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Questões Fundamentais do
Desenvolvimento Empresarial
ZOPP
Planejamento de Projetos Orientado
por Objetivos
Um Guia de Orientação para o Planejamento de Projetos Novos e
em Andamento
GTZ-P-FORM 21-11-2p
Publicado por:
Deutsche Gesellschaft
für Technische Zusammenarbeit (GTZ) GmbH
Unidade 04
Questões Fundamentais do Desenvolvimento Empresarial
Dag-Hammarskjöld-Weg 1–5
65760 Eschborn,
República Federal da Alemanha
Texto:
Stefan Helming e Michael Göbel
Tradução portugesa:
Monika Möbius
Layout:
Stefan Mümpfer - grafik works - , 60316 Frankfurt
Capa:
Cortesia do projeto:
“Urban Development through Local Effects” (UDLE), Nepal
Impressão:
Multiprint, 60487 Frankfurt am Main
Eschborn 1998
Gestão de Projetos – Enfoque da GTZ
Guia Quadro de
GCP orientação
P r i n c í p i os
empresa
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Procedi-
mentos Métodos
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Guia para a ela
Outros
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Relatórios; Dir
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1
Prefácio da gerência
da empresa
2
Conteúdo
1 O PROCESSO DE PLANEJAMENTO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
1.1 A cooperação dentro do projeto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
1.2 O que é planejamento? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
1.3 Sistemas complexos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 08
2 OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.1 Para que precisamos de objetivos? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.2 Requisitos quanto aos objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.3 Categorias de objetivos na cooperação para o desenvolvimento . . . . . . . 11
2.4 Como lidar com os objetivos no trabalho prático. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
3 ANÁLISE DA SITUAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.1 Participantes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.2 Problemas e potenciais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
3.3 O entorno do projeto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
4 A ESTRATÉGIA DO PROJETO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
4.1 Resultados e alternativas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
4.2 Atividades e recursos necessários . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.3 Riscos e suposições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.4 Indicadores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
5 RESPONSABILIDADES E FUNÇÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
6 ORGANIZAÇÃO DO PROJETO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
7 PARTICIPAÇÃO E WORKSHOPS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
7.1 Participação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
7.2 Workshops . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
9 OBSERVAÇÕES FINAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3
O PROCESSO DE PLANEJAMENTO
1 O processo de planejamento
Situação inicial
Situação futura /
melhoramento
Processo de Atuação dos grupos-alvo
ambicionado
desenvolvimento (processo de auto-ajuda) (objetivo do
desenvolvimento)
Ilustração 1:
O modelo
de três Contribuição da Cooperação Técnica
níveis
4
O PROCESSO DE PLANEJAMENTO
5
O PROCESSO DE PLANEJAMENTO
BMZ
Grupos-alvo,
geralmente
indivíduos
Intermediários pobres
objetivos políticos
e critérios Exemplo:
para o apoio
Organização “Apoio a
Bene-
parceira ficiários pequenos
Ordem
(projeto) agricul-
tores”
“Estabele-
cimento
Organização Outras Bene- de uma
GTZ parceira organizações ficiários
(projeto) estrutura
de asses-
soramento
Ilustração 2:
“Ajuda
Cadeia de Bene-
de emer-
serviços na ficiários
gência”
Cooperação
Técnica = Serviços
6
O PROCESSO DE PLANEJAMENTO
7
O PROCESSO DE PLANEJAMENTO
8
O PROCESSO DE PLANEJAMENTO
Ilustração:
Jogadores de
xadrez
do jogador como as do seu adversário ainda situação de não saber o que acontecerá
se movimentam por força própria, obede- amanhã e ter a confiança de que, mediante a
cendo a regras que ele não conhece inteira- cooperação com os outros, será possível
mente ou sobre as quais ele tem suposições tomar uma decisão acerca da atuação
erradas. E, ainda por cima, algumas das fi- “certa” nos termos dos objetivos do projeto.
