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ISBN: 978-85-99198-13-1
Organizadores:
▪ Gerson Fauth
▪ Ariane Santos da Silveira ▪ Farid Chemale Junior
▪ Mauro Daniel Rodrigues Bruno ▪ Andréa Ritter Jelinek
▪ Breno Leitão Waichel
▪ Gilmar Vital Bueno
Promoção
1
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ Geotecnologias
ST01 – Geoaplicativos
ST04 – Geofísica
ISBN: 978-85-99198-13-1
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Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ ST01 –
Geoaplicativos
ISBN: 978-85-99198-13-1
3
USO DO APLICATIVO INASAFE/QGIS NA REAVALIAÇÃO DAS ÁREAS DE
RISCO GEOAMBIENTAIS DO BAIRRO DE FELIPE CAMARÃO (NATAL-RN)
MARTINS G.1; DANTAS JUNIOR, P. C. 2, DINIZ FILHO, J. B.3; FONSECA, V. P. DA3 ,
PEREIRA, L. A. E.F1., GOMES, A. C. DO N. 1, MEDEIROS, D. S. DE1, ARAUJO, E. B. B. DE1,
GONÇALVES, R. C. B. 1
1 2
Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Norte; Agência Reguladora de
3
Serviços de Saneamento Básico do Município do Natal / Defesa Civil Municipal; Departamento de Geologia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
4
USO DO APLICATIVO MÓVEL GEOFIELDBOOK NO MAPEAMENTO DE
CAMPO GEOLÓGICO-ESTRUTURAL
Santos, F.G.1
1
Serviço Geológico do Brasil – CPRM – Superintendência Regional do Recife
RESUMO: A Geologia é uma ciência onde as atividades de campo se fazem necessárias para
o levantamento de informações. Com o avanço da tecnologia das últimas décadas, muitos
métodos de processamento digital são aplicados aos dados geológicos coletados em campo,
dessa forma, uma ferramenta foi pensada para servir de ponte entre os dados analógicos
trazidos de campo com a conversão para meio digital que sempre é realizada na etapa pós-
campo. O GeoFieldBook é um aplicativo para o sistema operacional móvel iOS (apenas iPad),
desenvolvido pela interação entre professores dos departamentos de Geologia e Ciências da
Computação da Faculdade Americana LAFAYETTE COLLEGE. O App em questão foi
projetado para o uso em projetos de geologia que abrangem o mapeamento de campo
geológico-estrutural, podendo ser usado como complemento ou até substituindo a clássica
caderneta de campo e os mapas de papel. A câmera e o GPS do iPad são usados de forma
integrada para auxiliar o usuário a gerenciar os dados e recursos do mapeamento, assim todas
as informações gravadas, sejam elas geológicas e/ou estruturais, são georreferenciadas
automaticamente e há a possibilidade de fotografar as estruturas e afloramentos dentro de
cada registro de entrada de dados. Os dados coletados são registrados e exibidos em tempo
real sobre uma imagem base (Apple ou Google Earth), com as direções e mergulhos exibidos
na orientação correta podendo-se escolher um coloração diferente para cada unidade
litológica. Todos os dados e anotações coletadas em campo podem ser exportados em formato
csv para integração com outros softwares de análise, como também há a possibilidade de
importar conjuntos de dados pré-existentes para o app. A cada nova entrada de informação, os
dados podem ser inseridos automaticamente (data, hora e coordenadas), de forma manual
(código do afloramento, dados estruturais das unidades litológicas) ou de forma pré-definida
(acamamentos, contatos, falhas, juntas etc...). O aplicativo ainda conta com informações
geológicas de um ano de mapeamento em diversos locais do estado da Pensilvânia nos
Estados Unidos e apesar disso pode ser usado em qualquer parte do mundo. O uso dessa
ferramenta digital em mapeamentos de campo auxilia os geólogos a obter dados
estratigráficos, além de gerar mapas interativos que levantam hipóteses sobre o arcabouço
tectono-geológico da região mapeada e uma discussão no próprio local de aquisição das
informações pode levar a uma interpretação mais rápida.
5
UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE REALIDADE AUMENTADA 4D PARA A
MODELAGEM DE ROMPIMENTOS DE BARRAGENS DE REJEITOS E
DISPERSÃO DE SEDIMENTOS
Rocha, G.S.1; Rocha, G.S.1; Azeredo, R. B.1; Bruch, A. F.1; Cirolini, A.1.
1
Universidade Federal de Pelotas;
6
SISTEMA DE ALERTA DE ENCHENTE APLICADO AOS PLANOS
DE DEFESA CIVIL, UTILIZANDO SISTEMA DE INFORMAÇÕES
GEOGRÁFICAS (SIG), CASO: CIDADE DE MARABÁ
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APLICAÇÃO MÓVEL PARA REALIZAÇÃO DE COLETA DE DADOS NO
MAPEAMENTO GEOLÓGICO
RESUMO: O aplicativo móvel proposto que está em fase de desenvolvimento tem como objetivo, auxiliar
a coleta de dados de campo durante o mapeamento geológico. A etapa de coleta de dados em campo é
fundamental para o mapeamento geológico, pois os dados coletados constituirão a base para a geração de
todas as informações que serão produzidas pelo pesquisador. Um sistema de informação móvel com
distribuição gratuita, capaz de padronizar, agilizar e organizar os dados coletados; acelerar a etapa de
tabulação; oferecer mecanismos que auxiliem a descrição e classificação das rochas; além de possibilitar a
captura de imagens e áudios pode ser de grande utilidade na etapa de interpretação do pesquisador, em
especial ao meio acadêmico. A utilização do aplicativo durante o trabalho de campo inicia-se com a criação
do projeto, definição da área de estudo, autor, participantes e duração. Já em campo, a descrição do
afloramento inicia-se com a coleta de coordenadas geográficas, descrição de toponímia e aspectos do
afloramento, como grau de alteração e dimensões espaciais, e disponibiliza o uso de recurso fotográfico.
Feito isso, o autor do projeto/usuário poderá escolher qual tipo de rocha irá descrever – ígnea, sedimentar
ou metamórfica – e contará com uma série de características específicas a cada tipo de rocha. Após a
escolha do tipo de rocha o usuário poderá fazer uma descrição sistemática que não permite que ele finalize
a descrição do afloramento sem que tenha sido lembrado de todos os aspectos necessários a uma boa e
completa descrição. A primeira tela após a seleção do tipo de rocha aborda a descrição de aspectos como
“Coloração”, “Textura”, “Estruturas”, “Mineralogia” e “Classificação da Rocha”. Para descrição de rochas
sedimentares ainda há opção “Conteúdo Fossilífero”. Além de auxiliar na realização de uma descrição
sistemática, o aplicativo disponibiliza ao pesquisador consultas de arquivos com informações que irão
auxilia-lo na descrição e interpretação simples de campo, como tabelas, esquemas e diagramas de
classificação. Outro recurso do aplicativo diz respeito a classificação das rochas ígneas com minerais
máficos menor que 90%, através da estimativa modal. O usuário poderá inserir as porcentagens de quartzo,
plagioclásio e álcali-feldspato e obter a classificação da rocha segundo o diagrama mais usual para essas
rochas. Na etapa pós-campo, o aplicativo auxilia o processo de tabulação através da exportação das
coordenadas, medidas de estruturas e descrição simplificada em tabela Excel, que são comumente usadas
em ambiente SIG, dentre outros softwares.
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A IMPORTÂNCIA DA SISTEMATIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO DOS DADOS
HIDROQUÍMICOS
Campinho, Vania S.1; Araujo, Laury M.1; Anjos, Sylvia M. C. 1; Costa, Leonardo A. M.2;
Cavalcanti, Cristiane S. Q. 2; Mastella, Laura S. 1
1
Petrobras
2
Tecgraf-Puc-Rio
RESUMO: Hidrogeologia é uma disciplina que permite uma correlação entre as condições
geológicas e hidrológicas, com base nas leis da Física e da Química, que regem a origem, a
distribuição e as interações das águas subterrâneas. No contexto da indústria de petróleo, há
uma concentração de esforços na caracterização de água de formação, que é a água
associada a formações de rochas subterrâneas e trazida a superfície durante a exploração e
produção de óleo e gás. Devido à interface e fluxo nas unidades estratigráficas, a água de
formação adquire algumas características hidrogeoquímicas significativas, tornando-se uma
excelente fonte de informações sobre ambiente e seus regimes.
Adicionalmente, na mesma solução, é possível através das relações entre cátions e ânions
estabelecer o paleoambiente deposicional da água de formação e as interações diagenéticas
com os minerais que compõem o arcabouço rochoso das unidades estratigráficas das bacias
sedimentares. Essas ferramentas hidroquímicas são utilizadas para discriminação de barreiras
hidráulicas verticais e laterais em reservatórios de grandes dimensões, paras verificar conexão
ou desconexão em sistemas turbidíticos complexos e acanalados, para monitorar a interação
da água de formação com as zonas de injeção para manutenção da pressão e aumento da
recuperação secundária. O conhecimento do índice de saturação iônica (SI) permite o
estabelecimento do risco de formação de incrustação durante a produção e auxilia na escolha
dos inibidores que controlam as precipitações no fluxo do petróleo à medida que aumenta o
BSW (basic sediments and water).
9
O objetivo deste trabalho é apresentar uma solução nomeada de Análise de Água de
Formação, disponibilizada em uma plataforma de consultas de dados de rocha e fluido, que
armazena e compartilha os dados produzidos e consumidos diariamente pelas diversas áreas
de E&P. Seguindo o princípio de que dados brutos, quando estruturados e definidos, geram
informação; e informação, quando padronizada, relacionada e compreendida, gera
conhecimento.
10
SISTEMA DE GESTÃO DO ACERVO DE ROCHAS DA UNIÃO
Campinho, Vania S. 1; Anjos, Sylvia M. C. 1; Braga, Alinne F.1; Teixeira, Denise I. 1; Costa,
Francisco E. N.2; Costa, Jorge C.1; Mendonça, Fabio C. L. 2; Cavalcanti, Cristiane S. Q. 2;
Mastella, Laura S. 1
1
Petrobras
2
Tecgraf-Puc-Rio
A ordem de grandeza dessa tarefa ainda não é devidamente perceptível, tanto para operadores
e parceiros, quanto pelos solicitantes e pela própria agência regulatória. Dividir, reorganizar e
controlar individualmente um acervo que resume mais de 60 anos de história da indústria do
petróleo no Brasil é um trabalho de investigação custoso em tempo e em recursos humanos.
Existem conjuntos de dados diferenciados que precisam de controle e tratamento. A ANP foi
criada em 1998, definindo um cenário de parcerias para a exploração e produção de
hidrocarbonetos no território brasileiro. Essa situação gerou a necessidade gerir um acervo de
amostras de rocha e fluído anterior às regulamentações definidas (dados de passivo) e atender
regras sobre amostras de poços geradas após as normas estabelecidas.
Diante desse cenário, foi necessário sistematizar o fluxo das amostras da União, que se inicia
no momento em que as mesmas são recebidas nas unidades Petrobras. O registro do
recebimento é realizado na Base de Dados Integrada do E&P (BDIEP) através do sistema
proprietário de Gestão de Acervo de Rocha e Fluido. No sistema de Acervo, os usuários, além
de indicar se as amostras cadastradas realmente existem fisicamente, também realizam a
primeira operação de controle com a verificação do estado das amostras (medição e
pesagem). Durante o ciclo de vida das amostras de rocha da União dentro dos laboratórios são
realizadas coletas, criação de lâminas/células, sub-amostras, análises de rocha e controle de
todos esses itens até o armazenamento, o qual é realizado pelos laboratórios de rocha. Todo o
processo descrito acima deve obedecer algumas regras e leis definidas para os procedimentos
realizados com as amostras da União.
O objetivo desta sinopse é mostrar a solução desenhada pela área de Exploração da Petrobras
para estruturar e sistematizar a tarefa de gerir amostras, produtos, e suas propriedades, como
preservação, consumo, disponibilidade e acessibilidade. Graças a essa sistematização, é
possível evidenciar a demanda de recursos financeiros e humanos para manutenção dessa
coleção de amostras dos poços da União, a qual exige o controle e gestão de dados sob
legislações distintas (dados pré e pós-criação da agência reguladora). A solução obedece a um
fluxo definido que vem desde o surgimento da amostra, recebimento no laboratório, verificação
do estado, controle das análises e conservação e armazenamento dessa amostra. Aliado a
este desafio de gestão, vem a demanda de transparência da integridade física e localização
para a agencia regulatória.
11
PALAVRAS-CHAVE: Gestão de Dados de Acervo, Agência Nacional do Petróleo (ANP),
Amostras de Rocha e Fluido.
12
UTILIZANDO O PROGRAMA EXIBE_GEOBANK
Gonçalves, J. H.
Através do aplicativo é possível pesquisar dados, exibir mapas sobre diversas bases, utilizar
ferramentas de corte e obter o resultado através de download simples e intuitivo, em operação
de extração de dados, plotar pontos de localização sobre os mapas, plotar polígonos sobre
mapas, pesquisar dados do DNPM e verificar a localização das áreas de outorga em
verdadeiras composições GIS.
A facilidade de utilização do aplicativo desktop faz dele uma excelente ferramenta de trabalho
para os usuários que desejam acessar remotamente o acervo do GEOBANK, Banco de dados
do Serviço Geológico do Brasil e do DNPM de forma rápida, precisa e fácil.
13
REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DE GEOCIÊNCIAS
DA CPRM – SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL
Oliveira, F.V.1; Paula, R.P.S.1; Lamana, C.R. 1; Carvalho, L.E.M. 1
1 .
CPRM – Serviço geológico do Brasil
14
INTEGRADOR DE MAPAS E DOCUMENTOS DE PROJETOS DA CPRM –
SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL
Ferreira, A.L1; Jacques, P.D.1; Dias, H.S. 1; Maia, S.B. 1; Gouvêa, S.B.S. 1; Cerdeira, E.S. 1;
Simão, G.F.C. 1; Fernandes, L.F.R. 1 ; Carvalho, L.E.M. 1 e Paula, R. P. S.1
1 .
CPRM – Serviço Geológico do Brasil;
15
Manual: CPRM e One Geology – Categoria 5 estrelas
Jacques, P.D.1; Coutinho, M.G.N.1; Dias, H.S. 1; Maia, S.M. 1; Salvador, E.D. 1; Leão, R. 1;
Nascimento, F.G.C. 1;Fraga, L.M. 1; Fernandes, L.F.R. 1; Cerdeira, E.S. 1; Duffy, T.2.;
Steve,R.3 ; Doce, D.D.2, Passmore, J.2 e Sen, M. 2
1 2 3 .
CPRM – Serviço geológico do Brasil; BGS – British Geological Survey, USGS/Arizona Geological Service
16
O CATÁLOGO DIGITAL DE INFORMAÇÕES DO MUSEU DE CIÊNCIAS
DA TERRA - MCTer
17
O GEOAPLICAVO SGEOLOGY COMO
FERRAMENTA INOVADORA NO ESTUDO DE MINERALOGIA
Lima, A.J.M.¹; Barroso, I.1;Ceolin, A. C.1; Esteves, T.1; Silva, F. R.B.2; Fries, M3
1 2
Universidade Federal do Pampa ; Faculdade Eniac ; Universidade Federal do Pampa –
3
Laboratório de Geofísica Aplicada
18
CORE DESCRIPTION STANDARDIZATION USING ONTOLOGIES AND
MOBILE SOLUTIONS
Abel, M.1; De Ros, L.F.2; Lorenzatti, A.2,3
1 2
Universidade Federal do Rio Grande do Sul - PPGC; Universidade Federal do Rio Grande do Sul – PPGGEO,
3
Endeeper
ABSTRACT:
Sequential descriptions or logs of outcrops and borehole cores provide key information for
understanding the processes of generation and evolution of the rocks and their resources, such
as accumulations of ores or petroleum. Currently, most sequential descriptions are still created
using non-standardized data formats, in which geologists use free text and hand drawings on
paper to describe the cores or outcrops. The acquisition, retrieval and processing of data in
such format is time-consuming, imprecise and ineffective. Different geologists use different
terms to describe the same features, and extensive redrawing is required to make the
descriptions available to be used and integrated in the following workflow phases. The purpose
of the Strataledge software suite is to assist geologists in the creation of descriptions in
standard data format, maintaining the geological flexibility wished by geologists, and in their
processing and integration to other data and information. An extensive research in the
Sedimentary Stratigraphy, Igneous and Metamorphic Petrology literature and standardize
associations was carried on, along with a large number of interviewing with distinct professional
profiles of geologists, in order to define the vocabulary and organization of the terminology for
visual description required in a core and outcrop software system. The vocabulary covers all
types of lithologies, structures, textures and other features of the rocks and is formalized in a
domain ontology that supports the software application and can be further used to index other
legacy contents. The Strataledge software suite is composed by mobile and desktop systems.
Strataledge Mobile, designed to run on tablet devices, is responsible for assisting the geologists
in the task of creating sequential core or outcrop descriptions. Descriptions are created
following a standard format, with a dynamical scale, and graphic reports can be generated and
exported in different formats (PNG, HTML, SVG, XML, CSV, LAS) or stored in non-proprietary
format in a relational database. Strataledge Desktop is responsible for helping the geologists in
the integration of the descriptions produced in the mobile software with other data, such as
wireline log data (gamma ray, resistivity, and density, for example), geochemical and
petrographic analyses. Structural or stratigraphic sections can be easily constructed through the
correlation of diverse sequential descriptions. The use of the Strataledge software suite allows
significant time, work and error reduction through the creation of descriptions originally in digital
format and through the easy generation of graphic reports in any chosen scale. Besides, the
system allows relatively untrained geologists to better describe the rock features by visually
matching the iconic representations and the visual features observed in the rock. Strataledge
records can be stored in a centralized database of core descriptions allowing them to be
compared or correlated using different integration and modeling software, what enhances the
utility and value of sequential core or outcrop descriptions.
19
GEOBANK GIS: FERRAMENTA DE VISUALIZAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS
ESPACIAIS DO SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL - CPRM
Araújo, L.B.1; Gonçalves, J.H.1; Leão Neto, R.1; Espírito Santo, E.B.S.1; Jacques, P.D.1;
1
Serviço Geológico do Brasil - CPRM
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A UTILIZAÇÃO DE TABLETS EM TRABALHOS DE CAMPO DO SERVIÇO
GEOLÓGICO DO BRASIL
Costa, U. A. P.1; Oliveira A. C. S.2; Lima F.J.C.3
1
SGB/CPRM – Serviço Geológico do Brasil, Superintendência Regional de Belém
1 2
SGB/CPRM – Serviço Geológico do Brasil, Superintendência Regional de Belém, Superintendência Regional de
3
Manaus; Superintendência Regional de Recife
21
Cooperação Internacional em Geotecnologia na CPRM – Serviço Geológico do Brasil
Coutinho, M.G. da N., Jacques, P.D., Lima. J. B.de, Gonçalves, J.H., Pimentel, J.
CPRM – Serviço Geológico do Brasil.
22
RECUPERAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DO ACERVO DE DADOS
GEOQUÍMICOS DA CPRM: UMA EXPERIÊNCIA FREE AND OPEN-SOURCE
COM MÓDULOS PYTHON (GEO)DJANGO, PANDAS E MATPLOTLIB
Mota, C. E.1; Alvear, M.1,2;
1 2
CPRM/Serviço Geológico do Brasil, ERJ, Rio de Janeiro-RJ; Universidade Federal do Rio de Janeiro - Dep.
Geografia;
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SISTEMATIZAÇÃO DE INFORMAÇÕES E DESENVOLVIMENTO DE UM
BANCO DE DADOS REFERENTE AO CONSUMO DE BENS MINERAIS NO DIA
A DIA DAS PESSOAS.
Moreira, R.M.1; Pereira, G.G.1; Martins, A.A. de.S.1; Moreira, L.V.1; Junior, V.A.S.1; Kuhn,
C.E.S.2; Zampieri, C.E.A.2; Marins, J.A. de.O.2; Assumpção, F.A. da.C.3; Almeida, C.M. de.4
Silva J. R. 5
1
Discente do Curso de Graduação de Engenharia de Minas, Instituto de Engenharia, Universidade Federal de Mato
Grosso, Campus Várzea Grande;
2
Docente do Instituto de Engenharia, Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Várzea Grande;
3
Mestre em Gestão do Território e Urbanismo;
4
Técnico do Instituto de Engenharia, Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Várzea Grande;
5
Docente do Instituto Federal de Mato Grosso
RESUMO: A mineração é uma das atividades mais antigas da humanidade. A utilização dos
recursos naturais e a evolução das técnicas utilizadas na produção dos utensílios usados no
cotidiano deram nome a diversos períodos históricos, tais como: a idade da pedra lascada, a
idade da pedra polida, a idade do bronze e a idade do ferro. Mesmo nos dias de hoje são
descobertas novas formas de utilizar alguns minerais.
Logo, é possível presumir o quão importante é a área da mineração para o
desenvolvimento da humanidade. Desta forma, hoje a maioria das nações depende do uso de
bens minerais, sendo que sua utilização está correlacionada de maneira proporcional ao seu
desenvolvimento de um povo.
As pessoas em geral enxergam a mineração como algo distante da sua realidade,
contudo os produtos da mineração são a base direta ou indireta de todos os bens de consumo
utilizados pela sociedade moderna.
Assim, é notório que a qualidade de vida está intimamente ligada ao consumo de bens
minerais. Praticamente todas as necessidades básicas de um ser humano depende de alguma
maneira de processos de mineração. Podendo ser estes associados a moradia, estradas,
alimentação, vestuário, eletrônicos, materiais de estética, dentre muitos outros.
Nesse sentido é importante ressaltar que por mais que sejam necessários objetos
provindos de processos de mineração, há a geração de resíduos (rejeitos e estéreos) do
processamento de minerais. Sendo assim, um uso desregulado de materiais, sem avaliar seu
impacto ambiental, torna-se prejudicial.
Diante do exposto, é importante que pessoas possam ter consciência do consumo de
bens minerais, assim como a quantidade resíduos gerados por cada cidadão de acordo com o
seu padrão de consumo, ocasionando impacto direto ao meio ambiente. Uma avaliação que
leva em conta cada cidadão facilita a conscientização de um consumo sustentável.
Dado o exposto o projeto educação e geociências realizou a sistematização de
informações referentes à quantidade de bens minerais presentes em diversos produtos, sendo
estas informações armazenadas em um banco de dados com a relação sobre os minerais
utilizados para a geração e fabricação dos bens de consumo. Esses são classificados como:
duráveis, não duráveis, semiduráveis e imóveis.
Estas informações serão a base de dados para o desenvolvimento de um jogo
educacional que será utilizado na educação formal e informal, buscando esclarecer a
população sobre o uso dos recursos naturais do nosso planeta e demonstrando que a
mineração está presente indiretamente em toda nossa vida. O jogo permitirá avaliar o gasto
mineral por pessoa, levando a uma autocrítica do impacto de cada um no meio ambiente. Além
disso, este processo visa atenção para a necessidade de uma vida mais sustentável ao avaliar
o consumo por pessoa.
24
Chronus – An effort to make U-Pb LA-ICPMS data reduction fast and
reproducible
F. V. OLIVEIRA1, M.M. PIMENTEL2, M.E.S. DELLA GIUSTINA2, J.B. RODRIGUES3, E.N.P.
ZACCHI2, B.A.F LIMA2, E.L. DANTAS2,
1
Federal Center for Technological Education (CEFET-MG); 2Geosciences Institute, University of Brasília (UnB);
3
Geological Survey of Brazil (CPRM)
LA-ICPMS became a fast and cheap method of geochronological analysis in recent years, with special use for
sedimentary provenance studies, which require a large number of spot ages per sample to investigate sediment
sources. As important as the analytical method applied to acquire the data, the protocols used to reduce them
can change dramatically the results. Physical constants (e.g. 235U/238U ratio, decay constants), the methods used
to correct mass fractionation induced by the laser ablation and by the mass spectrometer, and the uncertainty
propagation are some of the points that can cause differences between laboratories, making comparisons of
results unreliable. These calculations are usually carried out in in-house spreadsheets (designed by small teams
for specific laboratory routines) and in computer programs. One of the most important weaknesses of the in-
house spreadsheets is that they are not usually well documented and described in peer-reviewed papers, making
it almost impossible to check the exact processing steps. The programs available for U-Pb data reduction are not
free, or they do not have any graphical user interface (GUIs), disadvantages that might compromise their use by
other users than their own creators.
Chronus is a new computer program designed especially to reduce U-Pb data acquired by LA-ICPMS. This is
motivated by the need of standardization of the data reduction methods, avoiding bias induced by different
laboratories procedures, so that the comparison of the ages generated is possible. It has been developed based
on the experience of researchers of the Geochronology Laboratory of the University of Brasília (UnB). The
program development was carried out using Visual Basic for Application (VBA) programming language in an Excel
environment. Chronus is freeware and its code will be available in an online repository, so every user will be able
to download it and suggest new improvements. It may be updated on demand to serve other research groups
from the scientific community who use different methods and equipment. The operation of the software is done
using GUIs, making the data processing easy. It subtracts blank from the analysis, corrects mass bias induced by
the laser and by the ICPMS, creating sheets for each step. Based on the filenames, the program also identifies the
primary and secondary standards. The final report contains the most relevant information about the samples and
the secondary standard analyses. The standard-bracketing method is applied to the analyses, requiring the time
when the data was acquired. Using this information, the software sets automatically the most appropriate blank
and primary standard analyses for each sample (although, the user can change this setting).
25
Considerations in developing rock physics NMR software
Benavides, Francisco.1; Leiderman, Ricardo.1; Bagueira, Rodrigo.1 Carneiro, Giovanna.1
1
Universidade Federal Fluminense
ABSTRACT: In order to understand the reservoir and its petrophysical properties, laboratory
measurements are performed on rock samples (whole core, plugs or cuttings). It is a well-known
fact that the traditional core analysis is very costly, time-consuming and in some cases, sample
destructive. Digital Rock Physics (DRP) is gradually emerging as a powerful tool to complement
traditional rock analysis. DRP implies imaging and digitizing rock samples, mainly using X-ray
micro computed tomography (micro-CT), and then numerically simulating various physical
processes in a 3D or 2D digital object. Macroscopic rock properties, such as porosity,
permeability, elastic moduli, nuclear magnetic resonance (NMR) relaxation times, capillary
pressure curves, electrical parameters (m and n), can be assessed in a faster and non-
destructive manner. Nowadays most of these simulations can be performed on common
workstations. In this work, we want to share our experiences in developing our own DRP
software, providing details on how to handle computational limitations for this type of numerical
simulations. To pursue this, we focus on simulating the NMR relaxation response on 2D and 3D
samples.
The typical NMR signal of a reservoir rock is a noisy and multi-exponential decaying signal
induced by the 1H nuclei present on reservoir fluids molecules. The signal decay rate is
associated with the magnetic energy dissipation, or relaxation, caused by the fluid molecules
interaction with the pore walls. Fluid molecules residing in smaller pores relax faster because the
higher probability of interacting with pore walls. The NMR response can be simulated from a
digital rock using the random walk (RW) technique that reproduces the diffusive motion of fluid
molecules inside the rock pore. The RW algorithm tracks the random trajectory of an elected pore
voxel, the so-called walker, through the voxelized pore network. The number of encounters with
the pore wall is recorded for each walker and their magnetic energy dissipation computed
accordingly. The resulting multi-exponential decay can be approximated by a linear combination
of pure exponentials. The individual exponentials weight, define the relaxation time distribution
whose shape, in ideal conditions, mirror the pore size distribution. The computation of the
relaxation time distribution is very sensitive to noise and the traditional way to overcome this is
applying a regularized non-negative least squares optimization (NNLS). However, the choice of
the optimum regularization involves the computation of many exponential fittings, one for each
regularization level. Depending on the digital rock characteristics, image size and resolution, the
NMR simulated data can become very large, and some level of data compression is necessary.
We created a user-friendly software that helps overcome these difficulties. The possibility to have
control on each particle movement and path choices, also allow to have a better understanding of
the NMR phenomena, and to adjust the model parameters to experimental data. We introduce
the use of a collision histogram, which provides a mechanism to solve the inverse associated
problem of a NMR measure
Key-words: Digital rock physics, Nuclear magnetic resonance (NMR), Inverse problems.
26
Estratégia de qualidade de dados baseada em domínios de gestão:
aplicação em conceitos de E&P
Melo, D.P.1; Melo, L.C.1
1
Petróleo Brasileiro S.A.
27
1
28
CATODOLUMINESCÊNCIA DE DOLOMITOS DO MEMBRO MOCAMBO,
PENSILVANIANO DA FORMAÇÃO PIAUÍ, REGIÃO DE JOSÉ DE FREITAS-PI.
29
APLICATIVO DE CADERNETA DE CAMPO PARA DISPOSITIVOS MÓVEIS
COM SISTEMA ANDROID
30
PROJETO E IMPLEMENTAÇÃO DE UMA IDE ACADÊMICA NA UFPR
Fronza, G.; Machado, A.A.; Silvério, E.; Campo, R.G.; Camboim, S.P.; Ferri, K.C.; Pisetta, J.A.
Universidade Federal do Paraná
RESUMO: As Infraestruturas de Dados Espaciais (IDEs) têm sido cada vez mais utilizadas,
principalmente devido à demanda em se gerenciar e compartilhar, de forma padronizada e
interoperável, a informação geográfica proveniente de diferentes produtores. Instituída pelo
Decreto N° 6.666 de 27/11/2008, a Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais (INDE) foi
concebida com o propósito de melhorar o armazenamento, acesso, compartilhamento,
disseminação e utilização de informações geográficas, tendo o Plano de Ação para
Implantação da INDE como o documento que dá as diretrizes para elaboração e integração de
novos provedores de dados, entre os quais estão consideradas as instituições acadêmicas.
Embora as instituições acadêmicas já possuam procedimentos normativos para a publicação e
catalogação das pesquisas realizadas na forma textual, como teses e dissertações, os dados e
as informações geoespaciais relativas a estas pesquisas acabam dispersas e restritas apenas
aos seus autores. Este trabalho apresenta os processos desenvolvidos até o momento para a
proposição e implementação de uma IDE acadêmica na Universidade Federal do Paraná
(UFPR), tendo como foco principal o atendimento das necessidades dos usuários acadêmicos,
considerando suas atividades de ensino, pesquisa e extensão. A modelagem do sistema é
baseada nas diretrizes impostas pela INDE e na análise de requisitos resultante da aplicação
de entrevistas e questionários nos cursos de pós-graduação do Setor de Ciências da Terra da
UFPR. O questionário foi compostos por 27 perguntas que abordaram aspectos de coleta,
acesso, produção durante as pesquisas, publicação, disponibilização e funcionalidades do
geoportal. Foram realizadas 5 entrevistas com os coordenadores dos cursos e coletados 42
questionários online com os pesquisadores. A implantação do sistema foi realizada com a
utilização de Sotware Livres, estruturados para compor uma arquitetura em três camadas:
aplicação, intermediária e servidores, seguindo as orientações e padrões estabelecidos para o
Diretório Brasileiro de Dados Geoespaciais (DBDG). Inicialmente foi composto um conjunto de
dados geoespaciais que contem as áreas de estudo de 256 das 314 pesquisas acadêmicas
levantadas para os 4 cursos de pós-graduação do setor de Ciências da Terra (Geologia
Ambiental e Exploratória, Geografia, Ciências Geodésicas e Sistemas Costeiros e Oceânicos),
referentes as teses e dissertações realizadas nos últimos 8 anos. Este levantamento histórico
permitiu relacionar espacialmente as pesquisas realizadas, identificando áreas de
concentração das mesmas, além de fornecer subsídios para a caracterização da IDE
Acadêmica desenvolvida. As características peculiares às instituições acadêmicas são
apresentadas através de um quadro comparativo, relacionando-as àquelas estabelecidas para
o primeiro ciclo de implantação da INDE. Por fim, espera-se que o trabalho desenvolvido
estimule o compartilhamento de dados geoespaciais, além de promover o uso de software livre
e otimização dos recursos disponíveis para pesquisas dentro das instituições acadêmicas. Os
resultados atingidos neste trabalho poderão, ainda, servir de base para que outras
universidades possam implementar suas próprias IDEs acadêmicas, considerando as devidas
adaptações locais, de forma a se criar um conjunto de nós acadêmicos integrados à
Infraestrutura Nacional de Dados Espaciais.
31
BRASILEX – LÉXICO ESTRATIGRÁFICO DAS BACIAS SEDIMENTARES
BRASILEIRAS
Cagliari, J.1; Horodyski, R. E.1; Ceolin, D.1; Gradstein, F.M.1,2; Fauth, G.1, Netto, R.G.1
1 2
Programa de Pós-Graduação em Geologia, Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos; Geology
Museum, University of Oslo, Norway.
32
CADERNETA DE CAMPO DIGITAL PARA GEOCIENTISTAS
Gallon, D.P.1; Cagliari, J.2; Heinen, F.2; Tognoli, F.M.W; Silveira Junior, L.G.2,4; Veronez,
M.R.1,2,3
1
Laboratório de Sensoriamento Remoto e Cartografia Digital da Universidade do Vale do Rio dos Sinos
2 3
(LASERCA-Unisinos); Programa de Pós-graduação em Geologia (PPGEO-Unisinos); Laboratório de
4
Visualização Avançada (VIZLab-Unisinos); Programa de Pós-graduação em Computação Aplicada (PIPCA-
Unisinos)
33
IDENTIFICAÇÃO E ESPACIALIZAÇÃO DA ANOMALIA DO ÍNDICE DE HACK
COMO FERRAMENTA DA ANÁLISE DA DINÂMICA ENERGÉTICA DAS
BACIAS HIDROGRÁFICAS DO MUNICÍPIO DE RIO ACIMA-MG
Garcia, P.M.B.1; Augustin, C.H.R.R2
1 2
Centro Universitário UNA; Universidade Federal de Minas Gerais
RESUMO: Caracterizado por ser uma região dotada de grande riqueza mineral, o Quadrilátero
Ferrífero (MG), possui na exploração mineral, uma das principais fontes econômicas. Embora
possua um número significativo de unidades de conservação, ainda se faz necessário um
mapeamento de áreas potenciais para conservação, e dentre elas, destaca-se o município de
Rio Acima, que poderá passar por grandes transformações econômicas oriundas da possível
abertura de um grande empreendimento de exploração mineral, localizado na serra do
Gandarela. Conforme Barbosa (1980) o Quadrilátero caracteriza-se por possuir um relevo
dobrado em anticlinais e sinclinais, onde as anticlinais foram desnudadas e hoje ocupam a
porção inferior do relevo, ao passo que as sinclinais, que possuem em suas abas rochas mais
resistentes, permanecem suspensas em relação as anticlinais. Uma dessas sinclinais é a Serra
do Gandarela, onde parte localiza-se no município de Rio Acima. Ainda de acordo com
Barbosa (1980), o processo supracitado ocasionou amplos escarpamentos no contato entre
rochas com resistência diferenciada, o que permitiu que o modelado do relevo apresentasse
feições do tipo queda d’água ou cachoeiras, as quais suas nascentes alimentam uma
importante bacia hidrográfica, a do Rio das Velhas (afluente do Rio São Francisco). Se de um
lado, a infindável busca por recursos naturais ainda se configura como uma realidade, por outro
lado ocorre a redução cada vez maior dos habitats naturais, onde frequentemente surgem
conflitos entre exploração e a preservação. Tais transformações, oriundas do possível
empreendimento minerário, exercerão grande pressão sobre as áreas de floresta nativa, áreas
legalmente protegidas e sobre os cursos d'água, onde são locais potenciais de interesse
geoturístico. Além disso, sítios geológicos (também denominados geosítios) são regiões de
relevante importância para o desenvolvimento de estudos de cunho geológico-geomorfológicos
sob o aspecto geocientífico, devido a singularidade das formações geológicas da região. Para
a realização de um mapeamento geomorfológico preliminar, diversas metodologias
combinadas podem ser de grande valia, e uma delas é a aplicação do índice de Hack para
verificação das anomalias mais significativas determinadas pelos knickpoints. Estes, também
denominados de ruptura de declive, referem-se a seções subitamente íngremes no perfil
longitudinal de um curso d’água nas quais o mapeamento da distribuição dessas feições,
configura-se de essencial importância na intepretação da incisão da rede fluvial, como fator de
dissecação do relevo no contexto da dinâmica de evolução da paisagem, além de indicarem a
localização de possíveis geosítios. Nesse sentido, o presente trabalho visou a apresentação de
uma metodologia, apoiada em ferramentas de geoprocessamento, para espacialização do
índice de Hack nas principais bacias hidrográficas do município de Rio Acima, bem como
correlacionar os resultados com as características tectônicas e litológicas presentes na área de
estudo.
34
APLICATIVOS PARA GERAÇÃO DE ESTEREOGRAMAS
E CLASSIFICAÇÃO DE ROCHAS ÍGNEAS
Fronza, G.¹; Silveira, C. T.¹; Fiori, A.P.¹; Salamuni, E.¹;
Nascimento, E.R.¹ ; D’Aroz, P.¹; Mottin, T.E.¹
¹Universidade Federal do Paraná
35
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ ST02 –
Sensoriamento Remoto
ISBN: 978-85-99198-13-1
36
USO DE GEOTECNOLOGIAS NA DELIMITAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA
COMO UNIDADE DE PLANEJAMENTO URBANO DE RONDONÓPOLIS/MT
OLIVEIRA, T.D.S.1 SANTOS; J. W.M.C.2; PEREHOUSKEI, N.A.³; FILHO, T.N.S.4
OLIVEIRA, C.M.5
Universidade Federal de Mato Grosso
37
CONEXÃO GEOLÓGICA BRASIL NORTE ORIENTAL – ÁFRICA OCIDENTAL
(GIN, SLE, LBR E CIV), COM BASE EM IMAGENS SRTM: EXEMPLO DOS
CRÁTONS AMAZÔNICO E SÃO LUÍS/OESTE AFRICANO
Lima, M. I. C.1 ; Cardoso, C. F. 2 ; Menezes, E. O. 2
1 2
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística/GRN/UE/PA; UFPA/Facudade de Geologia (Graduação Geologia)
RESUMO: A conexão geológica Brasil Norte Oriental (AP, PA e MA) – África Ocidental (Guiné,
Serra Leoa, Libéria e Costa do Marfim) é dificultada pelo nível de erosão dos dois lados e,
sobretudo, pela perda de material crustal quando da separação continental. Para tal correlação
foram utilizadas imagens interferométricas da Missão Topográfica Radar Shuttle (SRTM)
(NASA/USA) com resolução de 30 m, as quais foram de grande valia na comparação de
unidades lito-cronoestratigráficas, considerando as dimensões continentais das supracitadas
unidades geotectônicas. Nessas imagens, as formas de relevo, em distintos ângulos de visada
e de azimute, são alcandoradas, evidenciando feições de topo/pendente e drenagem, cujos
índices de dissecação fornecem padrões de textura/tom importantes na definição de dados
geológicos dos dois continentes. No Brasil, o fragmento do Cráton São Luís tem continuidade
no Oeste Africano. É admitido como um terreno granite-greenstone do Paleoproterozoico,
destacando-se o Complexo Maracaçumé como embasamento de composição tonalítica a
granítica, o Grupo Aurizona como uma sequência metavulcanossedimentar de fácies xistos
verdes, cortados por vulcano-plutonismo da Suite Tromaí e os granitóides tipos S da Suite
Tracuateua. Todos do paleoproterozoico com idades de 1.820 Ma a 2.200 Ma. A faixa Gurupi
(PA/MA) constitui um Cinturão Móvel Neoproterozoico (ca 550 Ma) de trend NNW , composto
por metassedimentos xistos verdes e granitoides sin , tardi e pós-tectônicos compondo o limite
do Cráton São Luís no Brasil. O mesmo pode ser correlacionado com Cinturão Rokelides da
borda oeste do Cráton Oeste Africano, e que deve ter sido a zona lindeira entre os crátons
Amazônico e São Luís/Oeste Africano. No Cráton Amazônico, o Estado do Amapá expõe
emsua porção sul litotipos do Arqueano a Paleoproterozoico formado pelo Terreno Cupixi-
Tartarugal Grande do Arqueano (>2. 500 Ma) composto por rochas de fácies granulito, e
Cinturão Jarí e Orógeno Carecuru-Paru do Paleoproterozoico (1.800-2.200 Ma), com trend
NW-SE, envolvendo gnaisses, sequências metavulcanossedimentares em fácies anfibolito e
xistos verdes, além de uma plêiade de granitóides sin, tardi e pós-tectônico em relação ao
Paleoproterozoico. Em território africano esta região corresponde ao Escudo Man, abarcando
a Guiné (GIN) , Serra Leoa (SLE) e Libéria (LBR). Nos dois primeiros, compõe uma assembleia
Kenema caracterizado por restos de greenstone belts do Grupo Loko e Supergrupo Kambui,
com máfica-ultramaficas xistificadas, bif e metavulcânicas, relativos ao evento Leoneano (ca
3.0 Ga) em um embasamento granítico-gnáissico de trend NE-SW do Arqueano-
Paleoproterozoico. Na Libéria, tal embasamento está associado com greenstone belts do
Paleoproterozoico formado de paragnaisses, xistos e bif. O embasamento varia de fácies
granulito a anfibolito. Os granulitos máficos, granulitos e migmatitos e metassedimentos do
Cinturão Kasila representam restos de uma sucessão supracrustal de grande profundidade na
crosta. Exposições à leste do Escudo Man, na Costa do Marfim, são compostos por rochas
essencialmente de Paleoproterozoico sob a forma de granitoides, vulcano-plutonismo e
metassedimentos, os quais se estendem para o Cráton São Luís (BRA). Existe perfeita
correlação entre os crátons Amazônico e São Luís/Oeste Africano do Terreno Cupixi-Tartarugal
Grande com o Escudo Man, ressalvando que em ambos houve a ação de eventos
geodinâmicos do Paleoproterozoico.
38
MONITORAMENTO DE DEFORMAÇÕES NOS TALUDES DA MINA DE FERRO
N5E/COMPLEXO MINERADOR DE CARAJÁS/PARÁ POR
INTERFEROMETRIA DIFERENCIAL COM DADOS TERRASAR-X
Temporim, F. A.1; Gama, F. F.1; Paradella, W. R. 1, Mura, J. C.1
1
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
RESUMO: Operações em minas a céu aberto ocupam grandes áreas incluindo porções de
terreno adjacentes a cava da mina. Processos de instabilidade de superfície podem ocorrer
nestas áreas devido a diversos fatores sendo uma fonte potencial de riscos para a operação e
para o pessoal envolvido, podendo comprometer a produção e os custos do empreendimento.
Atualmente o monitoramento de deformação mais utilizado é através de métodos clássicos
como nivelamento óptico, estação total/prismas refletivos ou GPS que fornecem informações
pontuais com precisão sub-milimétrica a centimétrica. Com a viabilidade da utilização de dados
orbitais de satélites SAR com a capacidade de se realizar a técnica da interferometria SAR
(InSAR), tornou-se possível agregar esta ferramenta de Sensoriamento Remoto para o
monitoramento da estabilidade superficial de minas a céu aberto, por oferecer menor custo de
imageamento, maior cobertura em área, elevada acurácia e aquisição de dados de modo
sistemático. A técnica de interferometria diferencial SAR (DInSAR) utiliza a informação da
diferença de fase entre dois pixels de mesma posição no solo, adquiridas em tempos
diferentes, para inferir medidas de deformação superficial para áreas com boa coerência
interferométrica espacialmente distribuída e sem efeitos atmosféricos significativos. Uma
maneira eficaz para analisar o comportamento temporal dos fenômenos detectados é a
geração de séries temporais (DInSAR-TS), que nos permitem acompanhar a evolução das
deformações monitoradas sem sofrer influência da atmosfera. Este trabalho objetivou a
detecção de deformação em superfície da mina de ferro a céu aberto N5E localizada na
Província Mineral de Carajás através de técnicas de interferometria diferencial de radar na linha
da visada do satélite TerraSAR-X, tanto para época seca, quanto para época chuvosa. No
primeiro grupo, foram selecionadas 19 cenas, correspondentes ao período seco, entre 20 de
março a 04 de outubro de 2012 e no segundo grupo 15 cenas correspondentes ao período
chuvoso, adquiridas entre o período de 04 de outubro de 2012 e 20 de abril de 2013.
Observou-se que a maior parte da área é considerada estável, apresentando algumas regiões
com pequenos movimentos de afastamento do sensor, ou seja, possíveis locais que houve
deformações de subsidência (recalque) da superfície da região da mina N5E. Há ausência de
informação em grande parte da região delimitada. Esse resultado decorre da perda de
coerência entre as datas, causada pelo intervalo de tempo entre as aquisições das imagens e,
dentre outros fatores, pela pluviosidade que provoca alterações nas propriedades dielétricas
dos alvos, acentuando a descorrelação temporal. O mapa de deformação obtido para o período
seco apresenta mais informações do que no mapa referente ao período chuvoso, portanto
pode-se afirmar que a pluviosidade influenciou na descorrelação de informação. Essa trabalho
demonstra que a técnica DInSAR-TS pode ser utilizada para monitoramento de superfície em
mina a céu aberto localizada em região tropical úmida, provendo informações úteis quanto ao
planejamento e avaliação de riscos.
39
Sensoriamento Remoto Hiperespectral Aplicado à Detecção de
Hidrocarbonetos de Petróleo em Misturas com Substratos Minerais
Rebecca Del´Papa Moreira Scafutto¹; Carlos Roberto de Souza Filho¹
1
Universidade Estadual de Campinas
40
ANÁLISE TEMPORAL (1984-2013) DO ÍNDICE DE VEGETAÇÃO NO
NÚCLEO DE DESERTIFICAÇÃO DO SERIDÓ POTIGUAR.
Martins, G.1; Oliveira, V. H. de1; Castro, V. L. L.de3
1 2
Departamento de Engenharia Civil UFRN; Escola de Ciência e Tecnologia UFRN
RESUMO: Com base em índices da vegetação por diferença normalizada e ajustado ao solo
(NDVI e SAVI) obtidos de imagens das plataformas Landsat 5, 7 e 8, a análise do
comportamento da cobertura vegetal no Núcleo de Desertificação do Seridó Potiguar (NDSP)
durante 3 décadas é apresentada dentro da discussão sobre o processo de desertificação
regional e sua relação com as mudanças climáticas globais. A diferença entre os dados NDVI
para intervalo 17/08/1984-29/08/1993, no qual houve ca. 5600 mm de precipitação acumulada
e média de 620,3 mm/ano, mostra que ocorreu variações negativas nas áreas situadas entre
as cotas altimétricas entre 200 e 400 metros, e variações nulas a positivas nas áreas de cotas
altimétricas acima dos 400 metros. No intervalo 29/08/1993-11/06/2002 com precipitação
acumulada de ca. 4500 mm e média de 448,29 mm/ano, observam-se nos valores de NDVI
variações positivas nas áreas de cotas altimétricas entre 200 e 400 metros, e variações nulas a
negativas nas áreas de cotas altimétricas acima dos 400 metros. No último período analisado
(01/06/2013-11/06/2002) com precipitação acumulada de 8253,6 mm e média de 687,8
mm/ano, os valores do NDVI apresentam variações negativas nas cotas altimétricas entre 200-
400 metros e variações nulas a positivas nas cotas altimétricas acima dos 400 metros. Para os
mesmos intervalos descritos, as variações do SAVI apresentam variações semelhantes às
variações do NDVI. As variações observadas evidenciam um comportamento cíclico da
cobertura vegetal no NDSP em função das flutuações pluviométricas, como também denotam
uma relação entre o comportamento da cobertura vegetal com a variação topográfica. Desta
forma, os períodos decenais com maiores médias anuais de precipitações pluviométricas, a
cobertura vegetal dos relevos residuais elevados e inselbergs apresentam perda de massa
fotossintetizante devido à transferência gravitacional do precipitado acumulado para áreas de
menores cotas topográficas. Por outro lado, o período decenal com menores médias anuais de
precipitações pluviométricas apresentou perda de massa fotossintetizante na cobertura vegetal
que reveste os glacis e vales da depressão sertaneja. Apesar da evidente flutuação cíclica dos
valores de NDVI e SAVI, os dados não apontam um decréscimo linear e contínuo da cobertura
vegetal nas últimas três décadas, portanto, sugerindo que o processo de desertificação
relacionado à região estudada por diversos autores não tem sustentação na base de dados
deste trabalho. E ainda, tais flutuações cíclicas na cobertura vegetal do NDSP em intervalos
decenais carecem de explicações robustas suportadas por base de dados de intervalos
temporais maiores.
41
OBSERVAÇÃO DA ALTIMETRIA EM CURSOS D'ÁGUA VIA SATÉLITE PARA
APLICAÇÕES HIDROLÓGICAS
42
ANÁLISE MULTITEMPORAL DE IMAGENS DE SATELITE DE ALTA
RESOLUÇÃO PARA DETERMINAÇAO DA EVOLUÇAO SEDIMENTAR
CENOZOICA DA REGIÃO DE CODAJAS-RIO SOLIMOES-AM.
Alves, R.O.¹; Carvalho, A.S.¹
43
MORFOESTRUTURAS DE REVELO DA PORÇÃO CENTRAL DO MUNICÍPIO
DE MUCAJAÍ - RR
Nascimento, F.A.¹; Tavares Júnior, S.S.²; Beserra Neta, L.C.³
1
Universidade Federal de Roraima (fred_tick@hotmail.com); ²Prof. Dr. do Depto de Geologia -Universidade
Federal de Roraima (stelio.tavares@ufrr.br); ³Profª. Drª. Do Depto de Geografia - Universidade Federal de
Roraima (luiza.camara@ufrr.br).
44
MONITORAMENTO DAS ATIVIDADES GARIMPEIRAS NA REGIÃO DE
PONTES E LACERDA/MT
Pedrosa, S.A.1; Barbosa, I.O.1 Beghelli Junior, L.P.1; Santos, A.1
1
Departamento Nacional de Produção Mineral
45
ANÁLISE ESPECTRAL DE SOLOS EM MUNICÍPIOS DO SEMIÁRIDO
BAIANO: EUCLIDES DA CUNHA E TUCANO
RESUMO: A técnica de espectroscopia de laboratório pode ser utilizada para fins ambientais,
pedológicos e agronômicos. O objetivo deste estudo envolve a aplicação da espectroscopia de
reflectância para a caracterização de minerais de três classes de solos (Argissolo, Neossolo e
Planossolo) em dois municípios do semiárido baiano: Euclides da Cunha e Tucano. Os índices
adquiridos pelo método da espectroscopia foram comparados com os índices disponíveis da
biblioteca espectral da USGS. A metodologia empregada para o desenvolvimento desta
pesquisa inicia-se pela caracterização da área com os aspectos fisiográficos, que serviu para
maior compreensão dos aspectos físicos como litologia, pedologia, geomorfologia e sua
característica climática. As amostras foram coletadas de acordo com a Resolução N° 420/2009
do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA, 2009) de modo a se obter um conjunto de
tipos de solos representativos dos compartimentos geomorfológicos, pedológicos, geológicos
dos dois municípios do semiárido do Estado da Bahia. Para a definição das classes de solos foi
utilizada uma versão simplificada da ocorrência de solos no Estado, de acordo com o mapa na
escala de 1: 1.000.000 da SEI (2001), sendo coletadas 3 amostras de solos, em áreas com
pouca ou nenhuma ação antrópica, nos municípios de Euclides da Cunha e Tucano. Na
sequência foram obtidas as curvas espectrais pelo aparelho espectrorradiômetro da ASD
(Analytical Spectral Devices) FieldSpec ® 3 Hi-Res com alcance espectral do visível ao
infravermelho de ondas curtas, no intervalo de 350 a 2500 nm, com resolução espectral de 3
nm (700 nm), 8,5 nm (1400) e 6,5 (2500) em um total de 2101 bandas. Cada amostra de solo
foi medida três vezes seguidas pelo aparelho espectrorradiômetro. Para obter melhor
resultado, as curvas espectrais tiveram tratamento com a remoção do contínuo com a técnica
continum removal (Rsi, 2009), para que os dados fossem manipulados com mais facilidade
através de uma melhor visualização pelo realce dos picos de absorção. Os resultados obtidos
através do método de espectroscopia de laboratório apresentaram respostas consideráveis
para análise e interpretação do solo. A presença dos argilominerais Caulinita, Montmorilonita,
Nacrita e Muscovita comprovaram características específicas dos solos analisados em
questão, sendo uma amostra para cada três tipos de solos: Argissolo Vermelho - Amarelo,
Neossolo Quartzarênico e Planossolo Háplico. Os picos de absorção nas curvas espectrais
característicos de minerais com Al e OH, realçados nas feições entre 1400 nm e 2200 nm,
respectivamente. Os dados obtidos se mostraram satisfatórios, identificando minerais que se
correlacionam com as características fisioquímicas dos solos estudados.
46
SENSORIAMENTO REMOTO APLICADO NA DETECÇÃO DE ÁREAS
DEGRADADAS PELA MINERAÇÃO NO SUL DO BRASIL ENTRE 1985-2011
Pimenta, M.M.1; Cardozo, F.A.C.1; Ribeiro, R.1, Zingano, A.C.1
1
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
RESUMO: Após o advento do primeiro satélite de sensoriamento remoto (Landsat 1), em 1972,
elaborar mapas precisos sobre o uso e ocupação do solo, alterações na cobertura vegetal,
monitoramento ambiental, gestão de recursos naturais e desenvolvimento urbano tornou-se
relativamente mais simples, permitindo a realização de inúmeros estudos conciliando
pesquisas de campo e dados de satélite em diversas regiões, como áreas urbanas, agrícolas,
e, no caso de áreas inacessíveis, sendo o único método de obtenção de dados para aplicação
de técnicas de sistema de informação geográfica (SIG) e sensoriamento remoto (SR) na
observação de alterações periódicas na superfície da Terra. Com o objetivo de verificar a
relação entre a área degradada durante o funcionamento de uma mina e a área de
recuperação da vegetação após anos de sua desativação, este estudo de caso examina a
partir da análise multitemporal de imagens de satélite, o impacto da expansão de áreas
degradadas pela produção mineral e as mudanças subsequentes na vegetação natural, ao
longo de um período de 26 anos, em uma região afetada pela mineração de cobre por mais de
um século, gerando impactos ambientais, sociais e econômicos em Minas do Camaquã, no
município de Caçapava do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil. Usando técnicas de sensoriamento
remoto, as áreas degradadas e recuperadas por vegetação pós-mineração foram classificadas
e calculadas com base na análise multiespectral e sequencial de imagens de satélite do índice
de vegetação por diferença normalizada (NDVI) para produzir três mapas de uso da região.
Adotou-se como parâmetro de seleção de imagens: (1) o período em que se tinha
disponibilidade dos dados (o satélite Landsat 5 foi lançado em 1984 e desativado em 2013), (2)
qualidade da imagem que possibilitasse a aplicação do índice de vegetação e (3)
representatividade face aos eventos históricos na região. A partir das comparações entre os
referidos mapas e as áreas sem cobertura vegetal, foi possível quantificar a modificação em
cada porção da paisagem, identificando-se a evolução das mudanças na área de vegetação
natural. Verificou-se que no período 1985 ̶1996 a degradação aumentou em 8%, em
contrapartida, em 2011 (o último ano analisado) observou-se que a cobertura vegetal foi
superior ao primeiro período analisado, ou seja, ocorreu uma recuperação da vegetação de
26% em relação a 1985.
47
MORFOESTRUTURAS DE REVELO DA PORÇÃO CENTRAL DO MUNICÍPIO
DE MUCAJAÍ - RR
Nascimento, F.A.¹; Tavares Júnior, S.S.²; Beserra Neta, L.C.³
1
Universidade Federal de Roraima (fred_tick@hotmail.com); ²Prof. Dr. do Depto de Geologia -Universidade
Federal de Roraima (stelio.tavares@ufrr.br); ³Profª. Drª. Do Depto de Geografia - Universidade Federal de
Roraima (luiza.camara@ufrr.br).
48
COMPARAÇÃO ENTRE OS DADOS DE RADAR (SRTM) E ÓTICOS (ASTER)
PARA A EXTRAÇÃO DE LINEAMENTOS ESTRUTURAIS
Santos, R.L.R¹; Santos, P.S.¹; Oliveira, R.L.¹
¹Universidade Federal da Bahia
49
APLICAÇÃO DE TÉCNICAS DE SENSORIAMENTO REMOTO PARA
DETECÇÃO DE HIDROCARBONETOS NO MUNICÍPIO DE SILVES – AM
Malcher, S. N.¹; Silveira, D.A²;Teixeira,R.A³;
¹Centro Universitário do Norte; ²Centro Universitário do Norte;³Universidade Federal do Amazonas
RESUMO: A área de estudo está situada a nordeste do Estado do Amazonas, ao longo das
rodovias estaduais AM-010 e AM-363, pertencente à Bacia do Amazonas, onde constitui uma
unidade sedimentar intracratônica e o mesmo foi escolhido para desenvolvimento dessa
pesquisa devido a presença de petróleo e gás registrada, após a realização de estudos e
perfurações próximos ao município Silves, feito pela Petrobras.
As técnicas de Sensoriamento Remoto aplicadas neste trabalho foram desenvolvidas em 3
etapas primordiais: Aquisição dos dados, Processamento e Pré-processamentos. O uso
especifico de softwares, entre outras, fornece diversas informações e agregando às suas
técnicas a observações de características peculiares às ocorrências de exsudações
hidrocarbonetos em superfície e podem ser divididas naquelas com enfoques de escala
regional e escala de detalhe. Na escala regional, explora-se a visão sinóptica de extensas
áreas proporcionada por imagens orbitais que possibilitam a derivação de informações
(espectro-mineralógicas, lineamentos, rede de drenagem). Na escala de detalhe têm sido
obtidos resultados interessantes através de estudos baseados na detecção espectral de
feições resultantes da interação do sistema solo-planta com os hidrocarbonetos exsudados.
Além dessas técnicas que oferece, está também à utilização de NDVI (Normalized Difference
Vegetation Index – Índice de Vegetação por diferença normalizada).
O índice de vegetação ideal minimiza os efeitos variáveis de brilho de fundo, enquanto enfatiza
variações das medidas decorrentes da variação da densidade de vegetação. Diante disso, o
NDVI tem sido amplamente utilizado por proporcionar um forte sinal da vegetação e oferecer
um bom contraste com outros objetos da superfície terrestre. É o mais empregado e um dos
mais aceitos índices para analisar a cobertura vegetal utilizando o sensoriamento remoto
orbital.
Os dados de sensoriamento remoto abrangem 7 bandas do sensor ETM, com numeração de 1
a 7, sendo que cada banda representa uma faixa do espectro eletromagnético captada pelo
satélite. Uma imagem inteira do satélite representa no solo uma área de abrangência de 85 x
185 km. A resolução geométrica das imagens nas bandas 1, 2, 3, 4, 5 e 7 é de 30 m (isto é,
cada "pixel" da imagem representa uma área no terreno de 0,09 ha). Para a banda 6, a
resolução é de 120 m (cada "pixel “representa 1,4 ha)
A partir do reconhecimento da área e a verificação dos resultados da aplicação do NDVI, foi
possível criar um mapa no software Arcgis, a partir da fusão dos resultados, no qual foi
utilizado as bandas 3,4,5 e 7 que permite verificar a medida de índice de área foliar,
determinação da porcentagem de cobertura do solo, e estimativas da radiação
fotossinteticamente ativa.
A atividade de campo foi efetuada visando verificar a área de estudo coletando pontos com
GPS ao longo da estrada de Silves e Itapiranga com intuito de verificar os poços já perfurados
adquirindo assim coordenadas que posteriormente foram mapeados no Google Earth. O
mapeamento e estudos realizados no Município de Silves forneceu a integração de maiores
informações das características físicas e químicas do estresse da vegetação, que torna
possível a geração de mapas da área que possuem indícios de exsudações de
hidrocarbonetos.
50
ANÁLISE ESPECTRAL DA ALTERAÇAO HIDROTERMAL NO DEPÓSITO
EPITERMAL JAGUELITO, SAN JUAN, ARGENTINA
Ducart, D.F.1; Souza Filho C.R.1; Pensado, G.2
1
Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, Campinas-SP
2
Mexplort Perforaciones Mineras, San Juan, Argentina
51
REMOTE SENSING-BASED DETECTION OF OIL SHOWS
AND MICROSEEPAGE-INDUCED ALTERATIONS: CASE STUDIES FROM
BRAZIL AND IRAN
Asadzadeh, Saeid 1, Souza Filho, Carlos Roberto1
1
University of Campinas, PO Box 6152, 13083-970 Campinas, SP, Brazil, saeid@ige.unicamp.br
ABSTRACT: Hydrocarbons (HC) commonly migrate from reservoir to the surface in either
pervasive gaseous form, known as microseepage, or as fluids through narrow fractures known
as macroseepage. The former, which is widespread over many charged traps, is typically
associated with an array of diagenetic physio-chemical and mineralogical transformations in the
soils and sediments, whereas the latter is manifested by local accumulation of liquid or solid
petroleum. Typically, seepages demonstrate a working petroleum system in a sedimentary
basin. Occasionally, however, it can be used as a tool for basin screening and target evaluation.
Accordingly, the detection of micro-, and macroseeps has a high priority in oil and gas
exploration. From a remote sensing perspective, a macroseep can be directly targeted using
HC’s spectral signatures centered at 2300 and 1700 nm wavelengths, whereas a microseepage
is only detectable indirectly by its surficial mineralogical footprints. In this approach, the
depletion, enrichment, or species transformation in iron oxides/oxyhydroxides, clays,
carbonates, and sulphates are spectrally characterized by the means of their diagnostic
absorption features in the visible and near-infrared (VNIR) or the short-wave infrared (SWIR)
ranges.
Simulated WorldView-3 (WV-3) satellite data showed potential for direct HC detection. Here, we
present results achieved from real datasets acquired over a test site located near the town of
Anhembi, Brazil. This area represents an exhumed HC reservoir of bitumen (tar) accumulations
in the early Triassic sandstones of the Pirambóia formation. The tar-sands were characterized
in the imagery by absorption features in 1700 (band 12) and 2200 nm (band 14) wavelengths
related to bitumen and montmorillonite, respectively. However, the shape of the absorption,
including the shoulders, were highly variable between the rock exposures. By using a match
filtering technique, the distribution of tar-sands were mapped and latter verified during fieldwork.
This experiment revealed that where tar-sands occupy at least half of the areal extend of a pixel
(equivalent to ≈ 25 m2 at 7.5 m resolution), it can be unambiguously detected by the WV-3
sensor.
In the second study conducted over the Alborz oil field near the city of Qom in Iran, we used
Sentinel-2 and ASTER satellite data to map the secondary alterations in Miocene red-beds
consisting of sandstone, siltstone, marl, and conglomerates. The ASTER data was able to map
the distribution of clays (montmorillonite and palygorskite) and to some extent carbonates
(calcite and ankerite) and Sentinel-2 was superior in delineating ferric minerals including
hematite, goethite and/or ferrihydrite over the oil field.
This study demonstrates that common satellite sensors (e.g. Sentinel-2 or ASTER) provide
sufficient spatial and spectral resolution to map the widespread microseepage-induced
alterations, whereas for direct detection of oil shows and analogous macroseepages with
discrete outcrops, a system similar or superior to WV-3, with high spatial and spectral
resolution, is required.
52
Geomorfometria aplicada em dados LiDAR para o estudo da deformação
neotectônica nos campos petrolíferos de Fazenda Belém e Icapuí, Bacia
Potiguar
Ibanez, D.M.; Miranda, F.P
PETROBRAS/CENPES
53
ESTUDO PRELIMINAR DOS CONDICIONANTES ESTRUTURAIS E A
POTENCIALIDADE DE POÇOS DO SISTEMA AQUÍFERO SERRA GERAL
(SASG) NA REGIÃO DE LONDRINA-PR
Santos M.M.1; Silva, T.H.1; Rocha, D.; Porto, G.1; Rodrigues, M.V.C. 1; Rodrigues, M. V.C.1;
Giraldi, E.H.1
1
Universidade Tecnológica Federal do Paraná - Campus Londrina
54
CORRELAÇÃO ENTRE LINEAMENTOS MAGNÉTICOS E LINEAMENTOS
SUPERFICIAIS EXTRAÍDOS POR SENSORIAMENTO REMOTO NA BACIA
SEDIMENTAR DO ARARIPE, PROVÍNCIA BORBOREMA, NE, BRASIL
Camacho, C. R.1,2; Sousa, F.R.F.R.O.1; Martins, M.D.1; Naleto, J.L.C.1,3
1 2
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM); Universidade Federal do Ceará, Bolsista CNPq – Brasil;
3
Universidade Estadual de Campinas.
55
ENSAIO DE CLASSIFICAÇÃO ESPECTROMINERALÓGICA POR
ESPECTROSCOPIA DE REFLECTÂNCIA E DE IMAGEAMENTO DA REGIÃO
DA MINA DE SCHEELITA DE BREJUÍ, FAIXA SERIDÓ (RN), PROVÍNCIA
BORBOREMA
56
CARACTERIZAÇÃO ESPECTRO-MINERALÓGICA DA ASSEMBLEIA
HIDROTERMAL ASSOCIADA À MINERALIZAÇÃO DE OURO NA SERRA DAS
PIPOCAS, SEQUÊNCIA METAVULCANOSSIDEMENTAR DE TROIA, CEARÁ
Naleto, J.L.C.1,2; Perrotta, M.M.1; Souza Filho, C.R.2, Costa, F.G.1,3
1 2 3
Serviço Geológico do Brasil (CPRM); Universidade Estadual de Campinas; Universidade Federal do Pará
57
DELIMITAÇÃO DE ÁREAS DE RESTINGA A PARTIR DE IMAGENS LANDSAT
E CBERS
Schuch, F. S.1; Averlan, M. S.2; Rosa, R. S.3
1Profa. Do Instituto Federal de Santa Catarina; 2,3 Acadêmico do Curso de Engenharia Civil do Instituto Federal de
Santa Catarina
58
VARIAÇÃO DA LINHA DE COSTA DA PRAIA DE REGÊNCIA (ES) POR
ANÁLISE MULTITEMPORAL
Arpini, J. L.1; Oliveira, F. B. de1; Brandão, P. H.N.1; Duarte, E. B.1; Marcellino, L.C.1; Guarnier,
L.1; Costa, R. O.1
1
Universidade Federal do Espírito Santo
59
MAPEAMENTO MORFOESTRUTURAL EM ESCALA DE SEMIDETALHE DOS
MUNICÍPIOS DE GRANJEIRO E VÁRZEA ALEGRE - CE
Cruz, D. J. N. ¹; Félix, W. Q. 1; Cardoso, A. R.1
1
Universidade Federal do Pará
60
Análise Litoestrutural da porção oeste do hemigraben do Tacutu, bacia
hidrográfica do Cauamé-RR
Boto, S.A.¹; Tavares Júnior, S.S.²; Beserra Neta, L.C.³
1
Universidade Federal de Roraima (savio_boto@hotmail.com); ²Prof. Dr. do Depto de Geologia -Universidade
Federal de Roraima (stelio.tavares@ufrr.br); ³Profª. Drª. do Depto. de Geografia - Universidade Federal de
Roraima (luiza.camara@ufrr.br).
RESUMO: O Cinturão Guiana Central (CGC), instalado durante o estágio final do ciclo
Transamazônico, atravessa o Escudo das Guianas, no extremo norte da América do Sul,
passando desde as proximidades da cidade de Paramaribo no Suriname, pela Guiana e pelos
estados de Roraima e Amazonas, no Brasil. Apresenta marcantes lineamentos estruturais
preferencialmente na direção NE-SW e secundárias a essa NW-SE. Rochas paraderivadas de
idades paleoproterozoicas do Grupo Cauarane foram reativadas no CGC, em um período
compressional mesoproterozoico com possível relação ao episodio K' Mudku 1,35 – 0,98 Ga,
que implicou a uniformidade estrutural dos corpos rochosos do Escudo das Guianas,
promovendo o alçamento e justaposição de litotipos deformados em diferentes níveis crustais
na região No período Juro-Cretáceo, uma importante fase distensiva relacionada á
fragmentação do Pangeia que afetou o arcabouço preexistente, controlando a instalação de
exames de diques de diabásio e derrames basálticos da Formação Apoteri, culminando com a
instalação do Hemigraben do Tacutu, condicionado ao arranjo estrutural regional. A região da
Bacia Hidrográfica do Cauamé abrange a porção Oeste do Hemigraben do Tacutu e a área de
contato entre dois domínios litoestruturais Guiana Central (DGC) e Parima (DP). A partir da
aplicação de técnicas fotointerpretativas evidenciou-se estruturas, não observadas em grande
parte da área de estudo, pela falta de exposição de afloramentos. A aplicação do método
logico-sistemático em imagens ópticas do satélite Landsat 8,sensor OLI e no MDE(Modelo
Digital de Elevação) proveniente do SRTM (Shuttle Radar Topographic Mission) permitiu a
geração, em ambiente SIG, de diversos mapas temáticos da área de estudo (rede de
drenagem, quebras positivas e negativas de relevo e de lineamentos estruturais e o
fotogeológico). Na etapa de campo foram analisados afloramentos de litotipos paraderivados
paleoproterozicos pertencentes ao Grupo Cauarane e deformados em regime dúctil na região
da serra do Taiano e também litotipos Mesozoicos (basaltos da Formação Apoteri) deformados
em regime rúptil. As informações fotointerpretadas correlacionadas com o a pesquisa de campo
evidenciaram pelo menos dois momentos de deformação diferentes relacionados às
reativações das linhas de fraqueza do CGC. As análises até então obtidas servirão de base
para estudos tectono-estruturais e geomorfológicos posteriores na Bacia hidrográfica do
Cauamé-RR.
61
PROCESSAMENTO DE IMAGENS RAPIDEYE PARA O RECONHECIMENTO
DAS FEIÇÕES GEOMORFOLÓGICAS DA PLANÍCIE ALUVIAL DO BAIXO
AMAZONAS (ESTUDO DE CASO: JURUTÍ A SANTARÉM- PARÁ, BRASIL)
Souza, F.S. 1; Rodrigues, S.W.P.1
1
Universidade Federal do Oeste do Pará;
RESUMO: O Rio Amazonas tem sido um dos rios mais averiguados e pesquisados rios no
mundo, no qual concentra uma das mais extensas planícies de inundação. Porém, o
reconhecimento dos principais ambientes que o constitui, ainda é pouco abordado nas
diferentes escalas representativas da cartografia, sobretudo em escalas de médio detalhe.
Atualmente, os principais trabalhos acerca do cenário Amazônico e constituição do rio
Amazonas, costumam destacar especialmente a sua vegetação. Em virtude disso, há poucos
dados cartográficos sobre as geomorfologias e depósitos sedimentares que o compõem e
principalmente mapas de detalhe a médio detalhe para sua visualização e dimensionamento.
Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo reconhecer e mapear as feições
geomorfológicas aluviais presentes ao longo do Rio Amazonas com o intuito de analisá-los e
quantificá-los, representando-os em um mapa temático de médio detalhe. A metodologia
empregada consistiu na utilização de técnicas de processamento de imagens de sensores
remotos ópticos, a partir de imagens do sensor REIS do satélite RapidEye com resolução
espacial de 5m, adquiridas dos anos de 2012 a 2015. Essas imagens foram realçadas por meio
da transformação linear na edição do Look up table (LUT) presente na pasta do Algorithm
Librariam do software PCI Geomatics 15, em que os histogramas representativos de cada
banda são alterados e salvos posteriormente com sua nova apresentação, melhorando o
contraste da cena, posteriormente passaram pelo processo de classificação não
supervisionada a partir do algoritmo ISOSEG, em que foram definidas as seguintes classes:
área urbana, vegetação, corpos d’água, lama, areia e lama+areia que posteriormente foram
editadas para compor a geomorfologia da área estudada. Após a definição das classes foram
feitos campos em pontos estratégicos para identificar as feições mapeadas e que se tinham
dúvidas no processamento da imagem, com isso, obtivemos uma melhor visualização da área
para definição das feições geomorfológicas. Os resultados obtidos possibilitaram o
reconhecimento das seguintes unidades: lagos, planície de paleomeandros, planície acrescida
de ilhas e barras, terraço fluvial, planície distal, etc, assim como a geração de um mapa
temático das unidades geomorfológicas do baixo Amazonas de Juruti a Santarém. Assim,
destaca-se que as técnicas de sensoriamento remoto associada as visitas em campo foram de
fundamental importância no reconhecimento e mapeamento das feições geomorfológicas e que
imagens como o RapiEye tornam-se eficientes na contribuição para o reconhecimento de
diversas feições sedimentares, principalmente em áreas de difícil acesso como os encontrados
ao longo do rio Amazonas.
62
INTERPRETAÇÃO DE MAPA DE RISCO À INUNDAÇÃO GRADUAL GERADO
A PARTIR DA TÉCNICA FUZZY EM IMAGEM GDEM NA SEDE URBANA DE
SANTARÉM - PA
63
MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DOS AMBIENTES SEDIMENTARES DO
BAIXO AMAZÔNAS A PARTIR DO MUNICÍPIO DE SANTARÉM A ALMEIRIM
Rodrigues, S.W.P.1; Nunes, S.P.D.1; Souza, S.V.1; Vieira, C.S.V.1; Souza, F.S. 1
1
Universidade Federal do Oeste do Pará;
RESUMO: O rio Amazonas, um dos principais e maiores rios do mundo, possuí uma extensão
de aproximadamente 6.992 km, mapeado a partir de imagens de satélites pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais em conjunto com o Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, com a Agência Nacional de Águas e com o Instituto Nacional Geográfico do Perú.
Em território brasileiro, ocupa 3.165 km, ou seja, 45% de sua extensão total. Devido sua
grande visibilidade e importância, diversos trabalhos tem sido desenvolvidos, principalmente
relacionados a hidrodinâmica, mapeamento da vegetação local e das áreas alagáveis, mas
ainda são raros trabalhos voltados ao reconhecimento de feições geomorfológicas e
sedimentares na região. O Baixo Amazonas, foco de estudo neste trabalho, é constituído
predominantemente por uma planície de inundação. Por se tratar de uma área de grande
extensão e de difícil acesso, o sensoriamento remoto foi uma solução que otimiza o
mapeamento em regiões como a da Amazônia. Neste contexo o objetivo deste trabalho foi
mapear as feições geomorfológicas e ambientes sedimentares associados ao sistema fluvial do
rio Amazonas a partir do processamento de imagens RapidEye, de resolução espacial de 5m,
para produzir um mapa temático com escala de reconhecimento de 1:250.000. O
processamento das imagens seguiu as seguintes etapas: correção atmosférica, realce,
classificação não supervisionada utilizando o algoritmo Isoseg e edição das classes. Foram
definidas em uma primeira classificação as classes: Vegetação, lama, areia, areia+lama, solo
exposto, área urbana e corpos d´água. Posteriormente, em uma reclassificação delimitou-se as
feições geomorfológicas e sedimentares reconhecendo as seguintes feições:Terraço aluvial,
Planície de inundação, Ilhas fluviais, Pântanos e Paleocanais, Lagos, Banco de areias, Canais,
Praias, etc. Após a definição das classes foi feito uma visita ao campo em áreas pontuais, pré
definidas, para coleta de pontos com GPS e fotos, reeditanto as classes e produzindo um mapa
final. Para as classes definidas aplicou-se o índice kappa com 200 pontos em modo random,
obtendo como resultado uma “boa” classificação para o mapeamento. Para todo o
processamento foi utilizado o software PCI e para a construção do mapa o software ArcGIS. Os
resultados deste trabalho evidenciaram mais de 8 classes definidas a partir do processamento
de imagens de um sensor de semi detalhe, que servirá como mais uma contribuição para
outros tipos de aplicações e mapeamentos como a evolução morfológica da área e a análise
multitemporal.
64
USO DA TÉCNICA DOS ANAGLIFOS NO MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA
ZONA DE CISALHAMENTO QUITÉRIA-SERRA DO ERVAL, RS
Mello, J.V.T.1; Bitencourt, M.F.1; Ribeiro, R.P.1; Dani,N.1
1
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
65
ESTUDO TECNO–ESTRATIGRÁFICO DA REGIÃO DE TRANSIÇÃO DOS
DOMÍNIOS LITOESTRUTURAIS PARIMA E GUIANA CENTRAL, RORAIMA.
Tavares Júnior, S.S.1; Beserra Neta, L.C.2; Boto, S.A.3
1,2 3
Instituto de Geociências - Universidade Federal de Roraima (stelio.tavares @ufrr.br, luiza.camara @ufrr.br);
Graduando de Geologia – UFRR, (savio_boto@hotmail.com)
66
DETECÇÃO DE MUDANÇA DA PLANÍCIE ALUVIAL DO BAIXO
AMAZONAS NOS ÚLTIMOS 30 ANOS A PARTIR DO
PROCESSAMENTO DE IMAGENS DA SÉRIE LANDSAT (ESTUDO
DE CASO: DE JURUTI A SANTARÉM, PA)
Nunes, S.P.D.1; Rodrigues, S.W.P.1;
1
Universidade Federal do Oeste do Pará;
RESUMO: O rio amazonas é um dos rios mais importantes e investigados no mundo, tem uma
extensão de aproximadamente 3165 km² em território brasileiro, concentrando umas das mais
extensas planícies de inundação do planeta, possui uma morfologia complexa que agrega vários
ambientes flúvio-lacustres. Por se tratar de um rio tão complexo e dinâmico, este trabalho tem como
objetivo analisar e quantificar as mudanças ocorridas ao longo do baixo Amazonas nos últimos 30
anos, no intervalo de 1985 a 2015, em território paraense, a partir da cidade de Juruti a Santarém,
utilizando ferramentas de sensoriamento remoto, como o processamento de imagens integradas com o
Ssistema de Informações Geográficas (SIG), permitindo a análise de perda e ganho de sedimentos.
Para isso, foram utilizados imagens dos sensores Thematic Mapper (TM), Enhanced Thematic Mapper
Plus (ETM+) e Operational Land Imager (OLI) das orbitas/ponto 227/61; 227/62; 228;61 e 228;62 dos
satélites Landasat 5, 7 e 8, adquiridas nos sites: Global Land Cover Facility Project Website (GLCF),
U.S Geological Survey (USGS) e do catálogo de imagens do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE). Para a detecção de mudanças, as imagens TM/Landasat-5 de 1985 foram georreferenciadas
utilizando uma imagem base OLI/Landsat-8 de 2015, posteriormente foram aplicados em ambas as
imagens a correção atmosférica e o realce, para diminuir os efeitos da atmosfera sobre as feições na
cena, sequecialmente foi aplicada a classificação não supervisionada, a partir do algoritmo ISOCLUS
do software PCI Geomatic 2013, definindo-se apenas duas classes: água e planície. Estes dados
foram transformados em shapefiles no software ArcGis e quantificados suas áreas totais. A detecção
de mudança foi resultante da aplicação da diferença das classes planícies entre os anos 1985 e 2015
a partir da utilização da calculadora do ArcGis, resultando nas áreas que sofreram acréscimo de
sedimentos e redução de sedimentos ao longo da área estudada. Como resultado observou-se que no
ano de 1985 a planície computava uma área de aproximadamente 4977 km² enquanto que em 2015 a
mesma área passou a ser de 3848 km², ou seja, uma perda de 23% ao longo de 30 anos, entendendo-
se que houve uma redução de área (2352 km² ) maior que um aumento (1397 km²) entre 1985 a 2015.
É importante salientar que a área em estudo é bastante complexa e dinâmica, possuindo em vários
setores um fenômeno chamado de “Terras Caídas”, justificando em grande parte a perda de
sedimentos ao longo da área estudada. Assim a partir da utilização de técnicas de processamento de
sensores remotos foi possível obter dados de qualidade para entendermos visualmente e
estatisticamente como é a dinâmica de deposição e erosão de sedimentos ao longo do Baixo
Amazonas em um intervalo considerado pequeno na escala geológica.
67
IMPLICAÇÕES DA REDE DE DRENAGEM NA PORÇÃO CENTRO-NORTE DA
BACIA DO TACUTU – RR
Oliveira, V.1; Souza, L.S.B.1
1
Universidade Federal de Roraima
RESUMO: A Bacia do Tacutu está localizada na região central do Escudo das Guianas,
ocupando a região centro-nordeste de Roraima até a região sudoeste da Guiana. Apresenta
largura média de 50 km e direção preferencial NE-SW, estendendo-se por cerca de 280 km da
confluência dos rios Rupununi e Essequibo, até o Rio Branco. A área aqui estudada localiza-se
no interior destes limites, compreendendo a porção centro-norte desta bacia, na área entre a
Serra do Tucano e o Rio Tacutu. Estruturalmente possui geometria característica de
hemigrabén em que as principais feições estruturais estão relacionadas a abertura e reativação
do rifte e consistem principalmente em falhamentos orientados a NE-SW. Foram delimitados
três blocos de bacias de drenagem utilizando as ferramentas de SIG disponíveis para a
distinção manual da rede de drenagem com o auxílio de imagens óticas do satélite Landsat
8(OLI) e dados SRTM. Assim, a área de estudo foi subdividida em três distintos blocos, estes,
denominados conforme a drenagem de maior relevância para o estudo. Vale ressaltar, que
neste trabalho não foram definidas bacias de drenagem devido ao fluxo dos canais presentes
na área de estudo fluir, exclusivamente, para o Rio Tacutu e a margem direita do mesmo não
estar incluída neste estudo. Localizado na porção norte da área de estudo, foi delimitado o
Bloco Iara com 366 km², caracterizado por possuir drenagem com médio grau de integração,
alto grau de continuidade, baixa densidade, tropia tridirecional, médio grau de controle,
sinuosidade e angularidade intermediária, ângulos de junção entre agudos e obtusos e padrão
treliçado predominante. Estas características apontam para sistemas de fraturas paralelas,
podendo ser relacionada ao padrão treliça de falha, com a gênese de grabens e horts em um
sistema de riftes paralelos, com movimentação escalonada de grandes blocos estruturais. Na
porção central da área, encontra-se o Bloco Mel, de 361 km², apresentando grau de integração
e continuidade médio, alta densidade, tropia bidirecional, alto grau de controle, sinuosidade
intermediária, angularidade alta e ângulos de junção retos. Estas propriedades, aliadas a
ocorrência do padrão de drenagem retangular, sugerem relação com algum evento tectônico,
possuindo trend preferencial NE-SW. Visualizações de campo, confirmaram a marcante
quantidade de ângulos retos no leito da drenagem atual. Na porção sul da área, foi delimitado o
Bloco Cupim, de 392 km², possuindo baixo grau de integração, médios graus de continuidade e
densidade, tropia multidirecional desordenada, baixo grau de controle, sinuosidade
intermediária e angularidade baixa, ângulos de junção agudos e padrão de drenagem
dendrítico predominante. Estas propriedades sugerem homogeneidade litológica na região. O
intenso contraste entre a rede de drenagem destes blocos indica diferentes eventos genéticos
na região, porém, a orientação geral da drenagem local (NE-SW), concordante com a
Formação Serra do Tucano e com os diques de basalto do Complexo Vulcânico Apoteri, ambos
relacionados com o rifte, sugerem que o agente responsável pelo arranjo da drenagem foi um
evento de grande magnitude e não vários eventos menores, estando assim, tal arranjo
relacionado com a reologia distinta das diferentes porções da bacia.
68
AVALIAÇÃO DE ALVOS GEOLÓGICOS A PARTIR DA
AEROFOTOGRAMETRIA E MÉTODO DO ANAGLIFO
Goulart, C.V¹, Dani, N.²
69
FEIÇÕES ESTRUTURAIS DA REGIÃO DA JAZIDA FÓSFORO-URANÍFERA
DE ITATAIA-CE A PARTIR DE IMAGENS LANDSAT OLI E DADOS SRTM
Lopes, M.F.L.1; Gameiro, S.1; Fontenele, G.R.1; Miranda, M.P.2; Duarte, C.R.2; Souto, M.V.S.2
1 2
Graduação em Geologia – Universidade Federal do Ceará; Laboratório de Geoprocessamento – Departamento
de Geologia – Universidade Federal do Ceará
70
INTEGRAÇÃO DE DADOS DE SENSORIAMENTO REMOTO COMO SUPORTE
À CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA REGIONAL DAS ROCHAS DA
FORMAÇÃO JAGUARÃO E DO CINTURÃO DOM FELICIANO, EXTREMO SUL
DO BRASIL, RS
Araujo, V.M.L¹; Marques, J.C¹; Rosa, M.L.C.C.¹
1
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
71
VISUALIZAÇÃO CIENTÍFICA IMERSIVA PARA O SENSORIAMENTO REMOTO
DE EXSUDAÇÕES DE ÓLEO (SEEPAGE SLICKS) NA BACIA DE SANTOS
Miranda, F.P.1; Lopes, M.C.S.2; Pessanha, L.2; Cunha, G.G.2
1 2
Petrobras/CENPES; Universidade Federal do Rio de Janeiro
72
Mapeamento da variabilidade textural de sedimentos na plataforma
continental utilizando imagens LANDSAT-8.
Fontes, V. C.¹; Aquino da Silva, A. G.²; Vital, H.¹,²
¹Departamento de Geologia – UFRN; ² Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica-UFRN
RESUMO: A plataforma norte do Estado do Rio Grande do Norte (RN) é caracterizada como
uma plataforma continental moderna, altamente dinâmica e mista, sendo dividida em
plataforma interna (limitada pela linha de costa e a isóbata de 15 m, de composição
predominantemente siliciclástica), plataforma média (limitada entre as isóbatas de 15 m e 25 m,
de composição carbonato-siliciclástica) e plataforma externa (limitada entre as isóbatas de 25
m e 40 m, composta por material bioclástico). Tendo em vista o conhecimento desta área e o
fato da boa visibilidade a partir de sensores remotos orbitais, este trabalho tem como objetivo
uma classificação de padrões texturais da plataforma norte do RN usando uma imagem de
satélite da série LANDSAT do ano de 2015 na porção marinha da Bacia Potiguar. A área situa-
se na porção setentrional da plataforma continental Norte Rio-grandense, ao longo dos
municípios de Galinhos a Areia Branca. Para a realização deste estudo, primeiramente houve a
aquisição de uma imagem do satélite LANDSAT-8, cujo imageamento ocorreu em dezembro de
2015. Este satélite tem resolução espacial variando entre 15 m (Banda Pancromática) e 100 m
(Infravermelho Termal) e resolução espectral variando de 0,435 μm (Costeiro/Aerosol) a 12,51
μm (Infravermelho Termal). A escolha desse satélite baseou-se na existência de uma banda
cujo comprimento de onda central é 0,443 μm, que foi adicionada para estudos envolvendo cor
do oceano, a qual permite uma investigação em maiores profundidades. Além disso, a área de
estudo apresenta como características águas claras e presença de material particulado em
suspensão praticamente inexistente. Por essa razão, o uso de imagens de satélite de média
resolução (resolução espacial de 30 m), que fornecem múltiplas bandas espectrais, é uma
importante ferramenta para o estudo de formas de leito e distribuição de sedimentos nessa
plataforma. Para alcançar esse objetivo, foram aplicadas técnicas de processamento digital de
imagem e para tal, utilizou-se o software ArcGIS 10.1. Incialmente, realizou-se a correção
atmosférica com a intenção de minimizar os efeitos da atmosfera na passagem da onda
eletromagnética. A atmosfera causa fenômenos de espalhamento, absorção e refração da
energia eletromagnética, o que afeta a radiância/reflectância refletida pela superfície imageada,
a qual é captada pelo sensor. O método utilizado para esta correção foi o Dark Object
Subtraction (DOS), que é um método de correção atmosférica pelo qual a interferência
atmosférica é estimada diretamente a partir dos números digitais (ND) da imagem de satélite.
Em seguida, aplicou-se uma correção do sungling, visando corrigir a condição geométrica que
refere-se à reflexão especular entre sol, superfície do mar e visada do sensor remoto.
Posteriormente, estabeleceu-se um índice invariante com a profundidade a fim de normalizar
seus valores em locais de profundidade diferentes que apresentam o mesmo tipo de substrato.
Como resultado, obteve-se um mapa que representa a variabilidade textural (faciológica) da
área estudada com padrões identificados em concordância com trabalhos existentes na
literatura. Ainda foi possível extrapolar a área do mapa faciológico mais à oeste da plataforma.
73
SENSORIAMENTO REMOTO APLICADO À PESQUISA METALOGENÉTICA
DE MINERALIZAÇÃO MANGANESÍFERA NA MINA PERDIZES DO DISTRITO
DE ESTIVA, EM SÃO DESIDÉRIO, OESTE DA BAHIA.
74
Mapeamento espectral para identificação de assinaturas espectrais de
minerais de lítio em imagens ASTER (NE/MG)
Mendes, D.1; Perrotta, M.M.1; Costa, M.A.C.1; Paes, V.J.C.1
1
Serviço Geológico do Brasil – CPRM
RESUMO: Como parte do Projeto Avaliação do Potencial do Lítio no Brasil, cuja primeira fase
compreendeu estudo detalhado de área com 17.750 km2 no médio vale do rio Jequitinhonha
(NE/MG), foram feitas análises espectrais no Laboratório de Sensoriamento Remoto Geológico
(LABSERGEO), da divisão de Sensoriamento Remoto e Geofísica (DISEGE), utilizando dados
multiespectrais do sensor ASTER. Utilizou-se nesta modelagem três cenas com data de
passagem em 24 de agosto de 2004, sendo três bandas no visível e infravermelho próximo
(VNIR), com resolução espacial de 15 m, e seis bandas no infravermelho de ondas curtas
(SWIR), com resolução espacial de 30 m. Para a modelagem foi utilizada uma máscara que
selecionou apenas as áreas de metassedimentos, uma vez que os depósitos de lítio estão
sempre associados aos metassedimentos. A imagem recortada foi submetida à compensação
atmosférica por meio do aplicativo FLAASH do software ENVI® 5.2, que aplica o modelo de
transferência radioativa MODTRAN-4 para transformação dos dados em unidades de
reflectância aparente. O mapeamento espectral foi processado com ajuda do assistente de
classificação espectral do ENVI® 5.2. Conhecendo-se doze ocorrências estudadas em campo,
foram selecionados 111 pixels na imagem envolvendo áreas claramente reconhecidas como
em estágio de lavra. Para seleção dos pixels de referência entre as amostras selecionadas,
primeiramente foi feita uma transformação MNF (minimum noise fraction) para segregação do
ruído nos dados. O próximo passo é a procura e determinação de espectros de referência na
imagem MNF, através do cálculo do PPI (pixel purity index). Neste procedimento, alguns
espectros de referência são determinados automaticamente, assim, foram selecionados 16
espectros para o mapeamento e foi feita uma biblioteca espectral para cada um. Depois é feita
a estatística desses espectros e são escolhidos os pixels que possuem percentis acima de 80.
Desses espectros foram selecionados os três que continham o mais alto índice de pureza. A
aplicação do método SAM (spectral angle mapper) resultou no mapeamento parcial ou total das
três áreas selecionadas na amostragem, mas apresentou grande parte dos pixels nos
arredores das drenagens principais. O resultado final da classificação pelo método MTMF
(mixture-tuned matched filtering) apresentou um bom resultado, já que nas bandas
inviabilidade, pixels próximos às drenagens e de parte das estradas apresentaram valores
altos. O método identificou depósitos conhecidos e não amostrados e possíveis ocorrências
não cadastradas. Foi feita intersecção das imagens resultantes do SAM e MTMF, que resultou
nas regiões de interesse para investigações mais detalhadas. Os espectros obtidos foram
comparados com os espectros obtidos nas amostras em laboratório e da biblioteca espectral
do USGS, posteriormente foi feita a análise espectral no software ENVI® 5.2. Os resultados
obtidos comprovam que o sensor ASTER possui características espectrais e espaciais capazes
de identificar feições espectrais significativas para o mapeamento de minerais específicos e de
interesse na exploração mineral. No caso do mapeamento das intrusões pegmatíticas em
estudo, a intersecção das imagens resultantes da aplicação das técnicas MTMF e SAM gerou
resultados consistentes com as assinaturas espectrais dos alvos extraídos da imagem e das
amostras analisadas em laboratório.
75
O USO DE VANT’S COMO FERRAMENTA GEOTECNOLÓGICA APLICADA
EM ESTUDOS DIVERSOS
Savastano, V.L.M.1,2; Silva, A.T.2; Cazarin, C.L.2; Inocêncio, L.C. 3, Matos2, G.C., Pereira, A.J. 2
Bezerra, F.H.R. 4, Rabelo, J.G. 4
1 2 3 4
Universidade Federal do Rio de Janeiro, PETROBRAS, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, Universidade
Federal do Rio Grande do Norte
RESUMO: VANT’s ou veículos aéreos não tripulados, popularmente conhecidos como drones,
são pequenos veículos remotamente operados com a capacidade de realizar levantamentos
aerofotográficos de alta resolução. Um VANT pode tomar o formato similar a de um
aeromodelo, sendo propelido por motor elétrico ou de um multicóptero, uma plataforma com
três, oito ou mais hélices. O VANT é uma tecnologia de grande utilidade para os mais variados
tipos de levantamentos geológicos, pois além das imagens geradas por seus sensores
possuirem uma resolução muito superior mesmo às imagens de satélite de mais alta resolução
disponíveis no mercado, o VANT pode realizar levantamentos em áreas de difícil acesso ou
que representam risco à integridade física daquele que se aproxima, tais como áreas de risco
por deslizamento ou de vulcanismo ativo. No presente trabalho, serão mostradas três áreas de
estudo, onde o uso desta geotecnologia foi usada para aquisição de dados, como ela foi
aplicada e quais resultados foram alcançados. A primeira área localiza-se em pontais rochosos
de uma praia em Cabo Frio – RJ, e o levantamento teve como foco o mapeamento de alta
resolução de estruturas rúpteis do Cretáceo impressas em rochas proterozóicas do Domínio
Tectônico Cabo Frio. A contribuição do levantamento foi fundamental devido ao difícil acesso a
determinadas partes dos pavimentos rochosos próximos a zona de arrebentação e a
compreenção da relação temporal entre falhas e diques presentes na área. A segunda área de
estudo engloba diversos lajedos no interior do estado do Rio Grande do Norte. Tais lajedos são
formados por plataformas carbonáticas da Formação Jandaíra, Bacia Potiguar. Duas linhas de
trabalho foram realizadas a partir do levantamento: a primeira foi um estudo do controle
estrutural de falhas e fraturas no processo de carstificação epigenética dos lajedos. A segunda
linha de trabalho compreende o uso do levantamento como entrada de dados para a
modelagem númérica geomecânica dos lajedos. A terceira área levantada localiza-se em Morro
do Chapéu - BA, onde foram feitos sobrevoos na área de ocorrência de rochas carbonáticas
neoproterozóicas da Formação Salitre para mapeamento geológico e caracterização de
fraturas. Todos os levantamentos tem uma contribuição comum e fundamental trazida pela
utilização dessa geotecnologia: a resolução multiescalar de tais levantamentos, que permite a
visualização de áreas de até alguns quilômetros de diâmetro até feições centimétricas.
76
CALIBRAÇÃO E COMPARAÇÃO DOS SENSORES SPOT 5 E LANDSAT 8 OLI
NA ESTIMATIVA DE CONCENTRAÇÃO DE SEDIMENTOS EM SUSPENSÃO
NO LAGO PARANOÁ, BRASÍLIA-DF
Olivetti, D. 1; Roig, H.L. 1; Martinez, J.M. 2; Bernini, H. 1; Cicerelli, R.E. 1
1 2
Universidade de Brasília; Institut de Recherche pour le Dèveloppement;
77
ANÁLISE MULTITEMPORAL DA ILHA DO AMADOR, RIO AMAZONAS A
PARTIR DO PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGENS DE SENSORES
ÓPTICOS NOS ÚLTIMOS 30 ANOS.
RESUMO: Técnicas de sensoriamento remoto tem sido aplicadas ao longo das últimas
décadas em diversas áreas do conhecimento, estes procedimentos combinados ao alto nível
de desenvolvimento dos sensores para aquisição de dados, fornece ao usuário uma maior
variabilidade de aplicações na academia e nas empresas. Com o intuíto de utilizar parte da
ferramenta sensoriamento remoto a partir do processamento de imagens e da disponibilidade
do grande acervo temporal de imagens gratuítas, este trabalho teve como objetivo analisar a
caracterização morfológica temporal de ganho e perda de sedimentos aluviais na Ilha do
Amador no Rio Amazonas, município de Óbidos – PA, que ocorrem por meio da dinâmica
fluvial e que apresentam mudanças significativas nesta e demais ilhas adjacentes no intervalo
de 1985 a 2015. A área de estudo compreende a faixa de planície de inundação do Rio
Amazonas, caracterizada por períodos de cheia e seca, que constantemente modificam a
paisagem da região devido ao grande volume de sedimentos que o rio transporta. Para a
análise multitemporal da área estudada foram utilizados imagens dos sensores OLI, ETM+, TM,
CDD e LISS III que estão a bordo dos satélites LANDSAT 8, LANDSAT 7, LANDSAT 5, CBERS
2 e 2B e ResourceSat-1 respectivamente, e que apresentam resolução espacial de 30 a 20
metros. Os dados foram processados nos softwares PCI Geomatics 2015, e QGIS 2.14.2, em
que foram aplicadas: correção geométrica, contraste e classificação utilizando o algoritmo
Isoclus que classificou as classes água e planície e a quantificação das áreas de planície após
a conversão em shapefiles no software QGIS. Os resultados obtidos mostraram que em 1985
as ilhas identificadas como Amador e as demais ao seu redor nominadas de 1 (Ilha da
Capivara), 2 (sem toponimia) e 3 (sem toponimia) possuiam áreas de 48,67 km2, 5,74 km2, 1,41
km2 e 1,39 km2 enquanto que em 2015 as áreas passaram a ser de 40,30 km2, 4,02 km2
1,05km2 e 1,16 km2, ou seja, uma alteração de 17,20%, 29,97%, 25,53% e 16,55% em 30
anos. Notam-se nestas áreas, uma perda de 10,72 km2 de sedimentos na Ilha do Amador e de
4,51 km2 nas três ilhas próximas a esta, enquanto que o ganho na Ilha do Amador corresponde
a 2,33 km2 e nas ilhas adjacentes a 2,46 km2. Assim as áreas de perda totalizaram 15,23 km2
enquanto que as de ganho somaram 4,79 km2. Para corroborar com esta estatística, podemos
associar os eventos de perda de sedimentos aos fenômenos de “Terras caídas”, nas
proximidades da ilha do Amador, devido a grande dinâmica do rio Amazonas no Baixo
Amazonas.
78
Monitoring Water Storage Dynamics in the Brazilian Pantanal by Using
Remote Sensing Data
Pereira, O.J.R.1; Melfi, A.J.2; Montes,C.R.1
1 2
Universidade de São Paulo (CENA, NUPEGEL); Universidade de São Paulo (IEE, NUPEGEL)
ABSTRACT: The Pantanal region comprises one of the largest non-forested wetland in the
world. About eighty percent of the Pantanal floodplains are submerged during the rainy
seasons, however the flooded area might decreases to just twenty percent of the total area of
Pantanal in the dry season. This region is characterized by an active sedimentary basin with a
great number of faults. Movements along these faults cause subsidence on blocks within the
vast Pantanal area, generating depressions that are susceptible to flooding, and might create
space for sediment storage. After a long period dominated by arid conditions in the Late
Pleistocene, the Pantanal area has been subject of episodes of intense humidification and
increasing fluvial discharge in the Early Holocene, which resulted in important modifications in
the extant drainage system. Nowadays, this region is characterized by the occurrence of
thousands of small lakes especially in the region of the Taquari Mega-fan. A few is known about
the dynamics of the soil water storage within this vast region due to the lack of field sample
data. However, in the last decades, advances in orbital remote sensing have provided novel
information for monitoring the amount of water stored in soils, with special attention to the
GRACE (Gravity Recovery and Climate Experiment) and SMAP (Soil Moisture Active Passive)
satellite missions. The GRACE mission takes into account the correlation between earth’s crust
movement and the amount of water stored in soils, whereas the SMAP mission makes a direct
correlation between a series of geophysical data from active and passive remote sensors and
the water stored in soils for the first 100 cm soil depth. In this study we carried out a series of
correlations between GRACE and SMAP data to evaluate the capacity of SMAP dataset in
substitution of GRACE data, since the SMAP data is provided with temporal resolution of about
three hours and spatial resolution of 3km, while the GRACE data has a temporal resolution of 1
month and spatial resolution of 500km. Thus, in order to compare the two databases, the
SMAP images were resampled according to a 2nd degree polynomial interpolation to matches
the spatial resolution of the GRACE images. We considered values measured at the same
period from April 2015 to December 2015. After processing the data we obtained coefficients of
correlation above 0.5 to all measured months with the lower correlation for August (0.51) and
the higher correlation for December (0.95). Therefore, the movement of the crust measured in
GRACE data is well correlated to the amount of water in the first 100cm. The highest values of
water equivalent height (cm) and water storage were observed in April 2015 (11.8 cm and 23%,
respectively), whereas the lower values where observed in September 2015 (-11.9 cm and
18%, respectively). Finally we highlight that the results presented in this research are not
conclusive, however our findings gives a first indication of the potential of SMAP data on
modeling soil water storage in Pantanal region.
79
QUANTIFIÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS BACIAS DE DRENAGEM NA
REGIÃO OESTE DA SUÍTE MÁFICA SERRA DA ESTRUTURA – RR
Pacheco, C.V.1; Souza, L.S.B.1
1
Universidade Federal de Roraima
80
LEVANTAMENTO GEOAMBIENTAL E ANÁLISE TEMPORAL DE
ALTERAÇÕES DO MEIO FÍSICO DA ALTA BACIA DO CÓRREGO SÃO
GONÇALO, CUIABÁ-MT
Brum, D.S.1; Faria, T.O.2; Pelosi, G.F.F.1
1
Programa de Pós Graduação em Geociências, Faculdade de Geociências (FAGEO) – UFMT –
2
daibrum@hotmail.com; Faculdade de Geociências – UFMT – thiago.geologo@gmail.com
81
Caracterização espectral de óxidos de ferro associados às ocorrências de
cobre oxidado no Vale do Curaçá, Bahia
Leite, C.C.S. de S.1; Rocha, W. de J.S. da F.2; Silva, A. de B.3
1,2
Universidade Estadual de Feira de Santana
RESUMO: Grande parte das aplicações das técnicas de Sensoriamento Remoto à exploração
mineral foi desenvolvida em sistemas sensores orbitais multiespectrais de mapeamento de
recursos terrestres como LANDSAT e ASTER ou em sensores hiperespectrais
aerotransportados, a exemplo do AVIRIS. A disponibilidade de sensores multiespectrais de
resolução espacial muito elevada, como o RapidEye, ampliam a capacidade de detecção e de
mapeamento de características geológicas de interesse a alvos de exploração mineral. Uma
análise das bandas de imagens RapidEye na região de Vermelhos, Vale do Rio Curaçá, Bahia,
foi usada para destacar a presença de óxidos e hidróxidos de ferro que comumente ocorrem na
superfície dos depósitos sulfetados de cobre. O Vale do Rio Curaçá apresenta centenas de
corpos máficos e ultramáficos, alguns deles, formando mineralizações econômicas sulfetadas
de cobre. A região do Vermelhos está inserida no complexo do Vale citado, compreendida pelo
complexo Tanque Novo-Ipirá, no qual há um conjunto de rochas supracrustais de natureza
vulcanossedimentar, além de rochas metamáficas e ultramáficas que hospedam
mineralizações de sulfetos de cobre. Assim, o presente trabalho teve como objetivo
caracterizar as ocorrências de cobre oxidado no Vale do Curaçá, a partir de dados espectrais e
de índice de óxido de ferro. Em imagens RapidEye, a presença de minerais de óxido de ferro
provoca uma elevada reflectância na banda 3 e uma reflectância inferior nas bandas 1 e 2.
Para investigar essa feição, foram realizadas em laboratório medidas espectrais de amostras
de oxidados de cobre coletadas na área de estudo, e, em seguida, uma análise das curvas
espectrais para observar os intervalos mais adequados para o cálculo do índice de óxido de
ferro na imagem RapidEye. Este índice evidencia sutis diferenças existentes no
comportamento espectral de diferentes alvos. Utiliza-se para isso, a razão entre as bandas que
apresentam máxima e mínima reflectância. Analisando os dados espectrorradiométricos,
observou-se uma elevada reflectância em 610 µm e uma reflectância mais baixa em 470 µm,
correspondente respectivamente à banda 3 e banda 1 do sensor RapidEye. A razão entre as
bandas supracitadas resultou na imagem de óxido de ferro, tendo-se excluindo os valores de
razão inferiores a 1. Essa imagem-índice mostra a distribuição e concentração de minerais de
óxido de ferro na área, e confrontada com os locais de ocorrência de oxidados de cobre na
imagem, obtém-se boa concordância. Entretanto, notou-se excesso de áreas anômalas na
imagem, sugerindo que nem toda concentração de óxido de ferro na área corresponde
necessariamente a oxidados de cobre. Ao final do estudo, constatou-se que o uso da técnica
de razão entre bandas, como índice de óxido de ferro, em imagens multiespectrais de alta
resolução do sensor RapidEye, mostrou-se de grande utilidade e eficiência no mapeamento de
minerais oxidados, associados aos depósitos superficiais de cobre no Vale do Rio Curaçá.
Concluiu-se que, apesar da detecção de muitas áreas anómalas nas imagens de satélite, a
quantificação da intensidade de tal coloração utilizando razões de bandas pode correlacionar-
se com a concentração desses minerais, proporcionando assim um método para a seleção de
áreas de mais elevada prioridade para follow-up.
82
RECONHECIMENTO DE AMBIENTES FLUVIAIS AO LONGO DO BAIXO
AMAZONAS AMAZONAS A PARTIR DO PROCESSAMENTO DE MULTI-
SENSORES – ESTUDO DE CASO: ILHA GRANDE DO TAPARÁ.
83
SIMULAÇÂO DO DESEMPENHO DO SENSOR ESPACIAL SENTINEL-2 NA
ESTIMATIVA DE CONCENTRAÇÃO DE SEDIMENTOS EM SUSPENSÃO A
PARTIR DE AMOSTRAGEM E RADIOMETRIA DE CAMPO
Bernini, H.1,2; Martinez, J.M.3; Roig, H. L.1;Oliveti, D.1;PINHEIRO, J. A. C.4
1 2 3 4
Universidade de Brasília; Faculdade de Rondônia; Institut de Recherche pour le Dèveloppement; Companhia
de Pesquisa em Recursos Minerais
84
CORREÇÃO DE DADOS DE RADIÂNCIA DO SENSOR TIR/ASTER A PARTIR
DE MODELAGEM DE TRANSFERCÊNCIA RADIATIVA EM ATMOSFERAS
ÚMIDAS
Markoski, P. R. 1;; Rolim, S. B. A.1; Grondona, A.2
1 2
Universidade Federal do Rio Grande do Sul ; Faculdade de Tecnologia Brasil
85
CARACTERIZAÇÃO DAS DUNAS DO LITORAL NORTE DO RIO GRANDE DO
SUL POR ESPECTROSCOPIA NO INFRAVERMELHO TERMAL
RESUMO: Dunas móveis são corpos de areia acumulados naturalmente pelo vento e que,
devido à escassez ou inexistência de vegetação, migram continuamente para o interior da
costa, impulsionados pelo vento dominante. Dentre vários setores do litoral brasileiro, a costa
do Rio Grande do Sul apresenta a conjunção de vários fatores que favorecem a formação
destes campos de dunas móveis. Em especial no Litoral Norte, análises temporais mostram
que um campo de dunas moveis que se estendia ao longo de toda linha da costa, atualmente,
foi extinto ou está em processo acelerado para tal. A rápida urbanização da região pode ser
apontada como principal responsável por esse desparecimento tanto de forma direta, com a
ocupação das áreas anteriormente ocupadas pelas dunas, como indireta, pela criação de
barreiras entre as dunas e sua fonte de alimentação, a praia. Entre as áreas remanescentes
recebem destaque neste estudo os campos de dunas móveis de Pinhal e de Cidreira, o
primeiro apresenta, atualmente, sua alimentação cancelada devido ao bloqueio exercido pela
zona urbana. Por outro lado, o campo de Cidreira não teve sua alimentação totalmente
cancelada, apenas reduzida, devida a existência de vários "corredores de alimentação" que
permitem que o campo de dunas transgressivo continue recebendo a areia nova proveniente
da praia. Neste trabalho as dunas do litoral norte foram identificadas e caracterizadas a partir
das bandas do sensor TIR/ASTER da plataforma orbital EOS-TERRA. A radiância emitida por
uma superfície é uma função tanto da sua temperatura cinética e emissividade espectral. Além
disso, a emissividade é uma propriedade essencial para a determinação da temperatura de
alvos de solos e minerais, cujas características espectrais estão associadas a processos
eletrônicos característicos de suas propriedades físico-químicas. Dados de radiância foram
transformados em emissividade e interpretados com base em feições espectrais definidas,
entre 8 e 12 µm associadas, principalmente, às vibrações produzidas pela ligação Si-O-Si no
quartzo que compõem as areias das dunas. Desta firma, foi possível estudar a dinâmica do
campo de dunas cuja preservação é de grande interesse visando à conservação de uma parte
representativa do ecossistema original da região costeira do Litoral Norte, de inquestionável
valor ecológico, cultural e paisagístico.
86
MINERAL SPECTRAL FEATURES OF THE PUYEHUE VOLCANO ASHES
WITH THERMAL SPECTROSCOPY
Rolim, S. B. A.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
RESUMO: Remotely sensed infrared radiance emitted by a surface is a function both of its
kinetic temperature and spectral emissivity. Simultaneously, the emissivity is an essential
property for determining the temperature of ground targets, which in turn shows spectral
features related to electronic processes due to its physico-chemical properties. For the
geological mapping and mineral exploration of volcanic rocks, the thermal infrared region shows
emissivity features well defined, around 10 μm, associated mainly to bond vibration Si-O-Si in
silicates. On June 4, 2011 the Volcanic Complex Puyehue - Cordón Caulle erupted in southern
Chile, about 900 km south of Santiago, causing the evacuation of thousands of people in the
surrounding areas. The steam and ash column reached more than 10 km high and moved to
Argentina. The regions most affected by the cloud of ash and rocks were the cities of Bariloche
and Villa La Angostura, and northern of Chubut Province. On the border, near Bariloche, a layer
of ash of at least 30 centimeters thick covered the landscape of the region. The plume of
contaminants was transported by the wind towards the Atlantic Ocean, suffering at the same
time, a dispersion caused by the action of turbulent motions. In October 2011 it was collected
ash samples of Puyehue volcano (Chile), in the city of Bariloche, Argentina, in order to measure
its emissivity and identify the spectral features belonging to the SiO2 bond. According to the
chemical analysis carried out by the National Atomic Energy Commission (CNEA) of Argentina,
SiO2 represents around 70% of the total composition of volcanic ash. The emissivity curves
were obtained using the spectroradiometer µFTIR Model 102. Finally, the spectral signature of
the ash was compared with those available in the spectral library of the Jet Propulsion
Laboratory (JPL) of NASA. The reflectance/emissivity spectra behaviors belonging to the group
of silicates showed a good correspondence with minerals presented in rhyolitic magmas with
SiO2. This demonstrated that the thermal infrared spectroscopy can be used as a qualitative,
low cost, non-destructive and effective analysis tool for rapid demands of preliminary studies
such as characterization of piroclastic material in the environment.
87
ANÁLISE MULTIVARIADA DO COMPORTAMENTO ESPECTRAL DE ROCHAS
VULCÂNICAS EM QUATRO VINHEDOS
Thum, A.B.1; Carvalho, D.2; Ducati,J.R.2 ; Rolim,S.B.A.2
1 2
Universidade do Vale do Rio dos Sinos/Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Universidade Federal do Rio
Grande do Sul
RESUMO: O clima subtropical e úmido, juntamente com altitudes superiores e solos com
características basálticas, com noites de temperaturas amenas ou baixas, são fatores que
favorecem a produção de uvas na Serra Gaúcha. Atualmente a Serra gaúcha é considerada a
maior e mais importante região vinícola do Brasil, sendo responsável por 85% da produção
nacional de vinhos conforme os dados do Instituto Brasileiro do Vinho (IBRAVIN). Os vinhos
produzidos nessa região possuem grande potencial de mercado devido à qualidade dos vinhos
finos ali produzidos. A Indicação Geográfica (IG) é um registro conferido aos produtos ou
serviços característicos do local de origem, pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial
(INPI) e composto por duas modalidades que são a Indicação de Procedência (IP) e a
Denominação de origem (DO). Na denominação de origem são consideradas as características
específicas da região, ou seja, todos os fatores naturais e humanos, atualmente chamado de
terroir. O terroir envolve características e qualidade do solo, o solo que sofre influencia das
rochas. Considera-se o relevo, altitude e temperatura da região, quantidade e regularidade de
luz solar, incidência de chuva, vento e umidade e ação humana. O conhecimento dessas
características é importante para os vitivinicultores para auxiliar no manejo da produção. Dentre
as diversas ferramentas utilizadas para estudar os terroir, o sensoriamento remoto é uma
alternativa. O objetivo do trabalho é utilizar a assinatura espectral de rochas do fáceis Caxias e
do fáceis Gramado e verificar se é possível através de análises estatísticas identificarem o
cluster das rochas dos vinhedos, considerando que na faixa do visível até o infravermelho
próximo a separabilidade das unidades é dificultada pela falta de feições de absorção bem
definida no espectro eletromagnético. As amostras de rochas foram coletas em quatro
vinhedos, distribuídos em três municípios. No momento da coleta as amostras foram
identificadas e posteriormente levadas até o laboratório da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul – UFRGS para realizar as medidas. Para as medidas da assinatura espectral
utilizou-se o espectrorradiômetro FieldSpec pertencente ao Programa de Pós-graduação em
Sensoriamento Remoto. Esse banco de dados foi utilizado na entrada dos valores de
reflectância na análise estatística multivariada. As funções discriminantes canônicas foram
usadas para determinar as variáveis independentes e seus respectivos pesos canônicos. A
matriz de correlação foi utilizada para o agrupamento das observações. A análise estatística
multivariada mostrou-se eficiente no estudo. Através das funções discriminantes canônicas foi
possível separar as unidades básicas (o Fácies Caxias), rochas vulcânicas pertencentes a
formação Serra Geral.
88
89
Identification of Fe-rich carbonates through Reflectance Spectroscopy in
the Barreiro Alkaline Carbonatitic Complex: Carbonate’s role as phosphate
ore hosts
Amorer Hernandez, E.1; de Souza Filho, C.R.1
1
Universidade Estadual de Campinas
Abstract: In order to avoid Fe contaminants that bypass initial screenings and jeopardize
industrial processing of phosphate ores, a quick, non-destructive measurement of reflectance
spectroscopy was carried out over 1354 spectral measurements collected over sections of a
rock core of the Barreiro Alkaline Carbonatitic Complex, Brazil. Spectral measurements were
performed with a FieldSpec 4 Hi Resolution spectrometer, collecting 8 measurements per spot
(2,25cm diameter) and angle variations of 45 degrees over each spot, to guarantee correct
spectral sampling of the entire spot over the sample. Out of a 178m soil-rock core, soil
measurements collected until 160m display mainly absorption features of goethite>Nd-rich
apatite(-F)>hematite and monazite in the VNIR while resulting in identification of dolomite,
ankerite, siderite, calcite, phlogopite, zoisite, phlogopite, hornblende, saponite and nontronite
and montmorillonite in the SWIR. For the whole rock section, calcite, ankerite and dolomite are
the main modal carbonates, with ankerite present throughout the whole vertical sequence and
calcite appearing until 170m. Dolomite is present in badges over 163m-164m-and towards the
last end of the core at 170m until 174.90m that corresponds to the last sampled section of the
core. While Nd-rich apatite(-F) and monazite display absorption features when carbonates are
not present, they also tend to showcase themselves in spectral mixtures that include calcite
(23.45% of total REE-indicative measurements, TREEM), calcite>ankerite>dolomite>siderite
(52.7% TREEM) and dolomite (22.85% TREEM) respectively, with siderite being almost an
exception as phosphate mineral host (1% TREEM). REE features in carbonates were compared
with parasite spectra from other authors, but none of the measured spectra gave matching
scores that could be considered reliable. (r2=0.543, maximum value). These results are
complementary of previous work on the recognition and identification of phosphate ores in other
Alkaline Carbonatitic Complexes of the Alto Paraníba Igneous Province (Tapira, Catalão I) in
indicating of REE-rich phosphates in soils and rocks. Results also allow us to pinpoint depth of
conflictive minerals before mining operation begins so that they can be used to perform better
reconciliation reports for mine modelling of reserves and tailings. Also, the measurements are
plausible of being considered ground-truthing for image spectroscopy measurements of
hyperspectral imagers like the SisuRock or Hylogging imaging spectrometers, as well as other
sensors for remote sensing applications.
90
CARÁTER MORFOMÉTRICO DO RIO CAUAMÉ/RR
Araújo, L.S. 1; Souza, L.S.B.1
1
Universidade Federal de Roraima;
91
ESTRATIGRAFIA HIPERESPECTRAL: UM NOVO MÉTODO DE
PROCESSAMENTO DE DADOS ESPECTRAIS DE TESTEMUNHOS DE
SONDAGEM NO APOIO A ESTRATIGRAFIA DE SEQUÊNCIA
Marcelo Kehl de Souza1,3, Maurício Roberto Veronez1,3, Francisco Manoel Wohnrath Tognoli1,3,
Luiz Paulo Luna de Oliveira2, Luiz Gonzaga Jr. 3,2, Joice Cagliari1,2, Ernesto Luiz Côrrea
Lavina1, Marlise Cassel1
1 Pós-graduação em Geologia (PPGEO), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), São Leopoldo, Brasil
2 Programa de Pós-graduação em Computação Aplicada (PIPCA), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), São Leopoldo, Brasil
3 Laboratório de Visualização Avançada (VIZLab), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), São Leopoldo, Brasil
RESUMO: Nós propomos aqui uma nova metodologia para a análise de dados espectrais
adquiridos a partir de testemunhos de sondagem no suporte a estratigrafia de sequência. Hoje,
os avanços tecnológicos nos permitem separar e classificar nuances impossíveis ao olho
humano. Com frequência somente a descrição litológica (textura e composição) não é
determinante em estudos sedimentológicos e ou estratigráficos. São necessárias ferramentas
de investigação que pormenorizem a análise, a fim de se certificar e refinar os resultados
preliminares. A espectroscopia hiperespectral é uma opção não destrutiva, barata e rápida para
inferências quanto à composição química e a características físicas das rochas. Por esse
motivo ganha importância em unidades estratigráficas com pouca variação litológica. Os
espectrorradiômetros modernos superam em muito a visão em fornecer informações
composicionais a partir da identificação das propriedades óticas. Esse estudo está centrado na
formação Irati, Bacia do Paraná. Está formação merece destaque por apresentar pacotes com
pouca variação litológica e possuir um dos maiores índices de matéria orgânica já registrada
em depósitos sedimentares no Paleozoico. Aqui nós realizado levantamento sedimentológico e
espectral em 2 testemunhos de sondagem. As medidas espectrais foram realizadas
diretamente nos testemunhos de poços utilizando o sensor de contato com fonte halógena de 5
watts. Para evitar as influências do intemperismo e do vapor da água atmosférico foram usados
os comprimentos de onda entre 2.0 até 2.5 micrômetros. A partir das refletâncias dos
testemunhos nós calculamos a matriz de covariância e desta encontrado os autovetores e os
autovalores. O primeiro autovetor mostra a maior parte da variância dos dados e está
relacionada com o brilho. A derivada das cargas do primeiro autovetor (DC1) destaca
mudanças abruptas de brilho. As inflexões nos valores de DC1 são indicadores de superfícies
estratigráficas: limites de sequências, nas inflexões positivas; superfícies transgressivas e
superfícies de máxima inundação, nas inflexões negativas. A partir das análises de DC1 nos
identificamos padrões de empilhamentos que proporcionaram corroborar a identificação de
tratos de sistema. Nós concluímos que a estratigrafia hiperespectral é uma técnica rápida, de
baixo custo e não destrutiva, que oferece grande potencial nos levantamentos de testemunhos
de sondagem para o auxílio nos estudos de estratigrafia de sequências.
92
APLICAÇÃO DA BANDA COASTAL DO SENSOR OLI/LANDSAT 8 PARA A
ESTIMATIVA DE DADOS BATIMÉTRICOS NA DESEMBOCADURA LAGUNAR
DA LAGOA DOS PATOS (RS)
Leal Alves, D.C.1; Espinoza, J.M.A.2; Westphalen, A.B.1, Albuquerque, M.G.2
1 2
Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande
do Sul
93
IMPACTOS NA PAISAGEM COSTEIRA DO RIO GRANDE DO NORTE POR
MEIO DA ANÁLISE DA VULNERABILIDADE SOCIOECONÔMICA
Pereira, R.T.S.1; Busman, D.V.2; Amaro, V.E.1
1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
2
Museu Paraense Emilio Goeldi
RESUMO: Mais de 60% da população do Rio Grande do Norte (RN), de 3,4 milhões de
pessoas, habita a zona costeira do estado, única região litorânea do Brasil com duas
geometrias de costa: norte-sul (litoral oriental) e leste-oeste (litoral setentrional). No litoral
oriental, serviços de vocação turística movimentam fortemente a economia, enquanto no litoral
setentrional são as indústrias eólicas, petrolíferas, salineira e de carcinicultura que
empreendem maior volume de capital financeiro. Tais atividades socioeconômicas causam
impactos e transformações na zona costeira podem ser percebidas na expressão do valor dos
índices aqui estudados em razão de suas extensões: emprego, renda, educação e saúde.
Estes índices, associados à Vulnerabilidade Física resultam nas alterações geradas na
paisagem costeira, cujo fomento advém das intervenções humanas e dos impactos potenciais
de proteção contra as mudanças climáticas que afetam o litoral. Objetivando estudar e
comparar a Vulnerabilidade Socioeconômica dos 33 municípios costeiros do RN, esse estudo
utilizou a metodologia de elaboração do Índice de Vulnerabilidade Social baseada no Índice
Firjan de Desenvolvimento Municipal - IVSF (Busman 2016) em que a vulnerabilidade foi obtida
ao se subtrair de 1 o valor do Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal - IFDM (IVSF = 1 -
IFDM). Portanto, mudou-se a abordagem do quão desenvolvido (IFDM) para o quão vulnerável
(IVSF) é o município em análise. O IVSF variou de 0 a 1, sendo mais vulnerável o município
quanto mais próximo de 1 o valor do índice. Os 33 municípios costeiros foram categorizados
em 4 classes: Baixa (<0,199), Regular (0,2 a 0,399), Moderada (0,4 a 0,599) e Alta (>0,6)
Vulnerabilidade. As análises mostraram que no litoral setentrional 44% dos municípios foram
classificados como de Vulnerabilidade Moderada. No litoral oriental, apenas 12% configuraram
na classe de Vulnerabilidade Moderada, enquanto os demais municípios se enquadraram na
classe Vulnerabilidade Regular. Portanto, o litoral oriental apresentou os maiores índices de
IVSF, ou seja, piores resultados, contando com o dobro em termos percentuais de
Vulnerabilidade Moderada, quando comparado ao litoral setentrional. Os resultados deste
trabalho podem subsidiar a gestão costeira integrada destes municípios, na elaboração de
políticas públicas de incentivo à melhoria da relação da sociedade com o meio ambiente, de
modo a manter ou tornar sustentável a ocupação do espaço costeiro e garantir às gerações
futuras melhores condições de suprirem suas próprias necessidades. Assim, o IVSF se mostra
como uma ferramenta prática de auxílio aos gestores públicos (e privados) na avaliação dos
impactos gerados na zona costeira por ações antrópicas, expressos nos índices de
Vulnerabilidade Socioeconômica em escala municipal.
94
MAPEAMENTO DIGITAL DOS SOLOS DA REGIÃO CÁRSTICA DA BACIA
SEDIMENTAR DE IRECÊ - BAHIA
Jesus, M.H. de.¹; Melo, D. H.C. T. B.¹
1
Universidade Federal da Bahia
95
INTEGRAÇÃO DE SENSORIAMENTO REMOTO, TÉCNICAS DE CAMPO E
ELETRORRESISTIVIDADE APLICADOS NA DETECÇÃO, QUALIFICAÇÃO E
QUANTIFICAÇÃO DE JAZIDAS DE CASCALHO NO OESTE DA BAHIA
Souza, D.P.C.1; Rodrigues, T.S.2; Palazzo, D.C.3; Rocha, R.M.4
1 2
Curso de Pós-Graduação em Geologia, Universidade Federal da Bahia; Universidade Federal do Oeste da
3
Bahia ARCGEO
RESUMO: A região Oeste da Bahia está localizada a margem esquerda do Rio São Francisco
e localiza-se na porção oeste do cráton homônimo. O quadro lito-estratigráfico é composto
quase que totalmente por formações e unidades pertencentes a dois grupos: Na base o Grupo
Bambuí de idade Neoproterozóica que é composto essencialmente por carbonatos e pelitos, as
litofácies deste grupo ocorrem essencialmente nos vales e configuram as planícies e pequenos
morrotes suavizados; sobrejacente ocorrem as formações e unidades do Grupo Urucuia de
idade cretácea, composto essencialmente por arenitos, este configura os chapadões do tipo
mesa. Coberturas diversas: coluvionares, eluvionares, aluvionares e laterítcas, completam a
geologia local. Além da expressividade de terrenos planos e por se tratar da área mais rica em
recursos hídricos do Nordeste Brasileiro a região vem ganhando destaque no cenário nacional
no concerne do cultivo de grãos, cabe destaque para cultivo irrigado de Algodão e Soja.
Embora a região desfrute de grande potencial geológico e geomorfológico, a infra-estrutura
básica como a conservação das estradas deixa a desejar. A demanda por cascalho aumentou
progressivamente nos últimos anos, visto que este bem mineral é empregado na manutenção
de estradas, principalmente as não pavimentadas responsáveis por grande parte do
escoamento da produção. Este projeto realizado em parceria com a ARCGEO buscou
identificar áreas estratégicas de cascalho que melhor atendessem a demanda deste bem na
construção e manutenção de estradas vicinais. A metodologia empregada consistiu
inicialmente no emprego de sensoriamento remoto através de análises imagem-interpretativas
com auxílio de imagens disponibilizadas no Google Earth e de Imagens Landsat 8;
posteriormente foi empregado técnicas de campo, como mapeamento geológico e sondagem a
trado, além de geofísica terrestre através da metodologia de eletrorresistividade, técnica do
caminhamento elétrico e arranjo eletródico do tipo dipolo-dipolo para melhor caracterização e
quantificação das ocorrências de cascalho. Dos 60 possíveis alvos identificados em imagem de
satélite, 25 foram classificadas em campo como passíveis de extração de cascalho e 08 destas
já foram cubadas. Após análise dos dados foi possível classificar diferentes tipos de cascalho
quanto as características físicas, dentre eles: cascalho laterítico, cascalho nodular, cascalho
coluvionar, cascalho saprolítico e aqueles provenientes de neossolo litólico.
96
UTILIZAÇÃO DE IMAGEM LANDSAT 8 NA DELIMITAÇÃO DE COMPLEXOS
ALCALINOS, NO MUNICIPIO DE CAUCAIA-
CAUCAIA-CE.
97
EXPANSÃO DA OCUPAÇÃO ANTRÓPICA E AS ALTERAÇÕES NA
HIDROGRAFIA DE CUIABÁ/MT
Cordeiro, V. M.1; Alfaro, A. Y. B.1; Mendes, G. L.1; Silva, M. M. F.1; Lopes, E. F.1; Mantuan, G.
G.1; Lima, B. H. R.1; Faria, T. O.1
1
Universidade Federal de Mato Grosso
98
MAPEAMENTO REMOTO GLOBAL DE RECURSOS MINERAIS E
ENERGÉTICOS: OPORTUNIDADES ATUAIS E PERSPECTIVAS FUTURAS
Souza Filho, C. R.
1
Institute of Geosciences, State University of Campinas (UNICAMP), PO Box 6152, Campinas, São
Paulo, Brazil. beto@ige.unicamp.br.
99
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ ST03 –
Sistemas de Informações
Geográfica (SIG) e
Geoestatística
ISBN: 978-85-99198-13-1
100
MEDIÇÃO AUTOMÁTICA DE LARGURAS DE RIOS A PARTIR DE IMAGENS
DE SATÉLITE
Jardim, P.F.1; Fan, F.M.2; Collischonn, W.3
1 2 3
Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Universidade Federal
do Rio Grande do Sul
101
MAPEAMENTO DE AREAS DE PRESERVAÇÃO PERMAMENTE NA CARTA
SB-22-X-D-1 NA ESCALA DE 1:50.000 E IDENTIFICAÇÃO DO USO DA
TERRA
Almeida, K.M.M.1; Felipe, L.B.2
1 2
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará; Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
102
ANÁLISE DA OCUPAÇÃO DO SOLO NO MUNICÍPIO DE FRANCISCO
BELTRÃO ATRAVÉS DO SISTEMA DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA (SIG)
Tatiana Cristina Schneider Ghisi 1, Simone Minuzzo2 Ney Lyzandro Tabalipa 3 e Ticiane
Sauer Pokrywiecki 4
1
Universidade Tecnológica Federal do Paraná – PPGEC - Departamento de Engenharia Civil
CEP 85503-390 Pato Branco – Paraná - e-mail: tati_ghisi@yahoo.com.br
2; 3; 4
Universidade Tecnológica Federal do Paraná – PPGEC - Departamento de Engenharia Civil
CEP 85503-390 Pato Branco – Paraná
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com o mapa de declividade foi realizado a classificação das declividades de acordo com o método de
Ross (1994). De acordo com tal método as faixas amarelas do mapa possuem declividade entre 0 a 6%, a
vulnerabilidade dessas áreas é muito fraca. As faixas laranjadas possuem declividade entre 6% e 12%
indicando áreas de baixa vulnerabilidade. Já as faixas vermelhas possuem declividade entre 12% e 20%
indicando vulnerabilidade média. As manchas cor de rosa representam faixas de declividade entre 20% e
30% representando zonas de forte vulnerabilidade. As faixas em azul apresentam declividade acima de 30%
são locais de vulnerabilidade muito forte.
O mapa de declividade ponderada foi gerado a partir do mapa de declividade, nesse mapa foi realizada
uma reclassificação das faixas de declividade atribuindo pesos para as mesmas, de acordo com o método
de Ross (1994). Neste mapa para as faixas (bege) com inclinação entre 0% e 6%, muito fraca, foi
atribuído peso 1, pois é a faixa com menor vulnerabilidade. As faixas amarelas que possuem declividade
fraca entre 6% e 12% foi atribuído peso 2. As faixas vermelhas que representam declividade entre 12% a
20% possuem declividade média, por isso possuem peso 3. Já as faixas em roxo foi atribuído peso 4 pois
a vulnerabilidade é forte devido a uma declividade entre 20% e 30%. E para as faixas em azul que
possuem declividade acima de 30% com vulnerabilidade muito forte foi atribuído peso 5. Esses pesos nos
levam as identificar no mapa as zonas mais vulneráveis e menos vulneráveis apenas observando as cores
das faixas. O mapa de declividade ponderada, com seus respectivos pesos servirá para fazer o cruzamento
de dados com o mapa de ocupação do solo, que também possui pesos de 1 a 5, em relação a
vulnerabilidade.
CONCLUSÕES
Quanto ao mapa de uso e ocupação do solo no município de Francisco Beltrão, podemos considerar
que as imagens do satélite aliadas ao SIG constituem ferramentas importantes para quantificar as
ocupações do solo e fornecer informações para planejar medidas de modo que diminua os problemas
ambientais e contribua para o desenvolvimento urbano de forma planejada.
Através do mapa declividade podemos observar através das faixas de cores que as faixas amarelas e
laranjadas podem ser ocupadas sem que haja risco de desmoronamento de solo, devendo-se tomar
cuidado com faixas de baixa declividade próximas a rios, essas faixas podem estar sujeitas a alagamentos.
No mapa de declividade ponderada pode ser feita uma analise rápida em relação às faixas com menos
risco e maior risco em relação a declividade, observando as faixas de cores que estão relacionadas a pesos
de 1 a 5: Bege, baixa vulnerabilidade; amarelo vulnerabilidade fraca; laranja , vulnerabilidade média;
vermelho vulnerabilidade forte, azul, vulnerabilidade muito forte.
REFERÊNCIAS.
ANDES, J; MENDES, J; ANDRADE, S; CANEPARO, S.C. Risco de enchentes e lógica fuzzi no planejamento da
expansão urbana na microbacia hidrográfica do Arroio Lonqueador (SW/PR). In: XVI Simpósio Brasileiro de
Sensoriamento Remoto – SBSR. 2013. Foz do Iguaçú: Anais... Foz do Iguaçú: INPE, 2013. p. 4578-4585
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. CENTRO NACIONAL DE PESQUISA DE SOLOS. Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos. 2 ed, Brasília: Embrapa Produção de Informação; Rio de Janeiro: EMBRAPA Solos,
2006.
103
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Cidades@. Cidades é uma ferramenta para se obter informações sobre
todos os municípios do Brasil num mesmo ligar. Disponível em: http://www.cidades.ibge.gov.br. Acesso em: 18 novembro
2014.
RAITZ, Crisley S. Análise do Uso e ocupação do solo como suporte a preservação dos recursos hídricos. 2012. 140 f.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012.
104
MODELAMENTO GEOESTATÍSTICO DA PRECIPITAÇÃO E EXTREMOS NO
SUL DO BRASIL
105
MAPEAMENTO DOS RISCOS A NAVEGAÇÃO FLUVIAL E
AO TRANSPORTE DE PETRÓLEO E DERIVADOS NO RIO
MADEIRA
106
tablet Samsung na plataforma Android, instalou-se o aplicativo
Oruxmaps, para gerenciar o mapa em modo off-line com o sistema de
GPS do aparelho ativado. Em testes realizados obteve-se resultados
positivos quanto à orientação e a precisão do sistema. Desta forma, o
presente trabalho apresenta um resultado viável e de baixo custo,
podendo assim suprir as necessidades não somente de embarcações
que transportam petróleo e derivados, mas também de comunidades e
empresas de pequeno porte que necessitam se deslocar por esta
hidrovia, porém sofrem com a falta de recurso que contribuem para um
translado seguro.
107
ANÁLISE ESTATÍSTICA COMO FATOR DE DECISÃO ENTRE
APROVEITAMENTO DA JAZIDA DE GRANITO COMO ROCHA ORNAMENTAL
OU COMO MINÉRIO AURÍFERO
Penna, D.E.P.
108
ANÁLISE DE DIFERENTES RESOLUÇÕES ESPACIAIS PARA A GERAÇÃO
DE ÍNDICE TOPOGRÁFICO.
Gerente, J.1; Luiz, E.L.2; Bini, G.M.P.3
1Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais; 2Universidade do Estado de Santa Catarina; 3Universidade Federal de
Santa Catarina
109
UTILIZAÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS (SIG)
NA GESTÃO DE RECURSOS PESQUEIROS NO SISTEMA DE LAGOS DO
ACORDO DE PESCA JUTAÍ-CLETO RESERVA MAMIRAUÁ
OLIVEIRA, J. V. S.¹; GONÇALVES, A. C. T ²; FERNANDES, S. M. A.³
110
ANÁLISE DA DINÂMICA VEGETACIONAL DIANTE O TEMPO DA SUB-BACIA
DO CÓRREGO HORIZONTE
Reverte, L.S.1; Junior, G.F.S.2; Rodrigues, L.V.3
Universidade Federal do Espírito Santo
RESUMO: O uso da tecnologia nas Geociências tem sido de grande valia na obtenção de dados quantitativos e
qualitativos, sua interpretação tem gerado resultados cada vez mais satisfatórios dentro dos objetivos esperados.
Com a necessidade de aprimoramento e aperfeiçoamento do material geológico moderno, para facilitar cada vez
mais o trabalho profissional, a utilização de softwares e hardwares tem sido cada vez mais aplicado nesse ramo
científico. A análise por meio de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) do desenvolvimento florestal da Sub-
bacia do Córrego Horizonte se fez necessária para avaliação dos resultados de métodos aplicados para
reflorestamento e preservação de nascente e corpos d'água na região da cidade de Alegre, extremo sul do
Espírito Santo. Com o auxílio da ferramenta Analyst Tools, presente no programa ArcMap 10.2 for Desktop, e com
as fotos aéreas mais antigas registradas de dada área, junto das ortofotos mais recentes, foi possível estimar e
levantar visualmente, através da fotointerpretação, a área florestal que se desenvolveu entre os anos de 1970 e
2007. De acordo com a análise e interpretação dos dados fotointerpretados no software, houve um aumento de
38,02% da área total de cobertura florestal, acompanhado do surgimento de 5 novos fragmentos florestais,
representando uma quantia de 20,83% de acréscimo. Porém, analisando minuciosamente as características dos
fragmentos, tem-se um principal desenvolvimento de menores formas geométricas, onde o espaço florestal não
ultrapassa a 1 hectare, e os corpos de maiores formas geométricas, que ultrapassam a 20 hectares, mantém uma
constante de densidade vegetacional. Da comparação entre ambas áreas e informações obtidas no levantamento,
pode-se inferir que medidas protetivas e de recuperação de nascentes e corpos d'água têm sido efetivas na
recuperação do meio ambiente, mais precisamente dos recursos florestais da sub-bacia local, porém essas
medidas não garantem ausência do comprometimento e fragilidade dessas área estudadas, visto que certos
fragmentos apenas mantiveram sua dinâmica vegetacional diante o tempo. Deve-se destacar que o caráter cíclico
do processo influencia no reflorestamento, ou seja, cada vez mais que se preserva nascentes e bordas de planos
hídricos, mais haverá abundância na disponibilidade freática, e sendo assim, ocorrerá o retorno aos benefícios das
variáveis de formação vegetacional.
111
FOTOINTERPRETAÇÃO DIGITAL COM BASE EM ANAGLIFOS, A
METODOLOGIA APLICADA NA GERAÇÃO DE MAPAS GEOLÓGICOS
Cruz, R.F.; Iglesias, C.M.F.
CPRM – Serviço Geológico do Brasil / Superintendência Regional de Porto Alegre
112
SISTEMA DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS COMO FERRAMENTA PARA
CADASTRO E IDENTIFICAÇÃO DAS OCORRÊNCIAS MINERAIS DO
MUNICÍPIO DE JAÚ, ESTADO DO TOCANTINS
Almeida, F.L.1; Ribeiro,R.R.2; Rodrigo, M.M.M.3
1 2 3
Centro Universitário Luterano De Palmas; Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Centro Universitário
Luterano De Palmas
RESUMO: O Brasil é um país rico em matérias primas e riquezas naturais, sendo um dos
grandes produtores mundiais desses bens. O conhecimento de geolocalização dessas riquezas
naturais, os levantamentos geológicos e mapeamentos em diversas regiões são de suma
importância para o melhor aproveitamento destes recursos. Baseando-se na necessidade de
um acesso rápido e eficiente das informações relacionadas aos nossos bens minerais, este
trabalho consiste na elaboração de um Sistema de Informações Geográficas (SIG), com a
criação de bancos de dados georreferenciados do município de Jaú do Tocantins no estado do
Tocantins, facilitando, assim, a gerência de tais bens por parte dos gestores e das partes
interessadas nesse tipo de informação. A elaboração do SIG de Jaú fez uso de informações
que foram obtidas por meio de arquivos disponibilizados pelo Departamento Nacional de
Produção Mineral (DNPM) e a Secretaria do Planejamento e Orçamento (SEPLAN). A partir
destes dados foi criado um banco de dados georreferenciados. As informações sobre a região
que já estavam disponíveis foram editadas no software ArcGis, no qual foi elaborado um Banco
de Dados Cadastrais voltado aos dados georreferenciados, oferecendo aos usuários as
informações relevantes sobre o setor mineral do município. A edição desses dados permitiu a
geração de mapas temáticos, que podem ser visualizados e impressos contendo as
informações de interesse para o seu usuário. Foram gerados mapas com a geologia, onde é
possível visualizar as unidades estratigráficas encontradas e mapas contendo as substancias
já requeridas nessa região. Relacionar os arquivos gerados no Banco de Dados criado é uma
das ferramentas que o SIG de Jaú oferece para auxiliar os interessados na atividade mineral
da região. A manipulação dos dados no software permite que os arquivos sejam sobrepostos,
ou seja, permite que o usuário faça relações com os arquivos de acordo com o seu interesse e
a finalidade do seu trabalho. Essa sobreposição foi feita com os arquivos voltados à geologia
de Jaú do Tocantins e os dados dos requerimentos minerários da região onde é possível
verificar quais unidades estratigráficas tem o maior índice de requerimentos no munícipio. A
produção de dados e disponibilização de informações em todas as áreas cresceu
exponencialmente, juntamente com evolução da tecnologia. No meio da mineração não foi
diferente, pois cada vez mais uma grande quantidade de dados é produzida pela comunidade
geológica, por órgãos do setor mineral e pelas próprias empresas de mineração. Usar essa
quantidade de informação produzida e a tecnologia em prol da mineração pode significar um
avanço no setor. A criação do SIG de Jaú do Tocantins facilitou o acesso do usuário as
informações que já estavam disponíveis, com a vantagem de estarem selecionadas e editadas
somente para município, colaborando para o desenvolvimento do setor na região.
113
OPTIMIZATING THE DETECTABILITY OF MICROSESIMICITY ASSOCIATED
WITH STRESS-RELIEF MECHANISM BY RELATIVE RAYLEIGH WAVE
VELOCITY CHANGE
1 Department of Civil and Environmental Engineering, University of Brasilia, 2 Institute of Geosciences, University of
Brasilia,3Engineering Faculty, National Autonomous University of Mexico, Mexico,4 Department of Earth Sciences and
Research Centre for Geological Risks (CERI) University of Rome “La Sapienza”, Italy, 5 Department of Geophysics,
University of Rio Grande do Norte do Natal, Brazil,
SUMMARY: The major terrestrial hazards throughout the globe are caused by Stress Relief
Mechanisms (SRM)associated with material instabilities, which growth with time and lead to final
collapse. The seismic signals emitted by these SRMs have their specific frequency range, duration
and spectra. If these singles are properly understood,the mitigation of major hazards like
landsliding, erosion, structural health and sinkholes collapse can be done through strengthening
the Early Warning Systems (EWSs).The problem lies at the detectability of signals in highly
attenuative medium like clay and low signal to noise ratio (SNR), as is the case with tropical
Brazilian clay.
The present study is a novel attempt in order to understand SRM associating with prototype
laboratory scale experiment. The experiment was conducted in the experimental field of University
of Brasilia, Brazil. The experimental setup consists of a shear box full of compacted Brazilian
tropical clay. This tropical clay is highly attenuative that makes the detection of signals
challenging.That's why instead of signal noise is used. This shear box is pulled on the two metered
scale grass free corridor with constant velocity. This setup is assumed to be the same as
happening in the real landsliding when the two surfaces slide past each other.
The Rayleigh wave velocity, sensitive to the stress changes in the medium, were monitored by a
very dense network of short period seismometers (Sercel L4C-3D) deployed in three circular arrays
with radius varying from 2 meters, minimum, to 10 meters, maximum. These sensors were time
synchronized by 20 GPS. The data was recorded with dataloggers (RefTek DAS-130/3) in
continuous mode at sampling rate of 500 Hz for 30 minutes.
The noise processing was done by the MSnoise software. After initial processing, the green
function (GF) or impulse response was calculated between each pair of sensors by cross
correlation at time step of 4 second.All individual GFs, for entire period (30 minutes) were stacked
to obtain a singlereference GF. Stretching (dt/t) in waveform is calculated by subtracting individual
GF from average GF. Through this stretching change in Rayleigh wave velocity is obtained as
dv/v=-dt/t. The results of this experiment can be applied to real landslide as an optimizing tool for
the detection of stress relief mechanism caused by the dynamism of unstable slopes.
114
CARACTERIZAÇÃO GEOQUIMICA DA FOLHA IRAUÇUBA (SA.24-Y-D-V)
ATRAVÉS DAS ANÁLISES FATORIAIS DE COMPONENTES PRINCIPAIS E
DE CORRESPONDÊNCIA
Marques W.S.1, Naleto J.L.C.1
1
Serviço Geológico do Brasil-CPRM
115
O ajuste e atualização de bases cartográficas 1:100.000 na composição de
Sistemas de Informação Geográfica para mapeamento geológico e de
recursos minerais
Giana Grupioni Rezende1; Ricardo Duarte de Oliveira1, Rui Arão Rodrigues1, Ademir Evandro
Flores1, Raquel Barros Binotto1, Ana Claudia Viero1
1
MME/CPRM, Superintendência Regional de Porto Alegre (SUREG-PA)
116
SIMULAÇÃO NÃO-CONDICIONAL GAUSSIANA APLICADA AO ESTUDO DE
MALHA ÓTIMA DE SONDAGEM NO DEPÓSITO DE FERRO DA SERRA DO
SAPO – SISTEMA MINAS-RIO – CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO - MG
Guimarães, F.R.1; Harley, M. 1, Sawasato, E.1; Dias, G.S.1 Rocha, A.D.1
1
Anglo American – Iron Ore Brazil
RESUMO: O objetivo deste estudo é avaliar a distribuição do erro dos teores de ferro e
contaminantes obtido por diferentes malhas de sondagem usadas no controle de qualidade do
depósito de ferro de baixo teor da Serra do Sapo, inserido no complexo minerário Minas-Rio,
que vai de Conceição do Mato Dentro em Minas Gerais ao Porto de Açú no Rio de Janeiro. A
definição da malha de sondagem tem o intuito de definir qual é o menor espaçamento possível
para se obter o menor erro aceitável na estimativa, auxiliando nas destinações durante a lavra
(envio do material direto para a planta de beneficiamento, pilhas de estéril ou para pilhas de
estoques de minério). Os resultados obtidos a partir desta pesquisa, permitiram a definição das
campanhas de sondagem de circulação reversa, minimizando os riscos de se alimentar a
planta de beneficiamento com teores indesejados ou fora das especificações. Os erros
calculados para os teores de ferro, silica, alumina e fósforo, individualmente para os principais
tipos litológicos que ocorrem na região, foram estabelecidos para 10 padrões de espaçamento
de sondagem diferentes e calculados em blocos condizentes com uma escala de seletividade
mímina de lavra. O método selecionado para essa análise foi o da simulação não-condicional
gaussina, principalmente para minimizar os efeitos de suavisação em torno da média, que são
fornecidos pelos algoritmos de estimativas convencionais como na krigagem simples e
krigagem ordinária. Uma investigação prévia, com equipe de metalurgia e processos, sobre o
limite de aceitabilidade da planta de beneficiamento relacionado a variabilidade dos teores foi
estabelecida e usada como referência na análise dos resultados. Em geral, os erros absolutos
calculados para a variável ferro foram superiores nas litologias de minério friável (itabirito friável
e itabirito friável aluminoso) em comparação com os itabiritos semi-friáveis e não
intemperizados, independente da malha. Dentre os 10 padrões de espaçamento avaliados, a
malha 12.5x12.5m foi a que apresentou o menor erro absoluto, no entanto, essa malha foi
inviabilizada do ponto de vista operacional e econômico. Já os erros calculados para
espaçamento de sondagem 25x25m foram os que mais se aproximaram dos valores de
aceitabilidade da planta de beneficiamento. Durante as operações de lavra, blendagens do
itabirito friável com as demais litologias que apresentaram erros menores ocorrem
frequentemente, no entanto, o estudo foi direcionado para calcular as incertezas
individualmente por litologia. Diferentes proporções de minério alimentado foram consideradas
para os estudos de reconciliação entre os erros calculados pela pesquisa com os resultados
calculados na planta de beneficiamento. Portanto, os resultados de reconciliação química
calculados em uma área sondada na malha 25x25m com os resultados obtidos na usina
apontaram uma estreita correlação tanto para os valores de ferro quanto para os valores dos
elementos deletérios, sugerindo até o momento, que este espaçamento é o mais apropriado
para ser usado no controle de qualidade do Depósito da Serra do Sapo.
117
CONFECÇÃO E ADEQUAÇÃO DE BASES CARTOGRÁFICAS PARA CARTAS
DE SUSCETIBILIDADE NO ESTADO DE SANTA CATARINA
Ricardo Duarte de Oliveira1, Giana Grupioni Rezende1, Rui Arão Rodrigues1, Ademir Evandro
Flores1,
1
MME/CPRM, Superintendência Regional de Porto Alegre (SUREG-PA)
118
PORTAL DE MAPAS GEOLÓGICOS
Schettino, V. R.1; Oliveira, F. B.1; Figueiredo, A. C.1, Nascimento, I. C.1
1
Universidade Federal do Espírito Santo
119
VARIAÇÃO DA LARGURA DA PRAIA E DA DIMENSÃO DOS CAMPOS DE
DUNAS NO BALNEÁRIO CHUÍ (BR) E NA BARRA DEL CHUY (UY) ENTRE
1964 E 2011
O Balneário Chuí, localizado no município de Santa Vitória do Palmar-RS, é uma estreita feição
costeira de traçado irregular, assimétrico, adjacente a uma feição de falésias erosivas, que são
produtos da Barreira III, desgastada pela ação dos agentes mesológicos atuantes. O
surgimento do balneário é do início do século XX. O limite geomorfológico da divisa
internacional com o Balneário Barra del Chuy (Uruguai) se dá através do Arroio Chuí.
Anteriormente à construção dos molhes em 1975, o arroio migrava ao longo da linha de costa,
por vezes provocando o total fechamento da barra. Este trabalho centrou sua análise na
variação da largura da praia e na dimensão dos campos de dunas nos anos de 1964 e 2011,
utilizando fotografias aéreas de 1964 e uma imagem de satélite RapidEye, datada de
06/05/2011, em um ambiente SIG (Idrisi Selva e ArcMap™ 10.0). A imagem RapidEye já se
encontrava georreferenciada e serviu como base para o georreferenciamento das fotografias
aéreas. O mapeamento foi realizado através de interpretação visual e vetorização manual,
sendo que a largura da praia e a dimensão dos campos arenosos foram definidas com base
nos parâmetros de forma, padrão geométrico, textura e tonalidades de cinza. Os arquivos
vetoriais gerados foram transformados em rasters e analisados através do módulo Land
Change Modeler, que possibilitou avaliar as alterações de forma quali-quantitativa. O setor
definido como “Praia UY” diminuiu 0.385 km² em área ocupada pelas dunas, principalmente ao
sul da área urbanizada do balneário. Na proximidade do molhe do lado uruguaio houve um
aumento de 0.0842 km² na largura da praia. Já no setor mapeado como “Praia BR” percebeu-
se um aumento de 0.16 km² na faixa de praia, região que correspondia ao Uruguai antes da
construção dos molhes, em 1975. Houve uma diminuição de 1.05 km² de campos de dunas,
ao norte da área urbanizada, onde atualmente nota-se a dispersão de espécies exóticas. Nas
fotografias aéreas de 1964 foram observados campos arenosos na direção do interior do
continente, totalizando uma área de 1.05 km² na parte uruguaia e 3.84 km² na parte brasileira.
Já em 2011, esses valores foram reduzidos para 0.02 km² e 0.45 km², respectivamente. No
caso do Uruguai, observa-se que os campos arenosos foram substituídos por áreas de
vegetação predominantemente rasteira. Já no caso do Brasil parece ter ocorrido uma invasão
de espécies exóticas. Nas imagens de 1964 foi observada uma área de florestamento ao sul da
divisa entre Brasil e Uruguai, mas não foi constatada a invasão e/ ou plantio de espécies
exóticas do lado brasileiro. Já nas imagens de 2011, essas espécies são bastante visíveis de
ambos os lados da fronteira. Neste caso, existe possibilidade de ter ocorrido um processo de
dispersão, tendo em consideração que ventos do quadrante sul/ sudeste são frequentes na
região de estudo. A análise das variações nesses ambientes contribui para se efetuar um
melhor planejamento ambiental e urbano e auxilia ações de gerenciamento costeiro nos
balneários.
