O que esperar e recear de 2020?

Quinta-feira • 30 de janeiro de 2020 • •1

O INTERIOR volta desafiar personalidades, autarcas, políticos, empresários, sindicalistas, jornalistas e dirigentes associativos a partilhar a sua
opinião sobre o novo ano, bem como as suas aspirações, preocupações e anseios. Nesta edição publicamos alguns contributos, mas há mais
para ler nas próximas semanas Pág 8
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1047
30 janeiro 2020
Ano 19
quinta-feira
 0.75 iva incluído
Diretor: Luís Baptista-Martins
semanário

Câmara da Covilhã ameaça sair

da CIM Beiras e Serra da Estrela
A “bomba” está lançada. O presidente Vítor Pereira admitiu que no final deste mandato vai ponderar a continuidade do seu município na CIMBSE. Na
sua opinião, a mudança para a Beira Baixa também deve ser encarada por Belmonte e Fundão. Luís Tadeu, atual presidente da CIMBSE, responde que
«neste momento não faz sentido que se ponha em causa a pertença a uma determinada comunidade intermunicipal» Pág.5

Portagens
Governo estuda O “terceiro transporte” – a história dos judeus
descontos para
residentes e que não entraram em Vilar Formoso
visitantes na A23
e A25
Ainda não há datas, nem foram
divulgadas as percentagens
de desconto a aplicar nas anti-
gas SCUT, mas a ministra Ana
Abrunhosa defende que medida
deve ser implementada «o mais
rápido possível» ___________ 6

Pinhel
2020 é o ano da
“Cidade-Falcão”
Este ano comemoram-se os 250
anos de elevação a cidade e a
criação da diocese de Pinhel.
É também o ano da “Cidade do Em novembro de 1940 um comboio chegava a Vilar Formoso lotado de esperança judia. Dificuldades diplomáticas impediram
Vinho” e dos 25 anos da Feira os cerca de 300 expatriados pela guerra nazi de entrar em Portugal, forçando-os a ficar dez dias dentro do comboio parado. No
das Tradições, eventos que co- fim de tudo foram obrigados a voltar para trás e muitos deles não sobreviveram para contar a história, que agora é evocada
locam em destaque os produtos no museu “Vilar Formoso Fronteira da Paz – Memorial aos Refugiados e ao Cônsul Aristides de Sousa Mendes” Pág.4
endógenos do concelho ____ 12

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Trancoso Guarda
Área de Acolhimento FIT ainda não
Empresarial inaugurada convenceu socialistas
a 28 de fevereiro ao fim de sete anos
Já está a decorrer o prazo de candidatu- Oposição voltou a pedir estudo sobre
ras para a instalação de empresas em 10 impacto da Feira Ibérica de Turismo na
dos 15 lotes disponíveis e cujo preço do economia local e o presidente da Câmara
metro quadrado é de 2 euros ________ 9 mostrou disponibilidade para o fazer se
isso «pacificar os críticos» _________ 7
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 2• • Quinta-feira • 30 de janeiro de 2020
no  fio  da  navalha
Carlos Peixoto
O deputado do PSD na Assembleia
da República eleito pelo distrito da Guarda
protagonizou uma intervenção assertiva e
batalhadora na recente audição parlamentar
da ministra da Coesão Territorial, Ana Abru-
nhosa. Carlos Peixoto pôs o dedo na ferida
ao criticar o Governo pela falta de correção
de assimetrias e de medidas urgentes para
o interior. Na sua opinião, nada mudou, tudo
continua na mesma apesar de paliativos
como a Secretaria de Estado da Ação Social.
Património judaico
O turismo judaico continua a crescer e
vários municípios levam vantagem com pro-
jetos de grande relevância para se perceber a
importância que a comunidade sefardita teve
na economia, na cultura e na sociedade de
vilas e cidades há séculos atrás. Esse legado
é uma aposta estratégica para Belmonte,
Figueira de Castelo Rodrigo e Trancoso,
enquanto Almeida quer capitalizar o facto
de Vilar Formoso ter sido a porta de abrigo
de muitos judeus fugidos do extermínio nazi
durante a IIª Guerra Mundial. Já a Guarda e a
Covilhã, onde floresceram duas das maiores
comunidades judaicas da região, parecem ter
perdido o comboio.
Aldeias Históricas
A liderança da comunidade internacio-
nal de Destinos Turísticos Sustentáveis vai
ser assumida pelas Aldeias Históricas de
Portugal. Esta é a primeira vez que o Instituto
de Turismo Responsável (ITR) atribui essa
responsabilidade a Portugal. Esta entidade
com sede em Belmonte ostenta também,
desde novembro de 2018, o certificado
“Biosphere Destination”, sendo o primeiro
destino em rede a nível mundial e nacional
com essa certificação.
Vítor Pereira
O Presidente da Câmara Municipal
da Covilhã reiterou que no final deste
mandato vai ponderar a continuidade do
seu município na CIM-BSE. Para o autarca
covilhanense há «divergências» que o
levam a preferir fazer parte da CIM Beira
Baixa. Sem dar exemplos concretos dessas
«divergências» ou apresentar argumentos
programáticos ou estruturais que prejudi-
quem o concelho da Covilhã no contaxto
da atual CIM, a posição de Vítor Pereira
mais parece um desabafo por falta de
protagonismo pessoal do que uma visão
global para a região – a definição de um
território não pode depender de vontades
circunstanciais ou arrufos de momento dos
seus dirigentes.
Entrevista
Cara
a P
cara
«As organizações
estudantis, juvenis
e partidárias
continuam a precisar
de captar jovens
motivados e com
sentido de causa»
P - A que se deve a sua eleição para o
Conselho Nacional de Juventude?
R - O meu percurso associativo começou
em 2016 a nível local, seguiram-se três anos
em que ocupei cargos a nível local e nacional
no âmbito de estruturas ligadas à saúde.
Considero que o percurso académico só fica
completo com experiências de valorização
associativa. O movimento associativo tem
ganho cada vez mais peso na mesa de decisão
e gostava de fazer parte desta nobre missão
de defesa dos superiores interesses das pes-
soas que representamos. Sob esta premissa,
pedi o apoio e credenciação da Associação
Portuguesa de Estudantes de Farmácia, da
qual fui vice-presidente no ano transato,
para apresentar uma candidatura a vogal
da direção do Conselho Nacional de Juven-
tude (CNJ). Entendi que chegou agora a
hora de tentar representar os valores
que levo das experiências nacionais e
internacionais, com representação na
European Pharmaceutical Students
Association, para esta estrutura de
grande importância na persecução
da evolução juventude portuguesa.
P - Para que serve este or-
ganismo?
R - O CNJ foi criado em 1985
– celebra este ano 35 anos – e conta
com Organizações Membro das mais diferen-
ciadas áreas estudantis, juvenis e partidárias.
A sua missão é bem clara e constitui-se como
plataforma de diálogo e de intercâmbio de
posições e pontos de vista entre as organi-
zações e conselhos de juventude. Destina-se
também a refletir sobre as aspirações dos
jovens, promovendo, designadamente, o
debate e a discussão sobre a sua situação e
problemática. Estas e outras aspirações são o
que movem a estrutura do CNJ e a direção da
qual faço parte. O CNJ, apesar de manter uma
linha de coerência de temáticas em sucessivos
mandatos, tem sabido reinventar-se para
corresponder às áreas de maior preocupação
da juventude portuguesa. Saber representar
os jovens é entender os momentos de cada
era e ser moldável o suficiente para que a
sua estrutura entenda que tem de mudar de
modo a adaptar-se. Numa modulação dicotó-
mica, o CNJ assume-se como uma estrutura
promotora de atividades de grande relevo,
ao mesmo tempo que debate e apresenta
aos demais agentes decisores temáticas que
se considerem fundamentais e perenes nos
dias de hoje, exemplo disso são as recentes
tomadas de posição sobre saúde e ambiente.
O Encontro Nacional da Juventude é um pilar
no plano de atividades do CNJ, a sua pertinên-
cia e qualidade capta a atenção de centenas
de jovens por todo o país.
P - Que propostas/ iniciativas tencio-
na apresentar ou levar a debate?
R - A nível geral, as candidaturas apresen-
tadas nas recentes eleições identificam como
eixos transversais a representação da juven-
tude e a aproximação necessária a todas as
Organizações Membro. Será ainda de extrema
importância trabalhar na descentralização do
CNJ, de modo a atingir uma aproximação ao
poder local e garantir a coerente distribuição
da preocupação com a juventude em cada
ponto do país. O CNJ trabalhará com as suas
Organizações Membro para identificar os te-
mas que mais se assumem como obrigatórios,
uma vez que as mesmas são parte integrante
do CNJ. Na vertente da saúde, pela qual serei
responsável, pretendo ir de encontro às
questões estruturais do atual momento da
sociedade, a promoção de hábitos de vidas
saudáveis, bem como a questão da vacinação,
serão, à partida, um dos assuntos que levarei a
debate por se tratar de temas extremamente
preocupantes.
P - Quais são atualmente as principais
dificuldades das estruturas representati-
vas da juventude em Portugal?
e r f i l
Lucas Chambel
Vogal da direção do Conselho Nacional da
Juventude
Profissão: Estudante de Ciências Farmacêu-
ticas
Idade: 22 anos
Naturalidade: Guarda
Currículo (abreviado): Vogal da direção do
CNJ (2020); vice-presidente da APEF (2019);
vice-presidente AEFFUL (2018), Business De-
veloper Lydia Solutions (2017); Departamento
Comercial e Logística AEFFUL (2017)
Livro preferido: “A Causa das Coisas”, de
Miguel Esteves Cardoso
Filme preferido: “The Shawshank Redemption”
Hobbies: Música, golfe e documentários
R - O movimento associativo, que bem
conheço, continua bastante vivo no nosso
país. O sentimento de que cada jovem se sinta
representado pelas estruturas associativas
continua a inspirar os dirigentes, que abdicam
de condições de descanso para dedicar horas
e esforço a estas estruturas. Ainda assim, as
organizações estudantis, juvenis e partidá-
rias continuam a precisar de captar talento
e jovens motivados, com sentido de causa,
para continuarem a crescer. Assumir o
combate à inércia e aos comodismos
fará com que as gerações evoluam
e pertençam cada vez mais a estes
movimentos. Infelizmente, o meio
académico mais formal ainda não
admite este tipo de experiências
como vitais para a formação de
melhores profissionais. Acaba
por tentar fechar as portas
a muita motivação quando
não oferece as condições
necessárias aos jovens para
desenvolverem outras ati-
vidades fora do plano cur-
ricular de estudos.
P - O que deve ser
feito para fazer regressar
os jovens aos territórios
do interior?
R - Entendamos esta pergunta como
a pergunta de sempre com a resposta de
sempre e com o insucesso das suas medidas
de sempre. Neste campo, que muito me
preocupa, o poder da tutela tem de passar
das palavras às ações. Apesar de entender
que muito do poder local já tomou algumas
medidas de incentivo, só uma estratégia
central de garantias de qualidade de vida
social e profissional podem solucionar este
problema. Acredito que um dos pontos
chaves seja a afirmação das instituições de
ensino superior do interior como polos de
referência de ensino e oportunidades de
integração no mercado de trabalho. Por
outro lado, entendo que se é necessário
captar mais juventude e mais qualificada
para o interior – que levará ao consequente
desenvolvimento das regiões – acredito que
será importante, em simultâneo, criar uma
rede de embaixadores do interior capazes
de defender e representar o interior nas
áreas metropolitanas de modo a valorizar
as suas origens. Como natural da Guarda,
sei que devo muito a toda esta região pela
formação exímia que me proporcionou.
Exemplo disso são as excelentes represen-
tações no movimento associativo de jovens
da mesma zona.

