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ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO FAZENDÁRIA – ESAF

MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIAS DE RENDA INTER-REGIONAIS

EXPERIÊNCIAS BRASILEIRAS E EUROPÉIAS

ANDRÉ FELIPE CÂMARA SALVI


ANDRÉ FELIPE CÂMARA SALVI

MECANISMOS DE TRANSFERÊNCIAS DE RENDA INTER-REGIONAIS

EXPERIÊNCIAS BRASILEIRAS E EUROPÉIAS

Monografia apresentada à Escola de Administração


Fazendária – Esaf, como pré-requisito para a
obtenção da Pós-Graduação em Integração
Econômica e Direito Fiscal Internacional, sob a
orientação do Prof. Dr. Hartmut Sangmeister.

Brasília, 2005
Aos meus avós maternos, Umberto e Sarah Câmara,

Aos meus pais, Emílio e Zaira Salvi,

A minha esposa Roselane, minha filha Izabel e minha sogra D. Joana,

Dedico este trabalho.


Agradeço a todos os professores do curso de Integração Econômica e
Direito Fiscal Internacional e a todo o corpo administrativo que tornou o curso
possível, em virtude da relevância que este representou em minha vida
profissional e pessoal.
SUMÁRIO

Introdução ................................................................................................................. 4

Capítulo 1 A Política de Desenvolvimento Regional no Brasil ................................ 5

Capítulo 2 As Transferências Constitucionais Brasileiras ........................................ 19

Capítulo 3 A Política de Desenvolvimento Regional na União Européia -


(Convergência e Coesão) ...................................................................................................... 26

Capítulo 4 As Transferências Verticais e Horizontais do Federalismo Cooperativo


Alemão ................................................................................................................................... 36

Capítulo 5 Análise das Políticas de Desenvolvimento Regional e dos Modelos de


Transferências ......................................................................................................................... 43

Conclusão .................................................................................................................... 47

Referências Bibliográficas .......................................................................................... 49

ÍNDICE DE TABELAS

Capítulo 1

Tabela 1.1 Pib Per Capita no Brasil por Unidade da Federação ................................. 6

Tabela 1.2 Recursos dos Fundos Constitucionais ........................................................ 8

Tabela 1.3 Incentivos Fiscais do IRPJ ........................................................................ 12

Tabela 1.4 Incentivos Fiscais do Imposto de Importação e IPI (ZFM, Amazônia


Ocidental e Áreas de Livre Comércio) ........................................................................ 14

Tabela 1.5 Fundos de Investimentos Regionais ......................................................... 15

Tabela 1.6 Fundos de Desenvolvimento Regional ..................................................... 17

Tabela 1.7 Recursos Orçamentários e Tributários ..................................................... 17


Tabela 1.8 Regiões Norte e Nordeste ........................................................................ 18

Capítulo 2

Tabela 2.1 Capacidade Financeira dos Estados Brasileiros antes das Transferências
Constitucionais ........................................................................................................... 20

Tabela 2.2 Capacidade Financeira dos Estados Brasileiros após as Transferências


Constitucionais para os Estados ................................................................................. 22

Tabela 2.3 Arrecadação Tributária dos Estados Brasileiros e Transferências


Constitucionais para os Estados e Municípios ........................................................... 24

Capítulo 4

Tabela 4.1 Distribuição dos Impostos Compartilhados e Impostos Estaduais, exceto o


IVA ............................................................................................................................. 37

Tabela 4.2 Distribuição do IVA – segundo número de habitantes mais participações


complementares .......................................................................................................... 38

Tabela 4.3 Distribuição dos Recursos dos Impostos Compartilhados e Estaduais,


inclusive o IVA ........................................................................................................... 39

Tabela 4.4 Capacidade Financeira dos Estados depois da Compensação Financeira


Horizontal .................................................................................................................... 41

Tabela 4.5 Capacidade Financeira dos Estados depois das Compensações Financeiras
Horizontal e Vertical ................................................................................................... 42

RELAÇÃO DE SIGLAS E ABREVIATURAS UTILIZADAS

Agência de Desenvolvimento do Amazonas – Ada

Agência de Desenvolvimento do Nordeste – Adene

Amazônia Ocidental – sub-região compreendida pelos estados de Rondônia, Acre, Roraima e


Amazonas
Áreas de Livre Comércio – ALC (zonas francas de importação e comercialização de produtos
de consumo)

Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-oeste – FCO

Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste - FNE

Fundo Constitucional de Financiamento do Norte - FNO

Fundo de Desenvolvimento da Amazônia - FDA

Fundo de Desenvolvimento do Nordeste – FDNE

Fundo de Coesão Europeu

Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional – Feder

Fundo de Investimento da Amazônia - Finam

Fundo de Investimento do Nordeste - Finor

Fundo de Recuperação Econômica do Estado do Espírito Santo – Funres

Fundo Social Europeu – FSE

Produto Interno Bruto – Pib

Produto Nacional Bruto - PNB

Semi-árido do Nordeste (sub-região nordestina com baixos níveis pluviométricos)

Superintendência do Desenvolvimento do Amazonas – Sudam

Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste - Sudene

Zona Franca de Manaus – ZFM


INTRODUÇÃO

O tema “Mecanismo de Transferências de Rendas Inter-regionais - as experiências


brasileiras e européias” surge como um anseio de analisar os mecanismos de combate às
desigualdades regionais e pessoais, em última análise, analisar mecanismos de combate à
pobreza.

Entender uma federação ou mesmo o contexto mundial sem levar em conta premissas
de nivelamento de rendas é não perceber que o mundo já se encontra no século XXI. Um país
sem conflitos internos ou um mundo sem conflitos é necessariamente um país e mundo sem
desigualdades. Debates sobre política fiscal não podem mais prescindir de abordar o enfoque
das desigualdades regionais e pessoais. O avanço da democracia não permite mais a
existências de desigualdades, porque se trata de um direito inalienável de todo cidadão de uma
nação ser tratado pelo Estado igualitariamente.

Este trabalho busca analisar as experiências brasileiras e européias no combate as


desigualdades regionais. O Capítulo 1 trata dos mecanismos de desenvolvimento regional no
Brasil e o Capítulo 2 aborda as Transferências Constitucionais brasileiras. O Capítulo 3 trata
dos mecanismos de desenvolvimento regional na União Européia e o Capítulo 4 apresenta os
mecanismos de transferências de recursos do Federalismo Cooperativo alemão. Certamente há
outras experiências no mundo, porém, o estudo se limita a estas experiências unicamente em
virtude do curso de Integração Econômica e Direito Fiscal Internacional ter sido oferecido
pela União Européia ao Governo brasileiro, no qual esta monografia é parte integrante.

As experiências brasileiras e européias podem ainda não ser suficientes para


promoverem o combate às desigualdades em suas regiões, porém, sinalizam que não se
podem mais pensar em arranjos federativos sem se pensarem em equilíbrio de rendas regional
e pessoal.

Trata-se, portanto, de um estudo que se propõe apresentar mecanismos de


transferências de rendas inter-regional em uma federação e demonstrar sua importância, para
que o tema não seja desconsiderado pelos policy makers nos âmbitos das políticas fiscais e
tributárias.

4
Capítulo 1 A Política de Desenvolvimento Regional no Brasil.

O Brasil é uma federação composta por 27 unidades federadas, 26 estados e o Distrito


Federal. Possui uma superfície de 8.514 milhões de Km2, sendo o quinto país em extensão
territorial no mundo. Com um Pib de R$ 1.118,4 bilhões em 2005 (IBGE, 2003:20),
equivalentes a US$ 464,1 bilhões1, situa-se entre as maiores economias do mundo.

É um país com uma perversa distribuição de renda, com os 50% mais pobres detendo
12,3% da renda nacional, enquanto os 20% mais ricos detêm 62,4% da renda (SRF, 2002:10).
A economia brasileira é concentrada em duas regiões geográficas, o sudeste e o sul do país,
com um Pib per capita de R$ 9.316 e R$ 8.387 respectivamente (IBGE, 2003:53)2. Em 2001,
o Pib das regiões Sudeste e Sul representaram 75% do Pib brasileiro, representando 57% da
população do país. O Pib per capita das regiões Norte e Nordeste nesse mesmo ano foi de R$
4.312 e R$ 3.255 respectivamente e suas participações no Pib brasileiro foi de apenas 18%,
possuindo essas duas regiões 36% da população do país.

Entre os 27 estados da federação, 16 unidades possuem seu Pib per capita inferior a
75% da média brasileira. E dentre estes, 15 pertencem às regiões Norte e Nordeste do país. É
importante destacar que o Estado do Amazonas, que pertence a região Norte do país, não se
inclui nessa relação em razão dos fortes incentivos fiscais, como veremos a seguir. O Estado
de Goiás é o único estado com Pib per capita inferior a 75% da média brasileira que não se
situa nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Nos estados do Norte e Nordeste também há
grandes disparidades econômicas entre suas sub-regiões. O Distrito Federal, que se situa na
região Centro-oeste, tem uma situação atípica em virtude de ser a sede do governo federal.

1
Ao câmbio de R$ 2,5825 para US$ 1,00 (preços de 19/04/2005 – Fonte: Banco Central do Brasil);
2
O Pib per capita brasileiro em 2001 foi de R$ 6.954 (IBGE, 2003,53).

5
Tabela 1.1 – Pib Per Capita no Brasil por Unidade da Federação

e em relação à média per capita Brasileira

R$ 1,00

Grandes Regiões e Unidades da Pib Per Capita - Pib UF / Pib


Federação Ano 2001 Brasil
Brasil 6.954 100
Norte 4.312 62
Rondônia 4.321 62
Acre 3.351 48
Amazonas 7.169 103
Roraima 3.623 52
Pará 3.435 49
Amapá 4.523 65
Tocantins 2.590 37
Nordeste 3.255 47
Maranhão 1.796 26
Piauí 1.941 28
Ceará 2.858 41
Rio Grande do Norte 3.490 50
Paraíba 2.959 43
Pernambuco 3.962 57
Alagoas 2.649 38
Sergipe 4.514 65
Bahia 3.957 57
Sudeste 9.316 134
Minas Gerais 6.261 90
Espírito Santo 7.148 103
Rio de Janeiro 10.160 146
São Paulo 10.642 153
Sul 8.387 121
Paraná 7.511 108
Santa Catarina 8.541 123
Rio Grande do Sul 9.129 131
Centro-oeste 7.260 104
Mato Grosso do Sul 6.505 94
Mato Grosso 5.650 81
Goiás 4.898 70
Distrito Federal 15.725 226
Fonte: Contas Regionais 2001 - IBGE

O Estado do Maranhão possui seu Pib per capita em 28% em relação à média
brasileira e o Distrito Federal possui seu Pib per capita em 226% em relação à média
brasileira. Estas discrepâncias constatam as grandes desigualdades regionais existentes no
país. Para atender a essas disparidades regionais, o Governo brasileiro adotou programas de

6
desenvolvimento regional para as áreas mais carentes do país, por meio de instrumentos
creditícios e tributários. São eles:

- Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO), do Nordeste


(FNE) e do Centro-oeste (FCO);

- Incentivos fiscais – Zona Franca de Manaus, Amazônia Ocidental e


Áreas de Livre Comércio;

- Fundos Fiscais de Investimentos Regionais – Fundo de Investimento da


Amazônia (Finam), do Nordeste (Finor) e Fundo de Recuperação Econômica do Estado do
Espírito Santo (Funres);

- Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA) e do Nordeste (FDNE).