120
GEOPROCESSAMENTO APLICADO À ANÁLISE LITO-PEDOLÓGICA DA
BACIA RIO DE JANEIRO - BA
Gomes, L.S.1; Araújo, T.W.A1; Santos,C.S.1; Santos; J.Y.G. 1
1
Universidade Federal do Oeste da Bahia
RESUMO: O presente trabalho teve como objetivo realizar uma análise lito-pedológica da
Bacia do Rio de Janeiro e a correspondência entre seus aspectos fisiográficos a partir de
técnicas de Geoprocessamento. A Bacia Rio de Janeiro é uma das sub-bacias que compõem a
Bacia do Rio Grande, localizada no oeste da Bahia, com uma extensão de aproximadamente
3.813 km² e altitudes variando de 471 à 912 metros. Para se realizar a análise dos aspectos
lito-pedológicos e fisiográficos da Bacia do Rio de Janeiro, foram utilizadas técnicas de
Geoprocessamento, um modelo digital de elevação da Shuttle Radar Topography Mission
(SRTM), mapas geológicos, geomorfológicos e pedológicos da área da bacia. A utilização de
dados de detecção remota e técnicas de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) permitiram
a obtenção de informações importantes de forma rápida e precisa da bacia hidrográfica. A
partir da análise dos aspectos lito-pedológicos e fisiográficos da Bacia Rio de Janeiro, pode-se
contatar que afloram 4 unidades lito-estratigráficas: Formação Serra da Mamona, representada
por metassiltitos, metarenitos, ardósias, mármores e metamargas; formação Riachão das
Neves, constituída por metarcóesos, metasiltitos e mármores, ambas pertencentes ao grupo
Bambuí (Neoproterozóico); grupo Urucuia (Neocretáceo) composto por arenitos, argilitos e
paraconglomerados; e Coberturas aluvionares formado por depósitos de cascalho, areia, silte
e argila. Inserida geomorfologicamente no Plano sub-estrutural dos gerais e Patamares
estruturados – Chapadão Ocidental do São Francisco, com relevo aplanado, sustentado pelo
Grupo Urucuia e capeados por materiais dentríticos e patamares marginais do grupo Bambuí.
Os relevos possuem feições geralmente convexas ou convexo-côncavas, separadas por vales
chatos ou agudos, formando uma drenagem dendrítica ou ramificada. O mapa de solos
permitiu visualizar a predominância de Latossolos Amarelos Distróficos, Neossolos
Quartzarênicos Distróficos e Neossolos Litólicos Eutróficos e Distróficos. Integrando os dados
de declividade e de solos tem-se que: as áreas com Latossolos possuem declividades de muito
baixa à média e são resultados da pedogênese do Urucuia e dos depósitos aluvionares; as
áreas com Neossolos Quartzarênicos possuem declividades de média a muito alta e são
produtos dos processos intempéricos do Urucuia, repousando sobre o grupo Bambuí, isso é
justificado pela erosão e transporte dos sedimentos pelo Rio de Janeiro; os Neossolos Litólicos
Eutróficos situam-se próximo ao exutório da bacia, em áreas com declividades que variam de
muito baixas a muito altas e são oriundos principalmente da pedogênese das rochas da
Formação Serra da Mamona e Riachão das Neves; os Neossolos Litólicos distróficos estão
localizados nas áreas com maiores altitudes da Bacia Rio de Janeiro, com declividade que
varia de muito baixa a media, e são oriundos dos processos intempéricos e erosivos do Grupo
Urucuia. A análise permitiu o detalhamento e individualização das classes geológicas,
geomorfológicas e dos solos em níveis categóricos mais detalhados e a geração de mapas
temáticos, o que demonstra que o Geoprocessamento é uma ferramenta eficiente para análise
de aspectos lito-pedológicos e fisiográficos de bacias hidrográficas.
121
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E ANÁLISE POR KRIGAGEM ORDINÁRIA
DE DADOS DE SONDAGENS DA MALHA IV, JAZIDA DE CANDIOTA, RS
Silva, T.C.1; Silva, M.B.1; Silva Júnior, A.A.1
1
Universidade Federal de Pelotas
RESUMO: A área do trabalho enfoca a mina Candiota, Jazida de Candiota, RS, principal jazida
de carvão brasileira. Foram compilados dados pretrográficos e de análises químicas imediatas
da bibliografia das sondagens IV-15, IV-23, IV-29, IV-36, IV-37, IV-42 e IV-45, referentes às
Camadas Inferiores (4, 3, 2 e 1), Camadas Candiota Inferior e Superior e Camada Banco
Louco, e dados de análises químicas imediatas e de descrição dos litotipos do carvão das
Camadas Candiota Inferior e Superior, Camada Banco Louco e Camadas Superiores (3, 4 e 5),
dos testemunhos da sondagem F-428, Malha IV, Mina Candiota. Os objetivos do trabalho
foram a caracterização dos litotipos do carvão e a determinação dos teores de umidade
higroscópica, cinzas, matéria volátil e carbono fixo do carvão de testemunhos da sondagem F-
428; a avaliação e aplicação da krigagem ordinária para a estimativa do comportamento das
variáveis carbono fixo (base seca - b.s.) e espessura nas camadas Inferiores (4, 3, 2 e 1),
Candiota (Inferior e Superior) e Banco Louco; e, a análise estatística dos dados de espessura e
dos resultados das análises químicas imediatas das sete camadas em conjunto. A avaliação
petrográfica indicou que o litotipo predominante nas camadas de carvão dos testemunhos da
sondagem F-428 foi o carvão fosco bandado. Os resultados das análises imediatas mostraram
valores de umidade higroscópica entre 6,96 e 9,40%; teores de cinzas (b.s.) entre 47,26 e
63,42%; matéria volátil entre 17,85 e 22,18% (b.s.); e entre 11,77 e 24,16% para os teores de
carbono fixo (b.s.). A correlação entre os teores de carbono fixo (b.s.) e cinzas (b.s.), para o
conjunto de dados referentes às camadas Inferiores (4 a 1), Candiota e Banco Louco, nas oito
sondagens, foi de -0,819, indicando que o teor de carbono fixo decresceu em relação ao
aumento do teor de cinzas. A análise variográfica, antecessora à krigagem, para as variáveis
espessura e carbono fixo (b.s.), evidenciou a predominância do azimute 165 para a direção de
maior continuidade, principalmente na avaliação de carbono fixo (b.s.). Na etapa de krigagem
ordinária, foi utilizado um tamanho de bloco de 275m; nesta estimativa, para a variável carbono
fixo (b.s.), os valores médios variaram entre 22,11 e 29,36%, correspondentes às camadas
Candiota Superior e Inferior 4, respectivamente; enquanto que para a variável espessura, os
valores médios estimados foram entre 0,36 e 2,68m, referentes às camadas Inferior 4 e
Candiota Superior, respectivamente. Na estimativa da variável espessura, as camadas
Candiota (Inferior e Superior) apresentaram valores médios de 2,58 e 2,68m, respectivamente;
valores no mínimo 2,17 vezes maiores do que os das demais camadas avaliadas. Para estas
duas camadas de maior espessura, os teores de carbono fixo (b.s.) apresentaram, na porção
sul da área estudada, valores acima das médias estimadas. A integração de dados mostrou-se
eficaz na avaliação da área, e as estimativas pelo método da krigagem ordinária apresentaram
boas validações visuais e alguns erros relativos percentuais aceitáveis, mas também erros
discrepantes de até -20,45%; sugere-se ainda o emprego da simulação estocástica, podendo
até mesmo ser comparada com este método de krigagem.
122
O USO DATERRA EM RELAÇÃO A ASPECTOS FÍSICO-GEOGRÁFICOS DO
MUNICÍPIO DE SÃO LOURENÇO DO SUL/RS.
RESUMO: O objetivo desse trabalho foi analisar o uso da terra no município de São Lourenço
do Sul e relacionar aos aspectos físico-geográficos que o caracterizam. O município possui
área total de 2.036,125 km² e 43.111 habitantes (IBGE, 2010), ocorrendo um equilíbrio entre os
residentes nas áreas urbanas (56,22%) e rurais (43,78%). Está inserido no Bioma Pampa e
entre suas principais funções econômicas estão a agropecuária e o turismo. A identificação do
uso da terra, obtida a partir da classificação supervisionada da cena LANDSAT 8 (Jan./2014),
permitiu caracterizar a área de estudo em seis classes: área agrícola, campo, vegetação
arbórea, água, silvicultura e solo exposto. Os usos predominantes no município correspondem
às áreas agrícolas (58,64%), seguido por vegetação arbórea (21,32%) e; campo (17,09%). A
distribuição espacial dos usos possibilitou a identificação de dois grandes setores no município
que se relacionam às características geológicas e geomorfológicas, sendo possível discriminá-
los em setor de planalto (Planalto Rebaixado Sul Rio-Grandense) e setor de planície (Planície
Lagunar). No primeiro setor há predomínio de solos argilosos, que possuem boas
características para a prática de agricultura, sendo os usos da terra representados em um
mosaico de pequenas áreas, correspondentes a pequenas propriedades familiares,
característica desta porção (centro-oeste) do município. Ainda neste setor predominam as
maiores declividades (até 45%) e também as maiores altitudes (até 350m), que representam
entrave ao uso agrícola. As áreas de vegetação arbórea são maiores neste setor e se
concentram em áreas próximas aos cursos de água. No setor de planície o uso da terra se
caracteriza pela ocupação de áreas mais extensas, sendo predominante o uso agrícola,
relacionado ao cultivo de arroz e soja. Os solos deste setor correspondem a neossolos e
planossolos que são solos de média a alta fertilidade e são em geral pouco profundos, sendo
mais utilizados em atividades agrícolas irrigadas. A contraposição entre uso da terra e
declividade revela que as áreas agrícolas constituem uso predominante em todas as faixas de
declividade até 20%; as áreas de vegetação predominam nas declividades superiores a 20%;
as áreas de campo tendem a se concentrar em declividades menores que 20%; a silvicultura
tende a aparecer entremeada às áreas de vegetação arbórea o que pode ser indicativo de sua
dispersão na área do município, fato evidenciado em trabalhos de campo; já o solo exposto
tende a se apresentar de forma dispersa em relação à declividade. Portanto, verificou-se que
as características de uso da terra têm relação direta com os aspectos físicos do município,
influenciando na distribuição espacial dos usos, como é o caso da vegetação arbórea e das
áreas de cultivo de maior extensão. Além disso, verificou-se a presença de áreas agrícolas
(18,42%) em áreas com declividades acima de 45%, o que indica um manejo inadequado do
uso da terra nesta faixa de declividade, podendo estar em descumprimento com a Lei Nº
12.651/2012 (Código Florestal). Trabalhos com a perspectiva temporal se mostram necessários
para comprovar a dispersão de espécies exóticas e também os conflitos quanto ao uso
agrícola.
PALAVRAS-CHAVES: USOS DA TERRA; SOLOS; DECLIVIDADE.
123
USO DE FERRAMENTAS LIVRES DE GEOTECNOLOGIA PARA
IDENTIFICAÇÃO DE LOCAIS PARA DISPOSIÇÃO DE LIXO NO MUNICÍPIO
DE CASTANHAL, NO ESTADO DO PARÁ (BRASIL)
124
IDENTIFICAÇÃO DE ÁREAS DE RISCO AMBIENTAL EM CASO DE
ACIDENTES COM CARGAS PERIGOSAS NA RODOVIA AM-010.
Constantino, R.S.1; Parise, M.2
1
Universidade Federal do Amazonas; Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia / Centro
Regional de Manaus (CENSIPAM/CR-MN);
125
APLICAÇÃO DE SIG NO ESTUDO DA DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DO NSPT
EM CAMADA DE ARGILA SILTOSA DE UMA ÁREA DO SUPERPORTO DE
RIO GRANDE–RS
Silva, B.M.C.1; Alves, A.M.L.2
1 2
Universidade Federal do Rio Grande - FURG; Universidade Federal do Rio Grande - FURG
126
Mapeamento Geoquímico Regional por Sedimentos de Corrente entre o
limite da Faixa Brasília e o Cráton do São Francisco: Integração do Projeto
Vazante-Paracatu 1 e 2.
Marques, E.D.1; Pinho, J.M.M.1; Santos, E.A.M.1
1
CPRM – Serviço Geológico do Brasil, Superintendência Regional de Belo Horizonte.
127
A UTILIZAÇÃO DE GEOPROCESSAMENTO PARA A AVALIAÇÃO DE ÁREAS
POTENCIAIS À INSTALAÇÃO DE ATERROS SANITÁRIOS EM
PARAGOMINAS – PA
Morgado, M.M.1; Lopes, K.S.2; Azevedo, T.N.A.3; Carvalho, F.H.S.4
1 2 3 4
Universidade Federal do Pará, Universidade Federal do Pará, Universidade Federal do Pará, Universidade
Federal do Pará
128
USO DAS GEOTECNOLOGIAS PARA A SELEÇÃO DE ÁREA APTA A
IMPLANTAÇÃO DE MINERADORA
Santos, R.L.R¹; Melo, D.H.C.T.B.¹; Silva, H.M¹.
¹Universidade Federal da Bahia
129
MODELAGEM DE PREVISÃO DE RESERVATÓRIOS DE ÁGUAS
SUBTERRÂNEAS NO AQUÍFERO CÁRSTICO SALITRE NA REGIÃO DE
IRECÊ-BA, UTILIZANDO TÉCNICAS DE INFERÊNCIA ESPACIAL.
Almeida, R.C.1; Santos, N.P.S.1; Pereira, F.S.1; Negrão, F.I.2
1 2
Escola de Engenharia de Agrimensura; CPRM – Serviço Geológico do Brasil
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo propor uma modelagem espacial de previsão de
reservatórios aquíferos utilizando Lógica Fuzzy na região de Irecê - Bahia, para definir áreas
favoráveis à ocorrência de água subterrânea com possibilidades de vazões mais altas viáveis
para utilização na irrigação e outros usos. A área em estudo é o aquífero cárstico Salitre, que
se localiza na microrregião da bacia de Irecê, situada na porção centro-norte do estado da
Bahia. O recorte espacial é limitado pela folha Irecê (SC.24-Y-C-I). A litologia da bacia de Irecê
é constituída por espessas sequências de calcarenitos, calcilutitos, calcissiltitos e dolomitos
intercalados, por vezes, com sequências terrígenas subordinadas, constituídas por silexitos,
arenitos, siltitos, laminitos e margas, com uma espessura máxima de 530m. A região foi
escolhida para este trabalho por se tratar de uma área inserida dentro do semiárido, onde a
água tem uma relevância considerável, muitas vezes a única alternativa de abastecimento,
principalmente, para a agricultura. Os poços tubulares existentes na região foram cadastrados
no Banco de dados da CERB (Companhia de Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos da
Bahia) e CPRM (Serviço Geológico do Brasil) através do SIAGAS (Sistema de Informações de
Águas Subterrâneas). Ao todo foram cadastrados 949 poços com vazões entre 0 e 99 m3/h. Os
parâmetros selecionados para fazer o processamento foram: poços, geologia, modelo digital de
elevação (MDE), lineamento estrutural, dolinas e precipitação. Para os poços, seleciona-se a
vazão; na geologia a unidade Nova América foi definida como a mais favorável; para o MDE
foram selecionadas as zonas mais planas e mais baixas; na geologia estrutural a favorabilidade
se dá pelas suas zonas de proximidade; para as dolinas foram consideradas a sua presença ou
ausência; e na pluviosidade considerados os valores mais altos. O método de inferência
espacial utilizado foi realizado com base na Lógica Fuzzy, onde para cada um dos parâmetros
escolhidos foi atribuído um valor variando de 0 a 1. Estes pesos são atribuídos tendo como
referência conhecimentos prévios adquiridos na análise e descrição dos parâmetros
selecionados. A utilização da Lógica Fuzzy permitiu delimitar a potencialidade hídrica dos
reservatórios aquíferos da área de estudo em 5 níveis: muito baixo, baixo, médio, alto e muito
alto. Bem como gerar áreas potenciais de ocorrência de águas subterrâneas com possibilidade
de determinar o melhor local para perfuração. Concluindo, mostra-se que a utilização da
modelagem espacial pode ser utilizada como mais uma ferramenta para auxiliar na tomada de
decisão sobre a gestão dos recursos hídricos em terrenos cársticos.
130
SIG COMO FERRAMENTA GEOTECNOLÓGICA PARA OTIMIZAR ESTUDOS
DEMOGRÁFICOS DE CARACTERIZAÇÃO DE LOCAL DO DEPÓSITO
INTERMEDIÁRIO DE REJEITOS RADIOATIVOS “DFONTE”.
131
DELIMITAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO DE ONDAS
– BARREIRAS/BA
132
final dessa operação é um mapa de hierarquia de canais da Bacia do Rio de Ondas,
juntamente com o recorte da bacia.
133
MODIFICAÇÕES NOS CAMPOS DE DUNAS E AMBIENTES ASSOCIADOS NO
MUNICÍPIO DE RIO GRANDE – RS, EM 1947 E 2014
Sfredo, G.A.1; Tagliani, C.R.A.2
1 2
Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Universidade Federal do Rio Grande
O município de Rio Grande, RS, foi fundado em 1737 às margens do estuário da Lagoa dos
Patos. Desde a sua fundação, as várias fases de desenvolvimento e crescimento econômico e
urbano sempre estiveram ligadas a alguma forma de modificação do ambiente natural. Os
campos de dunas na área emersa da península, onde se localiza a cidade, foram os ambientes
que mais sofreram impactos do crescimento urbano ao longo do tempo. O artigo 3º da
Resolução CONAMA Nº 303 de 20 de março de 2002, passou a considerar as dunas, em toda
sua extensão, como Áreas de Preservação Permanente (APPs), protegendo esses importantes
ambientes da zona costeira. Este trabalho analisou parte dessas modificações, no período
compreendido entre 1947 e 2014, utilizando fotografia aéreas de 1947 e imagens de satélite do
software Google Earth Pro, datadas de 05/01/2014, em um ambiente SIG (ArcMap™ 10.0 e
Idrisi Selva) com apoio dos softwares AutoCAD Civil 3D, Global Mapper 11 e CartaLinx. Todas
as imagens foram georreferenciadas e as classes de mapeamento foram definidas com base
nos parâmetros de forma, padrão geométrico, textura e tonalidades de cinza. O mapeamento
se deu através de interpretação visual e vetorização manual. A seguir, os arquivos vetoriais
foram convertidos em formato raster e analisados através da ferramenta Land Change Modeler
do SIG Idrisi, que permitiu avaliar de forma quali-quantitativa as principais alterações nas
classes de dunas, lençóis arenosos e região interdunas. Nas imagens de 1947 foram
identificados grandes depósitos eólicos formados na direção do vento predominante, nordeste,
que correspondem a campos de dunas transgressivos. Essas feições são formadas por
movimentos transgressivos de areia sobre terrenos vegetados ou semivegetados. A classe
dunas em 1947 totalizava uma área de 34 km² e em 2014 apresentou apenas 2.5 km², o que
representou um decréscimo de 92.65%. Os lençóis arenosos, relacionados a superfícies que
sofreram desagregação e transporte eólico sobre vários ambientes, como cordões litorâneos e
terraços lagunares, apresentaram decréscimo de 28.6 km² em 1947 para 4.6 km² em 2014. Já
as regiões interdunas foram observadas, em sua predominância, no interior de campos de
dunas livres e apresentaram redução de 3.5 km² para 0.4 km². O estudo mostrou que o
decréscimo desses ambientes esteve intrinsicamente ligado ao processo de urbanização no
município de Rio Grande, como consequência do desenvolvimento socioeconômico em várias
fases, e mais recentemente pelo crescimento do Porto do Rio Grande, o único porto marítimo
no Estado. Os resultados desse estudo reforçam a necessidade de se efetuar a gestão dos
ambientes naturais nas zonas costeiras levando em conta a legislação ambiental que os
protege. O reconhecimento das alterações e mesmo a perda desses ambientes naturais, serve
de alerta, ao mesmo tempo em que dá suporte às ações de gestão ambiental da cidade e a
ordenação do crescimento urbano a partir de então, de modo a preservar as APPs cessando
os impactos ambientais.
134
MAPA E BANCO DE DADOS GEOLÓGICOS DA VILA CRUZEIRO DO SUL,
PORÇÃO SUL DO DOMÍNIO BACAJÁ.
Félix-Silva, A.D 1, Almeida, J.A.C 1, Feio, G.R.L1.
1
Faculdade de Geologia, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Marabá, Pará.
RESUMO: A Vila Cruzeiro do Sul, alvo deste estudo, é uma das áreas com maior carência de
conhecimento geológico do Domínio Bacajá, Província Transamazonas, Cratón Amazônico.
Recentemente, um extenso acervo de informações geológicas (amostras de rochas, lâminas
delgadas, mapas geológicos e temáticos, dados estruturais, etc.) foi gerado através de
trabalhos de campo realizados por estudantes e pesquisadores do curso de Geologia da
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. Este trabalho mostra o resultado de
reinterpretações e integração de dados geológicos, tendo como produto final a geração de um
mapa geológico na escala 1:70.000 em ambiente de SIG geológico, atrelado a um banco de
dados vetoriais em arquivos de formato shapefile, reunindo as informações geológicas
existentes e a descrição do quadro geológico da área da Vila Cruzeiro do Sul. As unidades
geológicas são delimitadas em padrão de polígonos, e as estruturas geológicas, drenagens e
estradas estão em formato de linhas, já os pontos de amostragem, locais de fazendas e vilas,
são representados em formato de pontos. Todas as informações são atreladas a um banco de
dados organizado com suas respectivas tabelas de atributos, discriminando as informações
disponíveis. Dentro do SIG Geológico, os dados de imagem são representados por arquivos
raster, em formato geotiff, possibilitando a fotointerpretação dos produtos aerogeofísicos de
magnetometria de amplitude do sinal analítico, composição ternária, gamaespectrometria
(canal do Thório), e topográficos, provenientes dos modelos digitais de terreno. O mapa
geológico da Vila Cruzeiro do Sul mostra que esta área é caracterizada por um mosaico de
zonas de cisalhamento transcorrentes curvi-planar interconectadas com direção preferencial
NW-SE. As unidades dominantes na área são representadas pelo Complexo Cajazeiras e
Granulito Novolândia. Esta última unidade foi afetada de modo mais intenso por zonas de
cisalhamento, onde são comuns a ocorrência de foliações S-C e de porfiroclastos evidenciando
movimentação sinistral destas zonas. Enclaves anfibolíticos e migmatitos são mais volumosos
nesta unidade em comparação ao Complexo Cajazeiras. Esta pesquisa é uma contribuição
técnica-científica relevante para uma região com extrema carência de estudos geológicos,
onde até os dias atuais só dispunha de mapas geológicos em escala regional (1.1.000.000).
Com a integralização dos produtos disponíveis, este trabalho buscou resgatar e filtrar os dados
multifontes, consolidando-os e contribuindo assim para melhorar o entendimento do quadro
geológico do Domínio Bacajá, bem como servir de base para abrir um leque de
questionamentos científicos, acerca da origem e evolução das unidades geológicas que
afloram na área da Vila Cruzeiro do Sul.
135
FILTERING ACQUISITION ARTIFACTS AT MULTIPLE SCALES FROM A
SEISMIC-DERIVED SEAFLOOR MAP WITH FACTORIAL KRIGING
Carvalho, P.R.M.1; Araújo, M.G.S.1; Costa, J.F.C.L.2; Rasera, L.G.3; Varella, L.E.S.1
1 2 3
Petrobras S.A.; Universidade Federal do Rio Grande do Sul; University of Lausanne
ABSTRACT: Accurate seafloor maps are critical in offshore petroleum projects. Almost all
modeling workflows depend on it including pore pressure modeling and reservoir
geomechanics. These studies generally involve sums of properties along the vertical,
consequently noise or acquisition artifacts at the seafloor map tend to propagate and even
amplify in the subsequent models taking seafloor as input. Seafloor maps are acquired by
means of sensing technology and other procedures, which expectedly introduce noise and
artifacts. Moving window filters are easy to use, fast to compute and are data-dependent,
however they are unable to discern noise, artifacts and signal, either in spatial or frequency
domains. Convolution-based algorithms are effective spatial filters but they are data-
independent. Spectral analysis filters can pose problems with irregular data or when noise,
artifacts and geological information overlap in the frequency domain. Factorial kriging (FK) is a
data-dependent spatial filter based on the principle that structurally complex information is a
sum of independent information components that yields an estimate decomposed into factors,
each corresponding to a variogram nested structure. Hence, this method can be used to
separate acquisition artifacts from an already noise-free seafloor information based on their
different spatial structures modeled by data-adherent variograms. This work investigates a FK
application to filtering artifacts in seismic data as, differently from random noise, are spatially
correlated information components mixed with seafloor information. Initially, the bathymetric
trend was removed in order to make the case stationary and a high-resolution variogram map
was computed in the frequency domain via Fast Fourier Transform (FFT), which enabled a full
2D approach to variogram modeling. The approach consisted of fitting theoretical variogram
surfaces to the experimental variogram map allowing the identification and modeling of nine
nested variograms. Search strategies were envisaged in order to select a small number of
informative samples to reduce kriging runtime and, at the same time, cover the necessary
variability. A workflow is demonstrated on a large seismic-derived seafloor 2D map, detailing
each step with emphasis on the sensitive variogram modeling step, followed by search strategy
definition, choice of the geology-bearing factors and trend addition for seafloor restoration. The
results revealed delicate seafloor features that were previously unseen in the original map,
obfuscated by prominent artifacts.
136
MODELO CRONOINFORMATIVO DA GEODIVERSIDADE GEOLÓGICA DO
CAMPUS DA UFRRJ SEROPÉDICA: UMA ANÁLISE POR
GEOPROCESSAMENTO
RESUMO: A franca expansão vivida pelas universidades federais do Brasil, também impactou
fortemente a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), inserida no contexto
estratégico da Baixada Fluminense e da Bacia do Rio Guandu. A demanda por melhor
planejamento e ocupação de seu polígono territorial mobilizou diversos setores e grupos de
pesquisa na liderança e na elaboração de seu Plano Diretor Participativo. O Departamento de
Geociências desta Universidade, em especial o Laboratório de Geoprocessamento Aplicado,
contribuiu com o mapeamento e o diagnóstico sócio-ambiental do campus de Seropédica. Um
dos principais produtos é a BDG-UFRRJ (Base de Dados Georreferenciada), que consiste em
17 mapas temáticos, como Geologia, Geomorfologia, Solos, Edificações de Institutos e Órgãos
Administrativos, Uso e Ocupação do Solo, Área Edificada, Proximidades de Drenagem, Vias
Pavimentadas, dentre outros, além de mapas avaliativos em resposta às questões ambientais
mais cruciais, por exemplo, Mapa de Avaliação de Áreas com o Potencial para Expansão de
edificações, Áreas com o Potencial para Compostagem, Áreas com potencial para disposição
de Resíduos Sólidos. Todos esses mapas e suas questões ambientais associadas foram
desenvolvidos no ambiente Vista/Saga, desenvolvido pelo LAGEOP-UFRJ, uma suíte de
softwares livres de inovação e geo-inclusão, que por meio da varredura analítica por
geoprocessamento permite visualizar e governar dados georreferenciados. Este trabalho tem
como objetivo a construção de um modelo cronoinformativo, a partir de dados espacializados
de geologia e geomorfologia, sobre a área do campus da referida universidade. Este modelo
visa reconstruir a evolução geológica e geomorfológica, com o intuito de resgatar os cenários
pretéritos até o cenário atual, este confirmado pela expressão superficial das entidades
litológicas e geomórficas dentro do polígono territorial da UFRRJ. Dentre as entidades
geológicas destacam-se os migmatitos do embasamento pré-cambriano pertencentes ao
Complexo Rio Negro, a ocupar 295 hectares e corresponde a cerca de 9% da geologia do
campus, pertencente ao Terreno Oriental da Faixa de Dobramentos Ribeira, que remonta a
amalgamação do supercontinente Gondwana, no Neoproterozóico. O pacote sedimentar é
representado pelos depósitos areno-argilosos de cobertura com lentes de argila orgânica em
subsuperfície com 2.300 hectares, ou seja, mais de 78% da expressão da geologia no território
da universidade, inclui também depósitos argilosos de cobertura e arenosos em 346 hectares
ou mais de 11% da geologia do campus. Estes são frutos da reativação Wealdiana e da
respectiva abertura do Oceano Atlântico Sul e a instalação do Sistema de Riftes Continentais
do Sudeste Brasileiro, dede o final do Período Cretáceo e ao longo de toda a Era Cenozóica,
marcado pelas diversas mudanças e fases na sedimentação dos rios na região. Os principais
constituintes geomorfológicos são as planícies coluvio-aluvionares, que constituem cerca de
1.700 hectares ou mais de 57% das entidades geomorfológicas expressas na superfície, assim
como as colinas aplainadas, com cerca de 230 hectares ou quase 8% do território do campus.
Juntas, essas classes representam, respectivamente, grábens/hemi-grábens e horsts, do
embasamento retrabalhado e com preenchimento sedimentar, no contexto do sistema rifteano.
137
ESTUDO DA DINÂMICA ESPACIAL E TEMPORAL DOS FOCOS DE CALOR
NA MICRORREGIÃO DO LAGO DE TUCURUÍ ENTRE OS ANOS DE 2010 A
2014
Santos, P. N. 1; Figueiredo, W. P. B. 2; Silva, W. L. G. 3; Amorim, F. S. 4
1,2,3,4
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará – Campus Tucuruí
138
ATUALIZAÇÃO DA BASE DE DADOS DO ATLAS BRASILEIRO DE
DESASTRES NATURAIS NA MESORREGIÃO DO BAIXO AMAZONAS
PARAENSE NOS ÚLTIMOS 4 ANOS (2011 A 2014)
Dourado, F.F.1; Andrade, M.M.N.2
1
Universidade Federal do Oeste do Pará1
139
ANÁLISE GEOESTATÍSTICA PARA IDENTIFICAÇÃO DA METODOLOGIA
UTILIZADA NA ANTIGA LAVRA A CÉU ABERTO NA ILHA DO CATALÃO,
CIDADE UNIVERSITÁRIA DA UFRJ.
Vieira Filho, C.L.A. 1; Sathler, M.M 1 ; Ramos,R.R.C1; Mansur,K.L. 1; Iaffe,A. 1 ; Daniele,M.S.C 1 ;
Silva, D.R.L.1; Braga,L.P. 1;
1
Universidade Federal do Rio de Janeiro
RESUMO: A Ilha do Catalão é uma das oito ilhas que foram unidas por aterro, a partir de 1951,
para compor a Cidade Universitária da UFRJ. São reconhecidas na ilha ruínas de edificações
do século XIX e XX, bem como depósitos de conchas atribuídos a acampamentos de antigos
caçadores-coletores. Também foi identificada uma antiga lavra de rocha para cantaria e
paralelepípedos na sua porção norte, atribuída, possivelmente, ao início do Século XX. O
objetivo deste trabalho é caracterizar o método de lavra utilizado através da análise
geoestatística. A litologia explotada é um biotita gnaisse com foliação bem marcada na direção
regional NE-SW, com mergulho médio de 30º para SSE. Compreende um ortognaisse com
enclaves deformados de biotita. Também foram identificados dois padrões de fraturamento
bem marcados, N60E e N26W. A porção identificada como a de maior atividade de extração é
aquela próxima à Baía de Guanabara, por onde, possivelmente, eram transportados os blocos
através de barcaças ou chatas. Uma descoberta notável foi a ocorrência de um bloco lavrado,
com borda boleada, abandonado na margem da baía, o que reforça esta afirmativa.
Recentemente, foi encontrada uma ponteira metálica encravada em um dos orifícios. Através
de prospecções do terreno com o uso de detectores de metais, foram descobertas sete
ponteiras metálicas para perfuração da rocha e outros objetos que podem ter ligação com os
serviços necessários para a lavra. Foi mapeada toda a frente de lavra, separadas em 6 setores
para fins de detalhamento. Em cada um deles foram medidas as dimensões das marcas das
cunhas e a direção de corte em relação à foliação da rocha. O método utilizado consistia na
perfuração manual de afloramentos e matacões do gnaisse através de uma sequência linear de
orifícios espaçados, realizados com cunhas metálicas. Foram medidos, com auxílio de trena e
régua, 288 orifícios em 48 blocos. Cada orifício possui em média 7-8 cm de profundidade (eixo
maior); largura (eixo menor) média de 3-4 cm; e média de abertura no topo de 2-3 cm. As
perfurações eram feitas tanto perpendiculares quanto paralelas à foliação. Foi utilizado o
Programa em R para calcular os parâmetros estatísticos de distribuição das medidas, gerando
gráficos de histograma, frequência relativa, covariância e análise dos componentes principais.
As medidas não apresentaram grande dispersão de valores, porém alguns pontos no gráfico
fugiam do padrão. Aparentemente, estes pontos destoantes refletem os locais da rocha que
parecem ter sido utilizados para inserção de alavancas.Um mapeamento geológico detalhado
da área está em curso na escala 1:1.300. A antiga lavra da Ilha do Catalão constitui um
patrimônio geomineiro extremamente relevante, sendo o único com estas características, grau
de preservação e dimensões descrito na cidade do Rio de Janeiro.
140
Uso de Geotécnologias para auxílio à interpretação geológica: Utilização de
Modelos Digitais de Elevação no município de Colatina – ES
Lamberti, D.P.¹; Freire,A.H.L.1, AIRAM, C.M.M1; Newman, J.A1.; Newman Carvalho, D. T. De1,
Figueiredo, F.1
¹Universidade Federal do Espírito Santo;
141
OS DESAFIOS NA ELABORAÇÃO DO MAPA GEOLÓGICO DA
AMÉRICA DO SUL NO JURÁSSICO (185 Ma) PARA O NOVO MAPA
GEOLÓGICO DO GONDWANA
Fragoso, R.A.1; Benedek, M.R. 1; Schmitt, R.S. 1; Silva, E.A. 1
1
Universidade Federal do Rio de Janeiro
A elaboração de um mapa geológico da América do Sul para o período Jurássico faz parte do
projeto IGCP – 628 – The Gondwana Map Project e do projeto Revisão do Mapa Geológico do
Gondwana (CENPES-UFRJ) cujo principal objetivo é gerar o novo mapa deste paleocontinente.
O atual continente Sul-Americano apresentam uma complexa história geológica evolutiva,
enraizada em vários crátons Arqueanos/Paleoproterozoicos unidos por uma trama de cinturões
orogênicos Pan-Africanos – Brasilianos (ca. 800-450 Ma), que resultaram na amalgamação do
paleocontinente Gondwana. Já inseridos no contexto gonduânico, ao longo do Paleozóico –
Mesozóico Inferior (ca. 450 – 100 Ma), os terrenos que compõem o atual continente Sul-
Americano experimentam a formação de grandes bacias intracontinentais registrando a
evolução do clima e da vida neste intervalo de tempo, assim como apresentam evidências de
eventos tectônicos relacionados a uma margem ativa na sua porção S-SW. Essa margem
mostra evidências de sucessivas orogenias, registrando desde subducções até acresções de
terrenos, mudando sua configuração durante o Paleo-Mesozóico. A ca. De 140 Ma inicia a
ruptura desta porção do Gondwana Ocidental com a formação do Atlântico Sul. A partir do final
do Mesozóico e ao longo do Cenozóico a margem pacífica do continente sul-americano evolui
juntamente a orogenia andina, experimentando a acresção de sucessivas massas continentais
em seu segmento norte, processos de erosão de subducção e o desenvolvimento de oroclinos.
O mapa está sendo confeccionado através do software ArcGIS, no Centro Digital de
Geoprocessamento do Gondwana (CDGG) na UFRJ. O trabalho está dividido em duas frentes,
o estudo da margem e do interior continental. Ambos mapas são elaborados através da
homogeneização de fontes heterogêneas: digitais e analógicas. As fontes digitais (SIG) foram
submetidas a processos de generalização cartográfica assim como compilações das tabelas de
atributo pré-existentes. Diversas regiões e feições morfoestruturais não apresentam dados em
SIG, dessa maneira, mapas analógicos (raster) passaram por processos de desenho (na
escala apropriada), georeferenciamento, vetorização e a criação de um banco de dados
padronizado. No âmbito geológico, a margem continental pacífica da América do Sul apresenta
atualmente uma configuração diferente daquela existente no Jurássico. As sequências
rochosas de arcos insulares que compõem parte dos Andes colombianos e venezuelanos não
faziam parte da região ou ainda não haviam sido geradas.Além disso, o Oroclino Boliviano,
com a margem adentrando por alguns quilômetros ao Oceano Pacífico, é deformado ao longo
do Mesozóico/Cenozóico. No âmbito do interior continental, está em destaque no mapa a
constituição dos crátons sul-americanos, com a predominância de rochas do
Paleoproteorozoico, em contraste, por exemplo, com o continente australiano. As faixas móveis
neoproterozoicas estão representadas de acordo com as idades dos eventos metamórficos e
os tipos de rochas. As bacias fanerozóicas serão representadas por formações até o Jurássico.
As áreas com coberturas pós-Jurássico serão em parte inferidas, quando houver informação
geológica de subsuperficie ou dados geofísicos. As unidades sedimentares e ígneas do
Cenozóico foram simplificadas, e serão eliminadas do mapa.
142
GEOPROCESSAMENTO APLICADO À EVOLUÇÂO DA CARTOGRAFIA
GEOLÓGICA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO: RESULTADOS
PRELIMINARES
Oliveira, H.C.1, Vieira, V.S.2, Fortes, P.T.F.O.1
1 2
Universidade Federal do Espírito Santo; Serviço Geológico do Brasil
143
Mapeamento de cicatrizes de escorregamento por unidades fisiográficas nas Bacias dos
Rios Juqueriquerê, Santo Antônio e São Francisco, municípios de Caraguatatuba e São
Sebastião (SP).
Beatriz Marques Gabelini¹, Fábio Augusto Gomes Vieira Reis², Claudia Vanessa dos Santos Côrrea¹,
Rodrigo Irineu Cerri¹, Felipe Pereira de Sisto¹, Ana Maria Carascosa do Amaral¹.
¹ Programa de Pós-graduação em Geociências e Meio Ambiente, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” – UNESP, Avenida 24-A, 1.515 – Bela Vista, CEP 13506-900, Rio Claro, SP, BR.
(bgabelini@gmail.com; claudiageobrax@yahoo.com.br; roocerri@gmail.com; felipe_ps@hotmail.com;
ana.eng.ambiental@hotmail.com; camila.j.chaves@gmail.com).
² Departamento de Geologia Aplicada, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho” – UNESP, Rio Claro, SP, BR. (fabioreis@rc.unesp.br).
RESUMO
144
DIAGNÓSTICO E CARACTERIZAÇÃO DAS CONCENTRAÇÕES DE
ELEMENTOS DE TERRAS-RARAS NA REGIÃO CENTRAL DO ESCUDO SUL-
RIO-GRANDENSE, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.*
Maturana Filho, S.R. 1; Souza, L.E. 1; Almeida de, D.del P.M.1; Barcellos, M.2; Silveira, R.R.1
¹ Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA;² Universidade Federal de Santa Maria – UFSM; * Projeto CNPq,
processo Nº 165514/2014-0
145
A APLICABILIDADE DO SIG NA ELABORAÇÃO DE MAPA TEMÁTICO DE
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
Soares, C.C.1; Kelmer, L.R.2 ; Barbosa R.A3.; Oliveira, T.G.4; Andrade, C.J.S.5; Ramos, D.C.6
1 2 3
Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade Federal de Ouro Preto,
4 5 6
Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade Federal de Viçosa
O mapeamento de uso e ocupação do solo indica a distribuição geográfica dos tipos de uso ou
classes que podem ser identificadas por meio de padrões homogêneos da cobertura terrestre.
Os dados sobre mudanças do uso do solo e tipo de cobertura do mesmo são fundamentais
para o conhecimento do ambiente. No que se refere a bacias hidrográficas, a forma de
utilização do solo afeta diretamente a dinâmica do escoamento, infiltração e evaporação da
água além da qualidade da mesma em seus mananciais.
Tendo isto em vista, a utilização de imagens satélites associados a técnicas de sensoriamento
remoto e geoprocessamento se mostram como ferramentas eficientes, fornecendo de forma
integrada através de um Sistema de Informação Geográfica (SIG) armazenamento de dados
,tratamento e análise das informações.
Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo, a partir do uso de técnicas de
sensoriamento remoto, realizar o mapeamento de uso de ocupação do solo em uma região da
Bacia Hidrográfica Rio Paraíba do Sul. Tal mapeamento atuará como estudo preliminar para a
modelagem e simulação de enchentes e inundações no município de Guidoval, Minas Gerais.
A área em estudo compreende a microbacia dos rios Xopotó e Bagre, entre as coordenadas
geográficas de Latitude 20°52’S a 21°11’S e longitude 42°34’W a 42°57’W,compreendida na
Bacia Hidrográfica Rio Paraíba do Sul, na Região Hidrográfica Atlântico Leste. A microbacia
possui uma área total aproximada de 803 km2.
A metodologia empregada no presente trabalho conduziu-se pelas seguintes etapas: revisão
bibliográfica para obtenção de base teórica; Aquisição dos materiais e informações; delimitação
da microbacia utilizando-se modelo digital de elevação (MDE) e geração do mapa de uso e
ocupação do solo.
A imagem da área em estudo foi obtida através do software Google Earth Pro. Para a análise,
digitalização das classes de uso do solo e geração do mapa temático foi utilizado o software
computacional Arc Gis versão 10.2. As imagens foram analisadas através de interpretação
visual e classificadas a partir da classificação não supervisionada, que é feita através do
agrupamento de pixels segundo suas características espectrais, onde foram definidas as
seguintes classes: mata densa, solo exposto e vegetação rasteira.
A utilização de imagens do Google Earth aliado ao software Arc Gis permitiu a distinção de
apenas três classes de uso e ocupação do solo. Contudo, para interpretação de um número
maior de classes recomenda-se a manipulação prévia da imagem através da criação de
mosaicos com maiores resoluções e também a utilização da classificação supervisionada.
146
GEOTECNOLOGIAS NA AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DO USO DAS
TERRAS EM LATOSSOLOS VERMELHOS DISTRÓFICOS
Servidoni, L.E..1; Ayer, J.E.B.2; Silva, M.L.N.3; Mincato, R.L.1
1 2 3
Universidade Federal de Alfenas; Universidade Estadual de Campinas; Universidade Federal de Lavras
RESUMO: A crescente demanda por alimentos devido ao crescimento demográfico tem exigido
uma agropecuária mais produtiva. Assim, novas áreas são destinadas à produção agrícola de
forma arbitrária, sem respeitar a capacidade de uso das terras. Esse fato acarreta a aceleração
dos processos de degradação, principalmente os relacionados à erosão. Neste contexto, o
sistema de capacidade de uso das terras propõe a classificação do uso máximo das terras de
uma propriedade rural ou sub-bacia hidrográfica, para definir e elaborar planos de manejo
sustentáveis para utilização de seus recursos naturais. Quando relacionado ao uso atual das
terras, o sistema indica os locais onde o uso está degradando o equilíbrio
hidrossedimentológico. Assim, é possível propor medidas que visem adequar o uso das terras
com sua respectiva capacidade de uso. A partir do desenvolvimento das técnicas de
geoprocessamento, sensoriamento remoto e sistemas de informação geográfica foi possível
avaliar grande quantidade de informações espaciais, em conjunto, com maior rapidez e
confiabilidade. As geotecnologias são ferramentas poderosas para a análise e gestão do
território e têm ampla aplicação, podendo ser úteis em questões econômicas, sociais e
ambientais. Deste modo, este trabalho avaliou as classes de capacidade de uso para
latossolos vermelhos distróficos em relevo plano, suave ondulado e ondulado da sub-bacia
hidrográfica do Córrego Pedra Branca, Alfenas, região sul de Minas Gerais. Para tanto, foram
avaliados os seguintes parâmetros: profundidade efetiva, permeabilidade à água, textura,
declividade, erosão, índice de saturação por bases, capacidade de troca catiônica efetiva e
índice de saturação de alumínio. As análises químicas do solo apresentaram valores de
saturação por bases e de capacidade de troca catiônica efetiva baixos, que indicam a baixa
fertilidade natural desses solos e que estão aliados ainda a índices de saturação de alumínio
prejudiciais para a maioria das culturas. Dessa forma, a utilização do solo ficaria restrita a
culturas perenes de baixo impacto sobre o meio ambiente, silvicultura, sistema agrosilvipastoris
aliados a técnicas de manejo sustentáveis, como plantio direto e em curvas de nível, adubação
verde e reflorestamento das áreas de preservação permanente. Para a classificação do uso do
solo na área no ano de 2015 foram utilizadas imagens do satélite Landsat 8. Os usos
identificados foram: café (6,9%), cana-de-açúcar (0,1%), eucalipto (6,4%), mata nativa (6,8%),
solo exposto (4,9%), área urbana (21,6%), área de várzea (7,5%) e pastagem (45,8%). A partir
do cruzamento dos mapas de uso do solo com o de classes de capacidade de uso, foram
identificadas as áreas onde o uso está inadequado. Os resultados desse mapeamento
apontaram que 83,7% das terras estão sendo utilizadas adequadamente e 16,3% estão sendo
utilizadas além da capacidade de uso natural. Na área, a inadequação dos usos está
crescendo, tendo ocorrido um aumento de 7,9% nas áreas inadequadas em relação ao ano de
2006, quando as áreas adequadas totalizam 91,6% da sub-bacia e as inadequadas 8,4%. Tal
crescimento contribui para ampliar os problemas de degradação e diminuir a capacidade
produtiva desses solos.
147
MACROSEISMIC INTENSITY ASSESSMENT OF THE 2008-2010 WALLOON
BRABANT SEISMIC SWARM (BELGIUM) BY A GRID CELL PROCEDURE
1,3 2 3
Consentino, B.C. ; Van Noten, K. ; Sintubin, M.
1 2 3
Universidade de São Paulo (Brazil); Royal Observatory of Belgium; Katholieke Universiteit Leuven (Belgium)
148
DELIMITAÇÃO AUTOMÁTICA DE ÁREAS DE DRENAGEM A PARTIR DE MDE
TOPODATA: UM ESTUDO NO AQUÍFERO URUCUIA
Moura, M.F.1; Castilho, A.S. de1
1
CPRM – Serviço Geológico do Brasil
RESUMO: Área de drenagem de uma bacia hidrográfica pode ser compreendida como área na
superfície terrestre formada por um rio principal e seus tributários, limitada pelos divisores de
água. A delimitação adequada da mesma, bem como de sua rede de drenagem, é essencial
para identificação e análise das relações existentes entre os variados elementos da paisagem,
sendo uma unidade ambiental estratégica para fins de planejamento, monitoramento e
gerenciamento. As áreas de drenagem, salienta-se, também podem ser delimitadas a partir de
uma estação fluviométrica, ou seja, os limites consistem em uma superfície, cuja saída pode
ser monitorada no exutório desta área, que seria a própria estação. Desse modo, este trabalho
buscou a automatização da delimitação das áreas de drenagem das estações fluviométricas
existentes no interior e próximo ao aquífero Urucuia (disponibilizadas no Sistema de
Informações Hidrológicas – HIDROWEB, pertencente à ANA) e das novas estações que estão
sendo instaladas através do Projeto Urucuia da CPRM. O Aquífero Sedimentar Urucuia está
localizado na margem esquerda do Rio São Francisco, em sua grande parte na Bahia,
contribuindo na manutenção das vazões deste significativo rio. O projeto visa desenvolver
estudos de disponibilidade hídrica superficial e subterrânea, monitorando e simulando cenários.
A metodologia envolveu a delimitação automática das áreas de drenagem, através da
utilização de modelos digitais de elevação (MDE), nos quais as diferenças altimétricas
identificam a drenagem e delimitam as linhas dos divisores, da fonte TOPODATA (INPE), por
meio da extensão ArcHydro no ArcGis 10.2. Para a segmentação automática de tais áreas foi
necessário realizar etapas de integração e processamento em ambiente SIG, através de
mosaicagem dos modelos digitais de elevação, definição da projeção, preenchimento de
depressões, direção do fluxo, cálculo do fluxo acumulado, geração da rede de drenagem,
hierarquização da rede de drenagem e delimitação das bacias das estações. Posteriormente,
foi executado um processo detalhado de averiguação de compatibilidade entre a hidrografia de
base topográfica oficial (IBGE – 1:250.000) e a rede extraída de modo automático. Ressalta-se
que também ocorreu a comparação entre os valores das áreas de drenagem dos afluentes das
estações da rede hidrometeorológica, delimitadas de forma automática e daquelas
disponibilizadas pela ANA. Na problemática de inferir qual área de drenagem seria adotada,
foram calculados desvios que, quando ultrapassavam o valor de 10%, indicavam que a área
gerada seria a utilizada. O processo automático de delimitação de bacias (e, por conseguinte,
de sua rede de drenagem) apresentou-se vantajosa em relação ao benefício proporcionado. A
utilização do MDE, representando de forma adequada as feições topográficas e a hidrografia,
de certa forma compatível com oficial, revela-se significativo para exploração em ambiente SIG.
Tais dados atuarão como subsídios para realização de cálculos de precipitação média, vazão,
dentre outros, que auxiliarão no estudo hidrológico do aquífero em questão.
149
USO DA DENSIDADE PARA CONTROLE DA QUALIDADE DE PRODUTOS DE
MINÉRIO DE FERRO
Viana, N.O.1; Souza, J.M.J.1; Maia, A.P.1; Laia, J.G.1; Reis, J.R.1
1
Crusader do Brasil Mineração Ltda
RESUMO: No mercado atual é cada vez maior a busca de ferramentas de baixo custo e com
resultados eficientes para análise de características físicas e químicas de minérios. Neste
contexto, o presente trabalho apresentada uma metodologia utilizada pela equipe da Mina de
Posse, localizada no município de Caeté-MG e de propriedade da empresa Crusader do Brasil
Mineração Ltda, para o controle da qualidade dos produtos de minério de ferro produzidos no
empreendimento, utilizando dados da densidade dos materiais para estimar os teores de Fe%
e SiO2%. A metodologia apresentada foi desenvolvida através de pesquisas bibliográficas
sobre o tema, as quais tornaram possível o desenvolvimento de um plano de amostragem e a
construção de um banco de dados com dados químicos e físicos da produção da mina.
Posteriormente, estas informações foram utilizadas para a confecção de gráficos de correlação
entre as densidades e os teores dos materiais produzidos, o que possibilitou a determinação da
equação característica da mina para o cálculo dos teores de Fe% e SiO2% a partir da
densidade analisada. Na Mina de Posse a geologia da base para o topo é representada por
quartzitos da Formação Moeda, filitos da Formação Batatal, itabiritos e filitos ferruginosos do
Grupo Itabira, com presença de lentes de hematitas de alto teor de ferro (66% Fe). Os filitos e
quartzito da Formação Piracicaba no topo, completam a geologia. Essa sequência ocorre no
trend noroeste 320°az com mergulho para nordeste variando de 45° a 75°, apresentando
intenso metamorfismo dúctil e rúptico. A produção de minério de ferro é feita com litotipos da
Formação Cauê do Grupo Itabira (itabiritos e corpos de hematita com alto teor de ferro) e
desde o início da produção (março 2013) até o momento, executa-se uma amostragem diária
da produção para realização de análises químicas e físicas dos produtos gerados. Todos os
resultados provenientes deste trabalho são inseridos em um banco de dados, o qual foi
utilizado para realizar uma análise cuidadosa dos teores históricos dos produtos gerados, o que
demonstrou pouca variação no resultado para os elementos considerados contaminantes (P,
Al2O3, Mn e PPC), sendo observada variação significativa apenas para os elementos: ferro e
sílica. A estimativa dos teores de ferro e sílica a partir da metodologia utilizada mostra-se
satisfatória para o controle da qualidade dos produtos, uma vez que apresenta diferenças da
ordem de 1 (um) ponto percentual em relação aos resultados determinados no laboratório
químico. Desta forma, é possível ter uma resposta expedita e de baixo custo sobre a qualidade
dos produtos presentes no pátio de estocagem, o que permite a tomada de decisão para
blendagem e venda do minério respeitando as especificações químicas solicitadas pelos
clientes.
150
LEVANTAMENTO PRELIMINAR DE SUSCETIBILIDADE PARA
PROCESSOS EROSIVOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS NA ZONA DE
AMORTECIMENTO DA FLORESTA NACIONAL DE RITÁPOLIS
Souza, E. M.1, 2; Ferreira, A. C.2; Figueiredo, M. A.2; Cardozo, F. S.2; Pereira, G.2; Rocha, L. C.2
1 2
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade; Universidade Federal de São João Del Rei
RESUMO: A Floresta Nacional de Ritápolis é uma Unidade de Conservação (UC) com área de
89,5 hectares e Zona de Amortecimento (ZA) de 4.715 hectares. A ZA é de grande importância
para a gestão e proteção da UC ao possibilitar o controle e mitigação dos impactos negativos
de atividades no entorno. A ZA está localizada em partes dos Municípios de Resende Costa,
Coronel Xavier Chaves, Ritápolis e São João Del Rei, no Estado de Minas Gerais. A UC está
na foz do Rio Santo Antônio, confluência com o Rio das Mortes, com toda a face sul às
margens do Rio das Mortes, metade da face leste às margens do Rio Santo Antônio e a
confluência destes rios a montante da UC, sendo presumível que qualquer material que seja
drenado para estes rios entre em contato com uma parte significativa dos limites da UC. A
localização da UC às margens de rios e o contexto de ampla ZA em múltiplas fronteiras
municipais demonstram a relevância para identificação dos indícios de erosão laminar, ravinas
ou sulcos e voçorocas como referencial ao levantamento preliminar de suscetibilidade para
processos erosivos hídricos superficiais. Inicialmente elaborou-se um mapa temático a partir da
integração de imagens orbitais do satélite Rapideye (ano 2013) e arquivos vetoriais de
hidrografia do Zoneamento Ecológico Econômico de Minas Gerais do ano de 2015 ao Sistema
de Processamento de Informações Georeferenciadas (SPRING). Deste modo, elaborou-se um
mapa temático contendo os parâmetros de uso e ocupação do solo, a identificação dos pontos
com indícios de processos erosivos hídricos superficiais e a demarcação dos cursos d’água e
dos sistemas direcionais de drenagens. Assim, identificou-se que a ZA conta com três (03)
sistemas direcionais de drenagens (três setores) com influência direta na UC e vinte (20)
pontos de suscetibilidade para processos erosivos hídricos superficiais. Destes pontos, treze
(13) estão no setor montante do Rio Santo Antônio (setor 1 – S1), quatro (04) estão no setor
montante do Rio das Mortes (setor 2 – S2) e três (03) estão no setor jusante do Rio das Mortes
(setor 3 – S3). As áreas dos respectivos setores são de 2.410, 1.200 e 1.105 hectares.
Portanto, percebe-se que a drenagem montante do Rio Santo Antônio (setor 1 – S1) apresenta
a maior dimensão entre os sistemas direcionais de drenagens (51,11% da ZA) e, ainda, a
maioria dos pontos de suscetibilidade para processos erosivos hídricos superficiais (65% dos
pontos). Por fim, a partir dos parâmetros de uso e ocupação do solo, observou-se a
predominância de atividades agropecuárias na ZA, principalmente no setor 1 (S1), podendo
servir como subsídio para a realização de trabalhos futuros voltados para a identificação das
causas e de propostas mitigadoras aos locais suscetíveis a processos erosivos na Zona de
Amortecimento (ZA) da Unidade de Conservação (UC) Floresta Nacional de Ritápolis.
151
MODELAMENTO IMPLÍCITO DE UNIDADES GEOLÓGICAS COM
CONTROLE ESTRUTURAL SOB O PARADIGMA DA APRENDIZAGEM DE
MÁQUINA
Gonçalves, I.G.1, Guadagnin, F.1
1
Universidade Federal do Pampa
RESUMO: O modelamento implícito surgiu nos últimos anos como uma alternativa ao
modelamento manual (explícito) de litologias e estruturas. Essa técnica consiste na
parametrização das informações obtidas em campo na forma de valores numéricos que
são funções das coordenadas x, y e z. Estes valores são então calculados para toda a
área de estudo a partir das informações disponíveis. As vantagens do modelamento
implícito incluem a reprodutibilidade, rapidez, facilidade de incorporação de novas
informações e, em alguns casos, a existência de uma medida de incerteza do modelo
frente aos dados disponíveis, recurso valioso para a tomada de decisões. Porém, para
que um modelo implícito seja confiável, ele deve seguir as mesmas restrições que um
profissional seguiria ao elaborar um modelo explícito ou manual. Uma restrição importante
diz respeito à orientação das estruturas geológicas, como falhas, dobras,
acamadamentos, entre outras. A literatura apresenta modelos que respeitam as restrições
estruturais, porém estes modelos requerem a direção de deposição das unidades
geológicas (younging direction), informação que nem sempre está disponível. O modelo
proposto neste trabalho é baseado em técnicas de aprendizagem de máquina que
possuem as mais diversas aplicações, como visão de máquina, detecção de fraudes
bancárias, reconhecimento ótico de caracteres, etc. O modelo consiste na interpolação da
informação geológica através de krigagem com restrições de ortogonalidade nos pontos
onde há informação estrutural. Desta forma, não há a necessidade de conhecer a direção
ou ordem de deposição das unidades geológicas. Uma medida da incerteza do modelo é
obtida através de validação cruzada e do cálculo da probabilidade de um ponto pertencer
a cada uma das unidades geológicas observadas em campo. A metodologia foi aplicada
na região ao sul da Suíte Granítica Caçapava do Sul, em uma área de cerca de 150 km²
onde afloram rocha metamórficas dobradas do Complexo Metamórfico Passo Feio e
rochas sedimentares dos grupos Bom Jardim e Guaritas da Bacia do Camaquã. Os
resultados indicam que o modelamento implícito é uma ferramenta extremamente
importante na modelagem geológica obedecendo os dados de orientação estrutural. Essa
ferramenta possibilita que o profissional dedique mais tempo à interpretação do contexto
geológico da área de estudo, do que construindo modelos de forma manual ou semi-
manual como ocorre com a modelagem explícita.
152
A IMPORTANCIA DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICAS (SIG)
NA ELABORAÇÃO DE CARTAS DE APTIDÃO A URBANIZAÇÃO FRENTE A
DESASTRES NATURAIS EM MUNICIPIOS DE SANTA CATARINA
Flores, J.A.A.1; Silva, E. da1; Pellerin, J.R.G.M.1; Destro, J.N.1; Vilela, J.H.1 ; Sanchez, G.M.1;
Panchiniak, T.1; Filho, W.1; Cechinel, E.J.1; Teixeira, K.1;
1
Universidade Federal de Santa Catarina
RESUMO: A Lei Federal Nº 12.608 de 10 de abril de 2012, que preconiza a Política Nacional
de Proteção e Defesa Civil, estabelece as normas e diretrizes direcionadas à redução dos
riscos de desastres naturais no território brasileiro. É dever dos estados, da união e do distrito
federal desenvolverem ações que minimizem e previnam os efeitos de tais desastres. Nesse
sentido o objetivo deste estudo é apresentar a importância dos Sistemas de Informação
Geográfica (SIG) para a elaboração do material de referência para os levantamentos de
campo, bem como para a elaboração das cartas de aptidão a urbanização em vinte e sete
municípios do Estado de Santa Catarina que foram estabelecidos por meio do projeto intitulado
“Elaboração de Cartas de Aptidão à Urbanização Frente aos Desastres Naturais em Municípios
de Santa Catarina”. Projeto este resultante da parceria entre o Ministério das Cidades e a
Universidade Federal de Santa Catarina. No decorrer desse trabalho serão abordados temas
como a importância dos modelos digitais de elevação (MDE) e dos seus materiais resultantes,
tais como: mapas de declividades, sombreamento, curvas de nível, entre outros, nos diversos
processos que envolvem a elaboração de uma carta de aptidão. Destaca-se a utilização dessa
base de dados gerada para levantamentos de campo e mapeamentos da geologia, hidrologia e
geotecnia das áreas de intervenção, uma vez que subsidiam os estudos preliminares de
suscetibilidade a inundação e deslizamento em setores não ocupados de cada município.
Desse modo, observou-se que o material base produzido por meio de Sistemas de Informação
Geográfica (SIG) em gabinete possibilitou uma melhora na qualidade da informação gerada,
um aprimoramento da precisão dos resultados nos mapeamentos e uma redução de custos
durante os levantamentos em campo. Neste sentido, as geotecnologias utilizadas na
elaboração e estruturação da base de dados apresentaram-se como ferramentas fundamentais
para manipulação, visualização, edição e armazenamento de dados georreferenciados,
permitindo, neste caso, a integração de dados geológicos, hidrológicos, geotécnico e, inclusive,
urbanos, que resultou na carta de aptidão à urbanização, a qual se destina auxiliar a
administração pública na tomada de decisões quanto ao planejamento e gestão territorial de
áreas em expansão dos municípios pesquisados.
153
AVALIAÇÃO DE POTENCIAL ESPELEOLÓGICO UTILIZANDO ANÁLISES DE
MULTICRITÉRIOS – MÉTODO DATA DRIVEN EVALUATION
Araújo, R.N.¹; Gontijo, E.L.O.²; Edmundo, I.S.B.³; Muniz, F.G. 4
4
¹Vale, S.A.; ²Coffey Consultoria; ³ Coffey Consultoria; Coffey Consultoria
RESUMO: A partir da nova constituição federal, que em seu Art. 20, inciso X, refere às
cavidades naturais subterrâneas como bens da união (BRASIL, 1988) a legislação competente
aos estudos espeleológicos ficou cada vez mais detalhada, com o decreto n.º 99.556 (BRASIL,
1990) e a Portaria IBAMA n.º 887/90 (IBAMA, 1990) no qual as cavidades naturais
subterrâneas passaram a ser contempladas em estudos sistemáticos junto ao órgão ambiental.
A obrigatoriedade de abordagem em estudos de licenciamento ambiental ficou estipulada a
partir das Resoluções CONAMA n.º 237/97 (CONAMA, 1997), CONAMA n.º 347/04 (CONAMA,
2004) no decreto Nº 6.640 e IN n.º 2 (BRASIL, 2009). Desta forma um dos estudos
fundamentais para a identificação de cavidades é a avaliação de potencial espeleológico,
atividade que suporta o planejamento e a realização da prospecção espeleológica, sendo esta
uma das etapas do estudo de licenciamento ambiental, que consiste em trabalhos de campo
buscando a identificação de cavidades, esta fase tem grande importância, pois a partir da
prospecção, que se tornam viáveis os demais estudos como a Topografia, Geoespeleologia,
Bioespeleologia, Arqueologia, e finalmente a compilação dos estudos e definição da relevância
das cavidades identificadas.
O presente trabalho tem como objetivo o desenvolvimento e aplicação de uma metodologia de
análise espacial, baseada no método de análise multicritério com a aplicação da técnica de
mineração de dados (Data Mining) para a ponderação das variáveis, com o intuito de identificar
e classificar áreas de acordo com o seu potencial para ocorrência de cavidades naturais
subterrâneas, a partir da identificação dos padrões de ocorrência estabelecidos pela base
amostral conhecida. Gerar como produto final um mapa, em escala de detalhe, de áreas com
potencial espeleológico classificadas em cinco classes de variação (Alta, Média-Alta, Média,
Média-Baixa e Baixa), fornecendo subsídios estratégicos ao planejamento da etapa de
prospecção.
Para aplicação e desenvolvimento da metodologia proposta, foi selecionada a área do projeto
Serrinha Tutaméia, localizado no contexto da Serra da Moeda ao sul da Serra do Curral,
porção extremo Oeste do Quadrilátero Ferrífero. Esta localidade é constituída por uma grande
variedade de uso e ocupação do solo, característica esta que atribui ainda maior importância
ao planejamento da etapa prospecção, que deverá considerar todas as especificidades do
meio físico e dos diferentes usos e ocupação do solo na área de estudo.
154
GEOTECNOLOGIA APLICADA A ANÁLISE PRELIMINAR DA CARGA
HIDRÁULICA NA BACIA SEDIMENTAR DO PARNAÍBA NO ESTADO DO
PIAUÍ.
Silva, R.S.V.1; Silva-Filho, E.V.1; Bidone, E.D.1, Gomes, O.V.O.1, Castilhos, Z.C.2
1 2
Universidade Federal Fluminense; Centro de Tecnologia Mineral
155
ESTIMATIVA DO FLUXO SUBTERRÂNEO DO AQUÍFERO CÁRSTICO
SALITRE NA BACIA UNA - UTINGA, BAHIA
LIMA, R. F.G.1,2,3, GONÇALVES, T. S.2,3, SALLES, L. Q.2,3, LEAL, L.R.B2,3,
(Texto centrado, Fonte: Arial, Itálico, Tamanho: 12)
1 2
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia; Programa de Pós Graduação em Geologia –
3
UFBa; Núcleo de Estudo Hidrogeológicos e do Meio Ambiente - NEHMA
156
MAPEAMENTO DE CASOS E REGISTRO DE ÓBITOS PELO VÍRUS H1N1 NO
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DE JANEIRO A MAIO DE 2016.
A gripe H1N1 é provocada pelo vírus H1N1 que é um subtipo de Influenza vírus do tipo A. A
transmissão se dá pelo contato direto com os animais ou com objetos que estão contaminados,
de pessoa para pessoa, por via aérea ou por meio de partículas salivares e secreções da via
respiratória. No país, o Rio Grande do Sul foi o primeiro estado a registrar mortes por H1N1
neste ano. Por esse motivo, objetiva-se mapear e espacializar os casos da gripe A, englobando
as mortes e os grupos suscetíveis a contrair a doença. Para CARVALHO et al (2000) é
possível planejar e programar atividades de prevenção e controle de doenças em grupos
homogêneos, segundo determinado risco, além de monitorar e avaliar intervenções
direcionadas. Para a realização do estudo buscou-se as Coordenadorias Regionais de Saúde
do Rio Grande do Sul os dados sobre a gripe A, bem como os óbitos. Junto à Secretaria
Estadual de Saúde do Estado buscaram-se dados de anos anteriores sobre casos da gripe A.
Após a coleta dos dados, utilizou-se o software ArcGis 10.1 para a realização da
espacialização dos casos, juntamente com os limites municipais disponibilizados pelo IBGE,
malha digital 2010. Foram confeccionados mapas de casos da gripe A no Estado. A região
metropolitana concentra o maior número de casos confirmados de influenza A no estado até o
momento (59,5%), seguido da região norte (10,6%) e da serra (9,5%). O município com o maior
número de casos confirmados é Porto Alegre (31,4%). Também foram produzidos gráficos dos
dados de anos anteriores, para uma melhor visualização do aumento destes casos. No ano de
2013 o Estado confirmou 563 casos de Influenza, com 57 óbitos por H1N1, em 2014 houve
uma queda no número de casos chegando a 189 com 12 óbitos por H1N1, no ano seguinte
foram 88 casos do vírus com nenhum óbito por H1N1 e no ano de 2016 até o momento 384
casos de Influeza com 71 óbitos por H1N1. Após o ano de 2009, o vírus H1N1 circulou com
maior frequência nos anos de 2012 e 2013. Em 2014 e 2015 o vírus predominante foi o H3N2
que é outro tipo do vírus Influenza. No ano de 2016, novamente o H1N1 é o vírus que está
circulando. Entre os casos e óbitos por Influenza, há um predomínio da existência de fatores e
condições de risco. A condição de risco com maior frequência está entre os casos de
pneumopatias crônicas e entre os óbitos a condição é ter mais de 60 anos. Considera-se a
utilização de mapas para espacialização da doença de excelente desempenho, tanto no
conhecimento das cidades onde ocorreram casos quanto ao número de óbitos. . Conclui-se
que o vírus H1N1 ainda circula, de modo que a prevenção por parte da população, como
vacinação e cuidados básicos é a melhor maneira de se controlar a epidemia. Os mapas
gerados podem indicar os municípios com maior infestação e por consequência com maior
necessidade de intervenção do gestor público de saúde.
157
ANÁLISE DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO DA MICROBACIA DOS RIOS
XOPOTÓ E BAGRE
Soares, C.C.1; Kelmer, L.R.2; Barbosa R.A3. ; Oliveira, T.G.4; Andrade, C.J.S.5; Ramos, D.C.6
1 2 3
Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade Federal de Ouro Preto,
4 5 6
Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade Federal de Ouro Preto, Universidade Federal de Viçosa
O mapeamento de uso e ocupação do solo indica a distribuição geográfica dos tipos de uso ou
classes que podem ser identificadas por meio de padrões homogêneos da cobertura terrestre.
Os dados sobre mudanças do uso do solo e tipo de cobertura do mesmo são fundamentais
para o conhecimento do ambiente. No que se refere a bacias hidrográficas, a forma de
utilização do solo afeta diretamente a dinâmica do escoamento, infiltração e evaporação da
água além da qualidade da mesma em seus mananciais.
Tendo isto em vista, a utilização de imagens satélites associados a técnicas de sensoriamento
remoto e geoprocessamento se mostram como ferramentas eficientes, fornecendo de forma
integrada através de um Sistema de Informação Geográfica (SIG) armazenamento de dados
,tratamento e análise das informações.
Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo, a partir do uso de técnicas de
sensoriamento remoto, realizar o mapeamento de uso de ocupação do solo em uma região da
Bacia Hidrográfica Rio Paraíba do Sul. Tal mapeamento atuará como estudo preliminar para a
modelagem e simulação de enchentes no município de Guidoval, Minas Gerais.
A área em estudo compreende a microbacia dos rios Xopotó e Bagre, entre as coordenadas
geográficas de Latitude 20°52’S a 21°11’S e longitude 42°34’W a 42°57’W,compreendida na
Bacia Hidrográfica Rio Paraíba do Sul, na Região Hidrográfica Atlântico Leste. A microbacia
possui uma área total de 803 km2.
A metodologia empregada no presente trabalho conduziu-se pelas seguintes etapas: revisão
bibliográfica para obtenção de base teórica; Aquisição dos materiais e informações; delimitação
da microbacia utilizando-se modelo digital de elevação e geração do mapa de uso e ocupação
do solo.
A imagem da área em estudo foi obtida através do Google Earth Pro. Para a análise,
digitalização das classes de uso do solo e geração do mapa temático foi utilizado o software
computacional Arc Gis. Para possibilitar melhor visualização e maior precisão na classificação,
foi gerado um mosaico com imagens da bacia a partir do Photoshop. As imagens foram
analisadas através de interpretação visual e classificadas a partir da classificação
supervisionada (Maximum Likelihood), que é feita através do agrupamento de amostras e
classificadas de acordo com suas características espectrais.
A utilização de imagens do Google Earth aliado ao software Arc Gis permitiu a distinção das
seguintes classes: Área urbana, Plantações, Pastagem, Solo exposto e Corpos d’água.
Quantificando-se as categorias encontradas obtiveram-se os seguintes dados: A área estudada
apresenta-se dominada em sua maior parte por pastagens (55%), seguida de plantações
(23%), mata densa (9%), Corpos d’água (7%) e Área urbana (4%), podendo-se concluir que a
bacia compreende uma área rural onde o desmatamento da vegetação nativa se deve
principalmente para atividades de agropecuária.
158
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ ST04 –
Geofísica
ISBN: 978-85-99198-13-1
159
INTERPRETAÇÃO DO COMPORTAMENTO SISMOGRÁFICO NAS ROCHAS
ITABIRÍTICAS DO QUADRILÁTERO FERRIFERO
O Quadrilátero Ferrífero (QF) uma das principais regiões produtoras de minério de ferro do
mundo, contém diversas litologias como itabiritos, dolomitos ferruginosos, filitos hematíticos,
dentre outras. Estas compõem um conjunto de Formações Ferríferas Bandadas (FFB) que
pertencem ao grupo Itabira, Super Grupo Minas. Estas rochas sofreram ao longo de sua
evolução geológica, além de alterações mineralógicas, intensas modificações texturais
(porosidade, faturamento) que transformaram suas respostas ao comportamento sismográfico
com relação à aceleração da partícula, velocidade de pico da partícula (VPP), frequência,
entre outras.
As ondas que se propagam no interior da terra ocasionada pelos movimentos telúricos são
conhecidas como ondas internas, centrais ou de corpo. Estas são divididas em primárias (P) e
secundárias (S). Existem também as ondas superficiais e são de tipos, Rayleigh e Love que
devido a sua baixa frequência poderiam provocar ressonância nas estruturas ocasionando
efeitos devastadores nas áreas de maior risco, isto por que todas as estruturas antrópicas e
naturais relacionadas a depósitos itabiríticos estão localizadas na superfície terrestre.
Para elaboração do presente estudo foram realizados três fogos secundários e um primário,
com cargas máximas por espera de 750, 190, 150 e 1650 kg respectivamente; os geofones e
sismógrafos foram do modelo Minimate Plus Series III, da marca Instantel com sensores tri
ortogonais; o posicionamento dos mesmos foi realizado de duas formas: a) paralelo ao
bandeamento litológico e b) perpendicular ao acamamento com espaçamento aproximado de
50 m, levando em consideração as variações de compacidade do itabirito (compacto, médio e
friável). Este acondicionamento dos geofones irá nos fornecer dados que indiquem as
mudanças de velocidade de pico da partícula (VPP) e frequência (Hz) segundo a compacidade
das rochas.
Contudo, podemos concluir que, as ondas mais prejudiciais nos eventos sismográficos
vinculados ao desmonte de rocha são as do tipo Rayleigh e Love que atuam na porção mais
superficial. As mesmas atuam de forma perpendicular e cisalhante ao vetor primário (direção
de detonação), por tanto, torna-se necessário o controle de compacidade da rocha;
acamamento e dobramento; localização das estruturas em relação à litologia que irá determinar
as frequências predominantes e, ter precaução com as baixas frequências.
160
APLICAÇÃO DA TÉCNICA DE SELF-ORGANIZING MAPS (SOM) AO
MODELO DE ALTA RESOLUÇÃO DO VETOR DE MAGNETIZAÇÃO NA ÁREA
DE PONTES E LACERDA, MT
Aisengart, T.1; Pereira, J.G.1; Barbosa, D.1; Ando, J.L.1; Rech, M.1; Porto, C.1
1Geosoft Latinoamérica
161
FLUXO DE TRABALHO PARA INTERPRETAÇÃO SÍSMICA 2D
Nunes, S.A.S1; Oliveira, J.P.M.1, Cardoso, C.E.1, Oliveira, J.P.1; Moura, L.C. 1
1
Lagesed – Laboratório de Geologia Sedimentar, Universidade Federal do Rio de Janeiro
162
ESTUDO DOS DEPÓSITOS FLÚVIO-MARINHOS RECENTES DA ORLA DE
ARACAJU – SE VIA CAMINHAMENTO ELÉTRICO E SONDAGENS
ELÉTRICAS VERTICAIS RASAS
Peixoto Junior, A. S.1 ; Folly, W. S. D.2
1, 2
Departamento de Geologia, Universidade Federal de Sergipe
1 2
e-mail: nilsonjunio@hotmail.com; wfolly@ufs.br
RESUMO: A intensa expansão imobiliária ocorrida ao longo das últimas décadas na região
costeira de Aracaju impeliu o crescimento urbano da cidade sobre áreas de terraços marinhos,
depósitos eólicos recentes e manguezais. Concomitantemente, em decorrência da crescente
preocupação da comunidade científica com o impacto ambiental causado pela ocupação
humana destes ambientes, o número de pesquisas científicas sobre a dinâmica geoambiental
associada a ações antrópicas e fenômenos naturais também se intensificou neste mesmo
período. Na presente pesquisa, apresentamos os resultados de um caminhamento elétrico
realizado ao longo das praias aracajuanas situadas entre as fozes dos rios Sergipe e Vaza
Barris. Este caminhamento consistiu na realização de 22 sondagens elétricas verticais rasas,
empregando configuração Wenner de eletrodos, ao longo de uma malha regular linear com
aproximadamente 1 km de separação entre pontos. Como tipicamente observado em terrenos
arenosos saturados a parcialmente saturados com água do mar, os valores de resistividade
aparente obtidos variaram na faixa de 0,3 a 1,9 Ωm, apresentando um suave crescimento com
a distância entre eletrodos. Das análises dos resultados obtidos, foi possível observar
nitidamente as zonas de transição de resistividade entre os terraços marinhos (QHt) (maior
resistividade aparente média) e depósitos eólicos recentes (QHe1) (menor resistividade
aparente média). Tais zonas de transição foram evidenciadas em posições compatíveis com as
apresentadas no Mapa Geológico do Estado de Sergipe (1:250.000; CPRM–1997). A posição
da antiga foz do Rio Sergipe a partir de seu braço sul, hoje uma planície de inundação
conhecida como Maré do Apicum, também foi revelada pelos valores de resistividade mais
elevados que foram observados na praia de Atalaia para maiores separações entre eletrodos
(maiores profundidades médias de investigação) - valores estes que podem ser
hipoteticamente explicados pela presença mais acentuada de água doce no lençol freático na
região da antiga foz e pela granulometria dos sedimentos observados na mesma por outros
autores. Ainda que um dos objetivos preliminares desta pesquisa tenha sido a identificação de
possíveis plumas de contaminação na subsuperfície das praias investigadas, não se observou
nenhum resultado que possa ser considerado como prova ou mesmo evidência de que o lençol
freático junto ao mar apresente contaminantes suficientemente concentrados a ponto de
produzirem contrastes mensuráveis de resistividade elétrica. No entanto, os resultados aqui
apresentados podem nortear a escolha de regiões nas quais a análise bioquímica de amostras
de água coletadas em subsuperfície poderia revelar eventuais riscos de contaminação.
163
MONITORAMENTO SÍSMICO 4D NO CAMPO DE JUBARTE, BACIA DE
CAMPOS - BRASIL
Dariva, P.1; Ramos Filho, W.L1; Born, C.C.1 ; Falcone, C.M.O.1
Zorzanelli, I.B. 1
1 Petrobras
RESUMO: A tecnologia sísmica 4D é um salto tecnológico à frente da clássica sísmica 3D, uma
vez que incorpora uma quarta dimensão: o tempo. Monitorar a dinâmica dos reservatórios
petrolíferos ao longo do tempo é o grande ganho que a tecnologia Sísmica 4D pode gerar. A
Petrobras instalou, no final de 2012, um Sistema de Monitoramento Sísmico Permanente
(SMSP 4D), que permite monitorar o comportamento dos reservatórios petrolíferos em tempo
real com o uso da tecnologia 4D. Pela primeira vez no mundo uma plataforma de produção
(FPSO), que opera em águas profundas, foi conectada a sensores ópticos no fundo do mar.
Nesse contexto, além de obter dados relativos à geometria dos reservatórios – como já permite
a sísmica 3D –, é possível monitorar as mudanças que ocorrem durante o tempo de produção
dos reservatórios, através do monitoramento da posição das frentes de movimentação de
fluidos e/ou alterações das pressões e outras propriedades dinâmicas dos reservatórios. O
tempo entre a aquisição de dados sísmicos e sua incorporação ao gerenciamento de
reservatórios é muito menor do que aquele obtido a partir da instalação temporária dos cabos
de fundo. O Campo de Jubarte foi descoberto em janeiro de 2001, com reservas superiores a
600 milhões de barris. O campo localiza-se na região norte da Bacia de Campos, a
aproximadamente 77km da costa do Espírito Santo, em lâmina d’água entre 1200 e 1300m. O
reservatório corresponde a depósitos de fluxos gravitacionais amalgamados de idade
maastrichtiano, compostos por camadas de arenitos intercalados com siltitos, com razão net to
gross acima de 75%, porosidade média de 25% e permeabilidade média de 800 mD. A
acumulação está associada a uma trapa estrutural contra uma falha de direção NE-SW,
relacionada à halocinese, em profundidades entre 2700 a 2880 metros. Na área do campo de
Jubarte, o sinal sísmico 4D está associado a alterações de saturação e de pressão,
dependendo da posição no campo. Foram identificadas 4 classes de anomalias de diferença de
amplitude, associadas a: (1) aumento da saturação de água abaixo do trecho horizontal de
poços de produção, (2) aumento da saturação de água acima do trecho horizontal de poços de
produção, (3) variação da pressão em torno dos poços de injeção e (4) ruídos sísmicos. A
anomalia sísmica mais comum é referente à classe 1, observada nas proximidades de 2 poços
produtores na região sul do campo, sugerindo a subida do contato óleo-água. A anomalia de
classe 3 é menos pronunciada, embora já tenha sido constatada junto a um dos poços
injetores. Com o entendimento da evolução dos caminhos preferenciais dos fluidos no
reservatório, o modelo geológico do campo foi revisto e atualizado, incorporando elementos
estruturais e estratigráficos destacados pelas anomalias 4D. O SMSP 4D de Jubarte é um
projeto pioneiro e inovador na aplicação de novas tecnologias e metodologias de
monitoramento sísmico permanente de reservatórios, utilizado pela primeira vez em águas
profundas. Para a Petrobras, a redução do tempo de processamento e interpretação do dado
sísmico permite otimizar recursos, reduzir custos e antecipar a tomada de decisões.
164
ESTUDO DO MANTO SUPERIOR SOB A PROVÍNCIA BORBOREMA COM
TOMOGRAFIA DE ONDA P TELESSÍSMICA
Simões, F.L.1; Schimmel, M.2; Julià, J.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Norte; 2Institut de Ciències de la Terra Jaume Almera-CSIC
165
EFEITO DAS ARGILAS NA AVALIAÇÃO PETROFÍSICA DE
RESERVATÓRIOS ARENOSOS
Cardoso, C.E.; Borghi, L. ; Nunes, S.A.S; Oliveira, J.P.M.; Oliveira, J.P.
Moura, L.C.
1 Lagesed-Laboratório de Geologia Sedimentar, Universidade Federal do Rio de Janeiro
166
argila, contribuindo para prever os efeitos das argilas que preenchem os
poros do reservatório.
167
MODELAGEM MAGNÉTICA DE UM CORPO INTRUSIVO DIORÍTICO NA ÁREA
DO PLATÔ DA RAMADA, AO SUDOESTE DE VILA NOVA DO SUL (RS).
LEANDRO, C.G.; ROSALES, M.J.T.; ALMEIDA, I. S
1
Universidade Federal do Pampa
168
O NÚCLEO ARQUEANO-RIACIANO DO SUDESTE DO CRÁTON AMAZÔNICO
- OBSERVAÇÕES PRELIMINARES A PARTIR DE GRAVIMETRIA ORBITAL E
MAGNETOMETRIA MULTIFONTE
Motta, J. G.¹, de Souza Filho, C. R.¹
¹Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências
169
TESTES DE PARAMETRIZAÇÃO NA BACIA DO PARANÁ: UMA NOVA
PERSPECTIVA PARA O IMAGEAMENTO SÍSMICO SUB-BASALTO
Morelatto, R.1; Ferreira, A.1; Castilho, G.2; Petersohn, E.1, Abelha, M.1
1Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis/Superintendência de Definição de Blocos; 2Global
Serviços Geofísicos Ltda.
170
RESULTADOS PRELIMINARES DO ESTUDO PALEOMAGNÉTICO E DE ANISOTROPIA DE
SUSCETIBILIDADE MAGNÉTICA (ASM) DA SUÍTE INTRUSIVA RIO PERDIDO (BLOCO RIO
APA)
Ceregatti, R.1; D’Agrella-Filho, M.S.1; Ruiz, A.S.2
1 2
Universidade de São Paulo; Universidade Federal de Mato
RESUMO: O Maciço Rio Apa está situado no extremo meridional do Cráton Amazônico e é
separado deste pelo cinturão Tucavaca de idade Brasiliana. Trabalhos recentes vêm
interpretando este bloco como sendo a continuidade meridional do Cráton Amazônico, onde o
Cinturão Tucavaca representaria um rift abortado. Na região situada a sul da cidade de Bonito
(MS), aflora um enxame de diques máficos que corta rochas do embasamento do Maciço Rio
Apa, o qual foi denominado de Suíte Intrusiva Rio Perdido. Os diques são representados por
diabásios e microgabros, associados a evento tardio da evolução do maciço Rio Apa.
Apresentam direções predominantemente NW-SE a E-W, relacionadas a falhas ou fraturas
mais antigas. Apresentam cor cinza-esverdeada a preta, textura fina a média, matriz subofítica
fina e estrutura maciça. Um destes diques foi datado pelo método U-Pb em zircão, que
forneceu idade de intercepto superior de 1589 ± 44 Ma, a qual foi interpretada como sendo
idade de cristalização da rocha. Entretanto, o mesmo dique foi datado recentemente pelo
método U-Pb (badaleítas), tendo sido obtido idade de 1110 Ma, idade esta similar às obtidas
para as suítes intrusivas Huanchaca (MT) e Rincón del Tigre (Bolívia). Assim, a determinação
de um polo paleomagnético de referência para esta suíte intrusiva é de grande importância
para definir a paleogeografia do Maciço Rio Apa em relação ao Craton Amazônico na época de
intrusão dos diques e verificar sua relação com outras unidades tectônicas, tais como, a
Laurentia e a Báltica, durante a formação do supercontinente Rodinia. Para este estudo, foram
coletados 113 cilindros orientados e 12 amostras de mão orientadas pertencentes a 15 diques
máficos. Utilizou-se uma perfuratriz portátil, movida à gasolina, para a coleta das amostras, as
quais foram orientadas através de bússolas solar e magnética. Um destes diques cortava um
Gnaisse do embasamento em que o contato estava bem exposto. Assim, foi possível coletar
amostras do embasamento a várias distâncias do contato com o dique para um teste do
contato cozido. Medidas de ASM indicam, para a maioria das amostras, grau de anisotropia P <
1.104 e suscetibilidades médias entre 1,35x10-3 e 5,25x10-2 (SI), típicas de rochas máficas não
(ou muito pouco) deformadas. Os eixos principais de anisotropias das amostras, quando
projetados em rede estereográfica, indicam predominância dos eixos K1 (eixo de
suscetibilidade máxima) e K3 (eixo de suscetibilidade mínima) distribuídos próximos aos planos
dos diques e o eixo K2 (eixo de suscetibilidade intermediária), perpendicular a ele, indicando
trama intermediária. Esta trama tem sido interpretada com sendo decorrente de compactação
vertical de um magma estático com tensão mínima ao longo da direção do dique.
171
CORRELAÇÃO DE DADOS AEROGEOFÍSICOS E GEOLÓGICOS DA REGIÃO
COMPREENDIDA ENTRE VIEIRÓPOLIS (PB) E PARANÁ (RN): LIMITE DOS
TERRENOS RIO PIRANHAS E JAGUARIBEANO
Araújo Neto, J.F.1; Bezerra, J.P.S.1; Barreto, S.B.1; Santos, L.C.M.L.2; Souza, I.M.B.A.1; França,
R.H.M.1
1 2
Universidade Federal de Pernambuco; Universidade Federal de Campina Grande
172
Sismostratigraphy of the Ceará Plateau to decipher the
Cenozoic evolution of Brazilian Equatorial Margin
Luigi Jovane 1, Jorge Figueiredo1, Daniel Pavani V. Alves1, David Iacopini2, Martino
Giorgioni1, Paola Vannucchi3, Denise Silva de Moura1, Hilario F. Bezerra4, Helenice
Vital4, Isabella Rios5 , Eder C. Molina6.
Abstract
The Ceará Plateau offshore Fortaleza holds some particular characteristics
when compared to the other seamounts of the Brazilian Equatorial Margin (BEM).
Not only it is the largest and the closest to the continent, it is also located at the
boundary between the continental and the oceanic crusts, while all the others
seamounts along the BEM are located on oceanic crust. Although the age estimation
(between Coniacian and Eocene) has an uncertainty of more than 40 Myr, the current
interpretation is that it developed initially as a volcanic edifice, formed by a series of
magmatic events that occurred between the Santonian and the Eocene. Since then, the
topography has been levelled by pelagic/hemipelagic sedimentation.
The seismic imaging of the Ceará Plateau shows a “disorganized” interior,
overlain by a series of horizontal seismic reflectors that can be interpreted as
pelagic/hemipelagic sediments. If the age of the volcanic edifice is Coniacian, then
the overlying pelagic/hemipelagic sedimentary succession can include an almost
continuous record of the last ~90 Ma at the Equatorial Atlantic Ocean. Even in the
case that the volcanic edifice is Eocene in age, the sedimentary sequence would still
incorporate the upper Paleogene and all the Neogene. There is also the possibility that
the volcanic edifice was built during multiple magmatic events. In this case, it is
likely that the sediments are interfingered with volcanic rocks at the edge of the
173
structure. Nevertheless, a continuous and constant sequence of Cenozoic sediments
that deposited onto the Ceará Plateau at the same latitude, and thus under the same
oceanographic conditions, for the last ~90 Ma.
In this study we present a seismo-stratigraphic reconstruction of the
sedimentary sequence of the Ceará Plateau, offshore the BEM. The Ceará Plateau is
part of the Ceará Basin, one of the deep-water basins offshore the BEM that formed in
the Cretaceous. Since the breakup of the northern part of the South Atlantic Ocean,
the BEM: 1) occupies a stable low-latitudinal setting, and 2) is characterized by
oceanographic conditions that has not changed significantly.
The Ceará Plateau, in particular, is also crossing over different bathymetric
regions and can preserve a vertical record of distinctive environments. Here there is
the potential to retrieve a high-resolution, multi-record, and continuous sedimentary
archive if the seamount: (1) has been undergoing enough and steady-state subsidence,
(2) has maintained a location proximal to the continent, able to guarantee a supply of
both pelagic and terrigenous sediment, and (3) was not involved in major tectonic
events, which might have affected sediment burial diagenesis and changed its latitude.
Seismic data is presented here for the first time as public available dataset
showing that the Ceará Plateau is likely to preserve a volcanic and sedimentary
history that started with the break-up between Africa and South America, occurred at
~120 Ma. The horizontal and continuous hemipelagic succession (~1s-thick = ~1400
meters) overlying the volcanic body of Cretaceous age is, therefore, a primary target
to investigate the global paleoceanographic changes occurred at equatorial latitudes
from the Cenozoic to present.
174
AVALIAÇÃO DE DADOS POTENCIAIS DE SATÉLITE PARA A
CARACTERIZAÇÃO GEOFÍSICA DA REGIÃO CENTRO-NORTE DA BACIA
DO PARANÁ
Lima, D.P.D.1; Carmelo, A.C.1; Ferreira, E.F.1, Bernardes, R.B.1, Soares, J.E.P.1
1
Instituto de Geociências, Universidade de Brasília;
175
LARGE EARTHQUAKES IN CHILE: AN ANALYSIS FROM 2010 UP TO
PRESENT TIME.
Pedro, G.P.1 ; Mello, F.M.1
1Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
ABSTRACT: Chile and most countries in the Pacific Coast of South America sit over a huge
convergent tectonic boundary with a subduction zone between the South American and Nazca
Plates. The Andes Mountains have been built in the past 500 million years largely due to this
subduction zone, and its growth has increased in the last 65 million years. The aim of this study
is to observe the nature of Chile Earthquake from February 2010 to the present time, attempting
to identify patterns in the behavior and geographic distribution of the large magnitude earthquakes
and its aftershocks through the time, in respect to their frequency, magnitude and depth. Also it
is relevant to understand the temporal distribution of the events and the amount of energy
involved, to better describe the major event’s nature. The first step included the acquisition of
data from the United States Geological Survey (USGS) website, specifically from the NEIC
(National Earthquake Information Center Catalog) to be downloaded into the CSV format,
collecting data relative to the seismic activity from 2010-2-26 00:00:00h to the present time,
magnitude minimum 4.0, and in the area from -30N to -42S, -77W to -68E covering the region
correspondent to Chile and Argentina. Time and date were converted into numeric values to count
the number of events based on defined ranges of magnitude, and calculating the energy and
cumulated energy based on the Gutenberg – Richter relationship using the magnitudes. Plots
were performed relating cumulated energy and time, focal depth versus time, cumulated number
of events and time, and a Richter-Gutenberg curve were created. Subsets of selected data based
on different ranges of magnitudes and depths are displayed using ESRI ArcGIS® online, adjusting
the symbols to represent the ranges of values in respect to their location and also a plot of
magnitude versus depth was made in this study. The number of earthquakes and cumulated
seismic energy through time follow the same pattern once they report the seismic activity from
the great magnitude earthquake in March of 2010 that released such a great amount of energy
and was followed by a great number of aftershocks with smaller magnitude until nowadays. The
spatial distribution of the earthquakes with the greatest magnitudes is completely related with the
geography of the main fault, the trench of subduction and the displacement pattern of the plates.
176
IMAGEAMENTO SÍSMICO DA LITOSFERA DA PARTE NORTE DO
CRÁTON DO SÃO FRANCISCO
Freire, E.B. ¹; Nascimento, V.B.¹; Trindade, C.R.¹; Moutinho, L.¹ ³; Soares, J.E.P.¹; Fuck, R.A.¹;
Lima, M.V.A.G2.
¹ Universidade de Brasília; ² Universidade Federal dos Pampas; ³ Universidade Federal do Oeste da Bahia
RESUMO: O INCT para Estudos Tectônicos está realizando aquisição de dados sísmicos de
refração profunda e função do receptor na parte norte do Cráton do São Francisco. É a terceira
transecta de refração sísmica profunda executada sob os auspícios do INCT-ET (CnPq/MCT). O
perfil é de aproximadamente 700 km na direção E-W, com limites em Luis Eduardo Magalhães e
Rafael Jambeiro, no Estado da Bahia. Está programado para ser adquirido com uma estação
vertical de registro a cada 2 km e explosões controladas de 1,5 toneladas a cada 50 km. A
aquisição de dados vai ocorrer no início de junho/2016. O Cráton do São Francisco é um
amálgama de terrenos de embasamento arqueano-paleoproterozóico recoberto por depósitos
sedimentares do Paleo-Mesoproterozóico ao Cretáceo, suportados por raiz litosférica ultra-
depletada. De oeste para leste apresenta domínio de coberturas neoproterozóica e cretácea
(grupos Bambuí e Urucuia), domínio central com cobertura paleo-mesoproterozóica (Supergrupo
Espinhaço) e domínio leste caracterizado pela faixa dobrada paleoproterozóica Itabuna-
Salvador-Curaçá. Durante a formação de Gondwana Ocidental, o Cráton do São Francisco
estava ligado ao Cráton do Congo, tendo sido individualizado no Cretáceo com a abertura do
Oceano Atlântico Sul. Em complemento aos dados de refração, foram instaladas quarenta
estações sismográficas triaxiais de período curto ao longo do perfil sísmico, espaçadas de 20
km, para aplicação da técnica função do receptor. As estações funcionaram de forma contínua
de dezembro de 2014 a julho de 2015. Os resultados obtidos mostram crosta com espessura em
torno de 42 km e de composição félsica, com razão Vp/Vs próxima a 1,70 no domínio oeste. No
contato com o domínio central a crosta espessa para 47 km. Nos domínios central e leste a crosta
é félsica e mais fina na porção central, com espessura entre 38-40 km e razão Vp/Vs também
próxima a 1,70. O comportamento da descontinuidade de Moho ao longo da transecta sugere
que a crosta nos domínios central e leste tenha sido arqueada para cima. A diferença de
espessura entre as crostas, indica soerguimento de até 4 km, com o ápice do arqueamento
situado sob a região da Chapada Diamantina. O soerguimento sugerido é possivelmente
resultado de ajuste isostático regional (rebound) imposto pela abertura do Oceano Atlântico Sul.
Como consequência do soerguimento os sedimentos neoproterozóicos, atualmente presentes
no domínio oeste, foram removidos dos outros domínios, expondo o embasamento e coberturas
mais antigas. As áreas soerguidas funcionaram como fonte para deposição do Grupo Urucuia. A
análise integrada dos resultados de função do receptor e resposta gravimétrica Bouguer permite
concluir que o manto sob o domínio oeste é mais denso que o manto sob os domínios central e
leste. Os dados de refração sísmica vão aprimorar o imageamento sísmico da crosta na região.
177
O USO DO LEVANTAMENTO AZIMUTAL NO MÉTODO DE
ELETRORRESISTIVIDADE PARA A DETERMINAÇÃO DE FRATURAS NO
CALCÁRIO DE SETE LAGOAS - MG
Oliveira, D.V.1; Bacellar, L.A.2; Souza, C.M.3
1Universidade Federal de Ouro Preto; 2Universidade Federal de Ouro Preto; 3 Centro Universitário de Belo
Horizonte
178
ANALISE SISMO-ESTRATIGRÁFICO NA SEÇÃO RIFTE DA BACIA DE
SANTOS
Ramirez, A.F.1; Kuchle, J.2; Alvarenga, R.3; Scherer, C.4; Goldberg, K.5
1, 2, 3, 4, 5 Universidade Federal do Rio Grande do Sul
RESUMO: A Bacia de Santos, apesar de uma das principais bacias atualmente no Brasil
exploradas devido à importância do pré-sal, possui pouca informação geológica, como registros
de poço, sísmica 3D e 2D de boa qualidade na seção rifte. O presente trabalho visa à
integração da análise sismoestratigráfica e proposição de um modelo de evolução
tectonoestratigráfica para a seção rifte da bacia. A análise sismoestratigráfica envolveu a
interpretação dos refletores, que é a base da identificação das unidades sismoestratigráficas e
a caracterização das sismofácies. Como resultado, foi obtida a definição de 16 unidades
sismoestratigráficas e quatro sismofácies (incluindo o sag), e o desenvolvimento das cartas
cronoestratigráficas de eventos adaptadas para o contexto sísmico. Com base no ajuste do
modelo de padrões de empilhamento para mudanças na atividade tectônica, foram delimitados
os tratos de sistemas tectônicos de início de rifte, de alta atividade tectônica, de baixa atividade
tectônica e o pós-rifte, representado pelo sag. O desenvolvimento de cada um dos tratos
respondeu a variações dos fatores controladores das bacias lacustres, interpretado como o
balanço relativo entre as taxas de mudanças do espaço de acomodação gerado pela tectônica
e o aporte sedimentar influenciado pelo clima.
179
ANÁLISIS SISMOETRATIGRÁFICO DE LA SECCIÓN RIFT DE LA CUENCA DE SANTOS,
BRASIL
Ramirez, A.F.1; Kuchle, J.2; Alvarenga, R.3; Scherer, C.4; Goldberg, K.5
1, 2, 3, 4, 5 Universidade Federal do Rio Grande do Sul
RESUMEN: La Cuenca de Santos, a pesar de ser una de las principales cuencas explotadas
actualmente en Brasil, debido a la importancia del pre-sal, posee poca información geológica
como registros de pozo, sísmica 3D y sísmica 2D de buena calidad en la zona del rift. El
presente trabajo tiene como objetivo la integración del análisis sismoestratigráfico y la
proposición de un modelo de evolución tectonoestratigráfico para la sección rift en la Cuenca
de Santos. El análisis sismoestratigráfico envolvió la interpretación de reflectores, que es la
base de la identificación de las unidades sismoestratigráficas y la caracterización de las
sismofácies. Como resultado, fue obtenida una definición de dieciséis unidades
sismoestratigráficas y cuatro sismofácies (incluyendo el sag), y con esto el desarrollo de las
cartas cronoestratigráficas de eventos adaptadas para el contexto sísmico. Con base en la
adaptación del modelo de patrones de apilamiento para cambios en la actividad tectónica,
fueron delimitados los systems tracts de inicio de rift, de alta actividad tectónica, de baja
actividad tectónica y de post-rift, representado por el sag. El desarrollo de cada uno de los
systems tracts respondió a las variaciones de los factores controladores de las cuencas
lacustres, interpretados como el balance relativo entre las tazas de cambios del espacio de
acomodación generado por la tectónica y el aporte sedimentario influenciado por el clima.
180
GEOFÍSICA APLICADA À LOCAÇÃO DE POÇOS NO DISTRITO RODA
D´ÁGUA, MUNICÍPIO DE NOBRES – MT.
Guimarães, C.C. 1; Lopes, A.F.1; Dias, F.S.²; Ribeiro, V. R.²; Moraes, S. A. A.² e Oliveira, E.
V.M.²
1Programa de Pós-graduação em Recursos Hídricos, Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia,
Universidade Federal de Mato Grosso; ² Faculdade de Geociencias, Universidade Federal de Mato Grosso.
181
MAPEAMENTO GEOLÓGICO E GEOFÍSICA APLICADA NA
CARACTERIZAÇÃO HIDROGEOLÓGICA DE UMA ÁREA CÁRSTICA NO
MUNICÍPIO DE NOBRES – MT
Lopes, A.F.1; Guimarães, C.C. 1; Figueiredo, A.P 1; Constantini, S. P. ¹; Dias, F.S. ²; Tavares,
C.C.²; Vendas, R.B.² ;Vasconcelos, B.R. ³
Universidade Federal de Mato Grosso; ² Faculdade de Geociencias, Universidade Federal de Mato Grosso; ³
Programa de Doutorado em Geociências, Instituto de Geociência, Universidade Nacional de Brasilia.
RESUMO: A região de Nobres, na porção centro sul do estado de Mato Grosso, situa-se na
zona externa da Faixa Paraguai, possuindo litotipos provenientes de sedimentos proterozóicos,
incluindo rochas carbonáticas carstificadas. A importância deste trabalho é integrar os dados
litoestruturais e geofísicos para identificar as direções do fluxo hídrico em subsuperfície.
Próximo ao Distrito de Coqueiral foi feito um mapeamento geológico, sendo possível definir as
seguintes unidades litoestratigráficas, da base para o topo: Formação Serra do Quilombo,
constituída por brecha carbonática; Formação Nobres, composta principalmente por dolomitos;
e a Formação Raizama, composta por arenitos. No entorno da surgência cárstica, conhecida
como “Aquário Encantado”, foi realizado o estudo estatístico das atitudes das fraturas e
descontinuidades presentes nas rochas da área, para avaliar sua relação com as possíveis
direções do fluxo subterrâneo. Foram elaborados diagramas de rosetas, nos quais
predominam, para as estruturas rúpteis (principalmente fraturas), as direções N45E, N44W, N-
S e E-W, preferencialmente verticalizadas e comumente preenchidas por material carbonático.
O processo de dissolução é observado em todas as famílias de fraturas. Com o intuito de
determinar as direções do fluxo subterrâneo que supre a surgência cárstica, estudos geofísicos
foram realizados na área, com uso de dois métodos elétricos: Método da Resistividade e
Método do Potencial Espontâneo. O primeiro foi desenvolvido através de caminhamentos
elétricos com o arranjo de eletrodos Schlumberger, tendo espaçamento de AB/2 igual 15
metros e MN/2 igual a 3 metros. Com esta configuração, a profundidade investigada fica entre
5 e 7,5 metros. As áreas com possibilidade de conter os condutos de dissolução são marcadas
por diminuição da resistividade elétrica. O potencial espontâneo foi medido usando-se dois
eletrodos não polarizáveis, através de seis linhas (caminhamentos) de investigação no entorno
da surgência. Este estudo foi realizado com espaçamento de dois metros entre as estações,
usando uma base fixa e um eletrodo móvel. Os resultados dos estudos geofísicos indicam
fluxo subterrâneo nas direções N-S e E-W. Tais direções coincidem com famílias de fraturas
identificadas em afloramentos rochosos nos arredores, comprovando a eficiência dos métodos.
O trabalho determinou, assim, as direções do fluxo hídrico subterrâneo que supre a surgência.
182
Avaliação de potencial manganesífero com GPR na região de Tesouro - MT
MACEDO, T.M1; BORGES, W.R2; CALACHIBETE3, T ;SEIMETZ, E.X4; NOGUEIRA, P.V5;
1Universidade de Brasília (UnB)
RESUMO
No município de Tesouro (Mato Grosso) existem depósitos sedimentares e supergênicos de
manganês, em escala de jazimento. O manganês ocorre, na região, na forma de lentes e
camadas dentro da Formação Palermo, Bacia do Paraná. Em função da baixa profundidade de
ocorrência do minério de manganês (menor que 10 metros), optou-se pela prospecção de
jazimentos com o método do radar de penetração no solo (Ground Penetrating Radar – GPR).
No Brasil e em inúmeros países, o método GPR mostra-se eficiente na prospecção de inúmeros
depósitos supergênicos (manganês, bauxita, níquel e ferro), porém não se encontrou registros
de uso deste método na Bacia do Paraná para pesquisa de manganês. Em campo a equipe usou
o sistema GPR SIR3000, acoplado a antenas blindadas de 200 e 400 MHz para registro dos
dados no modo de afastamento constante. A coleta de dados ocorreu ao longo 13 perfis, em
uma área onde se registram afloramentos de minério de manganês, bem como de arenitos da
Formação Aquidauana (embasamento do minério). O processamento dos dados ocorreu no
software REFLEXW (versão 7.5), e consistiu nas etapas de ajuste do tempo zero (set time zero),
filtragem 1D (aplicação de filtros de passa banda trapezoidal), aplicação de ganho (linear e
exponencial), migração em tempo (diffraction stack migration) e conversão dos radargramas de
tempo para profundidade (nesta opção realizou-se a calibração da velocidade da onda
eletromagnética em trincheira escavada para confirmar a espessura do minério de manganês –
velocidade obtida de 0,0714 m/ns). Durante o processamento dos dados de GPR notou-se que
o minério de manganês mostra um padrão de alta refletividade, em função da impedância elétrica
com o solo de topo, e com o arenito de base. Esta característica possibilitou a determinação do
topo e da base do minério usando-se o módulo de interpretação do software ReflexW. Nas
seções de GPR de ambas as antenas (200 e 400 MHz) registraram-se espessuras de 0,30 a 0,8
metros de minério de manganês, ao longo de grande parte dos perfis. Evidenciando assim, que
a ocorrência do corpo mineral se dá em forma de camada continua e irregular. Apesar da
pequena espessura da jazida de manganês, o elevado teor do minério, e a disponibilidade de
vias de transporte do mesmo, viabiliza a produção mineral na área. Assim, o GPR confirmou-se
como um método indireto essencial para a determinação volumétrica do minério de manganês
na região, visto a minimização do custo operacional (redução de sondagens e agilidade na
obtenção da informação).
183
CARACTERIZAÇÃO GEOFÍSICA DA SUÍTE SANTA ANGÉLICA
Santos, G.C1; Duarte, E. B.2; Carvalho, G. H. S.2
1Universidade Federal do Espirito Santo; 2Universidade Federal do Espirito Santo.
RESUMO: O presente trabalho foi realizado no Suíte Santa Angélica, localizado na região sul
do Espírito Santo, que refere-se a um dos plútons mais importantes da suíte G5, que
corresponde a uma superfície de cerca de 200 km² e suas rochas encaixantes fazem parte da
suíte G1, do Complexo Paraíba do Sul, predominando na sua região relevos do tipo meia
laranja, pães de açúcar e pontões. A suíte Santa Angélica apresenta um zoneamento inverso,
ou seja, centro gabroico com bordas de composição mais ácida. O maciço exibe uma litologia
complexa, incluindo Sienogranito tardio; suíte G5, que corresponde ao Sienogranito, Quartzo
sienito, Quartzo monzonito e Gabro; e Matagranodiorito e Complexo Paraíba do Sul (suíte G1).
No complexo, as rochas graníticas predominam nas regiões marginais, constituindo bordas
elevadas, bem destoante das regiões centrais deprimidas, onde ocorrem as rochas de caráter
básico (gabro). Este trabalho teve como objetivo caracterizar a Suíte Santa Angélica através de
imagens geofísicas, buscando correlacionar e reconhecer os possíveis litotipos, que podem ser
encontrados com base no mapeamento geológico na escala de 1:50.000 desta suíte. Foram
utilizadas as imagens geofísicas de aeromagnetometria com amplitude do sinal analítico e
aerogamaespectometria com composição ternária e individualmente canais do Th, U e K.
Observando nas imagens fica evidente um maciço com formato elíptico irregular, disposto
segundo nordeste. Na análise da aeromagnetometria com amplitude do sinal analítico é
observada a diferença de competência magnética, na qual os valores maiores caracterizam a
suíte e os valores médios a baixos, as encaixantes. O padrão sugere contatos bruscos entre a
suíte e as encaixantes. A imagem de aerogamaespectometria ternária destaca um alto de Th,
U e K indicando uma rocha ácida, de possível composição granítica e com maior concentração
na porção nordeste, e no núcleo um baixo, que pode indicar um possível núcleo máfico,
gabroico. Analisando separadamente os canais de Th, U e K é possível observar que o canal
de K fornece um alto nas regiões identificadas como ácida anteriormente, interpretando-se
como a ocorrência de granitóides devido à grande proporção de k-feldspato. Com o canal de U,
o maciço fica com um ligeiro mais alto nas regiões identificadas como a porção ácida, dando
valores mais baixos nas rochas encaixantes e no possível núcleo máfico. E com a análise do
canal de Th a porção ácida se ressalta na região nordeste variando entre valores médios a
altos, que podem indicar granitos com concentrações moderadas a altas de potássio,
ressaltando a hipótese de ser um granitoide com uma quantidade considerável de k-feldspato.
A geofísica mostrou-se uma ferramenta importante para estudos preliminares da Suíte Santa
Angélica, sugerindo os possíveis litotipos presentes. Contudo, devido à complexidade
geológica da área, descrita como fruto de mistura de magma, a caracterização geofísica não
identificou o zoneamento inverso observado em campo. Por outro lado, as imagens geofísicas
evidenciaram um formato em meia lua das rochas ácidas e um núcleo máfico.
184
ANÁLISE COMPARATIVA DA APLICABILIDADE DA PERFILAGEM
GEOFÍSICA DE RESISTIVIDADE EM CARVÃO
Oluwafemi Shekoni Ayodeji, Paulo Salvadoretti, Douglas Libardi, George Gasper, João Felipe C. L. Costa
Laboratório de Pesquisa Mineral e Planejamento Mineiro, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, Brasil, 2016
Este estudo apresenta a comparação e discussão dos registros de perfilagem geofísica obtidos
por três diferentes sondas elétricas que medem resistividades de litologias. Uma análise
detalhada foi feita para detectar qual destas sondas utilizadas proporciona a melhor opção em
termos de identificação das camadas de carvão e resolução vertical. As sondas elétricas
utilizadas foram: guard log (GLOG), single point resistance (SPR) e induction log (IND).
Para auxiliar na comparação entre os diferentes perfis, outros dois registros geofísicos
importantes foram incluídos: radiação gama natural e optical televiewer (OPTV), os quais
ajudaram a identificar os estratos de carvão. No caso específico do OPTV, quando a situação é
favorável, ele permite identificar os estratos de carvão e avaliar a resolução vertical dos demais
logs, em função da sua excelente resolução vertical. As imagens produzidas pelo OPTV
podem, nas circunstâncias adequadas, servir como testemunho digital, para complementar ou
mesmo substituir as amostras de sondagem com recuperação de testemunhos.
Neste estudo, foram analisados dados obtidos em 4 diferentes depósitos de carvão: B3,
Calombo, Cerro e Seival. Estes depósitos de carvão situam-se no estado do Rio Grande do Sul
- Brasil. Ao todo, 15 furos foram apresentados e discutidos. Destes, 13 são furos de sondagem
com recuperação de testemunhos, enquanto que os dois restantes são furos de desmonte. As
descrições geológicas dos 13 furos de sondagens são as informações principais utilizadas
como parâmetro de controle nas comparações entre os perfis geofísicos, enquanto que as
imagens de OPTV serviram como uma alternativa para verificar a resolução vertical dos perfis
elétricos. Observou-se que as imagens geradas quando o contato de carvão e estéril é abrupto
permitem resolução vertical suficiente para visualizar estratos com espessura menor que 5cm.
Nesta situação (contato abrupto), a imagem de OPTV oferece excelente apoio como
ferramenta de verificação de perdas de recuperação de testemunhos.
Os critérios utilizados para justificar a escolha da “melhor” sonda de resistividade, foram: (a)
capacidade de identificar os estratos de carvão no maior número de vezes, para os furos
perfilados; (b) capacidade de apresentar a menor diferença entre espessura de camada
observada na descrição geológica (testemunhos) e espessura de camada determinada por
perfilagem geofísica.
Ao final das análises, verificou-se que o dispositivo guard-log (GLOG) tende a ter o melhor
desempenho no aspecto de identificação litológica, demonstrando uma capacidade superior em
relação aos demais arranjos em termos de resolução vertical. O dispositivo apresentou o
registro elétrico mais detalhado dos estratos de carvão, conseguindo discriminar bem os
contatos entre carvão e estéril e mesmo os “partings”, em diversas situações. Como
demonstração de sua capacidade, estratos de carvão com aproximadamente 15cm de
espessura puderam ser bem identificados, na grande maioria das situações. Estatisticamente,
o dispositivo guard-log apresentou as estimativas de espessuras mais próximas em valor, em
relação às espessuras proporcionadas pelas descrições geológicas de testemunhos de
sondagem.
185
CONTRIBUIÇÃO DOS ESTUDOS GEOFÍSICOS (MÉTODO DE
ELETRORESISTIVIDADE) NA LOCAÇÃO DE POÇOS TABULARES PROFUNDOS
NO MUNICÍPIO DE CAUCAIA-CE
Garcês, A.dos S.1; Pontes, N.V.1; Gentil, T.F.C.G2 ; Passos, L.H.2 ; ARAÚJO, V.I.A.B. de3
1Universidade Federal do Ceará; 2Universidade Federal de Brasília; 3Universidade Federal de Campina Grande
RESUMO: Este trabalho é resultado dos estudos geológicos e geofísicos realizado na Aldeia
Indígena Lagoa das Bestas, situada no município de Caucaia – CE. Geologicamente
compreende duas unidades distintas: sedimentos do Grupo Barreiras e rochas cristalinas do
Complexo Canindé. O objetivo principal é solucionar problemas provenientes da salinidade das
águas subterrâneas para o sistema de abastecimento da Aldeia. A metodologia utilizada
consistiu no levantamento geológico da área, cadastramento de poços existentes e realização
de perfis geológicos para reconhecimento geral e de detalhe, através do método de
eletroresistividade. O domínio hidrogeológico é representado por dois tipos aquíferos: O
primeiro é sedimentar caracterizado pela porosidade primária, com uma melhor qualidade de
água, o segundo é fissural com a ocorrência de água subterrânea condicionada a uma
porosidade secundária, e originando a formação de reservatórios de água salinas. Nesta
pesquisa, buscou-se caracterizar a subsuperfície, mapear as espessuras das camadas
sedimentares, contato com as rochas cristalinas e o sistema de fraturamento. Inicialmente foi
construído um poço artesiano com profundidade de 75 metros, de vazão 1,0 m³/h, onde foram
perfurados 17 metros no sedimento e 58 metros em rocha cristalina, aos 71 metros atravessou
uma fenda produtora. Após a perfuração, a análise físico-química comprovou um elevado teor
de salinidade na água, sendo imprópria para consumo humano. Para solucionar esse
problema foram executados levantamentos geofísicos que permitiram identificar camadas mais
espessa de sedimentos, determinar a profundidade das rochas fraturadas do embasamento
cristalino e selecionar áreas mais propícias para a locação do poço, com melhor potencial e
qualidade hídrica. Logo, foi possível identificar camadas sedimentares saturadas de água,
caracterizadas pelos baixos valores de resistividade variando entre 30 a 55ohm.m em
contraposição ao embasamento sem descontinuidades que apresentam altos valores de
resistividade variando entre 280 a 370ohm.m. Assim, concluímos que o aquífero caracterizado
pelos sedimentos do Grupo Barreiras seria o mais propício para a perfuração do poço,
possuindo melhor potencial e qualidade hídrica.
186
UTILIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES FÍSICAS DE ROCHA PARA A DIFERENCIAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO
MINÉRIO DE FERRO E SUAS ENCAIXANTES NO CORPO N5S, PROVÍNCIA MINERAL DE CARAJÁS
Pereira, H.S.¹; Toledo, C.L.B.¹; Silva, A.M.¹; Ribeiro L.F.M¹; Ferreira V.N.¹; Assis L.M.¹
¹Universidade Federal de Brasília
A abundância do minério de ferro e a facilidade de exploração fizeram com que métodos prospectivos inovadores fossem pouco explorados
quando comparados com outras commodities. Com intuito de contribuir com esta demanda, esta pesquisa foi focada na integração de dados
geológicos com dados de propriedades físicas de rocha (susceptibilidade magnética (SM), gamaespectrometria e densidade). O depósito
N5S, alvo do estudo, localiza-se na Província Mineral de Carajás/PA. Foram investigados 4 furos de sondagem que interceptam o minério de
ferro e suas encaixantes, no qual a amostragem foi realizada a cada 2m, totalizando 419 amostras. Para a aquisição dos dados de SM foi
utilizado o equipamento MPP-EM2S+ (Multi Parameter Probe). A coleta dos dados de gamaespectrometria foi efetuada utilizando o
gamaespectometro portátil de 1024 canais RS-230. Para a aquisição dos dados de densidades foi utilizado à balança industrial IND560, para
rocha sã e o Pentapyc 5200e, para as friáveis. A descrição dos testemunhos identificou seis litotipos, sendo eles: Colúvio/elúvio de hematitíto
laterizado (CM), hematitito friável (HF), jaspilito (JP), saprólito de rochas máficas, horizonte A/B (MD), saprólito de rochas máficas, horizonte
C/R (MSD) e rochas máficas indiferenciadas (MS). Os valores de SM não apresentam uma grande variação quando comparado os litotipos
CM, HF, JP e MS, tendo uma diferenciação apenas nos valores do MD e MSD. Inusitadamente os valores do (HF) e do (JP) possuem valores
muito baixos, com médias de 5,19x10-3SI e 3,42x10-3SI, respectivamente, podendo indicar uma escassez de minerais magnéticos ou uma
desmagnetização destes minerais. Os valores observados a partir dos dados de contagem total (CT) e do canal potássio são os que mostram
uma melhor diferenciação entre os litotipos amostrados, onde é possível a separação de duas classes gerais: CM-HF-JP e MS-MSD-MD. A
variação dos valores de potássio no JP ainda pode ser dividida em dois grupos: o primeiro com os menores valores (0 – 2,5 cpm) onde
ocorrem algumas intercalações do HF entre os JP; e o segundo com maiores valores (2,5 – 15,3 cpm) onde ocorre a intercalação de JP
brechados com JP fragmentados. Quando correlacionados os valores de CT e SM, além de diferenciar as MS dos demais litotipos, é possível
diferenciar as rochas MD, já que estes apresentam baixos valores de CT e de SM. Como os dados obtidos pelo pentapicnômetro necessitam
de uma correção para poderem ser correlacionados com os dados da balança, a análise foi feita de forma separada, porém integrada com os
demais dados petrofísicos nos furos N5S-F867 e N5S-FH1099. No furo N5S-FH1099 foi constatada uma diferença de densidade entre os
litotipos, tanto pelo método da balança quanto pelo método do pentapicnômetro. Além disso, é possível notar uma correlação dos dados de
densidade do pentapicnômetro com a SM no começo do furo, até em torno de 44m, porém essa correspondência não se apresenta ao longo
do furo, principalmente no HF. Já no furo N5S-F867 foi verificada uma correspondência entre os dados de densidade e de CT, principalmente
nos dados do pentapicnômetro, no qual, o aumento da densidade demonstra uma diminuição na CT e vice-versa.
PALAVRAS-CHAVE: MINÉRIO DE FERRO; PROPRIEDADES FÍSICAS DE ROCHA.
187
ANÁLISE GEOFÍSICA DOS LITOTIPOS DA
SUÍTE MÁFICA-ULTRAMÁFICA SERRA DA ESTRUTURA, PORÇÃO
NOROESTE DO ESTADO DE RORAIMA
Silva, E.Q.; Feitoza, L.M.1; 1Oliveira, R.C1
1Universidade Federal de Roraima
A Suíte Máfica-Ultramáfica Serra da Estrutura é uma unidade litológica que exibe corpos
com feição circular a elipsoidal que ocorre de maneira disseminada, com dimensões variadas
distribuídas em toda a região do Domínio Parima e parte do Domínio Guiana Central,
localizado na porção noroeste e oeste do estado de Roraima. Esta unidade Paleoproterozoica
é constituída por gabro, gabronorito, horblendito, horblenda gabro, piroxenito, olivina websterito
e lherzolito. Em função da falta de informações da unidade Suíte Máfica-Ultramáfica Serra da
Estrutura, esta pesquisa tem como propósito aprimorar as informações geológicas e,
principalmente geofísicas, aplicando ferramentas aerogeofísicas integradas com dados
geológicos e de sensoriamento remoto para caracterização da assinatura magnetométrica e
gamaespectrométrica dos litotipos que compõe esta unidade. A utilização de produtos SRTM
teve importante função, auxiliando na delimitação/refinamento dos corpos aflorantes e na
extração e análise dos lineamentos morfoestruturais. O uso de dados aerogeofísicos
provenientes do Projeto Aerogeofísico Província Mineral Parima-Uraricoera (CPRM)
proporcionou uma maior riqueza de detalhes aos dados já existentes. Os diversos produtos
resultantes dos dados aeromagnetométrico, permitiram a identificação das assinaturas
geofísicas relacionada à susceptibilidade magnética das rochas máficas-ultramáficas que
compõe a Suíte Serra da Estrutura, cuja resposta geofísica apresentou uma anomalia positiva,
gerada função da quantidade, composição e modo de distribuição dos minerais magnéticos
presentes nessas rochas, a aerogamaespetrometria por sua vez, faz uso da medição de raios
gama, cujos produtos resultante dados aerogamaespectrométrico permitiram determinar a
concentração dos radioelementos K, eU e eTh nas rochas por meio da medição de raios gama.
A resposta gamaespectrométrica nessas rochas exibiu concentração baixa dos três
radioelementos sugerindo um conjunto de rochas de série magnesiana. Tais informações
tornaram possível visualizar e delimitar contatos geológicos, além de realçar as feições
estruturais, que foram associadas ao modelo estrutural existente para a região. As análises
integradas dos dados de sensoriamento remoto, dados magnetométricos,
gamaespectrométricos e dados geológicos disponíveis, corroboram com novas informações no
que se refere à caracterização do padrão geofísico das rochas que constituem a Suíte, bem
como o padrão estrutural associado a esses corpos, auxiliando no conhecimento geocientífico
da Suíte Máfica-Ultramáfica Serra da Estrutura, bem como o padrão estrutural associado a
esses corpos. Contudo, é indispensável à implementação de etapas de campo para
mapeamento geológico de maior detalhe, envolvendo análise petrográfica, geoquímica e
datação destes corpos.
188
UTILIZAÇÃO DO GEORADAR E FUROS DE SONDAGENS PARA O
PLANEJAMENTO URBANO EM OURO PRETO/MG
Aranha, P.R.A. 1
; Marrismam, R.B.O¹; Sobreira, F.G.²
1
Universidade Federal de Minas Gerais; 2
Universidade Federal de Ouro Preto
RESUMO: No contexto da subbacia do Córrego do Funil, nas cabeceiras do Ribeirão do
Carmo próximo a cidade de Ouro Preto aplicouse o método geofísico Georadar associado a
furos de sondagens e ao mapa geológico da área em estudo para identificação de unidades
litológicas, seus contatos, espessuras e sua correlação com possíveis áreas para ocupação
urbana. Os principais litotipos que compõem o mapa geológico da área estudada são do Grupo
Piracicaba que é composto por metassedimentos clásticos, subdivididas nas Formações
Cercadinho, Fecho do Funil e Barreiro, do Grupo Sabará constituído por quartzitos,
quartzosericita xistos e xistos granatíferos de coloração vermelho acastanhado, amarelo
avermelhado a cinza, e diversos depósitos aluviais e coluviais.
Foram gerados, na área de
estudo, 14 radargramas com cerca de 1.250 metros de extensão cobrindo áreas extensas de
modo não invasivo, além de 10 furos de sondagens totalizando em 54,4 metros de
profundidade, entretanto foram descritos 6 radargramas e 2 furos de sondagens. Nos perfis
analisados, localizouse refletores com grande continuidade lateral de depósitos aluvionares
localizados na região superior, sendo esses presente no mapa geológico como depósitos
aluvionares e coluvionares e descritos nos furos de sondagens como areias siltoargilosas
amarelas ou marrom. Outros horizontes observáveis nos radargramas foram os contornos dos
depósitos recentes, além de dobras decimétricas a métricas, e que foram relacionadas ao
mapeamento geológico, sendo caracterizadas como xistos deformados e metamorfizados do
Grupo Sabará. Estas características geológicas, a morfologia e sua relação com a estruturação
do substrato e os depósitos relacionados aos processos atuantes (depósitos em encostas e
nos cursos d’água) foram utilizadas para auxiliar na classificação da área quanto à ocupação.
Portanto, as informações geradas foram associadas a carta geotécnica e deu origem a três
classes principais (aptidão alta, média e baixa) conforme as restrições e qualidades dos
terrenos. A classe com baixa aptidão, locais com possibilidades de ocorrência de movimentos
gravitacionais de massa naturais (Tombamentos de solo e rocha) e processos erosivos nas
vertentes, foram recomendadas para não ocupação. As classificadas como média aptidão,
áreas com possibilidades de processos de inundação localizados além de depósito de várzea
(areia argilosa fofa), devem seguir inúmeras recomendações para ocupação. Já a classe de
alta aptidão, exposições rochosas com solo residual alterado com espessuras inferiores a 2,0
metros, não há restrições para a aprovação de lotes para ocupação permanente.
PALAVRASCHAVE: GEORADAR; RADARGRAMAS; OCUPAÇÃO URBANA.
189
Macrossismo Virtual: Um apoio ao Estudo da Sismicidade Brasileira
190
MÉTODOS GEOELÉTRICOS APLICADOS NA IDENTIFICAÇÃO DE
LATERITAS NA REGIÃO OESTE DA BAHIA
Gomes da Silva, T.G.1; Rocha, D.L. 1; Rocha, W.R.F. 1; Silva, B.E.C. 1; Rodrigues, T.S. 2;
Moutinho, L.1; Carvalho, L.G. 1
1Universidade Federal do Oeste Bahia; 2Técnico Ambiental- Geólogo/ Associação de Agricultores e Irrigantes da
Bahia
191
CARACTERIZAÇÃO GEOFÍSICA ESTRUTURAL DA REGIÃO CENTRAL DA
BACIA DOS PARECIS.
Santos, I.N.1; Vital, L.B. 1; La Terra, E.F. 1 ; Fontes, S.L. 1
1 Observatório Nacional
RESUMO: A Bacia dos Parecis está localizada na região Centro-Oeste do Brasil, nos estados do
Mato Grosso e Rondônia, região de antepaís da Cordilheira dos Andes, e abrange uma área de
aproximadamente 500.000 km². É constituída por sedimentos proterozóicos, paleozóicos,
mesozóicos e cenozóicos. Esta bacia sedimentar foi classificada como uma bacia intracratônica
de evolução complexa e compreende depósitos sedimentares acumulados em riftes e em
sinéclise alongada na direção E-W. O estudo geofísico é de extrema importância na
caracterização de estruturas em bacias sedimentares. Devido aos problemas de não unicidade
apresentados pelos métodos geofísicos, faz-se necessário a integração de diferentes métodos
geofísicos a fim de reduzir a ambiguidade no resultado final. Para este efeito, dados de métodos
geofísicos potenciais foram integrados com os resultados obtidos no método magnetotelúrico e
dados de poço estratigráfico. Neste trabalho, foram integrados dados magnetotelúricos (MT) e
dados potenciais terrestres e aéreos, ambos fornecidos pela ANP. O método MT estima a
resistividade elétrica (ou condutividade) em subsuperfície através das etapas de aquisição de
dados, processamento, análise dimensional, modelagem e inversão. Os dados MT foram
adquiridos em três perfis sobre a bacia Cada um desses perfis é composto por 100 estações
orientadas na direção do norte magnético. Dois perfis são paralelos entre si na direção NW-SE
entre de 190 e 200 km de comprimento, enquanto o terceiro está na direção NE-SW e possui
360 km. O processamento MT foi realizado através da estatística robusta a fim de diminuir o
efeito de pontos espúrios nas estimativas do tensor de impedância. A análise dimensional foi
realizada através do cálculo dos invariantes rotacionais do tensor de impedância pelo programa
WALDIM, o qual determina a dimensionalidade para cada período observado. Foram feitas
correções de static shift nas curvas de resistividade aparente e fase utilizando dados TEM. A
etapa de inversão MT foi realizada através de um algoritmo 2D baseado no método de gradientes
conjugados não-lineares (NLCG). A modelagem e inversão gravimétrica 2D foi empregada para
ajustar dados gravimétricos ao longo dos perfis citados. A escolha da ordem polinomial do perfil
de anomalia que melhor representava a anomalia regional foi realizada a partir da comparação
entre o perfil da anomalia Bouguer e perfis de anomalias gravimétricas regionais de diferentes
ordens. Dados gravimétricos de anomalia regional foram modelados a fim de estimar a
profundidade da Moho enquanto que dados gravimétricos de anomalia residual foram utilizados
para modelagem da bacia visando estimar profundidade e relevo do embasamento na região dos
perfis estudados. Os resultados obtidos através da modelagem e inversão 2D e 2.5D realizadas,
aliadas a estudos anteriores na região, permitem a realização da análise da arquitetura estrutural
da bacia e sua correlação com processos de evolução da Bacia dos Parecis.
192
ROCK PERMEABILITY ESTIMATES BASED ON MERCURY POROSIMETRY
Silva, B.A.C.1; Rios, E.H.1,2; Mesquita, P.V.1; Azeredo, R.B.V1.
1Universidade Federal Fluminense; 2Universidade Federal do Rio de Janeiro
193
APLICAÇÃO DO MÉTODO DA ELETRORRESISTIVIDADE EM ÁREA DE
ANTIGA DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO MUNICÍPIO DE BOA
VISTA – RR
Soares, T.F.1; Feitoza, L.M.1; Souza, L.S.B.1
1Universidade Federal de Roraima
194
ESTIMATIVAS DE FLUXO TÉRMICO NA BACIA DO ESPÍRITO SANTO
Noce, B. B.1; Oliveira, N.V.2; Oliveira, L.G.S.2
1Halliburton; 2Universidade Federal do Espírito Santo
195
DETERMINAÇÃO DA ESPESSURA DO TERRENO NA PARTE SUPERIOR DE
CAVERNA DE ALTA RELEVANCIA NA BR-135 POR METODOS
MICROGRAVIMÉTRICOS
Nadal, C.A.1; Faggion, P.L.1; Giusti, D.A.1 Stevanato, R.1; Ratton, E.1; Luz, C.C.1; Nascimento
Neto, D.1; Veiga, L.A.K. 1; Ramos, S. M. 1
1Universidade Federal do Paraná – ITTI - Instituto Tecnologico de Transportes e Infraestrutura;
RESUMO: O eixo da rodovia BR-135 entre os km 208 ao km 226, situada no Município de São Desiderio,
insere-se no Chapadão Ocidental da Bahia. Do ponto de vista geológico pertence a região centro-oeste
do Cráton do São Francisco. Nesse setor do Cráton ocorrem predominantemente as coberturas
sedimentares fanerozóicas pertencentes à Bacia Sanfranciscana, representadas pelo Grupo Urucuia e
pelas rochas metassedimentares neoproterozóicas do Grupo Bambuí assentadas ou não, diretamente
sobre os granitos e gnaisses do embasamento arqueano. Neste trecho à rodovia existente passa sobre
parte da caverna denominada de Buraco do Inferno da Lagoa do Cemitério a cerca de dois quilômetros
de sua entrada. Com o objetivo de determinar a espessura da camada rochosa que separa o leito da
rodovia da cavidade procedeu-se um mapeamento geológico detalhado da região no entorno da
rodovia. A seguir foi planejado e executado um levantamento microgravimétrico de alta precisão ao
longo dos caminhos existentes na região. A partir de modelagem e analises obteve-se o valor desta
espessura. Utilizou-se nos trabalhos um gravimetro relativo modelo CG-5 Scintrex, cujas principais
características técnicas são: resolução é de 0,001 mGal e deriva dinâmica menor que 0,02 mGal/dia,
dois receptores GNSS de alta precisão e estação total topográfica. Também foram utilizadas
ortofotocartas obtidas de imagens tomadas por veículo aéreo não tripulado VANT o qual foi utilizado
em toda a região em estudo. Neste artigo serão apresentados a metodologia geodésica utilizada
(levantamentos GNSS e nivelamento geométrico de precisão, levantamento gravimétrico), os métodos e
levantamento aerofotogramétrico, a metodologia geológica e a analise geofísica obtida dos resultados
das modelagens efetuadas. O principal produto foi a geração de cartografia com anomalias residuais
Bouguer da área, que também permite uma visão de outras dolinas e cavidades situadas na área. A
partir dos parâmetros obtidos neste levantamento foi ainda efetivada uma modelagem geotécnica para
a verificação da distribuição de pressões causadas pela intensidade de sobrecargas máximas aplicadas
na superfície da via. Também foram analisados os efeitos da repetição de cargas e das eventuais
propagações dos efeitos decorrentes de vibrações que possam ocorrer durante as obras de
pavimentação da rodovia e sua manutenção. Todo o trabalho foi desenvolvido com o objetivo principal
da preservação da cavidade natural do Buraco do Inferno, fixando-se a analise principalmente na
prevenção de eventuais colapsos estruturais nesta cavidade.
196
ESTUDO GEOFÍSICO EM ALINHAMENTOS ESTRUTURAIS NO LIMITE OCIDENTAL DO
GRABEN ARROIO MOIRÃO, SANTANA DA BOA VISTA, RS, COM VISTAS À SUA
APLICAÇÃO HIDROGEOLÓGICA
Dall’Agnese, B.S.¹; Hansen, M.A.F.¹; Lima, J.P.R.¹, Fensterseifer, H.C.2, Ilha, L.M.¹
¹Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA
2Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES
197
DESCRIÇÃO PETROGRÁFICA E PETROFÍSICA DE ARENITOS
DO POÇO PN-14-SC.02, FORMAÇÃO RIO BONITO – BACIA DO
PARANÁ
Ramos, P.F.O.1; Stael, G.C.1; Ade, M.V.B. 2; Bergamaschi, S. 2; Bejarano, S.1;
Silva, C.O.1
1Observatório Nacional; 2Universidade Estadual do Rio de Janeiro
198
INTEGRAÇÃO GEOFÍSICO-GEOLÓGICA DA REGIÃO DE GASPAR, SANTA
CATARINA
Silva, V.A.F.1; Ferreira, F.J.F.1
1Universidade Federal do Paraná
199
INTEGRAÇÃO DE DADOS GEOFÍSICOS, ESTRUTURAL E FLUXO DE
ÁGUA SUBTERRÂNEA EM MEIO CRISTALINO NO MUNICÍPIO DE
XINGUARA (PA)
Gomes. K.P.1; Santos, L.O.2, Mendes, A.C.2, Oliveira, A.M.3
1CPGf- Universidade Federal do Pará; 2Universidade Federal do Oeste do Pará; 3Graduanda em Geologia -
Universidade Federal do Oeste do Pará
200
ANÁLISE GEOFÍSICA E A CONFIGURAÇÃO DO EMBASAMENTO DA
PORÇÃO ORIENTAL DA CHAPADA DIAMANTINA - BA
D’Angelo T. 1, Barbosa M.S.C. 2, Danderfer F° A. 3
RESUMO: A geofísica, através de métodos indiretos, permite acessar estruturas não aflorantes
e, integrada aos dados de superfície, delineia melhor o cenário geológico local. Este trabalho
abrange os resultados pré-liminares da análise geofísica da Chapada Diamantina Oriental, nas
proximidades de Irecê e Morro do Chapéu. A região apresenta uma baixa magnitude de
deformação relacionada ao evento Brasiliano. A este são relacionadas duas fases de
deformação, D1 e D2, que envolvem as rochas dos grupos Una e Chapada Diamantina em
fold-thrust belts epidérmicos vergentes para leste e sul, respectivamente, sendo o último
restrito à sinclinal de Irecê. As estruturas geneticamente relacionadas à D1 sugerem um
controle da geometria extensional do embasamento na deformação da cobertura sedimentar.
Com intuito de determinar esta estruturação na região foram gerados mapas temáticos de
Magnetometria e Gravimetria usando base de dados CPRM e TOPEX. Visto que o
embasamento é a principal fonte das anomalias magnéticas na área, foram desenvolvidos
perfis de deconvolução de Euler para identificar sua profundidade e geometria. Para isto,
utilizou-se de maneira integrada os softwares Geosoft Oasis Montaj 7.01, ArcGis 9.3 e
EUDEPH. Os mapas gravimétricos apresentaram forte correlação com as unidades da
cobertura sedimentar e a estruturação impressa. Anomalias Free-Air e Bouguer entre -90 e -60
mgal marcam sinclinais onde afloram as unidades carbonáticas do Grupo Una. Estes valores
aumentam até -40 mgal com a ocorrência de rochas do Grupo Chapada Diamantina e do
embasamento. A variação das anomalias no interior da sinclinal de Irecê sugere um aumento
da espessura estratigráfica de leste para oeste e, consequentemente, o aprofundamento do
embasamento. Também foram identificados lineamentos de direção E-W coincidentes com as
falhas de empurrão relacionadas à D2. Sobre o domínio do Grupo Chapada Diamantina os
eixos das anomalias ocupam posições NNW-SSE e N-S assim como os eixos dos
dobramentos D1. Sistemas de fraturas de direções NW, NS e NE, relacionados à D1 e D2
apresentam relação com as anomalias Bouguer DZ. Na área, os mapas magnéticos permitem
delinear as feições do embasamento. No mapa ASA uma grande anomalia de eixo N-S com
valores de 0.0008 a 0.0030 nT domina a sinclinal de Irecê. São identificados lineamentos de
direção N-S e ENE-WSW, destacados nos mapas DX e DY, que podem representar limites de
blocos do embasamento. Na região de Morro do Chapéu as anomalias apresentam eixos N-S e
valores mais elevados entre 0.0030 e 0.0070 nT. Ocorrem ainda lineamentos de mesma
direção que encontram-se deslocados por lineamentos menores de direção E-W. Os perfis de
deconvolução de Euler leste-oeste desenvolvidos até o momento evidenciam a existência de
uma falha N-S coincidente com a borda da sinclinal de Irecê. A análise integrada dos dados
geofísicos e geológicos da porção oriental da Chapada Diamantina indica que o embasamento
na área é estruturado segundo uma falha normal que separa um bloco baixo, posicionado
abaixo da sinclinal de Irecê, e um bloco alto na região de Morro do Chapéu, a leste. Uma
descrição mais completa desta estrutura será obtida a partir do refinamento das
deconvoluções.
201
COMPARAÇÃO DOS DADOS AEROMAGNETICOS DO PROJETO MÉDIO SÃO
FRANCISCO COM OS VALORES DE SUSCEPTIBILIDADE MAGNETICA (SM)
TERRESTRE DO COMPLEXO RIO SALITRE, JUAZEIRO, BAHIA, BRASIL.
Oliveira, D.M.1; Santana, L.R.1; Oliveira, L.R.S.1,2; Sacramento, L. C.1; Galvão, L. B.1; Oliveira,
P.R.N.1; Santana, P.R.R.1,2; Câmara, I.S.1,2
1 Universidade Federal da Bahia; 2Grupo de Metalogênese e Exploração Mineral, CPGG-UFBA
202
CARACTERIZAÇÃO GEOFÍSICA E ANÁLISE QUÍMICA DA PORÇÃO
SETENTRIONAL DA PROVÍNCIA URANÍFERA DE LAGOA REAL-BA
ABRAGENDO AS ANOMALIAS LR- 26 E LR-37
SILVA, L.R.C.¹; MOUTINHO, L.¹; PRAZERES SANTOS, J.¹; CARVALHO, L.G.¹, OLIVEIRA,
L.B.G.¹
¹Universidade Federal do Oeste da Bahia
RESUMO: O Brasil ocupa uma posição de destaque no cenário mundial em relação ao minério
de urânio, cujas reservas representam cerca de 5% no setor mundial, poréma única indústria
em atividade de explotação no País localiza-se na Província Uranífera de Lagoa Real, entre os
municípios de Caetité e Lagoa Real, regiãosudoeste do Estado da Bahia, sendo este o local do
presente estudo que abrange as anomalias LR-37 e LR-26, posicionadas na porção
setentrional da província e estão recobertas por sedimentos quaternários que podem mascarar
a verdadeira concentração do elemento químico. Neste trabalhoforam utilizados métodos
geofísicos de gamaespectrometria e eletrorresistividade, além de análise química para indicar
os locais de maiores concentrações de urânio elevantamentos geológicos para caracterizar os
litotiposresponsáveis pela mineralização, sua geometria e se entre as anomalias LR-37 e LR-
26 existe mineralização que possa definir uma jazida cega, ou seja, encoberta por sedimentos,
ou se apresenta continuidade entre elas. A geologia da área é composta por latossolos, zona
quartzosa e ortognaisses. Por meio da análise e interpretaçãogamaespectrométricafoi possível
inferir os locais que apresentam maiores incidências de urânio pela presença deargilominerais
quesãobonscaptadores de radioelementos.Estes estão posicionadospreferencialmente na
porção norte da área, próximo à anomalia LR-37, onde ocorremconcentrações superiores
a6,00ppm alcançando 17,00ppm e contagem total de radioelementosde até 500cps. Já os
ortognaissesezonas quartzosas apresentam concentrações de urânio baixas com valores de
200 a 340cps.Por meio daeletrorresistividade que foi realizado apenas na porção norte, através
do caminhamento elétrico, pode-se concluir que os albititos mineralizados e a zona quartzosa
apresentamvalores elevados de resistividade, indicando o urânio e sílica como baixos
condutores elétricos. Já os latossolos, albititos não mineralizados, ortognaisse e ortognaisses
alterados, possuem baixa a moderada resistividade. Foi possível inferir também a geometria
em que os litotipos se encontram em subsuperfície, sendo que estes possuem direção
preferencial de mergulho 50°NE, além possibilitar-nos inferir algumas fraturas que indicam os
locais onde houveramas maiores alterações. Através dos atributos químicos definiu-se que
olatossolo é resultado de intemperismo das rochas mineralizadas, formadas principalmente de
Fe e Al e elementos menores como Ti, Zr, Nb, Ga, La e Y, fato que confirma a atuação de
processo de metassomatismo na região. Em relação à área estudada entre as anomalias LR-
26 e LR-37 não se encontramindícios de altas concentrações de radiolelementos para que se
defina uma outra anomalia de urânio, mas sim uma continuidade entre elas, pois essa porção
apresenta preferencialmente anomalias gamaespectométricasnegativas, associadasa valores
muito baixos de concentrações de radioelementos em relação aos observados na porção norte,
no entanto, a porção oeste da anomalia LR-37 pode ser apontada como uma possível
continuidade desta, devidoas elevadas incidências de urânio. Portanto de acordo com os
métodos aplicados e análises interpretativas, tem-se que as técnicas realizadas foram muito
eficientes indicandoa concentração, o litotipo, a geometria e o local em que o elemento urânio
está presente, demonstrandogrande potencial econômico para o radioelemento urânio.
203
INTEGRAÇÃO GEOFÍSICA-GEOLÓGICA PARA DEFINIÇÃO DO ARCABOUÇO
TECTÔNICO DO CRÁTON DO SÃO FRANCISCO NA REGIÃO SUDOESTE DA
BAHIA.
Este resumo trata dos trabalhos desenvolvidos no Projeto Anagé-Poções, em apoio ao programa Levantamentos
Geológicos e Potencial Mineral de Novas Fronteiras, executado pela CPRM – Serviço Geológico do Brasil, da
Diretoria de Geologia e Mineração (DGEM), bem como no âmbito de integração dos dados geológicos e geofísicos
de alta resolução, aperfeiçoados na dissertação de Mestrado pela UFPR, com objetivo de melhor definir o
arcabouço geotectônico da porção meridional do Cráton do São Francisco (CSF). O contexto geotectônico da área
de estudo engloba a zona de transição existente entre a porção sudeste do (CSF) e o ramo norte da faixa móvel
brasiliana Araçuaí. Esse segmento meridional do (CSF) inclui porções arqueanas meridionais dos blocos Gavião e
Jequié, aglutinadas e estabilizadas no paleoproterozóico (2,0Ga). O Bloco Gavião é constituído por ortognaisses
tonalíticos-granodioríticos migmatíticos (Tipo TTG) (3,4 a 3,1Ga), associados a corpos gabronoríticos
anfibolitizados, gnaisses kinzigíticos, além de segmentos da sequência metavulcanossedimentar greenstone belt
Contendas-Mirante (2,4Ga). Ocorrem ainda corpos de metagranitos-metagranodioritos, gnaissificados e
localmente migmatizados (2,8 a 2,7Ga), sequências de rochas vulcânicas calcioalcalinas, granitos metaluminosos
e sequência de rochas metamáficas/metaultramáficas associada a greenstone belt acima descrito. O Bloco Jequié
é representado por granulitos ortoderivados heterogêneos (2,8 a 2,9Ga), contendo megaenclaves de rochas
supracrustais granulitizadas (3,0 a 2,9Ga). Ocorrem ainda enderbitos-charnockitos granulíticos (2,8 a 2,7Ga) com
intrusões máficas e corpos gabro-anortosíticos (2,0Ga), augen-charnoenderbitos-charnockitos granulíticos e
charnockitos (2,0Ga). Com base nos novos mapeamentos geológicos e na interpretação dos dados aerogeofísicos
(gamaespectrométricos e magnetométricos) delineou-se na área de estudo e no seu entorno o limite existente
entre a faixa de deformação brasiliana Araçuaí e as rochas do embasamento do Cráton do São Francisco. A
utilização de dados geofísicos de alta resolução e de gravimetria terrestre foram essenciais para o entendimento
de diversos aspectos geotectônicos e estruturais, até então considerados controversos. Os mapas litogeofísicos,
as composições ternárias gamaespectrométricas e as técnicas de realce de anomalias magnéticas foram
importantes na reformulação dos modelos iniciais para produção de novos mapas geológicos da região de estudo,
tanto na orientação dos trabalhos de campo e, da amostragem empregada como na concepção e no entendimento
do arcabouço tectono-estrutural da área de estudo. Essas técnicas contribuíram significativamente para a
cartografia e contextualização geológica, tanto no mapeamento das descontinuidades tectônicas, quanto no
arranjo espacial e estabelecimento (reconhecimento) dos compartimentos estruturais, o que permitiu a realização
de inferências sobre a evolução geológica dos segmentos estudados. A distribuição espacial das megaestruturas
atuantes desde o Arqueano-Paleoproterozóico é considerada de grande relevância como zonas de circulação de
fluidos potencialmente geradores de jazidas minerais e sua melhor delimitação contribui para o avanço do
conhecimento técnico-científico e da pesquisa mineral na área de estudo.
Palavras-chave: realce de anomalias magnéticas e gravimétricas; mapa litogeofísico; Cráton do São Francisco.
204
INTEGRAÇÃO DE DADOS ESPECTRAIS DE IMAGENS DO SENSOR ASTER
E DADOS AEROGAMAESPECTOMÉTRICOS NO MAPEAMENTO DE
UNIDADES NEOPROTEROZÓICAS DA SUB-BACIA DE CAMPINAS
Souza, D.P.C.1; Rocha, W.F.2; Misi, A.3; Sena,F.4; Figueredo, C.5
1Cursode Pós-Graduação em Geologia, Universidade Federal da Bahia; 2Grupo de Pesquisa em Metalogênese,
Modelos Metalogenéticos e Exploração Mineral, CPGG-UFBA; 3Universidade Estadual de Feira de Santana
(UEFS)
205
ANISOTROPIA DE SUSCEPTIBLIDADE MAGNÉTICA DE SILLS DA SERRA
DO FAXINAL, SC, GRUPO SERRA GERAL.
Mackey, T.C.1; Arena, K.R.2; Hartmann, L.A.2; Trindade, R.I.F.3; Savian, J.F.2; Mayer, D.E.1;
Pinto, V.M.1
1Universidade Federal de Pelotas; 2Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 3IAG, Universidade de São Paulo.
206
Aspectos geomorfológicos e gamaespectrométricos das crostas lateríticas
da porção sul do estado de Rondônia
Iza, E.R.H.F. 1 2; Horbe, A.M.C 2; Herrera, I.L.I.E. 3
1 Serviço Geológico do Brasil, Av. Lauro Sodré, 2561, São Sebastião, Porto Velho, 76801-581, Brasil,
edgar.iza@cprm.gov.br;
2Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Brasília, 70910-900 Brasil
3 Universidade Federal de Rondônia, Departamento de Geografia, PPGG Porto Velho, 76801-059 Brasil
207
CROSTAS LATERÍTICAS NA PORÇÃO NORTE DO ESTADO DE RONDÔNIA:
MODO DE OCORRÊNCIA E PADRÕES GAMAESPECTROMÉTRICOS
208
USO DE DADOS AEROGEOFÍSICOS NO PROJETO BATÓLITO DE PELOTAS
– INTEGRAÇÃO GEOLÓGICA GEOFÍSICA.
Stropper, J.L. 1; Lopes, W.R.1, Takehara, L. 1; Laux, J.H. 1; Scherer, O.B. 1; Provenzano, C.A. 1;
Karczeski, J. L. 2
1 Serviço Geológico do Brasil – SUREG-PA
O projeto Batólito Pelotas (BP) classificado pela CPRM como ARIM e tem como objetivo a
integração metalogenética-geológico-geofísica. O projeto tem como ênfase o entendimento das
mineralizações de estanho, tungstênio, chumbo e ouro, associadas às rochas graníticas que
ocorrem no BP. O BP corresponde a um complexo granito-gnáissico, com posicionamento em
diferentes níveis crustais e estágios de evolução e de deformação distintos, englobando xenólitos
de rochas gnáissicas intensamente deformadas, de formas e dimensões variadas. E é
interpretado como batólito composto, multiintrusivo e polifásico, relacionado ao Ciclo Brasiliano.
O uso dos dados geofísicos permite direcionar e otimizar as atividades de campo, onde foi
possível aperfeiçoar os contatos litológicos cartografados no BP. Também foram delimitadas
unidades com padrões aerogeofísicos distintos e que necessitam de checagem. Em relação a
recursos minerais, permitiu o estabelecimento de padrões relacionados a hidrotermalismo para
estudo das mineralizações, além de possibilitar a interpretação dos padrões estruturais
relacionadas às mineralizações conhecidas.
209
A utilização do levantamento aerogeofísico no Projeto Integração Geológica-geofísica do Batólito
Pelotas permitiu a otimização dos trabalhos de campo e reascende diversas discussões de
caráter tectônico.
210
ANÁLISE PETROFÍSICA DE POÇOS TURBIDÍTICOS DO CAMPO DE
MARIMBÁ NA BACIA DE CAMPOS
Mendes, I.M.1; Silva, C.G; Ribeiro, M.G.S.2, C. S. Guizan.3
1Universidade Federal Fluminense; 2Universidade Federal do Rio de Janeiro
211
MAGNETOMETRIA E TECTONICA THIN SKIN DA ZONA EXTERNA DA FAIXA
BRASÍLIA – SEQUÊCIA VAZANTE-PARACATU
Matos, D.R.M.1; Dantas, E.L.D.2; Vidotti, R. M. 2, Almeida, T. 2
1Serviço Geológico do Brasil - CPRM; 2Universidade de Brasília
RESUMO: A Sequência Vazante-Paracatu é definida como uma bacia do tipo foreland (Uhlein
et al, 2012), em que sistemas de falhas de empurrão longitudinais invertem a sequência dos
Grupos Canastra e Vazante (Campos Neto, 1979; Freitas-Silva, 1991; Pereira, 1992), sendo
sua porção central marcada pela inflexão dessa sequência. Por meio de uma linha sísmica que
atravessa a área de estudos, Coelho et al., 2008 propõem a existência de 2 conjuntos de
estruturas que atravessariam a região, com diferentes profundidades, sendo que o primeiro
conjunto restrito as coberturas e o segundo domínio atingiria até o embasamento, definindo
faixas de thin e thick-skin. Dados de aeromagnetometria foram usados para definir a relação
entre as bacias dos Grupos Canastra e Vazante, bem como a posição do seu embasamento.
Interpretaram-se 8 domínios magnéticos, com base no relevo magnético e lineamentos
magnéticos. Os lineamentos foram classificados em quatro ordens, em que as de primeira
ordem são os principais que definem a área e os de quarta ordem definem a orientação
principal dos domínios. Foram aplicadas dois algoritmos nesses dados: Deconvolução de Euler
e Matched Filter.
As anomalias detectadas na deconvolução de Euler foram agrupadas em 4 categorias de
acordo com a sua profundidade, sendo elas: 0-250m, 250-500m, 500-1000m, 1000-5000m. A
maioria das estruturas encontra-se em até 250m de profundidade, sendo que entre 500-1000m
são identificadas as falhas de empurrão catalogadas para a região. Notam-se duas porções
com fontes magnéticas mais profundas, aproximadamente 5km, sugerindo fontes profundas
abaixo destas coberturas.
O matched filter aplicado sobre os dados da sequência Vazante-Paracatu resultou em 3
profundidades de base de fontes distintas, sendo: 222m, 1258m e 9268m. Em 222m, os
lineamentos apresentam-se homogêneos, sendo considerados como fonte do pacote
sedimentar; em 1258m, há o desaparecimento de alguns lineamentos e outros não se
apresentam bem definidos, sendo considerados como estruturas de topo do substrato
cristalino; em 9268m são identificados somente lineamentos mais intensos, relacionados a
grandes descontinuidades – limites dos grupos Canastra/Vazante, além da presença de novas
estruturas do embasamento.
Percebeu-se que no intervalo de 500m/1000m as estruturas antes homogêneas na porção
leste da área – definida pelo Grupo Vazante, não estão mais presentes, dando lugar a outras
estruturas, ao contrário do que ocorre na porção oeste da área, definida pelo Grupo Canastra,
o que poderia indicar um afinamento da cobertura sedimentar de oeste para leste.
