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Fontes Chaveadas
Este texto foi elaborado em função da disciplina "Fontes Chaveadas", ministrada nos cursos
de pós-graduação em Engenharia Elétrica na Faculdade de Engenharia Elétrica e de
Computação da Universidade Estadual de Campinas. Este é um material que deve sofrer
constantes atualizações, em função da constante evolução tecnológica na área da Eletrônica de
Potência, além do que o próprio texto pode ainda conter erros, para os quais pedimos a
colaboração dos estudantes e profissionais que eventualmente fizerem uso do mesmo, no
sentido de enviarem ao autor uma comunicação sobre as falhas detectadas. Os resultados
experimentais incluídos no texto referem-se a trabalhos executados pelo autor, juntamente
com estudantes e outros pesquisadores, gerando publicações em congressos e revistas,
conforme indicado nas referências bibliográficas.
ii
Conteúdo
4. Conversores ressonantes
Princípios de comutação suave. Conversores série e paralelo ressonantes. Regiões de
comutação suave.
6. Componentes passivos
Características não ideais de capacitores e de elementos magnéticos, especialmente em termos
de comportamento com a freqüência.
iii
Prefácio
iv
Fontes Chaveadas – Cap. 1 Topologias básicas de conversores CC-CC não-isolados J. A. Pomilio
iT io
L +
iD Ro
T
E D Vo
Io
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Se a corrente pelo indutor não vai a zero durante a condução do diodo, diz-se que o
circuito opera no modo contínuo. Caso contrário tem-se o modo descontínuo. Via de regra
prefere-se operar no modo contínuo devido a haver, neste caso, uma relação bem determinada
entre a largura de pulso e a tensão média de saída. A figura 1.2 mostra as formas de onda típicas
de ambos os modos de operação.
tT tT t2 tx
Δ I Io i
o Io
i
D
i
T
E E
Vo v
D Vo
0 τ
0 τ
Figura 1.2 Formas de onda típicas nos modos de condução contínua e descontínua
A1 = A 2
(1.1)
V1 ⋅ t 1 = V2 ⋅(τ − t 1)
vL
V1
A1
t1 τ
A2
V2
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(E − Vo)⋅ t T = Vo ⋅(τ − t T )
Vo t T (1.2)
= ≡δ
E τ
Δi o (E − Vo)⋅ t T (E − Vo)⋅δ ⋅ τ
Io = = = (1.3)
2 2⋅L 2⋅L
Vo δ
= (1.5)
E t
1− x τ
i o max ⋅ δ
Ii = (corrente média de entrada) (1.6)
2
(E − Vo)⋅ t T
i o max = (1.7)
L
Vo Ii i o max ⋅ δ ( E − Vo) ⋅ δ 2 ⋅ τ
= = = (1.8)
E Io 2 ⋅ Io 2 ⋅ Io ⋅ L
Vo 2 ⋅ L ⋅ Ii
= 1− (1.9)
E E ⋅ τ ⋅ δ2
E Vo E ⋅ τ ⋅ δ2
Vo = ==> = (1.10)
2 ⋅ L ⋅ Io E 2 ⋅ L ⋅ Io + E ⋅ τ ⋅ δ 2
1+
E ⋅ τ ⋅ δ2
L ⋅ Io
K= (1.11)
E⋅τ
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Vo δ2
= 2 (1.12)
E δ +2⋅K
1± 1− 8 ⋅ K
δ crit = (1.13)
2
0.75
K=.1
Vo/E K=.01 K=.05
0.5
0.25
Cond. contínua
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
δ
Figura 1.4 Característica de controle do conversor abaixador de tensão nos modos contínuo e
descontínuo.
1
Cond. contínua
δ=0,8
0.8
δ=0,6
0.6
Vo/E δ=0,4
Cond. descontínua
0.4
δ=0,2
0.2
0
0
E.τ
Io 8L
Figura 1.5 Característica de saída do conversor abaixador de tensão nos modos contínuo e
descontínuo.
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1.2.3 Dimensionamento de L e de C
Da condição limite entre o modo contínuo e o descontínuo (ΔI=2.Iomin) , tem-se:
( E − Vo) ⋅ τ ⋅ δ
I o min = (1.14)
2⋅L
E ⋅ (1 − δ ) ⋅ δ ⋅ τ
L min = (1.15)
2 ⋅ Io min
Quanto ao capacitor de saída, ele pode ser definido a partir da variação da tensão
admitida, lembrando-se que enquanto a corrente pelo indutor for maior que Io (corrente na carga,
suposta constante) o capacitor se carrega e, quando for menor, o capacitor se descarrega, levando
a uma variação de tensão ΔVo.
1 ⎡ t T τ − t T ⎤ ΔI τ ⋅ ΔI Δ I Io i
ΔQ = ⋅ + ⋅ = (1.16) o
2 ⎢⎣ 2 2 ⎥⎦ 2 8
tT τ
A variação da corrente é:
(E − Vo)⋅ t T E ⋅ δ ⋅ τ ⋅(1 − δ)
ΔIo = = (1.17)
L L
Observe que ΔVo não depende da corrente. Substituindo (1.17) em (1.16) tem-se:
ΔQ τ 2 ⋅ E ⋅ δ ⋅(1 − δ)
ΔVo = = (1.18)
Co 8 ⋅ L ⋅ Co
Logo,
Vo ⋅(1 − δ)⋅ τ 2
Co = (1.19)
8 ⋅ L ⋅ ΔVo
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L io D
ii iT +
Ro
E T vT Co Vo
E ⋅ t T (Vo − E)⋅(τ − t T )
ΔIi = = (1.20)
L L
E
Vo = (1.21)
1− δ
Embora, teoricamente, quando o ciclo de trabalho tende à unidade a tensão de saída tenda
para infinito, na prática, os elementos parasitas e não ideais do circuito (como as resistências do
indutor e da fonte) impedem o crescimento da tensão acima de um certo limite, no qual as perdas
nestes elementos resistivos se tornam maiores do que a energia transferida pelo indutor para a
saída.
Io i D Io
iT
Vo Vo
v E
E T
0 τ τ
0
Figura 1.7 Formas de onda típicas de conversor boost com entrada CC
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1 − tx τ
Vo = E ⋅ (1.22)
1 − δ − tx τ
E2 ⋅ τ ⋅ δ2
Vo = E + (1.23)
2 ⋅ L ⋅ Io
Vo δ2
= 1+ (1.24)
E 2⋅K
1± 1− 8 ⋅ K
δ crit = (1.25)
2
K=.01
40
30
Vo/E
cond. descontínua K=.02
20
10 K=.05
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8
δ
Figura 1.8 Característica estática do conversor elevador de tensão nos modos de condução
contínua e descontínua, para diferentes valores de K.
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10
cond. contínua
6
δ=.8
Vo/E cond.
4 descontínua
δ=.6
2 δ=.4
δ=.2
0
0 0.04 0.08 0.12 0.16 0.2
Io E.τ
8.L
Figura 1.9 Característica de saída do conversor elevador de tensão,
normalizada em relação a (Eτ/L)
1.3.3 Dimensionamento de L e de C
O limiar para a condução descontínua é dado por:
E ⋅ δ ⋅(1 − δ)⋅ τ
L min = (1.28)
2 ⋅ Io(min)
Io(max)⋅δ ⋅ τ
Co = (1.29)
ΔVo
Neste conversor, a tensão de saída tem polaridade oposta à da tensão de entrada. A figura
1.10 mostra o circuito.
Quando T é ligado, transfere-se energia da fonte para o indutor. O diodo não conduz e o
capacitor alimenta a carga. Quando T desliga, a continuidade da corrente do indutor se faz pela
condução do diodo. A energia armazenada em L é entregue ao capacitor e à carga.
Tanto a corrente de entrada quanto a de saída são descontínuas. A tensão a ser suportada
pelo diodo e pelo transistor é a soma das tensões de entrada e de saída, Vo+E. A figura 1.11
mostra as formas de onda nos modos de condução contínua e descontínua (no indutor).
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vT
D
iT iD
T
E L Co Ro Vo
iL +
E ⋅ t T Vo ⋅ (τ − t T )
= (1.30)
L L
E ⋅δ
Vo = (1.31)
1− δ
tT tT t2 tx
ΔI iL
Io i D Io
iT
E+Vo E+Vo
vT
E E
0 τ
0 τ
(a) (b)
Figura 1.11 Formas de onda do conversor abaixador-elevador de tensão operando em condução
contínua (a) e descontínua (b).
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E ⋅δ
Vo = (1.32)
1 − δ − tx τ
E ⋅ tT
Ii max = (1.33)
L
Ii max ⋅ t T
Ii = (1.34)
2⋅τ
Io ⋅ Vo
Ii = (1.35)
E
E2 ⋅ τ ⋅ δ2
Vo = (1.36)
2 ⋅ L ⋅ Io
E2 ⋅ τ ⋅ δ2
Po = (1.37)
2⋅L
Vo δ2
= (1.38)
E 2⋅K
1± 1− 8 ⋅ K
δ crit = (1.39)
2
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50
40 K=.01
cond. descontínua
30
Vo/E
20 K=.02
10 K=.05
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8
δ
Figura 1.12 Característica estática do conversor abaixador-elevador de tensão nos modos de
condução contínua e descontínua, para diferentes valores de K.
Na figura 1.13 tem-se a variação da tensão de saída com a corrente de carga. Note-se que
a condução descontínua tende a ocorrer para pequenos valores de Io, levando à exigência da
garantia de um consumo mínimo. Existe um limite para Io acima do qual a condução é sempre
contínua e a tensão de saída não é alterada pela corrente. Este equacionamento e as respectivas
curvas consideram que a carga tem um funcionamento de consumo de corrente constante. Caso a
carga tenha um comportamento diverso (impedância constante ou potência constante), deve-se
refazer este equacionamento.
10
cond.
2
descontínua δ=.6
δ=.4
0 δ=.2
0 0.04 0.08 0.12 0.16 0.2
Io E. τ
8.L
Figura 1.13 Característica de saída do conversor abaixador-elevador de tensão, normalizada em
relação a (E.τ/L).
1.4.3 Cálculo de L e de C
O limiar entre as situações de condução contínua e descontínua é dado por:
ΔI L ⋅ (τ − t T ) Vo ⋅ (τ − t T ) ⋅ (1 − δ) Vo ⋅ τ ⋅ (1 − δ) 2
Io = = = (1.40)
2⋅τ 2⋅L 2⋅L
E ⋅ τ ⋅ δ ⋅(1 − δ)
L min = (1.41)
2 ⋅ Io(min)
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Io(max)⋅ τ ⋅ δ
Co = (1.42)
ΔVo
L1 C1 L2 Ro
E Co Vo
S D
Em regime, como as tensões médias sobre os indutores são nulas, tem-se: VC1=E+Vo.
Esta é a tensão a ser suportada pelo diodo e pelo transistor.
Com o transistor desligado, iL1 e iL2 fluem pelo diodo. C1 se carrega, recebendo energia de
L1. A energia armazenada em L2 alimenta a carga.
Quando o transistor é ligado, D desliga e iL1 e iL2 fluem por T. Como VC1>Vo, C1 se
descarrega, transferindo energia para L2 e para a saída. L1 acumula energia retirada da fonte.
A figura 1.15 mostra as formas de onda de corrente nos modos de condução contínua e
descontínua. Note-se que no modo descontínuo a corrente pelos indutores não se anula, mas sim
ocorre uma inversão em uma das correntes, que irá se igualar à outra. Na verdade, a
descontinuidade é caracterizada pelo anulamento da corrente pelo diodo, fato que ocorre também
nas outras topologias já estudadas.
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i L2 i L2
I2
vC1 -Ix
tT t2 tx
V1
τ
tT
Assumindo que iL1 e iL2 são constantes, e como a corrente média por um capacitor é nula
(em regime), tem-se:
I L2 ⋅ t T = I L1 ⋅(τ − t T ) (1.43)
I L1 ⋅ E = I L2 ⋅ Vo
E ⋅δ
Vo = (1.44)
1− δ
Vo δ2
= (1.45)
E 2 ⋅ Ke
L e ⋅ Io L1 ⋅ L 2
Ke = e Le =
E⋅τ L1 + L 2
1 ± 1 − 8 ⋅ Ke
δcrit =
2
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1.5.1 Dimensionamento de C1
C1 deve ser tal que não se descarregue totalmente durante a condução de T. Considerando
iL1 e iL2 constantes, a variação da tensão é linear. A figura 1.16 mostra a tensão no capacitor numa
situação crítica (ripple de 100%). Caso se deseje uma ondulação de tensão de 10%, basta utilizar
um capacitor 10 vezes maior do que o dado pela equação 1.48.
v
C1
2V
C1
V
C1
tT τ t
Figura 1.16. Tensão no capacitor intermediário numa situação crítica.
VC1 = E + Vo (1.46)
Na condição limite:
2 ⋅(E + Vo)
Io = I L2 = C1 ⋅ (1.47)
tT
1.5.2 Dimensionamento de L1
Considerando C1 grande o suficiente para que sua variação de tensão seja desprezível, L1
deve ser tal que não permita que iL1 se anule. A figura 1.17 mostra a corrente por L1 numa
situação crítica.
L 1 ⋅ I L1 max
E= (1.49)
tT
I L1 max
Ii = I L1 = (1.50)
2
E+Vo
+ i
L1
L1
I
E L1max
t τ
T
Figura 1.17 Corrente por L1 em situação crítica.
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Quando T conduz:
E ⋅ tT
L1 = (1.51)
2 ⋅ Ii
E⋅τ⋅δ
L 1 min = (1.52)
2 ⋅ Io(min)
1.5.3 Cálculo de L2
Analogamente à análise anterior, obtém-se para L2:
E⋅δ⋅τ
L 2 min = (1.53)
2 ⋅ Io(min)
E ⋅ δ ⋅ τ2
Co = (1.54)
8 ⋅ L 2 ⋅ ΔVo
+ E -
+
L1 C1 D
i L1 i L2
Vo
E L2 Co
T
Ro
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O conversor Zeta, cuja topologia está mostrada na figura 1.19, também possui uma
característica abaixadora-elevadora de tensão. Na verdade, a diferença entre este conversor, o
Cuk e o SEPIC é apenas a posição relativa dos componentes.
Aqui a corrente de entrada é descontínua e a de saída é continua. A transferência de
energia se faz via capacitor. A operação no modo descontínuo também se caracteriza pela
inversão do sentido da corrente por uma das indutâncias. A posição do interruptor permite uma
natural proteção contra sobre-correntes. A tensão a ser suportada pelo transistor e pelo diodo é
igual a Vo+E.
- Vo + i L2
T C1 L2
+
L1 D Co Vo
E
i L1 Ro
Pelas funções indicadas anteriormente, tanto para o conversor elevador de tensão quanto
para o abaixador-elevador (e para o Cuk, SEPIC e Zeta), quando o ciclo de trabalho tende à
unidade, a tensão de saída tende a infinito. Nos circuitos reais, no entanto, isto não ocorre, uma
vez que as componentes resistivas presentes nos componentes, especialmente nas chaves, na
fonte de entrada e nos indutores, produzem perdas. Tais perdas, à medida que aumenta a tensão
de saída e, conseqüentemente, a corrente, tornam-se mais elevadas, reduzindo a eficiência do
conversor. As curvas de Vo x δ se alteram e passam a apresentar um ponto de máximo, o qual
depende das perdas do circuito.
A figura 1.20 mostra a curva da tensão de saída normalizada em função da largura do
pulso para o conversor elevador de tensão.
Se considerarmos as perdas relativas ao indutor e à fonte de entrada, podemos redesenhar
o circuito como mostrado na figura 1.21.
Para tal circuito, a tensão disponível para alimentação do conversor se torna (E-Vr),
podendo-se prosseguir a análise a partir desta nova tensão de entrada. A hipótese é que a
ondulação da corrente pelo indutor é desprezível, de modo a se poder supor Vr constante.
O objetivo é obter uma nova expressão para Vo, em função apenas do ciclo de trabalho e
das resistências de carga e de entrada. O resultado está mostrado na figura 1.22.
E − Vr
Vo = (1.55)
1− δ
Vr = R L ⋅ Ii
(1.56)
Vo = Ro ⋅ Io
Io = Ii ⋅(1 − δ) (1.57)
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R L ⋅ Io R L ⋅ Vo
Vr = = (1.58)
1− δ (1 − δ)⋅ Ro
R L ⋅ Vo
E−
(1 − δ)⋅ Ro E R L ⋅ Vo
Vo = = − (1.59)
1− δ 1 − δ Ro ⋅(1 − δ) 2
Vo 1− δ
= (1.60)
E R
(1 − δ) + L
2
Ro
40
Vo( d )
20
Vr
Ii
RL L Io
E E-Vr Co +
Ro Vo
Vo( d )
2
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
d
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Fontes Chaveadas – Cap. 1 Topologias básicas de conversores CC-CC não-isolados J. A. Pomilio
1.9 Exercícios
b) Determine as seguintes grandezas: Tensão de saída; potência de entrada; correntes médias nos
indutores L1 e L2. Suponha o capacitor de saída grande o suficiente para que Vo seja
praticamente constante.
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Fontes Chaveadas – Cap. 1 Topologias básicas de conversores CC-CC não-isolados J. A. Pomilio
6. O circuito abaixo representa uma fonte chaveada do tipo abaixadora de tensão. O transistor é
comandado por um pulso quadrado com largura 50%, em 25 kHz. Deseja-se obter 10 V na saída,
com um ripple de tensão de 1%. A corrente nominal de saída é de 5 A. Os pulsos de comando do
transistor devem variar entre 0 e 10V, com tempos de subida e de descida de 100ns.
a) Calcule a mínima indutância para operar no MCC com uma corrente de saída de 1 A.
b) Calcule o capacitor de filtro para o ripple de tensão indicado.
c) Simule o circuito, pelo menos por 5ms, partindo de condições iniciais nulas tanto no
indutor quanto no capacitor, e verifique se os valores teóricos correspondem aos simulados.
Explique eventuais discrepâncias.
d) Calcule o valor da tensão de saída, caso se opere no MCD com corrente média de saída de
0,5 A.
e) Simule o circuito no MCD, partindo de condições iniciais nulas tanto no indutor quanto no
capacitor, e verifique se os valores teóricos correspondem aos simulados. Explique
eventuais discrepâncias.
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Fontes Chaveadas – Cap. 2 Topologias básicas de conversores CC-CC com isolação J. A. Pomilio
i arco
i e’
e’ I
E L E L
R R
t
Figura 2.1 Processo de interrupção de corrente (fluxo magnético).
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Fontes Chaveadas – Cap. 2 Topologias básicas de conversores CC-CC com isolação J. A. Pomilio
Vi e1 e2 Vs
N1 N2
Figura 2.2 Princípio de funcionamento de transformador: secundário em aberto.
Com o secundário aberto, pelo primário circulará apenas uma pequena corrente, chamada
de corrente de magnetização. Todas as tensões e correntes são supostas senoidais. O valor eficaz
da tensão aplicada no primário, e1, é menor do que a tensão de entrada Vi. A corrente de
magnetização produz um fluxo de magnetização no núcleo, Φm.
Vi − e1
ii = (2.1)
Xi
N2
e2 = e1 ⋅ (2.2)
N1
Quando se conecta uma carga no secundário, inicia-se uma circulação de corrente por tal
enrolamento. A corrente do secundário produz um fluxo magnético que se opõe ao fluxo criado
pela corrente de magnetização. Isto leva a uma redução do fluxo no núcleo. Pela lei de Faraday,
ocorre uma redução na tensão e1. Conseqüentemente, de acordo com (2.1), há um aumento na
corrente de entrada, ii, de modo que se re-equilibre o fluxo de magnetização. Este comportamento
está ilustrado na figura 2.3.
Xi ii is
Vi e1 e2 Rs
N1 N2
Figura 2.3 Princípio de funcionamento de transformador: secundário com carga.
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Fontes Chaveadas – Cap. 2 Topologias básicas de conversores CC-CC com isolação J. A. Pomilio
Verifica-se assim o processo que leva à reflexão da corrente da carga para o lado do
primário, o qual se deve à manutenção do fluxo de magnetização do núcleo do transformador.
Um dispositivo magnético comporta-se como um transformador quando existirem, ao
mesmo tempo, correntes em mais de um enrolamento, de maneira que o fluxo de magnetização
seja essencialmente constante.