guras dele e do adversário estão cercadas No entanto, não se trata de sondar uma
de neblina ou são difíceis de reconhecer” situação complexa em todos os seus deta-
(Dietrich Dörner, Die Logik des Mißlingens lhes, pois isto só causa confusão e põe o
[A lógica do fracasso]). agente no caminho errado. O
Esta imagem reflete muito bem a reali- que importa é selecionar al- O que importa é
dade social em muitos projetos: grupos-alvo gumas interligações especial- ter modéstia e a
e organizações não são conjuntos homogê- mente importantes entre as fi- capacidade de
neos, mas sim apresentam diferentes interes- guras de xadrez e transformar progredir em
ses e potenciais. Grandes fazendeiros, pe- a imagem complexa numa situações caóticas
quenos agricultores e os centros urbanos, concepção simplificada, a fim
todos eles querem um sistema de abasteci- de tornar possível uma ação. Na teoria de
mento de água que funcione. Quem terá de planejamento, esta operação é denominada
agüentar a seca quando não houver água su- “redução da complexidade”. Todos os méto-
ficiente para todos? A resposta a questões dos de planejamento tentam, portanto, dis-
deste tipo depende da influência política tinguir os padrões contidos em relações
dos agentes sociais. complexas. Nisto, não nos devemos enganar
Em situações destas, temos de abando- a nós mesmos, fazendo de conta que as figu-
nar a idéia de que “o perito” tem de “ter ras de xadrez não estão inter-
tudo sob controle”. Um técnico de planeja- ligadas através de fitas elásti- Planejar significa
mento tem de ser modesto, mas também cas ou que conhecemos todas simplificar
tem de possuir o que hoje chamamos de “ca- as regras do jogo ou, ainda,
pacidade de progredir em situações caóti- que o tabuleiro de xadrez está bem ilumina-
cas”, ou seja, ser capaz de viver bem com a do. Isto exige uma boa dose de otimismo.
9
OBJETIVOS
2 Objetivos
10
OBJETIVOS
1 Ao apresentar propostas para a realização de projetos ao BMZ, a GTZ não menciona o objetivo do desenvolvimento separada-
mente, dado que as informações sobre os grupos-alvo já estão contidas no capítulo 2.2.3 da proposta.
11
OBJETIVOS
para o desenvolvimento é alcançar efeitos enquanto que o outro luta pela redução
neste nível. dos mesmos. A questão é se eles estão em
Projetos são realizados com o intuito condições de definir um objetivo comum
de promover processos de mudança e aceitável para ambos os lados.
eles sempre afetam determinados in- Um objetivo comum é o resultado de
divíduos ou organizações especí- um compromisso negociado en-
ficas. No caso destes indivíduos tre os diferentes grupos e essas
ou organizações, não se trata ZOPP deve negociações demandam muito
de recebedores passivos das dar mais tempo.
prestações do projeto, mas sim atenção ao O objetivo do desenvolvi-
de agentes ativos. Eles querem e bom senso mento deve estar em conformi-
devem participar na decisão a res- dade com a vontade dos grupos-
peito do rumo que o seu desenvolvi- alvo, com seus valores e suas espe-
mento deverá tomar. A função do objetivo ranças. Ele deve igualmente orientar-se
do desenvolvimento consiste em fornecer pelas capacidades dos grupos-alvo, pois
uma perspectiva comum ao processo de em caso contrário ele só causará de-
mudança desejado. cepção e desânimo. E mais: nenhum pro-
O objetivo do desenvolvimento des- cesso de desenvolvimento é sustentável
creve a mudança que os próprios grupos- se ele tentar permanentemente remar
alvo, isto é, os indivíduos aos quais o contra a maré, ou seja, se ele ignorar o
projeto se dirige, desejam que é permitido fazer sob as vigentes con-
O objetivo do alcançar. Tais objetivos po- dições gerais.
