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O Sistema de Informação da Atenção Básica na ótica das Equipes de Saúde da

Família de uma Unidade de Atenção Primária à Saúde do município de Juiz de Fora

The Primary Care Information System in the point of view of Family Health Teams in
a Primary Health Care Unit of Juiz de Fora

RESUMO

O Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) é um instrumento de gerenciamento


do Sistema Único de Saúde (SUS) que tem o intuito de monitorar e avaliar as ações e
serviços de saúde desenvolvidos pela Estratégia de Saúde da Família (ESF). O presente
estudo teve como objetivo avaliar o SIAB, com enfoque na compreensão das equipes de
saúde acerca dos elementos e das variáveis que compõem suas fichas. Foi realizado um
estudo exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa dos dados, por meio
entrevistas individuais, semi-estruturadas, com membros de três equipes de saúde da
família do município de Juiz de Fora, MG. Após análise e interpretação dos dados
coletados, pôde-se observar que há um desconhecimento por parte da maioria dos
membros das equipes de saúde sobre as reais funções do SIAB. Observou-se ainda
ausência de alguns dados nas fichas do SIAB que, do ponto de vista epidemiológico,
seriam importantes para o processo de planejamento de ações em saúde. Além disso, há
falhas em todo o processo envolvido na produção de indicadores do SIAB pelas equipes.

PALAVRAS-CHAVES: Saúde da Família; Planejamento em Saúde; Informação; Gestão


em Saúde

ABSTRACT

The Primary Care Information System (SIAB) is a management instrument of the Single
Health System (SUS). Its function is to control and to assess the health policy and services
developed by Family Health Strategy (ESF). The current study has the objective to
evaluate the SIAB, focusing on health teams' understanding on the elements and variables
which constitute their files. An exploratory and descriptive study was conducted,
qualitatively examining the data, through semi-structured individual interviews with
members of three Family Health teams at Juiz de Fora, MG. After analysis and
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interpretation of the data collected, it was observed a lack of knowledge by most of the
health teams' members about SIAB's real functions. It was also noticed a lack of data at
SIAB's files which, from an epidemiological point of view, would be important to the
planning of health policy. Besides, there are flaws in the whole process behind the teams'
production of SIAB indicators.
KEY WORDS: Family Health; Health Planning; Information; Health Management

INTRODUÇÃO

Inúmeras foram as mudanças acerca das políticas públicas de saúde do Brasil


desde o período colonial até os dias de hoje. A reflexão sobre saúde no Brasil, segundo
Polignano¹ (2006), ganha maior repercussão com a chegada da família real vinda de
Portugal, pois a mesma deparou-se com uma precariedade sanitária que assolava o país,
tornando-se fundamental a criação de uma estrutura sanitária mínima para a capital do
Império.
Passando pelo período Republicano, Polignano (2006) considera que a ausência
de um modelo sanitário nessa época contribuía diretamente para o grande problema
econômico e social que o país enfrentava, perante as diversas epidemias que dizimavam a
população, fazendo com que isso se tornasse um marco em nossa história.
As epidemias que acometiam a população do Brasil durante o período
Republicano, motivaram diversas campanhas arbitrárias coordenadas por Oswaldo Cruz,
cuja metodologia utilizada baseava-se na visão militar de que “os fins justificam os meios”
e que, por isso, o emprego da força era aceitável se as doenças fossem erradicadas, fazendo
com que esse método fosse utilizado até início da década de 60. A substituição das ações
campanhistas de Oswaldo Cruz ocorreu concomitantemente à instituição de órgãos
normativos destinados a orientar a assistência sanitária e hospitalar, o que contribuiu para a
fragmentação da visão autoritária até então imposta (POLIGNANO, 2006).
Objetivando as ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde, foi
promulgada em 1988 a nova Constituição Federal Brasileira², que definiu em seu artigo
196, a saúde como um “direito de todos e dever do Estado, garantida mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e outros agravos e o acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
No artigo 198 da Constituição Federal, o Sistema Único de Saúde (SUS) é
caracterizado por ações e serviços públicos de saúde que integram uma rede regionalizada
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e hierarquizada constituindo um sistema único, descentralizado e com direção única em


cada esfera de governo, visando o atendimento integral ao usuário sendo preferencialmente
desenvolvidas as atividades preventivas e contando com a participação da comunidade.
Mesmo tendo sido definido pela Constituição Federal de 1988, o SUS só foi
regulamentado a partir de 1990, quando foram criadas duas leis federais: Lei Orgânica do
SUS (Lei 8.080/90) e a Lei 8.142, de 28 de dezembro de 1990, que trata do controle social
e do financiamento do setor saúde. Com vistas a normatizar essas leis, em 1991 foi
instituída a primeira Norma Operacional Básica (NOB 01/91), cujo objetivo principal foi
regulamentar os recursos para a saúde, com repasse de verba aos estados e municípios,
baseando-se na tabela de procedimentos utilizada para os serviços privados. Apesar da
criação da primeira NOB em 91, os municípios brasileiros só foram habilitados com a
NOB 01/93 (LAMIN, 2006).
As Normas Operacionais Básicas, segundo o Ministério da Saúde (BRASIL,
1997), voltam-se mais enfaticamente para a definição de estratégias e movimentos táticos
do que para a orientação e operacionalização do SUS. O objetivo principal está na
municipalização da saúde gerando um fortalecimento do poder local a fim de seguir o
princípio da descentralização proposta pelo SUS.
Com ênfase na municipalização da saúde, os serviços de Atenção Primária à
Saúde (APS) passaram por um processo de reorientação da sua prática assistencial em
1994. O Ministério da Saúde propôs a substituição do modelo assistencial mecano-
biologicista através da criação da Estratégia de Saúde da Família (ESF) e a formação das
Equipes de Saúde da Família, com objetivo de consolidar os princípios do Sistema Único
de Saúde, dentre eles, o da integralidade.
A Política Nacional da Atenção Básica define como competência da APS ações
no âmbito individual e coletivo que contemplem a promoção e a proteção da saúde, a
prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde.
Trata-se do primeiro contato dos usuários com o sistema de saúde e orienta-se sobre a
lógica dos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação do cuidado, do
vínculo e da continuidade, da integralidade, da responsabilização, da humanização, da
equidade e da participação social (BRASIL, 2007).
Campos (2006) defende que a reformulação do modelo assistencial com a
implantação da ESF foi essencial para a correção de problemas como a fragmentação do
trabalho (especialização) que comprometia o vínculo entre população e equipe, ferindo
dessa forma o princípio da integralidade. Segundo o autor, notava-se, anteriormente, no
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âmbito da gestão e do planejamento em saúde, importante dificuldade em se prover