Comparando os dados de interpretação magnetométrica aos dados de cartografia geológica da
região, muitos lineamentos magnéticos encontram correspondentes nas grandes estruturas
regionais mapeadas, sendo determinadas as profundidades das estruturas limites dos blocos
crustais definidos pelos Grupos Canastra/Vazante aproximadamente 9km e Vazante/Bambuí
aproximadamente 1km.
Recordando o modelo de Coelho et al. (2008) pensa-se que a estrutura do contato
Vazante/Bambuí seja mais rasa, afetando apenas as coberturas sedimentares, primeiro grupo
de estruturas, e a estrutura que define o contato Canastra/Vazante está relacionada às
estruturas mais profundas, relacionada a uma faixa thick-skin em meio a Zona Externa da
Faixa Brasília.
PALAVRAS-CHAVE: AEROMAGNETOMETRIA, TECTÔNICA, THIN-SKIN.
212
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ ST05 –
Modelagem Geológica
ISBN: 978-85-99198-13-1
213
MODELAMENTO DE ALTERAÇÃO HIDROTERMAL PARA O DEPÓSITO
AURÍFERO DO ALVO CÓRREGO DO OURO EM PAPAGAIOS MG
Daher, A.P.¹
¹Universidade Federal de Minas Gerais
214
EVIDÊNCIAS DE UM PALEOFIORDE DA GLACIAÇÃO NEOPALEOZÓICA NO
EXTREMO SUL DA BACIA DO PARANÁ.
Tedesco, J.1; Cagliari, J.2; Coitinho, J.R.3; Lopes, R.C.4; Lavina, E.L.C.5
1Universidade do Vale do Rio dos Sinos
215
MODELAGEM MINERALÓGICA NA CARACTERIZAÇÃO DE
ARGILOMINERAIS INTERESTRATIFICADOS DE BACIAS BRASILEIRAS COM
APLICAÇÃO NA EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO
Alves, D.B.1
1 Petróleo Brasileiro S/A - CENPES
216
MODELAGEM DE PROCESSOS DIAGENÉTICOS EM ROCHAS
SEDIMENTARES
Abel, M.1; Freitas, C.M.D.S.1;Damiani, L.H.1; Feller, G.J.1; Rey, M.1; Klunk, M.A.2;
Park, A.3; Strim, J. 4; Oliveira, D.M.5; ; De Ros, L.F. 2
1Instituto de Informática e 2Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS
3 Sienna Geodynamics and Consulting, Inc., Albany, NY
4 Petrobras – UO-ES, Vitória, ES
5 Petrobras - CENPES, Rio de Janeiro, RJ
217
CARACTERIZAÇÃO HIDRODINÂMICA E DEPOSICIONAL DE CORRENTES
DE DENSIDADE GERADAS POR SIMULAÇÃO FÍSICA
Boffo, C.H 1.; Manica, R.1; Borges, A.L.O.1; Moraes, M.2; Paraizo, P.2
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2 PETROBRAS
218
USO DAS GEOTECNOLOGIAS PARA MODELAGEM DE PEDREIRAS COM
ÊNFASE NA ESTABILIDADE DE TALUDES
Silva, A. B.1; Medeiro, F.S.L.2; Cuentas, O. T.³; Lima, A.4; Ribeiro, P.V.S.5 Póvoas, H.S.S.6
123456Universidade Estadual de Feira de Santana.
RESUMO: Este trabalho visa realizar uma avaliação geológica-geotécnica dos taludes de uma
pedreira localizada no município de Simões Filho-Bahia, usando geotecnologias apoiadas nas
imagens de satélite LANDSAT 8 OLI e ferramentas de geoprocessamento para modelar o perfil
geológico da reserva mineral implementando uma base de dados geográfico na área de
estudo. Além disso, o presente trabalho consiste em obter um diagnóstico da segurança da
exploração mineral classificando o maciço rochoso com base no sistema de classificação
geomecânica RMR (Rock Mass Rating) de BIENIAWSKI (1989), realizando uma análise das
condições de estabilidade do maciço, considerando o mapeamento geológico e os dados
levantados com as técnicas de geotecnologias, a fim de aperfeiçoar os métodos de exploração
e auxiliar no processo de ordenamento e desenvolvimento sustentável da extração de
agregados para a construção civil. Um modelo geomecânico é uma ferramenta que permite a
reprodução com o maior realismo possível das características e comportamento de um maciço
rochoso, simulando o seu comportamento quando está sob a aplicação de solicitações
externas. Geralmente a ruptura do maciço resulta da sua resposta a novas condições de
pressão e temperatura. Este conhecimento da distribuição e intensidade de diversas forças nos
taludes da pedreira em avaliação poderá contribuir na avaliação da integridade e segurança de
obras de engenharia e de empreendimentos de mineração (GOMES, D, 2000). A avaliação
geológica-geotécnica de taludes rochosos será realizada em uma série de levantamentos de
campo nos taludes da pedreira para realizar uma descrição das características do maciço
rochoso e de suas descontinuidades físicas, informações que contribuirão para a construção da
modelagem. O aumento das limitações ambientais e a necessidade cada vez maior de
trabalhos de mineração em zonas seguras tem levado o ramo de exploração mineral a se
preocupar cada vez mais com as condições geotécnicas de seu maciço e com as escavações
dos seus taludes da jazida. Este trabalho torna se importante na medida que poderá contribuir
para o aperfeiçoamento de estudos geotécnicos na área de exploração mineral e para gestão
ambiental destes recursos minerais no município, além da criação de um banco de dados de
análise processual da região obtido com o uso de geotecnologias.
219
APLICAÇÃO DO MODELO DE ESTIRAMENTO LITOSFÉRICO PARA O
CÁLCULO DO FLUXO TÉRMICO NO EMBASAMENTO NA BACIA DO
AMAZONAS.
Silva, M.1; Mohriak, W.1; Santos, W.H.1; Reis, D.E.S.1; Ferreira, J.S.2
1Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2 Observatório Nacional - RJ
RESUMO:
No presente trabalho foi feito um estudo da bacia do Amazonas, esta por ser uma bacia
paleozoica possui uma longa história evolutiva marcada por discordâncias expressivas e com
uma cunha sedimentar relativamente rasa se comparada às bacias cretáceas brasileiras. A
bacia do amazonas também apresenta controvérsia a respeito da suficiência do soterramento
para a geração de hidrocarbonetos. Ocorrem na bacia rochas vulcânicas básicas intrusivas
(diques e soleiras) e extrusivas, associadas a eventos magmáticos do Eotriássico e
Eocretáceo, que representam um aspecto importante na sua evolução térmica.
O efeito térmico destas intrusões seria responsável pelo acréscimo de calor necessário à
maturação da matéria orgânica e consequente potencial de geração de petróleo. Considerando
que nestas bacias ocorrem boas rochas geradoras de hidrocarbonetos no Devoniano e no
Permiano, pode-se prognosticar que quantidades de petróleo podem ter sido geradas pela
ação dos corpos ígneos intrusivos. Baseado nessa assertiva, este trabalho propõe um estudo
que possa contribuir com a reconstrução da história térmica desta bacia a partir da modelagem
das variáveis termais associadas ao magmatismo e à história de soterramento.
A partir de dados de poços utilizados foram feitas identificações e rejeições de valores
discrepantes através dos Geotermogramas de Temperatura x Profundidade, que haviam sido
construídos para cada um dos poços individualmente. A seguir, foram construídos dois gráficos
que englobavam todos os poços relacionando Temperatura x Profundidade e Gradiente
Geotérmico x Profundidade. Na modelagem do fluxo térmico basal e da história térmica devido
ao estiramento litosférico foram utilizados os modelos de MCKENZIE (1978) e ROYDEN &
KEEN (1980) e a técnica de backstripping (STECKLER & WATTS, 1978).
A modelagem termomecânica de uma bacia sedimentar envolve a determinação da
subsidência tectônica e da subsidência termal. A subsidência tectônica foi calculada a partir da
reconstrução da sequencia evolutiva da bacia que define o histórico de subsidência da mesma
sob o peso dos sedimentos depositados. Neste estudo foram relacionados à estrutura térmica
ao fluxo térmico basal e ao efeito térmico devido a intrusões ígneas comuns na bacia. Obteve-
se a história térmica do soterramento e o fluxo térmico no embasamento pela técnica de
backstripping e pelos modelos de extensão litosférica de MCKENZIE e ROYDEN & KEEN. Os
valores de temperatura calculados na base foram utilizados nas condições de contorno da
modelagem, para avaliação do efeito térmico devido às intrusões.
Os modelos gerados mostraram que o fluxo térmico do embasamento não foi suficiente
para a maturação térmica de toda a bacia. Porém, a soma do fluxo térmico basal com o fluxo
proveniente das intrusões é responsável pela sua maturação térmica do HC. Estas duas fontes
estão diretamente relacionadas com a geração de hidrocarbonetos confirmada pelos sistemas
petrolíferos lá existentes.
A influência do efeito térmico de intrusões ígneas na maturação térmica da Bacia do
Amazonas mostra-se determinante para a geração de hidrocarbonetos em algumas áreas da
bacia, validando os sistemas ditos não convencionais.
220
MODELAGEM 3D E ESTIMATIVA DE RECURSOS DOS DEPÓSITOS DE
CARVÃO DE MORUNGAVA-CHICO LOMÃ E SANTA TEREZINHA, RS
LUIZA LOPES DE ARAÚJO1, RICARDO WOSNIAK1, EDUARDO MOUSSALLE GRISSOLIA1,
ROGÉRIO CELESTINO DE ALMEIDA1, DAVID GRILO1, MAÍSA BASTOS ABRAM1,
HAMILCAR TAVARES VIEIRA JÚNIOR2, JOSÉ LEONARDO SILVA ANDRIOTTI3, MARCO
TÚLIO NAVES DE CARVALHO4
1Serviço Geológico do Brasil (CPRM), DIARMI, Salvador-BA, luiza.araujo@cprm.gov.br,
ricardo.wosniak@cprm.gov.br, eduardo.grissolia@cprm.gov.br, rogerio.almeida@cprm.gov.br,
maisa,abram@cprm.gov.br
2Serviço Geológico do Brasil (CPRM), DIARMI, São Paulo-SP, hamilcar.junior@cprm.gov.br
Atualmente a CPRM – Serviço Geológico do Brasil detém 332 processos de direitos minerários
ativos no DNPM, os quais constituem 30 projetos referentes a 14 bens minerais distribuídos
pelo país. O carvão mineral está entre esses bens minerais pesquisados. No final da década
de 1970 e início da década de 1980, a CPRM, por demanda do PME - Plano de Mobilização
Energética, do Governo Federal, executou trabalhos de mapeamento geológico, sondagem e
trabalhos de sísmica de reflexão e de refração em diversas escalas nos depósitos de carvão
conhecidos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Foram à época requeridas diversas
áreas de pesquisa, as quais resultaram após a avaliação geológica no portfólio atual da
empresa, constituído por 210 áreas para carvão mineral, sendo 4 alvarás no estado de Santa
Catarina e 206 alvarás no Rio Grande do Sul, distribuídos em vários depósitos. O presente
trabalho apresenta o resultado da reavaliação, por meio da modelagem 3D e estimativa de
recursos, dos depósitos de Morungava-Chico Lomã e Santa Terezinha, adjacentes entre si e
localizadas no centro-leste do estado do Rio Grande do Sul. As áreas da CPRM nesses
depósitos totalizam 78 alvarás de pesquisa, todos com relatório final de pesquisa aprovados,
somando um total de 138.172,68 hectares. Para a modelagem geológica dos depósitos e
respectiva estimativa de recursos foram utilizados 237 furos de sondagem, totalizando
75.358,02 metros perfurados, 132,7 quilômetros de dados de sísmica de reflexão, 191,45
quilômetros de dados de sísmicas de refração e 280 ensaios de “afunda-flutua”. Todas as
informações litológicas e analíticas dos furos de sondagem e mapas foram resgatadas e
organizadas em banco de dados e posteriormente integrados com os dados geofísicos
disponíveis, resultando em seções estratigráficas que mostram a distribuição lateral e vertical
das camadas de carvão. A partir desses dados elaborou-se um modelo geológico
tridimensional desses depósitos e estimou-se a qualidade dos recursos minerais in situ das
camadas de carvão, através do software Strat3D. A soma de todos os recursos in situ dos
depósitos, com a espessura de carvão contido na camada maior do que 0,5 metros, atingiu o
valor de 2,5 bilhões de metros cúbicos de carvão contido e 3,9 bilhões de metros cúbicos
considerando-se a camada total. Sendo que, cerca de 70% desses recursos concentram-se
nas principais camadas, CL4 e CL6. Foram estimados os principais parâmetros de qualidade
da amostra total e da fração com densidade maior do que 1,85 g/cm3 para todas as camadas
modeladas. O carvão desses depósitos apresenta potencial para carvão energético e,
mediante beneficiamento, potencial para coque. No entanto, menos de 1% desses recursos
encontra-se em profundidades menores do que 50 metros. O restante dos recursos de
Morungava Chico-Lomã encontra-se a profundidades que variam entre 50 e 470 metros, já no
depósito de Santa Terezinha as camadas de carvão apresentam-se em profundidades entre
450 e 960 metros. Além disso, baseado em trabalhos anteriores de pesquisadores da UFRGS,
realizou-se um estudo das áreas dos dois depósitos com maior potencial para acumulação de
gás metano associada às camadas de carvão (CBM).
221
MODELAGEM 3D E ESTIMATIVA DE RECURSOS DA JAZIDA DE CANDIOTA:
ÁREAS DA CPRM PASSÍVEIS DE SEREM MINERADAS A CÉU ABERTO
LUIZA LOPES DE ARAÚJO1, RICARDO WOSNIAK1, EDUARDO MOUSSALLE GRISSOLIA1,
JOSÉ LEONARDO SILVA ANDRIOTTI2
1ServiçoGeológico do Brasil (CPRM), DIARMI, Salvador-BA, luiza.araujo@cprm.gov.br,
ricardo.wosniak@cprm.gov.br, eduardo.grissolia@cprm.gov.br,
2Serviço Geológico do Brasil (CPRM), SUREG-PA, Porto Alegre-RS, jose.andriotti@cprm.gov.br
A jazida de Candiota situa-se no sudoeste do estado do Rio Grande do Sul e possui a maior
reserva de carvão mineral do Brasil. Além disso, reveste-se de importância especial, por já ser
alvo de explotação pela Companhia Riograndense de Mineração (CRM) e de utilização na
termoeletricidade pela Eletrobrás CGTEE (Usina Presidente Médici) desde a década de 1960.
No final da década de 1970 e início da década de 1980, a CPRM, por demanda do PME -
Plano de Mobilização Energética, do Governo Federal, executou trabalhos em diversas escalas
nos depósitos de carvão conhecidos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Atualmente,
na região carbonífera de Candiota a CPRM detém 56 alvarás com relatório final de pesquisa
aprovado pelo DNPM, totalizando 96.875,76 hectares. O presente trabalho apresenta o
resultado da reavaliação, por meio da modelagem 3D e estimativa de recursos das áreas da
CPRM que mostram as mais favoráveis perspectivas de lavra, baseadas na quantidade e
qualidade das reservas de carvão, facilidades de extração, localização, infraestrutura e
disponibilidade de transporte. A partir desses critérios, foram selecionados treze alvarás
agrupados em cinco blocos prioritários distribuídos na porção centro-norte da jazida. São eles:
Bloco Seival II, Bloco Pitangueira, Bloco Pitangueira Norte, Bloco Arroio dos Vimes e Bloco
Estância da Glória. Apesar de possuírem correlação e continuidade entre as suas camadas de
carvão, os cinco blocos prioritários foram modelados separadamente no software Strat3D, o
qual permitiu a correlação das camadas de carvão, o cálculo dos rejeitos das falhas e a
geração de sólidos e modelo de blocos das principais camadas: a camada Candiota, oito
camadas superiores e nove inferiores. Para a modelagem foram utilizados 183 furos (16.877,75
m) e 338 amostras com resultados analíticos de ensaios de “afunda-flutua”, peso específico e
poder calorífico. Foram estimados os principais parâmetros de qualidade da amostra total
apenas para a camada Candiota, a mais relevante da jazida. O carvão dessa camada
apresenta teor de cinzas em torno de 52%, teor de enxofre abaixo de 2%, densidade menor do
que 1,80 g/cm3, poder calorífico de aproximadamente 3,100 cal/g e não apresenta FSI. A partir
dos blocos estimados, os recursos foram parametrizados por espessura da camada e
capeamento da camada Candiota. Como resultado do estudo obteve-se o total de recursos in
situ de carvão contido na camada, que atingiu o valor de 1.365 bilhões de metros cúbicos e
2.423 bilhões de toneladas, das quais 60% correspondem à camada Candiota e um quarto do
total de recursos encontra-se em profundidades de até 50 metros.
222
MODELAGEM ESPACIAL APLICADA AO MAPEAMENTO DE ROCHAS
ALCALINAS E CORPOS MÁFICOS NA REGIÃO CENTRO-SUDESTE DE
RORAIMA
Oliveira, V.S.1; Pitarello, M.Z.1; Reis, N.J.1; Lopes, P.R.1; Aguiar, L. 1; Silva, S.R.A.1; Garcindo,
L.B.G.1; Souza, A.G.H.1; Cavalcanti, R.1; Queiroz, L.1; Ramos, M.N.1.
1CPRM – Serviço Geológico do Brasil, Manaus - AM;
223
PHASE FIELD MODEL FOR THE NUMERICAL SIMULATION OF SALT
DIAPIRS EVOLUTION
Rossa, A.L.1; Coutinho, A.L.G.A.1
1Federal University of Rio de Janeiro
ABSTRACT: Salt is mechanically weak and may flow like a fluid. The term salt will be used
here as a generic name for rock bodies composed essentially by halite. The formation of salt
diapirs plays a major role in the evolution of geological structures in the Earth's crust. Geologists
and reservoir engineers have devoted great effort to qualitatively and quantitatively understand
this phenomenon that has a strong impact in oil and gas exploitation offshore Brazil, specifically
in the so-called pre-salt layer. Usually the main driven force arises from buoyancy, since the salt
is lighter than the overburdening sedimentary material. Thus, the diapiric growth may be recast
within Rayleigh-Taylor theory, describing the evolution of the gravity instability among fluids or
media layers. The typical geological time scale of the diapiric growth is of the order of millions
years. As an example, offshore Brazil, it’s assumed that salt diapirism started around 112 My
(million years) and ended near 65 My ago, a total duration around 50 My. Diapirism evolving
can be simulated using Lagrangian or Eulerian mechanics. We prefer a fully Eulerian approach,
where salt and overburden evolution are treated as viscous fluids and a marker function is used
to track the interface between them. Instead of the classical volume of fluid (VOF) and level-set
(LS) methods to deal with the evolving interface, the phase field model considers a different
approach to this problem. The phase field model assumes a (thin) diffuse transition region
where the interface is specified by a scalar variable (the phase field, φ ) in the range
φ (x, t ) = [− 1,1]. Thus, a continuous transition zone among phases is introduced, defined by this
additional field variable describing the evolution and shape of the interface implicitly obtained
where φ (x, t ) = 0 . The interface is then represented by a slim layer with continuously varying
properties. In this work, we applied the residual-based Allen-Cahn phase field model to
numerically simulate diapir motion. The phase field model is able to track the interface between
the two media as well to minimize volume losses. The numerical formulation includes mesh
adaptivity, which aims to better resolve the interface between different layers. Due the materials
high viscosity, the incompressible Navier-Stokes equations are reduced to the Stokes problem
coupled with the transport of the phase field scalar. It is assumed that the rheology of salt and
surrounding rocks in geological time scale behaves as Newtonian fluids. The implementation
has been performed using the libMesh finite element open source library, which provides
support for adaptive mesh refinement and coarsening (AMR/C) and parallel computations. We
applied the model to numerical simulate a two layer problem in a 2D geometric domain. The salt
layer is completely covered by a heavier material. In the center of the horizontal domain we
create a small geometric perturbation over the salt top. Parallel adaptive simulations for the two-
layer system show the effectiveness of the present approach. Future works include
consideration of temperature effects and more complex rheology and geometries.
224
AREIA, MICROESFERAS DE VIDRO E UMA MISTURA DE AREIA COM
CRISTAIS DE MICAS NA MODELAGEM DA DEFORMAÇÃO
TRANSPRESSIVA
Muniz, E.S.1; Gomes, C. J. S.2
1Universidade Federal de Ouro Preto; 2Universidade Federal de Ouro Preto
225
TRACE: UMA NOVA PLATAFORMA DE GESTÃO, ANÁLISE E MODELAGEM
DE DADOS DE EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO DESENVOLVIDA NO BRASIL
Mendes, C.A.T.1; Costa, D.F.B.1; Gonçalves, F.T.T.2, Pereira, E.3, Levy, C.H.1
1K2 Sistemas; 2Universidade Federal do Rio de Janeiro; 3Universidade do Estado do Rio de Janeiro
A plataforma Trace foi concebida para dar suporte à Análise de Bacias por meio do
desenvolvimento de um sistema multi-1D. Através de uma arquitetura modular, centrada em
um módulo genérico para organização, visualização e manipulação de dados, a plataforma
Trace é capaz de suportar o desenvolvimento de aplicações contando com funcionalidades de
gestão de dados de E&P e sua organização em bases de dados corporativas, análise gráfica e
estatística de dados e modelagem geológica, permitindo a criação de uma família de
aplicações, onde cada uma destas inclui apenas os módulos de interesse, customizados e/ou
acrescidos de funcionalidades específicas a cada domínio de uso.
Através desta plataforma, foram desenvolvidos os sistemas Trace e QuimioTrace. O primeiro é
um sistema multi-1D voltado para a Análise de Bacias, com suporte para análises de
compactação, geo-história, história térmica da bacia, maturação e geração de hidrocarbonetos.
De forma distinta dos demais produtos de modelagem existentes, o sistema Trace inclui vários
módulos que conferem ao mesmo um alcance que supera os limites da modelagem de bacias,
estendendo-se pelas áreas de organização e visualização de dados de poços, correlação
estratigráfica, petrofísica, geoquímica e geração de mapas. Já o sistema QuimioTrace é
voltado especificamente para a definição de correlações quimioestratigráficas e para a
integração com bases de dados corporativas através do uso de tecnologias de barramentos de
dados empresariais.
Em um cenário onde a maior parte dos sistemas similares existentes é produzida por grandes
empresas estrangeiras, o sistema Trace foi desenvolvido inteiramente no Brasil, com
financiamento pela FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos) através do programa de
subvenção econômica de 2010. Dentre as estratégias adotadas para uma execução bem
sucedida deste projeto, destaca-se o estabelecimento de parcerias com universidades e com
pequenas empresas de E&P, garantindo uma constante avaliação das versões intermediárias
do produto. Dentre as principais dificuldades encontradas durante seu desenvolvimento,
destacam-se a dificuldade de acesso à bases de dados públicos, contendo informações
geológicas e de dados de poços, que pudessem ser usadas na criação de modelos de bacias
para testes do sistema, e a dificuldade de contratação de mão de obra especializada em
modelagem de bacias.
Com o lançamento de sua primeira versão no segundo semestre de 2015, o sistema Trace vem
sendo utilizado com sucesso em diversas universidades brasileiras, preenchendo uma lacuna
existente de falta de disponibilidade de sistemas amigáveis que possam ser utilizados pelo
corpo discente em atividades de ensino e pesquisa que incluem, entre outros, a visualização e
organização de dados de poços, a definição de correlações estratigráficas e a modelagem de
bacias. Em termos empresariais, o sistema Trace apresenta uma solução de custo acessível a
empresas operadoras e consultores atuando no mercado de E&P, aderente à necessidade de
utilização de conteúdo local, podendo ainda complementar pontos específicos do fluxo de
trabalho adotado em grandes empresas.
226
MODELAGEM GEOLÓGICA 3D E REAVALIAÇÃO DO DEPÓSITO DE CAULIM
DE RIO CAPIM, PA
Grissolia, E.M.1; Wosniak, R.1; Correia, Jr.F.C.2; Almeida, R.C.1; Espírito Santo, E.B.S.1; Grilo,
D.C.; Carvalho, M.T.N.1
1 CPRM - Serviço Geológico do Brasil
Desde 2013 a CPRM – Serviço Geológico do Brasil vem desenvolvendo o projeto Reavaliação
do Patrimônio Mineral, onde tem como principal objetivo a preparação dos ativos, os quais a
empresa é detentora, para futuras negociações e/ou leilões públicos, de acordo com as
estratégias do Ministério de Minas e Energia e Governo Federal. Tal preparação envolve o
resgate de dados coletados nos projetos de pesquisa da CPRM nas décadas de 70 e 80,
estruturação de banco de dados, modelagem geológica 3D, avaliação e estimativa dos
recursos presentes em cada depósito. O depósito de Caulim de Rio Capim, localizado na
região leste do Pará, foi identificado em 1971 por pesquisadores da CPRM, motivando assim o
requerimento de pesquisa junto ao DNPM de 10 áreas, num total de 10.000 hectares. O Projeto
Rio Capim teve o Relatório Final de Pesquisa protocolado em 1973 e contou com trabalhos de
topografia, poços de pesquisa, trincheiras e furos de sonda. O conjunto de dados gerados
durante o projeto compreendem análises químicas e mineralógicas, microscopia eletrônica e
raios x, análises de rendimento em peneiras USS 200 e 325 mesh e distribuição ponderal de
partículas de diâmetro inferior a 2 micra, medições de reflectância (índice de alvura) e
determinações de ph. Tais resultados atenderam de maneira satisfatória as rigorosas
especificações tecnológicas da indústria de papel, permitindo configurar uma reserva
substancial de caulim de boa qualidade. A reavaliação do depósito caulinítico considerou não
apenas os dados de ensaios tecnológicos passíveis de serem resgatados, como também
informações acerca das características estratigráficas, litológicas e texturais presentes nos
relatórios de pesquisa do referido projeto. Neste estudo foram considerados os dados de 84
poços de pesquisa, 8 furos de sonda e 1 trincheira, totalizando 1817,05 metros. A modelagem
geológica foi desenvolvida no software Strat3D, o qual possibilitou a correlação e
individualização das unidades mineralizadas e estéreis, assim como a geração de sólidos
tridimensionais das mesmas. Os principais parâmetros utilizados foram índice de alvura,
rendimento e características litoestratigráficas. Foram considerados dois tipos de minério,
diferenciados basicamente pelo conteúdo de areia. Desta forma, o minério caulinítico foi
individualizado em Caulim Macio (CCM), caracterizado por baixo conteúdo de areia, e Caulim
Arenoso (CCA), onde a quantidade de areia é muito mais significativa. A qualidade dos
recursos de caulim em relação ao índice de alvura foi estimada através do método de IQD no
software Strat3D, utilizando 3 elipsóides de busca distintos. Os recursos obtidos foram
parametrizados em função do teor de alvura, espessura de camada de caulim e espessura de
capeamento. A soma de todos os recursos de caulim obtidos neste estudo de reavaliação
atingiu o valor de 345,244 Mt com índice de alvura média de 81,99%. Este estudo evidencia a
importância de trabalhos de reavaliação, onde as tecnologias disponíveis atualmente podem
ser aplicadas para alcançar uma maior precisão, confiabilidade e qualidade nos resultados
reportados.
227
In-depth description of the methodology applied on PORE (scientific
software for reservoir characterization with pore network extraction)
Plucenio, D.M.1; Bertoldi, R.; Prusse, M.; Fischer, T.; Manoel, E.T.M; Oliveira, B.; Schveitzer, A.; Formatado: Inglês (Estados Unidos)
Kern, E.; Rangel, L. 1; Perdomo, L.V.; Saad, J. 22 Formatado: Inglês (Estados Unidos)
1ESSS – Engineering Simulation and Scientific Software Ltda; 2ConcrematConcremat Engenharia e Tecnologia Sa Formatado: Inglês (Estados Unidos)
Formatado: Inglês (Estados Unidos)
Formatado: Inglês (Estados Unidos)
We present an in-depth description of the methodology employed by PORE, a scientific
Formatado: Inglês (Estados Unidos)
software for reservoir characterization based on pore network extraction from rock samples
tomographies. Network extraction, single and multi-phase flow models are discussed. Formatado: Inglês (Estados Unidos)
Pore-network methodology consists in creating an equivalent structure that can preserve the Formatado: Sem sublinhado
original porous structure connectivity, but with simplified geometry. The network is segmented in Comentado [Tadeu1]: Frase tava muito grande, tentei simplificar um
pouco
two types of elements: Pores - representing the larger porous of the rock, and throats -
Comentado [LPR2]: Não é melhor manter tudo no presente?
channels connecting pores.
Pore and throat bodies are approximated by prismatic objects that incorporate irregularities of Comentado [Tadeu3]: Os poros também são prismáticos? Não são
esferas sempre? Essa frase não seria só sobre as throats?
the original geometries, and are able to hold immiscible fluids in their corners due to capillary
forces and wettability effects. Four different cross section shapes are used (circle, square, Comentado [Tadeu4]: The definition of “prismatic” is “constant cross
section shape”
equilateral and scalene triangles), depending on the shape factor of the original form.
Once the network is extracted, a series of analysis can be performed: statistical distribution of
pore sizes, coordination number, etc. Flow simulation model is inspired on the methodology Comentado [LPR5]: Esta sentença não tem verbo e acho que pode
ser conectada melhor a sentença anterior. Favor revisar.
presented by Blunt et al., Øren et al. and Valvatne (1998; 2002; 2004).
The method makes use of the simplified geometry of the network elements that usein order to Comentado [Tadeu6]: Não é melhor listar todas as análises que
podem ser feitas? No “etc.” aqui não é muito óbvio o que mais pode ser
apply well-known expressions for flows between pores (Poiseulle generalized equation for flow feito.
in the interior of prismatic ducts). Flow equations coupled with mass conservation can will
assemble a representative complex hydraulic system. Hydraulic resistance is captured from the
original structure by applying the appropriate cross section shape to that element. At the end,
an overall flow resistance of the sample is captured. This methodology requires less
computational resources in comparison to alternatives such as Lattice-Boltzmann methods, and
produces results with good accordance to experimental results. As a bonus, this approach
allows the extension of the presented method to perform multi-scale analysis by generating
combined networks extracted from images with different resolutions.
While single-phase flow model is able to bring absolute permeability predictions for the rock
sample, two-phase flow model allows simulation of primary drainage and subsequent imbibition,
providing results for capillary pressure, relative permeability, irreducible water saturation and
residual oil saturation.
228
O SISTEMA DE CISALHAMENTO FUNDÃO-CAMBOTAS, QUADRILÁTERO
FERRÍFERO: NOVAS MODELAGENS FÍSICAS
Lasmar, F. P.1; Gomes, C. J. S.1
1
Universidade Federal de Ouro Preto
229
Modelagem de Reservatórios utilizando Perfilagem Geofísica de Poços
integrado a Sísmica: Formação Mariricu, campo da ilha de Caçumba – Bacia
de Mucuri - BA
AGUIAR, U.M. 1; DORNELAS, V.F.2; MAXIMIANO, C.A.S.3
1Universidade Federal do Espirito Santo; 2Universidade Federal do Espirito Santo; 3Universidade Federal do
Espirito Santo
RESUMO: Hoje, grande parte dos campos inicialmente descobertos, se encontram em fase
de declínio produtivo. Pelo declínio de produção que os acomete, tais campos não se revelam
interessantes aos empreendedores de grande porte. Estes campos podem, todavia, mediante
estímulos e uma adequada regulação, se revelar como interessantes pontos de investimento
para os empreendedores de pequeno e médio porte. Os campos petróliferos, ainda que
marcados por uma produção declinante, são fortes elementos de promoção do
desenvolvimento. Mesmo em declínio produtivo geram empregos diretos e indiretos, promovem
a circulalção de renda, o recolhimento de tributos, o pagamento de royalties, dentre outros
fatores. Este declínio de produção é esperado ao longo da vida produtiva de um poço, pois o
declínio gradual da pressão do reservatório, decorrente da produção de fluidos, acarreta
também um gradual declínio nas vazões de produção. Estímulos como a inserção de um
método de recurperação no campo podem prolongar a vida produtiva do reservatório, contudo
a produção deve cobrir os custos da operação. Portanto é necessário avaliar se o volume
recuperável é signitificativo o suficiente para gerar lucros. Uma vez que com o declínio da
produção à situação tende de forma que a receita proveniente da venda do petróleo é
insuficiente para cobrir as despesas de manutenção da operação. Este trabalho utilizou
primordialmente as técnicas de perfilagem geofísica e interpretação sísmica com o propósito de
interpretar, com auxílio do software PETREL, e qualificar o reservatório da Formação Mariricu
do Campo da Ilha de Caçumba, Bacia de Mucuri – BA, afim de justificar investimentos na
região. A caracterização do reservatório teve como objetivo central a delimitação do topo e
base do reservatório e obtenção de propriedades petrofísicas das rochas constituintes tais
como: espessura da camada, litologia, porosidade e permebilidade. Como resultado da
caracterização foi possível identificar, além dos limites superior e inferior do reservatório, as
principais fraturas horizontais e verticais, foi também possível constatar que a formação
apresenta uma boa porosidade e permeabilidade significativa. Comprovou-se também através
dos métodos geofísicos e análise de dados de testemunhagens a existência de um pequeno
volume de óleo in place no reservatório, que justifica o investimento em pesquisa para
obtenção de maior detalhamento do reservatório nesta região.
230
MODELAGEM GEOLÓGICA 3D DE AFLORAMENTO: ESTUDO DE CASO NA
PRAIA DO SALGADO, JURASSICO SUPERIOR, BACIA LUSITÂNICA
Dantas, M. V. S.1; Garcia, G. G.1; Figueiredo, S. A. S. T.1; Santos, K. A. L.1; Santos, J. A. O.1;
Garcia, A. J. V.1; Roemers-Oliveira, E.2
1Laboratório Progeologia - Núcleo de Competência Regional em Petróleo, Gás e Bicombustíveis - Universidade
Federal de Sergipe; 2Cenpes - Petrobras
231
IDENTIFICAÇÃO LITOLÓGICA ATRAVÉS DE ANÁLISE
ESTATÍSTICA COMBINADA DE PERFIS GEOFÍSICOS
Graciolli, V.M.1; Abel, M.1; De Ros, L.F.1; Garcia, L.F.1; Assis, A.J.M.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
232
Forward Stratigraphic Modeling applied to Brazilian East Margin Reservoir
Characterization
Couto, T.1; Dutra, H.1; Souza Jr, O. G.2; Tetzlaff, D.1; Di Marco, L. 1;
Tveiten, J1; Salomonsen, P.1;
1 Schlumberger; 2Petrobras
233
EVALUATION OF HETEROGENEOUS CARBONATE ROCKS WITH
DIGITAL MODELING AND NUMERICAL SIMULATION
Silva, W.G.A.L.1; Silveira, T.M.G.2; Couto, P.3, Alves, J.L.D.4, Rios, E.H.5, Borghi, L.F.6
1COPPE/UFRJ; 2COPPE/UFRJ; 3COPPE/EP/UFRJ; 4COPPE/UFRJ, 5LRAP/UFRJ, 3IGEO/UFRJ
234
MÉTODOS ANALÓGICOS E VIRTUAIS INTERATIVOS EM MODELAMENTO
ESTRUTURAL
Barreiro, A.I.1; Aquino, G.C.1
1Universidade Federal do Pampa
235
MÉTODOS DE CORRELAÇÃO ROCHA-PERFIL APLICADO NA
CARACTERIZAÇÃO DE RESERVATÓRIOS CARBONÁTICOS
Silva, E.N.S.1; Vidal, A.C.2; Kuroda, M.C2
1PETROBRAS; 2Universidade Estadual de Campinas
236
SIMULAÇÃO NUMÉRICA DO TEMPO DE RESFRIAMENTO DE UM
CORPO MAGMÁTICO INTRUDINDO UMA BACIA SEDIMENTAR
Corrêa, L.M.S.A.1; Rossa, A.L.2
1PETROBRAS; 2RANDS
237
MODELAGEM DA GEOMETRIA DE DOBRAS UTILIZANDO PROJEÇÕES
DOWN-PLUNGE
Kumaira, S.1,2; Jelinek, A.R.1; Guadagnin, F.1; Chemale, F. Jr.3
1Universidade Federal do Pampa; 2Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 3Universidade do Vale do Rio dos
Sinos
238
MODELAGEM 3D DE DOBRAS UTILIZANDO DOMÍNIOS DE MERGULHO
Kumaira, S.1,2; Guadagnin, F.1; Jelinek, A., R.2; Chemale, F., Jr.3; de Oliveira, A.,M.4
1Universidade Federal do Pampa; 2Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 3Universidade do Vale do Rio dos
Sinos; 4Universidade de Brasília
239
MODELAGEM MINERALÓGICA COMO FERRAMENTA DE OBTENÇÃO DAS
PROPRIEDADES FÍSICAS DO MANTO TERRESTRE
Boechat, Y. M.1 & Oliveira, L.G.S.1
1Universidade Federal do Espírito Santo
RESUMO: Silicatos e óxidos de ferro e magnésio são responsáveis por cerca de 79% da
massa do manto terrestre. Neste contexto, a influência da proporção Fe/Mg na estrutura dos
sistemas Mg-Fe perovskita (MgSiO3-FeSiO3) e periclásio-wustita (MgO-FeO) tem papel
fundamental no comportamento dos parâmetros elásticos, distribuições de densidades e no
gradiente de temperatura do manto terrestre. Sendo assim, este trabalho pretende discutir os
resultados da modelagem das propriedades reológicas do manto inferior, associadas a
variações composicionais, realizadas com auxílio do pacote computacional BURNMAN,
desenvolvido em linguagem Python e distribuído livremente pelo Computational Infrastructure
of Geodynamics (CIG). Baseando-se na teoria das deformações finitas, foram estimados
valores de densidades para o manto inferior com a aplicação da equação de estado de Birch-
Murnagham de 3a ordem. Este resultado, em conjunto com a determinação dos parâmetros de
Lamé, propiciou o conhecimento das velocidades de ondas P e S também foram obtidas. Como
última etapa da metodologia empregada pelo código BURNMAN, geotermas adiabáticas foram
construídas com base nos valores de velocidades sísmicas, através da obtenção do parâmetro
termoelástico de Grüneisen. Foram considerados dois cenários extremos: o primeiro composto
por 80% FeSiO3 - 20% FeO, e o segundo, constituído por 80% MgSiO3 - 20% MgO, definindo
os dois extremos composicionais para a mineralogia do manto inferior. A análise dos resultados
alcançados envolveu a comparação das velocidades das ondas P e S e das densidades de
cada cenário com valores compatíveis em profundidade e oriundos do Preliminary Reference
Earth Model (PREM). Portanto, destacam-se: i) fases minerais apresentando ferro na
composição tendem a possuir uma velocidades médias de ondas P e S menores que as
vinculadas ao PREM; ii) fases associadas a magnésio na suas estruturas tendem a apresentar
valores de velocidades médias maiores para ondas sísmicas, em relação aos determinados
pelo PREM; iii) uma melhor correlação dos valores de densidades com os valores do PREM
quando o magnésio domina nas estruturas dos silicatos e óxidos em questão; iv) praticamente,
não existem diferenças entre as geotermas dos dois extremos composicionais e v) o fato de
que os valores de velocidades de ondas sísmicas referentes ao PREM situarem-se entre os
valores calculados para cada cenário, o que indica a possibilidade de uso deste parâmetro para
obtenção, via modelagem, de uma composição mineralógica representativa para o manto
inferior, do ponto de vista de estruturas cristalinas que combinem Fe e Mg numa determinada
proporção. Portanto, foi atestada a versatilidade do pacote BURNMAN na modelagem
mineralógica do manto superior terrestre, visando a obtenção de parâmetros físicos. Seguindo
esta filosofia, o mesmo pode ser utilizado para testar como diversas composições
mineralógicas interferem diretamente em propriedades reológicas do manto terrestre, o que é
de fundamental importância no estudo dos processos geodinâmicos.
240
ESPELEOMETRIA E MODELAGEM TRIDIMENSIONAL DA GRUTA CASA DE
PEDRA, MADALENA – CE
Carvalho, B.P. 1; Verissimo, C.U.V.1; Gonzáles Chiozza, S.1; Carnielli, L.A.1; Santos, J.L.1;
Silva, J.G.F.1; Moura, P.E.F.1; Barbosa, V.A.C.1
1 - Universidade Federal do Ceará
241
porção oeste da Gruta Casa de Pedra. Este último permitiu a visualização em 3D dos diversos
compartimentos (salões e galerias) e estruturas geológicas presentes na caverna, o qual serviu
de subsidio para estudos sobre espeleogênese e servirá para ações voltadas a preservação da
geo e biodiversidade do ecossistema cárstico.
242
NMR-MICP INTEGRATION & PERMEABILITY: A NEW FREE PETROPHYSICS
SOFTWARE
Mesquita, P.V.1,2; Azeredo, R.B.V.1; Souza, A.A.², Rios, E.H.3, Boyd, A², Silva, B. A. C¹, Faria,
B. M.¹
1Universidade Federal Fluminense; 2Schlumberger; 3Petrobras
243
AVANÇOS NA MODELAGEM GEOLÓGICA 3D NA INDÚSTRIA
PETROLÍFERA NO BRASIL
Elias, A.R.D.1; Souza Jr., O.G. de1; Paraizo, P.L.B.1; Corrêa, S.N.1; Tanaka,
M.D.1; Stohler, R. de C.1
1 Petróleo Brasileiro S. A. - PETROBRAS
244
SIMULAÇÃO
245
MONTE CARLO APPROACH TO ASSESS THE UNCERTAINTY OF WIDE-
ANGLE LAYERED MODELS: APLICATION TO THE SANTOS BASIN,
BRAZIL
Loureiro, A.1; Afilhado, A.2; Matias, L.3, Evain, M.4, Schnurle, P.5, Moulin, M.6, Aslanian, D.7
1Instituto Geofísico Dom Luiz, Faculdade de Ciência das Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal; 2Faculdade de
Ciências da Universidade, Lisboa, Portugal; 3Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, Instituto
Politécnico de Lisboa, Lisboa, Portugal; 4Ifremer, Carnot-Edrome, REM-GM-LGS, F29280-Plouzané,
France
RESUMO: The interpretation of wide angle seismic refraction models must take into account
the uncertainties of the resulting models, as different modelling approaches may lead to
dissimilar models with overlapping uncertainties. Model uncertainties are difficult to
estimate, as the problems are generally ill-constrained and trans-dimensional (we are
unable to determine the correct number of parameters that define the minimum structure
discernible in the data). Uncertainty estimations must be an integral part of modelling
results to avoid disparaging interpretations of the same structure imaged at opposite
ends of each model's uncertainty bounds, or the exclusion of alternative hypothesis that
the model is unable to undoubtedly reject. In the Santos Basin (Brazil), two parallel wide-
angle refraction profiles show different crustal structures. One shows moderate crustal
velocity gradient, and a clear Moho with topography. The other has an anomalous
velocity zone, and no clear Moho reflections. This has large implications on the
geological and geodynamical interpretation of the basin. Model uncertainties must be
excluded as a source of these differences. We developed VMONTECARLO, a tool to
assess model uncertainty of layered velocity models using a Monte Carlo approach and
simultaneous parameter perturbation using all picked refracted and reflected arrivals. It
gives insights into the acceptable geological interpretations allowed by data and model
uncertainty through velocity-depth plots that provide: a) the velocity-depth profile range
that is consistent with the travel times; b) the random model that provides the best fit,
keeping most of the observations covered by ray-tracing; c) insight into valid models
dispersion; d) main model features unequivocally required by the travel times, such as
first-order versus second-order discontinuities, and velocity gradient magnitudes; e)
parameter value probability distribution histograms. VMONTECARLO is seamlessly
integrated into a RAYINVR-based modelling work-flow, and can be used to assess final
models or sound the solution space for alternate models, and is also capable of
evaluating forward models without the need for inversion, thus avoiding local minima that
may trap the inversion algorithms and providing information for models still not well-
parametrized. Results for the Brazilian models show that the imaged structures are
indeed geologically different and are not due to different interpretations of the same
features within the model uncertainty bounds. These differences highlight the strong
heterogeneity of the crust in the middle of the Santos Basin, where the rift is supposed to
have failed.
246
MECANISMO DE DEPOSIÇÃO DE LOBOS EM AMBIENTE DE ÁGUA
PROFUNDA– INSIGHTS DA SIMULAÇÃO NUMÉRICA
Francisco, E. P.1, Silvestrini, J. H.1; Paraizo. P. L. B.2, Moraes, M. A. S2
1Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul; 2Petrobras
RESUMO:
A deposição de sedimentos em água profunda tem, genericamente, duas geometrias
preponderantes: os canais e os lobos. Os lobos se caracterizam por serem regiões onde o
escoamento de fluidos perde o confinamento, gerando imensos volumes de depósitos de areia,
que podem se tornar importantes campos de petróleo. Daí sua importância econômica e a
necessidade de seu estudo detalhado, visando melhor prever seu padrão de deposição.
Uma observação atenta dos depósitos de lobos na natureza permite identificar que tais
estruturas são formadas por uma gama distinta de padrões geométricos, tendo suas relações
entre comprimento, largura e espessura bastante influenciadas pelos seus mecanismos de
formação.
Para entender melhor esses controles, o presente trabalho procurou estudá-los através
da modelagem matemática e simulação numérica direta (DNS). No modelo adotado, o
escoamento da corrente de densidade gerada é descrito pelas equações de Navier-Stokes e,
devido a utilização de DNS bem como o refinamento da malha, a turbulência é reproduzida em
todas as suas escalas. O transporte de sedimento é descrito por uma equação da advecção-
difusão. Os parâmetros de entrada são a concentração da corrente, o tamanho das partículas
em suspensão no escoamento e o número de Reynolds, e os parâmetros de análise são a
geometria e as estruturas internas dos depósitos.
Com base nas simulações, pudemos observar algumas relações de dependência entre
as variáveis de entrada e saída. Correntes com sedimentos mais pesados tendem a gerar
depósitos mais alongados, enquanto correntes de mais altos números de Reynolds tendem a
produzir uma grande irregularidade deposicional, normalmente associada ao confinamento da
bacia, mas que podem ser entendidas como resultado da hidrodinâmica da própria corrente.
Com base nos resultados apresentados, pretendemos abrir uma discussão sobre o
potencial da simulação numérica como uma ferramenta auxiliar no entendimento dos
processos sedimentares.
247
MODELAGEM 2D APLICADA AO ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO DE
ZONAS DE FALHAS EM DEPÓSITOS DA FORMAÇÃO RESENDE (BACIA DE
VOLTA REDONDA, RJ)
RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo de modelagem numérica 2D
a respeito do controle da estratigrafia mecânica sobre o desenvolvimento de zonas de falhas em
sedimentos siliciclásticos pouco consolidados. O estudo foi desenvolvido a partir da investigação
de um afloramento da Formação Resende na Bacia de Volta Redonda (RJ, Segmento Central
do Rift Continental do Sudeste do Brasil). Esta unidade litoestratigráfica é caracterizada
principalmente por intercalações de arenitos feldspáticos estratificados, com níveis
conglomeráticos, e lamitos esverdeados. Estas litologias estão bem representadas no
afloramento investigado, onde são observadas falhas relacionadas a, pelo menos, dois dos cinco
eventos tectônicos cenozoicos identificados na bacia (TD – transcorrência dextral E-W, de idade
pleistocênica; e E2 – distensão WNW-ESE, holocênica). A estruturação principal do afloramento
está relacionada à fase E2, sendo representada por duas falhas normais de orientação ENE-
WSW, com mergulhos opostos, formando um gráben. Ao longo dos planos dessas falhas são
observadas variações na espessura de suas respectivas zonas de dano (i.e. faixas onde se
desenvolvem estruturas rúpteis subsidiárias ao plano principal), aparentemente controladas pela
composição da sucessão sedimentar cortada pelas falhas, denotando uma estratigrafia
mecânica (sucessão de rochas subdividida em unidades mecânicas, definidas por propriedades
comuns, como a resistência à tração e ao cisalhamento e rigidez elástica). Para verificar o efeito
da estratigrafia mecânica sobre a deformação observada em campo, foi produzida uma série de
modelos numéricos 2D sobre a seção do afloramento. Nesses modelos foi construído um
arcabouço estrutural simplificado, incluindo apenas as duas falhas normais da fase E2 e
considerando o empilhamento sedimentar básico observado no afloramento (pacotes de arenitos
espessos que se alternam com camadas argilosas de espessura também significativa) como
representativo da estratigrafia mecânica. Como não existem dados de ensaios mecânicos
disponíveis para a Formação Resende, foram atribuídas às camadas sedimentares propriedades
obtidas da literatura para rochas semelhantes. O programa utilizado para a modelagem foi o
TECTOS (®TECGRAF/PUC-RJ & PETROBRAS), baseado no método de elementos finitos e
mecânica do contínuo. Os resultados obtidos dos modelos apontam que existe controle da
variação das propriedades mecânicas das camadas sobre o desenvolvimento das zonas de dano
das falhas principais, entretanto eles não reproduzem as espessuras observadas no afloramento.
Pelas condições de contorno consideradas nos modelos, esse resultado poderia ser atribuído à
questão da geometria tabular aplicada às falhas, que não reproduz a complexidade geométrica
dos planos das falhas reais. Por outro lado, considerando a história da deformação no
afloramento, esse resultado indica que parte do desenvolvimento das zonas de dano
possivelmente foi produzida na fase transcorrente anterior e que as falhas que hoje apresentam
padrão normal devem ser falhas do evento TD reativadas durante o evento E2. A hipótese dessa
reativação é suportada por evidências no afloramento, como planos de falhas com duas direções
de estria (vertical e horizontal) e fraturas secundárias em relação angular com a falha principal
ora indicando movimento normal, ora indicando movimento horizontal.
248
MODELAGEM FORWARD DE PROCESSOS DEPOSICIONAIS DE FLUXOS
TURBULENTOS
249
MODELAGEM GEOESTATÍSTICA DO COMPLEXO TURBIDÍTICO DE APIÚNA,
BACIA DO ITAJAÍ (SC)
Silva, V.E.1; Silveira, A.S. 1; Paim, P.S.G.1; Fonseca, M.M2; Faccion, J.E.2
1Universidade do Vale do Rio dos Sinos; 2Petrobrás
RESUMO: A Bacia do Itajaí está localizada no Estado de Santa Catarina, na região NE,
apresenta uma forma alongada na direção N60˚E, com aproximadamente 50 km de extensão
por 25 km de largura, apresentando uma área aflorante de 1200 km2. É limitada a NW pelo
Complexo Granulítico de Santa Catarina, a NE pelos depósitos Quaternários da Margem
Atlântica, a SE pelo Complexo Brusque através, principalmente, de falhamentos, e a SW é
recoberta pelos depósitos sedimentares paleozóicos da Bacia do Paraná. A Sequência 2 da
Bacia do Itajaí é composta por turbiditos de águas profundas, conhecida como Complexo
Turbidítico de Apiúna, de moderada a baixa eficiência com aporte de NW e deposição axial
para SW, onde dominam, na base, fácies de leques turbidítico proximais, transicionando para
depósitos de lobos e franjas turbidíticos em um talude deltaico progradante com deposição
simultânea de finos. Sobreposto a este conjunto aparecem, em discordância, fácies deltaicas
retrogradacionais, caracterizando um Trato de Sistemas Transgressivo. Apresenta depósitos
deltaicos proximais com direção de transporte transversais ao eixo da bacia, gradando para
depósitos de barras de desembocadura e lobos de frente deltaica distal com direção de
transporte subparalelo ao eixo da bacia. No Brasil grande parte das reservas de
hidrocarbonetos são referentes a depósitos turbidíticos e a maioria das reservas encontradas
nas bacias marginais brasileiras são originárias de águas profundas. Modelos 3D são de
grande importância no auxílio da compreensão da evolução das bacias sedimentares, bem
como para gerar modelos volumétricas com relativa precisão. Essa metodologia auxilia as
atividades da indústria petrolífera para a alocação e perfuração de poços. A modelagem
numérica tridimensional de corpos sedimentares vem ganhando forças pela necessidade de
otimização das atividades exploratórias e de produção dessas empresas. Este trabalho
apresenta uma metodologia de construção de um modelo geoestatístico tridimensional, a partir
de dados de perfis sedimentológicos de superfície. Os elementos arquiteturais e as fácies
sedimentares foram modelados baseados em técnicas estocásticas orientadas a objetos e de
variáveis categóricas, respectivamente, utilizando o software GOCAD®. Para a modelagem são
utilizados somente os elementos arquiteturais mensuráveis (canal turbidítico, lobo turbidítico e
franja de lobo turbidítico). Os elementos arquiteturais foram modelados como propriedades
utilizando a Simulação Gaussiana Sequencial, e estas propriedades transformadas em regiões,
para, então, modelar as fácies utilizando a Simulação Indicatriz Sequencial. A modelagem de
perfis sedimentológicos e estratigráficos de superfície gerou bons resultados e aplicabilidade,
apesar de suas limitações.
250
MODELAGEM ESTRATIGRÁFICA DA SUCESSÃO CARBONÍFERO-
PERMIANA DA BACIA DO PARANÁ ENTRE OS MUNICÍPIOS DE RIO PARDO
E MARIANA PIMENTEL (RS)
Cardoso Jr. M.1; Silveira, A.S.1; Paim, P.S.G.1
1Universidade do Vale do Rio dos Sinos
251
Análise de subsidência da porção oeste do Paleovale Capané durante o
desenvolvimento do Supergrupo Tubarão (Bacia do Paraná – Brasil):
implicações tectônicas.
De Vargas, M.R1; Trentin, F. A.1; Silva, V. E.1, Silveira, A.S.1
1Universidade do Vale do Rio Dos Sinos
252
UTILIZAÇÃO DA MODELAGEM FÍSICA – SANDBOX EXPERIMENTS – COMO
ANÁLOGO EXPERIMENTAL PARA A INTERPRETAÇÃO ESTRUTURAL EM
BACIAS SEDIMENTARES: IMPLICAÇÕES PARA AS MODELAGENS
NUMÉRICAS
Albertão, G.A.1;
1Petrobras;
RESUMO: Esta prática refere-se à utilização de modelagem física como análogo para a
compreensão da evolução estrutural e reprodução da configuração estrutural de áreas sob
influência da tectônica salífera, em particular no trabalho de modelagem geocelular. O estudo
em referência foi efetuado nos laboratórios do IFP Energies Nouvelles (França), sendo os
experimentos realizados em caixa apropriada para a construção de modelos com extensão
gravitacional simples. A metodologia e o material utilizado seguiram o padrão de experimentos
clássicos: silicone, sílica e coríndon (pó de Al2O3) foram utilizados respectivamente para
simular o comportamento das reologias de sal, arenitos e calcários. Níveis finos e intercalados
de pedra-pome foram utilizados para, com seu contraste significativo de densidade em relação
à areia silicosa e ao córindon, funcionarem como camadas-marcadores. O modelo foi feito
deixando a extensão gravitacional ocorrer, com o escoamento natural do silicone e a aplicação
concomitante de diversos episódios de sedimentação. Quatro principais episódios de tectono-
sedimentação foram modelados, objetivando representar as principais sequências
sedimentares da área estudada. Um diferencial em relação às modelagens físicas mais
tradicionais foi a aquisição dos dados relativos à evolução do sistema, efetivada através de um
aparelho CT-scan. Esse aparelho utiliza o princípio de tomografia de raios-X para aquisição
sistemática de dados, durante toda a modelagem. A grande vantagem desse tipo de aquisição
é o fato da mesma não ser destrutível, preservando o material e permitindo diversas aquisições
ao longo do experimento. Os dados adquiridos durante o experimento, 2D ou 3D (a depender
do espaçamento da aquisição), são tratados, resultando em imagens, podendo também ser
transformados em arquivos seg-Y. No estudo realizado, esses dados seg-Y foram recuperados
numa plataforma de modelagem geocelular, gerando imagens 3D manipuláveis e
interpretáveis. Na área estudada, falhas normais formam os elementos estruturais mais
visíveis, formadas como resultado da extensão gravitacional. Essas falhas são estruturas de
crescimento geradas pelo movimento de sal em associação com o efeito da gravidade.
Rotação de blocos, rollovers e curvaturas caracterizam o crescimento e, portanto, o caráter
sinsedimentar dessas falhas. De forma geral, a evolução dos experimentos sandbox permitiu
comprovar as observações acima e, assim, puderam ser utilizados como análogos para
comparação com as imagens sísmicas da área de estudo, bem como na obtenção de
informações importantes para compreensão da cinemática do sal em fenômenos gravitacionais
extensionais. Outras importantes estruturas existentes na área de estudo, também
reproduzidas nos experimentos, são as rampas de revezamento. As depressões topográficas
associadas às rampas nos modelos analógicos poderiam desempenhar um papel importante
no controle de correntes de densidade hipotéticas e, consequentemente, também na
distribuição dos sedimentos depositados, seguindo as linhas de talvegue. O contínuo
movimento de extensão do sistema, devido ao fluxo do silicone (no caso da modelagem
analógica) ou do sal (na realidade), faz com que a propagação das rampas (e depressões
topográficas) e a consequente ampliação de suas dimensões aumentem a probabilidade da
captura da drenagem das correntes hipotéticas. Na continuidade desses experimentos,
pretende-se utilizar as topografias resultantes no escopo de simulações de fluxos gravitacionais
submarinos, através de técnicas de modelagem numérica forward.
253
SIMULATING PARTICLE-LADEN TURBULENT FLOWS WITH PARAMETRIC
UNCERTAINTIES
Guerra, G.M.1; Zio, S.1; Da Costa, H.F.1; Paraizo, P.L.B. 2; Coutinho, A.L.G.A1.; Rochinha, F.A. 1
1COPPE/Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2PETROBRAS
RESUMO: Particle-laden flows are a very complex natural phenomenon and contribute for
sediment transport and deposition that lead to the formation of basins hosting oil reservoirs.
Those turbulent flows are triggered by small differences in the fluid density induced by the
presence of sediment particles. A very important example of those flows are turbidity currents. A
detailed modelling of this phenomenon may offer new insights to help geologists to understand
the deposition mechanisms and the final stratigraphic form of the reservoirs. The increasing
reliance on numerical simulation for the analysis of these complex physical systems has led in
recent years to a strong development of knowledge in this area. In this sense, Uncertainty
Quantification (UQ) provides a framework to enable robust computer simulations that take into
account the unavoidable uncertainties present in input parameters and in the model structure
(model discrepancy). The present work extends the efforts of the authors to build a reliable
computational model for the prediction of deposition of sediments transported by particle laden-
flows. It presents a UQ analysis, employing a probabilistic perspective, to consider the impact of
using phenomenological models on quantities of interest such as bottom shear stresses and
deposition maps. Those models combine experimental observations with physical intuition and
try to capture the influence of the sediment concentration on the local flow viscosity and settling
velocity. Both parameter uncertainties and different forms of model discrepancy (stochastic
spatial fields) are considered in the simulations through non-intrusive stochastic collocation
methods while a parallel Navier-Stokes solver handles the underlying deterministic model. A
scientific workflow management engine tool designed for high-performance computers supports
the whole procedure.
254
MODELAGEM ESTRATIGRÁFICA DOS DEPÓSITOS ESTUARINOS DA
FORMAÇÃO RIO BONITO, REGIÃO DE CANDIOTA (RS)
Silva, V.E.1; Trentin, F.A. 1; Paim, P.S.G.1; Lopes, S.R.X. 2; Lopes, A.A.O. 2; Faccion, J.E.3;
Silveira, A.S. 1; Lavina, E.L.C. 1
1Universidade do Vale do Rio dos Sinos; 2Petrosoft Design Desenvolvimento de Sofrware Ltda.; 3Petrobrás
RESUMO: A Formação Rio Bonito está inserida no Grupo Guatá, que representa a tendência
transgressiva da Supersequência Gondwana I, Bacia do Paraná. A área localiza-se nos
municípios de Candiota e Bagé, região sul do Estado do Rio Grande do Sul, próximo da
fronteira com o Uruguai, e abrange depósitos estuarinos, lagunares/pantanosos, de cordões
litorâneos, de shoreface inferior e offshore. Na região de Candiota, a Formação Rio Bonito
assenta-se ora sobre um paleovale remanescente de sistemas glaciais (rochas do Grupo
Itararé), ora sobre o embasamento formado por rochas graníticas da Província Mantiqueira e
por rochas do Complexo Metamórfico Porongos. Na área estudada, a sequência basal da
Formação Rio Bonito inicia a sua deposição preenchendo paleovales com depósitos
pertencentes a um sistema flúvio-estuarino, dominado por fácies associadas a ação de maré,
caracterizado por feições morfológicas de barras de maré, planícies de maré e regiões
pantanosas. Com base na descrição de 15 testemunhos de sondagem, foram caracterizadas
seis fácies sedimentares: arenito quartzoso, arenito quartzo-feldspático, conglomerado com
estratificação cruzada, heterolito com wave ripples, pelito e pelito carbonoso. Estas fácies se
sucedem verticalmente compondo um empilhamento estratigráfico de trato de sistema
transgressivo, cuja associação de fácies indica interação entre processos de correntes de maré
e de sistemas fluviais. Estratos deposicionais são gerados pela relação entre sedimento,
energia do fluxo e energia gravitacional. A modelagem estratigráfica utiliza simulações
hidrodinâmicas para erodir, transportar e depositar sedimentos em um determinado espaço
dentro de um intervalo tempo, onde os processos geológicos obedecem uma série de
parâmetros naturais que podem ser sintetizados por equações matemáticas e utilizados em
modelagens numéricas. O objetivo principal deste trabalho é demonstrar a existência de um
paleovale na região de Candiota e o preenchimento deste por processos sedimentares
estuarinos, em um intervalo de tempo de 12 Ma (Pennsylvaniano), divididos em passos de
tempo de 200 Ka. A técnica utilizada para a modelagem estratigráfica tridimensional foi através
do programa StratBR, que simula o processo de distribuição dos sedimentos conforme o
tamanho dos grãos. A modelagem gerou barras de maré com sentido para S-SW na região
central do vale e depósitos de siltitos, correspondentes às planícies de maré e regiões
pantanosas, nas porções laterais do paleovale, demonstrando uma arquitetura compatível com
de processos estuarinos. O programa foi testado utilizando dados default do próprio programa,
que responderam de maneira satisfatória, corroborando o modelo geológico e os dados reais
obtidos na área.
255
ESTUDO DA FORMAÇÃO RIO BONITO (BACIA DO PARANÁ) NA REGIÃO DE
CANDIOTA (RS), ATRAVÉS DA TÉCNICA DE MODELAGEM
ESTRATIGRÁFICA 3D
Trentin, F.A.1; Silva, V.E.2; Lopes, S.R.X. 3; Lopes, A.A.O.4; Faccion, J.E.5; Lavina, E.L.C. 6;
Paim, P.S.G. 7; Silveira, A.S.8
1, 2, 6, 7 e 8Universidade do Vale do Rio dos Sinos; 3 e 4Petrosoft Design Desenvolvimento de Sofrware Ltda;
5Petrobras
256
MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE ESCOAMENTO DE FLUIDOS EM
ANÁLOGO DE RESERVATÓRIO FRATURADO
Souza, F.M.1 Roque, D.S.1;; Soares, J.A.1; Souza, J.A.B2; Neto, S.R.F1; Nogueira, F.C.C 1
1Universidade Federal de Campina Grande; 2Petrobras
257
MAPEAMENTO E MODELAGEM TRIDIMENSIONAL DAS UNIDADES
VULCANO-SEDIMENTARES DA REGIÃO DA SERRINHA, OESTE DO
ESCUDO SUL-RIO-GRANDENSE*
Corrêa, A.P.S.1; Almeida, D. P.M.1; Matté, V.1; Guadagnin, F. 1 Rosa, M.B. 2; Machado, B.N.1
1Universidade Federal do Pampa; 2Universidade Federal de Santa Maria
258
COMPARAÇÃO ENTRE DISTINTOS MÉTODOS DE CLASSIFICAÇÃO
LITOLÓGICA AUTOMÁTICA A PARTIR DE RESULTADOS DE PERFILAGEM
GEOFÍSICA DE POÇOS, GRAVATAÍ E GLORINHA, RS
Naissinger, B.M.1; COELHO, O.G.W.1; VIEIRA, C.E.L.1
1Universidade do Vale do Rio dos Sinos
RESUMO: O presente trabalho visa a testar a utilização da Análise de Componentes Principais (ACP), K-
médias e Redes Neurais Artificiais (RNA) no reconhecimento automático de litologias a partir de perfilagens
geofísicas feitas em três poços testemunhados na região dos municípios de Gravataí e Glorinha, Rio Grande do
Sul, Brasil. Os níveis amostrados pertencem a estratos do Grupo Itararé e Guatá (Formações Rio Bonito e
Palermo) da Bacia do Paraná, cujas datações tem os posicionado na base do Permiano (Asseliano-Artinskiano). A
partir dos perfis de raios gama, potencial espontâneo, resistividade, resistência, densidade e sônico disponíveis
para cada poço, novos perfis foram gerados através das técnicas de ACP, K-médias e RNA. A fim de verificar a
acurácia dos novos perfis gerados através destas análises, cada um destes foi comparado aos respectivos perfis
obtidos pela descrição litológica convencional dos testemunhos. Para cada caso foram montadas matrizes de
confusão e calculados os Índices Kappa (IK) correspondentes. Os resultados obtidos mostram que, em ordem de
eficiência, a técnica de K-médias apresenta um resultado ligeiramente melhor do que a ACP e esta, por sua vez,
melhor do que a de RNA. Os métodos de normalização empregados parecem estar diretamente relacionados ao
sucesso das análises e podem explicar o insucesso obtido por outros pesquisadores na utilização destas mesmas
análises multivariadas. O grau de correlação entre os perfis geofísicos originais parece também estar relacionado
ao maior ou menor sucesso de uma ou outra destas técnicas. Em relação às RNAs, as correlações feitas entre o
Erro Quadrado Médio (EQM) a Acurácia e o IK mostram que, ao contrário do esperado, o EQM nem sempre é um
bom parâmetro para indicar qual validação de rede deve ser utilizada, uma vez que não houve correlação entre
EQM e acurácia. Analogamente, métodos de normalização baseados nos vetores coluna (variáveis), como os
costumeiramente empregados em análises de RNA, são menos eficientes do que aqueles baseados no vetor linha
(amostras/indivíduos). Sugere-se, então, que em análises não supervisionadas, deve ser feito sempre uma
verificação prévia da correlação entre as variáveis a fim de fornecer subsídios para a escolha dos métodos de
determinação automática de litologias, devendo-se ter uma maior parcimônia na escolha dos métodos de
normalização.
259
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
ISBN: 978-85-99198-13-1
260
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ ST06 –
Óleo e Gás
ISBN: 978-85-99198-13-1
261
EFEITO DA MATURAÇÃO TÉRMICA EM PARÂMETROS GEOQUÍMICOS
OBTIDOS POR ENSAIOS DE HIDROPIRÓLISE EM QUEROGÊNIO TIPO II,
BACIA DO PARANÁ
Marleny Blanco González1, Wolfgang Kalkreuth 1, Ana Maria Pimentel Mizusaki1, Maria do
Carmo Peralba2, Simone Barrionuevo1, Priscila dos Santos Lourenzi1, Giovani Matte Cioccari1
1 Programa de Pós-Graduação em Geociências, Instituto de Geociências - UFRGS, Rua: Bento Gonçalves 9500,
91509-970, Porto Alegre (RS), Brasil
2 Instituto de Química, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rua: Bento Gonçalves 9500, 91509-970,
Resumo: A hidropirólise foi utilizada como técnica de laboratório para simular a transformação
térmica da matéria orgânica em uma amostra de rocha imatura da Formação Irati (Permiano)
cedida pela PETROBRAS/SIX (São Mateus do Sul) da Bacia de Paraná, com o objetivo de
pesquisar a composição e qualidade dos óleos gerados desde uma rocha geradora contendo
querogênio Tipo II. Os ensaios de hidropirólise foram realizados durante 72 horas continuas
sob condições isotermais no intervalo de 280 até 350°C e de 1000 até 3000 Psi de pressão em
atmosfera de hélio. Os produtos obtidos através da hidropirólise (rocha residual, betumes,
óleos e gases) foram recuperados após cada ensaio, quantificados e caracterizados,
permitindo determinar a evolução térmica do querogênio e, a composição das frações
(saturados, aromáticos e resinas + asfaltenos) por pirólise Rock-Eval, análise elementar,
petrografia orgânica, cromatografia líquida e cromatografia a gás (GC). Os resultados das
análises de petrografia orgânica e análises geoquímicas mostram que a rocha original imatura
é rica em matéria orgânica amorfa, apresentando um elevado teor de carbono orgânico total de
17,2 % em peso, e índice de hidrogênio de 750 mg HC/g COT. Os dados obtidos mostraram
um incremento da temperatura máxima de pirólise, variando de 424 a 449 º C, observamdo-se
mudanças na composição elementar da rocha residual com o decréscimo do índice de
hidrogênio para 72 mg HC/g COT, e oxigênio de 15 para 3 mg CO2 /g COT. O carbono
orgânico total apresentou uma variação significativa com o aumento da temperatura,
diminuindo gradativamente até um valor de 8,44 % em peso no ensaio de 72 horas com
temperatura de 350°C. Os resultados destas mudanças evidenciam um aumento da
transformação do querogênio em hidrocarbonetos líquidos e gasosos, assim como também
uma maior eficiência de expulsão pela rocha, observada pelo aumento das relações de
transformação (TR) e eficiência de expulsão (EE), calculadas a partir da pirólise Rock-Eval,
constatado pelo aumento e posterior decréscimo do potencial gerador de hidrocarbonetos,
variando de 124,7 até 6,07 mg HC/g rocha com uma taxa máxima de transformação da matéria
orgânica de 95,09 %. Com o aumento da temperatura dos ensaios observam-se diferenças nos
rendimentos dos produtos obtidos (betumes e óleos expulsos, gases), primeiramente a geração
de betume (enriquecido de compostos polares mais pesados) e uma segunda, a transformação
do betume em óleo e gás (enriquecidos em compostos saturados e aromáticos), sugerindo que
a geração e expulsão são dois processos sincrônicos, onde a segunda é consequência da
primeira (geração e migração primária). Os perfis cromatográficos dos óleos expulsos e
betumes retidos mostram a distribuição dos n-alcanos e suas semelhanças com os petróleos
naturais, gerados a partir de querogênio Tipo II do Permiano da Bacia de Paraná. A análise dos
produtos gerados pela hidropirólise de rochas geradoras fornece informações fundamentais
acerca dos respectivos potenciais de geração de hidrocarbonetos, e são, portanto, de grande
valor na compreensão dos sistemas petrolíferos e do efeito da maturação e da expulsão de
fluidos gerados sobre a composição e qualidade do petróleo.
262
BIOMARCADORES DE PETRÓLEO NO FOLHELHO LONTRAS, FORMAÇÃO
CAMPO MOURÃO,GRUPO ITARARÉ, CISURALIANO DA BACIA DO PARANÁ
Cioccari, G.M.1; Peralba, M.C.R. 2; Scomazzon, A.K.3; Weinschütz, L.C.4
1Centrode Engenharias - Universidade Federal de Pelotas; 2Instituto de Química - Universidade Federal do Rio
Grande do Sul; 3Instituto de Geociências - Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 4CENPÁLEO,
Universidade do Contestado – Campus Mafra
RESUMO: O Grupo Itararé é composto por arenitos, diamictitos, ritmitos e folhelhos, com
diminuição do tamanho de grão em direção ao topo, depositados em ambiente glacial. Os
folhelhos varvíticos e negros depositados na Formação Campo Mourão estão associados a
depósitos marinhos transgressivos, que culminaram na máxima inundação marinha, registrada
por folhelhos negros fossilíferos, onde são encontrados peixes paleoniscídeos, fragmentos de
lenho vegetal, esponjas silicosas, braquiópodes, crustáceos, conodontes, insetos, entre outros,
denominado Folhelho Lontras. A área do presente estudo está localizada no município de
Mafra/SC, borda leste da Bacia do Paraná, a 800m do entroncamento da BR 280 com a BR
116, no afloramento CAMPALEO, onde ocorre o Folhelho Lontras. Foram coletadas três
amostras de 60 gramas deste folhelho negro fossilífero para análise de biomarcadores.
Segundo a literatura há a presença de hidrocarbonetos líquidos e gasosos no Grupo Itararé e
dessa forma foi feito a extração das amostras em estudo bem como análise do extrato obtido.
O rendimento extrativo das amostras do CAMPALEO variou de 2,14 e 5,08 mg HC/g rocha, e
exibiu alto teor de hidrocarbonetos, resultado este associado ao óleo impregnado à rocha. De
acordo com o perfil dos n-alcanos, não se observou presença de mistura complexa não
resolvida (UCM - do inglês unresolved complex misture), sugerindo que este óleo não está
biodegradado. O predomínio dos n-alcanos de C16 a C24 e a alta razão hopanos/esteranos, em
todas as amostras, indicam a contribuição típica bacteriana. A leve predominância dos n-
alcanos impares sobre os pares nos mostra um moderado grau de maturidade, e a alta
abundância relativa de terpano tretacíclico C24 em relação ao terpano tricíclico C26 é
interpretada como uma pequena contribuição de vegetais superiores continentais. A razão dos
isoprenoides pristano e fitano > 1, a presença de i-C25, i-C30, β-caroteno e gamacerano, e a
baixa abundância de diasteranos indicam ambiente deposicional marinho evaporítico de baixa
salinidade. A predominância dos isoprenoides sobre os n-alcanos, do Tm sobre o Ts, as altas
razões de Tm/(Ts+Tm) e C29S/(S+R) evidenciam que o óleo possui maturidade térmica de
baixa a moderada. Os resultados deste trabalho comparados com trabalhos da literatura
exibem perfis de n-alcanos e espectros de massas (terpanos e esteranos) muito semelhantes,
sugerindo que os óleos encontrados no Folhelho Lontras podem ser correspondentes aos
gerados pela Formação Irati e migrados. Assim, recomendam-se estudos tectono-estruturais
regionais para mapear possíveis rotas de migração de hidrocarbonetos, contribuindo para
obtenção de conhecimento dos sistemas petrolíferos da Bacia do Paraná.
263
LAVRA DE CARVÃO POR LONGWALL: LANÇANDO LUZ AO TEMA, UMA
OPÇÃO PARA AS JAZIDAS BRASILEIRAS
Cardozo, F. A. C.1 Zingano, A. C.1 Nogueira, R. T.1 Cordova, D. P.1 Pimenta, M. M.1 Zucchetti,
M. G1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
RESUMO: O carvão mineral é um bem ainda fundamental a nossa sociedade seja para
geração de energia a partir de usinas termoelétricas, ou pela possibilidade de geração de
subprodutos. Atualmente a mineração de carvão mineral no Brasil se dá por dois métodos de
lavra: a Céu Aberto, pelo método strip mining no estado do Rio Grande do Sul, e pelo método
de Câmaras e Pilares em Santa Catarina e no estado do Paraná, ambos lavra subterrânea.
Este segundo método apresenta baixa recuperação de jazida e altos custos produtivos, o que a
vários anos respalda a busca por um método de lavra com maior produtividade, onde se
encaixa o método de lavra por longwall, este já utilizado no século passado no estado do Rio
Grande do Sul. O método de longwall atualmente é considerado mundialmente o mais eficiente
método de lavra subterrânea de carvão. Por ser este um método de lavra que se baseia em
alta mecanização e admitir o posterior colapso de teto das áreas já mineradas. Fator este que o
leva a ser um método de lavra onde as condições geomecânicas da jazida são pontos
condicionantes para aplicação e eficiência do mesmo. Este trabalho visa apresentar uma
revisão sucinta do método e dissertar quanto a sua possibilidade de aplicação no Brasil e as
diferenças das jazidas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina que influenciariam na aplicação
do método. É apresentado brevemente o Estado da Arte do método, incluindo a experiência de
aplicação na Mina do Leão I, no Rio Grande do Sul; e sobre geometrias e dinâmicas
características do método e sua relação com as características geomecânicas das jazidas. Por
fim é debatido como as diferenças geoestruturais e geomecânicas influenciariam na aplicação
do método nos estados do RS e SC, apontando aspectos positivos e negativos de ambos.
Sendo o RS propenso por apresentar um teto imediato de baixa qualidade geomecânica o que
favorece a aplicação do método, quanto a ocorrência de caving nos painéis de lavra, mas se
torna um desafio para estruturas auxiliares. Quanto a SC o caso se inverte, onde existe um teto
de boa qualidade que desfavorece o caving mas facilita as operações auxiliares. Quanto ao
aspecto geoestrutural a menor incidência de falhas é um ponto a favor do RS, pelo fato do
método de longwall necessitar de regularidade de camada.
264
INTENSIDADE DE RETORNO DE UM PULSO LASER COMO
IDENTIFICACADOR DE IMPREGNAÇÕES DE HIDROCARBONETOS EM
ROCHAS DA FORMAÇÃO IRATI NA REGIÃO DO ALTO ESTRUTURAL DE
PITANGA (SP), BACIA DO PARANÁ
Cerri, R.I.1; Luvizotto, G.L.2; Tognoli, F.M.W.3,5, Veronez, M.R.3,5, Gonzaga Jr., L4,5
1 Programa de Pós-Graduação em Geociências e Meio Ambiente, Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”, Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE)
2 Departamento de Petrologia e Metalogenia, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de
265
ESTRATIGRAFIA MECÂNICA APLICADA A RESERVATÓRIOS
CARBONÁTICOS FRATURADOS: ROCHAS CARBONÁTICAS DA
FORMAÇÃO IRATI COMO MODELO ANÁLOGO
Cerri, R.I.1; Luvizotto, G.L.2; Tognoli, F.M.W.3
1Pós-graduação em Geociências e Meio Ambiente, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”,
Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE)
2Departamento de Petrologia e Metalogenia, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de
266
O ACERVO BRASILEIRO DE ROCHAS E FLUIDOS ORIGINADO NA
PESQUISA DE PETRÓLEO E GÁS - ESTUDO COMPARATIVO
Duarte, K.S.¹
Resumo: A ANP tem a atribuição legal de gerir um amplo acervo de amostras de fluidos e
rochas obtidas nas atividades exploratórias e produtoras de petróleo e gás. A efetiva gestão
desse importante patrimônio científico depende da implantação de uma infraestrutura de
armazenamento adequada, que requer uma área ampla, cuja obtenção foi objeto de várias
tentativas junto a órgãos governamentais e universidades, até que no final de 2015 a Diretoria
da ANP autorizou a celebração de um contrato com a Superintendência de Patrimônio da
União do Rio de Janeiro. Por esse contrato, a ANP teria a cessão de uso gratuito de uma área
de 46.572,10 m² na localidade de Xerém, no Município de Duque de Caxias, RJ, visando à
implantação desse centro de pesquisas. Destaque-se que, em função dos custos de
manutenção e por considerar excessivo o tempo para a implantação dessa infraestrutura, a
indústria do petróleo vinha solicitando reiteradamente que a Agência assumisse a guarda do
acervo governamental. Entretanto, a implantação da infraestrutura necessária não é uma
empreitada elementar como prova o histórico resumido adiante. Tome-se como exemplo o caso
do Core Research Centre em Galgary, Canadá. Em 1914 deu-se a descoberta de um prolífico
campo de óleo na região de Alberta. Em 1928 o governo estabelece um regulamento
requerendo que as operadoras submetam relatórios de perfuração e de coleta de amostras de
calha, sendo também responsáveis por reter tais amostras para inspeção, porém esse primeiro
regulamento não estabelecia padrões para o armazenamento. Em 1938 a instituição
governamental assume a responsabilidade legal pelas amostras e relatórios, porém o
armazenamento desse acervo ainda passava por riscos. Em 1947 (nove anos depois) nova
descoberta reforça a atividade, com as operadoras estocando as amostras, algumas vezes em
condições inadequadas, tornando-as inacessíveis aos operadores concorrentes. Em 1955 a
Província de Saskatchewan estabelece como conceito pioneiro, uma central de
armazenamento compartilhada entre o governo e indústria, no entanto, em 1960 associações
de representantes da indústria requerem que o governo assuma a responsabilidade pelo
armazenamento e o controle desse acervo. Em 1962, ou seja, somente 34 anos após a
emissão do primeiro regulamento, o agente governamental (ERCB) abre os primeiros 3500 m²
do Core Storage Centre (instalações que foram gradativamente ampliadas e ainda hoje se
situa, a Noroeste de Calgary). Em 1983, após a maior expansão, aquele agente governamental
abre 18.000 m² no Core Storage Centre, abrigando, naquela ocasião, o maior acervo de
material geológico do mundo. O estudo de caso aqui resumido sinaliza para algumas
considerações importantes: 1) a ANP conseguiu em 12 anos após o primeiro regulamento
estabelecido (prazo menor que o exemplo analisado), a área necessária para abrigar o acervo
governamental; 2) a relevância de se estabelecer um local adequado para a guarda do acervo
público, visando garantir a preservação desse patrimônio científico e garantir também o amplo
acesso a ele.
267
HYDRODYNAMIC GRAIN SORTING IN A CONFINED DEEP-MARINE
MINI-BASIN (PEÏRA CAVA, SE FRANCE): IMPLICATIONS FOR THE
IDENTIFICATION OF ARCHITECTURAL ELEMENTS
Pantopoulos, G.1; Kneller, B.C.2; De Ros, L.F.1; Kuchle, J.1
1
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Instituto de Geociências Porto Alegre Brazil;
2
School of Geosciences, University of Aberdeen Aberdeen UK
268
THE REVIVAL OF THE TURBIDITE HYDROCARBON PLAYS IN THE
BRAZILIAN OFFSHORE BASINS
ABSTRACT:
Since the discovery of the Albacora field in 1984 by Petrobras, several giant hydrocarbon
accumulations in turbidites were encountered in the offshore Campos basin, Brazil.
Hydrocarbons in the Campos Basin turbidite fields are relatively heavy (16-21 degrees API) and
derived from the rift/transitional Lagoa Feia source-rock. Oil migrated into the reservoirs through
windows in the salt and via post-salt faults and fault zones. Currently, the Brazilian hydrocarbon
production comes mostly from these deepwater fields. From 2006, after the discovery of the
pre-salt play, the exploration efforts in Campos and Santos basins switched almost completely
from post-salt targets to the carbonates beneath the thick salt layers. However, in the Northern
Sergipe-Alagoas and, in lesser extent, in the Potiguar and Ceará basins, turbidite reservoirs
have been the main focus of exploration.
From 2010, an exploration campaign by Petrobras and its partners in deepwater to ultra-deep
waters of the Sergipe-Alagoas Basin resulted in a string of light oil, gas and condensate
discoveries such as Barra, Farfan, Muriú and Moita Bonita in the offshore of Sergipe. As a result
of all the previous deepwater understanding and experience in the Campos Basin and
technological advances in seismic imaging, the exploration success rate for this recent
campaign in the Sergipe-Alagoas Basin was very high at above 80%.
Preliminary seismic interpretation of recent broadband surveys in adjacent areas allows the
recognition of similar geometries and seismic responses in other Northern Eastern Brazilian
basins (e.g. Jequitinhonha and Camamu-Almada) and in the Brazilian Equatorial margin basins
(e.g. Ceará and Potiguar).
Cretaceous turbidites will represent the most important exploration targets in the Northern
Eastern and Equatorial margin basins in Brazil. High-quality 3D seismic and the understanding
of the post-salt source-rock in these basins are critical on de-risking these opportunities.
269
PALAVRAS-CHAVE: SUBTLE TRAPS, TURBIDITES, EASTERN OFFSHORE BRAZILIAN
BASINS
270
ADDITIONAL EXPLORATION OPPORTUNITIES FOR THE PRE-SALT
LIMESTONE/SILICEOUS PLAYS IN THE CAMPOS AND SANTOS BASINS,
OFFSHORE BRAZIL
Kattah, S.S.
PGS
ABSTRACT:
The discovery of the Lula field in 2006 opened a new E&P frontier in Brazil. Several multi-billion-
barrels, light-oil discoveries have recently been made in the limestone of the pre-salt succession
of the Campos and Santos basins. 10 billion or more barrels of oil are expected to be added to
the Brazilian reserves by 2022 after appraisal and confirmation of these recent discoveries
(from ANP, 2014). As demonstrated by the results of this study, other Brazilian pre-salt
limestone areas remain unexplored or under-explored and available for future licensing.
This study considers the exploration potential of the BMS-50/52 and BS-1_South 3D seismic
surveys areas within the Santos Basin (on the trends of Carcará and Sagitário discoveries) and
of the BC-200 merged-survey in the deepwaters of the Campos Basin (on the trend of Pão-de-
Açucar/Seat/Gávea and Wahoo discoveries). Several large opportunities have been identified
based on preliminary seismic interpretations of 3D Multi-Client PSDM surveys.
The BMS-50/52 and BS-1_South 3D surveys are within the pre-salt play polygon of the Santos
Basin. The pre-salt exploration trends identified in the these surveys are: a) Rift/Pre-rift play in
the central-west, with hydrocarbon accumulations in siliciclastic reservoirs of the Paleozoic (pre-
rift) to the Lower Cretaceous rift succession in fault traps; b) Sag/Rift Limestone Edge Play
(Sagitário trend), comprising structural or paleo-topographic traps beneath the base salt in
microbial platform limestone, with occasional isolated microbial buildups; c) The Carcará
North/Itaipava Sag-Rift Limestone Play which is a light-oil trend that includes the Carcará
discovery in BMS-8, with hundreds of square kilometers of closures at the base salt and relief
reaching 350 to 400 meters. In this trend, reservoir facies are expected to have excellent
reservoir properties and are interpreted as very large microbial buildups, oriented along fault
zones which are located at the edges of the previous rift horsts.
3D seismic interpretation of the pre-salt section in the deep to ultra-deepwater area in the
Campos Basin has allowed the delineation of several pre-salt plays: i) Structural Play in
coquinas (Late Rift to Sag); ii) Stratigraphic/Combination Play in coquinas (Late Rift to Sag); iii)
Microbial Build-up Play on rift shoulders (Sag microbialites) and; iv) Microbial Build-up Play on
volcanic complexes, potentially large limestone units beneath the salt nucleated on top of large
volcanic complexes in distal settings. The hydrocarbons were generated mainly by same
source-rock interval (the lacustrine Lagoa Feia Formation) that has sourced most of the
discovered fields in the Campos Basin. Coquinas and potential limestone/siliceous microbial
facies, similar to the ones in the Santos Basin and African counterpart discoveries, are the
reservoir targets as indicated by the seismic facies and observed geometries. A thick evaporitic
succession provides the main sealing unit for the potential accumulations. The structural play
offers low exploration risk scenarios, while potential build-up’s over the tops of volcanic
complexes have high risk due to reservoir presence/quality and migration. However, this last
play could provide the largest exploration rewards as some of these positive features that lie
just beneath the salt have hundreds of square kilometers of closure, offering potential for multi-
billion barrels of hydrocarbon discoveries.
271
PALAVRAS-CHAVE: PRE-SALT LIMESTONES, SILICILYTES, COQUINAS, MICROBIAL
BUILD-UP’S, MICROBIAL COMPLEXES
272
O PETRÓLEO NA BACIA DO RECÔNCAVO-BA:
NOVOS DESAFIOS EM VELHOS PARADIGMAS
273
USO DE NANOPARTÍCULAS JANUS PARA RECUPERAÇÃO AVANÇADA
DE ÓLEO E REDUÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL
Bordin, J.R.1
1Universidade Federal do Pampa
274
PALAVRAS-CHAVE: nanotecnologia, recuperação avançada de óleo, redução de impacto
ambiental, modelagem molecular
275
GEOPHYSICAL AND GEOLOGICAL DATA INTEGRATION TO DELIMITATION
WINDOWS OF OIL AND GAS GENERATION IN THE AMAZON BASIN.
Silva, M.1; Chaves, H.A.1; Santos, W.H.1; Ferreira, J.S.2
1Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2 Observatório Nacional - RJ
ABSTRACT: In this work, data from 6 selected wells were used to evaluate the generation of oil
in the basin, using the Temis software for delimiting the windows of oil and gas generation;
compare the results obtained in Temis with the reflectance index of vitrinite data available in the
literature of the wells; compare the results with seismic and gravimetric and magnetometric
maps. The integration of the basin modeling with geologic and geochemical data suggests that
the Barreirinha Formation source rock started to generate petroleum during the Late
Carboniferous. The main phase of petroleum generation and expulsion occurred from Late
Carboniferous to Permian time and was completed by the Early Triassic. Any later tectonic
event remobilized those hydrocarbons previously trapped. Probably because of the long
distances of both vertical and horizontal migration, it is believed that an important amount of the
expelled hydrocarbon was dispersed along migration pathways. A significant part could also
have been remobilized and lost during Cretaceous uplift of the basin margins.
276
APLICAÇÃO DO CONCEITO DE FÁCIES DIAGENÉTICAS NA
COMPREENSÃO DA EVOLUÇÃO DA POROSIDADE NAS COQUINAS DA
FORMAÇÃO MORRO DO CHAVES, BACIA DE SERGIPE-ALAGOAS
Tavares, A.C.G.1; Luparelli, A.1; Borghi, L. 1; Corbett, P.W.M.2; Mendes, M. 1; Câmara, R. 1
1 Lagesed- Laboratório de Geologia Sedimentar da Universidade Federal do Rio de Janeiro;
2 Heriot-Watt University
277
BACIA DE SANTOS: DE PROMISSORA A PRINCIPAL
BACIA PRODUTORA DE HIDROCARBONETOS DO BRASIL
SOUZA, L.S1; SGARBI, G.N.C².
1
Doutorando em Geologia. Programa de Pós Graduação em Geologia da UFMG; 2
Programa de Pós-graduação em Geologia, Instituto de Geociências da UFMG.
RESUMO
278
natural, em condições competitivas em um momento que o mercado
internacional apresenta reduzida margem de lucro.
O volume, vazão e a qualidade do óleo encontrados nos
reservatórios do Pré-sal da Bacia de Santos, possibilita a Petrobras obter
significativa redução do custo de produção e consequentemente uma
competitividade em comparação aos concorrentes internacionais, em um
momento de comercialização do barril de petróleo no mercado
internacional inferior a US$ 40.
Embora a Petrobras tenha reduzido sua previsão de investimentos
para os próximos anos, o aumento da produção de hidrocarbonetos na
Bacia de Santos até 2020 impactará positivamente a indústria nacional de
petróleo e gás, principalmente no setor de construção naval,
possibilitando a continuação das atividades de vários estaleiros que foram
construídos ou ampliados no Brasil nos últimos anos.
No presente texto projeta-se a produção das bacias de Campos e
Santos até o final de 2020, tanto em reservatórios do Pós-sal quanto do
Pré-sal, além da projeção de petróleo e gás natural a serem explotados
no Pré-sal da Bacia de Santos no período mencionado.
279
CARACTERIZAÇÃO ESTRATIGRÁFICA DE ANÁLOGOS DE
RESERVATÓRIOS FLUVIAIS NA BACIA DE CAMAMU
Nascimento, I.V.P.1; HOLZ, M.1
1Universidade Federal da Bahia
280
AVALIAÇÃO DA DISPERSIBILIDADE DE FOLHELHOS PROVENIENTES DOS
ESTADOS DA PARAÍBA E DO CEARÁ
Brunet, M.N.C.1; Leal,C.A2; Nogueira, F.C.C.3; Amorim, L.V. 4
1, 2 ,3 e 4Universidade Federal de Campina Grande;
281
BIOMARCADORES ALIFÁTICOS DE CARVÕES JAZIDA
CANDIOTA, RS, PERMIANO INFERIOR DA BACIA DO PARANÁ
Martins, M.L.J.¹; Silva, M.B¹; Gomes, J.S.¹; Sanchez Filho, J.P.2; Silva, T.C.¹
1Universidade Federal de Pelotas; 2Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Sul-Riograndense
282
ANÁLISE ESTRUTURAL E PETROFÍSICA DE BANDAS DE DEFORMAÇÃO
DA BACIA DO RIO DO PEIXE-PB
Costa, A.L.M1; Souza, F.M.1; Silva, A. S.¹; Souza, J.A.B.²; Tabosa, L.D.G.¹; Soares, J. A.¹;
Nogueira, F.C.C.¹
1Universidade Federal de Campina Grande; ²CENPES/Petrobras
Resumo: A Bacia do Rio do Peixe (BRP) é uma das principais bacias interioranas do nordeste
brasileiro e está localizada no extremo oeste da Paraíba. A mesma possui uma imensa variedade
de deformação rúptil sin e pós-rifte, dentre as mais presentes têm-se as Bandas de Deformação,
que são estruturas desenvolvidas em rochas porosas, e sua compreensão é de fundamental
importância para o estudo dos efeitos destas sobre as propriedades (mecânicas e hidráulicas)
de reservatórios. Este trabalho está sendo realizado através de recursos financeiros advindos da
PETROBRAS e tem como objetivo caracterizar a influência das Bandas de Deformação sobre o
padrão de migração e acúmulo de fluidos e como estas estruturas afetam as propriedades
petrofísicas em rochas siliciclásticas da BRP. Para isto, foram interpretados dados adquiridos na
sub-bacia de Brejo das Freiras, mais especificamente na Formação Antenor Navarro. Nesta
etapa, foram coletadas amostras de rochas intactas e deformadas por Bandas de Deformação.
A metodologia utilizada consiste em análise estrutural, a qual remete às deformações e análise
petrofísica, a fim de se obter valores referentes à porosidade e permeabilidade, bem como
análise de imagens de rochas mediante a tomografia e microtomografia computadorizada de
Raios-X, visando obter a distribuição de tamanhos de grãos e poros em zonas deformadas e não
deformadas. As amostras investigadas nos ensaios são, dominantemente, arenitos de
granulometria média a grossa. Através do mapeamento estrutural, observou-se que as Bandas
de Deformação possuem orientação preferencialmente para NE, podendo também ocorrer nas
direções E-W, NW e N-S. A análise petrofísica permitiu estimar valores de 10,96% e 0,566 mD,
para as médias de porosidade e permeabilidade, respectivamente, em arenitos deformados por
Bandas de Deformação. Em contraste, para as regiões intactas, não afetadas por Bandas de
Deformação, o valor médio calculado de porosidade é de 23,05%, enquanto o valor médio de
permeabilidade é de 36,658 mD. Através da análise digital tomográfica de plugues em amostras
de arenito e de imagens microtomograficas em micro escala, foi observado que a maioria dos
grãos possui tamanhos equivalentes a fração areia fina, já a grande maioria dos poros apresenta
tamanhos equivalentes a 4 μm. Diante do exposto, pode-se afirmar que na zona deformada há
uma redução significativa da porosidade e permeabilidade, possivelmente devido ao
fraturamento dos grãos, gerando zonas de gouge, onde os grãos deformados preenchem os
espaços porosos. Portanto, é explicada a presença de grãos e poros pequenos na análise
petrofísica digital. Outro adendo importante é que os diferentes sets de Bandas de Deformação
apresentam comportamentos distintos, sendo que as estruturas orientadas segundo a direção
N-S apresentam baixíssimos valores de porosidade. As Bandas de Deformação apresentam forte
importância pelo fato de exercerem controle no acúmulo e migração de fluidos associado a
arenitos da Formação Antenor Navarro e, consequentemente, apresentam potencial para atuar
como barreira a migração de fluidos, devido ao processo de cataclase dos grãos constituintes
das rochas, com isso reduzindo o volume de espaços porosos, afetando diretamente as
propriedades petrofísicas das rochas siliciclásticas da BRP.
283
EXTRAÇÃO DE ATRIBUTOS FÍSICOS DE ROCHAS AFETADAS POR
BANDAS DE DEFORMAÇÃO NA BACIA RIO DO PEIXE - PARAÍBA.
SILVA, I.V.L.¹; PONTES, C.C.C.¹; MIRANDA, T.S.²; CARVALHO, B.R.B.M.³; SOUZA, J.A.B.³;
NICCHIO, M.A.¹; NOGUEIRA, F.C.C¹.
¹Universidade Federal de Campina Grande; ²Universidade Federal de Pernambuco; ³CENPES/Petrobras.
284
MIGRAÇÃO: UM DESAFIO NA EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO NA BACIA DO
PARANÁ
285
INDÍCIOS DE PETRÓLEO NO PROTEROZÓICO BRASILEIRO, POÇO 2-ANP-
6-MT, BACIA DOS PARECIS
1Souza, I.V.A.F.; 1Guzzo, J.V.P.; 1Rocha, Y.S.; 2Morales, I.V.F.; 1Capila, R.; 3Correia, S.A.L.;
4Petersohn, E.; 4Abelha, M.
RESUMO: A Bacia dos Parecis, localizada na região centro-oeste do Brasil, é constituída por
rochas de idade proterozoica. O poço estratigráfico 2-ANP-6-MT foi perfurado com intuito de
avaliar os elementos do sistema petrolífero, consequentemente, subsidiar o processo
exploratório na bacia. Indícios de óleo e gás foram constatados na Fm. Nobres (Ediacarano) e
analisados geoquimicamente, visando obter informações sobre a origem, grau de evolução
térmica e eventuais alterações pós acumulação. Adicionalmente, foi elaborada uma síntese das
principais ocorrências de indícios de petróleo e comparações com os principais sistemas
petrolíferos pré-cambrianos mundiais. Os resultados das análises geoquímicas dos indícios de
gases permitiram a identificação de duas composições. Na parte superior da anomalia os
gases são caracterizados por elevada concentração de CO2 (superior a 20%), fração C2+
variando entre 25 e 15% e composição isotópica do carbono e hidrogênio do metano (δ13C C1
e δ2H C1) de -33,5‰ e -134‰, respectivamente, e presença de olefinas. A presença de olefinas
(compostos insaturados ausentes em petróleo) indica a ocorrência do fenômeno de
metamorfismo de broca, sendo um artefato antrópico. Já os indícios de gás do intervalo inferior
são caracterizados por baixa concentração de CO2, menores porcentagem da fração C2+, δ13C
C1 entre -46‰ e -41‰ e δ2H C1 entre -145‰ e -139‰. Não foi possível mensurar δ13C e δ2H
da fração C2+ devido à sua baixa concentração. O valor de δ13C C1 da porção inferior é mais
leve que a composição isotópica esperada de gases com elevada evolução térmica (modelo
geológico), sugerindo a presença de algum processo de alteração secundária (e.g.
craqueamento secundário). A composição geoquímica dos indícios é caracterizada por
presença de n-parafinas pesadas (> n-C20) e ocorrência de compostos interparafínicos da
família dos monometilalcanos (MMA) e isoprenóides. A presença de MMAs é uma
característica diagnóstica de óleos gerados por seções proterozoicas. Os parâmetros de
biomarcadores indicam elevada evolução térmica (TRIC/Hopanos, Ts/[Ts+Tm], αββ/[αββ+ααα]
e DIA/C29esteranos). Os biomarcadores indicadores de origem apresentam aspectos
composicionais que remetem a uma deposição em ambiente de sabkha litorânea. Tal fato
sugere que esta ocorrência de indícios seja associada a uma geração local e acumulação em
porosidades secundárias dentro do próprio intervalo gerador, conforme já descrito por outros
autores em unidades estratigráficas da Bacia dos Parecis (e.g. Fm. Guia).
286
CARVÃO VEGETAL MACROSCÓPICO COMO INDICATIVO DE INCÊNDIOS
VEGETACIONAIS NO QUATERNÁRIO NO SUL DO BRASIL: CAUSAS
NATURAIS OU ANTRÓPICAS?
Ribeiro, V.1; Guerra-Sommer, M.1; Gruber, N. L. S.1; Jasper, A.2; Barboza, E. G. 1; Manzolli, R.
P.1; Braga, R. B.3; Gadens-Marcon, G. T.4
1 2 3
Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Centro Universitário UNIVATES; Pontifícia Universidade Católica
4
do Rio Grande do Sul; Universidade Estadual do Rio Grande do Sul
RESUMO: O objetivo desse estudo foi relacionar o registro de carvão vegetal macroscópico
(charcoal) em testemunho de sondagem na turfeira de Águas Claras, município de Viamão,
Estado do Rio Grande do Sul, com a ocorrência de incêndios na planície costeira no
Quaternário no sul do Brasil, tentando estabelecer causas de caráter climático e/ou antrópica
para esses eventos. O estudo baseou-se na coleta de um testemunho de sondagem de 2,30m
de comprimento e 75 mm de diâmetro. O ponto de coleta foi definido a partir de informações
obtidas pela técnica de Radar de Penetração no Solo (GPR), que possibilitou a identificação de
uma maior espessura do pacote de turfa. Foram utilizadas no estudo, ferramentas integradas,
relacionadas a análises sedimentológicas e estratigráficas, em microscopia ótica e eletrônica,
datações radiocarbônicas e informações de caráter arqueológico. Com base nos resultados
obtidos na análise do teor de matéria orgânica foram definidas quatro unidades sedimentares
para o perfil estudado: fácies F1- nível mais inferior, constituído de areia sem conteúdo
orgânico (2,30 a 1,19 cm), fácies F2- de coloração escura, teores de matéria orgânica entre
4,87 e 13,95%, porém com matriz arenosa (1,18 a 35 cm), fácies F3-turfa (34 a 11 cm) e
fácies F4-nível de solo atual (10 a 0 cm) com presença de pequenas raízes e em sua maioria
não queimadas. A análise de fragmentos de carvão vegetal macroscópico (CVM) foi efetuada
em material identificável a vista desarmada, com dimensão mínima de 1 mm. Essas análises
foram previamente realizadas em estereomicroscópio e confirmadas em microscopia eletrônica
de varredura (MEV), permitindo caracterizar picos de incêndios de superfície, de baixa
intensidade e curta duração respectivamente no Pleistoceno superior (aproximadamente 25400
anos AP) e no Holoceno superior (entre 4000 e 4200 anos AP). Ficou afastada uma vinculação
com a interferência antrópica para a origem da ignição do intenso incêndio detectado no
Pleistoceno superior, tendo em vista que as populações pré-coloniais instaladas no Rio Grande
do Sul iniciaram o processo ocupação territorial em torno 12000 anos AP. É remota também a
possibilidade de vinculação do incêndio holocênico de grandes proporções a atividade
antrópica, dado que as populações pré-coloniais que habitavam a região costeira do Rio
grande do Sul nesse período, estão incluídas no grupo de caçadores-coletores-pescadores, os
quais, não utilizavam o fogo visando o desflorestamento para preparo do terreno para
agricultura. O controle climático desse evento pode estar relacionado a evidências da
ocorrência do fenômeno ENOS entre 4200–3800 anos AP no Hemisfério Sul, caracterizados
por resfriamento polar, aridez nas faixas tropicais/temperadas e importantes modificações na
circulação atmosférica.
287
INFLUÊNCIA DA TECTÔNICA RÚPTIL NA MIGRAÇÃO DE
HIDROCARBONETOS NA FORMAÇÃO IRATI, ALTO ESTRUTURAL DE
PITANGA, BORDA LESTE DA BACIA DO PARANÁ
Gimenez, V.B.1; Morales, N.2; Luvizotto, G.L.3
1Universidade Federal do Paraná; 2,3 Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
RESUMO: A região do Alto Estrutural de Pitanga abrange os municípios de Rio Claro e Ipeúna
(SP) e apresenta um importante contexto tectono-estrutural, alvo de inúmeros estudos
geológicos desde o início do século XX. Tal importância está relacionada às diversas
ocorrências naturais de óleo e gás ali descritas desde o final do século XIX, associadas a
sequências litoestratigráficas paleozoicas (Grupo Itararé, formações Tatuí, Irati e Corumbataí),
mesozoicas (formações Pirambóia, Botucatu e intrusivas básicas correlatas da Formação Serra
Geral) e cenozoicas (Formação Rio Claro) da Bacia do Paraná. Nesse contexto, destacam-se
os folhelhos pirobetuminosos da Formação Irati, cujos elevados teores de conteúdo orgânico
caracterizam-na como potencial rocha geradora. Dessa forma, o estudo da Formação Irati em
conjunto com os eventos tectônicos associados à evolução do Alto Estrutural de Pitanga, bem
como da importância de falhas e fraturas na migração de hidrocarbonetos ao longo da unidade
se fazem necessários para uma melhor compreensão do sistema petrolífero da região. As
intrusões de diabásio presentes na forma de diques e soleiras também integram a análise
desse sistema, que consiste em um sistema atípico, cuja maturação orgânica depende do calor
proporcionado pelas intrusões. Sendo assim, os principais objetivos do presente estudo
consistem na caracterização das direções preferenciais de migração de hidrocarbonetos na
Formação Irati e suas relações com a evolução geotectônica regional, considerando a
importância das rochas intrusivas no contexto petrolífero do Alto Estrutural de Pitanga. Para tal,
foi realizada uma análise estrutural macroscópica, baseada na extração de lineamentos de
imagens de satélite SRTM e ASTRIUM (CNEs) e mesoscópica, associada à coleta de dados
estruturais e descrições litológicas em afloramentos. Os dados foram posteriormente tratados
através de diagramas de roseta e estereogramas e integrados em ambiente SIG. A aplicação
dos métodos escolhidos resultou na identificação de duas famílias principais de estruturas, com
direções NW-SE e NE-SW. Em escala macroscópica, destacaram-se os lineamentos NW-SE,
interpretados como correspondentes ao evento tectônico de abertura do Atlântico-sul que
permitiu a intrusão dos diques e soleiras na região durante o Juro-Cretáceo, correlatos ao
Lineamento Guapiara. Pelo fato desse evento corresponder ao momento inicial de geração de
hidrocarbonetos na bacia e ao regime distensivo local NE-SW, imaginou-se que a direção
principal de migração seria congruente à direção NW-SE dos diques. No entanto, medidas
estruturais de fraturas preenchidas indicaram uma família preferencial NE-SW de migração de
hidrocarbonetos. O estudo dos eixos de paleotensões a partir das falhas e fraturas indica dois
eventos principais, o primeiro distensivo com SHmin NE-SW (associado à entrada dos diques e
falhas associadas) e o segundo com SHmin NW-SE (falhas normais) e SHmáx NE-SW (falhas
inversas e transcorrentes), relacionado aos estágios iniciais e tardios de evolução do Sistema
de Riftes do Sudeste, durante o Paleógeno e Neógeno. Portanto, dois grandes eventos de
migração foram identificados: um inicial ao longo da direção NW-SE, concomitante ao evento
de geração de hidrocarbonetos; e um principal NE-SW, relacionado à abertura de estruturas
com essa direção e fechamento das estruturas NW-SE pelos esforços compressivos.
288
PRINCIPAIS FORMAS DE OCORRÊNCIA DE HIDROCARBONETOS NO ALTO
ESTRUTURAL DE PITANGA, PORÇÃO LESTE DA BACIA DO PARANÁ
Gimenez, V.B.1; Morales, N.2; Luvizotto, G.L.3
1Universidade Federal do Paraná; 2,3 Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
RESUMO: A região do Alto Estrutural de Pitanga tem sido intensamente estudada desde o final
do século XIX por apresentar um intenso controle estrutural associado ao elevado potencial
gerador de hidrocarbonetos da Formação Irati. Inserida no contexto lito-estratigráfico da Bacia
do Paraná, a região compreende unidades paleozoicas (Grupo Itararé, formações Tatuí, Irati e
Corumbataí), mesozoicas (formações Pirambóia, Botucatu e intrusivas básicas correlatas da
Formação Serra Geral) e cenozoicas (Formação Rio Claro) afetadas por diversos eventos
tectônicos associados à formação e/ou evolução das estruturas que compõe o Alto Estrutural
de Pitanga. Enquanto que os folhelhos pirobetuminosos da Formação Irati correspondem a
excelentes rochas geradoras para o sistema petrolífero atípico da região, as rochas
reservatório são as mais diversas, variando desde em lentes arenosas de siltitos da Formação
Tatuí, calcários da Formação Irati, soleiras de diabásio associadas às intrusões ígneas na
bacia até os já reconhecidos arenitos flúvio-eólicos da Formação Pirambóia. Dessa forma, o
reconhecimento das diversas formas de ocorrência e armazenamento de hidrocarbonetos nas
unidades litoestratigráficas da região se faz necessário para um melhor entendimento do
sistema petrolífero da região. A coleta de dados em escala de afloramento foi baseada em
descrições litológicas, reconhecimento de estruturas e documentação fotográfica das formas de
ocorrência de material asfáltico na região estudada, com enfoque principal em cavas de
pedreiras na Formação Irati e cortes de estrada. As amostras para a confecção de lâminas
delgadas para análise microscópica foram coletadas na Pedreira Bonança, próxima ao
município de Ipeúna (SP). A análise petrográfica das lâminas em luz branca transmitida e luz
azul incidente (fluorescente) foi realizada em dois principais aumentos (10X e 20X), utilizando
microscópio ótico Leica DM 2500P acoplado a um aparato fotográfico Leica DFC 310FX para
obtenção de imagens dos meios de ocorrência identificados. Em escala mesoscópica ou de
afloramento, foram descritas quatro principais formas de ocorrência de hidrocarbonetos na
região do Alto Estrutural de Pitanga, sendo duas associadas a estruturas rúpteis -
fraturas/falhas e brechas estruturais - e duas relacionadas à permo-porosidade primária e/ou
secundária das unidades litoestratigráficas - poros e cavidades de dissolução. Já em escala
microscópica, foi constatada a presença de hidrocarbonetos em três formas principais de
ocorrência: em microfraturas, ao longo de zonas de maior permo-porosidade junto a veios de
calcita e preenchendo “vugs” – microcavidades – de calcita e quartzo. A ocorrência de
hidrocarbonetos em fraturas e falhas foi reconhecida nas formações Tatuí (em locais onde a
mesma ocorre tectonicamente acima da rocha geradora), Irati e em diques e soleiras de
diabásio; as brechas estruturais preenchidas por material asfáltico foram descritas apenas em
bancos calcários da porção superior da Formação Irati (Membro Assistência); já o
preenchimento de poros foi identificado nas lentes arenosas da Formação Tatuí, calcários da
Formação Irati e arenitos da Formação Pirambóia; e, finalmente, as cavidades de dissolução
preenchidas por hidrocarbonetos foram descritas exclusivamente em calcários da Formação
Irati, associadas à dissolução local de carbonato que promove um aumento da porosidade
secundária e permite a acumulação de material orgânico.
289
REAVALIAÇÃO DO CONTEXTO DEPOSICIONAL E ARCABOUÇO
ESTRATIGRÁFICO DE RESERVATÓRIOS DO SISTEMA PETROLÍFERO
PONTA GROSSA – ITARARÉ, BACIA DO PARANÁ
Carvalho, A.H.1; Vesely, F.F.1, França, A.B.1, Paim, P.S.G.2, Mottin, T.E. 1, Schemiko, D.C.B.1
1Universidade Federal do Paraná; 2Universidade do Vale do Rio dos Sinos
290
SOLEIRAS ÍGNEAS NAS FORMAÇÕES IRATI E RIO BONITO, DISTRIBUIÇÃO
ESPACIAL E CONTEXTO GEOLÓGICO NO SUDESTE DO ESTADO DE
SANTA CATARINA, BACIA DO PARANÁ.
Rodrigues, F.P.¹; Cioccari, G.M.²; Mizusaki, A.M.P.²
¹Curso de Graduação em Geologia – Universidade Federal do Rio Grande do Sul; ²Programa de Pós-Graduação
em Geociências – Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
A Formação Rio Bonito está localizada acima do Grupo Itararé e abaixo da Formação
Palermo, estendendo-se desde a parte sul do estado de São Paulo até o noroeste do Uruguai,
com espessura máxima de 350m. A Formação é constituída por arenitos de fino a grossos,
siltitos e siltitos carbonosos intercalando-se com camadas de carvão, sendo estes últimos mais
espessos e predominantes no sul da bacia. A Formação Irati, estratigraficamente localizada
acima da Formação Palermo e abaixo da Formação Serra Alta, registra uma restrição à
circulação de águas, que desenvolveu um contexto de mar epicontinental hipersalino. Por
conseguinte, ocorrem depósitos intercalados de folhelhos, carbonatos e evaporitos na porção
norte, e folhelhos betuminosos no sul, contendo altos valores de carbono orgânico total (COT)
e índice de hidrogênio (IH).
Os mapas gerados mostram uma ampla distribuição espacial destas formações na área
de estudo, sendo que a Formação Rio Bonito apresentou uma espessura máxima
consideravelmente maior do que a Formação Irati. É notável a presença de falhamentos que
geram contrastes locais nas espessuras de ambas as unidades, podendo atuar como condutos
e/ou selantes para acumulação de hidrocarbonetos. No que diz respeito às intrusões, notou-se
uma melhor distribuição destas na Formação Irati, o que possibilita a ocorrência dos
mecanismos de geração atípica de óleo e gás, podendo ainda constituir um reservatório
fraturado. A ausência de intrusões na área próxima ao falhamento sugere que não houve
influência do emplacement na geração da estrutura.
291
Palavras-chave: BACIA DO PARANÁ; HIDROCARBONETOS; SOLEIRA.
292
STUDY OF THE LATE CRETACEOUS NIOBRARA FORMATION AND
ASSOCIATED PETROLEUM SYSTEM, SOUTH DAKOTA (UNITED STATES)
FROM WELL LOG DATA
Pedro, G.P.1; Carelli, S.G.1; Sawyer, J.F.2; Martins, A.P.3; Rocha, E.4; Moreira, T.5
1Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; 2South Dakota School of Mines and Technology; 3Baker Hughes;
4Programa de Pós-Graduação do Museu Nacional da UFRJ; 5Universidade Federal Fluminense.
293
O POTENCIAL EXPLORATÓRIO DA BACIA DE JACUÍPE: UMA EXTENSÃO A
SUL DE SERGIPE-ALAGOAS
Freitas, V.A.1; Ferreira, A.L.1
1Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) /Superintendência de Definição de Blocos
294
CORRELAÇÕES DE ATRIBUTOS SÍSMICOS DE AMPLITUDE COM PERFIS
DE POÇOS PARA DELIMITAÇÃO DE GEOMETRIA DE RESERVATÓRIO
Mota, R.C.1; Ney, W.1; Fonseca, A.B.1
1Halliburton – Landmark Software and Services
295
O QUE APRENDEMOS ATÉ AGORA EXPLORANDO
O PRÉ-SAL BRASILEIRO
Cainelli, C.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
RESUMO: O pré-sal Brasileiro é aqui definido como o conjunto de rochas e acumulações de óleo
e gás situados abaixo de uma camada de sal autóctone existente na Margem Continental Sul-
Atlântica do Brasil especialmente nas bacias sedimentares de Campos e Santos. O Brasil produz
óleo no pré-sal desde os anos sessenta em terra no Campo de Carmópolis e desde os anos
setenta no mar no Campo de Badejo. Entretanto o pré-sal ganhou notoriedade após descobertas
gigantes de óleo e gás a partir de 2006 inicialmente em águas profundas de 1000 a 3000 metros,
na bacia sedimentar costeira de Santos, e posteriormente Campos, localizadas na margem leste
brasileira. Nenhuma região no mundo em águas profundas se revelou tão prolífica num curto
espaço de tempo quanto o pré-sal Brasileiro da bacia de Santos. Em apenas alguns anos e
poucas dezenas de poços exploratórios descobriram volumes de óleo e gás na casa de dezenas
de bilhões de barris recuperáveis, superando amplamente outras bacias muitos prolíficas como
a bacia de Campos no Brasil, bacia do Congo ou Delta do Níger na África e Golfo do México na
América do Norte.
Este imenso volume de óleo e gás está associado a um potente e extenso sistema petrolífero
onde condições superlativas como tamanho e efetividade da trapa, extensão e qualidade do
reservatório, poder gerador de hidrocarbonetos e perfeita sincronia temporal mostram toda a sua
plenitude. Grandes extensões de reservatórios carbonáticos espessos, desenvolveram-se em
amplas plataformas carbonáticas rasas, trapeadas por camada impermeável de sal com
espessuras variando de 100 a 4000 metros. Estes carbonatos mostram evidências de formação
associadas a atividade microbacteriana e hidrotermal. Dissoluções intensas nestes carbonatos
conferem porosidades e permeabilidades a este reservatório que permite uma alta produtividade,
superando uma produção individual diária por poço de mais de 30.000 barris de óleo. Intensas e
posteriores movimentações tectônicas e manifestações vulcânicas associadas à evolução da
margem continental brasileira criaram grandes estruturas positivas, dômicas e/ou falhadas. Em
justaposição ou adjacente a estas estruturas positivas jaziam em baixos regionais ou locais
rochas com elevado potencial gerador. A junção de todos estes elementos físicos associado a
uma perfeita combinação de tempo, pressão e calor permitiu que grandes volumes de óleo e
gás, gerados nestes baixos, migrassem ascendentemente para trapas capeadas por camadas
impermeáveis de sal produzindo acumulações gigantes que excedem vários bilhões de barris de
óleo recuperáveis.
Neste trabalho pretende-se mostrar o que aprendemos até agora explorando o pré-sal Brasileiro,
especialmente na bacia de Santos, e suas principais características e evidências que o tornaram
tão prolífico e importante para o Brasil.
296
ESTUDO DO SISTEMA PETROLÍFERO DOS CAMPOS DE CAÇÃO, CANGOÁ,
PEROÁ E GOLFINHO, BACIA DO ESPÍRITO SANTO
Morais, D.S.1; Dourado, J.C.1; Guimarães, A.C.B.2
1Universidade Estadual Paulista – Campus de Rio Claro – DGA (Departamento de Geologia Aplicada); 2Faculdade
do Noroeste de Minas – Curso de Geologia
297
ANÁLISE FACIOLÓGICA, ESTRATIGRAFIA DE SEQUÊNCIAS E
ARQUITETURA DEPOSICIONAL NA FORMAÇÃO RIO BONITO
(EOPERMIANODA BACIA DO PARANÁ), NO RIO GRANDE DO SUL,
COM ENFOQUE NA CARACTERIZAÇÃO DE ANÁLOGOS PARA
RESERVATÓRIOS DE HIDROCARBONETOS
Maahs, R.1; Kuchle, J.¹
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
RESUMO: O presente estudo visa realizar uma análise faciológica, com a interpretação dos
processos deposicionais, a caracterização de associações de fácies e seus sistemas
deposicionais, bem como estabelecer um arcabouço estratigráfico detalhado para a Formação
Rio Bonito. A Formação Rio Bonito compreende depósitos costeiros de idade Eopermiana na
Bacia do Paraná, uma bacia intracratônica Paleozoica que ocorre na ampla região central a sul
do Brasil, bem como Paraguai, Uruguai e Argentina. Embora não existam campos produtores
ou descobertas economicamente relevantes neste intervalo, a ampla ocorrência da Formação
Rio Bonito na borda sul da Bacia do Paraná (principalmente nos estados do Rio Grande do Sul
e Santa Catarina) aliada a uma amostragem extremamente detalhada realizada pela CPRM
nas décadas de 1970 e 80, permite uma caracterização de reservatórios de alto detalhe,
através de estudos de fácies, associação de fácies e sistemas deposicionais. Adicionalmente,
este intervalo possui interesse específico devido aos grandes depósitos de carvão associados.
A metodologia de trabalho consiste na descrição sistemática de testemunhos (base de dados
da CPRM, estocados em Caçapava do Sul-RS), para o levantamento dos dados, definindo as
fácies, associações de fácies e sistemas deposicionais. Posteriormente serão feitas
correlações dos testemunhos utilizando essencialmente as premissas da estratigrafia de
sequências, definindo tratos de sistema e superfícies limítrofes, sequências estratigráficas para
o entendimento do arcabouço cronoestratigráfico correspondente, na tentativa de encontrar
potenciais reservatórios. Estudos alternativos no intervalo de estudo mostraram que embora
seja uma bacia intracratônica, a região costeira deposicional da Formação Rio Bonito
apresentou um controle tectônico efetivo sobre o arranjo dos sistemas deposicionais,
principalmente na variação lateral ao longo da costa. Assim, será necessária a análise
estrutural e tectônica para a relevância destes controles sobre a sedimentação. Com base nas
classes litofaciológicas reconhecidas, será elaborado um modelo de distribuição espacial das
fácies que impactam positivamente ou negativamente a qualidade dos potenciais corpos
reservatórios. Este modelo de distribuição será construído em ambiente 3D, na plataforma
Petrel, relevando como intervalos específicos as unidades reconhecidas e mapeadas no
arcabouço estratigráfico, fornecendo assim um modelo de distribuição de células (relacionadas
às faciologias) com um contexto estratigráfico controlador. Este modelo evidenciará as
geometria e as heterogeneidades, o volume e as demais condicionantes dos corpos
reservatórios. Adicionalmente, mapas de isópacas, isólitas, mapas de profundidade dos
horizontes e de razão litológica serão elaborados para apresentar um contexto geográfico das
informações levantadas.
298
Caracterização Geológica-Geotécnica da Turfa de Mogi Guaçu (SP)
Lima, J.Z.1; Raimondi, I.M.1; Vaz, L.A.A.2; Rodrigues, V.G.S.1
1Universidade de São Paulo – Escola de Engenharia de São Carlos – Departamento de Geotecnia; 2Agrolatino
RESUMO: A turfa é considerada uma substância fóssil, organo-mineral. Esse material origina-
se da decomposição parcial de restos vegetais em um ambiente ácido, úmido e de pouca
oxigenação, sendo, portanto, encontrado em áreas alagadiças como várzeas de rios, planícies
costeiras e regiões lacustres. A turfa apresenta elevada capacidade de adsorção de metais de
transição e de moléculas orgânicas polares. Desta forma, esse material vem sendo largamente
pesquisado, visando sua utilização na adsorção de metais. Neste contexto, é fundamental a
realização de uma caracterização detalhada das principais propriedades da turfa. Assim, o
objetivo principal desta pesquisa foi de caracterizar a turfa proveniente da turfeira de Mogi
Guaçu (SP), visando seu uso futuro na adsorção de metais potencialmente tóxicos. A turfeira
de Mogi Guaçu está relacionada, geneticamente, com os processos sedimentares fluviais
ligados à planície de inundação do rio Mogi Guaçu ao longo do período holocênico. Essa turfa
é considerada fibrosa. Esse material foi seco em estufa a 40-50º C, posteriormente
homogeneizado e quarteado. Para a caracterização geológica-geotécnica foram realizadas as
seguintes análises: pH; ∆pH; condutividade elétrica (CE); teor de matéria orgânica (MO);
umidade; conteúdo de carbono (C), hidrogênio (H) e nitrogênio (N); massa específica dos
sólidos (ρs) e granulometria. O pH em água obtido para a turfa foi de 5,1, enquanto que o pH
em KCl foi de 4,1. Assim, o ∆pH foi de -0,96, indicando predominância de cargas negativas, o
que possibilita maior retenção de cátions. Devido ao valor de pH em água ter sido 5,1, a turfa
foi classificada como de baixa acidez (pH na faixa de 5,0 a 7,0). A turfa apresentou
condutividade elétrica de 448 µS/cm, indicando a presença de sais dissolvidos. O teor de MO
encontrado na turfa foi de 522,82 g/kg. Segundo a literatura, as turfas devem ter mais de 40%
de MO quando contendo água. Assim, de acordo com o teor de MO, a turfa analisada perfaz
esta condição. O elevado teor de MO auxilia na adsorção dos metais. Esse material apresentou
umidade média de 18,2%. Quanto ao teor de CHN, a turfa apresentou 21,13% de C, 2,42% de
H e 0,67% de N. Os valores de CHN encontrados na turfa estão de acordo com os reportados
em outros trabalhos. No tocante a massa específica dos sólidos, foi obtido um resultado de
1,811, inferior ao valor típico de solos. Já quanto a granulometria, as frações contidas no
intervalo argila, silte e areia, foram de, respectivamente 7,81%, 21,08% e 71,11% para a
amostra de turfa analisada com defloculante e 4,23%, 18,54% e 77,23% para a amostra sem
defloculante. Ademais, determinou-se a granulometria da porção mineral da turfa (sem MO),
resultando em 12,34%, 33,77% e 53,89%, respectivamente para argila, silte e areia,
confirmando a capacidade cimentante e o poder aglutinador da MO. Assim, nota-se que em
relação às características geológicas-geotécnicas a turfa coleta em Mogi Guaçu apresenta as
propriedades geológicas-geotécnicas necessárias para ser empregada nos ensaios de
adsorção com metais potencialmente tóxicos. A adsorção efetiva, só será comprovada a partir
de ensaios de equilíbrio em lote.
299
REAVALIAÇÃO GEOLÓGICA VISANDO A RECUPERAÇÃO DE CAMPOS
MADUROS NA REGIÃO DO ALTO DE ARACAJU, BACIA SERGIPE-
ALAGOAS
Santos Jr. J.W.1, Santos K.A.L1., Novaes Jr. J.M1., Garcia, A.J.V.1
1Universidade Federal de Sergipe
300
ANÁLISE TAFONÔMICA DAS ASSOCIAÇÕES REGISTRADAS NA
FORMAÇÃO MORRO DO CHAVES (BACIA SERGIPE-ALAGOAS) NA
DEFINIÇÃO DA QUALIDADE DE RESERVATÓRIO
Garcia, G. G.1,2; Henriques, M. H.2; Figueiredo, S. A. S. T.1; Santos, K. A. L.1; Dantas, M. V. S.1;
Garcia, A. J. V.1; Roemers-Oliveira, E.3
1LaboratórioProgeologia - Núcleo de Competência Regional em Petróleo, Gás e Bicombustíveis - Universidade
Federal de Sergipe; 2Laboratório de Geologia Sedimentar e Registo Fóssil, Universidade de Coimbra; 3Cenpes -
Petrobras
301
Guia Elaboração de Resumo:
302
ESTIMATION OF ADDITIONAL PETROPHYSICAL PARAMETERS USING X-
RAY MICROTOMOGRAPHY: AN EXAMPLE OF MORRO DO CHAVES
FORMATION
Zielinski, J.P.T.1; Vidal, A.C.1; Fernandes, C.P. 2; Moreira, A. C. 2; Mantovani, I.F.2
1Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP); 2Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
RESUMO: When dealing with heterogeneous reservoir rocks, frequently porosity and
permeability are not enough to understand and characterize the ability of a rock to allow the
fluid flow. As commonly seen in carbonate reservoirs, the range of pore and pore throats sizes
are very large, meaning that in one single sample we can have both small pores (micropores)
and large pores (macropores). Pore types, degree of cementation and grain/matrix content can
influence the communication between small and big pores. As can be noted, establishing
parameters to assess this complex relationship is of great importance in the O&G industry. In
the case of exploration and production, easily accessible pores are important to maximize the
recovery factor, as well as if large pores are connected by equally large pore throats it is
possible to avoid the snap-off effect. On the other hand, for CO2 storage purposes, the
connectivity of the pore network can impact the entrapment of bubbles, reducing the storage
capacity. In order to investigate this complex relationship, we proposed the adoption of the
Coordination Number (number of pore throats connecting a pore) and the pore/pore throat ratio,
implementing a comparison context to analyze the differences of these parameters in coquinas.
To do this, we have acquired a set of microtomographic images of a single spatial resolution (28
µm) at the LMPT/UFSC with an Xradia Versa XRM-500 scanner. After acquiring these images,
they were filtered and segmented to separate the porous phase, which was then reconstructed
using a Maximal Ball Algorithm (MBA) to simplify the pore network preserving the topological
and structural characteristics. Employing this simplified network, Coordination Number (CN) and
pore/throat ratio have been computed. We have so far extracted the aforementioned
parameters for five samples, which represent four different taphofacies. Coq18 (taphofacies
G1/Cfi) have shown a CN of up to 17, but approximately 50% was concentrated between 0 to 1,
negatively influencing the average CN which was 1,88. Average pore/pore throat ratio for this
sample is 1,58. Coq 9 (taphofacies G3) has a larger range of coordination number (0 to 26) and
showed a good percentage (80%) of CN 2 to 7. For this reason, average CN was 3,74. Average
pore/pore throat ratio is 1,69. Coq 7 and Coq 10B (taphofacies G4/Cm) demonstrated the
existence of a good range of coordination number (Coq 7 - 0 to 25; Coq 10B – 0 to 16) with a
reasonable percentage of CN 2 to 5 (Coq 7 - 43%; Coq10B - 40%) with an average CN of 1,63
(Coq 7) and 1,45 (Coq10B). Average pore/pore throat ratio was 1,51 for Coq 7 and 1,70 for Coq
10B. A-16 (taphofacies G5) has also shown a good range of coordination number (0 to 20) with
70% of CN 2 to 7, contributing to an average CN of 2,59. Average pore/pore throat ratio is 1,86.
These data revealed some important petrophysical characteristics otherwise inaccessible with
traditional methods (thin-sections and experimental methods), proving the usefulness of
microtomography. Nevertheless, recent studies confirmed the necessity of a multi-scale
approach.
303
APLICAÇÃO DE NANOPARTÍCULAS JANUS PARA A EXTRAÇÃO
MELHORADA DE N-OCTANOS NANOCONFINADO EM XISTOS
BETUMINOSOS
Leite, B.L.G.1; Borges, A. C.1; Blausius, J. P. 1; Bordin, J.R. 1
1Campus Caçapava do Sul, Universidade Federal do Pampa
304
“O OURO NEGRO, UMA RIQUEZA ALIENANTE: AVALIAÇÃO DOS
IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DECORRENTES DAPRODUÇÃO DE
PETRÓLEO NA COMUNIDADE DO PIQUIRI (MOSSORÓ-RN)
Lira, A.E.C.M.1; LIMA, A. D. F..2
1UniversidadeFederal do Rio Grande do Norte
2Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte
305
ESTUDO COMPUTACIONAL DE HIDROCARBONETOS E NANOPARTÍCULAS
CONFINADOS EM XISTOS BETUMINOSOS
Borges, A. C.1; Leite, B.L.G.1; Blausius, J. P. Bordin, J.R.1
1Campus Caçapava do Sul, Universidade Federal do Pampa
306
Estudo de inclusões fluidas do sistema petrolífero Irati-Pirambóia/Rio
Bonito, da Bacia do Paraná
Teixeira, C.A.S.1; Sawakuchi, A.O.2.; Bello., R.M.S.2
1Instituto de Geociências, USP, Pós-Graduação; 2Instituto de Geociências, USP.
307
mais leves do que os encontrados nos folhelhos da Formação Irati e arenito da
Formação Pirambóia na borda da bacia, o que representaria hidrocarbonetos
biodegradados.
308
Potencial da Formação Irati na geração e emissão de metano biogênico
Almeida, N.S.1; Sawakuchi, H. O.2; Bertassoli Jr, D. J.1; Sawakuchi, A. O.1; Furukawa, L.
Y.1, Camargo, M. G. P.1;
309
Analisando os dados obtidos, concluímos que apesar do reconhecimento do
folhelho como fonte energética de CH4, o total de reservas mundiais pode estar
subestimado quando consideramos a porção biogênica gerada a partir da
biodegradação de óleo e/ou matéria orgânica. Em relação às emissões de CH4, não foi
observado fluxo expressivo como resultado de escape natural de gás dos folhelhos para
a atmosfera. Isto indica que em condições naturais os folhelhos não agem como fonte
de gases de efeito estufa, ao contrário do que parece ocorrer após o início da exploração
por fraturamento hidráulico.
310
CARACTERIZAÇÃO DE FRATURAS EM COQUINAS DA FORMAÇÃO MORRO
DO CHAVES (JIQUIÁ, BACIA DE SERGIPE-ALAGOAS)
Portella, A.Y.1; Mendes, M.S.1; Borghi, L.1
1Lagesed – Laboratório de Geologia Sedimentar, Universidade Federal do Rio de Janeiro;
311
CARACTERIZAÇÃO PETROFÍSICA DA FORMAÇÃO MORRO DO CHAVES
(JIQUIÁ, BACIA DE SERGIPE-ALAGOAS)
Mendes, M.S.1; Borghi, L.1
1Lagesed – Laboratório de Geologia Sedimentar, Universidade Federal do Rio de Janeiro;
312
RECONHECIMENTO DO EVENTO ANÓXICO GLOBAL DO FRASNIANO EM
UM AFLORAMENTO DA FORMAÇÃO PIMENTEIRAS NA BORDA OESTE
DA BACIA DO PARNAÍBA, TOCANTINS, BRASIL
Severiano Ribeiro, H. J. P.¹; Souza, E.S.¹; Andrade, C.L.N.²; Zambrano E.R.N.²; Oliveira,
O.M.C.²
¹Universidade Estadual do Norte Fluminense, ²Universidade Federal da Bahia
313
COMPARAÇÃO DE MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO SECUNDÁRIA
DE HIDROCARBONETO POR MEIO DE SIMULAÇÃO DE FLUXO EM
RESERVATÓRIOS ARENÍTICOS
314
A GEOPOLÍTICA DO PETRÓLEO: UMA ANÁLISE DA CONJUNTURA HISTÓRICA E ATUAL
DO SETOR PETROLÍFICO
Rodrigues, M. A.¹; Tavares, C.C.¹; Ribeiro, V.R.1; Alves, L. A. F.²
1 Universidade Federal de Mato Grosso; ² Universidade Federal de Santa Maria
315
Integração rocha-perfil para otimização de estimativas de permeabilidade
em reservatórios carbonáticos da Bacia de Campos
Faria, B.M.1; Azeredo, R.B.V.1; Rios, E.H.1; Mesquita, P.V.1
1Universidade Federal Fluminense
316
TECTONIC FRAMEWORK OF THE SOUTHERN PORTION OF THE PARANÁ
BASIN BASED ON MAGNETOTELLURIC METHOD: A CONTRIBUTION TO
THE UNDERSTANDING OF UNCONVENTIONAL RESERVOIRS
Rolim, S. B. A.1; Patricia de Lugão2
Universidade Federal do Rio Grande do Sul1, STRATAIMAGE2
RESUMO: The characterization of the tectonic framework of Paleozoic terrains is crucial for the
investigation of unconventional fractured volcanic reservoirs. In recent years, the need for
exploitation of these areas showed the value of the non-seismic methods in Brazil. Among
them, the Magnetotelluric Method (MT) has excellent cost-benefit ratio, making it a high-
performance tool and fast execution with great potential for crust and mantle research, including
ocean environment and the exploration of metallic minerals sulfide. MT method is able to
acquire resistivity data of rocks that are even 20Km deep, without losing much resolution when
compared with seismic method. Here we present the results of a magnetotelluric imaging (MT)
to identify and characterize the structural framework of the southern portion of the Paraná
Basin, southern Brazil. We carried out a SW-NE ,1200 km-long MT profile, with 68 stations
spaced between 5-15 km on the southernmost states in Brazil. The observation of the PSI
profile highlights the presence of large scale NW-SE faults and emphasize the presence of two
major regional structures: (i) the Rio Grande Arc in the southern portion, and (ii) the Torres
Syncline in the northern portion. The Rio Grande Arc is a horst highlighted by the basement
uplift and the thicker layers of sedimentary rocks in the extremes south and north of this
structure. The fault system observed along the profile suggests simultaneously uplifting of the
basement and deposition of the sedimentary sequences of the Paraná Basin. This hypothesis is
in agreement with stratigraphic, borehole and geochronological data, which have shown that the
Rio Grande arc is contemporaneous with the deposition of the Triassic to Early Jurassic
sediments. The Torres Syncline is a structure characterized by the increasing thickness of
sedimentary layers in the north section of our MT profile. The continuity of the layers is
interrupted by large regional fault systems, which also affect the volcanic rocks of the Serra
Geral Formation, indicating that the faults were active after the Cretaceous. The results show
that the MT modeling brings a distinct contribution to the understanding of the present structural
architecture of the Paraná basin and the construction of a model for potential fractured volcanic
reservoirs.
317
INTERPRETAÇÃO AUTOMATIZADA DE PERFIS GEOFÍSICOS DE POÇOS
Bettú, D.F.1; Souza, C.M.1; Barbosa, T.U.1; Steffens, L.M.1
1Universidade do Estado de Santa Catarina – Departamento de Engenharia de Petróleo
318
CLASSIFICAÇÃO AUTOMÁTICA DA PERMEABILIDADE DE ROCHAS
CARBONÁTICAS DO PRÉ-SAL BRASILEIRO ATRAVÉS DA MINERAÇÃO DE
DADOS DE PERFIS CONVENCIONAIS E RMN
Freitas, K.L.F1; Silva, P.N.1; Carvalho, A.P. 1; Gonçalves, E.C. 1; Faria, B.M.1; Rabe, C.1;
Azeredo, R.B.V.1; Lopes, J.N2
1Universidade Federal Fluminense; 2Universidade Federal do Rio de Janeiro
319
SIMULAÇÃO DA RESPOSTA DE RMN EM LÂMINAS PETROGRÁFICAS
Carneiro, G.F.1; Benavides, F.M.1; Lima, M.C.O.1 ; Leiderman, R.1; Azeredo, R.B.V1
1Universidade Federal Fluminense
320
NMR PETROPHYSICS ON ROCKS SATURATED WITH ALCOHOL: AN
ALTERNATIVE CORE ANALYSIS WORKFLOW
Ribeiro, L.F.C1; Azeredo, R.B.V1; Souza, A.A.2; Rios, E.H1; Mesquita, P.V; André, M.A.1
Universidade Federal Fluminense; 2Schlumberger
1
ABSTRACT
Rock core analysis provides essential data for exploration, evaluation and production of oil
and gas reservoirs. Rock properties such as porosity, pore size distribution and permeability are
examples of indispensable information for calibrating log measurements, and reservoir
characterization and modeling.
Prior to standard core analysis, original formation fluids must be completely removed from the
cores. This is generally accomplished through a extraction technique, where the rock samples are
soaked into hot solvent that is continually distilled, condensed and refluxed, until the solvent in contact
with the core remains free of hydrocarbons and salt. The remaining solvent and water in the core are
removed with a drying oven. While routine core analysis (RCAL), such as grain density, effective
porosity and absolute gas permeability, are performed with the cleaned and dried core samples, most
of the special core analysis (SCAL), such as electrical properties, capillary pressure curves and
nuclear magnetic resonance (NMR) , are performed on core plugs fully saturated with brine. To
achieve this state, plugs are initially saturated under vacuum with degasified brine and confined into
a pressure vessel for several hours.
In this work we are going to evaluate an alternative workflow that can anticipate the access to
several petrophysical properties. It consist of bypassing the sample drying and saturation steps,
introducing a NMR measurement step just after the last extraction cycle with the solvent methyl
alcohol, so that porosity, pore size distribution and permeability can be faster and indirectly accessed
from the NMR before standard measurements, which are very time-consuming. This proposed
approach relies on the following assumptions: (i) methyl alcohol is an organic derivative of water,
presenting a large degree of chemical similarity between them; (ii) the core is fully saturated with
alcohol after the last extraction cycle for salt removal; (iii) the relaxation behavior of methyl alcohol
and water occupying the pore space is dominated by the same mechanisms, producing equivalent
NMR relaxation profiles. In order to verify this, it was compared the results from standard petrophysical
characterization with the proposed workflow. A set of 19 cores samples (1.5 inch x 2 inches plugs),
composed of sandstones and carbonates outcrops samples were used in this study.
According to the results, the assumption that samples were fully saturated with alcohol after
the salt extraction was verified by comparing routine core porosity measured by gas expansion and
the alcohol-based NMR porosity; differences among them are smaller than one porosity unity.
Additionally, the assumption regarding the equivalence of the relaxation response can be further
verified by comparing the NMR T2 relaxation distributions. The cores presented very similar relaxation
profiles and, therefore, several SCAL deliverables from the NMR relaxation distributions, such as pore
size distribution, clay bound water, irreducible and movable fluids. Moreover, if the samples are part
of a core-logging program, NMR permeability estimators, such as those proposed by Kenyon and
Timur-Coates, can also be obtained. In conclusion, compatibility between standard procedure and this
novel approach validates the results.
321
O “Estado da arte” do estudo de Turfas no Estado do Espírito Santo
Costa, T.O.1; Marques, S.S.2; Assef, H.1 , Marques, S.R.1
1Instituto Federal do Espírito Santo - Campus Vila Velha; 2 Senai Vitória/ES
RESUMO: A mais de dois séculos, a turfa tem sido utilizada para fins energéticos. Atualmente,
diferentes aplicações tem sido dadas a este material, devido ao seu alto teor de matéria
orgânica, tanto na área agrícola para recondicionamento de solos, quanto na área ambiental
como material adsorvente de impurezas. No Estado do Espírito Santo, este material tem uma
larga utilização no recondicionamento de solos, entretanto, o Estado ainda possui reservas
representativas, porém pouco conhecidas. Na presente pesquisa, foi efetuado um
levantamento do que já existe de conhecimento referente as turfas do Estado do Espírito
Santo. O método empregado reuniu levantamento documental, coletas de dados em Órgãos e
Agências como Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) via Cadastro Mineiro, e
Companhia de Pesquisas dos Recursos Minerais (CPRM) via GEOBANK. A consulta ao
GEOBANK nos confirmou a existência de áreas de ocorrência representativas tanto na região
norte quanto na região sul do estado, entretanto as ocorrências localizadas na região
metropolitana do Estado não se apresentaram mapeadas, porém as mesmas têm ocasionado
diversos transtornos a população nos últimos 3 anos devido a incêndios nos períodos de
estiagem. Os dados obtidos junto ao DNPM, nos permitiram verificar a existência de apenas
uma concessão de lavra ativa e três requerimentos de lavra e em relação aos requerimentos
de pesquisa, autorização de pesquisa e licenciamentos, que existem em número maior no
Estado, cerca de 51% são para fins energéticos, 47% para fins de insumo agrícola, e apenas
2% para fins industriais. A região que apresente maior número de requerimentos é o Norte do
Estado com mais de 50% das solicitações. As bibliografias encontradas indicaram que há
pouco estudo do material, sendo que os encontrados referem-se às ocorrências na região norte
entre Linhares e São Mateus. O estudo mais completo referente a este material, data do final
da década de 80 e foi executado pela CPRM como relatório final de pesquisa de duas áreas
requeridas pela companhia junto ao DNPM. Tais estudos apresentam a potencialidade deste
recurso para fins energéticos na produção de briquetes, destacando ainda o baixo teor de
enxofre e de cinzas encontrados no material, o que reflete vantagens quanto ao uso do mesmo
em relação ao uso dos carvões minerais brasileiros. Concluímos que há necessidade de
continuação do estudo deste recurso mineral destacando a caracterização física química do
mesmo.
322
ESTIMATIVA DE POROSIDADE UTILIZANDO DIFERENTES TÉCNICAS
LABORATORIAIS EM ROCHAS RESERVATÓRIOS PETROLÍFERAS: UM
ESTUDO PRELIMINAR.
Lima, M.C.O.1; Bagueira, R.V.A 1; Rabe, C 1, Texeira, J.1, Semiramis, C1, Nobre, J.2.
1Universidade Federal Fluminense; 2Universidade Federal do Rio de Janeiro
323
CARACTERIZAÇÃO DO ESPAÇO POROSO DE ROCHAS RESERVATÓRIO
ATRAVÉS DA MICROTOMOGRAFIA DE RAIOS X E RESSONÂNCIA
MAGNÉTICA NUCLEAR – UM ESTUDO COMPARATIVO
Lima, M.C.O.1; Texeira, J.1 , Bagueira, R.V.A 1, Semiramis, C.1, Rabe, C. 1.
1Universidade Federal Fluminense.
324
RESERVATÓRIOS CARBONÁTICOS ALBIANOS CONTROLADOS PELO EMBASAMENTO:
PARTE ONSHORE DA BACIA DO ESPÍRITO SANTO, BRASIL
325
DETERMINAÇÃO DE ELETROFÁCIES PARA FORMAÇÃO ÁGUA GRANDE
DA BACIA DO RECÔNCAVO A PARTIR DO PERFIL SÔNICO E RAIOS GAMA:
ESTUDO DE CASO DO CAMPO DE BURACICA.
Oliveira, T.C.1;
1Petrobras.
326
SISMOESTRATIGRAFIA DOS DEPÓSITOS CENOZÓICOS DA BACIA
SALAVERRY, PORÇÃO OFFSHORE DO PERU: NOVAS PERSPECTIVAS NA
AVALIAÇÃO DE POTENCIAIS RESERVATORIOS E PLAYS
Diego Timoteo 1; Farid Chemale Junior 1,2; Edgar Borda 3; Andréa Ritter Jelinek 4; Christie
Helouise Engelmann de Oliveira 4
1 Instituto de Geociências, Universidade de Brasília – UnB (diego.timoteo@houndexplo.com)
2 Programa de Pós-Graduação em Geologia, Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS
3 Savia Peru S.A.
4 Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS
327
EVALUACIÓN PETROGRÁFICA, GEOQUÍMICA E REOLÓGICA DE MEZCLAS
DE CARBONES BITUMINOSOS APLICADA AL CONTROL DE LA CALIDAD
DE COQUE METALURGICO. CASO COLOMBIA.
Salazar, A.F.; Torres, J.S.; Manosalva, S.R., Naranjo, W.E.
Escuela de Ingeniería Geológica, Universidad Pedagógica y Tecnológica de Colombia.
Diversos modelos para predecir los índices de calidad del coque han sido ampliamente
desarrollados para carbones del mundo, sin embargo, estos modelos requieren de ajustes para
su aplicación en Colombia dada las diferencias en la maduración y generación de carbones en
las diferentes cuencas. La Formación carbonífera en Colombia corresponde a Guaduas de edad
Maastrichtiano superior al Paleoceno inferior según registros palinológicos (VAN DER HAMMEN,
1958; SARMIENTO, 1992); el área de estudio corresponde al sinclinal Checua-Lenguazaque en
la zona centro de la cordillera oriental de Colombia. Los carbones usados en la investigación
fueron caracterizados como bituminosos y evaluados a partir de técnicas petrográficas,
reológicas y geoquímicas (orgánica e inorgánica), con los cuales se propusieron 7 mezclas para
producir coque metalúrgico a escala industrial. Los resultados fueron comparados con los
índices de calidad del coque que asumimos independientes del proceso de coquización y
dependientes de las propiedades del carbón heredadas de los procesos singenéticos y
epigenéticos que han experimentado a través del tiempo.
328
MAPEAMENTO E QUANTIFICAÇÃO DOS AFLORAMENTOS TURFÁCEOS NA
PLANÍCIE COSTEIRA DO LITORAL SUL DO RIO GRANDE DO SUL E SUA
CORRELAÇÃO COM OS PROCESSOS EROSIVOS
RESUMO: A zona costeira do Rio Grande do Sul (RS) é caracterizada por uma barreira
arenosa de 625 km, que se apresenta de forma suave e ondulada. Os depósitos praiais são
caracterizados por areias quartzosas de granulometria fina a muito fina, com concentrações
pontuais de biodetritos no extremo sul do RS. Em termos morfodinâmicos o litoral do RS, é
composto por praias que oscilam entre o estágio dissipativo a intermediário, com extensos
campos de dunas. No contexto geológico e geomorfológico, a Planície Costeira do Rio Grande
do Sul se desenvolveu durante o Quaternário, através do retrabalhamento dos depósitos de
leques aluviais acumulados na parte mais interna da planície, junto às terras altas adjacentes.
Esses sistemas foram correlacionados aos últimos quatro eventos transgressivos-regressivos
do nível do mar, levando a formação de pelo menos quatro sistemas deposicionais do tipo
laguna-barreiras. Em termos da evolução geomorfológica e geológica e de estudos da
morfodinâmica costeira, é de grande relevância se estabelecer a localização desses depósitos
turfáceos, permitindo inferir correlações entre sua presença e a dinâmica local. Uma outra
alternativa em seu mapeamento é a localização indireta, obtida pelo mapeamento de
coberturas geológicas e vegetais características de zonas com essa feição, bem como através
da localização de traços químicos característicos. O presente trabalho visou utilizar dados de
sensoriamento remoto para determinar a distribuição, presença e quantificação de
afloramentos turfáceos ao longo do litoral do extremo sul gaúcho. Por fim, a partir da análise
dos dados, buscou-se traçar a correlação espacial entre esses afloramentos e os eventos de
erosão costeira, buscando assim, identificar as zonas mais suscetíveis e que merecem maior
atenção no acompanhamento de campo. Foi utilizada uma base cartográfica de dados de
erosão costeira juntamente com imagens orbitais dos anos de 2007 e 2010 (sensor Hyperion).
Essas imagens foram utilizadas como forma de determinação dos depósitos turfáceos, sendo
então previamente classificadas e utilizadas para determinação desses depósitos. A
delimitação e localização dos afloramentos turfáceos busca proporcionar uma melhor
compreensão da evolução geomorfológica do litoral do extremo sul gaúcho, além de
espacializar sua localização para posterior cruzamento com dados da geologia e topografia
locais. Esse mapeamento traz subsídios para a interpretação da evolução da planície costeira
do Rio Grande do Sul. Com resultados foram encontradas presenças de turfas em áreas
anteriormente descritas na literatura, cobrindo toda a extensão imageada (entre
Hermenegildo/RS e Chui/RS). Além dessa determinação, foi calculada o índice Kappa para o
cruzamento entre os dados de erosão costeira e presença de afloramentos turfáceos, onde
encontrou-se um índice de 83%, com correlação entre presença de turfas e erosão da ordem
de 85%. Esse fato já havia sido apontado por outros trabalhos. Os dados obtidos nesse
trabalho servirão de suporte às pesquisas desenvolvidas na zona costeira do RS, podendo
firmar-se como uma alternativa de baixo custo para o mapeamento prévio de afloramentos
turfáceos ao longo de áreas extensas, por exemplo.
329
IDENTIFICAÇÃO DE ESTRUTURAS DE ROCHAS CARBONÁTICAS ATRAVÉS
DA TÉCNICA DE MICROTOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE RAIOS X
Machado, A.S.1; Rodrigues, A.G.1; Borghi. L.1; Lopes, R.T.1
1Universidade Federal do Rio de Janeiro;
330
CIRCULAÇÃO DE FLUIDOS E HIDROCARBONETOS DURANTE
DOBRAMENTO E FALHAMENTO EM UM SISTEMA PALEO-PETROLÍFERO
NEOPROTEROZOICO: UM EXEMPLO DA FORMAÇÃO CAPIRU, CINTURÃO
RIBEIRA MERIDIONAL
Ferreira, J.I.S.1,2; Faleiros, F.M.2
1Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Departamento de Geologia; 2Instituto de Geociências da
Universidade de São Paulo, Departamento de Mineralogia e Geotectônica
331
CLASSIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA COLUNA GEOLÓGICA DE POÇOS
DE PETRÓLEO VIA SELF-ORGANIZING MAPS (SOM)
Spada, N.S.1; Carneiro, C. C.1, Guirro, A.C. 2; Henrique, A.2; Ulsen, C1. Fraser, S.3
1Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da EPUSP; 2Petrobras – Unidade de Operações de E&P da
Bacia de Santos; 3CSIRO Mineral Resources, Queensland Centre for Advanced Technologies, Australia
RESUMO: As colunas litológicas dos poços de petróleo são extremamente importantes para a
compreensão estratigráfica de bacias sedimentares bem como para o detalhamento de
reservatórios portadores de hidrocarbonetos. Tradicionalmente, estas colunas são elaboradas
manualmente, tendo como base as diferentes respostas de registros físico-químicos
apresentados nos perfis geofísicos dos poços. Por se tratar de um método manual, deve-se
ressaltar que as interpretações litológicas estão sujeitas a subjetividades. Para se minimizar
tais subjetividades, tem-se como alternativa a utilização de técnicas de analise multivariada. O
presente trabalho utilizou o método Self-Organizing Maps (SOM) no intuito de identificar e
individualizar padrões de similaridade em perfis geofísicos de poços, para que estes possam
ser traduzidos em classes litológicas, de forma a facilitar e aprimorar a interpretação da coluna
litológicas dos poços, diminuindo assim riscos e incertezas associadas ao processo de
interpretação convencional. Para a pesquisa, foram utilizados os dados de um poço da Bacia
de Santos cedidos oficialmente pela Agência Nacional do Petróleo, onde constavam registros
de gamaespectrometria, resistividade, densidade, neutrão, tempo de trânsito, dentre outros.
Foram desenvolvidos testes com intervalo completo do poço, com 4332 metros de espessura,
em três diferentes situações: (i) com todos os perfis do poço; (ii) somente com os perfis
indicados por geólogos especialistas em interpretação de perfis; e (iii) com os perfis mais
adequados em função de parâmetros estatísticos de correlação entre as variáveis. Para a
criação do ambiente SOM, os dados foram inseridos em um espaço n-dimensional, no qual foi
criada uma superfície de projeção 2-D, disposta por um mapa de 32 linhas por 26 colunas, em
formato toroidal. A classificação do mapa auto-organizado foi desenvolvida a partir do índice de
Davies-Bouldin. Os resultados apresentaram 6 unidades como número ótimo de clusters. Essa
quantidade foi condizente com o número de classes de unidades litológicas interpretadas
manualmente. A correlação entre os clusters com os tipos litológicos foi bastante aproximada
quando contrastados com os resultados das variáveis sugeridas pelos especialistas ou pelos
parâmetros estatísticos. Alguns clusters tiveram altas correlação com classes litológicas (p. ex.:
folhelhos com até 92% de correlação entre cluster e litologia) outras classes, no entanto, não
tiveram correspondência significativa com nenhuma dos litotipos interpretados manualmente.