desenvolvimento dem ser, entre outros: “To-
descreve o das as crianças neste distri- Objetivo do projeto
melhoramento to completaram o ensino Depois de os técnicos de planejamento
desejado pelos primário” ou: “A taxa de terem delimitado o processo de desenvol-
grupo-alvo para crimes baixou nas áreas re- vimento objetivado, a próxima questão a
sua situação sidenciais”. O objetivo do ser levantada é: em
desenvolvimento especifi- que ponto o projeto O objetivo do
ca claramente o benefício que os grupos- deve “engrenar” para projeto descreve
alvo esperam obter da cooperação com o assegurar que este a mudança do
projeto. Em última análise, uma coope- processo seja apoia- modo de agir dos
ração só será coroada de êxito se o objeti- do de forma tão efi- beneficiários
vo do desenvolvimento for atingido. caz quanto possível? das prestações
As questões que devem ser levantadas Um exemplo: o obje-
no início da fase de planejamento são: tivo do desenvolvimento é: “Os habitan-
Que processo de mudança deve ter lugar? tes de um distrito estão em condições de
Qual é a orientação comum? Os técnicos satisfazer suas necessidades de água potá-
de planejamento devem, portanto, consi- vel”. Um projeto poderia “engrenar” a
derar de forma diferenciada, quem perse- nível das comunidades rurais, se tratar-se
gue quais objetivos e se existe a possibili- predominantemente de um aproveita-
dade de desenvolver um compromisso mento mais econômico dos recursos de
viável. Os grupos-alvo só raramente são água disponíveis. O projeto também po-
homogêneos. Para dar um exemplo: num deria pôr em foco o serviço de abasteci-
projeto de apoio a organizações de auto- mento de água, se o maior estrangulamen-
ajuda do setor privado verifica-se que as to residir ali. Talvez será necessário iniciar
associações da indústria e do comércio o projeto em ambas as pontas. A próxima
defendem diferentes interesses. Um lado tarefa de planejamento consiste em defi-
quer elevados impostos de importação, nir os efeitos concretos que o projeto de-
12
OBJETIVOS
Mudança do comportamento do
serviço de abastecimento
13
OBJETIVOS
2.4 Como lidar com os objeti- amplo processo participativo, o qual natu-
vos no trabalho prático ralmente também desperta expectativas,
sem até mesmo saber com certeza se o
Projetos só podem ter êxito se os grupos- projeto será realizado?
alvo e as organizações parceiras o aceita- Os técnicos de planejamento têm de
rem e se empenharem ativamente em decidir com base na respectiva situação
favor do desenvolvimento ambicionado. concreta quanto planejamento “de baixo”
Ninguém pode planejar um projeto sem é necessário e exeqüível para assegurar
saber cujo processo de desenvolvimento que as perspectivas dos grupos-alvo acer-
este deve apoiar e o que os próprios indi- ca do seu processo de desenvolvimento
víduos afetados pelo projeto pensam dele. sejam adequadamente integradas no pla-
Num sentido figurado, o processo de pla- nejamento.
nejamento decorre “de baixo para cima” Via de regra, já existem estudos, esta-
(bottom-up). Ele começa com a identifi- tísticas e planos de desenvolvimento mu-
cação das necessidades e dos objetivos nicipais ou regionais. Além disso, existe a
dos grupos-alvo e deduz daí o próprio possibilidade de entrevistar indivíduos
projeto. Não obstante, os elementos- que conhecem a situação a fundo. O que
chave da hierarquia de objetivos de um importa é integrar os agentes verdadeira-
projeto muitas vezes já foram fixados mente legitimados e aceites pelos grupos-
ainda antes do início do planejamento do alvo. Cabe aos planejadores a tarefa de
projeto. Os objetivos da política de desen- averiguar com uma certa crítica quem
volvimento são prescritos por terceiros e tem o mandado de falar em nome dos gru-
as organizações participantes atuam em pos-alvo e em que este mandado se ba-
conformidade com linhas de orientação seia. Organizações não-governamentais
predeterminadas, mesmo nos casos em (ONGs) que já trabalham há muito tempo
que o objetivo global concreto só é deta- na região são muitas vezes boas fontes de
lhado durante a fase de planejamento do informação.