opinião
Fidélia Pissarra
Negócio de bicicletas
A primeira das três bicicletas saiu a custo de dentro na escola, outros sofrerem de reumatismo e não lhes
do carro. As rodinhas, para impedir que se caísse antes cair lá muito bem a neblina das manhãs, alguns já não
de o equilibrar na pedalada, empancavam nos bancos terem sequer força para pedalar até ao cimo da rua e
dificultando a tarefa. Passados uns meses, esta mesma outros tantos ainda não terem percebido como se hão
bicicleta, haveria de passar mais tempo na oficina, ao de equilibrar, sem rodinhas, entre os sacos das com-
lado do Café Mondego, em sucessivas indecisões de pras, se houvesse uma ciclovia era a bicicleta o meio de
agilidade e do permanecer ou tirar das rodinhas, do transporte mais utilizado por aqui. Mas a coisa, como
que a ser pedalada no passeio em frente à esquadra. A quem diz a moda, faz-se. Aos guardenses, em nome da
segunda, com “encosto” e mudanças, era demasiado vida saudável e do ambiente, para que passem todos a
grande e pesada para andar escadas acima e abaixo e deixar os carros em casa, deixarem de se deslocar nos
nem se conseguir chegar com os pés ao chão a partir autocarros urbanos e passar a ir de bicicleta para todo
do selim. A terceira, maior que a primeira e mais leve o lado, já está prometida a construção da “sua” ciclovia.
que a segunda, acabaria por se tornar a favorita das Consta que com três metros de largura, a começar na
viagens entre o largo de S. Pedro e o “atrás” da Sé. Bem rotunda dos Bombeiros e a terminar na rotunda do
como, está claro, à oficina ao lado do café Mondego Bairro de São Domingos e ligações ao IPG, ao Parque
para afinar travões. da Saúde, aos bairros das Lameirinhas, do Torrão,
Naquela altura, o frio e talvez a inclinação da barrei- Sra. dos Remédios, Alfarazes, Pinheiro, Guarda-Gare,
ra do Hotel Turismo não conseguiam convencer grande Parque Urbano do Rio Diz e ao parque industrial. Se
gente a deslocar-se de bicicleta pela cidade. O exercício vai também ter ligação da rotunda dos 5F’s à VICEG é
de pedalar era quase um exclusivo de crianças e a essas, que já não sei. Acho é que, se aos ciclistas do recreio
no fandango de pôr as bicicletas na rua, tirar e pôr rodi- passado estrada da Santa Cruz abaixo, estrada da Santa
nhas, afinar travões, decidir onde ir andar nelas e depois Cruz acima, se se juntarem os ciclistas da tal ciclovia
voltar a metê-las em casa, nunca ocorreu pensar que para trás e para adiante, voltar a abrir uma oficina de
uma bicicleta, além de brinquedo, podia ser um meio de bicicletas, ao lado do Café Mondego, que já não existe,
transporte. Precisamente o meio de transporte que, hoje até seria capaz de ser uma boa ideia de negócio. Pelo
em dia, os guardenses aparentemente só não utilizam menos sempre se podiam ir afinando os travões, du-
para ir trabalhar, porque não há cá uma ciclovia. Pois, rante o cafezinho da manhã, para evitar as quedas nas
apesar de muitos terem de deixar primeiro os filhos descidas de regresso a casa.
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Quinta-feira • 30 de janeiro de 2020 • •3
editorial Luís Baptista-Martins
baptista-martins@ointerior.pt
A Cultura transforma
A confirmação de que Coimbra irá receber a coleção de
196 obras que foram do BPN, e o Estado adquiriu, é uma
extraordinária notícia para aquela cidade, mas também para
toda a região Centro. Para acolher esse excecional acervo,
Coimbra irá criar, com o apoio do Governo, um novo centro
de arte contemporânea no antigo edifício da Manutenção
Militar (provisoriamente a coleção irá ficar instalada num
edifício junto ao Arco de Almedina).
Poder ver fora de Lisboa obras de mais de 80 artistas
nacionais de referência, como Maria Helena Vieira da Sil-
va, Joaquim Rodrigo, Paula Rego, Helena Almeida, Jorge
Martins, Nikias Skapinakis, Júlio Pomar, Julião Sarmento,
Fernando Calhau, Cruzeiro Seixas, Álvaro Lapa, José Pedro
Croft, João Pedro Vale e Vasco Araújo ou um pequeno re-
“
trato do modernista Amadeo de Souza-Cardoso, além dos
31 estrangeiros mundialmente reconhecidos como Antoni
Tàpies ou Sonia Delaunay na região Centro é uma muta-
ção extraordinária. Poder
apreciar “Voyage d’Hiver”
nas Beiras é uma mudança
de paradigma até agora
impensável.
Há muito Portugal para
além de Lisboa (o Porto
A Candidatura já tinha recebido o acervo
da Guarda a da Miró). Há todo um país
para cumprir. E é através de
Capital Europeia mudanças como esta que
da Cultura se pode caminhar rumo à
coesão territorial sempre
está longe dos adiada.
cidadãos A cultura é a base da
transformação da socieda-
de, como diria Sophia, e é a alavanca que pode construir
uma nova sociedade, mais justa e equilibrada, e um país
menos assimétrico. É essa alavanca que pode contribuir
decisivamente para o desenvolvimento do país, para além
de Lisboa (o PIB per capita da área metropolitana de Lisboa
é de 106% da média Europeia a 28, enquanto o Centro tem
68% e o Norte 65%).
Esta decisão é um pequeno passo na descentralização e
na desconcentração de serviços públicos e de investimento
público. É nesse sentido que os deputados eleitos pelos
distritos do interior do país se devem manifestar: muito mais
importante que a disciplina de voto dos partidos é a defesa
intransigente do país como um todo, e muitas vezes para
defender o todo é preciso primeiro reivindicar o interesse
das partes.
Como é evidente, o investimento num novo centro de
arte contemporânea em Coimbra é mais um argumento pela
candidatura daquela cidade a Capital Europeia da Cultura.
Numa altura em que a candidatura da Guarda muda
de rumo e parece ter um novo élan, o fortalecimento de
outras candidaturas terá de exigir mais ambição e ideias à
candidatura guardense.
Não bastará apresentar rostos e nomes, ou sequer o
compromisso de 17 municípios, para dar sustentabilidade
ao projeto. A dois anos da escolha da Capital Europeia da
Cultura de 2027, a Guarda está lançada numa corrida con-
corrida, mas sem o envolvimento da comunidade (se não
fosse a imprensa falar do assunto as pessoas não sentiriam
a notoriedade da candidatura, pois não há atividades, nem
promoção pública, que permitam o envolvimento dos cida-
dãos). E enquanto outros conseguem novos argumentos de
peso, e relevantes para o país, a candidatura da Guarda está
distante da sociedade e das associações culturais e ainda
não apresentou o programa e argumentos que convençam
a comunidade, quanto mais o restrito e exigente júri que irá
nomear a Cidade Capital da Cultura.
4• • Quinta-feira • 30 de janeiro de 2020

O comboio que ficou

10 dias parado em
Vilar Formoso
Em novembro de 1940
DR

um comboio chegava
a Vilar Formoso
lotado de esperança
judia. Dificuldades
diplomáticas
impediram os cerca de
300 expatriados pela
guerra nazi de entrar
em Portugal, forçando-
os a ficar dez dias
dentro do comboio
parado. No fim de
tudo foram obrigados
a voltar para trás
e muitos deles não
sobreviveram para
contar a história,
que é agora evocada
no museu da vila
fronteiriça.
Sofia Craveiro

Era o terceiro comboio com

origem no Luxemburgo que
rumava a Portugal no ano de
1940. Expulsos do país, os 300
passageiros, que incluiam re-
fugiados apátridas, alemães
e luxemburgueses, vinham
acompanhados de agentes da
Gestapo. A obra “Comboio do
Luxemburgo – Os refugiados
judeus que Portugal não salvou
em 1940”, da autoria de Irene
Flunser Pimentel e Margarida
Ramalho, conta a história dos
judeus expatriados que ficaram
retidos neste comboio ao chegar
a Vilar Formoso.
O “terceiro transporte” –
como ficou conhecido – partiu
de Espanha em novembro, após
os judeus terem atravessado a
França de autocarro. De acordo
com a referida obra, à chegada
a Vilar Formoso confrontos ar-
mados entre as autoridades por-
tuguesas e a Gestapo levaram a
que a saída dos passageiros não
fosse permitida, deixando-os à
mercê da fome, frio e cansaço
durante dez dias antes de serem
reenviados para França. «Não
tinham sequer autorização
para ir aos sanitários. Por
essa razão, os dejectos tinham
de ser deitados pela janela e
todos os dias o comboio era
manobrado para se poder lim-
par a linha», lê-se no livro. De
acordo com Margarida Ram-
alho, investigadora e co-autora
desta obra editada pela Esfera
dos Livros, «os refugiados só
O espaço “Vilar Formoso Fronteira da Paz – Memorial aos Refugiados e ao Cônsul Aristides de Sousa Mendes” faz referência ao episódio do comboio
puderam sair um pouco, para
se limpar e caminhar, ao oitavo
dia, quando chega o diretor da
PVDE [antessora da PIDE] que
autoriza essa saída». Dois dias
depois acabaria por chegar de
Lisboa uma ordem de regresso
que impedia os refugiados de
ficar em Portugal. «As pessoas
tentaram chegar posterior-
mente à França livre. Muitas
conseguiram vistos para partir
para outros países, outros
esconderam-se, mas cinquenta
acabaram em campos de exter-
mínio», conta a investigadora.
Margarida Ramalho salienta
que este episódio foi, apesar de
tudo, uma excepção à regra em
Portugal. «Havia uma legislação
muito restritiva à entrada de
refugiados, mas acabou por ser
autorizada a entrada a quase
todas as pessoas que chegavam
à fronteira durante a guerra»,
mesmo aos que chegavam de
forma ilegal. Deste episódio a
co-autora – que é também cura-
dora do museu de Vilar Formoso
– destaca a atitude da população
local que levou comida e bebida
aos judeus retidos no comboio.
«Mesmo sendo pessoas sem
grandes posses, foram capazes
de ser acolhedoras a quem es-
tava em sofrimento».
Museu “Fronteira de 2017, este museu é um es- arquiteta responsável pelo
da Paz” perpetua a paço onde são homenageadas projeto, explica que para mate-
memória do holocausto não só as vítimas do Holo- rializar a história «tinha que se
causto que passaram por Por- construir uma narrativa e ligar
Mesmo com a boa vontade tugal, como a figura heróica os dois edificios», referindo-se
dos locais, uma mulher acabou de Aristides de Sousa Mendes. aos dois antigos armazéns da
por sucumbir e morreu no O cônsul português em Bor- CP já existentes junto à estação
período em que o comboio es- déus, contrariando as ordens de comboios. «Este foi o local
teve retido em Vilar Formoso. de Salazar, assinou cerca de onde tudo aquilo se passou
Foi sepultada na vila fronteir- 30 mil vistos que permitiram aquando da chegada a Vilar
iça e é uma entre as muitas aos judeus em fuga a entrada Formoso, em 1940», sublinha.
vítimas homenageadas no pólo em Portugal. A localização e Ao longo dos seis núcleos
museológico “Vilar Formoso configuração das salas exposi- expositivos - “Gente como nós”,
Fronteira da Paz – Memorial tivas foi pensada de forma a “Início do pesadelo”, “A viagem”,
aos Refugiados e ao Cônsul transmitir ao visitante sen- “Vilar Formoso fronteira da
Aristides de Sousa Mendes”. sações evocativas da jornada paz”, “Por terras de Portugal” e
Inaugurado a 26 de agosto dos refugiados. Luísa Pacheco, “A partida” - vai sendo relatada
a jornada dramática dos ju-
16.700 pessoas já visitaram o espaço deus através das paredes, que
«vão contando a narrativa do
António Machado, presidente da autarquia de Almeida – enti- que acontece a nível de factos
dade que promoveu o pólo museológico – afirma que espaço já históricos mais relevantes
recebeu «cerca de 16.700 visitantes desde a abertura e o número entre 1933 e 1940», adianta
tem vindo a aumentar de ano para ano». Lúcia Pacheco. A forma das
Na lista de visitantes destacam-se escolas e famílias, grupo estruturas vai-se adaptando
onde se incluem passageiros e descendentes de famílias que ao conteúdo, transmitindo
viajaram naquele comboio. «Todas as pessoas cujo paradeiro o agravar da situação. Um ex-
consegui encontrar já visitaram Vilar Formoso», revela Margarida emplo é o núcleo dedicado ao
Ramalho, segundo a qual existe «uma carga emocional brutal» por “Início do pesadelo”, um espaço
parte dos judeus que aqui se deslocam e reconhecem os azulejos construído num «ponto de fuga,
da gare. 75 anos após a libertação do campo de concentração onde o pavimento sobe, o teto
de Auschwitz-Birkenau – assinalados esta segunda-feira – Vilar desce e as paredes afunilam»,
Formoso continua a ser um importante local de homenagem, que formando um túnel sombrio que
fica na história como “Fronteira da Paz” e ponto de passagem transmite a ideia de «opressão e
rumo à liberdade. de estrangulamento», explica a
arquiteta.

Beiras e Serra da Estrela
Câmaras reclamam
financiamento para
novas competências
A ministra da Moderni-
zação do Estado e da Admin-
istração Pública, Alexandra
Leitão, e o secretário de Estado
da Descentralização e Admin-
istração Local, Jorge Botelho,
reuniram na terça-feira com
os autarcas da Comunidade
Intermunicipal das Beiras e
Serra da Estrela (CIMBSE), na
Guarda.
O encontro serviu para
fazer o ponto da situação sobre
o processo de descentraliza-
ção de competências relati-
vamente aos municípios da
região. «Foi feito esse balanço
com os autarcas a manifes-
tarem disponibilidade para
continuar a colaborar nesta
matéria, mas ficou o alerta de
que tem que haver uma efetiva
cooperação entre o Estado e as
autarquias, que devem receber
as transferências financeiras
correspondentes às competên-
CDS
«O partido não está em crise
na Guarda»
«O CDS da Guarda não está
em crise», garante Henrique
Monteiro no rescaldo do con-
gresso que, no último fim de
semana, elegeu Francisco Ro-
drigues dos Santos para a pre-
sidência do partido.
O líder da distrital Guarda
era apoiante de João Almeida e
afirma que «não há leituras a
fazer» do desfecho da reunião
magna dos centristas. «O par-
tido tem órgãos nacionais, dis-
tritais e concelhios e cada um
tem a legitimidade que lhe ad-
vém dos atos eleitorais demo-
cráticos que determinaram a
sua escolha», afirma Henrique
Monteiro, adiantando não ha-
ver «qualquer razão para que
as coisas não se desenvolvam
de forma tranquila no respeito
rigoroso pelos estatutos do
partido». O dirigente adianta
que o distrito da Guarda tem
quatro conselheiros nacionais
«por direito próprio», mais
LM
cias assumidas», disse a O
INTERIOR o presidente da
CIMBSE. Luís Tadeu adiantou
ainda que os autarcas alerta-
ram os governantes para a falta
de «um interlocutor direto» em
matéria de transferência de
competências, bem como para
a «falta de capacidade técnica»
dos municípios da região para
dar resposta a essas novas
funções.
A reunião foi também
aproveitada para as Câmaras
solicitarem apoios por causa
dos prejuízos causados pelas
depressões “Elsa” e “Fabian”.
«Há situações preocupantes,
como o caso de um município
que tem prejuízos superiores a
um milhão de euros. O Governo
mostrou disponibilidade para
colaborar e analisar o levan-
tamento que as autarquias
ficaram de fazer», acrescentou
Luís Tadeu.
a inerência do presidente da
Distrital.
«O CDS ainda é aquilo que
sempre foi e que apenas tem
que se posicionar onde sempre
esteve: um partido de direita,
com elevada responsabilidade
social e de feição humanista. Um
partido de causas sem radicalis-
mos», sublinha o líder distrital,
acrescentando que, aos 45 anos,
o partido «não está a viver uma
crise de identidade». Henrique
Monteiro diz ter saído do con-
gresso com a convicção de que
o CDS está «vivo» e de que a
reunião magna foi um momento
«de debate de ideias muito rico e
interessante». Na sua opinião, o
partido pode «ganhar asas com
a irreverência e juventude de
um líder que já provou ter uma
personalidade bem vincada e
ideias muito claras para a forma
de posicionar o CDS em termos
de intervenção política na nossa
sociedade».
Covilhã admite
sair da CIMBSE
e levar Belmonte
e Fundão para a
Beira Baixa
Vítor Pereira, presidente da Câmara da Covilhã, vai ponderar no
final deste mandato a continuidade do seu município nas Beiras
e Serra da Estrela
«Neste momento não faz sentido que se ponha em causa a pertença a uma determinada comunidade intermunicipal»,
afirma Luís Tadeu, atual presidente da CIMBSE
Luis Martins
A “bomba” está lançada. O
presidente da Câmara da Covilhã
admitiu esta semana que no final
deste mandato vai ponderar a
continuidade do seu município na
Comunidade Intermunicipal das
Beiras e Serra da Estrela (CIMBSE).
Em declarações à Rádio Cova
da Beira, Vítor Pereira afirmou
também que vai abordar os viz-
inhos de Belmonte e do Fundão
para seguirem a Covilhã para
a Comunidade Intermunicipal
da Beira Baixa. «Teremos que
fazer uma avaliação da nossa
participação na CIMBSE e depois
decidirmos o que fazer, mas até
lá devemos estar de corpo e alma
nas Beiras e Serra da Estrela»,
declarou o autarca socialista, que
foi o primeiro presidente desta
comunidade que junta doze mu-
nicípios do distrito da Guarda e
três da Cova da Beira, no distrito
de Castelo Branco. Vítor Pereira
considera que as comunidades
intermunicipais continuam «em
construção» e que são possíveis
«outros desenhos geográficos» no
contexto regional. «Do meu ponto
de vista – e esta é uma opinião
Quinta-feira • 30 de janeiro de 2020 •
que só me vincula a mim – seria
preferível juntar a Cova da Beira
à CIM Beira Baixa, mas esse é um
balanço que todos temos que
fazer no final deste mandato e de-
cidir da forma mais consentânea
com a defesa dos interesses das
nossas populações», sublinhou o
autarca covilhanense.
Vítor Pereira lembra que
no passado, quando presidiu à
CIMBSE, houve tentativas para
fundir as CIM da Beira Baixa e
das Beiras e Serra da Estrela, mas
que o projeto fracassou por causa
de «divergências» entre os seus
responsáveis políticos. E após
cinco anos de funcionamento
deste modelo, Vítor Pereira faz
um balanço mitigado e consid-
era que as CIM têm «competên-
cias diminutas», defendendo
também a eleição direta do seu
presidente. «Não deveria ser
escolhido pelos autarcas, mas
sim pelos cidadãos, porque esta é
uma função que precisa de muita
disponibilidade e exclusividade,
coisa que nem todos os autarcas
têm». Confrontado com estas
declarações, Luís Tadeu, atual
presidente da CIMBSE, diz que
é uma «opinião legítima», mas
acrescenta que neste momento é
•5
AR
uma «não questão».
«Não faz sentido que se pon-
ha em causa a pertença a uma
determinada comunidade inter-
municipal», afirma o também
autarca de Gouveia, para quem
o processo CIM «está em con-
strução» e os autarcas estão «em-
penhados em construir a melhor
CIM possível e que se traduza em
benefícios e desenvolvimento
para as nossas populações». Luís
Tadeu concorda que esta entidade
supramunicipal deve ser «o mais
eficaz e eficiente possível na
concretização das suas políticas
e programas» e garante não estar
preocupado com «o desabafo»
de Vítor Pereira. «O importante
é trabalharmos todos em prol da
região e até ao momento a Covilhã
tem tido intervenções bastante
empenhadas nas reuniões da
CIMBSE», refere o presidente da
Comunidade Intermunicipal.
A CIBSE é constituída pelos
municípios de Almeida, Celorico
da Beira, Figueira de Castelo Rod-
rigo, Fornos de Algodres, Guarda,
Gouveia, Manteigas, Mêda, Pinhel,
Seia, Sabugal e Trancoso (todos
do distrito da Guarda), bem como
Belmonte, Covilhã e Fundão (do
distrito de Castelo Branco).
6• • Quinta-feira • 30 de janeiro de 2020

