Sie sind auf Seite 1von 60

Versão 2005/1 Alexandre Santos

Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Versão 2005/1 2 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

MANUAL
DE
MANOBRAS DE CORDAS
PARA EQUIPAS DE
SALVAMENTO
EM ALTURA

Autor:
Alexandre Gonçalo Cruz Ferreira Santos, Bombeiro Técnico/Formador de
Resgate.

Nº Mecanográfico 06 98 0904

Versão 2005/1 3 Alexandre Santos


Versão 2005/1 Alexandre Santos
Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Índice
ƒ Ambiente de possíveis obstáculos
em Salvamentos em Altura ------------------------------------ 7

ƒ Segurança ---------------------------------------------------------10

ƒ Nós ----------------------------------------------------------------- 13

ƒ Ancoragens ------------------------------------------------------ 24

ƒ Equipamento de Protecção Individual -------------------- 31

ƒ Equipamento Básico -------------------------------------------35

ƒ Descida Individual --------------------------------------------- 38

ƒ Subida Individual ---------------------------------------------- 41

ƒ Sistemas de Elevação de Cargas ------------------------ 44

ƒ Sistema de Descida de Cargas --------------------------- 49

ƒ Salvamento em Altura por Um Só Técnico ------------ 52

ƒ Tirolesas -------------------------------------------------------- 54

ƒ Bibliografia ----------------------------------------------------- 58

Versão 2005/1 5 Alexandre Santos


Versão 2005/1 Alexandre Santos
AMBIENTE DE POSSÍVEIS OBSTÁCULOS EM
SALVAMENTOS EM ALTURA
Historicamente, humanidade tem conseguido conquistar o mundo à sua volta,
por ter inventado meios que permitem operar, confortavelmente, em ambientes
que a natureza criou, tal como os oceanos e que desde o principio lhe foram
hostis.

Um dos últimos ambientes que o homem conseguiu conquistar foi o da Altura.


Neste, o grande adversário é a gravidade que, embora ao longo da sua
história, o homem nunca tenha vencido, teve pelo menos, até ao momento, o
mérito de inventar meios de a dominar temporariamente e em alguns casos até
de a utilizar em beneficio próprio.

Montanhismo: Há centenas de anos que o homem se dedica ao desporto


vertical do montanhismo. Trata-se actualmente de uma combinação de
numerosas actividades incluindo a subida, acampar, deslocação no gelo e na
neve, não poucas vezes do desafio da força de vontade de sobreviver às mais
violentas forças adversas da Natureza.
Uma vez que a meta mais obvia é a conquista do topo da montanha, há por
vezes objectivos menos óbvios, como seja a própria sobrevivência às
condições a que a Natureza por vezes nos sujeita: Frio, ventos fortes e
doenças de altitude.
Desde a 2ª Guerra Mundial que se deram tremendos avanços no
montanhismo, de entre os quais o mais importante foi o desenvolvimento de
cordas feitas de fibras sintéticas.

Escalada: No seguimento da também chamada escalada em rocha, trata-se de


actividade muito mais especifica que o montanhismo e frequentemente não tem
grandes variações de altitude nem longos percursos.
Esta actividade, muitas vezes não passa da subida relativamente curta de uma
parte de rocha que é tão difícil que o escalador pode precisar de semanas para
estudar os movimentos e apoios que lhe permitam garantir uma subida eficaz.
Embora estas escaladas a solo e sem corda e sem equipamento de segurança
estejam na moda entre alguns escaladores excepcionais, a grande
maioria das escaladas continua a ser feita com cordas.
Os dois factores essenciais na escalada são:

1- Uma corda que suporte grandes tensões e que segure o


escalador em caso de queda.

2- Equipamento de protecção ou fixação que fixe a corda à


rocha e correctamente proteja o escalador.

Espeleologia: Esta actividade mais recente do chamado desporto


vertical tendo tido o seu início apenas nos anos cinquenta.
Difere significativamente da escalada na medida que em vez de
subir uma rocha, tanto se desce como se sobe na corda, e nesta actividade

Versão 2005/1 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

não é utilizada para protecção em caso de queda, mas sim para a própria
progressão.
Esta actividade também é conhecida por “Técnicas Mono-Corda” (TMC).
Embora a espeleologia vertical não tenha sido um desporto de grande
divulgação, teve uma influência marcada no desenvolvimento de equipamentos
e de técnicas empregadas noutras actividades verticais, muito em especial no
salvamento.
Um dos mais importantes destes desenvolvimentos foi o de uma corda
extremamente durável e que estica muito pouco (corda semi-estática).

A tecnologia. A maioria das pessoas associa a palavra tecnologia com


computadores ou viagens espaciais, porém, o dicionário descreve o termo
como “aplicação do conhecimento”. Assim o Técnico emprega a tecnologia do
ambiente de salvamento em altura para dominar a gravidade e poder deslocar-
se com segurança e
facilidade em qualquer
direcção onde existam
obstáculos.
Ou também utiliza esta
tecnologia para retirar
vítimas de uma
determinada situação.

O sistema de ambiente de
salvamento em altura
compõe-se de diversos
elementos: Cordas,
utensílios, ferramentas,
ancoragens (amarrações) e outros que não podem ser considerados
isoladamente. Para se conseguir bons resultados, todos estes factores devem
ser considerados em conjunto, fazendo parte integrante de um sistema.
Tal como uma corrente é tão resistente como o seu elo mais fraco, a totalidade
de um sistema de salvamento em altura limita-se a ser tão eficaz como o seu
componente mais fraco.

Vamos supor, por exemplo, que no sistema que se está a utilizar está incluída
uma corda com carga de rotura certificada de 2000 kg e uma ancoragem com
uma carga máxima de 500 kg. A capacidade da carga de todo o sistema será
respectivamente de 500 kg…

O conforto em ambiente de Salvamento em Altura. O medo das alturas é


natural dos seres humanos e até certo ponto, é imprescindível à sobrevivência.
Quem não tenha medo ou respeito pelos riscos inerentes a operações de
salvamento em altura é um perigo para si próprio e para os outros. Contudo,
até que uma pessoa se sinta confortável no ambiente de salvamento em altura,
o desconforto impedi-la-á de ser eficaz nestas actividades. Exactamente como
acontece com outros ambientes aos quais não estejamos habituados, é
necessário que nos habituemos a uma nova maneira de nos mover-mos, de
usar o equipamento e de trabalhar com outros. A única forma que existe para

Versão 2005/1 8 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

que nos acostumemos a trabalhar em ambiente de salvamento em altura e de


nos tornarmos eficazes é de nos habituarmos ao novo ambiente.
Por outras palavras: Treino e prática.

A atenção ao detalhe. A atenção ao detalhe é necessária no ambiente de


salvamento em altura não só para que sejam conseguidos resultados, como
para evitar ferimentos em nós próprios e nos outros. Trata-se de um ambiente
que “não perdoa” e aquela falha ou deficiência que passar despercebida no
chão, pode resultar em ferimento graves ou mesmo a morte, em situações de
salvamento em altura. É obvio que tem que haver uma linha de compromisso e
de equilíbrio. Não se pode ser obsessivo ao ponto de não conseguir executar
um trabalho. Porém é imprescindível poder examinar rapidamente o sistema
que se vai usar e ficar a saber instantaneamente que todos os detalhes e
pormenores estão no lugar certo. Isto apenas se consegue com prática.
Se por um lado a atenção e o detalhe deve ser um traço essencial do Técnico,
a natureza de uma intervenção neste meio requer que haja a capacidade de
improvisar.
Não há duas situações de salvamento em altura que sejam iguais, com
diversas condições climatéricas e de terreno. Assim é preferível uma pessoa
bem treinada e com bom julgamento a uma outra que embora tenha sido bem
treinada, não seja suficientemente versátil e/ou polivalente.

