sa do D eus de J a c ó ” (Isaías 2 :3 ).
em 18 54 .
daquele jeito ou ficaria em casa . . . Eu Jo se p h S m ith d isse q u e o te m p lo
não era o único pobre; . . . muitos se deveria ser “ um a casa ao Senhor, na
encontravam na mesma situação que eu”. Ele foi um dos qual revelaria a seu povo as ordenanças de sua casa e as
milhares que chegaram cedo para a cerimônia, marcada glórias de seu reino, ensinando às pessoas o caminho da
para as onze horas daquela manhã. salvação”.
O que o atraiu para o quarteirão do Templo, quando S eg u n d o , o S en h o r prom eteu que os san to s fiéis
podia ter ficado em casa com os pés secos? Que poder seriam “dotados com o poder do alto ” (D & C 38:32).
possuía o templo para santos que enfrentavam fome e Essa bênção espiritual poderia ser concedida som ente
dificuldades que, na época, não haviam estado no monte por m eio da realização de ordenanças em que fossem
Sião por muito mais de cinco anos? feitos convênios, ligando, assim, os santos a Deus. Um
A compreensão de três conceitos interligados ajudou- poder espiritual que não pode ser adquirido de nenhuma

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8

outra maneira é-nos concedido por meio de convênios.
(Vide D&.C 84:19-22.)
Terceiro, os santos entenderam que o Senhor honrava
o livre-arbítrio de to d os; por isso eles escolh eram o
sacrifício. N o livro Lccturcs on Faith (N.T. Palestras sobre
a Fé), palestra núm ero 6, som os ensin ados que “uma
religião que não exige o sacrifício de todas as coisas,
nunca tem poder suficiente para produzir a fé necessária
para a vida e salvação”.
“ESTE É O LOCAL DO TEMPLO”
Q u an d o os san to s d eixaram N au v o o , levaram no
coração o conceito do templo. Apenas quatro dias após
completar a jornada de 2.400 quilômetros até o Vale do
Lago Salgado em 1847, Brigham Young cam inhou até
um local na confluência de dois braços do City Crcck
(N.T. Riacho da Cidade) e, indicando com a mão, disse:
“ Este é o [local] do tem plo” . Wilford W oodruff então
fincou uma estaca demarcatória no local. De acordo com
a tradição, aquele ponto tornou-se o centro do templo
construído.
A L I A H O N A • N O V E M B R O
10
EXCETO QUANDO INDICADO, TODAS AS FOTOGRAFIAS SÃO CORTESIA DOS ARQUIVOS DA IGREJA SUD.
Esta fo to g ra fia foi tira d a p o r um p io n eiro
desconhecido d u ra n te a ce rim ô n ia de a b e rtu ra da
te r ra do Tem plo d e Lago S alg ad o em 14 de fe v e re iro
de 1853.
Em fevereiro de 1853, à congregação de pioneiros
envoltos em xales e agasalh os contra o frio, Brigham
Young lem brou: “ Eu raram ente falo de revelações ou
visões, mas basta dizer que há mais de cinco anos, no
mês de julho, estive aqui e vi o Templo em Espírito . . .
N ão perguntei que tipo de templo deveríamos construir.
Por que? Porque foi retratado diante de mim. N unca
m ais olhei para aquele terreno sem ter uma visão do
tem plo. V ejo-o tão claram en te com o se estivesse de
verdade na minha frente”.
S e g u n d o W ilford W oodruff, o P re sid en te Young
proferiu “ um em ocionante discurso de trinta m inutos”
q u e foi “ o u v id o n itid a m e n te por to d a a e n o rm e
co n gregação”. É claro que Brigham Young mal podia
conter a alegria quando com eçou: “ Estam os reunidos
numa ocasião das mais solenes, interessantes, felizes e
gloriosas, que jam ais se conheceu ou se conhecerá entre
DE 1 9 9 3
os filhos dos homens enquanto a terra continuar em sua
p re se n te o r g a n iz a ç ã o e e stiv e r o c u p a d a com seu s
propósitos atuais; e congratulo-me com os irmãos, pois
que é nosso inexprimível privilégio estarmos aqui, hoje, e
ministrarmos perante o Senhor, numa ocasião que levou
a boca e a pena dos profetas a falarem e escreverem por
muitos séculos” .
Então, H eber C. Kim ball, prim eiro conselheiro na
Primeira Presidência, golpeou o solo congelado “com
uma picareta . . . e o Presidente Young tirou o primeiro
to rrã o ” . Ele en cerro u o e n c o n tro com um a b ê n çã o
triu n fa n te a o s s a n t o s , ao q u e to d o s os p r e s e n te s
responderam: “A m ém !” A congregação, então, “correu
para também ter a chance de tirar um pouco de terra”.
Cerca de “cento e cinqüenta trabalhadores continuaram
o trabalho”, escreveu Lorenzo Brown, um participante
do evento.
Dois meses mais tarde, no dia 6 de abril, numa quarta-
feira, os membros novamente se reuniram no terreno do
templo para o assentam ento da pedra angular. Foi um
“dia memorável”, escreveu o Deseret News, “não poderia
. . . ter sido mais agradável para santos e anjos”.
N ão sabemos se o pobre imigrante dos pés envoltos
em trapos estava entre eles, mas Lorenzo Brown estava
lá, apreciando as três bandas m usicais, as com panhias
militares e o coro. “A multidão era tão grande que ficou
d ifíc il v er e o u v ir ” , q u e ix o u -se e le , m a n sa m e n te .
Certam ente o silêncio durante a oração dedicatória foi
suficiente para que ele ouvisse Brigham Young declarar:
“Dedicam os a Pedra Angular Sudeste deste templo, ao
Deus Altíssimo. Q ue perm aneça em paz até que tenha
feito seu trabalho, e até que aquele que inspirou nossos
corações para que cumpríssemos as profecias dos santos
profetas de que a C asa do Senhor deveria ser construída
no ‘Cume dos M ontes ' seja satisfeito”.
Parley P. P ratt d isse aos sa n to s no d ia seg u in te :
“Pareceu-me que Joseph Smith e outros espíritos em sua
A L I A H O N A
companhia . . . flutuavam sobre nós junto àquele alicerce
e, com eles, todos os anjos e espíritos do outro mundo,
que tiveram permissão de ali estar, ou que não estavam
por demais ocupados em nenhum outro lugar”.
Logo após a cerimônia, Brigham Young desenhou em
um quadro-negro o esboço do tem plo que vira vários
a n o s a n te s. “ H a v e r á trê s to rre s no la d o le ste
representando o Presidente e seus dois conselheiros”,
explicou ele; “também, três torres semelhantes no lado
oeste, represen tan d o o B ispo Presidente e seus dois
c o n s e lh e ir o s ; as to rre s do le ste r e p r e s e n ta r ã o o
Sacerdócio de Melquisedeque e as do oeste, o Sacerdócio
A arônico”.
U m a descrição escrita do tem plo foi publicada, um
ano e meio mais tarde, no Deseret News de 17 de agosto
de 1854. Essa descrição tornou-se, por muitos anos, a
base de artigos sobre o tem plo em jornais de fora da
Igreja. Por exemplo, o jornal The lllustrated London News,
em 1857, repetiu a d e scrição e incluiu um a grande
xilogravura, uma concepção artística do templo baseada
na d e sc r iç ã o . M u ito s d e sse s artig o s e n fatiz a v a m o
trem endo trabalho que os san tos tinham pela frente,
alguns expressando dúvida de que a tarefa pudesse ser
completada.
UM ALICERCE DE FÉ
N a saga de quarenta anos que se seguiu, houve muitos
desafios, mas nenhuma vacilação. Os santos que vieram
d a E u ro p a p a ra a n o v a S iã o c o n stru íra m v ila s e
povoados, sistemas de irrigação e jardins, mas apegaram-
se ao ideal de um tem p lo e à e sp e ran ç a de um dia
ajo elh are m -se em seus altare s. Eles já h aviam feito
convênios nas águas do batism o; o ardente desejo de
fazerem convênios que os levassem à exaltação e à de
seus mortos, fez com que suas mãos pacientes ficassem
firm es e fo rn eceu -lh es um a realid ad e espiritu al que
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11
competiu com sucesso com as cruéis realidades materiais
da Grande Bacia.
O arquiteto da Igreja, Trum an A n gel, percebendo
suas lim itações técn icas, foi enviado à Inglaterra em
julho de 1856, em uma “missão de arquitetura”, a fim de
trazer à realidade a visão de Brigham. Em sua ausência, o
ritmo do trabalho no terreno do templo decresceu até
seu retom o em maio de 1857. M ais tarde, o irmão Angel
expressou sua sincera simplicidade e determinação para
com sua designação: “Devo dizer que me sinto um tanto
esgotado, mas se o Presidente Young e os irmãos apóiam
este pobre verme como Arquiteto da Igreja, empenhar-
m e-ei para servir-vos e não me desgraçar . . . Q ue o
Senhor me ajude a assim agir”.
Apenas dois meses após o retorno do irmão Angel, os
san tos se reuniram em B ig Cottonw ood C an yon (N.T.
Desfiladeiro de Big Cottonw ood), onde ficaram sabendo
que o Presidente dos Estados Unidos, Jam es Buchanan,
reagindo precipitadam ente ao relato preconceituoso de
oficiais federais descontentes que haviam abandonado
seus p o sto s, enviou um a fo rça m ilitar de dois m il e
quinhentos homens para restaurar a ordem e empossar, à
força, um novo governador em lugar de Brigham Young.
T á tic a s de r e ta rd a m e n to d im in u íram a m arch a do
exército, que teve de passar o inverno em Forte Bridger,
Wyoming. Com a primavera, porém, a am eaça de uma
ação m ilitar prosseguiu. N o final de m arço de 1858,
Brigham Young ordenou que os trin ta mil san tos da
C id a d e do L a g o S a lg a d o e de lu g a re s ao n o rte se
mudassem para o sul. Imaginem a tristeza que sentiram
ao saber o que seria necessário fazer a seguir: Brigham
Y oung o r d e n o u q u e o a lic e r c e d o te m p lo fo sse
in teiram ente co berto com terra, para que o local se
assemelhasse a um campo que acabara de ser arado. Um
grupo de trabalhadores de obras públicas escondeu as
pedras cortadas.
Felizmente, a confrontação com o exército americano
A L I A H O N A
foi resolvida diplomaticamente. Os santos concordaram em
ser “perdoados”, e o exército concordou em instalar seu
campo a cinqüenta e seis quilômetros ao sul da Cidade do
Lago Salgado. Assim mesmo, se o exército não mantivesse
a promessa e tentasse ocupar a cidade e profanar o solo
consagrado ao templo, os santos estavam preparados para
incendiar completamente suas próprias casas.
O exército manteve os termos do acordo e, dois meses
mais tarde, em julho de 1858, os santos voltaram para
casa. A incôm oda trégua, porém, impediu os trabalhos
no tem plo pelos dois anos seguintes, até que Brigham
Young o rd e n a sse a re m o ç ã o d a te rra que c o b ria o
alicerce, na prim avera de 1860. Levou mais dois anos
para o alicerce ser d esco b erto . E n tão , um a segunda
grande tragédia abalou o projeto do tem plo. G randes
rachaduras apareceram nas paredes do alicerce. Estava
claro que o alicerce nunca suportaria o tem plo que o
P r e sid e n te Y oung v is io n a r a . A ssim , os s a n to s
em preen deram a árdua tarefa de rem over as pedras
originais até a cam ad a m ais b aixa e substituí-las por
p ed ras de m elhor q u alid ad e, co rtad as de m odo a se
encaixarem sem argam assa. Em 1862 as últimas pedras
foram removidas. Som ente em 1867— nove anos após o
alicerce ter sido coberto com terra e vinte anos após o
terreno ter sido escolh ido— as paredes do tem plo se
elevaram acima da superfície do solo pela primeira vez!
OS GRANDES BLOCOS DE GRANITO
N o início, adobe e arenito foram considerados como
material para as paredes do templo; mas aparentemente
as rach adu ras nas pedras do alicerce convenceram o
P re sid e n te Y oung a u sar g ra n ito p ara a e str u tu r a
principal. A m elhor pedra disponível estava em L ittle
C o tto n w o o d C a n y o n (N .T . D e s fila d e ir o L ittle
C o tto n w o o d ), c e rc a de trin ta e dois q u ilô m e tro s a
sudeste da Cidade do Lago Salgado.
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Cenas d e um novo film e , The
M ountain o f the Lo rd (N.T. O M o n te
do S e n h o r"), re tra ta n d o a
construção do Tem plo d e Lago
S alg ad o . A c im a : C a va n d o a v a la
p a ra o alicerce d e a re n ito .
Em b aixo, à e sq u e rd a : C o brindo o
alicerce, em 1 8 5 8 , p a ra esconder
o ca n te iro de o b ras do te m p lo .
Em b aixo, à d ire ita : A to r
in te rp re ta n d o B rig h am Young
a p o n ta p a ra as ra c h a d u ra s do
a re n ito descoberto. As p ed ras
fo ra m , m ais ta r d e , substituídas
p o r blocos d e g ra n ito .

A L I A H O N A • N O V E M B R O DE 1 9 9 3
13
 Q uando criança, o Presidente Joseph Fielding Smith
p a ss a v a o v e rã o em L ittle C o tto n w o o d C a n y o n .
Lembrava-se ter presenciado os homens preparando “os
grandes blocos de granito . . . para entregar no templo”.
Ele observou: “Lembro-me dos dias das juntas de bois, de
como eles se esforçavam violentam ente com sua carga
p e sa d a e de co m o , às v ezes, b lo c o s b ru to s recém -
cortados escorregavam das carroças morro abaixo e eram
perdidos”.
A s primeiras pedras, pesando de 1.134 a 2.540 quilos,
eram trazidas por juntas de bois e carroças da pedreira de
Little Cottonwood Canyon. M uitas vezes, levava quatro
dias para os trabalhadores transportarem uma enorme
pedra da pedreira até o terreno do templo. Annie Wells
C an n o n lem brou de ver “gran des ped ras . . . sen do
puxadas pelas ruas em carroças de duas juntas de bois, e
n ó s to d o s p a r á v a m o s p a ra v ê -la s p a ssa r, co m um
se n tim e n to de a sso m b ro e r e v e r ê n c ia ” . A s p e d ra s
menores eram transportadas nas carroças, mas as maiores
eram colocadas embaixo delas. M uitas carroças
q u e b r a v a m n o tr a n s p o r te das
pedras e, durante
o verão,
$
? sem pre
havia carroças velhas
esp a lh a d a s ao lon go da e strad a
para a Cidade do Lago Salgado.
E n q u an to algun s trab alh ad o res da p ed reira eram
sustentados pelo D epartam en to de O bras Públicas da
Igreja, outros proviam sua própria moradia e doavam seu
tem p o. Um im ig ran te d in a m a rq u ê s, Jo h n N ie lse n ,
lem brava-se: “ Por um bom tem po, contribuí com um
dólar por mês para pagar os homens que trabalhavam na
Praça do Templo cortando pedras para as paredes do
Templo. Também trabalhei um pouco na pedreira na
A L I A H O N A • N O V E M B R O
14
e n tra d a do Little C ottonw ood C an y o n . D u ran te esse
tra b a lh o , p a g u e i por m eu a lo ja m e n to e r e fe iç õ e s,
providenciei minha roupa de cam a e doei meu trabalho”.
Um ou tro san to que se sacrifico u b a sta n te nesse
período foi John Rowe Moyle, um excelente pedreiro
inglês. Era costum e do irmão Moyle trabalhar em sua
fazenda em Alpine, Utah, somente nas noites de sexta-
feira e aos sábados o dia todo. Toda manhã de segunda-
feira, então, ele voltava à Cidade do Lago Salgado para
trabalhar no tem plo até sexta-feira. Por causa de um
acidente, a perna do irmão Moyle foi am putada numa
torturante operação. Enquanto se recuperava, fez uma
perna de pau e andava pela fazenda com ela até ser capaz
de su p o rta r a dor. F in alm e n te , cam in h o u até L ago
S a lg a d o — um a d is tâ n c ia de m ais de tr in ta e d o is
quilômetros— para recomeçar seus trabalhos no templo.
Segundo uma história contada por sua família, John
M oyle “ subiu ao andaim e do lado leste do Tem plo e
lav ro u a in s c r iç ã o : ‘S a n tid a d e ao
S e n h o r ’ , co m o c o n tr ib u iç ã o à
construção do Templo”.
Os tr a b a lh o s no te m p lo
diminuíram novamente o ritmo no
final de 1868, quando a obra da
ferrovia tran sco n tin en tal— que
pela prim eira vez ligava o oeste ao leste,
teve precedência. O atraso, porém, valeu a pena, pois em
1873 foram construídos ramais da linha principal ligando
a pedreira ao templo. Isso possibilitou o transporte de
grandes pedras em vagões puxados por locom otivas a
vapor.
Em 1876 os trabalhadores montaram, no terreno do
templo, uma “pequena m áquina a vapor portátil” para
mover um guindaste utilizado para colocar pedras nas
paredes. Brigham Young, m enos de um ano antes de
falecer, escreveu com orgulho a um de seus filhos que
estudava na Universidade de M ichigan, dizendo: “Pela
primeira vez na história da construção de tem plos do
Senhor, até onde sei, estamos agora assentando as pedras
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FOTOGRAFIAS HISTÓRICAS DE CHARLES W. CARTER, CORTESIA DA SOCIEDADE HISTÓRICA DO ESTADO DE UTAH
Blocos d e g ra n ito e ra m cortados de
um a p e d re ira , p á g in a op osta, trin ta
e dois q u ilô m etro s ao sudeste da
cid ad e. Eram , e n tã o , tra n s p o rta d o s
p o r carros de boi à Praça do Tem plo,
acim a . A rtífices esp e cializad o s , e n tã o .
com a ajuda de uma máquina a vapor, e a velocidade e
fa c ilid a d e com que ela faz o tra b alh o são b a sta n te
anim adoras”.
UMA SENSAÇÃO DE URGÊNCIA
G u ia d o p or um a s e n s a ç ã o de u r g ê n c ia , ta lv e z
relacionada a pressentimentos induzidos por sua doença
incurável, Brigham Young apressou o trabalho relativo a
tem plos. Um terreno para outro tem plo em U tah foi
dedicado em 9 de novembro de 1871. Embora sendo um
projeto bem menor, o Templo de St. George foi mais um
exemplo do desejo de Brigham Young de encher a terra
A L I A H O N A
co rta va m os blocos nas especificações
e xatas. Partes desse tra b a lh o são
re tra ta d a s aq u i em fo to g ra fia s
históricas e em cenas do film e The
M ountain o f the Lord.
com tem p lo s. T ru m an O. A n gel foi o arq u ite to do
T em p lo de S t. G e o rg e ; q u a n d o c o n c lu íd o , tin h a
aproxim adam ente o mesmo tam anho que o Templo de
N a u v o o . O P re sid en te Young p resid iu a d e d ic a ç ã o
simples, a 1- de janeiro de 1877 e depois a caminho de
casa parou em Manti, Utah, para dedicar outro terreno
para mais um templo em 25 de abril. Três semanas depois
fez o mesmo em Logan, Utah.
Algumas semanas mais tarde, apenas três meses antes
de sua m orte, escreveu para o Presidente da M issão
H avaiana, William E. Pack: “Este é um ano até agora
inigualado na história da Igreja . . . Em um período de
m en o s de se is m e se s, um te m p lo foi c o n stru íd o e
• N O V E M B R O DE 1 9 9 3
15
 dedicado, e os locais de outros dois foram consagrados ao
Senhor nosso Deus, sendo que o trabalho de construção
começou imediatamente, enquanto outro (nesta cidade)
está prosseguindo com zelo e energia m aiores do que
jamais foram manifestados desde seu início”.
A c o n c lu sã o d o T em plo de S t. G e o rg e tam bém
reafirmou a esperança e o desejo dos santos de terminarem
o “Grande Tem plo” no Vale do Lago Salgado. Lucy B.
Young, uma esposa de Brigham Young, foi chamada para
servir no Templo de St. George, para administrar aos vivos
e aos mortos. Um periódico oficial da Igreja afirmou: “Por
m uitas vezes doentes e aflitos foram . . . ao tem plo e,
p ro n tam e n te Irm ã Young foi c h a m a d a p a ra c u id a r
pessoalmente deles”. Uma irmã que não andava havia doze
anos “foi trazida e, sob a fé estimulante de Irmã Young,
particip ou da o rd e n a n ç a do d ia e foi cu rad a de sua
doença”. Experiências espirituais como essa, aliadas ao
desejo de cumprir as profecias bíblicas, impeliram os santos
a concluir o Templo de Lago Salgado.
À MERCÊ DA ADVERSIDADE
N a época da morte de Brigham Young, as paredes do
templo estavam com doze metros de altura. N a década
de 1880, porém , o trabalho foi am eaçado quando os
te m p lo s S U D se to rn ara m jo g u e te s n um a d isp u ta
judicial entre o governo federal e a Igreja, à medida que
a pressão para que os santos abandonassem o casam ento
p lu ra l se in t e n s ific a v a . B rig h a m Young, e m b o ra
a co stu m ad o com esse co n flito , foi pou pado em seu
envolvimento direto no caso. John Taylor, o Presidente
seguinte, morreu em 1887, q uan do estava escondido

Destaques dos 46 anos passados desde a identificação do

local e a dedicação do Templo de Lago Salgado.
Para en ten d er a n atureza dos Templo de Lago Salgado, podemos período, e o tempo requerido para
h eró ico s esfo rço s em p reen d id os e stu d a r os seg u in te s d e sta q u e s, a construção do Tabernáculo e do
pelo lim itado núm ero de san to s Observe o espaço de tempo gasto A sse m b ly H a ll ( S a lã o de
d o s ú ltim o s d ia s d o s é c u lo p a ra a c o n s t r u ç ã o de o u tro s A ssem bléia), tam bém localizados
d e z e n o v e q u e c o n stru ír a m o tem plos em Utah durante aquele na Praça do Templo.

14 de fevereiro: Junho: Assentadas as É removida a terra 26 de julho: As paredes do

Realizada a cerimônia primeiras pedras do que cobria o alicerce. Assentada a pedra Templo de Lago
de abertura da terra. assoalho do porão. angular do Salgado elevam-se
6 de abril: Assentadas tabernáculo. acima da superfície
as pedras angulares. pela primeira vez.
6 de outubro:
Realizada a primeira
reunião, com o
Tabernáculo quase
terminado.
28 de julho: 23 de julho: O Maio: O alicerce é Partes do alicerce
Identificado o alicerce é terminado. coberto de terra são substituídas.
local do Templo para aparentar um
de Lago Salgado. campo arado.
ILUSTRADO POR SCOTT WEITY

1847 1853 1 8 55 1857 1858 1860 1862 1864 1867

A L I A H O N A • N O V E M B R O DE 1 9 9 3
16
 p a ra e v ita r os d e le g a d o s fe d e ra is. S o b re o q u a rto
P re sid e n te , W ilfo rd W ood ru ff, re c a iu a ta r e fa de
negociar com os depositários federais das propriedades
co n fisca d as da Igreja, que estav am d eterm in ad o s a
apoderar-se dos templos.
Foi um dilema cruel para o profeta de oitenta anos de
idade. Em 1888, os templos de M anti e Logan haviam
também sido concluídos, o que deu oportunidade a um
núm ero cada vez m aior de san tos de desfrutarem as
bênçãos advindas dos convênios do templo. Mais tarde,
Wilford W oodruff declarou: “Q uero ver o Tem plo de
Lago Salgado terminado e, ainda que seja pobre, doarei
500 dólares para esse trabalho. O Senhor também quer
vê-lo con cluído e eu peço aos irm ãos que reúnam o
dinheiro suficiente para esse propósito”.
D u ran te o an o seg u in te à o rd e n a ção de W ilford
Woodruff como Presidente da Igreja, as paredes do templo
subiram para quarenta e oito metros e o Presidente tomou
as decisões finais quanto ao aquecimento, energia elétrica
e ou tras com odidades m ateriais. A pressão vinda do
governo, porém, era implacável.
D ep ois de m u ito tem po, o risco que os tem plos
corriam d issip o u -se q u an d o o P residen te W oodruff
publicou o M an ifesto em setem bro de 1890, que os
santos apoiaram na conferência geral de outubro. Logo
em seguida, o Presidente redobrou seus esforços para
concluir o Templo de Lago Salgado.
Os santos continuaram a sacrificar-se de muitas formas
para que o trabalho continuasse. Por volta de 1890, John
Hafen e Lorus Pratt, dois paisagistas de Utah abordaram a
George Q. C an non, primeiro conselheiro na Primeira
Presidência, sobre a possibilidade de a Igreja patrocinar

A s paredes atingem aproxim adam ente 6 de abril: A pedra

12 m etros. de cúpula é
25 de ahril: O local do Tem plo de M anti assentada.
(U tah) é dedicado.
18 de m aio: O local do Tem plo de Logan
(U tah) é dedicado.
8 de janeiro: O 17 de maio: O 17 de m aio: O
6 de ahril: O Templo de St. G eorge é dedicado.
Assem bly H all é Templo de Logan Templo de M anti
29 de agosto: O Presidente Brigham Young falece.
dedicado. é dedicado. é dedicado.
28 de setem bro: A ssen tadas as pedras angulares do
A s paredes do
Assem bly Hall.
Templo de Lago
Salgado atingem
cerca de 24
9 de novem bro: O A s paredes do 25 de julho: O A s paredes do 6 de abril: O
m etros.
local do Templo de Templo de Lago Presidente John Templo de Lago Templo de
St. G eorge (Utah) Salg ad o atingem Taylor falece. Salgado atingem Lago Salgado
é dedicado. cerca de 18 m etros. cerca de 49 metros. é dedicado.
10 de outubro: 7 de ahril: Wilford
9 de outubro: Joh n Taylor é W oodruff é apoiado
E dedicado o apoiado Presidente Presidente d a Igreja.
Tabernáculo. da Igreja.
A s paredes do
Tem plo de Lago
4 de abril: O
Salgado atingem
primeiro trem
aproxim adam ente
transporta pedras
5,5 m etros.
para o Tem plo de
Lago Salgado.

m * **

1871 1873 1875 1877 1880 18 82 1884 1887 1888 1889 1892 1893

A L I A H O N A • N O V E M B R O DE 1 9 9 3
17
seus estudos na Europa. Em troca, eles trabalhariam no
e m b ele za m e n to dos e d ifíc io s da Igre ja q u a n d o
retornassem. A Primeira Presidência enviou-os, e a outros
que demonstraram talentos artísticos, a “missões de arte”
em Paris, Fran ça. O s líderes da Igreja n ão queriam
somente que eles embelezassem os edifícios da Igreja, mas
também que pintassem murais nas salas de investidura dos
templos para intensificar a experiência dos participantes.
C onvênios e sacrifício um a vez mais se entrelaçaram ,
quando os homens trocaram as famílias e amigos nos vales
familiares de Utah, pela vida sofisticada de uma França
desconhecida. Usando fundos sagrados e cada vez mais
limitados, os líderes da Igreja enviaram esses homens para
aperfeiçoarem seus talentos a fim de contribuírem para o
edifício especial em Lago Salgado.
Um d esses m issio n ário s de a rte que d e ix ara m o
conforto do lar foi John Fairbanks. Ele levantou-se às
quatro horas da manhã da segunda-feira, 24 de junho de
1890, para preparar-se para a longa viagem à Europa.
“ A s se is h o r a s, b e ije i n o s so s tr ê s filh o s m ais
jo v e n s— C lau d (o b e b ê), O rth o e Leroy, e n q u an to
dormiam. Então, beijei minha mulher e disse-lhe adeus”.
O irmão Fairbanks, com certo remorso, observou: “Ela
estava muito sentida com a partida, mas tínhamos que
ir. N osso s outros filhos, com eçan do pelo m ais novo,
Ervon, Vernon, Nettie e Leo cam inharam até a estação
co m igo . Q u a n d o o trem c h e g o u , d e i-lh e s a d eu s e
embarquei, deixando os entes queridos na plataform a,
com rostos tristes e lágrimas nos olhos”.
O trem rumou para Provo, ao sul do Vale do Lago
Salgado, onde o irmão Fairbanks encontrou Lorus Pratt.
Em Sprin gville, U tah , a próxim a p arad a, o terceiro
m is sio n á r io , Jo h n H a fe n , e s p e r a v a “ co m o lh o s
m arejados”.
Esses sacrifícios, porém, não foram suficientes para
cobrir a séria falta de fundos necessários para a fase final
de co n stru ção do tem plo. O s cu stos em dinheiro da
A L I A H O N A • N O V E M B R O
/«
guerra do governo americano contra a Igreja não pode
ser avaliado, mas aproximadamente quinze mil homens,
chefes de famílias polígam as, estiveram presos por até
três anos ou foram forçados a pagar multas de até dois
mil dólares. Suas fazendas e negócios passaram por maus
momentos.
M esm o depois que o governo federal afrouxou seu
poder sobre as propriedades da Igreja, o dinheiro era
escasso. A recessão nacional de 1891, a depressão de
1893, m ais os efeitos do confisco de propriedades da
Igreja sob as leis E d m u n d s e E dm un ds-T ucker, e o
conseqüente encargo da Igreja de pagar aluguel por seu
próprio p atrim ô n io in ten sificaram su as d ificu ldades
financeiras coletivam ente, e dos membros individual­
m ente. En tão, a n ação inteira sofreu a depressão do
g o v e rn o “ C le v e la n d ” , q u e c o m e ç o u em 1893 e
p ro lo n g o u -se até 1899. N o s q u a tro an os segu in tes,
seiscentos bancos e talvez quinze mil negócios faliram. A
economia de Utah foi abalada.
A inda assim, com fé indômita, o Presidente Wilford
Woodruff pediu aos santos fundos suficientes para terminar
o templo. Entre os que se sacrificaram para atender a esse
pedido estava um menino que conseguira emprego numa
fazen da das red on d ezas on de, após m uitas horas de
trabalho, recebeu vinte e cinco centavos. “Agarrei a moeda
e corri para casa”, lembra ele. Imediatamente procurou seu
pai. “Pai, olhe o que eu tenho!” anunciou. “A próxima vez
que for a Provo”, continuou, “pode comprar um par de
calças de brim para mim”.
O pai lem b ro u ao filh o o p e d id o do P re sid en te
Woodruff. “O Presidente Wilford W oodruff precisa de
dez centavos desses vinte e cinco para o Templo de Lago
S algad o . Eu lhe darei quinze cen tavo s pela m oeda e
irem os ju n to s dar os dez c e n ta v o s ao bispo, que os
enviará a Lago Salgado”, sugeriu gentilmente o pai.
C o m fu n d o s d o a d o s por m u ito s s a n to s fié is , a
alv en aria do tem plo foi term in ada até que a últim a
DE 1 9 9 3
 fcM M ÍÉiÉjfe «S*
Guinchos (g uin dastes o p e rad o s
m a n u a lm e n te ) e ra m usados p a ra
e rg u e r os blocos d e g ra n ito p a ra
seus lu g ares . Em foto tira d a por
C harles R. S av ag e na d é c a d a de
18 8 0 , acim a , pelo m enos um dos
p e d ra — a p e d ra de c ú p u la — fo i a s s e n ta d a . V e rd a ­
d e ira m e n te , c o n stru ir e sse te m p lo to r n a ra -se um
tra b alh o de fé e ard e n te p e rse v e ra n ç a à m ercê da
adversidade.
“O MAIOR DIA”
Foi em clim a de co m e m o ra çã o que os sa n to s se
reuniram no dia 6 de abril de 1892, trinta e nove anos
após o a sse n ta m e n to d as p ed ras an gu lares, p ara se
rejubilarem com o assentamento da pedra de cúpula. O
Presidente Wilford Woodruff, que fincara a estaca que
indicava o local cinqüenta e cinco anos antes, escreveu
impressivamente em seu diário que aquele fora “o maior
dia que os santos dos últimos dias jam ais viram nestas
montanhas” .
A L I A H O N A
g u in d astes e ra m ovido a vapor. À
e sq u e rd a , u m a cena do film e The
M ountain o f the Lo rd m ostra um a
m á q u in a d es c a rre g a n d o
e n g ra d a d o s d e u m a carroça.
A cidade, já congestionada por causa da conferência
sem estral, recebeu outros milhares que vieram para o
evento histórico. Quinze mil pessoas apinharam -se no
q u a r te ir ã o do T em p lo , e n q u a n to o u tro s m ilh ares
observavam de telhados e janelas de prédios adjacentes
e a té de p o ste s de e le tr ic id a d e . M u ito s m ais
aglomeravam-se nas ruas.
Lorenzo Snow, en tão P residen te do Q uorum dos
Doze, lem brou à m ultidão que o prim eiro Brado de
Hosana fora dado nos céus quando “todos os filhos de
D eus (reju b ilaram )” . E xultan te, ele exortou o povo,
dizendo: “Q uerem os que todo homem e toda mulher
brade estas palavras com toda a força de suas vozes, para
que cada casa desta cidade trema, para que o povo de
toda esta cidade as ouça e para que elas possam atingir
os mundos eternos”.
• N O V E M B R O DE 1 9 9 3
19

M ilh a re s de visitantes c e rc ara m o
te m p lo p a ra a ce rim ô n ia de
as se n ta m en to d a p e d ra de cú p ula,
no d ia 6 de a b ril d e 1 8 9 2 , a cim a . A
d ire ita , u m a cena do film e The
M ountoin o f the Lo rd m o stra um
Naquele momento decisivo, Joseph Don Carlos Young,
arquiteto da Igreja, gritou de cim a do tem plo para o
Presidente Woodruff: “A pedra de cúpula está pronta para
ser asse n ta d a!” O profeta de oiten ta e cinco anos de
idade “ adiantou-se à frente da plataform a, à vista da
multidão que esperava solene e reverentemente”. Com as
mãos levantadas, exclamou: “A tenção todos vós da casa
de Israel, e todas as nações da terra. Agora assentaremos
a última pedra do_Templo de nosso Deus, cujo alicerce foi
assentado e dedicado pelo Profeta, Vidente e Revelador
Brigham Young” . Ele ligou um circuito elétrico, “ um
mecanismo foi posto em movimento e a pedra de cúpula
desceu para sua posição”.
Então, dirigidos por Élder Snow, os santos bradaram:
“ H o sa n a ! H o sa n a ! H o sa n a a D eu s e ao C o rd e iro !
A L I A H O N A
FOTOGRAFIA HISTÓRICA DE CHARLES R SAVAGE
a to r in te rp re ta n d o o Presidente
W ilfo rd W o o d ru ff p ro nto p a ra
a p e r ta r o b o tã o que a b a ix a v a a
p e d ra de cú p u la— a base p a ra
a e s tá tu a do a n jo M o rô n i.
Amém! Am ém ! A m ém !” Esse profundo louvor de ação
de graças foi repetido três vezes, com crescente força,
com os participantes acenan do com lenços brancos a
cada brado de “H osana” e “Am ém ”.
John Lingren, um membro da Igreja, comoveu-se com
o momento. “O s olhos de milhares de pessoas estavam
cheios de lágrim as . . . O chão pareceu tremer com o
volume do som que ecoou nas montanhas à nossa volta”.
Mary H. Nutting, uma professora que não pertencia à
Igreja e vivia em Utah, relatou a seus amigos do leste dos
Estados Unidos: “Causou uma sensação peculiar ouvir o
poderoso brado! Deu para perceber nitidamente que o
mormonismo ainda é uma grande força e que de jeito
nenhum está ‘morrendo’ ”.
A congregação de milhares acom panhou o som claro
• N O V E M B R O DE 1 9 9 3
20
do C o ro do T ab ern ácu lo , c a n ta n d o un id os um dos
h in os m ais arre b atad o re s da Igreja, “Tal C o m o um
Facho”, can tado na dedicação do Templo de Kirtland
cin q ü en ta e seis an os an tes e na d e d icação de cada
templo desde aquela época. “Q uando o público cantou
conjuntam ente o grande hino ‘Tal Com o um Fach o’ ”,
escreveu C harles Savage, fotógrafo natural de U tah e
in tegrante do coro, “ fui tom ado por um sen tim en to
diferente de qualquer outro que já tivera. O brado de
hosana foi algo para ser lem brado por m uito tem po,
algo que não ten h o e sp e ran ç a de ouvir n ov am en te
durante minha vida”.
Francis M. Lyman, do Quorum dos Doze, propôs que
os presentes prom etessem , “coletiva e individualm ente
obter, o mais breve possível, todo o dinheiro que fosse
n ecessário para com pletar o tem plo no m enor prazo
possível, a fim de que a dedicação se realizasse no dia 6
de abril de 1893” . John Dean, um trabalhador do templo,
relatou que o resultado foi “um grito ensurdecedor de
‘sim’ da m ultidão reun ida” , enqu an to erguiam a m ão
direita.
Depois da cerim ônia de assentam en to da pedra de
cúpula, muitos ficaram para ver a inauguração da estátua
do anjo Morôni. A estátua, criada por um escultor de
Utah, Cyrus Dallin, foi feita de cobre malhado, folheado
a ouro 22 quilates. A n tes que a noite caísse, a sólida
figura foi baixada em posição sobre a bola de pedra da
torre central de 64 metros de altura.
N o ano seguinte, carpinteiros, pintores, rebocadores e
outros artífices especializados trabalharam arduam ente
para completar o interior do templo, adornando-o com
entalhes de m adeira e gesso, belos murais e pinturas,
espelhos, cortinas e tapeçarias finas, os melhores móveis
e carpetes da época, acessórios finos e delicados, lustres e
janelas de vitrais especialmente encomendados. Tudo foi
arranjado para as cerim ônias de dedicação começarem
no dia 6 de abril. Esforçando-se por completar o templo
A L I A H O N A • N O V E M B R O
21
no prazo, os homens trabalhavam até nos feriados. No
dia de A ção de Graças de 1892, “quase todos os homens
e stavam trab alh an do n orm alm ente” , um trabalhado]
observou.
Á m e d id a q u e os p r e p a r a tiv o s m a te r ia is foram
c h e g a n d o ao fim , in ic io u - s e um a r e a v iv a ç ã o da
preparação espiritual. Em m arço de 1893, a Primeira
Presidência publicou uma carta exortando os membros a
fazerem um d e lic a d o exam e de c o n sc iê n c ia e a se
autopurificarem:
“A aproxim ação da data da dedicação do Templo de
nosso Deus nos induz a expressar, com certo grau de
satisfação, nosso amor . . . a fim de que, ao entrarmos
naquele edifício sagrado, sejam os aceitáveis . . . e para
que a obra . . . seja aceitável ao Senhor . . .
Sen tim os que é ch egada a hora da recon ciliação;
que, an tes de entrar no Tem plo para apresentar-nos
d ia n te do Sen h or, em so len e a sse m b lé ia , devem os
liv ra r-n o s de to d o se n tim e n to m ú tu o de ran co r e
dureza; que não som ente cessem as contendas, mas que
a causa delas seja removida e que cada sentimento que
as incitou e su sten tou seja banido; que confessem os
nossos pecados uns aos outros e peçam os perdão uns
aos outros; que roguem os ao Sen h or pelo espírito de
arrependim ento . . . para que, hum ilhando-nos diante
do S e n h o r e p ro c u ra n d o o p e rd ã o uns dos o u tro s,
possam os oferecer caridade e generosidade àqueles que
nos suplicam perdão, assim com o pedimos ao céu e dele
e sp e ram o s. . .
R ogando as bênçãos de Deus para todos os que se
esforçarem por seguir este conselho, e desejosos de vê-lo
tomar a forma de um esforço conjunto de todo o povo,
sugerimos que o sábado, dia 25 de março de 1893, seja
designado como um dia de jejum e oração”.
Alguns santos começaram a chegar à cidade semanas
antes da conferência geral de abril de 1893. Lucy Flake e
seu marido saíram do Arizona rumo a Utah no dia 8 de
DE 1 9 9 3
Depois do assentam ento da p ed ra de cúpula em ab ril
de 1892, tra b a lh a d o re s e artífices especializados
tra b a lh a ra m incansavelm ente com o intuito de a p ro n ta r
tudo p a ra a dedicação do tem plo um ano m ais tard e .
março. “Fomos de carroça”, ela anotou em seu diário,
“pois não tínhamos o dinheiro para a passagem de trem”.
O grupo “era formado por William, eu, irmã Lanning,
Joel e John, Henry e Emma Tanner e dois de seus filhos”,
escreveu ela. A viagem de carroça foi “difícil e fria,
através de neve e lam a”. Em Beaver, U tah , a fam ília
Flake finalm ente em barcou num trem. “W illiam e eu
fizemos nossa primeira viagem de trem juntos”, lembrou
Lucy. “Fomos da cidade de Beaver para Lago Salgado em
companhia de muitos amigos. A cada estação, outros que
iam assistir à Dedicação juntavam -se a nós”.
Na noite anterior ao primeiro serviço de dedicação, o
Presidente W ilford W oodruff conduziu convidados de
fora da Igreja a uma visita pelo edifício, a primeira desse
gênero. Esse foi um passo recon ciliatório dado pelos
líderes da Igreja, desejosos de restabelecer a harm onia
com os v iz in h o s n ã o -m ó rm o n s a p ó s d é c a d a s de
A L I A H O N A
hostilidades. A té m esm o o Juiz da C orte Suprem a do
T erritório de U tah d e sig n a d o pelo go v ern o federal,
Charles S. Zane, que por muito tempo foi um crítico da
Igreja, ficou impressionado com a qualidade do projeto,
d e c o r a ç õ e s e a r te . “ O e d ifíc io é d e c o r a d o com
exuberância”, escreveu em seu diário após a visita.
O “ESPÍRITO DE DEUS ESTAVA
PRESENTE EM TODO O TEMPLO”
Finalmente, os quarenta anos de esforço e sacrifício
tiveram seu pon to cu lm in an te q u an d o o Presiden te
Woodruff entrou no Templo na manhã de 6 de abril de
1893. “O s p o rtõ e s do q u a rte irã o do T em plo foram
abertos às 8h30 e na rua já estavam inúmeras pessoas
m u ito a n te s d e ssa h o r a ” , o b se rv o u um líd e r do
s a c e r d ó c io . Foram n e c e s s á r ia s d u a s h oras “ p a ra a
entrada, uma a uma, das 2.200 pessoas” na principal sala
de assembléia do templo.
T h o m a s G rig g s, um in te g r a n te do C o ro do
Tabernáculo, chegou ao portão sul às 8h20, mas a fila
estava tão longa que “às 9h55 eu ainda estava a 3 metros
do [portão] ”, escreveu. “Havia vento, poeira e um pouco
• N O V E M B R O DE 1 9 9 3
99
de chuva e estava desconfortável dem ais para acabar à construção dessas paredes e que parecem tazer parte
ouvindo o aviso do porteiro . . . : ‘Ninguém mais pode d e la s ; p o is ta n ta s v ezes p e n sa m o s n o d ia de su a
entrar’ . . . Por eu ser um conhecido integrante do coro, conclusão e sonhamos com ele . . . Esta dedicação é, para
. . . lo g o [e sta v a ] n o p o r tã o s u d o e s te e e n tre i os santos, o m aior evento de m uitos anos. Por muito
rapidamente”. tem po assistim os à construção do Templo e, enquanto
O pon to alto do serv iço foi a o ra çã o d e d icató ria pedra sobre pedra era assen tada, proferim os, com fé,
proferida pelo velho profeta que, “ajoelhado sobre um nossas orações pelo término seguro e perfeito, e agora
suporte de veludo, p rep arad o para a o c a siã o ” , leu a q u e e stá tã o n o b re m e n te te r m in a d o , p o d e m o s
o r a ç ã o p r e p a r a d a p a ra ser lid a em c a d a um a d as certamente nos sentir orgulhosos e felizes”.
quarenta e uma sessões. P ara m u ito s s a n to s , a d e d ic a ç ã o re p re se n to u a
A e stu d a n te da A c a d e m ia B righ am Young, A m y aprovação espiritual de seus esforços para se coligarem
B row n , r e c o r d a v a - s e : “ Foi u m a d as e x p e r iê n c ia s co m o p o v o de D e u s n a s M o n ta n h a s R o c h o s a s.
espirituais mais emocionantes de minha vida . . . Quando Também confirmou que o Senhor aceitara os convênios
[o Presidente Woodruff] se levantou diante das pessoas, com ele feitos e os sacrifícios envolvidos para trazer à
com os cabelos e barba brancos com o a neve, com o a realidade a visão de profetas modernos e antigos de que
essência da pureza, bondade e devoção, fez-me lembrar nos últimos dias um templo “ [firmar-se-ia] no cume dos
dos profetas antigos” . m ontes”.
Para o Presidente Woodruff, a ocasião foi a realização O u tro líd er da Ig re ja , E lder J. G o ld e n K im h all,
de um sonho. Ele segredou em seu diário: “ Há quase enfocou o tema da combinação de esforço e sacrifício, ao
cinqüenta anos, na cidade de Boston, tive a visão de discursar em uma conferência geral, em 1915. Ele falou,
e sta r ru m a n d o com os s a n to s p a ra as M o n ta n h a s sobre o Templo de Lago Salgado: “Cada pedra do templo
Rochosas, de construir um templo e dedicá-lo”. é, para m im , um serm ão que fala de sofrim en to, de
Durante as sessões de dedicação, os santos sentiram sacrifício e que prega— cada pedra profere um discurso.
plenamente o Espírito dentro do templo. O “espírito do Q u a n d o foi d e d ic a d o , p areceu -m e que foi o m aior
Senhor estava presente em todo o templo”, escreveu um serm ão jam ais proferido desde o Serm ão da M ontanha
p articip an te. S u sa Young G a tes, que foi esten ó grafa . . . C ada janela, cada torre, tudo no Templo fala das
oficial nos serv iço s de d e d ica çã o , lem b rava-se: “O s coisas de Deus e é uma prova da fé das pessoas que o
p rim e iro s d ia s de a b ril de 1893 fo ram de m u ita s construíram”. □
tempestades e escuridão. O céu cinzento estendia-se por
sobre a terra, que todo dia era castigada pela chuva e Este artigo é baseada no livro de Richard Neitzel Holzüpfel, Even
varrida com um a força terrível pelas tem pestades de Storxe a Sermtrn: The M agnificent Story o f the Construction and
vento. A inda assim , o brilho e a glória daqueles dias D edication of the Salt Lake Temple (Salt Lake City: Bookcrajt,
superaram de longe a escuridão”. (Vide páginas 44-48 1992). Vários relatos adicionais e reminiscências foram acrescentados.
deste artigo.) A ortografia e pontuação foram padronizadas em algumas citações. As
Annie Cannon Wells, escritora de editoriais do jornal notas de rodapé deste artigo estão disponíveis em inglês no seguinte
Women 's E xponent da Cidade do Lago Salgado, escreveu: endereço: International Magazines, 50 East North 'lèmple, Salt Lake
“Sou apenas uma dos milhares de pessoas que assistiram City, Utah 84150, U.S.A.