Residentes e visitantes
S com descontos nas
Sociedade portagens da A23 e A25
Ministra Ana Abrunhosa defendeu no Parlamento que medida deve ser implementada
«o mais rápido possível»
AR
Fornos de
Algodres
Plataforma da
“Escola Virtual”
alargada a todos
os alunos do 1º
ciclo
A Câmara de Fornos de
Algodres distribuiu licenças
digitais da “Escola Virtual
da Porto Editora” a todas as
crianças do primeiro ciclo do
ensino básico da rede pública
do concelho.
Segundo a autarquia,
que também ofereceu 10
computadores portáteis à
escola do 1º Ciclo da sede
do município, este serviço
educativo é «uma plataforma
digital que disponibiliza um
conjunto diversificado de
ferramentas, conteúdos e
recursos multimédia que
contribuem não só para a
melhoria da qualidade da
aprendizagem, mas tam-
bém para a adaptação das
crianças a um novo mundo,
claramente marcado pela
Governo ainda não avançou datas, nem percentagens de desconto a aplicar nas antigas SCUT
revolução tecnológica na
educação». O Governo está a ultimar que está a trabalhar em «vários itam no interior e para os que o «o mais rápido possível» para
um novo modelo de descontos cenários para a redução gradual visitam, garantindo uma maior responder «a uma reivindicação
nas portagens das autoestradas das portagens». utilização de infraestruturas antiga das populações». Durante
La Vie do interior que prevê reduções Ana Abrunhosa acrescentou já construídas e uma redução a sua intervenção inicial, Ana
Exibição do Filme para quem vive, quem trabalha que «vamos garantir, e estamos da sinistralidade rodoviária». Abrunhosa afirmou ainda que
e para quem visita no fim de a trabalhar nesse sentido, um A ministra esclareceu também o Governo pretende injetar
“1917” irá evocar semana a região. A novidade foi regime mais simples e claro que esta medida não depende «1.500 milhões de euros de
cerimónia dos anunciada na sexta-feira pela para os cidadãos, com meno- do OE2020, defendendo que a fundos europeus dos Programas
Óscares ministra da Coesão Territorial
na Assembleia da República.
res custos para os que hab- mesma deve ser implementada Operacionais Regionais, alavan-
cando 2.400 milhões de euros de
A 92ª cerimónia de en-
trega dos Óscares vai servir
«Estamos a trabalhar num
modelo baseado em descontos Rui Ventura defende «grande investimento».
A governante anunciou
de pretexto para uma «noite
glamorosa» no centro comer-
de quantidades e descontos no
fim de semana, que beneficiem manifestação» contra as portagens igualmente o lançamento do
programa “Trabalhar no Inte-
cial La Vie Guarda. os utilizadores frequentes, bem rior”, que será desenvolvido com
O evento “Red Carpet”, como aqueles que desejam visi- O presidente da Câmara de Pinhel desafia os autarcas da outros ministérios, nomeada-
agendado para 9 de fevereiro, tar o interior», disse Ana Abrun- Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela a mente, Trabalho, Solidariedade
irá evocar a famosa passadei- hosa numa audição parlamentar participarem numa manifestação «séria e pacífica» contra as e Segurança Social e Infraes-
ra vermelha de Los Angeles no âmbito da apreciação, na portagens na A23 e na A25. truturas e Habitação. A ideia é
aquando da exibição do filme especialidade, da proposta do «Baixar um bocadinho aqui e outro ali não é uma solução criar «redes de apoio locais e
“1917”. A iniciativa abrirá as Orçamento do Estado para 2020 que agrade à região», disse Rui Ventura à margem da conferên- regionais para conceder apoios
portas «pelas 20h30, onde os (OE2020). Sem avançar com a cia de imprensa de apresentação da programação dos 250 anos financeiros aos trabalhadores,
convidados serão recebidos percentagem de desconto ou da elevação de Pinhel a cidade, na quinta-feira. Na sua opinião, comparticipar custos associados
com a oferta de brindes e com prazos, a governante ex- os 15 autarcas da CIMBSE deveriam exigir o fim das portagens. às suas viagens, garantir um aces-
espumante», segundo comu- plicou que a proposta está em «Devemos fazer mais qualquer coisa do que lamentar-nos à so mais expedito ao mercado de
nicado enviado pelo La Vie. estudo, através de um grupo de frente das televisões», afirmou, propondo a realização de uma trabalho e divulgar incentivos dos
A participação é gratuita e as trabalho constituído por mem- «grande manifestação onde quer que seja, mas articulada por municípios do interior às empre-
inscrições deverão ser feitas bros dos Ministérios da Coesão todos», porque as portagens «afetam as empresas da região, o sas e às famílias». Tudo para que
através do Facebook do La Territorial, das Infraestruturas desenvolvimento, o turismo e afastam as famílias», além de «não o interior seja «capaz de atrair e
Vie até ao dia 6 de fevereiro. e da Habitação, e das Finanças, fazer sentido que as viagens dentro distrito sejam pagas». fixar cada vez mais pessoas».

FIT ainda não
convenceu
socialistas ao fim
de sete anos
Oposição voltou a pedir estudo sobre impacto da Feira Ibérica de
Turismo na economia local e o presidente da Câmara mostrou
disponibilidade para o fazer se isso «pacificar os críticos»
Câmara aprovou novo concurso público para a ciclovia/ pedovia com um preço-base superior, é agora de 3 milhões de euros
Luis Martins
Sete anos depois, a oposição
PS na Câmara da Guarda continua a
duvidar do impacto da Feira Ibérica
de Turismo (FIT) na cidade e quer
saber se o evento tem algum efeito
na economia local. O assunto veio
de novo à baila na segunda-feira, na
reunião quinzenal do executivo que
aprovou, por maioria, a abertura do
concurso público para a implemen-
tação de estruturas e equipamentos
da FIT com um preço base de 310
mil euros, mais IVA.
Cristina Correia questionou
o valor do procedimento e disse
mesmo duvidar que seja «o real».
Para a vereadora, «é preferível
partir rapidamente para o pavilhão
multiusos, que, se calhar, já estava
pago com estas feiras e tínhamos
algo concreto na cidade». Na re-
sposta, Carlos Chaves Monteiro
esclareceu que o concurso público
só não abrange a publicidade nos
meios de comunicação social e
sublinhou que a FIT, que este ano
vai decorrer de 28 de abril a 3 de
maio, é um evento que «galvaniza
a cidade» e dá à Guarda «dimensão
internacional». E para o presidente
da Câmara «não há dúvida» que
o retorno será «mais do dobro
destes 310 mil euros». No entanto,
para «pacificar os críticos», está
disponível para fazer o estudo do
seu impacto. Até lá, o que preocupa
o edil é a falta de apoio financeiro
do Turismo de Portugal: «Houve
sempre silêncio como resposta aos
nossos pedidos formais de apoio,
mas vamos continuar a insistir
porque a FIT já tem uma dimensão
que justifica esse envolvimento
do organismo que tutela o setor»,
considera Carlos Chaves Monteiro.
Ciclovia volta a concurso
por 3 milhões de euros
Nesta sessão, o executivo
aprovou, por unanimidade, a aber-
tura de um novo concurso público
para a construção da ciclovia/
pedovia ao longo da VICEG, tendo
o preço-base aumentado dos 2,1
milhões de euros iniciais para
os 3 milhões. Na segunda-feira
a Câmara deliberou adjudicar
à empresa João Tomé Saraiva,
por pouco mais de 1,8 milhões
de euros, a requalificação ar-
ruamentos do eixo Avenida Dr.
Afonso Costa, Avenida Alexandre
Herculano, Rua Soeiro Viegas
e Alameda de Santo André. «É
uma obra do PEDU – Plano Es-
tratégico de Desenvolvimento
Urbano, aprovado há dois anos e
que tem 12 milhões de euros de
financiamento garantido. O din-
heiro está disponível e temos agora
AR
condições para avançar com esta
e outras empreitadas», afirmou
o autarca. O executivo aprovou
também a atribuição de um apoio
de 15 mil euros à Associação Cul-
tural e Recreativa de Fernão Joanes
para a construção de uma pista de
supercrosse no antigo campo de
futebol da localidade. Segundo a
autarquia, o projeto já assegurou
um financiamento de 13.500 euros
do Instituto Português do Desporto
e Juventude (IPDJ).
A reunião ficou ainda mar-
cada pela intervenção Cristina
Correia, que transmitiu uma
denúncia de um cidadão sobre
obras a decorrer sem licença
numa área confinante com a Rua
do Repouso, na Guarda-Gare, e
que se destinarão à criação de
um parque TIR de uma empresa
de transportes. «A maioria, pelos
vistos, sabe da situação, mas
deixou arrastar e só recentemente
embargou a obra. Contudo, há
relatos de pessoas da vizinhança
que dizem que os trabalhos con-
tinuam», alertou a vereadora
socialista. «Não percebo como
se permite aquela obra nas prox-
imidades de uma zona residencial
e numa altura em que há um
parque de estacionamento para
camiões na plataforma logística»,
acrescentou Cristina Correia, que
quer conhecer o processo.
Quinta-feira • 30 de janeiro de 2020 •
Guarda
“Salas de Aula do Futuro” nas escolas
Augusto Gil e Sequeira
Desde quarta-feira que há
duas “Salas de Aula do Futuro”
nas escolas Augusto Gil e no
Centro Escolar da Sequeira,
na Guarda.
Os espaços vão apoiar os
alunos daqueles dois estabel-
ecimentos dos Agrupamentos
Escolares Afonso de Albu-
querque e Sé e resultam de um
investimento de 60 mil euros
da autarquia. «Estas salas
proporcionam novas formas de
aprender e de ensinar através
das novas tecnologias e são um
UBI
Programa “Ser Solidário” com mais
parceiros
A Universidade da Beira
Interior (UBI) vai aumentar
o conjunto de parceiros do
programa “Ser Solidário” des-
tinado a apoiar os estudantes
em situação desfavorecida.
Os acordos de cooperação
A ADM Estrela – Associa-
ção Social e Desenvolvimento
(IPSS da Guarda), a Ultriplo
(empresa sediada em Braga
que recebe doações de roupa
para distribuir por IPSS), a
CooLabora (cooperativa de
intervenção social da Covilhã)
e a Câmara da Covilhã foram
as instituições que assina-
ram na terça-feira acordos
de cooperação com a UBI.
Implementado em 2018, este
Saúde
ULS Guarda assinou protocolo de
hospitalização domiciliária
A Unidade Local de Saúde
(ULS) da Guarda inclui-se na
lista das 18 unidades que assi-
naram esta semana «o protocolo
de compromisso na área da
hospitalização domiciliária, que
o Ministério da Saúde pretende
alargar a todo o país», segundo
nota enviada pela ULS.
A sessão “Hospitalização
Domiciliária – Balanço e Desa-
fios 2020” decorreu em Beja
Covilhã
Autarquia quer remodelar parque
da Goldra
O município da Covilhã
pretende requalificar o espaço
do Jardim da Goldra, anunciou
o presidente da autarquia na
última reunião do executivo.
Segundo Vítor Pereira, o
espaço «não foi um exemplo
feliz» de aproveitamento do
programa Polis, havendo já
na Câmara «diversos estudos
sobre possíveis alterações»,
da autoria de Cristina Castel-
Branco, arquiteta paisagista e
autora do projeto do Jardim das
•7
recurso essencial para o desen-
volvimento escolar destes
alunos», disse o presidente do
município aos jornalistas no fi-
nal da última reunião do execu-
tivo. Carlos Chaves Monteiro
referiu que este investimento
vem juntar-se «aos mais de
500 mil euros» que a Câmara
aplicou na área da Educação
no presente ano letivo. Poste-
riormente, as “Salas do Futuro”
também poderão ser utilizadas
por crianças das outras escolas
da cidade e do concelho.
programa tem como objetivo
dar uma resposta «mais eficaz
e abrangente na concessão de
apoios sociais aos membros
da comunidade académica,
através de um sistema que arti-
cule e direcione os contributos
de indivíduos e entidades, em
valores monetários, bens ou
trabalho, para a prevenção ou
resolução de problemas sociais
concretos». Atualmente, são
parceiros do “Ser Solidário” a
RE-FOOD, o Banco Alimentar
Contra a Fome da Cova da Beira,
Associação Académica da UBI,
Banda da Covilhã, Casa do Pes-
soal da UBI, “Happy Wish”, Leo
Clube da Covilhã, Lions Clube da
Covilhã e “O Mundo da Carolina”.
com a presença da Ministra da
Saúde, Marta Temido que afir-
mou que o objetivo do Governo
é fazer com que a hospitalização
domiciliária seja «uma realidade
em todos os hospitais». A gover-
nante aproveitou a ocasião pro-
tocolar para anunciar que todos
os hospitais que fazem parte do
Serviço Nacional de Saúde (SNS)
vão ter serviço de hospitalização
domiciliária até 2021.
Artes na Covilhã. O edil adiantou
que se pretende aproveitar
as condições de «anfiteatro
natural» do local, criando um
«palco rígido» que permitirá re-
ceber espetáculos. O assunto foi
abordado por Adolfo Mesquita
Nunes no período de antes da
ordem do dia, que aconselhou
o presidente socialista a «lançar
um concurso de ideias» para
um espaço que definiu como
«uma cratera a céu aberto que
tem muito para dar».
8• • Quinta-feira • 30 de janeiro de 2020