projeto. Do ponto de vista dos técnicos de Um exemplo: O resultado de uma
planejamento, os objetivos da política de primeira recolha de informações poderia
desenvolvimento e os objetivos globais sugerir que muitos habitantes da região
são fixados “de cima para baixo” (top- atribuem elevada prioridade ao melhora-
down). Estes objetivos estabelecem a es- mento da educação básica. Verifica-se que
trutura dentro da qual os projetos podem a região já dispõe de
ser planejados. um plano de desen- O esclare-
Para assegurar que um número tão volvimento que obje- cimento dos
grande quanto possível de organizações e tiva assegurar a edu- objetivos constitui
indivíduos afetados possa cação básica para to- um elemento-
Objetivos são esti- participar no planejamen- das as crianças. Este chave da análise
pulados “de cima” to, são necessários um es- objetivo do desen- da participação
e “de baixo” paço de tempo suficiente- volvimento serve de
mente longo, assim como a orientação no subseqüente processo de
aplicação de métodos adequados. Um pla- planejamento. Os pontos a serem focaliza-
nejamento “de baixo” com uma ampla dos pelo apoio do projeto resultam da
participação requer muito trabalho e análise da questão relativa aos motivos
tempo e muitas vezes as possibilidades porque um número tão grande de crian-
para tanto são limitadas, especialmente ças não consegue completar a escola pri-
por ocasião da preparação de um projeto. mária. A equipe de planejamento realiza
Para além disso, surge a seguinte questão várias reuniões que contam com a partici-
ética: Não seria irresponsável iniciar um pação dos representantes das comunida-
14
ANÁLISE DA SITUAÇÃO
des, da associação de agricultores, de uma res tradicionais. Se nestas áreas fossem al-
organização de mulheres e da autoridade cançadas modificações com o apoio de
escolar. Estas reuniões proporcionam uma um projeto, isso provavelmente iria elimi-
noção bem mais clara do problema: mui- nar os principais estrangulamentos no ca-
tas famílias não mandam suas crianças minho para o objetivo do desenvolvimen-
para a escola porque precisam delas para to. Uma vez identificados estes pontos de
o trabalho no campo. Além disso, princi- enfoque, o próximo passo de planejamen-
palmente os pais temem que a educação to consiste em especificar os insumos que
escolar irá afastar suas crianças dos valo- o projeto deverá colocar à disposição.
3 Análise da situação
15
ANÁLISE DA SITUAÇÃO
2 Os métodos indicados aqui e em outro lugar são descritos mais detalhadamente na publicação da Divisão 402 da GTZ “Methoden-
kompaß. Eine praktische Orientierungshilfe Planungs- und Managementaufgaben im Umweltbereich” (veja também o Anexo 1).
16
ANÁLISE DA SITUAÇÃO
17
A E S T R AT É G I A D O P R O J E T O
4 A estratégia do projeto
18
A E S T R AT É G I A D O P R O J E T O
gênero, meio ambiente e combate à po- transparente redigida numa linguagem co-
breza. A GTZ avalia as alternativas na base tidiana que dê claramente a reconhecer
de critérios deduzidos destas diretrizes. como a concepção proposta do projeto
harmoniza com as metas da política de de-
senvolvimento (ver o ponto 2.3).
4.2 Atividades e recursos Não é possível separar esquematica-
necessários mente as fases de planejamento e exe-
cução. Pelo contrário: elas formam um
Sob atividades entendem-se os passos in- conjunto. Na prática, isso
dividuais que são dados com o intuito de significa que o planejamen- Planejamento
alcançar um determinado resultado. A de- to de atividades deve ser e execução são
cisão acerca das atividades necessárias iniciado com estimativas inseparáveis
depende da fase de planejamento que aproximadas que em segui-
atualmente está sendo levada a cabo. No da são detalhadas sucessivamente no
caso da elaboração curso do planejamento operacional. Não
Atividades são do plano geral para é preciso ter medo de alterações surgidas
os passos indivi- um projeto novo ou durante a execução. Contanto que os ob-
duais dados para uma fase nova jetivos, o quadro dos custos ou os princi-
com a finalidade de um projeto já em pais elementos da concepção perma-
de alcançar um andamento, não faz neçam inalterados, não há necessidade de
resultado. Elas sentido planejar os uma intervenção por parte do BMZ3.
permitem fazer menores detalhes já
uma estimativa com muita antece-
dos recursos dência, dado que de 4.3 Riscos e suposições
necessários todo jeito muitas coi-
sas terão mudado na Tanto o próprio projeto como também o
hora da implementação, pois as coisas entorno do projeto podem abrigar riscos.
raramente acontecem do modo esperado. Um risco interno existe se as partes
Nessa fase é muitas vezes suficiente des- envolvidas no projeto discordarem e ca-
crever de forma sumária aquilo que o pro- minharem em diferentes di-
jeto deve fazer. reções. Como todas as or- Riscos internos:
No entanto: As atividades constituem ganizações de assistência Queremos o
a base para a especificação dos insumos e externa, também a GTZ mesmo que os
custos que têm de ser indicados nas pro- por vezes corre o risco de nossos parceiros?