recursos para cada uma das especialidades técnicas, levando a um déficit de atendimento e
a existência de consultas médicas ambulatoriais sem qualquer planejamento de saúde local
(pronto atendimento). Acrescenta, ainda, que aliado a esses problemas, somava-se à falta
de treinamento dos profissionais para trabalhar na Atenção Básica, a ausência de
integração entre os membros da equipe e o predomínio de intervenções centradas nas
tecnologias, prejudicando ainda mais a qualidade do atendimento em saúde.
Em recente avaliação feita pelo Programa de Expansão da Estratégia de Saúde da
Família (PROESF), observou-se que a implantação da ESF proporcionou mudanças no
modelo assistencial, levando a um avanço no atendimento, do individual para o social, e a
uma busca pelo cuidado integral do sujeito, considerando o ambiente no qual está inserido
(CAMARGO JÚNIOR; CAMPOS; TEIXEIRA, 2006).
Neste contexto, para se atuar segundo o princípio da integralidade, cabe ao
profissional pensar as práticas em saúde no SUS de forma intersubjetivas, baseando-se no
desenvolvimento de inter-relações com os sujeitos no seu contexto biopsicossocial. Essas
práticas intersubjetivas envolvem necessariamente uma dimensão dialógica, partindo da
observação assistemática e da escuta ativa, a fim de identificar as reais necessidades de
ações e serviços de saúde de cada sujeito. Além dessas ações assistemáticas, o profissional
pode contar com dados sistemáticos advindos dos Sistemas de Informação em Saúde (SIS),
que segundo Peres e Leite (2005), constituem-se em fator essencial para o conhecimento
da realidade socioeconômica, demográfica e epidemiológica, configurando-se como
instrumentos de viabilização da gestão dos vários níveis que constituem o SUS.
Ainda segundo Peres e Leite (2005), os Sistemas de Informação em Saúde foram
desenvolvidos com a finalidade de dar suporte às análises médicas, ao controle de material
e à folha de pagamento, servindo como subsídio para os setores financeiros e
administrativos. Entretanto, após a implantação das redes e da tecnologia de informação,
sua finalidade foi ampliada, sendo útil para a assistência ao paciente.
A informação está vinculada a todos os setores de prestação de serviços em
saúde. O Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB) é tido como um instrumento
para a identificação de um diagnóstico de prioridades da APS, através das informações que
visam reconhecer amplamente os conjuntos de ações que podemos pôr em prática, além da
identificação das condições em que vivem os sujeitos assistidos, de forma a nortear a
prática dos profissionais desse nível de atenção (MATTOS, 2004).
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O SIAB foi criado em 1998 com o intuito de monitorar e avaliar as ações e


serviços de saúde desenvolvidos pela ESF e PACS. Segundo Bittar et al. (2009) ele foi
criado com o propósito de subsidiar as esferas administrativas do SUS com informações,
visando a agilização e consolidação dos dados coletados. Uma das funções do SIAB é
produzir indicadores, que serão utilizados para futuros planejamentos e intervenções sobre
a qualidade de vida da população e o funcionamento do serviço de saúde. Para a produção
desses faz-se necessário um registro correto e sistemático dos dados nas diferentes fichas e
também o acompanhamento regular dos relatórios que agregam tais informações,
tornando-se inadmissível o subpreenchimento de tais registros. O SIAB é um importante
sistema norteador da APS e, portanto, deve ser um instrumento de utilização rotineira pela
ESF, auxiliando no planejamento de ações locais.
De acordo com o Manual do SIAB (2003), este sistema contempla um primeiro
módulo, denominado de Ficha A, cuja finalidade é realizar o cadastramento das famílias
residentes na área adscrita a uma Equipe de Saúde da Família. Por meio da Ficha A são
levantados dados como: escolaridade, condições de moradia, saneamento básico e
problemas de saúde. Um segundo módulo composto pelas Fichas B e C, refere-se à
situação de saúde e ao acompanhamento de grupos de risco, como, por exemplo, os
portadores de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS). Finalmente, o último módulo tem
como finalidade a notificação de agravos e registro da produção da equipe na ficha D. Para
consolidação dos dados, existem relatórios denominados SSA2, SSA4, PMA2 e PMA4,
que têm como finalidade permitir o conhecimento da realidade sócio-sanitária da
população acompanhada, avaliar a adequação dos serviços de saúde oferecidos e readequá-
los, sempre que necessário, visando melhorar a qualidade dos mesmos. Para isso, o SIAB
ainda cadastra as equipes, sendo a base para o repasse dos incentivos financeiros do
Ministério da Saúde para os municípios.
Considerando que em 1996 uma nova NOB (NOB 01/96) definiu a plena
responsabilidade do poder público municipal no fornecimento de uma assistência integral à
saúde, o que foi viabilizado pelos repasses financeiros e pela cooperação técnica dos
poderes estaduais e federais, o SIAB tornou-se fundamental para o fortalecimento da APS.
(BRASIL, 1997).
A efetividade da Atenção Primária, através da implementação e funcionamento do
SIAB, ocorre mediante participação de todos os profissionais dos serviços de saúde. Por
meio de visitas domiciliares mensais, os ACS realizam o cadastramento de famílias na
Ficha A ou fazem a atualização das fichas já existentes. Além disso, eles realizam também
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o cadastramento e a atualização dos grupos de risco nas fichas B e das crianças nas fichas
C. Já a Ficha D deve ser de registro diário dos atendimentos e os relatórios de consolidação
mensal, SSA2 e PMA2, devem ser preenchidos por um dos profissionais de nível superior,
sendo feita a consolidação do mês na reunião de equipe.
O SIAB surgiu como um importante instrumento criado pelo SUS para que a
Atenção Primária no Brasil pudesse ser constantemente avaliada, a partir da construção de
indicadores de morbidade e mortalidade e de produção das equipes de saúde. Lamin (2006)
destaca que o SIAB é o único sistema de informação de saúde que disponibiliza vários
indicadores sociais, os quais permitem aos gestores municipais o monitoramento das
condições sócio-demográficas da população adscrita. Porém, o mesmo autor ressalta ainda
que há limitações nesse sistema, as quais se relacionam principalmente ao fato de
apresentar um elenco muito extenso de variáveis a serem consideradas e formulários a
serem preenchidos.
As limitações do SIAB foram evidenciadas pelo próprio Ministério da Saúde, o
qual relatou na II Mostra Nacional de Saúde da Família (BRASIL, 2004) que a
multiplicidade de formulários a serem preenchidos, a inexistência de uma cultura
institucional de análise e a falta de profissionais qualificados para o manejo das
informações associa-se diretamente a pouca utilização dos dados pelos diferentes níveis do
sistema, gerando uma contradição entre o esforço gerado para a obtenção das informações
e a sua utilização para o conhecimento da realidade e para o processo de tomada de
decisão.
É válido considerar a existência de uma dificuldade no manuseio das fichas e de
uma falta de compreensão desse sistema de informação pelos membros das Equipes de
Saúde da Família, o que acaba dificultando sua utilização para a promoção da saúde local.
Observa-se que os ACS têm dificuldade na atualização periódica da Ficha A, evidenciando
uma produção de dados que nem sempre se mostra coerente com a realidade e com as
necessidades da população adscrita, o que pode comprometer o diagnóstico e o
planejamento de saúde pela equipe. Outra questão, resultante de leituras e observações
assistemáticas, é que as informações obtidas através dos dados coletados pelas Fichas A
nem sempre são utilizadas para o planejamento das ações de saúde pela equipe, o que pode
ser observado pela presença de alguns indicadores desatualizados, demonstrando que esses
não são discutidos pela equipe.
Por outro lado, muitos indicadores não constam da Ficha A. A Ficha A vigente
não inclui relevantes informações sobre a população, quando analisada segundo o conceito
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ampliado de saúde e de integralidade. Não contempla um conjunto de informações


