Sie sind auf Seite 1von 336

Poder Judiciário

Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

Ementário de Jurisprudência do
Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Janeiro a junho de 2004

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 1 – 333, 2004
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Número 10, 2004
Publicação Oficial do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará.
As ementas selecionadas para publicação correspondem, na íntegra, àquelas publicadas nos
respectivos Diários da Justiça.

Comissão de Jurisprudência: Des. José Maria de Melo, Des. Francisco Hugo Alencar
Furtado, Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido. Suplentes: Des. José
Cláudio Nogueira Crneiro, Desa. Huguette Braquehais, Desa. Gizela Nunes da Costa, Des. Pedro
Regnoberto Duarte.

Comissão de Atualização e Replubicação do Ementário de Jurisprudência: Des. José


Maria de Melo, Juiz Roberto Jorge Feitosa de Carvalho, Bel. José Osmar Oliveira, Daniel de Sabóia Xavier.

Tribunal de Justiça do Estado do Ceará


Av. Ministro José Américo s/n
Centro Administrativo Gov. Virgílio Távora – Cambeba
CEP: 60839-900
www. tj.ce.gov.br
e-mail: danielxavier@tj.ce.gov.br
biblioteca@tj.ce.gov.br

Tiragem da Edição: 1.000 exemplares

Expediente:
Coordenação:
Des. José Maria de Melo
Seleção, organização e finalização:
Juiz Roberto Jorge Feitosa de Carvalho
José Osmar Oliveira
Daniel de Sabóia Xavier
Diagramação e Impressão:
Parque Gráfico do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Normalização:
Maria Cláudia de Albuquerque Campos – CRB – 3/214

Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará


n. 1- Fortaleza: Tribunal de Justiça do Estado do Ceará,
1978 –

1. Direito – Periódico. 2. Direito – Jurisprudência. 3. Ceará –


Tribunal de Justiça – Jurisprudência.

CDU 340.342 (05)

2
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ

Comissão de Atualização do Ementário de


Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do
Ceará

Desembargador José Maria de Melo


Juiz Roberto Jorge Feitosa de Carvalho
José Osmar Oliveira
Daniel de Sabóia Xavier
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ

Sumário

Composição do Tribunal de Justiça............................................................7

Apresentação................................................................................................11

Índice Sistemático........................................................................................13

Jurisprudências:

• Civil, Comercial e Processo Civil....................................................19


• Constitucional, Administrativo e Previdenciário.......................181
• Tributário.........................................................................................259
• Penal e Processo Penal...................................................................269

Índice por Relator......................................................................................321


Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

COMPOSIÇÃO

Desembargador João de Deus Barros Bringel


Presidente

Desembargador Francisco da Rocha Victor


Vice-Presidente

Desembargador Francisco Haroldo Rodrigues de Albuquerque


Corregedor Geral de Justiça

TRIBUNAL PLENO

Des. João de Deus Barros Bringel – Presidente


Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra
Des. José Maria de Melo
Des. Ernani Barreira Porto
Des. Francisco Haroldo Rodrigues de Albuquerque
Des. Francisco Hugo Alencar Furtado
Des. Edmilson da Cruz Neves
Des. Francisco da Rocha Victor
Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha
Des. José Eduardo Machado de Almeida
Desa. Huguette Braquehais
Des. Rômulo Moreira de Deus
Des. José Cláudio Nogueira Carneiro
Desa. Gizela Nunes da Costa
Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão
Des. José Arísio Lopes da Costa
Des. Pedro Regnoberto Duarte
Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido
Des. João Byron de Figueiredo Frota
Desa. Maria Apolline Viana de Freitas
Des. Ademar Mendes Bezerra
Desa. Mariza Magalhães Pinheiro
Desa. Edite Bringel Olinda Alencar

7
CÂMARAS CÍVEIS REUNIDAS

Des. Júlio Carlos de M. Bezerra – Presidente


Des. José Maria de Melo
Des. Ernani Barreira Porto
Des. Francisco Hugo Alencar Furtado
Des. Edmilson da Cruz Neves
Des. Rômulo Moreira de Deus
Des. José Cláudio Nogueira Carneiro
Desa. Gizela Nunes da Costa
Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão
Des. José Arísio Lopes da Costa
Des. Ademar Mendes Bezerra
Desa. Edite Bringel Olinda Alencar

1ª CÂMARA CÍVEL

Des. Júlio Carlos de M. Bezerra - Presidente


Des. Francisco Hugo Alencar Furtado
Des. Rômulo Moreira de Deus
Des. José Arísio Lopes da Costa

2ª CÂMARA CÍVEL

Des. José Maria de Melo - Presidente


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro
Desa.Gizela Nunes da Costa
Des. Ademar Mendes Bezerra

3ª CÂMARA CÍVEL

Des. Ernani Barreira Porto - Presidente


Des. Edmilson da Cruz Neves
Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão
Desa. Edite Bringel Olinda Alencar

8
CÂMARAS CRIMINAIS REUNIDAS

Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha - Presidente


Des. José Eduardo Machado de Almeida
Desa. Huguette Braquehais
Des. Pedro Regnoberto Duarte
Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido
Des. João Byron de Figueiredo Frota
Desa. Maria Apolline Viana de Freitas
Desa. Mariza Magalhães Pinheiro

1ª CÂMARA CRIMINAL

Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha - Presidente


Des. José Eduardo Machado de Almeida
Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido
Desa. Mariza Magalhães Pinheiro

2ª CÂMARA CRIMINAL

Desa. Huguette Braquehais - Presidente


Des. Pedro Regnoberto Duarte
Des. João Byron de Figueiredo Frota
Desa. Maria Apolline Viana de Freitas

9
APRESENTAÇÃO

A mais alta corte do Estado, o Tribunal de Justiça do


Estado do Ceará, constitui-se no último baluarte dos que lutam pela justiça.
É nesta Casa que o debate leva à concretização do Direito em sua forma
mais expressiva. Cumprindo seu destino histórico, cristaliza em seus
julgados a filosofia, os basilares princípios do direito, as determinações
legais, as grandes linhas do pensamento jurídico e os anseios da sociedade
e dos indivíduos, tudo em busca do supremo ideal de justiça.

Por este motivo, é com muita honra e justo orgulho


que apresentamos à comunidade jurídica estes três volumes do Ementário
de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. Além de seu
valor jurídico inolvidável, ao colecionar em livro jurisprudência de nosso
Tribunal, tem um valor histórico especial, preservando e difundindo a
memória jurídica de nossa terra, consolidando, em um mesmo conjunto,
pensamento jurídico arrojado e, ao mesmo tempo, sereno, pois fundado
nos princípios maiores de direito e justiça.

A intenção primeira é voltar a editar regularmente o


ementário de jurisprudência de nosso tribunal a cada três meses e, ainda,
disponibilizá-lo para consulta na internet. Há, entretanto, uma ampla e
importante produção jurídica, não catalogada, produzida a partir da última
publicação do ementário. A comissão encarregada resolveu, então, coletar e
selecionar julgados a partir de critérios de importância para nossa história
jurídica e de seu valor para o enriquecimento de nossa jurisprudência.

O árduo trabalho da comissão está resumido nestes


livros que agora apresentamos. A matéria, vasta, foi catalogada em três
volumes, privilegiando-se os julgados mais recentes. Os volumes abrangem
julgados publicados entre o ano de 1998 e o mês de setembro de 2004. O
volume 09 cobre ementas de 1998 a 2003. O volume 10 o período de janeiro
a junho de 2004. E finalmente o volume 11 julgados selecionados de julho a
setembro de 2004.

Esperamos, com a devida humildade dos que colhem o


labor de um colegiado onde despontam tantas e diversas linhas de
pensamento, ter conseguido reunir nestes volumes representação fidedigna
desta diversidade jurídica.

Gostaríamos de ressaltar o trabalho e a dedicação dos


membros da Comissão de Atualização do Ementário de Jurisprudência do

11
Tribunal de Justiça que, com sabedoria e experiência, orientaram a seleção
para que se refletisse toda a amplitude do pensamento do Tribunal, e, por
fim, a colaboração imprescindível do corpo de servidores do Tribunal de
Justiça que envidou, de todas as formas possíveis, esforços para o sucesso
desta empreitada.

Finalmente agradecemos antecipadamente aos


Magistrados, membros do Ministério Público, advogados, e a todos os
operadores do direito pela recepção que ofereçam a este ementário, ao
mesmo tempo em que solicito as necessárias críticas e sugestões, para que
possamos apresentar uma coletânea cada vez mais útil a todos os que
fazem do direito e da luta pelo ideal de Justiça a sua vida.

João de Deus Barros Bringel


Desembargador Presidente do Tribunal de
Justiça do Estado do Ceará

12
Índice Sistemático
ÍNDICE SISTEMÁTICO

CIVIL, COMERCIAL E PROCESSO CIVIL

Ação Anulatória...........................................................................................................19
Ação Cautelar...............................................................................................................20
Ação Civil Pública .......................................................................................................22
Ação Monitória ............................................................................................................24
Ação Reivindicatória...................................................................................................25
Ação Rescisória ............................................................................................................27
Ação Revisional de Cláusulas Contratuais..............................................................28
Acidente de Trabalho..................................................................................................33
Adoção ..........................................................................................................................36
Agravo de Instrumento ..............................................................................................37
Agravo Regimental .....................................................................................................41
Alienação Fiduciária ...................................................................................................42
Alimentos .....................................................................................................................44
• Alimentos Provisórios ....................................................................................44
• Binômio Necessidade/Possibilidade............................................................46
• Foro Competente .............................................................................................51
• Obrigação Alimentar ......................................................................................51
• Prisão Civil .......................................................................................................52
Alvará Judicial .............................................................................................................53
Antecipação de Tutela ................................................................................................54
• Contra a Fazenda Pública...............................................................................54
Apelação .......................................................................................................................55
Arrendamento Mercantil............................................................................................56
Arresto ..........................................................................................................................63
Assistência Judiciária ..................................................................................................63
Busca e Apreensão ......................................................................................................65
Casamento ....................................................................................................................67
Caução...........................................................................................................................68
Citação...........................................................................................................................68
Coisa Julgada ...............................................................................................................71
Competência.................................................................................................................71
• Ação Revisional e Ação de Execução ...........................................................72
• Incompetência Relativa ..................................................................................72
• Na Relação de Consumo ................................................................................73
• Reparação de Danos........................................................................................73
Compra e Venda..........................................................................................................74
Compromisso de Compra e Venda ..........................................................................75
Condições da Ação......................................................................................................75
Conexão ........................................................................................................................76
Consignação em Pagamento......................................................................................76
Consumidor..................................................................................................................76
Crédito Rural................................................................................................................78

13
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Danos Morais............................................................................................................... 78
Desconsideração da Personalidade Jurídica ........................................................... 83
Direito de Visita........................................................................................................... 84
Distrato Social.............................................................................................................. 84
Doação .......................................................................................................................... 84
Duplo Grau de Jurisdição .......................................................................................... 85
Embargos à Execução ................................................................................................. 86
Embargos de Declaração............................................................................................ 89
Embargos de Terceiro................................................................................................. 93
Exceção de Impedimento ........................................................................................... 94
Exceção de Pré-Executividade .................................................................................. 94
Exceção de Suspeição ................................................................................................. 96
Execução ....................................................................................................................... 97
• Contra a Fazenda Pública .............................................................................. 97
• Fraude à Execução .......................................................................................... 97
• Penhora............................................................................................................. 98
Execução Fiscal ............................................................................................................ 99
Falência e Concordata .............................................................................................. 102
Formação, Suspensão e Extinção do Processo ...................................................... 103
Guarda de Menores .................................................................................................. 106
Habeas Corpus Preventivo ...................................................................................... 107
Honorários Advocatícios ......................................................................................... 107
Identidade Física do Juiz.......................................................................................... 110
Incorporação Imobiliária.......................................................................................... 111
Interdição.................................................................................................................... 113
Interdito Proibitório.................................................................................................. 115
Intimação .................................................................................................................... 116
Intimação Pessoal...................................................................................................... 116
Inventário e Partilha ................................................................................................. 117
Inversão do ônus da Prova ...................................................................................... 118
Investigação de Paternidade ................................................................................... 118
Juizados Especiais Cíveis ......................................................................................... 124
Julgamento Antecipado da Lide ............................................................................. 125
Juros e Correção Monetária ..................................................................................... 125
Litigância de Má-fé ................................................................................................... 127
Locação ....................................................................................................................... 128
• Ação de Despejo ............................................................................................ 129
• Acessões e Benfeitorias................................................................................. 132
• Consignação em Pagamento ....................................................................... 133
• Denúncia Vazia ............................................................................................. 133
• Fiança .............................................................................................................. 134
Manutenção de Posse ............................................................................................... 135
Medida Cautelar........................................................................................................ 135
Nulidades ................................................................................................................... 136
Nunciação de Obra Nova......................................................................................... 136
Organização Judiciária ............................................................................................. 137

14
Índice Sistemático
Pedido e Causa de Pedir...........................................................................................138
Prazos ..........................................................................................................................138
Prestação de Contas ..................................................................................................139
Princípio da Excepcionalidade ................................................................................140
Prova ...........................................................................................................................141
• Livre Convencimento do Juiz ......................................................................141
• Perícia..............................................................................................................142
Reclamação Trabalhista ............................................................................................143
Reconvenção...............................................................................................................143
Regimento Interno do TJCE .....................................................................................144
Registros Públicos .....................................................................................................145
• Registro Civil de Nascimento ......................................................................145
• Registro de Imóveis.......................................................................................146
Reintegração de Posse...............................................................................................147
Repetição de Indébito ...............................................................................................149
Representação Processual ........................................................................................149
Responsabilidade Civil.............................................................................................150
Revelia.........................................................................................................................163
Seguros........................................................................................................................163
Sentença ......................................................................................................................167
Separação de Corpos.................................................................................................168
Separação Judicial e Divórcio ..................................................................................168
Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada ........................................172
Títulos de Crédito......................................................................................................173
• Duplicata.........................................................................................................173
• Duplicata de Prestação de Serviços ............................................................174
• Endosso...........................................................................................................174
• Princípios ........................................................................................................175
• Requisitos Formais ........................................................................................176
Título Executivo.........................................................................................................176
Usucapião ...................................................................................................................178

CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO e PREVIDENCIÁRIO

Ampla Defesa e Contraditório.................................................................................182


Cerceamento do Direito de Defesa .........................................................................182
Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI ............................................................184
Concurso Público.......................................................................................................184
Controle de Constitucionalidade ............................................................................188
Direito Adquirido......................................................................................................199
Desapropriação..........................................................................................................201
Ensino Superior .........................................................................................................203
Estágio Probatório .....................................................................................................204
FGTS ............................................................................................................................205
Fundamentação das Decisões Judiciais..................................................................205
Isonomia .....................................................................................................................207

15
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Legislativo Municipal............................................................................................... 207
Licenciamento de Veículo........................................................................................ 208
Licitação...................................................................................................................... 209
Mandado de Segurança............................................................................................ 209
• Contra Ato Judicial ....................................................................................... 209
• Efeitos Patrimoniais ...................................................................................... 209
• Liminar ........................................................................................................... 210
• Perda do Objeto............................................................................................. 210
• Prova Pré-Constituída .................................................................................. 211
Multas de Trânsito .................................................................................................... 212
Poder de Polícia......................................................................................................... 214
Prescrição nas Ações Contra a Administração Pública ....................................... 218
Previdência Complementar..................................................................................... 218
Processo Administrativo.......................................................................................... 220
Promoção de Policiais Militares.............................................................................. 223
Regime Jurídico ......................................................................................................... 225
Responsabilidade Civil da Administração Pública.............................................. 225
Salário Mínimo .......................................................................................................... 232
Servidores Públicos................................................................................................... 233
• Aposentadoria Voluntária ........................................................................... 233
• Auxílio-Alimentação .................................................................................... 233
• Ascensão Funcional ...................................................................................... 234
• Demissão ........................................................................................................ 235
• Disponibilidade ............................................................................................. 236
• Incorporação de Vencimentos..................................................................... 236
• Pensão por Morte .......................................................................................... 237
• Piso Salarial .................................................................................................... 245
• Proventos de Inatividade ............................................................................. 247
• Reclassificação e Reenquadramento........................................................... 254
• Reintegração .................................................................................................. 256
Sigilo Bancário e Fiscal ............................................................................................. 257
Tribunais de Contas.................................................................................................. 259

TRIBUTÁRIO

Apreensão de Mercadorias ...................................................................................... 261


Compensação de Créditos Tributários .................................................................. 262
ICMS ........................................................................................................................... 263
• Diferencial de Alíquota ................................................................................ 264
• Não-Cumulatividade.................................................................................... 264
• Pauta Fiscal .................................................................................................... 266
Imposto de Renda ..................................................................................................... 267
IPTU ............................................................................................................................ 267
• Progressividade............................................................................................. 268
ISS ................................................................................................................................ 269
Taxa de Iluminação Pública..................................................................................... 270

16
Índice Sistemático
PENAL E PROCESSO PENAL

Ação Penal ..................................................................................................................271


Atentado Violento ao Pudor....................................................................................271
Concurso Material de Crimes..................................................................................272
• Competência...................................................................................................272
Crimes Ambientais....................................................................................................273
Crimes de Trânsito ....................................................................................................273
Denúncia.....................................................................................................................275
Direito de Apelar em Liberdade .............................................................................278
Desaforamento...........................................................................................................279
Entorpecentes.............................................................................................................281
Estupro........................................................................................................................286
Excesso de Prazo........................................................................................................288
Excludente de Ilicitude .............................................................................................294
• Legítima Defesa .............................................................................................294
Falso Testemunho......................................................................................................294
Fiança ..........................................................................................................................294
Fixação da Pena .........................................................................................................295
Furto ............................................................................................................................295
Habeas Corpus...........................................................................................................296
Infrações de Menor Potencial Ofensivo .................................................................296
Inimputabilidade Penal ............................................................................................297
Inquérito Policial .......................................................................................................298
Nulidades ...................................................................................................................299
Pedido de Relaxamento de Prisão ..........................................................................299
Prescrição....................................................................................................................300
Prisão Decorrente de Sentença Recorrível .............................................................302
Prisão em Flagrante...................................................................................................302
Prisão Preventiva.......................................................................................................303
Prisão Temporária .....................................................................................................307
Progressão de Regime...............................................................................................307
Pronúncia....................................................................................................................307
Queixa-Crime.............................................................................................................313
Revisão Criminal .......................................................................................................314
Roubo ..........................................................................................................................317
Tribunal do Júri .........................................................................................................320

17
Civil, Comercial e Processo Civil

CIVIL, COMERCIAL E PROCESSO CIVIL

Ação Anulatória

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO ANULATÓRIA DE ESCRITURA


PÚBLICA DE COMPRA E VENDA COM BASE NO VÍCIO DE
SIMULAÇÃO - ILEGITIMIDADE ATIVA DA ESPOSA DO VENDEDOR,
POR SE TRATAR DE BEM QUE NÃO INTEGRA O PATRIMÔNIO DO
CASAL - ILEGITIMIDADE ATIVA DA FILHA DO PROPRIETÁRIO -
MERA EXPECTATIVA DE DIREITO – EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM
JULGAMENTO DO MÉRITO – APELO CONHECIDO E PROVIDO:
I - Em se tratando de anulação de ato por existência de quaisquer dos vícios
descritos no art. 147 do Código Civil de 1916 - incapacidade relativa do
agente, erro, dolo, coação, simulação ou fraude - são legitimados para
ajuizar a ação apenas os interessados, ou seja, a quem a anulabilidade
aproveita, conforme prescreve o art. 152 do CC/ 1916.
II - A ilegitimidade da Sra. Albaniza Moreira Mourão decorre do fato de
que o bem objeto da presente ação, apesar de ter sido adquirido por seu
esposo na constância do matrimônio, não integra o patrimônio do casal,
por decorrer de doação, estando excluído da comunhão por expressa
determinação do art. 269, inciso I, do CC/1916.
III - Adrielle Moreira Mourão também não possui legitimidade para
pretender a anulação do ato, uma vez que a existência de seu direito está
condicionado à abertura da sucessão - morte de seu genitor, único
proprietário do imóvel -, circunstância esta que não ocorreu (mera
expectativa de direito).
IV - Apelação conhecida e provida, extinguindo o processo sem julgamento
do mérito.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0001.2832-2, Relator(a):


Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 30.01.2004, pg. 26)

Ementa: Civil. Declaratórias de anulação de atos jurídicos. Preliminares de


nulidade. Sendo de direito e de fato, e estando os fatos devidamente
provados por documentos juntados aos autos, deve o juiz julgar
antecipadamente (CPC, 330). Não tendo o magistrado fixado prazo para
depósito do rol de testemunhas este é de dez dias anteriores à audiência.
No caso concreto os apelantes não apresentaram rol de testemunhas
deixando precluir o prazo para fazê-lo (CPC, 407), não havendo, assim,
motivo para realização da instrução. Alegação de nulidade ante a não
apreciação de matéria relevante. Não comprovada a relevância da matéria,
constituída na anulação de assembléias posteriores à exclusão dos sócios

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 19
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
apelantes. A nulidade somente deve ser decretada quando causar prejuízo
às partes. No caso dos autos não há o alegado prejuízo. Reintegrados aos
quadros da entidade, poderão os recorrentes promover nova assembléia
geral e, obtendo sua aprovação, efetivarem as alterações que julgarem
convenientes em seu estatuto social. Não fere os princípios do devido
processo legal e da ampla defesa a declaração de perda de cargo
administrativo de sócio em razão de comprovada desídia, demonstrada em
assembléia geral, regularmente estabelecida. Ninguém será privado de
direitos por motivo de crença religiosa (CPF, 5, VIII). Assim não se pode
excluir de sociedade civil associado com base apenas na sua convicção
religiosa. Recurso improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.6311-6, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.03.2004, pg. 17)

Ação Cautelar

Ementa: Apelação cível. Ação cautelar. Cabe ao autor ajuizar a ação


principal no prazo de trinta (30) dias, contados da efetivação da medida
cautelar, e não do seu deferimento, tampouco da contestação. Recurso
improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.6943-0, Relator(a):


Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 25.02.2004, pg. 57)

Ementa: AÇÃO CAUTELAR INOMINADA. ANTECIPAÇÃO DA


TUTELA. AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL. EXTINÇÃO DO
PROCESSO. ART. 267, VI DO CPC.
A ação cautelar inominada objetivando provimento jurisdicional de caráter
eminentemente satisfativo - percepção integral de pensão – carece de
interesse processual, pois o ordenamento jurídico proporciona instrumento
adequado e eficaz para tanto, que é o instituto de antecipação da tutela,
previsto no art. 273 do Código de Processo Civil, desde a redação dada pela
lei n° 8952/94. Recurso não-provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.0672-0, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 25.02.2004, pg. 56)

Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO


COM PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO - AÇÃO CAUTELAR
INOMINADA, COM PEDIDO DE LIMINAR.

20 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
- Presentes o fumus boni juris e o periculum in mora, impõe-se o
deferimento da liminar requerida, objetivando assegurar às partes uma
partilha equilibrada dos bens do casal. Recurso conhecido e improvido.
Despacho monocrático mantido. (TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo
Regimental n˚ 2002.0004.7033-0/1, Relator(a): Des. Antônio Olímpio
Castelo Branco, DJ. 29.01.2004, pg. 43)

Ementa: PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO CAUTELAR PREPARATÓRIA -


TÍTULOS NOMINADOS, A OUTREM - ILEGITIMIDADE PASSIVA -
AUSÊNCIA DE CONDIÇÕES DA AÇÃO - DECISÃO MANTIDA.
1. incabível na Ação Cautelar a denunciação da lide.
2. Estando os cheques nominados a outra pessoa, esta sim deveria figurar
no pólo passivo e isto resulta na ilegitimidade que implica na falta de
condições da ação.
2. Decisão acertada, merecendo permanecer incólume.
3. Apelo conhecido, porém improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.2815-8, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 27)

Ementa: CIVIL - PROCESSUAL CIVIL - MEDIDA LIMINAR - AÇÃO


CAUTELAR - PRESENÇA DOS REQUISITOS LEGAIS AUTORIZADORES
- CAUÇÃO FIDEJUSSÓRIA PRESTADA PELA PRÓPRIA RÉ -
INUTILIDADE – RESPONSABILIDADE OBJETIVA PELOS PREJUÍZOS
DECORRENTES DA EXECUÇÃO DA MEDIDA (ART. 811, INCISO I,
CPC)
I - É correta e legal a decisão judicial que concede liminar possibilitando à
pessoa jurídica tomadora de serviços utilizar-se dos equipamentos da ora
agravante mediante pagamento que tenha como referência uma média
aritmética de cons relativa a três meses antecedentes, eis que nenhum
prejuízo advirá à recorrente caso a sentença do processo de conhecimento
lhe seja desfavorável, pois há de se ter em vista que, fixado o ‘quantum’
realmente devido, não poderá a ora agravada se furtar ao pagamento, vez
que objetivamente responsável pelos danos que possam resultar da
execução da medida (art. 811, I CPC).
II - A caução fidejussória, como contra-cautela a possibilitar o
ressarcimento de eventuais danos que o requerido em ação cautelar possa
vir a sofrer, embora esteja sua determinação subordinada à
discricionariedade do julgador se prestada, há de ser firmada por terceira
pessoa idônea, não pela própria requerente ora agravada, o que seria
completamente inútil, haja vista a responsabilidade objetiva da ora
recorrida de reparar a lesão causada ao direito da contraparte.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 21
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
III - Necessário seja a subsistência da cautela deferida condicionada à
prestação de caução idônea e suficiente a assegurar o ressarcimento dos
prejuízos porventura decorrentes da execução da medida, sob pena de não
haver garantias bastantes, à ora agravada, de que serão reparados tais
danos, caso o douto magistrado a quo venha a decidir pela improcedência
do pedido, no processo de conhecimento.
AGRAVO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.8133-4,


Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.01.2004, pg. 14)

Ação Civil Pública

Ementa: Ação civil pública - Consumidores - Cobrança de tarifas e taxas


não fixadas em contrato - Legitimidade do Ministério para a ação.
I - Afigura-se ilegal e abusiva a cobrança de tarifas bancárias e taxas de
manuseio aos consumidores que aderem a contrato mercantil de compra e
venda para pagamento em prestações mensais, se os valores dos gravames
não foram fixados em contrato, além dos preços das mercadorias.
II - Por se constituir, tal exigência, violação a interesses ou direitos
individuais homogêneos das vítimas, assim entendidos os de origem
comum, cuja defesa pode ser exercida em juízo, também individualmente,
tem o Ministério Público legitimidade para atuar no pólo ativo da
demanda. Exegese do art. 81, caput, parág. único, inc. III c/c o art. 82, inc I,
do Código de Defesa do Consumidor.
III - Aquele que argúi sua ilegitimidade para figurar no pólo passivo da
causa, sem denunciar da lide ao terceiro que obrigatoriamente deveria
integrar a relação jurídica processual, não poderá assumir a postura de
parte, discutindo o mérito da questão com o propósito de demonstrar a
improcedência da ação, pois, a ninguém é permitido pleitear, em nome
próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei (art. 6° do CPC).
IV - Sentença mantida. Recurso improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.2619-3, Relator(a):


Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 28.05.2004, pg. 15)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO CIVIL PÚBLICA - PROCESSO


LEGISLATIVO MUNICIPAL - MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
REPRESENTADO POR SEU PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL -
MATÉRIA AFEITA À JUSTIÇA ESTADUAL - PROCURADOR DA
REPÚBLICA É PARTE ILEGÍTIMA – MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL

22 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
REPRESENTADO POR PROMOTOR DE JUSTIÇA À DISPOSIÇÃO DA
PROCURADORIA REGIONAL ELEITORAL - AUTORIDADE
INCOMPETENTE - PARTE ILEGÍTIMA - EXTINÇÃO DO FEITO SEM
ANÁLISE DE MÉRITO – SENTENÇA MANTIDA - APELO RECEBIDO,
MAS IMPROVIDO.
I - O representante do Ministério Público Federal não pode figurar como
parte ativa em processo afeito à Justiça Estadual, sob pena de usurpação
dos limites de competência estabelecidos pela Constituição e pela lei.
II - Compete ao Procurador Geral de Justiça a função de designar membros
do Ministério Público para propor a Ação Civil Pública na hipótese de não
arquivamento do inquérito civil (art. 10, IX da LOMN).
III - Constatada a ilegitimidade processual ativa dos condutores do
processo, resta reconhecê-lo extinto sem análise de mérito, em consonância
com o art. 267, VI do Código de Ritos
IV - Apelo conhecido, mas improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.8736-3, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 10.02.2004, pg. 54)

Ementa: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.


LEGITIMIDADE. COMPETÊNCIA. SERVIÇOS DE
TELECOMUNICAÇÕES. TELEFONIA FIXA.
- A ação civil pública nasceu como instrumento processual adequado para
coibir danos ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor
artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, atendendo, assim, os
interesses coletivos da sociedade. O campo de aplicação da ação civil
pública foi alargado por legislações posteriores, especialmente pelo Código
de Defesa do Consumidor, para abranger quaisquer interesses coletivos e
difusos, bem como os individuais homogêneos, estes últimos na proteção
do meio ambiente, do consumidor, dos bens e direitos de valor artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico.
- Os benefícios pretendidos com a ação civil. pública, iriam transformar-se
num custo não desejado e nem autorizado pelos usuários, além de uma
desproporcionalidade entre a necessidade de tutela destes e a imposição de
agilidade e eficiência do serviço. Serviço eficiente não é necessariamente
serviço caro
- Compete à Justiça Estadual processar e julgar ação civil pública ajuizada
contra as empresas TELEMAR NORTE NORDESTE S/A E VÉSPER S/A,
tendo por objeto questões relativas à execução do contrato de prestação e
serviços e telefonia fixa.
- Agravo de Instrumento provido.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 23
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0001.2888-0,
Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 23)

Ação Monitória

Ementa: AÇÃO MONITÓRIA – DUPLICATAS PRESCRITAS - ARTS. 1.102


a c/c 333 do CPC. - A existência de prova escrita idônea em conjunto com
outras provas, confirma a certeza, liquidez e exigibilidade do título. -
Duplicatas prescritas podem ser tidas como início de prova escrita para
propor ação monitória, adquirindo a executividade através do acolhimento
da súplica, desde que se comprove a origem da dívida e dependente de
documento de entrega de mercadorias nos termos do art. 333 do CPC. -
Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7524-5, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.05.2004, pg. 26)

Ementa: AÇÃO MONITÓRIA. COBRANÇA DE CHEQUE PRESCRITO.


ALEGAÇÃO DE COMPRA DO REFERIDO CRÉDITO DA EMPRESA
CONSTANTE COMO BENEFICIÁRIA DO TÍTULO. FALTA DE
COMPROVAÇÃO. INEXISTÊNCIA DOS REQUISITOS INDISPENSÁVEIS
À CIRCULAÇÃO QUANDO TRANSMITIDA POR PESSOA JURÍDICA.
EMBARGOS PROCEDENTES. DECISÃO MONOCRÁTICA
IRREPROCHÁVEL. APELAÇÃO CONHECIDA E IMPROVIDA.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.4167-8, Relator: Desa.


Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 15.03.2004, pg. 15)

Ementa: PROCESSUAL CIVIL - EXTRATO DE DÉBITO ATUALIZADO -


NÃO APRESENTAÇÃO DO CONTRATO DE FINANCIAMENTO -
PROVA ESCRITA - CONSTITUIÇÃO EM TÍTULO EXECUTIVO -
IMPOSSIBILIDADE - CONFIRMAÇÃO DA SENTENÇA.
- Deixando de apresentar contrato que comprovaria a obrigação do
promovido para com o banco, inexiste prova escrita para dar força
executiva através do procedimento monitório. O simples extrato
demonstrativo de débito, documento unilateralmente produzido pela
apelante, não pode constituir prova escrita inequívoca do débito
demandado.
- Apelação improvida. Sentença confirmada.

24 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1430-5, Relator(a):
Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.02.2004, pg. 8)

Ementa : Direitos Cambiário e Processual Civil. Ação Monitória. Cheque


prescrito. Possibilidade. Agiotagem. Ônus da prova.
I - A ação monitória se presta a facultar, mesmo na ausência de título com
eficácia executiva, alternativa de adimplemento de crédito, com base em
cheque prescrito, nos termos dos arts. 1.102a e ss. do C. Pr. Civ.
II - Incumbe ao réu, nos termos do art. 333, I, do C. Pr. Civ., o ônus de
comprovar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do
direito do credor. Sentença mantida. Apelo improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.0391-0, Relator: Des.


Rômulo Moreira de Deus, DJ. 21.01.2004, pg. 13)

Ação Reivindicatória

Ementa: CITAÇÃO - NULIDADE - INOCORRÊNCIA - LITISCONSÓRCIO


MULTITUDINÁRIO. Tratando-se de litisconsórcio multitudinário,
autorizada está a ocorrência de citação por edital, pois “as normas
processuais não podem ser interpretadas no sentido de impossibilitar o
andamento da causa (RTJ 84/1.042).”
REIVINDICATÓRIA - REGISTRO EM CARTÓRIO - TRANSFERÊNCIA
DA PROPRIEDADE. Na ação reivindicatória basta a comprovação da
propriedade através do Registro em Cartório para que se preencham os
requisitos necessários à devolução da posse. Inteligência do art. 524 do
Código Civil. Apelação conhecida e improvida. Sentença confirmada.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.4279-9, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 01.04.2004, pg. 21)

Ementa: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL – AÇÃO REIVINDICATÓRIA -


INCONFUNDIBILIDADE COM O INSTITUTO POSSESSÓRIO - APELO
DE FUNDAMENTAÇÃO DESCABIDA E IRRELEVANTE - SENTENÇA
MANTIDA.
1. A demanda reivindicatória, de natureza eminentemente dominical, não
há como ser confundida com as possessórias e a sentença que se fundando
em tal realidade jurídica, desatende a errônea investida encerrada na peça
vestibular, imerece a reforma perseguida.
2. Recurso conhecido, porém improvido.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 25
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.1909-0, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 10.02.2004, pg. 57)

Ementa: AÇÃO REIVINDICATÓRIA – RECURSO SEM


FUNDAMENTAÇÃO CONVINCENTE NÃO PODE ENSEJAR A
REFORMA PLEITEADA. Não há como se pretender desconstituir o
decisório recorrido, por se achar este em consonância com a prova
documental e testemunhal, carreadas para os autos e assentado na melhor
jurisprudência, máxime quando o pretenso direito argüido é baseado em
pretensa avença de compra e venda não se revestida das formalidades
legais que possam autorizar a sua validade. Destarte, impõe-se a
manutenção da sentença apelada. Recurso conhecido, porém improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.0316-0, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 19.02.2004, pg. 11)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO REIVINDICATÓRIA -


DECISÃO QUE ANTECIPOU A TUTELA, DETERMINANDO A
IMEDIATA DESOCUPAÇÃO DO IMÓVEL, BEM COMO ENCERROU A
PROVA, ANUNCIANDO O JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE -
PREJUDICIAL DE USUCAPIÃO CONSTITUCIONAL URBANO -
QUESTÃO QUE AFASTA OS REQUISITOS NECESSÁRIOS À
ANTECIPAÇÃO DE TUTELA - NECESSIDADE DA REALIZAÇÃO DE
PROVA EM AUDIÊNCIA - CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA -
AGRAVO CONHECIDO E PROVIDO:
I - A discussão acerca da propriedade do imóvel, em face da matéria
ventilada e m sede de contestação (aquisição da propriedade através da
prescrição aquisitiva), gera fundada dúvida acerca do título apresentado
pela Recorrida, razão pela qual não poderia ser deferida a antecipação da
tutela.
II - O bem em exame, por ser urbano e possuir área de 46,82m2 (quarenta e
seis vírgula oitenta e dois metros quadrados) insere-se na descrição do art.
183 da Carta Magna de 1988.
III - O legislador constituinte originário, em tais hipóteses, não exigiu justo
título e boa-fé do possuidor, bastando que este demonstre ser a posse
ininterrupta e sem oposição, com animus domini, durante o tempo de cinco
anos, para sua moradia ou de sua família e desde que não seja proprietário
de outro imóvel urbano ou rural.
IV - Os bens pertencentes ás entidades paraestatais não são tidos como
bens públicos, de modo que são passíveis de usucapião. Precedentes do
Superior Tribunal de Justiça.

26 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
V - Tendo a Agravante requerido a realização de prova em audiência e
sendo constatada a imprescindibilidade desta, incidiu em “error in
judicando” o magistrado singular ao aplicar à hipótese a disposição do art.
330, inciso I, do CPC, o que acarretou manifesto cerceamento do direito de
defesa da Agravante. VI - Agravo conhecido e provido, determinando o
regular processamento da lide, com a realização da fase instrutória, bem
como garantindo á Agravante o direito de permanecer na posse do imóvel
até o julgamento final da ação.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0013.2465-4,


Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 26.05.2004, pg. 25)

Ação Rescisória

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO RESCISÓRIA. I - INCREPAÇÃO DE


OFENSA AOS ARTS. 586 E 618, DO CPC. AUSÊNCIA DE
COMPROVAÇÃO. II - NÃO PODE A RESCISÓRIA, SOB FUNDAMENTO
DE VIOLAÇÃO A LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI, ULTRAPASSAR OS
PARÂMETROS LEGAIS QUE INCIDIRAM NA DECISÃO
RESCINDENDA. INADEQUAÇÃO DE MEIO. III - SÓ SE ADMITE
VIOLAÇÃO DE LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI (ART. 485, V, CPC)
QUANDO O JULGADO RESCINDENDO RELEGOU AO DESPREZO O
FUNDAMENTO JURÍDICO DO PEDIDO, SOBREPONDO-LHE NORMA
ESTRANHA À CAUSA E DE APLICAÇÃO INVIÁVEL. IV - AÇÃO
RESCISÓRIA IMPROCEDENTE.

(TJCE, Câmaras Cíveis Reunidas, Ação Rescisória n˚ 2000.0010.9942-7,


Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 22.04.2004, pg. 14)

Ementa: AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 485, V, DO CÓDIGO DE PROCESSO


CIVIL. OFENSA A LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI. INOCORRÊNCIA.
- Não ofende disposição de lei decisão que apresenta uma dentre as várias
interpretações possíveis dentro do quadro hermenêutico do enunciado
normativo.
- Em se tratando de julgamento secundum legem não há que se falar de
ação rescisória com esteio no art. 485, V, do Código de Processo Civil, pois
a finalidade deste dispositivo é justamente infirmar julgamentos contra
legem.

(TJCE, Câmaras Cíveis Reunidas, Ação Rescisória n˚ 2002.0002.3528-5,


Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 10.02.2004, pg. 51)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 27
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

Ementa: DIREITO DE FAMÍLIA. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE.


AÇÃO RESCISÓRIA FUNDADA EM ERRO CARTORÁRIO. CERTIDÃO
QUE DECLAROU A INÉRCIA DO ENTÃO DEMANDADO, DURANTE A
FLUÊNCIA DO PRAZO PARA CONTESTAR A LIDE. COMPROVAÇÃO
DO RECEBIMENTO DA PEÇA CONTESTATÓRIA PELA SECRETARIA
DE VARA, NÃO JUNTADA, TODAVIA, NOS AUTOS. FATO QUE NÃO
ACARRETOU TODOS OS EFEITOS DA REVELIA, HAJA VISTA A
DISCUSSÃO JUDICIAL GIRAR EM TORNO DE DIREITO
INDISPONÍVEL. SENTENÇA QUE JULGOU A AÇÃO PROCEDENTE,
EM CONSONÂNCIA COM A UNIFORMIDADE DAS PROVAS
PRODUZIDAS NOS AUTOS, INDICATIVAS DA PATERNIDADE
ATRIBUÍDA. PRELIMINAR DE DECADÊNCIA DO DIREITO DE
PROPOR A AÇÃO RESCISÓRIA. INOCORRÊNCIA. AÇÃO AJUIZADA
DENTRO DO PRAZO LEGAL. PRELIMINAR REJEITADA. DECISÃO
RESCINDENDA MANTIDA.
-Não constitui erro de fato, a justificar o desencadeamento da
desconstituição do decreto monocrático, via ação rescisória, aquele em que,
conquanto ocorrente na espécie, não dá margem, por si só, para assegurar
pronunciamento favorável à parte contrária, de maneira que tal
circunstância não pode propiciar o sucesso da rescisão do julgado.
-Ação rescisória improcedente.
]
(TJCE, Câmaras Cíveis Reunidas, Ação Rescisória n˚ 2000.0012.1779-9,
Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 22.04.2004, pg. 15)

Ação Revisional de Cláusulas Contratuais

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO BANCÁRIO E DO


CONSUMIDOR. AÇÃO CAUTELAR PREPARATÓRIA DE REVISIONAL
DO CONTRATO DE FINANCIAMENTO PARA AQUISIÇÃO DA CASA
PRÓPRIA. MEDIDA LIMINAR. COMPRA DAS CHAVES. CONTRATO
DE GAVETA. LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM DO CESSIONÁRIO.
REDUÇÃO DAS PRESTAÇÕES DO MÚTUO. VINCULAÇÃO AO PLANO
DE EQUIVALÊNCIA SALARIAL. INCIDÊNCIA DAS NORMAS DO CDC.
AUSÊNCIA DE RISCO PARA O BANCO.
I - A inércia da instituição bancária mutuante, em demonstrar que o
cessionário não atendia as exigências regulamentares para a concessão do
financiamento relativo à compra do imóvel cedido, implica, como corolário
de direito, a transferência compulsória do contrato de mútuo, inclusive o
reajuste da prestação para valor dentro dos parâmetros fixados no PLANO

28 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
DE EQUIVALÊNCIA SALARIAL, previsto na avença, ainda que mais
baixo que aquele praticado pelos antigos mutuários.
II - Incidência obrigatória dos postulados irmanados no CDC, por tratar-se
de típica relação de consumo.
III - Ausência de lesão grave para a instituição bancária, tendo em vista a
estipulação de hipoteca em seu favor. Precedentes do STJ. Agravo
desprovido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0014.6742-6,


Relator: Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 19.04.2004, pg. 11)

Ementa: ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. AÇÃO REVISIONAL DE


CLÁUSULAS CONTRATUAIS. AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO.
CONEXÃO. CLÁUSULAS ABUSIVAS: JUROS SUPERIORES AO LIMITE
FIXADO NO ENTÃO VIGENTE ART. 192, § 30 (12% A.A.). UTILIZAÇÃO
DA TR COMO INDEXADOR MONETÁRIO. ANATOCISMO. COMISSÃO
DE PERMANÊNCIA CUMULADA COM CORREÇÃO MONETÁRIA.
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. APLICABILIDADE.
ESTIPULAÇÃO DE MULTA CONTRATUAL DE 10% (DEZ POR CENTO)
INCIDENTE SOBRE O SALDO DEVEDOR, COM “LETRINHAS
MIÚDAS”. VIOLAÇÃO AO ART. 52, DO CDC, QUE FIXA O LIMITE
MÁXIMO DE 2% PARA A MULTA, INCIDINDO SOBRE O VALOR DA
PRESTAÇÂO. DECISÃO MONOCRÁTICA IRREPROCHÁVEL.
APELAÇÃO CONHECIDA E IMPROVIDA.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.9282-4, Relator(a):


Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 18.02.2004, pg. 7)

Ementa: Mútuo bancário. Cédulas de Crédito Comercial. Revisão de


cláusulas contratuais. (1) Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos
contratos mantidos com as instituições integrantes do Sistema Financeiro
Nacional (CDC, art. 3, § 2°). (2) A limitação de juros prevista no § 3°, do art.
192, da CF não é auto-aplicável, dependendo de regulamentação por lei
complementar. Precedentes do STF. (3) Capitalização de juros mensal. A
capitalização de juros em cédulas de crédito comercial é permitida, desde
que, como no caso concreto, conste dos contratos firmados (SUMULA STS
N° 93). (4) Taxa referencial como indexador. Não há proibição de utilização
da TR como indexador, desde que livremente pactuada, como in specie se
dá. (5) Multa contratual de 10%, superior ao limite fixado pelo CDC, que é
de 2%. Matéria que conquanto não questionada pela autora, a contexto da
peça recursal, dela se ocupa, mesmo de forma genérica, tornando-se objeto
do pedido inaugural, a propugnar por decretação de nulidade das

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 29
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
cláusulas abusivas, bem por isso considerada há de ser a premissa, diante
de expressa vedação legal (CDC, art. 52, § 1°). (6) Teoria da lesão enorme -
não vem ao caso a teoria mencionada, posto serem os juros fixados
subsidiados, muito inferiores aos de mercado. (7) Recurso parcialmente
provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.4062-1, Relator: Des.


José Arísio Lopes da Costa, DJ. 10.03.2004, pg. 18)

Ementa: Ação Revisional de cláusulas contratuais. Expurgo das cláusulas


ilegais dos juros compostos, da comissão de permanência cumulada com a
correção monetária, da TR como índice de correção do contrato, além da
multa superior a 2%. Em face das recentes modificações introduzidas no
ordenamento jurídico brasileiro através da EC/40, os juros remuneratórios
são livremente fixados pelas partes contratantes. Recursos conhecidos, para
dar parcial provimento a Apelação interposta por Tânia Maria e negar
provimento ao recurso aventado pelo Banco recorrente.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.2612-2, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 16.02.2004, pg. 21)

Ementa: CÍVEL - PROCESSUAL - MÚTUO BANCÁRIO - SISTEMA


FINANCEIRO DA HABITAÇÃO (SFH) - REVISÃO DE CLÁUSULAS
CONTRATUAIS - CORREÇÃO MONETÁRIA - CADERNETA DE
POUPANÇA - TAXA REFERENCIAL – PREVISÃO CONTRATUAL -
POSSIBILIDADE.
1. A ADIN STF n° 493-0, sobre os contratos firmados a partir de novembro
de 1.986, no âmbito do SFH, suspendeu a aplicação de dispositivos da Lei
n° 8.177/91, referentes à utilização da TR (art. 23-I-b), mas não veda sua
aplicação nas contratações celebradas posteriormente.
2. A ADIN STF 959-DF, também suspendeu, até decisão final da ação, a
eficácia do inciso II do art. 6°, da citada Lei, que previa a utilização da TR
como substitutivo, na ausência de previsão de outro índice, e substituição
da UPC pelos índices aplicados nas cadernetas de poupança em contratos
já existentes (art. 15). No entanto, em momento algum das ADIns
apontadas consta qualquer vedação à aplicação da TR nos contratos do
SFH, de par com preexistente previsibilidade.
3. Ao captar recursos para investimento no Sistema Financeiro da
Habitação, o Agente Financeiro o faz por meio das cadernetas de
poupança, em que a correção monetária é feita com base na Taxa
Referencial - TR. A taxa de juros do financiamento é de 12% ao ano, ficando
o Agente citado, no caso o Banco, com um diferencial de juros a título de
30 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
remuneração. Assim, pode utilizar no reajuste monetário do financiamento
o mesmo índice adotado na correção das cadernetas de poupança. Vale
dizer, o mesmo que paga quando capta o recurso utilizado. Donde, a
incidência da TR, a casos da espécie, não é vedada por Lei. Recurso
provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0001.8066-9, Relator: Des.


José Arísio Lopes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 12)

Ementa: CIVIL - MÚTUO - REVISÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS -


JUROS - LIMITAÇÃO - COMISSÃO DE PERMANÊNCIA E CORREÇÃO
MONETÁRIA - CUMULAÇÃO - INADMISSIBILIDADE - CORREÇÃO
MONETÁRIA COM BASE NA TR - SUBSTITUIÇÃO PELO INPC -
IMPOSSIBILIDADE DIANTE DO CASO CONCRETO - CAPITALIZAÇÃO
DE JUROS – IMPRATICÁVEL - MULTA CONTRATUAL - CÓDIGO DE
DEFESA DO CONSUMIDOR. APLICABILIDADE. Os dispositivos do CDC
são aplicáveis às operações bancárias. A limitação de juros prevista no § 30,
do art. 192, da CF/88, não é auto-aplicável, como vem decidindo o STF.
Não se admite a cumulação da comissão de permanência com a correção
monetária. No caso concreto foi aplicada correção monetária com base na
TR e em índices fornecidos pela ANBID, previsibilidade contratual, in
specíe Cláusula, entanto, considerada nula, por orientação dos Tribunais
pátrios. Forte, demais, Súmula 176 do STJ. Prevalência do índice de
correção monetária na forma da contratação, mas vinculada tão somente à
TR, desconsiderada qualquer outra indexação, isolada ou
cumulativamente, mormente a que sujeita a devedora à taxa de juros
divulgada pela ANBID-CETIP. Não é permitida a capitalização diária ou
mensal de juros, posto que não autorizada por lei. Multa contratual.
Redução para 2%. CDC, art. 52, § 1°. Recurso parcialmente provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0008.6250-6, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 9)

Ementa: REVISIONAL DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. CONTRATO


DE LEASING. AQUISIÇÃO DE VEÍCULO. SENTENÇA QUE JULGOU A
AÇÃO PROCEDENTE, AFASTANDO AS CLÁUSULAS CONTRATUAIS
QUE PREVISSEM JUROS MENSAIS CAPITALIZADOS, TAXAS DE
JUROS SUPERIORES A 12% A.A., COBRANÇA DE COMISSÃO DE
PERMANÊNCIA, MESMO QUE EQUIVALENTE, E ORDENANDO A
INCIDÊNCIA DE JUROS COMPENSATÓRIOS E MORATÓRIOS DE 12%
A.A., EMPREGO DO INPC NA CORREÇÃO MONETÁRIA DA MOEDA,

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 31
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
MULTA CONTRATUAL DE 2%, CAPITALIZAÇÃO DOS JUROS
REMUNERATÓRIOS E MORATÓRIOS.
- A Lei da Usura é inaplicável às operações realizadas por instituições
financeiras (Súmula 596 - STF), sendo, permitida, atualmente, a cobrança
de juros fixados nas taxas pactuadas entre as partes.
- O percentual máximo para a fixação da multa moratória é de 2%,
conforme art. 52, §1°, do CDC.
- É apenas relativo o princípio do pacta sunt servanda, para afastar a
indevida aplicação de capitalização de juros, a TR, como índice de correção
monetária, e a cumulação de comissão de permanência e de correção
monetária.
RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4088-3, Relator: Des.


José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.01.2004, pg. 15)

Ementa: ARRENDAMENTO MERCANTIL. REVISÃO DE CLÁUSULAS


CONTRATUAIS. PEDIDO DE MANUTENÇÃO DA POSSE DO BEM.
VEDAÇÃO DE INCLUSÃO EM CADASTRO DE INADIMPLENTES.
CUMULADO COM CONSIGNAÇÃO DAS PARCELAS VENCIDAS E
VINCENDAS. TUTELA ANTECIPADA. POSSIBILIDADE. NULIDADE
DA DECISÃO AGRAVADA. AFRONTA AO ART. 93, IX, DA CF/88.
(1) Consoante a doutrina e a jurisprudência iterativa dos tribunais pátrios,
o pedido de consignação em pagamento mostra-se perfeitamente
admissível em ação revisional de cláusulas contratuais, posto compatível
com o rito ordinário do processo de conhecimento.
(2) Podem ser objeto de tutela antecipada os pedidos de manutenção de
posse do bem arrendado, vedação de negativação cadastral e consignação
das parcelas vencidas e vincendas do contrato de leasing.
(3) A inscrição do nome do devedor em cadastros de inadimplentes, na
esteira de precedentes desta Corte, não é admissível havendo pendência de
litígio para discussão do débito.
(4) Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0014.1827-1,


Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 10.05.2004, pg. 24)

Ementa : Apelação cível. Revisional de contrato. Cédula de crédito rural.


Capitalização de juros. Indexação pela TR. Multa moratória de 10%.
Possibilidade. Cobrança de comissão de permanência. Impossibilidade. 1 -
É admitida a capitalização de juros, desde que devidamente pactuada
(Súmula 93/STJ). II - A Taxa Referencial (TR) é válida como índice de

32 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
correção monetária quando for expressamente pactuada no contrato. III -
Prevalece a multa de 10% ante o entendimento de que as normas do
Código de Defesa do Consumidor não retroagem para alcançar contratos
celebrados antes de sua vigência. IV - É vedada a cobrança cumulada de
correção monetária e de comissão de permanência (Súmula 30/STJ),
notadamente quando se tratar de cédula de crédito rural, cujos juros de
mora são limitados pelo art. 50 do Decreto-Lei 413/69. V - Recurso
parcialmente provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.0150-0, Relator(a):


Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 11.02.2004, pg. 11)

Ementa: CIVIL - PROCESSUAL - REVISIONAL – CONTRATO


BANCÁRIO - ABERTURA DE CRÉDITO EM CONTA CORRENTE -
CONSUMIDOR - FIXAÇÃO DE JUROS - CAPITALIZAÇÃO - COMISSÃO
DE PERMANÊNCIA - CORREÇÃO MONETÁRIA –
(1) É cediço que aos serviços bancários, entre os quais o de mútuo, aplicam-
se as disposições do vigente Código de Defesa do Consumidor.
(2) O STF já firmou entendimento de que o parágrafo 3° do artigo 192, da
Constituição Federal, não é auto-aplicável.
(3) No contrato sob exame, não se admite a capitalização de juros, instituto
somente aplicável quando fundado em lei especial.
(4) Ausência de previsão contratual, in casu sobre a incidência da TR como
fator de correção monetária, bem assim quanto à cobrança desta cumulada
com comissão de permanência.
(5) Recurso do réu conhecido e parcialmente provido. Maioria. Apelação
do autor não conhecida, ausente adequado preparo. Unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.1355-6, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 06.02.2004, pg. 4)

Acidente de Trabalho

Ementa: AÇÃO ACIDENTÁRIA - AUXÍLIO-ACIDENTE - REDUÇÃO DA


CAPACIDADE LABORATIVA - CONDENAÇÃO AO PERCENTUAL DE
100% DO SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO - EXTRAVASAMENTO DO
LIMITE ESTABELECIDO EM LEI.
Está desconforme com a lei acidentária a sentença que condena o órgão
previdenciário a pagar 100% do salário-de-contribuição, quando o limite
imposto pela lei de regência (Lei nº 6.367/76) era de 40%, para os casos de
redução parcial da capacidade laborativa. Reforma-se, entretanto, o

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 33
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
decisum para acomodá-lo ao limite legal atualmente em vigor, de 50%
sobre o salário-de-contribuição, de parelha com a legislação previdenciária
em vigor.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.4732-9, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 21)

Ementa: Acidente do trabalho. Ação de indenização com base no direito


comum. Operário de construção civil vítima de choque elétrico quando
trabalhava com hastes de ferro nas proximidades de rede elétrica pública
de alta voltagem, encontrando-se inteiramente desprotegido de
equipamentos de segurança, o que lhe causou a amputação dos dois
antebraços. Responsabilidade do dono da obra, independentemente da
existência, ou não, de vínculo empregatício. A exigência da prova de dolo
ou culpa grave para condicionar a obrigação de indenizar, imposta ao
empregador, foi inteiramente abolida pelo art. 7º, XXVIII, da CF/88. Dessa
forma, em caso de sinistro laboral, todo aquele que para o mesmo tenha
concorrido com qualquer culpa, por mais leve que seja, responde pela
reparação do dano. Sentença mantida. Recurso improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.6549-7, Relator(a):


Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 04.06.2004, pg. 10)

Ementa: AÇÃO ACIDENTÁRIA. MORTE DECORRENTE DE ACIDENTE


NO LOCAL DE TRABALHO. PECÚLIO. PEDIDO EX NOVO NA
APELAÇÃO. INADMISSIBILIDADE.
1 - Na vigência da Lei n.° 6.367/76, era devido aos dependentes de
segurado do sistema de previdência social, em caso de morte acidental no
trabalho, pecúlio equivalente a 30(trinta) vezes o valor de referência, hoje
denominado salário mínimo, além de pensão com valor igual ao salário-de-
contribuição vigente à data do acidente.
2 - No caso em espécie, estando satisfeitos os requisitos autorizadores para
a concessão do pecúlio, e enquadrando-se o fato gerador do direito litigado
sob a égide da Lei n.° 6.367/76, mantém-se in totum a sentença que
concedeu referido benefício.
3 - Com respeito ao pedido de percepção da diferença entre o que a
promovente deixou de ganhar a título de pensão acidentária e o que
efetivamente recebeu, por forma de pensão previdenciária, não há como
apreciá-lo, posto constituir a matéria inovação em sede de recurso, bem por
isso inadmissível. Recursos improvidos.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.4752-3, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 17)

34 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR


ACIDENTE NO TRABALHO - CULPA DO EMPREGADOR EM RAZÃO
DE UM NON FACE IDENTIFICADO PELA INOBSERVÂNCIA DE
CUIDADOS A CARGO DESTE - SUFICIÊNCIA DA OMISSIVIDADE DO
APELADO ENQUANTO SITUAÇÃO - MODELO A QUE ESTAVA
VINCULADO PELA DISCIPLINA DO ART. 19, DA LEI NR. 8.213/91 -
CONJUNTO PROBATÓRIO CONVERGENTE PARA A NEGLIGÊNCIA
DA EMPRESA - MITIGAÇÃO DO PRINCÍPIO ACTORI INCUMBIT
PROBATIO EM FACE DA SITUAÇÃO DE NORMALIDADE
OSTENTADA PELO COMPORTAMENTO DO APELANTE EM
CONTRÁRIO À CONDUTA NEGATIVA DA APELADA - DEVER
INDENIZATÓRIO CARACTERIZADO IMPONDO-SE A APELADA O
SEU RESSARCIMENTO NA DIMENSÃO MATERIAL E MORAL DIANTE
DA TRANSGRESSÃO DA ESFERA JURÍDICA DO APELANTE -
CUMULATIVIDADE PERMITIDA (SÚMULA 37 DO STJ) -
JUSTIFICATIVA PELA AFETAÇÃO DE SUA CAPACIDADE FÍSICA E
LABORAL DECORRENTE DA DEFE E DEBILIDADE MOTORA
PROVOCADAS PELO ACIDENTE, CONJUGADOS A ALTERAÇÃO
PSICOLÓGICA, OU SEJA, NO EU DO APELANTE COM REFLEXOS
INEGAVELMENTE ANGUSTIANTES, POR SI SÓ. APELAÇÃO
CONHECIDA E PROVIDA PARA O FIM DE DETERMINAR EM PROL
DO APELANTE O VALOR DE R$ 30.000,00 (TRINTA MIL REAIS) A
TÍTULO DE DANO MATERIAL E R$ 10.000,00 (DEZ MIL REAIS) A
TITULO DE DANO MORAL.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3666-5, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 23.04.2004, pg. 46)

Ementa : Conflito Negativo de Competência. Ação de indenização


decorrente de acidente de trabalho.
I – Despicienda requisição de informações ao Juízo suscitado quando já
existentes nos autos as razões de seu convencimento.
II – Consoante estabelece o art. 130, inciso II, alínea “b”, da Lei Estadual n°
12.342/94, nas Comarcas de quatro Varas, ao Juiz da 2ª Vara cabe “o
processo e julgamento de questões relativas a acidente de trabalho”. Tal
privacidade alcança, sem distinções, as ações de indenização decorrentes
de acidente de trabalho, não importando o fundamento jurídico das
pretensões deduzidas em juízo, se baseadas na legislação acidentária ou no
direito comum. Conflito conhecido para declarar a competência do Juízo
Suscitante.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 35
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
(TJCE, 1ª câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2000.0015.4166-9,
Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 15.04.2004, pg. 36)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL – REPARAÇÃO DE DANOS POR


ACIDENTE DE TRABALHO ACIDENTE DE TRABALHO –
IRRELEVÂNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO SOBRE O MÉRITO DA
CAUSA - DECISÃO MANTIDA.
1. Com o advento da Lei Federal n. 7367/76 deixou de prevalecer o
enunciado da Súmula 229 do STF, porque, a partir de então, não se exige
mais culpa grave para caracterizar a responsabilidade civil sobre o ato
ilícito - o simples fato de a vítima ter sido eletrocutada quando trabalhava
no estabelecimento da acionada, pressupõe negligência da empregadora e,
portanto, sua culpabilidade.
2. A indenização acidentária não exclui o direito à reparação civil.
3. decisão que guarda tais pressupostos imerece reforma, se me afigurando
correta a imposição dos ônus da sucumbência.
4. Merece persistir sanção pecuniária aplicada, por fundada em permissivo
legal.
5. Recurso conhecido, porém improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.1302-4, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 23.03.2004, pg. 11)

Ementa : Acidente do trabalho. Ação indenizatória com base no direito


comum. Queda de empregado que trabalhava a uma altura média de cinco
(05) metros, desprotegido de equipamentos de segurança, vindo a sofrer
fratura na base do crânio que lhe causaram permanentes e irreversíveis
seqüelas. Culpa in vigilando da empregadora. Recurso parcialmente
provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0005.0276-3, Relator: Des.


Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 21.01.2004, pg. 12)

Adoção

Ementa: DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. MENOR


EXPOSTO. INEXIGÊNCIA DE INSCRIÇÃO CADASTRAL DO INFANTE E
DOS ADOTANTES.

36 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
- Em se tratando de criança exposta, para que se perfectibilize a adoção,
não é obrigatório o registro dos adotantes e do adotando em cadastro de
inscrição da Comarca, na forma do art. 50 do ECA.
- A Portaria n° 554/2001, da Diretoria do Fórum Clóvis Beviláqua, está em
perfeita harmonia com o Provimento n° 09/1998, do Conselho Judiciário
para a Infância e Juventude, no que toca ao procedimento relativo aos
menores expostos.
Apelação a que se nega provimento, confirmando-se a sentença recorrida.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.9232-0, Relator(a):


Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 26.03.2004, pg. 14)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL. ADOÇÃO. FALTA DE


REGISTRO NO CADASTRO DE PESSOAS INTERESSADAS EM
ADOÇÃO. CONDIÇÃO IRRELEVANTE DIANTE DA PECULIARIDADE
DO CASO. PORTARIA DA DIRETORIA DO FÓRUM QUE DISPENSA
TAL CADASTRO. MANIFESTAÇÃO DO SERVIÇO DE ASSISTÊNCIA
SOCIAL E ASSISTÊNCIA PSICOLÓGICA DO JUIZADO DA INFÂNCIA E
DA JUVENTUDE FAVORÁVEIS À ADOÇÃO DO INFANTE PELA
ADOTANTE. PREVALÊNCIA DO INTERESSE DO MENOR, QUE VIVE
EM COMPANHIA DA ADOTANTE DESDE O NASCIMENTO. RECURSO
CONHECIDO E IMPROVIDO. DECISÃO CONSENSUAL.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.9240-0, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 20.02.2004, pg. 24)

Agravo de Instrumento

Ementa: AGRAVO DO ART. 557, DO CPC. AUSÊNCIA DE CÓPIA DO


MANDADO CITATÓRIO, A QUE SE REFERE A CERTIDÃO
NARRATIVA DO JUÍZO “A QUO”. JUNTADA EXTEMPORÂNEA DA
CERTIDÃO DO MEIRINHO, COMPROVANDO QUE A CITAÇÃO DO
AGRAVANTE OCORREU DURANTE O RECESSO FORENSE, MESMO
PERÍODO EM QUE INTERPOSTO O AGRAVO. IMPOSSIBILIDADE DE
COMPLEMENTAÇÃO DO TRASLADO. PRECLUSÃO CONSUMATIVA.
É de negar-se seguimento a agravo de instrumento que se ressente da cópia
do mandado citatório, peça a que se refere a certidão narrativa do Juízo a
quo, como meio idôneo à demonstração da tempestividade do recurso.
Inviável, de igual modo, a sua juntada posterior. Precedentes do STJ.
Agravo desprovido.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 37
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2003.0008.2543-9/1, Relator:
Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 10.03.2004, pg. 17)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO - AUSÊNCIA DE


CERTIDÃO DE INTIMAÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA - MÁCULA AO
ART. 525, INCISO I, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL –
IRREGULARIDADE FORMAL - AGRAVO AO QUAL SE NEGA
CONHECIMENTO:
I-A não juntada aos autos da certidão de intimação da decisão recorrida
macula o art. 525, inciso I, da Lei Adjetiva Civil, demonstrando a ausência
de requisito extrínseco de admissibilidade, qual seja, a regularidade formal
do recurso.
II - Impossibilidade de aplicação da interpretação flexiva, uma vez que a
hipótese não se enquadra naquelas em que, a despeito da falha, o recurso é
conhecido diante de sua manifesta tempestividade.
III - Agravo ao qual se nega conhecimento.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.7556-3,


Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão DJ. 01.04.2004, pg. 19)

Ementa: PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. PEÇAS


OBRIGATÓRIAS. CERTIDÃO DE INTIMAÇÃO. AUTARQUIA. PRAZO
RECURSAL EM DOBRO.
- Embora seja peça obrigatória, a certidão de intimação não impede o
prosseguimento do agravo de instrumento se por outro meio se pode aferir
a tempestividade do recurso, em razão do princípio da instrumentalidade
das formas.
- O ente autárquico goza da prerrogativa da contagem do prazo recursal
em dobro.
- Regimental conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2002.0004.5906-0/1,


Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 26.02.2004, pg. 9)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE DOCUMENTO


ESSENCIAL, A IMPEDIR O DESLINDE DA QUESTÃO.
INADMISSIBILIDADE.
I - A não apresentação de peça que, conquanto não seja obrigatória, é
essencial para a compreensão da controvérsia posta em discussão, obsta o
conhecimento do recurso, posto que se trata de irregularidade formal

38 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
insanável, impondo ao recorrente o ônus pela correta instrumentalização
do agravo.
II - RECURSO NÃO CONHECIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.8743-0,


Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.04.2004, pg. 20)

Ementa: - Agravo de Instrumento. Peça facultativa, porém essencial à


perfeita compreensão e escorreito desate da lide recursal. Negativa de
seguimento infligida pelo Relator. Confirmatória que se impõe. - Dever do
recorrente a instrumentação do agravo com os subsídios imprescindíveis à
exata percepção da controvérsia. Não pode, e nem deve, o Relator, escusar
desaviso que tal, porque a regularização formal do reclamo, sabença
correntia, é pressuposto de admissibilidade, donde, inapto o
peticionamento, por instrumentação falha, expõe-se à rejeição sumária e
liminar. E inarredavelmente, pois não lhe aproveita a sanativa tardia, ante a
ocorrência da preclusão consumativa. - Regimental conhecido, porém
improvido, na diretiva da melhor jurisprudência. - Uno consensu.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2002.0010.0609-3/1, Relator:


Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 10.03.2004, pg. 17)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. PEÇA ESSENCIAL À


COMPREENSÃO DA CONTROVÉRSIA. AUSÊNCIA. NÃO
CONHECIMENTO.
O agravante tem que atentar não somente para as peças obrigatórias, mas
também para aquelas consideradas essenciais para a compreensão da
controvérsia. Precedentes. Agravo não conhecido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.5943-6,


Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 21)

Ementa: PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO REGIMENTAL. AUSÊNCIA DE


DOCUMENTO ESSENCIAL E DE SUMA IMPORTÂNCIA PARA
APRECIAÇÃO DO AGRAVO - IRREGULARIDADE FORMAL
INSANÁVEL AUTORIZATÓRIA DE NEGAÇÃO DE SEGUIMENTO -
ARGUIÇÃO DESPROVIDA DE RELEVÂNCIA JURÍDICA - DECISÃO
MANTIDA.
1 - Deixado o recorrente, por incúria, de instruir a formação do instrumento
com peça essencial e de suma importância para facilitar o deslinde da
controvérsia recursal, na forma do melhor entendimento doutrino-

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 39
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
jurisprudencial, não podia receber outro tratamento, senão a negação de
seguimento, decisão que tenho por insusceptível da reforma perseguida.
2 - Recurso conhecido, porém, rejeitado.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2002.0007.6951-4/1,


Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 16.02.2004, pg. 21)

Ementa: AGRAVO REGIMENTAL - DECISÃO QUE CONVERTE


AGRAVO DE INSTRUMENTO EM AGRAVO RETIDO - PROVIMENTO
JURISDICIONAL INCAPAZ DE OCASIONAR LESÃO OU PERIGO DE
LESÃO - INEXISTÊNCIA DE URGÊNCIA NA DECISÃO - AGRAVO QUE
SE NEGA PROVIMENTO.
I. A decisão rechaçada por não ser potencialmente causadora de dano
irreparável ou de difícil ou incerta reparação, bem como por não ser
urgente deve ser impugnada através do agravo retido.
II. As partes somente devem se utilizar do recurso de agravo de
instrumento quando necessitarem de uma medida urgente ou no mínimo
rápida, não podendo aguardar o trâmite regular do processo até a
interposição do recurso de apelação contra decisão final.
III. Agravo regimental conhecido, porém improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2000.0016.0381-8/1,


Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 14)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. INSTRUÇÃO. ÔNUS DO


RECORRENTE. AUSÊNCIA DE ALGUMAS PROCURAÇÕES
OUTORGADAS AOS ADVOGADOS DOS AGRAVANTES. PEÇAS
OBRIGATÓRIAS, A TEOR DO ART. 525, I DO CPC. NECESSIDADE DA
JUNTADA, NO MOMENTO DA INTERPOSIÇÃO RE CURSAL.
RECURSO NÃO CONHECIDO.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0005.2224-0,


Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 24)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - ATRIBUIÇÃO DE EFEITO


SUSPENSIVO A AGRAVO DE INSTRUMENTO – ORDEM JURÍDICA
ANTERIOR À REFORMA DE 1994 - POSSIBILIDADE - PEDIDO
CAUTELAR DE SUSTAÇÃO DE PROTESTO CAMBIAL - FUMUS BONI
JURIS E PERICULUM IN MORA - CONFIGURAÇÃO - EFEITO
SUSPENSIVO DEFERIDO - SEGURANÇA CONCEDIDA.

40 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
I - Na ordem jurídica anterior à reforma de 1994, era plenamente factível a
impetração de Mandado de Segurança com vistas à atribuição de efeito
suspensivo ao agravo de instrumento, recurso que, segundo a ordem
pretérita, não era dotado de semelhante efeito.
II - Presentes a plausibilidade do direito alegado e o perigo da ocorrência
de danos irreversíveis, há de ser concedida a segurança pretendida,
outorgando efeito suspensivo à antigo agravo de instrumento.
III - Segurança concedida.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Mandado de Segurança n˚ 2000.0010.7573-0,


Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 09.02.2004, pg. 5)

Agravo Regimental

Ementa: PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. DECISÃO QUE


DEFERE OU INDEFERE EFEITO SUSPENSIVO EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO. DESCABIMENTO.
- Não é cabível a interposição de agravo regimental contra decisão do
relator do recurso de agravo de instrumento sobre o pedido de efeito
suspensivo, por falta de previsão normativa e por ser um juízo exclusivo
do relator e não do órgão colegiado.
- Precedentes deste egrégio Tribunal de Justiça.
- Não conhecimento do recurso.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2000.0012.4815-5/1,


Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 29.01.2004, pg. 21)

Ementa: PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL.


DESATENDIMENTO À REGULARIDADE FORMAL PELA AGRAVANTE
AO REPETIR NO REGIMENTAL AS RAZÕES CONTIDAS NO AGRAVO
DE INSTRUMENTO.
- Desatende a regularidade formal do recurso a parte que repete as razões
contidas em peças anteriores à decisão recorrida. - Precedentes deste
egrégio Tribunal de Justiça.
- Não conhecimento do recurso.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo Inominado n˚ 2002.0001.4646-0/1, Relator:


Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 05.01.2004, pg. 9)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 41
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Ementa : Agravo Regimental - Concessão de liminar em Mandado de
Segurança - Entendimento Jurisprudencial já firmado no sentido de que
não cabe recurso dessa natureza, em sede de mandado de segurança,
contra decisões concessivas ou denegatórias de medidas liminares -
orientação advinda do supremo Tribunal Federal através da Súmula de nº
622 - Recurso do qual não se toma conhecimento.

(TJCE, Tribunal Pleno, Agravo Regimental n˚ 2003.0003.9941-3/1,


Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 27.04.2004, pg. 6)

Alienação Fiduciária

Ementa: ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA - BUSCA E APREENSÃO -


REGISTRO DO CONTRATO EM CARTÓRIO - INEXIGIBILIDADE - O
REGISTRO CARTORÁRIO É REQUISITO DE OPONIBILIDADE APENAS
PERANTE TERCEIROS.
I - A transcrição do contrato no Cartório competente é essencial para a sua
prevalência perante terceiros.
II - Apelo conhecido e improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0004.7483-0, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa DJ. 15.04.2004, pg. 47)

Ementa: AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO – ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA


- RETOMADA DO VEÍCULO - CONTESTAÇÃO. VÍCIOS CONTRATUAIS
ALEGADOS PELO RÉU - INEXISTÊNCIA DE PERÍCIA CONTÁBIL -
RECURSO
PROVIDO. - É possível a alegação de vícios no contrato de financiamento,
celebrado entre o Banco e o particular. A matéria é de ordem pública,
consoante a disciplina trazida pelo Código de Defesa do Consumidor. Se o
juiz omite-se em apreciar tais alegações, proferindo sentença sem instrução
probatória, e resistindo em conhecer tais máculas imputadas ao acordo, é
caso de “error in procedendo” que justifica a devolução dos autos à
instância a quo para realização de perícia contábil. Nulidade da sentença
atacada. Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7911-9, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 13.02.2004, pg. 26)

42 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA -
DESCARACTERIZAÇÃO DA FIGURA DO DEPOSITÁRIO INFIEL -
AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS QUE AUTORIZEM A PRISÃO CIVIL –
DECISÃO MONOCRÁTICA INALTERADA.
I - É assente na melhor doutrina e jurisprudência dominante do STJ não
caber a prisão civil do devedor que descumpre obrigação garantida por
alienação fiduciária, por ausência da caracterização da figura do
depositário, assim contemplado pelo Cód. Civil, posição que esta Câmara
Cível vem esposando em julgamentos anteriores.
II - A decisão vergastada, por conseguinte, imerece reproche.
II - Recurso conhecido, porém, improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.5789-2, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 11.06.2004, pg. 47)

Ementa: PRELIMINAR. AGRAVO RETIDO. Uma vez não requerido


expressamente na apelação o pedido de apreciação preliminar do mesmo,
impõe-se o não-conhecimento do recurso. Inteligência do § l° do art. 523 do
CPC.
MÉRITO: Admissibilidade do Decreto-Lei 911/67 após a edição da
Constituição Federal de 1988 - Equiparação do devedor fiduciante ao
depositário infiel.
- A Constituição proíbe a prisão civil por dívida, mas não a do depositário
que se furta à entrega de bem sobre o qual tinha a posse imediata, seja o
depósito voluntário ou legal (art. 5°, LXVII).
- Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.5918-5, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 13.02.2004, pg. 25)

Ementa: ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA - BUSCA E APREENSÃO - A


COMPROVAÇÃO DA MORA CONSTITUI PRESSUPOSTO PARA A
INTERPOSIÇÃO DA AÇÃO DE BUSCA E APREENSÃO - EXTINÇÃO DO
PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO - POSSIBILIDADE DE
EMENDA DA INICIAL – RECURSO PROVIDO.
I. De acordo com o entendimento já sumulado pelo SUPERIOR TRIBUNAL
DE JUSTIÇA, “A comprovação da mora é imprescindível à busca e
apreensão do bem alienado fiduciariamente”.
II. Negar à parte a possibilidade de emendar a inicial, quando tal feito é
possível, constitui cerceamento de direito, o que não é admito por nosso
ordenamento jurídico (arts. 284, do CPC e art. 5°, incisos XXXV e LV da
CF).
III . Apelo conhecido e provido.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 43
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.1692-5, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa DJ. 01.04.2004, pg. 14)

Alimentos

Ementa: INCIDENTE PROCESSUAL. CONFLITO NEGATIVO DE


COMPETÊNCIA CÍVEL. AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ENCARGOS
ALIMENTÍCIOS. DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA À AÇÃO DE
ALIMENTOS, INICIALMENTE AFORADA.
- Não havendo mudança no domicílio do alimentando e havendo vários
juizes com mesma competência territorial, a ação de exoneração ou de
mudança de alimentos deve ser intentada no mesmo juízo em que fora
ajuizada a primeira.
- Não incide, no caso, a regra do art. 108 do CPC, mas sim a de prevalência
do domicílio do alimentando, corretamente prevista no art. 100, II do
diploma processual civil.
- Conflito conhecido, no sentido de determinar competente o foro da 2ª
Vara de família, onde tramitou a ação de alimentos.
- Precedentes do STJ.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2003.0009.8876-1,


Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra DJ. 15.04.2004, pg. 43)

•Alimentos Provisórios

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE ALIMENTOS - REVELIA DO


ALIMENTANTE - PRESUNÇÃO RELATIVA - SENTENÇA PROLATADA
SEM PROVA ACERCA DA SITUAÇÃO ECONÔMICA DO RECORRENTE
- CIRCUNSTÂNCIA FUNDAMENTAL - NECESSIDADE DE O
MAGISTRADO UTILIZAR OS PODERES INSTRUTÓRIOS DISPOSTOS
NO ART. 130 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - NULIDADE DA
SENTENÇA - NECESSIDADE DE DIMINUIÇÃO DOS ALIMENTOS
PROVISÓRIOS – APELAÇÃO CONHECIDA E PROVIDA:
I - A presunção advinda da revelia é relativa (podendo ceder ante a
evidência dos autos) e sua simples caracterização não importa na dispensa
de elementos indispensáveis ao convencimento do julgador;
II - Inexistindo nos autos qualquer prova capaz de formar o convencimento
do magistrado acerca da capacidade econômica do alimentante, elemento
fundamental para a fixação dos alimentos, impunha-se ao julgador, no uso
dos poderes instrutórios dispostos no art. 130 da Lei Adjetiva Civil,

44 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
determinar, de ofício, a realização de provas tendentes a carrear aos autos
elementos acerca de tal circunstância, com vistas à fixação de um valor
justo.
III - Ao julgar o processo no estado em que se encontrava, o magistrado
singular incidiu em “error in judicando”, razão pela qual se impõe a
decretação de nulidade da sentença hostilizada, devendo retornar os autos
à 1ª instância, para o regular processamento da ação, especificamente para
obter elementos acerca da efetiva situação econômica do alimentante, o
qual deverá ser intimado dos atos processuais prolatados a partir de então,
por expressa aplicação do art. 322 do Código de Processo Civil.
IV – A inexistência de elementos atinentes à condição financeira do
Apelante impõe a redução dos alimentos provisórios - fixados em 04
(quatro) salários mínimos -, diante da possibilidade de prisão civil do
Recorrente por inadimplemento. Alimentos provisórios arbitrados no valor
correspondente a 01 (um) salário mínimo.
V -Apelação conhecida e provida.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.4912-1, Relator(a):


Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 18.02.2004, pg. 5)

Ementa : Agravo de Instrumento. Alimentos provisórios. Fixação.


I - Os alimentos provisórios devem ser fixados na justa proporção das
necessidades do alimentado e dos recursos do alimentante, a teor do art.
400, do Código Civil de 1916.
II - Mostra-se razoável manter a verba alimentar provisória no percentual
fixado, à vista dos elementos trazidos aos autos, até que, com as provas que
ainda serão produzidas, reste melhor visualizada a real situação econômica
do alimentante e a efetiva necessidade dos alimentados. Recurso
improvido. Decisão mantida.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0000.5262-8,


Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 22.01.2004, pg. 11)

Ementa: Agravo de Instrumento. Alimentos provisórios. Fixação.


1 - O quantum da pensão alimentícia deve ser compatível com o princípio
da razoabilidade, não podendo ser utilizado como meio de formação de
patrimônio.
II - Inteligência do art. 400, do Código Civil de 1916.
III - Recurso parcialmente provido. Decisão reformada.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0013.7398-7,


Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 23.01.2004, pg. 23)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 45
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

•Binômio Necessidade/Possibilidade

Ementa: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. ALIMENTOS CIVIS. FIXAÇÃO.


I. ALIMENTANTE DEMANDADO(A) POR FILHO(A)(S) MENOR DE
IDADE, O(A) QUAL É CASADO(A) E POSSUI OUTRO(A)(S) FILHO(A)(S)
MENOR(ES).
II. OS ALIMENTOS DEVEM SER FIXADOS NA PROPORÇÃO DAS
NECESSIDADES DO ALIMENTANDO E DOS RECURSOS DA PESSOA
OBRIGADA (INTELIGÊNCIA DO ART. 1.694, § 1º DO CÓDIGO CIVIL
ANTIGO, ART. 400).
III. APELAÇÃO A QUE SE DÁ PARCIAL PROVIMENTO PARA
ADEQUAR O QUANTUM ESTABELECIDO NA SENTENÇA AO
CRITÉRIO LEGAL.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3617-7, Relator(a):


Des. Ademar Mendes Bezerra DJ. 28.05.2004, pg. 26)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO REVISIONAL DE


ALIMENTOS - POSSIBILIDADE DE TUTELA SEM AUDIÊNCIA DA
PARTE CONTRÁRIA A FIM DE REDUZIR OS ALIMENTOS EM FACE
DA COMPROVAÇÃO DA DIMINUIÇÃO DA CAPACIDADE
ECONÔMICA DO ALIMENTANTE – AGRAVO CONHECIDO E
IMPROVIDO - Comprovada a superveniente redução da capacidade
financeira do Agravado, autor de ação revisional de alimentos, que juntou
documentos comprobatórios do aumento de seus gastos com medicação,
em face de sérios problemas de saúde enfrentados pelo mesmo, bem como
da redução patrimonial decorrente de nova pensão alimentícia devida à
filha, legal se apresenta a decisão que reduz a importância devida como
pensão, em sede de antecipação de tutela. Precedentes jurisprudenciais. II -
Agravo conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0009.4592-4,


Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão DJ. 07.04.2004, pg. 33)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL DIREITO CIVIL. DIREITO DE FAMÍLIA.


ALIMENTOS. BINÔMIO NECESSIDADE/POSSIBILIDADE.
INTELIGÊNCIA DO ART. 400 DO CÓDIGO CIVIL DE 1916,
46 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
EQUIVALENTE AO § 1° DO ART. 1.694 DO CC DE 2002. Na fixação do
quantum alimentar deve-se atentar para a circunstância relativa à
necessidade do alimentado e os recursos do alimentante. Inexistindo
comprovação do rendimento do alimentante/agricultor, deve o julgador,
usando de seu prudente arbítrio, fixá-lo em valor que, represente e se
aproxime, tanto quanto possível, do binômio legal
necessidade/possibilidade.
Recurso conhecido e improvido. Sentença confirmada. Decisão divergente.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1727-4, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 20.02.2004, pg. 22)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE ALIMENTOS - ALIMENTOS


PROVISÓRIOS E ALIMENTOS DEFINITIVOS - INEXISTÊNCIA DE
VINCULAÇÃO - PERCENTUAL QUE ATENDE AO BINÔMIO
“NECESSIDADE DO ALIMENTÁRIO/POSSIBILIDADE DO
ALIMENTANTE” (ART. 400 DO CC/1916, ART. 1.694, §1° DO CC/2002 -
RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO:
I - A sentença não está vinculada ao percentual fixado a título de alimentos
provisórios, podendo mantê-los, majorá-los ou reduzi-los.
II - O percentual arbitrado na sentença - 35% (trinta e cinco por cento) do
salário e vantagens do Apelante - atende ao binômio “necessidade do
alimentário/possibilidade do alimentante” (art. 400 do CC/1916, art 1.694,
§1° do CC/2002), especialmente porque inexiste nos autos prova de que o
Recorrente não possa dispor do referido percentual.
III - Apelação conhecida e improvida.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.8203-9, Relator(a):


Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 04.05.2004, pg. 26)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DE FAMÍLIA. REVISIONAL DE


ALIMENTOS. ALTERAÇÃO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA DO
ALIMENTANTE. APLICAÇÃO DO BINÔMIO
POSSIBILIDADE/NECESSIDADE.
Estando provado que o alimentante detém carga de recursos suficientes
para suportar um pensionamento maior, é de ser deferida a pretensão
autoral, porquanto suficientemente demonstrada a necessidade de quem os
pede. Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0009.7350-2, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 16.02.2004, pg. 24)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 47
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DE FAMÍLIA. REVISIONAL DE


ALIMENTOS. ALTERAÇÃO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA DO
ALIMENTANTE. REALIDADE FÁTICA DEMONSTRADA NA
INSTRUÇÃO DA LIDE. IMPOSSIBILIDADE DE ADIMPLEMENTO PELO
ALIMENTANTE DA OBRIGAÇÃO ASSUMIDA. REDUÇÃO DO
PERCENTUAL DA VERBA ALIMENTÍCIA.
De acordo com o disposto no artigo 15, da Lei n° 5.478/68, a decisão
judicial sobre alimentos não transita em julgado, podendo, pois, ser revista
a qualquer tempo, desde que haja modificação na fortuna de quem os
supre e nas necessidades de quem os pede. Sentença confirmada. Recurso
conhecido e improvido. Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3575-8, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 29.01.2004, pg. 26)

Ementa: AÇÃO DE ALIMENTOS. CARÊNCIA DE AÇÃO.


ILEGITIMIDADE DA REPRESENTANTE. VÍCIO FORMAL. NÃO
COMPARECIMENTO DO RÉU À AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO.
CONTESTAÇÃO TEMPESTIVA VIA CARTA PRECATÓRIA REVELIA
NÃO CARACTERIZADA. DISPONIBILIDADE FINANCEIRA DO
ALIMENTANTE. FALTA DE PROVAS.
(1) A preliminar de carência de ação, por pretensa ilegitimidade da
representante legal do menor é de ser rechaçada, quando consta da própria
inicial que o pedido de alimentos é feito em favor do filho.
(2) Em se tratando do rito especial da ação de alimentos, não se configura a
revelia se a contestação foi apresentada anteriormente à audiência de
conciliação, via carta precatória. Daí que, o não comparecimento do
promovido à audiência assestada legitima apenas a dispensa das provas
por ele requeridas.
(3) In casu ante a escassez de provas sobre a disponibilidade financeira do
alimentante, é de manter-se o quantum fixado para os alimentos pelo juiz
singular. Sentença confirmada. Recurso improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.9201-3, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 14)

Ementa: ALIMENTOS. EXCESSO. NULIDADE DA SENTENÇA. NÃO


REALIZAÇÃO DE EXAME DE DNA.
- Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do
reclamante e dos recursos da pessoa obrigada, respondendo às

48 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
necessidades atuais da menor, sendo o quantum apurado em razão das
posses, rendas e patrimônio do apelado;
- O exame de DNA requerido em contestação e não realizado na fase
probatória, não é idôneo a anular a sentença de alimentos quando, destarte,
discute-se o mesmo objeto em Ação de Reconhecimento de Não-
Paternidade envolvendo as mesmas partes;
- Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.8107-5, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 09.01.2004, pg. 40)

Ementa: CIVIL. PROCESSO CIVIL. ALIMENTOS. FIXAÇÃO. BINÔMIO


NECESSIDADE-CAPACIDADE. SITUAÇÃO EXCEPCIONAL.
- A situação peculiar da alimentanda, portadora de deficiência em seu
desenvolvimento mental, estando inapta, portanto, para exercer qualquer
atividade econômica, justifica a fixação do percentual da verba alimentícia
de 40% (quarenta por cento) dos rendimentos brutos do alimentante, à luz
dos parâmetros da necessidade e da possibilidade, a que se refere o artigo
400, do Código Civil.
CONSTITUIÇÃO DE NOVA FAMÍLIA
- Não poderá o dependente que requer contínua assistência médica ver
reduzida a verba alimentar por conta da opção do alimentante em
constituir nova família.
- Recurso improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0495-4, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 09.01.2004, pg. 40)

Ementa: CIVIL - SEPARAÇÃO JUDICIAL LITIGIOSA - ALIMENTOS -


OBRIGAÇÃO DE AMBOS OS PAIS – FIXAÇÃO BINÔMIO
NECESSIDADE/POSSIBILIDADE.
(1) No estabelecimento da pensão alimentícia deve ser levada em conta a
necessidade de quem recebe e a possibilidade de quem dá (art. 400, CC
revogado, e art. 1694, § 1º CC vigente). O argumento sobre que o valor da
pensão arbitrado pelo juízo a quo não é suficiente para manter os
alimentandos no mesmo padrão de vida observado anteriormente à
separação dos pais não autoriza só por si a sua majoração, onerando,
demasiadamente, o alimentante, mormente à vista do que não restaram
comprovados os alegados e substanciais ganhos do alimentante (CPC, art.
333).
(2) Dizente à partilha dos bens do casal, objeto de ambos os recursos
assestados, de se remeter à forma procedimental adotada pela julgadora

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 49
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
monocrática, ausente, é de ver-se, decisão nesse tocante a contexto da
sentença impugnada. Daí que inadmissível o conhecimento da matéria, já
agora, no ensejo recursal em trato.
(3) Julgada procedente a ação e estabelecida a pensão definitiva, fica sem
objeto o agravo de instrumento que suspendeu o pagamento dos alimentos
provisionais. (4) Recurso da autora improvido. Apelação do réu acolhida
parcialmente.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.4466-3, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 19)

Ementa: Exoneração de encargo alimentar. Pensão anteriormente reduzida


pela metade. Não comprovação na mudança da fortuna do autor ou da ré.
Art. 401 do Código Civil de 1916. Recurso provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1946-3, Relator(a):


Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 22.01.2004, pg. 6)

Ementa: CIVIL - ALIMENTOS - EXONERAÇÃO – REDUÇÃO -


ALTERAÇAO NA CONDIÇÃO ECONÔMICA DA ALIMENTANDA -
MAIORIDADE CIVIL - NOVO CASAMENTO DO ALIMENTANTE.
(1) Pensão alimentícia fixada por acordo entre partes, devidamente
homologado. Pedido de exoneração. Redução. Se fixados os alimentos,
sobrevier em redução na fortuna de quem os supre e aumento na de quem
os recebe, poderá o interessado reclamar em juízo, conforme as
circunstâncias, exoneração ou redução do encargo (CC, 401). A maioridade
dos filhos presume sua capacidade econômica para se manterem. Embora
não estipulado no acordo de alimentos, estes eram destinados à
manutenção da mulher e filhos desta com o autor.
(2) Cônjuge virago auferindo fonte de renda, na qualidade de funcionária
pública, e tendo residência própria.
(3) Redução da pensão a patamar mais compatível com a condição
econômica de quem paga e daquela que recebe.
(4) Novo casamento do alimentante, com nascimento de filho, não enseja só
por si razão plausível para exoneração do encargo, conquanto se admitir
possa suficiente motivo para gerar redução (Lei n° 6.515/77, art. 307).
Assim, ao reduzir a pensão devida à ré para 25%, o magistrado singular
restabeleceu o necessário equilíbrio, nos moldes preconizados no art. 400,
do CC, pelo que se mantém a sentença recorrida. Recurso improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0008.0792-0, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 15)
50 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil

•Foro Competente

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE


CUMULADA COM ALIMENTOS. FORO COMPETENTE.
Cumuladas as ações de investigação de paternidade e alimentos, a regra
geral do art. 94 do CPC, que prevê a competência do domicílio do réu para
ações fundadas em direito pessoal, cede espaço para a regra especial do art.
100, II do mesmo diploma legal, ficando como competente para as ações o
foro do alimentante. Matéria sumulada no STJ (Súmula n° 01). Agravo
provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.0039-3,


Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 18.05.2004, pg. 10)

•Obrigação Alimentar

Ementa: Apelação Cível. Redução de encargos. Impossibilidade. -


Assumindo o genitor encargo alimentar com nova prole, é vedado olvidar
obrigações anteriormente assumidas perante descendentes outros. -
Recurso conhecido e parcialmente provido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0006.0221-0, Relator(a):


Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 25.03.2004, pg. 16)

Ementa: Apelação Cível - Alimentos - Ação aforada visando a consolidação


de obrigação alimentar - Necessidade dos alimentos ao filho para garantir
freqüência a estabelecimento de ensino como complemento de sua
educação, está o pai obrigado ao pagamento de pensão. Recurso conhecido
e improvido Decisão unânime.

TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.8541-1, Relator: Des.


Ernani Barreira Porto, DJ. 15.03.2004, pg. 15)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 51
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Ementa: DIREITO DE FAMÍLIA - ALIMENTOS DO AVÔ PATERNO,
SENDO OS PAIS VIVOS, CAPAZES, SADIOS E PRODUTIVOS - I -
DECISÃO MANTIDA.
1. O dever alimentar cumpre aos parentes mais próximos, com exclusão
dos mais remotos. In casu, existindo pais vivos, com capacidade laborativa,
inadmissível é o chamamento do avô paterno para complementar verba
alimentícia, máxime quando não a pensão recebida do pai é provisória,
podendo ser majorada em decisão definitiva e, assim, não se achar
plenamente justificada a necessidade dos alimentos pretendidos.
2. Decisão em tal sentido aplica corretamente o direito e, como tal, é
insusceptível da reforma pretendida.
3. Recurso conhecidos porém, improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.2896-6, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 15)

•Prisão Civil

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE EXECUÇÃO DE


ALIMENTOS. PRISÃO CIVIL. FUNDAMENTAÇÃO. AUSÊNCIA.
NULIDADE DA DECISÃO. INTELIGÊNCIA DO ART. 93, IX DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. RECURSO PROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.3995-8,


Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 29.01.2004, pg. 22)

Ementa: HABEAS CORPUS CÍVEL. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS.


INADIMPLEMENTO DE OBRIGAÇÃO ALIMENTAR. DECRETO
PRISIONAL. LEGALIDADE. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO
ILEGAL. DENEGAÇÃO DO REMÉDIO HERÓICO. APLICAÇÃO DO
ART. 733 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.
- Não cumprindo a determinação de pagar quantia oriunda de acordo
judicial devidamente homologado e não comprovando a impossibilidade
de fazê-lo, é de se aplicar a dicção legal, com a prisão do devedor de
alimentos.
- Tratando-se de execução de alimentos embasada no art. 733 do Código de
Processo Civil, em que parte da dívida executada é atual, deve-se afastar o
decreto prisional quanto às parcelas longínquas, eis que estas não possuem
mais natureza alimentar.
- Habeas Corpus denegado, limitando-se, todavia, a decisão a quo às três
últimas parcelas anteriores ao ajuizamento da execução, em diante.

52 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Habeas Corpus Cível n˚ 2003.0008.1814-9,


Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 09.02.2004, pg. 5)

Ementa: Apelação Cível. Execução de Sentença. Pensão alimentícia para ex-


mulher - Meio inidôneo para requerer. - Execução de sentença não é o meio
apropriado para peticionar sobre alimentos. - Recurso conhecido e
improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.3556-7, Relator: Des.


Ernani Barreira Porto, DJ. 09.01.2004, pg. 39)

Alvará Judicial

Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. ALVARÁ. LEVANTAMENTO


DO FGTS. LEI N° 8.036/90.
I - De acordo com a orientação Jurisprudencial oriunda da 1ª Seção do
Superior Tribunal de Justiça (SIC.)), “A competência para a expedição de
alvará de levantamento de cotas do PIS e do FGTS é da Justiça Estadual
(STJ-1ª Seção, CC 9.338-4-SC, rel. Min. Américo Luz, j. 9.8.94, v.u., DJU
29.8.94, p. 22.143) - “apud” THEOTÔNIO NEGRÃO, “CPC e Legislação
Processual em Vigor”, Editora Saraiva, 35a edição, 2003, pg. 900.
II - Fundando-se o pedido de levantamento das cotas do FGTS, mediante
alvará judicial, nas hipóteses elencadas no artigo 20, e seus Incisos, da Lei
n° 8.036/90, deve o órgão judicial, presentes as condições da ação e demais
pressupostos processuais, deferir o pedido formulado.
III - Recurso conhecido e improvido.
Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚2000.0016.2183-2, Relator: Des.


José Maria de Melo, DJ. 24.05.2004, pg. 15)

Ementa: CIVIL. PROCESSO CIVIL. ALVARÁ JUDICIAL. DEFERIMENTO.


INCIDÊNCIA DA LEI N.° 6.858/80. A liberação das quotas de PIS/PASEP,
através de alvará judicial, independe da abertura de processo de inventário
ou arrolamento, ainda que exista bem imóvel a partilhar. Sentença
reformada. Recurso provido.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 53
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.6107-5, Relator: Des.


José Arísio Lopes da Costa, DJ. 10.03.2004, pg. 18)

Antecipação de Tutela

Ementa: PROCESSUAL CIVIL - TUTELA ANTECIPADA AGRAVO DE


INSTRUMENTO - INCONSISTÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO
DECISÃO MANTIDA.
1. A Tutela Antecipada se constitui inovação na processualística civil
brasileira, sendo o seu acolhimento ato discricionário do livre alvedrio do
Juiz, desde que firme o seu convencimento da presença dos requisitos
legais autorizatórios, sujeitando-o, tão somente a fundamentar o decisório
concessivo, exigência esta que, in casu, se me afigura plenamente
satisfatória, de modo que não vejo como prosperar a reforma pretendida,
máxime, quando a matéria que se trouxe à colação é mais direcionada para
o mérito da discussão do processo principal, insusceptível de exame nesta
restrita esteira recursal.
2. Agravo conhecido, porém improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0014.2545-6,


Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 19.04.2004, pg. 17)

•Contra a Fazenda Pública

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - ANTECIPAÇÃO DE TUTELA


CONTRA A FAZENDA PÚBLICA - VENCIMENTOS E VANTAGENS
PECUNIÁRIAS IMPOSSIBILIDADE - ARTIGO 1° DA LEI 9.494/97 –
LIMINAR DEFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL NA AÇÃO
DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE N° 04 - EFEITO
VINCULANTE - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.
I. Não se concede tutela antecipada contra a Fazenda Pública, quando
presentes as restrições definidas na Lei 9.494/97. Constitucionalidade da
referida lei amparada por ordem liminar deferida pelo STF na Ação
Declaratória Constitucionalidade n.° 04.
II. Recurso conhecido e improvido. Decisão mantida.

54 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0004.5386-0,
Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.02.2004, pg. 21)

Apelação

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. APELAÇÃO. EMBARGOS À


EXECUÇÃO. CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO.
IMPOSSIBILIDADE. ART. 520, DO CPC. A REJEIÇÃO DOS EMBARGOS
À EXECUÇÃO SE DEU PELO EXAME DE QUESTÃO DISCUTIDA E
PACIFICADA NA JURISPRUDÊNCIA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
CRÉDITO DE CARÁTER ALIMENTÍCIO. POSSIBILIDADE DE
EXECUÇÃO PROVISÓRIA. AUSENTE UM DOS REQUISITOS DO ART.
558 DO CPC, IMPÕE-SE APENAS O EFEITO DEVOLUTIVO À
APELAÇÃO. AGRAVO CONHECIDO E PROVIDO.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0000.5005-6,


Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão DJ. 01.04.2004, pg. 19)

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO. REQUISITOS DE


ADMISSIBILIDADE.
Um dos pressupostos de admissibilidade do recurso apelatório é a
demonstração motivada dos erros in procedendo e/ou in judicando pelos
quais entende o apelante que a decisão recorrida deve ser reformada ou
anulada. Formalidade prevista no art. 514, II do CPC. Inexistência nas
razões recursais de inconformação contra o tema contido na sentença.
Recurso não conhecido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.8479-8, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 5)

Ementa: Processual civil. Agravo de instrumento. Embargos à execução.


Efeitos da apelação. Havendo juízo de procedência parcial dos embargos à
execução, devem-se atribuir os efeitos suspensivo e devolutivo à apelação,
conforme determina o caput, do art. 520, do C. Pr. Civ. Recurso improvido.
Decisão mantida.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0016.2673-7,


Relator: Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 10.03.2004, pg. 16)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 55
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

Arrendamento Mercantil

Ementa: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL – AÇÃO DE


REINTEGRAÇÃO DE POSSE - CONTRATO DE ARRENDAMENTO
MERCANTIL – COBRANÇA ANTECIPADA DE VALOR RESIDUAL
GARANTIDO (VRG) - NÃO DESCARACTERIZAÇÃO DO ALUDIDO
CONTRATO.
- Preliminar, inépcia da inicial de reintegração de posse diante da possível
descaracterização do contrato de leasing para compra e venda à prestação.
Inexistência. A antecipação do VRG não implica na descaracterização do
contrato de leasing para compra e venda. Cancelamento da Súmula n.° 263
do STJ.
Preliminar conhecida e improvida;
- Mérito. Verificada a condição de consumidor final do apelante e de
fornecedor de serviços da instituição financeira apelada, impõe-se a
aplicação do CDC à relação jurídica daí decorrente;
- A interpretação literal do § 2° do art. 3° do DL 911/69 configura ofensa à
garantia constitucional de ampla defesa. Existindo Ação Revisional em
curso, impunha-se a aferição dos argumentos nela expendidos antes do de
ferimento da possessória;
- Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.9064-3, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 23.04.2004, pg. 46)

Ementa: Apelação Cível. Direito Comercial e Processual Civil.


Reintegratória de posse. Veículo automotor. Arrendamento mercantil
(leasing). Antecipação do valor
residual em garantia (VRG). Não descaracterização do contrato.
Possibilidade jurídica do pedido.
I - A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), a partir do
julgamento pela sua Corte Especial do EREsp 213.828-RS, rel. Min. César
Asfor Rocha, julgado em 07/05/2003 (cfr Informativo STJ n° 0171, de 5 a 9
de maio de 2003), assentou, contrariando o enunciado da Súmula n° 263, a
qual restou cancelada posteriormente pela Segunda Seção do STJ, que a
antecipação da cobrança do valor residual em garantia (VRG) não importa
em descaracterização do contrato de leasing, seja no âmbito do contrato
propriamente dito, entre arrendador e arrendatário, seja quando
considerado para fins tributários do Fisco. Declarou o STJ, ademais, que a
antecipação do VRG não afeta a intenção das partes, não tendo qualquer
influência para a caracterização ou não do contrato de leasing o fato das

56 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
partes estipularem preço simbólico ou de inexpressivo valor pra o exercício
da opção de compra do bem arrendado, ou se o arrendatário deposita,
antecipada e mensalmente, em favor do arrendador, alguma importância
em garantia do pagamento do valor residual.
II - Assim, cabível a ação de reintegração de posse fundada em contrato de
arrendamento mercantil (leasing), tendo tal instrumento contratual como
objeto veículo automotor, e, sobretudo, presentes as demais condições da
ação, a saber: legitimidade das partes, interesse processual e, possibilidade
jurídica do pedido, impende que o órgão judicial, em tal situação, conheça
e decida acerca do mérito da pretensão deduzida na ação. Recurso
conhecido e provido, desconstituindo-se a prestação jurisdicional, para
que, no juízo a quo, uma outra seja ditada. Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.3597-0, Relator: Des.


José Maria de Melo, DJ. 19.04.2004, pg. 18)

Ementa: DIREITO COMERCIAL E PROCESSUAL CIVIL -


ARRENDAMENTO MERCANTIL - RELAÇÃO JURÍDICA
FORNECEDOR/CONSUMIDOR - PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE
PREVISTA NO CDC – SENTENÇA REFORMADA.
1. Filiando-me ao entendimento doutrino-jurisprudencial mais recente,
tenho a avença entre os litigantes sujeita às regras estabelecidas pelo
Código de Defesa do Consumidor e tendo como presente o princípio da
solidariedade no mesmo prevista, tenho por desconstituída a decisão
vergastada, afastando a ilegitimidade passiva não reconhecida e
determinando o prosseguimento do feito.
2. Apelo conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.4441-4, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa DJ. 01.04.2004, pg. 13)

Ementa: ARRENDAMENTO MERCANTIL. COBRANÇA ANTECIPADA


DO VRG. DESCARACTERIZAÇAÕ DO CONTRATO. AÇÃO
REINTEGRATÓRIA. INTERESSE DE AGIR.
1. A cobrança antecipada, ainda que parcelada, do VRG descaracteriza o
contrato de arrendamento mercantil. Inteligência da Súmula 263 do STJ.
2. Uma vez desfigurado o negócio para simples compra e venda a
prestação, ausente o interesse de agir do autor na ação de reintegração na
posse do bem. 3.Extinção do processo, a teor do art. 267, inciso VI, do CPC.
4. Apelo conhecido e provido. Decisão por maioria.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 57
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
(TJCE, 1ª câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.5898-7, Relator(a): Des.
José Arísio Lopes da Costa, DJ. 25.02.2004, pg. 57)

Ementa: COMERCIAL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE


REINTEGRAÇÃO DE POSSE CUMULADA COM PERDAS E DANOS.
EXTINÇÃO DA AÇÃO PELA AUSÊNCIA DE NOTIFICAÇÃO DA
EMPRESA ARRENDATÁRIA E DO OUTRO AVALISTA.
IMPOSSIBILIDADE. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL VÁLIDA DE UM
DOS AVALISTAS.
- A notificação válida da avalista sócia-gerente da empresa arrendatária,
que é, outrossim, esposa do avalista não notificado, é hábil para
caracterizar a mora debitoris.
RECURSO APELATÓRIO INTERPOSTO POR IDEAL COMÉRCIO E
SERVIÇOS DE VEÍCULOS LTDA, IVONEUSA CHAVES AGUIAR E JOSÉ
RIBAMAR AGUIAR JÚNIOR IMPROVIDO. RECURSO INTERPOSTO
PELO BANCO BANDEIRANTES S/A ARRENDAMENTO MERCANTIL
CONHECIDO E PROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.1970-2, Relator: Des.


José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 19.04.2004, pg. 17)

Ementa: - CIVIL E PROCESSUAL CIVIL ARRENDAMENTO MERCANTIL


- SENTENÇA QUE EXTINGUIU O PROCESSO SEM JULGAMENTO DO
MÉRITO POR CONSIDERAR DESCARACTERIZADO O INSTRUMENTO
DA AVENÇA - POSSIBILIDADE DE ANTECIPAÇÃO DO VALOR
RESIDUAL GARANTIDO (VGR) CANCELAMENTO DA SÚMULA 263-
STJ REINTEGRAÇÃO DE POSSE - CABIMENTO – RECURSO PROVIDO.
1. A antecipação do valor residual garantido não mais desvirtua o contrato
de arrendamento mercantil, consoante novo entendimento firmado pelo
Superior Tribunal de Justiça, em face do cancelamento da SÚMULA 263-
STJ.
2. A Lei 6.099/74, em seu art. 5°, fixa como cláusulas obrigatórios do
contrato de arrendamento mercantil apenas a determinação do prazo do
contrato, a fixação do valor de cada contraprestação por períodos
determinados, não superiores a um semestre, a que permite o exercício da
opção de compra ou renovação do contrato, como faculdade do
arrendatário, desde logo, do preço para opção de compra ou critério para
sua fixação.
3. Por tais características, o referido contrato só transmuda em forma
dissimulada de compra e venda quando, expressamente, ocorrer violação
da própria lei (6.099/74) e da regulamentação que o rege.

58 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
4. Em face do descumprimento do “pacto” arrendatório, restam
configurados os requisitos autorizadores da ação reintegratória.
5. Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.9595-7, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.02.2004, pg. 22)

Ementa: PROCESSUAL CIVIL – ARRENDAMENTO MERCANTIL -


FALTA DE INTIMAÇÃO ACERCA DOS NOVOS CÁLCULOS PARA A
PURGA DA MORA - AUSÊNCIA DE NULIDADE - NÃO
DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO - APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA
INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS - PURGAÇÃO DA MORA -
ARRENDAMENTO MERCANTIL - POSSIBILIDADE.
I - É certo que o processo civil se guia pelos princípios do contraditório e da
ampla defesa, de maneira a se garantir às partes o direito de se
manifestarem sobre os atos processuais que lhes possam interessar. No
entanto, cumpre ressaltar que a processualística civil moderna se norteia,
igualmente, pelo princípio da instrumentalidade das formas, o que implica
a prevalência da finalidade do ato, ou seja se o ato processual alcança a sua
finalidade, mesmo que irregular na forma, não se deve anulá-lo.
II - Não ficou configurado cerceamento de defesa, vez que a parte ora
apelante teve a oportunidade de manifestar-se sobre os primeiros cálculos
e, conseqüentemente, a segunda avaliação do débito foi realizada após
manifestada a sua tese acerca do índice de correção que entendia devesse
ser aplicado, defesa que, diga-se, fora apreciada e afastada pela MM juíza a
quo. Os efeitos desta situação são diversos dos que resultariam da
completa falta de intimação acerca dos cálculos.
III - Ademais, em suas razões recursais, a parte ora apelante limitou-se a
argüir nulidade ocasionada pela falta de intimação acerca dos cálculos,
expondo a mesma tese antes manifestada na impugnação, que não houvera
sido acatada, não havendo logrado, ainda, demonstrar qualquer prejuízo
que pudesse lhe ter advindo da falta de intimação dos novos cálculos, a
rigor do que dispõe o § único do art. 250 do Código Unitário de Processo,
como requisito para a anulação do ato,
IV - A par das controvérsias e peculiaridades ínsitas ao contrato de
arrendamento mercantil, tendo em vista a sua natureza e os seus objetivos,
a possibilidade de purgação da mora preserva os interesses de ambas as
partes, além de manter a comutatividade contratual, mesmo porque não
basta a ocorrência da mora para a resolução contratual, mas exige-se que
ela afete de maneira grave o interesse do credor. APELAÇÃO CÍVEL
CONHECIDA, MAS IMPROVIDA.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 59
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.5816-2, Relator: Des.
José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 19.04.2004, pg. 18)

Ementa: - Ação de Reintegração de Posse. Contrato de arrendamento


Mercantil. Leasing. Previsibilidade contratual de sua rescisão, na
ocorrência de inadimplemento pela arrendatária das prestações pactuadas.
Caracterização. Notificação extrajudicial instrumentada para constituir em
mora a arrendatária. Comprovação dos pressupostos ensejadores da
reintegração de posse a conferirem à arrendante a chancela judicial de sua
procedência. Inteligência do art. 927, incisos I a IV do CPC. Denunciação da
lide a seguradoras contratadas originariamente pela arrendatária.
Impossibilidade jurídica face à inércia da ré na renovação do seguro.
Alegado error in judicando e in procedendo na solução da lide.
Inocorrência. Matéria preclusa por já discutida em embargos de declaração
desacolhidos. Apelo improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.8197-6, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 10.02.2004, pg. 55)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE DEPÓSITO - ARRENDAMENTO


MERCANTIL - INADMISSIBILIDADE DA CLÁUSULA DE DEPÓSITO-
PRECEDENTES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA - APELAÇÃO
CONHECIDA E IMPROVIDA:
1 - O devedor fiduciário não recebe o bem com o intuito de custodiá-lo,
restando desnaturada a sua condição de depositário.
II. O conceito jurídico de depositário infiel trazido pelo legislador
constituinte de 1988 não encampou aquele constante do Decreto-Lei n°
911/69, que, por conseqüência, não foi recepcionado por esta fonte
primária de produção normativa.
III - Sendo inadmissível a cláusula de depósito no contrato de
arrendamento mercantil, incabível a ação de depósito nela fundada.
Precedentes do STJ.
IV - Em hipóteses como a dos autos, em que a reintegração de posse foi
julgada procedente e o bem não foi encontrado, resta à empresa arrendante
apurar as perdas e danos que decorreram do descumprimento e cobrá-los
através da via processual adequada.
V - Apelo conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0683-3, Relator(a):


Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 29.01.2004, pg. 44)

60 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
Ementa: Arrendamento Mercantil. Leasing. Inadimplemento do
arrendatário. Retomada do bem e indenização limitada ao valor das
prestações que não foram pagas durante o período fértil do contrato.
Impossibilidade de ressarcimento de prestações vincendas. Vício
redibitório. Ausência de notificação do arrendatário ao arrendante no
tempo certo. Decadência. Inteligência do art. 178, par. 5º do CC. Agravo
retido utilizado contra anúncio de julgamento antecipado da lide.
Reconsideração ulterior da decisão pelo juiz processante. Perda de objeto
do agravo. Desnecessidade de reexame na instância revisora. Justiça
gratuita. Condenação em despesas processuais. Possibilidade, na hipótese
do art. 12 da Lei n° 1.060/50. Apelo parcialmente provido para excluir da
condenação as parcelas vincendas do contrato. Custas processuais e
honorários compensados e distribuídos proporcionalmente. Inteligência do
art. 21 do CPC.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.1973-6, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 26)

Ementa: ARRENDAMENTO MERCANTIL. VALOR RESIDUAL


GARANTIDO. SÚMULA N° 263/STJ. CANCELAMENTO.
A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça, nos Embargos de
Divergência em Recurso Especial n° 213.828/RS assentou, em benéfica
pacificação jurisprudencial, que o Valor Residual Garantido (VRG) dos
contratos de arrendamento mercantil pode ser pago a qualquer momento
durante a vigência do contrato, sem caracterizar exercício de compra e
venda. Afastamento da súmula 263/STJ. Recurso provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.1505-6, Relator(a):


Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 23.01.2004, pg. 24)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - PRELIMINAR DE NULIDADE DA


SENTENÇA DESACOLHIDA - AÇÃO DE NULIDADE DE CONTRATO
DE ARRENDAMENTO MERCANTIL - VÍCIO DE VONTANTE
ATINENTE À PACTUAÇÃO DO VRG ANTECIPADO E DO DÓLAR
COMO INDEXADOR - AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA -
REVELIA - PRESUNÇÃO RELATIVA DE VERACIDADE - NULIDADE
RESTRITA ÀS REFERIDAS CLÁUSULAS - ESTIPULAÇÃO DAS NOVAS
CONDIÇÕES - COBRANÇA DO VRG APENAS CASO O APELANTE
EXERÇA A OPÇÃO DE COMPRA AO FINAL - SUBSTITUIÇÃO DO
DÓLAR PELO INPC – CONDENAÇÃO DA APELADA À RESTITUIÇÃO
DOS VALORES INDEVIDAMENTE COBRADOS DO APELANTE -
APELAÇÃO CONHECIDA E PARCIALMENTE PROVIDA:

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 61
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
1 - Uma vez que o magistrado singular deu as especificações dos fatos e do
direito que firmaram o seu convencimento, havendo decidido a causa
dentro dos limites em que as partes reclamaram e em observância ao que
preceitua o art. 458 do Código de Processo Civil, inexiste a argüida
nulidade da sentença.
II - Ademais, a ausência de expressa menção atinente à determinada
circunstância da causa não implica em nulidade da sentença, podendo
apenas acarretar a sua reforma, quando julgamento do mérito recursal.
III - Tendo o Apelante argüido, na exordial, vício de vontade quanto à
fixação do VRG antecipado e do dólar como indexador, caberia à Apelada,
pelo princípio do ônus da impugnação específica, impugnar tais fatos. O
descumprimento do ônus prescrito no art. 302 do CPC acarretou a revelia
da Apelada, com a conseqüente presunção de veracidade das mesmas.
IV - Todavia, a presumida veracidade quanto ao vício de consentimento
não acarreta a nulidade de todo o contrato, restringindo-se às cláusulas
atingidas pelo vício.
V - O reconhecimento da nulidade acarreta a estipulação de novas
condições, com base na presumida vontade do Apelante, o que implica na
cobrança do VRG apenas caso o Recorrente, ao término da avença, exerça
sua opção de compra e na substituição do dólar pelo INPC, medido pelo
IBGE.
VI - Em decorrência dos novos termos da avença, prospera o pleito de
restituição dos valores indevidamente pagos pelo Apelante, devidamente
corrigidos.
VII – Apelação conhecida e parcialmente provida, reconhecendo apenas a
nulidade das cláusulas contratuais atinentes à cobrança antecipada do VRG
e à estipulação do dólar como indexador, estipulando que o VRG será
cobrado somente se o Apelante, ao término da avença, exercer sua opção
de compra e que dólar será substituído pelo INPC, medido pelo IBGE,
condenando o Recorrido á restituição dos valores indevidamente pagos
pelo Recorrente, devidamente corrigidos.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.8624-2, Relator: Desa.


Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 30.01.2004, pg. 25)

Ementa: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL – ARRENDAMENTO


MERCANTIL - SENTENÇA QUE EXTINGUIU O PROCESSO SEM
JULGAMENTO DO MÉRITO POR CONSIDERAR DESCARACTERIZADO
O INTRUMENTO DA AVENÇA - POSSIBILIDADE DE ANTECIPAÇÃO
DO VALOR RESIDUAL GARANTIDO (VGR) CANCELAMENTO DA
SÚMULA 263-STJ REINTEGRAÇÃO DE POSSE - CABIMENTO.

62 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
1. A antecipação do valor residual garantido não mais desvirtua o contrato
de arrendamento mercantil, consoante novo entendimento firmado pelo
Superior Tribunal de Justiça, diante do cancelamento da SÚM 263- STJ.
2. Em face do descumprimento do pacto arrendatário, restam configurados
os requisitos autorizadores da ação reintegratória.
3. Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.9210-9, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 26)

Arresto

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL.


AÇÃO CAUTELAR. MEDIDA LIMINAR DE ARRESTO CONCEDIDA.
INTERPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE TERCEIRO. ALEGADA POSSE DE
BOA-FÉ DO BEM OBJETO DO LITÍGIO. DEPÓSITO EM DINHEIRO
OFERTADO PELO EMBARGANTE. DECRETADA A INEFICÁCIA DA
CLÁUSULA DE INTRANSFERIBILIDADE DO VEÍCULO SUB JUDICE.
POSSIBILIDADE. EXEGESE DO ART.805 DO CPC PÁTRIO. DECISÃO
MANTIDA.
I - Perfectibilizado o depósito em dinheiro ofertado pelo embargante, é
mister que seja suspensa a liminar de arresto.
II - A aferição da idoneidade da caução ofertada é feita pelo juiz
processante da causa, sob o ângulo da verificação da sua adequação e
suficiência.
III - A averbação de cláusula de intransferibilidade do veículo objeto da
lide, quando já efetuado depósito em dinheiro, garantindo o mesmo objeto.
revela-se excessiva por onerar duplamente o embargante. AGRAVO DE
INSTRUMENTO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.6852-4,


Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 03.05.2004, pg. 22)

Assistência Judiciária

Ementa: IMPUGNAÇÃO AO PEDIDO DE JUSTIÇA GRATUITA -


CAPACIDADE ECONÔMICA ATUAL INCOMPROVADA.
- Não há que se reformar a decisão monocrática que indeferiu o pleito de
impugnação ao pedido de gratuidade de justiça, tendo em vista que não

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 63
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
fora comprovada pelo impugnante a capacidade financeira dos
impugnados.
- O fato de terem recebido quantia significativa tempos atrás não implica
que os impugnados apresentem, no momento, condições de custear as
despesas processuais.
- Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0083-5, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 15.03.2004, pg. 16)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - DECISÃO QUE NEGA


CONHECIMENTO À APELAÇÃO POR DESERTA – PARTE QUE
PLEITEOU OS BENEFÍCIOS DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA -
INEXISTÊNCIA DE DECISÃO, ANTERIOR À SENTENÇA OU POR
OCASIÃO DESTA, INDEFERINDO TAL PEDIDO - NECESSIDADE DE
CONFERIR OPORTUNIDADE PARA A PARTE EFETUAR O PREPARO -
AGRAVO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO:
I - Para que seja indeferida a gratuidade judiciária, faz-se imperiosa a
existência de decisão judicial, na qual o magistrado apresentará fundadas
razões (art. 5° da Lei de Assistência Judiciária), razão pela qual não se deve
decretar a deserção do recurso sem que a questão da assistência judiciária
gratuita tenha sido previamente examinada para, caso denegado o
benefício, seja oportunizado o pagamento do preparo.
II - No caso dos autos, apesar de a Agravante não haver cumprido a
determinação judicial atinente à comprovação da situação de pobreza,
inexiste decisão formal, antes da sentença ou por ocasião desta, indeferindo
o pleito. Tal fato, aliado à circunstância de que fora deferida a assistência
judiciária no incidente de impugnação ao valor da causa, conduziu a
Recorrente à conclusão de que estava albergada pelos benefícios da Lei n°
1.060/50, sendo justificada a não realização do preparo.
III - Agravo conhecido e parcialmente provido, reformando a decisão
objurgada especificamente para determinar seja aberto o prazo de 05
(cinco) dias para a Agravante efetuar o preparo da apelação.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0000.3769-8,


Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 25.03.2004, pg. 14)

Ementa: - Apelação Cível. Ação de despejo p/falta de pagamento c/c


cobrança de alugueres e acessórios da locação. Assistência judiciária.
Concedido ao necessitado o benefício reclamado, da condenação devem ser
excluídos os ônus da sucumbência. Os juros da mora, a seu turno, não

64 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
devem ultrapassar a taxa de 1% (um por cento) ao mês. Recurso conhecido
e provido. Alteração parcial da sentença. Decisão unânime. (TJCE, 2ª
Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0003.4811-8, Relator(a): Des. José
Maria de Melo, DJ. 05.02.2004, pg. 18)

Ementa: AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO -


PURGAÇÃO DA MORA - DEFENSOR PÚBLICO - ART. 5º § 5º DA LEI
1.060/50.
- Em Ação de Despejo por falta de pagamento, sendo o inquilino
beneficiário da justiça gratuita, deve o defensor público ser intimado
pessoalmente do prazo para purgação da mora, sob pena de violação da
Lei n° 1060/50;
- Apelação conhecida e provida.
- Sentença nula.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4831-0, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 09.01.2004, pg. 40)

Busca e Apreensão

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE BUSCA E


APREENSÃO - ANTERIOR PROPOSITURA DE AÇÃO REVISIONAL -
LIDES REUNIDAS EM FACE DA CONEXÃO - CARÁTER PREJUDICIAL
QUE NÃO ACARRETA A SUSPENSÃO DO FEITO -
INAPLICABILIDADE DO ART. 265, IV, “A”, DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL - AUSÊNCIA DE PREJUÍZO PARA O RECORRIDO, AUTOR DA
AÇÃO REVISIONAL - POSSIBILIDADE DE QUESTIONAR A
ILEGALIDADE DA COBRANÇA EM SEDE DE DEFESA NA AÇÃO DE
BUSCA E APREENSÃO - PRECEDENTES DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA - AGRAVO CONHECIDO E PROVIDO:
1- A existência de prejudicialidade entre a ação de busca e apreensão e a
ação revisional não acarretará a suspensão daquela (art. 265, IV, «a”, do
CPC) se as lides tiverem sido reunidas em face da conexão, fazendo-se
necessário apenas que a ação revisional seja julgada primeiramente.
II - O processamento da busca e apreensão não torna inócua a pretensão do
Agravado de questionar a legalidade das cláusulas contratuais que entende
abusivas. Tal matéria poderá, inclusive, ser apresentada pelo Recorrido em
sede de defesa na ação de busca e apreensão, uma vez que a ilegalidade da
cobrança afasta a efetiva ocorrência da “mora debitoris”, com a
conseqüente improcedência da busca e apreensão. Precedentes do
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 65
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
III - Agravo conhecido e provido, determinando que a ação de busca e
apreensão seja regularmente processada.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0001.0336-0,


Relator: Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 23.04.2004, pg. 44)

Ementa: Busca e apreensão.


1. Cerceamento de defesa e violação ao princípio do contraditório. Se a
autora após a contestação ofereceu-lhe réplica, não pode alegar
cerceamento de defesa por não lhe ter sido reaberto o prazo para sobre ela
se manifestar. Sendo-lhe negada, em audiência, a produção de prova
testemunhal, em que foi anunciado o julgamento antecipado da lide, o
apelante, que não interpôs contra essas decisões o recurso adequado no
prazo legal, não pode atacá-la na apelação, em razão dos efeitos da
preclusão do direito de fazê-lo.
2. Tratando-se de ação em que se discute a posse de bem móvel, cabe ao
réu, na contestação pleitear a indenização pelos prejuízos resultantes da
turbação ou do esbulho cometido pelo autor (CPC, 922). Ausência de
fundamentação da condenação em lucros cessantes. Constatada a total falta
de fundamentação do decisum, no que se refere a condenação por lucros
cessantes, deve ser decretada sua nulidade somente quanto a esse item.
Recurso provido, em parte.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.8704-9, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 27.01.2004, pg. 6)

Ementa: BUSCA E APREENSÃO - DECRETO-LEI N° 911/69 -


COMPROVAÇÃO DA MORA - NOTIFICAÇÃO - ELEMENTO
ESSENCIAL À AÇÃO - INDEFERIMENTO DA INICIAL.
- Correta a sentença monocrática que indeferiu a inicial, por não trazer a
comprovação da mora com cientificação pessoal do devedor. Não se pode
realizar a notificação na própria ação de busca e apreensão, sendo o
referido ato requisito da ação e de formação prévia.
- Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7393-5, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.02.2004, pg. 8)

Ementa: CIVIL. CAUTELAR. BUSCA E APREENSÃO. CONTRATO DE


COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA DE VEÍCULO USADO.
CARÁTER EMINENTEMENTE SATISFATIVO. ERRO NA ESCOLHA DO

66 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
RITO. FALTA DE INTERESSE PROCESSUAL. EXTINÇÃO DO
PROCESSO.
1. A ação de busca e apreensão, fundada em compromisso de compra e
venda de veículo, não sendo preparatória ou incidental de ação principal,
não pode revestir-se da índole de jus-satisfatividade intrínseca à ação de
busca e apreensão do Decreto-lei n.° 911/69.
2. Falta interesse processual ao autor que usa deste expediente processual,
no fito de receber o bem objeto do referido contrato.
3. Extinção do processo, sem julgamento do mérito (CPC, ad. 267, VI, e par.
3°).

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.8654-5, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 22)

Casamento

Ementa: - Conflito negativo. Dissenso entre o Juízo da Infância e da


Juventude e o Juízo de Família. Suprimento de idade, para casamento.
Menor sob a efetiva tutela protetiva dos genitores. Situação de desamparo
absolutamente estranha ao contexto vivenciado pelo nubente. Aptidão
cognitiva do Juízo da Infância e da Juventude indivisável. Artigo 148,
parágrafo único, ECA.
- Incidente dirimido, fixada a competência do Juízo de Família suscitado.
- Unanimidade.

(TJCE, 1ª câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2002.0000.0123-3,


Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra DJ. 15.04.2004, pg. 36)

Ementa: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ORDINÁRIA DE


NULIDADE DE CASAMENTO. PROCEDÊNCIA. REMESSA OFICIAL.
- Sentença do juiz de 1° grau, que se utilizando das prerrogativas do arts.
145, V. 183 VI e 207, do Cód. Civil brasileiro de 1916 (arts. 1521 VI e 1548, II,
do vigente CC de 10/01/2002), c/c arts. 269, I, primeira parte, 330, I, 458, I
a III e 459 do Cód. de Ritos, e art 100 da Lei dos Registros Públicos, declara,
por sentença a nulidade do casamento da senhora Maria Eloilma Bezerra
com o senhor José Altamirando Araújo, deve de ser confirmada, em
virtude do amparo legal e de justiça.
II - Merece manutenção a decisão judicial que, em ação ordinária de
nulidade, baseada em prova documental de ocorrência de casamento em

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 67
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
primeiras núpcias, reconhece nulo de pleno direito o matrimônio contraído
por infringência de impedimento inafastável, qual seja, a bigamia.
III - Recurso de oficio conhecido, mas improvido. Sentença confirmada.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.2592-2, Relator: Des.


José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.01.2004, pg. 15)

Caução

Ementa: PROCESSUAL CIVIL - MEDIDA LIMINAR CAUTELAR DE


CAUÇÃO PARA SUBSTITUIÇÃO DE GARANTIA HIPOTECÁRIA -
IMPOSSIBILIDADE - DECISÃO REFORMADA.
1. Em se tratando de um pacto celebrado em cédula rural hipotecária, não é
admissível uma das partes contraentes substituir os bens dados em
garantia, sem o assentimento do credor, máxime quando a pretensa
substituição irá recair sobre título de Obrigação de Guerra sem valor
mercadológico.
2. Decisão em sentido contrário é insustentável, por ser injurídica e, como
tal, merece a devida reparação.
3. Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.3657-6,


Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 03.05.2004, pg. 22)

Citação

Ementa : CIVIL - PROCESSUAL - AÇÃO CAUTELAR - CITAÇÃO


AUSÊNCIA.
1. “Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado, a fim
de se defender” (CPC, 213). Ademais, para se legitimar, o ato deverá
consignar expressamente, e em seu inteiro teor, a advertência contida no
art. 285, parte segunda, comunicando, ainda, o prazo para a resposta e o
juízo e cartório, com o respectivo endereço (CPC, 223). Serão nulas as
citações e as intimações quando feitas sem observância das prescrições
legais (CPC, 247). Vale dizer, sem citação, ou com sua nulidade, a relação
processual não se constitui e desenvolve validamente, contaminando todos

68 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
os atos subseqüentes, inclusive a sentença. Daí que a qualquer momento,
em qualquer juízo, pode ser alegada.
2. Para a validade do processo é indispensável a citação inicial do réu
(CPC, 214). No caso dos autos, tais requisitos não foram atendidos,
inexistindo, portanto, citação válida. Nulidade processual decretada.
Recurso provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.7731-2, Relator: Des.


José Arísio Lopes da Costa, DJ. 19.04.2004, pg. 11)

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA.


LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO. IMPETRANTE INSTADA A
PROMOVER A CITAÇÃO. INÉRCIA. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM
JULGAMENTO DE MÉRITO.
I. Incumbe ao autor promover a citação do litisconsorte passivo necessário
no prazo assinado pelo juiz, acarretando a inércia do demandante a
extinção do processo sem julgamento de mérito, ante a falta de pressuposto
de desenvolvimento válido do feito ( art. 47, parágrafo único, combinado
com art. 267, IV, do Código de Processo Civil).
II. Questão de ordem acolhida, extinguindo-se o mandado de segurança
sem julgamento de mérito.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0006.3089-1,


Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 27.04.2004, pg. 9)

Ementa: CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO. APELAÇÃO


FORMULADA COM O FITO DE SER DECLARADA A NULIDADE DO
ATO CITATÓRIO. RÉU QUE, TODAVIA, COMPARECE AOS AUTOS,
ANTES DA SENTENÇA, DANDO-SE, ASSIM, OBVIAMENTE, POR
CITADO. INTELIGÊNCIA DO § 1º DO ART. 214 DO DIGESTO
PROCESSUAL. IMPROCEDÊNCIA DO APELO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.4629-2, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.02.2004, pg. 16)

Ementa: PROCESSUAL CIVIL AGRAVO DE INSTRUMENTO AÇÃO DE


USUCAPIÃO - INCONSISTÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO RECURSAL
DECISÕES AGRAVADAS MANTIDAS.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 69
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
1 - De acordo com disposição expressa na nossa Lei Adjetiva Civil, a citação
do réu é, em regra, pessoal, só sendo admitida através de procurador
quando este estiver legalmente autorizado e investido de poderes
específicos, daí o acerto dos despachos agravados, que mandou repetir ato
citatório praticado sem observância de tal regramento jurídico.
2 - Recurso conhecido, porém improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, agravo de Instrumento n˚ 2002.0000.7727-2,


Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 06.02.2004, pg. 6)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. CITAÇÃO. ALEGAÇÃO DE


NULIDADE. ATO EFETIVADO EM PESSOA QUE NÃO POSSUI A
QUALIDADE DE REPRESENTANTE LEGAL DA EMPRESA
PROMOVIDA. DESCABIMENTO. EXISTÊNCIA DE CIRCUNSTÂNCIAS
FÁTICAS QUE LEVAM A CONCLUIR PELA VALIDADE DO ATO
CITATÓRIO. APLICABILIDADE DA TEORIA DA APARÊNCIA.
DILIGÊNCIA PROCEDIDA EM FACE DE QUEM, NA SEDE DA PESSOA
JURÍDICA DEMANDADA, APRESENTOU-SE COMO SUA
REPRESENTANTE, SEM FAZER QUALQUER RESSALVA, APONDO,
INCLUSIVE, O “CIENTE” NO MANDADO. PRINCÍPIO DA
MORALIDADE PROCESSUAL. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS.
RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0004.5373-8/0,


Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.01.2004, pg. 9)

Ementa: O PROCESSUAL CIVIL - BUSCA E APREENSÃO - EXTINÇÃO


DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO - PRESSUPOSTOS
PROCESSUAIS - CITAÇÃO QUE NÃO SE EFETIVOU POR FALTA DE
DETERMINAÇÃO JUDICIAL - RELAÇÃO PROCESSUAL FALHA -
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
I - A relação jurídica processual é aquela formada entre o autor e o juiz,
entre o juiz e o réu e entre o autor e o réu. É uma relação trilateral
II - a citação é pressuposto indispensável para a existência da relação
processual, não se verificando esta, pois, sem a feitura daquela.
III - O magistrado “a quo” não se utilizou de todos os meios ofertados pela
lei processual para efetivar o chamamento do réu ao processo, não
podendo o mesmo ter declarado a ausência da citação, sem nem mesmo tê-
la determinado.
IV - Apelo conhecido e provido.

70 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.0432-3, Relator(a):
Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 12.04.2004, pg. 29)

Coisa Julgada

Ementa: CIVIL - PROCESSUAL - EXECUÇÃO DE SENTENÇA -


EMBARGOS DO DEVEDOR - REVISÃO DE BENEFÍCIO – PENSÃO
INTEGRAL - COISA JULGADA MATERIAL. - A sentença, que julgar total
ou parcialmente a lide, tem força de lei nos limites da lide e das questões
decididas (CPC, art. 468). No caso, pretende o executado, porque afastadas
sejam da pensão da exeqüente parcelas que considera pro labore faciendo
como tal devidas somente ao servidor da ativa. No entanto, as vantagens
assestadas constituem objeto abrangido pela sentença exeqüenda, proferida
no processo de conhecimento, sob confirmação em grau recursal. Destarte,
por força dos efeitos da cosia julgada material, não é lícito ao magistrado
da causa executiva aferir a existência de qualquer defeito ou irregularidade
contida no bojo do processo de conhecimento definitivamente solucionado,
por força dos efeitos da coisa julgada material. Daí que não há de prosperar
a pretensão do embargante, vale dizer, não mais comportando apreciação
por parte do Órgão Cameral, sem que ofenda o princípio da coisa julgada.
Sentença confirmada.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.0242-7/1, Relator:


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 12)

Competência

Ementa: - Conflito negativo de competência. Acautelatória incidente.


Equacionamento afeto ao juízo da ação principal (artigo 800, CPC).
Diploma local atributivo de atividade jurisdicional única e exclusiva de
órgão judicial (in casu, Lei n° 12.553/95), deve ser encarado com a devida
reserva, não prevalecendo, por óbvio, para arredar a competência funcional
ditada pelo legislador federal.
- “A competência legislativa dos Estados não vai além das regras
destinadas a determinar os critérios para a competência de seus juízos, ou
seja, regras pertinentes a uma das progressivas indagações que se fazem ao
longo do iter de concretização da jurisdição. A regência geral da
competência de juízo, incluindo principalmente regras sobre prorrogação
da competência (competência absoluta ou relativa), é tema estrito de direito

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 71
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
processual e não de organização judiciária” (Dinamarco, Instituições de
Direito Processual Civil, 2001, vol. 1, página 545).
- Incidente mal propício, assentando-se -a competência do Juízo da 16 Vara
de Familia, aqui suscitante.
- Unanimidade.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2000.0015.1995-7,


Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 10.02.2004, pg. 51)

Ementa: INCIDENTE PROCESSUAL. CONFLITO NEGATIVO DE


COMPETÊNCIA CÍVEL. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E
DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE DE FATO C/C PARTILHA DE BENS E
OFERTA DE ALIMENTOS EM FAVOR DE FILHOS MENORES.
CONFLITO CONHECIDO, PARA DECLARAR COMPETENTE O JUÍZO
DE FAMÍLIA.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2002.0007.0424-2,


Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 09.02.2004, pg. 5)

•Ação Revisional e Ação de Execução

Ementa: Direito Processual Civil. Conflito Negativo de Competência. Ação


de Execução e Revisional de Contrato. Inexistência de conexão ou
continência. Inteligência do artigo 105, do CPCivil.
I - O art. 105, do CPCivil, não contém regra de competência, mas somente
de direção processual. Portanto, como a execução por quantia certa contra
devedor solvente não comporta julgamento, não ensejando, pois, a
prolação de sentença de mérito, não se há falar em perigo de decisões
conflitantes, razão pela qual não se admite, a priori, a reunião dos
processos - execução e ação revisional do título exeqüendo.
II - Conflito Negativo de Competência conhecido e improvido. Decisão
unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2002.0003.4844-6,


Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 09.02.2004, pg. 5)

•Incompetência Relativa

72 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. DIREITO
PROCESSUAL CIVIL. INCOMPETÊNCIA RELATIVA. INEXISTÊNCIA
DE EXCEÇÃO OPOSTA PELO RÉU.
I - De acordo com a orientação jurisprudencial oriunda da Súmula n° 33, do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), “A incompetência relativa não pode ser
declarada de ofício”. Certo é também que, nos termos do disposto no art.
112, do CPCivil; somente por meio de “exceção” é que se argúi a
incompetência relativa.
II - Incidente conhecido e provido.
Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2000.0015.5963-0,


Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 09.02.2004, pg. 5)

•Na Relação de Consumo

Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE


COMPETÊNCIA. AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO E AÇÃO
ORDINÁRIA DE COBRANÇA. RELAÇÃO DE CONSUMO E FORO DE
ELEIÇÃO. PREVALÊNCIA DA COMPETÊNCIA DAQUELE ÓRGÃO
JUDICIAL QUE MELHOR SE COADUNE COM O PRINCÍPIO DA
FACILITAÇÃO DO ACESSO DO CONSUMIDOR À PROTEÇÃO
JURISDICIONAL.
I - Em se tratando de relação de consumo há de prevalecer o foro do juízo
que efetivamente possibilite ao consumidor o acesso ao órgão judicial,
como direito básico, previsto no art. 6°, inciso VII, da Lei n° 8.078/90,
CDConsumidor.
II - Conflito de competência conhecido e provido. Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2002.0000.0249-3,


Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 09.02.2004, pg. 5)

•Reparação de Danos

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXCEÇÃO DE


INCOMPETÊNCIA - AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS -
COMPETÊNCIA DO FORO DO LUGAR DO ATO OU FATO - ART. 100,
INCISO V, ALÍNEA “A” DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - DANOS
OCORRIDOS DE MODO DIFUSO - POSSIBILIDADE DE O AUTOR

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 73
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
ESCOLHER O FORO - PRECEDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE
JUSTIÇA - AGRAVO CONHECIDO E PROVIDO:
1- O art. 100, inciso V, alínea “a” do Código de Processo Civil dispõe que,
em se tratando de ação de reparação de dano, o foro competente é o do
lugar do ato ou fato.
II - Se o dano é causado em diversos lugares, o autor pode, à sua escolha,
propor a ação em qualquer dos foros correspondentes. Precedente do
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
III - Agravo conhecido e provido, firmando a competência do juízo da 27
Vara Cível da Comarca de Fortaleza/Ce para o processamento e
julgamento da ação de reparação de danos n° 1999.02.52167-3.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.8600-0,


Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 25.03.2004, pg. 14)

Compra e Venda

Ementa: Relação de Consumo. Contrato de Compra e Venda de imóvel.


Pagamento parcelado. Inadimplência do comprador. Nulidade de cláusula
estabelecendo perda total em favor do credor por falta de pagamento do
devedor. Implica em tratamento Iníquo, de conseqüências imprevisíveis e
danosas para os diversos setores da economia, devolver ao devedor
inadimplente todo o valor pago, sem o mínimo de ressarcimento dos custos
suportados pelo vendedor, como corretagem e outros. Apelação conhecida
e parcialmente provida.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.6638-7, Relator(a):


Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 04.05.2004, pg. 26)

Ementa : VENDA COM RESERVA DE DOMÍNIO - AJUIZAMENTO DE


AÇÃO DE DEPÓSITO.
- Há possibilidade de promover a busca e apreensão e depósito nos
contratos de compra e venda com cláusula com reserva de domínio, em
obediência ao art. 1.071, § 2°e 3°do CPC;
- Apelação conhecida e provida.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.1516-1, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 09.01.2004, pg. 39)

74 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
Compromisso de Compra e Venda

Ementa: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. PROMESSA DE COMPRA E


VENDA. TERRENO NÃO LOTEADO. ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA.
APELAÇÃO.
I - A adjudicação compulsória independe de inscrição do compromisso de
compra e venda no registro imobiliário, assim como, à falta deste, não se
dispensa a prévia interpelação para constituir em mora o devedor.
II - O contrato de compromisso de compra e venda de imóveis, ainda que
não loteados, confere o direito de adjudicação compulsória quando
reunidos os requisitos legais. Hipótese dos autos. Possibilidade.
III - O juiz deve determinar, antes da sentença, providências que
assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento, suprindo
as lacunas do contrato e ensejando, assim, a real prestação da tutela
jurisdicional requestada.
IV - Inteligência dos arts. 16 e 22 do Decreto-lei N° 58/1 937, e dos arts. 461,
639, 640 e 641 do CPC.
V - Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.6620-4, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.04.2004, pg. 21)

Condições da Ação

Ementa: PROCESSO CIVIL. PENHORA DE CRÉDITOS SUPOSTAMENTE


ILEGAL EM PROCESSO DE EXECUÇÃO. AJUIZAMENTO DE AGRAVO
DE INSTRUMENTO COM PEDIDO LIMINAR. DENEGAÇÃO,
AGUARDANDO JULGAMENTO DE MÉRITO. AJUIZAMENTO
POSTERIOR DE MANDADO DE SEGURANÇA. IMPRESTABILIDADE
DA VIA ELEITA PARA ATACAR ATO JUDICIAL CARACTERIZADO
COMO DECISÃO INTERLOCUTÓRIA. FALTA DE INTERESSE DE AGIR.
CARÊNCIA DE AÇÃO. LITISPENDÊNCIA. AUSÊNCIA DE
PRESSUPOSTO DE CONSTITUIÇÃO E DESENVOLVIMENTO VÁLIDO E
REGULAR DO PROCESSO. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM
JULGAMENTO DE MÉRITO.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Mandado de Segurança n˚ 2000.0015.4765-9,


Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 07.04.2004, pg. 38)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 75
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Conexão

Ementa: PROCESSO CIVIL. CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA.


AÇÕES DE DESPEJO E DE ANULAÇÃO DE CONTRATOS.
IDENTIDADE DE CAUSAS DE PEDIR CONEXÃO. INTELIGÊNCIA DOS
ARTS. 103, 105 E 106 DO CPC.
- Em se tratando de ações em que figurem as mesmas partes e existindo
discussão do mesmo contrato em ambas as ações, gerando identidade de
causas de pedir, é de se reconhecer a conexão, evitando-se decisões
contraditórias.
- Conflito conhecido, mas para declarar competente o juízo suscitante.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Conflito Negativo de Competência n˚


2002.0004.6892-1, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 18.03.2004,
pg. 7)

Consignação em Pagamento

Ementa: CONSIGNAÇÃO - MORA - ALEGAÇÃO DE CLÁSULAS


ABUSIVAS NO CONTRATO.
- Para vir a juízo discutir a validade e eventual nulidade de contrato, à luz
do CDC e da via consignatória, deve antes o interessado afastar a mora.
- Inadequado o procedimento eleito para socorrer o direito argüido.
- Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4273-8, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 09.01.2004, pg. 39)

Consumidor

Ementa: Agravo de Instrumento. Direito do consumidor. Fornecimento de


energia elétrica. Possibilidade de Interrupção ante a configurada
inadimplência do usuário que, regularmente notificado para adimplir a
obrigação renite em não solvê-la. De acordo com a nova orientação
jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) . Resp 337.965-MG,
Rel. Min. Eliana Calmon, j. 2/9/2003 é possível a cessação do fornecimento
de energia elétrica, água e serviços similares, diante da inadimplência do
usuário constituído em mora. Recurso conhecido e provido. Interlocutória
agravada desconstituída. Decisão unânime.

76 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.8899-1,


Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 03.06.2004, pg. 21)

Ementa: Ação ordinária de danos materiais e morais, decorrente de relação


de consumo, devendo ser examinada sob a égide do Código de Defesa do
Consumidor. Instituição financeira que encerra atividades da agência, não
informando ao correntista o destino de sua conta. Inscrição, a posteriori, de
débito em órgão de proteção de crédito, sob o pálio da existência de débito
em conta corrente, mantida em outra agência, sem conhecimento do
correntista. Inserção de diversos débitos não autorizados. Inexistência de
demonstrativo de que os débitos efetivamente foram autorizados ou
causados pelo correntista. Quebra de confiança. Reconhecimento da
existência de dano material, fixado na quantia injustamente cobrada do
correntista, no valor de R$ 1.613,99 (um mil, seiscentos e treze reais e
noventa e nove centavos), bem como de dano moral, com fixação em dez
(10) vezes o valor do dano material. Recurso conhecido e provido,
revertendo a sentença, com a reversão, por igual, dos ônus sucumbenciais.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.9208-7, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.01.2004, pg. 20)

Ementa: APELAÇÃO - ODINÁRIA COM PEDIDO DE LIMINAR -


CONTRATO DE FINANCIAMENTO INSTITUIÇÃO BANCÁRIA -
COBRANÇA DE JUROS NOS TERMOS DO ART. 20 DA EC/40, DE
29.5.2003 - SUBSTITUIÇÃO DO DÓLAR PELO INPC - PEDIDO DE
EXCLUSÃO DE CLÁUSULAS NÃO QUESTIONADAS - RELAÇÃO DE
CONSUMO CONFIGURADA - INCIDÊNCIA DAS NORMAS DO CDC -
RECURSO CONHECiDO, MAS PARCIALMENTE PROVIDO.
I - O princípio da autonomia da vontade há muito perdeu seu caráter
absoluto, sujeitando-se o contrato às normas inderrogáveis de ordem
pública e à intervenção judicial na economia do mesmo.
II - As instituições bancárias, como prestadoras de serviços especialmente
contempladas no art. 3°, parágrafo 2°, estão submetidos às disposições do
Código de Defesa do Consumidor
III - Recurso conhecido, mas parcialmente provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.3738-6, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.01.2004, pg. 20)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 77
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Crédito Rural

Ementa: -Nota de crédito rural. Embargos à execução. Taxa de juros.


Capitalização.
-O Decreto-lei n. 167, de 14.02.1967, que dispõe sobre títulos de crédito
rural, em seu art. 5°, confere ao Conselho Monetário Nacional o dever de
fixar as taxas de juros a serem praticadas, sendo defesa a cobrança dos
mesmos acima de 12% (doze por cento) ao ano, se não demonstrada, pelo
credor, a prévia estipulação, pelo CMN, das taxas de juros correspondentes
á data da emissão da nota de crédito rural.
-Quando expressamente pactuada, como ocorreu no caso dos autos, é
admissível a capitalização de juros (Súmula n. 93 do STJ).
-É nula a cláusula contratual que sujeita o devedor à taxa de juros
divulgada pela ANBID/CETIP (Súmula n. 176 do STJ).
-Recurso parcialmente provido, por maioria.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.6422-2, Relator(a):


Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 29.01.2004, pg. 18)

Danos Morais

Ementa: DANO MORAL. UTILIZAÇÃO DO CPF DO REQUERENTE,


PARA ABERTURA DE CONTA DE TERCEIRO. EMBARAÇOS À VIDA
CREDITÍCIA, OCASIONADOS PELA INSCRIÇÃO INDEVIDA DO NOME
DO AUTOR EM CADASTROS DE INADIMPLENTES. CONDUTA
DESIDIOSA DO BANCO APELANTE QUE CAUSOU ABALO DE
CRÉDITO AO REQUERENTE. DANOS CONFIGURADOS. OBRIGAÇÃO
DE REPARAR INAFASTÁVEL.
- Devidamente demonstrada a existência do ato ilícito, do qual resultou
abalo à parte, descabida é a exigência de prova do dano moral, porque este
se passa no íntimo psicológico do sujeito.
- Quantum da indenização, fixado na sentença, consentâneo com a
realidade dos fatos traduzidos no feito, proporcionando à vítima uma
compensação pelos transtornos e abalo à integridade moral sofridos.
RECURSO CONHECIDO, MAIS IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1259-0, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 03.05.2004, pg. 23)

78 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
Ementa: REPARAÇÃO. DANO MORAL PURO. MÁCULA À HONRA E
IMAGEM DO DEMANDANTE. CONSTITUCIONAL INDENIZAÇÃO.
IMPROVIMENTO DO RECURSO.
Visualizada a culpa no evento, imperioso se faz o dever de reparar por ato
do preposto. Ao contrário do dano material, o dano moral puro não
necessita de comprovação de prejuízos, bastando que se aglutinem os
aspectos constituintes da irresponsabilidade civil: ação, dano e vínculo.
O dano moral qualifica-se pela mácula íntima da honra e pelo sofrimento
causa do pelo evento danoso. Infringência ao art. 5°, inciso X da CF/88, que
reporta a inviolabilidade da hora da pessoa.
O valor da indenização será fixado por arbitramento judicial, levando-se
em conta a gravidade do dano, situação social e política do lesado e a
intensidade de dolo ou culpa. Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.6894-0, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 23.04.2004, pg. 46)

Ementa: Apelação Cível. Direito Civil e Processual Civil. Responsabilidade


civil. Danos morais. Inscrição indevida de consumidor nos cadastros de
inadimplentes. “Quantum” indenizatório. Sucumbência recíproca.
I - Todo ato ilícito gera para seu autor a obrigação de ressarcir o prejuízo
causado a outrem, na dicção do art. 186, do Código Civil (Lei n° 10.406, de
10.01.2002). Responde o fornecedor, portanto, pela inscrição indevida de
consumidor nos cadastros de inadimplentes, cujo dano moral respectivo,
em tal situação, comprova-se com a simples demonstração da ausência de
justa causa para a negativação impugnada judicialmente.
II – Quando o “quantum” indenizatório revelar-se exacerbado compete à
instância revisora, desde que regularmente provocada a tal respeito,
reduzi-lo de modo a se evitar a ocorrência do denominado “ganho sem
causa”, sobretudo para estabelecer o montante da indenização devida em
valor compatível com a realidade econômica do país.
III - Havendo sucumbência recíproca impende que o órgão judicial aplique
ao caso concreto a regra inserta no art. 21, do CPCivil.
IV - Recurso conhecido e parcialmente provido. Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0008.7770-8, Relator: Des.


José Maria de Melo, DJ. 19.04.2004, pg. 20)

Ementa: Danos morais. Vítima de acidente de trânsito, O fato de os filhos


da falecida terem atingido a maioridade não lhes tira o direito à
indenização por danos morais. Recurso improvido.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 79
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.7260-8, Relator: Des.


Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 10.03.2004, pg. 18)

Ementa: Dano moral. Inscrição indevida no SERASA. Deve-se indenizar.


Fixação do quantum. A inscrição do nome do cliente indevida no cadastro
do SERASA gera o dever de indenizar, pois abala o seu psicológico e
quando for fixado o valor da indenização, deverão ser observados os
critérios da reparabilidade à vitima e punição ao infrator, com o intuito de
reiterar a conduta da vítima. Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7132-0, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.02.2004, pg. 21)

Ementa: PROCESSUAL CIVIL - DANO MORAL OMISSÃO DE


ATENDIMENTO HOSPITALAR DE PRONTO, AGRAVADO COM
FATURAMENTO DE PARCELAS INDÉBITAS - ATO ILÍCITO PASSÍVEL
DE REPARAÇÃO CIVIL, INDEPENDENTEMENTE DE COMPROVAÇÃO
DE SEQÜELA - SENTENÇA REFORMADA.
1. O sentimento de desconforto, de constrangimento, aborrecimento e
humilhação de que um pai foi vítima pelo não atendimento de um rebento
febril, necessitando de urgente atendimento hospitalar, a pretexto de uma
acusação falsa de inadimplemento de obrigação, com a ousadia de
expedição de faturas de contas indébitas, caracteriza, evidentemente, ato
ilícito passível de inarredável reparação civil por dano moral,
independentemente de prova de seqüela.
2. Decisão que entende de modo contrário é insustentável, por inaplicação
escorreita do direito e, como tal, imerece persistir.
3. A indenização pleiteada de R$ 500.000,00, entretanto, se me afigura
exacerbada, não só por comprometimento da realidade econômica
combalida do nosso País, mas por entender que o direito não pode,
evidentemente, se constituir via sesga para proporcionar enriquecimento
sem causa.
4. Apelo conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0001.6518-0, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 16.02.2004, pg. 23)

80 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
Ementa: Ordinária de Reparação de Danos Morais. Veículo injustamente
subtraído da posse da Autora, inexistindo qualquer liame jurídico entre a
mesma e o Suplicado, vez que o automóvel se encontra alienado a outra
instituição financeira e os pagamentos, em dia. Inadmissibilidade.
Inaceitação da existência de fraude em órgão de trânsito, por não provada
e, mesmo que existente, não ser oponível contra terceiro, que de boa fé
adquire o automóvel. Reconhecimento da existência de dano moral, fixo o
valor de acordo com o contrato corrigidos legalmente, quando da
ocorrência do dano. Recurso conhecido e parcialmente, provido,
revertendo a sentença, com a reversão, por igual, dos ônus sucumbenciais.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2621-4, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 16.02.2004, pg. 21)

Ementa: - Indenizatória. Danos morais. Resultado errôneo em exame de


sangue laboratorial. Indefectível desconfiança de quadro clínico grave
(informes conducentes à diagnóstico de leucemia). Eventus damni
comprovado. Indenizatória devida. Redutivo no quantum. - Presente, nos
autos, demonstrativa hábil à evidência da falha laboratorial, anotação de
índices anormais nos valores da hemoglobina e da glicose divisável, a mais,
a confiança depositada pela médica nos
informes, e nisto nada de estranhável, diante da notória deficiência do
sistema público de ocorrente, como consectário do proceder errôneo do
laboratório, diagnóstico equivocado, eventus damni bem comprovado, pela
intensa dor e angústia advenientes de prognóstico severamente adverso à
higidez física, até mesmo fatal (leucemia). - Pretensão indenizatória
inarredável, reduzido, todavia, o quantum, para adequá-lo aos lindes da
razoabilidade. Reexame e insurgência apelatória improvidos, sentença
confirmada. - Unanimidade.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.1854-0, Relator: Des.


Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 21.01.2004, pg. 11)

Ementa: AGRAVO RETIDO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EFEITO


MODIFICATIVO. JULGAMENTO EXTRA-PETITA.
- Os Embargos declaratórios podem ter, excepcionalmente, caráter
infringente. Um desses casos é quando são utilizados para suprir omissão
constante do julgado.
- Como se depara no caso sub examine, a questão da repetição do indébito
foi devidamente fundamentada no corpo da sentença, apesar do
dispositivo ser omisso. O suprimento da omissão pode acarretar, neste
caso, o efeito modificativo.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 81
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
- O mesmo entendimento não se dá, entretanto, quando o juiz ultrapassa o
suprimento da omissão para criar um novo valor para os honorários
advocatícios, mormente quando não argüidos pelo embargante. Recurso
conhecido, e parcialmente provido.
REPARAÇÃO DE DANO MORAL PURO. MÁCULA À HONRA E
IMAGEM DO DEMANDANTE. CONSTITUCIONAL. REPETIÇÃO DE
INDÉBITO. IMPROVIMENTO DO RECURSO.
- Ao contrário do dano material, o dano moral puro não necessita de
comprovação de prejuízos, bastando que se aglutinem os aspectos
constituintes da irresponsabilidade civil: ação, dano e nexo causal;
- O dano moral qualifica-se pela mácula íntima da honra e pelo sofrimento
causado pelo evento danoso;
- Infringência ao art. 5˚, inciso X da CF/88, que inviolabilidade da honra da
pessoa;
- O valor da indenização será fixado por arbítrio judicial, levando-se em
conta a gravidade do dano, situação social e política do lesado e a
intensidade de dolo ou culpa;
- As quantias cobradas, indevidamente, serão devolvidas em dobro.
Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.4432-5, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 13.02.2004, pg. 26)

Ementa: DIREITO CIVIL. REPARAÇÃO CIVIL. DANOS MORAIS.


SUSCITAÇÃO DE DÚVIDA EM RELAÇÃO AO “QUANTUM”
INDENIZATÓRIO.
I - Há clara exposição fática e jurídica nas razões expostas pelos
demandados - apelantes, na qual pode se inferir, com facilidade, o que fora
pleiteado. Inexistência de desrespeito ao art. 514, II, do CPC. Preliminar
argüida por Milton Dias Rocha rejeitada.
II - Na fixação do “quantum” indenizatório, relativo aos danos morais
reclamados, cabe ao órgão judicial estabelecê-lo, quando cabível, em tal
montante, de sorte a evitar abusos e exageros, compatibilizando o valor da
indenização devida, pois, à realidade econômica vivenciada.
III - Afigura-se justa a condenação de cada parte promovida ao pagamento
do valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a título de reparação de abalo
moral constatado.
IV - Inaplicabilidade do art. 42 § único do CDC em ações de reparação de
danos morais.
RECURSOS APELATORIOS CONHECIDOS, NEGANDO-SE
PROVIMENTO AOS APELOS INTERPOSTOS POR MILTON DIAS
ROCHA, BANCO FIBRA S/A E FIBRA LEASING S/A -
ARRENDAMENTO MERCANTIL. SENTENÇA CONFIRMADA.

82 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0004.3951-2, Relator: Des.


José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 04.01.2004, pg. 10)

Ementa: Dano moral puro. Coação. Uso irregular das vias de direito a fim
de obter da vítima ruinosa declaração de vontade. Abuso de direito que
evidencia vício de consentimento capaz de incutir à paciente fundado
temor de dano à sua pessoa e sua família, como a perda da oportunidade
para ser contratada como docente pela Universidade Federal do Ceará -
UFC, caso não obtivesse sua exoneração do q uadro de professores da
Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA. Aplicação do art. 98 do
Código Civil revogado. Ação de anulação do ato administrativo, cumulada
com indenização por danos morais, julgada procedente. Recurso
parcialmente provido para adequação do quantum indenizatório ao
princípio da proporcionalidade.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.5055-4, Relator(a):


Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 04.06.2004, pg. 10)

Desconsideração da Personalidade Jurídica

Ementa: CERTIDÃO NEGATIVA - CTN ART. 135 - ART. 5º, XXXIV DA


CF.
- A preliminar suscitada pelo apelante, onde argüi a inexistência de direito
líquido e certo, confunde-se com o próprio mérito da lide e, como tal, não
se delineia como pressuposto de constituição e desenvolvimento válido e
regular do processo. Por outro lado, não se pode aqui afirmar o seu não
conhecimento, pois, como é lógico, resta sua análise reservada à apreciação
do mérito do recurso, sendo conhecida, portanto, como questão
identificada com a própria pretensão.
- O sócio submete-se a regime jurídico que lhe é peculiar e que se traduz
em obrigações e direitos que a lei e o contrato social lhe reservam, sendo
certo que têm que participar da formação do capital e das perdas sociais até
o limite da correspondente responsabilidade que lhe é imputada, de acordo
com o tipo societário da empresa e, ainda assim, somente devendo ser
chamada à aplicação direta em casos extremos, quando demonstrada
fraude, subsunção aos casos previstos no Código Tributário Nacional ou no
caso de disposição legal relacionada ao tipo societário, uma vez verificada a
insuficiência do patrimônio da pessoa jurídica em face de suas obrigações.
- Recurso conhecido e improvido.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 83
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1916-1, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.05.2004, pg. 27)

Direito de Visita

Ementa: DIREITO DE VISITA PATERNA - SUSPENSÃO INDEVIDA DO


ALUDIDO DIREITO DE VISITA. AUSÊNCIA DE PROVA DO
COMETIMENTO DE ABUSO POR PARTE DO PAI, COM RELAÇÃO À
SUA FILHA. A SENTENÇA MONOCRÁTICA SE RESSENTE DA FALTA
DE PROVA DO REFERIDO ABUSO, DESTARTE CONTRARIANDO A
NORMA CONTIDA NO ART. 93, INCISO IX, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL VIGENTE - E NO ART. 165 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL
– RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO PARA AUTORIZAR A VISITA
ACOMPANHADA, POR DUAS HORAS, EM SEMANAS ALTERNADAS.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.8643-3,


Relator(a): Des. Antônio Olímpio Castelo Branco DJ. 01.04.2004, pg. 19)

Distrato Social

Ementa: CIVIL PROCESSUAL CIVIL. SUSCITAÇÃO DE DÚVIDA.


DISTRATO SOCIAL DE PROMITENTE VENDEDORA DE IMÓVEL.
APELAÇÃO CÍVEL. PROCEDÊNCIA.
I - Escritura pública de distrato social concedendo poderes a pessoa física
(sócio) para praticar quaisquer atos até a dissolução da sociedade;
II - Arquivamento do instrumento de distrato na Junta Comercial após a
celebração de escritura pública de compra e venda de imóvel;
III - Determinação ao oficial de registro da 5ª zona de imóveis desta Capital
para que efetue a matrícula do imóvel objeto da lide;
IV - Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7913-5, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 03.05.2004, pg. 23)

Doação

84 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
Ementa: DIREITO CIVIL. DOAÇÃO. ANULAÇÃO POR
MALFERIMENTO AO DISPOSTO NOS ARTS. 1.175 E 1.176, DO CÓDIGO
CIVIL DE 1916, VIGENTE À ÉPOCA. DOAÇÃO DE TODOS OS BENS,
SEM RESERVA DE PARTE, OU RENDA SUFICIENTE PARA A
SUBSISTÊNCIA DA DOADORA. INOCORRÊNCIA. BENS DOADOS
COM CLÁUSULA DE USUFRUTO VITALÍCIO EM FAVOR DESTA. ATO
DE LIBERALIDADE QUE NÃO ENGLOBOU A TOTALIDADE DO
PATRIMÔNIO DA DOADORA. INEXISTÊNCIA, ADEMAIS, DE
HERDEIROS NECESSÁRIOS. PESSOA DE IDADE AVANÇADA E SAÚDE
DEBILITADA, QUANDO FEITA A DOAÇÃO. PROVA QUE
DEMONSTROU A LUCIDEZ E A AUSÊNCIA DE QUALQUER VÍCIO DE
CONSENTIMENTO. PROCEDÊNCIA INVIÁVEL, POR NÃO TER O
AUTOR PROVADO SATISFATORIAMENTE OS FATOS
CONSTITUTIVOS DO SEU DIREITO. PRETENSÃO INDEFERIDA.
SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.6026-0, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 02.06.2004, pg. 13)

Duplo Grau de Jurisdição

Ementa: CIVIL - PROCESSUAL - EMBARGOS A EXECUÇÃO - COISA


JULGADA - MATÉRIA PRECLUSA - IMPOSSIBILIDADE DE
REDISCUSSÃO - INOVAÇÃO EM GRAU DE RECURSO -
IMPOSSIBILIDADE.
(1) -A sentença, que julgar total ou parcialmente a lide, tem força de lei nos
limites da lide e das questões decididas (CPC, 468). O apelante, no caso,
busca excluir da execução parcelas pro labore faciendo. Tal matéria,
entanto, objeto de sentença no processo de conhecimento, no juízo de
primeiro grau, restou confirmada em grau de recurso perante este Tribunal
de Justiça, transitando em julgado, de par com recurso extraordinário
frustrado, vale dizer, não conhecido pelo Colendo STF. Donde, sua
reapreciação, em sede de embargos à execução, in specie afrontar o
princípio da coisa julgada.
(2) Inovação nos embargos. Dedução do imposto de renda. A dedução do
imposto de renda é afeta ao fisco federal, não estando incluída nas matérias
sobre que podem versar os embargos do devedor (CPC, 741). Além disso,
nada impede seja descontado o tributo assestado por ocasião do efetivo
pagamento do débito.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 85
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
(3) Ao Tribunal ad quem só é possível conhecer de matéria analisada pelo
juízo de primeiro grau, sob de suprimir uma instância, violando, desse
modo o princípio do duplo grau de jurisdição. Daí que impossível ao
recorrente, conquanto inovando na fase recursal, argumentar com a falta de
identificação dos valores recebidos, questão não suscitada nos embargos
assestados, bem por isso também sujeita aos efeitos da preclusão.
Inteligência do art. 473, CPC. Recurso improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.0472-0, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 8)

Ementa: CIVIL - PROCESSUAL - EXECUÇÃO DE TÍTULO


EXTRAJUDICIAL - EMBARGOS DO DEVEDOR - APELAÇÃO -
INOVAÇÃO - INADMISSIBILIDADE.
Não é lícito à parte recorrente, como se dá na hipótese em trato, inovar,
sem autorização legal (CPC, art. 264), a causa de pedir, já agora em sede
recursal, a apresentar questões diversas daquelas suscitadas na instância
inferior. Circunstância somente admissível se a parte provar que deixou de
fazê-lo por motivo de força maior, o que não vem ao caso concreto.
Inteligência do art. 517, do Cód. de Proc. Civil. Violação ao Princípio do
Duplo Grau de Jurisdição, segundo o qual é vedado ao juízo ad quem
examinar e decidir as questões que não foram discutidas e julgadas na
instância monocrática, a cujo respeito cabia às partes invocar. Ausência de
interesse de agir. Recurso não conhecido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, apelação Cível n˚ 2000.0012.8585-9, Relator(a): Des.


José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 24)

Embargos à Execução

Ementa: EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO JUDICIAL -


REEXAME NECESSÁRIO - INADMISSIBILIDADE -
I - A hipótese prevista no art. 475. II do Código Unitário de Processo
contempla com a obrigatoriedade de submissão ao duplo grau de
jurisdição tão somente a sentença que julgar procedentes, no todo ou em
parte, os embargos a execução de dívida ativa da Fazenda Pública”.
II - Dessa forma “a sentença que julgar improcedentes os embargos á
execução opostos pela Fazenda Pública não está sujeita ao reexame
necessário” (Precedente da Corte Especial do STJ ERESP n° 244.330/SC),
vez se tratar de caso diverso da previsão inserida nos ditames do art. 475

86 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
do Código de Ritos. REMESSA OFICIAL NÃO CONHECIDA, POR
INCABÍVEL NA ESPÉCIE.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.3376-3, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 06.05.2004, pg. 18)

Ementa: EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM TÍTULO JUDICIAL -


OBRIGAÇÃO DE FAZER – IMPLEMENTAÇÃO DA CORREÇÃO DE
PENSÃO DETERMINADA POR SENTENÇA COM TRÂNSITO EM
JULGADO - DISCUSSÃO DE QUESTÕES MERITÓRIAS DA AÇÃO
EXECUTIVA - INADMISSIBILIDADE - HIPÓTESES NÃO
ENQUADRADAS NO ART. 741 DO CPC - EXISTÊNCIA, ADEMAIS, DE
MEDIDA CAUTELAR COM TRÂNSITO EM JULGADO
DETERMINANDO O PAGAMENTO DAS PENSÕES
I - O art. 741 do Código Unitário de Processo enumera, de forma taxativa,
em seus sete incisos, as matérias sobre as quais poderão versar os embargos
à execução fundada em título judicial.
II - No caso em apreciação, a impugnação oposta pelo apelante não versa
sobre nenhuma das aludidas hipóteses, desejando o recorrente, na verdade,
rediscutir questão objeto do mérito da ação executiva. Esta tese que não
pode prosperar, haja vista estar a matéria coberta pela coisa julgada.
III - Ademais, já existe medida cautelar determinando o pagamento das
pensões no valor da totalidade dos vencimentos que estariam percebendo
os servidores, se vivos estivessem.
APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA, MAS IMPROVIDA.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.6314-5, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 12.04.2004, pg. 27)

Ementa: Apelação Cível. Direito Processual Civil. Embargos à execução


fundada em título extrajudicial. Ônus da prova. Compete ao devedor,
através da ação de embargos, desconstituir, total ou parcialmente, o crédito
exeqüendo, ilidindo, pois, mediante prova cabal, robusta e convincente, a
presunção de certeza, liquidez e exigibilidade que, via de regra, gozam os
títulos de crédito. Inteligência dos artigos 333-I, e 585-I, ambos do Código
de Processo Civil. Sentença confirmada. Recurso conhecido e
improvido.Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0002.4986-1, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 16.02.2004, pg. 25)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 87
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL.
EMBARGOS À EXECUÇÃO FUNDADA EM SENTENÇA. ÔNUS DA
PROVA. De acordo com a sistemática processual vigente, não se há
conceber, em sede de execução de sentença, a rediscussão da lide, haja vista
a previsão constante do art. 474, do CPCivil, a cujo teor ‘Passada em
julgado a sentença de mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas as
alegações e defesas que a parte poderia opor assim ao acolhimento como à
rejeição do pedido”. Sentença confirmada. Recurso conhecido e improvido.
Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0002.4984-5, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 16.02.2004, pg. 24)

Ementa: Embargos à Execução de Sentença. Excesso de execução. Se a


seguradora atribuiu à causa um valor acima de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil
reais) e, após a contestação do feito, reconheceu ser procedente a
impugnação da quantia que pretendeu lhe fosse restituída, a confirmação
da veracidade do impugnado pelo réu não guarda qualquer relação com o
valor da causa. De acordo com o art. 302 do CPC, cabe ao contestante o
ônus da impugnação especificada dos fatos alegados na inicial; do
contrário, presumem-se verdadeiros. Essa regra imposta pelo art. 302 do
CPC não implica em anuir com modificação do valor da causa. Apelo
conhecido e provido para desconstituir a sentença.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.2341-5, Relator(a):


Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 11.02.2004, pg. 11)

Ementa: APELAÇÃO - EMBARGOS À EXECUÇÃO DE SENTENÇA -


SUSCITADA NECESSIDADE DE LIQUIDAÇÃO POR ARTIGOS -
AUSÊNCIA DE FATO NOVO A SER PROVADO – MERA NECESSIDADE
DE ATUALIZAÇÃO DOS CÁLCULOS APRESENTADOS PELA
CONTADORIA - IMPROCEDÊNCIA DOS EMBARGOS - SENTENÇA
REFORMADA - RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
I. Inexistente o suposto óbice à efetivação da execução de obrigação de
fazer, considerando a presença nos autos de cálculos que necessitam de
mera atualização pelo Setor de Contadoria, não há falar em excesso da
execução por impossibilidade de cumprimento da decisão judicial. Os
embargos devem ser julgados improcedentes.
II. Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.5548-2, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.02.2004, pg. 16)

88 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil

Ementa: Apelação Cível. Direito Processual Civil. Execução de título


judicial. Embargos do Devedor. Argüição de excesso de execução.
Inocorrência. Impossibilidade de rediscussão da lide, com alteração do
julgado.
I - Não logrando êxito o executado-embargante em demonstrar o alegado
excesso de execução, mormente, quando o valor do título judicial
exeqüendo originar-se de mero cálculo aritmético, não se há como acolher
os embargos opostos. Inteligência do art. 604 do CPCivil, com a redação
que lhe deu a Lei n° 8.898/94.
II - Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7471-0, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 10.02.2004, pg. 56)

Embargos de Declaração

Ementa: EMBARGOS DECLARATÓRIOS CÍVEL SÓ TEM CABIMENTO,


QUANDO EXISTEM NO ACÓRDÃO EMBARGADO, OBSCURIDADE,
CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO - COMO O ALUDIDO ACÓRDÃO NÃO
INCORREU NAS REFERIDAS IRREGULARIDADES, COMETENDO
ERRO MANIFESTO A RESPEITO, ALÉM DE SER DISPENSÁVEL
ADUZIR COMENTÁRIOS SOBRE TODOS OS ARGUMENTOS
SUSCITADOS PELAS PARTES, NOTADAMENTE, QUANDO
IRRELEVANTES PARA O JULGAMENTO DA DEMANDA, NÃO É
CURIAL CONCEDER CARÁTER INFRINGENTE AOS PRESENTES
EMBARGOS - EMBARGOS DECLARATÓRIOS CONHECIDOS, MAS
IMPROVIDOS.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2000.0014.8692-7/1,


Relator(a): Des. Antônio Olímpio Castelo Branco, DJ. 29.01.2004, pg. 45)

Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DIREITO PROCESSUAL CIVIL.


OMISSÃO, OBSCURIDADE OU CONTRADIÇÃO NÃO
CONFIGURADAS.
I - Os declaratórios servem para reparar omissões, obscuridades e
contradições no pronunciamento judicial decisório. Inexistindo-as, devem

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 89
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
ser rejeitados, com a conseqüente preservação dos termos da decisão
objurgada, posto que, na via estreita dos embargos de declaração, inexiste
lugar para rediscutir questões já apreciadas e destramadas pelo julgado
embargado, máxime, quando foi emitido pronunciamento expresso acerca
da matéria em debate.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2002.0009.2528-1/1,


Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 20.01.2004, pg. 21)

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DECLARATÓRIOS.


OMISSÃO. INEXISTÊNCIA TENTATIVA DE REEXAME DA CAUSA, A
PRETEXTO DE IMPROCEDENTE ARGÜIÇÃO DE MATÉRIA DE ORDEM
PÚBLICA, INAUGURADA SOMENTE NOS EMBARGOS.
IMPOSSIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DO ART. 535 DO CPC. RECURSO
VISIVELMENTE PROCRASTINATÓRIO, DEVENDO SER REFUTADO
PELO ÓRGÃO.
-Os embargos declaratórios servem para a integração do julgado, não se
mostrando adequado para o reexame da matéria.
-Não é omissa a decisão que analisa todos os pontos trazidos pelas partes,
explicitando claramente o seu convencimento.
- Embargos rejeitados.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2001.0001.0386-0/1,


Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 20.01.2004, pg. 18)

Ementa: - Embargos declaratórios. Aresto declarando, por si, escoimado de


senões que justificariam o manejo do integrativo. Insurgência impróspera.
- Atribuição jurisdicional da Corte para a apreciação do writ mandamental,
nos lindes da competência originária - de então: a constitucionalmente
prevista. Proferido, nesse calço, o julgamento, Superveniente alterativo
elidente dessa aptidão cognitiva do órgão plenário não se inflecte, e nem
poderia se inflectir, sobre tal prestação jurisdicional, editado que foi, ao
depois do decisum a assegurá-la. Assim, válido o ato do colegiado, por
quanto nos limites e gizamentos constitucionais postos e, no azo,
vigorantes. Fictícia, a aflitiva que lhe é irrogada (incompetência); pretexto
declinado, em verdade, no afã de rejulgamento da causa e reversão de
desate ad verso, finalidades de todo ponto estranhas à modalidade recursal
dos aclaratórios. De resto, em hodierno, sobrevindo modificativo legal, de
cunho, digamos, semirepristinador, reassentando a competência originária
da Corte para a impetração, perdura, acalmando, questão superada.
- Ademais, enfrentada, pelo aresto declarando a argumentativa de omissão
sobre questão relativa a não se obedecer aos princípios da ampla defesa e

90 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
do contraditório em processos quaisquer, destituídos de alguém réu, tolhe,
à falaciosidade, da argüição, a ratio decidendi sob cheia doutrinária e
jurisprudencial, como dedutível ao trato sábio e imparcial. Lacuna
inexistente.
- Aclaratórios conhecidos, porém improvidos.
- Nemine dissentianti.

(TJCE, Tribunal Pleno, Embargos de Declaração n˚ 2000.0011.8421-1/1,


Relator: Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 13.01.2004, pg. 20)

Ementa: - PROCESSUAL CIVIL - EMBARGOS DE DECLARAÇÕES EM


APELAÇÃO CIVEL - AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DOS
REQUTSITOS LEGAIS AUTORIZATÓRIOS DA PRETENSÃO RECURSAL
- REJEIÇÃO QUE SE IMPÕE.
1. Não logrando a recorrente demonstrar ocorrência da contradição
ensejante do prequestionamento perseguido, em decorrência de
sustentação de situações jurídicas diversas da realidade dos autos, não há
como prosperar o desiderato da Embargante.
2. Recurso conhecido, porém rejeitado.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2000.0013.0070-0/1,


Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 16)

Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.


CONTRADIÇÃO. PROVIMENTO DO INCIDENTE, PARA AFASTAR O
ÓBICE DENUNCIADO. 1 - Verificada a contradição apontada no recurso,
possuindo a mesma o condão de alterar parcialmente a conclusão do
Julgado, os declaratórios, em tal situação, devem ser acolhidos para o fim
de completar o pronunciamento judicial embargado, de tal sorte a entregar
às partes uma tutela jurisdicional consentânea com a sistemática legal
vigente. II - A teor da Súmula n° 271, do Supremo Tribunal Federal (STF), a
concessão de ordem de segurança não produz efeitos patrimoniais em
relação a período pretérito. III - Embargos conhecidos e providos. Decisão
unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2002.0004.0389-7/1,


Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 02.04.2004, pg. 54)

Ementa: EMBARGOS DECLARATÓRIOS CÍVEL - SÓ TEM CABIMENTO,


QUANDO EXISTEM NO ACÓRDÃO EMBARGADO, OBSCURIDADE,
CONTRADIÇÃO OU OMISSÃO - COMO O ALUDIDO ACÓRDÃO NÃO

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 91
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
INCORREU NAS REFERIDAS IRREGULARIDADES, COMETENDO
ERRO MANIFESTO A RESPEITO, ALÉM DE SER DISPENSÁVEL
ADUZIR COMENTÁRIOS SOBRE TODOS OS ARGUMENTOS
SUSCITADOS PELAS PARTES, NOTADAMENTE, QUANDO
IRRELEVANTES PARA O JULGAMENTO DA DEMANDA, NÃO É
CURIAL CONCEDER CARÁTER INFRINGENTE AOS PRESENTES
EMBARGOS - EMBARGOS DECLARATÓRIOS
CONHECIDOS, MAS IMPROVIDOS.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2002.0000.7699-3/1,


Relator: Des. Antônio Olímpio Castelo Branco, DJ. 09.01.2004, pg. 41)

Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - OMISSÃO - INEXISTÊNCIA -


RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO:
I - O Código de Processo Civil, ao tratar da omissão como um dos
pressupostos dos embargos declaratórios (art. 535, II) refere-se ao ponto
omisso que recai sobre sua parte dispositiva, não tratando dos argumentos
e dispositivos legais referidos
pelas partes, que podem ser modificados ou rejeitados implicitamente na
sentença. II - Embargos conhecidos e improvidos.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2000.0013.1283-0/1,


Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão DJ. 07.04.2004, pg. 36)

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.


AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS. REJEIÇÃO.
I - Rejeitam-se Embargos Declaratórios se no acórdão embargado não estão
presentes contradições a esclarecer.
II - Os embargos de declaração têm contornos delimitados na lei
processual, não se prestando ao rejulgamento da causa.
III - Embargos declaratórios rejeitados.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2000.0015.5219-9/1,


Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.01.2004, pg. 17)

Ementa: EMBARGOS DECLARATÓRIOS - DIREITO CONSTITUCIONAL


- RECURSO INTERPOSTO PELA PRÓPRIA PARTE VITORIOSA NA
CAUSA - IMPOSSIBILIDADE DE HAVER OCORRIDO A OMISSÃO
APONTADA - AUSÊNCIA DE INTERESSE DE RECORRER – RECURSO
DO QUAL NÃO SE TOMA CONHECIMENTO.