E e2 Co Vo
L1
N1 N2
Figura 2.4 Conversor fly-back
N2 E ⋅ δ
Vo = ⋅ (2.3)
N1 (1 − δ)
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N1 N2
L1 L2
C1 C2
E T Co
V1 V2 D Vo
N2 E ⋅ δ
Vo = ⋅ (2.4)
N1 (1 − δ)
O balanço de carga deve se verificar para C1 e C2. Com N1=N2, C1=C2, tendo o dobro
do valor obtido pelo método de cálculo indicado anteriormente no circuito sem isolação. Para
outras relações de transformação deve-se obedecer a N1.C1=N2.C2, ou V1.C1=V2.C2.
Note que quando T conduz a tensão em N1 é VC1=E (em N2 tem-se VC1.N2/N1). Quando
D conduz, a tensão em N2 é VC2=Vo (em N1 tem-se VC2.N1/N2). A corrente pelos enrolamentos
não possui nível contínuo e o dispositivo comporta-se, efetivamente, como um transformador.
D2 D1 L
T
. . +
E D3 Co Vo
.
N1 N2 N3
Figura 2.6 Conversor forward
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Fontes Chaveadas – Cap. 2 Topologias básicas de conversores CC-CC com isolação J. A. Pomilio
E ⋅ N1
VN1 = E 0 ≤ t ≤ tT e VN1 = t T ≤ t ≤ t2 (2.5)
N2
E
T . VN1
N1 E
A1
. tT
t2
τ t
N2 A2
D2
E.N1/N2 A1=A2
..
E
2⋅δ ⋅ E
Vo = (2.6)
n
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Vce1
i c1 i D1
T1 ..
D1
. L io
. +
V1=E E/n Co Ro
. .. .. .
E E/n
T2 i c2 iD2 D2
Figura 2.9 Conversor push-pull.
O ciclo de trabalho deve ser menor que 0,5 de modo a evitar a condução simultânea dos
transistores. n é a relação de espiras do transformador.
Os transistores devem suportar uma tensão com o dobro do valor da tensão de entrada.
Outro problema deste circuito refere-se à possibilidade de saturação do transformador caso a
condução dos transistores não seja idêntica (o que garante uma tensão média nula aplicada ao
primário). A figura 2.10 mostra algumas formas de onda do conversor.
V1
+E
δ1
δ2
Ic1 -E
Vce1 2E
E
io
Io
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. . L
.
E/2
.
T1 .. +
E
. . Co
Vo
E/2 .. .
T2 .
.
Figura 2.11 Conversor em meia-ponte
.
. .
. . L
.
T1 . T2
..
+
. Co
Vo
E .. .
.
. .
T3 . T4 .
.
Figura 2.28 Conversor em ponte completa.
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Fontes Chaveadas – Cap. 2 Topologias básicas de conversores CC-CC com isolação J. A. Pomilio
2.8 Exercícios
2. Simule o circuito abaixo com uma freqüência de chaveamento de 25kHz, largura de pulso de
50%. A relação de espiras do elemento magnético é de 1:10. Analise os valores das
grandezas listadas abaixo e verifique se o resultado da simulação é consistente com as
expectativas teóricas. Em caso de discrepância, procure justificar as diferenças.
a) Tensão de saída.
b) Ondulação da tensão de saída.
c) Tensão sobre o indutor L1.
d) Ondulação da corrente em L1 e em L2 (considere apenas os intervalos em que há corrente
no transistor e no diodo, respectivamente).
e) Tensão Vce do transistor.
f) Altere o acoplamento dos indutores para 0.95 e repita a simulação e as análises anteriores,
justificando as eventuais alterações de resultados.
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3. Calcule os seguintes parâmetros: L5, L1, L2, C1, δ, para o conversor forward abaixo.
Simule o circuito e verifique se os resultados são consistentes com a expectativa. Justifique
eventuais discrepâncias.
• O circuito opera no modo de condução contínua.
• Tensão de saída de 12V
• Ripple da corrente de saída (em L5) igual a 4 A (pico a pico)
• Ripple da tensão de saída de 1%.
• Relação de espiras entre L1 e L3 é N1=10.N3.
• L2 deve ser tal que garanta a desmagnetização total do núcleo durante a condução de D3.
• A freqüência de chaveamento é de 20 kHz.
4. Utilizando o circuito do exercício anterior, aumente a largura de pulso para 60% e refaça a
simulação. Discuta as alterações nos resultados.
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T L
E D vo C R Vo
vo
Vo
τ t
t
T
Figura 3.1 Conversor abaixador de tensão e forma de onda da tensão aplicada ao filtro de saída.
3.1 Modulação por Largura de Pulso - MLP (PWM – Pulse Width Modulation)
vp
vc vp
τ - vs(t)
vo
tT
vs(t)
vo
vc
+
Vs Vo t T vc
=
τ vp
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A freqüência da portadora deve ser pelo menos 10 vezes maior do que a modulante, de
modo que seja relativamente fácil filtrar o valor médio do sinal modulado (MLP), recuperando
uma tensão média que seja proporcional ao sinal de controle. Para tanto é também necessário que
a onda portadora tenha uma variação linear com o tempo (onda triangular).
Do ponto de vista do comportamento dinâmico do sistema (que será detalhadamente
analisado em capítulos posteriores), a MLP comporta-se como um elemento linear quando se
analisa a resposta do sistema tomando por base os valores médios da corrente e da tensão.
0V
10V
0V
0s 0.2ms 0.4ms 0.6ms 0.8ms 1.0ms
6.0V
4.0V
2.0V
0V
0Hz 50KHz 100KHz 150KHz 200KHz
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Neste caso, são estabelecidos os limites máximo e/ou mínimo da corrente, fazendo-se o
chaveamento em função de serem atingidos tais valores extremos. O valor instantâneo da
corrente, em regime, é mantido sempre dentro dos limites estabelecidos e o conversor comporta-
se como uma fonte de corrente.
Tanto a freqüência como o ciclo de trabalho são variáveis, dependendo dos parâmetros do
circuito e dos limites impostos. A figura 3.5 mostra as formas de onda para este tipo de
controlador.
MLC só é possível em malha fechada, pois é necessário medir instantaneamente a
variável de saída. Por esta razão, a relação entre o sinal de controle e a tensão média de saída é
direta. Este tipo de modulação é usado, principalmente, em fontes com controle de corrente e que
tenha um elemento de filtro indutivo na saída.
É um controle não-linear e que garante a resposta mais rápida a um transitório de carga,
de referência ou de entrada. Conforme ilustra a figura 3.5, caso ocorra uma diminuição na tensão
de entrada, automaticamente se dá um ajuste no tempo de condução do transistor de modo que
não há qualquer alteração na corrente média de saída e, portanto, na tensão de saída.
Mudança
mudança na tensão de entrada
na carga
io
Imax
Io
Imin
t
vo
E
0
t
Figura 3.5 Formas de onda de corrente e da tensão instantânea na entrada do filtro de saída (ver
figura 3.6).
A obtenção de um sinal MLC pode ser conseguida com o uso de um comparador com
histerese, atuando a partir da realimentação do valor instantâneo da corrente. Caso a variável que
se deseja controlar seja a tensão de saída, a referência de corrente é dada pelo erro desta tensão
(através de um controlador tipo integral). A figura 3.6 ilustra este sistema de controle.
A freqüência de comutação é variável e depende dos parâmetros do circuito. Existem
algumas técnicas de estabilização da freqüência, mas envolvem uma perda de precisão na
corrente ou exigem um processamento digital.
A necessidade de realimentação do valor instantâneo da corrente torna o sistema sensível
à presença dos ruídos de comutação presentes na corrente ou mesmo associados à interferência
eletromagnética. Normalmente é preciso utilizar filtros na realimentação de corrente de modo a
evitar comutações indesejadas.
Dado que a freqüência de comutação é variável, o dimensionamento do filtro de saída
deve ser feito para as condições de pior caso, ou seja, para o conjunto de parâmetros que leve à
menor freqüência de operação. Quando a freqüência for superior a este valor a ondulação da
tensão de saída se reduzirá.
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+
vo Vo
sensor
io corrente Realimentação da
tensão de saída
i* referência de
I v* tensão
comparador
com histerese integrador
Em princípio o controle por histerese poderia ser aplicado diretamente à tensão de saída.
No entanto isto poderia causar sobre-correntes excessivas em situações transitórias. Por exemplo,
partindo de condições iniciais nulas, o transistor somente seria desligado quando o capacitor de
saída atingisse a tensão desejada. Isto demandaria um longo intervalo de tempo, ocasionando um
crescimento excessivo da corrente pelo transistor.
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pode ser compensada medindo-se a tensão instantânea no diodo. Para que a tensão de condução
do diodo seja devidamente considerada, o reset do integrador deve ser muito rápido e o
integrador deve atuar mesmo durante o intervalo em que o transistor está desligado.
clock
+
vo
E
Vo
vo
E
integrador
vi v*
Q Q
comparador Ci
S R vi Rf
+
fc +
v*
clock referência
Figura 3.7 Controle “one-cycle” aplicado a conversor abaixador de tensão.
+
E vo Vo
vo
E
ii
integrador
vi i*
Q Q
comparador Ci
S R vi Rf
+
fc +
i* Realimentação da
clock tensão de saída
Referência
de corrente referência de
I v* tensão de saída
integrador
Figura 3.8 Controle de carga aplicado a conversor abaixador de tensão.
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clock
+
vo
E
Vo
vo
E
v*
clock
integrador
fc comparador vo
+ I v*
+
S&H referência
Neste caso opera-se a partir de um pulso de largura fixa, cuja taxa de repetição é variável.
A relação entre o sinal de controle e a tensão de saída é, em geral, não-linear. Este tipo de
modulação é utilizado, principalmente em conversores ressonantes. A figura 3.10 mostra um
pulso de largura fixa modulado em freqüência.
Um pulso modulado em freqüência pode ser obtido, por exemplo, pelo uso de um
monoestável acionado por meio de um VCO, cuja freqüência seja determinada pelo sinal de
controle.
σ
vo
E Vo
0
t1 t2 t3
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6.0V
4.0V
2.0V
0V
0Hz 50KHz 100KHz 150KHz 200KHz
3.6 Referências
K. M. Smedley and S. Cuk: “One-Cycle Control of Switching Converters”. Proc. of PESC ‘91,
pp. 888-896.
W. Tang and F. C. Lee: “Charge Control: Modeling, Analysis and Design”. Proc. of VPEC
Seminar, 1992, Blacksbourg, USA.
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3.7 Exercícios
1. Simule o circuito abaixo que se refere à aplicação de um sinal MLP a um filtro LC e carga
resistiva. Observe o comportamento da corrente no indutor e da tensão de saída no transitório
de partida (condições iniciais nulas) e quando ocorre a alteração na carga. A tensão de
alimentação do operacional é de +/- 15V. A onda portadora é de 1 kHz, variando entre 0 e 5V.
2. Faça a simulação do circuito abaixo que realiza modulação por limites de corrente (histerese).
Verifique o comportamento da corrente no indutor e da tensão de saída no transitório inicial
(condições iniciais nulas) e quando ocorre a alteração na carga. Compare e comente as
diferenças com os resultados MLP.
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4. CONVERSORES RESSONANTES
Nas topologias em que as chaves semicondutoras comutam a corrente total da carga a cada
ciclo, elas ficam sujeitas a picos de potência que colaboram para o "stress" do componente,
reduzindo sua vida útil. Além disso, elevados valores de di/dt e dv/dt são potenciais causadores de
interferência eletromagnética (IEM).
Quando se aumenta a freqüência de chaveamento, buscando reduzir o tamanho dos
elementos de filtragem e dos transformadores, as perdas de comutação se tornam mais
significativas sendo, em última análise, as responsáveis pela freqüência máxima de operação dos
conversores.
Por outro lado, caso a mudança de estado das chaves ocorra quando tensão e/ou corrente por
elas for nula, o chaveamento se faz sem dissipação de potência.
Analisaremos a seguir algumas topologias básicas que possibilitam tal comutação não-
dissipativa. A carga “vista” pelo conversor é formada por um circuito ressonante e uma fonte (de
tensão ou de corrente). O dimensionamento adequado do par L/C faz com que a corrente e/ou a
tensão se invertam, permitindo o chaveamento dos interruptores em situação de corrente e/ou
tensão nulas, eliminando as perdas de comutação.
vB’B = Vo se iL>0
vB’B = -Vo se iL<0 (4.1)
vAB = E/2
vAB' = (E/2-Vo) (4.2)
Se D2 conduzir:
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vAB = -E/2
vAB' = -(E/2+Vo) (4.3)
vAB = -E/2
vAB' = -(E/2-Vo) (4.4)
Se D1 conduz:
vAB = E/2
vAB' = E/2+Vo (4.5)
1
ωo = (4.6)
Lr ⋅ Cr
V − VCo
i L ( t ) = I Lo ⋅ cos[ωo ⋅ ( t − to)] + ⋅ sin[ωo ⋅ ( t − to)] (4.7)
Zo
ILo e VCo são as condições iniciais de corrente no indutor e tensão no capacitor, respectivamente. A
tensão V é a tensão CC resultante na malha, ou seja, a soma (ou subtração) da tensão de entrada
com a de saída (V=VAB').
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Lr
Zo = (4.9)
Cr
E
vC
2Vo
S2 iL
D2 t5 T
-2Vo S1 D1
t4
to t1 t2 t3
1/ωο
1/ωs
Comando de S1
iL Vo iL Vo iL Vo iL Vo
E/2 E/2 E/2 E/2
B B B B
to a t1 t1 a t2 t3 a t4 t4 a t5
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Note que a entrada e a saída de condução dos transistores e diodos ocorre quando a corrente
é nula. Assim, não existe perda de chaveamento nos semicondutores. Por outro lado, o pico de
corrente pelos dispositivos implica num aumento das perdas de condução.
vC
iL
S1 D1 S2 D2
to t1 t2 t3 t4
iL Vo iL Vo iL Vo iL Vo
E/2 E/2 E/2 E/2
B B B B
to a t1 t1 a t2 t2 a t3 t3 a t4
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iL
vC
D1 S1 D2 S2 D1
to t1 t2 t3 t4
iL Vo iL Vo iL Vo iL Vo
E/2 E/2 E/2 E/2
B B B B
to a t1 t1 a t2 t2 a t3 t3 a t4
Figura 4.7. Formas de onda para ωs>ωo e circuitos equivalentes em cada intervalo do modo de
operação.
E
Vbase =
2
E
I base = (4.10)
2 ⋅ Zo
ω base = ωo
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Io
i
L
S1 D1 C1
E/2 + vc - +
B'
A Vo
B Lr Cr
B Co
S2 D2 C2
E/2 Ro
i S1
i D2
v
S1 E
vS2
E
Figura 4.8. Inclusão de capacitores para obter comutações sob tensão nula.
Io 10
Vo=0.4 Vo=0.4
Vo=0.9
0 ωs
0 0.5 1 1.5 ωo
São mostradas curvas para 2 valores de tensão de saída. Note-se que no modo descontínuo
(ωs<0,5) o conversor se comporta como uma fonte de corrente, cujo valor é ajustado pela variação
da freqüência. A variação da carga (portanto de Vo) não altera o valor da corrente. Isto justifica a
afirmação anterior quanto à característica do conversor possuir uma inerente proteção contra sobre-
corrente.
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Figura 4.10. Conversor ressonante com carga conectada em paralelo com o capacitor
E
− VCo
2
i L ( t ) = Io + (I Lo − Io) ⋅ cos[ωo ⋅ ( t − t1)] + ⋅ sin[ωo ⋅ ( t − t1)] (4.11)
Zo
E ⎛E ⎞
v C (t) = − ⎜ − VCo ⎟ ⋅ cos[ωo ⋅ ( t − t1)] + Zo ⋅ (I Lo − Io) ⋅ sin[ωo ⋅ ( t − t1)] (4.12)
2 ⎝2 ⎠
Onde ILo e VCo são as condições iniciais de corrente no indutor e tensão no capacitor.
iL
A B'
Lr
+
+ + Io
+ E/2 v
C
- Cr
-
B
Figura 4.11. Circuito ressonante equivalente para conversor com carga em paralelo ao capacitor.
Nos intervalos (to a t1) e (t3 a t4) as formas de onda têm uma evolução linear.
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E
Io < (4.13)
2Zo
E
vC
E/2
i
L
Linear
Linear Io
S1 D1
to t1 t2 t3 t4 t5
Comando de S1
Figura 4.12. Formas de onda de corrente e tensão nos elementos ressonantes no modo de operação
descontínuo.
iL iL
Io Io Io Io
+ + + +
B B B B
to a t1 t1 a t3 t3 a t4 t4 a t5
Figura 4.13. Circuitos equivalentes a cada intervalo de funcionamento
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vC
iL
D2 S1 D1 S2 D2
to t1 t2 t3 t4 t5
Figura 4.14. Formas de onda de corrente pelo indutor e tensão no capacitor para ωo/2<ωs<ωo
iL iL iL iL
Io Io Io Io
+ + + +
B B B B
to a t1 t1 a t2 t2 a t3 t3 a t4
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iL vC
D1 S1 D2 S2
to t1 t2 t3 t4
Figura 4.16. Formas de onda de tensão no capacitor e corrente no indutor para ωs>ωο
iL iL iL iL
Io Io Io Io
+ + + +
B B B B
to a t1 t1 a t2 t2 a t3 t3 a t4
No item 4.2. foi visto um conversor cuja carga, conectada em paralelo ao capacitor de
ressonância, era alimentada através de um filtro LC, ou seja, do ponto de vista do conversor, a
carga se comporta como uma fonte de corrente. Outra possibilidade é ter-se uma carga que se reflita
sobre o capacitor ressonante como uma fonte de tensão [4.3], ou seja, que o estágio de saída não
possua a indutância de filtragem, como se vê na figura 4.19.
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Vo
Io=0.4
4
Io=0.4
Io=0.8
0 ωs
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 ωo 1.2 1.4
Figura 4.18. Característica estática do conversor com carga conectada em paralelo com o capacitor
ressonante.
Io
iL
S1 D1
E/2 +
B'
A Vo
B Lr Cr
B Co
S2 D2
E/2 Ro
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Fontes Chaveadas - Cap. 4 CONVERSORES RESSONANTES J. A. Pomilio
intensidade. Isto se torna mais crítico à medida que crescem a potência e a freqüência de
chaveamento.
ressonante linear
Vo
vC iL
linear
-Vo
to t1 t2 t3
D1 S1 S1 D2 S2
Figura 4.20. Formas de onda do conversor com carga em paralelo do tipo capacitiva
O controle da tensão de saída, conforme foi visto, se faz pela variação da freqüência de
chaveamento. Isto significa que, para os casos em que se deseja uma larga faixa de variação da
tensão, o espectro de freqüência pode ser grande. A dificuldade oriunda deste fato é que o
dimensionamento dos elementos de filtragem deve ser feito para a menor freqüência possível,
levando, assim, a um superdimensionamento para as freqüências mais altas. Além disso, a relação
entre o sinal de controle e a tensão de saída é, em geral, não-linear, levando a uma maior
dificuldade no projeto da malha de controle.
Outro fator significativo nestes conversores é o de que a corrente e a tensão RMS pelas
chaves semicondutoras é maior do que a necessária para a transferência de potência para a saída.
Isto ocorre por conta da energia envolvida no processo de ressonância próprio do circuito,
implicando no aumento dos reativos do circuito, sem relação com a potência ativa da saída.
Visando basicamente, contornar estes inconvenientes, quais sejam, os maiores valores RMS
e o controle por variação da freqüência, têm sido feitas inúmeras propostas de alterações nestas
topologias, das quais, a título de exemplo, indicaremos o caso do conversor SLR.
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corrente se dá pela condução dos diodos D1 ou D2. A inclusão de capacitores junto aos
interruptores permite, assim, um desligamento suave.
A figura 4.22. mostra as formas de onda obtidas.
Da1
S1 D1
E/2
+
+ vc -
Vo
Lr Co Cr
S2 D2
Ro E/2
Da2
Figura 4.21. Circuito ressonante com carga em série, com limitação de tensão
inclinação depende de Vo
iL
vC
E/2
-E/2
S1 S1 Da1
to t1 t2 t3 t4
Figura 4.22. Formas de onda com limitação da tensão sobre o capacitor ressonante
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Da1
S aux
S1 D1
+ E/2
Vo
Lr Co Cr
S2 D2
Ro E/2
Da2
S aux
S2
S1
E/2
v i
C L
0
-E/2
t2'
to t1 t2 t3 t4 t5
S1 S1 S1 e Da1
Saux
Figura 4.24. Sinais de comando dos interruptores (traços superiores); corrente no indutor e tensão
no capacitor ressonante.
[4.1] H. L. Hey; P. D. Garcia and I. Barbi: “Analysis of Parallel Resonant Converter (PRC)
Operating at Switching Frequency Less than Resonant Frequency”. Proc. of 1st. Power
Electronics Seminar, Florianópolis - SC, Dec. 1989.