necessárias para o diagnóstico clínico (a obesidade, o tabagismo, problemas relacionados à
saúde bucal, dentre outros). Também não inclui elementos importantes do ponto de vista
sócio-ambiental, como o levantamento das condições de saúde do trabalhador que atua nas
inúmeras fábricas ou pequenas empresas da área de abrangência da UBS. Toda esta análise
desencadeia uma reflexão: será que a Ficha A, tal como foi concebida inicialmente, no
momento de implantação do SIAB, continua atendendo às especificidades da população
das diferentes localidades? As fichas que compõe o SIAB permitem as equipes de saúde da
família planejar suas ações de modo a se obter a integralidade do cuidado à saúde?
Além disso, percebe-se também que alguns membros das equipes não têm contato
com os dados produzidos pelo SIAB no cotidiano de sua prática, e que outros não sabem
como se dá o processo de alimentação, captação e registro dos dados por meio das diversas
fichas.
Segundo Silva e Laprega “o SIAB constitui-se em um instrumento fundamental
para a gestão das unidades do PSF, que poderia ter sua importância aumentada caso
ocorressem algumas melhorias no software, nas fichas e relatórios..." (SILVA e
LAPREGA, 2005) Portanto é de grande importância que o atual funcionamento do SIAB e
os instrumentos por ele utilizados sejam avaliados e, se necessário, revistos, para que se
consiga produzir indicadores mais confiáveis e para que estes possam ser realmente
utilizados pelas equipes de saúde.
Considerando que a Equipe de Saúde da Família tem contato constante com os
registros do SIAB, ela passa a ser fundamental na identificação de suas deficiências,
estando apta a propor mudanças em seus instrumentos e, com isso, permitir seu avanço
técnico e garantir sua funcionalidade enquanto um sistema gerador de indicadores para a
determinação do diagnóstico de saúde da população.
O presente estudo teve como objetivo analisar o SIAB, enquanto instrumento para
o levantamento de dados relevantes ao diagnóstico de saúde na APS, com enfoque na
compreensão das Equipes de Saúde da Família acerca do SIAB e dos instrumentos que ele
utiliza, como a Ficha A, além do processo de levantamento, registro e utilização dos dados
no planejamento das ações de saúde em uma UAPS do município de Juiz de Fora.

METODOLOGIA
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Este trabalho é um estudo exploratório e descritivo, que utilizou como base


metodológica para análise e utilização dos dados a abordagem qualitativa.
A escolha da pesquisa qualitativa foi feita em consonância com a natureza das
questões de pesquisa, que surgem no contexto das relações humanas, sociais e de trabalho.
Segundo Minayo (1996), a pesquisa qualitativa possui estratégias que permitem ao
pesquisador tornar-se o principal instrumento da pesquisa e captar a rede de significados
que envolvem a questão em estudo.
O estudo foi desenvolvido na UAPS do bairro Marumbi, no município de Juiz de
Fora – Minas Gerais – Brasil. A escolha da unidade de saúde Marumbi para ser o ambiente
da pesquisa está associada a participação desta UAPS no Programa de Educação pelo
Trabalho para a Saúde (PET-Saúde), por meio de monitores, preceptor e tutor, e da
identificação da presente questão de pesquisa, relacionada à produção dos dados de saúde
desta região que alimenta o SIAB.
A coleta dos dados ocorreu por meio de entrevistas individuais semi-estruturadas
com os membros das Equipes de Saúde da Família na própria unidade de saúde. Esse tipo
de entrevista foi escolhido por permitir captar informações expressas nas falas dos sujeitos,
através da linguagem e do significado que evidenciam acerca das questões em estudo. As
entrevistas foram norteadas por questões relativas à finalidade e utilização do SIAB e,
especificamente, sobre a Ficha de Cadastro Familiar (Ficha A), abordando aspectos como:
situações do processo de trabalho em que é utilizada, as facilidades e dificuldades na sua
utilização, o conhecimento e entendimento da equipe de saúde da família em relação às
fichas, o fluxo das informações, a discussão dos dados e as sugestões para possíveis
alterações nas fichas.
As entrevistas foram realizadas nos meses de junho e julho de 2010, após
aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Juiz de Fora –
UFJF – MG (037/2010). Foram seguidos os preceitos éticos da Resolução 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde/Ministério da Saúde. Para a realização desta pesquisa, foi
encaminhada carta ao Secretário Municipal de Saúde de Juiz de Fora, informando sobre a
finalidade da pesquisa e solicitando autorização para desenvolvê-la na unidade de saúde
escolhida. A pesquisa foi autorizada pela supervisora da UAPS, ficando sob a
responsabilidade dos pesquisadores o comprometimento em se resguardar a
confidencialidade, o sigilo, a privacidade, a proteção de imagem e a não estigmatização
dos entrevistados. Garantiu-se a não utilização das informações em prejuízo da instituição
e das pessoas, inclusive em termos de auto-estima e de prestígio econômico ou financeiro.
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Após a autorização oficial, foi realizada uma reunião com as equipes da ESF com a
finalidade de expor os objetivos do trabalho, bem como o período em que seria realizado.
Foi solicitada aos sujeitos a assinatura de um Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido comprovando sua anuência à participação da pesquisa. Foram entrevistados os
profissionais atuantes e lotados em três Equipes de Saúde da Família na UAPS Marumbi,
perfazendo um total de 20 sujeitos entrevistados, incluindo: 01 médico, 03 enfermeiros, 02
técnicos de enfermagem e 14 agentes comunitários de saúde. Foram excluídos os
profissionais que no período da coleta de dados estavam de férias ou licenciados do
trabalho, o que incluiu 01 médico, 01 técnico de enfermagem e 05 agentes comunitários de
saúde. Uma das equipes estava sem médico no momento das entrevistas. O mesmo havia
pedido demissão e a Secretaria de Saúde do Município não havia designado ninguém para
ocupar seu lugar até aquele momento.
Para a interpretação dos dados utilizou-se a análise de conteúdo fundamentada em
Bardin (1995), que é descrita como “um conjunto de técnicas de análise de comunicação
visando obter, por procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das
mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a interferência de
conhecimentos relativos às condições de produção/acolhimento destas mensagens”. Optou-
se ainda pela análise temática das respostas das entrevistas, a fim de alcançar o objetivo
desta investigação de forma mais clara e objetiva. A partir da análise temática consegue-se
definir os núcleos de sentido que compõem uma comunicação, cuja presença ou freqüência
signifiquem algo para o objetivo analítico visado. Uma vez que se trata de uma pesquisa
qualitativa, a análise temática se apresenta com determinados temas ligados a um assunto,
que podem ser apresentados por uma palavra, uma frase ou um resumo. Alguns destes
descritores temáticos foram o SIAB, as fichas do SIAB, os indicadores do SIAB, o
diagnóstico de saúde, o planejamento de ações em saúde, a discussão e a análise de dados
entre os membros da equipe, entre outros.
As entrevistas realizadas foram gravadas, transcritas, interpretadas e analisadas
abordando a finalidade do SIAB e suas facilidades e dificuldades na utilização pelas
equipes. Realizou-se pré-análise dos dados, com leitura na íntegra das entrevistas uma a
uma e, posteriormente, em conjunto, com a finalidade de buscar o significado das falas
através do diálogo com os dados, observando as repetições, os estranhamentos e também
abordando as questões a serem respondidas nesta investigação. Foi realizado ainda o
confrontamento das respostas das entrevistas de profissionais da mesma categoria e de
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categorias profissionais diferentes, objetivando uma percepção das diferentes opiniões a