Cuidados a ter com o equipamento. Um sinal de que alguém é um bom


mecânico ou bom carpinteiro, é o cuidado que tem com as suas ferramentas. O
mesmo é válido para o Técnico de salvamentos em altura, que tem de tratar do
seu equipamento. Porém este cuidado com o equipamento de salvamento em
altura ainda é muito mais crítico, pois destas ferramentas podem depender
vidas.
As sugestões para evitar danos e perdas do equipamento de salvamento
incluem as seguintes:

- Não colocar materiais do equipamento


soltos no rebordo. Há risco de serem lançados
inadvertidamente (pontapé, deslize, etc.) no
precipício, do que resulta danificação ou perda e
pior ainda ferimentos a quem esteja em baixo.

- Não colocar equipamento no solo. Grande


parte dos materiais perdem-se facilmente no
meio das folhas lixo, etc. Para além disso a
sujidade e o pó podem causar falhas de
funcionamento e desgaste. Ao chegar ao local
colocar algo que proteja o contacto com o solo
ou pendurar o material.

- Sendo o trabalho numa face vertical, ter


sempre o cuidado de ter o material preso a
qualquer coisa. Os arneses adequados têm
sempre porta material.

Versão 2005/1 9 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

- Inspeccionar sempre todo o material após uma intervenção. É nesta


altura que se vai descobrir o material danificado e não quando for novamente
utilizado.

- As cordas requerem uma atenção muito especial. Uma regra tradicional


diz que nunca se deve pisar uma corda. Há pessoas com grande experiência
em ambientes de salvamento em altura que manifestam um fanatismo, quase
que religioso, no que se refere ao pisar a corda e há uma boa razão para isso.

O pisar uma corda faz com que partículas de pó entrem no seu núcleo, onde
vai danificar as fibras que suportam a carga. Para além disto há quem
considere que a pessoa que pisa uma corda manifesta desprezo por quem a
vai utilizar.

SEGURANÇA

Não pode haver dúvida que o objectivo primário da actividade de salvamento


em altura é o seu exercício com toda a segurança.
Este objectivo primário é conseguido de duas maneiras: Concretização de
conceitos mentais e físicos.

Conceitos mentais:

Ö Caso alguém não se sinta em plena forma numa intervenção, seja por
fadiga, calor, frio, etc., deve-se afastar de qualquer actividade
potencialmente perigosa, colocando-se em
“segunda linha”.

Ö Se alguém se sentir anormalmente excitado


durante uma operação deve recuar (uma das
técnicas é de se tomar a pulsação. Caso seja
superior ao normal, sentar-se e relaxar um
pouco).

Ö Todos estão sujeitos a cometer erros, pelo que é


prática normal neste ambiente de risco, todos
controlarem todos (e isto incluí também os mais
experientes), com vista à detecção atempada de
quaisquer falhas, enganos ou erros.

Ö Ninguém pode ter acesso ao ambiente de


salvamento em altura com as suas capacidades
limitadas por álcool ou drogas (incluindo
medicamentação).

Versão 2005/1 10 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Ö O treino e a prática das técnicas e perícias ajuda as pessoas a


funcionarem com segurança no ambiente de salvamento em altura.

Conceitos físicos:

Ö Colocar cordas de segurança; todo o pessoal que operar na intervenção


deve estar amarrado.

Ö Exagerar nos sistemas de segurança, como por exemplo, utilizar duas


ancoragens ou fixações em vez de uma só.

Ö Toda a gente tem que usar capacete de protecção.

Ö Inspeccionar constantemente o equipamento para verificar que se


encontra em boas condições.

Chamadas de aviso. Um dos perigos mais comuns no ambiente de


salvamento em altura, resulta na queda de objectos, quer sejam ferramentas
deixadas cair inadvertidamente, quer sejam pedras. Sempre que se constatar a
queda de um objecto e mesmo que se pense que ninguém está em baixo a
chamada de aviso universal é o grito “pedra”.
Devem ser evitados os gritos de aviso como “atenção”, “olha para cima”, etc.,
ou seja, tudo o que não seja “pedra”.

Versão 2005/1 11 Alexandre Santos


Versão 2005/1 Alexandre Santos
NÓS
Os nós são um meio de ligação de muitos elementos no ambiente de
salvamento em altura.
Na maior parte das situações no ambiente de salvamento em altura usam-se
“nós” para diversas tarefas, tais como:

à Amarrações.

à União de cordas.

à Para unir fitas.

à Para atar laçadas em cordas ou


fitas.

à Para atar qualquer dos elementos


da Equipa directamente na corda.

à Para certos sistemas de descida


controlada.

à Em situações de emergência, para


a construção de um arnês.

à Para segurança e reforço de outros


nós.

à Para que as extremidades da


corda passem para fora dos
equipamentos.

à Para segurar qualquer elemento da


Equipa, evitando que efectue rapel
para além daquele ponto.

à Para fazer bloqueadores de


emergência.

à Para atar cordas de segurança.

à Em improvisações, quando outros elementos do sistema falharem.

à Para nos podermos extrair de situações difíceis e inesperadas.

As maneiras de fazerem os diversos nós, devem ser praticadas continuamente,


para que se consiga a capacidade, de muito rapidamente, se fazer qualquer um
deles.
Tendo em consideração que muitas intervenções têm lugar sob condições
ambientais adversas, o Técnico deve ser capaz de atar e fazer nós sob stress,

Versão 2005/1 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

no escuro, exposto ao frio, utilizando só uma mão e com as capacidades físicas


diminuídas.

As características de um nó bem executado:

- São relativamente fáceis de fazer.

- Pode-se verificar rapidamente se estão ou não bem feitos.

- Uma vez feitos correctamente, não se desfazem por si só.

- Têm uma influência prejudicial mínima, sobre a resistência da corda.

- São relativamente fáceis de desfazer mesmo depois de submetidos a


cargas.

Como os nós podem afectar a corda:

Cada nó afecta e diminui, de alguma maneira, a


resistência da corda. O motivo para este
fenómeno é que numa dobra mais apertada
(menos que quatro vezes o diâmetro da própria
corda), as fibras do exterior da corda suportam a
grande maioria da tensão ou carga da corda. As
fibras do lado interno da corda suportam pouca
ou nenhuma carga.
Há nós com dobras mais vivas, o que origina
uma maior perda de resistência da corda do
que, por exemplo, os “Nós de Oito” com dobras
mais abertas.

Finalmente, os tipos de Nós e outros elementos de um sistema de salvamento


em altura devem ser considerados em função do factor de segurança da corda.

Os nós numa corda devem ser desfeitos antes de esta ser recolhida e
guardada, pelos seguintes motivos:

- Se os Nós forem deixados durante muito tempo na corda, causam perda


permanente na resistência das fibras.

- Deixados durante um longo tempo na corda, os Nós tendem a assentar,


sendo depois mais difíceis de desfazer.

Nós de reforço:

É vivamente aconselhável reforçar os nós já feitos com nós de reforço ou de


segurança.