A seguir, apresentaremos os instrumentos de desenvolvimento regional no Brasil, bem


como seus recursos financeiros no período de 1995 a 2004.

1.1 Os Fundos Constitucionais de Financiamento.

Os Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte (FNO), do Nordeste (FNE) e


do Centro-Oeste (FCO), têm por objetivo promover o desenvolvimento econômico e social
das Regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste, por intermédio de programas de financiamento
aos setores produtivos. Os recursos são provenientes da arrecadação dos tributos federais, no
percentual de 3% da arrecadação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos
Industrializados, sendo destinados 1,8% para o FNE, 0,6% para o FNO e 0,6% para o FCO.

Os financiamentos com recursos dos Fundos Constitucionais são exclusivos para


empreendimentos privados dos setores produtivos das Regiões Norte, Nordeste e Centro-
Oeste e visam aumentar a produtividade dos empreendimentos, gerar novos postos de
trabalho, elevar a arrecadação tributária e melhorar a distribuição de renda na região.

7
Empreendimentos não governamentais de infraestrutura econômica também podem ser
financiados pelos Fundos Constitucionais, tais como energia, telecomunicações, transporte,
abastecimento de água, produção de gás, instalação de gasodutos e esgotamento sanitário,
bem como os empreendimentos comerciais e de serviços.

Os empréstimos são concedidos com taxas de juros subsidiadas, ou seja, abaixo das
taxas de mercado. Os encargos financeiros variam de 6 a 10,75% ao ano para o setor rural e
de 8,75 a 14% ao ano para os demais setores. O pagamento em dia dá direito a um bônus de
25% sobre as taxas de juros para a região do semi-árido do Nordeste e de 15% para as demais
regiões. Os prazos de carências variam de acordo com o investimento. Os recursos dos
Fundos Constitucionais de Financiamento no período de 1995 a 2004 somaram R$ 23,3
bilhões3.

Tabela 1.2 Recursos dos Fundos Constitucionais

Valores em R$ 1.000

Ano FNE FNO FCO Total


1995 766.873 255.624 255.624 1.278.122
1996 885.687 295.229 295.229 1.476.145
1997 960.432 320.144 320.144 1.600.719
1998 1.118.234 372.745 372.745 1.863.723
1999 1.224.343 408.114 408.114 2.040.571
2000 1.354.242 451.414 451.414 2.257.071
2001 1.518.548 506.183 506.183 2.530.913
2002 1.900.805 633.602 633.602 3.168.008
2003 2.028.451 676.150 676.150 3.380.751
2004 2.261.211 753.737 753.737 3.768.686
Total 14.018.825 4.672.942 4.672.942 23.364.708

É importante destacar que os Fundos Constitucionais abrangem as regiões Norte,


Nordeste e Centro-oeste como um todo, independentemente do empreendimento ser
localizado em uma grande metrópole ou em uma sub-região mais carente do Estado.
Empreendimentos localizados nas regiões metropolitanas de Fortaleza, Recife e Salvador são
passíveis de serem financiados pelo FNO e, até mesmo, empreendimentos localizados no
Distrito Federal, que possui o maior Pib per capita do Brasil, são passíveis de serem
financiados pelo FCO.

3
Os valores foram calculados a partir das arrecadações do IR e IPI constantes no Site da Secretaria da Receita
Federal (www.fazenda.gov.br).

8
Empreendimentos governamentais não são objeto de financiamento pelos fundos. O
FNO também abrange sub-regiões dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo que
pertencem à área de atuação da extinta Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste -
Sudene.

1.2 Os Incentivos Fiscais.

As regiões Norte e Nordeste também possuem mecanismos de desonerações fiscais


com o objetivo de promover o seu desenvolvimento. Os benefícios fiscais instituídos referem-
se aos impostos federais sobre o consumo e a produção (Imposto de Importação – II e
Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI) e sobre a renda (Imposto de Renda das Pessoas
Jurídicas – IRPJ). A Região Norte foi beneficiada com as três hipóteses de desonerações,
impostos incidentes sobre o consumo, a produção e a renda e a Região Nordeste foi
beneficiada com as desonerações do imposto sobre a renda.

A renúncia dos impostos sobre a renda ocorre com a desoneração do Imposto de


Renda das Pessoas Jurídicas – IRPJ por um prazo de dez anos para as empresas que se
instalarem nas regiões Norte e Nordeste. Até o ano de 1997 a redução era de 100% do
imposto de renda devido e a partir de 1998 a redução passou a ser de 75%. Para se obter as
desonerações, as empresas têm que aprovar seus projetos nas agências de desenvolvimento do
Norte e Nordeste, Ada e Adene, respectivamente. Essas agências foram criadas em 2001 em
substituição às extintas superintendências de desenvolvimento do Norte e Nordeste, Sudam e
Sudene, extintas neste mesmo ano de 2001.

Após o prazo de fruição das desonerações do imposto de renda, as empresas poderão


se beneficiar da desoneração de 30% do imposto de renda devido do estabelecimento
implantado no Norte ou Nordeste para o reinvestimento na modernização das suas instalações
ou na compra de novos equipamentos.

Até 2001, toda empresa poderia se candidatar aos benefícios, porém, a partir de 2001,
restringiu-se os projetos a setores considerados prioritários para as regiões Norte e Nordeste.
São os seguintes os setores prioritários da Região Norte:

9
• de infraestrutura, representados pelos projetos de energia, telecomunicações,
transportes, instalação de gasodutos, produção de gás, abastecimento de água e esgotamento
sanitário;

• de turismo, considerando os empreendimentos hoteleiros, centros de


convenções e outros projetos, integrados ou não a complexos turísticos, localizados em áreas
prioritárias para o ecoturismo e turismo regional;

• da agroindústria vinculados à produção de fibras têxteis naturais; óleos


vegetais; sucos, conservas e refrigerantes; à produção e industrialização de carne e seus
derivados; aqüicultura e piscicultura;

• da agricultura irrigada, para projetos localizados em pólos agrícolas e


agroindustriais objetivando a produção de alimentos e matérias primas agroindustriais;

• da indústria extrativa de minerais metálicos, representados por complexos


produtivos para o aproveitamento de recursos minerais da região;

• da indústria de transformação, compreendendo os seguintes grupos:

a) têxtil, artigos do vestuário, couros e peles, calçados de couro e de plástico e


seus componentes;

b) bioindustriais, vinculados à fabricação de produtos decorrentes do


aproveitamento da biodiversidade regional, nos segmentos de fármacos, fitoterápicos,
cosméticos e outros produtos biotecnológicos;

c) fabricação de máquinas e equipamentos (exclusive armas, munições e


equipamentos bélicos), considerados os de uso geral, para a fabricação de máquinas-
ferramenta e fabricação de outras máquinas e equipamentos de uso específico;

d) minerais não-metálicos, metalurgia, siderurgia e mecânico;

e) químicos (exclusive de explosivos) e petroquímico, materiais plásticos,


inclusive produção de petróleo e seus derivados;

f) de celulose e papel, desde que integrados a projetos de reflorestamento; pastas


de papel e papelão;

g) madeira, móveis e artefatos de madeira; e

10
h) alimentos e bebidas;

• da eletro-eletrônica, mecatrônica, informática, biotecnologia, veículos,


exclusive de quatro rodas, componentes e autopeças;

• indústria de componentes (microeletrônica);

• fabricação de embalagem e acondicionamentos; e

• fabricação de produtos farmacêuticos, considerados os farmoquímicos e


medicamentos para uso humano.

Para a região Nordeste, foram estabelecidos os seguintes setores prioritários:

• de infraestrutura, representados pelos projetos de energia, telecomunicações,


transportes, instalação de gasodutos, produção de gás, abastecimento de água e esgotamento
sanitário;

• de turismo, considerando os empreendimentos hoteleiros, centros de


convenções e outros projetos, integrados ou não a complexos turísticos, localizados em áreas
prioritárias para o desenvolvimento regional;

• da agroindústria vinculados à agricultura irrigada, piscicultura e aqüicultura;

• da agricultura irrigada, da fruticultura, em projetos localizados em pólos


agrícolas e agroindustriais objetivando a produção de alimentos e matérias primas
agroindustriais, voltados para os mercados internos e externos;

• da indústria extrativa de minerais metálicos, representados por complexos


produtivos para o aproveitamento de recursos minerais da região;

• da indústria de transformação, compreendendo os seguintes grupos:

a) têxtil, artigos do vestuário, couros e peles, calçados de couro e de plástico e


seus componentes;

b) produtos farmacêuticos, considerados os farmoquímicos e medicamentos para


uso humano;

11
c) fabricação de máquinas e equipamentos (exclusive armas, munições e
equipamentos bélicos), considerados os de uso geral, para a fabricação de máquinas-
ferramenta e fabricação de outras máquinas e equipamentos de uso específico;

d) minerais não-metálicos, metalurgia, siderurgia e mecânico;

e) químicos (exclusive de explosivos) e petroquímicos, materiais plásticos,


inclusive produção de petróleo e seus derivados;

f) de celulose e papel, desde que integrados a projetos de reflorestamento; de


pastas de papel e papelão;

g) material de transporte;

h) madeira, móveis e artefatos de madeira; e

i) alimentos e bebidas;

• da eletro-eletrônica, mecatrônica, informática, biotecnologia, veículos,


componentes e autopeças; e

• da indústria de componentes (microeletrônica).

Os valores desonerados para as regiões Norte e Nordeste atingiram R$ 8,79 bilhões no


período de 1995 a 2004.

Tabela 1.3 - Incentivos Fiscais do IRPJ

Valores em R$ 1.000

Ano Norte Nordeste Total


1995 55.346 59.764 115.110
1996 261.316 387.838 649.154
1997 765.776 829.412 1.595.188
1998 487.076 564.615 1.051.691
1999 266.699 174.125 440.824
2000 318.558 359.948 678.506
2001 595.538 625.229 1.220.767
2002 521.646 564.814 1.086.460
2003 373.559 581.275 954.833
2004 482.345 522.263 1.004.609
Total 4.127.859 4.669.284 8.797.143
Fonte:
1995 a 1999 e 2004 - Demonstrativo dos Gastos Tributários - SRF
2000 a 2003 - Declaração do Imposto de Renda - DIPJ - Copat/SRF

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A Região Norte, além dos incentivos do IRPJ, foram instituídos incentivos visando
desonerar a produção industrial e o consumo de bens e mercadorias na região. Inicialmente foi
instituída em 1957 a Zona Franca de Manaus - ZFM, no Município de Manaus, Estado do
Amazonas, com o intuito de se criar uma área de livre comércio de importação. Porém, a
ZFM só passou a vigorar de fato em 1967, quando a região recebeu incentivos fiscais para a
produção e comercialização de bens e mercadorias. Neste mesmo período, vários incentivos
foram estendidos para a região denominada Amazônia Ocidental, composta pelos estados do
Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima e, posteriormente, foram criadas as áreas de livre
comércio de Macapá e Santana no Estado do Amapá.

A região recebeu, portanto, um conjunto de desonerações tributárias. Foram isentas do


IPI os bens industrializados na ZFM, bem como, os produtos industrializados na Amazônia
Ocidental que utilizem matérias primas agrícolas e extrativas vegetal de produção regional,
excluindo-se as de origens pecuárias. Receberam isenção ou redução do Imposto de
Importação e isenção do IPI as matérias-primas e componentes importados pela ZFM e as
mercadorias estrangeiras destinadas para a Amazônia Ocidental e para as Áreas de Livre
Comércio. E por fim, foram isentas de IPI as mercadorias de origem nacional para a ZFM, a
Amazônia Ocidental e as Áreas de Livre Comércio.