respeito do tema.

RESULTADOS/DISCUSSÃO

Antes da exposição das informações coletadas e análise das mesmas, é importante


ressaltar que esta pesquisa está diretamente associada ao funcionamento da Unidade de
Saúde Marumbi, envolvendo o processo de trabalho dos profissionais que atuam neste
setor, tendo como foco principal à compreensão e utilização do SIAB, com a finalidade de
identificar suas possibilidades e limitações.
Inicialmente foi avaliado o processo de trabalho dentro da UAPS, ou seja, quais
funções eram desempenhadas por cada integrante das Equipes de Saúde da Família. Para
esta questão as respostas foram agrupadas em diferentes categorias profissionais.
Para os profissionais que atuam como Agente Comunitário de Saúde (ACS) todos
responderam que realizam visitas domiciliares, incluindo dentro das visitas as atividades
educativas e preventivas, conforme notamos na fala destacada a seguir, da entrevista
número um:
E1: “É aquele ditado: prevenir é melhor do que adoecer e ter que tratar, por isso
a gente faz muita atividade de prevenção nas visitas”.
Outra questão levantada pelos ACS quanto ao seu trabalho refere-se à
comunicação entre a comunidade e os profissionais das equipes de saúde. Muitos deles
relataram que participam ativamente da discussão dos problemas prevalentes na
comunidade assistida. Diante do exposto, é importante ressaltar que esses profissionais
sabem da sua importância enquanto elo entre a comunidade e o serviço de saúde, sendo
eles os principais responsáveis por uma assistência à saúde adequada a realidade local. Em
destaque a fala da entrevista número dois, sobre a problemática discutida:
E2: “Eu visito as famílias, faço levantamento dos problemas, faço orientação,
prevenção e discuto com a equipe a situação da comunidade na área que eu trabalho”.
Além das visitas domiciliares e das atividades educativas que por vezes são feitas
de forma assistemática, os ACS também são responsáveis pelos registros e atualizações dos
dados do SIAB, o que se relaciona diretamente com o adequado planejamento das ações
locais a serem desenvolvidas por toda a equipe. Dentre os entrevistados, a maioria deles
incluíram nas suas atribuições diárias o respectivo cadastro e atualização da Ficha A do
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SIAB; outros não relataram efetivamente essa função, deixando-a implícita na realização
das visitas domiciliares:
E3: “Então, eu faço educação em saúde, prevenção e atualização dos dados que
a gente tem e também cadastro novo, se for preciso”.
É importante perceber a relação direta existente entre o trabalho do ACS e eficácia
do SIAB enquanto um instrumento de diagnóstico da realidade local.
Além dessa integração do SIAB no processo de trabalho dos ACS, percebe-se que
também há uma relação íntima do SIAB com o processo de trabalho dos enfermeiros e
técnicos. Os profissionais de Enfermagem, inseridos na UAPS Marumbi, ao serem
entrevistados, relataram de forma clara que exercem as atividades de prevenção, promoção
e proteção à saúde dos indivíduos, priorizando-se os grupos de risco definidos pelo
Ministério da Saúde. Para delinear estes grupos, eles utilizam os dados do SIAB, que
fornecem a amplitude de usuários enquadrados nessa classificação, seja o número de
diabéticos, número de hipertensos ou de gestantes, os quais são alvos dos cuidados de
enfermagem.
Outra classe de profissionais que integram o PSF e também estão ligados ao SIAB
são os médicos. Esses atuam junto à comunidade em ações de prevenção, promoção e
proteção da saúde, bem como integram uma rede multidisciplinar que tem como base do
seu processo de trabalho as informações obtidas através dos ACS.
A implementação da ESF é responsável por uma reorientação da assistência a
saúde, onde o modelo médico-curativista foi substituído pela valorização das atividades
preventivas em detrimento das curativas. Com essa modificação, a postura dos médicos,
anteriormente tidos como especialistas, volta-se para uma figura mais generalista, que
busca uma assistência aos usuários de forma integrada, valorizando o conceito ampliado de
saúde.
A reestruturação da assistência e da postura adotada pela ESF é clara na idéia de
Shimizu e Rosales (2009) ao destacar que esse novo modelo de cuidado proposto para a
Atenção Primária exige dos profissionais que nela se inserem novas competências,
construídas na interação com o outro durante o processo de trabalho, através de uma
ferramenta ímpar, denominada comunicação. É necessária uma abordagem dialógica, que
permita entender que as práticas profissionais são compostas por diferentes combinações,
determinadas por padrões específicos, visando o mesmo objetivo: uma assistência
igualitária e satisfatória aos usuários.
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Na busca de uma compreensão mais direcionada sobre o processo de trabalho de