[4.2] Y. Kang and A. K. Upadhyay: “Analysis and Design of a Half-Bridge Parallel Resonant
Converter”. Proc. Of IEEE PESC Record, 1987, pp. 231-243.
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 4-14
Fontes Chaveadas - Cap. 4 CONVERSORES RESSONANTES J. A. Pomilio
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 4-15
Fontes Chaveadas - Cap. 4 CONVERSORES RESSONANTES J. A. Pomilio
4.6 Exercício
Simule o circuito (~20ms) e analise as formas de onda de tensão e de corrente indicadas na figura.
Verifique com cuidado a ocorrência (ou não) de comutação suave.
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Fontes Chaveadas - Cap. 5 Conversores com Outras Técnicas de Comutação Suave J. A. Pomilio
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Fontes Chaveadas - Cap. 5 Conversores com Outras Técnicas de Comutação Suave J. A. Pomilio
S Lr S Lr Cr
Cr
a)
S Lr S Lr
Cr Cr
b)
Lr Lr Cr
Cr
a)
Lr Lr Cr
Cr
b)
Da mesma forma que para os interruptores ZCS, os ZVS tem as configurações de meia-onda
(nas quais a tensão sobre o interruptor só pode assumir uma polaridade) e de onda completa
(quando ambas polaridades são possíveis de serem suportadas pelo interruptor), como se vê na
figura 5.3.
Lr Lr
Cr
Cr
a)
Lr Lr
Cr
Cr
b)
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Fontes Chaveadas - Cap. 5 Conversores com Outras Técnicas de Comutação Suave J. A. Pomilio
A figura 5.4. mostra algumas das topologias básicas quando convertidas para operar com
ZCS e ZVS. Note-se que a única alteração é a substituição do interruptor simples pelos
interruptores descritos anteriormente.
Lr Lr
Cr Cr
Cr Lr Lr
Boost Cr
Boost - ZCS Boost - ZVS
Figura 5.4. Conversores buck e boost nas configurações básica, ZCS e ZVS
Neste tipo de conversor, a corrente produzida em uma malha ressonante flui através da
chave, fazendo-a entrar e sair de condução sob corrente nula.
Considerando um conversor abaixador de tensão (figura 5.5), a chave simples é substituída
por uma outra que é associada ao capacitor Cr e ao indutor Lr. O indutor de filtro é suficientemente
grande para considerar-se Io constante.
Io
+
Lr Lf
iL
E vC Cr Cf Vo
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Fontes Chaveadas - Cap. 5 Conversores com Outras Técnicas de Comutação Suave J. A. Pomilio
iT
2E
vC
E/Zo
E
Io
to t1 t1' t1" t2 t3 T
Figura 5.6. Formas de onda para conversor buck, ZCS, meia onda
Entre t2 e t3 Cr se descarrega a corrente constante. Quando sua tensão se anula o diodo torna
a entrar em condução.
As equações pertinentes ao circuito são:
1
ωo = (5.1)
Lr ⋅ Cr
Lr
Zo = (5.2)
Cr
Lr ⋅ Io
t1 = (5.3)
E
E
i L = Io + ⋅ sin[ωo ⋅ ( t − t1)], para t1 < t < t2 (5.4)
Zo
⎡ − Zo ⋅ Io ⎤
a sin⎢
⎣ E ⎥⎦
t2 = + t1 (5.5)
ωo
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Io
v C = v C ( t 2) − ⋅ ( t − t 2) , para t2 < t < t3 (5.7)
Cr
v C ( t 2) ⋅ Cr
t3 = t2 + (5.8)
Io
Note que Vo é a tensão média sobre o capacitor Cr (pois a tensão média sobre Lf é nula).
Como a forma de vC depende a corrente Io, a regulação deste circuito (em malha aberta) não é boa.
Registre-se ainda que o capacitor fica sujeito a uma tensão com o dobro da tensão de entrada,
enquanto a corrente de pico pela chave é maior do que o dobro da corrente de saída.
A tensão de saída é dada por:
1 ⎧⎪ ⎤ ⎫⎪
t2 t3
⎡
∫ E ⋅ {1 − cos[ωo ⋅ ( t − t1)]} ⋅ dt + ∫ ⎣⎢ v C ( t 2) − Cr ( t − t 2) ⎦⎥ ⋅ dt ⎬⎪
Io
Vo = ⎨ (5.9)
T ⎪⎩ ⎭
t1 t2
Nota-se a dependência da tensão de saída com a corrente de carga (que é a que descarrega o
capacitor Cr entre t2 e t3). A figura 5.7. mostra a variação de Vo (normalizada em relação à tensão
de entrada) com a corrente (normalizada em relação à corrente de pico do circuito ressonante).
Assim, é necessária a presença de uma carga mínima de modo que se proceda à descarga de Cr
dentro do período de chaveamento.
0.6
0.4
0.2
2fs
fs
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
Z
Corrente de carga normalizada Io.
E
Figura 5.7. Variação da tensão de saída com a corrente da carga.
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0.5
0.8
0.7
0.6
0.9
0.4
0.2
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
fs
f
Figura 5.8. Variação da tensão de saída com a freqüência de chaveamento, para diferentes correntes
de carga.
Para que seja possível a ocorrência de comutação não-dissipativa, é necessário que o valor
de pico da senóide de corrente, E/Zo, (que se inicia em t1) seja maior que Io, uma vez que isto
garante que a evolução de iT se fará de modo a inverter sua polaridade (veja eq. 5.4).
Uma outra possibilidade de se obter um circuito ZCS é mostrada na figura 5.9., alterando-se
a posição do capacitor. Neste caso a máxima tensão sobre o capacitor fica limitada a +/-E. A figura
5.10. mostra as formas de onda pertinentes.
Cr
Lr Lf
E Cf
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vC iL
+E
Io
-E
to t1 t1" t2 t3
iL
2E vC
E
Io
to t1 t1' t1" t2 t3
Figura 5.11. Formas de onda da corrente e da tensão nos componentes do circuito ressonante
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0.2 fs
0.1
0 0.2 0.4 0.6 Io Z 0.8 1
Corrente de saída normalizada
.
E
Figura 5.12 Variação da tensão de saída com a corrente de carga.
Nestes conversores o capacitor ressonante produz uma tensão nula sobre a chave, devendo
ocorrer o chaveamento sob esta situação.
O circuito mostrado é de uma topologia abaixadora de tensão. O funcionamento é de meia-
onda, uma vez que o diodo não permite a inversão da tensão no capacitor. A corrente de saída pode
ser considerada constante (Lf grande o suficiente) durante o intervalo em que ocorre a ressonância
entre Lr e Cr.
Io
Lr iL Lf
Dr +
E Cf Vo
Cr
+ vC
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vC iL
Io
Zo.Io
E ⋅ Cr
t1 = (5.10)
Io
1 ⎛ −E ⎞
t 2 = t1 + ⋅ a sin⎜ ⎟ (5.12)
ωo ⎝ Zo ⋅ Io ⎠
E
i L = i L ( t 2) + ⋅ ( t − t 2) , para t2 ≤ t ≤ t3 (5.14)
Lr
Lr ⋅ [Io − i L ( t 2)]
t3 = t2 + (5.15)
E
Como as tensões médias sobre as indutâncias são nulas, a tensão de saída é a diferença entre
a tensão de entrada e a tensão média sobre o capacitor ressonante.
Vo = E − v C (5.16)
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1 ⎧ t1 Io ⋅ t t2 ⎫
Vo = E − ⋅ ⎨∫ ⋅ dt + ∫ [ E + Zo ⋅ Io ⋅ sin[ωo ( t − t1)] ⋅ dt ⎬ (5.17)
T ⎩ 0 Cr t1 ⎭
A grandeza Zo.Io deve ser maior que E, caso contrário vC não irá se anular, e Dr não
conduzirá, fazendo com que a entrada em condução do transístor se dê sob tensão não nula.
Neste circuito, o tempo desligado da chave é constante, podendo-se variar a tensão de saída
pelo ajuste da freqüência.
Novamente aqui o capacitor e a chave semicondutora devem suportar uma tensão de pico
com valor maior do que o dobro da tensão de entrada e que aumenta com o aumento da corrente de
saída.
A figura 5.15. mostra a variação da tensão de saída (normalizada em relação à tensão de
alimentação) com a freqüência de chaveamento (normalizada em relação à freqüência de
ressonância), para diferentes correntes de carga (normalizadas em relação a E/Zo).
Nota-se que quanto maior a corrente, menor a tensão de saída. Isto se explica facilmente,
uma vez que para correntes maiores o pico da tensão sobre Cr aumenta e, portanto, a tensão média
sobre este capacitor, reduzindo assim a tensão de saída.
Existe um limite tanto para a máxima corrente, quanto para a máxima freqüência, acima do
qual a tensão média sobre o capacitor se iguala à tensão de entrada. O aumento da freqüência de
chaveamento ou da corrente levaria, em princípio, a tensões negativas de saída, o que não é possível
devido à existência do diodo de livre-circulação.
1
0.8
0.6
Vo/E
0.4
Io=1
0.2
Io=2.5
0 Io=5
0.2
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25
fs/fo
Figura 5.15. Variação da tensão de saída com a freqüência de chaveamento, para diferentes
correntes de carga.
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iL Io
S1 D1 C1
E
Lf +
Vo
Cf
S2 D2 C2
v C2
E
iL
Io=iL
S1 D2 S1
S2 C1 D1
C1 C2 C2
to t1 t2 t3 t4 t5 T
Figura 5.17. Formas de onda do conversor buck-ZVS com limitação da sobre-tensão
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Dp iL Io
+
Sp Lr Lf
Da Sa
E Df Cf Vo
vd
vc Cr
2E
δ* vd
E
2E vC
iL
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⎛ fs ⎞
Vo = E ⋅ ⎜δ * + ⎟ (5.18)
⎝ fo ⎠
1
Vo/E 0.5
A chave auxiliar, Sa, entra em condução ainda durante a condução de Sp, mas não ocorre
nenhuma alteração nas formas de onda do circuito. No instante to a chave principal é aberta sob
tensão nula (o capacitor Cr está descarregado). Este capacitor se carrega linearmente com a corrente
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de saída, fazendo com que a tensão vD se reduza da mesma forma, até que, em t1, o diodo de livre-
circulação entra em condução e a corrente da saída circula por ele. Como a chave auxiliar continua
conduzindo, o indutor Lr também entra num intervalo de livre-circulação até que em t2 o
interruptor Saux é aberto (sob tensão nula).
Sp
Sa
E V
Cr
0
Io IL
0
V
E D
0 V
Lr
to t1 t2 t3 t4 t5 T
Inicia-se então a ressonância entre Lr e Cr. A tensão sobre o capacitor cresce ainda mais, por
causa da energia presente em Lr, produzindo importante sobre-tensão sobre o interruptor principal.
A tensão prossegue o comportamento oscilante até que, em t3, se anula, levando à condução o
diodo em antiparalelo com a chave principal, por onde passa a circular a corrente presente em Lr.
Esta corrente assume uma variação linear. Durante a condução do diodo envia-se o sinal de
comando para o interruptor, o qual entra em condução apenas a corrente se torne positiva (em t4). A
corrente de entrada cresce até atingir o nível da corrente de saída, quando o diodo de livre-
circulação desliga, completando o ciclo (em t5).
Nota-se que a tensão sobre o diodo obedece à tensão de comando de S, a menos de atrasos
que dependem do circuito ressonante e dos parâmetros do circuito (como a tensão de entrada, a
corrente de carga, etc.).
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T1 D1 D2 T2
Lr
iL
A Cr B
E + -
Ia
T4 CARGA T3
D4 D3
V AB
E
+Ip
iL
T2 D1
T4 D3
T1 D2
T3 D4
-Ip
-E
Ressonante (Cr)
Figura 5.24. Formas de onda do inversor pseudo-ressonante
A obtenção de comutação suave exige um valor mínimo para a corrente de pico dado por:
Cr
Ip ≥ Ia + 2 ⋅ E ⋅ (5.19)
Lr
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Lr
carga IL
Cr
+ Vc
E
A figura 5.26. mostra as formas de onda da corrente pelo indutor e da tensão aplicada à
carga.
i L
vC
E
D T
t1 t2 t3 t4 T
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Lr
+ +
Ii Co Vo E Co Vo
Considere-se um capacitor Cr cujo valor forme um circuito ressonante juntamente com Lr,
cuja freqüência seja maior do que a freqüência de operação do conversor. Existem 3 possibilidades
de colocação de Cr no circuito de modo a obter comutação ZVS. A chave S deve ser bidirecional
em corrente ou em tensão [5.7].
Cr
Lr Lr Lr
+ + Cr +
S
E S Co Vo E Cr Co Vo E S Vo
Co
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Vo
vc
iL
S Do S
Ds
Cr
t1 t2 t3 t4 t5 T
Cr
A figura 5.30. mostra um conversor elevador de tensão que difere de uma topologia MLP
convencional pela adição de uma rede ressonante auxiliar [5.8], composta, além do Lr e Cr, do
interruptor S2 e dos diodos D2 e D3.
Diferentemente do que ocorre nos conversores que empregam chaves ressonantes (ZVS),
aqui se faz a introdução de um circuito auxiliar que se comporta como uma espécie de “snubber”
ativo, que reduz a potência a ser dissipada sobre o interruptor e envia essa energia para a carga ou
para a fonte.
Embora o exemplo utilizado seja de um conversor elevador de tensão, pode-se aplicar este
princípio a qualquer das topologias.
VD
Li Is Do
Ii Lr
+
Cr I Lr
E
Vs Vo
Co Ro
S 2 D3
S1 D1
D2
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S1
hard
S2
I Lr
Ii Is
0
Vo VD
0 VS
S2 S2 S2 D1 S1 S1 Do
Do Lr D1 D3 D3 Cr
Lr Cr
to t1 t2 t3 t4 t5 t6 T
Ii ⋅ Lr
t1− to = (5.20)
Vo
Ii Ii Cr Ii
Vo Lr Lr
Lr
to a t1 t1 a t2 t2 a t3
Lr
Ii Ii Ii Cr Ii
Vo
Vo
t3 a t4 t4 a t5 t5 a t6 t6 a T
A corrente ILr continua a crescer, agora com um comportamento ressonante. Cr, que estava
carregado, se descarrega até zerar sua tensão (em t2), quando o diodo D1 entra em condução.
π
t 2 − t1 = ⋅ Lr ⋅ Cr (5.21)
2
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Para obter uma entrada em condução não dissipativa, o sinal de comando de S1 deve ser
aplicado durante a condução de D1 (ou seja, após t2). Entre t2 e t3 conduzem S2 e D1, de modo que
a tensão sobre Lr é nula e a corrente por ele se mantém constante.
Em t3, S2 é desligado, o que força a corrente iLr a circular por D3, fazendo-a decair
linearmente. Isto provoca um desligamento dissipativo de S2, uma vez que a tensão sobre este
interruptor cresce para o valor da tensão de saída. Entre t3 e t4 a corrente Is se torna positiva,
passando a circular por S1.
Quando a corrente ILr se anula, D3 desliga, em t4. Como S1 está conduzindo, energia está
sendo armazenada na indutância de entrada, até que, em t5, S1 é desligado. Como Cr está
descarregado, este desligamento é sob tensão nula. Em t6 a tensão Vs atinge o valor da tensão de
saída e o diodo Do entra em condução, completando o ciclo.
5.8.1 Fonte de Tensão com comutação suave utilizando conversor com capacitor flutuante
A figura 5.33 mostra conversores Cuk e SEPIC modificados, ditos com capacitor flutuante
[5.9], operando como fonte de tensão regulada. O circuito possui 2 interruptores os quais controlam,
respectivamente, os estágios de entrada e de saída, de maneira independente.
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A topologia permite uma isolação em alta freqüência e o circuito, com o comando adequado,
possibilita comutações suaves sem aumento nos esforços dos componentes e sem a necessidade de
circuitos adicionais [5.10].
+ Vb - io
Li Lo
ii Cb
To
Vi Ti Di Do Vo
(a)
+ Vb -
Li
Cb Do
ii To
Vi Ti Di Lo Vo
io
(b)
Figura 5.33 - Conversores Cuk (a) e SEPIC (b) com capacitor flutuante.
Em CCM, a característica estática do conversor Cuk tradicional (sem To e Do), para um ciclo
de trabalho δi aplicado ao interruptor Ti, é:
δi
Vo = Vi ⋅ (5.22)
1 − δi
Vi
Vb = (5.23)
1− δi
Vo = Vb ⋅ δ o (5.24)
Vo δo
= (5.25)
Vi 1 − δ i
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δi ≥ δo (5.26)
Esta topologia permite obter diversas comutações suaves para os transistores e diodos sem a
necessidade de circuitos adicionais. Uma capacitância Cs colocada entre os terminais de dreno e
fonte de To, adiciona-se à capacitância própria do transistor e propicia um desligamento do tipo
ZVS, o que equivale a uma entrada em condução para Do também ZVS. Este diodo passa a conduzir
apenas quando Cs , carregado pela corrente de saída, atingir uma tensão igual a Vb (considerando o
valor refletido ao primário, caso o circuito tenha transformador).
Uma vez que Ti desliga após To, tem-se também sobre este transistor um desligamento ZVS.
A corrente de entrada descarrega Cs, levando Di a uma entrada em condução ZVS.
Para permitir a To ligar sob tensão nula, seu sinal de comando deve ser enviado com um
pequeno avanço em relação ao sinal que ligará Ti. A entrada em condução do transistor de entrada é
dissipativa, assim como o desligamento de Do.
De qualquer modo, sem circuitos adicionais 6 das 8 comutações presentes no conversor são
suaves, o que é um mérito adicional desta topologia. A figura 5.34 mostra os estágios de operação e
na figura 5.35 têm-se resultados de simulação, indicando claramente as comutações ZVS.
+ Vb - Di io
Li Lo
ii Cb
To
v i Ti Do Vo
+ Vb - Di io
Li Lo
ii Cb
To
v i Ti Do Vo
+ Vb - Di io
Li Lo
i i Cb
To
v i Ti Do Vo
+ Vb - Di io
Li Lo
i i Cb
To
v i Ti Do Vo
+ Vb - Di io
Li Lo
i i Cb
To
v i Ti Do Vo
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Vds Ti
0
0 i Ti
Vg Ti
(a)
Vds
0 To
0 i To
Vg
To
(b)
Figura 5.35 - Tensão, corrente e sinal de comando nos transistores Ti e To.
Múltiplas saídas podem ser obtidas, cada uma delas com um pós-regulador próprio.
A indutância de dispersão do transformador produz uma sobretensão no momento em que
Ti é desligado, provocando uma inversão no sentido da corrente pelo transformador. Um circuito
“snubber” ou um limitador de tensão deve ser usado com o objetivo de limitar o pico de tensão que
se observa sobre os transistores.
Um protótipo não-isolado foi construído com as seguintes características:
• Tensão de saída: 50V
• Potência de saída: 500W
• Freqüência de chaveamento:100 kHz
O rendimento do circuito é mostrado na figura 5.36 para diversos níveis de potência de
entrada. Mesmo operando a 100 kHz obtém-se, para uma larga faixa de potência, uma eficiência
superior a 90%.
Figura 5.37 mostra as formas de onda de tensão e de corrente sobre To. As comutações ZVS
são claras. Quando Ti liga o diodo Do desliga e a corrente por To muda de sentido. A oscilação
observada na tensão é devida a ressonância entre Cs e indutâncias parasitas presentes na malha
intermediária do conversor. O pico de corrente é devido à corrente de recombinação reversa de Do.
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Rendimento (%)
96
94
92
90
88
200 300 400 500
Potência [W]
V DS
ID
5.8.2 Fonte de corrente com alto fator de potência, baseado em conversor Cuk
A topologia estudada é essencialmente um conversor Cuk com transformador, tendo na
entrada um retificador trifásico. As indutâncias de entrada são colocadas em série com cada fase da
alimentação, conforme mostrado na figura 5.38. A saída opera como fonte de corrente [5.11].
Ir + Ua - + Ub -
Li Ca Cb
L
va - L
S +
vb D UD
Us Ls
vc -
- + RL
UL
N:1 IL
+
Figura 5.38 - Conversor Cuk, isolado, com entrada trifásica e carga indutiva
Esta topologia apresenta vários aspectos interessantes: alto fator de potência (desde que se
opere em condução descontínua nos indutores de entrada), uma única chave comandada, controle
com freqüência fixa, isolação em alta freqüência. Como pontos negativos tem-se a comutação
dissipativa e o "stress" de tensão e de corrente a que fica sujeito o interruptor.
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Considera-se uma carga indutiva. Nestes casos, o valor da corrente de saída pode ser fixo ou
sujeito a ajustes.