A L I A H O N A • N O V E M B R O DE 1 9 9 3
23
 CARACTERÍSTICAS D O TEMPLO DE LAGO SALGADO

a d e d ic a ç ã o , em 1 8 9 3 , a s contra-se a estátua do anjo Morôni te la ç ã o se te n trio n a l U rsa M aior,

N d im en sõ es do tem p lo foram soando a trombeta para anunciar a

publicadas (as medidas a seguir são
proclamação do evangelho eterno às
aproximações em m etros):
C o m p rim e n to d o e d ifíc io : 57
metros.
Largura do edifício: 30 metros.
A lt u r a da to rre c e n tr a l le ste
(incluindo o pináculo): 68 metros.
A ltu r a d a to rre c e n tr a l o e ste
(incluindo o pináculo): 67 metros.
Altura das paredes: 51 metros.
E spessu ra das paredes na base:
2.7 metros.
E spessura das paredes no topo:
1.8 metros.
M edidas da sapata do alicerce: 5
metros de espessura e 2,4 metros de
profundidade.
Á rea do edifício: 2 .0 3 0 m etros
quadrados.
A fachada leste do templo inclui
p e d ra s de d e se n h o e sig n ific a d o
simbólicos. Ascendendo a partir da
superfície encontram -se pedras que
representam a terra, a lua, o sol e as
estrelas. O s motivos terra, lua e sol
re p r e se n ta m os “ trê s g rau s de
glória”— os reinos telestial, terrestrial
e c e le s tia l. (V id e I C o r ín tio s
15:40-42; D & C 76:50-112.)
Sob re a torre ce n tra l leste e n ­
n ações da terra. (Vide A pocalipse
14:6.)
O u tr o s m o tiv o s in c lu e m as
pedras que representam as nuvens,
sugerindo a presença de Deus (vide
1 Reis 8 :1 0 -1 1 ; M ateus 17:5), e a
inscrição dedicatória:
SA N T ID A D E A O SE N H O R
A C asa do Senhor, edificada por
A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últim os Dias
Iniciada em 6 de abril de 1853
Concluída em 6 de abril de 1893
B em a b a ix o d e s s a in s c r iç ã o
e s t á o o lh o q u e tu d o v ê , um
sím b olo da n atu reza o n ip re sen te
e divin a p roteção de D eus. (Vide
Salm os 33:18; Provérbios 15:3.) A
in s c r iç ã o “ Eu so u o A lf a e o
O m ega” (vide A p ocalipse 1:8) no
fe c h o é um a a firm a ç ã o da e x i s ­
tê n cia e te rn a de Je su s C risto . O
símbolo do aperto de m ãos no arco
d a ja n e la in fe r io r r e p r e s e n ta a
oferta da m ão amiga.
A fa c h a d a o e ste in c lu i se te
e stre las que represen tam a c o n s­
também conhecida como Big Dipper,
com as estrelas Guardas alinhadas ao
norte, na direção da Estrela Polar. O
significado simbólico desse motivo é
que “os perdidos podem encontrar-se
por meio do sacerdócio”.
Em v o lta de to d o o te m p lo ,
cinqüenta pedras representando luas
demonstram o ciclo do mês lunar.
O s q uatro grandes portais, dois
em c a d a e x tr e m id a d e , têm 2,5
m e tro s de v ã o e 4 ,9 m e tro s de
altura. A s portas têm 3,65 metros de
altura e cada uma tem 1,2 metros de
largura.
A s m açanetas levam o símbolo da
c o lm é ia e, so b re e la s, em lin h a
curva, estão as palavras: “Santidade
ao Senh or” (Zacarias 14:20-21). A
placa de enfeite em volta de cada
m a ç a n e ta a p re se n ta o ap e rto de
mãos dentro de uma coroa de ramos
de oliveira, um arco com fecho e as
datas “ 1853-1893”.
Essas representações dentro e fora
do templo reforçam os ensinamentos
espirituais revelados nas ordenanças
do templo. O Presidente George A.
Sm ith escreveu: “C ada uma trans­
m ite um a liç ã o m o ra l e to d a s
apontam para o mundo celestial”. □

A L I A H O N A • N O V E M B R O DE 1 9 9 3
24

Fortalecer Nossa Irmandade Ouvindo e Confiando
^ ^ "T" rmãs em Sião, sempre unidas
se re m o s” (H in o s, n s . 2 0 0 ).
J L Estas palavras de um hino da
Sociedade de Socorro lembram-nos de
que, ao nos relacionarmos umas com
as outras, estamos fortalecendo nossa
irmandade. Uma forma de fazer isso é
aprendermos a ouvir-nos mutuamente
com aten ção e in teresse. O u tra, é
c o n fia r n as irm ãs e ser d ig n a de
c o n fian ça. D e ssa s duas m an eiras,
podemos começar a desfrutar o tipo
de união exemplificada por algumas
de nossas irmãs nas escrituras— Maria
e Isabel, Rute e Noemi.
PODEMOS APRENDER A OUVIR
Em p rim e iro lugar, te m o s que
ouvir com atenção e interesse. Ouvir
a te n ta m e n te ca p a c ita-n o s a co m ­
preender o que está sendo dito. Se
nos preocuparmos apenas em expor
nosso ponto de vista, não estaremos
ou v in d o . Q u a n d o estiv e rm o s o u ­
vindo alguém , será bom , às vezes,
fa z e rm o s algu m c o m e n tá r io
respeito do que acabou de ser dito e
tam b ém a lg u m a s p e rg u n ta s. Isso
geralmente ajuda a pessoa que está
falan do a exam in ar a situ aç ão em
q u e se e n c o n tr a e a to m a r su a s
próprias decisões. A judarem os mais
dem onstrando verdadeiro interesse
do q u e te n ta n d o r e so lv e r seu s
problemas.
C e r ta m ãe e sta v a c o n fu sa por
ca u sa do m au co m p o rtam en to do
filho, N athan. Enquanto se esforçava
A L I A H O N A
MENSAGEM DAS PROFESSORAS VISITANTES
ILUSTRADO POR KRISTY MORRIS
para m odificar a m aneira negativa
com o ele agia e falav a, ob servav a
como as outras famílias lidavam com
os filhos. Tam bém desab afo u com
uma amiga que sabia ouvir. A amiga
fez algum as perguntas úteis, como:
“Q uan do o N ath an chega em casa
da escola, o que você faz?” Q uando a
m ãe d e screv eu sua re a ç ã o d iária,
percebeu que e stav a reforçan do o
comportamento negativo de N athan
e que p re c isa v a m udar o p ró p rio
c o m p o r ta m e n to . T e n to u a g ir de
m aneira diferente e o filho mudou.
a Vidas foram abençoadas por causa de
um a am iga que so u b e ouvir, p e r­ sentia melhor. Sabia que a conversa
g u n ta r e d e m o n str a r v e rd a d e iro ficaria só entre nós duas. Sou grata
interesse.
• Em su a opinião, o que significa C o m e ste tip o de c o n fia n ç a
re alm e n te o u v ir a lg u é m ? O que
aconteceu quando procurou fazer isso ?
PODEMOS
APRENDER A CONFIAR
Q u a n d o c o n fia m o s u m as n as
o u tr a s, fa la m o s de n o sso s s e n t i­
• N O V E M B R O DE
2.5
mentos, experiências e expectativas
com franqueza. Isso permite que as
outras também façam o mesmo.
M as só confiarão em nós se nos
mostrarmos dignas dessa confiança.
O A póstolo Paulo advertiu aquelas
que fazem m exericos “ (andan do)
ociosas de casa em casa; . . . também
paroleiras e curiosas, falando o que
não convém” (I Timóteo 5:13).
Q uando mantemos sigilo sobre as
confidências que nos fazem, nossas
a m ig a s p o d e m fa la r de seu s
se n tim e n to s m ais p ro fu n d o s ou
pedir-nos aju da. M arie e H eather
s e n tia m e sse tip o de c o n fia n ç a
mútua. H eather tinha quatro filhos
e um a enorm e carga de respon sa­
bilidades em casa. Marie freqüente­
m en te se s e n tia im p e lid a p elo
E s p ír ito a lig a r p a ra H e a th e r
ju sta m e n te no m om en to em que
esta p recisav a desabafar. H eath er
disse: “Eu jamais poderia disfarçar o
que sentia quando ela perguntava:
‘Com o é que você está?’ Eu chorava,
d e sa b a fa v a e ela o u v ia, e eu me
ao Senhor por M arie”.
podem os estar “ (entrelaçadas) em
unidade e amor (umas) para com (as
outras)” (Mosiah 18:21).
• Como pode tornar-se mais digna
da confiança das irmãs?
• Com o se sentiu quando abriu o
c o ra ç ã o p a ra um a am iga em quem
confia ? □
1 9 9 3
 A FE DO
IRMAO
ÁVILA José O jeda

uando o irmão Patricio Ávila v ia g e m . (E s sa s p rim e ira s d o a ç õ e s

Q foi ao Templo de Santiago do

Chile pela primeira vez, teve
uma experiência que mudou sua vida e
acabou abençoando a de muitos de nós.
N o templo, teve uma visão em que todos
torn aram -se m uito im portan tes mais
tarde.) A seguir, ajudou a organizar o
curso de preparação para o templo, a
fim de q u e to d o s se p re p a ra sse m
espiritualmente. Graças a sua iniciativa
nós, irmãos de seu ramo, aparecíam os e d e te r m in a ç ã o , n o sso e n tu sia sm o
n itid a m e n te com ele n a q u e le lo ca l cresceu.
sagrado. Som os do Ram o O brador da O ritmo dos preparativos diminuiu
Estaca Mendoza Argentina, no oeste do O irm ã o Á v ila tev e u m a durante o verão, quando o irmão Ávila
país, e o templo de San tiago é o mais visão em q u e todos teve que deixar a cidade a trabalho,
próximo. estáv am o s juntos no Tem plo m as assim que reto rn o u no ou to n o ,
Q uan do voltou para casa, o irmão d e S a n tia g o do Chile. re a c e n d e u -se n o sso e n tu sia sm o . A s
Á vila não conseguia esquecer a visão aulas entraram em sua fase final e os
que tivera. Com fé, contou-nos tudo. Alguns dos membros que estavam prontos foram entrevistados pelo presidente
so rriram c o m p la c e n te m e n te ou a p e n a s fizeram do ramo, O rlando Maris, e pelo presidente da estaca,
comentários indiferentes. Alguns de nós, porém, levamos a Martin Borges, para receberem a recom endação para o
sério a idéia de fazer a viagem a Santiago. te m p lo . O rg a n iz a m o s um a v ia g e m de trê s d ia s e
Sob a direção do presidente do ramo, o irmão Ávila marcamos a saída para quinta-feira, dezesseis de abril de
im e d ia ta m e n te c o m e ç o u a a ju d a r - n o s. P rim e iro , 1992.
organizou reuniões para discutirm os nossas m etas em O ún ico o b stá cu lo era o alu gu el do ônibus. Para
relação ao templo e começou a recolher dinheiro para a alcançarm os o total, precisávam os vender cinqüenta e

A L I A H O N A • N O V E M B R O DE 1 9 9 3
26
"

V
oito passagens, mas, faltando apenas três sem anas para a
p artid a, tín h am os ven d id o só q u aren ta e q u atro . A
m enos que vendêssem os as restantes o preço de cada
uma seria mais alto e algumas pessoas não poderiam ir.
A fé do irm ão Á v ila , p orém , n ão se a b a lo u . Ele
decidiu que, se não lotássem os o ônibus com membros
do ram o, con vidaríam os ou tras p essoas da E staca de
M en d oza. E n tã o , ele e o irm ão A le ja n d r o S u ria n o
percorreram as alas e ramos da estaca, afixando cartazes
e convidando os membros a juntarem-se a nós.
O que aconteceu a seguir provou que realmente sinais
seguem aos que crêem. Rapidam ente surgiram pessoas
interessadas e as passagens restan tes foram vendidas.
A lguns desses recém -chegados nem m esm o m oravam
dentro dos limites da estaca. O irmão Freire e a esposa
eram da estaca vizinha, G odoy Cruz A rgen tina, e as
c in c o p e sso a s da fa m ília B a d a m i, da p ro v ín c ia de
S a n tia g o dei E ste ro — a m ais de mil q u ilô m e tro s de
distância.
N o final, três famílias que se haviam preparado para a
viagem n ão tin h am o su ficie n te p ara as p a ssa g e n s.
F e liz m e n te , o d in h e ir o q u e h a v ía m o s d o a d o n as
primeiras reuniões forneceu o restante. Então, tudo se
resolveu.
N a véspera da viagem, o grupo reuniu-se na capela

Tendo visto o cu m p rim e n to de

seu sonho, irm ã o Á vila
expressou sua a le g r ia d u ra n te
u m a n o ite fa m ilia r no ra m o , à
e sq u e rd a . Sessenta e seis
m e m b ro s— alg u n s a p a re c e m
a cim a — p a rtic ip a ra m da
excursão a o te m p lo . Um espírito
de a m o r a c o m p a n h a v a o g ru p o ,
e n q u a n to o ônibus s e rp e n te a v a
a tra v é s dos A n d es, à dire ita .

A L I A H O N A • N O V E M B R O DE 1 9 9 3
28
A L I A H O N A • N O V E M B R O DE 1 9 9 3
29
para uma noite familiar especial. Após a reunião, os que
moravam muito longe passaram a noite ali mesmo para
não perderem o ônibus que sairia às 5h30 da m anhã
seguinte. Sain d o cedo teríam os bastan te tem po para
passarmos pela alfândega chilena.
N a viagem , sentim os todos um espírito de amor e
fraternidade. Lanches foram divididos generosam ente.
Compartilharam-se histórias e testemunhos e cantaram-
se m uitos hinos. Freqüentem en te adm irávam os pela
janela as magníficas montanhas dos Andes. A o longo da
estrada sinuosa, passam os por cidadezinhas pitorescas,
picos nevados, desfiladeiros e riachos. Q uem poderia
d u v id a r q u e um a m ão d iv in a c r ia r a e ste m u n d o
maravilhoso?
Cruzamos a fronteira do Chile e logo nos aproximamos
do templo. Nosso coração pulou de alegria quando vimos
o anjo M orôni sobre o pináculo! Parecia-nos ouvir o
cham ado de sua trom beta. O s oficiantes do templo lá
e sta v a m p ara re ce b e r-n o s. E les p ro v id e n c ia ram
hospedagem para nós em casas de santos chilenos. Para lá
nos dirigimos a fim de tomar um banho e aprontamo-nos
para a sessão especial que fora preparada.
Logo chegou o momento sublime em que finalmente
entramos na casa do Senhor. Foi realmente indescritível.
M eras p a la v ra s n u n ca p o d e rã o e x p lic a r o e sp írito
daquele local sagrado. É preciso passar pela experiência,
e isso só pode acontecer quando a recom endação do
te m p lo é a p re se n ta d a com um c o ra ç ã o h um ilde e
c o n trito . S o m e n te assim podem as in ic ia tó ria s, as
investiduras, os casamentos, os selamentos de famílias e
os batismos pelos mortos ser realizados com o espírito
adequado.
Entendem os, então, os que tinham ido ao tem plo
antes de nós. Estavam certos quando diziam que, uma

FOTOGRAFIA DE NESÍOR CURBELLO

Patrício Á vila A lb a de F a m ília M a ris A m a lia de D elfín d e Ia
C a b a lle ro O je d a Cruz Bello

MEMÓRIAS & TESTEMUNHOS nante para mim ser selada a meus

p ais e o u tro s m em bros de m inha
família que já morreram. A gora sei

A
seguir, pensamentos de alguns
d o s irm ã o s q u e fizeram a
viagem ao templo:
P atricio Á v ila : “ M ilagres r e a l­
mente acontecem ! Humildemente e
com grande amor por meu Criador,
agradeço do fundo do coração pela
oportunidade que me foi dada de ser
um in stru m e n to em sua m ão — e
p e la g ran d e b ê n ç ã o de v isita r o
tem plo sagrado com um grupo de
seus filhos. Q ue e sta bên ção seja
derram ada sobre todos os membros
de A Ig re ja de Je s u s C r is t o d o s
S a n t o s d o s Ú ltim o s D ia s. Q u e
tenhamos sempre energia para fazer
o que é a g ra d á v e l a seu s olh os e
nunca cessemos de nos amar uns aos
outros”.
A lba de Caballero: “Foi em ocio­
que haverá uma família esperando
por mim quando deixar este mundo”.
F a m ília M a ris: “ S e n tim o s um
gran d e esp írito de frate rn id ad e e
h o s p ita lid a d e e o p u ro am or de
Cristo. Que felicidade incomparável!
C o n v id a m o s to d o s os irm ãos a
buscarem essas bênçãos eternas”.
Amalia de O jeda: “Agora sei que
Ele me am a”.

A L I A H O N A * N O V E M B R O DE 1 9 9 3
:w
vez dentro do templo, nunca desejaríamos sair. Contudo,
aquele dia maravilhoso chegou ao fim. Dirigimo-nos às
c a sa s de n o sso s a n fitriõ e s c h ile n o s,, a n sio so s p a ra
retornar na manhã seguinte para mais uma sessão.
Por ser sexta-feira santa, muita gente foi ao templo,
vindo de todas as partes do Chile. A s pessoas de nosso
grupo que estavam hospedadas em locais distantes não
c h e g a ra m a te m p o . F ic a m o s d e c e p c io n a d o s , m as
aceitamos a situação. A o fim do dia, realizamos juntos
uma noite familiar maravilhosa, prestando testemunho e
cantando hinos, e fizemos os preparativos para assistir à
primeira sessão do dia seguinte.
A sessão de sábado de manhã foi jubilosa e espiritual,
com todo o grupo reunido na casa do Senhor. Sentimos
que D eus e stav a satisfe ito co n o sco , ao realizarm os
n ovam en te as o rd en an ças sag rad as, d essa vez pelos
mortos.
Após a sessão, devíamos voltar para a Argentina. Por
causa de um problema m ecânico no ônibus, entretanto,
tivem os que passar a noite em S an tiago enqu an to o
conserto era feito. C o n tu do, m esm o esta dificuldade
tornou-se nossa aliada. Realizamos outra noite familiar
com todo o grupo, rejubilando-nos com hinos, orações e
testemunhos. Estávam os totalmente unidos.
N o domingo, com hinos de Sião ecoando pelo ônibus,
p a rtim o s p a ra c a s a . A lg u n s a c a b a ra m d o rm in d o ,
e n q u an to o u tro s ficaram a c o rd a d o s, rem em oran do
aqueles últimos dias. Chegam os à capela às 14h30 de
d o m in g o e re a liz a m o s n o ssa re u n iã o sa c ra m e n ta l
segundo o m andam ento do Senhor.
Q uantas coisas tínhamos para contar a nossos irmãos!
Com o desejávam os que um dia eles viessem a sentir o
que havíamos sentido!
O sonho do irmão Ávila fora realizado. □

A le ja n d ro A lb erto Edilia F a m ília Rojas José

G o n zales Lisandrello B e rto la n i Badam i

Delfín de la Cruz Bello: “Sinto-
me ab e n ço ad o por e star selad o a
m in h a e sp o sa e filh o s p e la
eternidade”.
A le ja n d r o G o n z a le s: “ Foi um
g ran d e p ra ze r p a r tic ip a r d e ssa
edificante experiência. Espero que
não seja a última. Vamos combinar
n o sso te ste m u n h o e n o s sa s e x ­
p e riê n c ia s p e ss o a is a fim de
fo rta le c e r os o u tro s m em b ros de
n o sso ram o e o fe r e c e r -lh e s as
mesmas bênçãos” .
A lberto Lisandrello: “A brigo em
meu coração um novo testem unho
da divindade de nosso Pai Celestial
e de Seu amor por seus filhos”.
E d ilia B e r to la n i: “ Q u e c o is a
maravilhosa o Senhor ter permitido
q u e eu e n tr a ss e em seu te m p lo !
Enquanto realizávamos os batismos
e selamentos pelos mortos, eu sentia
a presença deles e sabia que estavam
felizes e agradecidos por estarm os
ajudando-os a permanecerem juntos
pela eternidade”.
F a m ília R o ja s: “ O b rig a d o aos
organizadores dessa viagem , agora
e sta m o s s e la d o s co m o fa m ília
eterna”.
Jo sé B adam i: “ Foi um a viagem
linda. Eu realm ente senti um bom
espírito e diverti-m e com o bom-
humor de nossos irmãos. Obrigado,
irm ã o Á v ila , e to d o s os que
trabalharam nesse empreendimento
e se sacrificaram para organizar e
coordenar essa viagem ao templo. O
Senhor os abençoará por isso”. □

A L I A H O N A • N O V E M B R O DE
:il
 C O M O O T E M P

Francês W. Hodgson

o d o s os p a is sab e m q u e a termos feito tudo o que podíamos, e prepararmos espiritualmente para ir

T criação de filhos traz desafios

e bênçãos in e sp e r a d o s .
poderíamos fazer? Havíamos buscado
Q uando meu marido e eu pensamos
na perspectiva eterna de nosso papel orien tação para educá-los, servido
com o p ais, sen tim os um a enorm e fielm ente nos ch am ados da Igreja,
responsabilidade. realizado a n oite fam iliar regular­
N o s so s filh o s a tu a lm e n te têm
entre dezoito e trin ta an os, todos
com te m p e ra m e n to s e in te re sse s
distintos. E, em bora se encontrem
em d ife r e n te s n ív e is de d e se n -
v o lv im e n to e sp iritu a l, to d o s d ão
v a lo r a o s p a d r õ e s q u e te n ta m o s
manter.
Eles, no e n ta n to , n ão têm sido
imunes a problemas. Pelo contrário,
n ó s, co m o p a is, já d e rra m a m o s
m uitas lágrim as e passam o s m uito
tem p o a flito s, em o r a ç ã o . C o m o
tan to s o u tro s p ais, in gen u am en te
im aginam os que n ossos filhos não
hesitariam em buscar as bênçãos da
missão ou do casam ento no templo.
Com o acontece com todos os pais,
a c a b a m o s por e n x e r g a r a d u ra
realid ad e, p erceb en d o que n osso s
filhos eram pessoas com uns, seres
hum anos, sujeitos a erros com o os
demais.
Foi só q u a n d o e n tr a ra m na
adolescência que nos demos conta de
que nossos filhos estavam sujeitos a
cometer sérios enganos. O que mais
nos a ssu sta v a era p ro v av elm en te
ainda assim , perceberm os que eles
corriam grandes riscos. O que mais
mente e orado sempre. A inda assim,
o medo de talharmos como pais era
um a co n stan te am eaça sob vários
aspectos.
Foi então que descobrim os algo
que se tornou uma grande bênção na
tentativa de ajudarmos nossos filhos
a faz ere m e s c o lh a s c o r r e ta s . O s
efeitos têm sido grandes. Essa bênção
a d ic io n a l foi, e co n tin u a a ser, o
privilégio de irmos à casa do Senhor
p ara receber aju da. C om os filhos
c r e sc e n d o e a v id a fic a n d o m ais
com plicada, percebem os que pode­
m os le v a r p ro b le m a s b a s ta n te
específicos ao Senhor no templo.
C om este propósito, fre q ü en te ­
mente passamos por um processo de
três etapas que tem abençoado nossa
família. Primeiro, nós nos preparamos
para a adoração no templo; segundo,
v a m o s ao te m p lo ; e te rc e iro ,
consagramos nossa ida ao templo.
A p rep aração co m e ça na noite
anterior, quando iniciamos um jejum
pelo filho que n ecessita de aju da.
Durante o dia, sempre que temos a
oportunidade, oram os a fim de nos
ao templo.
Lá chegando, incluím os o nome
do filho na lista de oração. Sempre
que apropriado, meditamos em nosso
papel como pais e na ajuda específica
a ser d a d a à q u e le filh o. Q u a n d o
tem os a oportun idade de nos unir
em fe r v o ro sa o r a ç ã o a o s o u tro s
membros ali presentes, sentim o-nos
mais fortalecidos espiritualmente.
A o té rm in o d a s e s s ã o , vem a
última etapa. Cheios do espírito do
templo, na paz e silêncio da noite,
procuramos um local tranqüilo onde
possam os estar a sós e consagram os
n o s s a id a ao te m p lo co m um a
o r a ç ã o . A o o r a rm o s ju n t o s , o
E s p ír ito S a n t o u n e -s e a n ó s em
p r o p ó s ito e, ao c o n c lu ir m o s a
o r a ç ã o , sem p re te m o s um s e n t i­
m en to de paz. A p ó s e sta ú ltim a
etapa, tendo jejuado, orado e ido ao
te m p lo , e sta m o s c o m p le ta m e n te
un idos ao rogarm os pelo filho ou
filha que o Pai entregou aos nossos
cu id a d o s. O sublim e esp írito que
sen tim o s n este s m om en tos fo rta ­
lece, m ais do que q u alq u er ou tra
c o is a , n o s s a c o m u n h ã o co m os
poderes dos céus.
À s vezes as respostas são rápidas e
c la r a s . A p rim e ira vez q u e isso
a c o n t e c e u , a c h a m o s q u e fo sse
c o in c id ê n c ia , m as lo g o fico u

A L I A H O N A • N O V E M B R O DE 1 9 9 3
32
 O N O S A J U D A
N u m m u n do o n d e S ata n á s tem
to ta l p o d e r p a ra d e s tru ir os lare s, é
co n fo rtad o r s a b e r q u e a casa do
S en h or está à nossa disposição.
evidente que estávam os realm ente
in ician do um p rocesso em que as
bênçãos dos céus eram derram adas
so b re n ó s. N a d a e s p e ta c u la r ou
m ilag ro so a c o n te c e u ; n ão h ouve
n ecessidade de tais m an ifestações
nem as pedimos.
Em d e te r m in a d a s o c a s iõ e s as
r e s p o s ta s v ie ra m por m eio de
pessoas que influenciaram a vida de
nossos filhos. C erta vez, uma filha
q u e m o ra v a no c a m p u s d a u n i­
v e rsid a d e co rria se riíssim o risco
espiritual e possivelmente até físico.
Um d ia d e p o is de term os ido ao
templo, o bispo de sua ala visitou-a e
telefonou-nos. Fez isso por mais três
dias. N enhum pai ou m ãe poderia
ter feito mais do que aquele bispo
m a r a v ilh o s o p a ra c o n fo r ta r e
orientar nossa filha.
Um de nossos filhos, que achava
não ter testem unho e havia m uito
tempo adiava uma missão de tempo
in te g ra l, foi m o tiv o de v á ria s de
n o ssa s id a s e sp e c ia is ao tem p lo .
D e p o is de c a d a um a d e la s,
vislumbrávamos um pequeno sinal de
m u d a n ç a em su a v id a, e ele
logo se n tiu no p e ito o ard or do
FOTOGRAFIA DE JED CLAR
testemunho, o que o levou a cumprir
uma missão. De igual modo, outros de
nossos filhos têm sido abençoados.
A s b ê n ç ã o s da a d o r a ç ã o no
te m p lo n ão se têm re str in g id o
A L I A H O N A • N O V E M B R O DE
a p e n a s a o s n o s so s filh o s. C e r ta
ocasião, meu marido enfrentou um
problema muito sério no trabalho e
decidiu ir ao templo para pedir ajuda
ao Senhor. N aquele dia, ele sentiu
que a re sp o sta p ara su a pergu n ta
estava numa determinada escritura.
A o ch egar em casa, abriu an si­
osam en te as escrituras e, para sua
a le g r ia , o b te v e a ju d a p ara o
problema. Essa experiência abriu-nos
um novo horizonte para a utilização
das escrituras. O Senhor pode falar a
seus filhos por meio das escrituras,
que co n tê m as r e sp o sta s p a ra os
d e sa fio s q u e e n fre n ta m o s. C om
a a ju d a do E sp ír ito p o d em o s
co m p reen d er com o a p licar certas
passagens às nossas circunstâncias.
A o e stu d a rm o s as e sc ritu ra s
diariamente, nossa mente fica repleta
de c o n c e ito s d iv in o s, que, com a
a ju d a do S en h o r, p o d em ser
re le m b ra d o s quando se fizer
n ecessário . S o m o s gratos por este
princípio que aprendemos no templo.
N u m m u n d o r e p le to de in i­
q ü id a d e , on de S a ta n á s tem to tal
p o d e r p a ra d e str u ir os la re s, é
c o n fo r ta d o r sa b e r q u e a c a sa do
S en h or está à nossa disposição. A
despeito dos desafios enfrentados ao
cuidarmos de nossas famílias, sempre
sentiremos alegria ao procurarmos o
refúgio e a paz do templo sagrado. □
1 9 9 3
EM S UA CAS
Jay M. Todd

os templos de A Igreja de Jesus Cristo dos ordenanças são recebidas em diferentes partes do edifício.

N S a n to s d o s Ú ltim o s D ia s, re aliz a m -se

ordenanças e recebem -se ensinam entos de

forma detalhada a respeito do plano de salvação de nosso

O s batism os são feitos no batistério. A investidura é

re ceb id a em s a la s on d e há p in tu ra s nas p ared e s

representando a Criação, o Jardim do Eden, este mundo e

Pai C e le s tia l. E x p lic a -se tam b é m , em d e ta lh e s, o as condições terrestriais. A sala celestial, com sua bela

compromisso assumido pelos que seguem ao Senhor, a fim mobília, sugere as condições majestosas e exaltadas em

de alcançarem as bênçãos prometidas aos fiéis. que viverão os fiéis. Há mais de uma dúzia de salas de

N o T em plo de L ag o S a lg a d o , e ssa s in stru ç õ e s e selamento para ordenanças de casamento e selamento de

A L I A H O N A N O V E M B R O DE 1 9 9 3
34
 FOTOGRAFIA DE WELDEN ANDERSEN; COPYRIGHT POR A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS; É PROIBIDA A REPRODUÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO

A SAGRADA
filhos aos pais. N o Tem plo de Lago Salgad o tam bém

existem salas de conselho dos quoruns do sacerdócio

presidente da Igreja do Senhor e uma grande sala de

assembléia, onde se realizam reuniões. □

Acim a: A S A L A D A C R IA Ç Ã O . À direita: O B A T IST É R IO .

N as palavras do Presidente David O. McKay, os templos
mostram a “ascensão à presença eterna, degrau por degrau”.
Por meio dos ensinamentos recebidos no templo, temos uma
compreensão maior da vida cristã.
 À esquerda: A S A L A D O JA R D IM . Acim a: O S A G U Ã O D O A N D A R IN FERIO R.
Os ensinamentos e ordenanças do templo são para quem tem a mente espiritual,
os que são verdadeiros discípulos do Senhor, “que sabem que são honestos de
coração e estão quebrantados e contritos de espírito e dispostos a observar por
sacrifício os seus convênios— sim, todo sacrifício que Eu, o Senhor, m andar"
(D & C 97:8).

N o templo ensinam-se verdades e as pessoas fazem convênios próprios e também

i.§ agem como procuradoras, em favor de outros já falecidos que, no mundo
Q L>
t/o <
O£ espiritual, podem aceitar ou rejeitar a ordenança vicária realizada. Após
go
‘5<
os receberem os ensinamentos e terem feito suas próprias ordenanças, os membros
o
da Igreja são incentivados a irem ao templo freqüentemente para realizar as
mesmas ordenanças em favor de pessoas falecidas.

L I a h o N A N O V E M B R O DE 1 9 9 3
37
Acima: A SALA DO MUNDO. À direita: O SAGUÁO DO
ANDAR SUPERIOR. Extrema direita: A SALA
TERRESTRIAL. O templo é o lugar ideal para adorarmos,
servindo de maneira silenciosa, renovando-nos
espiritualmente, meditando e orando. Quando vamos à casa
do Senhor e concentramos os pensamentos no serviço que
estamos prestando a outras pessoas, nossa mente se abre e
freqüentemente recebemos respostas para nossos problemas
pessoais. O Senhor descreveu sua casa como "um a casa de
oração, um a casa de jejum, uma casa de fé, um a casa de
ensino, uma casa de glória, uma casa de ordem, uma casa de
D eus" (D & C 88:119).

A L I A H O N A • N O V E M B R O DE 1 9 9 3
38
C OPYRIGH T POR A IGREJA DE JESUS CRISTO D O S SANTOS D O S ÚLTIM OS DIAS; É
PROIBID A A R EPRODUÇÃO SEM A U T O R IZ A Ç Ã O

C O PYRIG H T POR A IGREJA DE JESUS CRISTO D O S SANTOS D O S ÚLTIM OS DIAS; É

PROIBIDA A REPR OD U Ç ÃO SEM A U T O R IZ A Ç Ã O
A esquerda: A S A L A C E L E S T IA L . A cim a: U M A D A S S A L A S D E S E L A M E N T O D O
T E M P L O . Com o faziam os antigos israelitas, nós, santos dos últimos dias,
consideramos os templos locais sagrados, onde podemos aproximar-nos mais de Deus.
Os terrenos dos templos são solo sagrado. O Espírito que sentimos no templo se torna
ainda mais forte em decorrência da conduta daqueles que o freqüentam e dos
ensinamentos e ordenanças ali recebidos.

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 AU T O R IZ AÇ Ã O
AU T O R IZ AÇ Ã O

SEM
SEM

A REPRODUÇÃO
A REPRODUÇÃO

DIAS; É PROIBIDA
DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS; É PROIBIDA

DOS SANTOS DOS ÚlTIMOS

DE JESUS CRISTO
DE JESUS CRISTO

POR A IGREJA
POR A IGREJA

COPYRIGHT
COPYRIGHT

Em cima à esquerda: A S A L A D O C O N S E L H O D A
P R IM E IR A P R E S ID Ê N C IA E D O S D O Z E A P Ó S T O L O S . Em
cima à direita: A S A L A D O C O N S E L H O D O S D O Z E
A P Ó S T O L O S . Embaixo à esquerda: A S A L A D O
C O N S E L H O D A P R E S ID Ê N C IA D O S S E T E N T A . Embaixo à
direita: O U T R A S A L A D E S E L A M E N T O . N a página ao
lado: A S A L A P R IN C IP A L D E A S S E M B L É IA .
Os santos dos últimos dias consideram a santidade e
perfeição do templo evidência da revelação divina do Senhor
Jesus Cristo ao Profeta Joseph Smith, por meio de quem os
ensinamentos e ordenanças do templo foram restaurados
nestes últimos dias: “Mostrarei ao meu servo Joseph todas
as coisas relativas a esta casa, e ao seu sacerdócio”
(D&.C 124:42).
O Profeta Joseph Smith escreveu: “Agora, que ouvimos nós
no evangelho que recebemos? Uma voz de alegria! Uma voz
de misericórdia dos céus; e uma voz de verdade saindo da
terra; novas alegres para os mortos; uma voz de alegria para
os vivos e mortos; ?iovas alegres de grande gozo. Quão
formosos são sobre os montes os pés daqueles que trazem
novas alegres de boas coisas, e que dizem a Sião: Eis que teu
Deus reina! Como o orvalho do Carmelo, assim descerá
sobre eles conhecimento de Deus! . . .
“Q ue nós, portanto, como igreja e povo, e como santos dos
últimos dias, ofereçamos ao Senhor uma oferta em retidão; e
que apresentemos ao seu templo santo . . . um livro contendo
os registros de nossos mortos, que seja digno de toda
aceitação" (D&.C 128:19, 24). □

A L I A H O N A • N O V E M B R O DE 1 9 9 3
42
 “O PODER DE D e
LaRen e G au n t

Q u a n d o o te m p lo
foi dedicado, o Senhor
d e rra m o u bênçãos
espirituais sobre
os santos.
a manhã do dia seis de
grito de júbilo.
O Élder G eorge Q . C an n on
profetizara em 1871 que quando o
tem plo estivesse pronto “o povo
sentiria o poder de Deus e receberia
m anifestações da bondade divina
como jamais haviam experimentado
antes”. E foi o que aconteceu.

N abril de 1 8 9 3 , W ilford
W oodrufí en tro u no
A PRIMEIRA SESSÁO

No prim eiro dia de d ed icação

Em cum prim ento a um sonho
que teve quase cinqü enta anos
antes, o Presidente W ilford
W oodruff dedicou o Tem plo de
La g o S a lg a d o .
Templo de Lago Salgado pelas portas
do lado sudoeste e dirigiu-se ao houve uma grande tem p estad e.
q u arto andar. As dez horas da “Fora predito (que) Satanás uivaria”,
manhã, com duas mil e quinhentas escreveu Lucy Flake,”e ele realmente
pessoas presentes, foi in iciad a a o tez, pois o povo da Cidade do Lago
primeira de uma série de quarenta e Salgad o n u n ca vira tam anh a
uma sessões de dedicação. Chegava tempestade, vento, chuva e neve;
ao fim uma história de quarenta m uitas casas e árvores foram
anos de sacrifício e trabalho em prol destruídas . . . Centenas de pessoas
da construção do templo. esperaram horas na neve até que as
“As hostes c e le stia is estavam portas do templo se abrissem”.
p resen tes na (prim eira) sessão Lá fora, a tempestade durou o dia
d e d ica tó ria ”, disse o P resid en te todo. Dentro do templo, porém, na
Woodruff à congregação, numa das sala principal de assembléia, onde a
sessões subseqüentes. “Se os olhos da P rim eira P re sid ê n c ia — W ilford
congregação pudessem ser abertos, W oodruff, G eorge Q . C an n o n e
teriam visto Josep h e Hyrum Joseph F. Sm ith— e o Quorum dos
(Smith), Brigham Young, John Taylor Doze aguardavam para in iciar os
e todos os homens bons que viveram serviços dedicatórios, reinava paz e
nesta dispensação reunidos conosco, serenidade. A beleza e majestade
assim como Isaías, Jeremias e todos dessa sala, localizad a no quarto
os santos profetas e apóstolos que andar do templo, eram admiráveis: o
haviam profetizado sobre a obra dos teto de onze m etros de altu ra, o
últim os dias . . . Regozijavam -se madeiramento esculpido a mão, com
con osco ao ver que este edifício acabamento em branco e dourado, e,
havia sido a ce ito pelo S e n h o r em cada um dos quatro cantos, uma
(quando) o grito de (Hosana) subiu escada em caraco l. Em ambas as
ao trono do Todo-Poderoso”, pois extremidades da sala de 36.5 metros
haviam-se unido aos santos naquele de comprimento havia uma múltipla

A L I A H O N A • N O V E M B R O DE
II
US ESTAVA CONOSCO”
série de pú lpitos, estofad os em
veludo vermelho, sendo que os da
extremidade oriental representavam
o Sacerdócio de Melquisedeque e,
os da extrem id ad e o c id e n ta l, o
Sacerdócio Aarônico. Os líderes do
sacerdócio sentavam-se em cadeiras
de madeira branca, estofadas em
vermelho, enfileiradas logo atrás dos
púlpitos. A congregação sentava-se
em cad eiras situad as no amplo
espaço central da sala.
S e n tia -s e um forte E sp írito ,
mesmo antes do início da reunião.
Todos foram convidados a fazer um
jejum especial, no dia 25 de março
de 1893, para que “ rein asse um
sentim en to renovado de união e
pureza esp iritu al”. Fora pedido a
todos que se arrep en d essem ,
cessassem de contender uns com os
outros, confessassem os pecados e
perdoassem uns aos outros. “Jamais
houve tam an h a união nos
(con selh os) superiores do sa c e r­
dócio”, disse Francis M. Lyman, do
Quorum dos Doze. E os membros
sentiam o mesmo, com “os olhos
fitos no Templo de Lago Salgado e os
corações voltados para a dedicação”.
“UM BANQUETE PARA A ALMA”
A música fazia com que todos
fossem tocad os pelo Espírito do
Senhor. A com panhado por um
enorme órgão de tubos, levado até lá
especialmente para a dedicação, um
coro de. trezentas vozes— os homens
com ternos escuros e as mulheres com
A L I A H O N A
vestidos brancos— cantou hinos de
louvor, compostos por santos dos
últimos dias para a ocasião. “Será que
realmente conhecíamos o talento de
nossos músicos até então?” escreveu
A n n ie W ells C an n o n . “A bela
m ensagem das letras, a m úsica
sublime e o desempenho perfeito
proporcionaram-nos um banquete
para a alma”.
Bardella S. Curtis, membro do
coro, viu “o véu entre a mortalidade
e os céus ser retirado”. Charles R.
Savage, ou tro m em bro do coro,
escreveu: “Senti imensa paz e todo o
meu ser transbordava de alegria . . .
Nunca me senti mais próximo dos
poderes invisíveis”.
Susa Young C ates, estenógrafa
oficial dos serviços de dedicação,
estava presente à primeira sessão.
“Eu estava sentada no lado inferior
dos púlpitos do lado leste, na mesa
do historiador”, escreveu. “Quando
o P resid en te (Josep h F.) Sm ith
começou a falar aos santos, quase
que im ed iatam en te sua face foi
iluminada por uma luz brilhante e
senti algo diferente. Achei que o sol
estiv esse surgindo por en tre as
nuvens e que talvez um dos raios
iluminasse o Presidente ... O lhei
em direção à jan ela e, para meu
espanto . . . não havia claridade
alguma em meio às nuvens pesadas
e escu ras que pairavam sobre a
cidade; não havia um único sinal de
sol em parte alguma . . . De onde
havia vindo a luz que brilhava no
rosto do Presidente Smith? Eu tinha
• N O V E M B R O DE
45
certeza de ter realm en te visto o
Espírito Santo nas feições de nosso
amado líder . . . Esta foi uma das
experiências mais sagradas de minha
vida”.
A irmã Gates não foi a única a ver
a luz que envolveu o P residen te
Sm ith. Um élder, sentado no lado
oposto da sala, notou uma luz de
“matiz amarelo ou dourado, extre­
m am ente b rilh a n te ” circu n d ar o
Presidente Smith enquanto falava.
Depois que os três membros da
Primeira Presidência se dirigiram à
congregação, o Presidente Wilford
W oodruff a jo e lh o u -se numa
“banqueta almofadada em veludo” e
proferiu a oração dedicatória. “Ele
proferiu a oração com o vigor de um
homem de cinqüenta anos de idade”,
escrev eu D avid Jo h n , citan d o o
profeta de 86 anos, que leu a oração
d ed icató ria de 35 m inutos “sem
vacilar e sem o auxílio de óculos”.
Q uase c in q ü e n ta anos an tes, o
Presidente Woodruff havia tido um
sonho no qual Brigham Young lhe
en tregara as chaves do tem plo e
d issera que fosse d ed icá-lo . Tal
acontecimento se realizou.
Depois da oração dedicatória,
Lorenzo Snow, P resid en te do
Q uorum dos D oze, liderou a
congregação no tradicional “Grito de
H o san a”, quando todos, em pé,
gritaram “H o san a” três vezes,
acenando com lenços brancos acima
da cabeça. “Este grito de Hosana
emocionou a multidão e ecoou por
todo o grandioso edifício”, escreveu
1 9 9 3
 O s lu g a re s p a ra a p resid ê n cia
do Sace rd ó cio de M elquisedeq ue
ficam num a e xtre m id a d e d a s a la
de a sse m b lé ia ; os lu g a re s p a ra
a p re sid ê n cia do Sacerd ócio
A arò n ico , no la d o oposto.

