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Habeas Corpus – Prisão Preventiva – Falta de Intimação do Réu Para

Constituir Novo Defensor

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR


DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE
JUSTIÇA DE ...........

"HABEAS CORPUS"

Colenda Câmara,
Eminente Relator,

.................., brasileiro(a), (Est, Civil),


advogado regularmente inscrito na OAB-... sob o nº ......, permissa
máxima vênia vem perante a esta Egrégia Corte, com fundamento no
artigo 5º, LXVIII, da Constituição Federal, combinado com artigo 647 e
seguinte do Código de Processo Penal, impetrar uma ordem de

"HABEAS CORPUS"

em favor do Paciente ........................., brasileiro(a), (Est.Civil),


(Profissção), residente na .................., município de ............., contra
decisões exaradas pelo Juiz de Direito da Segunda Vara Criminal
de ...................., que decretou sua prisão por pronúncia (doc...) e
indeferiu o pedido de revogação de prisão (doc...), sob a suposta alegação
de ter a defesa do Paciente exercido chicana processual provocando a
crise de instância pela impossibilidade de intimação pessoal da advogada
de defesa, sem qualquer dado objetivo ou prova da existência da
irregularidade, além do que a decretação se deu ex officio sem dar
oportunidade ao Réu/Paciente de justificar perante aquele Juízo,
constituindo notória e incontestável coação, passiva de ser sanada pelo
presente pedido de habeas corpus.

O Paciente encontra-se encarcerado no Xadrez


da Cadeia Pública de ........, desde ...............

DOS FATOS

O Paciente, responde a uma ação penal,


sob a acusação de ter infringido a norma incriminadora do art. 121 do
Código Penal, cujo judicium accusationes tramitou pela Segunda Vara
Criminal de ................, tendo a decisão intermediária de pronúncia
concedido do direito de aguardar o julgamento pelo Júri em liberdade,
nos seguintes termos: “O acusado, ao que consta nos autos, é primário e
ostenta bons antecedentes, não foi preso em flagrante, acompanhou o
caminhar procedimental e, até aqui, não deu ensejo a razões que
levassem a imposição de medida cautelar de natureza processual e
pessoal sem seu desproveito, apesar de esta sendo pronunciado por
delito cognominado hediondo.”

Em razão da renúncia de seu primeiro


defensor o Paciente constituiu o .........................., para patrocinar sua
defesa, com escritório profissional na rua ..............................., para onde
foi expedido deprecatas nas quais foram expedidos três mandados de
intimação concomitantes (doc....), onde os senhores meirinhos,
realmente, encontraram o endereço, porém, o referido causídico havia se
mudado, razão pela qual o réu se viu obrigado a constituir novo defensor.

Em substituição ao ........, o Paciente,


outorgou procuração para o ..................................,
(doc. ....) com endereço no ................., em ........, o qual atuou, no
processo, apresentando as alegações finais (doc....). Como o oficial de
justiça certificou que, embora tenha localizado o escritório do ......., não
havia logrado êxito em intimá-lo vez que se encontrava ausente (doc. ...),
para que o processo não ficasse paralisado o Paciente, contratou os
serviços da .......................................
Note-se que a falta de intimação
do ..............., para apresentar alegações finais, apontada pelo Oficial de
Justiça na certidão (doc...) datada de ......, já estava sem efeito uma vez
que as referidas alegações (doc...) já haviam sido juntadas aos autos
em ................., logo não houve qualquer prejuízo no andamento do
processo. Houve, sim, atraso no cumprimento da carta precatória, tanto é
que as alegações finais estão acostadas às fls.... e a certidão às fls. ... dos
autos, quando o objetivo da intimação já havia sido suprido.

Após a decisão de pronúncia foi expedida


carta precatória (doc...) para intimação do ....., daquela decisão, porém,
percebe-se que o endereço ali consignado (................) não é aquele
indicado na procuração (doc.), como é óbvio o Advogado não foi
encontrado, conforme se vê na certidão exarada pelo ......... (doc...).
Houve erro expedição da carta precatória pois a defesa em nenhum
momento informou o endereço ali contido como se fosse
do ..................... ..

Em ................., o Paciente, contratou


a ......................., vez que o ...................., freqüentemente , estava ausente
de seu escritório, sendo que ao ser juntada a procuração aos autos
(doc........) a causídica indicou seu endereço como
sendo: ............................, porém, equivocadamente, na carta precatória
(doc...) para intimação da pronúncia constou o
endereço: ..............................o qual não foi informado pelo réu ou sua
defensora, razão pela qual a mesma não foi localizada.