Algumas classes litológicas, tais como as margas, tiveram baixa correlação com os clusters
gerados. Embora a técnica SOM se demonstre eficiente na classificação por similaridade das
amostras, serão necessários maiores estudos e comparações entre os resultados em etapas
futuras.
332
ESTRATIGRAFIA E MODELO DEPOSICIONAL DO SISTEMA TURBIDÍTICO
DA FORMAÇÃO LOS MOLLES E SUA RELAÇÃO GENÉTICA COM O
SISTEMA MARINHO E FLÚVIO – DELTAICO DA FORMAÇÃO LAJAS NO
SETOR SUL DA DORSAL DE HUINCUL
Kern, H. P.1; Lavina, E. L. C.1; Paim, P.S.G.1; Faccini, U.1; Andrade Ramos, A.J.2; Faccion,
J.E.2; D'Ávila, R.S.F.2; Leanza, H.3
1 Programa de Pós-Graduação em Geologia, Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), São Leopoldo
(RS), Brasil.
2 E&P, Petrobras, Rio de Janeiro, Brazil
3 Facultad de Ciencias Naturales, UNLP, La Plata, Argentina
RESUMO: Na região dos municípios de Zapala e Aluminé (Neuquén/AR), situada ao sul da Dorsal de
Huincul, o Grupo Cuyo corresponde a um grande ciclo T-R de 2ª ordem, que inicia no Toarciano e finda
no Batoniano, englobando as formações Los Molles, Lajas e Challacó. Na área foram levantados oito
perfis estratigráficos, objetivando avaliar as relações genéticas, faciológicas e paleogeográficas para,
assim, conceber uma evolução estratigráfica através do reconhecimento de superfícies chaves. Os
perfis foram denominados em função das localidades geográficas, sendo eles, de nordeste para
sudoeste: La Amarga, Puesto Seguel 3, Puesto Freire 2, Puente Picuún Leufú, Quebrada del Sapo,
Bajada de Los Molles, Estancia Charahuilla e La Jardinera. A excelente exposição vertical e lateral das
camadas permitiu o rastreamento em toda área das principais superfícies estratigráficas identificadas
em cada perfil, utilizando-se como ferramenta o software Google Earth. A partir da delimitação destas
superfícies, que registram as quebras de 3ª ordem, foi possível integrar regionalmente e relacionar
geneticamente as associações de fácies e os elementos morfológicos reconhecidos nos perfis.
Observou-se que as superfícies estratigráficas sempre posicionam, sem gradação, um elemento
fisiográfico mais proximal (e mais raso) sobre outro mais distal (e mais profundo), correspondendo
assim a limites de sequência associados (discordância) ou não (conformidade relativa). Foram
identificadas nove sequências denominadas de C3, C4.1, C4.2, C4.3, C4.4, C4.5, C4.6, C4.7 e C5,
limitadas por superfícies denominadas de SB1 a SB11. As sequências mais basais (C3, C4.1 e C4.2 ),
situadas entre as discordâncias SB1 a SB4, correspondem a litologias essencialmente pelíticos que
caracterizam os depósitos bacias e de sopé de talude. As sequências C4.3 e C4.4, limitadas pelas
superfícies SB4 e SB6, correspondem ao talude e plataforma externa. O talude é representado por
lobos e canais turbidíticos nos extremos da seção (La Jardinera e La Amarga) e lobos e feições de
slump intercalados com espessos níveis pelíticos na porção central da seção; já a plataforma externa é
representada por uma seção predominantemente pelítica, onde se observam fácies fluviais de canais
incisos apenas na região sudoeste (La Jardienira). A sequência C4.5 e C4.6, limitadas pelas superfícies
SB6 a SB8, correspondem a depósitos de plataforma interna/litoral, sendo que a mais basal é
essencialmente dominada pela ação de ondas, enquanto que e a superior apresenta a porção leste
dominada por ondas (perfis Puesto Seguiel 3 ao Picún Leufú) e oeste influenciada por ação de maré
(perfis Quebrada del Sapo ao Estancia Charahuilla). A superfície SB8 apresenta natureza altamente
diácrona, erodindo o registro das sequências C4.5 e C4.6 na região de La Amarga. Acima da SB8
observa-se o desenvolvimento de uma planície aluvial do tipo entrelaçada na região de La Amarga,
depósitos influenciados por ondas e marés na região do Puesto Seguel 3 a Puente Picún Leufú e
sistemas lagunares pantanosos e deltas lagunares influenciados por maré a partir de Quebrada del
Sapo a Estancia Charahuilla. Por fim, o intervalo contido entre a SB9 e o limite com o Grupo Cuyo
(sequência C5) engloba uma sucessão dominantemente fluvial, com canais meandriformes e planície
de inundação.
333
AVALIAÇÃO DOS NOVOS DADOS ADQUIRIDOS PELA ANP NA BACIA DO
ACRE
Vasconcellos, R.V.A.1; Zalán, P.V.2; Loureiro, E.L. 1; Duarte, K.S. 1;
Rodrigues, B.R. 1 e Barbosa, G.S. 1
1Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis; 2ZAG Consultoria em Exploração de Petróleo.
RESUMO: A Bacia do Acre está localizada na região amazônica, no extremo oeste do país.
Perfaz área de aproximadamente 97.000 km² e é preenchida por sedimentos paleozoicos a
cenozoicos com diversas discordâncias de caráter regional. A espessura sedimentar pode
ultrapassar 4.700 m. A bacia possui apenas onze poços perfurados em toda sua extensão, dos
quais três apresentam indícios de hidrocarbonetos. No entanto, as rochas geradoras ainda não
foram determinadas. Aventa-se a possibilidade de geração nos sedimentos permo-carboníferos
da Formação Cruzeiro do Sul, em analogia aos folhelhos geradores da Formação Copacabana
e Ene, na Bacia de Ucayali (Peru). Outra alternativa se ampara em eventual geração
proveniente de folhelhos devonianos, ainda não amostrados nesta área, mas inferidos por meio
de interpretação de refletores sísmicos profundos, restritos entre as falhas de Batã e Oeste de
Batã. As rochas reservatório são arenitos e carbonatos da Formação Cruzeiro do Sul, cujos
folhelhos intraformacionais podem atuar também como selo. A Bacia do Acre é a única bacia
brasileira que experimentou os esforços compressivos das orogenias andinas, permitindo a
formação de trapas estruturais de grande porte, especialmente aquelas relacionadas às
estruturas compressionais associadas às falhas de Batã e Oeste de Batã. Tal configuração
estrutural eleva a expectativa com relação ao potencial desta área, especialmente em razão da
semelhança com bacias produtoras no Peru e na Bolívia. Por se localizar em região remota, a
exploração na Bacia do Acre apresenta diversos desafios, contudo, sua proximidade e analogia
a bacias produtoras de hidrocarbonetos peruanas e bolivianas incentivam a continuidade da
investigação do potencial exploratório. Neste sentido, por meio do Plano Plurianual de Estudos
de Geologia e Geofísica da ANP (PPA), foram investidos cerca de R$ 77 milhões nos últimos
10 anos nas bacias do Acre/Madre de Deus, incluindo a execução de levantamentos
aerogeofísico, geoquímico de superfície, aquisição sísmica bidimensional e processamento de
linhas sísmicas antigas (pré-1998). Os dados de aerolevantamentos gravimétricos e
magnetométricos permitem investigar a extensão dos sedimentos e estruturas profundas
relacionadas ao embasamento da bacia. O levantamento geoquímico indicou ocorrência de
microexsudações de origem termogênica, apontando para a ocorrência de sistema petrolífero
ativo, com propensão para geração de gás natural. Os dados adquiridos por meio da aquisição
sísmica apresentam elevada qualidade e permitiram identificar as principais sequências
sedimentares e importantes feições estruturais em grande extensão na bacia, incluindo regiões
nunca antes imageadas. Esse levantamento confirmou que o maior potencial exploratório se
concentra em sua porção oeste, que apresenta uma dobra anticlinal relacionada à frente de
empurrões gerada por esforços compressionais resultantes do choque entre as Placas Sul-
Americana e Nazca. A região mais profunda da Bacia localiza-se entre as falhas de Batã e
Oeste de Batã.
334
QUANTIFICAÇÃO DA POROSIDADE EM COQUINAS DA FORMAÇÃO
MORRO DO CHAVES, BACIA DE SERGIPE-ALAGOAS.
Gaspar, S.1; Mendes, M. 1; Borghi, L. 1; Corbett, P.W.2
1 Lagesed – Laboratório de Geologia Sedimentar, Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2 Heriot-Watt University
335
O PAPEL DAS INTRUSÕES DO MAGMATISMO SERRA GERAL NA GÊNESE
DE ROTAS DE MIGRAÇÃO E ARMADILHAS DE HIDROCARBONETOS, EM
ÁREA DE OCORRÊNCIAS DE ARENITOS ASFÁLTICOS DA FORMAÇÃO
PIRAMBOIA, REGIÃO DE GUAREÍ-SP, BACIA DO PARANÁ
Costa, D.F.B.1; Bergamaschi, S.2; Holanda, W. 3
1,2,3Universidade do Estado do Rio de Janeiro
336
FÁCIES E DIAGENÊSE RELACIONADA DE ARENITOS FLÚVIO-ESTUARINOS
DA UNIDADE AÇU-4 (TURONIAN), POÇO 7-BAL-5-RN, BACIA POTIGUAR
337
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ ST07 –
Geologia Econômica e
Prospecção Mineral
ISBN: 978-85-99198-13-1
338
Prospecção Mineral de ETR e Metais Raros em Rochas Alcalinas, Sul da
Bahia.
Torres, J.D.P.1,2; Garcia, P.M.P.2,3; Knuppel, S.S.4; Rios, D.C. 1,2
1 Laboratório
de Petrologia Aplicada à Pesquisa Mineral. CPG em Geologia. UFBA. torresjdp@yahoo.com.br,
debora.rios@pq.cnpq.br, 2 Bolsista do CNPq, 3Grupo de Metalogênese e Exploração Mineral CPGG-UFBA.
4 Graduação em Geologia. Universidade Federal da Bahia.
RESUMO: No sul do Estado da Bahia afloram, encaixados em rochas Precambrianas, corpos ígneos alcalinos
anorogênicos datados do Neoproterozóico, pertencentes à Província Alcalina do Sul da Bahia – PASEBA. O
presente trabalho buscou a caracterização petrológica do stock sienítico Serra da Gruta (SG), da porção norte do
Maciço Itarantim (MI), e da porção sul do batólito sienítico Serra das Araras (SA), reavaliando seus
comportamentos litogeoquímicos através da análise de elementos maiores, traços e terras raras. Estes corpos
localizam-se no extremo sul da Província, inseridos no limite entre o Cráton do São Francisco e a Faixa de
Dobramentos Neoproterozóica Araçuaí.Constatou-se para o stock SG, através de análise petrográfica, duas
litofácies caracterizadas como (i) Nefelina Sienito, e (ii) Alcáli–Feldspato Sienito, ambas apresentando estruturas
deformacionais dúcteis. Observou-se, a ocorrência de vênulas de pirita mapeadas nos arredores deste stock. Em
sua caracterização litogeoquímica notou-se um fracionamento magmático com enriquecimento em SiO2 (variando
de 55 a 80%) e CaO (variando de 0,1 a 2,5%), anomalias positivas em Rb, K, Tb, e empobrecimento em Na2O
(variando de 12 a 3%) e Al2O3 (média de 18%), além de anomalias negativas em Sr, Ti, Y e P, sugerindo
importante contribuição mantélica. Na análise petrográfica da SA, concentrada, sobretudo, na ocorrência de
sienito com sodalita azul, notou-se intensa substituição de feldspatos alcalinos por cancrinita, além da presença de
nefelina e biotita. Seu comportamento geoquímico caracteriza-se por teores de SiO2 variando entre 50 e 75%,
Al2O3 de 12 a 29%, NaO com uma media de 8%, mas alcançando até 20%. Destacando-se os altos teores de
terras raras leves, e extrema variação no conteúdo de bário (38-1563 ppm). Para avaliação da influência dos
processos supergênicos foi escolhida a área correspondente à porção norte do MI, abrangendo a Fácies Sienito
Rancho Queimado (FSRQ), a Fácies Fenito (FF) e o Embasamento (Emb) não fenitizado, do Complexo Itapetinga.
Constatou-se para FSRQ, através da análise microscópica, a ocorrência de nefelina sericitizada nos interstícios
dos feldspatos alcalinos, além de agregados com aegirina, hornblenda, biotita, apatita e minerais opacos. Para a
FF identificou-se dois litotipos, diferenciados de acordo a intensidade da fenitização. No Emb, foram coletadas
amostras do muscovita-gnaisse e do monzogranito. A geoquímica do MI, em especial, levou em consideração dois
aspectos da mobilidade geoquímica. O primeiro envolvendo a intrusão sienítica e a fenitização da encaixante, ou
seja, relacionando aos processo hidrotermais-metassomáticos. Concluiu-se que nesta fase houve enriquecimento
em SiO2, K2O, Cs, Th, U dentre outros. O segundo aspecto a ser destacado envolve a distribuição original dos
elementos e como eles se comportaram ao longo do ciclo geoquímico, relacionando suas concentrações em rocha
fresca e manto de intemperismo. Esta etapa do estudo permitiu observar nas rochas intemperizadas o
enriquecimento em Al2O3 (24%), Zr (4073 ppm), Nb (362 ppm), Ba (3730 ppm), e Sr (726 ppm). Os resultados
observados indicam o potencial das rochas da PASEBA para pesquisa mineral associado, principalmente, aos
processos supergênicos. Pretende-se ampliar o estudo metalogenético aos demais maciços sieníticos da região.
339
MINERALIZAÇÃO AURIFERA DO DEPOSITO PILAR, SANTA BARBARA, MINAS
GERAIS. BRASIL.
Ríos, L.J.1; Velásquez, M.E. 1.
1
Universidade Federal do Amazonas.
RESUMO: O depósito de ouro da Mina Pilar está localizado na porção nordeste do Quadrilátero
Ferrífero (QF), região sudeste do Cratón São Francisco, município de Santa Bárbara, Minas Gerais
(Brasil). Encontra-se hospedado em rochas pertencentes ao Greenstone Belt Supergrupo Rio das
Velhas (SGRV) de idade Arqueana (metavulcânicas de fundo oceânico e metassedimentares
químicas e clásticas), em uma faixa com orientação NE-SW/ SE. Estas rochas mostram uma
sequência estratigráfica invertida com as rochas mais antigas, representadas pelo Grupo Quebra
Osso, sobrepostas aos litotipos do Grupo Nova Lima. No Quadrilatero Ferrifero a mineralizaçaõ de
ouro encontra-se associada a corpos sulfetados, de forma maciça, bandada ou disseminada,
tambem relacionado a veios de Qtz, Cb e sulfetos, em grande parte brechados. Cujas rochas
hospedeiras são predominantemente as formações ferríferas bandadas.
No deposito Pilar a mineralização aurífera apresenta-se de dois tipos. A principal associada à
formação ferrífera, apresentando bandas intercaladas de Qtz+Cb, Chl+Stp e Mag+Sulfetos, e nos
veios de Qtz e Cb associado aos sulfetos. Os sulfetos mais comuns são Po, Py, Ccp, Apy, Sp, de
forma subordinada ocorre Mag e Gn. Estes ocorrem de forma disseminada e podem apresentar
tamanhos variados ou disposiçaõ paralela com a foliação principal. Os corpos de mineiro sulfatados
podem apresentarse: 1) A Po, com Py e Apy subordinadas, em zonas de cisalhamento dúcteis a
dúcteis-rúpteis ou em charneiras de dobras, junto a veios de Qtz paralelos aos cisalhamentos. 2) A
Py e Apy, substituindo as bandas de minério de Ferro das formaçoes ferriferas bandeadas.
O ouro apresenta-se de forma livre em veios de Qtz e em contato ou incluso nos cristais de Apy.
Encontram-se de formas irregulares em cristais anédrais. O principal sulfeto relacionado ao ouro é
Apy. Os veios de Qtz e Cb associado aos sulfetos encontram-se distribuídos em todos os litotipos,
apresentando texturas pinch and swell, maciços, stockwork, ou cisalhados, podem ser continuas
e/ou paralelas às foliações. A composiçaõ mineralogica dos veios corresponde principalmente o Qtz
(leitoso e fumê), Cb (Ank) , Ser e Chl, variando as proporções de sulfetos e podem conter ouro livre,
caracteriza-se pela presença de minerais ricos em Fe. A textura geral dos veios é granoblastica.
São observados 5 tipos de veios: Veios tipo 1: Asocciados à mineralização, compostos por Qtz, Ank,
Chl e Ser, com Apy, Po, Py e ouro livre em algumas amostras. Veios tipo 2: a principal
caracteristicas em estes veios é a presencia de Po como sulfeto principal, podem variar entre veios
de Qtz + Ank e veios de Ank + Chl. Veios tipo 3: Ocorrem como veios de Qtz + Ank e asociação de
Po+Py. Veios tipo 4: estes veios podem variar de Qtz + Py , Cb + Py ou Qtz + Cb + Py. Veios tipo
5: Este tipo de veio foi clasificado pelas observações feitas em campo, são compostos por Qtz
leitoso + Cb.
340
GEOQUIMICA EXPLORATÓRIA DA FOLHA PORTO
ESCONDIDO-MT
341
PALAVRAS-CHAVE: ILHA PORTO ESCONDIDO, METALOGENIA DAS PROVÍNCIAS
MINERAIS DO BRASIL, SEDIMENTO DE CORRENTE, SOLO, CONCENTRADO DE
MINERAIS PESADOS.
342
O DEPÓSITO PALEOPROTEROZOICO DE ESTILO AU PÓRFIRO
TOCANTINZINHO, PROVÍNCIA MINERAL DO TAPAJÓS (PA): EVIDÊNCIAS A
PARTIR DE GEOLOGIA, PETROLOGIA E INCLUSÕES FLUIDAS
343
EVIDÊNCIAS GEOLÓGICAS E GEOQUÍMICAS DE UM SISTEMA EPITERMAL Formatado: Espaçamento entre linhas: simples
HOT SPRING NO ESCUDO SUL-RIOGRANDENSE, LAVRAS DO SUL, BRASIL Formatado: Esquerda: 1,5 cm, Direita: 1,5 cm,
Superior: 1,5 cm, Inferior: 1,5 cm, Distância do
Rizzardo, R.¹; Remus, M.V.D.¹; Rocha, A.M.R.²; Rosenstengel, L. M.³ cabeçalho da margem: 1,25 cm, Distância do rodapé
da margem: 1,25 cm
¹Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS; ²Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Rio Grande do Norte, IFRN; ³MSc Geologia
RESUMO: A área de estudo localiza-se a leste da cidade de Lavras do Sul, Rio Grande do Sul,
e abrange as sequencias vulcânicas e vulcanoclásticas da Formação Hilário, sobrepostas por
unidades sedimentares das formações Santa Fé e Serra dos Lanceiros (Bacia do Camaquã).
Essas rochas, principalmente da Fm. Hilário, foram submetidas a um processo de alteração
hidrotermal de magnitutemagnitude regional e de variada intensidade. As feições geológicas de
um sistema epitermal, identificadas em mapeamento geológico e sondagem diamantada,
consistem principalmente em um corpo principal de brecha com cerca de 3 km de comprimento,
com largura média de 100m (halo de alteração hidrotermal), sendo aproximadamente 15-20m de
largura a zona principal, com venulações tipo stockwork. As brechas mostram forte alteração
hidrotermal, principalmente sílica, e também sericítica, potássica, argílica, carbonática e clorítica
nos halos de alteração das brechas, todas superimpostas afetadas por um processo de
hematitização posterior. Outras feições são brechas jasperóides (calcedônea + jasper), quartzo
com textura lattice e sílica vuggy. As brechas apresentam baixa sulfetação composta
principalmente por pirita, ±calcopirita, galena, arsenopirita e argentita (?). Minerais chaves de um
sistema epitermal também foram identificados nas sondagens e em mapeamento, tais como
calcedônea, rodocrosita, adulária e cinábrio. Os trabalhos realizados em sedimento de corrente,
concentrado de bateia regional e posterior follow-up com malha de amostragem de solo regular,
incluindo mapeamento e amostragem de rocha, permitiram definir anomalias de Ag, Au, Hg, As,
Sb, Ba, Pb e Zn, principalmente sobre as brechas hidrotermais mapeadas. Somado a isso, foram
identificadas anomalias de Cu em locais distintos da área. Essa assinatura geoquímica das
brechas condiz com a associação geoquímica típica dos depósitos epiterimais de
baixa/intermediária sulfetação. Adicionalmente, as texturas e feições litológicas encontradas na
área levam a comparação com os depósitos epitermais do tipo hot-spring. A mineralização
encontrada até o presente momento na área de estudo, consiste de elevados teores de prata
(até 309ppm), com Au, Pb e Zn associados, ao longo de brechas hidrotermais de direção
preferencialmente NW. As brechas hidrotermais são interpretadas como pertencentes a um
possível sistema vulcânico com zonas de diatremas de uma paleocaldeira maior, evidenciadas
por anomalias positivas de Hg (até 4.25ppm), As (382ppm) e geofísica aérea (altos magnéticos).
O elemento Hg é relacionado a zonas superficiais de atividade hidrotermal, como fumarolas em
ambientes vulcânicos. Isso ocorre devido à associação do Hg com fases vulcânicas voláteis
compostas por gases e soluções geotermais, sugerindo a existência de um conduto vulcânico
ainda preservado em sub-superfície na área. Esse conjunto de evidências geológicas obtidas, e
suas devidas interpretações, propõem a existência, na área de estudo, de um depósito epitermal
de baixa/intermediária sulfetação do tipo hot-spring, com um grande potencial metalogenético
para Ag e Au, ainda em estudo.
344
Controles estruturais e litológicos da mineralização aurífera da área do
Buracão (Grupo Araí, Faixa Brasília)
Pires, G. L. C.1, Bongiolo, E. M.1, Renac, C.2, Nascimento, D. B.1, Prado, M.3
1 Universidade Federal do Rio de Janeiro, 2 Université de Nice-Sophia Antipolis - FR, 3 Paringa Mineração Ltda.
345
CARACTERIZAÇÕES PETROGRÁFICA, MINERALÓGICA E
GAMAESPECTOMÉTRICA DE TERRENO GNAISSICO COM OCORRÊNCIA
DE OURO, NA REGIÃO NOROESTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Ferreira, L. O.¹; Salomão, M. S.¹
¹ Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
RESUMO: Desde 1904 foram registradas ocorrências de ouro, grafita, manganês e sulfetos em
terrenos gnáissicos na região que abrange o noroeste do Estado do Rio de Janeiro e parte do
sudeste do Estado de Minas Gerais, entre as cidades de Laje do Muriaé e Palma,
respectivamente. O litotipo que contém estas mineralizações corresponde ao sillimanita-
granada-biotita gnaisse, com presença de sulfetos (pirita e pirrotita) e com níveis migmatíticos.
Com o intuito de caracterizar este litotipo foram realizados estudos petrográficos, mineralógicos
e geoquímicos, assim como identificadas as assinaturas geofísicas gamaespectrométrica e de
susceptibilidade magnética. As análises petrográfica, mineralógica e geoquímica de rocha total
revelam que o litotipo possui cerca de 50% de sílica (Si02), 23% de alumina (Al2O3) e 30% de
ferro total (FeO + Fe2O3), tratando-se de um gnaisse aluminoso com elevado conteúdo de
ferro. Os concentrados de batéia exibem grãos de ilmenita, magnetita, granada, monazita,
biotita, sillimanita, rutilo, titanita, quartzo. Grafita ocorrem em pequena quantidade. Capas de
alteração limoníticas são observadas em todas as amostras analisadas, assim como
leucoxênio (alteração da titanita). A análise química dos elementos terras-raras exibe um trend
horizontal com valores duas vezes superiores ao de referência da NASC. Os elementos La, Ce,
Pr, Gd e Er possuem valores duas vezes acima do padrão. O diagrama dos elementros-traço
exibe um trend crescente, com anomalias positivas para os elementos Th, La, Ce, Nd, Sm, Y e
Yb. Estas anomalias possuem valores de duas a três vezes acima do padrão da crosta
superior. No âmbito dos levantamentos das aquisições geofísicas terrestres para camada
mineralizada observam-se valores mais elevados dos radioelementos U (3.2 ppm), Th (31,5
ppm) e K (4.2%). Outro litotipo observado na região corresponde a sillimanita granada biotita
gnaisse, sem a presença de sulfetos ou grafita. Esta rocha exibe assinaturas geofísicas
gamaespectrométricas de 0.4ppm (U), 4.9 ppm (Th) e 0.7% (K). Em relação à susceptibilidade
magnética, esta rocha apresentou valores maiores que os obtidos no litotipo com ouro. A
caracterização da camada mineralizada através das análises conjuntas da petrografia, da
geofísica e da geoquímica, demonstra que o litotipo (grafita)-sillimanita-granada-biotita gnaisse
apresenta, em sua mineralogia principal, quartzo, plagioclásio, kfeldspato, granada
(almandina), monazita, biotita e sillimanita. Como minerais acessórios, são encontrados
minerais opacos, rutilo e zircão. A expressiva presença de material opaco (e magnético) na
região (observada através da análise petrográfica e da susceptibilidade magnética) sugere uma
investigação da magnetita para avaliar a presença de titânio e vanádio.
346
CONTROLES DAS MINERALIZAÇÕES METÁLICAS E NÃO-METÁLICAS DO
QUADRILÁTERO FERRÍFERO: SÍNTESE BIBLIOGRÁFICA
Vieira, A.C.B.1; Oliveira, C.V.H.M.1; Barbosa, D.M.1; Ribeiro, O.T.1; Ribeiro, P.M.C.1; Leandro,
U.R.1; Andrade, V.S.P.1; Penha, U.C.1;
1Curso de Geologia do Centro Universitário de Belo Horizonte – UNIBH
RESUMO: Diante dos atributos geológicos e da notabilidade dos seus recursos minerais, o
Quadrilátero Ferrífero-QF compreende um volume considerável de operações de mina e de
trabalhos geocientíficos dedicados ao conhecimento dessa província mineral. Por seu contexto
geológico singular e complexo, persistem indagações a serem esclarecidas sobre a evolução e
caracterização dos seus depósitos minerais. Situado no limite sudeste do lobo sul do Cráton do
São Francisco, e em sua porção oriental sobre a Faixa de Dobramentos Araçuaí, o QF
constitui-se, basicamente, por um embasamento granito-gnáissico do tipo TTG (Arqueano),
pelo Supergrupo Rio das Velhas (Arqueano), pelo Supergrupo Minas (Paleoproterozoico) e
pelo Grupo Itacolomi (Mesoproterozoico). Sujeito a eventos deformacionais que controlam
muitas de suas mineralizações, sendo em geral aceitos três eventos tectônicos para o QF,
recentemente divididos em cinco deformações: D1 e D2, do Evento Rio das Velhas (2.9-2.69
Ga); D3 e D4, do Transamazônico (2.2-1.8 Ga) e D5, do Evento Brasiliano (0,7-0,45 Ga). Este
estudo levantou, sem a pretensão de esgotar o assunto, os principais controles geológicos de
mineralizações em mais de 40 depósitos da região. Foram utilizados artigos científicos, mapas
geológicos e geofísicos em diferentes escalas e imagens Landsat e SRTM. Como
complementos, recorreu-se ao mapa de recursos minerais do QF e a arquivos vetoriais de SIG
do Serviço Geológico do Brasil-CPRM. Posteriormente, dividiu-se o QF em 4 setores,
informalmente denominados NW, NE, SE e SW, e elaborou-se um relatório consistindo de uma
tabela de atributos com informações dos depósitos. Os bens minerais considerados foram o
ouro, ferro, manganês, bauxita, topázio imperial e serpentinito. Os atributos pré-estabelecidos
consistem de informações que serviram para a concepção de um mapa esquemático,
apresentando características litológicas, estruturais e localização dos principais depósitos,
produzido no software ArcGis, versão 10.3. Dentre os depósitos efetivamente incluídos, no
Setor SE foram analisados 14 depósitos, sendo o Anticlinal de Mariana, o Sinclinal da Alegria e
o Sistema de Falhas Fundão-Cambotas as principais estruturas regionais aparentemente
controladoras das camadas que hospedam vários depósitos minerais (Fe, Au). No Setor NE
averiguaram-se 7 depósitos, sendo o Anticlinal de Conceição, o Maciço do Caraça e os
sinclinais de Santa Rita e do Gandarela as estruturas maiores condicionadoras das
mineralizações (Fe, Au). Já no Setor NW investigaram-se 14 depósitos, e notou-se o
Homoclinal da Serra do Curral e o Sinclinal Moeda como as duas megaestruturas a que se
associam depósitos de Fe e Mn. Neste setor, os depósitos inseridos na interseção destas duas
megaestruturas possuem controles complexos. Por fim, no Setor SW examinaram-se 8
depósitos, sendo os sinclinais Moeda e Dom Bosco, a Nappe Ouro Preto e o Sistema de
Falhas do Engenho as principais estruturas regionais controladoras das mineralizações
auríferas, de ferro, de bauxita e de esteatito. O estudo mostra que, embora existam controles
de abrangência local (litológicos, geoquímicos, hidrotermais, estratigráficos), as mineralizações
são essencialmente regidas pelas megaestruturas geradas nos eventos Transamazônico e
Brasiliano. Especificamente no caso de vários depósitos de Fe e Mn, determinados corpos de
minério foram ainda submetidos a um enriquecimento supergênico durante o Terciário.
347
CARTA DE RECURSOS MINERAIS DA
FOLHA SANTA CRUZ – SB.24-Z-B-III
A Folha Santa Cruz (SB.24-Z-B-III), esta situada parte nos estados do Rio Grande do Norte e
Paraíba, está inserida no contexto tectônico dos Domínios Rio Piranhas - Seridó e São José do
Campestre, na Província Borborema, nordeste do Brasil. Essa região foi alvo de diversos
projetos de prospecção e pesquisa mineral devido às ocorrências de tungstênio, tântalo, nióbio,
muscovita, feldspatos, água marinha (berilo) e ouro. A antiga Mina São Francisco conhecida
hoje como Projeto Borborema é um prospecto de ouro de grande relevância na área da folha.
O levantamento de recursos minerais faz parte do Projeto de Mapeamento Geológico da Folha
Santa Cruz, na escala 1:100.000, executado pela CPRM. A metodologia de trabalho consistiu
no levantamento de toda base de dados de ocorrências minerais extraídas do banco de dados
eletrônico da CPRM (GEOBANK®) e de outros projetos executados pela CPRM, bem como,
uma criteriosa revisão bibliográfica. Durante as etapas de campo, as informações foram
checadas, os pontos revisitados, realocados e as novas ocorrências foram cadastradas. Os
dados foram revalidados e o banco de dados GEOBANK foi atualizado. O levantamento de
campo (descrição das características geológicas dos depósitos minerais), além de dados de
aerogeofísica e geoquímica de sedimento de corrente, bateia e menos frequente, de química
de rocha, agregaram informações para subsidiar a delimitação de áreas potenciais e a
confecção da carta de recursos minerais. O resultado final apresentado nesse trabalho inclui
uma base de dados com o registro de 792 pontos de recursos minerais com status de
ocorrências, depósitos minerais, garimpos e minas, sendo estes últimos, ativos e paralisados,
Dentre estes registros, 462 são ocorrências inéditas (~52% do total). Esse conjunto de dados
representa 32 substâncias minerais agrupadas em sete classes utilitárias, incluindo gemas,
metais nobres, metais não ferrosos e semimetais, metais ferrosos, materiais de uso na
construção civil, rochas e minerais industriais e recursos energéticos. Destacam-se as
ocorrências de scheelita (W) e minerais extraídos de rochas pegmatíticas, tais como
tantalita/columbita (Ta / Nb), berilo (Be), muscovita (mus) e minerais gemológicos como água
marinha e granada. Ouro (Au), e rochas ornamentais (gnaisse, granito, pegmatitos e/ou
granitos pegmatoides, micaxistos, quartzitos e mármores) são ocorrências menos frequentes,
porém não menos importantes. Destaca-se ainda uma ocorrência de granada e o aumento
substancial de cadastro de materiais para uso na construção civil, como pedreiras de granitos e
mármores com uso fundado para agregados além de, uma significativa quantidade de
garimpos de scheelita.
348
NEW INSIGHTS INTO THE GOLD MINERALISATION CONTROLS IN
NORTHERN MATO GROSSO: TELES PIRES AND X1 EXAMPLES OF
MAGMATIC SOURCE.
Lopes, L.B.L.1; Duarte, T.B.1; Rizzotto, G.J.1; Campos, L.D.1
1Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – CPRM – SUREG/GO
ABSTRACT: In the northern part of the Mato Grosso State, the Alta Floresta Gold Province
(AFGP) has been an important target of discussion about gold mineralisation and its controls.
Debates regarding petrogenesis and the tectonic evolution of the Rio Negro-Juruena are
present in the literature but a consensus among the authors seems far.
This work based on geochemical analyses and petrography compares two porphyry-type
rocks that are usually assumed as related to the gold mineralisation in the AFGP. It aims at
providing new insights into the magmatic sources (geochemical signature) of these gold bearing
rocks: The X1 quartz-feldspar porphyry, that is related to the X1 gold deposit near Guarantã do
Norte city, and the subvolcanic granites and porphyries that occurs around the gold deposits
near Matupá, Peixoto de Azevedo, Guarantã do Norte and União do Norte towns, that are
related to the Teles Pires Intrusive Suite (TPIS).
The geochronological data present in the literature shows that the X1 quartz-feldspar
porphyry yields U-Pb age 1773 ±6 Ma (SHRIMP) with a Sm-Nd model age (TDM) ranging from
2.18 to 2.12 Ga and ƐNd ranging from -1.38 to -1.69. The dataset of U-Pb crystallization ages
from the TPIS plutonic rocks ranges from 1782 ±17 to 1757 ±16 Ma. In addition, the Sm-Nd
(TDM) dataset ranges from 2.3 to 1.94 Ga, with the ƐNd varying between -3.4 to +3.0. Especially
the União do Norte porphyry, attributed by some authors as part of the TPIS magmatism,
yielded 1774 ±7 Ma and Sm-Nd model age (TDM) from 2.3 to 2.24 Ga. Considering the above,
we assume that both X1 quartz-feldspar porphyry and the TPIS plutonic rocks are coeval.
In addition, the petrographic analyses do not show major differences. As we move
forward, applying the geochemical analysis, we observe that the samples from the TPIS are
enriched in both LREE and HREE, have minor negative Nb anomalies and are more depleted in
Ba than the quartz-feldspar porphyry from X1 deposit. In comparison to X1 rocks, the TPIS
rocks have also a higher concentration of TiO2, MgO and FeOt. This is revealed as
compositional gaps in the binary “Harker” diagrams built for these rocks. This difference in the
REE and trace elements pattern plus the compositional gaps may be caused by two processes:
(1) fractional crystallization with assimilation, mixing and/or mingling, that depletes the residual
magmas in REE and trace elements by the entrance of mafic magmas on the system; or (2)
melting of distinct source rocks and/or different partial melting rates. Although there are
evidences of coeval system destabilization (mafic enclaves with enclosed K-feldspar crystals,
rapakivi textures, etc.), we should expect that in the more depleted rocks (X1 quartz-feldspar
porphyry) there would be a higher MgO, TiO2 and FeOt contents, which does not occur.
Based on those evidences and the slightly different Sm-Nd model ages, we concluded
that the contrasting compositional signature between the two porphyries is the result of the
chemical content of the source and/or the partial melting rates.
349
BACIA DO TACUTU: UM METALOTECTO DE POTENCIAL PARA
SULFETOS METÁLICOS E PARA OUTRAS SUBSTÂNCIAS
MINERAIS - REGISTRO DA PRIMEIRA OCORRÊNCIA DE
PETRÓLEO NO ESTADO DE RORAIMA
Riker, S.R.L; Aguiar, C.J.B de
350
Formação Serra do Tucano no intervalo de 35 m a 82 m, que é constituída por
argilito esverdeado/acinzentado rico em matéria orgânica, com petróleo
associado, principalmente aos 55 metros. Esse óleo veio à superfície em
volume aproximado de 2,0 m³ e, segundo a Petrobras, é de excelente
qualidade. A presença de basalto com 900 ± 70 Ma ocorrente no assoalho do
Hemigraben Tacutu, remete a se afirmar, a semelhança do que ocorre nas
bacias do Amazonas e Solimões, que a Bacia do Tacutu começou a se
estruturar por ocasião da quebra do Supercontinente Rodinia.
351
CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA E GEOQUÍMICA DE OCORRÊNCIAS DE
TERRAS RARAS DO MACIÇO GRANÍTICO SERRA DO MENDES-GO
Zapata, A. M.1; Botelho, N. F.2
1Estudante de pós-graduação, Universidade de Brasília; 2Professor orientador, Universidade de Brasília.
352
DISPERSÃO DE MINERAIS PESADOS EM SEDIMENTOS DE CORRENTE NA
BACIA DO RIO PIABANHA - RJ
Mello, F.T¹.; Silveira, C.S¹.; Bellido, A.V.B.¹
(¹Universidade Federal Fluminense)
RESUMO: A Bacia do Rio Piabanha se situa na porção serrana do estado do Rio de Janeiro e
possui uma área de drenagem de 2065 km². Dentro de seus limites afloram partes de dois dos
corpos que constituem a Suíte Nova Friburgo, o Corpo Teresópolis e o Corpo Frades. Esta
suíte consiste em uma intrusão granítica que remete ao final do Ciclo Brasiliano e corresponde
as porções de relevo mais elevadas dentro dos limites da bacia, com valores de altitude
ultrapassando os 1500 m em alguns locais. Dessa forma, buscando compreender o potencial
de dispersão dos minerais pesados provenientes dos granitos pós-tectônicos, ao longo da
bacia, foram coletados sedimentos de corrente em 12 pontos dispostos de forma a representar
o percurso de dispersão. Os sedimentos coletados foram submetidos a peneiramento (0,063 a
0,125 mm) e os minerais pesados foram separados através de imersão em bromofórmio. No
concentrado resultante, foi feita a análise mineralógica pela técnica de difração de raios-x (
Difratômetro D8 da Bruker com tubo de Cu; leitura de 0° à 70°, passo de 0,02° e tempo de
leitura de 0,5 s) para determinar os minerais presentes no concentrado e interpretar a
capacidade de dispersão destes minerais dentro da bacia. Os minerais identificados foram:
magnetita (maghemita), zircão, anfibólio, apatita e ilmenita como dominantes. Algumas micas,
piroxênio, granada e epidoto estão também presentes, mas em pequenas concentrações. A
magnetita foi identificada como sendo o mineral pesado mais abundante nos sedimentos
coletados nas proximidades do Corpo Frades. O mesmo padrão, somado a presença de
anfibólio, ocorre para o Corpo Teresópolis. A magnetita apresenta uma lenta diminuição na
concentração à medida que o rio se afasta destas fontes, mesmo havendo uma contribuição,
ao longo de toda a bacia, derivada do enxame de diques da Serra do Mar. A magnetita se
mostrou capaz de percorrer distâncias superiores a 70 km, alterando-se, contudo, para
maghemita ao longo deste percurso. De forma oposta, o anfibólio apresenta uma rápida
diminuição de concentração em distâncias relativamente curtas (cerca de 15 km). Contudo não
foi possível determinar sua distância média de dispersão, pois outras fontes presentes ao longo
da bacia (enxame de diques da Serra do Mar e granodioritos do Batólito Serra dos órgãos)
reabastecem os sedimentos com este mineral. O piroxênio, por sua vez, mostra-se presente
em concentrações moderadas no concentrado proveniente do Corpo Frades e somente como
traço no Corpo Teresópolis. Sua dispersão não ultrapassa os 15 km. O zircão, apesar de ser
um mineral abundante nos concentrados, não tem os granitos pós-tectônicos como principal
fonte (estando provavelmente relacionado ao Batólito Serra dos Órgãos). Já os minerais
apatita, ilmenita, granada e as micas aparecem sem um padrão de variação de concentração
definido, estando presentes em concentrações variadas nas diversas unidades geológicas que
compõe o arcabouço da bacia. O epidoto somente ocorre no ponto de coleta mais próximo ao
fim da bacia, relacionado possivelmente aos metassedimentos da Megassequência
Andrelândia, e sem ter qualquer relação com os granitos pós-tectônicos.
353
CONTROLE DA MINERALIZAÇÃO DO TOPÁZIO IMPERIAL NA
REGIÃO DE OURO PRETO-MG
Núñez, A.D.L.1; Barbosa, C.C.1; Oliveira, B.A.1; Tunes, A.M.1; Cadar, A.A.1; Penha, U.C.1
1Centro Universitário de Belo Horizonte - UniBH
RESUMO: O presente trabalho possui o objetivo principal de entender por que o topázio,
variedade imperial, ocorre somente na região de Ouro Preto (MG), e que fatores condicionam a
sua gênese. O topázio é um nesossilicato constituído por tetraedros isolados de SiO2, sendo
caracterizado como um fluorsilicato alumínico (Al2SiO4 (OH, F)2, com 55,95% de Al2O3, 32,97%
de SiO2 e 4,45% de F. Foi efetuada uma pesquisa bibliográfica inicial, que resultou em uma
tabela comparativa sobre a origem deste mineral segundo diferentes autores, seguida de uma
análise sobre as características geológicas relacionadas às ocorrências documentadas:
cronologia, litologia, dados estruturais, formas de extração e impactos ambientais. Encontros
técnicos no Serviço Geológico do Brasil-Sede Belo Horizonte e na Universidade Federal de
Ouro Preto permitiram receber sugestões de geocientistas, e a visita a um garimpo ativo
possibilitou, através de um questionário, conhecer sua realidade socioeconômica e práticas de
lavra locais. Utilizou-se a técnica de Sistema de Informações Geográficas
(software ArcGIS 10.3), para processamento e manipulação de dados de campo e
bibliográficos, a fim de se identificar as relações entre as feições geológicas e as ocorrências.
As imagens revelaram uma relação das ocorrências com os eventos tectonotermais que
estruturaram e metamorfizaram a porção sudeste do Quadrilátero Ferrífero, especificamente
no Sinclinal Dom Bosco e no Anticlinal de Mariana. Em ambas as estruturas o topázio se
restringe a litologias das formações Gandarela (Grupo Itabira), Cercadinho e Fecho do Funil
(Grupo Piracicaba), denotando também um controle estratigráfico. Por fim, a análise e
interpretação dos dados magnetométricos (identificação de feições estruturais) e
gamaespectrométricos (concentração de K), integradas ao mapa geológico com ocorrências de
topázio, revelou-se uma ferramenta potencial para a prospecção deste mineral. Trabalhos
anteriores de inclusões fluidas nesses cristais detopázio indicam temperaturas de até 320oC,
em oposição aos valores de 500 e 800oC, disponíveis na bibliografia mineralógica clássica para
os topázios. Esta problemática poderia ser esclarecida através de análises futuras de padrão
de ETR, indicando a proveniência magmática ou metamórfica do fluido
mineralizador. A hipótese aqui apresentada, e que carece de investigação, é de que a gênese
do topázio tenha ocorrido ainda em condições de fase residual magmática ácida. Uma vez
formados, estes cristais teriam ascendido com os fluidos e se hospedado nas fraturas durante
o ciclo Brasiliano. As inclusões fluidas então se instalado durante este percurso, tendo caráter
secundário (posterior à gênese do mineral), devido às fraturas nele geradas durante os
esforços tectônicos rúpteis do Brasiliano.
354
CARACTERIZAÇÃO DAS DIFERENTES FÁCIES DE MINERALIZAÇÕES
FOSFATADAS DA BASE DO GRUPO BAMBUÍ
355
A FONTE ENIGMÁTICA DOS DIAMANTES DO TRIÂNGULO MINEIRO
Karfunkel, J.1; Hoover, D.B.2; Ribeiro, L.C.B.3; Walde, D.4; Pöllmann, H.5;
Quintão, D.1; Caxito, F.1; Krambrock, K.1; Michelfelder, G.6; Fernandes, A.F.1
1Universidade Federal de Minas Gerais, 2Springfield, MO, USA, 3Universidade Federal do Triângulo
Mineiro, 4Universidadede Brasília, 5Universität Halle, Alemanha, 6Missouri State University, USA
356
Revisão Bibliográfica da Mina de Morro Agudo, Paracatu-MG, a Partir de Analise
Geoquímica, Geofísica e Estrutural
Bessa, C,G¹; Vieira .F.R¹; Moreira, L¹; Soares, M.L¹; Godinho, T.A.B¹; Penha, U.C2; Weber,W.2
1Autônomo; 2Centro Universitário de Belo Horizonte-Unibh
O depósito de Pb-Zn de Morro Agudo (galena, esfalerita e pirita, além de barita) consiste de
corpos estratiformes 17,6 Mt de minério, com 5,14% de Zn e 1,53% de Pb, e ocorre em rochas
carbonatadas (dolarenitos e brechas carbonáticas) do Grupo Vazante, de idade
mesoproterozoica. Localizados no lado continental de um bioherma estromatolítico, os corpos
são limitados por uma extensa falha normal N15-20ºW subvertical, com rejeito vertical de 35 m.
A mineralização sulfetada de Zn-Pb ocorreu de forma gradativa, ou seja, houve uma evolução
do sistema hidrotermal, dividida em trabalho anterior em três fases principais: na primeira etapa
houve uma substituição da matriz das brechas por calcedônia, esfalerita fina e outros sulfetos,
originando os dolarenitos mineralizados, tal substituição está ligada à interação com fluidos
hidrotermais, aparentemente controlada pela porosidade, maior nos dolarenitos que nas brechas,
cuja porosidade teria sido diminuída pela cimentação esparítica diagenética; um segundo estágio
da mineralização hidrotermal, de natureza epigenética, consiste no preenchimento de espaços
abertos em veios nas brechas e dolarenitos por dolomita esparítica, quartzo e calcedônia,
seguidos por marcassita, pirita, esfalerita e galena; já no terceiro e último estágio houve formação
de veios e vênulas tardias com sulfetos que cortam os veios do segundo episódio e relacionam-
se a microfraturas e episódios de cataclase além da formação de barita, fluorita e
hidrocarbonetos sólidos (betume),associação esta comum em outros depósitos MVT-
Mississippi Valley Type. Apesar do depósito de Morro Agudo apresentar várias características
de depósitos dos tipos SEDEX ou IRISH, propõe-se, a partir do levantamento e análise dos dados
geoquímicos e estruturais obtidos em bibliografia, seu enquadramento no modelo Mississippi
Valley. Os métodos gravimétricos e elétricos não apresentaram boa resposta para classificar o
depósito. Estudos anteriores de inclusões fluidas das esfaleritas do depósito mostram um
decaimento da temperatura (155 a 280°C) e salinidade do fluido (13.94% peso eq. NaCl), o que
evidencia uma distribuição em zona da temperatura em relação à zona da falha principal. Esses
dados poderiam encaixar Morro Agudo no depósito do tipo IRISH, porém alguns modelos de
depósitos de MVT também apresentam valores semelhantes. As razões isotópicas de enxofre
(δ34S entre -8,7 a 40%o), oxigênio (δ18O entre +18,28‰ e +15,96‰) e carbono (δ13C entre
+0,13‰ e +0,67‰), e seu equilíbrio com dolomita hidrotermal (indicativo de fluidos bacinais),
também diminuem à medida que se afasta da falha principal, demonstrando um controle
estrutural em domínio rúptil na formação do depósito, característica tanto do modelo IRISH
quanto MVT. Outra característica do modelo MVT é que, no Mesoproterozoico, a topografia e a
gravidade teriam sido parcialmente responsáveis pela migração do fluido hidrotermal nas
porções mais superficiais. Por fim, a associação mineralógica do depósito de Morro Agudo condiz
com um depósito MVT: esfalerita, galena, marcassita, pirita, dolomita esparítica, quartzo com
barita, fluorita e betume associados. Os valores isotópicos elevados de enxofre são atribuídos a
um componente do enxofre hidrotermal, que já foi encontrado nos três tipos de depósitos, porém
a isotopia de carbono e oxigênio se encaixa mais apropriadamente no modelo MVT.
357
CENÁRIOS DA ATIVIDADE DE MINERAÇÃO NO SEMIÁRIDO DA BAHIA:
UMA ANÁLISE DO CFEM, DO PIB E DO IFDM NO PERÍODO DE 2005 - 2010
Rodrigues, L. S. M. 1; Anjos, J. A. S. A.2
1UniversidadeFederal da Bahia; Universidade do Estado da Bahia; Instituto Federal de Ciência e Tecnologia da
Bahia e Universidade Salvador 2Universidade Federal da Bahia; Universidade Salvador
358
RELATÓRIO DE SUSTENTABILIDADE APLICADO A GESTÃO PÚBLICA:
UMA ANÁLISE DA CFEM DECORRENTE DA ATIVIDADE DE MINERAÇÃO EM
JAGUARARI/BA
Rodrigues, L. S. M. 1; Anjos, J. A. S. A.2
1UniversidadeFederal da Bahia; Universidade do Estado da Bahia; Instituto Federal de Ciência e Tecnologia da
Bahia e Universidade Salvador 2Universidade Federal da Bahia; Universidade Salvador
RESUMO: Esse artigo visa pesquisar sobre as destinações dos recursos decorrentes da
Compensação Financeira da Exploração Mineral – CFEM, auferida pelos municípios com
atividade de mineração, e, especificamente estudar os demonstrativos contábeis do município
de Jaguarari, na Bahia em face da importância desses recursos em relação a receita
orçamentária, propondo o desenvolvimento de um relatório de sustentabilidade aplicado ao
setor público com ênfase financeira e socioambiental, necessária para evidenciação da
destinação da CFEM, visando ações que proporcionem o aumento dos indicadores de
desenvolvimento humano e da economia local. Segundo o referencial teórico, questiona-se a
eficiência e eficácia da CFEM, refletindo sobre como os municípios e estados federativos que
dela auferem resultados monetários a aplicam. O trabalho discorre sobre essa importante
origem de recursos dos municípios mineradores e se as aplicações correspondem às
finalidades da compensação financeira. Por outro lado, questiona sobre como medir a
sustentabilidade em cada município, destaca a importância do Índice de Desenvolvimento
Humano (IDH) e o Produto Interno Bruto Municipal (PIB per capta) como indicadores
importantes para a análise socioeconômica da atividade de mineração. O trabalho está
consubstanciado na Lei 4.320/64 que rege a Contabilidade Pública,. Título VII, que trata dos
Fundos Especiais, cujo Art. 71 regula a constituição do fundo especial para o produto de
receitas especificadas, que por lei que se vinculam à realização de determinados objetivos ou
serviços, facultada a adoção de normas peculiares de aplicação, o que é tratado na Resolução
1.268/2008 do Tribunal de Contas do Município da Bahia, que exerce o papel de fiscalização
dos Demonstrativos Contábeis, exige que os municípios realizem a prestação de contas com
base na evidenciação de cada fonte de recursos (origem) e constata-se que os municípios da
Bahia não registram a fonte 42 que trata dos Royalties/Fundo Especial do Petróleo/
Compensação Financeira da Exploração Mineral exigida. Destaca-se ainda, o atendimento às
Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBCPCASP), a Accontability,
ou transparência na Prestação de Contas dos recursos públicos e aos Princípios
Orçamentários, como o Princípio da Publicidade. No contexto legal possui embasamento,
ainda, na Lei Complementar nº 101/2000 que estabeleceu Normas de Finanças Públicas
conhecida por Lei da Responsabilidade Fiscal (LRF), que estabeleceu um novo código de
conduta para os Administradores Públicos, segundo as normas e limites para administrar
finanças municipais, prestando contas de quanto e como gastam os recursos da sociedade. A
pesquisa classifica-se como descritiva, documental, bibliográfica e exploratória, realizada por
meio de estudo de caso no município de Jaguarari/BA, em análise aos Demonstrativos -
Balanços dos Exercícios de 2009 e 2010. Os estudos concluem que a legislação contábil não
atende aos requisitos necessários para evidenciação dos gastos, de modo a suprir as
necessidades informacionais da sociedade e o trabalho faz a proposição de um Balanço Social
com base no modelo do Instituto Brasileiro de Estudos Econômicos e Sociais – IBASE,
proposto no trabalho, como instrumento adaptado para os municípios com atividade minerária
que contribuirá para o estabelecimento da Governança na Gestão Pública Municipal.
359
CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA E MINERALÓGICA DA LATERITA
NIQUELÍFERA DA FAZENDA DA ROSETA, MUNICÍPIO DE LIBERDADE,
MINAS GERAIS
360
IMPACTO DE INCERTEZAS GEOLÓGICAS NA RENTABILIDADE DE
EMPREENDIMENTOS MINEIROS EM SUAS FASES DE PROJETO
Cordova, D. P.1, Cardozo, F. A. C.1, Pimenta, M. M.1, Zingano, A. C.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
361
O CICLO DAS COMMODITIES MINERAIS: O CASO DO COBRE DE
JAGUARARI/BAHIA
Rodrigues, L. S. M. 1; Anjos, J. A. S. A.2
1UniversidadeFederal da Bahia; Universidade do Estado da Bahia; Instituto Federal de Ciência e Tecnologia da
Bahia e Universidade Salvador 2Universidade Federal da Bahia; Universidade Salvador
RESUMO: O presente trabalho foi elaborado com o objetivo de estudar o grande ciclo
das commodities minerais, especificamente, a produção de cobre em Jaguarari na Bahia, cujo
comportamento dos valores tem apresentado oscilação ao longo do período de 2005 – 2015.
Esta pesquisa apresenta dados levantados durante o período analisado considerando as
informações financeiras, como a arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de
Recursos Minerais (CFEM) e o valor das commodities conforme a Bolsa de Londres, London
Metals Exchange - LME. Trata-se de pesquisa exploratória, documental por meio de
observação direta e indireta junto aos órgãos reguladores e fiscalizadores como o
Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), Instituto Brasileiro de Mineração
(IBRAM), Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM). As commodities minerais são
precificações de mercado que são influenciadas por diversos fatores como: cenário econômico
mundial, relação de demanda e oferta de produtos no mercado interno e externo, além de
contextos econômicos relativos à taxa de juros norte americana e retração econômica de
grades economias, representada pela China. O município de Jaguarari na Bahia é o segundo
maior produtor do país, atingindo 24% da Produção Mineral Bruta Comercializada (PMBC) no
estado da Bahia. Esse trabalho compilou as informações das commodities, com base na LME e
constatou que em 2005 o valor médio anual das commodities do cobre era de US$ 3.678,89 e
que a variação anual do período de 2005 a 2006 apresentou um aumento de 82,72%,
culminando em US$ 6.722. Em 2007 houve ainda um aumento médio de 5,89% por estímulo
do mercado internacional e no período de 2008 e 2009 iniciou-se o declínio do valor por
influência da crise internacional americana, com redução de 25,89% o cujo valor decresceu de
U$$ 6.955,88 para US$ 5.149,74, respectivamente, havendo recuperação em 2010 e 2011,
cujo valor atingiu US$ 8.820,99, justificado por oscilações do consumo mundial vivenciado na
siderurgia chinesa, o que possibilitou repiques nos preços, culminando em novas reduções
significativas que ocorreram até 2015 cujo valor médio foi de US$ 5.501,69 (CBPM, 2015).
Constata-se que os valores das commodities minerais influenciam diretamente na arrecadação
do CFEM e consequentemente no repasse dos recursos, segundo a legislação aplicada ao
setor, além de repercutir no Produto Interno Bruto dos Municípios (PIB per capta), visto que a
atividade extrativa compõe um dos indicadores para sua composição. Considerando, ainda, as
informações disponibilizadas da CBPM, pode-se constatar a evolução da PMBC do cobre,
representada no período de 2005 a 2015, teve um aumento de 316,59% (CBPM, 2015).
362
CADASTRO MINERAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO NO ESTADO DO
PARÁ
Gualberto, L.P.S.1; Costa, C. S.1; Alves, A.S1; Coelho, A.L.S.1; Leão, E. A.S.1
1Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia
363
CARACTERIZAÇÃO DE OCORRÊNCIA DE MINÉRIO DE FERRO BANDADO
POR MEIO DE INTEGRAÇÃO GEOFÍSICA NO COMPLEXO METAMÓRFICO
ARROIO MARMELEIRO – MUNICÍPIO DE BAGÉ-RS
RESUMO:
Métodos geofísicos são amplamente empregados na pesquisa dos mais diversos tipos de
depósitos minerais, inclusive de minério de ferro. Este trabalho apresenta os resultados da
aplicação e integração dos métodos da eletrorresistividade, magnetometria e susceptibilidade
magnética. A integração dos dados visa reconhecer a distribuição e a geometria do corpo
mineral pertencente ao Complexo Metamórfico Arroio Marmeleiro (CMAM), localizado no
município de Bagé, RS. O CMAM ocorre como um corpo alongado paralelo ao lineamento de
Ibaré, composto por sequências litológicas epimetamórficas de fácies xisto verde a anfibolito
dentre as quais constam metapelitos, metapelitos carbonosos e talco xistos associados a
rochas carbonáticas, anfibolíticas e metavulcanoclásticas. A compreensão da litologia da região
no CMAM foi realizada partindo-se de enfoques geológicos de caracterização petrográfica e
estrutural, e geofísicos buscando a delimitação do corpo mineralizado. Foram empregadas
análises geofísicas de investigação de subsuperfície, pelo método geoelétrico da
eletrorresistividade e pelo método magnetométrico, e também investigações de superfície em
solo e rocha pela técnica da susceptibilidade magnética. Os mapas magnetométricos e de
susceptibilidade magnética são perfeitamente correlacionáveis, comprovando que a região de
estudo apresenta características anômalas que são interpretadas como depósito mineral de
minério de ferro bandado. Baixos valores de Susceptibilidade Magnética (0.08 a 5 x 10-3) foram
interpretados como produtos de alteração e solos desenvolvidos e os valores elevados (>5 x 10
-3) como sendo representativos de solos com fragmentos ou rochas de interesse. O perfil
eletrorresistivo gerado pela técnica do caminhamento elétrico foi empregado com o uso do
arranjo Wenner-Schlumberger, buscando a interpretação da espessura média do corpo de
interesse na área de estudo, que foi de aproximadamente 50 metros. Para os fins de
exploração, a informação de uma espessura média é de total relevância na viabilidade ou não
do depósito. O estudo foi realizado em escala de detalhe e, a partir das informações
adquiridas, se comprovou a existência desta litologia de interesse ao longo de praticamente
toda a área analisada através de integração de dados geofísicos que revelaram as anomalias
características. Como produtos finais do trabalho, foram geradas informações que revelam a
vergência estrutural e a petrografia do depósito de ferro em estudo, bem como sua distribuição
e geometria ao longo da área de estudo baseada na integração de dados geofísicos adquiridos
em campo.
364
MAPA DO POTENCIAL MINERALÓGICO E DOS DIREITOS
MINERÁRIOS DO MUNICÍPIO DE BOQUIRA
Assumpção, H.C.P.1; Santos, N.L.2; Anjos, J.A.S.A.3
1Universidade Federal da Bahia; 2 Universidade Federal da Bahia; 3 Universidade Federal da
Bahia
365
MINERAIS DE TERRAS RARAS NO GRANITO SERRA DOURADA,
GOIÁS/TOCANTINS, BRASIL: POTENCIAL PARA A GERAÇÃO DE
DEPÓSITOS DO TIPO ADSORÇÃO IÔNICA
Santana, I.V.; Botelho, N.F.1
1Instituto de Geociências, Universidade de Brasília, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Brasília/DF, 70910-900
RESUMO: Desde a década de 1970, os elementos de terras raras (ETR;TR) têm sido
economicamente recuperados a partir do saprolito de rochas originalmente enriquecidas nestes
elementos, caracterizando os chamados depósitos de adsorção iônica. Neste tipo de depósito,
minerais de terras raras presentes na rocha original, ao serem submetidos ao intemperismo
químico, liberam íons TR3+ que são eventualmente adsorvidos por argilominerais provenientes
da alteração dos feldspatos. Vários são os fatores que levam à formação deste tipo de depósito,
mas, considerando-se aqui somente a questão mineralógica, vale ressaltar que quanto mais
suscetíveis ao intemperismo químico forem os minerais de TR mais íons serão liberados no
sistema, aumentando as concentrações destes elementos no sentido dos produtos de alteração
da rocha. O granito Serra Dourada (GSD) situa-se próximo ao município de Minaçú, no meio-
norte do Estado de Goiás já na divisa com Tocantins, e apresenta teores de TR elevados, que
variam de 400 a 1300 ppm. Uma varredura em microssonda eletrônica da Universidade de
Brasília foi realizada em seções polidas de duas amostras não alteradas do GSD, com a intenção
de se verificar a mineralogia responsável pelos teores de TR observados na rocha sã. As análises
revelaram que o granito possui mineralogia acessória rica em minerais de TR, com predomínio
daqueles que selecionam mais TR leves (La-Eu). Entre os mais resistentes pode-se destacar a
monazita-(Ce) e xenotima-(Y), que geralmente ocorrem juntas, próximas à biotita, aspecto
homogêneo e dimensões que giram ao redor de 100 µm. A torita é outro acessório encontrado,
frequentemente ocorrendo junto à monazita-(Ce). Apresenta aspecto heterogêneo devido à
variação composicional irregular, predominantemente anédricas e com dimensões de até 300
µm no maior eixo. Zircão, que pode incorporar quantidades consideráveis de TR em sua
estrutura, é comumente encontrado associado à torita. Áreas com composições intermediárias
que ocorrem entre torita e zircão puros não são raras, sugerindo algum grau de substituição entre
Zr e Th. Uma análise quantitativa feita em um grão de torita revelou ∑TR+Y de 12 wt%, sendo
que aproximadamente 66% deste valor corresponde ao Y2O3. Não raro a torita encontra-se
envolta por fluorcarbonatos de TR leves, representados principalmente por minerais do grupo da
bastnäesita como a thorbastnäesita, parisita-(Ce) e synchysita-(Ce). Estas duas últimas também
ocorrem isoladas, na forma de agregados de hábito acicular/fibroso com dimensões de 100 µm
em média. Uma análise quantitativa em parisita revelou teores de TR leves de 57 wt% e TR
pesadas de 8 wt%. A presença de fluorcarbonatos de TR sugere que o GSD foi submetido a
algum grau de alteração hidrotermal envolvendo fuidos ricos em F e CO2, remobilizando ETR de
minerais primários/magmáticos para outras fases secundárias hidrotermais. Allanita e apatita são
outros acessórios comumente encontrados e que incorporam ETR em sua estrutura. A presença
dos fluorcarbonatos de TR juntamente com allanita, torita e apatita, são bons indicadores acerca
do potencial do GSD para a geração dos depósitos em questão, haja vista que estes minerais
são relativamente pouco resistentes ao intemperismo químico.
366
MINERALIZAÇÕES AURÍFERAS DA SERRA DE JACOBINA-BA:
RESULTADOS PRELIMINARES
Miranda, D.A.1; Santos, F.P.1; Reis, C.1; Menezes, R.C.L.1; Loureiro, H.S.C.1
1CPRM/SGB, Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais/Serviço Geológico do Brasil
RESUMO: A Serra de Jacobina compreende uma estrutura geotectônica com 220 quilômetros
de extensão, direção norte/sul, resultado da amalgamação de bacias metassedimentares,
Grupo Jacobina (GJ) e Complexo Saúde, e metavulcanossedimentar do Greenstone Belt de
Mundo Novo (GSBMN). Os resultados aqui apresentados pertencem ao projeto Integração
Geológica e Avaliação do Potencial Metalogenético da Serra de Jacobina e do Greenstone Belt
de Mundo Novo. Iniciado em 2015 e ainda em execução, pertence ao programa Áreas de
Relevante Interesse Mineral da Diretoria de Geologia e Mineração da CPRM. O foco são as
mineralizações hidrotermais e seu controle estrutural nos contextos do GJ e GSBMN. De leste
para oeste são observados os seguintes sistemas de falhas de direções aproximadas norte/sul:
Zona de Cisalhamento Mairi (ZCMA), Falha de Itaitu (SFIT), Falha de Pindobaçu (SFPI), Falha
de Maravilha (SFMA) e Falha de Jacobina (SFJA), com mineralizações auríferas associadas
aos três últimos. No SFJA o hidrotermalismo é evidenciado pela assembleia
fuchsita+pirita+cromita+turmalina cromífera presente no depósito aurífero hospedado pelos
conglomerados da Formação Serra do Córrego do Grupo Jacobina, com características de
paleoplacer. Os garimpos da Jaqueira e Maravilha estão associados ao SFMA. No primeiro, a
mineralização encontra-se em três tipos de rochas hospedeiras: diques de gabros de direção
NE encaixados em falhas/fraturas, diques máficos com veios de quartzo com sulfetação maciça
e veios de quartzo com hematitização encaixados em quartzitos cataclasados, controlados por
falhas reversas com mergulhos para oeste/sudoeste. No garimpo Maravilha a mineralização é
controlada por falhas reversas com mergulho para oeste. Está associada ao contato entre
rocha máfica e quartzitos, nos veios de quartzo fumê com sulfetação, nos veios de quartzo
branco leitoso e também ocorre em veios de quartzo hematitizados encaixados em quartzitos.
No SFPI estão os garimpos do Morro da Palmeirinha, Biquinha e Mina Velha. O primeiro trata-
se de falha de empurrão com mergulho para leste. Observa-se zoneamento na mineralização
em superfície, de sul para norte: ouro livre em veios de quartzo; sulfetação maciça em veios de
quartzo e disseminada no quartzito encaixante; ouro livre associado à silicificação; sulfetação
em bolsões preenchidos por pirita+calcopirita. Em Biquinha ocorre zona de cisalhamento com
direção norte/sul, subvertical, movimento sinistral. A mineralização está encaixada em tension
gashes preenchidas por veios de quartzo branco leitoso, localmente fumê com pirita. Na Mina
Velha a mineralização é controlada por uma falha transtrativa norte/sul com mergulho para
leste, hospedada por rocha máfica intensamente intemperizada. A sul do garimpo, a falha
intercepta quartzito com veio de sulfeto maciço com mineralização aurífera, fato que amplia o
potencial metalogenético da ocorrência. Os sistemas de falhas mapeados aparentam ter
servido como canais condutores de fluidos hidrotermais. Os diversos tipos de depósitos
observados são reflexos da interação destes fluidos com as diferentes rochas hospedeiras
interceptadas pelas falhas. A natureza da estrutura que controla a mineralização varia entre
primeira, segunda ou terceira ordem, dependendo do contexto tectônico do garimpo.
367
RELAÇÕES ENTRE MINERALIZAÇÃO AURÍFERA E GRANITO –
ESTUDO PLURIDISCIPLINAR DO DEPÓSITO DE OURO DO GRANITO PASSA
TRÊS (LESTE DO PARANÁ, BRASIL)
Dressel, B. C.1,2; Chauvet, A.1; Trzaskos, B.2; Biondi, J. C.2; Bruguier, O.1; Monié, P.1; Villanova,
S. N.3; Newton, J. B.3
1UMR 5243, Géosciences Montpellier, Université de Montpellier, cc60, 34095 Montpellier Cedex 5, França
2Departamento de Geologia, Universidade Federal do Paraná, 81531-970, Centro Politécnico, Av. Coronel
Francisco Heráclito dos Santos, 210, Curitiba - PR, Brasil
3Mineração Tabiporã, 83606-177, Rua Maria Aparecida de Oliveira, 803 - Lt. São Gerônimo, Campo Largo - PR,
Brasil
RESUMO: O Granito Passa Três localiza-se no leste do Estado do Paraná, sul do Brasil e
apresenta formato alongado segundo a direção NNE-SSW. Esse corpo granítico está alojado
nos metapelitos de idade paleoproterozoica do Grupo Açungui (Cinturão Ribeira, Província
Mantiqueira), entre as falhas transcorrentes de Morro Agudo e Lancinha. Estas falhas formam
um corredor de deformação denominado Sistema de Transcorrência Lancinha, de direção
N40oE. A mineralização aurífera do Granito Passa Três é constituída por veios de quartzo com
espessura centimétrica a métrica contendo, além do quartzo como ganga, sulfetos (pirita,
calcopirita, galena, molibdenita), fluorita, clorita, muscovita, sericita e carbonato. Esses corpos
mineralizados são bastante segmentados e exibem diferentes texturas internas, como texturas
maciças, bandadas, cisalhadas e/ou brechadas. Foram identificados dois sistemas principais
de falhas e de filões, N-S e E-W, com mergulhos de 60-75°W et 45-70°S, respectivamente. Em
campo, rejeitos normais são os mais frequentes, onde os veios mineralizados estão alojados
em sítios de abertura, tipo pull-aparts, desses sistemas de falhas. Essa configuração é
observada em diferentes escalas, desde a de afloramento até em seção delgada. Nesses
termos, observações petrográficas e de campo indicam que a formação dos veios
mineralizados teria ocorrido em quatro fases: Fase 1 [alteração de sericita e clorita, colocação
de aplito], Fase 2 [Quartzo 1], Fase 3 [Quartzo 2 + Pirita 1 + Galena 1 + Ouro 1 + Calcopirita 1]
e Fase 4 [Pirita 2 + Calcopirita 2 + Ouro 2 + Galena 2 + Fluorita]. O ouro se encontra
principalmente na Pirita 1, localizado em pull-aparts e fraturas perpendiculares à atitude do
veio, estando frequentemente associado à Calcopirita e à Galena. Esses dados sugerem um
modelo estrutural de formação em contexto extensional, onde a entrada de fluidos seria
contemporânea ao desenvolvimento de estruturas normais polifásicas. Adicionalmente, são
observados aplitos e pegmatitos nas proximidades de alguns veios mineralizados,
interpretados como estágios finais do magmatismo. Também são observados cristais de
feldspato (adulária?) nas bordas de certos veios, os quais podem representar a presença de
material magmático como preenchimento precoce dos veios de quartzo hidrotermal,
questionando portanto a existência de ligação entre o magmatismo e a formação dos veios.
Com intuito de compreender a transição entre as fases magmáticas tardias e a hidrotermal,
análises geocronológicas estão em andamento a fim de determinar as idades do magmatismo
(U-Pb em zircão), do hidrotermalismo (Ar-Ar em adulária e muscovita) e da mineralização (Re-
Os em molibdenita). Com o auxílio desses novos dados, espera-se contribuir com a
compreensão do modelo de depósitos de ouro do tipo «granite-hosted» e, em particular, com o
caso específico representado pelo depósito do Granito Passa Três, onde os veios de quartzo
não associados a stockwork, encontram-se mineralizados somente no interior do granito, não
sendo observados nas rochas encaixantes.
368
CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA E QUANTIFICAÇÃO DE MINÉRIO DE
NÍQUEL LATERÍTICO PELO MÉTODO DE RIETVELD
Espinosa, A.C.T.R.1; Neumann, R.1;
1Centro de Tecnologia Mineral – CETEM
Este trabalho analisou um minério de níquel laterítico brasileiro, de fase oxidada, desenvolvido
em parceria com Instituto Tecnológico Vale, Rede Níquel. O objetivo deste estudo é a
caracterização mineralógica em detalhe, determinando os minerais carreadores deste metal, e
se possível a distribuição do metal pelos seus carreadores, de forma a fornecer informações
mineralógicas indispensáveis ao desenvolvimento de sua rota de processamento pelos
parceiros integrantes da Rede. A amostra foi classificada em peneiras entre 300 e 20 µm, e a
mineralogia foi determinada e quantificada por difração de raios X (e método de Rietveld), com
detalhamento de mineralogia e texturas por microscopia eletrônica de varredura com EDS
acoplado. Os resultados da composição química medida da amostra e frações e aquela
calculada a partir da quantificação de fases pelo método de Rietveld tiveram uma boa
conciliação. O teor do minério é de 2,58% de NiO, e praticamente 60% do elemento está nos
finos (-20 µm), em quase 52% da massa total, e que limita seriamente a sua concentração
pelos métodos convencionais. Quase 80% do Ni está abaixo de 53 µm. A mineralogia do
minério, identificada por DRX, inclui quartzo, hematita, magnetita-maghemita, cromita, goethita,
actinolita, lizardita, clorita, crisotila e talco. Em menor quantidade, apenas identificados por
MEV/EDS, estão ilmenita, caolinita, barita, criptomelana, hollandita e possivelmente asbolana.
Nenhum desses minerais contém níquel como elemento essencial, que se apresenta como
elemento menor nos minerais. A análise da fração argila por DRX após solvatação com etileno
glicol e após aquecimento a 550°C não identificou esmectitas ou vermiculita, apenas clorita e
serpentina, e um discreto pico de talco. Amorfos foram descartados pela adição de padrão
interno (fluorita sintética). O refinamento da solução sólida magnetita-maghemita indicou a
presença de maghemita, não magnetita, condizente com seu caráter fortemente alterado.
Embora a goethita seja predominante na amostra, perfazendo ao redor de 27% da amostra, o
principal portador de níquel é a clorita (19% da amostra), com teor de NiO bem superior (7,3
contra 1,4% da goethita, e 3,3% em serpentina). A distribuição do níquel varia de 71,1 a 80,4%
em clorita, dependendo da faixa de tamanho de partícula, enquanto a goethita, o segundo
carreador importante, responde por 9,2 a 24,3% do elemento, com média ponderada de 19,4%
na amostra de cabeça. Na fração mais fina (-20 μm), que responde por mais de 50% da massa,
o teor menor de clorita e maior de goethita reduz a predominância do níquel associado ao
silicato. A caracterização mineralógica e tecnológica do minério foi fundamental para definir as
possíveis rotas tecnológicas viáveis para recuperação do níquel, que, apesar da predominância
de goethita, é majoritariamente portada por clorita.
369
O USO DE SI-FITÓLITOS EM PROSPECÇÃO DE OCORRÊNCIAS DE METAIS.
EXEMPLO DO MUNICÍPIO DE RIACHO DOS MACHADOS, MG, BRASIL.
FERNANDES-HORN, H.M.1; HORN, A.H.1; SAMPAIO, A.R.1; BAGGIO, H.2; RODRIGUES,
M.N.1; PRATES, L.D.1; MONTEIRO, B.A.A.1*; SOUSA, I.de P.1; SILVA, A.C.da S.1 & BILAL, E3
1 Universidade Federal de Minas Gerais; 2 Universidade Federal dos Vales de Jequitinhonha e Mucuri;
3Ècole des Mines de St. Etienne
370
ANÁLISE ESPACIAL DA DISTRIBUIÇÃO DE DEPÓSITOS MINERAIS:
REVISÃO DE MÉTODOS E IMPLICAÇÕES PARA OS CONTROLES
ESTRUTURAIS DAS MINERALIZAÇÕES IOCG EM CARAJÁS, PARÁ
Haddad-Martim, P.M.1; Souza Filho, C.R.1; Carranza, E.J.M.1,2
1Universidade Estadual de Campinas; 2James Cook University
RESUMO: Depósitos minerais são formados pela interação de vários processos geológicos e
estão condicionados por controles que favorecem a sua formação e preservação. Assim, o
entendimento destes controles de mineralização é fundamental para a exploração mineral, pois
permite focar os trabalhos em regiões onde estes controles estão concentrados. Neste
contexto, o estudo da distribuição espacial de depósitos minerais pode fornecer informações
importantes sobre os processos que atuaram em diferentes escalas, especialmente em casos
onde estes processos não se expressam claramente no conjunto de dados geológicos
tradicionais.
Uma vez que cada método de análise espacial caracteriza apenas um aspecto particular do
padrão analisado, inferências razoáveis sobre a distribuição espacial de depósitos minerais só
podem ser feitas após a integração dos resultados de diferentes abordagens. Entre os mais
relevantes métodos aplicados à análise da distribuição de depósitos estão a análise Fry e a
análise fractal. Neste trabalho, estes métodos foram aplicados em conjunto para a investigação
do padrão espacial da distribuição dos depósitos de óxido de ferro-cobre-ouro (IOCG) da
Província Mineral de Carajás, uma das mais importantes províncias minerais do mundo.
As dimensões fractais obtidas através das técnicas de box-counting e radial-density sugerem
que diferentes controles de mineralização agiram em escalas inferiores a 10-15 km, entre 15 e
40 km, e superiores a 40 km. Além disso, depósitos IOCG formam agrupamentos em distâncias
menores de 40 km, ao passo que estes agrupamentos formam alinhamentos em escalas
maiores que 40 km. Este comportamento espacial se reflete na definição de vários
alinhamentos WNW-ESE bem definidos, separados por distâncias de 20-40 km. Dentro destes
alinhamentos, os agrupamentos de depósitos se distribuem de maneira heterogênea.
A análise Fry indica que as estruturas mais importantes no controle das mineralizações IOCG
estão orientadas para WNW-ESE, E-W e NW-SE, com tendências secundárias a ENE-WSW e
NNE-SSW. Estas tendências estão claramente marcadas no diagrama Fry, cujo padrão
geométrico sigmoide sugere ainda uma história deformacional comum para os depósitos e as
sequências supracrustais que geralmente os hospedam. Este padrão de direções preferenciais
se mantem – com pequenas alterações – mesmo quando os depósitos são analisados em
subconjuntos definidos por sua idade ou vizinhos mais próximos.
A análise da dimensão fractal através da técnica moving box-couting sugere que os depósitos
estão localizados em áreas com dimensões fractais intermediárias a elevadas, bem como em
áreas onde ocorrem expressivas variações de dimensão fractal. Estas características
provavelmente refletem o fato dos depósitos estarem associados a áreas com padrões
estruturais de complexidade intermediária a alta, e também a alterações na permeabilidade
associadas a mudanças bruscas na complexidade do padrão estrutural, tais como nas zonas
de contato entre o embasamento e as rochas da cobertura metassedimentar.
Os resultados obtidos fornecem uma compreensão adicional sobre os controles estruturais dos
depósitos IOCG na região, e complementam os processos de avaliação do potencial e
exploração mineral na região de Carajás.
371
O DEPÓSITO DE NB DE SEIS LAGOS (AMAZONAS, BRAZIL)
Giovannini, A. L.1; Bastos Neto, A. C.1; Porto, C. G.2,3; Takehara, L.2; Pereira, V. P.1; Bastos, P.
H. S.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais CPRM;
3Universidade Federal do Rio de Janeiro
RESUMO: O Depósito do Morro dos Seis Lagos ocorre associado ao corpo principal do
Complexo Carbonatítico Seis Lagos descoberto pelo Projeto RADAM em 1976. O depósito, que
contém 2.897,9 Mt, com 2.81% Nb2O5 (Justo & Souza 1984) corresponde a uma crosta
ferruginosa formada a partir um tipo raro de carbonatito (siderita carbonatito). O perfil de
alteração desta crosta apresenta ao menos 250 m de espessura tendo sido reconhecidos 6 tipos
texturais/composicionais de crostas ferríferas nomeadas de: (i) crosta pisolítica; (ii) crosta
fragmentada; (iii) crosta mosqueada; (iv) crosta roxa; (iv) crosta manganesífera; (vi) crosta
marrom. Todas as crostas são essencialmente formadas por várias gerações de goethita e
hematita. Esta última predomina nas crostas intermediárias; a goethita predomina nas mais
profundas e volta predominar nas crostas mais superiores, indicando o retrabalhamento destas.
Na crosta manganesífera (10 m de espessura), os óxidos de manganês - principalmente
hollandita (~ 12% p. vol), com cerianita associada (1% p. vol) - ocorrem como vênulas ou massas
irregulares que cortam a crosta ferrífera. A formação da crosta manganesífera relaciona-se a um
evento tardio durante o desenvolvimento das crostas ferríferas. O nióbio está contido
principalmente em Nb-rutilo (com 10,52% a 26,86% de Nb2O5) que ocorre em todas as crostas
ferríferas, formado pela alteração de pirocloro e columbita (ambos raros, identificados apenas na
crosta marrom e no carbonatito). Nb-brookita (com 10,43% - 16,46% Nb2O5) ocorre de modo
frequente na crosta roxa e subordinado em todas as demais. Foi formada a partir do Nb-rutilo e
apresenta estrutura oolítica interpretada como anéis de Liesegang formados pelo intemperismo
que antecedeu o retrabalhamento das crostas superiores que resultaram no seu colapso e
consequente faturamento das estruturas oolíticas da Nb-brookita. O melhor balanço de cargas
para o Nb-rutilo e a Nb-brookita é obtido com todo o Fe na forma trivalente, os dois minerais
incorporaram o Nb pela substituição [Fe3+ + (Nb, Ta) = 2Ti]. Ambos possuem concentrações de
WO3 da ordem de 2% que pode representar um subproduto do minério de Nb. A concentração
média de Nb2O5 nas crostas ferruginosas (35 amostras do furo de sonda SG-01-AM) é de 2,91%.
A concentração média de TiO2 nas crostas superiores é de 5,00%. Os padrões normalizados de
distribuição dos ETR nas crostas mostram enriquecimento em ETRL nas crostas retrabalhadas
da parte superior do perfil e uma menor remobilização de ETRP na parte inferior do perfil. Na
bacia Esperança, uma depressão cárstica localizada na parte central do depósito, ocorre um
pacote de argila com 160 m de espessura, com teor médio de ETRL2O3 de 1,44%, na forma de
florencita-(Ce) neoformada.
372
PROSPECÇÃO DE AGROMINERAIS NO RIO GRANDE DO SUL
Toniolo, J.A.1; Parisi, G.N.1; Pinto, L.G.R.1
1
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – Serviço Geológico do Brasil
373
O NOVO CICLO DE MINERAÇÃO NO ESTADO AMAPÁ (2005-2015): UMA
ANÁLISE PRELIMINAR COM BASE NA ARRECADAÇÃO DE CFEM E DA TAH
Marcelo José de Oliveira1, Marco Antonio Chagas1
1
Universidade Federal do Amapá
RESUMO: A pesquisa teve como objetivo analisar o setor mineral do estado do Amapá nos
últimos onze anos (2005-2015), período considerado como de um novo ciclo de mineração no
estado. Foram investigados dois indicadores econômicos relacionados às receitas provenientes
da atividade de extração mineral e da pesquisa mineral, quais sejam: contribuição financeira
pela exploração mineral (CFEM), paga pelo detentor dos direitos de extração mineral e; a taxa
anual por hectare (TAH), devida pelo detentor do direito de pesquisa mineral no país. Ressalta-
se que, ao final dos anos 80 e 90, verificou-se um cenário de franco declínio da indústria
mineral no estado do Amapá. Já no inicio do presente século, fatores como o aquecimento do
mercado de commodities minerais e um cenário político institucional local favorável,
propiciaram a retomada mineração industrial no Amapá. Assim, a partir de 2005, tem início um
novo ciclo na região centro-oeste do estado, precisamente, no município de Pedra Branca do
Amapari. Inicialmente com um projeto de extração de ouro em mina a céu aberto e; em 2007,
outro destinado à extração de minério de ferro. Todavia, com a crise econômica mundial ao
final de 2008 e, o consequente desaquecimento do mercado de minerais, quais teriam sido as
consequências dessa crise ao setor mineral do Amapá? Os resultados da arrecadação de
CFEM no período de 2005 a 2015 mostram que o estado seguiu o comportamento crescente
da região norte e do Brasil, teve aumento médio anual de 28%, 1 a 2% acima da região e do
país, respectivamente. Há uma perda de arrecadação estadual somente a partir de 2014,
enquanto no contexto regional e nacional a redução ocorrera em 2013. Em relação à TAH, que
indica o interesse e investimento na pesquisa mineral, foram avaliados dois indicadores: o valor
pago, e o percentual de processos pagos. Quanto ao primeiro, observou-se que a tendência do
país foi de um ligeiro crescimento, com queda a partir de 2012. Já na região norte e no Amapá,
a tendência geral foi de certa estabilidade, embora tenha registrado um pequeno aumento até o
ano de 2009. Já o percentual médio de processos com TAH paga na região norte e no Brasil foi
de 96,7 e 97,7%, enquanto que no Amapá foi de 86,5%, sendo que em 2015, registrou apenas
58,9%, muito abaixo ao do país. Os dados encontrados indicam uma queda na produção
mineral e no investimento privado em pesquisa no estado do Amapá, que são evidenciados
pela perda de 42% da arrecadação de CFEM entre os anos de 2014 (máxima arrecadação) e
2015 e; no pagamento da TAH, que em 2015 foi de apenas 17% do maior valor arrecadado
em 2009. Com base nos resultados obtidos, conclui-se que o Amapá foi sensivelmente afetado
pela baixa do mercado internacional de commodities minerais, o que associado à paralisação
do porto de embarque de minérios, podem ter contribuído para inviabilizar o maior projeto de
mineração em atividade, dedicado à extração de ferro, hoje paralisado.
PALAVRAS CHAVE: MINERAÇÃO, ARRECADAÇÃO, AMAPÁ.
374
TIPOLOGIA DOS PEGMATITOS LITINÍFEROS DA REGIÃO DO MÉDIO RIO
JEQUITINHONHA – MG, PROVÍNCIA PEGMATÍTICA ORIENTAL DO BRASIL
Betiollo, L.M.1; Paes, V.J.C.2; Santos, L.D.2; Tedeschi, M.F.2; Moura, C.D.3
1Serviço Geológico do Brasil/SUREG-PA; 2Serviço Geológico do Brasil/SUREG-BH; 3IGC/UFMG
375
CARACTERIZAÇÃO METALOGENÉTICA DO DEPÓSITO AURÍFERO SERRA
ALTA, MUNICÍPIO DE MONTE DO CARMO (TO).
Maia, J.G.A.1; Souza, V.S.1; Oliveira, C.G.1
1Instituto de Geociências – Universidade de Brasília (UnB)
RESUMO: O depósito Serra Alta localiza-se no munícipio de Monte do Carmo, porção central
do Estado de Tocantins e está localizado no sudeste da Faixa Araguaia, na porção meridional
onde afloram extensas áreas de seu embasamento, inserida no contexto do Domínio Porto
Nacional – Nova Crixás. Historicamente, desde o século XVII, a região é conhecida pela
extração de ouro, no entanto, conta com pouco conhecimento geológico e metalogenético.
Sendo assim, o presente estudo objetiva a caracterização da mineralização aurífera no
depósito Serra Alta, envolvendo petrografia, inclusões fluidas, geoquímica, química mineral e
geocronologia. O Granito do Carmo, classificado como sienogranito, possui coloração cinza a
levemente rosado, é isotrópico, exibe textura inequigranular e é composto por ortoclásio,
quartzo e albita, além de discretos cristais de mica branca e zircão. O granito hospeda frentes
de alteração hidrotermal, onde os principais produtos são clorita, mica branca e carbonato.
Estudos geocronológicos U-Pb em zircão e Sm-Nd em rocha total no granito, apontam idade de
cristalização de 2083 ± 21 Ma, com valores TDM entre 2,05-2,15 Ma e εNd positivo. Esse granito
possui caráter peraluminoso, com assinatura alcalino-cálcica a calci-alcalina de alto potássio e
com tendências de granito tipo A alojado em ambiente pós-colisional. Exibe anomalias
positivas de Rb, K, Ta, La, Ce, Nd, Sm, Hf, Tb, Y, Tm e Yb, e anomalias negativas de Rb, Nb,
Sr, P, Zr e Ti. Apresenta um enriquecimento ETR leves e um ligeiro empobrecimento de ETR
pesados, com forte anomalia negativa de Eu. Dados litogeoquímicos revelam concentrações
anômalas para Cu, Pb, Zn e Au (1.7 e 3164 ppb). A mineralização do granito do Carmo é do
tipo filoneana, formada por um sistema de veios de quartzo com dois trends principais que se
intercruzam: NE-SW e NW-SE. De forma geral a mineralização de ouro está hospedada em
veios de quartzo NW-SE compostos basicamente por quartzo, sulfetos e ouro, frequentemente
associados às zonas de alteração hidrotermal, principalmente na região de cúpula do granito. A
principal paragênese sulfetada é representada por pirita, galena, esfalerita com microinclusões
e/ou exsoluções de calcopirita (chalcopyrite disease). O ouro ocorre tanto em grãos isolados,
de forma livre, como associados e/ou inclusos em cristais de pirita. O estudo de inclusões
fluidas foi realizado a partir de análises micropetrográficas, microtermométricas e de
microespectroscopia Raman em veios de quartzo mineralizados e permitiu a identificação e
classificação de três grupos de inclusões fluidas representadas pelos sistemas aquocarbônico
(H2O-NaCl-CO2), aquoso (H2O-NaCl) e carbônico (CO2). Os dados microtermométricos e de
micro Raman indicam composições homogêneas para as inclusões aquocarbônicas, com
ausência de outros gases. As inclusões aquosas possuem baixa salinidade. Os dados gerados
indicam que a mineralização está associada a fases hidrotermais exsolvidas na fase final de
cristalização magmática, provavelmente envolvendo separação de um fluido originalmente
homogêneo, de baixa salinidade, sob intervalo de temperatura entre 230 e 360°C e de pressão
entre 1 e 3 kbars.
376
DEPÓSITO DE COBRE-(NÍQUEL) JATOBÁ, PROVÍNCIA CARAJÁS (PA):
EVOLUÇÃO PARAGENÉTICA E FONTES DE ENXOFRE
377
CONTEXTO GEOTECTÔNICO DA PROVÍNCIA ÍGNEA DO ALTO PARANAÍBA
E SUAS IMPLICAÇÕES METALOGENÉTICAS: PROSPECÇÃO MINERAL EM
PRATINHA, MG.
Carneiro, M.A.1; Santos, S.Y.D.H. dos2; Borges, M.E.1
1CEFETMG/ARAXÁ; 2Maraca Mineração Indústria e Comércio - YAMANA.
RESUMO: Encaixadas ao longo das faixas móveis, das bordas oriental e setentrional da Bacia
do Paraná, ocorrem dezenas de intrusões alcalinas e/ou alcalinas/carbonatíticas,
compartimentadas em várias províncias, dentre essas, a Província Ígnea Alto Paranaíba
(PIAP). Entre essas, talvez seja PIAP a mais importante, haja vista a expressiva explotação de
nióbio e fosfato (Araxá e Tapira) e, também, pelo seu conteúdo de elementos de terras raras,
não esquecendo outros bens minerais, como o titânio, ainda sem rota de aproveitamento
industrial. Não obstante a presença desses bens minerais nas suítes carbonatíticas dessa
província, registra-se também, a presença de kimberlitos e outros litotipos vulcânicos, pela
região. Especificamente no caso da PIAP, as unidades litodêmicas da Faixa Brasília, que
suportam as várias suítes magmáticas dessa província, tem a sua evolução tectônica
decorrente da colagem neoproterozóica de três fragmentos cratônicos (São Francisco,
Paranapanema e Amazônico) quando da aglutinação do supercontinente Gondwana. A ruptura
tardia de parte desse supercontinente, após a fragmentação do supercontinente Pangeia, que
produziu as plataformas africana e sul-americana, e o arraste tectônico desta plataforma sul-
americana sobre a astenosfera para oeste e noroeste, capturou, ao longo desta trajetória,
inúmeros pulsos magmáticos, responsáveis pelo plutonismo e vulcanismo superimposto a esse
fragmento crustal. Posicionados em diferentes níveis crustais e, ao mesmo tempo, favorecidos
por diferentes taxas de intemperismo e erosão, as suítes dos pulsos magmáticos de
cristalização plutônica da PIAP contém substanciais reservas e minerais, como é caso de
Araxá, Tapira, Serra Negra, Salitre I, II e Catalão. No entanto, um desses pulsos que responde
pela anomalia magnetométrica de Pratinha, aparentemente similar as anomalias
magnetométricas de Araxá e Tapira, mas sem qualquer expressão geológica superficial,
encaixada em rochas do Grupo Canastra, a exemplo do complexo mineral de Tapira, possui
uma anomalia magnetométrica substancialmente expressiva. Estudada do ponto de vista da
prospecção mineral, após o mapeamento geológico de superfície, o mapeamento pedológico,
com coleta e análise geoquímica de amostras de solos de alvos selecionados, revelou teores
elevados de alguns elementos químicos, notadamente raros. Amparado por geofísica terrestre,
realizada sobre anomalia magnetométrica de Pratinha, cujos resultados, se comparados com o
levantamento aeromagnetométrico realizado pela CODEMIG, indicaram uma profundidade
entre 200 e 300 metros para o topo da intrusão. Assim uma sondagem rotativa preliminar foi
planejada e realizada. No entanto, os testemunhos recuperados até 500 metros indicaram que
o topo da intrusão está além dessa profundidade. Isso, no entanto, não descarta o interesse
geológico prospectivo pela anomalia magnetrométrica de Pratinha, cujos resultados da
prospecção geoquímica dos solos, desenvolvidos a partir das rochas do Grupo Canastra, que
lhe serve de encaixante, indicam a presença de elementos raros e, em teores, acima dos
padrões usuais para rochas metassedimentares pelíticas/psamíticas. Acredita-se que parte
desses elementos estejam relacionados a banhos hidrotermais oriundos da intrusão em
profundidade.
378
POTENCIAL AURÍFERO DO DOMINIO TECTÔNICO BACAJÁ -
ESTADO DO PARÁ
Macambira, E.M.B.1; Klein, E.L.2
SBG/CPRM-Serviço Geológico do Brasil, 1Superintendência Regional de Belém; 2 Divisão de Geologia Econômica
379
AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO DOS ISÓTOPOS DE Pb DO
DEPÓSITO EPITERMAL DE MARMATO, COLÔMBIA, E
APLICAÇÃO DESTES PARA A CARACTERIZAÇÃO DA
FONTE DOS FLUIDOS MINERALIZANTES.
380
nível mais profundo da mineralização aurífera de Marmato apresenta
assinatura isotópica característica de mineralizações pórfiras e os níveis mais
superficiais apresentam assinatura epitermal.
381
ORIGEM E COMPOSIÇÃO DOS MINERAIS DE URÂNIO DA MINERALIZAÇÃO
TIPO WITWATERSRAND DA FORMAÇÃO MOEDA, SERRA DO GANDARELA,
QUADRILÁTERO FERRÍFERO (MG)
Guimarães, F.S.1; Rios, F.J.1; Freitas, M.E.1, Lopes, N.B.1, Amorim, L. E. D. 1, Pedrosa, T.A. 1,
Palmieri, H. E. L. 1
1Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear
382
PROSPECÇÃO DE ROCHAS FOSFATADAS: AMBIGUIDADES NA
UTILIZAÇÃO DO MOLIBDATO DE AMÔNIO
NUNES, O.O.1, FERREIRA, A.X.1, PIAUILINO, P.F.1.
1Universidade de Brasília. Brasília, DF. Brasil. CEP 70910-900
383
PROJETO AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DO LÍTIO NO BRASIL
Paes, V.J.C.1; Santos, L.D.1; Betiollo, L.M.1; Tedeschi, M.F.1; Teixeira, L.R.1; Oliveira, F.A.R.1;
Perrotta, M.M.1; Mendes, D.1; Costa, M.A.C.1; Marques, E.D.1; Melo, T.G.G.1; Turra, B.B.1
O Projeto Avaliação do Potencial do Lítio no Brasil teve a sua primeira fase executada pela
Superintendência da CPRM de Belo Horizonte, a qual compreendeu um estudo detalhado de
área com 17.750 km2 no médio vale do rio Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais, parte da
Província Pegmatítica Oriental do Brasil, principal região produtora e detentora das reservas de
lítio do Brasil, além de um levantamento bibliográfico de outras áreas com ocorrências de lítio
no país. Por se tratar de um projeto de cunho prospectivo, as ações foram dirigidas para o
estabelecimento das condições determinantes (críticas) das mineralizações pegmatíticas de
lítio do Jequitinhonha e dos seus guias prospectivos, visando-se um aprimoramento dos seus
modelos genéticos e a proposição de um modelo exploratório que pudesse levar à definição de
áreas-alvo com maior probabilidade de conter depósitos do metal. As principais ações
compreenderam a geração de uma base geológica/estrutural adequada, envolvendo
compilação e mapeamento geológico de áreas com problemas cartográficos relevantes no
âmbito das mineralizações de lítio, o estudo meso e micro petrográfico e litoquímico dos
granitos da Suíte Єγ4S, geradora dos pegmatitos L-C-T, e o estudo das paragêneses
metamórficas, de contato e regional, dos metassedimentos encaixantes dos pegmatitos. No
âmbito das mineralizações, foram estudadas, no campo, e classificadas por tipologia, 45
concentrações de lítio, definidas as suas relações com as rochas encaixantes e efetuadas
amostragens de minerais dos pegmatitos, solos deles oriundos e de suas encaixantes para
estudos espectrais. Procedeu-se a medição, em laboratório, da reflectância das amostras e um
rastreamento, em imagens Aster, de assinaturas específicas que pudessem indicar a presença
de corpos pegmatíticos mineralizados no terreno. Aerolevantamentos gamaespectrométricos e
magnetométricos foram tratados com o objetivo de auxiliar a cartografia geológica e avaliar a
possibilidade de se discriminar zonas de alteração hidrotermal nas rochas encaixantes geradas
pelo posicionamento dos pegmatitos mineralizados. Informações da literatura sobre química
mineral de pegmatitos e litoquímica de rochas encaixantes de pegmatitos da região também
foram utilizadas, bem como sobre a utilização de geoquímica prospectiva de sedimentos de
corrente e concentrados de bateia na identificação de depósitos de lítio. A metodologia
aplicada propiciou um aprimoramento do modelo geológico dos depósitos de lítio em
pegmatitos L-C-T da região, tanto nas suas bases empíricas, através da descrição dos
depósitos e de todo o arcabouço geológico a eles associado, quanto genéticas, abordando os
processos geológicos que os geraram, o que culminou com a proposição de um modelo
exploratório para os pegmatitos L-C-T, fundamentado na identificação e espacialização dos
fenômenos e feições geológicos que desempenharam um papel na geração dos depósitos de
lítio na região, ou seja, dos metalotectos, bem como na definição dos guias prospectivos das
mineralizações. Ainda como resultados relevantes têm-se a extensão de áreas mineralizadas já
conhecidas, através da extensão dos seus metalotectos e da descoberta de novas
concentrações de lítio, e a identificação de novas áreas potenciais, através da espacialização
de metalotectos, corroborada pela descrição de novas concentrações de lítio.
PALAVRAS-CHAVE: LÍTIO; PEGMATITO; PROSPECÇÃO.
384
O DEPÓSITO DE ÓXIDO DE FERRO-COBRE E OURO DE FURNAS,
PROVÍNCIA MINERAL DE CARAJÁS: ZONAS DE ALTERAÇÃO
HIDROTERMAL E PARAGÊNESE DO MINÉRIO
Jesus, S.S.G.P1, 3; Monteiro, L.V.S.1,3; Iguma, B1,3; Melo, G.H.C.2,3; Rosendo, O.S.C 4;
Silva,A.J.C 4
1Universidade de São Paulo; 2Universidade Estadual de Campinas; 3 INCT Geociam; 4 VALE S.A
RESUMO:
A Província Mineral de Carajás concentra grande parte dos depósitos de óxido de ferro-
cobre-ouro (IOCG) reconhecidos no Brasil, com alta tonelagem e representatividade em âmbito
mundial. O depósito de Furnas (500 Mt @ 0,7% Cu) configura um trend mineralizado, com 9
km de extensão e direção preferencial WNW-ESE disposto ao longo da Falha Transcorrente do
Cinzento. A relação espacial desse depósito com corpos graníticos é expressiva: o granito
Cigano, paleoproterozoico, intercepta-o a leste, enquanto o granito Furnas, de idade incerta, é
aflorante no extremo oeste deste depósito. As rochas hospedeiras são representadas,
principalmente, por (estaurolita)-andalusita-muscovita-biotita xisto, na zona de lapa, e por
granada-biotita-anfibólio xisto na zona de capa. A paragênese metamórfica dos xistos máficos
inclui Fe-edenita e Fe-tschermarkita, com bordas hidrotermais de Fe-Cl-K-hastingsita. Relíquias
do granito Furnas, intensamente hidrotermalizadas, são reconhecidas, com dificuldade, em
testemunhos de sondagem. O granito Furnas foi submetido à alteração sódica pervasiva inicial
(albitização). Essa foi sucedida por intensa silicificação, concomitante à milonitização, e
posterior alteração potássica (biotita), que também foram registradas nas demais rochas
hospedeiras. Turmalinização foi posterior e/ou contemporânea à alteração potássica. Cristais
milimétricos de almandina, por vezes coalescentes, e porfiroblastos quimicamente zonados de
granada, com menores conteúdos de Mn nas bordas e maiores de Ca-Mg nos núcleos,
associam-se a frentes de alteração hidrotermal comuns nas diferentes rochas hospedeiras do
depósito. O expressivo metassomatismo de ferro é representado pela formação inicial de
grunerita, seguida por cristalização de magnetita, ao longo da xistosidade das rochas
hospedeiras. As rochas resultantes, constituídas essencialmente por grunerita-magnetita,
apresentam pseudomorfos de granada substituídos por magnetita. Um estágio hidrotermal
tardio foi responsável pela formação de rochas grossas e isótropas a localmente foliadas,
constituídas principalmente por Fe-Cl-K-hastingsita com textura decussada, que se associam
espacialmente a halos externos de alteração clorítica. Chamosita substitui parcial a totalmente
biotita, granada e anfibólios formados em estágios de alteração hidrotermal prévios. No estágio
principal de mineralização de cobre, os sulfetos constituem fronts de substituição nas rochas
ricas em (granada)-grunerita-magnetita, além de veios e vênulas interconectados, configurando
stockworks, e cimento de brechas hidrotermais com clastos angulosos de magnetita ou de
quartzo. O minério é constituído por calcopirita e bornita-calcocita com textura mimerquítica-
simplectítica, com ouro e Ce-monazita. Estágio tardio de mineralização de cobre se associa às
zonas de alteração com Fe-Cl-K-hastingsita e clorita e vincula-se a sistema de veios de
quartzo-hastingsita-calcopirita-(ouro) e de clorita-quartzo-biotita-albita-adulária-carbonato-
(calcopirita-calcocita-ouro), com texturas de preenchimento de espaços abertos. Ferberita
(FeWO4), wittchenita (Cu3BiS3), cassiterita, galena, hessita e carbonatos de ETR representam
fases subordinadas. Temperatura de 280-400ºC foi estimada para esse estágio de
mineralização a partir do geotermômetro da clorita. As rochas hospedeiras do depósito Furnas
revelam uma história metamórfica prévia ao intenso metassomatismo de ferro e ao estágio de
mineralização cuprífera principal, que compartilha características com a classe de depósitos
IOCG e possivelmente foi relacionado à reativação da Falha Transcorrente do Cinzento. O
estágio tardio de mineralização apresenta assinatura geoquímica (W-Bi-Sn-Pb-Ag-Te-ETR)
característica de granitos alcalinos do tipo A e pode refletir o papel da circulação de fluidos
resultante da colocação do Granito Cigano, paleoproterozoico.
385
OCORRÊNCIA DE Nb, Ta e ETR NA SERRA DO REPARTIMENTO (RR):
DADOS PERLIMINARES
Ballesteros, C.A.1; Velásquez M.E.1; Salazar, C.A1. Da Silva, P.M.1
1,Universidade Federal do Amazonas
386
MINERALIZAÇÕES DE OURO E COBRE ASSOCIADAS A VEIOS DE
QUARTZO EM ZONAS DE CISALHAMENTO, GARIMPO DE SANTO
ANTÔNIO, SW DE GUARANTÃ DO NORTE – MT, PROVÍNCIA AURÍFERA DE
ALTA FLORESTA (PAAF), CRÁTON AMAZÔNICO
Hatanaka, T.G.T 1,3; Barros, M.A.S. 1,2; Leite, J.A.D.1,2; Miguel-Jr, E.4
1Universidade
Federal do Mato Grosso; 2 Docente Programa de Pós – Graduação em Geociências; 3 Discente
Programa de Pós – Graduação em Geociências; 4 Cooperativa de Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto
RESUMO: O Cráton Amazônico representa uma das maiores entidades cratônicas mundialmente
conhecidas e, atualmente, vem sendo tratado como produto de múltiplos processos
magmáticos acrescionários/colisionais controlados por zonas de subducção, que se
desenvolveram ao redor de um núcleo arqueano no decorrer do Proterozóico. Estes processos,
apesar de não serem totalmente compreendidos, são tidos como responsáveis por
mineralizações que ocorrem em vários distritos metalogenéticos espalhados por todo o cráton,
uma vez que estudos tem mostrado uma íntima associação destes depósitos com a evolução
magmática-hidrotermal de sequências plutono-vulcânica (granitos/granitoides). Um exemplo
destes distritos é a Província Aurífera Alta Floresta (PAAF), uma extensa faixa cratônica de
direção E-W, localizada no norte do estado do Mato Grosso, composta predominantemente por
unidades plutono-vulcânicas que hospedam centenas de mineralizações essencialmente
auríferas. Destes depósitos, os melhores compreendidos ocorrem no setor leste da província,
alojados em granitos e unidades vulcânicas paleo a mesoproterozóicas, ao longo de um
lineamento de direção NW-SE, com aproximadamente 150 km de extensão, denominado Peru-
Trairão. Nesta porção, tonalitos, sienogranitos, monzogranitos, granodioritos e quartzo-
feldspato pórfiros, com idades entre 1,97 e 1,75 Ga, além de algumas poucas rochas do
embasamento (2,0 Ga a 1,98 Ga), abrigam as principais ocorrências minerais, as quais, de
acordo com seus modos de ocorrência, associação mineral e assinatura geoquímica, são
classificadas em: (1) ouro disseminado; (2) ouro em depósitos de veios estruturalmente
controlados; e (3) ouro + metais base em depósitos de veios estruturalmente controlados.
Dentro desse contexto, a área objeto de estudo situa-se no garimpo Serrinha de Santo Antônio,
uma mineralização aurífera relacionada a veios de quartzo situado no limite norte da PAAF,
mais precisamente a sudoeste do município de Guarantã do Norte – MT. O depósito em
questão não possui descrição petrográfica da rocha hospedeira devido a não ocorrência de
afloramentos em suas cercanias. Entretanto, dados isotópicos parciais tem permitido classificar
tal hospedeira como pertencente ao Granito Nhandú, o qual possui idade de cristalização
estabelecida entre 1.953 ± 6 Ma e 1.962 ± 7 Ma. Sua mineralização ocorre associada a um
sistema de veios de quartzo paralelos, com direções que variam de NW-SE até quase WNW-
ESE, e mergulhos sub verticais, envelopados por halos de alteração hidrotermal, que em sua
porção distal é composto por feldspato alcalino ± biotita ± quartzo, enquanto que na proximal é
basicamente formada por actinolita ± biotita. Sericita ± carbonato compõem uma alteração
tardia que substitui com mais intensidade os minerais proximais, principalmente a actinolita.
Cloritização também está presente, porém de forma tímida, alterando parcialmente as biotitas.
A mineralização de ouro, quando em profundidade, ocorre como inclusões em bornita,
calcopirita, pirita e covelita que preenchem fraturas milimétricas a centimétricas nos veios de
quartzo; próximo a superfície, o ouro ocorre livre, na forma de pepitas, associado a veios com
387
malaquita. Desta forma a área estudada corresponde a tipologia 3, ouro + metais base em
veios estruturalmente controlados.
388
PETROLOGIA E GEOQUÍMICA DOS ALBITITOS E ROCHAS ENCAIXANTES DO
FURO 10 (DEPÓSITO GAMELEIRA I), PORÇÃO NOROESTE DA
PROVÍNCIA URANÍFERA DE LAGOA REAL, BAHIA
Santos, C. M.1,2; Rios, F.J.,1,2; Freitas, M.E.1; Pedrosa, T.A1,2
1
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear – CDTN
2
Pós-graduação em Ciência e Tecnologia dos Minerais e Meio Ambiente - CDTN
RESUMO: A Província Uranífera de Lagoa Real (PULR) localiza-se na região centro-sul do estado
da Bahia e está inserida no Corredor do Paramirim, porção setentrional do Orógeno Araçuaí. É
formada pelas rochas do Complexo Lagoa Real, composto por rochas granitóides de 1,75 Ga
gnaissificados durante o Neoproterozóico, genericamente denominadas Granito são Timóteo, e
albititos de 956 Ma. A mineralização está associada aos albititos, rochas ricas em plagioclásio (albita
±oligoclásio), distribuídas ao longo de uma zona de cisalhamento de direção NNW/SSE e que
possuem origem controversa. Questiona-se se são produtos da alteração hidrotermal dos granitos
ou de origem magmática. Na porção noroeste da PULR localiza-se o Depósito Gameleira I, alvo
deste estudo. O furo estudado atravessa rochas graníticas e albititos de composição variada
(mineralizados ou não). O granito possui porções albitizadas e/ou gnaissificadas. Apresenta
granulação grossa (<8 mm), e é constituído por ortoclásio pertítico, quartzo, hedembergita,
hastingsita, biotita ± sulfetos. Zircão, apatita, ilmenita e titanita são acessórios. A ausência de
plagioclásio permite classificá-lo como um álcali-feldspato granito hipersolvus. Foram identificados
três tipos de albitito: granada-(GRAB), magnetita-(MAAB) (hospedeiro da mineralização), e biotita
albitito (BIAB). O GRAB ocorre com uma lente centimétrica no granito gnaissificado. O MAAB e o
BIAB ocorrem associados às porções intensamente deformadas, onde a foliação é contínua e a
granulação é fina. Os albititos têm textura porfiroclástica e matriz granoblástica poligonal. O GRAB
é constituído por andradita, hedembergita e quartzo; o MAAB por magnetita, hedembergita, Fe-
edenita e allanita e o BIAB por biotita e quartzo. Titanita, epidoto, zircão, allanita e sulfetos são
acessórios em todas as variedades. A paragênese de minério é dada por
uraninita+titanita+carbonato±zircão. A uraninita preenche espaços entre cristais e grânulos de
titanita ou de albita. Os granitos possuem alto K2O, SiO2 e razão Zr/Hf média de 40. Nas porções
albitizadas são mais enriquecidos em Na2O e empobrecidos em K2O. São metaluminosos, reduzidos
e possuem afinidade com granitos tipo-A ferroan, pós-colisionais. Os albititos, em relação aos
granitos, apresentam maior conteúdo em Na2O, MgO, V, W, Zr, menores em K2O, SiO2 e F e
possuem padrão de ETR idêntica. A razão Zr/Hf média é semelhante, mas há valores extremos (64).
Os padrões de elementos incompatíveis e terras raras do granito são equiparáveis aos do Granito
São Timóteo predominante na PULR, porém suas características petrográficas são indicativos de
uma fácies menos comum; menos grossa e sem plagioclásio. Os contatos gradacionais, a
semelhança petrográfica e o padrão de ETR entre granito e albitito sugerem origem comum a estas
rochas, porém petrograficamente esta transformação é mais nítida entre granito e granada albitito,
através da substituição da paragênese mineral entre as duas variedades. O MAAB pode não ter
preservado esta substituição devido à intensidade da deformação, ou pode ser resultante da
superimposição de processos diversos, já que possui várias gerações de minerais máficos. O
aumento da razão Zr/Hf dos granitos para os albititos também é indicativa de fracionamento
resultante da interação com fluidos hidrotermais. A foliação contínua pode ter facilitado a maior
circulação de fluidos responsáveis pela alteração e até pela mineralização.
389
UMA ABORDAGEM TECTÔNICA DO LINEAMENTO TOCANTINZINHO COM
BASE NA GRAVIMETRIA POR SATÉLITE
VASQUEZ; M.L.; CHAVES, C.L; FERREIRA M.V.; AMARAL, J.A.F.
390
GEOLOGIA E CARACTERIZAÇÃO DAS MINERALIZAÇÕES DE OURO
PRIMÁRIO DO DEPÓSITO ELDORADO DO JUMA, SUDESTE DO ESTADO DO
AMAZONAS
Grazziotin, H.F1
1CPRM – Serviço Geológico do Brasil
391
MAPEAMENTO GEOLÓGICO-ESTRUTURAL E ASPECTOS GEOQUÍMICOS
DA MINA DE CANAVIEIRAS SUL, BAHIA - BRASIL
Figueiredo, B.S.1; Santos, D.E.2; Santos, D.R.1; Borges, P.2; Santos, C.B.2;
1UFBA / Yamana Gold Inc - JMC (Jacobina Mineração e Com.); 2Yamana Gold Inc - JMC (Jacobina Mineração e
Com.)
392
MICROTOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE RAIOS X APLICADA AO
ESTUDO DE MINERALIZAÇÕES AURÍFERAS
Rossi, I.1;Trzaskos, B.2; Dressel, B.3
1Graduação em Geologia – Universidade Federal do Paraná. 2Departamento de Geologia da Universidade Federal
do Paraná; 3Programa de Pós-graduação em Geologia - Universidade Federal do Paraná;
393
PETROLOGIA, GEOCRONOLOGIA E METALOGENIA DO DEPÓSITO DE Au
PORTEIRA, PORÇÃO LESTE DA PROVÍNCIA AURÍFERA ALTA FLORESTA,
PEIXOTO DE AZEVEDO (MT).
Oliveira, D.R.P.1; Moura, M.A.1; Silva, F. R.1; Miranda, G. M. T.2
1Universidade de Brasília; 2Universidade Federal de Mato Grosso
A Província Aurífera Alta Floresta está inserida na porção centro sul do Cráton Amazônico e
apresenta grande potencial para depósitos de ouro de pequeno porte. O depósito Porteira possui
destaque como um dos principais produtores de ouro na província, com produção estimada em
400Kg de ouro entre os anos de 2005 e 2015. A mineralização está hospedada em hornblenda-
biotita monzodiorito com idade U-Pb em zircão (LA-ICP-MS) concordante em 1982 ± 8 Ma.
Rochas atribuídas à Suíte Intrusiva Matupá (1875 ± 13 Ma) e Granito Peixoto afloram nas
proximidades do depósito. Geoquimicamente, as rochas são classificadas como granitos cálcio-
alcalinos do tipo I, metaluminosos, pertencentes a série da magnetita em ambiente de arco
vulcânico. Análises de química mineral por microssonda eletrônica mostram que a biotita
magmática do hornblenda-biotita monzodiorito Porteira apresenta composição de biotita primária
reequilibrada, enquanto na Suíte Intrusiva Matupá e Granito Peixoto estas são primárias e
primárias reequilibradas. As análises de biotita das três unidades, plotadas em diagrama
discriminante de associação magmática, permitem classificá-las como biotita de granito cálcio-
alcalino. O anfibólio analisado nas três unidades possui composição variando entre magnésio-
hornblenda e edenita. A mineralização está hospedada em veio de quartzo (0,40 a 1,5m), tabular,
anastomosado e contato brusco com a encaixante cloritizada. Dados petrográficos,
litogeoquímicos e de química mineral permitiram distinguir seis tipos de alteração hidrotermal na
rocha encaixante do depósito: i) microclinização, estágio precoce, representado por paragênese
composta por cristais submilimétricos de microclínio + quartzo; ii) alteração propilítica, sobrepõe
a fase anterior, com a paragênese marcada por epidoto + clorita + quartzo ± sericita ± carbonato
± pirita ± calcopirita ± rutilo ± magnetita; iii) sericitização, marcada pela paragênese sericita +
clorita + quartzo ± rutilo ± pirita ± calcopirita; iv) biotitização, com assembleia de alteração
marcada por biotita + quartzo + K feldspato + pirita ± calcopirita ± rutilo ± epidoto. A biotita dessa
assembleia apresentou elevados valores em magnésio e baixos valores em titânio, sendo
classificada como biotita neoformada; v) cloritização, um dos estágios finais de alteração e ao
qual se associa o minério no depósito, cuja paragênese mineral é marcada por clorita + quartzo
+ sericita ± rutilo ± pirita ± calcopirita e vi) carbonatação, último estágio de alteração no depósito,
de estilo fissural, marcado por pequenas vênulas de carbonato + quartzo ou carbonato + quartzo
+ epidoto cortando os demais tipos de alteração. O minério é constituído predominantemente por
pirita ± calcopirita e ocorre de forma bandada e disseminada no veio. O ouro é moderadamente
rico em Ag (11,7 a 25,5 %), ocorre incluso na pirita, podendo também estar associado à
calcopirita. A relação espacial com rochas graníticas, a ausência de metamorfismo nas rochas
encaixantes e hospedeiras e o tipo de alteração hidrotermal identificado indicam processo
mineralizante relacionado a sistema magmático-hidrotermal. Embora não seja conhecida a idade
da mineralização no depósito, a idade de cristalização do hornblenda-biotita monzodiorito
encaixante sugere que o magmatismo granítico de arco vulcânico em torno de 1,98 Ga possa ter
contribuído para a gênese do ouro no depósito.
394
METALOGÊNESE DA JAZIDA AURÍFERA SATINOCO: PITANGUI MG
Velásquez M.E1.; Zárate A. H2., Salazar, C.A1.
¹ Professor do Curso de Geologia da Universidade Federal do Amazonas-UFAM
² Pesquisador da Universidad Nacional de Colombia-UNAL
395
MODELO DOS PROCESSOS SUPERGÊNICOS DA PORÇÃO SUDOESTE DO
DEPÓSITO DE Pb-Zn DE NOVA REDENÇÃO (BAHIA)
Liz, L.C.C.1; Liz, J.D.2; Almeida J.M.1; Brito, L.C.2; Araujo, I.B.A.2
1
PGAB/Universidade Federal de Sergipe; 2 DGEOL/Universidade Federal de Sergipe
RESUMO: O Depósito de Pb-Zn de Nova Redenção (Ba) está localizado na porção centro-leste
do estado da Bahia, onde é hospedado em rochas carbonáticas da Formação Salitre, na Bacia
Una-Utinga do Cráton São Francisco. Estudos desenvolvidos na porção sudoeste do depósito,
denominado Alvo Morro do Chumbo, possibilitaram a identificação de uma mineralização não
sulfetada resultante de processos supergênicos, que substituem quase completamente a
mineralização sulfetada original. Estes processos transformaram boa parte da mineralogia
primária, em fases equilibradas em condições oxidantes, restando poucas porções preservadas
nas quais é possível identificar a paragênese mineralógica original. A caracterização mineralógica
e química do minério, com auxílio da microscopia eletrônica de varredura, possibilitou identificar
uma mineralogia primária composta por: galena (PbS), esfalerita (ZnS), pirita (FeS2) e tennantita
de zinco (Cu10Zn2As4S13), bem como uma mineralogia secundária representada por: cerussita
(PbCO3), óxi-hidróxido de ferro (Fe2O3, FeOOH), anglesita (PbSO4) e covelita (CuS). Nas porções
preservadas do minério primário, a galena constitui o mineral mais abundante, ocorrendo na forma
de cristais grossos disseminados, ou como agregados anédricos cimentando brechas, bolsões,
veios e estratos. Os processos de oxidação são bem marcados neste mineral, o qual mostra
transformações para cerussita e anglesita. A presença de óxi-hidróxidos de ferro é atribuída à
transformação da pirita, enquanto que a covelita representa a alteração da tennantita em
condições oxidantes. Com base na caracterização mineralógica e textural do minério, foi possível
sugerir um modelo evolutivo para os processos supergênicos, simplificando-o em três etapas
principais: 1) Intemperismo - compreendeu a exposição do minério em superfície e proporcionou a
ativação dos processos cársticos, que possibilitaram o influxo de O2 e CO2 juntamente com a água
meteórica para dentro dos corpos sulfetados, iniciando o processo supergênico; 2) Oxidação –
abrangeu a geração de soluções ácidas ricas em íons SO42-, Zn2+, Pb2+ e As3+ com a oxidação da
mineralogia sulfetada a partir das transformações: pirita para óxi-hidróxidos de ferro, galena para
anglesita e tennantita para covelita, além da lixiviação da esfalerita; 3) Pós-oxidação –
caracterizada pela neutralização gradual das soluções ácidas que permitiram a substituição da
anglesita pela cerussita e a precipitação dos óxi-hidróxidos de ferro. A ausência de minerais
secundários de zinco, associados à mineralização estudada, sugere que a maior parte dos íons
Zn2+, resultantes da lixiviação da esfalerita no estágio de oxidação, foi transportada em solução
para porções mais distais do depósito. O entendimento destes processos supergênicos, pode
fornecer informações imprescindíveis na prospecção de chumbo e zinco da área.
396
LITOGEOQUÍMICA, QUÍMICA MINERAL E DIFRATOMETRIA DE RAIOS-X
APLICADAS AO ESTUDO DE ELEMENTOS TERRAS RARAS NOS MACIÇOS
GRANÍTICOS MOCAMBO E PEDRA BRANCA, PROVÍNCIA ESTANÍFERA DE
GOIÁS
Gondim, G. R1.; Vieira,C. C1.; Costa, N. C1.; Botelho, N. F1.
1Universidade de Brasília
RESUMO: Este trabalho aborda as ocorrências de elementos terras raras (ETR) nos maciços
graníticos Pedra Branca e Mocambo, localizados na Subprovíncia Estanífera Paranã,
pertencente à Província Estanífera de Goiás (PEG). Trata-se de granitos tipo A mineralizados
em estanho de idade paleoproterozóica, individualizados em duas suítes: pb1, mais antiga, de
tendência alcalina com elevados conteúdos de Nb, Zr, Th, Y e ETR, e pb2, de caráter meta a
peraluminoso, com teores maiores de Li, Rb, Sn e Ta, mas também enriquecidos em ETR. Os
ETR são encontrados tanto nos granitos preservados, com concentrações até 1000 vezes as
dos condritos, quanto ao longo dos perfis de alteração, onde se espera um enriquecimento nos
horizontes argilosos. Os solos originados nestes maciços em geral são pouco evoluídos, o que
favorece a acumulação dos ETR, predominando majoritariamente cambissolos, seguidos por
argissolos vermelho amarelo, latossolos vermelho-amarelo e neossolo litólico. Os principais
minerais primários portadores de ETR são monazita, xenotima, allanita, zircão e apatita. Como
minerais secundários foram identificados bastnaesita, parisita, fergusonita, monazita, xenotima,
fluocerita e oxifluoretos ainda de classificação duvidosa. A Difratometria de Raios-X (DRX) foi
feita em saprolitos e solos a fim de verificar e comparar minerais resistatos e neoformados
portadores de ETR. Como o esperado, os difratogramas acusaram uma mineralogia
semelhante à dos granitos parentais, porém não foram detectados minerais resistatos
portadores de ETR, e os argilominerais 1:1, caolinita e illita, foram os principais minerais
neoformados encontrados em ambos. A geoquímica foi executada em amostras de rocha,
saprolitos e solos. Também foram analisadas as frações argilosas dos solos do Mocambo,
separadas por técnicas de centrifugação com água Milli-Q, para evitar algum fracionamento
decorrente do pH. Os resultados de geoquímica de rocha total do Maciço Mocambo revelam
∑ETR de 413,9 a 1763 ppm e ∑ETRP+Y de 32,8 até 521,9 ppm. O comportamento observado
dos ETR ao longo de perfis de alteração indicou um saprolito empobrecido e um solo
enriquecido comparados ao material parental, com ∑ETR e ∑ETRP+Y de até, respectivamente,
2007,53 e 417,48 ppm nos solos. As concentrações são ainda maiores na fração argila, em
comparação ao solo total, chegando a ∑ETR de 3254,76 e ∑ETRP+Y de 791,97 ppm. No
Maciço Pedra Branca, os resultados são preliminares, porém já existem indícios de potencial
para concentração de ETR, com valores de ∑ETR de 388,65 a 1399,13 ppm e ∑ETRP+Y de
118,06 a 504,38 ppm e enriquecimento em amostras de rocha hidrotermalizada de até duas
vezes a concentração no granito normal. O comportamento dos ETR nos maciços graníticos
estudados é semelhante a descrições da literatura, inclusive em granitos da PEG, em que
níveis mais argilosos de perfis de alteração de rochas graníticas formam importantes depósitos
de enriquecimento por adsorção iônica através de processos de troca catiônica na superfície
dos argilominerais, com maior destaque para caolinita. Assim, os dados adquiridos até agora
nos maciços Mocambo e Pedra Branca atestam o grande potencial dos granitos tipo A da PEG
para geração de depósitos de ETR por adsorção iônica em argilominerais.
397
GEOLOGIA, PETROGRAFIA E TIPOLOGIA DO MINERIO DE FERRO COM
APATITA DE IPAPORANGA, BORDA OESTE DO ARCO MAGMATICO DE
SANTA QUITÉRIA, CE, BRASIL
Clovis Vaz Parente1; Cristian Dickson Araújo da Silva2 ; César Ulisses Vieira Veríssimo1,
Nilson Francisquini Botelho3; João Paulo Sousa de Castro4; Regilásio Carvalho Uchôa Filho4
1Universidade Federal do Ceará;
Programa de Pós-Graduação em Geologia, UFC;
3Instituto de Geociências da UNB;
Os depósitos e/ou ocorrências minerais ricos em apatita e magnetita tem sido agrupados em
dois grupos distintos: os nelsonitos e os depósitos do tipo Kiruna, também conhecidos como
IOA. Os primeiros são ricos em Ti, associados à formação de ilmenita, magnetita titanífera ou
ambos, e em apatita (30-50%), concentrando-se em anortositos e em complexos carbonatito-
foscoritos. Sua origem é aceita integralmente como magmática. O segundo apresenta menor
teor de Ti, com magnetita e/ou hematita, com variável quantidade de apatita (até 50%), cuja
origem é controversa, entre magmática e hidrotermal. Adicionalmente, ocorrem os depósitos
polimetálicos, ricos em sulfetos de Cu, magnetita e hematita (>10%), com ou sem Au, além de
P-U associados, conhecidos como tipo IOCG, sensu strictu. Alguns autores consideram os
depósitos IOA e IOCG como membros cedo e tarde, respectivamente, do mesmo sistema
mineralizador, enquanto outros os consideram como classes independentes.
No Ceará, as primeiras ocorrências de Fe-Ap-(Cu) do tipo IOA foram identificadas
recentemente, na região de Ipaporanga, borda oeste do arco magmático em epígrafe,
associadas à uma faixa metavulcano-sedimentar e metadioritos albitizados, provavelmente do
Neoproterozóico, recortadas por biotita granito pós-colisional. As rochas metavulcânicas são
bimodais, caracterizadas por metabasalto-andesíticos albitizados e metarriolitos, enquanto às
rochas de natureza sedimentar são compostas por calssilicáticas, mármores e gnaisses
pelíticos. Considerando seus aspectos tectono-metamórficos, magmatismo bimodal,
característico de ambiente extensional, e sua proximidade com o AMSQ, acredita-se que
tenham se desenvolvido no contexto do arco, provavelmente em bacia back arc. Seis tipos de
ocorrências minerais são reconhecidas: minério magnetitico-apatítico de aspecto tabular
ou stratabound encaixado nas rochas metavulcânicas bimodais, exibindo estrutura
orientada, às vezes, bandada, deformada, com dobras intrafoliais. È composto por
magnetita/titanomagnetita (50-70%), exibindo ou não exsoluções de ilmenita em treliça, e
apatita (5-20%), com monazita subordinada, recortado por um biotita granito pós-colisional que
lhe imprime uma importante fase de sulfetação (calcopirita e bornita); minerio magnético-
apatitico, isotrópico, de granulação fina com agregados de microcristais de apatita facetada,
sugestivo de origem magmática; minério magnetítico-hematítico fosfatado, isotrópico, que
se diferencia do minério anterior pela presença de hematita especularítica e uma associação
de silicatos hidrotermais, incluindo, epidoto, actinolita, podendo refletir o minério anterior
evoluído e/ou hidrotermalizado; minério magnetitico disseminado em intrusão quartzo
dioritica fortemente hidrotermalizada (alteração propilítica e argílica). É composto por magnetita
disseminada (5-20%) em matriz propilitizada, com cristais reliquiares de piroxênio cloritizado e
plagioclásio albitizado. Minério filoneano ou diqueforme com espessura entre 0,5 a 3m, junto
às rochas metadioríticas albitizadas. Compõe-se de magnetita (~70%), com ocorrências
reliquiares de clinopiroxênio alterados (~4%), com textura em cusp e cárie. Minério hematítico
maciço formado por hematita (~95%), euédrica a subédrica, com maclas polissintéticas,
envolvendo inclusões reliquiares de magnetita deformada e martitizada (~4%), contendo ainda
apatita e gorceixita, como acessórios. Minério magnetítico maciço tipo skarn
(exoescarnito?), em forma de blocos soltos, desenvolvido, provavelmente, sob a influência do
biotita granito. É constituído de magnetita (40%) e granada (35%), com clinopiroxenio, anfibólio
398
e clorita subordinados. A descoberta dessas ocorrências adquire expressiva importância
geológica e metalogenética, uma vez que não há registro de depósitos do tipo IOA no Brasil.
399
ESTUDO PETROGRÁFICO E VARIAÇÃO CRÍPTICA DO CROMITITO DE
MONTE ALEGRE SUL, COMPLEXO JACURICI – BA
Friedrich, B.M.1; Marques, J.C.1 , Dias, J.R.V.P. 1, Roos, S. 1, Botelho, N.F. 2, Frantz, J.C. 1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2Universidade de Brasília
400
MODELO DESCRITIVO DA MINERALIZAÇÃO DE ESMERALDA NA REGIÃO
DE MONTE SANTO –TO
Valentin, E.S.1; Caixeta, G.M. 1
1Universidade de Brasília
401
COPPER MINERALIZATIONS CONTROLLED BY BRITTLE STRUCTURES
FROM SEIVAL MINE, NEOPROTEROZOIC-CAMBRIAN CAMAQUÃ BASIN,
SOUTHERN BRAZIL
Lopes, R.W.1-2; Martini, A.1; Bicca, M.1; Mexias, A.S.1; Renac, C.2; Fontana, E.1-2, Petracco,
B.M.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2Université de Nice Sophia Antipolis
This study was developed in the Seival Mine, located in Lavras do Sul region, which is
composed by volcanoclastic rocks and andesitic dikes associations, belonging to the Hilário
Formation. This formation is positioned in the stratigraphic base of the Bom Jardim Group which
compounds the depositional sequence of the greater Camaquã Basin, of Neoproterozoic
depositional age (Ediacaran-Cambrian). These associations were deposited following evolved
tectonic stages of South Rio-grandense shield, controlled by N45°W (Ibaré Lineament) and
N40°E (Caçapava do Sul anomalous zone) oriented shear zones. The mineralization is
identified in 6 inactive mines with an average of 0.6-2.5% of copper and 15-70 ppm of silver. In
the Camaquã Basin, the copper and copper-gold mineralization occurs mainly in the Bom
Jardim and Santa Bárbara Groups. For the region of Lavras do Sul, the rocks from Seival Mine
does not show any influence from the metamorphic contact with the Lavras do Sul granite unlike
the other copper deposits near the area. Until now, a few studies have being developed to
understand the mineralization process and its main control in the region. Whit this premise, we
performed structural analysis dividing the description into macro (remote sensing data) and
meso (fieldwork structural measurements) scales. We have also used an optical microscope
and x-ray diffractometry to determine the mineralogy and alteration assembly. The faults and
fractures hosting mineralization show intense hydrothermal alteration in areas of highest brittle
deformation, locating most of the influence of a hydrothermal mineralization halo in rocks near
fault boundaries. The mineralization occurs at the intersection of main NE and NW (> 100
meters) oriented fault plans and near to pyroclastic deposits and lava flow pile lithological
contacts. The andesitic and trachy-andesitic dikes occur along NE oriented structures and
belongs to the lavas of the Hilário volcanism and may have contributed to the re-circulation of
fluids in the volcanic rocks favoring the remobilization and precipitation of the ore minerals in the
fault plans. The intense fracturing generates stockwork structures filled by clay (chlorite, mix
chlorite-smectite and corrensite), calcite and barite. Structural measurements enable to
determine an N-NE major trend for the mineralization and, consequently, for hydrothermal
alteration halos. Reactivation of brittle structures, that hosts the copper mineralization, is well
preserved in the fault plans and represented by horizontal and vertical fault slickenlines,
featuring dominantly transcurrent and normal movements. In this context, we conclude that the
mineralization was controlled by brittle structures without any influence of contact
metamorphism generated by igneous adjacent rocks, which also hosts hydrothermal clays and
copper deposits. These sulfides are remobilized by strain-relief areas characterized by intense
fracturing caused by the intersection of faults and fractures.
402
MÉTODOS DE PROSPECÇÃO E DESCRIÇÃO DOS DEPÓSITOS DE TOPÁZIO
EM HEMATITA, DISTRITO DE ANTÔNIO DIAS - MG
Fernandes, A.B.1; Marques, R.A1; Boulhosa,G.S.1; Soares, C.C.V.1; Vasques, F. S. G.2;
Medeiros Júnior, E. B.1; Peterle, D. T.1; Saturnino T. J. C.1 ; Campos, R.M.B.1
1Universidade Federal do Espírito Santo; 2Centro de Tecnologia Mineral
RESUMO: A área de estudo está situada no distrito de Hematita, município de Antônio Dias –
MG a aproximadamente 140 km de Belo Horizonte por meio da BR-381. A área alvo está
inserida na borda sudeste da porção meridional do Cráton São Francisco. As ocorrências de
topázio são encontradas principalmente em associação com granitos da Suíte Borrachudos e
pegmatitos, ambas litologias ocorrem muito alteradas na área estudada. A prospecção do
topázio se dá primeiramente de forma rudimentar, através de furos verticais com auxílio de
escavadeira manual. Esta técnica é empregada com a finalidade de encontrar diques, para
depois serem explorados na forma de túneis horizontais. As galerias rudimentares no solo/
saprolito não apresentam sustentação do teto do túnel e geralmente segue a orientação dos
diques. O topázio também é prospectado no talvegue das drenagens, onde se deposita devido
a sua alta densidade relativa, como ocorre no córrego do Congo. Os pegmatitos são muito
alterados, compostos por quartzo fumê (murion) euédrico, atingindo até 20 cm; caulinita; biotita;
muscovita; topázio, com algumas inclusões sólidas de minerais máficos; turmalina; e cristais de
água marinha, menos abundantes. Nas cotas mais altas, onde possivelmente é a área fonte
pegmatítica, ocorrem os topázios de alta qualidade gemológica. Esses são encontrados em
solo/saprolito com coloração avermelhada e pontualmente esbranquiçada, devido à presença
de caulinita. O topázio encontrado em áreas planas, próximo ao nível de base local, deve ter
sido transportado das áreas fonte, por isso é menor, mais fraturado, com superfícies foscas e
baixo grau de arredondamento e também está associado a cristais de quartzo fumê
extremamente fraturados que podem ser de coloração cinza-azulada. Nesses locais o solo é
esbranquiçado, essencialmente constituído por caulinita. As inclusões presentes no topázio são
de cor preta. Dados de espectrometria ramam apontam que estas inclusões são de cerianita. A
partir dessas informações foi desenvolvido um modelo relacionado à gênese desses depósitos,
que surgem por meio do intemperismo, transporte e deposição dos pegmatitos e granitos
pertencentes à suíte Borrachudos. O modelo é comprovado pelo fato de os depósitos proximais
serem constituídos por cristais maiores e mais bem preservados de quartzo e topázio, quando
comparados com os cristais menores, arredondados e muito fraturados dos depósitos distais.
Não menos importante o que contribui muito para a fragmentação do topázio nos depósitos
distais é que esse mineral possui clivagem perfeita na seção basal.
403
GEOQUÍMICA DOS METASSEDIMENTOS DAS FOLHAS: BELO HORIZONTE,
IGARAPÉ E OURO PRETO. QUADRILÁTERO FERRÍFERO - MINAS GERAIS.
404
O MANGANÊS DO OESTE DA BAHIA FRENTE AS RECENTES
DESCOBERTAS DE METAIS RAROS ASSOCIADOS.
Janoni, C.R.J.1; Barbosa, J.S.F.2; Souza, D.P.C.2; Castro, M.S.S.1; Araújo, L.M.1
1 Universidade Federal do Oeste da Bahia; 2,Universidade Federal da Bahia.
405
AS MINERALIZAÇÕES AURÍFERAS ASSOCIADAS AO GRUPO RIACHÃO DO
OURO/TERRENOS GRANITO-GREENSTONE DE NATIVIDADE NO
SUL/SUDESTE DO TOCANTINS – O ESTADO DA ARTE.
Nascimento, R.Q1; Alves, W.J.S.1; Janoni, C.R.J2.
1 Universidade Federal do Oeste da Bahia; 2,Universidade Federal da Bahia.
RESUMO: Este trabalho se expressa por uma revisão literária acerca da evolução dos
conhecimentos sobre as mineralizações auríferas na região de Natividade-Almas associadas
ao Grupo Riachão do Ouro e suítes graníticas intrusivas que compõem os terrenos granito
greenstone na porção sul-sudeste do estado do Tocantins. A região de Natividade-Almas é
alvo de faiscações garimpeiras desde o século XVIII como o desbravamento dos bandeirantes.
Há a ocorrência de vários depósitos de ouro e ocorrências localizadas na região de Natividade-
Almas no estado do Tocantins. Essas mineralizações possuem muitas características em
comum, ocorrendo ao longo de zonas de cisalhamento hospedadas em associações litológicas
de sequências metavulcanossedimentares. Entretanto a geologia dessa região ainda traz uma
série de indefinições quanto à classificação de compartimentos litoestratigráficos com
informações esparsas, este fato é o que justifica a revisão bibliográfica no intuito de demostrar
a evolução dos conhecimentos desde as primeiras pesquisas realizadas na região de
Natividade-Almas, integrando dados de vários pesquisadores procurando contextualizar a
situação atual desses depósitos auríferos e qual o modelo proposto para a gênese dessas
mineralizações. A reconstituição geológica de terrenos pré-cambrianos é uma tarefa bastante
complexa devido às deformações superpostas o que dificulta a hierarquização de formações e
grupos. A revisão bibliográfica demonstra que com o advento e maior acesso a ferramentas de
pesquisas geoquímicas e geocronológicas, novas nomenclaturas e denominações vão sendo
sugeridas para os terrenos arqueanos e proterozoicos que compõem o substrato geológico da
região de sul-sudeste do estado do Tocantins. Neste sentido as informações utilizadas para o
desenvolvimento deste trabalho, foram obtidas como importantes instrumentos de pesquisa, a
fim de contextualizar e registrar a evolução dos conhecimentos científicos acerca das
mineralizações auríferas nos terrenos granito-greenstone de Natividade-Almas. As informações
literárias são provenientes de publicações nacionais e internacionais sobre as mineralizações
auríferas na região de estudo, onde foram compilados e organizados dados bibliográficos
desde 1963 a 2015. Os dados bibliográficos evolutivos classificam os depósitos auríferos de
Natividade-Almas como do tipo Orogenic Gold. Comumente as mineralizações estão
associadas às sequências metavulcanossedimentares do Grupo Riachão do Ouro. Os dados
isotópicos sugerem que a gênese das mineralizações ocorreu no paleoproterozoico, entretanto
as concentrações ocorreram durante o Ciclo Brasiliano na geração de zonas de cisalhamentos
transcorrentes, onde fluídos hidrotermais migraram através de lineamento e fraturas,
evidenciando o forte controle estrutural imposto à região de estudo.
406
O OURO DE CORRENTINA NO OESTE DA BAHIA.
Nascimento, R.Q1; Janoni, C.R.J2.
1 Universidade Federal do Oeste da Bahia; 2,Universidade Federal da Bahia.
407
RELAÇÃO ENTRE ALTERAÇÃO HIDROTERMAL E MINERALIZAÇÃO DE
OURO NO DEPÓSITO SANTA HELENA, PROVÍNCIA AURÍFERA ALTA
FLORESTA (MT)
RESUMO: O depósito de ouro de Santa Helena está situado no extremo norte do estado do
Mato Grosso, na Província Aurífera Alta Floresta. O depósito é hospedado no granito Santa
Helena, com duas fácies: a fácies mais antiga (1986 ± 6 Ma) é representada por biotita
monzogranito a granodiorito, de granulação média a grossa, inequigranular, leucocrática,
constituída essencialmente de quartzo, plagioclásio (Ab0,97 An0,03), microclínio e biotita.
Magnetita, ilmenita, titanita, allanita, apatita, zircão e monazita são minerais acessórios.
Minerais secundários são representados por clorita, actinolita, titanita, epidoto, muscovita e
carbonato. A fácies mais jovem (1967 ± 3 Ma) compreende monzogranito a sienogranito. É
leucocrática, de granulação média a fina, equigranular. É composta por quartzo, microclínio e
plagioclásio (Ab0,98 An0,02) como minerais essenciais. Clorita, muscovita, epidoto, rutilo e
carbonato correspondem às fases secundária. Diques de composição andesítica cortam o
granito. São constituídos por plagioclásio (Ab0,93-0,5 An0,05-0,4), magnésio-hornblenda, augita e
quartzo. Os principais tipos de alteração hidrotermal reconhecidos são potassificação,
cloritização, sericitização, epidotização e carbonatização. A potassificação ocorre em maior
intensidade na fácies mais antiga e resulta na neoformação de microclínio e biotita hidrotermal.
A cloritização se deu primeiramente pela substituição da biotita ígnea nos granitos (clorita 1 e
2) e de piroxênio e anfibólio nos diques andesíticos; até resultar em rocha formada
essencialmente de clorita (clorita 3). A sericitização ocorre em ambas as fácies do granito. É
representada pela associação muscovita, quartzo e pirita. A epidotização ocorre de forma
pervasiva. A associação paragenética é representada por epidoto + quartzo ± carbonato. A
carbonatização é representada por veios e agregados, de ocorrência restrita, em que o
carbonato se associa com epidoto + clorita + microclinio + pirita ± calcopirita, além de constituir
o estágio de alteração mais tardio, na forma de vênulas monominerálicas. A clorita é
classificada como do tipo clinocloro. As cloritas 1 e 2 apresentam maiores teores de FeO. No
entanto, a clorita 3 apresenta teores de MgO mais elevados, entre 18 e 23%. A titanita
magmática tem Al2O3 próximo a 1,4% e La2O3+Ce2O3 entre 0,5 a 1,7%; titanita hidrotermal do
granito alterado possui Al2O3 superior a 1,7 % e La2O3+Ce2O3 <0,7%. A mineralização de ouro
é filoneana, alojada em fratura de cisalhamento de direção N25-30E. Associa-se a intensa
sericitização e cloritização das rochas encaixantes, em associação com pirita + calcopirita ±
sulfossais (Bi+S+Cu+Ag+Pb±Te±Se±Mo) ± magnetita ± ilmenita ± esfalerita. O ouro ocorre na
forma nativa, incluso e/ou fraturas na pirita. Subordinadamente ocorre mineralização de ouro
em veios e vênulas, sem direção preferencial, no granito da fácies mais jovem, afetado por
intenso faturamento acompanhado por forte sericitização. O estudo petrográfico indica que o
granito foi afetado por tectônica rúptil. O intenso faturamento gerou permeabilidade, permitindo
a infiltrações de fluidos hidrotermais. A forte alteração pirita-sericita-quartzo-clorita que ocorre
associada a fraturas foi acompanhada pela precipitação de ouro. Alterações semelhantes são
observadas em outros depósitos da província, aos quais atribuem modelos de origem
magmática-hidrotermal, relacionado a magmatismo cálcico-alcalino.
408
CONTROLE ESTRUTURAL NO ENRIQUECIMENTO SUPERGÊNICO DE
ROCHAS FOSFATADAS: UM EXEMPLO NO NORTE DA FAIXA BRASÍLIA
NUNES, O.O.1, FERREIRA, A.X.1, PIAUILINO, P.F.1.
1Universidade de Brasília. Brasília, DF. Brasil. CEP 70910-900
409
CARACTERIZAÇÃO DE DOIS CORPOS PEGMATÍTICOS SITUADOS NO
DISTRITO DE BERILÂNDIA, CE
Silva Filho, R.P.1; Cavalcanti, D.E. 2; Almeida, A.R. 3; Carnielli, Á.L.4; Alho, V.A.5.
1, 2, 3, 4, 5Universidade Federal do Ceará;
410
GEOLOGIA ISOTÓPICA DAS FORMAÇÕES FERRÍFERAS BANDADAS
CONTENDO AU DO CRATÓN SÃO FRANCISCO: MODELOS GENÉTICOS E
EXPLORATÓRIOS NA TRANSIÇÃO ARQUEANO PALEOPROTEROZÓICO".
Carlos Victor Da S. R. Filho.1; Elton Luiz Dantas.²; Simone, Cerqueira Pereira Cruz.³; Bernhard
Bühn4 Michael Bau4
1,2,4Universidade de Brasília 3Universidade Federal da Bahia; 4Jacobs University Bremen
RESUMO:
411
EVIDÊNCIAS DE PROCESSOS HIDROTERMAIS NA OCORRÊNCIA DE Ni - Cu
DA FAZENDA QUIRIBAS, DOMÍNIO CANINDÉ, NE - BRASIL
Lessa, C. M. N.1; Liz, J.D.1; Liz; L.C.C.2; Andrade J.O.1; Nascimento A.F.1
1
DGEOL/Universidade Federal de Sergipe; 2 PGAB/Universidade Federal de Sergipe
412
FATOS MARCANTES DO SETOR MINERAL DO ESTADO DO PARÁ
Collyer, T¹.; Braga,J. B. P².; Amaro G¹.; Gouvêa, J. L¹.; Vasconcelos, M¹.; Brito, M¹.; Andrei, C¹.
¹Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Pará; ²Departamento Nacional da Produção Mineral.
413
AVALIAÇÃO ESTRATIGRÁFICA E FACIOLÓGICA DAS MINERALIZAÇÕES
MANGANESÍFERAS SUPERGÊNICAS PORTADORA DE METAIS RAROS, NA
MINA PERDIZES, DISTRITO DE ESTIVA, SÃO DESIDÉRIO-OESTE DA BAHIA.
Ribeiro, B. P.; Silva, F.C.; Bonfim D. B.; Janoni, C.R.; Castro, M.S.S.
Universidade Federal do Oeste da Bahia.
414
CORRELAÇÃO ENTRE DADOS GAMAESPECTOMÉTRICOS E
MINERALÓGICOS DAS ROCHAS ALCALINAS NA MINA DOURADA, LAVRAS
DO SUL-RS *.
Martins, L¹; Almeida de, D.del P.M.²; Ilha, L. M.², Leandro, C. G.3; Barcellos, M. da R.4 Coutinho,
R. S.², Marques, M. da C.²
¹ Universidade de Brasília – UnB, ² Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA, ³Universidade Federal do Rio
Grande do Sul – UFRGS, 4Universidade Federal de Santa Maria – UFSM. * Projeto CNPq, processo Nº
165514/2014-0
415
ESTUDO DO CONTROLE ESTRUTURAL E DAS PERCOLAÇÕES DE
FLUIDOS HIDROTERMAIS, GERADORES DOS DEPÓSITOS AURÍFERROS
NA REGIAO DE NATIVIDADE-TO.
¹Unviversidade de Brasília.
416
NOVOS DADOS U-Pb SHRIMP E Lu-Hf EM ZIRCÕES DE ANFIBOLITOS DO
COMPLEXO RIACHO SECO, PROVÍNCIA BORBOREMA, BAHIA
Garcia, P.M.P.1; Misi, A.1;Sá, J.H.S. 1; Teixeira, J.B.G.2; Rocha, M.M.3;Nobreza, W.B.S.2
1Universidade Federal da Bahia, Grupo de Metalogênese e Exploração Mineral; 2Consultor Independente;
3Mineração Caraíba S/A;
417
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA DAS OCORRÊNCIAS DE BARITA NA
BORDA OESTE DA BACIA DO TUCANO
Almeida, D.Q.C.1; Garcia, P.M.P.1;
1Universidade Federal da Bahia, Grupo de Metalogênese e Exploração Mineral;
418
DIAGNOSTICO COMPARATIVO ENTRE OS TEORES DE METAIS RAROS
DETECTADOS NA MINA PERDIZES E NO VAU DA BOA ESPERANÇA NO
OESTE DA BAHIA.
Alves, V. A.1; Bonfim, D. B.1; Janoni, C. R.1; Silva, F. C.1; Carvalho, L. G.1;. Castro, M. S. S.1;
Ribeiro, B. P.1;
1Universidade Federal do Oeste da Bahia.
RESUMO: Este trabalho é uma síntese comparativa entre teores de metais raros (tálio) em
amostras coletadas na Mina Perdizes (município de São Desiderio) e no Vau da Boa
Esperança (município de Barreiras). O Vau da Boa Esperança ganhou notoriedade pela
descoberta de uma das maiores jazidas de Tálio (metal extremamente raro, estratégico e de
alto valor) do mundo, o que colocaria o Brasil como terceiro produtor mundial deste produto. A
Mina Perdizes está localizada a uma distância aproximada de 30 Km ao sul do Vau da Boa
Esperança. As duas áreas estão inseridas no domínio de cobertura do Cráton do São
Francisco (CSF) estabelecendo contatos imediatos com faixas orogênicas e bacias
sedimentares justificando a compartimentação geológica regional. As áreas são caracterizadas
pela presença das unidades marinhas neoproterozóicas do Grupo Bambuí que embasa as
rochas sedimentares de idade cretácea de origem continental flúvio-desértica depositados
sobre a Bacia Sanfranciscana representado na região Oeste da Bahia pelo Grupo Urucuia. Nas
áreas ainda ocorrem as formações superficiais cenozoicas, conhecida como Formação
Chapadão, que recobre as referidas unidades e onde é mais favorável a concentração de
metais raros através do enriquecimento supergênico geralmente associados ao minério de
manganês. Para alcançar o objetivo deste trabalho, foi realizado análises químicas
quantitativas focando exclusivamente nos teores de Tálio em amostras das duas localidades
através do método analítico de Voltametria de Redissolução Anódica com Pulso Diferencial.
Para a abertura, foi utilizado método de extração com água regia e adição de peroxido de
hidrogênio na degradação da matéria orgânica, esse método de extração é um dos métodos de
digestão parcial de maior recuperação de metais em relação a outros métodos. O maior teor
detectado na Mina Perdizes, através dessa técnica, foi de 512,04 ppm, enquanto que o maior
teor detectado no Vau da Boa Esperança, foi de 226,03 ppm, revelando que,
quantitativamente, os teores de tálio da Mina é de 227% maiores que os teores do Vau da Boa
Esperança. Portanto as localidades citadas bem como parte da região oeste da Bahia, carece
novas pesquisas geoquímicas no intuito de atestar a presença de metais raros e os respectivos
processos mineralizadores, haja vista que através deste comparativo é possível atestar que,
nas áreas dos chapadões do Urucuia, a supergênese atuou de forma mais intensa, do que nas
regiões intervales.
419
O CORPO ULTRAMÁFICO DE CACARIA, PIRAÍ, RJ:
CARACACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA, ANÁLISE METAMÓRFICA E
PROSPECÇÃO METALOGÊNICA
Campos, N.B.M.1; Silva, F.J.2
1, 2 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
420
CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA DE MINERAIS DE
MINÉRIO NA FÁCIES LOMBA GRANDE DA FORMAÇÃO SERRA
GERAL NA REGIÃO DE MORUNGAVA/RS
Bertolini, G. 1; Wildner, W. 2
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2Companhia de Pesquisa em Recursos Minerais
421
Controle estrutural da mineralização aurífera do depósito tipo
veio Peteca, Província Aurífera de Alta Floresta na região de
Flor da Serra, MT
422
paralelas à foliação, com esfalerita, galena, calcocita, ouro e teluretos de prata e
bismuto. No veio mineralizado 3 assembleias foram observadas com a evolução do
cisalhamento: quartzo, clorita, pirita; fraturas em pirita preenchidas por calcocita,
covelita, esfalerita, ouro e hessita; e pirita, ouro, rutilo, apatita e monazita. Estas
assembleias sugerem mesmo fluido mineralizante para veios e vênulas extensionais.
Microestruturas de deformação dúctil nos feldspatos sugerem que a rocha atingiu pelo
menos temperatura de 450 ºC, em níveis crustais superiores à 10 km de profundidade. O
paralelismo entre foliação milonítica, filonitos e o veio mineralizado sugere
contemporaneidade de formação a partir do mesmo vetor compressivo. O arranjo
estrutural e geodinâmico do depósito é concordante com depósitos do tipo ouro
orogênico. O depósito apresenta característica que sugere um sistema deformacional-
hidrotermal e relaciona os filonitos a condutos de fluidos e importantes guias
prospectivos. Entender o arranjo entre cisalhamento, veios e vênulas otimiza os
processos de exploração e planejamento de projetos futuros de prospecção.