Versão 2005/1 14 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Embora o nó simples seja empregado com frequência para este propósito, o


“Meio Nó de Pescador” é o mais seguro.
Um nó de reforço tem uma grande importância, especialmente quando se
trabalha com cordas rígidas, como por exemplo, as cordas semi-estáticas (tipo
“Kernmantel”), ou quando o próprio nó for dobrado.
O nó de reforço deve ficar localizado tão próximo quanto possível, junto ao nó
principal.

Como enrolar uma corda:

Uma corda deve ser correctamente enrolada e armazenada (em local fresco e
seco, nunca em contacto com raios solares) devido a ficar sempre pronta para
utilização, deve-se tomar especial atenção ao enrolamento para que na altura
de uma utilização rápida esta não fique emaranhada nem com nós…

Existe outro tipo de enrolamento da corda que consiste em coloca-la seguida


dentro de sacos/bolsas próprias para o efeito.
Desta feita resulta uma melhoria quando pretendemos utilizar a corda ao
mesmo tempo que nos deslocamos com ela dentro do saco/bolsa, não
entrando a corda que falta desenrolar em contacto com a superfície por onde
nos deslocamos.

NÓS utilizados em Salvamentos em Altura

Seguidamente é descrito um grupo de NÓS de uma longa lista utilizada a nível


mundial.
Esta lista serve apenas para elucidar os nós básicos que são essenciais para
um Técnico desenvolver o seu trabalho. Contudo uma lista total de nós
utilizados em resgate é muito vasta, sendo escolhidos os indicados pela
simplicidade, facilidade de execução e menor perca de resistência possível.
Esta lista é discutível e alterada sempre que se justifique. Note-se também
que os nós estão agrupados por função.

Versão 2005/1 15 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Nome Comum Exemplo de função Imagem


Ancoragem
Oito Amarrações gerais

Oito com orelhas Amarrações com


(lapin) distribuição de forças

Amarrações de alta
Nove
resistência
União

Oito Unir cordas

Unir cordeletas (Cordas de


Pescador Duplo
Apoio)

Fita Unir fitas

Bloqueio
Substituição de
Prussik
bloqueadores mecânicos

Substituição de
Machard
bloqueadores mecânicos

Lontra Segurar material

Especiais

Dinâmico Dar segurança

Mula Bloqueio do nó dinâmico

Estático Bloqueio para auto-seguro

Ponto intermédio para


Borboleta
corrimão de segurança

Oito simples Limitador de descida

Transferência de carga.
Mariner
Afastador regulável

Versão 2005/1 16 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Nó de Oito (para ancoragens):

Nó de Nove:

Nó de Oito com Orelhas:

Versão 2005/1 17 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Nó de Oito (para união de cordas)

Nó de Pescador Duplo:

Versão 2005/1 18 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Nó de Fita:

Nó “Prussik”:

Versão 2005/1 19 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Nó “Machard”:

Nota: Neste exemplo o NÓ está executado com fita.

Nó de Lontra:

Nó Dinâmico:

Versão 2005/1 20 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Nó de Mula:

Nó Estático:

Ter em atenção quando fizer o Dinâmico e o Estático, pois devido ao seu


semelhante inicio, pode induzir em erro.

Versão 2005/1 21 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Nó Borboleta:

Nó de Oito Simples:

Versão 2005/1 22 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Nó “Mariner”:

Versão 2005/1 23 Alexandre Santos


ANCORAGENS E FIXAÇÕES
Ancoragens são meios existentes para fixar cordas e outros equipamentos a
qualquer coisa que seja sólida e robusta…

A preocupação principal, antes da construção e montagem de um sistema, é


uma Ancoragem apropriada e segura que, imprescindivelmente, deve ser
preparada antes da implementação do resto do sistema.

O Ponto de Ancoragem é a ligação única e segura para uma


Ancoragem…Estes pontos de ancoragem podem formar Triângulos de Força
(quando os pontos dividem entre si a Força aplicada no sistema) ou
simplesmente Ancoragens em Linha (quando a Força exercida no sistema é
aplicada num único ponto).

As ancoragens podem ser colocada/construídas com pontos de ancoragem de


diversa natureza:

9 Pontos de Ancoragem naturais: Pontos que fazem parte do espaço


envolvente, podendo ser de origem ambiental ou tecnológica.

3 De origem ambiental:

- Árvores
- Rochas
- Etc…

3 De origem tecnológica:

- Pilares
- Colunas
- Corrimãos
- Varandas
- Vigas
- Etc…

9 Pontos de Ancoragem artificiais: Pontos que não fazem parte do


espaço envolvente, mas são ali colocados aquando uma
necessidade de utilização e que poderão ser retirados total ou
parcialmente.

- Bucha metálica + Plaqueta


- Tensores + Cola
- Viaturas
- Tripés
- Pitons de rocha
- Etc. …

Versão 2005/1 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Resistência das Ancoragens:

Condições da Ancoragem. Uma árvore viva suportará maiores cargas que uma
seca e morta.

Natureza do ponto de Ancoragem. Uma coluna ou viga tem maior resistência


que um corrimão.

Localização da força. Uma árvore o qual se aplique uma força junto das raízes
aguentará melhor do que se a carga for aplicada perto da copa.

Direcção da Força da carga nas Ancoragens:

Deve-se considerar sempre a direcção da força que vai agir sobre o ponto de
ancoragem.

As ancoragens devem estar alinhadas com as forças que vão actuar sobre
elas.
Considerar também, desde logo, o que pode acorrer caso as forças mudem de
direcção.

Localização das Ancoragens:

Em condições ideais a Ancoragem deve ficar por cima e tão próxima do local
onde queremos ter acesso.

Ter em atenção:

-Risco de queda de objectos, detritos, rochas, etc., em cima da Equipa de


Salvamento.

-Obstáculos entre a ancoragem e o local de acesso, que ponha este em risco.

-Sempre que seja possível, fixar um ponto de ancoragem directamente por


cima.

Versão 2005/1 25 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Afastadores (Desvios):

É uma técnica que se destina a levar uma corda para uma posição ou ângulo
mais favorável.

1-Dependendo do ângulo que a ancoragem da Corda


Principal faz com a Corda Direccional, haverá maiores
forças sobre o sistema de ancoragem do que se houver
apenas um único ponto de ancoragem.

2-É preciso ter sempre presente que, em caso de falha da


Corda Direccional, haverá uma oscilação pendular
significativa, a Corda Principal caíra e também haverá
uma sobrecarga de choque na ancoragem.

Versão 2005/1 26 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Ancoragens de Reforço:

É uma ancoragem destinada a reforçar a principal, que vai auxiliar na


repartição das forças exercidas no sistema.

Podem fixar-se de duas maneiras:

-No mesmo ponto de ancoragem

-Noutros pontos de ancoragem

O método de reforço de um sistema de ancoragem é o número de pontos de


fixação que forem necessários empregar, dependem de certas variáveis…

a) As condições dos pontos de ancoragem. Caso exista risco potencial de falha


de um deles, ou do equipamento a que esteja ligado, é imperativo prever mais
pontos de amarração.