Quando do envio de bens e mercadorias da ZFM e Amazônia Ocidental para as demais


regiões do país, estas são isentas do IPI e os adquirentes têm direito ao crédito presumido do
IPI, como se as mercadorias fossem tributadas. Trata-se, portanto, de uma isenção plena do
imposto. Quanto ao Imposto de Importação, os adquirentes têm que pagar a parcela do
imposto referente ao percentual dos produtos importados que compõem as mercadorias.
Portanto, a desoneração do Imposto de Importação restringe-se às empresas e aos
consumidores da ZFM, Amazônia Ocidental e Áreas de Livre Comércio, não sendo
transferida para as demais regiões do país.

Como resultado das desonerações tributárias, o consumo na ZFM, Amazônia


Ocidental e Áreas de Livre Comércio e a industrialização de bens e mercadorias na ZFM e
Amazônia Ocidental encontram-se desonerado da tributação sobre o Imposto de Importação e
sobre Produtos Industrializados, resultando em um diferencial de preços em favor dessas

13
regiões em relação às demais regiões do país. O valor da renúncia desses impostos federais no
período de 1995 a 2004 atingiu o montante de R$ 30,2 bilhões.

Tabela 1.4 - Incentivos Fiscais do Imp. de Importação e IPI


ZFM, Amazônia Ocidental e Áreas de Livre Comércio
Valores em R$ 1.000
Imposto de
Ano IPI Total
Importação
1995 576.057 1.451.039 2.027.097
1996 584.795 1.675.084 2.259.879
1997 791.108 1.919.694 2.710.802
1998 924.239 2.476.197 3.400.436
1999 826.477 1.939.744 2.766.220
2000 658.042 1.634.029 2.292.071
2001 862.995 2.457.722 3.320.717
2002 909.239 3.228.851 4.138.090
2003 882.003 2.751.568 3.633.571
2004 858.506 2.862.697 3.721.204
Total 7.873.460 22.396.627 30.270.087
Fonte: Demonstrativo dos Gastos Tributários - Secretaria da Receita Federal

Cabe salientar que a Zona Franca de Manaus também recebe benefícios tributários
quanto ao imposto estadual de circulação de mercadorias, o ICMS.

1.3 Os Fundos Fiscais de Investimento Regionais.

Os Fundos Fiscais de Investimento, também denominado de Fundos de Investimentos


Regionais, foram criados com o objetivo de alavancar recursos para regiões carentes de
poupança privada, com a finalidade de incentivar empreendimentos econômicos privados com
capacidade de promover o desenvolvimento regional. São ao todo três fundos de
investimento, do Norte (Finam), do Nordeste (Finor) e o Fundo de Recuperação do Estados
do Espírito Santo (Funres).

Para a captação de recursos financeiros para os fundos, a legislação do imposto de


renda permite que as empresas possam optar por aplicar até 30% do imposto de renda devido
nos fundos de investimento do Norte e do Nordeste e 25% para o Fundo de Recuperação do

14
Estado do Espírito Santo. Trata-se, portanto, de um benefício tributário para as empresas em
favor das regiões Norte e Nordeste e para o Estado do Espírito Santo.

As empresas podem optar em investir nos fundos por meio de duas alternativas. Na
primeira alternativa, as empresas podem adquirir debêntures dos fundos para a aplicação em
empreendimentos produtivos nessas regiões e na segunda alternativa as empresas utilizam os
recursos desonerados no imposto de renda em projetos próprios de implantação ou
modernização de empreendimentos produtivos nessas regiões.

Os financiamentos com recursos dos Fundos de Investimentos Regionais são


exclusivos para empreendimentos privados dos setores produtivos, podendo também ser
aplicados em empreendimentos não-governamentais de infra-estrutura (energia,
telecomunicações, transportes, abastecimento de água, produção de gás e instalação de
gasodutos, e esgotamento sanitário).

O valor da renúncia do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas em favor dos fundos
de investimentos, no período de 1995 a 2004, atingiram o montante de R$ 7,64 bilhões.

Tabela 1.5 Fundos de Investimentos Regionais

Valores em R$ 1.000

Ano Finam Finor Funres Total

1995 225.000 326.300 11.300 562.600


1996 438.910 351.128 14.012 804.050
1997 626.300 561.500 22.500 1.210.300
1998 453.552 658.188 14.767 1.126.507
1999 335.411 498.139 11.400 844.950
2000 468.466 515.723 17.474 1.001.663
2001 381.267 708.434 14.481 1.104.181
2002 157.574 201.099 7.055 365.728
2003 117.219 227.661 5.957 350.838
2004 111.375 155.004 7.002 273.381
Total 3.315.074 4.203.175 125.948 7.644.197
Fonte:
1995 a 1999 e 2004 - Demonstrativo dos Gastos Tributários - SRF
2000 a 2003 - Declaração do Imposto de Renda - DIPJ - Copat/SRF

15
A partir do ano de 2001, os fundos de investimento regionais foram extintos,
mantendo-se em vigor apenas as aplicações em projetos próprios de implantação ou
modernização em andamento na ocasião da extinção dos fundos.

1.4 Os Fundos de Desenvolvimento Regionais.

Com a extinção dos Fundos Fiscais de Investimento, foram criados em 2001 os


Fundos de Desenvolvimento da Amazônia (FDA) e do Nordeste (FDNE), de caráter
orçamentário, geridos pelas agências de desenvolvimento do Norte (ADA) e Nordeste
(ADENE). Os fundos são destinados a financiar a implantação, ampliação, modernização e
diversificação de empreendimentos privados nas áreas de atuação das agências de
desenvolvimento.

A área de atuação da ADA abrange todos os estados pertencentes à Região Norte,


inclusive o Pará e o Tocantins e a parcela do Estado do Maranhão que se situa a Oeste do
Meridiano 44º de Longitude Oeste. A área de atuação da ADENE abrange todos os estados
pertencentes à Região Nordeste, o Espírito Santo e o norte do Estado de Minas Gerais.

Os recursos dos fundos de desenvolvimento regional, no período de 2001 a 2004,


somaram-se R$ 4,48 bilhões. A dotação orçamentária federal fica condicionada a que os
estados e municípios participem com 10% do valor aportado pela União.

16
Tabela 1.6 Fundos de Desenvolvimento Regional

Valores em R$ 1.000

Ano FDA FDNE Total

2001 308.000 462.000 770.000


2002 440.000 660.000 1.100.000
2003 490.794 736.191 1.226.985
2004 556.912 835.368 1.392.280
Total 1.795.706 2.693.559 4.489.264
Fonte:
2001 e 2002: MP 2.146-1/2001
2003 e 2004 - Estimativa com base no crescimento da arrecadação administrada pela SRF

Conforme apresentado, no período de 1995 a 2001 os recursos para o desenvolvimento


regional no Brasil totalizaram R$ 74,5 bilhões, sendo R$ 27,8 bilhões de recursos
orçamentários e R$ 46,7 bilhões provenientes de desonerações tributárias. As regiões mais
beneficiadas foram as Regiões Norte e Nordeste do país, com R$ 44,1 e R$ 25,5 bilhões,
respectivamente, representando 93,5% dos recursos do desenvolvimento regional brasileiro4.

Tabela 1.7 Recursos Orçamentários e Tributários

Valores em R$ 1.000
Renúncia
Ano Orçamentário Total
Tributária
1995 1.278.122 2.704.807 3.982.929
1996 1.476.145 3.713.083 5.189.228
1997 1.600.719 5.516.291 7.117.010
1998 1.863.723 5.578.634 7.442.357
1999 2.040.571 4.051.994 6.092.565
2000 2.257.071 3.972.239 6.229.310
2001 3.300.913 5.645.665 8.946.578
2002 4.268.008 5.590.278 9.858.286
2003 4.607.736 4.939.242 9.546.978
2004 5.160.965 4.999.193 10.160.159
Total 27.853.973 46.711.426 74.565.399

4
As tabelas 1.7 e 1.8 foram elaboradas a partir das tabelas 1.2 a 1.6.

17
Tabela 1.8 Regiões Norte e Nordeste

Valores em R$ 1.000

Ano Norte Nordeste Total


1995 2.563.067 1.152.937 3.716.004
1996 3.255.335 1.624.653 4.879.987
1997 4.423.022 2.351.344 6.774.366
1998 4.713.808 2.341.037 7.054.845
1999 3.776.445 1.896.606 5.673.051
2000 3.530.509 2.229.914 5.760.422
2001 5.111.704 3.314.210 8.425.914
2002 5.890.912 3.326.717 9.217.629
2003 5.291.293 3.573.577 8.864.870
2004 5.625.573 3.773.847 9.399.419
Total 44.181.668 25.584.842 69.766.510

Estes são os instrumentos e os recursos para o desenvolvimento regional no Brasil.

18
Capítulo 2 As Transferências Constitucionais Brasileiras.

No Brasil, em função das grandes disparidades regionais, a Constituição Federal


estabelece mecanismos de transferências de recursos visando promover o equilíbrio sócio-
econômico entre os Estados e Municípios. São as denominadas Transferências
Constitucionais para Estados e Municípios. As transferências são calculadas
proporcionalmente a sua população e inversamente proporcional a sua renda per capita.
Assegura-se, desta forma, que estados e municípios mais populosos e com menor renda per
capita recebam mais recursos que os demais.

Para verificarmos o efeito das transferências constitucionais nas finanças públicas


brasileira, apresentaremos, nas tabelas a seguir, as disponibilidades financeiras per capita dos
estados a partir das receitas próprias e sua situação posterior às transferências constitucionais.
Inicialmente, na tabela 2.1, apresentamos as receitas próprias dos estados5 e sua relação per
capita em relação à média brasileira.

5
Os dados da tabela 4.6 apresentam a arrecadação dos estados antes do repasse aos municípios de 25% do ICMS
e 50% do IPVA. Como se pretende analisar a situação de cada estado com seus respectivos municípios, não há
necessidade de retirar estes valores para depois incluí-los.

