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A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ NA HISTÓRIA (Part.

02)

1. Justificação pela Fé na Idade Media

Na Baixa Idade Média o debate acerca de como o homem pode ser


justificado diante de Deus foi levantado por dois movimentos teológicos que,
apesar de suas divergências radicais na soteriologia, foram ambos chamados
de “nominalistas” O nominalismo tomou conta da maior parte das universidades
europeias no final da Idade Média. Teólogos nominalistas como William de
Ockham, Pierre d’ Ailly e Gabriel Biel pareciam afinados com as ideias
de Pelágio, sugerindo que era possível ao ser humano tomar todos os passos
necessário para ingressar num relacionamento com Deus. Essa visão otimista
do homem não era compartilhada por outros teólogos nominalistas como
Gregório de Rimini e Hugolino de Orvieto, que seguindo Agostinho,
sustentavam que sem a graça de Deus o homem era totalmente incapaz de
ingressar nesse relacionamento. Essa controvérsia, por fim, levou os
estudiosos a reconhecer duas escolas diferentes de pensamento dentro do
nominalismo. Embora as duas escolas adotassem uma posição nominalista
com referência às questões de lógica e a teoria do conhecimento, tinham
posições teológicas radicalmente distintas. Esse antagonismo entre essas duas
escolas levaram os historiadores a encontrar dificuldade em manterem um
conceito significativo de nominalismo para ambas escolas. Hoje essas escolas
de pensamento são chamadas de via moderna aquelas associadas a Pierre d’
Ailly e Gabriel Biel e as escolas associadas a Gregorio de Rimini e Hugolino de
Orviento como schola agostiniana moderna.
Enquanto a schola agostiniana moderna desenvolveu uma Teologia da
graça intensamente antipelagiana, os defensores da via moderna usando uma
estrutura pactual, afirmavam que homens e mulheres são aceitos com base em
seus próprios esforços e realizações e que as obras humanas colocavam Deus
sob a obrigação de recompensá-las, deixavam claro seu comprometimento
com uma doutrina da salvação pelagiana. A característica central da doutrina
da salvação desses teólogos é uma aliança entre Deus e a humanidade. O
professor Alister E. McGrath escreveu sobre o tema demostrando como se
dava essa ideia:

O final da Idade Média testemunhou o desenvolvimento de teorias políticas e econômicas


baseadas no conceito de aliança (entre um rei e o seu povo, por exemplo) e os teólogos da via
moderna perceberam logo o potencial teológico dessa ideia. Assim como uma aliança política
entre um rei e o seu povo definia as obrigações do rei para com o povo, e vice e versa, também
uma aliança religiosa entre Deus e seu povo definia as obrigações de Deus para com seu
povo, e vice – versa. Evidentemente, não se tratava de uma aliança negociada, mas sim,
imposta unilateralmente por Deus. Os teólogos da via moderna puderam desenvolver essa
teoria – já conhecido para os leitores do Antigo Testamento – usando ideias emprestadas de
seu próprio mundo político e econômico.De acordo com esses teólogos, a aliança entre Deus e
os seres humanos definiam as condições necessárias para a justificação. Deus determinou que
um indivíduo é aceito sob condição de cumprir, em primeiro lugar, certas exigências. Essas
exigências foram resumidas na expressão em latim facere quod in se est, literalmente, “ fazer o
que está dentro de ti” ou “fazer o seu melhor”. Quando os indivíduos cumpriam essa
precondição, pelos termos da aliança Deus era obrigado a aceita-los. A máxima em latim
usada com frequência para expressar essa ideia era: facienti quod in se est Deus non denegat
gratiam: “Deus não negara sua graça àqueles que fizerem o que está dentro deles.1

Com essa ideia de uma aliança ou contrato entre Deus e a humanidade,


os teólogos da via moderna constituíram o ponto crítico da doutrina da
justificação associada a eles. Segundo essa linha de raciocínio, Deus
recompensa aquele que faz o seu melhor com a dadiva justificadora. Aqueles
que preenchem esse pré requisito mínimo para justificação, serão justificados
em função da fidelidade de Deus a aliança.
Thomas Bradwardine, que em 31 de agosto de 1348 tornou-se
Arcebispo de Canterbury, escreveu “The Case of God Against Pelagios” (O
Caso de Deus Contra Pelagio) reagindo negativamente a ideia de justificação
adotada pela via moderna. Nesse livro Bradwardine desenvolveu uma teoria da
justificação que representa uma volta às ideias de Agostinho encontradas em
seus últimos escritos antipelagianos. Mas, isolado em Oxford, Bradwardine não
exerce grande influência fora da Inglaterra, embora suas ideias tenham sido
adotadas por Gregório de Rimini que era membro da ordem religiosa “A Ordem
dos Monge Eremitas de Santo Agostinho”.
Gregório desenvolveu uma soteriologia que retratava as ideias
características de Agostinho. A ordem agostiniana derivada de Gregório de
Rimini veio mais tarde a ser chamada de schola augustiniana moderna.
Gregório dava uma grande ênfase à necessidade da graça de Deus para a
salvação em consequência da condição de decadência e pecado da
humanidade. Ele entedia a salvação como uma obra exclusivamente divina, do
início ao fim. Em contraste com os seguidores da via moderna, Gregório
defendia que somente Deus poderia desencadear o processo de Justificação.
Ele estava convencido de que os meios e recursos para a salvação do homem
encontrava-se exclusivamente fora da natureza humana.
O debate escolástico sobre justificação, em particular dessas duas
escolas de pensamento, vai fixar as bases paras os debates da Reforma em
torno deste tema.

Por Josué Marcionilo

1MCGRATH ALISTER E. Teologia Histórica Uma Introdução à História do Pensamento


Cristão. 1ª Ed. São Paulo. Cultura Cristã. 2007. p 169.

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