Versão 2005/1 27 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

b) O tipo de intervenção no Salvamento em Altura. Caso se utilize mais que


uma corda em esforço será necessário efectuar mais Ancoragens
independentes.

c) As forças e cargas envolvidas no sistema. Ambos estes factores variam de


intensidades, dependendo do uso das Ancoragens:

1. Apenas suportar o equipamento


2. Suporte, de apenas, uma pessoa
3. Descidas em intervenções de salvamento
4. Sistemas para elevação de cargas
5. Linhas suspensas (tirolesas)

Deve-se ter o cuidado de não dar origem a


um ângulo interno da ancoragem muito
aberto, pois provoca Forças superiores ao
peso da própria carga

Versão 2005/1 28 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Ancoragens em linha:

Supondo um mínimo de dois pontos seguros, diferenciaremos como ponto


principal, o qual, nos iremos apoiar e um ponto secundário, em que será uma
segurança se o primeiro falhar.
Deverá ser colocado sempre que possível um dissipador de energia neste tipo
de pontos de ancoragem, devido ao seu excelente desempenho na absorção
de impactos resultantes de choques na corda.

Este tipo de ancoragem só deverá servir para montagem de um rapel ou


subidas individuais na corda.

Os cuidados a ter com este tipo de ancoragem é que devemos colocar o ponto
de segurança de modo a que, em caso de falha do ponto principal, este não
sofra uma sobrecarga devido a um choque ou cause demasiado pêndulo no
sistema, o que viria a poder cortar a corda por roçamento ou danificar qualquer
outro equipamento.

Exemplos de Dissipadores de Energia

Versão 2005/1 29 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Os materiais usados em Ancoragens:

- Cordas.

É um dos procedimentos mais simples de fazer amarrações, onde


habitualmente se utiliza os nós:

• Oito de seguimento
• Laçada sem tensão (Mínimo 6 voltas e diâmetro mínimo de 4 vezes a espessura da corda)

- Fitas (cintas).

É um material bastante empregue por se apropriar muito bem a ancoragens.


Muito rápidas para executar técnicas, podendo a sua resistência ser dobrada
com facilidade.
(no exemplo da figura a carga de rotura da fita é de 22 KN)

Versão 2005/1 30 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

EQUIPAMENTO DE PROTECÇÃO INDIVIDUAL


A escolha correcta de roupa e equipamento para ultrapassar obstáculos no
ambiente de salvamento em altura pode proporcionar uma mais ampla margem
de segurança, um maior conforto para o utilizador e permitindo que ao Técnico
possa exercer a sua actividade com maior eficácia e eficiência.

Equipamento para a cabeça:


Uma das peças mais importantes do
equipamento de protecção individual é o
capacete. Este não protege apenas contra
objectos que podem cair de cima, como
ainda reduz ou diminui a gravidade de
possíveis lesões da cabeça em caso de
queda.
Apenas se deve adquirir capacetes
especialmente concebidos para o trabalho de
salvamento em altura.
É muito importante que o capacete tenha
uma presilha de fixação que passe pelo
queixo e não seja elástica. Isto porque
conforme a presilha for esticando, o capacete tem tendência a cair deixando o
Técnico sem protecção na cabeça. Acontece frequentemente quando houver
esforços sobre o capacete, ou seja durante uma queda do Técnico ou quando
este for atingido por objectos a cair.
Todo o capacete deve ter o que se chama de “fixação de três pontos”. Isto
significa que para além dos pontos de fixação de cada lado do capacete, deve
haver um terceiro na parte de trás. Este evita que o capacete caía para a frente
e para diante dos olhos do Técnico.
Deve também o capacete estar provido de saliências para colocação de fontes
de luz.

Roupa de protecção:
A roupa de protecção deve proteger o
Técnico das condições ambientais que
lhe sejam adversas, ao mesmo tempo
que deve proporcionar o máximo
conforto em qualquer trabalho no
ambiente de salvamento em altura.
O corte e desenho do vestuário devem
ser estudado para que quando o
Técnico se esticar completamente, com
os braços acima da cabeça, não exista
inibição dos seus movimentos.
Uma vez que pessoas envolvidas em
trabalhos de salvamento estão sujeitas
a ficar ao ar livre por longos períodos,
durante os quais ficam expostos às

Versão 2005/1 31 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

inclemências do tempo, a roupa deve protegê-las contra os efeitos do vento,


frio e chuva.
Debaixo da camada exterior, deve-se usar uma camada de roupa isolante. Esta
proporciona calor, protegendo o Técnico do frio quer do exterior quer do interior
e isto mesmo que esteja molhada.

Calçado:

Entre os requisitos impostos ao calçado a usar pelo


Técnico em trabalhos de salvamento em altura, os
mais importantes são o conforto, a protecção e a
aderência.
As botas devem proporcionar um apoio efectivo dos
tornozelos, para além de proteger os pés de
arranhões, cortes e pancadas. Contudo, apesar disto,
as botas devem ser suficientemente flexíveis para
serem confortáveis, mesmo depois de horas de uso,
em pé e em andamento.
Para contribuir que o Técnico se mantenha
equilibrado nos mais diversos tipos de superfícies
encontradas no ambiente de salvamento em altura,
as solas das botas têm de ser aderentes ao solo, ao
contrário das solas do calçado normal urbano.

Luvas:
Usam-se luvas no ambiente de salvamento em
altura para proteger as mãos do tempo
atmosférico e mais importante de queimaduras
de fricção com as cordas. São de facto, um
escudo das mãos e evitam situações de
incomodo ao Técnico, que pode até perder o
controlo da corda.
Embora protegidas, as mãos têm de reter a
sensibilidade necessária para que os dedos
possam manipular os equipamentos.

Joalheiras/Cotoveleiras:
De extrema importância em trabalhos nos
espaços confinados ou zonas de bastante
irregularidade.
O seu uso nos espaços confinados proporciona
não só uma protecção eficaz contra impactos nas
zonas do corpo com articulações, isto porque são
zonas de grande sensibilidade, como são uma
protecção eficaz contra o elevado desgaste que
sofre a roupa de protecção nesse tipo de
espaços devido a roçamentos.
Já em áreas de grande irregularidade, por
exemplo escombros de superfície, o perigo
de queda é maior sendo este tipo de

Versão 2005/1 32 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

equipamento um meio eficaz mais uma vez contra os impactos que possam
advir dessas quedas.

Arnês:

Uma das peças de grande relevo no equipamento para salvamento em altura,


pelo que é essencial que sejam escolhidos rigorosamente por motivos de
segurança e conforto.
Algumas das características mais importantes de um arnês seguro e
confortável, são as seguintes:

- As tiras tecidas que compõem o arnês devem ser


largas para um conforto mínimo nas áreas criticas,
ou seja cintura e coxas, Estas tiras podem ser
tornadas ainda mais confortáveis se forem
almofadadas nos pontos sensíveis.

- Os pontos de costura devem ser regulares e


seguros. O fio convém ser de cor diferente das tiras
de modo a fornecer uma indicação rápida em caso
de desgaste.

- Laçadas de suporte das pernas e dos pés


contribuem para o conforto na medida em que
distribuem o peso do corpo ou dos choques de uma
queda, por outras partes do corpo (coxas e
nádegas).

- Um bom arnês tem de deixar liberdade de


movimento quer o Técnico esteja suspenso ou em
pé, no solo.

- O arnês deve ser fácil de colocar e de ajustar.

- O arnês não deve cair quando o Técnico andar com


ele posto.

- Em caso de queda, aparada pelo arnês, este deve


permitir com facilidade o retorno à posição vertical.

- Em caso de se ficar suspenso pelo arnês com os


pés para o ar, o arnês não pode deixar o Técnico
deslizar para fora dele.

- O arnês deve ter um ponto de fixação frontal


colocado de modo que o Técnico tenha sempre o
correcto ponto de gravidade, independentemente do
trabalho que está a fazer.