92 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
(TJCE, Tribunal Pleno, Embargos de Declaração n˚ 2002.0000.4605-9/1,
Relator: Desa. Huguette Braquehais, DJ. 15.01.2004, pg. 8)

Embargos de Terceiro

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE TERCEIRO. ALIENAÇÃO


DE VEÍCULO AUTOMOTOR A TERCEIRO DE BOA FÉ. SEGUNDO
COMPRADOR. COMPROVAÇÃO. ORDEM DE CONSTRIÇÃO JUDICIAL
DO BEM NA FORMA DE PENHORA. IMPOSSIBILIDADE. RESGUARDO
DO INTERESSE DO POSSUIDOR DE BOA FÉ.
-Tratando-se de negócio jurídico firmado entre o comprador do bem
vendido pelo executado e terceiro de boa fé, não pode haver penhora do
bem para saldar dívida do executado, desde que provada a boa fé do
segundo comprador/embargante, e a inexistência de anotação de qualquer
reserva do bem junto ao Órgão competente.
-Comprovado que a alienação se deu regularmente, impõe-se a
procedência dos embargos de terceiro, desconstituindo-se a penhora
realizada.
-Apelação conhecida e provida.
-Precedentes jurisprudenciais.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2642-7, Relator: Des.


Ademar Mendes Bezerra, DJ. 19.04.2004, pg. 18)

Ementa: Embargos de terceiro. Arresto que incidiu sobre remanescente de


penhora de imóvel, a qual foi posteriormente desconstituída por decisão
deste tribunal, em virtude de tratar-se de bem de família, por tanto,
impenhorável (Lei n 8.009/90, art. 1°.). Insubsistência do arresto que,
assim, pode ser declarado nulo de pleno direito em qualquer tempo ou
grau de jurisdição. Exegese dos arts. 648 e 649 do CPC. Não tendo a
recorrida figurado como parte no processo da execução, o fato de o imóvel
ter retomado ao seu patrimônio, com a respectiva posse, em virtude de
sentença proferida em ação própria, com trânsito em julgado, ficou a
mesma autorizada a utilizar dos embargos para liberá-lo do ônus, na
conformidade do disposto nos arts. 1.046, § 1°, e 1.048 do CPC. Recurso
conhecido mas improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0160.0414-1/1, Relator(a):


Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 22.03.2004, pg. 17)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 93
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Ementa: EXECUÇÃO FISCAL - EMBARGOS DE TERCEIRO - CARÊNCIA
DA AÇÃO
- Somente poderá propor embargos de terceiro aquele que não é parte na
relação jurídico-processual, sendo considerado carente de ação aquele que
sendo devedor direto e, portanto, parte, utiliza-se desse meio como forma
de oposição à ação executiva, configurando, assim, a sua ilegitimidade.
- Recurso improvido. Sentença confirmada.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3652-5, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.02.2004, pg. 7)

Exceção de Impedimento

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EXCEÇÃO DE IMPEDIMENTO.


AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. REJEIÇÃO
Rejeita-se a exceção de impedimento que não se fundamenta em nenhuma
das hipóteses previstas no art. 134 do CPC. O inciso III do referido
dispositivo legal somente se aplica aos juízes de segundo grau. Anulada a
sentença deve o magistrado proferir novo julgamento, conforme
determinado pelo Tribunal de Justiça, sem que se possa alegar o seu
impedimento por ter conhecido e julgado a causa. Exceção rejeitada.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Exceção de Impedimento n˚ 2000.0015.2276-1,


Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa DJ. 15.04.2004, pg. 37)

Exceção de Pré-Executividade

Ementa: Argüição de nulidade de título extrajudicial, fundada na cobrança


ilegal de juros. Não obstante a denominação do procedimento, utilizada
pelos recorrentes, na realidade trata-se de exceção de pré-executividade,
que é inadmissível para a hipótese. O excesso de execução não extingue a
liquidez, certeza e exigibilidade do título, cabendo ao devedor questionar
os acréscimos ilegais em sede de embargos à execução. Apelo não
conhecido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0156.7912-9/1, Relator(a):


Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 22.03.2004, pg. 17)

94 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
Ementa: PROCESSUAL CIVIL AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXCEÇÃO
DE PRÉ-EXECUTIVIDADE INOCORRÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO
DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE - DECISÃO MANTIDA.
1. A exceção de pré-executividade introduzida no nosso ordenamento
jurídico por construção doutrinário-jurisprudencial, tem viabilidade em
caso de execução direta de título judicial que não reúne as condições de
liquidez e certeza, o que, em princípio, pode até ser conhecido ex officio,
porém, no caso vertente, por se encontrarem ausentes tais pressupostos,
não há como prosperar esta investida recursal.
2. Recurso conhecido, porém, improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0003.0662-8,


Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 06.02.2004, pg. 7)

Ementa: PROCESSO CIVIL. EXCEÇÃO DE PRÉ-EXECUTIVIDADE.


INEXEQUIBILIDADE DE TÍTULO QUE É OBJETO DE AÇÃO
REVISIONAL AJUIZADA PREVIAMENTE AO PROCEDIMENTO
EXECUTIVO. CARÊNCIA DA AÇÃO DE EXECUÇÃO.
- Preliminar. Para análise da validade dos títulos executivos extrajudiciais
para fins de execução ante à existência de ações desconstitutivas, impõe-se
o exame da cronologia entre a possível revisional e a executiva. Ajuizada
previamente ao procedimento executivo ação ordinária onde se discute a
nulidade parcial da relação de crédito travada entre agravante e agravado,
exsurge cabível a exceção de pré-executividade.
- Mérito. A discussão quanto à validade de cláusulas contratuais com
implicação nos requisitos de executividade tem sim o condão de afastar o
procedimento executivo.
- Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0013.5939-9,


Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 01.04.2004, pg. 19)

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. TÍTULO EXECUTIVO


EXTRAJUDICIAL. NOTA PROMISSÓRIA. EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE. ALEGADA ILIQUIDEZ. INOCORRÉNCIA.
PERFEIÇÃO FORMAL DO TÍTULO. SUSCITADA A ILEGALIDADE DAS
TAXAS UTILIZADAS PARA A ATUALIZAÇÃO DO DÉBITO.
EVENTUAL EXCESSO DE EXECUÇÃO. MATÉRIA QUE CARECE DE
AMPLA DILAÇÃO PROBATÓRIA. OBJEÇÃO REJEITADA. DECISÃO
MANTIDA.
I - Somente podem ser alegados em sede de exceção de pré-executividade
aqueles vícios relativos à admissibilidade da execução, reconhecíveis ex

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 95
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
officio pelo julgador, sem que, para tanto, haja necessidade de dilação
probatória, sob pena de, em assim não se procedendo, restar afrontada a
natureza do processo de execução, com sua conversão em nítido processo
de conhecimento.
II - A dívida não deixa de ser líquida quando no título estão contidos os
elementos necessários para apuração do quantum debeatur. Demais disso,
a existência das nulidades suscitadas no contrato que deu origem à emissão
da nota promissória embasadora da execução, acaso constatada,
acarretaria, tão-somente, eventual excesso de execução, apurável somente
em sede de embargos à execução. RECURSO CONHECIDO, MAS
IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0001.1901-5,


Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 15.01.2004, pg. 18)

Exceção de Suspeição

Ementa: - Exceção de suspeição. Incidente ao argumentativo de interesse


do judicante no desfecho favorável da causa. Vislumbre de prejulgamento,
supostamente extraível da motivação vertida no apreciativo das
preliminares contestatórias. Insubsistência da recusatio judicis, à falta
mesmo do necessário indicativo do proveito material ou moral que elidiria
a isenção do magistrado. Mais a mais, fundamentação, no caso, que não
induz antecipatório de mérito, porque singela menção às situações símiles
do mundo empírico, em outras, simples enunciação exemplificativa, como
suporte à melhor compreensão da ratio decidendi, não se confunde, nem
deve ser confundida, com prenúncio valorativo da procedência da
pretensão, máxime diante de expressa remissiva ao enunciativo de
colocação hipotética, nos lindes e gizamentos próprios do equacionamento
das prefaciais. Muito ao reverso, a postura do judicante no exteriorizar, em
minudência, a base fundamental de sua opósita decisão, é, antes, louvável
observância ao requisito constitucional da motivação, fator da higidez do
deliberativo, incompreensível a recusatio judicis, sem pujança,
sentidamente inverossímil, o ressaibo de favoritismo irrefletidamente
irrogado. - Incidente descartável. - Nemine discrepante.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Exceção de Suspeição n˚ 2000.0013.5917-8,


Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 15.04.2004, pg. 37)

96 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
Execução

•Contra a Fazenda Pública

Ementa: - Execução forçada. Cheque. Iniciativa direcionada contra


Município. Admissibilidade. Perfeição formal do título exeqüendo,
subsidiada pela certeza, liquidez e exigibilidade. Negócio jurídico
subjacente confirmado. Inconsistência do argumentativo defensório.
Embargos fadados à rejeição. - Revestindo o título exeqüendo perfeição
formal, subsidiada pela certeza, exigibilidade e liquidez do crédito nele
retratado, inconvincente o desiderato anulatório do decreto de
improcedência dos embargos, a pretexto de cerceamento de defesa pelo
trancamento da instrução, quando tal rogo, sobre descobrir matéria
superada pela preclusão, desvela propagação de atos manifestamente
ociosa, já positivado nos autos, e a partir do elucidativo probante da alçada
da própria Municipalidade, o negócio jurídico subjacente. E aproveitando
ao ente público os préstimos que ensejaram a emissão do título executivo, o
crédito neste representado deverá ser adimplido, por não ser lícito ao
Poder Público locupletar-se à custa alheia. “A Administração tem o dever
moral de indenizar o benefício auferido, vez que não pode tirar proveito do
particular sem o correspondente pagamento” (Hely Lopes Meirelles).
- Sentença confirmada.
- Uno consensu.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0011.0245-2,


Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 22.06.2004, pg. 8)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO CONTRA A


FAZENDA PÚBLICA. OBRIGAÇÃO DE FAZER. MULTA POR
DESCUMPRIMENTO ADMISSIBILIDADE. PRECEDENTES. - O
ordenamento jurídico pátrio não veda a imposição de multa por
descumprimento de obrigação de fazer imposta à Fazenda Pública, sendo
medida tendente a dar efetividade ao processo de execução.
- Recurso conhecido mas improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Civel, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0016.0566-7,


Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 26.03.2004, pg. 12)

•Fraude à Execução

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 97
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Ementa: PENHORA - EMBARGOS À EXECUÇÃO - IMÓVEL - NÃO
EFETIVAÇÃO DA TRANSCRIÇÃO - EXCLUSÃO DA CONSTRIÇÃO.
Realizada a venda, de imóvel, quando os atuais possuidores, de boa-fé,
adquiriram através de Escritura Pública, efetivada cinco (05) anos
anteriores à ação de execução, afastando-se qualquer argumentação de
fraude à execução, subsistindo a venda ante a penhora pretendida pelos
executados. Exclui-se bem constrito em ação de execução, ainda que não
transcrito ao nome dos possuidores de boa-fé, adquirido com o
compromisso de compra e venda anterior a propositura da execução.
Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.6472-3, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 07.04.2004, pg. 35)

Ementa: EXECUÇÃO - PENHORA - FRAUDE À EXECUÇÃO -


INOCORRÊNCIA - PRESSUPOSTO - EMBARGOS DE TERCEIRO -
Somente se configura a alienação de bem em fraude a execução quando
verificada após o ajuizamento da execução contra o vendedor, com citação
válida. No caso vertente, trata-se de transferência de bem que antecedeu a
ação de execução movida pela embargada contra o vendedor. O que afasta,
de todo o ponto, a presença de fraude à execução, in specie. Hipótese,
destarte, de inaplicabilidade a qualquer dos casos previstos no art. 593, do
CPC. Negócio entre a embargante e o executado realizado antes de iniciada
a ação executiva, como de resto do ato processual da citação válida, daí que
ineficaz á caracterização da alegada fraude de execução. Recurso conhecido
e improvido. Unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0003.0508-7, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 11.02.2004, pg. 12)

•Penhora

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO -


INDEFERIMENTO DE NOMEAÇÃO À PENHORA DE TÍTULO DA
DÍVIDA PÚBLICA - POSSIBILIDADE - AGRAVO CONHECIDO E
IMPROVIDO.
I - Pode o magistrado recusar a nomeação à penhora de título da dívida
pública, emitido há mais de sessenta anos, expresso em moeda há muito
não circulante (réis), de difícil - senão impossível – conversibilidade ao
atual padrão monetário e sem cotação na bolsa. Precedentes
jurisprudenciais.

98 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
II- Agravo conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.7560-1,


Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 07.04.2004, pg. 33)

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO. EMBARGOS


DECLARATÓRIOS. EFEITO MODIFICATIVO.
Reconhecendo o acórdão recorrido a nulidade da penhora, uma vez que
considerou como bem de família o único bem penhorado, ao credor, nos
termos do art. 667, I do CPC, abre-se a possibilidade de renovação da
penhora, devendo a execução prosseguir em todos os seus termos legais.
Logicamente, acolhida pelo juízo monocrático e pela e. Câmara a
preliminar de nulidade da penhora levantada nos embargos do devedor, a
análise do restante dos embargos ficou prejudicada. Se a penhora é nula,
como assentou esta e. Primeira Câmara, não está seguro o juízo e,
conseqüentemente, não podem ser apreciados os argumentos meritórios
desenvolvidos nos embargos do devedor. Recurso acolhido, com efeito
modificativo.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2000.0015.3172-8/1,


Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 22.01.2004, pg. 7)

Execução Fiscal

Ementa: I - A Certidão de Dívida Ativa goza de presunção de liquidez e


certeza, as quais somente podem ser rechaçadas por robusta prova em
contrário a ser produzida pelo executado. II - Somente em face de
argumentos precisos e contundentes, o juiz deve deferir a produção de
prova testemunhal ou pericial no processo executivo fiscal. Alegações
genéricas não as justificam. III - Consoante o art. 6° da Lei 6.830/80, a
petição exordial será instruída apenas com a certidão da dívida ativa, não
havendo imposição legal que determine sua instrução com as peças
informativas dos processos administrativos, providência que a teor do art.
41 da lei de execução fiscais pode ser adotada pelo interessado. IV - Apelo
conhecido, mas improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0009.0260-5, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 28.05.2004, pg. 28)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA


INCIDENTE SOBRE SALDOS BANCÁRIOS. CUJA EXISTÊNCIA

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 99
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
TORNOU-SE CONHECIDA EM RAZÃO DE ANTERIOR REQUISIÇÃO
JUDICIAL DE QUEBRA DE SIGILO BANCÁRIO. MOTIVO RELEVANTE
EXISTENTE. PREVALÊNCIA DO INTERESSE PÚBLICO.
POSSIBILIDADE. AGRAVO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.0736-3,


Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 18.05.2004, pg. 14)

Ementa: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. DIREITO TRIBUTÁRIO.


EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS. ÔNUS PROBANDI. CDA.
PRESUNÇÃO DE CERTEZA E LEGITIMIDADE. PROCEDIMENTO
ADMINISTRATIVO. OBSERVÂNCIA AO CONTRADITÓRIO.
1 - Meras alegações, destituídas de qualquer teor probatório, não infundem
procedência aos embargos do devedor opostos contra a execução fiscal
movida pela Fazenda Pública, pois compete ao embargante elidir a
presunção de certeza e liquidez da CDA, por todos os expedientes de
prova admitidos em direito (art. 204, parágrafo único, do CTN)
2 - Profusão de provas em favor da exeqüente, dando conta da rigorosa
observância aos primados da ampla defesa e do contraditório. Decisão
confirmada. Remessa improvida.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.3161-3, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 03.05.2004, pg. 12)

Ementa: Preliminar. O só fato da não-observância quanto a forma de


intimação, prevista no art. 25 da Lei de Execuções Fiscais, já exsurge como
mais que suficiente para macular o procedimento escolhido para a
comunicação de atos na instância a quo, que optou por encaminhar a
Fazenda Pública as intimações por via postal. Preliminar conhecida e
provida. Sentença nula, implicando no retorno dos autos à instância a quo
a fim de que sejam processados com observância ao art 25 da Lei nº
6830/80.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.4154-0, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 25.03.2004, pg. 16)

Ementa: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. TÍTULO


EXTRAJUDICIAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. IPTU EMBARGOS DO
DEVEDOR. ONUS PROBANDI CDA. PRESUNÇÃO DE CERTEZA E
LEGITIMIDADE. LANÇAMENTO DE OFICIO. DESNECESSIDADE DE
ABERTURA DE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO.

100 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
1 – Simples alegações, destituídas de qualquer teor probatório, não
infundem procedência aos embargos do devedor, opostos à execução fiscal
movida pela Fazenda Pública: Pois compete ao embargante elidir a
presunção de certeza e liquidez da Certidão de Dívida Ativa (CDA), por
todos os expedientes de prova admitidos em direito (art. 204, § único, do
CTN).
2 - Prescindível a instauração de procedimento administrativo tributário,
em se tratando de IPTU, por ser imposto lançado de ofício. Sentença
confirmada. Apelo improvido.

(TJCE, 1ª câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.7721-0, Relator(a): Des.


José Arísio Lopes da Costa, DJ. 25.02.2004, pg. 56)

Ementa : PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PRELIMINAR.


NULIDADE DA PENHORA. OCORRÊNCIA. EXECUÇÃO NÃO
GARANTIDA.
Nova penhora realizada em desconformidade com decisão anterior que
teria decretado a nulidade da constrição em face da existência de dinheiro a
ser penhorado e pela não comprovação do consentimento do cônjuge do
terceiro proprietário do imóvel indicado à penhora. A execução não restou
garantida, impedindo, portanto, a análise das questões meritórias
apontadas pela empresa executada, sob pena de restar desmerecida a Lei
de Execuções Fiscais. Inteligência do art. 9.°, inciso IV do art .16, § 1.° da Lei
n.° 6.830/80. Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.3106-5, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 23.04.2004, pg. 44)

Ementa: EXECUÇÃO FISCAL - CITAÇÃO DE SÓCIO - NULIDADE.


EMBARGOS PREVENTIVOS DE TERCEIRO – PENHORA SOBRE BENS
DA PESSOA JURÍDICA SUFICIENTES PARA A EXECUÇÃO - FALTA DE
INTERESSE PROCESSUAL.
(1) É nula de pleno direito a citação de sócio, quando a execução fiscal
volta-se apenas contra a sociedade.
(2) Carece de interesse processual para opor embargos de terceiro, o sócio
citado nos autos da execução fiscal, quando a penhora feita sobre bens da
pessoa jurídica mostra-se suficiente para o pagamento do débito,
inexistente, demais, ameaça de dano ou prejuízo ao patrimônio jurídico do
embargante.
(3) A simples ameaça de turbação ou esbulho da posse não legitima aos
embargos de terceiro. Recurso improvido.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 101
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.3500-2, Relator(a):
Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 16)

Falência e Concordata

Ementa: FALÊNCIA - PROTESTO IRREGULAR INTIMAÇÃO -


AUSÊNCIA.
- O pedido de falência instruído em protesto há que conter a comprovação
da notificação pessoal do devedor, conforme o art. 10, § 1° da Lei de
Falência.
Recurso conhecido e improvido.
Sentença confirmada.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7206-8, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.02.2004, pg. 7)

Ementa : Falência. Impontualidade do devedor. Protesto. Intimação.


Inexistindo a identificação daquele que recebeu a intimação e não havendo
qualquer outro demonstrativo de ciência do devedor, irregular é o protesto,
não podendo produzir qualquer efeito, notadamente tomar os títulos aptos
para instruir o pedido de falência. Recurso improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.0427-5, Relator: Des.


Rômulo Moreira de Deus, DJ. 19.04.2004, pg. 10)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONCORDATA PREVENTIVA.


DESIGNAÇÃO DE COMISSÁRIO DATIVO. PRETENSÃO DE
SUBSTITUIÇÃO PELA MAIOR CREDORA QUIROGRAFÁRIA.
CONDIÇÃO QUE, POR SI SÓ, NÃO CONFERE O DIREITO À
NOMEAÇÃO. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DE OUTROS
REQUISITOS PREVISTOS EM LEI.
- A regra do art. 60, caput, da Lei de Falência, que estabelece que a escolha
do síndico ou comissário deve recair sobre os maiores credores
quirografários, vem sendo mitigada pela doutrina e jurisprudência pátrias,
uma vez que, em se tratando de função especial, imprescindível a confiança
do juízo no nomeado para o exercício do munus aludido.
- Para que se proceda à substituição do comissário designado, é
imprescindível demonstrar a inidoneidade deste para o desempenho do
cargo que lhe fora atribuído, em razão de que a troca, em casos tais,

102 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
importa na quebra do vínculo de confiabilidade que une o juiz e o
nomeado. AGRAVO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0000.7016-2,


Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 06.02.2004, pg. 7)

Ementa: FALÊNCIA. PROTESTO. INTIMAÇÃO PESSOAL DO DEVEDOR.


NECESSIDADE. AUSÊNCIA. INVALIDADE.
- Para decretação da falência, necessário se faz protesto em que tenha
havido intimação pessoal do devedor.
- Precedentes deste Tribunal e do Superior Tribunal de Justiça.
- Agravo conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.8990-4,


Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 24.05.2004, pg. 10)

Ementa: DIREITO COMERCIAL. AÇÃO DE DECRETAÇÃO DE


FALÊNCIA. INEXISTÊNCIA DE CONFIGURAÇÃO DOS REQUISITOS
INDISPENSÁVEIS À DECLARAÇÃO DE QUEBRA, NOS TERMOS DO
ART. 1°, DA LEI DE FALÊNCIA, QUAIS SEJAM, A EXISTÊNCIA DE UM
TÍTULO LEGÍTIMO, LÍQUIDO E CERTO E OCORRÊNCIA DE
RELEVANTE RAZÃO DE DIREITO PARA O COMERCIANTE NÃO
PAGAR. DECISÃO MONOCRÁTICA IRREPROCHÁVEL. APELAÇÃO
CONHECIDA E IMPROVIDA.
(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4605-9, Relator(a):
Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 04.02.2004, pg. 7)

Formação, Suspensão e Extinção do Processo

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO


DE SENTENÇA. EXTINÇÃO DO PROCESSO COM FUNDAMENTO NO
ART. 267-III, DO CPCIVIL. AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO DO RÉU.
IMPOSSIBILIDADE.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ), a respeito do abandono da causa pelo
autor, editou a Súmula n° 240, do seguinte teor: “A extinção do processo,
por abandono da causa pelo autor, depende de requerimento do réu”.
Ausente tal formalidade, não mais se concebe que o órgão judicial, de
ofício, declare a extinção do feito, máxime, tratando-se de execução de
sentença. Decisão desconstituída. Recurso conhecido e provido, por
unanimidade.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 103
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0004.5442-4, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 16.06.2004, pg. 20)

Ementa: Ação de Reintegração de posse. Extinção do feito pelo


reconhecimento de inércia da Autora por mais de um ano.
Inadmissibilidade. Inadmissível a extinção do feito, sem julgamento de
mérito, sob a alegativa de desídia da parte, eis que não atendidos os
ditames previstos no § 1° do art. 267 do Código Buzaid. Procedência do
recurso apelatório.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.5340-5, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.02.2004, pg. 22)

Ementa: EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - DEMOLITÓRIA DE CERCA -


PRETENSÃO RECURSAL EM DESACORDO COM A POSTULAÇÃO
INICIAL - IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA – DECISÃO MANTIDA.
1. De acordo com disposição expressa na vigente Lei Processual Civil, o
Autor só pode alterar os termos do pedido inicial promovendo nova
citação do Réu, e, assim, não pode o Recorrente obter pretensão diversa da
postulada na sua peça vestibular.
2. Recursos, remessa oficial e voluntário conhecidos, porém improvidos.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.2803-0, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 14)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. PROCESSUAL CIVIL. EXTINÇÃO DO


PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO. EQUÍVOCO DA
SECRETARIA DO JUÍZO. DESCONSTITUIÇÃO DA SENTENÇA.
Verificada a negligência da Secretaria do Juízo quanto à extemporânea
juntada da petição contendo o endereço correto e atualizado do
promovido, desconstitui-se a sentença que extinguiu o processo, sem
julgamento do mérito, ao mesmo tempo em que determina-se o retorno dos
autos, para que se lhe dê regular impulso, até decisão meritória final.
Recurso conhecido e provido. Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.3806-6, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 05.04.2004, pg. 22)

104 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
Ementa: PROCESSUAL CIVIL. ABANDONO. EXTINÇÃO DO
PROCESSO. CIRCUNSTÂNCIAS.
A extinção processual prevista no art. 267, III do CPC, somente pode ser
decretada se a parte, intimada pessoalmente, não suprir a falta em quarenta
e oito horas, nos termos do § 1° do mencionado artigo. Na hipótese dos
autos a autora não foi intimada pessoalmente. Ademais é entendimento
sumulado no STJ (240) que a extinção do processo, por abandono da causa
pelo autor, depende de requerimento do réu. Recurso Provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.8088-1, Relator: Des.


José Arísio Lopes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 11)

Ementa: EXECUÇÃO FISCAL - INDEFERIMENTO DA INICIAL -


AUSÊNCIA DE IDENTIFICAÇÃO DOS SÓCIOS - PREVALÊNCIA DO
CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL SOB A LEI DE EXECUÇÕES FISCAIS.
Ocorrendo omissão da Fazenda em dar continuidade ao processo, correta é
a sanção de natureza processual que tem amparo no art. 267, § 1º do CPC,
sem exceção alguma na LEF quando a desídia resta caracterizada, uma vez
que apesar de intimada, permaneceu inerte a Fazenda Pública. Recurso
improvido. Sentença confirmada.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0247-1, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.02.2004, pg. 8)

Ementa : DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE


COBRANÇA. EXTINÇÃO DO PROCESSO COM FUNDAMENTO NAS
DISPOSIÇÕES CONTIDAS NO ART. 269, INCISO II, DO CPC.
APELAÇÃO. IMPROVIMENTO.
I - Denunciação à lide acatada pelo juízo singular. Regular citação dos
denunciados, que passaram a compor a lide.
II - Quitação da dívida pelo litisconsorte passivo. Causa de extinção do
processo, por ausência de objeto para continuidade do feito.
III - Inteligência do disposto no art. 269, II, do CPC. Merece confirmação a
sentença que, em sede de ação de cobrança, extingue o processo cujo objeto
pereceu, em virtude do pagamento da dívida por terceiro denunciado.
IV - Recurso apelatório conhecido, mas improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.3595-8, Relator: Des.


José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.01.2004, pg. 14)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 105
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Guarda de Menores

Ementa: GUARDA. PEDIDO FORMULADO PELA TIA DA MENOR. FINS


PREVIDENCIÁRIOS. INDEFERIMENTO. SENTENÇA MONOCRÁTICA
CONFIRMADA, EM SUA INTEIREZA.
Demonstrado, às claras, que a guarda destinava-se, tão-somente, a garantir
pensão previdenciária por morte, não pode ser outro o teor do julgado,
senão o de denegar o pleito, à míngua de amparo legal. Precedentes
pretorianos.
APELAÇÃO CONHECIDA, MAS IMPROVIDA.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.5712-4, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 12.04.2004, pg. 26)

Ementa: - Conflito negativo de competência. Busca e apreensão de menor


entre pais. Medida requerida pelo genitor que lhe detém a guarda,
decorrente de sentença em ação modificativa de custódia, pendente de
apreciativo revisório na instância ad quem. Restritiva que repercute
diretamente no direito de visita assegurado à mãe do infante, no sítio da
alterativa de guarda. Identidade do contexto litigioso. Propositura
timbrada pela acessoriedade e, como tal, afeta à aptidão cognitiva do Juízo
da causa principal. Artigo 108, CPC, preceptivo inderrogável por norma
local. - Incidente conhecido e dirimido, declarada a competência da 16ª
Vara de Família, aqui suscitante. - Nemine discrepante.

(TJCE, 1ª câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2000.0015.3690-8,


Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 15.04.2004, pg. 36)

Ementa: Apelação Cível. Ação de guarda de menores. Guarda pleiteada


pelos avós, estando os pais vivos e tendo-os em sua companhia. Obrigação
destes de prover o sustento e a educação dos menores, nos termos do art.
229 da Constituição da República. Recurso conhecido e improvido. Decisão
unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0159.4013-7/1, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 05.04.2004, pg. 22)

Ementa: Apelação cível. Pedido de guarda. Criança residente em


companhia da mãe e da avó. A dependência econômica não autoriza o
deferimento da medida excepcional da guarda em favor da avó,
especialmente, quando o pedido visa exclusivamente efeitos

106 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
previdenciários, não se encontrando a infante em situação peculiar ou de
risco. Inteligência do art. 33 do ECA. Precedentes jurisprudenciais.
Sentença confirmada. Recurso improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0159.9541-1/1, Relator(a):


Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 22.01.2004, pg. 8)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE GUARDA - RES IN IUDICIUM


DEDUCTA QUE - NÃO REPRESENTA UMA CONFLITÂNCIA DE
INTERESSES DIANTE DA INEXISTÊNCIA FÁTICA DE DISPUTA
ACERCA DA GUARDA DO FILHO MENOR - AUSÊNCIA DO
ELEMENTO DO INTERESSE DE AGIR (RECTIUS: PROCESSUAL),
ENQUANTO INTEGRANTE DO EXERCÍCIO DO DIREITO DE AÇÃO -
REEXAME PROMOVIDO EM FACE DO TRASLADO DE MATÉRIAS DE
ÓRDEM PÚBLICA NOS TERMOS DOS ARTIGOS 267, § 30, 301, § 40, 515 E
516, TODOS DO CPC. DESCONSTITUIÇÃO DA RELAÇÃO
PROCESSUAL - DISCIPLINA DO ART. 267, VI DO CPC. APELAÇÃO
CONHECIDA, MAS IMPROVIDA.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3837-4, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 18.02.2004, pg. 6)

Habeas Corpus Preventivo

Ementa: HABEAS CORPUS PREVENTIVO - AMEAÇA DE PRISÃO EM


DECISÃO JUDICIAL - NÃO CARACTERIZAÇÃO DO
CONSTRANGIMENTO ILEGAL - DENEGAÇÃO.
1. Não há como prosperar a ordem impetrada, na ausência da
comprovação de constrangimento ilegal caracterizador da suposta coação.
2. O Habeas Corpus não é meio hábil para isentar de responsabilidade
recalcitração do cumprimento de legal decisão judicial.
3. Ordem conhecida, porém, denegada.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Habeas Corpus Cível n˚ 2002.0003.8905-3,


Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 15.04.2004, pg. 44)

Honorários Advocatícios

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 107
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Ementa: Honorários. Cabimento. A empresa promovida apresentou
argumentos próprios de defesa indireta, os quais foram acolhidos de forma
expressa no decisório recorrido, implicando na extinção do feito sem
julgamento de mérito, impondo-se, portanto, a aplicação do § 4.° do art. 20
do CPC. Condenação em honorários. Quantificação. Critérios de fixação
insertos na combinação dos parágrafos 3.° e 4.° do art. 20 do CPC, tendo-se
em conta o grau de zelo profissional, lugar da prestação de serviço, a
natureza e importância da causa, o trabalho realizado pelo advogado e o
tempo exigido para o seu serviço, tudo submetido à apreciação eqüitativa
do Magistrado. Justa e suficiente é a condenação da apelada no percentual
de 20% a serem calculados sobre o valor da causa. Recurso conhecido e
provido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0034-7, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.05.2004, pg. 27)

Ementa: PROCESSUAL CIVIL – EMBARGOS DECLARATÓRIOS -


EXECUÇÃO - EMBARGOS DE TERCEIRO - HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS - AUSÊNCIA DE CONDENAÇÃO - APLICAÇÃO DO §
4º DO ART. 20, DO CPC - INEXISTÊNCIA DE AFRONTA A DISPOSITIVO
DE LEI FEDERAL – PARCIAL PROVIMENTO.
I - A verba honorária deve ter por base de cálculo o valor atribuído à Ação
de Embargos de Terceiro e não ao valor da ação executiva.
II - Nas causas em que inexiste condenação, os honorários devem ser
fixados conforme apreciação eqüitativa do magistrado, consoante orienta o
próprio Diploma Processual Civil.
III - Havendo dispositivo específico, no caso o § 4º do art. 20 do CPC, este
deve sobrepor à regra geral, qual seja, a do § 3° do referido artigo.
IV - Recurso conhecido e parcialmente provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2000.0013.9215-9/1,


Relator: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 19.04.2004, pg. 20)

Ementa: HONORÁRIOS - SENTENÇA QUE RECONHECEU A


ILEGITIMIDADE PASSIVA - CABIMENTO.
- Reconhecida a ilegitimidade passiva de alguma das partes, extinguindo o
feito quanto às mesmas, sem julgamento de mérito, nem por isso há de se
negar o cabimento dos honorários, até porque houve de fato a prestação do
serviço advocatício. Inteligência do § 40 do art. 20 c/c o art. 28 do CPC.
- Recurso conhecido e provido.

108 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.6222-4, Relator(a):
Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 13.02.2004, pg. 26)

Ementa: HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - FIXAÇÃO - CAUSA DE


PEQUENO VALOR - APRECIAÇÃO EQÜITATIVA DO JUIZ - CRITÉRIOS
PARÁGRÁFOS 3° E 4° DO ART. 20 DO CPC - ARBITRAMENTO - 20%
SOBRE O DOBRO DO VALOR DA CAUSA - PARÂMETROS LEGAIS
OBEDECIDOS - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO, MAS
IMPROVIDO.
I - Quando a causa tiver pequeno valor, os honorários de advogado devem
ser fixados de maneira eqüitativa pelo juiz, servindo-se dos critérios
enunciados nos §§ 3º e 4º do art.20 do Código de Processo Civil.
II - No caso em apreço, verifica-se que a estipulação da verba honorária em
20% sobre o dobro do valor da causa observou os parâmetros descritos na
lei.
III - Apelo conhecido, mas improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.0984-7, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 25)

Ementa: CAUTELAR DE ARROLAMENTO DE BENS - HONORÁRIOS -


VALOR DA CAUSA.
Vencido o réu, fixou-se honorários conforme art. 20, § 3º, letras “a”, “b” e
“c” do CPC, determinando o mínimo, seja, 10% (dez por cento). O valor da
causa é presumidamente aceito quando não proposta a impugnação nos
termos do art. 261 do CPC. Impossibilidade de impugnação por via oblíqua
frente à preclusão da matéria. Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.6709-9, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.02.2004, pg. 7)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - CONCESSÃO - REEXAME


NECESSÁRIO - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – NÃO CABIMENTO -
SÚMULA 105, STJ.
(1) Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e
certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o
responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou
agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público (CF,
art. 5° LXIX). No caso concreto, o mandamus tem por finalidade a inscrição
das impetrantes em estágio na Procuradoria Geral do Estado do Ceará,
com prazo de dois (2) anos e inscrições abertas em junho/94. Liminar

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 109
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
concedida em 18/07/94. No percurso da seleção em tablado, presumível,
por intransponível força de razão, já estariam as impetrantes cursando o
semestre perquirido pela autoridade dita impetrada, ou ademais, exigido
pelo Edital acostado às fls. 12/13, art. 4°, inciso II. Sem ofensa alguma à
ordem jurídica nem afronta à autonomia administrativa. Reexame
necessário conhecido e improvido;
(2). Recurso voluntário. Insurgência direcionada, tão-somente, contra a
condenação da autoridade impetrada em honorários advocatício, que não é
cabível em sede de mandado de segurança. Precedentes do STJ, inclusive
da Súmula n° 105. Sentença reformada, nesse ponto. Recurso provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.2303-9, Relator: Des.


José Arísio Lopes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 10)

Ementa: EMBARGOS À EXECUÇÃO - VALOR DA CONDENAÇÃO


REDUZIDO À METADE - HONORÁRIOS DE ADVOGADO -
MINORAÇÃO - CONSEQUÊNCIA - IMPOSSIBILIDADE - REDUÇÃO
RESTRITA AO QUANTUM
DA CONDENAÇÃO. CUSTAS PROCESSUAIS - CONSONÂNCIA COM A
TABELA DO FERMOJU – EXCESSO - EXECUÇÃO - NÃO
CONFIGURAÇÃO. RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO.
I. - A redução do valor da condenação não importa a minoração dos
honorários de advogado, quando fixados sobre o valor da causa.
II. - Não é exorbitante o reembolso pretendido do valor das custas
processuais se correspondem exatamente ao quantum constante da tabela
de custas atualizada pela Lei que instituiu o FERMOJU.
III. - Recurso conhecido, mas improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.9152-1, Relator: Desa.


Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.01.2004, pg. 15)

Identidade Física do Juiz

Ementa: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. REPARAÇÃO DE DANOS


MATERIAIS. INCÊNDIO. VARIAÇÃO DE CORRENTE NO
FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. PRELIMINARES.
NULIDADE DA SENTENÇA. 1. PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA
DO JUIZ. 2. ERRO DE FATO.
- Princípio da identidade física do Juiz. Nulidade em face do julgamento do
feito por juiz que não presidiu a instrução. Ao Juiz que presidiu toda a

110 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
instrução da causa - inclusive colhendo prova em audiência -, declarando-a
encerrada e tomando os debates orais, enfim, preparado restando o
processo para julgamento, incumbe proferir a sentença. Aspecto da
vinculação do Juiz ao feito, não cessada em virtude de permuta, mormente
se realizada entre Varas da mesma comarca, no caso a de Fortaleza,
Inteligência do art. 132, CPC, ausentes, na espécie, aquelas exceções de que
se ocupa o citado dispositivo legal. Nulidade da sentença decretada.
- Prejudicados a segunda preliminar e o julgamento de mérito.
- Recurso provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.2930-8, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 19)

Incorporação Imobiliária

Ementa: Incorporação imobiliária. De conformidade com o art. 32 da Lei n°


4.591, de 16.12.1964, o incorporador somente poderá negociar a venda de
unidades autônomas após ter arquivado, no Registro de Imóveis, os
documentos ali relacionados. Ajuntando-se ao descumprimento dessa
regra cogente o atraso na conclusão das unidades irregularmente
negociadas, sem a necessária demonstração de caso fortuito ou força maior,
viabiliza-se a rescisão do contrato e a devolução das quantias pagas pelos
promitentes compradores. Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.6301-8, Relator(a):


Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 29.01.2004, pg. 18)

Ementa: PROCESSO CIVIL. CONSTRUÇÃO. ALTERAÇÃO


UNILATERAL DO MEMORIAL DESCRITIVO DAS ESPECIFICAÇÕES
DA OBRA. INOBSERVÂNCIA DO DISPOSTO NO ART. 43, IV, DA LEI N°
4.591/64. INADMISSIBILIDADE. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL,
PARA DECLARAR A NULIDADE DE TODOS OS ADITIVOS AO
MEMORIAL DESCRITIVO EFETIVADOS PELA CONSTRUTORA, SEM
AUTORIZAÇÃO DOS CONDÔMINOS, CONDENANDO-A, BEM ASSIM,
À PRESTAÇÃO DE FATO, NO SENTIDO DE PROCEDER ÀS
NECESSÁRIAS SUBSTITUIÇÕES DOS MATERIAIS E ESPECIFICAÇÕES
EMPREGADOS POR AQUELES ANTERIORMENTE ESTIPULADOS NO
MEMORIAL DESCRITIVO DO EMPREENDIMENTO, DEFERINDO-SE O
PEDIDO ALTERNATIVO DE PERDAS E DANOS, EM CASO DE
IMPOSSIBILIDADE DO CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES
ALUDIDAS. PREJUDICIAL AGITADA PELA APELANTE -

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 111
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
PRESCRIÇÃO, A TEOR DO ART. 178, §5°, IV, DO CÓDIGO CIVIL DE
1916. INAPLICABILIDADE. HIPÓTESE DE PRESCRIÇÃO VINTENÁRIA.
- Não se cogitando de ação redibitória nem quanti minoris, o prazo
prescricional é vintenário, nos exatos termos do art. 177 do Código Civil de
1916. - Possuem os adquirentes o direito de exigir da Construtora o
cumprimento fiel das obrigações assumidas, ou buscar indenização em
caso de impossibilidade do adimplemento, quando as modificações no
Projeto de Construção do prédio, que alteraram as unidades objeto dos
contratos pactuados, ocorrerem em desacordo com o disposto no art. 43 da
Lei n° 4.591 /64. - RECURSO APELATÓRIO CONHECIDO, MAS
IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0274-9, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 02.04.2004, pg. 52)

Ementa: CIVIL - PROCESSUAL – INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA -


RESCISÃO CONTRATUAL C/C PERDAS E DANOS - CONTRATO DE
COMPROMISSO DE COMPRA E VENDA – ATRASO NO
CUMPRIMENTO DA OBRA - CULPA DA CONSTRUTORA
CARACTERIZADA - RESTITUIÇÃO DE QUANTIAS PAGAS – DANOS
MATERIAIS E MORAIS - LUCROS CESSANTES – PROCEDÊNCIA
PARCIAL.
1. Rescisão de contrato cumulada com indenização por perdas e danos. A
mora do incorporador é causa de rescisão do contrato. A constituição de
ônus sobre a unidade comprometida, como consta de cláusula contratual,
também o rescinde. No caso concreto, a apelante inadimpliu o contrato no
que diz respeito à entrega do imóvel contratado, por prazo longo e sem
qualquer justificativa, evidenciada a culpa exclusiva da incorporadora pela
não conclusão da obra. Além disto, descumprindo cláusula contratual
expressa, a vendedora hipotecou o bem objeto da incorporação. Daí que
deve o contrato ser rescindido, com a devolução à compradora, em parcela
única, dos valores pagos, acrescidos de juros legais e correção monetária.
2. Devolução em dobro das parcelas pagas. Inadmissibilidade. Não
aplicação, in specie, da regra contida no art. 42, § único, do CDC.
3. Danos morais. Na reparação do dano moral, este, por ser abstrato, como
a decepção e o sofrimento, não é passível de demonstração probatória,
sendo aferido pela comprovação do fato que lhe deu causa e da culpa do
ofensor. No caso presente, mesmo inadimplente, a apelante, por si ou por
terceiro, fez levar a protesto, indevidamente, título de crédito vinculado à
contratação havida entre partes, além de inserir o nome da apelada nos
registros cadastrais da SERASA, órgão de restrição ao crédito, causando-
lhe dano moral. Tendo-se por certo que este, na impossibilidade de ser
provado, de par com a sua abstratividade, basta que se prove, como na

112 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
espécie, o ato que lhe deu causa, ou seja, o registro de protesto do título e a
inscrição no cadastro negativo de crédito, tudo por responsabilidade da
apelante. Recurso provido, parcialmente.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.8454-5, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 16)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. CONTRATO IMOBILIÁRIO SOB O REGIME


DE ADMINISTRAÇÃO OU A PREÇO DE CUSTO. PRETENSÃO À
DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO, RELATIVAMENTE À
AQUISIÇÃO DO IMÓVEL. PROCEDÊNCIA. AÇÃO AJUIZADA EM
FACE DA CONSTRUTORA E INCORPORADORA. PRELIMINAR
ARGÜIDA DE ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM.
INOCORRÊNCIA. INTERESSE PARA FIGURAR NO PÓLO PASSIVO DA
DEMANDA DEVIDAMENTE CONSTATADO. PRELIMINAR
REJEITADA. SENTENÇA MANTIDA. RECLAMO RECURSAL A QUE SE
NEGA PROVIMENTO.
- A legitimidade ad causam infere-se da inserção das partes litigantes na
mesma relação jurídico-processual emergente da pretensão levada à juízo.
Assim, deve figurar como réu, no processo, aquele que suportará os
prejuízos advindos com a procedência da ação proposta.
- A apelada postula a declaração de inexistência de débito, relativamente à
aquisição do imóvel objeto do contrato firmado, havendo cumprido sua
obrigação quitando todo o preço estipulado na avença, sendo, portanto,
procedente o seu pleito, em conformidade com a sentença singular.
RECURSO APELATORIO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.9004-1, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 10.02.2004, pg. 56)

Interdição

Ementa: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL INTERDIÇÃO. CURATELA NOVA


PROVA PERICIAL POR CLÍNICA ESPECIALIZADA, A
REQUERIMENTO DO MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL. DISPENSA A
CRITÉRIO DO JUIZ. PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO DAS
PROVAS.
1. Compete ao juiz, como presidente da instrução do processo, indeferir as
provas dispensáveis ou meramente protelatórias, ex vi do art. 130, do CPC.
2. A expedição de dois laudos periciais - um de autoria do INSS, outro de
profissional médico designado pelo juiz processante do feito - ambos

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 113
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
conduzindo à ilação de que o interditando sofre de retardamento mental
grave, constitui prova suficiente para a dispensa de um terceiro laudo,
elaborado por clínica especializada, como sói pretender o Ministério
Público Estadual, in casu mormente quando a prova testemunhal confirma
a alegação de que a vesânia atestada se faz de molde a incapacitar o
requerido para as tarefas diárias e do trabalho, desde o seu nascimento.
Sentença confirmada. Recurso improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.5811-2, Relator: Des.


José Arísio Lopes da Costa, DJ. 10.03.2004, pg. 18)

Ementa: CURATELA. AÇÃO DE INTERDIÇÃO. EXAME DO


INTERDITANDO. LAUDO PERICIAL INCONSISTENTE.
- Nega-se o pedido de interdição quando se verifica que o interditando,
através do conjunto probatório, encontra-se apto a desempenhar
normalmente seus atos da vida civil;
- Laudo pericial que atesta psicose esquizofrênica, analisado isoladamente
e realizado por profissional não especializado, que sequer responde aos
quesitos formulados pelo juiz, não enseja a interdição;
- Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0007-0, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 18.02.2004, pg. 6)

Ementa: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. INTERDIÇÃO. LAUDO MÉDICO.


PERITO DESIGNADO. VALIDADE. O art. 1.183 do Código de Processo
Civil não exige seja o laudo elaborado por perito do INSS. A redação do
dispositivo é clara quando afirma que “o juiz nomeará perito para proceder
ao exame do interditando”. O perito foi nomeado e o laudo foi conclusivo,
não se constatando nenhuma nulidade nesse procedimento. Recurso não-
provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.0553-1, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 11)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL.


AÇÃO DE INTERDIÇÃO. SENTENÇA QUE INDEFERE A INICIAL, COM
FUNDAMENTO NO ART. 284 E SEU PARÁGRAFO ÚNICO, C/C ART.
267, I, TODOS DO CPC. NÃO REALIZAÇÃO DO EXAME DO
INTERDITANDO, A QUE SE REFERE O ART. 1.183, DO CPC.
IMPOSSIBILIDADE. A PERÍCIA MÉDICA, NO PROCESSO DE

114 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
INTERDIÇÃO, CONSISTE EM FORMALIDADE OBRIGATÓRIA, NÃO
PODENDO SER DISPENSADA PELO ÓRGÃO JUDICIAL, SOB PENA DE
NULIDADE.
- Ainda que não adstrito, o magistrado, a conclusões de prova pericial
produzida em juízo, não é contornável a etapa procedimental prescrita no
ad. 1.183 do CPC” (Ac. Unânime da 2ª Câmara do TJ/SP de 20.03.90, na
Apel. n. 119.989-1, ReI. Des. Walter Moraes; RJTJESP, 126/165).
- A apresentação de atestado médico não supre a necessidade de que seja
realizada prova pericial (RT 675/174).
- RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.3076-0, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 11.06.2004, pg. 47)

Ementa: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. INTERDIÇÃO. LAUDO MÉDICO.


OBRIGATOREDADE.
Um simples atestado médico não atende as exigências do art. 1.1.83 do
CPC. Sendo a norma de natureza cogente a nulidade do processo se
evidencia.
O laudo previsto no citado art. 1.183 do CPC, mesmo em comarcas
desprovidas de psiquiatras, deve observar os elementos mínimos, tais
como identificação completa, antecedentes pessoais, observação ampla,
diagnóstico, conclusão e respostas aos quesitos formulados, sob pena de
nulidade. Matéria de ordem pública. Apelação prejudicada.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.0455-6, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 23)

Interdito Proibitório

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. INTERDITO PROIBITÓRIO. LIMINAR.


PODER PÚBLICO. AUDIÊNCIA PRÉVIA. NECESSIDADE.
Para a concessão de liminar contra o poder público na ação de interdito
proibitório se faz necessário a sua audiência prévia, nos termos do art. 928,
parágrafo único do CPC aplicável à hipótese em decorrência do art. 933 do
mesmo diploma legal. Recurso provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.1446-7,


Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 18.05.2004, pg. 11)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 115
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Ementa: CIVIL. PROCESSO CIVIL. INTERDITO PROIBITÓRIO.
CERCEAMENTO DE DEFESA NÃO EVIDENCIADO.
- O possuidor, que tenha justo receio de ser molestado na posse, poderá
peticionar ao juiz que o assegure da violência iminente, cominando pena a
quem lhe transgredir o preceito;
- A luz do princípio da instrumentalidade das formas, o juiz considerará
válido o ato que, realizado de outro modo, alcançar a sua finalidade;
- Não constituem cerceamento de defesa os vícios processuais sanados sem
prejuízo para as partes;
- Apelação conhecida e improvida. Sentença confirmada.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1767-3, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 29.01.2004, pg. 44)

Intimação

Ementa: AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS.


RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL. SENTENÇA. INTIMAÇÃO DAS
PARTES VIA PUBLICAÇÃO NO ÓRGÃO DE IMPRENSA OFICIAL,
CONTENDO O NOME DOS ADVOGADOS CONSTITUÍDOS. DIES A
QUO. CIRCULAÇÃO NA COMARCA. TRÂNSITO EM JULGADO
INDUVIDOSO. INCONFORMAÇÃO MANIFESTAMENTE
EXTEMPORÂNEA. Preliminar acolhida. - Recurso de apelação não
conhecido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.1703-2, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 26.02.2004, pg. 9)

Intimação Pessoal

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - DESPEJO AGRÁRIO - EXTINÇÃO DO


PROCESSO - IRRELEVÂNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO RECURSAL -
DECISÃO MANTIDA.
1. Em regra, a parte litigante é intimada na pessoa de seu patrono, porém,
para ser dado impulso ao feito, sob pena de extinção, a nossa lei adjetiva
civil excepciona ao determinar a intimação pessoal do Autor, daí resultar
inconsistente e inaceitável a argüição apelatória.
2. Recurso conhecido, porém improvido.

116 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0006.4311-1, Relator(a):
Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.01.2004, pg. 21)

Inventário e Partilha

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INVENTÁRIO E PARTILHA -


CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS - ATO JURÍDICO PERFEITO -
AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO DO PATRONO DOS CESSIONÁRIOS
ACERCA DOS TERMOS DA AÇÃO - DISPENSA DA AVALIAÇÃO DOS
BENS E PARTILHA REALIZADA SEM CONTEMPLAR OS
CESSIONÁRIOS - NULIDADE - APELO CONHECIDO E PROVIDO,
DETERMINANDO A REMESSA DOS AUTOS AO JUÍZO SINGULAR,
PARA FINS DE AVALIAÇÃO DOS BENS DO ESPÓLIO E REGULAR
PROCESSAMENTO DO INVENTÁRIO, COM A INTIMAÇÃO DOS
CESSIONÁRIOS ACERCA DOS ATOS PROCESSUAIS:
I - Constitui ato jurídico perfeito, nos termos do art. 82 do Código Civil de
1916, a cessão de direitos hereditários realizada por herdeiro, após a
sucessão, em beneficio de seus sobrinhos, através de escritura pública, com
a outorga uxória.
II – Os cessionários, apesar de não adquirirem a condição de herdeiros –
qualidade esta pessoal e intransferível - sub-rogaram-se nos direitos do
cedente, possuindo a titularidade do quinhão na mesma situação jurídica
deste, razão pela qual se impunha a citação dos mesmos, nos termos do art.
999 do Código de Processo Civil, a fim de que se fizessem representar nos
autos, acompanhando o inventário até a partilha final.
III - A magistrada singular, todavia, não determinou a citação dos
cessionários e embora estes tenham comparecido voluntariamente, os atos
processuais posteriores a tal manifestação foram realizados sem a devida
intimação do patrono dos menores, o que inviabilizou o direito destes de
participarem regularmente do processo, acarretando-lhes manifesto
prejuízo, principalmente em face da não inclusão dos mesmos na partilha.
IV- Constatada a necessidade de intimação dos cessionários e não
concordando estes com a dispensa da avaliação - o que afasta a norma
contida no art. 1007 do Código de Processo Civil - impõe-se o retorno dos
autos ao juízo singular, para a adoção de tal medida.
V - Apelação conhecida e provida, determinando o retorno dos autos ao
juízo de 1° grau, para fins de avaliação dos bens do espólio e regular
processamento do inventário, com a intimação dos cessionários acerca dos
atos processuais.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0002.4204-2, Relator(a):


Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 04.02.2004, pg. 9)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 117
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

Ementa: Conflito negativo de competência. Ação declaratória constitutiva


de direito, O Juízo do inventário é universal, exercendo força atrativa sobre
todas as ações em que o espólio for réu, a teor do art. 96, caput, do CPC.
Tratando-se de ação de natureza sucessória, fundada na existência de
direito sobre o valor da indenização das benfeitorias realizadas no imóvel
integrante do patrimônio da Autora da herança, requerido contra a
Inventariante, firma-se á competência em favor da 2ª Vara de Sucessões da
Comarca de Fortaleza para dirimir a questão, nos termos do disposto no
art. 112, inciso VI, do CDOJEC c/c o art. 96 do C. Pr. Civ. Conflito
conhecido para declarar a competência do Juízo Suscitante.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2000.0015.6199-6,


Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 10.02.2004, pg. 51)

Inversão do ônus da Prova

Ementa: PROCESSO CIVIL - ADEQUAÇÃO DE DÍVIDA. O contrato


firmado entre as partes é o documento hábil e indispensável a instruir o
feito, sem ele não é possível fazer a adequação de dívida pleiteada, por
falta de parâmetros abalizadores do que foi firmado entre as partes. A
inversão do ônus da prova afronta o principio da isonomia quando a parte
pode trazer ao feito o documento indispensável ao reconhecimento do
direito pretendido, mormente ao afirmar ter recebido em casa as condições
e cláusulas do pacto firmado. Recurso conhecido e improvido. Decisão
reformada.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.4095-8, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 27.01.2004, pg. 6)

Investigação de Paternidade

Ementa: Direito Civil. Investigação de paternidade cumulada com ação de


alimentos. I - A inexistência, na instrução processual, de prova conclusiva
da relação amorosa entre os litigantes, impe de o reconhecimento da
paternidade pleiteada. II - Precedentes jurisprudenciais. Recurso conhecido
e improvido.

118 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
(TJCE, 1ª câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.0320-3, Relator(a): Des.
Rômulo Moreira de Deus, DJ. 25.02.2004, pg. 57)

Ementa: Dispõe o Juiz, na investigação de paternidade, de liberdade na


apreciação da prova, porque, por impossibilidade de repousar sua decisão
em certeza absoluta, deverá escorar-se em presunções e indícios capazes de
gerar certeza relativa. Emergindo do conjunto probatórios indícios
veementes da paternidade reclamada, é de ser ela reconhecida. Apelo
improvida Decisão unânime.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3149-3, Relator: Des.


Ernani Barreira Porto, DJ. 15.03.2004, pg. 15)

Ementa: - APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DE FAMÍLIA. AÇÃO DE


INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE C/C ALIMENTOS. EVIDÊNCIAS
CONFIGURADAS, TESTEMUNHOS E RESULTADO DE EXAME
HEMATOLÓGICO NÃO EXCLUDENTE DA PATERNIDADE
DENUNCIADA. ALEGAÇÃO DE NÃO RELACIONAMENTO SEXUAL
ENTRE O INVESTIGADO E A REPRESENTANTE DO INVESTIGANTE À
ÉPOCA DA CONCEPÇÃO NÃO ILIDIDA POR PROVA OUTRA,
INCLUSIVE A DA EXCEPTIO PLURIUM CONCUBENTIUM QUE, DE
TODO, RESTOU AFASTADA, ATÉ PORQUE, POR DUAS VEZES O
INVESTIGADO FURTOU-SE A SUBMETER-SE AO EXAME
HEMATOLÓGICO. É de acolher-se o pleito deduzido em sede de
Investigação de Paternidade, quando comprovado que, ao tempo da
concepção, a genitora do investigante mantinha íntimo relacionamento
sexual com o investigado, certo, outrossim, que a conclusão do exame
hematológico, não excluiu a paternidade reclamada. Alimentos devidos a
partir da citação (Súmula n° 277 do STJ). Recurso conhecido e improvido.
Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.2327-0, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 10.02.2004, pg. 55)

Ementa: INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. AUSÊNCIA DE EXAME


DE DNA. PRESUNÇÃO DE PATERNIDADE EM DECORRÊNCIA DAS
DEMAIS/ PROVAS DOCUMENTAIS E TESTEMUNHAIS
APRESENTADAS.
- Tendo em vista a desnecessidade da realização do exame de DNA, visto
que as provas testemunhais e técnicas, de citar o exame hematológico,

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 119
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
configuram meios aptos a comprovar a paternidade, ratificado pela
confissão do apelante que reconhece, inclusive, haver mantido relações
com a genitora do menor, é indiscutível a confirmação da sentença
proferida pelo juízo a quo.
- Recurso conhecido e improvido. Sentença confirmada.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7401-0, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 15.03.2004, pg. 15)

Ementa: DIREITO DE FAMÍLIA - INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE -


NEGATIVA NÃO COMPROVADA APELO DO VENCIDO
INCONSISTENTE - RECURSO DO VENCEDOR MERECEDOR DE
ACOLHIMENTO - REFORMA PARCIAL.
1. A negativa esbarra diante do insuspeito exame pericial médico-legal
existente no bojo dos autos, corroborado pela prova oral colhida e, assim,
não há como prosperar a pretendida reforma do reconhecimento da
paternidade.
2. Contudo, a sentença vergastada merece reforma na parte que deixou de
impor ao vencido a condenação em custas processuais.
3. Apelos conhecidos, com improvimento do primeiro e provimento do
manejado pelo investigando.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.7573-9, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 27.01.2004, pg. 6)

Ementa: Direito Civil. Investigação de paternidade cumulada com ação de


alimentos. Agravo retido improvido.
I Tratando-se de investigação de paternidade com fins alimentares, aplica-
se a regra geral do art. 520, do CPC.
II - Inexistência, na instrução processual, de prova conclusiva da
paternidade. Relevância das conseqüências jurídicas, com implicações
éticas no sensível âmbito das relações familiares e significativos efeitos de
natureza patrimonial, inclusive em relação a terceiros.
III - Recurso conhecido. Sentença anulada, para que seja realizado o exame
de DNA.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.2000-0, Relator: Des.


Rômulo Moreira de Deus, DJ. 10.03.2004, pg. 17)

120 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE
ASSENTADO EM PROVA MÉDICO LEGAL. MANUTENÇÃO.
ALIMENTOS. OBRIGATORIEDADE DE FIXAÇÃO NA DECISÃO QUE
RECONHECE A PATERNIDADE.
- O exame de DNA é prova científica suficiente a atestar com grande grau
de precisão a paternidade, especialmente quando corroborado pelo
reconhecimento de relacionamento amoroso.
- Quando o réu não refuta na contestação sua condição econômica da
maneira apresentada na inicial, incide a presunção de veracidade,
dispensando dilação probatória.
- Recurso conhecido, mas improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1956-0, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.02.2004, pg. 22)

Ementa: INVESTIGAÇÃO DE PATERMDADE. AUSÊNCIA EXAME DE


DNA. PRESUNÇÃO DE PATERNIDADE EM DECORRÊNCIA DAS
DEMAIS PROVAS DOCUMENTAIS E TESTEMUNHAIS
APRESENTADAS. PENSÃO ALIMENTÍCIA.
- É certo que exame hematológico e o DNA deixaram de ser realizados por
não terem sido requeridos pelas partes. Entretanto, apoiada nas demais
provas acostadas, é de se vislumbrar eficácia do conjunto probatório,
reconhecendo a paternidade;
- A conseqüente obrigação de prestar alimentos à filha, na base de 25% dos
rendimentos do apelante, conforme sentença a quo, é idôneo a custear as
despesas do seu dependente;
- Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.8705-7, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 09.01.2004, pg. 40)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE C/C


ALIMENTOS - ILEGITIMIDADE ATIVA DA MÃE DO INVESTIGANTE -
VÍCIO SANÁVEL - PRECEDENTE DO STJ - EXAME DE DNA QUE
ATESTA A PATERNIDADE - EXISTÊNCIA DE ATESTADO MÉDICO
COMPROVANDO QUE O SUPOSTO PAI REALIZOU VASECTOMIA
ANTES DA CONCEPÇÃO - AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO DE NOVO
EXAME DE DNA – NÃO IMPLEMENTAÇÃO DO ÔNUS PROBATÓRIO
PELO APELANTE - PENSÃO ALIMENTÍCIA - VALOR QUE ATENDE
AO BINÔMIO NECESSIDADE DO ALIMENTADO/POSSIBILIDADE DO
ALIMENTANTE - APELO CONHECIDO E IMPROVIDO:

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 121
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
I - Não se apresenta razoável a negativa de prestação jurisdicional com
fulcro em equívoco na indicação do outorgante das procurações -
constando a genitora do Apelado e não este -, uma vez que todos os atos
processuais - inclusive a inicial - foram realizados pelo Recorrido, tendo a
Sr. Ana Lúcia Siqueira Mota figurado apenas como representante do
mesmo. Precedente do Superior Tribunal de Justiça. II – A paternidade
restou demonstrada através do exame de DNA, que apontou uma
probabilidade acima de 99,99% (noventa e nove vírgula noventa e nove por
cento) de o Apelante ser pai do Apelado, corroborando as provas
testemunhais colhidas às fls. 107; 118; 120/121 e 129.
III - O fato de o Apelante ter se submetido à vasectomia antes da data da
concepção, por si só, não afasta a conclusão do exame de DNA, uma vez
que, mesmo após tal ato cirúrgico, recomenda-se o uso de outro método
contraceptivo, até que se esgotem totalmente os espermatozóides já
armazenados. Tanto é assim que, o exame apresentado pelo próprio
Apelante detectou a presença de raros espermatozóides no material
examinado após a centrifugação.
IV - Ademais, caberia ao Apelante, nos termos do art. 437 do Código de
Processo Civil, requerer a realização de nova perícia, a fim de demonstrar e
corrigir eventual inexatidão do teste de DNA. Diante de sua inércia, restou
desatendido o ônus probatório que lhe impõe o art. 333, inciso I do CPC,
ficando em desvantajosa posição para a obtenção do ganho da causa.
V - O percentual arbitrado a título de pensão alimentícia - 15% (quinze por
cento) dos vencimentos do Apelante - atende o binômio necessidade do
alimentado/capacidade do alimentante. Ressalte-se que, após o débito da
pensão, o Recorrente ainda disporá de 85% (oitenta e cinco por cento) dos
seus vencimentos, suficientes para o sustento dos outros 04 (quatro) filhos.
VI - Apelação conhecida e improvida.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0003.7482-0, Relator(a):


Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 04.02.2004, pg. 9)

Ementa: Ação de investigação de paternidade. Não basta o investigado


negar os fatos alegados pela autora e confirmados por testemunhas, mas,
sim, provar suficientemente a sua inocorrência. Quanto ao teste
convencional de material sangüíneo, sabe-se que é confiável apenas no
sentido de exclusão da paternidade. Portanto, não eliminada a
possibilidade de a concepção ter coincidido com o período de relações
sexuais mantidas entre o recorrente e a mãe do recorrido, prevalecerá a
prova indiciária e presuntiva dos fatos narrados na inicial. Apelação a que
se nega provimento.

122 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4562-1, Relator(a):
Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 22.01.2004, pg. 6)

Ementa: CONSTITUCIONAL - CIVIL - PROCESSUAL CIVIL -


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO CONFIGURADA - ART.
535, II CPC - INVESTIGACÃO DE PATERNIDADE - EXAME DNA -
RECUSA - EFEITO DE INVERSÃO DE ÔNUS DA PROVA.
I - Reconhecida está a omissão, no que se refere a falta de manifestação do
decisum guerreado acerca de uma das fundamentações de tese do autor
ora embargante, qual seja, a recusa do ora embargado em submeter-se a
exame imunogenético (DNA), tema relevante para o deslinde da lide.
Entendeu, o acórdão proferido pela Corte Superior, a impossibilidade de
ser imputada falta de prova técnica às alegações do autor, ora recorrente, se
esta não se realizou em face da recusa do réu, ora embargado, em
submeter-se ao exame requerido.
II - A tão só recusa em submeter-se a exame imprescindível à apuração da
verdade, não seria suficiente à imputação de paternidade ao ora
embargado, se a presunção da condição de pai não estivesse aliada às
evidências dos autos, em que provado está pelo depoimento testemunhal,
ante a impossibilidade produção de qualquer outro meio probatório, o
relacionamento à época da concepção, do qual se presumem as relações
sexuais, e a honorabilidade da genitora, reconhecida até mesmo pelas
testemunhas do ora embargante. Destarte, em face da presença de tais
condições, tem-se por apropriado à espécie o reconhecimento da
paternidade.
EMBARGOS DECLARATÓRIOS COM EFEITOS MODIFICATIVOS
CONHECIDOS E ACOLHIDOS.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚2001.0001.1901-5,


Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.01.2004, pg. 14)

Ementa: Apelação Cível - Investigatória de Paternidade.


I - Restando evidenciado que o réu, ora apelante, manteve relacionamento
amoroso com a mãe do infante, ora apelado, a época da gravidez, e que
esta se conservou fiel, sendo mulher detentora de reputação de cuja
seriedade as testemunhas não ousaram duvidar, impõe-se a procedência da
ação de investigação de paternidade.
II - Insustentabilidade das razões levantadas, inclusive no referente ao
pagamento da pensão alimentícia.
III - Recurso apelatório conhecido, mas improvido.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 123
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.8133-6, Relator: Des.


José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.01.2004, pg. 16)

Ementa : INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE


ARCAR COM AS DESPESAS PROCESSUAIS.
- Apesar da alegada impossibilidade de arcar com as despesas processuais,
não se depreende dos autos qualquer declaração de pobreza ou mesmo
pedido de justiça gratuita a amparar o direito pugnado;
- Outrossim, à luz princípio da causalidade, aquele que deu causa ao
incidente processual deverá arcar com os encargos daí decorrentes;
- Recurso conhecido e improvido. Sentença confirmada.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4285-1, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 09.01.2004, pg. 40)

Juizados Especiais Cíveis

Ementa: AÇÃO RESCISÓRIA - SENTENÇA PROFERIDA POR UNIDADE


DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL E CRIMINAL DESCABIMENTO.
1. O Art. 59 da Lei n. 9.099/95 é taxativo em não admitir a rescisória nos
feitos sob sua regência e, sendo assim, patenteada se me afigura a carência
do direito de ação.
2. Preliminar acolhida para julgar o A. carecedor do direito de ação, com a
conseqüente extinção do feito.

(TJCE, Câmaras Cíveis Reunidas, Ação Rescisória n˚ 2000.0014.9850-0,


Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 10.02.2004, pg. 51)

Ementa: Agravo de Instrumento. Direito Processual Civil. Ação


indenizatória. Processamento perante o Juizado Especial Cível. Artigo 3°
da Lei n° 9.099/95. Opção do autor.
I - O exercício do direito de ação no Juizado Especial Cível é uma faculdade
do autor, não podendo o órgão judicial integrante da justiça comum
estadual, onde inicialmente foi intentada a ação indenizatória, obrigar o
jurisdicionado a submeter a pretensão deduzida ao juizado especial cível.
II - Recurso conhecido e provido. Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0001.8411-5,


Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 29.01.2004, pg. 23)

124 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
Julgamento Antecipado da Lide

Ementa: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO POPULAR -


JULGAMENTO ANTECIPADO - IMPOSSIBILIDADE - DECISÃO
INVÁLIDA.
1. Havendo o autor protestado e requerido prova oral, não podia ser
julgado antecipadamente a lide com evidente supressão do contraditório
assegurado constitucionalmente e previsto na legislação que rege, máxime
sendo antes o douto Magistrado a quo alertado pela representação
Ministerial sobre a necessidade da fase probatória em audiência.
2. Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.4891-0, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 25)

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. JULGAMENTO ANTECIPADO.


CERCEAMENTO DE DEFESA. CARACTERIZAÇÃO.
Havendo questões de fato relevantes, realizado expressamente o pedido de
produção de provas, o julgamento antecipado da lide constitui
cerceamento de defesa. Realização de provas autorizada pelo magistrado a
quo, que, sem expressar motivação, posteriormente decide por julgar a lide
antecipadamente. Recurso provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0013.4133-3,


Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 23)

Juros e Correção Monetária

Ementa: A comissão de permanência, a ser exigida a partir da verificação


da mora do devedor, uma vez cobrada às mesmas taxas dos juros
remuneratórios, apresenta-se, igualmente, com dupla função, nos mesmos
moldes dos juros remuneratórios, porém, invertida: fator de correção das
supostas perdas do valor da moeda e, de forma embutida, os juros
remuneratórios, que alguns classificam como se fossem os “lucros
cessantes” dos banqueiros. Embora licita sua cobrança, deve-se ressaltar a
impossibilidade de cumulá-la com os juros remuneratórios, sob pena de
impor ao financiado, além de juros e multa de mora, correção e juros
remuneratórios em dobro, o que seria de fato abusivo. Pelos mesmos
motivos e nisso assiste razão ao apelante, merece revisão a cláusula 6.1.1 do
instrumento de contrato, em suas alíneas “a” e “b”. Considerando a

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 125
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
natureza das diversas parcelas devidas ao apelado, a cobrança dos juros
moratórios e multa penal, na forma avençada, implica na formação de
verdadeira “cascata”, e, se por um lado ao banqueiro assiste o direito de
lucrar sobre o dinheiro que emprestou, o senso de justiça impõe que o
referido lucro não seja majorado de forma indireta. Nesse diapasão, no que
tange à cláusula 6.1.1, alíneas “a” e “b”, impõe-se o provimento parcial do
recurso, a fim de, quanto à alínea “a”, afastar a incidência dos juros
moratórios sobre a comissão de permanência, e, quanto à alínea “b”, afastar
a incidência da multa sobre a comissão de permanência e juros moratórios.
- Recurso conhecido e parcialmente provido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.9591-8, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 23.04.2004, pg. 45)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO COMERCIAL E PROCESSUAL


CIVIL. CÉDULA DE CRÉDITO INDUSTRIAL. EXECUÇÃO. JUROS E
CAPITALIZAÇÃO MENSAL.
I - De acordo com a orientação jurisprudencial do Superior Tribunal de
Justiça (STJ), em se tratando de instituição integrante do sistema financeiro
nacional, a capitalização mensal de juros, quando expressamente pactuada,
é admitida.
II - A exigência de taxa de juros superiores a 12% ao ano não se condiciona
à autorização do Conselho Monetário Nacional, salvo nas hipóteses de
cédula de crédito rural, comercial ou industrial. Assim, inexistindo nos
autos comprovação da referida autorização, há de prevalecer a regra geral
do art. 1°, “caput”, da Lei de Usura, que veda a cobrança de juros em
percentual superior ao dobro da taxa legal (12% ao ano).
III – Recurso conhecido, e parcialmente provido.
Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.2438-1, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 22.06.2004, pg. 21)

Ementa: Direito Civil e Comercial - Busca e Apreensão - Juros - Art. 192, §


3°, Constituição Federal/88. - A capitalização mensal de juros sobre juros,
ainda quando expressamente convencionada, constitui-se prática de
anatocismo, sendo, pois, vedada pelo ordenamento pátrio. - A
possibilidade da instituição financeira cobrar juros acima do limite de 12%
(doze por cento) ao ano, afastando-se, pois, a vedação do disposto no art 1°
do Dec. Lei n° 22.626/33, de acordo com pacífica jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça, vincula-se á prévia estipulação contratual e à

126 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
demonstração, pelo credor, da fixação respectiva, pelo Conselho Monetário
Nacional. - Apelo improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.5001-3, Relator(a):


Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 18.02.2004, pg. 6)

Ementa: EMBARGOS À EXECUÇÃO. CONTRATO DE MÚTUO.


ANATOCISMO. AUTO-APLICABILIDADE DO ART. 192, § 3°, DA CF.
INCIDÊNCIA SOBRE AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS, APLICAÇÃO
DO CDC E NOVO CC.
- É proibido contar juros dos juros.
- Em que pese a divergência sobre a auto-aplicabilidade do § 3° do artigo
192, CF/88, resolve-se a lide pelo disposto no CDC e novo Código Civil,
porquanto abusivas e excessivas as cláusulas que originam o título
executado.
- Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.0793-2, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 09.01.2004, pg. 39)

Ementa: Processual Civil. Execução. Embargos do devedor. Cédula de


Crédito Industrial. Título executivo extrajudicial. CPC, art. 585, VII.
Liquidez. Exigibilidade. Princípio do pacta sunt servanda. Mútuo bancário.
Capitalização de juros. Admissibilidade. (Dec.Lei 413/69, arts. 11, par. 2° e
14, VI e Súmula 93 do STJ). Contrato de adesão. Inocorrência.
Inaplicabilidade das regras do CDC à espécie. Juros. Taxa de juros
remuneratórios. Livre fixação pela vontade das partes - EC/40 que revogou
o art. 192, § 3º da carta magna. Julgamento antecipado da lide. Matéria de
mérito exclusivamente de direito. CPC, art. 330, I. Desnecessidade de
dilação probatória. Cerceamento de defesa. Não caracterização. Apelo que
se nega provimento.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.3431-1, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.01.2004, pg. 18)

Litigância de Má-fé

Ementa: PRELIMINAR. AGRAVO RETIDO. IMPUGNAÇÃO AO VALOR


DA CAUSA.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 127
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
- Em ação de cobrança de dívida, o valor da causa resta em acordo quando
se baseia no valor principal, acrescido dos demais acessórios e multas.
- Incabível tal impugnação à luz do inciso V do art. 259 do CPC, uma vez
que a lei lhe impõe observância ao inciso I do mesmo artigo.
Recurso conhecido e improvido.
MÉRITO. AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO.
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. COBRANÇA DE ALUGUERES EM ATRASO.
ART. 17, III, DO CPC.
- Incorre em litigância de má-fé aquele que aciona o locatário para mover
ação de despejo por falta de pagamento quando, na verdade, o aluguel não
está vencido na data do ajuizamento da ação.
- Caracterizada a cobrança de prestação indevida, impõe-se a repetição do
indébito.
- Apelação conhecida, mas improvida.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3180-9, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 13.02.2004, pg. 25)

Ementa: EXECUÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA. LITIGÂNCIA DE MÁ-


FÉ. CONTRADITÓRIO. NECESSIDADE.
Não extinta a execução, na forma do art. 794 do Código de Processo Civil, é
cabível a correção monetária, nos termos do art. 3° da Lei n° 6.899/81.
Para a condenação em litigância de má-fé exige-se da parte uma conduta
maldosa, com dolo ou culpa, causando dano processual à parte contrária. A
observância do contraditório é imperativo, sob pena de nulidade, para a
mencionada condenação.
Recurso provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0014.9877-1,


Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 23)

Locação

Ementa: RESSARCIMENTO - LOCAÇÃO – PRÉDIO URBANO - ART. 23,


INCISOS II, III e V DA LEI DE LOCAÇÃO - ART. 159 DO CC.
- Verificada através de prova testemunhal e pericial a ocorrência de danos
no imóvel e que estes ocorreram ainda na vigência do contrato; obrigado
está o locatário em reparar o dano e entregar o imóvel locado no estado de
conservação ideal, conforme recebera do locador.
- Recursos improvidos. Sentença confirmada.

128 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4691-1, Relator(a):
Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 01.04.2004, pg. 21)

Ementa: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL.


A falta de pagamento dos aluguéis, contratualmente estipulados, não pode
ser elidida pela escusa de que o imóvel locado possuía graves problemas
estruturais sem que, acerca destes, tenha sido notificado o locador.
Sentença confirmada. Recurso conhecido , mas improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0008.2817-0, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 29.01.2004, pg. 29)

•Ação de Despejo

Ementa: LOCAÇÃO - DESPEJO - ESPÓLIO – NÃO ABERTURA DO


PROCESSO DE INVENTÁRIO - INDICAÇÃO DE HERDEIRO PARA
REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL - CABIMENTO - ART. 11, INCISO II,
DA LEI DO INQUILINATO.
Não há nenhuma contrariedade à norma processual ao ser indicado um
dos herdeiros para constituir o pólo passivo da demanda, mesmo que este
não seja inventariante ou primeiro herdeiro na linha sucessória. O art. 11
,inciso II da Lei do
Inquilinato diz que a locação transmite-se ao espólio e, se for o caso, seu
sucessor no negócio. Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7005-7, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 07.04.2004, pg. 35)

Ementa: CIVIL - AÇÃO DE DESPEJO - EMBARGOS A EXECUÇÃO -


CONCORDÂNCIA DO LOCATÁRIO COM A DESOCUPAÇÃO DO
IMÓVEL EM SEIS MESES – DESCUMPRIMENTO - INCIDÊNCIA DO
ART. 61 DA LEI DO INQUILINATO.
1 - Consoante o disposto no art. 61, da Lei n.° 8.245/91 (LEI DO
INQUILINATO), se no prazo da contestação, houver concordância do
locatário com a desocupação do imóvel em seis (6) meses, o
descumprimento a este compromisso implica a responsabilidade por custas
e honorários advocatícios, à razão de vinte por cento sobre o valor dado à
causa.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 129
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
2 - A decisão que homologa o acordo de desocupação, nos termos do art. 61
da Lei de Locações, não precisa explicitar os ônus em que incorrerá o
locatário, em caso de desobediência ao acordo. A condenação
sucumbencial está implícita na própria decisão que o homologa. Sentença
mantida.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.9086-0, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 22)

Ementa: Apelação Cível. Ação de despejo por falta de pagamento de


alugueres e encargos c/c infração contratual e legal. Cobrança dos locativos
e encargos. Mora não purgada. Falsidade. Improcedência do incidente.
Procedência da desalojatória. Recursos conhecidos e improvidos. Decisão
unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0014.6122-8, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 22.06.2004, pg. 24)

Ementa: CIVIL - PROCESSUAL - LOCAÇÃO – REVISIONAL -


COBRANÇA DE ALUGUERES - DESPEJO - INADMISSIBILIDADE.
1. Ação de despejo cumulada com cobrança de diferenças de alugueres,
decorrentes de ação revisional. Estando em dia o locatário, não pode o
locador, credor de diferenças de alugueres, decorrentes de ação revisional,
optar pelo pedido de despejo para cobrá-las.
2. A Lei do Inquilinato, em seu art. 69, § 2°, expressa que a execução por
diferenças e locativos, oriundas da ação revisional, será feita nos autos
próprios da revisão. O comando legal é cogente, não dando margem a
faculdade.
3. Além disso, a cobrança dos alugueres através da ação de despejo, como
no caso vertente, afronta o princípio do meio menos gravoso para o
devedor, previsto no art. 620, do CPC. Recurso improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.4817-1, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 7)

Ementa: LOCAÇÃO - CONEXÃO - DESPEJO POR INFRAÇÃO


CONTRATUAL E AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE -
INOCORRÊNCIA.
Inexiste conexão entre as ações apontadas, pois os objetos imediatos de
cada ação são distintos, existindo relação contratual entre os litigantes em
cada caso, um decorrente da locação e outro da sublocação sem

130 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
comunicação do proprietário, apesar de incidir sobre o mesmo imóvel.
INFRAÇÃO CONTRATUAL - ARTS. 9° E 13º DA LEI DO INQUILINATO
E CLÁUSULA 10ª DO CONTRATO DE LOCAÇÃO. Verificada a infração
contratual, inclusive confessada, impõe-se a rescisão da avença e demais
consectários, reafirmando-se, outrossim, que não há inconveniente na
extensão dos efeitos da sentença ao sublocatário, porque, nos termos da lei,
finda a locação, resolve-se a sublocação, qualquer que seja sua causa,
inclusive, portanto, por infração contratual. Recurso conhecido e
improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.5895-2, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.02.2004, pg. 7)

Ementa: DESPEJO. ALUGUÉIS. PAGAMENTO RECIBO. PROVA.


AUSÊNCIA.
A prova do pagamento dos alugueres é o recibo, que, se não emitido, daria
ensejo à consignação em pagamento, procedimento ignorado pelo
recorrente, o que revela a inconsistência de suas alegações desprovidas de
qualquer comprovação. Também não existem nos autos provas das
alegadas benfeitorias. Recurso não-provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.1234-7, Relator: Des.


José Arísio Lopes da Costa, DJ. 10.03.2004, pg. 17)

Ementa: AÇÃO DE DESPEJO CUMULADA COM COBRANÇA DE


ALUGUERES - ENTREGA DAS CHAVES DO IMÓVEL EM JUÍZO -
SENTENÇA JUSTA QUE NÃO MERECE REPARO.
1. A decisão que deixa de decretar o despejo por falta de objeto ante a
entrega espontânea das chaves do imóvel no Juízo da causa, mas condena a
locatária a pagar os alugueres e encargos locatícios até a data do depósito
das chaves é justa, por aplicar corretamente o direito, considerando-se que
não há como se falar em rescisão locatícia anterior ao ato efetivo da referida
entrega, não merecendo, por via de conseqüência, a reforma perseguida.
2. Recurso conhecido, porém improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.2453-5, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 15)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO -


IRRELEVÂNCIA DE ARGUMENTAÇÃO RECURSAL - DECISÃO
MANTIDA.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 131
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
1. Sem qualquer ressonância jurídica a argüição de falta de citação de
fiador na despejatória, por ausência de previsão legal do litisconsórcio
passivo necessário e ainda mais inconsistente se constitui o argumento da
falta de citação do cônjuge virago do locatário, já que não é parte na relação
locatícia contratualmente avençada.
2. Limitando-se o recorrente a contestar a ação sob o pretexto de que havia
pagado os alugueres, sem proceder depois ao depósito dos acessórios
moratórios e, sendo a demanda cumulada com cobrança, a decisão
censurada se me afigura correta, inclusive na condenação de custas e verba
advocatícia, porque segundo a melhor jurisprudência o beneficiário da
justiça gratuita não goza da isenção pretendida.
3. Não há como se falar em cerceamento de defesa, porque o processo
comportava o julgamento antecipado.
4. Recurso conhecido, porém improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3611-8, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.01.2004, pg. 15)

•Acessões e Benfeitorias

Ementa: Direito Civil. Despejo. Benfeitorias. Indenização. Retenção.


Acessão.
I - A acessão física não se confunde com benfeitoria para fins de
indenização e retenção. Não dá ao locatário o direito de reter a coisa locada.
II - Mesmo se admitindo o entendimento minoritário de que as acessões,
lato sensu, são benfeitorias, e como tais deveriam ser tratadas, prevalece a
inteligência de que é válida a cláusula contratual em que o locatário
renuncia ao direito de retenção e de indenização, por se tratar de direito
patrimonial disponível.
III - O limite de 2% imposto pelo artigo 52, § 1°, do CDC não se aplica aos
contratos de locação, que têm legislação específica.
IV - A contratação, por particulares, de taxa de juros moratórios acima do
limite de 12% ao ano, contraria as disposições do artigo 1º do Decreto
22.626/33, combinado com artigo 1.062 do Código Civil.
V - Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentença reformada apenas
para reduzir os juros moratórios ao patamar de 12% ao ano.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.5697-8, Relator(a):


Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 29.01.2004, pg. 20)

132 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
•Consignação em Pagamento

Ementa: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. LOCAÇÃO. CONSIGNAÇÃO EM


PAGAMENTO. ABANDONO. IMISSÃO NA POSSE. IMPOSSIBILIDADE.
Na ação de despejo a Lei n° 8.245/91 prevê expressamente que “quando o
imóvel for abandonado, após ajuizada a ação, o locador poderá imitir-se na
posse do imóvel” (art. 66). Contudo, esse dispositivo legal somente é
aplicável às ações de despejo, sendo inaceitável a sua extensão às ações de
consignação em pagamento, que têm objetos totalmente diversos daquelas
primeiras. Na consignação em pagamento admite o art. 67, VI da Lei do
Inquilinato a possibilidade do réu, além de contestar a ação, em
reconvenção, pedir o despejo. Entretanto, essa possibilidade não foi
exercida nos presentes autos. Recurso provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.9192-1, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 5)

•Denúncia Vazia

Ementa: Apelação Cível. Denúncia vazia. Imóvel não residencial. Prazo de


locação indeterminado. Admissibilidade da ação de despejo se, notificado o
locatário com o prazo de 30 (trinta) dias, para a desocupação do imóvel,
nele insista em permanecer. Ação procedente. Recurso conhecido e
improvido. Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0006.4624-2/1, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 01.04.2004, pg. 14)

Ementa: LOCAÇÃO RESIDENCIAL. DENÚNCIA VAZIA -


NOTIFICAÇÃO DO LOCATÁRIO NO ENDEREÇO DO IMÓVEL
LOCADO, NA PESSOA DA MULHER. CARTÓRIO DO REGISTRO DE
TÍTULOS E DOCUMENTOS - VALIDADE – DESCABIMENTO EM FACE
DE CLÁUSULA CONTRATUAL ORIGINAL, QUE AFASTAVA O
DIREITO DE RETENÇÃO OU INDENIZAÇÃO - APLICAÇÃO DOS
ARTS. 35, 56, PARÁGRAFO ÚNICO, E 57 DA LEI N° 8.245/91.
(1) É válida a notificação premonitória no endereço do locatário, e recebida
por sua esposa, mormente se efetivada por oficial do Registro de Títulos e
Documentos, que goza de fé pública.
(2) Insubsistente a alegação sobre que omissa a sentença, que deixou de
apreciar alegação de nulidade de cláusula contratual relativa à renúncia de

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 133
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
indenização por benfeitorias, as quais não restaram demonstradas nos
autos, sequer cuidando o inquilino em requerer a realização de perícia,
nesse tocante. Inteligência do art. 333, I, do CPC.
(4) Procedência da ação. Locação prorrogada por prazo indeterminado.
Despejo. Denúncia vazia. Concessão. (LI, art. 46, §§ 2° e 5°). Recurso
improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.5005-2, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 03.05.2004, pg. 11)

Ementa: Apelação Cível. Ação de despejo - denúncia vazia - Art. 57, da Lei
n° 8.245/91 - Honorários advocatórios. A verba condenatória, em situações
como a dos autos, deve ser fixada em conformidade com o disposto no art.
20, § 3° do CPCivil, levando-se em conta que o valor da causa em ação de
desalojamento corresponde a 12 (doze) vezes o do aluguel mensal que é,
aliás, o valor do contrato (art. 259, V, do Estatuto adjetivo civil). Recurso
conhecido e provido. Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0004.1398-0, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 26.03.2004, pg. 15)

•Fiança

Ementa: Embargos à execução. Locação. Fiança. Prorrogação compulsória


do contrato por tempo in determinado. Vencido o prazo contratual, sem
renovação entre as partes, a locação, por força de lei, prorroga-se por
tempo indeterminado, independentemente de qualquer previsão contratual
em contrário (arts. 45 e 47 da LI). Nessa hipótese, as garantias da locação
também se es tendem até a efetiva entrega do imóvel, em face do que
dispõe o art. 39 da LI, mormente quando existe disposição contratual
expressa neste sentido. Passando a locação a ser por tempo indefinido, o
fiador tem o direito de exonerar-se da obrigação, pois não pode a sua
responsabilidade eternizar-se. Deve fazê-lo, entretanto, de modo explícito,
conforme lhe faculta a lei. A inércia do fiador denota concordância tácita
com o prolongamento da garantia prestada. Recurso conhecido e provido
para julgar-se improcedentes os embargos á execução.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.5007-2, Relator: Des.