O fato de o transistor estar submetido a uma tensão elevada praticamente impõe o uso de um
IGBT, uma vez que um MOSFET para tal tensão, tipicamente apresenta uma elevada resistência de
condução. O processo de desligamento de um IGBT, por sua vez, apresenta um fenômeno de "tail"
de corrente, que pode tornar as perdas de desligamento bastante significativas.
Por esta razão, a busca de uma alternativa para se obter comutação suave, especialmente no
desligamento, se torna importante [5.12]. No que se refere à entrada em condução, uma
possibilidade de que seja suave, é que se realize a corrente nula [5.13, 5.14], o que pode ocorrer se
se permitir um comportamento de condução descontínua na saída.
O uso de comutação suave permite ainda uma relativa redução nos níveis de interferência
eletromagnética [5.15]. A necessidade de filtros na entrada do circuito (trifásico), a fim de obter
uma corrente praticamente senoidal na rede também auxilia a redução da IEM conduzida.
A figura 5.39 mostra as principais formas de onda do circuito, enquanto o diagrama do
conversor está na figura 5.40, indicando o circuito não-dissipativo empregado para a limitação dos
picos de tensão que ocorrem no desligamento da chave S, devido, principalmente, à indutância de
dispersão do transformador.
É possível, mantendo a capacidade de limitação do pico de tensão, fazer este circuito
funcionar de modo a garantir um desligamento da chave S sob tensão nula. Observe-se que o
desligamento é a comutação mais crítica, uma vez que ocorre quando a corrente pela chave é
máxima, quando ocorrem sobre-tensões e quando existe o fenômeno de rabo da corrente do IGBT.
Suponhamos inicialmente que a indutância de dispersão seja nula. Consideremos que ao
final do intervalo em que o transistor está desligado a corrente de saída do retificador seja nula, que
a tensão Uc seja igual à tensão de saída refletida ao primário e que o diodo de saída esteja em
condução.
Quando S entra em condução, o capacitor Cc ressoa com Lc. Pelo interruptor circula a soma
da corrente do retificador com a componente ressonante e com a corrente de saída refletida (D é
bloqueado). No instante T1 a tensão Uc atinge o valor -Ua e o diodo D1 entra em condução.
Supondo Ca>>Cc, a tensão sobre Lc se torna praticamente constante (igual a Ua) e sua corrente
decai linearmente. Ao final do tempo de condução (T2), o transistor se abre sob tensão nula. O
capacitor Cc se carrega com uma corrente praticamente constante. Em T3 a tensão no primário
atinge o valor da tensão de saída (refletida), levando o diodo de saída à condução. No intervalo
entre T3 e T6 a corrente do retificador vai a zero.
Na verdade, a presença da indutância de dispersão faz com que, no instante T3, ao ocorrer a
inversão do sentido da corrente pelos enrolamentos do transformador, surja um pico de tensão, o
qual é limitado pela presença do capacitor Cc, e eleva sua tensão acima do valor N.UL.
A condição para que se obtenha sempre desligamento a tensão nula é:
Uc > Ua
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ir + Ua - + Ub -
va Ca Cb
ia Li N:1
D2 D1 LL
+
vb Lc i l
Us D -
S - + ic RL UL
vc Uc
Cc IL +
-
Ld ⎛ I L ⎞
Uc = U L ⋅ N + ⋅ ⎜ + Îr ⎟ (5.27)
Cc ⎝ N ⎠
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Fontes Chaveadas - Cap. 5 Conversores com Outras Técnicas de Comutação Suave J. A. Pomilio
A figura 5.41 mostra corrente e tensão sobre o IGBT, vendo-se claramente o desligamento
sob tensão nula e o rabo de corrente. Note-se que a corrente inicial não é nula, apresentando um
valor igual à corrente de saída refletida ao primário do transformador. A sobre-tensão é de
aproximadamente 150V.
A eficiência medida do conversor, à potência nominal foi de 90%. O fator de potência
medido, à potência nominal foi de 0,98.
i
s
Us
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5.10 Exercícios
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D1
Li S2 D3
Vi Lr Vo
D2
S1 Cr
Vi = 300V Vo = 600V
Li = 100uH (corrente inicial zero) Lr = 25uH (corrente inicial zero)
Cr = 100nF (tensão inicial = 600V)
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Fontes Chaveadas - Cap. 6 Componentes Passivos Utilizados em Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
6.1 Capacitores
C Rse Lse
a) Circuito equivalente de capacitor
C = 100 uF L = 100 nH
10
R = 1 ohm (T = -40 C)
R = .01 ohm (T = 85 C)
1.0m
10Hz 100Hz 1.0KHz 10KHz 100KHz 1.0MHz 10MHz 100MHz
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 6-1
Fontes Chaveadas - Cap. 6 Componentes Passivos Utilizados em Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
L
L=1mH
C=220uF
+ Rse=.45 ohm
Rse Ro=.5 ohm
E Ro Vo E=20V
Vo=10V
C
10.04V
10.02V
10.00V
9.98V
9.96V
0s 0.2ms 0.4ms 0.6ms 0.8ms 1.0ms
Ondulação relativa à capacitância Ondulação nos terminais do capacitor
Usa-se definir o "fator de perdas" do capacitor (tg δ), o qual se relaciona com Rse pela
seguinte expressão:
tgδ
R se = (6.1)
2πfC
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Fontes Chaveadas - Cap. 6 Componentes Passivos Utilizados em Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
Ambas folhas são separadas por camadas de papel, cujas funções são: armazenador de
eletrólito (nos poros do papel absorvente) e separador das folhas metálicas (para evitar curto-
circuito).
Capacitores construídos como descrito só funcionam convenientemente quando se liga
o potencial positivo ao anodo. A ligação inversa produz um processo eletrolítico de deposição
de óxido sobre a folha do catodo. Neste processo ocorre geração interna de calor e gás, que
pode destruir o componente. Por outro lado, a capacitância diminui, uma vez que é aumentada
a espessura do dielétrico.
Assim, a aplicação típica é em tensões contínuas. Tensões alternadas, sobrepostas à
contínua, desde que não alterem a polaridade, podem ser utilizadas. Na verdade as
polarizações invertidas podem ocorrer até cerca de 2 V, que é o potencial no qual se inicia o
processo de deposição de óxido.
Existem capacitores eletrolíticos bipolares que, por construção, já tem ambas folhas de
alumínio oxidadas. Obviamente, a capacitância específica é menor.
Como aplicações típicas em fontes chaveadas pode-se citar:
• Filtros de entrada: usa-se capacitor eletrolítico de alumínio, com alto produto capacitância
x tensão (CV) e baixas perdas.
• Filtros de saída: capacitor eletrolítico de alumínio, com baixo Rse e Lse, especiais para
operação em altas freqüências.
Outra característica importante dos capacitores refere-se à sua confiabilidade. Os
fabricantes especificam seus componentes em função de sua expectativa de vida, sendo os de
alta confiabilidade aqueles que apresentam a maior durabilidade. Esta variável é determinada,
para os capacitores eletrolíticos de alumínio, pela qualidade dos materiais utilizados na
fabricação.
Em geral, a um aumento de temperatura corresponde uma redução na vida do capacitor
eletrolítico, de acordo com a expressão:
⎛ T − To ⎞
−⎜ ⎟
⎝ θ ⎠
BT = Bo ⋅ 2 (6.2)
D
R se = R s (Tc ) + (6.3)
2πfC
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6.2.1 Materiais
Os materiais mais utilizados são ferrites, as quais possuem valores relativamente
reduzidos de Bmax (entre 0,3T e 0,5T), apresentando, porém, baixas perdas em alta freqüência
e facilidades de manuseio e escolha, em função dos diversos tipos de núcleos disponíveis. As
ferrites são constituídas por uma mistura de óxido de ferro (Fe2O3) com algum óxido de um
metal bivalente (NiO, MnO, ZnO, MgO, CuO, BaO, CoO). Possuem resistividade muito maior
do que os materiais metálicos (da ordem de 100kΩ.cm) o que implica em perdas por correntes
de Foucault desprezíveis quando operando com um campo magnético alternado.
Algumas aplicações em que não se pode admitir distorção no campo magnético deve-
se utilizar núcleo de ar, com o inevitável valor elevado do fluxo disperso.
Núcleos de ferro laminado são utilizados apenas em baixa freqüência por apresentarem
laço de histerese muito largo, embora possuam um Bmax de cerca de 1,5T.
Um terceiro tipo de material são os aglomerados de ferro (iron powder) [6.4] que são
constituídos por minúsculas partículas de compostos de ferro, aglomerados entre si, mas que
apresentam um entreferro distribuído ao longo de todo comprimento magnético. É um material
adequando para aplicações em que devem coexistir campos de baixa freqüência (60Hz) e de
alta freqüência, garantindo, ao mesmo tempo, que o núcleo não sature e não apresente
elevadas perdas.
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Br
-Hc
-3.0 -2.0 -1.0 0.0 Hc 1.0 2.0 3.0
-Br H (A.esp/m)
1 T = 10000 G
-Bmax
-5.0K
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Hg ⋅ g + Hm ⋅ l c = N ⋅ i (6.4)
B = μ0 ⋅ Hg = μc ⋅ Hm (6.5)
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N ⋅ i Bm ⋅ g
Hm = − (6.6)
lc μ0 ⋅ l c
Nota-se na figura 6.7 que a introdução do entreferro faz com que Hm seja atingido para
valores maiores de corrente. O efeito sobre a curva B x Ni é mostrado na figura 6.7.b. A
indutância incremental se reduz, mas é linearizada. O valor de Br também se reduz. Bmax não
se altera por ser uma característica do material.
O fluxo magnético é proporcional a B, enquanto a corrente é proporcional a H. Assim,
a curva de magnetização que relaciona Φ com i, cuja inclinação é a indutância do elemento
magnético, tem o mesmo comportamento da curva B x H.
Em síntese, a presença do entreferro leva a uma diminuição da indutância, à
manutenção de um valor constante, independente da corrente, e aumenta o valor da corrente na
qual ocorre a saturação.
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R fe = μ ⋅ L ⋅ (a ⋅ B ⋅ f + c ⋅ f + e ⋅ f 2 ) (6.8)
4,35 ⋅10 −3
γ= (6.9)
f
γ: dimensão dentro da qual, para uma dada freqüência, não ocorre redução significativa na
superfície condutora (em metros)
Por exemplo, para 20kHz, γ = 0,47 mm, ou seja, um fio com diâmetro de 0,94 mm
pode ser usado para conduzir uma corrente a 20kHz sem ter sua área condutora
significativamente reduzida pelo efeito pelicular.
Relembre-se aqui que as correntes não são, via de regra, senoidais, de modo que deve
ser considerado um certo fator de folga para acomodar as perdas devidas às componentes
harmônicas.
A figura 6.8 mostra, para cada freqüência, qual condutor (de cobre) pode ser usado de
maneira evitar o aumento das perdas pelo efeito pelicular.
A maneira usual de se contornar este problema é o uso de "fio Litz", o qual é um cabo
composto por diversos fios (isolados entre si) de diâmetro adequado à freqüência de operação,
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cuja secção transversal total permita uma densidade de corrente suficientemente baixa para
não causar perdas elevadas (em geral inferior a 3 A/mm2). Outra possibilidade é o uso de fitas
de cobre com espessura inferior a 2γ. Como, geralmente, estas fitas não são isoladas, deve-se
tomar cuidados adicionais com este aspecto.
Um outro aspecto que deve ser lembrado refere-se à indução de corrente nos
condutores próximos às regiões do núcleo nas quais ocorre um estrangulamento do fluxo
magnético com uma conseqüente dispersão local pelo ar. É óbvio que este problema é mais
grave se for utilizado um enrolamento com fita metálica, a qual apresenta uma resistência
menor do que um cabo Litz de área equivalente (em virtude da isolação entre cada fio).
Diâmetro do fio em mm
10
0.1 4 5 6
1000 1 10 1 10 1 10
f(Hz)
Figura 6.8 Diâmetro de fio que deve ser usado em função da freqüência.
Fitas de isolação
Núcleo
1/2 primário
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Lm
Cp Cs
Rfe
1:N
a) IDEAL
90d Fase
Rp=.01
Lp=1uH
Rfe=10k
Cp=10pF
Lm=100uH
Cps=10pF
-90d
N=40
10k Módulo Cs=100pF
Ls=10uH
Rs=1
10m
1.0kHz 10kHz 100kHz 1.0MHz 10MHz 100MHz
b)
Figura 6.10 .a) Modelo de parâmetros concentrados para transformador
b) Impedância, vista pelo primário, de transformador
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Primário Primário
NÚCLEO NÚCLEO
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B
A Saída realimentada
100 120
Potência de saída (%)
Figura 6.12 Tensões de saída normalizadas para fonte com múltiplas saídas.
Caso este tipo de enrolamento não seja possível, deve-se buscar a melhor disposição
relativa dos enrolamentos, como mostrado nas figuras abaixo.
T1 T2 T3 T4
Primário Secundário 1 Secundário 2
Figura 6.13 Diferentes arranjos de enrolamentos em transformador com múltiplas saídas.
TABELA 6.I
Resultados de variação da tensão da saída não realimentada (secundário 2, 12 V) com a
variação da carga na saída realimentada (Vo1 = 5 V e Ro2 = 7,8 Ω)
T1 (V) T2 (V) T3 (V) T4 (V) R01(Ω)
18,20 17,20 16,40 16,30 0,44
17,97 16,97 16,26 16,15 0,50
17,78 16,75 16,15 16,00 0,56
17,59 16,45 15,96 15,85 0,65
17,41 16,19 15,76 15,70 0,77
17,20 15,97 15,61 15,55 0,96
17,13 15,74 15,51 15,45 1,27
16,85 15,55 15,36 15,30 1,83
13,36 12,14 12,27 12,26 3,5
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6.3 Supercapacitores
Um capacitor tradicional acumula energia no campo elétrico criado pela separação das
cargas elétricas. Este campo existe no dielétrico que se torna polarizado. A capacitância é
proporcional à permissividade do material e à área das placas, sendo inversamente
proporcional à distâncias entre as placas.
Já em um supercapacitor não há um dielétrico, mas um eletrólito. A principal diferença
é a grande área propiciada por materiais porosos, aliada à pequena distância entre as cargas,
que é da ordem de nanômetros. Com um eletrólito aquoso, a tensão por capacitor é de cerca de
1 V, enquanto para um eletrólito orgânico este valor cresce para 2,5 V. A obtenção de tensão
elevada é feita pela associação em série de capacitores [6.9].
Hermann Helmholtzi, em 1853, descreveu que quando uma tensão é aplicada entre dois
eletrodos de carbono, imersos em um fluido condutor, não há circulação de corrente até que
uma certa tensão limiar seja atingida. Ao se iniciar a condução há também a formação de gás
devido à reação química na superfície dos eletrodos. Abaixo desta tensão limiar o dispositivo
se comporta como um capacitor [6.10 e 6.11].
Diferentemente de uma bateria, não há acúmulo de energia química. Em torno de um
eletrodo poroso de carbono situa-se o eletrólito, carregado de cargas. Na realidade, conforme
mostra a figura 6.14, há dois eletrodos e, nas adjacências de cada um, ocorre o acúmulo de
íons positivos e negativos O separador isola os eletrodos, mas permite a livre passagem dos
íons. Por esta razão estes dispositivos são também denominados capacitores de dupla camada.
Do ponto de vista de uma aplicação, a principal diferença entre um supercapacitor e
uma bateria é o fato da bateria ter um melhor desempenho como fonte de energia, enquanto o
capacitor tem um comportamento superior em termos de fonte de potência. Ou seja, para uma
dada tensão, um supercapacitor é capaz de responder a uma demanda de corrente de maneira
muito mais rápida do que uma bateria, o que se deve a uma resistência interna muito menor.
No entanto, mesmo podendo atingir capacitâncias muito elevadas (da ordem de
milhares de Farads), a energia acumulada, mercê da baixa tensão, é muito inferior à que se
consegue numa bateria com volume/peso equivalente. A figura 6.15 mostra um mapeamento
de diferentes dispositivos de acúmulo de energia em função de densidade de potência e de
energia, chamado diagrama de Ragone.
Nota-se que os SC (na figura designados como capacitores eletroquímicos), podem
apresentar densidade de potência similar a um capacitor eletrolítico, o que significa que o
produto tensão x corrente é similar. No entanto, a densidade de energia é de uma a duas ordens
de grandeza superior, o que significa que um SC é capaz de acumular muito mais energia. Em
relação às baterias e células a combustível, apresentam densidade de energia muito menor,
mas com densidade de potência muito mais elevada.
No entanto um supercapacitor não se comporta exatamente como o modelo de dupla
camada de Helmholtz, pois as cargas do eletrólito não se acumulam na superfície
imediatamente vizinha ao eletrodo, mas se distribuem de uma maneira mais complexa, que
pode ser modelada de várias formas, como ilustra a figura 6.16 [6.12]. No modelo de
Helmholtz, a separação entre as cargas seria igual ao diâmetro molecular do eletrólito. Para
i
Interessantes transcrições de conferências de Helmholtz estão disponíveis em :
http://www.fordham.edu/halsall/mod/1862helmholtz-conservation.html (em 04/04/2003), On The Conservation
Of Force, 1863.
http://dbhs.wvusd.k12.ca.us/Chem-History/Helmholtz-1881.html (em 04/04/2003), THE MODERN
DEVELOPMENT OF FARADAY'S CONCEPTION OF ELECTRICITY, 1881.
Uma biografia de Helmholtz pode ser obtida em: http://www.geocities.com/bioelectrochemistry/helmholtz.htm
(em 04/04/2003).
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O modelo de Stern, leva em conta que parte da carga se apresenta difusa no eletrólito,
podendo-se considerar que há duas capacitâncias em série, uma devido à camada compacta e
outra à camada difusa. A capacitância total será menor do que esta última. Um modelo elétrico
que represente todos estes comportamentos físicos e químicos não é simples. A complexidade
do modelo adotado, no entanto, depende da aplicação específica e do erro admissível em cada
análise.
Um melhor modelo elétrico deve considerar que processos de carga e descarga não são
simultâneos em toda superfície do material poroso, levando a um circuito com capacitâncias
distribuídas, acopladas por resistências, como mostra a figura 6.16. Tais capacitâncias são
ainda dependentes da tensão aplicada.
a) b)
Figura 6.16 Modelo de distribuição de cargas de Helmholtz (a) e de Stern (b)
(Figura obtida em [6.13]).
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Figura 6.17 Circuito equivalente para cada “poro” do eletrodo (Figura obtida de [6.12]).
[6.3] S. G. Parler Jr., “Deriving Life Multipliers for Electrolytic Capacitors”. IEEE Power
Electronics Society Newsletter, First Quarter, 2004, pp. 11-12.
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[6.7] G. Chryssis: “High-frequency switching power supplies”, McGraw-Hill Book Co. New
York, 1986.
[6.8] W.B.M. Nascimento e J. C. Fagundes, ”Static Cross Regulation Analysis Using a
Multiple Output Forward Converter” 1º Congresso Brasileiro de Eletrônica de
Potência. Florianópolis, Dezembro de 1991.
[6.9] P. Barrade, S. Pittet, A. Rufer: “Energy storage system using a series connection of
supercapacitors, with an active device for equalizing the voltages”, IPEC 2000:
International Power Electronics Conference, 3-7 April, Tokyo, Japan
[6.10] H. L. F. von Helmholtz, “Uber einige Gesetze der Vertheilung elektrischer Strome in
korperlichenLeitern mit Anwendung auf die thierisch-elektrischen Versuche” [Some
laws concerning the distribution of electrical currents in conductors with applications
to experiments on animal electricity]. Annalen der Physik und Chemie, 89(6):211–233,
1853.
[6.11] H. Michel, C. Raible: “Bursting with Power”, PCIM Europe Magazine, 3/1999, pp. 36-
37.
[6.12] R. Kotz, M. Carlen: “Principles and Applications of Electrochemical Capacitors”,
Electrochimica Acta, vol. 45, 2000, pp. 2483-2498.
[6.13] F. Belhachemi, S. Rael, B. Davat, “A physical based model of power electric double-
layer supercapacitors”, Proc. of the IEEE IAS Annual Meeting, Rome, Italy, Oct. 2000.
[6.14] H. E. Becker, U.S. patent 2 800 616 (to General Electric), 1957.
[6.15] D. I. Boos, U. S. Patent 2 536 963 (to Standard Oil, SOHIO), 1970.