O que
Almeida

Bebé nasceu num carro com

a ajuda dos bombeiros
esperar e DR

recear de
2020?
O INTERIOR volta desafiar personalidades,
autarcas, políticos, empresários, sindicalistas,
jornalistas e dirigentes associativos a partilhar
a sua opinião sobre o novo ano, bem como
as suas aspirações, preocupações e anseios.
Nesta edição publicamos alguns contributos,
mas há mais para ler nas próximas semanas
Um bebé nasceu na madru- panhada pelo marido, quando transportado o recém-nascido

Em 2027… será a Guarda! gada de segunda-feira numa

viatura particular com o auxílio
foi abordada por um rapaz que
passava na rua e deu conta de
para a viatura do INEM «para
estar mais quentinha», mãe e
de dois bombeiros de Almeida. que estava em trabalho de parto». filha foram encaminhadas para
No início do ano é habitual fazermos balanços e ponderarmos
A mãe, uma mulher romena de De acordo com o responsável, «o o Hospital da Guarda, onde che-
expetativas.
32 anos, entrou em trabalho de veículo estava estacionado perto garam passado meia-hora. Este
Na Guarda, é tempo de pensar como vai ser o ano 2020 e, de forma
parto ainda em casa, mas não do quartel, tendo o rapaz alertado foi o segundo filho da mulher de
criativa, como é que a cidade mais alta está a construir a ambiciosa
teve tempo de chegar ao Hospital de imediato os bombeiros para a 32 anos que vive na freguesia de
candidatura à Capital Europeia da Cultura 2027, cuja escolha deverá
Sousa Martins, na Guarda, para situação». Ao chegar ao local Luís Malpartida, naquele concelho,
ser anunciada em 2021.
dar à luz. Faustino verificou que a mulher onde toma conta com o marido
A verdade é que, além dos grandes eventos de entretenimento
O chefe da corporação, Luís estava já a dar à luz, tendo o de uma quinta. Contactado por
para massas, são escassas as ideias diferenciadoras e desafiantes, e
Faustino, que auxiliou no parto, parto sido realizado «dentro do O INTERIOR, fonte autorizada do
muito menos as que têm projeção nacional.
explicou a O INTERIOR que «a automóvel civil» com o auxílio Hospital Sousa Martins garantiu
Não falta engenho nem habilidade, não falta vontade de tornar a
senhora encontrava-se dentro do pai da criança. Após proceder na terça-feira que a bebé e a mãe
Guarda num destino mais cultural, produtivo, criativo e com melhor
da sua própria viatura, acom- ao corte do cordão umbilical e estavam de «boa saúde».
qualidade de vida. Mas começa a faltar tempo para encontrarmos as
melhores soluções, para prender cá as pessoas e o talento que pode
contribuir positivamente para esta candidatura. Covilhã
Além disso, a Guarda pode ter todos os ingredientes para criar e
atrair, mas seria expectável que nesta altura, a dois anos da decisão, Quatro automóveis apreendidos pela GNR
já houvesse algo mais do que meras sessões de apresentação para
regozijo de todos. em corrida ilegal
Em 1994 Lisboa foi Capital Uma corrida ilegal que estava presarial. Os militares do destaca- rodoviária». A GNR acrescenta
Europeia da Cultura, em 2001 foi a decorrer no parque industrial mento da Covilhã, apoiados por que quatro veículos automóveis
o Porto e em 2012 Guimarães. do Tortosendo (Covilhã) foi in- elementos do Destacamento de foram apreendidos «por alter-
Nas três cidades a marca da terrompida pela GNR no sábado, Trânsito e do Destacamento de ações às características» e que os
capitalidade ficou impressa de numa fiscalização que resultou na Intervenção de Castelo Branco, seus proprietários foram notifi-
forma indelével. Esta iniciativa da apreensão de quatro carros. fiscalizaram e intercetaram 50 cados para fazerem a inspeção
União Europeia visa «acentuar a Segundo o Comando Terri- condutores e elaboraram 12 extraordinária. Na ação houve
riqueza e diversidade de culturas torial de Castelo Branco, a ativi- autos de contraordenação por ainda duas contraordenações
na Europa, celebrar as marcas dade «decorria sem qualquer «transformação de veículos, ex- por consumo de estupefacientes,
culturais partilhadas pelos euro- licenciamento» e causava «graves istência de veículos com cara- tendo sido apreendidas quatro
peus, aumentar nos cidadãos o constrangimentos» no parque de cterísticas não averbadas e outras doses de anfetaminas, duas doses
sentido de pertença a um espaço estacionamento daquela área em- infrações de âmbito da legislação de canábis e uma dose de haxixe.
Patrícia Correia* cultural», entre outros.
Para isso temos que estar to-
dos convocados para abraçar e celebrar, para fruir dos nossos espaços Turismo
culturais e para fomentar o contributo da cultura nas nossas vidas de
uma forma particular ou coletiva, voluntária ou involuntária. Para a Escape Livre vai recriar transporte de neve
Capital Europeia da Cultura de 2027 as pessoas devem importar mais
que a programação, o imaterial será mais relevante que em candida- para Lisboa
turas anteriores. O agregar e envolver será determinante. A Guarda parte O Clube Escape Livre vai re- também para ser vendida como O calendário, apresentado
na liderança de 17 municípios, numa dimensão regional e transfronteiriça criar, em agosto, a tradição secular gelado», disse o presidente na quinta-feira no centro com-
que carregará uma energia positiva e uma força extraordinária. do transporte de neve (gelo) da do Escape Livre. A neve será ercial La Vie, inclui o 11º Raid do
Há várias cidades na corrida, por isso devemos unir-nos em torno Serra da Estrela para Lisboa. transportada em veículos 4x4 Bucho e Outros Sabores (13 a 15
da nossa Candidatura, porque a participação dos cidadãos passou a ser O evento “Dar neve a Lis- até à Moita, onde embarcará nos de março), o 4º Off Road Bridge-
mais valorizada e é absolutamente fundamental nos critérios de avaliação. boa” terá lugar com o apoio da barcos da Marinha do Tejo até ao stone/First Stop Marrocos (25 de
Temos que olhar para os projetos artísticos já ativos na cidade e Marinha do Tejo após sugestão Cais das Colunas, acrescentou abril a 3 de maio), o Classic Cars
região, bem como para o seu património material e imaterial. do cientista Carvalho Rodrigues. Luís Celíneo. Por sua vez, o men- Tour (15 a 17 de maio), o Guarda
Uma Capital Europeia da Cultura não é, nem pode ser, “um fes- «A ideia é recriar aquilo que tor da ideia, Carvalho Rodrigues, Racing Dais (11 e 12 de julho), o
tival cultural”, mas um ano de utopia, arte e cultura. Em 2027 será a acontecia em 1700, em que a disse que irá ser feito «algo que XXII Slalom Sprint de Castelo Rod-
Guarda, oxalá! neve era transportada da Serra começou há 400 anos». Esta é rigo (18 e 19 de julho) e o Drift de
da Estrela até ao Cais das Colu- uma das iniciativas agendadas Pinhel/Campeonato de Portugal
* Diretora adjunta do beira.pt, investigadora LabCom (UBI) e nas para dar, nomeadamente, a pelo Clube Escape Livre para e Taça Internacional (22 e 23 de
docente do IPG sua majestade, o rei, e depois 2020. agosto), entre outras propostas.

Área de Acolhimento
Empresarial
de Trancoso
inaugurada a 28
de fevereiro
Já está a decorrer o prazo de candidaturas para a instalação de
empresas em 10 dos 15 lotes disponíveis e cujo preço do metro
quadrado é de 2 euros
Nova zona industrial resultou de um investimento de 845 mil euros, comparticipados pelo Centro 2020
Luis Martins
A Área de Acolhimento
Empresarial de Trancoso será
inaugurada a 28 de fevereiro,
estando já a decorrer o período
de candidaturas para a instala-
ção de indústria, empresas de
armazenagem e logística, bem
como de comércio e serviços. O
metro quadrado vai custar dois
euros e os investidores têm até
15 de abril para concorrer a dez
dos 15 lotes disponíveis no lugar
do Crujeiro, segundo o aviso de
abertura do procedimento pu-
blicado no passado dia 22.
Os espaços estão devida-
mente infraestruturados e têm
áreas entre os 1.200 e 3.000
metros quadrados. A nova zona
industrial ocupa 4,5 hectares e
resulta de um investimento de
845 mil euros, comparticipados
em 710 mil euros pelo Programa
Operacional Regional do Centro
– Centro 2020. «Esta Área de
Acolhimento Empresarial des-
tina-se a captar investimentos
que criem postos de trabalho.
Queremos pequenas empresas
e outras com alguma dimensão
para tentar fixar as pessoas»,
sublinha Amílcar Salvador. O
presidente do município admite
ter «boas expetativas» para a
ocupação destes primeiros lotes,
até porque tem havido «uma
grande vontade e interesse» de
empresários de carpintaria, ser-
ralharia e agroalimentar, entre
outros setores de atividade.
O edil recorda que «há mais
de vinte anos» que não havia
lotes industriais disponíveis em
Trancoso, pelo que está «otimis-
ta» com esta primeira fase de
candidaturas.
Esta segunda-feira (18 ho-
ras) terá lugar no auditório do
Pavilhão Multiusos uma primei-
ra sessão de esclarecimentos
e de apresentação da Área de
Acolhimento Empresarial, que
se situa junto à estrada munici-
pal que liga Trancoso a Fiães. O
encontro acontece uma semana
depois da publicação em “Diário
da República” do Regulamento
para Atribuição de Lotes que es-
tabelece, entre outras regras, os
critérios de ponderação que vão
graduar as candidaturas. São
eles a criação líquida de postos
de trabalho, o volume do inves-
DR
timento e a atividade económica
a instalar. A entidade gestora
será a Câmara de Trancoso.
De acordo com o regulamento,
disponível no site da autarquia
(www.cm-trancoso.pt), a Área
de Acolhimento Empresarial
configura «uma ferramenta
fundamental para a atração de
empresas e indústrias» e vem
dar «uma resposta integrada à
necessidade de modernização e
diversificação do tecido econó-
mico do concelho, promovendo
a criação de condições para a
instalação de novas unidades
empresariais e para a criação
líquida de postos de trabalho
na região».
A construção da nova zona
industrial foi adjudicada em
novembro de 2018 à empresa
João Tomé Saraiva, da Guarda,
e para a sua inauguração já foi
convidada a ministra da Coesão
Territorial, Ana Abrunhosa, que
«foi um parceiro empenhado e
determinante da Câmara neste
processo enquanto presidente
da Comissão de Coordenação
e Desenvolvimento Regional
do Centro», recorda Amílcar
Salvador.
Quinta-feira • 30 de janeiro de 2020 •
Turismo
Aldeias Históricas lideram
comunidade internacional de
Destinos Turísticos Sustentáveis
As Aldeias Históricas de
Portugal vão assumir a lide-
rança da comunidade interna-
cional de Destinos Turísticos
Sustentáveis. É a primeira vez
que o Instituto de Turismo
Responsável (ITR) atribui essa
responsabilidade a Portugal.
Caberá agora a associação
sediada em Belmonte dinami-
zar o projeto e pôr em prática
um plano integrado de desen-
volvimento sustentável da in-
dústria turística e de proteção
do património cultural e na-
tural para os 28 destinos que
fazem parte desta rede. Das
várias ideias propostas pelas
Aldeias Históricas de Portugal
destacam-se «a realização de
uma ação de responsabilidade
social conjunta, a promoção
Ambiente
Freguesia de Trinta refloresta zona ardida
do Pateiro
A Junta da União de Fre-
guesias de Corujeira e Trinta,
no concelho da Guarda, em
parceria com a Quercus, pro-
move este sábado uma ação
participativa de reflorestação
de uma zona ardida no local
do Pateiro, naquela localidade.
Serão plantados carva-
lhos-negrais, castanheiros,
medronheiros e teixos numa
ação de voluntariado que
Belmonte
Exposição evoca comunidades sefarditas
em Portugal
Dar a conhecer a história
do judaísmo e da identidade
das comunidades sefarditas
no nosso país é o mote da ex-
posição “Heranças e Vivências
Judaicas em Portugal”, que será
inaugurada esta quinta-feira
(17h30) em Belmonte.
A mostra é promovida pela
Rede de Judiarias de Portugal
– Rotas de Sefarad, em parce-
ria com a autarquia local, e é
apresentada em módulos, com
•9
em rede junto dos operadores
turísticos, a partilha de boas
práticas entre as equipas, a
transferência de conhecimento
para os diversos destinos e o
reforço do envolvimento das
empresas do setor já certifi-
cadas em matéria de susten-
tabilidade no turismo». Até
ao momento, a liderança da
comunidade Biosphere estava
a cargo da região de Thompson
Okanagan, na Colúmbia Britâ-
nica (Canadá), eleito em 2018 e
2019 o Destino Mais Sustentável
do Mundo. Recorde-se que as
Aldeias Históricas ostentam,
desde novembro de 2018, o cer-
tificado “Biosphere Destination”,
sendo o primeiro destino em
rede a nível mundial e nacional
com essa certificação.
«marca o início de um pro-
jeto mais abrangente de re-
florestação daquela zona
emblemática dos Trinta»,
adianta a Junta de Freguesia
em comunicado. A atividade
está aberta à participação de
todos, sendo que os interes-
sados têm encontro marcado
às 8h30 na Casa do Povo dos
Trinta, de onde sairão a pé até
ao local da plantação.
AR
informação em português e in-
glês. Já esteve patente na Torre
do Tombo (Lisboa), Bragança,
Cascais e São João da Pes-
queira, existindo uma réplica
no Museu do Holocausto, em
Oslo (Noruega). Com entrada
gratuita, a exposição pode ser
visitada na sala junto à estátua
de Pedro Álvares Cabral (anti-
gas instalações provisórias do
Museu Judaico de Belmonte)
até 31 de julho.
10 • • Quinta-feira • 30 de janeiro de 2020 Publireportagem

