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SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

André Afonso Silva1


Delaine de Sousa Silva Álvares2

RESUMO
Este artigo descreve a importância de se seguir os requisitos e objetivos que a norma NR 10
apresenta, objetivando medidas de controle e sistemas preventivos, para garantir a segurança e
a saúde dos trabalhadores que interajam direta ou indiretamente em instalações elétricas e
serviços com eletricidade. Descreve também o perigo que um técnico ou eletricista está
exposto à corrente elétrica, o risco a sua vida em caso de, acidentalmente ou não, conduzir
corrente elétrica sobre seu corpo. Focar no papel de todo profissional do setor elétrico em
garantir uma intervenção segura no local, não se esquecendo de proporcionar segurança em
suas proximidades, tais como zona controlada e zona livre, sempre obedecendo a
procedimentos para que sistemas energizados possam sofrer manutenção, desde que
desenergizados conforme sequencia segura, garantindo energia zero.

ABSTRACT

This article describes the importance of following the requirements and objectives that the
standard NR 10 describes the objective measures of control and prevention systems, to ensure
the safety and health of workers who interact directly or indirectly in electrical installations
and services with electricity. It also describes the danger that a technician or electrician is
exposed to electrical current, risk your life in case of accidentally or not, conduct electric
current over her body. Focusing on the role of all professionals in the electricity sector to
ensure a safe intervention in place, not forgetting to provide security in its vicinity, such as the
controlled area and free zone, always obeying procedures for powered systems can be
serviced, since de-energized as safe sequence, ensuring zero energy.

PALAVRAS-CHAVE: Instalações Elétricas. Serviços com Eletricidade. Corrente Elétrica.


Setor Elétrico. Segurança. Zona Controlada. Zona Livre. Desenergizados. Energia Zero.

1 - André Afonso Silva


Pós-Graduando em Engenharia de Segurança do Trabalho (agosto/2013)
Engenheiro de Controle e Automação pela Universidade Paulista, Brasil (2006)
2 - Delaine de Sousa Silva Álvares
Mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos, Brasil. (1999)
Orientadora pela RTG
2

1. INTRODUÇÃO

Este artigo constitui o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de Pós-Graduação lato


senso de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho ministrado pela RTG
Especialização em convênio com a FEAD, Turma 5, concluído em julho de 2013, em
Goiânia-Goiás.
A eletricidade é a forma de energia mais utilizada na sociedade atual. A facilidade em
ser transportada dos locais de geração para os pontos de consumo e sua transformação,
normalmente simples, contribui para o desenvolvimento industrial.
Com características adequadas à moderna economia, a eletricidade é facilmente
disponibilizada aos consumidores. Mas em determinadas circunstâncias pode comprometer a
segurança e a saúde das pessoas.
A eletricidade não é vista. Ela é um fenômeno que escapa aos nossos sentidos, só se
percebem suas manifestações exteriores.
Em consequência desta “invisibilidade”, a pessoa é muitas vezes exposta a situações
de risco ignoradas ou mesmo subestimada. E sempre que haver um trabalho com
equipamentos elétricos, ferramentas elétricas manuais ou com instalações elétricas, estará
exposto de alguma forma aos riscos da eletricidade. Isso ocorre no trabalho, em casa e em
qualquer outro lugar, pois as instalações elétricas estão presentes em todos os lugares.
Até mesmo as pessoas que não trabalham diretamente na profissão também se expõem
aos riscos elétricos ao utilizar ferramentas elétricas manuais, ou ao executar tarefas simples
como desligar ou ligar circuitos e equipamentos sem conhecimento técnico, dispositivos de
acionamento e proteção não estiverem adequadamente projetados e mantidos.
Este artigo objetiva demostrar o risco à vida quando um corpo humano fica em contato
com energia elétrica, e caracterizar procedimentos, formas e atos que um profissional do setor
elétrico necessita ser conhecedor e fazer uso durante suas intervenções de manutenção.
No desempenho normal de suas funções, um técnico, um eletricista ou mesmo um
eletricitário (profissional conhecedor de instalações elétricas, mas não portador de formação
profissional), fica frequentemente exposto a diversas condições e situações de perigo em
potencial. E não existe nenhum manual de treinamento, nenhum conjunto de regras ou
regulamentos, nenhuma lista de situações perigosas pode tornar as condições de trabalho
totalmente seguras. Entretanto, é possível a esses profissionais viver toda uma vida de
trabalho com eletricidade sem sofrer qualquer acidente ou ferimento grave. Para ele se manter
3