todos os profissionais das equipes, saindo da especificidade de cada um e partindo para o
atendimento geral da população da área de abrangência, foi avaliada a realização do
diagnóstico de saúde local. Para essa questão foram obtidas algumas respostas diferentes:
E4: “É feito através de coleta de dados, os agentes comunitários tem uma ficha,
que a gente chama Ficha A, onde são coletados vários dados dos usuários, desde dados
individuais, alguns problemas de saúde, levantamento do nível cultural, socioeconômico,
saneamento, fatores de risco. Então é através de coletas de dados levados pelos agentes
comunitários, mais as coletas que a gente acaba fazendo dentro do próprio atendimento
(completando alguns dados que o agente comunitário traz), que a gente vai fazer a
avaliação do diagnóstico da área que a gente atua”.
E5: “O diagnóstico em si, ele foi feito há um tempo. A gente não faz o
diagnóstico rotineiramente, então geralmente a gente aproveita os levantamentos que são
feitos e tenta verificar o que está acontecendo, mas o diagnóstico preciso com todas as
causas e, como que fala, e trabalhos, tudo o que é relacionado a um diagnóstico mesmo
completo, isso aí não é feito sistematicamente não”.
E6: “Eu quando entrei aqui no Marumbi, esse diagnóstico já tinha sido traçado
com as equipes através de levantamento da demanda da região de abrangência daqui,
então assim eu não acompanhei esse primeiro momento, mas foi através de visitas, como
pesquisas dos próprios agentes comunitários que foram fazendo levantamentos da
situação da área de abrangência, de infra-estrutura, do bairro, quais as necessidades da
área de abrangência, então esse levantamento foi feito na ocasião e houve também ainda
um segundo momento que eu ainda não estava aqui que fizeram uma revisão do
diagnóstico. Eu não acompanhei isso, quando eu entrei pra cá esse diagnóstico estava
atrasado, depois disso não houve ainda nenhuma mudança, nós até achamos que de vez
em quando precisa, tá faltando tempo."
De uma forma geral, percebe-se que a maioria dos profissionais sabe que o
diagnóstico de saúde da área de abrangência é feito pela coleta de dados, mas também têm
consciência de que ela não é feita como deveria. A falta de sistematização da coleta de
dados acaba levando a um trabalho exaustivo que não apresenta resolutividade. Uma vez
que a coleta de dados é feita baseada nas antigas necessidades da comunidade, não
havendo uma atualização periódica da situação de saúde da população, a coleta de dados se
torna insatisfatória, já que as reais necessidades da população não são contempladas por
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falta de conhecimento pela equipe. Essa situação acaba prejudicando dois dos principais
objetivos da APS, a promoção da saúde e a prevenção de agravos.
Com o objetivo de relacionar mais intimamente o SIAB ao mecanismo de
funcionamento da UAPS Marumbi, foi questionado aos profissionais o que seria de fato, o
SIAB para eles. Foi evidenciado que todos sabem que o SIAB é um instrumento que
fornece dados sobre a população atendida e sobre as atividades desenvolvidas pela equipe
de saúde. Entretanto, somente alguns sabem que esses dados servem para uso local, para
identificação de problemas na comunidade. Outros dizem que o SIAB fornece dados para a
Secretaria Municipal de Saúde, o que acaba por excluir a importância do SIAB ao nível
local.
Diante das diferentes definições de SIAB, destacamos algumas:
E7: “É um sistema que tenta contemplar todas as atividades que são realizadas
na unidade de saúde e que vai se alimentando né, com a secretaria e com todas as
unidades de saúde”.
E8: “O SIAB é um coletor de informações a respeito das funções realizadas
dentro da UBS por cada profissional”.
E9: “São os dados que todo mês nós vamos atualizando. Esses dados pra mim
não é tão importante, pra mim não! Porque eu já sei praticamente todos esses dados de
cor: são os óbitos, as internações, as pessoas que tiveram infecção respiratória. Pra mim
não é muito importante não, mas esses dados devem ser importantes pra secretaria, pra
alguma ação que eles devem estar fazendo lá.
Percebe-se que o SIAB infelizmente ainda não é visto como uma base de
sustentação das ações da equipe. Ele é encarado como um mero coletor de informações
cuja utilidade é questionada.
A capacidade de discernir a real importância do SIAB está ligada ao
conhecimento da grande gama de indicadores que este fornece e da sua real aplicabilidade
a nível local, de modo a atender a população assistida em sua real necessidade.
Essa não utilização dos dados do SIAB não é restrita a UAPS Marumbi ou ao
município de Juiz de Fora. Um estudo feito em Ribeirão Preto confirma esta informação.
Segundo Silva e Laprega (2005), em Ribeirão Preto, quanto ao emprego do SIAB para
planejamento de saúde no nível local, as equipes pouco utilizavam seus recursos. Sua
maior utilização visava o levantamento numérico de algumas condições de saúde/doença.
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O SIAB, que deveria estar inserido como subsidio de planejamento das ações de
saúde, acaba por ser apenas uma obrigação, não sendo aplicado na prática cotidiana dos
profissionais das equipes, o que afeta a qualidade dos serviços prestados.
Foi então questionado aos entrevistados sobre como o SIAB se inseria na prática
dos profissionais das equipes de saúde da UAPS Marumbi. Para a maioria dos
entrevistados, o SIAB se insere apenas como um coletor de dados, o que evidencia o
desconhecimento destes profissionais sobre a real finalidade deste instrumento. Percebe-se
também que para muitos profissionais o SIAB é apenas um sistema estatístico do governo,
e não um sistema que visa o planejamento local.
E10: “É mais mesmo para estatística, um relatório estatístico”
E11: "O SIAB é um programa do Estado que a gente tem que tá preenchendo
aquela folha todo mês"
Pode-se observar que o SIAB não faz parte do cotidiano de trabalho dos
profissionais Técnicos de Enfermagem. Entretanto, esse dado pode ser questionado, uma
vez que a amostra foi pequena; foram entrevistados apenas dois profissionais desta
categoria.
E12: “Acho que a minha parte independe do SIAB. Porque eu primeiro realizo as
minhas funções pra depois ta lançando no documento”
Uma justificativa para essa situação é o fato de os Técnicos de Enfermagem
inseridos nas equipes da UAPS Marumbi não terem passado por uma capacitação, como os
outros profissionais, para lidarem com o ESF e o SIAB. Entretanto, observa-se novamente
a falta de discussão de dados pelos membros das equipes, já que isso poderia ser repassado
a esses profissionais, fazendo-se as devidas orientações. Mas como ressaltado
anteriormente, a amostra foi pequena para se chegar a uma conclusão a este respeito.
Por outro lado, para um grupo reduzido de profissionais, o SIAB além de ser um
meio coletor de dados, também tem utilidade no planejamento de ações de prevenção,
promoção e recuperação da saúde.
E13: “Como é um consolidado de dados, ele aponta pra gente o que a gente tem e
o que a gente precisa trabalhar. Então, tem coisas que são mais importantes, demandam
uma atenção maior do que outras. Por exemplo, através do SIAB, através dessas
informações que a gente tem, é possível a gente elaborar grupos educativos, que pode ser
um grupo de gestantes, um grupo de hipertensos, um grupo de idoso, alguma demanda
que levante pra gente uma atenção, como os Direitos Reprodutivos. Então o SIAB pra mim
aponta isso, são dados indicativos que eu tenho que fazer, ou o que eu preciso fazer, ou
15