Em seguida, Senhor Relator, surgiu um


documento apócrifo (doc...), de autoria do ..................., (doc...)
mandatário da família da vítima, informando outro endereço da defensora
do Acusado/paciente, inclusive com o número de telefone com a última
dezena invertida, “............. o correto é .........” (doc...), o qual ao ser
conferido ex officio, via telefone, pelo Juiz, aqui denominado, autoridade
coatora, ficou constatado ser da Presidência da República (....),
provocando o decreto de prisão por pronúncia, vez que entendeu o
Magistrado tratar-se de manobra chicanista da Defesa.

Saliente-se, que no pedido de Revogação


de Prisão postulado no Juízo de piso, o Paciente informou que o citado
causídico (.........), responsável pelo documento sem assinatura,
atualmente é diretor presidente da Faculdade ..............., (doc. ..), e, onde
a irmã da vítima é funcionária, porém, o Magistrado não teve sequer o
cuidado de ligar para a referida instituição de ensino para verificar a
veracidade deste fato, como o fez para confirmar o endereço da advogada
de defesa, simplesmente consignando em sua sentença: “A menção a um
possível comentário envolvendo o nome do ilustre
causídico .........................., em realidade, em nada contribui para
modificar a situação detectada, principalmente porque não passa de
uma hipótese sem qualquer confirmação”. Assim, pergunta-se porque
com respeito a aferição da veracidade do número de telefone indicado
por pessoa anônima e estranha ao processo o Juiz teve o zelo de
confirmar?, E agora?, quando o Paciente, sem máscara ou anonimato,
informa elemento relevante para a elucidação dos fatos o Juiz se
esquiva?.

O que se observa é que o Paciente está


sendo vítima de equívocos que não provocou: primeiro, é que o endereço
constante nas cartas precatórias intimatórias do ....... (doc...)
da ........................, (doc....), não são os que constam das procurações
juntadas aos autos, nem tampouco foram indicados ou informados pela
defesa; segundo, o número de telefone da Presidência da República como
sendo da referida advogada, foi fornecido por pessoa estranha ao
processo, mas ligada aos familiares da vítima. Assim, não se pode
tributar em prejuízo do status libertatisa do Paciente, a crise de instância
instalada no processo, por possível equívoco da escrivania ou pela
ingerência indevida do mandatário, extra processual, da parte vítima.

Como pode ser visto, s.m.j., a autoridade


coatora agiu de modo parcial, injusta e ilegal ao decretar a prisão por
pronúncia do Réu/Paciente, sem ao menos lhe dar oportunidade de
esclarecer a irregularidade detectada, intimando-o para tal, pois o mesmo
sempre manteve seu endereço atualizado dentro do processo, conforme a
própria decisão de pronúncia admite ter acompanhado todo caminhar
processual, outorgando-lhe o direito de aguardar o julgamento pelo Júri
em liberdade.

Realmente o paciente, durante o processo,


teve o patrocínio de sua defesa a cargo de vários advogados, porém, isto
se deu em decorrência dos efeitos nefastos que o fato acarretou em sua
vida, tendo que desfazer de seus bens e desagregar sua família, o que não
lhe deu outra alternativa que aceitar o patrocínio daqueles que se
dispusessem a ajuda-lo gratuitamente, em consideração e homenagem as
amizades do Impetrante, que é seu primo.

DO DIREITO
De acordo com a melhor doutrina
nacional e alienígena a prisão preventiva é medida drástica e excepcional
devendo ser aplicada somente em casos de extrema necessidade, quando
estiver provada de modo concreto e objetivo o periculum in mora, tanto
que é considerada por alguns doutrinadores como "uma aspereza iníqua”
(Lucchini), a “a mais cruel das necessidades judiciais” (Puglia), um
“mal necessário”(Garraud), ou um “tirocínio de perversão
moral”(Carrara) é considerada no Brasil por Bento de Faria como “um
estado de privação da liberdade pessoal reclamado pelo interesse
social”.

A segregação preventiva tem sido taxada


como a sagração de uma violência (Ortolan). "Se o indivíduo é tornado
apenas suspeito de atentar contra a sociedade por meio do delito, a
sociedade atenta contra o indivíduo por meio desse instituto", mormente
ante a irreparabilidade moral do mal eventualmente causado.