Figueira de Castelo Rodrigo
Centro Interpretativo Judaico deverá abrir em abril
O município de Figueira de Castelo Ro-
drigo prevê inaugurar em abril um Centro
Interpretativo Judaico que funcionará no
centro da vila.
O equipamento terá quatro salas
expositivas sobre a vida de vários judeus
naturais do concelho e que tiveram «um
cunho importante» na história da locali-
dade. Haverá ainda uma pequena sinagoga.
Em destaque estará Efraim Bueno, que
foi médico, físico e astrónomo e teve «um
percurso profissional muito importante»
na Holanda, adianta o presidente do mu-
nicípio. Paulo Langrouva acrescenta que
o centro interpretativo permitirá evocar
«a importância que os judeus tiveram no
seu percurso e passagem por Figueira de
Ambiente
Corredor ecológico de 120 mil hectares no Vale do Côa
Um corredor ecológico vai atravessar
o Vale do Côa desde a Serra da Malcata
(Sabugal) até Vila Nova de Foz Côa. O
projeto terá uma extensão de 120 mil
hectares e serão investidos 2,6 milhões de
euros, através do programa “Endangered
Landscapes Programme” (ELP) até 2023.
O objetivo é criar «um corredor cru-
cial para a vida selvagem no Vale Côa»,
disse Pedro Prata, da Rewilding Portugal,
uma das entidades gestoras do progra-
ma, através da «possibilidade legal de
instituir um modelo de ordenamento do
território que englobe o Parque Arqueo-
lógico do Vale do Côa e o espaço da Rede
Quinta-feira • 30 de janeiro de 2020 • • 11
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Castelo Rodrigo e aproveitar todo o po-
tencial em termos de turismo judaico, para
que também passe a fluir e a operar pelo
nosso concelho». O autarca acrescenta que há
«inúmeros vestígios» da presença judaica na
região, nomeadamente na sede de concelhos,
na Aldeia Histórica de Castelo Rodrigo e nas
localidades de Escalhão e Mata de Lobos.
«O Centro está pronto e estamos a
finalizar o trabalho de conteúdos, pelo que
temos prevista a inauguração, em princípio,
no decurso do mês de abril», disse o edil.
O equipamento ocupa um edifício de dois
andares propriedade da Câmara que foi
adaptado às novas funções com apoios
comunitários, tendo a autarquia investido
cerca de 150 mil euros.
Natura do Côa, numa única unidade de
proteção dos valores naturais e culturais,
que aproxime o decisores do território».
Outro dos objetivos será transformar a
região numa área com novas oportunida-
des para a vida selvagem, nomeadamente
aves de rapina e outras aves planadoras,
javalis, lobo e lince ibéricos, bem como
o corço. Os promotores estimam que a
paisagem natural revitalizada proporcio-
ne «importantes serviços ecossistemas,
como a prevenção de incêndios, criação
de alimento, produtos locais e oportuni-
dades empresariais, como o turismo de
vida selvagens».
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12 • • Quinta-feira • 30 de janeiro de 2020
2020: O ano
de todas as
comemorações
em Pinhel
Rui Ventura apresentou os vários eventos comemorativos em conferência de imprensa
Este ano é feito de
importantes efemérides
para Pinhel. Em 2020
são comemorados os
250 anos de elevação
a cidade e a criação
da diocese de Pinhel.
É também o ano da
“Cidade do Vinho” e dos
25 anos da Feira das
Tradições, eventos que
colocam em destaque os
produtos endógenos do
concelho.
Sofia Craveiro
«Que a dita Villa de Pinhel do
dia da publicação deste em diante
fique creada em Cidade: Que por tal
seja tida, havida, e nomeada com a
denominação Cidade de Pinhel: E
que como tal Cidade haja, e tenha
todos os privilegios, e liberdades, de
que devem gozar, e gozão as outras
Cidades destes Reinos»
Estas palavras, assinadas em
1770 por D. José I, selaram há 250
anos a elevação de Pinhel a cidade.
A efeméride serve de mote para
os diversos eventos agendados
pelo município ao longo do ano e
que têm como principal objetivo
«valorizar» o concelho e região, de
acordo com Rui Ventura.
O presidente da Câmara apre-
sentou na passada quinta-feira, em
conferência de imprensa, o ciclo de
eventos e iniciativas programadas
e que já se iniciaram com a atuação
da Orquestra Filarmónica, no pas-
sado dia 17. Da lista divulgada o
primeiro destaque vai para a Feira
das Tradições e das Atividades
Económicas, que nesta 25ª edição
terá as atuações dos Anjos, Expen-
sive Soul, Richie Campbell e I Love
Baile Funk no Centro Logístico. É
esperada a participação de «cerca
de 200 expositores», com enfoque
sobretudo nos produtos endógenos
da região. O certame está agendado
para os dias 21, 22 e 23 de fevereiro
e terá como tema o aniversário da
cidade e diocese. O evento deverá
ser inaugurado por Ana Abrunhosa,
ministra da Coesão Territorial.
Ao longo do ano o município
planeia, além das feiras habituais,
lançar obras literárias sobre Pi-
nhel. A primeira publicação será
apresentada a 25 de agosto, Dia da
Cidade, e versará sobre os 250 de
história comemorados na mesma
data. Também a diocese da Guarda
pretende avançar com a publicação
de «um livro de bolso» sobre o per-
curso histórico da antiga diocese.
«Pinhel continua a ser diocese,
embora religiosamente não fun-
cione como tal», salientou o pároco
Jorge Castela.
A par destas iniciativas, o mu-
nicípio traz de volta os “Jogos Flo-
rais” em março. O evento regressa
50 anos depois do seu término. Já
em maio, a Orquestra Sem Fron-
teiras, liderada por Martim Sousa
Tavares, realiza uma Maratona da
Orquestra de Bolso pelo concelho.
No mês seguinte decorre a já ha-
bitual Feira Medieval, de 5 a 7 de
junho, precedendo a Grande Cele-
bração do Arciprestado de Pinhel,
que terá lugar a 12 de julho e em
que participará o cardeal patriarca
de Lisboa.
SC
No ano em que a “Cidade
Falcão” é também “Cidade do Vi-
nho”, o município irá participar em
vários certames vinícolas a nível
nacional e internacional, como a
Feira Ibérica de Turismo, a Bolsa de
Turismo de Lisboa, a Feira Nacional
de Agricultura (em Santarém), a
Salamaq, em Salamanca ou a Fête
des Vendanges de Montmartre, em
Paris. «Queremos valorizar a região
vitivinícola», disse Rui Ventura, que
anunciou que o município irá tam-
bém levar os vinhos da região «a
praças pelo país fora» ao longo do
ano. Lisboa, Porto, Coimbra, Guarda
e Salamanca estão entre a lista de
cidades onde será desenvolvida a
campanha “Alegria Engarrafada”,
uma ação focada em «ruas movi-
mentadas» e «espaços informais»
para divulgar os vinhos ao público
em geral. «Tudo será feito com
funcionários da Câmara, nada
disto será trabalho contratado»,
assegurou o edil.
O vinho será ainda pretexto
para exposições, harmoniza-
ções de época, degustações e
reconstituições históricas em
data a anunciar. A autarquia irá
também apostar na realização de
mercados locais vínicos e eventos
relacionados com o tema, como a
eleição da “Rainha das Vindimas”,
a Caminhada da Vinha e do Vinho
(ambos em setembro) ou a Re-
constituição Histórica de Vindima
de época – anos 60, 70 e 80 (em
outubro). «Queremos que estas
comemorações sejam internas,
mas também externas, de forma
a promover Pinhel», declarou Rui
Ventura.
Gouveia
Município celebra 32 anos
de elevação a cidade no
sábado
O primeiro de fevereiro é
dia de aniversário para Gou-
veia, que celebra os 32 anos da
elevação a cidade.
A efeméride começa pelas
11 horas com uma sessão
solene no salão nobre dos
Paços do Concelho, onde serão
apresentados os projetos da
Casa da Vivência Judaica e de
reabilitação “Reinventar Gou-
veia – Visões Urbanas”. Isabel
Damasceno, a nova presidente
da Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento Regional do
Centro (CCDRC), estará pre-
sente. A jornada inclui ainda
a conferência internacional
“MILS – Museu Internacional
Proteção civil
Comando regional do Centro
fica em Viseu
Viseu vai acolher o co-
mando regional da Proteção
Civil do Centro, um dos cinco
que o Governo prevê entrarem
em funcionamento no país
até final de março. O anúncio
foi feito pelo Ministro da Ad-
ministração Interna (MAI) na
segunda-feira.
«Pelas características de
localização, pelas ligações que
tem no âmbito da região Cen-
tro, pela proximidade a áreas
em que se manifestam riscos
significativos e pela existência
de um polo significativo de res-
posta aérea, é o local adequado
para a instalar esse comando
regional da região Centro”, jus-
tificou Eduardo Cabrita. Viseu
é o terceiro centro regional a
Celorico da Beira
Gala do Bombeiro do distrito
é no sábado
A Federação de Bombeiros
do Distrito da Guarda escolheu
a vila de Celorico da Beira
para realizar a décima Gala
do Bombeiro este sábado à
noite. Como habitualmente, o
evento destina-se a «prestar
do Livro Sagrado”, a partir
das 15h30 no auditório da
Biblioteca Municipal Vergílio
Ferreira. Pelas 20h30 realiza-
se no mesmo local a gravação
ao vivo do programa da RTP “E
Deus criou o mundo”, que con-
tará com um momento musical
pelo Grupo Coral de S. Pedro.
Participam «três membros
das comunidades religiosas
mais influentes em Portugal»
que irão debater a temática
religiosa na atualidade, de
acordo com a autarquia. O Dia
da Cidade termina com a peça
“Desafios”, do Teatro ACERT,
no Teatro Cine de Gouveia
(21h30).
DR
ser anunciado, depois do Gov-
erno ter escolhido Almeirim
para sediar o comando de
Lisboa e Vale do Tejo e Loulé
para a coordenação do Algarve,
faltando conhecer a localização
dos centros operacionais do
Norte e do Alentejo. «O nosso
objetivo é que estas estruturas
estejam a funcionar, com a des-
ignação dos primeiros respon-
sáveis, até ao final do primeiro
trimestre deste ano», adiantou
o governante. Posteriormente
serão criadas «estruturas co-
ordenadas que envolvam todas
as áreas da região Centro numa
resposta conjunta e adequada
que permita a deslocação de
meios dentro da região em
função das prioridades».
homenagem a todos aqueles
que de algum modo se notabi-
lizaram e/ ou apoiaram a causa
dos bombeiros», referem os
promotores. A festa decorre
no restaurante do Hotel Quinta
dos Cedros.
 Quinta-feira • 30 de janeiro de 2020 • • 13

Opinião Música
Ovo de Colombo
Capitão Fausto no TMG esta quinta-feira
DR
Sade DR

Joana C. Pereira

Filha de um economista
nigeriano e de uma enfermeira
inglesa, Sade (Helen Folasade
Adu) nasceu na Nigéria, país
onde viveu até aos 4 anos e,
após a separação dos pais,
cresceu em Londres, acompa-
nhada pela mãe e pelo irmão.
A sua primeira escolha
de carreira foi a moda, tendo
sido estudante de Design de Moda na Saint Martin’s School of Art,
em Londres, mas uma proposta feita por dois velhos amigos de cola-
borar nas partes vocais da sua banda mudaria drasticamente o rumo
da vida da artista e colocaria a composição de música em primeiro
lugar. Apesar de sentir medo do palco, trabalhou por ultrapassá-lo e,
dois anos depois, tornou-se vocalista de uma banda londrina de funk
latino chamada “Pride”, com a qual viajou por todo o Reino Unido
em digressão. Sade colaborava numa parte intermédia dos concertos
dos “Pride”, que era mais lenta e jazzística, e na qual apresentavam a
canção “Smooth Operator”, coescrita por Sade, e que viria a tornar-se
num dos seus maiores sucessos.
A sua voz é lindíssima, dotada de um timbre raro, delicado e O culto dos Capitão Fausto rendidos à criatividade de uma essa altura que atuam no festi-
nostálgico, perfeitamente adequado para o “smooth jazz”. A sua chega à Guarda esta quinta-feira banda que tem sabido renascer val “Mêda+” com um concerto
fama, no entanto, não se deve apenas à sua voz e à sua música, (21h30) para um concerto no e surpreender a cada disco. “Ga- memorável que faz aumentar
mas também à sua beleza e, em grande parte, ao enorme misté- TMG. zela” (2011) marcou a estreia a sua legião de fãs. Em 2016
rio alimentado pelos fãs em relação à sua vida privada, que ela, A banda de que todos fa- dos Capitão Fausto – formados lançam “Capitão Fausto Têm
surpreendentemente, conseguiu manter secreta, apesar da grande lam ganhou estatuto na pop por Tomás Wallenstein (voz, gui- os Dias Contados” e confirmam
perseguição dos media. nacional com o muito aclamado tarra e teclado), Manuel Palha todo o seu potencial musical e
A sua música é o que buscamos nos momentos em que ne- e elogiado “A Invenção do Dia (guitarra, teclado e voz), Fran- poético graças a um pop-rock
cessitamos de ouvir algo puro, simples, que atue em nós como um Claro”, o quarto álbum de ori- cisco Ferreira (teclados e voz), simples e sem ilusionismos. A
bálsamo relaxante. O poder atrativo das suas canções, em especial ginais editado em 2019. Temas Domingos Coimbra (baixo e voz) apoteose aconteceu em 2019
as dos primeiros álbuns, deve-se à improvável combinação de sim- como “Sempre Bem”, “Faço as e Salvador Seabra (bateria). com o melancólico e telúrico
plicidade, sensualidade e sofisticação que expressa, características Vontades”, “Amor, a Nossa Vida”, Três anos depois editaram “A Invenção do Dia Claro”, cujas
essas significativamente marcantes da sua personalidade, o que “Alvalade” ou “Boa Memória” ca- “Pesar o Sol”, um disco que im- canções não deixam ninguém
atesta a sua autenticidade como artista e nos leva a sentirmo-nos tapultaram o quinteto de Lisboa pôs o grupo como uma das mais indiferente e fizeram crescer o
irremediavelmente atraídos pela sua música. para os braços do público e da originais e criativas propostas culto dos Capitão Fausto. Um
crítica especializada, totalmente da música portuguesa. É por concerto a não perder.