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Fontes Chaveadas - Cap. 6 Componentes Passivos Utilizados em Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
6.5 Exercícios
1. Com base no modelo apresentado abaixo, determine os parâmetros para o transformador
que apresenta a seguinte resposta em freqüência:
Rp Lp
Lm
Cs
Rfe
1 : 100
IDEAL
3. Adicione uma carga de 500 kΩ na saída do transformador e , usando o seu modelo (caso
esteja correto) refaça a análise anterior (impedância vista da entrada). Trace também a
curva referente ao ganho de tensão entre a saída e a entrada. Analise e comente.
6. Simule no tempo o circuito anterior para três situações:
• Tensão de entrada de 100V (valor de pico) e 10 kHz.
• Tensão de entrada de 100V (valor de pico) e 100 kHz.
• Tensão de entrada de 100V (valor de pico) e 300 kHz.
À luz da resposta em freqüência do item anterior, analise e comente os resultados referentes
à tensão de saída e à corrente de entrada.
Para esta simulação, imponha fase 90º na tensão de entrada e corrente inicial nula no
indutor de dispersão. Simule pelo menos 10 ciclos para que o efeito do transitório de partida se
extinga.
5. Simule em Pspice um conversor abaixador de tensão, com tensão de entrada de 20V, largura
de pulso de 50%, L=100uH, carga de 20 ohms, freqüência de comutação de 50kHz. Estude
e comente o comportamento da ondulação da tensão de saída para os casos de capacitor
ideal (100uF), com Rse=0,1 ohm, e com Rse (0,1 ohm) e Lse de 100nH.
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Fontes Chaveadas - Cap. 7 Modelagem de fontes chaveadas: método de inspeção J. A. Pomilio
A implementação de uma (ou mais) malhas de controle tem por objetivo garantir a
precisão no ajuste da variável de saída, bem como a rápida correção de eventuais desvios
provenientes de transitórios na alimentação ou mudanças na carga.
Embora o sistema a ser controlado seja obviamente não-linear, o fato de a freqüência de
chaveamento ser muito maior que a freqüência de corte dos filtros passa-baixas do sistema, torna
razoável fazer o modelo do sistema considerando os valores médios das variáveis sujeitas ao
chaveamento.
A ferramenta básica de projeto é, em geral, o diagrama de Bode (figura 7.1), usando-se
os critérios de margem de fase e margem de ganho para estabelecer o compensador adequado.
50dB
-50dB
0°
-400°
100Hz 1.0kHz 10kHz 100kHz 1.0MHz 10MHz
O uso de realimentação negativa já produz uma defasagem de 180°. Assim, o sistema não
deve acrescentar defasagem de mais 180° nas freqüências em que o ganho for maior que 1 (0
dB).
A maneira usual de se desenvolver a análise é buscar uma expressão para a relação entre
a tensão de saída e a tensão de controle. Em termos do compensador a ser utilizado, existe uma
infinidade de alternativas, das quais apresentaremos algumas a título de ilustração.
A tensão de controle é aquela que determina o ciclo de trabalho da fonte, sendo fornecida
pelo compensador, a partir do erro existente entre a referência e a tensão de saída.
O compensador deve ter como característica, além de assegurar a estabilidade do sistema,
um ganho que se reduza com o aumento da freqüência, de modo que o chaveamento do circuito
de potência não seja sentido na malha de controle. Outra implementação interessante é de um
ganho infinito para freqüência zero, o que garante um erro de regime nulo, ou seja, a tensão de
saída é igual à referência. Adicionalmente, o aumento da banda passante é interessante uma vez
que melhora a resposta dinâmica do sistema, permitindo compensar com maior rapidez os
transitórios.
É preciso, a priori, saber para qual modo de operação o modelo será desenvolvido (Modo
de Condução Contínua - MCC ou Modo de Condução Descontínua - MCD), pois cada modelo é
válido apenas para um dos modos.
No MCC a corrente nos indutores e a tensão nos capacitores devem ser consideradas
variáveis de estado (seu valor independe da topologia). No entanto, no MCD a corrente do
indutor, por sofrer limitações da topologia (impossibilidade de inversão de sentido) não se
comporta como uma variável de estado. A modelagem, neste caso, normalmente é feita tomando
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Fontes Chaveadas - Cap. 7 Modelagem de fontes chaveadas: método de inspeção J. A. Pomilio
o indutor como uma fonte de corrente e a tensão no capacitor será a única variável de estado a
ser considerada.
A figura 7.2 mostra um resultado de um conversor abaixador de tensão que opera,
inicialmente, no MCC. Note que o sistema responde (em malha aberta) com comportamento
oscilatório, típico de um sistema de segunda ordem. Em 6ms há uma redução na tensão de
entrada, mas o circuito continua no MCC. Em 10ms se dá uma redução na corrente de saída
(aumento na resistência de carga), o que leva o circuito ao MCD. Observe que o sistema passa a
ter um comportamento de primeira ordem.
Figura 7.2 Comportamento típico de tensão no capacitor (traço superior) e corrente no indutor
(traço inferior) em conversor abaixador de tensão nos modos MCC e MCD. (fchav=25kHz,
L=200uH, C=100uF, Vi=30, ou 35V, δ=50%.)
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Fontes Chaveadas - Cap. 7 Modelagem de fontes chaveadas: método de inspeção J. A. Pomilio
- vo
Ii C
Vi L Ro
Rse
io
Vs
Compensador
vc
+
ev
+ Vref
Ip Ip
Ii Ii
0 0
tT tT
τ τ
Vi ⋅ t T
Ip = (7.1)
L
Vi ⋅ t 2T
Ii = (7.2)
2⋅L⋅τ
Vi 2 ⋅ t 2T
Pi = Vi ⋅ Ii = (7.3)
2⋅L⋅τ
Po = Ro ⋅ i o = Pi
2
(7.4)
tT v
=δ= c (7.5)
τ Vs
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Vi 2 ⋅ t T2 Vi vc
io = ⇒ io = ⋅
2
(7.6)
2 ⋅ L ⋅ Ro ⋅ τ 2 ⋅ L ⋅ Ro ⋅ f Vs
Seja:
Vi
A= (7.7)
2 ⋅ L ⋅ Ro ⋅ f
+
io C Ro vo
dvo vo
io = C ⋅ + (7.8)
dt Ro
dv o vo A v
+ = ⋅ c (7.9)
dt C ⋅ Ro C Vs
V o (s) A
s ⋅ V o (s) + = ⋅ V c (s) (7.10)
R o ⋅ C C ⋅ Vs
A função de transferência é:
V o (s) Vi 1 1
G (s) = = ⋅ ⋅ (7.11)
Vc (s) 2⋅L Vs (1 + s ⋅ R o ⋅ C)
Ro ⋅τ
Vi 1 (1 + s ⋅ R se ⋅ C)
G (s) = ⋅ ⋅ (7.12)
2⋅L Vs (1 + s ⋅ R o ⋅ C)
Ro ⋅τ
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Nota-se claramente que a presença da resistência série do capacitor impede que o ganho
se reduza com o aumento da freqüência, o que implica na presença, no sinal realimentado, de
uma componente de tensão na freqüência do chaveamento.
Os diagramas mostrados na figura 7.6 indicam a resposta do circuito. Sem a presença da
resistência série do capacitor a amplitude é sempre decrescente com o aumento da freqüência,
enquanto a fase se mantém em -90 graus. Considerando-se a presença de Rse e, portanto, de um
zero na função de transferência, o ganho deixa de decrescer com a aumento da freqüência e a
defasagem vai a -90 graus mas retorna para zero.
Dada a dependência da carga, os diagramas devem ser analisados para as condições
extremas de Ro, fazendo-se o projeto em função do pior caso.
20
0
Ganho (dB)
Fase (graus) Rse=0
-100
20
0
Ganho (dB)
-100
100mHz 1.0Hz 10Hz 100Hz 1.0KHz 10KHz 100KHz 1.0MHz
Figura 7.6 Diagramas de Bode do conversor “buck-boost”, no modo descontínuo, para Rse=0 e
Rse>0.
7.1.1 O compensador
Considerando os diagramas de Bode apresentados anteriormente, com realimentação
negativa e com o uso de algum elemento integrador, dependendo da freqüência dos pólos e zeros
da função de transferência, a máxima defasagem poderá se aproximar de 360°, produzindo uma
margem de fase muito pequena, que resulta em uma resposta oscilatória, com pouco
amortecimento. Quanto ao ganho, deve-se buscar elevar o ganho CC a fim de reduzir o erro
estático, além disso, para freqüências elevadas, deve-se garantir um ganho decrescente para
minimizar a realimentação da ondulação da tensão de saída.
A freqüência de cruzamento (ganho 0dB), em malha fechada, deve ser ajustada até no
máximo, cerca de 1/5 da freqüência de chaveamento.
Um possível compensador é mostrado na figura 7.7, o qual tem uma característica de
filtro passa-baixas, tendo o ganho CC ajustado pelas resistências. Sua freqüência de corte é dada
por: ωpa=1/RfCi.
Para evitar que a margem de fase se estreite muito (o que levaria a uma resposta sub-
amortecida), a freqüência de corte do compensador deve ser colocada próxima à freqüência
determinada pelo zero da função de transferência.
Mostram-se a seguir os diagramas relativos a dois compensadores diferentes. Na figura
7.8 tem-se a freqüência de corte do filtro alocada em um valor bem abaixo (2 décadas) da
freqüência determinada por Rse e pela capacitância. Note-se a estreita margem de fase (30°). No
segundo caso (figura 7.9) a freqüência do filtro foi alocada para a freqüência relativa ao zero da
função de transferência. Observa-se claramente a melhoria na margem de fase (90°), a expansão
da faixa de passagem para 580Hz (contra 175Hz do caso anterior), mantendo-se o ganho CC
(41dB) e a atenuação para freqüências crescentes.
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Fontes Chaveadas - Cap. 7 Modelagem de fontes chaveadas: método de inspeção J. A. Pomilio
Ganho CC = Rf/Ri
Ri Ci
Ve - Vc
Tensão de erro Ve=Vr-Vo
+
Ganho (dB)
Fase (graus)
Figura 7.8 Resposta de “buck-boost”, em malha aberta, realimentado com freqüência de corte do
compensador muito baixa.
Ganho (dB)
Fase (graus)
Figura 7.9 Resposta de “buck-boost”, em malha aberta, com freqüência de corte do compensador
igual à freqüência do zero (Rse.C).
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Figura 7.10 Resposta no tempo de “buck-boost”, em malha fechada, para ambos ajustes do
compensador.
⎛ D s⋅L⎞
⎜1 − ⋅ ⎟
⎜ (1 − D ) Ro ⎟
2
Vo (s)
=
Vi
⋅ ⎝ ⎠ (7.13)
d (s) (1 − D )2 s⋅L ⎛ 1 ⎞
2
⎛ 1 ⎞
2
1+ ⋅⎜ ⎟ + s ⋅L⋅C⋅⎜
2
⎟
Ro ⎝ 1 − D ⎠ ⎝1− D ⎠
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Um zero no RHP provoca, sobre o ganho, uma variação de +20dB/dec (como um pólo no
semiplano esquerdo). No entanto, produz uma defasagem de -90°, como se vê na figura 7.12.
0
Ganho Fase
50
100
freq freq
Figura 7.12 Resposta em freqüência de um zero no semiplano direito.
Isto o torna muito difícil de compensar, uma vez que se tentamos compensar o ganho
crescente (pelo uso de um filtro passa baixas, por exemplo), a defasagem tende a 360°,
reduzindo drasticamente a margem de fase. Ao se tentar compensar a fase, o ganho se torna
crescente à medida que se eleva a freqüência, impedindo a atenuação do sinal determinado pelo
chaveamento do conversor. A única alternativa simples é reduzir o ganho, o que traz a
freqüência de cruzamento (cross-over, 0dB) para valores muito baixos, tornando extremamente
pobre a resposta do sistema às perturbações.
Além das dificuldades de compensação já comentadas, outro problema é que a freqüência
do zero no RHP varia com o ponto de operação (Ro ou Vo), tornando ainda mais difícil a
determinação de um compensador. Esta freqüência é dada pela expressão a seguir:
Ro ⋅ (1 − D)
2
ω z ( RHP) = (7.14)
L⋅D
i
L
Io
T D
T D
Figura 7.13 Efeito de variação de carga sobre o ciclo de trabalho em malha fechada.
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ciclo de trabalho. Assim, o primeiro efeito que se observa sobre a carga é, na verdade, o de uma
redução ainda maior na tensão, causada pela diminuição na corrente de saída. Isto continua até
que a corrente pelo indutor cresça para o novo e adequado valor.
Estes conversores são aqueles que possuem um filtro de segunda ordem na saída, como o
abaixador de tensão ou o push-pull. A figura 7.14 mostra uma topologia típica com controle de
tensão.
O filtro LC produz a mais baixa freqüência de corte do sistema e significa um pólo duplo
(-40dB/dec e defasagem de -180°). O capacitor e sua resistência série representam um zero
(+20dB/dec e defasagem de +90°).
1 1
f LC = ωo = (7.15)
2⋅π⋅ L⋅C L⋅C
1
fz = (7.16)
2 ⋅ π ⋅ C ⋅ Rse
Vi
.. V2
LC +Vo
N3 . N1 N2
Rse Ro
Vs
-
+
Compensador
Vc -
Vr
+
N2 Vi ⋅ N 2 ⋅ Vc
V2 = Vi ⋅ ⋅δ = (7.17)
N1 N 1 ⋅ Vs
V2 Vi ⋅ N 2
= (7.18)
Vc Vs ⋅ N 1
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A relação entre a tensão no secundário e a tensão de saída é dada pela resposta do filtro
de segunda ordem da saída. Desconsiderando o efeito da resistência da carga e de Rse tem-se um
fator de qualidade infinito.
Vo 1
= (7.19)
V2 1 + s ⋅ L ⋅ C
2
A função de transferência é:
Vo(s) Vi ⋅ N 2
G (s) = = (7.20)
Vc(s) Vs ⋅ N1 ⋅ (1 + s2 / ω o 2 )
Vo(s) Vi ⋅ N 2 ⋅ (1 + s / ω z )
G (s) = = (7.21)
Vc(s) Vs ⋅ N1 ⋅ (1 + s2 / ω 2o )
1
ωz = (7.22)
Rse ⋅ C
Ganho (dB)
-200
0d
Fase (graus)
-200d
1.0Hz 10Hz 100Hz 1.0KHz 10KHz 100KHz 1.0MHz
Figura 7.15 Resposta de filtro de segunda ordem, para diferentes resistências de carga.
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50
Ganho (dB)
-200
0d
Fase (graus)
-200d
1.0Hz 10Hz 100Hz 1.0KHz 10KHz 100KHz 1.0MHz
Figura 7.16 Resposta de filtro de segunda ordem, considerando Rse, para diferentes resistências
de carga.
7.3.1 O compensador
O compensador mostrado na figura 7.17 tem como principal característica oferecer uma
defasagem positiva, o que permite uma melhoria na margem de fase.
Sua função de transferência é dada por:
v c (s) (1 + R iz ⋅ C i ⋅ s) ⋅ (1 + C f ⋅ R fz ⋅ s)
= (7.23)
v e (s) ⎛ R ip ⋅ R iz ⎞
s ⋅ C f ⋅ (R ip + R iz ) ⋅ ⎜1 + s ⋅ C i ⋅ ⎟
⎜ R iz + R ip ⎟
⎝ ⎠
Ci
Rfz Cf
ve
- vc
Rip Riz
+
ω p1 = 0
R ip + R iz
ω p2 =
C i ⋅ R ip ⋅ R iz
1 (7.24)
ω z1 =
C i ⋅ R iz
1
ω z2 =
C f ⋅ R fz
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Ganho (dB)
50
-50
Fase (graus)
-100
100mHz 1.0Hz 10Hz 100Hz 1.0KHz 10KHz 100KHz 1.0MHz
Isto pode ser observado nos diagramas da figura 7.19, quando se obtém uma margem de
fase de 31 graus, numa freqüência de cross-over de 97Hz. O ganho decrescente para altas
freqüências é atingido pelo efeito do próprio filtro de saída.
100
Ganho (dB)
Fase (graus)
-100
-200
100mHz 1.0Hz 10Hz 100Hz 1.0KHz 10KHz 100KHz 1.0MHz
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⎛ 1 s⋅L⎞
⎜1 − ⎟
⎜ (1 − D )2 ⋅ Ro ⎟
Vo (s)
=
Vi
⋅ ⎝ ⎠ (7.25)
d (s) (1 − D )2 s⋅L ⎛ 1 ⎞
2
⎛ 1 ⎞
2
1+ ⋅⎜ ⎟ + s ⋅L⋅C⋅⎜
2
⎟
Ro ⎝ 1 − D ⎠ ⎝1− D ⎠
v ο (s) Vi 2 ⋅ Ro ⋅ τ ⎛ Vi ⎞ 1
G (s) = = ⋅ ⋅ ⎜1 − ⎟⋅ (7.26)
v c (s) Vs L ⎝ Vo ⎠ ⎛ 2 − Vi ⎞ + ⎛1 − Vi ⎞ ⋅ s ⋅ C ⋅ Ro
⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ Vo ⎠ ⎝ Vo ⎠
0 50
20
40 4 100 4
10 100 1000 1 10 10 100 1000 1 10
f(Hz) f(Hz)
Figura 7.21 Resposta em freqüência de conversor boost no modo descontínuo, em malha aberta.
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Isto pode ser obtido fornecendo um sinal da tensão de entrada para o circuito que produz
o sinal MLP, mais especificamente, ao gerador de rampa, o qual deve ter sua amplitude variável
em função da tensão de entrada, como mostrado na figura 7.22.
Nota-se que a um aumento da tensão de entrada eleva-se o valor de pico da onda dente de
serra, provocando, para uma mesma referência, uma redução no ciclo de trabalho, o que levará a
uma estabilização da tensão de saída, desde que o ganho que realiza o aumento da amplitude da
rampa esteja corretamente dimensionado.
Vi maior Vs2
Vs1
Vc
δ1
δ2
Figura 7.22 Variação na amplitude da onda dente de serra e no ciclo de trabalho com controle
feed-forward.
O uso desta técnica em fontes tipo abaixador de tensão e fly-back (modo descontínuo),
tem excelente resultado. Já sua aplicação em conversores tipo push-pull, meia-ponte e ponte
completa, necessita de atenção para evitar a saturação do transformador, o que poderia ocorrer
caso a forma de onda deixasse de ser simétrica.
O controle MLP da tensão de saída está mostrado na figura 7.23. Neste caso, a tensão de
controle, obtida a partir do erro de tensão e do compensador, determina a largura do pulso pela
comparação com uma onda dente de serra de freqüência fixa.
Este controle da chave de potência ajusta por quanto tempo se aplica tensão sobre o
indutor e, assim, sua corrente.
Em termos de modelagem dinâmica, ao se fazer o controle da corrente, tem-se uma
redução na ordem do sistema (a exemplo do que ocorre no MCD). No entanto, para os
conversores boost e buck-boost mantém-se o comportamento de fase não-mínima.
No controle no modo corrente, uma malha adicional de corrente é usada como mostra a
figura 7.24, para um conversor abaixador de tensão. Neste caso, a referência de corrente (Ir)
determina diretamente a corrente do indutor (seu valor médio) e, conseqüentemente, a tensão de
saída.
Existem diferentes tipos de controle no modo corrente:
a) corrente média;
b) histerese;
c) tempo ligado ou desligado constante;
d) freqüência constante com acionamento sincronizado.
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Vi
. +
Compensador C Ro Vo
Vr
+
Vc
Comparador
.
+
- Acionador
Figura 7.23 Esquema básico de controle no modo tensão (exemplo de circuito “fly-back”).
Vi
Regulador de
tensão L +
Clock C Ro Vo
Vr
+ S
Ir FF Q
+ Acionador
- R
iL
- Comparador
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Imax
ΔI Imédio=K.Vc
Imin
a) Histerese
Imax=K.Vc
toff=cte
b) Tempo desligado constante
Imax=K.Vc
τ = cte
c) Freqüência constante com acionamento sincronizado
No controle com freqüência constante com acionamento sincronizado (o mais usado dos
métodos), a chave é fechada no início de cada período. A tensão de controle determina a
corrente máxima e o instante de desligamento. A chave permanece desligada até o início do
próximo ciclo. O uso de uma freqüência fixa facilita o dimensionamento do filtro de saída. Este
método é bastante utilizado nos conversores push-pull pois evita a saturação do núcleo do
transformador.
Se a resposta da malha de corrente for suficientemente mais rápida do que a da malha de
tensão, pode-se modelar todo o controlador de corrente como um ganho (Kc).
Isto ocorre quando se faz um controle ciclo-a-ciclo da corrente, como nos casos
mostrados na figura 7.26, ou quando de faz controle de corrente média e a freqüência de corte da
malha de corrente está, por exemplo, uma década acima da freqüência de corte da malha de
tensão.