Rômulo Moreira de Deus, DJ. 21.01.2004, pg. 11)

134 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil

Manutenção de Posse

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - PRELIMINAR DE NULIDADE DA


SENTENÇA POR FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO REJEITADA - AÇÃO
DE MANUTENÇÃO DE POSSE - EXCEÇÃO DE DOMÍNIO -
INAPLICABILIDADE AO CASO - ATOS DE MERA DETENÇÃO -
FRAGIBILIDADE DA PROVA - QUESTÕES SUCESSÓRIAS - MATÉRIA
DE DOMÍNIO ESTRANHA À LIDE POSSESSÓRIA - APELO
CONHECIDO E IMPROVIDO:
1 - Inocorre nulidade da sentença por falta de fundamentação se o
magistrado, ainda que de forma concisa, expõe as r azões de fato e de
direito que o convenceram a decidir a questão daquela maneira. Se tal
convencimento foi ou não prolatado com acerto, trata-se de matéria a ser
decidida no julgamento de mérito do recurso. Preliminar rejeitada.
II - Nas ações possessórias, a regra é o exame da posse dos litigantes, sendo
exceção o aspecto dominial, só trazido à consideração se ambos os
contendores discutirem a posse com base no domínio, ou se a prova do fato
da posse for de tal modo confusa que, levadas as partes a discutir o
domínio, se decide em favor de quem evidentemente tem o domínio,
hipóteses que não ocorreram no caso concreto.
III - Conquanto os Apelantes tenham apontado a existência de relação
jurídica excludente da posse (“causa detentionis”) qual seja, a circunstância
de que a Recorrida e seu falecido esposo usavam a gleba em nome dos
Recorridos (fâmulos da posse), tratando-se de ato de mera detenção, tal
fato não restou suficientemente demonstrado nos autos. A fragilidade da
prova testemunhal, a falta de comprovação da relação de subordinação e
da ausência de demonstração de que os resultados econômicos do imóvel
pertenciam aos Apelantes, apontam para a procedência do pedido
inaugural.
IV - A questão atinente à abertura da sucessão, diante da morte do marido
da Apelada, constitui matéria que envolve direito dominial, sendo matéria
estranha aos estreitos limites da presente possessória.
V - Apelo conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0610-8, Relator(a):


Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 18.02.2004, pg. 6)

Medida Cautelar

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 135
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Ementa: - PROCESSUAL CIVIL - AGRAVO DE INSTRUMENTO
CONTRA MEDIDA LIMINAR ACAUTELATÓRIA DOS INTERESSES
QUESTIONADOS - INCONSISTÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO
RECURSAL - DECISÃO MANTIDA.
1. A vigente Lei Adjetiva Civil confere ao juiz ilimitados poderes para
concessão de medida acautelatória dos interesses litigados, máxime sendo
provocado, como ocorreu no caso ora em apreciação.
2. Mesmo conciso, resultando fundamentado o despacho recorrido, não há
como se operar a reforma pretendida, mormente quando se traz à colação
argumentação mais direcionada ao mérito da ação principal, insusceptível
apreciação nesta restrita modalidade recursal.
3. Recurso conhecido, porém improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0003.6075-4,


Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 06.02.2004, pg. 7)

Nulidades

Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ORDINÁRIA.


LITISCONSORTE NECESSÁRIO. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO. NULIDADE
“PLENO JURE” DOS ATOS PROCESSUAIS PRATICADOS.
I - A falta de citação do litisconsorte necessário para integrar a lide, macula,
de todo, o processo, por ausência de seu pressuposto de constituição e de
desenvolvimento válido e regular. De acordo com a pacífica jurisprudência
do Superior Tribunal de Justiça (STJ): “A nulidade pleno jure deve ser
apreciada pelo órgão julgador mesmo de oficio, não se sujeitando à coisa
julgada, como ocorre na ausência de citação, salvo eventual suprimento,
comunicando-se aos atos subseqüentes” (REsp 184599/ES, rel. Min. Sálvio
de Figueiredo, DJU. 11/06/2001, pg. 00223; Resp 147769/SP, rel. Min.
Sálvio de Figueiredo, DJU 14/02/2000, pg. 00034).
II - Sentença desconstituída.
III - Remessa Obrigatória conhecida e provida. Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.3127-4, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 14.05.2004, pg. 20)

Nunciação de Obra Nova

Ementa: AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA. I - MERECE


PROSPERAR A AÇÃO DE NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA QUANDO A

136 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
VISTORIA PROCEDIDA IN LOCO, POR FISCAL DA EDILIDADE, FOI
CONCLUSIVA E CONVINCENTE, NO SENTIDO DE AFIRMAR QUE A
OBRA EMBARGADA OCASIONOU INAFASTÁVEL PREJUÍZO AO
IMÓVEL CONTÍGUO E INFRINGIU O CÓDIGO DE POSTURA DO
MUNICÍPIO. II - DECISÃO QUE BEM EXAMINOU A QUESTÃO SOB
TODOS OS ÂNGULOS, DESMERECENDO QUALQUER CENSURA. III -
APELAÇÃO CONHECIDA, MAS IMPROVIDA.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.6189-0, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 12.04.2004, pg. 27)

Organização Judiciária

Ementa: INCIDENTE PROCESSUAL. CONFLITO NEGATIVO DE


COMPETÊNCIA CÍVEL ENTRE VARAS DA FAZENDA PÚBLICA. AÇÃO
DE MANDADO DE SEGURANÇA EM QUE SE BUSCA A PROMOÇÃO
DE SERVIDOR DENTRO DA CORPORAÇÃO DE QUE FAZ PARTE.
PERFEITA APLICAÇÃO DE COMPARTIMENTO DO CÓDIGO DE
DIVISÃO E ORGANIZAÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO CEARÁ,
CONTIDO NO PARÁGRAFO TERCEIRO DO SEU ARTIGO 109.
-Segundo o § 3° do art. 109 da Lei 12.342, de 28 de julho de 1994, com a
redação dada pela Lei Estadual n 12.669/96, compete às Terceira, Quinta e
Sétima Varas da Fazenda Pública o julgamento das ações relacionadas com
“cargos e salários dos servidores públicos estaduais”.
-Tratando-se, no caso concreto, de ação tendente a discutir possível direito
do impetrante à promoção dentro do quadro de carreira da corporação
militar, inclusive com direta repercussão vencimental, não se pode olvidar
a incidência da norma acima mencionada, sob pena de violação às normas
de competência do Judiciário Estadual.
-Conflito conhecido e improvido, reconhecendo a competência da 3ª Vara
da Fazenda Pública para processar e julgar o feito.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2003.0003.4892-4,


Relator: Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 22.04.2004, pg. 16)

Ementa: - Conflito negativo de competência. Divergência entre Juízes das


Varas Cível e Fazendária. Mandado de segurança para adversar ilegalidade
atribuível à autoridade delegatária (dirigente de prestadora de serviços
públicos de fornecimento de água e esgotamento sanitário). Causa afeta à
competência do Juízo especializado, ex artigo 109, I, “b”, Código de
Divisão e Organização Judiciária do Estado do Ceará.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 137
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
- Incidente dirimido, aptidão cognitiva do judicante fazendário para a
impetração, caso da espécie, reconhecível, nemine discrepante.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2000.0015.3680-0,


Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 10.02.2004, pg. 51)

Pedido e Causa de Pedir

Ementa: - Agravo de Instrumento - Pedido alterado após o saneamento do


feito - Falta de consentimento da parte - Inadmissibilidade - Alegada
ausência de prejuízo - Irrelevância - Art. 264, § único, CPCiv.
- A estabilização processual, que se obtém com a citação válida, veda a
alteração do pedido sem o consentimento do réu. Tal proibição é ditada por
princípios maiores, como o da defesa e o do tratamento igualitário das
partes, sendo irrelevante a aparente falta de prejuízo a elas.
- Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0000.8694-0,


Relator(a): Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 18.02.2004, pg. 4)

Prazos

Ementa: AGRAVO REGIMENTAL. CERTIDÃO DE ENTRADA DO


PROCESSO NA PROCURADORIA DO ESTADO. INIDONEIDADE PARA
EFEITO DE CONTAGEM DO PRAZO RECURSAL. DIES A QUO A
PARTIR DA CARGA DOS AUTOS NA SECRETARIA DO JUÍZO.
I - No caso vertente, é de se confirmar a negativa de seguimento ao agravo
de instrumento, pelo critério da intempestividade, pois consoante a
certidão de intimação pessoal, repousante às fls. 28/v, os autos do processo
principal foram retirados da Secretaria de Vara em 26.05.03, sendo que o
recurso somente restou protocolizado junto ao Tribunal de Justiça, no dia
20.06.03, portanto, quando já passados mais de vinte dias do limiar do
prazo recursal.
II - A propósito, a certidão de entrada do processo na Procuradoria do
Estado, datada de 03.06.03, é prova inidônea para a deflagração do prazo
recursal, pois, quando se trata de intimação pessoal, a contagem se inicia a
partir da efetiva carga dos autos na Secretaria do Juízo. Por estes termos,
impõe-se a negativa de seguimento, por intempestividade do recurso -
Agravo desprovido.

138 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2003.0007.0708-8/1,
Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 21)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. PROCESSO CIVIL. EMBARGOS À


EXECUÇÃO. PRAZO CONTADO EM DOBRO. INTEMPESTIVIDADE.
I - Embargos à execução interpostos em evidente maltrato ao prazo
estipulado no art. 738 (CPC), no caso, contado em dobro, da irresignação,
por ser assistida a recorrente por defensor público.
II - Recurso reputado intempestivo.
III - Apelação não conhecida, por manifestamente extemporânea.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.5773-6, Relator: Des.


José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 04.01.2004, pg. 8)

Prestação de Contas

Ementa: PRESTAÇÃO DE CONTAS. AÇÃO AJUIZADA EM FACE DE


COMERCIANTE INDIVIDUAL E DE EMPRESA CONSTITUÍDA SOB A
FORMA DE SOCIEDADE POR QUOTAS DE RESPONSABILIDADE
LIMITADA, DA QUAL A PRIMEIRA PROMOVIDA ERA SÓCIA.-
GERENTE, DETENDO 99% DO CAPITAL SOCIAL. SENTENÇA QUE
APROVOU AS CONTAS APRESENTADAS PELA AUTORA,
DECLARANDO A EXISTÊNCIA DE SALDO EM SEU FAVOR,
ACRESCIDO DE JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA,
RECONHECENDO, AINDA, AS PROMOVIDAS COMO
SOLIDARIAMENTE RESPONSÁVEIS. POSSIBILIDADE.
SOLIDARIEDADE QUE ADVÉM DO FATO DE A PRIMEIRA
PROMOVIDA SER DETENTORA DE 99% DO CAPITAL SOCIAL E
SÓCIA GERENTE DA SOCIEDADE DEMANDADA. PRELIMINAR
ARGÜÍDA PELA APELADA DE INOVAÇÃO À LIDE. INOCORRÊNCIA,
PORQUANTO A QUESTÃO DA SOLIDARIEDADE ENTRE AS
PROMOVIDAS É MATÉRIA QUE SOMENTE FOI VENTILADA NA
SENTENÇA. PRELIMINAR REJEITADA. DECRETO SENTENCIAL
MANTIDO. RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2328-2, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 02.04.2004, pg. 53)

Ementa: PRESTAÇÃO DE CONTAS - LEGITIMIDADE - ART. 915 DO


CPC - INTERESSE DA AÇÃO - SENTENÇA EXTRA PETITA.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 139
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
- A prestação de contas poderá ser proposta por aquele que tem direito de
exigi-la, diante de uma relação obrigacional com aquele que tem dever de
prestá-la.
- Não houve julgamento fora do pedido, restringindo a condenação na
apresentação das contas do Partido Político, independente da obrigação
dos dirigentes junto à Justiça Eleitoral. Sentença mantida.
- Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2820-9, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 09.01.2004, pg. 40)

Ementa: CONFLITO DE COMPETÊNCIA. VARA DE SUCESSÕES. VARA


DE FAMÍLIA. PRESTAÇÃO DE CONTAS. TUTOR.
Tramitando na 3ª Vara de Família pedido de substituição de tutor, deferido
inclusive, para mencionado Juízo deve ser encaminhado a ação de
prestação de contas em face do tutor substituído.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2002.0009.6322-1,


Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 10.02.2004, pg. 51)

Princípio da Excepcionalidade

Ementa: Processual Civil - Mandado de Segurança - Art. 1° da Lei 1.533/51


c/c art. 5º, inciso LXIX, da Carta Magna.
- Afigura-se plenamente cabível, embora em caráter excepcional, a
concessão de segurança contra ato judicial que investe contra decisão que
se apresente acobertada pelo manto da res judicata, com manifesta violação
à lei processual.
- Ilegalidade e abuso de poder ocorrentes na espécie ventilada.
- Precedentes do STJ - in RSTJ 83/92, RSTJ 95/53.
- Segurança concedida.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Mandado de Segurança n˚ 2000.0013.1252-0,


Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 15.04.2004, pg. 44)

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. DECISÃO


QUE RECEBE A APELAÇÃO EM AMBOS OS EFEITOS.
EXCEPCIONALIDADE DO CABIMENTO CONFIGURADA. MÉRITO.
GUARDA DE MENOR EM SITUAÇÃO DE RISCO. INAPLICABILIDADE
DO ART. 520 DO CPC.

140 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
1. Admissibilidade. Mandado de segurança não se presta a incorporar ou
suprimir os efeitos em que recebida a apelação.
2. Essa regra é afastada, contudo, se, para garantia da eficácia da tutela
jurisdicional e enquanto se aguarda a apreciação do pedido pelo Relator ou
Presidente, o direito a ser tutelado esteja sob ameaça de perecimento.
3. Caso em que se cuida de guarda de menor em situação de risco à saúde e
incolumidade física e moral.
4. Mérito. A ação que visa a alteração da cláusula de guarda de menor,
embora sujeita, no âmbito da organização judiciária estadual, à
competência da vara de família que conheceu da ação de
separação/divórcio em que pactuada, não deixa de ser, na esfera do direito
material, questão afeta aos direitos da criança e do adolescente, de onde se
deve extrair seu regime recursal.
5. Caso em que o ato impugnado aplicou a regra geral do art. 520 do CPC,
em lugar do art. 198 do ECA. Configurada a ilegalidade, legível se torna o
direito líquido e certo perseguido.
6. Segurança concedida.
7. Decisão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Mandado de Segurança n˚ 2000.0014.9531-4,


Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 15.04.2004, pg. 37)

Prova

•Livre Convencimento do Juiz

Ementa: Civil e Processual Civil. Ação de obrigação de fazer. Assinatura de


escritura pública de compra e venda de imóvel. Embora a legislação
brasileira adote o princípio do livre convencimento racional do juiz, não
hierarquizando entre as espécies de provas, a mesma veda a utilização de
algumas de suas formas em face da natureza do fato a ser provado. O art.
141, parágrafo único, do Código Civil de 1916 não admite prova
exclusivamente testemunhal com o fim de contrariar o conteúdo de
instrumento público. Dos arts. 82, 129, 130, 134, 11, e 145, II do mesmo
Código exsurge a restrição da utilização de tal prova com o intuito de
demonstrar atos jurídicos para os quais a lei impõe forma especial, como é
o caso da alienação de imóveis, O art. 401 do C.Pr.Civ. limita o emprego da
prova exclusivamente testemunhal de contratos civis cujo valor supere a
dez salários mínimos. Sentença reformada. Apelo conhecido e provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0003.6626-6, Relator: Des.


Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 21.01.2004, pg. 12)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 141
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

•Perícia

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO REIVINDICATÓRIA - PEDIDO


ALTERNATIVO DE INDENIZAÇÃO – DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA -
APLICAÇÃO DO BROCARDO “MIHI FACTUM, DABO TIBI JUS” -
AUSÊNCIA DE DESIGNAÇÃO DE AUDIÊNCIA PARA
ESCLARECIMENTOS DO PERITO - ESCLARECIMENTOS PRESTADOS
ATRAVÉS DE LAUDO COMPLEMENTAR - INEXISTÊNCIA DE
PREJUÍZO - OBRIGATORIEDADE DE MANIFESTAÇÃO DAS PARTES
ACERCA DO LAUDO COMPLEMENTAR - CERCEAMENTO DO
DIREITO DE DEFESA - NULIDADE DOS ATOS POSTERIORES,
INCLUSIVE A SENTENÇA - APELAÇÃO CONHECIDA E
PARCIALMENTE PROVIDA:
I - Uma vez que a Empresa Apelada, alternativamente ao pedido
reivindicatório, pleiteou a condenação da Municipalidade ao pagamento de
indenização pelos danos causados, que constitui pleito atinente à
desapropriação indireta, pode o magistrado singular acolher a segunda
hipótese. Aplicação do brocardo “mihi factum, dabo tibi jus”.
II - A ausência de designação de audiência para esclarecimentos do perito
não malferiu qualquer dispositivo legal, bem como não cerceou o direito do
Apelante, uma vez que o magistrado singular, ao determinar a intimação
do perito para que respondesse aos quesitos formulados pelo Município de
Fortaleza - o que foi devidamente cumprido pelo “expert” - esgotou o
objeto da audiência, que passou a ser ato desnecessário.
III - Diante da relevância da prova pericial para o destrame da
controvérsia, a ausência de intimação do Apelante para se manifestar
acerca dos últimos esclarecimentos do perito, autoriza a anulação do
processo a partir de então, uma vez que da omissão decorreu evidente
prejuízo à defesa daquele.
IV - Apelação conhecida e parcialmente provida, para declarar a nulidade
dos atos realizados após os esclarecimentos apresentados pelo perito às fls.
133/139, determinando o envio dos autos à Primeira Instância, a fim de
que seja dada oportunidade ao Apelante para se manifestar acerca dos
mesmos.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.1033-0, Relator(a):


Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 04.02.2004, pg.6)

142 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
Reclamação Trabalhista

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL – RECLAMAÇÃO TRABALHISTA - VERBAS


RESCISÓRIAS - ESTAGIÁRIA - INEXISTÊNCIA DE VÍNCULO
EMPREGATÍCIO - EXEGESE DO ART. 4° DA LEI N. 6494/77 - CRÉDITOS
TRABALHISTAS INDEVIDOS - MANUTENÇÃO DA SENTENÇA -
RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO.
1. O estágio, conforme as determinações da Lei n 6.494. 77 que o
regulamenta, não gera vínculo empregatício de qualquer espécie, dada sua
finalidade essencialmente pedagógica.
2. Inexistindo relação de emprego entre a reclamante e a entidade que a
contratara, não há falar no recebimento de verbas rescisórias, quando do
término de sua bolsa de estágio.
3. Recurso conhecido, mas improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.6059-6, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 15)

Ementa: RECURSO DE OFÍCIO – RECLAMAÇÃO TRABALHISTA -


EMPREGADA CONTRATADA ANTES DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 -
INEXIGIBILIDADE DE PRÉVIO CONCURSO PÚBLICO - CONTRATO DE
TRABALHO VÁLIDO - VERBAS RESCISÓRIAS E SALDOS DE SALÁRIOS
- DIREITO. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
I - Comprovado que a reclamante foi contratada pelo Município antes do
advento da Constituição de 1988, o contrato de trabalho celebrado entre as
partes é válido, eis que na ordem constitucional anterior não havia
exigência de contratação exclusivamente mediante concurso público.
II - Constatada a validade do contrato de trabalho extinto unilateralmente
pela Administração, à postulante assiste o direito de receber todas as
verbas rescisórias e saldos de salários devidos.
III - Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚2000.0014.6414-1, Relator: Desa.


Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.01.2004, pg. 14)

Reconvenção

Ementa : CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. CONSTITUCIONAL.


RECONVENÇÃO. INCIDENTE DE FALSIDADE. EXTINÇÃO POR
PERDA DE OBJETO. APELAÇÃO.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 143
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
I - A emenda da petição inicial é direito subjetivo do autor, devendo o juiz
ordená-la sempre que constatar o defeito por ocasião de seu recebimento;
II - A existência de causa que extinga a ação principal não obsta o
prosseguimento da reconvenção, como no caso dos autos.
III - Merece anulada a decisão judicial que julga extinto um incidente de
falsidade nos autos de ação reconvencional, em absoluto cerceamento de
defesa.
IV - Inteligência do art.5°, incisos XXXV e LV, da Carta Maior.
V - Se o juiz decretar, em qualquer fase, a extinção da ação principal, não
deverá extinguir o processo de reconvenção, porque perdura a relação
processual com o conteúdo da ação do réu contra o autor.
VI - Recurso de apelação conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.7883-0, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 26.03.2004, pg. 12)

Regimento Interno do TJCE

Ementa : - Preliminar. Competência da 3ª Câmara Cível. Os autos


principais albergam agravo de instrumento relativo à matéria cível, sendo
órgão competente para julgá-lo esta 3ª Câmara Cível, verificando-se,
outrossim, que a reclamação foi intentada após a conclusão dos autos,
impondo-se, portanto, a regra do § 2.° do art. 59 do Regimento Interno
desta Egrégia Corte. Preliminar conhecida e julgada procedente, para
declarar a competência desta Câmara para processamento e julgamento da
Reclamação.
- Mérito. Os dois agravos apesar de se referirem a processos executivos
diversos, baseados em títulos igualmente diversos, têm em comum a
existência de ação revisional que precede as próprias execuções, ação esta
onde se encontra sendo discutida a validade parcial da relação creditícia
que envolve os títulos objeto das multicitadas execuções e agravos
respectivos. Certamente que a existência da dita revisional tem influência
sobre as execuções e, portanto, como é sobre ela que se sustentam as
exceções de pré-executividade, donde se originaram ambos os agravos,
forçoso é, neste caso, reconhecer a conexão entre os mesmos. Reclamação
conhecida e julgada improcedente.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Processado de Reclamação n˚ 2000.0014.5954-7,


Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 07.04.2004, pg. 38)

144 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
Ementa: É absoluta a competência interna dos Tribunais por razões
superiores da administração da justiça. Interesse público relevante.
Caracterização da prevenção da Terceira Câmara Cível desta Corte de
Justiça, nos termos do art. 59, caput, do RITJCE, uma vez que o recurso foi
distribuído inicialmente para o Des. Raimundo Bastos de Oliveira, quando
este integrava aquele órgão fracionário. Impossibilidade de prorrogação da
competência. Os embargos declaratórios, em caso de nulidade absoluta,
recebem efeito modificativo, inclusive de ofício. Nulidade do julgado.
Remessa ao órgão competente.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Embargos de Declaração n˚ 2000.0012.2148-6/1,


Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 24)

Registros Públicos

•Registro Civil de Nascimento

Ementa: AÇÃO ANULATÓRIA DE REGISTRO DE NASCIMENTO DE


MENOR. VARA DE REGISTROS PÚBLICOS. APELAÇÃO CÍVEL.
PRELIMINAR.
Laudo de exame grafotécnico minucioso e confeccionado com estrita
observância das formalidades legais. Comprovação da autenticidade da
assinatura do declarante. Registro civil regular. Vara dos Registros
Públicos. Competência originária. Via processual inadequada à
desconstituição da forte presunção de paternidade. Exame de DNA.
Desnecessidade. Subversão de competência do Juízo da Vara de Registros
Públicos com a de Família. Merece confirmada sentença que, considerando
o registro civil de menor, devidamente regular e apto à segurança jurídica e
ao interesse publico que deve representar, conclui por sua idoneidade
formal e material. Sentença confirmada. Apelação Improvida.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.6811-2, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 15.04.2004, pg. 45)

Ementa: CIVIL. REGISTRO CIVIL DE NASCIMENTO. RETIFICAÇÃO.


DIREITO INDISPONÍVEL. DISCORDÂNCIA ENTRE ASSENTO DE
NASCIMENTO E BATISTÉRIO. PAI PEDINDO POR FILHO MENOR.
ILEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM NULIDADE DA SENTENÇA.
1. O pai de menor púbere não pode postular, em nome próprio,
RETIFICAÇÃO DO REGISTRO DE NASCIMENTO daquele. Para tal
circunstância, existe o instituto da representação processual, segundo o
qual o menor titulariza a ação, sob a assistência de seu genitor.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 145
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
2. Impossível, em sede recursal, realizar-se o saneamento do processo, para
fins de regularização da representação, a teor do art. 13, do CPC.
Precedente do STJ.
3. Sob tais premissas, anula-se o processo, ab ovo, decretada a extinção do
feito, nos termos do art. 267, § 30, do CPC.

(TJCE, 1ª câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.2824-8, Relator(a): Des.


José Arísio Lopes da Costa, DJ. 25.02.2004, pg. 56)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. REGISTRO CIVIL. PEDIDO DE


ALTERAÇÃO DO NOME MEDIANTE SUPRESSÃO, PARCIAL, DOS
PATRONÍMICOS. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA.
I - De acordo com a sistemática legal vigente, a alteração do nome,
mediante supressão parcial dos patronímicos, somente afigura-se
concebível em caráter excepcional, diante de relevantes razões
demonstradas pela parte interessada e, sobretudo, observada a regra
inserta no artigo 56, da Lei n° 6.015/73, que dispõe sobre os registros
públicos e dá outras providências.
II - Recurso conhecido e improvido. Decisão indivergente.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3614-2, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 05.02.2004, pg. 17)

•Registro de Imóveis

Ementa: - Apelação Cível. Registro de escritura pública de doação. Doação


de imóvel descrito e caracterizado. Pretendida inclusão de terreno
remanescente não figurante na escritura como integrando a área doada.
Impossibilidade do registro almejado pelo outorgado donatário. Sentença
confirmada. Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0009.1276-7, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 20.02.2004, pg. 24)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO REIVINDICATÓRIA ARGÜIÇÃO


PRELIMINAR E SUSTENTAÇÃO MERITÓRIA DE TODA
INCONSISTÊNCIA JURÍDICA. DECISÃO MANTIDA.
1. A suscitação preliminar de incompetência queda-se diante da expressa
manifestação de desinteresse sobre a causa da entidade federal
financiadora do imóvel reivindicando.

146 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
2. O registro imobiliário, enquanto não cancelado, anulado, extinto ou
rescindido, produz todos os efeitos jurídicos e, como tal, se constitui prova
dominial de toda valia para autorizar a reivindicatória.
3. A sentença censurada emprestou julgamento justo e juridicamente
adequado à causa e, como tal, só merece confirmação, máxime em
decorrência da inconsistência de Fundamentação recursal.
4. Apelo conhecido, mas improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0006.5550-0, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 28)

Reintegração de Posse

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - REINTEGRAÇÃO DE POSSE –


PRESUNÇÃO JURIS TANTUM DA CERTIDÃO DO SERVENTUÁRIO DA
JUSTIÇA QUE FOI ILIDIDA ATRAVÉS DE PROVA MATERIAL -
NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL INVÁLIDA POR TER SIDO
REALIZADA EM DESCOMPASSO COM AS NORMAS LEGAIS -
DECISÃO MANTIDA.
1. Falsidade da certidão. Presunção “juris tantum” do serventuário judicial,
que pode ser ilidida por prova material, como ocorre no caso sub oculi.
Óbice jurídico à alegativa do promovente em defesa de tal certidão.
2. Notificação inválida, por realizada por cartório de Caucaia na Cidade de
Fortaleza, em absoluto e completo desacordo com as normas legais
atinentes à matéria.
3. Recurso conhecido, porém improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.3733-5, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 03.05.2004, pg. 24)

Ementa: REINTEGRAÇÃO DE POSSE. NÃO COMPROVAÇÃO DESTA


NEM DO ESBULHO. DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA.
IMPOSSIBILIDADE. FAZENDA PÚBLICA MUNICIPAL.
INDENIZAÇÃO.
- Diferentemente do que ocorre nas ações cautelares, na reintegração não é
livre o magistrado para apreciar pelos mais variados meios o atendimento
dos requisitos para concessão de liminar. Nesta espécie de possessória,
necessário se faz a demonstração dos requisitos objetivamente traçados no
art. 927 do Código de Processo Civil.
- A juntada de escritura não é suficiente para demonstrar a posse sobre o
imóvel.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 147
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
- Não comprovados esbulho e posse, não é possível a concessão de liminar
de reintegração.
- Quando o ente público desrespeita os limites de propriedade privada
para promover nela obra de interesse público, não é deferido ao particular
o direito de ser reintegrado na posse, cabendo tão-só a exigência de
indenização.
- Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0007.6109-0,


Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 02.06.2004, pg. 12)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - REINTEGRAÇÃO DE POSSE -


IRRELEVÂNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO RECURSAL – DECISÃO
MANTIDA.
1. O encerramento de prova em audiência, na qual presente se achava o
patrono da parte re, sem manifestar o recurso cabível, não pode ensejar
prosperidade argüição de cerceamento de defesa, em face de ocorrência de
preclusão consumativa, máxime quando não se arrolou sequer testemunha
quer na contestação, senão no qüinqüídio legal que antecedeu o ato
audiencial.
2. Meros argumentos sem qualquer fundamentação, não pode possibilitar a
reforma perseguida, principalmente quando a decisão recorrida se me
afigura motivada, justa e adequada e, como tal, insusceptível de reparação.
3. Recurso conhecido, porém improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0561-6, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 10.02.2004, pg. 56)

Ementa: REMESSA OFICIAL - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE -


ESBULHO COMPROVADO - ORDENADA A DEVOLUÇÃO DO IMÓVEL
AO MUNICÍPIO ESPOLIADO - INDENIZAÇÃO NÃO DEFERIDA -
PREJUÍZO NÃO COMPROVADO - SUCUMBÊNCIA PARCIAL DO
MUNICÍPIO –REEXAME OBRIGATÓRIO - ADMISSIBILIDADE -
SENTENÇA QUE NÃO MERECE REPAROS - REMESSA CONHECIDA,
MAS IMPROVIDA.
I - Comprovado o esbulho da posse do imóvel pertencente ao Município,
cuja escritura existente em nome do promovido fora objeto de anulação
judicial, há de ser concedida à edilidade a reintegração na posse do bem.

148 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
II - A indenização em processo possessório não decorre de simples ofensa à
posse, mas se vincula à existência de prejuízos efetivamente sofridos, os
quais não restaram demonstrados no caso vertente.
III - A sucumbência parcial do Município autoriza o reexame obrigatório
da decisão proferida parcialmente em seu desfavor.
IV - Re conhecida, mas improvida.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.9606-0, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 23)

Repetição de Indébito

Ementa: Repetição de indébito. Ação e reconvenção julgadas procedentes.


Tratando-se de questão que envolve quantias certas, é impossível à
contestante ser condenada a devolver importância por ela recebida e ao
mesmo tempo ser vencedora em reconvenção, com o reconhecimento da
validade do recebimento da referida importância. Decisão conflitante.
Ausência de Fundamentação no que concerne ao conflito. Nulidade do
decisum.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3994-0, Relator(a):


Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 11.02.2004, pg. 11)

Ementa : CIVIL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO.


Realizado duas vezes o pagamento das mesmas multas de trânsito, está o
DETRAN obrigado a restituir os valores que recebeu indevidamente, pois
“Todo aquele que receber o que lhe não era devido fica obrigado a
restituir” (art. 964 do CCB). Sentença mantida.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4036-0, Relator: Des.


José Arísio Lopes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 11)

Representação Processual

Ementa: Civil e Processual Civil. Procuração. Ausência. Contestação oral.


Revelia. A exigência de apresentação do mandado pelo causídico tem por
finalidade comprovar perante o juiz que o seu constituinte lhe conferiu a

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 149
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
outorga. No caso, o réu compareceu à audiência de instrução
acompanhado do seu advogado, que apresentou contestação oral, tendo
ambos assinado o respectivo termo, confirmando, através deste
instrumento, que aquele profissional era o seu procurador com poderes ad
judicia. O princípio da instrumentalidade, como também os princípios da
efetividade, da convalidação, da conservação, da causalidade, do interesse
e da economia processual relativizam o desatendimento à forma em
sentido estrito, sempre que o ato atinja o seu fim essencial. O verdadeiro e
único objetivo do processo é servir a realização do direito material e da
justiça. A comprovação da outorga do mandato, na espécie, se deu por
outro meio, mas atingiu sua finalidade. Apelo conhecido e improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.0309-0, Relator(a):


Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 29.01.2004, pg. 14)

Ementa: Agravo de instrumento. Ação de reparação de danos.


Irregularidade na representação. Defeito sanável. A superveniente
regularização da representação processual, suprida antes da prolação do
decisum atacado, não enseja a aplicação da pena de revelia à Promovida,
evidenciada a ausência de prejuízo, em consonância com o princípio da
instrumentalidade das formas e dos atos processuais adotado pelo nosso
Código de Processo Civil. Aplicar à Agravante, no caso, a sanção do art. 13,
inciso II, do C. Pr. Civ., constitui cerceamento ao seu direito de defesa e
ofensa ao princípio do devido processo legal. Recurso provido. Decisão
reformada.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0006.3528-3,


Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 22.01.2004, pg. 11)

Responsabilidade Civil

Ementa: Direito Civil. Ação Indenizatória. Rito sumário. Contrato de


transporte de mercadoria. Responsabilidade objetiva.
I - No contrato de transporte terrestre, presume-se a culpa do
transportador. Para se isentar de responsabilidade, cabe-lhe provar que os
danos decorreram de vício próprio da mercadoria, força maior ou caso
fortuito.
II - Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime.
(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.6206-4, Relator(a):
Des. José Maria de Melo, DJ. 04.06.2004, pg. 12)

150 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil

Ementa: PROCESSO CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. Conduta relapsa


da apelante, a qual, inobstante houvesse recebido a parcela cobrada no dia
27 de maio de 1997, ainda nos idos de julho do mesmo ano, mantinha a
inscrição da apelada em cadastros de inadimplentes, e, como se não fosse
bastante, acionou a máquina judiciária visando à apreensão do veículo
objeto do financiamento donde se originou o imbróglio. Existência dos três
elementos caracterizadores da responsabilidade civil e do dever de
indenizar, quais sejam: a) ação - representada pela inclusão do nome da
apelada em cadastros de inadimplentes; b) dano - decorrente dos
constrangimentos causados; e c) vínculo relacional entre o dano e a ação,
de responsabilidade da apelada. Quantum indenizatório. Sentença
impugnada igualmente acertada e perfeitamente enquadrada nos mais
sóbrios critérios de razoabilidade e proporcionalidade que devem permear
o aplicador do Direito. Caráter reparador da indenização, o qual, porém,
não afasta seus efeitos indiretos, a exemplo da conseqüência
desencorajadora da prática de condutas abusivas e do caráter educativo
para que novas investidas maléficas à dignidade das pessoas não sejam
perpetradas impunemente. Apelação conhecida e improvida.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7284-0, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.05.2004, pg. 26)

Ementa: AÇÃO ORDINÁRIA DE REPARAÇÃO POR PERDAS E DANOS.


DEVOLUÇÃO DE CHEQUES SEM PROVISÃO DE FUNDOS.
EXISTÊNCIA DE FUNDOS SUFICIENTES À COBERTURA DOS
CHEQUES. DEVOLUÇÃO INJUSTIFICADA. ILEGALIDADE. ABUSO DO
APELANTE. PREJUÍZOS À ESFERA JURÍDICA DO APELADO.
INDENIZAÇÃO CARACTERIZADA. DECISÃO MONOCRÁTICA
IRREPROCHÁVEL. APELAÇÃO CONHECIDA E IMPROVIDA.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0853-4, Relator(a):


Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 25.03.2004, pg. 16)

Ementa: Responsabilidade Civil - Ação de Indenização - Acidente de


Trânsito com morte da vítima - Cumulação de Dano Moral com o Dano
Material, oriundos do mesmo fato – Admissibilidade - Preliminares
argüidas pelos segundo apelantes Edvaldo Tavares de Souza e Maria de
Fátima de Souza: rejeitadas - Quanto ao Mérito, restou satisfatoriamente
comprovado que o condutor do veículo atropelador, trafegava com
imprudência, negligência e imperícia, na contra-mão, quando ocorreu o

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 151
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
acidente em alusão - Igualmente, restou comprovada a culpa in vigilando
da proprietária do veículo, atropelador- No entanto, segundo a Súmula 246
do Superior Tribunal de Justiça: “o valor do seguro obrigatório deve ser
deduzido da indenização judicialmente fixada” - Com efeito, conquanto se
conheça dos dois Recursos de Apelação Cível interpostos pelos Apelantes e
reciprocamente Apelados, vez que plenamente admissíveis, todavia,
reformo o voto que proferi anteriormente, e nego provimento ao Recurso
de Apelação interposto pela primeira apelante Maria Neusa Apoliano
Moreira, e dou parcial provimento ao Recurso de Apelação interposto por
Edvaldo Tavares de Souza e Maria de Fátima de Souza, reduzindo o tempo
de seu encargo para o ano em que a vítima completaria 25 anos, nos termos
dos votos vencedores, proferidos pelo Dr. Francisco das Chagas Oliveira,
Juiz Convocado e pelo Des. Ernani Barreira Porto.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.7267-6, Relator(a):


Des. Antônio Olímpio Castelo Branco, DJ. 25.03.2004, pg. 15)

Ementa: Apelação Cível. Direito Civil. Responsabilidade aquiliana. Ação


de reparação de danos materiais. Acidente de veículo automotor.
I - Todo ato ilícito gera para seu autor a obrigação de ressarcir o prejuízo
causado a outrem, na dicção do art. 159, “caput”, do Código Civil de 1916
(art. 186 do Código Civil vigente - Lei n° 10.406/2002). Verificando-se a
responsabilidade aquiliana, pois, quando presentes a culpa do agente, o
dano causado à vítima e o nexo de causalidade entre o evento danoso e a
ação ou omissão do agente, deve o dano ser reparado.
II - De acordo com a sistemática processual vigente, para o deferimento do
pedido de lucros cessantes, impende que o requerente comprove,
satisfatoriamente, fazer jus a tal verba indenizatória.
III - Recurso conhecido e provido.
Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0008.0736-0, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 16.06.2004, pg. 21)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS -


ACIDENTE DE TRÂNSITO – COMPROVAÇÃO DA VENDA DO
VEÍCULO ANTES DO INFORTÚNIO - ILEGITIMIDADE PASSIVA DO
ANTIGO PROPRIETÁRIO - DANOS MORAIS - VALOR
INDENIZATÓRIO - ADEQUAÇÃO À HIPÓTESE DOS AUTOS –
APELAÇÃO CONHECIDA E IMPROVIDA:

152 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
1 - O alienante de automóvel, ao realizar a efetiva tradição ao adquirente e
emitir autorização para transferência junto ao Detran, exime-se de
responsabilidade pelas conseqüências advindas da ulterior utilização do
veículo pelo novo proprietário. Precedentes do Superior Tribunal de
Justiça.
II - Indenização que se coaduna com a situação econômica do ofendido e
do ofensor, a intensidade do ânimo de ofender e a gravidade da ofensa.
III - Apelação conhecida e improvida.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0710-4, Relator(a):


Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 01.04.2004, pg. 21)

Ementa: DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS


MATERIAIS E MORAIS. ADULTERAÇÃO DE CHEQUE APÓS A SUA
EMISSÃO PELO CORRENTISTA. RESPONSABILIDADE DA
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA PELO PAGAMENTO EFETUADO
(Parágrafo único, do art. 39, da Lei Federal n° 7.357/85 - Lei do Cheque).
“QUANTUM” INDENIZATÓRIO.
I - A instituição financeira é responsável pelo pagamento de cheque
adulterado após a sua emissão pelo correntista, nos termos do disposto no
Parágrafo único, do art. 39, da Lei Federal n° 7.357/85 - Lei do Cheque.
II – Uma vez verificada a presença dos elementos que ensejam o dever de
indenizar, a saber: dano, ação ou omissão voluntária do agente (praticada
com culpa ou dolo), e, nexo de causalidade, nos termos do artigo 186, do
vigente Código Civil (Lei n° 10.406, de 10.01.2002), deve o órgão judicial
acolher o pedido
indenizatório.
III - Relativamente ao “quantum” indenizatório, devido em razão do dano
moral experimentado, deve o mesmo ser fixado de acordo com o prudente
arbítrio do magistrado, atento, ademais, às peculiaridades e circunstâncias
do caso concreto, não se submetendo, pois, a regras matemáticas.
IV - Sentença confirmada. Recurso conhecido e improvido.
Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0003.4688-3, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 23.06.2004, pg. 22)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. INDENIZAÇÃO. SERVIÇOS. A


responsabilidade do fornecedor de serviços, à luz do Código de Defesa do
Consumidor é objetiva, respondendo ele, independentemente da existência
de culpa, pela reparação dos danos causados. APELO IMPROVIDO.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 153
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0141.9129-7/1 , Relator(a):
Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 26.02.2004, pg. 19)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - REPARAÇÃO DE DANO DECORRENTE


DE ACIDENTE DE VEÍCULO – APELO DESPROVIDO DE RELEVÂNCIA
JURÍDICA – SENTENÇA CONFIRMADA.
1. Sem a comprovação de culpabilidade do promovido na consumação do
acidente de trânsito não há como se falarem ato ilícito, quanto mais na sua
reparação civil.
2. A decisão apelada que deu pela improcedência da ação, imerece reparo,
por se achar calcada no conjunto probatório inserto no bojo dos autos.
3. Recurso conhecido, porém improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.0831-4, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.02.2004, pg. 21)

Ementa: DIREITO CIVIL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL.


RESPONSABILIDADE CIVIL POR ATO ILÍCITO. ATROPELAMENTO DE
CRIANÇA QUE ESCONDEU SOBRE O PNEU SOBRESSALENTE DE
VEICULO. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA.
Não deve ser considerado culpado o motorista que não possuía obrigação
de visualizar o pneu sobressalente ao partir em veículo, nem podia
razoavelmente prever o fato de neste local encontrar-se vítima ou o
resultado atropelamento advindo do seu desequilíbrio e queda. Apelo
conhecido e provido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.5096-9, Relator(a):


Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 18.02.2004, pg. 8)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - REPARAÇÃO DE DANOS CAUSADOS EM


PASSAGEIRA DE TANSPORTE COLETIVO - RELEVÂNCIA DE
ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA RECURSAL - SENTENÇA REFORMADA.
1. Decisão que, embora invocando e transcrevendo Súmula do STF em
sentido contrário, dá pela improcedência da demanda a pretexto do
acidente ter sido causado por terceiro, sem atentar para a teoria da
responsabilidade objetiva do transportador, imerece permanecer incólume.
2. Apelo conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.0440-9, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 16.02.2004, pg. 22)

154 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AGRAVO RETIDO NÃO CONHECIDO


POR DESCUMPRIMENTO AO ART. 523 DO CÓDIGO DE PROCESSO
CIVIL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - FURGÃO QUE, AO SER
ULTRAPASSADO POR CAMINHÃO, SAI DA PISTA E CAPOTA -
ERRÔNEO ACONDICIONAMENTO DA CARGA TRANSPORTADA
PELO FURGÃO - DESLOCAMENTO INTERNO DOS TIJOLOS -
AUSÊNCIA DE ESTABILIDADE DO FURGÃO - RESPONSABILIDADE
DA APELADA POR ATOS DE SEUS PREPOSTOS QUE NÃO
ACONDICIONARAM DEVIDAMENTE A CARGA - APELAÇÃO
CONHECIDA E PROVIDA:
I - Nega-se conhecimento a agravo retido por descumprimento da
exigência prescrita pelo art. 523 do Código de Processo Civil.
II - O indevido acondicionamento da carga transportada pelo Apelante
concorreu para o infortúnio, uma vez que, não tendo os tijolos preenchidos
a cubagem completa do furgão, ocorreu o deslocamento interno dos
mesmos quando da brusca manobra de desvio, deslocamento este que
prejudicou a estabilidade do veículo, impossibilitando que o Apelante
tivesse pleno controle da direção.
III - Inexistindo meios de o empregado comprovar a forma do
acondicionamento da carga no furgão, impunha-se à Apelada o dever de
demonstrar que os tijolos foram colocados adequadamente. O
descumprimento do ônus probatório concorre para o acolhimento do
argumento defendido pelo Apelante.
IV - Não prospera a assertiva da Apelada de que a causa do acidente foi o
excesso de velocidade do Apelante, uma vez que inexiste nos autos prova,
ou mesmo indício, de que o motorista trafegava em velocidade acima da
permitida, não tendo sido tal fato sequer mencionado quando do
depoimento pessoal do representante da Apelada.
V - Dever de a Apelada indenizar os danos que decorreram de conduta
negligente de seus prepostos (indevido acondicionamento da carga).
VI - Danos materiais em face do traumatismo craniano e da perda total da
visão do olho esquerdo e danos estéticos e morais decorrentes da perda de
pavilhão auricular esquerdo.
VII - Apelação conhecida e provida, reformando a sentença de 1° grau,
para julgar procedente o pleito indenizatório, condenando a Apelada ao
pagamento de: a) indenização ao Apelante por danos materiais, mensal e
vitalícia, em quantia correspondente a um salário mínimo e meio, a ser
paga até o quinto dia útil de cada mês, bem como as parcelas vencidas a
partir da data do ajuizamento da ação, b) indenização ao Apelante por
danos estéticos e morais, no valor de R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) e c)
custas e honorários advocatícios, estes arbitrados em 20% (vinte por cento)
sobre o valor obtido do somatório da indenização por danos morais com as
parcelas dos danos materiais vencidas e mais doze das prestações mensais

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 155
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
a vencer, nos termos da reiterada jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.0902-1, Relator(a):


Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 30.01.2004, pg. 26)

Ementa: PRELIMINAR - CERCEAMENTO DE DEFESA - JULGAMENTO


CONFORME O ESTADO DO PROCESSO (ART. 330 DO CPC) - FALTA DE
OPORTUNIDADE PARA MANIFESTAÇÃO ACERCA DE
DOCUMENTOS ACOSTADOS - INCIDENTE DE FALSIDADE
DOCUMENTAL - REJEIÇÃO.
- Só ao juiz cabe a hora e o momento oportuno para proferir seu
julgamento, tendo como base os fatos constantes nos autos. Não há
cerceamento de defesa quando se entende que a prova posta em juízo é
suficiente para o deslinde da questão;
- Os autos demonstram que o promovido teve azo para manifestar-se sobre
documentos acostados pela parte promovente, mas, ao contrário, preferiu
quedar-se inerte;
- O documento que confere ao causídico poderes especiais para argüir o
incidente de falsidade documental deve ser demonstrado de plano, o que
não ocorre na espécie. Acrescente-se que o incidente ainda deve ser
rejeitado vez que nenhuma influência teve para o julgamento da lide;
- Preliminares integralmente rejeitadas.
MÉRITO - REPARAÇÃO DE DANOS - ACIDENTE DE VEÍCULOS -
PREPOSTO DO RECORRENTE – DESPESAS COM JAZIGO PERPÉTUO E
FUNERAL. POSSIBILIDADE
- Quem provoca lesão a outrem tem o dever de indenizar. Visualizada a
culpa no evento, imperioso se faz a obrigação de reparar por dano; assim,
não se isenta de culpa o proprietário do veículo se no momento do sinistro
não era o mesmo que guiava o automóvel.
- Possibilidade de cumular despesas de jazigo perpétuo e funeral com as
demais verbas deferidas;
- Recursos conhecidos para negar provimento ao promovido e dar parcial
provimento aos promoventes.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3267-8, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 13.02.2004, pg. 25)

Ementa: CIVIL - PROCESSUAL - SENTENÇA - JUIZ DE DIREITO


DESIGNADO PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA -OFENSA AO PRINCÍPIO
DO JUIZ NATURAL - INOCORRÊNCIA - AÇÃO DE PERDAS E DANOS -
RESPONSABILIDADE CIVIL - ACIDENTE DE TRÂNSITO - DANOS

156 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
MATERIAIS COMPROVADOS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO -
OMISSÃO EMERGENTE - EFEITOS INFRINGENTES - INOCORRÊNCIA.
(1) A prolação de sentença por Juiz de Direito que não presidiu a instrução
da causa, mas a tanto designado fora pelo Tribunal de Justiça, no viso de
impor maior celeridade aos processos retardados na comarca, não implica
em malferir o princípio do juiz natural. Tampouco, causa ofensa à
identidade física do juiz. Precedentes jurisprudenciais.
(2) Age imprudentemente e responde pelas conseqüências advindas do seu
ato o motorista que em rodovia de dupla mão de direção, converge
inopinadamente à esquerda, interceptando a trajetória de outro veículo
trafegando em sentido contrário, como no caso presente.
(3) Danos materiais acarretados à camioneta do autor e lesões sofridas
pelos ocupantes desse mesmo veículo, tudo devidamente comprovado nos
autos, mediante documentos hábeis e não elididos por prova alguma em
contrário, em por isso a reclamar ressarcimento.
(4) Embargos declaratórios conhecidos e providos pelo juiz singular, no
viso único de explicitar, como de fato explicitado restou, sobre os encargos
de sucumbência, in casu, sem que nada importar possa em se conceber
aqui emergente a figura jurídica dos embargos de declaração com ares
infringentes, como alardeado pela apelante. Sentença confirmada. Recurso
improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0891-7, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 16)

Ementa: DIREITO CIVIL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL.


RESPONSABILIDADE CIVIL DO PROPRIETÁRIO PELOS DANOS
CAUSADOS POR VEÍCULO FURTADO. NEGLIGÊNCIA NO DEVER DE
GUARDA. Quantificação dos danos morais. Fixação dos honorários
advocatícios.
1. O PROPRIETÁRIO QUE ABANDONA VEÍCULO EM VIA PÚBLICA,
COM AS PORTAS ABERTAS E CHAVE NA IGNIÇÃO,
NEGLIGENCIANDO NO SEU DEVER DE GUARDA, TAMBÉM
RESPONDE PELOS DANOS CAUSADOS EM VIRTUDE DO SEU FURTO
E ATROPELAMENTO DE PESSOA CAUSADO PELA IMPERITA
DIREÇÃO DO MELIANTE. PRECEDENTES DOUTRINÁRIOS E
JURISPRUDENCIAIS.
2. NÃO MERECE REFORMA A QUANTIFICAÇÃO DOS DANOS
MORAIS QUANDO PROPORCIONAL AO GRAU DE CULPA E AO
NÍVEL SÓCIO-ECONÔMICO DAS PARTES.
3. EM CONSONÂNCIA COM OS ARTIGOS 20, § 3° E 21 DO CÓDIGO DE
PROCESSO CIVIL, FAZ-SE DEVIDA A FIXAÇÃO DOS HONORÁRIOS
ADVOCATÍCIOS EM 10% (DEZ POR CENTO) SOBRE O VALOR DA

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 157
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
CONDENAÇÃO. Negativa de provimento ao primeiro apelo e parcial
provimento ao segundo.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.3156-8, Relator(a):


Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 18.02.2004, pg. 6)

Ementa: REMESSA EX OFFICIO AÇÃO INDENIZATÓRIA – ACIDENTE


DE TRANSITO - ÔNIBUS DE EMPRESA DE TRANSPORTE COLETIVO -
INVASÃO DA VIA OPOSTA - COLISÃO COM VIATURA DA PM -
DEVER DE REPARAR OS DANOS CAUSADOS AO PATRIMÔNIO
ESTADUAL - DESVALORIZAÇÃO DO VEÍCULO NÃO COMPROVADA
- PARCELA INDEVIDA - HONORÁRIOS JUSTOS – SENTENÇA
MANTIDA.
I - Configurada a culpa do condutor do ônibus que, imprudentemente,
invadiu a via por onde trafegava a viatura estadual, causando o
abalroamento, decorre o dever de reparar os danos emergentes oriundos
do conserto do veiculo, Todavia, não há o que indenizar quanto à
desvalorização do automóvel, eis que não comprovada.
II - A fixação dos honorários de advogado é razoável quando fundada em
critérios estabelecidos na lei processual civil, bem como no senso de
eqüidade do julgador.
III - Recurso Oficial conhecido, mas não provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.9324-4, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 27.01.2004, pg. 5)

Ementa: CIVIL - PROCESSUAL CIVIL CONTRATO DE SEGURO. AÇÃO


DO SEGURADO CONTRA O SEGURADOR - RESPONSABILIDADE
CIVIL - PRESCRIÇÃO ÂNUA. TERMO INICIAL A CONTAR A PARTIR
DA DATA DA EFETIVA RECUSA DE PAGAMENTO - CÓDIGO
CIVIL/1916, art. 178, § 6°, Inc. I NÃO REVOGAÇÃO PELO CÓDIGO DE
DEFESA DO CONSUMIDOR –
(1) A ação de indenização do segurado contra a seguradora, decorrente do
contrato de seguro, prescreve em hum (1) ano, de acordo com o art. 178, §
6°, II, do CC/1916, que trata da responsabilidade civil decorrente da
inexecução contratual, in casu (Súmula STJ n. 101).
(2) Inaplicabilidade da regra contida no art. 27 do Código de Defesa do
Consumidor, a estabelecer prazo prescricional de cinco (5) anos nas ações
de reparação de danos por fato do produto ou de serviço, que não
guardam correlação alguma com a responsabilidade civil decorrente do
inadimplemento contratual.

158 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
(3) Na linha do § 2° do art. 2° da Lei de Introdução, a lei nova, no caso o
Código de Defesa do Consumidor, ao estabelecer disciplina especial quanto
à ação de reparação de danos por fato de serviço, aí incluindo os
decorrentes das relações de consumo entre segurado e seguradora, não
revogou o art. 178, § 6°, II, do Código Civil, sendo dispositivo mais amplo,
a englobar as demais ações entre segurado e seguradora (STJ Resp 232.483-
RJ). Prescrição consumada. Sentença mantida. Recurso improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.6224-2, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 18)

Ementa: Responsabilidade civil. Morte de transeunte por eletroplessão. Fio


condutor de energia elétrica caído na via pública. Negligência da
Companhia Energética do Ceará - COELCE. Art. 159 do Código Civil.
Comprovados o ilícito, o prejuízo ao patrimônio alheio e a relação de
causalidade, torna-se induvidosa a obrigação de reparar dano material e
dano moral, independentemente de culpa. Recursos parcialmente
providos.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.0849-8, Relator(a):


Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 22.01.2004, pg. 8)

Ementa: CIVIL - RESPONSABILIDADE CIVIL – INSTITUIÇÃO


FINANCEIRA - ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA - PARCELAS PAGAS -
BUSCA E APREENSÃO DE VEÍCULO DE CLIENTE – AJUIZAMENTO
IMPRÓPRIO - INCLUSÃO INDEVIDA DO NOME DO AUTOR NO
SERASA DANO MORAL PURO - PROVA - INDENIZAÇÃO -
CONDENAÇÃO SENSATA E RAZOÁVEL.
(1) Tal como o protesto indevido e a inclusão nos órgãos restritivos de
crédito, a indevida busca e apreensão de bens causa dano, que deve ser
ressarcido. Se de ordem moral o prejuízo causado, cabe ao juiz arbitrar seu
valor de modo razoável, evitando excesso capaz de redundar
enriquecimento sem causa do ofendido, derredor compatibilidade com a
lesão sofrida, tal como verificado na espécie.
(2) No caso dos autos, o fiduciário não estava inadimplente, tendo o credor,
por erro, ajuizado a ação específica, conseguindo, mediante liminar, a
efetivação da busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, inaudita
altera pars. Posteriormente, a ação foi julgada improcedente.
(3) Dada a sua imanente abstração, o dano moral prescinde de prova.
Bastando que se demonstrem, como in casu ocorre, os fatos que lhe deram
causa, sejam, a culpa do ofensor e o nexo de causalidade entre o prejuízo
sofrido e o ato do ofensor.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 159
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
(4) Na fixação do valor da indenização deve-se obedecer ao critério da
razoabilidade, considerando-se as condições pessoais e econômico-
financeiras das partes, o grau de culpa e as peculiaridades de cada caso.
Evitando-se que seja tão elevado que promova enriquecimento indevido do
ofendido ou tão diminuta que nada signifique para o ofensor, dado o seu
porte econômico, observando-se o efeito pedagógico para que doravante
adote maiores cautelas evitando a repetição de atos semelhantes.
(5) No caso concreto, de se compreender que se tem em vista hipótese de
quantum indenizatório fixado de modo razoável, não se vislumbrando
excesso algum a redundar enriquecimento sem causa do ofendido,
derredor compatibilidade com a lesão sofrida, nada capaz a reclamar
redução, daí porque se mantém, ao montante estabelecido.
(6) Sentença mantida. Recurso improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2036-4, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 12)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL – DANOS MATERIAIS DECORRENTES DE


ACIDENTE DE TRÂNSITO - INCONSISTÊNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO RECURSAL DECISÃO INALTERADA.
1. Não há como se falar em cerceamento de defesa, quando os patronos das
partes foram cientificados pessoalmente do prazo assinalado em audiência
para as razões finais que não apresentaram, daí imerecer acolhida a
preliminar suscitada.
2. Quanto ao mérito, tenho como justa a sentença recorrida que,
reconhecendo a comprovação escorreita da ocorrência de culpa recíproca,
impõe condenação pela metade do quanto indenizatório pretendido,
máxime quando se acha embasada em abalizado entendimento
jurisprudencial do STJ.
3. Recurso conhecido, porém improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.4573-9, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.01.2004, pg. 16)

Ementa: Acidente de veículos. Indenização por danos materiais. Nestes se


incluem tanto o valor do veículo que restou destruído com o acidente,
como também os gastos com tratamento das vítimas e ainda o que uma
delas deixou de perceber no exercício de sua profissão liberal, tudo
corrigido monetariamente. Reparação de danos morais. É desnecessária a
prova da ofensa moral, sendo suficiente a constatação da culpa e o nexo de
causalidade.

160 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil

(TJCE, 1ª Câmara Cível, apelação Cível n˚ 2001.0000.3858-9, Relator(a): Des.


Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 23.01.2004, pg. 24)

Ementa: CIVIL - PROCESSUAL - RECURSO - RECURSO ADESIVO -


RESPONSABILIDADE CIVIL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - DANO
MATERIAL E MORAL - PROVA DO PREJUÍZO QUANTO A ESTE -
DESNECESSIDADE - DUPLICATA MERCANTIL – PROTESTO
INDEVIDO - BANCO COBRADOR - ENDOSSO-MANDATO -
RESPONSABILIDADE DO ENDOSSANTE - PESSOA JURÍDICA -
SÚMULA N. 227 STJ –
(1) Preliminares (a) ilegitimidade passiva. Tratando-se de cisão de
sociedade anônima, “a companhia cindida que subsistir e as que
absorverem parcelas do seu patrimônio responderão solidariamente pelas
obrigações da primeira, anteriores á cisão” (Lei das S/As, art. 233). No
caso, o banco réu, consoante se colhe, absorveu a totalidade do passivo do
Banco Bamerindus Brasil S,A., no correspondente ao seu ativo, assumindo,
assim, responsabilidade solidária face aos compromissos do substituído,
anteriores à cisão; (b) Protesto indevido Responsabilidade do banco
endossatário. Conquanto impróprio o ato de protesto, como restou
provado no caso dos autos, e embora assegurado ao endossatário de boa-fé
efetivá-lo, para preservar seu direito de regresso contra o emitente
endossante, é ele responsável pelos danos daí decorrentes, acaso sofridos
pelo sacado. Preliminares rejeitadas.
(2) Mérito (a) Duplicata mercantil Protesto indevido. Danos material e
moral. Comprovação apenas quanto ao primeiro. Ausência, no caso. Sobre
o segundo, por sua imanente abstração, bastante sejam o fato que lhe deu
causa, a culpa do ofensor e o nexo causal entre o ato lesivo e o dano
experimentado pela parte ofendida, tudo evidenciado na espécie. (b)
Pessoa jurídica/dano moral. Cabível a indenização da pessoa jurídica.
Matéria pacificada pela Súmula STJ n° 227. (c) Indenização por dano
moral/critérios. No estabelecimento do quantum debeatur deve-se
considerar a situação econômico-financeira e social das partes envolvidas; o
grau de culpa, as peculiaridades do caso e o efeito pedagógico, no sentido
de se evitar a repetição de atos ilícitos similares. Homenagem, demais, ao
princípio da razoabilidade, de tal modo que o valor estipulado não seja tão
ínfimo a ponto de que nada significar possa para o ofensor, nem tão alto
que proporcione enriquecimento sem causa ao ofendido. Caso em que o
valor arbitrado, relacionado com a ofensa, o porte da empresa ofendida e o
fato que deu origem à indenização, mostra-se deveras exorbitante, a ponto
de promover o enriquecimento sem causa da promovente, devendo ser
reduzido, portanto. Recurso do réu parcialmente provido. Recurso adesivo
da autora rejeitado.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 161
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4843-4, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 06.02.2004, pg. 3)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - INDENIZAÇÃO ACIDENTÁRIA POR


DANOS MATERIAIS E MORAIS IRRELEVÂNCIA DE
FUNDAMENTAÇÃO RECURSAL.
1. Resultando comprovado que o apelado teve perda da visão esquerda em
conseqüência de uma lesão causada por estilhaço de vidro nas
dependências do Clube da Recorrente, não há como esta escapar da
responsabilidade civil sobre o acidente, máxime quando a sua
ilegitimidade passiva se constitui matéria preclusa, em decorrência da
rejeição da sua preliminar, em decisão inrecorrida.
2. Decisão motivada que, razoavelmente interpretando a prova inserta no
bojo dos autos, conclui pela responsabilidade decorrente do ato ilícito,
impondo ao agente ofensor o dever de indenizar, se me afigura justa e,
como tal imerece a reforma perseguida.
3. Recurso conhecido, porém parcial provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.6482-0, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 25)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - INDENIZAÇÃO POR SEGURO


OBRIGATÓRIO DE VEÍCULOS - RESPONSABILIDADE DA
SEGURADORA INDEPENDENTEMENTE DE PAGAMENTO DO
PRÊMIO - DIREITO DE REGRESSO ASSEGURADO - INCONSISTÊNCIAS
DAS FUNDAMENTAÇÕES RECURSAIS - DECISÃO MANTIDA.
1. Em se tratando de seguro obrigatório de danos pessoais causado por
veículos automotores, por expressa disposição legal, a responsabilidade do
pagamento da indenização é da Seguradora, sendo irrelevante a falta do
pagamento do prêmio.
2. Contudo, a lei assegura a mesma o direito de regresso quando o
proprietário deixa o seguro á descoberta.
3. Decisão que se fixa em tais pressupostos imerece a reforma buscada nos
apelos.
4. Recursos conhecidos e improvidos.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.7527-6, Relator: Desa.


Gizela Nunes da Costa, DJ. 04.01.2004, pg. 7)

162 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
Revelia

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. REVELIA. PETIÇÃO. DOCUMENTOS.


DESENTRANHAMENTO. IMPOSSIBILIDADE.
Poderá o réu intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado
em que se encontra, nos termos do art. 322 do CPC. Sem a demonstração de
prejuízo e na falta de previsão legal autorizativa, mostra-se incorreto o
desentranhamento de peças e documentos protocolados pelo revel, entre
eles a declaração de pobreza. Agravo provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0002.9408-7,


Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.06.2004, pg. 7)

Seguros

Ementa: - CIVIL. CONTRATO DE SEGURO EM GRUPOS. DIREITOS DO


SEGURADO. EXTINÇÃO DA EMPRESA ESTIPULANTE. PRÊMIO PAGO
FORA DO PRAZO. FATO ESTE ALHEIO À VONTADE DO SEGURADO.
RESCISÃO UNILATERAL DO CONTRATO PELA SEGURADORA.
INADMISSIBILIDADE.
A Rescisão unilateral do contrato de seguro pela empresa seguradora, em
face da extinção da estipulante do Seguro em Grupo e da ausência do
pagamento do prêmio pelo segurado, antes de assegurar-lhe a conversão
do seguro individual é abusiva e iníqua, porquanto põe o segurado em
inadmissível desvantagem em face da seguradora, que fica
injustificadamente isenta do pagamento de qualquer verba, embora tenha
recebido, por longos anos, o valor do prêmio. Apelações Cíveis conhecidas.
Negado provimento ao apelo da Seguradora e provido o recurso apelatório
dos beneficiários da segunda.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.8895-9, Relator(a):


Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 03.05.2004, pg. 29)

Ementa: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO.


CONTRATO DE SEGURO. RESCISÃO UNILATERAL. INCIDÊNCIA DAS
NORMAS DO CDC. EFEITO SUSPENSIVO. AUSÊNCIA DOS
REQUISITOS AUTORIZADORES DE SUA CONCESSÃO.
- Considera-se leonina cláusula de contrato de seguro, que. permite a
rescisão unilateral pela Seguradora, sem á participação dos segurados.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 163
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
- O advento do termo anual de prorrogação do contrato de seguro,
acompanhada de negativa de renovação pela seguradora e oferta de novo
contrato, prevendo cláusulas mais onerosas, constitui prática que camufla a
ilegalidade de modificar a essência do contrato substituído, sem a
aquiescência dos segurados.
- Estudo de viabilidade atuarial, apresentado unilateralmente pela
Seguradora, não constitui prova inequívoca da deficitária situação
financeira alegada no recurso.
Agravo improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2002.0007.6976-0/2,


Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 30.04.2004, pg. 32)

Ementa: Embargos à execução. Seguro de vida em grupo. Preliminar de


ilegitimidade passiva da embargante ao fundamento de ter figurado como
estipulante do contrato. Rejeição. Ausência de prova do alegado. Na
modalidade de seguro em grupo, embora não tenha a seguradora exigido
prévio exame da saúde física da segurada, mas tendo recebido os prêmios,
o contrato aperfeiçoou-se, não podendo eximir-se da responsabilidade de
pagar o valor da apólice. Sentença confirmada.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0003.4763-6, Relator: Des.


Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 19.04.2004, pg. 11)

Ementa: INDENIZAÇÃO. COBERTURA DE SEGURO. INTERPRETAÇÃO


DE CLÁUSULA CONTRATADA SOBRE ROUBO E FURTO
QUALIFICADO DE BENS. QUESTIONAMENTO SOBRE O VALOR.
PAGAMENTO DE FRANQUIA. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.
- O contrato entre as partes não traz clareza sobre a cobertura do seguro.
Matéria não questionada no processo não pode ser objeto de apreciação no
juízo de 2° grau (art. 515, CPC).
- O recebimento do seguro se obtém através do pagamento da franquia,
conforme o estabelecido no contrato.
- Recurso conhecido e improvido, sentença monocrática mantida.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1586-7, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 01.04.2004, pg. 21)

Ementa: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE COBRANÇA.


PROCEDÊNCIA. APELAÇÃO CÍVEL.

164 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
O contrato de seguro de vida em grupo, com dispensa de exame médico do
segurado, traz em si a presunção juris tantum de que, ao tempo da
celebração da avença, não era ele portador de moléstia grave, capaz de
acarretar a letalidade, não podendo a seguradora recusar-se ao pagamento
do valor da apólice, sob a alegação de doença pré-existente, se não
comprovar a má-fé do contratante, consubstanciada em declarações
inverídicas quanto a seu estado de saúde, hipótese em que é inaplicável o
art. 766, do novo Código Civil, admitindo-se a validade do contrato, a teor
do disposto no art. 333, II, do Código de Ritos. É de se confirmar decisão
judicial que, em sede de ação de cobrança, decide p ela procedência do
processo para condenar a seguradora a pagar a importância do seguro
contratado, máxime quando, como no caso dos presentes autos, não tenha
havido prova convincente de ter o segurado agido de má-fé, ou que a
omissão, em prestar informações, foi intencional. Sentença mantida.
Recurso de apelação conhecida, mas improvida.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.0621-9, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 26.03.2004, pg. 12)

Ementa: CIVIL. CONTRATO DE SEGURO DE VIDA. SUICÍDIO NÃO


PREMEDITADO. INDENIZAÇÃO POR MORTE ACIDENTAL. JUROS
MORATÓRIOS.
I - Consoante entendimento pacificado do STJ, o suicídio não premeditado
habilita o beneficiário à percepção da indenização por morte acidental.
II - A quitação por morte natural não afasta a discussão sobre a
caracterização do suicídio como evento acidental.
III - No caso presente, o decurso de quatro (4) anos, desde a assinatura do
contrato de seguro, aliado à inexistência de provas concretas, apontando
para a premeditação do suicídio, justificam sua caracterização como evento
acidental.
IV - Os juros moratórios são de 6%a.a , contados a partir da citação.
V - Recurso parcialmente provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0004.5435-1, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.03.2004, pg. 17)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - COBRANÇA DE SEGURO DE VIDA -


ARGUMENTAÇÃO RECURSAL INCONSISTENTE E IMPOTENTE PARA
OPERAR A REFORMA PERSEGUIDA.
1. Sem o pagamento integral do prêmio não há como se falar em
responsabilidade de indenizar seguro, máxime quando a contratação não
se consubstanciou com a emissão da respectiva apólice.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 165
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
2. A decisão recorrida se me afigura justa e adequada à realidade dos autos,
imerecendo, destarte, qualquer reproche.
3. Recurso conhecido, porém improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.5946-6, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 10.02.2004, pg. 55)

Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DO CONSUMIDOR. AÇÃO


ORDINÁRIA DE COBRANÇA. CONTRATO DE SEGURO DE VIDA EM
GRUPO. ALTERAÇÃO UNILATERAL DO CONTRATO REALIZADA
SEM A ANUÊNCIA DO SEGURADO. IMPOSSIBILIDADE.
I Em se tratando de relação de consumo, como o seguro de vida em grupo,
a alteração unilateral do contrato, em prejuízo para o segurado, não se
coaduna com a sistemática legal vigente, instituída pela Lei n° 8.078/90 -
Código de Defesa do Consumidor - que , em seu artigo 51, inciso IV,
declara serem nulas de pleno direito às cláusulas contratuais que coloquem
o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a
boa-fé ou a eqüidade.
II - Recurso de apelação conhecido, porém improvido.
Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0013.0751-2, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 23.06.2004, pg. 22)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA DE


SEGURO - VEÍCULO FURTADO – DESTRUIÇÃO TOTAL APÓS
COLISÃO - ALEGATIVA DA SEGURADORA DE QUE O SEGURADO
EMPRESTARA O VEÍCULO A COLEGA – CAUSA EXTINTIVA -
AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO – NÃO IMPLEMENTAÇÃO DO ÔNUS
PROBATÓRIO – PRESUNÇÃO RELATIVA DA VERACIDADE
DECORRENTE DA AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA -
APELO CONHECIDO E IMPROVIDO:
1 - Nos termos do art. 333 do Código de Processo Civil, ao autor incumbe
provar os fatos constitutivos do seu direito e ao réu compete provar a
existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
II - No caso dos autos, o Apelado comprovou as circunstâncias que lhe
garantem o recebimento do prêmio segurado.
III - A Apelante, todavia, não comprovou que o Apelado emprestara o
veículo a terceiro - o que afastaria a cobertura do seguro - ficando em
desvantajosa posição para a obtenção do ganho da causa.

166 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
IV - A presunção de veracidade decorrente da ausência de impugnação
específica é relativa (“iuris tantum”), podendo ser ilidida pelo conjunto
probatório, o que ocorreu no caso dos autos, conforme exame das provas
realizado acima.
V - Apelação conhecida e improvida.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.4827-4, Relator: Desa.


Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 30.01.2004, pg. 26)

Ementa: DIREITO SECURITÁRIO - SINISTRO ACOBERTADO PELA


VALIDADE DA APÓLICE NO TEMPO DE SUA CONSUMAÇÃO -
ESTIPULAÇÃO DE PRAZO CURTO ABUSIVA - DECISÃO MANTIDA.
I - A legislação securitária veda, de forma expressa, a rescisão unilateral
dos respectivos contratos, resultando daí a validade da apólice que garante
o seguro objeto desta lide, considerando-se ademais que o atraso no
pagamento tinha prorrogação prevista na apólice e o sinistro ocorreu antes
do seu vencimento, sendo ainda de ressaltar que a tabela de prazo curto
que ali se estipulou é leonina e, como tal, desnuda de validade jurídica.
II - Por conseguinte, não há motivo plausível capaz de desconfigurar o
decisório recorrido.
III - Recurso conhecido, porém improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.1715-6, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 27.01.2004, pg. 7)

Ementa: Ação ordinária de compensação de dívidas líquidas e vencidas


decorrentes de contratos de seguro. Os contratos de seguro fundam-se na
certeza da indenização ante a ocorrência do sinistro. Não é razoável que a
seguradora insista no recebimento de parcelas do prêmio, vencidas após a
ocorrência do sinistro, sem que tenha pago a indenização que é devida à
segurada. Recurso improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.1980-9, Relator: Des.


Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 21.01.2004, pg. 13)

Sentença

Ementa: CIVIL. PROCESSUAL. INDENIZAÇÃO POR ATO ILÍCITO.


CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. SENTENÇA. NULIDADE.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 167
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
(1) O pedido, obrigatoriamente, deve guardar correlação com a causa de
pedir, pois aquele é uma conseqüência desta, não podendo o juiz, como in
casu ocorre, fundamentar a sentença acolhendo causa de pedir diversa da
apontada pelo autor. (2) Omitindo-se também o julgador no que se refere
às razões indicadas pela ré em sua defesa.
(3) Donde, descumprir o decisum o previsto no art. 458, II e III, do CPC,
impondo se, destarte, decretada seja a nulidade da sentença vergastada,
por conter fundamentação deficiente e faltar-lhe requisitos essenciais.
(4) Apelação da ré provida. Prejudicado recurso adesivo do autor.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.5510-3, Relator: Des.


José Arísio Lopes da Costa, DJ. 19.04.2004, pg. 10)

Separação de Corpos

Ementa: INCIDENTE PROCESSUAL. CONFLITO NEGATIVO DE


COMPETÊNCIA CÍVEL. MEDIDA CAUTELAR. SEPARAÇÃO DE
CORPOS. CONCUBINATO. FILHOS MENORES. CONFLITO
CONHECIDO, PARA DECLARAR COMPETENTE O JUÍZO DE FAMÍLIA.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Conflito de Competência n˚ 2002.0001.8555-5,


Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 09.02.2004, pg. 5)

Separação Judicial e Divórcio

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE CONVERSÃO DE SEPARAÇÃO


JUDICIAL EM DIVÓRCIO - A DIFERENÇA EXSURGIDA EM FACE DA
ATUALIZAÇÃO DO CÁLCULO DA OBRIGAÇÃO ALIMENTAR EM
RAZÃO DE ÍNDICE OFICIAL DE IDENTIDADE MONETÁRIA, POR SI
SÓ, NÃO É SUFICIENTE PARA OBSTAR O RESPECTIVO PEDIDO
QUANDO RESTA CUMPRIDA A ESSÊNCIA DAQUELA - APLICAÇÃO
DO PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE
DIANTE DA CONFLITÂNCIA DOS VALORES LEGALIDADE E
JUSTIÇA, COM PREVALÊNCIA DESTE - RECURSO CONHECIDO E
PROVIDO PARA O FIM DE DAR PROCEDÊNCIA AO PEDIDO
EXORDIAL POR OCASIÃO DESTA FUNÇÃO SUBSTITUTIVA
DELIMITADA PELA DEVOLUTIVIDADE DA MATÉRIA.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.5541-3, Relator: Desa.


Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 23.04.2004, pg. 48)

168 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil

Ementa: DIVÓRCIO DIRETO - PARTILHA DE BENS. ALIMENTOS:


DIMINUIÇÃO DA PENSÃO NEGADA.
- Havendo comprovação de que a separação de fato ocorreu há mais de
dois anos deve-se reconhecer a possibilidade de se realizar o divórcio
direto;
- A partilha dos bens adquiridos na constância do casamento deve ser feita
de forma eqüitativa, em razão do regime de comunhão parcial, desde que
provadas as propriedades dos mesmos;
- Redução do valor da pensão alimentícia negada, por não ter sido
comprovada mudança na relação capacidade-necessidade das partes;
HONORÁRIOS - Não há o que se reformar na decisão guerreada, uma vez
que inobstante sejam as partes beneficiárias da justiça gratuita, não restam
as mesmas isentas dos ônus sucumbenciais, tanto que podem ser objeto de
cobrança no período de cinco anos, conforme regrado art. 12 da Lei n°
1.060/50. Recurso do cônjuge varão conhecido e improvido. Apelação do
cônjuge virago. Não conhecimento do recurso interposto, em razão de sua
extemporaneidade e representação ilegítima.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7098-7, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 07.04.2004, pg. 35)

Ementa: Apelação Cível. Separação judicial. Partilha realizada observando


critérios técnicos. Vantagens como diárias e transporte não devem integrar
a pensão, pois necessárias ao exercício da função. Recurso parcialmente
provido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4688-1, Relator(a):


Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 18.02.2004, pg. 6)

Ementa: CIVIL - PROCESSUAL CIVIL – DIVÓRCIO DIRETO LITIGIOSO -


ALIMENTOS - OBSERVÂNCIA DO TRINÔMIO NECESSIDADE,
CAPACIDADE FINANCEIRA E PARENTESCO - ADMISSIBILIDADE -
PARTILHA DOS BENS - FASE DE EXECUÇÃO DA SENTENÇA REGIME
DE COMUNHÃO UNIVERSAL - DIREITO À MEAÇÃO.
I- Deve ser mantido o valor da pensão alimentícia fixado, na sentença
vergastada, em 40% do salário mínimo, em favor do filho do casal,
Romualdo Sabino Borges, quando existe prova da necessidade do
alimentando, não se divisando, por outro lado, evidências da
impossibilidade financeira do alimentante como alegado no recurso.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 169
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
II - O regime da comunhão universal se caracteriza pela comunicação de
todos os bens, atuais e futuros dos cônjuges, ainda que adquiridos em
nome de um só deles a menos que expressamente excluídos por convenção
antenupcial.
APELAÇÃO CONHECIDA, MAS IMPROVIDA.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4188-0, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.04.2004, pg. 21)

Ementa: CIVIL - DIVÓRCIO DIRETO LITIGIOSO AGRAVO RETIDO -


CONTESTAÇÃO - CARTA PRECATÓRIA - INTEMPESTIVIDADE -
INOCORRÊNCIA - PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS - OBRIGAÇÃO -
QUANTUM A SE FIXAR - PARTILHA DE BENS –
(1) O prazo para contestar a ação conta-se da juntada aos autos da carta
precatória devidamente cumprida (CPC, art. 241, IV. No caso concreto, tal
instrumento juntou-se aos autos somente a 04/02/2000. A ré ofereceu
contestação em 30/11/98, antes de ser citada, portanto, de modo
tempestivo.
(2) A obrigação de sustentar a mulher cessa, para o marido, quando ela
abandona sem justo motivo a habitação conjugal e a esta recusa voltar (CC,
234). In casu como provam os depoimentos testemunhais colhidos por
instrução da causa, a ré afastou-se do lar motivadamente. O marido
mantinha relacionamento extraconjugal com uma colega de trabalho, com
quem, posteriormente, passou a conviver, sobrevindo filhos.
(3) O percentual de alimentos fixados em favor da apelada atende ao
binômio necessidade /possibilidade preconizado no art. 400, do Estatuto
Civil de 1916. O autor não provou que a ré aufere quaisquer rendimentos.
Daí que módico e justo assemelha-se o quantum sobre 25% fixado pelo
julgador singular presumindo-se compatível com as rendas do alimentante.
(4) Sendo os litigantes casados pelo regime da comunhão universal de
bens, a partilha se efetivará eqüitativamente entre os cônjuges. A decisão
que estabeleceu a divisão em 50% para cada um deles atende a legislação
de regência. Recurso improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.4464-3, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 11.02.2004, pg. 11)

Ementa: DIVÓRCIO DIRETO. COMUNHÃO DE BENS. PARTILHA DE


BENS A SER REALIZADA POSTERIORMENTE.
Havendo comprovação de que a separação de fato ocorreu há mais de dois
anos, deve-se reconhecer a possibilidade de realizar o divórcio direto. No

170 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
regime de comunhão universal de bens comunicam-se todos os bens dos
cônjuges, presentes e futuros, salvo as hipóteses previstas no art. 262 c/c o
art. 263 do Código Civil de 1916, tratados no “Novo Código Civil” nos arts.
1.667 e 1.668, respectivamente. Partilha a ser realizada posteriormente. E
dispensável a prévia partilha.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.1758-0, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 15.03.2004, pg. 15)

Ementa: DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE


CONVERSÃO DE SEPARAÇÃO CONSENSUAL EM DIVÓRCIO.
PRELIMINAR. APELAÇÃO CÍVEL.
I - O descumprimento das obrigações pactuadas na separação inviabiliza,
na hipótese dos autos, a homologação do pedido de divórcio. Inteligência
do inciso II, do parágrafo único, do art. 36, da Lei n° 6.515/77;
II - Não há se falar em reforma de decisão judicial que, tendo negado o
divórcio, julgou improcedente o pedido de substituição de cláusula antes
homologada cuja “pretensão é manifestamente prejudicial aos interesses
dos filhos dos divorciandos, eis que, os valores oferecidos para a
substituição do imóvel são irreais, fantasiosos, portanto, não constituem
garantia idônea” (v.g.)
IV - Sentença mantida.
V - Apelação conhecida, mas improvida.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.5416-2, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 10.02.2004, pg. 55)

Ementa: SEPARAÇÃO CONSENSUAL. HOMOLOGAÇÃO DO ACORDO.


APELAÇÃO MANEJADA PELO CÔNJUGE VIRAGO. ALEGADO VÍCIO
DE CONSENTIMENTO E PREJUÍZO AOS SEUS INTERESSES.
INADMISSIBILIDADE.
- Uma vez homologado, por sentença, o acordo celebrado em ação de
separação consensual, somente pode ocorrer desconstituição através de
ação própria, sendo o recurso apelatório meio inidôneo para proceder-se a
tal mister, de onde se conclui pela ausência de cabimento legal para a
interposição do apelo, que, sequer, deve ser conhecido.
- APELAÇÃO NÃO CONHECIDA.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.6731-5, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 06.02.2004, pg. 7)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 171
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - Modificação de cláusula de separação


consensual - Partilha de Bens - Sentença homologatória de separação
consensual - Coisa julgada.
1. A sentença homologatória da separação consensual desfruta da mesma
autoridade e eficácia daquela proferida em separação judicial litigiosa; faz
coisa julgada à desconstituição do vínculo societário, à cessão dos deveres
de fidelidade e de coabitação e à partilha de bens, ressalvada embora a
possibilidade do restabelecimento da sociedade conjugal pela reconciliação,
como também a modificação de cláusulas pertinentes à guarda e criação
dos filhos, ao direito de visita, à prestação alimentícia. Apenas nesse
sentido é que se costuma dizer que não passa jamais em julgado”. Recurso
conhecido e improvido. Decisão unânime.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.8810-0, Relator: Des.


Ernani Barreira Porto, DJ. 30.01.2004, pg. 24)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - SEPARAÇÃO JUDICIAL CONSENSUAL -


FUNDAMENTAÇÃO TERATÓLÓGIA E INCONVINCENTE DECISÃO
HOMOLOGATÓRIA MANTIDA.
1. A tentativa de pretender impingir suposto vício de consentimento á
advogada da causa, além de manifestamente aética, é inaceitável, porque o
recorrente, inegavelmente, compareceu pessoalmente a Juízo e ratificou os
termos do acordo separatório firmado na inicial, como exige a Lei.
2. Por outro lado, tendo o apelante, por sua patrona legalmente constituída
nos autos, com poderes, inclusive, para transigir e desistir, antes
renunciado o prazo recursal, encontra-se comprometida e viciada esta
investida apelatória já descartada.
3. Apelo não conhecido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2528-5, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 27.01.2004, pg. 6)

Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada

Ementa: DIREITO CIVIL E COMERCIAL – RUPTURA AMIGÁVEL DE


SOCIEDADE POR COTA DE RESPONSABILIDADE LIMITADA -
ALEGAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER
IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO DE DISSOLUÇÃO
SOCIETÁRIA - SENTENÇA REFORMADA.

172 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
1. Alegando-se na exordial a existência de avença amigável que pôs fim à
entidade societária em questão, a mera sustentação de descumprimento de
obrigação de fazer contratada pelas partes extrajudicialmente não pode,
evidentemente, gerar possibilidade jurídica da pretendida dissolução, por
ser esta fato já consumado, máxime quando resultou assentado o caráter
irrevogável do respectivo instrumento de acordo.
2. Decisão que entende de modo diverso é insustentável e, como tal,
imerece permanecer incólume.
3. Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1288-4, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.02.2004, pg. 17)

Títulos de Crédito

•Duplicata

Ementa: CIVIL - PROCESSUAL CIVIL - EXECUÇÃO - TITULO


EXTRAJUDICIAL - COMPRA E VENDA MERCANTIL - DUPLICATA
SEM ACEITE - PROTESTO. EMBARGOS.
(1) A duplicata não aceita, mas regularmente protestada e acompanhada de
documento hábil comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria,
constitui título de crédito hábil a embasar o processo executivo (CPC, 585, I
e Lei n° 5.474/68, 15, II).
(2) Ônus da prova. Considerando-se os embargos peça de defesa à
execução, incumbe ao embargante a prova da existência de fato impeditivo,
modificativo ou extintivo do direito do embargado (CPC, 333, II).
(3) No caso, a embargante não logrou comprovar os fatos que justificariam
a recusa do aceite das duplicatas em cobrança, como previsto no art. 8°, II e
III, da Lei n° 5474/68. Do mesmo que não se desincumbiu do ônus de
provar aquela comunicação de que trata o art. 211, do Código Comercial.
Recurso improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4883-3, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 03.05.2004, pg. 12)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE EXECUÇÃO - DUPLICATA SEM


ACEITE - AUSÊNCIA DO INSTRUMENTO DE PROTESTO -
INADMISSIBILIDADE - INTELIGÊNCIA DO ART. 15, II DA LEI N°
5.474/68 - NULIDADE DO PROCESSO EXECUTIVO - ART. 618, I DO CPC
- RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 173
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
I - Em se tratando de título executivo duplicata sem aceite – dispõe o art. 15
da Lei 5.474/68, que a prestação da tutela executiva depende da
apresentação cumulativa de três documentos: a duplicata, o instrumento de
protesto e o comprovante de entrega de mercadorias.
II - Constatando-se que a parte exeqüente não colacionou o instrumento de
protesto, documento este indispensável ao válido prosseguimento da
demanda executiva, afigura-se inviável o provimento do recurso
interposto.
III - Apelação conhecida e improvida.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.3611-3, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 19.02.2004, pg. 10)

•Duplicata de Prestação de Serviços

Ementa: EMBARGOS - DUPLICATA DE SERVIÇOS – LEI 5.474/68 -


AUSÊNCIA DE DOCUMENTO COMPROBATÓRIO DA
CONTRATAÇÃO DOS SERVIÇOS. FATURA EM NOME DE TERCEIRO.
- O título que aparelha a execução deve trazer os requisitos exigidos pela
Lei n° 5.474/68, hábeis a caracterizá-lo como duplicata. Tratando-se de
duplicata de prestação de serviços, faz-se necessária a apresentação de
documento que comprove não só a efetiva prestação dos serviços, mas,
também, o vínculo contratual que autorize sua emissão. A presença de
documento que comprova a contratação e a prestação do serviço é essencial
para fornecer certeza e exigibilidade ao pretenso título. Preliminar acatada.
- Recurso provido. Sentença reformada.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.9553-5, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 30.01.2004, pg. 25)

•Endosso

Ementa: CIVIL - PROCESSUAL CIVIL - CHEQUE – ENDOSSO


FALSIFICADO - ÔNUS DA PROVA - LEGITIMIDADE PASSIVA DO
BANCO DEPOSITÁRIO - INDENIZAÇÃO.
(1) A alegação da autora sobre que o endosso foi efetivado mediante
assinatura falsa não restou elidida por qualquer meio de prova em
contrário, a cargo do réu, pelo que a asserção há de prevalecer. Inteligência
do art. 333, I, CPC.

174 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
(2) Legitimidade passiva. O banco depositário é parte legítima para
responder pelo pagamento de cheque nominal com endosso em branco,
posto que lhe cabe examinar a regularidade da cadeia de endossos (Lei n°
7357/85, art. 39).
(3) Indenização. A responsabilidade pela verificação da regularidade do
endosso encerra fato não foi levado em conta pelo banco depositário,
deixando de tomar as cautelas que tinha por dever empregar, derredor, em
especial, exame da legitimidade do malsinado endosso, daí que deve
responder pelo prejuízo causado à pessoa em nome de quem o cheque foi
emitido, no caso, a promovente. Sentença confirmada. Recurso improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.8284-6, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 11)

Ementa: APELAÇÃO - EMBARGOS À EXECUÇÃO - CHEQUE


NOMINAL - ENDOSSO EM BRANCO - TRANSMISSÃO DA
PROPRIEDADE AO PORTADOR DO TÍTULO - LEGITIMIDADE ATIVA
ATENDIDA - PRESENÇA DE INTERESSE PROCESSUAL -
IMPROCEDÊNCIA DOS EMBARGOS – SENTENÇA MANTIDA -
RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.
I. O cheque nominativo, desde que não contenha cláusula não à ordem, é
transmissível por via de endosso.
II. Nada obsta a que o endossante não designe o nome do beneficiário do
endosso, endosso em branco, presumindo-se feita a transmissão da
propriedade do título ao seu legítimo portador.
III. A legitimidade do autor da execução mostra-se atendida na medida em
que portador de cheque cuja transferência dera-se através de endosso em
branco.
IV. Recurso conhecido, mas improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.0835-1, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.01.2004, pg. 18)

•Princípios

Ementa: ILEGITIMIDADE PASSIVA DA EMBARGANTE/APELADA.


Inteligência do art. 741, inciso III do CPC c/c o art. 47 da Lei n° 7357/85.
- Aplicável o regime jurídico-cambiário ao cheque, sobre o qual se espraiam
os princípios da cartularidade, da literalidade e autonomia, este último
desdobrado nos princípios da abstração e da inoponibilidade das exceções
pessoais aos terceiros de boa-fé, impossível impor à embargante/apelada a

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 175
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
qualidade de ré em procedimento executivo baseado em título no qual não
figurou como interveniente, fosse como emitente, endossante ou avalista.
- Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7539-3, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 26.02.2004, pg. 19)

•Requisitos Formais

Ementa: APELAÇÃO - EMBARGOS À EXECUÇÃO – NOTA


PROMISSÓRIA - DATA DE EMISSÃO - AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO -
REQUISITO FORMAL INDISPENSÁVEL À VALIDADE DO TÍTULO -
FALTA DE PREENCHIMENTO POSTERIOR - INEFICÁCIA DO TÍTULO
EXECUTIVO - PROCEDÊNCIA DOS EMBARGOS – SENTENÇA
MANTIDA - RECURSO CONHECIDO, MAS NÃO PROVIDO.
I - A ausência de indicação da data em que é emitida a nota promissória
conduz à perda de eficácia do título, posto que para este requisito não
ressalva a lei qualquer forma de presunção, valendo a regra geral de
invalidade do título por insuficiência formal.
II - A omissão pelo devedor de quaisquer indicações pode ser completada
pelo portador até o momento de fazer valer publicamente o título, seja em
sua apresentação para pagamento, seja no momento do ajuizamento da
cobrança executiva.
III - Recurso conhecido, mas não provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.3384-0, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 25)

Título Executivo

Ementa: Apelação Cível. Direito Processual Civil. Execução por quantia


certa contra devedor solvente. Contrato de prestação de serviços
educacionais. Requisitos. De acordo com a jurisprudência dominante no
Superior Tribunal de Justiça o contra to de prestação de serviços
educacionais somente é válido como título de crédito extrajudicial, de
modo a deflagrar o processo executivo, se o credor desvencilhar-se do ônus
que lhe impõe o art. 615, IV, do CPCivil, quanto à comprovação inequívoca
de que adimpliu a sua contraprestação. Do contrário, a via executiva
afigura-se inadequada, à míngua do requisito da certeza do quantum
debeatur. Recurso conhecido e improvido. Decisão unânime.