dentro dos limites de segurança, basta que este profissional conheça e reconheça as principais
fontes de perigo, saiba analisar estes riscos e se mantenha permanentemente alerta a esses
perigos em potencial. Deve tomar as necessárias precauções e praticar as regras básicas de
segurança, não importando se elas possam parecer tolas. Ele deve desenvolver uma
consciência de segurança permanente que deve ser, para ele, uma espécie de segunda natureza.
Muitas informações de segurança específica são encontradas nos próprios manuais de
máquinas e equipamentos.
A maioria dos acidentes que ocorrem em condições normais pode ser evitada se
houver um mínimo de cooperação das pessoas e se forem eliminadas certas condições de
insegurança. Essas regras se aplicam a todos os tipos de atividades e devem-se observar
estritamente as precauções conforme aplicáveis ao seu trabalho ou responsabilidade:

1. Comunique ao seu superior qualquer condição de insegurança ou a existência de


qualquer equipamento ou material que você considera estar operando sem
segurança ou que apresente perigo iminente.
2. Alerte as pessoas que você acredita estarem sujeitas a condições perigosas ou que
não estejam observando as necessárias precauções de segurança.
3. Empregue ou use os dispositivos de proteção disponíveis para a atividade, roupas
ou equipamentos de tipo aprovado para o desempenho seguro do seu trabalho.
4. Comunique qualquer ferimento ou evidência de dano à saúde ocorrido na execução
de qualquer trabalho.
5. Exerça, na ocorrência de um perigo imprevisto, cuidados razoáveis compatíveis
com a situação.

2. CHOQUE ELÉTRICO

Nas instalações elétricas onde a rede de alimentação é acima dos valores de extra
baixa tensão3, ou seja, igual ou acima de 50 volts em corrente alternada e igual ou acima de
120 volts em corrente contínua, existe o risco do choque elétrico com danos ao ser humano.
O choque elétrico é um estímulo rápido no corpo humano, ocasionado pela passagem
da corrente elétrica. Numa diferença de potencial suficiente para vencer a resistência elétrica
imposta pelo corpo, esta corrente circulará tornando parte do circuito elétrico. Mas o que vai
determinar a gravidade do choque elétrico será a intensidade da corrente que circula.

3
Tensão de segurança originada de uma fonte segura.
4

O caminho percorrido pela corrente elétrica no corpo humano é outro fator que
determina a gravidade do choque, sendo os choques elétricos de maior gravidade aqueles em
que a corrente elétrica passa pelo coração, podendo ocasionar contrações violentas dos
músculos, a fibrilação ventricular4 do coração, lesões térmicas e não térmicas, podendo levar
a óbito como efeito indireto as quedas de alturas elevadas e batidas em estruturas que por
ventura existirem no local.

A figura abaixo demonstra os caminhos que podem ser percorridos pela corrente
elétrica no corpo humano.

Figura 1 – Percursos da corrente elétrica no corpo humano.

A morte por asfixia poderá ocorrer, se a intensidade da corrente elétrica for de valor
elevado, normalmente acima de 30 mA e circular por um período de tempo relativamente
pequeno, normalmente por alguns minutos. Isso gera a necessidade de uma ação rápida, no
sentido de interromper a passagem da corrente elétrica pelo corpo. O risco de morte por
asfixia advém do fato do diafragma da respiração se contrair tetanização,5 cessando assim a
respiração. Se não for aplicada a respiração artificial dentro de um intervalo de tempo inferior
a três minutos, podem ocorrer sérias lesões cerebrais e possível morte.
A fibrilação ventricular do coração ocorrerá se houver intensidades de corrente da
ordem de 15 mA que circulem por períodos de tempo superiores a um quarto de segundo. A
fibrilação ventricular é a contração disritimada do coração que impossibilita a circulação do
sangue pelo corpo, resulta na falta de oxigênio nos tecidos do corpo e no cérebro. O coração
raramente se recupera da fibrilação ventricular sozinho. No entanto, aplicando um