postas que a GTZ apresenta ao BMZ ou a impor uma concepção de
outras organizações projeto, a qual não goza de plena acei-
É importante financiadoras. Contu- tação por parte dos parceiros. Neste con-
decidir sobre o do, esta obrigação texto, as concepções técnicas e supra-se-
nível certo de não deve levar-nos a toriais desenvolvidas nos países doadores
detalhamento elaborar um plano exercem um papel de grande importância.
do plano detalhado só por Estas razões de autoria própria para o
causa do plano. O fracasso só podem ser evitadas através de
BMZ tem compreensão para as complexas franqueza, juízo de realidade e uma “orien-
situações nos projetos; ele não quer preo- tação para as necessidades dos clientes”.
cupar-se com os detalhes da execução do Um outro risco interno existe se os
projeto, mas sim receber uma proposta parceiros não fornecerem as prestações
3 Propostas de modificação estão descritas na publicação “Etapas no Caminho para a Cooperação – Funcionamento do “Processo F”
(GTZ, 1997)
19
A E S T R AT É G I A D O P R O J E T O
20
RESPONSABILIDADES E FUNÇOES
5 Responsabilidades e funções
O modelo de três níveis (ver o capítulo 1.1) ● Como se distribuem entre a equipe da
diferencia entre as atividades da GTZ, dos GTZ e os parceiros as responsabilida-
parceiros e dos grupos-alvo. Os grupos-alvo des pelas funções gerenciais, tais
são responsáveis pelo processo de desen- como planejamento do projeto, plane-
volvimento, aos par- jamento operacional, atividades de
Cada agente é ceiros cabe a respon- monitoramento, apresentação de
responsável pelo sabilidade pelos resul- relatórios e controles do avanço do
seu processo tados, enquanto que a projeto?
GTZ contribui para o ● De que forma o projeto irá cooperar
projeto dos parceiros. Isto, todavia, não ex- com outros projetos?
clui que a GTZ assuma responsabilidade por ● A quem “pertence” o plano? Quem
uma parte definida dos resultados e da terá falhado se o projeto fracassar?
gerência do projeto, na medida em que isto Quem será considerado culpado?
for importante e útil para a sustentabilidade. Quem será elogiado se o projeto for
Por ocasião do planejamento, o objeti- coroado de êxito?
vo consiste em verificar em que medida ● Quem paga o quê? Quem recebe o
● os grupos-alvo estão em condições de quê? Para dar um exemplo: quem
modificar sua situação por força pró- pode usar as viaturas e para quais fins?
pria e em que pontos eles necessitam
de apoio pelo projeto; Estas questões não podem ser esclarecidas
● os parceiros podem fornecer seus de uma vez para sempre. Muitos pontos só
resultados com seus próprios meios e poderão ser tratados no momento em que
onde necessitam do apoio da GTZ. forem atuais. Convém redu-
zir a escrito todos os acor- As funções estão
Desta forma, obtém-se uma especificação dos firmados a respeito des- sujeitas a um
mais nítida das respectivas prestações e res- tas questões. No entanto, processo de desen-
ponsabilidades dos diferentes agentes. um entendimento realmen- volvimento e a
A decisão acerca de quem deve fazer te vivo é muito mais impor- alterações e devem,
o quê e ser responsável por o quê tam- tante que um compromisso portanto, ser revis-
bém inclui o esclarecimento das seguintes formulado por escrito. Em tas continuamente
questões relativas às funções e expectativas muitos projetos revelou-se
mútuas de todas as partes envolvidas: ser vantajoso recorrer a consultores exter-
● O papel da equipe da GTZ consiste em nos para resolver questões sensíveis liga-
“assessorar” ou antes em “fazer”? O das à cooperação e para esclarecer as res-
esclarecimento deste pectivas funções e responsabilidades. Um
As expectativas papel é mais difícil do único investimento nas relações muitas
das partes que aparenta à pri- vezes rende mais que o empreendimento
envolvidas meira vista, dado que de toda uma série de esforços a nível téc-
realmente estão os consultores da nico.
em harmonia? GTZ na sua função de Os métodos empregados para o escla-
gerentes da contri- recimento das responsabilidades e fun-
buição alemã para o projeto também ções englobam: SWOT, análise da inter-
controlam os recursos da GTZ. ação de serviços, workshop da equipe.