176 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0006.5497-9, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 22.06.2004, pg. 23)

Ementa: CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. OMISSÃO DE NOME DE PARTE


NA SENTENÇA. MERA IRREGULARIDADE FORMAL. CONTRATO
PARTICULAR DE RECONHECIMENTO E CONFISSÃO DE DÍVIDA.
AUSÊNCIA DE ASSINATURA DE DUAS TESTEMUNHAS. NOTA
PROMISSÓRIA COMO GARANTIA. DESNATURAÇÃO DO TÍTULO.
PERDA DA LIQUIDEZ E CERTEZA DO TÍTULO. INFRINGÊNCIA AOS
ARTS. 585, II, 586 E 618 DO CPC.
1. A omissão de nome de parte na sentença não constitui vício capaz de
nulificar o julgado, visto caracterizar mera irregularidade formal.
2. É nula a execução fundada em contrato de reconhecimento e confissão de
dívida, destituído da assinatura de duas testemunhas.
3. Ainda que acompanhado de notas promissórias, tal instrumento não
enseja execução, porquanto os cambiários assestados, uma vez vinculados
a contratos, perdem suas características cambiariformes, não mais se
prestando a municiar ação executiva, in casu.
4. Precedentes do STJ. Apelo improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.3248-2, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 22)

Ementa: CIVIL - PROCESSUAL CIVIL - EXECUÇÃO DE TITULO


EXTRAJUDICIAL - CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO EM
CONTA CORRENTE - INEXISTÊNCIA DE TÍTULO LÍQUIDO E CERTO -
EMBARGOS DO DEVEDOR - PROCEDÊNCIA.
(1) O contrato de abertura de crédito em conta corrente não constitui título
executivo hábil a embasar a execução, por ser ilíquido. Circunstância que
não pode ser elidida pelos demonstrativos de débito apresentados pelo
credor, documentos por ele elaborados, unilateralmente, bem por isso não
se prestando como meio de prova contra o devedor.
(2) A ação executiva tem como condição primordial a existência de título de
crédito judicial ou extrajudicial (CPC, 583). Inexistente o título
referenciado, o pedido é impossível e o autor carecedor de ação, devendo o
processo ser extinto sem julgamento de mérito (CPC, 267, VI).
(3) “O juiz conhecerá de ofício, em qualquer tempo e grau de jurisdição,
enquanto não proferida a sentença de mérito, da matéria constante dos n°s
IV, V e VI; (Di-lo o § 3° do artigo em alusão supra.
(4) Sentença anulada. Processo extinto, sem julgamento de mérito.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 177
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.0977-4, Relator(a):
Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 03.05.2004, pg. 11)

Ementa : CIVIL. PROCESSUAL. EXECUÇÃO. CONTRATO DE


ABERTURA DE CRÉDITO. NOTA PROMISSÓRIA VINCULADA.
(1) O contrato de abertura de crédito pessoal não é título executivo
extrajudicial, por ser ilíquido. A iliquidez não pode ser elidida pelos
demonstrativos de débito apresentados pelo credor, documentos por ele
elaborados, unilateralmente, que bem por isso não servem de prova contra
o devedor.
(2) Nota promissória emitida em garantia do contrato de abertura de
crédito. Ausência de autonomia, porque lhe falta, igualmente, liquidez e
certeza, vale dizer, não goza de autonomia em razão da iliquidez do título
que a originou.
(3) A ação executiva tem como condição a existência de título de crédito
judicial ou extrajudicial (CPC, 583). Ausente o título citado, o pedido é
impossível e o autor carecedor de ação, devendo o processo ser extinto sem
julgamento de mérito (CPC, 267, VI, combinado com seu § 3º). Recurso
improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.4178-4, Relator: Des.


José Arísio Lopes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 11)

Usucapião

Ementa: AÇÃO DE USUCAPIÃO. TERRENO DE MARINHA. AUSÊNCIA


DE INTIMAÇÃO DA UNIÃO FEDERAL. NULIDADE. SÚMULA N° 391,
DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. BEM PERTENCENTE AO ENTE
FEDERATIVO CENTRAL. AÇÃO AJUIZADA NO FORO ESTADUAL.
INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA DO JUÍZO. SENTENÇA NULA.
REMESSA DOS AUTOS À JUSTIÇA FEDERAL. APELAÇÃO
CONHECIDA E PROVIDA.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.5337-2, Relator(a):


Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 13.02.2004, pg. 27)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL ANULAÇÃO DE MATRÍCULA


IMOBILIÁRIA - RECONVENÇÃO JULGADA IMPROCEDENTE -
RECURSO DE NOTÓRIA INCONSISTÊNCIA JURÍDICA – DECISÃO
MANTIDA.

178 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Civil, Comercial e Processo Civil
1. É assente na jurisprudência predominante de nossos pretórios, inclusive
o STF, que a falta de citação da pessoa em nome de quem está transcrito o
imóvel usucapiendo, torna nula a sentença do respectivo processo,
independentemente de ação rescisória.
2. Por conseguinte, a sentença que julga improcedente reconvenção
visando a declaração daquela nulidade acha-se em perfeita consonância
com o invocado entendimento e, conseqüentemente, imerece a reparação
perseguida.
3. Recurso conhecido, porém improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.7569-0, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 06.02.2004, pg. 7)

Ementa: CIVIL - USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO. “Aquele que, por 20


(vinte) anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel,
adquirir-lhe-á o domínio, independentemente de título e boa-fé que, em tal
caso, se presume, podendo requerer ao juiz que assim o declare por
sentença, a qual lhe servirá de título para a transcrição no Registro de
Imóveis” (CC, art 550). “O possuidor pode, para o fim de contar o tempo
exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a do seu
antecessor (art. 496), contanto que ambas sejam contínuas e pacíficas” (CC,
552). No caso concreto, a autora comprovou tanto a sua posse quanto a de
seus antecessores, que, somadas, totalizam mais de 20 (vinte) anos. Daí que
ostensiva se mostrando a posse exercida pela recorrente sobre a área
reclamada, bastante, a meu sentir, a excluir aquela presumida em favor da
titular do domínio, no caso a Imobiliária recorrida. Cabe ao réu o ônus de
provar as suas alegações em contrário (CPC, 333), encargo sobre que, no
caso, não se desincumbiu a empresa contestante. O só fato de exibir título
dominial sobre o terreno em litígio, não constitui causa bastante a anular a
pretensão da autora-recorrente. Vale dizer, circunstância tal que por si só
não inviabiliza a procedência da ação, de que se cuida. Sentença reformada.
Recurso provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0003.0189-0, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 20)

Ementa: DIREITO CIVIL. USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO. POSSE


DECORRENTE DE MERA PERMISSÃO E, POSTERIORMENTE, DE
CONTRATO DE COMODATO. AUSÊNCIA DE POSSE COM ANIMUS
DOMINI. ÓBICE CONSISTENTE. PROCEDÊNCIA INVIÁVEL, POR NÃO
TER O AUTOR PROVADO SATISFATORIAMENTE OS FATOS

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.19-179, 2004 179
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
CONSTITUTIVOS DO SEU DIREITO. PRETENSÃO INDEFERIDA.
SENTENÇA MANTIDA.
- E indispensável, para a aquisição da propriedade por usucapião, que a
posse tenha sido exercida com animus domini, ou seja, com vontade de
possuir como se fosse dono, o que não restou demonstrado nos autos. Na
hipótese vertente, em que o possuidor passou a residir no imóvel
usucapiendo por mera permissão da proprietária e, empós o falecimento
desta, em decorrência de contrato de comodato firmado com o legatário do
bem deixado pela extinta, não se pode convalidar a posse, para efeitos
aquisitivos da propriedade, dada a precariedade com que esta foi exercida.
- Exegese dos arts. 550 do 497 do Código Civil de 1916, vigente à época. -
RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.8878-4, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 01.04.2004, pg. 12)

Ementa: CIVIL - USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO – ANIMUS DOMINI.


AUSÊNCIA. INVIABILIDADE AO RECONHECIMENTO DO
USUCAPIÃO. Representa ônus para o autor a prova do fato constitutivo
do seu direito (CPC, 333, I). Ausência de animus domini. Não
comprovando os autores possuir o imóvel usucapiendo com ânimo de
dono, no período estipulado em lei, inviável é o reconhecimento do
instituto do usucapião (Código Civil revogado, art. 550). Recurso
improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.6851-1, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 6)

180 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 19-179, 2004
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO e PREVIDENCIÁRIO

Ampla Defesa e Contraditório

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – SERVIDOR PÚBLICO - PENA


DISCIPLINAR - INSTAURAÇÃO DO CONTRADITÓRIO -
INEXISTÊNCIA. Todo e qualquer ato administrativo de caráter disciplinar
deve ser precedido de ampla defesa, sob pena de grave violação das
cláusulas pétreas, gizadas nos incisos LIV e LV do art. 5.° da CF/88.
Segurança confirmada. Remessa oficial improvida.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.4942-9, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 5)

Cerceamento do Direito de Defesa

Ementa: Apelação Cível - Agravo Retido. Direito Processual Civil.


Embargos de Terceiro. Constrição judicial incidente sobre bem
supostamente impenhorável. Protesto oportuno e específico da embargante
pela produção de prova. Anúncio de antecipação da sentença. Retenção
contra este despacho. Havendo a embargante protestado oportuna e
especificamente pela produção de prova, e verificando-se a pertinência de
tal postulação com o fato constitutivo do direito alegado em juízo, o
antecipado destrame da lide, em tal situação, configura cerceamento de
defesa, com a conseqüente imprestabilidade da sentença nela prolatada.
Recurso conhecido. Retenção provida. Mérito prejudicado. Decisão
unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.6148-3, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 15.04.2004, pg. 45)

Ementa: - DIREITO COMERCIAL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE


DECLARAÇÃO DE CRÉDITO. CERCEAMENTO DE DEFESA.
IMPOSSIBILIDADE. APELAÇÃO CÍVEL.
A negação, pela autoridade judiciária, de abertura de prazos para
pronunciamento sobre documentos juntados aos autos, seja à
concordatária, seja ao requerente ou ao Ministério Público, como no
presente processo, constitui-se arbítrio que abala a pureza do rito e fere os
princípios constitucionalmente consagrados da ampla defesa e do
contraditório. O argumento judicial da prevalência da celeridade

182 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
processual não justifica equívocos substantivos como o afastamento do
procedimento falimentar específico à matéria em tela, resultando em
prejuízo da legalidade e desrespeito ao curso do devido processo legal,
máxime em casos, como os dos presentes fólios, de concordata em que o
apelado era o titular da empresa concordatária, promoveu sua venda,
recebeu o pagamento e saiu contemplado na habilitação, sem uma pesquisa
criteriosa ou audiência para a verificação do referido crédito. Sentença
nulificada. Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0005.7031-9, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 16.02.2004, pg. 23)

Ementa: PROCESSUAL. AGRAVO RETIDO. NÃO REQUISIÇÃO DE SUA


ANÁLISE EM SEDE DE APELAÇÃO. - A exigência contida no art. 523 do
CPC e seu § 1° deve ser observada à época da interposição do recurso.
- Agravos Retidos não conhecidos.
CONEXÃO. BUSCA E APREENSÃO. REVISIONAL DE CLÁUSULAS
CONTRATUAIS. PERÍCIA. NÃO PAGAMENTO DE HONORÁRIOS.
CERCEAMENTO DE DEFESA.
- Se inexistir nos autos qualquer ato de compromisso do perito, tampouco a
apresentação de honorários, não pode quem a requereu ser penalizado sob
argumento de não haver cumprido a obrigação de custeio da diligência.
- Caracteriza-se deste modo o cerceamento de defesa, nos termos do art. 5º,
inciso LV da CF/88, por ver prejudicada a prova desejada pelo autor, bem
como tal fato ter ensejado a improcedência do seu pedido.
- Recurso conhecido e provido. Sentença nula.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0002-9, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 26.02.2004, pg. 19)

Ementa: I. O conhecimento de agravo retido impõe expresso requerimento


à instância “ad quem” nas razões recursais, a teor do §1º do artigo 523 da
Lei Adjetiva Civil.
II. Não há que se falar em excesso de execução quando os documentos
alojados nos embargos confirmam a dívida executada.
III. Inexiste cerceamento de defesa se os fatos alegados haveriam de ser
provados por documento, não se justificando a designação de audiência.
IV. Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.5053-6, Relator: Desa.


Gizela Nunes da Costa, DJ. 04.01.2004, pg. 8)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 183
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

Ementa : I - É legítima e conveniente a cumulação da ação ordinária de


rescisão de contrato de promessa de compra e venda com a reintegração de
posse, uma vez que o pedido possessório é simples conseqüência do
pedido rescisório.
II - Não há falar em cerceamento de defesa, pela ausência de anúncio do
julgamento antecipado da lide, quando presentes às condições que ensejam
tal julgamento.
III - Compete ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na
petição inicial, presumindo-se em regra verdadeiros os fatos não
impugnados.
IV - Recurso conhecido, mas improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0001.2684-2, Relator: Desa.


Gizela Nunes da Costa, DJ. 04.01.2004, pg. 9)

Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI

Ementa: DIREITO CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA


INSTALAÇÃO DE CPI. CRITÉRIO TRIPLO ADOTADO PELO ART. 58 DA
CF/88. ILEGALIDADE. O § 3.° do art. 58, da Constituição Federal, adotou
critério triplo para a instalação de comissão parlamentar de inquérito, a
saber (a) critério quantitativo - deve ser autorizada por um terço dos
membros da casa legislativa, (b) critério qualitativo – deve investigar fato
determinado, (c) critério temporal - deve ter prazo certo para o término dos
trabalhos. Faltando um desses requisitos, caracteriza-se o desvio jurídico-
constitucional, remediável através de mandado de segurança. Remessa
oficial a que se nega provimento.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.9136-0, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.03.2004, pg. 17)

Concurso Público

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL IMPROVIMENTO CONCURSO PÚBLICO.


ART. 19, § 1°, DO ADCT. CONCURSO PÚBLICO DE PROVAS. NÃO
OBRIGAÇÃO DE CONTAGEM DO TEMPO DE SERVIÇO DOS
SERVIDORES PÚBLICOS ESTÁVEIS COMO TÍTULO NOS CONCURSOS
PÚBLICOS EM QUE SÃO AVALIADAS APENAS AS NOTAS DOS
CANDIDATOS.

184 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
I - Vícios que teriam carreado de nulidade o concurso público de provas e
títulos para admissão de servidores ao Município de Tamboril, nos termos
do edital de n° 01/97;
II - Edital que não contemplou a possibilidade acréscimo de “pontuação”
no certame para os candidatos que tivessem tempo de serviço suficiente
para serem considerados estáveis;
III - Certame público de provas não havendo previsão de avaliação de
títulos;
IV - Não obrigatoriedade de contagem, como título, do tempo de serviço
dos servidores públicos estáveis;
V - Recurso conhecido mas improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3465-4, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 04.06.2004, pg. 11)

Ementa: CONCURSO PÚBLICO. POLÍCIA MILITAR.DIFERENCIAÇÃO


POR SEXO. ISONOMIA.
- O certame público é instrumento jurídico para a seleção dos indivíduos
mais aptos, dentro dos critérios definidos da Constituição Federal, para
ingressarem nos quadros do serviço público, sendo inválido quando elege
desarrazoado critério de habilitação em razão do sexo,pois veda o pleno
acesso aos cargos e empregos públicos.
- Não há qualquer vício quando lei estabelece número de vagas para os
quadros da Polícia Militar a serem preenchidos por indivíduos de ambos os
sexos e são realizados concursos públicos diferenciados para cada, visto
que já está garantida pela lei a possibilidade de acesso tanto para
indivíduos do sexo masculino como feminino.
- Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.3465-4,


Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 24.05.2004, pg. 10)

Ementa: -Mandado de segurança. -As especificidades dos cargos


tipicamente militares e policiais legitimam a cláusula de limite de idade nos
concursos públicos voltados aos seus provimentos (STF, 1ª T, AI [AgRg] n°
284.0001-DF, rel. Min. Moreira Alves, j. 24/10/2000, Informativo n° 208,
nov /2000). -Os impetrantes possuíam, ao tempo das inscrições, idades
superiores à máxima estipulada no edital. Nada obstante, participaram do
certame para preenchimento de vagas de “soldado pronto” da Polícia
Militar do Ceará, garantidos liminar conferida por órgão judiciário
incompetente. -Tutela provisória enraizada na incompetência absoluta
padece do vício da nulidade. E já que, ilação lógica, não gera efeitos, em

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 185
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
sobrevindo a denegação da segurança, restaura-se o status quo ante. Por
outras, não cria situação favorável e irreversível para os seus beneficiários,
sobremodo por ininvocável direito líquido e certo.
-A Justiça não pode validar conjunturas injurídicas para atribuir direito a
quem não tem. Vai então, a perda das vagas eventualmente conquistadas
pelos impetrantes e, por consectário, o forçoso desligamento deles da
Corporação, a critério do Comando Geral provê-las segundo a ordem de
classificação dos candidatos, se é que ainda não expirou o prazo de
validade do concurso.
- Writ conhecido e denegado por maioria, contra o parecer da PGJ e nos
termos do voto do relator.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0015.7997-6,


Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 06.05.2004, pg. 10)

Ementa: CONCURSO PÚBLICO - EXAME FÍSICO - INCAPACIDADE DA


IMPETRANTE EM FUNÇÃO DE INTERVENÇÃO CIRÚRGICA -
SUSPENSÃO DO EXAME PARA REALIZAÇÃO POSTERIOR.
ISONOMIA.
- É direito líquido e certo da impetrante/apelada a realização das provas
em igualdade de condições. Não poderia a mesma ser submetida ao teste
após a realização de cirurgia cesariana, o que, de certo, causaria uma
desigualdade entre ela e os outros candidatos, pois a aferição da
capacidade física deve ser tomada a partir de um estado físico e mental
normais.
- Ofensa aos princípios constitucionais norteadores da proteção à vida, à
maternidade e à dignidade da pessoa humana. Segurança confirmada.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3338-0, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 26.02.2004, pg. 19)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – CONCURSO PÚBLICO -


REQUERIMENTO DE INSCRIÇÃO - EXIGÊNCIA DE APRESENTAÇÃO
DE DOCUMENTOS DE IDENTIDADE – EXIBIÇÃO DE IDENTIDADE
FUNCIONAL CONTENDO DADOS DE FILIAÇÃO, NATURALIDADE E
N. DO REGISTRO GERAL – IDENTIFICAÇÃO SATISFATÓRIA -
LIMINAR RATIFICADA – SEGURANÇA CONCEDIDA.
I. Segundo a norma inscrita no item 2.3 do edital sob enfoque, não valem
como documentos de identidade as carteiras funcionais sem valor de
identificação, isto é aquelas que não apresentem os dados mínimos
necessários a individualização do candidato.

186 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
II - A carteira funcional apresentada pelo impetrante continha todos os
requisitos indispensáveis à sua perfeita individualização, a saber, nome
completo, filiação, data e local de nascimento e número do registro geral,
não podendo, por tanto, ser repelida como documento de identificação.
III- Liminar confirmada. Segurança concedida.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Mandado de Segurança n˚ 2002.0003.8977-0,


Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 09.02.2004, pg. 6)

Ementa: CONCURSO PÚBLICO - EXAME MÉDICO - DOENÇA


CARDIOVASCULAR - ERRO - LAUDO MÉDICO DA PRÓPRIA
CORPORAÇÃO DANDO INEXISTÊNCIA DE DOENÇA -
CONTRADIÇÃO. NOVO EXAME.
É direito líquido e certo do impetrante a realização de novo exame quando
se colocam em contradição as conclusões tomadas pela Junta Médica do
Hospital Militar e a Comissão Médica Avaliadora do Concurso. Observa-
se, por outros exames, que houve erro na conclusão, impondo-se, por
corolário natural, a desconstituição do ato que o considerou inapto, pois a
aferição de sua saúde, desvirtuada em erro, deve ser tomada a partir dos
novos exames que comprovam o estado de normalidade. Segurança
confirmada.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1491-7, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 23.04.2004, pg. 47)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO – CONCURSO PÚBLICO PARA


O CARGO DE POLICIAL DA CARREIRA MILITAR - REQUISITOS DE
IDADES MÍNIMA E MÁXIMA - PREVISÃO DA LEI ESTADUAL N.
12.983/99 - EXIGÊNCIA LEGAL COMPATÍVEL COM AS ATRIBUIÇÕES
DO CARGO - RAZOABILIDADE ATENDIDA - PRECEDENTES
PRETORIANOS - DECISÃO DESPROVIDA DE FUNDAMENTAÇÃO -
NULIDADE RECONHECIDA – AGRAVO CONHECIDO E PROVIDO.
I. Pode a lei, desde que o faça de modo razoável, estabelecer limites
mínimo e máximo de idade para ingresso em funções, empregos e cargos
públicos. Exegese sistemática dos arts. 7º, XXX, 37, I e 39, § 3º da
Constituição da República. No entanto, os requisitos estabelecidos em lei
devem ser mensurados em estrita correlação com as funções a serem
exercidas pelo servidor, sob pena de constituírem mácula aos princípios da
igualdade e da impessoalidade.
II. A máxima de fundamentação das decisões judiciais é mandamento
constitucional erigido em defesa da segurança das relações jurídicas e

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 187
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
garantia contra a sujeição a decisões arbitrárias, sancionando-se com
absoluta nulidade as decisões desprovidas de qualquer supedâneo jurídico.
III. Agravo conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.4148-0,


Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 06.02.2004, pg. 6)

Ementa: Mandado de Segurança - Concurso Público para ingresso na


carreira do Ministério Público Estadual - existência de ação civil contra o
candidato, comprovada mediante certidão exibida por ocasião do pedido
de inscrição na segunda fase do certame - indeferimento da inscrição
conforme previsão editalícia – liminar oportuna e corretamente concedida
para permitir que o candidato prosseguisse nas fases subseqüentes do
concurso - reprovação na fase posterior - extinção do processo sem
julgamento de mérito.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0016.2164-6, Relator:


Desa. Huguette Braquehais, DJ. 08.01.2004, pg. 33)

Controle de Constitucionalidade

Ementa: I.- A exigência de lei específica para a criação de autarquia,


plasmada no art. 154, XVIII, da Constituição Estadual de 1989 e repetida no
art. 86, XIV, da Lei Orgânica do Município de Fortaleza, normas estadual e
municipal que reproduzem regra da Carta da República de observância
obrigatória, não impõe a edição de lei exclusiva que apenas dela trate, mas
importa mera autorização para sua criação. Constitucionalidade da Lei
Municipal submetida à controle de constitucionalidade quando não apenas
autorizou a criação da Autarquia mas, minunciosamente disciplinou-lhe,
normatizando inclusive assuntos que tematicamente lhes são pertinentes.
Especificidade não significa exclusividade. Precedentes do SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL na Ação Direta de Inconstitucionalidade n.º 1.649-1,
Relator o Exmo. Min. Maurício Correa e na Ação Direta de
Inconstitucionalidade n.º 1840/DF, Relator Exmo. Min. Carlos Velloso. II.-
A criação e a regulamentação de Fundos independe de Lei Complementar.
O art. 206, II, da CE/89, norma que reproduz o art. 165, § 9º, inciso II, da
Carta da República, de observância obrigatória, reserva para Lei
Complementar apenas o estabelecimento das condições para a instituição e
funcionamento de Fundos, a serem observadas na elaboração de Lei
Ordinária que instituir o fundo e estabelecer o seu funcionamento.
Constitucionalidade da Lei Municipal nº 8.621, de 14 de janeiro de 2002,

188 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
quando cria o Fundo Municipal de Limpeza Urbana em seus arts. 20 a 23.
III.- Não há vício de inconstitucionalidade nos arts. 24 a 26 da Lei
Municipal n.º 8.621/02, por ausência de expressa previsão quanto as
condições contratuais necessárias à concessão do serviço público de
limpeza urbana e os direitos dos usuários, porquanto o regime jurídico das
concessões consiste em um plexo de normas e princípios cuja matriz é
constitucional, integrado por leis federais (basicamente, as Leis n.º 8.666, n.º
8.987 e nº 9.074), leis locais, atos e contratos administrativos. Destarte, as
condições contratuais e os direitos dos usuários da concessão do serviço
público e coleta de lixo, normas gerais de toda e qualquer concessão e
permissão de serviço público, emergem do conjunto de normas federais
referidas, apenas complementadas pela Lei Municipal n.º 8.621/02, no que
há de específico. IV.- Sendo o serviço público de coleta de lixo urbano
indisponível pelo Estado que presta-o nos termos da lei para atender ao
interesse público, qualificado, pois, como res extra commercium e, nesta
medida, insuscetível de negociação, não pode ensejar a cobrança de preço
que, além de pressupor igualdade das partes contratantes, exige
disponibilidade do objeto do negócio. Aplicação do art. 145, II, da CF/88,
repetido pelos arts. 191, II, da Lei Fundamental Estadual, norma
reproduzida na Lei Orgânica deste Município, em seu art. 134, inciso II.
Inconstitucionalidade do art. 27 da Lei Municipal n.º 8.621/02, regra matriz
da remuneração da concessionária mediante o pagamento de tarifa pelo
usuário dos serviços. Inaplicabilidade do artigo 175, III, da CF/88 V.- Ação
Direta de Inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente.

(TJCE, Tribunal Pleno, Ação Direta de Inconstitucionalidade n˚


2002.0001.0070-3, Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, Relator(a)
designada para lavrar o acórdão: Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ.
03.05.2004, pg. 6)

Ementa: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PADRÃO


ESTADUAL INCOMPATÍVEL COM A CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
PEDIDO JURIDICAMENTE IMPOSSÍVEL. NÃO CONHECIMENTO.
ATRIBUIÇÃO AO MINISTÉRIO PÚBLICO DECORRENTE DE LEI
ORDINÁRIA. POSSIBILIDADE. NORMA NÃO REFERENTE AO
CONTROLE EXTERNO DA ATIVIDADE POLICIAL, PORÉM INTERNO,
MEDIANTE CONSULTORIA JURÍDICA. VEDAÇÃO
CONSTITUCIONAL.
I - Não se conhece de ação direta de inconstitucionalidade na parte em que
a ofensa alegada refere-se a dispositivo da Constituição Estadual (art. 134)
incompatível com a Carta Política Federal (art. 128, II, § 5°), por tratar-se de
pedido juridicamente impossível.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 189
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
II - As regras de organização do Ministério Público e as que estabelecem
normas gerais para a organização do Parquet nos Estados hão de ser
necessariamente de natureza complementar, enquanto as que dispõem
sobre as atribuições de seus membros podem ser ordinárias, desde que
observadas as restrições do inciso IX e § 1° da Lei Fundamental, ao qual
corresponde o inciso IX do art. 130 da Constituição Estadual.
III - A emissão de parecer por membros do Ministério Público do Estado do
Ceará nos procedimentos disciplinares instaurados pela Corregedoria-
Geral dos órgãos de Segurança Pública e Defesa da Cidadania, de que
cuida o § 4' do art. 5' da Lei Estadual n˚ 12.691, de 16 de maio de 1997,
modificado pela Lei n˚ 17.734, de 2 de outubro de 1997, não configura
controle externo da atividade policial, se o fosse, haveria de ser tratada por
lei complementar. Tal tarefa se aproxima mais de um controle interno,
exercido na forma de assessoria ao organismo encarregado de apurar os
ilícitos administrativos dos agentes policiais, por conseguinte, estranha às
responsabilidades e funções institucionais do Ministério Público,
delineadas nos arts. 129 e 130 da Constituição Estadual, correspondentes às
enumeradas no arts. 127 e 129 da Carta Federal, além de implicar
verdadeira consultoria jurídica, o que é expressamente vedado pelos arts.
129, IX, e 130, inciso IX, respectivamente, das Constituições Federal e
Estadual.
IV. Ação direta de inconstitucionalidade parcialmente conhecida e provida.

(TJCE, Tribunal Pleno, Ação Direta de Inconstitucionalidade n˚


2001.0001.3194-5, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ.
03.05.2004, pg. 8)

Ementa: Mandado de Segurança. Inconstitucionalidade do art. 108, inciso


VII, alínea b, da Constituição do Estado do Ceará, por haver criado em seu
bojo um locus manejável que pode, como lei ordinária que é, alterar a
constituição, deixando ao legislador ordinário, eleger os agentes que
possuem foro privilegiado. Tal tarefa só é cabível a própria constituição.
Incompetência desta corte para processar e julgar este mandamus.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0005.5858-9,


Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 27.04.2004, pg. 8)

Ementa: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE


SEGURANÇA IMPETRADO CONTRA ATO DO COMANDANTE GERAL
DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO CEARÁ. INCOMPETÊNCIA DO
TRIBUNAL PARA JULGAR A MATÉRIA, DADA A
INCONSTITUCIONALIDADE DA EXPRESSÃO CONTIDA NA PARTE

190 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
FINAL DA ALíNEA “B”, DO INCISO VII, DO ARTIGO 108 DA
CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO CEARÁ, DO SEGUINTE TEOR “...e de
quaisquer outras autoridades a estas equiparadas, na forma da lei”, BEM
COMO DO PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 34 DA LEI ESTADUAL N.
13.297, DE 07 DE MARÇO DE 2003. COMPETÊNCIA CONSTITUCIONAL
ESTRITA, QUE NÃO PODE SER ALTERADA POR NORMA
INFRACONSTITUCIONAL (INTELIGÊNCIA DO ART. 125, § 1°, DA
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA). PRELIMINAR (ARGÜIDA PELO
MINISTÉRIO PÚBLICO) ACOLHIDA PARA DECLARAR-SE,
INCIDENTER TANTUM, A INCONSTITUCIONALIDADE DOS
REFERIDOS DISPOSITIVOS. PRECEDENTE DO TRIBUNAL (NO MS -
2003.0005.1839-0, RELATORA: DESEMBARGADORA HUGUETTE
BRAQUEHAIS -DJ N° 209, DE 03/11/2003).

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0005.2216-9,


Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 02.04.2004, pg. 10)

Ementa: EXAURE-SE NO TEXTO CONSTITUCIONAL A


DISCRIMINAÇÃO DAS AUTORIDADES CUJOS ATOS, DESDE QUE
IMPUGNADOS POR MANDADO DE SEGURANÇA, DEFLAGRAM A
COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO TRIBUNAL, NÃO PODENDO O
ELENCO SER AMPLIADO POR LEI ORDINÁRIA, SOBRETUDO
QUANDO A AUTORIZAÇÃO PARA TANTO DECORRE DE EMENDA A
CONSTITUIÇÃO. “ORA, DEFINIR É PÔR LIMITES E, SE OS LIMITES DA
COMPETÊNCIA DOS TRIBUNAIS ESTÃO NO TEXTO
CONSTITUCIONAL, QUER FEDERAL, QUER ESTADUAL, NÃO PODE
O LEGISLADOR ORDINÁRIO ULTRAPASSÁ-LOS, ACRESCENTANDO
NOVA COMPETÊNCIA AO ROL EXAUSTIVO POSTO NA
CONSTITUIÇÃO, COMO SE PODER CONSTITUINTE FOSSE”
(Emmanuel José Peres Netto G. Soares, in A Inconstitucionalidade da
Extensão do Foro Privilegiado:Revista Jurídica Consulex no.153, 31/5/03,
11 p. 26). -INCONSTITUCIONALIDADE DAS EXPRESSÕES
ACRESCIDAS POR EMENDA À PARTE FINAL DO ART . 108, INC. VII
LETRA B DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL, ASSIM: “... E DE
QUAISQUER OUTRAS AUTORIDADES A ESTAS EQUIPARADAS NA
FORMA DA LEI” -, VÍCIO EXTENSÍVEL, CONSEQÜÊNCIA LÓGICA,
AOS TERMOS DA LEI N°. 13.297, DE 7/3/03, QUE,
COMPLEMENTANDO A DICÇÃO CONSTITUCIONAL, INCLUIU SEM
PODER, O IMPETRADO NO ELENCO DE AGENTES COATORES
JURISDICIONADOS PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA EM MANDADO DE
SEGURANÇA. -PRECEDENTE: MANDADO DE SEGURANÇA N°.
2003.0005.1839-0/0 (DJ 3/11/03, P. 4-5).e INCONSTITUCIONALIDADES
PRONUNCIADAS INCIDENTER TANTUM. -DEVOLUÇÃO DOS AUTOS

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 191
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
AO JUÍZO DE ORIGEM OU O RESPECTIVO ENVIO A UMA DAS VARAS
DA FAZENDA PUBLICA, OBSERVADA A DISTRIBUIÇÃO,CONFORME
SEJA O CASO. -UNANIMIDADE.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0008.2530-7,


Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 27.04.2004, pg. 9)

Ementa: CONSTITUCIONAL - MANDADO DE SEGURANÇA -


ADMINISTRATIVO - EGRESSO DAS FORÇAS ARMADAS - INCLUSÃO
NA POLÍCIA MILITAR SEM PREENCHIMENTO DAS CONDIÇÕES
IMPOSTAS PELO §2º, DO ART. 37, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - ATO
INDEFERITÓRIO DO COMANDANTE DA POLÍCIA MILITAR –
PRELIMINAR SUSCITADA PELA PROCURADORIA GERAL DE
JUSTIÇA DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 108, INCISO VII,
LETRA “B” DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL.
I- Cumpre verificar que, relativamente à matéria dos presentes autos, por
via de exceção ou incidentalmente, o pronunciamento do Poder Judiciário
sobre a inconstitucionalidade não caracteriza manifestação sobre o objeto
principal da lide, mas sim sobre questão prévia, indispensável ao
julgamento do mérito.
II- Os Tribunais de Justiça, exercendo o controle difuso de
constitucionalidade, de forma incidental, declaram a incompatibilidade das
Constituições Estaduais ou legislações infraconstitucionais em face da
Constituição Federal,cuja declaração de inconstitucionalidade somente
produz efeitos no caso concreto, ou seja, o ato normativo declarado
inconstitucional permanece válido no que se refere à sua força obrigatória
com relação a terceiros.
III- Acolhe-se a preliminar suscitada pela douta Procuradoria Geral de
Justiça, para proclamar incidenter tantum a inconstitucionalidade do art.
108, inciso VII, alínea “b”, da Constituição Estadual, em face do parágrafo
1º, do art. 125, da Constituição Federal e, em conseqüência, declarar a
incompetência deste Tribunal de Justiça para conhecer do mandamus,
remetendo os autos à 1ª Instância.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0005.5017-0,


Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 07.04.2004, pg. 21)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - ATO DO COMANDANTE


GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO CEARÁ ARGÜIÇÃO,
PELA DOUTA PROCURADORIA GERAL DE JUSTIÇA, da
INCONSTITUCIONALIDADE INCIDENTAL DAS EXPRESSÕES
CONTIDAS NA PARTE FINAL DO ART. 108, INCISO VII, ALíNEA “B”,

192 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL (“... E DE QUAISQUER OUTRAS
AUTORIDADES A ESTAS EQUIPARADAS NA FORMA DA LEI”) POR
MALFERIR O ART. 125, §1° DA CARTA MAGNA DE 1988-
PROCEDÊNCIA -PREJUDICIAL ACOLHIDA, COM A CONSEQÜENTE
REMESSA DOS AUTOS AO Juízo DE ORIGEM.
I - A expressão “... ..e de quaisquer outras autoridades a estas equiparadas
na forma da lei”, constante da alínea “b”, do inciso VII, do art. 108, da
Constituição Estadual, ao permitir que o legislador ordinário, através de
simples norma infraconstitucional, eleja os agentes que possuem foro
privilegiado, fere frontalmente o §1° do art. 125 da Carta Maior, que
determina a fixação de tal competência na respectiva Carta Estadual.
Precedentes deste Egrégio Tribunal de Justiça.
II - Prejudicial acolhida, reconhecendo incidentalmente a
inconstitucionalidade da expressão referida, com a conseqüente
incompetência do Tribunal de Justiça para apreciar o presente
“mandamus”, que deverá ser remetido à primeira instância, para os fins de
direito.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0004.7031-2,


Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 24.03.2004, pg. 10)

Ementa: CONSTITUCIONAL, PROCESSUAL CIVIL E


ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO
COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ. ARTIGO
108, INCISO VII, LETRA “b”, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO
CEARÁ E ARTIGO 34, PARÁGRAFO ÚNICO, DA LEI ESTADUAL N°
13.297/2003. PRELIMINAR DE INCONSTITUCIONALIDADE
INCIDENTAL NA MANIFESTAÇÃO DA DOUTA PROCURADORIA
GERAL DA JUSTIÇA RELATIVA AOS DISPOSITIVOS QUESTIONADOS.
PRELIMINAR ACOLHIDA PARA DECLARAR A
INCONSTITUCIONALIDADE INCIDENTAL DAS EXPRESSÕES: “ e de
quaisquer outras autoridades a estas equiparadas na forma da lei”,
CONSTANTES DA PARTE FINAL DO ARTIGO 108, INCISO VII, LETRA
“b”, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO CEARÁ E TAMBÉM DO
PARÁGRFO ÚNICO, DO ARTIGO 34, DA LEI ESTADUAL N°
13.297/2003, DECLARANDO A INCOMPETÊNCIA DA CORTE DE
JUSTIÇA PARA PROCESSAR E JULGAR A AÇÃO DE SEGURANÇA.
REMESSA AO JUÍZO MONOCRÁTICO DA FAZENDA PÚBLICA
ESTADUAL. UNÂNIME.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0004.7767-8, Relator:


Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 16.03.2004, pg. 13)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 193
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Ementa: Preliminar: Remessa dos autos ao juízo singular por providência
monocrática. Impossibilidade. Apesar da economia e celeridade que busca
o Ministério Público imprimir ao processo, afigura-se impossível a
providência monocrática pretendida, a qual nasceria morta pela nulidade
absoluta da qual se revestiria. Inteligência do art. 110 do Regimento Interno
desta Egrégia Corte c/c o art. 97 da Constituição Federal. Preliminar
conhecida, julgada, porém, improcedente. É como voto. Mérito: As
expressões “e de quaisquer outras autoridades a esta equiparadas na forma
da lei”, contida na parte final da alínea “b”, do inciso VII, i do art. 108 da
Constituição do Estado do Ceará, e, por decorrência, do parágrafo único do
artigo 34, da Lei Estadual n° 13.297, de 07/03/2003, encontram-se em
cristalina dissonância com o disposto no § 10 do artigo 125 da Constituição
Federal, implicando aqueles em burla à Lei Maior, permitindo, por via
oblíqua, que assunto reservado à Constituição Estadual venha a ser tratado
por simples lei ordinária. Incidente acolhido para declarar a
inconstitucionalidade dos dispositivos apontados.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0008.5982-1, Relator:


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 16.03.2004, pg. 14)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – CONSTITUCIONAL E


ADMINISTRATIVO - PRETENSÃO MANDAMENTAL NO SENTIDO DE
SE DETERMINAR INCLUSÃO DE MILITARES DA RESERVA NAS
FILEIRAS DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ -PEDIDO FORMULADO
NOS TERMOS DO ART. 165 DA LEI ESTADUAL 226/48 E NO ART. 136
DA LEI N° 10.072/76 -INCOMPETÊNCIA DESTE TRIBUNAL PARA
DECIDIR ORIGINARIAMENTE A RESPEITO -
INCONSTITUCIONALIDADE DAS EXPRESSÓES CONTIDAS NA PARTE
FINAL DO ART. 108, INCISO VII, LETRA B, DA CONSTITUIÇÃO
ESTADUAL “...E DE QUAISQUER OUTRAS AUTORIDADES A ESTAS
EQUlPARADAS, NA FORMA DA LEI” - COMPETÊNCIA QUE TEM
SEDE ESTRITAMENTE CONSTITUCIONAL, NÃO PODENDO,
PORTANTO, SER ALTERADA POR VIA DE NORMA VEICULADA EM
LEI ORDINÁRIA - PRELIMINAR QUE SE ACOLHE, DECLARANDO- SE
INCIDENTALMENTE A INCONSTITUCIONALIDADE DAS
EXPRESSÕES EM COMENTO.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0005.1837-4,


Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 08.03.2004, pg. 9)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. INCONSTITUCIONALIDADE


DO ART. 108, INCISO VII, ALÍNEA b, DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO

194 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
DO CEARÁ. POR HAVER CRIADO EM SEU BOJO UM LOCUS
MANEJÁVEL QUE PODE, COMO LEI ORDINÁRIA QUE É, ALTERAR A
CONSTITUIÇÃO, DEIXANDO AO LEGISLADOR ORDINÁRIO, ELEGER
OS AGENTES QUE POSSUEM FORO PRIVILEGIADO, TAL TAREFA SÓ
É CABÍVEL A PRÓPRIA CONSTITUIÇÃO. INCOMPETÊNCIA DESTA
CORTE PARA PROCESSAR E JULGAR ESTE MANDAMUS.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0008.2859-4,


Relator(a): Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 25.02.2004, pg. 42)

Ementa: A inconstitucionalidade, quando vistosa, pode ser pronunciada,


caráter incidenter tantum, de ofício. Como explica Barbosa Moreira, em
frase que tudo diz, em questão de direito a iniciativa oficial é sempre
admissível (comentários ao CPC, Forense, 2003, vol. V, P. 37). Exaure-se no
texto constitucional a discriminação das autoridades cujos atos, desde que
impugnados por Mandado de Segurança, deflagaram a competência
originária do Tribunal, não podendo o elenco ser ampliado por lei
ordinária. Inconstitucionalidade das expressões acrescidas, por emenda, à
parte final do art. 108, inciso VII, letra b, da constituição estadual, assim ... e
de quaisquer outras autoridades a estas equiparadas na forma da lei.
Precedente: Mandado de Segurança nº 2003.0005.1839-0/0 (DJ 3/11/2003,
P. 4-5). Incompetência do Tribunal para jurisdicionar o mandamus,
ordenado o envio dos autos ao juízo de origem. Nemine discrepante.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0004.4218-1,


Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 25.02.2004, pg. 38)

Ementa: CONSTITUCIONAL - MANDADO DE SEGURANÇA -


ADMINISTRATIVO - POLICIAL MILITAR - DIREITO À PROMOÇÃO À
GRADUAÇÃO DE ACORDO COM O CRITÉRIO DE ANTIGUIDADE
POR SER ESPECIALISTA - ATO INDEFERITÓRIO DO COMANDANTE
DA POLÍCIA MILITAR - PRELIMINAR SUSCITADA PELA PGJ DA
INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 108, INCISO VII, LETRA B DA
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL.
I - Na hipótese dos autos tem-se que a matéria em tablado, via de exceção
ou incidental, o pronunciamento do Judiciário, sobre a
inconstitucionalidade, não é feito enquanto manifestação sobre o objeto
principal da lide, mas sintomas sobre a questão prévia, indispensável ao
julgamento do mérito. Nessa esteira é que os Tribunais de Justiça,
exercendo o controle difuso de constitucionalidade, de forma incidental
declaram a incompatibilidade das Constituições Estaduais ou legislações
infraconstitucionais face a Constituição Federal, cuja declaração de

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 195
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
inconstitucionalidade somente produz seus efeitos no caso concreto, ou
seja, o ato normativo declarado inconstitucional permanece válido no que
se refere à sua força obrigatória com relação a terceiros. Paulo Bonavides,
comentado o dispositivo sob enfoque, obtempera que o controle por via de
exceção, aplicado às inconstitucional idades legislativas, ocorre unicamente
dentro das seguintes circunstâncias: quando, no curso de um pleito
judicial, uma das partes levanta, em defesa de sua causa, a objeção de
inconstitucionalidade da lei que se lhe aplicar. Sem o caso concreto (a lide)
e sem a provocação de uma das partes, não haverá intervenção, cujo
julgamento se estende às partes em juízo. A sentença que liquida a
controvérsia constitucional não conduz à anulação da lei, mas tão-somente
à sua não- aplicação ao caso particular, objeto da demanda. É controle por
via incidental. A Lei que ofende a Constituição não desaparece assim da
ordem jurídica, do corpo ou sistema das leis, podendo ainda ter aplicação
noutro feito, a menos que o poder competente a revogue. De modo que o
julgamento não ataca a lei em tese ou inabstrato, nem importa o formal
cancelamento das suas disposições, cuja aplicação fica unicamente tolhida
para a espécie demandada. É a chamada relatividade da coisa julgada.
Nada obsta pois a que noutro processo, possa a mesma lei ser
eventualmente aplicada. (In Curso de Direito Constitucional, 6° edição pgs.
273/274). Nesse pesar, tenho por viável a preliminar suscitada pela douta
procuradoria Geral de Justiça, quando questiono acerca da
inconstitucionalidade do art. 108, inciso VII alínea b da Constituição
Estadual em face do art. 125, parágrafo 1°, da Constituição Federal vigente,
em sede de controle incidental por via de exceção. Vejamos, então em que
consiste a inconstitucionalidade aventada, a partir do artigo 125 e
parágrafo da Carta da República, verbis: Art 125. Os Estados organização
sua justiça, observados os princípios estabelecidos na constituição.
Parágrafo 1° - A competência dos Tribunais, será definida na Constituição
do Estado, sendo lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de
Justiça. De outra sorte, a Constituição Estadual estabelece em seu artigo 108
a competência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, verbis:
Art. 108. Compete ao Tribunal de Justiça:
(...)
VII- processar e julgar originariamente:
b) os mandados de segurança e os habeas data contra atos do Governador
do Estado, da Mesa e Presidência da Assembléia Legislativa, do próprio
Tribunal ou de algum de seus órgãos, dos Secretários de Estado, do
Tribunal de Contas do Estado ou de algum de seus órgãos, do Procurador
Geral de Justiça, do Procurador Geral do Estado, do Chefe da Casa Militar,
do Chefe do Gabinete do Governador, do Ouvidor Geral do Estado, do
Defensor Público Geral do Estado, e de quaisquer outras autoridades a
estas equiparadas, na forma da Lei.

196 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
Ora, de par desta parte final, da dicção na forma da lei, atecnia legislativa
teratológica, foi editada a Lei n. 13.297/2003, estabelecendo o seu art. 34,
parágrafo único, equiparação aos Secretários de Estado, para fins de que
trata o art. 108, inciso VII, alíneas b e c da Constituição Estadual, os
comandantes Gerais da Policia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar e o
Superintendente da Policia Civil. Dessa forma, hei por bem acolher a
preliminar suscitada pela douta Procuradoria Geral de Justiça, para
proclamar incidenter tantum a inconstitucionalidade do art. 108, inciso VII
alínea b da Constituição Estadual, em face do parágrafo 1°, do art. 125 da
Constituição Federal e, em conseqüência declarar a incompetência deste
Tribunal de Justiça para conhecer do mandamus, remetendo os autos a 1°
Instancia para a vara de origem.
II- Acórdão unânime.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0008.1233-7, Relator:


Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 09.01.2004, pg. 38)

Ementa : CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. TRIBUNAL DE


JUSTIÇA. MANDADO DE SEGURANÇA ORIGINÁRIO. COMANDANTE
GERAL DA POLÍCIA MILITAR. INCOMPETÊNCIA.
Declaração, incidenter tantum, da inconstitucionalidade da expressão “... e
de quaisquer outras autoridades a estas equiparadas, na forma da lei”,
contida na parte final do art. 108, VII, “b” da Constituição Estadual, e por
conseqüência, do parágrafo único, do art. 34 da Lei Estadual n°
13.297/2003, assentando-se, também, a incompetência da Corte de Justiça
para processar e julgar originariamente o presente mandado de segurança,
que deverá retornar ao juízo de origem.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0005.2190-1, Relator:


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 09.01.2004, pg. 37)

Ementa: - MANDADO DE SEGURANÇA CONTRA ATO DO


COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DO
CEARÁ.
1. Inconstitucionalidade das expressões contidas na parte final do art. 108,
inc. VII, letra “b” da Constituição Estadual, que outorgou à Lei Ordinária
competência que lhe é privativa nos termos do art. 125, § 1°, da
Constituição Federal.
2. Declaração incidenter tantum de inconstitucionalidade que impõe o
reconhecimento da incompetência desta Corte para conhecer do mandado

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 197
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
de segurança e, determina a remessa dos autos à distribuição entre os
juízos fazendários.
3.Decisão unânime.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0006.9282-0, Relator:


Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 21.01.2004, pg. 9)

Ementa: CONSTITUCIONAL. MANDADO DE SEGURANÇA.


TRIBUNAL DE JUSTIÇA. COMPETÊNCIA. POSSIBILIDADE DE
AMPLIAÇÃO POR LEI ORDINÁRIA. INCONSTITUCIONALIDADE.
DECLARAÇÃO INCIDENTAL.
I. O art. 125, §1º, da Lex Fundamentalis estabelece que a competência dos
Tribunais dos Estados deve ser definida na respectiva Constituição
Estadual.
II. Reveste-se de inconstitucionalidade a previsão contida no Estatuto
Político do Estado que viabiliza a ampliação do raio de competência do
Tribunal de Justiça mediante processo legislativo ordinário. Precedentes
desta Corte.
III. Declaração incidental de inconstitucionalidade do art. 108, VII, b, da
Constituição do Estado do Ceará, no que toca à expressão e de quaisquer
outras autoridades a estas equiparadas na forma da lei, com subseqüente
reconhecimento da incompetência do tribunal de Justiça para processar e
julgar o presente mandado de segurança, determinando-se a remessa dos
fólios a uma das Varas da Fazenda Pública.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0005.5798-1, Relator:


Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 28.05.2004, pg. 7)

Ementa: CONSTITUCIONAL - MANDADO DE SEGURANÇA -


ADMINISTRATIVO - MILITAR PERTENCENTE À RESERVA DAS
FORÇAS ARMADAS - PEDIDO DE INCLUSÃO NO CORPO DE
BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DO CEARÁ SEM AS CONDIÇÕES
IMPOSTAS PELO INCISO II, DO ART. 37, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL - REQUERIMENTO INDEFERIDO PELO COMANDANTE DA
POLÍCIA MILITAR – ARGÜIÇÃO PRELIMINAR SUSCITADA PELA PGJ
DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ART. 108, INCISO VII, LETRA B
DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL.
É inconstitucional o preceptivo da Carta Estadual, por ter criado em seu
bojo um locus manejável que pode, com a simplicidade legislativa de uma
Lei Ordinária, alterar a Constituição, deixando ao alvedrio do legislador
ordinário a tarefa de eleger os agentes que possuem foro privilegiado, uma

198 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
tarefa somente possível à própria Constituição que não pode prever
reserva de Lei nesse particular.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0005.3085-4, Relator:


Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 04.06.2004, pg. 7)

Direito Adquirido

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. -DE LEMBRAR-SE O


COMENTÁRIO BORDADO COM REFINADA LUCIDEZ POR LÚCIA
VALLE FIGUEIREDO , ASSIM, SEM TIRAR NEM POR: “ ... DIREITOS
ADQUIRIDOS NÃO PODEM SER RESUMIDOS POR EMENDA À
CONSTITUIÇÃO, UMA VEZ QUE DITAS EMENDAS PROMANAM DO
PODER LEGISLATIVO E NÃO DO PODER CONSTITUINTE
ORIGINÁRIO. DE OUTRA PARTE, O DIREITO ADQUIRIDO, A COISA
JULGADA E O ATO JURÍDICO PERFEITO ...COMO AFIRMA
CANOTILHO, SÃO GARANTIAS ESTRUTURANTES DO ESTADO
DEMOCRÁTICO DE DIREITO. REPRESENTAM O ESTEIO, O
SUSTENTÁCULO DA ORDEM JURÍDICA “ ( in Remuneração, subsídios,
direitos sociais. BDA, p. 2 e 4, jan/99). -DEVE SER APLICADA
PONDERADAMENTE, COM DISTINÇÃO DE CASOS CONCRETOS, A
LEI EDITADA PARA FAZER ATUAR NO ESTADO- MEMBRO EMENDA
OPERADA PELO “PODER CONSTITUINTE DERIVADO” (RECTIUS,
CONGRESSO). NÃO É CONCEDIDO, DE FEITO, AOS
ADMINISTRADORES COLOCÁ-LA EM USO, À RÉDEA-LARGA,
ATROPELANDO AS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS INTANGÍVEIS,
COMO SE INEXISTENTE O BREQUE DO ART. 60, § 3°, INC. IV, DA
PRÓPRIA CARTA FEDERATIVA. O APOSENTADO, QUEM DIZ É O
SUPREMO, TEM DIREITO ADQUIRIDO AO QUANTUM DE SEUS
PROVENTOS CALCULADOS COM BASE NA LEGISLAÇÃO VIGENTE
AO TEMPO DA APOSENTADORIA (RE nº 92.511, Min. Moreira Alves, in
RTJ vol. 99, p. 1267). Segurança Concedida. Nemine Discrepante.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0003.0191-0,


Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 27.04.2004, pg. 8)

Ementa: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE


SEGURANÇA. APOSENTADORIA. EMENDA CONSTITUCIONAL.
DIREITO ADQUIRIDO. SEGURANÇA.
1.O poder reformador é um poder constituído, limitado, e, como tal, deve
respeitar as diretrizes traçadas pelo Poder Constituinte. Se este garantiu a

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 199
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
intangibilidade do direito adquirido como cláusula constitucional, não se
admite que posteriormente, na vigência do mesmo ordenamento jurídico
constitucional, sem que tenha havido qualquer processo revolucionário de
mudança, a própria Carta Política, através de uma emenda, venha a violar
o preceito que ela mesma resguardou.
2. A portaria n°. 663/99, sob o pálio de dar cumprimento à emenda da
reforma administrativa emenda constitucional n°.19 de 04/06/98, atingiu
frontalmente o direito da impetrante a ter seus proventos calculados nos
termos que lhe foram assegurados no ato de sua aposentação, direito esse
adquirido em face da legislação vigente à época, tornando-se ato jurídico
perfeito e acabado, imodificável por emenda constitucional posterior
restritiva e menos ainda por portaria que venha a lhe dar cumprimento.
SEGURANÇA CONCEDIDA.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0006.9992-3,


Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 07.04.2004, pg. 19)

Ementa: CONSTITUCIONAL E PREVIDENCIÁRIO. SERVIDORES


PÚBLICOS INATIVOS. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. TETO
REMUNERATÓRIO.
I -No sistema jurídico brasileiro, a regra de que a lei ou emenda
constitucional nova não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico
perfeito ou a coisa julgada, por estar inserida no texto permanente da
Constituição Federal, impede que a nova legislação, ainda que de ordem
pública, retroaja para alcançar e violar tais garantias constitucionais, assim
como que o intérprete venha a formular sua aplicação retroativa.
II- Precedentes do STF: RE 166.366/SP, Rel. Min. Moreira Alves.
III -Preliminar e questão de ordem rejeitadas.
IV - Segurança concedida, à unanimidade, quanto ao mérito.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2001.0001.2845-6,


Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 14.05.2004, pg. 14)

Ementa: Mandado de Segurança. Administrativo. Emenda Constitucional.


Violação a direito adquirido. Impossibilidade.
I - Preliminar de decadência rejeitada ante a natureza de trato sucessivo do
ato impugnado pelos Impetrantes, posto tratar-se de ato lesivo que se
renova a cada mês.
II -Alteração da forma de cálculo do adicional por tempo de serviço -
progressão horizontal sob o pretexto de dar aplicação às disposições das
Emendas Constitucionais nº 19 (à Constituição Federal) e 21 (à Constituição

200 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
Estadual), ensejando redução ilegal e abusiva nos vencimentos dos
Impetrantes, com destrato à garantia constitucional do direito adquirido.
III -Não detém o Poder Constituinte Reformador força capaz de modificar a
cláusula pétrea do direito adquirido.
IV - Precedentes deste Tribunal.
V- Segurança concedida.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0003.6318-4,


Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 05.04.2004, pg. 11)

Ementa : Mandado de Segurança - Servidor Público - Aposentadoria.


- O regime a que tem direito o servidor aposentado define-se com os
requisitos postos pela lei vigente ao tempo em que implementado o tempo
de serviço necessário para o recesso.
- A superveniência de lei nova não pode prejudicar situações
definitivamente constituídas, que se mantêm preservadas como direito
adquirido, mercê das garantias constitucionais.
- Segurança concedida.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0015.4659-8, Relator:


Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 09.01.2004, pg. 37)

Desapropriação

Ementa: -Desapropriação indireta. Indenizatória. Revelia do expropriante.


Alcance. Destrame antecipado. Dilucidação probatória complementar
dispensável. Provas em fólios consentâneas entre si. Justa reparação.
Resistência. -”O art. 320 do Código de Processo Civil, portador das
hipóteses em que não se opera a presunção de veracidade fixada pelo art.
320, exclui o efeito da revelia mas não exclui, nem teria como excluir, a
revelia em si mesma. A revelia é um estado de fato e não a conseqüência de
um fato omissivo. Por isso, ainda quando um dos litisconsortes haja
oferecido resposta, ou quando se trate de matéria indisponível, ou mesmo
que se trate de fatos sujeitos a prova solene (art. 320, incs. 1-111), o réu que
não responde é revel” (Dinamarco, Instituições de Direito Processual Civil,
São Paulo: Malheiros, 3 ed., 2003, vol. III, p. 456). -Inferindo-se do decreto
sentencial o pródigo apreciativo da causa petendi, perlustrando o
judicante, sob cheia doutrinária, o instituto da desapropriação indireta, e o
que é mais importante, avançando na diretiva investigatória das provas em
fólios, ilusória a idéia de que o decisum adverso baseou-se,
fundamentalmente, na revelia, e assim inconvincente o imaginário

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 201
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
cerceamento de defesa. E se a credibilidade do articulado inicial grassa com
vigor jurídico, num feixe de provas consentâneas entre si, prescindível
mesmo dilucidação probatória complementar, até por imperativo de
processual. -O abusivo e irregular apossamento de lotes particulares pelo
Poder Público, nos quais erigiram se casas populares, sem, contudo,
obediência às formalidades e cautelas do procedimento expropriatório,
reclama indenizatória integral ao proprietário compulsoriamente
despojado de seu bem. Censurável a estimatória que descobre aviltamento
da reparabilidade devida, findando-se por tornar ínfima a recomposição do
patrimônio do particular. Conclusão: postura insolente, estigmatizada pelo
privilegiamento de interesses secundários do expropriante, no afã de
despender o mínimo de re cursos e abarrotar-se deles ao máximo, em
detrimento dos interesses primários, únicos que podem e devem ser
perseguidos por quem axiomaticamente os encarna e representa. E, no
particular, não pode haver interesse público maior do que o consistente em
garantir a justeza da indenização que a ordem jurídico-constitucional
preconiza (Lex Fundamentalís, artigo 5 XXIV). - Prolação monocrática sem
reparos. Procedência da reparabilidade de rigor. - Apelo e reexame
imprósperos. - Uno consensu.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.2944-0, Relator(a):


Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 07.04.2004, pg. 29)

Ementa: Desapropriação. Utilidade Pública. Indenização. Tendo as Partes,


de comum acordo, fixado o valor da indenização em R$ 14.978,00, preço
inferior ao do laudo oficial, que avaliou o imóvel expropriado em R$
16.750,00, não se verifica qualquer prejuízo para a coletividade. Remessa
necessária conhecida, mas improvida. Sentença confirmada.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.2794-8, Relator: Des.


Rômulo Moreira de Deus, DJ. 19.04.2004, pg. 10)

Ementa: APELAÇÃO - AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO - AUDIÊNCIA DE


INSTRUÇÃO E JULGAMENTO - SUPRESSÃO - PROVA TESTEMUNHAL
NÃO COLHIDA - VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA -
INCLUSÃO DO TERRENO NO PERÍMETRO URBANO - FATO NÃO
CONSIDERADO NA PESQUISA DO EXPERT - AVALIAÇÃO INFERIOR
À OFERTADA PELO PODER EXPROPRIANTE - VALOR ACOLHIDO NO
VEREDICTO - JULGAMENTO ULTRA PETITA - INDENIZAÇÃO
INJUSTA - SENTENÇA ANULADA - RETORNO DOS AUTOS À
INSTÂNCIA ORIGINÁRIA PARA SEGUIMENTO DA INSTRUÇÃO -
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.

202 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
I - A Constituição Federal exige que a indenização, em processo de
desapropriação, seja prévia, em dinheiro e, sobretudo, justa, a fim de
garantir que o quantum indenizatório corresponda realmente ao valor do
bem expropriado.
II - A prova pericial é, inegavelmente, meio fundamental e costumeiro de
que se vale o magistrado para a fixação do valor da indenização, mas não o
único, podendo ser corroborada ou rechaçada por outros meios de prova.
III - A inclusão do imóvel em perímetro urbano, por força de posterior
alteração legislativa, é fato que deveria ter sido considerado ainda quando
da avaliação do bem expropriando.
IV - O acolhimento final de valores inferiores aos reconhecidos e
depositados pelo autor importa verdadeiro julgamento ultra petita,
violador do postulado da correlação entre o pedido e a sentença, que
conduz à necessária decretação da nulidade do julgador.
V - Recurso conhecidos e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.6819-8, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 10.02.2004, pg. 55)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DESAPROPRIAÇÃO.


AVALIAÇÃO DO IMÓVEL EXPROPRIANDO. DESIGNAÇÃO DE
PERITO. ENGENHEIRO CIVIL. POSSIBILIDADE.
- Sendo a capacidade técnica requisito indispensável para o escorreito
desempenho da perícia designada, mister proceder-se à nomeação de
experto que possua referida habilidade, sob pena de restar comprometido o
preceito constitucional da justa indenização.
- AGRAVO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚2000.0014.4572-4,


Relator: Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.01.2004, pg. 9)

Ensino Superior

Ementa: - Direito Constitucional e Processual Civil. Ensino superior.


Transferência de aluno. Ato de gestão. Ação Cautelar ajuizada em caráter
preparatório. Competência da justiça comum estadual. Em se tratando de
ato de gestão, praticado pela direção da Instituição superior de ensino no
pleno exercício de sua autonomia, conferida constitucional e legalmente,
bem como sendo a pretensão jurídica deduzida através de medida cautelar,
preparatória de ação de conhecimento, compete à justiça comum estadual
conhecer e decidir acerca da controvérsia suscitada por estudante

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 203
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
universitário, relativamente ao seu direito de eventual transferência de
uma instituição para outra, sobretudo, por não figurar no pólo passivo da
demanda a União; qualquer de suas autarquias; ou empresas públicas, o
que afasta a aplicação do disposto no art. 109, I, da CF/88. Recurso de
agravo de instrumento conhecido e provido. Decisão não unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0000.1676-1,


Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 19.02.2004, pg. 9)

Estágio Probatório

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - DIREITO CONSTITUCIONAL -


ATO ADMINISTRATIVO - PROVIMENTO DE CARGO PÚBLICO -
INVERSÃO DE SUAS FASES CONSTITUTIVAS - EXERCÍCIO SEM
NOMEAÇÃO -ILEGALIDADE - RETROAÇÃO DOS EFEITOS
FUNCIONAIS ESTÁGIO PROBATÓRIO - TERMO DE INÍCIO
COINCIDENTE COM O EFETIVO EXERCÍCIO.
I -A inversão tumultuária das fases constitutivas do processo
administrativo de provimento de cargo público -exercício sem nomeação -é
ato ilegal que gera para o servidor público o direito de ter os efeitos
funcionais retroativos à data do efetivo
exercício do cargo.
II- Tendo sido nomeada aproximadamente um mês após a promulgação da
Emenda Constitucional n. 19, quando já em exercício desde fevereiro de
1998, não pode a impetrante ser enquadrada no prazo de três (3) anos para
a aquisição da estabilidade, em face da retroação dos efeitos funcionais à
data do início de suas atividades.
III - Inaplicável à espécie o § 4º do art. 41, da CF/88, que criou a exigência
da avaliação de desempenho, posto que inaugurado com a Emenda 19.
Segurança concedida.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0015.3200-7,


Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 06.05.2004, pg. 9)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – CONSTITUCIONAL E


ADMINISTRATIVO - SERVIDOR PÚBLICO – INGRESSO APÓS 06 DE
JUNHO DE 1998 - ESTÁGIO PROBATÓRIO - AVALIAÇÃO PERIÓDICA -
DESEMPENHO INSATISFATÓRIO - INSTAURAÇÃO DE SINDICÂNCIA
- OBEDIÊNCIA A PRAZOS E FORMALIDADES LEGAIS - DIREITO A
PLENA DEFESA CONFERIDO - AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-

204 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
CONSTITUÍDA DOS VÍCIOS ALEGADOS – EXONERAÇÃO DO
SERVIDOR PÚBLICO - POSSIBILIDADE – SEGURANÇA DENEGADA.
I - Em consonância com a redação atribuída ao § 4º do art. 41 da
Constituição da República pela Emenda Constitucional n. 19/98, para a
aquisição de estabilidade no serviço público é mister, além do transcurso
do prazo trienal de efetivo exercício, a aprovação em avaliação especial de
desempenho, a ser realizada por comissão funcional instituída para esse
fim.
II - Impondo o mandado de segurança que a prova das alegações fáticas
seja pré-constituída, a inexistência de tais documentos nos autos importa o
não acolhimento das pretensões nela fundadas.
III - Reintegração indevida. Segurança denegada.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2001.0000.7488-7, Relator:


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 13.01.2004, pg. 20)

FGTS

Ementa: FGTS - LIBERAÇÃO DO SALDO DA CONTA VINCULADA DO


RECORRENTE. DIREITO ASSEGURADO NO ART. 1º, INCISO II DA LEI
N° 7.670/88, EM COMBINAÇÃO COM O ART. 20, INCISO XI, DA LEI N°
8.036/90, EM DECORRÊNCIA DA DOENÇA GRAVE (NEOPLASIA
MALIGNA) QUE ACOMETEU A ESPOSA DO APELANTE - APELAÇÃO
CONHECIDA E PROVIDA. SENTENÇA MONOCRÁTICA REFORMADA.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0000.1495-3, Relator(a):


Des. Antônio Olímpio Castelo Branco, DJ. 04.02.2004, pg. 9)

Fundamentação das Decisões Judiciais

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - ANTECIPAÇÃO DE TUTELA -


AUSÊNCIA DE IDENTIFICAÇÃO DOS REQUISITOS CONSTANTES DO
ART.273 DO CPC - DECISÃO NÃO FUNDAMENTADA - OFENSA AO
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS - NULIDADE
DECRETADA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
I - A simples menção à existência dos pressupostos legais exigíveis para a
antecipação da tutela sem, contudo, individualizá-los, conduz à pecha de
ausência de motivação.
II - Segundo preceitua o art. 93, IX da Constituição da República, todas as
decisões judiciais devem ser motivadas, sob pena de nulidade.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 205
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
III - Nulidade decretada. Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0014.8068-6,


Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 19.02.2004, pg. 9)

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO


RECORRIDA. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. NULIDADE
ABSOLUTA. PROVIMENTO. JULGAMENTO MONOCRÁTICO.
POSSIBILIDADE.
Estabelece o artigo 557 § 1°-A do CPC que: se a decisão recorrida estiver em
manifesto confronto com súmula ou com jurisprudência dominante do
Supremo Tribunal Federal, ou de Tribunal Superior, o relator poderá dar
provimento ao recurso. É jurisprudência não somente dominante, mas
também pacífica, no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal
Federal, a tese segundo a qual a decisão judicial desprovida de
fundamentação padece de nulidade absoluta.
Mostra-se flagrante a nulidade da decisão que, além de não proceder a um
exame discriminado da situação fática, sequer informa os motivos de sua
convicção, limitando-se a ilações teóricas e doutrinárias acerca do processo
cautelar. Agravo regimental não-provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo Regimental n˚ 2002.0001.1166-7/1,


Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 10)

Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E CONSTITUCIONAL.


APELAÇÃO CÍVEL - PROVIMENTO. NULIDADE DA SENTENÇA.
AUSÊNCIA DOS REQUISITOS ESSENCIAIS DESCRITOS NO ART. 458
DO CPC.
I. Pedido de nulificação do decisum recorrido suscitado pela parte
apelante, com fundamento no disposto no art. 93 inciso IX da Constituição
Federal de 1988.
II. A nova ordem constitucional estatuiu a obrigatoriedade de que todos os
julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário sejam fundamentados sob
pena de nulidade;
III. Falta de requisito essencial previsto no art. 458, CPC;
IV. Nulificação da sentença recorrida para o fim de que seja prolatado novo
decisum devidamente fundamentado.
V. Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.2848-5, Relator: Des.


José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 04.01.2004, pg. 7)

206 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO – MEDIDA LIMINAR -
AUSÊNCIA DE IDENTIFICAÇÃO DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS
PARA O DEFERIMENTO DE LIMINAR - DECISÃO NÃO
FUNDAMENTADA – OFENSA AO PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS
DECISÕES JUDICIAIS - ART.93, IX DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
- NULIDADE DECRETADA – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
I- A simples menção à existência dos pressupostos legais exigíveis para o
deferimento de liminar, sem, contudo, individualizá-los, conduz à pecha de
ausência de motivação.
II - Segundo preceitua o art. 93, IX da Constituição da República, todas as
decisões judiciais devem ser motivadas sob pena de nulidade.
III - Nulidade decretada. Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0015.3247-3,


Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 01.04.2004, pg. 11)

Isonomia

Ementa: EQUIPARAÇÃO VENCIMENTAL. ISONOMIA.


IMPOSSIBILIDADE POR VIA JUDICIAL.
- Não pode o Judiciário conceder aumento de vencimentos sob o
fundamento da isonomia (súmula 339, STF).
- Precedentes deste egrégio sodalício e do excelso Supremo Tribunal
Federal.
- Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.3494-0, Relator: Des.


Ademar Mendes Bezerra, DJ. 04.01.2004, pg. 8)

Legislativo Municipal

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO E


PROCESSUAL CIVIL. MANDADO DE SEGURANÇA. EXECUÇÃO
PROVISÓRIA. DECISÃO DETERMINANDO BLOQUEIO E REPASSE DE
VERBA DO FPM PARA A CÂMARA MUNICIPAL. POSSIBILIDADE.
RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO. DECISÃO MANTIDA.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0014.4380-2,


Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 05.04.2004, pg. 21)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 207
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Ementa: CONSTITUCIONAL - ADMINISTRATIVO - LEGISLATIVO
MUNICIPAL - DUODÉCIMO - ART.168 DA CF/88 - DIREITO LÍQUIDO E
CERTO.
- O Poder Legislativo Municipal tem direito ao repasse da importância
referente ao duodécimo previsto em Lei Orgânica Municipal, até o dia 20
de cada mês, conforme percentuais normativamente estipulados, cujo
descumprimento caracteriza violação a direito líquido e certo, amparável
por via mandamental.
- Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.5147-8, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.02.2004, pg. 7)

Licenciamento de Veículo

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. DETRAN. AUTARQUIA


MUNICIPAL DE TRÂNSITO (AMC). PAGAMENTO PRÉVIO DAS
MULTAS DE TRÂNSITO COMO CONDIÇÃO PARA O
LICENCIAMENTO E/OU TRANSFERÊNCIA DE VEÍCULO. PODER DE
POLÍCIA. EXECUTIVO FISCAL CONTRADITÓRIO. DELEGAÇÃO DE
COMPETÊNCIA.
1. As sanções decorrentes do exercício do poder de polícia somente podem
ser legitimadas mediante procedimentos administrativos e judiciais que
assegurem o contraditório e a ampla defesa.
2. Em se tratando d infrações de trânsito emitidas pela Autarquia
Municipal de Trânsito (AMC), é indevida a exigência, por parte do
DETRAN, de prévio pagamento das multas referidas ao veículo, como
condição para o licenciamento e/ou transferência, haja vista a previsão do
executivo fiscal, como meio de que pode se valer o órgão expedidor da
multa, para o fim de cobrar seus direitos creditórios.
3. Impedimento esse que igualmente resulta da inexistência de convênio
com o órgão expedidor da multa, prevendo a delegação de competência
para a exigência de seu pagamento, como também da impossibilidade de
averiguação da legalidade das autuações, em face da ausência de dados e
documentação atinentes à prática da infração. Agravo improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2003.0006.0109-3,


Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 30.04.2004, pg. 32)

208 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
Licitação

Ementa: REMESSA OFICIAL CONTRATO DE CONCESSÃO DE SERVIÇO


PÚBLICO - TRANSPORTE COLETIVO - INEXISTÊNCIA DE PRÉVIA
LICITAÇÃO – NULIDADE CONFIGURADA - EXEGESE DO ART.175 DA
CF/88 – SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONNHECIDO, MAS
IMPROVIDO.
1. De acordo com o disposto no art. 175 da Constituição Federal de 1988, os
contratos de concessão firmados pelo Poder Público com o particular serão
obrigatoriamente precedidos de procedimento licitatório. Trata-se de
princípio impostergável, por estar associado aos postulados básicos da
moralidade e da impessoalidade administrativa, sendo sua inobservância
geradora de nulidade do contrato firmado.
2. Recurso voluntário conhecido, mas improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.5740-0, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.01.2004, pg. 18)

Mandado de Segurança

•Contra Ato Judicial

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. DIREITO CONSTITUCIONAL E


PROCESSUAL CIVIL. ATO JUDICIAL. CABIMENTO DA IMPETRAÇÃO.
I - Jurisprudência e doutrina têm admitido a utilização da via
mandamental contra ato judicial em situações excepcionais, na qual a
decisão impugnada revela-se “teratológica”, bem como de flagrante
ilegalidade e abusividade, causando, ademais, lesão à parte requerente.
II - Ordem de segurança concedida. Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Mandado de Segurança n˚ 2003.0008.1873-4,


Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 21.05.2004, pg. 23)

•Efeitos Patrimoniais

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – SERVIDOR PÚBLICO


COBRANÇA DE VENCIMENTOS ATRASADOS – VIA IMPRÓPRIA.
(1) É vedada a cobrança de vencimentos e vantagens pecuniárias em atraso,
por meio de mandado de segurança (Lei n° 5.021/66, art. 1°). Inteligência,
demais, das Súmulas STF 269 e 271.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 209
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
(2) No caso concreto, sem maiores esforços de raciocínio, é de ver-se quão
imprópria a via judicial eleita pelas requerentes, ao êxito da cobrança
salarial assestada. O writ não pode ser erigido em ação de cobrança e seus
efeitos patrimoniais só são devidos a partir da impetração.
(3) Sentença reformada. Segurança denegada.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.8316-3, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 22)

•Liminar

Ementa: EMENTA - AGRAVO DE INSTRUMENTO – LIMINAR EM


MANDADO DE SEGURANÇA – SUSTENTAÇÃO IMPOTENTE PARA O
FIM NELA VISADO – DECISÃO MANTIDA.
1. Presentes os requisitos ínsitos no inciso II do art. 7°. da lei n°. 1.533/51,
não há como prosperar a reforma aqui perseguida, máxime se me
afigurando o despacho censurado devidamente motivado.
2. Recurso conhecido, porém, improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0009.2771-3,


Relator(a): Des. José Maria de Melo, DJ. 20.02.2004, pg. 20)

•Perda do Objeto

Ementa: - MANDADO DE SEGURANÇA VOLTADO A GARANTIR ÀS


IMPETRANTES COM PARTICIPAÇÃO NO PLEITO ESCOLAR
DESTINADO A INDICAÇÃO PARA CARGO EM COMISSÃO DE
DIRIGENTE DE ESTABELECIMENTO DA REDE ESTADUAL DE
ENSINO, MANDATO INICIÁVEL NO ANO DE 2.000.
- PERDA DO OBJETO DA IMPETRAÇÃO, PORQUANTO, NEGADA A
LIMINAR E TRANSPOSTA A FASE ELETIVA, OPEROU-SE, IN CASU,
SITUAÇÃO FÁTICA IMODIFICÁVEL PELA VIRTUAL CONCESSÃO DA
SEGURANÇA.
- EXTINÇÃO DO PROCESSO, SEM JULGAMENTO DE MÉRITO.
- DECISÃO UNÂNIME.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0015.4462-5, Relator:


Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 09.01.2004, pg. 37)

210 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
•Prova Pré-Constituída

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. REQUISITOS BÁSICOS. PROVA


PRÉ - CONSTITUÍDA. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO COM O
PEDIDO INICIAL. EXIGÊNCIA DA PRÓPRIA NATUREZA E RITO DO
MANDAMUS. INOCORRÊNCIA NA ESPÉCIE.
- A prova no mandado de segurança deve ser pré-constituída, isto é,
produzida já com a exordial, a teor dos arts. 6° e 8° da Lei n° 1.533/51, sob
pena de extinção do processo sem julgamento do mérito.
- Inteligência do art. 6° da lei do Mandado de Segurança, e 267, VI do
Código de Processo Civil brasileiro.
- Precedentes.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Mandado de Segurança n˚ 2001.0000.7885-8,


Relator(a): Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 09.02.2004, pg. 6)

Ementa: Administrativo. Mandado de Segurança. Prova pré-constituída.


Ausência. Carência de ação. Extinção do processo sem julgamento do
mérito. Com a inicial, deve o impetrante fazer prova indiscutível, completa
e transparente, de seu direito. Não é possível trabalhar à base de
presunções. A via estreita do mandado de segurança exige que, já no
momento da impetração, se faça a petição inicial acompanhada da prova
pré-constituída do direito dos autores. Em face da ausência de prova
documental plena, extingue-se o processo sem julgamento do mérito, por
carência de ação. Recursos providos. Sentença reformada, para extinguir-se
o mandamus sem o julgamento do mérito.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.9359-8, Relator: Des.


Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 21.01.2004, pg. 13)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-


CONSTITUÍDA - A CELERIDADE DO RITO NÃO COMPORTA
DILAÇÃO PROBATÓRIA.
- Constitui requisito essencial da Ação de Mandado de Segurança a prova
pré-constituída de todos os fatos e alegações que comprovem a existência
de direito líquido e certo do impetrante, sendo vedada a dilação probatória.
A com provação de furto de energia elétrica descaracteriza a cobrança
abusiva dos valores da energia elétrica.
- Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.9231-5, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 04.02.2004, pg.6)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 211
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - DOCUMENTO NECESSÁRIO À


PROVA DO ALEGADO - EXIBIÇÃO PELO IMPETRADO - AUSÊNCIA -
DOCUMENTO QUE SE ENCONTRA EM PODER DA AUTORIDADE
COATORA - RESSALVA LEGALMENTE PREVISTA - PARÁGRAFO
ÚNICO DO ART. 6º DA LEI 1.533/51 - JUIZ - ORDEM DE EXIBIÇÃO -
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
I. A prova, em sede de mandado de segurança, há de ser pré-constituída,
isto é, a inicial deve vir acompanhada de documentos que comprovem, de
plano, as situações e fatos que embasam o direito invocado pelo
impetrante. Todavia, a Lei n.° 1.533/51 traz, em seu art. 6°, parágrafo
único, expressa ressalva, em se tratando de documento necessário à prova
do alegado que se encontre em repartição ou estabelecimento público ou
em poder de autoridade que se recuse a fornecê-lo. Nesse caso, sua
exibição deverá ser ordenada, mediante ofício, pelo juiz.
II. Recurso conhecido e provido para que, a sentença apelada, adote o
douto juiz monocrático as providências previstas no artigo em referência.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.2414-6, Relator: Desa.


Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.01.2004, pg. 16)

Multas de Trânsito

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA OBRIGATÓRIA. MULTA DE


TRÂNSITO. ILEGITIMIDADE DO ENTE FISCALIZADOR PARA
APLICAR SANÇÕES DE TRÂNSITO. IMPROVIMENTO DO RECURSO E
DA REMESSA OFICIAL PRECEDENTES DO TRIBUNAL.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.3533-1, Relator(a):


Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 26.02.2004, pg. 11)

Ementa: Administrativo. Multa de Trânsito. É indelegável à Entidades


privadas o exercício do poder de polícia. Estando submetido ao Princípio
da Legalidade, a atividade da Administração Pública não pode ser exercida
fora dos limites da lei. É defeso à ETTUSA, empresa privada, fiscalizar e
cobrar multa de trânsito. Ausência de competência. Atos de aplicação e
cobrança de multa de trânsito nulos. Remessa Obrigatória e Recurso de
Apelação conhecidos e improvidos. Sentença mantida.

212 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.0449-2, Relator(a):
Des. Antônio Olímpio Castelo Branco, DJ. 29.01.2004, pg. 44)

Ementa: - Administrativo e Processual Civil. Liminar mandamental que


autoriza o pagamento de licenciamento e seguro obrigatório sem prévio
recolhimento de multas de trânsito. Cabimento do recurso, relevância da
fundamentação e risco de ineficácia, acaso concedida somente a final.
1. Admissibilidade. Agravo. Cabimento. É cabível, pois, o agravo de
instrumento em mandado de segurança, certo que as normas do CPC
aplicam-se a todas as ações, inclusive às de ritos especiais, salvo quando
tiverem elas específicas regras contrárias, hipótese inocorrente. Precedentes
jurisprudenciais favoráveis e contrários (STJ-1ª Turma, REsp 139.276- ES,
rel. Min. Milton Luiz Pereira, j. 5.7.01, deram provimento, v.u., DJU
19.11.01, p. 232).
2. Mérito. 2.1. Relevância da Fundamentação. A imposição de
sanções administrativas sem prévio exaurimento do devido processo legal,
inclusive de notificação (Súmula 127 do STJ) aponta provável agressão a
este princípio. 2.2. Periculum in mora. Se concedido os efeitos da tutela
somente em final, o agravado, com toda a certeza, correria o risco de sofrer
fiscalização e ter seu veículo apreendido, além do que ficará sem a
cobertura do seguro obrigatório.
3. Agravo conhecido e desprovido.
4. Decisão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2000.0016.1902-1,


Relator: Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 21.01.2004, pg. 10)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO – DETRAN - FISCALIZAÇÃO DO


TRÂNSITO E APLICAÇÃO DE SANÇÕES NAS VIAS MUNICIPAIS -
COMPETÊNCIA RECONHECIDA PELO CONVÊNIO DE
COLABORAÇÃO DE 19/06/1998 - CONDICIONAMENTO DO
LICENCIAMENTO DE VEÍCULO AUTOMOTOR À QUITAÇÃO DAS
MULTAS APLICADAS - ILEGALIDADE - A ADMINISTRAÇÃO DISPÕE
DE MEIOS JUDICIAIS PARA A COBRANÇA DAS SANÇOES
PECUNIÁRIAS APLICADAS AO ADMINISTRADO - DECISÃO
CONFIRMADA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.
I. Em consonância com as regras do Convênio firmado entre o Município
de Fortaleza e o Departamento Estadual de Trânsito do Ceará, a este foram
conferidos os encargos referentes à fiscalização e sinalização do trânsito nos
limites territoriais da capital cearense, sendo-lhe, portanto, lícito aplicar
sanções pecuniárias aos condutores que perpetrarem infrações às leis de
trânsito nas vias municipais.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 213
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
II. Não é dado à Administração Pública condicionar o licenciamento dos
veículos sob sua fiscalização ao prévio pagamento das multas aplicadas aos
condutores, eis que dispõe de medidas judiciais próprias à cobrança
daquelas sanções pecuniárias.
III. Decisão que antecipou a tutela confirmada. Recurso conhecido e
improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0001.0027-6,


Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.01.2004, pg. 15)

Poder de Polícia

Ementa: ADMINISTRATIVO - SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA -


ETTUSA - INCOMPETÊNCIA PARA EXERCER O PODER DE POLÍCIA.
- A ETTUSA não pode exercer o poder de polícia, pois o Município de
Fortaleza não está autorizado a delegar tais funções à sociedade de
economia mista ou à empresa pública, por ser atividade essencial do
Estado; - O caso do exercício do Poder de Polícia, que tem por natureza a
restrição às liberdades individuais em prol do bem-comum, com aplicação
de sanções, indubitavelmente, é privativo do Poder Público ou de suas
autarquias e fundações;
- Precedentes na Apelação Cível n° 2002.0004.7063-2/0, da relatoria do Des.
Ernani Barreira Porto;
- Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.1836-7, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 26.05.2004, pg. 29)

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - LACRAR, APREENDER E


MULTAR VEÍCULOS - ETTUSA - ILEGALIDADE - PESSOA JURÍDICA
DE DIREITO PRIVADO - PODER DE POLÍCIA - IMPOSSIBILIDADE –
RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.
I - A ETTUSA, pessoa jurídica de direito privado, não tem competência
para lacrar; apreender e aplicar multas em veículos, eis que atividade
inerente ao poder de polícia, que é exercido exclusivamente por pessoas
jurídicas de direito público, sem possibilidade de delegação.
II - Recurso conhecido e improvido. Decisão mantida.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2002.0001.6521-0,


Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 19.02.2004, pg. 9)

214 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - HORÁRIO DE
FUNCIONAMENTO DE BARES E CASAS DE DIVERSÃO – PODER DE
POLÍCIA - COMPETÊNCIA DO PODER EXECUTIVO LOCAL -
MANDADO JUDICIAL ORDENANDO O FECHAMENTO DE BAR -
AUSÊNCIA DE PROCESSO AJUIZADO - USURPAÇÃO DE FUNÇÕES -
ABUSO DE PODER - SEGURANÇA CONCEDIDA.
I. O poder de polícia é a prerrogativa conferida à Administração Pública de
restringir ou condicionar o uso e o gozo de bens, atividades e direitos
individuais que se revelem de algum modo nocivos aos interesses da
coletividade.
II. Ao magistrado, na qualidade de representante do Poder Judiciário, não é
dado o direito de imiscuir-se na esfera de atuação administrativa para
condicionar o funcionamento do comércio local, sob pena de configurar-se
tal ato em patente abuso de poder por usurpação de competência.
III. Segurança concedida.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Mandado de Segurança n˚ 2000.0015.2651-1,


Relator(a): Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 09.02.2004, pg. 6)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - CONDICIONAMENTO DO


LICENCIAMENTO DE VEÍCULO AUTOMOTOR À QUITAÇÃO DAS
RESPECTIVAS MULTAS EXPEDIDAS PELA ETTUSA - ILEGALIDADE -
DISPOSIÇÃO – MEIOS JUDICIAIS PARA A COBRANÇA DAS SANÇÕES
PECUNIÁRIAS APLICADAS AO ADMINISTRADO - ETTUSA - PESSOA
JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO - EXERCÍCIO DO PODER DE
POLÍCIA - IMPOSSIBILIDADE - CONCESSÃO DA SEGURANÇA –
SENTENÇA MANTIDA - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.
I. À administração não é dado condicionar o licenciamento dos veículos
sob sua fiscalização ao prévio pagamento das multas aplicadas aos
condutores, eis que dispõe de medidas judiciais próprias à cobrança
daquelas sanções pecuniárias.
II. A ETTUSA, pessoa jurídica de direito privado, não tem legitimidade
para aplicação de multas, eis que atividade inerente ao poder de polícia
que é exercido exclusivamente por pessoas jurídicas de direito público, sem
possibilidade de delegação.
III. Sentença confirmada.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.9621-0, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 15)

Ementa: - Mandado de Segurança. Multa por ato infracional a norma de


trânsito. Imposição adveniente de entidade de direito privado. Empeço

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 215
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
administrativo ao licenciamento do veículo, condicionada a renovatória ao
prévio adimplemento da penalidade pecuniária. Injuridicidade do óbice
assim firmado, tal a ilegitimidade do impositivo defluente de autuação
sancionatória concretizada por sociedade de economia mista, a quem não
se pode creditar o exercício pleno das faculdades ínsitas ao poder de
polícia, diante da inafastável indelegabilidade de que este se faz ornado.
Ordem bem concedida, declarativa de nulidade da repressiva timbrada
pelo grave vício da inaptidão sancionatória. Inafastável confirmação do
proferimento a quo.
- Emanação do poder de polícia, impositivo de sanção pecuniária por
violação à norma de trânsito perfaz injunção tipicamente pública -
atividade própria do Estado - e, como tal, indelegável, injurídico,
consectariamente, causar embaraços ao particular no licenciamento de seu
veículo, no afã de pretender compulsória sujeição à penalidade que já se
sabe, de antemão, timbrada pela ilegitimidade, porque adveniente de
entidade de direito privado, que não ostenta, nem poderia ostentar, a
supremacia marcante da repressiva estatal. Vício assim tão palmar,
declarativa de nulidade impediente do óbice firmado na maljeitosa
sancionatória.
- Reexame necessário e apelatório improvidos, na diretiva sedimentada no
órgão camerário.
- Nemine discrepante.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.9387-0, Relator(a):


Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 23.01.2004, pg. 23)

Ementa: Apelação Cível. Mandado de Segurança. Recursos obrigatório e


voluntário. Direito Constitucional e Administrativo. Mandado de
Segurança. Licenciamento de veículo automotor. Condicionamento ao
pagamento de eventuais multas devidas. Poder de polícia. Delegação à
pessoa jurídica de direito privado. Impossibilidade. De acordo com a
orientação jurisprudencial oriunda da Súmula n° 127, do Superior Tribunal
de Justiça (STJ): “É ilegal condicionar a renovação da licença de veículo ao
pagamento de multa, da qual o infrator não foi notificado”. A ETTUSA, na
condição de sociedade de economia mista, falece-lhe legitimidade para o
exercício do poder de polícia administrativa, nulas, pois, e de nenhum
efeito legal, as multas de trânsito pela mesma lavradas, bem como as
conseqüências Jurídico-administrativas decorrentes de tais autuações.
Presentes os requisitos a que se referem o artigo 5º, inciso LXIX, da CF/88,
c/c o art. 1º. da Lei n° 1.588/51, impõe-se que o órgão judicial, uma vez
regularmente provocado para tanto, conceda a ordem de segurança.
Remessa Obrigatória e recurso voluntário conhecidos, porém improvidos.
Decisão unânime.