4
Corrente elétrica atinge diretamente o músculo cardíaco, podendo perturbar o seu funcionamento regular.
5
Paralisia muscular provocada pela circulação de correntes elétricas através dos tecidos nervosos que controlam
os músculos.
5

desfibrilador, a fibrilação pode ser interrompida e o ritmo normal do coração pode ser
restabelecido.
Não possuindo tal aparelho, a aplicação da massagem cardíaca permitirá que o sangue
circule pelo corpo, dando tempo para que se providencie o aparelho e que a vítima receba
socorro especializado.
Além da ocorrência destes efeitos, a vítima pode ter queimaduras tanto superficiais
como profundas, na pele e nos órgãos internos.
Por último, o choque elétrico poderá causar simples contrações musculares que, muito
embora não acarretem de uma forma direta, lesões fatais, poderão originar, de uma maneira
indireta a contração do músculo levando a pessoa a movimentos involuntários provocando
choques com alguma superfície, sofrendo contusões ou mesmo queda de local com altura
elevada.
A ABRACOPEL (Associação Brasileira de Conscientização dos perigos da
Eletricidade) levantou dados de apenas uma fonte e chegou a números alarmantes. Palavras
como ‘curto-circuito’, eletrocutado’, e ‘choque elétrico’ pesquisadas no Google geram um
número total de acidentes com a origem na eletricidade em 2012 de 278 mortes, com 41
notícias de choque elétrico sem mortes. Entretanto, somente 232 óbitos foram possíveis de
identificar as origens.
Uma grande parcela dos acidentes por choque elétrico conduz a lesões provenientes de
batidas e quedas.
Existem duas formas de choque elétrico, o choque por contato direto e o por contato
indireto. No sentido literal, o choque por contato direto se dá em pessoas ou animais quando
tocam em partes vivas energizadas e desprovidas de proteção, já o choque por contato indireto
se dá em pessoas ou animais que através de partes metálicas (equipamentos) ou elementos
condutores ficam acidentalmente energizados por falha de isolação.
Para proteger o profissional de choques por contato direto, partes vivas de uma
instalação, condutores nus ou descobertos, terminais de equipamentos elétricos, deve-se
assegurar a proteção por meio de isolação das partes vivas, barreiras ou invólucros,
obstáculos, colocar a área energizada fora do alcance. A isolação de uma parte viva deve
impedir todo e qualquer tipo de contato através de recobrimento total da parte energizada
formando uma isolação que possa ser removida somente através de sua destruição.
6

Figura 2 – Exemplo de isolação de partes vivas.

Uma boa sinalização indicativa deve ser providenciada para identificar que o local
possui riscos com eletricidade, que existe uma equipe trabalhando no local, que o dispositivo
está bloqueado e não pode ser rearmado, obedecendo ao disposto na NR-26 – Sinalização de
Segurança. Abaixo um exemplo de sinalizações em sistemas elétricos.

Figura 3 – Sinalização para trabalhos em instalações elétricas.

3- FERRAMENTAS E EPI PARA TRABALHOS EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS


3.1- FERRAMENTAS ISOLADAS
Para que um técnico, eletricista ou mesmo um eletricitário desenvolva suas atividades
nas instalações, deve portar ferramentas adequadas para o trabalho.
Nas diretrizes citadas pelo texto normativo da NR 10 (1978, p. 3), é evidenciada em
pauta a importância das ferramentas isoladas.

10.4.3.1 Os equipamentos, dispositivos e ferramentas que possuam


isolamento elétrico devem estar adequados às tensões envolvidas, e
serem inspecionados e testados de acordo com as regulamentações
existentes ou recomendações dos fabricantes. (DATAPREV.
GOV.BR , 2013 )
7

Sabendo que existe o risco desta instalação ser energizada, ou por alguma falha,
indução, ou outro motivo, é muito importante fazer uso de ferramentas que possuam
isolamento elétrico6 adequado para a classe de tensão existente no local.
A definição de ferramentas isoladas se dá para aquelas que possuem isolação
totalmente ou parcialmente de sua área metálica, sendo que é muito importante, sempre que
possível, dar preferência para ferramentas com isolamento completo.
As ferramentas manuais devem ter isolamento para proteção dos trabalhadores contra
choques elétricos. Para instalações em níveis de baixa tensão, as ferramentas sào de faixa de
isolação até 1000V em corrente alternada ou 1500V em corrente contínua. É importante
lembrar que acidentes com eletricidade, choques elétricos, podem ser causados por falhas no
isolamento dessas ferramentas. Estas ferramentas devem satisfazer as condições às quais
foram fabricadas, não podendo ter defeitos de isolamento, ser impróprias para o serviço a ser
executado, nem estar em mau estado de conservação, devendo ser empregadas de acordo com
sua finalidade e não constituir risco aos trabalhadores que a utilizarão e à instalação. Elas
devem ser sempre inspecionadas visualmente de modo a não apresentarem defeitos de
isolação, como trincas, bolhas, má aderência.
Ferramentas parcialmente isoladas são aquelas fabricadas com material condutor e que
e têm um revestimento de material isolante, com exceção da parte atuante, como exemplo um
alicate universal.