Versão 2005/1 33 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

- Os pontos de fixação de um arnês sujeitos a grandes cargas, devem ser


reforçados com tiras extra e/ou estar providos de conectores muito
resistentes de metal.

- Devem ter porta materiais de forma a poderem ser pendurados


equipamentos que necessitamos em grande ângulo mas que não
estamos a usar de momento.

Por ultimo, na escolha do arnês adequado ao Salvamento em Altura e tomando


em conta os conceitos descritos anteriormente, devemos ter em conta que este
deve respeitar as Normas de posicionamento no trabalho e anti-queda.

Fontes de luz:

As intervenções de salvamento em
altura com equipas especializadas,
podem ocorrer durante a noite, pelo
que todo o pessoal deve estar
equipado com uma fonte de luz
segura.
Uma vez que é necessário utilizar
as duas mãos para o trabalho, estas
fontes de luz deverão ser sob a
forma frontais, ou seja luzes que se
colocam sobre o capacete
apontando sempre na direcção que
o Técnico olhe.
Alguns capacetes já trazem fontes de luz incorporadas, outros, saliências que
permitem a sua colocação de modo eficaz e seguro.
Neste último caso ter o cuidado de escolher um frontal com uma banda
elástica.
Devem também os frontais ter foco regulável e um interruptor seguro que não
possa ser ligado ou desligado involuntariamente.
Em termos de autonomia, a que de longe tem maior duração e que é mais
resistente ás influências do frio é a célula de lítio. A escolha a seguir, em
termos de duração e resistência às temperaturas reinantes nas intervenções, é
a bateria alcalina.

Facas no ambiente de salvamento


em altura:

O trazer facas no ambiente de


salvamento em altura tornou-se
quase que um hábito para alguns.
Note-se porem, que o uso incorrecto
de facas pode ter consequências
graves. Para além de representarem
um verdadeiro risco para o Técnico,
no ambiente de salvamento em

Versão 2005/1 34 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

altura são uma ameaça de morte devido à facilidade com que podem destruir
equipamentos vitais.

Versão 2005/1 35 Alexandre Santos


EQUIPAMENTO BÁSICO

De uma forma geral todo material deve ser guardado em local seco, arejado e
protegido da luz solar (raios UV danificam as fibras e descoloram metais) e de
qualquer fonte de calor.
Todos os equipamentos devem estar em perfeitas condições de limpeza.
Devido a cuidados diferentes que os equipamentos têm, seguidamente
salienta-se alguns desses cuidados em particular, contudo é OBRIGATÓRIA a
leitura de instruções e avisos que acompanham os diversos
equipamentos.

Cordas/Fitas:
A evitar:
-Sujidade ou contaminação por qualquer tipo de químico e/ou hidrocarbonetos.
-Sobrecarga (atenção Factor de Queda tem que ser <2).
-Deixar nós após trabalho.

Cuidados a ter.
-Inspecção obrigatória após qualquer utilização.
-Limpeza exclusivamente com produtos recomendados.

Mosquetões
A evitar:
-Choques
-Forças axiais
-Efeito de alavanca
-Sobrecargas (trancar o fecho)

Cuidados a ter:
-Lubrificação do fecho e da mola.
-Inspecção cuidada para detecção de desgaste e/ou fissuras, fecho ou mola
danificados.

Ligadores de Rosca:
A evitar:
-Choques.
-Efeito de alavanca.
-Sobrecargas (enroscar o fecho na totalidade).

Cuidados a ter:
-Similares aos mosquetões (excepto mola).

Descensores “simples”:
A evitar:
-Choques.

Versão 2005/1 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Cuidados a ter:
-Inspecção cuidada para detecção de desgaste e/ou
fissuras.

Descensores “mecânicos”:
A evitar:
-Choques.

Cuidados a ter:
-Inspecção cuidada para detecção de
desgaste e peças desapertadas ou com
folga.

Ascensores (bloqueadores de punho):


A evitar:
-Choques
-Sujidade na “cam”.

Cuidados a ter:
-Limpeza minuciosa das partes móveis (“cam”).
-Inspecção cuidada para detecção de desgaste.

Bloqueadores:
A evitar:
-Similares aos ascensores.

Cuidados a ter:
-Similares aos ascensores.

Roldanas:
A evitar:
-Choques.
-Sujidade entre placas.

Cuidados a ter:
-Inspecção cuidada da polia e dos rolamentos e/ou
casquilhos para detecção de desgaste e/ou peças
desapertadas.

Roldanas Bloqueadoras:
A evitar:
-Similar ás roldanas normais.
-Similar ás “cam” dos ascensores.

Cuidados a ter:
-Similar ás roldanas normais.
-Similar ás “cam” dos ascensores.

Versão 2005/1 37 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Roldanas passa-nós:
A evitar:
-Similar ás roldanas normais.

Cuidados a ter.
-Similar ás roldanas normais

Versão 2005/1 38 Alexandre Santos


DESCIDA INDIVIDUAL
A descida individual é uma manobra de
descida controlada numa corda, utilizando-se
para fins de controlo, a fricção da corda, pela
passagem desta num aparelho descensor…

Usa-se em geral para todas as situações que


impliquem o acesso a lugares, onde não
existem outros meios, ou estes estejam
inacessíveis…

São utilizados, normalmente, aparelhos


descensores simples como o Figura de 8,
outros mais complexos como o “Rack” de
barras e até mesmo descensores mecânicos
com travão.

Estes aparelhos estão presos normalmente no


arnês do Técnico. A corda passa através do
respectivo dispositivo de maneira a criar o
necessário atrito, de modo a que o calor e o
desconforto (equiparando com as descidas
feitas em corda travando com o corpo) vão
para o aparelho descensor.

Por outro lado, também, um dispositivo de descida individual bem concebido


proporciona um melhor controlo de que com o corpo, nomeadamente em fortes
declives ou mesmo verticais…

Na maioria dos dispositivos de


descida individual, a descida é
controlada, puxando para baixo
a porção de corda que está
abaixo do dispositivo. Isto
aumenta a fricção, ou atrito, por
aumento da tensão da corda e
da sua pressão sobre o metal do
aparelho de descida.
Esta acção de controlo é
efectuada, normalmente, com a
mão dominante, que se designa
para o efeito de mão de
travagem.

A outra mão, designada de mão


de guia, contribui para ajudar o Técnico a manter o equilíbrio, nalguns
descensores ajuda a controlar o atrito. ESTA MÃO NUNCA DEVE SUPORTAR
O PESO DO CORPO NA CORDA.

Versão 2005/1 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Uma descida individual apenas deve ser feita, quando a pessoa que o estiver a
fazer, pode dispor de fricção ou atrito mais do que o necessário (isto significa
em termos práticos: dispor de controlo)

Se durante a descida individual, não


houver o atrito necessário, uma das
soluções que existe é a de imediata e
decididamente encostar à coxa.
Embora deva ser empregada em
emergência, trata-se de uma técnica
que não deve ser utilizada em
permanência porque a corda pode roçar
pelas tiras do arnês, danificando-o.

A posição para a descida individual

Quando se efectua a descida individual,


alguns Técnicos sentem-se pouco
confortáveis quando se têm de inclinar
para trás, por cima da esquina da
falésia ou estrutura.
Contudo trata-se da posição mais
efectiva e conveniente para a grande
maioria dos casos de descida.