423
Minerais portadores de ETRs no Albita Granito: Plúton Madeira
- Pitinga (AM)
CRUZ, A.S1; SALAZAR, C.A2; VELÁSQUEZ, M.E3
1. Discente de mestrado programa de Pós-graduação em Geociencias da Universidade
Federal do Amazonas-UFAM
424
argilominerais têm atitude geral N10-15°W/80°N. Os veios de fluorita estão
acompanhados de argilas geradas por intensa alteração hidrotermal da rocha
encaixante estes veios estão dispostos principalmente para o centro do plúton
encaixados em zonas de fraturamento subvertical. Os minerais portadores de
elementos terras raras (ETRs) encontrados nestas rochas são a xenotima
(YPO4) e a thorita (ThSiO4). Nas subfáceis albita granito de núcleo e borda foi
realizado analises pelo método IMS95A identificando concentrações em ppm
de Y (115,60) de Th (616,43) e teores em ETR, Ce(64,29), Dy(46,88),
Er(40,07), Eu(0,37), Ga(59,00), Gd(13,42), Ho(11,26), La(20,45), Lu(8,09),
Nd(22,99), Pr(8,36), Sm(12,51), Tb(5,85), Tm(8,12), Yb(58,32), disseminado no
AGB e AGN e pegmatitos com teor de ~1,615%. A paragênese destes minerais
está relacionada às fases tarde magmáticas e hidrotermais da fácies albita
granito. A thorita está principalmente disseminada no albita granito de núcleo
com maiores concentrações na forma de bolsões de albita granito com textura
grossa. A xenotima foi observada em diques pegmatíticos associada a
polilitionita e criolita.
425
POTENCIAL MINERAL PARA FE-TI-V DAS ROCHAS GABRÓICAS DO
MACIÇO MÁFICO-ULTRAMÁFICO PONTE NOVA (SP-MG)
Vaz, O. R. S.1; Salomão, M. S.1; Pereira, R. 1; Neumann, R.2,3; Garcia, P. 2, Pedroso, E. 1
1Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2Centro de Tecnologia Mineral; 3Programa de Pós-Graduação em
Geociências, Museu Nacional da UFRJ
426
METALLOGENIC EVOLUTION OF THE EASTERNMOST SEGMENT OF THE
PALEOPROTEROZOIC ALTA FLORESTA GOLD PROVINCE, AMAZONIAN
CRATON (BRAZIL)
Trevisan, V.G.1; Xavier, R.P.1; Assis, R.R.1
1Instituto de Geociências – Universidade Estadual de Campinas, Campinas
RESUMO:
The Alta Floresta Gold Province (AFGP), located between the Ventuari-Tapajós (2.0 –
1.8 Ga) and Rio Negro-Juruena (1.8 – 1.55 Ga) geochronological provinces (Amazonian
Craton, Mato Grosso state, Brazil) consists of Paleoproterozoic (1.95 – 1.75 Ga) plutonic-
volcanic sequences generated in continental arc settings and hosts a significant number of gold
deposits. In its easternmost segment, these deposits are distributed along a NW-SE striking belt
and are hosted by granitic systems, and, to a lesser degree, by volcanic/volcaniclastic
sequences. Its gold systems can be grouped into three main groups: (1) disseminated and
structurally-controlled vein-type Au ± Cu (Bi, Te, Ag, Mo) deposits; (2) structurally-controlled
vein-type Au + Zn + Pb ± Cu deposits; and (3) disseminated Cu + Mo ± Au deposits. This work
provides main geological characteristics of the first two mineralization groups.
Regardless the typology of gold systems, they are mainly hosted by tonalite to
syeno/monzogranite intrusions (1.98 Ga, 1.90 Ga and 1.87 Ga), quartz-feldspar porphyries
(1.77 Ga), and, to a lesser degree, basement rocks (2.0 Ga to 1.98 Ga) and
volcanic/volcaniclastic sequences (2.0 Ga). In some deposits, aplite and mafic intrusions of
unknown ages frequently contain gold mineralization.
The vein-type gold deposits are controlled by NNW-, NW- and E-W-striking shear zones.
These veins commonly display massive to banded textures (e.g. Paraíba deposit), whereas
open-space filling (e.g. comb, crustiform, zonal, colloform, cockade), recrystallization (e.g.
flamboyant or feathery), platy and vuggy textures are typically found in the Au + Zn + Pb ± Cu
group (e.g. Francisco, Luiz and Pezão). Stockwork veins and hydrothermal breccias are also
found in these deposits.
In all groups, gold mineralization occurs associated with pervasive phyllic alteration and
silicification enveloped by widespread potassic (K-feldspar or biotite) alteration. However,
disseminated gold mineralization associated with early pervasive sodic (albite) alteration is
locally recognized at the Pé Quente deposit. Outwards from the ore zones, carbonatization,
silicification, potassic (K-feldspar), propylitic and late veinlets with variable composition are
important hydrothermal alteration types, whereas argilic alteration is also found in distal zones
at the Francisco and Bigode deposits. The gold ore paragenesis in the Au ± Cu group consists
mainly of pyrite and variable concentrations of chalcopyrite and, to a lesser degree, magnetite,
whereas in the Au + Zn+ Pb ± Cu group is represented by pyrite and significant amounts of
sphalerite, galena, and minor chalcopyrite and digenite. In both groups, gold occurs as
inclusions mainly in pyrite and, to a lesser degree, in base metals (e.g. galena) or as free gold.
Deposits belonging to group (1) revel the coexistence between two-phase aqueous with
variable salinity and homogenization temperature, H2O-CO2 of low salinity and higher
temperatures and high saline aqueous fluid represented by halite-bearing fluid inclusions,
whereas those from group (2) dominated by aqueous fluids of low to moderate salinity and
variable temperatures. These data suggest a combination of heterogeneous entrapment by
immiscibility processes and fluid mixing during the evolution of the hydrothermal systems (group
1), besides boiling process (group 2). Moreover, stable isotopic data point to a predominant
contribution of magmatic H2O (group 1), whereas external fluids (meteoric) may have interacted
with magmatic fluids in the case of the vein-type Au + Zn + Pb ± Cu systems (group 2).
The group (1) exhibit pyrite and molybdenite Re-Os isochron ages from 1782 Ma to 1792
Ma, whereas sericite 40Ar-39Ar plateau ages from the sericitic alteration halo of the Francisco
deposit (group 2) yielded ages between 1779 and 1777 Ma, suggesting that at least part of the
427
ore-forming processes may have been correlated with the third felsic magmatism, with the
emplacement of the Colíder (1.78 Ga) and Teles Pires (1.79 – 1.75 Ga) suites.
Collectively, all these data suggest that the disseminated and vein-type Au ± Cu and Au +
Zn + Pb ± Cu deposits represent magmatic-hydrothermal systems that developed at different
crustal levels and/or distance from the magmatic source. The Au ± Cu deposits tend to form at
deeper crustal levels at pressures of 1 kb to 3.6 kbar, whereas the Au-base metal deposits may
have been emplaced at epizonal levels (~ 0.7 kbar). The geological characteristics of the Au ±
Cu systems fit neither those of deep-seated porphyry-style mineralization nor of intrusion
related gold systems, but the Au + Zn + Pb ± Cu systems show many similarities to intermediate
sulfidation polymetallic and (high-sulfidation?) gold-copper-bearing epithermal systems.
428
AVALIAÇÃO DO POTENCIAL DE TERRAS RARAS NO BRASIL
RESUMO: Os depósitos e ocorrências de elementos terras raras (TR) no Brasil são conhecidos
e estão associados principalmente a rochas alcalinas carbonatíticas (que hospedam os
depósitos economicamente mais importantes), rochas graníticas tardias e depósitos tipo placer.
Os depósitos de TR brasileiros mais importantes economicamente estão associados aos complexos
alcalinos carbonatíticos. As mineralização de TR ocorre associado as minas de nióbio e fosfato, podendo
os TR ser extraídos como subproduto durante o processamento do minério.. No depósito de Araxá
(MG), por exemplo, desde 2013 a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM)
está produzindo compostos de TR do rejeito da planta de beneficiamento de nióbio. Em outras
regiões, os depósitos alcalinos carbonatíticos apresentam limitações de questões legais, como
Morro dos Seis Lagos (AM), ou de pouca reserva, como Barra do Itapirapuã (SP/PR). Neste
tipo de depósito, a monazita é o principal mineral minério com fosfatos aluminosos
subordinados, e são compostos preferencialmente por TR leves (TRL).
As rochas graníticas tardias, por sua vez, formam outro tipo de depósito primário, pois, as fases
finais da granitogênese estão enriquecidas em TR (elementos incompatíveis). Atualmente, no
Brasil, existem duas minerações realizando estudos de viabilidade econômica nesta tipologia
de depósito, são elas: Mineração Taboca SA, no depósito de Pitinga em Presidente Figueiredo
(AM) e a Mineração Serra Verde, no Granito Serra Dourada em Minaçu (GO). O mineral de
minério de Pitinga é a xenotima, caracterizada por cristais prismáticos milimétricos dispersos na
matriz granítica e/ou podem ocorrer na forma de veios relacionados ao faturamento que corta o
corpo álcali-granito Madeira. Por outro lado, as mineralizações econômicas do granito Serra
Dourada estão relacionadas às frações argilosas que ocorrem acima da zona saprolítica do
biotita granito. A mineralização deste depósito está sendo denominada como depósito do tipo
íons adsorvidos em argilas. Este tipo de depósito apresenta como atrativo, maiores teores de
TR pesadas (TRP).
No início do século passado, o Brasil foi grande produtor de monazita em depósitos do tipo
placer marinho. Atualmente, a exploração deste tipo de mineralização é pouco provável, por
constituir depósitos pequenos e dispersos e a monazita ser rica em TRL com alto teor de Th.
429
buscar novos depósitos em diversos países, bem como a reabertura/reavaliação de minas
paralisadas. Neste sentido, no Brasil, alguns setores governamentais passaram a reunir os
diversos setores públicos e privados para discutir a criação de ambiente propício para
desenvolver a cadeia produtiva de TR no país. Dentro do Plano Nacional de Mineração 2030,
coube à CPRM, entre outras questões, a identificação de alvos estratégicos para suprir as
demandas minerais da indústria de alta tecnologia. Para TR foi executado entre 2012 e 2014, o
Projeto Avaliação do Potencial de Terras Raras no Brasil.
430
MAPA DO POTENCIAL ECONÔMICO DAS ROCHAS DA REGIÃO DO
RIBEIRÃO DO TAICI, LESTE DO PARANÁ
431
O COMPLEXO MÁFICO-ULTRAMÁFICO DE BARRO ALTO (CBA) UMA
IMPORTANTE UNIDADE GEOLÓGICA/METALOGENÉTICA PARA A
ECONOMIA LOCAL DE BARRO ALTO - GO
Costa, D.H.¹; Alves, V.A.²; Bonfim, D.B.³; Castro, M.S.S. 4; Santos, L.J.5; Silva, F.C.6;
Janoni, C.R.7
1;2;3;4;5;6;7Universidade Federal do Oeste da Bahia - UFOB, Rua Professor José Seabra de Lemos, 316, Recanto
dos Pássaros, 47808-021, Barreiras, BA, Brasil.¹ Curso de Geografia, Centro das Humanidades. 2;3;4;5;6;7 Curso de
Geologia, Centro das Ciências Exatas e das Tecnologias.
O município de Barro Alto está localizado na Região Centro - Oeste do Estado de Goiás, na
microbacia do rio dos Patos, afluente do rio Maranhão, na microrregião de Ceres, também
conhecida como Vale do São Patrício. O município teve sua instalação em 01 de janeiro de
1959 com território de 1.093 km². Segundo o IBGE sua população era de 10.031 habitantes no
ano de 2015. Estudos anteriores mostram que em meados dos anos 2000, Barro Alto se
integrava à classe dos municípios mais pobres do estado de Goiás, com baixo dinamismo
econômico e grau considerável de miséria. Atualmente o município e região vêm passando por
um acelerado processo de modernização de sua economia onde plantações de cana-de-açúcar
e seringueira substituem gradativamente a tradicional pecuária. Porém uma das principais
causas das mudanças no perfil da economia local foi à instalação de empresas mineradoras.
No ano de 2010 a empresa Anglo American (CODEMIN) aprovou investimentos de 1,2 bilhões
de dólares para produzir 36.000 toneladas de níquel e em 2002 a Anglo adquiriu a área do
deposito de Barro Alto por 35 milhões. Geologicamente a região está inserida sobre o
Complexo Máfico-Ultramáfico de Barro Alto (CBA), constituído por um terreno granulítico
exposto no interior do Maciço de Goiás, Província Tocantins, com um comprimento no eixo
mediano aproximado de 153 km, largura entre 8 e 25 km e área total de 2.860 km2. Esse
Complexo é dividido estratigraficamente em duas séries acamadadas, uma inferior (SAI) e
outra superior (SAS). O Complexo Barro Alto, juntamente com o de Niquelândia e de Cana
Brava, constitui as maiores intrusões acamadadas máfico-ultramáfico de filiação toleítica do
Brasil, representando uma das principais áreas para a exploração/explotação de níquel
laterítico e cobre, além de apresentar áreas mineralizadas para elementos do grupo da platina
(EGP). Destaca-se ainda a caracterização de importantes depósitos de bauxita associados às
rochas anortosíticas do complexo onde foram definidas reservas para cerca de 300 toneladas
com teores entre 47,40 e 52,64% de alumina aproveitável. Registra-se ainda uma pequena
lavra abandonada de amianto, próximo à localidade de Santo Antônio da Laguna, explotada na
década de 1950 pela Sociedade Anônima Mineração de Amianto (SAMA). O maior investidor
no setor mineral no município de Barro Alto foi a Anglo American até o ano de 2015 quando a
unidade passou a operar no vermelho por conta das continuas baixas do preço no níquel no
mercado internacional. A tonelada da commodity caiu de US$ 15,9 mil, em dezembro de 2014,
para US$ 8,7 mil em dezembro de 2015, podendo levar a empresa a operar com reduzido
quadro de funcionários na parte operacional e consequentemente levando a redução na
produção do minério.
432
CARACTERIZAÇÃO DO DEPÓSITO DE COBRE COMPLEXO RIACHO
SECO/BA
José Batista Siqueira1; Rodrigo Roseno de Andrade¹
1Universidade Federal de Sergipe - UFS
A área deste trabalho está inserida na porção central do Complexo Riacho Seco, no extremo
nordeste do estado da Bahia, em sua porção básica-ultrabásica, e localiza-se no município de
Curaçá-BA, pertencente ao Terreno Pernambuco-Alagoas, porção sul da Província Borborema.
Este trabalho caracteriza as rochas e mineralizações do Complexo Riacho Seco, o qual
consistiu em etapas, iniciando com revisão bibliográfica, atividades de campo, coleta de
amostras e análise macroscópica. Após estas etapas foi feita a petrografia das amostras
coletadas, possibilitando a identificação dos constituintes mineralógicos e feições em
microescala, bem como integração dos dados obtidos. As principais litologias são
representadas pelo Complexo Metamórfico Migmatítico que abrange os gnaisses migmatíticos,
os biotita gnaisse e gnaisses quartzíticos. O litotipo dominante apresenta textura
granolepidoblástica, com palhetas orientadas de biotita, intercalado a bandas granoblásticas de
cristais achatados de plagioclásio, microclina e quartzo. Como acessórios ocorre titanita,
magnetita, ilmenita, apatita e zircão. Rochas básicas as quais foram classificadas como
anfibolitos, compostos por quantidades variáveis de hornblenda, plagioclásio, diopsídio, quartzo
e granada. Exibem coloração verde-escura, granulação fina a média, estrutura orientada, com
alinhamento dos cristais de hornblenda e textura granoblástica a granonematoblástica. Aos
quais geralmente estão associadas às mineralizações de cobre. Rochas calcisilicáticas que
apresentam o diopsídio e a actinolita como os principais componentes, além de plagioclásio,
epidoto, quartzo e carbonato, que aparecem em percentagens muito variáveis. Como
acessórios, aparecem, geralmente, hornblenda, granada, titanita e apatita. Também verificou-
se a presença de sulfetos em rochas calcisilicáticas. Mármores ocorrem geralmente como
níveis subordinados às calcisilicáticas. Apresentam coloração cinza-clara, esverdeada a rósea,
com pontuações verde-escuras, granulação média, estrutura levemente orientada a maciça e
textura granolepidoblástica a granoblástica. Além da calcita, há clorita, diopsídio, flogopita,
tremolita, cummingtonita, apatita e magnetita, como acessórios. Biotita gnaisse tem coloração
cinza-escuro, granulação média a grossa, estrutura orientada e textura granolepidoblástica. É
composto, principalmente, por feldspato e biotita, sendo que estes dois minerais alternam-se
em predominância, resultando ora uma rocha quartzo feldspática, ora um biotitito. A granada,
com uma distribuição bastante irregular, aparece geralmente em grãos grossos e bem
formados. A cianita está relacionada a níveis com predominância de biotita, e sua percentagem
também é bastante variável. Esses biotititos possuem características diferentes daqueles
associados às rochas básicas, principalmente quanto à ausência de mineralizações e presença
de granada e cianita. As intercalações de rochas básicas-ultrabásicas, transformadas em
anfibolitos, são hospedeiras da mineralização de cobre, e também as calcisilicáticas. Os
sulfetos são constituídos por calcopirita, bornita, pirita e calcocita; e os minerais oxidados de
cobre, apresentam-se, como disseminações de malaquita e crisocola. Essas rochas e as
mineralizações nelas alojadas, foram submetidas a transformações metamórficas, em
corredores estruturais específicos ou armadilhas, que contribuíram para o enriquecimento
através de processos endógenos. Além disso, processos exógenos, através de enriquecimento
supergênico responsabilizaram-se pelas transformações das mineralizações sulfetadas, na
zona de oxidação, e agora são representadas por malaquita ± goethita ± óxidos de manganês.
433
A PROSPECÇÃO MINERAL PARA PETRÓLEO E APROVEITAMENTO DE
CARBONATOS PARA FERTILIZANTES MEDIANTE A LEGISLAÇÃO NA
SUBBACIA DO IRATI.
Conforti, Renata Silva
1 -Ms. University of the State of Rio de Janeiro-UERJ, e-mail: renatauerj2012@gmail.com
A cada país possui sua legislação e cumprimento com rigorosidade e acordos em vários e diferentes
convenções internacionais, fator este que protege o meio ambiente da atividade ambiental como as
Leis indiretamente. Assim, o presente estudo tem como objetivo verificar as legislações existentes
em prol de melhor aplicabilidade do método avaliado.A mineração é um dos ramos que contribuem
para economia e construção, no ramo da civil quanto da agricultura de forma específica, no ramo
petrolífero a economia baseada em combustível e energia também. No uso de certas extrações como
calcário para melhoramento do solo como ferilizantes. O potencial de rocha carbonática para a
agricultura e a relação petrolífera dentro do Legislativo, é o principal objetivo do trabalho.
Contemplando a possibilidade de extração, ao Licenciamento e seus constituintes. O potencial do
experiemento da camada de carbonato, a marga para fertilizantes e suas problemáticas ambientais
são parâmetros de propriamente ao ramo petrolífero em escala local. Com o constituinte, carbonato,
salinidade e prospecto para óleo e gás em matéria orgânica imatura. A extração para este tipo de
prospecto diverge das tradicionais. Uma vez haver necessidade de implantação no aquecimento da
jazida, como método não convencional para matéria orgânica imatura. Utlizado na década de 70 ,
mais ou menos. Com catalisadores para tal prospecto, seja hidrogeológico ou térmico. Para os
condicionantes legislativos, o distanciamento de área de proteção e preservação ambiental de
acordo com o CONAMA propicia a preservação das camadas seqüenciais de prospecção de
fertilizantes. Inversamente correlacionado a hipersalinidade como selante a matéria orgânica. Numa
bacia hipersalina com corpos hídricos próximos a área, a tendência é infertilidade do solo, perda de
carbonato por hidroquímica dos rios ou corpos hídricos em proximidade. Existem dois tipos de
folhelhos de matéria orgânica, os betuminosos e os pirobetuminosos. Os primeiros contêm
impregnação orgânica na forma de betume e o revela através à base de sulfeto de carbono. Os
pirobetuminoso enecerram matéria orgânica sólida (querogênio), necessitando de aquecimento para
liberar compostos orgânicos líquidos e gasosos (Cabral Junior et. al. 2001). O trabalho partindo da
descrição bibliográfica, para melhor caracterização, do tipo de folhelho e qual mecanismo atribuído
e com isso, qual legislação aplicável. Trabalhou com os dados de pirólise Rock Eval, o S2, resíduo
insolúvel com o tipo de querogênio. Emulsão de Carbono e Oxigênio para o ambiente, anóxico ou
não.A área e produto de estudo, a Lei 6.766/79 sobre o parcelamento do uso do solo urbano e outras
434
providências; A Lei 9.966/2000 sobre a prevenção, controle e a fiscalização da poluição causada por
lançamentos de óleo e outras substâncias nocivas ou perigosas em água; Autorização da Agência
Nacional de Petróleo (ANP), indicando que a empresa privada ou consórcio estão aptos, sob Art
177; Lei n° 9.478/90 que dispõe sobre proteção de cavidades naturais subterrâneas no território.
Alcança a Convenção de n ° 169 da OIT, Decreto n° 5.051/2004. A área sobre espessura dos
carbonatos para fertilizantes, não chega a abranger e esta dentro da menção a Resolução do
CONAMA n° 347/04, não chegando a um Patrimônio Espeleológico, como o decreto n° 99.556/90.
Porém em estudo em maior profundidade, extração e desestabilização possível do solo, dá espaço a
Portaria Normativa n° 887/90 da Espeleologia Nacional, área críticas e definindo ações e
instrumentos necessários para sua proteção e uso adequado. Definindo pela constituição federal art.
20 cavidades naturais subterrâneas existentes no território nacional como bens da União. No
Licenciamento Ambiental da atividade, em questão, onshore. A análise técnica, atividade terrestre,
escoamento de óleo e gás natural, de competência do IBAMA, através da Diretoria de
Licenciamento e Qualidade Ambiental (DILIQ). O qual as atividades licenciadas, abrangem.
Levantamentos de dados sísmicos; atividade de perfuração; produção para pesquisa e produção de
petróleo e gás natural.
435
FOSFORITOS PALEOPROTEROZOICOS DA REGIÃO DE JUAZEIRO (BA),
BAHIA BRASIL.
Oliveira, L.R.S.1,2; Misi, A.1,2; Sá, J.H.S.1,2; Marques, J.C.3; Câmara, I.S.1,2; Santana, P.R.R.1,2;
Nascimento, R.S.A1
1
Universidade Federal da Bahia - IGEO-UFBA,2Grupo de Metagênese e Exploração Mineral, CPGG-UFBA;3Universidade
Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS
436
CARACTERIZAÇÃO DA ARSENOPIRITA NO CORPO INGÁ E SUA RELAÇÃO
COM A MINERALIZAÇÃO DE OURO, CRIXÁS-GO
Souza, R.G.1; Frantz, J.C.1; Castoldi, M.A.S.1e2; Marques, J.C.1; Santos, B.A.2; Costa, D.A.2;
Lunkes, M.K.2
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul,2AngloGoldAshanti
O corpo de minério aurífero Ingá, atualmente operado pela empresa AngloGoldAshanti – Serra
Grande, localiza-se no greenstonebelt de Crixás, Província Tocantins, inserido no Maciço de
Goiás. Consiste de uma sequência supracrustal vulcano-sedimentar metamorfisada na fácies
xisto verde a anfibolito inferior, que contém a sexta maior reserva de ouro do Brasil. A
sequência está constituída da base para o topo pelas formações Córrego Alagadinho
(komatiitos), Rio Vermelho (basaltos toleíticos) e Ribeirão das Antas (filito carbonoso e
metagrauvacas). Metamorfismo, deformação e intrusões graníticas contribuíram para a
complexidade geológica da região e na formação de diferentes estilos de mineralização
epigenética de ouro. O corpo de minério Ingá está hospedado na Formação Ribeirão das
Antas. A zona mineralizada possui corpos de minério com dimensões de 1 a 3 metros de
espessura e 350 a 900 metros de comprimento ao longo do mergulho, atingindo cotas
negativas entre 800 e 1000 metros. O corpo Ingá está dividido em duas zonas segundo o estilo
de mineralização: Zona Inferior e Zona Superior. Na Zona Superior a mineralização ocorre
como lentes de sulfeto maciço hospedado em dolomitos. Na Zona Inferior a mineralização
ocorre como ouro livre em veio de quartzo massivo, no filito carbonoso adjacente, e nas
fraturas, bordas e como inclusões em arsenopirita idiomórfica e, mais raro, na borda de rutilo e
pirrotita. O presente trabalho tem como objetivo principal caracterizar a relação do ouro com a
arsenopirita na mineralização do corpo aurífero Ingá. Na caracterização do corpo aurífero
foram estudadas amostras de quatro testemunhos de sondagem, que interceptaram o corpo de
minério Ingá ortogonalmente. Como metodologia se utilizou descrições petrográficas (luz
transmitida e refletida) e análises de minerais por EDS em Microscópio Eletrônico de Varredura
(MEV). Na caracterização petrográfica foram identificadas duas fases texturais de arsenopirita.
A primeira fase é alotriomórfica, com cristais variando entre 0,024 mm a 15 mm, orientados
segundo a foliação principal Sn, sem indicação de associação com ouro. A segunda fase
ocorre na forma de cristais idiomórficos de arsenopirita, de até 19 mm, com ocorrência de ouro
em fraturas, como inclusões ou junto a bordas dos cristais. A arsenopirita idiomórfica foi
analisada em MEV, onde foram identificadas duas gerações do mineral. A arsenopirita
idiomórfica I é cinza escuro, está concentrada no centro dos cristais, e tem evidências de
dissolução. A arsenopirita idiomórfica II é alterada e tem o ouro preferencialmente associado a
ela, apresenta coloração cinza claro e ocorre na borda dos cristais, tendo composição média
enriquecida em As e empobrecida em S em relação à arsenopirita idiomórfica I. Os teores de
Fe permanecem similares na composição média das arsenopiritas idiomórficas I e II. O avanço
da pesquisa com mais detalhes, da química mineral de arsenopirita assim como do ouro,
possibilitará um maior entendimento sobre os processos metalogenéticos atuantes na gênese
do corpo de minério Ingá.
437
DETERMINACIÓN CALCOGRÁFICA DEL PÓRFIDO CHITA SUR, SAN JUAN, ARGENTINA
Pugliese, Franco Eduardo1; Ayala, Rosa Francisca1; Pugliese, Luis Eduardo1 Cejas Gabriela
RESUMEN
Este trabajo tiene como objetivo la caracterización mineralógica de la mena del pórfido “Chita Sur”, que se
encuentra ubicado en el sector noroeste de la Provincia de San Juan, Argentina. Durante la investigación, se
realizaron trabajos preliminares para la determinación de los puntos de muestreo en superficie, los cuales
consistieron en una revisión bibliográfica, fotointerpretación geológica de detalle de la zona, utilizando imágenes
satelitales de alta resolución y un análisis litológico, geomorfológico, estructural y de alteraciones.
Una vez finalizada la etapa de muestreo, se realizó la caracterización petrológica de las muestras obtenidas,
recurriendo a técnicas calcográficas complementadas con cortes delgados y/o análisis químicos. Con la información
obtenida de los estudios calcográficos se determinó la mineralogía de mena.
Como resultado de este estudio el pórfído se caracterizó por ser multifase. Es por ello que coexisten
minerales que cristalizan en diferentes estadíos y que son afectados por alteraciones hidrotermales de distintos tipos
y de diversas intensidades.
El sulfuro de hierro dominante es la arsenopirita y no la pirita, a diferencia de lo que sugieren otros estudios
realizados en el área. Esto puede tener su explicación en el hecho de que la arsenopirita se halla junto con pirita y
pirrotina, formando agregados que aparentan ser monominerales (de pirita).
La arsenopirita, pirita y pirrotina, contienen exsoluciones submicroscópicas de oro, las cuales durante la
observación al microscopio pueden pasar inadvertidas en la superficie de los minerales portadores, de ahí la
relevancia de la determinación calcográfica.
Por otro lado, se encontró esfalerita (como mineral accesorio) con exsoluciones de calcopirita. El hallazgo
de este mineral serviría como termómetro geológico, ya que se da en un rango de temperatura que va entre 350 y
400°C. Asimismo, se encuentra esfalerita masiva, como inclusión dentro de la arsenopirita y pirita, lo que aportaría
una evidencia para soportar la idea de la multiplicidad de fases de este pórfido.
En la zona central, potásica, se identificó titanomagnetita, como mineral accesorio. Este óxido, de
relativamente alta temperatura, hace las veces de termómetro geológico, marcando el límite superior de temperatura
de formación de este sistema porfídico en alrededor de 700°C. Esto tiene correspondencia con el límite superior de
temperatura de formación establecido por Sillitoe (2010) en su modelo genético para los sistemas porfídicos
cupríferos.
Por todo esto, se determinó que la mineralogía de mena de este cuerpo porfídico está constituida por
calcopirita, tetraedrita, oro, esfalerita, galena, bismutinita, bornita, covelina, estefanita y polibasita.
438
EXPLORAÇÃO MINERAL DE ETR NA REGIÃO DE ARAGUARI E CASCALHO
RICO – MG
439
MINERALOGIA E QUIMICA MINERAL DAS OCORRENCIAS DE
OURO DO GREENSTONE BELT ANDORINHAS, RIO MARIA,
PARÁ.
REIS, M.A.1, SOUZA, S.R.C. 1; BOTELHO, N.F.1; VIANA, C. S.1
1Universidade de Brasília
440
scheelita, mineral de tungstênio também não descrito em trabalhos anteriores.
A ocorrência desse mineral junto com ouro pode trazer novos subsídios para
compreensão da gênese do minério, já que o tungstênio ocorre na região
formando depósitos econômicos como a mina de Pedra Preta.
441
POTENCIAL ECONÔMICO PARA DEPÓSITOS DE ETR NO MACIÇO
GRANÍTICO PEDRA BRANCA, PROVÍNCIA ESTANÍFERA DE GOIÁS.
Costa, N.O.1, Gondin,G.R.1, Botelho, N.F.1
1Universidade de Brasília
RESUMO: O presente estudo tem como principal enfoque os elementos terras raras (ETR) que
ocorrem em importantes concentrações no maciço granítico Pedra Branca, situado na parte leste na
Província Estanífera de Goiás, mais precisamente na Subprovíncia Estanífera Paranã. O maciço possui
importantes depósitos de estanho e é constituído por granitos do Tipo A, metaluminosos a
peraluminosos, com idade entre 1740 e 1769 Ma. O objetivo da pesquisa em realização no Maciço
Pedra Branca é identificar a potencialidade econômica dos ETR a partir de estudos de minerais, rochas
e solos. Esse trabalho apresenta a distribuição de ETR em granitos mais preservados, granitos
greisenizados e greisens do maior depósito de estanho do maciço, denominado de Faixa Placha. O
biotita granito dominante, denominado de g1b, apresenta teores de ETR até 1000 vezes maior que o
condrito. Nesse granito, os elementos terras raras leves (ETRL) apresentam teores entre 580 e 954
ppm, destacando Ce, com teores entre 230 e 461 ppm, enquanto os elementos terras raras pesadas
(ETRP) têm teores entre 221 e 366 ppm, destacando Y, com teores entre 133 e 216 ppm. As amostras
de granitos greisenizados revelaram que a concentração dos ETRL é mais elevada em relação aos
ETRP, com exceção de algumas amostras em que os valores dos ETRP, acima de 500 ppm, estão
mais elevados que os ETRL até 448 ppm. Entre os ETRP, chama a atenção os valores de Y, entre 119
e 296 ppm, Gd, entre 20 e 56 ppm, e Dy, entre 21 e 59 ppm, sendo que a média dos ETRP é de 152
ppm. Um greisen mineralizado em Sn também foi analisado e, assim como os granitos greisenizados,
apresentou maior concentração de ETRL em relação aos ETRP, com 306 ppm de La, 514 ppm de Ce,
259 ppm de Nd e 292 ppm de Y. Foram analisados minerais de ETR e minerais portadores de ETR,
como zircão, apatita e fluorita. Entre os minerais de terras raras, além de monazita e allanita, o
destaque é a xenotima com 20% de óxidos de ETRP, além do Y. Nas rochas greisenizadas e greisens,
ocorrem muitos fluoretos de ETR, enriquecidos principalmente em ETRL. Zircões metamícticos
analisados podem apresentar alta concentração de ETRP, com até 10,8% de Y2O3 e 5,2% de óxidos
dos demais ETRP. A apatita pode conter até 8% de ETR. A fluorita apresenta valores de óxidos de
ETRP que chegam a 1.6 % e um total de óxidos de ETR de até 29.8%, provavelmente devido a
microinclusões de minerais secundários de ETR. Os resultados obtidos até agora indicam que o Maciço
Pedra Branca possui um granito dominante muito rico em ETR e que a greisenização atuante nesse
granito provoca um enriquecimento, elevando a concentração de ETR acima dos 1000 ppm. Esses
valores sugerem possível potencialidade econômica na Faixa Placha para aproveitamento de ETR
como subproduto do estanho. Além disto, abrem também a perspectiva para formação de depósitos de
ETR do tipo adsorção iônica em argilo-minerais, tema de futura investigação no maciço.
442
Caracterização da mineralização sulfetada do corpo Várzea do Macaco no
Complexo Máfico-ultramáfico Jacurici, Cráton São Francisco, Brasil.
Dias, J. R. V. P.1; Marques, J. C.1; Frantz, J. C.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
443
RECONHECIMENTO DE ESTRUTURAS IGNEAS EM DERRAMES
VULCÂNICOS: APLICAÇÃO NA PESQUISA DOS JAZIMENTOS DE GEMAS
DA FRONTEIRA OESTE DO RIO GRANDE DO SUL
Bergmann, M.1; Lopes, W. R. 1; Ilha, L. M.2; Parisi, G. N.1; Rocha, P. G. 1.
1Companhia de Pesquisa em Recursos Minerais – CPRM – Serviço Geológico do Brasil ; 2 UNIPAMPA –
Universidade Federal do Pampa.
444
CONTROLE E EVOLUÇÃO ESTRUTURAL DE DEPÓSITOS DO TIPO
PÓRFIRO-EPITERMAL DA PROVÍNCIA AURÍFERA DE ALTA FLORESTA:
DISTRITO DE UNIÃO DO NORTE - MATO GROSSO
Matos, J.H.S.N.1; Xavier, R.P.¹
1Universidade Estadual de Campinas
RESUMO: A Província Aurífera de Alta Floresta (PAAF) (1,9-1,75 Ga), localiza-se na porção sul
do Cráton Amazônico, entre as províncias geotectônicas Ventuari-Tapajós (2,0-1,8 Ga) e Rio
Negro-Juruena (1,8-1,55 Ga), é uma sequência plutono-vulcânica que hospeda uma série de
depósitos de Au e metais de base (Cu-Zn-Pb±Cu) associados. A maioria desses depósitos é
estruturalmente controlada e interpretada como sistemas magmático-hidrotermais. A parte leste
da PAAF, no distrito de União do Norte, apresenta depósitos de Cu-Mo disseminados, Au+Cu e
Au+Zn+Pb±Cu estruturalmente controlados (filonares). Apesar da favorabilidade para a sua
prospecção, algumas incertezas como a(s) fonte(s) para os metais e fluidos hidrotermais e os
principais controles das mineralizações, comprometem a elaboração de modelos prospectivos
mais refinados que possam indicar possíveis ore-shoots na região. A região de União do Norte
é composta pelas seguintes unidades: (i) Sequência vulcanoclástica; (ii) Granodiorito União do
Norte (1,85 Ga); (iii) Pórfiro União do Norte (1,77 Ga) e; (iv) Diques máficos. As mineralizações
associam-se espacialmente as unidades (i), (ii) e (iii). Dados de campo permitiram identificar
conexão, através de estruturas, entre as intrusões de quartzo-feldspato pórfiro que hospedam o
depósito Ana Cu-Mo e os depósitos de Au filonares. Estas intrusões estão localizadas
aproximadamente a 1 km dos depósitos de Au (Ana Au-Cu, União e Carrapato). Duas famílias
de estruturas principais foram registradas (D1 e D2). D1 é caracterizada por foliação milonítica
discreta com direção geral N70W e inflexões E-W, vertical a subvertical, configura uma zona de
cisalhamento sinistral com 4 km de extensão. D1 hospeda 3 depósitos nas inflexões E-W de
conteúdo metalífero variável de leste para oeste. Os depósitos nas porções leste e centro-oeste
são compostos por veios quartzo-sulfetados maciços, com associação de Au-Cu na porção leste
(depósito Ana Au-Cu; V1) e Au+Zn+Pb±Cu (depósitos Carrapato e União; V2). As estruturas D2
cortam as D1 e configuram um conjunto de falhas transcorrentes sinistrais com atitude N20-40E
vertical, e máximo de 1,5 km de extensão, essas estruturas hospedam veios de quartzo-
magnetita mineralizados em Au (V3). D2 conecta as intrusões porfiríticas mineralizadas a Cu-Mo
com os depósitos auríferos em D1. Veios de quartzo com textura de preenchimento de espaço
(V4) cortam todas as demais estruturas e apresentam direção predominante N60W vertical.
Relações espaciais e temporais sugerem que D1 foi formado em um nível crustal mais profundo
com σ1 na direção NE. Neste caso, D2 poderia ser produto do mesmo evento de D1, porém em
estágios tardios rúpteis com σ3 na direção NW. V3, que corta todas as estruturas, apresenta
características típicas epitermais, e representa rotação dos vetores de tensão. De acordo com
esta ideia e presumindo-se um modelo do tipo pórfiro-epitermal, sugere-se que as intrusões de
quartzo-feldspato pórfiro mineralizadas em Cu-Mo foram a fonte para os fluidos mineralizados.
Estruturas D2 serviram como condutos para os fluidos, enquanto que as estruturas D1 como
possíveis barreiras para mineralização, que se concentrou nos espaços produzidos nas inflexões
E-W. Nessas estruturas houve precipitação de Au-Cu próximo às intrusões e Au+Zn+Pb±Cu em
regiões mais distais. V3 representa o estágio epitermal final na evolução do sistema hidrotermal.
445
POTENCIAL ECONÔMICO PARA ETR COMO SUBPRODUTO DO ESTANHO
E/OU PARA DEPÓSITOS DE ETR DO TIPO ADSORÇÃO IÔNICA EM
GRANITOS DO TIPO A DA PROVÍNCIA ESTANÍFERA DE GOIÁS
Botelho, N.F1 , Santana, I.V1, Vieira,C. C1 , Costa, N.O.1, Zapata, A.M.1
1Universidade de Brasília
RESUMO: Anomalias de elementos terras raras (ETR) são de longa data registradas em
rochas graníticas da Província Estanífera de Goiás (PEG). Mais recentemente, notícias de
implantação de uma mina em depósito de ETR do tipo adsorção iônica no Maciço Serra
Dourada, situado na parte oeste da PEG, tornou a província um alvo potencial para depósitos
econômicos, principalmente de terras raras pesadas (ETRP). Atualmente vários projetos de
pesquisa acadêmica estão sendo desenvolvidos na área, com o objetivo de destacar os
maciços graníticos com maior potencial para concentrações econômicas de ETR. A maior parte
da província é constituída de granitos tipo A2, com idades entre 1770 e 1650 Ma, portadores
dos depósitos de estanho mais importantes. Esses granitos são individualizados em duas
suítes, Pedra Branca, a mais antiga, e Serra Dourada, ambas de tendência alcalina, com
elevados conteúdos de Rb, Sn, Zr, Th, Nb, Y, F e ETR. Em ambas as suítes, as concentrações
de ETR em granitos normais ultrapassam 1000 vezes a concentração nos condritos,
aumentando significativamente em granitos albitizados ou greisenizados. Nos granitos
primitivos da PEG, teores de ETRP+Y entre 400 e 800 ppm são comuns e a presença
constante de minerais acessórios, como monazita-(Ce), xenotima-(Y) e allanita-(Ce), além de
zircão, torita e apatita ricos em ETR, são evidências de que a composição do magma parental
já apresentava importante concentração desses metais. Em condições tardi-pós-magmáticas, a
interação da rocha com fluidos hidrotermais possibilitou a remobilização e reprecipitação dos
ETR na forma de minerais secundários, associados ou não à mineralização de estanho,
representados por fosfatos, fluorcarbonatos de TR, principalmente minerais do grupo da
bastnaesita-(Ce), oxifluoretos, fergusonita e silicatos como britholita-(Y) e hingganita-(Y). A
concentração hidrotermal de ETR pode ser economicamente importante, principalmente no
aproveitamento como sub-produto do estanho. Estudos realizados em concentrados de
minerais pesados de minas e garimpos dos maciços Serra Dourada e Pedra Branca
demonstram forte concentração de monazita e xenotima junto com cassiterita. As frações
desses concentrados menores que 0,1 mm são muito ricas em zircão, cujos grãos
metamícticos contêem altos teores de ETRP, com até 10,8% de Y2O3 e 5,2% de óxidos dos
demais ETRP. Entretanto, a forma de ocorrência de ETR com maior potencial econômico está
nos perfis de intemperismo, em rochas saprolitizadas e em solos, onde se observa a
incorporação e concentração de ETR na forma de adsorção iônica em argilo-minerais. Nesse
processos pedogenéticos, foram observados enriquecimentos de até três vezes as maiores
concentrações encontradas na rocha sã. O processo de alteração intempérica, juntamente com
processos de lixiviação e transporte, tem como consequência final a acumulação de minerais
resistatos como monazita, xenotima e zircão, formando depósitos aluvionares em alguns
maciços graníticos. Entre os corpos graníticos da PEG, o que apresenta maior potencial para
depósito econômico de ETR, além da Serra Dourada, é o Maciço Pedra Branca, que possui
fácies graníticas ricas em ETR e possui geomorfologia adequada para desenvolvimento de
perfis de intemperismo em grandes áreas superficiais.
446
POTENCIAL METALOGENETICO DOS ARCOS VULCÂNICOS
CONTINENTAIS PALEOPROTEROZOICOS DO EVENTO UATUMÃ NA
PROVÍNCIA MINERAL DE TAPAJÓS
Gutiérrez, D.F.G.1,2; Juliani, C. 1,2; Tokashiki, C. do C.1,2
1Instituto de Geociências - Universidade de São Paulo, 2INCT Geociam
RESUMO: A Província Mineral de Tapajós (PMT) corresponde a uma área de cerca de 90.000
km2, limitada ao norte pela Bacia do Amazonas, a leste pelo rio Iriri, a sul pela Serra do
Cachimbo e a oeste pelo Rio Abacaxis. A PMT se localiza geologicamente na parte sul do
Cráton Amazônico, abrangendo parte das províncias geocronológicas Amazônia Central (< 2,3
Ga, com magmatismo em 1,88 - 1,70 Ga) e Ventuari-Tapajós (1,95 - 1,80 Ga) ou Tapajós-
Parima (2,10 - 1,87 Ga).
O Supergrupo Uatumã sensu lato é composto por rochas graníticas diversas, faneríticas
e porfiríticas, pórfiros riolíticos a riodacíticos, andesitos, dacitos, riodacitos e riolitos, este
últimos em maior volume. As rochas vulcânicas variam entre afaníticas e faneríticas, com um
predomínio das variedades porfiríticas, compõem derrames, domos e diques, comumente com
rochas vulcanoclásticas diversas associadas, incluindo grandes depósitos de ignimbritos.
O vulcanismo Uatumã inclui rochas cálcio-alcalinas geralmente de alto potássio, e alcalinas,
com idades entre 2,0 e 1,87 Ga. Estas incluem as formações Bom Jardim, Salustiano e Aruri
do Grupo Iriri, Vila Riozinho e a Moraes Almeida no Tapajós, Sobreiro e Santa Rosa no Xingu,
além de outras ainda não formalmente nomeadas. Parte destas unidades são genéticamente
relacionadas com caldeiras vulcânicas, em especial as formadas no final do evento magmático
Parauari, de caráter cálcio-alcalino.
As rochas plutônicas, subvulcânicas e vulcânicas de diferentes idades são interpretados
como formadas em arcos magmáticos continentais sucessivos e superpostos, denominados
Arcos Tapajônicos.
As alterações hidrotermais identificadas nas rochas sub-vulcânicas e vulcânicas do
evento Uatumã são muito semelhantes aos presentes em típicos sistemas magmático-
hidrotermais low- e high-sulfidation paleozoicos a cenozoicos assim como composições
químicas compatíveis com a formação em arcos magmáticos continentais nos quais se
hospedam mineralizações dos tipos pórfiro e epitermal (high- e low-sulfidation). Na parte sul da
Província Mineral do Tapajós são abundantes alterações quartzo-sericíticas e argílicas
associadas a antigas estruturas vulcâncias que representam mineralizações epitermais low-
sulfidation, enquanto sistemas com alterações argílicas avançadas com pirofilita e alunita são
típicas de mineralizações epitermais high-sulfidation.
A identificação de um número relativamente elevado de ocorrências e de indícios de
mineralizações epitermais, juntamente com o ambiente tectônico de margem continental ativa,
com magmatismo cálcio-alcalino de alto potássio, brechas hidrotermais, zonas de stockworks e
abundantes intrusões de pórfiros, indica haver um potencial significativo para exploração de
mineralizações magmáticas-hidrotermais nos arcos vulcânicos continentais paleoproterozoicos
na Província Mineral de Tapajós.
447
Caracterização petrográfica do depósito de óxido de ferro – cobre – ouro
(IOCG) de Igarapé Cinzento (GT-46), Província Mineral de Carajás, Brasil
Toledo, P.I.F.1; Moreto, C.P.N.1; Xavier, R.P.1
1Universidade Estadual de Campinas
448
INTEGRAÇÃO DE DADOS GEOFÍSICOS E DE SENSORES REMOTOS
APLICADA À PROSPECÇÃO NO DISTRITO FERRÍFERO NOVA AURORA, MG
Voll, E.1; Pedrosa-Soares, A.C.1; Silva, A.M.2; Santos, E.3; Arimatéia,R.3; Vilela, F.T.1
1UFMG, Programa de Pós-Graduação em Geologia; 2UnB, Laboratório de Geofísica Aplicada; 3Companhia Sul
Americana de Metais S/A
449
CARACTERÍSTICAS DA ALTERAÇÃO PROPILÍTICA DAS ROCHAS
ENCAIXANTES DO CARBONATITO TRÊS ESTRADAS – LAVRAS DO SUL,
RS
Senhorinho, E.M.1; Remus, M.V.D.2; Dani, N.2; Ruppel, K.2
1CPRM – Superintendência Regional de Porto Alegre; 2Universidade Federal do Rio Grande do Sul
450
Avaliação metalogenética da LIP – Serra Geral
no Estado do Rio Grande do Sul
Wildner, W.1; Binotto, R.B.1; Pinto, V. M.2.
1 Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – CPRM - Serviço Geológico do Brasil Sureg-PA;
2 Universidade Federal de Pelotas – UFPel - Centro de Engenharia, Engenharia Geológica.
Estes dados isotópicos diferem fundamentalmente dos tipos de magmas descritos para a LIP,
especialmente as porções efusivas, caracterizando uma proveniência mantélica primitiva
semelhante a encontrada na pluma de Tristão da Cunha e relacionados à fontes do tipo OIB.
451
Modelo esquemático proposto para a Província de - relacionada ao posicionamento de uma
pluma de manto na base do manto litosférico, induzindo a um soerguimento da crosta e
levando a formação de magmas mantélicos máfico-ultramáficos ligados a descompressão
adiabática. Magmas máficos são assim injetados na crosta inferior/manto superior, formando
câmaras magmáticas estratificadas. Porções destes magmas chegam à superfície, enquanto
que uma parcela forma intrusões rasas, formando os depósitos acamadados ricos em óxidos
de Fe-Ti-V, especialmente relacionados a oxidação dos magmas ultramáficos e cristalização
maciça de magnetita que vão se acumular na base das câmaras. A contínua injeção de
magmas de alta temperatura pode induzir a fusões parciais da crosta, levando à formação de
plutons diferenciados híbridos alcalinos.
452
POTENCIAL METALOGENÉTICO DO TERRANO TAQUAREMBÓ, SUDOESTE
DO ESCUDO SUL-RIOGRANDENSE, ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL.
453
ANÁLISE DE MICROESTRUTURAS EM ROCHAS DE
CISALHAMENTO DO DEPÓSITO PETECA, SETOR LESTE DA
PROVÍNCIA AURÍFERA DE ALTA FLORESTA, MT
Freitas, K.F.¹; Pimenta, V.A.¹; Mesquita, M.J.M.¹; Gomes, M.B.²; Teixeira, R.V.¹;
Pavel, Q.¹
¹Universidade Estadual de Campinas; ²Universidade Federal do Rio Grande do Sul
454
feições estudadas evidenciam a circulação de fluidos durante o cisalhamento,
sob temperaturas que variam entre 450° e 500°C, devido à presença de pertita
em chamas em feldspato e tabuleiro de xadrez em quartzo. Alteração sericítica
marca a formação dos filonitos. A partir das microestruturas identificadas e
mudanças mineralógicas é possível caracterizar a evolução do cisalhamento na
zona de cisalhamento Peteca.
455
AVANÇOS DO CONHECIMENTO DA ESTRATIGRAFIA DO SILL DO RIO
JACARÉ - MARACÁS - BAHIA
Brito, R.S.B. de1; Nonato, I.F.B.P de,2; Vasconcellos, T.S.3; Fróes, M.V.L. 1;Markl. H.P.4;
Alvarez, M.4; Fuezi, V.M.S. dos4
1Universidade Federal da Bahia; 2Companhia Baiana de Pesquisa Mineral; 3Caiçara Mineração; 4Largo Resources
RESUMO: A estratigrafia do Sill do Rio Jacaré, (SRJ), foi definida como constituída de duas
zonas, superior e inferior, separadas por uma zona de transição formada por camadas de meta
magnetita olivina piroxenitos e macro e micro camadas de metamagnetitos com alto teor de
vanádio que correspondem a mineralização vanadífera principal do Distrito Vanadífero de
Maracás. Esta unidade hospeda o depósito de vanádio do Alvo A da Fazenda Gulçari,
explorado na Mina Menchen pela mineradora Vanádio de Maracás. Trabalhos de pesquisa
desenvolvidos pela Largo Resources, desde 2008, produziram um grande acervo de dados de
exploração, os quais permitiram melhor detalhamento da compartimentação do SRJ. A nova
proposta estratigráfica contempla três unidades, sendo a primeira correspondente a base do
SRJ, composta de gabros macicos sem magnetita de cumulus e que já está consagrada na
literatura como Zona Inferior. A segunda unidade é a Zona Superior do SRJ, que é composta
de duas subzonas, 1 e 2. A Zona Superior 1 tem na sua base a Zona de transição, hospedeira
da mineralização vanadífera principal, tendo no seu topo uma unidade cíclica formada por
microcamadas de metamagnetita piroxenitos, metamelanogabros com magnetita e encimados
por uma camada de anortosito. A Zona Superior 2 é composta de três subzonas, A, B e C. As
subzonas 2A e 2B correspondem a dois subciclos constituídos por camadas de titano-
magnetita vanadífera e ilmenita com acamadamento modal marcado por concentrações de
magnetita superiores a 50%, na base, seguidos de magnetita metagabros com presença de
ilmenita subordinada, com teor de óxidos de 40 a 5%, subjacentes a metagabros com
magnetita e ilmenita com teores de óxidos inferiores a 5% e tem o seu topo composto por uma
camada de anortosito com cerca da 10 metros de espessura. A subzona 2B é dividida em três
subciclos 2B1, 2B2 e 2B3. A subzona 2B1 é marcada por uma camada basal de magnetita-
ilmenita maciça de baixo teor de V2O5, inferior a 0,1 % e teor de TiO2 de 1 a 10% e exibe o
retorno da ocorrencia de olivina de cumulus. A subzona 2B2, é caracterizada pelo
aparecimento de apatita de cumulus e a exemplo da subzona 2A, exibe gradação litológica
desde metamagnetita melanogabro a metagabro com magnetita e anortosito no topo. As
subzonas 2A e 2B exibem acamadamento de fase, marcado pela diminuição do teor de
vanádio no sentido do topo das unidades. A Subzona B3 mostra a mesma sequencia litológica
dos ciclos anteriores e é caracterizada também pela presença de apatita de cumulus mas
difere das demais por exibir ilmenita predominante sobre magnetita. A Subzona 2C
corresponde ao topo do SRJ e é contituída por um pacote de 150 metros de espessura de
metanortosito grosso com metaleucogabro subordinado.
456
GEOLOGY, GEOCHRONOLOGY AND GOLD METALLOGENESIS OF THE
SERRA DAS PIPOCAS GRANITE-GREENSTONE TERRANE, TROIA MASSIF,
NORTH BORBOREMA PROVINCE, BRAZIL
Costa, F.G.1,2; Klein, E.L. 1,2; Corrêa-Lima, R.G.2; Naleto, J.L.C.1
1Serviço Geologico do Brasil (CPRM); 2Programa de Pós-graduação em Geologia e Geoquímica PPGG-(UFPA)
RESUMO: The Troia Massif is one of the biggest Archean/Paleoproterozoic nucleus of the
Borborema Province, representing a well exposed basement inlier within this large
Neoproterozoic mobile belt. At the Troia Massif, two major Paleoproterozoic metavolcano-
sedimentary sequences are recognized: (1) The Algodões sequence to the north and (2) The
Serra das Pipocas sequence at the west. These sequences share similar lithostratigraphic
characteristics, which are also similar to those from other Paleoproterozoic greenstone belts of
the surrounding cratonic domains (e.g., Guiana shield, São Francisco and West Africa cratons)
or basement inliers (e.g., Goiás Massif and Gurupi belt). These include extensive mafic and
intermediate metavolcanic rocks at lower units and metasedimentary rocks at upper units. All
intruded by distinct pulses of plutonic rocks (e.g., gabbros, tonalites, quartz monzonites and S-
type granites). We report here U-Pb (SHRIMP and LA-ICPMS) zircon ages and whole-rock
(XRF) geochemistry for two major plutonic events recognized at the Serra das Pipocas granite-
greenstone sequence; (1) the early (2192 +/- 11 Ma) TTG-like Mirador tonalites and the (2) K-
rich granites of the Bananeira Suite (e.g., 2092 +/- 7 Ma porphyritic quartz monzonite, and 2068
+/- 5 Ma for equigranular “pink” monzogranite). Geochemistry for mafic/intemediate
metavolcanics of the lower unit shows transitional tholeiitic to calc-alkaline affinity, suggesting
an arc/back-arc tectonic setting to this volcanism. The presence of garnet-amphibolites on the
lower unit and kyanite-graphite-schist in the upper unit shows that the Serra das Pipocas
greenstone sequence was subjected to medium- to high-grade regional metamorphism. Gold
mineralization in the Serra das Pipocas sequence has been recently discovered by private
exploration project. The mineralized area (Pedra Branca deposit) extends hundreds of meters
along strike, and by 1 to 5 meters width across, grading roughly 1 to 3 g/t of gold. The main host
rocks of gold mineralization are metatonalites (Mirador area), amphibolites (Coelho area),
metandesites and metasedimentary rocks (Queimadas area). In these areas, gold is generally
associated to quartz veins and “skarn-type” hydrothermal alteration, including diopside,
amphiboles (e.g., uralite), K-feldspar, titanite, pyrite, pyrrhotite, biotite, ilmenite +/- magnetite
and minor carbonate. EDS analyses indicate that gold locally occurs as gold-silver-telluride
inclusions in titanites and pyrites. Albitite zones (80% albite) with disseminated pyrite,
ilmenite/magnetite and free-milling gold at albite grain-boundary are observed from drill cores,
and interpreted as hydrothermal alteration (sodium-metasomatism) of mafic/intermediate
metavolcanics rocks. U-Pb age (LA-ICPMS) for titanites associated to the “skarn-type” alteration
and gold mineralization, yielded two distinct ages in the same concordia diagram; 2029 +/- 27
Ma (two grains at the upper intercept) and 573 +/- 7 Ma (51 grains at the lower intercept). These
U-Pb titanite ages suggest that gold mineralization firstly occurred during Paleoproterozoic
times, but was later, strongly affected (and remobilized?) by Neoproterozoic regional
metamorphism. The genetic model for gold mineralization is thought to be “orogenic gold
deposits”. However, because of the high-temperature hydrothermal minerals (e.g., diopside,
amphiboles, titanite) associated with gold, it could probably represent a “hypozonal orogenic
gold deposit”, or a “mesozonal orogenic gold deposit” submitted to medium- to high-grade
regional metamorphism.
457
CONTROLE ESTRATIGRÁFICO DAS MINERALIZAÇÕES V, Ti e P DO SILL
DO RIO JACARÉ - MARACÁS - BAHIA
Brito, R.S.B. de1; Nonato, I.F.B.P de,2; Vasconcellos, T.S.3; Fróes, M.V.L. 1;Markl. H.P.4;
Alvarez, M.4; Fuezi, V.M.S. dos4
1Universidade Federal da Bahia; 2Companhia Baiana de Pesquisa Mineral; 3Caiçara Mineração; 4Largo Resources
RESUMO: O Sill do Rio Jacaré, (SRJ), é uma intrusão estratificada que hospeda mineralizações
econômicas de titanomagnetita vanadífera de onde é extraído o pentóxido de vanádio,(V2O5)
produto principal da Mina Menchen da Mineradora Vanádio de Maracás. O SRJ também hospeda
mineralizações de titânio associado a ilmentita e de platinóides, sulfetos, arsenietos de Ni-Cu e
ligas de metais do grupo da platina. Recentemente, a prospeccção realizadas pela Largo
Resources detectou um pacote de metagabros com apatita disseminada posicionado
estratigraficamente próximo ao topo do SRJ. Trabalhos de investigação cientifica permitiram
melhor compartimentar a estratigrafia do SRJ e definir os controles primários das mineralizações
metálicas e de fósforo e relaciona-las a estratos específicos associados a distintos períodos de
diferenciação do SRJ. Esta estratigrafia confirma a presença de três grandes unidades, divididas
em duas zonas, sendo que a mais basal, Zona Inferior, é de natureza estéril em vanádio por não
conter titanomagnetita modal, enquanto a unidade sobrejacente corresponde a uma Zona
Superior, subdividida em duas subzonas, Superior I e Superior II, cada uma tendo na sua base
horizontes enriquecidos em magnetita vanadífera com teores distintos e decrescentes de
vanádio, de acordo com a altura estratigráfica. Desta forma ficou caracterizado que a mineração
de vanádio de alto teor está associado a base da Superior I, enquanto as mineralizações de
vanádio de teor intermediário estão associadas a base Zona Superior II. A Zona Superior II é
composta de três subzonas, A, B e C. As subzonas 2A e 2B correspondem a dois subciclos
constituídos por camadas de titano-magnetita vanadífera e ilmenita com acamadamento modal
marcado por concentrações de magnetita superiores a 50%, na base, seguidos de magnetita
metagabros com presença de ilmenita subordinada, com teor de óxidos de 40 a 5%, subjacentes
a metagabros com magnetita e ilmenita com teores de óxidos inferiores a 5% e tem o seu topo
composto por uma camada de anortosito com cerca da 10 metros de espessura. O pacote rico
exclusivamente em ilmenita é coincidentemente também enriquecido em apatita e ocupa a parte
inferior da zona IIB. Tem espessura aparente de 65 metros e se estende por 12 km desde o alvo
Gulçari A, na Mina Menchen até o alvo Novo Amparo Norte. Exibe na sua base uma camada de
magnetitito de 5 metros de espessura aparente, com teores de V2O5 inferiores a 0,10%, que
grada a rochas metagabróicas que exibem ilmenita como única fase óxido de cúmulo, associada
com apatita cumulática. Essa mineralização de titanio e fósforo é comparável com as camadas
ricas em óxidos Fe-Ti-V e apatita da Zona Superior do Complexo de Bushveld, onde foram
observados os enriquecimentos em fósforo e titânio explicados explicatos pelo estágio avançado
de diferenciação magmática.
458
Prospecção Mineral de ETR e Metais Raros em Rochas Alcalinas, Sul da
Bahia.
Torres, J.D.P.1,2; Garcia, P.M.P.2,3; Knuppel, S.S.4; Rios, D.C. 1,2
1 Laboratório
de Petrologia Aplicada à Pesquisa Mineral. CPG em Geologia. UFBA. torresjdp@yahoo.com.br,
debora.rios@pq.cnpq.br, 2 Bolsista do CNPq, 3Grupo de Metalogênese e Exploração Mineral CPGG-UFBA.
4 Graduação em Geologia. Universidade Federal da Bahia.
RESUMO: No sul do Estado da Bahia afloram, encaixados em rochas Precambrianas, corpos ígneos alcalinos
anorogênicos datados do Neoproterozóico, pertencentes à Província Alcalina do Sul da Bahia – PASEBA. O
presente trabalho buscou a caracterização petrológica do stock sienítico Serra da Gruta (SG), da porção norte do
Maciço Itarantim (MI), e da porção sul do batólito sienítico Serra das Araras (SA), reavaliando seus
comportamentos litogeoquímicos através da análise de elementos maiores, traços e terras raras. Estes corpos
localizam-se no extremo sul da Província, inseridos no limite entre o Cráton do São Francisco e a Faixa de
Dobramentos Neoproterozóica Araçuaí.Constatou-se para o stock SG, através de análise petrográfica, duas
litofácies caracterizadas como (i) Nefelina Sienito, e (ii) Alcáli–Feldspato Sienito, ambas apresentando estruturas
deformacionais dúcteis. Observou-se, a ocorrência de vênulas de pirita mapeadas nos arredores deste stock. Em
sua caracterização litogeoquímica notou-se um fracionamento magmático com enriquecimento em SiO2 (variando
de 55 a 80%) e CaO (variando de 0,1 a 2,5%), anomalias positivas em Rb, K, Tb, e empobrecimento em Na2O
(variando de 12 a 3%) e Al2O3 (média de 18%), além de anomalias negativas em Sr, Ti, Y e P, sugerindo
importante contribuição mantélica. Na análise petrográfica da SA, concentrada, sobretudo, na ocorrência de
sienito com sodalita azul, notou-se intensa substituição de feldspatos alcalinos por cancrinita, além da presença de
nefelina e biotita. Seu comportamento geoquímico caracteriza-se por teores de SiO2 variando entre 50 e 75%,
Al2O3 de 12 a 29%, NaO com uma media de 8%, mas alcançando até 20%. Destacando-se os altos teores de
terras raras leves, e extrema variação no conteúdo de bário (38-1563 ppm). Para avaliação da influência dos
processos supergênicos foi escolhida a área correspondente à porção norte do MI, abrangendo a Fácies Sienito
Rancho Queimado (FSRQ), a Fácies Fenito (FF) e o Embasamento (Emb) não fenitizado, do Complexo Itapetinga.
Constatou-se para FSRQ, através da análise microscópica, a ocorrência de nefelina sericitizada nos interstícios
dos feldspatos alcalinos, além de agregados com aegirina, hornblenda, biotita, apatita e minerais opacos. Para a
FF identificou-se dois litotipos, diferenciados de acordo a intensidade da fenitização. No Emb, foram coletadas
amostras do muscovita-gnaisse e do monzogranito. A geoquímica do MI, em especial, levou em consideração dois
aspectos da mobilidade geoquímica. O primeiro envolvendo a intrusão sienítica e a fenitização da encaixante, ou
seja, relacionando aos processo hidrotermais-metassomáticos. Concluiu-se que nesta fase houve enriquecimento
em SiO2, K2O, Cs, Th, U dentre outros. O segundo aspecto a ser destacado envolve a distribuição original dos
elementos e como eles se comportaram ao longo do ciclo geoquímico, relacionando suas concentrações em rocha
fresca e manto de intemperismo. Esta etapa do estudo permitiu observar nas rochas intemperizadas o
enriquecimento em Al2O3 (24%), Zr (4073 ppm), Nb (362 ppm), Ba (3730 ppm), e Sr (726 ppm). Os resultados
observados indicam o potencial das rochas da PASEBA para pesquisa mineral associado, principalmente, aos
processos supergênicos. Pretende-se ampliar o estudo metalogenético aos demais maciços sieníticos da região.
459
PETROLOGIA E GEOQUÍMICA DOS ALBITITOS E ROCHAS ENCAIXANTES DO
FURO 10 (DEPÓSITO GAMELEIRA I), PORÇÃO NOROESTE DA
PROVÍNCIA URANÍFERA DE LAGOA REAL, BAHIA
Santos, C. M.1,2; Rios, F.J.,1,2; Freitas, M.E.1; Pedrosa, T.A1,2
1
Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear – CDTN
2
Pós-graduação em Ciência e Tecnologia dos Minerais e Meio Ambiente - CDTN
RESUMO: A Província Uranífera de Lagoa Real (PULR) localiza-se na região centro-sul do estado
da Bahia e está inserida no Corredor do Paramirim, porção setentrional do Orógeno Araçuaí. É
formada pelas rochas do Complexo Lagoa Real, composto por rochas granitóides de 1,75 Ga
gnaissificados durante o Neoproterozóico, genericamente denominadas Granito são Timóteo, e
albititos de 956 Ma. A mineralização está associada aos albititos, rochas ricas em plagioclásio (albita
±oligoclásio), distribuídas ao longo de uma zona de cisalhamento de direção NNW/SSE e que
possuem origem controversa. Questiona-se se são produtos da alteração hidrotermal dos granitos
ou de origem magmática. Na porção noroeste da PULR localiza-se o Depósito Gameleira I, alvo
deste estudo. O furo estudado atravessa rochas graníticas e albititos de composição variada
(mineralizados ou não). O granito possui porções albitizadas e/ou gnaissificadas. Apresenta
granulação grossa (<8 mm), e é constituído por ortoclásio pertítico, quartzo, hedembergita,
hastingsita, biotita ± sulfetos. Zircão, apatita, ilmenita e titanita são acessórios. A ausência de
plagioclásio permite classificá-lo como um álcali-feldspato granito hipersolvus. Foram identificados
três tipos de albitito: granada-(GRAB), magnetita-(MAAB) (hospedeiro da mineralização), e biotita
albitito (BIAB). O GRAB ocorre com uma lente centimétrica no granito gnaissificado. O MAAB e o
BIAB ocorrem associados às porções intensamente deformadas, onde a foliação é contínua e a
granulação é fina. Os albititos têm textura porfiroclástica e matriz granoblástica poligonal. O GRAB
é constituído por andradita, hedembergita e quartzo; o MAAB por magnetita, hedembergita, Fe-
edenita e allanita e o BIAB por biotita e quartzo. Titanita, epidoto, zircão, allanita e sulfetos são
acessórios em todas as variedades. A paragênese de minério é dada por
uraninita+titanita+carbonato±zircão. A uraninita preenche espaços entre cristais e grânulos de
titanita ou de albita. Os granitos possuem alto K2O, SiO2 e razão Zr/Hf média de 40. Nas porções
albitizadas são mais enriquecidos em Na2O e empobrecidos em K2O. São metaluminosos, reduzidos
e possuem afinidade com granitos tipo-A ferroan, pós-colisionais. Os albititos, em relação aos
granitos, apresentam maior conteúdo em Na2O, MgO, V, W, Zr, menores em K2O, SiO2 e F e
possuem padrão de ETR idêntica. A razão Zr/Hf média é semelhante, mas há valores extremos (64).
Os padrões de elementos incompatíveis e terras raras do granito são equiparáveis aos do Granito
São Timóteo predominante na PULR, porém suas características petrográficas são indicativos de
uma fácies menos comum; menos grossa e sem plagioclásio. Os contatos gradacionais, a
semelhança petrográfica e o padrão de ETR entre granito e albitito sugerem origem comum a estas
rochas, porém petrograficamente esta transformação é mais nítida entre granito e granada albitito,
através da substituição da paragênese mineral entre as duas variedades. O MAAB pode não ter
preservado esta substituição devido à intensidade da deformação, ou pode ser resultante da
superimposição de processos diversos, já que possui várias gerações de minerais máficos. O
aumento da razão Zr/Hf dos granitos para os albititos também é indicativa de fracionamento
resultante da interação com fluidos hidrotermais. A foliação contínua pode ter facilitado a maior
circulação de fluidos responsáveis pela alteração e até pela mineralização.
460
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ ST08 –
Mineralogia,
Petrologia Ígnea e
Metamórfica
ISBN: 978-85-99198-13-1
461
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DE UMA ÁREA A LESTE DO DISTRITO
PEGMATÍTICO DE BERILÂNDIA, MUNICÍPIO DE QUIXERAMOBIM – CE.
Gomes, V.S¹, Nogueira Neto, J.A ², Silva, F.D.O³
¹
Universidade Federal do Ceará, ²Universidades Federal do Ceará, ³Universidade Federal
do Ceará
462
ASSOCIAÇÕES PLUTÔNICAS NEOPROTEROZOICAS NA INTERFACE DO
DOMÍNIO PERNAMBUCO-ALAGOAS E FAIXA SERGIPANA, PROVÍNCIA
BORBOREMA, NE DO BRASIL
Lima, H.M.1; Ferreira, V.P.2; Santos, L.C.M.L1,3; Mendonça, J.W.F 2
1Universidade de Brasília; 2Universidade Federal de Pernambuco; 3Universidade Federal de Campina Grande
463
MAGMATISMO SIN A PÓS-COLISIONAL NEOPROTEROZOICO NO DOMÍNIO
PERNAMBUCO-ALAGOAS DA PROVÍNCIA BORBOREMA: OS PLUTONS
TANQUINHO E SANTANA DO IPANEMA
Lima, H.M.1; Ferreira, V.P.2; Mendonça, J.W.F 2; Santos, L.C.M.L1, Pimentel, M.M. 1
1Universidade de Brasília; 2Universidade Federal de Pernambuco
464
OCORRÊNCIA DE AREIA MONAZÍTICA EM NOVA ALMEIDA – ES.
Silva, A.F.; Castro, I.F. de; Pontini, V.V.; Machado Filho, L.
Universidade Federal do Espírito Santo, Dpto. de Oceanografia e Ecologia
Museu de Minerais e Rochas, Pró-Reitoria de Extensão.
www.oceanografia.ufes.br
RESUMO:Em Nova Almeida, no município de Serra, no litoral do Espírito Santo, foi encontrada
ocorrência de areia monazítica, em praia na base de falésias em rochas do Grupo Barreiras,
onde o relevo de tabuleiros chega ao mar. O Grupo Barreiras, que representa uma cobertura
sedimentar sub-horizontal do Neógeno, aflora em falésias nas praias de Nova Almeida,
expondo sedimentos pouco consolidados, predominantemente areno-argilosos, com níveis
arenosos, conglomeráticos e com camada laterizada na base. Ocorrências de areias
monazíticas são conhecidas de longa data no litoral norte do Estado do Rio de Janeiro, em
Macaé, Campos e Itabapoana, e no sul do Espírito Santo, em Iriri e Guarapari. Essa de Nova
Almeida parece ser a ocorrência mais a norte encontrado no Espírito Santo. Poderia se supor
uma origem secundária dos minerais pesados dessas areias, por estarem em uma grande área
de rochas sedimentares do Grupo Barreiras, por outro lado, a ocorrência situa-se na foz do rio
Reis Magos, que atravessa, a montante, áreas de paragnaisses do Complexo Nova Venécia e
de granitos do Maciço de Fundão, podendo ser provenientes diretamente dessas rochas.
Quanto à composição mineralógica, a areia monazítica local possui concentração de vários
minerais pesados, sendo eles, em ordem de predominância, ilmenita, mineral de cor preta,
composto de óxido de ferro e titânio; goethita, de cor marrom, um oxihidróxido de ferro,
proveniente das lateritas; monazita, de cor amarelada, que é um fosfato de tório e terras raras
e responsáveis pela radioatividade das areias monazíticas; pequena percentagem de zircão,
mineral incolor e rara ocorrência de granada de cor rosada, de rutílio avermelhado, de
magnetita preta e de leucoxênio bege, de alteração de ilmenita. As areias monazíticas foram
exploradas no passado em Macaé, Itabapoana e Guarapari, visando a produção de compostos
de tório, para uso em energia nuclear, tendo como subprodutos a ilmenita para produção e
óxido de titânio, usado na indústria de tintas e o zircão para uso em refratários. Também
contribuíram para ocupação urbana do litoral sul capixaba, através do incentivo ao turismo,
devido à crença em suas propriedades terapêuticas para doenças inflamatórias de
articulações, atribuídas à radioatividade “em pequena dose” emanada pelo tório contido na
monazita. Em contradição e essa crença, pesquisadores da UFRJ, na década de 1970,
encontraram, em Guarapari, valores de radioatividade acima do índice considerado pela OMS
como arriscado para a saúde humana.
465
ESTUDO MACROSCÓPICO DA ZONA HÍBRIDA RELACIONADA AO
COMPLEXO INTRUSIVO SANTA ANGÉLICA (CISA), ALEGRE-ES
Carvalho, G.H.S.1; Duarte, E.B.¹; Santos, G.C.¹
1Universidade Federal do Espírito Santo
466
MINERAIS-TIPO DO BRASIL DESCRITOS ENTRE 2012 E 2015
Atencio, D
Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo
RESUMO: Entre 2012 e 2015, doze novos minerais-tipo do Brasil foram aprovados pela CNMNC
– IMA (Commission on New Mineral Names, Nomenclature and Classification – International
Mineralogical Association): (1) fluorcalciomicrolita, número IMA 2012-036, Ca1,5Ta2O6F,
cúbico, um novo mineral do grupo da microlita, do pegmatito Volta Grande, Nazareno, Minas
Gerais (Andrade et al. 2013); (2) pauloabibita (2012-090), NaNbO3, trigonal, que ocorre no
carbonatito da mina de Jacupiranga, em Cajati, São Paulo (Menezes Filho et al. 2015); (3)
cesarferreiraíta (2012-099), Fe2+Fe3+2(AsO4)2(OH)2·8H2O, triclínico, descrito no pegmatito da
Lavra do Eduardo, Conselheiro Pena, Minas Gerais (Scholz et al. 2014); (4) correianevesita
(2013-007), Fe2+Mn2+2(PO4)2·3H2O, ortorrômbico, no pegmatito da lavra da Cigana,
Conselheiro Pena, Minas Gerais (Chukanov et al. 2014); (5) almeidaíta (2013-020),
PbZn2(Mn,Y)(Ti,Fe3+)18O37(OH,O), trigonal, do Garimpo da Mula, Vilarejo de Tapera, Novo
Horizonte, Bahia (Menezes Filho et al. 2015); (6) hidroxicalciomicrolita (2013-073),
Ca1.5Ta2O6(OH), cúbico, mais um novo mineral do grupo da microlita, do pegmatito Volta
Grande, Nazareno, Minas Gerais (Andrade et al. 2013); (7) fluorlamprofilita (2013-102),
Na3(SrNa)Ti3(Si2O7)2O2F2, monoclínico, no nefelina sienito do Morro do Serrote, Poços de
Caldas, Minas Gerais (Andrade et al. 2014); (8) waimirita-(Y) (2013-108), YF3, ortorrômbico, no
granito da mina Pitinga, Presidente Figueiredo, Amazonas (Atencio et al. 2015); (9) lefontita
(2014-075), Fe2Al2Be(PO4)2(OH)6, ortorrômbico, no pegmatito da mina João Teodoro, Linópolis,
Divino das Laranjeiras, Minas Gerais (Yang et al. 2015); (10) jeffbenita (2014-087),
Mg3Al2Si3O12, tetragonal, como inclusões em diamante de Juína, Mato Grosso (Nestola et al.
2015). (11) melcherita (2015-018), Ba2Na2MgNb6O19·6H2O, trigonal, do carbonatito da mina de
Jacupiranga, em Cajati, São Paulo (Andrade et al. 2015). (12) wilancookita (2015-034),
(Ba,K,Na)8(Ba,Li,□)6Be24(PO4)24·32H2O, cúbico, do pegmatito da Ponte do Piauí, Taquaral,
Itinga, Minas Gerais (Menezes Filho et al. 2015). Hoje, 67 minerais são considerados espécies-
tipo válidas do Brasil: crisoberilo, euclásio, paládio, joseíta, goyazita, zirkelite, derbylita,
tripuhyíta, senaíta, florencita-(Ce), gorceixita, brazilianita, souzalita, scorzalita, frondelita,
faheyíta, moraesita, barbosalita, tavorita, arsenopaladinita, atheneíta, isomertieíta,
bahianita, whiteíta-(CaFeMg), whiteíta-(MnFeMg), paladseíta, lantanita-(Nd), minasgeraisita-
(Y), lantanita-(La), zanazziíta, arupita, yanomamita, quintinita, serrabrancaíta, dukeíta,
coutinhoíta, lindbergita, oxikinoshitalita, atencioíta, kalungaíta, matioliíta, menezesita,
arrojadita-(PbFe), ruifrancoíta, guimarãesita, brumadoíta, manganoeudialite, qingheiíta-
(Fe2+), hidroxicalcioromeíta, uvita, carlosbarbosaíta, jacutingaíta. fluor-elbaíta,
hidrokenomicrolita, bendadaíta, fluornatromicrolita e as 12 espécies mencionadas acima.
Parabariomicrolita foi desacreditada como sendo o polítipo hidrokenomicrolita-3R (Atencio
2016).
467
PETROGRAFIA E TIPOLOGIA DE ZIRCÃO DO GRANITO ARAGUAIANA,
ZONA DE CISALHAMENTO ARAGUAIA, SE DE MATO GROSSO
Fernandes, K.G.1; Sousa, M.Z.A.1; Ruiz, A.S.1; Sousa, E.M.D.2; Tocantins, R.F.1; Silva, V.H.G.1
1 Faculdade de Geociências - Universidade Federal de Mato Grosso; 2Instituto de Geociências – Universidade de
Brasília
468
PETROGRAFIA SOB LUZ REFLETIDA DE TABLETE POLIDO
DO OCTAHEDRITO NOVA PETRÓPOLIS, RS.
RESUMO 48° CBG: Publicações sobre meteoritos normalmente trazem informações de análises
químicas e de técnicas analíticas mais sofisticadas como microscopia eletrônica (MEV),
microssonda (EMPA), mössbauer, magnetização remanente, histeresis etc. Texturas e
intercrescimentos são estudados geralmente apenas após uso de diversificados processos de
corrosão, enquanto estudos petrográficos de superfícies polidas não tratadas são raramente
apresentadas. Por curiosidade escolheu-se tablete do octahedrito de Nova Petrópolis medindo
3 por 2 centímetros, incluindo dois nódulos de “troilita” e texturas Widmanstätten (WS) visíveis
macroscopicamente na superfície quimicamente corroída. O tablete foi então re-estudado após
polimento, e sem qualquer outro tratamento. As texturas WS e os nódulos permaneciam bem
visíveis macroscopicamente, embora menos proeminentes que na superfície corroída. Foi
possível dimensionar bem as lamelas homogêneas com espessura entre 0.6 e 2,0 mm de
kamacita e plessitas com formas losangulares a triangulares interlamelares nas texturas WS,
caracterizando o octahedrito como médio a grosseiro (Om a Ogg – III AB). Opticamente ao
epimicroscópio foi possível distinguir (identificação petrográfica preliminar, confirmadas com
MEV), as fases kamacita (Fe-α ) formando as lamelas maiores das WS, assim como, na
plessita, taenita (Fe-Ni-γ) em “rods” de 50 x 200 micra ou globulos de 30 micrômetros e/ou
cohenita {(Fe-Ni)3C} + kamacita, formando a matriz. Schreibersita (Fe-Ni)3P (ou
heazelwoodita?) é muito rara (<< 30 micra) na plessita. Já os nódulos de “troilita” são formados
por micro-agregado eutectóide (<<50micra) de troilita, daubréelita, taenita e kamacita. Na zona
de contato entre os nódulos e a matriz WS, foram observados kamacita recristalizada em
agregado equigranular poligonal (“favo de mel”) com alguma troilita intersticial (remobilizada do
nódulo?), localmente acompanhada de magnetita intersticial e, mais raramente alguma
schreibersita. Esta, associada a magnetita e hidróxido de Fe, podem formar vênulos que
cortam a matriz WS, por distância de alguns mm do nódulo. A vantagem de um estudo da
seção polida não corroída ao epimicroscópio petrográfico é a possibilidade de observar as
texturas mais finas com mais detalhe, assim como eventual anisotropia (eg. troilita,
schreibersita). Verifica-se assim que os nódulos são compostos por áreas poligonais (de até
1.0 mm) com orientação cristalográfica homogênea da troilita do eutectóide, indicando tratar-se
de pseudomorfoses do agregado eutectoide segundo troilita mais grosseira. A reação entre a
matriz WS e troilita originais gerou-se por choque em ambiente não oxidante (troilita e FeNi) no
espaço cósmico produzindo fusão parcial, recristalizada no microagregado eutectoide
(daubreeliita+troilita+ Fe-α). Outro choque em ambiente oxidante (impacto após queda?), teria
produzido a faixa de transição entre o nódulo e a matriz WS, com recristalização de Fe-α na
presença de magnetita. A maior dificuldade na determinação dos minerais é a ausência de
dados precisos de reflectância e microdureza nas tabelas/compêndios existentes. A
identificação petrográfica ainda necessita confirmação com análises pontuais semi- ou
quantitativas com respectivamente com MEV) ou EMPA. Análises via MEV confirmaram a
presença de todos minerais acima, com exceção da cohenita. Recomenda-se, pois, que
estudos de meteoritos incluam novamente, como ponto de partida, estudos petrográficos
detalhados, necessários para qualquer interpretação genética e aplicação de técnicas mais
sofisticadas. (490 palavras de texto)
469
MICA E TURMALINA MAGNESIANAS NOS “QUARTZITOS EQUADOR”
BANDADOS DE CINZA A RÓSEO CLAROS, PROVÍNCIA BORBOREMA:
INCURSÕES EVAPORÍTICAS NOS ARENITOS FONTE?
Beurlen, H.1, Da Silva,M.R.R.1, Soares, D.R. 2
1
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Depto. de Geologia; beurlen@ufpe.br
2
Instituto Fedreal de Educação, Ciencia e Tecnologia-IFPB, Campina Grande-PB,
RESUMO 48CBG: Intercalações quartzíticas com bandamento de cores variando do rosa a cinza
esverdeado claro na Formação Equador, Neoproterozóíca, no Grupo Seridó, Faixa de
dobramento Seridó, no Nordeste do Brasil, foram amplamente exploradas por décadas como
rochas ornamentais sob o nome comercial de “Quartzitos Equador” (QE) ou “Quartzitos
Parelhas”. Os quartzitos em questão apresentam uma partição fácil ao longo de faixas
milimétricas com foliação mais acentuada devido à concentração elevada de micas verde clara
ou rósea, alternando com bandas centimétricas de quartzito mais maciço com menor
percentagem de mica. As proporções entre as micas rosa e verde clara conferem a cor
correspondente às placas da rocha, usadas para revestimento em paredes e pisos externos. A
fácil partição em placas e variações de cores distingue-os dos quartzitos maciços, metarcósios
e metaconglomerados que compõe o restante da Formação Equador. Estas rochas de
Formação Equador constituem as encaixantes exclusivas de raros pegmatitos litiníferos
lavrados para extração da famosa “Turmalina Paraíba”, e também encaixam cerca de 10% dos
pegmatitos mineralizados em Be-Li-Ta da Província Pegmatítica da Borborema. A mica rósea
dos QE, assim como turmalina rosa, esta última, freqüentemente observada como mineral
acessório proeminente, foram muitas vezes empírica- e preliminarmente identificadas como
lepidolita e “rubelita”, respectivamente, o que qualificaria estas rochas em potenciais fontes de
lítio. A turmalina ocorre em cristais isolados ou em arranjos radiais sempre achatados e
confinados aos planos de foliação e bandamento, mas sem orientação linear. As micas
esverdeadas, dominantes nos EQ cinza esverdeados claros são referidas na literatura como
simples muscovita. Apenas uma referência bibliográfica distingue a mica de cor rósea,
interpretando-a como sendo muscovita com alteração de inclusões ferruginosas. Nas placas de
QE cinza-esverdeadas pode também ocorrer turmalina acessória, neste caso de cor preta,
embora com o mesmo hábito da anteriormente descrita. Para conferir a identificação das micas
e turmalina dos QE róseos, e avaliar o seu real potencial lítinífero, foram efetuadas análises de
microssonda eletrônica. Estas revelaram que a mica rósea é uma variedade de flogopita rica
em Al e que a mica macroscopicamente verde clara é uma variedade de muscovita rica em Mg
e Fe (antiga “prehnita”). Já a turmalina rósea apresentou variação composicional desde
magnesiofoitita nos núcleos dos cristais a dravita e uvita na borda. Desta forma os QE róseos
podem ser descartados como fonte de lítio – não só para exploração econômica direta, mas
também como eventual fonte de lítio para geração de pegmatitos litiníferos via palingênese
direta ou indireta (geração de granitos fonte). Pode também ser descartada a origem das micas
e turmalina dos QE por alteração exomórfica a partir de fusões pegmatíticas. Outrossim,
conclui-se que os QE são quartzitos magnesianos, com enriquecimento de B e Mg,
provavelmente originados de incursões evaporíticas ou vulcano-exhalativas nos sedimentos
originais da Formação Equador.
470
O MAGMATISMO ALCALINO NO EXTREMO NORTE DO BRASIL –
COMPLEXO ALCALINO APIAÚ, RORAIMA.
Figueiredo, R.F; Santos, T.J.S; Tonetto, E.M.
Universidade Estadual de Campinas
O Complexo Alcalino Apiaú está localizado na porção central do Escudo das Guianas, norte do
Cráton Amazônico, mais precisamente no Domínio Guiana Central (DGC) – estado de
Roraima. O DGC é caracterizado por expressivos lineamentos NE-SW, composto
predominantemente por ortognaisses de fácies anfibolito a granulito com idades entre 1,96-
1,91 Ga. O posicionamento das rochas do Complexo Alcalino Apiaú está relacionado a eventos
distensivos decorrentes da implantação da Bacia do Tacutu durante a abertura do Oceano
Atlântico. Para compreender o arcabouço estrutural da porção central do DGC e suas
implicações no alojamento das rochas alcalinas, utilizou-se dados aerogeofísicos
(magnetometria e gamaespectrometria) e de sensoriamento remoto integrados aos dados
estruturais obtidos em campo. Análises do espectro da potência do campo magnético anômalo
indicam que o trend NE-SW do DGC atinge profundidades em torno de 5 km e constituem
extensas zonas de cisalhamento transcorrentes dúcteis. Representam grandes
descontinuidades litosféricas reativadas em regime extensional durante a abertura do Atlântico
e instalação da Bacia do Tacutu. Além disso, a disposição das rochas alcalinas ao longo
desses importantes lineamentos indica que falhas e fraturas foram reativadas e serviram de
conduto para o magmatismo alcalino. Dados geoquímico e petrográfico do Complexo Alcalino
Apiaú, em sienitos com nefelina e fonólitos, mostram que correspondem a rochas de afinidade
potássica e sódica, caracterizadas por um forte enriquecimento de ETR leves, anomalias
negativas de Eu e Sr e positiva de Nb. Cristalização fracionada foi o principal processo
formador dessas rochas. As variedades plutônicas correspondem a sienitos com nefelina e
álcali feldspato sienito com nefelina, sendo consideradas as rochas menos evoluídas da
sequência e foram reativas com as ortoderivadas do embasamento. Os fonólitos são divididos
em miaskíticos e agpaíticos, sendo esses últimos as rochas mais evoluídas da série
magmática. O forte paralelismo observado entre os padrões de ETR dos fonolitos e sienitos
sugere tratar-se de uma evolução magmática. Datações U-Pb em zircão e badeleíta foram
usadas para determinar a idade de cristalização do sienito com nefelina do Complexo Alcalino
Apiaú, bem como das rochas metagraníticas do embasamento. Os dados U-Pb em zircão e
badeleíta do sienito com nefelina do Complexo Alcalino Apiaú, mostram, respectivamente,
idades concordantes de 111 ± 1 Ma e 116 ± 3 Ma. Estas coincidem com o período de relativa
estabilidade tectônica na região e ao assoreamento da Bacia do Tacutu, sugerindo que a
progressiva subsidência foi capaz de reativar importantes falhas e fraturas na região. As idades
U-Pb em zircão de 1931 ± 4 Ma e 1958 ± 7 Ma confirmam a idade de cristalização
paleoproterozoica para as rochas ortoderivadas da Suíte Metamórfica Rio Urubu.
471
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E GEOQUÍMICA DAS UNIDADES
METAMÓRIFCAS DE ATHINIOS (SANTORINI, GRÉCIA) E SUAS
IMPLICAÇÕES
472
ANÁLISE ESTRUTURAL E PETROLOGIA METAMÓRFICA DO COMPLEXO
CAMPOS GERAIS NA REGIÃO ENTRE ALFENAS E AREADO, MG
Julião, E.L.1, Moraes, R.1, Virmond, A.L.1, Motta, R.G.1, Sawyer, E.W.2
1 - Instituto de Geociências - Universidade de São Paulo,
RESUMO: O Complexo Campos Gerais foi descrito como unidade retrabalhada em uma série
de ciclos tectônicos, incluindo diferentes rochas. O contato do Complexo Campos Gerais com
os granulitos de alta pressão da Nappe Três Pontas-Varginha é definido por zona de
cisalhamento, a qual, em conjunto com metamorfismo e fusão parcial, originaram migmatitos
deformados na região de Alfenas. Em Areado, aflora metagranito sem deformação ou fusão. O
intuito desse trabalho é a análise estrutural e metamórfica dessas rochas ao longo do contato
com a nappe, entre Alfenas e Areado. Em Alfenas, foram definidas duas unidades de
mapeamento. A primeira corresponde a hornblenda-granada metatexito, com foliação milonítica
e porfiroclastos. A rocha apresenta bolsões ou veios de leucossoma paralelos ou cortando a
foliação e que contem cristais euédricos de hornblenda. A matriz apresenta cristais de quartzo
e feldspatos com textura de recristalização dinâmica do tipo grain boundary migration (GBM),
enquanto os porfiroclastos são de microclínio pertítico, com inclusões de plagioclásio. Esses
minerais definem foliação em conjunto com granada e biotita. A hornblenda ocorre substituindo
a granada. Coroas de titanita, em torno dos minerais opacos, e de epidoto, na allanita, são
comuns. Zircão prismático ocorre com borda de sobrecrescimento. Embora a rocha tenha sido
intensamente deformada, ainda é possível observar filmes de feldspatos em torno da granada
ou em fraturas dos porfiroclastos, que são interpretados como microestruturas de mimetização
de líquido aprisionado, indicando que a deformação foi concomitante à fusão parcial. A
segunda unidade compreende migmatito estromático, com bandas de 2 a 50 cm de espessura.
A foliação milonítica e a fusão parcial apagaram as características originais do granito.
Ocorrem dobras, intrafoliais, abertas e ptigmáticas, boudins de foliação e pares S-C. O quartzo
apresenta textura de GBM, mas os cristais menores foram submetidos a intensa recristalização
dinâmica e cominuição. A foliação é definida por porfiroclastos de microclínio, às vezes
pertíticos, biotita, com microestruturas tipo micafish e agregados de quartzo. Muscovita e
epidoto ocorrem definindo a foliação, ou como cristais que a sobrecresceram, e podem ser sin-
a pós-deformacionais. A foliação milonítica é a estrutura principal das rochas da região, com
direção NW-SE e mergulho entre 20 e 60º. A lineação de estiramento tem orientação WNW-
ESE com caimento entre 10 e 50º, é definida por biotita e os pares S-C indicam transporte para
NW. Foram definidas duas fases de deformação, sendo que a primeira formou a foliação
milonítica e as dobras intrafoliais, e a segunda gerou as dobras abertas. Por conta de cristais
de plagioclásio com textura ígnea preservada no migmatito estromático, a presença dos
mesmos minerais acessórios, e a visível transição entre as rochas em escala de afloramento,
foi definido que ambas as unidades foram formadas a partir do mesmo protólito, o metagranito.
A fusão parcial e a deformação intensa concomitante, que predominam na base estrutural do
corpo, foram favorecidas pelo influxo de H2O, que permitiu a fusão parcial localizada, facilitou a
deformação e, posteriormente, o retrometamorfismo.
PALAVRAS-CHAVE: MIGMATITO; PETROGRAFIA; MICROESTRUTURAL; COMPLEXO
CAMPOS GERAIS.
473
O GRANITO CAMPELO, NA REGIÃO DE MIRACEMA-RECREIO: EXEMPLO
DE GRANITÓIDE SIN-COLISIONAL NO SEGMENTO CENTRAL DA FAIXA
RIBEIRA
Muniz, E.A1,2; Heilbron, M.1,2; Magalhães, J.1,2
1Universidade do Estado do Rio de Janeiro;2TEKTOS- Grupo de Pesquisa em Geotectônica
O segmento central da Faixa Ribeira, entre os Estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, é
caracterizado pela ocorrência de corpos granitóides sin-colisionais de idade Brasiliana.
Contrastando com a maior parte dos orógenos, na Faixa Ribeira Central são comuns tanto
granitóides metaluminosos à hornblenda e biotita, como granitóides peraluminosos (Mendes et
al., 2006; Heilbron et al., 2004). Constituem corpos tabulares, alongados na direção NE-SW,
paralelos a foliação tectônica regional, tal como o Granito Córrego Fundo descrito por Monteiro
(2013) para a região mais ao Norte entre Venda das Flores e Lajes do Muriaé. Normalmente
apresentam foliação tectônica mais evidente nas bordas, tornando-se mais homogêneos e com
evidências de foliação de fluxo e misturas mecânicas (mingling) no centro dos corpos. Os
corpos graníticos estudados foram divididos em duas litofácies, uma com granulação fina e
textura equigranular, nomeada de Hornblenda Granito, e outra porfirítica, Hornblenda Biotita
Granito Porfirítico (Monteiro 2013). O Granito Campelo ocorre entre as cidades de Miracema e
Palma, constituindo um corpo de cerca de 7 Km2. Está encaixado próximo ao contato entres o
Terreno Ocidental (Domínio Juiz de Fora) e o Terreno Paraíba do Sul. Apófises tabulares do
granito foram mapeadas nas rochas encaixantes. A foliação discreta (tardi-D2) encontra-se
redobrada em dobras abertas normais a inclinadas, com planos axiais NE-SW. As relações de
contato, geometria e estrutura interna dos corpos graníticos estudados são sugestivas para
emplacement tardi D2, com preferência pelos contatos tectônicos e zonas de cisalhamento da
deformação principal. A presença de xenólitos das rochas encaixantes, bem como os contatos
bruscos e apófises ao longo da foliação regional sugerem posicionamento para-autóctone.
Após sua intrusão, os corpos graníticos registram as fases de deformação tardias descritas
para a Faixa Ribeira. Tal como apontado por outros autores foram caracterizados neste corpo
duas fácies petrográficas distintas: a) fácies porfirítica com clots de ricos em biotita, e b) fácia
cinza foliada, com granulometria média. A mineralogia de ambas as fácies é composta por
bitotita e hornblenda (subordinada), como fases máficas, além de K-feldspato, plagioclásio e
quartzo. Titanita, allanita, zircão, e minerais opacos, são minerais acessórios frequentes. Em
alguns afloramentos, foram observados sulfetos (pirita e talvez arsenopirita). No Granito
Campello, a fácies porfirítica é dominante. Texturas sugestivas de mingling entre as duas fácies
foram descritas. Os dados litogeoquímicos preliminares indicam uma série álcali-cálcica
expandida, com rochas variando entre monzodioritos e granitos s.s. Constituem granitos cálcio-
alcalinos, segundo a classificação de Frost et al. (2001). Os dados, apesar de reduzidos
indicam um gap composional entre 61 e 64 % de SiO2. Os diagramas de variação sugerem
dois grupos geoquímicos distintos, ainda em investigação, o que suportaria as texturas de
mingling observadas. Fato interessante e a presença de Ag nas amostras estudadas Nos
diagramas de ambientação tectônica, como previsto, indicam os campos entre granitoides sin-
colisionais e intraplaca. Análises geocronológicas U-Pb estão em curso, para determinação a
idade absoluta do corpo granitoide estudado.
474
CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE ZIRCÃO DA SUÍTE SANUKITOIDE
RIO MARIA, PROVÍNCIA CARAJÁS
Hévila de Nazaré Silva da Costa1, Claudio Nery Lamarão1,2
1Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica, IG/UFPA; 2Grupo de Pesquisa Petrologia de
Granitoides, GPPG/UFPA
475
ASPECTOS DE CAMPO E CARACTERIZAÇÃO MACROSCÓPICA DOS
DIABÁSIOS AFLORANTES DA REGIÃO DO ARCO METROPOLITANO,
BR493-RJ
Queiroz, B.S.¹; Corval, A.1; Valente, S. C.1
¹Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
RESUMO: O Enxame de Diques da Serra do Mar (EDSM) ocorre na região costeira do sudeste
do Brasil. O enxame é constituído por diques de basalto com afinidade toleítica e trend
preferencial NE/SW e, mais subordinadamente, NW/SE. Granitoides e gnaisses de idade
neoproterozóica/cambro-ordoviciana são reconhecidos como rochas encaixantes. Esses diques
estão associados à fragmentação do Gondwana no Cretáceo Inferior.
A área de estudo é concentrada ao longo do Arco Metropolitano, como é popularmente
chamada a Rodovia Raphael de Almeida Magalhães (BR-493). A BR-493 é uma via expressa
construída em volta da região metropolitana do Rio de Janeiro, ligando as cidades de Itaboraí,
Guapimirim, Duque de Caxias, Magé, Nova Iguaçu, Japerí, Seropédica e Itaguaí. O presente
trabalho tem foco na área proximal da cidade de Seropédica. Os afloramentos ocorrem em
corte de estrada. As rochas encaixantes predominantes têm composições graníticas (K-
feldspato, quartzo, mica) e gnáissicas (biotita-gnaisse com bandamento evidente). Os diques
aflorantes nessa região são subverticais, com orientação preferencial NE/SW, concordante
com o padrão dominante do EDSM. A espessura dos referidos diques é variável entre 1 e 5
metros. Intrusões do tipo bifurcada e, mais localmente, retilínea são reconhecidas na área de
estudo.
O grau de intemperismo dos afloramentos é elevado, o que é evidenciado por vários níveis de
oxidação e caulinização, bem como desenvolvimento de esfoliação esferoidal. Devido aos
processos exógenos, muitos contatos não estão aflorantes, dificultando a identificação de
zonas de margens resfriadas. Porém, subordinadamente, há diques mais preservados nos
quais são possíveis observar os contatos aflorantes. Nesses casos, interações entre a rocha
encaixante e o diabásio, evidenciadas por metassomatismo, foram observadas. Localmente, a
presença de enclaves foi observada.
De um modo geral, os diabásios são de cor preta, melanocráticos, de textura afanítica, afírica,
equigranular, com granulação muito fina. Subordinadamente, há diabásios que apresentam
matriz afanítica com textura porfirítica, com textura inequigranular e granulação fina a muito
fina. A relação de volume matriz/pórfiro é 85%/15%. Os pórfiros presentes são representados
por grãos de olivina e plagioclásio. Os grãos de olivina são verdes, euédricos, tabulares, de
brilho vítreo, com granulação fina. Os grãos de plagioclásio são brancos, subédricos, tabulares,
com brilho vítreo e granulação fina. Pontualmente, há grãos milimétricos de um mineral branco
(pórfiro), euédrico a subédrico, podendo ser resultado de processos de alteração de grãos de
plagioclásio por processo de caulinização. É importante ressaltar que os diabásios estão
fortemente diaclasados, principalmente em regiões próximas à margem resfriada. Vesículas e
amígdalas (as últimas preenchidas por mineral secundário de difícil identificação) são
estruturas tipicamente observadas nas proximidades das margens resfriadas e do contato com
as encaixantes.
Os aspectos texturais e mineralógicos sugerem que essas rochas devam ser classificadas
como basaltos. A presença de vegetação e limo crescendo junto ao contato indica processos
exógenos de alteração e intemperismo, caracterizando zonas de fraqueza. A pouca espessura
das intrusões condicionam caráter afanítico dos diabásios devido ao contraste térmico em
relação às encaixantes. A presença de enclaves, mesmo que de modo local, pode apontar para
a ocorrência de processos de assimilação na petrogênese das rochas estudadas.
476
Salvador, F. A. S.1; Bahniuk, A.2
1Departamento de Polícia Federal; 2 Laboratório de Minerais e Rochas (LAMIR) UniversidadeFederal de
Paraná)
Em 02/02 de 2015, uma carga de 25.000 kg de lingotes de zinco foi enviada do Porto
de Xingang na China para Londrina, no Brasil. O zinco abasteceria a indústria elétrica
local. A carga, com um valor de importação de quarenta e sete mil dólares norte-
americanos, foi inspecionada, embalada e trancada em um recipiente com uma
capacidade de 30,480kg. Entre 05 e 13/02/2015, a carga foi transferida para outro
navio, em Busan, Coreia do Sul, de onde seguiu para o Porto de Paranaguá, no
Paraná, atracando em 31/03/2015. A carga continuou a viagem por terra até Londrina,
489 km distantes do porto.
Quando o contêiner de transporte foi aberto em 2015/07/04, verificou-se que continha
450 sacos feitos de fibras sintéticas sem marcas de identificação, contendo areia
castanha clara, com um peso total de 11,610 kg. Peritos criminais recolheram vestígios
para análise, examinaram o estado das embalagens e determinaram as características
geológicas e minerais do material dentro dos sacos, a fim de tentar descobrir provas
sobre onde a substituição ocorrera. Seu sistema de bloqueio sofreu emprego de força
física, com as barras de bloqueio apresentando dobras e partes originais substituídas.
Os peritos criminais encontraram também um fragmento metálico no piso do contêiner.
As amostras da areia que encheram os sacos e o fragmento foram analisados no
Laboratório de Minerais e Rochas (Lamir), da Universidade Federal do Paraná (UFPR)
que com o geólogo forense da Polícia Federal foram responsáveis pela caracterização
e produção de provas materiais para interpretações sobre origem do material. A análise
do tamanho de partículas a laser foi realizada para definir a granulometria de amostras
e a sua composição química foi determinada usando por espectrometria de XRF-EDS e
MEV. Difração de raios X foi usada para a análise da composição mineralógica e
proporções de isótopos de oxigénio carbono foram medidas através do Razão Isotópica
por Espectrometria de Massa. A composição da areia indicou sua origem de rochas
ígneas granodioríticas ou andesíticas para dacíticas. Esta composição não pode ser
correlacionada com a geologia das rochas em torno do Porto de Paranaguá.
A composição isotópica dos materiais e a cadeia de custódia permitem excluir o Brasil
como origem das amostras, corroborado pela composição distinta das areias da área
do Porto de Paranaguá. Os resultados comprovaram que o metal encontrado era um
fragmento de zinco, possivelmente expedido da China, sugerindo que a troca
provavelmente tinha sido realizada antes da sua chegada no Brasil. Estes resultados
permitem informações forenses, técnico-científicas e jurídicas importantes no processo
de persecução penal de responsabilidade da Polícia Federal brasileira. Resta detalhar
investigação sobre o itinerário do navio, a fim de determinar onde a troca poderia ter
ocorrido.
477
478
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DE FEIÇÕES CARBONÁTICAS NAS
ROCHAS DA ILHA DA TRINDADE, ATLÂNTICO SUL
Machado, M.R.1; Figueiredo, C.A.¹; Ferreira, A.M.S.A.¹; Oliveira, F.S.¹; Schaefer, C.E.G.R.²
1Universidade Federal de Minas Gerais; 2Universidade Federal de Viçosa.
RESUMO: Sobre a complexa variedade de rochas que compõe a ilha da Trindade (Atlântico Sul),
diversas espécies de aves marinhas fazem seus ninhais. Entre espécies residentes e
migratórias, autores estimam que cerca de 12000 aves nidificam em Trindade,
preferencialmente sob o substrato rochoso, nos espaços entre cavidades e fraturas dos neks e
domos fonolíticos e entre os depósitos de tálus que se espalham nos sopés dos afloramentos
rochosos. Ao estabelecer a área de nidificação, essas aves excretam uma solução semi sólida
de ácido úrico (uma substância estável e insolúvel), rica em N, P, Ca, K, Na e Mg, que pode se
acumular em quantidades suficientes para se constituírem um depósito geoquimicamente
significativo, chamado guano, que reage de maneiras específicas com o substrato com o qual
está em contato. A partir disso, o objetivo deste estudo foi identificar se rochas situadas em
áreas nidificadas têm sido afetadas por tal nidificação, através de um estudo petrográfico das
características macro e micromorfológicas das feições reconhecidas. O estudo petrográfico
revelou que as rochas coletadas na Formação Vulcão do Paredão, de natureza básica, são
ankaratritos, ao passo que no Complexo Trindade, alcalino, foram amostrados fonolitos
diversos e kauli-gauteíto, além de ejetólitos associados. Todas as amostras de rochas
coletadas estavam parcialmente ou quase parcialmente revestidas por uma camada de
coloração esbranquiçada a rosada/amarelada clara. Esses revestimentos revelaram distintas
feições, classificadas macroscopicamente conforme sua morfologia e espessura. Seriam eles
capeamentos delgados, preenchimentos de fraturas, crostas, eflorescências e córtex de
alteração. Tratam-se de feições milimétricas a centimétricas, com coloração cinza-rosada e, por
vezes, mais esbranquiçada. Não são texturalmente homogêneas, encontrando-se em uma
mesma amostra coberturas mais lisas de textura fina, e partes com textura grossa, com
aspecto rugoso. Ao microscópio possuem coloração dourada, característica de carbonatos.
Essa matriz carbonática possui granulometria muito fina e microcristalina, contendo fenocristais
de outros minerais comuns em rochas de Trindade, como óxidos de ferro, fragmentos de
piroxênio, fragmentos de vidro vulcânico, de sanidina, zircão, nefelina, magnetita e pedaços de
concha. As crostas possuem uma morfologia que lembra lentes deposicionais, estando
estratificadas pela textura e pela cor. Algumas lentes são mais escuras que outras, e algumas
camadas possuem mais fragmentos de minerais enquanto outras são constituídas apenas pela
matriz carbonática. A própria solução seria responsável por carrear esses fragmentos minerais,
posteriormente cimentados. As feições revelam algumas semelhanças fundamentais, em
destaque: i) são quimicamente compostas por Ca, com P e Mg; ii) apresentam estruturas
deposicionais, iii) envolvem neomineralizações e cimentação de minerais já existentes e iii) são
formadas por acumulação absoluta. Além disso, considerando sua ocorrência, mesmo que uma
amostra não contenha todas as feições, elas raramente ocorrem individualizadas, havendo,
normalmente, três associações: “capeamentos + preenchimentos de fraturas”; “crostas +
preenchimentos de fraturas + eflorescências” e “crostas + córtex de alteração”. Por fim,
destaca-se a composição química majoritariamente carbonática das feições estudadas,
enquanto em estudos realizados em diversas ilhas do mundo tais feições são compostas por
uma associação entre fósforo e cálcio.
479
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DE ROCHAS DAS MONTANHAS
ELLSWORTH – OESTE DA ANTÁRTICA
Ferreira, A.M.S.A.¹; Figueiredo, C.A.¹; Machado, M.R.¹; Oliveira, F.S.¹; Schaefer, C.E.G.R.²
1 Universidade Federal de Minas Gerais; 2 Universidade Federal de Viçosa
480
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DAS ROCHAS DA ILHA DA TRINDADE
– ATLÂNTICO SUL
Figueiredo, C.A.¹; Ferreira, A.M.S.A.¹; Machado, M.R.¹; Oliveira, F.S.¹; Schaefer, C.E.G.R.²
1 Universidade Federal de Minas Gerais; 2 Universidade Federal de Viçosa
RESUMO: Trindade é uma ilha emersa que tem sua gênese no Cenozóico, há aproximados
três milhões de anos. Está associada a derrames e intrusões sódico-alcalinas, marcadamente
sub-saturadas em sílica. Este trabalhou buscou contemplar a diversidade litológica da ilha,
sendo descritas 20 lâminas. Encontrou-se kali-gauteito, fonolito porfirítico, perquinito, fonolito
strictu-sensu e ankaratrito. O kali-gauteito é uma rocha fonolítica, de coloração variando entre
cinza claro a cinza esverdeado, com natureza alcalina extrusiva porfirítica. Composto por
noseanas, magnetitas, biotitas, olivinas, zeólitas, titanitas e clinopiroxênios. Possui matriz fina,
microcristalina e vesicular, com preenchimento de noseanas hipidiomórficas e zeólitas pós-
magmáticas. Predomina fenocristais de piroxênios zonados com centro esverdeado e bordas
mais esbranquiçadas, indicando diferenças na concentração de ferro, fenocristais de titanita
hipidiomórfica e olivinas – estando em variados estágios de alteração para indigsita. Alguns
cristais de biotita apresentam bordas corroídas. O fonolito porfirítico é uma rocha maciça, com
coloração cinza-esverdeada, microscopicamente é holocristalina com textura porfirítica e matriz
afanítica. Verificou-se a presença de fenocristais de sanidina, nefelina, piroxênios alcalinos –
aegirina-augita, titano augita e soda augita, horblenda e biotita. A apatita, magnetita e titanita
ocorrem como minerais acessórios. Boa parte dos minerais estão fortemente fraturados e
alterados com manchas amarronzadas, podendo se tratar de caulinização. Os perquinitos são
rochas granulares com mineralogia constituída essencialmente por minerais máficos.
Microscopicamente apresenta textura porfirítica, matriz afanítica e holocristalina. É notável
presença de fraturas, algumas preenchidas por zeólita. Mineralogicamente possuem
clinopiroxênio – titano augita, minerais opacos, biotita, horblenda, titanita e apatita. As biotitas
encontram-se alongadas, com cristais bem desenvolvidos e apresentando forte pleocroísmo.
Os anfibólios e piroxênios são prismáticos com clivagem visível, ambos se encontram bastante
fraturados e alterados. As apatitas estão presentes na matriz e inclusas nos anfibólios. O
Ankaratrito é uma rocha ultrabásica de origem extrusiva porfirítica e melanocrática. Apresenta
olivinas, clinopiroxênios, magnetitas e noseanas, além dos poros vesiculares. Possui matriz
vítrea, composta por fenocristais de olivina idiomórficas, piroxênios hipidiomórficos e vesículas
arrendondas em quantidade expressiva. As olivinas apresentam estrutura esqueletal devido a
corrosão do magma, muito fraturadas, com alguns cristais já em fase de alteração para biotita e
indigsita. As ripas de piroxênio são levemente orientadas de acordo com a direção do fluxo do
magma, com alguns cristais zonados. Por fim, destaca-se a presença de algumas amígdalas
preenchidas por zeólitas. Os fonolitos strictu sensu são os litotipos mais abundantes de
Trindade, possuindo coloração esverdeada, de textura porfirítica, com matriz afanítica
holocristalina. Apresenta fenocristais de sanidina, noseana, piroxênio alcalino, nefelina,
anfibólio e biotita. Como acessórios possui a titanita, magnetita e apatita. Os fenocristais
também ocorrem como minerais constituintes da matriz. O mineral mais abundante é a
sanidina, com fenocristais idiomórficos, de hábito prismático, geralmente retangular, com
engolfamentos de corrosão nos fenocristais. Apresenta geminação pela Lei de Carlsbad. As
noseanas apresentam inclusões de opacos e zeólitos. Possui cor marrom e forma mais
arredonda. Os piroxênios alcalinos – aegirinoaugita – ocorrem como fenocristais zonados e
possuem cor verde-escuro. As nefelinas são cristais idiomórficos, com hábito prismático
hexagonal e retangular.
481
CARACTERIZAÇÃO DE ESTRUTURAS METAMÓRFICAS EM ROCHAS DO
GRUPO NOVA LIMA NA PORÇÃO NORDESTE DO QUADRILÁTERO
FERRÍFERO
RESUMO: A maior parte das reservas de ouro encontradas no Quadrilátero Ferrífero ocorre
associada ao Supergrupo Rio das Velhas, também conhecido como Greenstone Belt Rio das
Velhas, e aos processos metamórficos que configuraram essa região. Porém ainda há relativa
escassez de dados referentes às estruturas, em macro e microescala, indicativas dos
processos metamórficos que caracterizam essa região do Quadrilátero. Pretendendo contribuir
para os estudos do metamorfismo na região do Greenstone Belt arqueano, foram realizadas
análises em duas regiões do Supergrupo Rio das Velhas, Grupo Nova Lima: afloramentos nos
municípios de Caeté e Sabará em Minas Gerias.
Nos afloramentos do município de Caeté/MG foram identificadas dobras assimétricas,
mineralogia marcada pela presença de quartzo e clorita (o alto grau de intemperismo
inviabilizou uma análise mineralógica mais detalhada). Além de rochas pelíticas
(paraderivadas), constatou-se a ocorrência de serpentinito (rocha ultrabásica ortoderivada)
também marcado pela presença de clorita como mineral índice.
As amostras coletadas em Sabará/MG consistiram em dois testemunhos de sondagem, sendo
um de metadiabásio e outro de metapelito; para a análise destas foram produzidas lâminas
petrográficas. A lâmina petrográfica da amostra de metadiabásio mostrou a clorita como
mineral índice, zonas de carbonatação, cloritização e silicificação indicando metamorfismo
hidrotermal, além de estruturas do tipo poiquiloblásticas. A amostra de metapelito apresenta
vênulas de quartzo-carbonáticas com piritas de granulação fina associadas e a foliação
principal encontra-se modificada pela clivagem de crenulação. Seu mineral índice é a clorita.
Microscopicamente foram identificadas a foliação principal (Sn: 1º zona de deformação) e a 2º
zona de deformação (Sn+1) caracterizada por microdobras que modificam a foliação principal.
Além disso, é possível notar que a superfície principal é deslocada por uma superfície de
cisalhamento.
O Grupo Nova Lima, Supergrupo Rio das Velhas, é marcado pela ocorrência de processos
metamórficos que o configuraram e favoreceram a formação de depósitos minerais. A
identificação de estruturas metamórficas, em macro e microescala, assim como a análise da
mineralogia permitiu visualizar as marcas que os processos metamórficos deixaram, o quê é
uma importante ferramenta para a compreensão de tais processos. Nas duas regiões
estudadas o mineral índice encontrado foi a clorita indicando metamorfismo de baixo grau
(fácies xisto verde); estruturas como dobras e foliação também indicam a ocorrência dos
processos metamórficos na área. A análise microscópica das amostras permitiu verificar a
ocorrência de processos hidrotermais que são responsáveis pela deposição de minerais como
o ouro, por exemplo; além disso estruturas que indicam metamorfismo como a ocorrência de
crenulação e superfície de cisalhamento foram descritas na lâmina petrográfica.
482
APLICAÇÃO DO MICROSCÓPIO ANALÍTICO DE RAIO-X PARA
MAPEAMENTO DE DISTRIBUIÇÃO ELEMENTAR E IDENTIFICAÇÃO
MINERAL EM LÂMINA DELGADA: ESTUDO DE CASO DO OFIOLITO
FEATHER RIVER, CALIFORNIA
Santos, F.N.1; Lee, C.-T. A.2
1Universidade Federal da Bahia; 2Rice University
483
PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA DA INTRUSÃO KIMBERLÍTICA PÂNTANO,
PROVÍNCIA ALCALINA ALTO PARANAÍBA, MG
Shibata, C.S.V.1; Azzone, R,G.2
1Universidade de São Paulo, IGc USP; 2Universidade de São Paulo, IGc USP
484
DESENVOLVIMENTO E IMPLICAÇÕES DO DIAGRAMA KALSILITA –
NEFELINA – DIOPSÍDIO, A 4GPa E CONDIÇÕES ANIDRAS, NA GENESE DE
ROCHAS ULTRAPOTÁSSICAS
Souza, M.R.W.; Conceição, R. V.; Cedeño, D. G.; Quinteiro, R.
RESUMO: O elemento químico potássio possui seu comportamento geoquímico ainda não
bem entendido pelos geólogos. Embora seja geralmente considerado um elemento litófilo pela
maioria dos autores, Corgne et al. (2007) consideram que o potássio possua características
levemente calcófilas, ou siderófilas, que seriam capazes de torna-lo estável sob condições de P
e T do manto terrestre. Em trabalhos experimentais anteriores produzidos por este autor e
colaboradores (Souza, M.R.W. et al. 2015), mostrou-se a capacidade de piroxênios (diopsídio e
onfacita) de manterem até 2% em peso de K2O em sua estrutura, corroborando com trabalhos
de outros autores, que afirmam que tais minerais sejam possíveis reservas de potássio sob
condições mantélicas. Apesar da relevância deste tema, tanto devido a mineralizações
economicamente importantes associadas às rochas alcalinas e ultrapotássicas, como quanto a
influência do isótopo 40K na história da evolução térmica do planeta Terra, este assunto ainda
caresse de estudos. Desta forma, o presente trabalho visa melhor compreender a atuação do
potássio no manto superior terrestre, através de técnicas de petrologia experimental de altas
pressões e temperaturas, que retratem o comportamento geoquímico deste elemento em
paragêneses peridotíticas. Trata-se da evolução do diagrama de fases Leucita – Nefelina –
Diopsídio, a 4GPa e condições anidras, determinado anteriormente por estes autores (Souza,
M.R.W. et al. 2015), agora utilizando Kalsilita como vértice potássico, estudando assim
ambientes ainda mais insaturados em sílica. O trabalho envolve desde a confecção de vidros
de composições estequiométricamente calculadas, a partir de carbonatos (K2CO3, Na2CO3,
CaCO3 e MgCO3) e óxidos (SiO2 e Al2O3), para representarem os vértices do diagrama
(kalsilita, nefelina e diopsídio); processamentos sob pressão de 4GPa (equivalente a 120km de
profundidade) e temperaturas de até 2000°C em uma prenssa hidráulica de 1000 tonf; até a
análise em DRX, MEV-EDS e EPMA, para que sejam determinadas as composições das fases
minerais formadas, em equilíbrio ou não com um líquido nos experimentos. Espera-se que, por
meio da substituição da leucita pela kalsilita no diagrama, ocorra a cristalização de olivinas no
sistema, uma vez que a quantidade de sílica fornecida pela leucita impossibilitou sua
cristalização, e que a influência exercidas por K e Na na atividade de sílica do sistema sejam
melhor compreendidas neste segundo diagrama.
485
CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA POR DIFRAÇÃO DE RAIO-X
EM DEPÓSITO DE TALCO XISTO, CAÇAPAVA DO SUL- RS
Xavier, K.F.1; Van der Kallen, C. 2; Cherubin, I.3; Cherubin, M.4, Pinto,V.M.5
1,2,3,4,5Universidade Federal de Pelotas
486
PALAVRAS-CHAVE: Talco, alto Mg, DRX, Caçapava do Sul.
487
UMA NOVA OCORRÊNCIA DE EPIDOTOS COM
DIMENSÕES EXCEPCIONAIS NO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL.
Morais, G.L.1, Silva, F.D.1, Marin, H.D.1, Sobiesiak, J.S.1, Betella, C.M.1, Abreu, E.P.1,
Souza, M.O.A.1, Haag, M.B.1, Quillfeldt, S.D.1, Santos, M.R.1, Frank, H.T.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
488
MAGMATISMO EXTENSIONAL EDIACARANO ASSOCIADO À ZONA DE
CISALHAMENTO REMÍGIO POCINHOS - DOMÍNIO CENTRAL DA PROVÍNCIA
BORBOREMA, NE DO BRASIL: PLÚTON PILÕEZINHOS
Lima, J.V.1; Guimarães, I.P.1; Santos, L.1; Amorim, J.V.A.1; Farias, D.J.S.1
1Universidade Federal de Pernambuco
RESUMO: O Plúton Pilõezinhos compreende uma intrusão alongada (ENE-WSW), de 100 km2,
caracterizada por duas fácies petrográficas distintas: fácies 1 - sienogranito a monzogranito
porfirítico, contendo raros enclaves dioríticos e xenólitos das encaixantes, e fácies 2 -
monzogranitos equigranulares de granulação fina. Esses granitos intrudem metassedimentos
brasilianos e ortognaisses tonianos, num contexto estrutural gerado pela movimentação
sincrônica da Zona de Cisalhamento Remígio-Pocinhos (ZCRP - ramo leste do Lineamento
Patos) de direção E-W e cinemática destral, com a Zona de Cisalhamento Matinhas de direção
NE-SW e cinemática sinistral. Esse contexto é compatível com uma configuração estrutural que
possibilitou a abertura de sítios extensionais para o alojamento do magma granítico. A
continuidade do processo deformacional, demonstrada pelas microfeições de deformação,
juntamente com as direções das foliações, paralelas à ZCRP, caracterizam este plúton como
sintranscorrente. Esses granitos apresentam química mineral caracterizada por fases máficas
enriquecidas em ferro, com biotitas ricas na molécula de siderofilita e anfibólios com
composição variando de hastingsita a Fe-tchermakita. Os granitos estudados são
metaluminosos a fracamente peraluminosos, com elevada razão de FeO/(FeO+MgO), grande
quantidade de álcalis totais (NaO + K2O) e baixo conteúdo de CaO, sendo classificados como
granitos alcalinos a álcali-cálcicos. Apresentam alto conteúdo de halogênios, principalmente,
nas biotitas e anfibólios, e de ETR, com exceção do Eu, além de enriquecimento em HFSE,
sugerindo que esses granitos foram originados em um estágio pós-colisional. As características
mineralógicas e químicas sugerem que se trata de granitos tipo-A2 (granitos extensionais). As
condições termobarométricas de cristalização, definidas a partir dos dados de química mineral,
são: temperatura variando de 745 a 1004°C e pressão de 4,28 a 5,95 Kbar. A mineralogia
máfica rica em ferro e a presença predominante de ilmenita primária sugerem cristalização sob
condições de baixa fO2 (abaixo do tampão FMQ). Dados de U-Pb em zircões por laser ablation
forneceram idade de 566 ± 3 Ma, interpretada como a idade de cristalização. Dados isotópicos
de Sm-Nd em rocha total mostram idade modelo TDM de 2,00 a 2,03 Ga, já a idade modelo TDM
calculada pelo sistema Lu-Hf em zircão varia de 1,74 a 1,86 Ga. As assinaturas isotópicas
evidenciadas nesses granitoides (εHf = -16,0 a -18,6 e εNd = -15,47 a –15,81) sugerem
fortemente que o magma parental foi originado a partir de fusão parcial de material infracrustal,
fato corroborado pelas razões La/Nb e Th/Nb. Entretanto os valores TDM determinados para o
Plúton Pilõezinhos são mais baixos que os observados no embasamento da região estudada,
sugerindo pequena contribuição de material juvenil na fonte dos granitoides estudados. A
composição química associada a feições petrográficas como zoneamento em K-feldspato,
plagioclásio e allanita sugere que cristalização fracionada foi o principal processo atuante
durante a evolução magmática desses granitos. Possivelmente, o elevado conteúdo de
halogênio no magma parental e a existência de profundas estruturas de transcorrências
facilitaram a ascensão do magma desde uma região mais profunda, até um nível crustal mais
superficial (15 a 20 km), próximo à transição rúptil/dúctil, onde o mesmo foi alojado e finalmente
cristalizado.
489
FROM HIGH (> 0.8 GPA) TO LOW (CA. 0.5 GPA) PRESSURE
CRYSTALLIZATION: EVIDENCE FROM THE GROSSULAR-RICH MAGMATIC
GARNETS OF THE GALILÉIA BATHOLITH, BRAZIL
Narduzzi, F.1,3; Farina, F.1,2; Stevens, G.1,3; Teixeira, L.1,3; Lana, C.1; Nalini, Jr. H.A.1
1Universidade Federal de Ouro Preto (Brazil); 2 University of Geneva (Switzerland); 3University of Stellenbosch
(South Africa)
490
CARACTERIZAÇÃO DE MINERAIS E GEMAS, E TIPOLOGIA DO PEGMATITO
RELACIONADO
Santos, G.P.C.1; Vargas, T.2
1 Alunode Graduação da Faculdade de Geologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, FGEL/UERJ; 2
Professora do Departamento de Mineralogia e Petrologia Ígnea da Faculdade de Geologia da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro, DMPI/FGEL/UERJ.
491
influência acadêmica, social, e interesse para o público leigo. Portanto, esta pesquisa tem
como meta levar este conhecimento, e disponibilizar estes resultados para outras Instituições.
492
APLICAÇÃO DO GEOTERMÔMETRO CALCITA-DOLOMITA EM MÁRMORES
DO COMPLEXO PARAÍBA DO SUL (ES)
493
O PERFIL LATERÍTICO IMATURO DE ABEL FIGUEIREDO, SUDESTE DO
PARÁ
RESUMO: Perfis lateríticos imaturos são muito frequentes na Amazônia, a exemplo da região
sul do estado do Pará. São perfis pouco estudados que, no entanto podem ser portadores de
importantes mineralizações como Au, Pt, Ni, Mn e mineralizações associadas a minerais
resistatos (Sn, Nb-Ta, Y). Esses perfis são constituídos de goethita, hematita, caulinita e
quartzo o que quimicamente representa o domínio de Fe2O3, Al2O3, SiO2 e H2O. Na região de
Paragominas-Rondon do Pará essas formações por vezes dominam a paisagem local, sejam
como depósitos autóctones sejam alóctones. Um desses perfis autóctones localizado a 9 km a
nordeste da cidade de Abel Figueiredo foi selecionado para o desenvolvimento de estudo
textural e mineralógico de detalhe para permitir exercer discussões sobre processos evolutivos
desse perfil. Foram coletadas 10 amostras, as quais foram descritas, imageadas, preparadas e
submetidas a análises mineralógicas por DRX, microscopia óptica, eletrônica e análises
químicas. O perfil aflorante consiste de uma sequência de três horizontes: na base, está a
crosta ferroaluminosa parcialmente desmantelada, sobreposto o horizonte esferolítico a nodular
granodecrescente, e no topo a cobertura argilosa, que corresponde a latossolos amarelos. O
horizonte da base apresenta coloração marrom avermelhada escura, é microporosa, cavernosa
e apresenta nódulos e esferólitos intraplasma, todos constituídos de goethita, hematita e ainda
caulinita, os quais cimentam os grãos irregulares de quartzo. O horizonte esferolítico a nodular
é representado por esferólitos/nódulos de coloração marrom avermelhado escuro, envolvidos
por matriz argilosa a terrosa de coloração marrom amarelada. Hematita e goethita dominam os
esferólitos e nódulos e formam o plasma marrom avermelhado que envolve grãos fraturados e
corroídos de quartzo. Caulinita encontra-se também disseminada no plasma e em torno dos
grãos de quartzo. A cobertura argilosa é um material de cor amarela, silto-argilosa, de
consistência terrosa e homogêneo. A cobertura no seu todo se constitui de caulinita, goethita,
hematita, quartzo e anatásio. A composição química reforça os dados mineralógicos,
confirmando o domínio de SiO2, Fe2O3, Al2O3 e TiO2. Os teores de SiO2 variam de 7,9 a 42,97
% e aumentam para o topo, da mesma forma os teores de Al2O3, atingindo 33,73 %. Os de
Fe2O3 oscilam entre 7,89 e 73,49 % e apresentam comportamento inverso ao de SiO2 e Al2O3.
Os teores de TiO2 oscilam entre 0,38 a 2,28 %. Portanto, a composição mineralógica e a
distribuição dos teores dos componentes químicos principais são compatíveis com as crostas
lateríticas ferroaluminosas parcialmente desmanteladas e capeadas por latossolos (cobertura
argilosa), comparáveis com as crostas de perfis lateríticos imaturos da Amazônia.
494
FEIÇÕES DO IMPACTO BENDEGÓ NO MUNICÍPIO DE UAUÁ, BAHIA
Barreiro, H.. 1,2; Rios, D.C.1,3,4; Carvalho, W.P. 1,4
1 Laboratório de Petrologia Aplicada à Pesquisa Mineral, Universidade Federal da Bahia; 2 Voluntário Iniciação
RESUMO: O meteorito Bendegó foi encontrado em 1784, próximo ao leito do rio Bendegó, com
uma massa de 5.350 kg de Ferro e Níquel, numa região onde hoje estão localizados os
municípios de Uauá e Monte Santo, Bahia. O contexto geológico da região do achado é o de
um núcleo Arqueano, o Núcleo Serrinha, embasamento do Cráton do São Francisco. Na época
do achado o meteorito repousava sobre rochas do Complexo Uauá com idades de até 3350
Ma. Incrustado nas rochas graníticas-gnáissicas migmatíticas e havia gerado um halo de
oxidação do ferro com mais de 2m de espessura. 14 lâminas delgadas confeccionadas a partir
de rochas coletadas no local de achado do meteorito Bendegó não apresentaram brechas ou
PDFs (planar deformation features) e no local aparentemente não mais existem feições
geomorfológicas características de crateras de impactos. Estas observações levaram os
autores que estudaram a região a sugerir que a queda do Meteorito Bendegó não teria
originado uma cratera de impacto. Posteriormente no local foram recuperados fragmentos de
gnaisse, fraturados e cortados por múltiplos e numerosos veios brechados. O objetivo deste
trabalho é apresentar os resultados das comparações entre a petrografia e os dados
geoquímicos das rochas supostamente impactadas e das demais rochas do embasamento da
região, visando confirmar a existência de rochas impactadas no local e caracterizá-las do ponto
de vista petrográfico. As técnicas clássicas de preparação de amostras foram aplicadas e
assim confeccionadas (6) lâminas delgado-polidas e (3) tabletes polidos do gnaisse com veios,
de quartzo leitoso, e de um gnaisse com estrutura sugestiva de shatter cone. Cada uma destas
amostras foi moída a 60# para realização de concentrados minerais no Separador
Eletromagnético Frantz e a 200# para análises químicas por Fluorescência de Raios-X e /ou
ICP-MS. Estudos petrográficos demonstraram que os veios são compostos por quartzo
criptocristalino e óxido de ferro, e apresentam contatos bruscos com o gnaisse encaixante –
feições sugestivas de impactitos/pseudotactitos. A microscopia eletrônica de varredura (MEV)
permitiu descrever os óxidos de ferro quantitativamente, demonstrando que estes vestígios de
ferro correspondem composicionalmente ao óxido do meteorito, e assim evidenciam a
possibilidade de recristalização destes veios em fases de quartzo de alta temperatura. As
próximas etapas incluirão estudos por Difratometria de Raios-X para identificar as fases de
sílica presentes, e caracterização mineraloquímica de detalhe das fases acessórias. Esta é a
contribuição GPA 006/2016.
495
ENSAIO DE UMA CORRELAÇÃO ENTRE A CARACTERIZAÇÃO
PETROGRÁFICA E LINEAMENTOS DA FORMAÇÃO PAREDÃO GRANDE
NAS REGIÕES DE CHAPADA DOS GUIMARÃES, DOM AQUINO E POXORÉU
- MT
Fernandes, K.G.1; Kuhn, C.E.S.2; Silva, D.G Q. R.3.
1Graduação em Geologia – Faculdade de Geociências, Universidade Federal de Mato Grosso; 2Instituto de
Engenharia, UFMT; 3Pesquisador Colaborador, FAPEMAT.
496
THE TRANSAMAZONIAN IMPRINT ON THE SOUTHERN SAO FRANCISCO
CRATON: ANATOMY OF A PALEOPROTEROZOIC OROGEN
Cutts, K.A.1; Lana, C.1; Alkmim, F.F.1 , Teixeira, L.P.1, Júnio da Silveira, G.1, Mazoz, A.O.1
1Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Morro do Cruzeiro, 35400-000
Ouro Preto, MG, Brazil.
ABSTRACT: The Transamazonian orogeny is a laterally extensive orogeny which is the result
of the proposed collision between a magmatic arc and the Sao Francisco Craton at 2.1 Ga.
Transamazonian age events are recorded in both the northeastern and southern Sao Francisco
Cratons as well as in French Guiana, Surinam, Guyana and Venezuela (Machado et al 1992).
Despite this large lateral extent, very little is known about Transamazonian orogenesis. In the
Sao Francisco craton this could be due to the fact that the position of the Transamazonian on
the edge of the Archean craton mean that these rocks have been subjected to later c. 600 Ma
Brasiliano orogenic events (Perez et al 2004). In addition, collapse of this orogeny is thought to
result in the dome and keel geometry found in the Quadrilatero Ferrifero (Marshak et al 1997).
In the Southern Sao Francisco craton, on the eastern edge of the Quadrilatero Ferrifero (QF),
there is a region where Transamazonian metamorphism and structures are preserved (Alkmim
and Marshak 1998; Perez et al 2004). Samples obtained from this region have the potential to
record the metamorphic evolution of Transamazonian events as well as the later Brasiliano
overprint.
This study investigates a series of granulite and amphibolite facies samples from the central
and eastern QF. The central QF samples record the collapse of the orogeny, whereas samples
from the eastern QF originate from the magmatic arc and preserve peak Transamazonian
metamorphism as well as the Braziliano overprint.
The central QF samples record clockwise P-T paths with peak conditions of 7 kbars and 700 °C
at c. 2050 Ma. Amphibolite facies samples from the eastern QF contain complexly zoned garnet
containing monazite which gives 2.0 Ga ages, whereas matrix grains give ages of c. 600 Ma.
Matrix monazite from another sample give two age populations, 597 ± 3 Ma and 547 ± 5 Ma.
Garnet core zonation indicates peak P-T conditions of c. 7 kbar and 650 °C for both samples.
This is likely to represent Transamazonian metamorphic conditions.
Granulite facies samples from the eastern QF gave monazite ages in the range of 2015-1960
Ma with discordia intercepts at c. 620 Ma. Both granulite samples preserved two metamorphic
textures. Coarse grained garnet + biotite + OPX+ plagioclase + quartz + ilmenite + melt and
later, fined grained garnet + biotite + amphibole + quartz which grows at the expense of OPX.
Peak conditions for the earlier event were c. 750 °C and 7-5 kbar and 650 °C at 5-6 kbar for the
later event. Plausibly the earlier event corresponds to the c. 2.0 Ga ages obtained from the
sample while the later event is the result of c. 600 Ma resetting. The high grade of
metamorphism and range of monazite ages for the eastern region suggests long-lived high
temperatures, possibly this could have contributed heat required for dome and keel formation in
the central QF.
497
PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA DOS DIQUES LEUCOCRÁTICOS Á SW DE
SÃO JOÃO DO CARIRI – PB, PROVINCIA BORBOREMA
SÁ, R. F. L.1; Guimarães, I.P.1; Brainer, C.C.G.1; Silva, D.V.; Lima, J.V.1; Santos, L.1
1Universidade Federal de Pernambuco
498
PETROGRAFIA DO STOCK SERRA DA VACA, DOMÍNIO POÇO REDONDO,
SISTEMA OROGÊNICO SERGIPANO, NE BRASIL
Oliveira, D.B.1,2; Teles, D.S.1,2; Souza, C.S.1,2; Lobo, A.F.B1,2. Rosa, M.L.S.2,3; Conceição, H.2,3
1Iniciação Científica; 2Laboratório de Petrologia Aplicada à Pesquisa Mineral da Universidade Federal de Sergipe
(UFS); 3 Programa de Pós-Graduação em Geociências e Análise de Bacias da UFS
O Stock Serra da Vaca (SSV) é intrusivo nos terrenos do Domínio Poço Redondo, que se
localiza na parte norte do Sistema Orogênico Sergipano, sul da Província Borborema. O SSV
faz parte do plutonismo que ocorre na parte norte do Estado de Sergipe, sendo classificado no
novo mapa geológico de Sergipe como pertencente a Suíte Intrusiva Tipo Glória–Xingó 2 (643-
542 Ma), com colocação tardia a pós-tectônica. As etapas desenvolvidas deste trabalho foram:
levantamento bibliográfico, seguido da fotointerpretação da área do SSV, missão de campo e
análise petrográfica. O SSV é um corpo alongado na direção N-S e com área de 19 km². Os
seus afloramentos ocorrem na forma de lajedos com tamanhos variados. O caráter intrusivo é
visível em campo e por guardar xenólitos de gnaisse-migmatitos encaixantes, pertencentes ao
Domínio Poço Redondo, a sul, e de granitos da Suíte intrusiva Coronel João Sá. As rochas do
SSV são hololeucocráticas com coloração acinzentada, apresentam granulação média, por
vezes porfiríticas com fenocristais de plagioclásio e feldspato alcalino. As estruturas
identificadas nas rochas do SSV são isotrópica e anisotrópica. A anisotropia, quando ocorre,
em marcada pela orientação magmática de cristais de biotita e enclaves. A presença de
enclaves máficos microgranulares, com granulação mais fina que as rochas do SSV, é uma
característica comum. O estudo petrográfico identificou como minerais essenciais: oligoclásio,
feldspato alcalino (ortoclásio e microclínio) ocasionalmente pertíticos, quartzo, biotita, e
muscovita; como minerais acessórios identificaram-se a presença zircão, apatita, epídoto,
allanita e minerais opacos. Os feldspatos e biotita apresentam-se com inclusões de zircão,
apatita e minerais opacos. A biotita marrom é o máfico dominante e usualmente altera-se para
clorita que ocorre associada a epídoto, muscovita e minerais opacos. Os cristais de oligoclásio
subédrico são ocasionalmente antipertíticos, por vezes com textura mirmequítica, e apresenta-
se saussuritizados. Os cristais de allanita subédricos são coroados por epídoto. A mineralogia
dos enclaves é a mesma dos granitos, exceto pela presença da hornblenda. A sequência de
cristalização nestas rochas se marca pela cristalização inicial dos acessórios (zircão, apatita,
allanita e minerais opacos), seguida da cristalização do oligoclásio, feldspato alcalino e biotita.
Identificou-se que o SSV é constituído por biotita granodioritos e biotita monzogranitos
leucocráticos que no diagrama QAP mostram afinidade com a suíte cálcio-alcalina de alto
potássio. Os dados obtidos (rochas sem deformação importante, biotita como máfico
dominante, presença de enclaves microgranulares, duas micas) são os primeiros desta
natureza para o Stock Serra da Vaca o que torna possível reforçar a correlação com o
magmatismo orogênico cálcio-alcalino de alto potássio no SOS.
PALAVRAS-CHAVE: GRANITOS, PETROGRAFIA, SISTEMA OROGÊNICO SERGIPANO.
499
CARACTERIZAÇÃO DE UMA OPALA COM FLUORESCÊNCIA VERDE
ASSOCIADA A GRANITOS NO RIO GRANDE DO SUL.
Frank H.T.1, Haag, M.B.1, Santos, M.R.1, Viegas, G.R.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
500
NOVAS OCORRÊNCIAS DE FLUORITA NO LIMITE NORDESTE
DO BATÓLITO DE PELOTAS NO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL.
Souza, M.O.A.1, Abreu, E.P.1, Silva, F.D.1, Viegas, G.R.1, Betella, C.M.1, Marin, H.D.1,
Sobiesiak, J.S.1, Haag, M.B.1, Quillfeldt, S.D.1, Viero, A.P.1, Santos, M.R.1, Frank, H.T.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
501
DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA DO MACIÇO DO ALTO CHAPÉU (ES)
Breder, F.P.1; Teixeira, P.A.D ¹, Mendes, J.C2, Medeiros, S2.
1Universidade Federal do Espírito Santo; 2Universidade Federal do Rio de Janeiro
502
GEOLOGIA, PETROLOGIA E SUSCEPTIBILIDADE MAGNÉTICA DO PLÚTON
SERRA DACAIÇARA, DOMÍNIO PERNAMBUCO ALAGOAS, NORDESTE DO
BRASIL
O Plúton Serra da Caiçara é parte do batólito composto Águas Belas – Canindé que intrudiuo
domínio Pernambuco Alagoas, Província da Borborema. Mostra uma área de 87 km² e faz
contato com os plútons Maravilha a leste, Santana do Ipanema a leste e sul e Tanquinho a
norte. Este pluton se destaca dos demais mostrando um marcante enriquecimento em potássio
em mapa geofísico radiométrico ternário que aumenta da borda ao centro, sugerindo uma
variação faciológica. O posicionamento deste corpo foi condicionado por zonas de
cisalhamento que se encontram nas bordas. As principais são: Zona de Cisalhamento Poço
das Trincheiras (possui direção NE-SW e cinemática sinistral), esta zona é subparalela a Zona
de Cisalhamento Contracional Maravilha que se encontra a aproximadamente 5 km a oeste, e
Zona de Cisalhamento Guandu (possui direção NW-SE e cinemática sinistral). O pluton é
constituído por hornblenda quartzo sienito e hornblenda quartzo alcali feldspato sienito,
apresentam-se ligeiramente porfiríticos e com textura fanerítica de granulação fina a média,
sem aparente orientação preferencial dos minerais e coloração variando de creme a castanho.
Estas rochas contêm feldspato potássico de até 3 cm de comprimento, quartzo e plagioclásio
como minerais essenciais e hornblenda como principal componente máfico além de titanita,
epidoto, zircão e apatita como minerais acessórios. Enclaves métricos de composição
anfibolitica são comuns. As rochas são cálcio alcalinas de alto potássio a shoshoniticas, com
baixos teores de Fe# pertencentes a serie magnesiana (granitos de cordilheira). A classificação
quanto à saturação em alumina, segundo o índice de Shand, mostrou que o plúton apresenta
caráter metaluminoso a peraluminoso. Porém sua mineralogia é tipicamente de rochas
metaluminosas tipo I, podendo o caráter peraluminoso estar associado ao fracionamento de
hornblenda. A razão Rb/Sr indica uma fraca contribuição crustal. O geotermômetro de
saturação em fósforo indica alta temperatura para o liquidus (950–1050 ºC). O pluton Serra do
Caiçara mostra altos valores de susceptibilidade magnética (> 4,05 x 10-3SI) típica de plutons
da série magnetita granitos que se cristalizaram sobre alta fugacidade de O2. Este pluton tem
uma idade U–Pb SHRIMP 616 ± 3 Ma com ԑNd(0,6Ga) de – 5,2 e idade TDM de 1,43Ga.
503
DADOS PRELIMINARES DOS SERPENTINITOS DO COMPLEXO PASSO
FEIO, RS
Souza, T.L.1; Remus, M.V.D.1; Dani, N.1; Zimmermann, M.R.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
504
ESTRUTURAS E TEXTURAS MAGMÁTICAS E PÓS-MAGMÁTICAS EM
GRANITOS PORFIRÍTICOS ASSOCIADOS À ZONAS DE CISALHAMENTO:
EXEMPLOS PRECAMBRIANOS DA ILHABELA, LITORAL NORTE DO
ESTADO DE SÃO PAULO
Glaucia Silva Barreto1, Johann Hans Daniel Schorscher1; Vinícius Tieppo Meira1,2; Caetano
Juliani1
1Universidade de São Paulo; 2Universidade Estadual de Campinas
RESUMO: A Ilhabela, localizada no litoral norte do Estado de São Paulo, insere-se no contexto
tectônico da Província Mantiqueira (Faixa Ribeira Central), na porção mais oriental, denominada
Domínio Costeiro. O embasamento precambriano da Ilhabela é constituído por gnaisses e migmatitos
variavelmente milonitizados e intrusões graníticas. Estas últimas apresentam grande diversidade de
feições magmáticas e pós-magmáticas vinculadas aos processos deformacionais de zonas de
cisalhamento contemporâneos à formação e colocação desses litotipos. As estruturas e texturas
desenvolvidas em diversos estágios da atividade tectônica foram estudadas em escala de afloramento a
microscópica.
Os granitóides se destacam por sua foliação magmática orientada paralelamente à foliação milonítica
regional (direção NE, com mergulhos para NW) e textura porfirítica, com fenocristais de 1 a 2 cm de
plagioclásio e de ortoclásio bimodal, de 1 a 3 cm e de 5 a 10 cm de comprimento, idiomórficos em meio
à matriz inequigranular média a grossa quartzo-feldspática com hornblenda, biotita, apatita, zircão,
allanita, ilmenita e magnetita, além de algumas variedades com granada.
Das estruturas em campo se destacam agregados máficos em schlieren e encraves máficos dioríticos.
Os schlieren são constituídos por biotita, hornblenda, apatita e minerais opacos em concentrações
orientadas por fluxo magmático associado à canalização de líquidos imiscíveis. Diferenciam-se dois
tipos morfológicos de encraves: um é formado por fragmentos alongados, com contatos difusos e
aspectos de dissolução nas bordas, indicando desequilíbrio e reações entre os materiais. O segundo
tipo constitui fragmentos maiores, por vezes dobrados apertadamente, com estruturas interdigitadas,
contatos lobados e em cúspide, registrando interação sub-sólida de magmas félsicos e máficos, ou seja,
processos de mingling. Também ocorrem concentrações de cristais de ortoclásio em faixas e/ou
bolsões com aproximadamente 1 m de espessura, orientadas paralelamente à foliação magmática;
vênulas félsicas estiradas e foliação formada por deformação em estado sólido dos estágios finais da
cristalização.
A consolidação dos granitos foi iniciada pela cristalização de fenocristais de plagioclásio idiomórficos,
dispersos na matriz e inclusos no ortoclásio, apresentando sempre exsoluções antipertíticas em
proporções consideráveis. Os megacristais de ortoclásio possuem geminação Carlsbad e não se
observa inclusão destes nos fenocristais de plagioclásio. São cripto a mesopertíticos e, frequentemente,
apresentam inversão para microclínio nas bordas. Estes aspectos indicam a cristalização do ortoclásio
após o plagioclásio, em condições próximas à do eutético de um sistema subsolvus de elevada
temperatura, com teores consideráveis de albita em sua composição e, em equilíbrio com os cristais de
plagioclásio mais finos na matriz, estes sem exsoluções antipertíticas. Com a continuidade do
resfriamento ocorreu a exsolução da albita no feldspato potássico, formando cripto- e mesopertita,
assim como houve a geração de antipertita no plagioclásio. Processos pós-magmáticos resultaram no
desenvolvimento de microclínio a partir do ortoclásio em domínios isolados, frequentes nas bordas dos
cristais mais grossos, assim como a formação de mirmequita.
505
CARACTERIZAÇÃO DA MORFOLOGIA DE ZIRÇÃO DO GRANITO INDIAVAÍ E
DAS ZONAS DE CISALHAMENTO ÁGUA RICA E CRISTO REI - SW DO
CRATON AMAZÔNICO.
Silva, D.C.1; Silva, C H.2; Costa, A.C. D.3
1Universidade Federal de Mato Grosso; 2Universidade Federal de Mato Grosso; 3Universidade Federal de Mato
Grosso.
RESUMO: O Granito Indiavaí faz parte do conjunto de granitoides quem compõe a Suíte
Inrtusiva Pindaituba, localizada no Sudoeste do Cráton Amazônico mais precisamente a Norte
da cidade de Indiavaí no Sudoeste do estado de Mato Grosso. Este granito apresenta forma
irregular e aflora na forma de blocos e matacões, constituindo morros e morrotes, sendo menos
frequente em forma de lajedo, ao longo de um trend NNW. A composição é sienogranítica,
varia de leucocrático a mesocrático, constituído essencialmente por quartzo, feldspato alcalino,
plagioclásio, tendo como minerais máficos anfibólio e em menor quantidade bioita, as rochas
possuem coloração cinza a rósea, granulação média a grossa, por vezes porfirítica e em
alguns casos textura rapakivi. Foram distinguidas duas zonas de cisalhamento de caráter
dúctil-rúptil denominadas de Água Rica e Cristo Rei que afetam o Granito Indiavaí e geram
rochas deformadas como: protomilonitos, milotinos e “xistonitos”. As zonas de Cisalhamento
não exibem uma sequência milonítica padrão. As rochas mais deformadas, “xistonitos” e
milonitos, estão em alguns locais em contato direto com as rochas menos deformadas, granito
foliado. Para caracterizar melhor se as rochas provenientes do cisalhamento são geradas a
partir do protólito granítico utilizou-se da comparação da morfologia dos zircões a partir de
análises de microscópio eletrônico de varredura. Os estudos da estrutura interna de zircões
têm-se revelado um complemento em vários estudos. Este método foi utilizado devido à
dificuldade de categorizar as rochas deformadas pelas zonas de cisalhamento, se estas seriam
pertencente ao protólito granítico ou referentes ao produto de deformação das rochas do
embasamento. Foram analisados a morfologia de uma média de quinze zircões por amostras,
sendo estas divididas em: três amostras do granito sem deformação, três amostras de milonito
da zona de Cisalhamento Água Rica e três amostras de milonitos e “xistonitos” da zona de
cisalhamento Cristo Rei. Como base de comparação tomou-se os zircões do granito sem
deformação. Os zircões deste granito caracterizam-se morfologicamente como cristais de
primas curtos, em geral quadrados com dimensões aproximadamente entre 50 e 250 µm onde
a relação comprimento versus largura dá-se em 1/1 ou em alguns grãos dá-se essa relação em
2/1. Apresentam zoneamento no geral tênue. Os zircões analisados das rochas deformadas
mostram-se com as mesmas características em comum com os zircões do granito sem
deformação, concluindo que as rochas deformadas são provenientes deste protólito.
506
LITOGEOQUÍMICA DO MAGMATISMO EDIACARANO SERRA DO
CARAMURU, NORTE DO LINEMAMENTO PATOS, PROVÍNCIA
BORBOREMA, NE DO BRASIL
Macêdo Filho, A.A.¹; Souza, Z.S.²
1Programa de Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica (PPGG/UFRN), bolsista de Mestrado, CNPq;
2PPGG/Departamento de Geologia da UFRN, pesquisador do CNPq
507
QUIMICA MINERAL EM BIOTITA DE GRANULITO MÁFICO E KINZIGITO DA
ÁREA DE VILA CRUZEIRO DO SUL, DOMÍNIO BACAJÁ, PROVÍNCIA
TRANSAMAZONAS
Sousa, J.T.1; Feio, G.R.L.2; Almeida, J.A.C.3; Ribeiro, A.A.S.4; Andrade, P.T.S.R.5
1Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
RESUMO: A área de Vila Cruzeiro do Sul está inserida no Domínio Bacajá, parte sul da
Província Transamazonas, porção centro-leste do estado do Pará. Compreende terrenos
constituídos por rochas de alto grau metamórfico (gnaisses, granulitos, migmatitos, granitóides
e rochas charnockíticas) paleoproterozóicas e arqueanas retrabalhadas durante o Ciclo
Transamazônico, de idade entre 2,26-1,95 Ga. A tectônica é transcorrente, com zonas de
cisalhamento continuas e paralelas, evidenciando deformação dúctil com cinemática ora dextral
ora sinistral. Apesar de estudos recentes realizados pela Universidade Federal do Sul e
Sudeste do Pará na região em escala de detalhe 1:100.000 e 1:70.000, ainda existem muitas
lacunas relacionadas a evolução crustal e compreensão das condições metamórficas que os
litotipos presentes na área em estudo foram submetidas. Este trabalho envolve a
caracterização químico-mineralógica de granulitos máficos e kinzigitos (cordierita-granada
gnaisse) pertencentes à Unidade Granulito Novolândia, visando determinar as condições de
metamorfismo, com base no geotermômetro de Ti em biotita. O granulito máfico apresenta
coloração preta esverdeada a cinza, de granulação média a grossa e textura granoblástica,
com estrutura foliada a bandada. Apresenta ortopiroxênio, clinopiroxênio, biotita e plagioclásio
com fases principais, podendo conter granada, opacos, quartzo e anfibólio em proporções
subordinadas. O kinzigito consiste de um biotita-cordierita granada-gnaisse de textura
inequigranular fina a media e estrutura bandada. As bandas escuras são formadas
predominantemente de biotita, enquanto que as porções mais claras são de quartzo, cordierita,
granada feldspato potássico e plagioclásio, sendo possível observar ainda a presença de
silimanita de forma restrita. A biotita tanto nos granulitos máficos quanto no kinzigito apresenta
cor marrom avermelhada e ocorre geralmente associada à ortopiroxênio nos granulitos e com
granada nos kinzigitos. Em ambas as rochas, a biotita presente plota no campo das biotitas
primárias. De acordo com os diagramas de classificação Mg/(Mg+Fe) em relação Si/Al(IV),
Al(IV) versus Fe/(Fe+Mg), Al(VI) versus (Fe/(Fe+Mg) e o de Ti versus #Mg, as biotitas
analisadas posicionam-se no campo de classificação da flogopita e annita, sendo que no
granulito máfico a biotita é essencialmente do tipo flogopita, enquanto que no kinzigito varia
entre flogopita e annita, com maior tendência ao campo da annita. No Granulito máfico, o teor
de Ti (afu) varia de 0,23-0,29 e Fe (0,63-0,72) e com #Mg (0,73-0,75); enquanto que no
kinzigito o Ti varia de 0,27-0,38, o Fe (0,74-0,93; 1,06-1,12) com #Mg (0,52-0,69). Resultados
obtidos em cálculos geotermométricos indicaram condições de temperaturas acima de 700°C
para a cristalização da biotita tanto no granulito máfico quanto no kinzigito.