3.2- EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI)


O EPI não elimina o risco, infelizmente, pois ele é apenas uma das barreiras para
evitar ou atenuar a lesão ou a gravidade a saúde decorrente do possível acidente ou exposição
ocasionado pelo risco em questão. Sendo assim, a utilização de EPI de forma pode ser
justificativa para a não implementação de medidas de ordem geral, procedimentos seguros e
gerenciamento dos riscos presentes no ambiente de trabalho, a fim de que possam ser
controlados. A utilização de EPI é a última alternativa como barreira para proteção do
trabalhador, pois medidas de mitigação devem ser adotadas no planejamento da atividade,
antes da exposição ao risco.
Conforme Norma Regulamentadora nº 6, Equipamento de Proteção Individual é todo
dispositivo de uso individual utilizado pelo empregado, destinado à proteção de riscos
suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

6
Processo destinado a impedir a passagem de corrente elétrica, por interposição de materiais isolantes.
8

A empresa é obrigada a fornecer ao empregado, gratuitamente, EPI adequado ao risco


que ele está submetido ao realizar as suas funções, e estes equipamentos devem estar em
perfeito estado de conservação e funcionamento.
O capacete é utilizado para proteção da cabeça do empregado contra agentes
meteorológico (trabalho a céu aberto) e trabalho em local confinado, locais com riscos de
queda ou projeção de objetos, queimaduras, choque elétrico por contato acidental com
circuitos elétricos energizados, e irradiação solar. Em trabalhos onde haja risco de explosões
com projeção de partículas e queimaduras provocadas por abertura de arco voltaico, se utiliza
o capacete de proteção tipo aba frontal com viseira.

Figura 4 – Capacetes de aba frontal, aba total e aba frontal com viseira.
Os óculos de segurança destinam-se à proteção dos olhos conta impactos mecânicos,
partículas volantes, raios ultravioletas decorrentes de irradiação solar ou arco elétrico7.

Figura 5 – Óculos de proteção dos olhos, com lente incolor e lente escura.

Mesmo com as proteções das partes vivas, procedimentos de desenergização,


acompanhamento da atividade e outras medidas de controle, o risco de choque elétrico pode
surgir de outros meios, outros circuitos ou fontes de energia vizinhas. Para estas intervenções
é feito o uso de luvas isolantes próprias para eletricistas. Estas luvas são preparadas para
atender diferentes classes de tensão, onde se deve ter o cuidado de fazer uso da proteção
isolante conforme a tensão elétrica nominal, de maior valor, que está presente na instalação a

7
Resultante de uma ruptura dielétrica de um gás produzindo uma descarga de plasma, similar a uma fagulha
instantânea, proveniente de um fluxo de corrente elétrica em meio normalmente isolante tal como o ar. Gerado
acidentalmente devido à falha de equipamentos em curto circuito liberando grande quantidade de energia
calorífica em um curto intervalo de tempo, capaz de provocar a fusão de metais, provocar explosões lançando
metais fundidos contra as pessoas nas proximidades causando queimaduras severas e combustão.
9

realizar intervenção. Esta luva não deve ser utilizada isoladamente, ou seja, ela precisa ser
usada em conjunto com sua proteção chamada de luva de cobertura em vaqueta, onde esta
proteção evitará que ferimentos, perfurações e cortes ocorram na luva isolante abrindo um
caminho para a corrente elétrica chegar ao corpo humano causando danos como foi descrito
no item 2- Choque Elétrico deste artigo.

Figura 6 – À esquerda Luvas Isolantes de Borracha, e a direita Luva de cobertura para


proteção da Luva Isolante de Borracha.