Por vezes quando alguém se sente intimidado por um rebordo ou esquina


difícil, tanta por vezes resolver a situação arrastando-se quer sobre o seu lado,
quer sobre a barriga, por cima da esquina. Isto não deve ser feito pelas
seguintes razões:

9 Provoca a queda de pedras ou outros objectos, que pode por em risco


quem esteja por baixo.
9 Pode encravar o dispositivo de rapel, do que resulta a sua imobilização.
9 Pode dar origem a danificar equipamentos (arnês, mosquetões, etc.) ou
mesmo de estes ficarem presos no rebordo

Assim a posição ideal é de pé sobre os dois pés ou joelhos, com ambas as


pernas afastadas no alinhamento dos ombros aproximadamente (nunca de pés
juntos, pois o Técnico fica numa posição de desequilíbrio).

Rebordos salientes

São chamados de rebordos salientes, os que sobressaem tanto da vertente,


que os pés, após a passagem do rebordo, não conseguem chegar à face da
mesma.
Este tipo de esquina origina um problema muito especial para quem faz a
descida individual, cuja solução requer uma técnica avançada, que deve ser
tentada, mas apenas depois de saber controlar e manusear o descensor com à
vontade e confiança.

Versão 2005/1 40 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

A realização de uma descida individual com rebordo saliente assemelha-se


muito com a descida a partir de um patim de um helicóptero.
Os procedimentos deste tipo de descida implicam na manutenção dos pés
sobre o rebordo, enquanto se faz descer o resto do corpo, até que a cabeça
fique bem abaixo do nível dos pés e do rebordo. Só depois de se estar
absolutamente seguro de que o dispositivo de travagem e o tronco estão
suficientemente abaixo do rebordo é que se tiram os pés do mesmo.
Isto por vezes pode resultar de um movimento pendular com oscilação para a
frente. Os pés terão que absorver o choque do movimento para diante, contra a
face da vertente.

Versão 2005/1 41 Alexandre Santos


SUBIDA INDIVIDUAL
A subida de numa corda é,
essencialmente, o oposto da
descida individual. É o emprego de
dispositivos mecânicos (ou de nós
de atrito, nalguns casos), para de
modo eficiente e seguro se poder
subir numa corda fixa.
A subida é mais um
desenvolvimento na qualificação
de um Técnico para ultrapassar
obstáculos em ambiente de
salvamento em altura.
Consequentemente ser qualificado
em rapel significa, na prática, que
se é capaz de deslocar ao longo
de uma corda, mas num único
sentido: para baixo.

O aperfeiçoamento, a aquisição
dos conhecimentos e a prática das
disciplinas do rapel e da subida na
corda, implica uma maior
capacidade de se poder transferir, enquanto se está na corda, de um modo de
descida para subida e vice-versa.

Para se ser capas de efectuar, em condições de segurança e com eficiência,


quer uma subida, quer uma passagem, necessita-se de uma variedade de
equipamento e simultaneamente bons conhecimentos. Isto significa, que é
necessário ter um conhecimento profundo do equipamento, bem como a
capacidade de aplicação instintiva das perícias necessárias.

Em simultâneo com a aquisição dos conhecimentos da subida e da passagem,


a par de um conhecimento profundo do equipamento necessário, ganha-se
igualmente as capacidades para sair, nós próprios, de situações difíceis.

Podemos utilizar estes conhecimentos, por exemplo, para sair de uma situação
de dispositivo de rapel encravado, sem a necessidade do sempre perigoso,
recurso a facas, como referido anteriormente, apresenta grandes riscos.

O processo de subida em si funciona por acção alternada do Técnico.


Enquanto apoia o seu peso no primeiro ascensor que fica fixo na corda, alivia o
peso do segundo ascensor, que assim pode ser puxado para cima. A seguir o
tratador transfere o seu peso para este segundo ascensor, libertando o primeiro
que empurra para cima. A subida, portanto, é praticamente uma repetição de
um ciclo.

Versão 2005/1 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Como é óbvio, em qualquer tipo de subida é necessário pelo menos dois


ascensores, embora a utilização de três destes dispositivos, vá aumentar a
margem de segurança.

Montar um sistema de subida

Quando se usa dois ou mais ascensores, quer sejam nós de atrito ou


mecânicos, para realizar a subida na corda, estamos a falar de um sistema de
subida pessoal.

Existem imensos sistemas diferentes para subir nas cordas. Diferenciam-se em


termos de tipos de ascensores que são empregados, das combinações de tipos
de ascensores que estão ligados ao corpo, a que partes do corpo estão ligados
e outras mais diferenças.
Qualquer sistema de subida pode proporcionar vantagens de segurança, de
facilidade de utilização e de velocidade de deslocação. Porem não há qualquer
sistema de subida que inclua, ao mesmo tempo, todas estas três vantagens.
Cada sistema de subida tem, pelo menos, uma desvantagem ou inconveniente.
Quando se começa a trabalhar com a subida, deve-se começar por sistemas
que combinem a segurança e a facilidade de utilização. Algumas
características de sistemas de subida que contribuem para a segurança e a
facilidade de utilização são os seguintes:

9 Um sistema que requer mais o uso das pernas e pés e menos


esforço sobre os braços e mãos. As pernas e os pés são mais fortes
e com maior resistência do que as mãos e braços.

9 O sistema deve contribuir e ajudar a manter a posição vertical na


corda, com o peso sobre os membros inferiores. Isto requer menos
força de braços e mãos, encoraja o estimula o uso dos pés e pernas
e contribui de uma maneira geral para a segurança.

9 O sistema deve suportar uma pessoa na posição de sentada com a


carga na corda. Uma subida é uma actividade muito cansativa, pelo
que breves momentos de repouso sentado são essenciais.

9 O sistema deve possuir uniões ao arnês. Alguns sistemas limitam-se


a ter uniões para os pés, nestes sistemas, depende muito mais a
força do corpo, especialmente dos braços.

Não importa o sistema que se utilize, o importante é que ele esteja


minuciosamente ajustado à configuração e ao peso do corpo. Um sistema de
subida bem ajustado e afinado, torna a subida na corda tão fácil como subir
uma escada. Um sistema de subida mal concebido e deficientemente ajustado
desgasta em pouco tempo qualquer pessoa, mesmo com a melhor preparação
física.

Versão 2005/1 43 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Como já referido existem imensos sistemas diferentes para subir nas cordas e
que podem ser usados de acordo com as seguintes necessidades principais:

ª Distância de subida na corda.


ª Força física.
ª Persistência/resistência.
ª Diferenças físicas entre homem e mulher.
ª Velocidade

A passagem, em subida, por uma esquina/rebordo.

Usualmente, a manobra que pode acontecer durante uma subida, ocorre


quando uma pessoa chegou ao topo de uma vertente ou edifício/estrutura e
tem de passar por cima de um rebordo ou de um muro.
É conveniente que nos lembremos, tal como acontece no rapel, quanto mais
alto se localizar a amarração (ponto de ancoragem), tanto mais fácil será de
ultrapassar este tipo de obstáculos.
A técnica a empregar para passar por cima de um rebordo ou esquina depende
da natureza do obstáculo, contudo, como regra geral, devemos passar o
primeiro ascensor sobre o rebordo, para assim criarmos um bom apoio para a
passagem do segundo ascensor, elevando-nos de forma a afastarmo-nos e ao
equipamento do rebordo, não provocando assim qualquer prisão ou roçamento
do material…

Versão 2005/1 44 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

SISTEMA DE ELEVAÇÃO DE CARGAS

Dependendo da localização, por vezes as Equipas de salvamento em altura


têm a necessidade de serem elevadas de zonas onde efectuaram o seu
trabalho ou por vezes devido a lesão do canino.
Estas situações podem ocorrer em locais como por exemplo:

ª Respiros (poços) de túneis

ª Escombros de grandes
dimensões

ª Fábricas

ª Pisos no subsolo

ª Escarpas

ª Locais de acessibilidade
restrita

ª Etc.….