19
Tabela 2.1
Capacidade Financeira dos Estados Brasileiros antes das Transferências Constitucionais
(em Reais, per capita e per capita em percentuais da média nacional)

Ano: 2004 Valores em R$ 1,00


Arrec per
Grandes Regiões e Unidades da Arrecadação Arrecadação capita UF /
População Arrec per
Federação Estadual per capita
capita Brasil
(%)
Norte
Acre 456.883.000 557.526 819,48 82,5
Amazonas 2.989.072.000 2.812.557 1.062,76 107,0
Pará 2.606.901.000 6.192.307 420,99 42,4
Rondônia 1.292.635.000 1.379.789 936,84 94,3
Amapá 282.735.000 477.032 592,70 59,6
Roraima 177.733.000 324.397 547,89 55,1
Tocantins 673.810.000 1.157.098 582,33 58,6
Nordeste
Maranhão 1.397.892.000 5.651.475 247,35 24,9
Piauí 868.141.000 2.843.278 305,33 30,7
Ceará 3.258.462.000 7.430.661 438,52 44,1
Rio Grande do Norte 1.510.108.000 2.776.782 543,83 54,7
Paraíba 1.049.722.000 3.443.825 304,81 30,7
Pernambuco 4.254.699.000 7.918.344 537,32 54,1
Alagoas 1.089.074.000 2.822.621 385,84 38,8
Sergipe 993.031.000 1.784.475 556,48 56,0
Bahia 7.799.104.000 13.070.250 596,71 60,0
Sudeste
Minas Gerais 16.222.635.000 17.891.494 906,72 91,2
Espírito Santo 4.493.379.000 3.097.232 1.450,77 146,0
Rio de Janeiro 17.710.795.000 14.391.282 1.230,66 123,8
São Paulo 58.465.064.000 37.032.403 1.578,75 158,9
Sul
Paraná 9.794.049.000 9.563.458 1.024,11 103,1
Santa Catarina 6.147.794.000 5.356.360 1.147,76 115,5
Rio Grande do Sul 11.201.220.000 10.187.798 1.099,47 110,6
Centro-oeste
Mato Grosso 3.890.830.000 2.504.353 1.553,63 156,3
Mato Grosso do Sul 2.603.490.000 2.078.001 1.252,88 126,1
Goiás 4.440.770.000 5.003.228 887,58 89,3
Distrito Federal 3.057.543.000 2.051.146 1.490,65 150,0
Total 168.727.571.000 169.799.172 993,69 100,0
Fonte:
Arrecadação Estadual: Conselho Nacional de Política Fazendária - Confaz
População: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE - Censo Demográfico 2000
Obs.: Os valores da arrecadação são apresentados pelo Confaz em mil reais. Nesta tabela eles foram multiplicados por 1.000.

Observa-se que dos 27 estados, 13 apresentam arrecadação per capita inferior a 75%
da média brasileira e destes, 6 estados apresentam arrecadação per capita inferior a 50% da
média brasileira. Destacam-se Maranhão, Piauí, Paraíba e Alagoas que apresentam

20
arrecadação per capita de 24,9%, 30,7%, 30,7% e 38,8% da média brasileira,
respectivamente. Observa-se, portanto, as grandes disparidades de recursos próprios
disponíveis destes estados em relação aos demais estados brasileiros.

Com o advento das Transferências Constitucionais para os estados, que em 2004


somaram R$ 20,3 bilhões, conforme tabela 2.2 a seguir, observa-se uma melhoria nas relações
de disponibilidades financeiras dos estados entre si, porém 8 estados permaneceram com suas
disponibilidades financeiras per capita inferior a 75% da média brasileira e 5 estados
permaneceram com sua disponibilidade financeira abaixo de 60% da média brasileira, com
destaque para o Estado do Maranhão, com o percentual de 45,6%. A participação do Estado
de São Paulo passa de 158,9% para 142,3%. Porém, as transferências causam algumas
distorções, como, por exemplo, o Estado do Roraima que tem sua participação acrescida
substancialmente, de 55,1% para 188,9%.

21
Tabela 2.2
Capacidade Financeira dos Estados Brasileiros após as Transferências
Constitucionais para os Estados (em Reais, per capita e per capita em percentuais da
média nacional)

Ano: 2004 Valores em R$ 1,00

Arrecadação Estadual e
Disponibilidade Disp. per capita
Grandes Regiões e Transferências
Financeira per UF / Disp. per
Unidades da Federação Constitucionais para os
capita capita Brasil (%)
Estados

Norte
Acre 1.152.904.348 2.067,89 185,7
Amazonas 3.556.794.295 1.264,61 113,6
Pará 3.850.421.164 621,81 55,8
Rondônia 1.865.484.374 1.352,01 121,4
Amapá 976.925.249 2.047,92 183,9
Roraima 682.445.119 2.103,73 188,9
Tocantins 1.556.806.975 1.345,44 120,8
Nordeste
Maranhão 2.866.474.665 507,21 45,6
Piauí 1.747.353.702 614,56 55,2
Ceará 4.751.194.835 639,40 57,4
Rio Grande do Norte 2.360.124.835 849,95 76,3
Paraíba 2.024.050.160 587,73 52,8
Pernambuco 5.658.582.808 714,62 64,2
Alagoas 1.935.469.326 685,70 61,6
Sergipe 1.838.449.740 1.030,25 92,5
Bahia 9.710.812.796 742,97 66,7
Sudeste
Minas Gerais 17.128.927.633 957,38 86,0
Espírito Santo 4.798.562.287 1.549,31 139,1
Rio de Janeiro 18.021.614.005 1.252,26 112,5
São Paulo 58.668.519.524 1.584,25 142,3
Sul
Paraná 10.380.651.968 1.085,45 97,5
Santa Catarina 6.408.176.380 1.196,37 107,4
Rio Grande do Sul 11.680.317.069 1.146,50 103,0
Centro-oeste
Mato Grosso 4.360.385.005 1.741,12 156,4
Mato Grosso do Sul 2.874.492.759 1.383,30 124,2
Goiás 5.019.214.401 1.003,20 90,1
Distrito Federal 3.197.968.003 1.559,11 140,0
Total 189.073.123.423 1.113,51 100,0
Fonte:
Arrecadação Estadual: Conselho Nacional de Política Fazendária - Confaz
Transferências da União aos Estados: Secretaria do Tesouro Nacional - STN

22
A seguir, buscou-se avaliar as disponibilidades dos estados incluindo as
disponibilidades financeiras dos municípios. Para tanto, agregou-se aos valores acima
apresentados, as transferências Constitucionais para os municípios, que em 2004 somaram R$
23,4 bilhões6. O resultado apresenta 8 estados que ainda permanecem com suas
disponibilidades financeiras per capita inferior a 75% da média brasileira e o Maranhão
permanece com sua disponibilidade financeira abaixo de 60% da média brasileira. O Estado
de São Paulo cai para 132,9% e o Estado de Roraima atinge 214,3%.

6
Não se encontra computada na tabela 4.8 a arrecadação própria dos municípios, que em nível nacional
representa 4,38% da arrecadação tributária total no Brasil (SRF, 2004:07).

23
Tabela 2.3
Arrecadação Tributária dos Estados Brasileiros e Transferências Constitucionais para
os Estados e Municípios (em Reais, per capita e per capita em percentuais da média nacional)
Ano: 2004 Valores em R$ 1,00

Arrecadação Estadual Disp. per capita UF


Grandes Regiões e Unidades da Disponibilidade per
e Transferências para / disp. per capita
Federação capita
Estados e Municípios Brasil (%)

Norte
Acre 1.338.827.771 2.401,37 191,8
Amazonas 3.923.404.865 1.394,96 111,4
Pará 4.744.523.209 766,20 61,2
Rondônia 2.112.826.570 1.531,27 122,3
Amapá 1.112.565.917 2.332,27 186,3
Roraima 870.027.136 2.681,98 214,3
Tocantins 1.967.056.233 1.699,99 135,8
Nordeste
Maranhão 3.829.068.975 677,53 54,1
Piauí 2.361.064.576 830,40 66,3
Ceará 6.074.624.836 817,51 65,3
Rio Grande do Norte 2.965.091.137 1.067,82 85,3
Paraíba 2.796.060.184 811,91 64,9
Pernambuco 6.870.874.504 867,72 69,3
Alagoas 2.547.017.831 902,36 72,1
Sergipe 2.201.907.170 1.233,92 98,6
Bahia 11.788.376.538 901,92 72,1
Sudeste
Minas Gerais 20.030.692.024 1.119,57 89,4
Espírito Santo 5.212.813.679 1.683,06 134,5
Rio de Janeiro 18.713.161.918 1.300,31 103,9
São Paulo 61.584.622.329 1.662,99 132,9
Sul
Paraná 11.881.007.336 1.242,33 99,2
Santa Catarina 7.264.112.079 1.356,17 108,3
Rio Grande do Sul 13.166.120.638 1.292,34 103,2
Centro-oeste
Mato Grosso 4.806.028.099 1.919,07 153,3
Mato Grosso do Sul 3.227.346.786 1.553,10 124,1
Goiás 5.871.095.399 1.173,46 93,7
Distrito Federal 3.284.466.174 1.601,28 127,9
Total 212.544.783.915 1.251,74 100,0
Fonte: Conselho Nacional de Política Fazendária - Confaz
Arrecadação Estadual: Conselho Nacional de Política Fazendária - Confaz
Transferências da União aos Estados e Municípios: Secretaria do Tesouro Nacional - STN

24
Como pôde ser observado, as Transferências Constitucionais brasileiras, apesar de
melhorar as disponibilidades financeiras das unidades da federação, mantêm estados com
disponibilidades per capita bem abaixo da média nacional, como é o caso do Estado do
Maranhão. E também promove alguns desvios, visto que alguns estados são alçados a uma
situação bem superior aos demais estados, como o caso do Estado de Roraima, que possui
55,1% de arrecadação própria per capita em relação à média brasileira e após as
Transferências Constitucionais atinge o percentual de 214,3% da média brasileira. O mesmo
acontece com Tocantins, que possui 58,6% de arrecadação própria per capita em relação à
média nacional e após as Transferências Constitucionais atinge 135,8%. E, apesar destes
valores bem acima da média nacional, 6 estados brasileiros ainda permanecem com suas
médias per capita inferior a 70% da média per capita brasileira. Certamente houve uma
melhoria nas disponibilidades financeiras dos estados brasileiros após as Transferências
Constitucionais, principalmente aqueles que possuem suas arrecadações próprias per capita
bem abaixo da média per capita nacional, porém estão longe de atingir um patamar
equalizador com vistas a atender o preceito constitucional de promover o equilíbrio sócio-
econômico entre os Estados da federação.

25
Capítulo 3 A Política de Desenvolvimento Regional na União Européia –
(Convergência e Coesão).

A União Européia adota como uma de suas premissas, instituída em seu Tratado, o
equilíbrio econômico entre suas regiões. O artigo 158 da Constituição da Comunidade
Européia determina que a União deverá promover um desenvolvimento harmonioso,
reduzindo as disparidades entre os níveis de desenvolvimento das suas regiões.

No Terceiro Relatório sobre a Coesão Econômica e Social, a Comissão Européia


esclarece que o modelo adotado pela União Européia para a convergência econômica e social
das regiões não é uma política passiva de redistribuição de renda pessoal e regional, mas uma
política dinâmica que visa alavancar os fatores de competitividade econômica dessas regiões
menos favorecidas. A Comissão entende que a política de transferências sociais dos Estados-
membros para a manutenção da coesão social em seus territórios são fundamentais, porém, a
exceção das pensões, tais transferências tendem a tratar os sintomas e não agir sobre as causas
inerentes à pobreza. Elas não fornecem, por si só, uma solução a longo prazo para tal
problema.

Para a consecução, a longo prazo, da redução das disparidades regionais é importante


a adoção de medidas estruturais visando reduzir o desemprego, os baixos níveis de formação e
dotar as regiões mais desfavorecidas de infraestruturas necessárias para o incremento da
utilização do potencial da economia regional.

Portanto, além dos cuidados da saúde, dos serviços de apoio social, de competência
dos Estados-membros, cujos indicadores contribuem para o desenvolvimento econômico, a
atuação da União Européia quanto ao desenvolvimento regional visa promover condições
conjunturais adequadas e um ambiente condizente à atividade empresarial, a fim de
maximizar a produção e o emprego nas regiões mais desfavorecidas.

3.1 – Critérios de identificação das regiões mais desfavorecidas e as ações para o seu
desenvolvimento.