508
REPEATED PARTIAL MELTING EVENTS IN THE ARAÇUAÍ OROGEN
(SOUTHEASTERN BRAZIL): EVIDENCE FROM THE POLYMETAMORPHIC
CARLOS CHAGAS BATHOLITH
Melo, M.G.1,2; Stevens, G.2; Lana, C.1; Pedrosa-Soares, A.C.3; Frei, D.2; Alkmim, F.F.1; Alkmin,
L.A.1, Oliveira, R.1; Alves, T.1, Schuch, C.S.1; Mazoz, A.1; Ribeiro, T.1
1Universidade Federal de Ouro Preto; 2Stellenbosch University; 3Universidade Federal de Minas Gerais
The Carlos Chagas batholith (CCB) is the largest (~14,000 km2) granitic body ascribed to the
collisional G2 supersuite (ca. 585-545 Ma) of the Araçuaí orogen (AO), southeastern Brazil. The
CCB includes a dominant granite richer in garnet than in biotite (the Carlos Chagas leucogranite)
and lithotypes with generally prevalent biotite (Montanha and Nanuque granites). Our work
focuses on the Carlos Chagas leucogranite, cropping out in the CCB central to southern region,
with a view to better understanding crustal recycling during a long-lived orogeny. Three major
mineral associations within CCB can be identified: A1) Qz+Pl+Kfs+Bt+Grt+Ilm±Rt; A2)
Qz+Pl+Kfs+Bt+Grt+Ilm+Sil; and A3) Qz+Pl+Kfs+Bt+Grt+Ilm+Sil +Spl. Textural evidence for the
presence of former melt, recognized in all studied samples, includes: silicate melt inclusions in
poikiloblastic garnet, pseudomorphed thin films of melt surrounding the two generations of garnet,
pseudomorphed melt pools adjacent to garnet and biotite, and plagioclase and quartz with
cuspate-lobate shapes occurring among matrix grains.Two generations of garnet (Grt1 and Grt2)
are identified within CCB and both are unzoned in terms of major element concentration, both
contain small rounded inclusions of Ti-rich biotite and, in addition, the Grt2 crystals also contains
inclusions of remnant sillimanite needles. This microstructural evidence, in combination with the
mineral chemistry, indicates that the garnet crystals grew during two distinct partial melting
events, assisted by fluid-absent reactions consuming biotite. P-T pseudosections calculated via
Theriak Domino in combination with (LA-ICP-MS) in situ U-Pb monazite and zircon dating provide
new constraints on the thermal evolution of the AO. Data from A1 records P-T conditions of the
first granulite-facies metamorphic event (M1) at 790-820 ºC and 9.5-10.5 kbar in depths of 29-32
km, whilst A2 records P-T conditions of the second granulite-facies metamorphism (M2) at 770
ºC and 6.6 kbar corresponding to depths of 20 km. These metamorphism events are recorded in
monazites and zircons in all associations, with peak at ca. 564-552 and ca. 530-515 Ma,
respectively. The evidence described in this work indicates three episodes of crustal recycling in
the Araçuaí orogeny. In the first event source rocks with a volume substantially larger than that
of the CCB melted to produce a hydrous, peraluminous granitic melt that intruded at presumably
higher crustal level within the orogenic belt at ca. 576-577 Ma. At least part of the water in this
hydrous magma was trapped due to biotite crystallization producing significant fertility for the
generation of melt from the resultant granite. Thickening and further evolution of the orogen
introduced the CCB into the deep crust producing a second process of crustal differentiation,
some 20 Ma after the first. This produced an almost completely anhydrous rock, infertile for the
production of granitic melt. The third and final episode of recycling occurred only where hydration
due to shearing had refertilized the CCB for melt generation and produced relatively minor melt
volumes, which were lost leaving the CCB dry and refractory.
509
DESCRIÇÃO PRELIMINAR DO GRANITO ESTRELA, ZONA INTERNA DA
FAIXA BRASÍLIA, MUNICÍPIO DE ESTRELA DA SUL - MG
Casagrande, D1; Silva, D. C2; Araújo, L.M.B3
1Universidade Federal de Uberlândia; 2Universidade Federal de Uberlândia; 3Universidade Federal de Uberlândia
RESUMO: No município de Estrela do Sul no estado de Minas Gerais, ao longo das margens do
rio Bagagem afloram as rochas de um corpo granítico, denominado neste trabalho de Granito
Estrela, aflorando sob a forma de blocos e matacões e mais raramente na forma de lajedo. Os
estudos geológicos referentes a área no qual este corpo granítico se encontra, ainda são muito
escassos e restringem o entendimento do mesmo. Este granito está inserido geologicamente
na zona interna da Faixa Brasília Meridional sendo relacionado em estudos anteriores ao
Grupo Araxá, não sendo observado em campo o seu caráter intrusivo com relação as demais
unidades que compõe este Grupo. Com base nos dados obtidos neste projeto foi possível
caracterizar este corpo magmático como um granito a duas micas evidenciado por seu caráter
peraluminoso. Macroscopicamente as rochas deste corpo são classificadas como de
composição monzogranítica, apresentam coloração cinza clara, granulação fina a média e
estrutura maciça. Os minerais essenciais compreendem feldspato potássico (45%), quartzo
(25%), plagioclásio (30%), tendo biotita e muscovita presentes na composição essencial e
minerais opacos como acessórios visíveis a olho nu. O feldspato potássico é o mineral
dominante, vindo a seguir o quartzo. A biotita e a muscovita ocorrem em quantidades
comparáveis, com leve predomínio da primeira. O quartzo apresenta hábito granular com forma
anédrica, incolor e variando de menores que 0,1 mm até 0,3 mm de tamanho. O feldspato
potássico possui coloração levemente avermelhada com hábito prismático e forma subédrica a
anédrica, chegando até 0,3 mm de tamanho. O plagioclásio apresenta forma anédrica a
subédrica com hábito prismático, sua coloração é esbranquiçada, e o tamanho varia de 0,1 mm
até 0,4 mm. A biotita caracteriza-se por ser de coloração preta de hábito micáceo com forma
subédrica a anédrica chegando até 0,5 mm de tamanho. Por fim a muscovita assim como a
biotita possui hábito micáceo com forma anédrica a subédrica de coloração incolor que chegam
até 0,5 mm de tamanho. Este projeto pretende acrescentar dados geológicos que permitam o
entendimento do magmatismo responsável pela geração deste corpo granítico através do
mapeamento geológico, caracterização petrográfica e geoquímica, visando descrever suas
texturas, minerais, estruturas e ambiente de formação, de modo a definir os processos
geológicos responsável por sua origem e evolução de sua gênese, além das relações com as
demais unidades da zona interna da Faixa Brasília.
510
CLASSIFICAÇÃO PETROGRÁFICA DAS ROCHAS MAGMÁTICAS DA PONTA
DO GALHETAS, GUARUJÁ - SP
Facincani, R. E.1; Oliveira, G.F.1; Galé, M.G.2; Goya, S.C3; Oliveira, S.C1;
1Graduação em Geologia Unimonte; 2 Programa de Pós-graduação em Geoquímica e Geotectônica, IGc-USP;
3Unimonte
511
EVOLUÇÃO CRUSTAL DA ILHA DE SANTO AMARO (GUARUJÁ-SP)
Oliveira, G.F1; Galé, M.G.2; Goya, S.C.3
1Graduação em Geologia Unimonte; 2 Programa de Pós-graduação em Geoquímica e Geotectônica, IGc-USP;
3Unimonte
RESUMO: A Ilha de Santo Amaro, correspondente a área municipal do Guarujá, está inserida
no setor central do Cinturão de Dobramentos Ribeira, na unidade geológica Complexo
Costeiro. Esta unidade se desenvolveu durante a amalgamação brasiliana que metamorfizou e
fundiu parcialmente protólitos hidratados e aluminosos de uma bacia sedimentar, gerando
anatexitos e diatexitos. Na área de estudo ocorre uma complexa geodiversidade que
compreende principalmente gnaisses, gnaisses com texturas granoblásticas a porfiroblásticas
com ou sem granada, migmatitos com neossomas dobrados e apresentando estruturas
estromatíticas e oftalmíticas. Variações entre ultra a protomilonitos cortam essas rochas em
zonas de falhas e são intrudidos por corpos granitoides orientados. As unidades migmatíticas
estudadas durante o mapeamento no município do Guarujá retratam este cenário evolutivo do
Complexo Costeiro, onde o provável protólito sedimentar sofreu processos de migmatização
em fácies Anfibolito Superior, com paragênese Pl+Grt+Horn+Qtz. Os neossomas, gerados
durante esta fusão parcial, são quartzo-feldspáticos e se sobrepõe à foliação gnáissica,
formando bolsões de composição alcali-feldspato-granítica. Microestruturas de fusão também
são observadas em análise microscópica nos paleossomas destes gnaisses, indicando
recristalização em fase líquida. Os fenocristais de feldspato potássico presentes nestes
neossomas estão arredondados, o que denota uma deformação tardia em estágio dúctil-rúptil,
oriunda de processos de reativação tectônica. O caráter dúctil da região é exemplificado por
dobras assimétricas com o plano axial paralelo à foliação e porfiroblastos rotacionados com
sombra de pressão, indicando movimentos preferencialmente de sentido dextral e
subordinadamente sinistral. Os estudos petrográficos integrados aos dados estruturais da
região mostram que as rochas aflorantes do município sofreram intenso processo de fusão e
reciclagem crustal, gerando pulsos magmáticos que resultaram em rochas com cordierita e
muscovita, características de granito do tipo S, que interagiram com as encaixantes
metamórficas. Estes granitoides se associam espacialmente com os milonitos das zonas de
falhas, o que sugere uma colocação magmática em sistemas tabulares de megadiques. Diques
de diabásio não deformados intrafoliais cortam as rochas aflorantes da região e estão
relacionados ao magmatismo básico oriundo da ruptura do Paleocontinente Gondwana. As
características das rochas descritas propõem que a evolução crustal da Ilha de Santo Amaro
estaria associada a um período de descompressão que resultou na fusão destas rochas,
denotando um evento distensivo- transcorrente correlacionado a amalgamação brasiliana.
512
ESTUDO DE INCLUSÕES DE LÍQUIDOS SILICÁTICOS (MELT INCLUSIONS)
EM QUARTZO DE GRANITOS ESTANÍFEROS DA PROVÍNCIA PITINGA (AM):
UM ESTUDO PIONEIRO NO BRASIL.
Régis Munhoz Krás Borges1, Lucas Eustáquio Dias Amorim2, Francisco Javier Rios2, Hilton
Tulio Costi3, Monica Elizetti Freitas2, Tatiana Aparecida Fernandes de Lima2.
1Faculdade de Geologia – Instituto de Geociências – Universidade Federal do Pará (Belém/PA);
2Laboratório de Inclusões Fluidas e Metalogênese – SETEM-CDTN-CNEN (Belo Horizonte/MG).
3Museu Paraense Emílio Goeldi – MPEG (Belém/PA).
RESUMO: Inclusões silicáticas (melt inclusions) são pequenas gotas de fusões silicáticas (±
fluidos aquosos e/ou carbônicos imiscíveis) aprisionadas em diferentes minerais (fenocristais
e/ou vidros) durante seu crescimento. Aprisionadas e blindadas (sistemas fechados) dentro da
fase hospedeira, estas inclusões ficam isoladas de quaisquer processos ou reações que
podem ocorrer em um ambiente magma-fluido em evolução (resfriamento, cristalização,
descompressão, desgaseificação, contaminação etc.), e então registram informações sobre um
estágio evolutivo em particular de um sistema magmático. Por esta razão, as inclusões
silicáticas têm sido usadas em estudos petrológicos e petrogenéticos de sistemas magmáticos,
ou ainda para a compreensão dos processos responsáveis pela mineralização em depósitos
magmáticos e hidrotermais. O presente trabalho apresenta os primeiros resultados de um
estudo de inclusões de líquidos silicáticos (melt inclusions) em cristais de quartzo de granitos
hospedeiros dos depósitos de Sn, Nb, Ta, Zr, F, Y e ETR alojados no albita granito do plúton
Madeira, da mina Pitinga (AM). Este estudo foi realizado em laboratórios do
SETEM/CDTN/CNEN, única instituição de pesquisa atualmente no Brasil com capacidade para
realizar experimentos de fusão de inclusões silicáticas em platina microtermométrica de altas
temperaturas (até 1350ºC). Os experimentos de fusão e homogeneização foram realizados em
cristais de quartzo de granitos de duas fácies do plúton Madeira, denominadas feldspato
alcalino granito hipersolvus porfirítico e albita granito. As inclusões silicáticas identificadas
nestes cristais encontravam-se cristalizadas, característica comum de inclusões de rochas
plutônicas, o que exigiu a sua homogeneização e, posteriormente, através do processo de
quenching (resfriamento rápido), a obtenção de vidros de composição ácida. Além disso, vários
experimentos foram realizados em equipamentos do tipo mufla, com capacidade para atingir
1200ºC, em que as amostras, após atingirem a temperatura programada, assim permaneceram
por intervalos entre 8 e 24 horas. Em um dos experimentos, as amostras foram aquecidas em
um forno tubular com capacidade de até 1200ºC, em atmosfera de argônio, para minimizar a
oxidação durante o aquecimento. Uma das limitações do método utilizado neste trabalho foi a
realização dos experimentos à pressão atmosférica, o que poderia ter causado a perda de
voláteis das inclusões, e a consequente modificação da composição química dos líquidos
originais aprisionados. Porém, isto não foi observado durante os ensaios realizados. Além dos
experimentos de fusão-homogeneização, foram realizadas várias análises químicas por
microssonda eletrônica em inclusões cristalizadas, bem como análises químicas de elementos-
traço por LA-ICP-MS nos vidros obtidos pelo método quenching das inclusões fundidas.
Planeja-se, em breve, realizar experimentos de fusão em forno experimental sob temperaturas
no intervalo de 700-900ºC e pressões de 2-3 Kb, que simulariam as condições próximas
daquelas admitidas para a colocação dos granitos estaníferos de Pitinga. O presente trabalho
apresenta uma abordagem pioneira no país, e os resultados preliminares demonstram o
potencial desta técnica analítica. Espera-se, a partir deste trabalho, desenvolvê-la e divulgá-la
entre os pesquisadores brasileiros envolvidos com estudos de petrogênese de rochas ígneas e
processos metalogenéticos associados.
513
CARACTERIZAÇÃO DE MINERAIS DE METAIS RAROS E DE TERRAS
RARAS NO MACIÇO GRANÍTICO SUCURI, GOIÁS
514
SUÍTE JAGUARÃO CHICO: GRANITOS ALCALINOS A PERALCALINOS NO
SUDOESTE DO BATÓLITO PELOTAS, RS
RESUMO: O levantamento geológico na escala 1:100.000 das folhas Passo São Diogo (SH.22-
Y-C-IV) e Curral de Pedras (SI.22-V-A-I), na área de fronteira Brasil – Uruguai, pelo Serviço
Geológico do Brasil – CPRM, no âmbito do Programa Geologia do Brasil (PGB), permitiu o
reconhecimento de uma suíte de rochas graníticas de natureza alcalina a peralcalina. A nova
unidade estratigráfica, denominada Suíte Jaguarão Chico por aflorar especialmente nas
cabeceiras do arroio homônimo, se acrescenta às suítes e complexos granitoides previamente
reconhecidos no âmbito do Batólito Pelotas, domínio tectono-geológico situado na porção leste
do Escudo Sul-Rio-Grandense onde abrange cerca de 40.000 km2 e se dispõe de maneira
alongada segundo NE-SW, com ~450 km de extensão e até 120 km de largura. Com
desenvolvimento entre 650 e 550 Ma, o Batólito Pelotas constitui um arco magmático multi-
intrusivo e polifásico cujos granitoides, na maioria pós-colisionais, foram gerados
essencialmente pelo retrabalhamento de uma crosta paleoproterozoica (2,3 – 2,0 Ga),
conforme indicado pelos dados isotópicos. As rochas da Suíte Jaguarão Chico afloram como
corpos alongados, segundo a direção NE-SW, mantendo relações geométricas concordantes
com a zona de cisalhamento Cerro Chato, com a qual se limita pelo sul-sudeste com os
granitoides da Suíte Herval. Pelo norte-noroeste a suíte é recoberta tanto pelo litologias
vulcânicas ácidas, alcalinas, de idade neoproterozoica, da Formação Cerro Chato, com o qual
parece compartilhar a origem; como por rochas sedimentares paleozoicas que constituem
geomorfologicamente mesas remanescentes da Bacia do Paraná. A suíte é composta
dominantemente por monzogranitos a granodioritos, com raros sienogranitos, com textura
porfirítica e orientação primária de forma definida pelo alinhamento dos megacristais euédricos
(<6 cm) de feldspato potássico e das lamelas de biotita. Essa foliação magmática é no geral
concordante com o campo tensional das zonas de cisalhamento transcorrente que
condicionaram as câmaras magmáticas da unidade. A fácies alcalina-peralcalina ocorre como
uma faixa ao longo da Zona de Cisalhamento Cerro Chato, no limite nordeste da Folha Curral
de Pedras e extremo sudeste da Folha Passo São Diogo, onde apresenta maior área de
exposição e aflora como lajeados, blocos e matacões irregulares, muito fraturados e
milonitizados. A rocha apresenta cor marrom a avermelhada-escura; e granulação que varia de
fina, quando milonitizada (milonitos e ultramilonitos), até muito grossa, com aspecto brechoide,
quando não afetada pelas zonas de transcorrência. A textura é holocristalina, hipidiomórfica
média, com feldspato potássico pertítico, quartzo e anfibólio alcalino do tipo riebeckita. Como
acessórios principais o zircão (hafnífero, conforme análises por MEV) e titanita, com fluorita
eventual. Essas litologias, classificadas como riebeckita pertita granitos e pertita granitos
milonitizados, ainda que com área de exposição restrita, caracterizam um novo registro de
rochas graníticas alcalinas a peralcalinas no Batólito Pelotas, semelhante àquele anteriormente
descrito na região da Piratini por Philipp et al. (1991) e Orlandi F° et al. (1995; Folha Piratini,
1:100.000, PLGB/CPRM), onde recebeu a denominação Granito Bela Vista.
515
Mudanças estruturais da celadonita, sob altas pressões e temperaturas, sua
influência na hidratação e re-enriquecimento de elementos incompatíveis
em zonas de subducção
Quinteiro,R.V.S.1; Conceição,R.V. 1; Grings D.C. 1; Souza, M.R.W. 1; Carniel, L.C 1;
Gomes,M.E.B1;.
1Universidade Federal do Rio Grande Do Sul
516
ANÁLISE TEXTURAL E MICROESTRUTURAL DE LUJAURITOS E
CHIBINITOS DO CORPO LUJAURÍTICO-CHIBINÍTICO DO ANEL NORTE DO
MACIÇO ALCALINO POÇOS DE CALDAS (MG-SP)
Teixeira, L.M.F.1; Vlach, S.R.F. 1;
1Universidade de São Paulo
517
Síntese petrográfica das rochas aflorantes na região do Pico da Neblina
(AM)
518
ESTUDO DOS MINERAIS METAMÍTICOS DO DISTRITO PEGMATÍTICO DE
DIVINÉSIA, MINAS GERAIS, BRASIL
Vasconcelos, A.D.1; Costa, J.L.1; Scholz, R.1
1Universidade Federal de Ouro Preto
519
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DAS ROCHAS
VULCANOCLÁSTICAS NA BACIA DO GUARATUBINHA-PR
Rosin, J. C. F1; Vasconcellos, E. M. G.2; Trzaskos, B.3; Barão, L. M.4; Barbosa, T. C.1
1 Graduaçãoem Geologia - Universidade Federal do Paraná; 2 Laboratório de Análise de Minerais e Rochas
(LAMIR)- Departamento de Geologia - Universidade Federal do Paraná; 3 Laboratório de Análise de Bacias
(LABAP) - Departamento de Geologia - Universidade Federal do Paraná 4Programa de Pós-Graduação em
Geologia - Universidade Federal do Paraná
A Bacia do Guaratubinha situa-se entre os municípios de São José dos Pinhais e Tijucas
do Sul, leste do estado do Paraná, e tem aproximadamente 200 km² de extensão. Foi descrita,
em trabalhos pioneiros, como uma sequência vulcanossedimentar em discordância angular com
o embasamento cristalino. Este trabalho trata de estudos petrográficos realizados nas rochas
vulcanoclásticas da Bacia. Sendo elas definidas como ignimbritos e cristal-tufos. Os ignimbritos,
encontrados na porção sudeste da bacia, são rosa acinzentados, compostos por agregados de
cristaloclastos de quartzo e feldspato, fiammes e clastos de composição variada. Em seção
delgada, em um arranjo isotrópico, imersos em matriz criptocristalina, os clastos são angulosos
a subangulosos, de esfericidade baixa e suportados pela matriz. Os litoclastos, de composição
andesítica, são formados por plagioclásio ripiforme e minerais opacos, têm granulometria
variável entre 0,4 a 2,5mm. Fragmentos cognatos de tufos são maiores que os de andesito, têm
entre 1,0 até 10mm, são compostos por quartzo, vidro oxidado e minerais opacos. Os cristais
possuem contatos suturados e interdigitados. Devido à desvitrificação os fragmentos têm uma
textura micropoiquilitica, onde fases minerais únicas como o quartzo, possuem pequenas
inclusões de micrólitos de outras fases minerais, em um padrão tipo floco de neve. Os
cristaloclastos de quartzo ocorrem disseminados na matriz, têm forma esférica, levemente
arredondada e aspecto límpido. Feições de engolfamento e extinção ondulante também são
observadas. Os cristais de sanidina são subédricos em sua maioria e ocorrem em porcentagem
subordinada, em cristais euédricos prismáticos alongados com até 2,5mm. O fraturamento varia
de moderado a intenso. A alteração dos cristais é intensa resultando em um aspecto turvo. Já a
presença de fiammes orientados, caracteriza a estrutura de fluxo e textura eutaxítica, formada
durante a soldagem dos fragmentos vítreos deformados plasticamente. Eles são achatados,
alongados e preenchidos por quartzo e vidro oxidado. Ainda são observadas feições de queda e
rotação mineral. Devido a tais características, define-se que a rocha foi gerada a partir de um
fluxo piroclástico, sendo classificada como um ignimbrito. Os cristal-tufos são rosa acinzentados,
compostos por quartzo e feldspato alcalino criptocristalino, a sua granulometria é menor que 2
mm. Sua estrutura varia entre maciça, sendo a organização dos minerais desordenada, a
acamadada. Em todas as rochas analisadas observa-se um denominador em comum: grãos
muito bem selecionados, esféricos e arredondados, que possuem uma grande maturidade
textural, homogeneidade no tamanho, tendo apenas uma pequena variação, e a presença de
epidoto hidrotermal preenchendo fraturas e interstícios. Possuem ainda textura esferulítica e
intercrescimento gráfico formado por processo de devitrificação. Os esferulitos compreendem
feixes de fibras que irradiam em formas esféricas quando isolados e forma de gravata borboleta
quando adjacentes uns aos outros. Os cristal-tufos, localizados na porção central a noroeste da
Bacia, foram formados por depósito piroclástico de queda sendo as partículas transportadas por
suspenção. A queda, durante a trajetória vertical, e a baixa concentração de partículas sólidas
são os principais parâmetros de controle. Estes parâmetros levam ao desenvolvimento de
depósitos bem selecionados como os descritos.
520
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA MACROSCÓPICA DA PORÇÃO
CENTRO-SUL DA SERRA DO CABUÇU, EM CAMPO GRANDE – RJ.
Eymael, M.R.L.1; Pires, C.A.1; Corval, A.1; Miranda, A.1; Carvalho, M.G.1.
1Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
521
PETROGRAFIA DOS XENÓLITOS PERIDOTITOS E PIROXENITOS
METASSOMATIZADOS DO COMPLEXO ALCALINO DE TUNAS, PR.
Costa, V.S.1; Caltabeloti, F.P.2; Brumati, M.2; Almeida, V.V.2; Nannini, F.3
1CPRM–Serviço Geológico do Brasil/Núcleo de Apoio de Curitiba; 2CPRM–Serviço Geológico do Brasil/Sureg-SP;
3CPRM–Serviço Geológico do Brasil/Sureg-RE
522
PETROGRAFIA E LITOQUÍMICA DAS ROCHAS
METAVULCANOSSEDIMENTARES DE UM FRAGMENTO DA SEQUÊNCIA
GREENSTONE BELT RIO CACHOEIRA, PR.
Costa, V.S.1; Caltabeloti, F.P.2; Almeida, V.V.2
1CPRM–Serviço Geológico do Brasil/Núcleo de Apoio de Curitiba; 2CPRM–Serviço Geológico do
Brasil/Sureg-SP.
RESUMO: Uma porção do Greenstone belt Rio Cachoeira está localizada junto ao litoral leste
paranaense e abrange parte dos municípios de Morretes, Antonina e Guaraqueçaba. Trata-se
de uma faixa alongada (NE-SW) de rochas supracrustais de médio a alto grau metamórfico e
que faz parte do Cráton Luis Alves. É composto de um pacote de rochas
metavulcanosedimentares (antiga Sequência Cachoeira) posicionada entre os Terrenos
Paranaguá (Complexo São Francisco do Sul) e Curitiba (Complexo Atuba). Esse pacote é
formado por rochas metassedimentares da Formação Rio das Minas e metavulcânicas e
metaplutônicas (komatiítos) da Formação, aqui denominada Rio Cachoeira. Nas porções
metassedimentares ocorrem formações ferríferas e nos anfibolitos ocorrem sulfetos
disseminados associados a ouro. O Greenstone belt Rio Cachoeira é composto de duas
formações: i) Formação Rio Cachoeira representado por rochas metavulcânicas e
metaplutônicas; ii) Formação Rio das Minas que representa as rochas metassedimentares. A
formação Rio Cachoeira forma faixas alongadas com direção NE-SW, é composta de
metaperidotito, metagabro-norito, metabasalto e anfibolito. No metaperidotito correm olivinas
em textura ortocumulática, com cristais poliedrais. Essas rochas exibem com frequência
pequenos sulfetos amorfos (arsenopirita). Houve no passado pequenos garimpos de ouro e
explotação de ferro nestas áreas. A Formação Rio das Minas é formada de xistos, fuchsita
quartzitos, gonditos, paragnáisses (gnáisse kinzigitos) e formações ferríferas. Esse pacote de
rocha vulcanossedimentar sofreu um metamorfismo regional em fácies xisto verde a anfibolito.
É comum lentes de anfibolitos encaixadas em xistos e metacherts. Não foram encontradas
estruturas do tipo pillow lavas e nem de olivinas com textura spinifex característica, porém
foram descritas algumas textura dendrítica em metagabro, onde verdadeiros “ramos de
clinopiroxênio (augita)” se formam em um grande cristal de plagioclásio (5 mm). São descritos
grandes cristais (até 1 cm) prismáticos de clinopiroxênio que lembram textura spinifex. A
composição química para elementos maiores e traços em dezesseis amostras, oito amostras
plotam no campo de basaltos toleítos (4,88 a 5,19 MgO % em peso), oito plotam no campo de
basaltos komatiítos (6,16 a 8,94 MgO % em peso) e duas plotam no campo de peridotitos
komatiítos (19,2 a 19,8 % MgO em peso), segundo o gráfico triangular de CaO, MgO e Al2O3. A
maioria das amostras plotam no campo de basaltos komatiítos empobrecidos em Alumínio (Al-
depleted), com baixas razões de CaO/Al2O3 (< 1) e Al2O3/TiO (<18). As texturas e a
composição química encontradas nesta sequência vulcanosedimentar indicam semelhanças à
komatiitos de greenstone belts paleoproterozóicos. Com base nos principais modelos de
depósitos de cobre e ouro do mundo podemos inferir que o greenstone belt Rio Cachoeira
pode trata-se de um depósito do tipo IOCG (Depósitos do tipo óxido de Fe-Cu-Au) ou depósito
de Ni-Cu-(EGP), portanto merece estudos mais detalhados.
523
PETROGRAFIA E LITOQUÍMICA DAS ROCHAS DE FÁCIES GRANULITO DO
COMPLEXO SERRA NEGRA, CRÁTON LUIS ALVES, PR.
Costa, V.S.1; Caltabeloti, F.P.2; Almeida, V.V.2
1CPRM–Serviço Geológico do Brasil/Núcleo de Apoio de Curitiba; 2CPRM–Serviço Geológico do Brasil/Sureg-SP.
RESUMO: O Complexo Serra Negra abrange uma região composta, predominantemente, por
rochas de fácies granulito. O complexo está localizado junto ao litoral leste paranaense e
abrange parte dos municípios de Morretes, Antonina e Guaraqueçaba, no Paraná e se estende
para o sul do estado de São Paulo. Trata-se de uma faixa alongada (NE-SW) com
aproximadamente 10 km de largura e 50 km de comprimento de rochas supracrustais de alto
grau metamórfico e que faz parte do Cráton Luis Alves. As rochas de fácies granulítico são
foliadas, homogêneas e variam entre granulitos félsico, máfico, aluminoso e granofels
ultramáfico. Os granulitos félsicos são os litotipos mais abundantes e apresentam texturas
equigranulares (1 – 2 mm) granoblásticas, e a paragênese é formada por plagioclásio
(labradorita) + quartzo + clinopiroxênio + magnetita ± ortopiroxênio. A labradorita é
micropertítica com efeito de labradorescência azul claro. Orto- e clinopiroxênio também
apresentam finas lamelas de exsolução. Os granulitos máficos representam o segundo grupo
mais abundante, com textura inequigranular (0,5 – 1,5 mm), granoblástica, e algumas amostras
possuem orientação preferencial de seus minerais. A rocha é formada por minerais máficos,
cpx + opx e anfibólio, e a paragênese é de plagioclásio + quartzo + ortopiroxênio +
clinopiroxênio + granada ± magnetita. A labradorita apresenta textura poiquiloblástica com
inclusões de quartzo, clinopiroxênio e magnetita. Algumas amostras contêm granada e
córindon(?). O clinopiroxênio exibe finas lamenas de magnetita e quartzo(?). O granulito
aluminoso e o olivina-piroxênio granofels são mais raros. No granulito aluminoso a paragênese
é formada por feldspato potássico + plagioclásio + quartzo + clinopiroxênio + ortopiroxênio+
granada + magnetita ± olivina ± safirina(?). No granofels ocorre uma parte da lâmina
enriquecida em olivina + clinopiroxênio + magnetita ± plagioclásio ± biotita, em textura de
mosaico, granoblástica poligonal. E outra parte com granulito máfico normal, porém, com maior
proporção modal de magnetita e biotita. O anfibólio e a biotita são minerais que indicam
retrometamorfismo para condições de xisto verde superior a anfibolitos. No diagrama TAS, total
álcalis versus SiO2, o granulitos félsico com SiO2 variando entre 59,0 e 69,4%, podem ser
correlacionados às rochas ígneas de composição dacítica a andesítica, já o granulito máfico,
com SiO2 entre 51,0 a 53,3%, à rochas de composição basáltica a andesito basáltico. O
granofes ultramáfico, com 48,0% de SiO2 apresenta composição no limite do basalto. No
diagrama multielementares, normalizado ao manto primitivo (Sun e McDonough, 1989), as
amostras exibem um padrão inclinado com enriquecimento (de 10 a 100 vezes) em Rb, Ba, U e
Nb e fortes anomalias negativas de Th, K e Ti. No gráfico de discriminação de granitos com
ambientes (Pearce et al, 1984) que leva em conta elementos traços (Nb,Rb, Ta, Yb) todas as
amostras caem no campo de granitos relacionados a arco vulcânico.
524
RELAÇÕES DE CONTATO ENTRE ROCHAS ALCALINAS MÁFICAS E
SIENÍTICAS NA PRAIA DO JABAQUARA, SETOR NORTE DA ILHA DE SÃO
SEBASTIÃO, SP
525
ESTUDO DOS ELEMENTOS TERRAS RARAS NAS APATITAS NAS ROCHAS
ALCALINAS DA ILHA MONTE DE TRIGO
Valle, D.T.N.1
1
Instituto de Geociências – Universidade de São Paulo
526
PETROGRAFIA E QUÍMICA MINERAL DAS ASSOCIAÇÕES DE FOSFATOS
SECUNDÁRIOS DO PEGMATITO BOCA RICA, SAPUCAIA DO NORTE – MG
Torres, J.L.L.1; Vasconcelos, A.D.¹; Seabra, C.1;; Arcanjo, D. 1; Scholz, R.1
1Universidade Federal de Ouro Preto
RESUMO: Os estudos dos minerais primários de lítio e seus produtos de alteração são uma
respeitável ferramenta na determinação do grau de diferenciação de pegmatitos, além de
auxiliar no estudo da evolução de tais rochas sob a ação de processos secundários na
evolução mineralógica. Assembleias de fosfatos primários e secundários oferecerem
informações sobre a proveniência dos pegmatitos, o teor de fósforo no magma a partir do qual
eles se cristalizaram e a natureza química da maioria dos fluidos, desde a origem pegmatítica
até em ambientes de intemperismo. O pegmatito Boca Rica possui uma quantidade
considerável de fosfatos primários e encontra-se no município de Sapucaia do Norte, leste do
estado de Minas Gerais, inserido na Província Pegmatítica Oriental do Brasil. Esta província
pertence ao domínio interno do Orógeno Araçuaí, de idade Brasiliana. O pegmatito Boca Rica,
a principio, está relacionado ao Granitoide Urucum, o qual pertence à suíte G2 de
granitogênese tipo S do estágio de magmatismo sin-colisional. Além disso, destaca-se que este
pegmatito se revela promissor ao encontro de novos minerais, conforme indicado pela recente
descoberta da lindbergita no local. No presente estudo foram feitas descrições microscópicas
de cinco lâminas delgadas, bem como imagens em Microscópio Eletrônico de Varredura e
análises químicas por EDS. De posse dos resultados destas análises foi possível conceber
uma paragênese de fosfatos para o pegmatito Boca Rica, desde os fosfatos primários trifilita-
litiofilita até os secundários característicos de fases de hidrotermalismo como fosfosiderita e
vivianita. Também foram identificados os minerais hureaulita, tavorita, rockbrigeita, heterosita,
bermanita, a série heterosita/purpurita, frondelita, metaswitzerita e minerais opacos. Pelas
características descritas e minerais encontrados nos pegmatitos pode-se dizer que o pegmatito
Boca Rica está inserido no grupo Elementos Raros, com a presença de trifilita-litiofilita como
fase mineral primária rica em lítio, formada dentro do sistema magmático. Pegmatitos desta
classe são característicos de terrenos de fácies anfibolito de alta pressão e apresentam uma
extensa variedade de elementos, como: Li, Rb, Cs, Be, Ga, Sn, Hf, Nb, F, Y, ETR, Ti, U, Th, e
Zr. Nas lâminas descritas podem-se observar minerais de todas as etapas de
cristalização/alteração de fosfatos. Os fosfatos primários, como a trifilita-litiofilita, ao serem
submetidos ao metassomatismo, transformam-se em minerais da série purpurita-heterosita.
Com a entrada de água no sistema e aumento da temperatura os minerais desta série
transformam-se em rockbrigeita, frondelita, entre outros. Na etapa final, com o sistema
saturado de água e temperaturas mais baixas, começam a surgir na rocha minerais como a
fosfosiderita, bermanita e vivianita.
527
GEOLOGIA DO COMPLEXO METACARBONATÍTICO DE ANGICO DOS DIAS,
DIVISA BAHIA/PIAUÍ, BRASIL.
Luciano, R.L.1, Godoy, A.M.2
1Companhia Baiana de Pesquisa Mineral; 2Universidade Estadual Paulista
528
PETROLOGIA MAGNÉTICA DAS ROCHAS DO COMPLEXO CAJAZEIRAS E
DO GRANULITO NOVOLÂNDIA, VILA CRUZEIRO DO SUL, DOMÍNIO
BACAJÁ.
Oliveira, F.A.1; Almeida, J. A. C.1, Feio, G.R.L1
1Faculdade de Geologia, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Marabá, Pará.
RESUMO: A área desta pesquisa está inserida na porção sul do Domínio Bacajá, sudeste da
Província Transamazonas, Cráton Amazônico. As informações geológicas sobre esta área são
mínimas quando comparadas à outras porções do Domínio Bacajá. Nesta área afloram como
unidades mais volumosas, o Complexo Cajazeiras e o Granulito Novolândia, sendo constituídas
por rochas metamórficas de alto grau. A presente pesquisa direciona-se para o estudo do
comportamento magnético e da natureza dos minerais opacos dos diferentes litotipos
pertencentes à estas unidades
O Complexo Cajazeiras é constituído dominantemente por ortognaisses, e de modo
subordinado por paragnaisses. Os ortognaisses são dividido em 4 fácies petrográficas: Anfibólio-
Biotita Monzogranito, Biotita Monzogranito, Granodiorito/Tonalito e Leucogranito. Já o Granulito
Novolândia é formado por granulitos (máficos e félsicos), kinzigito e migmatito. Os granulitos são
classificados como Biotita Granulito Félsico, Granada Granulito Félsico e Biotita ± Anfibólio
Granulito Máfico.
Magnetita, ilmenita, pirita, hematita e ouro, são os minerais opacos identificados no
Granulito Novolândia. Com exceção de ouro, esses minerais, juntamente com a molibdenita
constituem a assembleia de opacos do Complexo Cajazeiras. A principal diferença em termos
de feições texturais dos óxidos entre essas unidades, relaciona-se a variedade de formas
texturais de ilmenita (ilmenita com intercrescimento com magnetita constituindo texturas do tipo
sanduíche, composta externa e interna) existente no Granulito Novolândia e ausente no
Complexo Cajazeiras. O Granulito Novolândia possui suscetibilidade magnética (SM) mais
elevada (valor médio de SM =8,395 x10-3) do que o Complexo Cajazeiras (média de SM = 4,095
x10-3). De modo geral, os granulitos máficos e félsicos (Granulito Novolândia) e os ortognaisses
de composição anfibólio-biotita monzogranito (Complexo Cajazeiras), são os litotipos
responsáveis pelas elevadas medidas de SM destas unidades e esses valores são justificados
pelo conteúdo de magnetita relativamente mais alto, além do alto grau de preservação dos seus
cristais. Os baixos valores de SM, são observados nas rochas paraderivadas (kinzigitos e
paragnaisses), podendo ser explicados pelo baixo conteúdo de magnetita, ocorrendo
normalmente como cristais diminutos. Uma hipótese razoável para explicar o baixo conteúdo
modal de magnetita nestas rochas, seria admitir que a formação de granada (abundante nas
mesmas) durante as reações metamórficas inibiria a formação de magnetita, uma vez que a
granada normalmente contém Fe+2 e Fe+3 em sua estrutura.
529
SUSCETIBILIDADE MAGNÉTICA E CARACTERIZAÇÃO DOS MINERAIS
OPACOS DOS ENCLAVES MÁFICOS HOSPEDADOS EM GNAISSES DA VILA
CRUZEIRO DO SUL, DOMÍNIO BACAJÁ.
Pinheiro, A.S.1; Almeida, J. A. C.1, Feio, G.R.L1
1
Faculdade de Geologia, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Marabá, Pará.
RESUMO: A Vila Cruzeiro do Sul está localizada ao sul do Domínio Bacajá, Província
Transamazonas, porção oriental do Cráton Amazônico. Nesta área afloram associações de rochas
de alto grau metamórfico, englobadas nas unidades Complexo Cajazeiras, Granulito Novolândia e
Supracrustais da Serra Misteriosa. Essas rochas representam o embasamento arqueano do
Domínio Bacajá, as quais foram retrabalhados durante o evento Transamazônico que ocorreu entre
2,2 e 1,95 Ga. Uma feição típica dos gnaisses pertencentes ao Complexo Cajazeiras e Granulito
Novolândia é a ampla ocorrência de enclaves máficos com dimensões e formas variáveis.
O estudo de suscetibilidade magnética associado com a caracterização dos minerais óxidos
de Fe e Ti é uma linha de pesquisa que contribui para entender a evolução petrogenética e avaliar
o potencial metalogenético de rochas. Deste modo, a presente pesquisa consiste da obtenção de
dados de suscetibilidade magnética e da caracterização de minerais opacos dos enclaves máficos
hospedados em gnaisses do Complexo Cajazeiras e Granulito Novolândia. Esses enclaves
apresentam composições anfibolíticas e mostram coloração cinza esverdeada e cinza escuro com
tons esverdeados com dimensões que variam de centímetros até dezenas de metros,
holocristalinos, inequigranulares médio, com textura granoblástica, e de modo subordinado
nematoblástica, exibem formas predominantemente arredondadas e alongadas seguindo o trend
estrutural NW-SE das rochas hospedeiras.
As medidas de suscetibilidade magnética destas rochas variam entre 0,177 a 31,2 x 10-3(SI)
com média de 5,524 x 10-3(SI). Gráficos estatísticos de probabilidade permitem identificar três
populações de SM distintas, denominadas de população A B e C, com valores altos, intermediários
e baixos, respectivamente. Os minerais opacos dessas rochas são representados principalmente
por magnetita e Ilmenita, e em menores proporções por pirita, calcopirita, hematita e goethita. Em
linhas gerais, as rochas que compõe a população A, apresentam conteúdo modal de magnetita
elevado em relação as rochas pertencentes às demais populações. Outra característica própria da
população A, refere-se às formas regulares e dimensões média de 0,4 mm dos cristais de magnetita,
e a elevada razão de magnetita/ilmenita. As populações de baixo e médio SM exibem menor
conteúdo de magnetita, baixa razão magnetita/ilmenita e feições texturais de intercrescimento entre
magnetita e ilmenita que indicam processos de oxi-exsolução.
530
PETROGRAFIA E CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA PRELIMINAR DE
ROCHAS VULCÂNICAS DO TOPO DO GRUPO VAZANTE
Moura, F.G.1; Martins-Ferreira, M.A.C.1; Campos, J.E.G.¹
1Universidade de Brasília - Instituto de Geociências
531
Os resultados de análises de fluorescência de raios-x mostram valores altos para os
elementos Fe2O3, Al2O3, K2O e MgO. As análises de microssonda revelam grande quantidade
de quartzo e micas ricas em Fe e Al (Clorita) em sua matriz. A análise petrográfica mostra
feições criptocristalinas, em textura frequentemente vítrea, localmente apresentando vidro
esferoidal e textura pitchstone. Essas texturas e feições descritas são condizentes com rochas
vulcânicas (riolitos e riodacitos) de resfriamento rápido, possivelmente em ambiente sub-
aquoso.
Com base nos dados analíticos e petrográficos, presume-se que as rochas estudadas
representem eventos isolados de vulcanismo intermediário em ambiente sub-aquoso no topo
do Grupo Vazante.
532
PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA DAS ROCHAS DO METACARBONATÍTICO
DE ANGICO DOS DIAS, DIVISA BAHIA/PIAUÍ, BRASIL.
Luciano, R.L.1, Godoy, A.M.2
1Companhia Baiana de Pesquisa Mineral; 2Universidade Estadual Paulista
533
PALAVRAS-CHAVE: CARBONATITO; PETROGRAFIA; GEOQUÍMICA.
534
PROCESSOS DE FUSÃO PARCIAL NAS ROCHAS GRANÍTICAS DE
PELOTAS, RS
Grecco, M.F.1; Coelho, E.G. 2; Mathias, V.S. 3; Ronchi, L.H.2
1Mestrando no Programa de Manejo e Conservação do Solo e da Água, Universidade Federal de Pelotas;
2Universidade Federal de Pelotas; 3Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense
535
THE EFFECTS OF REDOX CONDITIONS ON FERRIC IRON IN CaTiO3-
PEROVSKITE FROM KIMBERLITIC MAGMAS
Carniel, L.C.1; Klemme,S.2; Conceição, R.V.1; Berndt, J. 2; Rohrbach, A. 2
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brazil; 2Institut für Mineralogie, Westfälische Wilhelms-
Universität Münster, Germany
Kimberlites are volcanic rocks which reflect the nature mantle source region, but they are also
modified during their ascent to the surface and altered subsequent to eruption. Kimberlites often
contain diamonds, graphite and/or carbonate, and the stability of these minerals is directly
influenced by the oxygen fugacity (fO2) of the magma during its ascent. It is well known that
kimberlites experience multiple stages of crystallization under changing conditions during
ascent and it has been suggested that natural perovskites may be used to unravel parts of the
magmatic history of these rocks. Perovskite (CaTiO3) is an accessory phase in undersaturated,
alkaline igneous rocks and very common in the groundmass of kimberlites. In Brazil, a volcanic
kimberlite pipe found in the region of Rosário do Sul - Rio Grande do Sul, presents a unique
opportunity to investigate CaTiO3-perovskite, which is found in the matrix of this kimberlitic rock.
Data from literature suggested that the kimberlite pipe with the highest fO2 has the highest
proportion of highly absorbed diamonds, whereas pipes with lower estimated fO2 have lower
proportions of highly resorbed diamonds. In this way, they proposed that perovskite
oxybarometers may have the potential to predict the diamond quality and, therefore, the value
of a kimberlite pipe. In order to examine relative oxygen fugacities of naturally occurring
kimberlite magmas, we equilibrated perovskites with different kimberlitic melts at high
pressures, high temperatures, and different fO2. The initial experiments were performed at
temperatures of around 1250°C and a pressure of 2GPa, with durations of 24 hours, in an end-
loaded piston cylinder. Further experiments were carried out using a 1000 ton Walker type multi
anvil apparatus, and the conditions used were a temperature of 1350°C and a pressure of
6GPa, with durations of 24 hours. The experiments were conducted under different redox
conditions using a variety of solid-state buffer assemblies: Re-ReO2 buffers for relatively
oxidizing conditions and CCO buffers for more reducing conditions. Microprobe analyses of
perosvkites were carried out to measure the iron content of perovskite at different oxygen
fugacities, pressures and temperatures. The results indicate that the Fe-concentrations in
perovskite in kimberlite critically depends on fO2, temperature and bulk composition. The
experimental results of this work, in conjunction with literature data, are used to calibrate an
improved geo-oxybarometer for perovskite in kimberlite melts.
536
PETROGRAFIA DAS ROCHAS DO COMPLEXO CAJAZEIRAS, VILA CRUZEIRO
DO SUL, DOMÍNIO BACAJÁ, CRÁTON AMAZÔNICO.
Barbosa, C.H.T1 Almeida, J.A.C1, Feio, G.R.L1
1Faculdade de Geologia, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Marabá, Pará.
RESUMO: O Complexo Cajazeiras é uma das unidades mais extensas do Domínio Bacajá, parte sul
da Província Transamazonas, Cráton Amazônico. Este trabalho direciona-se para a caracterização
petrográfica das rochas desta unidade, que afloram na área da Vila Cruzeiro do Sul, porção sul do
Domínio Bacajá. A composição mineralógica e os aspectos texturais permitiram diferenciar 3 grupos
de rochas: 1) Ortognaisses; 2) Paragnaisses e; 3) Charnockitos.
Os ortognaisses são amplamente dominantes no Complexo Cajazeiras, sendo constituídos por
monzogranitos, granodioritos e tonalitos equigranulares médios de coloração cinza. A nível
microscópico, texturas de intercrescimento pertítico, mimerquítico e kink bands são comuns. De modo
geral, a mineralogia destas rochas, é representada por quartzo, plagioclásio, microclina, biotita,
anfibólio, titanita, allanita, apatita, opacos, clorita, epidoto, zircão e muscovita. Com base em análises
modais realizadas através de contador de pontos, foi possível identificar as seguintes fácies
petrográficas: a) Anfibólio-Biotita Monzogranito; b) Biotita Monzogranito; c) Leucomonzogranito e; d)
Biotita±Anfibólio Granodiorito/Tonalito. Em afloramentos localizados fora das zonas de cisalhamento,
é possível observar cristais de feldspato euédricos alinhados na direção NW-SE, sugerindo fluxo
magmático, além de feições de mistura de magmas entre os litotipos dos ortognaisses. As relações
de campo e os dados modais sugerem que as fácies de composição monzogranítica podem ser
relacionadas através de cristalização fracionada, a qual pode ser evidenciada pelo fracionamento do
anfibólio e a diminuição do conteúdo de biotita no sentido Anfibólio-Biotita Monzogranito → Biotita
Monzogranito → Leucomonzogranito. Já a fácies Biotita±Anfibólio Granodiorito/Tonalito pode ser
interpretada como produto de um magma independente.
Os paragnaisses ocorrem como lentes alongadas de direção NW-SE dentro do domínio dos
ortognaisses. São granodioritos com variações tonalíticas e monzograníticas, apresentando-se
fortemente deformados e mineralogicamente compostos por quartzo, plagioclásio, microclina, biotita,
sillimanita, granada, coríndon, cordierita, opacos, clorita, epidoto, zircão e muscovita. Os
Charnockitos apresentam composições enderbíticas e charno-enderbítica,e são fracamente a
moderadamente deformados, sendo constituídos por quartzo, plagioclásio, k-feldspato como minerais
essenciais, além de biotita, anfibólio, clino e ortopiroxênio como minerais varietais, e zircão e apatita,
como acessórios. Além da textura mimerquítica e lepidoblástica, uma outra feição petrográfica
marcante nestas rochas são cristais de piroxênio manteados por biotita ou anfibólio, sugerindo que
essas rochas foram submetidas à condições de hidratação após a sua cristalização.
Em função das similares petrográficas, os litotipos do Complexo Cajazeiras são de difícil
individualização em campo, deste modo, este trabalho contribuiu para separar domínios de rochas
ortoderivadas, paraderivadas e de origem charnockítica.
537
REAÇÕES DE FUSÃO EM METATEXITO ORTODERIVADO DA NAPPE
SOCORRO-GUAXUPÉ, JUNDIAÍ, SP
Araujo, F.P.1; Martins, L.2; Moraes, R.2
1Programa de Pós-Graduação em Mineralogia e Petrologia - Universidade de São Paulo;
2Instituto de Geociências - Universidade de São Paulo
538
GEOLOGIA, PETROGRAFIA E MINERALOGIA DA REGIÃO DE VÁRZEA
ALEGRE (CE), PROVÍNCIA BORBOREMA.
539
MICROTOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA APLICADA AO ESTUDO DA
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA DE AMOSTRAS DA MINA DO PERAU-PR
540
PETROGRAFIA E QUÍMICA MINERAL DAS ROCHAS GRANÍTICAS
HOSPEDEIRAS DAS OCORRÊNCIAS DE Fe E Cu NA REGIÃO DE
ARARENDÁ, ARCO MAGMÁTICO DE SANTA QUITÉRIA, CEARÁ
Walczuk, A.1; Alves, P.V.F.S.1; Botelho, N.F.1; Parente, C.2
Universidade de Brasília1
541
PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA DE PLÚTONS CALCIO-ALCALINOS COM
EPIDOTO MAGMÁTICO NO TERRENO CACHOEIRINHA–SALGUEIRO,
NORDESTE DO BRASIL
Siqueira, R.; Sial, A.N.; Ferreira, V.P.; Usma, C. D.; Silva, T. R.; Lima, M. M. C.; Silvestre, D. C.;
Madruga, M. M. D.
542
MACIÇO CARA SUJA: FACIOLOGIA META ÁLCALI-FELDSPATO-SIENITO
Almeida, J.M.1; Prazeres Santos, J.2; Araújo, L.M.B3; Silva, A.C.V.R.4; Liz, L.C.C.1; Vidal, G.C.2;
Costa, I.A.A.1; Brito, L.C.1
1Universidade Federal de Sergipe; 2Universidade Federal do Oeste da Bahia; 3Universidade Federal de
Uberlândia; 4Universidade de Brasília
RESUMO: O maciço Cara Suja é uma intrusão tardia ocorrida no Paleoproterozóico (2.1 Ga.)
que faz parte do Batólito Guanambi, localizado na parte sul da região Oeste do Estado da Bahia
e geotectonicamente está inserido no porção sudoeste do Cráton São Francisco. A área de
estudo abrange um contexto geológico regional representado na porção sudoeste pelas rochas
do Complexo Santa Isabel e do Greenstone Belt Riacho de Santana, ambos de idade Arqueana,
pelo Batólito Guanambi e Supergrupo Espinhaço (Paleo a Neoproterozóico) e pelos depósitos
recentes areno-argilosos representados pelas Coberturas coluvio-aluvionares e detrito-lateríticas
que recobre boa parte da área de pesquisa. O maciço Cara Suja possui forma circular, extensão
de aproximadamente 220 km2 e constitui-se basicamente por três faciologias: a fácies Quartzo
Sienito, Álcali-feldspato-Sienito e a fácies Monzogranito. A pesquisa tem como escopo principal
caraterizar de forma petrológica a fácies Meta Alcali-feldspato-sienito enfatizando assim os
aspectos macro e microcroscópicos da rocha que faz parte desta fácies. A fácies Meta Álcali-
feldspática-sienítica aflora bordejando a porção leste do maciço Cara Suja e representa
aproximadamente 7% da intrusão. Os Meta álcali-feldspato-sienito apresentam aspecto maciço
em maior proporção, de uma forma geral apresentam coloração cinza escuro rosado, possui
granulometria grossa, textura porfirítica, apresentando fenocristais de feldspato, aos quais
conota-se de forma restrita uma leve orientação. Microscopicamente, essa faciologia apresena
textura inequigranunar, blastoporfirítica, granonematoblástica e blastomimerquítica, com grãos
na forma subdioblástica a xenoblástica que ocorrem em dimensão variando de 0,2 a 4 mm e
cujos contatos na sua maioria distam entre retos a curvos. A fácies Meta Álcali-feldspato-sienitos
apesar de demonstrar em feições macroscópicas aspectos maciços e isotrópicos, a trama aponta
uma leve orientação dos fenocristais de k-feldspatos e dos cristais de biotitas, que se apresentam
alongados e suavemente achatados, sugerindo a atuação de tensores deformacionais na área
de estudo. A mineralogia principal é dada por microclínio, quartzo, oligoclásio, hornblenda, biotita
e diopsídio; já os minerais acessórios são titanita, zircão, minerais opacos, apatita e por vezes
alanita e a mineralogia secundária é composta por sericita, clorita, rutilo e epidoto. Essa faciologia
que compõe o maciço Cara Suja a princípio foi classificada como Meta Álcali-feldspato-sienito
devido os cristais félsicos (oligoclásio, microclínio e quartzo) estarem alongados e as biotitas
estiradas marcando uma suave orientação, e ainda pelas transformações pós-magmáticas
regidas por ações hidrotermais que traçaram o desenvolvimento de cristais neoformados de
clorita, epidoto e moscovita pelos processos de saussuritização, cloritização,
moscovitização/sericitização e também por recristalização. A partir das texturas, da mineralogia
associada e da intensidade da atuação das transformações pós-magmática pode-se sugerir que
o maciço foi submetido a atuação de grau metamórfico de incipiente a fraco.
543
METAMORFISMO DE METAPELITOS E METAMARGAS DO GRUPO LAJEADO NA
AURÉOLA DE CONTATO DO GABRO DE APIAÍ, FAIXA RIBEIRA MERIDIONAL
Milani, L.A.1; Faleiros, F.M.1
1Universidade de São Paulo
544
COEFICIENTES DE PARTIÇÃO DE ELEMENTOS-TRAÇO ENTRE CRISTAIS
DE CLINOPIROXÊNIO E LÍQUIDOS ULTRABÁSICOS ALCALINOS
(BASANITOS E TEFRITOS): ESTUDO DE DIQUES RELACIONADOS AO
MAGMATISMO CRETÁCEO NO SUDESTE DA PLATAFORMA BRASILEIRA
545
DISTRITO PEGMATÍTICO VIEIRÓPOLIS, IDENTIFICAÇÃO E ESTUDO DOS
MINERAIS ACESSÓRIOS - PARAÍBA, NORDESTE DO BRASIL
França, R.H.M.1; Barreto, S.B.1; Bezerra, J.P.S.1; Neto, J.F.A.1; Souza, I.M.B.A.1; Müller, A.B.2
1Universidade Federal de Pernambuco; 2Museu de História Natural, Universidade de Oslo
546
PETROGÊNESE DA SUÍTE ALCALINA FORTEMENTE INSATURADA EM
SÍLICA DOS DIQUES DO PONTAL DO ATALAIA, ARRAIAL DO CABO, RJ
Ventura, M.C1; Valente, S.V1.
1Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
547
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DOS DIQUES MÁFICOS E SUAS
ENCAIXANTES NA REGIÃO DE CONFRESA – MT
Barros, M.F.S.1;Corrêa da Costa, P.C.1; Primo, G.M.A. 1; Bollella, B. 1; Massuda A.J.1
1Universidade Federal de Mato Grosso - Faculdade de Geociências.
548
PETROGÊNESE DE MIGMATITOS E ROCHAS ASSOCIADAS DO COMPLEXO
COSTEIRO NA REGIÃO DE SÃO SEBASTIÃO, LITORAL NORTE DO ESTADO
DE SÃO PAULO
Schiavetti, L.R.1; Juliani, C.1; Meira,V.T.2
1 Instituto de Geociências - Universidade de São Paulo;2 Instituto de Geociências - Universidade de Campinas Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt, Não Sobrescrito/
Subscrito
RESUMO: Este trabalho teve como objetivo a caracterização de rochas metamórficas de médio Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt, Não Sobrescrito/
Subscrito
a altgrauo grau, incluindo migmatitos, do Complexo Costeiro, região litorânea norte do Estado
de São Paulo. Os migmatitos são rochas complexas e apresentam grande diversidade de Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt, Não Sobrescrito/
Subscrito
estruturas e texturas. Esses litotipos são tem sido objeto de estudos diversos focados
Formatado: Fonte: Arial
principalmente nos processos de sua formação e na sua importância no entendimento de
Formatado: Não Realce
cinturões orogênicos. A área de estudo insere-se no Planalto do Juqueriquerê, mais
especificamente nos costões no município de São Sebastião (SP), onde ocorrem rochas Formatado: Fonte: Arial, Realce
549
PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA DO STOCK LEUCOGRANÍTICO LAGOA DE
DENTRO, SISTEMA OROGÊNICO SERGIPANO
Pereira, F.S.1,2; Cruz, J.W.S. 2; Sousa, E.S.2; Barreto, D.S.3; Conceição, J.A.2,4; Rosa, M.L.S.2,5;
Conceição, H.2,5
1Bolsista de Iniciação Científica do CNPq; 2Laboratório de Petrologia Aplicada à Pesquisa Mineral – LAPA/UFS;
3Laboratório de Recursos Minerais – RECMIN/UFS; 4Universidade Federal do Oeste da Bahia – UFOB; 5Programa
de Pós-Graduação em Geociências e Análise de Bacias – PGAB/UFS.
550
CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS HIDROTERMAIS E
METASSOMÁTICOS DA SUÍTE SÃO LUÍS DE MONTES BELOS
Macedo, H. A. O.1; Giustina, M. E. S. D.1; Oliveira, C. G.1; Praxedes, I.F.2
1- Instituto de Geociências, Universidade de Brasília. Campus Asa Norte, 70.910-900 – Brasília, DF. 2- Brasil
Minérios S.A.
A Suíte São Luís de Montes Belos (SSLMB) é constituída por um conjunto de intrusões
ultramáficas, influenciadas por processos hidrotermais, mineralizadas a vermiculita. Os corpos
estão inseridos na unidade ortognáissica Sanclerlândia (822 Ma), Arco Magmático Arenópolis
(AMA), porção sudoeste da Faixa Brasília (FB). Mais de quarenta corpos ultramáficos de
formato elíptico, intrusivos e dispostos ao longo das direções NE-SW e N-S, compõem a
SSLMB. Apesar dos corpos estarem influenciados por processos hidrotermais, ocorre zonas
menos alteradas onde preservam rochas ígneas preservadas, possibilitando a distinção de
uma estratigrafia ígnea com camadas intercaladas de peridotitos e de clinopiroxenitos. A
paragênese mineral ígnea reliquiar é constituída por olivina (Fo87), diopsídio e flogopita tipo I
nos peridotitos e diopsídio nos clinopiroxenitos. Hidroflogopita (flogopita+vermiculita), augita,
tremolita, serpentina e magnetita constituem a paragênese hidrotermal do serpentina –
magnetita – vermiculita – flogopitito (srp-mt-vrm – flogopitito), produto de alteração do
peridotito. O equivalente hidrotermal dos clinopiroxenito é o vermiculita – flogopitito (vrm –
flogopitito) com paragênese hidrotermal constituída por flogopita tipo II, augita, actinolita,
tremolita e titanita. Os corpos da SSLMB são seccionados por diques pegmatíticos quartzo-
feldspáticos, diques ultramáficos e veios feldspáticos. Os diques félsicos são constituídos por
albita (Ab90), quartzo, sanidina (Or83) e turmalina. Os diques ultramáficos são constituídos por
hornblenda (70 – 90% volume), flogopita tipo III, titanita e flúor-apatita. Os veios possuem
feldspatos de mesma composição dos diques félsicos. As intrusões ácidas pegmatíticas
resultam em diferentes interfaces de reação nos diferentes corpos. Quando inseridas em meio
à peridotitos e seus derivados hidrotermais, produzem três zonas de alteração: (i) zona da
antofilita; (ii) zona da hidroflogopita II (flogopita II + flogopita II); e (iii) hidroflogopita II, quartzo e
feldspato, enquanto que em clinopiroxenitos e vrm - flogopititos produzem uma borda de
reação com lamelas de flogopita e vermiculita orientadas. O minério de vermiculita ocorre
associado à srp-mt-vrm-flogopititos, à vrm-flogopititos e às zonas ii e iii produzidas pela
intrusão dos diques félsicos. Datação U-Pb em titanita associada à alteração de augita para
flogopita em vrm-flogopititos forneceu uma idade de 556 Ma, interpretado como a idade do
evento hidrotermal que afetou essas rochas. Padrão enriquecido de ETR em relação ao manto
primitivo e valores negativos de εNd (-3,2 a -5,2), são típicos de intrusão ultramáfica em crosta
continental espessa. A idade dos corpos da SSLMB é desconhecida, porém a ausência de
deformação e metamorfismo regional sugere que essas intrusões são posteriores à colisão
final e fechamento da FB. No AMA as unidades supracrustais (890 – 574 Ma) e ortognáissicas
(899 – 630 Ma) são justapostas por sistemas strike-slipe com direções NNE a NNW, esse
sistema de falhas pode ter controlado a disposição dos granitos cálcio-alcalinos (485 e 614 Ma)
e da SSLMB intrudidos ao longo do AMA, indicando um magmatismo bimodal pós-colisional. A
percolação dos fluidos hidrotermais, enriquecidos em potássio, responsáveis pela alteração de
peridotitos clinopiroxenitos, está correlacionada à intrusão dos diques e veios feldspáticos. A
vermiculita foi gerada por dois processos: hidrotermal, associada aos srp-mt-vrm- flogopitito; e
por intemperismo, associada à vrm-flogopitito e às zonas do produto da intrusão dos diques
félsicos.
551
PETROGRAFIA E FEIÇÕES DE MICROTECTÔNICA NOS GRANULITOS E
ORTOGNAISSES DO COMPLEXO SERRA DA BOLÍVIA NA REGIÃO ENTRE
BOM JESUS DO NORTE (ES) E ITALVA (RJ)
Marques, R.A.1; Duarte, B.P.2; Rossi, A.V.A.3; Medeiros Júnior, E.B.1; Soares, C.C.V.1;
Baggieri, R.R.1; Abreu, A.S.1; Ribeiro, H.M.M.S1; Gouvêa, L.P1
1Universidade Federal do Espírito Santo, 2Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 3Universidade Federal de
Ouro Preto
RESUMO: A área alvo localiza-se no Noroeste do Estado do Rio de Janeiro e Sul do Espírito
Santo. De particular interesse, foi estudado o Complexo Serra da Bolívia (CSB), inserido no
contexto geotectônico do Terreno Oriental da Faixa Ribeira. O CSB ocorre em afloramentos,
muitas vezes, heterogêneos. É constituído por granulitos e ortognaisses de composições que
variam de sienogranítica a tonalítica. Dados observados em campo e pelo estudo em lâminas
petrográficas indicam que os litotipos passaram por eventos que demonstram que o conjunto
litológico foi afetado pelo metamorfismo regional, que resultou em paragênese indicativa de
facies granulito (presença de ortopiroxênio), e pelo metamorfismo dinâmico, a partir de
microestruturas indicativas de deformação em tectônica rúptil-dúctil. O objetivo do trabalho é
abordar as feições microscópicas do metamorfismo dinâmico, bem como a deformação a altas
temperaturas, e evidência de feição indicativa de fusão. Quando analisados sob o microscópio
petrográfico, os granulitos e ortognaisses são semelhantes em termos de mineralogia, textura e
estrutura. Diferem-se nas porcentagens de volume dos constituintes minerais, tendo maior
quantidade de minerais máficos nas rochas de coloração mais escura. São rochas
predominantemente inequigranulares com a granulação variando de fina a média. Menos
frequentemente, os litotipos são equigranulares, tendendo à granulação média. Em geral, os
granulitos contém plagioclásio, quartzo e K-feldspatos como minerais essenciais, sendo a biotita
essencial apenas nos gnaisses mais máficos. O ortopiroxênio é o mineral essencial nos
granulitos. Minerais opacos, hornblenda, apatita, zircão, epidoto e titanita constituem as fases
minerais acessórias. As feições relativas ao metamorfismo dinâmico são caracterizadas pela
presença de antipertita, sendo um indício de que a deformação tenha ocorrido também a altas
temperaturas, fator que evidenciaria que tal evento se deu em crosta mais profunda; geminação
acunhada e evanescente em grãos de plagioclásio; e microestutura núcleo-manto (porfiroclastos
de plagioclásio emoldurados por grãos menores do mesmo). É comum a ocorrência de quartzo
com extinção ondulante, em forma de filme e estirado, além de junções poliedrais tríplices em
120 graus (quartzo e plagioclásio) indicando recristalização estática. Outro fato que corrobora
que os litotipos foram submetidos a altas temperaturas é a existência de microesturuta de fusão,
a partir do intercrescimento do tipo simplectita (crescimento de quartzo vermiforme em biotita),
presente tanto nos ortognaisses quanto nos granulitos.
PALAVRAS-CHAVE: COMPLEXO SERRA DA BOLÍVIA; PETROGRAFIA; MICROTECTÔNICA
552
A ARGILA DE BELTERRA SOB OS DEPÓSITOS DE BAUXITA DE RONDON
DO PARÁ
RESUMO: Depósitos de bauxitas na região amazônica são comumente cobertos por argilas de
coloração amarelada ou avermelhada que podem chegar a cerca de 25m, denominadas de
Argila de Belterra (ABT), termo atribuído a esse material após Sombroek em 1966 descrever
argilas similares, porém sem relação com as bauxitas, na região de Belterra, Baixo Amazonas.
Embora a origem deste material seja ainda controversa, sabe-se que possui intima relação com
o perfil laterito-bauxítico sotoposto. Em Rondon do Pará – PA, as ABT possuem entre 10 e 15m
de espessura e cobrem reservas de bauxita de classe mundial. Amostras representativas da
ABT de três lavras-piloto de bauxita (Branco, Décio e Ciríaco), locadas em Rondon do Pará
foram estudadas. A ABT sotopõe perfis laterítico-bauxíticos que consistem em horizontes bem
definidos, da base para o topo compostos por: argila bauxítica, seguida por bauxita maciça
crosta ferroaluminosa maciça, crosta ferroaluminosa desmantelada, esferólitos ferruginosos, e
um horizonte com nódulos bauxíticos tipo popcorn envoltos por matriz argilosa marrom
avermelhada. Em contato discordante e ondulado, ou mesmo gradual, ocorre sobre o perfil a
Argila de Belterra, marrom avermelhada na base, indo a tons amarelados em direção ao topo.
De aspecto homogêneo, silte-argiloso e sem estruturas sedimentares visíveis, a ABT possui
fragmentos de bauxita porcelanada (tipo popcorn) em sua base. A composição mineral do
material é dominada por caulinita, com goethita aluminosa, gibbsita, hematita, anatásio e
quartzo residual. Conforme observado por DRX a caulinita é de baixa ordem cristalina,
evidenciado pela baixa distinção do triple localizado na região 19-22 2ϴ e por esse mineral não
ter uma correlação satisfatória com nenhuma ficha ICDD de caulinita. A razão SiO2/Al2O3 em
torno de 1,05 é menor que a da caulinita (1,178), confirmando a existência de traços de
gibbsita e ainda goethita aluminosa. A goethita aluminosa possui cerca de 36%mol de Al, é de
baixa ordem cristalina, conforme constatado por DRX e responsável pela tonalidade
ocre/amarelada da ABT. Esse mineral associado aos traços de hematita presente e a hidróxido
de Fe amorfo (até 0,5% de Fe) determinado após tratamento com DCB, é responsável por
teores de Fe2O3 entre 11,4 e 12,1%. Quartzo raramente excede 1% e consiste em fragmentos
de grãos em meio a matriz a argilosa. Anatásio se apresenta em teores entre 2,1 e 2,5%.
Conforme observado sob MEV, excetuando-se o quartzo, os minerais apresentam morfologia
semelhante, representada por cristais pseudo-hexagonais medindo em torno de 250nm. A ABT
em Rondon do Pará se mostra bastante homogênea em respeito a sua composição química,
mineralógica e seu aspecto textural. A composição mineralógica idêntica a das bauxitas, porém
em proporções diferentes, permitem sugerir que sua gênese está ligada a intensos processos
intempéricos em ambiente tropical, possivelmente do próprio perfil laterítico-bauxítico seguido
de transporte local e deposição.
553
PETROLOGIA E GEOCRONOLOGIA DE GRANITOS COM EVIDÊNCIAS DE
PROCESSOS DE MISTURA DE MAGMAS DA REGIÃO DE GUARANTÃ DO
NORTE (MT).
Silva, F.R.1; Moura, M.A.1; Barros, M.A.S.2; Pierosan, R.2; Pinho, F. E. C.2; Santos, J. O. S.3,
Oliveira, D. R. P.1
1Programa de Pós-Graduação em Geologia – Universidade de Brasília (UnB), geologia.fernanda@gmail.com;
2Departamento de Recursos Minerais – Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); 3University of Western
Austrália (UWA).
RESUMO: A região de Guarantã do Norte, extremo norte de Mato Grosso, está inserida na
Província Geocronológica Tapajós-Parima, situada na porção centro-sul do Cráton Amazônico.
A área de estudo é composta por granodioritos relacionados às rochas do embasamento,
ignimbritos, álcali feldspato granitos e sienogranitos associados às rochas do Grupo Colíder e
Suíte Intrusiva Teles Pires. Ocorrem também, biotita granitos porfiríticos, que frequentemente
exibem enclaves microgranulares de dimensões variadas e contatos difusos com a rocha
hospedeira, indicativos de processos de mistura de magmas. O granito porfirítico, foco deste
trabalho, varia em composição de sieno a monzogranito e são compostos por feldspato
potássico (27 a 40%), plagioclásio (29 a 40%) e quartzo (25 a 37%). Como minerais máficos
principais ocorrem biotita (5%) e hornblenda (5%), enquanto titanita, apatita, zircão e magnetita
são minerais acessórios. A fase secundária é marcada por epidoto, clorita e sericita. Os
enclaves microgranulares apresentam composição de quartzo diorito, possuem textura
porfirítica e são constituídos por aproximadamente (70 a 80%) de plagioclásio, (8 a 11%) de
quartzo e (15 a 20%) de máficos, como biotita e hornblenda. Texturas especiais que indicam
processos de mistura de magmas foram identificadas como, quartzo poiquilítico e manteado
por anfibólio, apatita acicular, K-feldspato poiquilítico, plagioclásio celular esponjoso, mini e
micro-enclaves mais máficos de granulação fina, além de aglomerados de plagioclásio e biotita.
Essas texturas provavelmente foram formadas devido ao rápido resfriamento de um magma
mais máfico, em um sistema mais félsico. A diferença de composição e temperatura causou
desequilíbrio químico, gerando texturas minerais especiais. De acordo com análises de química
mineral, tanto a biotita do granito porfirítico como dos enclaves, demonstram composição de
biotita primária reequilibrada e em diagrama discriminante de associação magmática, o granito
classifica-se como cálcio-alcalino. A composição do anfibólio para ambas as rochas é de
magnésio-hornblenda. O plágioclásio do biotita granito é classificado como oligoclásio e
raramente albita, enquanto os enclaves variam entre oligoclásio e andesina. Essas rochas
apresentam afinidade cálcio-alcalina de alto potássio, são metaluminosas e com padrões de
elementos terras raras com suave enriquecimento de ETR leves sobre ETR pesados e
moderada anomalia negativa de Eu. Possuem composição geoquímica de granitos de arco
vulcânico a pós-colisional. O biotita granito estudado apresenta idade U-Pb em zircão de
1795.1 ± 5.8 Ma e 1790 ± 6.0 Ma. Os dados geocronológicos obtidos (ICP-MS-La) são
compatíveis com o esperado para rochas da Província Tapajós-Parima, compondo um
vulcanoplutonismo relacionado à Suíte Intrusiva Paranaíta e Grupo Colider, já descrito na
literatura como Domínio Vulcânico inserido no Arco Magmático Juruena. Nesse contexto, os
granitos com feições de mistura de magmas, provavelmente gerados em uma câmara
magmática com fluxo turbulento, apresentam feições do tipo mingling, decorrentes do rápido
resfriamento do magma máfico em um sistema mais félsico.
554
O USO DO EDS COMO FERRAMENTE DE ANÁLISE QUANTITATIVA PARA
ELEMENTOS MAIORES.
Alkmin, L.A. 1; Vasconcelos, A.D.1; Melo, M.G. 1; Castro, M.P. 1; Gonçalves, G.O. 1; Lana, C. 1;
Scholz, R. 1; Alves, T.1; Silva, J.P.1; Oliveira, R.G. 1; Ribeiro, T.1; Santos, L. 1
1Universidade Federal de Ouro Preto
As técnicas de microscopia eletrônica de varredura (MEV) têm sido aplicadas em geologia afim de produzir
imagens de alta resolução e, ao acoplar-se um EDS (Energy Dispersive Spectometry – Espectrometria de Energia
Dispersiva), é possível obter resultados qualitativos no que diz respeito à composição química dos pontos
analisados. A técnica baseia-se nas energias medidas quando um feixe de elétrons é aplicado sobre a amostra e
interage com a superfície da mesma. O EDS também é capaz de fornecer resultados quantitativos, desde que
haja um controle da corrente do feixe durante as análises e a mesma seja padronizada com materiais de
referência internacionalmente reconhecidos. Comumente, essas análises são obtidas principalmente através da
técnica WDS (Wavelength Dispersive Spectroscopy – Espectrometria de Dispersão de Onda) na Microssonda
Eletrônica (EMP – Electron Microprobe). O uso do EDS para obter-se valores de elementos maiores
quantitativamente tem sido aplicado no Laboratório de Microscopia Eletrônica do Departamento de Geologia
(DEGEO) da Universidade de Ouro Preto (UFOP), tomando-se como base os padrões Geller e Smithsonian.
Foram analisados três diferentes minerais: granada, xenotima e monazita. Os valores em porcentagem em peso
encontrados na EMP e no EDS, respectivamente, foram, para a granada: SiO2 – 36,37 e 37,56; Al2O3 – 22,08 e
21,15; FeOt – 34,97 e 33,53; MnO – 1,10 e 1,25; MgO – 4,00 e 5,75; CaO – 0,96 e 1,53; para a xenotima: P2O5 –
33,01 e 34,40; Y2O3 – 46,18 e 46,34; Gd2O3 – 2,60 e 3,06; Dy2O3 – 6,84 e 6,91; Ho2O3 – 1,50 e 1,39; Er2O3 – 3,82
e 4,48; Yb2O3 – 2,45 e 3,42; para a monazita: P2O5 – 26,52 e 25,75; Ce2O3 – 29,46 e 27,14; ThO2 – 10,90 e 11,62;
Nd2O3 – 10,42 e 10,29; La2O3 – 10,47 e 10,10; Sm2O3 – 3,93 e 3,55; CaO – 0,75 e 0,78; Pr2O3 – 3,11 e 3,10; Y2O3
– 0,29 e 1,47; Gd2O3 – 1,64 e 1,84; Dy2O3 – 0,65 e 0,76; SiO2 – 2,01 e 1,93; PbO – 0,25 e 0,47. O desvio da razão
cátions/ións por fórmula, em todos os casos, é inferior a 1% quando comparado à fórmula estrutural ideal de cada
mineral. Outra técnica utilizada em ambos equipamentos foi o mapeamento composicional para granadas
zonadas. Considerando-se os erros embutidos nas análises, tanto da EMP quanto do EDS, todos resultados
encontrados foram muito similares. Apesar da sua acurácia ser menor, para critérios de classificação, estudos da
composição dos óxidos maiores ou mesmo para definições de estabilidade em diagramas pressão versus
temperatura, o EDS mostra-se uma ferramenta eficiente, ágil e de baixo custo, se comparado com a EMP.
555
EVOLUÇÃO DA QUÍMICA DE CARBONATOS EM CARBONATITOS DA
PROVÍNCIA ÍGNEA DO ALTO PARANAÍBA
Gomide, C.S.1; Brod, J.A. 2; Junqueira-Brod, T.C.2; Petrinovic, I.A.3
1Universidade de Brasília; 2Universidade Federal de Goiás; 3Universidad Nacional de Córdoba
556
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DE SIENOGRANITO DA SUÍTE
INTRUSIVA PARAUARÍ, NAS PROXIMIDADES DO MUNICÍPIO DE CARACOL,
SUDOESTE DO PARÁ
Gomes, E. S.1; Bento, D. F.1; Guimarães, F.V.1; Campos, O. J. M. J.1; Marinho, A.S.S.
1Universidade Federal do Oeste do Pará
RESUMO: A Suíte Intrusiva Parauarí ocorre na porção Sudoeste do Estado do Pará, próximo ao
município de Caracol. São corpos batólitos e plutons de granitóides, granodioritos,
monzogranitos, tonalitos e quartzo monzonito, na fácies granodiorítica e monzo e sienogranitos
na fácies granítica, apresentando formas irregulares, orientadas segundo o trend regional NW-
SE. Neste trabalho coletou-se amostras em lajedos e morrotes utilizando metodologia básica de
mapeamento objetivando caracteriza-lo petrograficamente, descrevendo-o macroscópica e
microscopicamente em lâminas delgadas usando microscópio petrográfico. A rocha possui
macroscopicamente composição sienogranítica, granulação média a grossa, é inequigranular,
holocristalina, hololeucocrática, possui textura fanerítica, localmente rapakivi, aspecto isotrópico.
Sua mineralogia é constituída essencialmente por quartzo, plagioclásio, feldspato potássico,
biotita é a principal fase máfica, epídoto e opacos (magnetita) figuram como minerais acessórios.
Em lâmina delgada apresenta composição sienogranítica, microcristalina, textura granular
hipidiomórfica e xenomórfica, granulometria média a grossa, composta essencialmente por
quartzo, álcali-feldspato e plagioclásio, minerais varietais são biotita e anfibólio, como minerais
acessórios encontra-se muscovita, escapolita, apatita, epidoto e opacos, como produto de
alteração do plagioclásio têm-se sericita. O quartzo ocorre com dimensões 0,5 a 9mm,
hipidiomórficos a xenomórficos, por vezes exibe extinção ondulante. O álcali-feldspato ocorre de
forma inequigranular (0,5 a 12mm), hipidiomórfico e xenomórfico, fortemente sericitizado. Os
cristais de plagioclásio (0,5 a 3 mm), hipidiomórficos exibem maclamento do tipo albita-periclina,
e mais raramente Carlsbad. Em alguns cristais observa-se intercrescimento pertítico, além da
forte alteração para sericita. A biotita forma lamelas hipidiomórficas com até 3mm, pleocroismo
variando de amarelo claro a marrom escuro, normalmente associada a opacos e anfibólio,
observa-se inclusões de apatita, ocorrendo, ainda, de forma secundária como produto de
alteração de anfibólio. Os cristais de anfibólio hipidiomórficos (0,5 a 2mm) geralmente estão
associados a biotita e opacos, observa-se raramente inclusões de apatita e exibe alteração para
biotita. A escapolita é normalmente hipidiomórficas (0,5 a 2mm). Os minerais de apatita são
encontrados como pequenos critais (<0,5mm), com faces hipidiomórficas inclusos nos minerais
máficos (biotita e anfibólio). Os critais de epidoto ocorrem sob forma hipidiomórfica, com cristais
menores que 5mm, geralmente associados a biotita, opacos e anfibólio. A muscovita se exibe
como finos cristais (>0,3 a 1mm) lamelares, sob forma automórfica, normalmente inclusas em
quartzo. Os cristais de zircão apresentam-se como pequenos cristais dispersões na rocha, os
mesmos exibem formas prismáticas e faces hipidiomórficas, geralmente inclusos em álcali-
feldspato. Os opacos são hipidiomórficas, de dimensões que variam de 0,5 a 1mm e
normalmente estão associados aos minerais máficos, anfibólio e biotita. Os cristais de sericita
ocorre como mineral secundário oriundo da alteração do álcali-feldspato e plagioclásio, pelo
processo denominado de sericitização. Este é apenas o primeiro passo de um projeto que
pretende ainda caracterizar as associações de minerais óxidos de Fe e Ti presentes nas diversas
amostras, procurando relacioná-las com o comportamento em termos de SM destas rochas e
utilizar os dados de minerais óxidos de Fe e Ti para avaliar as condições de fO2 reinantes durante
a cristalização destas rochas, para assim posiciona-las na estratigrafia regional e associa-las a
ao evento magmático gerador deste granito.
557
RELAÇÕES DO BATÓLITO MEDINA COM SUAS ROCHAS ENCAIXANTES,
ORÓGENO ARAÇUAÍ SETENTRIONAL, VALE DO JEQUITINHONHA, MG
Serrano, P.M.1; Pedrosa-Soares, A.C.1, Araújo, C.S.1, Menezes, C.B.1, Dussin, I.2
1Universidade Federal de Minas Gerais, CPMTC-IGC; 2 Universidade do Estado do Rio de Janeiro, MULTILAB
558
MESOESTRUTURAS INDICATIVAS DE MISTURA DE MAGMAS (MINGLIG E
MIXING) E DINÂMICA DE FLUXO MAGMÁTICO (SCHLIEREN ELIPSOIDAIS)
NO STOCK GRANÍTICO FLORES, DOMÍNIO RIO PIRANHAS-SERIDO, NE DA
PROVÍNCIA BORBOREMA.
559
MAGMATISMO DO COMPLEXO GRANITOIDE MONTE CARMELO NA FAIXA
BRASÍLIA MERIDIONAL NOS MUNICÍPIOS DE MONTE CARMELO E ABADIA
DOS DOURADOS – MG
560
MINERALOGIA E GEOQUÍMICA DAS MINERALIZAÇÕES DE Fe-Ti EM CANINDÉ
DE SÃO FRANCISCO, SERGIPE
As análises feitas por MEV revelaram a presença de diversas fases minerais não relatadas por
outros autores, como a badeleyíta, o zircão e a monazita. Nestas amostras para além dos
teores obviamente elevados em Fe e Ti são também elevados os teores em Ni, como se
verifica da sua ocorrência como elemento menor noutras fases como a magnetita e em micro-
partículas no espinélio. Das observações realizadas supõe-se que estas ocorrências tiveram
uma gênese magmática seguida de episódios metamórficos de facies anfibolito a xistos verdes.
Para além da química mineral ser mais rica do que o esperado encontraram-se em campo
amostras de cumulatos magnetíticos numa ocorrência não assinalada nas cartas publicadas e
bastante afastada destas. O que indica a necessidade de fazer mapeamento que revele a
verdadeira extensão das ocorrências de cumulatos magnetíticos.
561
O REGISTRO DO MAGMATISMO BÁSICO-ULTRABÁSICO NA PORÇÃO
SUDESTE DO CINTURÃO DOM FELICIANO, RS
562
Layered alkaline mafic-ultramafic rocks from the São Sebastião Island, SP:
preliminary data
ABSTRACT: Mesozoic to Cenozoic alkaline magmatism has been recognized to occur along
the southeast Brazilian coast in the Serra do Mar Igneous Province, made up by a series of
undersaturated to saturated syenite rocks and minor layered mafic intrusions of alkaline
character, emplaced during the opening of the Atlantic Ocean (ca. 80-90 My). In the São
Sebastião Island (northern coast of Sao Paulo), the Precambrian basement (Complexo
Costeiro) is intruded by a three-stage Mesozoic magmatism. The first stage (120 -140 My) is
characterized by the emplacement of tholeiitic dykes related to the Parana-Etendeka Igneous
Province. After, between 80-95 My, an alkaline magmatism begins with the emplacement of
layered mafic-ultramafic intrusions (mainly gabbros and pyroxenites) followed by a felsic
magmatism represented mainly by syenitic rocks that constitutes the Serraria, São Sebastião
and Mirante Massifs. The final magmatic stage, (78-83 My) is recorded by the intrusion of a
dyke swarm of varying composition from mafic to felsic.
In the northern part of the island, blocks of layered gabbros and pyroxenites are spread along
the coastline while to the south some in situ expositions can be found. This work presents some
preliminary geological and petrography data obtained in our ongoing research in the southern
area and discusses their implications.
The gabbros comprise a sequence of layered cumulates ca. 400 m thick made up of plagioclase
(labradorite) and clinopiroxene (Ti-augite) with olivine, kaersutite, biotite, apatite and opaque
minerals in varying proportions. Towards the base, relatively enriched layers of plagioclase or
clinopiroxene, define a good stratification (N40°W/30°NE) together with a cross-bedding
layering with no evidence of a mineral lamination. In contrast, to the top of the intrusion (roof-
zone), near the contact with the São Sebastião Massif, layering is poorly developed, if not
absent, and can be locally associated with a subtle mineral lamination defined by the planar
arrangement of tabular plagioclase, clinopiroxene and olivine. Layers with clinopyroxenitic
compositions are rare, occurring at a scale of 2-5 cm along the intrusive. The presence of
kaersutite and phlogopite as intercumulus phases and as rims surrounding clinopiroxenes and
opaque minerals, indicate that such minerals represent the late stage products of a crystallizing
magma of alkaline affinity.
Felsic dykes and veins closely related to the syenitic rocks from the São Sebastião Massif cross
cut the mafic-ultramafic intrusives and suggests a late emplacement for the massif. In turn,
trachyte dikes cross cut both the syenitic and gabbroic rocks, indicating that the alkaline
magmatism continued after their emplacement.
The contact between the mafic-ultamafic rocks and the granitic basement is abrupt and both
mafic enclaves and pegmatitic pods of gabbroic composition are widespread. Granophyric-like
intergrowths between quartz and alkali feldspar in these rocks and some amount of interstitial
quartz in the gabbros at contact zones, point to local melting of the country rocks and
assimilation processes.
Supported by CNPq, FAPESP and GeoAnalítica USP
KEYWORDS: ALKALINE MAFIC-ULTRAMAFIC INTRUSION, IGNEOUS LAYERING, ASSIMILATION
563
REAÇÃO ÁLCALI-AGREGADO: AÇÃO BENÉFICA OU DELETÉRIA DAS
POZOLANAS?
Guillante, P.1; Kulakowski, M. P.1; Mancio, M.1; Sander, A.1,2
1Universidade do Vale do Rio dos Sinos 2Serviço Geológico do Brasil
564
GEOLOGIA, PETROGRAFIA E MINERALOGIA DO MAGMATISMO
PENATECUA, BACIA DO AMAZONAS.
Assis, C.R.F.1; Nascimento, R.S.1; Negri , A.S.1; Ferreira, D.P.A.1; Silva, P.A.S.1
1Universidade Federal da Pará
RESUMO: As rochas básicas do Magmatismo Penatecaua ocorrem como corpos intrusivos nas
sequencias sedimentares devonianas e carboníferas da Bacia do Amazonas, as quais
correspondem as seguintes unidades: Grupo Urupadi (formações Maecuru e Ererê), Grupo
Curuá (formações Barreirinha, Curiri e Oriximiná), Formação Faro e Grupo Tapajós (formações
Monte Alegre, Itaituba, Nova Olinda e Andirá). Este estudo apresenta essencialmente a
caracterização petrográfica e mineralógica de diabásio procedente das regiões de Monte
Alegre, Rurópolis e Itaituba, oeste do Estado Pará, o qual ocorre como sills e diques em
calcários, arenitos carbonáticos e dolomitos da Formação Itaituba. Este evento integra a
Província Magmática do Atlântico Central (CAMP) que representa um extenso magmatismo
básico toleítico de idade Jurássico-Cretáceo. A literatura relata que as rochas magmáticas
básicas que ocorrem na região de Rurópolis e Itaituba, oeste do Estado do Pará, intrusivas na
Formação Itaituba, estão relacionadas ao Magmatismo Penatecaua e ocorrem na forma de sills
e diques, mas a grande maioria das pesquisas não apresentam dados de detalhe da
petrografia e mineralogia destas rochas magmáticas. Os estudos petrográficos realizados por
microscopia ótica e MEV-EDS revelaram que a mineralogia é composta essencialmente por
plagioclásio e clinopiroxênio, com olivina ocorrendo como acessório em algumas amostras, os
demais minerais acessórios são apatita, magnetita e ilmenita. As análises petrográficas
individualizaram estas rochas magmáticas básicas, em um único tipo petrográfico, como sendo
diabásio (ou microgabro). A análise textural mostra as texturas ofítica e subofítica como sendo
as principais, localmente desenvolve-se textura micrográfica em algumas amostras. Os cristais
de plagioclásio são do tipo labradorita, raramente andesina e ocorrem como cristais
inequigranulares. O clinopiroxênio ocorrem em dois tipos, como augita e pigeonita, ambas
ocorrem como cristais inequigranulares, subedrais a anedrais, de maneira geral variam entre
0,5 e 2 mm, com alguns cristais de pigeonita alcançando até 3 mm em determinadas amostras.
A pigeonita tem ângulo 2V em torno de 15° enquanto que da augita é de 45°, os sinais de
elongação são negativo e positivo respectivamente, não apresentam pleocroísmo, os cristais
são zonados e alguns exibem maclamento simples. Em diferentes intensidades, apresentam-se
alterados por anfibólios e clorita. Minerais opacos por sua vez, ocorrem como cristais
inequigranulares, subedrais a anedrais e podem chegar até 3 mm, diversos cristais apresentam
hábito esqueletal. A análise microscópica em luz refletida revelou a presença de possíveis
sulfetos com coloração laranja amarelado. Com auxílio de MEV foram identificadas magnetita,
ilmenita e calcocita. Os cristais de magnetita comumente apresentam lamelas de exsolução de
ilmenita e por vezes apresentam-se intercrescidas. Estes resultados estão de acordo os dados
obtidos na Região de Medicilândia no Pará, descrevendo um magmatismo intraplaca de
natureza toleítica.
565
CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA E TEXTURAL DE GRANITÓIDES DA
TERMINAÇÃO INTRACONTINENTAL DO ARCO MAGMÁTICO RIO DOCE,
ORÓGENO ARAÇUAÍ.
Pimenta, M. G. B.1; Gonçalves, C. C. 1; Gonçalves, L. 1; Alkmim, F.1; Pedrosa-Soares, A. C2.
1
Universidade Federal de Ouro Preto; 2Universidade Federal de Minas Gerais
566
DADOS PRELIMINARES DA AMAZONITA DA SERRA DO PINHEIRO,
MUNICÍPIO DE ARCOVERDE, PERNAMBUCO
RESUMO: A amazonita é uma variedade de feldspato potássico de cor verde-azulada que tem
sido foco de inúmeras pesquisas, chamando atenção pela sua cor e ambiente geológico de
ocorrência. Estudos diversos indicam que o principal agente de cor está relacionado aos íons
de chumbo mono ou trivalentes, na presença de água estrutural e radiação natural. As
amazonitas estudadas ocorrem em diques pegmatíticos localizados no município de Arcoverde,
Estado de Pernambuco. Geologicamente, esta área de ocorrência se situa no Domínio
Transversal da Província Borborema, inserida no Terreno Rio-Capibaribe. Estes pegmatitos em
relação à amazonita ocorrem como enxames de diques cortando a Suíte Vila Moderna, a qual
é caracterizada pela fácies Serra do Pinheiro que se constitui de granodioritos de granulação
fina. Na região estudada, os diques são centimétricos a métricos, atingindo até 4 metros nas
áreas mais extensas, distribuídos aleatoriamente e constituídos essencialmente por quartzo,
microclina, amazonita e plagioclásio do tipo albita-oligoclásio, apresentando granada, aegirina-
augita e minerais opacos como minerais acessórios. A amazonita em estudo ocorre em cristais
centimétricos anédricos a subédricos com variação de cor do verde azulado claro ao róseo
claro, densidade de 2,56 a 2,58 g/cm³ e índices de refração de 1.520 a 1.525. Para a
caracterização mineralógica da amazonita foram confeccionadas amostras em pó com
granulometria de 75 mícrons, e seções bipolidas com espessura próximas a 1mm. O pó foi
utilizado para identificação e correlação de picos de intensidade de fases minerais através do
método de difração de raios-X (DRX) e reconhecimento das curvas geradas pela análise
termodiferencial e termogravimétrica (ATD-TG) e as seções bipolidas para observação de
bandas geradas na espectroscopia infravermelho (IR). Dessa forma, a interpretação dos picos
de intensidade das análises obtidas por difração de raios-X na amazonita revelou a exsolução
de albita em feldspato potássico microclina. Para as análises termodiferencial e
termogravimétrica, utilizando como referência alumina, as amostras de amazonita foram
submetidas a um ciclo térmico variando de 25°C até 1000°C. Neste ciclo, a análise
termodiferencial apresentou uma reação endotérmica com pico máximo a 250°C e a análise
termogravimétrica não mostrou perda de massa no intervalo analisado. Com objetivo de
analisar a interação da luz com as moléculas, foram obtidos espectros de absorção na faixa do
infravermelho que mostram bandas de 770 cm-¹ e 726 cm-¹ relacionadas às ligações Si-O-Al, e
bandas no intervalo de 3698–3622 cm-1 e 3420 cm-1 relacionadas à água estrutural.
567
MIGMATIZAÇÃO DE ROCHAS ANFIBOLÍTICAS GERADAS A PARTIR DE
MÁRMORES DOLOMÍTICOS
Scarpa, M.V.1; Almeida, A.R.2; Carneiro, J.L.M.3; Do Ó, R.B. 4
1,2,3,4 Universidade Federal do Ceará
Estudos realizados na região de Canindé, sertão central do estado do Ceará, Domínio Ceará
Central-Província Borborema, mostram que a Unidade Canindé está composta basicamente
por metatexitos (migmatitos com baixo grau de fusão parcial), xistos, mármores e anfibolitos.
Fusão parcial in situ é o mecanismo universalmente aceito para a produção de migmatitos,
transformando uma rocha monofásica em bifásica, separando um líquido de baixa densidade e
viscosidade de um sólido com alta densidade e viscosidade. O neossoma é formado por três
porções, sendo mesossoma e melanossoma as porções metamórficas, onde há predominância
de minerais máficos como anfibólios, piroxênios e biotita, enquanto o leucossoma representa a
porção ígnea, formada por minerais félsicos como feldspatos e quartzo. A composição dos
líquidos produzidos varia de granítica a trondjemítica, conforme a elevação da temperatura.
Temperaturas muito elevadas produzem líquidos tonalíticos. O paleossoma é formado por
segmentos de rocha fonte não afetados pelo processo de fusão parcial. Biotita-Metatexitos,
exibindo melanossomas biotitíticos, são os litotipos dominantes na área, onde também afloram
Anfibólio-Metatexitos apresentando melanossomas hornblendíticos. Silimanita e granada são
onipresentes nos xistos e migmatitos. Os migmatitos a anfibólios são caracterizados pela
presença de leucossomas ricos em plagioclásio, enquanto mesossomas exibem anfibólio (>
50%) e plagioclásio (anfibolito com textura granonematoblástica) e o melanossoma é
essencialmente hornblendítico. Anfibolitos e mármores calcíticos e dolomíticos se mostram
intimamente associados, estes últimos variavelmente ricos em anfibólios e diopsídio, podendo
também plagioclásio e flogopita estar presentes. Foram coletadas amostras de mármores
dolomíticos para a confecção de lâminas delgadas, através das quais foi possível constatar a
presença de dolomitas dando origem a feldspatos e anfibólios, sugerindo um processo
metamórfico grandemente assistido por metassomatismo com adição de líquidos ricos em
sódio, silício, alumínio e água. Assim sendo, é possível pensar que os plagioclásios presentes,
especialmente os de composição albítica, não apenas nos leucossomas, mas também aqueles
dos mesossomas foram produzidos a partir da fusão incongruente de anfibólios, deixando uma
assembleia sólida de natureza anfibolítica/calcissilicática por vezes rica em plagioclásio cálcico,
anfibólio e com quantidades menores de clinopiroxênio e granada. Desta forma é possível
concluir que, a partir de uma sequência sedimentar do tipo QPC, especialmente PC, foram
produzidos Hornblenditos que uma vez fundidos produziram anfibólio-migmatitos e “Albita-
Anfibolitos” (anfibólio albita-granitos).
568
TWO-STAGE MANTLE-DERIVED SANTANA DO MUNDAÚ HIGH-K CAL-ALKALIC
COMPOSITE GRANITIC BATHOLITH, PERNAMBUCO-ALAGOAS DOMAIN
Ferreira, V.P.1, Tchouankoue, J.P.2, Sial, A.N.1, Lima, M.M.C. de1; Pimentel, M.M.3
1NEG-LABISE, Dept. of Geology, Federal University of Pernambuco, Recife, PE. valderez@ufpe.br; 2 University of
Yaoundé, Republic of Cameroon; 3 Institute of Geosciences, University of Brasilia, Brasília, DF
569
GEOLOGIA E PETROGRAFIA DE GRANITOS E ORTOGNAISSES
LOCALIZADOS NO EXTREMO NE DO BATÓLITO BUÍQUE-PAULO AFONSO,
DOMÍNIO PERNAMBUCO-ALAGOAS, PROVÍNCIA BORBOREMA
Mesquita, N. M.1; Silva Filho, A. F.2; Costa, A. L3 ;Farias. D, J, S.4; Dáttoli, L.C. 5;Coutinho,
M.M.X.6
1Universidade Federal de Pernambuco; 2Universidade Federal de Pernambuco; 3Universidade Federal de
Pernambuco
570
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA, PETROGRÁFICA E ESTRUTURAL DAS
UNIDADES LITOLÓGICAS A SW DO CRÁTON AMAZÔNICO, REGIÃO DE
JAURU – MT
Paula, U.G.M.,1,2,3; Zan, W.G.1; Ayres, T.B.1; Ogando, P.H.M. 1; Santos Neto, J.L. 1,2,3; Ruiz,
A.S.1,2,3; Silva, C.H. 1
1Faculdade de Geociências – Universidade Federal de Mato Grosso; 2Grupo de Pesquisa em Evolução Crustal e
Tectônica Guaporé; 3Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Geociências da Amazônia – GEOCIAM;
571
GEOLOGIA E PETROGRAFIA NA REGIÃO DA FAZENDA FIRME, PORTO
MURTINHO – MATO GROSSO DO SUL - BLOCO OCIDENTAL DA PROVÍNCIA
RIO APA
Paula, U.G.M.,1,2,3; Prado, I.Q.1,2,3; Santos-Neto, J.L.1,2,3; Matos, J.B.1,2,3; Ruiz, A.S.1,2,3
1Faculdade de Geociências – Universidade Federal de Mato Grosso; 2Grupo de Pesquisa em Evolução Crustal e
Tectônica Guaporé; 3Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Geociências da Amazônia – GEOCIAM;
572
15/05/2016 48º Congresso Brasileiro de Geologia
São Paulo, 15 de maio de 2016.
TRABALHO RECEBIDO COM SUCESSO!
Prezado (a) autor (a) LETÍCIA MARTINS,
Agradecemos o envio de seu trabalho.
O código do seu trabalho é 7591
Titulo do Trabalho Técnico: PARAGÊNESE MINERAL NA MINA DOURADA E MODELO
ESPACIAL DE ALTERAÇAO HIDROTERMAL PROPOSTO PARA A PORÇÃO LESTE DA
REGIÃO DE LAVRAS DO SUL– RS
Autor 1: Letícia Martins
Autor 2: Delia del Pilar Montecinos de Almeida
Autor 3: André Sampaio Mexias
Autor 4: Marcelo Barcellos da Rosa
Autor 5:
Autor 6:
Autor 7:
Autor 8:
http://pvista.proevento.com.br/mci/subpaper/passo4.asp 1/2
573
15/05/2016 48º Congresso Brasileiro de Geologia
Autor 9:
Autor 10:
Autor 11:
Autor 12:
Eixos Temáticos: ST10 Mineralogia, Petrologia Ígnea e Metamórfica
Forma de Apresentação: Oral
Informamos que o mesmo será encaminhado para avaliação da comissão julgadora.
O resultado será comunicado através do email informado no cadastro e também estará
disponível no site do congresso.
Reiteramos que os trabalhos que estiverem fora dos padrões estabelecidos no
regulamento, serão automaticamente excluídos.
Informar por email, qual o ID que deve ser excluído.
Natália Vieira
(51) 8443.2166
inscricoes@mcigroup.com
http://pvista.proevento.com.br/mci/subpaper/passo4.asp 2/2
574
INFLUÊNCIA DO INTEMPERISMO NA MICROMORFOLOGIA DE CRISTAIS DE
GRANADA ALMANDINA DO GRUPO ARAXÁ NA REGIÃO DE PIRENÓPOLIS-
GO.
Almeida, G.R.1; Horbe, A.C.1
1UnB, IG/ICC Centro, Campus Universitário Darcy Ribeiro, 70910-970, Brasília-DF, Brasil.
RESUMO: O estudo do papel do intemperismo de silicatos tem sido objeto de amplo interesse
nas últimas décadas. Dentre os principais silicatos formadores de rocha, a granada almandina
exibe um comportamento cinético peculiar durante as etapas de alteração intempérica. O
intemperismo é produzido pela lenta ação de soluções oxidantes em volta e ao longo das
microfraturas dos cristais de almandina. Nesse processo, ferro e alumínio são dissolvidos
produzindo marcas de corrosão e desse modo reprecipitados na forma de películas superficiais
compostas, em geral, por óxi-hidróxidos de mesma composição. A granada almandina, objeto
deste estudo, provêm de xistos do Grupo Araxá, formado dominantemente por rochas
metassedimentares pelíticas. O objetivo desse trabalho é analisar a influência do intemperismo
em cristais de granada coletados em xistos saprolitizados e em solo na região de Pirenópolis-
GO. Foram confeccionadas lâminas petrográficas, as amostras foram fragmentadas
(SELFRAG) e os cristais selecionados e lavados com ultrassom. Alguns cristais foram
raspados, pulverizados e por conseguinte analisados por difração de raios-x para identificação
dos possíveis produtos de alteração. Microssonda e MEV foram utilizados para a determinação
da composição química e análise micromorfológica, respectivamente. Os cristais de granada
almandina (Fe2O3 (45,7 a 51,7%); Al2O3 (22,2 a 26,8%) e SiO2 (~39,4%)) na rocha são rosados,
com superfícies lisas, euédricos a subeuédricos e ocorrem na forma de porfiroblastos com
diâmetros que variam de 0,3 a 0,7 cm. Podem apresentar baixa a alta presença de fraturas,
geralmente preenchidas por clorita, muscovita e quartzo. No saprólito apresentam
características semelhantes, porém a superfície é avermelhada, rugosa e constituída
essencialmente por Fe2O3 (44,7 a 57,7%), Al2O3 (22,2 a 26,8%) e SiO2 (17,9 a 25,8%).
Localmente, abaixo da superfície rugosa, a granada é lisa e possui frequentes marcas de
corrosão losangulares com até 10 µm. Há também películas superficiais compostas por Fe2O3
(55 a 100%), Al2O3 (0,21 a 15%) e SiO2 (0 a 4,2%) com textura botroidal, o que sugere o
predomínio de hematita e goethita. Além de clorita, muscovita e quartzo, há plasma de óxidos e
hidróxidos de ferro ao longo das fraturas, o que forma uma rede de alteração que transpassa
por todo cristal. As granadas do solo apresentam arestas e quinas desgastadas, diâmetro
maior, variando de 0,4 a 1,2 cm, o grau de pseudomorfização por plasma de óxidos e
hidróxidos de ferro é maior, nota-se ainda raros fragmentos de granada e a densidade é menor
do que àquelas da rocha. As observações micromorfológicas e composicionais sugerem que, a
quantidade de marcas de corrosão nos cristais de almandina - discreta nos primeiros contatos
do mineral com soluções intempéricas - evolui e aumenta gradualmente a porosidade à medida
que o intemperismo avança, causando uma depleção nos teores de Si e por conseguinte,
ocasionando uma substituição centrípeta da granada almandina por plasmas de óxi-hidróxidos
de ferro e alumínio.
575
576
PEGMATITOS DA REGIÃO DE BANABUIÚ - CEARÁ
Lima, M.N.1; Nogueira Neto, J.A.2; Azevedo, M.R.3; Valle Aguado, B.3; Mattos, I.C.2; Neri,
T.F.O2.
1Universidade Federal de Goiás; 2Universidade Federal do Ceará; 3Universidade de Aveiro
577
ANÁLISES QUÍMICA E PETROGRÁFICA PRELIMINARES DE UM DEPÓSITO DE
MANGANÊS EM CONCEIÇÃO DA APARECIDA (MG)
Gaspar Júnior, L.A.1; Silva, L.F.B.2; Alves, G.M.R.3; Braz, J. S.4; Soldano, F.B.5; Batista, W.J.6;
Souza,P.H.G.7; Nascimento, T.S.8; Nascimento,C.L.9; Margoto, L.D.O10; Paula, I.R.11
1,2,3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,11 Universidade Federal de Alfenas
578
OCORRÊNCIAS DE BADELEÍTA NO CORPO MÁFICO
ESPANTA GADO, BAHIA
Huttner, M.B. 1,2,; Rios, D.C.1,3,4; Conceição, H.1,5; Burgos, C.M.C.1,6
1 Laboratóriode Petrologia Aplicada à Pesquisa Mineral, Universidade Federal da Bahia; 2 Bolsista de Iniciação
Científica CNPq, mauhut@gmail.com; 3 Bolsista de Produtividade CNPq, debora.rios@pq.cnpq.br; 4 Programa de
Pós-Graduação em Geologia; 5 Universidade Federal de Sergipe, herbet@ufs.br; 6 CPRM - Serviço Geológico do
Brasil, Sureg Salvador, cristina.burgos@cprm.gov.br
RESUMO: O Cinturão Móvel Salvador-Curaçá (CMSC) é uma zona de colisão entre os Núcleos
Cratônicos Remanso e Serrinha. O Corpo Máfico Espanta Gado (CMEG), localizado na região
central do CMSC entre a Serra de Itiúba e o Augen-Granulito Riacho da Onça, faz parte de um
conjunto de diques de direção NNW-SSE, que cortam rochas sienomonzoníticas,
correspondendo a um magmatismo máfico-alcalino que pode representar a reativação de
falhas profundas. A ocorrência dista das rochas máficas descritas nos trabalhos regionais e
não pode ser espacialmente associada às rochas dos vales do Curaçá e Jacurici, ou às rochas
vulcano-sedimentares da Suite São José do Jacuípe. Petrograficamente as rochas do CMEG
correspondem a gabros alcalinos ricos em plagioclásio, K-feldspato, micas, clinopiroxênio,
ortopiroxênio, ilmenita e apatita. Apresenta texturas ofítica/subofítica, maciça, poiquilítica, além
de texturas de corrosão e exsolução nos óxidos. Há evidências de passagem de fluidos
hidrotermais gerando micas de alteração, principalmente a partir dos piroxênios e de ilmenita.
Este trabalho traz o detalhamento da mineraloquímica do CMEG, com foco especial nas suas
fases acessórias. A mineralogia acessória de uma rocha pode fornecer informações cruciais
que permitem não só uma melhor caracterização e classificação de rochas raras e/ou exóticas
mas também permite uma melhor identificação das assembleias que contém fases minerais
datáveis por métodos de alta precisão (e.g. U-Pb), como é o caso da badeleíta. Recentemente,
a badeleíta tem se destacado na geocronologia para datação de rochas máficas-ultramáficas.
Isto porque a idade U-Pb desta fase mineral predominantemente (>99% das vezes) marca a
idade de cristalização da rocha. A formação deste mineral antecede à do zircão e ele ocorre
em rochas sub-saturadas em sílica – nas quais o zircão é inexistente ou presente em
quantidades ínfimas. Este fato, até poucos anos atrás, inviabilizava a datação pelo método U-
Pb de rochas máficas e ultramáficas. A badeleíta é um óxido de zircônio e, semelhantemente
ao silicato zircão, possui como cátion principal o Zr, elemento que pode ser substituído na
estrutura do mineral pelo U. Esta substituição permite utilizar o método U-Th-Pb para datação
absoluta – um dos melhores e mais precisos métodos geocronológicos atuais. No CMEG como
fases acessórias são descritos óxidos, sulfetos, badeleíta e subordinadamente zircão. As
badeleítas do CMEG foram estudadas com o Microscópio Eletrônico de Varredura. Formam
cristais tabulares, com 15 a 122 µm de comprimento e até 4µm de largura, e ocorrem bem
distribuídas na rocha, inclusas em quase todas as fases principais. Devido ao seu reduzido
tamanho, dificilmente são identificáveis no microscópio petrográfico convencional.
Quimicamente apresentam de 89-100% de ZrO2, com impurezas de Ti, Fe, Hf, Nb, Y, Cs Nd,
W, e/ou Sr. Datadas por ID-TIMS resultaram em uma idade de 911±28 Ma (MSWD = 0,78),
implicando na primeira ocorrência de magmatismo máfico desta idade no CMSC. A
caracterização mineraloquímica das ocorrências de badeleíta no CMEG permite identificar
critérios para melhor e mais facilmente selecionar rochas máficas para datação. Soma-se isto à
importância de implantar no Brasil a técnica de datação por badeleita. Esta é a contribuição GPA
011/2016.
579
PONTES E LACERDA – O PRIMEIRO METEORITO DO MATO GROSSO
Zucolotto, M. E.¹, TOSI, A. A.²
580
GEOLOGIA E PETROGRAFIA DAS ROCHAS MÁFICAS E ULTRAMÁFICAS
DO COMPLEXO PORTO MURTINHO-TERRENO RIO APA- SUL DO CRÁTON
Jessica Torretti da Costa1,4,5; Amarildo Salina Ruiz2,4,5; João Batista de Matos2,4,5; Newton
Diego Couto do Nascimento3,4,5; Maria Zélia Aguiar de Sousa2,4,5; Gabrielle Aparecida de
Lima3,4,5
581
PETROGRAFIA E GEOTERMOBAROMETRIA DOS XISTOS PELÍTICOS
CORRELATOS AO SUPERGRUPO RIO DAS VELHAS NA REGIÃO DE SANTO
ANTÔNIO DO PIRAPETINGA-PIRANGA, MG
Queiroz, Y.S.1; Queiroga, G.N.1; Evangelista, H.J.1 , Schmiedel, J.2, Schulz, B2
1Universidade Federal de Ouro Preto; 2 Technische Universität Bergakademie Freiberg,Germany
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Battacharya, A.; Mohanty, L.; Maji, A.; Sen, S.K.; Raith, M. 1992. Non-ideal mixing in the
phogopite-annite boundary: constraints from experimental data on Mg-Fe partitioning and
582
reformulation of the biotite-garnet geothermometer. Contributions to Mineralogy and
Petrology, 111: 87-93.
Raposo F. O. 1991. Estratigrafia, Petrografia e Petrologia. In: Raposo F. O. (org.) 1991. Rio
Espera, Folha SF.23-X-B-IV, Estado de Minas Gerais. Brasília, DNPM-CPRM (Programa
Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil – PLGB). p. 27-88
583
QUANTIFICAÇÃO DE FASES MINERAIS PELO MÉTODO DE RIETVELD
PARA AVALIAR A EFETIVIDADE DO PROCESSO DE SEPARAÇÃO DE
MINERAIS EM GRÃO.
Torres, J.S.; Salazar, A.F.; Andrade, F.R.D.; Vlach, S.R.F.
Departamento de Mineralogia e Geotectônica, Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo
A quantificação mineralógica em rochas pode ser efetuada com base na análise de espectros
de difração de raios X (DRX) de material pulverizado. O método clássico, baseado na
intensidade das linhas de difração (picos) das fases e em curvas de calibração, apresenta
limitações devido à superposição de picos das distintas espécies minerais, à absorção seletiva
e da distribuição granulométrica do pó, além de ser semi-quantitativo. O método de Rietveld,
embasado na minimização por iteração das diferenças entre espectros experimentais e
teóricos, permite quantificações bem precisas. Como parte das etapas de preparação de
materiais de partida para experimentos de fusão de rochas naturais em aparato pistão-cilindro,
o método foi utilizado para controlar alíquotas com diferentes proporções de minerais
formadores de rocha e de acessórios de amostras naturais de biotita-hornblenda-monzogranito
e biotita-anfibolito.
As amostras foram britadas, quarteadas e moidas no intervalo entre 150 e 250 meshes. Duas
alíquotas de rocha total foram separadas, enquanto uma outra, maior, foi utilizada para a
separação adicional em quatro frações distintas: uma fração ferromagnética, separada com imã
de mão, contendo Mag, Ilm e Hem, uma fração paramagnética, obtida com separador
isodinâmico Franz sob corrente indutora de 0,5 A, que concentra principalmente Hbl e Bt em
relação às fases diamagnéticas, as quais posteriormente foram separadas com métodos
densimétricos em uma fração contendo Kfs, Pl e Qtz e outra concentrando minerais acessórios
(Ap, Ttn, Aln, Zrn, Ep e algum sulfeto). Espectros para todas as alíquotas/frações separadas
foram coletados em difratômetro Bruker Modelo D8 Advance Da Vinci, com detector Lynxeye,
óptica Twin-Twin e radiação Cu Kλ. O tratamento dos dados e conversões para porcentual em
peso das fases minerais caso foram efetuados com o software HighScore Plus vs. 3.1 da
PANalytical, através do refinamento de parâmetros globais, específicos e instrumentais, de
acordo com procedimentos já descritos por outros autores. A qualidade do refinamento e dos
resultados é avaliada por indicadores estatísticos de ajuste dos difratogramas.
Os resultados demonstram que nenhuma das frações é pura e que a separação dos minerais
acessórios é sempre a mais crítica, já que contém quantidades significativas de minerais de
outras frações. Explica-se este fato, em parte, pelo fenômeno de arrasto, mas também pelo
fato de que certos minerais podem conter remanência e exibir histerese, fatores que, aliados a
presença de quantidades variáveis de Fe2+, Fe3+ ou Mn3+ na estrutura, conduzem a um
comportamento paramagnético, caso por exemplo de feldspatos. Determinações modais
precisas para as fases minerais foram obtidas ao microscópio petrográfico e convertidas em
porcentuais em peso, e mostram uma correlação excelente para os minerais formadores de
rocha, com erro absoluto inferior a 5 % em todos os casos. O limite de detecção do método é
da ordem de 1% em peso o que torna a análise dos minerais acessórios menos abundantes
mais restrita. Fases que apresentam metamictização significativa, caso da Aln, não podem
naturalmente ser quantificadas. Apoios CAPES, CNPq, e GeoAnalítica USP.
584
A PROVÍNCIA KIMBERLÍTICA NORDESTINA, BAHIA, BRASIL
Santos, I.P.L.1,2; Rios, D.C.2,3; Silveira, F.V.1; Fernandes, P.C.D'A. 2,4; Conceição, H. 2,3,5
herbet@pq.cnpq.br.
585
ESTUDO CRISTALOQUÍMICO DE MINERAIS DO GRUPO DA MICROLITA NO
PEGMATITO DA MINA DA VOLTA GRANDE, ESTADO DE MINAS GERAIS
Cidade, T.P.1; Neumann, R.2; Ávila, C.A.3; Assumpção, C. S.4; Ferreira, P.E.M.4
1 Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2 Centro de Tecnologia Mineral; 3 Museu Nacional do Rio de Janeiro;
4 AMG Mineração
RESUMO: A Província Pegmatítica de São João Del Rei encontra-se situada no centro sul do
estado de Minas Gerais e é representada por um enxame de pegmatitos mineralizados em Sn-
Nb-Ta. Admite-se que esses pegmatitos estão temporalmente relacionados ao granitóide
Ritápolis, cuja idade de cristalização varia entre 2149 ± 10 Ma e 2121 ± 7 Ma. Dentre os
pegmatitos, destacam-se os corpos A, C, E e F da mina da Volta Grande, que são
responsáveis pela produção de cassiterita, columbita, tantalita e microlita dessa província.
Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo descrever as principais feições ópticas e
caracterizar a química mineral de diversos grãos de minerais do grupo da microlita presentes
no concentrado da planta de exploração da Mina do Volta Grande.
Inicialmente o concentrado de minerais pesados foi processado no iodeto de metileno (d= 3,32
kg/L) para eliminação de quartzo, feldspato, espodumênio, berilo e mica. Posteriormente foi
efetuada a separação magnética com imã de ferrite para retirada do material ferromagnético
(magnetita) e no separador magnético isodiâmico Frantz (0,1, 0,3, 0,5, 0,8, 1,0 e 1,8A) para
subdivisão das diferentes frações de material paramagnético e diamagnético. Esses produtos
foram descritos por estereomicroscopia e analisados por difratometria de raios-X e
espectroscopia Raman. Como resultado foram identificados magnetita, ilmenita, granada
(almandina, espessartita), clinozoisita, epídoto, pirita limonitizada, columbita, tantalita,
hornblenda, actinolita, diopsídio, espinélio, zircão, rutilo, cassiterita, microlita, pirita, siderita e
albita. Os minerais do grupo da microlita ficaram concentrados nas frações de 1,0, 1,8 e não
atraível no separador Frantz, apresentaram tamanho inferior a 1 mm e foram observados
somente fragmentos de cristais, provavelmente devido ao processo de moagem. As
características físicas observadas correspondem à coloração laranja, amarela ou verde, brilho
vítreo a resinoso, ausência de clivagem, grãos desde transparentes a translúcidos e
isotrópicos. O grupo da microlita pertence ao supergrupo do pirocloro e seus constituintes
apresentam fórmula geral A2-mB2X6-wY1-n. pH2O, onde A = Na, Ca, Mn, Fe2+, Sr, Sb, Cs, Ba,
ETR, Y, Pb, Bi, Th e U; B = Ta (predominante), Nb, Sn, Ti, Al, Fe3+, Zr, e W; X = O2, OH- e F-; e
Y = K, O2-, OH- e F-. Nas análises por MEV/EDS foram identificadas três feições distintas: i)
grãos homogêneos, interpretados como primários; ii) inclusões micrométricas presentes nos
grãos homogêneos primários; iii) porções com contraste composicional nas proximidades de
fraturas presentes nos grãos primários, ocasionando a formação de zonamento irregular,
indicando transformação secundária da microlita primária. Composicionalmente os grãos
primários e as inclusões micrométricas não apresentam Nb, enquanto as porções secundárias
possuem Nb (média de 2,5%), Sn (0,73-0,89%), Na (1,08-3,74%), Ca (média de 9%) e F
(média de 3,8%). Alguns exemplares apresentam inclusões micrométricas de galena,
plagioclásio e muscovita, bem como ocorrem intercrescidos com a granada da variedade
almandina e com o plagioclásio sódico. Grãos da fração 1,8A apresentam baixo conteúdo de
cério (0,03-0,17%). De acordo com as análises por difratometria de raios-X e MEV-EDS, os
grãos de microlita estudados correspondem a fluorcalciomicrolita, onde o F seria dominante no
sítio Y e o Ca no sítio A.
586
GEOLOGIA, GEOQUÍMICA E MINERALOGIA DOS CORPOS ANFIBOLÍTICOS
DE ÁGUA AZUL DO NORTE: CONDIÇÕES DE METAMORFISMO E
IMPLICAÇÕES TECTÔNICAS PARA O DOMÍNIO SAPUCAIA - PROVÍNCIA
CARAJÁS
Souza D.B. 1,2; Oliveira D. C.1,2; Monteiro L. V. S.3
1 Grupode Pesquisa Petrologia de Granitoides (GPPG) – Universidade Federal do Pará (UFPA); 2 Programa de
Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) – UFPA; 3 Universidade de São Paulo (USP).
587
INVENTÁRIO DO COMPLEXOS GABRO-ANORTOSÍTICOS DA BAHIA
Orrico, G.O. 1;Rios, D.C.1; Carvalho, C.M.B.2
1Universidade Federal da Bahia; 2CPRM
RESUMO: Anortositos são rochas ígneas plutônicas com composição igual ou superior a 90%
de plagioclásio. Este tipo de rocha tem se formado ao longo de toda a história geológica da
Terra, porém apresentam uma grande diversidade ao longo do tempo geológico sendo possível
separá-los em 6 (seis) grupos principais. Estes grupos por possuírem claras diferenças em
relação às suas idades são classificados conforme a mesma, tendo os anortositos arqueanos e
proterozóicos como principais destaques (Aswhal 2010). Os dados que existem na literatura
sobre estes corpos Sulamericanos são limitados e existe uma grande lacuna de informação a
respeito dos corpos anortosíticos baianos sendo a literatura geológica internacional bastante
pobre nesse sentido. O objetivo principal deste trabalho é estudar os complexos Gabro-
Anortosíticos já descritos no Estado da Bahia, inventariando o atual estagio do conhecimento
sobre estas rochas e identificando as lacunas analíticas existentes. Rochas similares e
ocorrências suspeitas serão também inventariadas. Na região Sul da Bahia são encontrados
corpos básicos de rochas de litologia máfica-ultramáfica e gabro-anortosítica intrudindo o
Cráton do São Francisco entre os Blocos Jequié e o Cinturão Móvel Itabuna-Salvador-Curaçá.
Os maciços gabro-anortosíticos conhecidos até então são: Rio Piaú (Cruz 1989), Carapussê
(Macedo 2000), Samaritana (Jesus 1997) e Potiraguá (Bordini 2003). O Maciço Carapussê, por
sua vez, trata-se de uma porção deslocada por falha do Maciço Samaritana e, assim sendo,
foram reagrupados por Carvalho (2005) sob o único nome de Maciço Samaritana/Carapussê.
Estes trabalhos classificam tais corpos anortosíticos como pertencentes ao tipo Proterozóico
embora o conhecimento geocronológico e a precisão dos métodos até então adotados seja
bastante limitado. Já no nordeste do estado ocorre o complexo de Lagoa da Vaca (Paixão,
1998). Cruz (1989) em seus estudos sobre o Maciço do Rio Piau, classificou as rochas como
anortositos, leucogabros, leucogabronoritos e gabronoritos. Carvalho (2005) deu continuidade
às pesquisas acrescendo dados de química mineral para os plagioclásios, piroxênios e
anfibólios. O Maciço de Samaritana/Carapussê, segundo os estudos de Jesus (1997) e
Macêdo (2000), foram classificados como melagabros, melagabronoritos, gabronoritos,
leucogabronoritos, leuconoritos e anortositos. Os estudos mineraloquímicos foram feitos
posteriormente por Carvalho (2005) sendo avaliados plagioclásios, piroxênios, anfibólios e
biotitas. Os estudos petrográficos e mineraloquímicos do Maciço de Potiraguá foram feitos por
Bordini (2003) sendo suas rochas classificadas como anortositos, anortositos troctólitos e
olivina leucogabros. O Complexo Gabro-Anortosítico de Lagoa da Vaca se encaixa na
classificação de Ashwal no grupo dos anortositos acamadados. É um corpo ígneo
metamorfisado, estudos isotópicos apontam que este corpo é o complexo anortosítico mais
antigo do Craton do São Francisco com idade de 3,160 ± 65 Ma (Paixão, 1998).
588
Geologia e Caracterização Petrográfica da Suíte Intrusiva Pedra Pintada na
Área Leste de Amajarí –RR.
Lima, G.M.1
1Universidade Federal de Roraima (gisellelmaia@gmail.com).
589
CARACTERIZAÇÃO DE MINERAIS OPACOS DE GRANITOS DOS TIPOS I E S
DO ORÓGENO ARAÇUAÍ: IMPLICAÇÕES PARA AS CONDIÇÕES OXI-
REDUTORAS DA CRISTALIZAÇÃO DE SEUS MAGMAS
Dias, J.C.S.1; Gonçalves, C.C.2; Gonçalves, L.1; Pedrosa-Soares, A.C.2; Alkmim, F.F.1; Nalini
Jr., H. A.1
1Universidade Federal de Ouro Preto; 2Universidade Federal de Minas Gerais
RESUMO: Os granitos são os representantes mais comuns das rochas ígneas continentais e
diferentes critérios podem ser usados para classificá-los: a proporção entre seus minerais
essenciais, a saber quartzo, feldspato alcalino e plagioclásio; a proveniência de suas fontes (I,
se fusão de rochas ígneas, S se fusão de rochas sedimentares), ambiente tectônico de
formação e seus atributos químicos. Entretanto, apesar da abundância de granitos na crosta,
reconhecer a fonte do magma que os gerou e determinar quais processos operaram durante
sua cristalização são tarefas difíceis e desafiadoras. Variações mineralógicas, químicas,
isotópicas e texturais devem ser investigadas a fim de se caracterizar processos operantes
durante sua cristalização ou influenciados pelo contexto tectônico vigente ou mesmo referentes
às fontes de seus magmas. Nesse sentido, busca-se caracterizar a mineralogia opaca de
granitoides I e S, pré a sin-colisionais, do Orógeno Araçuaí, e suas relações texturais, a fim de
se diferenciar esses granitos também com base nesses parâmetros e melhor entender as
condições operantes quando de sua cristalização. Usa-se para tal, microscopia ótica à luz
refletida e microscopia eletrônica de varredura (sistema MEV-EDS-EBSD). O Orógeno Araçuaí
está situado na parte leste brasileira, nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia e foi
formado durante o Ciclo Brasiliano, aproximadamente entre 630 e 500 Ma. Uma margem
continental ativa havia se formado, gerando um arco magmático cálcio-alcalino. Os estágios de
evolução deste orógeno estão caracterizados por cinco supersuites graníticas que marcam do
estágio pré-colisional ou de subducção (Supersuite G1), estágio sin-colisional (Supersuite G2)
ao estágio de colapso gravitacional (Supersuite G5). A Supersuite G1 é composta por rochas
metaluminosas, do tipo I, variando de tonalitos a granodioritos e podendo-se encontrar
enclaves de rochas máficas; rochas piroclásticas e vulcanoclásticas também estão presentes e
apesar da deformação regional apresentam feições magmáticas preservadas. A Supersuíte G2
compreende granitoides sin-colisionais, do tipo S, peraluminosos e as principais rochas são
muscovita-biotita granitos e granada-biotita granitos que, assim como as rochas G1,
apresentam feições magmáticas preservadas, além da foliação regional. A princípio, a maior
diferença em relação à mineralogia opaca entre os granitoides I e S do Orógeno Araçuaí está
na proporção encontrada de magnetita e ilmenita. Enquanto os granitoides I devem apresentar
uma maior proporção de magnetita, nos granitoides S a ilmenita deve prevalecer. Tal variação
implica em diferentes pressões parciais de CO2 e O2, indicando diferentes condições oxi-
redutoras vigentes durante a cristalização de seus magmas. Essas condições são também
indicadas pelas complexas relações de intercrescimento observadas entre as diferentes fases
identificadas.
590
RESULTADOS PRELIMINARES DO MAPEAMENTO GEOLÓGICO DE
DETALHE DO GRANITO SANTO FERREIRA – RS
Barroso, I.1; Oliveira, J. G.1; Lima, A. J. M.1; Freire, A. M. S.1; Arruda Junior, L. A. C.1
Fries, M.1; Gomes, C.H1;
1Universidade Federal do Pampa – Laboratório de Geofísica Aplicada;
591
GEOQUÍMICA E PETROGRAFIA DE GRANITOIDES PERALUMINOSOS DA
REGIÃO DE SACRAMENTO, SW DE MINAS GERAIS.
Ricardo Loose Timm1; Carlos Humberto da Silva2; Ana Cláudia Dantas da Costa2; Pollyne
Rodrigues de Avelar
¹Universidade Federal de Mato Grosso – Programa de Pós-Graduação em Geociências; ² Universidade Federal de
Mato Grosso – Faculdade de Geologia
RESUMO: A parte sul da Faixa Brasília é marcada por um conjunto de rochas sedimentares e
metassedimentares de ambientes distintos que apresentam diferentes graus metamórficos que
se desenvolveram nas bordas do Cráton São Francisco, além das rochas metasedimentares
ocorrem rochas metavulcânicas básicas e metaígneas, onde a origem é atribuída ao
desenvolvimento de zonas de cisalhamento de baixo ângulo em regime compressional, isto se
deve ao caráter peraluminoso que os granitóides apresentam. Na região de Sacramento (SW do
estado de Minas Gerais), na parte sul da Faixa Brasília aflora o Granito Califórnia. Este granito
apresenta forma de um stock alongado com direção geral NW-SE, apresentando contatos
tectônicos com as rochas metassedimentares dos grupos Araxá e Canastra. É um granito de
composição monzo a sienogranítica, com granulação média a grossa. Composto por quartzo,
plagioclásio, feldspato potássico (ortoclásio e microclina), com muscovita e biotita. A muscovita
frequentemente ocorre em palhetas tabulares euédricas a subédricas, algumas vezes como
porfiroblastos, comumente em agregados. Alguns cristais mostram seções límpidas sem
inclusões, com dimensões comparáveis aos outros componentes ígneos. Estas características
indicam que a muscovita tem origem ígnea segundo os critérios texturais. Em menor proporção
ocorre granada, turmalina, apatita, zircão e monazita. Como minerais secundários e de alteração
ocorre epidoto, titanita e serecita. Esta rocha apresenta uma destacada foliação milonítica, que
é marcada principalmente pela muscovita/biotita e pelo quartzo recristalizado. Análises
geoquímica das rochas desse granito indicam que essas são rochas ácidas com teor de sílica
entre 68,69 e 73,73%. O comportamento dos elementos maiores e de alguns elementos traços
(Zr, Sr, Rb e Ba) quando analisadas com o auxílio de diagramas de Harker, onde permite
correlacionar o granito Califórnia como uma sendo uma sequência ácida pouco desenvolvida, o
que indica uma evolução contínua marcada por cristalização fracionada. Este granito possui
origem em um magmatismo com composição cálcio-alcalina, com alto teor de potássio e também
peraluminoso (Razão A/CNK de 1.23 a 1.90). Em diagramas discriminantes como R1-R2 (La
Roche et al. 1980) e TAS (Cox et al. 1979), esta rocha é classificada como granito. A utilização
dos diagramas de classificação de ambientes tectônicos permite considerar que o Granito
Califórnia foi gerado em uma margem continental ativa em ambiente sin-colisional, a exemplo de
outros granitos que ocorrem na parte sul da Faixa Brasília.
592
EVIDENCIA DE FUSÃO PARCIAL EM GRANODIORITOS DE SÃO VALÉRIO
DA NATIVIDADE, EMBASAMENTO DA FAIXA BRASÍLIA NORTE, COMPLEXO
CAVALCANTE NATIVIDADE.
Borges, G.M.1; Timm, R.L.1
1Universidade Federal de Mato Grosso – Programa de Pós-Graduação em Geociências
RESUMO: O complexo Cavalcante Natividade que compõe o domínio interno da Faixa Brasília
Norte, é formado por terrenos greenstone e TTG arqueanos a paleoprotezoicos, envolvidos na
evolução da margem oeste do Cráton São Francisco, com reativação no Neoproterozóico. A
região de São Valério da Natividade está na borda oeste desse complexo e apresenta um
embasamento granito-gnáissico de composição granodiorítica, com bandamento estromático
descontinuo, marcado por biotita. São ricos em xenólitos pelíticos metamorfisados em fáceis
anfibolito e recoberto por metassedimentos psamíticos e porções de metatexitos estrómaticos e
em rede. Os gnaisses apresentam uma foliação principal subvertical NNE com mergulhos NW-
SE, e uma lineação de estiramento, em quartzo, sub-horizontal, resultado de um sistema
transcorrente associado ao Lineamento Transbrasiliano, bem como texturas em augen e veios
aplíticos. Em seção delgada esses gnaisses apresentam textura xenomórfica interlobada,
porfirítica, média a grossa formado por porfiroblastos de feldspato, com matriz milonítica fina a
média, composta por quartzo, feldspato, biotita e epidoto, entre ribbons de quartzo. Os
porfiroblastos apresentam texturas poiquiloblástica em núcleo manto, com inclusões de biotita
em alguns casos sagenitica, além de epidoto e quartzo, que envolvidos em cisalhamento
dextrogiro formam ocelos de biotita envolto por ribbons de quartzo. O quartzo apresenta
migração de borda por “windons”, “left over” relacionadas a grain boundary migration. A biotita
é anédrica a subédrica, e sem extinção mosqueada, geralmente em filmes associado a epidoto,
configurando textura em “bears”, relacionada a recristalização de biotita ígnea ou anfibólio.
Associada ao plagioclásio ou inclusa, a biotita apresenta bordas corroídas, indicando reação e
em alguns casos, seus limites são ameboides com ausência de extinção mosqueada,
indicando instabilidade da biotita. Entre outras texturas de fusão, formam intercrescimento
gráfico e pertíticos, e microclina em forma de cuspe em junção tríplice de plagioclásio e
quartzo, além de texturas de escapes, como filmes entre interstícios, o que indica migração de
fluido. Dados as evidencias de recristalização de biotita, fusão e migração em quartzo,
recristalização e fusão parcial em plagioclásio. com migração de borda, fusão e migração em
texturas de exosolução, seja gráfica, seja pertitas e resto de fusão em junção tríplice, e reação
com biotita, são evidencias de geração de neossoma, onde o leucossoma se concentra em
corpos estromáticos e o melanossoma é formado em “bears” gerando selvedge de biotita e
epidoto. As reações de fusão e recristalização são comuns em sistema livre de fluido, em
reação solido-solido, o que indica temperaturas altas e textura de recristalização dinâmica
indicam strain em regimes de cisalhamento, e indica a formação de migmatitos miloníticos.
593
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E PETROGRÁFICA DAS INTRUSÕES
MÚLTIPLAS DO BATÓLITO GUANAMBI, CRÁTON DO SÃO FRANCISCO,
BAHIA.
Silva, A.C.V.R.1; Almeida, J.M.2; Vidal, C.G.3; Santos, P.J.4; Silveira, C.J.S.5; Menezes J.D.O.6;
Araújo, L.M.B.7
1 2 3
Universidade de Brasília; Universidade Federal de Sergipe; Universidade Federal do Oeste da Bahia;
4 5 6
Universidade Federal do Oeste da Bahia; Universidade Federal do Pampa; Universidade Federal do Rio Grande
7
do Sul; Universidade Federal de Uberlândia.
RESUMO: A região de estudo está localizada entre os municípios de Bom Jesus da Lapa e
Paratinga, na porção sudoeste do Estado da Bahia. Geotectonicamente, a área está situada no
setor ocidental do Bloco Gavião, anteriormente denominado Bloco Guanambi-Correntina, uma
unidade da porção central do Cráton do São Francisco. Entre as cidades de Urandi e Paratinga
na Bahia, dominam terrenos de idades Arqueanas e Proterozóicas, os quais são chamados de
Cinturão Móvel, e são representados por rochas do Complexo Santa Isabel, Sequência
Metavulcanosedimentar e pelo Batólito Guanambi. O batólito possui trend N-S e se destaca por
sua forma levemente sigmoidal, perfazendo aproximadamente uma área de 6000 km². O
batólito foi dividido em dois domínios: Domínio das intrusões múltiplas (que correspondem a
90% da área aflorante) e o Domínio das intrusões tardias (representadas pelos Maciços Cara
Suja, Ceraíma e Estreito). O domínio das intrusões múltiplas encerra o fracionamento em
quatro regiões: Paratinga, Laguna, Iguaporã e Guanambi. Porém, o foco da pesquisa é voltado
para região de Paratinga. A maioria das rochas em estudo concentram-se na parte setentrional
do Domínio Paratinga devido a facilidade de acesso aos afloramentos. O Domínio Paratinga
aflora na parte setentrional do Batólito Guanambi, sendo dividido com base em dados
petrográficos, os quais permitiram delimitar três litofácies: i) Meta Quartzo Sienito, localizado
entre a parte leste e central deste Domínio; ii) Meta Álcalis Feldspato Sienito, localizado na
porção central do Domínio Paratinga; e iii) Meta Sienitos, posicionados de forma mais
expressiva no oeste e nordeste da área. Em geral, os afloramentos estão dispostos sob a
forma de lajedo e morrote, com feições estruturais rúpteis representadas por fraturas e zonas
de cisalhamento. As litofácies apresentam mineralogia básica de k-feldspato, plagioclásio,
quartzo, biotita, clorita, anfibólio, tendo como minerais acessórios zircão e opacos. As texturas
microscópicas ígneas mimerquita e simplectita são marcantes e ocorrem em todas as litofácies.
As texturas metamórficas comumente observadas são: blástoporfiritíca, granoblástica,
granolepidoblástica e decussada. Na análise microscópica, a trama apresenta aspecto
inequigranular, com fenocristais de K-feldspato levemente orientados, juntamente com os
minerais máficos tais como clorita e biotita. Apresentam forma subdioblástica, xenoblástica e
raramente idioblástica, os contatos entre os minerais variam de retos, curvos, interlobados e
serrilhados. Considerando que todas as litofácies apresentam cloritização,
moscovitização/sericitização, saussuritização e epidotização, sugerindo que todo o conjunto de
rochas foi submetido ao metamorfismo regional de grau baixo.
594
ANÁLISE, CLASSIFICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE UM METEORITO
ROCHOSO
Villaça, C. V. N.¹; Zucolotto, M. E.²; Tosi, A. A.¹; Vasques, F. S. G.³
595
GEOLOGIA E PETROGRAFIA DE ROCHAS METAMÓRFICAS E ÍGNEAS DA
REGIÃO DA SERRA DA LUA, LESTE DO MUNICÍPIO DO CANTÁ – RR
Sabio, F.L.1; Feitoza, L.M.1; Valério, C.S.1
1Universidade Federal de Roraima
596
GEOLOGIA E PETROGRAFIA DO GRANITO SAN LUIZ – SUÍTE INTRUSIVA
PENSAMIENTO – TERRENO PARAGUÁ, SW DO CRÁTON AMAZÔNICO -
BOLÍVIA
Reis, C.S.1,2,3,4; Sousa, C.E.2,3,4; Ruiz, A.S.2,3,4; Sousa, M.Z.A..2,3,4.
1BolsistaPIBIC/UFMT (carolinesreis@icloud.com); 2Grupo de Pesquisa em Evolução Crustal e Tectônica –
Guaporé (cleudson170@hotmail.com); 3 Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Geociências da Amazônia –
GEOCIAM; 4Faculdade de Geociências – UFMT (prof.mzaguiar@gmail.com) e (asruiz@gmail.com).
RESUMO: O Granito San Luiz é um corpo intrusivo de pequena dimensão localizado na porção
leste da Bolívia, na região de San Ignácio de Velasco. Está inserido no Terreno Paraguá,
Província Rondoniana-San Ignácio, na porção sudoeste do Cráton Amazônico, associado à
Zona de Cisalhamento Santa Catalina/Fronte Rio Negro. Este trabalho tem como objetivo
apresentar os resultados da caracterização petrográfica e geológica do Granito San Luiz,
provável intrusão do Complexo Granitoide Pensamiento/Suíte Intrusiva Pensamiento que
corresponde a um expressivo e volumoso magmatismo de natureza plutônica ácida, com idades
variando entre 1,37 Ga e 1,30 Ga. Este granito constitui um pluton orientado segundo a direção
N70-80W, concordante com a direção da Zona de Cisalhamento Santa Catalina e é formado por
rochas foliadas a isotrópicas, holocristalinas, leucocráticas, de cor cinza-claro, faneríticas de
textura inequigranular média a grossa até porfiríticas, constituídas por quartzo, plagioclásio,
feldspatos alcalinos e biotita, que podem ser classificadas, preliminarmente, como biotita
sienogranitos. Ao microscópio, as rochas estudadas apresentam textura porfirítica a
porfiroclástica com fenocristais de feldspatos e quartzo em uma matriz quartzo-feldspática,
predominantemente, recristalizada. A biotita representa o único mineral máfico essencial
primário e ocorre em palhetas formando agregados. A paragênese acessória primária está
representada por allanita zonada e metamictizada, titanita em cristais romboédricos, apatita
acicular, zircão, monazita, rutilo e minerais opacos; enquanto clorita, sericita, muscovita, epidoto,
argilominerais e minerais opacos constituem os produtos de alteração ou fases de metamorfismo
de baixo grau da fácies xisto verde. Quando associada à zona de cisalhamento, a trama destas
rochas configura feições típicas de milonitização resultantes de mecanismos de deformação, tais
como, recristalização dinâmica e deformação intracristalina. Os litotipos deformados mais
intensamente podem ser classificados como protomilonitos. Os feldspatos alcalinos estão
representados por duas gerações de microclina. Uma em fenocristais/porfiroclastos pertíticos
com bordas cominuídas e geminações em grade e outra ocorrendo apenas na matriz em grãos
anédricos límpidos, geminados e não pertíticos, provenientes de recristalização. Os plagioclásios
dispõem-se anédricos a subédricos ou em pequenos grãos recristalizados compondo a matriz,
apresentam textura mirmequítica e, em algumas amostras, encontram-se intensamente turvos
em decorrência dos processos pós-magmáticos, como sericitização, argilização e
saussuritização, com grande quantidade de epidoto, sericita e calcita. O quartzo ocorre em
subgrãos anédricos e em cristais poligonais formando textura em mosaico bem como na forma
de grãos finos que constituem a matriz recristalizada que envolve os porfiroclastos de feldspato.
Os resultados aqui obtidos sugerem que o Granito San Luiz tenha sido gerado em nível crustal
típico de epizona com características petrográficas e deformacionais comuns aos granitos da
Suíte Intrusiva Pensamiento. Sugere-se, entretanto, que se determine a idade de cristalização
da intrusão por meio do método geocronológico U-Pb e investigue-se a petrogênese do magma
com base nos estudos litoquímicos de elementos maiores, traços e terras raras, além de isótopos
de Nd.
597
ANÁLISES DE MICROSSONDA ELETRÔNICA E MICROSCOPIA
ELETRÔNICA DE VARREDURA DOS SULFETOS DE CU-NI DO DOMÍNIO
CANINDÉ, SISTEMA OROGÊNICO SERGIPANO.
Mota, L.K.C.1; Marques de Sá, C.1; Barreto, D.S.1; Martins, B.L.L.1
1Laboratório de Recursos Minerais/Universidade Federal de Sergipe (RECMIN/UFS)
598
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E PETROGRÁFICA DOS
ENCLAVES MÁFICOS DO GRANITO BETEL, PROVÍNCIA
RONDONIANA SAN-IGNÁCIO: IMPLICAÇÕES ESTRATIGRÁFICAS E
TECTÔNICAS.
Meice Mendes1,2,3,4; Maria Zélia Aguiar de Sousa1,2,3,4; Amarildo Salina Ruiz1,2,3,4;
Newton Diego Couto do Nascimento3,4,5.
1Universidade Federal de Mato Grosso, 2Programa de Pós-Graduação em Geociências - Faculdade
de Geociências (FAGEO), 3Grupo de Pesquisa e Evolução Crustal - Guaporé; 4Instituto Nacional de
Ciência e Tecnologia de Geociências da Amazônia - Geociam; 5Instituto de Engenharia de Minas.
599
600
PETROGRAFIA E MORFOLOGIA DE ZIRCÕES DO GNAISSE CÓRREGO
VERMELHO - COMPLEXO LOMAS MANECHIS - TERRENO PARAGUÁ
Sperandio, D.B.1,2,3,4; Ruiz, A.S.2,3,4; Matos, J. B. 2,3,4; Faria, D.A. 2,3,4;
Modesto, R. D. 1,2,3,4
1PET-Geologia/UFMT; 2Faculdade de Geociências – FAGEO; 3Grupo de Pesquisa em Evolução Crustal e
601
CARACTERIZAÇÃO PETROGRAFICA E ANÁLISE ESTRUTURAL DO
GRANITÓIDE ÁGUA CLARA, TERRENO JAURU, SW DO CRÁTON
AMAZÔNICO.
Resumo: O presente trabalho tem por finalidade uma contribuição ao entendimento de processos
orogenéticos que engendraram rochas graníticas intrusivas do Terreno Jauru. Para tal realizou-se
coleta de dados estruturais e de amostras in situ em trabalho de campo; e posteriormente análise
microscópica e tratamento de dados em laboratório. Caracterizado como um corpo de dimensões
batolíticas, o granitóide Água Clara representa um volumoso magmatismo ocorrido no SW do
Cráton Amazônico na Província Rondoniana-San Ignácio, Terreno Jauru, devido ao orógeno
Santa Helena. Apresenta como entidades litológicas limítrofes rochas do grupo Alto Jauru e do
Complexo Alto Guaporé. É interpretado como um corpo sin-cinemático à orogenia Santa Helena, e
esta por sua vez um orógeno acrecionário, resultado do desenvolvimento de um arco magmático
continental. O granitoide apresenta uma foliação milonitica de trend N45W com variação de
penetratividade de acordo com a evolução do processo de milonitização, porém por vezes
apresenta-se isotrópico. É de composição sienogranítica a granodiorítica. Ao microscópio
apresenta-se predominantemente como rocha holocristalina, fanerítica e hipidiomórfica. Apresenta
foliação milonítica bem marcada pelas micas, e o quartzo ocorre entre as biotitas orientadas
formando cordões onde pode ocorrer a presença de extinção ondulante. É possível observar a
presença de porfiroclastos rotacionados de quartzo, plagioclásio, feldspato potássico e biotita, com
tamanhos entre 1 e 3 mm. Os porfiroclastos de biotita formam a textura mica fish. Em zonas de
foliação incipiente, tal estrutura é marcada pelas lamelas de biotita. Em suas porções isotrópicas
apresenta-se equigranular, de granulometria média, composta por quartzo, feldspato potássico,
plagioclásio e biotita, sua paragênese acessória é composta por zircão. O plagioclásio e o
feldspato potássico são subédricos e ocorrem intensos processos de argilização e
saussuritização, onde a alteração chega a substituir quase que por completo o grão do mineral. O
plagioclásio forma lamelas típicas onde é possível observar a presença da textura antipertítica. Em
escala macroscópica o granitóide exibe megaxenólitos de anfibolitos paraderivados do Grupo Alto
Jauru referentes à Formação Rancho Grande e gnaisses do Complexo Alto Guaporé, a
desconexão estrutural destes com a bibliografia permitiu tal caracterização. Um regime rúptil
posterior é evidenciado em três famílias de juntas com trends de 230/50, 305/60 e 265/79, por
vezes tais juntas apresentam movimento relativo, entretanto insuficiente para que se classifique
como falha. Observa-se, finalmente, certa complexidade estrutural e composicional envolvendo
esta entidade geológica, fazendo-se necessários melhores estudos para um melhor controle
estrutural e entendimento evolutivo da área.
602
MAPEAMENTO, PETROGRAFIA E GEOCRONOLIGIA U-Pb DA REGIÃO
LIMÍTROFE ENTRE OS ARCOS MAGMÁTICOS CUIÚ-CUIÚ E JURUENA –
NOVA GUARITA, MATO GROSSO
Deitos, B.K.1; Zan, W.G.1; Pierosan, R. 2; Paes de Barros, A.J. 3; Geraldes, M.C.4
1 Discente
da Faculdade de Geociências da Universidade Federal de Mato Grosso; 2Docente da Faculdade de
Geociências da Universidade Federal de Mato Grosso; 3Companhia Matogrossense de Mineração; 4Docente da
Faculdades de Geologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro
RESUMO: A área de estudo localiza-se nos entornos do município de Nova Guarita, norte do
estado de Mato Grosso. Geologicamente situa-se na porção centro leste da Província Aurífera
de Alta Floresta (PAAF), no centro sul do Cráton Amazônico, próximo aos limites das
províncias geocronológicas Ventuari - Tapajós (1,95-1,8 Ga) e Rio Negro - Juruena (1,8-1,55
Ga), entre os Grábens do Cachimbo (ao norte) e dos Caiabis (ao sul). Os resultados foram
obtidos através de mapeamento na escala 1:50.000, descrição petrográfica e análises
geocronológicas que permitiram caracterizar as rochas aflorantes, definir melhor a zona
limítrofe entre os Arcos Magmáticos Cuiú-Cuiú e Juruena, e obter as idades de cristalização de
duas unidades que compõe estes domínios. Foram caracterizadas três unidades
litoestratigráficas, definidas da base para o topo da seguinte forma: Complexo Cuiú-Cuiú e
Suíte Intrusiva Matupá do Arco Magmático Cuiú-Cuiú, e Granito São Pedro do Arco Magmático
Juruena. O Complexo Cuiú-Cuiú é composto por Biotita gnaisse granodiorítico, Biotita –
hornblenda gnaisse tonalítico e Granitóides granodioríticos a monzograníticos foliados; a Suíte
Intrusiva Matupá por Granodioritos e subordinadamente Quartzo – monzonitos isotrópicos; e o
Granito São Pedro por Monzogranitos e Biotita monzogranitos foliados. O Biotita gnaisse de
composição granodiorítica metamorfizado na fácies anfibolito apresenta-se polideformado,
contendo porfiroclastos de plagioclásio rotacionados, e texturas granoblástica e lepidoblástica
como características principais. Microscopicamente a deformação é vista com a formação de
subgrãos de quartzo e deformação da macla do plagioclásio. O Biotita-hornblenda gnaisse de
composição tonalítica metamorfizado na fácies anfibolito ocorre como mega xenólito no Granito
São Pedro e apresenta bandamento gnáissico com direção preferencial N70°W, geralmente
irregulares e descontínuas semelhantes a estrutura oftalmítica e Schilieren. Microscopicamente
apresenta deformação dos plagioclásios e formação de subgrãos de quartzo. Os granitóides de
composição granodiorítica a monzogranítica apresentam foliação marcada pela biotita e por
vezes pelos minerais félsicos. Microscopicamente as características principais são texturas
granoblástica e lepidoblástica, subgrãos de quartzo, deformação da macla do plagioclásio, do
feldspato alcalino e extinção ondulante destes. Os granodioritos e quartzo monzonitos são
isotrópicos de caráter pós tectônico, porém microscopicamente apresentam subgrãos de
quartzo, extinção ondulante e deformação nos plagioclásios e feldspatos alcalinos próximo ao
limite dos arcos. Os monzogranitos e biotita monzogranitos são anisotrópicos de caráter sin
tectônico encontram-se deformados e foliados em diferentes intensidades e milonitizado na
zona de cisalhamento. Microscopicamente ocorre subgrãos de quartzo, extinção ondulante e
deformação da macla do feldspato alcalino e plagioclásio. Estudos isotópicos U-Pb em zircão
realizados por LA-ICP-MS no laboratório da UERJ revelaram idade de 2.036 ± 7,8 Ma para o
Biotita gnaisse granodiorítico e 1.796 ± 7,9 Ma para o Monzogranito. O contato entre as rochas
da Suíte Intrusiva Matupá e do Granito São Pedro marca o limite tectônico dos arcos, através
de uma estrutura de direção NW-SE.
603
ESTUDO DO FLUXO DE FLUIDOS EM VEIOS ASSOCIADOS AO
DOBRAMENTO DA ZONA EXTERNA DA FAIXA BRASÍLIA, GRUPO BAMBUÍ,
BACIA DO SÃO FRANCISCO.
ESTEVES, M.C.B.1; FALEIROS, F.M.2; BELLO, R.M.S.2
1
Programa de Pós-Graduação em Mineralogia e Petrologia, Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo; 2 Instituto
de Geociências da Universidade de São Paulo, Departamento de Mineralogia e Geotectônica.