Teatro
ESTE leva projeto “Ver-Fazer” às escolas
Chama-se “Ver-Fazer” o
novo projeto pedagógico da
ESTE – Estação Teatral com as
turmas do primeiro ciclo do
concelho do Fundão.
O objetivo é envolver os
mais pequenos na criação de
uma peça de teatro. Para tal,
dois atores vão primeiro à escola
preparar, em consonância com
os professores, uma estrutura
de improvisação sobre um tema.
Segue-se a apresentação do
resultado e uma curta conversa
com os alunos para aferir o
impacto do objeto mostrado e
Vale do Côa
Tributo às gravuras no Museu Nacional
de Arqueologia
O Museu Nacional de Arque-
ologia, em colaboração com a
Fundação Côa Parque, inaugura
esta quinta-feira em Lisboa a
exposição “Tributo às Gravuras
do Vale do Rio Côa”.
A mostra é composta por
obras de arte de artistas por-
tugueses, como Mário Cesariny,
Graça Morais, Rui Chafes, José
Pedro Croft, Manuel Zimbro,
Lourdes Castro, Ângelo de Sou-
sa, entre outros, que se associa-
colher novos elementos e pistas.
O espetáculo que daí resultar
será levado ao palco da Moagem,
de 10 a 16 de março, onde será
novamente alvo de uma dis-
cussão final, «não só em torno
do significado, mas igualmente
do significante e esta relação
composta e plural “ver-fazer”
encerra a experiência», adianta
a companhia. Precedendo “Uma
história para continuar...”, que
decorreu entre 2004 e 2016, o
projeto vai envolver 669 alunos
de 19 escolas do 1º ciclo do
concelho.
ram ao movimento social que,
em meados dos anos 90 do sé-
culo XX, impediu a construção
de uma barragem no Rio Côa
que implicaria a destruição de
centenas de gravuras rupes-
tres entretanto classificadas
como Património Mundial da
UNESCO. Este tributo esteve
patente no Museu do Côa em
2019, aquando de exposição
comemorativa dos 20 anos des-
sa classificação.
Pinhel
Exposição “Dordonha Périgord - Arte Rupestre”
na Casa da Cultura
A Casa da Cultura de Pinhel donha, região de França, rica em paisagens e vinhos, características
tem patente até 29 de março a testemunhos de arte rupestre clas- que a tornam muito idêntica à
exposição “Dordonha Périgord - sificada como Património da Hu- região do Vale do Côa, onde a arte
Arte Rupestre”. manidade». Segundo a autarquia rupestre também é classificada
Trata-se de uma exposição de Pinhel, aquela região é também como Património da Humanidade».
que «convida à descoberta da Dor- «rica em tradições, gastronomia, A mostra tem entrada livre.
Almeida
Seia
Exposição revela fotografia de Jornadas do
Joshua Benoliel Conhecimento divulgam
A Biblioteca Municipal Maria Natércia Ruivo, em Almeida,
acolhe até 6 de fevereiro uma exposição de fotografia do repór- obras e autores locais
ter parlamentar Joshua Benoliel (1906-1924). A atividade é O município de Seia e a Galeria Paz
organizada pelo Museu da Assembleia da República, em cola- de Espírito querem reunir autores e
boração com a Câmara de Almeida, e evoca o trabalho de Joshua obras do concelho de Seia nas XIII Jor-
Benoliel, jornalista e um dos primeiros fotógrafos portugueses. nadas do Conhecimento, que terão lugar
na Casa Municipal da Cultura.
Segundo a autarquia, o encontro des-
Pinhel tina-se a «promover e divulgar os autores
do concelho e as publicações que tenham
Acessibilidades na Cultura são tema como objeto o território, mesmo aquelas
do “Museu à Noite” cujos escritores não sejam oriundos de Seia,
O ciclo de tertúlias “Museu à Noite”, organizado pela que será materializada através da exposi-
Câmara de Pinhel, aborda esta quinta-feira (21 horas), na ção, apresentação e/ou comercialização
Casa da Cultura, o tema das acessibilidades na Cultura. das obras literárias durante as jornadas». A
A oradora convidada é Ana Ascensão, diretora de Re- participação na iniciativa carece de inscrição
lações Externas e Frente de Casa do Teatro Nacional Dona prévia, até 10 de fevereiro no site do muni-
Maria II, em Lisboa. Segundo o município, o objetivo da ini- cípio (www.cm-seia.pt), diretamente nos
ciativa é «apresentar e promover as boas práticas de acesso serviços da Divisão Sociocultural da Câmara
físico, intelectual e social à participação cultural no país». ou na Galeria Paz de Espírito.
14 • • Quinta-feira • 30 de janeiro de 2020 Publicidade

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 Quinta-feira • 30 de janeiro de 2020 • • 15

FC Porto B trava
Atletismo Serranos perderam
pela primeira vez
Ricardo sob o comando de
Figueiredo
Sp. Covilhã
Daúto Faquirá, mas
e Margarida continuam no quarto
Dionísio são lugar da IIª Liga
campeões DR
Ficha de Jogo

distritais de Árbitros André Castro (AF Aveiro)

Árbitros assistentes: Valdemar Maia e

corta-mato José Martins

Ricardo Figueiredo e
Margarida Dionísio são os
novos campeões distritais de
corta-mato da Associação de
Atletismo da Guarda, cujo cam-
peonato decorreu no domingo
em Belmonte, a par do distrital
de Castelo Branco.
O atleta do CA Seia foi o
primeiro a completar os 7.000
metros do percurso, seguido
do colega de equipa Alexandre
Venâncio, ainda sub-23, e de
Marco Marques (ACR Senhora
do Desterro) – a organização
não divulgou os tempos da cor-
rida de seniores. A equipa de
São Romão (Seia) fez o pleno
em femininos, com Margarida
Dionísio a conquistar o título
com o tempo de 23m30s na
distância de 5.800 metros.
Mariana Silva foi segunda em
24m43s e a veterana Sabina
Neca terceira classificada com
a marca de 25m29. Nos res-
tantes escalões, os campeões
distritais são Tomás Rosário
(CA Seia) em infantis, Carlota
Almeida (NS Leões da Frontei-
ra, Vilar Formoso) e Eduardo
Pereira (Maratona Vila Chã,
Seia) em iniciados, Ana Cruz
(Maratona Vila Chã) e Mário
Vicente (CA Seia) em juvenis,
Clara Pinto (Senhora Dester-
ro) e João Pais (CA Seia) em
juniores. Em veteranos o título
foi para Vanda Ribeiro (indivi-
dual) e José Silva (Maratona
Vila Chã).
Os campeões distritais
da Associação de Atletismo
Covilhanenses em tarde desinspirada até um penálti desperdiçaram
A primeira derrota do Sp. Covi-
lhã da era Daúto Faquirá aconteceu
no domingo, em Vila Nova de Gaia.
O “carrasco” foi o FC Porto B, que
venceu 4-2 uma equipa serrana de-
sinspirada e desatenta. O desaire na
18ª jornada da IIª Liga não afetou
a classificação dos covilhanenses,
que se mantêm no quarto lugar
fruto das derrotas do Chaves e do
Varzim.
O encontro foi equilibrado,
com ligeiro ascendente dos “dra-
gões”, e a primeira grande opor-
tunidade de golo aconteceu aos
16’ para os locais. Após um cruza-
mento, Rodrigo Valente recebeu a
bola em cima da marca de grande
penalidade, mas atirou por cima.
Estava dado o aviso perante um
Covilhã sem garra. O golo dos
portistas acabou por surgir aos
30’ na sequência da marcação de
um livre, com Diego Landis, ao
segundo poste, a aproveitar uma
falha de Soares para inaugurar o
marcador de cabeça. Os visitantes
reagiram e cinco minutos depois
igualaram a partida. Deivison, com
pouca oposição da defesa azul e
branca, cabeceou certeiro para
dentro da baliza de Ricardo Silva.
O empate manteve-se inalterado
até ao intervalo.
Na segunda parte manteve-se
a tendência de equilíbrio, apesar
do Porto B conseguir ser mais
assertivo nos remates à baliza,
enquanto os serranos voltaram a
conceder espaços no último reduto
defensivo e a falhar marcações. Foi
assim que surgiu o segundo golo.
Aos 53’, Fábio Vieira assistiu Afonso
Sousa que deixou a bola para Nkeng
rematar de primeira perante outro
erro de Zarabi. Aos 60’ os portistas
aumentaram a vantagem numa
jogada em que se inverteram os
papéis, com Nkeng passou a bola a
Afonso Sousa, que rematou de pri-
meira, de fora da área. O Sp. Covilhã
reagiu volvidos dois minutos, com o
recém-entrado Rodrigo a reduzir a
diferença no marcador.
E. Municipal de Pedroso,
Vila Nova de Gaia
FC Porto B................... 4
Ricardo Silva, Musa Yahaya, Diego
Landis, Pedro Justiniano, Luís Mata,
Fábio Vieira, Mor Ndiaye, Rodrigo
Valente, João Mário (Madi Quetá, 68’),
Afonso Sousa (Gonçalo Brandão, 78’) e
Taddeus Nkeng (Boris Enow, 81’)
Treinador: Rui Barros
Sp. Covilhã................. 2
Carlos Henriques, Tiago Moreira, Bren-
don, Zarabi, Soares, Jean, Gilberto,
Filipe (Daffé, 78’), Mica (Rodrigo, 58’),
Deivison e Bonami (Inusah, 58’)
Treinador: Daúto Faquirá
Golos: Diego Landis (30’), Deivison
(35’), Nkeng (53’), Afonso Sousa (60’),
Rodrigo (62’) e Fábio Vieira (90’+6’)
Ação disciplinar: cartão amarelo para
Soares (13’), Filipe (52’), Nkeng (68’),
Tiago Moreira (90’), Brendon (90’) e
Ricardo Silva (90’+7’). Cartão ver-
melho direto para Diego Landis (75’).
Os visitantes poderiam ter
chegado ao empate aos 76’, mas
Gilberto atirou ao lado na marcação
de uma grande penalidade assi-
nalada por derrube de Deividson
pelo central Diego Landis, que foi
expulso com vermelho direto. Os
serranos tentaram tirar partido
da superioridade numérica, su-
biram no terreno e aumentaram
a pressão, mas quem marcou foi
o Porto B por Fábio Vieira, que fi-
nalizou um contra-ataque rápido
no último minuto do tempo de
compensação. O Covilhã joga a
próxima jornada na segunda-feira,
dia em que recebe a Oliveirense,
13º classificado.
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de Castelo Branco são Carlos

Sanches (Casa do Benfica de
Castelo Branco) e Sara Meiri-
nho (Estrela Campo de Aviação
FC, Covilhã). Por escalões etá-
rios venceram Simone Valente
e Alexandre Carrola (ambos do
Estrela Campo de Aviação) em
infantis, Francisca Sá (Penta
Clube Covilhã) e André Ribeira
(Estrela Campo de Aviação)
em iniciados, Diana Martins
e Ricardo Cardoso (ambos
da ADC Proença-a-Nova) em
juvenis e Diogo Salvado (Penta
Clube) em juniores. Sandra
Ferreira (CB Castelo Bran-
co) e Fernando Matos (GCA
Donas, Fundão) sagraram-se
campeões em veteranos. A
competição foi organizada
pela Associação de Atletismo
de Castelo Branco, com o apoio
da autarquia de Belmonte.
16 • • Quinta-feira • 30 de janeiro de 2020 Publicidade

Gala
Câmara da Guarda entrega
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Arrenda, Administra imóveis.
Câmara Municipal de Castelo Branco
6000 Castelo Branco - teI. 330330 - fax 330324
Contribuinte Nº 501 143 530
AVISO Nº. 7
Luís Manuel dos Sanlos Correia, Presidente da Câmara Municipal de Castelo
Branco.
Faço saber, nos termos do nº. 2 do artigo 27º do Decreto-Lei nº. 555/99, de 16/12,
com as sucessivas alterações, que se encontra aberto o inquérito público, pelo
prazo de 30 dias, iniciando-se a contagem deste prazo 8 dias após a afixação
deste Aviso, referente ao Aditamento nº. 2 ao Alvará de Loteamento nº. 97/79 no
lugar do Regatinho em AJcains.
O aditamento consta na anexação do lote nº. 105, com a área de 194,00 m2 e
lote nº. 106 com a área de 184,00 m2, respetivamente, resultando da referida
anexação um lote designado por lote nº. 105 com a área de 378,00 m2, que
confronta a norte com o lote 104, a sul com o lote 107, nascente com a via
pública e poente com a via pública, com a consequente eliminação do lote 106.
Os interessados poderão consultar o referido Loteamento, no balcão único, na
Cãmara Municipal de Castelo Branco e na Junta de Freguesia de Alcains, durante
as horas normais de expediente.
As observações ou sugestões sobre o Loteamento deverão ser apresentadas por
escrito no balcão único da Câmara Municipal de Castelo Branco.
Para constar se publica o presente e outros de igual teor que vão ser afixados
nos lugares de estilo.
Paços do Municipio de Castelo Branco, 22 de Janeiro de 2020
O Presidente da Câmara Municipal
Dr. Luís Manuel dos Santos Correia
O Interior, nº 1047 de 30/01/2019
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Redação: Luis Martins (Chefe de Redacção) e Sofia Craveiro. • Conselho Editorial:
António Ferreira, Nuno Amaral Jerónimo, Cláudia Quelhas, João Canavilhas, José
Carlos Alexandre, Diogo Cabrita e Maurício Vieira.
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Costa, António Ferreira, António Godinho, Cláudia Quelhas, David Santiago, Diogo
Cabrita, Eduardo Lourenço, Fernando Pereira, Fidélia Pissarra, Frederico Lucas,
Hélder Sequeira, Honorato Robalo, João Canavilhas, Joana C. Pereira, Joana Dente,
João Mendes Rosa, João Morgado, João Santiago Correia, Joaquim Igreja, Jorge Noutel,
José Carlos Alexandre, José Carlos Breia Lopes, José Pires Manso, Júlio Sarmento,
Melanie Alves, Miguel Castelo Branco, Miguel Moreira, Miguel Sousa Tavares, Norberto
Gonçalves, Nuno Jerónimo, Telma Madaleno e Víctor Afonso. Desporto: António
Silva, Arlindo Marques, Cristina Sofia, Daniel Soares, José Luís Costa, Miguel Machado
e Rui Geraldes. • Cartoon: Maurício Vieira. • Paginação: Jorge Coragem • Projeto
Gráfico: Maurício Vieira. • Departamento Comercial: Natalina Martins • Impressão:
FIG-Indústrias Gráficas, S.A. • Rua Adriano Lucas – 3020-430 Coimbra • Telefone
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edição: 5.200 exemplares • Periodicidade: Semanário • Edição Internet: O Interior •
Propriedade: JORINTERIOR - Jornal • O Interior, Ldª. Detentores com 5% ou mais
do capital da empresa: José Luís Carrilho Agostinho de Almeida e Luís Baptista-Martins.
Estatuto Editorial: https://www.ointerior.pt/ficha-tecnica/ •
Guarda - Redacção/Publicidade: 271212153 • www.ointerior.pt
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A Câmara da Guarda vai atribuir, no sábado, 46 pré-
mios “Forte” a atletas, equipas e dirigentes de diferentes
modalidades que se distinguiram na época transata. A
gala do desporto acontece pelo segundo ano consecutivo
no grande auditório do TMG, a partir das 21h30.
O objetivo da iniciativa é a «valorização do resulta-
do, mas, principalmente, do trabalho desenvolvido no
sentido da promoção do desporto no concelho», refere
a autarquia. No futebol serão galardoadas as equipas
de infantis e iniciados do Guarda Unida, os juvenis do
NDS, os seniores do Vila Cortês do Mondego e Carlos
Sacadura, selecionador nacional de sub-17 feminino. No
futsal os “Forte” vão para as seniores do Guarda 2.000 e
os juniores e juvenis do Lameirinhas, enquanto os sub-
14 de Os Sanchos e os sub-18 do Guardabasket serão
distinguidos no basquetebol. No andebol o galardão será
entregue aos juvenis do Guarda Unida e no voleibol a três
duplas de giravolei da Escola Básica Carolina Beatriz
Ângelo (Tiago Lemos/ Afonso Rasteiro, Nuno Lemos/
Vasco Lucas e Pedro Pinto/ Paulo Morgado).
O Guarda Unida vai receber o troféu do “Melhor
Clube” na categoria de desportos coletivos e o Clube de
Natação da Guarda nos desportos individuais. A título
individual, receberão um “Forte” os karatecas António
Pereira (Centro de Artes Marciais da Guarda), Gonçalo
Guerra (Academia Egitaniense de Karate Shotokan) e
José Barreiros (Centro Bushido da Guarda). Yevgeny
Vysochina (Clube de Judo da Guarda) é o único galar-
doado no judo, já no automobilismo serão distinguidos
Joaquim Morgado, Davide Lourenço, Luís Fernandes e
Francisco Carvalho. Na natação os atletas premiados
são Rui Marques, Francisco Cipriano, Simão Dias, Tiago
Afonso, Diogo Gonçalves, Bruno Coelho e Hugo Nunes.
Por sua vez, Armando Correia (Núcleo Sportinguista da
Guarda) será galardoado na modalidade de tiro.
Paulo Gomes (GDC Guilhovai), Pedro Martins (ACR
Senhora Desterro), Inês Monteiro (Sporting), Rafaela
Aleixo (CA Seia) e Andreia Crespo (Sporting) no atletis-
mo, João Rodrigues (CP Abrunheira) no ciclismo (enduro
BTT) e Rafael Pires (Clube de Montanhismo da Guarda)
na escalada serão outros dos homenageados. Durante
a gala será também entregue o prémio “Forte” de Reco-
nhecimento à Associação de Atletismo da Guarda, pela
organização do XXº Meeting Internacional da Guarda,
considerado pela Federação Portuguesa como o melhor
a nível nacional na última época. Já a CERCI Guarda será
distinguida na área do desporto adaptado. O vencedor
do prémio “Carreira Desportiva” Seguro Fernandes será
revelado no evento, que será apresentado pelos humo-
ristas Telmo Ramalho e Pedro Tochas.