26
Para a identificação das regiões mais desfavorecidas no espaço da comunidade
européia, foram adotados critérios para a sua eleição. O primeiro critério, ou método direto,
identifica as áreas cujo Pib per capita seja inferior a 75% da média dos Estados-Membros.
Segundo a Comissão Européia, trata-se de um indicador simples, comparável e confiável, que
permite identificar com equidade e clareza as regiões mais desfavorecidas (Comissão,
2001:xxxi).

Porém, esse primeiro critério deixa de fora pequenas regiões que não possuíam dados
estatísticos suficientes ou outras informações que possa melhor identificar sua situação
econômica e social. Estabeleceu-se, então, um segundo critério, o método indireto, em que os
governos nacionais, com base em parâmetros fixados pela Comissão, elegem regiões
desfavorecidas em seus territórios.

A partir dos dois critérios acima elencados, em 1998, foram identificadas regiões
necessitadas de apoio da União Européia em Portugal, na Espanha, na Grécia, na Irlanda, nos
novos estados alemães, no sul da Itália, nas regiões agrícolas francesas, entre outras. Segundo
dados da Eurostat, elas totalizavam 46 regiões, com 71 milhões de habitantes, ou seja, 19% da
população da União Européia dos 15 (Comissão, 2001:09).

Porém, há diversas regiões na União Européia cujos problemas estruturais não


viabilizam novos investimentos mesmo possuindo mão-de-obra qualificada e boas
infraestruturas sociais. São antigas regiões industriais ou regiões que, por algum motivo de
ordem geográfica, têm o seu desenvolvimento limitado. Essas regiões possuem seu Pib per
capita superior aos 75% da média da União Européia, mas, caso não recebam investimentos
adequados, estarão no futuro em situação desfavorável em relação a outras regiões. Nestes
casos, a União Européia decidiu atuar preventivamente para que essas regiões possam voltar a
terem seus desempenhos satisfatórios, não tendo que vir a resgatá-las em um futuro próximo.
São regiões como o nordeste da Inglaterra, o norte da Alemanha e áreas escassamente
povoadas do norte da Suécia. Em alguns casos, seus Pib per capita já se situam abaixo do
75% da média da comunidade.

Para alavancar o desenvolvimento econômico dessas regiões com vantagens


comparativas desfavoráveis, de acordo com os critérios acima elencados, a União Européia

27
intervém nos fatores de competitividade econômica das regiões mais desfavorecidas, por meio
da melhoria das infraestruturas físicas (transportes eficientes, redes de energia e de
telecomunicações, recursos ambientais entre outros) e do capital humano (mão-de-obra
qualificada e com formação).

Segundo a Comissão Européia, a infraestrutura em transportes desempenha papel


relevante na redução das disparidades regionais e na melhoria da competitividade das regiões,
pois facilita o comércio, reduzindo o tempo de transportes dos bens e baixando os seus custos,
facilitando o deslocamento da mão-de-obra, aumentando a produtividade e alterando as
vantagens comparativas das regiões.

Há uma correlação na União Européia entre periferia geográfica e baixos níveis de


renda. Portanto, dotar as regiões mais desfavorecidas de transportes de passageiros e
mercadorias constituem aspectos fundamentais para a capacidade de concorrência e
prosperidade dessas regiões. Porém, o investimento em transportes não é por si só suficiente,
depende de outras ações para que as regiões possam melhorar seus desempenhos. Pode
ocorrer até o inverso, ou seja, a melhoria dos transportes pode acarretar o acesso dos grandes
mercados a essas regiões, inibindo o desenvolvimento da economia local. Segundo a
Comissão Européia, há indícios que os investimentos em infraestrutura em transportes em
Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda tenham tido resultados positivos na coesão econômica
desses países.

No período de 1994 a 1999, 40% dos investimentos para a Coesão na Espanha foram
direcionados para a infraestrutura em transportes. Foram construídas 2.400 km de auto-
estradas e 3.400 Km de rodovias locais. No período 2000 a 2006, estão previstas para serem
construídas mais 2.500 Km de auto-estradas e mais 700 Km de rodovias locais. Como
resultado, além da melhoria na acessibilidade às regiões beneficiárias, estima-se a redução da
duração dos percursos em 20% e uma diminuição de acidentes em 20%. Nos transportes
ferroviários, foram investidos recursos para o aumento na eletrificação das redes ferroviárias e
a construção de vias duplas atingiu mais de um terço da rede. A rede ferroviária de alta
velocidade deverá ser ampliada de 623 Km para 1.140 Km até 2006 (Comissão, 2004:143).

Um dos fatores de sucesso em uma política de transporte é a capacidade de combinar


meios de transportes diferentes, porém interligados, destinados a mercadorias e passageiros.
Um ponto de estrangulamento pode prejudicar a região mais desfavorecida. Por questões

28
ambientais, deve-se buscar meios de transportes menos poluente. Os Transportes ferroviário,
aquaviário de interior e marítimo tendem a ser menos poluentes.

Segundo o rol de investimento da União Européia para as regiões mais desfavorecidas,


a disponibilidade de energia na região para atender a demanda empresarial e familiar, a oferta
de água potável e o tratamento das águas residuais e dos resíduos domésticos são ações
também necessárias para alavancar essas regiões. Muito embora os custos de implantação
dessas medidas não sejam baixos em regiões com mais carências de infraestruturas, é
importante destacar que regiões desenvolvidas possuem também altos custos para solucionar
seus problemas de congestionamentos e poluição ambiental.

O resultado dos investimentos nas regiões mais desfavorecidas economicamente


poderá também ser um fator de competição para essas regiões, pois poderão estar se
formatando áreas ambientais ecologicamente mais propícias ao trabalho em relação aos
grandes centros urbanos com graves problemas ambientais.

Um conceito interessante a se adotar é o da contabilidade verde, uma tentativa de


incorporar os custos ambientais nas estatísticas econômicas. O cálculo do Pib, na atualidade,
não inclui os custos do impacto ambiental causado pelos fatores de produção, o que viria a
ocasionar redução no Pib. A contabilidade verde é uma tentativa de medir os custos reais da
perda de recursos escassos e dos prejuízos ambientais causados pela produção e de incluir nos
cálculos do Pib estimativas explícitas de tais impactos e os custos para desenvolver
tecnologias alternativas ou mesmo o da limpeza do ambiente. Nestes casos, justificam-se os
investimentos nas regiões mais desfavorecidas, criando-se alternativas de desenvolvimento
em relação aos grandes centros, além do que, os investimentos ambientais nas regiões mais
desfavorecidas podem inclusive torná-las mais atraente que as demais regiões em função da
qualidade do meio ambiente que elas proporcionam as famílias e as empresas.

Outro fator importante considerado pela Comissão Européia é a melhoria dos recursos
humanos. A competitividade de uma economia não depende só do capital físico, mas também
do conhecimento que empresários e trabalhadores possuem. Eficazes sistemas de ensino e de
formação profissional são essenciais para aumentar a produtividade e o crescimento
econômico da região. O nível de escolaridade é fator determinante para a obtenção do
emprego.

29
Na União Européia, a taxa de desemprego é menor para os que possuem maiores
níveis de escolaridade. Em 1999, a taxa média de desemprego das pessoas entre 25 e 59 anos
de idade com nível superior de escolaridade era de 5% contra 8% para as pessoas com nível
secundário complementar e 12% para os que possuíam apenas o nível básico. Existe também
uma relação positiva entre os níveis de habilitação escolar e os rendimentos. Na União
Européia, os empregados de formação superior ganham em média significativamente mais
que os que possuem nível secundário. A diferença é de 50% na Alemanha, França e Áustria e
de 100% em Portugal. Porém, a diferença dos rendimentos entre os de nível secundário e
básico é de até 20% nos Estados-Membros, uma diferença bem mais reduzida (Comissão,
2001:56).

Um outro problema é a evasão escolar. O número de jovens na União Européia que


possui apenas um nível muito elementar de escolaridade e abandona prematuramente os
estudos é ainda substancial. Uma média de 22% dos jovens entre 14 e 24 anos possui apenas o
nível secundário. Essa taxa é bastante elevada em certas zonas urbanas ou periféricas, bem
como em grupos socialmente desfavorecidos. Em Portugal, 45% dos jovens entre 18 e 24
anos não vão além da escolaridade mínima obrigatória (Comissão, 2001:54).

Em uma sociedade baseada no conhecimento, a estratificação social baseia-se cada vez


mais entre rico e pobres em termos de escolaridade e competências. O abandono escolar hoje
tem conseqüências muito mais profundas, podendo reduzir drasticamente suas vantagens
competitivas. A educação torna-se, portanto, fator decisivo para a alavancagem das regiões
mais desfavorecidas.

Um outro fator de atuação da União Européia nas regiões mais desfavorecidas para
alavancar o seu desenvolvimento são os investimentos em desenvolvimento tecnológico –
IDT e os investimentos em inovação. A capacidade de realização de pesquisas avançadas
variam de região para região na União Européia. Regiões mais desenvolvidas investem mais
em inovação e IDT e o apoio às regiões mais desfavorecidas é crucial para que não se
aumente esse hiato tecnológico entre suas regiões.

Um estudo preliminar, que buscou pontuar a capacidade de inovação dos Estados-


membros, apontou a Suécia, Finlândia, Dinamarca e Alemanha como os países com maior
desenvolvimento nessa área. Apesar do esforço da Coesão proporcionando investimentos em
inovação e IDT nos 4 países da coesão econômica (Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda), esse

30
aumento não tem sido suficiente para eliminar as diferenças regionais. Pelo contrário, esta
diferença aumentou em relação aos quatro países da União Européia que mais investem em
inovação e IDT. Como resultado, Portugal, Espanha e Grécia viram reduzir suas
possibilidades de se tornarem mais competitivos no mercado europeu e mundial (Comissão,
2001:58).

O ambiente institucional, organizacional e regulatório também possuem papel


predominante para a inovação e IDT. Nas regiões menos favorecidas há uma combinação de
debilidades estruturais, tais como a falta de dinamismo do setor dos serviços às empresas,
sistemas financeiros deficientemente desenvolvidos, fracas ligações entre os setores públicos
e privados, especialização setorial em indústrias tradicionais com baixa capacidade de
inovação, baixos níveis de apoio publico a inovação e mal adaptados à realidade das pequenas
empresas locais. Portanto, um dos primeiros objetivos para o apoio a inovação e IDT para
essas regiões mais desfavorecidas é a de promover o desenvolvimento de novas formas de
organização e cooperação institucional e de promover a reorientação dos recursos para as
áreas inovadoras e mais dinâmicas da atividade econômica. É importante destacar que mesmo
que as regiões não possam contribuir igualmente para o avanço das tecnologias, as regiões
menos favorecidas devem poder usufruir desses avanços e os utilizarem de forma produtiva.

Outro fator de atuação da União Européia para a promoção das regiões mais
desfavorecidas é o desenvolvimento da tecnologia da informação e comunicação, que é a base
da economia do conhecimento. É ela que permite armazenar, processar e fazer circular
rapidamente e a baixo custo um número de dados cada vez maior, sendo uma fonte de ganho
de produtividade.

O avanço da tecnologia de informação e das comunicações abriu novas possibilidades


para o crescimento econômico nas regiões mais desfavorecidas, possibilitando a
descentralização das opções de instalações de uma empresa. As comunidades mais isoladas
passam a poder atrair e conservar atividades que promovam o desenvolvimento econômico da
região, por meio do acesso ao comércio eletrônico, da exploração da internet como ferramenta
de trabalho, da utilização das transferências eletrônicas de dados, do trabalho à distância, do
fornecimento de serviços públicos e informações por meio eletrônico e do ensino à distância.