No entanto, são o interesse e proteção


sociais, e não a antecipação de uma condenação, que se constituem em
fundamento exponencial da espécie em exame de custódia provisória.
Daí a exigência irretorquível da prova de sua necessidade, em casos
especiais e como medida de exceção, de sua decretação.

A custódia provisória, desta sorte, na


espécie ora em foco, esteia-se, fundamentalmente, na necessidade e
interesses sociais. Daí a correta observação de Viveiros de Castro, trazido
à colação por Aderson Perdigão Nogueira:

“o juiz, ao decretar a prisão preventiva, "há de


estar por completo dominado não tanto pela
idéia da culpabilidade do acusado, o que só o
julgamento posterior pode com segurança
demonstrar, mas, principalmente, pela
indeclinabilidade da providência, para
afastar, desfazer ou impedir certos atos que
ameaçam ou perturbam a ordem pública, a
instrução do processo ou a aplicação da pena"

No caso em apreço a custódia processual


nasceu de equívocos na apreciação dos fatos, do subjetivismo do
magistrado, que data vênia deixou de dar oportunidade ao réu/Paciente
de informar com correção número do telefone de sua advogada, além do
que não se ateve que o endereço constante na carta precatória intimatória
não corresponde ao informado na procuração juntada aos autos.

Nossos Superiores Pretórios pátrios têm


decidido, sobre a indispensabilidade da demonstração inequívoca da
necessariedade da decretação da prisão cautelar como instrumento
tutelador dos interesses sociais e da liberdade individual, conforme o
excerto do seguinte julgado proferido por nosso Egrégio Tribunal
Goiano, através de sua 1ª Câmara Criminal, no HC 10.689, como relator
o ilustre Desembargador João Batista de Faria Filho, cuja ementa assim
adita:

“Habeas Corpus. Prisão Preventiva. Falta de


Fundamentação.
Se os fundamentos da prisão preventiva não
encontram apoio algum na prova dos autos,
mas, ao revés, resultam de simples suposição,
tem-se uma decisão imprestável. Ordem
concedida.”

Na mesma trilha de entendimento são os


julgados dos Tribunais dos Estados:

“HABEAS CORPUS - Receptação em concurso


material - Quadrilha ou bando - Réus
primários, de bons antecedentes, radicado no
distrito da culpa - Prisão preventiva sob
fundamento de influência na persecução
preliminar e garantia da ordem pública - Fuga
do réu do "locus delicti" - Comportamento
natural de quem receia "ser julgado em
depósitos de presos do atual sistema
carcerário" - Ordem concedida.
A prisão provisória e medida odiosa e
excepcional e, por isso, só deve ser decretada
ou mantida quando presentes os motivos
ensejadores previstos no artigo 312, do CPP
que, concretamente, configurem o "fumus boni
júris" e o "periculum in mora", com efetiva
demonstração e fundamentação da utilidade e
necessidade dessa medida, sob pena de abuso,
notada mente quando se trata de réu primário
sem antecedentes, empresário e residente no
distrito da culpa, que nenhuma influência
exerceu na persecução da verdade real e que
só se afastou do distrito da culpa por receio
de ser colocado junto a marginais perigosos e
contumazes, face a reconhecida precariedade
do atual sistema penitenciário. Ordem
concedida para que os pacientes aguardem o
julgamento em liberdade.” (TJES - HC nº 9.658
- Cariacica - 2ª Vara Crim. - Des. Osly da Silva
Ferreira - J. 15.10.97). (GRIFEI).

Finalizando, Excelências, é de se ressaltar


que o atraso no andamento do processo não pode, de forma alguma, ser
atribuído a supostas manobras chicanistas da defesa, cerceando-lhe o
status libertatis, quando está claro que o referido impasse se deu,
principalmente, em virtudes das irregularidades apontadas na emissão das
cartas precatórias, além do notório e lamentável emperramento da
máquina judiciária, que não consegue distribuir a prestação jurisdicional
da forma almejada pela sociedade.

EX POSITIS

espera o Impetrante, seja a presente ordem de HABEAS CORPUS,


conhecida e deferida, para fazer cessar a coação ilegal de que está sendo
vítima, o Paciente, mandando que se expeça o competente SALVO
CONDUTO, cassando e revogando a prisão por pronúncia do Paciente,
para que possa aguardar o julgamento pelo Tribunal do Júri em
liberdade, pelos fatos e fundamentos ut retro perfilados, pois desta forma
esse Egrégio Sodalício, estará como de costume restabelecendo o império
da Lei, do Direito e da Excelsa JUSTIÇA.

LOCAL, DATA

___________________________

OAB

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