604
GEOCHEMISTRY AND Sr-Nd-Pb ISOTOPES OF ALKALINE DYKES FROM
THE PONTA GROSSA ARCH, RIBEIRA RIVER VALLEY (S-SE BRAZIL)
Almeida, V. V.1,2, Janasi, V.A.1, Faleiros, F.M1
1Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo; 2Serviço Geológico do Brasil, Superintendência Regional de
São Paulo (SUREG/SP)
RESUMO: The portion of the Ponta Grossa Arch that outcrops at the Ribeira River Valley,
southern and southeastern Brazil, shows close spatial relationship between Early Cretaceous
tholeiitic magmatism of the Paraná-Etendeka Igneous Province (PEIP), represented by the
prominent Ponta Grossa Dyke Swarm (PGDS) and coeval alkaline intrusions (e.g., Jacupiranga
and Juquiá). Associated alkaline dykes have been studied in the region, however, there are
scarce studied lamprophyre dykes. In this work we describe petrography, whole-rock major and
trace element data obtained by X-ray fluorescence and ICP-MS analyses along with Sr-Nd-Pb
isotopic data from basanite, tephrite and phonotephrite dykes in order to constrain the diversity
of mantle sources involved in the generation of Mesozoic alkaline magmatism. The studied
dykes are located between the Guapiara lineament (near the Jacupiranga Alkaline Complex)
and the São Jerônimo-Curiúva lineament (near the Bairro da Cruz Alkaline Complex). The
samples are essentially porphyritic with brownish euhedral to subeuhedral clinopyroxene and
subordinately olivine phenocrysts and/or antecrysts embedded in a fine-grained matrix with
clinopyroxene, opaque minerals (oxides and sulfides) and albite, analcime and apatite present
in interstices. Some dykes located close to the São Jerônimo-Curiúva lineament can be
petrographically classified as lamprophyres composed by milimetric to centimetric phlogopite
and kaesurtite phenocrysts/antecrysts. The samples show SiO2, MgO, Na2O and K2O contents
ranging from 43.2 to 48.8 wt%, 5.2 to 9.5 wt%, 1.8 to 3.5 wt% and 2 to 5.2 wt%, respectively. All
values are on the anhydrous basis. The samples show an enrichment of light rare earth
elements with (La/Yb)N from 22 to 49. Ba, Sr and Nb contents range from 1350 to 2741 ppm,
885 to 1409 ppm and 54 to 86 ppm, respectively. Normative nepheline are observed in the
samples near the São Jerônimo-Curiúva lineament. Initial 87Sr/86Sr and 143Nd/144Nd ratios
calculated for 134 Ma range from 0.70556 to 0.7090 and 0.51220 to 0.51246, respectively, with
εNd from -5.1 to -0.18. Initial 206Pb/204Pb, 207Pb/204Pb and 208Pb/204Pb are in the following
ranges: from 17.865 to 17.898, 15.519 to 15.531 and 38.377 to 38.407, respectively. Sr and Nd
isotopic signatures can be related to the presence of a crustal component and/or distinct
enriched/metasomatized mantle sources. This work was funded by grant 2012/06082-6, São
Paulo Research Foundation (FAPESP).
605
MAPEAMENTO GEOLÓGICO NAS SERRAS DO ISAC E IRENE, DISTRITO
MINEIRO DE SÃO LOURENÇO-MACISA (RO): CONSIDERAÇÕES
PRELIMINARES
De Farias, V.1; Cornetti, T. C.1; Leite Júnior, W. B. 1; Bettencourt, J.S. 2
1Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista - UNESP
2Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo - USP
606
FLUID REGIMES DURING PROGRADE METAMORPHISM AND EXHUMATION
OF ANATECTIC METAPELITES FROM THE TURVO-CAJATI FORMATION,
SOUTHERN RIBEIRA BELT
Faleiros, F.M.1
1Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, Departamento de Mineralogia e Geotectônica
RESUMO: The Turvo-Cajati Formation is a major unit of the Curitiba Terrane, a segment of the
Southern Ribeira Belt, Brazil. It comprises a succession of metasedimentary rocks formed by
slate, phyllite, micaschist, migmatitic paragneiss, marble, calc-silicate rocks and quartzite,
metamorphosed from lower greenschist to granulite facies condition. This work presents results
from fluid inclusion studies performed on rocks from amphibolite to granulite facies conditions,
which were used to investigate: (a) the fluid regimes at the amphibolite-granulite facies
transition; and (b) what response the fluid inclusions can provide to the reconstruction of
pressure-temperature-time-deformation paths? Fluid inclusion studies were performed on 100
µm-thick double-polished section of ten samples, including schists from the staurolite-kyanite
and staurolite-sillimanite zones, kyanite-migmatite, sillimanite-migmatite and leucosomes.
Petrographic analyzes were used to the identification, description and mapping of fluid inclusion
associations and selection of regions to be investigated by microthermometry. Fluid inclusions
enclosed in quartz aggregates from non-anatectic schists and residual neosomes of migmatites
are exclusively carbonic and occur of four modes: (a) isolated, (b) randomly distributed in
tridimensional arrays within grain interiors, (c) along intragranular trails, and (d) along
transgranular trails. These four modes of occurrence suggest that the carbonic inclusions are of
primary (a,b), pseudo-secondary (c) and secondary (d) natures. The existence of primary and
pseudo-secondary carbonic inclusions and the absence of aqueous fluid inclusions are
evidence of a low water activity during the progression of metamorphism and exhumation stage.
On the other hand, aqueous inclusions coexisting with carbonic inclusions are abundant in
quartz grains from granitic and trondhjemitic leucosomes. Microthermometric data were
obtained on a representative sample of staurolite-garnet-kyanite-biotite schist with evidence of
incipient partial melting. The sample presents primary carbonic inclusions in quartz grains from
the rock matrix and included in garnet. Quartz grains enclosed in garnet define a folded
schistosity (S1) discordant from the external S3 mylonitic schistosity. These grains show scarce
and randomly distributed carbonic inclusions with melting temperature between -57.2 and -56.6
ºC, indicating nearly pure CO2. Homogenization occurred into the liquid state from 21.9 to 29.1
ºC, indicating density between 0.752 and 0.619 g/cm3. Carbonic inclusions randomly distributed
in tridimensional arrays within matrix quartz grains presented melting temperatures from -62.4
to -61.3 ºC, suggesting the presence of ~30 vol.% of metane. Homogenization occurred into the
liquid state between 8.6 and 21.3 ºC, indicating density from 0.528 to 0.496 g/cm3. Microprobe-
based thermobarometry indicates peak metamorphic conditions of 670 ± 20 ºC and 9.5 ± 1
kbar. A P-T path reconstructed from garnet and plagioclase zoning indicates near isobaric
heating from 510 ºC to 585 ºC at 10.2 kbar, coeval with the development of the S1 schistosity,
followed by an episode of heating-decompression until 670 ºC at 9.5 kbar, contemporaneous
with development of the S3 schistosity. Isochores calculated for the carbonic inclusions yield
pressure of 1-3 kbar for both syn-S1 and syn-S3 quartz, indicating that the fluid inclusions were
re-equilibrated due to an exhumation path with 6-8 kbar of decompression. This work was
funded by grant 2015/04487-7, São Paulo Research Foundation (FAPESP).
607
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DE GNAISSES GRANULÍTICOS DA
SERRA DO CAPARAÓ, NOS ARREDORES DO DISTRITO DE PEDRA
MENINA, DORES DO RIO PRETO - ES
Medina, W.1, Medeiros Júnior, E. B.1
1Universidade Federal do Espírito Santo
RESUMO: A Serra do Caparaó, parte integrante do embasamento paleoproterozóico do Orógeno
Araçuaí, no setor norte da Província Mantiqueira, está localizada na divisa entre os estados de
Minas Gerais e Espírito Santo. Consiste em um conjunto de escarpas íngremes, prolongadas na
direção NE-SW, concordantes com a estruturação brasiliana do Orógeno Araçuaí. A serra abriga
o Parque Nacional do Caparaó, cuja sede capixaba está situada no distrito de Pedra Menina,
Dores do Rio Preto – ES. Nos arredores do distrito afloram gnaisses granulíticos, que compõem
grande parte das rochas presentes na Serra do Caparaó. Esses litotipos foram submetidos a
intensa deformação e a metamorfismo de alto grau com anatexia associada. O objetivo deste
trabalho é realizar a caracterização petrográfica e microestrutural dos gnaisses granulíticos que
ocorrem na região do distrito de Pedra Menina. As associações minerais observadas são
plagioclásio, granada, quartzo, biotita e álcali-feldspato compondo a paragênese mineral do pico
metamórfico, muscovita e carbonato compondo a paragênese retrometamórfica e minerais
opacos acessórios. O plagioclásio é cálcico e pode ocorrer com maclação evanescente e
acunhada, e substituído por carbonato. A biotita possui alta concentração de titânio. Quartzo
apresenta extinção ondulante e feições de recristalização dinâmica e geração de subgrãos. A
granada ocorre como porfiroblastos fraturados, com inclusões de quartzo. O álcali-feldspato pode
ocorrer pertítico e, quando em contato com plagioclásio, há intercrescimento vermiforme,
caracterizando feições de mirmequitização. A muscovita preenche fraturas em grãos de feldspato
e quartzo. A paragênese do pico do metamorfismo progressivo foi gerada sob condições de
fácies anfibolito superior a granulito. As características microestruturais do quartzo (extinção
ondulante, recristalização dinâmica e geração de subgrãos), bem como o padrão da maclação
observado no plagioclásio (maclas evanescentes e acunhadas), diagnosticam o elevado grau
deformacional ao qual foram submetidos os gnaisses granulíticos da Serra do Caparaó. A análise
microscópica e caracterização petrográfica realizadas contribuem, portanto, para a evolução da
compreensão litológica, metamórfica e microestrutural da Serra do Caparaó: os gnaisses
granulíticos estudados foram submetidos a condições metamórficas de alto grau, com
paragênese do pico do metamorfismo progressivo gerada em fácies anfibolito superior a
granulito, e sujeitados a processos deformacionais intensos, responsáveis pela recristalização
dinâmica de seus minerais.
Palavras-chave: Orógeno Araçuaí, Serra do Caparaó, Petrologia Metamórfica.
608
Analise petrográfica dos ortognaisses relacionados ao contato
Tectônico do Domínio Costeiro e do Terreno Cabo Frio.
Telles, R.C.M.1; Mendes, J.C.1; Martins,G.G.1
1Universidade Federal do Rio de Janeiro.
609
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA PRELIMINAR DO SETOR NORTE DA
SERRA DO INHOAÍBA, RJ
Porthun, S.A.1, Cruz, C.A.1, Paulo, L.M.1, Assis, E.1, Corval, A.1, Miranda, A.1, Carvalho, M.G.1
1 Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
610
611
DEPÓSITOS COERENTES E PARTICULADOS DA FORMAÇÃO CERRO
CHATO NA REGIÃO DO DOMO ÁCIDO DA FAZENDA TRANQUEIRA, RS.
RESUMO: O levantamento geológico na escala 1:100.000 das folhas Passo São Diogo (SH.22-
Y-C-IV) e Curral de Pedras (SI.22-V-A-I), na área de fronteira Brasil – Uruguai, pelo Serviço
Geológico do Brasil – CPRM, no âmbito do Programa Geologia do Brasil (PGB), permitiu
estender significativamente para sudoeste a área de exposição das rochas vulcânicas da
Formação Cerro Chato. A unidade, originalmente descrita na região dos cerros Chato e
Partido, feições morfológicas positivas localizadas ao norte da cidade de Herval (RS), pode ser
estendida até o nordeste do Uruguai, onde recebe a denominação Formación Sierra de los
Ríos. Instalada sobre os granitoides do Batólito Pelotas, no sudoeste da Folha Pinheiro
Machado (SH.22-Y-C-V; vizinha pelo leste da Folha Passo São Diogo), a Formação Cerro
Chato foi descrita, entre outros autores, por Lima et al. (1983), Caldasso et al. (1994) e Rocha
(2009). Sommer et al. (2015) apresentam uma idade de 557±3 Ma U-Pb em zircão (LA-MC-
ICP-MS) para as rochas vulcânicas aflorantes no Cerro Chato. Os levantamentos ora efetuados
permitiram individualizar as faciologias coerente e particulada do processo vulcânico e
reconhecer, na região da Fazenda Tranqueira, um edifício vulcânico arrasado cujo núcleo é
caracterizado por um domo riolítico principal e um domo lateral subsidiário. Esses núcleos são
regionalmente contornados por depósitos de fluxo piroclástico e de queda, representados por
ignimbritos ricos em litoclastos, lapilíticos, reomórficos, brechas coignimbríticas e lápili tufos
acrescionários, com lavas riolíticas subordinadas, depositados imediatamente sobre um
embasamento granítico intemperizado. Em algumas localidades, as litologias vulcânicas
piroclásticas parecem englobar partes de um solo regolítico de granito exposto à época do
vulcanismo, processo do qual resultou uma rocha exótica, granular, contendo grãos de quartzo
arredondados (granítico), quartzo bipiramidado (vulcânico) e feldspatos alcalinos, imersos em
uma matriz afanítica a microcristalina esverdeada, muito foliada, que lembra um milonito. Na
maior parte da área mapeada a Formação Cerro Chato é recoberta por rochas sedimentares
paleozoicas da Formação Rio Bonito (Bacia do Paraná), em meio a qual aflora tanto como
morfologias elevadas, como nas zonas deprimidas resultantes da erosão dessa unidade. A
fácies coerente consiste em rocha vulcânica riolítica maciça composta por riolitos porfiríticos
cinza a bordô, com fenocristais de feldspato alcalino e quartzo bipiramidado em matriz
microcristalina a afanítica vítrea. A fácies particulada, com maior área de exposição, constitui
lajeiros ou cristas alinhadas de rochas piroclásticas esverdeadas, finamente laminadas, com
uma matriz afanítica ou vítrea contendo fenocristais de feldspato alcalino e quartzo
bipiramidado, clastos angulosos de vidro vulcânico, eventuais litoclastos graníticos
arredondados e também pequenos blocos e mesmo matacões graníticos envoltos pelo fluxo
piroclástico. Ocorrem depósitos piroclásticos de fluxo, como lápili tufos e tufos acrescionários
constituídos por fragmentos de cristais (cristaloclastos), vitroclastos, púmices, cristais euédricos
a anédricos, litoclastos e fragmentos acidentais de granitos, fluidal com estruturas de fluxo,
dobras de fluxo e acamadamento plano-paralelo e gradacional.
612
BARITA “ROSA DO DESERTO” EM VEIO CORTANDO GRANITOIDES NA
REGIÃO DE BAGÉ, RS.
613
NOVA OCORRÊNCIA DE ROCHA ALCALINA NO ESTADO DE SANTA
CATARINA.
RESUMO: A geologia do Estado de Santa Catarina já é reconhecida pelo seu potencial para
fosfato magmatogênico, haja vista os conhecidos depósitos próximos às cidades de Lages e
Anitápolis. Esse potencial foi maximizado após o levantamento aerogeofísico realizado pela
CPRM em 2011, que obteve dados de aerogamaespectometria e de aeromagnetometria. A
partir da análise desses dados foram identificadas anomalias com significativo potencial para
rochas com minerais radioativos e magnéticos, algumas dessas estão inseridas em áreas com
arcabouço tectono-estrutural condizente para corpos alcalinos. Com essas informações
iniciaram-se as investigações de campo que permitiram a identificação de uma nova ocorrência
de rocha alcalina nas proximidades da cidade de Alfredo Wagner e há aproximados 8 km de
Anitápolis. As amostras de rocha CA-121C e CA-129, identificadas inicialmente como
lamprófiros, se caracterizam pela textura panidiomórfica média a fina, definida pela euedria dos
fenocristais de piroxênio e flogopita envolvidos por uma matriz fina, rica em micrólitos de
plagioclásio e material microcristalino a vítreo. Os fenocristais têm grão fino a médio, com
tamanho dos grãos entre 1,2 a 0,5 mm, orientados pelo fluxo magmático que também alinha os
micrólitos da matriz. A matriz mostra baixa resolução ótica, mas podem ser distintos micrólitos
de plagioclásio prismáticos e cristálitos extremamente finos de minerais máficos, muito
possivelmente do mesmo piroxênio que ocorre como fenocristal. Ainda integra a paragênese a
apatita, presente na forma de finas e longas agulhas incolores. Apesar do elevado nível de
intemperismo, foi feita análise de rocha total nessas duas amostras que ocorrem com valores
de elementos maiores de MgO (4,27 a 6,43%), TiO2 (1,70 - 3,00%), o CaO (8,09 - 23,41%)
com grande variação, enquanto que a SiO2 está abaixo de 44,23%. O NaO varia entre 2,39 e
5,08, enquanto o K2O varia de 1,25 a 4,07. Com base no total de álcali versus sílica, as
amostras são classificadas como traquiandesitos e ocorrem na zona limítrofe entre o campo
das rochas alcalinas e subalcalinas. Considerados esses dados e as descrições petrográficas
preliminares optou-se por classificá-las como lamprófiros. A partir dos dados
aeromagnetométricos, foi aplicada a técnica da deconvolução Euler 3D na anomalia do
lamprófiro, onde se obteve uma estimativa de profundidade média situada entre 100 a 140 m
para a fonte/rocha magnética.
614
GEOLOGIA E PETROGRAFIA DO GRANITO SANTA MARIA (SUÍTE
INTRUSIVA SANTA RITA?) - SW DO CRÁTON AMAZÔNICO
615
CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE CONCENTRADO DE MINÉRIO DE
TÂNTALO – CORPO PEGMATÍTICO DA VOLTA GRANDE, NAZARENO-MG
Garcia, P.H.V.1; Neumann, R.1,2; Ávila, C.A.3,2; Assumpção, C.S.4; Ferreira, P. E. M.4; Silva,
A.F.4; Alves, F.E.A5
1CETEM – Centro de Tecnologia Mineral; 2Programa de Pós-Graduação em Geociências, Museu Nacional da
UFRJ; 3MuseuNacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro; 4AMG-Mineração; 5Programa de Pós-Graduação
em Geologia – UFRJ.
RESUMO: Tântalo (Ta) é um elemento estratégico em função de seu elevado ponto de fusão,
alta resistência a ataques químicos, alta dureza e ductibilidade. É usado na fabricação de
capacitores, fornos de altas temperaturas, turbinas, reatores nucleares, entre outros. No
contexto mundial o Brasil é o maior detentor das reservas medidas e inferidas, seguido por
Austrália, Egito e China. As mineralizações de tântalo são relacionadas principalmente a
skarns, granitos e corpos pegmatíticos, sendo este último o caso deste estudo. O pegmatito da
Volta Grande está localizado na porção sudeste do estado de Minas Gerais, mais precisamente
na Província Pegmatítitca São João Del Rei, que está inserida no contexto evolutivo do
Cinturão Mineiro. Os corpos dessa província são mineralizados em tantalita, microlita,
cassiterita e espodumênio, podendo conter ainda monazita, xenotímio, zircão, apatita, gahnita
e outros minerais. Uma amostra de concentrado de tantalita, proveniente da planta de
beneficiamento da mina da Volta Grande, foi classificada nas peneiras de 425, 300, 212, 150,
106, 75, 53, 38 µm, e secções polidas de cada uma dessas frações foram confeccionadas e
analisadas em microscópio eletrônico de varredura (MEV-EDS) controlado pelo sistema MLA
(Mineral Liberation Analyser), para mineralogia automatizada. Objetivou-se quantificação das
fases minerais e associação mineralógica, além da determinação dos espectros de liberação
dos carreadores de Ta, para determinação da faixa de tamanho de liberação dos minerais. As
frações maiores que 150 µm representam mais de 90% da amostra, composta principalmente
por niobotantalatos (minerais do subgrupo da columbita: columbita-tantalita (Mn e Fe) e do
grupo da microlita: fluorcalciomicrolita e oxynatromicrolita) num total de 85,64% (massa),
seguidos por minerais de ganga, composta principalmente por cassiterita, granada
(espessartita, almandina e grossulária), pirita, clinozoizita, plagioclásio sódico, mica (muscovita
e biotita), feldspato potássico, quartzo, ilmenita, titanita, apatita e zircão, totalizando 14,36%. As
frações maiores que 150 µm possuem teores mais elevados dos minerais de minério
(niobotantalatos) em comparação com as mais finas, consequentemente, o teor de ganga
aumenta nas frações menores que 150 µm. Dentre os niobotantalatos, os minerais do
subgrupo da columbita são bem mais abundantes que os do grupo da microlita (79,77 contra
5,87%), e se encontram muito bem liberados da ganga, principalmente nas frações maiores
que 150 µm. Porém, ao se estudar a liberação dos niobotantalatos separadamente, observa-se
que os minerais do subgrupo da columbita possuem uma melhor liberação em toda a faixa
granulométrica, em comparação com os minerais do grupo da microlita. Isto pode ser explicado
pelo fato da microlita se apresentar, na maior parte, como inclusões e/ou alterações dentro dos
minerais do subgrupo da columbita, resultando assim na sua pior liberação.
616
CRISTALOQUÍMICA DE MONAZITA DE PEGMATITOS DA PROVÍNCIA
PEGMATÍTICA SÃO JOÃO DEL REI – MINAS GERAIS
Garcia, P.H.V.1; Neumann, R.1,3; Ávila, C.A.2,3; Assumpção, C.S.4; Silva, A.F.4
1CETEM – Centro de Tecnologia Mineral; 2Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro; 3Programa
de Pós-Graduação em Geociências, Museu Nacional da UFRJ; 4AMG-Mineração.
617
ESTUDO DE INCLUSÕES DE FOSFATOS DE Y E ETRs EM APATITA DOS
CORPOS PEGMATÍTICOS DA MINA DA VOLTA GRANDE, NAZARENO (MG).
RESUMO: Em rochas ígneas, os elementos terras raras (ETRs), incluindo Y, podem ocorrer em
grande proporção na estrutura da fluorapatita [Ca10(PO4)6F2]. A ocorrência desses elementos
nesse mineral está relacionada a uma substituição catiônica, em que os íons ETR3+ e Y3+ podem
entrar no sítio originalmente ocupado por Ca2+. Entre os mecanismos relacionados a
compensação de carga para esse tipo de substituição, os mais recorrentes são: i) Na+ + ETR3+
↔ 2Ca2+; e ii) Si4+ + ETR3+ ↔ P5+ + Ca2+. Estudos recentes sugerem que a interação entre
fluorapatita enriquecida em ETRs+Y e fluídos hidrotermais podem induzir a formação de
inclusões e halos de monazita [(Ce,ETRL)4(PO4)4] e xenotímio [(Y,ETRP)4(PO4)4] através de
processos de dissolução, remobilização dos elementos e reprecipitação. Diversos autores
propuseram que durante o metassomatismo a remoção de Na e Si resulta em um desequilíbrio
de carga que induz a formação de monazita e xenotímio através das seguintes reações de
transferência de massa: i) [Ca5–2x, Nax, (Y+ETR)x]P3O12F + x [2 Ca2+ + P5+] = Ca5P3O12F + x
(Y+ETR)PO4 + x [Na+ ]; ii) [Ca5–y, (Y+ETR)y][P3–y, Siy]O12F + y [Ca2+ + 2 P5+] = Ca5P3O12F + y
(Y+ETR)PO4 + y [Si4+]. Neste sentido, o presente trabalho tem por objetivo apresentar uma
investigação química por métodos analíticos diversos, como microssonda eletrônica e
microscopia eletrônica de varredura, com microanálise por dispersão de energia (MEV/EDS) em
grãos de apatita presentes nos corpos pegmatíticos da mina da Volta Grande. Os resultados
preliminares obtidos a partir de MEV/EDS sugerem que a apatita nesses pegmatitos é uma
fluorapatita contendo F (4,1 – 5,7%), Mn (0,3 – 2,0%), eventualmente com baixos teores de Sr
(0 – 0,5%), Dy (0 – 0,3%), Y (0 – 0,5%), Sm (0 – 0,2%), Yb (0 – 0,2%), Gd (0 – 0,1%), Na (0 –
0,2%) e Si (0 – 0,3%). Monazita e xenotímio ocorrem como inclusões nos grãos de fluorapatita:
as inclusões de monazita formam lamelas alongadas e orientadas com predomínio de Ce (24,1
– 33,2%), seguido de La (5,6 – 12,2%), Nd (5,9 – 12,7%), Sm (4,6 – 12,5%), Pr (3,4 – 4,5%), Gd
(2,0 – 5,6%) e Th (0,1 – 1,2%). Nas inclusões de xenotímio predomina Y (27,2 – 40,2%), Dy (4,2
– 6,6%), Gd (3,4 – 6,7%), Sm (0,8 – 2,7%), Tb (0,3 – 2,0%), Pb (0 – 0,3%), Er (0 – 0,6%), Yb (0
– 0,7%), Th (0 – 0,1%), U (0 – 0,1%), Eu (0 – 0,2%) e Ho (0 – 0,1%). Xenotímio também ocorre
orientado segundo direções preferenciais, predominando, porém, sua distribuição aleatória.
Eventualmente as inclusões de fosfatos de ETRs e Y se encontram associadas a inclusões de
carbonatos de Ca, Mn e Ca+Mn, que por sua vez podem conter ocasional inclusão de monazita.
Microinclusões de polucita [(Cs,Na)2Al2Si4O12(H2O)], com tamanhos entre 2 e 15 µm, alinhadas
ao longo de fraturas, também foram identificadas. A descrição dessas inclusões aponta para uma
origem ligada a percolação de fluídos que atuam, nesse caso, como um processo mineralizante
através da remobilização de elementos incompatíveis e reprecipitação de minerais compostos
por esses elementos. A associação mineral ligada a essas microinclusões pode ser considerada
como importante indicativo do tipo de fluído ligado a esse processo.
618
POTENCIAL REATIVO ÁLCALI-AGREGADOS DE GRANITOIDES DA REGIÃO
METROPOLITANA DE FLORIANÓPOLIS, SC.
619
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E ESTRUTURAL DOS LITOTIPOS DO
AFLORAMENTO DA PRAIA DA PACIÊNCIA, SALVADOR, BA: CINTURÃO
SALVADOR- ESPLANADA-BOQUIM.
620
ANÁLISE ESPECTRAL DE CATODOLUMINESCÊNCIA EM FELDSPATOS
ALCALINOS DO SIENITO TUNAS-PR
Botelho, A.C.1; Xavier, F.C.B.1; Pinto-Coelho, C.V.1; Mattoso Filho, N.P.2
1Universidade Federal do Paraná - Departamento de Geologia; 2Universidade Federal do Paraná - Centro de
Microscopia Eletrônica
621
THE RHYACIAN-OROSIRIAN AND EDIACARAN METAMORPHIC IMPRINTS
ON THE SOUTHERN SAO FRANCISCO CRATON: THE HISTORY
SUPERIMPOSED OROGENS
Cutts, K.A.1; Lana, C.1; Alkmim, F.F.1 , Teixeira, L.P.1, Júnio da Silveira, G.1, Mazoz, A.O.1
1Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Morro do Cruzeiro, 35400-000
Ouro Preto, MG, Brazil.
ABSTRACT: The 2.1-2.0 Ga metamorphic and deformational episodes recorded in the northern
and southern lobes of São Francisco craton are a manifestation of a laterally extensive orogeny
referred to as the Transmazonian event. Despite the large lateral extent, relatively little is known
about the Paleoproterozoic metamorphic process affecting the Quadrilátero Ferrífero (QF) in the
southern São Francisco craton and adjacent regions. Two facts seem to have contributed to
this. First, the QF and the regions located to the east and south were subjected to the
Ediacaran 630-540 Ma Brasiliano event. Second, the QF experienced a strong overprint in the
aftermath of the contractional phase of the Transmazonian orogeny, an episode that is thought
to result in the dome and keel geometry characteristic of this region. On the eastern edge of the
QF, there is a region where Paleoproterozoic metamorphism and structures are preserved.
Samples obtained from this region have the potential to record the metamorphic evolution of
Paleoproterozoic events as well as the later Ediacaran Brasiliano overprint. This study
investigates a series of granulite and amphibolite facies samples from the central and eastern
QF. The central QF samples record clockwise P-T paths with peak conditions of 7 kbars and
700 °C at c. 2050 Ma. Amphibolite facies samples from the eastern QF contain complexly
zoned garnet containing monazite, which gives ages around 2.0 Ga, whereas matrix grains give
ages of c. 600 Ma. Matrix monazite from another sample give two age populations, 597 ± 3 Ma
and 547 ± 5 Ma. Garnet core zonation indicates peak P-T conditions of c. 7 kbar and 650 °C for
both samples. This is likely to represent Transamazonian metamorphic conditions. Granulite
facies samples from the eastern QF gave monazite ages in the range of 2015-1960 Ma with
discordia intercepts at c. 620 Ma. Both granulite samples preserve two metamorphic textures.
Coarse grained garnet + biotite + OPX+ plagioclase + quartz + ilmenite + melt and later, fine
grained garnet + biotite + amphibole + quartz which grows at the expense of OPX. Peak
conditions for the earlier event were c. 750 °C and 7-5 kbar and 650 °C at 5-6 kbar for the later
event. Plausibly the earlier event corresponds to the c. 2.0 Ga ages obtained from the sample,
while the later event is the result of c. 600 Ma resetting. The high grade of metamorphism and
range of monazite ages for the eastern region suggests long-lived high temperatures, possibly
this could have contributed heat required for dome and keel formation in the central QF.
622
PETROGRAFIA E LITOGEOQUÍMICA DE DIQUES TRAQUÍTICOS E
LAMPROFÍRICOS RELACIONADOS AO ARCO DE PONTA GROSSA, PR.
Costa, V.S.1; Caltabeloti, F.P.2; Almeida, V.V.2
1CPRM–Serviço Geológico do Brasil/Núcleo de Apoio de Curitiba; 2CPRM–Serviço Geológico do Brasil/Sureg-SP;
623
CRISTAIS ZONADOS DE FOSFOSSIDERITA E METAVARISCITA DA LAVRA
DO EDUARDO, CONSELHEIRO PENA, MINAS GERAIS
Lamoso,I.S.M.¹, Atencio,D.¹
¹Universidade de São Paulo
624
PETROGRAFIA, QUÍMICA MINERAL E IDADE DE ESCARNITOS
ASSOCIADOS A MÁMORES DO COMPLEXO PARAÍBA DO SUL (ES)
RESUMO: Escarnitos foram gerados no contato com diques graníticos (DG) e anfibolíticos
(DA) encaixados em ocorrências de mármore localizados no sul do estado do Espírito Santo,
nos municípios de Cachoeiro de Itapemirim, Vargem Alta e Castelo. Esse mármore,
pertencente ao Complexo Paraíba do Sul, situa-se no núcleo cristalino do orógeno Araçuaí e foi
metamorfizado sob condições de fácies granulito no estágio sin-colisional do orógeno. Os DG
não possuem evidências de deformação e metamorfismo e os DA se apresentam fortemente
deformados e metamorfizados. Este trabalho teve como objetivos principais a caracterização
petrográfica e de química mineral das auréolas escarníticas visando o entendimento dos
processos metamórficos/metassomáticos de sua geração, bem como o estudo geocronológico
do dique granítico, através da datação de zircões pelo método U-Pb (LA-ICP-MS), visando
estabelecer a idade relativa dos escarnitos por ele gerados. A largura dos escarnitos varia de
poucos centímetros a 1,5 m. Nos escarnitos associados aos DG foram identificadas as
seguintes bandas mineralógicas principais, do mármore ao granito: (1) carbonato ± tremolita,
com rara forsterita; (2) diopsídio e (3) escapolita + diopsídio. Estudos de química mineral
mostram que o diopsídio possui valores de XMg (Mg/(Mg+Fe+Mn)) entre 0,66 e 0,94.
A escapolita é mais sódica quanto mais próxima do granito, com valores do componente
meionita (Me) entre 27 e 34 (mol%), e mais cálcica quanto mais próxima do mármore, com Me
entre 36 e 65, o que indica aporte de Na do granito e de Ca do mármore. As bandas
mineralógicas geradas nos escarnitos associados aos DA são, do mármore ao anfibolito:
carbonato ± forsterita ± clinoanfibólio incolor e diopsídio ± clinoanfibólio verde ± carbonato.
Espinélio (pleonasto) ocorre tanto no escarnito quanto incluso em pargasita no dique. Diopsídio
e clinoanfibólio tornam-se mais enriquecidos em Fe quanto mais próximos do dique, com
XMg de 0,76 a 0,90 (diopsídio) e razão Mg/(Mg+Fe2+) de 0,71 a 0,90 (tremolita, Mg-hornblenda
e edenita), e mais empobrecidos em Fe quanto mais próximos do mármore, com XMg de 0,92 a
0,95 (diopsídio) e Mg/(Mg+Fe2+) entre 0,93 e 1,00 (tschermakita e Mg-hornblenda), sugerindo
aporte de Fe do DA. Os estudos geocronológicos U-Pb, obtidos em cristais de zircão de
amostras do dique granítico, revelam idade de cristalização magmática em 534±14 Ma, sendo,
portanto, a idade aproximada da geração dos escarnitos associados aos DG. Dessa forma,
duas gerações de escarnitos são reconhecidas na região sul do Espírito Santo: (i) escarnitos
mais antigos, associados aos DA. A presença de espinélio bem como as feições de
deformação dos diques e escarnitos são argumentos de que estes foram gerados
concomitantemente ao evento que metamorfizou o mármore sob condições de fácies granulito,
entre 580 e 560 Ma, no estágio sin-colisional do orógeno Araçuaí; (ii) escarnitos mais jovens,
associados aos DG livres da foliação regional e com idade de cristalização ígnea de ca.534
Ma, gerados por processos metassomáticos no estágio pós-colisional do orógeno Araçuaí.
Agradecimento: À Fapemig pela ajuda financeira ao Projeto CRA-APQ-02206-11.
625
MAPEAMENTO GEOLÓGICO E ESTUDO PETROLÓGICO DE PARTE DO
BATÓLITO ÁGUAS BELAS CANINDÉ, REGIÃO A LESTE DE SANTANA DO
IPANEMA, DOMÍNIO PERNAMBUCO-ALAGOAS, PROVÍNCIA BORBOREMA
Silva, R.L.P.1; Ferreira, V.P.1; Bezerra, J. P. S.1; Silva, V.L.1 ;Freitas, W.R.A.1; França, R.H.M.1;
Castellan, P.M.1
1Universidade Federal de Pernambuco
626
THE SÃO DOMINGOS BATHOLITH, AN S-TYPE GRANITE IN THE AGUAPEÍ
BELT - SUNSÁS PROVINCE, SW AMAZONIAN CRATON
Sousa, M.Z.A.1,5,6; Ruiz, A.S.1,5,6; Siqueira, L.H.1,5,6; Batata, M.E.2,5; Lafon, J.M.3,6; Matos,
J.B.1,5,6; Lima, G.A.4,5,6
1Geosciences Faculty, FAGEO/UFMT; 2Postgraduate Program in Mineralogy and Petrology, IGc/USP; 3Department
of Geochemistry and Petrology, IG/UFPA; 4Engineering Institute, IEng/UFMT; 5Research Group in Tectonics and
Crustal Evolution - Guaporé; 6National Institute of Science and Technology for Geosciences of the Amazon –
INCT-GEOCIAM
RESUMO: The São Domingos Granite is a batholith slightly elongated in the NE direction that
crops out over an area of 150 km2, Indiavaí-Lucialva normal shear zone, NNW trend. It is
located on the north of the São Domingos District, Jauru City, in the Brazilian State of Mato
Grosso. This granite is one of the bodies of the Guapé Intrusive Suite in the Aguapeí mobile belt
that corresponds to a branch of the Sunsás Orogeny in the SW Amazonian Craton. This granite
is pink to pink-gray in color, varies from equigranular to inequigranular, sometimes porphyritic to
pegmatitic, hololeucocratic to leucocratic, allowing us to classify it as muscovite-biotite monzo to
syenogranites. Occasionally garnet and monazite occur as primary accessory minerals. This
body is classified as S-type granite or Muscovite-bearing Peraluminous Granitoids (MPG).
These rocks are highly evolved as shown by its high silica content, and vary from high-K to
shoshonitic, peraluminous, and ferrous calc-alkaline magmas. A zircon U-Pb (SHRIMP) age of
928 ± 5 Ma obtained by Siqueira (2015) is in agreement with previous U-Pb ages obtained by
Geraldes (2000). Sm-Nd analyses result in a TDM model age of 1.58 Ga, and a negative ɛNd
value of 2.90 Ga. New zircon U-Pb (SHRIMP) data give concordia ages of 940 ± 9 Ma and 1447
± 7 Ma with an upper intercept age at 1520 ± 63 Ma. The younger ages correspond to the
crystallization of the intrusion while the older ages probably reflect zircons inherited from the
country rocks. These results show that the São Domingos Granite formed in a post tectonic
settings, related to the Sunsás Orogeny (1.0 to 0.9 Ga), whose magmatic origin is associated
with reworking of ancient continental crust, and hence explaining its large amount of inherited
zircons. Furthermore, the three different REE patterns in the São Domingos Granite are similar
to those of contemporaneous, but non-cogenetic magmas derived from distinct crustal sources.
São Domingos and Sararé Granites are similar crustal derivated acidic magmas from Intrusive
Suíte Guapé, a igneous unit generated in post-tectonic setting at Aguapeí Belt, a
intracontinental orogen, associated to Sunsás Belt in southwest of Amazonian Craton in Bolívia.
Indiavaí-Lucialva normal shear zone, NNW trend, of ~ 0.9 Ga (Ar-Ar age), cuts off this intrusion.
627
NEW U-Pb (SHRIMP) AGES FROM THE SANTA RITA INTRUSIVE SUITE – A
CALYMMIAN INSULAR ARC IN THE RIO ALEGRE TERRANE - SW
AMAZONIAN CRATON
Lima, G.A.1,3,4; Ruiz, A.S.2,3,4; Nascimento, N.D.C.1,3,4; Sousa, M.Z.A.2,3,4; Matos, J.B.2,3,4
1Engineering Institute, IEng/UFMT; 2Geosciences Faculty, FAGEO/UFMT; 3Research Group in Tectonics and
Crustal Evolution - Guaporé; 4National Institute of Science and Technology for Geosciences of the Amazon –
INCT-GEOCIAM
RESUMO: The Amazonian Craton is located at the border between Brazil and Bolivia recording
amalgamation of the allochthonous Jauru, Rio Alegre and Paraguá terranes, which together
form the basement of the Sunsás and Aguapeí Group, a sedimentary basin developed in a
intracontinental rifting setting at tonian period. The Rio Alegre Terrane is composed of a meta-
volcano-sedimentary sequence, named Rio Alegre Group, one mafic-ultramafic intrusive suite,
and an ensemble of plutonic bodies varying from tonalitic to granitic in composition of the Santa
Rita Intrusive Suite. The granitic bodies are foliated, elongated at NW trend and are shows
metamorphic imprints at conditions of low grade, greenshist facies. The purpose of this paper is
to present and discuss new geological and geochronological zircon U/Pb (SHRIMP) data from
rocks of the Santa Rita Intrusive Suite in the Rio Alegre Terrane located in Brazil. The U-Pb
(SHRIMP) data were obtained at the Isotope Laboratory (CPGeo - of Sao Paulo University).
Previous works presents the following U-Pb data for the Santa Rita Suite: 1384 ± 40 Ma, 1400 ±
24 Ma and 1412 ± 5 Ma by the U-Pb ID-TIMS method, and ɛNd (t) of +3.6. News U-Pb datas
(SHRIMP) determined on magmatic zircon crystals from the Barra Mansa Granite and Rio
Aguapeí Diorite resulted in ages of 1492 ± 4 Ma and 1491 ± 14 Ma, respectively. By comparing
the U-Pb data from ID-TIMS and SHRIMP, we can see that the magmatism related to the Santa
Rita Intrusive Suite is prior to the magmatism that gave rise to the Pensamiento Intrusive Suite
in the Paraguá Terrane, and the Pindaituba and Santa Helena Intrusive Suites in the Jauru
Terrane. This suggests that oceanic subduction processes acted at intra-oceanic insular arcs at
Rio Alegre Terrane, just a soft collision model, before the collision and continental magmatic arc
settings, whit oceanic crust subduction between the Paraguá, Rio Alegre and Jauru
allochtonous terranes. The U-Pb SHRIMP ages of intermediate bodies of Santa Rita Suíte are
partially synchronous to granitic intrusion of Pindaituba Suite at Jauru terrane, magmatic
continental arc contemporaneous do insular arcs of Rio Alegre Terrane. The amalgamation
process ends at about 1.30 Ga, U-Pb datas of granitic post kinematics of Pensamiento Intrusive
Suíte, in San Ignácio Orogeny at Paraguá Allochtonous Terrane.
628
GEOQUÍMICA E PETROLOGIA DOS DERRAMES ÁCIDOS MINERALIZADOS
COM AMETISTA NA FORMAÇÃO SERRA GERAL
Duarte, M. B1; Juchem, P. L1; Duarte, L. C.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
RESUMO: As rochas vulcânicas da Formação Serra Geral são conhecidas por apresentarem
extensos depósitos de geodos preenchidos por ágata e ametista em basaltos, que são
importantes economicamente para várias cidades do Rio Grande do Sul. Nos últimos anos,
foram descritos também depósitos de ametista em rochas ácidas que compõem as porções
mais superiores desta Formação, no município de Caxias do Sul (CX) e na região entre as
cidades de Fontoura Xavier, Progresso e Nova Bréscia (NB). Na região NB os níveis
mineralizados estão nas cotas aproximadas de 290m, 400m, 490m, 520m e 570m e em CX em
670m e 760m. Foi realizado um mapeamento geológico dos garimpos, petrografia macro e
microscópica das rochas, análise química de rocha total por ICP (Inductively Coupled Plasma)
e química mineral por microssonda eletrônica, constatando-se que os derrames apresentam
características semelhantes em ambas as regiões estudadas. As rochas produtoras de
ametista são vitrófiros pretos em camadas de 2 a 5 metros de espessura e estão associadas
com rochas afaníticas a afíricas hipocristalinas de cor acinzentada a castanho, com vesículas
milimétricas a centimétricas marcando o fluxo da lava, preenchidas por calcedônia, quartzo
incolor e ametista. No Garimpo Zanchettin (área NB, cota 570m), esses dois tipos de rochas
ocorrem misturados, formando padrões complexos de fluxo da lava até então não identificados
em outras áreas. Ambas as rochas ao microscópio óptico apresentam textura hipocristalina,
com microfenocristais de plagioclásio (andesina/labradorita), piroxênio (augita/pigeonita) e
minerais opacos (magnetita titanífera), por vezes em agregados glomeroporfiríticos, com
micrólitos de mesma composição envoltos por vidro com diferentes estados de alteração, e
cristálitos dispersos, por vezes como agregados esferulíticos e axiolíticos, indicando a elevada
temperatura do derrame. Apresentam também texturas de resfriamento rápido, como fraturas
perlíticas e microfenocristais de plagioclásio esqueletais e com terminação em “cauda de
andorinha”. Observa-se que os minerais, principalmente os piroxênios, podem estar alterados
para argilominerais. As análises químicas indicam que as rochas são principalmente riodacitos,
ocorrendo alguns riolitos e álcali riolitos. A partir dos dados químicos de elementos menores,
como TiO2 e P2O5 e dos elementos-traço Ba, Sr, Zr e Rb, os derrames são classificados como
magma do tipo Palmas (subgrupo Caxias do Sul). Apesar de várias das amostras estarem
dentro dos parâmetros propostos para o subgrupo Caxias do Sul, algumas apresentam um
conteúdo menor de Ti do que o esperado ou estão dentro do intervalo entre as rochas alto e
baixo Ti dos subgrupos propostos para o magma tipo Palmas. Elementos maiores como CaO,
MgO e K2O, plotados em diagramas de Harker, exibem o trend evolutivo magmático esperado
para o tipo Palmas e, elementos incompatíveis como o Zr/Rb, apresentam reduzida dispersão
em diagramas de variação. Ao analisar as três áreas em diagramas de elementos
incompatíveis normalizados em relação ao manto primordial, estas apresentam um mesmo
padrão de distribuição, com fortes anomalias negativas de Nb, Sr e Ti e positivas de K. Todas
essas semelhanças sugerem que as rochas das duas áreas estudadas compartilham uma
mesma gênese magmática.
629
ESTUDO DE MINERAIS PESADOS DETRÍTICOS NA REGIÃO
ENTRE O MORRO DE SÃO JOÃO E SÃO PEDRO DA ALDEIA -
RJ
Ferreira, C.C. 1; Maciel, T.R.M.1; Mansur, K.L.1; Medeiros S.R. 1; Pereira,
T.P.1; Silva R.S.M 1; West, D.C.1;
1 Universidade Federal do Rio de Janeiro
630
EMPARELHAMENTO DE DIFERENTES DOMÍNIOS TECTONO-
METAMÓRFICOS NO SETOR SETENTRIONAL DO ORÓGENO ARAÇUAÍ
Peixoto, E.¹; Alkmim, F.F¹.; Pedrosa-Soares, A.C².; Chaves, A.O.²; Lana, C.¹; Alkmim, A.R.¹
1Universidade Federal de Ouro Preto; 2Universidade Federal de Minas Gerais
RESUMO: No setor setentrional do Orógeno Araçuaí distinguem-se, de oeste para leste, dois
compartimentos tectônicos: (i) o cinturão de dobras e cavalgamentos da Serra do Espinhaço,
ao longo do qual transporte tectônico é sistematicamente dirigido para oeste, i.e. para o Cráton
do São Francisco; e (ii) a zona de cisalhamento Chapada Acauã, ao longo da qual as unidades
envolvidas foram transportadas para leste, em movimentação geral normal. Nesta região
afloram o Grupo Macaúbas, representando depósitos sedimentares precursores do orógeno, a
Formação Salinas, depositada em bacia orogênica, e granitos tardi- a pós-colisionais.
Documentam-se na região dois episódios deformacionais principais. O primeiro envolve duas
fases compressionais associadas a transporte tectônico para oeste. A primeira é responsável
pela formação de falhas de empurrão e dobras, às quais se associa a foliação regional (Sn) de
mergulho baixo a moderado para leste. A segunda é uma progressão da primeira, sendo
marcada por dobras normais em conjunção com uma clivagem de crenulação em geral vertical.
O segundo episódio materializa-se através de uma zona de cisalhamento normal mergulhante
para leste, a Zona de Cisalhamento Chapada Acauã, cuja largura atinge 35 km. No seu interior,
estruturas preexistentes são deformadas e rotacionadas em direção a leste. Estudos
termobarométricos convencionais e por pseudoseção, juntamente com datação de monazita
por microssonda (in situ) e LA-ICP-MS, permitem a distinção na região de dois domínios
metamórficos com diferentes trajetórias PTtD. O domínio I, na porção oeste da área estudada,
engloba estruturas da fase colisional e de colapso gravitacional do orógeno. As condições de
PT relativas ao metamorfismo sin-cinemático atingem 9 kbar e 650ºC, respectivamente. É
representado pelas zonas da clorita, biotita, granada, estaurolita, cianita e sillimanita, com os
minerais-índice variando de pré- a pós-cinemáticos em relação à foliação regional (Sn), mas
predominantemente sin-cinemáticos. O domínio II, situado a leste e na capa da zona de
cisalhamento Chapada Acauã, próximo às intrusões graníticas, apresenta estruturas apenas da
fase colisional. Em termos tectono-metamórficos, trata-se da continuação setentrional de uma
zona transpressiva, a zona de cisalhamento de Minas Novas. Este domínio registra pressões
baixas, entre 3 e 4,5 kbar, e temperaturas de até aproximadamente 650ºC, passando pelas
zonas da clorita, biotita, granada, estaurolita, cordierita e cordierita-sillimanita. Os minerais-
índice são sin-cinemáticos a, predominantemente, pós-cinemáticos em relação a Sn. As
trajetórias PTtD do domínio I indicam acentuado aumento de pressão ao longo da progressão
metamórfica. No domínio II, as trajetórias mostram desenvolvimento isobárico ou com pequeno
aumento de pressão. Correlacionando os dados tectono-metamórficos e geocronológicos,
sugere-se que o domínio I se desenvolveu em condições de crosta média, com típico
metamorfismo Barroviano associado às estruturas da fase colisional, com clímax metamórfico
em ca. 560 Ma. O metamorfismo no domínio II, que ocorreu em porções mais rasas da crosta,
a pressões médias a baixas, e temperaturas altas (de até 650ºC), teve início no fim da fase
colisional e durou até a fase do colapso gravitacional (entre ca. 530 Ma e ca. 490 Ma). Neste
período, teriam sido geradas a zona de cisalhamento Chapada Acauã e as supersuítes
graníticas G4 e G5.
631
GEOLOGIA E PETROGRAFIA DOS DIQUES MÁFICOS DE
ARAGUAIANA - PROVÁVEL REGISTRO DA PROVÍNCIA
ALCALINA DE GOIÁS
Moreira, A.S.,1,2,3; Ruiz, A.S. 1,2,3 ;Sousa, M.Z.A1,2,3, Sousa, E.M..D 2,4;
1Faculdade de Geociências - UFMT; 2Grupo de Pesquisa de Evolução Crustal Guaporé;
3Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Geociências da Amazônia – GEOCIAM;
4Universidade de Brasília.
632
PALAVRAS-CHAVE: Diques máficos, Petrografia, Província Alcalina de
Goiás.
633
Granito Arroio Moinho: um estudo dos mecanismos de deformação
Cruz, V.G.P.1; Gomes, M.E.B.2; Drago, S.M. 2; Porcher, C.C.3; Iop, G.T.C.1; Dias, M.S. 1;
Dias,S.F.L. 1
1Instituto
de Geociências - Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2 Laboratório de Microssonda Eletrônica -
Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 3 Laboratório de Geologia Isotópica - Universidade Federal do Rio
Grande do Sul
634
comportamento dos feldspatos nas rochas miloníticas evidencia processos de fraturamento e
mecanismos de reações assistidas pela deformação em condições de mais baixa temperatura
(400º – 300ºC). A formação da assembleia metamórfica constituída por albita, epidoto e mica
branca indica a ocorrência de reações de hidratação. O papel da deformação é o de gerar uma
porosidade dinamicamente estável que permita a conectividade do fluido que por sua vez altera
as taxas dos processos químicos e fornece a energia que possibilita a transferência Na, Ca, K,
Al e Si.
635
MAPEAMENTO GEOLÓGICO, PETROGRAFIA E MINERALOGIA DA
REGIÃO DE VÁRZEA ALEGRE (CE), TERRENO GRANJEIRO,
PROVÍNCIA BORBOREMA, NORDESTE DO BRASIL.
Nery, P.H.S.¹, Sacramento, R.C.P¹, Raposo, S.¹, Furtado, P.F¹.
¹Universidade Federal do Pará
636
PALAVRAS-CHAVE: COMPLEXO GRANJEIRO, TERRENO GRANJEIRO, SUÍTE
SERRA DO VALÉRIO.
637
ANÁLISE MINERAL DA APATITA DENTAL APLICADA ÀS CIÊNCIAS
FORENSES: ESTUDO POR DRX, FTIR E ESPECTROSCOPIA RAMAN
Silva, L.G.M.1, Silva, T.G.1, Souza, P.C.1, Pinto-Coelho, C.V.1
1Universidade Federal do Paraná
638
ANÁLISE E IMAGEAMENTO COMPOSICIONAL TRIDIMENSIONAL: UMA
FERRAMENTA PARA O ESTUDO DE PADRÕES DE ZONAÇÃO DE
GRANADA
Gomes, M.E.B.1; Drago, S.M. 1; Jantsch, L.C. 1; Riffel, S. B. 1; Porcher, C.C.2; Dias, M.S. 3;
Sobiesiak, J.S. 3; Dias,S.F.L. 3; Cruz, V.G.P.3; Iop, G.T.C.3
1 Laboratório de Microssonda Eletrônica - UFRGS; 2 Laboratório de Geologia Isotópica - UFRGS; 3Instituto de
Geociências – UFRGS.
639
IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE PROBLEMAS GEOTÉCNICOS
RELACIONADOS A MOVIMENTOS DE MASSA NA RAMPA DA BA 826, TRECHO QUE DÁ
ACESSO AO AEROPORTO DE BARREIRAS-BA
Erundino, T.S.1; Carvalho, L. G.1; Guedes, T. R. S.1; Oliveira, K. C.1; Loureiro, L. R.1
1Universidade Federal do Oeste da Bahia
RESUMO: O presente estudo foi realizado na cidade de Barreiras que está localizada no Oeste
da Bahia e inserida na Bacia Hidrográfica do Rio Grande. Com relação ao contexto geológico,
a representação é dada principalmente pelo Grupo Urucuia, subdividido nas formações Posse
e Serra das Araras, sendo de forma geral constituído por arenitos finos a grosseiros, alternados
a níveis de pelitos, por vezes silicificados, tendo na base arenitos conglomeráticos e
conglomerados. E pelo Grupo Bambuí, sobre o qual assenta-se o Grupo Urucuia na região,
representado na área de estudo pelas formações São Desidério, Serra da Mamona e Riachão
das Neves, de forma geral este grupo é representado por rochas carbonáticas, peliticas e
psamíticas. Este estudo tem como objetivo a avaliação da evolução de processos erosivos no
trecho da BA 826 que dá acesso ao aeroporto da cidade de barreiras, propondo medidas de
controle e mitigação dos problemas identificados. Na área do estudo ocorre o processo erosivo
bastante acentuado do talude que sustenta a BA 826, e como esta rodovia dar acesso ao
aeroporto da cidade de Barreiras há então um fluxo constante de carros que pode inclusive
estar colaborando para a sua instabilidade. A erosão já comprometeu uma porção de
aproximadamente 10% da pista e caso não seja feito nenhum tipo de reparo com certa
urgência poderá ocorrer a evolução do problema e consequentemente, comprometer o acesso
por completo, o que acarretará no aumento do custo em sua reparação. A possível causa para
o desenvolvimento dessa ravina teria sido a instalação inadequada de uma canaleta que, ao
transpor as águas pluviais para a base do talude acabou por contribuir para uma erosão
remontante no sentido da pista. Outro problema observado ao longo da rodovia é a ocorrência
de rastejo da encosta, sendo este identificado principalmente por meio de rachaduras
presentes no pavimento asfáltico e por meio da inclinação das árvores presentes na encosta. A
presença de blocos e matacões de arenito do Grupo Urucuia na encosta pode acentuar o
processo, pois, ao rolar para o leito da rodovia, pode vir a interditá-la completamente. Diante do
exposto, recomenda-se a recomposição do talude, a reconstrução da canaleta contemplando
estruturas capazes de promover a redução da energia da água antes que chegue a base do
talude. Além disso, recomenda-se também a adoção de sistemas de contenção dos blocos e a
realização de vistorias periódicas de todo o trajeto da BA 826, principalmente o situado na
rampa de subida da Serra do Aeroporto.
640
PETROGRAFIA E QUÍMICA MINERAL DE UM UGANDITO ANALCIMIZADO
DO CENTRO-OESTE MINEIRO
Figueiredo, C.A.¹; Chaves, A.O.1; Sgarbi, P.B.A.1; Fernandes, M.L.S.1
1 Universidade Federal de Minas Gerais
641
CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA DAS ANOMALIAS DE ELEMENTOS
TERRAS RARAS NO ORTOGNAISSE MORRO DO RESENDE, REGIÃO DE
NAZARENO, ESTADO DE MINAS GERAIS
Fabiana Franco Vasconcelos1; Ciro Alexandre Ávila2; Reiner Neumann1,Victor Hugo Riboura
Menezes da Silva3; Fernanda Caetano de Mattos Cunha3;
¹Centro de Tecnologia Mineral; ² Museu Nacional do Rio de Janeiro;³Universidade Federal do Rio de
Janeiro.
RESUMO: A região entre as cidades de São João del Rei e Nazareno se destaca pela
presença de corpos graníticos, gnaissificados ou não, associados à evolução tectônica do
cinturão Mineiro. Dados geológicos e isotópicos apontam que a gênese desses corpos está
associada à acreção de pelo menos três arcos magmáticos (Resende Costa, Serrinha e
Ritápolis), que se desenvolveram entre 2358 e 2121 Ma. O ortognaisse Morro do Resende,
corpo de interesse para o presente trabalho, corresponde a um desses plutons e foi associado
ao contexto evolutivo do arco Ritápolis, apresentando idade de cristalização U-Pb de 2174 ± 4
Ma. Nesse corpo destaca-se a presença de valores anômalos do ƩETR, que podem atingir até
5630 ppm, o que motivou a caracterização mineralógica e petrológica do mesmo.
O ortognaisse Morro do Resende aflora próximo a mina de Volta Grande no município de
Nazareno, estado de Minas Gerais e corresponde a um corpo hololeucocrático a leucocrático,
fino a médio com composição desde monzogranítica a granodiorítica. Apresenta xenólitos de
rochas metamáficas próximo ao contato com a sequência metavulcano-sedimentar Rio das
Mortes e suas rochas exibem bandamento gnáissico representado pela alternância de bandas
quartzo-feldspáticas com e sem biotita, bem como apresentam dobras suaves, que
deformaram em conjunto as rochas anfibolíticas e os diques correlatos ao protólito do
ortognaisse Morro do Resende.
A partir da petrografia caracterizou-se que zircão, allanita, apatita, magnetita e titanita
corresponderiam a minerais primários, que se formaram durante as fases iniciais da
cristalização magmática, pois ocorrem como inclusões principalmente no plagioclásio (albita) e
na biotita. De forma contrastante, o aspecto amebóide do microclínio aponta que este teria se
formado nos estágios tardios da cristalização magmática. A transformação de biotita para
clorita, conjuntamente com a substituição do plagioclásio primário por epidoto, zoisita,
clinozoisita, carbonato e sericita, bem como da hornblenda por biotita nos xenólitos apontaria
para um metamorfismo de fácies xisto verde, relacionado ao evento Paleoproterozoico II do
cinturão Mineiro, com idade entre 2131 e 2101 Ma. Maghemita, barita, fluorita, monazita,
xenotímio, granada e fluoretos de ETR (possivelmente gagarinita) são minerais secundários de
origem hidrotermal. Fluorita ocorre preenchendo fraturas, barita encontra-se associada a
alteração da magnetita e da biotita, enquanto um fluoreto de ETR + Y (possívelmente
gagarinita) é encontrada tanto substituindo maghemita, allanita e epidoto, como preenchendo
fraturas entre os grãos de feldspato e quartzo. Destaca-se, ainda, que a allanita é substituída
parcial ou completamente pelo fluoreto de ETR + Y e por monazita. Sugere-se que as
microzonas de cisalhamento e as fraturas serviram como condutos para a percolação de
fluidos enriquecidos em F, Ba e ETR, o que pode ser evidenciado pela precipitação de fluoretos
de ETR e barita nas mesmas. Essa feição é corroborada pela substituição de minerais
primários tais como magnetita, allanita, biotita e epidoto por uma paragênese hidrotermal, que
incluiria ainda monazita, xenotímio e granada, provocando um forte enriquecimento em
elementos terras raras leves e pesados nas rochas do ortognaisse Morro do Resende.
642
PETROGRAFIA E LITOGEOQUÍMICA DE GRANITOIDES TARDI A PÓS-
COLISIONAIS DO ORÓGENO ARAÇUAÍ NA REGIÃO DO EXTREMO SUL DA
BAHIA, NE DO BRASIL.
Dáttoli, L. C.1; Garcia, P. M. P.2; Carvalho, J. V.2; Arouca, R. M. J.3
1
Universidade Federal de Pernambuco; 2Universidade Federal da Bahia; 3Universidade de Brasília
RESUMO: O extremo sul da Bahia se expressa como uma região importante em termos de
produção mineral, destacando os bens minerais utilizados na construção civil (areia, argila e rocha
para brita), rochas ornamentais e gemas. O aprimoramento do conhecimento petrográfico e
litogeoquímico é importante para a indicação de possíveis alvos exploratórios de interesse
econômico. Geologicamente, a região está presente no contexto do Orógeno Araçuaí, que
corresponde a um cinturão de dobramentos integrante do domínio Araçuaí-Congo Ocidental. A
área de estudo contempla plútons e suítes tardi a pós-colisionais intrudidos nos paragnaisses
kinzigíticos do Complexo Jequitinhonha. Essas rochas apresentam um relevo em mares de morro,
em uma sequência de colinas convexas suaves. Os corpos estudados são tonalitos a
sienogranitos inequigranulares, por vezes porfiríticos, enderbitos e chanockitos. A composição
modal dessas rochas é variável, sendo majoritariamente composta por plagioclásio (An 28-30),
quartzo, biotita, ortoclásio, microclina e granada, podendo conter moscovita e cianita nos plútons
com maior teor em alumina. Nas fácies chanockíticas a mineralogia se torna anidra, com presença
de augita e hiperstênio, tendo biotita e anfibólio como membros secundários. Estas fácies são
automórficas a alotriomórfica, apresentando textura mimerquítica localmente. Estruturas de
deformação como pertita em chamas, sombras de pressão e geminação em cunha em
plagioclásios estão presentes. Não é possível observar uma orientação preferencial entre os grãos
presentes, com exceção das regiões próximas aos contatos ou cortadas por zonas de
cisalhamento, onde caracterizam forte foliação, quase sempre discordante do trend regional.
Análises geoquímicas de rocha total dos litotipos indicam caráteres cálcio-alcalinos de alto K a
shoshoníticos, peraluminosos e magnesianos a ferrosos. Aranhogramas de elementos traços,
normalizados ao padrão condrito mostram respostas semelhantes entre as fácies analisadas, com
anomalias negativas de Nb, Ta, Sr, P e Ti, com teores de Th variando ao longe de alguns corpos.
Análises a partir de teores de Th x Ta e Nb x Y, utilizando diagramas de discriminação tectônica,
classificam essas rochas como sendo granitos do tipo I a S. Estudos comparativos com a
classificação S-I-A-M demonstram que essas rochas são resultados de interações entre os
próprios plútons e com sua encaixante, proporcionando-os uma característica híbrida, podendo
ser classificados como granitos do tipo H, com exceção dos componentes charnockíticos (Tipo C).
PALAVRAS-CHAVE: EXTREMO SUL DA BAHIA; ORÓGENO ARAÇUAÍ; PLÚTONS.
643
ANFIBOLITOS COMO MARCADORES DAS CONDIÇÕES METAMÓRFICAS
DAS ROCHAS METASSEDIMENTARES DO DOMÍNIO JUIZ DE FORA E
TERRENO PARAÍBA DO SUL, SETOR CENTRAL DA FAIXA RIBEIRA
Marins, G.M.S.1; Duarte, B.P. 2; Barbosa, L.E.A. 2; Dias, V. L.2; Paiva, G. A. 2; Viana, M.B.S.2
1Ouro Preto Óleo e Gás; 2Universidade do Estado do Rio de Janeiro;
644
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E PETROGRÁFICA DAS ROCHAS MÁFICAS DA
REGIÃO DE TANGARÁ DA SERRA/MT
645
ANÁLISE DO POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO DE ROCHAS ÍGNEAS ÁCIDAS DE
MATRIZ VÍTREA COMO MATÉRIA-PRIMA PARA CIMENTOS ÁLCALI-
ATIVADOS
Guindani, E.N.¹; Koppe, A.²; Mancio, M.³; Sander,A.4
1Universidade Federal de Santa Catarina; 2Universidade do Vale do Rio dos Sinos; 3 Universidade do Vale do Rio
dos Sinos; 4Universidade do Vale do Rio dos Sinos.
646
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA E GEOQUÍMICA DAS ROCHAS
SIENÍTICAS DA INTRUSÃO TINGUÁ
Ferreira, T. B. F.¹; Bonifacio, J. F.¹; Geraldes, M. C.¹; Silva, D. A.¹; Cardoso, L. M. C.¹; Paiva, G.
A.¹; Barnabé, T. Q.¹; Silva, D. C. B.¹; Ramírez, W. E. G.¹
1Universidade do Estado do Rio de Janeiro
RESUMO:
Entre o Cretáceo Superior e o Eoceno, durante o desenvolvimento da margem continental
brasileira, já com ambientes marinhos francos, teve-se uma série de pulsos magmáticos
alcalinos, geradores de stocks, plugs, bem como diques, derrames e depósitos piroclásticos.
Estas estruturas magmáticas estão alinhadas numa direção WNW-ESE, em possível ordem
cronológica decrescente de leste para oeste (84-49 Ma). Isto resulta num lineamento oblíquo à
direção preferencial das estruturas tectônicas do Orógeno Ribeira, de idade Neoproterozóica-
Siluriana, formando o Alinhamento Poços de Caldas-Cabo Frio e a Cadeia Vitória-Trindade. Tal
lineamento é caracterizado por rochas alcalinas intrusivas (sob formas de stocks e plugs),
ocorrências de rochas efusivas, além de numerosos diques.
Dentre as dezenas de corpos alcalinos que estruturam o Alinhamento Poços de Caldas-Cabo
Frio destaca-se neste trabalho o Complexo Alcalino de Tinguá, localizado na região
metropolitana do Rio de Janeiro, no município de Nova Iguaçu, e suplementarmente, para
efeitos comparativos, inclui-se Morro Redondo, Itatiaia, Morro de São João e Ilha de Cabo Frio.
A composição litológica desses complexos é dada, principalmente, por rochas alcalinas (félsica
subsaturada), com predominância de álcali sienito e nefelina sienito e, subordinadamente,
fonolito, tinguaíto, traquito, lamprófiro e rochas piroclásticas. São observadas também rochas
de composição quartzosa, a exemplo do granito alcalino Itatiaia.
As amostras selecionadas desses cinco complexos para análise litogeoquímica foram tratadas
por meio de técnicas analíticas utilizando FUS-ICP (fusion and inductively coupled plasma)
para determinação de SiO2, óxidos de Mn, Mg, Ca, Na, K, Al, Ti e P e os elementos-traço Sr,
Ba, Zr, Y, Cr, Ni, Rb, La e Ce. O tratamento dos dados envolveu a elaboração de diagramas
binários e de classificação e diagramas de Harker, que permitiu a avaliação de processos
petrogenéticos demonstrando uma evolução magmática resultado de cristalização fracionada e
contaminação crustal.
Em termos petrográficos, as rochas analisadas do complexo Tinguá incluem: (i) sienito de
granulação média a grossa, contendo K-feldspatos com exsolução de albita, eventualmente
apresentando geminação do tipo Carlsbad e Tartana; biotitas cloritizadas e com bordas
alteradas, indicativo de reabsorção pelo magma; feldspatos sericitizados com alto grau de
alteração; como minerais acessórios têm-se titanitas euédricas, quartzos e grãos de zircão. Em
menor quantidade observa-se minerais opacos e apatita. (ii) Nefelina sienito com granulação
média a grossa. Diferencia-se litologicamente do sienito pela presença de nefelina e ausência
de quartzo. (iii) Traquito porfirítico com textura porfirítica em matriz afanítica. A massa
fundamental é composta de micrólitos de K-feldspato, com minerais opacos, apatita e grãos de
zircão. Verifica-se, ainda, fenocristais de feldspato sericitizados, nefelinas e anfibólios alterados
com biotitas em suas bordas. (iv) Traquito com granulação fina e apresentando processo de
desvitrificação e recristalização dos minerais após rápido resfriamento. A matriz é
predominantemente feldspática, contendo anfibólios e nefelinas em menor quantidade.
647
Os resultados indicam que a intrusão sienítica do Tinguá é composta, principalmente, por
sienitos, nefelina sienitos, traquitos porfiríticos e traquitos. As análises geoquímicas sugerem
uma cristalização fracionada com importante contaminação crustal associada ao contexto
geotectônico do magmatismo mesozoico da região do Sudeste Brasileiro, como reflexos
intracontinentais distais da abertura do Atlântico-Sul.
648
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DAS ROCHAS METABÁSICAS DA
SUÍTE BARREIRO, SEGMENTO CENTRAL DO ORÓGENO RIBEIRA, MG
RESUMO: A Suíte Metabásica Barreiro (SMB) localiza-se no sudeste do estado de Minas Gerais
(MG), nos arredores do município de Recreio. Encontra-se inserida no Domínio Juiz de Fora,
escama tectônica superior do Terreno Ocidental, no segmento central do Orógeno Ribeira. Tal
suíte ocorre como xenólitos na Suíte Salvaterra, esta representada predominantemente por
granada-ortopiroxênio charnockito, gerado a partir de processos de cristalização de um magma
híbrido, composto por diferentes proporções de fusão parcial da cobertura sedimentar
(Megassequência Andrelândia) e do embasamento (Complexo Juiz de Fora), durante a
edificação do Orógeno Ribeira (Neoproterozóico).
A SMB ocorre como faixas alongadas segundo a direção NE-SW, apresentando-se sob a forma
de lajedos e zonas de blocos. Compreende hornblenda gabronoritos, que, devido a diferenças
quanto a textura e a granulação, são definidas duas litofácies cogenéticas distintas: uma litofácies
fina com textura equigranular e uma litofácies grossa com textura inequigranular.
Ambas as litofácies apresentam assembleia mineralógica semelhante, compostas por
plagioclásio (andesina à labradorita), ortopiroxênio (hiperstênio), clinopiroxênio (diopsídio),
minerais opacos, biotita, titanita, além de minerais acessórios como apatita, quartzo e zircão.
São observadas paragêneses metamórficas estáveis na fácies granulito, representada por
clinopiroxênio + ortopiroxênio + plagioclásio + quartzo, com evidências de retrometamorfismo
para condições metamórficas da fácies anfibolito superior.
São observadas feições magmáticas (reliquiares), superpostas por feições associadas às
condições termodinâmicas impostas durante o Evento Brasiliano-Pan-africano. Como exemplos
de feições magmáticas, são observadas textura subofítica, evidência de corrosão na borda de
cristais ígneos de piroxênio, cristais de plagioclásio com textura poiquilítica e cristais de piroxênio
com textura esquelética. Como feições relacionadas a deformação, observam-se texturas
associadas a mecanismos de recristalização em alta temperatura, cristais de plagioclásio e
piroxênio com microfraturas, por vezes sendo observada a orientação preferencial dos cristais
de piroxênio na litofácies de granulação fina e textura equigranular, implicando na formação de
uma foliação incipiente. Quanto às texturas referentes ao reequilíbrio das condições
metamórficas, são observadas evidências de reações de retrometamorfismo, com alteração de
piroxênio para biotita e anfibólio, além de, em caráter mais localizado, textura relacionada a
recristalização estática (textura poligonal).
Os dados litogeoquímicos indicam tratar-se de uma suíte básica, caracterizada por gabros a
dioritos subalcalinos da série toleítica. Através de análise geocronológica (LA-ICPMS, U-Pb em
zircão), foram obtidas as idades neoproterozóicas de 766 ± 13 Ma, interpretada como idade de
cristalização do protólito ígneo no Rifte Criogeniano, e idade de 612.4 ± 7 Ma, interpretada como
a idade de metamorfismo, no Evento Brasiliano-Pan-africano. Em termos de ambiência
geotectônica, os diagramas geoquímicos utilizados demonstram que a SMB está relacionada a
um ambiente intraplaca continental, com composição variando de CRB a MORB, assinatura
sugestiva de ambiente distensivo.
649
Caracterização da turmalina bicolor da Namíbia, África.
Graça. L.M.1; Silva, C.B.S2; Silveira, C.C.3; Pires, O.J.C.4 ; Gonçalves, G.O.5;
Ávila,C.F.6
Neste trabalho foi abordado a caracterização química de turmalina bicolor com variação azul e
verde, proveniente do pegmatito Omapyu, localizado no cinturão de Damara na Namíbia,
África. O corpo de pegmatíto mineralizado tem cerca de cinco metros de largura e dez a vinte
metros de comprimento, no entanto pode atingir até setenta metros de comprimento. A
mineralogia do corpo é constituída predominantemente por quartzo e albita. A turmalina schorl
e a muscovita ocorrem em quantidades variáveis. Para o desenvolvimento do trabalho foi
utilizado a difratometria de raios X, microscópio eletrônico de varredura, espectroscopia
Mössbauer e espectroscopia Raman. A partir da técnica de difratometria de raios X foram
calculados os parâmentros de cela unitária e confirmada a natureza da amostra como sendo do
grupo da turmalina. A partir do microscópio eletrônico de varredura com o módulo de
espectroscopia de energia dispersiva (MEV-EDS) foram analisados os teores químicos das
distintas áreas de cor azul e verde. Foram determinados os teores químicos em óxidos dos
seguintes elementos químicos Na, Mg, Mn, Fe, Al, Si e F. As maiores concentrações são para
o SiO2 e Al2O3, além de FeO, MnO, MgO e Na2O em menor valor. Os teores foram obtidos
analisando pontos em locais de cor azul e também verde da amostra. A espectroscopia
Mössbauer foi uma análise que complementou os resultados e permitiu caracterizar o estado
de valência do ferro, bem como do sítio ocupado dentro da estrutura cristalina. Os resultados
permitiram caracterizar o ferro presente na estrutura do cristal como sendo o Fe+2 e
posicionado no sítio octaédrico Y. A espectroscopia Raman possibilita identificar e determinar
com base na frequência vibracional as espécies moleculares. Essa técnica permitiu caracterizar
distorções nos anéis formados pelos tetraedros de SiO4, além de caracterizar a presença de
Mg e OH na estrutura da turmalina. A amostra investigada foi classificada conforme padrão de
classificação como sendo da espécie schorl. A variação de cor na amostra de turmalina é de
difícil determinação. No entanto, os resultados obtidos indicam substituições que causam
distorções nos sítios ocupacionais e consequente mudança do campo cristalino, os quais
podem interferir na cor do mineral. A interpretação dos dados sugere substituições do Fe+2 do
sítio Y por Mg+2, Mn+2 e Al+3, substituição do OH- no sítio W por F- e, possivelmente, do Al+3 no
sítio Z pelo Mg+2.
650
651
BATÓLITO MUNIZ FREIRE (ES): PETROGRAFIA, GEOQUÍMICA E
IMPLICAÇÕES TECTÔNICAS REGIONAIS
Mascarenhas, I.E.1; Oliveira, A.1,2; Philipp, R. P.3, Machado, R.1
1Universidade de São Paulo; 2Departamento Nacional da Produção Mineral; 3Universidade Federal do Rio Grande
do Sul
RESUMO: O Batólito Muniz Freire (BMF), situado na divisa do Espírito Santo com Minas Gerais,
está inserido na extremidade sul do Cinturão Araçuaí, próximo ao limite com o Cinturão Ribeira.
Caracteriza-se como um corpo alongado segundo a direção N20oE, com cerca de 90 km de
comprimento e 10 a 25 km de largura, estendendo-se desde a cidade de Afonso Cláudio, ao
norte, até as proximidades da cidade de Alegre, ao sul. É limitado a oeste pela Zona de
Cisalhamento de Guaçuí e a leste com rochas metamórficas do Complexo Paraíba do Sul.
Foram cartografadas no BMF três unidades de granitos: Muniz Freire, Estrela e Brejetuba.
Trata-se de uma intrusão foliada, com deformação no estado sólido, particularmente junto às
bordas do corpo, sendo marcada pela recristalização e orientação planar dos minerais máficos
(biotita) e félsicos (feldspatos e quartzo), preservando em zonas de baixa deformação uma
foliação magmática de forma, definida por minerais idiomórficos orientados. É constituído por
monzogranitos e granodioritos com sienogranitos, dioritos e enclaves máficos subordinados. K-
feldspato (microclínio), plagioclásio (oligoclásio sódico, com teor em An entre 15-20%), quartzo
e biotita são os minerais essenciais, podendo ocorrer hornblenda e epídoto (Ps = 27%) como
minerais máficos, ocorrendo allanita, zircão, titanita, apatita, epídoto, clinozoisita, moscovita,
granada e hornblenda como acessórios. O BMF possui assinatura geoquímica cálcio-alcalina
alto-K, fracamente peraluminoso, com afinidade tectônica de granitos sin- a pós-colisionais. Em
diagramas de Harker, os elementos maiores mostram decréscimo dos teores de Al2O3, TiO2,
MgO, FeOT, CaO, P2O5 e Na2O e aumento de K2O, correlação esta que é compatível com
processos por cristalização fracionada envolvendo biotita, plagioclásio, K-feldspato, apatita e
minerais opacos. Além disso, apresenta enriquecimento em elementos LILE e ETR leves, que
reforçam o seu caráter tectônico como granito sin- a pós-colisional. A idade U-Pb em zircão de
588 ±4 Ma disponível na literatura situa o magmatismo do BMF no limite entre as suítes pré-
colisional-G1 (625 a 595 Ma) e sincolisional-G2 (580-560 Ma) da Faixa Araçuaí. A interpretação
aqui proposta difere das disponíveis na literatura. Além disso, sugere-se que maciços
graníticos com idades similares da referida faixa sejam reavaliados e interpretados da mesma
maneira que o BMF.
F
PALAVRAS-CHAVE: Batólito Muniz Freire; Geoquímica, Tectônica
652
ANÁLISE DE MINERAIS PESADOS COM UTILIZAÇÃO DO LIBS (LASER-
INDUCED BREAKDOWN SPETROSCOPY).
Gama, C.V.C 1; Wankler, F.L 2; Farias, E. E.2;
1- Programa de Iniciação Científica (PIBIC/CNPq/UFRR) - Universidade Federal de Roraima
2- Docente - Uuniversidade Federal de Roraima
653
Caracterização Petrográfica e Química dos Mármores de Italva (RJ)
Bicalho, V.1; Marques, R. A.2; Medeiros Júnior, E. B.2; Mesquita, R. B.3, Vieira, D. T.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2Universidade Federal do Espírito Santo; 3Universidade Federal de
Ouro Preto
654
GEOLOGIA E PETROGRAFIA PRELIMINAR DAS ROCHAS VULCÂNICAS DA
REGIÃO DE CARACOL, MATO GROSSO DO SUL - TERRENO RIO APA –
SUL DO CRÁTON AMAZÔNICO
Modesto, R.D.1,2,3,4; Plens, D. P. 2,3,4 ; Ruiz, A. S. 2,3,4; Sousa, M. Z. A. 2,3,4; Sperandio, D. B.1,2,3,4
1PET-Geologia/UFMT; 2Faculdade de Geociências – FAGEO; 3Grupo de Pesquisa em Evolução Crustal e
655
CARACTERIZAÇÃO DOS MINERAIS TERRAS RARAS EM VEIOS
HIDROTERMAIS DOS RIOLITOS DO GRUPO RIO DOS
REMÉDIOS, NOVO HORIZONTE, BAHIA.
Horta, L.F.C.1; Oliveira, A.E.A.1; Chaves , M.L.S.C.2; Menezes Filho, L.A.D 2;
Scholz, R.1
1Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto
2
Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais
656
Possível fonte do magmatismo São Pedro, parte da Província Rio Negro –
Juruena, Sul do Cráton Amazônico, no estado do Mato Grosso
Ramos, H.O.1; Iocca, S.R.S.¹;Silva, C.H.2; Costa, A.C.D.²
1Universidade Federal da Mato Grosso; 2Universidade Federal de Mato grosso – Faculdade de geociências;
657
POSSIVEIS FONTES DO MAGMATISMO CHARNOCKITICO DA REGIÃO DE
NOVA MONTE VERDE, NORTE DO ESTADO DE MATO GROSSO
Iocca, S.R.S.1; Ramos, H.O.1; Silva, C.H.2; Costa A.C.D.2
1Universidade Federal de Mato Grosso-Graduandos em Geologia; 2Faculdade de Geociências-Universidade
Federal de Mato Grosso
658
CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA, PETROGRÁFICA E
QUÍMICA DA MINERALIZAÇÃO DE U-Zr-Mo DO PICO DO
TAQUARI, MACIÇO ALCALINO DE POÇOS DE CALDAS, MG
Oliveira, A.E.A.1; Vasconcelos, A.D.1; Horta, L.F.C.1; Scholz, R.1
1Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto
659
PETROGRAFIA DE UM STOCK ALCALINO NA REGIÃO DA FAZENDA FIRME –
PORTO MURTINHO (MS): PROVÁVEL REGISTRO DA PROVÍNCIA ALCALINA
ALTO PARAGUAI
Santos, D.V.R 1,2,3. Werlang, T.1,2,3. Ruiz, S. A.1,2,3. SOUSA, M. Z. A.1, 2,3. Faria, A. D.1,2,3
1
Faculdade de Geociências – Universidade Federal de Mato Grosso; 2Grupo de Pesquisa em Evolução Crustal e
Tectônica Guaporé; 3Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Geociências da Amazônia – GEOCIAM;
Resumo: O presente trabalho tem por objetivo contribuir para maior compreensão dos aspectos geológicos
das rochas alcalinas na porção sul do Cráton Amazônico com base na caracterização geológica e
petrográfica de um stock alcalino da Província Alcalina Alto Paraguai. A unidade é constituída por stock de
rochas alcalinas localizadas na parte noroeste do Terreno Rio Apa, encontra-se alojada nos biotita-sillimanita-
cordierita gnaisses do Complexo Porto Murtinho, sendo parcialmente recoberta por sedimentos
inconsolidados da Formação Pantanal. A Província Alto Paraguai é englobada em um conjunto de seis
províncias alcalinas no Paraguai que inicialmente foram separadas de acordo com: evidências geológicas,
controles tectônicos, idades radiométricas e associações petrográficas. Trata-se de uma rocha holocristalina,
inequigranular fina à média, cor preta e composição ultrabásica. Opticamente a rocha é microcristalina, com
textura panidiomórfica, pontualmente apresenta textura de germinação e são constituídas pela mineralogia
principal de clino-piroxênios da espécie aegirina-augita, com pseudomorfo e germinações de clinoanfibólios
do tipo hornblenda e opacos. O óxido de ferro, epidoto e o quartzo que por vezes ocorre como uma massa
residual com cristais de epidoto inclusos se encontram menos expressivos na lâmina e são eles componentes
da mineralogia acessória. Posteriormente a análise composicional da unidade a mesma foi denominada
como Piroxenito Alcalino, nesse caso a relação dos feldspatos presentes não pode ser aplica por ser
desprovida de feldspatos e a existência de sílica no sistema se dá, unicamente, pela substituição do piroxênio
para anfibólio. Os processos de alteração reconhecidos são a uralitização, onde com a presença de água e
temperaturas moderadas no sistema fazem com que piroxênio sofra alteração deutérica para anfibólio, no
qual ocorre a textura coronítica nas bordas que se encontram em contato com os cristais de hornblenda. E a
desopacitização do piroxênio e anfibólio evidenciado pela sua aparição nos interstícios dos mesmos minerais,
semelhante à ocorrência dos opacos. Não há constatação de eventos metamórficos ou deformacionais nas
rochas da litologia evidenciando que o bloco é alóctone. Conforme a caracterização petrografia do piroxenito
alcalino sua associação a Província Alcalina Alto Paraguai é possível pela composição similar, sugere-se
para estudos posteriores um maior aprofundamento nos aspectos de campo e idades radiométricas das
rochas da Província Alcalina Alto na área de estudo.
660
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DOS GRANULITOS FÉLSICOS DO
COMPLEXO BACAERI – MOGNO NA REGIÃO DE NOVA MONTE VERDE,
NORTE DE MATO GROSSO.
Brum, D.S.1; Silva, C.H.1; Costa, A.C.D.1; Pelosi, G.F.F.1
1Programa de Pós Graduação em Geociências, Faculdade de Geociências (FAGEO) – UFMT –
daibrum@hotmail.com
Resumo: Granulitos são rochas metamórficas de alto grau geradas na crosta intermediária ou
inferior. O estudo dessas rochas permite a compreensão da composição das rochas da crosta
inferior e também dos processos tectônicos e químicos que atuam no processo de formação e
estabilização da crosta. O presente trabalho tem por objetivo descrever a petrografia dos
granulitos félsicos do Complexo Bacaeri–Mogno, parte da Província Rondônia-Juruena, Cratón
Amazônico. Os granulitos félsicos do ocorrem na forma de camadas ou lentes intercaladas aos
paragnaisses do Complexo Bacaeri–Mogno. São rochas de coloração cinza á marrom,
granulação média, inequigranulares, com textura granoblástica. A associação mineral que
marca o auge do metamorfismo é constituída por quartzo, granada, ortopiroxênio,
clinopiroxênio, plagioclásio, feldspato potássico, biotita e opacos, ocorrendo ainda em menor
proporção espinélio, coríndon e rutilo. O quartzo é o mineral predominante, sendo marcado por
grãos anédricos com tamanho variando entre 1 a 10mm, nos quais são observadas extinção
ondulante, lamelas de deformação e subgrãos nas bordas dos grãos indícios da atuação de
deformação intracristalina. A granada ocorre como porfiroblastos anédricos de 0,8 a 10 mm
com inclusões de quartzo e lamelas de biotitas nas bordas. Ortopiroxênio com tamanho médio
5 mm possui coloração castanha e se apresenta bastante fraturado, e as fraturas por vezes
estão preenchidas por óxido de ferro. Clinopiroxênio de coloração castanho claro é também
bastante fraturado. O feldspato potássico de tamanho variando entre 4 e 8 mm com a presença
de argilização. Ortopiroxênio, Clinopiroxênio e feldspato potássico ocorrem como grãos
subédricos a euédricos, em geral em domínios com contatos mútuos entre si, nesses domínios
também ocorre o plagioclásio que se apresenta anédrico com a presença de golfos de corrosão
e através do método de Michael-Levys foi possível identificar o plagioclásio como Andesina. O
rutilo, coríndon e o espinélio ocorrem em pequenos grãos isolados circundados por quartzo.
Essas rochas por conter clino e ortopiroxênio são interpretadas como situadas no fácies
granulito. A presença de coríndon, rutilo e espinélio em equilíbrio com quartzo, somado a
possível presença de saferina permite considerar que essas rochas atingiram temperaturas
superiores as retratadas na associação mineral preponderante. Estudos adicionais permitirão
estimar as condições de equilíbrio das associações descritas particularmente aquelas dos
minerais acessórios.
661
GEOLOGIA DO GRANITO SANTO FERREIRA, SUDESTE DE CAÇAPAVA DO
SUL/RS: RESULTADOS PRELIMINARES DE SENSORIAMENTO REMOTO E
RELAÇÕES DE CAMPO.*
Machado, B.N.1; Matté, V. 1; Almeida, D.P.M. 1; Rondon, K.M.L1; Corrêa, A.P.S1; Barcellos, M.2
1-Universidade Federal do Pampa - Unipampa; 2Univeridade Federal de Santa Maria – UFSM; * Projeto CNPq,
processo Nº 165514/2014-0
O Granito Santo Ferreira (GSF) está localizado a sudeste da área urbana de Caçapava do
Sul/RS, distante aproximadamente 20 km desta, via BR-392 e BR-153. Trabalhos anteriores
observaram que a proximidade geográfica entre o GSF e o Granito Caçapava (GC), aliada a
semelhanças petrográficas, texturais, estruturais, bem como idades Rb-Sr e U-Pb entre 550 e
560 Ma, permitiram os agrupar em uma só unidade. São corpos graníticos intrusivos em
unidades de baixo a médio grau metamórfico da porção oeste do Escudo Sul-rio-grandense
(ESRG), e vinculados ao período pós-colisional da orogênese Brasiliana. O GSF é delimitado
por lineamentos regionais na direção N30E, e aflora em uma área elíptica de 8 km² cujo eixo
maior está alongado nesta mesma direção. Geomorfologicamente é representado por dois
cerros de relevo acentuado, segmentados por um lineamento regional de direção N20W no
qual está encaixado o Arroio Passo Feio. Assim como o GC, possui afinidade cálcio-alcalina e
sua zonação faciológica é de difícil reconhecimento. A pesquisa bibliográfica trouxe à tona a
exiguidade de dados geológicos acerca do GSF e serviu como substrato para a realização
deste estudo. Foram realizados trabalhos envolvendo sensoriamento remoto e uma primeira
etapa de campo a qual totalizou cinco dias de atividades. A petrografia preliminar consistiu na
descrição macroscópica dos litotipos auxiliada por lupa de mesa. A integração dos dados
resultou no detalhamento da cartografia geológica existente e na seção geológica preliminar
aqui proposta. O GSF é composto por rochas sieno a monzograníticas, de granulação fina a
média, por vezes porfirítico, contendo muscovita e biotita como minerais qualificadores, e
granada como mineral acessório. Possui termos mais leucocráticos que se distribuem
preferencialmente na porção norte, ao passo que os termos mesocráticos concentram-se nas
porções centro-sul. No seu limite oeste foi identificada uma fácies muscovita granito. Ocorre
uma importante deformação dúctil marcada pela textura milonítica generalizada, caracterizada
principalmente pelo estiramento de quartzo e augens feldspáticos. Foram observadas
marcantes heterogeneidades nesta deformação, aparentemente do centro para as bordas do
corpo, principalmente próximo à intersecção entre o lineamento N20W que segmenta o GSF
com os lineamentos regionais N35E. Hematita especular ocorre, por vezes, associada à pirita e
malaquita, em diques de ordem métrica na porção central da área, e também em veios
milimétricos a centimétricos, ambos controlados por estruturas rúpteis regionais. A presença da
fácies com muscovita indica um possível caráter peraluminoso para o GSF. Trabalhos futuros
permitirão um detalhamento desta unidade, com a execução de mais etapas de campo,
confecção de lâminas petrográficas que auxiliarão na identificação precisa da mineralogia,
texturas e estruturas, assim como análises geoquímicas de rocha total e análise estrutural em
diferentes escalas.
662
ASPECTOS PETROGRÁFICOS E GEOLÓGICOS DO STOCK GRACHO
CARDOSO SISTEMA OROGÊNICO SERGIPANO
Sousa, E.S.1; Pereira, F.S.1; Cruz, J.W.S1; Leandro, M.V.S1; Barreto, D.S2; Conceição, J.A.1,3;
Rosa, M.L.S.1,4; Conceição, H.1,4
1Laboratório
de Petrologia Aplicada à Pesquisa Mineral [LAPA-UFS]; 2Laboratório de Recursos Minerais [RECMIN-
UFS]; 3Universidade Federal do Oeste da Bahia; 4Programa de Pós-Graduação em Geociências e Análise de
Bacias [PGAB-UFS]
O Sistema Orogênico Sergipano (SOS) constitui um orógeno formado devido a colisão do Cráton
São Francisco com o Maciço Pernambuco-Alagoas durante o ciclo Brasiliano, no qual está
segmentado em domínios tectôno-estratigráficos limitados por falhas de cisalhamento profundas.
Dentre esses domínio encontra-se o Domínio Macururé (DM) onde está localizado o objeto de
estudo dessa pesquisa. O DM apresenta grande diversidade de tipos de granitos, sendo que, na
literatura esses corpos são classificados como Suíte Intrusiva Quimada Grande. Atualmente
diversos estudos vem sendo desenvolvido no âmbito do SOS, este trabalho apresenta as novas
características geológicas sobre o Stock Gracho Cardoso (SGC). Este está localizado no
município homônimo, porção central do DM, estando intrusivo em metassedimentos. Inicialmente
realizou-se a confecção do mapa foto-geolológico a partir da interpretação de nove aerofotos na
escala 1:25.000, seguido por missão de campo e estudos petrográficos. O mapa gerado foi
georreferênciado e vetorizado em ambiente GIS, para isso utilizou-se o software ArcMap 10.1 da
Suíte ArcGis 10.1. Foi possível identificar que o SGC apresenta contatos bem definidos com as
encaixantes messedimentares, sendo esta feição marcada pelo caráter intrusivo de diques
graníticos e veios de quartzo. O SGC é composto por biotita sienogranito com muscovita, são
rochas equigranulares com granulação fanerítica média, em algumas porções nota-se um
anisotropismo marcado pela orientação dos cristais filossilicáticos. Os cristais de plagioclásio e
microclina são subédricos incluem titanita e biotita, sendo que nos cristais de plagioclásio é
notável a geminação concêntrica e apresentam-se bastante saussuritizados. Os cristais de
quartzo são anédricos e encotram-se fraturados, por vezes, estas fraturas estão preenchidas por
minerais opacos. A biotita marrom predomina cristais subédricos com inclusões de titanita,
concentram-se nas bordas dos cristais, e zircão, formando halos pleocróicos, também foi
possível obervar kinks band marcado pela extinção ondulante nestes cristais. Os cristais de
anfibólios ocorrem de forma subédrica apresentando-se bastantes fraturados. A mineralogia
acessória é formada basicamente por epídoto, alanita, titanita e zircão. O epídoto ocorre
associado com a biotita, alanita e plagioclásio, uma feição bastente peculiar é o epídoto coroando
a alanita. As características apresentadas pelo SGC permitem correlacioná-lo ao magmatismo
granítico com muscovita e biotita presente no DM. [Agradecimentos: PRONEX/FAPITEC/CNPq]
663
GEOTERMOBAROMETRIA DE GRANULITOS DO COMPLEXO NOVOLÂNDIA,
PORÇÃO SUL DO DOMÍNIO BACAJÁ, PROVÍNCIA TRANSAMAZONAS
664
METAMORFISMO DE BAIXO GRAU NOS METASSEDIMENTOS DO GRUPO
AGUAPEÍ NA SERRA DE SANTA BÁRBARA – PONTES E LACERDA (MT)
Nascimento, N.D.C1,2,4,5; Campos, F.A.P4,5; Ruiz, A.S1,3,4,5, Souza, M.Z.A1,3,4,5; Matos, J.B1,3,4,5.
1Universidade Federal de Mato Grosso, 2Instituto de Engenharia/Engenharia de Minas, 3Faculdade de
Geociências, 4Grupo de Pesquisa e Evolução Crustal – Guaporé, 5Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de
Geociências da Amazônia – Geociam.
665
GEOLOGIA E PETROGRAFIA DA SUPERSUÍTE AMONGUIJÁ NA REGIÃO DA
FAZENDA FIRME - PORTO MURTINHO (MS): TERRENO RIO APA - SUL DO
CRÁTON AMAZÔNICO
Werlang, T.1,2,3; Santos, D.V.R.1,2,3; Ruiz, A.S.1,2,3; Batata, M.E.F.2,4; Sousa, M.Z.A.1,2,3; Faria, D.
A.1,2,3
1
Faculdade de Geociências – Universidade Federal de Mato Grosso; 2Grupo de Pesquisa em Evolução Crustal e
Tectônica Guaporé; 3Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Geociências da Amazônia – GEOCIAM;
4
Universidade de São Paulo
666
PETROGRAFIA PRELIMINAR DE ROCHA SUBVULCÂNICA ASSOCIADA AO
GRANITO INDEPENDÊNCIA, PORTO ALEGRE (RS)
Silva, L.C.F.1; Custódio,C.M.2; Ribeiro,M.N.M.3; Klippel, D.4
¹Universidade do Vale do Rio dos Sinos; ²Universidade do Vale do Rio dos Sinos;
³Universidade do Vale do Rio dos Sinos; 4Universidade do Vale do Rio dos Sinos
RESUMO: Neste trabalho são apresentados dados petrográficos preliminares de uma rocha
subvulcânica e seus enclaves associada ao Granito Independência. A escolha recaiu sobre
esta litologia em função da escassez de literatura a respeito. Esta associação ocorre a oeste da
Folha Porto Alegre, aflorando no Bairro Higienópolis. Sua composição encontra-se no campo
dos sienogranitos, possuindo termos monzograníticos subordinados, texturalmente porfirítico,
com matriz fina a afanítica. Ao microscópio ótico observou-se que a rocha compõe-se de
fenocristais de feldspato alcalino (35%), plagioclásio (28%), quartzo (24%), biotita (8%) e
hornblenda (5%). Como acessórios, em proporções próximas à unidade, ocorrem apatita,
zircão e minerais opacos. Os minerais secundários são a clorita, a sericita e o carbonato. Os
feldspatos são prismáticos, com frequência zonados e ambos mostram suas maclas
diagnósticas, Carlsbad e Albita. O quartzo tende à euedria, mas mostra-se corroído pela matriz.
A matriz tem abundantes intercrescimentos micrográficos, muitas vezes suportados pelos
fenocristais, como os de quartzo. Estão presentes abundantes enclaves máficos de coloração
escura, esverdeada, arredondados a alongados, por vezes amebóides, com diâmetro entre 1
cm e 5 cm, com grão, por vezes afanítico. Os enclaves desenvolvem com a encaixante
contatos sinuosos, por vezes com embainhamentos, e com bordos de absorção. Com relação à
mineralogia, predomina o plagioclásio e um máfico de grão muito fino cloritizado (hornblenda?),
conferindo uma composição diorítica aos mesmos. É evidente que há uma mistura gradual
entre o enclave e a matriz, bem como o aprisionamento de fenocristais de feldspatos da
hospedeira, que adquirem feições de corrosão e absorção; e do quartzo, que ocorre com uma
margem de máficos, quando englobado pelo enclave. Não é incomum nos enclaves a presença
de microfenocristais de plagioclásio com arranjos radiados, que é uma feição de resfriamento
rápido, o que é mais um indicador da interação entre os magmas, um de mais baixa
temperatura que o outro. Estas feições sugerem que ambas as rochas estavam no estado
líquido no momento da mistura. A partir do observado conclui-se que o processo que introduziu
estes enclaves máficos no magma granítico pré-existente foi uma mistura de magmas do tipo
mingling. Isto foi constatado considerando as feições já citadas, por meio das observações
realizadas em estudos tanto macro, como microscopicamente.
667
CARACTERIZAÇÃO DOS VEIOS DE QUARTZO DA MINA SÃO LUIZ
Simch, G.H.1; Mexias, A.S.1; Gomes, M.E.B.¹; Riffel, S.B.¹
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
668
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA DAS ROCHAS AO LONGO DA BR-135,
SENTIDO BARREIRAS-BA A CORRENTE-PI, E EM UM TRECHO DA BA-325,
EM SENTIDO A COARCERAL-BA.
Santos, L. G.1; Erundino, T.S.1; Silva, L. R. C.1; Guedes, T. R. S.1; Viana Magalhães, E. C.1 ;
Pimentel, J.C.1
1Universidade Federal do Oeste da Bahia
RESUMO: A área de estudo está localizada na porção oeste do estado da Bahia e a sul do
estado do Piauí, inserida no contexto tectônico da faixa de dobramentos Rio Preto, na borda
setentrional do Cratón São Franscisco. Os principais objetivos que nortearam este trabalho
basearam-se na caracterização geológica preliminar ao longo da BR-135 sentido Barreiras-BA
a Corrente-PI e em um trecho da BA- 325, em sentido a Coarceral-BA. Os principais resultados
permitiram a caracterização das rochas pertencentes ao embasamento da Faixa Rio Preto bem
como das formações que a compõem (Formosa e Canabravinha) e formações dos grupos
Bambui (Serra da Mamona e Riachão das Neves) e Urucuia (Posse e Serra das Araras). O
embasamento está representado a norte pelo Complexo Cristalândia do Piauí, sendo
caracterizado Ortognaisses definidos como: Clorita gnaisse com moscovita, constituído por
moscovita, clorita, quartzo, k-feldspato e plagioclásio, Biotita Gnaisse, compostos por biotita, k-
feldspato, quartzo, moscovita e limonita, sendo estes intercalados a Anfibolitos. Na Formação
Formosa ocorre Biotita xisto com granada constituída por quartzo, Biotita, argilominerais e
granada, intercalada a anfibolito. Já na Formação Canabravinha ocorrem filito grafitoso
acinzentado, composto por moscovita, limonita, quartzo, grafita e argilominerais, ocorrendo
ainda metasiltitos amarelado e cinza, composto por grafita, sericita, quartzo e argilominerais e
metargilito constituída por grafita, sericita, argilominerais, limonita e quartzo. A Formação Serra
da Mamona é representada por intercalações de metamargas de coloração acinzentada,
composta por carbonato, sericita, argilominerais e quartzo, com metasiltito de coloração
avermelhada composto por quartzo, argilominerais e sericita e metargilito de coloração
amarelada composto por argilominerais, limonita e sericita. Na Formação Riachão das Neves
ocorrem metargilito de coloração amarelada composto por argilominerais, sericita e limonita,
siltito de coloração cinza compostos por sericita, argilominerais e quartzo. Intercalados a
metarenito arcosiano com grãos de quartzo subarredondados a arredondados, com contato
reto a dentilhado, constituído por quartzo, sericita e argilominerais. A formação Posse é
representada por um quartzo arenito de coloração amarelada, finos a médios, bem selecionado
tanto texturalmente quanto mineralogicamente. Nessa formação há presença de estratos
cruzados tangenciais de grande porte, relacionado a uma deposição em ambiente desértico de
campo de dunas. A Formação Serra das Araras é representada por um arenito arcosiano
avermelhado, bastante selecionado granulometricamente e medianamente selecionado
composicionalmente, constituído por quartzo, sericita e argilominerais. Essa rocha encontra-se
intercalada a lâminas de argilitos de aproximadamente 10 cm e a níveis conglomeráticos de
aproximadamente 4 cm. Ocorrendo também estratificação planoparalela com gradação inversa,
relacionado a deposição em um sistema fluvio-eólico. Em relação ao contexto estrutural da
área, no Complexo Cristalândia o Clorita gnaisse com moscovita apresenta dobras
recumbentes subordinada a dobras parasíticas M e S, possuindo vergência para N. No Biotita
Gnaisse ocorrem dobras parasíticas assimétricas S e Z, indicando vergência para N com cinco
padrões de dobramento, e simétricas M e W. São ainda evidenciadas zonas de cisalhamento
de forma pontual com direção preferencial NW-SE havendo geração de faixas de milonitos,
com presença de indicadores cinemáticos sinistral do tipo delta. Na Formação Canabravinha a
foliação encontra-se verticalizada nas áreas com deformações mais acentuadas.
669
RIFTEAMENTO INTRACONTINENTAL NO CALIMIANO DO ESCUDO SUL-
RIO-GRANDENSE: ANFIBOLITO TUPI SILVEIRA, TERRENO TIJUCAS, RS.
670
Aspectos de campo e estudos petrográficos preliminares dos diques de
diabásio aflorantes na região entre Lumiar e Nova Friburgo
RESUMO: O Enxame de Diques da Serra do Mar ocorre ao longo da região costeira dos
Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e uma parte do Estado do Espírito Santo. Os diabásios
intrudem, principalmente, gnaisses e granitóides do Orógeno Ribeira de idade
Neoproterozóico/Cambro-Ordoviciano. Este trabalho apresenta dados petrológicos preliminares
dos diabásios que afloram no setor correspondente à área entre as regiões de Lumiar e Nova
Friburgo (porção norte do Enxame de Diques da Serra do Mar, RJ), localizado na folha
Quarteis e limitado pelas coordenadas 42°22'56"W-22°16'21"S e 42°16'12"W-22°29'56"S. A
orientação preferencial dos referidos diques é NE-SW. Os diques, em sua maioria, foram
encontrados em cortes de estrada. Tais diques de diabásio apresentavam elevado nível de
intemperismo, comumente, alinhados em blocos in situ e associados à regolitos de coloração
marrom ocre. O alto nível de alteração impossibilitou a visualização do contato dos diques com
a rocha encaixante. É importante ressaltar que não houve evidências de campo que
sugerissem processos de assimilação na petrogênese das rochas estudadas. Os diabásios
exibem esfoliação esferoidal e ainda preservam diáclases. Por meio dos planos dessas fraturas
foi possível realizar medições que expuseram a coincidência da orientação dos diques com o
trend regional predominante, algumas dessas tais medições são: 284/40, 146/61, 330/80 e
304/88. Em afloramentos onde era possível identificar a continuidade do corpo ígneo, os
seguintes mecanismos de intrusão foram reconhecidos: retilíneo e bifurcado. Estudos
petrográficos mostram que as rochas da área de estudo têm cor que varia entre cinza escuro a
preta. Além disso, as referidas rochas são melanocráticas, afaníticas, equigranulares, com
granulação muito fina. Subordinamente, há a existência de litotipos de diabásios
(possivelmente oriundas da parte proximal ao centro do dique) cinza escuro a preto,
melanocráticos, faneríticos, com granulação fina. Localmente, há diabásios com cor cinza
escuro a preto, melanocráticos, afaníticos, inequigranulares, porfiríticos, com granulação
variando de muito fina a fina. Os pórfiros encontrados correspondem a grãos de plagioclásio
com coloração branca, de brilho vítreo e que são subédricos a anédricos, com hábito variando
de alongado a colunar, apresentando granulação fina. A massa máfica que compõe a matriz é
formada, provavelmente, por piroxênios, sulfetos e/ou óxidos. Os diabásios foram previamente
classificados como basaltos, porém se faz necessário a realização de estudos microscópicos
posteriores para análise e descrição aprofundada dessas rochas.
671
HERMENEGILDO, UM NOVO POSSÍVEL CONDRITO H4 ACHADO NO SUL
DO BRASIL
Schaan, R.B.¹, Zucolotto, M.E.¹, Gomes, M.E.B², Quillfeldt, J.A.², Monzon, J. M.³
¹ Museu Nacional - Universidade Federal do Rio de Janeiro ² Universidade Federal do Rio Grande do Sul ³ Museu
Municipal Coronel Tancredo Fernandes de Mello – Santa Vitória do Palmar, RS
672
PETROLOGIA E GEOCRONOLOGIA DO MAGMATISMO GRANÍTICO DO
CINTURÃO ARAGUAIA
Silva Neto, J.J.A.1; Gorayeb, P. S. S.2; Sousa, L. H.3
1Universidade Federal do Pará
Na porção leste do Cinturão Araguaia (CA), Estado do Tocantins, são identificados corpos
graníticos de dimensões relativamente pequenas, merecendo destaque os plútons Ramal do
Lontra (GRL), Presidente Kennedy (GPK), Barrolândia (GBR) e Santa Luzia (GSL), os quais
são o registro de um importante evento de granitogênese relacionado à evolução do CA no fim
do Neoproterozoico. Os granitos estudados constituem stocks em formas levemente ovaladas
com dimensões variáveis entre 3-6km no eixo maior por 2-4km, encaixados em micaxistos e
quartzitos do Grupo Estrondo. Em campo, notaram-se algumas feições importantes como a
ausência de metamorfismo de contato e de xenólitos nas encaixantes, inexistência de margens
de resfriamento no corpo, presença de pequenas massas graníticas nos xistos encaixantes e
concordância estrutural entre as foliações das encaixantes e do corpo granítico. Esses corpos
são caracterizados petrograficamente como metagranitos de duas micas com pequenas
variações mineralógicas, pobres em minerais máficos (<6%), hololeucocráticos, equigranulares
de granulação média, apresentando texturas granoblásticas, predominantemente, com textura
reliquiar granular hipidiomórfica. No diagrama QAP de Streckeisen os corpos GRL, GBR e GSL
plotam dominantemente no campo do monzogranito, ou na fronteira dos campos monzogranito
a granodiorito, enquanto o GPK no campo do granodiorito. Do ponto de vista geoquímico, os
granitos desses quatro corpos são muito similares, mostrando riqueza em SiO2, variando entre
71 e 74% e em Al2O3, 13 a 15%. Os teores de MgO, TiO2, Fe2O3Total e CaO são, no geral,
baixos, o que indica tratar-se de granitos pouco fracionados. O estudo dos elementos-traços
mostrou que há pequenas variações composicionais entre as rochas dos diferentes corpos. O
comportamento dos ETR demonstrou um fracionamento médio a acentuado dos leves em
relação aos pesados e pequenas anomalias negativas de Eu. Nos diagramas de discriminação
de ambiente tectônico os granitos situam-se dominantemente no campo sin-colisional. Os
estudos geocronológicos realizados pelo método U-Pb em zircão via SHRIMP, forneceram
idades médias de 542,7 ± 1,9 Ma (GPK), 541,5 ± 1,8 Ma (GBR) e 546,4 ± 2,3 Ma (GSL);
interpretadas como as idades de cristalização do zircão, permitindo, assim, posicioná-los no
final do Neoproterozoico. Os resultados isotópicos de Sm-Nd para os quatro corpos graníticos
forneceram idades modelo (TDM) que variam de 1,69 a 1,84 Ga e valores de εNd negativos. No
diagrama εNd vs. tempo, as amostras indicam uma fonte dominantemente crustal de idade
estateriana para os magmas parentais. A análise integrada dos dados de campo, petrográficos,
geoquímicos e geocronológicos, permite afirmar que, os plútons graníticos estudados são
correlatos, tendo sua origem associada a um mesmo evento de granitogênese; as idades U-Pb
em zircão de 541 a 546 Ma, interpretadas como idades de cristalização dos granitos GPK, GBR
e GSL, estão relacionadas à fase principal do metamorfismo do CA; o alojamento desses
corpos está associado à fase orogenética colisional do CA no fim do Neoproterozoico; os
dados de Sm-Nd sugerem que a geração destes granitos pode estar relacionada a processos
de anatexia de duas fontes crustais distintas, propiciando a agregação de líquidos graníticos,
ascensão e o alojamento tardio desses magmas à tectônica principal do Cinturão Araguaia.
673
ANÁLISE GEOQUÍMICA DE PEGMATITOS BÁSICOS E BASALTOS
ENCAIXANTES LOCALIZADOS NO SUDOESTE DO ESTADO DO PARANÁ
Ferreira, C.H.N.1; Vasconcellos, E.M.G.1; Costa, J.1; Soares, J.S.1
1Universidade Federal do Paraná
RESUMO: Pegmatitos básicos ocorrem como lentes no terço superior dos derrames, abaixo do
nível vesicular superior, estas rochas são diferenciadas resultantes da cristalização de fluidos
finais da lava basáltica que se alojam como lentes horizontais geralmente delgadas, mas que
podem chegar até 30cm de espessura e mais de 10 metros de extensão lateral. Outra forma de
ocorrência destes diferenciados é em condutos subverticais os quais apresentam contatos
mais irregulares com a rocha encaixante. As rochas estudadas localizam-se nos municípios de
Foz do Iguaçu, Capanema, Salto do Lontra e Barracão, estas possuem assembleia mineral
primária constituída principalmente por: Plagioclásio (andesina/labradorita), Piroxênio (mais
comum augita), magnetita, ilmenita e apatita. Possuem estrutura maciça e textura porfirítica a
subafírica, subofítica e intergranular localizada. Os dois grupos de rochas, basaltos e
pegmatitos, diferenciam-se principalmente pela porcentagem modal dos minerais primários e
secundários, pela granulação e pela maior presença de amígdalas em alguns corpos
pegmatíticos. A granulação dos pegmatitos, de forma geral, é cerca de 5 a 10 vezes maior que
a dos basaltos encaixantes. A variação das porcentagens minerais entre os basaltos e
pegmatitos estudados é pequena e difere entre 5% a 10% na estimativa visual modal. Por outro
lado, a química destas rochas mostra maior variação, entre os pegmatitos básicos e suas
encaixantes e entre rochas das diferentes regiões do estado. Nos diagramas de Fenner as
amostras dos derrames de Barracão e Salto do Lontra têm distribuição aproximadamente linear
o que pode indicar a formação destas rochas por processos de cristalização fracionada, no
entanto alguns elementos podem ser melhor ajustados por curvas polinomiais com leve
inflexão, fato que indicaria neste caso, processos de cristalização fracionada com mudança de
assembleia fracionante. A distribuição das amostras do derrame de Capanema apresenta um
gap, onde as amostras de basalto e dos pegmatitos básicos se acumulam, não sendo possível
visualizar fracionamento linear ou polinomial das amostras, no entanto este intervalo poderia
indicar algum tipo de assimilação ou mistura. Ainda nos diagramas de Fenner destaca-se o fato
de que as amostras dos derrames de Foz do Iguaçu e Salto do Lontra apresentam
fracionamento relativamente expressivo de SiO2, fato que não ocorre nas amostras dos
derrames de Barracão e Capanema. A assinatura geoquímica dos grupos: basaltos e
pegmatitos é muito semelhante, uma vez que os padrões na distribuição dos Elementos Terras
Raras (ETR) para os dois grupos seguem a mesma tendência. As amostras de pegmatito
mostram enriquecimento em ETRs, outro fato que indicaria a geração destas rochas por
processos de cristalização fracionada. Os pegmatitos do derrame de Barracão apresentam
enriquecimento em Elementos Terras Raras pesados, diferenciando a assinatura geoquímica
deste grupo de rocha com os demais. A partir da observação dos padrões de distribuição dos
elementos químicos e suas variações, seria possível interpretar que todos os pegmatitos
básicos teriam sido gerados a partir dos mesmos processos de cristalização?
674
CARACTERIZAÇÃO DAS AMÍGDALAS EM BASALTOS DA FORMAÇÃO
APOTERI, NA PORÇÃO SUL DA SERRA NOVA OLINDA NO ESTADO DE
RORAIMA.
Bezerra, C.R.¹; Máximo, M.S.².
1,2
Universidade Federal de Roraima
RESUMO: Localizado no extremo norte do Brasil, ocupando a porção centro sul do Escudo das
Guianas, no Cráton Amazônico, o Estado de Roraima apresenta uma área em torno de 230.104
km2, cujo arcabouço geológico está compartimentado em terrenos granito-greenstone, cinturões
de rochas de alto grau metamórfico, granitóides e cobertura sedimentar intracratônica
relacionados ao Paleoproterozoico. Na cidade de Boa Vista a serra Nova Olinda está localizada
à margem esquerda do Contorno Oeste Ottomar de Souza Pinto, que faz ligação com a Br-174
Norte à Br-174 Sul, sendo uma exposição geológica representativa da Formação Apoteri, de
idade de 149,5 ± 0,3 Ma através do método Ar/Ar, estando orientada segundo a direção
preferencial da Bacia do Tacutu (NE-SW). A metodologia do trabalho consistiu em levantamento
bibliográfico, etapas de campo, análise macroscópica e microscópica e interpretação de dados
como dados preliminares, pois encontra-se em andamento as análises de difração de raios-x e
microscopia eletrônica de varredura. Na análise petrográfica, utilizou-se o microscópio da marca
ZEISS, modelo Carl Zeiss Microscopy GMBh 37081 Gottingen, com luz transmitida, e objetivas
de 5X, 10X, 50X e 63X do Laboratório de Petrografia no Instituto de Geociências da Universidade
Federal de Roraima. A serra é formada por seis derrames vulcânicos de magmatismo com
características basálticas, apresentando coloração variando de cinza esbranquiçada à cinza
escuro, melanocrática, de textura afanítica a fanerítica muito fina, cuja porção inferior da serra
apresenta blocos rolados e alguns in situ, pouco fraturado com amígdalas de difícil identificação
mineralógica, na porção mediana da serra as rochas encontram-se na forma de blocos in situ,
bastante fraturados com amígdalas variando de 0,5 a 1,5 cm, preenchidas possivelmente por
zeólitas e/ou calcedônia, próximo ao topo as amígdalas possuem o tamanho de
aproximadamente1cm, preenchidas possivelmente por carbonatos e clorita, e no topo da serra
as rochas encontram-se na forma de lajedo, com marcas de escapes de gases e amígdalas com
tamanho de 2 a 3 cm, preenchidas por calcita e possivelmente zeólitas. Ao realizar as descrições
petrográficas observou-se que as amigdalas desde a base até o topo da serra possui uma
mineralogia predominante de calcita, quartzo, epidoto, clorita, além de zeólitas. Portanto, as
amigdalas da porção sul da serra nova Olinda, possui uma mineralogia bastante diversificada,
de difícil identificação macroscópica por causa do alto grau de alteração das rochas, que também
infetou as amigdalas, observando tais características nas descrições petrográficas.
PALAVRAS-CHAVE: BASALTOS, PETROGRAFIA, AMÍGDALAS
675
GEOLOGIA, PETROGRAFIA E MINERALOGIA DA REGIÃO DE VÁRZEA
ALEGRE (CE), PROVÍNCIA BORBOREMA.
676
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ ST09 –
Gemologia,
Rochas Ornamentais,
Minerais Industriais e
Agrominais
ISBN: 978-85-99198-13-1
677
O SETOR DE GEMA NO ESTADO DO PARÁ: SUA PRODUÇÃO E
COMERCIALIZAÇÃO.
Barbosa, V.B.1; Borges, M.S. 1,2; Souza, S.B.1,2
1 Faculdade Estácio de Belém; 2 Universidade Federal do Pará.
RESUMO: Esta pesquisa tem como finalidade estudar o Setor de Gema no Estado do Pará, bem
como sua produção, comercialização, e dificuldades que persistem no setor, além das medidas
para amenizá-las ou saná-las. O Setor de Gema tem o potencial de poder contribuir
acentuadamente, para o crescimento da região. Isto poderá tornar-se realidade, se medidas
forem tomadas para valorizar, tanto estes recursos naturais, quanto a mão de obra local.
Portanto, o desafio que se apresenta é o de verticalizar a produção. É imperativo que o Estado
do Pará deixe de ser somente, um exportador de “commodity” mineral, para se tornar de fato,
um exportador de produtos gemológicos de alto valor agregado. Isto é de suma importância para
o desenvolvimento estatal. Ademais, observa-se a necessidade de investimentos em
infraestrutura, logística e cursos para capacitação de mão de obra qualificada, assim como em
PD&I para gerar novas tecnologias, valorizar a produção e aprimorar o setor. Constata-se que
em detrimento da ausência de lapidários, e de tecnologias de aprimoramento, noventa e nove
por cento (99%) da gema são comercializadas como “bruto”, tanto para outras regiões do Brasil,
como do Mundo. Um exemplo disso é a produção de ametista do Estado do Pará, que para
alguns pesquisadores, possui a segunda maior jazida de ametista do mundo, em termos de
quantidade de reserva. Assim, mesmo com muitos recursos naturais, poucos benefícios têm sido
internalizados. Isto se dá por vários motivos. Um deles é pela ausência das transformações,
capazes de promover a melhoria da qualidade de vida, da população do entorno das áreas de
exploração. Soma-se ainda, a degradação do meio ambiente, e o esgotamento dos recursos
naturais, o que provoca desaceleração da economia. Outra variável relevante, é a legalização
das minas. Pois devido esta situação informal, não se pode ter controle do que é vendido. Assim,
muitos compradores vêm de distintos países, obter a pedra em bruto, sem receber a nota fiscal.
Dessa maneira não se pode alegar a origem da gema. Logo, os estados e países que as
compram são beneficiados, porque elas acabam agregando valor aos seus sistemas de
produção. Por isso, é de suma importância saber administrar os recursos minerais, mas para
isso, é fundamental atuação do Governo e das Instituições, visando à produção de políticas
públicas voltadas ao Setor de Gema do estado do Pará.
PALAVRAS-CHAVE: GEMA, PRODUÇÃO, COMERCIALIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO
SETORIAL.
678
CARACTERIZAÇÃO DAS ROCHAS DACÍTICAS DA BORDA SUL DA SERRA
GERAL DO RIO GRANDE DO SUL, PARA FINS ORNAMENTAIS ATRAVÉS
DAS ESPECIFICAÇÃO DA AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND
MATERIALS – ASTM C 615
As rochas ornamentais são materiais rochosos utilizados como forma de revestimento ou decoração.
Recomenda-se, seja durante a fase de pesquisa, beneficiamento ou de comercialização, que sejam
ensaiadas do ponto de vista físico, químico e mecânico, a fim de identificar seu potencial de utilização.
Uma das rochas comumente extraídas e utilizadas para este fim no Rio Grande do Sul é classificada
petrograficamente como dacito. O presente estudo testou a rocha sob diversos aspectos para comparar
com os limites estabelecidos pela especificação para rochas ornamentais ASTM C 615. As rochas
dacíticas do Rio Grande do Sul correspondem a uma unidade composta por rochas vulcânicas ácidas,
que ocorrem na parte superior da Formação Serra Geral, principalmente na porção centro-sul, na forma
de derrames, com espessuras de cerca de quarenta a cento e vinte metros. Trata-se de uma rocha de
cor cinza clara, com pontuações esbranquiçadas menores que 0,5mm, possuindo textura pórfira com
fenocristais de feldspatos imersa em matriz afanítica.
Foram ensaiadas amostras de sete municípios do Rio Grande do Sul: São Marcos, Bento Gonçalves,
Garibaldi, Carlos Barbosa, Flores da Cunha, Boa Vista do Sul e Santa Tereza.
As recomendações da ASTM C 615 para rochas graníticas consideram as seguintes características e
seus limites: absorção de água (≤ 0,4%), densidade (≥ 2,56g/cm³), resistência à compressão uniaxial (≥
131MPa), resistência à abrasão (≥ 25Ha), resistência flexural (≥ 8,3MPa) e módulo de ruptura (≥
10,3MPa).
A média aritmética e o desvio padrão dos resultados encontrados neste estudo foram: absorção de
água (0,97 ± 0,06%), densidade (2,54 ± 0,02 g/cm³), resistência à compressão uniaxial (146,81 ±
6,18MPa), resistência à abrasão (43,52 ± 8,9Ha) e resistência flexural (25,24 ± 4,53MPa). O ensaio de
módulo de ruptura não foi realizado.
A comparação dos resultados obtidos com os limites sugeridos pela especificação americana mostra
que o material estudado apresenta características mecânicas de excelente qualidade. Observa-se que
todos os parâmetros mecânicos analisados superam os limites mínimos estabelecidos. Também, trata-
se de material com boa resistência ao desgaste por abrasão. Porém, o resultado relativo a densidade
está no limite, enquanto que a absorção de água apresenta valor abaixo do limite sugerido. Isso exige
cuidados especiais, caso o material venha a ser utilizado em ambientes úmidos e em climas com
temperaturas abaixo de zero, ainda que a mineralogia, a textura, a estrutura e os parâmetros mecânicos
determinados mostrem que a rocha possui boa resistência.
Recomenda-se, futuramente se a execução de ensaios de alterabilidade acelerada, como por exemplo,
congelamento e degelo, que poderão fornecer informações complementares quanto ao comportamento
mecânico nesses ambientes mais agressivos.
679
CARACTERIZAÇÃO DAS ROCHAS DACÍTICAS DA BORDA SUL DA SERRA
GERAL DO RIO GRANDE DO SUL, PARA FINS ORNAMENTAIS ATRAVÉS
DAS ESPECIFICAÇÃO DA AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND
MATERIALS – ASTM C 615
As rochas ornamentais são materiais rochosos utilizados como forma de revestimento ou decoração.
Recomenda-se, seja durante a fase de pesquisa, beneficiamento ou de comercialização, que sejam
ensaiadas do ponto de vista físico, químico e mecânico, a fim de identificar seu potencial de utilização.
Uma das rochas comumente extraídas e utilizadas para este fim no Rio Grande do Sul é classificada
petrograficamente como dacito. O presente estudo testou a rocha sob diversos aspectos para comparar
com os limites estabelecidos pela especificação para rochas ornamentais ASTM C 615. As rochas
dacíticas do Rio Grande do Sul correspondem a uma unidade composta por rochas vulcânicas ácidas,
que ocorrem na parte superior da Formação Serra Geral, principalmente na porção centro-sul, na forma
de derrames, com espessuras de cerca de quarenta a cento e vinte metros. Trata-se de uma rocha de
cor cinza clara, com pontuações esbranquiçadas menores que 0,5mm, possuindo textura pórfira com
fenocristais de feldspatos imersa em matriz afanítica.
Foram ensaiadas amostras de sete municípios do Rio Grande do Sul: São Marcos, Bento Gonçalves,
Garibaldi, Carlos Barbosa, Flores da Cunha, Boa Vista do Sul e Santa Tereza.
As recomendações da ASTM C 615 para rochas graníticas consideram as seguintes características e
seus limites: absorção de água (≤ 0,4%), densidade (≥ 2,56g/cm³), resistência à compressão uniaxial (≥
131MPa), resistência à abrasão (≥ 25Ha), resistência flexural (≥ 8,3MPa) e módulo de ruptura (≥
10,3MPa).
A média aritmética e o desvio padrão dos resultados encontrados neste estudo foram: absorção de
água (0,97 ± 0,06%), densidade (2,54 ± 0,02 g/cm³), resistência à compressão uniaxial (146,81 ±
6,18MPa), resistência à abrasão (43,52 ± 8,9Ha) e resistência flexural (25,24 ± 4,53MPa). O ensaio de
módulo de ruptura não foi realizado.
A comparação dos resultados obtidos com os limites sugeridos pela especificação americana mostra
que o material estudado apresenta características mecânicas de excelente qualidade. Observa-se que
todos os parâmetros mecânicos analisados superam os limites mínimos estabelecidos. Também, trata-
se de material com boa resistência ao desgaste por abrasão. Porém, o resultado relativo a densidade
está no limite, enquanto que a absorção de água apresenta valor abaixo do limite sugerido. Isso exige
cuidados especiais, caso o material venha a ser utilizado em ambientes úmidos e em climas com
temperaturas abaixo de zero, ainda que a mineralogia, a textura, a estrutura e os parâmetros mecânicos
determinados mostrem que a rocha possui boa resistência.
Recomenda-se, futuramente se a execução de ensaios de alterabilidade acelerada, como por exemplo,
congelamento e degelo, que poderão fornecer informações complementares quanto ao comportamento
mecânico nesses ambientes mais agressivos.
680
CARACTERIZAÇÃO DE RESÍDUOS DA MINERAÇÃO DE DIAMANTES EM
TIBAGI, PR, COM POTENCIAL DE APROVEITAMENTO GEMOLÓGICO
RESUMO: Tibagi, cidade localizada no segundo planalto paranaense, é cortada por um rio
homônimo que se destaca pela presença de diamantes aluvionares, conhecidos desde o
século XVIII. O rio Tibagi corre sobre rochas areníticas e conglomeráticas, principalmente de
origem glacial do Grupo Itararé, em cujo leito ativo frequentemente se encontram diamantes de
0.04 a 2 quilates (portanto pequenos, em média). Assim como em outros garimpos do Brasil,
na recuperação destes diamantes são geradas toneladas de cascalho de composições
diversas, resíduos estes sem aproveitamento. Amostras de seixos deste cascalho foram
caracterizadas para um possível aproveitamento gemológico ou em artesanato mineral. Entre
os minerais encontrados, destaca-se a presença de calcedônia e coríndon, que foram
analisados e apresentam maior potencial de aproveitamento. Os seixos são encontrados de
vários tamanhos e cores, sendo as safiras opacas com variação entre azul e cinza, calcedônias
translúcidas com variações de laranja (cornalina), e eventualmente ônix e jaspes amarelados e
avermelhados. A caracterização mineralógica foi precedida por critérios estéticos (cor,
texturas...) e as amostras foram investigadas com as seguintes técnicas: propriedades
gemológicas com refratômetro, balança hidrostática, luz ultravioleta de ondas curtas e longas, e
espectroscopias em infravermelho e no espectro visível; propriedades mineralógicas foram
verificadas com difratometria de raios X e microscópio eletrônico de varredura com análises
EDS e mapa químico. Os principais resultados apontaram que estes materiais são compatíveis
com um aproveitamento econômico em lapidações tipo cabochão ou fantasia, em função da
opacidade do coríndon e da pouca transparência das calcedônias, além da presença de
algumas texturas esteticamente interessantes. As qualidades visuais e as características
físicas investigadas indicaram que parte deste material poderia ser beneficiada por eventuais
tratamentos, polimentos e entalhes, e encontrar aplicação em joalheria de arte ou artesanato.
Esta caracterização, portanto, aponta potenciais fontes alternativas de renda para a população
local e sugere um caráter de sustentabilidade, à medida em que o resíduo já foi gerado e
acumulado às margens do rio Tibagi, e pode ser utilizado em escala artesanal. O uso destes
resíduos de garimpo contribuiria, ainda, para a manutenção de um patrimônio cultural de mais
de dois séculos ligado ao conhecimento da atividade de extração mineral e que o município
procura explorar em seu projeto para o turismo.
681
POTÊNCIAIS CONSUMIDORES DE MINERAIS DE GEMAS PRODUZIDAS NO
ESTADO DO PARÁ, E AS BARREIRAS DE ENTRADA DE NOVOS
NEGÓCIOS.
A região norte do Brasil é detentora da maior província mineral do planeta, com mais de
250 ocorrências de gemas inorgânicas, confirmadas em todo o seu território. Minerais como a
ametista, o citrino, a granada, a safira, a malaquita, a turquesa, e outros são descritos como
ocorrências. Contudo, somente alguns destes minerais são comercializados no Estado. Na
avaliação nacional do setor, estima-se que, cerca de 78% das Gemas brasileiras, têm como
destino final as exportações, tanto em estado bruto, como lapidadas. Desta forma, observa-se
a existência de barreiras no mercado regional, que causam entrave ao desenvolvimento do Setor
de Gemas. Assim, este trabalho se ocupa em identificar, quais são estas barreiras que impedem
o desenvolvimento deste setor, da indústria mineral, no Estado do Pará. O que se pretende é
identificar os potenciais consumidores, das gemas inorgânicas, e desenvolver um fluxo de
eliminação dos entraves ao processo de comercialização. Atualmente estão em curso, o estudo
da documentação necessária, no DNPM, para concessão de lavra, bem como, a elaboração de
um roteiro para instalação de empreendimentos voltados à comercialização das gemas, no
Estado do Pará. Até o momento, além da burocracia envolvida, foram verificadas a existência de
barreiras econômicas, sociais e ambientais. Ressalta-se que, para comercialização das pedras
e adornos, as rotinas administrativas desconhecidas pelos empreendedores e os processos
burocráticos complexos, tanto em órgãos municipais, quanto estaduais e federais, constituem
obstáculo significativo, ao avanço do setor de Gemas, nos cenários regional, nacional e
internacional. A logística ineficiente, a informalidade na comercialização, a falta de estímulos
governamentais, em relação ao mercado gemológico, também influem significativamente, na
baixa valorização do setor. Assim, diante do exposto, conclui-se que é fundamental reduzir os
impactos que as barreiras observadas causam ao comercio de gemas. A missão de atenuá-las
é de responsabilidade dos órgãos competentes. São necessárias políticas públicas que visem a
viabilização comercial do setor. A facilitação e o estímulo a entrada de novos negócios neste
setor, ampliará e fortalecerá a hoje insipiente cadeia produtiva estadual. Isto proporcionará novos
empregos, geração de renda, bem como a regionalização, nacionalização e internacionalização
dos produtos. Acredita-se na possibilidade de alargamento de mercado e, competição, até
mesmo com países como a China e Estados Unidos, líderes neste setor, porém, sem reservas
minerais com tamanho e potencial iguais as disponíveis no Brasil. Desta forma, torna-se
evidente, a necessidade estratégica do aprofundamento dos estudos do mercado gemológico
paraense, face ao seu potencial econômico, bem como sua diversidade e vastidão.
682
PALAVRAS - CHAVE: GEMAS MINERAIS. GEMAS DO PARÁ. BARREIRAS
ECONÔMICAS MINERAIS.
683
ESPÉCIES DE MINERAIS GEMA, COMERCIALIZADAS NO ESTADO DO
PARÁ, PRODUÇÃO E VENDA.
Santos, V.F.¹ & Borges, M.S. 1,2 , Bezerra, A. C. L.¹ & Souza, M. B. M.¹
¹Faculdade Estácio de Belém; 2 Universidade Federal do Pará.
684
CENTRO GEMOLÓGICO DA BAHIA: - DESENVOLVIMENTO DE CARTILHA
EDUCATIVA DE CAPACITAÇÃO E TREINAMENTO, COMO FERRAMENTA
PARA POPULARIZAÇÃO DAS GEMAS
Correa, M.1; Almeida Filho, G.P.1; Magalhães, A.C.F.2
1Centro Gemológico da Bahia; 2Secretaria de Desenvolvimento Econômico;
RESUMO: O Brasil é um país de território cheio de riquezas, sendo uma delas as gemas,
também chamadas de pedras preciosas. Reconhecido como um dos maiores produtores
mundiais de gemas, com uma grande variedade de gemas coradas em seu subsolo, ocupando
a 1ª posição entre os países latinos americanos. Neste cenário, a Bahia se destaca como o
segundo maior produtor de gemas, o segundo maior produtor de esmeralda, e o principal
produtor de quartzo rutilado do Brasil. A riqueza gemológica da Bahia consiste em belíssimos
exemplares de diamante, esmeralda, ametista, citrino, quartzo rutilado, turmalina, água
marinha, apatita, entre outros. Sua produção é voltada especialmente para o mercado externo,
tendo como principais setores de consumo a indústria de lapidação e a joalheria.Entretanto, por
mais que as gemas vem sendo usadas como adorno pessoal em jóias ou como objetos de arte,
há mais de 10 mil anos, a gemologia como a ciência que estuda as gemas e suas
propriedades, ainda é pouco conhecida por grande parte da população, ficando quase todo o
tempo dentro dos muros de algumas poucas universidades.O Centro Gemológico da Bahia -
CGB é uma instituição de avaliação, difusão e valorização das gemas e jóias do estado da
Bahia, tendo ainda no bojo de suas ações a elaboração de projetos de pesquisa, cursos e
treinamentos, além da organização de exposições, feiras e oficinas de ourivesaria e lapidação,
visando divulgar a gemologia e o segmento de gemas e joias para a população baiana e
promover a popularização das geociências. Com esse objetivo, foi desenvolvida uma Cartilha
Educativa de Capacitação e Treinamento, com o intuito de capacitar cada vez mais nossos
colaboradores e contribuir para a formação de profissionais. A cartilha proporcionou a
sistematização e o desenvolvimento de uma dinâmica de monitoria para melhor atender o
público visitante, na nova exposição permanente do CGB, sobre a diversidade gemológica do
Brasil e a mineração na Bahia, e para mostrar a importância dessa ciência. A visita ao Centro
Gemológico da Bahia traz a oportunidade de conhecer, de forma didática e interativa, as
principais espécimes de gemas encontradas em nosso território. Este projeto é uma ferramenta
de popularização e difusão do conhecimento gemológico, com a finalidade de despertar no
visitante uma especial sensação e curiosidade de mergulhar no universo das pedras preciosas.
685
CONTROLE DA MINERALIZAÇÃO DO TOPÁZIO IMPERIAL NA
REGIÃO DE OURO PRETO-MG
Núñez, A.D.L.1; Barbosa, C.C.1; Oliveira, B.A.1; Tunes, A.M.1; Cadar, A.A.1; Penha, U.C.1
1Centro Universitário de Belo Horizonte - UniBH
RESUMO: O presente trabalho possui o objetivo principal de entender por que o topázio,
variedade imperial, ocorre somente na região de Ouro Preto (MG), e que fatores condicionam a
sua gênese. O topázio é um nesossilicato constituído por tetraedros isolados de SiO2, sendo
caracterizado como um fluorsilicato alumínico (Al2SiO4 (OH, F)2, com 55,95% de Al2O3, 32,97%
de SiO2 e 4,45% de F. Foi efetuada uma pesquisa bibliográfica inicial, que resultou em uma
tabela comparativa sobre a origem deste mineral segundo diferentes autores, seguida de uma
análise sobre as características geológicas relacionadas às ocorrências documentadas:
cronologia, litologia, dados estruturais, formas de extração e impactos ambientais. Encontros
técnicos no Serviço Geológico do Brasil-Sede Belo Horizonte e na Universidade Federal de
Ouro Preto permitiram receber sugestões de geocientistas, e a visita a um garimpo ativo
possibilitou, através de um questionário, conhecer sua realidade socioeconômica e práticas de
lavra locais. Utilizou-se a técnica de Sistema de Informações Geográficas
(software ArcGIS 10.3), para processamento e manipulação de dados de campo e
bibliográficos, a fim de se identificar as relações entre as feições geológicas e as ocorrências.
As imagens revelaram uma relação das ocorrências com os eventos tectonotermais que
estruturaram e metamorfizaram a porção sudeste do Quadrilátero Ferrífero, especificamente
no Sinclinal Dom Bosco e no Anticlinal de Mariana. Em ambas as estruturas o topázio se
restringe a litologias das formações Gandarela (Grupo Itabira), Cercadinho e Fecho do Funil
(Grupo Piracicaba), denotando também um controle estratigráfico. Por fim, a análise e
interpretação dos dados magnetométricos (identificação de feições estruturais) e
gamaespectrométricos (concentração de K), integradas ao mapa geológico com ocorrências de
topázio, revelou-se uma ferramenta potencial para a prospecção deste mineral. Trabalhos
anteriores de inclusões fluidas nesses cristais detopázio indicam temperaturas de até 320oC,
em oposição aos valores de 500 e 800oC, disponíveis na bibliografia mineralógica clássica para
os topázios. Esta problemática poderia ser esclarecida através de análises futuras de padrão
de ETR, indicando a proveniência magmática ou metamórfica do fluido
mineralizador. A hipótese aqui apresentada, e que carece de investigação, é de que a gênese
do topázio tenha ocorrido ainda em condições de fase residual magmática ácida. Uma vez
formados, estes cristais teriam ascendido com os fluidos e se hospedado nas fraturas durante
o ciclo Brasiliano. As inclusões fluidas então se instalado durante este percurso, tendo caráter
secundário (posterior à gênese do mineral), devido às fraturas nele geradas durante os
esforços tectônicos rúpteis do Brasiliano.
686
A DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO DE GRANADAS COM MÉTODO
SIMPLES: ESTUDO DE CASO DAS GRANADAS DE TOCANTINS
Karfunkel, J.1; Hoover, D.B.2; Williams, C.2; Williams, B.2; Krambrock, K.1; Michelfelder, G.3;
1Universidade Federal de Minas Gerais; 2Springfield, MO, USA; 3Missouri State University, USA
687
PROVÍNCIA DE ARDÓSIA DE MINAS GERAIS: GÊNESE E APLICAÇÃO NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
Penha, U.C.1; Borges, L.C.M.2; Marttens, C.G.R.C.V.3; Menicheli, G.G.4
1Centro Universitário de Belo Horizonte – UniBH
RESUMO: Ardósias são rochas de origem sedimentar com metamorfismo incipiente, formadas
pela deposição de camadas silto-argilosas em ambiente marinho, geralmente raso e confinado.
Os filossilicatos orientados, como a sericita, são responsáveis por uma característica exclusiva
chamada “clivagem ardosiana”, traduzida pela presença de planos preferenciais de partição
paralelos. Dados de 2007 indicam que o Brasil foi o 2º maior exportador de produtos de
ardósia, e que o consumo interno aparente foi estimado em 5,2 milhões m2 de ardósias. A
Província de Ardósia de Minas Gerais ocupa uma área de aproximadamente 7000 km2,
abrangendo oito municípios, sendo estes responsáveis por quase totalidade da produção e
exportação desta rocha no Brasil, com 80% da extração e beneficiamento concentrado no
município de Papagaios. A sequência sedimentar que possibilitou a formação destas ardósias
está contida no Grupo Bambuí, que na região de Papagaios constitui a cobertura
neoproterozoica do Cráton do São Francisco. Tendo excelente aplicação nas construções civis,
com potencial caráter ornamental devido a sua impermeabilidade, baixa porosidade e alta
perdurabilidade a impactos e ao desgaste em razão de seus minerais serem resistentes ao
intemperismo (minerais estáveis como sericita, clorita e quartzo), é amplamente utilizada para
revestimento de pisos, paredes, telhados e peças mobiliárias. A variedade acinzentada
extraída na Província, segundo especificações norte-americanas, sugere durabilidade de 75
anos ou mais em áreas externas. Recentemente, os rejeitos gerados pela exploração estão
sendo utilizados como britas para pavimentação de vias. Para terem uma vida útil durável,
como qualquer outra rocha ornamental, as ardósias devem ser corretamente instaladas e
receber cuidados apropriados. Depois de aplicadas, as alterações que ocorrem com maior
frequência envolvem a mudança na coloração, fissuramento, perda de resistência mecânica e
desgaste. Muitas vezes isso ocorre devido à falta de conhecimento das características
principais da rocha e da atuação de agentes ambientais sobre ela. Dados de 2007 mostram
que as ardósias do Bambuí tiveram sua autenticidade questionada, seguindo a teoria de que
sua gênese estaria associada à compressão litostática (pressão de carga) e não a compressão
tectônica, nos termos da norma EN12326, para a marcação CE, sendo considerada como
folhelho. Trabalhos anteriores comprovaram que a clivagem ardosiana da região de Papagaios,
mesmo sendo paralela-subparalela ao acamamento sedimentar original, não pode ser
considerada atectônica e apenas resultante de pressão de carga ou litostática, pelo peso do
pacote sobrejacente. A clivagem em questão foi de fato formada por “sobrepressão tectônica
de carga”, acompanhada por mecanismos de deslizamento e estiramento/cisalhamento
tangencial ao longo dos planos de estratificação sedimentar. Este processo reflexo de
compressão, deslizamento e estiramento/cisalhamento, provocado por tectonismo regional,
resultou em uma foliação conspícua e penetrativa nas sequências argilosas e síltico-argilosas
que vieram a formar as ardósias Bambuí.
688
A ARTE DA MODELAGEM DAS GEMAS E ARTEFATOS DE USO COTIDIANO
DOS ANTIGOS POVOS QUE COLONIZARAM A BACIA AMAZÔNICA.
Collyer, T¹.; Sóstenes, S.; Amaro G¹.; Resque, A. C.; Vasconcelos, M¹.; Brito, M¹.
¹Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Pará; ²Secretaria de Estado de Cultura do Pará/Sistema Integrado de
Museus.
No Estado do Pará a região compreendida entre a foz do rio Amazonas e o Baixo Amazonas,
os muitos sítios arqueológicos ricos em artefatos, verdadeiras gemas arqueológicas, carecem
de mais estudos para o seu melhor entendimento histórico/cultural. Refletem a ocupação de
antigos grupos humanos, desde o Pleistoceno até as civilizações ceramistas Marajó, Konduri e
Tapajó, sendo identificáveis nas áreas pelos Tesos e Terra Preta Arqueológica. Os artefatos
citados neste trabalho pertencem à Secretaria de Cultura do Estado do Pará, a alguns
moradores dessa região ou a coleções particulares. São todos provenientes da foz dos rios
Nhamundá, Trombetas, Cachorro, Erepecurú, Curuá e Cuminá, dos campos gerais acima do
paralelo 0º, do lago Sapucuá, município de Oriximiná e local de origem da lenda das
Amazonas. Alguns exemplares provêm da foz do rio Caxueri, município de Juruti e da Lagoa
Piraiuara, no município de Óbidos. Atualmente essa região ainda conta com os indígenas Tirió,
Kaxuyana, Tunayana e Kahyana, onde são encontrados os famosos amuletos muiraquitãs,
contas e ídolos amazônicos, pontas de flechas, batedores, lâminas de machado, cortadores,
pederneiras, escavadores, moedores e socadores, verdadeiras jóias e raros adornos da
arqueologia amazônica. Na confecção dos muiraquitãs, contas e ídolos, foram utilizados
minerais e rochas regionais, além da jadeita, nefrita, actinolita, cloromelanita e da magnesita.
Entre as rochas, destacam-se os granitoides que serviram para a confecção dos batedores,
amoladores, moedores, além das rochas vulcânicas, cuja textura afanítica, tornou-as
adequadas às atividades de corte e fogo dos cortadores, pederneiras, cinzéis e lâminas de
machado. Em geral a maioria dos artefatos foi moldada nas rochas do Super Grupo Iricoumé
(riolitos, riodacitos, andesios), do Granito Mapuera, do Grupo Urupadi (arenitos, jaspelitos e
siltitos), da Formação Curuá (folhetos e siltitos), do Grupo Tapajós (arenitos, margas e
calcários), do Diabásio Penatecaua, além do Nefelina Sienito Cachorro, excelente matéria-
prima para os adornos, rochas ornamentais e artefatos líticos. A análise dessas gemas e
artefatos, cujas técnicas de abrasão, picoteamento e polimento são primorosas na confecção
dos ídolos, adornos ou amuletos, constata a existência de um conhecimento das principais
propriedades mineralógicas/petrológicas das rochas e minerais, desde os primeiros caçadores
e coletores do Pleistoceno Tardio, até as Civilizações Ceramistas Amazônicas Marajó, Tapajó
e Konduri. Seria um conhecimento herdado e aperfeiçoado? A observação desses artefatos na
Bacia Amazônica também sugere uma relação etnológica e gemológica profunda com muitos
daqueles encontrados em sítios da América Latina, em particular a Andina, fato reforçado pela
presença de muiraquitãs contas e ídolos, confeccionados em minerais não encontrados na
Amazônia brasileira, sob a forma de depósitos com grandes cristais ou aglomerados.Esses
minerais são, entretanto, abundantes em regiões como Pijao/Quindio e San Piedro de la
Sierra, costa norte Colombiana, tradicionais produtoras de magnesita, actinolita, nefrita e
jadeita, além das regiões de Margarita, Nueva Esparta e Manzanillo na Venezuela e Santiago
de María, na República de El Salvador. Por outro lado, as formas semelhantes de muitos
muiraquitãs com as de alguns machados, sugerem uma tendência formal, cultural ou mesmo
facilidade no processo de abrasão e polimento.
689
OS ÍDOLOS AMAZÔNICOS DO SISTEMA INTEGRADO DE MUSEUS DO ESTADO
DO PARÁ. GEMAS DE CARATER MÍSTICO DO IMAGINÁRIO DO GRANDE RIO.
Collyer, T¹.; Sóstenes, S.; Amaro G¹.; Resque, A. C., C.; Vasconcelos, M¹.
¹Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Pará; ²Secretaria de Estado de Cultura do Pará/Sistema Integrado de
Museus.
Citados desde 1540 pelos viajantes Gaspar Carvajal, Christóbal de Acuña e João Daniel, os ídolos
de madeira e pedra atrairiam sorte em caçadas, pescarias, guerras, partos e casamentos, além de
proteção aos rituais xamânicos de inalação com suportes e tubos, do alucinógeno paricá. Sua
presença na Amazônia sempre dividiu os pesquisadores, se autóctones ou simples objetos de troca
com as regiões Andina e Caribenha. Atribuídos às regiões de Santarém, rios Trombetas e
Nhamundá, lago Sapucuá, área da lendária tribo das Amazonas e da Cultura Konduri (1000 a 17000
anos DC). Gemas da arqueologia sul americana descritas por João Barbosa Rodrigues desde 1871,
em “Rio Tapajós: Exploração e Estudo do Vale do Amazonas” e “Ídolo Amazônico do Rio
Amazonas”, como originários da bacia do Orenoco, no Equador, Peru, Nicarágua, Colômbia ou
Venezuela e trazidos através do escambo ou conquista de territórios pelos indígenas San Agustín. O
historiador José Veríssimo, em 1883, sugeriu que também poderiam ser confeccionados na
Amazônia, pois a forma de peixe acará-bararoá encontrada em exemplares era típica dos rios da
Amazônia brasileira. Dois ídolos em esteatita e serpentina foram destaques no XXIII Congresso
Internacional dos Americanistas, de 1928 em Nova York/EUA, descritos em “Nouvelles découvertes
d’idoles de l’Amazones”, pelo Pe. Lisle du Dreneuc, do Museu de Nantes/ França, que os comprou
do Padre Augusto Cullerre, da paróquia de Óbidos e que os havia roubados dos Konduri. Emílio
Goeldi em “Urnas funerárias de povos indígenas extintos e curiosos ídolos de barro e pedra da
região amazônica”, de 1908, apresentou a iconografia dos ídolos amazônicos, detalhando os ídolos
de “barro” e os ídolos amazônicos de “pedra”, até então conhecidos. A classificação atual dessas
estatuetas é dada como: Humano feminino (Hf); Humano masculino (Hm); Humano indefinível (Hi);
Antropozoomorfo (HA); Animal reconhecível (Ar) e Animal indefinível (Ai). Os nove ídolos da
Secretaria de Cultura do Estado do Pará têm motivos e elementos formais, que os remetem aos
estilos e tradições líticas colombianas ou América Central. Seis têm formato Humano masculino (Hf)
e três são Animal reconhecível (Ar) acará bararoá e peixe boi. Os seis primeiros foram
confeccionados em actinolita, diabásio e argilo-minerais, e dois outros em magnesita e diabásio.
Apesar de não serem encontradas na amazônia brasileira, grandes cristais ou aglomerados de
actinolita e magnesita, estes são abundantes nas regiões de Pijao/Quindio e San Piedro de la Sierra,
costa norte Colombiana, tradicionais priodutoras de magnesita, actinolita, nefrita e jadeita, além da
Venezuela, nas regiões de Margarita, Estado Nueva Esparta e Manzanillo no Estado La Asunción.
Todos são procedentes da região do Baixo Amazonas, foz do rio Caxueri, município de Juruti, da
região do lago do Sapucuá e foz do rio Cachorro, município de Oriximiná. Têm dimensões de até
17X6,5 cm de altura e 13X8 cm de largura. Essa categoria de gemas arqueológicas carece ainda
de estudos para seu melhor entendimento histórico/cultural. Atualmente, outros vinte e cinco ídolos
encontram-se em acervos de museus brasileiros, americanos e europeus, tendo sido comprados,
roubados ou “doados” na Amazônia.
690
CARACTERIZAÇÃO GEMOLÓGICA DAS ÁGUAS-MARINHAS DE
BERILÂNDIA, DISTRITO PEGMATÍTICO DE SOLONÓPOLE-BANABUIÚ, CE
Cavalcanti, D.E.1; Soares, A.P.2; Neri, T.F.O.3; Freitas Filho, A.F4; Sousa, J.P.5
1,3,5Universidade Federal do Ceará; 2Universidade Federal do Rio Grande do Norte; 4Universidade Federal de
Campina Grande
691
TINGIMENTO DE PEGMATITOS VOLTADOS AO SEGMENTO DE ROCHAS
ORNAMENTAIS
Martins, T.B.1; Nery, M.S.1; Dantas, C.T.2; Ferreira, P.D.1
1Universidade Federal do Espírito Santo; 2Grupo Corcovado Brasigran
692
TRATAMENTO DE QUARTZO HIALINO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
PARA OBTENÇÃO DE VARIEDADES GEMOLÓGICAS
Guedes, H.S.1; Silva, C.S.F.1; Lameiras, F.S.2; Ferreira, P.D.1
1Universidade Federal do Espírito Santo; 2Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear
693
CARACTERIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES ÓPTICAS E DAS INCLUSÕES
DAS ANDALUZITAS DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO: DADOS
PRELIMINARES
Freitas, T.O.1; Amaral, R.S.S.2; Ferreira, P.D.1
¹Universidade Federal do Espírito Santo; ²Autônomo
694
INCLUSÕES EM ÁGUA-MARINHA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO
Rodrigues, J.D.G.1; Pignaton, G.F.1; Schnellrath, J.2; Santiago, C.S.2; Ferreira, P.D.1
1Universidade Federal do Espírito Santo; 2Centro de Tecnologia Mineral
695
EUCLÁSIO EM VEIOS PEGMATÍTICOS NA REGIÃO DE ARACRUZ, ESPÍRITO
SANTO
Rodrigues, J.D.G.1; Pignaton, G.F.1; Schnellrath, J.2; Santiago, C.S.2; Ferreira, P.D.1
1Universidade Federal do Espírito Santo; 2Centro de Tecnologia Mineral
696
RESPOSTA SÍSMICA À ALTERAÇÃO DE GNAISSE NO PATRIMÔNIO
ARQUITETÔNICO POR CRISTALIZAÇÃO DE SAL SOLÚVEL
Ricardo, A.M.1; Barroso, E.V.1; Mansur, K.L.1; Vasquez, G.F.2; Ribeiro, R.C.C.3
1Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2Petrobras – CENPES; 3 CETEM – Centro de Tecnologia Mineral
RESUMO: A cidade do Rio de Janeiro possui relevante patrimônio arquitetônico que data do
período colonial ao século XX. Uma característica destes bens tombados foi a utilização como
cantaria de diferentes gnaisses que ocorrem na própria cidade. A cristalização de sais solúveis
é um dos principais processos de degradação das rochas no patrimônio construído carioca. Os
sais são provenientes do aerossol marinho, da água subterrânea ou das argamassas.
Provocam o intemperismo físico das rochas por gerar pressões de expansão nos poros durante
a cristalização, as quais levam à propagação de microfraturas e à redução da resistência. Na
área de conservação de rochas em bens tombados, a avaliação da alteração deve ser
realizada por ensaios não destrutivos. A propagação de pulsos de ondas ultrassônicas é uma
das técnicas mais usadas para este fim, dada a dependência das velocidades de propagação
das ondas volumétricas primárias (vp) do Módulo de Young, do coeficiente de Poisson e da
massa específica, parâmetros que variam com o estado de alteração das rochas. O propósito
deste trabalho foi avaliar a resposta sísmica de um gnaisse com textura oftálmica dada por
megacristais (3 a 5 cm) de microclínio, matriz de composição granítica, pertencente à Suíte Rio
de Janeiro, e muito utilizado como cantaria nos prédios históricos da cidade, quando submetido
a ciclos de cristalização de NaCl em laboratório. O método da pesquisa incluiu a perfuração de
um bloco do gnaisse descrito na direção perpendicular à foliação para a obtenção de “plugs”,
serrados em discos com 54 mm de diâmetro e cerca de 27 mm de altura. Para os doze discos
obtidos foram determinadas suas porosidades e subdivididos em três grupos com quatro
discos. Estes foram levados à submersão em solução supersaturada de NaCl por 15 horas,
posterior secagem em estufa à temperatura de 105 ºC por oito horas e resfriamento em
dessecador por uma hora, configurando um ciclo do processo de alteração acelerada.
Amostras no estado natural (sem ciclagens) e com 10, 20 e 30 ciclos, foram testadas quanto à
porosidade e vp. As medidas dos tempos de trânsito das ondas foram realizadas em doze
direções diametrais afastadas de 15º. Os resultados mostram aumento da porosidade média
inicial de 1,19 % e do coeficiente de variação (CV) de 10,6%. Após 10, 20 e 30 ciclos, as
porosidades médias e os CV (ambos em porcentagem) foram de 1,79 (22,5), 1,79 (23,4) e 2,91
(23,8). Os resultados de vp mostram redução dos valores médios com o número de ciclos de
cristalização: 4.530 m/s nas amostras em estado natural, 3.769 m/s (10 ciclos), 3.155 m/s (20
ciclos) e 1.453 m/s (30 ciclos). A anisotropia sísmica, razão entre os valores máximo e mínimo
de vp, é crescente com o número de ciclos: 1,06 nas amostras naturais, 1,12 (10 ciclos), 1,31
(20 ciclos) e 1,79 (30 cilcos). Concluiu-se que as vp podem mapear o intemperismo físico
provocado pelos ciclos de cristalização dos sais e que a anisotropia desta rocha deve ser
considerada quando do uso de vp para a avaliação da alteração no campo.