Uma infraestrutura básica de telecomunicações eficaz é fator chave para essa nova
realidade. O objetivo da União Européia é aumentar a taxa de utilização das tecnologias

31
digitais nas regiões mais desfavorecidas e garantir que todos tenham conhecimentos
necessários para as utilizar.

3.2 Os Instrumentos de financiamento para o Desenvolvimento Regional na União


Européia.

Para realizar sua política de desenvolvimento regional, a União Européia definiu suas
áreas de ação em três objetivos. O objetivo 1 visa promover o desenvolvimento e o
ajustamento estrutural das regiões com atrasos de desenvolvimento, cujo Pib per capita é
inferior a 75% da média da Comunidade. O objetivo 2 visa apoiar a reconversão econômica e
social das zonas com dificuldades estruturais (regiões industriais em declínio e adaptação das
zonas rurais às alterações estruturais) e o objetivo 3 visa apoiar a adaptação e a modernização
das políticas de educação, de transformação e de emprego para as regiões menos favorecidas
não abrangidas pelo objetivo 1.

Os programas de desenvolvimento regional são custeados através dos recursos


financeiros dos Fundos Estruturais (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional - Feder e
Fundo Social Europeu – FSE) e do Fundo de Coesão. Os Fundos Estruturais e de Coesão são
responsáveis por mais de um terço do orçamento das políticas da Comunidade (União
Européia, 2002:01).

O Feder tem como objetivo reduzir a diferença entre os níveis de desenvolvimento das
diversas regiões e o atraso das regiões ou ilhas menos favorecidas, incluindo as zonas rurais,
contribuindo para o desenvolvimento harmonioso, equilibrado e sustentável das atividades
econômicas, para um elevado grau de competitividade, para um nível de emprego e de
proteção ambiental elevados e para a igualdade entre homens e mulheres.

Para assegurar a sua missão a favor do desenvolvimento regional o Feder participa no


financiamento de investimentos produtivos que permitam a criação ou a manutenção de
empregos duradouros; investimentos em infraestruturas que contribuam nas regiões do
objetivo no 1, para o desenvolvimento, o ajustamento estrutural, a criação e a manutenção de
empregos e, em todas as regiões elegíveis, para a diversificação, revitalização e renovação das

32
zonas de implantação econômica e de espaços industriais em declínio, das zonas urbanas
degradadas, bem como das zonas rurais e das zonas dependentes da pesca.

Os investimentos do Feder visam também o desenvolvimento das redes transeuropéias


nos setores do transporte, das telecomunicações e da energia, nas regiões do objetivo no 1;
promove o desenvolvimento do potencial endógeno através de medidas de apoio às iniciativas
de desenvolvimento local e de emprego e às atividades das pequenas e médias empresas.

O Feder visa também proporcionar serviços às empresas quanto à transferência de


tecnologias, ao desenvolvimento de instrumentos de financiamento, aos auxílios diretos aos
investimentos, a realização de infraestruturas de proximidade e a ajuda às estruturas de
serviços de proximidade. O Feder realiza também investimentos nos sectores da educação e
da saúde, unicamente para as regiões elegíveis no âmbito do objetivo 1.

O Feder financia ações em até 80% para os projetos elegíveis no objetivo 1 e até 50%
nas regiões do objetivo 2, podendo chegar a 60% para os projetos do objetivo 2 quando o
interesse comunitário o justifique (União Européia, 2002:04).

O FSE tem como objetivo apoiar a estratégia européia para o emprego, garantir a
coerência e a complementaridade das ações empreendidas visando melhorar o funcionamento
do mercado de trabalho e o desenvolvimento dos recursos humanos.

Para atingir seus objetivos, o FSE participa no financiamento do desenvolvimento de


políticas ativas do mercado de trabalho na prevenção e luta contra o desemprego, na
reintegração no mercado de trabalho dos desempregados de longa duração e no apoio a
inserção profissional dos jovens e das pessoas que voltam a ingressar no mercado de trabalho
após um período de ausência, bem como, em medidas específicas para melhorar o acesso e a
participação das mulheres no mercado de trabalho.

O FSE financia até 100% dos custos das atividades elegíveis. O Orçamento do FSE
para o período de 2000 a 2006 é de 60 bilhões de Euros. Cerca de 60% desse montante é
destinado à educação e a formação profissional; 14% é destinado a formação empresarial;
19% destinados às empresas e empregadores a adoção de novas tecnologias e os 4% restantes
são destinados a programas de inclusão das mulheres no mercado de trabalho.

Os Fundos Estruturais (Feder e FSE) intervêm principalmente sob a forma de ajuda


não reembolsável, ou “ajuda direta” e, em escala menor, de ajuda reembolsável, bonificações

33
de juros, garantia, aquisição de participações e participação no capital de risco. Os
financiamentos da Comunidade deverão se adicionar às ajudas nacionais e não substituí-las. O
montante das verbas globais dos Fundos Estruturais, para o período de 2000 a 2006, é
estimado em 195 bilhões de euros, excluído o Fundo de Coesão, com uma concentração de
recursos significativa no objetivo 1, cerca de 69,7% dos recursos estimados.

Quanto ao Fundo de Coesão, este foi instituído em caráter complementar aos outros
instrumentos comunitários de desenvolvimento regional, nas áreas do ambiente e das
infraestruturas de transportes, para reforçar os investimentos nos Estados-membros cujo
Produto Nacional Bruto (PNB) per capita seja inferior a 90% da média comunitária. O Fundo
de Coesão é, em última análise, um reforço aos Estados-membros para o seu desenvolvimento
para que possam satisfazer os critérios econômicos de convergência fixados no artigo 104 do
Tratado que institui a Comunidade Européia (déficit público menor ou igual a 3% do Pib,
dívida pública menor ou igual a 60%). Até 2004, apenas a Grécia, a Espanha, a Irlanda e
Portugal se beneficiaram do Fundo de Coesão. A não instituição de um programa para a
consecução dos critérios econômicos de convergência é suficiente para que o Estado-membro
não seja beneficiado pelo Fundo de Coesão.

A repartição indicativa dos recursos globais do Fundo entre os Estados-membros


depende de diversos critérios: sua população e a sua superfície, o Produto Nacional Bruto por
habitante e fatores socioeconômicos tais como o nível de infraestruturas. A Espanha é o país
mais beneficiado pelo Fundo de Coesão, tendo sua participação nos recursos em torno de 61 a
63,5%. A Grécia e Portugal, em torno de 16 a 18% e a Irlanda, em torno de 2 a 6%. No
entanto, o total dos pagamentos anuais a esses Estados, a título do Fundo de Coesão,
combinado com a ajuda dos Fundos Estruturais, não pode exceder a 4% do seu PIB. O Fundo
de Coesão participa com 80% a 85% dos custos dos projetos e o apoio conjugado do Fundo de
Coesão com os demais fundos não poderá exceder a 90% das despesas totais de um projeto. O
montante do Fundo de Coesão para o período de 2000 a 2006 está estimado em 18 bilhões de
euros.

Os Fundos Estruturais e de Coesão promovem um efeito positivo no investimento


regional por parte dos Estados-membros, em virtude da exigência dos subsídios comunitários
serem co-financiados por recursos nacionais. Para cada Euro atribuído pelos Fundos
Estruturais às regiões do objetivo 1, houve uma contrapartida nacional média de 0,6 Euros,

34
além do que, o Estado-membro deve manter despesas para cada um dos três objetivos, pelo
menos, no mesmo montante das despesas públicas no período anterior.

Estas são as premissas e as ações da União Européia relativas ao seu desenvolvimento


regional.

35
Capítulo 4 As Transferências Verticais e Horizontais do Federalismo
Cooperativo Alemão.

A Federação Alemã possui um modelo de transferência regional de recursos bastante


sofisticado e integrador. A partir da premissa que todo cidadão alemão deve ser igualmente
atendido pelo Estado, resulta que todo estado alemão deverá ter a mesma disponibilidade per
capita de recursos para atender as necessidades de sua população. É o princípio constitucional
de manutenção da uniformidade de condições de vida em todo o território federal, e por
extensão, o combate às diferenças regionais.

A política de uniformidade fiscal da Federação alemã parte da harmonização da


estrutura tributária do país. Os impostos que geram maior volume de receitas são impostos
compartilhados entre a União e os estados federados, com legislação federal e administração
estadual. Os impostos de renda da pessoa física e jurídica e o imposto sobre valor agregado
representam cerca de 70% da arrecadação tributária alemã (Moraes, 2001:237). A distribuição
dos recursos arrecadados por estes impostos já atende a princípios equalizadores. Nos casos
dos impostos de renda da pessoa física e jurídica, 50% pertencem a União e 50% pertencem
ao conjunto dos estados7. Quanto ao imposto sobre valor agregado, este é repartido em uma
primeira rodada entre a União e a totalidade dos estados8. Esta divisão é realizada de acordo
com as necessidades de gastos da federação e dos estados-membros, e para tanto, faz-se
necessário um planejamento orçamentário conjunto, envolvendo as três esferas de governo.

Uma vez determinada a repartição entre a União e os estados, inicia-se a equalização


da distribuição dos recursos entre os estados para atender ao princípio da uniformidade de
condições de vida. No caso do imposto de renda, a distribuição de recursos baseia-se no
critério territorial, ou seja, pertence a cada estado a arrecadação do imposto de renda de seus
contribuintes pessoas físicas residentes e empresas localizadas em seu território. Quando a
fonte pagadora está situada em um estado diverso da residência do contribuinte ou da
empresa, estes recursos são redirecionados ao estado onde se situe a jurisdição do contribuinte
pessoa física ou jurídica. São regras meramente tributárias de distribuição de recursos. Porém,
com relação ao IVA, a repartição obedece a um princípio populacional. Portanto, cada estado

7
A partir de 1993 os municípios passaram também a ter uma participação nesses impostos.
8
A partir de 1998 os municípios passaram também a ter uma participação nesses impostos.

36
recebe uma parcela per capita igual, independentemente do fato gerador do imposto ocorrer
em sua jurisdição. Adicionalmente, para melhorar ainda mais a situação fiscal dos estados
com capacidade financeira reduzida, até 25% deste IVA estadual pode ser redistribuído para
estes estados por meio de participações complementares. Busca-se atingir com essas medidas
o nivelamento das repartições dos impostos entre os estados, em até 92% da média do
conjunto dos estados.

A tabela 4.1 apresenta a distribuição percentual das receitas dos impostos


compartilhados e impostos estaduais, antes da contabilização do IVA, em relação à média dos
estados per capita. Observa-se que os estados da antiga Alemanha Ocidental possuem baixos
índices de recursos per capita antes da distribuição do IVA.