ΔI
Vr + ir io Ro Vo
Gr Kc
+ 1+sCRo
Hv
Figura 7.26 Diagrama de blocos de conversor abaixador de tensão com controle de corrente.
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V o (s) Kc ⋅ R o
= (8.55)
i r (s) 1 + s ⋅ C ⋅ R o
A figura 7.27 mostra a resposta deste conversor a uma variação na referência, com a
corrente do indutor controlada por histerese. O regulador de tensão é um simples PI (bloco Gr na
figura 7.26). Observe o comportamento de primeira ordem (compare com a figura 8.4), mesmo
operando em malha fechada e no MCC.
Para um sistema semelhante ao usado no resultado anterior, a figura 7.28 mostra
resultados de simulação para o conversor boost. Note-se que se mantém o comportamento de
fase não mínima, apesar da resposta do sistema apresentar-se com ordem reduzida em relação ao
controle direto da tensão de saída.
Figura 7.27 Resposta de converso buck com controle de corrente do indutor (histerese), com
malha externa de tensão de saída.
Repare que esta relação, ao utilizar o valor de Vo, se modifica caso a tensão de saída se
altere, como é o caso da figura 7.28.
O controle no modo corrente apresenta diversas vantagens sobre o controle pela tensão
de saída:
a) Limite do pico de corrente pela chave de potência. Como se faz uma medida da corrente, seja
no indutor, seja na própria chave, é possível estabelecer um valor máximo para a tensão de
controle de modo a proteger a chave semicondutora contra sobre-corrente.
b) Redução da ordem do sistema. O fato de se controlar a corrente pelo elemento indutivo (o que
o torna uma "fonte de corrente") altera significativamente o comportamento dinâmico dos
sistemas.
c) Modularidade. Saídas de mais de uma fonte podem ser facilmente paraleladas, mantendo uma
distribuição equilibrada de corrente, quando se usa uma mesma tensão de controle para
todos os módulos.
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Variação da referência de
tensão de 20V para 40V
Efeito do comportamento de
fase não-mínima
Diminuição da
resistência da carga
Figura 7.28 Resposta de converso boost com controle de corrente do indutor (histerese), com
malha externa de tensão de saída.
Imédia
Δ I
δ1
δ2
É claro que existem problemas com esta estratégia de controle, dentre as quais os
principais são:
a) Necessidade de um sensor de corrente. Caso se use um sensor de baixo custo, como um
resistor, o sinal detectado deve ser de pequeno valor de modo que sua presença no
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Fontes Chaveadas - Cap. 7 Modelagem de fontes chaveadas: método de inspeção J. A. Pomilio
clock
Iref
distúrbio
δ antes do distúrbio
δ após o distúrbio
Figura 7.30 Oscilações sub-harmônicas em sistema com comando sincronizado e freqüência
constante.
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Fontes Chaveadas - Cap. 7 Modelagem de fontes chaveadas: método de inspeção J. A. Pomilio
P. Tenti: “Appunti dale lezioni di Elettronica di Potenza – Parte I”, DIE, Università di Padova,
Italia, 1994/95.
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Fontes Chaveadas - Cap. 8 Modelagem de Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
Middlebrook e Cuk (1976, 1977) desenvolveram uma técnica para obter um modelo
de variáveis médias no espaço de estado, resultando em um modelo linear para o estágio de
potência, incluindo o filtro de saída, modelo este válido para pequenas perturbações, fazendo-
se a linearização em torno do ponto de operação.
Por variáveis médias entende-se o valor médio de cada variável considerada
(normalmente corrente no indutor e tensão no capacitor), valor médio calculado a cada
período de comutação. Ou seja, o modelo não é capaz de representar o ripple da corrente ou
da tensão, mas representa a evolução do valor médio destas variáveis. As realimentações
necessárias à operação em malha fechada não devem conter sinais de alta freqüência, ou seja,
devem ser devidamente filtradas, de maneira que o modelo reproduza de maneira fiel o
comportamento do sistema.
Caso o ripple de alta freqüência não seja suficientemente atenuado, sua presença no
circuito pode levar a funcionamentos não previstos pelo modelo e que, portanto, não podem
ser explicados por este.
A figura 8.1 mostra um diagrama de blocos do sistema (domínio do tempo), enquanto
em 8.2 tem-se uma representação em termos de funções de transferência (domínio da
freqüência).
Cada bloco do sistema mostrado na figura 8.2 pode ser representado por uma função
de transferência. Os pequenos sinais causadores, ou resultados, da perturbação são indicados
por uma letra no formato v, d, i.
Zf
Vs
Vi
Zi
Vc Controlador δ Estágio de Vo
Potência e
Vr + PWM filtro
Compensador
Tm(s)=
d Tp(s)=
Vo
Tc(s) Vc d
Vr=0 + Ve Vc Controlador d Estágio de Vo
Compensador Potência e
- PWM filtro
b)
Figura 8.2 Funções de transferências do conversor.
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Fontes Chaveadas - Cap. 8 Modelagem de Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
8.1 Linearização do estágio de potência usando valores médios das variáveis de estado
para obter vo(s)/d(s)
O objetivo deste estudo é obter uma função de transferência para pequenos sinais entre
a tensão de saída (vo) e o ciclo de trabalho (δ), em torno de seus pontos de operação, Vo e D,
respectivamente.
Quando for indicada a variável em tipo maiúsculo (Vo, por exemplo), refere-se ao
valor médio da variável. Quando for indicado vo, indica-se apenas o componente alternado,
relativo à perturbação, e quando se expressar a variável em tipo minúsculo (vo), refere-se à
soma de Vo com vo.
A análise que se segue refere-se à operação no modo contínuo.
Para um conversor tipo buck, boost ou buck-boost tem-se apenas duas variáveis de
estado:
⎡ iL ⎤
x=⎢ ⎥
⎣vC ⎦
Geralmente a variável de saída (tipicamente a tensão aplicada à carga) pode ser escrita
em termos apenas das variáveis de estado:
v o = C1 ⋅ x d ur a nte δ ⋅ τ (8.3)
b) Passo 2: Mediar a descrição das variáveis de estado usando o ciclo de trabalho (δ)
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Fontes Chaveadas - Cap. 8 Modelagem de Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
v o = C1 ⋅ δ + C 2 ⋅(1 − δ) ⋅ x (8.6)
x = X+x
v o = Vo + v o (8.7)
δ = D+d
Em geral, vi=Vi+vi. Entretanto, como o objetivo aqui é obter uma função entre vo e δ,
consideraremos a tensão de entrada sem variação, de modo que vi=Vi.
Usando as equações precedentes e reconhecendo que X & =0, tem-se:
x& = A ⋅ X + B ⋅ Vi + A ⋅ x + [( A 1 − A 2 ) ⋅ X + (B 1 − B 2 ) ⋅ Vi ] ⋅ d (8.8)
A = A 1 ⋅ D + A 2 ⋅(1 − D ) (8.9)
B = B 1 ⋅ D + B 2 ⋅(1 − D) (8.10)
A ⋅ X + B ⋅ Vi = 0
(8.11)
X = − A −1 ⋅ B ⋅ Vi
x& = A ⋅ x + [( A 1 − A 2 ) ⋅ X + (B 1 − B 2 ) ⋅ Vi ] ⋅ d (8.12)
Analogamente,
Vo + v 0 = C ⋅ X + C ⋅ x + [(C 1 − C 2 ) ⋅ X] ⋅ d (8.13)
C = C1 ⋅ D + C 2 ⋅(1 − D) (8.14)
Vo = C ⋅ X (8.15)
v o = C ⋅ x + [(C 1 − C 2 ) ⋅ X] ⋅ d (8.16)
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Fontes Chaveadas - Cap. 8 Modelagem de Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
Vo
= − C ⋅ A −1 ⋅ B (8.17)
Vi
ou,
x (s) = [s ⋅ I − A ] [( A 1 − A 2 ) ⋅ X + (B 1 − B 2 ) ⋅ Vi ] ⋅ d (s)
−1
(8.19)
v o (s)
= C ⋅ [s ⋅ I − A ] ⋅ [( A 1 − A 2 ) ⋅ X + (B 1 − B 2 ) ⋅ Vi ] + (C 1 − C 2 ) ⋅ X
−1
Tp (s) = (8.20)
d (s)
δ ( t ) = 1 se v c ( t ) ≥ v s ( t )
(8.23)
δ ( t ) = 0 se v c ( t ) < v s ( t )
V a ⋅ sin(ωt + φ)
δ( t ) = c + + componentes de freqüência maior (8.24)
Vs Vs
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Fontes Chaveadas - Cap. 8 Modelagem de Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
v s (t) v c (t)
Vs
Vc
t
δ (t) Componente fundamental
1
D
0
t
Figura 8.3 Tensão de controle e sinal MLP.
δ( t ) = D + d ( t ) (8.25)
Vc
D= (8.26)
Vs
a ⋅ sin (ωt + φ)
d (t) = (8.27)
Vs
d (s) 1
Tm (s) = = (8.28)
v c (s) Vs
(a) (b)
Figura 8.4 Alternativas topológicas (modo contínuo) de conversor abaixador de tensão:
condução do transistor (a) e condução do diodo (b).
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Fontes Chaveadas - Cap. 8 Modelagem de Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
Numa forma matricial, as equações anteriores, que são válidas durante o intervalo
normalizado δ, podem ser escritas como:
⎡ Ro ⋅ ( R se + R L ) + R se ⋅ R L Ro ⎤
− − ⎡⎛ 1 ⎞ ⎤
⎡ x& 1 ⎤ ⎢ L ⋅ ( R se + Ro) L ⋅ ( Ro + R se ) ⎥ ⎡ x1 ⎤ ⎢⎜ ⎟ ⎥
⎢ x& ⎥ = ⎢ ⎥ ⎢ ⎥ + ⎝ L ⎠ Vi (8.31)
⎣ 2⎦ ⎢ Ro
−
1 ⎥ ⎣ x2 ⎦ ⎢ 0 ⎥
⎢⎣ C ⋅ ( Ro + R se ) C ⋅ ( Ro + R se ) ⎥⎦ ⎣ ⎦
Ro ⋅ R se ⋅ x 1 + Ro ⋅ x 2
v o = Ro ⋅ ( x 1 − C ⋅ x& 2 ) = (8.32)
Ro + R se
Então:
⎡ Ro ⋅ R se Ro ⎤
C1 = C 2 = ⎢ ⎥ (8.33)
⎣ Ro + R se Ro + R se ⎦
⎡ R se + R L 1 ⎤
⎢− L
−
L ⎥
A = A1 = A 2 = ⎢
1 ⎥
1
(8.34)
⎢ − ⎥
⎣ C C ⋅ Ro ⎦
C = C1 = C 2 ≈ R se 1 (8.35)
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Fontes Chaveadas - Cap. 8 Modelagem de Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
⎡1⎤
B = B1 ⋅ D = ⎢ L ⎥ ⋅ D (8.36)
⎢⎣ 0 ⎥⎦
A inversa da matriz A é:
⎡ 1 1 ⎤
L ⋅ C ⋅ Ro ⎢ − ⎥
A −1 = C ⋅ Ro L
⎢ R se + R L ⎥ (8.37)
Ro + R se + R L ⎢ − 1 − ⎥
⎣ C L ⎦
Vo Ro + R se
= D⋅ ≅D (8.38)
Vi Ro + R se + R L
Vo D ⋅ Vi
IL = Io = = e (8.39)
Ro Ro
Vc = Vo = Vi ⋅ D
v o (s) 1 + s ⋅ R se ⋅ C
Tp (s) = ≅ Vi ⋅ (8.40)
d (s) ⎡ ⎛ 1 R + RL ⎞ 1 ⎤
L ⋅ C ⋅ ⎢s 2 + s ⋅ ⎜ + se ⎟+ ⎥
⎣ ⎝ Ro ⋅ C L ⎠ L ⋅ C⎦
Os diagramas de Bode são mostrados na figura 8.5. A figura 8.6 mostra a resposta do
conversor, operando no MCC, a uma mudança em Vi ou em δ (são equivalentes do ponto de
vista dinâmico). Note que a função de transferência é idêntica caso se obtenha a relação
vo(s)/vi(s), bastando trocar Vi por D no numerador. A concordância dos resultados é absoluta.
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Fontes Chaveadas - Cap. 8 Modelagem de Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
Figura 8.6 Resposta a uma variação na tensão de entrada (equivalente a uma mudança de
largura de pulso) em conversor abaixador de tensão operando no MCC. Em cima: resposta do
modelo. Embaixo: resposta no circuito.
⎛ 1 s⋅L⎞
⎜1 − ⋅ ⎟
⎜ (1 − D )2 Ro ⎟
Vo (s)
=
Vi
⋅ ⎝ ⎠ (8.41)
d (s) (1 − D )2 s⋅L ⎛ 1 ⎞
2
⎛ 1 ⎞
2
1+ ⋅⎜ ⎟ + s ⋅L⋅C⋅⎜
2
⎟
Ro ⎝ 1 − D ⎠ ⎝1− D ⎠
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Fontes Chaveadas - Cap. 8 Modelagem de Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
⎛ D s⋅L⎞
⎜1 − ⎟
⎜ (1 − D )2 ⋅ Ro ⎟
Vo (s)
=
Vi
⋅ ⎝ ⎠ (8.42)
d (s) (1 − D )2 s⋅L ⎛ 1 ⎞
2
⎛ 1 ⎞
2
1+ ⋅⎜ ⎟ + s ⋅L⋅C⋅⎜
2
⎟
Ro ⎝ 1 − D ⎠ ⎝1− D ⎠
S.Cuk and R. D.Middlebrook: "A General Unified Approach to Modeling Switching DC-to-
DC Converter in Discontinuous Conduction Mode". 1977 IEEE Power Electronics
Specialists Conference Record, pp 36-57
P. Tenti: “Appunti dale lezioni di Elettronica di Potenza – Parte I”, DIE, Università di Padova,
Italia, 1994/95.
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 8-9
Fontes Chaveadas - Cap. 8 Modelagem de Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
8.6 Exercícios
1+ ⋅⎜ ⎟ + s ⋅L⋅C⋅⎜
2
⎟
Ro ⎝ 1 − D ⎠ ⎝1− D ⎠
Não inclua as resistências do capacitor ou do indutor no modelo.
• Trace os diagramas de Bode utilizando os seguintes valores: Vi=10V, D=0,5,
L=100uH, C=100uF, Ro=2 Ω, Vs=5V, fchav=20kHz. Comente os resultados.
MCC é:
Vo (s)
=
Vi
⋅ ⎝ .
d (s) (1 − D )2 s⋅L ⎛ 1 ⎞
2
⎛ 1 ⎞
2
1+ ⋅⎜ ⎟ + s ⋅L⋅C⋅⎜
2
⎟
Ro ⎝ 1 − D ⎠ ⎝1− D ⎠
Não inclua as resistências do capacitor ou do indutor no modelo.
• Trace os diagramas de Bode utilizando os seguintes valores: Vi=10V, D=0,5,
L=100uH, C=100uF, Ro=2 Ω, Vs=5V, fchav=20kHz. Comente os resultados.
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Fontes Chaveadas - Cap. 9 Modelagem de conversores: modelo da chave PWM J. A. Pomilio
As topologias básicas de conversores CC-CC possuem uma chave controlada e outra não-
controlada associadas a elementos lineares invariantes no tempo. Ao conjunto destas duas chaves
pode-se dar o nome de chave PWM [9.1].
O objetivo neste capítulo é desenvolver um modelo linear para estas chaves, válido em torno
do ponto de operação. O projeto adequado do compensador necessita um conhecimento do modelo
matemático do comportamento do conversor frente a pequenas perturbações.
a c L L c p
ia ic ic
Vi
C Vi C
p a ia
L1 a p L2 a c p
ia C1 ia
Vi C Vi L C
c
ic ic
Figura 9.1 Conversores básicos indicando terminais ativo (a), passivo (p) e comum (c).
a δ c
ia ic
δ*
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No intervalo complementar:
i a (t)= 0 (9.3)
v cp (t)= 0 (9.4)
Novamente, também neste tipo de análise, interessam os valores médios das variáveis (uma
vez que se pretende utilizar ferramentas de análise linear de sistemas). No estudo do
comportamento dinâmico, as perturbações estudadas serão, por hipótese, em freqüência muito
menor do que a freqüência de chaveamento e de pequena amplitude.
As grandezas médias serão expressas por tipos maiúsculos, enquanto os termos relativos às
perturbações serão indicados com uma letra em estilo: d,v, etc.
Pode-se demonstrar que a seguinte relação é verdadeira:
Ia = δ⋅ Ic (9.5)
Considerando as formas de corrente ia(t) e ic(t) mostradas na figura 9.3, e ainda a presença
da resistência série do capacitor do filtro de saída, tem-se as ondas de vap(t) e vcp(t) indicadas na
figura 9.4, considerando e desprezando a ondulação na corrente.
ia (t)
Ia=Ic. δ
tT t
τ
ic (t)
Ic
A forma retangular de vap(t) (exceto no conversor abaixador, quando vap(t) é sempre igual à
tensão de entrada), decorre, assim, da presença de resistência no caminho da corrente ic(t).
Desprezando a ondulação desta corrente, a ondulação na tensão vap(t) pode ser dada por:
Vr = I c ⋅ R e (9.6)
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Vr
Vap
tT tT
Vcp
t t
δ δ∗ δ δ∗
(a) (b)
Figura 9.4 Tensões nos terminais da chave PWM sem (a) e com (b) a ondulação na corrente
considerada.
Caso a queda de tensão na junção do diodo, vd, deva ser considerada, a equação precedente
deve ser reescrita como:
Seja o ciclo de trabalho composto por uma componente de valor constante e uma
perturbação:
δ = D +d (9.8)
Para um ciclo de trabalho constante (δ=D), e supondo que as variáveis sofram alguma
perturbação devido a mudança na tensão de entrada ou na carga, tem-se:
(I a + i a ) = D ⋅ (I c + i c ) (9.9)
Ia = D ⋅ Ic (9.10)
Das equações anteriores, obtém-se o circuito equivalente dado na figura 9.5, no qual o
"transformador" é um elemento fictício e que permite a transformação de tensões CA ou CC.
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D.D*.Re c
a
Ia . . Ic
vd.D*
1: D
Vap
Vcp
Figura 9.5 Circuito CC equivalente (fictício) para chave PWM com transformador CC.
ia = D ⋅ ic + Ic ⋅d (9.12)
v ap =
v cp
D
[
+ i c ⋅ R e ⋅ D * − Vap + I c ⋅ (D − D*) ⋅ R e + v d ⋅ ] dD (9.14)
D.D*.Re c
a
- +
ia . . ic
VD d vd.D*
D 1: D
d.Ic
vcp
p
Figura 9.6 Modelo CA da chave.
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9.4 Efeito das perdas em condução e do tempo de armazenamento sobre o modelo da chave
PWM
ic
δ ef = δ − (9.16)
I me
onde Ime é um parâmetro que depende do tipo de circuito de acionamento de base do transistor.