De uma maneira geral as Equipas de Salvamento em Altura empregam


sistemas de elevação por duas razões:

9 Efectuar subidas mais convenientes e seguras.

9 Tornar qualquer evacuação do canino mais fácil e estável.

Os sistemas de elevação facilitam a tarefa de fazer subir a vitima ou


equipamento da própria Equipa de salvamento em altura, já que distribuem o
esforço necessário pela distância de corda. Basicamente é o mesmo princípio
de se utilizar uma alavanca mais comprida para deslocar uma pedra ou rocha.

Montagem e utilização de sistemas de elevação de cargas.

Os sistemas de elevação podem originar enormes sobrecargas nas cordas,


pontos de ancoragem e amarrações. Os membros das Equipas de Salvamento
em Altura que produzem o esforço da elevação e outros elementos envolvidos
na operação, devem lembrar-se de que a força que desenvolvem é multiplicada
em diversas partes do sistema.
Por exemplo, uma equipa desenvolve o esforço de 450 kg, num sistema de 4:1,
a força que efectivamente se exerce em sectores do sistema de elevação é da
ordem dos 1800 kg. Sistemas de elevação com uma Vantagem Mecânica
maior podem dar origem a forças ainda mais elevadas.

Versão 2005/1 45 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Estas forças podem desenvolver-


se muito rapidamente. Caso haja
um erro ou uma falha, como por
exemplo, um nó encravado ou
cordas emaranhadas, a falha do
sistema pode dar-se muito
rapidamente.
Todas a equipas devem
conhecer a grandeza das forças
que se podem verificar e devem
estar em alerta permanente
contra quaisquer problemas que
se possam desenvolver.
Caso uma elevação se torne
subitamente difícil, convém não
se limitar a puxar com mais força.
Pode ter sucedido que o sistema
se tenha encravado e puxar com
mais força pode agravar a
situação.
Nestas circunstâncias, deve-se
parar a elevação e pesquisar
todo o sistema, procurando
localizar os problemas que
tenham dado origem ao encravamento do sistema.

Considerações gerais sobre sistemas de elevação

Tal como acontece em qualquer outra técnica de cordas, os sistemas de


elevação podem estar devidamente adaptados, primeiro ás condições reinante
no local de busca e depois ás ambientais e não ao contrário.
Embora o conhecimento profundo do equipamento e das técnicas seja um
factor importante é de evitar montar os sistemas mais complexos que se
conhecem.
De facto, o sistema mais simples que se poder utilizar, tendo em considerações
as circunstâncias locais, significa, na maior parte das vezes uma elevação bem
sucedida.

No seguimento, apresentam-se algumas das considerações que devem ser


ponderadas, sempre que se tiver que escolher um sistema de elevação:

3 A necessidade de urgência: um sistema simples representa com


frequência:
a) Que pode ser montado rapidamente
b) Que a elevação da carga é pouco demorada

3 Pouca disponibilidade de pessoal para a equipa que puxa a


carga:

Versão 2005/1 46 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Isto pode necessitar de um sistema de maior Vantagem


Mecânica, ou seja, um sistema mais complexo.

3 Pouca disponibilidade de material:


Significa, de uma maneira geral, a montagem de
sistemas mais simples.

3 Área de operação com muitos obstáculos:


Maiores probabilidades de prisões e encravamentos
dos sistemas de elevação, ao longo de subida. É
portanto, de ponderar que provavelmente, um sistema
simples produza melhores resultados finais.

3 Cargas mais leves:


Permitem a utilização de sistemas simples, com uma
menor Vantagem Mecânica.

Exemplos de aplicação de Vantagem Mecânica:

Versão 2005/1 47 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

3:1 5:1

3:1 4:1

Versão 2005/1 48 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Versão 2005/1 49 Alexandre Santos


SISTEMAS DE DESCIDA DE CARGAS
Sistemas de Descida em Ambiente de
Salvamento em Altura

A descida em ambiente de salvamento em


altura é por vezes chamada de descida vertical
ou decida técnica. Toda esta diferente
terminologia, porém, refere-se praticamente ao
mesmo princípio: a descida da vítima ou da
equipa de salvamento por meio de cordas.

Sistemas de travagem para uma descida.

Os princípios envolvidos no uso de um sistema


de travagem para descida em ambiente de
salvamento em altura são semelhantes aos do
rapel. Quer se utilize o dispositivo para rapel
ou descida, há sempre a aplicação de uma
força de atrito sobre a corda que corre pelo
respectivo dispositivo de travagem e verifica-se
que alguns destes dispositivos que são
empregues para descidas, são de facto os mesmos que se utilizam em rapel.

A diferença principal entre descida e rapel é que na maior parte das vezes
durante uma descida, o dispositivo de atrito permanece estacionário enquanto
a corda passa através dele. No caso do rapel, o dispositivo desloca-se e a
corda permanece estática.

A Descida Controlada integrada em Sistemas de Descida

Nos sistemas de descida, deve haver um sistema de


Descida Controlada (Sistema de Segurança)
separado do sistema de descida principal e com
pontos de ancoragem igualmente separados. Ambos
os sistemas devem estar de modo a que não
interfiram um com o outro, ou seja que as respectivas
cordas não se embaracem nem se cruzem. Por outro
lado devem estar suficientemente próximas um do
outro para evitar qualquer perigosa oscilação de
pêndulo, que pode ocorrer como consequência de
uma intervenção no sistema de Descida Controlada
que vai suportar a carga, quando houver uma falha do
sistema da corda principal de descida.

A distância da queda de uma carga, assim agarrada


pelo sistema de Descida Controlada numa operação
de descida, nunca é tão grande como numa
subida/escalada. Contudo, deve-se ter sempre
presente que uma operação de descida envolve cargas muito maiores.

Versão 2005/1 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

A ancoragem da Descida Controlada deve, portanto, ser capaz de suportar a


carga do que se está a elevar mais qualquer sobrecarga adicional resultante do
choque. O controlador da Descida Controlada deve utilizar dispositivos que lhe
permitam parar rapidamente a queda em caso de falha do sistema de descida
principal.

O sistema da corda principal de descida

Como já foi referido anteriormente, tanto a ancoragem da corda principal como


a ancoragem do sistema de Descida Controlada, devem apresentar um factor
de segurança que seja apropriado à carga que se
preveja que vá acontecer no sistema.
Para além disso, o sistema deve ser montado na parte
de cima (topo) por motivos de segurança e
conveniência.
Na ancoragem da corda principal de descida, o
dispositivo de travagem deve ficar ligado ao sistema de
ancoragem de maneira que:

ƒ O responsável pela travagem fique o


suficientemente perto do rebordo para ouvir
as vozes de comunicação da equipa que
desce.

ƒ Deve haver espaço suficiente entre o ponto


de travagem e o rebordo, para que a vitima
ou a Equipa possam ser devidamente
incorporados no sistema, sem correrem
riscos de queda.

O posicionamento do Técnico na descida da


vítima.

As principais atitudes do Técnico a ter em conta na


descida da vítima são as seguintes.

ƒ Assegurar que a deslocação da vítima se dê


nas melhores condições.

ƒ Comunicar, acalmar e confortar a vítima.