Tabela 4.1

Distribuição dos impostos compartilhados e impostos estaduais, exceto o


IVA (per capita, em percentuais da média)
valores em percentuais
Estado 1995 1996 1997 1998
Baden-Wuerttemberg 115,6 115,9 115,5 119,9
Baixa Saxônia 96,0 95,9 93,7 93,0
Baviera 113,7 116,7 118,8 117,0
Bremen 113,5 110,9 130,9 95,1
Hamburgo 157,8 169,5 165,1 172,5
Hessen 118,8 129,9 129,1 129,8
Renânia-Palatinado 98,2 99,1 96,0 94,4
Renânia Setentrional-Vestfália 114,2 114,0 113,7 113,8
Sarre 84,3 82,7 84,9 78,7
Schleswig-Holstein 106,6 102,7 104,8 104,3
Brandemburgo 54,2 43,6 43,5 43,2
Macklemburgo-Pomerânia Ocidental 46,0 37,4 38,0 37,8
Saxônia 49,8 41,1 40,6 41,2
Saxônia-Anhalt 43,9 35,9 35,0 35,8
Tiríngia 43,6 34,9 35,3 36,7
Berlim 94,2 96,9 97,4 94,9
Total 100 100 100 100
Fonte: Bundesrepublik Deutschland in Moraes (2001: 252)

37
A seguir, apresentamos a distribuição do IVA em função das regras acima descritas.
Observa-se, neste caso, que os estados da antiga Alemanha Ocidental receberam participações
per capita do IVA bem superiores aos demais estados da Alemanha, visando à equalização
das disponibilidades financeiras entre os Estados alemães. O Estado da Saxônia-Anhalt chega
a receber, em 1998, 176,9% de recursos do IVA per capita em relação à média nacional.

Tabela 4.2

Distribuição do IVA - segundo número de habitantes mais participações


complementares (per capita, em percentuais da média)
valores em percentuais
Estado 1995 1996 1997 1998
Baden-Wuerttemberg 85,7 85,7 86,4 84,9
Baixa Saxônia 85,7 85,7 86,4 84,9
Baviera 85,7 85,7 86,4 84,9
Bremen 85,7 85,7 86,4 84,9
Hamburgo 85,7 85,7 86,4 84,9
Hessen 85,7 85,7 86,4 84,9
Renânia-Palatinado 85,7 85,7 86,4 84,9
Renânia Setentrional-Vestfália 85,7 85,7 86,4 84,9
Sarre 99,9 99,9 96,9 106,6
Schleswig-Holstein 85,7 85,7 86,4 84,9
Brandemburgo 155,1 160,1 157,8 164,8
Macklemburgo-Pomerânia Ocidental 170,1 169,7 165,8 173,7
Saxônia 163,0 164,1 162,0 168,2
Saxônia-Anhalt 174,0 172,0 170,2 176,9
Tiríngia 174,4 173,6 169,8 175,5
Berlim 85,7 85,7 86,4 84,9
Total 100 100 100 100
Fonte: Bundesrepublik Deutschland in Moraes (2001: 261)

Após a distribuição do IVA, a disponibilidade financeira dos estados per capita,


incluindo os demais impostos estaduais tende a uma equalização. Observa-se a melhoria
significativa da situação financeira per capita dos estados da antiga Alemanha Oriental após
esta distribuição. O Estado da Saxônia-Anhalt que possuía, em 1998, arrecadação disponível
per capita em relação à média nacional antes da distribuição do IVA em 35,8%, após a
distribuição do IVA o Estado atinge o percentual per capita em relação à média nacional de
84,6%. Portanto, mais que duplicou sua disponibilidade financeira per capita em relação à
media nacional após a distribuição do IVA.

38
Tabela 4.3

Distribuição dos recursos dos impostos compartilhados e estaduais,


inclusive o IVA (per capita, em percentuais da média)
valores em percentuais
Estado 1995 1996 1997 1998
Baden-Wuerttemberg 109,7 108,8 108,7 111,3
Baixa Saxônia 96,2 95,4 94,4 93,8
Baviera 107,7 108,6 109,4 108,5
Bremen 80,9 79,2 86,4 71,8
Hamburgo 103,5 107,9 105,1 109,8
Hessen 112,2 117,2 116,9 117,6
Renânia-Palatinado 96,2 96,3 95,0 93,4
Renânia Setentrional-Vestfália 107,0 106,4 106,4 106,3
Sarre 90,9 89,8 90,4 90,1
Schleswig-Holstein 102,5 99,6 100,6 100,3
Brandemburgo 86,6 85,1 85,6 86,6
Macklemburgo-Pomerânia Ocidental 84,6 83,6 83,7 83,7
Saxônia 85,5 84,6 84,8 84,7
Saxônia-Anhalt 85,0 84,0 84,5 84,6
Tiríngia 85,0 84,0 84,0 84,1
Berlim 72,6 72,3 71,4 70,1
Total 100 100 100 100
Fonte: Bundesrepublik Deutschland in Moraes (2001: 269)

Após a distribuição dos recursos dos impostos compartilhados, inicia-se o processo de


compensações financeiras horizontais, entre os estados. O objetivo é que todos os estados
possam dispor de disponibilidades financeiras per capita em até 95% da média per capita
nacional, buscando alcançar a uniformidade de vida por intermédio de um nivelamento per
capita das dotações orçamentárias de cada jurisdição estadual. Para tanto, calcula-se a
“medida de capacidade financeira” dos estados, que é uma medida de disponibilidade
financeira per capita dos estados e compara-se com a medida de compensação, que é a média
das disponibilidades financeiras per capita do conjunto dos estados. Os estados que possuem
sua medida de capacidade financeira acima da medida de compensação tornam-se
transferidores líquidos de recursos para aqueles que possuem sua medida de capacidade
financeira abaixo da medida de compensação. É importante destacar que essa adequação
financeira entre os estados leva em consideração também a capacidade financeira dos
municípios.

39
Como resultado das compensações financeiras interestaduais, as disponibilidades
financeiras dos estados atingem o percentual mínimo de 95% das disponibilidades financeiras
média per capita do conjunto dos estados. Observa-se, na tabela 4.4 que nenhum estado
alemão, nesta fase de distribuição de recursos horizontais, permanece com seu percentual de
disponibilidade financeira per capita em relação à média per capita nacional inferior a 95%,
incluindo-se neste rol os estados da antiga Alemanha Oriental. Como resultado destas
transferências, estados que possuíam disponibilidades per capita acima da média per capita
nacional tiveram que ceder recursos para os estados que estavam abaixo desta média. Este é o
caso do Estado de Hessen, que em 1998 possuía uma disponibilidade financeira per capita em
relação à média per capita nacional em 117,6%, após a distribuição do IVA, e passa a possuir
uma disponibilidade de 104,4% após a distribuição horizontal entre os estados.

40
Tabela 4.4

Capacidade financeira dos estados depois da compensação financeira


horizontal (per capita, em percentuais da média)
valores em percentuais
Estado 1995 1996 1997 1998
Baden-Wuerttemberg 103,0 102,9 103,0 103,5
Baixa Saxônia 97,6 97,1 96,5 96,1
Baviera 102,5 102,8 103,1 103,0
Bremen 96,3 96,4 96,0 95,8
Hamburgo 102,2 102,8 102,3 103,5
Hessen 103,4 104,1 104,2 104,4
Renânia-Palatinado 97,6 97,7 96,9 95,9
Renânia Setentrional-Vestfália 102,3 102,2 102,3 102,3
Sarre 95,0 95,0 95,0 95,0
Schleswig-Holstein 101,2 99,8 100,5 100,3
Brandemburgo 95,0 95,0 95,0 95,0
Macklemburgo-Pomerânia Ocidental 95,0 95,0 95,0 95,0
Saxônia 95,0 95,0 95,0 95,0
Saxônia-Anhalt 95,0 95,0 95,0 95,0
Tiríngia 95,0 95,0 95,0 95,0
Berlim 95,0 95,0 95,0 95,0
Total 100 100 100 100
Fonte: Bundesrepublik Deutschland in Moraes (2001: 273)

E para finalizar a equalização das disponibilidades financeiras per capita dos estados,
passa-se para uma nova rodada de transferências de recursos, desta vez vertical, da União para
os estados, com a finalidade de que todos os estados atinjam até 99,5% de disponibilidade
financeira per capita da média nacional. São as transferências federais complementares.
Trata-se da última etapa de distribuição de receitas. A tabela 4.5 apresenta as disponibilidades
financeiras dos estados per capita em relação à média per capita nacional, após as
transferências verticais.

41
Tabela 4.5

Capacidade financeira dos estados depois das compensações financeiras


horizontal e vertical (per capita, em percentuais da média)
valores em percentuais
Estado 1995 1996 1997 1998
Baden-Wuerttemberg 103,0 102,9 103,0 103,5
Baixa Saxônia 99,8 99,7 99,7 99,6
Baviera 102,5 102,8 103,1 103,0
Bremen 99,6 99,6 99,6 99,6
Hamburgo 102,2 102,8 102,3 103,5
Hessen 103,4 104,1 104,2 104,3
Renânia-Palatinado 99,8 99,8 99,7 99,6
Renânia Setentrional-Vestfália 102,3 102,2 102,3 102,3
Sarre 99,5 99,5 99,5 99,5
Schleswig-Holstein 101,2 100,0 100,5 100,2
Brandemburgo 99,5 99,5 99,5 99,5
Macklemburgo-Pomerânia Ocidental 99,5 99,5 99,5 99,5
Saxônia 99,5 99,5 99,5 99,5
Saxônia-Anhalt 99,5 99,5 99,5 99,5
Tiríngia 99,5 99,5 99,5 99,5
Berlim 99,5 99,5 99,5 99,5
Total 100 100 100 100
Fonte: Bundesrepublik Deutschland in Moraes (2001: 2278)

Como se pode observar, o resultado das transferências verticais alemães (União para
estados) e horizontais (estado para estado) resultam em uma plena uniformidade de condições
dos estados para atenderem seus cidadãos. O estado com melhor disponibilidade financeira
per capita em relação à média per capita nacional, em 1998, é o Estado de Hessen, com
104,3%, e os estados com menores disponibilidades financeiras atingiram neste mesmo ano o
percentual de 99,5%. Trata-se, realmente, de um mecanismo de distribuição de renda regional
que assegura o desenvolvimento harmonioso em toda a Federação alemã.

42
Capítulo 5 Análise das Políticas de Desenvolvimento Regional e dos
Modelos de Transferências.

Os modelos das políticas de desenvolvimento regionais brasileira e da União Européia


diferem substancialmente. Enquanto a brasileira tende a promover a instalação de empresas
nas regiões menos desenvolvidas através de incentivos fiscais e financiamentos subsidiados, a
política da União Européia busca dotar as regiões menos favorecidas com infraestruturas
básicas que tornem as regiões capacitadas para atraírem investimentos produtivos.

O modelo brasileiro é um modelo que retrata as políticas regionais da América latina


da década de 50, a política de substituição de importações proposta pela Cepal, visando
diminuir o fosso econômico existente entre as economias dos países latino-americanos e os
países desenvolvidos. Tratava-se de uma proposta de desenvolvimento para toda a América
latina, buscando uma maior integração entre essas economias e o seu desenvolvimento
industrial. Entendia-se que os países latino-americanos conquistariam uma maior capacidade
competitiva internacional por meio da internação de novas tecnologias, alterando sua vocação
meramente agrária, de baixo valor agregado, para uma diversificação econômica com maior
valor agregado, não desconsiderando o aproveitamento das vantagens comparativas entre os
países da região. Em resumo, a política de substituição de importações visava um
fortalecimento regional para uma melhor competitividade internacional.

Em função dos problemas políticos existentes em toda a América latina na época, o


processo de integração econômica dessas economias não pôde ser concretizado.
Individualmente, vários países absorveram internamente a política de substituição de
importações, dentre eles, e de uma forma muito intensiva, o Brasil. Este modelo perdurou no
país até os anos 90. Portanto, nestes 40 anos, o modelo de desenvolvimento existente no país
se baseava em proteger a economia do país e subsidiar o processo produtivo.