Substituindo (16) em (12) e (14) chega-se a:
⎡ I ⎤
i a = ⎢D − c ⎥ ⋅ i c + I c ⋅ d (9.17)
⎣ I me ⎦
v cp ⎛ r ⎞ V
v ap = + ic ⋅ ⎜ R e ⋅ D * + m ⎟ − D ⋅ d (9.18)
D ⎝ D⎠ D
VD
rm = (resistência modulada)
I me
ia = D ⋅ ic + Ic ⋅ d (9.19)
D.D*.Re rm
a c
ia rt ic
vd.D*
rd
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v cp VD
v ap = + i c ⋅ rc − d ⋅ (9.21)
D D
rc = rm + D ⋅ rt + D * ⋅rd + D ⋅ D * ⋅R e (9.22)
a
- +
ia . . D.D*.Re rm Drt +D*rd i c c
VD d vd.D*
D 1: D
d.Ic
a c L
ia ic
Vi
C
p
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VD d
D r m D r +D*r L RL io
a a1 c1 D.D*'.Re t d
- +
ia . . ic c
vd.D* Rse +
d.Ic 1: D
vap vc1p Ro vo
vi va1p
vcp C
i1
p
9.5.1 Análise CC
Analisando o modelo, e considerando que: o ciclo de trabalho é constante (d = 0); os
indutores são representados apenas por suas resistências; os capacitores estão abertos; a tensão de
entrada; Vi é constante; Re = 0, obtém-se:
Vap = Vi (9.24)
Vo
I c = Io = (9.27)
Ro
D ⋅ Ro ⋅ (Vi − D * ⋅v d )
Vo = (9.28)
Ro + R L + rm + rt ⋅ D + rd ⋅ D *
Vo D ⋅ Ro
M= = (9.29)
Vi Ro + R L + rm + rt ⋅ D + rd ⋅ D *
Desprezando ainda rm, RL, rt e rd, tem-se então a relação do conversor sem perdas:
Vo
M= =D
Vi
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di c
D ⋅ v i − v o = (rm + D ⋅ rt + D * ⋅rd + R L ) ⋅ i c + L ⋅ (9.30)
dt
v o = Ro ⋅ i o (9.31)
R 1 = rm + D ⋅ rt + D * ⋅rd + R L (9.32)
1
C∫
v o = R se ⋅ i 1 + i 1 ⋅ dt (9.33)
ic = io + i1 (9.34)
D ⋅ Ro ⋅ (s ⋅ C ⋅ R se + 1)
v o (s) (Ro ⋅ C ⋅ L + R se ⋅ C ⋅ L)
= (9.35)
v i (s) ⎡ C ⋅ (Ro ⋅ R 1 + Ro ⋅ R se + R 1 ⋅ R se ) + L ⎤ Ro + R 1
s2 + s ⋅ ⎢ ⎥+
⎣ L ⋅ C ⋅ (Ro + R se ) ⎦ L ⋅ C ⋅ (Ro + R se )
vi + ic + i1 1 vo
1
δ Rse+
- sL+R 1 sC
-
io
1
Ro
1
v o (s) L⋅C
= D⋅ (9.36)
v i (s) 1 1
s2 + s ⋅ +
Ro ⋅ C L ⋅ C
A simulação da equação 9.35 resulta nos diagramas de Bode mostrados na figura 9.12.
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Ganho (dB)
Fase (°)
-100
-200
Hz
Figura 9.12 Diagramas de Bode da relação vo(s)/vi(s) para conversor abaixador de tensão no MCC.
Utilizando o modelo da figura 9.10, e lembrando que, para esta análise d=0, o circuito
resultante é mostrado na figura 9.13. A respectiva resposta em freqüência é mostrada ao lado, a qual
é coincidente com a obtida pela função de transferência. Verifica-se, deste modo, a praticidade
desta modelagem, pois permite obter o comportamento dinâmico do sistema a partir do próprio
circuito.
Os parâmetros usados são: L=10mH, C=100uF, Rse=0,3Ω, rt=0,1 Ω, rd=0,3 Ω, RL=0,
Ro=10 Ω, rm=0, D=0,5, vd=0,8.
A resposta no tempo a um degrau na tensão de entrada é mostrada na figura 9.14, tanto para
o circuito completo (com transistor e diodo) quanto para o modelo. Neste caso, a inclusão do
parâmetro vd no modelo é essencial para a exatidão da resposta.
Figura 9.13. Circuito utilizando modelo da chave PWM e respectiva resposta em freqüência.
Figura 9.14 Resposta a um degrau na tensão de entrada: circuito com chaveamento e modelo.
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d
v ap = v a1p − VD ⋅ =0 (9.37)
D
v c1p = VD ⋅ d (9.39)
Como não existe ondulação de tensão em vap (já que para este conversor Re = 0), pode-se
escrever, de (9.23):
VD = Vi + I c ⋅ ( rd − rt ) (9.40)
chega-se ao seguinte sistema de equações, o qual leva ao diagrama de blocos mostrado na figura
9.15:
di c
VD ⋅ d − v o = R 2 ⋅ i c + L ⋅ (9.42)
dt
v o = Ro ⋅ i o (9.43)
1
C∫
v o = R se ⋅ i 1 + i 1 ⋅ dt (9.44)
ic = io + i1 (9.45)
d + 1
ic + i1 1 vo
VD Rse+
- sL+R 2 sC
-
io
1
Ro
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v o (s)
= VD ⋅ F(s) (9.46)
d(s)
Ro ⋅ (1 + s ⋅ C ⋅ R se )
L ⋅ C ⋅ ( Ro + R se )
F(s) = (9.47)
⎡ C ⋅ ( Ro ⋅ R 2 + Ro ⋅ R se + R se ⋅ R 2 ) + L ⎤ Ro + R 2
s + s⋅ ⎢
2
⎥+
⎣ L ⋅ C ⋅ ( Ro + R se ) ⎦ L ⋅ C ⋅ ( Ro + R se )
VD = Vi + I c ⋅ ( rd − rt ) (9.48)
Nota-se que a resposta independe do valor médio do ciclo de trabalho, ou seja, do ponto de
operação.
A figura 9.16 mostra os diagramas de Bode da função de transferência entre a tensão de
saída e o ciclo de trabalho, considerando e desprezando as resistências “parasitas” do modelo.
50
Ganho (db)
0 Com Rse e R2
Sem Rse e R2
50
Valores usados:
-100 Vi=100 rm=0
Ro=10 δ=0,5
0
Rse=0,3
Fase
Po=250W
100
rt=0,1 rd=0,3
L=10mH
-200 C=100uF
1 .10 1 .10 1 .10
3 4 5
10 100
f (Hz)
Figura 9.16 Diagramas de Bode relativos à figura 9.15.
Do modelo, vin(s) = vi(s) e iin(s) = ia(s). Admitindo um ciclo de trabalho constante (d = 0), tem-se:
ia = D ⋅ic (9.50)
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s ⋅ C ⋅ Ro ⎡R 1 ⎤
⋅ ⎢ se + + 1⎥
i c (s) L ⋅ C ⋅ (Ro + R se ) ⎣ Ro s ⋅ C ⋅ Ro ⎦
= (9.51)
D ⋅ v i (s) ⎡ L + C ⋅ (Ro ⋅ (R 1 + R se ) + R 1 ⋅ R se ) ⎤ R 1 + Ro
s2 + s ⋅ ⎢ ⎥+
⎣ L ⋅ C ⋅ (Ro + R se ) ⎦ L ⋅ C ⋅ (Ro + R se )
⎡ L + C ⋅ ( Ro ⋅ ( R1 + R se ) + R1 ⋅ R se ) ⎤ R1 + Ro
E = s2 + s ⋅ ⎢ ⎥+ (9.52)
⎣ L ⋅ C ⋅ ( Ro + R se ) ⎦ L ⋅ C ⋅ ( Ro + R se )
v i (s) 1 E ⋅ C ⋅ L ⋅ (Ro + R se )
Z in = = 2⋅ (9.53)
i a (s) D 1 + s ⋅ C ⋅ (Ro + R se )
⎡ v (s) ⎤ ⎡ 1 ⎤
Z out = ⎢ o ⎥ // Ro // ⎢R se + (9.54)
⎣ i c (s) ⎦ ⎣ s ⋅ C ⎥⎦
Do diagrama de blocos,
v o (s)
= s ⋅ L + R1 (9.55)
i c (s)
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Ro ⋅ R 1 ⎡ s ⋅ L⎤
⋅ ⎢1 + ⎥ ⋅ [1 + s ⋅ C ⋅ R se ]
L ⋅ C ⋅ (Ro + R se ) ⎣ R1 ⎦
Z out = (9.56)
E
[9.1] Vorpérian, V.: “Simplify PWM Converter Analysis Using a PWM Switch Model”. PCIM,
March 1990, pp. 10-15.
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a) Tipo 1
10
Cf
Ri
ve - v vc( ω ) 1
c
Tensão de erro +
ve=-(Vr-vo) 0.1 4 5
1000 1 10 1 10
ω
Figura 10.1 Compensador Tipo 1 e respectivo diagrama de ganho
1 v e (t)
v c (t) = −
Cf ∫ Ri
dt (10.1)
Este circuito apresenta um pólo na origem, o que significa uma defasagem constante de
-90° e uma atenuação de 20dB/dec. A função de transferência e a freqüência de ganho unitário
são, respectivamente:
v c (s) 1
=− (10.2)
v e (s) R i ⋅ Cf ⋅ s
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1
fc = (10.3)
2π ⋅ R i ⋅ C f
b) Tipo 2
R2 C1
C2
ve R1
- vc
Tensão de erro
ve=-(Vr-vo) +
v c (s) 1 + s ⋅ C1 ⋅ R 2
= (10.4)
v e (s) s ⋅ R 1 ⋅ (C1 + C 2 + s ⋅ R 2 ⋅ C1 ⋅ C 2 )
R2
O ganho AV é dado por: AV =
R1
0d
Fase (graus)
-100d
Ganho (dB)
-20 dB/dec
AV
1
fz = (10.5)
2π ⋅ R 2 ⋅ C1
C1 + C 2 1
fp2 = ≅ se C1 >> C 2 (10.6)
2 π ⋅ R 2 ⋅ C1 ⋅ C 2 2π ⋅ R 2 ⋅ C 2
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c) Tipo 3
Este circuito, mostrado na figura 10.4, apresenta 2 zeros e 3 pólos (sendo um deles na
origem). Isto cria uma região em que o ganho aumenta (o que pode melhorar a resposta
dinâmica) , havendo ainda um avanço de fase.
R2
AV1 = (10.7)
R1
R 2 ⋅(R 1 + R 3) R 2
AV2 = ≅ se R 1 >> R 3 (10.8)
R1 ⋅ R 3 R3
C3 R3 R2
C1
C2
ve R1
- vc
Tensão de erro
+
ve=-(Vr-vo)
1
f1 = (10.9)
2 π ⋅ R 2 ⋅ C1
1 1
f2 = ≅ (10.10)
2 π ⋅ C 3 ⋅(R 1 + R 3 ) 2 π ⋅ C 3 ⋅ R 1
1
f3 = (10.11)
2 π ⋅ C3 ⋅ R 3
C1 + C 2 1
f4 = ≅ se C1 >> C 2 (10.12)
2 π ⋅ C1 ⋅ C 2 ⋅ R 2 2 π ⋅ C 2 ⋅ R 2
Fase (graus)
-100
Ganho (dB)
AV2
-20 dB/dec +20 dB/dec
-20 dB/dec
AV1
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d) O fator k
O fator k é uma ferramenta matemática para definir a forma e a característica da função
de transferência. Independente do tipo de controlador escolhido, o fator k é uma medida da
redução do ganho em baixas freqüências e do aumento de ganho em altas freqüências, o que se
faz controlando a alocação dos pólos e zeros do controlador, em relação à freqüência de
cruzamento do sistema (fc).
Para um circuito do tipo 1, k vale sempre 1. Para o tipo 2, o zero é colocado um fator k
abaixo de fc, enquanto o pólo fica um fator k acima de fc. No tipo 3, um zero duplo está
alocado um fator k abaixo de fc, e o pólo (duplo), k acima de fc.
Sendo fc a média geométrica entre as alocações dos zeros e pólos, o pico do avanço de
fase ocorrerá na freqüência de corte, o que melhora a margem de fase.
Seja α o avanço de fase desejado. Para um circuito do tipo 2, o fator k é dado por:
⎡α π ⎤
k = tg⎢ + ⎥ (10.13)
⎣2 4⎦
⎧ ⎡ α π ⎤⎫
2
k = ⎨ tg⎢ + ⎥⎬ (10.14)
⎩ ⎣ 4 4 ⎦⎭
Avanço
de fase Tipo 3
(graus) 150
100
Tipo 2
50
0 4
1 10 100 1000 1 10
Fator k
Figura 10.6 Avanço de fase para diferentes compensadores.
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Tipo 1:
1
UGF = (10.15)
2π ⋅ C f ⋅ R i ⋅ G
Tipo 2:
1
UGF = (10.16)
2 π ⋅ R 1 ⋅( C 1 + C 2 )
1
C2 = (10.17)
2 π ⋅ f ⋅ G ⋅ k ⋅ R1
C 1 = C 2 ⋅ ( k 2 − 1) (10.18)
k
R2 = (10.19)
2 π ⋅ f ⋅ C1
Tipo 3:
1
UGF = (10.20)
2 π ⋅ R 1 ⋅(C1 + C 2 )
1
C2 = (10.21)
2π ⋅ f ⋅ G ⋅ R1
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C 1 = C 2 ⋅ ( k − 1) (10.22)
k
R2 = (10.23)
2 π ⋅ f ⋅ C1
R1
R3 = (10.24)
k −1
1
C3 = (10.25)
2π ⋅ f ⋅ R3 ⋅ k
10.2 Exemplo 1
Considere um conversor em meia ponte, operando a 20kHz, cuja função de
transferência apresenta os diagramas de Bode (vo(s)/vc(s)) mostrados na figura 10.7.
Determinar um compensador para que se tenha uma margem de fase de 60°.
Figura 10.7 Diagramas de Bode de conversor meia-ponte (tipo abaixador de tensão). Vi=20V,
Rse=0,12Ω, Ro=4Ω, Vs=5V, L=250uH, C=100uF.
Solução:
A freqüência de corte em malha fechada será de 4kHz.
Nesta freqüência, o sistema apresenta uma atenuação de 12dB. Assim, o compensador
deve ter um ganho de 12dB (4 vezes).
Ainda em 4kHz, a defasagem provocada pelo sistema é de 155°. O avanço de fase
necessário é:
Avanço = 60° - (-155°) - 90° = 125°
Isto significa que devemos usar um controlador do tipo 3.
Usando as curvas mostradas anteriormente, determinamos um fator k = 16.
Os componentes são agora calculados, arbitrando um valor para R1 de 10kΩ.
C2 = 1nF
C1 = 15nF
R2 = 10,6kΩ
R3 = 667Ω
C3 = 15nF
O zero duplo estará alocado em 1kHz, enquanto o pólo duplo estará em 16kHz.
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Ganho (dB)
30
0d
20
-50d
10
Fase (graus)
-100d 0
10Hz 100Hz 1.0KHz 10KHz 100KHz
Figura 10.8 Diagrama de Bode do compensador tipo 3.
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10.3 Exemplo 2
Consideremos um conversor elevador de tensão, operando no modo de condução
contínua. Como já foi visto no capítulo anterior, neste caso tem-se um sistema que apresenta
um zero no semi-plano direito, sendo de difícil controle.
A frequência de corte escolhida é de 400 Hz, quando a fase é de –219°. Para obter uma
margem de fase de 30°, o avanço de fase necessário é de 159°, devendo-se usar um
compensador tipo 3. O fator k vale 118, e os componentes do compensador estão mostrados na
figura 10.15. O indutor do conversor é de 10 mH, o capacitor é de 100 uF e a carga é de 100
ohms. A tensão de entrada é de 100 V e a de saída é de 200 V, com uma largura de pulso de
0,5. A onda triangular tem amplitude de 10V.
A figura 10.11 mostra a resposta do sistema sem o compensador, assim como a resposta
em freqüência do compensador, obtida a partir do circuito cujos parâmetros estão mostrados na
figura 10.12.
A figura 10.13 mostra a resposta do sistema completo, em malha aberta, sendo possível
verificar que são atendidas as especificações de projeto. No entanto, a resposta do sistema não
será ditada por este resultado, uma vez que há situações muito mais críticas na faixa de baixa
freqüência, na qual o ganho resultante é inferior a 0 dB. Ou seja, o sistema só terá capacidade
de resposta numa faixa de freqüência abaixo de 1 Hz.
Na figura 10.14 tem-se a resposta no tempo a uma mudança de 2,5% na referência,
podendo-se notar a variação da saída inicialmente no sentido oposto ao desejado (sistema de
fase não mínima) e o comportamento estável mas subamortecido e o longo tempo de
estabilização, devido ao baixo ganho em baixas freqüências.
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100 100
Fase (graus)
Ganho (dB)
0 50
Ganho (dB)
-100 0
Fase (graus)
-50
-200
-100
100mHz 10Hz 1.0KHz 100KHz
1.0Hz 100Hz 10kHz
100Hz 10kHz
100mHz 1.0Hz 10Hz 1.0KHz 100KHz
1-s*100U*4
10
o
s*s*1u+s*100u+4
1511
R2 C1 2.86u
R3 C3
C2
855 43n 24.2n
e 0 c
- -
R1 100k
+ +
Compensador
E1
tipo 3
V3
+-
Referência
0
Figura 10.12 Diagrama do conversor boost simulado, incluindo o compensador.
100
Ganho (dB)
-100
Fase (graus)
-200
-300
-400
100mHz 10Hz 1.0KHz 100KHz
1.0Hz 100Hz 10kHz
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Fontes Chaveadas - Cap. 10 Projeto de Sistemas de ControleLinear para Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
210.0V
200.0V
220V
200V
H. D. Venable: "The k-factor: A New Mathematical Tool for Stability Analysis and Synthesis"
Proc. of Powercon 10, March 22-24, 1983, San Diego, USA.
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Fontes Chaveadas - Cap. 10 Projeto de Sistemas de ControleLinear para Fontes Chaveadas J. A. Pomilio
10.5 Exercícios
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Fontes Chaveadas - Cap. 11 Circuitos Integrados Dedicados J. A. Pomilio
Osc. S
Técnica de controle Osc. Osc.
(esquemático) MLP S I
Q R
vc
vc R
MLP
Ref.
Formas de onda
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Fontes Chaveadas - Cap. 11 Circuitos Integrados Dedicados J. A. Pomilio
T1
Vi (ac)
Retificador e Vo
Retificador de Elementos de
Filtro de
entrada e filtros Chaveamento
Saída
T2
Amplif. de erro e
Controlador MLP
T1
Vi (ac)
Retificador e Vo
Retificador de Elementos de
Filtro de
entrada e filtros Chaveamento
Saída
Ampl.
Ref erro
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11.2 TL494
5
.
R
C
Oscilador
Comparador
FF
Q
. Q1
.
. 4
. com tempo morto
-
CK
Q
. .
0,12V
0,7V
+
-
. Q2
0,7mA
. +
MLP
+
-
1 . +
2-
GND
Referência
Vref
Vcc
12
Amplif. de erro
7 5V
1 2 3 15 16 14
O TL494 possui 2 saídas, com deslocamento de 180° elétricos, de modo a ser possível
o acionamento de uma topologia tipo push-pull. Caso ambas saídas sejam conectadas em
paralelo, tem-se um acionamento para um conversor de uma única chave.
A onda dente de serra utilizada para gerar o sinal MLP vem de um oscilador interno
cuja freqüência é determinada por um par RC conectado externamente.
O sinal MLP é obtido pela comparação da tensão sobre o capacitor (dente de serra)
com o sinal proveniente de um dos sinais de controle. A cada subida do sinal MLP altera-se o
estado do flip-flop, de modo a selecionar uma das saídas a cada período do oscilador. Uma
operação lógica entre o sinal MLP e as saídas do FF, é enviada às saídas. Além disso, um
sinal de controle de modo de saída (pino 13) faz com que, quando em nível alto, as saídas
sejam adequadas a um conversor push-pull. Quando em nível baixo, ambas as saídas variam
simultaneamente, uma vez que os sinais do FF ficam inibidos.
O sinal MLP depende ainda de um comparador que determina o tempo morto, ou seja,
uma largura de pulso máxima em cada período, o que garante um intervalo de tempo em que
ambas as saídas estão desligadas. Em uma topologia push-pull ou em ponte isto impede a
condução simultânea de ambas as chaves, o que colocaria em curto-circuito a fonte. Uma
tensão interna de 120mV associada à entrada de tempo morto garante um valor mínimo de
cerca de 4%, limitando assim o ciclo de trabalho máximo a 96%. Um potencial mais elevado
conectado a este pino (4), aumenta o tempo morto, numa faixa de variação de 0 a 3,3V
(tempo morto de 100%).
A regulação da tensão de saída é usualmente feita por meio dos amplificadores de
erro, com o sinal de realimentação disponível no pino 3. Os 2 amplificadores de erro podem
ser usados para fazer a realimentação de tensão e limitar a corrente pelo circuito. As saídas
dos amplificadores estão conectadas de modo a que o sinal na entrada do comparador MLP
(pino 3) seja determinado pelo amplificador que apresentar a tensão mais elevada, o que leva
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à menor largura de pulso nas saídas. A tensão neste pino encontra-se entre 0,5 e 3,5V. O CI
dispõe de uma fonte de referência interna de 5V
11.3 UC1840
Parada ext.: 4
Comp. + 6: Limiar de
R
+ Comp. limite de corrente
S Erro
Latch
400mV
Figura 11.3 Diagrama de blocos interno do UC1840
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Entrada cc
Rr Rin N3
Entrada ca +Vin N1
Vref
R4 16 15
Cin N4
11
Rt Ger.
Vref
9 Rampa 10
Osc.