Emmeline B. Wells. “Tamanho era o Andrew Sm ith Jr., in teg ran te do

regozijo dos santos, ex u lta n tes e Coro do Tabernáculo, abriu os olhos
m arav ilh ad os, que seus rostos enquanto o Presidente Cannon lia a
brilhavam de alegria e todo o lugar oração dedicatória. Ele relatou o
parecia glorificado e santificado . . . se g u in te: “Vi uma luz b rilh a n te
numa ocasião memorável”. acim a da ca b e ça (do P resid en te
A in d a em pé, a co n g reg ação C a n n o n ) vindo de trás de seus
cantou “Tal como um facho de luz ombros. Essa luz permaneceu imóvel
vem ardendo o Espírito San to do por alguns in sta n te s e en tão
meu Salvador; Os dons e visões do levantou-se até que pude ver, bem
passado, v olv en d o, rev elam aos no m eio d ela, o rosto de um
homens a lei do Senhor!” (Hinos, nQ personagem . Era o sem blante do
2). Muitos choravam descontrolada- Presidente Brigham Young. Desviei o
mente e não conseguiram terminar o olhar por um instante . . . e então vi
hino. a pessoa do Presidente John Taylor
. . . E vi também um personagem que
PROSSEGUEM AS julguei ser Hyrum Smith . . . depois
MANIFESTAÇÕES CELESTIAIS O rson P ratt, que reco n h eci im e­
diatamente . . . Após o término da
Esse espírito reinou durante as oração , pouco antes e durante o
ou tras sessões de d ed ica çã o . grito sagrado de hosana, observei
Q u a ren ta e uma sessões foram uma au réola de luz en v olv en d o
realizadas num períod o de duas vários irmãos . . . Fui tom ado de
sem anas, a fim de que o m aior alegria e chorei. Com a cabeça baixa
número possível de membros dignos não vi mais nada por um cu rto da mãe e da avó. Viu “um homem
tiv esse a op ortu n id ad e de co m ­ espaço de tempo. Quando voltei a aparecer na janela circular sudeste
parecer. No total, mais de setenta e erguê-la, vi uma luz brilhante sobre a da sala principal de assembléia do
cin c o mil pessoas estiveram c a b e ç a de todos os m em bros da tem p lo ”. C o n to u à mãe e ficou
presentes às cerimônias, muitas delas Prim eira Presidência sentados ao surpreso quando ela disse que não
record an d o p o ste rio rm e n te as púlpito. A luz acompanhava cada via n inguém . No d eco rrer da
intensas experiências espirituais que movimento feito pelos oradores ao se reu n ião , viu “dois outros
tiveram. dirigirem à congregação”. (personagens angélicos se movendo)
Por exemplo, na segunda-feira, George Monk, de onze anos, foi à . . . atravessando a parte superior da
dezessete de abril de 1893, o irmão dedicação do templo acompanhado sala, do sul para o norte . . . e cinco

A L I A H O N A • N O V E M B R O DE 1 9 9 3
46
outros (que) entraram na sala e,
guardando certa distância entre si,
puseram -se em pé sobre o largo
parapeito que acompanha a parede
abaixo das ja n e la s c irc u la re s ”.
D escrev eu -o s com o os “hom ens
mais belos” que já vira. Pouco antes
da oração de en cerra m en to , ele
disse: “Mãezinha, olhe para aquele
que está em baixo do relógio; é o
A L I A H O N A
mais bonito de todos. Veja! Ele está
com as duas mãos assim”. Então
G eorge lev an to u as m ãos para
mostrar à mãe. Ao todo, ele viu oito
personagens angélicos e disse que
estav am “v estid o s com tú n icas
brancas esvoaçantes” e “a maioria,
senão todos, tinham cabelos longos
e um pouco ondulados”.
H ans Je n se n H als teve uma
• N O V E M B R O DE
47
manifestação celestial semelhante e
registrou-a no diário. “Eu e (minha)
família, juntam ente com duzentos
membros da ala, tivemos o privilégio
de com parecer à dedicação e foi
uma e x p e riê n cia m aravilh osa.
Recebemos ensinamentos preciosos
das autoridades (da Igreja). Anjos
de Deus foram vistos entrando pela
janela sudoeste e sentando-se nos
1 9 9 3
cantos. Dois deles caminharam pela
grande sala, acima das pessoas, e
saíram pela janela norte”.
Do lado de fora, outros viram
uma “luz gloriosa mover-se ao redor
do tem plo, com o se fosse uma
Presença inteligível”.
“COMO SE ESTIVESSEM
DESCENDO DOS CÉUS”
Muitos membros, ao saírem do
templo, após as sessões de dedicação,
sentiram -se “com o se estivessem
descendo dos céus”. Thomas Sleight
escreveu que esperava que “o
se n tim en to c e le stia l n u n ca me
d eixasse por c o m p le to ”. M u itos
m em bros sen tiram o m esm o; e
quando v oltaram para casa
prestaram testem unho a outros e
escreveram páginas rep letas de
experiências nos diários.
O irm ão Sleig h t registrou que
durante a oração dedicatória no dia
sete de abril, todos “ju ntaram -se
mentalmente ao (Presidente Joseph
F. Smith, que lia a oração,) fazendo
uma hum ilde oferta e súplica ao
Grande Elohim em nome de Jesus
Cristo. Senti que estava na presença
de Deus e profunda rev erê n cia
tom ou c o n ta de meu ser, com o
jamais me acontecera antes”.
A L I A H O N A
O Elder Rudger C law son, do
Q uorum dos Doze A p ó sto lo s,
escreveu no diário que, enquanto
ele e a esposa, Lydia, aguardavam o
início da sessão dedicatória na noite
de oito de abril, Lydia “ouviu lindas
vozes cantando, que pareciam vir do
lado sudeste da sala. A princípio
penso.il que houvesse um coro ali,
mas é claro que não havia. Por duas
vezes, ouviu vozes cantando”.
A lice M inerva R ichard s, uma
menina de oito anos, escreveu que
durante a reunião de sete de abril,
“ouviu uma linda música, mais linda
do que qualquer outra (que jamais)
tivesse ouvido . . . e viu a n jo s”.
Quando voltou para casa, contou a
experiência aos irmãos mais novos.
O u tro s irm ãos saíram da
dedicação do templo assumindo um
ren ov ad o com prom isso de se
a rrep en d erem . Um rapazinho
c o n h ecid o pelo com p o rtam en to
rebelde viu “uma auréola brilhante
ao redor da cabeça do Presidente
Woodruff”. Ele disse que “sentiu um
espírito tão forte que foi para casa e
iniciou uma reforma religiosa entre
os companheiros”.
“Foi como a festa de Pentecostes
para mim”, escreveu o Élder B. H.
Roberts, do Primeiro Quorum dos
Setenta. “O Senhor fez com que eu
• N O V E M B R O DE
4li
me v oltasse para mim mesmo e
enxergasse o meu íntimo; aí percebi
tantas falhas e imperfeições, e que me
levaram a humilhar-me, procurando
arrepender-me sinceramente.”
UM LUGAR TÃO
LINDO, TÃO PURO
A dedicação do Templo de Lago
Salgado em abril de 1893 foi
realmente uma época de santificação.
M uitas vidas m od ificaram -se. O
grande tem plo, con stru íd o para
permanecer até o milênio, fez com
que m uitos san tos sacrificassem
tempo, dinheiro e talentos durante os
quarenta anos de construção. Nosso
Pai C e le stia l derram ou bênçãos
espirituais sobre aqueles santos pelo
sacrifício feito.
“Dizem que lugares tão lindos, tão
puros, tão sagrados, são ideais para
serem h abitad o s pelos a n jo s”,
escreveu A n n ie W ells C an n o n ,
referindo-se ao templo na semana da
dedicação.
E é verdade. □
O autor agradece a Ricliard N. Holzapfel, que
reunia grande parte do material para este
artigo. As notas de rodapé estão disponíveis
em inglês. Requisitar ao International
Magazines, 50 East North Temple, Salt Lake
City, Utah 84150.
1 9 9 3
 Vista d a Ma/n Street (Rua Principal), 1 8 8 5 , de Al Rounds
Nesta pintura de hoje o artista, Al Rounds, im ag inou com o teria sido a cidade q u ando o Templo de Lago S algado, à direita , estava quase term inado.
As M ontanhas W asatch, cobertas de neve, à esquerda, form am a fronteira oriental da cidade.
Por cem anos, o Templo
de Lago Salgado tem
permanecido como uma
criação de beleza, um
símbolo de força, um
refúgio de paz, um lugar
de revelação e 11111
templo de Deus. Esta
edição traz artigos sobre
0 templo, sua construção
e dedicação.
 A Igreja Presvta
NOTÍCIAS LOCAIS
Assistência A
Rússia
A
través de doações da Igreja, a
cidade de São Petersburgo, na
Rússia, está recebendo
quatorze toneladas e meia de roupas e
sapatos.
O Presidente do Distrito, Vyacheslav
I. Efimov, informou que as roupas e
sapatos serão doados aos dez ramos da
Igreja em São Petersburgo e aos dois
ramos de Vyborg. A distribuição dessas
roupas e sapatos será baseada na
necessidade dos membros.
“Além disso, os membros da Igreja
pedirão às autoridades governamentais
que localizem famílias e indivíduos
necessitados, inclusive pessoas idosas,
doentes e famílias com crianças”,
declarou Efimov.
“A distribuição de 45 quilos de blusas
de inverno, chapéus, casacos, jaquetas,
luvas e outras vestimentas de inverno será
administrada pelos membros da Igreja
juntamente com os missionários que
estão servindo na área”, disse Efimov.
Esse carregamento de roupas enviadas
a São Petersburgo faz parte do esforço
contínuo da Igreja de prestar auxílio aos
necessitados, disse Isaac C . Ferguson,
diretor do Serviço Humanitário/Serviço
de Bem-Estar Internacional da Igreja.
N O V E M B R O
“A Igreja mantém o Centro de
Distribuição das Indústrias Deseret, há
vários anos, com a finalidade de coletar
o excesso de roupas de todas as suas lojas
nos Estados Unidos. Praticamente todas
as roupas são utilizadas com o propósito
de prestar assistência aos menos
favorecidos”, disse Ferguson.
Durante o ano de 1992, mais de 2.721
toneladas de peças foram enviadas pela
Igreja a 55 países na Ásia, África,
Am érica Latina e Europa Ocidental.
Ferguson disse que a Igreja contribuirá
com mais de 2.700 toneladas de peças
no ano de 1993.
“Trabalhamos com dezenas de
instituições privadas que socorrem e
desenvolvem áreas em todo o mundo. A
Igreja contribui com estas peças com
propósitos humanitários”, declarou
Ferguson.
A lém de roupas e sapatos, Ferguson
acrescentou, “a Igreja contribui com
equipamento médico, suprimentos e
materiais escolares”. Ferguson concluiu
dizendo que suprimentos alimentícios
são doados de maneira cuidadosa,
recebidos dos centros de armazenamento
da Igreja, atendendo às situações de crise
que assolam o mundo.
1 9 9 3
1
NOVAS ESTACAS EM Esse curso visa criar nos participantes CRIADO DISTRITO DE
uma consciência organizativa a fim de
RIBEIRÃO PRETO formar AP1’S, ou seja, Auxiliares de COLATINA
os dias 3, 4 e 5 de setembro Projeto de Investimentos que irão, junto

N
último, realizou-se uma
conferência histórica em Ribeirão
Preto. As estacas Ribeirão Preto e
Ribeirão Preto Centro dividiram-se
em 5 estacas: Ribeirão Preto, Ribeirão
Preto Centro, Ribeirão Preto
Quintino, Ribeirão Preto Ipiranga, e
Franca.
Presidida pelo Élder Harold G.
Hillam, seguindo o plano especial de
crescimento da Igreja, 2.000 membros
assistiram às sessões da conferência,
apoiando 64 irmãos, que foram
ordenados aos ofícios de élder e sumo
sacerdote. Foram chamados 23 novos
bispos. Os irmãos lotaram o salão de
reuniões e mais 9 salas,
acompanhando a conferência através
de circuito fechado de TV.
Foi um dia memorável. Os
membros foram instruídos pelo
Presidente Hillam sobre a influência
que podemos ser no mundo atual, ao
vivermos o evangelho na sua
plenitude. Os missionários da Missão
Ribeirão Preto acompanharam várias
famílias de não-membros que
escutaram a conferência com muito
interesse, devido ao forte espírito que
ali reinou.
IGREJA, ONU E
PREFEITURA UNIDAS
CONTRA O
DESEMPREGO
Enviado por Marisa S. Cuellar
Diretora de Ass. Públicos Estaca São Paulo
ivemos no Anhembi, no dia 11 de
T setembro, com a presença do Dr.
Paulo Maluf, prefeito de São Paulo, a
formatura de 2.000 alunos do
PROGER — Programa de Geração de
Empregos e Renda, dos quais 36
receberam o curso nas dependências
da sede da Estaca São Paulo.
Este programa é gerido pela ONU
— Organização das Nações Unidas,
com aprovação da Prefeitura
Municipal de São Paulo, através da
SEMPLA — Secretaria Municipal de
Planejamento de São Paulo.
à comunidade onde vivem, descobrir
projetos viáveis.
O grupo, que se formou nas
dependências da capela do Caxingui e
que era formado por desempregados,
membros e não-membros, tendo como
professores Maria Cristina Malaquias e
Clovis Rock Chaves, ficou tão
animado com o conhecimento
adquirido, que já organizou uma
cooperativa e terá o apoio da ONU
para desenvolver o projeto enquanto
durar este empreendimento.
Diante do sucesso obtido, um
segundo curso está em andamento,
igualmente gratuito, e outras estacas
estão realizando o mesmo projeto.
Entre elas estão as Estacas São Paulo
Oeste, São Paulo Taboão, São Paulo
Ipiranga e São Paulo Campo Limpo.
Mais 400 formandos tiveram sua
formatura na sede da Estaca São
Paulo, no dia 16 de outubro, em
solenidade presidida pelo Sr. Marcos
Cintra, secretário do Planejamento do
Estado de São Paulo.
NOVOS REPRESEN­
TANTES REGIONAIS
láudio R. Mendes Costa é o novo
C Representante Regional para a
Região Ribeirão Preto. O élder
Cláudio Costa, de 44 anos, natural de
Santos, SP, é casado com Margareth
Fernandes Morgado e o casal tem 4
filhos. E formado em Marketing pela
E.S.P.M. e é diretor de Instituto de
Religião do SEI em S. Paulo. Foi
designado pelo Elder Harold G.
Hillam, da Presidência de Área
Brasileira. Entre outros chamados, foi
presidente da Missão Brasil Manaus.
Jairo Massagardi é o novo
Representante Regional para a Região
Campinas. O Élder Jairo Massagardi,
de 46 anos, natural de Itu, SP, é
casado com Elizabeth Ienne, e o casal
tem três filhos. E diretor-financeiro de
uma empresa e comerciante.
Ultimamente foi presidente da Missão
Brasil Salvador. Foi designado pelo
Élder Harold G. Hillam, da
Presidência de Área Brasileira.
Enviado por élder Puerta
o dia 11 de julho de 1993, com a
N presença do presidente da
Missão Rio de Janeiro Norte,
presidente Moisés Barreiro
Damasceno, foi criado o Distrito de
Colatina, formado pelos Ramos
Colatina, Aracruz e Linhares, sendo
os dois últimos criados na ocasião.
A presidência do Distrito ficou
assim constituída: José Hamilton da
Costa, presidente; Edson Porto,
primeiro conselheiro, e Cláudio Silva,
segundo conselheiro.
PRIMEIRO
MISSIONÁRIO
BRASILEIRO A PREGAR
N O LESTE EUROPEU
arcello Jun de Oliveira, 21 anos,
M da Ala Laranjeiras, RJ, estudava
Medicina na UNICAMP — São
Paulo, quando resolveu trancar a
matrícula e cumprir missão de tempo
integral.
Em fevereiro deste ano Marcello foi
para a missão, servindo na Missão Praga,
República Checa. É o primeiro
missionário brasileiro a pregar no Leste
Europeu. Agora foi transferido para a
República Eslovaca e é um dos primeiros
40 missionários a servir nessa área.
Seu irmão Gustavo está servindo
na Missão Flórida.
IGREJA COLABORA
COM A COMUNIDADE
BAIANA
Enviado por élder de Lima
M issão Brasil Salvador
om o apoio da Missão Salvador,
C foi realizado um projeto de
serviço pelos missionários desta
missão. Começaram no dia 7 de agosto
último um curso de inglês em Lauro de
Freitas, BA, no qual se matricularam
oitenta pessoas. Este projeto está sendo
difundido nas outras regiões da Bahia
onde haja uma capela da Igreja.

N O T Í C I A S L O C A I S
o
SERÃO DE ABERTURA
DA MISSÃO BRASIL
FLORIANÓPOLIS
Enviado por Mario Fernandes Dias
Diretor de Ass. Públicos

F
oi muito especial para os membros
da Estaca Florianópolis o dia 4 de
julho último, pois, com a presença do
presidente José B. Puerta e sister Diva
E. Puerta, foi realizado um serão de
abertura da missão.
O presidente Puerta e sua
esposa, além de muito conhecidos de
todos desde o tempo em que serviam
como presidente e superintendente P residente P u erta e e sp o s a , e a lg u n s jo ve n s.
do Templo de São Paulo, são muito
estimados pelos irmãos de quais apreciaram bastante os oradores, serão, um pacote com mais de 10 mil
Florianópolis. presidente e sister Puerta. referências dos membros, que se
Ao serão compareceram 768 Foi entregue a eles, pela dispuseram a apoiar inteiramente a
pessoas entre membros e visitantes, os presidência da estaca, ao final do obra missionária.

EXPOSIÇÃO EM
PRAÇA PÚBLICA
Enviado por Nelson Spera
Diretor de Ass. Públicos

oi realizada no mês de maio de

F 1993, na cidade de Botucatu, SP,
na Praça Emílio Peduti, uma
exposição de livros da Igreja, com
participação do bispo José Mendes e
dos élderes J. Francisco e Brondum, da
Missão Campinas.

PROJETO DE SERVIÇO
Enviado por lldelídia Rodrigues
Estaca São Paulo BR A la V

ovens do Instituto Caxingui e da

J Estaca São Paulo BR passaram um
feriado diferente no dia sete de
setembro. Cerca de cem jovens
reuniram-se como parte de um projeto
de serviço, levando donativos
(alimentos e produtos para higiene)
para o Asilo Ondina Lobo, no Bairro
de Santo Amaro em São Paulo. Dois
ônibus conduziram os jovens, que N u m e ro so g ru p o d e jo v e n s q u e v is ita ra m o a s ilo O n d in a Lobo.
tiveram um dia cheio de trabalho e
dedicação, cortando cabelo, dando tem respeito por aqueles que já são alimentos, produtos de higiene,
banho e consertando cadeiras de mais idosos. roupas, etc. na vizinhança e com a
rodas. Fizeram um baile para os idosos. Também no mês de julho foi venda de jornais puderam ajudar uma
Que bom poder ser jovem quando se realizada uma gincana para arrecadar ala no orçamento missionário.

N O T Í C I A S L O C A I S
4
CADA MEMBRO UM
MISSIONÁRIO
Enviado por élder Franklin F. Moro
M issão Brasil Recife

oram realizadas nos dias primeiro

F de agosto e cinco de setembro
últimos, na Ala Pamamirim, PE, duas
atividades missionárias chamadas
“Tarde de Contatos”. Este trabalho N e sta fo to , p a rticip a n te s d a a tiv id a d e .
teve o objetivo de fazer com que os
membros da ala pudessem estar com um treinamento especial para as ruas fazer contatos e buscar
diretamente empenhados na obra realizado pelos missionários de tempo referências. A atividade foi um sucesso
missionária. A atividade começou integral da ala. Depois todos foram e muitas referências foram obtidas.

N e sta s fo to s, a lu n o s fa z e n d o e x e rcício .

membros, liderado pela irmã Nadir Esta turma, que iniciou o curso nas
ALFABETIZAÇÃO A
Roque, presidente da Sociedade de instalações da capela da Ala Novo
TODO VAPOR Socorro da Ala Novo Mundo, Estaca Mundo, agora na quarta série,
Curitiba Portão. continua os estudos matriculada no
Enviado por Mauro Quoos
A turma que iniciou a educação Centro Integral Nadir de Macedo,
Diretor de Ass. Públicos Estaca C uritiba Portão
básica há dois anos já recebeu a que é uma escola da rede municipal.
ontinua pelo segundo ano formatura para três séries, A mesma turma está agora em vias de
C consecutivo o programa de
alfabetização para membros e não-
completando 12 unidades temáticas
nas quatro disciplinas elementares.
ser desdobrada, pelo acréscimo de
alunos.

ESCOTISMO
Enviado por José Gambarini
Conselheiro d a A la Interlagos

scoteiros SUD da Estaca

E Interlagos, sempre ansiosos de
adquirir conhecimento, reúnem-se
constantemente para essa finalidade.
Na foto, chefiados por Olímpio
Donda, vemos os escoteiros Fábio
Reis, Kleber Gambarini, Marcos
Antonio Ramos, em plena atividade
de sobrevivência na Serra do Mar.

N O V E M B R O 1 9 9 3
3
A PEDRA CORTADA
SEM MÃOS ENCHERÁ
O MUNDO
Enviado por Marisa S. Cuellar
Diretora de Assuntos Públicos Estaca São
Paulo
/
bom ver que o evangelho está mais
E vivo do que nunca”, diz o irmão
José Luiz da Silva; e completa: “Sou
locutor de rádio e conheço a Igreja há
mais de cinco anos.”
José Luiz, antes de ser batizado, já
havia sentido a veracidade do R a d ia lis ta Jo s é Lu iz d a S ilv a .
evangelho, convertendo uma senhora
de Petrolina, PE, que por acaso ouviu prêmio “Melhores da Locução 1992” programa Taxicomania (6 às 8hs), que
uma entrevista de rádio. Procurou numa enquete na cidade de São hoje é o l e em São Paulo nesse
mudar de rádio para se afastar das Paulo. José Luiz fez jus a um prêmio horário. Na Nova FM (10 às 14hs)
influências que conflitavam com sua junto aos melhores locutores como Eli apresenta um programa que está em
maneira de ser. Correa, Paulo Lopes e outros. segundo lugar entre os mais ouvidos
Mudou de emissora e conquistou o Faz na Transcontinental FM o na emissora.

OPERÁRIO PADRÃO
Enviado por Marisa S. Cuellar
Diretora de Ass. Públicos Estaca São Paulo

dilson Mesquita dos Santos, 27

E anos, da Ala Jardim Bonfiglioli,
Estaca São Paulo, classificou-se como
finalista do concurso “Operário
Padrão Paulista 93” da cidade de São
Paulo em agosto último, recebendo o
prêmio da Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (FIESP).
A comissão julgadora desse evento
é muito minuciosa e o irmão Edilson
se destacou pela boa conduta na Ed ilso n M e sq u ita d o s S a n to s, re ce b e n d o seu título d e " O p e r á rio P a d rã o
empresa, com os colegas de trabalho, P a u lis ta 9 3 " .
inventos, melhoria da produção,
cursos e participação ativa no secretário da ala). Na indústria ocupa da Paulista Serviços Técnicos e da
progresso da comunidade. Em seu várias funções: é técnico químico da Previne Car.
currículo enfatizou serviço prestado Michigan Química do Brasil, químico A comissão julgadora também
como missionário e cargos atuais responsável da Hold Meyer Ind. verificou sua vida em família com os
(líder da obra missionária da ala e Químicas Ltda.; químico responsável pais, que igualmente é exemplar.

PRIMEIRA REUNIÃO DOS EX-MISSIONÁRIOS DA MISSÃO SÃO PAULO SUL

Período de 1987 a 1990
Pres. Nelson de Genaro
Com muita alegria teremos a oportunidade de nos
encontrar nesta primeira reunião e partilhar de recordações
e surpresas ao lado do presidente Genaro e sua esposa.
Será no dia 11 de dezembro às 15 horas na capela de
Santo Amaro — Rua São Benedito ne 504, São Paulo -
Para informações: Wilson Ricardo Santos Junior —
Rua Angelo Santi, 235, Interlagos — 04776-170
Fone 522-3642.
Enviem endereço atualizado para novo
cadastramento da missão. Não esqueçam de
trazer a “plaquinha” e uma foto ou objeto especial
da missão. O convite vale para marido e
mulher.

N O T Í C I A S L O C A I S
8
EXEMPLO DE
DEDICAÇÃO
Enviado por Marisa S. Cuellar
Diretora de Assuntos Públicos Estaca São
Paulo

ndrea e Fábio são irmãos e sofrem

A do mesmo mal — são
paraplégicos. Isso, porém, não os
intimida. Vieram de Aracaju com a
família para São Paulo, onde
conheceram a Igreja e foram batizados
em 1992.
Andrea, 20 anos, faz, com sua
cadeira de rodas, todos os serviços do
lar e seu irmão afirma que é uma
excelente cozinheira. Na Igreja ela é
conselheira das Moças na ala e
representante de A Liahona, sendo
ainda secretária do conselho Instituto
N e sta fo to , o s Irm ã o s A n d re a e F á b io .
Caxingui. Fora da Igreja ela é Líder da do Senhor mas também ajuda fora da
Defesa dos Deficientes. Igreja como vice-diretor do Clube dos
Fábio tem 21 anos e é secretário da Paraplégicos e é um excelente jogador
Ala Vila Gomes. Serve como de basquete, pois é muito ágil em sua
assistente do presidente da missão da cadeira de rodas. Seu sonho é ser
Estaca São Paulo. missionário de tempo integral.
Seu pai adaptou o carro para que (Entrevista de Thereza Sikama e
ele pudesse dirigir. Ele ama o serviço Lourdes Barbosa)

NOSSA LEI É
TRABALHAR
Enviado por Marisa S. Cuellar
Diretora d e Assuntos Públicos Estaca São
Paulo BR

s doze meses do calendário

O parecem insuficientes quando a
Estaca São Paulo faz seu planejamento
anual de atividades. Todo esse
trabalho, porém, vale a pena, pois na
obra do Senhor os irmãos estão
sempre felizes. No começo do ano M o ça s no a c a m p a m e n to de 9 3 .
tiveram o tradicional baile “Viver e
Reviver”, que uniu jovens e adultos.
Em 22 de maio os jovens, após o
supersábado, apresentaram “Um
passeio pela Europa”, reunindo
aspectos culturais de vários países,
tanto nos stands, como dança
folclórica dos mesmos.
A “VI Copa Smith”, que já virou
tradição, reuniu em julho, no Centro
Esportivo do Ibirapuera, 180 jovens da
Estaca SP para as competições
olímpicas, e em agosto tivemos a 2a
fase dos jogos, com grande entusiasmo.
Em setembro as moças da estaca " U m p a s s e io p e la E u ro p a " .
tiveram o 2e acampamento de Mestra
de Campo, formando Montanhesas, Copa Sênior, usando para as provas dia 18 de setembro no Colégio Miguel
Novatas e Inspiradoras, com a olímpicas o Estádio do São Paulo de Cervantes, com corrida de
participação de 80 moças. Futebol Clube e a capela do Caxingui velocípedes para os de 3 anos, até
Os adultos não foram esquecidos. para os jogos. Ainda este ano a I a salto, arremesso de peso e maratona
Por sugestão de esportistas mais Olimpíada da Primária, realizada no para os mais velhos.
experientes, foi realizada em maio a 2a

N O V E M B R O 1 9 9 3

G ru p o de jo v e n s q u e p a rtic ip a ra m d o P r o g ra m a " N o v o s In ício s" .
NOVOS INÍCIOS d o
RAMO CARMELO
Enviado por Maria das Dores Barbosa
Presidente das M o ças
O Ramo Carmelo, Estaca Recife
Brasil, foi organizado há nove
meses, tendo no começo de 1993
somente duas moças na Organização
das Moças.
De lá para cá muito trabalho foi
realizado pela liderança das moças,
Jo v e n s de G u a ru lh o s n a B a se A é re a de S ã o P a u lo .
JOVENS VISITAM
FORÇA AÉREA
Enviado por Hilto José Costa
Presidente dos Rapazes d a Estaca Guarulhos
s jovens da Estaca São Paulo
O Guarulhos realizaram, no dia 24
de julho último, um especial
Supersábado, com permissão dos
oficiais da BASP — Base Aérea de
São Paulo. Os jovens, com os líderes
das alas e estaca, passaram um dia na
com a preocupação de desenvolver em
cada jovem um testemunho de Cristo.
Hoje o ramo tem uma freqüência de
11 moças.
Na noite de 28 de julho, no
programa Novos Inícios, enfatizando
Escolhas e Responsabilidades, estavam
presentes 56 pessoas entre pais e
amigos da Igreja.
Para completar o programa as moças
visitaram no dia 28 de agosto um asilo,
tendo as jovens levado lanche para as
idosas e depois cuidado delas,
melhorando sua aparência pessoal.
BASP. Foi um dia inesquecível para
os participantes, que conheceram um
pouco mais a Força Aérea Brasileira.
Sob o acompanhamento e instruções
do Tenente Farias Pires (membro da
igreja) os jovens conheceram de perto
aviões, assistiram a filmes e ouviram
palestras sobre a Força Aérea.
Houve uma parte espiritual e uma
parte recreativa com vários jogos.
Com esta atividade os jovens
conheceram o valor do trabalho da
Aeronáutica em nosso país.
N O T Í C I A S L O C A I S
6
ENCONTRO DE
CORAIS N O RIO DE
JANEIRO
Enviado por Oswaldo de Bittencourt
Amarante Filho
Diretor de Assuntos Públicos d a Estaca
RJ/Brasil
ealizou-se no dia 14 de agosto, na
R capela da Rua Getúlio, 49, sob a
supervisão de Reinaldo Germano e
Edna Greco, o II ENCONTRO DE
CORAIS DA ESTACA RJ/BRASIL.
Entre outros, apresentaram-se os
corais: “Edson Paschoal”, composto de
jovens da Igreja Batista do Bairro do
Méier; “Sons e Sorrisos”; “Tocando
em Você” e um número especial por
membros do Ramo de Saracuruna. Na
foto vemos o “Sons e Sorrisos”.
FESTIVAL DE CORAIS
DA PRIMÁRIA
Enviado por Michele Coronetti
Assuntos Públicos Estaca SP Piratininga
o dia 21 de agosto último
N realizou-se o FESTIVAL DE
CORAIS DA PRIMÁRIA da Estaca
S. Paulo Brasil Piratininga, no qual
177 crianças se apresentaram em
corais desenvolvendo temas do
evangelho, como Templo,
Restauração, Testemunho, Oração,
Obra Missionária, Natal, Reverência e
Jesus Cristo.
Pais, familiares e amigos tiveram a
oportunidade de sentir o doce espírito
que os hinos transmitiram, sendo que,
para muitos, esse foi o primeiro
contato com a Igreja.
Nossos agradecimentos às crianças,
pais e líderes que colaboraram para
esse festival.
AVISO
Informamos a todos os membros
o novo número do telefone da
Associação Brasileira de A
Igreja de Jesus Cristo dos Santos
dos Últimos Dias:
(011 ) 816-5811
ENCONTRO CULTURAL
Enviado por Edgar Justiniano
Assistente d o C om itê de Ass. Públicos Estaca
São Paulo

os dias 8 e 10 de setembro
N último, o Comitê de Assuntos
Públicos da Estaca São Paulo realizou o
l e Encontro da Cultura com palestras
dirigidas à comunidade. No dia 8, o tema
abordado foi “Lixo Reciclado — uma
idéia limpa”, apresentado pelo irmão
Teimo Luiz Conatti. Foram convidados
professores, síndicos, presidentes de
associações e creches. A palestra foi
enriquecida com filmes e slides
explicativos e no final os participantes
A lu n o s q u e fre q ü e n ta ra m o cu rso d e d a tilo g ra fia .
receberam certificado de participação
musical do Presidente Degn, da Missão bons os resultados do curso, com
São Paulo Norte, e sua família.
A DATILOGRAFIA N O
uma freqüência de 10 jovens no
No dia do encerramento foi PLANO DE BEM-ESTAR horário vespertino e 15 no horário
apresentada a peça musical “Histórias matutino.
sem Fim”, com direção de Denise eve início no mês de março O programa tem como meta
Camargo Alves, adaptação de Jo Ribes último, o curso de datilografia no também realizar a obra missionária, e
e elenco da Estaca Perdizes. programa de Bem-Estar da Estaca não-membros têm participado do
Quatrocentas pessoas lotaram o salão Maceió Brasil. O programa consiste curso ativamente. Dentro de seis
cultural da Estaca São Paulo, com a em formar jovens a partir dos 12 anos meses teremos 25 alunos com
presença de muitos não-membros. na prática da datilografia. Têm sido certificado de conclusão do curso.

COMEMORACÃO
MUNDIAL DAS MOÇAS
Enviado por Sonia F. Mazetto
Presidente das M o ça s Distrito de C uiab á

ecentemente as Moças de Várzea

R Grande, MT, sob a liderança da
presidência das Moças do Distrito de
Cuiabá, realizaram sua Comemoração
Mundial das Moças. Com o tema
“Andai na Luz” elaboraram, além de
um belo cenário, músicas e discursos
dentro do assunto. Jo v e n s re u n id a s p a ra fe ste ja r o D ia M u n d ia l d a s M o ça s.

ANIVERSÁRIO DA
PRIMÁRIA
s 115 anos da Primária foram
O comemorados em grande estilo
na Estaca Ponta Grossa, no dia 28 de
agosto último, com a realização de
uma grandiosa atividade, à qual
compareceram 300 crianças, que
lotaram o salão cultural da sede da
estaca. O ponto alto da festa foi a
animação das crianças, comandadas
pelos divertidíssimos palhaços Paçoca
e Bolachinha.

N O V E M B R O 1 9 9 3
.5
HAROLD
B. LEE
Kellene Ricks A dam s

POR PAUL M A N N
ILUSTRADO
1. H a ro ld B. Lee e ra u m h o m e m o c u p a d o . T ra b a lh a v a n a p r e fe itu r a , e ra p r e s id e n te d e e s ta c a , m a r id o e p a i de
d u a s filh a s .

2. V é s p e ra d e N a ta l, d e m a n h ã b e m ce d o . O
P re s id e n te Lee p a s s a ra a n o ite a c o rd a d o a ju d a n d o
g ru p o s d e c id a d ã o s a re m o v e r a n e v e d a s ru a s . A g o ra
e s ta v a in d o p a r a casa tr o c a r d e ro u p a s a n te s d e ir
p a r a o e s c ritó rio .
3. A o la d o d a e s tr a d a v iu u m m e n in o q u e n ã o v e s tia
casa co, n e m lu v a s , n e m g a lo c h a s . P a ro u o c a rro e
o fe re c e u -lh e u m a c a ro n a a té a c id a d e .

S E Ç Ã O I N F A N T I L • N O V E M B R O DE 1 9 9 3
2
4. N o c a m in h o , c o m e ç a ra m a c o n v e rs a r. O P re s id e n te Lee p e rg u n to u a o m e n in o se e le e s ta v a p ro n to p a r a o
N a ta l.
5. C o m o v e u -s e q u a n d o o m e n in o re s p o n d e u q u e n ã o
h a v e ria N a ta l e m su a casa . O p a i h a v ia
a c a b a d o d e fa le c e r e a fa m í lia n ã o tin h a
n e n h u m d in h e ir o . A n te s d e d e ix á - lo na
c id a d e , o P re s id e n te Lee p e rg u n to u o
n o m e e e n d e re ç o d o m e n in o .
6. N a n o ite d e N a ta l, e n q u a n to d is tr ib u ía p re s e n te s a
fa m ília s n e c e s s ita d a s , ju n to com os b is p o s de
su a e s ta c a , H a ro ld B. Lee le m b ro u -s e do
m e n in o e p e d iu a u m d o s b is p o s q u e
le v a s s e u m a cesta d e N a ta l p a r a a
fa m í lia d e le .
7. H a ro ld B. Lee fo i s e m p re m u ito
a m á v e l e c a rid o s o . Q u a n d o se
to r n o u o d é c im o -p r im e ir o
P re s id e n te d a Ig r e ja , c o n tin u o u a
d e m o n s tra r g r a n d e a m o r
p e lo s o u tro s . □
 O T e m p lo d e P o rtla n d O re g o n , à e sq u e rd a , fo i d e d ic a d o e m 1 9 8 9 .
A b a ix o , K a th ry n F ifie ld c o n ta as e x p e riê n c ia s q u e te v e lá .

O TEMPLO E
UM LOCAL
REVERENTE Kathryn A. Fifield, c o m o c o n t a d o a su a m ã e , Laurie H. Fifield

eu nome é Kathryn Fifield, moro nos Estados Fomos a Portland quando o templo estava sendo

M
Oregon.
Unidos, em Moscou, Idaho. Tenho onze
anos e acho os templos maravilhosos! Sei
construído. Ficava no meio de um bosque de pinheiros.
As árvores eram tão altas que eu tinha que me curvar
um pouco a respeito de templos porque, quandopara
oito anos, entrei no Templo de Portland
tinhatrás para conseguir ver os topos. E os pináculos do
templo eram exatamente da mesma altura! Na
época, eles eram apenas estruturas de metal,
Quando os líderes da Igreja mas, para mim, pareciam braços
anunciaram a construção de um procurando alcançar o céu, e eu sabia
templo aqui perto, todos ficaram que aquele templo seria um local
muito emocionados. Meus pais sagrado.
ficaram especialmente felizes por Finalmente, os trabalhadores
saberem que poderiam ir ao templo terminaram de revestir de mármore
com mais freqüência. as paredes externas e o prédio ficou

S E Ç Ã O I N F A N T I L • N O V E M B R O DE 1 9 9 3

5
realmente parecendo um templo. Meus pais disseram
que, quando ficasse pronto, poderíamos conhecê-lo por
dentro. Haveria visitação pública e quem quisesse
poderia ver seu interior. Depois disso, haveria uma
reunião especial chamada dedicação, com a participação
de membros dignos. Depois da dedicação, somente
membros da Igreja portadores de recomendação
concedida pelo bispo ou presidente de ramo e pelo
presidente de estaca ou de distrito poderiam entrar.
Senti-me realmente bem por poder participar da
visitação pública, no sábado de manhã. Quando
chegamos, tivemos que ficar numa fila que ia até o outro
lado do edifício! Pelo jeito, muitas pessoas queriam ver o
templo. Eu sei que a maioria delas não sabia o que era
um templo, pois reparei que faziam perguntas umas às
outras. Algumas pensavam que íamos à igreja, todo
domingo, no templo.
Não foi muito cansativo esperar na fila, pois por todo
o caminho haviam colocado televisores com um filme
que explicava o que eram os templos e como usá-los.
Acho que aquelas pessoas aprenderam que não usamos o
templo para as reuniões de domingo.
K a th ry n F ifie ld , à d ireita , com o irm ã o , M a tth e w , e a irm ã . Lisa, s e n ta d o s e m fre n te a o T e m p lo d e P o rtla n d O re g o n .
S E Ç Ã O I N F A N T I L
Quando chegamos à porta, alguns ajudantes puseram
sapatilhas de papel por cima de nossos sapatos. Era para
manter os carpetes limpos e demonstrar respeito.
Dentro do templo tudo era calma. Ninguém falava,
nem mesmo cochichava. Guias especiais nos mostravam
por onde ir, mas não falavam conosco. Eles só sorriam
enquanto passávamos. Observávamos tudo e liamos os
sinais que informavam o propósito de cada sala, mas não
dizíamos nada.
Ao atravessarmos a grande capela, ouvimos uma
música suave que vinha do órgão. Visitamos a fonte
batismal, sustentada pela escultura de doze bois. (Foi
minha sala favorita.) Também vimos as salas de
selamento, onde as pessoas se casam para a eternidade.
Dentro das salas de selamento havia espelhos em duas
paredes opostas. Quando olhei para um espelho, vi
minha família refletida infinitamente.
A sala mais bonita foi a sala celestial. Era toda em
branco e dourado, com belos sofás e cadeiras. No meio
do teto havia um enorme lustre dourado e cintilante.
Tinha “braços” dourados com pequenas lâmpadas
rodeadas por pedras de cristal. Parecia-me a luz do sol
• N O V E M B R O DE 1 9 9 3
6
 refletindo-se através de pontas de gelo.
Minha maior lembrança sobre o interior do templo é
como me senti reverente. Eu não queria sair dali, porque
me sentia muito bem naquele lugar calmo e belo. Andar
por suas salas fez com que me sentisse protegida e íeliz.
Quando saímos, ouvi um homem dizer que se sentia
como se já estivesse no céu. O mesmo aconteceu
comigo.
Algumas semanas após a visitação pública, fui com
meus pais ã dedicação. Eu tinha idade bastante para ir,
pois já fizera oito anos e havia sido batizada.
Sentamo-nos no saguão, bem perto da sala celestial.
Havia pessoas em quase todas as salas do templo e
televisores transmitindo a reunião— não caberíamos
todos na sala celestial onde estava o profeta. Os
integrantes do coro estavam sentados à nossa frente e,
quando chegou a hora de cantarem, foram para a sala
vizinha, que era a sala celestial, onde estava o Presidente
Ezra Taft Benson. Foi incrível pensar que o Presidente
Benson estava bem do outro lado da parede!
Assisti à reunião pelo televisor e ouvi com atenção os
discursos. Quando o coro cantou, senti uma alegria
A s a la b a tis m a l d o T e m p lo d e P o rtla n d O re g o n é a s a la fa v o r ita d e K a th ry n .
DE PHIL SHURTLEFF
FOTOGRAFIA
S E Ç Ã O I N F A N T I L
intensa. Em seu discurso, o Presidente Benson disse que
amava todos nós. Eu queria dizer-lhe que também o
amava, mas não disse nada, apenas sorri.
Durante a reunião, senti-me ainda mais reverente do
que me sentira na visitação pública. Depois da oração
dedicatória, o templo tornou-se a casa de Deus e deixou
de ser um simples edifício. Senti que Jesus e o Pai
Celestial estavam bem ali conosco.
Quando tiver doze anos, poderei ir ao templo fazer
batismos pelos mortos. Mal posso esperar! Sabem de uma
coisa.7 Quando tento de verdade, tenho a mesma
sensação de reverência em outros lugares também. Se
encontro um local bem quieto para orar e realmente
penso em Jesus e no Pai Celestial, sinto-me reverente.
Na igreja, quando me esforço ao máximo para prestar
atenção aos oradores ou a meu professor, sinto-me dessa
maneira. Posso sentir-me reverente mesmo quando ando
pelo bosque ou me sento debaixo da árvore do quintal de
minha casa.
Eu estou sempre praticando a reverência. Assim,
quando for ao templo de novo, saberei exatamente o que
fazer. □
• N O V E M B R O DE 1 9 9 3
7

AVISO!
"E u vo s a v is e i, e d e a n te m ã o vo s a v is o , p o r m e io d e s ta p a la v r a d e s a b e d o r ia , d a d a p o r re v e la ç ã o "
Se meu corpo bem limpo for, se puro eu viver,
Ao templo do Senhor irei minhas bênçãos receber.
Meu corpo ressurreto um dia eu terei
E bem junto ao Pai Celeste em glória ‘viverei.
(Vide A Liahona, sessão infantil, outubro de 1993, pág. 6.)
Uma das grandes bênçãos que recebemos
quando viemos para a terra foi um corpo
físico. Ele é tão importante que o Senhor o
chama de “templo de Deus”. (Vide I Coríntios 3:17.)
Nosso corpo é sagrado, por isso o Pai Celestial quer que
cuidemos dele. Deus sabe que podemos ser pessoas
melhores e mais felizes se formos saudáveis, e sabe
também que somos tentados a tratar nosso corpo
imprudentemente ou a colocar coisas prejudiciais dentro
dele. Por essa razão falou-nos de coisas que são boas para
a saúde e de outras que são prejudiciais. Muitas dessas
informações encontram-se na seção 89 de Doutrina e
Convênios. Essa revelação chama-se Palavra de
Sabedoria.
Quando respeitamos a Palavra de Sabedoria, temos o
Espírito do Senhor. Se maltratamos o templo de
Deus— nosso corpo— ferimo-nos não só fisicamente, mas
também espiritualmente. Devemos obedecer à Palavra
de Sabedoria para sermos dignos de entrar no templo— a
casa do Senhor— e recebermos as bênçãos especiais que
lá nos aguardam.
In s tru ç õ e s
Pinte as figuras da página seguinte. Leia cada escritura
e depois desenhe o símbolo correto no quadrado ao lado.
O círculo vazio representa as coisas que são boas para
nós e o círculo cortado por uma barra (o sinal de aviso)
representa as coisas que não devemos comer ou usar. Por
S E Ç Ã O
TEMPO DE COMPARTILHAR
Jud y Edwards
(D o u trin a e C o n v ê n io s 8 9 :4 ).
exemplo, Doutrina e Convênios 89:16 diz: “Todos os
cereais são bons para comida do homem; assim como o
fruto da videira; tudo aquilo que produz fruto, quer na
terra, quer em cima da terra”; coloque, então, um círculo
vazio no quadrado ao lado dessa escritura.
Id é ia s p a r a o T e m p o d e C o m p a rtilh a r
1. Convide as crianças a encherem uma cesta com
alimentos naturais verdadeiros, como frutas, legumes, grãos,
etc. ou a fazerem desenhos desses alimentos. Os mais velhos
podem tentar combinar cada alimento com um versículo da
seção 8 9 de Doutrina e Convênios. Os mais novos podem
usar um boneco que tenha uma boca que abra para
alimentos bons e feche para coisas que não devemos colocar
dentro de nosso corpo.
2. Conte a história de Daniel e seus amigos, que comeram
alimentos simples na corte do Rei Nabucodonosor. (Vide
Daniel 1.) A s crianças podem dramatizar essa história ou
fazer desenhos sobre ela. Descreva as semelhanças existentes
entre a Palavra de Sabedoria e a lei de saúde seguida por
Daniel. Discuta os avisos adicionais que nos são dados agora.
3. Fale sobre como as vária iscas são usadas em
armadilhas para animais; como o fumo, o álcool, o café, o
chá e as drogas prejudiciais são usadas para nos enganar e
como podemos proteger-nos dessas armadilhas.
4 •Cante “A Palavra de Sabedoria". (Vide Cante
Comigo, pág. B-41-) Usando a canção e as palavras de
Doutrina e Convênios 8 9 :1 8 —2 1 , fale sobre as bênçãos
recebidas quando obedecemos à Palavra de Sabedoria. □
'9 3 f ‘f ‘ I svxnnxJS3 svp opvj ov osmn ap pias um pi/ussnp .‘8 3 £ ‘ç
'1 SDMJU3S3 svp opnj ov o i2 m o p a tp um n/uxaQ :;o s iíiy .'spjsfxfsay
I N F A N T I L • N O V E M B R O DE 1 9 9 3
8
 O0
1
D & C 89:7

2
D & C 4 9 :1 9

3
D & .C 89 :8

4
2 N éfi 15:22

5
D & C 89: 12

6
D & C 8 9 :9

7
Gênesis 1:29

8
D & C 89: 10- 11

S E Ç Ã O I N F A N T I L • N O V E M B R O DE 1 9 9 3
9
 FICÇÃO

Brad Wilcox

agora gostaria de terminar meu discurso frente do irmão Smith.

prestando testemunho”, dizia o orador da
reunião sacramental. Sara e a irmã mais nova,
Bete, estavam sentadas com a família no fundo da
capela. O pai delas inclinou-se para frente e, pelo olhar,
fez uma clara advertência a ambas. Elas não estavam
sendo irreverentes nem fazendo barulho, mas o pai sabia
o que ia acontecer— a família estava sentada bem na
O orador terminou: “Em nome de Jesus Cristo,
amém”. Sara mordeu os lábios e fechou os olhos,
esperando. Então, ouviu— todos na cidade devem ter
ouvido— o “AM ÈM !” do irmão Smith.
Sara tentou não rir, mas quando Bete começou, não
pôde evitar. O pai pareceu desapontado, e Sara sentiu-se
envergonhada. Ela sabia que não devia rir na Igreja. “E