O modelo adotado para o desenvolvimento regional brasileiro não se diferenciou do


modelo de desenvolvimento adotado para o país nesse período. Através de financiamentos
subsidiados e desonerações tributárias para o setor produtivo, buscou-se desenvolver as
regiões menos desenvolvidas do país. Esse modelo de desenvolvimento, que já foi

43
abandonado pelo país na década de 90 como modelo de desenvolvimento, mantém-se como
modelo para o desenvolvimento regional.

O modelo acarreta ineficiências econômicas por promover investimentos em regiões


não dotadas de infraestruturas físicas adequadas (transportes eficientes, redes de energia e de
telecomunicações entre outros) e de capital humano (mão-de-obra qualificada e com
formação), bem como não desenvolvendo um tipo de competição saudável em virtude dos
benefícios tributários e creditícios implementados, distorcendo o processo de decisão dos
investimentos privados, que passa a não se basear na eficiência econômica.

Como foi visto no Capítulo 1, 59,2% dos recursos do desenvolvimento regional


brasileiro foram destinados para a Região Norte e 34,3% para a região Nordeste. A exceção
do Estado do Amazonas, cuja capital Manaus concentra a quase totalidade dos recursos do
desenvolvimento regional para a Região Norte, todos os demais estados das regiões Norte e
Nordeste não atingiram melhorias substanciais com a política de desenvolvimento regional
brasileira. Em 2001, o Estado do Amazonas encontrava-se com seu Pib per capita superior a
média brasileira e os demais estados encontravam-se num patamar inferior a 60% da média
brasileira, a exceção de Sergipe e Amapá, ambos com 65% e Rondônia, com 62%. Neste
mesmo ano os Estados do Maranhão, Piauí e Tocantins possuíam seus Pib per capita em
26%, 28% e 37% em relação à média brasileira, respectivamente.

Diferentemente do modelo brasileiro, o modelo de política de desenvolvimento


regional adotado na União Européia busca dotar as regiões menos favorecidas com
infraestruturas básicas que tornem as regiões capacitadas para atraírem investimentos
produtivos. Este modelo tem como premissa que as regiões economicamente mais
desfavorecidas devam possuir infraestruturas básicas e de capital humano capacitado para os
desafios da competitividade empresarial. O foco do desenvolvimento regional da União
Européia é, portanto, a melhoria das condições econômicas e sociais dessas regiões.

Os quatro países da Coesão - Portugal, Espanha, Grécia e Irlanda, registraram entre


1994 e 2001, crescimento do Pib muito acima da União Européia dos 15, que obteve um
crescimento médio nesse período em torno de 2% ao ano (Comissão, 2004:02). Em relação ao
Pib per capita, mesmo em função do crescimento demográfico dos três primeiros países ter
sido pouco acima da média da União Européia, o Pib per capita destes países aumentou em
relação ao da União Européia.

44
Quanto à Irlanda, que obteve um crescimento populacional abaixo da média da União
Européia, seu Pib per capita aumentou quatro vezes mais que a taxa de crescimento do Pib
per capita da União Européia no mesmo período. Em função disto, a Irlanda, que na década
de 90 tinha seu Pib per capita abaixo dos 75% da média da União Européia, em 2001superou
em 17% o Pib per capita médio da União Européia (Comissão, 2004:02).

No conjunto de países do objetivo 1, o Pib per capita aumentou quase 3% ao ano no


período de 1994 a 2001 e desde 1988, quando os Fundos Estruturais foram reformados, o
crescimento do Pib das regiões do objetivo 1 é superior a média da crescimento do Pib da
União Européia (Comissão, 2004:03). O Pib per capita das áreas abrangidas pelo objetivo 1
cresceu de 63% para 70% da média da União Européia dos 15 no período de 1988 a 1998
(Comissão, 2001:xxi).

Quanto ao nível de emprego, os quatros países da Coesão tiveram, no período de 1996


a 2002, um aumento substancial atingindo a taxa de 60%, pouco abaixo dos 64% da União
Européia dos 15. A Irlanda teve um incremento no emprego nesse período de 11%, ficando
com sua taxa de emprego um pouco acima da média da União Européia dos 15, a Espanha
obteve um aumento de 11%, porém sua taxa de emprego situa-se ainda em torno de 58,5%,
abaixo da média da União Européia. Portugal obteve um aumento de 6,5% e a Grécia foi a
que obteve menor incremento no emprego, apenas 2%, apesar de um crescimento econômico
acima da média da União Européia (Comissão, 2004:03). Nas regiões do objetivo 1, entre
1994 e 2001, o nível de emprego teve crescimento em torno de 1,5%, valor ligeiramente
acima da média da União Européia (Comissão, 2004:06).

Quanto ao aumento da produtividade do emprego, tanto a Irlanda quanto Portugal e


Grécia obtiveram taxas superiores a da União Européia, nesse período de 1996 a 2002
(Comissão, 2004:04). A Espanha, apesar de um aumento no índice de ocupação, obteve uma
taxa de produtividade próxima da metade da média obtida pela União Européia. O aumento da
produtividade do emprego em Portugal e Grécia, regiões mais desfavorecidas da União
Européia dos 15, poderá alavancar uma convergência nos rendimentos nestes países nos
próximos anos, com relação aos demais países da comunidade. Para as regiões do objetivo 1,
a média anual da produtividade no período de 1994 a 2001 foi em torno de 1,5%, acima da
média anual da União Européia, que foi de 1,0% (Comissão, 2004:04).

45
Entre 1999 e 2001, o investimento direto estrangeiro representou cerca de 21% do Pib
na Irlanda (segundo país da União Européia em investimentos estrangeiros em termos de Pib
per capita), 15% na Dinamarca (terceiro país em investimentos estrangeiros em termos de Pib
per capita), e de 13% na Holanda (quarto país em investimentos estrangeiros em termos de
Pib per capita). Em Portugal, este valor foi um pouco mais de 4%, na Espanha em torno de
1,5% e na Grécia ficou abaixo de 1% de seu Pib. Este foi o indicador mais desfavorável para
os países da Coesão, com exceção da Irlanda (Comissão, 2004:xiv).

A situação econômica e social dos novos Estados-membros é bem inferior do que os


primeiros 15 Estados-membros. 92% dos habitantes dos 10 novos Estados-membros vivem
em regiões cujo Pib per capita é inferior a 75% da média do Pib per capita da União Européia
alargada, ou seja, já entrando no computo os Pib destes novos Estados-Membros. E, mais de
dois terços vivem em regiões cujo Pib per capita é menos de 50% desta média. Com o
alargamento, a União Européia terá um acréscimo em seu Pib de menos de 5% e um
crescimento populacional de quase 20% (Comissão, 2004:10).

Com o alargamento, os desafios da União Européia quanto ao seu desenvolvimento


regional serão intensificados para atender as novas demandas, porém, a política de
desenvolvimento regional será a mesma adota na União Européia dos 15. No Terceiro
Relatório sobre a Coesão Econômica e Social, a Comissão Européia apresenta dois cenários
sobre a convergência do Pib para se atingir a taxa de 75% per capita da média da União para
os novos estados-membros. O primeiro cenário supõe o crescimento econômico dos novos
estados-membros de 1,5% acima da média da União Européia e o segundo cenário, 2,5%. No
primeiro cenário, a convergência de todos os novos estados-membros (75% da média per
capita) seria atingida por volta do ano 2050, porém a metade dos estados-membros já atingiria
os 75% em 2019 e em 2030 já seriam 70% dos estados-membros. No segundo cenário,
haveria um a redução deste prazo. Porém, a Comissão destaca o caso da Irlanda, alegando
poder haver reduções substanciais nestes prazos (Comissão, 2004:16).

Observa-se, portanto, uma política de convergência bem definida por parte da União
Européia, o que não ocorre no caso brasileiro.

46
Capítulo 6 Conclusão.

Este trabalho apresenta a ótica do desenvolvimento regional no Brasil e na União


Européia. Verifica-se que são dois modelos de desenvolvimento distintos. No caso europeu,
busca-se uma política ativa para a coesão econômica entre os seus estados-membros com
metas de nivelamento econômico a alcançar. No caso brasileiro, além de se adotar uma
política de desenvolvimento regional desatualizada e de certa forma passiva, ou seja, não
apresenta metas a serem alcançadas ao longo do tempo, não há, portanto, uma expectativa
clara de coesão econômica a médio e longo prazo. Ou seja, ao longo deste 50 anos de política
de desenvolvimento regional no Brasil, a exceção da Zona Franca de Manaus, pelas
excessivas renúncias tributárias e excessivos investimentos creditícios em um só município,
conforme apresentado no Capítulo 1, nenhuma outra região do Brasil obteve resultados
expressivos.

Em se mantendo a mesma política de desenvolvimento regional no Brasil, em 2050 o


fosso econômico entre estados brasileiros poderá estar inalterado. Porém, como estarão em
2050 os novos Estados-membros da União Européia, adotando-se uma política ativa de
desenvolvimento regional, por meio do investimento nessas regiões em infraestruturas básicas
e capacitação profissional? Pelos resultados obtidos nos países da Coesão da União Européia
dos 15, poderemos supor que atingirão certamente melhores resultados que as Regiões Norte
e Nordeste do Brasil neste mesmo período.

Quanto aos modelos de transferências de recursos apresentados, o alemão e o


brasileiro, verifica-se que o modelo alemão atinge os objetivos a que se propõe, de
manutenção da uniformidade de condições de vida em todo o território federal. Observa-se,
como apresentado no Capítulo 4, que a Federação alemã consegue um nivelamento das
disponibilidades de recursos para todas as suas regiões em, no mínimo, 99,5% per capita da
média nacional. Já o modelo brasileiro, apesar de melhorar a situação dos estados mais
desfavorecidos economicamente, não apresenta resultados tão equalizadores como o modelo
alemão. O Estado do Maranhão, conforme consta no capítulo 2, após as Transferências
Constitucionais ainda permanece com sua disponibilidade de recursos financeiros per capita
bem abaixo da média nacional, com apenas 54,1%. Estes baixos níveis de disponibilidade de
recursos per capita nos estados do Norte e Nordeste brasileiro, além de desfavorecer os

47
cidadãos que moram nestes estados, pois seus governos possuem menos recursos para atender
suas necessidades, justificam o grande êxodo que ocorre dos estados mais pobres da
Federação brasileira para os estados mais ricos, que se situam no sul e no sudeste do país.

Não há, na atual discussão sobre a política fiscal brasileira, qualquer menção a essas
desigualdades. Pelo contrário, em se tratando de reforma tributária, nenhum ente federativo
admite perder qualquer fatia de recurso que hoje dispõe. A tentativa de reforma tributária, que
vem ocorrendo desde 1990 e que até o presente momento não foi concluída, nos mostra o
quanto este tema ainda não se encontra amadurecido no país.

Os desafios da União Européia, a partir do alargamento, são idênticos aos desafios do


Brasil. Mantendo-se as mesmas políticas atuais, certamente nos próximos 20 anos os novos
integrantes da União Européia estarão em melhores condições econômicas que os estados
brasileiros das regiões Norte e Nordeste. Diante dos fatos apresentados, acredita-se que o
Brasil deveria buscar atualizar seus modelos de política de desenvolvimento regional e das
transferências de recursos, buscando atingir metas mais fortemente redistributivas e
equilizadoras, a fim de proporcionar a todo cidadão brasileiro condições de vida uniformes
em todo o território nacional.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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