Ct Cr N5
N2
+Vin
R1
Rf Cf 1 Drive
17
Rb Cd
14
R5 Vref
18 Ampl.
PWM 12
Erro
2 Vref Rd
R6 R8
sub-tensão
R2
6
sobre-tensão 3 7
Limite
R3 corrente
R7
Rs
Stop 4 Rcs
Remoto Partida 8
Reset 5 Suave
13 Rdc
UC1804 Cs
dv V ( linha )
= (11.1)
dt R R ⋅ C R
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11.4 UC1524A
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Vin
15
. + 5V
Referência 16
Vref
Ea
Rt
6
. Osc.
. . 11
Ct
7
+
R
. 13
Cb
Compensação
9 Ampl. Erro
. -
PWM
S Latch
14
Eb
Inv.
N. Inv.
1 -
+
. 8
GND
4
200mV
-
+
. 1k 10
Shutdown
5
Limite de corrente . 10k
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11.5 UC1846
Este CI, mostrado na figura 11.7, é adequado ao controle no modo corrente [11.1].
Possui uma fonte interna de referência de 5,1V +1%, usada também para alimentar
circuitos de baixo consumo. Um gerador de rampa, com freqüência fixa, determinada por um
par RC conectado externamente (pinos 9 e 8), pode produzir um sinal de 1MHz. Um sinal de
sincronismo é fornecido no pino 10. O sinal de saída do oscilador tem um tempo baixo
mínimo, o qual inibe ambas as saídas durante um intervalo, garantindo um tempo morto
mínimo. A duração deste intervalo depende também do resistor e do capacitor do oscilador,
sendo coincidente com o intervalo de diminuição da tensão da onda dente de serra.
Vin . + 5,1 V
Referência Vref
15
Sub- .
2
Vc
Sinc.
tensão
T
Q . . 13
Saída
11 A
Rt
10
. Clock
FF
Q
..
9 Osc.
Ct
8
Comp.
. . Saída
B
4
3 -
X3
+
PWM
+
-
S R
. 14
12
GND
S Q
Sensor de corrente
0,5 mA
0,5V
. .
1 Limite de
Corrente
6
Ampl. Erro
-
. . +
-
16
Shutdown
+ 350mV 6k
5 Comp.
7 Compensação
Figura 11.7 Diagrama de blocos do UC1846
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Rs Saída
+ 4
X3
+ Rs - 3
3
X3
-
(c)
4
(a)
+ 4 I
X3
+ - 3
Cf Rs
3
X3 Trafo de corrente
-
4
(d)
Spike
(b)
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11.6 GP605
1 Sobretensão 12
RSD Soft-start
Subtensão
Soft-start
Remoto
15
UV/OV
13
VCO
14 VCO Monoestável
R
11 3
C 5V Vref
9
Ton
8
Out A
10 FF
Seq.
6
Out B
5
GND
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[11.1] Linear/Switchmode Voltage Regulator Handbook, Motorola Inc., 4ª Ed., 1989, USA
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+ +
Fonte
carga
Vi sob teste nominal
osciloscópio
- -
Tensão de entrada
100%
0
Tempo de sustentação
Vo
Vomin
Vomax − Vomin
Regulaç ão de Linha = ⋅ 100 (12.1)
Voideal
onde Vomax e Vomin são medidas, respectivamente, à máxima e mínima tensão de entrada.
+ +
Fonte
Carga
Vi V sob teste nominal Vo
ajustável
- -
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Vomax − Vomin
Regulaç ão de carga = ⋅ 100 (12.2)
Voideal
onde Vomax e Vomin são medidas, respectivamente, a 50% e 100% da carga nominal.
+ +
Fonte
1/2
Vi sob teste carga
1/2 Vo
nominal
nominal carga
nominal
- -
Embora este parâmetro não seja usualmente publicado, ele é uma informação
interessante, especialmente para o projetista, uma vez que permite verificar o desempenho
do sistema de controle utilizado.
É basicamente um teste para medir o tempo necessário para que a realimentação
corrija a tensão de saída na ocorrência de uma variação em degrau na carga.
Este é um parâmetro que é pior nas fontes chaveadas do que nas lineares, dada a
limitação (ao inverso da freqüência de chaveamento) no mínimo tempo de resposta.
Em geral são necessários alguns ciclos para que ocorra a correção desejada. Isto
ocorre principalmente por que o filtro de saída impede uma resposta rápida à mudança na
carga, sendo necessário algum tempo para que todo o sistema atinja o novo ponto de
operação e possa corrigir a saída.
Tempos muito longos podem indicar um ganho CC muito baixo e ainda uma
freqüência de corte muito reduzida. Quanto mais os parâmetros do compensador são
ajustados para uma situação conservativa em termos de estabilidade, pior a resposta
dinâmica.
A figura 12.5 mostra o arranjo para a realização do teste.
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+ +
Fonte
1/2
Vi sob teste carga
1/2
nominal nominal carga
nominal
osciloscópio
- -
carga
100%
50%
tempo de resposta
Vo
Este teste verifica se a isolação entre a entrada, chassis e saída(s) excede um valor
de tensão mínima especificado. As tensões de teste são, tipicamente, CA (50 ou 60Hz),
podendo ser substituídas por uma tensão CC com um valor equivalente ao pico da tensão
CA.
O propósito do teste é assegurar que não exista possibilidade de que tensões
potencialmente letais advindas da rede ou do próprio equipamento atinjam o usuário final
do produto.
As áreas críticas para este teste são as isolações do transformador de potência, o
espaçamento entre as trilhas da placa de circuito impresso e a isolação para o chassi.
A falha é detectada caso ocorra uma corrente acima da especificada durante a
aplicação da tensão ao equipamento.
Alguns cuidados devem ser tomados durante a verificação da isolação, com o
intuito de não danificar os componentes do equipamento. Por exemplo, os fios de entrada
devem ser curto-circuitados, bem como os de saída. O uso de tensão CC é mais conveniente
por não permitir a ocorrência de fugas pelo transformador (acoplamento capacitivo), o que
poderia danificar algum componente. A figura 12.6 mostra o teste com tensão aplicada
entre entrada e saída, enquanto na figura 12.7 tem-se o teste entre entrada e chassis.
Realiza-se também o teste entre chassis e saída.
Os componentes colocados entre os terminais de entrada ou de saída e o chassis
devem suportar uma tensão maior que a tensão de teste. Tais componentes são basicamente
os capacitores do filtro de IEM. Também aqui deve ser usada uma tensão CC.
A tensão de teste deve ser rampeada em um tempo sempre superior a 2 segundos, de
modo a evitar a indução de tensões elevadas no circuito.
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+ +
Fonte Todas as
Entrada e retorno sob teste saídas e
curtocircuitados retornos
curtocircuitados
conjuntamente
Alta - -
Tensão
CC
+ +
Todas as
Entrada e retorno Fonte saídas e
sob teste
Curto-circuitados retornos
curto-circuitados
conjuntamente
Alta - -
Tensão
Chassi/terra
CC
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Limite
dB(uV) Medidas à distância de 10 m
50
40 37dB
30
Figura 12.8 Limites de IEM irradiada para equipamento ISM, grupo 1, classe B
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Fontes Chaveadas - Cap. 12 CARACTERIZAÇÃO DE FONTES CHAVEADAS J. A. Pomilio
. L1
. L2
. 9 a 150 kHz
L1=250uH
150kHz a 30MHz
L1=0
C1 C2 C3 Fonte L2=50uH L2=50uH
C1=4uF C1=0
Rede Vo C2=8uF C2=1uF
CA R1 R2 R3 C3=250nF C3=100nF
.. . . R1=10
R2=5
R3=1k
R2=0
R3=1k
Analisador
de Espectro
(50 ohms)
dBuV
100
90
80
70
60 Classe A
50 Classe B
Figura 12.10 Limites de IEM conduzida pela norma CISPR 11 (equipamentos de uso
Industrial, Científico e Médico - ISM)
A redução dos níveis de IEM conduzida pode ser obtida com o uso de filtros de
linha [12.6]. Seu objetivo é criar um caminho de baixa impedância de modo que as
componentes de corrente em alta freqüência circulem por tais caminhos, e não pela linha.
Devem-se considerar 2 tipos de corrente: a simétrica e a assimétrica.
No caso de correntes simétricas (ou de modo diferencial), sua existência na linha de
alimentação se deve ao próprio chaveamento da fonte. A figura 12.11 mostra esta situação.
A redução da circulação pela linha pode ser obtida pelo uso de um filtro de segunda ordem,
com a capacitância oferecendo um caminho de baixa impedância para a componente de
corrente que se deseja atenuar. Os indutores criam uma oposição à fuga da corrente para a
rede. Em 60Hz a queda sobre tais indutâncias deve ser mínima.
Já para as correntes assimétricas (ou de modo comum), como sua principal origem
está no acoplamento capacitivo do transistor com o terra, a redução se faz também com um
filtro de segunda ordem. No entanto, o elemento indutivo deve ser do tipo acoplado e com
polaridade adequada de enrolamentos, de modo que represente uma impedância elevada
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Fontes Chaveadas - Cap. 12 CARACTERIZAÇÃO DE FONTES CHAVEADAS J. A. Pomilio
para correntes assimétricas, mas não implique em nenhuma impedância para a corrente
simétrica. Os capacitores fornecem o caminho alternativo para a passagem de tal
componente de corrente.
rede
.. fonte
aterramento
Filtro de linha
[12.1] “CISPR specification for radio interference measuring apparatus and measurement
methods”. International Electrotechnical Comission, International Special
Committee on Radio Interference, CISPR 16, second edition, 1987.
[12.6] Nave, Mark J.: “Power Line Filter Design for Switched-Mode Power Supplies”. Van
Nostrand Reinhold, New York, 1991.
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Fontes Chaveadas – Cap. 13 COMPONENTES SEMICONDUTORES RÁPIDOS DE POTÊNCIA J. A. Pomilio
Um diodo semicondutor é uma estrutura P-N que, dentro de seus limites de tensão e de
corrente, permite a passagem de corrente em um único sentido. Detalhes de funcionamento, em
geral desprezados para diodos de sinal, podem ser significativos para componentes de maior
potência, caracterizados por uma maior área (para permitir maiores correntes) e maior
comprimento (a fim de suportar tensões mais elevadas). A figura 13.1 mostra, simplificadamente,
a estrutura interna de um diodo.
Junção metalúrgica
P+ + + + + + + _ _ + + _ _ _ _ _ N
_ _
++++++++ _ _ + + _ _ _ _ _ _ _
++++++++ _ _ + + _ _ _ _ _ _ _ Anodo Catodo
++++++++ _ _ + + _ _ _ _ _ _ _
++++++++ _ _ + + _ _ _ _ _ _ _
+ Difusão
_
0 Potencial
1u
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Fontes Chaveadas – Cap. 13 COMPONENTES SEMICONDUTORES RÁPIDOS DE POTÊNCIA J. A. Pomilio
P+ 10e19 cm-3 10 u
Vfp Von t4 t5
vD
_ Vrp
N 10e14 cm-3 Depende -Vr t2
da tensão
+Vr
vi
vD -Vr
250 u
N+ 10e19cm-3
substrato
iD
vi R
Catodo
Figura 13.2. Estrutura típica de diodo de potência e formas de onda típicas de comutação de
diodo de potência.
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Fontes Chaveadas – Cap. 13 COMPONENTES SEMICONDUTORES RÁPIDOS DE POTÊNCIA J. A. Pomilio
Durante t1, remove-se a carga acumulada na região de transição. Como ainda não houve
significativa injeção de portadores, a resistência da região N- é elevada, produzindo um pico de
tensão. Indutâncias parasitas do componente e das conexões também colaboram com a sobre-
tensão. Durante t2 tem-se a chegada dos portadores e a redução da tensão para cerca de 1V. Estes
tempos são, tipicamente, da ordem de centenas de ns.
No desligamento, a carga espacial presente na região N- deve ser removida antes que se
possa reiniciar a formação da barreira de potencial na junção. Enquanto houver portadores
transitando, o diodo se mantém em condução. A redução em Von se deve à diminuição da queda
ôhmica. Quando a corrente atinge seu pico negativo é que foi retirado o excesso de portadores,
iniciando-se, então, o bloqueio do diodo. A taxa de variação da corrente, associada às indutâncias
do circuito, provoca uma sobre-tensão negativa.
Diodos rápidos possuem trr da ordem de, no máximo, poucos micro-segundos, enquanto
nos diodos normais é de dezenas ou centenas de micro-segundos.
O retorno da corrente a zero, após o bloqueio, devido à sua elevada derivada e ao fato de,
neste momento, o diodo já estar desligado, é uma fonte importante de sobre-tensões produzidas
por indutâncias parasitas associadas aos componentes por onde circula tal corrente. A fim de
minimizar este fenômeno foram desenvolvidos os diodos “soft-recovery”, nos quais esta variação
de corrente é suavizada, reduzindo os picos de tensão gerados.
A figura 13.3 mostra resultados experimentais de um diodo de potência “lento”
(retificador) em um circuito como o da figura 13.2, no qual a indutância é desprezível, como se
nota na figura (a), pela inversão quase imediata da polaridade da corrente. A corrente reversa é
limitada pela resistência presente no circuito. Já na entrada em condução, a tensão aplicada ao
circuito aparece instantaneamente sobre o próprio diodo, o que contribui para limitar o
crescimento da corrente. Quando esta tensão cai, a corrente vai assumindo seu valor de regime.
(a) (b)
c)
Figura 13.3 - Resultados experimentais das comutações de diodos: (a) desligamento de diodo
lento; (b) entrada em condução de diodo lento; (c) desligamento de diodo rápido.
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Fontes Chaveadas – Cap. 13 COMPONENTES SEMICONDUTORES RÁPIDOS DE POTÊNCIA J. A. Pomilio
contato contato
Al Al
retificador ôhmico
SiO2
N+
Tipo N
Substrato tipo P
Figura 13.4 - Diodo Schottky construído através de técnica de CIs e formas de onda típicas no
desligamento.
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 13-4
Fontes Chaveadas – Cap. 13 COMPONENTES SEMICONDUTORES RÁPIDOS DE POTÊNCIA J. A. Pomilio
Rc saturação
quase-saturação
Vcc
J2 J1 Ic
C R
N+ N- P N+ Vcc/R
Ib
C - - E
B região ativa Vcc
- - Vce
Vb E
B
Rb corte
Vcc Vce
Figura 13.5 - Estrutura básica de transistor bipolar tipo NPN, seu símbolo e característica estática
com carga resistiva.
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Fontes Chaveadas – Cap. 13 COMPONENTES SEMICONDUTORES RÁPIDOS DE POTÊNCIA J. A. Pomilio
O uso preferencial de TBP tipo NPN se deve às menores perdas em relação aos PNP, o
que ocorre por causa da maior mobilidade dos elétrons em relação às lacunas, reduzindo,
principalmente, os tempos de comutação do componente.
Ib2
dib/dt
dib/dt
Ibr
Figura 13.6 Forma de onda de corrente de base recomendada para acionamento de TBP.
D1
D2
D3
Figura 13.7 Arranjo de diodos para evitar saturação.
T1
T2
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Fontes Chaveadas – Cap. 13 COMPONENTES SEMICONDUTORES RÁPIDOS DE POTÊNCIA J. A. Pomilio
13.4 MOSFET
Vdd
Vgs
G
S +++++++++++++++
- - - - - - - - - - - - - - - -- - - - - - - -
- - - - - - - - - - - - - - -- - - - - -
N+ -Id
----------------
- - - - - - - -- - - -- -Id D
N-
G
N+
S
Símbolo
D
SiO2
metal
Figura 13.9 Estrutura básica de transistor MOSFET.
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Fontes Chaveadas – Cap. 13 COMPONENTES SEMICONDUTORES RÁPIDOS DE POTÊNCIA J. A. Pomilio
Id
região
resistiva Vgs3
região ativa
Vgs2
Vgs1
Vdso
Vds
vgs3>Vgs2>Vgs1
Figura 13.10 Característica estática do MOSFET.
log Id
Id pico
Id cont
A
B C
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Fontes Chaveadas – Cap. 13 COMPONENTES SEMICONDUTORES RÁPIDOS DE POTÊNCIA J. A. Pomilio
V gg
V+
Io
V gs Df
V+
V th
C gd
Id Id=I V dd
V ds C ds
Rg
V ds
V ds V gs
V gg
C gs Id
td
C A R G A IN D U TIV A
Figura 13.12 Formas de onda na entrada em condução de MOSFET com carga indutiva.
b) Desligamento
O processo de desligamento é semelhante ao apresentado, mas na ordem inversa. O uso de
uma tensão Vgg negativa apressa o desligamento, pois acelera a descarga da capacitância de
entrada.
Quando em condução, os MOSFETs não apresentam cargas minoritárias estocadas, ou
seja, não há acúmulo de elétrons na região P, nem de lacunas na região N. A condução é feita
toda com base na formação do canal, assim que o canal se desfaz, pela retirada da polarização do
gate, a condução cessa.
C [nF]
C [nF]
4
Ciss 4
Cgs
3
3
Cos Cds
2
2
1
Crss 1 Cgd
0
0
0 10 20 30 40 Vds 0 10 20 30 40 Vds
Figura 13.13 Capacitâncias de transistor MOSFET.
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Fontes Chaveadas – Cap. 13 COMPONENTES SEMICONDUTORES RÁPIDOS DE POTÊNCIA J. A. Pomilio
G a te
E m is s o r
N+ N+
J3
C
P
J2 B
N-
N+
J1
P+
C o le to r
S iO 2
m e ta l
Figura 13.14 Estrutura básica de IGBT.
http://www.dsce.fee.unicamp.br/~antenor 13-10
Fontes Chaveadas – Cap. 13 COMPONENTES SEMICONDUTORES RÁPIDOS DE POTÊNCIA J. A. Pomilio
13.7.1 Desligamento
Objetivo: atrasar o crescimento de Vce (figura 13.15)
Quando Vce começa a crescer, o capacitor Cs começa a se carregar (via Ds), desviando
parcialmente a corrente, reduzindo Ic. Df só conduzirá quando Vce>Vcc.
Quando o transistor ligar o capacitor se descarregará por ele, com a corrente limitada por
Rs. A energia acumulada em Cs será, então, dissipada sobre Rs.
Sejam as formas de onda mostradas na figura 13.16. Considerando que Ic caia linearmente
e que IL é constante, a corrente por Cs cresce linearmente. Fazendo-se com que Cs complete sua
carga quando Ic=0, o pico de potência se reduzirá a menos de 1/4 do seu valor sem circuito
amaciador.
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Fontes Chaveadas – Cap. 13 COMPONENTES SEMICONDUTORES RÁPIDOS DE POTÊNCIA J. A. Pomilio
Io
log
Lcarg Df
sem
Io
Cs
R
carg
Vcc
Ic
Cs Vcs Vcc log
Vce
Ds Rs
Ic Vcc Ic Vcc
Io
Vce Vce
Io.Vcc
P P
tfi
Figura 13.16 Formas de onda no desligamento sem e com o circuito amaciador.
Cs ⋅ Vcc 2
PRs = ⋅ fs (13.2)
2
fs é a freqüência de chaveamento,
Idpico é a máxima corrente de pico repetitiva suportável pelo transistor
δmin é o mínimo ciclo de trabalho especificado para o conversor (tipicamente alguns %, para
fontes de tensão ajustável).
As figuras a seguir mostram o efeito da inclusão de um snubber de desligamento em um
conversor buck..
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Fontes Chaveadas – Cap. 13 COMPONENTES SEMICONDUTORES RÁPIDOS DE POTÊNCIA J. A. Pomilio
Figura 13.17 De cima para baixo:Tensão VDS, corrente ID (invertida) e potência instantânea no
transistor (invertida).
Figura 13.18 Detalhe do desligamento (esq.) e entrada em condução (dir), sem snubber.
Figura 13.19 Detalhe do desligamento (esq.) e entrada em condução (dir), com snubber.
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Fontes Chaveadas – Cap. 13 COMPONENTES SEMICONDUTORES RÁPIDOS DE POTÊNCIA J. A. Pomilio
Df Ds Rs
Vcc
Ls
carga
Bimal K. Bose “Power Electronics - A Technology Review”, Proceedings of the IEEE, vol 80,
no. 8, August 1992, pp. 1303-1334.
C. G. Steyn; J. D. van Wyk: Ultra Low-loss Non-linear Turn-off Snubbers for Power Electronics
Switches. I European Conference on Power Electronics and Applications, 1985.
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13.9 Exercícios
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2 ohms
Vi
L
3) Considere o circuito abaixo e a forma de onda da corrente pelo transistor. Esboce, indicando os
valores pertinentes, as formas de onda das tensões vd, vo e da corrente pelo diodo. Considere que
o diodo se comporta como uma chave que não apresenta queda de tensão quando conduz e que
muda de estado instantaneamente.
iT iT 50A
100nH
vd
20V vo 30A
0,1uH
0
1us t
200ns
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