ƒ Proteger a vítima de possíveis obstáculos


que possam surgir ao longo da descida.

Versão 2005/1 51 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Para que o Técnico possa executar estas tarefas a melhor postura ou


posicionamento será estar sentado no arnês de forma natural, com a vítima à
vista e de modo a poder deslocar-se facilmente e sem limitação dos seus
movimentos.
Haverá outras situações em que o Técnico poderá ter que optar por outros
métodos, mas terá que ter sempre em atenção as principais atitudes atrás
referidas…

Versão 2005/1 52 Alexandre Santos


SALVAMENTO EM ALTURA POR UM SÓ TÉCNICO

A suspensão inerte e prolongada de uma pessoa inconsciente num arnês pode


provocar o choque em apenas alguns minutos. Isto é devido ao peso do corpo
exercer pressão sobre os condutores sanguíneos ao apoiar-se sobre uma parte
concreta do arnês.

Numa pessoa consciente esta sincope não aparecerá, já que esta modificará
os pontos de apoio no seu arnês á medida que vá ficando desconfortável.

Um perfeito conhecimento das técnicas de evacuação e descida permitirá


resgatar nas melhores condições e em menos tempo.

Versão 2005/1 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Para este tipo de evacuação, o Técnico deverá descer sobre a vítima e


conecta-lo á sua corda de ligação.

Logo, para iça-lo e liberta-lo da sua fixação á grua pode usar-se um sistema de
desmultiplicação e como se aprecia no desenho, é usado um bloqueador de
punho, juntamente com um mosquetão para o efeito roldana e um estribo de
fita.

Outra alternativa é cortar a ligação da vítima á grua depois de a termos fixado


ao nosso descensor. Esta técnica apesar de mais rápida e eficaz pode ser
também ao mesmo tempo extremamente perigosa devido ás ferramentas de
corte a utilizar. ESTA TÉCNICA REQUER BASTANTE CUIDADO NO USO
DAS FERRAMENTAS DE CORTE.

A última manobra será a de descida com a vítima.

Ter em atenção de usar material sobredimensionado para o peso de duas


pessoas e particularmente um descensor com igual capacidade de travagem.

O USO DE FERRAMENTAS DE CORTE


EM SALVAMENTOS COM CORDAS É
EXTREMEMENTE PERIGOSO. PODEM
SER DANIFICADOS ELEMENTOS VITAIS
DE SEGURANÇA PROVOCANDO ASSIM
FERIMENTOS GRAVES OU A MORTE.

Versão 2005/1 54 Alexandre Santos


TIROLESAS
Sistemas de linhas horizontais

Estes sistemas de linhas horizontais


são por vezes designados de
“tirolesas” ou “teleféricos”. Todas estas
designações, referem-se porem a uma
corda ou linha suspensa entre dois
pontos e ao longo do qual se
movimentam Técnicos, vítimas ou
material.

Linhas ou cordas horizontais são as


que estão suspensas entre dois
pontos situados ao mesmo nível
aproximadamente.
As Linhas ou cordas inclinadas estão
por sua vez suspensas entre dois
pontos, um dos quais está num nível
superior ao outro.

Os sistemas de linhas horizontais são


utilizados para transportar vítimas, ou
material, por cima de uma área que é
um obstáculo para a Equipa de salvamento em altura.

Apesar de bastante eficazes quando a sua correcta utilização, apresentam


alguns inconvenientes, que se devem levar em conta antes da sua montagem,
tais como:

ƒ Sobrecarga
ƒ Montagem demorada
ƒ Passagem inicial da corda e pessoal

Sobrecarga potencial e falha do sistema

Talvez mais do que outra técnica de ultrapassar obstáculos em ambiente de


salvamento em altura os sistemas de linhas horizontais apresentam um risco
potencial de sobrecarga para as cordas, para o equipamento e para as
ancoragens, podendo deste modo causar a falha e até o colapso completo do
sistema. A montagem e a utilização destes sistemas requerem um profundo
conhecimento das forças que neles estão activas.

Montagem demorada

A montagem de um sistema de grande altura, necessita de um amplo trabalho


de equipa, para além das boas comunicações que devem existir entre os
Técnicos que fazem a montagem.

Versão 2005/1 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

De início, é característico as respectivas equipas acharem a montagem


extremamente demorada. Até mesmo Equipas de salvamento em altura com
grande experiência nestes sistemas, preferem optar por outras técnicas,
principalmente quando o tempo se torna num factor essencial.

Passagem inicial da corda e pessoal

Uma das partes mais difíceis da montagem de um sistema de linhas horizontais


é fazer a passagem inicial até ao segundo ponto de suporte do sistema, que é
o mais afastado, e depois fazer ali chegar a corda principal.

Determinar a tensão correcta de uma corda

É de notar que uma das coisas mais difíceis de determinar é a tensão correcta
que uma corda deve ter.
Como tal as cordas nunca devem ser fortemente esticadas e depois
submetidas a cargas. Isto pode dar origem a sobrecarga e falha ou colapso da
corda e outros equipamentos.

A regra dos Dez Por Cento

A regra dos Dez Por Cento significa que a corda deve ter um abaixamento de
dez por cento em relação ao seu comprimento, quando lhe for submetida uma
carga.

Por exemplo, se esticarmos uma corda com 30 metros para montarmos uma
tirolesa, quando lhe colocarmos a carga esta deve baixar cerca de 3 metros,
para que as forças que existem no sistema baixem para valores toleráveis e
assim não haja falhas no sistema.

A escolha do local de montagem

Na escolha do local devemos ter em conta alguns factores que poderão


influenciar a montagem de tirolesa, são eles:

Versão 2005/1 56 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

ƒ O espaço a cruzar, que deve ser o mais curto que for possível encontrar.

ƒ Haver espaço suficiente


de ambos os lados, para
poder montar e desmontar
material, colocar e retirar a
vítima ou a Equipa de
salvamento em altura.

ƒ Haver disponibilidade para


a montagem dos pontos
de ancoragem, os quais
devem ser muito
resistentes e estáveis,
estarem suficientemente
elevados de modo a que a
carga passe pelo rebordo
sem necessidade de ser
arrastada ou até tocar
nele.

Exemplos de montagens:

Versão 2005/1 57 Alexandre Santos


Manual de Manobras de Cordas para Equipas de Salvamento em Altura

Versão 2005/1 58 Alexandre Santos


BIBLIOGRAFIA

Tom Vines & Steve Hudson, “High Angle Rescue Techniques” 2ª Ed.
Mosby Inc., 1999

Máximo Murcia, “Prevención, Seguridad e Autorrescate” 2ª Ed.,


Desnivel Ediciones, 2001

James A. Frank & Jerrold B. Smith, “Rope Rescue Manual” 2ª Ed.,


CMC Rescue, Inc., 1998

Delfín Delgado, “Rescate Urbano en Altura” 2ª Ed.,


Desnivel Ediciones, 2002

Michael G. Brown, “Engineering Practical Rope Rescue Systems”,


DELMAR, 2000

Versão 2005/1 Alexandre Santos


As actividades em altura são por natureza
extremamente perigosas.
A colocação em prática do conteúdo deste
manual pode provocar FERIMENTOS GRAVES
ou MORTE.
O que hoje se julga seguro, amanhã pode ser
perigoso…
ESTE MANUAL É DISCUTIVÉL E ALTERADO
SEMPRE QUE SE JUSTIFIQUE.

Versão 2005/1 Alexandre Santos

Das könnte Ihnen auch gefallen