21
ORGANIZAÇÃO DO PROJETO
6 Organização do projeto
GTZ
Organi-
zação Coope-
Projeto bene- rativa
ficente
Organi-
Autoridade Associação Utiliza-
zação ope- Comunidade
governa- dos utiliza- dores de
radora do utilizadora
mental de dores de água
sistema de de água
irrigação irrigação água (companhia
privada)
Ilustração 4:
Esquema Fornece-
organizacional dor de bens
de um sistema e serviços
(companhia
de irrigação privada)
(Fonte:
W. Huppert,
K. Urban,
1994)
22
PA RT I C I PA Ç Ã O E W O R K S H O P S
7 Participação e workshops
23
PA RT I C I PA Ç Ã O E W O R K S H O P S
24
O ESQUEMA DE PLANEJAMENTO DE PROJETOS
8 O esquema de
planejamento de projetos
A resposta à questão relativa aos detalhes tam de informações sobre aquilo que se es-
que têm de ser documentados durante o pera deles concretamente e aquilo que
ciclo de um projeto eles podem esperar de outros.
Quem tem de depende sempre das O esquema de planejamento de proje-
documentar o necessidades de in- tos é um instrumento comprovado para a
quê e para quem formação das organi- informação, sobretudo dos agentes mais
depende das zações e pessoas en- distantes e politicamente responsáveis. O
necessidades volvidas no projeto. esquema original americano é chamado
dos diferentes Cabe ao governo “Logical Framework”. Ele retrata “à primei-
agentes parceiro e ao BMZ a ra vista” os principais elementos do plano
tarefa de tomar as de- e seu relacionamento mútuo. De uma ou
cisões necessárias do ponto de vista outra forma, ele é utilizado por prati-
da política de desenvolvimento, O esquema
camente todas as organizações
assim como de realizar os con- de planejamento que operam na área da coope-
de projetos é apenas a
troles necessários e de colocar ponta do iceberg que se ração para o desenvolvimento e
torna visível para as orga-
à disposição os recursos finan- nizações financiadoras. Só também é usado pela GTZ para
ceiros. Para tanto, eles necessi- quem tiver a máscara de o processo interno de decisão.
mergulho certa e o fôle-
tam de dados inequívocos e go necessário poderá Só raramente é possível re-
ver o verdadeiro
transparentes sobre a justificação projeto presentar todas as informações
e os objetivos, o modo de procedi- relativas ao planejamento num
mento e os custos do projeto. Por outro único esquema de planejamento do proje-
lado, compete às organizações parceiras e to. Isto nem mesmo é necessário, pois só
à GTZ velar pelo fornecimento das pres- em muito poucos casos todos os partici-
tações no âmbito da cooperação em con- pantes necessitam de todo o conjunto de
formidade com a ordem e de acordo com informações. Uma variante apropriada do
os respectivos princípios básicos da orga- esquema destinada a apresentar as infor-
nização. Para este propósito, os quadros mações básicas sobre o projeto está repre-
gerentes destas organizações necessitam sentada na próxima página.
de informações “agregadas” sobre o decur- Os termos empregados neste esque-
so do projeto e seus impactos. ma4 já foram descritos nos capítulos 2 até
Quanto mais “perto” alguém estiver 4. O esquema pode ser uti-
do projeto, mais informações ele irá preci- lizado de muitas maneiras O esquema de
sar. Informações detalhadas sobre as ope- diferentes. Para um progra- planejamento de
rações e os impactos do projeto só são ne- ma, por exemplo, pode ser projetos não
cessárias para a gerência do projeto e a vantajoso estabelecer um obedece a uma
equipe da GTZ que opera no local de reali- esquema global e em segui- estrutura rígida
zação do projeto. Os grupos-alvo e as de- da representar cada um dos
mais partes envolvidas no projeto necessi- componentes num esquema separado.
4 Nas suas propostas apresentadas ao BMZ, a GTZ apenas representa quatro níveis de planejamento do projeto, a saber: objetivo
global, objetivo do projeto, resultados e atividades. O nível do objetivo do desenvolvimento não é descrito expressamente.