"AMÉM"!
R MÃ 0 S MI T H DI Z
DE TAIA MORLE
ILUSTRAÇÃO

S E Ç Ã O I N F A N T I L • N O V E M B R O DE 1 9 9 3
10
culpa do irmão Smith”, reclamou ao pai, enquanto
tentava acalmar Bete.
Todos na ala diziam “Amém” após uma oração ou
discurso, mas diziam-no baixinho, quase para si mesmos.
O irmão Smith, ao dizer o seu “AMEM”, parecia estar
num jogo de futebol.
“Ele é idoso”, o pai explicara antes. “Ele não ouve
muito bem.” Sara sabia que algumas pessoas que não
ouvem bem freqüentemente gritam. Ainda assim, estava
certa de que quando o irmão Smith dizia “amém” até as
pessoas que passavam na rua podiam ouvir.
Saindo da Igreja, quando a caminho de casa, Sara
esperava mais um sermão do pai sobre reverência. Ele,
porém, não disse nada.
Bete quebrou o silêncio: “Desculpe pai, eu ri de
novo”.
Sara cutucou-lhe a perna e olhou feio para ela por ter
tocado no assunto, mas o pai simplesmente disse:
“Depois do almoço tenho algo a mostrar-lhes, meninas”.
Depois de comerem, o pai levou as duas meninas para
a biblioteca. “Isto é uma coisa que pertenceu ao seu
bisavô”, ele disse, tirando de uma caixa um objeto de
metal do tamanho de um punho.
“O que é isso/”, perguntou Sara. “Parece um
prendedor.”
S E Ç Ã O I N F A N T I L
“E um selo”. O pai pegou uma folha de papel de sua
escrivaninha e colocou-a entre as duas placas redondas
do objeto. Usando as duas mãos, ele apertou os dois
cabos, depois soltou-os e, tirou a folha. “Estão vendo a
marca que deixa no papel?”
As meninas olharam para o intricado desenho e a bela
escrita:
“E o máximo!”, exclamou Sara. “Posso tentar uma
vez;
“E claro.” O pai sorriu e pegou outra folha de papel.
“Seu bisavô era um homem muito importante na cidade
onde vivia. Era um líder, e as pessoas confiavam nele.
Este era seu selo; não havia nenhum outro igual a este.”
Sara apertou as duas placas; então, as duas meninas
correram os dedos pela impressão deixada no papel.
“Dessa forma ele enviava mensagens importantes”,
disse-lhes o pai. “Colocava seu selo nas mensagens e as
pessoas que as recebiam sabiam que as mensagens
realmente eram dele. Por exemplo, quando as pessoas se
casavam ou realizavam algo que exigia uma testemunha,
ele usava seu selo. Todo o mundo sabia que qualquer
coisa que levasse seu selo era verdadeira.”
“Viva!”, exclamou Bete.
“Isso é incrível!”, complementou Sara.
O pai olhou para elas. “Quer dizer que não dariam
• N O V E M B R O DE 1 9 9 3
11
risada do selo de seu bisavô?”
“De jeito nenhum”, disse Sara. “E uma coisa
importante.”
“E, de jeito nenhum”, concordou Bete.
O pai sorriu. “Sabiam que a palavra amém também é
um selo?”
Sara percebera que alguma coisa assim estava no ar.
Seu pai fazia de tudo uma lição. Esperou que ele
continuasse.
“Bem, é verdade— amém é o selo pessoal que
colocamos em ordenanças, testemunhos, orações e
discursos. Significa sabermos ter feito, dito ou ouvido
algo verdadeiro. ‘A mém’ é nosso selo e demonstra nossa
concordância e aprovação.”
“Bem, agora”, disse ele, quebrando a tensão, “quem
quer usar o selo do bisavô em suas coisas?”
“Eu! Eu!”, as duas meninas gritaram felizes.
Durante toda aquela semana, Sara pôs o selo do
bisavô na primeira página de todos os seus livros e em
tudo o mais que conseguiu achar. Fez cartões para os
amigos e selou até seu diário.
S E Ç Ã O I N F A N T I L
No domingo seguinte, a família de Sara chegou à
igreja um pouco atrazada. O pai encontrou um banco
meio vazio no fundo da capela. Sentaram-se no
momento em que todos estavam baixando a cabeça para
a oração.
Na oração, a irmã Carter disse: “Agradecemos-te
por este belo dia”. Enquanto prestava atenção, Sara
pensava no selo do bisavô. Colocaria ela seu selo
nessas palavras? “Somos gratos por termos esta capela
para nos reunirmos”, a irmã Carter dizia nesse
momento. Sara poderia testemunhar que aquelas
palavras eram verdadeiras? “E rogamos-te que
abençoes o profeta e os missionários”. Ela aprovava?
Concordava? A irmã Carter terminou a oração: “Em
nome de Jesus Cristo, amém”.
Imaginando a si mesma colocando o selo do bisavô na
oração da irmã Carter, Sara disse “amém” bem alto,
ouvindo, ao mesmo tempo, o “AM EM !” do irmão Smith.
Sara não riu. Nem Bete. Seu pai deu-lhes um sorriso
de aprovação. Sara chegou perto dele e disse: “Amém’ é
o selo do irmão Smith, pai— um selo GRANDE”. □
• N O V E M B R O DE 1 9 9 3
12
 SÓ PARA DIVERTIR

DESENHO COM
FOLHAS
Ju lie Wardeli

Para fazer animais e outros objetos com folhas,

precisamos de folhas de diferentes cores,
tamanhos e formas; jornal; livros pesados, papel e
cola.
1. Coloque as folhas entre camadas de jornal.
Ponha livros pesados sobre o jornal e deixe ficar
por um ou dois dias.
2. Arranje as folhas sobre papel, de modo a
formar o animal ou objeto que deseja fazer.
Então, passe um pouco de cola atrás de cada
folha e cole no papel. □

ILUSTRAÇÃO DE JULIE F. Y O U N G

(D
JOGO DE BOLINHA
DE GUDE
Carol Spielm an

Para este jogo, precisaremos de uma caixa de sapato, entraram. O jogador com o maior número de pontos
uma tesoura, uma caneta grossa, fita adesiva e bolinhas de após três partidas é o vencedor. □
gude.
Tire a tampa da caixa. Vire a caixa de cabeça para
baixo e recorte, em um de seus lados mais longos, cinco
aberturas de diferentes tamanhos (veja a ilustração).
Numere as aberturas como na ilustração, escrevendo os ; -----------------------------

mnow
números maiores sobre as menores e os números menores
sobre as aberturas maiores. / g, Q % §>
Para jogar, ponha a caixa na frente dos participantes,
contra a parede. Use a fita adesiva para marcar no chão
uma linha de arremesso, a 1,2 metros da caixa. Dê a cada
jogador cinco bolinhas. Cada um joga uma bolinha de
cada vez, somando os números das aberturas em que elas _ ©
@
S E Ç Ã O I N F A N T I L • N O V E M B R O DE 1 9 9 3

3 © o
 COM O FAZER A M IGOS
Xinia Munoz da Cidade
de Belize/ Belize
Marvin K. G a r d n e r
F OTOGR AFIA D O AUTOR
contece quase todo domingo à
A noite. Após voltar da igreja e
lavar a louça do jantar, Xinia,
de nove anos de idade, pega um lápis e
várias folhas de papel pautado e começa
a escrever cartas.
Senta-se à mesa da cozinha,
compenetrada. De vez em quando ergue
a cabeça para perguntar como se soletra
uma palavra ou para comentar algo de
que se recorda sobre a pessoa a quem
está escrevendo. Durante a maior parte
do tempo, porém, ela parece estar em
seu próprio mundo— ou no mundo da
pessoa que tem a sorte de receber uma
carta sua.
A quem ela escreve? “Aos missionários”, responde,
com um sorriso. A carta que está escrevendo no
momento é dirigida a élder Ed McCoy, um amigo
chegado da família, que está cumprindo missão na
Califórnia. Ed é a única pessoa da Igreja em sua família e
Xinia não deixa de enviar-lhe pelo menos uma carta por
semana.
“Ed costumava ir à nossa casa no domingo para
jantar”, ela conta. Depois que saiu em missão, as noites
de domingo não pareciam completas se não conversasse
com ele— mesmo que fosse por meio de uma carta. Em
pouco tempo, Xinia começou a escrever também a
outros missionários. Agora, quase todo domingo à noite
ela escreve uma carta a cada um dos seis missionários
que partiram da Cidade de Belize. As vezes, escreve
também aos que serviram em Belize e retornaram para
casa. Toda segunda-feira de manhã, sua mãe envia um
punhado de suas cartas a locais como Honduras,
Inglaterra, Canadá e Estados Unidos.
Por morar em Belize— um país da
América Central perto do México e da
Guatemala— seria de se esperar que
Xinia falasse espanhol e escrevesse
cartas nessa língua. Embora ela tenha
muitos amigos que falam espanhol, Xinia
e a família falam inglês, a língua oficial
do país. (Belize era conhecido como
“Honduras Britânicas”.) A família
Munoz fala também o crioulo, um
dialeto caribenho derivado do inglês.
O que diz Xinia nas cartas? “Um
monte de coisas”, responde, “— que
estou bem, sinto saudade deles e
gostaria de saber como estão”.
Algumas vezes, inclui poesias. “Escrevo poesias
sobre a felicidade, a Bíblia, meus sentimentos pelas
pessoas, minha gratidão por meu Pai Celestial, meu
amor por Ele e minha gratidão por ter-me mandado
à terra.
“As vezes faço poesias para o Dia das Mães e o
Dia dos Pais”, ela diz. “Sou grata ao Pai Celestial
por ter-me mandado a esta família”. Seu pai,
Joel, é presidente do ramo da Cidade de
Belize. A mãe, Tomasa, dá aula no instituto
e na classe de história da família. Xinia tem
dois irmãos mais velhos, Alfonso, de 18
anos, e Ângelo, de 12; uma irmã mais
velha, Madelyn, de 17; e um irmão mais
novo, Micah, de 3. “Sou grata por
meus amigos também, e às vezes
escrevo poesias sobre eles”.
“Xinia está sempre
N as noites de do m in go, Xinia
e s cre ve c a rta s a o s m is s io n á rio s . N a
e s c o la , e la g o s ta d e a p o s ta r
c o r r id a com os a m ig o s . Ela a d o ra
e s c re v e r p o e s ia s s o b re a m ã e .
 X in ia g o s ta d e b r in c a r nos
a n im a is d e c im e n to d o p a rq u e . H á u m
e le fa n te , u m t ig r e , u m a t a r t a r u g a e u m
a v e s tru z . P o d e -s e e n t r a r n a b o ca a b e r ta
d o h ip o p ó ta m o . "E g o s to d o p e ix e
a m a r e lo co m u m c írc u lo g r a n d e no
m e io . P o d e m o s s e n ta r d e n tro d e le
e d e s c a n s a r!

escrevendo a respeito de seus sentimentos”, conta a mãe.
“Quando algo lhe acontece ou fica magoada, escreve a
respeito. Ela se expressa melhor desse jeito.”
Ela escreveu, por exemplo, sobre o dia em que ingeriu
alguns comprimidos pensando que fossem doces: “Depois
que comi meus docinhos, desmaiei. Eu tossia. Meus
olhos se fecharam. Quando acordei [no hospital], vi
minha mãe chorando. Perguntei-lhe: ‘Mãe, por que está
chorando?’ Ela disse: ‘Pensei que fosse morrer’. No dia
seguinte, minha família estava lá. Eles disseram: ‘Nós te
amamos, Xinia’. Eu fiquei feliz. Cada um deles comprou-
me um presente. Depois, despediram-se e foram embora.
No dia seguinte, voltaram para levar-me para casa numa
cadeira de rodas. Não pude sair de casa durante muito
tempo, até meu coração ficar bom. Eu tinha seis anos de
idade. Precisava continuar vivendo”.
Na escola, Xinia está no terceiro ano. Ela ganhou um
prêmio por tirar o terceiro lugar da classe. Escreveu uma
poesia para um programa escolar sobre o meio ambiente,
incentivando as pessoas a apreciarem o mundo e a
mantê-lo limpo. “Estou praticando para ser jornalista”,
diz ela. “Quero escrever artigos para jornais e revistas”.
Assim como a maioria das pessoas que gostam de
escrever, Xinia também gosta de ler. Todo dia ela leva
para casa o livro de leitura da escola. “As vezes”, conta,
“leio o livro de leitura umas cinco vezes por dia. Gosto
muito. Tem muitas histórias e artigos”.
Ela também gosta de ler o Livro de Mórmon e as
páginas infantis das revistas da Igreja, com suas histórias,
brincadeiras e atividades. Ela e o irmão, Ângelo,
guardam as revistas em grandes envelopes marrons para
poderem ler outra vez mais tarde.
“Em uma de minhas revistas, há uma história sobre
um anel do C TR ”, ela diz. “Adoro ler essa história. Eu
tinha um anel do C TR, mas uma vez Micah [o
irmãozinho de três anos] estava mexendo em minha
caixa de jóias, pegou o anel e perdeu-o. Quando o achei,
estava torto e eu não conseguia mais colocá-lo no dedo”.
Ela ficou decepcionada, mas pensar no anel ajudou-a a
ser gentil com o irmão menor.
Xinia também gosta de cantar. “Minhas canções
favoritas da Primária são ‘0 Mamãe do Coração' e
‘Histórias do Livro de Mórmon’. Gosto também de uma
pequena canção que fala sobre estourar pipoca e daquela
que conta sobre o homem de neve alto, alto, alto”.
Neve em Belize, no entanto, não há. Localizada na
costa do Mar do Caribe, a Cidade de Belize é quente e
úmida. Como a terra lá é plana e pantanosa, muitas casas
são construídas sobre palafitas, que muitas vezes se
erguem acima da superfície, sendo necessário subir uma
escada para entrar na casa. Outras construções como a
capela da Cidade de Belize, não parecem estar sobre
palafitas, mas muitas estão. São construídas sobre
palafitas que ficam abaixo da superfície. Depois, o
terreno pantanoso é terraplenado.
“Nunca vi neve”, confessa Xinia, “mas gosto da
canção do homem de neve, pois me ajuda a ter uma
idéia do mundo à minha volta. E haja ou não haja neve
em Belize, este continua sendo meu lar.”
Xinia recentemente escreveu a respeito de seus
sentimentos pelo Pai Celestial: “Quando falo do Pai
Celestial, sinto amor. Eu o amo. Gostaria de poder ir ao
céu e agradecer-lhe por estar aqui na terra. Fico feliz por
possuir este corpo de carne e ossos e por ir à escola e ter
amigos. Eu sei que ele me ama e eu o amo muito, assim
como ele me ama. Com sua ajuda, posso fazer todo tipo
de coisa, como subir numa árvore, apostar corrida e ser
amigável.” □

S E Ç À O I N F A N T I L • N O V E M B R O DE 1 9 9 3
16
A I G R E J A D E J E S U S
A LIAHONA
C R I S T O D O S S A N T O S D O S . Ú L T I M O S D I A S ■ D E Z E M B R O D E 1 9 9 3
 A LIAHONA
D E Z E M B R O DE 1 9 9 3

D E S T A Q U E S
M E N SA G EM DA P R IM E I R A P R E S ID Ê N C IA :
O E S P Í R I T O D E NATAL PRESIDENTE THOMAS S. MONSON.......................................... 2

O C A M ELO D E SL O C A D O JANET EYESTONE BUCK............................. 8

C O N H E C E R O P A S T O R ÉLDER ROBERT E. WELLS..........................................................1 0

N O IT E F E L I Z DEANNE WALKER................................................................................ 22

J O S E P I I I IE L R IM » S M IT II: I M D I S C Í P t LO G E N T IL
LEON R. HARTSHORN.................................... ...............................................................................2 6

A E S T R A D A PA R A R E L É M D. KELLYOGDEN.................................... 3 4

ESPECIALMENTE PARA OS JOVENS

O M E L H O R D E T O D O S O S P R E S E N T E S JIMMY KAIRI..................................... 1 6

N O SSA F E S T A D E NATAL NETZAHUALCOYOTL SALINAS VILLAZAES........................... 1 8

Na capa:
Reunir am igos e parentes para P R E S E N T E S D E N ATA L................................................. 2 0
encenar os acontecim entos que cercaram
o nascim ento d o Salvador é uma bela
m aneira de se m anter em foco o E L E V IV E SALLYJ. ODEKIRK............................. 32
verdadeiro espírito de N atal.
Ilustrado po r Paul M ann. F IC Ç Ã O : I MA E X C E L E N T E M EN SA G EM D E NATAL
Cap a da S e çã o Infa n til: ALMAJ. YATES......................................... ......................................................................................4 2
A idéia de decorar uma árvore na
época de N atal originou-se na Europa,
mas, hoje, as crianças de muitas partes
do m undo alegam que esta é uma DEPARTAMENTOS
tra dição do seu país. Vide algum as idéias
para decoração na página 1 6. C O M E N T Á R IO S ......................................................................................................................1
Fotografia de M elanie Shumway.

M EN SAG EM DAS P R O F E S S O R A S V IS IT A N T E S :
M U L H E R E S D E CONVÊNIO 25

SEÇÃO INFANTIL
H IS T Ó R IA S DO I.IV H O D E MÓRMON:
O PO V O D E AMON 2

LM A M EN SA G EM D E NATAL DA P R IM E I R A P R E S ID Ê N C IA 4

T E M P O D E C O M P A R T IL H A R :
P A I, A G R A D E C E M O S -T E JUDY EDWARDS........................................... 6

H IN O: A CANÇÃO D O S P A S T O R E S DANIEL LYMANCARTER.................... .8

A I G R E J A C O M EÇ O L COM UM P R O F E T A SHERRIE JOHNSON......................... 9

F IC Ç Ã O : O P R E S E N T E D E NATAL LOUISE ENGSTROM.................................. 12

E N FEITES DE NATAL......................................................................................... 16
D EZEM BRO de 1993, Vol. 17, n 2 12 COMENTÁRIOS
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Publicação oficial em português de A Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últim os Dias.
A Prim eira Presidência: Ezra T aft Benson,
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Quorum dos Doze: Howard W . Hunter,
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David B. Haight, James E. Faust, Neal A . Maxwell,
Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks, M. Russell Ballard, UM GUIA ESPIRITUAL folhear a revista, e hoje gosta de lê-la de
Joseph B. W irthlin, Richard G . S co tt
C onsultores: Rex D. Pinegar, John H. Groberg,
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V . Dallas Merrell, Robert E. W ells C o n s id e ro a Liahona (e sp a n h o l) um
Editor: Rex D. Pinegar
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A L I A H O N A • D E Z E M B R O DE 1 9 9 3
/
 M ENSAGEM DA PRIMEIRA PRESIDÊNCIA

O Espírito
de Natal

P residen te T h o m a s S. M o nson
Segundo C onselheiro na Primeira Presidência

A
Praça do Templo, na Cidade do Lago Salgado, é sempre bela,

mas nesta época do ano ela reveste-se de um encanto todo

especial. A neve que começa a cair, o frio da noite hibernai,

o cintilar das luzes, o som de cânticos, o vai-e-vem de pessoas com pesados

agasalhos nos fazem lembrar que o Natal se aproxima.

Quantos símbolos de Natal!

Eles estão em todo lugar.
Há uma agitação incomum; N a P raça d o T e m p lo
Podemos senti-la no ar.' n a C id a d e d o L a g o
S a lg a d o , U ta h , um
No histórico Tabernáculo, hoje com mais de cem anos, as cores e os p re s é p io d e ta m a n h o
n a tu r a l (à e s q u e rd a )
enfeites tradicionais de Natal transportam-nos serenamente no tempo para re p re s e n ta a q u e la
n o ite g lo rio s a e m q u e
uma cena pioneira, registrada no diário de Rebecca Riter, no dia 25 de
o a n jo d o S e n h o r
a p a re c e u a o s p a s to re s
dezembro de 1847 no Vale do Lago Salgado: “O inverno foi rigoroso e as
nos c a m p o s . A o fu n d o
e s tá u m a fu lg u r a n te
crianças tinham fome. Pensei em usar o trigo que trouxera na travessia das
e s tá tu a d o Christus,

planícies e escondera sob um monte de madeira, mas quando me lembrei de v is to a tra v é s d a

ja n e la d o C e n tro de
como precisaríamos dos grãos para o plantio na primavera, desisti da idéia”. V is ita n te s N o rte .

A L I A H O N A • D E Z E M B R O DE 1 9 9 3
3
 Fé, sacrifício, amor e lágrimas fizeram parte daquele
primeiro Natal no Vale do Lago Salgado e ainda hoje
estão presentes em nossos lares e corações. Sem dúvida,
eles são parte do que chamamos Espírito de Natal.
Eu sou o Espírito de Natal.
E n tro n a ca sa p o b re , fa z e n d o c ria n ç a s pálidas
arregalarem os olhos em alegre admiração.
F a ço o a v a ren to a b rir a m ão e c o n c e d o -lh e assim
luminosidade à alma.
Faço o velho reviver sua mocidade e rir alegremente como
em outros tempos.
M antenho vivo o encanto nos corações das crianças e
ilumino suas noites com sonhos repletos de magia.
Faço gente galgar com alegria escadas escuras, carregando
cestas cheias e deixando atrás de si corações maravilhados
com a bondade do mundo.
Faço o esbanjador parar um momento no seu caminho
desenfreado e perdulário para m a n d a r aos que o am am
a lgu m a p e q u e n a le m b ra n ç a q u e p ro v o q u e lá grim a s
de alegria— lágrimas que lavem de suas faces os duros vincos
da dor.
E ntro em som brias celas de prisão, fa zen d o hom ens
marcados lembrarem-se de como poderia ter sido sua vida e
apontando-lhes um futuro melhor.
Entro suavemente na branca e silenciosa casa da dor e
faço lábios fracos demais para falar tremerem em inaudível,
mas eloqüente gratidão.
Faço de inúmeras maneiras este mundo cansado elevar
seus olhos para a face de Deus e por uns breves instantes
esquecer as coisas mesquinhas ou vis.
E u sou o Espírito de Natal.2
O Presidente Hugh B. Brown aconselhou-nos a deixar
o Espírito de Natal iluminar a janela panorâmica de
nossa alma e a erguermos o olhar acima da vida agitada
do mundo, dando mais importância às pessoas do que às
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4
coisas. Para entender o verdadeiro significado do Espírito
de Natal, precisamos ter o Espírito de Cristo.
Esse foi o Espírito que m arcou aquele prim eiro
Natal— um dia já previsto pelos profetas antigos. Isaías,
por exemplo, disse: “Eis que uma virgem conceberá, e
dará à luz um filho, e será seu nome Emanuel” (Isaías
7:14). Novamente Isaías declarou: “Porque um menino
nos nasceu, . . . e o seu nome será . . . Príncipe da paz”
(Isaías 9:6).
No continente americano, o profeta dizia: “O tempo se
aproxima e não está muito longe, em que, com poder, o
Senhor Onipotente, . . . habitará em um tabernáculo de
barro . . . e eis que sofrerá tentações, dores . . . E se
chamará Jesus Cristo, o Filho de Deus” (Mosiah 3:5, 7-8).
Então chegou aquela noite gloriosa, quando os pastores
que estavam nos campos foram visitados pelo anjo do
Senhor, que anunciou: “Não temais, porque eis aqui vos
trago novas de grande alegria . . . Pois, na cidade de Davi,
vos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lucas
2 :1 0 - 1 1 ) . Os pastores foram apressadam ente até a
manjedoura para prestar homenagem a Cristo, o Senhor, e
magos viajaram do Oriente a Jerusalém, “dizendo: Onde
está aquele que é nascido rei dos judeus? porque vimos a
sua estrela no oriente, e viemos a adorá-lo . . . E, vendo
eles a estrela, alegraram-se muito com grande alegria. E,
entrando na casa, acharam o menino com Maria sua mãe,
e prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros,
lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra” (Mateus 2:2,
10 - 11).
Com o nascimento do Infante de Belém, deu-se uma
grande investidura, uma investidura de poder maior que
o das armas, e de uma riqueza mais duradoura que a das
moedas de César. Essa criança viria a ser o Rei dos reis, o
Filho de Deus.
A partir de então o espírito de dar presentes tem
permanecido na mente de todo cristão ao comemorar o
N atal. F ico im aginando se nos b en eficiaríam o s
DE 1 9 9 3
 pois significa boa vontade para com
todos os homens.”4
Se nos lembrarmos de que “quando
estais a serviço de vosso próximo,
estais somente a serviço de vosso
Deus”, não nos encontraremos na
situação nada invejável do fantasma
de Jacob Marley, que conversou com
Ebenezer Scrooge no clássico de
C harles D ickens “ U m C â n tico de
Natal". Scrooge notou que grandes
correntes prendiam o corpo de Marley
POR ROBERT T. BARRETT.

e disse: “Vejo que estás acorrentado.

Por quê?”
Marley respondeu: “Estou preso
pela corrente que forjei em vida. Eu
ILUSTRADO

a fiz, elo por elo, metro por metro”.

S cro o g e ten to u co n so lá -lo ,
Com o n a s c im e n to d o In fa n te d e B e lé m , s u rg iu u m p o d e r m a io r d o q u e o dizendo: “Mas você sempre foi um
d a s a rm a s e u m a riq u e z a m a io r d o q u e a d a s m o e d a s d e César. Essa honesto homem de negócios”.
c ria n ç a v ir ia a s e r o Rei d o s re is , Jesus C ris to , o F ilh o d e D eus. Marley respondeu: “Negócios! A
humanidade era meu negócio . . .
N ão saber que qualquer espírito
perguntando a nós mesmos qual o presente que o Senhor cristão, trabalhando com bondade em sua pequena esfera,
gostaria que déssemos a ele ou a nosso próximo nesta seja ela qual for, descobrirá que a sua vida mortal é curta
época tão especial do ano. Lembremo-nos do que disse o demais para tudo o que poderia fazer. Não saber que, seja
poeta Ralph Emerson: “Anéis e'outras jóias não são qual for o grau de arrependimento, é impossível recuperar
presentes, mas desculpas. O único presente verdadeiro é as oportunidades perdidas! Assim era eu! Assim era eu!”
uma porção de ti mesmo”.3 Marley continuou: “Por que andei por entre multidões
“A verdadeira felicidade”, disse o Presidente David O. com os olhos abaixados e nunca os ergui em direção à
McKay, “só pode ser encontrada quando fazemos os abençoada estrela que guiou os magos a uma humilde
outros felizes— a aplicação prática da doutrina do morada? Será que não havia lares pobres aos quais sua
Salvador de perder a vida para achá-la. Em suma, o luz pudesse conduzir-me?”5
espírito de Natal é o espírito de Cristo, que nos aquece o Felizmente, todos nós podemos ter o privilégio de
coração com amor e amizade fraternais e nos inspira a prestar serviço ao próximo. Basta olharmos e veremos
praticar boas ações. É o espírito do evangelho de Jesus também uma estrela brilhante e única que nos guiará a
Cristo, que, se obedecido, proporcionará ‘paz na terra’, nossa oportunidade.

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5
 Permitam-me transcrever a bela
mensagem contida no cartão de Natal
que recebi de Dick e Marley Headlee,
cujo título é “Um milagre moderno”.
A família Headlee escreveu: “Nós
e alguns amigos, trabalhando no
projeto Concern International, com a
ajuda de uma instituição humanitária
da Igreja recolhemos, durante meses,
m antim entos, roupas, remédios e
brinquedos para um orfan ato na
Rom ênia. Finalm ente terminou o
prazo do projeto e a carga tinha que
ser embarcada, na Cidade do Lago
Salgado. Nos últim os m om entos,
quando fechamos o contêiner de doze
metros, houve grande correria, mas as
dezoito toneladas das tão necessitadas
provisões foram por fim acomodadas.
E n tão, literalm en te no últim o H á q u e m d ig a n ã o e x is tire m m ila g r e s h o je e m d ia , m a s o m é d ic o d a
minuto, chegou de Provo uma amiga R o m ê n ia , c u ja s o ra ç õ e s fo r a m re s p o n d id a s , d ir ia : "S im , h á m ila g r e s " !
nossa, Barbara Printon, trazendo
vários objetos, entre eles um andador
ortopédico infantil. Uma vizinha de Barbara ouvira falar de trazido um andador infantil para Raymond’. Kathy, nossa
seu interesse por esse projeto e fora inspirada a doar o filha, respondeu que se lembrava vagamente de algo
andador ao orfanato da Romênia. Nossa filha agradeceu a parecido, mas não sabia qual era o tamanho. Ela mandou
Barbara, olhou para o andador sem saber o que fazer. Ele então nosso filho Bruce procurá-lo e ele, após arrastar-se
não estava na lista das coisas necessárias, mas como o entre os pacotes de roupas e de comida, encontrou-o e
aparelho era leve, decidiu mandá-lo. levantou-o, gritando: ‘E um andador pequeno!’ Todos
Quando chegamos à Romênia conhecemos um médico começaram a aplaudir e logo a chorar, pois sabiam que
responsável por um órfão, deficiente físico de quatro haviam participado de um milagre moderno.
anos, chamado Raymond. Ele tinha os pés deformados e Há quem diga não existirem milagres hoje em dia,
era cego. Um a ciru rgia re c e n te h avia corrigid o o mas o médico cujas orações foram respondidas, diria:
problema dos pés e o Doutor Lynn Oborn estava então ‘Sim , há m ilagres, e Raym ond está a n d a n d o !’
ensinando Raymond, que nunca andara, a usar as pernas. C ertam en te concordaria com ele a vizinha que, ao
As primeiras palavras que o Doutor Oborn nos dirigiu sentir-se inspirada a doar o aparelho, foi um instrumento
foram A h, trouxeram o contêiner. Espero que tenham nas mãos do Senhor.

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6
 N ossa fam ília, ten d o saído fo rta le c id a dessa
experiência, presta testemunho de que o Senhor ouve as
nossas orações e responde a elas. Somos imensamente
gratos por isso.”
Talvez Dick e Marley estivessem lembrando o tempo
em que Dick tivera uma parada cardíaca, quando os
m édicos tin h am d ito ser o tra n sp la n te a ú n ica
esperança. Naquela ocasião uma fé inabalável e orações
sinceras precederam o milagre— que veio na forma de
um coração novo, dando a Dick uma vida nova e uma
alma cheia de gratidão pela bondade do Senhor.
Outra frase de Dickens representa muito bem Dick
Headlee e sua fam ília: “H onrarei o N atal em meu
coração e lembrar-me-ei dele o ano todo. Viverei no
Passado, no Presente e no Futuro. Os espíritos desses
três se alinharão a mim. Não fecharei meu coração para
as mensagens que cada um deles ensina”.6
Uma lição de grande profundidade, ensinada na
época de Natal, é o lamento do Senhor: “As raposas têm
covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do
homem não tem onde reclinar a cabeça” (Mateus 8:20).
“Não há lugar na estalagem.” Essa frase acompanhou-
lhe os passos e entristeceu-lhe o coração. Recordemos o
dom supremo, definido pelo apóstolo Paulo: “O dom
gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso
Senhor (Romanos 6:23). Sua promessa é eternamente
válida: “Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a
m inha voz, e abrir a porta, en trarei em sua casa”
(Apocalipse 3:20).
O verdadeiro espírito de Natal encontra-se na Sua
afirmação: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em
mim, ainda que esteja morto, viverá; E todo aquele que
vive, e crê em mim, nunca morrerá” (João 11:25-26).
Q ue posso dar-lhe,
Tão pobre que sou ?
Se eu fosse um pastor,
A L I A H O N A • D E Z E M B R O
Traria uma ovelha;
Se um dos ?nagos fosse,
Cumpriria minha obrigação;
Mas que posso dar-lhe?
Posso dar-lhe m eu coração.7
Se dermos nossos corações a Cristo, receberemos o
E sp írito de N a ta l. Q ue m ereçam os esse precioso
presente e o compartilhemos voluntariamente. □
O Presidente Munson proferiu esse discurso no Devocional de Natal
da Primeira Presidência, na dia 6 de dezembro de 1992.
AUXÍLIOS PARA DEBATE
1. Fé, sacrifício, amor e lágrimas fazem parte do que
chamamos Espírito de Natal.
2. Seria proveitoso perguntar a nós mesmos qual o
presente que o Senhor gostaria que déssemos a ele nesta
época tão especial do ano.
3. Todos nós podemos ter o privilégio de prestar
serviço ao próximo. Basta olharmos e veremos uma
estre la b rilh a n te e ú n ica que nos guiará a nossa
oportunidade.
NOTAS FINAIS
1. A utor d esconhecido.
2. A utor d esconhecido.
3. The Complete Writings o f Ralph Emerson (Nova York: T m .
H. W ise & Company, 1 9 2 9 ), página 286.
4- Gospel Ideais: Seleetions from the Discourses o f David O. MeKay
(Cidade do Lago Salgado: Improvanent Era, 1953), página 551.
5. C harles D ickens, A Christmas Carol, em Works o f Charles
Dickens (N ova York: G ram ercy Books, 1982), páginas 5 4 2 - 4 3 .
6. lbid., página 5 8 1 .
7. C hristina R ossetti, “In the B leak W idw inter”, em
Sourcebook o f Poetry, com pilado por A l Bryant (Grand Rapids,
M ichigan: Zondervan Publishing House, 196 8 ), página 161.
DE 1 9 9 3
 O CAMELO
DESLOCADO J a n e t Eyesto ne Buck

ossa família sempre apreciou a tradição de Na manhã seguinte Elizabete levantou-se e saiu do

N m on tar um presépio de c erâ m ica no

N atal— com os Magos, cam elos, pastores,
ovelhas e, obviamente, Maria, José e o meninonovamente.
Jesus.
quarto mais cedo. Quando acordei e entrei na sala, notei
imediatamente que o presépio havia sido modificado
As figuras estavam todas amontoadas, tão
Organizávamos o presépio todos os anos da mesma próximas umas das outras quanto possível.
forma. C om im p a ciên cia dei um passo à fren te para
Certo ano, quando meus filhos ainda eram pequenos, restabelecer a ordem original, mas parei abruptamente
desembrulhei cuidadosamente as figuras do presépio e ao dar-me conta de que o novo arranjo fora feito com
coloquei-as em ordem, para representarem o primeiro certo planejamento. Todas as vinte e três figuras estavam
Natal. As crianças logo se juntaram em volta de mim agrupadas num círculo, voltadas para dentro, de modo
para observar-me e aproveitei a ocasião para falar-lhes que tivessem a melhor visão possível da figura que estava
sobre o nascimento de Jesus e a visita dos pastores e dos deitada no centro de todas elas— o menino Jesus.
Magos. Então, como de costume, adverti as crianças de O Espírito tocou-me a alma ao pensar no discernimento
que não deveriam tocar nas figuras, explicando-lhes que que aquela menina de dois anos possuía. Sem dúvida
elas eram delicadas e quebravam facilmente. Cristo deveria ser o centro de nossas comemorações
Naquele ano, contudo, a tentação foi grande demais natalinas. Se o colocássemos no centro de nossa vida— não
para minha filha de dois anos, Elizabete. No dia em que somente na época de Natal, mas todos os dias— que
m ontam os o presépio n o tei várias vezes, um tan to perspectiva melhor teríamos! Compartilharíamos mais
irrita d a , que um cam elo ou uma o v elh a eram facilmente o amor que ele oferece a cada um de nós com os
constantemente deslocados de suas posições. Todas as que não ousassem chegar tão perto dele.
vezes eu recolocava a figura no seu local apropriado e em M antive o presépio aquele ano como Elizabete o
seguida procurava Elizabete e dizia-lhe que não tocasse dispusera. Isso nos fez lembrar durante todo aquele
mais no presépio. período o verdadeiro significado do Natal. □

A L I A H O N A • D E Z E M B R O DE 1 9 9 3
8
 C O N H E C E R O

PASTO R

Élder Robert E. Wells

dos Setenta

C
erta vez ouvi o Presidente O senhor idoso ficou obviamente
Hugh B. Brown contar esta assustado e dirigiu-se tremendo ao
inspiradora história: Algum palco. Seu olhar temeroso passeou
tempo atrás um conhecido ator fez pela vasta audiência. Então, como se
uma ex celen te apresentação num estivesse em casa orando, ele fechou
grande teatro de Nova York, ao fim os olhos, inclinou a cabeça e falou
da qual foi aplaudido entusiastica- com Deus:
m ente. Depois de voltar diversas “O Senhor é o meu pastor: nada
vezes ao palco, alguém lhe solicitou: me faltará. . . ”
“Poderia ler para nós o Salmo 23?” Quando ele terminou não houve
“Pois não, con h eço as palavras aplausos, mas também não havia um
desse Salmo.” olho enxuto no teatro. O ator voltou à frente do palco e
Como bom ator que era, declamou o Salm o com disse: “Senhoras e senhores, eu conheço as palavras do
perfeição; seu desempenho foi tecnicamente impecável. Salm o 23, mas este hom em c o n h e c e o P a sto r”.
Quando term inou, explodiram novam ente aplausos (Adaptado de Hugh B. Brown, Continuing the Quest, Salt
estrondosos. Então o ator foi à frente do palco e disse: Lake C ity: D eseret Book Company, 1961, páginas
“Senhoras e senhores, aqui na primeira fila está um 335-336).
senhor idoso, conhecido meu. Vou pedir-lhe que venha O Presidente Benson deu-nos a chave para que
aqui para, de improviso, verdadeiram ente recitar o conhecêssemos o Pastor, dizendo: “Para se conhecer a
Salmo 23”. Cristo é preciso estudar as escrituras e os testemunhos

A L I A H O N A • D E Z E M B R O DE 1 9 9 3
10
idista
Pelo e s tu d o d a s e s c ritu ra s p o d e m o s r e m o n ta r a o s
te m p o s e m q u e Jesus a n d o u e n tre os h o m e n s
e n s in a n d o , a m a n d o , c u ra n d o . P o d e m o s a p r e n d e r com
e le e v ir a c o n h e c ê -lo c o m o o no sso P astor.
dos que o conhecem. Podemos vir a conhecê-lo por meio
da oração, inspiração e revelação que Deus promete aos
que guardam seus mandamentos” (God, Family, Country:
O ur Three Great Loyalties, Salt Lake City: Deseret Book
Company, 1974, página 156).
UM CORAÇÃO CHEIO DE AMOR
Temos uma irmã, hoje com cabelos grisalhos, que
conhece o Pastor. Ela dedicou uma longa vida de serviço
ao Senhor, à Igreja e a seus semelhantes.
A primeira vez que a irmã Herta Mellor assistiu a uma
reunião SU D foi a convite dos missionários. Eles a
consideravam a pesquisadora mais culta, refinada e
instruída que já haviam con h ecid o. Após algumas
reuniões na casa dela, convidaram-na a acompanhá-los a
uma reunião dominical na Igreja e ela prontam ente
concordou. A reunião era numa velha casa e os membros
do ramo, de origem bastante humilde.
A reunião não transcorreu muito bem na opinião dos
missionários, que desejavam impressionar sua convidada.
A liderança do ramo era nova e ainda estava aprendendo
seus deveres. Houve certa confusão no púlpito e uma
interrupção na mesa do sacramento, no momento mais
sagrado. Os discursos não foram tão interessantes quanto
os missionários desejavam. A reverência via-se ameaçada
de vez em quando pelas crianças e não havia órgão. Os
missionários pensavam aflitos na impressão negativa que
sua elegante pesquisadora devia estar recebendo. Eles
A L I A H O N A
sabiam que ela costumava freqüentar uma bela catedral,
onde tudo funcionava de maneira altamente profissional
e a congregação era das mais seletas.
A caminho de casa, um dos missionários começou a
demonstrar seu constrangim ento, tentando explicar:
“D escu lp e nossas in sta la çõ e s atu ais. Um dia
co n stru irem o s uma b o n ita ca p e la ”. Em seguida
acrescentou: “Desculpe nossos novos líderes. Temos um
sacerdócio leigo e é por isso que nos revezamos na
direção das reuniões. Os líderes novos ainda estão
aprendendo como fazer isso”. Quando ele estava prestes
a dar outra desculpa, irmã Mellor virou-se e disse-lhe,
com ar um pouco severo: “Elder, não se desculpe! Deve
ter sido mais ou menos assim na época de Cristo!”
Com seus olhos espirituais e seu conhecim ento do
Pastor, adquirido pelo estudo das santas escrituras, ela
conseguiu en x erg ar além de sécu los de trad ição ,
catedrais e órgãos, remontando aos tempos em que o
Pastor se reu n ia com seus hum ildes apóstolos-
pescadores, com pecadores e até mesmo com leprosos.
Viu os santos primitivos reunindo-se num aposento
pequeno e alugado. Viu crianças e o Salvador sorrindo
para elas afetuosamente. Por conhecer o Pastor, ela podia
dizer com profundo discernimento: “Deve ter sido mais
ou menos assim na época de Cristo”.
A meu ver ela exemplifica a admoestação seguida por
muitos: “Enche tua mente com pensamentos de Cristo,
teu coração com amor a Cristo e tua vida com serviço
para Cristo”.
• D E Z E M B R O DE 1 9 9 3
13