que eu preciso intervir nesse momento, porque de repente eu to fazendo um trabalho com
hipertensos e de repente o SIAB ta apontando pra mim uma outra coisa que é mais
importante naquele momento, como, por exemplo, gravidez na adolescência,
amamentação, então o SIAB serve para direcionar, direcionar nosso trabalho (...)”.
Mas, de uma forma geral, a maioria dos entrevistados percebe o SIAB apenas
como um sistema receptor de dados. Com isso, alguns profissionais se mostram
desestimulados em coletar dados sendo que não há um planejamento de ações baseado
neles.
E14: “Eu acho que é um pouco até meio cansativo isso de ficha. Eu acho que tem
fichas que deveriam ser repensadas na pratica, já perderam a função dela, já perdeu a
foco dela há muito tempo. Por exemplo, o hipertenso; o hipertenso que faz controle que
faz exercício físico, você ta trabalhando com isso igual eu há 8 anos, fazendo a mesma
pergunta a 8 anos. E você não tem nenhuma política que você possa ta aplicando em cima
daquela ficha, ‘pra que você ta perguntando? Só pra você ter dado?’. Então eu acho que
tem coisa que é inútil. É só uma coisa cansativa é inútil mesmo, não tem fundamento
aquilo. Ah, você quer saber quantas pessoas tão fazendo atividade física pra que? O que
você vai fazer com isso?, quantas pessoas estão fazendo controle?, pra fazer o que com
isso se a unidade não comporta nem pessoas pra fazer controle, então tem coisa que eu
acho que é inútil”
Percebe-se que muitos dados não são trabalhados e discutidos pela equipe. Com
isso há a percepção por alguns profissionais de que esses dados não seriam importantes e
que não deveriam ser coletados. Essa visão acaba levando a uma inadequada coleta de
dados ou mesmo a uma não atualização de dados pelos profissionais.
Esta discussão é ampliada pela análise do questionamento “Como o conjunto de
fichas que compõem o SIAB norteia a prática da equipe de saúde?”. À semelhança dos
resultados obtidos na questão anterior, para apenas alguns poucos profissionais as fichas
têm o intuito de promover ações de promoção e prevenção de saúde.
E15: “Eu penso que é dessa forma que eu te falei, que esses dados ai que
funciona como indicadores vai direcionar a equipe a ver realmente como ta o nosso
diagnostico de saúde e o que precisa ser... Se existe alguma coisa que precisa ser feita com
maior prioridade. Acho que é indicadores mesmo, esses dados para a equipe funcionam
como indicadores também, para agente traçar metas, traças grupos educativos, ações
preventivas, eu acredito que seja dessa forma porque tudo gira em torno desse
16

consolidado, tudo é em cima disso. Esse consolidado que traz pra gente esse diagnostico,
então é através desse consolidado que vamos elaborar metas de trabalho.”
Porém, a maioria de profissionais não possuía conhecimentos quanto a finalidade
do conjunto de fichas que compõem o SIAB, como norteador das atividades da ESF.
E16: “Oh na realidade eu acho que não direciona não, não direciona não.”
E17: ”Geralmente a gente não se liga muito ao SIAB não, a gente preenche as
fichas do SIAB conforme os dados que a gente tem, mas geralmente a gente tem mais
dados do que o SIAB pede. Então a gente preenche conforme os dados que a gente tem,
mas a gente tem muito mais dados do que o SIAB pede".
Além disso, os profissionais têm dificuldade na atualização periódica do SIAB,
pois julgam excessivo o número de dados, o que corrobora a observação inicial de que nem
sempre os dados são coerentes com a realidade local.
Foi então questionado quais indicadores do SIAB os profissionais julgavam mais
relevantes. Obtivemos os seguintes dados expressos na Tabela 1.

Tabela 1: Porcentagem de citação nas entrevistas de indicadores do SIAB considerados relevantes.


Indicadores Relevância
Todos os indicadores 35,00%
Hipertensos 28,57%
Diabéticos 21,42%
Cobertura Vacinal 21,42%
Crianças 21,42%
Gestantes 14,28%
Tuberculose 7,14%
Hanseníase 7,14%
Medicação 7,14%

Apesar de aproximadamente 1/3 dos profissionais terem respondido que todos os


dados do SIAB são relevantes, percebe-se um destaque para os dados de hipertensos e
diabéticos, crianças e cobertura vacinal. Ao observar a fala dos profissionais das equipes de
saúde, foi verificado que esses dados são considerados relevantes porque são os mais
trabalhados pela equipe. Portanto, há um estímulo a constante atualização dos mesmos para
que se possa fazer o controle e organizar ações a seu respeito.
E18: “Eu acho importante no caso o cartão de vacina, que ter o cartão de vacina
em dia é muito importante. Que reduziu a mortalidade infantil através do controle das
17

crianças de baixo peso, e isso é uma das coisas que foi parabenizada no nosso estado por
conta disso, baixa mortalidade infantil. E ate mesmo, hoje em dia, eu tinha há cinco anos
atrás numa microárea, vamos colocar de crianças de um a dois anos, eu tinha uma media
de 20 crianças, eu tive seis crianças que eram desnutridas, que é um percentual alto. Hoje
em uma faixa mais ou menos da mesma quantidade eu tenho uma criança desnutrida, que
já ta em recuperação de peso, pra você ver como diminuiu em cinco anos”
Por outro lado, vários dados do SIAB extremamente importantes para o
planejamento de saúde local não foram nem citados pelos entrevistados como, por
exemplo, os dados de saneamento básico e os dados de cadastro dos membros das famílias,
em que se tem a idade, ocupação, renda e alfabetização de cada membro das famílias
cadastradas. Este fato pode estar associado a não utilização destes dados pela equipe.
Com o objetivo de complementar a pergunta anterior, foi questionado aos
entrevistados se havia algum dado que eles consideravam relevante, mas que não era
fornecido pelo SIAB. O dado mais citado foi o tabagismo, indicado por 30% dos
entrevistados.
E19: “A gente até tem, em relação do tabagismo podia ter, porque tem o
alcoólatra né, então podia ter o tabagismo também, porque eu acho interessante. Porque
virou uma epidemia mundial, então eu acharia importante ter sobre o tabagismo”.
Outra situação citada pelos entrevistados foi a ausência de dados de Saúde da
Mulher, principalmente sobre a cobertura de exames preventivos.
E20: “Por exemplo, a parte de saúde da mulher não entrar no SIAB é uma coisa
que poderia entrar, porque é uma coisa que a gente faz”
E21: “em relação à realização de exames preventivos, então ele não computa isso
no ministério, se a gente não tiver isso manualmente, a gente não sabe em relação a
promoção da saúde, proteção da saúde, quantas pessoas a gente atingiu”
Uma informação ausente e que também se faz relevante é a gravidez na
adolescência. Segundo os entrevistados, esse dado seria interessante, pois direcionaria o
planejamento de atividades educativas para os adolescentes. Atualmente no SIAB, esse
dado é lançado juntamente com o de gestantes sem haver uma diferenciação. Segundo
Pereira (2006) “a coleta dessas informações seria fundamental para a elaboração de
projetos de assistência direcionados a essas populações, uma vez conhecidas as
especificidades das gestações tardias e precoces”.
Outros dados que também são deficientes no SIAB são os dados de hospitalização
e de diversas doenças (HIV, hepatite, doenças cardiovasculares, doenças mentais, doenças
18