25
O ESQUEMA DE PLANEJAMENTO DE PROJETOS
Objetivo global:
Objetivo superior
estratégico do
projeto
Ilustração 5:
Esquema de
Objetivo do Como reconhecer
planejamento
de projetos
desenvolvimento: que o objetivo
Situação alterada do desenvolvimento
ambicionada pelos foi alcançado
grupos-alvo
Atividades Quantidades
destinadas a e custos
alcançar os
resultados
26
O ESQUEMA DE PLANEJAMENTO DE PROJETOS
27
O B S E RVA Ç Õ E S F I N A I S
9 Observações finais
Muitas vezes é necessário dar um gran- zados e ajuda a desenvolver idéias próprias
de passo para passar da leitura de um guia sobre como dar forma a um processo de
de orientação à ação prática. Quem se de- planejamento. É possível que alguns leito-
dicou à leitura deste texto na expectativa res tenham a impressão de que as infor-
de receber sugestões antes práticas e de mações fornecidas não são suficientemen-
chegar a conhecer instrumentos para o te detalhadas. O guia de orientação limi-
planejamento, poderá agora ver-se decep- tou-se a criar uma plataforma comum para
cionado. Outros leitores poderão apreciar as diferentes posições, a partir da qual o
precisamente o caráter aberto do presente método ZOPP poderá ser desenvolvido e
guia de orientação, pois ele se distancia de aperfeiçoado.
regras rígidas e procedimentos esquemati-
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A P Ê N D I C E 1 : S U G E S T Õ E S PA R A L I T E R AT U R A S
Publicações da GTZ
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APÊNDICE 2: A HISTÓRIA DO MÉTODO ZOPP
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APÊNDICE 2: A HISTÓRIA DO MÉTODO ZOPP
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APÊNDICE 2: A HISTÓRIA DO MÉTODO ZOPP
No período de tempo entre 1992 e ensão das relações sistêmicas e para o de-
1995, a GTZ tratou ativamente de reme- senvolvimento de estratégias de atuação
diar este desenvolvimento involuntário dentro de sistemas complexos”.
do método ZOPP. Para este efeito, foi rea- A GTZ reagiu com uma “desregu-
lizado um projeto interno denominado lação” dos regulamentos internos. Já em
“Planejamento e Sustentabilidade”. No 1990, o Manual Organizacional da GTZ
âmbito deste projeto, a GTZ definiu o que incluía notas e advertências relativas à
ela entende por qualidade na gerência de aplicação mais flexível e econômica do
projetos, flexibilizou os procedimentos método ZOPP. Em 1996, o regulamento
para a preparação de projetos e desen- nº. 4211 foi revogado e substituído por
volveu o seu sistema de “Gestão do Ciclo uma informação sobre o processo da ela-
de Projetos (GCP)”. boração de propostas (ver o Apêndice 1).
Finalmente, no decurso do processo de
6. Evolução descentralização (1996 até 1998), a gerên-
Paralelamente à forma insatisfatória de cia da GTZ tomou a decisão de liberar
aplicação do método ZOPP, mas também todas as diretivas organizacionais relacio-
como contrapeso consciente às vozes nadas com a tramitação de projetos, com
críticas, assistiu-se na prática ao desen- exceção daquelas às quais a GTZ estava
volvimento de um grande número de no- vinculada por regulamentos estabelecidos
vas formas de planejamento de projetos. por partes terceiras. As diferentes etapas
Moderadores criativos de workshops não de um projeto podem agora ser planeja-
somente incluíram “elementos imprevis- das de forma flexível e de comum acordo
tos” nos workshops, mas também modi- com todas as partes envolvidas.
ficaram a seqüência dos diferentes pas- De 1993 até 1996, o BMZ realizou
sos de trabalho, cancelando determina- uma avaliação do método ZOPP na teoria
dos passos e introduzindo outros comple- e na prática. Resultado: O método ZOPP
tamente novos. O método ZOPP come- deve em todos os casos ser mantido,
çou a viver, de forma incoordinada e auto- sendo, todavia, imprescindível proceder a
organizada. uma adaptação da sua concepção e imple-
Como alternativa ao procedimento mentação. Em sua apreciação final, o BMZ
ZOPP original, foram desenvolvidas novas chegou, ainda, à conclusão de que o mé-
seqüências, tais como o sistema SINFO- todo ZOPP tem de tornar-se mais realísti-
NIE‚ um conjunto de instrumentos de 12 co e levar ainda mais em consideração os
etapas destinado a “facilitar a compre- contextos sociais.
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