P re s ta m o s t r ib u to a Jo s e p h S m ith c o m o u m p ro fe ta q u e c o n h e c ia in tim a m e n te o P a s to r d a P r im e ira V is ã o
(a c im a ) e d e o u tra s m a n ife s ta ç õ e s n o tá v e is , c o m o a a p a r iç ã o d o S a lv a d o r n o T e m p lo d e K ir tla n d (à d ire ita ).
UM PROFETA QUE CONHECIA O PASTOR
Sin to existir um homem que con h eceu o Pastor
melhor do que qualquer outro homem: foi o primeiro
profeta vivo na terra, depois de muitos séculos. Ele
escreveu um relato da primeira vez que teve uma visão
do Salvador: “Vi uma coluna de luz acima de minha
ca b e ç a , de um b rilh o superior ao do sol, que
gradualmente descia até cair sobre mim . . . Quando a
luz repousou sobre mim, vi dois Personagens, cujo
resplendor e glória desafiam qualquer descrição, em pé
acima de mim, no ar. Um deles falou-me, chamando-me
pelo nome e disse, apontando para o outro: Este é M eu
Filho Amado. O uve-O ." (Joseph Smith 2 :16-17).
P osteriorm en te o Profeta teve outras visões do
Mestre, o Redentor ressuscitado. No trecho a seguir ele
descreve uma dessas manifestações:
“O véu foi retirado de nossa mente, e abertos os olhos
do nosso entendimento.
Vimos diante de nós o Senhor, de pé no parapeito do
A L I A H O N A
SALT LAKE
ALA DA ESTACA
PARA A SEGUNDA
KINNEY
POR LUCY THURSTON
VISÃO, VITRAL CRIADO
DETALHE DE A PRIMEIRA
LIBERTY.
púlpito; e sob seus pés um calçamento de ouro puro, da
cor de âmbar.
Seus olhos eram como a labareda de fogo; os cabelos
de sua cabeça eram brancos como a pura neve; seu
semblante resplandecia mais do que o sol; e a sua voz era
como o som de muitas águas, . . . que dizia: ‘Sou o
primeiro e o último; sou o que vive; sou o que foi morto;
sou o vosso advogado junto ao Pai’” (D&C 101:1-4). O
profeta que fez essa descrição conhecia o Pastor.
O Profeta Joseph Smith teve o fim de um mártir. Ele
morreu por seu testemunho, selando-o com o próprio
sangue. Prestamos tributo a Joseph Sm ith como um
profeta que conhecia intimamente o Pastor.
Cada um de nós deve perguntar: “Estou amando o
bastante, estou estudando o bastante, estou servindo o
bastante para co n h ecer o Pastor?” Que todos nós nos
acheguemos ao Salvador por meio da obediência a seus
mandamentos, para que ao nos encontrarmos com ele
face a face possamos dizer: “Eu te conheço; tu és o meu
Pastor”. □
• D E Z E M B R O DE 1 9 9 3
14
0 Melhor asei em Port Moresby, Papua,
Nova Guiné, e fui o terceiro
de Todos os i . ^ filho da fam ília. Éramos
pobres. Durante a infância, Natal e
Presentes
aniversários não eram aquelas
ocasiões alegres de que m uitas
crianças se lembram depois que cres-
cem. Na verdade, eram as ocasiões em
que ficávamos mais tristes, sabendo e
vendo que outras crianças recebiam
Jim m y Kairi presentes e guloseimas.
Éram os pobres principalm ente
Nunca tinha porque meu pai gastava todo o seu
recebido um parco salário em bebidas nos fins de
semana. Estávamos sempre com fome.
presente de Natal Quando minha mãe tentava mostrar a
até que meu pai meu pai o quanto estávamos sofrendo,
deu-me algo que ele se tornava violento e raivoso,
batendo nela até deixá-la ferida e
significava tudo. chorando. Como ela procurou nos
defender e cuidar de nós!
Os Natais passavam, mas para nós
nada mudava. Não havia dinheiro
para presentes ou doces. Minha irmã
e eu costumávamos acordar cedo na
manhã de Natal e ouvíamos os gritos
de entusiasmo das crianças vizinhas
que encontravam seus presentes de
Natal.
Algumas vezes íamos ao depósito
de lixo da cidade para ver se
encontrávamos algo que poderíamos
usar para brincar e nos consolar. Eu
desejava muito poder ganhar algo
novo e b rilh a n te , um p resen te
especial de Natal feito só para mim.
Certo domingo, minha irmãzinha
v oltou de uma nova igreja que
visitara várias vezes com a prima,
acom pan h ad a de um casal m is­
sion ário que queria c o n h e c e r a
fam ília. Èlder e sister C all eram
m uito am áveis e h u m ild es. Eles
começaram a nos ensinar a respeito
do evangelho de Jesus Cristo e de
sua verdadeira igreja. Depois de
A L I A H O N A • D E Z E M B R O DE
17
ouvir as palestras e orar muito para
que o Espírito nos guiasse, concor­
damos em ser batizados.
N ossa vida com eçou a mudar
esp iritu alm en te, mas fin a n c e ira ­
mente continuávamos pobres. Por
isso meus sonhos in fan tis de um
N atal de verdade com presentes
feito s só para mim, n un ca se
materializaram.
C ontu do, devido à nossa c o n ­
versão, meu pai mudou e abandonou
os maus hábitos. Parou de beber, de
fumar e de deixar a família faminta
nos fins de semana. Fiquei tão feliz e
tive vontade de dizer a meu pai que o
amava, mas tinha medo de fazê-lo.
D esejava também que meu pai
expressasse seu amor por mim. Ele
nunca me disse o que sentia por mim
ao ver-me crescer.
Fui, então, chamado para servir na
Missão Micronésia Guam. Enquanto
estava no campo missionário, recebi
uma carta de meu pai. Ele dizia:
“Filho, você me fez um homem muito
feliz por sair em missão”. No final da
carta, ele escreveu: “Filho, amo você.
Continue a fazer 11111 bom trabalho
para o Senhor”.
M eus olhos se en ch eram de
lágrimas de alegria. Era a primeira
vez que ele me dizia aquelas
palavras. Respondi a carta de meu
pai e e n v ie i-lh e um presen te
também. Disse-lhe: “Pai, amo você
também!”
Já retornei da missão e meu pai
serviu como presidente de ramo. Ao
lembrar-me do passado, percebo que
fui abençoado com presentes muito
especiais: não do tipo que as crianças
abrem na ép oca de N a ta l, mas
presentes que duram para sempre e
podem ser apreciados a cada dia de
minha vida. □
1 9 9 3
NOSSA
Netzahual co yotl S a lin a s Villa zaes
ILUSTRADO POR LARRY W IN B O R G
acalar é uma cidade pequena e antiga no estado
B
de Quintana Roo, México. Tem cerca de sete mil
h abitantes e pode-se atravessar a cidade em
apenas quarenta e cinco minutos.
A maioria das casas são cabanas de madeira com
telhado de folhas de palmeira ou de telhas de alumínio.
A cidade fica ao lado de uma linda laguna que deságua
em uma baía do Caribe perto da fronteira com Belize, na
América Central.
Em outubro de 1982, o ramo de Bacalar foi organizado,
com apenas quatro membros: meu pai, minha mãe, minha
irmã e eu. Eu tinha dezesseis anos na época. Uma semana
depois, na noite familiar, meu pai nos fez uma pergunta:
“Que podemos fazer para que nosso ramo cresça?”
Por um in stan te, ficam os calados, pensando na
resposta. Então, minha mãe disse com entusiasmo: “O
N atal está chegando. Por que não organizamos uma
festa para todas as crianças da cidade? Muitas delas
F E S T
nunca participaram de uma festa antes e seria uma boa
experiência para todos. Certamente muitos corações se
abrirão para a mensagem do evangelho”.
Todos acham os ser uma ótim a idéia e meu pai
começou a fazer as designações. Minha mãe iria fazer
bonecas de pano para as meninas. Minha irmã faria
pinatas e as encheria de doces. Meu pai convidaria a
banda sinfônica estadual para tocar cantigas de Natal
durante a festa. E eu faria aviões de planta trepadeira
para todos os meninos. Decidimos que precisaríamos de
150 bonecas e 150 aviões. A ceitam os alegrem ente
nossas responsabilidades, não nos dando con ta do
sacrifício que teríamos que fazer para tornar nossa festa
realidade. Descobrimos, pouco a pouco, que sacrifícios
seriam esses.
Numa noite familiar posterior, meu pai nos disse que
não poderíamos ter presentes de Natal nem a ceia de
Natal especial como de costume. Não gostei muito da
idéia.
Então, certa tarde, quando voltei da escola, percebi
A DE
que um lençol e algumas cortinas estavam faltando.
Alguns dias mais tarde, não consegui encontrar algumas
de minhas roupas. O mesmo aconteceu com minha irmã.
Quando investigamos o caso, descobrimos que minha
mãe estava fazendo bonecas de pano com os lençóis,
cortinas e roupas que estavam faltando. Não gostei disso
e quase discuti com minha mãe a esse respeito.
À medida que o Natal se aproximava, fui tendo que
sacrificar cada vez mais tempo, dinheiro e esforços para
completar os aviões. Minha mãe começou a ter dores nas
costas porque passava m uito tempo costurando as
bonecas à mão e por fim acabei tendo que costurar os
olhos de botão das bonecas. Também não gostei disso.
Finalmente chegou a véspera da festa. Meu pai me
pediu que vestisse uma camisa branca e gravata para
podermos visitar todas as casas para convidar as crianças.
No dia da festa, as crianças começaram a chegar cedo.
Algumas vieram com os pais, outras sozinhas. A tarde,
m uitas outras crian ças haviam chegad o. A banda
sinfônica estadual compareceu e tocou hinos de Natal.
NATAL
Eu c o n te i h istó rias de N atal. D epois, as crian ças
quebraram as pinatas e cada uma recebeu um doce. Por
fim, duas grandes filas foram formadas: uma para as
meninas e outra para os meninos. Minha irmã e eu
entregamos os brinquedos que havíamos feito.
N ão posso d escrev er a alegria do rosto das
criancinhas, mas apenas um daqueles rostos felizes teria
valido todo o sacrifício que fizéramos. A raiva e a inveja
desapareceram de meu coração e foram transformadas
em lágrimas de gratidão e felicidade. Enquanto as
crianças recebiam os presentes, eu recebi o mais precioso
dom de minha vida: a alegria de servir ao próximo.
Depois de nossa festa, os missionários foram enviados
para Bacalar. Em dois meses, nosso ramo tinha crescido
de quatro para vinte e cinco membros. Em seis meses,
havia quarenta e cinco membros. Hoje, onze anos depois,
o ramo de Bacalar é uma ala e possui uma linda capela.
Minha mãe estava certa. Por causa do espírito daquele
primeiro Natal, muitos corações, inclusive os nossos, se
abriram para as bênçãos do evangelho. □
 ro v a v elm en te já ouvim os
P
pessoas reclam an d o que o
N atal é uma ocasião m uito
comercial. Elas dizem que há mais
ênfase no espírito de compras do que
no espírito do Salvador.
Isso pode ser verdade para muitos,
mas não precisa necessariamente ser
verdade para nós. Podemos acres-
centar um aspecto espiritual e de
au xílio ao próxim o em nossos
presentes de Natal.
Quando os presentes refletem o
amor do Salvador, tanto quem dá
quanto quem recebe pode aprender a
respeito de Cristo. Algumas idéias de
p resen tes que podem ser dados
in d iv id u alm en te, no quorum ou
classe, ou na família são alistados a
A L I A H O N A
seguir. Cada um poderá também ter
as suas próprias idéias:
NA FAMÍLIA
■ Pense nas boas ações que pode
fazer em favor de cada pessoa da sua
família, que podem ser oferecidas
como presente: engraxar os sapatos,
fazer as taretas ou ajudá-la em algum
projeto.
■ Grave em fita os livros favoritos
de uma criança, para que ela possa
ouvir as histórias repetidas vezes.
■ Escreva uma história in fan til,
colocando a criança que irá receber
o presente com o personagem da
aventura, e faça um livro com essa
história.
• D E Z E M B R O DE
20
■ Escreva uma carta para cada
familiar, expressando amor e gratidão.
■ Dê diários (ou cadernos simples)
para cada pessoa da fam ília.
Estabeleça uma meta fam iliar de
escrever periodicamente no diário.
■ Dê sementes e vasos aos membros
da fam ília. Veja qual das plantas
brota primeiro.
NA COMUNIDADE, NA
ALA OU NO RAMO
■ Pense em alguém que seja idoso,
cego, doente ou inválido. Ofereça-se
para aju d ar essa pessoa nos
preparativos e projetos para o Natal.
D epois do N atal, o fereça -
se para a ju d á-lo a desfazer-se
1 9 9 3
da á rv o re-d e-n a ta l e guardar os
enfeites e lâmpadas de Natal.
■ Dependendo do clima, ajude um
vizinho a cuidar do q u in tal, a
remover a neve ou consertar a
casa.
■ Descubra se existem organi­
zações de auxílio ao próximo em
sua com u nid ad e que esteja m
c o n serta n d o b rin q u ed os
bicicletas, ou recolhendo alimento e
roupas, para serem doados às
crianças carentes. Ajude na coleta e
distribuição dos itens doados.
■ Descubra se existem concertos de
Natal gratuitos em sua comunidade.
O fereça-se para levar alguém que
seja muito jovem ou velho para ir
sozinho.
■ O fereça-se para passar a tarde
com os filhos de uma pessoa que
ou viva sozinha. Ajude-os a escolher
ou fazer um presente para a mãe ou
o pai.
■ Tome conta dos filhos pequenos
de um casal, para que este possa sair
uma noite.
■ Faça surpresas de N atal para
missionários, militares ou estudantes
de sua ala ou ramo que não passarão
o Natal com a família.
■ Dê um exemplar personalizado do
Livro de Mórmon a um amigo. □
NOI TE
E
u previra que as sem anas
antes do Natal seriam muito
agitadas e sabia, por
e x p e riên cia própria, que fica ria
ocupadíssima, mas esperava que este
ano fosse diferente. Queria ter tudo
bem organizado— as compras e todos
os preparativos para as festas feitos
com bastante antecedência, a fim de
que as pressões da m inha vida
ocupada não interferissem com o
espírito desta época natalina. E este
ano foi mesmo diferente! Na verdade,
os dias antes do N atal trouxeram
mais desafios do que o norm al.
C om o faço parte do C oro do
Tabernáculo, aprendi, há muitos
anos, que deveria estar preparada
para fica r longas horas no
Tabernáculo nessa época do ano. O
mês de dezembro é sempre repleto de
programas especiais, ensaios extras e
concertos. Neste ano, porém, além
A L I A H O N A
FELIZ
DeAnne W alker
dessas ativid ad es, o coro estav a
tam bém se preparando para uma
tournée de concertos em Israel um
dia depois do N a ta l! T ín h am o s
músicas difíceis para aprender que
demandaram vários meses de ensaios
e x tra s. Tudo isso, m ais o meu
em prego de tem po in teg ral e os
preparativos para uma designação de
trabalho depois da viagem do coro,
deram-me muito pouco tempo para
desfrutar a alegre preparação para as
festas e estar com minha família.
M inha mãe viúva observava
tranqüilamente enquanto eu tentava
fazer m alabarism os para cum prir
todos os meus afazeres. Sabia que ela
gostaria de ter sido visitada por mim
com mais freqüência, que eu a tivesse
levado para fazer compras de vez em
quando, ou simplesmente, que tivesse
arranjado tempo para telefonar-lhe
mais vezes. Ficávam os sempre
• D E Z E M B R O DE
22
ansiosos por sua visita para jantar no
dia do Senhor e ela nunca reclamou
de ter recebido pouca atenção, mas
eu sabia de sua solidão e do quanto
ela desejava companhia. Como meu
pai morrera havia quatro anos, ficara
um grande vazio em sua vida. Eles
foram com panheiros etern os em
todos os sen tid o s. Faziam tudo
ju n to s, desde as ord enan ças do
templo e a decoração da casa até
cantar e desfrutar a companhia dos
filhos e n eto s! Eu sabia que ela
estava recordando de novo os anos
passados e aqueles m aravilhosos
Natais com meu pai. Foram tempos
de muito amor e música, quando
can tav am ju n to s nos m uitos
programas de N atal e reuniões de
família, mas agora ela estava só.
Minha irmã e eu ajudamos minha
mãe a montar a árvore-de-natal e a
enfeitar a casa para as festas. Fizemos
1 9 9 3
a maior parte de suas compras, mas
ce rca de d u as sem anas a n te s do
Natal, minha mãe ligou, desculpou-
se p or to m a r o m eu tem p o tão
o cu p a d o e p e rg u n to u se eu me
importaria de levá-la às compras uma
tarde. Ela queria escolher pessoal­
m en te alguns p re s e n te s além
daqueles já comprados e, para mim,
foi um a ótim a o p o rtu n id ad e para
tirar uma folga do ritmo frenético dos
últimos dias. Almoçamos e passamos
uma tarde muito agradável juntas! A
alegria e o espírito do Natal que eu
não tivera tem po de sen tir antes,
envolveu-nos completamente.
Poucos dias depois dessa tarde
ju n tas, m inha m ãe ficou gripada.
Ficamos muito preocupados e íamos
sem p re à sua casa p ara sab e r se
estava bem. Ela não queria ficar em
nossa casa, nem na de minha irmã,
afirm a n d o que logo fic a ria boa.
Desculpava-se por estar doente e por
ser um fardo para nós num a época
tão a g ita d a . D epois de v ário s e
penosos dias sofrendo com a gripe,
sua saú d e p a re c e ra m elh o ra r, e
d im in u ím o s um p o u co a vigília.
M inha m ãe presum ira que estaria
bem no N a ta l, e tu d o in d ic a v a
mesmo que sim.
M eu ritm o e m eus afazeres
aum entaram ainda mais na semana
em que m inha mãe ficara doente.
Faltavam só três dias para o Natal, o
coro acabara de dar dois concertos,
eu ainda tin h a com pras de últim a
hora para fazer, muitos projetos para
term inar no escritório e em apenas
quatro dias estaríamos a caminho de
A L I A H O N A
Israel. Q uando meu marido entrou
no escritório naquela tarde, fechou a
porta, e disse-m e que m inha mãe
havia morrido uma hora antes, tive
dificuldade em com preender o que
ele estava dizendo. Ele não tin h a
quaisquer explicações para justificar
ta l a c o n te c im e n to — a p e n a s a
devastadora notícia de sua m orte.
Tudo que fora tão im p o rtan te um
minuto antes parecia ter evaporado.
S e n ti com o se o te m p o tiv esse
p arad o e eu fosse suspensa num a
espécie de vácuo.
Nos dois dias seguintes, m inha
irm ã e eu fizemos os preparativos
necessários para o funeral. Seria no
dia seguinte ao N atal— no dia em
que o co ro p a r tiria p a ra Israel!
Nossos familiares e amigos cercaram-
nos de am or e cuidados, enquanto
lu tá v a m o s p a ra c o m p re e n d e r a
realidade do que acontecera. Sob tais
circunstâncias, cheguei à conclusão
de que não teria condições de viajar
para Israel; mas uma noite, já bem
tarde, telefonaram -m e dizendo que
haviam arranjado tudo para que eu
v iajasse alg u n s dias m ais ta rd e .
S e n ti-m e tã o g ra ta a m eus bons
amigos e pelo que fizeram em meu
favor!
Pelo bem das crianças da família
bem como por nós mesmos, fizemos
questão de que o Natal transcorresse o
mais normal possível. Continuamos a
fazer os preparativos para a véspera e
para o dia do N a ta l, mas nos
sentíamos tão vazios, tão solitários! O
Natal simplesmente não seria o mesmo
sem ela. Todos nós— especialmente as
• D E Z E M B R O DE
24
crianças— sentíamos o terrível vazio e
tentávamos entender por que nossa
mãe e avó fora levada ju stam en te
nessa época.
D e v id o aos fe riad o s, fom os
aconselhados a adiar o velório até
p o u co a n te s do e n te r ro , m as os
gerentes da casa funerária disseram-
nos que podíamos ir lá a qualquer
hora na véspera— no dia do Natal—
para ficarmos alguns momentos a sós
com nossa mãe. Depois da ceia, na
noite de Natal, deixamos as crianças
b rin c a n d o com seus p re s e n te s e
fomos à funerária.
Ficamos em silêncio ao lado do
caixão, o lh an d o para nossa linda
mãe em suas roupas do templo. Ela
parecia tão serena, tão feliz. Havia
um espírito de paz e amor naquela
sa la — até m esm o um e sp írito de
felicidade e alegria. Fechei os olhos e
tentei visualizar o recente encontro
glorioso de minha mãe com meu pai.
Tive a impressão de que se escutasse
atentam ente, poderia ouvir os anjos
c a n ta n d o de novo com o fizeram
naquela noite sagrada anos atrás e
que as lindas vozes de meus pais se
uniram àquelas do coro celestial.
Imaginei ouvi-los cantando: “Noite
feliz! Noite feliz! . . . Dorme em paz,
ó Jesus”.
A compreensão e o conforto pelos
quais havia orado pareciam ter-me
en v o lv id o e n q u a n to lá estav a, e
m in h as p re o cu p açõ es m u n d an as
pareciam m uito distantes. Naquela
n o ite feliz re u n id a a m eus en tes
queridos, agradeci ao Pai nos Céus por
aquele momento de paz celestial. □
1 9 9 3

MULHERES DE CONVÊNIO
legre-se o m undo! “N ão
A tem ais, porque eis aqui
vos trago novas de grande
alegria, que será para todo
(Lucas 2:10). Esta é a época em que
o mundo celebra o feliz advento do
Salvador. É um momento apropriado
para refletirmos sobre a maneira pela
q u al o Pai C e le s tia l e seu F ilho
trazem alegria e significado a nossa
vida. Um a dessas m aneiras são os
convênios.
Q uando Maria disse: “Eis aqui a
serva do Senhor; cumpra-se em mim
segundo a tua palavra” (Lucas 1:38),
ela estava na verdade prom etendo,
ou seja, fazendo um con v ên io de
cumprir a vontade do Pai Celestial.
D evido a este co n v ên io sua vida
e n c h e u -s e de um a aleg ria e
significado que ela, jovem galiléia,
jamais imaginara.
CUMPRIR CONVÊNIOS
TRAZ ALEGRIA.
O primeiro convênio que fazemos
é o do batismo. Tomamos sobre nós o
nome de Cristo e com prom etem o-
nos a seg u i-lo . R en o v am o s esse
c o n v ê n io ao to m arm o s o s a c ra ­
mento. O Pai Celestial, por sua vez,
p ro m e te que seu E sp írito e s ta rá
conosco. Esse Espírito, em meio à
angústia conduz-nos à paz, em meio
à tristeza conduz-nos à alegria. Os
convênios que fazemos no tem plo
nos trazem ainda mais conhecimento
e alegria.
Algumas irmãs da Sociedade de
Socorro de Gana também sentiram
aleg ria em cu m p rir co n v ê n io s,
A L I A H O N A
M EN SA G EM DAS PROFESSORAS VISITANTES
o povo”
ILUSTRADO POR LORI WING
mesmo sob grande pressão. Em 1989
o governo de Gana fechou a cadeado
os portões das igrejas e proibiu os
sa n to s dos ú ltim o s dias de se
reunirem e praticarem sua religião. A
perseguição aos membros da Igreja foi
g ra n d e. M em bros com o a irm ã
F austina O to o , no e n ta n to , m os­
traram uma devoção ainda maior:
“Sinto-me feliz por viver nesta época
em que to d a s essas coisas e stão
acontecendo. Sempre nos disseram
que seriamos pioneiros aqui”.
Os m em bros da Igreja e n c o n ­
traram uma form a de m ostrar seu
compromisso: faziam devocionais em
família, estudavam as escrituras e
liam sobre a h istória da Igreja. A
irm ã Em m a T w ereb o a-K o d u a,
presidente da Sociedade de Socorro
de um ram o em N saw am , G a n a,
escreveu: “C o n tin u o v isitando as
irmãs ativas e elas estão todas com
um bom espírito . . . Tenho jejuado e
orado mais e melhor do que jamais o
íiz em toda m inha vida. M inha fé
cresceu m u ito . As coisas com as
quais eu norm alm ente me irritava
agora não me afetam mais; a raiva e
• D E Z E M B R O
25
as frustrações já não têm o mesmo
efeito sobre mim. Essas são algumas
das bênçãos que obtive durante esses
tem p o s d ifíc e is ”. As p ro ib içõ e s
quanto às reuniões da igreja foram
retiradas em dezembro de 1990.
• Q uando s e n tiu a le g ria em
cu m p rir os convênios que fe z!
OS CONVÊNIOS
APROXIMAM-NOS MAIS DE DEUS.
No c o n v ê n io b atism al p ro m e­
temos também guardar dois grandes
m an d am en to s: am ar a Deus e ao
próxim o. (Vide M osiah 1 8 :8 -9 .)
Esses convênios aproximam-nos mais
de Deus.
U m a jovem d esc o b riu que
desenvolvera um espírito de crítica e
sentiu o quanto essa atitude estava
im pedindo seu crescim ento espiri­
tu a l. Ao to m a r o s a c ra m e n to ,
p ro m ete u ao S en h o r não criticar
ninguém da família por uma semana.
Todos os dom ingos ren o v av a seu
compromisso e pedia que o Espírito
e stiv e sse com ela. E m bora não
tivesse sido fácil e seu progresso fosse
lento, ela sobrepujou essa fraqueza.
Os am igos, hoje, c o n sid e ra m -n a
com o um exem plo de pessoa que
nunca fala mal dos outros.
Q u a n d o nossos convênios com
Deus m oldarem nossa vida, nossas
palavras e comportamento refletirão
a bondade de Deus e a paz e alegria
interiores prometidas àqueles que o
seguem.
• C om o os convênios aum entam
sua co m p re e n sã o do a m o r do Pai
C elestial por nós7
. □
DE 1 9 9 3
 JOSEPH
F ield in g S m it h
UM
Leon R. H a rtsh o rn
T ão há cu ra p a ra os
I I males do mundo, a não
jL ser o e v a n g e lh o do
S e n h o r Jesus C risto . N ossa
esperança de paz e de prosperidade
m a te ria l e e s p iritu a l, e de um a
herança no reino de Deus só pode
ser e n c o n tr a d a no e v a n g e lh o
restaurado.”
Assim falou o P re sid e n te Joseph
Fielding Smith, o décimo Presidente
da Igreja, ao prestar testem unho ao
m u n d o p ela ú ltim a vez, n a
conferência geral de abril de 1972.
Três m eses depois ele m orreu. O
testemunho do Presidente Smith foi
alimentado por uma vida inteira de
serviço ao Senhor a quem amava e
b a se a v a -se n u m a h e r a n ç a sem
paralelo na Igreja: seu pai era Joseph
F. Smith, que havia sido o Presidente
Quando m enino, Joseph Fielding
Smith recebeu um Livro de Mórmon
do pai. Ao com pletar dez anos de
idade, já o tinha lido duas vezes.
A L I A H O N A
DISCÍPULO GENTIL
da Igreja de 1901 a 1918, e seu avô
era H yrum , o irm ão do P ro fe ta
Joseph Smith.
“TREINADO NO
REGAÇO DE MINHA MÃE”
Joseph Fielding Smith nasceu na
Cidade do Lago Salgado, U tah, no
dia 19 de julho de 1876, filho de
Joseph F. e Julina Lambson Smith.
Sua devoção ao S enhor com eçou
quando ele era ainda bem jovem.
“Fui treinado no regaço de minha
mãe a amar o Profeta Joseph Smith e
a am ar meu R ed en to r”, disse anos
mais tarde. “Não cheguei a conhecer
m inha avó, Mary Fielding Sm ith e
sempre o lamentei, pois ela foi uma
das m u lh eres m ais nobres que já
v iv era m ; e n tr e ta n to , tiv e a
o p o rtu n id a d e de c o n h e c e r sua
b o n d o s a irm ã, m in h a tia M ary
T h o m p so n . Q u a n d o m e n in o eu
costumava visitá-la e, sentado no seu
colo, ouvia as histórias que ela me
c o n ta v a sobre o P ro fe ta Jo sep h
• D E Z E M B R O DE 1 9 9 3
27
Smith. Como sou grato por aquelas
experiências!”
Bem cedo na vida ele decidiu ler
as escrituras. Segundo sua irmã
Edith, ele já havia lido duas vezes
o Livro de M órm on ao atin g ir a
idade de dez anos.
“Q u a n d o eu era m en in o , bem
antes de alcançar a idade de receber
o Sacerdócio Aarônico”, lembrava o
Presidente Smith, “meu pai colocou
um exemplar do Livro de Mórmon
em m inhas mãos e pediu-me que o
lesse. Recebi esse registro nefita com
gratidão e dediquei-me à tarefa que
me fora designada. Certas passagens
ficaram gravadas em minha mente e
nunca mais as esqueci.”
ESTUDIOSO E LÍDER
Esses primeiros contatos com as
escrituras foram muito im portantes
para a preparação de Joseph Fielding
S m ith, que passou a vida in te ira
estudando o evangelho e escrevendo
sobre ele. Serviu como Historiador
da Igreja du rante q uarenta e nove
anos e ficou famoso pelo excepcional
c o n h e c im e n to q u e tin h a da sua
h istó ria e d o u trin a . P ublicou seu
primeiro livro em 1901 e seu último,
em 1970. Nesse intervalo de sessenta
e nove anos escreveu vinte e cinco
livros, alguns dos quais se tornaram
v e rd a d e iro s clássico s p a ra os
e s tu d a n te s das e s c ritu ra s e da
história da Igreja.
A lém de tr a b a lh a r com o h is ­
toriador e intelectual, em 1910, aos
trin ta e três anos de idade, Joseph
Fielding Sm ith viu cum prir-se sua
bênção patriarcal, que dizia: “Será
teu dever assentar-te em conselho
com teus irmãos e presidir o povo”,
pois foi c h a m a d o p a ra o c u p a r
um a v aga no Q u o ru m dos Doze
Apóstolos. Por mais de sessenta anos
serviu fielm ente como apóstolo do
Senhor Jesus Cristo. Teve a pesada
re s p o n sa b ilid a d e de p re sid ir o
Quorum dos Doze durante 19 anos,
cinco dos quais servindo tam bém
com o c o n s e lh e iro na P rim e ira
P resid ên cia. E n tão , no dia 23 de
janeiro de 1970, aos noventa e três
an o s, foi o rd e n a d o e d e sig n a d o
Presidente da Igreja, servindo até sua
morte, no dia 2 de julho de 1972, aos
noventa e cinco anos de idade.
“A MEIGUICE DE SUA ALMA”
Por defender com firmeza as leis e
os princípios do Senhor, o Presidente
Joseph Fielding Smith era visto por
alguns com o um hom em severo.
Entretanto nada se distanciava mais
A L I A H O N A
da re a lid a d e . A queles que o
conheciam de perto sabiam que ele
respeitava profundamente as pessoas
e era e x tre m am en te generoso ao
d istrib u ir am or, so lid aried a d e e
perdão.
Uma afirmação atribuída a alguns
de seus amigos confirm a isso. “Se
tiv er de ser julgado por alguém ”,
diziam, “que seja por Joseph Fielding
Smith”.
Em 1956 os membros do Quorum
dos Doze Apóstolos publicaram uma
hom enagem a ele, dizendo, en tre
outras coisas:
“Q uiséram os que a Igreja toda
pudesse sentir a meiguice de sua alma
e sua grande p reo cupação com o
bem-estar dos desafortunados e dos
que sofrem. Ele ama todos os santos e
nunca cessa de rogar pelos pecadores.
Com notável discernim ento, ele
parece ter apenas duas medidas para
chegar a decisões finais: Qual o desejo
da Prim eira Presidência? O que é
melhor para o Reino de Deus?”
UM LADO MAIS ALEGRE
Paralelamente à natureza séria e
estudiosa, havia um lado mais alegre
n a p e rso n a lid a d e do P re s id e n te
S m ith . Ele p o ssu ía um ag u ç ad o
senso de humor, que se manifestava
com freqüência e espontaneidade.
Por exemplo: certa vez, ao voltar de
um a c o n fe rê n c ia n a C a lifó rn ia ,
tra z ia em seu la n c h e algum as
azeitonas que apanhara. Encantado
com seu tesouro e sempre ansioso
por com partilhar, perguntou a um
• D E Z E M B R O DE 1 9 9 3
28
dos irmãos se já havia provado uma
a z e ito n a re c é m -tira d a do pé. A
in o c e n te v ítim a disse que n ão e,
assim, deu um a d en tad a decidida
numa das azeitonas frescas, o que se
revelou um a am arga experiência.
E n q u a n to as feições do irm ão se
c o n to rc ia m , o P re s id e n te S m ith
p erg u n tav a in o cen te m e n te : “Q ue
aconteceu? Você pegou uma ruim? E
melhor experimentar outra”.
UM MARIDO ATENCIOSO
A lém do tra b a lh o n a Ig reja,
Jo se p h F ie ld in g S m ith cu m p ria
d ilig e n te m e n te suas re s p o n s a ­
bilidades com o pai e m arido. Em
abril de 1898, quando tinha vinte e
dois anos, casou-se com Louie Emyla
Shurtliff. Com apenas um ano de
casado foi ordenado setenta por seu
pai, a 12 de maio de 1899, e no dia
se g u in te p a rtiu p a ra o cam p o
m issio n á rio . Sem d ú v id a, um
sacrifício de tal natureza não foi mais
fácil para ele, então, do que seria
para qualquer um de nós hoje. Ele
a c e ito u o ch a m a d o e dep o is de
trabalhar por dois anos no Distrito
de N ottingham , Inglaterra, voltou
para casa em junho de 1901.
Ao retornar, aceitou um emprego
no E s c ritó rio do H is to ria d o r da
Igreja, ao qual acabou d ev o tan d o
g ra n d e p a rte de sua v id a.
R esponsabilidades adicio n ais lhe
foram dadas em 1907, quan d o foi
designado secretário da Sociedade
Genealógica de Utah.
Joseph Fielding Smith teve duas
 N a q u e le p e río d o d ifícil, o
Presidente H arold B. Lee, que era
conselheiro na Primeira Presidência,
e x p resso u seus s e n tim e n to s ao
p ro fe ta p ela p erd a da esposa. O
Presidente Smith assegurou ao amigo
que o Senhor lhe daria forças para
p ro sse g u ir com suas o b rig açõ es.
“Como você sabe, eu já passei por
isso antes”, disse.

“O HOMEM QUE CONHEÇO É

EXTREMAMENTE GENTIL”

Talvez a melhor descrição de uma

pessoa venha daqueles que com ela
vivem. Em 1932, sua esposa Ethel
disse:
“Pedem-me que fale a respeito do
h o m em que c o n h e ç o . T enho
Joseph Fielding Smith era conhecido pelo seu excepcional conhecimento pensado muitas vezes que, quando
da doutrina e da história da Igreja. Publicou seu prim eiro livro em 1901 e ele se for, as pessoas dirão: ‘M uito
o último em 1970. Ele p rep ara va diligentem ente suas obras num a velha bom homem, sincero, ortodoxo, etc.’
m áquina de escrever m anual. Estarão falando dele como o público
o vê; m as o h om em a quem se
referem é muito diferente do homem
filhas com a primeira esposa, Louie, nata, dotada de uma natureza vivaz e que conheço. O homem que conhe­
nos seus quase dez anos de vida jovial, ela esteve ao lado do Elder ço é um m arido e pai bo n d o so e
conjugal. Então, dois anos antes de S m ith por trin ta e três anos, cheio de amor, cuja maior ambição
eie tornar-se m em bro do Q uorum ap o ian d o -o e cu id an d o dele com na v ida é fazer sua fam ília feliz,
dos Doze Apóstolos, ela morreu. am or e devoção maravilhosos. Ela inteiram ente esquecido de si próprio
A 2 de novembro de 1908, casou- viveu para vê-lo tornar-se Presidente nesse e m p en h o . É o hom em que
se com E thel G eorgina Reynolds, da Igreja e acom panhou-o em suas acalenta a criança inquieta até fazê-
que lhe deu cinco filhos e quatro constantes viagens, participando não la dormir, que co n ta histórias aos
filhas e foi sua co m p a n h e ira por só de seu program a rigoroso, mas pequeninos na cama, que nunca está
vinte e nove anos. Ela faleceu no dia tam bém da calorosa recepção dos can sad o ou ocupado dem ais para
26 de agosto de 1937. santos em toda parte. Q uando ela ficar acordado até tarde ou levantar-
O Elder Smith casou-se então com m orreu do co ração , no dia 3 de se bem cedo a fim de ajudar os filhos
Jessie Evans, conhecida ca n to ra e agosto de 1971, milhões de pessoas m aio res na so lu ç ã o dos d ifíceis
integrante do Coro do Tabernáculo, no mundo todo sofreram junto com o problemas escolares. Q uando surge
no dia 12 de abril de 1938. A rtista Presidente Smith. uma doença, o homem que conheço

A L I A H O N A • D E Z E M B R O DE 1 9 9 3
29
v ela c a rin h o s a m e n te ju n to ao
enfermo e cuida dele. É por ele que
os filhos chamam, sentindo que sua
presença é um remédio para todos
os males. São suas mãos que fazem
c u ra tiv o s nos fe rim e n to s, seus
braços que transm item coragem ao
sofredor, sua voz que os repreende
gentilmente quando erram, até que
en co n trem felicidade em fazer as
coisas que o deixam feliz.
O ho m em que c o n h e ç o é
extremamente gentil e, se acha que
foi injusto para com alguém, não há
distância que o impeça de procurar
apagar a m ágoa com palavras de
carinho ou algum gesto bondoso. Ele
recebe alegremente os jovens em sua
casa e nunca está mais contente do
q ue q u a n d o d e b a te com eles
assuntos do dia— esportes ou o que O Presidente Smith e sua esposa Jessie, uma cantora profissional,

q u er que lhes in tere sse . A p recia freqüentem ente encantavam os santos cantando em dueto. A morte de

um a b o a h is tó ria e p e rc e b e Jessie em 1971 foi lam entada por todos que conheceram sua natureza

im e d ia ta m e n te o h u m o r de um a aleg re e bondosa

situação, para rir ou ser motivo de

riso, sempre disposto a participar de
qualquer atividade sadia.
O homem que conheço é altruísta,
p a c ie n te , aten c io so , p o n d erad o ,
solidário e faz tudo a seu alcance a
fim de to rn ar a vida uma suprema
alegria para aqueles que ama. Esse é o
homem que eu conheço.”
“COMO AMO MEU SENHOR”
Um dos filhos do Presidente fez
este comovente comentário sobre o
c a rá te r de seu pai e da fo n te da
grande força interior que possuía:
“Q u a n d o cria n ças, fre q ü e n te -
mente ouvíamos nosso pai dizer: ‘Se
ao m enos as pessoas do m u n d o
pudessem entender as dores, aflições
e pecados que o Senhor tomou sobre
si para nosso benefício!’ E sempre
que fazia referência a isso, vinham-
lhe lágrimas aos olhos.
A lg u n s an o s a trá s , e n q u a n to
estava sentado sozinho com meu pai
em seu e s c ritó rio , o b serv ei que
estava em profunda meditação. Não
o u se i q u e b ra r o silê n c io , m as
finalmente ele falou: ‘Oh! meu filho,
gostaria que você tivesse podido
e s ta r com igo n a q u in ta -fe ira
passada, quando me reuni com as
d em ais a u to rid a d e s gerais no
tem plo. C om o teria sido bom se
você os tivesse ouvido testificar de
seu am or p o r nosso S e n h o r e
Salvador, Jesus Cristo!’ Então baixou
a cabeça, e lágrimas desceram -lhe
pela face, caindo-lhe sobre o peito.
D epois de vários segund o s, sem
m esm o le v a n ta r a c a b eça , mas
b a la n ç a n d o -a s u a v e m e n te , em
assentimento, disse, ‘Oh! como amo
m eu S e n h o r e S a lv a d o r Jesus
Cristo!’”
O homem que o mundo e a Igreja

A L I A H O N A • D E Z E M B R O DE 1 9 9 3
30
 DATAS MARCANTES DA VIDA DE JOSEPH
FIELDING SMITH (1 8 7 6 -1 9 7 2 )

conheceram nunca permitiu que a Data Idade Acontecimento

id ad e a v a n ç a d a o im pedisse de 1876 19 de julho: Nasce na Cidade do Lago Salgado, Utah.
cum prir seus deveres, e durante o 1897 21 O rdenado élder.
p e río d o em que foi P re s id e n te 1898 22 26 de abril: Casa-se com Louie Emyla Shurtliff.
continuou a viajar pelo mundo e a 1899-1901 22-24 Serve como missionário na Inglaterra.
prestar testem unho do evangelho. 1901 25 Serve como secretário no escritório do historiador da
D u rante sua presidência, a Igreja Igreja.
realizou a prim eira conferência de 1906 30 Torna-se historiador-assistente da Igreja.
área— em M anchester, Inglaterra; 1908 32 Morre Louie, sua primeira esposa.
dedicaram-se os templos de Provo e 2 de novembro: Casa-se com Ethel Georgina
Ogden (Utah); criou-se a primeira Reynolds.
estaca da Á sia— a Estaca T óquio 1910 33 7 de abril: Ordenado apóstolo por seu pai.
Jap ão ; as se g u n d a s-fe ira s foram 1919 43 Torna-se conselheiro na presidência do Templo de
reservadas para a noite familiar; foi Lago Salgado.
a b e rta a M issão F orm osa; foi 1921-1970 44-93 Serve como historiador da Igreja.
reorganizado o D ep artam en to de 1934 57 Torna-se presidente da Sociedade Genealógica de
Serviços Sociais da Igreja; foi aberta Utah.
a Missão Itália do N orte; a Escola 1937 60 Sua segunda esposa, Ethel, morre.
D o m in ical foi re o rg a n iz a d a ; e 1938 61 12 de abril: Casa-se com Jessie Ella Evans.
organizou-se o D e p artam en to de 1939 63 Viaja pela Europa antes da Segunda Guerra Mundial e
Comunicações Internas da Igreja. coordena a retirada de todos os missionários não-
Em seu últim o discurso num a europeus.
c o n fe rê n c ia geral, esse bondoso 1945 Torna-se presidente do Templo de Lago Salgado.
servo do S e n h o r falou por 1951 74 Torna-se presidente do Quorum dos Doze.
experiência própria ao dizer: “Não 1955 79 Viaja pelo Extremo O riente e dedica quatro países à
e x iste o b ra algum a em q u e nos pregação do evangelho.
possam os em p en h ar que seja tão 1965 Torna-se conselheiro do Presidente David O. McKay
im p o rta n te com o p re g ar o na Primeira Presidência.
evangelho e ed iticar a Igreja e o 1970 93 Apoiado como Presidente da Igreja.
re in o de D eus na t e r r a ”. Sem 1971 94 Preside a primeira conferência de área da Igreja, em
dúvida, o Presidente Joseph Fielding Manchester, Inglaterra. Morre sua terceira esposa,
Smith dedicou a vida a essa obra de Jessie Evans Smith.
fundamental importância. “Por toda 1972 95 2 de julho: Falece na Cidade do Lago Salgado.
m in h a vida te n h o e s tu d a d o e
p o n d e ra d o os p rin c íp io s do FONTES
evangelho, buscando viver as leis do 1. Joseph Fielding McConkie, “Joseph Fielding Sm ith”, em T he Presidents o f the Church,
Senhor”, disse ele. “Assim, surgiu em publicado por Leonard j. Arrington, Cidade do Lago Salgado: Deseret Boolc Company, 1986.
meu coração um grande amor a ele e 2. “Joseph Fielding Smith", Encyclopeclia o f M urmonism, Nova York: Macmillan Publishing
a sua obra, bem como a todos os que Company, 1972.
p ro c u ra m lev ar a v a n te seus 3. “Joseph Fielding Smith” em Meu Reino Avançará: Leituras sobre a História du Igreja (31387 059).
propósitos na terra”. □ 4- Bryant S. Hinckley, “Joseph Fielding Sm ith”, Improvement Era, junho de 1932, página 459.

A L I A H O N A • D E Z E M B R O DE 1 9 9 3
31
ELE V I V E
. . . e nos ama. Descobri o quanto ele me amava quando mais
precisei de sua ajuda.
S ally J. O d e k irk
Tivemos, certo dia, uma reunião
devocional especial a respeito do
S alv ad o r, com o p a rte de nossa
classe m atin a l do sem in ário . A
jo v em que d irig ia p re sto u
testem unho de Cristo e pediu que
expressássemos nossos sentimentos.
O professor, irm ão P ra tt,
a c re s c e n to u seu te s te m u n h o e disse q u e to d o s
necessitávamos saber que Cristo havia dado a vida por
todos nós.
Ao ouvir os outros prestarem testem unho, ocorreu-
me que não tinha certeza de possuir um testem unho do
Salvador. Sem pre fre q ü e n te i a igreja e as aulas do
seminário, e acreditava que Jesus Cristo era o Filho do
Pai C elestial e um exem plo para nós, mas não sabia
realmente que ele era meu Salvador— alguém essencial à
minha salvação.
Consegui dizer algumas palavras no seminário aquela
m anhã. E ntão passei os dias seguintes ponderando a
experiência e orando para saber por mim mesma. Recebi
um cálido sentim ento de que a Igreja era verdadeira e
que deveria viver segundo seus ensinamentos. Senti-me
bem a re s p e ito da re sp o sta e d e c id i q u e te r um
te ste m u n h o básico do ev an g elh o e dos padrões de
c o n d u ta da Igreja era o su ficien te , m as a in d a não
compreendia a necessidade de um Salvador.
Então, muitos anos mais tarde, depois de sair de casa,
e n fre n te i um a séria crise que me d e ix o u ab a la d a
espiritual e emocionalmente. Sem a devida fé em Cristo
para me guiar, senti-me sozinha e perdida. Havia parado
de orar há algum tempo e acabara de decidir não mais
freqüentar a igreja.
Bem n essa época em m in h a vida, m eus m estres
familiares, D an e Terry, apareceram. Estava um pouco
A L I A H O N A • D E Z E M B R O
32
envergonhada por não ter ido à igreja naquele dia e não
tinha uma boa desculpa para justificar minha ausência.
O Espírito lhes dissera que havia algo de muito errado,
por isso insistiram em dar-me uma aula que sentiam ser
feita especialmente para mim. Ao terminarem a visita,
o fe re c e ra m um a p o d e ro sa o ra ç ã o . O E sp írito
perm aneceu presente algum tem po depois de terem
partido e fiquei mais esperançosa, como há muito tempo
não me sentia.
Queria que o Espírito permanecesse comigo. Reuni
tudo o que restava de minha fé e fiz uma oração. Como
já n ão o ra v a h a v ia algum tem p o , n ão tin h a real
esperança ou expectativa de receber uma resposta, mas,
ao ajoelhar-m e e orar, foi como se uma nuvem negra
fosse tirada de mim. Senti um calor irresistível tomar-me
o c o ra ç ã o . O a p o s e n to ficou re p le to de am o r e
co m p reen são . A p ro fu n d id a d e e força do am or do
Salvador surpreendeu-me. Como ele me conhecia bem!
N ão havia lugar para a dúvida e a incompreensão,
q u a n d o ele m o stro u c o m p re e n d e r to d o s os m eus
problem as. De repente, palavras surgiram em m inha
mente, dizendo-me como poderia melhorar minha vida.
E o S a lv a d o r p ro m e te u a ju d a r-m e em tu d o que
necessitasse. A p ren d i que re alm en te existe um Pai
C e le s tia l e um S alv ad o r, Jesus C risto , e que eles
conhecem cada um de nós individualm ente. A prendi
também que eles nos ajudarão quando precisarmos, se
lhes e ste n d e rm o s nossa fé. S oube e n tã o q ue, não
importando o que aconteça, sempre devemos orar.
Apesar de continuar tendo problemas para superar,
soube que o Salvador estava a meu lado, sempre pronto a
me ajudar. Desde esse dia nunca mais me senti sozinha
com meus problemas. Posso agora dizer o mesmo que o
hino: “Eu Sei que Vive Meu Senhor”. E sinto-me grata
por isso. □
DE 1 9 9 3
 A
Estrada
para
Belém
D. K elly O g d e n

Recentemente andei
pela estrada que levou
M aria e José naquela
significativa jornada de
Nazaré para Belém,

pJL or séculos, os
judeus esperaram o cumprimento da
grande promessa messiânica de Isaías
de que uma virgem conceberia e daria
à luz um filho, cujo reinado seria
estabelecido sobre o trono de Davi
para sempre. (Vide Isaías 7:14; 9:6-7.)
Foi na obscura cidade de Nazaré,
n a G a lilé ia , que o a n jo G a b riel
apareceu para anunciar o cum pri-
mento da profecia; para proclamar o
m ais g ra n d io so n a s c im e n to da
história do mundo. Gabriel anunciou

Cam pos de pastores nos arred o res

de Belém . Em hebraico, Belém
significa "casa de pão"— um nome
apropriado p ara o local do
nascim ento de Cristo, que é o "pão
DE BRIAN KELLY

da vida" (João 6:35). Davi, que foi

an tepassado de Cristo, tam bém
nasceu nesse local, cuidou das
FOTOGRAFIA

ovelhas de seu pai e proclamou

"O Senhor é meu Pastor".
Uma casa da época de José e
M aria reconstruída na G a lilé ia
(à esquerda). Num quarto como
este, G ab riel anunciou a M aria
que ela conceberia o Filho de
Deus.

O vale de Jezreel (acima à

direita). José e M aria
provavelm ente cam inharam
p ara sudeste, saindo de
N a zaré, por cerca de 16Km
através deste vale. Muitos
eventos bíblicos ocorreram
neste lugar: G id eão selecionou
seus 300 hom ens, Saul foi
morto em b atalh a , e Elias
profetizou contra A cabe e
Jezebel.

M etade do cam inho pelo vale

do Jordão (abaixo à direita).
José e M aria devem ter
cam inhado p ara o sul por cerca
de 80Km através deste vale. A
rota seguia p a ra le la ao rio
Jordão, que passa pelo meio
do vale e não é visível nesta
foto. Jesus foi m ais tarde
batizado no rio Jordão a leste
de Jericó.

que o Deus dos céus teria um Filho
neste m undo m ortal e que M aria
seria a mãe do Filho de Deus. (Vide
Lucas 1:35.)
Foi p rofetizado que o M essias
n asceria em N azaré (vide 1 Néfi
1 1 :1 3 -2 1 ) e seria ch a m a d o
Nazareno (vide Mateus 2:23). Jesus
foi concebido e cresceu em Nazaré,
em cumprimento a essa profecia.
O utra profecia, porém, precisava
ser cum prida. Todos sabiam que o
Messias prom etido deveria nascer
em Belém da Judéia. (Vide Miquéias
5:2 e João 7:42.) Uma vez que Maria
estava prestes a dar à luz o primeiro
filho e devia estar particularm ente
desejosa de perm anecer ju n to da
p ró p ria m ãe e fam ília, com o se
c u m p riria a p ro fe c ia de que o
nascim ento se daria em Belém, a
quase 160 quilômetros de distância?
N ã o foi por acaso que os
governadores rom anos decidiram

A L I A H O N A • D E Z E M B R O DE 1 9 9 3
37
realizar um recenseam ento para a
c o le ta de im p o sto s, o q u a l fez
milhares de pessoas cruzarem o país
para voltar ao lugar onde nasceram.
José e Maria tiveram que realizar
uma longa e árdua jornada para o
sul, até Belém. Temos um a única
p assagem das e s c ritu ra s que
descreve essa viagem:
“E subiu também José da Galiléia,
da cidade de N azaré, à Judéia, à FOTOGRAFIA DE NEIL FOLBERG

cidade de D avi, ch am ad a Belém

(porque era da casa e da família de
Davi),
A fim de alistar-se com M aria,
sua m ulher, que estava g rá v id a .”
(Lucas 2:4-5).

O deserto da Ju d éia, com o Monte

d as O liv e iras no horizonte à
esquerda). De Jericó a Jerusalém
FOTOGRAFIA DE NEIL FOLBERG
há uma distância de 27Km e uma
íngrem e subida de 1070m . Jesus
m ais tarde jejuou por quarenta
d ias e noites nesse deserto.

Fontes Kelt no deserto da Judéia

(acima à direita). José e M aria
provavelm ente p araram para
d escan sar no meio da subida
através do desolado deserto e
refrescaram -se nesse local.

FOTOGRAFIA DE DENIS WAUGH

O terreno do templo (no meio à
direita). Uma mesquita m uçulm ana,
o Domo da Rocha, ergue-se hoje no
local onde o rei Herodes reconstruiu
o templo. José e M aria passaram
por Jerusalém a caminho de Belém.