Para dimensionar a luva isolante de borracha correta ao uso, é preciso consultar


literaturas dos fabricantes, ou na tabela que relaciona os tipos, a classe de tensão a suportar
por contato, e a cor da tarja para referência.

Tabela 1 – Tabela de referência para dimensionamento de Luvas Isolantes de Borracha.


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Os pés do profissional é uma região propícia, no caso de circular corrente elétrica pelo
corpo, para fechar o circuito com a terra e escoar toda a energia elétrica para o potencial zero,
gerando fluxo contínuo de corrente pelo corpo, queimaduras provenientes de alta temperatura
e até a morte. Para prevenir este tipo de acidente, é utilizado botinas de couro com o solado
isolante. Este solado, sobre uma superfície energizada ou corpo energizado, é capaz de isolar
o contato entre corpo humano e terra, impedindo que o circuito a ser percorrido pela corrente
elétrica tenha continuidade. Estes calçados feitos para aplicação de profissionais do setor
elétrico em geral, não deverão possuir componentes metálicos. Portanto, regiões das botinas
como a biqueira que possui maior resistência a impactos são fabricadas de PVC e outros tipos
de materiais com características isolantes.

Figura 8 – À esquerda botina de cano curto, ao centro botina de cano médio, e a direita botina
de cano longo.
Na proteção contra os efeitos térmicos do arco elétrico e do fogo repentino8, o uso de
vestimentas para esta proteção é necessário. Construída com tecidos especiais para garantir
um desempenho satisfatório quando expostos à energia incidente e à chama, estas vestimentas
estão disponíveis com tecidos naturais e sintéticos associados a diferentes tecnologias dando o
resultado de material com propriedade ignífuga (antichama). Alguns destas roupas são
confeccionados com fios especiais que garante aos tecidos esta propriedade e outros são
tecidos tratados com substâncias que resultam este atributo.
Além do aspecto primordial de máxima proteção dos trabalhadores contra os efeitos
térmicos gerados por arco elétrico e do fogo repentino, as vestimentas devem possuir
características que garantam sua manutenção ao longo do uso, suportar resistências mecânicas,
fortes linhas de costura e boa retenção de cor.
Assim, cabe ao profissional de segurança do trabalho avaliar a melhor tecnologia para
a proteção dos trabalhadores aos riscos a que estarão expostos. Para auxiliar nesta avaliação,

8
Reação de combustão acidental extremamente rápida devido à presença de materiais combustíveis ou
inflamáveis desencadeada pela energia de uma centelha ou fonte de calor.
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as vestimentas são caracterizadas pelo valor retardante de calorias que elas suportam.
As vestimentas adequadas para trabalhos em instalações elétricas e serviços com
eletricidade, que segundo o subitem 10.2.9.2 da NR 10 devem ser adequadas às atividades,
devendo contemplar a condutibilidade, inflamabilidade e influências eletromagnéticas.
Para determinar qual o nível de proteção calorífera esta vestimenta necessita atender, é
necessário um estudo de curto-circuito das instalações elétricas presentes. Com este estudo em
mãos, é possível determinar até qual temperatura um curto ocorrido nestas instalações em
questão pode atingir, e assim concluir qual a faixa de proteção que esta roupa deverá atender.
Com base nos cálculos da energia incidente (cal/cm²) determina-se o nível de proteção
necessário, e quanto maior a gramatura do tecido maior será a proteção.
Apesar da seriedade e da importância vital que isso representa para os trabalhadores
que executam serviços em eletricidade, o uso da roupa resistente ao fogo ainda não é uma
prática constante na segurança industrial.
O ATPV – Arc Thermal Performance Value, é o valor em calorias por centímetro
quadrado da proteção conferida pelo tecido ao efeito térmico proveniente de um arco elétrico.
Este valor de ATPV está diretamente relacionado às características do tecido que compõe a
vestimenta e sua tecnologia de fabricação, e é uma estimativa da barreira conferida pelo
tecido e pela vestimenta que foi confeccionada.

Tabela 2 – Especificação dos Equipamentos de Proteção Individual em função das Categorias


de Risco conforme a NFPA 70E.
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Figura 9 – À esquerda vestimenta de nível 2 usualmente utilizada em instalações de baixa


tensão, e à direita vestimenta de nível 4 usualmente utilizadas em instalações de alta tensão.

4- SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS DESENERGIZADAS


NR 10 (1978, p. 3-4) descreve que:
10.5.1 Somente serão consideradas desenergizadas as instalações
elétricas liberadas para trabalho, mediante os procedimentos
apropriados, obedecida a sequência abaixo:
a) seccionamento;
b) impedimento de reenergização;
c) constatação da ausência de tensão;
d) instalação de aterramento temporário com equipotencialização dos
condutores dos circuitos;
e) proteção dos elementos energizados existentes na zona controlada
(Anexo I);
f) instalação da sinalização de impedimento de reenergização.

Os trabalhos em instalações elétricas devem ser planejados através de ordens de


serviço que descrevam com detalhes a especificação mínima do tipo de serviço, do local e dos
procedimentos ou padrões de execução e impedimentos a serem adotados.
Os procedimentos de trabalho devem conter instruções de segurança do trabalho, de
forma a atender a NR 10 e normas relacionadas.
As instruções necessárias à realização dos serviços em eletricidade devem conter, no
mínimo, objetivo, campo de aplicação, base técnica, competência e responsabilidades,
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disposições gerais, medidas de controle e orientações finais.


A autorização para serviços em instalações elétricas deve ser emitida por profissional
habilitado, devendo ter a participação da área de segurança do trabalho, de acordo com as
diretrizes da NR 4 - Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do
Trabalho.
O “Seccionamento” é a confirmação se o circuito desligado é o alimentador da
instalação a ser executada a intervenção, mediante a verificação dos diagramas elétricos,
procedimentos e a identificação local em campo.
O “Impedimento de Reenergização” nada mais é que verificar as medidas de
impedimento sejam compatíveis às instalações do circuito em intervenção, tais como: abertura
e fechamento de chaves seccionadoras, retirada de fusíveis com dispositivos adequados e
isolados, bloqueio mecânico de disjuntores e relés utilizando dispositivos de travamento com
cadeados e identificação do profissional.
A “Constatação da ausência de tensão” é feita no próprio local de execução e ambiente
de trabalho, medindo na saída do alimentador que não há presença de tensão elétrica. Este
procedimento utiliza instrumentos de medições, sinalizadores e detectores de campo elétrico,
observando sempre a classe de tensão que o aparelho suporta.
Após a realização destes passos, é necessário a “Instalação de Aterramento
Temporário”, onde este garante a perfeita equipotencialização dos condutores do circuito ao
referencial de terra, interligando os condutores desligados ao barramento de proteção
(aterramento). A liberação do religamento da alimentação só poderá ser emitida depois da
retirada do aterramento temporário.
A “Proteção dos Elementos Energizados existentes na Zona Controlada” se dá a
preocupação de existir equipamentos ou circuitos nas proximidades do trabalho, onde estejam
energizados eletricamente, gerando riscos de choque elétrico ou até mesmo indução
eletromagnética nos condutores desenergizados. É necessário checar os procedimentos,
materiais utilizados, EPIs necessários, obedecer a tabela de zona de risco e zona controlada.
Esta proteção poderá ser feita através de obstáculos ou barreiras, de acordo com a análise de
risco. Exemplo de aplicação da tabela de zonas: em uma instalação com classe de tensão
abaixo de 1 kV, um raio de 20 cm da instalação elétrica determina a zona de risco e zona
controlada, e um raio de 70 cm desta mesma instalação delimita a zona controlada e a zona
livre.
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Tabela 3 – Raios de delimitação de zona de risco, controlada e livre.

A fins de garantir a segurança dos profissionais executantes da atividade é necessário a


“Instalação de Bloqueio Físico de Impedimento de Energização” em circuito ou equipamento
que existe a possibilidade de energização durante o período de intervenção.
A liberação para os serviços é dada por profissional habilitado, e a execução dos
serviços somente os profissionais autorizados, devidamente orientados e com equipamentos
de proteção e ferramental apropriados, conforme descrição da NR 10.

5 – RESPONSABILIDADES
No que tange a responsabilidade civil e criminal no acidente de trabalho, não se pode
ter os devidos cuidados apenas porque há o risco de uma penalização ao infrator, mas que se
tenha esta obrigação porque se está lidando com a vida, com o homem, com o cidadão, que na
prática é o verdadeiro patrimônio da empresa e deve ter seus direitos individuais respeitados.
Cada trabalhador deve ser exemplo no trato dessa questão, zelando não só pela sua
saúde física e mental, mas também pela de seus colegas, pautando por atitudes
prevencionistas.
O legislador, aquele que aplica as leis, ao definir as consequências aos responsáveis
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pelo acidente do trabalho, não teve outro intuito senão o de impor a obrigação de exercer as
atividades com o senso de responsabilidade mínima para não expor a integridade física e
mental do próprio trabalhador e daqueles que o cercam.