respiratórias), pois são agrupados como outras causas de adoecimento da população, sendo
que deveriam vir mais especificados para permitir a detecção das necessidades locais e o
planejamento de ações. Também foram citados obesidade, obesidade infantil, saúde do
homem, dados sobre câncer de mama e próstata, acompanhamento de crianças até 5 anos e
realização de atividades físicas.
Outra questão levantada por um dos entrevistados em relação ao SIAB como
instrumento avaliador das atividades das equipes, foi o fato de o SIAB não contemplar a
realização de atividades de promoção e prevenção, como grupos educativos e salas de
espera. Foi observado que o SIAB tem uma preocupação intensa quanto à avaliação
quantitativa da produção realizada pela ESF, e, no entanto, a avaliação qualitativa de
atividades deixa a desejar, não havendo qualquer menção sobre as atividades que não
podem ser mensuradas por números. Isto pode prejudicar a realização de atividades de
promoção e prevenção, já que, a equipe de saúde, sobrecarregada pela demanda por
atendimento curativo, deixa de realizar essas atividades, uma vez que não vão constar em
relatório. Já o número de consultas realizadas, por exemplo, será lançado e se estiver
abaixo do previsto, mesmo que a realização de atividades de promoção a saúde tenha sido
maior, não será justificado e a equipe de saúde poderá ser cobrada por isso.
E22: “Nenhum tipo de trabalho educativo é lançado no SIAB. Sala de espera, se
a gente participa de algum grupo, se a gente faz algum grupo na nossa área, não é
contado. (...) seu trabalho é em cima de produção, se você não faz produção seu trabalho
é ruim, você pode fazer muito grupo educativo, você pode fazer muita palestra, seu
trabalho será considerado ruim, porque você não tem produção ...”
Surgiu também, durante uma das entrevistas, a questão do não acompanhamento
de indivíduos da comunidade que possuem plano de saúde, o que acaba afetando o índice
de cobertura da população atendida pelas equipes da UAPS Marumbi. Um exemplo seria a
cobertura de Exames Preventivos das mulheres em idade fértil do bairro Marumbi. Muitas
mulheres realizam este exame periodicamente pela assistência privada, mas elas acabam
não constando em relatório para o SIAB. Essas informações estariam defasadas em relação
ao dado real e acabariam influindo no índice de cobertura assistencial da UAPS.
E23: “(...) é um dado em que a pessoa não está descoberta, e quando a gente vai
fazer o consolidado essas pessoas que têm plano de saúde, muitas vezes, estão descobertas
em relação à porcentagem, quando a gente vai calcular, mas elas não estão descobertas,
elas não procuram o SUS, mas procuram outro tipo de profissional para estar fazendo
19

isso. Então eu acho que isso abaixa um pouco o índice de avaliação da nossa
população(...)”
Após análise de todas as entrevistas pode-se observar que quase 100% dos
entrevistados acreditavam ser o SIAB uma ferramenta incompleta.
No prosseguimento das entrevistas, foi questionado aos profissionais como eles
avaliavam os processos de captação, processamento, registro e utilização dos dados do
SIAB pelas equipes. A maioria dos entrevistados declarou que ocorrem falhas nessas
etapas. Entretanto, foi enfatizado o fato de os dados consolidados pela Secretaria de Saúde
demorarem para retornar a UAPS e, além disso, esses dados se encontram, muitas vezes,
com erros em relação àqueles que foram realmente coletados.
E24: “Os dados estão sempre atrasados, sempre errados, muitas vezes eles erram
os dados, voltam aquelas fichas, a gente torna a descer e tá errado do mesmo jeito”.
E25: “(...) mês passado eu peguei e não havia nenhuma criança menor de um
ano, quer dizer, esse sistema realmente me parece que não está sendo alimentado, uma
falha nossa ou deles, que não consegue digitar essa quantidade de fichas, fichas A”.
Pode-se concluir que há uma preocupação excessiva com os erros não inerentes a
UAPS, relacionados à digitação dos dados na Secretaria de Saúde, o que acaba colocando
os processos que são realizados dentro da Unidade de Saúde em segundo plano. Há um
desvio de foco com relação a real função do SIAB. O registro dos dados no sistema é
apenas para um controle sobre a evolução da ESF e do diagnóstico de saúde da
comunidade. Entretanto, localmente, a partir do momento que a equipe coleta os dados e
tem registrado esses dados na unidade de saúde, ela deve ter a capacidade de discuti-los e
verificar quais são as necessidades de saúde da população no dado momento e tentar
promover ações que visem à melhoria da qualidade de vida dessa população. Não é
necessário aguardar o consolidado da Secretária de Saúde.
Com relação à captação dos dados, percebe-se que ela é realizada principalmente
pelos ACS por meio da ficha A e das fichas B e C. Percebe-se uma falta de motivação
destes profissionais em se coletar esses dados todo mês, conseguir atualizá-los e não obter
um retorno com resolução das necessidades da população. Isso acaba desencadeando uma
falta de incentivo em manter as informações atualizadas, gerando uma defasagem dos
dados produzidos em relação a realidade.
E26: “A captação de dados é feita com o trabalho do agente comunitário de
saúde, porque ele é o papel principal dessa captação de dados pra gente. E assim, tem
hora que eu acho que é falha, não é constante pra mim, se existem profissionais que estão
20

capacitados e trazem pra você os dados de forma que você possa registrar e estar
utilizando corretamente, mas também existe alguma dúvida no atendimento de alguns dos
profissionais da área”.
E27: “Eu acho que é uma coisa repetitiva, mecânica, e em alguns momentos são
dados que a gente que trabalha com eles a gente sabe a significância deles, mas que pra
segundas instancias (...) é só pra cumprir metas, pra nos aqui, a gente vê a realidade, o
que aconteceu, o que você fez com aquela informação, e em alguns momentos também a
gente sente que aquela informação que a gente ta trazendo, ela não retorna, você traz uma
informação e a equipe de saúde não tem a possibilidade de fazer nada pra mudar aquele
quadro que é a realidade (...)”
É importante destacar que um dos entrevistados mencionou que algumas vezes há
dificuldade em se coletar os dados. Algumas pessoas residentes na comunidade se recusam
a recebê-los, o que prejudica a etapa de captação e acaba gerando uma defasagem de
dados.
E28: “Se é uma pessoa que é nova na cidade, que é nova no bairro, que não
conhece o nosso trabalho, ela tem receio às vezes de passar dados ou ela acha, a pessoa
que não usa a UBS, ela acha que não precisa estar passando esses dados para a gente”.
No processamento dos dados pela equipe de saúde, observou-se que as equipes se
reúnem todo mês para a realização do consolidado dos dados nas fichas SSA2 e PMA2,
mas que esse é apenas um processo administrativo e que não há de fato uma discussão
sobre os dados produzidos.
E29: “Seria só mesmo no fechamento de produção que a gente passa esses
dados”.
Com relação ao registro dos dados observou-se que todos os dados coletados,
tanto em atendimentos internos e externos, são consolidados pela equipe de saúde, que
mantém uma cópia desses registros e envia outra para a Secretaria de Saúde, para que se
faça a alimentação do sistema eletronicamente. Entretanto, por parte da Secretaria de
Saúde, esses dados não são registrados e atualizados com freqüência, gerando também
neste caso dados defasados em relação à realidade.
E30: “Bem, o nosso registro de inclusão essa parte de ficha A nós colocamos na
ficha A e a ficha A fica uma cópia com a gente e outra fica no prontuário no envelope do
paciente. E nós mandamos para digitação quando tem alteração. Aí que é o grande
problema; porque já tem dois ou três meses que estão minhas fichas todas lá para
atualizar, porque eu mandei todas de uma vez, por que foi no caso aconteceu muitas
21