Uma im ensa e scad aria conduz ao

templo a partir do sul (embaixo à
direita). Cinco a seis sem an as
depois de Jesus nascer, José e
M aria levaram -no ao templo para
ser abençoado. Jesu s, m ais tarde,
pode ter ensinado nestes degraus.
 Eles provavelmente tomaram uma
das duas possíveis rotas para Belém.
Uma delas os teria levado para o sul
através do vale de Jezreel, por entre
as m o n ta n h a s de S am aria, a té a
Judéia. Essa seria a mais d ire ta e
c u rta , m as há duas razões que
tornam essa rota uma opção pouco
provável para Maria e José. Ela era
fisicam ente árdua, com constantes
subidas e descidas pelas montanhas;
e lev av a o v ia ja n te d ire ta m e n te
atrav és do te rritó rio da Sam aria,
sen d o que “os ju d e u s n ão se
[comunicavam] com os samaritanos”
(João 4:9).
A outra rota é a que com maior
probabilidade foi usada por José e
M aria. Ela os te ria le v a d o p ara
sudeste através do Vale de Jezreel,
p assa n d o p elo v ale do Jo rd ã o ,
prosseguindo na mesma altitude ou
em ligeiro declive para Jericó, depois
subindo pelo deserto da Judéia até
Jerusalém e Belém.
Para descobrir por mim mesmo
qual dessas duas ro tas te ria sido
utilizada, trilh ei re c e n te m e n te as
duas. Tanto uma quanto a outra tem
148Km de extensão. A velocidade
de c a m in h a d a , m esm o com um
camelo ou jum ento, é de cerca de
5Km por h o ra . D esse m odo, um
viajante geralmente consegue andar
Uma caverna ou gruta u sada como
estábulo para an im ais em Belém .
Dificilmente poderíam os conceber
condições m ais hum ildes p ara o
nascimento do Filho de Deus e
Criador deste mundo.
A L I A H O N A
de 27 a 38Km por dia. Percorri cada
um a das rotas em trin ta horas de
caminhada: 27 a 32 Km por dia, pelo
período de 5 dias.
Nesse passo, a jornada de José e
Maria deve ter durado de quatro a
cinco dias. Ficamos nos perguntando
onde teriam passado as noites. Em
que lu g ar e com q uem teria m
acam pado à beira do cam inho. A
jornada deve ter sido cansativa para
qualquer pessoa, em especial para
uma mulher grávida prestes a dar à
luz. Era o início da primavera, mas
poderia ainda estar muito frio durante
a noite nas m ontanhas. No vale do
Jordão, porém , que fica abaixo do
nível do mar, a temperatura deve ter
sido agradável e amena.
A últim a parte da viagem era a
mais árdua. Jericó é a cidade mais
baixa do planeta e Jerusalém e Belém
ficam localizadas bem no alto das
montanhas. Entre Jericó e Belém há
uma subida de 1070 metros passando
pelo deserto. Como M aria deve ter
ficado exausta! Quão ansioso deveria
estar José por encontrar um quarto
confortável na estalagem!
T e n ta n d o d e s e s p e ra d a m e n te
encontrar um abrigo adequado, eles
podem ter recorrido com o últim a
opção a um a cav ern a de calcário
usada com o estábulo. A Igreja da
• D E Z E M B R O
41
Natividade em Belém, a mais velha
igreja da cristandade, é construída
bem em cim a de um a dessas
c a v e rn a s . É a c e ita por m u ito s
cristãos do m undo inteiro como o
local onde Cristo nasceu.
N aquela noite sagrada, um anjo
anunciou aos pastores nos campos ao
redor de Belém que o nascim ento
havia ocorrido: “Pois, na cidade de
Davi, vos nasceu hoje o Salvador,
que é Cristo, o Senhor” (vide Lucas
2 : 11).
O anúncio da vinda do Salvador
não deve ter sido uma surpresa para
os pastores e outros m oradores da
Ju d é ia , p o rq u e estav a m a n sio sa ­
mente aguardando um Salvador que
os livrasse da opressão romana. Nem
o a n ú n c io do C risto deve tê-lo s
surpreendido. A palavra C risto em
grego é equivalente à palavra Messias
em h e b ra ic o : sig n ific a n d o “O
U n g id o ”. Os judeus havia m uito
aguardavam o seu Messias.
A palavra Senhor, porém, deve ter
fe ito os p a sto re s p o n d e ra re m
profundam ente: Se?ihor era o título
dado a Jeová, o Criador, Aquele que
deu a lei a Moisés no monte Sinai, o
Deus que era adorado no Templo a
apenas 8 Km de distância.
O grande Jeová nascia como um
bebê em Belém. □
DE 1 9 9 3
 F IC Ç Ã O

UMA E X C E L E N T E MENSAGEM

DE NATAL
A im a J. Yates

í í I 1 oi uma bela mensagem, rapaz”, disse-me Bill quando desci de seu

velho Plymouth verde escuro apertando o casaco para me proteger
A da noite gelada. Bill ficou olhando a rua escura, com as mãos
calejadas, rachadas e sujas de graxa no volante. Era difícil saber o que ele
estava pensando. Aquele rosto amplo e curtido como o couro, emoldurado
por cabelos curtos e grisalhos, escondia bem todos os seus segredos.
“G ostaria de c o n h e cer as esc ritu ras tão bem q u a n to você, rapaz”,
m urmurou ele, sacudindo a cabeça. “M as”, acrescentou com resignação,
“acho que já estou muito velho para isso agora”. Pigarreou e deixou que um
risinho rouco lhe ressoasse no peito. “Poderia ensinar-lhe muito a respeito de
motores a diesel. Trabalhei com eles por mais de cinqüenta anos. Mas nunca
tive tempo para a Bíblia e esse tipo de coisas. Sim, senhor”, acrescentou com
um suspiro, “foi uma excelente mensagem, rapaz”.
Tossi nervosamente, cobrindo a boca com a mão fechada, e murmurei um
rápido boa-noite. N unca sabia o que dizer quando estava com Bill. Eu o
conhecia a vida inteira. Quero dizer, morávamos na mesma rua, mas ainda
assim me sentia pouco à vontade quando estava com ele.
Bati a porta do carro e comecei a andar pela calçada. Olhei ao redor. A
luz da varanda estava em baçada pela neve que caía. Subi ainda mais o
colarinho do casaco e enfrentei o frio invernal.
“Puxa, Daniel, você voltou cedo”, disse meu pai ao se deparar comigo.
Tirei o casaco e sacudi a neve que derretia. “Como foram as visitas de mestre
familiar?”, perguntou ele.
Dei de ombros. “O de sempre”, murmurei, jogando-me no sofá e fechando
os olhos.
“Como vai a irmã Rencher?”
“Ela disse que está bem melhor. Pelo menos agora já consegue levantar-se
e cam inhar com auxílio do andador.” Ficamos sem dizer nada por um
momento, então eu disse, mais para mim mesmo do que para meu pai: “Bem,
há uma vantagem em se fazer visitas de mestre familiar com Bill. Quando ele

A L I A H O N A • D E Z E M B R O DE 1 9 9 3
43

não está com muita vontade de falar,
o que q u ase sem p re a c o n te c e ,
conseguimos visitar as três viúvas em
apenas meia hora. Deve ser um tipo
de recorde”.
Ouvi um agitar de papéis e abri os
o lh o s. M eu p ai h a v ia d e ix a d o o
jornal que estava lendo cair no colo
e estava me encarando. “O que há
de errado com Bill?” perguntou ele.
Dei um grande suspiro. “Nada, eu
acho. Isso se eu não me importar de
fazer tudo sozinho”, acrescentei com
sarcasm o . “T udo q u e ele faz é
aparecer e tocar a buzina na segunda
quarta-feira do mês. Existem coisas
que nunca mudam: a buzina do carro
de Bill é uma delas. Nunca marcamos
nada. Ele nunca deixa de vir. Mas
todo o resto sou eu quem faz. E u
converso, dou a aula e tudo o mais.
Por que ele faz visitas de mestre
familiar, afinal de contas?” perguntei,
com repentina curiosidade.
“Como é que é?” perguntou meu
pai.
D ei de om bros e m u d ei de
posição. “Bem, desde que o bispo me
designou para com panheiro de Bill,
há três meses, sempre me pergunto
por que ele faz as visitas afinal. Bill já
foi à igreja alguma vez?”
Meu pai deixou o jornal cair
no c h ã o . “Ele c o stu m a v a
aparecer de vez em quando,
ames de sua esposa, Tillie, ter
so frid o um d e rra m e . M as
mesmo naquela época, ele
se s e n tia m ais à
« j f 1 «vontade em sua
garagem, ves tindo
L I A H O N A
ê
m acacão sujo e com graxa ate os
cotovelos”.
“Posso acreditar”, disse sorrindo.
“Ele está sempre cheirando a motor
v e lh o . N u n c a co n se g u e lim p a r
com pletam ente a graxa das mãos.”
Hesitei. “Bill fuma, não é?”
M eu pai me o lh o u e d eu de
ombros. “Nunca o vi fumar”.
“N ão é preciso te r visto. È só
olhar as m anchas am areladas que
ele tem nos dedos. E vive chupando
pastilhas para tirar o bafo de cigarro.
E por isso que não consigo entender
por que o bispo Clark o deixa ser um
mestre familiar.”
“As viúvas nunca reclam aram ”,
disse meu pai.
“Mas o mestre familiar tem que
ser um exemplo. E não me diga que
é um a ch a n ce de co n v id ar Bill a
aparecer na igreja. Você sabe, e eu
tam b ém , q u e isso n u n c a vai
acontecer.”
“Acho que o Senhor sabe que as
visitas de m estre familiar são uma
oportunidade a Bill para fazer algo
de bo m ” , re s p o n d e u m eu pai
tristemente.
“Fazer algo de bom ?” disse eu
espantado, “mas ele é totalm ente
inativo!”
“Você pode aprender algo com
Bill.”
“Mas não quero ser mecânico de
motores a diesel.”
“Pode ser que você aprenda algo
sobre o evangelho.”
“Com Bill?” perguntei incrédulo.
“A p o sto que ele n u n c a leu um a
escritura em toda a vida!”
D E Z E M B R O
44
“Acho que você não conhece Bill.
Quando ele estiver diante do Senhor,
duvido que o Senhor preste atenção
às mãos sujas de graxa ou aos dedos
m an ch a d o s de ta b a c o .” M eu pai
pigarreou e mudou de assunto. “Você
pode entregar os jornais no lugar de
seu irm ão am anhã, outra vez? Ele
ainda está com a garganta irritada e
tossindo muito.”
Na m anhã seguinte, levantei-me
um pouco antes das cinco, jogando
os fardos de jornais no banco traseiro
do carro. H avia parado de n evar
d u ra n te a n o ite e tu d o e sta v a
c o b e rto de um m a n to b ra n c o e
ú m ido. O lh e i p a ra a saíd a da
g aragem e fiq u ei im ag in an d o se
deveria gastar alguns minutos para
limpar um pouco a neve da calçada
a n te s de sair com o c a rro .
A ssoprando os dedos dorm entes e
batendo o pé no chão para tirar a
neve dos sapatos, sacudi a cabeça
n eg ativ am en te. N ão tin h a tem po
para isso, pensei. E tinha certeza de
que conseguiria tirar o carro sem
atolá-lo na neve.
Minha primeira parada foi na casa
da irm ã R encher. N a m aioria dos
casos, não me preocupava em deixar
o jo rn a l bem na p o rta da casa.
Apenas jogava o jornal na direção da
varanda. Mas a irmã R encher era
um a exceção porque tin h a m uita
d ific u ld a d e p a ra se locom over.
A p a n h e i um jo rn a l no b an c o
traseiro, desci do carro e corri até os
degraus da entrada da casa. Parei no
fim da calçada, não acreditando no
que via. A c a lç a d a e os d eg raus
haviam sido com pletam ente limpos
da neve. Olhei para o relógio: 5h 15.
“Puxa, alguém acordou bem cedo
esta m an h ã”, m urm urei, enquanto
corria pela calçada limpa e deixava o
jornal do lado de dentro da porta da
varan d a. “Talvez a irm ã R encher
consiga a n d a r m elh o r do que eu
pensava”, disse sorrindo.
“Q u e ra p id e z ”, disse m eu pai,
quando en trei apressado em casa,
fugindo do frio, n o v en ta m inutos
depois. Ele estava vestindo o casaco
e colocando alguns papéis na maleta
antes de sair para o trabalho.
“H á um a to n e la d a de n ev e lá
fora”, com entei. “Deve ter nevado
m ais dez ce n tím e tro s depois que
fomos dormir.”
“Espero que você tenha limpado a
calçada e a saída de nossa garagem”,
brincou meu pai.
“Queria que eu acordasse às três
da manhã?” respondi sorrindo. “Tive
so rte em c o n se g u ir e n tre g a r os
jo rn a is , m as alguém a c o rd o u
realm ente cedo hoje. A calçada da
irmã Rencher estava completamente
limpa.”
M eu pai so rriu . “E q u a n to às
calçadas da irm ã H atch e da irmã
Ballard?”
“Pai, eu estava entregando jornais,
não fazendo visitas de mestre familiar.
Não vou para aqueles lados.”
N a q u in ta -fe ira seg u in te, um a
sem ana antes do N atal, estava em
meu quarto me preparando para a
festa de Natal dos Adultos Solteiros.
Iríamos cantar canções de Natal para
as pessoas da redondeza e depois nos
A L I A H O N A
reunir para comer e nos divertir na
casa de Tracie H e ath . Assim que
calcei minhas meias mais grossas e
as botas, uma buzina começou a soar
na rua. Eu a ignorei até que minha
mãe me chamou do saguão: “Daniel,
v o cê ia fazer v isita s de m e stre
familiar hoje?
“Hoje? Não. Temos uma festa de
N atal dos Adultos Solteiros.”
“P arece que Bill está lá fora
esperando por você.”
“Bill?”, disse surpreso, andando
até o saguão. “Já fizemos as visitas
do mês. Tem certeza que é ele?”
“Aquela é a sua cam ioneta Ford
preta, não é?”
Desembacei a janela da cozinha
com a mão e olhei para fora. Era
m esm o a c a m io n e ta de B ill. Eu
pensava que o Plym outh verde 63
era antigo, mas a camioneta era uma
velharia, algo do início dos anos 50.
“Se alguém está achando que vou
sair com ele esta noite— ”
L an cei o u tro o lh a r feroz pela
jan ela . “O que ele pensa que eu
faço, p en sa que eu fico se n ta d o
e sp e ra n d o que ele v e n h a me
pegar— ” “D aniel”, m inha mãe me
in te rro m p e u , “você nem m esm o
sabe o que ele quer.”
“Mãe, estou quase atrasado!”
“A penas vá até lá e diga isso a
ele”, disse ela. “Com certeza ele vai
compreender que você tinha outros
planos.”
R esm ungando, saí para fora de
casa sem casaco e corri até a Ford
preta. Bill abriu a porta e inclinou-se
no banco para falar comigo.
• D E Z E M B R O DE
45
“Tínham os combinado algo para
h o je ? ” p e rg u n te i a n te s q ue ele
pu d esse falar. B ati os b raço s e
arrastei os pés para afastar o intenso
frio.
“O N atal é na próxima semana”,
foi a simples explicação que Bill me
deu, coçando a barba por fazer do
q u eix o . “E stou lev an d o algum as
coisas para as irmãs que visitamos”,
acrescentou ele. “Quer vir comigo?”
“T enho um a festa dos A dultos
Solteiros. Não sabia que havíamos
planejado nada para hoje.”
“Só vai levar um minu­
to ”, disse Bill. “Mas é
m elhor você apanhar , M
um casaco.” Deu uma
risadinha. “O aquecedor
desta camioneta não é grande
coisa, mas eu tive que trazê-la
em vez do Plymouth”. Apontou
com a cabeça para a traseira do
veículo. “Tenho algo extra para
Vivian Rencher.”
O lh e i p a ra a tra s e ira da
camioneta. Havia um objeto grande
embaixo de um encerado velho.
“Eu o trago de volta a tempo de ir
para sua festa”, acrescentou Bill ao
ver minha hesitação.
“Vocês tinham combinado alguma
c o isa ? ” p e rg u n to u m in h a m ãe
q u a n d o b a ti a p o rta da fre n te e
entrei para apanhar o casaco.
“N ão”, suspirei, “mas isso não faz
m u ita d ife re n ç a p ara Bill. Vou
c o n g e la r n a q u e le ca lh a m b e q u e
preto. Não tem aquecedor e a porta
do meu lado não fecha direito. Que
raiva! Justamente hoje!”
1 9 9 3
 Bill e eu n ã o c o n v e rsa m o s
en q u an to ele dirigia até a casa da
irm ã Ballard. Com o previa, quase
congelei.
Q u a n d o param os em fren te da
casa da irmã Ballard, Bill tirou um
saco de papel m arrom de baixo do
banco e andamos pela calçada até a
porta da frente. Bati apenas uma vez
e, quase im e d ia ta m e n te , a irm ã
Ballard abriu a porta e espiou para ver
quem era. Levou um instante para ela
nos reconhecer, e n tão um grande
sorriso ilu m inou-lhe o rosto e ela
ab riu a p o rta d a v a ra n d a e nos
cumprimentou alegremente. “Estava
me perguntando se vocês apareceriam
esta noite. Bem, vamos entrar”.
Sentamos no lugar de costume no
gasto divã coberto por uma colcha
tricotada. Antes que a irmã Ballard
se sentasse na cadeira à nossa frente,
Bill en treg o u -lh e o saco de papel
marrom e disse asperamente: “Tome
algumas nozes. São da árvore lá de
casa”.
“O ra , m u ito o b rigada,
Bill. Usei as últimas que me
deu no dia de Ação de Graças.
Eu as g u a rd o o a n o in te iro no
congelador para mantê-las frescas.”
“Estão sem cascas, limpas e tudo o
mais”, acrescentou Bill, olhando para
as m ãos rudes e calejad as. Ele as
esfregou e pude ouvir o som áspero
que faziam . O bservei-as ppr um
instante, lembrando-me da mensagem
sobre a Palavra de Sabedoria que havia
dado no mês passado. A pesar de a
Palavra de Sabedoria constituir apenas
uma pequena parte da mensagem do
L i a
mês da P rim eira P resid ên cia,
enfatizei-a bastante. Na verdade, não
precisava fazê-lo, não para as irmãs.
A cho que era um je ito cruel de
criticar um mau hábito de Bill.
“O h , B ill”, ex c la m o u a irm ã
Ballard, trazendo-m e de volta das
nuvens, “deve haver mais de dois
quilos de nozes aqui.”
Bill d eu de om bros d e s c o n ­
certado e ficou puxando o nariz.
“Deve ter levado horas para fazer
to d o esse tr a b a lh o ”, disse ela.
“Muito, muito obrigada.”
Bill não sabia m uito bem como
lidar com elogios e cumprim entos.
T oda vez q u e re c e b ia a te n ç ã o
demais ficava nervoso, sem graça e
calado. A única maneira de escapar
era v o lta r a a te n ç ã o p ara o u tra
pessoa. Ele puxou o lenço vermelho
do b o lso e assoou o n ariz ,
anunciando para minha surpresa: “o
jovem tem uma mensagem de Natal
para a irmã”.
Espantado, olhei para Bill, que
com eçou a esfregar as m ãos nas
calças e bater com a ponta do pé
direito no chão. Q ueria reclamar,
mas àquela altura isso seria inútil.
Sem ter-me preparado, a única coisa
que me pareceu apropriado foi a
história do Natal.
Q u a n d o te rm in e i m eu re la to
truncado, tendo esquecido algumas
partes e misturado outras, abaixei a
cabeça, com as orelhas e o pescoço
vermelhos de vergonha. Bill ergueu-
h o N A D E Z E M B R O DE 19
46
se e disse: “Foi um a e x c e le n te
m ensagem de N a ta l, ra p a z ”. Ele
tossiu e acrescentou: “O rapaz vai
fazer um a oração, antes de irmos
embora”.
A irm ã B allard assentiu com a
c a b eça e fiz a o ra ção . Q u a n d o
estávamos saindo, Bill parou ao lado
do fogão de lenha da irmã Ballard,
como se estivesse se lem brando de
algo. Voltando-se para a irmã Ballard,
ele p erg u n to u : “O s diáco n o s lhe
trouxeram lenha, não trouxeram ?”
Ela sorriu e fez que sim com a cabeça.
“E a c o rta ra m p ara a irm ã, n ão
cortaram?” perguntou ele.
A irmã Ballard hesitou. “O h, eu
mesma posso cuidar disso”.
“Q uer dizer que não cortaram a
lenha?” exclam ou Bill, quase com
raiva.
“N ão se preocupe com isso, Bill.
Posso cuidar disso sem problem as.
Não uso mesmo o fogão de lenha com
freqüência. O bispo Clark vive
me dizendo que eu não deveria
usá-lo, que seria m elhor
apenas acender o forno. E
o que faço quase sempre,
mas nas noites frias gosto
de aquecer os pés no calor
do fogão. . . ”
“M as eles n ão c o r ­
ta ra m a le n h a ? ” i n t e r ­
rompeu Bill.
“Oh, o menino do vizi­
nho vem às vezes e . . . ”
“Eu e o rapaz vam os
9 3
co rtar a len h a”, interrom peu Bill.
“T rouxe m eu m achado na
camioneta. Se puder emprestar o seu
ao rapaz.”
N ão p u d e a c re d ita r que Bill
estivesse realm ente se oferecendo
para c o rta r lenha! Justo n aq u e la
noite! Eu estava com minha melhor
roupa. E se íicasse cortando lenha,
jam ais ch e g aria à casa de Tracie
an tes de to d o s tere m saído para
cantar. Mas Bill já estav a a meio
caminho da camioneta.
A lg u n s m in u to s m ais ta rd e ,
estávamos no quintal dos fundos da
irmã Ballard cortando lenha sob a
fraca luz amarelada da varanda dos
fundos.
“Que adianta um saco de nozes?”
m urm urou Bill e n q u a n to b ran d ia
furiosamente o m achado. “Ela não
pode aq u ecer-se com um saco de
nozes, pode? N ão d ev ia te r-m e
e sq u e c id o . G e ra lm e n te n ão me
esq u e ço , rap az. S em p re v e n h o
co n ferir. S ab ia qup algo e s ta v a
errado, mas não lembrava o que era.
Então, vi o fogão de lenha apagado.
Ela g eralm en te o m an tém aceso.
Não é muito para se pedir. Alguém
precisa cu id ar dessas viúvas. Um
saco de nozes e to d a a co n v ersa
sobre anjos e pastores e manjedouras
é muito bom, mas, nas noites frias,
M artha Ballard gosta de ter lenha
para o fogão.”
Parei de cortar e olhei para Bill.
Esqueci minhas roupas finas, as mãos
frias e os pés m o lh ad o s. F iquei
olhando para ele por um momento,
dessa vez sem ver as mãos rachadas,
A L I A H O N A
ásperas e manchadas. Q uando voltei
a cortar a lenha, a festa parecia algo
tão insignificante.
Meia hora depois, toda a lenha
estava cortada e empilhada junto à
porta dos fundos. Q uando estáva­
mos sa in d o , Bill av iso u a irm ã
Ballard: “N ão fique mais cortando
lenha, há aqueles que podem cortar
para a irmã e que deveriam fazê-lo”.
Fomos então para a casa da irmã
H a tc h . Ela p a re c ia e s ta r nos
esperando e abriu a porta assim que
tocamos a cam painha, com a face
iluminada por um sorriso. Agarrou-
me pelo b ra ço e p uxou-m e para
d e n tr o . “S ab ia q u e e s ta era a
noite”, disse rindo, apertando com
alegria a mão de Bill e conduzindo-
nos à sala de e sta r. “T in h a a té
preparado chocolate quente e bolo
de frutas”.
“Estas são para a irmã”, disse Bill,
segurando outro saco de nozes.
“O h, Bill”, disse em ocionada e
ap a n h o u o saco, a b rin d o -o com
carinho para ver o que havia dentro.
“Você n u n c a se esq u e ce, não é,
Bill?”
Bill com eçou a ficar nervoso de
novo e apontou o dedo na m inha
direção e disse com a voz rouca: “O
rapaz tem uma mensagem de Natal
e depois precisam os ir em bora. O
rapaz tem uma festa hoje à noite”.
Nossa últim a parada foi na casa
da irmã Rencher. A porta se abriq
antes mesmo que eu tivesse chance
de bater. A irmã Rencher, sorrindo e
m ancando com auxílio do andador
de m etal, convidou-nos a entrar.
• D E Z E M B R O DE
47
N ovam ente, Bill executou o ritual
das nozes. C onversou com a irmã
R encher a respeito do tem po, seu
n o v o b is n e to e a la m e n tá v e l
c o n d içã o das ruas da cid ad e. Eu
e sta v a ra p id a m e n te re v isa n d o a
h is tó ria do N a ta l n a cab eça,
p re p a ra n d o -m e para q u an d o Bill
dissesse ser a minha vez.
De repente, Bill ergueu-se e disse,
olhando para o chão: “ü n h o mais
uma coisa para a irmã". Virando-se
p ara m im , ele p ed iu : “Q u e r me
ajudar, rapaz? Você pode segurar a
porta para mim”.
Bill foi até a camioneta, retirou o
encerado de cima de uma espécie de
c a d e ira , a rra s to u -a p a ra fora da
traseira da camioneta e levou-a para
a calçada. Andou cambaleante até a
c asa, c a rre g a n d o um a en o rm e
c a d e ira de b a la n ç o de ca rv alh o ,
trabalhada e polida com perfeição.
Ele colocou-a gentilm ente no meio
da sala, deu um passo para trás e
sorriu com orgulho. A irmã Rencher
ficou olhando sem conseguir falar.
Ela olhou prim eiro para a cadeira,
depois para Bill e novamente para a
cadeira.
1 9 9 3
 “Q uando sua cadeira de balanço
q u e b ro u na p rim a v e ra p a ssa d a ”,
explicou Bill timidamente, “imaginei
q ue p re c is a ria de o u tra . Eu
co stu m av a fazê-las sem pre, sabe,
meu pai sendo carpinteiro e tudo o
mais. Acho que esta não vai quebrar.
N ão é com o aq u e la s co m p ra d as
em loja.”
Bill term inou de falar. O sorriso
desapareceu, as palavras acabaram e
ele sentou-se no divã a meu lado.
Vagarosam ente, a irmã R encher
ergueu-se e arrastou-se até a cadeira
de balanço. Tocou a superfície lisa,
dura e lustrosa com a ponta dos dedos.
Empurrou o encosto alto e a cadeira
com eçou a balançar ritm icam ente.
Lentamente acomodou o corpo frágil
n a ca d e ira e d escansou a cab eça
grisalha no encosto sólido. Por um
in s ta n te , ficou se n ta d a im óvel.
Começou, então, a balançar, sempre
vagarosamente. Enquanto balançava
na cadeira, um sorriso surgiu-lhe nos
lábios e enormes lágrimas cristalinas
encheram -lhe os olhos. “Obrigada,
Bill”, sussurrou ela. “Oh, como senti
falta da outra cadeira. Mas esta aqui”,
ac re sc e n to u , to c a n d o os braços
curvos, “faria m inha velha cadeira
sentir vergonha”.
Bill to ssiu e a n u n c io u s u b ita ­
mente: “O rapaz tem uma pequena
mensagem de Natal para a irmã”.
“Vamos fazer um a o ra ção p ri­
meiro”, sugeriu a irmã Rencher.
“O rapaz p o d e fazer a o ra ç ã o
também”, disse Bill.
“Eu tarei a oração hoje, Bill”, disse
brandamente a irmã Rencher.
A L I A H O N A
Nós três abaixam os a cabeça.
E n q u an to a irm ã R encher orava,
com preendi por que Bill Hayward
nunca fora desobrigado do cargo de
mestre familiar.
“E Pai C e le stia l”, orou a irm ã
Rencher, “agradeço-te m uito, mas
muito mesmo, por Bill e toda a sua
bon d ad e. A gradeço pelas m uitas
vezes que ele lim pou a n e v e da
m inha calçada, ajuntou as folhas,
c u id o u do ja rd im e de to d a s as
m in h a s n e c e ssid a d e s. Ele tem
realmente sido um instrum ento em
tuas mãos. Oh, Pai Celestial, rogo-te
que abençoes e protejas este grande
homem.”
Logo depois do am ém , Bill voltou-
se nervosamente e gaguejou:
“O rap az tem um a e x c e le n te
mensagem para a irmã”.
P or um m o m e n to , fiq u ei sem
fala. Tinha um nó na garganta, mas
não foi por isso que não conseguia
falar. Deu-me um branco. Eu, que
p e n sa v a c o n h e c e r tã o bem as
escrituras, especialm ente q uando
me comparava a Bill Hayward, não
conseguia lembrar-me de nada, nem
mesmo da história do Natal, não o
s u fic ie n te p a ra p o d e r c o n tá - la
naquela ocasião. A única coisa que
me v in h a à c a b e ç a e ra um a
p arábola m uito e stra n h a . E nem
sequer estava relacio n ad a com o
N a ta l — 011 p elo m en o s assim
pensava eu.
M olhei os lábios e esfreguei as
mãos nas calças. “Acho que gostaria
de explicar o que o N atal significa
para mim”, comecei gaguejando. “Ao
• D E Z E M B R O DE
4IoQ
m enos o que significa p ara mim
nesta noite”. O lhei para as minhas
mãos.
Elas estavam lim pas. As unhas
c o rta d a s, a palm a das m ãos sem
calos. “Havia dois homens que foram
ao tem plo orar, um era fariseu e o
o u tro p u b lic a n o ”, co m ec ei. “O
fariseu era lim po e ed u c ad o e se
achava muito sábio. O publicano era
trabalhador e tinha as mãos sujas e
calejadas. Ambos foram ao templo
orar, e o fariseu . . . ” (vide Lucas
18:10-14).
Q u a n d o v o ltam os p ara m in h a
casa, Bill agarrou o volante e ficou
olhando para a escuridão além da
luz penetrante dos faróis dianteiros.
“Foi um a e x c e le n te m en sag em ,
ra p a z ”, disse ele. “M as n ão me
lembro de ter ouvido aquela parte
da h is tó ria de N a ta l q u e v o cê
contou na casa de Vivian Rencher,
sabe, aquela sobre os dois sujeitos
que vão ao templo”.
Fez um a p au sa. “N em sei se
compreendi direito o que ela queria
dizer. Acho que isso acontece quando
um sujeito estuda mais os motores a
diesel do que as escrituras”.
“Oh, mas acho que você conhece
as e s c ritu ra s , B ill”, re sp o n d i
rapidamente. Voltei-me e estendi-lhe
a mão. Já tinha apertado a mão de
Bill antes, mas nunca sem que ele
me o fe rec esse a sua p rim eiro .
“O b rig a d o , B ill”, disse eu,
e m o c io n a d o . “O b rig a d o p o r sua
m en sag e m ”, c o n tin u e i d izen d o ,
ainda apertando-lhe a mão calejada.
“Foi uma excelente mensagem.” □
1 9 9 3
 A N oite Santa, d o a rtis ta ita lia n o A n to n io A lle g ri da C o rre g g io ( 1 4 9 4 - 1 5 3 4 ) .
"E [M aria] deu à luz a seu filh o prim ogênito, e envolveu-o em panos, e de ito u-o numa m anjedoura" (Lucas 2:7).
 “E o anjo lhes disse:
Não temais, porque eis aqui vos
trago novas de grande alegria,
que será para todo o povo:
Pois, na cidade de Davi, vos
nasceu hoje o Salvador, que
é Cristo, o Senhor . . .
E foram apressadamente,
e acharam Maria, e José,
e o menino deitado na
manjedoura"
(Lucas 2 :1 0 -1 1 ,1 6 ).
 ÍNDICE ANUAL DE A LIAHONA - 1993
Lista de Abreviaturas A prendizado Pedro, Tiago e João Ordenando
c = capa "E Bom Ser Instruído...", Boyd K. Joseph Smith e Oliver, Minerva
I = seção infantil Packer, Jan, 7 7 Teichert, M ai, 4c
3c= 39 capa Onde Está a Sabedoria?, Russell M. Proselitismo entre os Indios, Winfred
4c = 4 a capa Nelson, Jan, 5 R. Geisler, Jun, 3c
A rbítrio Semeador e o Ceifeiro, O, Greg K.
Como Consertar uma Vida Olsen, Ago, 3c
ÍNDICE POR TÓPICOS Danificada, Richard G. Scott, Jan, Tempo de Descobrir, Anne Marie
65 Oborn, Out, 11
A Confiança por M eio da Conversão, Última Ceia, A, Abr, 12
Aileen H. Clyde, Jan, 95 Vista da M ain Street, 1885, Al
Abuso Sexual Área Asiática Rounds, Nov, 3c
Agonia Oculta, Lisa A. Johnson, Fev, Igreja na India, Paquistão, Artesanato, Dez, 16
26 Bangladesh e Srilanka, A, Out, 22 Ativação
Adversidade Argentina Busca e Salvamento, Thomas S.
Deus de Amor Que Fala aos Homens, Fé Fez com que Chegássemos a Monson, Jul, 50
Um, Marion D. Hanks, Jan, 68 Tempo, A, Gustavo Adolfo Abalos, Auto-estima
M ilagres - Naqueles Tempos e Set, 8 Confiança por M eio da Conversão,
Agora, Thomas S. Monson, Jan, Arrependimento Aileen H. Clyde, Jan, 95
73 Cumprir Convênios, M. Russell N ascido de Boa Família, Dallas N.
Renascimento Espiritual, Glenn L. Ballard, Jul, 5 Archibald, Jan, 2 7
Pace, Jan, 1 1 "N ão Senti M ais Dores", Craig A. Auto-imagem
Advertência Cardon, Abr, 22 Ame a Si Mesm o!, George /.
Alegria da Esperança Realizada, A, O ração no Estacionamento, Uma, Cannon, Out, 4 6
M . Russell Ballard,Jan, 33 M ai, 24 Autoridade
"Eis que o Senhor M e Revelou "Pelo Poder de Sua Palavra Fizeram Templo, o Sacerdócio, O, Boyd K.
Grandes e Maravilhosas Coisas", com que as Prisões Ruíssem", Packer, Jul, 1 8
L. Tom Perry, Jan, 16 James M . Paramore, Jan, 9
Exito na O bediência aos Princípios do Receber Ajuda Divina pela G raça do B
Evangelho, David B. Haight, Jan, Senhor, Gene R. Cook, Jul, 82
80 Senhor da Vida, 0 ,J . Richard Clarke, Batismo
América Central Jul, 8 Vinde a Cristo, Lowell D. W ood, Jul,
Conversa sobre a Igreja na América Arte 91
Central, Jun, 21 A parição do Senhor a Joseph Smith e Belém
América do Sul a O liver C owdery no Templo de Estrada para Belém, A, D. Kelly
Fortalecimento da Igreja na Área Sul Kirtland, em 3 de abril de 183ó, Ogden, Dez, 34
da América do Sul, O, Set, 4 4 A, Theodore Gorka, Out, 3c Belize
Amor Arte Infantil em Todo o M undo, Set, Xinia M unoz da C idade de Belize,
Amor de Cristo, C. M ax Caldwell, 34 Belize, Marvin K. Gardner, Nov,
Jan, 31 Bezerro, O, Edwin Evans, Set, II 14
"Camas de G ato" de Bondade, Construção do Templo de Nauvoo, Benson, Ezra Taft
Chieko N . Okazaki, Jul, 87 Gustavo Doré, Abr, 26 Nos Despedirmos, Ao, Thomas S.
Dádivas, Thomas S. Monson, Jul, 62 Cristo: A Última Semana de Seu Monson, Jan, 94
Estrada deJericó, A, Thomas S. M inistério, Gustave Doré, Abr, 26 Pecado N ão Prevalecerá, O , Gordon
Monson, Jun, 16 Das A/lãos e do Coração, Marjorie B. Hinckley, Jan, 4
Juan Carlos e a Camisa da Draper Conder, M ai, 34 Testemunho de um Profeta", "O,
Conferência, Jan M. Smith, Jun, 2 Herança, Jean Leighton Lundberg Gordon B. Hinckley, Jul, 9 6
Talento de Shelly, O, Debra Hadfield, Clark, M ai, 3c Bom Pastor
M ai, 4 M aternidade, Nancy Seamons Ovelha Chamada Brandon, Uma, Lois
Angell, Truman O. Crookston, Mar, 3c J. Funk, Abr, 6
Truman O. Angell: Construtor do N a Nossa Horta, Lyuda Syoutanina, Bondade
Reino, Shannon W . Ostler, Jun, 8 Set, 3 c "Camas de G ato" de Bondade,
Aposentadoria N oite Santa, A, Antonio Allegri da Chieko N . Okazaki, Jul, 87
Anos Dourados, Os, Robert L. Corregio, Dez, 3c Escolha da Equipe, A, Mark Shaffer,
Backman,Jan, 13 Out, 7

Í N D I C E 1 9 9 3
I
 c Coragem
M edo, Virgínia H. Pearce, Jan, 9 7
Ensino
N ascido de Boa Família, Dallas N.
M ilagres - Naqueles Tempos e Archibald, Jan, 27
Caridade
Agora, Thomas S. Monson, Jan, "O lhai para Vossas Criancinhas",
Alegria da Esperança Realizada, A,
73 Michaelene P. Grassli, Jan, 100
M . Russell Ballard, Jan, 33
Coréia Poder dos Princípios Corretos, O,
Amor de Cristo, C. M ax Caldwell,
Terra da Calma Natutina, Kellene Richard G. Scott, Jul, 33
Jan, 31
Ricks Adams, Ago, 34 Equador
Homem da ta la de Lixo, O , Paul
Coro do Tabernáculo Equador, Don L. Searle, Abr, 32
Weis, Mar, 2
A Uma Só Voz, Larene Gaunt, Out, Escolas da Igreja
Casamento
10 "E Bom Ser Instruído", Boyd K. Packer,
Amor, Risos e Espiritualidade no
Crescimento da Igreja Jan, 77
Casamento, Barbara Workman,
O bra M issionária nas Filipinas, A, Escrituras
Jul, 12
Augusto A. Um, Jan, 89 "Eis que o Senhor M e Revelou
Felicidade do Vosso Cônjuge, A,
Crianças Grandes e Maravilhosas Coisas",
Melvin L. Prueitt, Fev, 4 6
"O lhai para Vossas Criancinhas", L. Tom Perry, Jan, 16
Chile
Michaelene P. Grassli, Jan 100 Fazer-se Sábio para a Salvação, John
Em Solo Sagrado, Gregory Encina
Cura E. Fowler, Jan, 85
Billikopf, Fev, 30
Como Consertar uma Vida "Lembrai-vos Também das Promessas",
Fé do Irmão Avila, A, José Ojeda,
D anificada, Richard G. Scott, Jan, Jay E. Jensen, Jan, 87
Nov, 26
65 Vir a Cristo Examinando as Escrituras,
Compromisso
Merrill J. Bateman, Jan, 29
"Comprometeis-vos de Coração",
Neal A. Maxwell, Jan, 7 0
D Espanha
Amigos em N otícia: Da Espanha e de
“Eis que o Inimigo Está Reunido",
De um Amigo para Outro Portugal, Mar, 10
Neal A. Maxwell, Jul, 78
Elder H oracio A. Tenorio, BeverlyJ. M elhor de Barcelona, O, Lisa A.
Herança Inestimável, Uma, James E.
Ahlstrom, M ai, 110 Johnson, Ago, 4 6
Faust, Jan, 91
Elder L. Lionel Kendrick, Janel Primeiro Jejum de M anoli, O, Carol
Renascimento Espiritual, Glenn L.
Peterson, Fev, 112 Ann Baughman Rivero, Mar, 24
Pace, Jan, 1 1
Elder M arion D. Hanks, Janet Esperança
Sei em Quem Confiei, D. Todd
Peterson, Out, 14 Alegria da Esperança Realizada, A,
Christoffe, Jul, 86
Elder M onte J. Brouqh, Tryn Paxton, M . Russell Ballard, Jan, 35
Senhor Q ualifica Aqueles a Quem
Mar, 112 Espírito Santo
Chama", "O, Neil L. Andersen,
Elder Ronald E. Poelman, Kellene Ricks Heróis, F4. David Burton, Jul, 48
Jul, 85
Adams, Ago, 14 Estudo das Escrituras
Exito na O bediência aos Princípios do
Desafios Examinai as Escrituras, L. Lionel
Evangelho, David B. Haight, Jan,
Ninguém Disse que Seria Fácil, John Kendrick, Jul, 12
80 “
Comunicação B. D icksonjan, 4 7 Histórias da Bíblia e Proteção Pessoal,
D iarra, Modibo Dallin H. Oaks, Jan, 39
O ração, David E. Sorensen, Jul, 31
Conferência Geral Depois da Provação, Bênçãos, Por M eio de Convite" (Alma 5 :ó 2 j,
M odibo Diarra, Ago, 8 Betty Jo N . Jepsen, Jan, 83
Fazer-se Sábio para a Salvação, John
Dinamarca Vir a Cristo Examinando as Escrituras,
E. Fowler, Jan, 85
Consagração M ar, Terra e Almas na Dinamarca, Merrill J. Bateman, Jan, 29
Giles H. Florence, Jun, 36 Europa Mediterrânea
"Comprometeis-vos de C oração",
Neal A. Maxwell, Jan, 7 0 Dombo Tombo Area Europa M editerrânea: Novos
Conversão Dia em Dombo Tombo, Um, Esinath Desafios e Crescimento, Ago, 22
Mutumanji, Jun, 8 Exaltação
Carlos e M aria Roig: Uma M udança
de Coração, Marvin K. Gardner, Dons de Deus Convite á Exaltação, Thomas S.
Mar, 4 0 Dádivas, Thomas S. Monson, Jul, 6 2 Monson, Set, 2
Doré, Gustave Exemplo
Em Busca da Restauração, Angelo
Scarpulla, Jun, 14 Cristo: A Ultima Semana de Seu Davy, o Campeão Que N ão Correu,
Jesus Cristo Está no Centro da M inistério, Abr, 26 Susan E. Tanner, M ai, 18
Restauração do Evangelho, GaryJ. Doutrina e Convênios Heróis, H. David Burton, Jul, 48
Voz de Advertência, Uma, Ezra Taft Expiação
Coleman, Jan, 45
Senhor da Vida, O, J. Richard Clarke, Benson, Ago, 2 Senhor da Vida, O, J. Richard Clarke,
Jul, 8 Jul, 8
Testemunho de um M enino, O,
E
Charlotte Grossnickle Domenico,
F
Set, 13 Educação
Convênio O nde Esta a Sabedoria? Russell M. Família
Cumprir Convênios, M. Russell Nelson, Jan, 5 Famílias e Lares Espiritualmente Fortes,
Ballard, Jul, 5 Joseph B. Wirthlin, Jul, 70