Cupão de Assinatura
Identificação: Nacional_ ____ Semestral.....(16€) Anual.. (30e)
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 Quinta-feira • 30 de janeiro de 2020 • • 17

Futebol distrital Andebol

Sp. Mêda continua invicto na Iª Divisão Almeida, Figueira, Mêda e Pinhel
recebem fase final do Nacional
DR

de iniciados
Os municípios de Almei-
da, Figueira de Castelo Rodri-
go, Mêda e Pinhel vão acolher
a fase final do campeonato
nacional de andebol de ini-
ciados masculinos e o Torneio
Scandibérico, de juniores
femininos. As competições
terão lugar em junho e no-
vembro, respetivamente. Os
respetivos protocolos de
colaboração foram assinados
com a Federação de Andebol
de Portugal na segunda-feira,
na autarquia de Figueira de
Castelo Rodrigo.

Marcha
Amaro Teixeira é vice-campeão
nacional nos 50 quilómetros DR

O Sp. Mêda obteve no do-
mingo uma vitória moralizadora
sobre o Manteigas no Distrital da
Iª Divisão da AF Guarda.
O líder do campeonato rece-
beu e venceu o segundo classifica-
do por um tangencial 3-2 no jogo
grande da 13ª e última jornada
da primeira volta e fez cair os
serranos para o terceiro lugar. O
resultado reforça as aspirações
dos medenses, que ainda não
sofreram qualquer derrota esta
época e no domingo têm a tarefa
novamente difícil com a deslo-
cação a Gouveia para defrontar
o novo vice. Nos restantes jogos
o Desportivo da “cidade-jardim”
goleou o Foz Côa (13º e penúltimo
classificado) por 6-0 e o Trancoso
(4º) empatou a zero na receção
ao Sp. Vilar Formoso (12º). A
surpresa da jornada aconteceu
na Guarda, onde o Vila Cortês do
Mondego (5º) perdeu 2-1 com o Sp.
Celoricense (10º), enquanto o Vila
Franca das Naves (6º) foi ganhar
6-2 ao terreno do “lanterna verme-
lha” Estrela de Almeida (14º).
O jogo entre o Fornos de
Algodres (9º) e o Aguiar da Beira
(11º) terminou empatado sem
golos e o Vilanovenses (8º) sur-
preendeu o Soito (7º) em casa
por 2-1. A classificação continua
dependente de um acerto de ca-
lendário, pois o Aguiar da Beira
tem dois jogos em atraso frente
ao Vila Cortês e ao Almeida. A 14ª
jornada joga-se este domingo com
as partidas Fornos-Vilanovenses,
Trancoso-Celoricense, Aguiar
da Beira-Manteigas, Almeida-
Foz Côa, Soito-Vilar Formoso e
Vila Cortês-Vila Franca, além do
Gouveia-Mêda.
Guarda FC a subir na
IIª Divisão
No Distrital da IIª Divisão o
Freixo de Numão lidera isolado,
mas sob a ameaça dos Pinhelen-
ses e do Guarda FC.
Este domingo disputou-se
a sétima jornada, com a equipa
do concelho de Foz Côa a der-
rotar em casa o Sp. Sabugal por
2-1, enquanto os Pinhelenses
foram ganhar 4-1 a Casal de
Cinza e o Guarda FC venceu
2-1 em Paços da Serra. Folgou
o Nespereira. Na classificação,
o Freixo de Numão comanda
com 15 pontos, mais dois que
Pinhelenses e Guarda FC. O
Nespereira é quarto com 10 e o
Paços da Serra ocupa o quinto
lugar. Já o Sp. Sabugal é último
Amaro Teixeira (CA Seia) David Tokodi. O clube de Seia
classificado com um ponto. A
sagrou-se vice-campeão na- conseguiu mais outra medalha
próxima jornada jogar-se-á a
cional de marcha na distância nos 35 quilómetros, com Rui
16 de fevereiro com as partidas
de 50 quilómetros, na prova Coelho a terminar na terceira
Freixo Numão-Pinhelenses,
realizada no domingo em Por- posição. A título foi para João
Casal Cinza-Nespereira e Paços
to de Mós. Vieira (Sporting), que dominou
da Serra-Sp. Sabugal. Folgará
O atleta terminou em a prova e cumpriu a distância
o Guarda FC. Este domingo há
5h20m05s, a mais de 38 mi- em 2h42m06s, menos três
taça da IIª Divisão com os jogos
nutos do novo campeão, Ma- minutos que o segundo clas-
Sabugal-Nespereira e Casal
nuel Marques (CF Oliveira do sificado, Hélder Santos (Leiria
Cinza-Freixo Numão (série
Douro). Apenas três marcha- Marcha Atlética). O marchador
A) e Guarda FC-Pinhelenses
dores cortaram a meta, sendo do CA Seia completou o pódio
(série B).
o primeiro a fazê-lo o húngaro com a marca de 2h47m10s.

Karate
Atletas da Guarda em estágios e treinos de seleção
José Barreiros, Iris Ferreira e
Nuno Rodrigues, todos do Centro
Bushido da Guarda, participaram
no sábado, em Pombal, no tercei-
ro treino da seleção regional de
karate da Federação.
José Barreiros e Nuno Ro-
drigues estão selecionados na
modalidade kata, enquanto Iris
Ferreira vai competir em kumite.
Já no domingo decorreu no pavi-
lhão municipal de São Miguel, na
Guarda, mais um estágio regional
Centro/ Norte, ministrado pelo
sensei Victor Dinis, bem como
a primeira fase de exames da
época 2019/2020. Participaram
cerca de 60 karatecas de clubes da
Guarda, Trancoso, Manteigas, Vila
Nova Foz Côa, Torre de Moncorvo
e Aveiro. A organização esteve a
cargo da Associação Karaté Sho-
DR
tokan Guarda. No mesmo dia, mas
em Celorico da Beira, teve lugar
o estágio regional de Inverno da
União de Karate Shotokan das
Beiras (UKSB), orientado pelo
shihan José Chagas e os kyoshi
Cristina Mendes, José Lemos,
Alfredo Henriques e César Olival.
Marcaram presença quase três
centenas de praticantes, desde
cinto branco até cinto negro.
DR
Squash
Beatriz Dias
representa IPG
nos Campeonatos
Universitários
Beatriz Dias vai repre-
sentar o Instituto Politécnico
da Guarda (IPG), onde estuda
enfermagem, nos Campeona-
tos Nacionais Universitários,
na modalidade de squash, que
terão lugar no Porto a 13 de
fevereiro.
A estudante da Escola
Superior de Saúde da Guarda
é jogadora federada e foi cam-
peã nacional de sub-17 em
2018 e vice-campeã de sub-19.
Beatriz Dias fez parte dos con-
vocados da seleção de Portugal
que participou no Campeonato
Europeu de sub-19, realizado
na Polónia no ano passado.
18 • • Quinta-feira • 30 de janeiro de 2020
opinião
Santinho Pacheco *
Continuidade
ou retrocesso
Votado na generalidade e sem surpre-
sas, decorre agora o debate na especialida-
de do Orçamento de Estado.
Tem sido um debate arrastado, pobre
e morno. A direita não vem à luta. O grupo
parlamentar do PSD tem tido o pensamento
e a ação noutro qualquer lugar, pelo que
pauta a sua intervenção com críticas de
circunstância, muitas delas rebuscadas nas
notícias do dia e a ausência total de pro-
postas alternativas; muito menos apresenta
outra estratégia clara para o país.
Mas a demonstração da incapacidade
do partido do Dr. Rui Rio se assumir como
oposição forte e construtiva não é conjun-
tural; é muito mais que isso. O PSD está
perdido nas suas contradições e dividido
nas suas opções. Virar ao centro e perder
a direita ou liderar o bloco conservador,
Chega incluído, e abandonar de vez a classe
média, o eleitorado moderado e urbano,
que não embarca em aventuras?
Parece-nos evidente e claro que Antó-
nio Costa “chincou os costilos” a Rui Rio.
O Orçamento para 2020 conclui o
que os quatro anos da geringonça tinham
começado. Não admira que o primeiro-
ministro fale em continuidade e progresso e
considere que este é o melhor dos cinco Or-
çamentos que apresentou no Parlamento.
Deixou o maior partido da oposição
sem causas e sem discurso e ocupou todo
o espaço do centro-esquerda. O pior para
a oposição é que isto não é retórica. Esta-
mos mesmo perante um bom Orçamento,
que até apresenta excedente. É inédito na
nossa democracia e é justo que a estrela do
debate orçamental tenha sido o excedente
projetado.
O embaraço para os economistas
da direita é tão mais bloqueador quando
esse excedente é consequência de uma
economia em expansão. Aumentam os
lucros, os salários, o consumo, o inves-
timento e a receita fiscal; a realidade do
impossível!
Numa economia em expensão,
qualquer excedente, por mais modesto
que seja, só pode ter um destino óbvio:
redução da divida pública. Querer utilizar
o excedente para reduzir impostos, au-
mentar salários, reforçar investimentos
mais não é que irresponsabilidade e
desespero, o aconchego que embala o
mais refinado populismo.
É um Orçamento com opções claras na
saúde e no investimento, um Orçamento de
coesão territorial e forte aposta na descri-
minação positiva na atração de empresas,
técnicos e serviços para os territórios de
baixa densidade. É um Orçamento ao lado
de quem mais necessita: o interior, os
idosos e os jovens.
Dia 6 de fevereiro a Assembleia da Re-
pública dirá: continuidade ou retrocesso?
* Deputado do PS na Assembleia da
República eleito pelo círculo da Guarda
e antigo Governador Civil da Guarda
opinião
Maria Afonso A Inutilidade das Coisas
Algum tempo depois de ter nascido o pai aconchegou-a num
berço de madeira que ele mesmo construíra. Quando começou a
descobrir o pequeno mundo à sua volta, enquanto a luz lhe desvia-
va os receios, um tecto de madeira pintado de branco incumbia-se
de distanciar fantasmas. Com o passar dos meses inaugurou
algumas escapadelas fazendo deslizar o seu corpo pelo soalho de
madeira. As mãos testavam cada tábua. Os deditos a quererem
encaixar-se nas frinchas. E aquele cheiro a madeira lavada, ainda
húmida, que a mãe se esforçava por manter sempre bem asseada.
Na escola aprendeu que as árvores são nossas amigas. Que
dão sombra no verão. Que algumas dão frutos e que de todas se
retira a madeira. Que umas têm folha caduca e outras folha perene.
Que há tantas espécies de árvores que nunca chegaríamos a ver
cada uma delas. Mas, naquele tempo, os poderosos castanheiros
que observava de qualquer ponto da aldeia eram o suficiente para
encher a sua visão. Os troncos seculares que se ramificavam de
verde, os ouriços a quererem crescer, a tornarem-se maduros
até se abrirem como bicos de pássaros a depositar sustento na
boca dos filhos. O deslumbramento, esse, seria apoteótico com
o regresso do Outono.
A vida foi-se cumprindo. Conheceu novos lugares. Aprendeu
a chamar as árvores pelo nome e soube dos seus ciclos. Um dia,
num impulso invulgar, abraçou uma árvore. Sentiu algum pudor
por não entender o que a levara a tal acto. Haveria de perceber
mais tarde que a árvore pode ser um regaço. Que a sua seiva nos
aquece o sangue. Que as suas raízes nos seguram à terra. Que
por dentro dos seus troncos há anéis dourados onde o clima se
eternizou. Que para contar os anos escusamos os dedos. Enormes
tesouros que a sua crosta esconde. E passou a afagar a pele das
árvores. Às vezes ainda sente o soalho da casa da infância.
O interior esquecido
opinião
Fernando Rente *
É confrangedor ver o interior do país a definhar. Década
após década vai perdendo população de forma significativa. De
acordo com o semanário O INTERIOR de 10/10/2019, o distrito
da Guarda, de 2015 para 2019, perdeu 11.927 eleitores, o que
corresponde a 7,3%. As perdas no meu concelho, Trancoso, foram
ainda superiores, 8,75%. Estas perdas levaram mesmo à perda
de um deputado, ficando a representação do distrito ainda mais
reduzida. Como inverter esta situação? Tenho defendido que é
com a implementação de medidas de fundo e não com paliativos
que conseguimos alterar a situação. Os diferentes governos têm
tomado pequenas e irrelevantes medidas, mostrando-nos deste
modo que estão preocupados com o interior.
Ao ser empossado o maior Governo da nossa história, 70
elementos entre ministros e secretários de Estado, tive alguma
esperança que, finalmente, os governantes encarassem o de-
senvolvimento do interior como uma das suas prioridades. Puro
engano. Não obstante, foi criado um Ministério e três Secretarias
de Estado com nomes bem pomposos, mas pelos títulos, deixam
antever que as suas funções deverão ser muito semelhantes. Além
do Ministério da Coesão Territorial, foram criadas as Secretarias
de Estado do Desenvolvimento Regional, da Agricultura e Desen-
volvimento Rural, e da Valorização do Interior. Apetece-me dizer
que, provavelmente, será necessária uma Secretaria de Estado
para coordenar aquelas quatro entidades.
Com tantos governantes de primeira linha virados para o
interior, esperava ver programas ambiciosos que implementassem
medidas concretas, mas na verdade assistimos a discursos de
circunstância bonitos, mas que nada acrescentam à instalação
de Secretarias de Estado em Bragança, Guarda e Castelo Branco,
sem qualquer lógica com o necessário desenvolvimento das zonas
mais empobrecidas.
A última deceção veio agora com o Orçamento de Estado
de 2020. Mais pequenos paliativos. O Governo pensa criar um
incentivo que consiste na dedução, em sede de IRC do período, de
20% dos encargos resultantes da diferença entre os vencimentos
a pagar e o salário mínimo nacional, dos novos postos de traba-
Julga que a arte pode ter os pés assentes na contemplação e
na cumplicidade com a natureza. Telas pintadas prestes a explodir.
Poemas brancos e depurados escritos, sem mãos, sob a copa
das árvores. Ou por dentro da sua nudez. Honrosas sinfonias e
a mais minimalista das músicas. Pedras talhadas a contemplar a
luz. Danças transparentes a aspergir os regatos. Grandes planos
de câmaras em películas revelados.
Se fosses uma árvore, perguntou um dia num jogo, que
árvore serias? - Um sobreiro. Olhou, fascinada, a pessoa que
respondera e entendeu que há homens semelhantes a árvo-
res. Percorreu as ruas duma cidade anónima para admirar o
jacarandá de que alguém lhe tinha falado. Colheu cerejas e me-
dronhos. Comeu cerejas e medronhos. Balançou com o brilho
das folhas de oliveiras gregas. Bebeu água a nascer da terra
ladeada de salgueiros. Sacudiu os ramos de uma carrasqueira
para desviar a morte.
Sentou-se debaixo de cedros do Líbano. Adormeceu e acor-
dou. Um dia presenciou um massacre. Maquinalmente, como se do
nada e sem porquê, dezenas de árvores estavam a ser decapitadas
numa avenida. Quem ordenara tal mortandade? Sem que pudesse
evitar, as lágrimas apressavam-se salgadas. Também ela se sentia
mutilada. As muletas em que se apoiava juntaram-na ao pequeno
grupo de protesto. Se ousassem continuar, alguém teria que os
sacrificar primeiro. Venceram.
Ao olhar aqueles troncos moribundos viu-se rodeada de anéis
dourados. Estonteada, sentiu-se novamente criança na claridade
do berço. Numa fracção de segundo considerou que só faz sentido
morrer de pé. Como as árvores devem morrer.
* A autora escreve de acordo com a antiga ortografia
lho a criar no interior. E incentivos para os trabalhadores que se
queiram deslocar para o interior? Estou certo que esta pequena
medida nada vai acrescentar.
Está em fase de aprovação o novo quadro comunitário de
apoio – o Portugal 2030. As negociações em torno do novo or-
çamento europeu não estão a ser nada fáceis. As empresas com
500 ou mais trabalhadores arriscam-se a ficar fora dos fundos
europeus.
Seria bom que o Governo se mantivesse firme nesta
negociação, até porque a titular da pasta é portuguesa, a
economista Elisa Ferreira, e que os fundos europeus, que em
tantos casos têm determinado a decisão de investimento, se
mantivessem para todas as empresas que queiram direcionar
os seus investimentos para o interior do país, contribuindo
para o desenvolvimento das zonas mais desfavorecidas e para
a redução das assimetrias regionais.
O interior desenvolve-se com investimentos. Os investidores
estrangeiros não vêm para o nosso país pelo sol, bom tempo ou
porque somos bons rapazes. Vêm porque sentem que temos
mão-de-obra barata, bem qualificada e acima de tudo, contam
com incentivos fiscais elevadíssimos, como são os casos bem
conhecidos da AutoEuropa, da Web Summit, etc. Na minha
opinião, o Governo, ao negociar esses incentivos, deverá impor
a localização dos novos investimentos. Alguns perguntarão onde
encontrar trabalhadores no interior? Eu respondo, se houver
emprego a população não deixará as zonas do interior.
Há uns anos um professor da Faculdade de Economia do
Porto defendia que a capital deveria passar para Vila Real.
Achamos todos um perfeito disparate. Hoje reconheço que
estava certo. Argumentava ele que as cidades do Porto e Lisboa
já tinham uma dinâmica de crescimento e desenvolvimento
bem sustentadas. Ao invés, desenvolver-se-ia toda a zona de
Vila Real e o planalto transmontano, já então uma das zonas
mais pobres do país.
* Economista