216 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0001.8073-1, Relator(a):
Des. José Maria de Melo, DJ. 05.02.2004, pg. 17)

Ementa: Direito constitucional e administrativo. ETTUSA. Poder de polícia.


Indelegabilidade.
1. As entidades de direito privado não podem exercer poder de polícia,
atividade estatal típica da administração pública direta.
2. É ilegal a exigência de pagamento prévio das multas para licenciar ou
transferir veículos.
3. Precedentes jurisprudenciais. Recurso oficial conhecido e improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0008.7766-0, Relator: Des.


Rômulo Moreira de Deus, DJ. 21.01.2004, pg. 14)

Ementa: Apelação Cível em Mandado de Segurança - Trânsito - ETTUSA e


DETRAN.
- Renovação de licenciamento ou transferência de veículo automotor.
Condicionamento prévio ao pagamento de multas acusadas.
Desobrigatoriedade. Ilegalidade da ETTUSA para fiscalização do trânsito
de Fortaleza.
- Recursos improvidos.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.2924-5, Relator(a):


Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 18.02.2004, pg. 8)

Ementa: ADMINISTRATIVO. RENOVAÇÃO DE LICENÇA DE VEÍCULO.


ETTUSA. PODER DE POLÍCIA. INDELEGABILIDADE. O exercício do
poder de polícia é indelegável a entidades que se revistam da
personalidade jurídica de direito privado, por constituir atividade típica e
exclusivamente estatal. Nesse passo, constituindo a ETTUSA sociedade de
economia mista, integrante da administração indireta do Município de
Fortaleza, forçoso reconhecer que as multas de trânsito por ela autuadas
estão todas eivadas de nulidade. Precedentes desta Corte. Sentença
mantida. Recurso improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0004.7062-4, Relator: Des.


José Arísio Lopes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 14)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 217
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Prescrição nas Ações Contra a Administração Pública

Ementa: AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA - GRATIFICAÇÃO DE


EXERCÍCIO E PROGRESSÃO HORIZONTAL - CONSAGRAÇÃO – LEI
DE AGOSTO DE 1984 - REQUERIMENTOS ADMINISTRATIVOS
FORMULADOS EM OUTUBRO DE 1989 - PRESCRIÇÃO QÜINQÜENAL -
FUNDO DE DIREITO - CONFIGURAÇÃO. SENTENÇA REFORMADA.
I. A prescrição de ações contra a fazenda pública, segundo os ditames do
antigo Decreto 20.910, de 6/1/32, alterado pelo Dec. Lei n.° 4.597/42, é de
cinco anos contados da data do ato ou do fato da qual se originaram.
II. Cotejando a data da aquisição do direito à percepção das diferenças
pleiteadas, com aquelas constantes em requerimentos administrativos,
vislumbra-se o transcurso do lapso prescricional do próprio fundo de
direito.
III. Sentença Reformada. Recuso Apelatório e Oficial conhecidos e
providos.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.8900-5, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.02.2004, pg. 16)

Previdência Complementar

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA


COMPLEMENTAR - FAELCE – DEMISSÃO VOLUNTÁRIA DE
EMPREGADO - LEVANTAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES
DEPOSITADAS - POSSIBILIDADE RESTRITA AOS VALORES
INTEGRAIS E PESSOALMENTE REALIZADOS PELO SEGURADO -
CLÁUSULA DE RECEBIMENTO PARCIAL ABUSIVA - NULIDADE -
APLICAÇÃO DAS NORMAS DO CDC - CORREÇÃO MONETÁRIA
DEVIDA - IPC- HONORÁRIOS - SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA -
COMPENSAÇÃO. RECURSO APELATÓRIO E ADESIVO CONHECIDO E
IMPROVIDO.
I- Em se ver o desligamento do empregado, o resgate das importâncias
depositadas em sua conta de previdência complementar cinge-se à
integralidade das parcelas por ele realizadas, não se estendendo às cotas
depositadas pela empresa patrocinante.
II - As empresas de Previdência Privada, como prestadoras de serviços que
são, sujeitam-se às normas insculpidas do Código de Defesa do
Consumidor, o qual, dentre outras exigências, impõe a nulidade de
cláusulas contratuais consideradas abusivas.
III- A correção monetária das parcelas restituídas é imprescindível à
recomposição da real desvalorização da moeda nacional. Aplicação do IPC.

218 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
IV- Se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e
proporcionalmente distribuídos e compensados entre eles os honorários e
as despesas.
V- Recursos conhecidos e improvidos.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.8058-5, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 03.05.2004, pg. 24)

Ementa: Não é possível devolver o que não foi desembolsado pelo


empregado. A devolução, até por medida justiça, só alcança a parte que foi
paga pelo empregado demitido, posto que não se considera a parte
recolhida pelo empregador como salário indireto, à medida que o ingresso
é facultativo e que a poupança destina-se a uma complementação do valor
de aposentadoria. Cabível é a restituição dos valores recolhidos tão-
somente pelo empregado, respeitadas as normas reguladoras da entidade,
inclusive quanto aos índices a serem aplicados. Nesse diapasão, quanto à
possível devolução tendo-se em consideração os expurgos inflacionários,
decorrentes de supostas diferenças entre a inflação real e oficial, há de se
ressaltar o caráter contributivo das cotas obreiras pagas, cuja base de
cálculo não foi majorada com base nos referidos expurgos e, portanto, não
seria medida proporcional aplicá-los quando da restituição das referidas
parcelas, inclusive, sob pena de inviabilizar a própria Caixa de Previdência.
Não se trata aqui de relevar tal fato, porém, há que se considerar que o
mesmo se reflete sobre toda a sociedade, cujas conseqüências não parecem
atingir tão-somente os autores/apelantes, mas, até mesmo, à própria
ré/apelada, e mais tem a ver com o descaso e má condução da economia
nacional. Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.9614-0, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 23.04.2004, pg. 45)

Ementa: CIVIL - PREVIDÊNCIA PRIVADA - PLANO DE DEMISSÃO


VOLUNTÁRIA - RESTITUIÇÃO DE PARCELAS - CORREÇÃO
MONETÁRIA. PAGAMENTO DA CONTRIBUIÇÃO PATRONAL AO EX-
ASSOCIADO.
(1) Restituição de parcelas das contribuições pessoais pagas por ex-
associado, incluídos expurgos inflacionários e devolução das contribuições
vertidas pela patrocinadora, matéria regida pela Lei n° 6.435/77, Decreto
Nº 8.1240/78, Estatuto e Regulamento Interno da entidade de previdência
privada.
(2) As regras jurídicas que disciplinam a matéria e os estatutos da entidade
previdenciária privada prevêem que o ex-associado, no caso de

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 219
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
desligamento voluntário do fundo previdenciário, deve receber apenas
suas contribuições pessoais, devidamente corrigidas. Assim não tem direito
ao recebimento das contribuições vertidas pela patrocinadora.
(3) Prevendo as normas de regência que as contribuições pessoais devem
ser restituídas com correção monetária, esta deve ser integral, não sendo
admissível que seja pago ao beneficiário valor menor, á vista da aplicação
de ilegais expurgos inflacionários. Precedente do STJ. Recurso parcialmente
provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.7858-0, Relator: Des.


José Arísio Lopes da Costa, DJ. 19.04.2004, pg. 10)

Ementa: PREVIDÊNCIA PRIVADA – INTERVENÇÃO FEDERAL -


DESLOCAMENTO DA COMPETÊNCIA DA AÇÃO PARA
PROCESSAMENTO NA JUSTIÇA FEDERAL. A circunstância de
encontrar-se a entidade sob intervenção do Governo Federal não modifica
sua natureza jurídica. Subsiste a competência da Justiça Estadual. Hipótese
que não se inclui no artigo 109, inciso I, da Constituição. Competência do
Juízo de Direito Estadual. Recurso conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚2000.0014.6801-5,


Relator: Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 26.05.2004, pg. 25)

Processo Administrativo

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO ADMINISTRATIVO


DISCIPLINAR. APLICAÇÃO DA PENA DE DEMISSÃO.
REGULARIDADE RECONHECIDA. INEXISTÊNCIA DE DIREITO
LÍQUIDO E CERTO.
1. Alegação de prejudicialidade da instância criminal. As conclusões de um
processo criminal relativo aos mesmos fatos que ensejaram a instauração e
desenvolvimento de um procedimento administrativo-disciplinar somente
lhe afetariam quando dissessem respeito ao reconhecimento penal de
inexistência de materialidade ou ausência de autoria e, no específico caso
dos autos, atipicidade de conduta. Nenhuma destas situações, no entanto,
foi sequer aventada no writ e, a despeito disso, pode o processo
administrativo disciplinar ser, a qualquer tempo, alvo de pedido de revisão
(Lei 9.826/74, art. 228). Tese rejeitada.
2. Alegação de inobservância do princípio da publicidade. Ainda que se
considere insatisfatória ou mesmo imprópria a notificação do ato de
autoridade impetrado ter sido feita unicamente através da Gazeta Oficial
220 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
do Estado, em se cuidando de ato que não comporta recurso hierárquico,
porque oriundo da mais alta autoridade na instância administrativa, deste
fato não se infere qualquer prejuízo ao devido processo legal, contraditório
e ampla defesa.
3. Alegação de desproporcionalidade da sanção aplicada. Não tem como
ser sindicada a proporcionalidade de uma sanção, quando ao
administrador a lei não confere discricionariedade na sua escolha. Caso em
que, caracterizado o crime contra a administração (simples tipicidade da
conduta), a pena de demissão é a única disponível e aplicável.
4. Segurança denegada.
5. Decisão unânime.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0000.5670-4,


Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 05.05.2004, pg. 13)

Ementa: Servidor público. Transgressão disciplinar, cuja natureza, também


ao crime, se conforma, assim objeto de trato judicial penal. Processo
administrativo e proposição, dele conclusiva, à penalidade demissória.
Segurança preventiva, no afã de obstar o implemento da reprimenda
administrativa, garantindo-se o liame funcional, tudo, para um aguardo do
desfecho da persecutio criminis instaurada. Demissão, entanto, sobrevinda.
Perda superveniente do interesse de agir. Wrít baldo de serventia.
Prejudicialidade do mandamus. E inafastavelmente. - “Inexiste interesse
numa tutela mandamental para assegurar a manutenção do impetrante no
cargo que ocupava, haja vista já haver ocorrido o fato que pretendia
prevenir, qual seja, sua demissão; exaurida, portanto, a pretensão’ (STJ, MS
8.412, Ministro Seartezzini, Dj 17.02.2003),. - Extinção da ação. Artigo 267,
VI, CPC. - Uno consensu.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0013.8740-6,


Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 03.05.2004, pg. 8)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - EXCLUSÃO DE MILITAR - PRESCRIÇÃO


QÜINQÜENAL - FUNDO DE DIREITO - INOCORRÊNCIA -
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO - AUSÊNCIA DE
CONTRADITÓRIO, AMPLA DEFESA E DEVIDO PROCESSO LEGAL -
NULIDADE - APELO IMPROVIDO.
I - Inexistente ato proveniente da Administração Pública indeferindo a
pretensão do servidor, não há falar em prescrição do fundo de direito.
II - A todo acusado é conferida a possibilidade de trazer para o processo as
provas necessárias e úteis para o esclarecimento da verdade, impondo-se,

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 221
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
ainda, a observação do devido processo legal, mormente quando
devidamente normatizado.
III - Recurso conhecido, porém improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0009.5285-6, Relator: Desa.


Gizela Nunes da Costa, DJ. 04.01.2004, pg. 10)

Ementa: POLÍCIA MILITAR ESTADUAL - PROCEDIMENTO


ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR - INSTAURAÇÃO DO CONSELHO
DE DISCIPLINA - ATRIBUIÇÃO DA CORREGEDORIA-GERAL DOS
ÓRGÃOS DE SEGURANÇA PÚBLICA - EXEGESE DA LEI 12.691/97,
PARCIALMENTE ALTERADA PELA LEI 12.734/97 - COMPETÊNCIA
NÃO AFEITA AO COMANDANTE GERAL DA POLÍCIA MILITAR -
NULIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR – SENTENÇA
CONFIRMADA - RECURSOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS.
I - Com o advento da Lei 12.691/97 parcialmente alterada pela Lei
12.734/97, a competência, dantes conferida ao Comandante-Geral da
Polícia Militar, para determinar a instauração de procedimento
administrativo disciplinar contra policiais militares sob sua hierarquia, por
intermédio da criação e instalação do Conselho de Disciplina, passou a ser
atribuída à Corregedoria-Geral dos Órgãos de Segurança Pública.
II - Ao Poder Judiciário incumbe a anulação dos atos administrativos
eivados de vício de incompetência que, em última análise, comprometem a
legitimidade do ato.
III - Apelo e remessa oficial conhecidos, mas improvidos.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.8189-5, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.02.2004, pg. 21)

Ementa: ADMINISTRATIVO - TORTURA PRATICADA POR POLICIAIS


CIVIS - COMPROVAÇÃO - FALTA GRAVE - DEMISSÃO.
(1) Provadas as acusações assacadas contra os apelantes e constituindo elas
falta grave, deve ser mantida a punição aplicada, posto respeitados os
princípios do contraditório e da ampla defesa, mediante processo
administrativo revestido de todas as formalidades legais.
(2) A absolvição na esfera criminal não influi na área administrativa, ou
civil, quando não excluídas a autoria e a materialidade do crime praticado.
Precedente do STJ relativo à independência das instâncias penal e
administrativa. Assim, não há falar em nulidade do processo
administrativo.
(3) A desistência da ação após a sentença de mérito é inadmissível,
mormente quando o réu é sucumbente e a sentença confirmada, Sentença
confirmada. Recurso improvido.

222 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.5000-6, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 22.01.2004, pg. 6)

Promoção de Policiais Militares

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – POLICIAL MILITAR -


PROMOÇÃO POR PRETERIÇÃO - FALTA DE DEMONSTRAÇÃO DE
DIREITO LÍQUIDO E CERTO - INADMISSIBILIDADE
I - Por direito líquido e certo deve-se entender aquele que pode ser
reconhecido de plano sem necessidade de dilação probatória. Assim, se a
comprovação do alegado na inicial depender de outras provas, as vias
ordinárias são o caminho adequado.
II - No caso em tela, não logrou a parte ora recorrente trazer aos autos a
prova pré-constituída de seu direito havendo se limitado a informar que o
ora apelado aplicara às promoções de diversos policiais militares a Lei
226/48 (antigo estatuto dos policiais militares), e não a Lei 10.072/76 (atual
estatuto dos policiais militares).
III - Na verdade, como bem consignado pelo Estado do Ceará, a
constituição de prova do direito do ora apelante, à promoção por preterição
deveria ter sido feita com a apresentação de um caso concreto em que um
outro 3° Sargento, em condições iguais ou menos favoráveis às suas,
houvesse sido promovido à mesma graduação pleiteada pelo ora
recorrente (art 59, § V e 2°).
IV - Ademais, ainda que outros policiais militares tenham realmente sido
promovidos com base na lei anterior, como alega o ora apelante,
semelhante situação por si só, não tem o condão de conferir-lhe o
reconhecimento do direito à promoção. Na hipótese de que se cuida, se o
ora recorrente entendeu haver sido preterido em algum ato promocional,
competia-lhe demonstrar antecipada e especificamente, o vício por ele
alegado, haja vista ter escolhido a via estreita do mandado de segurança
que não comporta discussão sobre questão de alta indagação.
V - APELAÇÃO CONHECIDA, MAS IMPROVIDA.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0005.7041-6, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 15.04.2004, pg. 46)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR.


PROMOÇÃO POR ANTIGÜIDADE. RESSARCIMENTO POR
PRETERIÇÃO. APELAÇÃO E REMESSA OFICIAL. SENTENÇA QUE
CONCEDE A SEGURANÇA E DETERMINA A PROMOÇÃO DO
IMPETRANTE. IMPLEMENTAÇÃO DOS REQUISITOS, COMPROVADOS

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 223
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
POR PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO
CONFIGURADO. MANUTENÇÃO DA SEGURANÇA. RECURSOS
VOLUNTÁRIO E EX OFFICIO CONHECIDOS E IMPROVIDOS.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.2996-2, Relator(a):


Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 15.04.2004, pg. 45)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. ADMINISTRATIVO. POLICIAL


MILITAR. PROMOÇÃO POR ANTIGUIDADE. RESSARCIMENTO POR
PRETERIÇÃO. APELAÇÃO E REMESSA OFICIAL. SENTENÇA QUE
CONCEDE A SEGURANÇA E DETERMINA A PROMOÇÃO DO
IMPETRANTE. IMPLEMENTAÇÃO DOS REQUISITOS, COMPROVADOS
POR PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO
CONFIGURADO. MANUTENÇÃO DA SEGURANÇA. RECURSOS
VOLUNTÁRIO E EX OFFICIO IMPROVIDOS. PRECEDENTES DO
TRIBUNAL.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.0508-1, Relator: Desa.


Gizela Nunes da Costa, DJ. 19.04.2004, pg. 19)

Ementa: Ação ordinária. Administrativo. Policial militar. Promoção por


antiguidade. Ressarcimento por preterição. Apelação e remessa oficial.
Implementação dos requisitos. Interstício temporal, curso de
aperfeiçoamento para graduação superior e preterição comprovados.
Direito configurado às promoções pelo mecanismo de ressarcimento por
preterição, provado em face de militares paradigmas em idêntica situação.
Recursos voluntários e ex officio conhecidos e providos. Decisão por
maioria.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.7626-3, Relator(a):


Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 22.01.2004, pg. 8)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. MILITARES ESPECIALISTAS.


PROMOÇÃO. ARTIGOS 164 E 169 DO DIPLOMA ESTADUAL 226/48.
PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA QUANTO AO IMPLEMENTO DOS
REQUISITOS IMPRESCINDÍVEIS À ELEVAÇÃO FUNCIONAL
ALMEJADA. INEXISTÊNCIA.
O Diploma Local 226/48 franqueia o acesso de especialistas, mediante
promoção, até a graduação de subtenente. Isso não significa, todavia,
obrigatoriedade de promoção à simples constatação de pertencerem os
militares ao quadro de especialistas, certo que a elevação à graduação
224 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
superior, seja pelo critério de antiguidade, seja pelo de merecimento,
reclama o implemento de requisitos subjetivos e objetivos, decorrentes da
ordem jurídico-normativa vigente (Lei 10.072/76 e Decreto 15.275/82), da
qual não se pode afastar ou desviar a Administração, sob pena de praticar
ato inválido. Ordem denegada.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.3606-3, Relator: Des.


José Arísio Lopes da Costa, DJ. 21.01.2004, pg. 14)

Ementa: - Direito Constitucional e Administrativo. Policial Militar. Direito


à Promoção.
- Tem direito à promoção o policial militar que implementou as condições
exigidas pela lei vigente ao tempo da realização do curso, atendendo,
inclusive, aos critérios de especialidade e antigüidade.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.1874-4, Relator: Des.


Ernani Barreira Porto, DJ. 09.01.2004, pg. 41)

Regime Jurídico

Ementa: A Ordem Constitucional inaugurada em 1988 reformulou


conceitos e estabeleceu novas regras. Daí o Regime Jurídico Único,
eliminando as desigualdades e disparidades dos regimes anteriores; ou
seja, dando o mesmo tratamento aos servidores da administração pública
direta, suas autarquias e fundações, tanto em termos de direitos e deveres,
como de vencimentos e vantagens funcionais.
- Os servidores do quadro permanente do Estado, submetidos ao chamado
‘regime único, são credores da incorporação aos seus vencimentos, nos
termos da Lei 10.670/82, do valor da gratificação do cargo em comissão por
eles exercidos. - Recursos obrigatório e voluntário improvidos.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4349-1, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 26.02.2004, pg. 19)

Responsabilidade Civil da Administração Pública

Ementa: REMESSA OBRIGATÓRIA - AÇÃO ORDINÁRIA - PRESTAÇÃO


DE SERVIÇOS - INADIMPLEMENTO DA MUNICIPALIDADE -

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 225
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DO VALOR ACERTADO -
REMESSA CONHECIDA E IMPROVIDA:
I - Estando demonstrado nos autos que o Apelado prestou serviços de
transporte de material ao Município de Chaval e não recebeu a devida
contraprestação, impõe-se seja mantida a sentença que condenou a
Municipalidade ao pagamento do valor acertado pelo serviço.
II – Remessa obrigatória conhecida e improvida.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.0027-4, Relator(a):


Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 04.05.2004, pg. 26)

Ementa: DIREITO CIVIL E DIREITO PROCESSUAL CIVIL. NULIDADE.


PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ. RESPONSABILIDADE
CIVIL POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. ATROPELAMENTO DE
CRIANÇA POR ÔNIBUS DE TRANSPORTE COLETIVO. TEORIA DA
RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
1. O princípio da identidade física do juiz, previsto no artigo 132 do CPC,
nos moldes do recente entendimento do Superior Tribunal de Justiça, não
pode ser concebido em termos absolutos, razão pela qual a nulidade de
sentença por sua inobservância somente se autoriza em face do prejuízo da
parte que a alega, em respeito ao princípio da instrumentalidade das
formas.
2. O atropelamento de criança por ônibus de transporte coletivo, em
virtude da aplicação da teoria objetiva da responsabilidade civil, impõe a
responsabilização da pessoa jurídica de direito privado prestadora de
serviços públicos desde que simultaneamente demonstrados o dano, a ação
administrativa e o nexo causal entre o dano e a ação, responsabilidade esta
somente elidida nas hipóteses de caso fortuito, força maior ou culpa
exclusiva da vítima.
3. Deve ser considerado culpado o motorista que possuía a obrigação de
adotar todas as cautelas necessárias à realização de manobra em marcha à
ré em local regularmente freqüentado por crianças, eis que o fato e o
resultado danoso podiam ser razoavelmente previstos.
4. A indenização por danos materiais, admitida sua cumulação com a
indenização por danos morais, em virtude do falecimento de filho menor,
consoante recente jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, deve ser
estabelecida em 2/3 do salário-mínimo, a contar da data em que o mesmo
completaria 14 anos e até a data em que atingiria 25 anos de idade, e, a
partir desta data, em 1/3 do salário-mínimo, contados até a data em que
completaria 65 anos de vida.
5. A acolhida parcial do pedido conduz à aplicação dos artigos 20, § 3° e 21
do CPC na fixação dos honorários advocatícios. RECURSO APELATORIO
CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.

226 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.5562-9, Relator(a):
Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 18.02.2004, pg. 7)

Ementa: CONSTITUCIONAL – ADMINISTRATIVO CONCESSIONÁRIA


DE SERVIÇO PÚBLICO - RESPONSABILIDADE OBJETIVA - ALEGAÇÃO
CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA - AUSÊNCIA DE PROVA, PELA
PARTE RÉ, ORA APELADA, NESTE SENTIDO - APLICAÇÃO DO
CRITÉRIO SUBSIDIÁRIO DA DISTRIBUIÇÃO DO ÔNUS DA PROVA -
EXISTÊNCIA DO DEVER DE INDENIZAR - DANOS MATERIAIS E
MORAIS.
I - No caso em exame, após acurado exame dos fólios, verifica-se que
enquanto a ora apelante logrou demonstrar o nexo causal entre o dano
sofrido por seu falecido marido e a conduta da ora recorrida sobretudo
pelas fotografias acostadas às fls 22/27, pela certidão de óbito (fl 12) e pelo
informativo da ocorrência do acidente (fl 17/19) a ora apelada não obteve
êxito em demonstrar a culpa exclusiva atribuída a vitima, ônus que lhe
competia, buscando defender, em essência, que haveria presunção de culpa
do falecido uma vez que teria abalroado na traseira do veiculo de sua
propriedade. Esta regra, no entanto, evidentemente não se aplica a hipótese
dos presentes autos, por se tratar de uma norma de tráfego, requerendo,
para que seja utilizada, a existência de condições normais de circulação, o
que inocorreu na hipótese em tela, em que foi colocada uma viatura,
pertencente à concessionária ora apelada, na pista de rolamento,
supostamente na frente do buraco a ser reparado, o que representou
verdadeiro obstáculo contra o qual o falecido veio a chocar-se, o que lhe
causou a morte.
II - Relativamente ao ressarcimento dos danos materiais este tem como
pressuposto, em linha de princípio a existência de uma relação de
dependência econômica, efetiva, presumida ou até mesmo eventual entre o
pretenso beneficiário no caso a ora apelada e a vítima do sinistro .
III - Na hipótese sob exame, verifica que embora o casal não haja concebido
filhos, além de a autora, a época do desastre, contar com apenas 21 (vinte e
um) anos de idade, esta evidenciada a dependência econômica, vez não
estar provado nos autos que a ora apelante aufira qualquer renda além de
uma indenização do instituto Nacional de Social –INSS (depoimento
pessoal de fl 90), que deverá ser levada em consideração na fixação da
pensão mensal a ela devida, visto que derivada de causa diversa.
IV - Destarte, a pensão-indenização mensal devida à autora, ora apelante,
deverá ser fixada em 2/3 (dois terços) dos rendimentos auferidos pela
vítima, haja vista a presunção, firmada em entendimentos pretorianos de
que o 1/3(um terço) restante se destinaria às despesas pessoais do extinto.
VI - O quantum devido deverá ser apurado em futura liquidação de
sentença tomando por base o valor da remuneração percebida pelo “de

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 227
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
cujus” a época do sinistro, devendo ter como marco inicial a data do evento
danoso e como termo final a data em que o falecido completaria 65
(sessenta e cinco) anos de vida idade até a qual o extinto presumivelmente
viveria independentemente de a autora, ora apelante, convolar ou não
novas núpcias (STJ - REsp - 100927 - RS - 4 T - Rel Min César Asfor Rocha -
DJU 15 102001 - p 00265)
VII - No tocante aos danos morais, arbitra-se o quantum em 100 (cem)
salários mínimos, a ser pago pelo valor vigente a época da quitação,
montante reputado suficiente a proporcionar uma compensação pelo
desgosto, dor e tristeza sofridos ao mesmo tempo em que representa uma
sanção ao infrator, estando o seu arbitramento apoiado nas circunstâncias
dos autos (natureza do acidente, viuvez sem filhos condições sócio-
econômicas das partes) e nos precedentes jurisprudenciais Apelação Cível
CONHECIDA E PROVIDA.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0008.0716-5, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 01.04.2004, pg. 14)

Ementa: ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE EXTRA-


CONTRATUAL DO ESTADO. ADOÇÃO DA TEORIA DO RISCO
ADMINISTRATIVO PELO ORDENAMENTO JURÍDICO PÁTRIO.
EXIGÍVEL, PARA A RESPONSABILIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO,
PROVA APENAS DA RELAÇÃO ENTRE O PREJUÍZO OCORRIDO E A
PESSOA JURÍDICA PÚBLICA, REPRESENTADA POR SEU AGENTE.
INEXIGIBILIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DE CULPA DO
FUNCIONÁRIO CAUSADOR DO DANO. CULPA CONCORRENTE DA
VÍTIMA. REDUÇÃO PROPORCIONAL DA INDENIZAÇÃO. RECURSO
CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.2944-9, Relator(a):


Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 18.02.2004, pg. 5)

Ementa: ADMINISTRATIVO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR MORTE


EM ATROPELAMENTO ENVOLVENDO PARTICULAR E AGENTE
ADMINISTRATIVO (POLICIAL MILITAR) NA CONDUÇÃO DE
VIATURA. IMPUTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA
POR ATO ILÍCITO COMISSIVO. OCORRÊNCIA DO DEVER
INDENIZATÓRIO. CONSTATAÇÃO DA CORRELAÇÃO DE CAUSA E
EFEITO SUFICIENTES PARA A OBRIGAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO
EM FACE DA TEORIA DO RISCO, HAJA VISTA NÃO SE PODER
EXTRAIR DOS AUTOS A EXCLUSIVIDADE DA CULPA DA VÍTIMA
ENQUANTO PROVA À EXCLUDENTE OBRIGACIONAL - PENSÃO

228 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
DEVIDA AOS DEPENDENTES DA VÍTIMA NOS TERMOS DO ART. 1537
DO CC (1916), COMBINADO COM O ART. 602 DO CPC – CÔMPUTO
INDENIZATÓRIO ATÉ A IDADE PRESUMIDA DE 65 ANOS DA VÍTIMA
- QUANTUM DE 02(DOIS) SALÁRIOS MÍNIMOS ATÉ A IDADE DE 25
ANOS DOS DEPENDENTES DA VÍTIMA, AGREGADO A CUSTOS DE
EDUCAÇÃO DESTES, QUANDO OPERAR-SE-Á A REDUÇÃO PARA 1
(HUM) SALÁRIO MÍNIMO ATÉ A PRESUNÇÃO DE 65 ANOS DIANTE
DA CAPACIDADE LABORAL DO MORTO E DA POTENCIALIDADE
LABORATIVA DOS FILHOS MENORES A PARTIR DOS 25 ANOS DE
IDADE. CUMULATIVIDADE COM DANO MORAL OPERADO IN RE
IPSA, PONTUADO PELA SUFICIÊNCIA DO SOFRIMENTO ÍNTIMO
DOS DEPENDENTES DA VÍTIMA DIANTE DA MORTE DO PAI -
FIXAÇÃO DETERMINADA - DECISÃO MONOCRÁTICA REFORMADA
- APELAÇÃO CONHECIDA E PROVIDA PARA O FIM DELIMITADO
NO DECISUM.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Civel n˚ 2000.0012.8808-4, Relator(a):


Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 18.02.2004, pg. 5)

Ementa: DIREITO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL POR DANOS


MATERIAIS. ABALROAMENTO DE VEÍCULO. TEORIA DA
RESPONSABILIDADE OBJETIVA.
1. Em virtude da aplicação da teoria objetiva da responsabilidade civil,
impõe a responsabilização da pessoa jurídica de direito público deste que
simultaneamente demonstrados o dano, a ação administrativa e o nexo
causal, responsabilidade esta somente elidida nas hipóteses de caso
fortuito, força maior ou culpa exclusiva da vítima. RECURSO OFICIAL
CONHECIDO E IMPROVIDO.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Civel n˚ 2000.0012.1969-4, Relator(a):


Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 18.02.2004, pg. 4)

Ementa: INDENIZAÇÃO. SEGURO OBRIGATÓRIO DE VEÍCULO -


DPVAT. DATA DO SINISTRO POSTERIOR À LEI 8.441/92. VEÍCULO
PERTENCENTE À MUNICIPALIDADE. RESPONSABILIDADE
OBJETIVA.
A postulação da indenização securitária do Seguro Obrigatório - DPVAT,
deve guardar e obedecer às exigências de comprovação do fato e do direito
à sua percepção, contidas nas normas legais pertinentes à época do sinistro.
Se ocorrido após a vigência da Lei n° 8.441, de 13 de julho de 1992, que
trouxe alterações à Lei n° 6.194, de 19 de dezembro de 1974, favorável é o
pedido de pagamento integral do valor do Seguro Obrigatório - DPVAT.
Recurso conhecido e improvido. Sentença Confirmada.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 229
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.5401-4, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 13.02.2004, pg. 24)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS EM


ACIDENTE DE VEÍCULOS. Tratando-se de responsabilidade objetiva de
ente público, uma vez que o sinistro envolveu automóvel do Município de
Fortaleza, é suficiente a constatação do nexo causal entre o ato do motorista
e o prejuízo causado ao particular. Cabível, pois, in casu, a indenização por
danos materiais. Observância do disposto no parágrafo 6°, do artigo 37, da
Constituição Federal de 1988. Recurso conhecido e improvido. Sentença
monocrática mantida.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.7824-0, Relator: Des.


Antônio Olímpio Castelo Branco, DJ. 30.01.2004, pg. 24)

Ementa: RESPONSABILIDADE OBJETIVA. REPARAÇÃO DE DANOS.


REGISTRO DE VEÍCULO FURTADO. NEXO CAUSAL.
1. Inexiste nexo causal entre o ato de registro de veículo que, empós,
evidencia-se objeto de origem criminosa, conseqüente dano sofrido pelo
comprador com a apreensão do automóvel pela polícia judiciária.
2. Responsabilidade estatal que, apesar de objetiva, não se configura na
espécie.
3. Por sabença, para pleitear-se indenização, com fundamento no art. 159,
do CC, faz-se necessário comprovar a prática de um ato ilícito e o nexo da
causa e efeito entre a ilicitude do ato e o dano (CC, art. 159). Apelo do réu e
remessa obrigatória conhecidos e providos. Sentença reformada. Ação
improcedente.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.4677-6, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 20)

Ementa: APELAÇÃO E RECURSO DE OFÍCIO - AÇÃO DE COBRANÇA -


CONTRATO ADMINISTRATIVO - FORNECIMENTO DE BENS
REALIZADO - NÃO PAGAMENTO DAS PRESTAÇÕES DEVIDAS PELO
MUNICÍPIO - INAUTENTICIDADE DA NOTA DE EMPENHO -
PRECLUSÃO - DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO ESTIPULADA -
DIREITO AO RECEBIMENTO DO MONTANTE DEVIDO CORRIGIDO
MONETARIAMENTE - INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO -
DESNECESSIDADE – RECURSOS CONHECIDOS, MAS IMPROVIDOS.

230 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
I - O particular que contrata com a Administração e cumpre fielmente o
avençado, tem direito à satisfação de sua pretensão econômica, nos moldes
do contrato administrativo firmado.
II - O prazo de argüição de falsidade (art.390), assim como o de
impugnação do documento (art.372) é preclusivo.
III - A simples presença da Fazenda Pública em juízo não implica
necessária intervenção do MP, uma vez que esta é representada por seus
procuradores, cabendo ao juiz, nesses casos, auferir acerca da existência de
umas das condições elencadas no inciso I do art. 82 do CPC.
IV - Recursos conhecidos, mas improvidos.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.2614-2, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 25)

Ementa: CIVIL - PROCESSUAL – RESPONSABILIDADE CIVIL -


ACIDENTE DE TRÂNSITO - VEÍCULO DE AUTARQUIA -
CONSEQÜÊNCIAS MATERIAIS PARA PESSOA A SEU SERVIÇO -
REPARAÇÃO DE DANOS - PENSÃO MENSAL ATÉ OS SESSENTA E
CINCO ANOS - PRESCRIÇÃO - CUMULAÇÃO COM
APOSENTADORIA.
I - A responsabilidade decorrente de sinistro envolvendo caminhão
contratado por autarquia, com dano material para operário por ele
transportado, que esteja a serviço da entidade, segue a objetividade jurídica
prevista no § 6.°, do art. 37, e no inciso XXVIII, do art. 7.°, da CF/88.
II - Tendo deixado a autarquia para negar a situação jurídica fundamental
em que se embasa a pretensão do autor apenas em sede de contestação,
corolário é a prescrição das parcelas precedentes ao último qüinqüênio,
anterior ao ajuizamento da ação.
III - Consoante jurisprudência iterativa dos tribunais pátrios, em se
tratando de prestações periódicas, decorrentes de reparação de danos, fixa-
se o termo final da indenização quando o acidentado completar sessenta e
cinco anos de idade.
IV - A pensão-indenização do art. 1.539, do vetusto CCB, é perfeitamente
acumulável com os benefícios da previdência, posto possuírem naturezas
distintas. Sentença mantida. Recursos desprovidos.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.2011-5, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 18)

Ementa: CONSTITUCIONAL. CIVIL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA.


AUTARQUIA. NEXO DE CAUSALIDADE. EXISTÊNCIA.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 231
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Para a configuração da responsabilidade objetiva, prevista no § 6° do art. 37
da Constituição Federal, é necessário que haja um dano causado a terceiros
em decorrência da prestação de serviço público e que mencionado agente,
ao causar o dano, aja nessa qualidade. Os requisitos para a
responsabilidade objetiva estão presentes no caso concreto. A culpa do
agente somente pode ser perquerida em ação de regresso. Assentada a
responsabilidade da autarquia, assegura-se ao autor uma pensão
equivalente a 2/3 (dois terços) do salário mínimo, a partir da ocorrência do
acidente fatal, devendo a referida pensão ser paga integralmente até a data
em que a vítima completaria 25 (vinte cinco anos), reduzindo-se em
seguida à metade até a data em que presumidamente o adolescente
completaria 65 (sessenta e cinco) anos. Recurso provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.7434-2, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 17)

Salário Mínimo

Ementa: Direito Constitucional e Administrativo. Servidores Públicos.


Isonomia. Atrelamento ao salário mínimo.
I – A vedação do art. 3 7, XIII, da Constituição Federal se refere apenas à
vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias entre
servidores públicos de diferentes categorias ou pertencentes a entidades
públicas distintas. Tratando-se de servidores da mesma carreira e do
mesmo quadro funcional, a equiparação salarial pode ser deferida pelo
Judiciário. II - O art. 7º, IV, da Constituição Federal visa coibir que o salário
mínimo sirva de índice de correção monetária ou salarial, implicando em
aumento automático das verbas a ele atreladas. Nada impede que, em
respeito ao princípio da isonomia, sirva como parâmetro para uniformizar
os salários de servidores de idêntica categoria funcional, sem implicar no
reconhecimento do direito a reajustes decorrentes de futuras majorações do
salário mínimo. Recurso provido. Decisão reformada.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0006.1381-6, Relator(a):


Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 30.04.2004, pg. 33)

Ementa: Apelação Cível. Soldado da Polícia Militar do Ceará. Soldo


inferior ao salário mínimo vigente. Impossibilidade de equiparar seus
valores, uma vez que o soldo é apenas uma parcela da remuneração dos
servidores militares, a qual, por sua vez, é complementada por outras
vantagens, que a fazem ultrapassar o valor do salário mínimo. Esta

232 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
contraprestação, formada pelo soldo e outras vantagens, a teor dos arts. 70,
VII, da CF/ 88, e 154, § 1°, da Carta Estadual, é que não pode ser inferior ao
salário mínimo. Isso porque o art. 70, IV, da Lei Básica veda expressamente
a vinculação do salário mínimo para qualquer fim. Recurso improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.9004-5, Relator(a):


Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 22.01.2004, pg. 8)

Servidores Públicos

•Aposentadoria Voluntária

Ementa: Mandado de Segurança. Aposentadoria voluntária. Proventos


proporcionais ao tempo de serviço. Legalidade. Ordem denegada.
I - Tendo a impetrante optado pela aposentadoria por tempo proporcional
de serviço, não cabe cogitar de proventos integrais.
II - Na verdade, ao transferir-se para a inatividade, a aposentadoria da
impetrante teve apenas a adequação correspondente à sua opção de
aposentadoria proporcional, tudo dentro da estrita legalidade.
III - Segurança denegada.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2001.0000.4418-0,


Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 03.05.2004, pg. 8)

•Auxílio-Alimentação

Ementa: - Servidores municipais. Pretensão ao restabelecimento de


vantagem pecuniária (ticket-refeição), angariada ao tempo em que
celetistas. Desideratum incompatível com a situação estatutária decorrente
do vínculo institucional entre o servidor e o Município, sobre o qual, note-
se, o interesse meramente reservado daquele não tem qualquer ingerência,
máxime para burlar preceptivos do sistema remuneratório, a projetar,
então, absoluta injuridicidade: a percepção indistinta de verba
indenizatória, dissociada de razão legal autorizante; findando-se,
outrossim, por promover o paroxismo, ou desregramento, de incorporação
de vantagem cuja natureza nada há a consenti-la. Supressório da
Administração, pois, incensurável; atento aos princípios da legalidade e
razoabilidade, balizas intransponíveis e norteadoras de todo e qualquer
proceder público-administrativo.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 233
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
- O auxílio-alimentação perfaz modalidade indenizatória para acudir
despesas do servidor com a refeição, sendo lógica e razoável a
determinante normativa que o restringe aos exercentes de dupla jornada
laboral, rematando, isto, a impossibilidade de sua incorporação (proibitiva,
aliás, já consolidada na jurisprudência dos Tribunais Superiores).
Inconcebível, nessa diretiva, reacender a percepção do quantitativo
inerente, nos moldes de antanho, como se fora factível, o que não é, impor
ao vínculo institucional acordo de vontades, firmado sob a égide do regime
celetista, sem meditar na sua inadequação aos princípios específicos e
regentes da atividade administrativa. E justo por isso, nada de afronta a
direito adquirido ou à garantia da irredutibilidade vencimental no ato
malsinado, porque atento aos tratos merecidos. E assim é porque a
percepção de vantagem pecuniária, na modalidade indenizatória, sem
compatibilidade ou nexo lógico com o pressuposto de sua fruição, não gera
direito subjetivo individual à sua manutenção. Não cria situações jurídicas
definitivas; sabido e ressabido que não se adquirem direitos em flagrante
opósito à ordem jurídiconormativa; muito ao reverso: nesta haverá de
encontrar necessário fundamento de validade. - Apelatório conhecido,
porém improvido, na linha de precedentes da Corte. - Nemine dissentianti.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.5113-9, Relator(a):


Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 29.01.2004, pg. 14)

•Ascensão Funcional

Ementa: Ação ordinária. Ascensão profissional no magistério. Direito


constitucional e administrativo. Servidor Público Municipal. Professor com
especialização. Promoção. Possibilidade.
I - O art. 37, inciso II, da CF. exige o concurso público para “a investidura
em cargo ou emprego público” e não para a promoção por especialização,
nos termos do disposto na lei 5.895/84;
II - Precedentes jurisprudenciais. Recurso voluntário e de ofício
improvidos.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.2736-3, Relator(a):


Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 29.01.2004, pg. 15)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - MAGISTÉRIO PÚBLICO


MUNICIPAL - CURSO DE NÍVEL SUPERIOR – CONCLUSÃO - DIREITO
À ASCENSÃO FUNCIONAL – ENQUADRAMENTO AUTOMÁTICO -
SEGURANÇA CONCEDIDA – SENTENÇA CONFIRMADA.

234 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
I - Comprovado que a servidora pública especializou-se mediante a
conclusão de curso superior, há de ser-lhe concedida a mudança de nível e
conseqüente aumento de remuneração, em face do disposto no art. 33 da
Lei 560/98, que estatuiu o Plano de Cargos e Carreiras para os integrantes
do Magistério Público do Município de Iguatu, cujo enquadramento na
evolução funcional, por via acadêmica, é automático.
II - Recursos voluntário e oficial conhecidos e improvidos.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2830-6, Relator: Desa.


Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.01.2004, pg. 16)

•Demissão

Ementa: ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. DEMISSÃO


DE SERVIDOR COM OLVIDE DO CONTRADITÓRIO. NULIDADE.
REINTEGRAÇÃO.
1. Correta a sentença que anulou processo administrativo disciplinar que
olvidou a notificação do indiciado para tomar conhecimento do inteiro teor
da decisão que lhe aplicou a pena de demissão.
2. Deve toda autoridade eleita para a apuração e julgamento de falta grave
imputada a servidor, manter estrita observância aos princípios da ampla
defesa e do contraditório, sob pena de nulidade do ato decisório. Sentença
mantida. Recurso improvido.

(TJCE, 1ª câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.7589-6, Relator(a): Des.


José Arísio Lopes da Costa, DJ. 25.02.2004, pg. 56)

Ementa: Apelação Cível. Direito Constitucional e Administrativo. Servidor


Público Municipal. Estabilidade. Demissão sumária, mediante a edição de
ato administrativo desprovido de qualquer formalidade. Impossibilidade.
I - O servidor público estável, somente perderá o cargo em virtude de
sentença judicial trânsita em julgado; mediante processo administrativo em
que se lhe assegure ampla defesa; ou, mediante procedimento de avaliação
periódica de desempenho, na forma de Lei Complementar, assegurando-
se-lhe, em qualquer hipótese, a ampla defesa (art. 41, §1º da CF/88).
II - Inexistindo tais pressupostos, a demissão do servidor público estável
afigurar-se-á como ato administrativo nulo, a ensejar, pois, a sua declaração
de invalidade pelo órgão judicial, uma vez regularmente provocado a tal
respeito. Recurso conhecido e parcialmente provido. Decisão consensual.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 235
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.4188-1, Relator(a):
Des. José Maria de Melo, DJ. 20.02.2004, pg. 22)

Ementa: ADMINISTRATIVO. DEMISSÃO. SENTENÇA PENAL


ABSOLUTÓRIA. REPERCUSSÃO NO ÂMBITO DA ADMINISTRAÇÃO.
SERVIDOR NÃO PODE SER PUNIDO PELO FATO DECIDIDO NA
ESFERA CRIMINAL QUANDO OCORRENTE A EXCLUDENTE DE
PUNIBILIDADE. PRECEDENTES DO STJ. REINTEGRAÇÃO.
CABIMENTO. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0000.5679-8, Relator(a):


Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 04.02.2004, pg. 9)

•Disponibilidade

Ementa: SERVIDOR PÚBLICO - DISPONIBILIDADE - AUSÊNCIA DE


PAGAMENTO DE PROVENTOS.
Não pode a administração afastar servidor e colocá-lo em disponibilidade
com prejuízo de seus proventos.
MANDADO DE SEGURANÇA - PAGAMENTO DE PROVENTOS
ATRASADOS - INADMISSÍBILIDADE - SÚMULA 269 DO STF.
“O Mandado de Segurança não é substitutivo da ação de cobrança. Recurso
conhecido e parcialmente provido, a fim de afastar a utilização do
mandado de segurança como forma processual de cobrança de parcelas
pretéritas.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.1521-8, Relator(a):


Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 13.02.2004, pg. 24)

•Incorporação de Vencimentos

Ementa : Constitucional e Administrativo. Mandado de Segurança.


Funcionários Públicos. Vantagem pessoal decorrente de cargo
comissionado incorporada aos vencimentos, por força de lei. Reajuste pelas
Leis nº 12.840/98 e n° 13.028/00. Direito líquido e certo dos impetrantes.
Respeito ao princípio da isonomia. - Farpeia o postulado constitucional do
direito adquirido, contemplado no inciso XXXVI da Carta Magna, ato
comissivo ou omissivo da autoridade pública que posterga, em face de
edição de leis que deferem majoração salarial, benefícios e/ou vantagens

236 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
auferidas já definitivamente integradas ao patrimônio jurídico dos
impetrantes. - Nesse passo, já restando incorporada vantagem pessoal,
decorrente de cargo comissionado, aos vencimentos de seus titulares, sob a
égide da Lei 11.171/86, não poderá o reajuste cogitado na lei de aumento
salarial excluir as parcelas de jaez pessoal, sob pena de ataque ao direito
adquirido de seus autores e instabilidade das relações jurídicas e sociais.
SEGURANÇA CONCEDIDA.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0001.0017-7,


Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 12.04.2004, pg. 14)

Ementa : Servidor Público. Vantagem pessoal incorporada. Reajuste


específico da parcela contemplado em norma local - Diploma no 13.250/02.
Repercussão do acréscimo no campo patrimonial daquele que ao plus
remuneratório faz jus, decorrente de cargo comissionado que exercera.
Incidência do aumento, na exata projeção pecuniária do índice previsto na
lei estadual. Exclusão, e de parelha, de percepção que tal, do teto
retributivo.
-Segurança concedida, reajuste a refletir-se nos ganhos do impetrante a
partir do ajuizamento do writ, desconsiderando-o, porque defluente de
vantagem de natureza pessoal, para a aferição do teto remuneratório.
Provisão mandamental na linha de entendimento da Corte. - Nemine
discrepante.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0005.6849-7,


Relator(a): Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 26.03.2004, pg. 6)

Ementa: ADMINISTRATIVO. APOSENTADORIA. EXERCÍCIO POR 10


(DEZ) ANOS ININTERRUPTO DE CARGO COMISSIONADO.
GRATIFICAÇAO DE REPRESENTAÇÃO, SÍMBOLO DAS-3 E VERBA
RELATIVA À PROGRESSÃO HORIZONTAL NO PERCENTUAL DE 35%.
INCORPORAÇÃO. DIREITO ADQUIRIDO. MANDAMUS CONCEDIDO.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2001.0000.4422-8,


Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 26.03.2004, pg. 6)

•Pensão por Morte

Ementa: Apelação Cível. Mandado de Segurança. Administrativo e


Constitucional. Pensão. Servidor Público. Isonomia. A pensão por morte

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 237
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
deve corresponder à totalidade dos vencimentos do servidor falecido,
incluindo-se em seu valor todas as vantagens que percebia,
independentemente de sua natureza. Inteligência do art. 40, § 3° e 7°, da
Constituição Federal de 1988. Precedentes do STF. Sentença mantida.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.2541-8, Relator: Des.


Rômulo Moreira de Deus, DJ. 19.04.2004, pg. 10)

Ementa : AGRAVO DE INSTRUMENTO – AÇÃO ORDINÁRIA - TUTELA


ANTECIPADA DETERMINANDO QUE O IPEC EFETUE O
PAGAMENTO DE PENSÃO AO VIÚVO DE EX-SEGURADA -
PRELIMINAR DE NULIDADE POR FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO
REJEITADA - AUTOAPLICABILIDADE DO ART. 201, INCISO “V” DA
CARTA MAGNA DE 1988 - INEXIGÊNCIA DA DISPOSIÇÃO
CONSTANTE DO ART. 195, §5° DA CF/88 - PERIGO DE DANO
IRREPARÁVEL – MEDIDA REVERSÍVEL - AGRAVO CONHECIDO E
IMPROVIDO:
1 - Inocorre nulidade da decisão por falta de fundamentação se o
magistrado, ainda que de forma concisa, expõe as razões de fato e de
direito que o convenceram a decidir a questão daquela maneira. Se tal
convencimento foi ou não prolatado com acerto, trata-se de matéria a ser
decidida n o julgamento de mérito do recurso. Preliminar rejeitada.
II - Em sede de ação ordinária pleiteando pensão por morte da esposa, ex-
segurada do IPEC, o perigo de dano irreparável necessário ao deferimento
da tutela antecipada advém da própria natureza alimentar da verba
requerida. O lapso temporal entre o óbito e o ajuizamento da ação, por si
só, não demonstra a indispensabilidade da pensão, especialmente quando
se observa que o Recorrido estava postulando o benefício na via
adminstrativa.
III - A norma do art. 201, inciso V, da CF/88 - que prescreve a pensão por
morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro - é
auto-aplicável, constituindo efetiva implementação do princípio isonômico,
erigido à condição de direito fundamental, nos termos do caput do art. 5°,
da Carta Magna de 1988. Assim, a nova ordem constitucional, não
recepcionou a disposição prevista no art. 7°, inciso 1, da Lei Estadual n°
10.776/82, que prevê a pensão apenas para o marido inválido.
IV - Descabe invocar a vedação contida no art. 195, §5° da CF/88 - que
exige a correspondente fonte de custeio, para a criação, majoração ou
extensão de benefício ou serviço da seguridade - uma vez que a
inexistência da pensão do Agravado decorreu de ato de responsabilidade
exclusiva da autarquia Agravante, devendo esta implementar todos os
meios necessários ao cumprimento da medida judicial.

238 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
V - Inexiste irreversibilidade da medida, uma vez que, caso a ação venha a
ser julgada improcedente, o Instituto Agravante poderá pleitear o
ressarcimento de tais valores, inclusive através do Poder Judiciário, caso
haja recusa na devolução voluntária.
VI – Agravo conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0001.1196-0,


Relator(a): Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 07.04.2004, pg. 33)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CONSTITUCIONAL E


ADMINISTRATIVO. AÇÃO ORDINÁRIA. MILITAR INATIVO. PENSÃO.
I - De acordo com o disposto no art. 40, § 8°, da CF/88, com a redação que
lhe deu a EC n° 20/98, aplicável aos militares e seus pensionistas, por força
da regra inserta no art. 42, § 2°, do mesmo Estatuto Federal: “Observado o
disposto no art. 37, XI, os proventos de aposentadoria e as pensões serão
revistos na mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificar a
remuneração dos servidores em atividade, sendo também estendidos aos
aposentados e aos pensionistas quaisquer benefícios ou vantagens
posteriormente concedidos aos servidores em atividade, inclusive quando
decorrentes da transformação ou reclassificação do cargo ou função em que
se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da
pensão na forma da lei” (grifei).
II - Recurso conhecido e provido. Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3301-1, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 12.04.2004, pg. 27)

Ementa: CONSTITUCIONAL. INTERPRETAÇÃO DE NORMAS INFRA-


CONSTITUCIONAIS CONFORME A CARTA MAGNA. FILHA MAIOR
DE 21 ANOS, MAS ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA. DIREITO À PENSÃO
POR MORTE.
- Não se pode, por apego à literalidade de um enunciado
infraconstitucional, desprestigiar os direitos sociais consagrados na
Constituição Federal.
- Todos os Poderes estatais, incluindo o Judiciário, têm o dever
fundamental de fomentar e efetivar os direitos sociais estatuídos na
Constituição Federal.
- Em prestígio ao direito fundamental à assistência social aos
desamparados e à educação não se pode negar a pensão por morte à filha
que, embora maior, ainda esteja cursando ensino superior.
- Recurso conhecido, mas improvido.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 239
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0001.2926-6, Relator(a):
Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 20.02.2004, pg. 23)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - SERVIDOR PÚBLICO -


FALECIMENTO – COMPANHEIRA - SENTENÇA DECLARATÓRIA DA
CONDIÇÃO - DESNECESSIDADE PARA FINS PREVIDENCIÁRIOS -
SUFICIENTE PROVA DOCUMENTAL DOS FATOS ALEGADOS -
PENSÃO POR MORTE - DIREITO LÍQUIDO E CERTO – ORDEM
CONCEDIDA
1. Se a petição inicial está instruída com prova documental suficiente dos
fatos constitutivos do direito resta atendida a exigência de prova pré-
constituída;
2. Exorbita o poder regulamentar decreto que estabelece determinado meio
de prova como único apto a comprovar a condição de companheira para o
exercício de direito amparado na lei regulamentada;
3. Inexistência de impedimentos matrimoniais e inscrição da companheira
como dependente para fins previdenciários pelo próprio servidor falecido;
4. Ausência de dúvida quanto à alegada situação de fato em conseqüência
da prova documental que instrui o pedido;
5. Ordem concedida.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0000.4604-0, Relator:


Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ. 14.01.2004, pg. 13)

Ementa: Pensão previdenciária. Companheira de segurado falecido no


estado de casado, mas separado de fato, com o qual viveu em concubinato
more uxorio durante mais de vinte e quatro (24) anos, de cujo consórcio
nasceram oito (08) filhos. Pensão que deve ser compartilhada em quantias
equivalentes por viúva e companheira. Sentença confirmada.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.2400-9, Relator(a):


Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 29.01.2004, pg. 18)

Ementa: APELAÇÃO - PENSÃO POR MORTE – VALOR EQUIVALENTE


À REMUNERAÇÃO POS SERVIDORES EM ATIVIDADE - ART.40, § 7º
DA CF/88 - AOS INATIVOS E PENSIONISTAS SÃO EXTENSIVOS
TODOS OS BENEFÍCIOS E VANTAGENS CONCEDIDOS AOS ATIVOS -
ART.40 § 8º DA CF/88 - RECURSO CONHECIDO, MAS NÃO PROVIDO.
I. O benefício da pensão por morte será igual ao valor dos proventos do
servidor Já falecido ou aquele a que teria direito, se em atividade estivesse,
na data de sua morte (art. 40 §7° da CF/88).

240 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
II. As gratificações concedidas aos servidores públicos em atividade de
forma genérica devem ser estendidas aos inativos e pensionistas, ainda que
próprias do exercício, tendo em vista o comando inserto no art. 40 § 8º da
CF/88.
III. Os benefícios concedidos, indiscriminadamente, a todos os policiais da
ativa, conquanto possuam caráter nitidamente provisório, devem ser
auferidos pelos inativos e pensionistas, eis que representam verdadeiro
aumento salarial concedido somente aos policiais da ativa.
IV. Recurso conhecido, mas não provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.2191-0, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 16.02.2004, pg. 21)

Ementa: ADMINISTRATIVO. PENSIONISTA. PENSÃO POR MORTE DE


SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. TOTALIDADE DOS VENCIMENTOS,
NOS TERMOS DO ART. 40, §5°, DA CF/88 E ART. 168, §§ 4º e 5º da
CONSTITUIÇÃO ESTADUAL. AUTO-APLICABILIDADE. VANTAGEM
PECUNIÁRIA CONCEDIDA A SERVIDORES DA ATIVA COM
EXPRESSA DETERMINAÇÃO DE EXTENSÃO E INCORPORAÇÃO AOS
PROVENTOS DOS INATIVOS. DIREITO ADQUIRIDO.
POSICIONAMENTO JURISDICIONAL ASSENTE. DECISÃO
MONOCRÁTICA IRREPROCHÁVEL. APELAÇÃO CONHECIDA E
IMPROVIDA.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.0438-0, Relator(a):


Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 04.02.2004, pg.6)

Ementa: Apelação Cível. Mandado de Segurança com pedido liminar.


Administrativo e constitucional. Pensão. Servidor Público. Isonomia.
Recurso voluntário. Aplicabilidade.
I - O direito que se reconhece à pensionista de receber o benefício da
pensão por morte de servidor falecido, emana de expressa disposição
contida no art.40, § 7° da Constituição Federal vigente.
II - Por ser norma auto-aplicável independe de lei regulamentadora para
ser regularizada. Inadmite-se sua negação diante da suspensão dos efeitos
de dispositivo inserido na Constituição Estadual. Precedentes
jurisprudenciais. Sentença mantida.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.8407-5, Relator: Des.


Rômulo Moreira de Deus, DJ. 21.01.2004, pg. 13)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 241
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Ementa: Constitucional, Administrativo e Previdenciário – Obtenção de
pensão por morte, pleiteada por marido de ex-segurada - Cônjuge
supérstite de Servidora Estadual tem direito à percepção da pensão por
morte, prevista o art. 201, inciso V, da Constituição Federal de 1988,
combinado com art. 331, § 1º, inciso I da Constituição do Estado do Ceará,
em consonância com a Emenda n° 39, de 05.05.1999, introduzida na aludida
Constituição do Estado do Ceará. Recurso de Apelação conhecido e
provido, para determinar o pagamento da pensão devida ao apelante,
conformando-a ao padrão vencimental que sua instituidora receberia se
viva estivesse, porém limitado o pagamento das parcelas respectivas à data
da presente impetração, em conformidade com a Súmula n° 271 do
Supremo Tribunal Federal. Sentença monocrática reformada.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.7958-1, Relator(a):


Des. Antônio Olímpio Castelo Branco, DJ. 04.02.2004, pg. 5)

Ementa: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE


SEGURANÇA. AUTO-APLICABILIDADE DO ART. 40, §§ 7º e 8° DA
CF/88. NORMA DE EFICÁCIA IMEDIATA. ISONOMIA
CONSTITUCIONAL ENTRE SERVIDORES PÚBLICOS ATIVOS E
INATIVOS. PROPORCIONALIDADE. PENSÃO REDUZIDA
ILEGALMENTE.
- O preceito constitucional antes invocado concede o benefício de pensão
por morte na totalidade dos vencimentos ou proventos do servidor
falecido.
- O limite legal a que se refere a parte final da norma em epígrafe diz
respeito não à qualidade de ativo ou inativo, mas ao ajuste do quantum às
disposições do art. 37, XI da Lei Maior, que resguarda o teto vencimental
dos servidores públicos.
- Precedentes judiciais.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0014.7135-0, Relator:


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 14.01.2004, pg. 12)

Ementa: RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA OBRIGATÓRIA.


PENSÃO POR MORTE. RECEBIMENTO EM SUA INTEGRALIDADE.
SUPRESSÃO. IMPOSSIBILIDADE. DICÇÃO DO ART. 40, § 7° DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 (ART. 40, § 50, ATÉ A EDIÇÃO DA
EC N° 20/98). APELAÇÃO E REMESSA OBRIGATÓRIA IMPROVIDAS.
INÚMEROS PRECEDENTES DESTE TRIBUNAL.

242 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.8999-0, Relator(a):
Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 01.04.2004, pg. 13)

Ementa: ADMINISTRATIVO - CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL


CIVIL - MANDADO DE SEGURANÇA – 1) ILEGITIMIDADE PASSIVA
AD CAUSAM DO INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO
CEARÁ-IPEC. – NÃO ACOLHIMENTO EM FACE EM DISPOSTO NO
ARTIGO 3º DA LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL N° 24/2000 - 2)
VIÚVA DE SERVIDOR ESTADUAL QUE TEVE CONCEDIDA A SUA
PENSÃO EM VALOR INFERIOR AO QUE SERIA PAGO AO SEU
FALECIDO MARIDO, A TÍTULO DE PROVENTOS, SE VIVO FOSSE.
VIOLAÇÃO DE PRECEITO CONSTITUCIONAL RELATIVO Á MATÉRIA
DA OFENSA A DIRETO LÍQUIDO E CERTO - SEGURANÇA
CONCEDIDA NO SENTIDO DE RECONHECER. EM FAVOR DA
IMPETRANTE. O DIREITO DE PERCEBER SEU BENEFICÍO
PENSIONÁRIO DE FORMA INTEGRAL - PRECEDENTES.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0012.2356-0, Relator:


Desa. Huguette Braquehais, DJ. 09.01.2004, pg. 36)

Ementa: APELAÇÃO E REMESSA OFICIAL - PENSÃO POR MORTE -


VALOR EQUIVALENTE À REMUNERAÇÃO DO SERVIDOR EM
ATIVIDADE - ART.40, § 7º DA CF/88 – AOS INATIVOS E
PENSIONISTAS SÃO EXTENSIVOS TODOS OS BENEFÍCIOS E
VANTAGENS CONCEDIDOS AOS ATIVOS - ART.40 § 8° DA CF/88 -
RECURSOS VOLUNTÁRIO E OFICIAL CONHECIDOS, MAS NÃO
PROVIDOS.
I - O benefício da pensão por morte será igual ao valor dos proventos do
servidor falecido ou aquela a que teria direito, se em atividade estivesse, na
data de sua morte (art. 40 § 7° da CF/88).
II. As gratificações concedidas aos servidores públicos em atividade de
forma genérica devem ser estendidas aos inativos e pensionistas, ainda que
próprias do exercício, tendo em vista o comando inserto no art. 40 § 8º da
CF/88.
III - Os benefícios concedidos, indiscriminadamente, a todos os policiais da
ativa, conquanto possuam caráter nitidamente provisório, devem ser
auferidos pelos inativos e pensionistas, eis que representam verdadeiro
aumento salarial concedido somente aos policiais da ativa.
IV - Recursos conhecidos, mas não providos.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0016.1493-3, Relator: Desa.


Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.01.2004, pg. 16)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 243
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

Ementa : Apelação Cível. Ação Ordinária. Administrativo e constitucional.


Pensão. Servidor Público. Isonomia. Recurso voluntário.
I - Os extratos pretéritos da pensão não são elementos indispensáveis para
a propositura da ação em que se pleiteia a atualização dos vencimentos
respectivos. II - A pensão por morte deve corresponder à totalidade dos
vencimentos do servidor falecido, incluindo-se em seu valor todas as
vantagens que percebia, independentemente de sua natureza.
III – Inteligência do art. 40, § 3° e 70, da Constituição Federal de 1988.
Precedentes do STF. Sentença mantida.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.6299-8, Relator: Des.


Rômulo Moreira de Deus, DJ. 21.01.2004, pg. 13)

Ementa : Apelação Cível em Mandado de Segurança. Pensão. Art. 40, § 7° e


8°. INADMISSÍVEL A EXCLUSÃO DE VANTAGENS PRÓPRIAS DA
ATIVIDADE. Precedentes do STF e TJCE. Entende o Supremo Tribunal
Federal que o benefício outorgado pelo art. 40, § 7° e 8° da CF/88, com
redação da Emenda Constitucional n° 20/98, referente ao cálculo de
proventos ou pensão, deve guardar correspondência com a totalidade dos
proventos do servidor em atividade, até o limite estabelecido em lei,
incluindo-se nesse valor as vantagens próprias da atividade, em virtude da
legislação específica permitir a sua incorporação (art. 75, Lei Estadual n°
11.167/86). Recurso conhecido e improvido. Sentença recorrida mantida.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.9345-2, Relator(a):


Des. Antônio Olímpio Castelo Branco, DJ. 04.02.2004, pg.6)

Ementa : - Concessiva de segurança. Reexame necessário. Pensão por


morte de servidor. Dimensão isonômica com o que auferível, se vivo
estivesse, pelo extinto segurado. Diretiva consolidada na Corte e no
Supremo Tribunal Federal. Confirmatório da prolação revidenda.
Unanimidade.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.7500-9, Relator: Des.


Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 19.04.2004, pg. 10)

Ementa: REMESSA OBRIGATÓRIA - MANDADO DE SEGURANÇA -


PENSÃO PÓS MORTE – PARCELAS PECUNIÁRIAS PRÓPRIAS DA
ATIVIDADE - INCORPORAÇÃO AO VALOR RECEBIDO A TÍTULO DE

244 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
PENSÃO - PARCELAS PRETÉRITAS - IMPOSSIBILIDADE DE
OBTENÇÃO PELA VIA MANDAMENTAL - SÚMULA 271 DO STF.
I - Nos termos do art. 40, § 8°, da Carta Magna de 88, os proventos de
aposentadoria e a pensão serão revistos na mesma proporção e na mesma
data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade,
sendo também estendidos aos inativos e aos pensionistas quaisquer
benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em
atividade.
II - As parcelas pecuniárias de caráter “pro labore faciendo” ou “propter
laborem”, entendidas como aquelas concedidas em virtude das
peculiaridades do serviço, não podem ser incluídas aos proventos, salvo se
existir expressa disposição legal nesse sentido, como na hipótese em
comento.
III - Garante-se aos aposentados e pensionistas a concessão de vantagens
que, a despeito da denominação, tenham a natureza de vantagem
incorporável como é o caso da diária operacional. Precedentes do Supremo
Tribunal Federal.
IV - Os valores ilegitimamente subtraídos da impetrante, antes da
propositura do mandado de segurança, não podem ser conferidos através
da via eleita, em face da Súmula 271 do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL,
segundo a qual a concessão de mandado de segurança não produz efeitos
patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser
reclamados administrativamente ou pela via judicial própria.
V - Remessa obrigatória conhecida e improvida.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚2000.0015.7493-1, Relator: Desa.


Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.01.2004, pg. 16)

•Piso Salarial

Ementa: - ADMINISTRATIVO - PISO SALARIAL - DECRETO


MUNICIPAL N° 7.153/85. - O DIREITO À PERCEPÇÃO DE
DETERMINADO PISO SALARIAL ALBERGA TODOS OS MEMBROS DA
MESMA CATEGORIA, DO MESMO QUADRO FUNCIONAL E
EXERCENTES DE FUNÇÕES IDÊNTICAS. - NÃO RESTA
CONFIGURADO, NA ESPÉCIE DOS AUTOS, A VIOLAÇÃO À
VEDAÇÃO CONSTITUCIONAL DE VINCULAÇÃO PARA EFEITO DE
REMUNERAÇÃO DE PESSOAL DO SERVIÇO PÚBLICO, PREVISTA NO
ART. 7º, IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. - REMESSA
OBRIGATÓRIA E RECURSO DE APELAÇÃO CONHECIDOS E
IMPROVIDOS.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 245
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2003.0003.9931-6, Relator: Des.


Ernani Barreira Porto, DJ. 23.04.2004, pg. 48)

Ementa: ADMINISTRATIVO - PISO SALARIAL - O direito à percepção de


determinado piso salarial estende-se a todos os membros da mesma
categoria, do mesmo quadro funcional, e exercentes de funções idênticas.
Na espécie, não resta configurada a violação à vedação constitucional de
vinculação para efeito de remuneração de pessoal do serviço público,
prevista no art. 7°, inciso IV da Constituição Federal de 1988. Remessa
Obrigatória e Recurso de Apelação conhecidos e improvidos. Sentença
monocrática mantida.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0008.0786-6, Relator(a):


Des. Antônio Olímpio Castelo Branco, DJ. 29.01.2004, pg. 45)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – CONSTITUCIONAL E


ADMINISTRATIVO - DIREITO À PERCEPÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO
NACIONAL COM EFEITOS PRETÉRITOS - PRELIMINAR -
IMPOSSIBILIDADE FRENTE ÀS SÚMULAS 269 E 271 DO SUPREMO
TRIBUNAL FEDERAL - NO MÉRITO, OBRIGATORIEDADE DO
SALÁRIO MÍNIMO NACIONAL - INTELIGÊNCIA DO § 2º, DO ART. 201,
DA CF/88.
I. Urge, primeiramente, seja enfrentada a preliminar levantada pelo
impetrado, a conta da impossibilidade do recebimento dos atrasados em
sede de mandado de segurança. De fato, a cobrança dos atrasados
pleiteados nesta sede mandamental não deve ter prospero, porquanto
afronta matéria já sumulada pelo Supremo Tribunal Federal, verbis;
Súmula 269: “O mandado de segurança não é substitutivo de ação de
cobrança. Súmula 271: Concessão de mandado de segurança não produz
efeitos patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser
proclamados administrativamente ou pela via judicial própria. Desse
modo, e na impossibilidade de emprestar efeitos patrimoniais pretéritos ao
mandado de segurança, indefiro, nesta parte, o writ.
II- No mérito. Indubitavelmente, o Estado do Ceará, prejudicialmente aos
interesses da Impetrante, violou suas garantias constitucionais, na medida
em que reduziu seus proventos para patamar aquém do salário mínimo.
Com efeito, o § 2º do artigo 201, da nossa Carta Política assegura aos
trabalhadores salário nunca inferior ao mínimo vigente, senão vejamos:
Art. 201 omissis
(...)

246 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
§ 2°. Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou
rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário
mínimo.
A Constituição do Estado do Ceará, de igual modo, assegura em seu art.
154, § 1°, que “Nenhum servidor poderá receber contraprestação inferior ao
salário mínimo”. Outro não foi o entendimento do Superior Tribunal de
Justiça ao julgar o Recurso em Mandado de Segurança n 4.925 - MS
94/31750-6), do Mato Grosso do Sul, no voto condutor do Ministro Felix
Fischer, verbis:
CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. SERVIDORES PÚBLICOS.
PISO SALARIAL. SALÁRIO MÍNIMO. O vencimento básico do servidor
público está sujeito ao salário mínimo”
Assim é que, os proventos, também denominados de vencimentos básicos
do servidor público aposentado, obedecem ao piso do salário mínimo
nacional.
II- Writ deferido. Acórdão unânime.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0000.0586-7, Relator:


Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 13.01.2004, pg. 20)

•Proventos de Inatividade

Ementa: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. OCUPANTE DE


CARGO EFETIVO NO MAGISTÉRIO ESTADUAL. PROVENTOS
REDUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. O acréscimo denominado extra-classe
suprimido dos proventos da impetrante tem a clara natureza de vantagem
pecuniária ex facto offici, ou seja, ligada a cargos que para o seu melhor
desempenho exigem um regime especial de trabalho com particular
dedicação e habilitação de sua titular. Inadmissível a exclusão de tal
vantagem no ato de aposentadoria por configurar flagrante violação aos
dispositivos constitucionais da irredutibilidade dos vencimentos e do
direito adquirido. SEGURANÇA CONCEDIDA.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0006.4462-2,


Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 05.05.2004, pg. 13)

Ementa: CONSTITUCIONAL, PROCESSUAL CIVIL E


ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. GRATIFICAÇÃO
EXTRA-CLASSE. PERCEPÇÃO EM ATIVIDADE. REDUÇÃO DOS
PROVENTOS DA APOSENTADORIA. DIREITO ADQUIRIDO.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 247
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Artigo s 40, § 3º, da Constituição Federal e 1º, da Lei Estadual nº 11.820/91.
Lei Estadual nº 9.826/74 (Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado do Ceará). “Os proventos da aposentadoria, por ocasião de sua
concessão, serão calculados com base na remuneração do servidor no cargo
efetivo em que se der a aposentadoria e, na forma da lei, corresponderão à
totalidade da remuneração”. Segurança concedida. Unânime.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2001.0001.2825-1,


Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 05.05.2004, pg. 16)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - REAJUSTE DE VANTAGEM


PESSOAL INCORPORADA AOS PROVENTOS DO IMPETRANTE
ESTRUTURA UNITÁRIA DOS PROVENTOS, DE MODO A PERMITIR
QUE OS REAJUSTES VENHAM A INCIDIR SOBRE O TOTAL DAS
PARCELAS, SEM DISCRIMINAR ESTA OU AQUELA, PARA TAL FIM,
DESDE QUE HAJA LEI PREVENDO OUTORGA DE REAJUSTE PARA
TODOS OS SERVIDORES EM ATIVIDADE - POSSIBILIDADE DE QUE
ESTE REAJUSTE REPERCUTA NO PATRIMÔNIO DOS APOSENTADOS
POR FORÇA DA NORMA CONSTANTE DO § 8°, DO ARTIGO 40, DA
CF/88. SEGURANÇA CONCEDIDA.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0008.4938-0,


Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 07.04.2004, pg. 18)

Ementa: Mandado de Segurança. Professora. Gratificação extra-classe.


Redução dos proventos. Impossibilidade. Proteção constitucional (CF, art.
37, XV e 40, par. 3° e 8°).
I – Não devem ser subtraídas dos proventos do servidor as vantagens de
caráter remuneratório e alimentar, posto que já incorporadas a estes.
II -Afronta o ordenamento jurídico o fato de se piorar a situação econômica
do servidor aposentado logo no momento em que mais precisa de suporte
financeiro ante as mazelas da idade avançada.
II - Inconcebível a tese que alberga a impossibilidade de transferência para
a inatividade de gratificações do servidor em razão de sua natureza pro
labore faciendo, notadamente quando, na verdade, se trata de aumento da
remuneração por via transversa.
III - Segurança concedida.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0003.0258-6,


Relator(a): Des. Rômulo Moreira de Deus, DJ. 07.04.2004, pg. 18)

248 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - ADMINISTRATIVO E
CONSTITUCIONAL – GRATIFICAÇÃO EXTRA-CLASSE -
INCORPORAÇÃO AOS PROVENTOS - POSSIBILIDADE - CARÁTER
REMUNERATÓRIO E ALIMENTAR DA VANTAGEM - OS PROVENTOS
DA APOSENTADORIA. SEGUNDO O TEXTO CONSTITUCIONAL,
DEVEM CORRESPONDER À TOTALIDADE DA REMUNERAÇÃO
AUFERIDA PELO SERVIDOR EM ATIVIDADE, ATÉ O LIMITE
ESTABELECIDO EM LEI (ART. 40, § 3°, CF/88 -COM A REDAÇÃO DA
E.C. 20/98) - PRECEDENTES DESTA CORTE –SEGURANÇA
CONCEDIDA.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0002.3273-0,


Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 05.04.2004, pg. 11)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA – SERVIDOR RESERVA


REMUNERADA - PARCELAS PECUNIÁRIAS PRÓPRIAS DA
ATIVIDADE - INCORPORAÇÃO AOS PROVENTOS - PARCELAS
PRETÉRITAS – IMPOSSIBILIDADE DE OBTENÇÃO PELA VIA
MANDAMENTAL - SÚMULA 271 DO STF - RECURSO CONHECIDO E
PARCIALMENTE PROVIDO.
I - Nos termos do art. 40, § 8°, da Carta Magna de 88, os proventos de
aposentadoria e a pensão serão revistos na mesma proporção e na mesma
data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade,
sendo também estendidos aos inativos e aos pensionistas quaisquer
benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em
atividade.
II - As parcelas pecuniárias de caráter “pro labore faciendo ou “propter
laborem “, entendidas como aquelas concedidas em virtude das
peculiaridades do serviço, não podem ser incluídas aos proventos, salvo se
existir expressa disposição legal nesse sentido, como na hipótese em
comento.
III - Garante-se aos aposentados e pensionistas a concessão de vantagens
que, a despeito da denominação, tenham a natureza de vantagem
incorporável, como é o caso da diária ocupacional e do abono policial
militar. Precedentes do Supremo Tribunal Federal.
IV - Os valores ilegitimamente subtraídos da impetrante, antes da
propositura do mandado de segurança, não podem ser conferidos através
da via eleita, em face da Súmula 271 do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL,
segundo a qual a concessão de mandado de segurança não produz efeitos
patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser
reclamados administrativamente ou pela via judicial própria.
V- Recurso conhecido e parcialmente provido.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 249
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3347-0, Relator: Desa.


Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.01.2004, pg. 15)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. PRESTAÇÃO DE TRATO


SUCESSIVO. DECADÊNCIA. NÃO OCORRÊNCIA. DESNECESSIDADE
DO CHAMAMENTO DO TCE PARA FUNCIONAR COMO
LITISCONSORTE NECESSÁRIO. REDUÇÃO ILEGAL DE VENCIMENTO
POR OCASIÃO DA APOSENTADORIA. ORDEM CONCEDIDA.
1. Tratando-se de obrigação envolvendo proventos de aposentadoria,
cuida-se de prestação de trato sucessivo, que se renova a cada mês, razão
pela qual não há que se falar em decadência. Precedentes do STJ.
2. Contra ato complexo pode a impetração ser apresentada contra a
autoridade que representa o órgão que praticou o ato final ou aperfeiçoou o
ato complexo.
3. Vantagem pro labore faciendo de auferimento condicionado à efetiva
prestação do serviço nas condições estabelecidas pela Administração
integra os vencimentos para efeito de aposentadoria.
4. Ordem concedida.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0000.3959-1, Relator:


Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 15.01.2004, pg. 8)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL EM MANDADO DE SEGURANÇA -


SERVIDOR TRANSFERIDO PARA RESERVA REMUNERADA -
PARCELAS PECUNIÁRIAS PRÓPRIAS DA ATIVIDADE -
INCORPORAÇÃO AOS PROVENTOS – PARCELAS PRETÉRITAS -
RECURSO CONHECIDO E PROVIDO.
I - Nos termos do art. 40, § 8°, da Carta Magna de 88, os proventos de
aposentadoria e a pensão serão revistos na mesma proporção e na mesma
data, sempre que se modificar a remuneração dos servidores em atividade,
sendo também estendidos aos inativos e aos pensionistas quaisquer
benefícios ou vantagens posteriormente concedidos aos servidores em
atividade.
II - As parcelas pecuniárias de caráter “pro labore faciendo´´ ou “propter
laborem´´, entendidas como aquelas concedidas em virtude das
peculiaridades do serviço, não podem ser incluídas aos proventos, salvo se
existir expressa disposição legal nesse sentido, como na hipótese em
comento.
III - Garante-se aos aposentados e pensionistas a concessão de vantagens
que, a despeito da denominação, tenham a natureza de vantagem
incorporável como é o caso da diária ocupacional e do abono policial
militar. Precedentes do Supremo Tribunal Federal.

250 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
IV - Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.0263-9, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 29.01.2004, pg. 25)

Ementa: CONSTITUCIONAL ADMINISTRATIVO. OCUPANTE DE


CARGO EFETIVO NO MAGISTÉRIO ESTADUAL. PROVENTOS.
REDUÇÃO. IMPOSSIBILIDADE.
1. A redução de proventos quando da aposentadoria de servidor público
estadual vai de encontro a dispositivo da legislação do Estado, Estatuto do
Magistério, bem como a previsão constitucional de irredutibilidade de
vencimentos.
2. O acréscimo denominado extra-classe tem a clara natureza de vantagem
pecuniária pro labore faciendo, devendo integrar os proventos de
aposentadoria se no momento da passagem, o servidor estava recebendo
tal vantagem.
3. SEGURANÇA CONCEDIDA.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2001.0000.4588-7, Relator:


Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 09.01.2004, pg. 37)

Ementa: CONSTITUCIONAL - MANDADO DE SEGURANÇA - PENSÃO


- ART. 40, §§ 7º E 8º - AUTO-APLICABILIDADE - PRECEDENTES.
- Em consonância com o entendimento esposado pelo Supremo Tribunal
Federal, o benefício outorgado pelo art. 40, § 7° e 8° da CF/88, com redação
estabelecida pela Emenda Constitucional n° 20/98, referente ao cálculo de
proventos ou pensão, deve guardar correspondência com a totalidade dos
proventos do servidor em atividade, até o limite estabelecido em lei;
- Perfectibilizado o ato de aposentadoria, incorporou-se ao seu patrimônio
jurídico, sendo ato violador a retirada de tais parcelas, ferindo direito
adquirido;
- Precedente do STF no julgamento do AGRAG n° 265.373-2/CE.
- Recurso do Estado do Ceará conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.8418-0, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 30.01.2004, pg. 26)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. MILITAR. INATIVIDADE. PROVENTOS.


RECEBIMENTO EM SUA INTEGRALIDADE. SUPRESSÃO.
IMPOSSIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DO ART. 40, § 3º DA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 (COM REDAÇÃO DADA PELA

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 251
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
EMENDA Nº 20). PROVIMENTO DO RECURSO, PARA O FIM DE
INCLUIR AS VANTAGENS PESSOAIS, PERMANENTEMENTE
RECEBIDAS PELO MILITAR. PRECEDENTES DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. RECURSO IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.00 00.6128-9, Relator: Des.


Ademar Mendes Bezerra, DJ. 04.01.2004, pg. 8)

Ementa: -Ação Ordinária. Proventos da inatividade. A Constituição


Federal de 1988, em seu artigo 40, parágrafo 4°, atualmente parágrafos 3° e
8°, com a redação dada pela Emenda Constitucional n. 20/98, erigiu o
princípio da equiparação dos proventos dos inativos aos vencimentos e
vantagens conferidos aos servidores em atividade, de modo que o valor da
remuneração, pago a estes, será igualmente pago aos aposentados,
independentemente de sua natureza. “Uma vez editada lei que implique
outorga de direitos aos servidores em atividade, dá-se pela existência da
norma constitucional, a repercussão no campo do patrimônio dos
aposentados” (STF, Ag. Reg em Ag. Instr. nº. 173.851-1-SC, rel. Min.
Maurício Corrêa, LEXJSTF 215/120). Apelação e Remessa conhecida e
provida. Decisão por maioria.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.0343-1, Relator(a):


Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 22.01.2004, pg. 6)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. PROVENTOS DE


APOSENTADORIA. EQUIVALÊNCIA. REMUNERAÇÃO DO SERVIDOR
EM ATIVIDADE. ART. 40, §3º DA CF/1988.
I- Os proventos de aposentadoria, por ocasião de sua concessão, serão
calculados com base na remuneração do servidor no cargo efetivo em que
se der a aposentadoria e, na forma da lei, corresponderão à totalidade da
remuneração (art. 40§ 3º da CF/88).
II- Lei Estadual 11.820/91. Gratificação extra-classe. Vantagem pecuniária.
Adicional de função (ex facto officii). Incorporação aos proventos de
aposentadoria.
III- Segurança concedida.
IV- Decisão unânime.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0013.6537-2,


Relator(a): Des. Francisco Hugo Alencar Furtado, DJ. 05.05.2004, pg. 13)

252 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
Ementa: Apelação Cível. Mandado de Segurança. Administrativo. Servidor
policial militar aposentado. Gratificações de serviço. Incorporação aos
proventos. Os proventos de aposentadoria devem corresponder à
totalidade dos vencimentos do servidor quando da ativa, incluindo-se em
seu valor todas as vantagens que percebia, independentemente de sua
natureza. Inteligência do art. 40, § 3° e 8°, da Constituição Federal de 1988.
Precedente do STF. Recurso provido.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0014.5696-3, Relator: Des.


Rômulo Moreira de Deus, DJ. 19.04.2004, pg. 11)

Ementa: Constitucional e Administrativo. Mandado de Segurança.


Servidores Públicos Inativos. Gratificação de Representação decorrente do
exercício de cargo comissionado incorporada aos proventos. Reajuste.
Direito líquido e certo dos impetrantes. - A teor de comando constitucional,
toda vez que houver revisão concessiva de benefícios e vantagens ao
pessoal da atividade, tal evento refletirá na esfera patrimonial dos
servidores inativos. Exegese do art. 40, §8°, da Constituição Federal de
1988. - Farpeia o postulado constitucional do direito adquirido,
contemplado no art. 5º, inciso XXXVI da Carta Magna, ato comissivo ou
omissivo da autoridade pública que posterga, em face de edição de lei que
defere majoração salarial, benefícios e/ou vantagens auferidas já
definitivamente integradas ao patrimônio jurídico dos que já se acham na
inatividade. - Nesse passo, já restando incorporada ex vi legis, aos
proventos de seus titulares, a gratificação decorrente de cargo
comissionado, não poderá o reajuste cogitado na lei de aumento salarial
excluir as parcelas de jaez pessoal, sob pena de ataque ao direito adquirido
dos referidos servidores e de provocação de instabilidade das relações
jurídicas e sociais. - SEGURANÇA CONCEDIDA.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2003.0001.3676-5,


Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 07.04.2004, pg. 21)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - PROVENTOS DE


INATIVIDADE - VALOR EQUIVALENTE À REMUNERAÇÃO DOS
SERVIDORES EM ATIVIDADE - EXEGESE DO ART. 40, § 3º DA CF/88 -
GRATIFICAÇÕES DE EXERCÍCIO E VANTAGENS ESPECIAIS
INERENTES À ATIVIDADE - CONCESSÃO INDISTINTA AOS
SERVIDORES - CÔMPUTO NO CÁLCULO DOS PROVENTOS – AOS
INATIVOS E PENSIONISTAS SÃO EXTENSIVOS TODOS OS

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 253
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
BENEFÍCIOS E VANTAGENS CONCEDIDOS AOS ATIVOS - ART.40, § 8º
DA CF/88 - SEGURANÇA DEFERIDA.
I. Os proventos de aposentadoria, por ocasião de sua concessão, serão
calculados com base na remuneração do servidor no cargo efetivo em que
ocorrer a aposentadoria e, na forma da lei, corresponderão a sua totalidade.
II. As gratificações concedidas aos servidores públicos em atividade de
forma genérica devem ser estendidas aos inativos e pensionistas, ainda que
próprias do exercício, tendo em vista o comando inserto no art. 40 § 8º da
CF/88.
III- Segurança concedida.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2001.0000.3202-5, Relator:


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 15.01.2004, pg. 8)

•Reclassificação e Reenquadramento

Ementa: DIREITO PÚBLICO - ADMINISTRATIVO - SERVIDOR PÚBLICO


- ENQUADRAMENTO. - Se os servidores ativos, no último degrau da
carreira, fazem jus ao direito de continuarem nesse status e condição,
quando de posteriores enquadramentos ou reclassificações, não há porquê,
inadmitir-se esse mesmo direito aos servidores aposentados. A CF/88 em
seu art. 5º, caput, inadmite discriminação de qualquer natureza, o mesmo
dispondo o art. 40, parágrafos 4° e 5° também da CF/88, que estabelece
isonomia vencimental entre os aposentados e pensionistas com os
servidores em atividade.
- Entendimento diverso consubstancia tão-somente forma disfarçada de
rebaixar por via indireta os vencimentos de aposentados/pensionistas, os
quais, independentemente de haver irredutibilidade salarial em termos
nominais, ver-se-iam atingidos pela irredutibilidade salarial em termos
relativos, tendo como parâmetro os servidores da ativa, o que sem dúvida
implica em franca inobservância ao Princípio da Isonomia.
- Recurso conhecido e provido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.3145-0, Relator: Des.


Edmilson da Cruz Neves, DJ. 23.04.2004, pg. 46)

Ementa: Apelação Cível. Constitucional. Administrativo. Plano de Cargos e


Carreira - SEFAZ -Lei 12.582/96. Reclassificação. Respeito ao patamar
funcional conquistado na atividade. Aplicação do art. 40, 8° da CF/88.
I – Evidenciado está o caráter reclassificatório da mudança derivada da Lei
n° 12.582/96, que instituiu o novo plano de cargos e carreira do grupo

254 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
ocupacional tributação, arrecadação e fiscalização - TAF, dos servidores da
Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará, vez que inocorreram
modificações nos parâmetros da prestação de serviços.
II - Ademais, ressalte-se que a Lei n° 12.582/96 alterou a nomenclatura, as
classes e as referências do grupo TAF, de forma que, além de instituir
vantagens aos servidores inativos, reclassificou os cargos na escala de
ascensão profissional, sem que houvesse, reitere-se, quaisquer mudanças
nas atribuições a serem desempenha das, v.g., a exigência de especialização
em determinada área, o que de fato ensejaria um enquadramento
individualizado, tendente a respeitar as diferentes situações, que
acarretaram diversa exigências profissionais.
III - Assim, suficientemente claro está que a manutenção dos demandantes,
ora recorridos, na nova estrutura de suas respectivas carreiras, em uma
referência que não a equivalente, não apenas em termos de quantum
vencimental, mas de patamar alcançado na carreira, estaria a violar a
supratranscrita norma constitucional, além de emprestar à aposentadoria,
que constitui um direito, uma garantia, caráter punitivo.
IV - Acresça-se, de último, que a finalidade primordial do art. 40, § 8° da
CF/88, é o estender, aos aposentados, todo e qualquer benefício ou
vantagem posteriormente concedidos aos servidores em atividade, sendo
mencionadas, exemplificadamente, as melhorias decorrentes de
transformação ou reclassificação do cargo ou função em que ocorrida a
aposentação. Recursos obrigatório e voluntário conhecidos e improvidos.
Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n° 2002.0009.7300-6, Relator: Des.