Í N D I C E 1 9 9 3
2
 Flores de Jane, As, Deborah
Hopkinson, Out, 12
M elhor de Todos os Presentes, O,
Jimmi Kairi, Dez, 16
N oite Feliz, Deanne Walker, Dez, 22
Fazendo Amigos
Alexandra M arina Ferreira Caladd,
de Parede, Portuqal, Julie Wardell,
M ai, 12
Ruyman David Hernandez Nontero de
Santa Cruz de Tenerife, Espanha,
Julie Wardell Agô, 14
Xinia M uhoz da C idade de Belize,
Belize, Marvin K. Gardner, NoV,
14
Fé
Alegria da Esperança Realizada, A,
M . Russell Ballard, Jan, 33
Edificar Vossos Tabernáculos, Gordon
B. Hinckley, Jan, 53
"Eis que o Inimigo Está Reunido",
Neal A. Maxwell, Jul, 78
Engano Providencial, Um, Set, 4 0
Esta Tranqüila Casa de Deus, Gordon
B. Hinckley, Jul, 74
Eu Creio, Gordon B. Hinckley, Mar, 2
Exemplo dos Fieis", "O, Thomas S.
Monson,Jan, 105
Farol do Ancoradouro da Paz, O,
Howard W . Hunter, Jan, 19
Fe Produz o Poder do Sacerdócio, A,
John K. Carmack, Jul, 43
Fogueiras Espirituais do Testemunho,
Joseph B. Wirthlin, Jan, 3ó
G uardai a Fé, Richard C. Edgley, Jul,
10
Histórias da Biblia e Proteção Pessoal,
Dallin H. Oaks, Jan, 39
M edo, Virginia H. Pearce, Jan, 9 7
O bra M issionária nas Filipinas, A,
Augusto A. Lim, Jan, 89
Onde Esta a Sabedoria? Russell M.
Nelson, Jan, 5
O ração, David E. Sorensen, Jul, 31
Paz Por M eio da O ração, Rex D .
Pinegar, Jul, 6 7
Receber Ajuda Divina pela G raça do
Senhor, Gene R. Cook, Jul, 82
Volta para Casa, Pai, James E. Faust,
Jul, 36
Ficção
"Amém" do Irmão Smith, 0, Brad
W ilcox, Nov, 10
Excelente Mensagem de N atal, Uma,
AlmaJ. Yates, Dez, 42
Presente de N atal, O, Louise
Engstrom, Dez, 12
Fiji
Fiji: Ilhas de Fé, Shirleen Meek
Saunders, Fev, 32
Filhos
Poder dos Princípios Corretos, O,
Richard G. Scott, Jul, 33
Filipinas
Livro Resgatado, O , Cristina Antonio,
Out, 42
Força
Edificar Vossos Tabernáculos, Gordon
B, Hinckley, Jan, 53
G Senhor, Gene R. Cook, Jul, 82
Graça
Receber Ajuda Divina pela G raça do
Senhor, Gene R. Cook, Jul, 82
Grant, Heber J.
Homem sem Desculpas, Um, Leon R.
Hartshorn, Ago, 26
Gratidão
Canto da G ratidão, O, Lisa Ray
Turner, Jun, 4 6
Dádivas, Thomas S. Monson, Jul, 62
Senhor Q ualifica Aqueles a Quem
Chama", "O, Neil L. Andersen,
Jul, 85
Gravuras
Construção do Templo de Nauvoo,
Gary E. Smith, Fev, 3c
H Alegria da Esperança Realizada, A,
Hanks, D. M arion
Élder M arion D. Hanks, Out, 4
Heróis
Heróis, H. David Burton,Jul, 48
Hino
Canção dos Pastores, A, Daniel
Lyman Carter, Dez, 8
Famílias Poderão Ser Eternas, As, Ruth
M . Gardner e Vanja Y. Watkins,
Mar, 8
Quando Jesus Voltar, Mirla
Greenwood Thyne, Abr, 8
Senhor Deu-me um Templo, O,
Donnell Hunter, Out, 6
História da Família
A doração Pessoal no Templo, David
B. Haight, Jul, 24
História da Igreja
Álbum de Família: Ensaio Fotográfico,
Fev, 18
Histórias do Livro de Mórmon
Aarão Ensina o Pai de Lamôni, Out, 2
Amon Encontra-se com o Pai do Rei
tamôni, Ago, 2
Amon, o Grande Servo, M ai, 214
M issão de Alma em Amoniah, A, Fev,
2 91
Povo de Amon, O, Dez, 2
Honestidade
Cremos em Ser Honestos, Gordon B.
Hinckley, Jun, 2
Í N D I C E 1 9 9 3
3
Dia em Dombo Tombo, Um, Esinath
Mutumanji, Jun, 8
"Pelo Poder de Sua Palavra Fizeram
com que as Prisões Ruissem",
James M . Paramore, Jan, 9
Seguir o Líder, Linda Evans, Ago, 6
Humildade
G uardai a Fé, Richard C. Edgley, Jul,
10
Receber Ajuda Divina pela Graça do
Vinde a Cristo, Lowell D. W ood, Jul,
91
I
Institutos de Religião
“E Bom Ser Instruído...", Boyd K.
Packer, Jan, 7 7
J
Japão
M eu M elhor Presente de Aniversário,
Takami Iwasaki Masuko, M ai, 13
Jejum
Primeiro Jejum de M anoli, O, Ca rol
Ann Baughman Rivero, Mar, 24
Jesus Cristo
M . Russell Ballard, Jan, 33
Amor de Cristo, C. M ax Caldwell,
Jan, 31
Examinai as Escrituras, L. Lionel
Kendrick, Jul, 12
Farol do Ancoradouro da Paz, O,
Howard W . Hunter, Jan, 19
Fogueiras Espirituais do Testemunho,
Joseph B. Wirthlin, Jan, 36
Jesus Cristo Está no Centro da
Restauração do Evangelho, GaryJ.
Coleman, Jan, 45
Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo,
John M . Madsen, Jul, 27
Mulheres da Igreja, As, Howard W .
Hunter, Jan, 102
"O lhai para Vossas Criancinhas",
Michaelene P. Grassli, Jan, 100
Poder da Igreja A licerçado em Cristo,
O, V. Dallas, Jul, 29
Senhor da Vida, O, J. Richard Clarke,
Jul, 8
"Só por em Ti, Jesus, Pensar", Howard
W . Hunter, Jul, 65
Testemunho de um Profeta", "O,
Gordon B. Hinckley, Jul, 96
Vinde a Cristo, Lowell D. W ood, Jul,
Vir a Cristo Examinando as Escrituras,
Merrill J. Batem anjan, 29
Juntratip, Pornchai
Pornchai Juntratip: Espiritualmente
Preparado, David Mitcheil, Jan, 42
K David O. M cXay Kellene Ricks
Kirtland, Ohio
Casa de Revelação, Out, 34
L Caminhos por O nde Jesus Andou, Os,
Lar
Anseio pelo Lar, Marvin J. Ashton, Jan,
22
Famílias e Lares Espiritualmente Fortes,
Joseph B. Wirthlin, Jul, 7 0
Lee, Harold B.
H arold B. Lee, Kellene Ricks Adams,
Nov, 2
Liberdade
"Pelo Poder de Sua Palavra Fizeram
com que as Prisões Ruíssem",
James M . Paramore, Jan, 9
Liderança
Honrar o Sacerdócio, Russel! M .
Nelson, Jul, 39
Liderança da Igreja
Edificar Vossos Tabernáculos, Gordon
B. Hinckley, Jan, 53
Linguagem da Oração
De Volta aos Elementos Básicos do
Evangelho, L. Tom Perry, Jul 93
Linguagem da O ração, A Dallin H.
Oaks, Jul, 15
Livre-Arbítrio
Por que Estou Correndo? Élder Angel
Abrea, Set, 22
Livro de Mórmon
Ele Se Tomou Real, Morgan D.
Westerman, Mai, 4 ó
Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo,
John M . Madsen, Jul, 2 7
Meu Refúgio, George Dickson, Ago,
33
Solo Sagrado, Em, Gregory Encina
Billikopf, Fev, 30
M Mensagem Mórmon
Mali
Depois da Provação, Bênçãos,
M odibo Diarra, Ago, 8
Mandamentos
"Honra Teu Pai e Tua M ãe", Li no
Alvarez, Jan ,25
Mansidão
"Só por em Ti, Jesus, Pensar", Howard
W . Hunter, Jul, 05
Manuel, Olívio Gomes
O lívio Gomes M anuel: O Segredo de
Seu Sucesso, Lisa A. Johnson, Mar,
34
M aternidade
Sou uma M ulher "Escondida pelo
Lar"?, Petrea Kelly, Mar, 4 6
McKay, David O.
Adams, Jun, 14
David 0. M cKay: O Valor de uma
Alma, Leon R. Hartshorn, Out, 26
Mensagem da Primeira Presidência
Thomas S. Monson, Fev, 2
Convite à Exaltação, Thomas S.
Monson, Set, 2
Cremos em Ser Honestos, Gordon B.
Hinckley, Jun, 2
"E Verdadeiro, N ão E?", Gordon B.
Hinckley, Out, 2
Espírito de N atal, O Thomas S.
Monson, Dez, 2
Eu Creio, Gordon B. Hinckley, Mar, 2
M adrugada de Desespero— Manhã
de Alegria, Thomas S. Monson,
M ai, 2
Significado da Páscoa, O , Ezra Taft
Benson, Abr, 2
Templo de Lago Salgado, O, Gordon
B. Hinckley, Nov, 2
Voz de Advertência, Uma, Ezra Taft
Benson, Ago, 2
Mensagem das Professoras Visitantes
Boa U tilização dos Recursos da Terra,
A, Set, 25
Buscar o Senhor Diariamente, Fev, 25
Como Lidar com Deficiências, Jun, 25
C om paixão: Sentimento e Ação, Abr,
25
C uidar das Irmãs com Fé e Desvelo,
M ar, 25
Devemos Usar Nossos Talentos, Out,
25
Edificação do Reino de Deus, A, Mai,
25
Fortalecer Nossa Irmandade Ouvindo
e Confiando, Nov, 25
M elhorar Nossas Comunidades, Ago,
25
Mulheres de Convênio, Dez, 25
Adversidade Pode TornáJo Forte, A,
Set, 33
Fé sem Obras, Mai, 33
Metas
Para Sua Informação, Jun, 33
Milagre
Como Se Avalia um M ilagre, Lois
Lamb Reeder, Mai, 8
Monson, Thomas S.
Estrada de Jericó, A, Thomas S.
Monson, Jun, 16
M oralidade
Cumprir Convênios, M. Russell
Ballard, Jul, 5
Í N D I C E 1 9 9 3
4
Que Ê o Verdadeiro Amor e a
Verdadeira Felicidade?, O Neal
A. Maxwell, Ago, 19
Morte
Adeus de Meu Pai, O, Patrícia R.
Roper, Abr, 10
Mulheres
Mulheres da Igreja, As, Howard W .
Hunter, Jan, 102
Mulheres Santos dos Últimos Dias
Abençoados, Honrados Pioneiros,
Mary Ellen Edmunds, Mar, 12
Mutumanji, Esinath
Dia em Dombo Tombo, Um, Esinath
Mutumanji, Jun, 8
N
Natal
Camelo Deslocado, O, Janet Eyestone
Buck, Dez, 8
Espírito de N atal, O, Thomas S.
Monson, Dez, 2
"Por M eio de Convite", Bettyjo N.
Jepsen, Jan, 83
Noite Familiar
Cápsula do Tempo Ruth Iman, Mar,
16
Famílias e Lares Espiritualmente Fortes,
Joseph B. Wirthlin, Jul, 7 0
O
Obediência
Caminho Certo e Seguro, O, Vickie
Anderson e Loralee Wilkey, Fev, 8
"Comprometeis-vos de Coração",
Neal A. Maxwell, Jan, 7 0
Histórias da Biblia e Proteção Pessoal,
Dallin H. Oaks, Jan, 39
"Honra Teu Pai e Tua M ãe", Lino
Alvarez, Jan, 25
Nos Despedirmos, Ao, Thomas S.
Monson, Jan, 9 4
Pecado N ão Prevalecerá, O, Gordon
B. Hinckley, Jan, 4
Poder dos Princípios Corretos, O,
Richard G. Scott, Jul, 33
Renascimento Espiritual, Glenn L.
Pace, Jan, 1 1
Senhor Fará os Justos Prosperarem, O,
Dean L. Larsenjan, 43
O bra Missionária
Anos Dourados, Os, Robert L.
Backman.Jan, 13
Busca e Salvamento, Thomas S.
Monson, Jul, 5 0
Esperar que as Coisas Aconteçam?,
Pierre Anthian, Out, 8
M eu M elhor Presente de Aniversário,
Takami Iwasaki Masuko, Mai, 13
 Ninguém Disse que Seria Fácil, John
B. Dickson, Jan, 4 7
Nos Despedirmos, Ao, Thomas S.
Monson, Jan, 94
Poder dos Princípios Corretos, O,
Richard G. Scott, Jul, 33
Princípio do Trabalho, O, F. David
Stanley, Jul, 4 6
Sacerdócio em Ação, O, Thomas S.
Monson, Jan, 4 9
Oração
Aproximar-se M ais de Deus, Henry B.
Eyring, Set, 16
Canto da G ratidão, O, Lisa Ray
Turner, Jun, 4 6
De Volta aos Elementos Básicos do
Evangelho, L. Tom Perry, Jul, 93
Eu Esperava M ilagres, Tara Pearson,
Out, 33
Linguagem da O ração, A, Dallin H.
Oaks, Jul, 15
Orando como Enos, Christie Ann
Giles, Jun, 24
Paz Por M eio da O ração, Rex D.
Pinegar, Jul, 6 7
"Por M eio de Convite", BettyJo N.
Jepsen, Jan 83
Ordenanças do Templo
Adoração Pessoal no Templo, David
B. Haight, Jul, 24
Templo do Senhor, O, Thomas S.
Monson, Jul, 4
Orgulho
"Eis que o Senhor M e Revelou
Grandes e Maravilhosas Coisas",
L. Tom Perry, Jan, 16
G uardai a Fé, Richard C. Edgley, Jul,
10
Senhor Fará os Justos Prosperarem, O,
Dean L. Larsen, Jan, 43
Orientação
"Deitar-me Faz em Verdes Pastos", Tai
Kwok Yuen, Jul, 89
P Poder da Igreja A licerçado em Cristo,
Paciência
Deus de Amor Que Fala aos Homens,
Um, Marion D. Hanks, Jan, 68
Exemplo dos Fiéis", "O, Thomas S.
Monson, Jan, 105
Pais
"Honra Teu Pai e Tua M ã e ", Lino
Alvarez, Jan, 25
N ascido de Boa Família, Dallas N.
Archibald, Jan, 27
Poder dos Princípios Corretos, O,
Richard G. Scott, Jul, 33
Pais Não-membros
Para Sua Informação, Ago, 42
PARA SUA INFORMAÇÃO, Jun, 33
PARA SUA INFORMAÇÃO, Ago, 42
PARA SUA INFORMAÇÃO, Set, 4 6
Paraguai
Carlos e M aria Roig: Uma M udança
de Coração, Marvin K. Gardner,
Mar, 4 0
Pioneiros no Paraguai, Marvin K.
Gardner, Set, 10
Paternidade
Volta para Casa, Pai, James E. Faust,
Jul, 36
Paz
Dádivas, Thomas S. Monson, Jul, 62
"Deitar-me Faz em Verdes Pastos", Tai
Kwok Yuen, Jul, 89
Farol do Ancoradouro da Paz, O,
Howard W . Hunter, Jan, 19
Paz Por M eio da O ração, Rex D.
Pinegar, Jul, 6 7
Templo do Senhor, O, Thomas S.
Monson, Jul, 4
Perdão
Ele N ão Era M á Pessoa, Julene M.
Jolley, Mar, 10
Perguntas e Respostas
Como Posso Vencer a
Procrastinação?, Mar, 20
Perseverança
Anseio pelo Lar, Marvin J. Ashton, Jan,
22
Busca e Salvamento, Thomas S.
Monson, Jul, 5 0
G uardai a Fé, Richard C. Edgley, Jul,
10
Herança Inestimável, Uma, James E.
Faust, Jan, 91
M ilagres - Naqueles Tempos e
Agora, Thomas S. Monson, Jan,
73
Pioneiros
Herança Inestimável, Uma James E.
Faust, Jan, 91
Poder
Fé Produz o Poder do Sacerdócio, A,
John K. Carmack, Jul, 43
O , V. Dallas Merrell, Jul, 29
Poelman, Ronald E.
De um Am igo para Outro: Elder
Ronald E. Poelman, Ago, 4
Portugal
Amigos em N otícia: Da Espanha e de
Portugal, Mar, 10
Preparação
Algumas Lições Que Aprendi Quando
Jovem, Gordon B. Hinckley, Jul,
58
Pressão de Grupo
Algumas Lições Que Aprendi Quando
Jovem, Gordon B. Hinckley, Jul 58
Primeira Presidência
Mensagem de N a tal da Primeira
Presidência, Uma, Dez, 4
Í N D I C E 1 9 9 3
5
Princípios
Papel de Estrela, Um, Diane Hoffman,
M ai, 16
Profetas
Fazer-se Sábio para a Salvação John
E. Fowler, Jan, 85
Igreja Prossegue, A, Gordon B.
Hinckley, Jan, 61
Jesus Cristo Está no Centro da
Restauração do Evangelho, GaryJ.
Coleman, Jan, 45
Nos Despedirmos, Ao, Thomas S.
Monson, Jan, 94
Pecado N ão Prevalecerá, O, Gordon
B. Hinckley, Jan, 4
Promessas
"Lembrai-vos Também das Promessas"
Jay E. Jensen, Jan, 87
Prosperidade
"Eis que o Senhor M e Revelou
Grandes e Maravilhosas Coisas",
L. Tom Perry, Jan, 16
Senhor Fará os Justos Prosperarem, O,
Dean L. Larsen, Jan, 43
Proteção
"Deitar-me Faz em Verdes Pastos", Tai
Kwok Yuen, Jul, 89
Histórias da Bíblia e Proteção Pessoal,
Dallin H. Oaks, Jan, 39
Pysanky
Mensagem numa Casca de Ovo,
Peggy Rogers, Abr, 14
Páscoa
Última Ceia, A, Abr, 12
Mensagem numa Casca de Ovo,
Peggy Rogers, Abr, 14
N ovo Tipo de Páscoa, Um, Lynette K.
Allen, Abr, 10
Saudação de Páscoa da Primeira
Presidência, Abr, 1
Significado da Páscoa, O, Ezra Taft
Benson, Abr, 2
R
Respeito
Honrar o Sacerdócio, Russell M.
Nelson, Jul, 39
Linguagem da O ração, A, Dallin H.
Oaks, Jul, 15
Ressurreição
M adrugada de Desespero - Manhã
de Alegria, Thomas S. Monson,
M ai, 2
Significado da Páscoa, O, Ezra Taft
Benson, Abr, 2
Reverência
"Só Por em Ti, Jesus, Pensar", Howard
W . Hunter, Jul, 65
Roig, Carlos
Carlos e M aria Roig: Uma M udança
de Coração, Marvin K. Gardner,
Mar, 4 0
s Hunter, Jan, 102
Sabedoria
Onde Está a Sabedoria?, Russell M.
Nelson, Jan, 5
Sacerdócio
Fé Produz o Poder do Sacerdócio, A,
John K. Carmack, Jul, 43
Honrar o Sacerdócio, Russell M.
Nelson, Jul, 39
Sacerdócio em Ação, O , Thomas S.
Monson, Jan, 4 9
Somente pelo Princípio da Retidão,
Gordon B. Hinckley, M ai, 20
Templo, o Sacerdócio, O, Boyd K.
Packer, Jul, 18
Volta para Casa, Pai, James E. Faust,
Jul, 36
Sacramento
Apenas M ais uma Reunião
Sacramental, Pat Allred Burnell,
Jun, 14
Sacrifício
. Herança Inestimável, Uma, James E.
Faust, Jan, 91
Salvador
Caminhos por Onde Jesus Andou, Os,
Thomas S. Monson, Fev 2
Conhecer o Pastor, Robert E. Wells,
Dez, 10
Ele Vive, SallyJ. Odekirk, Dez, 32
Eles o Conhecem: Profetas dos
Últimos Dias Prestam Testemunho
de Cristo, Abr, 6
G raça do Senhor, A, Gene R. Cook,
Abr, 16
Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo,
John M . Madsen, Jul, 27
Jesus Cristo: Nosso Salvador e
Redentor, Ezra Taft Benson, Abr, 4
Scarpulla, Angelo
Em Busca da Restauração, Angelo
Scarpulla, Jun, 16
Segurança
Anseio pelo Lar, Marvin J. Ashton, Jan,
22
Serviço
Amor de Cristo, C. M ax Caldwell,
Jan, 31
Anos Dourados, Os, Robert L
Backman,Jan, 13
Busca e Resgate Larry Hiller, Jun, 10
Busca e Salvamento, Thomas S.
Monson, Jul, 5 0
"Camas de G ato" de Bondade,
Chieko N. Okazaki, Jul, 87
Casa Que os Gêmeos Construíram, Tailândia
A, Richard M . Romney, Mai, 10 Dádivas de Amor de uma Criança
Erin, a Boa Samaritana, Pa mela para Outra, June e Louis Eldredge,
Brayton, Set, 8 Abr, 2
Mulheres da Igreja, Howard W . Pornchai Juntratip: Espiritualmente
Preparado, David Mitchell, Fev,
Ninguém Disse que Seria Fácil, John 42
B. Dickson, Jan, 4 7 Santos da Tailândia, Os, David
Nossa Festa de N atal, Mitchell, M ai, 4 0
Netzahualcoyotl Salinas Villazaes, Taylor, John
Dez, 1 8 John Taylor, o Corajoso, Leon R.
"Por M eio de Convite", Bettyjo N. Hartshorn, Mar, 26
Jepsen, Jan, 83 Temor
Presentes de N atal, Dez, 20 A/ledo, Virgínia, H. Pearce, Jan, 9 7
Princípio do Trabalho, O, F. David Templo de Lago Salgado
Stanley, Jul, 4 6 Cada Janela, C ada Pináculo, Richard
Sacerdócio em Ação, O Thomas S. Neitzel Holzapfel, Nov, 8
Monson, Jan, 4 9 Em Sua Casa Sagrada, Jay M . Todd,
Sei em Quem Confiei, D. Todd Nov, 34
Christoffe, Jul, 86 Esta Tranqüila Casa de Deus, Gordon
Surpresa de Shannon, A Marjorie A. B. Hinckley, Jul, 7 4
Parker, Set, 4 Poder de Deus Estava Conosco", "O,
Smith, George A lbert (sobre) Larene Gaunt, Nov, 4 4
Exemplo Vivo de Amor, Um, Arthur R. Templo, o Sacerdócio, O Boyd K.
Bassett, Set, 26 Packer, Jul, 18
George Albert Smith, Kellene Ricks, Templo de Portland
Mar, 14 Templo E um Lugar Reverente, O,
Smith, Joseph J. Kathryn A. Fifield, Nov, 4
Igreja Começou com um Profeta, A Templo de Santiago
SherrieJohnson. Dez, 9 Fé do Irmão Avila, A José Ojeda,
Poder da Igreja A licerçado em Cristo, Nov, 2 6
O, V. Dallas Merrell, Jul, 29 Templos
Smith, Joseph F. Adoração Pessoal no Templo, David
Joseph Smith: As Bênçãos do B. Haight, Jul, 24
Relacionamento Familiar, Arthur R. Como o Templo Nos Ajuda, Francês,
Bassett, Jun, 26 W . Hodgson, Nov, 32
Smith, Joseph Fielding Esta Tranqüila Casa de Deus, Gordon
Joseph Fielding Smith, Kellene Ricks B. Hinckley, Jul, 74
Adams, Set, 2 Templo de Lago Salgado, O, Gordon
Joseph Fielding Smith: Um Discípulo B. Hinckley, Nov, 2
Gentil, Leon R. Hartshorn, Dez, 26 Templo do Senhor, O, Thomas S.
Snow, Lorenzo (sobre) Monson, Jul, 4
Lorenzo Snow: As Decisões de um Templo, o Sacerdócio, O, Boyd K.
Jovem, Arthur R. Bassett, M ai, 26 Packer, Jul, 18
Sucessão Presidencial Tempo de Compartilhar
Igreja Prossegue, A Gordon B. Aviso!, Judy Edwards, Nov, 8
Hinckley, Jan, 61 C reio em Ser Honesto, Judy Edwards,
SÓ PARA DIVERTIR, Fev, 5 Set, 6
SÓ PARA DIVERTIR, Mar, 9 Pai, Agradecemos-te, Judy Edwards,
SÓ PARA DIVERTIR, Abr, 16 Dez, 6
SÓ PARA DIVERTIR, Mai, 7 Seguir os Profetas, Judy Edwards,
SÓ PARA DIVERTIR, Ago, 10 Ago, 12
SÓ PARA DIVERTIR, Set, 12 Senhor Deu-me um Templo, O, Judy
SÓ PARA DIVERTIR, Out, 16 Edwards, Out, 10
SÓ PARA DIVERTIR, Nov, 1 3 Templo E a Casa do Senhor, O, Fev,
6
T Templo E um Local de Revelação, O,
M ai, 8
Tabernáculo Templo E um Local Feliz, O, Judy
Edificar Vossos Tabernáculos, Gordon Edwards, Jun, 6
B. Hinckley, Jan, 53 Templos e Ordenanças, Judy
Edwards, Mar, 6
Í N D I C E 1 9 9 3
6
 Templos por Todo o Mundo, Judy
Edwards, Abr, 12
Tenório, Horácio A. (sobre), Mai, 10
Testemunho
"E Verdadeiro, N ão £?", Gordon B.
Hinckley, Out, 2
Fogueiras Espirituais do Testemunho,
Joseph B. Wirthlin, Jan, 36
Novo M étodo, Um, Shauna Robinson,
Abr, 20
Receber Ajuda Divina pela G raça do
Senhor, Gene R. Cook, Jul, 82
Renascimento Espiritual, Glenn L.
Pace, Jan, 1 1
Sei em Quem Confiei, D. Todd
Christoffe, Jul, 86
Senhor Fará os Justos Prosperarem, O,
Dean L. Larsen, Jan, 43
Testemunho de um Profeta", "O,
Gordon B. Hinckley, Jul, 9 6
Testemunho do Livro de Gravuras, O,
M aly Souvanfhon, Fev, 8
Thyne, Mirla Greenwood, Quando
Jesus Voltar, Abr, 8
Trabalho
Algumas Lições Que Aprendi Quando
Jovem, Gordon B. Hinckley, Jul,
96
Princípio do Trabalho, O, F. David
Stanley, Jul, 4 6
Trabalhos Manuais
Boneca Feita de Lenço, Judie
Fordham, Jun, 12
Últimos Dias
"Eis que o Inimigo Está Reunido",
Neal A. Maxwell, Jul, 78
Valores
Exito na O bediência aos Princípios do
Evangelho, David B. Haight, Jan,
80
Verdade
Como Consertar uma Vida
Danificada, Richard G. Scott, Jan,
65
Deus de Amor Que Fala aos Homens,
Um, Marion D. Hanks, Jan, 68
w Social, Fev, 10
W oodruff, W ilford
Homem de Fé e Entusiasmo, Leon R.
Hartshorn, Abr, 42
Y Jovem, M ai, 26
Young, Brigham
Brigham Young e a Responsabilidade
Social, Arthur R. Bassett, Fev, 10
ÍNDICE POR AUTOR
A Em Solo Sagrado, Fev, 30
Abalos, Gustavo Adolfo
Fé Fez com que Chegássemos a
Tempo, A, Set, 8
Abrea, Elder Angel
Por que Estou Correndo?, Set, 22
Adams, Kellene Ricks
David O. M cKay, Jun, 114
George Albert Smith, Mar, 114
Harold B. Lee, Nov, 12
Joseph Fielding Smith, Set, 12
Terra da Calma Matutina, Ago, 34
Ahlstrom, Beverly J.
Elder Horacio A. Tenorio, M ai, 110
Allen, Lynette K.
N ovo Tipo de Páscoa, Um, Abr, 10
Alvarez, Lino
"Honra Teu Pai e Tua M ãe ", Jan, 25
Andersen, Neil L.
Senhor Q ualifica Aqueles a Quem
Chama", "O, Jul, 85
Anderson, Vickie
Caminho Certo e Seguro, O, Fev, 18
Anthian, Pierre
Esperar que as Coisas Aconteçam?,
Out, 8
Antonio, Cristina
Livro Resgatado, O , Out, 42
Archibald, Dallas N.
N ascido de Boa Família, Jan, 2 7
Ashton, M arvin J.
Anseio pelo Lar, Jan, 22
B Jan, 95
Backman, Robert L.
Anos Dourados, Os, Jan, 13
Ballard, M. Russell
Alegria da Esperánça Realizada, A,
Jan, 33
Cumprir Convênios, Jul, 5
Bassett, A rthur R.
Brigham Young e a Responsabilidade
George Albert Smith: Exemplo Vivo de
Amor, Um, Set, 26
Joseph Smith: As Bênçãos do
Relacionamento Familiar, Jun, 26
Lorenzo Snow: As Decisões de um
Bateman, M errill J.
Vir a Cristo Examinando as Escrituras,
Jan, 29
Bates, M arianne Frost
Assim Disse o Senhor, Fev, 15
Benson, Ezra Taft
Jesus Cristo: Nosso Salvador e
Redentor, Abr, 14
Í N D I C E 1 9 9 3
7
Significado da Páscoa, O, Abr, 2
Voz de Advertência, Uma, Ago, 2
Billikopf, Gregory Encina
Brayton, Pamela
Erin, a Boa Samaritana, Set, 8
Buck, Janet Eyestone
Camelo Deslocado, O, Dez, 8
Burnell, Pat Allred
Apenas M ais uma Reunião
Sacramental, Jun, 14
Burton, H. David
Heróis, Jul, 48
c
Caldwell, C. M ax
Amor de Cristo, Jan, 31
Cannon, George I.
Ame a Si Mesmo!, Out, 4 6
Cardon, Craig A.
"N ão Senti mais Dores", Abr, 22
Carmack, John K.
Fé Produz o Poder do Sacerdócio, A,
Jul, 43
Carter, Daniel Lyman
Canção dos Pastores, A, Dez, 18
Christensen, Geri
Mês de Metas, Um, Jun, 33
Christofferson, D. Todd
Sei em Quem Confiei, Jul, 86
Clarke, J. Richard
Senhor da Vida, O, Jul, 8
Clarke, Jean Leighton Lundberg
Herança, M ai, 3S capa
Clyde, Aileen H.
Confiança por M eio da Conversão,
Coleman, G ary J.
Jesus Cristo Está no Centro da
Restauração do Evangelho, Jan,
45
Conder, M arjorie Draper
Das M ãos e do Coração, Mai, 34
Contreras, José Antonio
Desafio do Relógio, Mai, 17
Cook, Gene R.
G raça do Senhor, A, Abr, 16
Receber Ajuda Divina pela Graça do
Senhor, Jul, 82
Corregio, Antonio Allegri da
N oite Feliz, A, Dez, 39 capa
Croockston, Nancy Seamons
M aternidade, Mar, 3a capa
D
Diarra, Modibo
Depois da Provação, Bênçãos, Ago,
8
Dickson, George
M eu Refúgio, Ago, 33
Dickson, John B.
Ninguém Disse que Seria Fácil, Jan,
47
Domenico, Charlotte Grossnickle
Testemunho de um M enino, O, Set,
113
Doré, Gustave
Cristo: A Ultima Semana de Seu
M inistério, Abr, 26
E Pioneiros no Paraguai, Set, 10
Edgley, Richard C.
G uardai a Fé, Jul, 10
Edmunds, M ary Ellen
Abençoados, Honrados Pioneiros,
Mar, 12
Edwards, Judy
Aviso!, Nov, 18
Creio em Ser Honesto, Set, 16
Pai, Agradecemos-te, Dez, 16
Seguir os Profetas, Ago, 112
Senhor Deu-me um Templo, O, Out,
110 ,
Templo E a Casa do Senhor, O, Fev,
16
Templo E um Local Feliz, O , Jun, 16
Templos e Ordenanças, Mar, 16
Templos por Todo o Mundo, Abr, 112
Eldredge, June e Louis
Dádivas de Amor de uma Criança
para Outra, Abr, 12
Engstrom, Louise
Presente de N atal, O, Dez, 112
Evans, Edwin
Bezerro, O, Set, II
Evans, Linda
Seguir o Líder, Ago, 6
Eyring, Henry B.
Aproximar-se M ais de Deus, Set, 116
F Adoração Pessoal no Templo, Jul, 24
Fairrall, Roberta L.
Ligue os Pontos, Fev, 15
Ligue os Pontos, Set, 112
Faust, James E.
Herança Inestimável, Uma, Jan, 91
Volta para Casa, Pai, Jul, 36
Fifield, Kathryn A.
Templo E um Lugar Reverente, O,
Nov, 14
Florence,, Giles H.
M ar, Terra e Almas na Dinamarca,
Jun, 36
Fordham, Judie
Boneca Feita de Lenço, Jun, 12
Fowler, John E. Hinckley, Gordon B.
Fazer-se Sábio para a Salvação, Jan, Algumas Lições Que Aprendi Quando
85 Jovem, Jul, 58
Funk, Lois J. Cremos em Ser Honestos, Jun, 2
Ovelha Chamada Brandon, Uma, "É Verdadeiro, N ão £?", Out, 2
Abr, 6 Edificar Vossos Tabemáculos, Jan, 53
Esta Tranqüila Casa de Deus, Jul, 74
G Eu Creio, Mar, 2
Igreja Prossegue, A, Jan, 61
Gardner, Marvin K. Pecado N ão Prevalecerá , O, Jan, 4
Carlos e M aria Roig: Uma M udança Somente pelo Princípio da Retidão,
de Coração, Mar, 4 0 Mai, 20
Templo de Lago Salgado, O, Nov, 2
Xinia M unoz da C idade de Belize, Testemunho de um Profeta", "O, Jul,
Belize, Nov, 14 96
Gardner, Ruth M uir Hodgson, Francês W .
Famílias Pedrão Ser Eternas, As, Mar, Como o Templo Nos Ajuda, Nov, 32
18 Hoffman, Diane
Gaunt, LaRene Papel de Estrela, Um, M ai, 16
A Uma Só Voz, Out, 10 Holzapfel, Richard Neitzel
Poder de Deus Estava Conosco", "O, Cada Janela, C ada Pináculo Fala das
Nov, 4 4 Coisas de Deus, Nov, 8
Geisler, W infred R. Hopkinson, Deborah
Proselitismo entre os Indios, Jun, 3S Flores de Jane, As, Out, 112
capa Hunter, Donnell
Giles, Christie Ann Senhor Deu-me um Templo, O, Out, 6
O rando como Enos, Jun, 24 Hunter, Howard W .
Gorka, Theodore Farol do Ancoradouro da Paz, O,
A parição do Senhor a Joseph Smith e Jan, 19
a O liver C owdery no Templo de Mulheres da Igreja, As, Jan, 102
Kirtland, em 3 de A b ril de 1836, "Só por em Ti, Jesus, Pensar”, Jul, 65
Out, 39 capa
Grassli, Michaelene P. I
"O lhai para Vossas Criancinhas", Jan,
100 Iman, Ruth
Grimes, Carol Cápsula do Tempo, Mar, 116
Quando Estou Quieto, Ago, 110 Conte os Corações, Fev, 15
Triângulos em Quadrados, Set, 112
H
J
Hadfield, Debra
Talento de Shelly, O, M ai, 14 Jensen, Jay E.
Haight, David B. "Lembrai-vos Também das Promessas",
Jan, 87
Êxito na O bediência aos Princípios do Jepsen, Betty Jo N.
Evangelho, Jan, 80 "Por M eio de Convite" (Alma 5:62),
Hanks, M arion D. Jan, 83
Deus de Amor Que Fala aos Homens, Johnson, Lisa A.
Um, Jan, 68 A gonia Oculta, Fev, 26
Hartshorn, Leon R. M elhor de Barcelona, O, Ago, 4 6
David O. M cKay: O Valor de uma O lívio Gomes M anuel: O Segredo de
Alma, Out, 26 Seu Sucesso, M ar, 34
W ilford W oodruff: Homem de Fé e Johnson, Sherrie
Entusiasmo, Abr, 4 2 Igreja Começou com um Profeta, A,
Heber J. Grant: Homem sem Dez, 19
Desculpas, Um, Ago, 26 Jolley, Julene M.
John Taylor, o Corajoso, Mar, 26 Ele N ão Era M á Pçssoa, Mar, 10
Joseph Fielding Smith: Um Discípulo
Gentil, Dez, 26
Hiller, Larry
Busca e Resgate, Jun, 10
Í N D I C E 1 9 9 3
8
 K Nos Despedirmos, Ao, Jan, 9 4 Pearson, Tara
Sacerdócio em Ação, O, Jan, 4 9 Eu Esperava M ilagres, Out, 33
Kairi, Jimmi Templo do Senhor, O, Jul, 4 Perry, L. Tom
Mutumanji, Esinath De Volta aos Elementos Básicos do
M elhor de Todos os Presentes, O,
Dia em Dombo Tombo, Um, Jun, 8 Evangelho, Jul, 93
Dez, 16
Kelly, Petrea “Eis que o Senhor M e Revelou
Sou uma M ulher "Escondida pelo
N Grandes e Maravilhosas Coisas",
Lar"?, Mar, 4 6 Jan, 16
Nelson, Russell M. Peterson, Janet
Kendrick, L. Lionel
Honrar o Sacerdócio, Jul, 39 Élder L. Lionel Kendrick, Feb. II 2
Examinai as Escrituras, Jul, 12
Onde Está a Sabedoria?, Jan, 5 Élder M arion D. Hanks, Out, 14
L Null, Casey Pinegar, Rex D.
Pais Não-Membros da Igreja, Ago, Paz Por M eio da O ração, Jul, 6 7
42 Primeira Presidência
Larsen, Dean L.
Mensagem de N atal da Primeira
Senhor Fará os Justos Prosperarem, O,
O Presidência, Uma, Dez, 14
Jan, 43
Saudação de Páscoa da Primeira
Lewis, Ann Laemmlen
Oaks, Dallin H. Presidência, Abr, 1
As Escrituras, Mai, 17
Histórias da Bíblia e Proteção Pessoal, Prueitt, Melvin L.
Lim, Augusto A.
Jan, 39 Felicidade do Vosso Cônjuge, A, Fev,
O bra M issionária nas Filipinas, A,
Linguagem da O ração, A, Jul, 15 46
Jan, 89
Oborn, Anne Marie
M Tempo de Descobrir, Out, 11 R
Odekirk, Sally J.
Ele Vive, Dez, 32 Reeder, Lois Lamb
Madsen, John M.
Ogden, D. Kelly Como Se Avalia um M ilagre, Mai, 8
Jesus Cristo, o Filho do Deus Vivo, Jul,
Estrada para Belém, A, Dez, 34 Ricks, Kellene (vide Adams, Kellene
27
Ojeda, José Ricks)
Mann, Paul
Fé, do Irmão Avila, A, Nov, 26 Rivero, Carol Ann Baughman
The True Spirit o f Christmas, Dez,
Okasaki, Chieko N. Primeiro Jejum de M anoli, O, Mar, 24
capa
“Camas de G ato" de Bondade, Jul, Robinson, Shauna
Masuko, Takami Iwasaki
87 N ovo M étodo, Um, Abr, 20
Meu M elhor Presente de Aniversário,
Olsen, Greg K. Rogers, Peggy
Mai, 1 3
Semeador e o Ceifeiro, O, Ago, 3S Mensagem numa Casca de Ovo,
Maxwell, Neal A.
capa Abr, 114
"Comprometei-vos de C oração", Jan,
Ostler, Shannon W . Romney, Richard M.
70
Truman O . Angell: Construtor do Casa Que os Gêmeos Construíram,
"Eis que o Inimigo Está Reunido", Jul,
Reino, Jun, 8 A, M ai, 10
78
Owen, Jackie Roper, Patricia R.
Que E o Verdadeiro Amor e a
As Escrituras, M ai, 17 Adeus de M eu Pai, O, Abr, 10
Verdadeira Felicidade?, O, Ago,
Rounds, Al
19
Merrell, V. Dallas
P Vista de M ain Street, 1885, Nov, 39
capa
Poder da Igreja A licerçado em Cristo,
Pace, Glenn L.
O,
Mitchell, David
Jul, 29
Renascimento Espiritual, Jan, 1 1 s
PornchaiJuntratip: Espiritualmente Packer, Boyd K.
"E Bom Ser Instruído...", Jan, 7 7 Saunders, Shirleen Meek
Preparado, Fev, 42
Templo, o Sacerdócio, O, Jul, 18 Fiji: Ilhas de Fé, Fev, 32
Santos da Tailândia, Os, M ai, 4 0
Palmer, Ruth Scarpulla, Angelo
Monson, Thomas S.
Ornamentos, Dez, 116 Em Busca da Restauração, Jun, 16
Busca e Salvamento, Jul, 5 0
Paramore, James M. Scott, Richard G.
Caminhos por Onde Jesus Andou, Os,
Fev, 2 "Pelo Poder de Sua Palavra Fizeram Como Consertar uma Vida
com que as Prisões Rulssem", Jan, Danificada, ja n , 65
Convite A Exaltação, Set, 2
9 Poder dos Princípios Corretos, O, Jul,
Dádivas, Jul, 62
Parker, M arjorie A. 33
Espírito de N atal, O, Dez, 2
Surpresa de Shannon, A, Set, 4 Searle, Don L.
Estrada de Jericó, A, Jun, 116
Paxton, Tryn Equador, Abr, 32
Exemplo dos Fiéis", "O, Jan, 105
Élder Monte J. Brough, Mar, 112 Shaffer, M ark
M adrugada de Desespero - M anhã
Pearce, V irginia H. Escolha da Equipe, A, Out, 17
de Alegria, M ai, 2
M ilagres - Naqueles Tempos e M edo, Jan, 9 7
Agora, Jan, 73

Í N D I C E 1 9 9 3
9
Smith, G ary E, Todd,Jay M. Wells, Robert E.
Construção do Templo de Nauvoo, Em Sua Casa Sagrada, Nov, 34 Conhecer o Pastor, Dez, 10
Fev, 3S capa Turner, Lisa Ray Wessel, Sophie
Smith, Jan M. Canto da G ratidão, O, Jun, 4 6 Cores Idênticas, Out, 116
Juan Carlos e a Camisa da Westerman, Morgan D.
Conferência, Jun, 2 V Ele Se Tornou Real, M ai, 4 6
Sorensen, David E. W ilcox, Brad
Oração, Jul, 31 Villazaes, Netzahualcoyotl Salinas "Amém" do Irmão Smith, O, Nov, 110
Souvanthong, Maly Nossa Festa de N atal, Dez, 18 W ilkey, Loralee
Testemunho do Livro de Gravuras, O, Caminho Certo e Seguro, O , Fev, 18
Fev, 8 w W irthlin, Joseph B.
Spielman, Carol Famílias e Lares Espiritualmente Fortes,
Jogo de Bolinha de Gude, Nov, 11 3 W alker, Deanne Jul, 70
Stanley, F. David N oite Feliz, Dez, 22 Fogueiras Espirituais do Testemunho,
Princípio do Trabalho, O , Jul, 4 6 W ardell, Julie Jan, 36
Syoutanina, Lyuda Desenho com Folhas, Nov, 11 3 W olford, Darwin
"N a Nossa Horta", Set, 3g capa Enfeites de N atal, Dez, 11 6 Senhor Deu-me um Templo, O, Out,
Alexandra M arina Ferreira Calado, 16
T de Parede, Portugal, M ai, II 2 W ood, Lowell D.
Ruymán David Hernandez M ontero de Vinde a Cristo, Jul, 91
Tanner, Susan E. Santa Cruz de Tenerife, Espanha, W orkm an, Barbara
Davy, o Campeão Que N ão Correu, Ago, 114 Amor, Risos e Espiritualidade no
Mai, 18 W arner, Cheryl D. Casamento, Ago, 12
Taylor, Ray Profissões do N ovo Testamento, Set,
Labirinto Marítim o, Abr, 116 112 Y
Teichert, Minerva W atkins, Vanja Y.
Pedro, Tiago e João Ordenando Famílias Poderão Ser Eternas, As, Yates, Alma J.
Joseph Smith e Oliver, M ai, 4 g Mar, 18 Excelente Mensagem de N atal, Uma,
capa Weis, Paul Dez, 42
Tew, Jeanine Homem da Lata de Lixo, O, M ar, 12 Yuen, Tai Kwok
After M y Trial Came Blessings, Aug, 8 "Deitar-me Faz em Verdes Pastos", Jul,
Thayne, M irla Greenwood 89
Quando Jesus Voltar, Abr, 18

Í N D I C E 1 9 9 3
10
 ÍNDICE DE NOTÍCIAS LOCAIS - 1993
A "Conheça os Mórmons" — Na
Abertura da Terra do Templo da
Colômbia, Set, 2
Acampamentos das Moças, Set, 6
Administrativo, Abr, 5
Alfabetização fi Todo Vapor, M auro
Quoos, Nov, 3
América de Colombo - 5 0 0 Anos!, Fev,
2
Aniversário da Primária, Nov, 5
Apóstolos Dedicam Mais Quatro
Nações, Ago, 2
Aproxima-se o Prazo Final para o
Concurso Internacional de Arte, Jun, 8
Atividade em Instituição Penal, Élderes
Buckley e Monteiro, Jun, ó
Atividade em Vitória de Santo Antão, PE,
Élder Franklin F. M oro, Ago, 10
B Élder Faust Preside Abertura de Terra
Bolsas de Estudo na BYU, Jun, 7
BYU, Mai, ó
c Encontro de Corais no Rio de Janeiro,
Cada Membro um Missionário, Élder
Franklin F. M oro, Nov, 3
Câmara Federal Debate História da
Família, Ago, 4
Campeã Brasileira de Ginástica Rítmica,
M arisa S. Cuellar, Ago, 9
Caridade Nunca Falha, A, Abr, 8
Casal em Missão, Marcus F. Guaicuru,
Jun, 5
Certificado de Registro de Grupo, Set, 7
Cinqüenta e Quatro Jovens Limpam os
Jardins do Templo, Sérgio Munhoz,
Fev, 7
Coluna dos Vanguardas, Out, 1
Comemoração Mundial das Moças, Abr,
1 Exemplo de Dedicação, M arisa S.
Comemoração Mundial das Moças,
Sonia F. M azetto, Nov, 5
Conferência de Mulheres, Izaira Jacó de
Lima, Set, 7
Conferência Regional no Rio, Fev, 5
Conferência Regional, Mar, 2
Conferência Regional, M ai, 1
Expogrande, Adalberto Rodrigues da
Silva, Ago, 8
Cresce o Evangelho em Oriximiná,
Missão Brasil Manaus, Ago, 3
Criado Distrito de Colatina, Élder Puerta,
Nov, 2
D Histórias Maravilhosas, Jô Ribes, Dez, 6
Datilografia no Plano de Bem-Estar, A,
Nov, 5
Deputado Federal Moroni Torgan
Nomeado Vice-Líder do Governo,
Demar Staniscia, Set, 2
Duas Líderes Mundiais Visitam o Brasil,
Demar Staniscia, Fev, 4
E Igreja, Onu e Prefeitura Unidas contra o
para o Novo CTM, Antonio Carlos
Meirelles, Ago, 1
Encontro Cultural, Edgar Justiniano, Nov,
5 4
O swaldo de Bittencourt Amarante
Filho, Nov, ó
Escoteiro da Pátria, Elizabeth Hermann,
Dez, 3
Escotismo, José Gam barini, Nov, 3
Esforço Missionário em São Roque, Jun,
6
Estaca Campinas Flamboyant, Set, 3
Estaca Contagem Brasil, Out, 3
"Eu Gosto de Ver o Templo"— Uma
Excursão Diferente,
Edinalda Alves dos Santos, Jun, 7
Eu Gosto de Ver o Templo, Athos
Marques Amorim, Dez, 7
Eventos da Estaca S. Paulo, M arisa
Silveira Cuellar, Fev, 4
Cuellar, Nov, 7
Exposição de Arte, Élder M olina, Set, 8
Exposição em Praça Pública, Nelson
Spera, Nov, 4
F Missão Cumprida, Mar, 7
Festival de Corais da Primária, M ichele
Coronetti, Nov, ó
Í N D I C E 1 9 9 3
11
Filmes para a Televisão, Demar
Staniscia, Fev, 5
Formandas do Corpo de Bombeiros,
O sw aldo de Bittencourt A. Filho, Jun,
8
H
Homenagem Inédita, Laureni Fochetto,
Set, 8
I
Igreja Colabora com a Comunidade
Baiana, Élder de Lima, Nov, 2
Igreja Cresce no Oeste, A, Humberto
Ferreira da Silva, Ago, 1 2
Desemprego, M arisa S. Cuellar, Nov,
2
Iqreja Presta Assistência à Rússia, A,
Nov, 1
Igreja Tornou-se Legal na Itália, A, Ago,
Igreja Une-se à Prefeitura de Osasco
contra o Cólera, M arisa S. Cuellar,
Ago, 9
Interesse, Abr, 6
Interesse e Cultura, Mar, 7
J
Jovens, M ai, 2
Jovens Visitam Força Aérea, HiltoJosé
Costa, Nov, 6
L
Líderes da Igreja Pedem Tolerância, Mar,
3
M
Membro SUD Lança Livro, M auro Quoos,
Ago, 12
Missionários Ajudam a Polícia em
Curitiba, M arcos A. Zandoná, Fev, 7
Moças em Excelência, Luiz Eduardo S.
Rolim, Dez, 5
Mulher SUD em Destaque, Hélvio A. S.
Pereira, Set, 8
N Flamboyant, Fev, 5
Nossa Lei E Trabalhar, M arisa S.
Cuellar, Nov, 7
Notícia da Ala Piedade, PE, Daniel
Santana Silva, Ago, 8
Notícia dejaboatão — PE, Henrique S.
A. Simplício, Out, 2
Notícia de Juiz de Fora — Primeira
Semana de Cultura e Arte do Ramo
Leopoldina, Suzana M cauchar, Out,
4 Agora à Disposição para Aulas no Lar
Notícia de Piauí, Rosângela Lima, Out, 4
Notícias — Primeira Presidência
Comenta Aprovação do Decreto de
Restauração da Liberdade Religiosa,
Dez, 7
Notícias de Belo Horizonte, Ago, 5
Notícias de Vitória, ES, W indsor Calmon
Fernandes, Fev, 6
Notícias do Escotismo, Dez, 4
Nova Presidência na Estaca Florianópolis
Brasil, Out, 2
Nova Presidência do Templo de São
Paulo, Dez, 1
Novas Estacas, Mar, 4
Novas Estacas, Abr, 5
Novas Estacas em Ribeirão Preto, Nov,
2 no Leste Europeu, Nov, 2
Novas Missões, Abr, 4
Novo Centro de Treinamento Missionário
da Área Brasileira, Jun, 1
Novo Distrito, Abr, 5
Novo Distrito: Guarujá Brasil, M arina do
Amaral Varella A/cover, Ago, 12
Novo Presidente do Templo de São
Paulo, Ago, 3
Novo Representante Regional, Jun, 5
Novos Distritos na Missão Manaus, Ago,
12
Novos Inícios, Jun, 5
Novos Inícios do Ramo Carmelo, M aria
das Dores Barbosa, Nov, 6
Novos Presidentes de Missão, Jun, 2
Novos Representantes Regionais, Nov, 2
O Set, 5
Obra Missionária, Mar, 3
Obra Missionária, Mai, 5
Obra Missionária no Interior do
Nordeste, Presidente Amorim, Ago, 5
Operário Padrão, M arisa S. Cuellar,
Nov, 8
Organização da Estaca Campinas
Organização de Estacas, A dair
Sebastião Iglézia, Jun, 4
Organização e Reorganização de
Estacas, Ago, 6
Organizada Estaca de Contagem (MG),
Set, 3
P Knudson, Ago, 4
Pacote de Gravuras do Evangelho,
ou na Igreja, Dez, 3
Pedra Cortada sem Mãos Encherá o
Mundo,A, M arisa S. Cuellar, Nov, 8
Pesquisa Genealógica — Trabalho de
Amor, Ninete Furlan de Godoy, Fev,
4 Jadson Andrade, Set, 3
Praça Santos Andrade, em Curitiba,
Recebe "Tratamento Especial",
M auro Quoos, Fev, 7
Primária, Presidência da Primária, Ago,
7
Primária em Festa, Abr, 5
Primeira (I) Semana de Cultura e Arte
Apóia a Obra Missionária,
Suzana M cauchar, Fev, 8
Primeiro Missionário Brasileiro a Pregar
Programa de Acampamento das Moças,
Mar, 6
Programa de Alfabetização de Adultos,
M ário Quoos, Fev, 6
Programa de Vanguardas, Set, 7
Programa Missionário na Missão
Brasília, Élder M cW horter e Élder Pint,
Dez, 2
Proqramação de Natal, Sonia Casado,
Jun, 8
Projeto de Serviço em Campo Grande,
Adalberto Rodrigues da Silva, Ago,
10
Projeto de Serviço para Salvar o Rio
Barigüi, M auro Quoos, Set, 4
Projeto de Serviço da Estaca Campo
Grande MS, Adalberto R. da Silva,
Projeto de Serviço em Hospital, Set, 5
Projeto de Serviço, Juarez P. Gonçalves,
Out, 3
Projeto de Serviço, lldelídia Rodrigues,
Nov, 4
Projeto de Serviço, Cristina Reis de
França, Dez, 5
Projetos de Serviço, Jun, 7
Q
Quarta (IV) Criart, M auro Quoos, Fev, 8
R
Ramo de Rondonópolis, Richard C.
Ramo em Português para Brasileiros em
Miami, Jun, 8
Ramo Português em Boston, Set, 5
Reenfatizadas Qualificações para Obra
Missionária de Tempo Integral, Jun, 2
Reorganizada a Presidência do Templo
de São Paulo, Sérgio Munhoz, Fev, 1
Reorganizado Distrito de Campos— RJ,
Respeito de Dinheiro, A, M arvin J.
Ashton, Mar, 8
s
Sacrifício para Servir, Jennifer e Eliza
Brough, Mar, 1
Serviço ao Próximo, Mar, 4
Serviço ao Próximo, Abr, 4
Serão de Abertura da Missão Brasil
Florianópolis, M ario Fernandes Dias,
Nov, 4
Show de Talentos, Élder Lima, Fev, 8
Sociedade de Socorro, M ai, 5
T
Templo de São Paulo, Presidência do
Templo, Dez, 3
Terceiro Concurso Internacional de Arte:
"Vivendo o Evangelho na Igreja
Mundial", M ai, 6
Três Gerações em Missão
Simultaneamente, Set, 1
V
Visita à Praça Joseph Smith, Mauro
Quoos, Ago, 1 1
w
W illy Liahona, Dez, 4
 Nova Presidência
NOTÍCIAS LOCAIS do Templo de São Paulo
A thos Marques Amorim é o novo
L A Presidente do Templo. Foi designado
JL JLpelo Presidente Gordon B. Hinckley
em 16 de agosto de 1993. Foi-lhe conferido o
poder selador. Sua esposa, Maria Alice Ferrão de
Amorim, foi chamada como Diretora do Templo,
e designada pelo Elder Gordon B. Hinckley.
O Presidente Amorim, de 61 anos, é militar
da reserva e exerceu vários cargos desde que foi
batizado em 1972, tendo sido presidente da
Missão Brasil Fortaleza.
Oswaldo Silva Camargo foi designado
primeiro conselheiro pelo Presidente Amorim.
Ele tem 64 anos, é casado com Beatriz da Silva
Camargo e foi batizado em 1967. Entre outros
cargos foi patriarca, presidente de estaca,
selador no templo e conselheiro na Presidência
do Templo.
O Presidente Nagib Dias foi designado
segundo conselheiro. Ele tem 60 anos, é casado
com Gilcka Freire Dias e é oficial da reserva
remunerada (capitão) paraquedista. E bacharel
em Direito. Exerceu vários cargos na Igreja.
A irmã Isabel Ronzela Rodrigues foi
designada primeira assistente da Diretoria pelo
Presidente Amorim. A irmã Gilcka Freire Dias
foi designada segunda assistente da Diretoria
pelo presidente Amorim.