5.1 – EMPRESA
Conforme o Art. 157 da CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas, cabe às empresas:
cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; instruir os
empregados através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar
acidentes do trabalho e doenças ocupacionais; adotar as medidas que lhes sejam determinadas
pelos órgãos competentes; facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.

5.2 – EMPREGADOS
Conforme o Art. 158 da CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas cabe aos
empregados: observar as normas de segurança e medicina do trabalho, bem como as
instruções dadas pelo empregador; colaborar com a empresa na aplicação das leis sobre
segurança e medicina do trabalho; usar corretamente o EPI quando necessário.

6 – PRECAUÇÕES DE SEGURANÇA
Não se pode precipitar ao trabalhar em circuitos elétricos ou eletrônicos. É necessário
estudar cuidadosamente os esquemas e diagramas de fiação do sistema por completo,
anotando quais os circuitos devem ser alimentados além do circuito de alimentação geral.
Lembrar sempre que os equipamentos podem possuir mais de uma fonte de energia, devendo
certificar que todas estas fontes estão desenergizadas antes de iniciar o reparo e nunca realizar
a intervenção com presença de tensão elétrica.
Uma tensão de alimentação em 115 V não é baixa e relativamente pouco perigosa que
possa ser desprezado o seu risco, pois somente a classe de extra baixa tensão compreendida de
0 V a 50 V em corrente alternada e 0 V a 110 V em corrente contínua, pode garantir através
da Lei de Ohm (U= R.I, onde U é tensão, R é resistência e I é corrente elétrica) corrente
elétrica com intensidade no corpo humano insuficiente de causar a morte.
O profissional não deve trabalhar sozinho em sistemas elétricos. Tenha sempre ao lado
um auxiliar que seja autorizado e possua conhecimentos em instalações elétricas, com
condições de prestar socorro em caso de emergência. Conservar as roupas, mãos e pés secos,
e caso a atividade seja em área úmida, fazer uso de luvas, tapetes e ferramentas isolantes. Os
calçados devem ser totalmente de materiais isolantes, e suas vestimentas não devem ser
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folgadas para não correr o risco de uma parte da roupa entrar em contato com os circuitos
elétricos. É muito importante lembrar que é expressamente proibido o uso de anéis, relógios,
braceletes, correntes e quaisquer adornos quando se trabalha em sistemas elétricos.
Uma boa comunicação é essencial e salva vidas. Portanto é dever do profissional em
instalações elétricas em comunicar a todos as instalações que estão sendo reparados, os riscos
presentes, as distancias seguras e as devidas proteções.
A segurança é responsabilidade de todos. É obrigação de cada homem exercer as
precauções no sentido de que ninguém seja ferido e nem os equipamentos e instalações sejam
destruídas.
As informações de segurança podem ser apresentadas de diversas formas: material
escrito, boletins de segurança, leituras em diálogos de segurança, filmes, aulas e cartazes.
Nas oficinas deve ser enfatizada a necessidade de plena segurança. Uma das maneiras
é por meio do emprego de cartazes educativos. Alguns são de natureza geral e outros se
referem a tipos específicos de serviços. Estes devem ser fixados em áreas frequentadas
constantemente pelo pessoal e substituídos periodicamente.
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4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AS INSTALAÇÕES ELÉTRICAS E A SEGURANÇA NO TRABALHO. Revista


Eletricidade Moderna, São Paulo, v. 9, n. 97, p. 12-20, ago. 1981.

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_____. NBR 5419: Proteção de Estruturas Contra Descargas Atmosféricas: procedimento.


Rio de Janeiro: ABNT, 2005.

_____. NBR 9699: Isolação para Ferramentas Manuais até 1000V. Rio de Janeiro: ABNT,
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COTRIN, A. A. M. B. Instalações elétricas. 3 ed. São Paulo: Makron Books, 1992.

GUSMÃO, L. H. P.; MONTEIRO, N. A. Instalações elétricas em canteiros de obras. São


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