José Maria de Melo, DJ. 17.06.2004, pg. 31)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - CONSTITUCIONAL E


ADMINISTRATIVO - REPOSICIONAMENTO DOS SERVIDORES NAS
NOVAS
REFERENCIAS DA LEI N. 12.528/96 - INEXISTÊNCIA DE DIREITO
ADQUIRIDO E DE ILEGALIDADE - SEGURANÇA DENEGADA.
I- A Lei 12.528/96, aprovando o Plano de Cargos e Carreiras do Grupo
Operacional Tributação, Arrecadação e Fiscalização - TAF, não alterou a
estrutura do cargo, mas reposicionou os servidores nas novas referências,
dentro dos critérios da generalidade e abstração, e sem malferimento ao
principio da impessoalidade.
II- O disposto na prefalada lei não afrontou o principio da igualdade,
apenas ressaltou as diferenças funcionais que já existiam, antes de sua
edição, entre os servidores.
III- No regime estatutário pode o Estado, por via legislativa, alterar a forma
de remuneração de seus servidores, aumentar ou reduzir o numero de

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 255
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
referencias, de tabelas, aproximar faixas ou afastá-las, adotar percentuais
maiores ou menores, suprimir ou transformar gratificações, tudo conforme
política salarial que pareça mais adequada aos interesses da administração,
sem ofensa a direitos adquiridos.
IV- Segurança denegada.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n° 2000.0015.8186-5, Relator:


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 28.05.2004, pg. 6)

•Reintegração

Ementa: - Policial militar. Licenciamento ex officio. Assecuratória


constitucional da ampla defesa. Preterição. Reintegração inafastável.
Consectários patrimoniais - diferenças vencimentais - restritos à data do
ajuizamento do pedido reintegratório.
- Alijamento compulsório de policial militar do serviço ativo, ministrada a
severa sanção por indicativos de participação em evento delituoso e
comportamento incompatível com os padrões castrenses, omitida, todavia,
a deflagração do direito à defesa quanto a uma das imputações infligidas à
praça, findando-se por surpreendê-la com motivação do decreto punitivo
estranha ao substrato fálico declinado no libelo acusatório, evidencia;
indubitavelmente, defeito insanável no processo administrativo-
disciplinar, sabido e ressabido, e com esta diretiva atina-se a jurisprudência
dos Tribunais, inclusive d a Corte local e do Excelso Pretório, que “a partir
do momento em que a exclusão se faz considerados certos fatos, a
macularem a conduta do policial militar, indispensável é a observância do
devido processo legal, estabelecendo-se o contraditório e viabilizando-se o
exercício do direito de defesa” (STF, RE 191.480-7/SC).
- Legitimidade do judicial review, porque apenação precedida de
apuratório com o timbre da injuridicidade pelo cerceamento de defesa
perfaz vistosa agressão à franquia constitucional - artigo 5°, LV - desvio
inaceitável, forçoso aos Poderes da República o respeito incondicional aos
valores que informam a declaração de direitos e aos princípios estruturais
do Estado de Direito, óbvio consectário, exercício da função jurisdicional
que não transgride a independência do Executivo, irrecusável ao Judiciário
o munus de fazer prevalecer a autoridade da Lex Fundamentalis.
- Reintegração confirmada, impondo-se, entretanto, a corrigenda revisora
para restringir o direito à percepção das diferenças estipendiais à data do
ajuizamento da pretensão.
- Sentença parcialmente reformada.
- Nemine Discrepante.

256 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
(TJCE, 1ª câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0007.7637-5, Relator(a): Des.
Júlio Carlos de Miranda Bezerra, DJ. 25.02.2004, pg. 57)

Ementa: ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONAL. AÇÃO ORDINÁRIA


COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. REINTEGRAÇÃO DE
EX SERVIDOR DO ESTADO DO CEARÁ CONTRATADO AINDA SOB À
ÉGIDE DA CONSTITUIÇÃO ANTERIOR. CESSÃO DURANTE O CURSO
DO CONTRATO PARA A MUNICIPALIDADE. TERMO DA CESSÃO
OCORRIDO EM 1997. ESTABILIDADE DO SERVIDOR PÚBLICO.
EXONERAÇÃO DESCABIDA. FALTA DE MOTIVAÇÃO. DECISÃO
REFORMADA. APELAÇÃO CONHECIDA E PROVIDA.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0015.7584-9, Relator(a):


Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 04.02.2004, pg. 8)

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO JUDICIAL CONTRA A


FAZENDA PÚBLICA. EMBARGOS. DESNECESSIDADE DE
DISCRIMINAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA E DA CONTRIBUIÇÃO
PREVIDENCIÁRIA NO DEMONSTRATIVO DE DÉBITO. CÁLCULOS
FEITOS COM BASE EM PARADIGMA. INEXISTÊNCIA DE
IRREGULARIDADE. VALORES APRESENTADOS. DISCREPÂNCIA
MÍNIMA.
1. É prescindível a apresentação de valores líquidos no demonstrativo de
débito que instrui a execução, já que as parcelas a título de imposto de
renda e contribuição da previdência somente são descontadas quando do
efetivo pagamento do precatório ao seu legítimo beneficiário.
2. Em se tratando de reintegração de soldado expulso da corporação, a
eleição de servidor paradigma, como forma de calcular o valor final do
débito oriundo de condenação ao pagamento dos vencimentos atrasados
tem-se por procedimento regular, sem o qual haveria locupletamento sem
causa do devedor.
3. Sendo praticamente idênticos os valores brutos apresentados pelas
partes, posto divergirem apenas de algumas centenas de reais, não se
caracteriza, a rigor, oposição à pretensão executiva do autor.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.8176-9, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 23.01.2004, pg. 22)

Sigilo Bancário e Fiscal

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. SIGILO BANCÁRIO. QUEBRA.


INEXISTÊNCIA.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 257
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
I. Magistrado que procede em conformidade com as disposições legais
pertinentes á espécie, conduzindo o andamento do processo de maneira
zelosa e criteriosa, sob o manto da lei e da razoabilidade;
II. As decisões judiciais devem ter efeito na esfera do mundo real, ou seja, o
bem da vida perseguido pelo litigante vencedor deve ser alcançado, sob
pena de ineficácia da prestação jurisdicional;
III. Dormientibus non socurrit jus. Por não terem comparecido
regularmente ao feito de execução, participando de seu desenvolvimento,
utilizando-se dos instrumentos de defesa que o duo process of law lhes
reserva e assegura, os litigantes suportam o ônus relativo ao
desdobramento natural da inércia;
IV.A expedição de ofícios com o fito de obter informações relativas ao
executado junto a instituições financeiras é medida necessária ao
prosseguimento da execução e conseqüente satisfação do crédito, diante do
interesse do julgador, no respeitante à solução do litígio, como lhe ditam as
normas processuais vigentes, que pugnam pela celeridade do julgamento;
V. Segurança denegada.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Mandado de Segurança n˚ 2000.0014.9211-0,


Relator(a): Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 15.04.2004, pg. 44)

Ementa: PERÍCIA. QUEBRA DE SIGILOS BANCÁRIO E FISCAL.


INDEFERIMENTO DE MODALIDADES DE PROVAS REQUERIDAS.
CERCEAMENTO DE DEFESA.
- A Declaração de Imposto de Renda - IRPF não é documento hábil para
comprovar ou não a existência de negócio jurídico entre partes.
- O pedido de devassa, à luz da matéria, não fornece ao julgador elementos
novos ou mais consistentes que outros meios anteriormente deferidos,
consoante art. 420, II, CPC.
- Medidas que só devem ser decretadas em caráter de absoluta
excepcionalidade, quando existentes fundados elementos de suspeita que
se apóiem em indícios idôneos, reveladores de possível autoria de prática
delituosa por parte daquele que sofre a investigação.
- O destinatário da prova é o processo, devendo o órgão jurisdicional
examinar o cabimento, sua utilidade e a conveniência em realizar as
modalidades requeridas, desde que motivadas. Art.130, CPC.
- Agravo conhecido e improvido.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Agravo de Instrumento n˚ 2001.0000.6026-6,


Relator(a): Des. Edmilson da Cruz Neves, DJ. 29.01.2004, pg. 43)

258 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Constitucional, Administrativo e Previdenciário
Tribunais de Contas

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. PLANO DE CARGOS E


CARREIRAS DOS SERVIDORES DO TRIBUNAL DE CONTAS DOS
MUNICÍPIOS. LEI ESPECÍFICA DE INICIATIVA DA PRÓPRIA CORTE
DE CONTAS. INEXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E CERTO. ORDEM
DENEGADA.
1. A autonomia administrativa e financeira dos Tribunais de Contas
abrange a organização dos serviços internos e a iniciativa das leis que fixem
e alterem a remuneração dos cargos, empregos ou funções de seus
servidores.
2. O Plano de Cargos e Carreiras do Tribunal de Contas dos Municípios do
Estado do Ceará deve ser instituído em lei de iniciativa da própria Corte.
3. A Lei Estadual 12.386/94 não se aplica aos servidores do Tribunal de
Contas dos Municípios do Estado do Ceará pois, embora integre a
Administração Direta, é órgão independente, com autonomia
administrativa e financeira e a iniciativa legislativa exclusiva das leis
referentes à organização funcionamento dos serviços internos.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0013.9728-2,


Relator(a): Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ. 27.04.2004, pg. 6)

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA –DIREITO CONSTITUCIONAL -


TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS. JULGAMENTO DAS
CONTAS DE
PREFEITO. APLICAÇÃO DE MULTA – COMPETÊNCIA DERIVADA DO
ART. 71 DA CF/88. INTERVENÇÃO DO JUDICIÁRIO. POSSIBILIDADE.
CONTROLE DA LEGALIDADE.
I - Já é iterativa a jurisprudência do STF e do STJ, no sentido de confirmar a
competência dos Tribunais de Contas para a aplicação de sanções
pecuniárias a gestores públicos, quando estes incorram em irregularidades
na gestão das despesas e das receitas, ressalvada a possibilidade de
sindicância da legalidade pelo Poder Judiciário.
II - No caso em espécie, havendo comprovação de que o processo do TCM,
que redundou em imputação de débito e aplicação de multa ao Prefeito
impetrante, observou estritamente os princípios da ampla defesa e do
contraditório, nega-se a segurança requestada.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0015.3121-3,


Relator(a): Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 15.04.2004, pg. 34)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004 259
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

260 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.181-258, 2004
Tributário

TRIBUTÁRIO

Apreensão de Mercadorias

Ementa: - ADMINISTRATIVO - Mandado de Segurança - Apreensão de


mercadoria, como meio coercitivo para pagamento de tributo. Ilegalidade.
A retenção de mercadorias ou de qualquer outro bem, constitui flagrante
violação de direito de propriedade. Uma vez lavrado o auto de infração e
imposição de multa, não mais se justifica a retenção das mercadorias, razão
pela qual se confirma a decisão recorrida.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2001.0000.9201-0, Relator(a):


Des. Ernani Barreira Porto, DJ. 18.02.2004, pg. 7)

Ementa: DIREITO TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. ICMS.


APREENSÃO DE MERCADORIAS EM TRÂNSITO. ILEGALIDADE. É
inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para
pagamento de tributos (Súmula 323 do STF). Segurança confirmada.
Remessa desprovida.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0001.2637-0, Relator(a):


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 03.05.2004, pg. 12)

Ementa: Mandado de Segurança. Direito Constitucional e Tributário.


ICMS. Apreensão de mercadoria desacompanhada da Nota Fiscal
correspondente. Existência de previsão legal. A concessão da ordem de
segurança, de acordo com o disposto no art. 5º, inciso LXIX, da CF/88, c/c,
o art. 1º, da Lei 1.533/51, pressupõe a existência de direito líquido e certo
que, de acordo com a doutrina administrativista dominante, é aquele
comprovado de plano, extreme de dúvida. Pautando-se a atividade do
agente público em norma legal em vigor não se há falar, a priori, em abuso
de autoridade a ensejar a liberação do mandado de segurança. Liminar
cassada. Ordem denegada. Decisão consensual quanto ao mérito, e não
unânime no tocante à prejudicial.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2001.0000.5493-2, Relator:


Des. José Maria de Melo, DJ. 08.01.2004, pg. 33)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.259-268, 2004 261
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Ementa: TRIBUTÁRIO. APREENSÃO DE MERCADORIAS COMO
FORMA DE GARANTIR O PAGAMENTO DO TRIBUTO.
IMPOSSIBILIDADE. CARACTERIZAÇÃO DE CONFISCO. - A
Constituição Federal estabelece que é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios utilizar tributo com efeito de confisco, o
que resta consolidado no entendimento do Supremo Tribunal Federal,
traduzido através da Súmula 323. - REMESSA OFICIAL E RECURSO
APELATÓRIO CONHECIDOS, MAS IMPROVIDOS.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.6096-6, Relator(a):


Des. José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 02.04.2004, pg. 52)

Ementa: TRIBUTÁRIO. APREENSÃO DE MERCADORIA. MEIO


COERCITIVO DE COBRANÇA DE TRIBUTO. SANÇÃO POLÍTICA.
IMPOSSIBILIDADE.
- A ordem jurídica brasileira mune o Poder Público de meios jurídicos
eficazes para exigência de seus créditos, sendo inadmissíveis sanções
políticas com o desiderato de compelir o contribuinte, pelo que se afigura
inválida a apreensão de mercadorias com tal fim, consoante já assentado
pela súmula 323 do Supremo Tribunal Federal.
- Precedentes deste colendo Tribunal e dos Tribunais Superiores.
- Remessa oficial e apelação improvidas.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0002.5599-5, Relator: Des.


Ademar Mendes Bezerra, DJ. 04.01.2004, pg. 9)

Compensação de Créditos Tributários

Ementa: DIREITO TRIBUTÁRIO - RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO -


COMPENSAÇÃO DESAUTORIZADA EXCLUSÃO DA SENTENÇA.
1. O Código Tributário Nacional prevê de modo claro e preciso que a
compensação depende de lei autorizatória, hipótese inocorrente aqui e
considerado, ademais que, sequer, foi objeto de cogitação na inicial, a sua
previsão como forma de liquidação da condenação, de acordo com
entendimentos jurisprudenciais, inclusive do STJ, não se me afigura
correta.
2. Tendo genericamente sido pleiteada a restituição do indébito, entendo
que a estipulação da compensação não se constitui a insinuada nulidade da
sentença em decorrência de julgamento ultra petita, senão uma mera
extrapolação do poder judicante, corrigível na via recursal pôr simples
exclusão, sem comprometer a retidão da decisão apelada.

262 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.259-268, 2004
Tributário
3. Recurso conhecido e provido, em parte.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.2005-0, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 05.02.2004, pg. 16)

ICMS

Ementa: TRIBUTÁRIO - ICM – OPERAÇÕES INTERESTADUAIS


DIREITO AO CRÉDITO COMPLEMENTAR ACUMULADO ENTRE
JANEIRO DE 1984 E OUTUBRO DE 1988 - DIFERENÇA ENTRE AS
ALÍQUOTAS DE 12% (DOZE POR
CENTO) ESTABELECIDA PELA RESOLUÇÃO N.º 07180 DECLARADA
INCONSTITUCIONAL PELO STF. E AS DE 17% (DEZESSETE POR
CENTO) ESTABELECIDAS PELA ANTIGA RESOLUÇÃO 129/79, AS
QUAIS VOLTARAM A VIGORAR - IMPOSSIBILIDADE - A
DECLARAÇÃO INCIDENTAL DE INCONSTITUCIONALIDADE NÃO
SURTE EFEITOS ERGA OMNES - DECISÃO APLICÁVEL APENAS ÀS
OPERAÇÕES ANTERIORES À VIGÊNCIA DA EC.23/83 (01.01.84) -
INVIALIBIILIDADE DO CREDITAMENTO - SENTENÇA MANTIDA –
RECURSO CONHECIDO,MAS IMPROVIDO.
1 - Quanto à eficácia da decisão de inconstitucionalidade incidenter
tantum, vige a máxima de que esta circunscreve-se às partes litigantes e,
exatamente por ao Senado Federal para que a suspensão da execução
opere-se erga omnes).
2 - Inexistindo resolução do Senado Federal estendendo a todos a eficácia
da decisão prolatada incidentalmente pelo Pretório Excelso, no âmbito de
recurso extraordinário, não merece prosperar a pretensão autoral em valer-
se dos efeitos do julgado prolatado em controle difuso.
3 - A decisão de inconstitucionalidade pronunciada pela Suprema Corte de
Justiça somente se aplica ao aproveitamento a menor de ICM ocorrido
antes de janeiro de 1984 (data do advento da EC 23/83 o que,
indubitavelmente, não se aplica à impetrante, porquanto sua pretensão
recai justamente sobre o crédito acumulado entre janeiro/84 e outubro/88.
4 - Recurso conhecido; mas improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.7971-9, Relator(a):


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 23.03.2004, pg. 10)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.259-268, 2004 263
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
•Diferencial de Alíquota

Ementa: ICMS - OPERAÇÕES INTERESTADUAIS - DIFERENCIAL DE


ALÍQUOTAS - EMPRESA DE CONSTRUÇÃO CIVIL - NÃO INCIDÊNCIA
- RETENÇÃO - MERCADORIAS - CONTRIBUINTE REGULAR -
IMPOSSIBILIDADE – SEGURANÇA CONCEDIDA.
I -As empresas de construção civil não são contribuintes do ICMS, salvo
nas situações que produzam bens e com eles pratiquem atos de mercância
diferentes da sua real atividade, como a pura venda desses bens a terceiros;
nunca quando adquirem mercadorias e as utilizam como insumos em suas
obras
II - Há de se qualificar a construção civil como atividade de pertinência
exclusiva a serviços, pelo que as pessoas que promoverem a sua execução
sujeitar-se-ão exclusivamente à incidência de ISS, em razão de que
quaisquer bens necessários a essa atividade não devem ser tipificados
como mercadorias sujeitas a tributo estadual.
III - Precedentes das Egrégias 1ª Seção, 1° e 2 Turmas do Superior Tribunal
de Justiça e 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal.
IV - Tratando-se de contribuinte regular, à administração não é dado
condicionar a liberação de mercadorias apreendidas ao prévio pagamento
do imposto devido, bem como das multas aplicadas aos responsáveis, eis
que a Fazenda Pública dispõe de medidas judiciais próprias à cobrança
daquelas sanções pecuniárias. Orientação Sumulada pelo Supremo
Tribunal Federal.
V- Segurança concedida.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0000.1723-7, Relator:


Desa. Gizela Nunes da Costa, DJ. 15.01.2004, pg. 8)

•Não-Cumulatividade

Ementa: CONSTITUCIONAL MANDADO DE SEGURANÇA VISANDO


DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE INCIDENTER
TANTUM DOS ARTS. 20 e 33, DA LEI COMPLEMENTAR nº 87/96, COM
A REDAÇÃO DADA PELA LEI COMPLEMENTAR Nº 102/2000; ART. 49,
§ 2º E SEUS INCISOS; § 3º E SEUS INCISOS; § 4º E SEUS INCISOS, DA LEI
ESTADUAL Nº 12.670/96, COM A REDAÇÃO DADA PELA LEI
ESTADUAL Nº 13.076/2000.
Preliminar suscitada pela autoridade impetrada, em face de três
constatações; a) ilegitimidade passiva ad causam da autoridade apontada
coatora; b) falta de interesse de agir das impetrantes; e c) ausência de prova
pré-constituída do direito líquido e certo. 1ª Preliminar I- Resume-se na

264 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.259-268, 2004
Tributário
alegação de ilegitimidade passiva ad causam do Secretário da Fazenda
Estadual, a pretexto de que não lhe compete arrecadar impostos nem impor
sanções, tampouco inscreve dívidas e nem as executa. Destaca-se nas
informações a importante constatação de que a autoridade impetrada,
apesar de se julgar carente da atribuição que se lhe imputa a inicial do
mandado de segurança, não explicita, contudo, a quem compete fazê-lo no
âmbito da estrutura organizacional da Secretaria da Fazenda, ficando,
assim, no plano da mera alegação, transferindo para o Judiciário a
incumbência de identificar, na complexa ordenação administrativa do
Estado, as microscópicas atribuições dos diversos escalões setoriais daquela
Pasta, o que é inadmissível. 2ª Preliminar II- Apostando ainda no
indeferimento da inicial do mandado de segurança, insiste o impetrado na
afirmação de que a mesma resiste a carência de ação, por falta de interesse
de agir, nos moldes do arts. 3º e 267, inciso VI do Código de Processo Civil,
por entender que se tratando mandado de segurança, a impetrante não
demonstrou qualquer ato concreto ou preparatório, de modo a ensejar
objetivamente o justo receio de lesão a direito líquido e certo de sua
pretensão no âmbito processual. Com efeito, o argumento esposado pela
autoridade impetrada é de total impertinência, porquanto não existe ofensa
às regras de constituição e desenvolvimento do processo sub oculis,
socorrendo em prol da impetrante o artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição
Federal, segundo o qual a lei não excluirá do Poder Judiciário lesão ou
ameaça a direito. 3ª Preliminar III- Nesta derradeira preliminar sustenta a
autoridade impetrada que a impetrante é carecedora desta ação
mandamental por falta de prova pré-constituída de direito líquido e certo,
porquanto não provou de plano que serviços de energia elétrica,
telecomunicações e transportes interestadual e intermunicipal são e foram
em algum tempo utilizados em benefício da comercialização de
mercadorias a que se dedica. Ora, não se venha aqui dizer que a impetrante
não se utiliza dos serviços de energia elétrica, transportes e
telecomunicações. Na hipótese, Mandado de Segurança em Matéria
Tributária, o crédito deverá ser demonstrado no momento da execução da
sentença, devendo a autoridade impetrada, ao cumprir a decisão judicial
exigir que o favorecido comprove a existência do crédito. Daí, extrair-se a
desnecessidade de prova específica do ato resistido, e se como não
bastasse, reconhecido pela própria autoridade impetrada, quando sustenta
a legalidade da conduta, ora sob refute. IV- Pela resistência demonstrada,
desacolho as preliminares suscitadas. V- Meritoriamente, me parece
absolutamente extravagante a sustentação da impetrante quando postula o
reconhecimento de crédito extemporâneo, dez (10) anos, sobre aquisições
destinadas ao ativo permanente e materiais de uso, consumo e insumos
sem as restrições que foram introduzidas pela Lei Complementar nº
102/2000, até porque as dívidas passivas da União, Estados e dos
Municípios, seja qual for a natureza prescrevem em 5 (cinco) anos,

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.259-268, 2004 265
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
contados da data do ato ou fato do qual se originaram, nos moldes do art.
1º do Decreto 20.910, de 06 de janeiro de 1932. Com efeito, a impetrante
garante que possui, em consonância com o princípio constitucional da não-
cumulatividade o direito de apropriar-se integralmente dos créditos
oriundos das aquisições de energia elétrica, de serviços de comunicação e
bens de consumo e destinados ao Ativo Permanente”, sem a interferência
da Lei Complementar nº 102/2000, que deu nova redação aos artigos 20 e
33, da também Lei Complementar nº 87/96. Deveras, ao revéis do que
alega a impetrante o princípio da não-cumulatividade consiste no direito
do contribuinte abater do imposto a pagar a aquele já pago quando da
aquisição da mercadoria por ocasião da sua comercialização, incidindo
apenas a diferença maior ou o valor acrescido pelo contribuinte. O art. 49 e
seus parágrafos 2º e 4º, da Lei 12.670/96, com a redação dada pela Lei
Estadual nº 13.076/2000, com muita justeza permite as industrias o credito
do ICMS, no que toca a energia elétrica, porque a mesma é consumida no
processo de industrialização e as mercadorias do ativo permanente, no caso
as máquinas e equipamentos a apropriação se dará gradativamente, mês a
mês, num período de até quatro anos.
VI- Quanto à inconstitucionalidade da Lei Complementar n.º 102/2000 e
por reflexo da Lei Estadual nº 13.076/2000, ao argumento de que as
mesmas malferem o princípio constitucional da isonomia, melhor sorte não
teve a impetrante. É que o princípio da isonomia ou da igualdade jurídica
expressa a igualdade de tratamento perante a lei, devendo o aplicador do
direito levar em consideração o pensamento de Aristóteles de que méritos
iguais devem ser tratados igualmente, mas situações desiguais devem ser
tratadas desigualmente. VI-WRIT DENEGADO. ACÓRDÃO UNÂNIME.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2002.0000.1483-1,


Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 26.01.2004, pg. 14)

•Pauta Fiscal

Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA - PRELIMINAR DE


ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM - DESACOLHIMENTO -
TRIBUTÁRIO - ICMS - SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA. -
CONSTITUCIONALIDADE - PAUTA FISCAL - VIOLAÇÃO AO
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE - CTN ART. 148.
(1) O Secretário da Fazenda Estadual, consoante orientação do STJ, tem
legitimidade passiva para responder ao mandado de segurança que versa
sobre a legalidade da pauta fiscal.

266 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.259-268, 2004
Tributário
(2) A constitucionalidade da substituição tributária já foi exaustivamente
pacificada perante os Tribunais superiores pátrios, descabendo discutir-se a
respeito.
(3) É inadmissível a fixação da base de cálculo do ICMS com apoio em
pautas de preços ou de valores (pautas fiscais), visto que além de constituir
afronta ao princípio da legalidade, só se lhe admite nos estritos casos
previstos no art. 148, do CTN. Segurança parcialmente concedida.

(TJCE, Tribunal Pleno, Mandado de Segurança n˚ 2000.0014.9115-7, Relator:


Des. José Arísio Lopes da Costa, DJ. 15.01.2004, pg. 8)

Imposto de Renda

Ementa: DIREITO PROCESSUAL CIVIL, CONSTITUCIONAL E


TRIBUTÁRIO. JULGAMENTO ULTRA PETITA. PRINCÍPIO DO
APROVEITAMENTO OU DA CONSERVAÇÃO. SENTENÇA NULA
APENAS NO QUE EXCEDE AO PEDIDO INICIAL PRINCÍPIO DA
LEGALIDADE (CF ART. 150, INC. 1). CRIAÇÃO DE EXAÇÃO
(ADICIONAL SOBRE IMPOSTO DE RENDA) SEM LEI
COMPLEMENTAR FEDERAL A DEFINIR TAL TRIBUTO. APLICAÇÃO
DO INCISO III, ALÍNEA “A” DO Art. 146 DA CARTA FEDERAL
INCONSTITUCIONALIDADE DO IMPOSTO ADICIONAL ESTADUAL
SOBRE RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA.
I. Deferimento de compensação tributária não requerida; II. Julgamento
ultra petita; III. Nulidade parcial da sentença; IV. Aplicação do inciso III,
alínea ‘a´ do art. 146 da Carta Federal, V. Para a criação da exação
pretendida pe Fazenda Pública Estadual deve haver lei complementar
federal anterior que defina o tributo bem como suas espécies; VI.
Inconstitucionalidade da Lei n° 11525 de 30.12.1988, do Estado do Ceará, já
declarada na ADI n 623 - STF - Rel. Min. Sidney Sanches; VII. Recurso
conhecido e parcialmente provido.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.2595-8, Relator: Des.


José Cláudio Nogueira Carneiro, DJ. 11.06.2004, pg. 46)

IPTU

Ementa: Apelação Cível. Mandado de segurança. Direito Constitucional e


Tributário. IPTU. Imóvel cadastrado no INCRA. Recolhimento do imposto
devido ao “ITR”. Inexistência dos requisitos exigidos pelo Art. 32, S 1° do

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.259-268, 2004 267
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
CTN, para configuração do imóvel como urbano. Inincidência do tributo
municipal.
I - Para configuração de imóvel como urbano, sujeitando o proprietário ou
possuidor ao recolhimento do IPTU é imprescindível, além da
regulamentação pertinente por parte da municipalidade, o atendimento às
exigências a que alude o art. 32, S 1º, do Código Tributário Nacional.
II – Violação patente do direito líquido e certo do contribuinte, uma vez
verificada a antijuridicidade da exação tributária impugnada na ordem
mandamental, ensejando oportunidade a que, o órgão judicial,
regularmente provocado a tempo e modo, conceda o writ, a teor do
disposto no art. 5°, inciso LXIX, da CF/88, c/c o art. 1°, da Lei n° 1.533/51.
III - Remessa obrigatória e insurreição voluntária, conhecidas e improvidas.
Decisão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0143.4982-6/1, Relator(a):


Des. José Maria de Melo, DJ. 01.04.2004, pg. 13)

•Progressividade

Ementa: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IPTU. PROGRESSIVIDADE.


TAXA DE LIMPEZA PÚBLICA. INCONSTITUCIONALIDADE.
INAPLICABILIDADE DA EC 29/2000.
1. O IPTU, tributo de natureza real, incidente sobre a propriedade, o
domínio útil ou a posse de imóvel localizado na zona urbana do Município
(CTN, art. 32), não pode variar de acordo com a presumível capacidade
contributiva do sujeito passivo, conforme pretendeu, in casu o Município
de Fortaleza com amparo no disposto nos arts. 6° e 7°, da Consolidação das
Leis Tributárias do Município de Fortaleza.
2. A Taxa de Limpeza Pública, nos moldes das Leis Municipais 6.806/91 e
6.792/90, é inconstitucional, pois toma por base de cálculo os mesmos
elementos utilizados para o IPTU, alem de referir-se a serviços não
específicos indivisíveis, sem possibilidade de individualização dos
respectivos usuários. Inaplicabilidade da EC 29/2000, in specie.
Precedentes do STF.
3. Remessa e apelação improvidas.

(TJCE, 1ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.1830-7, Relator: Des.


José Arísio Lopes da Costa, DJ. 10.03.2004, pg. 17)

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL - MANDADO DE SEGURANÇA -


COMPETÊNCIA DO ÓRGÃO FRACIONÁRIO – PROGRESSIVIDADE

268 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.259-268, 2004
Tributário
SIMPLES DO IPTU - INCONSTITUCIONALIDADE POR MÁCULA AO
ART. 182, § 2° e 4° DA CF/88 - TAXA DE LIMPEZA PÚBLICA - BASE DE
CÁLCULO PRÓPRIA DO IPTU - INCONSTITUCIONALIDADE POR
MALFERIMENTO AO ART. 145, §2° DA CF/88 – APELAÇÃO
CONHECIDA E PROVIDA:
I - A despeito do que dispõe o art. 97 da Carta Magna de 1988, pode o
órgão fracionário do Tribunal reconhecer incidentalmente a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo sobre a qual já existe
pronunciamento do próprio Tribunal ou do Supremo Tribunal Federal.
II - É inconstitucional qualquer progressividade, em se tratando de IPTU,
que não atenda exclusivamente ao disposto no artigo 156, §1° da CF/88,
aplicado com as limitações expressamente constantes dos § 2° e 4° do artigo
182 da CF/88 (IPTU progressivo no tempo).
III - Assim, é inconstitucional a cobrança, pela municipalidade, do IPTU do
ano de 1995, que estabeleceu a progressividade do imposto em função do
valor e da localização do imóvel, circunstâncias ligadas a capacidade
contributiva e não à função social.
IV - Malfere o art. 145, §2° da Carta Magna de 1988, a cobrança de taxa de
limpeza pública que tem base de cálculo própria do IPTU.
V - Apelação conhecida e provida.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0012.8856-4, Relator(a):


Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 04.02.2004, pg. 5)

ISS

Ementa: APELAÇÃO CÍVEL E REMESSA OBRIGATÓRIA - EMBARGOS


À EXECUÇÃO FISCAL – DOCUMENTOS COLACIONADOS A
DESTEMPO - POSSIBILIDADE, POR NÃO SEREM INDISPENSÁVEIS -
COBRANÇA DE IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS (ISS) COM BASE NA
REALIZAÇÃO DE CONSTRUÇÃO HIDRÁULICA - INOCORRÊNCIA DE
TAIS ATIVIDADES - APELO E REMESSA CONHECIDOS E
IMPROVIDOS:
I - Somente os documentos tidos como indispensáveis - substanciais
(exigidos por lei) ou fundamentais (que constituem o fundamento da causa
de pedir)-, porque pressupostos da ação, é que devem acompanhar a inicial
e a defesa. Os demais podem ser oferecidos em outras fases e até mesmo na
via recursal, desde que ouvida a parte contrária e inexistentes o espírito de
ocultação premeditada e a propositura de surpreender o juízo. Precedente
do Superior Tribunal de Justiça.
II - Constatando-se que a Empresa Apelada não realizou qualquer serviço
definido pelo art. 52, inciso I do Decreto Municipal n° 6.105/82 (Código de

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.259-268, 2004 269
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Legislação Tributária Municipal), como de “execução de obras
hidráulicas”, não merece prosperar a certidão da dívida ativa fundada em
auto de infração lavrado pelo não recolhimento do ISS referente a tais
atividades.
III - Apelação e remessa conhecidos e improvidos.

(TJCE, 3ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2000.0013.4306-9, Relator(a):


Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão, DJ. 29.01.2004, pg. 43)

Taxa de Iluminação Pública

Ementa: TRIBUTÁRIO. TAXA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. SERVIÇO


GERAL E INDIVISÍVEL. INVALIDADE.
- Não é válida a cobrança de taxa de iluminação pública por se tratar de
serviço público geral e indivisível.
- Precedentes dos Tribunais Superiores.
- Remessa oficial e apelação improvidas.

(TJCE, 2ª Câmara Cível, Apelação Cível n˚ 2002.0009.8003-7, Relator(a):


Des. Ademar Mendes Bezerra, DJ. 24.05.2004, pg. 16)

270 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.259-268, 2004
Penal e Processo Penal

PENAL E PROCESSO PENAL

Ação Penal

Ementa: PROCESSUAL PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO


PENAL PÚBLICA. CAPITULAÇÃO INICIAL DO FATO CRIMINOSO.
ATRIBUIÇÃO EXCLUSIVA DO MINISTÉRIO PÚBLICO. SUSCITAÇÃO
DA CONTROVÉRSIA PELO JUIZ. IMPERTINÊNCIA. CONFLITO NÃO
CONHECIDO.
I. Sendo a iniciativa da ação penal pública reservada, em caráter privativo,
ao órgão ministerial, a capitulação inicial do fato criminoso cabe,
exclusivamente, ao titular da demanda, não podendo o juiz, ao receber a
denúncia, alterar a classificação jurídica do delito ou deixar de receber a
peça delatória por considerar tratar-se de ilícito diverso daquele
discriminado na opinio delicti.
II. Sob o mesmo fundamento, não pode o magistrado proceder à
classificação do crime para suscitar conflito de competência, porquanto,
qualquer que seja a solução da quizila, restará esvaziada a independência
funcional do Ministério Público, o qual, por via oblíqua, será compelido a
oferecer denúncia perante o juízo declarado competente pela Corte de
Justiça, ainda que diverso o entendimento daquele quanto à capitulação
delitiva, o que configuraria verdadeiro absurdo.
III. Conflito não conhecido, determinando-se a remessa dos autos à
Procuradoria Geral de Justiça, para exame do conflito de atribuições
instaurado.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Conflito Negativo de Competência n˚


2002.0002.4598-1, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ.
17.02.2004, pg. 28)

Atentado Violento ao Pudor

Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL Sentença mantida pelos seus


próprios fundamentos. Crime de atentado violento ao pudor. Declarações
da vítima trazendo minúcias das ocorrências dos fatos narrados na
denúncia. Imputação com autoria certa e materialidade. Violência
presumida que se apresenta pela idade da vítima. Apelo conhecido.
Negado provimento. Decisão unânime.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 271
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0173.5591-6/1,
Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 19)

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL 1) CRIME DE ATENTADO VIOLENTO


AO PUDOR CONSUMAÇÃO - PALAVRA DA VÍTIMA CREDIBILIDADE
PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS 2) INVASÃO DE DOMICÍLIO
ENTRADA CLANDESTINA DO ACUSADO NA CASA DA VÍTIMA COM
O INTUITO DE PRATICAR SEXO COM A MESMA - IMPOSSIBILIDADE
DE SE CONDENAR PELA PRÁTICA DESTE ATO, QUANDO SE
PERCEBE QUE FOI O MEIO USADO PELO RÉU PARA CONSECUÇÃO
DO OUTRO APLICAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO - 3) PENA
QUE DEVE PREVALECER 01 (UM) ANO E 02 (DOIS) MESES DE
DETENÇÃO MÍNIMA DO ART. 216, COM A AGRAVANTE DO ART 61,
II, “F”, DO CÓDIGO PENAL. 4) PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO
PUNITIVA.- INCIDÊNCIA. EXTINGUE-SE A PUNIBILIDADE.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0013.5204-1, Relator(a):


Desa. Huguette Braquehais, DJ. 03.05.2004, pg. 33)

Ementa: APELAÇÃO CRIME ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR


DESCLASSIFICAÇÃO PARA A CONTRAVENÇÃO PENAL DE
IMPORTUNAÇÃO OFENSIVA AO PUDOR ADMISSIBILIDADE
CARÍCIAS NAS PARTES INTIMAS DA VÍTIMA EM CIRCUNSTÂNCIAS
FUGAZES E MOMENTÂNEAS INTELIGÊNCIA DO ART. 61 DO DEC.
LEI 3688/41 (DES. CANGUÇU DE ALMEIDA) PRELIMINARES
REJEITADAS APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2003.0007.3056-0, Relator(a):


Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 05.02.2004, pg. 21)

Concurso Material de Crimes

•Competência

Ementa: PROCESSUAL PENAL. CONFLITO NEGATIVO DE


COMPETÊNCIA. CONCURSO MATERIAL DE CRIMES. SOMATÓRIO
DAS PENAS COMINADAS. EXTRAPOLAÇÃO. COMPETÊNCIA. JUÍZO
COMUM.

272 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
I Para se definir a competência dos Juizados Especiais, nestes casos, deve-se
somar as penas máximas abstratas aos delitos, ocasião em que a soma final
não deve exceder aos dois anos, ainda que individualmente cada um possa
ser conceituado de menor potencial ofensivo.
II Ultrapassado o limite de 02 anos, estabelece-se a competência da Vara
Comum da comarca.
III Conflito conhecido, para firmar a competência do juízo suscitado.
IV Unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Conflito Negativo de Competência n˚


2002.0000.6718-8, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ.
17.02.2004, pg. 28)

Crimes Ambientais

Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA CRIME


AMBIENTAL COMPETÊNCIA DE FORO DETERMINADO PELO LUGAR
DA INFRAÇÃO - PREVALÊNCIA DA LEI PROCESSUAL
ENTENDIMENTO CONSAGRADO NO ENUNCIADO SUMULAR N° 206
DO STJ. I TRATA-SE CLARAMENTE DE COMPETÊNCIA DE FORO,
DEVENDO PREVALECER A DISPOSIÇÃO DA LEI PROCESSUAL OU
FEDERAL ESPECÍFICA, NO CASO, OS ARTIGOS 69, I E 70 DO CÓDIGO
DE PROCESSO PENAL. II TOMA-SE CONHECIMENTO, PARA
DECLARAR COMPETENTE O JUÍZO SUSCITANTE.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Conflito Negativo de Competência n˚


2000.0176.6760-8/1, Relator: Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ.
12.03.2004, pg. 18)

Crimes de Trânsito

Ementa: PENAL PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME ACIDENTE


DE TRÂNSITO ART. 302 DO CNT. ATROPELAMENTO FATAL
QUANDO O VEÍCULO ENCETAVA MARCHA-À-RÉ VÍTIMA DE IDADE
PROVECTA COMPENSAÇÃO DE CULPAS FIGURA REJEITADA
PRINCÍPIO NÃO ADOTADO PELO NOSSO ORDENAMENTO PENAL
DECISÃO MANTIDA.
1. A vítima, ao ver o carro passar, não havia mais que se preocupar, o
motorista por sua vez, encetou a marcha-a-ré, inclusive com velocidade,
sem as devidas cautelas, vindo a atropelar a inditosa senhora, não havendo

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 273
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
que falar em culpa concorrente, porquanto o nosso sistema penal não
admite o princípio da compensação de culpas.
2. Apelo improvido. Decisão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0173.1346-6/1,


Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 17.05.2004, pg. 16)

Ementa: PROCESSUAL PENAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA.


ABSORÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES MINISTERIAIS PELOS JUÍZOS
ENVOLVIDOS NA QUIZILA. CONTROVÉRSIA CONFIGURADA.
LESÃO CORPORAL CULPOSA DE TRÂNSITO. CAUSA DE AUMENTO
DE PENA. JUIZADOS ESPECIAIS. INCOMPETÊNCIA.
I. Sendo a capitulação delitiva ponto pacífico entre os promotores de justiça
atuantes nos juízos suscitante e suscitado, tem-se por caracterizado conflito
de competência quando as manifestações ministeriais são encampadas
pelos magistrados envolvidos na controvérsia.
II. Após o advento da Lei n° 10.259/2001, a adoção de critério unitário para
definição de delito de menor potencial ofensivo impõe seja assim
considerada a conduta criminosa, cuja sanção máxima em abstrato não
supere o quantum de 2 (dois) anos, incidindo, na espécie, as causas de
aumento e de diminuição de pena.
III. Sendo o crime de lesão corporal culposa de trânsito (art. 303 da Lei n°
9.503/1997) apenado com reprimenda máxima correspondente a 2 (dois)
anos de detenção, a configuração da majorante prevista no parágrafo único
daquele dispositivo, combinado com o art. 302, parágrafo único, I, do
mesmo diploma legal, afasta a competência dos Juizados Especiais para
processo e julgamento do feito.
IV. Conflito dirimido, para declarar a 1ª Vara de Delitos de Trânsito de
Fortaleza - CE como órgão competente para processar e julgar o fato
criminoso sub judice.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Conflito Negativo de Competência n˚


2003.0002.5275-7, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ.
17.02.2004, pg. 28)

Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. ACIDENTE DE TRÂNSITO.


IMPRUDÊNCIA. CARACTERIZAÇÃO. PROVAS. CONDENAÇÃO.
SUFICIÊNCIA. RETRATAÇÃO JUDICIAL. IRRELEVÂNCIA. MEIOS DE
PROVAS CONVERGENTES NO SENTIDO DA CULPABILIDADE DO
RÉU. DECISÃO MANTIDA.
I Age com imprudência a pessoa que confia a outra direção de veículo
automotor sem a devida habilitação ou permissão para dirigir.

274 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
II Há nos autos elementos de convicção bastante para autorizar decreto
condenatório em relação aos réus, notadamente ao apelante.
III Retratação judicial não deve ser considerada para elidir à acusação,
máxime quando desacompanhada de outros elementos de prova que
certifique a nova versão.
IV Acervo probatório capaz de ensejar uma condenação.
V Unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0016.1023-7, Relator(a):


Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 19)

Ementa: PENAL. ACIDENTE DE TRÂNSITO. HOMICÍDIO CULPOSO.


OMISSÃO DE SOCORRO. DESCONSIDERAÇÃO. IMPERTINÊNCIA.
SUSPENSÃO DA HABILITAÇÃO PARA DIRIGIR VEÍCULO
AUTOMOTOR. REPRIMENDA CUMULATIVA E NÃO ALTERNATIVA.
APLICAÇÃO QUE SE IMPÕE.
I. A fuga do local do acidente de trânsito com fundamento no simples
temor de represália por parte de populares, sem a demonstração de
concreto risco pessoal ao acusado, não autoriza a desconsideração da
agravante de omissão de socorro prevista no art. 302, parágrafo único, III,
da Lei nº 9.503/1997.
II. No tipo penal descrito no art. 302 do Código de Trânsito, a suspensão da
habilitação para dirigir veículo automotor constitui reprimenda cumulativa
e não alternativa, sendo, destarte, inviável deixar de aplicá-la tão-somente
porque o réu exerce profissionalmente a função de motorista, retirando
desta função o seu sustento.
III. Apelação improvida.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.9697-8, Relator(a):


Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 05.05.2004, pg. 32)

Denúncia

Ementa: - NÃO É CERTO ADITAR-SE A DENÚNCIA PARA ASSOCIAR


NOVA INCRIMINAÇÃO ÀQUELAS PELAS QUAIS CORRE A
PERSECUTIO CRIMINIS. DEVE-SE TER EM MENTE, NO CASO, A
INCISIVA ADVERTÊNCIA DE JOSÉ FREDERICO MARQUES PARA
QUEM O ADITAMENTO É PARA SER DIRECIONADO À MUDANÇA
DA IMPUTAÇÃO “E, DE MANEIRA ALGUMA, À POSSIBILIDADE DE
SE ACRESCER OUTRO FATO DELITUOSO, COMO NOVA ACUSAÇÃO,
AO QUE CONSTITUIU OBJETO DA DENÚNCIA”. VICIADA A

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 275
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
EMENDA DA DELATÓRIA, É DE SE RECONHECER A
ARBITRARIEDADE, PARA O FIM DE LANÇAR FORA DA AÇÃO
PENAL A ARGÜIÇÃO DERIVADA DO ADITAMENTO, JULGANDO-SE
OS RÉUS APENAS PELAS QUE FORAM PRIMITIVAMENTE
ARTICULADAS NO LIBELO INICIAL. RESSALVA-SE, TODAVIA, A
FACULDADE-DEVER DA PROMOTORIA DE OFERECER OUTRA
DENÚNCIA PARA QUE SE INSTAURE CONTRA ELES AÇÃO PENAL
PELA CONDUTA DELITUOSA DESTACADA NA FORMULAÇÃO
ÍRRITA. - VALIDADE DO PROCESSO PRONUNCIADA, DESDE QUE O
MALJEITOSO ADITAMENTO NÃO PREJUDICOU O EXERCÍCIO DA
AMPLA DEFESA PELOS RÉUS, NEM A REGULARIDADE DO
CONTRADITÓRIO, MANTIDA, DE PARELHA, A PRISÃO
PREVENTIVA, QUE, SENDO ANTERIOR AO SOBREDITO ATO
MINISTERIAL, NÃO GUARDA NA SUA MOTIVAÇÃO, ALIÁS NÃO
IMPUGNADA, LIGAÇÃO ALGUMA COM A REPROCHADA
EXTRAPOLAÇÃO ACUSATÓRIA. - IMPETRAÇÃO CONHECIDA.
ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA. - DECISÃO UNÂNIME.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0014.1198-0, Relator:


Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 18.05.2004, pg. 26)

Ementa: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS


CORPUS. TRANCAMENTO DA AÇÃO. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA
PENAL. CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO.
I. Considerando que a ação penal traz graves conseqüências para o
acusado, chegando, em última análise, a atingir-lhe o status libertatis, a
postulação incriminatória somente será admitida quando apresentada com
observância aos requisitos formais do art. 41 do C.P.P., principalmente no
que tange à narração pormenorizada do ilícito, e corroborada pela
existência de dados indiciários mínimos que dêem conta da plausibilidade
da delação formulada, sob pena de malferimento às garantias
constitucionais da ampla defesa e do contraditório (art. 5º, LV), gerando
constrangimento ilegal por ausência de justa causa.
II. Ordem concedida.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0011.6830-0, Relator:


Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 19.04.2004, pg. 40)

Ementa: - HABEAS CORPUS. - A PROGRESSÃO DE UM REGIME


PRISIONAL PARA OUTRO MAIS BRANDO PRESSUPÕE A
AVALIAÇÃO DE PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS E OBJETIVOS.

276 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
EXTRAPOLA, POR ISSO, AS FRONTEIRAS COGNITIVAS DO REMÉDIO
HERÓICO, CUJO RITO SUMARÍSSIMO NÃO CONDIZ COM
PRODUÇÃO DE PROVAS. - ERRO MATERIAL, CONSTANTE DA
DENÚNCIA, REFERENTE AO NOME DO CITANDO NÃO ACARRETA
A INÉPCIA DA PEÇA MINISTERIAL, NEM REPERCUTE NA VALIDADE
DO PROCESSO, NOTADAMENTE SE A FORMULAÇÃO ACUSATÓRIA
NOMINA E QUALIFICA, NA SUA ABERTURA, O SUJEITO PASSIVO DA
AÇÃO PENAL, DANDO ENSEJO A QUE SE OPERE, COMO NO CASO
SE OPEROU, O VÁLIDO CHAMAMENTO DO DENUNCIADO PARA
DEFENDER-SE DA IMPUTAÇÃO IRROGADA. NÃO SE IGNORA,
OUTROSSIM, QUE EVENTUAL VÍCIO DA DENÚNCIA DEVE SER
SUSCITADO ATÉ O JULGAMENTO, E NÃO DEPOIS DA SENTENÇA
CONDENATÓRIA, PELO QUE SE DESCOBRE PRECLUSA A
ALEGAÇÃO TARDIA DE MATÉRIA QUE TAL. - O AUTOR DE CRIME
HEDIONDO QUE RESPONDEU PRESO AO PROCESSO NÃO FAZ JUS À
LIBERDADE ENQUANTO AGUARDA O RESULTADO DO APELO
INTERPOSTO, SALVO SE RECONHECIDA, EXPRESSAMENTE, NA
SENTENÇA, SUA PRIMARIEDADE E BONS ANTECEDENTES, O QUE
NÃO SUCEDEU IN SPECIE. - IMPETRAÇÃO CONHECIDA, PORÉM
DENEGADA, ANTE A INOCORRÊNCIA DE ARBITRARIEDADE
JUDICIÁRIA CONSUMADA CONTRA O PACIENTE. - UNANIMIDADE.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0002.4281-6, Relator(a):


Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 30.04.2004, pg. 42)

Ementa: RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO - DESPACHO


JUDICIAL QUE REJEITA DENÚNCIA EM RELAÇÃO A UM DOS
ACUSADOS - INADEQUAÇÃO DA VIA RECURSAL ELEITA -
DIFERENÇA ENTRE OS EFEITOS DO NÃO RECEBIMENTO E DA
REJEIÇÃO DA PEÇA DELATÓRIA POSSIBILIDADE DE SE ADMITIR O
RECURSO COMO SENDO DE APELAÇÃO - APLICAÇÃO DO
PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE (ART. 579, CPP) PRESENÇA DOS
ELEMENTOS EXIGIDOS POR LEI PARA DEFLAGRAÇÃO DA AÇÃO
PENAL EM RELAÇÃO AO RECORRIDO - RECURSO QUE SE CONHECE
E A QUE SE DÁ PROVIMENTO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2002.0004.8648-2,


Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 27.04.2004, pg. 24)

Ementa: HABEAS CORPUS. INÉPCIA DA DENÚNCIA E FALTA DE


FUNDAMENTAÇÃO PARA O RECEBIMENTO DESTA. ARGUMENTOS

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 277
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
NÃO VISLUMBRADOS NOS AUTOS. O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA
NÃO TEM CARGA DECISÓRIA E PORTANTO, NÃO HÁ A
NECESSIDADE DE O DESPACHO SER FUNDAMENTADO.
INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. ORDEM
DENEGADA.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0012.0452-7, Relator:


Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 19.04.2004, pg. 37)

Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. REITERAÇÃO DE


PEDIDOS. AUSÊNCIA DE NOVOS FUNDAMENTOS. NÃO
CONHECIMENTO. COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR.
NULIDADE RELATIVA. PRECLUSÃO TEMPORAL. DEFINIÇÃO
JURÍDICA DA DENÚNCIA. MODIFICAÇÃO. INCIDÊNCIA DA
EMENDATIO E MUTATIO LIBELLI. CONSTRANGIMENTO ILEGAL
NÃO CARACTERIZADO.
I. A apresentação de habeas corpus visando ao trancamento da ação penal,
cujo objeto e fundamentos são parcialmente idênticos ao de writ
anteriormente ajuizado, consiste em mera reiteração de pedido já apreciado
perante esta Corte de Justiça, motivo pelo qual os argumentos coincidentes
não merecem ser conhecidos.
II. A competência ratione loci é relativa, devendo a parte questioná-la, nos
processos comuns, no prazo de defesa-prévia, sob pena de preclusão.
Assim não o fazendo, opera-se a figura da prorrogação de competência,
inexistindo, pois, nulidade a ser discutida em sede de habeas corpus
posterior ao momento processual do art. 108 do Código de Processo Penal.
III. Não é dado ao julgador proceder à modificação precoce da figura penal
apontada pelo agente ministerial na denúncia, o que somente é possível
por ocasião do momento processual apontado nos arts. 383 e 384 do C.P.P.,
os quais dizem respeito, respectivamente, à emendatio libelli e à mutatio
libelli.
IV. Ordem não conhecida quanto à ausência de justa causa penal, mas
denegada no que tange à incompetência do juízo, bem como à classificação
jurídica da conduta.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0013.8351-0, Relator(a):


Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 25.03.2004, pg. 19)

Direito de Apelar em Liberdade

278 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS CRIME
NÃO TEM BONS ANTECEDENTES O ACUSADO QUE RESPONDE A
INQUÉRITOS POLICIAIS E JÁ SOFREU CONDENAÇÃO CRIMINAL,
EMBORA DECLARADA EXTINTA A PUNIBILIDADE A PRETENSÃO
DO PACIENTE ENCONTRA ÓBICE NO ART. 594 DO CPP. HABEAS
CORPUS INDEFERIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2004.0000.5360-4, Relator:


Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 16.04.2004, pg. 15)

Ementa: CONSTITUCIONAL PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS


RÉU QUE PERMANECEU PRESO EM FLAGRANTE ATÉ FINAL
JULGAMENTO DIREITO DE APELAR EM LIBERDADE
IMPOSSIBILIDADE EM FACE DAS CONDIÇÕES SUBJETIVAS E,
AINDA, DA SÚMULA N.º 9 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
1. Claudicou o impetrante na medida em que afirmou em seu arrazoado
que o paciente é primário e de bons antecedentes, quando a sentença, ao
avaliar com acuidade as diretrizes do art. 59 do Código Penal, majorou a
pena imposta ao paciente por ser o mesmo reincidente, ex vi do art. 61,
inciso I, do Código Penal.
2. O provimento condenatório que negou o direito do paciente apelar em
liberdade foi motivado na garantia de ordem pública, em face da extrema
periculosidade evidenciada no crime, indicando os autos, ademais, o
envolvimento do paciente em outros delitos de igual conduta, além do que
dispõe a Súmula n.º 9 do Superior Tribunal de Justiça, segundo a qual a
exigência da prisão provisória para apelar não ofende a garantia
constitucional da presunção de inocência.
3. Ordem denegada. Acórdão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2004.0000.8947-1, Relator(a):


Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 15.04.2004, pg. 53)

Desaforamento

Ementa: PROCESSUAL PENAL. PEDIDO DE DESAFORAMENTO.


ALEGATIVA DE IMPARCIALIDADE. IMPROCEDÊNCIA. O
desaforamento constitui-se em exceção ao princípio de que o réu deve ser
julgado no distrito da culpa, só sendo deferido em caráter excepcional.
Não há provas quanto a imparcialidade do júri não bastando a demonstrá-
la opiniões desfavoráveis manifestadas na imprensa local. RECURSO
IMPROVIDO.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 279
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

(TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Processado de Desaforamento n˚


2000.0014.7463-5, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 22.06.2004,
pg. 15)

Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. PROCESSADO DE


DESAFORAMENTO. CRIME DE COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO
JÚRI. REQUERIMENTO MINISTERIAL. DÚVIDA SOBRE A
IMPARCIALIDADE DOS JURADOS. FUNDADAS INFORMAÇÕES COM
PROVA TESTEMUNHAL IDÔNEA ACERCA DO APADRINHAMENTO
POLÍTICO DOS DOIS ACUSADOS. Artigos 121, § 2º, incisos II e IV, c/c o
29, do Código Penal Brasileiro. Artigo 424, do Código de Processo Penal.
“Para se caracterizar a dúvida sobre a imparcialidade do Júri não se exige a
certeza, basta a previsão de indícios capazes de produzir receio fundado da
mesma” (RT 603/436). Desaforamento deferido, designando-se a Comarca
de Fortaleza para realização do julgamento pelo Júri. Unânime.

(TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Processado de Desaforamento n˚


2002.0003.0501-1, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ.
24.05.2004, pg. 21)

Ementa: DESAFORAMENTO. DÚVIDA ACERCA DA PARCIALIDADE


DOS JURADOS, TENDO EM VISTA INVESTIDA DA FAMÍLIA DOS
RÉUS PARA PROFERIREM JULGAMENTO FAVORÁVEL AOS MESMOS.
NESTE CASO, MESMO QUE ESTA INVESTIDA SEJA MERA SUPOSIÇÃO
É DESACONSELHÁVEL O JULGAMENTO PERANTE O TRIBUNAL
POPULAR DO JÚRI NA COMARCA ONDE ESTÁ HAVENDO TAL
FATO. PEDIDO DEFERIDO.

(TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Processado de Desaforamento n˚


2000.0162.4127-5/1, Relator(a): Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ.
13.04.2004, pg. 24)

Ementa: PROCESSUAL PENAL. DESAFORAMENTO. HIPÓTESES DO


ART. 424 DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. INOCORRÊNCIA.
PEDIDO INDEFERIDO.
I. Não demonstrado o comprometimento da imparcialidade dos jurados ou
o risco à segurança pessoal do acusado, bem como a afetação da ordem
pública na comarca processante do feito, é de se negar o desaforamento

280 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
postulado, porquanto inadmissível seu embasamento em meras
conjecturas.
II. Pedido indeferido.

(TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Processado de Desaforamento n˚


2002.0007.4185-7, Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ.
04.03.2004, pg. 26)

Entorpecentes

Ementa: CRIME DE TRÁFICO DE SUBSTÂNCIAS ENTORPECENTES


INFRINGÊNCIA AO ARTIGO 12 DA LEI N. 6.368/76 - MATERIALIDADE
E AUTORIA DEMONSTRADAS PROVA ORAL CONSTITUÍDA DE
DEPOIMENTOS DE POLICIAIS - CREDIBILIDADE DE SEUS
TESTEMUNHOS NENHUM INDÍCIO DE QUE ESTIVESSEM
COMPROMETIDOS COM O CASO - ACEITAÇÃO DA PROVA,
SOBRETUDO, PELA NECESSIDADE DE SE PROTEGER A SOCIEDADE
CONTRA A AÇÃO DE INDIVÍDUOS DOTADOS DE PERICULOSIDADE
PENA IMPOSTA ACIMA DO MÍNIMO LEGAL RÉU PRIMÁRIO E DE
BONS ANTECEDENTES CARÁTER RESSOCIALIZADOR DA SANÇÃO
PENAL REDUÇÃO PARA O MÍNIMO LEGAL - RECURSO PROVIDO
PARCIALMENTE.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2001.0000.4218-7, Relator(a):


Desa. Huguette Braquehais, DJ. 03.05.2004, pg. 33)

Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE


ENTORPECENTES. RITO DA LEI Nº 10.409/2002. INOBSERVÂNCIA.
NULIDADE RELATIVA. PREJUÍZO NÃO DEMONSTRADO.
I. A inobservância ao rito da Lei nº 10.409/2002 caracteriza nulidade de
ordem relativa, motivo pelo qual o seu reconhecimento depende de
argüição em momento processual oportuno, no qual a parte interessada
deverá demonstrar a ocorrência de prejuízo ao contraditório e à ampla
defesa (art. 563 do C.P.P.), ou à correção da decisão judicial (art. 566 do
C.P.P.). Considerando que o antigo procedimento é mais dilatado, trazendo
oportunidades mais amplas à audiência bilateral, além de não ter a defesa
aduzido o vício na fase procedimental adequada, não há falar em
reconhecimento da nulidade suscitada na exordial do presente writ.
II. Ordem denegada.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 281
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0010.6897-6, Relator:


Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 19.04.2004, pg. 39)

Ementa: APELAÇÃO CRIME – PENAL - PROCESSUAL PENAL.


TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES E SUBSTÂNCIAS AFINS.
CARACTERIZAÇÃO. TRAZER CONSIGO E VENDA. ACERVO
PROBATÓRIO APTO A ENSEJAR UMA CONDENAÇÃO. DECISÃO
MANTIDA.
I - A citada norma penal incriminadora (art.12 da Lei nº.6.368/76) narra
crime de ação múltipla, encontrando-se na sua tipologia várias condutas
infracionais, entre elas o procedimento da apelante de trazer consigo e
vender substância entorpecente conhecida por “maconha” e da
especialidade farmacêutica Artane, configurando, induvidosamente o
crime.
II - O acervo probante dá conta de que a apelante vendeu tais drogas em
sua residência sem autorização legal ou regulamentar.
III -Apelo conhecido, mas improvido.
IV-Decisão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0002.5536-7, Relator(a):


Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 25.02.2004, pg. 66)

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS-


INFRINGÊNCIA AO ARTIGO 12 DA LEI 6.368/76 - MATERIALIDADE E
AUTORIA DEMONSTRADAS IRRELEVÂNCIA DA QUANTIDADE DE
DROGA ENCONTRADA EM PODER DO ACUSADO PARA
CARACTERIZAR A MERCANCIA - ÔNUS DA PROVA QUE COMPETE
À DEFESA QUANDO PLEITEIA DESCLASSIFICAÇÃO DO CRIME PARA
O DE USO DE SUBSTÂNCIAS ENTORPECENTES - PENA QUE DEVE
SER REDUZIDA ANTE A EXISTÊNCIA DE ATENUANTE NO CASO -
RECURSO CONHECIDO, PORÉM, PARCIALMENTE PROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.9874-1, Relator(a):


Desa. Huguette Braquehais, DJ. 03.05.2004, pg. 34)

Ementa: - APELAÇÃO CRIME. - TRÁFICO DE ENTORPECENTE. - A


APELANTE MANTINHA A GUARDA DE TRINTA E OITO PAPELOTES
DE MACONHA PRONTOS PARA A MERCÂNCIA. - A QUANTIDADE
APREENDIDA DESVENDA, SÓ POR SÓ, A PRÁTICA DO COMÉRCIO
ILÍCITO, A ARREDAR A ALEGAÇÃO DE QUE A “DIAMBA”
DESTINAVA-SE A USO PRÓPRIO. - CONDENAÇÃO BEM DECRETADA,

282 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
INCLUSIVE NO TOCANTE À QUANTIFICAÇÃO DA PENA. - RECURSO
CONHECIDO, PORÉM DESPROVIDO. - UNANIMIDADE. - REGIME
PRISIONAL MANTIDO. - MAIORIA.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.7754-0, Relator(a):


Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 24.03.2004, pg. 26)

Ementa: PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME TRÁFICO DE


DROGA CONDUTA IMPROVADA DESLIZAMENTO PARA USO
PRÓPRIO INTELIGÊNCIA DO ART. 16 DA LEI ANTITÓXICO.
I - O tráfico de entorpecente não pode ser imaginado, mas antes deve ficar
comprovadamente demonstrado, de modo a não apresentar-se frágil e
insegura a prova da mercancia. Deslizamento para uso próprio legitimado.
Nesse sentido são as decisões dos nossos Tribunais Pátrios, senão vejamos,
verbis:
“Tráfico. Desclassificação para posse. Admissibilidade. Dúvida em saber se
o réu é traficante ou usuário. Hipótese em que a solução deve ser “in dúbio
pro reo”. Para se reconhecer a existência de tráfico ou comércio de drogas é
mister prova absolutamente segura. Do contrário, em caso de dúvida em se
saber se o réu é traficante ou usuário deve subsistir a segunda hipótese,
como solução do in dúbio pro reo. Dessa forma, impõe-se a desclassificação
do crime para o art. 16 da Lei Antitóxicos”TJSP 2ª C, ap. 17083-3/9.
II - Recurso improvido. Acórdão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0001.3782-8, Relator(a):


Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 17)

Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. PRELIMINAR REJEITADA.


INTEMPESTIVIDADE. APELAÇÃO CRIME. TRÁFICO DE
ENTORPECENTES. CONDUTA DOS AGENTES TIPIFICADA NO ART.
12 DA LEI 6.368/76. AUTORIA DO FATO CRIMINOSO. CERTEZA.
ELEMENTOS DE CONVICÇÃO EXISTENTES NOS AUTOS.
IDONEIDADE DA PROVA. CONDENAÇÃO MANTIDA.
I Preliminar de nulidade. Não será declarada a nulidade de ato processual
que não houver influído na apuração da verdade substancial ou na decisão
da causa, art. 566 do CPP.
II Preliminar não conhecida.
III Mérito. Na ausência de provas convincentes em prol do apelante, não há
como ser acolhido o apelo a ponto de levar a uma absolvição ou mesmo de
desclassificar o crime, deslizando o delito típico do artigo 12 para o 16 da
Lei 6.368/76.
IV - Recurso improvido.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 283
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
V - Quanto ao outro agente, tendo em vista a ausência de um dos
pressupostos objetivos de admissibilidade do recurso, qual seja a
TEMPESTIVIDADE, não se conhece do recurso interposto.
VI Decisão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0000.6779-0, Relator(a):


Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 17)

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL - CRIME DE TRÁFICO DE


SUBSTÂNCIA ENTORPECENTE - INFRINGÊNCIA AO ARTIGO 12, DA
LEI N. 6.368/76.
1) ARGÜIÇÃO DE INTEMPESTIVIDADE DO RECURSO - RÉ QUE SE
ENCONTRA RECOLHIDA NO PRESÍDIO - NECESSIDADE DE
INTIMAÇÃO PESSOAL (ART. 392 DO C.P.P.) - PROVIDÊNCIA QUE
NÃO FOI ADOTADA IMPOSSIBILIDADE DE SE AFIRMAR QUE A
MANIFESTAÇÃO RECURSAL OCORREU A DESTEMPO;
2) FATO CUJA MATERIALIDADE SE ACHA COMPROVADA -
NENHUMA DÚVIDA QUANTO À AUTORIA - DECISÃO QUE MERECE
SER CONFIRMADA - RECURSO CONHECIDO, PORÉM IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2001.0001.0366-6, Relator(a):


Desa. Huguette Braquehais, DJ. 05.02.2004, pg. 20)

Ementa: PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME DEPOIMENTO DE


POLICIAIS PRESUNÇÃO JÚRIS TANTUM - TRÁFICO DE
ENTORPECENTES – RECURSO CONHECIDO IMPROVIDO.
- Impõe-se a manutenção da sentença que condenou o apelante por tráfico
de maconha, quando certa a materialidade do delito e a finalidade de sua
utilização.
O policial, só porque ostenta essa qualidade, não pode ser considerado
testemunha suspeita ou impedida, não podendo ser desprezado o seu
depoimento Recurso improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0014.9479-2, Relator(a):


Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 03.05.2004, pg. 34)

Ementa: PROCESSUAL PENAL- APELAÇÃO CRIME TRÁFICO DE


ENTORPECENTES.
I -Para que se configure o delito tipificado n artigo 12 da Lei Antitóxico é
dispensável que agente seja surpreendido vendendo estupefaciente,
porquanto os métodos a serem observados para a caracterização do tráfico

284 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
devem considerar a natureza e a quantidade da substância apreendida, o
local e as condições em que se desenvolveu a ação criminosa, as
circunstâncias da prisão, bem como a conduta e os antecedentes do agente,
conforme preconiza o artigo 37 da lei 6.368/76.
II Autoria delitiva devidamente comprovada nos autos através de provas
idôneas colhidas no decorrer do processo.
III -Descabimento de desclassificação do art. 12 para o art. 16 da Lei
6.368/76.
IV Recurso improvido. Decisão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2001.0001.1642-3, Relator(a):


Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 05.03.2004, pg. 17)

Ementa: - Revisitado o decisório, alcança-se, a curto, a lacuna de


fundamentação diagnosticada pelo embargante. E para demovê-la
consigna-se, de logo, que, para esta fração julgadora, prepondera a diretiva
de que, mesmo nos crimes assemelhados aos hediondos, como é o caso do
tráfico de entorpecente, “o regime integral fechado colide com o princípio
constitucional da individualização da pena, referido no art. 5º, inc. XLVI,
da Carta Magna” (TJSP, ApCrim. nº 167.338-3/2, 3ª CCrim, j. em 20.03.95,
m. v.). E que, por isso, “tendo em vista”, também, “o princípio da
humanidade” (TJSP, ApCrim. nº 151.568-3/0, 3ª CCrim., j. 04.12.95, m. v.),
o acesso à progressão do regime prisional deve ser estendido, ainda que
sob a forma de habeas corpus de ofício, aos condenados pelo referido
delito. - Embargos declaratórios recebidos e providos. - Unanimidade.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Embargos de Declaração n˚ 2000.0015.7749-3/1,


Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 06.02.2004, pg. 12)

Ementa: TRÁFICO DE DROGAS DESCLASSIFICAÇÃO PARA O ART.16


AUSÊNCIA DO ELEMENTO NORMATIVO PARA USO PRÓPRIO
CONTEXTO DE MERCÃNCIA IMPOSSIBILIDADE MENORIDADE E
CONFISSÃO ESPONTÂNEA - ATENUANTES DE APLICAÇÃO
OBRIGATÓRIA PROGRESSÃO DO REGIME - BENEFÍCIO
INCOMPATÍVEL COM O TRÁFICO DE DROGAS.
I - Não se pode operar a desclassificação do delito para o art.16 do mesmo
diploma legal quando o agente é preso em contexto de comercialização e
confessa que guardava a droga para terceiro. Não há indícios do elemento
normativo “para uso próprio”, necessário à tipificação do crime de porte de
drogas.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 285
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
II - As atenuantes da menoridade e da confissão espontânea são de
aplicação obrigatória quando a pena base ultrapassar o mínimo legal
cominado.
III - A Lei nº 9.455/97, que admitiu a progressão do regime prisional para
os crimes de tortura, não revogou o art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90, que
prevê o regime fechado integral para os chamados crimes hediondos.
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0016.2770-9, Relator(a):


Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 05.02.2004, pg. 20)

Ementa: CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS – MATERIALIDADE E


AUTORIA DEMONSTRADAS - CREDIBILIDADE DO DEPOIMENTO DE
POLICIAL ANTE A EVIDÊNCIA DE QUE NÃO SE ACHA
COMPROMETIDO E DE QUE FOI PRESTADO EM FAVOR DA PRÓPRIA
SOCIEDADE, PARA NÃO DEIXÁ-LA À MERCÊ DA AÇÃO DE
TRAFICANTES - CARACTERIZADA INFRINGÊNCIA AO ARTIGO 12
DA LEI 6.368/76 NENHUMA POSSIBILIDADE DE ABSOLVIÇÃO OU
DESCLASSIFICAÇÃO DO CRIME PARA O DE USO DE SUBSTÂNCIA
ENTORPECENTE - RECURSO CONHECIDO, PORÉM IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.5310-1, Relator(a):


Desa. Huguette Braquehais, DJ. 05.02.2004, pg. 20)

Estupro

Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO CRIME.


ESTUPRO. ALEGATIVA DE INSUFICIÊNCIA DE PROVAS E
CONTRARIEDADE NOS DEPOIMENTOS. O fato de posteriormente, em
juízo, a vítima menor de idade e filha do acusado ter negado as declarações
anteriormente prestadas não tem o condão de modificar a certeza quanto à
autoria delitiva, visto que o conjunto probatório é bastante contundente
quanto à configuração do crime. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO
SENTENÇA MANTIDA.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.2071-8, Relator(a):


Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 03.05.2004, pg. 34)

286 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
Ementa: PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME CONCURSO DE
CRIMES ESTUPRO COM USO DE VIOLÊNCIA CRIME HEDIONDO
REGIME INTEGRALMENTE FECHADO;
Havendo concurso de crimes há que aplicar-se o aumento de pena previsto
no art. 214 do Código Penal. Tratando-se de crime considerado hediondo o
regime de cumprimento da pena será sempre integralmente fechado. Apelo
provido.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2003.0002.9978-8, Relator(a):


Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 03.05.2004, pg. 35)

Ementa: CONSTITUCIONAL HABEAS CORPUS CRIME DE ESTUPRO


COM DECISÃO CONDENATÓRIA TRÂNSITA EM JULGADO
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELA UNIÃO ESTÁVEL DA VÍTIMA
COM TERCEIRO IMPOSSIBILIDADE.
I- Crime praticado com violência, contra vítima menor de idade e deficiente
mental, cuja condenação foi alcançada pelo trânsito em julgado, não se
harmonizando com os efeitos do inciso VIII, do art. 107, do Código Penal.
II- Deveras, o casamento da vítima com terceiro, motivo de extinção da
punibilidade do agente de que se reporta o impetrante, requer ato formal e
não união de fato, como já decidido em nossos Tribunais Pátrios, senão
vejamos, verbis: TJSP: “Estupro com violência presumida. Extinção da
punibilidade pelo casamento da vítima com terceiro. Inexistência, no
entanto, de casamento formal, mas mera união de fato, embora
permanente, entre ofendida e o terceiro. Inaplicabilidade do art. 107, VIII,
do CP. A regra reclama casamento formalizado. Exegese do dispositivo, em
confronto com o que dispõe o art. 226, § 3º , da Constituição Federal”
(RJTJESP 135/399).
III- Ordem denegada. Acórdão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0011.9245-6, Relator(a):


Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 15.04.2004, pg. 53)

Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO CRIME.


ESTUPRO. VÍTIMA MENOR DE QUATORZE ANOS. VIOLÊNCIA
PRESUMIDA.
1. A presunção é absoluta de violência quando o crime é praticado nas
condições previstas no art. 224, “a” da lei penal. O legislador quis dar
maior proteção à vitima considerando, para isso, a sua tenra idade e a sua
incapacidade de discernir validamente sobre o que seja um ato sexual e
suas conseqüências, muitas vezes danosas para a sua vida futura.
CONDENAÇÃO MANTIDA.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 287
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
2. A melhor interpretação sobre a aplicação da causa de aumento de pena
instituída pelo art. 9º. da lei dos crimes hediondos, majorando-a pela sua
metade, entende que tal aumento, dada a expressa referência que faz ao art.
223, caput, e parágrafo único do Código Penal, só é incidente quando
houver lesão corporal grave ou morte, sob pena de “bis in idem” visto que
a presunção de violência já foi levada em consideração para a punição do
acusado e caracterização do crime de estupro, não podendo ser novamente
utilizada para agravar a pena. Desta forma, indevido o aumento registrado
na parte final da condenação do apelante. SENTENÇA REFORMADA.
PENA DIMINUÍDA.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0012.3005-1, Relator(a):


Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 03.05.2004, pg. 33)

Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. CRIME CONTRA OS


COSTUMES. PALAVRA DA VÍTIMA. INCOERÊNCIA. DEMAIS
PROVAS. INSUFICIÊNCIA. ABSOLVIÇÃO DECRETADA.
I Para constituir o delito de estupro e de atentado violento ao pudor
necessário se faz o emprego de violência e grave ameaça, requerendo, por
parte da vítima vontade positiva e incisiva de resistir, de opor-se à vítima à
concretização da conjunção carnal, devendo tal oposição ser séria, dissenso
continuado, que não se confunde com uma simples recusa verbal, passiva
ou meramente simbólica.
II Embora a palavra da ofendida seja considerada a viga mestra das provas
nos casos de delitos dessa natureza, é de se rejeitar a mesma quando não
encontra apoio nos demais elementos de convicção existentes nos autos.
III Existindo séria dúvida quanto à materialidade da infração e baseando-se
a pretendida autoria na palavra da vítima e de sua mãe, pessoa esta
certamente contraditória, não é possível manter-se a condenação pelos
delitos de estupro e atentado violento ao pudor, decretando-se a absolvição
do apelante.
IV Apelo conhecido e provido.
V Unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.9840-7, Relator(a):


Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 17)

Excesso de Prazo

Ementa: - A CAUSA DOS PACIENTES ENCARTA-SE NO ELENCO


DAQUELAS DESIGNADAS DE COMPLEXAS. POSSUI SETE RÉUS,

288 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
INCLUÍDOS OS PACIENTES, E DIFERENTES ADVOGADOS,
PRESSUPONDO A FORMAÇÃO DA CULPA A TOMADA DE DEZENAS
DE DEPOIMENTOS ENTRE, INTERROGATÓRIOS E INQUIRIÇÃO DE
TESTEMUNHAS (EM TESE, CINCO PELA PROMOTORIA E CINCO POR
RÉU). ORA, COM ESSE QUANTITATIVO DE ATOS NÃO HÁ JUIZ NO
MUNDO QUE CONSIGA “FECHAR” TEMPESTIVAMENTE A
INSTRUÇÃO DE PROCESSO REGIDO PELA MALPARIDA LEI Nº.
10.409/02, EXEMPLO PERFEITO E ACABADO DE COMO SE LEGISLA
COM PERFEIÇÃO NESTE PAÍS. ENTÃO, DE VER-SE CUM GRANO
SALIS A ARGÜIÇÃO NUCLEAR DESTE HABEAS CORPUS, AINDA
MAIS QUANDO NÃO SE IGNORA QUE O RITO PROCEDIMENTAL
ÍNSITO NO ATÉCNICO TEXTO NORMATIVO, POR CONGÊNITAS
DEFORMAÇÕES, ESTIMULA, DE SI-MESMO, O SURGIMENTO DE
INCIDENTES HOSTIS À CELERIDADE PROCESSUAL, A MEU SENTIR
ALGO IMPENSÁVEL NO SISTEMA IMPLANTADO PELA LEI 10.409/02.
- “ ... O PRAZO PARA A CONCLUSÃO DA INSTRUÇÃO CRIMINAL, NA
APURAÇÃO DE CRIMES PREVISTOS PELA LEI Nº. 6.368/76, NÃO É
ABSOLUTO. O EXCESSO DE PRAZO SÓ PODE SER RECONHECIDO
QUANDO A DEMORA FOR INJUSTIFICADA”(STJ, 5ª. T, RHC Nº. 13.904-
BA, REL. MIN. GILSON DIPP, J. 20/3/03, DJU 28/4/03, P. 212). -
IMPETRAÇÃO CONHECIDA, PORÉM DENEGADA. - UNANIMIDADE.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0013.5983-0, Relator(a):


Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 27.04.2004, pg. 22)

Ementa :PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. EXCESSO DE


PRAZO NÃO JUSTIFICADO. PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO.
I - Apesar de concluída a fase de inquirição das testemunhas arroladas
pelas partes, é de se considerar configurado o excesso de prazo na
formação da culpa, tendo em vista a demora não justificada de mais de 2
(dois) anos no cumprimento de diligência requerida pelo Parquet.
Ademais, em face do princípio da proporcionalidade, a existência de
denúncia contra vários réus e a necessidade de realização de perícia técnica
não justificam, de per si, a subsistência do réu em cárcere por período tão
prolongado.
II - Ordem concedida.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0010.3677-2, Relator:


Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 19.04.2004, pg. 39)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 289
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

Ementa: HABEAS CORPUS - PRAZO PARA FORMAÇÃO DA CULPA


DESCUMPRIMENTO - RÉU PRESO HÁ QUASE SEIS (6) MESES SEM
QUE SE TIVESSE OUVIDO UMA ÚNICA TESTEMUNHA DE
ACUSAÇÃO – NENHUMA EXPLICAÇÃO QUE JUSTIFIQUE O ATRASO
VERIFICADO - CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO -
ORDEM CONCEDIDA.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2004.0000.8225-6, Relator:


Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 19.04.2004, pg. 39)

Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS.


HOMICÍDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO, PELA FUTILIDADE E
PELA DESPREVENÇÃO. CRIME HEDIONDO. AUTUAÇÃO EM
FLAGRANTE DELITO. CONFINAMENTO DESDE A LAVRATURA DO
AUTO DE FLAGRANTE, POR MAIS DE UM ANO. ACENTUADO
EXCESSO DE PRAZO NÃO CREDITADO AO PACIENTE OU AO SEU
DEFENSOR. PROCESSO SEM QUALQUER COMPLEXIDADE. Artigos
121, § 2°, incisos II e IV, do Código Penal Brasileiro. Lei Federal n°
8.072/90. Impetração deduzindo constrangimento ilegal decorrente do
excesso injustificado de prazo para encerramento da instrução criminal. “
A demora no encerramento da instrução criminal, sem convincente
justificação, significa prisão por mais tempo do que determina a lei,
justificando a concessão do Habeas Corpus”. (STF, RT 182/21).
Constrangimento ilegal caracterizado. Ordem concedida.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0012.8634-5, Relator(a):


Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 15.04.2004, pg. 55)

Ementa: - HABEAS CORPUS. - EXCESSO DE PRAZO NA INSTRUÇÃO E


PRISÃO PREVENTIVA DESFUNDAMENTADA. - OS PACIENTES
AGIRAM COMO AUTÊNTICOS FLIBUSTEIROS DAS CAATINGAS.
ACUMPLICIADOS COM OUTROS DOIS CONTERRÂNEOS DAS
BANDAS DO RIO GRANDE DO NORTE, VIERAM REVIVER, NO
CEARÁ, LAMPIÃO, SUAS MALFEITORIAS E CRUELDADES. EM
BANDO, ARMADOS, ENCAPUZADOS, RENDERAM UM POBRE
CRISTÃO E O EXECUTARAM A TIROS, FRIAMENTE, DEPOIS DE
APOSSAREM-SE DOS POUCOS HAVERES DA VÍTIMA. CRIME DE
SUPERLATIVA GRAVIDADE. REPULSIVO, ANTES DE TUDO, PELA
COVARDIA E INSENSIBILIDADE REVELADAS PELOS AGENTES. -
AMIGO DA RAZÃO O QUE ESCRITO PELO PENALISTA LUSO

290 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
GERMANO MARQUES DA SILVA: “Quando o Estado falha no exercício
de suas funções de repressão penal e de prevenção da criminalidade, tende
a recrescer a justiça privada, individual ou organizada, com todos os
perigos de excessos e perturbação da paz individual e coletiva, com todos
os riscos de novos atos de violência social”. CERTÍSSIMO, TAMBÉM, QUE
A PRISÃO PREVENTIVA É UM MAL. E DOS GRANDES. MAS FORÇA É
CONVIR, DISSE O SÁBIO MICHEL FOUCALT, QUE ELA É “a detestável
solução de que não se pode abrir mão”, quando necessária. - CAUSA COM
MÚLTIPLOS RÉUS E EXPEDIÇÃO DE PRECATÓRIAS, FATORES QUE
JUSTIFICAM PLENAMENTE O ATRASO NA INSTRUÇÃO CRIMINAL.
PRISÃO PREVENTIVA OBJETIVAMENTE MOTIVADA NA TUTELA DA
ORDEM PÚBLICA, EM FACE DA COMOÇÃO COLETIVA CAUSADA
PELA INSENSATEZ DOS PACIENTES, E NA NECESSIDADE DE
ASSEGURAR-SE A APLICAÇÃO DA LEI PENAL, BEM LEMBRADO QUE
ELES SÃO DE FORA DA TERRA E, É PRESUNTIVO, PODERÃO DAR ÀS
DE VILA-DIOGO. - SEM ATILHO NEM VINCILHO AS
ARBITRARIEDADES AVENTADAS PELO IMPETRANTE, ORDEM
DENEGADA, À UNANIMIDADE.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0013.2057-8, Relator(a):


Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 03.05.2004, pg. 31)

Ementa: CONSTITUCIONAL HABEAS CORPUS RÉU QUE SE


ENCONTRA RECOLHIDO HÁ MAIS DE ANO, SEQUER INICIADA A
INSTRUÇÃO CRIMINAL CONSTRANGIMENTO ILEGAL
CONFIGURADO.
I- Realmente, o constrangimento é manifesto, o Estado de direito não se
harmoniza com ilegalidades originadas pelos agentes do poder público, o
paciente não pode permanecer enclausurado sem obter, num prazo
razoável, o pronunciamento da justiça, que tem o dever de demonstrar,
através do devido processo legal, a sua condição de agente infrator, em
crimes que tais, no prazo impostergável de 81 (oitenta um) dias.
II- No momento, a coação imposta ao paciente é patente, que o faz sofrer
manifesto constrangimento ilegal à conta do visível excesso de prazo, para
o qual nenhuma culpa tivera a fim de que o fato se consumasse.
III- Ordem concedida. Acórdão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0010.6592-6, Relator(a):


Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 15.04.2004, pg. 52)

Ementa: CONSTITUCIONAL PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS


EXCESSO DE PRAZO NA FORMAÇÃO DA CULPA OCORRÊNCIA.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 291
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
01 Ocorre excesso de prazo, quando entre a data da prisão e a audiência de
instrução para oitiva de testemunhas de acusação transcorre-se nove
meses, sem que haja qualquer motivo justificador.
02 Tal fato traz manifesto constrangimento ilegal, haja vista o visível
excesso de prazo injustificável.
03 Ordem concedida. Acórdão unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0008.7154-6, Relator(a):


Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ. 23.03.2004, pg. 15)

Ementa : PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS CRIME


Excesso de Prazo. Inocorrência. Testemunhas do rol acusatório oitivadas.
Tardança não verificada. Uma vez terminada a instrução para a acusação,
descabe falar em excesso prazal. Habeas Corpus indeferido.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2004.0000.5351-5, Relator:


Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 16.04.2004, pg. 14)

Ementa: - HABEAS CORPUS. - INDICIADO PRESO HÁ MAIS DE CEM


DIAS, SEM DENÚNCIA RECEBIDA CONTRA SUA PESSOA E SEM QUE
SE PRENUNCIE PARA TÃO CEDO O INÍCIO DA FORMAÇÃO DA
CULPA, EM VIRTUDE DA INSTAURAÇÃO DE CONFLITO NEGATIVO
DE COMPETÊNCIA ENTRE AUTORIDADES JUDICIÁRIAS. DETENÇÃO
ARBITRÁRIA, JÁ SE VÊ, E BEM CONFIGURADA A GRAVE VIOLAÇÃO
AO STATUS LIBERTATIS DO PACIENTE, A QUEM CORRE O DIREITO
DE SER PROCESSADO E JULGADO EM TEMPO RAZOÁVEL.
SITUAÇÃO QUE TAL REPUGNA À CONSCIÊNCIA JURÍDICA,
MOSTRANDO-SE IMPERATIVA A SOLTURA REQUESTADA. - ORDEM
CONCEDIDA À UNANIMIDADE.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0009.3340-1, Relator(a):


Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 27.05.2004, pg. 29)

Ementa: HABEAS CORPUS. EXCESSO DE PRAZO. INCIDENTES NÃO


IMPUTÁVEIS AO JUIZ. INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO
ILEGAL.
1) Não se configura coação ilegal quando o excesso de prazo em qualquer
das fases do processo decorre de incidentes processuais não imputáveis ao
juiz do feito;
2) Ordem denegada.