opinião
Acácio Pereira
A Guarda precisa de uma estratégica
turística
O turismo não é a panaceia para todos os
males. Os investimentos em hotelaria e turismo
são por norma menos rentáveis porque geram
menos valor acrescentado do que as aplicações
na indústria. E os empregados de mesa, os rece-
cionistas ou os guias ganham, em regra, menos
do que operários espacializados, já para não falar
em engenheiros ou gestores.
Sendo as coisas o que são, isso não retira ao
turismo as muitas virtudes que ele possui. Há 80
anos, quer a Madeira, quer o Algarve, eram duas
das regiões mais pobres de Portugal; hoje são as
duas regiões do país com maior rendimento “per
capita” a seguir a Lisboa, devendo ao turismo boa
parte desse salto.
Serve isto para dizer que – sem prejuízo da
prioridade a dar a uma estratégia de industria-
lização! – a região da Guarda tem de ter uma
estratégia para o turismo! Ter uma estratégia é,
em todos os capítulos da vida, indispensável para
o sucesso. Para quem não sabe onde quer chegar
todos os caminhos são maus. E o profissionalismo
ganha sempre ao amadorismo.
Construir uma estratégia implica fazer es-
colhas, tomar decisões. As decisões devem ser
tomadas com base em evidências, ou seja: com
base em estudos, em análises de mercado, em
contactos com investidores e operadores no
terreno que percebam do negócio.
É depois de recolher e digerir esta informa-
Identificação:
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Numerário
Quinta-feira • 30 de janeiro de 2020 • • 19
FIO Observatório de Ornitorrincos
de opinião
PRUMO
Nuno Amaral Jerónimo
extremo.acidental@gmail.com
Companhia de mudanças
Leio que o Partido Socialista, sempre preocupado com os problemas
urgentes que realmente preocupam as pessoas, propôs, na discussão do
Orçamento de Estado, a gratuitidade para a mudança de sexo no Registo
ção que os decisores políticos devem chamar os
Civil (actualmente, custa 200 euros).
investidores privados e tomar decisões. Quando
Ou a notícia é omissa, ou não me apercebi que os deputados tenham
estas são sustentadas em informação credível,
apresentado mais propostas de alteração aos custos de outros procedi-
e tomadas de forma profissional, até opções
mentos no Registo Civil.
menos óbvias se podem transformar em extra-
Para referir apenas os mais comuns, um processo de casamento
ordinários sucessos: criar uma unidade de luxo
custa 120 euros, de divórcio, 280 euros, tratar de heranças pode custar
como o H2otel em Unhais da Serra, ou apostar
mais de 400, e requerer nacionalidade portuguesa tem o preço de 250
em hostels baratos na Baixa de Lisboa, são dois
euros. Noutros âmbitos, requerer um diploma universitário pode passar
exemplos de opções nada óbvias que, no entanto,
dos 100 euros, pedir a equivalência de um grau académico estrangeiro
surtiram bons efeitos.
custa mais de 500 e mesmo uma visita às Urgências chega facilmente
Serve isto para dizer que a liderança política
aos 50 euros.
local – neste caso o presidente da Câmara da
Se eu fosse desconfiado poderia pensar que o PS actuou de acordo
Guarda, seja quem for o titular – tem de envolver
com o procedimento descrito por Maquiavel numa obra pouco referida
os agentes económicos e a própria população do
e anterior a “O Príncipe”, com o título original “Il cicco-sperto”. Esta
concelho na construção de uma proposta turística
“chico-espertice”, em tradução livre, consistiria em propor a gratuitida-
que seja coerente com a alma da cidade e, ao
de de um procedimento tão pouco utilizado que praticamente não teria
mesmo tempo, que tenha condições objetivas de
custos orçamentais e faria um figurão junto dos partidos progressistas
viabilidade e sucesso.
que os acompanham.
Em tese, é indiferente que a estratégia aponte
Mas com certeza não é esse o caso, o PS está realmente preocupado
mais ao mercado internacional, ou mais ao mer-
com as pessoas que vivem em corpos diferentes daqueles com que se
cado interno; que seja mais dirigida às camadas
identificam, e pretende que essa alteração não seja mais onerosa para
populares, ou a turistas mais endinheirados: à
eles. Se o valor aqui em causa é a mudança de identidade, talvez a isenção
partida, qualquer das opções é viável. O que se
de pagamento se pudesse estender a quem tem uma nacionalidade com
deve exigir é que esta questão seja estudada e
a qual já não se identifica, ou vive num casamento onde já não se reco-
discutida de forma alargada. E que – de forma
nhece. Mas se o género é a única dimensão das pessoas que realmente
informada, consciente e profissional – uma opção
importa à nossa esquerda, vou mas é pegar nos meus privilégios de
seja tomada!
caucasiano misturados com a minha masculinidade tóxica e culpar-me
Voltarei ao assunto.
pelo aquecimento global.
* Dirigente sindical
* O autor escreve de acordo com a antiga ortografia
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 opinião
20 • • Quinta-feira • 30 de janeiro de 2020

2022
Se eu governar chamarei o Rui Pinto.
Terei cuidado para que não ande a chantagear
pessoas com informação que colhe de modo
rua da corredoura, 80 - R/C Dto - C 6300-825 Guarda
Redacção/Publicidade: 271212153 • www.ointerior.pt
não ortodoxo. Mas a ele caberá a administra-
publicidade@ointerior.pt - - ointerior@ointerior.pt ção interna e, portanto, o trabalho de confisco
e arresto de bens. Rui fará desaparecer das
Covilhã suas contas os milhões que eles depositaram
através de fraude e favorecimento. Ao Rui ficará
Autarquia quer destinado o pagamento fiscal dos ricos que
insistem em pagar na Holanda e na Bulgária o
“Palacete Jardim” que devia ficar aqui. Serão realizados assaltos
aos seus gestores de conta, contabilistas e
classificado como revisores oficiais. Vai ser mais fácil pagar cá.
Livre ação nos computadores do Pinto. Rui
monumento de sairá da cadeia em triunfo. Para a justiça vai
o Carlos Alexandre com mandatos de busca
interesse municipal para a banca, as fundações, as IPSS e grandes
DR
empresas. Será ajudado pela equipa do Julian
Assange para desentorpecer as articulações
dos tribunais. O reumatismo e a lentidão serão
ultrapassados por processadores e motherboards
competentes. Juízes terão assessores “hackers”
importados do mundo todo. Aqui a justiça far-
se-á de modo competente e às 72 horas com
recolha de provas eficazes. Portugal exportará
mesmo mecanismos de justiça após patentear
este método. Assange virá em triunfo como
se um jogador de elite estivesse a entrar num
campo de futebol. Aplausos, abraços e selfies
após a sua compra aos Estados Unidos. Claro
que encerramos o Ministério Público. Depois
vem a empresa chinesa de alta rentabilidade
em construção que fez o Ark Hotel em 15
dias e agora está a fazer um hospital em dez.
bilhete postal
dcabrita@iol.pt
Diogo Cabrita
Ficamos com a ala pediátrica do S. João
numa noite, a linha da Lousã em 3 dias, a
nova ponte do Tejo em 25 dias, o Mondego
semicoberto e arrumado entre paredes em
semanas. O parque de estacionamento do
HUC no próximo fim de semana. Podemos
despedir tanta ineficiência e falta de labor
que grassa por aqui. Deixem-me governar que
exporto para Angola o caso BES, o caso BPN o
caso Sócrates, o Freeport, o N’dinga (ainda se
lembram?) e de bónus levam 96 políticos que
tenho em lista de espera.

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A Câmara Municipal da Covilhã

quer que o edifício conhecido como
“Palacete Jardim” – localizado junto ao
Jardim Público – seja classificado como
monumento de interesse municipal. A
decisão foi aprovada por unanimidade
na reunião do executivo, na passada
sexta-feira e tem como objetivo a «pre-
servação e defesa» do imóvel.
O processo será remetido à Dire-
ção Regional de Cultura do Centro que
«aplaude» a iniciativa, segundo Vítor
Pereira. De acordo com o edil covilha-
nense «é fundamental salvaguardar a
traça original do edifício», objetivo que
será conseguido com a atribuição desta
classificação, cujas regras obrigam «à
sua manutenção, não permitindo cons-
truções que o descaracterizem».

Vilar Formoso
Feira de Caça e
Pesca a partir de
amanhã
A 12ª edição da Feira de Caça, Pesca
e Desenvolvimento Rural do concelho
de Almeida começa esta sexta-feira no
pavilhão multiusos de Vilar Formoso,
prolongando-se até domingo.
Promovido pelo município de Al-
meida, o certame destina-se a divulgar
as potencialidades do território e inclui
espaços de exposição e venda de mate-
riais para a caça e a pesca, artesanato,
produtos gastronómicos, doçaria tradi-
cional, tasquinhas com pratos e petiscos
de caça e de pesca, exposições de fauna
viva (espécies cinegéticas e domésti-
cas), representações institucionais e
atividades de animação. Durante os
três dias haverá também atividades pa-
ralelas, como montarias ao javali, uma
largada de perdizes, demonstrações de
aves de rapina, de caça ao coelho e de
tiro virtual, entre outras. No cartaz mu-
sical destaque para o concerto de Pedro
Abrunhosa (sábado) e para a atuação de
Augusto Canário (sexta-feira).