I'
Pres. O svaldo S. Cam argo; Pres. Athos M arques Amorim e Pres. Nagib Dias.

Irmãs Isabel R. Rodrigues; M aria Alice F. Amorim e Gilcka F. Dias.

D E Z E M B R O 1 9 9 3
/
PROGRAMA
MISSIONÁRIO NA
MISSÃO BRASÍLIA
Enviado por Elder M cW horter e Elder Pint
m Santo Antônio do Descoberto,
E Goiás, os élderes McWhorter e
Pint visitaram uma locadora de fitas
de vídeo e propuseram o seguinte ao
proprietário: Toda pessoa que alugasse
uma fita receberia outra produzida
pela Igreja, totalmente grátis: Juntos
para Sempre e O Plano do Pai
Celestial, pelo mesmo prazo do
aluguel da fita da loja. No estojo da
fita da Igreja ia um questionário para
ser respondido e devolvido,
perguntando se a pessoa gostaria de
saber mais sobre o filme. O resultado
foi muito bom e receberam muitas
referências.
Os élderes Pint e Araújo, e as
missionárias Santos e Pereira
prestaram um notável serviço em
Cuiabá, MT. Visitaram um hospital
para aidéticos, “Casa de Mãe Joana”,
ajudando espiritualmente e levando
alimentos para os doentes.
Trabalharam também na Creche
“Maria Romana”, ajudando crianças
carentes, fizeram hortas e pintaram o
prédio da creche. As missionárias
cuidaram das crianças de três a oito
meses no berçário.

E n tre g a n d o as fita s d e v íd e o . Internos d o hospital "C asa de M ã e J o a n a ".

Elder P rin t p re p a ra n d o u m c a n te iro p a ra o p la n tio d e D iretora, Professoras e crianças d a creche

h o rta liç a s . " M a ria R o m a n a ".

TEMPLO DE SAO
PAULO
0 de outubro de 1978 — Nesta
3 data o Presidente Spencer W.
Kimball proferiu a oração dedicatória
do Templo de São Paulo. Em nossos
corações ainda ecoam as palavras
inspiradas desse grande líder, que
presidiu a Igreja com tanta sabedoria,
visão, bondade e amor. Desde aquele
dia, sem interrupções, o Templo tem
aberto suas portas para receber o povo “Oramos para que todos os que
do Senhor. Quase 750.000 atravessarem os umbrais desta
investiduras foram realizadas e cada tua Casa possam sentir o teu poder
vez mais irmãos recebem as bênçãos e ser compelidos a reconhecer
das ordenanças no Templo.
30
que tu a santificaste e que ela é
de outubro de 1993 — Quinze a tua Casa, um lugar de
anos após terem sido proferidas, as Santidade.”
palavras do Presidente Kimball nos Athos Marques Amorim
lembram nosso sagrado compromisso Presidente do Templo
com o Senhor e a reverência, o amor e Oswaldo Camargo
o respeito devido ao Templo de São l s Conselheiro
Paulo, o primeiro edificado na Nagib Dias
América do Sul. 1° Conselheiro

N O T Í C I A S L O C A I S
O
PACOTE DE GRAVURAS
DO EVANGELHO,
AGORA À
DISPOSIÇÃO PARA
AULAS NO LAR OU NA
IGREJA
s santos dos últimos dias
O brasileiros podem contar com
mais um recurso para estimular os
debates sobre o evangelho tanto no lar
como nas alas e ramos. Um pacote de
gravuras do evangelho, preparado pelo
Departamento de Currículo e
Desenvolvimento da Igreja está à
disposição nos centros de distribuição
locais. (....)
O pacote contém mais de 100
gravuras coloridas, que mostram
histórias e eventos do Velho
Testamento, Novo Testamento e
Livro de Mórmon. O verso de cada
gravura apresenta referências de
escrituras com a história que resume a
cena descrita. As fotos, tamanho
revista, são impressas em papel
resistente próprio para uso contínuo.
Além disso, o pacote contém cenas de Esse pacote está sendo enviado às alas “A Primeira Presidência orientou a
história da Igreja, uma seleção de e ramos da Igreja em todo o mundo. produção desse pacote atendendo à
templos e um quadro com retratos dos “Embora o Espírito seja o mais necessidade de auxílios visuais como
profetas da Igreja. O pacote tem importante professor, o aprendizado recurso para o ensino do evangelho,
divisores e uma folha de instruções do evangelho pode ser estimulado e o expressa pelos membros da Igreja em
com o índice do número das fotos. Os ensino melhorado quando as lições ou todo o mundo.
membros da Igreja podem acrescentar o estudo são acompanhados de Esperamos que cada biblioteca
outras e arquivá-las com esta coleção. auxílios visuais”, diz Wayne Lynn, do tenha dois pacotes, um para uso nas
O pacote vem em uma caixa de staff do Departamento de classes e um para uso dos membros nas
plástico azul, com tampa, ou Planejamento de Currículo e reuniões familiares, caso não tenham
embrulhado em plástico, sem caixa. Desenvolvimento da Igreja. seu próprio pacote.”

AOS LEITORES
A redação de A LIAHONA solicita
que as notícias enviadas à revista
tratem de assuntos e acontecimentos
que sejam de interesse geral e não
apenas dos membros locais. As fotos
devem ser de boa qualidade e
mostrar alguma ação interessante,
não só grupos de pessoas.
Por exemplo: Se as irmãs da
Sociedade de Socorro estiverem
visitando um asilo, a foto ilustrativa
deve mostrar as irmãs ajudando os
asilados e não apenas um grupo de
mulheres em frente à fachaaa de um
asilo.
Agradecemos.
ESCOTEIRO DA PÁTRIA
Enviado por Elizabeth Hermann
Diretora de Ass. Públicos
O Certificado de Escoteiro da
Pátria, a mais alta condecoração
para um Sênior, foi entregue ao jovem
de 17 anos, Allan Abiatar de
Almeida, numa Reunião de Fogo de
Conselho, na Ala II da Estaca
Curitiba Brasil, no dia 12 de junho
último.
Ele integra o Grupo Escoteiro
Helamã, e participou de um evento
internacional de Escotismo, o
Jamboree dei Sol, em Cuzco, Peru, de
31 de julho a 6 de agosto passado. O escoteiro A lla n , de Curitiba.

D E Z E M B R O 1 9 9 3
3

G ru p o de v a n g u a rd a s - A la P enha
NOTÍCIAS DO
ESCOTISMO
m quatro de setembro último, foi
E organizado o grupo de Vanguardas
WILLY LIAHONA
rara é uma cidade de seis mil
A habitantes, no interior da
Paraíba. Logo será organizado um
ramo no local.
Sessenta famílias estão recebendo
A Liahona e cerca de cem já têm o
Livro de Mórmon.
N a fo to , o h a s te a m e n to d a b a n d e ira , n o d ia 2 6 de
s e te m b ro , a n te s d o in íc io d a c o n fe rê n c ia
da Ala Penha, Estaca São Paulo
Penha, numa cerimônia simples e
emocionante. No início eram 4
jovens, hoje são dez, quatro dos quais
estão se preparando para batismo.
Durante os três dias da conferência
O Juiz da Comarca, que
compreende os municípios de
Serraria e Arara, é o dr. Williams
de Souza Fragoso, que recebe a
revista da Igreja e tem o Livro de
Mórmon. Ele tem um filho de poucos
dias, a quem deu o nome de Willy
Liahona. O juiz, que ganhou uma
assinatura da revista e o livro, disse
N O T Í C I A S L O C A I S
4
da Estaca Penha, 24, 25 e 26 de
setembro, os grupos da Penha,
Cangaíba e Vila Matilde foram
responsáveis pela recepção, contagem
de freqüência, arrumação das cadeiras
e mensageiros.
que ficou tão empolgado com o
nome Liahona, que deu esse nome ao
filho.
Na foto, ônibus lotado de
pessoas de Arara (não-membros),
levadas pelo irmão Antonio
Chaves para Campina Grande, a
50 km, a fim de conhecerem a
Igreja.
N a s fo to s , as irm ã s v a c in a n d o a s c ria n ç a s .

MOÇAS EM desenvolveram nas artes em geral,

PROJETO DE SERVIÇO
dança, teatro, música, e que
EXCELÊNCIA aplicam esse conhecimento para o
Enviado por Cristina Reis de França
progresso e refinamento cultural no
Enviado por Luiz Eduardo S. Rolim evangelho.

N
o dia 21 de agosto último, a
capela da Ala Beberibe, A atividade foi organizada
oças em Excelência” é um
Olinda, PE, foi transformada em posto
de vacinação durante a campanha M programa anual da
Estaca Fortaleza Montese, preparado
pela Organização das Moças da estaca,
sob orientação da
presidente, irmã Zélia Araújo
contra a poliomielite, posto este que e apresentado pelas moças da
será permanente. Bezerra.
estaca que durante o ano se
Liderou o projeto a irmã Cristina
Reis de França.

D E Z E M B R O 1 9 9 3
5
HISTÓRIAS
MARAVILHOSAS
Enviado por Jô Ribes
Primeira conselheira d a Primária d a Estaca
São Paulo Perdizes

lha este livro incrível!

O Maravilhosa é a Bíblia!” Com
este refrão a Primária da Estaca São
Paulo Perdizes convidava alunos e
crianças a embarcar numa aventura:
viajar através das incríveis histórias
das escrituras. O musical, baseado no
desenho animado “Histórias
Maravilhosas II”, foi apresentado por
21 crianças da Estaca São Paulo
Perdizes, em comemoração ao
aniversário da organização A Primária,
em todo o mundo.
Para aguçar o interesse pelas
histórias da Bíblia, as crianças
tomaram-se livros vivos, dançando e
cantando em vários ritmos.
Com o Espírito do Senhor,
acreditamos que todos nós, pequenos,
adultos ou idosos, podemos descobrir
$4

as escrituras, que nos conduzirão a

uma grande viagem rumo à vida
jí

eterna.
Além da apresentação na Ala do
Caxingui, no dia 10 de setembro
último, a equipe se apresentará na
noite cultural que antecederá a
Conferência da Estaca São Paulo
Perdizes, no dia 19 de novembro
próximo.

N O T Í C I A S L O C A I S
6
NOTÍCIAS
27 de outubro de 1993

A PRIMEIRA PRESIDÊNCIA
COMENTA APROVAÇÃO DO
DECRETO DE RESTAURAÇÃO
DA LIBERDADE RELIGIOSA.

A Primeira Presidência de A Igreja

de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias emitiu uma declaração sobre a
aprovação, ocorrida hoje no Senado
americano, do decreto da Restauração
da Liberdade Religiosa:

“Estamos satisfeitos por ter o

Congresso aprovado o Decreto da
Restauração da Liberdade Religiosa e
que o Presidente Clinton tenha
manifestado a intenção de assinar esse
documento, transformando-o em lei.
Louvamos os patrocinadores desse
decreto e a Aliança pela Liberdade
Religiosa por terem reconhecido a
importância do livre exercício da
religião, para a liberdade e o bem-estar
de nossa sociedade pluralista.
Essa legislação restitui à lei federal
EU GOSTO DE VER O Ao fundo, um painel do Templo
um princípio básico, de aplicação
geral, que está incorporado na décima de São Paulo, medindo 3,60m por
TEMPLO 4m, idealizado pela presidente da
primeira Regra de Fé da Igreja, datada
de 1842: “Pretendemos o privilégio de Primária da ala, irmã Tânia
Enviado por Athos Marques Am orim
adorar a Deus Todo-Poderoso de Baschta e pintado por Regina Matilde
Presidente d o Templo d e São Paulo
acordo com os ditames da nossa Mourão Dias. O painel vem sendo
consciência e concedemos a todos os Na foto, as crianças que utilizado por diversas alas da Estaca
homens o mesmo privilégio, participaram da Apresentação das Curitiba Iguaçu para ilustrar as
deixando-os adorar como, onde, ou o Crianças na Reunião Sacramental da reuniões especiais da Primária deste
que quiserem.” Ala Bom Retiro, Curitiba. ano.

AVISO

Informamos a todos os membros o novo número do telefone

da Associação Brasileira de A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias:

(011) 81 6 -5 8 1 1
(011) 8 1 4 -3 6 0 7 (FAX)

D E Z E M B R O 1 9 9 3
A LIAHONA
Amigo Leitor
66
Em c a d a ge st o de a m o r d a m o s
um p a s s o p a r a a e t e r n i d a d e .
Compartilhe o evangelho
c om s e u s p a r e n t e s e
a m i g o s . N e s t e N a t a l dê uma
a s s i n a t u r a de “ A LIAHONA”
de p r e s e n t e .

0 p r e ç o da a s s i n a t u r a
não será alterado.

CR$ 1.300,00
/ ^ P r e e n c h a o c u p o m a b a i x o e e n t r e g u e o v a l o r c o r r e s p o n d e n t e ao bi s po .
Q u e m a i nd a n ã o é me m b r o da Igreja de v e e n v i a r c h e q u e n o m i n a l
c r u z a d o à A s s o c i a ç ã o Br a s i l e i r a de A Igrej a de J e s u s Cr i s t o dos Sa n t o s
dos Ú l t i mo s Di as.

N O M E: ...........

ENDEREÇO:

B A I R R O : ......

C E P : ............................. C I DA D E : ................................... E S T A D O : .............................................

É MEMBRO: □ SIM □ NÃO A L A/ RA M O: .......................................

A A S S I N A T U R A É: □ NOVA □ RENOVAÇÃO 1 ANO CR$ 1.300,00

□ P O R UM ANO □ P O R DOIS ANOS 2 ANOS C R $ 2 . 6 0 0 , 0 0

OFERTA VALIDA ATE 3 1 / 1 2 / 9 3

 H I S T Ó R I A S DO L I V R O DE M Ó R M O N

Os filhos de Mosiah ensinaram o evangelho aos lamanitas.

O Povo de Amon Milhares de lamanitas arrependeram-se e filiaram-se à
Igreja.
Alma 23:1, 4-6

Esses anti-néfi-lehitas, ou “povo de Amon”, foram Os amalequitas, os amulonitas e os lamanitas que não se
amigáveis com os nefitas e tornaram-se um povo bom e tra­ arrependeram ficaram zangados com o povo de Amon e
balhador. queriam destruí-los.
Alma 23:17-18 Alma 24:1-2
POR JERRY THOMPSON
ILUSTRADO

O povo de Amon sabia que os perversos lamanitas viriam Enterraram as armas bem fundo na terra e fizeram um con­
matá-los, mas decidiram não lutar contra eles, pois haviam- vênio com o Pai Celestial de nunca mais matar ninguém.
se arrependido de matar pessoas. Alma 24:17-18
Alma 24:5-6

S E Ç Ã O I N F A N T I L • D E Z E M B R O DE 1 9 9 3
2
Quando os perversos lamanitas chegaram e começaram a Vendo que o povo de Amon não reagiria aos ataques,
matá-los, o povo de Amon curvou-se no chão e orou. muitos lamanitas iníquos começaram a se arrepender.
Alma 24:20-21 Alma 24:23-24

Jogaram suas armas no chão e juntaram-se ao povo de Mais lamanitas perversos vieram para matar o povo de
Amon porque não queriam mais lutar. Amon. Ainda assim, eles não revidaram e muitos foram
Alma 24:25-27 mortos.
Alma 27:2-3

Amon não queria a destruição do povo que amava; por isso, Os nefitas em Zarahemla deram a terra de Jershon ao povo
orou pedindo ajuda. O Senhor, então, disse-lhe que tirasse de Amon, tornaram-se seus amigos e deram-lhes proteção.
o povo daquela terra. Alma 27:15, 20-27
Alma 27:4-5, 10-12

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3
 UMA MENSAGEM DE NATAL
da Primeira Presidência às
Crianças do M undo

N
esta época de Natal, enviamos nossas saudações a todas as crianças
do mundo. Como amamos vocês! O Pai Celestial e Jesus também
as amam muito!
Jesus disse aos discípulos: “Deixai vir os meninos a mim, e não os
impeçais; porque dos tais é o reino de Deus.
E, tomando-os nos seus braços, e impondo-lhes as mãos, os abençoou”
(Marcos 10:14, 16).
Entristece-nos saber que mesmo nesta época feliz, algumas crianças estão
doentes, tristes, ou sofrendo por alguma razão. Algumas podem estar
amedrontadas ou sentir-se muito sozinhas. Saibam que mesmo quando
parece que ninguém se importa com vocês, o Pai Celestial se importa. Ele se
preocupa com vocês e sempre as amará.
O livro de Terceiro Néfi no Livro de Mórmon fala da visita de Jesus ao
continente americano depois de sua ressurreição. Lá diz: “E tomou das
criancinhas, uma a uma, abençoou-as e rogou por elas ao Pai.
E, dirigindo-se à multidão, disse: Olhai para vossas criancinhas.
. . . e viram que se abriam os céus e deles desciam an jo s. . . e . . .
desceram e circundaram aqueles pequeninos. . . e anjos lhes ministraram”
(3 Néfi 17:21-24).
Jesus as ama como amou aquelas criancinhas. Ele conhece vocês e deseja
confortá-los e abençoá-los. Foi ele quem disse com grande amor e ternura:
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou: . . . Não se turbe o vosso coração,
nem se atemorize” (João 14:27).
O amor do Pai Celestial e de seu Filho Jesus Cristo continua a existir hoje
e manifesta-se ao mundo por intermédio da restauração do evangelho nestes
últimos dias. Oramos para que cada um de vocês sinta esse amor e se
beneficie dele, não somente durante esta época jubilosa do ano, mas em
todos os anos vindouros. □
Aw m
M

A PRIMEIRA PRESIDÊNCIA

S E Ç Ã O I N F A N T I L • D E Z E M B R O DE 1 9 9 3
5

PAI,
AGRADECEMOS-TE
"E m to d a s as coisas re n d e rá s graças ao S enhor teu D eus"
O Pai Celestial deu-nos
muitas bênçãos,
referentes ao templo,
pelas quais devemos ser gratos.
Várias crianças da Primária falaram-
nos acerca das bênçãos do templo
pelas quais sentem uma gratidão
especial:
“Sou grato pelo templo porque
quando o pai e a mãe se casam lá,
ainda estarão casados depois de
morrerem” (Stephanie, 6 anos).
“Sou grato por podermos ir ao
templo e aprender mais sobre o Pai
Celestial; sobre como viemos para a
terra e ganhamos corpos e sobre
como a terra se tom ou o mundo em
que vivemos. Aprendemos o que é
certo e aprendemos a obedecer
melhor ao Pai Celestial” (Anson,
11 anos).
“Vamos ao templo para obter
poder para fazer o que é certo”
(Jean, 9 anos).
“Acho que é uma bênção ir a um
local sagrado. Sentimo-nos felizes
quando estamos no templo”
(David, 9 anos).
“Vamos ao templo para fazer
batismos pelos mortos. Agradeço por
isso, porque se alguns de nossos
antepassados não forem membros da
S E Ç Ã O
TEMPO DE COMPARTILHAR
Ju d y Edw ards
(D o u trin a e C onvênios 59:7).
Igreja, podemos batizá-los para que
sejam membros, se quiserem”
(Martha, 11 anos).
“Sou grato por poder ir ao templo
e por ser um instrumento para
abençoar as pessoas que morreram”
(Glendon, 9 anos).
“Sou grato porque as famílias
podem ficar juntas— como as avós,
os avôs, os pais, as mães e nós”
(Susan, 6 anos).
Quais as bênçãos do templo pelas
quais você se sente especialmente
grato?
Instruções
Nos quadrados vazios desenhe
uma figura sobre uma bênção do
templo que seja importante para
você; depois pinte todos os
desenhos.
Idéias p a ra o Tem po de
C o m p a rtilh a r
l. D ê a cada classe um a escritura,
um a música ou um a das declarações
das crianças mencionadas acima e
peçadhes que identifiquem as bênçãos
do templo ali descritas. (N ote que o
comentário de Jean, 9 anos, é um a
descrição da investidura.)
Escrituras — 4 N éfi 1:11; D outrina e
I N F A N T I L • D E Z E M B R O
6
Convênios 95:8; 9 7 :1 2 -1 4 ; 105:12;
110:9; 124:40; 124:55; 128:13;
138:48. M úsicas— "Eu Gosto de Ver o
Templo” (vide Seção Infantil, junho
de 1992, página 5 ), “A s Famílias
Poderão Ser Eternas” (vide Seção
Infantil, março de 1993, página 8).
2. Debata a seguinte lista de
bênçãos do templo apresentadas pelo
Presidente Benson; depois compare-as
com a lista feita pelas crianças:
• ”Recebereis o espírito de Elias, que
voltará vossos corações ao de vossas
esposas, filhos e antepassados.
•A m a rá s vossa família com um amor
mais profundo do que antes. • Vosso
coração se voltará para vossos pais e o
deles para vós. • Recebereis a chave do
conhecimento de Deus. *Aprendereis a
ser como ele. A té mesmo o poder da
santidade vos será manifestado. (Vide
D & C 8 4 :1 9 -2 0 .) •Estareis prestando
u m grande serviço àqueles que já
passaram para o outro lado do véu.
Vosso trabalho permitirá que sejam
‘julgados segundo os homens na carne,
mas ( . . . ) (vivam) segundo Deus no
espírito’ (D & C 1 3 8:34)” (Seção
Infantil, junho de 1992, página 1).
3. Convide cada classe a cantar sua
música preferida da Primária sobre o
templo. □
DE 1 9 9 3
ILUSTRADO POR JULIE F. Y O U N G
 A CANÇÃO DOS PASTORES
Cânone

ILUSTRADO POR SCOTT GREER

Com simplicidade J. = 5 4 -5 8 (Reger com duas batidas por compasso.)

Dm A7 Dm A7 Dm

L | , 1 l — 1— r- - s ----------- — q — ' -■ '

y ^ J jtJÍ7J ^ J
© ©
1. Vem, Ma - ri - a, o - lha o be - bê Vê, Jo - sé, que mei - gowe-le é.
2. Va - mos, pois, ao Re i a - do-rar Nos-so a-m or a e - le o fer-ta r.

•—
0: o , * s • r P i . f ..... - k f .............r , — . =^ F =
5
C !------------
' 5 1
- )
ÍJ-+P- f ------------ g
A7 Dm A7 Dm
4 =
► Í = F w — — • w • • m • • * *• « *
3 *
s
E Je-sus, o Rei, S al-v a-d o r. Nó s lh e c a n - ta - m oshu mil - de lou-vor.
(Use as p equenas notas de ligação para repetir)

O: | , ------ f --------------- S ' « V 1

r is f=
j— jj-i- --------- 1
-v I= 2 =

Para cantar em forma de cânone, divida as crianças em 4 grupos. Um novo grupo inicia a cada número. O cânone
pode ser cantado com ou sem acompanhamento.
Letra e miísica: D aniel Lyman C arter, n. 1955. © 1981 S U D Lucas 2 :1 3 -1 4 , 20
Este hino pode ser copiado para uso na Igreja ou no lar, sem fins comerciais.

S E Ç Ã O I N F A N T I L • D E Z E M B R O DE 1 9 9 3
8
 A
I GREJ A
COMEÇOU
C O M UM
PROFETA

S h e rrie Jo h n son

A história de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos

Últimos Dias começou no Bosque Sagrado quando o
menino de quatorze anos, Joseph Smith, orou para saber
que igreja era verdadeira. O Pai Celestial já vinha
preparando Joseph Smith durante sua vida para aquela
maravilhosa Primeira Visão— a mais importante
mensagem que o mundo recebeu desde a época de Jesus
Cristo. Essa preparação começou em 23 de dezembro de
1805, em Sharon, Vermont, quando Joseph Smith, Jr.
nasceu.
Recebendo o nome do pai, ele foi o quinto filho de
Joseph e Lucy Mack Smith. Seis outros irmãos e irmãs
vieram em seguida. Dois dos filhos morreram ainda
bebês, mas Joseph brincou e cresceu com três irmãos
mais velhos— Alvin, Hyrum e Sophronia— e cinco
irmãos mais novos— Samuel, William, Catherine, Don
Carlos e Lucy.
Os Smiths eram uma família feliz, trabalhavam
arduamente e tinham amor uns aos outros. Os filhos não
tiveram muita oportunidade de ir à escola, mas o
aprendizado era uma parte importante da vida familiar.
Antes de Joseph ter sete anos de idade, a família já se
mudara três vezes. Foi depois da terceira mudança que a
febre tifóide matou seis mil pessoas na região onde os

S E Ç Ã O I N F A N T I L • D E Z E M B R O DE 1 9 9 3
9
Smiths moravam. Um dos membros da família Smith
ficou doente. Sophronia esteve à beira da morte por três
meses, mas finalmente começou a se recuperar depois
que a família orou fervorosamente para que ela fosse
curada.
Joseph, aos sete anos, ficou doente por apenas duas
semanas, mas a terrível doença deixou-lhe uma infecção
no osso entre o joelho e o tornozelo da perna esquerda.
A pele ficou inchada e por duas semanas Joseph sentiu
dores terríveis na perna. Hyrum, que tinha doze anos,
demonstrou grande amor pelo irmão mais novo. Ele se
sentava ao lado de Joseph dia e noite, apertando a perna
inchada com as mãos, tentando ajudar Joseph a suportar
a dor.
Por duas vezes o médico tentou drenar a infecção e
reduzir o inchaço, mas não deu certo. Por fim, ele disse
aos pais de Joseph que a perna teria que ser amputada
antes que a infecção se espalhasse pelo resto do corpo de
Joseph. A mãe de Joseph, porém, insistiu que tentassem
mais uma vez salvar-lhe a perna.
O Dr. N athan Smith, que conhecia melhor a doença
do que qualquer outro médico nos Estados Unidos
naquela época, foi um dos médicos que tratou de Joseph.
Ele concordou em tentar mais uma vez estancar a
infecção. Antes de começar a operar, ele queria amarrar
Joseph na cama e dar-lhe um pouco de bebida alcoólica
para acalmar a dor. Joseph recusou-se a aceitar as duas
coisas. “N ão”, exclamou Joseph, “não vou tomar
nenhum a gota de álcool, nem vou deixar que me
amarrem na cama .. . Quero que meu pai sente-se na
cama e me segure os braços”.* Pediu também que a mãe
deixasse o quarto para que não o visse sofrendo. A
cirurgia foi extremamente dolorosa. Quando o Dr. Smith
quebrou a parte infeccionada do osso, Joseph gritou.
 Quando a cirurgia terminou, Joseph foi enviado para
a casa de seu tio Jesse Smith, em Salem, Massachusetts,
que é uma cidade à beira-mar, para se recuperar, mas,
apesar de tanto a vida quanto a perna lhe terem sido
poupadas, ele teve que andar de muletas por três anos.
E por toda a vida, especialmente quando ficava cansado,
mancava um pouco.
Em 1816, a família se mudou novamente, dessa vez
para Palmyra, Nova York. O pai de Joseph tinha seguido
na frente a fim de encontrar um lugar para a família
morar. Q uando a mãe de Joseph e os oito filhos foram
para junto dele, contrataram um homem chamado Caleb
Howard para dirigir a carroça que levava seus pertences.
O jovem Joseph, com dez anos de idade, ainda não se
havia recuperado plenamente da cirurgia da perna,
sentindo muita dor quando andava. Mesmo assim, o sr.
Howard o fez andar por várias milhas a cada vez.
Em Utica, Nova York, ainda a muitas milhas de
Palmyra, o sr. Howard tirou da carroça todos os pertences
da família Smith e estava para partir levando a carroça e
os cavalos. A mãe de Joseph exigiu que ele deixasse a
carroça e os cavalos, carregou a carroça e conduziu-a
pessoalmente por todo o restante do caminho.
A missão da vida de Joseph era tornar-se um profeta
de Deus. E era parte da missão de sua família ajudá-lo a
preparar-se para ser um profeta, e eles fizeram um
excelente trabalho! Ele aprendeu muito com a família:
aprendeu a amar, a ser honesto e bondoso, a trabalhar
arduamente e, o mais importante, a orar e a se achegar
ao Pai Celestial. □
* Lucy M ack Sm ith, Histnry o f Joseph Smith hy His Mother,
publicado por P reston N ibley (Salt Lake City: B ookcraft, 1958),
página 57.

O PRESENTE
DE NATAL
Louise E ngstrom
K
aty, Yolanda e Márcia estavam sentadas no
sofá, folheando o novo catálogo de Natal.
“Oh, veja essa casa de bonecas!”
exclamou Katy.
“Não seria ótimo se a ganhássemos de presente de
Natal?” disse Yolanda.
“Vamos pedir para a mamãe e o papai”, disse Márcia,
a caçula.
Naquela noite, no jantar, Katy mencionou a casa de
bonecas. Os pais se entreolharam. “Acho que as coisas
vão ser um pouco diferentes este ano”, disse o pai.
“Temos outras crianças em nossa lista de N atal e por isso
vamos ganhar menos coisas do que costumávamos
ganhar”.
“Mas por que?” reclamou Márcia. “Quem são essas
crianças afinal?”
A mãe respondeu com uma pergunta: “Vocês
conheceram as meninas da família Peterson que se
mudaram para a casa onde moravam os Daytons?”
“A casa dos Daytons?” exclamou Katy. “Elas devem ser
muito pobres!”
“Elas são pobres, Katy. Nossa família vai ajudá-las. E
por isso que vamos ter menos presentes em nossa árvore-
de-natal este ano.”
Houve silêncio à mesa enquanto as três irmãs
pensavam no assunto.
O pai suspirou. “Posso ver que isso não será fácil para
vocês, mas temos tanto, e sua mãe e eu achamos ser
importante compartilhar o que temos”.
“Vocês ainda vão ganhar algumas coisas”, disse a mãe,
“mas o melhor presente que iremos ganhar é um
sentimento maravilhoso.”
Katy não parecia convencida. “Não dá para abrir um
sentimento na manhã de N atal”.
O pai pareceu ficar desapontado. “Só estamos
S E Ç Ã O I N F A N T I L
* * *
*
FIC Ç ÃO
pedindo que cada uma de vocês dê um de seus
brinquedos”.
“Preciso também de ajuda para preparar os biscoitos
de N atal”, acrescentou a mãe. “Vamos colocá-los em
uma grande cesta para elas.”
“E nós?” resmungou Yolanda. “Não ficamos com
nenhum?”
“Acho que já chega de reclamações”, disse o pai com
firmeza. “Vocês vão conhecer as garotas da família
Peterson amanhã na igreja. Sabemos que vão procurar ser
boazinhas com elas e ajudá-las a se sentirem bem-vindas.”
A refeição terminou com tristeza e silêncio.
Na m anhã seguinte as três irmãs ficaram procurando
na capela, para ver se descobriam quem eram as meninas
da família Peterson. “Ali! Sentadas no terceiro banco,
perto da porta”, sussurrou Yolanda. A irmã virou-se
devagar para ver as duas desconhecidas.
“Psiu!” disse a mamãe. “E falta de educação ficar
encarando.”
A caminho da Primária, o pai apresentou a nova
família. “Meninas, esta é a irmã Peterson e Susan e
Beverly”.
“O i”, murmuraram todas.
“De onde vocês são?” perguntou Katy.
“De Grafton”, disse Susan.
“Fica bem longe daqui. Por que vocês se mudaram?”
Antes que Susan pudesse responder, a presidente da
Primária apareceu à porta. “Está na hora de começar,
meninas”.
No almoço do sábado seguinte, Márcia perguntou:
“Por que a família Peterson se mudou para cá?”
“Bem”, disse a mãe pausadamente, “o pai delas
morreu no último verão. A irmã Peterson conseguiu um
bom emprego na companhia telefônica, mas teve que se
mudar para cá para trabalhar."
• D E Z E M B R O DE 1 9 9 3
12
 “Se ela tem um bom emprego, por que temos que lhes “Venham”, disse Beverly. “Vamos começar.”
dar nossos presentes de Natal?” perguntou Yolanda. “Sim”, disse Susan. “Nós fazemos isso todos os anos
“Porque ela ainda não tem nenhum dinheiro”, disse a com nossas amigas. Ficamos contentes por poder
mãe. “E você não vai ter que dar todos os seus presentes compartilhar isso com vocês.”
de Natal, só algumas coisas. Tentem lembrar-se de que As cinco meninas começaram a fazer casinhas de pão
essas meninas perderam o pai.” de gengibre. Logo, estavam rindo umas das outras por
“Ainda não gosto da idéia”, disse Márcia. causa do glacê que lhes caía no rosto.
Nesse instante, o telefone tocou. O pai atendeu. Mais tarde, enquanto esperavam que novas formas de
“Sim”, ouviram-no dizer, “estou certo de que elas ficarão pão de gengibre esfriassem, Katy disse: “Vamos brincar
contentes em ir”. em seu quarto”.
“Quem era?” perguntou Katy. “Não podemos”, disse Beverly. “E muito frio. Só
“Era a irmã Peterson convidando vocês para passarem entramos lá na hora de dormir.”
a tarde com as filhas.”
“De jeito nenhum! Elas mal nos disseram três
palavras lá na igreja. Por favor, papai!”
O pai parecia inflexível. “Olhem, meninas, sei
que é difícil. Algumas vezes temos que fazer as
coisas só porque sabemos serem certas”.
A mãe ajudou-as a vestir os casacos e abriu-
lhes a porta. Foi uma curta caminhada através da
neve. Uma batida de leve fez com que a irmã
Peterson abrisse a porta da frente. As filhas
estavam caladas atrás dela.
“Entrem, meninas. Estamos contentes
por vocês terem vindo.”
Katy, Yolanda e Márcia entraram na
sala de estar. Não havia móveis, apenas
uma pilha de caixotes de mudança
encostada na parede. Seguiram Susan e
Beverly até a grande e antiquada
cozinha e foram recebidas pelo aroma
de pão de gengibre. No meio da cozinha
havia uma grande mesa de jantar de
madeira. Sobre a mesa, havia doces, tigelas
de glacê e uma forma de pão de gengibre
tirada do forno.
“Beverly e Susan acharam que seria
divertido fazer casinhas de pão de
gengibre”, disse a irmã Peterson.
“Puxa!” exclamou Yolanda. “Pensei que
não íamos . . . ” Katy a beliscou antes que
pudesse dizer “nos divertir.”

ILUSTRADO POR ROBYN S. O FFICER

 * * **
“O h!”
Beverly ergueu-se de um salto. “Já sei. Vamos fazer
correntes de papel para as janelas! Mamãe, temos papel
colorido em casa?”
Logo, as meninas estavam completamente absortas
em seu projeto, espalhando pedaços brilhantes de papel
pelo chão como confete.
“Vamos fazer algumas para a sua árvore-de-natal
também”, disse Yolanda.
Susan e Beverly se entreolharam. Por fim, Beverly
disse: “Não teremos árvore este ano. Elas são muito
caras”.
As três irmãs se entreolharam. Depois de algum
tempo, Katy disse: “Estou cansada de fazer correntes.
Vamos fazer outra coisa”.
“Já sei”, disse Susan. “Vamos fazer estrelinhas de papel
de alumínio para pendurar nos lustres.”
Logo, estavam espalhando recortes de papel alumínio
e cartolina sobre os pedaços de papel brilhante que já
estavam caídos no chão.
Algum tempo depois, o sol poente apareceu entre as
& *** *
nuvens e encheu o local de luz. Mais tarde, quando o
relógio de parede bateu cinco vezes, alguém bateu à
porta da cozinha.
“Veja, é o papai”, disse Yolanda. “O que ele está
trazendo?”
“É uma árvore!” gritou Beverly quando a irmã
Peterson abriu a porta.
“Um presente da nossa família para a sua”, disse o pai
com um sorriso. “Tem um balde grande ou alguma coisa
onde posso colocar isto aqui?”
“Beverly, corra até o galpão e apanhe aquele grande
balde cinza velho. Irmão Harris, como posso lhe
agradecer?”
“Bem, estávamos querendo fazer algo divertido.” Ele
piscou para as filhas.
Beverly entrou correndo na cozinha, carregando um
grande balde cinza. Os minutos seguintes foram cheios
de alegria, barulho e confusão, enquanto todas ajudavam
o pai a erguer a árvore. Q uando ele finalmente teve a
certeza de que ela estava firme e bem molhada, ergueu-
se e aspirou o ar com prazer.
 “Mmmm, pinheiro e pão de gengibre— tem mesmo
cheiro de Natal! Tragam os enfeites e vamos acabar o
serviço.”
“Bem, acho que só tenho um pisca-pisca”, disse a irmã
Peterson.
“Nós temos algo!” gritaram as meninas. Elas saíram
correndo e voltaram com os braços cheios de correntes
de papel e estrelas de papel alumínio.
“Mas que boa idéia! Irmã Peterson, traga o pisca-
pisca. Meninas desembaracem essas correntes e
estaremos prontos. Ei, vocês não têm homenzinhos de
pão de gengibre/”
Quando todos estavam atarefados, a velha cozinha
encheu-se de risos. Por fim, todos deram um passo atrás
para admirar a obra de arte.
Ouviu-se uma batida de leve na porta. Era a mãe
trazendo uma grande travessa. “Uma coisinha para o seu
jantar”, disse ela. “Puxa, que bela árvore! Parece que
vocês, meninas, estiveram bem atarefadas durante toda a
tarde”. Ela colocou o prato fumegante sobre o balcão.
Havia lágrimas nos olhos da irmã Peterson.
“Obrigada”, disse ela. “Obrigada por lembrarem-se da
minha família. E um Natal de que nunca nos
esqueceremos”.
Katy, Yolanda e Márcia não sabiam o que dizer, mas a
mãe delas sabia. “Obrigada por nos deixarem
compartilhá-lo. Vocês nos ajudaram também.” Abraçou
a irmã Peterson. “Venham, meninas, vamos para casa
antes que o jantar esfrie”.
Enquanto a família Harris caminhava de volta para
casa, Yolanda voltou-se e olhou na direção da janela da
cozinha da família Peterson. As lâmpadas da árvore-de-
natal piscavam reluzentes. “Mamãe, o que quis dizer
quando falou que a irmã Peterson também nos ajudou?”
A mãe segurou a mão de Yolanda e apertou-a
levemente. “Lembra-se de como se sentiu ao ir para a
casa da família Peterson esta tarde?”
“Sim— horrível.”
“Bem, como se sente agora?”
“Sinto-me maravilhosamente bem. Ê isso que quis
dizer? Compreendo agora— é realmente o melhor
presente que poderíamos receber.” □
ENFEITES DE
NATAL

CORRENTES NATALINAS
Ju lie W a rd e il

Corte tiras de papel colorido ou papel alumínio.

Forme elos e monte a corrente, interligando-os. Faça os

KAWASAKI
elos e a corrente do tam anho que desejar. Use-as na
decoração da árvore-de-natal, numa janela, ou na

POR SHAUNA MOONEY

entrada da casa. Correntes grandes ficam muito bem do
lado de fora.

ILUSTRADO
ENFEITES DE SACOS DE PAPEL
Ruth P alm er

Para fazer esses enfeites, você precisará de: forminhas

de cortar biscoitos, lápis, um saco de papel grande (como
de supermercado), tesouras, canetinhas hidrocores ou
lápis de cor, cola branca, fitas estreitas, retalhos e
pequenos enfeites (rendinhas, lantejoulas,
etc.— opcional).
1. Para cada enteite, trace o desenho de uma
forminha de cortar biscoitos no saco de papel. Recorte
duas formas, frente e costas.
2. Use canetinhas hidrocores ou lápis de cor para
decorar ambos os lados do enfeite.
3. Cole a frente e as costas uma à outra, tendo entre
as duas partes uma alcinha de fita para pendurar o
enfeite. Deixe secar.
4- Com o dedo, espalhe cola branca na parte da frente
uniformemente. Pendure para secar por 30 minutos.
Repita a operação na parte das costas.
5. Continue espalhando camadas de cola até que
fique duro e brilhante. Se quiser, faça roupinhas para os
enfeites em formato de bonecos com retalhos, rendas e
laços. Coloque-os quando espalhar a última camada de
cola em cada lado.
S E Ç Ã O I N F A N T I L • D E Z E M B R O DE 1 9 9 3

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