292 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0011.0577-4, Relator(a):
Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 15.01.2004, pg. 19)

Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. EXCESSO DE


PRAZO. INSTRUÇÃO ENCERRADA PARA A ACUSAÇÃO.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO CARACTERIZADO.
I. Não há falar em excesso de prazo na formação da culpa se, a partir das
informações prestadas pela autoridade coatora, constata-se que as
testemunhas arroladas pelo Parquet já foram inquiridas, aguardando o
feito a realização do interrogatório de co-réu, incluído posteriormente na
relação processual, bem como colheita do depoimento de testemunhas
indicadas na defesa-prévia. Justificam, ademais, u m maior lapso na
formação da culpa a circunstância de a denúncia ter sido oferecida contra
vários agentes, apurando-se o cometimento dos ilícitos de homicídio
qualificado e estupro, a exigir do Estado-Juiz a realização de atividade
probatória mais dilatada, nada obstante terem já sido inquiridas as
testemunhas designadas pela acusação.
II. Ordem denegada.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0013.2070-5, Relator:


Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 19.04.2004, pg. 41)

Ementa: HABEAS CORPUS. INEXISTÊNCIA DE MOTIVOS PARA O


DECRETO DA PRISÃO PREVENTIVA. EXCESSO DE PRAZO.
NECESSIDADE DE MANUTENÇÃO DA ORDEM PÚBLICA. PROCESSO
EM FASE DE ALEGAÇÕES FINAIS. INEXISTÊNCIA DE
CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
I) Indícios de autoria e materialidade do delito, necessidade de preservação
da ordem pública e credibilidade da Justiça, face a repercussão da violenta
ação do acusado.
2) Não se configura coação ilegal por excesso de prazo, se o processo
encontra-se em fase de alegações finais;
3) Ordem denegada.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0007.7447-8, Relator(a):


Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 16.01.2004, pg. 13)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 293
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Excludente de Ilicitude

•Legítima Defesa

Ementa: - A LEI NÃO OBRIGA NINGUÉM A SER COVARDE. AQUELE


QUE, NO INTERIOR DE SEU PONTO COMERCIAL, VAI AO SOLO
DEPOIS DE INJUSTAMENTE ESBOFETEADO, E, NA IMINÊNCIA DA
CONTINUIDADE DA AGRESSÃO, VENDO-SE EM DESVANTAGEM E
RISCO DE VIDA, ATIRA NO AGRESSOR, MATANDO-O, AGE EM
LEGÍTIMA DEFESA. VEREDICTUM MANTIDO, SOBRETUDO EM FACE
DA EXISTÊNCIA, NOS AUTOS , DE PROVA BASTA DA EXCLUDENTE
INVOCADA PELO ACUSADO. - APELAÇÃO DESPROVIDA. -
UNANIMIDADE.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0006.0245-8, Relator(a):


Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 24.03.2004, pg. 27)

Falso Testemunho

Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM SENTIDO


ESTRITO. IMPUTAÇÃO DOS CRIMES DE FALSO TESTEMUNHO E
FALSIDADE IDEOLÓGICA EM RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
INDENIZATÓRIA. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL. Os
supostos ilícitos teriam sido praticados em ação trabalhista de indenização,
fato que remove a competência para sua apuração para a Justiça Federal.
RECURSO CONHECIDO E IMPROVISO. SENTENÇA MANTIDA.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2000.0148.7115-


8/1, Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 15.04.2004, pg. 53)

Fiança

Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. POSSE DE


ARMA DE FOGO SEM REGISTRO E AUTORIZAÇÃO COMPETENTE.
AUTUAÇÃO EM FLAGRANTE DELITO. SOLICITAÇÃO DE FIANÇA.
IMPOSSIBILIDADE DE CONCESSÃO EM FACE DA CONDENAÇÃO
PENAL ANTERIOR, TRANSITADA EM JULGADO, POR CRIME
DOLOSO CONTRA A VIDA, EM FASE DE EXECUÇÃO. INTERDIÇÃO
CONSTANTE DO ART. 323, III, DO CPP.
Artigo 10, §º 2°, da Lei Federal n° 9.434/97. Artigo 323, III, do CPP.
Impetração deduzindo constrangimento ilegal pela não concessão da fiança

294 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
requerida, sendo o crime afiançável. A jurisprudência pretoriana tem
assentado o incabimento da concessão da fiança, quando o requerente foi
condenado por outro crime doloso, a pena privativa de liberdade, em
sentença transitada em julgado (RT 560/4 21). Constrangimento ilegal não
caracterizado. Ordem denegada.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2004.0000.5333-7, Relator(a):


Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 15.04.2004, pg. 56)

Fixação da Pena

Ementa: CONSTITUCIONAL TRIBUNAL CONSTITUCIONAL DO JÚRI


PROCESSUAL PENAL APELAÇÃO CRIME VISANDO REFORMAR
PROVIMENTO CONDENATÓRIO PARA PATAMAR AQUÉM DO
MÍMINO LEGAL IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO STF.
I- Nesse pesar, devo observar de antemão, que a decisão sob refute
condenou o apelante à pena de 6 (seis) anos de reclusão, patamar mínimo
legal, isso após analisar as circunstâncias judiciais, por sinal favoráveis ao
réu/apelante, desprezando, assim, a redução da atenuante genérica da
confissão espontânea, com escora em decisões do Supremo Tribunal
Federal, a exemplo do que ficou decidido no HC n. 68.641-9, da Relatoria
do Ministro Celso de Melo, senão vejamos, verbis: “A circunstância
atenuante obrigatória não pode conduzir à redução da pena fixada no
mínimo legal” (DJU 05.06.92, pg. 8.429 e RT 690/390)
II- Apelo improvido. Decisão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.9683-8, Relator(a):


Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 19)

Furto

Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. FURTO DUPLAMENTE


QUALIFICADO. ROMPIMENTO DE OBSTÁCULO. INEXISTÊNCIA.
EXAME PERICIAL. IMPRESCINDIBILIDADE. PENA. APLICAÇÃO
CORRETA À REPROVAÇÃO DO INJUSTO. DECISÃO MANTIDA.
I. Embora o furto apresente-se revestido de duas qualificadoras pode o Juiz
aplicar a pena mínima e deixar de majorar o castigo se constatar ser o
quantum aplicado suficiente e necessário para a reprovação do injusto ao
verificar que a irregular conduta do réu passou de um fato episódico de
sua vida e que teria sido mal influenciado por terceiros.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 295
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
II. Sem regular exame pericial, impossível se torna o reconhecimento da
qualificadora do rompimento de obstáculo à subtração da coisa, sendo,
aliás, pacífica a jurisprudência nesse sentido.
III. Apelo conhecido, mas improvido.
IV. Unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0001.8502-4, Relator(a):


Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 25.02.2004, pg. 66)

Habeas Corpus

Ementa :PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. INEXISTÊNCIA DE


PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA. NÃO CONHECIMENTO.
I. Inexistindo prova pré-constituída de que não foi atendido requerimento
de realização de exame toxicológico, a caracterizar suposto cerceamento de
defesa, não há de ser conhecido o remédio heróico, uma vez impossível
verificar se efetivamente ocorreu, na espécie, o constrangimento ilegal
apontado.
II. Ordem não conhecida.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0013.5979-2, Relator:


Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 19.04.2004, pg. 41)

Ementa: HABEAS CORPUS CRIME. PEDIDO DE TRANCAMENTO DE


AÇÃO PENAL. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA, NÃO PODE SER
CONCEDIDO HABEAS CORPUS QUANDO A MATÉRIA VERSA SOBRE
EXAME DE PROVAS, INADMISSÍVEL NESTA VIA MANDAMENTAL.
INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL.
Não se configura coação ilegal o oferecimento de denúncia, que indicam a
existência de conduta delitiva, pelo menos de crime em tese. Somente a
instrução processual poderá permitir o esclarecimento dos fatos; Ordem
denegada.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0013.6914-3, Relator:


Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 19.04.2004, pg. 38)

Infrações de Menor Potencial Ofensivo

296 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
Ementa: CONFLITO DE COMPETÊNCIA. JUÍZO COMUM E JUIZADO
ESPECIAL CRIMINAL. CRIME AMBIENTAL. PENA MÁXIMA
COMINADA. UM ANO DE DETENÇÃO. INFRAÇÃO PENAL
CONSIDERADA DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO.
I. O fato delituoso narrado nos autos, a priori, constitui ilícito penal
tipificado no art. 54, § 1.º da Lei 9.605/98, tendo pena máxima cominada
em 01 (um) ano de detenção, sendo, portanto, nos termos da Lei 9.099/95,
com a nova redação dada pela Lei 10.259/2001 (art. 2.º. § único), infração
penal de menor potencial ofensivo, ocasião em que o Juizado Especial
Criminal de Russas é o juízo competente.
II. Conflito conhecido, para firmar a competência do Juizado Especial
Criminal de Russas.
III Unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Conflito Negativo de Competência n˚


2002.0000.3915-0, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ.
12.02.2004, pg. 23)

Ementa: PENAL E PROCESSO PENAL; - CRIMES DE MENOR


POTENCIAL OFENSIVO; - COMPETÊNCIA DOS JUIZADOS ESPECIAIS
CRIMINAIS LIMITADA PELA PENA MÁXIMA EM ABSTRATO; -
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA PROVIDO; -
UNANIMIDADE.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Conflito Negativo de Competência n˚


2003.0005.4320-4, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ.
15.06.2004, pg. 18)

Inimputabilidade Penal

Ementa: - Recurso de ofício. - Inimputabilidade. - Se o agente autor de


homicídio era, segundo a vertência pericial, ao tempo da ação, inteiramente
incapaz de entender o caráter criminoso do ato que praticou ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento, por apresentar
“transtorno mental psicótico delirante por uso de álcool e drogas”,
irreparável a decisão que o absolve com base no art. 411 do CPP c/c o art.
26 do CP e que aplica, de parelha, a medida de segurança prevista no art.
97, § 1°, da Lei Substantiva Penal. - Sentença mantida. - Nemine
discrepante.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 297
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2001.0000.8146-8,


Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 05.03.2004, pg. 17)

Inquérito Policial

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL ARQUIVAMENTO DE INQUÉRITO


POLICIAL DESPACHO JUDICIAL QUE O DETERMINA, ACATANDO

298 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
PARECER DO MINISTÉRIO PÚBLICO E ANTE A CONSTATAÇÃO DE
QUE O FATO QUE SE APONTA COMO DELITUOSO É, NA VERDADE,
ATÍPICO IMPOSSIBILIDADE DE SE SABER, EXATAMENTE, A QUEM
PERTENCE A PARTE DO TERRENO DA QUAL FORAM RETIRADAS AS
CARRADAS DE BARRO OBJETO DO SUPOSTO CRIME DE FURTO, POR
SE TRATAR DE IMÓVEL DESTINADO A VÁRIOS CONDÔMINOS
INDICADO QUE TERIA AGIDO COM AUTORIZAÇÃO DE ALGUNS
DESTES – NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO INTERPOSTO
PRECEDENTES STJ E STF.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2001.0001.1118-9, Relator(a):


Desa. Huguette Braquehais, DJ. 03.05.2004, pg. 33)

Nulidades

Ementa: PROCESSUAL PENAL. PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO ENTRE


A SENTENÇA E A IMPUTAÇÃO INICIAL . DESOBEDIÊNCIA. DECISÃO
“EXTRA PETITA”. NULIDADE PARCIAL DECRETADA. DECISÃO
REFORMADA EM PARTE.
I É nula, por vício extra petita, a sentença que aprecia ilícito que não
constitui objeto da imputação, pois, deixando de guardar correlação com a
denúncia, gera cerceamento de defesa ao réu, ao responsabilizá-lo por fato
do qual não foi acusado.
II Exclusão do ilícito penal em desfavor do réu, reduzindo, por
conseguinte, a pena imposta.
III Apelo conhecido e provido.
IV Unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0000.5669-0, Relator(a):


Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 17.02.2004, pg. 29)

Pedido de Relaxamento de Prisão

Ementa : HABEAS CORPUS CRIME WRIT DIRECIONADO CONTRA


ATO DE DELEGADO DE POLÍCIA - INCABÍVEL A SUA APRECIAÇÃO
NO JUÍZO AD QUEM - ORDENADA A REMESSA DOS AUTOS Á
ORIGEM A FIM DE SER DISTRIBUÍDO COMO “PEDIDO DE
RELAXAMENTO DA PRISÃO” E JULGADO PELO MAGISTRADO
SINGULAR.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 299
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0013.5961-0, Relator:


Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 16.04.2004, pg. 14)

Prescrição

Ementa: APELAÇÃO CRIME. RECURSO DA DEFESA. PRELIMINAR DE


INCIDÊNCIA DA PRESCRIÇÃO RETROATIVA. OCORRÊNCIA.
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DOS ARTS. 109, 110, §
1º, 115 E 117 DO CP.
I- O recorrente foi condenado a uma pena definitiva de 01 (um) ano e 06
(seis) meses de detenção, sobrevindo o trânsito em julgado da sentença
condenatória para a acusação, devendo, neste caso, a prescrição ser
regulada pela pena fixada na sentença, resultando que o prazo
prescricional aplicável é de 04 (quatro) anos, ex vi do art. 109, V, do CP.
II- Ocorre, porém, que o réu/apelante contava ao tempo do crime com 20
(vinte) anos incompletos, sendo reduzidos de metade os prazos de
prescrição a serem contabilizados, consoante reza o art. 115, do CP,
ocasionando que o prazo efetivamente incidente será de 02 (dois) anos.
III- Observando-se os marcos interruptivos da prescrição previstos no
artigo 117 do CP, verifica-se que o recebimento da denúncia ocorreu em
data de 23/07/1991, sobrevindo o édito condenatório somente no dia
24/11/1999, quando decorridos mais de 08 (oito) anos daquele limite
inicial.
IV- De maneira que em muito foi superado o tempo assinalado ao Estado
para o exercício do jus puniendi, não me restando outra alternativa senão o
reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva do agente.
V- Apelo conhecido para acolher a preliminar suscitada pela defesa,
declarando extinta a punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão
punitiva do Estado.
VI- Decisão Unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.6605-0, Relator(a):


Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 19)

Ementa: PENAL - RECURSO DE APELAÇÃO CRIME TIPIFICADO NO


ART. 22 DA LEI N.º 5.250/67 OCORRÊNCIA DE PRESCRIÇÃO DA
PRETENSÃO PUNITIVA NA ESPÉCIE , POR APLICAÇÃO DA REGRA
CONTIDA NO CAPUT DO ART. 41 DA REFERIDA LEI EXTINÇÃO DA
PUNIBILIDADE QUE SE DECRETA NOS TERMOS DO ARTIGO 107,
ITEM IV, DO MESMO DIPLOMA LEGAL PREJUDICADO O EXAME DE

300 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
MÉRITO DA PRETENSÃO RECURSAL MANIFESTADA PELA
ACUSAÇÃO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0013.7209-3, Relator(a):


Desa. Huguette Braquehais, DJ. 03.05.2004, pg. 31)

Ementa: APELAÇÃO CRIME. DELITO DE TRÂNSITO. HOMICÍDIO


CULPOSO. SENTENÇA CONDENATÓRIA. RECURSO DA DEFESA.
EXAME DE MÉRITO PREJUDICADO. PRESCRIÇÃO RETROATIVA.
INCIDÊNCIA. RECONHECIMENTO DE OFÍCIO.
I - O recorrente foi condenado a uma pena definitiva de 02 (dois) anos de
detenção, tendo a sentença condenatória transitado em julgado para a
acusação, fazendo incidir a regra insculpida no art. 110, § 1º, do CP,
segundo a qual a prescrição será, nesta hipótese, regulada pela pena fixada
na sentença.
II - Sucede que, ao tempo do crime, o réu/apelante contava com 19
(dezenove) anos incompletos, sendo, por tal, reduzidos de metade os
prazos de prescrição a serem contabilizados, consoante reza o art. 115, do
CP, resultando, assim, que o prazo prescricional incidente será de 02 (dois)
anos.
III - Todavia, o recebimento da denúncia ocorreu em data de 30/06/1999,
sobrevindo o decreto condenatório somente no dia 17/12/2001, quando
decorridos, portanto, mais de 2 (dois) anos e 5 (cinco) meses daquele marco
inicial.
IV - De tal forma que, transcorrido lapso de tempo superior ao assinalado
para o exercício do jus puniendi pelo Estado, outro caminho não me resta
senão o reconhecimento, de ofício, da prescrição da pretensão punitiva em
relação ao apelante.
V- Apelo conhecido para declarar a extinção da punibilidade pela
prescrição da pretensão punitiva do Estado.
VI- Acórdão Unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0001.4609-6, Relator(a):


Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 17)

Ementa: PENAL PROCESSUAL PENAL - CRIME DE INJÚRIA FATO


OCORRIDO EM 28/12/98 QUEIXA RECEBIDA EM 27/09/99
QUERELADOS CONDENADOS A DOIS MESES E VINTE DIAS DE
DETENÇÃO INCIDÊNCIA DE PRESCRIÇÃO NA ESPÉCIE –
APLICAÇÃO DA REGRA CONTIDA NO ARTIGO 109, INCISO VI, C/C
110, § 1º, DO CÓDIGO PENAL EXTINGUE-SE A PUNIBILIDADE NOS
TERMOS DO ARTIGO 107, ITEM IV, DO MESMO DIPLOMA LEGAL,

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 301
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
FICANDO PREJUDICADO O EXAME DE MÉRITO DA PRETENSÃO
RECURSAL.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0016.1196-9, Relator(a):


Desa. Huguette Braquehais, DJ. 05.02.2004, pg. 20)

Prisão Decorrente de Sentença Recorrível

Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. PRISÃO


DECORRENTE DE SENTENÇA CONDENATÓRIA RECORRÍVEL.
AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. NULIDADE.
I. É vedado ao julgador, por ocasião da sentença condenatória recorrível,
determinar seja o réu mantido na prisão em que se encontra, sem
demonstrar se persistem os motivos da custódia, devendo, do contrário,
fundamentar a medida excepcional, levando em consideração os elementos
autorizadores do art. 312 do C.P.P., quais sejam, a garantia da ordem
pública, a conveniência da instrução criminal e a necessidade de assegurar
a aplicação da lei penal.
II. Ordem concedida.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0010.6900-0, Relator:


Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 19.04.2004, pg. 40)

Prisão em Flagrante

Ementa :: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS CRIME.


PRISÃO EM FLAGRANTE. FLAGRANTE PRESUMIDO.
CARACTERIZAÇÃO. AGENTE ENCONTRADO LOGO DEPOIS, NA
POSSE DE COISAS, VEICULO TRANSPORTE UTILIZADO NA PRÁTICA
DO DELITO, QUE INDIGITAM COMO CO-AUTOR NO CRIME.
IRRELEVÂNCIA DE QUE A PRISÃO TENHA OCORRIDO POR MERO
ACASO. INTELIGÊNCIA DO ART. 302, IV DO CÓDIGO DE PROCESSO
PENAL. ORDEM DENEGADA.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0014.4346-7, Relator(a):


Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 15.04.2004, pg. 55)

302 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
Ementa: PROCESSUAL PENAL – HABEAS CORPUS - TRÁFICO DE
ENTORPECENTES NULIDADE ABSOLUTA DO ATO PRISIONAL;
FLAGRANTE FORJADO.INOCORRÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO
ILEGAL. ORDEM DENEGADA.
I -A prisão em flagrante realizada em um Município e lavrada em outro é
mera irregularidade, não ensejando a nulidade requestada.
II - Flagrante forjado, ocasiona exame de provas, inviável em sede de
Habeas Corpus.
III - Ordem denegada.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0011.2567-8, Relator(a):


Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 15.01.2004, pg. 20)

Ementa: HABEAS CORPUS. NULIDADE DA PRISÃO EM FLAGRANTE.


POSSÍVEL PROVA DE FLAGRANTE FORJADO. VIA INADEQUADA
PARA ESTE FIM. ORDEM NÃO CONHECIDA.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0010.8849-7, Relator(a):


Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 15.01.2004, pg. 19)

Prisão Preventiva

Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. PRISÃO


PREVENTIVA. FUNDAMENTAÇÃO GENÉRICA. MALFERIMENTO AO
ART. 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA.
CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO.
I. Não há falar em excesso de prazo na formação da culpa se, a partir dos
elementos de convicção existentes nos autos, constata-se que as
testemunhas arroladas pelo Parquet já foram inquiridas, aguardando o
feito a realização de audiência designada para colheita do depoimento de
testemunhas indicadas na defesa prévia.
II. Não merece ser mantido o cárcere provisório do paciente se a autoridade
impetrada, ao prolatar o decisum prisional, não expôs em idônea
fundamentação a necessidade da prisão do acusado no caso concreto,
tendo em vista não ter evidenciado os dados fáticos específicos para a
demonstração do periculum libertatis, mas tão-somente apresentado
termos genéricos, em repetição à terminologia apontada pelo legislador no
art. 312 do Código de Processo Penal.
III. Ordem concedida.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 303
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0013.6326-9, Relator:


Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 19.04.2004, pg. 42)

Ementa: HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA. ALEGAÇÃO DE


AUSÊNCIA DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS. CONSTRANGIMENTO
ILEGAL. CRIME DE AÇÃO PENAL PRIVADA. ILEGITIMIDADE ATIVA
DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA PROPOR A DENÚNCIA. PEDIDO DE
ALVARÁ LIBERATÓRIO OU SALVO CONDUTO E TRANCAMENTO
DA AÇÃO PENAL. ORDEM CONCEDIDA EM PARTE, APENAS PARA
REVOGAR A PRISÃO, DETERMINANDO O TRÂMITE REGULAR DA
AÇÃO PENAL ATÉ FINAL DECISÃO.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0014.1275-8, Relator:


Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 19.04.2004, pg. 38)

Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO


DUPLAMENTE QUALIFICADO, PELO EMPREGO DE ARMA DE FOGO
E CONCURSO DE AGENTES E FORMAÇÃO DE QUADRILHA. PRISÃO
EM FLAGRANTE DELITO. MANUTENÇÃO DA PRISÃO PROVISÓRIA.
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. ENCERRAMENTO DA
INSTRUÇÃO. NECESSIDADE DE CONTINUIDADE DO
ACAUTELAMENTO. DECISÃO SUFICIENTEMENTE
FUNDAMENTADA.
Artigo 157, § 2º, incisos I e II, c/c o 288, do Código Penal Brasileiro.
Impetração deduzindo constrangimento ilegal pela desfundamentação e
desnecessidade da segregação, bem como ausência de justa causa para
instauração da ação penal. Decreto suficientemente fundamentado e
necessário na espécie, apto a produção dos efeitos que se destina. Não se
tranca a ação penal quando presente o crime em tese. Constrangimento
ilegal não caracterizado. Ordem denegada.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2004.0000.4193-2, Relator(a):


Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 15.04.2004, pg. 55)

Ementa: CONSTITUCIONAL - PROCESSUAL PENAL - HABEAS


CORPUS 1) PRISÃO PREVENTIVA – MEDIDA QUE SE DECRETA COMO
GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA - NENHUMA CENSURA A SER
FEITA INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL 2)
PRIMARIEDADE E BONS ANTECEDENTES FATORES QUE NÃO
AFASTAM A POSSIBILIDADE DA PRISÃO PREVENTIVA ORDEM
DENEGADA.

304 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0007.3178-7, Relator(a):


Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ. 15.04.2004, pg. 57)

Ementa: HABEAS CORPUS - PROCESSUAL PENAL. PEDIDO DE


LIBERDADE PROVISÓRIA PARA AGUARDO DO RECURSO DE
APELAÇÃO FORA DO CÁRCERE. PACIENTE PRESO
PREVENTIVAMENTE E CONDENADO A 24 ( VINTE QUATRO) ANOS
DE RECLUSÃO EM DECORRÊNCIA DE INFRAÇÃO AO ART. 159, § 1º
C/C ART. 29 DO CPB. PRIMARIEDADE E BONS ANTECEDENTES POR
SI SÓ NÃO AFASTAM A NECESSIDADE DA PRISÃO PREVENTIVA
CASO OCORRAM OS PRESSUPOSTOS PARA TANTO, SEQUER
QUANDO JÁ CONDENADO. ORDEM DENEGADA.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0012.5214-9, Relator(a):


Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 23.01.2004, pg. 29)

Ementa: CONSTITUCIONAL PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS


REDECRETAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA FATO SUPERVENIENTE
NÃO COMPROVADO FUNDAMENTAÇÃO INSUFICIENTE A
GARANTIR AS CONDIÇÕES PELAS QUAIS FOI EDITADO.
I- A justiça criminal responsável em punir os contraventores da lei, com a
retirada do bem mais precioso da vida que é a liberdade, não pode ser
usada para dirimir conflitos cíveis-conjugais, onde os sentimentos de
ontem se tornaram ressentimentos amargos, invólucro de um amor
deletério.
II- Pela firme prova antecipada acostada aos autos, é seguro asseverar que
a disputa levada a cabo pela guarda de uma menor, de interesse cível, vem
afetando, sobremaneira, o processo criminal a que responde o paciente,
restando claro que sua ex-amante vem perpetrando denúncias, quiçá, pelo
sentimento de vingança, infundadas com o fito único e exclusivo de ver o
paciente preso.
III- Ordem concedida. Acórdão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2004.0000.4972-0, Relator(a):


Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 15.04.2004, pg. 53)

Ementa: - HABEAS CORPUS. - PRISÃO PREVENTIVA. - SATISFEITOS OS


REQUISITOS PARA A RESTRIÇÃO DA LIBERDADE DO PACIENTE,
AFASTA-SE A IDÉIA DE COAÇÃO ILEGAL, NOTADAMENTE SE
SATISFATORIAMENTE FUNDAMENTADO O DECRETO
CONSTRITIVO NA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA E

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 305
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL. - EXCESSO DE PRAZO. -
INVEROSSÍMIL A ALEGAÇÃO EM FEITO COMPLEXO E COM
PLURALIDADE DE RÉUS. - EXCLUSÃO DO ALEGADO
CONSTRANGIMENTO POR FORÇA DO PRINCÍPIO DA
RAZOABILIDADE. - ORDEM CONHECIDA, PORÉM DENEGADA. -
UNÂNIME.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2004.0000.0709-2, Relator(a):


Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 27.04.2004, pg. 22)

Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO


SEGUIDO DE MORTE E FORMAÇÃO DE QUADRILHA, EM
CONCURSO MATERIAL. CRIME HEDIONDO. DECRETO DE PRISÃO
PREVENTIVA NA FASE INQUISITORIAL. GARANTIA DA ORDEM
PÚBLICA E DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL. REVOGAÇÃO DA
PRISÃO EM RELAÇÃO AO CO-RÉU, VERIFICADA SUA MENOR
PARTICIPAÇÃO NO DELITO. CIRCUNSTÂNCIA DE CARÁTER
SUBJETIVO E PESSOAL. NÃO EXTENSIBILIDADE AOS OUTROS
ACUSADOS. ENCERRAMENTO DA INSTRUÇÃO. PROCESSO
COMPLEXO. NECESSIDADE DE CONTINUIDADE DO
ACAUTELAMENTO PREVENTIVO.
Artigo 157, § 3º, c/c o 288 e 69, do Código Penal Brasileiro. Lei Federal nº
8.072/90. Artigo 580, do Código de Processo Penal. Impetração deduzindo
constrangimento ilegal pelo excesso injustificado de prazo na conclusão da
instrução criminal e extensibilidade ao paciente da liberação do co-réu pela
revogação da prisão preventiva. Processo dotado de relevante
complexidade, com cinco acusados e vinte e nove testemunhas, mesmo
assim já concluída a instrução, encontrando-se o feito na fase das alegações
derradeiras da defesa (Súmula 52, STJ). Somente é possível a extensão do
benefício a co-réu quando as situações concretas e subjetivas dos autos
revelam-se idênticas, não fundamentada a decisão concessiva em
circunstâncias de caráter exclusivamente pessoal. Constrangimento ilegal
não caracterizado. Ordem denegada.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0014.4232-0, Relator:


Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 16.04.2004, pg. 14)

Ementa: HABEAS CORPUS. INEXISTÊNCIA DE MOTIVOS PARA O


DECRETO DA PRISÃO PREVENTIVA. NECESSIDADE DE
MANUTENÇÃO DA ORDEM PÚBLICA. INEXISTÊNCIA DE
CONSTRANGIMENTO ILEGAL.

306 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
I) Indícios de autoria e materialidade do delito, necessidade de preservação
da ordem pública e aplicação da lei penal.
2) Paciente preso em flagrante delito, regularidade da decretação da prisão
preventiva.
3) Ordem denegada.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.001 1.6837-7, Relator(a):


Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 15.01.2004, pg. 20)

Prisão Temporária

Ementa: HABEAS CORPUS. CONSTRANGIMENTO ILEGAL POR FALTA


DE FUNDAMENTAÇÃO PARA O DECRETO DE PRISÃO TEMPORÁRIA.
REVOGAÇÃO DA PRISÃO. PEDIDO PREJUDICADO ART. 659 DO CPP.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0001.6176-0, Relator(a):


Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 16.01.2004, pg. 13)

Progressão de Regime

Ementa: HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PEDIDO DE


CONCESSÃO DO REGIME SEMI-ABERTO. QUESTÕES RELATIVAS A
EXECUÇÃO DE PENA DEMANDAM EXAME DE PROVA. MAIS
ABRANGENTE QUE A VIA DO HABEAS CORPUS. NÃO
CONHECIMENTO DO MANDAMUS.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0010.8852-7, Relator(a):


Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 15.01.2004, pg. 19)

Ementa: PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO PARA


PROGRESSÃO DE REGIME. INADEQUAÇÃO DO PEDIDO. NÃO
CONHECIMENTO DA ORDEM.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0007.7448-6, Relator(a):


Desa. Mariza Magalhães Pinheiro, DJ. 15.01.2004, pg. 19)

Pronúncia

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 307
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Ementa: PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. PRISÃO
DECORRENTE DE PRONÚNCIA. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO.
INOCORRÊNCIA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL NÃO
CARACTERIZADO.
I. Não há falar em constrangimento ilegal ao status libertatis do acusado se
o juiz decretou, de forma fundamentada, prisão decorrente de pronúncia,
indicando a necessidade de se assegurar a aplicação da lei penal (art. 312
do C.P.P.), tendo em vista ter o réu se evadido do distrito da culpa, vindo a
ser encarcerado muitos anos depois do evento criminoso, revelando a
possibilidade concreta de aquele se furtar ao cumprimento de pena
eventualmente imposta.
II. Ordem denegada.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0011.0571-5, Relator:


Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 19.04.2004, pg. 40)

Ementa: HABEAS CORPUS CRIME DE HOMICÍDIO PRISÃO


PREVENTIVA EFEITO NATURAL DA SENTENÇA DE PRONUNCIA
INEXISTÊNCIA DE OFENSA A PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
INTELIGÊNCIA DA REGRA CONSTANTE NO § 1º DO ART. 408 DO CPP
ORDEM DENEGADA.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0008.1833-5, Relator(a):


Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ. 23.03.2004, pg. 15)

Ementa: PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO.


HOMICÍDIO QUALIFICADO. SENTENÇA DE PRONÚNCIA.
1.AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO DA DENÚNCIA. A inicial
acusatória narra o cometimento do delito circunstanciando os motivos, o
meio empregado, o modo de execução, amparada em laudo de exame
cadavérico e depoimentos colhidos em inquérito que indicam a autoria
delitiva, não havendo ambiente para qualificá-la de inepta.
DESFUNDAMENTAÇÃO REJEITADA.
2. ALEGATIVA DE LEGÍTIMA DEFESA. As provas colhidas em instrução,
não corroboram a tese argüida de legítima defesa, mormente quando se
considera que a vítima foi atingida por três facadas, todas nas costas.
EXCLUDENTE NÃO RECONHECIDA RECURSO IMPROVIDO.
SENTENÇA MANTIDA.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2001.0001.0080-2,


Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 06.04.2004, pg. 18)

308 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal

Ementa: - Recurso crime em sentido estrito. - Réu pronunciado por


tentativa de homicídio qualificado. - Pretendida desclassificação para lesão
corporal ou, alternativamente, a exclusão da qualificadora. - Havendo atos
de execução, impedido o agente de prosseguir no seu desiderato por
circunstâncias alheias ao seu querer, mantém-se a imputação formulada na
denúncia, transferida para o júri a cognição aprofundada e exauriente das
provas e das teses da acusação e da defesa. - Apoiada a circunstância
qualificante em dados concretos do probatório, impositiva sua
manutenção, cabendo seu julgamento, por expressa disposição
constitucional (CF, art. 5°, XXXVIII), ao Colegiado Leigo. - Desprovimento.
- Nemine discrepante.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ · 2000.0014.2123-


0, Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 05.03.2004, pg. 17)

Ementa: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO PRONÚNCIA 1) ARGÜIÇÃO


DE NULIDADE DA SENTENÇA POR FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO
NO TOCANTE ÀS QUALIFICADORAS ADMITIDAS DESPACHO DE
SUSTENTAÇÃO PROFERIDO DE FORMA INTEGRATIVA,
RECONHECENDO-SE A INSUFICIÊNCIA DOS FUNDAMENTOS
APRESENTADOS E FAZENDO-SE A COMPLEMENTAÇÃO
CONSIDERADA NECESSÁRIA INEXISTÊNCIA DE NULIDADE -
PREJUDICADA A ANÁLISE DO ASSUNTO NESTA INSTÂNCIA
REVISORA 2) PROVAS – EXAME APROFUNDADO QUE NÃO SE
ADMITE EM SEDE DE PRONÚNCIA Demonstradas a existência do crime
e sua autoria, deve ser o réu submetido a julgamento pelo Tribunal do Júri,
a quem, por disposição constitucional, compete apreciar os crimes dolosos
contra a vida, dirimindo dúvidas sobre o assunto, inclusive, no que tange a
qualificadoras inseridas no contexto da denúncia, igualmente o fazendo em
relação a tese de legítima defesa da honra sustentada no decorrer do
processo RECURSO CONHECIDO, PORÉM , IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2000.0001.3595-


0/1, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 02.03.2004, pg.11)

Ementa: RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO PRONÚNCIA


TENTATIVA DE HOMICÍDIO DESCLASSIFICAÇÃO PARA LESÃO
CORPORAL INADMISSIBILIDADE NA AUSÊNCIA DE PROVA QUE
PERMITA O RECONHECIMENTO DE PLANO, DA PRETENSÃO

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 309
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
DÚVIDA QUANTO À NATUREZA DO ELEMENTO SUBJETIVO DO
DELITO QUE IMPÕE O JUIZ ENCAMINHAR O CASO AO TRIBUNAL
DO JÚRI. RECURSO CONHECIDO, MAS IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2000.0152.1453-


3/1, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 26.02.2004, pg. 23)

Ementa: - RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO. - PRONÚNCIA. -


HOMICÍDIO DUPLAMENTE QUALIFICADO (PELA FUTILIDADE E
PELO USO DE RECURSO QUE NÃO PERMITIU DEFESA DA VÍTIMA). -
EXCLUSÃO DAS QUALIFICADORAS INVIÁVEL, PORÉM, PORQUE
ELAS SÓ PODEM SER ARREDADAS QUANDO NÃO POSSUEM APOIO
NA PROVA DOS AUTOS, O QUE NÃO É O CASO. - DECISÃO
CONFIRMADA. - RECURSO IMPROVIDO. – UNANIMIDADE.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2000.0015.7726-4,


Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 18.02.2004, pg. 11)

Ementa: RECURSO PENAL EM SENTIDO ESTRITO SENTENÇA DE


PRONÚNCIA Quando a materialidade do delito é inquestionável e os
indícios de autoria indicados na sentença possuem elementos condizentes
com o raciocínio jurídico, torna-se imperiosa a decisão de pronúncia.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2001.0000.4098-2,


Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 26.02.2004, pg. 24)

Ementa: RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO SENTENÇA DE


PRONÚNCIA DESLIZAMENTO DE TENTATIVA DE HOMICÍDIO PARA
LESÃO CORPORAL IMPOSSIBILIDADE À MINGUA DE
SUSTENTAÇÃO FÁTICA E JURÍDICA.
I- Ausência da alegada controvérsia entre a sentença de pronúncia e a
prova colhida a ponto de desclassificar o crime de tentativa de homicídio
para lesão corporal, posto que, provada a autoria e a materialidade do
delito, compete única e exclusivamente ao Tribunal Constitucional do Júri
decidir sobre a culpabilidade ou não do recorrente.
II- Recurso improvido. Acórdão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2002.0009.1412-3,


Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 17.02.2004, pg. 29)

310 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
Ementa: Tentativa de Homicídio Qualificado Recurso em Sentido Estrito
visando a absolvição sumária ou impronúncia sob alegação de dúvida
Aplicação da regra “in dúbio pro sociatate” Recurso Improvido.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2000.0164.8776-


2/1, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 26.02.2004, pg. 24)

Ementa: RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO HOMICÍDIO


QUALIFICADO PRONÚNCIA - 1) ALEGAÇÃO DE NULIDADE
DECORRENTE DE CERCEAMENTO DE DEFESA PELA NÃO OITIVA DE
TESTEMUNHA REFERIDA INOCORRÊNCIA DESNECESSIDADE DE
PROVA COMPLEMENTAR RECONHECIDA PELO MAGISTRADO
PROCESSANTE PRONUNCIAMENTO QUE SE AMPAROU NA LEI (Art.
209, § 1º, CPP) PRECEDENTES DO STF - PRELIMINAR REJEITADA; 2)
SENTENÇA DE PRONÚNCIA DECISÃO QUE NÃO ADMITE EXAME
APROFUNDADO DA MATÉRIA, BASTANDO QUE HAJA PROVA DA
EXISTÊNCIA DO CRIME E INDÍCIOS SUFICIENTES DA AUTORIA
PARA QUE SE DETERMINE A SUBMISSÃO DO RÉU A JULGAMENTO
PELO JÚRI – DISPOSIÇÃO CONSTITUCIONAL QUE LHE DÁ
COMPETÊNCIA PARA APRECIAÇÃO DE CAUSAS DESTA NATUREZA
3) MOTIVO FÚTIL - QUALIFICADORA QUE NÃO PODE SER
AFASTADA POR NÃO SER MANIFESTAMENTE IMPROCEDENTE -
RECURSO CONHECIDO, PORÉM , IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2001.0001.2118-4,


Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 26.02.2004, pg. 25)

Ementa: PENAL E PROCESSUAL. RECURSO CRIME EM SENTIDO


ESTRITO. HOMICÍDIO QUALIFICADO PELA TORPEZA, EM
CONCURSO DE AGENTES. ADITAMENTO POSTERIOR. SENTENÇA
DE PRONÚNCIA ADMITINDO A DENÚNCIA EM TODOS OS SEUS
TERMOS. Artigos 121, § 2º, inciso I, c/c o 29, todos do Código Penal
Brasileiro. Decisão de pronúncia dando pela admissibilidade da acusação
pública, remetendo os acusados ao julgamento pelo Tribunal do Júri. Prova
de existência do crime e indícios suficientes de autoria. A jurisprudência
pacífica dos Colégios Judiciários assinala que compete ao egrégio Conselho
de Sentença do Tribunal do Júri, juiz natural nos crimes dolosos contra a
vida, a decisão soberana acerca da prova de culpabilidade do acusado,
valendo nessa fase, em caso de dúvida acerca da autoria, o princípio in
dubio pro societate.
A decisão de pronúncia configura, tão somente, mero juízo de
admissibilidade da denúncia, não sendo necessária a presença de provas
cabais acerca do crime e de sua autoria. Recurso improvido. Unânime.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 311
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2002.0001.0142-4,


Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 26.02.2004, pg. 24)

Ementa: PROCESSUAL PENAL TRIBUNAL CONSTITUCIONAL DO JÚRI


RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO SENTENÇA DE PRONÚNCIA
ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA E/OU EXCLUSÃO DE QUALIFICADORAS
IMPOSSIBILIDADE.
I - A sentença de pronúncia é de conteúdo declaratório e nela se cuida da
viabilidade da acusação, tendo como pré-requisito apenas elementos que
convençam o Juiz da existência do crime e de indícios que o réu seja o
autor, encerrando mero juízo de admissibilidade, compete ao Tribunal do
Júri, juízo natural dos crimes dolosos contra a vida, o encargo de julgar o
réu pronunciado, acatando ou não o que ficou estabelecido naquela
decisão.
II - Quanto à exclusão das qualificadoras, não merece prospero a pretensão
do recorrente, notadamente diante do que restou apurado numa e noutra
fase da persecução penal, donde se deixa entrever que o recorrente
surpreendeu a infeliz criatura, sem discussão, por nada, apesar de
sustentar que agiu em legítima defesa.
III - Ora, é entendimento assente na doutrina e jurisprudência pátrias de
que sendo a prova colacionada controversa, a ponto de não permitir ao
julgador um juízo de valor estreme de qualquer dúvida, não há que se
admitir a exclusão de circunstâncias qualificadoras da sentença de
pronúncia, deixando-se tal prerrogativa para o Tribunal Constitucional do
Júri.
IV - Recurso improvido. Decisão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2000.0169.6443-


9/1, Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 17.02.2004, pg.
29)

Ementa: RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO Argüição de legítima


defesa ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA INADMISSIBILIDADE PRONÚNCIA
SIMPLES JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE AUTORIA CONFESSADA
DISPENSA DE CONFRONTO METICULOSO E PROFUNDA
VALORAÇÃO DA PROVA. MÉRITO A SER DECIDIDO PELO
TRIBUNAL LEIGO RECURSO DENEGADO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2000.0167.2743-


7/1, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 26.02.2004, pg. 24)

312 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal

Ementa: - RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO. - PRONÚNCIA. -


HAVENDO INDÍCIO DE AUTORIA, PRONUNCIA-SE O POSSÍVEL
AGENTE ATIVO DO HOMICÍDIO, POIS, COM ISSO, NÃO SE ESTÁ A
CONDENÁ-LO, MAS TÃO-SÓ ADMITINDO-SE A DENÚNCIA CONTRA
ELE DEDUZIDA. CABE AO JÚRI, NA SUA SOBERANIA, EMITIR, APÓS
PROFUNDA ANÁLISE DAS VERSÕES EM CONFRONTO, JUÍZO DE
INOCÊNCIA OU DE CULPABILIDADE DO RECORRENTE. -NÃO
SENDO AS QUALIFICADORAS MANIFESTAMENTE
IMPROCEDENTES, INVIÁVEL O SEU AFASTAMENTO PELA
PRONÚNCIA E CONSEQÜENTE SUBTRAÇÃO DE SUA ANÁLISE
PELOS JURADOS, AOS QUAIS, POR FORÇA DE MANDAMENTO
CONSTITUCIONAL, CABE O JULGAMENTO DO FATO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2001.0000.3805-8,


Relator(a): Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido, DJ. 06.04.2004, pg. 19)

Queixa-Crime

Ementa: QUEIXA CRIME AUSÊNCIA DE APRESENTAÇÃO A


MANIFESTAÇÃO DE VONTADE DE PROMOVER A AÇÃO PRIVADA
POR PARTE DO OFENSIVO, SEM QUE TENHA SIDO APRESENTADA
QUEIXA-CRIME, EM NADA INFLUÊNCIA NA CONTAGEM DO PRAZO
DE DECADÊNCIA. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚2000.0145.7674-


1/1, Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 11.06.2004, pg. 55)

Ementa: RECURSO CRIME EM SENTIDO ESTRITO CRIMES DE


DIFAMAÇÃO, CALÚNIA E INJÚRIA AÇÃO PENAL DE INICIATIVA
PRIVADA NECESSIDADE DE APRESENTAÇÃO DE QUEIXA-CRIME
NO PRAZO PREVISTO NO ART. 38 DO CPP EXTINÇÃO DA
PUNIBILIDADE EM FACE DO NÃO-EXERCÍCIO DO DIREITO DE
QUEIXA DECISÃO MANTIDA RECURSO IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Recurso em Sentido Estrito n˚ 2000.0145.7745-


4/1, Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 27.04.2004, pg. 24)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 313
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Revisão Criminal

Ementa: CONSTITUCIONAL PROCESSUAL PENAL REVISÃO


CRIMINAL NOVA PROVA POR CONDUÇÃO DE JUSTIFICAÇÃO
CRIMINAL IMPOSSIBILIDADE.
I- A justificação criminal, aqui como sede de nova prova, admitida no art.
423 do Código de Processo Penal, com disposições subsidiárias
transplantadas do direito processual civil, arts. 861 a 866, é uma ação
voluntária, sem contraditório, onde apenas uma das partes leva a efeito a
prova que lhe seja favorável, verdadeira via de mão única, não podendo
ser-lhe emprestados os efeitos da idoneidade, mormente, por se tratar de
prova criminal superveniente.
II- Destarte, o feito que fundamenta a presente ação revisional, face a sua
natureza, apenas é homologado pela autoridade judiciária, sendo vedado a
esta pronunciar-se sobre o mérito da prova, não tendo referido processado,
com seu procedimento fugaz, o alcance de desnaturar a prova confrontada
ao longo de toda persecução penal, notadamente quando assegurados às
partes todos os meios para o regular exercício do contraditório e da ampla
defesa.
III- Voto vencido: De ofício, concedo habeas corpus para modificar o
regime de cumprimento da pena de integralmente fechado para
inicialmente fechado, por não me confortar a constitucionalidade do art. 2º,
da Lei 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos), tendo dito dispositivo sido
considerado inconstitucional por esta Primeira Câmara Criminal no voto
precursor da lavra do eminente Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha,
proferido no habeas corpus n.º 8358, cujo posicionamento igualmente
adotei, materializando-o no caso concreto no HC N.º 2000.07293-3. Neste
parte, contudo, o voto foi vencido por maioria.
IV- Revisão indeferida. Unânime.

(TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Revisão Criminal n˚ 2003.0000.3625-6,


Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 31.05.2004, pg. 17)

Ementa: PENAL. REVISÃO CRIMINAL. 1. ALEGATIVA DE INÉPCIA DA


DENÚNCIA E NULIDADE PROCESSUAL DECORRENTE.
IMPROCEDÊNCIA. A denúncia apresentada pelo Ministério Público
circunstanciou, na medida do que se colheu na peça de inquérito, as
condutas criminosas dos denunciados. O que torna a denúncia inepta é a
descrição vaga, imprecisa, que dificulta ou torna impossível a defesa do
denunciado. 2. INCOMPATIBILIDADE EXISTENTE ENTRE A
SENTENÇA CONDENATÓRIA E O ACERVO PROBATÓRIO

314 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
CONSTANTE DOS AUTOS. A denúncia imputa aos quatro acusados a
prática de crime de homicídio consumado e tentativa de homicídio,
amparada por depoimentos colhidos na fase inquisitorial não confirmados
em juízo. Comprovada ausência de provas de cunho condenatório prestada
perante o juiz do feito ou o Tribunal do Júri, havendo nos autos confissão
de um dos acusados onde expõe o motivo do crime. RECURSO NESSE
ASPECTO PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA. DESCONSTITUÍDO
VEREDICTO DO TRIBUNAL DO JÚRI. RÉU ABSOLVIDO.

(TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Revisão Criminal n˚ 2003.0007.0735-5,


Relator(a): Des. Pedro Regnoberto Duarte, DJ. 31.05.2004, pg. 26)

Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. REVISÃO CRIMINAL. ROUBO


SEGUIDO DE MORTE EM CONCURSO DE AGENTES. CONDENAÇÃO
PENAL. TRÂNSITO EM JULGADO DA DECISÃO CONDENATÓRIA.
ALEGAÇÕES DE NULIDADES E DECISÃO CONTRÁRIA À EVIDÊNCIA
DOS AUTOS. Nulidades improcedentes posto que alegadas por quem não
aproveita e decisão condenatória harmônica com o conjunto probatório
coligido. “Súmula 352, STF. Não é nulo o processo penal por falta de
nomeação de curador ao réu menor que teve a assistência de defensor
dativo”. Em sede de revisão criminal não se admite reexame de provas,
como se fosse segunda apelação “Não há oportunidade, na revisão
criminal, para a reabertura da instrução para a produção de provas. Se não
há prova da inocência alegada, cabe obtê-la mediante justificação”. (RT
622/261). Revisão criminal indeferida.

(TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Revisão Criminal n˚ 2002.0006.3534-8,


Relator(a): Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 24.05.2004, pg. 22)

Ementa: REVISÃO CRIMINAL. HOMICÍDIO CULPOSO. RÉU


CONDENADO A TRÊS ANOS E QUATRO MESES DE DETENÇÃO COM
SUSPENSÃO DE HABILITAÇÃO PARA CONDUZIR AUTOMOTOR
PELO MESMO PERÍODO. INCONFORMAÇÃO. ALEGAÇÃO DE QUE A
SENTENÇA FOI CONTRÁRIA À EVIDÊNCIA DOS AUTOS.
INOCORRÊNCIA. DECISÃO QUE GUARDOU ESTREITA RELAÇÃO
COM O APURADO NA FASE INSTRUTÓRIA DO PROCESSO. PENAS
APLICADAS DE FORMA EXACERBADA. PLEITO QUE MERECE
PARCIAL ATENDIMENTO A FIM DE QUE SE REDUZAM AS
REPRIMENDAS PARA O MÍNIMO LEGAL. DEFERE-SE, FAZENDO-SE,
INCLUSIVE, A SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
POR PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COLETIVIDADE.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 315
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
(TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Revisão Criminal n˚ 2003.0012.4415-4,
Relator(a): Desa. Huguette Braquehais, DJ. 17.06.2004, pg. 44)

Ementa: PROCESSUAL PENAL. AÇÃO DE REVISÃO CRIMINAL. TÃO-


SOMENTE PARA CORRIGIR A DOSIMETRIA DA PENA.
POSSIBILIDADE COM SUPEDÂNEO NO INCISO III DO ART. 621 DO
CPP.
I- Revisão para corrigir a reprimenda imposta ao requerente, aplicando-lhe
a pena base em 4 (quatro) anos de reclusão, todavia, em relação às
atenuantes obrigatórias, deixo de considerá-las por conta da fixação da
pena base, aplicada que foi no mínimo legal previsto, com escora em
decisões do Supremo Tribunal Federal, citando como exemplo o que ficou
decidido no HC n. 68.641-9, da Relatoria do Ministro Celso de Melo, senão
vejamos, verbis: “A circunstância atenuante obrigatória não pode conduzir
à redução da pena fixada no mínimo legal” (DJU 05.06.92, pg. 8.429 e RT
690/390).
II- A proibição da redução da pena aquém do mínimo legal aplicável à
espécie tem previsão no novo sistema adotado pelo Código Penal, em que,
estabelecida a pena-base, consideradas as circunstâncias judiciais e
existindo circunstância atenuante, não pode o juiz sentenciante diminuir a
pena abaixo do estabelecido em lei. Portanto, fixada a pena base no mínimo
legal, como na hipótese, mesmo levando em conta a confissão espontânea e
a menoridade do réu, a pena não poderia ser reduzida, ultrapassando o
mínimo legal. A contrário senso ocorre na terceira fase, quando incidem as
causas de diminuição e de aumento, hipótese em que aqueles limites
podem ser ultrapassados. Nesse sentido é o entendimento pacífico dos
Tribunais pátrios, verbis: “TJSC: “Circunstância atenuante. Fixação abaixo
do mínimo legal. Inadmissibilidade. Fixada a pena-base no mínimo legal,
mesmo presentes circunstâncias atenuantes reconhecidas, a pena não pode
ser reduzida para quantidade inferior ao mínimo abstratamente
considerada. As circunstâncias legais influem sobre o resultado obtido na
primeira fase da dosimetria, cujos limites, mínimo e máximo, não podem
ser ultrapassados; somente exsurge a possibilidade de diminuição da pena
aquém de seu mínimo legal quando da terceira fase (causas especiais de
aumento ou diminuição)” (RT 723/653).
III- Assim é que, considerando, ainda, o concurso de pessoas, § 2º, inciso II,
do art. 157, do CP, acresço a pena base aplicada em 1/3 (um terço), ficando
a pena definitiva em 5 (cinco) anos e 6 (seis) meses de reclusão, a ser
cumprida em regime semi-aberto, além da multa imposta na sentença.
IV- Revisão deferida. Decisão unânime.

316 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
(TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Revisão Criminal n˚ 2003.0007.7063-4,
Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 13.04.2004, pg. 24)

Ementa: CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL PENAL. REVISÃO


CRIMINAL. ROUBO DUPLAMENTE QUALIFICADO E LATROCÍNIO.
NOVAS PROVAS DE INOCÊNCIA DO CONDENADO. PRODUÇÃO
PERANTE O JUÍZO SINGULAR. INEXISTÊNCIA. INADMISSIBILIDADE
DA MEDIDA. SENTENÇA CONDENATÓRIA CONTRÁRIA À
EVIDÊNCIA DOS AUTOS. INOCORRÊNCIA.
I. A admissão de revisão criminal com fundamento na existência de novas
provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou
autorize diminuição da pena pressupõe a colheita do material probatório
perante o juízo de primeiro grau, sob o crivo do contraditório e da ampla
defesa, e não no curso daquele meio autônomo de impugnação.
II. A consideração da hipótese prevista no art. 621, inc. I, parte final, do
Código de Processo Penal, somente é possível quando, por simples análise
do juízo revisional, restar comprovado que a sentença condenatória não
encontra apoio em nenhum dado demonstrativo da procedência da
acusação. Sustentada, pois, em elementos de convicção colhidos na
instrução criminal, não há falar em contrariedade do decisum à evidência
dos autos.
III. Revisão parcialmente conhecida e indeferida.

(TJCE, Câmaras Criminais Reunidas, Revisão Criminal n˚ 2001.0000.9302-4,


Relator(a): Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 04.03.2004, pg. 27)

Roubo

Ementa: PENAL. DELITO DE ROUBO. EMPREGO DE VIOLÊNCIA.


DESCLASSIFICAÇÃO PARA FURTO. IMPOSSIBILIDADE. PENA.
CIRCUNSTÂNCIA ATENUANTE. REDUÇÃO AQUÉM DO MÍNIMO
LEGAL. IMPOSSIBILIDADE
I. Não há falar em furto, quando a investida criminosa tendente a subtrair o
bem da vítima é realizada de forma violenta, incorrendo nas sanções do art.
157 do C.P. o agente que arranca a valise da ofendida com impetuosa força,
arremessando-a contra as grades de um prédio, produzindo, inclusive,
dano à sua integridade física.
II. O reconhecimento de circunstância atenuante (confissão espontânea)
não pode conduzir à fixação da pena em quantum inferior ao mínimo legal
(Súmula nº 231 do S.T.J.).

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 317
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
III. Apelo improvido.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.5321-7, Relator(a):


Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha, DJ. 05.05.2004, pg. 32)

Ementa: PENAL E PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ROUBO


DUPLAMENTE QUALIFICADO, PELO EMPREGO DE ARMA DE FOGO
E PELO CONCURSO DE AGENTES. PRISÃO EM FLAGRANTE.
DENEGAÇÃO DA LIBERDADE PROVISÓRIA. DELITO DE GRANDE
POTENCIAL OFENSIVO, COM VIOLÊNCIA EXERCIDA CONTRA
PESSOA. NECESSIDADE DE CONTINUIDADE DO ACAUTELAMENTO
PREVENTIVO DECORRENTE DO AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE.
SUBSISTÊNCIA DOS REQUISITOS QUE AUTORIZARIAM A
DECRETAÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA, NO RESGUARDO DA
ORDEM PÚBLICA.
Artigo 157, § 2°, incisos I e II, do Código Penal Brasileiro. Decisão
denegatória da liberdade provisória devidamente fundamentada, tanto na
garantia da ordem pública, quanto pela violência grave exercida contra
pessoa, mediante emprego de arma de fogo. Constrangimento ilegal não
caracterizado. Ordem denegada. Unânime.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0012.0462-4, Relator:


Des. João Byron de Figueiredo Frota, DJ. 19.04.2004, pg. 44)

Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. ROUBO QUALIFICADO.


CARACTERIZAÇÃO. AUTORIA. CONJUNTO PROBATÓRIO.
SUFICIÊNCIA. PALAVRA DA VÍTIMA. RELEVÂNCIA.
I. Dum exame da prova coligida, constata-se realmente que houve violência
e grave ameaça por parte do apelante para atingir seu intento, pois se não
fosse a utilização da faca para impor efetivamente resistência a vítima, o
delito não teria sido consumado facilmente, não podendo se cogitar em
desclassificação para o furto, até porque a vítima teve lesões contundentes.
II. Nos casos de crimes deste jaez, cometido geralmente às ocultas, sem
testemunhas presenciais, a palavra da vítima deve ser bastante valorada
em relação à versão do apelante, máxime quando aquela é coerente com os
demais elementos de convicção existentes nos autos. A versão da vítima
corroborada com as provas testemunhais colhidas em juízo tem valor
probatório, devendo ser levada em consideração como elemento fixador da
autoria do crime perpetrado.
III Apelo conhecido, mas improvido.
IV Unânime.

318 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0004.7705-0, Relator(a):
Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 25.02.2004, pg. 66)

Ementa: PROCESSUAL PENAL. APELAÇÃO CRIME. ASSALTO A MÃO


FORTEMENTE ARMADA. ARMA NÃO APREENDIDA. PALAVRA DA
VÍTIMA É O BASTANTE.
I- Nos crimes contra o patrimônio a palavra da vítima prepondera para
apontar a identidade do autor. Assim, o fato da arma não ter sido
encontrada não nulifica o assalto qualificado, em face dos depoimentos das
vítimas, que foram constrangidas a entregar seus pertences, conforme a
remansosa jurisprudência nacional, notadamente a do Superior Tribunal de
Justiça, vejamos, verbis: ROUBO EMPREGO DE ARMA DE FOGO
APREENSÃO DE ARMA DISPENSABILIDADE Penal. Roubo. Emprego de
arma de fogo. Apreensão. Inexistência. Caracterização de causa especial de
aumento. Caracterização de causa especial de aumento, § 2º, I, do art. 157
do CP é dispensável a apreensão da arma de fogo, se existem elementos
outros, aptos a comprovar a efetiva utilização daquele instrumento.
Precedentes desta Corte. Ordem denegada. (STJ-HC13.983 Rel. Min.
Fernando Gonçalves DJ de 20-11-2000).
II- Apelo improvido Decisão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0013.9185-3, Relator(a):


Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 25.02.2004, pg. 65)

Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. PRELIMINAR. CERCEAMENTO


DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. ROUBO QUALIFICADO PELA LESÃO
CORPORAL GRAVE. CONFIGURAÇÃO. AUTORIA COMPROVADA.
PENA. APLICAÇÃO CORRETA. DECISÃO MANTIDA.
I O indeferimento do pleito não implica cerceamento de defesa, tanto mais
quando, na instrução do processo, cabe ao magistrado evitar expedientes
procrastinatórios. O momento oportuno da apresentação do rol de
testemunhas é na defesa prévia, não constituindo cerceamento de defesa a
sua não apresentação, até mesmo porque sua apresentação é facultativa.
Rejeição da preliminar.
II Apesar da negativa do réu da autoria da prática delitiva, foi devidamente
reconhecido pela testemunha presencial, a qual afirmou categoricamente
que no dia do fato criminoso presenciou e reconheceu o apelante com arma
em punho. A absolvição do apelante é inteiramente descabida, ante o
conjunto probatório dos autos, o qual dá conta da prática criminosa
cometida pelo apelante.

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 319
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
III A pena aplicada observou as circunstâncias do art. 59, as quais lhe eram
desfavoráveis e que foram devidamente fundamentadas.
IV Apelo conhecido, mas improvido.
V Unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0003.2495-4/1,


Relator(a): Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 18)

Tribunal do Júri

Ementa: CONSTITUCIONAL TRIBUNAL CONSTITUCIONAL DO JÚRI


APELAÇÃO CRIME INSURGÊNCIA CONTRA QUALIFICADORA DA
TORPEZA VISíVEL ATO DE VINGANÇA ADESÃO ENTRE O CRIME
PERPETRADO E A QUALIFICADORA SOB REFUTE CONCESSÃO DE
OFíCIO DE HABEAS CORPUS PARA MODIFICAR O REGIME DE
CUMPRIMENTO DA PENA DE INTEGRALMENTE PARA
INICIALMENTE FECHADO.
I- O conjunto probatório arrecadado pelo Juiz Primário dá conta de que o
crime foi perpetrado por vingança, porquanto a vítima, meses antes, havia
homicidado a um irmão do apelante.
II- Certo é que os motivos que levaram o Conselho de Sentença a acolher a
qualificadora da torpeza encontram segurança na prova dos autos.
Sob o tema, qualificadora do motivo torpe, trago à colação arestos de um
dos nossos principais Tribunais Pátrios, verbis: “A vingança, o ódio
reprimido, que levam o agente à pratica do crime, configuram o motivo
torpe a que alude o art. 121, § 2º do CP (TJSP Rel. Weiss de Andrade).
“Torpe, como salientava Hungria, é o motivo abjeto, ignóbil, repugnante,
que imprime ao crime um caráter de extrema vileza ou imoralidade. É
aquele que, segundo o mesmo insigne saudoso penalista mais vivamente
ofende a moralidade média ou o sentimento éticosocial comum” (TJSP-
Rel.Silva Leme RJTJSP-22/449).
III- Apelo improvido. Decisão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2002.0001.0100-9, Relator(a):


Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 05.05.2004, pg. 32)

Ementa: RECURSO APELATÓRIO - CRIME DE HOMICÍDIO - TRIBUNAL


DO JÚRI RÉUS CONDENADOS DIFERENTEMENTE PELA PRÁTICA DE
UM MESMO ATO - DEFEITO NA QUESITAÇÃO QUE FAVORECEU A
UM DELES, PROPICIANDO FOSSE O DELITO A ELE IMPUTADO

320 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
DESCLASSIFICADO PARA HOMICÍDIO SIMPLES, AINDA QUE SE
TENHA ADMITIDO A OCORRÊNCIA DE CO-AUTORIA NA HIPÓTESE
NENHUM RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO QUE VENHA
PERMITIR SEJA REVISTO O JULGAMENTO NESSE TOCANTE APELO
ÚNICO DO RÉU QUE FOI PUNIDO MAIS SEVERAMENTE - DECISÃO,
EM RELAÇÃO A ESTE, QUE NÃO ESTÁ A MERECER REPROCHE PENA
DEVIDAMENTE APLICADA TOMA-SE CONHECIMENTO, PORÉM,
NEGANDO O PROVIMENTO DESEJADO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0014.3694-6, Relator(a):


Desa. Huguette Braquehais, DJ. 03.05.2004, pg. 32)

Ementa: CONSTITUCIONAL PROCESSUAL PENAL HABEAS CORPUS


1) AUSÊNCIA DE PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA IMPETRANTE QUE NÃO
JUNTA QUALQUER DOCUMENTO CAPAZ DE COMPROVAR O
ALEGADO APRECIAÇÃO INVIABILIZADA ORDEM DENEGADA 2)
TRIBUNAL DO JURI CONDENAÇÃO APELAÇÃO EM LIBERDADE
IMPOSSIBILIDADE NO CASO 3) PRIMARIEDADE E BONS
ANTECEDENTES FATORES QUE NÃO AFASTAM A POSSIBILIDADE
DE PRISÃO PREVENTIVA INEXISTÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO
ILEGAL ORDEM DENEGADA.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Habeas Corpus n˚ 2003.0007.3015-2, Relator(a):


Desa. Maria Apolline Viana de Freitas, DJ. 23.03.2004, pg. 13)

Ementa: RECURSO DE APELAÇÃO - CRIME DE HOMICÍDIO


DUPLAMENTE QUALIFICADO - FUTILIDADE E SURPRESA
DESCLASSIFICAÇÃO PARA HOMICÍDIO CULPOSO - REJEIÇÃO PELO
CONSELHO DE SENTENÇA - DECISÃO QUE SE APÓIA NA PROVA
DOS AUTOS - NENHUMA RAZÃO PARA SE ANULAR O
JULGAMENTO - SOBERANIA DO TRIBUNAL DO JÚRI PARA OPTAR
PELA VERSÃO QUE LHE PARECER MAIS VEROSSÍMIL - RECURSO
IMPROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0013.9002-4, Relator(a):


Desa. Huguette Braquehais, DJ. 03.05.2004, pg. 32)

Ementa: TRIBUNAL CONSTITUCIONAL DO JÚRI APELAÇÃO CRIME


JULGAMENTO MANIFESTAMENTE CONTRARIO À PROVA DOS
AUTOS RÉU QUE, ANTES DO CRIME, ARMADO DE REVÓLVER,
ANUNCIA PUBLICAMENTE QUE VAI TIRAR A VIDA DA VÍTIMA,

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 321
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
NÃO PODENDO SER BENEFICIADO COM ABSOLVIÇÃO SOB A CAPA
DA NEGATIVA DE AUTORIA.
I - Com efeito, ao responder por expressiva maioria negativamente ao
quesito de nº 02, que indagava se as lesões foram produzidas pelo réu,
contrariou o Conselho de Sentença inteiramente a prova dos autos, eis que
os indícios da autoria do crime, em nenhum momento dos autos foram
ilididos, mercê da abastança das provas, todas no sentido de atribuir o
crime à pessoa do apelado.
II - Isto posto, estando a prova dos autos nestes termos, iniludível se mostra
que o Sexto Tribunal do Júri de origem deste apelo claudicou ao proferir o
veredicto recorrido, apartando-se da verdade real apurada para acolher
versão sem respaldo nos fatos relatados no processo, inquinando assim o
julgamento da invalidação a que alude o art. 593, § 3º, do CPP.
III - Apelo provido, Decisão unânime.

(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2003.0005.7996-9, Relator(a):


Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 19)

Ementa: PENAL. PROCESSUAL PENAL. JÚRI. DECISÃO


MANIFESTAMENTE CONTRÁRIA ÀS PROVAS DOS AUTOS.
INOCORRÊNCIA. QUALIFICADORA DA FUTILIDADE. INEXISTÊNCIA.
DECISÃO MANTIDA.
I A conduta inesperada do apelante em desferir vários tiros de revólver em
direção a um grupo de adolescentes, sem ser efetivamente ameaçado,
caracteriza-se induvidosamente a qualificadora da surpresa. É que para a
configuração da surpresa ou recurso que torne difícil ou impossível a
defesa do ofendido, necessário é, além do procedimento inesperado, que
não haja razão para a espera ou, pelo menos, suspeita de agressão. Assim
sendo, a conduta criminosa do apelante sequer foi motivo de suspeita em
relação ao grupo de jovens que estava a sair da escola, pois era comum a
entrada de pessoas com o intuito de freqüentar a quadra esportiva.
II A conduta do réu em desferir vários tiros de revólver num grupo de
adolescentes que se encontravam no interior de uma escola, suspeitando,
mesmo que equivocadamente, que eles seriam assaltantes ou vândalos, ou
seja, motivo este aparentemente frívolo ou irrelevante, dadas as
circunstâncias, tornam-se suficientes para ele ser levado à prática do crime.
III Confrontando-se a decisão dos jurados e a prova coligida, o corpo de
jurados decidiu de forma correta, não sendo tal decisão manifestamente
contrária às provas dos autos.
IV Apelos conhecidos, mas improvidos.
V Unânime.

322 Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p. 269-320, 2004
Penal e Processo Penal
(TJCE, 1ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2003.0001.2498-8, Relator(a):
Des. José Eduardo Machado de Almeida, DJ. 19.02.2004, pg. 18)

Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL - JÚRI 1) ARGÜIÇÃO DE NULIDADE


POSTERIOR À PRONÚNCIA QUESITO RELATIVO À QUALIFICADORA
QUE SE CONSIDERA REDIGIDO EM DESACORDO COM O CONTIDO
NA REFERIDA SENTENÇA - TRAIÇÃO, CONFORME RECONHECIDO
NA SENTENÇA DE PRONÚNCIA IRREGULARIDADE SANADA
AUSÊNCIA DE PREJUÍZO A DEFESA PRINCÍPIO PÁS DE NULLITÉ
SANS GRIEF QUESITOS QUALIFICADORA INSERIDA NÃO
CONSTANTE NA PRONÚNCIA INEXISTÊNCIA NULIDADES
AFASTADAS - APLICAÇÃO DA PENA BASE ACIMA DO MÍNIMO
LEGAL INEXISTÊNCIA DE CIRCUNSTÂNCIAS QUE PODERIAM
AUTORIZÁ-LO RECONHECIMENTO NA SENTENÇA DE QUE O
CRIME FOI UM FATO ISOLADO NA VIDA DO ACUSADO, EIS QUE
NÃO HÁ REGISTRO DE QUE SEJA PORTADOR DE MAUS
ANTECEDENTES - PENA EXACERBADA E MERECEDORA DE REPARO
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

(TJCE, 2ª Câmara Criminal, Apelação Crime n˚ 2000.0015.1366-5, Relator(a):


Desa. Huguette Braquehais, DJ. 05.02.2004, pg. 20)

Ement. Jurisp. Trib. Justiça Est. Ceará, Fortaleza, n. 10, p.269-320, 2004 323
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
ÍNDICE POR RELATOR

Des. Ademar Mendes Bezerra

Ação Rescisória ................................................................................................. 27


Adoção ............................................................................................................... 37
Agravo de Instrumento ................................................................................... 38
Agravo Regimental .......................................................................................... 41
Alimentos............................................................................................... 44, 46, 52
Apreensão de Mercadorias ........................................................................... 260
Competência...................................................................................................... 72
Concurso Público............................................................................................ 184
Conexão.............................................................................................................. 75
Controle de Constitucionalidade ......................................................... 188, 190
Embargos de Declaração ................................................................................. 90
Embargos de Terceiro ...................................................................................... 93
Execução ............................................................................................................ 97
Falência e Concordata.................................................................................... 102
Isonomia........................................................................................................... 206
Mandado de Segurança ................................................................................. 210
Multas de Trânsito.......................................................................................... 211
Organização Judiciária .................................................................................. 137
Promoção de Policiais Militares ................................................................... 223
Reintegração de Posse.................................................................................... 147
Separação de Corpos...................................................................................... 167
Servidores Públicos ................................................................................ 241, 250
Taxa de Iluminação Pública .......................................................................... 268

Des. Antônio Olímpio Castelo Branco

Ação Cautelar.................................................................................................... 21
Direito de Visita ................................................................................................ 83
Embargos de Declaração ........................................................................... 89, 91
FGTS ................................................................................................................. 204
Multas de Trânsito.......................................................................................... 211
Responsabilidade Civil .................................................................................. 151
Responsabilidade Civil da Administração Pública ................................... 229
Servidores Públicos ........................................................................ 241, 243, 245

Des. Edmilson da Cruz Neves

Ação Monitória ........................................................................................... 24, 25


Ação Reivindicatória........................................................................................ 25
Acidente de Trabalho....................................................................................... 35
Alienação Fiduciária .................................................................................. 42, 43

324
Índice por Relator
Alimentos .......................................................................................................... 49
Arrendamento Mercantil................................................................................. 56
Assistência Judiciária................................................................................. 63, 65
Busca e Apreensão ........................................................................................... 66
Cerceamento do Direito de Defesa .............................................................. 182
Compra e Venda............................................................................................... 74
Concurso Público ................................................................................... 185, 186
Consignação em pagamento........................................................................... 76
Controle de Constitucionalidade ................................................................. 193
Danos Morais .............................................................................................. 78, 81
Desconsideração da Personalidade Jurídica ................................................ 83
Embargos de Terceiro ...................................................................................... 93
Exceção de Pré-Executividade........................................................................ 95
Execução ............................................................................................................ 97
Execução Fiscal ....................................................................................... 100, 101
Falência e Concordata.................................................................................... 101
Formação, Suspensão e Extinção do Processo ........................................... 104
Guarda de Menores........................................................................................ 106
Honorários Advocatícios .............................................................. 107, 108, 109
Interdição......................................................................................................... 113
Interdito Proibitório ....................................................................................... 115
Investigação de Paternidade......................................................... 119, 121, 123
Juros e Correção Monetária .................................................................. 125, 126
Legislativo Municipal .................................................................................... 207
Litigância de Má-fé......................................................................................... 127
Locação..................................................................................................... 128, 130
Mandado de Segurança................................................................................. 210
Poder de Polícia .............................................................................................. 213
Prestação de Contas ....................................................................................... 139
Previdência Complementar .................................................................. 218, 219
Regime Jurídico .............................................................................................. 224
Regimento Interno do TJCE.......................................................................... 144
Responsabilidade Civil.......................................................................... 150, 155
Responsabilidade Civil da Administração Pública................................... 228
Seguros............................................................................................................. 164
Separação Judicial e Divórcio ............................................................... 168, 170
Servidores Públicos ........................................................................ 235, 250, 253
Sigilo Bancário e Fiscal .................................................................................. 257
Títulos de Crédito................................................................................... 173, 175

Des. Ernani Barreira Porto

Alimentos .................................................................................................... 51, 53


Apreensão de Mercadorias ........................................................................... 259

325
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Compra e Venda ............................................................................................... 74
Direito Adquirido........................................................................................... 200
Investigação de Paternidade......................................................................... 118
Juros e Correção Monetária .......................................................................... 126
Pedido e Causa de Pedir................................................................................ 137
Poder de Polícia .............................................................................................. 216
Promoção de Policiais Militares ................................................................... 224
Responsabilidade Civil .......................................................................... 153, 157
Responsabilidade Civil da Administração Pública ................... 225, 227, 228
Seguros............................................................................................................. 162
Separação Judicial e Divórcio ............................................................... 168, 171
Servidores Públicos ........................................................................ 235, 244, 249

Des. Fernando Luiz Ximenes Rocha

Ação Penal ....................................................................................................... 269


Citação................................................................................................................ 69
Controle de Constitucionalidade ......................................................... 189, 197
Crimes de Trânsito ................................................................................. 272, 273
Denúncia .................................................................................................. 274, 276
Desaforamento................................................................................................ 279
Entorpecentes.................................................................................................. 279
Excesso de Prazo..................................................................................... 287, 291
Habeas Corpus................................................................................................ 294
Prisão Decorrente de Sentença Recorrível .................................................. 299
Prisão Preventiva............................................................................................ 300
Pronúncia......................................................................................................... 305
Revisão Criminal ............................................................................................ 314
Roubo ............................................................................................................... 314

Des. Francisco Hugo Alencar Furtado

Ação Cautelar.................................................................................................... 20
Ação Civil Pública ............................................................................................ 22
Acidente de Trabalho................................................................................. 34, 36
Alimentos........................................................................................................... 50
Controle de Constitucionalidade ................................................................. 197
Crédito Rural..................................................................................................... 77
Danos Morais .............................................................................................. 79, 82
Embargos à Execução....................................................................................... 88
Embargos de Terceiro ...................................................................................... 93
Exceção de Pré-Executividade........................................................................ 94
Execução ............................................................................................................ 98
Incorporação Imobiliária ............................................................................... 111

326
Índice por Relator
Investigação de Paternidade......................................................................... 122
Mandado de Segurança................................................................................. 210
Multas de Trânsito ......................................................................................... 212
Princípio da Excepcionalidade ..................................................................... 140
Processo Administrativo ............................................................................... 220
Promoção de Policiais Militares ................................................................... 223
Prova ................................................................................................................ 141
Repetição de Indébito ............................................................................ 148, 149
Responsabilidade Civil.......................................................................... 158, 160
Salário Mínimo ............................................................................................... 232
Seguros..................................................................................................... 163, 166
Servidores Públicos ................................................................................ 239, 251

Des. João Byron de Figueiredo Frota

Atentado Violento ao Pudor......................................................................... 270


Controle de Constitucionalidade ................................................................. 192
Desaforamento................................................................................................ 278
Direito de Apelar em Liberdade .................................................................. 277
Entorpecentes.......................................................................................... 282, 284
Estupro............................................................................................................. 285
Excesso de Prazo..................................................................................... 288, 290
Fiança ............................................................................................................... 293
Pedido de Relaxamento de Prisão ............................................................... 297
Prisão em Flagrante........................................................................................ 299
Prisão Preventiva.................................................................................... 301, 303
Pronúncia......................................................................................... 307, 308, 309
Queixa-Crime.................................................................................................. 310
Revisão Criminal ............................................................................................ 312
Roubo ............................................................................................................... 315
Servidores Públicos ........................................................................................ 246

Des. José Arísio Lopes da Costa

Ação Anulatória................................................................................................ 20
Ação Cautelar.................................................................................................... 20
Ação Revisional de Cláusulas Contratuais........................... 29, 30, 31, 32, 33
Acidente de Trabalho....................................................................................... 34
Agravo de Instrumento ....................................................................... 37, 39, 40
Alimentos .............................................................................................. 48, 50, 51
Alvará Judicial .................................................................................................. 53
Ampla Defesa e Contraditório ..................................................................... 181
Apelação ............................................................................................................ 55
Apreensão de Mercadorias ........................................................................... 259

327
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Arrendamento Mercantil................................................................................. 57
Busca e Apreensão............................................................................................ 67
Citação................................................................................................................ 68
Coisa Julgada..................................................................................................... 71
Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI .................................................. 183
Controle de Constitucionalidade ................................................................. 196
Duplo Grau de Jurisdição.......................................................................... 85, 86
Estágio Probatório .......................................................................................... 203
Exceção de Impedimento ................................................................................ 94
Execução ............................................................................................................ 98
Execução Fiscal ................................................................................. 99, 100, 101
Formação, Suspensão e Extinção do Processo ........................................... 104
Fundamentação das Decisões Judiciais....................................................... 205
Honorários Advocatícios............................................................................... 109
ICMS ................................................................................................................. 265
Identidade Física do juiz ............................................................................... 110
Incorporação Imobiliária ............................................................................... 112
Interdição ......................................................................................... 113, 114, 115
Interdito Proibitório ....................................................................................... 115
IPTU.................................................................................................................. 266
Julgamento Antecipado da Lide .................................................................. 124
Licenciamento de Veículo ............................................................................. 207
Litigância de Má-fé......................................................................................... 127
Locação..................................................................................... 129, 130, 132, 133
Mandado de Segurança ................................................................................. 209
Poder de Polícia .............................................................................................. 216
Prazos ............................................................................................................... 138
Prestação de Contas ....................................................................................... 139
Previdência Complementar .......................................................................... 219
Processo Administrativo ............................................................................... 221
Promoção de Policiais Militares ................................................................... 224
Regimento Interno do TJCE .......................................................................... 144
Registros Públicos........................................................................................... 145
Repetição de Indébito .................................................................................... 148
Responsabilidade Civil .......................................................... 156, 158, 159, 161
Responsabilidade Civil da Administração Pública ................... 229, 230, 231
Revelia .............................................................................................................. 162
Seguros..................................................................................................... 163, 164
Sentença ........................................................................................................... 167
Separação Judicial e Divórcio ....................................................................... 169
Servidores Públicos ................................................................................ 234, 256
Título Executivo...................................................................................... 176, 177
Títulos de Crédito................................................................................... 172, 174
Tribunais de Contas ....................................................................................... 258

328
Índice por Relator
Usucapião ................................................................................................ 178, 179

Des. José Cláudio Nogueira Carneiro

Ação Cautelar.................................................................................................... 22
Ação Rescisória........................................................................................... 27, 28
Ação Revisional de Cláusulas Contratuais................................................... 32
Agravo de Instrumento ................................................................................... 39
Alienação Fiduciária ........................................................................................ 43
Apreensão de Mercadorias ........................................................................... 260
Arrendamento Mercantil........................................................................... 58, 59
Arresto................................................................................................................ 63
Casamento ......................................................................................................... 67
Cerceamento do Direito de Defesa .............................................................. 182
Citação................................................................................................................ 70
Compromisso de Compra e venda ................................................................ 75
Concurso Público ........................................................................................... 184
Controle de Constitucionalidade ................................................................. 191
Danos Morais .............................................................................................. 78, 82
Desapropriação............................................................................................... 202
Distrato Social ................................................................................................... 84
Doação................................................................................................................ 84
Embargos à Execução ................................................................................ 86, 87
Exceção de Pré-Executividade........................................................................ 95
Execução Fiscal ................................................................................................. 99
Falência e Concordata.................................................................................... 102
Formação, Suspensão e Extinção do Processo ........................................... 105
Fundamentação das Decisões Judiciais....................................................... 205
Guarda de Menores........................................................................................ 105
Imposto de Renda .......................................................................................... 265
Incorporação Imobiliária ....................................................................... 111, 113
Interdição......................................................................................................... 114
Intimação ......................................................................................................... 116
Investigação de Paternidade......................................................................... 123
Legislativo Municipal .................................................................................... 206
Locação............................................................................................................. 128
Nunciação de Obra Nova.............................................................................. 136
Prazos ............................................................................................................... 138
Prestação de Contas ....................................................................................... 139
Princípio da Excepcionalidade ..................................................................... 140
Promoção de Policiais Militares ................................................................... 222
Reconvenção.................................................................................................... 143
Registros Públicos .......................................................................................... 144
Responsabilidade Civil da Administração Pública................................... 227

329
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Seguros............................................................................................................. 164
Separação Judicial e Divórcio ....................................................... 169, 170, 171
Servidores Públicos ........................................................................ 236, 241, 252
Sigilo Bancário e Fiscal................................................................................... 257
Usucapião ........................................................................................................ 179

Des. José Eduardo Machado de Almeida

Atentado Violento ao Pudor ......................................................................... 270


Concurso Material de Crimes....................................................................... 271
Controle de Constitucionalidade ................................................................. 196
Crimes de Trânsito ................................................................................. 272, 273
Direito de Apelar em Liberdade .................................................................. 277
Entorpecentes.......................................................................... 280, 281, 282, 283
Estupro ..................................................................................................... 285, 286
Excesso de Prazo............................................................................................. 289
Fixação da Pena .............................................................................................. 293
Furto ................................................................................................................. 294
ICMS ................................................................................................................. 264
Infrações de Menor Potencial Ofensivo ...................................................... 295
Nulidades ........................................................................................................ 296
Prescrição................................................................................................. 297, 298
Prisão Preventiva............................................................................................ 302
Pronúncia................................................................................................. 307, 309
Revisão Criminal .................................................................................... 311, 313
Roubo ............................................................................................... 315, 316, 317
Servidores Públicos ........................................................................................ 246
Tribunal do Júri....................................................................................... 317, 319

Des. José Maria de Melo

Adoção ............................................................................................................... 37
Alimentos..................................................................................................... 47, 48
Alvará Judicial .................................................................................................. 53
Apreensão de Mercadorias ........................................................................... 259
Arrendamento Mercantil................................................................................. 57
Assistência Judiciária ....................................................................................... 64
Cerceamento do Direito de Defesa .............................................................. 181
Competência................................................................................................ 72, 73
Consumidor....................................................................................................... 76
Danos Morais .................................................................................................... 79
Direito Adquirido........................................................................................... 199
Embargos à Execução................................................................................. 87, 88
Embargos de Declaração ........................................................................... 89, 91

330
Índice por Relator
Formação, Suspensão e Extinção do Processo ................................... 103, 104
Guarda de Menores........................................................................................ 106
Investigação de Paternidade......................................................................... 119
IPTU.................................................................................................................. 266
Juizados Especiais Cíveis .............................................................................. 124
Juros e Correção Monetária .......................................................................... 126
Locação............................................................................................. 129, 132, 133
Mandado de Segurança......................................................................... 208, 209
Nulidades ........................................................................................................ 136
Poder de Polícia .............................................................................................. 215
Registros Públicos .......................................................................................... 145
Responsabilidade Civil.................................................................. 150, 151, 152
Seguros............................................................................................................. 165
Servidores Públicos ........................................................................ 234, 238, 254
Título Executivo.............................................................................................. 176

Des. Júlio Carlos de Miranda Bezerra

Agravo de Instrumento ................................................................................... 39


Casamento ......................................................................................................... 67
Competência ..................................................................................................... 71
Danos Morais .................................................................................................... 81
Desapropriação............................................................................................... 201
Embargos de Declaração ................................................................................. 90
Exceção de Suspeição....................................................................................... 96
Execução ............................................................................................................ 97
Guarda de Menores........................................................................................ 106
Organização Judiciária .................................................................................. 137
Poder de Polícia .............................................................................................. 215
Processo Administrativo ............................................................................... 220
Servidores Públicos ........................................................ 233, 236, 243, 251, 255

Des. Luiz Gerardo de Pontes Brígido

Concurso Público ........................................................................................... 185


Controle de Constitucionalidade ......................................................... 191, 194
Denúncia.................................................................................................. 274, 275
Direito Adquirido........................................................................................... 198
Entorpecentes.......................................................................................... 281, 283
Excesso de Prazo............................................................................. 287, 289, 290
Excludente de Ilicitude .................................................................................. 292
Infrações de Menor Potencial Ofensivo ...................................................... 295
Inimputabilidade Penal ................................................................................. 295
Mandado de Segurança................................................................................. 209

331
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Prisão Preventiva............................................................................................ 303
Pronúncia......................................................................................... 306, 307, 310

Des. Pedro Regnoberto Duarte

Controle de Constitucionalidade ................................................................. 198


Desaforamento................................................................................................ 278
Direito Adquirido........................................................................................... 199
Estupro ..................................................................................................... 284, 286
Falso Testemunho........................................................................................... 292
Pronúncia......................................................................................................... 305
Revisão Criminal ............................................................................................ 312
Servidores Públicos ................................................................................ 246, 250

Des. Rômulo Moreira de Deus

Ação Monitória ................................................................................................. 25


Ação Revisional de Cláusulas Contratuais................................................... 33
Acidente de Trabalho....................................................................................... 35
Alimentos........................................................................................................... 45
Apelação ............................................................................................................ 55
Arrendamento Mercantil................................................................................. 61
Desapropriação ............................................................................................... 201
Direito Adquirido........................................................................................... 200
Falência e Concordata.................................................................................... 102
Guarda de Menores........................................................................................ 106
Inventário e Partilha....................................................................................... 117
Investigação de Paternidade................................................................. 118, 120
Locação..................................................................................................... 132, 134
Poder de Polícia .............................................................................................. 216
Representação Processual ............................................................................. 149
Salário Mínimo................................................................................................ 231
Servidores Públicos ........................................ 232, 233, 236, 240, 243, 247, 251

Desa. Gizela Nunes da Costa

Ação Cautelar.................................................................................................... 21
Ação Civil Pública ...................................................................................... 23, 24
Ação Reivindicatória........................................................................................ 26
Ação Revisional de Cláusulas Contratuais................................................... 30
Acidente de Trabalho....................................................................................... 36
Agravo de Instrumento ............................................................................. 40, 41
Alienação Fiduciária .................................................................................. 42, 43
Alimentos........................................................................................................... 52
Antecipação de Tutela ..................................................................................... 54

332
Índice por Relator
Arrendamento Mercantil......................................................... 57, 58, 60, 61, 62
Busca e Apreensão ........................................................................................... 66
Caução................................................................................................................ 68
Cerceamento do Direito de Defesa ...................................................... 182, 183
Citação.......................................................................................................... 69, 70
Compensação de Créditos Tributários........................................................ 261
Concurso Público ................................................................................... 186, 187
Consumidor ...................................................................................................... 77
Danos Morais .............................................................................................. 79, 80
Desapropriação............................................................................................... 202
Embargos à Execução ...................................................................................... 88
Embargos de Declaração ........................................................................... 91, 92
Ensino Superior .............................................................................................. 203
Estágio Probatório .......................................................................................... 204
Exceção de Pré-Executividade........................................................................ 94
Execução Fiscal ................................................................................................. 99
Formação, Suspensão e Extinção do Processo ................................... 103, 104
Fundamentação das Decisões judiciais ....................................................... 204
Fundamentação das Decisões Judiciais....................................................... 206
Habeas Corpus Preventivo ........................................................................... 107
Honorários Advocatícios ...................................................................... 108, 110
ICMS......................................................................................................... 261, 262
Intimação Pessoal ........................................................................................... 116
Inversão do Ônus da Prova .......................................................................... 118
investigação de Paternidade......................................................................... 120
Investigação de Paternidade......................................................................... 119
Juizados Especiais Cíveis .............................................................................. 123
Julgamento Antecipado da Lide .................................................................. 124
Juros e Correção Monetária .......................................................................... 127
Licitação ........................................................................................................... 208
Locação............................................................................................................. 131
Mandado de Segurança................................................................................. 211
Medida Cautelar............................................................................................. 135
Multas de Trânsito ......................................................................................... 213
Poder de Polícia ...................................................................................... 213, 214
Prescrição nas Ações Contra a Administração Pública ............................ 217
Previdência Complementar .......................................................................... 218
Processo Administrativo ............................................................................... 221
Promoção de Policiais Militares ................................................................... 223
Reclamação Trabalhista................................................................................. 142
Registros Públicos .......................................................................................... 146
Reintegração de Posse ................................................................... 146, 147, 148
Responsabilidade Civil.......................................... 153, 154, 157, 159, 161, 162
Responsabilidade Civil da Administração Pública................................... 230

333
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará
Seguros..................................................................................................... 165, 166
Separação Judicial e Divórcio ....................................................................... 171
Servidores Públicos ........................ 234, 238, 240, 242, 244, 248, 249, 252, 254
Sociedade por Quotas de Responsabilidade Limitada ............................. 172
Títulos de Crédito........................................................................... 173, 174, 175
Usucapião ........................................................................................................ 178

Desa. Huguette Braquehais

Agravo Regimental .......................................................................................... 42


Atentado Violento ao Pudor ......................................................................... 270
Concurso Público............................................................................................ 187
Controle de Constitucionalidade ................................................................. 193
Denúncia .......................................................................................................... 275
Embargos de Declaração ................................................................................. 92
Entorpecentes.......................................................................... 279, 280, 282, 284
Inquérito Policial ............................................................................................ 296
Prescrição................................................................................................. 298, 299
Pronúncia................................................................................................. 306, 308
Queixa-Crime .................................................................................................. 310
Revisão Criminal ............................................................................................ 312
Servidores Públicos ................................................................................ 242, 247
Tribunal do Júri....................................................................................... 318, 320

Desa. Maria Apolline Viana de Freitas

Crimes Ambientais......................................................................................... 271


Desaforamento................................................................................................ 278
Excesso de Prazo............................................................................................. 290
Prisão Preventiva............................................................................................ 301
Pronúncia......................................................................................................... 305
Servidores Públicos ........................................................................................ 239
Tribunais de Contas ....................................................................................... 258
Tribunal do Júri............................................................................................... 318

Desa. Maria Celeste Thomaz de Aragão

Ação Anulatória................................................................................................ 19
Ação Monitória ................................................................................................. 24
Ação Reivindicatória........................................................................................ 27
Ação Revisional de Cláusulas Contratuais................................................... 29
Agravo de Instrumento ................................................................................... 38
Alimentos............................................................................................... 45, 46, 47
Apelação ............................................................................................................ 55
Arrendamento Mercantil........................................................................... 60, 62

334
Índice por Relator
Assistência Judiciária....................................................................................... 64
Busca e Apreensão ........................................................................................... 65
Competência ..................................................................................................... 73
Condições da Ação........................................................................................... 75
Controle de Constitucionalidade ................................................................. 192
Embargos de Declaração ................................................................................. 92
Execução ............................................................................................................ 98
Falência e Concordata.................................................................................... 103
Inventário e Partilha....................................................................................... 117
Investigação de Paternidade......................................................................... 122
IPTU.................................................................................................................. 267
ISS ..................................................................................................................... 268
Manutenção de Posse .................................................................................... 135
Prova ................................................................................................................ 142
Responsabilidade Civil.................................................................. 150, 152, 155
Responsabilidade Civil da Administração Pública........................... 225, 228
Seguros............................................................................................................. 166
Separação Judicial e Divórcio ....................................................................... 168
Servidores Públicos ................................................................ 236, 237, 240, 255
Usucapião ........................................................................................................ 177

Desa. Mariza Magalhães Pinheiro

Controle de Constitucionalidade ......................................................... 189, 194


Denúncia.......................................................................................................... 276
Excesso de Prazo............................................................................. 288, 290, 291
Habeas Corpus................................................................................................ 294
Prisão em Flagrante........................................................................................ 300
Prisão Preventiva............................................................................ 301, 302, 304
Prisão Temporária .......................................................................................... 304
Progressão de Regime.................................................................................... 304

335
Ementário de Jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará

336

Das könnte Ihnen auch gefallen