mudanças e tudo, aí lá é meio enrolado e até hoje não chegaram. Então assim, o certo
seria que essas alterações fossem enviadas para digitação todo mês, só que nós
mandamos ai chega lá nós não temos o retorno assim, porque o certo era o retorno ser
quase que no tempo de estar mandando para o outro mês de novo”.
Já com relação à utilização dos dados, observou-se que a sobrecarga das equipes
com relação aos atendimentos de demanda acaba dificultando a realização de atividades de
promoção e prevenção.
E31: “O que eu acho mais difícil é que, o momento que a gente ta vivendo agora,
ta difícil de desenvolver ações pra ta atendendo, eu não sei, parece que a gente ta vivendo
um momento em que PSF deu uma estagnada e nem tendo os dados a gente ta
conseguindo captar, processar, registrar corretamente pra desenvolver ações junto com a
comunidade”.
E32: “Bem a utilização dos dados, eu acho que tem ainda uma falha na equipe de
não estar trabalhando com dados de planejamento, porque eu acho que a partir de um
diagnóstico que é bem feito você pode programar. Então, a gente tenta até dentro do
possível saber, saber tipo assim quantas mulheres você tem idade fértil, fazer o preventivo
delas, planejar quanto tempo elas vão vir na unidade de saúde, mas você não consegue
planejar outras coisas, outras formas de atendimento, então raramente a gente pára para
fazer o planejamento. (...) Talvez por excesso de atividades na unidade de saúde,
desmotivação; falta de interesse não, mas mais assim, essa demanda, esse trabalho que é
para ontem e que acaba que a prevenção fica para depois(...)”.
Com relação ao processo de utilização dos dados, Freitas e Pinto (2005)
observaram que a disponibilização de dados do SIAB para as equipes não é suficiente para
o seu uso para a promoção de atividades que visem o benefício da população. É necessário
também que haja educação permanente de toda a equipe e otimização das discussões e
interpretações dos dados coletados.
Para finalizar as entrevistas, foi questionado aos entrevistados se o SIAB seria
capaz de propiciar o desenvolvimento de ações para o atendimento integral da população
assistida. A maioria dos entrevistados respondeu que mesmo com as falhas existentes nele
e a falta de alguns dados relevantes, essas questões não impossibilitam a realização de
ações para atendimento da população.
E33: “É sim, a partir do momento que o profissional esteja interessado em estar
promovendo ação à saúde, prevenção, eu acho que é sim”.
22

E34: “Apesar, igual eu te falei, que eu acho que ainda faltam alguns dados que a
gente poderia estar repensando, mas ainda assim ajuda”.
Entretanto, alguns dos entrevistados acreditam não ser possível realizar o
atendimento da população de forma integral utilizando o SIAB.
E35: “Eu acho que não, não acho que consegue atingir toda a população
integralmente, já que, acredito eu, no PSF há uma deficiência que existe uma população
muito grande pra poucos profissionais”.
E36: “Bom, eu acho que isso é utopia, não existe atendimento integral da saúde
num lugar em que você tem uma super população, um enchimento de papéis pra poder
preencher, (...) e você é um só”.
Apesar dos problemas encontrados pelas equipes no que diz respeito ao SIAB, os
profissionais destes grupos acreditam que, se trabalhados de forma adequada, os dados
fornecidos pelo SIAB podem nortear a prática e possibilitar um planejamento em saúde da
população. Entretanto, o SIAB deveria ser revisado de forma a tentar corrigir os problemas
encontrados com o objetivo de propiciar um planejamento em saúde que garanta o
princípio da integralidade. Segundo Freitas e Pinto (2005) “o SIAB, mesmo com as
dificuldades apontadas, é um sistema de informação que deve ser considerado como uma
base fundamental de dados na atenção primária à saúde”, e, portanto, não deve ser
desconsiderado pela Equipe de Saúde da Família no seu processo de trabalho.

CONCLUSÕES

O cotidiano de trabalho das equipes de saúde da família da UAPS Marumbi está


relacionado com o processo de captação e alimentação do SIAB. Durante suas atividades
diárias, médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, ACS e outros profissionais da ESF,
ao realizarem seus atendimentos, coletam dados que fazem parte da rede do SIAB e que
devem ser constantemente atualizados para que se tenha um diagnóstico de saúde o mais
próximo possível da realidade. Além disso, percebe-se que a maioria dos profissionais das
equipes de saúde da família desta unidade sabe que o diagnóstico de saúde da área de
abrangência é feito pela coleta de dados, mas também têm consciência de que ela não é
feita como deveria.
Há um desconhecimento por parte da maioria dos membros das equipes de saúde
da família da UAPS Marumbi sobre as reais funções do SIAB. O sistema é visto por
muitos apenas como um instrumento coletor de informações, e não é associado ao processo
23

de planejamento de ações em saúde. Muitas vezes, os dados coletados não são discutidos
em conjunto pelas equipes para um planejamento de ações. Dentre as dificuldades
encontradas pelos membros das equipes da UAPS Marumbi para a realização dessas
discussões está a crescente demanda por atendimento curativo e a cobrança, por parte da
Secretaria de Saúde, de índices de produção das equipes.
De acordo com as equipes de saúde da família da UAPS Marumbi, um grande
percentual de dados coletados através das fichas do SIAB tem sua importância no processo
de diagnóstico de saúde da população, sendo observados como dados mais relevantes
àqueles trabalhados mais rotineiramente pelas equipes, como o número de hipertensos e
diabéticos. Por outro lado, observa-se a ausência no SIAB de alguns dados fundamentais
para nortear à prática das equipes de saúde, como tabagismo, obesidade e dados sobre a
realização de atividades de promoção e prevenção por parte das equipes.
Todo o processo envolvido na produção de indicadores do SIAB na UAPS
Marumbi apresenta deficiências, desde sua captação, processamento, registro e utilização.
Entretanto, os profissionais das equipes de saúde da família têm consciência de que o
SIAB pode propiciar o desenvolvimento e planejamento de ações em saúde, mesmo com
suas falhas, e que ele é capaz de nortear o trabalho da equipe localmente. É necessário,
entretanto, uma revisão das fichas que compõem esse sistema de informação visando uma
abordagem mais integral da população, com acréscimo de alguns indicadores de grande
relevância epidemiológica, que não são contemplados por ele. Além disso, é de grande
importância que as equipes se conscientizem sobre a importância do SIAB. Apenas
mudanças no instrumento não serão suficientes se as equipes de saúde não o utilizarem
para o processo de promoção da saúde e prevenção de agravos, possibilitando assim a
melhoria da qualidade de vida da população local.

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