697
O NEOPROTEROZOICO E A SUA IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO DAS
ROCHAS ORNAMENTAIS NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
O território do Rio Grande do Norte, devido à variedade litológica e ampla exposição das
rochas que compõem seu embasamento cristalino, mostra vasta possibilidade de excelentes
jazimentos de rochas para fins ornamentais. Insere-se na chamada Subprovíncia Potiguar, a
qual se mostra limitada em sua porção noroeste pela zona de cisalhamento de Portalegre e no
seu limite sul pelo Lineamento Patos. Apresenta-se representada pelos domínios São José do
Campestre, Rio Piranhas, Granjeiro e Faixa de Dobramentos Seridó. Os três primeiros são
constituídos de rochas de idades arqueanas a paleoproterozoicas, contendo uma associação
de gnaisses e migmatitos de alto grau com faixas de supracrustais subordinadas, além de
plutonismo gabroanortosítico associado. Nas áreas concernentes as litologias arqueanas
afloram tonalitos, trondhjemitos e granitoides, incluindo faixas de terrenos tipo Greenstone Belt
(Terreno São José do Campestre e Granjeiro). O Neoproterozoico, nesta entidade, acha-se
representado pela faixa de Dobramentos Seridó e pelo intenso plutonismo intrusivo nos
domínios acima referenciados. Incluso no São José do Campestre têm-se o Granito Preto São
Marcos, associado à gabros e noritos. Dentro dos terrenos acima referenciados a Faixa de
Dobramentos Seridó é a que encerra a maior quantidade de jazimentos de rochas para fins
ornamentais detectados no embasamento cristalino do estado. A entidade em apreço mostra-
se formada pelo Quartzito Equador, Metaconglomerado Parelhas, Gnaisses Jucurutu e Biotita-
xistos da Formação Seridó. Intrudidos nesta sequência metamórfica têm-se plutonismo cedo,
sin, tardi e pós-brasiliano, representados pelas suítes Itaporanga, Dona Inês, Umarizal,
Catingueira e São João do Sabugi. Esta assembleia litológica propiciou a formação de uma
série de jazimentos de rochas ornamentais, constituída por materiais exóticos de excelente
aceitação no mercado internacional de produtos pétreos. Associados aos metaconglomerados
polimíticos e monomíticos do denominado Membro Parelhas, ocorre os denominados granitos
Verde Fashion, Verde Gauguin e Verde Rei Imperial. Relacionados à fase pós-tectônica tem-se
a sequência pegmatítica, na qual se insere os granitos pegmatóides comercialmente
conhecidos como: Branco Fuji, Branco Borborema e Vermelho Bordeaux, estes litotipos
caracterizam-se por apresentar granulação grosseira, textura pegmatítica e aspecto
multicolorido. Associados aos biotita-xistos granadíferos da Formação Seridó têm-se os tipos
Black Stones que se constituem de biotita xistos intensamente dobrados, de cor escura e
admirável aspecto estético. Inclusos nos charnockitos Neoproterozoicos, detectados em Patu e
Janduís, ocorre o granito Verde Borborema. Ainda associado aos granitoides sin a tardi
tectônicos de composição alcalina, peralcalina e leucogranítica, ocorrem os jazimentos do
granito Rosa Iracema. Os leucogranitos da Suíte Dona Inês podem conter jazimentos de
rochas claras do tipo cinza-esbranquiçado exemplificados pelos denominados Branco Acari e
Branco Elite. No que concerne aos plutonitos da Suíte Umarizal, constituída por gabros,
grabonoritos e dioritos pode-se encontrar ocorrências de granitos preto do tipo “Nero Vero” de
reconhecida aceitação no contexto das rochas ornamentais.
698
ROCHAS MÁFICAS E ULTRAMÁFICAS DAS PILHAS DE REJEITOS DA
MINERAÇÃO FERBASA (BA): POTENCIAL PARA UTILIZAÇÃO COMO
CORRETIVOS E REMINERALIZADORES DE SOLO
Blaskowski, A. E. 1; Bergmann, M.1; Silveira, C.A.P.2; Garnier, J. 3 ; Camargo, M. A.1;
Cavalcante, A.O.1.
1Companhia de Pesquisa em Recursos Minerais – CPRM – Serviço Geológico do Brasil ; 2Embrapa Clima
Temperado, Pelotas, RS, Brasil; 3Univeridade de Brasília.
699
CARACTERIZAÇÃO DAS AREIAS QUARTZOSAS DA REGIÃO
METROPOLITANA DE SALVADOR: ESTUDO DE CASO
Pena, Z.G. 1; Rios, D.C.1,2; Ribeiro, D.V. 1,2
1 Laboratório de Petrologia Aplicada à Pesquisa Mineral, Universidade Federal da Bahia,
700
PROSPECÇÃO DE AGROMINERAIS NA REGIÃO DE IRECÊ E JAGUARARI –
BAHIA: UMA PROPOSTA DE METODOLOGIA PARA MAPEAMENTO
AGROGEOLÓGICO
Blaskowski, A. E.1 ; Magda Bergmann1; Abram, M.1; Sardou, R.F.1 ; Cavalcante, O. A.1
1Companhia de Pesquisa em Recursos Minerais – CPRM – Serviço Geológico do Brasil
RESUMO: O Brasil, país de economia agrícola que possui um território de rara geodiversidade,
conta com uma vasta gama de agrominerais e necessita desonerar custos com importação de
insumos para fertilizantes químicos. O Projeto Agrominerais da Região de Irecê e Jaguarari-
Bahia, foi realizado pela CPRM-Serviço Geológico do Brasil para atender à demanda da
CODEVASF-Companhia de Desenvolvimentos dos Vales do São Francisco e Parnaíba por
agrominerais para emprego no assentamento Baixio de Irecê. A metodologia do trabalho é
apresentada enquanto proposta para a prospecção e mapeamento de fontes de
remineralizadores e corretivos de solo. A área do levantamento foi determinada em função da
proximidade e logística de aporte dos insumos, e corresponde a perímetros de 100 km a partir
das cidade de Irecê e Jaguarari. Foram inicialmente definidas Unidades de Interesse
Agrogeológico dentro dos principais Macro-Domínios identificados no Mapa Geológico da
Bahia 1:1000.000-CBPM/CPRM. A área total, de 142.321 Km2, compreende grande
diversidade de ambientes geológicos e litotipos com potencial para rochagem. Através de
levantamento bibliográfico e do uso do programa Sigmine (DNPM) localizou-se minerações e
garimpos, e os trabalhos de campo priorizaram a amostragem de rochas e polpas em pilhas de
descartes e bacias de rejeitos. Embora se tenha pesquisado também outras rochas, a
disponibilidade dos materiais já extraídos dispensa novos processos de licenciamento
minerário e ambiental, possibilitando seu emprego a curto-médio prazo e custos reduzidos,
além de em muitos casos somar o benefício da mitigação de um passivo ambiental. As rochas
foram caracterizadas por litoquímica (ICP/ICP-MS) para determinação de óxidos maiores e
elementos traços, petrografia modal e DRX, buscando selecionar as fontes mais adequadas de
nutrientes e micronutrientes em sistemas minerais capazes de disponibilizá-los para as plantas,
dentro dos critérios de limites de Elementos Potencialmente Tóxicos (EPT) e minerais inertes
em solos. Para determinados litotipos as análises de mercúrio implicaram na escolha de
métodos de abertura condizentes com os limites de detecção. A referência utilizada para EPT
foi a legislação para fertilizantes (MAPA IN 27/2006), disponível à época e anterior à recente
normatização específica para rochas silicáticas (MAPA IN 05/2016 e 06/2016). O levantamento
das pilhas de rejeito de mineração incluiu a estimativa de percentual e reservas de cada
litotipo, e nas bacias de rejeito foram pesquisadas granulometria e propriedades físicas e
químicas dos materiais, aportando-se informações sobre o tratamento de minério. O trabalho
resultou na proposição de fontes de potássio, como os flogopititos dos descartes dos garimpos
de esmeralda (Cooperativa Mineral da Bahia, Campo Formoso e Pindobaçú); fósforo (bacia de
rejeitos da Mineradora Galvani, Irecê); cálcio, magnésio, e corretivos de solos (rochas da Bacia
de Irecê); magnésio, sílica e corretivos de solos associados a rochas máficas e ultramáficas
das lavras de cromita da Mineração Ferbasa-Cia de Ferro Ligas da Bahia (Campo Formoso e
Andorinhas); kimberlitos da Lipari Mineração Ltda (Campo Kimberlítico de Nordestina) e fontes
de multinutrientes e micronutrientes variados (bacia de rejeitos da mineradora Caraíba S/A,
Jaguarari), sendo que para cada uma delas foram efetuadas considerações quanto à
viabilidade de uso, logística e fatores restritivos.
701
ANÁLISE DE TRAÇOS EM OPALA USANDO PIXE
Hinrichs, R.1; Madruga, D.R. 1, Bertol, A.P.L.2; Vasconcellos, M.A.Z.2
1Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2Instituto de Física, UFRGS
RESUMO: A opala no Rio Grande do Sul está associada a processos hidrotermais nas
rochas vulcânicas ácidas do Grupo Serra Geral, e frequentemente ocorre junto a depósitos de
ágata. As variedades mais valiosas de opala encontradas no RS são a opala vermelha e a
azul, enquanto as de cor branco-leitosa ou amareladas são mais frequentes, porém menos
valorizadas. A determinação do teor de elementos traço em amostras preciosas é de interesse
para estabelecer uma correlação com as cores ou para eventualmente determinar a
proveniência da gema (fingerprint). Para analisar amostras que não podem ser alteradas ou
destruídas pelo processo analítico, a técnica de emissão de raios X induzida por partículas
(PIXE) é especialmente conveniente, porque permite determinar concentrações de elementos
traço com teores da ordem de uma parte por milhão, sem dissolução ou metalização da
amostra. Um grupo de amostras de opala de diferentes cores foi analisado com PIXE para
determinar o teor de elementos com Z>16. Foram estabelecidas as condições analíticas mais
adequadas para elementos em diferentes intervalos de número atômico, escolhendo as
energias de prótons para a excitação e determinando a necessidade da utilização de filtros
para evitar a saturação detector. Os espectros foram analisados com o software GUPIX,
usando a composições em óxidos maiores determinadas com MEV / EDS para a correção de
matriz. Em todas as amostras os elementos Cl, K, e Ca apresentaram percentuais em massa
no intervalo de 0,3-0,9%, com exceção das amostras de opala azul, onde o potássio
apresentou teor entre 1% e 1,3% e de uma amostra vermelha, que apresentou um teor de
2,2% de cloro. O elemento Fe apresentou uma correlação com as cores das amostras, sendo
mais alto nas amostras vermelhas (8000-32000 ppm). Na opala amarela o teor de ferro ficou
entre 1500 e 2500 ppm, nas amostras brancas na faixa de 80-300 ppm, enquanto que na opala
azul o teor de Fe era menor que 30 ppm. Ti, Fe, Cu, Zn, Rb, Sr e Zr foram encontrados com
teores menores que 1000 ppm; Cr, Mn, Ni e W em teores menores que 100 ppm. Au foi
detectado em apenas uma amostra, apresentando um teor de 30 ppm.
702
ÁGATAS DA VARIEDADE "UMBU": CAUSA DE COR E TRATAMENTOS POR
IRRADIAÇÃO E POR AQUECIMENTO
Marques, I.P.1;2; Schultz-Güttler, R.A.2
1Serviço Geológico do Brasil - CPRM; 2Universidade de São Paulo
703
MARCADORES ESTRUTURAIS NA PROSPECÇÃO DE ROCHAS
ORNAMENTAIS: CASO DE ESTUDO DA SUÍTE SUCURU, REGIÃO DE SUMÉ
(PARAÍBA)
Santos, L.C.M.L.1; Santos, E.J.2; Lima, H.M.3
1Universidade Federal De Campina Grande; 2Serviço Geológico do Brasil; 3Universidade de Brasília
704
CARACTERIZAÇÃO DO CORÍNDON GEMOLÓGICO DE PALMEIRAS,
MANHUAÇU, MINAS GERAIS: DADOS PRELIMINARES
Lopes, M.C.S.1; Rodrigues, J.D.G.1; Pignaton, G.F.1; Reis, I.J.2; Pereira-Filho, R.E.2; Newman
Carvalho, D.T.de1; Newman, J.A.1; Ferreira, P.D.1
1
Universidade Federal do Espírito Santo; 2Autônomo
706
ASPECTOS MICROMORFOLÓGICOS DA OPALA DE PEDRO II, PIAUÍ
Marques, G.T.1; Leite, A.S.2; Negrão, L.B.A.1; Costa, M.L.1
1Universidade Federal do Pará; 2Instituto Tecnológico Vale
707
MINERALOGIA E PRODUTOS DO INTEMPERISMO DAS ROCHAS
ULTRAPOTÁSSICAS DE SANTA CRUZ DAS LAJES - PROVÍNCIA ALCALINA
DE GOIÁS
Lima, C.A.A.1; Angélica, R.S.1; Leite, A.A.S.2; Oliveira, M.A.2
1Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica, IG, UFPA; 2TERRATIVA MINERAIS SA
O solo do Cerrado brasileiro é pobre em macro e micronutrientes. Apesar de ser um dos países
mais importantes no agronegócio, há apenas uma mina de potássio em produção, sendo que
mais de 90% tem que ser importado. Esta dependência também tem impacto significativo na
balança comercial do país. Devido aos relativos baixos preços do potássio no mercado, é
improvável que qualquer nova capacidade de produção significativa será desenvolvida no
Brasil a partir dos depósitos de sal de potássio locais. Desde 2011, a Terrativa Minerais vêm
buscando locais próximos a zonas agrícolas no Cerrado e com geologia e logística favoráveis
para soluções em condicionadores de solo e fertilizantes potássicos alternativos, com o
desenvolvimento de projetos de rochas ultrapotássicas em diferentes regiões do Brasil. Além
disso, a companhia tem áreas com potencial para condicionadores de solo, tal como as rochas
kamafugíticas do Projeto Acreúna, na Província Alcalina de Goiás, SE do Estado de Goiás.
Esse vulcanismo é marcado por uma série de manifestações magmáticas instaladas durante o
Cretácio Superior, representando uma das maiores ocorrências de rochas ultrapotássicas de
natureza Kamafugítica do Brasil. Em Santa Cruz das Lajes, foram encontradas ocorrências
destas rochas, classificadas em campo como Mafuritos, Uganditos e tefrifonolitos. A
mineralogia destas rochas é bem peculiar. Os Mafuritos têm coloração escura, são afaníticos
com fenocristais de olivina e piroxênio e matriz policristalina fina, composta por piroxênios,
analcima, sanidina, nefelina e esmectita (resultados de petrografia e difratometria de Raios X).
Os Uganditos tem coloração cinza claro, fanerítico com matriz afanítica, quando alterados
mostram coloração castanho claro a amarelado, frequentemente apresentam amigdalas
preenchidas com calcita e zeólitas. Sua mineralogia é marcada pela presença de raros cristais
de olivina, piroxênios, geralmente euédricos, prismáticos, zonados e por vezes fraturados, que
ocorrem de forma aleatória e, por vezes, descrevendo uma foliação de fluxo magmático. Os
tefrifonolitos são afaníticos, de coloração cinza clara, com raras amígdalas preenchidas por
material carbonático e/ou zeólitas. A amostragem do perfil de intemperismo sobre essas rochas
foi realizada em diferentes pontos. Os perfis são rasos e, geral, com cerca de um metro de
profundidade já se chega à rocha mãe. É interessante observar a distribuição dos valores de
K2O em um perfil sobre o ugandito, cujos valores aumentam da rocha (2,39%) para o topo do
perfil (5,06%). O solo de topo é marrom escuro argiloso, e na DRX ainda apresenta sanidina e
piroxênio, além de hematita e grande quantidade de esmectita, em padrão difratométrico de
baixíssima cristalinidade. Isso revela que os minerais primários portadores de K ainda estão
presentes, e que juntamente com a esmectita, são responsáveis pelos altos teores de K
disponível nos solos, aumentando a sua fertilidade.
PALAVRAS CHAVE: KAMAFUGITO, INTEMPERISMO, AGROMINERAIS, POTÁSSIO.
708
DIFRATOMETRIA DE RAIOS-X (MÉTODO DO PÓ) COMO FERRAMENTA NA
EXPLORAÇÃO MINERAL PARA AGROMINERAIS
Angélica, R.S.1; Leite, A.A.S.2; Oliveira, M.A.2
1Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica, IG, UFPA; 2TERRATIVA MINERAIS SA
709
GARIMPO DE QUARTZO DE TUCUNS, MUNICÍPIO DE IPUEIRAS/CE:
ESTUDO SOBRE A CLASSIFICAÇÃO DA JAZIDA MINERAL, VARIEDADES
TIPOLÓGICAS E POTENCIAL GEMOLÓGICO
FERRO, I. M.1; Gomes, S. A.2; OLIVEIRA, I. G.1; NERI, T. F. O.3
1Universidade Federal do Ceará – Curso de Graduação em Geologia; 2 Departamento Nacional de Produção
Mineral – SUP. DNPM/CE; 3Universidade Federal do Ceará – Dep. de Geologia / Laboratório de Gemologia
RESUMO:
O presente trabalho tem por objetivo apresentar o enquadramento tipológico com base em
dados de levantamentos geológicos na área minerada e adjacências, a caracterização
mineralógica e aferição de potencialidade para uso gemológico em amostras oriundas de uma
ocorrência de quartzo até então nunca relatada em publicações de cunho geo-científico
anteriores, descoberta por garimpeiros advindos provavelmente da região Norte do Brasil que
começaram a exploração em meados de 2013, mas que no mesmo ano abandonaram a área
conforme foi verificado pela equipe do DNPM ao visitá-la posteriormente, tendo em vista a
fiscalização realizada para apurar denúncias formuladas ao órgão de que a extração estava
sendo feita de maneira ilegal. Sendo assim, após a devida verificação do garimpo já
abandonado e que foi explorado de forma rudimentar, porém com uso de maquinário pesado,
foi constatado que se tratava de uma ocorrência pouco usual frente a outros modelos de
jazidas de quartzo também já exploradas no estado do Ceará em função da área estar situada
no contexto de sequências sedimentares psamíticas do Grupo Serra Grande, já nos domínios
da Bacia do Parnaíba que margeia a porção oeste do estado em contato com rochas pré-
cambrianas do Domínio Ceará Central, na porção setentrional da Província Borborema. No que
se refere a metodologia de trabalho, foram feitos basicamente o levantamento bibliográfico
prévio e levantamentos de campo com enfoque no contexto geológico local, tratamento e
interpretação de imagens de satélite para a identificação de feições que possam ser
correlacionadas a estruturas rúpteis por sua vez responsáveis pelo controle da mineralização,
levantamento de dados em campo com perfis geológicos na área do garimpo e adjacências,
coleta de amostras mais representativas dentre aquelas que foram deixadas pelos garimpeiros
e por fim o estudo das mesmas em laboratório para identificação das tipologias de quartzo,
indicação da qualidade deste bem mineral e análises qualitativas. Dentre as amostras
selecionadas destacam-se aquelas com terminações piramidais por vezes bem preservadas e
por ocorrerem em hábito drúsico por vezes de tamanhos decimétricos a métricos de pequeno
porte (em até cerca de 1,5 m de comprimento no m). Os parâmetros levantados foram aqueles
mais comuns quando da classificação de minerais com possível uso gemológico tais como
refratometria, índice de refração, espectometria, fluorescência, densidade, verificação de
inclusões e fraturas, verificação visual da coloração, transparência, etc. Sendo assim, as
tipologias identificadas foram as variedades quartzo enfumaçado, ametista e cristal de rocha
(translúcido), sendo que as características visuais e laboratoriais indicam potencial para
artesanato mineral, semi-jóias, ou pedras de coleção devido ao hábito por vezes bem
preservado.
710
A GEOLOGIA DA FORMAÇÃO SERRA GERAL NA FRONTEIRA LESTE DO
RS: GEOLOGIA ESTRATIGRAFIA E MINERALIZAÇÕES ASSOCIADAS
Maciel, L.A.C. 1; de Souza, F.S.1
1Departamento Nacional de Produção Mineral / RS
RESUMO: Este trabalho, desenvolvido no período de 2008 a 2010, objetiva dar subsídios para
o melhor entendimento das ocorrências de ágata e ametista na fronteira Sudoeste do Estado
do Rio Grande do Sul, região contígua ao Distrito Gemológico Los Catalanes na República
Oriental do Uruguai, o qual é considerado um depósito de classe mundial. No mapeamento
geológico realizado em escala 1:50.000 foram delimitados derrames e zonas dos derrames
favoráveis às mineralizações de ágata e ametista, associados a rochas vulcânicas básicas da
Formação Serra Geral. Localmente, estas correspondem ao vulcanismo basal da Bacia do
Paraná de idade Cretácea. Além das rochas vulcânicas, ocorrem ainda arenitos intertrápicos
em diversos níveis estratigráficos e arenitos eólicos da Formação Botucatu, os quais
constituem o embasamento da sequência vulcânica. Para a confecção do mapa geológico,
seguiram-se as seguintes etapas: interpretação de fotos aéreas na escala 1:60.000,
identificação das zonas amigdaloides e maciços com disjunções verticais e horizontais
(estruturas de fluxo) dos derrames, autobrechas com estruturas de fluxo. Os dados obtidos da
fotointerpretação e trabalhos no campo foram cartografados em seis folhas do Serviço
Ecográfico do Exército e compatibilizados para um mapa na escala 1:100.000. Foram
mapeados seis derrames com espessuras variando entre 35 e 60 metros, enumerados da base
para o topo de I a VI. As mineralizações das ágatas e ametistas ocorrem nos topos dos
derrames I e III, abaixo das curvas de nível de 210 a 160 metros, respectivamente. O derrame I
apresenta a Secção tipo no Garimpo do Vivi, e o derrame III no Garimpo Estância Velha. O
derrame I corresponde ao perfil do modelo uruguaio e encontra-se exposto no Garimpo do Vivi.
As descrições petrográficas realizadas no projeto classificaram as rochas como basalto e
basaltos andesíticos diferente dos dados litoquímicos da CPRM, os quais mostram um
predomínio de rochas intermediárias e ácidas, algo a ser revisto em trabalhos futuros. O
DNPM/RS, interessado em fomentar a pesquisa mineral, realiza de forma inédita o
mapeamento geológico de seis Folhas do Serviço Geográfico do Exército, na escala 1:50.000 e
elabora um mapa integrado escala 1:100.000, totalizando um área de aproximadamente 2.450
km². No mapeamento geológico realizado, foram delimitados em uma primeira aproximação, os
derrames e os horizontes favoráveis às mineralizações de ágatas e ametistas, associadas a
rochas vulcânicas básicas da Formação Serra Geral, bem como delimita zonas para
mapeamento de detalhe com potencial para mineralização destas gemas.
711
O USO DE ISÓTOPOS RADIOGÊNICOS COMO TRAÇADORES DOS FLUIDOS
SILICOSOS FORMADORES DE ÁGATA, FORMAÇÃO SERRA GERAL, BACIA
DO PARANÁ.
RESUMO: Nas últimas décadas, a aplicação de estudos isotópicos vem sendo indispensável no
entendimento acerca da ocorrência de mineralizações, tanto de metais base como também de
gemas. Nesta pesquisa, esta ferramenta foi utilizada na tentativa de obtenção de subsídios para
o entendimento e o rastreamento do fluido silicoso mineralizante, para esta aplicação, optou-se
pela área do Distrito Mineiro de Salto do Jacuí (DMSJ), localizado na porção central do Estado e
que compõe a maior ocorrência de ágata do Brasil. O DMSJ está inserido na Bacia do Paraná e
compreende a Supersequencia Gondwana III, onde se hospedam os arenitos da Formação
Botucatu e Vulcânicas da Formação Serra Geral, bem como feições de interação entre estas
duas fases. Poucos estudos sobre a gênese deste jazimento foram efetuados e envolvem desde
ideias que contemplam uma origem magmática até uma origem sedimentar para a ocorrência
dos geodos preenchidos por minerais silicosos (ágata, calcedônia, quartzo macrocristalino,
opala). Supõe-se que a obtenção das razões isotópicas de Sr e Nd das diferentes fases
envolvidas no processo (arenitos, basaltos, dacitos e ágata) permitirá uma comparação entre a
potencial fonte e o resultado obtido na ágata. Assim, os resultados das análises isotópicas das
amostras de rochas vulcânicas e das rochas sedimentares foram comparados com os resultados
obtidos em amostras de ágata. Os valores da razão isotópica 87Sr/86Sr para as unidades
investigadas são heterogêneos. No geral, as amostras de rochas vulcânicas ácidas são mais
radiogênicas (0,7364) do que as amostras de rochas vulcânicas básicas (0,7127). Os valores
obtidos para as rochas sedimentares das razões isotópicas 87Sr/86Sr estão entre 0,7216 a 0,7274.
Fato interessante é que as amostras de ágata analisadas apresentam valores por vezes
semelhantes aos obtidos para as amostras de dacito e, outras vezes, semelhantes aquelas dos
arenitos. Uma interpretação possível é de que a ágata tem influência vulcânica, a partir da
contribuição da sílica lixiviada da matriz vítrea dos dacitos e, talvez sedimentar. Neste caso, seria
a partir da interação do fluido silicoso com as rochas sedimentares descritas na região e que
servem de condutos para a migração do fluido através de seu sistema permo-poroso.
Observando-se os resultados das análises isotópicas, percebe-se que os exemplares de ágata
possuem um teor absoluto de Nd extremamente baixo (0,793 e 1,02ppm) se comparado com as
outras litologias, que variam de 4,72 a 49,2ppm. De qualquer maneira, as idades-modelo TDM
obtidas para a ágata são 578 e 688Ma mas nas vulcânicas, todas as idades-modelo TDM estão
próximas dos 1.000 Ma uma diferença substancial. Desta forma, considerando que duas das
amostras de arenito também possuem idades-modelo TDM relativamente baixas (581 e 792Ma),
pode-se supor que, pelo menos, parte dos fluidos que deram origem a ágata da região, em algum
momento do processo, teriam interagido com os arenitos. Desta maneira, a aplicação de isótopos
radiogênicos, aliada a outras técnicas, representa uma ferramenta importante e esclarecedora
acerca do entendimento dos processos mineralizantes para a região do DMSJ.
712
FLOGOPITITOS ASSOCIADOS ÀS MINERALIZAÇÕES DE ESMERALDA DE
CAMPO FORMOSO E PINDOBAÇU (BA): FONTES DE POTÁSSIO PARA
REMINERALIZAÇÃO DE SOLOS
713
PROJETO FERTILIZANTE ALTERNATIVO DE K: DEPÓSITO DE SIENITO ULTRAPOTÁSSICOS
NO ESTADO DO PERNAMBUCO, BRASIL
Albano Antônio da Silva Leite1; Marcelo Augusto de Oliveira1,2; Eder de Souza Martins3; Rômulo Simões
Angélica4; Mariana B. Gabos3; Maria Inês Lopes Oliveira3
1
Terrativa Minerais S.A; 2 Massachusetts Institute of Technology (MIT);; 3Embrapa Cerrados; 3Universidade
Federal do Pará (UFPA).
RESUMO
Apesar do Brasil ser um dos principais países do agronegócio, há apenas uma mina de potássio em
produção, mais de 90% da demanda de potássio é importada. Desde 2011 a TERRATIVA busca locais
próximos a zonas agrícolas no Cerrado, com geologia e logística favoráveis para soluções em
condicionadores de solo e fertilizantes alternativos de potássicos. Nesse cenário, a TERRATIVA tem projetos
de sienitos ultrpotássicas em diferentes regiões do Brasil. O Projeto Triunfo, constituído pelo Alvo Icós Norte,
localiza-se na porção centro-norte do Pernambuco, nos municípios de Serra Talhada e Santa Cruz da Baixa
Verde, a 420 km a oeste de Recife-PE. A geologia do projeto inseri-se no domínio do Batólito Triunfo, que
consiste em intrusões co-magmáticas de composição sieníticas e máficas (diorito/gabro). Essas rochas
exibem mineralogia similares (clinopiroxênio, feldspato-K, apatita e magnetita), diferindo apenas em
proporções relativas. A unidade AFS é composta por álcali-feldspato Sienito, SDG inclui rochas resultantes
da mistura de magmas félsico e máficos (mingling) e GRN inclui granitos, granodioritos e quartzo-sienito. O
AFS é composto por feldspato-K (75 a 85%) e egirina-augita (25 a 15%). Anfibólio, biotita, titanita, minerais
opacos, plagioclásio, zircão e apatita ocorrerem como acessórios (<1% cada). O AFS possui textura fanerítica
equigranular, os cristais de feldspato-K são microclina, subédricas com pertitas difusas. O AFS tem elevado
K2O (>12%) e alta K2O/Na2O>6, permitindo classifica-lo como ultrapotássico. As unidades têm as seguintes
características, AFS: K2O≥9%; SDG (Mingling): 5%≤K2O<9% e SiO2<63% e GRN: K2O<9% e SiO2≥63%. A
estimativa de recursos baseou-se nos dados de 20 furos diamantados (2.961m). Considerando a
mineralização inscrita nos limites do depósito foi bloqueado reservas minerais totais de 1,6 bilhões de
toneladas @ 11,27% de K2O, com um teor de corte de 9% de K2O. Testes agronômicos com o produto pó de
rocha de Triunfo (P85% <0,15 mm) para cultura do milho foram executados pela Embrapa Cerrados. Em um
experimento em vasos foi aplicada a dose recomendada para a cultura do milho com base no teor total de K
da rocha (100 mg de K por kg de solo, o equivalente a 240t ha-1 de K2O). A massa seca da planta no
tratamento com o pó de rocha não foi diferente do tratamento controle. O desenvolvimento das plantas foi
semelhante ao tratamento com a mesma dose de biotita xisto. Extratores que representam a fração solúvel
foram usados e mostraram baixa extração relativa de K (380 mg kg-1 para o ácido cítrico e 400 mg kg-1 para
Mehlich-1). Um processo hidrotermal foi desenvolvido pelo MIT/USA para formar uma segunda geração de
produto, chamado hydropotássio. O hydropotássio produzido com amostras do AFS do Alvo Icós Norte
mostrou alta extração de K (19.833 mg kg-1 em ácido cítrico). Os testes de vasos apresentam excelente
potencial para aplicação como fertilizantes potássicos de alta eficiência, além de também incorporarem outros
benefícios a agricultura. Nos testes foi demonstrada a importância da tecnologia de produção do
hydropotássio, que possibilita transformar uma rocha com alto teor de potássio e de baixa eficiência in
natura, em um fertilizante potássico eficiente.
714
CARACTERIZAÇÃO DE UM BASALTO DA FÁCIES CAMPOS NOVOS DA
FORMAÇÃO SERRA GERAL QUANTO AO POTENCIAL PARA EMPREGO
COMO ROCHA PARA REVESTIMENTO
715
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DOS CORPOS MONZONÍTICOS
ORNAMENTAIS DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA (SE) E MONTE ALEGRE
DE SERGIPE (SE)
Brito, L.C.1; Machado, A.1; Oliveira, D.B.1; Fortes, F.P.1; Liz, L.C.C.1; Almeida, J.M.1; Costa,
I.A.A.1
¹Universidade Federal de Sergipe
716
TRATAMENTO TÉRMICO E IRRADIAÇÃO GAMA EM EUCLÁSIOS DA
PROVÍNCIA PEGMATITICA DA BORBOREMA
Bezerra, J.P.S.1; Barreto, S.B.1
1Universidade Federal de Pernambuco
717
GREEN OPALS FROM BAHIA, BRAZIL, REVISITED
Carolina Souza Santiago 1, Luiza Rodrigues Rocha 2, Jurgen Schnellrath 1
1
Centro de Tecnologia Mineral; 2Universidade Estadual do Norte Fluminense
There are two known Brazilian occurrences of “green” opals in the State of Bahia. The first one
lies in Boa Nova, Southern Bahia, and produces a common opal that presents itself in various
shades of green and yellow. The second occurrence is of greenish to brownish opals, that
locally may present a cat´s eye effect, from Socotó.
Regarding the “green” opals from Boa Nova the color variations are due to the presence of
three different coloring elements, namely nickel, iron and chromium, in variable amounts.
Visible absorption spectroscopy shows that all these elements have an important contribution to
the coloration of these opals. Inclusions containing chromium and iron as major constituents are
described and could possibly be the source of these elements responsible, respectively, for the
deep green and yellow colors of the stones. Despite nickel playing an important role as the main
coloring element in the “apple green” opals, we were not able to identify the source of this
element. Nickel must be finely dispersed throughout the whole opal matrix.
“Cat´s eye” opals from Socotó have been investigated in regard to the nature of the fibers
responsible for the chatoyancy, but also to shed some light on the cause of the greenish to
brownish colors of these stones. Despite having the same coloring elements observed in Boa
Nova opals, their amounts are quite different. There is a much higher iron content, also more
chromium, but nickel plays a less important role in the color of these opals, as demonstrated by
visible absorption spectroscopy. Chromite inclusions were found, but again no nickel containing
phase. It is interesting to note that many parts of the opals, that show a greenish color when
observed in reflected light, are orange-yellow in transmitted light. This indicates that, apart from
the chemical contribution, there is also an important physical component resulting from
backscattered light (Rayleigh scattering) influencing the colors of these opals.
X-ray diffraction and Raman studies confirmed the low crystallinity degree of these opals (CT-
opals), which is corroborated by their low values for specific gravity and refraction indices when
pure. These methods also revealed the intergrowth of opal with other phases. SEM studies
further disclosed the complex micro-texture of the opals, specially of the “cat’s eyes” from
Socotó. In opals from Boa Nova the fine intergrowth occurs with minerals of the talc and
serpentine group, but the mineralized veins do also contain a high amount of chalcedony with
manganese dendrites. For opals from Socotó the fine intergrowth occurs with minerals of the
serpentine and chlorite groups. Chromite inclusions are also very common in samples from this
area.
718
ESTUDO DAS ALTERAÇÕES DAS ROCHAS DO EMBASAMENTO DO MUSEU
NACIONAL DA QUINTA DA BOA VISTA
O Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, está localizado no bairro imperial de São Cristóvão,
no coração do Rio de Janeiro. Sua fachada principal, objeto do presente estudo, é composta
por cantaria em rochas típicas da geologia da cidade. Estas sofrem diária exposição à ação de
agentes intempéricos, naturais e antrópicos, que estão, também, associados tanto às
propriedades intrínsecas das rochas, quanto ao seu comportamento em função do ambiente
em que estão inseridas. A atuação destes agentes resulta em uma série de patologias que
alteram tanto a estética, quanto sua integridade física. Baseado nestes fatores, tendo como
finalidade a caracterização dessas patologias, foram realizados procedimentos para análise da
composição mineralógica e química da rocha por difração e fluorescência de raios-X,
respectivamente, a composição química da água de lavagem, testes de dureza, colorimetria e
análise de campo, para mapeamento litológico e de suas alterações. Com isso, observamos
que as rochas presentes na fachada do Museu são o Gnaisse, o Leptinito e o mármore. Nas
morfologias, observou-se que as principais são a alteração cromática, a perda de material e
esfoliação. Além delas, também aparecem manchamentos, rachaduras, quebra, fraturas e
fissuras. Os resultados dos ensaios para determinação da cor e brilho das rochas indicaram
que seu padrão colorimétrico é marrom, típico do gnaisse facoidal. No entanto, as rochas
encontradas nas extremidades apresentaram-se mais escuras (L ~-45) e que as rochas da
fachada central são mais claras (L ~-28), possivelmente relacionado ao paisagismo criado junto
ao museu, que cria um corredor de árvores, deixando a fachada central exposta ao sol e as
laterais protegidas. Ao se avaliar a concentração de elementos químicos das águas de
lavagem, observa-se que o teor de sódio (indício de ataque salina) na fachada central chega a
10 mg.L-1 e que nas fachadas laterais é de cerca de 26 mg.L-1. Tal fato, pode estar relacionado
novamente com a maior exposição da fachada central, que sofre mais ação da chuva e ventos.
O teor de cálcio nas extremidades é cerca de 20 mg.L-1 e cerca de 3 mg.L-1 no centro,
explicado também pelo mesmo motivo. No entanto, a elevada concentração de cálcio, pode
estar relacionada com a perda desse elemento da rocha, indicando a desestruturação do
material rochoso, talvez pela ação da poluição. Os resultados de dureza comprovam que a
rocha vem sofrendo alteração, visto que os valores médios de dureza são de 350 HD em boa
parte da fachada, porém nas extremidades, onde o acúmulo de poluentes é mais intenso, a
dureza sofre uma queda para 270HD, corroborando que sua estrutura pode ter sido alterada e
começa a se degradar. Baseado nisso, conclui-se que as rochas do MNQB apresentam um
padrão de coloração marrom, típico do gnaisse facoidal e que o paisagismo do local interfere
no acumulo de poluentes, como sais e enxofre, que degradam às rochas das extremidades
com muito mais intensidade que a fachada central. No entanto, por estar mais exposta à ação
de chuva, vento e sol, esta vem sofrendo uma alteração cromática mais significativa.
Palavras-Chave:ROCHAS ORNAMENTAIS, MUSEU NACIONAL, DEGRADAÇÃO.
719
AMETISTA E CITRINO SINTÉTICOS NO MERCADO DE GEMAS DE
SOLEDADE (RS)
Juchem, P.L.1; Schnellrath, J.2; Santiago, C.S.2
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS); 2Centro de Tecnologia Mineral (CETEM).
RESUMO: O Rio Grande do Sul é uma das regiões de maior produção de ametista do planeta,
que ocorre preenchendo cavidades nas rochas vulcânicas da Bacia do Paraná. Uma parte
expressiva dessa produção é submetida a tratamento térmico que altera sua cor,
transformando-a em citrino. Os primeiros garimpos e indústrias de beneficiamento se
instalaram nas últimas décadas do século XIX entre os municípios de Lajeado e Soledade. Ao
longo do tempo, desenvolveu-se uma forte indústria de beneficiamento de gemas,
consolidando Soledade como um centro internacional de comercialização e exportação de
pedras preciosas. Nas últimas décadas esse município passou a receber uma expressiva
quantidade de materiais gemológicos vindos de outros locais do Brasil e de outros países. No
entanto, não foram estabelecidos cuidados na identificação desses materiais, que em geral são
trazidos por fornecedores que não conhecem o que estão comercializando e, na maioria das
vezes, sequer sabem a procedência dos mesmos. Acontece que muitos desses materiais são
gemas sintéticas ou artificiais, ou ainda, imitações feitas de vidro, plástico ou resinas, sem que
os comerciantes tenham conhecimento disso. Como resultado, são cada vez mais comuns as
dúvidas de comerciantes e dos consumidores finais sobre a autenticidade de gemas vendidas
não só em Soledade, mas em todo o RS. Nesta pesquisa, foram examinados lotes de gemas
lapidadas, constituídas de ametista e citrino suspeitas de serem sintéticas, provenientes do
comércio de Soledade. No Laboratório de Gemologia da UFRGS foram determinadas suas
propriedades físicas e ópticas, utilizando as técnicas de identificação gemológica de rotina. No
entanto, para diferenciar ametista e citrino naturais de sintéticos, é necessária a utilização de
técnicas mais avançadas, como a espectroscopia no infravermelho, o que foi feito no
Laboratório de Pesquisas Gemológicas do CETEM, onde as gemas foram submetidas também
a um estudo microscópico mais avançado. Os resultados mostraram a presença de gemas
sintéticas misturadas a naturais. Ao microscópio gemológico de imersão, as gemas naturais
exibem zoneamento de cor (em setores com contorno poliédrico) e a geminação polissintética
Brasil; já as gemas sintéticas não mostram zoneamento de cor e nem a geminação Brasil, mas
identificam-se linhas de crescimento muito fracas, paralelas a subparalelas e por vezes
onduladas. Os espectros de absorção no infravermelho mostram de uma maneira geral picos
em 3585 cm-1 e bandas com intensidade menor no intervalo entre 3612 e 3615 cm-1. Foram
identificadas as bandas de absorção diagnósticas em 3595 cm-1 (com menor intensidade) na
ametista natural e a absorção em 3543 cm-1 na ametista sintética. No citrino, os espectros no
infravermelho não são diagnósticos, sendo estes cristais diferenciados somente pela presença
ou não da geminação Brasil. A ametista e o citrino do RS são exportados quase sempre em
bruto (geodos cortados) ou como pedras marteladas. Essas gemas voltam ao Brasil lapidadas,
com um alto valor agregado e, como é possível se constatar no exemplo dos lotes estudados,
podem estar misturadas a gemas sintéticas, cuja análise requer técnicas gemológicas de
tecnologia avançada nem sempre disponíveis e cujo custo pode superar o valor da própria
pedra examinada.
720
Caracterização químico- mineralógica-gemologica das andaluzitas da região
de Itinga – MG: Dados Preliminares
Este trabalho tem como principal objetivo apresentar os resultados obtidos, a partir da
caraterização químico-mineralógica-gemologica de amostras de andaluzita provenientes da
região de Itinga-MG. O intuito principal foi o de determinar as características da andaluzita
desta região, sendo que tais resultados poderão vir a ser utilizados como elementos de
diferenciação regional. Foram analisados dois lotes de amostras de andaluzita, totalizando 186
amostras brutas e 36 exemplares lapidados. Os estudos básicos foram realizados mediante a
utilização dos recursos disponíveis no laboratório de Identificação e Caracterização de Gemas
do Departamento de Gemologia da Universidade Federal de Espirito Santo. Onde foram
efetuadas as análises físicas e os testes mineralógicos macroscópicos. Nas amostras
lapidadas foram realizadas análises relativas às características ópticas como refratômetria,
polariscopia e caracterização do pleocroísmo. Foram ainda realizadas, análises adicionais no
Laboratório de Pesquisas Gemológicas, do Centro de Tecnologia Mineral (LAPEGE/CETEM),
sendo essas: Espectrometria Raman, Infravermelho por Transformada de Fourier (FTIR),
Espectrometria de luz UV-VIS, e Microfluorescência de raios X. As amostras apresentaram-se,
predominantemente, com coloração verde-acastanhada e pleocroísmo marcante nas cores
verde, vermelho e castanho., sendo as mesmas translúcidas em sua maioria. Todas as
amostras apresentaram caráter óptico biaxial negativo, sendo que o nα variou de 1,630 a
1,638; o nβ variou de 1,637 a 1,643 e o nϒ de 1,640 a 1,646; com birrefringência
compreendida entre 0,008 a 0,011. Os valores de densidade variaram entre 3.10 a 3.15. A
partir da espectroscopia Raman, foi possível observar um padrão de ocorrência de picos nas
regiões de 3.800-3.000cm-1 e 1.100-200cm-1, enquanto que aqueles abaixo de 600 cm-1 que
indicam vibrações ou alongamento das moléculas na estrutura da andaluzita, também foi
possível observar picos agudos nas regiões ~ 1.063, 917, 550, 463, 356, 325, e 290cm-1,
indicam a presença de O, OH, o que pode-se atribuir a presença de inclusões contendo H2O ou
OH, em algumas mostras foram observados outros picos menores 1.120, 850, e 717cm-1 o que
sugere SiO4 o que pode ser explicado pela presencia de inclusões de quartzo. Os espectros de
FTIR exibiram absorção completa abaixo de 2.100cm-1 e uma série de bandas de intensidade
variável compreendidas entre 3.800-3.000cm-1 , sendo essas: ~ 3.687, 3.652 e 3.624cm-1; um
par de picos por volta de 3.520 e 3.460cm-1 foi observado em quase todas as amostras; duas
bandas a ~3.280 e ~3.095cm-1 encontra-se presente na maioria das amostras; e bandas fracas
em ~ 3.380 e 3.170cm-1 as quais são características desse mineral. A partir das análises de
espectrometria UV-VIS, foi possível obter dados que auxiliam na distinção conforme sua
composiçao química, ja que todas as amostras analisadas mostraram um pico característico da
presença de ferro, reconhecida por meio de uma banda acentuada em ~400nm. A partir da
microfluorescência de raios x, análises realizadas em 10 amostras brutas, conseguiu-se
determinar a presença de TiO2, F2O3, MgO, MnO e Cr2O3, elementos que não são comumente
descritos na composição da andaluzita, cuja presença provavelmente se deve ao
preenchimento de fraturas por óxidos e abundantes inclusões de rutilo, micas e fluoritas.
721
ESTUDIOS PRELIMINARES DEL TOPÁCIO IMPERIAL DE PAQUISTÁN:
CARACTERIZACIÓN DE INCLUSIONES.
Sousa, G. A.1; Marçal, F. A¹; Newman, D. T. C. de¹; Airam, C. M. M.¹; Newman, J. A.¹
1Universidade Federal do Espírito Santo
722
7429 recomendado Oral/pediu painel
RESUMO: O uso de rochas silicáticas moídas como remineralizadores de solos vem crescendo
no Brasil. Entre as litologias que podem ser empregadas na remineralização de solos, as
rochas vulcânicas básicas mostram potencial destacado por sua constituição química
diferenciada. Os principais fatores favoráveis são o seu caráter básico, textura afanítica e o
baixo teor de quartzo. O objetivo desse trabalho foi analisar a litoquímica e a petrografia do
basalto hidrotermalizado Rincão dos Francos (BHRF), Bagé/RS, contrastando com resultados
preliminares obtidos para liberação de nutrientes Ca, Mg e K em ensaios conduzidos com
colunas de lixiviação. Foi coletada uma amostra composta, representativa do local da sua
ocorrência em afloramento e sem alteração aparente por intemperismo. A petrografia foi
realizada na CPRM-Porto Alegre, a litoquímica no laboratório ACME e os testes em colunas de
lixiviação na Embrapa Clima Temperado. O experimento em colunas de lixiviação consistiu na
percolação de água deionizada em colunas preenchidas com a mistura de solo e uma dose de
rocha moída, simulando o efeito da água das chuvas sobre a solubilização dos nutrientes no
solo, sendo a quantidade de água adicionada calculada de acordo com a precipitação e
evapotranspiração do local de coleta do solo. O arranjo experimental foi composto por 2
tratamentos (T1 = BHRF, T2 = Testemunha Padrão - Solo Natural) e 3 repetições, sendo o solo
utilizado classificado como um Planossolo e a dose de rocha moída igual a 10 t ha-1. Foram
efetuadas 12 lixiviações e coletas dos respectivos lixiviados, realizadas em frequência
semanal, que com o fator de aceleração de 5 vezes, equivale a 13 meses em condições
normais de lixiviação em campo. Em lâmina delgada, a rocha apresenta textura porfirítica com
fenocristais de grão médio a fino (inferiores a 4,0 mm), intensamente argilizados (sericita),
mergulhados em matriz microcristalina rica em cristálitos de plagioclásio fortemente oxidada.
Estão presentes amígdalas complexas, de formas intersticiais, muitas vezes interligadas,
preenchidas por sílica microcristalina e fragmentos da própria, em algumas cavidades há a
possibilidade de ocorrerem sedimentos muito finos e imaturos. Na litoquímica destaca-se o alto
teor de K2O para basaltos, 8,53% e de CaO, 11,51% e baixo para MgO, 0,22%. Em análises
dos lixiviados, a liberação dos nutrientes Ca, Mg e K foi aquém do esperado, ficando próximo
aos valores da T2 (Testemunha Padrão). O alto teor de K2O se deve ao processo de
sericitização, porém esse argilomineral, enquanto uma mica aluminosa de granulação fina, é
conhecido pelo baixo potencial de liberação de K, por razões ligadas à sua estrutura. Pelos
aspectos litoquímicos, petrográficos e de colunas de lixiviação, o basalto hidrotermalizado
Rincão dos Francos não alterou significativamente os teores de K nos lixiviados e,
consequentemente, seu fornecimento às plantas a curto prazo. Porém, há a necessidade de
experimentos com plantas em cultivos sucessivos, em casa de vegetação e em condições de
campo, para atestar a viabilidade ou não de uso agrícola dessa litologia.
723
VARIÁVEIS OPERACIONAIS DO PROCESSO DE POLIMENTO DE ROCHAS
ORNAMENTAIS: ESTUDO DE CASO DO MONZOGRANITO CINZA CASTELO.
Bolonini, T. M.; Silveira, L. L. L.
Centro de Tecnologia Mineral, Núcleo Regional do Espírito Santo
724
ROCHAS COM POTENCIAL PARA REMINERALIZAÇÃO E CORREÇÃO DE
ACIDEZ DE SOLOS NA PARTE OESTE DA REGIÃO VITIVINÍCOLA
CAMPANHA, RS, BRASIL
Bergmann, M.1; Hoff, R.2; Silveira, C.A.P.3; Cruz, M.T.P.4.
1Companhia de Pesquisa em Recursos Minerais – CPRM – Serviço Geológico do Brasil ; 2 Embrapa Uva e Vinho,
Bento Gonçalves, RS, Brasil; 3 Embrapa Clima Temperado, Pelotas, RS, Brasil ; 4 Universidade do Vale do Rio dos
Sinos, RS, Brasil.
RESUMO: O uso de rochas para remineralização e correção de acidez de solos no escopo das
práticas agrícolas da vitivinicultura ainda é pouco difundido no Rio Grande do Sul. Na Região
Vitivinícola Campanha (RVC) o setor do vinho tem buscado desenvolver e implantar uma
indicação geográfica para vinhos de alta qualidade, por meio de projeto coordenado pela
Embrapa Uva e Vinho em cooperação com a Rede RECIVITIS/SIBRATEC/MCTI. A RVC está
em parte contida na área levantada pela CPRM no projeto “Agrominerais da Bacia do Paraná
do Rio Grande do Sul”, que aporta dados de litoquímica, mineralogia, petrografia, DRX e MEV
na caracterização de rochas com potencial de uso em rochagem. O projeto da CPRM é focado
nas rochas vulcânicas da Formação Serra Geral da Bacia do Paraná, representadas na região
da fronteira oeste do RS pela Fácies Alegrete, conjunto de derrames de composição andesítica
a basáltica, dentre os quais os derrames Catalán e Cordillera comportam espessas brechas de
topo cimentadas por calcita, com quantidades subordinadas de zeolitas. Dentre as rochas
disponíveis como finos de britagem em lavras de agregados destacam-se o basalto andesítico
da Pedreira Capilheira em Santana do Livramento e o basalto da Mineração Aprato, próximo a
Rosário do Sul, em corpos do tipo sill, além do basalto da Pedreira Santa Rita, junto à cidade
de Quaraí. Como a grande maioria das rochas da Formação Serra Geral, estas não
apresentam qualquer restrição quanto a Elementos Potencialmente Tóxicos (EPT), cumprem o
critério da Soma de Bases para comercialização de remineralizadores de solos (IN MAPA
05/2016 e 06/2016), apresentando (K2O+CaO+MgO) entre 14 e 17% e caracterizando-se
como fontes potenciais de Ca e Mg, além de portarem os micronutrientes Cu, Ni, Zn, V e Cr. As
brechas de topo dos derrames Catalán e Cordillera podem atingir espessuras de 7 m e seu
conteúdo de calcita é usualmente elevado, traduzindo-se em teores de CaO da ordem de 12-
19%, MgO 3-6,4% e sendo igualmente portadoras de Cu, Co, V e Zn, este último em
quantidades superiores à média dos basaltos. Os clastos de basalto amigdaloide que
constituem a fábrica das brechas são ricos em materiais devitrificados, o que favorece sua
reatividade em solos e assegura a presença de argilominerais da família das esmectitas,
minerais com elevada capacidade de trocas catiônicas (CTC). Embora as brechas não estejam
disponíveis enquanto sub-produtos ou descartes de mineração, elas apresentam uma notável
continuidade lateral (da ordem de dezenas de km), sendo eventualmente sub-aflorantes em
patamares de relevo, a serem investigados enquanto terrenos com potencial para a
vitivinicultura. A viticultura em Santana do Livramento e Rosário do Sul ocorre sobre solos
arenosos pobres em nutrientes, sendo predominantemente Neossolos Quartzarênicos
desenvolvidos sobre arenitos, que poderiam ser beneficiados pela correção de acidez.
Também o clima sazonalmente comporta períodos de severo déficit hídrico, o que aponta para
a propriedade de uso de materiais que possam reter umidade para as plantas, favorecendo a
neoformação de argilas 2:1 no solo.
725
CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS E MINERALÓGICAS DAS LITOFÁCIES DA
FORMAÇÃO SERRA DA SAUDADE, NA REGIÃO DE CEDRO DO ABAETÉ, MG.
Ribeiro, T.G.R. 1; Campos, J.E.G.1
1
UnB, IG/ICC Centro, Campus Universitário Darcy Ribeiro, 70910-970, Brasília-DF, Brasil.
RESUMO: Esse trabalho tem como foco o estudo das rochas pelíticas da Formação Serra da
Saudade do Grupo Bambuí na região de Cedro do Abaeté-MG, incluindo as fácies ritmito psamo-
pelítico verde e ritmito fosfático, popularmente denominadas de verdetes. Anteriormente descritas
como rochas que contêm anomalias de Potássio, Fosfato e Cálcio essa unidade é considerada
como potencial para a produção de insumos agrícolas na forma de rochagem ou na fabricação de
fertilizantes como termopotássio ou termofosfato. Para melhor compreensão das relações
mineralógicas foram realizadas análises de difratometria de raios-X, fluorescência de raios-X e
microscopia eletrônica de varredura (MEV), em elétrons secundários e retroespalhados resultando
no mapa composicional e composição geoquímica semiquantitativa. O resultado de três amostras
(53A marrom, 53A cinza e 53B) em pastilhas de pó prensado analisadas na fluorescência de
raios-X mostraram valores de porcentagem peso aproximadas de SiO2 16%; Al2O3 6%; MgO
1,4%; Fe2O3 5%; CaO 42%; K2O 4%; P2O5 22%, sendo o restante elementos menores e traço.
Estas amostram são classificadas como fosforitos e ocorrem em pequenas lentes intercaladas aos
verdetes. O resultado de quatro outras análises químicas de amostras tipicamente descritas como
verdete (siltito laminado de cor verde intensa) revelou os seguintes resultados médios: SiO2
58,2%; Al2O3 15,7%; MgO 2,9%; Fe2O3 6,6%; CaO 0,3%; K2O 9,8% e P2O5 0,09%. Todo o
conjunto de amostras analisadas por difratometria de raios-X apresentou o seguinte conjunto de
minerais: quartzo, albita, ilita, muscovita, ortoclásio, ilmenita, fluorapatita e dawsonita
[NaAlCO3(OH)2]. O quartzo, albita, muscovita, ortoclásio e ilmenita são considerados minerais
detríticos. A dawsonita é um mineral descrito na literatura como originado de alteração de
aluminossilicatos (muscovita e caolinita) e álcali-feldspatos, pode ser formado por processos
hidrotermais (a temperaturas da ordem de 200º C), além de ser formado por precipitação direta de
salmouras sódicas. Já a presença de fluorapatita foi confirmada através de MEV sendo
representada por grãos detríticos assim como cimento diagenético.. Em trabalhos anteriores é
sugerida que a coloração verde dos verdetes é atribuída a presença de glauconita. Entretanto,
uma vez que nas diferentes amostras estudadas (típicas dos verdetes) esse mineral está ausente,
atribui-se a coloração esverdeada à presença abundante de ilita. A dawsonita confirmada nos
verdetes pelas análises de difração de raios X é inferida como resultante de processos
hidrotermais associados a intrusão alcalina não aflorante, a qual é inferida pela forte anomalia
aeromagnética existente na área e pela correlação com as demais rochas alcalinas intrusivas e
vulcânicas associadas ao Grupo Mata da Corda. Por fim, como essas rochas apresentam teores
consideráveis de K, P e Ca sugere-se um estudo minucioso dessa unidade na região de estudo
visando à fabricação de insumos agrícolas pela fusão da rocha para liberação dos nutrientes
potenciais para as culturas.
726
ESTUDO PETRÓGRAFICO DE INCLUSÕES E DESCONTINUIDADES
INTERNAS DAS ANDALUZITAS DA REGIÃO DE ITINGA – MG: DADOS
PRELIMINARES.
727
proporção volumétrica entre as fases líquida e gasosa variaram de 10 a 35%
para as inclusões primárias, de 10 à 20% para as inclusões pseudo-
secundárias e de 10 a 50% para as inclusões secundárias.
728
CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA DE MÁRMORES DA REGIÃO DE ITALVA, RIO
DE JANEIRO, PARA FINS DE UTILIZAÇÃO NO SETOR DE ROCHAS E
MINERAIS INDUSTRIAIS
Marques, R.A.1; Medeiros Júnior, E.B1; Bicalho, V.; Mesquita, R.B. 2; Soares, C.C.V1;
Velasco, T.C. 1; Gouvêa, L.P.; Freitas, M.M.1; Assis, S.C.P1; Souza Júnior, G.F.1;
Fernandes, A.B.1; Ramiro, J.B1.
1Universidade Federal do Espírito Santo; 2CPRM-Manaus
729
CORDIERITA DO MUNICÍPIO DE NOVA VENÉCIA: ANÁLISE DO
POTENCIAL GEMOLÓGICO
Airam, C. M. M1; Newman Carvalho, D. T. de1; Newman, J. A.1
RESUMO: Na região norte do Estado do Espírito Santo ocorre uma extensa faixa de rochas graníticas,
gnáissicas e granulíticas que marcam a presença do núcleo metamórfico-anatético do Orógeno Araçuaí.
Sabe-se que os gnaisses migmatíticos da Faixa de Dobramentos Araçuaí foram submetidos a
metamorfismo em condições da fácies granulito durante os estágios finais da orogenia Brasiliana. O
metamorfismo de alto grau foi acompanhado de fusão parcial de muscovita e biotita, a que se seguiram
reações retrógradas produzindo cordierita mais biotita e granada (MUNHÁ, 2005) lho de campo realizado
na região foram coletadas amostras de cordiertita. Tratam-se de pórfiros que ocorrem disseminados no
cordierita-gnaisse e apresentam coloração azul intensa à azul pálido e azul acinzentado. As amostras
coletadas possuem dimensões variando entre 03 e 08 cm de comprimento por 02 a 06 de espessura e
encontram-se pouco fraturadas, transparentes à translúcidas, com poucas inclusões de opacos visíveis a
olho nu, representando material com alto potencial para a lapidação e aproveitamento gemológico. As
amostras coletadas foram divididas em dois grupos, o primeiro referente aos cristais de maior dimensão e
com maior qualidade gemológica foi destinado à lapidação, resultando em gemas avaliadas entre as
categorias comercial e boa; o segundo referente aos cristais de dimensões menores foi destina do à
confecção de lâminas, polidas em ambas as faces e com espessura entre 2 e 3 mm. Ambos os grupos
foram caracterizados no Laboratório de Identificação e Caracterização de gemas, seguindo a marcha
analítica padrão. A densidade das amostras variou entre 2,56 a 2,64; com nα variando de 1,532 a 1,540;
nβ variando1,539 a 1554 e nγ variando de 1,550 a 1,568; a birrefringência variou de 0,007 a 0,011. Todas
as amostras apresentaram comportamento inerte na câmara uv. Por meio de análise microscópica, foi
possível observar e caracterizar as descontinuidades internas das amostras, sendo característica a zonação
de cor em tons de azul acinzentado à azul intenso. Foi possível observar ainda, na maioria das amostras
uma forte zonação de diafaneidade, gerada principalmente pela concentração de inclusões sólidas, dentre
as quais destaca-se a ocorrência de rutilo, hematita, pirrotita e/ou magnetita e mica. Há ainda, a
ocorrência de fraturas secas, bem como parcialmente cicatrizadas, contendo cavidades bifásicas e em
alguns casos preenchimento parcial por hidróxidos. Foram descritas inclusões fluidas de origem primária,
singenética, correspondendo a cristais negativos de contorno regular a parcialmente corroído,
preenchimento bifásico (l-v) e trifásico (l-v-s), orientadas aleatoriamente e distribuídas de forma dispersa
ao longo das amostras. Há ainda a ocorrência de inclusões do tipo melt, com distribuição aleatória e
distribuídas em fraturas intragranulares, representando inclusões pseudo-secundárias singenéticas.
Algumas amostras apresentaram qualidade gemológica, variando de média a boa, em sua grande maioria
com variações nas tonalidades de azul. Os resultados apresentados representam dados preliminares de
pesquisa em andamento e apenas evidenciam o alto potencial de aplicação gemológica desse material.
730
CARACTERIZAÇÃO DE SAFIRAS SINTETIZADAS APRESENTANDO
EFEITO ALEXANDRITA
Bento, M.C.S.1; Silva, L.1; Alves, F.; Newman Carvalho, D. T. 1; Newman, J. A.1
1Universidade Federal Do Espírito Santo
731
732
SAFIRA AZUL EM VEIOS PEGMATÍTICOS NA REGIÃO DE JOÃO NEIVA,
ESPÍRITO SANTO
Rodrigues, J.D.G.1; Pignaton, G.F.1; Lopes, M.C.S.1; Schnellrath, J.2; Santiago, C.S.2, Marin,
J.C.F.3; Marin, J.R.3; Depianti, J.B.1; Ferreira, P.D.1
1Universidade Federal do Espírito Santo; 2Centro de Tecnologia Mineral; 3Autônomo
733
IRRADIAÇÃO GAMA SELETIVA EM QUARTZO ROSA DE PEDRA LAVRADA
(PB)
Szczepaniak, F.F.1; Duarte, L.C.1; Juchem, P.L.1; Lameiras, F.2, Ferreira, S.3
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
2Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear
3 Geólogo autônomo
734
IRRADIAÇÃO GAMA HOMOGÊNEA EM VARIEDADES DE QUARTZO E
OPALA DO RIO GRANDE DO SUL VISANDO A IRRADIAÇÃO GAMA
SELETIVA
735
SAFIRA AZUL EM VEIOS PEGMATÍTICOS NA REGIÃO DE JOÃO NEIVA,
ESPÍRITO SANTO
Rodrigues, J.D.G.1; Pignaton, G.F.1; Lopes, M.C.S.1; Schnellrath, J.2; Santiago, C.S.2, Marin,
J.C.F.3; Marin, J.R.3; Depianti, J.B.1; Ferreira, P.D.1
1Universidade Federal do Espírito Santo; 2Centro de Tecnologia Mineral; 3Autônomo
736
DESEMPENHO AGRONÔMICO DE SIENITO MOÍDO (CERAÍMA-BA) COMO
AGROMINERAL POTÁSSICO PARA A CULTURA DA SOJA (Glycine Max)
Oliveira, M.I.1,2; Martins, E.S 1; Gabos, M.B.1; Oliveira, M.A.3; Leite, A.A.S.3; Wender, I.G.3
1Embrapa Cerrados; 2 Instituto federal de Brasília-Campus Planaltina; 3Terrativa Minerais Ltda
737
EFEITO DE SIENITO MOÍDO (CERAÍMA-BA) COMO AGROMINERAL
POTÁSSICO NA PRODUÇÃO DE MASSA SECA E ACÚMULO DE
NUTRIENTES PARA A CULTURA DE MILHO (Zea Mays) EM CASA DE
VEGETAÇÃO
Oliveira, M.I.1,2; Martins, E.S 1; Gabos, M.B.1; Oliveira, M.A.3; Angélica, R.S.4; Leite, A.A.S.3;
Wender, I.G 3
1 Embrapa Cerrados; 2 Instituto federal de Brasília-Campus Planaltina; 3 Terrativa Minerais Ltda., 4Universidade
Federal do Pará
RESUMO: A busca por uma alternativa social, ambiental e economicamente mais vantajosa às
fontes convencionais de nutrientes, impulsiona os estudos do potencial de rochas silicáticas
para emprego na agricultura. A demanda por alternativas aos fertilizantes potássicos
convencionais é crescente, sendo que as fontes atualmente exploradas são concentradas no
hemisfério norte, do qual o Brasil importa 95% do consumo deste macronutriente essencial. O
objetivo do trabalho foi avaliar o efeito do pó de sienito (< 0,15 mm) como fonte de potássio
para a cultura do milho. O experimento foi conduzido em casa de vegetação na Embrapa
Cerrados em Planaltina-DF. A rocha testada foi um biotita-clinopiroxênio-álcali feldspato sienito
da região de Ceraíma-BA, com 12,5% de K2O total. Foi misturado rocha finamente moída com
solo (Latossolo Vermelho Amarelo, textura argilosa) em doses predeterminadas de 60, 120,
240 e 480 kg ha-1 de K2O. Os tratamentos para a comparação com o sienito foram pó de biotita
xisto (referência de rocha silicática), cloreto de potássio (fertilizante convencional) e
Testemunha (sem adição de fonte de K). Os tratamentos foram acondicionados em vasos de 2
L e as planta de milho conduzidas por 45 dias com adequado suprimento de água e demais
nutrientes. No que se referem à produção de massa seca do milho em diferentes doses, houve
comportamento semelhante que pode estarem relacionadas ao volume do vaso, um limitante
para o seu desenvolvimento. Assim não houve diferença na produção de massa seca para os
três tratamentos. Observou-se que apenas a dose de 240 kg ha-1 de K2O, apresentou maior
contraste em relação ao tratamento controle. No entanto o tratamento com biotita xisto,
apresentou uma produtividade maior na dose 120 kg ha-1 de K2O, comparado ao controle.
Pode-se comparar o comportamento da produtividade da biomassa em relação à absorção de
nutrientes pelo tecido vegetal. Notou-se que existe um aumento linear da acumulação de K no
intervalo de doses estudado (60, 120, 240 e 480 kg ha-1 de K2O), para as rochas sienito
Ceraíma-BA e biotita xisto, porém a acumulação de K pelo KCl é maior. Concluir-se que o
sienito apresenta potencial como fonte de potássio, entretanto inferior ao tratamento com
fertilizante convencional.
738
O ÂMBAR NO CENÁRIO HISTÓRICO-CULTURAL MUNDIAL
ABBATE, V.V.¹; VASCONCELOS, A.G 2; PENHA, U.C.1
1 Centro Universitário de Belo Horizonte-UniBH; 2 Programa de Pós-Graduação em Geologia IGC-UFMG
RESUMO: Âmbares são resinas fósseis produzidas por determinados vegetais que podem
aprisionar organismos, sendo que a maioria das inclusões compreende invertebrados. Além do
potencial científico, o âmbar possui uma elevada importância cultural e econômica, sendo que
sua utilização pelo homem remonta desde o Neolítico. O objetivo deste trabalho consiste em
apresentar uma revisão sobre a importância cultural e econômica do âmbar, uma vez que se
trata de um assunto pouco difundido na literatura em língua portuguesa. O âmbar foi a primeira
gema a ser reconhecida no mundo e teve um papel relevante em diversas culturas, de forma
que no Neolítico, quando a caça e coleta cederam lugar à agricultura, ele foi um dos principais
produtos utilizados em trocas. Por ser encontrado em diferentes partes do mundo, várias
culturas atribuíram distintas utilizações para o âmbar. Nas mitologias nórdica, grega e romana
ele é tido como a lágrima de deuses. Já na cultura chinesa ele é conhecido como provedor de
força e coragem. O âmbar é conhecido por suas propriedades de cura: ele emite uma luz
calmante que aumenta a clareza mental. Em alguns países europeus, crianças usam colares
de âmbar para ajudar a lidarem com as dificuldades da dentição e com o mau olhado. Ele
também é conhecido por limpar o sistema respiratório, alinhar chakras, ajudar em problemas
de tireóide e atenuar dores de garganta. Pequenos pedaços de âmbar são utilizados em
produtos de tratamento de pele devido à suas propriedades de regeneração. O âmbar foi a
única gema da Escandinávia, tendo sido utilizado para a confecção de joias valiosas, usadas
como forma de pagamento. Na Idade Média foi comercializado para a confecção de cruzes e
amuletos, e, em 1.400, a sua posse não autorizada se tornou ilegal em alguns países
europeus, devido à grande demanda. Nos séculos XVII e XVIII, o âmbar se tornou usual em
obras de arte, sendo que depois de uma fase de menor prestígio, voltou a ser valorizado na
Segunda Guerra Mundial, quando a artista Feliksas Daukantas o representou em suas obras.
Quando lapidado, é usado como gema. Atualmente, as principais jazidas de âmbar se
concentram no leste Europeu, onde são facilmente comercializados. Já no Brasil há poucos
registros, e os maiores depósitos são reportados para o Norte, na Formação Santana,
Chapada do Araripe. Vale ressaltar que, por se tratar de um fóssil, âmbares coletados em
território brasileiro com inclusões de organismos não podem ser comercializados no país.
739
CARACTERIZAÇÃO DAS APATITAS GEMOLÓGICAS DA REGIÃO DE SUMÉ-
PB, BRASIL
Fabrício Fernandes Vieira1, Elissandra N. Moura1 , 2, Lauro Cézar Montefalco de Lira Santos2,
Luisa Diniz Vilela de Carvalho3
1Programa de Pós-Graduação em Exploração Petrolífera e Mineral - Universidade Federal de Campina Grande
(UFCG); 2Unidade Acadêmica de Mineração e Geologia (UFCG); 3Programa de Pós-Graduação em Geologia –
Universidade Federal do Rio de Janeiro
RESUMO: O termo apatita não se refere a um mineral único, mas a uma importante série
mineral, cuja estrutura básica é hexagonal e fórmula química simplificada Ca5(PO4)3X, onde X
pode ser, por exemplo, o íon F- (fluorapatita), OH- (hidroxiapatita), ou Cl- (cloroapatita). As
apatitas ocorrem como constituintes menores de muitas rochas ígneas e estão presentes na
maioria das rochas metamórficas, especialmente nos calcários. É o mineral de fosfato mais
abundante da terra, estando os maiores depósitos associados a complexos alcalinos
carbonatíticos e acumulações orgânicas. As apatitas da região de Sumé são conhecidas desde
a década de 1940, quando a atividade garimpeira se iniciou na área. Na década seguinte, os
primeiros trabalhos de avaliação destes depósitos, sob a responsabilidade do DNPM que
efetuou sondagens, poços, trincheiras e galerias, determinaram uma reserva inferida de
162.800 t de minério, com teor de 38% de P2O5. Este trabalho objetiva estudar a apatita da
região de Sumé – PB, através da caracterização das ocorrências em campo, do levantamento
de dados sobre o mercado destas gemas e das análises mineralógica, química e espectral. As
apatitas ocorrem sob a forma de lentes e bolsões mineralizados em skarns, com coloração
verde, sendo bem aceitas no mercado gemológico. A analise através de espectrômetro por
fluorescência de raio-X determinou que se trata de fluorapatita. Esse mineral foi caracterizado
no laboratório de gemologia da UFCG com habito prismático, índice de refração que varia entre
1.632 e 1,638, dureza 5 na escala de mohs, brilho vítreo, algumas apresentam
acatassolamento e tem densidade relativa de 3,2 g/cm3. A espectroscopia de ultravioleta
visível (UV/VIS) identificou bandas de absorção características de elementos terras raras,
aproximadamente 740 e 800 nm, relacionadas a transições eletrônicas do íon Nd3+, que
também podem estar associadas aos demais picos bem definidos do espectro. Esses picos
geralmente aparecem como doublets devido à quase sobreposição das bandas de seu
acompanhante inevitável, de composição química quase idêntica, Pr3+, cujas transições
eletrônicas podem também estar relacionadas às assimetrias observadas entre 400 e 500 nm.
A larga banda de absorção observada na região de aproximadamente 550 a 700 nm,
absorvendo todo o laranja e amarelo, e boa parte do vermelho, com grande influência na cor no
do mineral, é muitas vezes relacionada, por causa da cor verde, a um centro de SiO3- em um
complexo com íons terras raras trivalentes, envolvendo compensador de carga, cujo modelo é
representado por SiO3-(Ce3++K).
740
AGROMINERAIS PORTADORES DE K, Ca E Mg EM ROCHAS
KAMAFUGÍTICAS: FONTES PARA CONDICIONADORES DE SOLO E
FERTILIZANTES POTÁSSICOS
Marcelo Augusto de Oliveira1,2; Albano Antônio da Silva Leite1;; Eder de Souza Martins3;
Rômulo Simões Angélica4; Mariana B. Gabos3; Maria Inês Lopes Oliveira3
1
Terrativa Minerais S.A; 2Massachusetts Institute of Technology (MIT); 3Embrapa Cerrados;
3
Universidade Federal do Pará (UFPA).
741
CARACTERIZAÇÃO DA ANDALUZITA DE SANTA TERESA-ES
Silva, D. S.1; Abreu, E. A. P.1; Randow, I. C. V.1; Ferreira, P. D.1; Newman Carvalho, D. T. de.1;
Depianti, J. B.1
1Universidade Federal do Espírito Santo
742
ZONEAMENTO AGROGEOLÓGICO NA AVALIAÇÃO DE AGROMINERAIS
REGIONAIS
743
ÂMBAR: HISTÓRIA, PROPRIEDADES, FLUORESCÊNCIA, OCORRÊNCIAS NO
BRASIL E PROCESSOS FOSSILÍFEROS RELACIONADOS
ABBATE, V.V. 1; VERSIANI, M.E.P. 1; PENHA, U.C.1; VASCONCELOS, A.G. 2; SILVA, D.C.G. 1
1 Centro Universitário de Belo Horizonte-UniBH; 2 Programa de Pós-Graduação em Geologia IGC-UFMG
RESUMO: Âmbares são resinas vegetais fósseis com idade superior a 40 mil anos, produzidas
por determinados grupos de vegetais como resposta a lesões externas; Distinguem-se de
copais, essas sendo resinas de idade mais jovem e de composição química diferente. Âmbares
são amorfos e de aparência transparente a opaca, apresentam índice de refração 1,5 e brilho
resinoso a vítreo, com formatos e cores variados; São fluorescentes em presença de luz
ultravioleta, devido a um composto do hidrocarboneto aromático, o perileno. As propriedades
antissépticas, antioxidantes e o odor adocicado atraem organismos, podendo aprisioná-los e
preservá-los à medida que a resina é endurecida. A maioria das inclusões compreende insetos,
aracnídeos, moluscos, anelídeos, nematódeos e crustáceos, havendo também anfíbios,
pequenos répteis, penas, pelos, peles, escamas, fezes e impressões de pegadas. O estudo da
resina em si e das inclusões animais possibilita reconstruções paleoambientais,
paleoecológicas e paleoclimatológicas. O âmbar foi a primeira gema a ser reconhecida no
mundo e teve um papel relevante na cultura e economia de diversas culturas, de forma que no
Neolítico, quando a caça, coleta e pesca cederam lugar à agricultura, ele foi um dos principais
produtos utilizados em trocas. A Rota do Âmbar foi uma antiga rota de comércio que interligava
o Mar do Norte, o Mar Báltico, O Mar Negro, a Itália, a Grécia e o Egito, sendo âmbar o
principal produto comercial; Ela passava pela Europa Central e seguia em direção à Ásia ao
longo da Rota da Seda, desta forma, estendendo-se a regiões mais distantes; Na Suíça
denominou a cidade de Berna – Bernstein, âmbar em alemão, e na Escandinávia levou
influências do Mar Mediterrâneo aos países do norte europeu, desta forma influenciando esta
cultura na Idade do Bronze Nórdico. O âmbar foi a única gema da Escandinávia (‘’Ouro
Nórdico’’), tendo sido utilizado para a confecção de joias valiosas, usadas como forma de
pagamento; Na Idade Média foi comercializado para a confecção de cruzes, rosários e
amuletos; Em 1.400, a sua posse não autorizada se tornou ilegal em alguns países europeus,
devido à grande demanda; Nos séculos XVII e XVIII, o âmbar se tornou usual em obras de
arte, e, depois de uma fase de menor prestígio, voltou a ser valorizado na Segunda Guerra
Mundial, através da artista Feliksas Daukantas. Atualmente é usado como gema, objeto
ornamental e componente de velas e produtos de beleza. Existem poucos registros de
ocorrência de resinas fósseis nas bacias sedimentares brasileiras, sendo abundantes no
registro mundial a partir do Eocretáceo, a partir do advento das coníferas em florestas tropicais
e subtropicais. Dentre as ocorrências brasileiras, a Formação Santana, localizada na Chapada
do Araripe, apresenta o maior número de registros, estando estes entre os mais antigos do
mundo; a esta formação pertence a primeira ocorrência brasileira descrita com inclusões,
apresentando micro inclusões de hifas de fungos. A composição química de âmbares
encontrados na chapada do Araripe tem similaridade com a de âmbares encontrados na
Polônia (região do Mar Báltico) e na Espanha, todos estes interpretados como pertencentes à
família de coníferas Araucariaceae.
744
CONSIDERAÇÕES SOBRE O POTENCIAL GEMOLÓGICO DA OCORRÊNCIA
DE ANDALUZITA VERDE NA FORMAÇÃO NOVO HORIZONTE, GRUPO RIO
DOS REMÉDIOS, SUPERGRUPO ESPINHAÇO, BAHIA, BRASIL
Câmara, I.S. 1; Oliveira, L.R.S.1; Santana, P.R.R. 1; Purificação, C.G.C. 1; Alves, S.S.1;
Nascimento, R.S.A2; Santiago, R.C.V. 1; Garcia, P.M.P. 1; Ramalho, N.P. 1; Borges, R.B. 1;
Sampaio, F.J.1; Gonçalves, T.S.1.
1Universidade Federal da Bahia; 2PetroReconcavo
745
RIODACITOS VÍTREOS E SEMIVÍTREOS DO GRUPO SERRA GERAL
MINERALIZADOS COM AMETISTA NO RS: POTENCIAL PARA
REMINERALIZAÇÃO DE SOLOS
746
NORMATIZAÇÃO DO USO DOS REMINERALIZADORES: LIMITAÇÕES E
PERSPECTIVAS
Theodoro, S. H.2
1Universidade de Brasília/Programa de Pós Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural
RESUMO:
Políticas públicas e incentivos governamentais dirigidos ao setor agrícola têm amenizado um
quadro de dificuldades no que se refere à oferta e à garantia de acesso aos fertilizantes
minerais, em grande parte importados pelo Brasil. Segundo dados do Ministério da Agricultura
Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do
mundo, mas possui uma produção pouco significativa (cerca de 30% do que consome). Essa
dependência torna a posição do País extremamente fragilizada e ameaça os bons resultados
obtidos pelo setor nos últimos anos, os quais impactam a balança comercial brasileira
(agronegócio) e, também a produção de alimentos consumidos internamente, derivados da
agricultura familiar. Encontrar novas rotas tecnológicas ou opções para viabilizar a fertilização
dos solos tropicais, grandemente intemperizado do País, deixou de ser um desafio, para se
tornar uma necessidade que assegure a manutenção da soberania brasileira, no que se refere
à produção de alimentos e commodities. As pesquisas sobre a tecnologia da rochagem,
indicam que o uso de pós de rocha para remineralizar os solos e favorecer o alcance de uma
produção agrícola de cunho mais sustentável, tem apresentado resultados muito positivos no
que se refere à produtividade (que em muitos casos é equivalente ou superior aquelas obtidas
com os fertilizantes solúveis) e aos custos de obtenção dos insumos, significativamente
menores (cerca de 80 a 60% mais baratas que as fontes convencionais). Outras vantagens,
tais como a reestruturação do solo, aumento da umidade no entorno das plantas e aceleração
do processo de produção foram obtidos em várias investigações desenvolvidas por
universidades e centros de pesquisa, que utilizaram diferentes tipos de rochas. Nesse aspecto,
o Brasil tem sido protagonista e está na vanguarda das pesquisas relacionadas ao tema e nas
ações que favoreceram a alteração da Lei dos Fertilizantes (Lei nº 6.894/1980), para incluir os
remineralizadores (Lei nº 12.890/2013) como uma categoria de insumo agrícola de origem
mineral que tenha sofrido apenas redução e classificação de tamanho por processos
mecânicos e que altere os índices de fertilidade do solo por meio da adição de macro e
micronutrientes para as plantas. Este trabalho faz uma análise do marco legal dos fertilizantes
no Brasil, desde a década de 1980 até a edição da recente Instrução Normativa 05/2016, pelo
MAPA (que estabeleceu as garantias mínimas dos produtos) e demais instrumentos legais
(Decretos) que permitiram o uso e a comercialização dos remineralizadores no País. Aborda
como se deu o processo de inserção dos remineralizadores no arcabouço jurídico e o que se
pode esperar sobre o uso desse insumo, que é disponível em quase todas as partes do
território brasileiro. Pretende-se também apontar as principais vantagens do uso dos
remineralizadores, e quais as limitações e perspectivas para que este insumo torne-se
amplamente utilizado pelos agricultores familiares ou mesmo pelos grandes produtores. Por
fim, esse trabalho aborda em que medida o uso de produtos (ou subprodutos) derivados da
mineração pode contribuir para alavancar o setor mineral, que encontra-se parcialmente
paralisado pela discussão do novo código mineral, em tramitação no Congresso Nacional.
747
CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DAS ARGILAS
NA REGIÃO DO BAIXO JAGUARIBE, ESTADO DO CEARÁ
Resumo
A área de estudo compreende uma superfície de 48,76 hectares localizada na região do
Baixo Jaguaribe, porção leste do Estado do Ceará. O trabalho consistiu na caracterização
tecnológica das argilas visando à quantificação em tonelagem, bem como os teores expressos
pelos componentes químicos das argilas, para melhor definir os valores econômicos das
reservas. Geologicamente a área pesquisada está inserida nos depósitos aluvionares de idade
terciária e quaternária. As definições das propriedades físicas das argilas no seu estado
natural foram caracterizadas diretamente em campo, visando estabelecer o grau de
plasticidade, textura, no que se refere à coesão entre partículas de areia, silte e argila, e cor,
que caracteriza as propriedades mineralógicas como impurezas (quartzo, mica, óxido de ferro,
carbonatos e matéria orgânica. Após secagem, são novamente levadas ao moinho de bolas.
Os pós de argilas obtidos foram identificados, armazenados e encaminhados para análise de
Raios-X. Este estudo também utilizou como ferramenta a modelagem geológica com o software
SURPAC 6.2, na geração de modelos do sólido mineralizado, interpretado em 3D (eixos
ortogonais x, y, z). As informações utilizadas foram coletadas de furos de sondagens e o
programa de banco de dados foi o Microsoft Acess 2000. A caracterização química foi
realizada através do uso de FRX. Toda a seleção do material foi divido em duas etapas: a 1ª
etapa corresponde a execução de doze furos de sondagem para determinação do volume, em
função da profundidade e coordenadas geográficas, associadas a litologia, estabelecendo um
modelo de blocos em 3D. A 2º etapa compreende as análises e interpretações do resultados
laboratoriais obtidos nas amostras dos furos de sondagem. Esse metodologia foi utilizada tanto
para a quantificação em termos de toneladas, como também para a qualidade das argilas
pesquisadas, pois através do software de modelagem geológica é possível escolher as
melhores áreas para a explotação do minério, evitando assim uma lavra ambiciosa e fora dos
padrões técnico e econômico. Desta forma, há uma facilidade na obtenção de peças com
coloração avermelhada em patamares de queima com temperaturas menores. Entretanto,
alguns tipos de argilas não são indicadas para utilização em cerâmicas aparentes ou telhas em
áreas com alto índice de ataque de maresia, pois a reação com o óxido de ferro pode provocar
a formação de patologias nas peças a médio-longo prazo. A análise difratométrica identificou
montimorilonita, ilita, quartzo, muscovita, caulinita, nontronita. As etapas de campo de campo e
os resultados das analises laboratoriais mostraram que a argila pesquisada possui volume
capaz de suprir as necessidades de uma indústria de cerâmica por vários anos além sua
excelente qualidade, sendo considerada própria para a fabricação de artefatos cerâmicos.
748
ANÁLISE GEMOLÓGICA DA ÁGUA-MARINHA PROVENIENTE DA REGIÃO
DE SANTA TERESA, ES
Figueiredo K. V. A.1; Randow, I. C. V.1; Gonçalves, N. V.1; Figueiredo, I. A.1; Ribeiro, Q. F.1;
Newman Carvalho, D. T. de.1; Newman, J. A.1
1Universidade Federal do Espírito Santo
749
introduzido nas estruturas dos cristais, maiores serão as densidades, aumentando assim os
índices de refração e gerando um aumento nos níveis das birrefringências.
750
POROSIDADE E RESISTÊNCIA DOS QUARTZITOS COLORIDOS SERIDOENSES COMO
ROCHA ORNAMENTAL
751
ALTERNATIVAS PARA MELHORIAS EM PESQUISA MINERAL, APLICADAS
AO SETOR DE AGREGADOS.
Bravo, J.C.S.¹; Galan, C.G²; Silvestre, R.³
RESUMO: Depois de longos períodos em baixa, nos últimos anos, o setor de agregados,
passou por forte ampliação da demanda no consumo, ampliando a produção de brita, areia, e
outros materiais pertinentes, na mesma proporção, o rigor dos órgãos e da legislação
ambiental vem se intensificando, e afetando diretamente a mineração como um todo, metálicos
e não metálicos. Com isso, novas alternativas para maximizar e dinamizar o aproveitamento
em plantas já existentes, se faz cada vez mais necessário. Por isso novas medidas de
caracterização e quantificação de jazidas, além de novas tecnologias e métodos, devem ser
estudadas e incentivadas.
No município de Campinas, interior do estado de São Paulo, realizou-se um estudo de caso,
em uma mineração de agregados (brita) para construção civil, já existente e situada no
contexto geológico da Zona de Cisalhamento Campinas-Valinhos, onde esta, necessitava
ampliar suas reservas, e definir melhor suas litologias, melhorando assim, o produto final que é
basicamente empregado na fabricação de Concreto e CBUQ (Concreto Betumiso Usinado
Quente).
Buscando sempre alternativas de menor custo, e de rápida resposta, foram realizadas
incursões de campo, na cava já em atividade, e nos seus arredores, visando à caracterização
das litologias, obtendo amostras para confecção de lâminas e posteriormente análises
petrográficas, para o refinamento dos resultados.
Somado a isso, foi realizada perfilagem óptica de um poço tubular profundo, já existente no
empreendimento, possibilitando dimensionar o comportamento do maciço na extensão deste,
além de ampliar as reservas minerais em profundidade. Concomitantemente, foram feitas
sondagens de até 30 metros em pontos estratégicos da planta, onde se pode dimensionar o
capeamento (solo) ainda existente.
Diante desses dados, somados a porções de rochas aflorantes na cava e no entorno, além do
histórico do empreendimento, somados a uma revisão bibliográfica dos trabalhos já realizados
para Zona de Cisalhamento Campinas-Valinhos foi possível diagnosticar e detalhar as litologias
presentes, além de se obter um mapa geológico do local e o cálculo das reservas minerais da
área em estudo, ampliando-as consideravelmente. Tais estudos, aplicados desta forma,
possibilitarão a redução dos custos de forma expressiva referentes a sondagens para pesquisa
e quantificação mineral. Outro fator importante, é que por se tratar de um empreendimento já
em atividade, os impactos ambientais são reduzidos, principalmente quando comparados a
novos projetos.
▪ Geodinâmica e
Evolução Crustal
ST14 – Geoquímica
ISBN: 978-85-99198-13-1
753
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ ST10 –
Terrenos Arqueanos e
Proterozóicos
ISBN: 978-85-99198-13-1
754
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA, GEOQUÍMICA E GEOCRONOLÓGICA
U-Pb DO COMPLEXO SÃO JOÃO DA MATA E DO BATÓLITO SERRA DA
ÁGUA LIMPA NO EXTREMO SUDESTE DE MG, FAIXA BRASÍLIA
MERIDIONAL.
Martins, L.C.D.1; Novo, T.A.1; Pedrosa-Soares, A.C.1 Peixoto, E.I.N.2, Tedeschi, M. F1,3
1 Instituto de Geociências - Universidade Federal de Minas Gerais 2 Universidade Federal de Ouro Preto
3Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
755
LENTES ULTRAMÁFICAS PALEOARQUEANAS NA FAIXA SERIDÓ, NE DO
BRASIL: EVIDÊNCIAS DE REEQUILÍBRIO DE ÓXIDOS DE FE-TI-V NO
BRASILIANO.
756
NOVO SEGMENTO CRUSTAL DO SUL DO CRÁTON DO SÃO FRANCISCO:
ORTOGNAISSE SÃO TIAGO
Simon, M.B.1; Bongiolo, E.M.1; Ávila, C.A.2; Oliveira, E.P.3; Teixeira, W.4; Stohler, R.C.5;
Oliveira, F.V.S.5
1Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2Museu Nacional - Universidade Federal do Rio de Janeiro;
3Universidade Estadual de Campinas; 4Universidade de São Paulo; 5Petrobras
757
GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DE FORMAÇÕES FERRÍFERAS
BANDADAS DO GREENSTONE BELT PITANGUI, MINAS GERAIS:
EVIDÊNCIAS DE UM POSSÍVEL EVENTO DE OXIGENAÇÃO NO
MESOARQUEANO
Brando Soares, M.1; Corrêa Neto, A.V.2; Zeh, A.3; Cabral, A.R.4; Pereira, L.F.1; Bueno do
Prado, M.G.5; Almeida, A.M.5; Manduca, L.G.5; Montenegro da Silva, P.H.5; Mabub, R.O.A.5;
Schlichta, T.M.5
1Programa de Pós-Graduação em Geologia (PPGL), Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Brasil; 2Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio
de Janeiro, RJ, Brasil; 3Institut für Geowissenschaften, Johann Wolfgang Goethe-University, Altenhöferallee 1, D-
60438 Frankfurt am Main, Alemanha; 4Mineral Resources, Technische Universität Clausthal, Adolph-Roemer-Str.
2a, D-38678 Clausthal-Zellerfeld, Alemanha; 5IAMGOLD Brasil
O Greenstone Belt Pitangui está localizado no Quadrilátero Ferrífero, porção sul do Cráton São
Francisco, Minas Gerais. A descrição detalhada de testemunhos de sondagem revelou que a
estratigrafia deste cinturão, pouco estudada até o presente trabalho, é composta por rochas
metavulcânicas máficas e ultramáficas intercaladas a intervalos metassedimentares menos
espessos (formações ferríferas bandadas; meta-arenitos e metapelitos turbidíticos) representando
uma Unidade Inferior; uma Unidade Intermediária dominada por rochas metassedimentares
clásticas turbidíticas intercaladas com metavulcânicas máficas, formações ferríferas bandadas e
quartzitos ocorrendo de forma localizada. Uma Unidade Superior é composta por quartzitos e
metaconglomerados polimíticos. As rochas deste greenstone são metamorfizadas em fácies xisto-
verde e bordejadas por domos compostos por TTGs e granitoides alcalinos tardios. A Unidade
Inferior engloba as rochas metassedimentares químicas e clásticas que ocorrem na região do
depósito aurífero São Sebastião e que foram estudadas a fim de entender as condições
atmosféricas e oceânicas em que estas rochas se depositaram e para obter as primeiras idades
geocronológicas do Greenstone Belt Pitangui. Dados isotópicos de U-Pb e Lu-Hf a partir de zircões
detríticos retirados de meta-arenitos apontam para uma idade máxima de deposição de 2861 ± 15
Ma. Esta idade é similar à encontrada para a unidade basal do Greenstone Belt Rio das Velhas,
localizado aproximadamente 100 km a sudeste, reforçando a correlação entre os dois cinturões
arqueanos sugerida pela semelhança estratigráfica. Resultados de geoquímica para as formações
ferríferas do depósito São Sebastião indicam que estas são produto de sedimentação química
controlada pelas condições dos oceanos durante o Mesoarqueano final, onde o enriquecimento
em Eu (típico de formações ferríferas do tipo Algoma) reflete atividade hidrotermal de alta
temperatura em zonas de espalhamento oceânico. Correlações entre Al2O3, TiO2, Zr, Cr e Ni
mostram que algumas amostras de formação ferrífera contêm contribuição detrítica de fonte
máfica/ultramáfica, implicando em denudação da crosta ou atividade vulcânica coeva à deposição.
Além das fortes anomalias positivas de európio (Eu), as formações ferríferas do depósito São
Sebastião (com pouca ou nenhuma contribuição detrítica) apresentam anomalias negativas de
cério (Ce) quando normalizadas para o Post-Archean Australian Shale (PAAS). Estas anomalias
negativas de cério (Ce) presentes nas formações ferríferas bandadas do depósito São Sebastião
fornecem evidência, com amarração geocronológica precisa, para o mais antigo (cerca de 2.86Ga)
evento de oxigenação já documentado no Brasil até o momento, enfatizando a presença de
períodos episódicos de oxigenação dos oceanos anteriormente ao Grande Evento de Oxidação
(GOE).
Palavras-chave: GREENSTONE BELT PITANGUI; GEOCRONOLOGIA DE ZIRCÕES
DETRÍTICOS; OXIGENAÇÃO MESOARQUEANA
758
GEOLOGIA DO COMPLEXO RIACHO SECO, SUL DA PROVÍNCIA
BORBOREMA, NORTE DO ESTADO DA BAHIA, BRASIL
Rocha, M. R.1; 2; Garcia, P. M. P 2; Nobreza, W. B. S. 3; Souza, D. P. C. 4
1Mineração Caraíba S/A; 2Universidade Federal da Bahia; 3 Universidade Federal do Oeste da Bahia;
4Universidade Federal da Bahia
RESUMO: A área de estudo insere-se no complexo metamórfico denominado Riacho Seco, que
é compreendido em sua maior parte por rochas gnáissicas e migmatíticas arqueanas. Neste
domínio são registradas intercalações de rochas básico-ultrabásicas (hospedeiras da
mineralização de cobre) associadas, por vezes, à calcissilicáticas e mármores. O objetivo deste
trabalho correspondeu a discussão do quadro geológico regional, descrição de afloramentos e
lâminas delgadas dos principais litotipos e a identificação das principais mineralizações
cupríferas na região de Riacho Seco. A área em consideração está localizada na região
extremo-norte do Estado da Bahia, região econômica do Baixo Médio São Francisco, zona
limítrofe do Estado da Bahia com o Estado de Pernambuco situada, inteiramente no município
de Curaçá, próximo ao povoado de Riacho Seco. A geologia regional abrange as unidades
geológicas da Província Borborema Sul e os depósitos colúvio-eluviais tércio-quaternários. As
unidades arqueanas são caracterizadas pelos ortognaisses com restos de unidade
metavulcanossedimentar, pertencentes ao Complexo Riacho Seco. Esse Complexo é
representado por rochas do tipo: anfibolitos, metagranodioritos, metatonalitos, migmatitos,
paragnaisses, xistos e, subordinadamente, formações ferríferas bandadas e metacherts. No
âmbito local da área de estudo (região do distrito de Riacho Seco) os gnaisses migmatíticos
afloram na maior parte da área. Estes gnaisses migmatíticos envolvem porções mais ricas em
biotitas (porções cinza) e outras em feldspato potássico (porções rosadas). Possuem foliação
gnáissica com mergulhos variando entre 20° a 70° SW. As relações de contato entre esses
corpos e os anfibolitos da área não são muito evidentes em campo. As rochas básicas
correspondem a corpos de dimensões variadas e ocorrem em toda a área como corpos
lenticulares, alongados segundo a direção NW-SE e muitas vezes boudinados com mergulho
de baixo angulo. Em afloramentos estes corpos apresentam coloração verde-escuro, estrutura
maciça ou orientada (a mais recorrente) e fraturas. Muitas vezes, as mineralizações de cobre
oxidado (malaquita e azurita) encontram-se associadas aos planos de fraturas e foliações
destas rochas. Enquanto que, mineralizações de sulfetos de cobre associam-se a calcocita,
digenita, bornita e calcopirita que, normalmente, ocorrem em porções maciças destas rochas. A
maior parte das mineralizações de sulfetos disseminados, que ocorrem em testemunhos de
sondagem, estão associados a este tipo de rocha. As rochas calcissilicáticas, conforme
mencionado acima possuem uma relação direta com os corpos básicos da área. Observa-se
que aparentam ter contatos transicionais e deverão ser melhor estudadas para que se possa
estabelecer todas as relações que possuem com as rochas adjacentes e também verificar os
processos de metamorfismo e mineralização. Em campo, macroscopicamente, exibem cor
variando entre verde-claro e cinza-esverdeada, granulometria média e estrutura maciça.
759
PETROGRAFIA DE ROCHAS DO COMPLEXO SANTA LUZ, PORÇÃO NE DO
CRÁTON DO SÃO FRANCISCO, ESTADO DA BAHIA, BRASIL
Rocha, M. R.1; 2; Garcia, P. M. P 2; Nobreza, W. B. S. 3; Souza, D. P. C. 4
1Mineração Caraíba S/A; 2Universidade Federal da Bahia; 3 Universidade Federal do Oeste da Bahia; 4
Universidade Federal da Bahia
RESUMO: A área de estudo insere-se no domínio geológico do Complexo Santa Luz, unidade
do Bloco Serrinha, porção Nordeste do Cráton do São Francisco. Este domínio tectônico de
idade mesoarqueana, é constituído por rochas metamórficas de médio a alto grau, sendo elas,
em sua maioria, migmatitos, ortoganisses, granulitos, anfibolitos e quartzo dioritos. Em termos
regionais, trata-se de uma unidade mais extensa do Bloco Serrinha, que ocupa uma faixa com
direção aproximada NNW – SSE sendo considerado como o embasamento dos Greenstone
Belts do Rio Itapicuru e do Rio Capim. Os ortognaisses se formaram no Arqueano, período em
que sofreram deformação, metamorfismo e provável refusão crustal, sendo provavelmente
retrabalhados durante os eventos deformacionais do Paleoproterozoico. O objetivo deste
trabalho consiste na realização de estudos petrográficos em afloramentos que constituem o
embasamento pré cambriano, mapeados como pertencentes ao Complexo Santa Luz, nas
proximidades das cidades de Feira de Santana e Pedrão, porção centro leste do Estado da
Bahia, Brasil. Os afloramentos estudados na área apresentam coloração acinzentada e por
vezes avermelhada, são compostos por quartzo, feldspato, k – feldspato, biotita e piroxênio.
Apresentam foliação gnáissica, caracterizada pelo bandamento composicional dos minerais
máficos e félsicos com direção preferencial N60°/85 SE. Ocorrem também afloramentos
isotrópicos, onde a foliação gnáissica já foi obliterada em função dos fortes eventos de
deformação e metamorfismo, constituindo porções com rochas mais homogêneas. Também
foram observadas, dobras intrafoliais fechadas a isoclinais. Ocorrem fraturas do tipo “T” e par
conjugado em sistema com direção preferencial N270°/SV (leste – oeste) e N180/SV (norte –
sul), podendo a direção variar cerca de 5 - 10° para ambos os lados. Além disso, ocorrem veios
de quartzo e pegmatitos, produtos de fases finais de eventos magmáticos. A descrição
petrográfica realizada em microscópio de luz refletida, de amostras de rocha representativas da
área de pesquisa, em seção delgada, foi possível observar a presença de textura
predominantemente isotrópica com orientação incipiente das micas. Ao microscópio é possível
observar que existe predominância dos plagioclásios em relação ao feldspato potássico, além
de inclusões de feldspatos em quartzo. As observações microscópicas revelam uma
predominância maior dos plagioclásios na matriz e nas vênulas que a truncam, além de
reações de saussiritzação dos plagioclásios e sericitização das biotitas. Os resultados dos
estudos apontam que estas rochas passaram por fortes eventos de deformação, metamorfismo
e hidrotermalismo causando alterações na estrutura da rocha (obliterando o bandamento
composicional), metamorfismo de fácies anfibolito (médio grau) e alteração de minerais por
efeitos de saussuritização.
760
EVOLUTION OF ARCHEAN AND PROTEROZOIC TERRANES IN THE
BRAZILIAN SHIELD
Hartmann, L.A.
Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
ABSTRACT: The Brazilian Shield comprises all exposed Precambrian (some Cambrian) rocks
in South America. Archean terranes cover large areas, but the most significant crustal growth
occurred in the Paleoproterozoic. Mesoproterozoic terranes occur in the basement of the
Andes, in Bolivia and in northwestern and northeastern Brazil, but form the unexposed
basement of large tracts of the central and southern portions of the shield. Neoproterozoic
terranes constitute large portions of eastern South America and may be comparable to the
Himalayas orogen. Orogenic processes were dominant in the shield construction and
deformation, but large regions of sedimentary and magmatic rocks are the result of plume
activity in the Proterozoic. The many themes involved in the evolution of the shield include ore
deposits, water, petroleum, gas, life, atmosphere, meteors, orogens, mantle plumes, basins,
crystals, isotopes, paleopoles, aerogeophysics, metacraton; a few are selected for a comment.
Systematic geological mapping by the Geological Survey of Brazil and locally by universities
was integrated in the last decade with the U-Pb dates and Lu-Hf isotopes and some elemental
geochemistry obtained mostly from zircon. Aerogeophysical surveys in several regions support
geotectonic interpretations. Orogens are now better delimited and processes better understood.
The remarkable extent of the Paleoproterozoic terranes in northeastern Brazil is now described
and also the growth of the Archean core of the Amazon Craton by accretion of successively
younger Proterozoic orogens. Efforts of correlation with Africa have delimited the evolution of
Gondwana along the Atlantic Ocean coast. The description of the Araçuaí Orogen has
advanced the knowledge of processes of crust formation and deformation in an extensive
region of the Brasiliano Orogen. The Late Paleoproterozoic plume activity in eastern Brazil is
now better known from studies in the Espinhaço Group. In addition to minor Mesoproterozoic
activity in some shield regions, inherited and detrital zircon U-Pb ages and Hf model ages are
described in the southern portion of the shield. Even the zircons from the Ediacaran ophiolites
and Mesozoic Serra Geral Group basalts display 1.0 Ga Hf-model ages. Ophiolites register the
formation and accretion of oceanic crust in the southern Brazilian Shield from zircon U-Pb-Hf
isotopes in albitites and metassomatic chloritites; ages are 923-786-722 Ma (Tonian) in the
Cerro Mantiqueiras and Ibaré ophiolites, and zircon has depleted mantle composition in Hf
isotopes and trace elements. In the Brasiliano Orogen metacraton, a dispersed continental arc
association has been described at 777-900 Ma, and a coeval juvenile association occurs in
Argentina. The description of the Ediacaran-Cambrian orogenic triad (granitic core-fold and
thrust belt-foreland basin in northeastern and southernmost Brazil has clarified the geological
relationships in the metacraton. Collisional processes generated the Dom Feliciano Belt by
reworking the La Plata Craton in the southern Brazilian Shield. The Brasiliano Orogen is now
better understood, both the juvenile terranes in Goiás and São Gabriel and the dominant
metacraton belts variously named Dom Feliciano, Ribeira, Brasília, Paraguai, Araguaia,
Araçuaí, Sergipano and West Gondwana Orogens. The qualified description of Precambrian
terranes of the Brazilian Shield may elucidate of several significant processes.
761
SIGNIFICADO TECTÔNICO DAS ROCHAS DE ALTO GRAU DO NORTE
DE MATO GROSSO
1Rizzotto, G.J; 1Ladeira, C.A.; 1Rios, F.S; 1Duarte, T.B.; 1Lopes, L.B.; 1Gonçalves, G.F.;
1Netto, G.B.; 1Fuentes, D.B.V.; 2Oliveira, A.C.; 2Lisboa, T.
1Serviço Geológico do Brasil-CPRM-Superintendência de Goiânia; 2Serviço Geológico do Brasil-CPRM
Superintendência de Manaus
Bordejando a Bacia dos Caiabis, no interflúvio dos rios Juruena e Teles Pires afloram em
uma faixa (230x30km) contínua de direção EW, migmatitos orto e paraderivados, além de
granulitos máficos e félsicos, os quais compõem o Complexo Nova Monte Verde (CNMV). As
rochas deste complexo configuram uma intensa anomalia gravimétrica positiva e formam uma
estrutura geológica arqueada. Sugere-se uma redefinição estratigráfica e genética para o
CNMV onde as rochas supracrustais de alto grau, constituídas por paragnaisses, granulitos
félsicos, migmatitos paraderivados e subordinadamente gnaisses calcissilicáticos e formação
ferrífera bandada, as quais doravante passam a constituir a Unidade Paraderivada-Bacaeri-
Mogno do CNMV, enquanto que os ortognaisses tonalíticos/granodioríticos/quartzo-dioríticos,
migmatitos (diatexitos e metatexitos ortoderivados), granulitos máficos e enderbitos, constituem
a Unidade Ortoderivada-Vila Progresso do referido complexo. Destaca-se o estágio avançado
de fusão dos migmatitos não sendo possível reconhecer distintamente o paleossoma e o
neossoma. Assim sendo, predominam os diatexitos com estrutura do tipo schlieren, turbulenta
e nebulítica, enquanto que os metatexitos são estromáticos. No geral, possuem bandamento
gnáissico e mesodobras com plano axial de direção EW.
Expressivo plutonismo granítico associado a vulcanismo félsico bordeja tanto a norte
como a sul as rochas de alto grau do Complexo Nova Monte Verde. Ou seja, o CNMV
representa a crosta inferior exumada, a qual foi colocada lado a lado com granitóides e
vulcânicas pouco ou nada deformados. Situação geológica equiparada com os Complexos de
Núcleo Metamórfico identificados nos registros geológicos do Pré-Cambriano ao Recente.
Dados estruturais, petrográficos e de campo, aliados a dados isotópicos indicam que a
cristalização dos migmatitos e granulitos foi contemporânea com a deformação, ou seja, entre
1790-1770Ma. Granitos da Suíte Juruena (fácies São Pedro, São Romão, Juruena, Nova
Canaã, Apiacás e Paranaíta) e vulcanismo félsico associado (Grupo Colíder), possuem idades
de cristalização entre 1800-1780Ma e exibem características de cristalização sin-tectônica. A
assinatura isotópica de Sm-Nd tanto dos migmatitos como dos granitos é idêntica (TDM = 2,0-
2,2 Ba; εNd =-3,9 a +2,5), sugerindo derivação crustal Paleoproterozóica com interação de
fonte mantélica. Desta forma, os dados indicam um único evento magmato-tectônico que
ocorreu no intervalo de tempo de 1800 a 1770Ma.
Nos modelos geotectônicos propostos até então para esta região, as rochas do CNMV
seriam representantes de complexo de subducção/arco magmático continental. No entanto, o
que se observa é a ausência de feições e registros característicos de uma tectônica de
margem convergente, tais como nappes e estruturas cavalgantes de baixo ângulo, vergência
tectônica, prisma acrescionário, zona de sutura e paragênese metamórfica de alta pressão.
A nova proposta tectônica aqui sugerida é que os migmatitos do CNMV, juntamente com
os granitóides da Suite Juruena e vulcânicas associadas foram derivados por fusão parcial da
crosta Paleoproterozóica Tapajós, por mecanismo de descompressão promovido por regime
tectônico extensional ao longo de margem continental. A fonte de calor necessária a este
processo pode ter sido fornecida por underplating de magma basáltico. Uma implicação deste
modelo é que fusão parcial e extensão foram coevas.
Palavras-chave: MIGMATITOS, GRANULITOS, TECTÔNICA EXTENSIONAL
762
GNAISSES-MIGMATÍTICOS PALEOPROTEROZÓICOS-ARQUEANOS DO
COMPLEXO AMPARO (CRATON DO SÃO FRANCISCO), SE DO BRASIL:
NOVAS DATAÇÕES U-Pb EM ZIRCÃO E DADOS ISOTÓPICOS Nd E Sr EM
ROCHA TOTAL
Oliveira, M.A.F.1; Negri, F.A.2
1 Universidade Estadual Paulista – Campus de Rio Claro; 2 Instituto Geológico – Secretaria do Meio Ambiente do
Estado de São Paulo
763
EVOLUTION OF NEOPROTEROZOIC TERRANES IN THE BRAZILIAN SHIELD
Monica Heilbron1
From the Neoproterozoic to the Early Cambrian the Brazilian shield records diachronic
geological events that shaped the present configuration of cratonic blocks and intervening large
areas of mobile belts. The amalgamation of different pieces including older cratonic blocks,
microcontinents and magmatic arcs occurred preferentially in Ediacaran to Early Cambrian time.
At the margins of the cratonic blocks, the Tonian period is marked by the development of
passive margin sequences, with clear provenance from these blocks. The record of the
Statherian and Calymmian extensional phases are present in these successions. Metabasic
rocks and bimodal magmatic associations of ca. 1.0 to 0.90 Ga attest the beginning of the
extensional phases that result of the development of the Neoproterozoic rift to passive margin
sequences. Few available geochronology data indicates renewed extensional tectonic periods
of basin magmatism (780-740 Ma WPB/MORB and 660 Ma ophiolites), suggesting
development until the Cryogenian to Early Ediacaran. Glacial deposits and cap carbonates have
been described in many belts and intracratonic basins. The minimum depositional ages are
constrained by the Brasiliano metamorphic overprint between 650 to 595 Ma, in most of the
belts.
At the same time Tonian intraoceanic arcs, which evolved to more mature arcs in time, start to
development in the intervening oceanic spaces, indicating convergent plate limits outboard of
the cratonic fragments and their passive margins. The oldest and more primitive arc systems
developed in the São Gabriel, Ribeira and Brasília belts. Most of them evolved to cordilleran
settings during the Cryogenian and the Ediacaran until 620 Ma. This period is also marked by
the development of cordilleran arcs in most of the belts, pointing out the progressive closing of
the intervening oceanic spaces. Because of the deep erosion level of most of the belts, few
volcanic rocks or fore arc successions were described until now, but some Neoproterozoic
sequences clearly show provenance from the arc systems, and most of them are regarded as
former back arc to Japan sea type marginal basins.
The Brasiliano Event marked the collision these different pieces finally shaping the Western
Segment of Gondwana. The advance on U-Pb geochronology in the last 15 years indicates that
collision episodes are quite diachronic in the different belts that make up the Brazilian shield.
Relicts of the oldest Tonian to Cryogenian metamorphic episodes were described at the
Northern Brasília belt, São Gabriel and Southern Ribeira belt. Nevertheless, the most important
collision episodes are 650-620 Ma, 620-595, 605-565 Ma and 550-510 Ma. In the same time,
passive margin basins continue to develop at the pheripherical belts.
The late Ediacaran to Early Cambrian collisions are recorded in the Paraguai-belt and
easternmost Ribeira belt, coeval with the development of contemporary basins, some
interpreted as foreland to successor basins, but others with clearly rift to sag affinities maybe
related to the transmission of far field stresses. Bimodal or felsic magmatism where detected in
some of them.
Finally, the transition to a stable platform is marked by late Cambrian to Early Ordovician
transtensional shear zones and bimodal magmatism.
764
AS ROCHAS MÁFICAS E ULTRAMÁFICAS DA SEQUENCIA
METAVULCANOSSEDIMENTAR RIO DO COCO (PARAÍSO DO
TOCANTINS/TO)
Hauser, N.1; Souza, C.S.M.1; Dantas, E.L.1; Alves, P.V.F.S.1; Marimon, R.S.1
Moura, F.G.1; Teles, L.S.B.1; Botelho, N.F.1; Yokoyama, E.1; Souza, V.S.1; Oliveira,C.G.1
1Universidade de Brasília - Instituto de Geociências
RESUMO: O mapeamento geológico básico de detalhe realizado pela UnB na área ao redor da
cidade Paraíso do Tocantins, identificou a Sequencia Metavulcanossedimentar Rio do Coco
(SRC), como uma unidade relacionada ao Grupo Tocantins no Cinturão Araguaia (CA),
unidade geotectônica da porção ocidental da Província Estrutural do Tocantins (Almeida et. al.,
1981). Trata-se de uma faixa de rochas metassedimentares, metamáficas e metaultramáficas
metamorfizada sob fácie anfibolito. O entendimento desta unidade de mapeamento ainda é
inconclusivo, não é bem definido, uma vez que as mesmas foram relacionadas tanto com
ambientes de Greenstone Belt de idade Arqueana (Barreira 1980; Barreira e Dardene 1982;
apud Arcanjo, 2013) como correlacionadas a complexos ofiolíticos de Quatipuru (CPRM, 2015).
Dados inéditos de isótopos de Nd sugerem que as rochas podem ser relacionadas a lascas
ofiolíticas de idade Neoproterozóica (Dantas, 2015). A sequencia foi subdividida em quatro
unidades litológicas: Filitos Carbonosos, Metacherts, Máfica-ultramáfica e Metassedimentar A
unidade Máfica-Ultramáfica aflora como corpos isolados em meio à unidade Metassedimentar
da SRC e aflora principalmente na porção leste da área mapeada. Os afloramentos encontram-
se em forma de lajedos e em cortes de estrada e as principais rochas encontradas são xistos
ultramáficos e serpentinitos. Com o estudo petrográfico foi possível fazer um detalhamento da
unidade em termo das litologias encontradas. Em função disto, foram reconhecidos cinco tipos:
1) Serpentina Tremolita Xisto (60% tremolita, 35% serpentina, 4% magnetita e 1% olivina), de
coloração esverdeada, textura adiablástica e foliação penetrativa por conta da orientação
preferencial dos cristais de tremolita; 2) Magnetita Talco Xisto (85% talco, 12% magnetita e
3% clorita), de coloração esverdeada levemente magnético e com textura lepidoblástica; 3)
Talco Serpentina Xisto (65% serpentina, 25% talco, 8% magnetita e 2% olivina), possui
cloração verde acinzentada, textura adiablástica, com foliação penetrativa marcada pela
orientação de cristais de talco e serpentina; 4) Actinolita Xisto (60% actinolita, 30% quartzo,
30% hornblenda e 5% óxidos), de coloração esverdeada, com porções claras compostos por
quartzo e porções escuras compostas por actinolita. Apresenta foliação penetrativa e textura
lepdoblástica e 5) Tremolita Talco Xisto (65% talco, 25% tremolita e 10% magnetita),
apresenta coloração acinzentada, possui textura nematoblástica e crenulações evidenciadas.
As três primeiras litologias representam produto de metamorfismo e hidratação de um protólito
ultramáfico; em tanto que as duas litologias restantes encontram-se metamorfisada em fácie
anfibolito, com protólito ultramáfico. Além disso, a Actinolita Xisto tem um protólito ultramáfico
com cálcio em excesso, que foi metamorfisada na fácie xisto verde em uma zona de
cisalhamento de baixa temperatura. Análises geoquímicas e isotópicas (Sm-Nd) encontram-se
em andamento com o objetivo de determinar o ambiente tectônico das rochas metamáficas e
meta-ultramáficas da SRC.
765
ESTRUTURAS DO TIPO ROOF PENDANT EM FFB'S E XISTOS DO SG. RIO
DAS VELHAS, DISTRITO DE RAVENA / SABARÁ, MINAS GERAIS
RAMOS, V. O.¹; ARRUDA, B. A. A. C.¹; CAXITO, F. A.¹; LOBATO, L.M.¹; AMARAL, L. S. S.¹;
ARAÚJO, R. G.¹
1Universidade Federal de Minas Gerais
766
Evolução estrutural dos complexos Surubim e Sertânia: Implicação para a
hipótese de colagem de terrenos no Domínio Central da Província
Borborema, NE do Brasil
767
UNCOMMON METACARBONATE ROCKS IN THE NOVA LIMA GROUP, IRON
QUADRANGLE, MINAS GERAIS
PENHA, U.C.1; ANDRADE, L.M.2; PINTO, L.C.3; VITORINO, A.L.2
1 Centro Universitário de Belo Horizonte-Unibh; 2 AngloGold Ashanti Córrego do Sítio Mineração Ltda.; 3 Autônomo
768
EVOLUÇÃO MESO E NEOARQUEANA DO GREENSTONE BELT DE
PITANGUI E SEU EMBASAMENTO, SUL DO CRÁTON DO SÃO FRANCISCO
(MG): PETROGRAFIA, GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA
PALAVRAS-CHAVE: Cráton São Francisco, Greenstone Belt de Pitangui, Supergrupo Rio das
Velhas.
769
FONTE DO OURO NAS SUCESSÕES PROTEROZÓICAS ADJACENTES A
FALHA DO LENHEIRO, SÃO JOÃO DEL REI, MINAS GERAIS
Souza,J.F.G.1,Ribeiro,A.1,Medeiros, S.R.1
1Departamento de Geologia, IGEO, Universidade Federal do Rio de Janeiro
RESUMO: Com fins de estabelecer as possíveis rochas fonte de ouro foi feito o mapeamento
geológico detalhado em escala 1:5.000 e coleta sedimentos em drenagens em uma área de
18Km2 nas adjacências da Falha do Lenheiro, a norte de São João Del Rei. A falha é uma
estrutura NE-SW que mergulha >80º para sudeste, é uma falha normal, que foi reativada em
condições de fácies xisto verde durante a Orogenia Brasiliana, resultando em uma zona de
cisalhamento reversa obliqua dextral. No bloco sul ocorrem quartzitos da Formação Tiradentes
(Mesoproterozóico) e metapelitos da Formação Prados (Neoproterozóico ?). As camadas
mergulham em torno de 20° para nordeste e são cortadas por uma clivagem de mergulho
íngreme para sudeste. Na zona de falha o acamamento chega a ficar muito íngreme (>80º)
para sudeste. No bloco norte, ocorrem clorita filitos, sericita filitos e quartzitos, ortognaisses e
pegmatitos do embasamento Paleoproterozóico (Cinturão Mineiro). A foliação no embasamento
é paralela aos contatos litológicos e mergulha em torno de 70° para sudeste.
Para a coleta de sedimentos foram selecionados dez pontos nas drenagens principais com o
objetivo de cobrir toda a área mapeada. A metodologia no campo foi a coleta de 10 litros de
sedimentos, os quais foram peneirados, para a retirada das frações maiores que areia, e
bateados no local. No laboratório, houve a separação dos minerais detríticos por líquido denso
e obtenção de diferentes frações por susceptibilidade magnética em separador isodinâmico
(Frantz). Por fim, os minerais foram identificados com auxílio de lupa binocular. O ouro foi
identificado em dois pontos de coleta no Córrego do Cunha e em um no Córrego da Água
Limpa. Optou-se então por seguir a proveniência do ouro no Córrego do Cunha, pois os pontos
nele são em drenagens de terceira ordem, enquanto a coleta na drenagem do Córrego da
Água Limpa é de primeira ordem e, portanto, já oferecia uma correlação mais direta com a
possível rocha fonte. Mais quatro coletas foram feitas nos afluentes do Córrego do Cunha.
Nestes novos pontos, dois apresentaram ouro. A partir deste resultado mais quatro coletas nos
afluentes destas drenagens foram realizadas. Uma subárea com as possíveis rochas fontes do
ouro foi então delimitada. A conclusão é que o ouro do Córrego do Cunha pode ser proveniente
de quartzitos seixosos da Formação Tiradentes, do ortognaisse do embasamento ou da zona
de cisalhamento/Falha do Lenheiro.
770
O SUPERTERRENO PERNAMBUCO-ALAGOAS: ENSAIO DE REGIONALIZAÇÃO
TECTÔNICA
Benjamim Bley de Brito Neves – Professor Senior, Instituto Geociências, Universidade de S. Paulo
A designação “maciço” Pernambuco –Alagoas, dos anos 70, foi feita dentro dos conceitos fixistas
perdurou por todo século passado, e induziu a ideia de um contexto “monolítico” separando as faixas
móveis da Zona Transversal daquelas do norte do Craton do São Francisco. Este “alto” estaria exposto
ao longo de, uma área triangular de ca. 65.000lm2. No século atual com o advento de mapeamentos
geológicos de semi detalhe, investigações geocronológica, mestrados e doutorados, levantamentos
aerogeofísicos e outros trabalhos de síntese (destaque Silva Filho et al., 2013, Silva Filho et al., 2014),
houve progresso considerável no conhecimento do “maciço”/superterreno. Alguns raros trabalhos
anteriores (e.g. Brito Neves et al., 1967; Oliveira et al., 2010)já haviam dissertado o “maciço” como
microplaca na evolução neoproterozoica da Borborema .
Com os dados atuais, das várias fontes acima mencionadas, o conceito de superterreno
Pernambuco-Alagoas parece mais próximo da realidade. Não há dúvidas de sua composição
“heterolítica”, como será proposta e discutida, devendo ser enfatizada a sua intricada participação na
colagem orogênica brasiliana, externamente (separando domínios distintos) e internamente (profusão
de granitoides, arcos e frações de arcos magmáticos , e segmentos de faixas móveis
neoproterozoicas).
Os dados e meios disponíveis e utilizados, são de grande valia. Mas eles estão longe de
possibilitar diagnóstico final. Da observação desses, de oeste para leste, é possível discriminar, os
seguintes terrenos:
A) A parte ocidental, exposta a oeste da Bacia Tucano apresenta Importante participação de terrenos
arqueanos e paleoproterozoicos, além de fração de faixa móvel toniana (Belém do S. Francisco-
Cabrobó). As rochas de embasamento estão afetadas pelo magmatismo brasiliano, de forma
moderada.10
B) Porção centro-ocidental, imediatamente leste da Bacia Tucano. Este terreno apresenta um longo
batólito granítico NE-SW (Arcoverde-Paulo Afonso) , expõe frações de faixas móveis brasilianas
(“Rio Una”, “Inhapi”), fração extensa de um arco magmático juvenil (Águas Belas-Canindé), e outros
corpos graníticos. A direção geral desta fração eminentemente brasiliana está consignada NE-SW.
Sua composição e estruturas são complexas, e requerem franco aprimoramento futuro.
C) Há uma fração centro-sul oriental, na forma de um polígono complexo e irregular, tendo a cidade de
Garanhuns no seu centro, onde há predomínio de rochas paleoproterozóicas. As irregularidades
deste polígono estão consignadas retrabalhamento propiciado pelos terrenos/frações B e D.
771
D) O terreno mais oriental é marcado pelo grande batólito (Ipojuca –Atalaia) de direção NE-SW (na
zona costeira) e pela faixa vulcanossedimentar de Palmares, que apresenta intenso
retrabalhamento de rochas paleoproterozóicas. Tanto este terreno, sua estrutura e magmatismo,
como aquele centro–ocidental respondem pela forma irregular do polígono de embasamento
paleoproterozoico de Garanhuns.
772
Dating the stabilization of Archaean and Palaeoproterozoic cratons: Clues from the Kaapvaal
(South African) and Southern São Francisco (Brazil) Cratons
Lana C, Verneque T, Silva JPA, Silveira GJ, Teixeira L.P., Oliveira R., Alves TM, Schuch C,
Fadul C, Mazoz A
Departamento de Geologia, Escola de Minas, Universidade Federal de Ouro Preto, Morro do Cruzeiro,
35400-000 Ouro Preto, MG, Brazil.
ABSTRACT: Establishing the timing and causes of great cratonization events as well as the
subsequent evolution of such continents lead us to important answers about our past. It
involves however the search for certain key features of the Earth´s plate tectonic regime in the
best exposed and best preserved remnants of Archaean and Palaeoproterozoic crust. The
South American and African continents are riddled with a number of continental blocks (or
cratons) that have been shielded from mantle convection by thick roots of mantle lithosphere.
A common feature to all these cratons is that they preserve Archaean crustal segments (or
shields) that were formed between 3.5 and 2.5 billion years ago. These ancient shields were
assembled into broad, continental-scale cratons via tectonic accretion and subsequent partial
melting in the Palaeo- and Mesoproterozoic.
Stabilization of the Kaapvaal and Southern São Francisco cratons involved substantial
fractionation of the lithosphere with large scale partial melting of the middle and lower crust.
Compilations of U–Pb age and petrology data show that the continental crust of these cratons
experienced massive intrusions of potassic (K-rich) granitoids into Archaean TTG and
greenstone belt sequences. Such voluminous potassic magmatism marked a major turnover of
the geological events that followed; primarily the events in the upper crust that were
dominated by the deposition of a series of thick clastic and chemical sedimentary successions.
For both cratons, the timing of potassic magmatism coincides of the major events of partial
melting in the lower crust suggesting that deep crustal partial melting and subsequent
transport and intrusion of these granites in the upper crust is a likely mechanism by which this
segment of the crust attained buoyancy to survive recycling.
773
PALEOPROTEROZOIC TERRANES IN THE BRAZILIAN SHIELD: CRUSTAL
EVOLUTION AND METALLOGENY
Klein, E.L.1,2
1CPRM-Serviço Geológico do Brasil; 2GPGE-Grupo de Pesquisa em Geologia Econômica, UFPA
RESUMO: Most of the Pre-Cambrian terranes of the Brazilian Shield formed during the
Paleoproterozoic Era (2.5 to 1.6 Ga) in response to a variety of rock-forming processes
operating in accretionary and collisional orogenies and in taphrogenic events. Siderian rocks
(2.5-2.3 Ga) are present as limited granite-greenstone assemblages in the Amazonian Craton
(AC); in extension-related (taphrogenic) sequences from several areas, such as dike swarms,
mafic-ultramafic complexes, intraplate granite-syenite suites and possibly in cratonic covers;
and in accretionary/collisional orogens of the São Francisco Craton (SFC); in high-grade
complexes within the Rio de la Plata Craton; and in the basement of the Neoproterozoic
Borborema, Brasília and Mantiqueira belts. Little is known about the metallogeny of this period.
The Rhyacian (2.3-2.05 Ga) witnessed the most voluminous crustal growth in Brazil, which is
loosely termed as, and/or confused with, the Transamazonian cycle. The rocks occur in major
accretionary (±collisional) belts within the AC and SFC, in more or less preserved cratonic
fragments (São Luís, Luiz Alves), and as discontinuous and reworked blocks in the basement of
Mesoproterozoic and Neoproterozoic mobile belts. TTG and arc-related magmatic suites,
metasedimentary and metavolcano-sedimentary (~greenstone belts) sequences are the main
rock associations. At the end of the period, widespread mantle input, probably following collision
events (and often high-grade metamorphism), is recorded by several mafic-ultramafic
complexes, alkaline rocks and mantle-derived granitoids. In response to large crustal growth,
metallogenic events were also expressive. About one third of the orogenic gold, and world-class
sedimentary iron deposits were deposited in Rhyacian metavolcano-sedimentary sequences,
rivaling the Archean greenstone belts, whereas Sn-Ta deposits formed in association with S-
type granites and chromite deposits occur in mafic-ultramafic complexes towards the end of the
period. Gold-bearing placer deposits apparently formed in rift and/or foreland basins in the
beginning and at the end of the Rhyacian. The Orosirian (2.05-1.80 Ga) evolution differs from
the preceding and following periods. In the AC, Tapajós-Parima is a long, predominantly
plutono-volcano (accretionary?) belt, whose evolution is highly debatable. A striking feature of
this belt is the recurrent felsic (±intermediate) volcanism that took place in three or four episodes
(more or less coeval with collision plutonism in the northern portion of the belt) and that
culminated with the formation of the large Uatumã LIP, with coeval as A-type granites occurring
in the eastern AC. In the SFC, the collisional Contendas-Mirante belt was followed by granitic
magmatism. Mantle manifestations include chromitite- and Fe-Ti-V-bearing mafic-ultramafic
complexes, uraniferous syenite and the intrusion of the first carbonatite complex in South
America. The siliciclastic, Au-U-diamond-bearing Roraima basin establishes as the first large
cratonic cover in the AC. The polymetallic (intrusion-related? IOCG?), and Au-PGE
mineralizations in Carajás; gold in Tapajós and Alta Floresta; and Sn-F-REE-I associated with
anorogenic granites are important metallogenic characteristics of the Orosirian period. The
Statherian (1.80-1.55 Ga) is characterized by the accretionary Rondonia-Juruena belt in the AC,
including volcano-sedimentary successions hosting polymetallic mineralization, and by
widespread anorogenic/taphrogenic events, which are represented by felsic magmatism,
continental and marine sedimentary basins (Espinhaço), and the intrusion of felsic to mafic
dikes.
774
LITOGEOQUÍMICA DE ROCHAS BÁSICAS NOS COMPLEXOS JUIZ DE FORA
E MANTIQUEIRA DA FAIXA RIBEIRA-ARAÇUAÍ, MINAS GERAIS.
Carmo, V.E.F.1; Heilbron, M.2; Eirado Silva, L.G.2
1
Doutorando do PPGABFM – FGEL/UERJ; 2 UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro
775
DETRITAL ZIRCON (U-PB) AND SM-ND ISOTOPE CONSTRAINTS ON THE
SEDIMENTARY PROVENANCE AND EVOLUTION OF THE RIACHO DO
PONTAL OROGEN, NE BRAZIL.
The Riacho do Pontal Orogen (RPO) borders the northern São Francisco Craton margin in
northeastern Brazil, separating it from the Borborema Province further north. The external zone
of the RPO is composed of a sequence of low- to medium- grade south-verging stacked nappe
system, consisting of the Barra Bonita (quartzite, schist, marble) and Mandacaru
(metagraywacke, garnet-mica schist) formations. The Monte Orebe Complex (metabasalts,
metaexhalites, fine-grained metasedimentary rocks) outcrops in the central portion of the RPO
and contains remnants of a Neoproterozoic oceanic crust. The detrital zircon U-Pb age
spectrum of a quartzite sample from the Barra Bonita Formation suggests a relatively simple
sedimentary provenance, with peaks at 1.62, 1.74 and 2.11 Ga. A quartzite sample from the
lowermost Monte Orebe Complex shows a main 1.9-2.1 Ga peak, with minor Archean and a few
ca. 1.75 Ga zircon grains. Sm-Nd TDM model ages are between 1.7 and 2.4 Ga for samples of
both units, while εNd(600 Ma) is between -3.0 and -17.7. The overlying Mandacaru Formation, on
the other hand, shows a very distinct provenance pattern, with major Cryogenian (650 Ma) and
Tonian (1.0 Ga) peaks, TDM between 1.2 and 2.0 Ga and εNd(600 Ma) between -0.2 and -9.2.
Similarly, samples from the topmost Monte Orebe Complex yield distinct 1.0 Ga and
Cryogenian peaks. A simple provenance pattern can be suggested for the Barra Bonita
Formation and the lowermost Monte Orebe Complex, with the São Francisco Craton basement
and Proterozoic covers as the main source areas. Marble lenses of the Barra Bonita Formation
show values of δ13C from -0.2 to +3.0 ‰ and 87Sr/86Sr around 0.7076, very similar to those of
the Una Group carbonates in the Chapada Diamantina, immediately south of the RPO. The
detrital zircon age spectra are also very similar for both the Barra Bonita and Una units. A
possible paleogeographic scenario for the northern São Francisco Craton margin is the
formation of a broad passive margin in the Neoproterozoic, represented by the Una Group in
the cratonic region and the Barra Bonita Formation as its northward continuation within the
continental platform, which grades further North to the deep oceanic basin represented by the
lower Monte Orebe Complex. The metagraywackes of the Mandacaru Formation, on the other
hand, are incompatible with a sedimentary provenance exclusively from the cratonic region, and
thus must include source areas towards north, such as the Cariris Velhos Belt (1.0 Ga) and the
ca. 650-630 Ma granites of the Borborema Province. The later have been recently proposed as
part of a Cryogenian/Ediacaran magmatic arc. The presence of ca. 1.0 Ga and Cryogenian
zircons in the topmost Monte Orebe Complex is indicative of the mélange character of this unit.
Thus, a very important provenance shift and change in tectonic setting is characterized within
the RPO, with a passive margin setting (Barra Bonita) superseded by a syn-orogenic sequence
(Mandacaru) during the orogenic evolution. FAPEMIG and Vale supported this project through
grant number CRA-RDP-00120-10.
776
CARTOGRAFIA GEOFÍSICA-GEOLÓGICA DA REGIÃO DA SERRA GRANDE:
UMA ASSOCIAÇÃO AMCG NA REGIÃO CENTRAL DE RORAIMA?
Lira, R.R.C.1; Oliveira, V.S.1
1CPRM – Serviço Geológico do Brasil;
RESUMO: A Suíte Serra Grande, situada no centro-sul do Escudo das Guianas e relacionada ao
Domínio Guiana Central, possui um arcabouço com estruturação NE-SW. A região de Serra
Grande reúne charnockitos e granitos rapakivi intrusivos em ortognaisses Paleoproterozoicos
do Complexo Rio Urubu (1,97-1,95 Ga). Estes charnockitos e granitos rapakivi foram
correlacionados previamente ao magmatismo AMG Mucajaí (1,56-1,53 Ga), entretanto, mais
recentemente, idades obtidas na região indicam se tratar de um evento aproximadamente 100
Ma mais jovem. Os resultados aqui apresentados são decorrentes dos trabalhos do Projeto
Integração Interpretação Geofísica Geológica do Bloco Norte da Amazônia (Folha NA.20-X-D
Boa Vista), utilizando-se de dados aeromagnetométricos (MAG) e aerogamaespectrométricos
(GAMA) recortados do Projeto de Aerolevantamento Centro-Leste de Roraima, ambos projetos
realizados pela CPRM. Estes dados foram corrigidos e processados de modo a gerar imagens
que auxiliassem na interpretação qualitativa das unidades litoestratigráficas e suas diferenças
faciológicas internas. Utilizando os dados dos canais de K (%), eTh (ppm) e eU (ppm), foi
gerado o mapa ternário com falsa cor RGB, nos quais foram interpretados domínios
gamaespectrométricos que definiram as assinaturas geofísicas da Serra Grande. Índices para
cada canal K(%), eTh (ppm) e eU (ppm) foram estabelecidos entre baixo (1), médio (2) e alto
(3) e sua combinação forneceu a assinatura geofísica GAMA. No âmbito estrutural, foram
levados em consideração os produtos magnéticos de Amplitude do Sinal Analítico (ASA),
Primeira Derivada Vertical (DZ), Gradiente Horizontal Total (GHT) e Inclinação do Sinal
Analítico (ISA), que serviram de base para a extração de informações acerca dos contatos
entre unidades e dos lineamentos magnéticos. Na região da Serra Grande, inicialmente as
assinaturas GAMA 233 e 333 foram interpretadas como relacionadas a rochas da Suíte
Mucajaí (biotita-hornblenda-granito a quartzo-monzonitos com textura rapakivi), enquanto as
assinaturas GAMA 311, 331 e 332 sugerem correlação com rochas pertencentes ao Anortosito
Repartimento (anortositos, olivina gabros e gabro noritos). Entretanto, dados preliminares de
campo indicam que estes litotipos estão restritos apenas a granitos rapakivi, mangeritos e
charnockitos, mostrando a necessidade de uma reavaliação cartográfica e geológica local
destas anomalias. A falta de informações acerca da existência do anortosito no contexto do
magmatismo Serra Grande pode inviabilizar a classificação deste como uma associação
AMCG. Uma correlação entre os dados geofísicos, servindo de base para uma classificação de
litofácies, associada à etapa de campo, com amostragem, classificação petrográfica e químico-
isotópica, tornará possível futuramente estabelecer com precisão a presença (ou não) de uma
associação AMCG na região da Serra Grande e permitindo sua comparação com o AMG
Mucajaí.
777
CONTRIBUIÇÕES À GEOLOGIA DO GRUPO SÃO FÉLIX, MUNICÍPIO DE SÃO
FÉLIX DO XINGU, DOMÍNIO CARAJÁS
Costa, U. A. P.1; Paula R. R.1; Silva D. P. B. 1; Barbosa J. P. O. 1; Silva C. M. G. 1; Costa, L. T.
R. 1
1SGB/CPRM – Serviço Geológico do Brasil, Superintendência Regional de Belém
778
Controle estrutural da bacia rifte paleomesoproterozoica Araí no segmento
Setentrional da Faixa Brasília com base em dados magnéticos e
gravimétricos
Moro, P.S.1; Vidotti, R.M.12; E. L. Dantas2
1 Programa de Pós-graduação em Geociências Aplicadas, Instituto de Geociências, Universidade de Brasília;
2 Instituto de Geociências, Universidade de Brasília;
RESUMO: A bacia rifte Araí é uma entidade tectônica pouco explorada, com uma história
complexa composta por um sistema de falhas que envolvem tanto suas unidades sedimentares
quanto o embasamento. O arcabouço estrutural da evolução do rifte é composto por um
sistema de falhas e estruturas profundas, que carecem de dados geofísicos que sejam
incorporados ao conhecimento geológico. Com este propósito, a região da bacia foi investigada
com relação à sua resposta magnética e gravimétrica, com a aplicação do Espectro de
Potência. Como parte do processamento, foram geradas derivadas verticais relacionadas às
profundidades encontradas no espectro a partir das malhas individualizadas pela técnica de
Matched Filter e, a partir destas, foram traçados os lineamentos magnéticos para a região. A
análise do espectro de potência dos dados magnéticos individualizou a assinatura de uma
população estatística de fontes com profundidade do topo em 1730, 7145 e 21779 metros e,
para os dados gravimétricos, foram individualizadas fontes com topo em 1839, 6415, 13527 e
37131 metros. As profundidades de 1730 e 1839 metros estão relacionadas à mesma interface,
podendo ser associadas à profundidade média da camada sedimentar, visto que a região
estudada engloba mais de uma unidade. A profundidade de 21779 metros pode estar
associada à Superfície Curie média da área e a profundidade de 37131 metros pode estar
associada à interface crosta/manto, o que está de acordo com os estudos de sísmica de
refração profunda realizados nos limites da bacia, com espessuras crustais variando entre 36 e
43 km. Lineamentos de direção preferencial N37E configuram o principal trend magnético da
região da bacia. Esses lineamentos podem caracterizar estruturas responsáveis pelo controle
regional de heterogeneidades crustais, como a compartimentação entre o embasamento e as
unidades metassedimentares, podendo estar associadas à falhamentos e/ou zonas de
cisalhamento bem marcadas (e.g. Sistema Santa Tereza, Sistema Rio Maranhão, Sistema
Teresina de Goiás-Nova Roma-Monte Alegre-Campos Belos). A maior concentração de feições
NE encontra-se, principalmente, na porção noroeste do Grupo Araí, pertencente aos altos do
embasamento que expõe parte do complexo Rio dos Mangues, e o coloca ao lado das rochas
do Arco Magmático de Goiás, por influência do Lineamento Transbrasiliano. As coberturas
supracrustais dos grupos Serra da Mesa e Paranoá, na região que abrange o Granito Serra da
Mesa, apresentam lineamentos magnéticos de direção preferencial EW que podem ser
correlacionados à cinemática do Sistema Rio Maranhão, relacionados a eventos finais da
descompressão das tensões orogênicas. Na região nordeste da área de estudos lineamentos
NE de grande extensão, cortados por um expressivo lineamento de direção EW, demarcam a
principal assinatura magnética desta porção. Um deles expressa o contato entre rochas do
embasamento granito-ortognáissicas e gnáissica-migmatíticas referentes ao Complexo Almas
Cavalcante, discriminado em mapeamento geológico como falha ou zona de cisalhamento
transcorrente dextral. Os outros, vizinhos a este, não estão relacionados a estruturas
mapeadas e possuem características profundas, uma vez que foram detectados até a
profundidade de 21 km. Esses lineamentos podem estar relacionados ao sistema de falhas e
deformação do rifte.
779
GEOLOGIA, GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DOS GRANITOIDES DA
PORÇÃO OESTE DO DOMÍNIO CANAÃ DOS CARAJÁS, PROVÍNCIA CARAJÁS
Marangoanha, B.1,2; Oliveira, D.C.1,2
1Universidade Federal do Pará (UFPA)
2Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
RESUMO: O mapeamento geológico realizado na porção oeste do município de Canaã dos Carajás
permitiu identificar, a partir do que era considerado como domínio de ocorrência das rochas do
Complexo Xingu e granitos da Suíte Plaquê, as seguintes associações litológicas: (i) metamáficas
associadas à sequência greenstone belt; (ii) gabros afins do Diopsídio-Norito Pium; (iii) hiperstênio
trondhjemito (enderbito); (iv) biotita tonalito/trondhjemito; (v) biotita leucomonzogranitos; (vi) granitos
tipo-A deformados; e (vii) monzogranito isotrópico. As relações de campo mostram que as rochas
metamáficas, em especial os anfibolitos, assim como os gabros afins do Diopsídio-Norito Pium,
representam as rochas mais antigas da área, pois são claramente seccionadas por rochas do tipo
TTG e pela variedade trondhjemítica com hiperstênio. Na parte norte da área, todas estas
variedades são cortadas por um corpo de leucogranito que, por sua vez, é intrudido pelos granitos
tipo-A deformados e um stock de granito isotrópico, esse último possivelmente relacionado aqueles
de idade paleoproterozoica. A caracterização geoquímica preliminar destes granitoides mostra que
as rochas da unidade biotita tonalito/trondhjemito têm afinidades com aquelas da série TTG,
enquanto que aquelas enderbíticas apresentam a menor variação nos teores de SiO2 (69-71%), os
conteúdos mais elevados de Al2O3 (14-16%), CaO (3-4%) e Na2O (4,7-6,1%), maior #Mg, menor
razão K2O/Na2O e anomalia de Eu ausente. Já o biotita leucomonzogranito mostra maior variação no
teor de SiO2, entre 69 e 76%, e pronunciada anomalia negativa de Eu, além de um maior
fracionamento ETRP – alta razão (La/Yb)N –, quando comparado aos demais litotipos da área. Os
granitos tipo-A deformados apresentam os maiores conteúdos de Fe, elementos traços como Zr, Y,
Hf, Nb e Ta, e alta razão K2O/Na2O, além da baixa razão (La/Yb)N. Os dados geocronológicos Pb-Pb
(evaporação em zircão) e U-Pb (SHRIMP) obtidos em amostras representativas dos principais
granitoides individualizados indicam a atuação de pelo menos três importantes eventos magmáticos
arqueanos na área: o primeiro, representado pela ocorrência expressiva de rochas de composição
enderbítica, que configuram uma faixa E-W de ~20km de extensão e com idade de cristalização
entre 2,95 e 2,92 Ga. O segundo evento, de 2,87 Ga, marca a formação dos leucomonzogranitos
das porções norte e sul da área (granitos Cruzadão e Boa Sorte). O último evento, de idade
neoarqueana (2,73 – 2,75 Ga), é marcado pela formação dos diversos corpos graníticos tipo-A
deformados, além de uma segunda geração de rochas enderbíticas no extremo sul da área, ambos
intrusivos no embasamento mesoarqueano. De maneira mais restrita, idades mais antigas do que
aquelas mencionadas acima, em torno de 3,0 Ga, são atribuídas à formação de uma geração mais
antiga da variedade de composição enderbítica (leucossoma?), que também é registrada em
núcleos “herdados” de cristais de zircão dos leucogranitos potássicos. Tais informações indicam que
as maiores exposições da área são representadas por granitoides de idades meso- e neoarqueana,
com evidências de retrabalhamento crustal a partir de 3,0 Ga.
780
SUÍTE INTRUSIVA HUANCHACA E SUAS IMPLICAÇÕES EM
RECONSTRUÇÕES PALEOGEOGRÁFICAS DE SUPERCONTINENTES:
RESULTADOS PALEOMAGNÉTICOS PRELIMINARES
Bispo-Santos, F.1; D’Agrella-Filho, M.S.1; Trindade, R.I.F.1, Ruiz, A.S.2; Almeida, R.P.1
1Universidade de São Paulo; 2Universidade Federal do Mato Grosso
RESUMO: O Cráton Amazônico é considerado uma das maiores áreas cratônicas do mundo,
com cerca de quatro milhões de quilômetros quadrados e representa um componente essencial
nas reconstruções paleogeográficas. A determinação de polos paleomagnéticos de referência é
de extrema importância para a definição da paleogeografia de supercontinentes e para o
entendimento dos processos de amalgamação e fragmentação do ciclo continental. Nos
últimos anos, nota-se um avanço considerável na determinação e na qualidade dos dados
paleomagnéticos obtidos para o Cráton Amazônico que resultaram em importantes implicações
quanto à dinâmica desta unidade cratônica na formação de supercontinentes Paleo-
Mesoprotezoicos. Um modelo paleogeográfico existente sugere que o núcleo do
Supercontinente Columbia, composto pela Laurentia, Báltica, proto-Cráton Amazônico e Cráton
Oeste África, permaneceu unido até 1270 Ma, quando então, a Báltica e o Cráton
Amazônico/Oeste África romperam-se do Columbia e executaram um movimento de rotação
horária até chocarem-se novamente com a Laurentia culminando na formação do
Supercontinente Rodínia, há aproximadamente 1000 Ma atrás. Entretanto, devido à escassez
de dados paleomagnéticos Mesoproterozoicos de qualidade para estes blocos cratônicos,
pouco se conhece ainda sobre a dinâmica que predominou no processo de fissão do
supercontinente Columbia e amalgamação do supercontinente Rodínia. Na tentativa de
esclarecer este processo geodinâmico, estudos paleomagnéticos vêm sendo realizados em
rochas de diques máficos da Suíte Intrusiva Huanchaca que afloram ao longo da Serra Ricardo
Franco (Brasil) ou Huanchaca (Bolívia) e que pertencem ao Terreno Paraguá, localizadas no
extremo ocidente do Estado do Mato Grosso. Determinações 40Ar/39Ar em anfibólio e
plagioclásio forneceram idades de 1040 ± 40 Ma e 948 ± 5 Ma, respectivamente. Datações U-
Pb precisas em badeleítas de um destes diques forneceram a idade de 1112 ± 2 Ma, a qual foi
interpretada como sendo a idade de cristalização da rocha. Os tratamentos paleomagnéticos
preliminares revelaram direções características oeste/noroeste com inclinações baixas,
coerentes para amostras de vários sítios estudados. A análise da mineralogia magnética e a
determinação do polo paleomagnético para a unidade Mesoproterozoica estão em andamento.
Espera-se que os resultados obtidos contribuam para elucidar o papel do Cráton Amazônico na
geodinâmica do Supercontinente Columbia e para um melhor entendimento do processo de
fissão desta grande massa supercontinental e a consequente formação do Rodínia.
781
ON THE TECTONIC SIGNIFICANCE OF THE ALTO MOXOTÓ TERRANE OF
THE BORBOREMA PROVINCE, NE BRAZIL
Santos, L.C.M.L.1,2; Dantas, E.L.1; Santos, E.J.3, Fuck, R.A. 1, Brito Neves, B.B.4, Lages, G.A.3,
Lima, H.M. 1
1Universidade de Brasília; 2Universidade Federal de Campina Grande; 3Serviço Geológico do Brasil; 4Universidade
de São Paulo
The Alto Moxotó Terrane (AMT) is an exotic Archean to Paleoproterozoic block within the
Transversal Domain of the Borborema Province (NE Brazil). Its framework comprises banded
orthogneisses, folded migmatites and mafic-ultramafic suites that range from the Siderian to
Orosirian Periods. In addition, Orosirian supracrustal sequences including garnet-biotite schists
and garnet-sillimanite-biotite paragneisses are widespread. Recent systematic geological
mapping and geochemical and geochronological (U-Pb, Sm-Nd) studies revealed several
accretion events that built-up the AMT. Its tectonic evolution starts with Neoarchean (ca. 2.6
Ga) TTG magmatism, whose source is interpreted as dry slab melting during accretion of a
magmatic arc to an unknown oceanic plateau. Siderian accretion tectonic event evidenced by
inherited zircon grains in magmatic rocks, is restricted to some areas of the terrane. In contrast,
plentiful subduction-related Rhyacian (ca. 2.1 Ga) suites were documented, including calc-
alkaline tonalite to granodiorites and sanukitoids, which are related to slab break-off and
asthenosphere upwelling episodes during collision. Metamafic rocks, including retrograded
eclogites, rodingites and granulites, are interpreted as the recorded peak of a major
metamorphic event dated between 1.95-1.9 Ga. Finally, punctual occurrences of Statherian (ca.
1.6 Ga) bimodal suites are interpreted as representing an important within-plate event, despite
recent unpublished data suggesting the presence of subduction-related rocks or accreted
material dated at 1.6 Ga. However, their geodynamic significance is still poorly understood.
Unlike other terranes of the Transveral Domain, Meso- to Neoproterozoic suites, including
Cariris-Velhos and Brasiliano-related granites are absent within the Alto Moxotó terrane. Later
Cambrian A-type granites are recognized, but restricted to small intrusions along the terrane
boundaries. This complex tectonic evolution is similar to several exotic terranes and blocks
worldwide, including the São Francisco Craton in Brazil, Trans-Hudson and Ungava orogens in
Canada and West Africa Craton and adjacent fold belts in the African counterpart of the
Borborema Province. It is recognized that ancient basement inliers or exotic terranes may
represent missing puzzles of Paleoproterozoic supercontinents, such as Atlantica. Thus, the
recognition and investigation of an exotic Paleoproterozoic terrane in a Neoproterozoic
Borborema Province may represent an important contribution for global reconstructions.
782
DIFERENÇAS MINERALÓGICAS E PETROGRÁFICAS ENTRE OS
GRANITOIDES BOM SUCESSO E AURELIANO MOURÃO, REGIÃO DE BOM
SUCESSO, MINAS GERAIS
Ávila, C.A.1,2; Silveira, V.S. L.3; Silva, P.R.S.3; Neuman, R.2
1Museu Nacional - Universidade Federal do Rio de Janeiro; ; 2 Programa de Pós-Graduação em
Geociências, Museu Nacional da UFRJ; 3 Instituto de Geociências - Universidade Federal do Rio de Janeiro.
RESUMO: A borda meridional do Cráton do São Francisco vem sendo intensamente estudada
em relação a identificação e caracterização cartográfica dos diferentes tipos de corpos
plutônicos félsicos, principalmente daqueles associados ao Arqueano e ao Paleoproterozoico.
Neste contexto, os corpos dispostos a sul e leste do Lineamento Jaceaba - Bom Sucesso
foram interpretados como paleoproterozoicos e correlacionados à evolução do Cinturão
Mineiro, enquanto aqueles a norte e oeste do Lineamento Jaceaba - Bom Sucesso foram
interpretados como arqueanos e agrupados com outras litologias no complexo metamórfico
Campo Belo. Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo apresentar as feições de
campo, mineralógicas, petrográficas e texturais dos metagranitoides Bom Sucesso e Aureliano
Mourão.
O metagranitoide Bom Sucesso aflora na cidade de Bom Sucesso e ao norte desta, sendo que
suas rochas variam de hololeucocráticas a leucocráticas, de médias a grossas, de
granodioríticas a sienograníticas, apresentam predominantemente textura equigranular média
e, mais raramente, porfirítica com fenocristais tabulares de plagioclásio e microclínio de 10 até
20 mm, que estão imersos em uma matriz média composta de quartzo, feldspato e biotita. Sua
mineralogia essencial é representada por quartzo, microclina, oligoclásio e biotita, tendo como
minerais acessórios e secundários allanita, zircão, apatita, titanita, magnetita, galena, monazita,
torita, epidoto, zoisita, clinozoisita, sericita, carbonato, clorita. Suas rochas variam de
homogêneas até sutilmente foliadas, são cortadas por veios graníticos félsicos, corpos
pegmatíticos e diques de metabasito equigranular e porfirítico, bem como apresentam pelo
menos cinco tipos diferentes de enclaves (máficos biotíticos médios a grossos, máficos finos
com hornblenda, félsicos porfiríticos, graníticos e feldspáticos), cujo tamanho e forma variam
amplamente. O metamorfismo superimposto neste corpo é de fácies xisto verde, sendo
caracterizado pela paragênese epidoto + biotita + clorita + albita.
O metagranitoide Aureliano Mourão aflora a oeste das serras de Bom Sucesso e Ibituruna e a
sul da cidade de Bom Sucesso, sendo que suas melhores exposições ocorrem no entorno do
vilarejo de Aureliano Mourão. Suas rochas são leucocráticas, variam de médias a grossas, de
monzograníticas a sienograníticas e apresentam textura porfirítica com fenocristais de
feldspato, que variam em tamanho de 5 a 65 mm, sendo sua matriz de granulação média e
composição predominantemente quartzo-feldspática com biotita. Este corpo apresenta ampla
variação faciológica e textural relacionada a proporção de fenocristais (varia de 10 a 60%), ao
seu tamanho (variam de 5 a 20 mm e de 30 a 65 mm) e ao grau de deformação superimposto,
pois os grãos de feldspato podem apresentar formas desde tabulares até em fitas alongadas,
passando por pseudo-ovaladas, ovaladas e augens. É cortada por diques tabulares
centimétricos a métricos de um metagranitoide de granulação fina, por corpos pegmatíticos e
por diques de metabasito equigranulares finos a médios, bem como apresenta raros xenólitos
de um gnaisse máfico de granulação fina. Sua mineralogia essencial é representada por
quartzo, plagioclásio, microclinio, biotita e muscovita, enquanto os minerais acessórios e
secundários correspondem a zircão, granada, apatita, epidoto, titanita, clorita, rutilo,
clinozoisita, sericita, biotita e allanita. Observa-se frequentemente fitas alongadas de feldspato
e quartzo orientadas segundo a direção de deformação.
783
O ARCO TONIANO DA FAIXA RIBEIRA E SUAS IMPLICAÇÕES NA
ALMAGAMAÇÃO DO GONDWANA OCIDENTAL
Caroline Peixoto1, Monica Heilbron1, Diana Ragatky1, Richard Armstrong3, Elton Dantas4,
Claudio Valeriano1,2, Antonio Simonetti5
1 Grupo de Pesquisa Tektos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ
2Laboratório de Geocronologia e Isótopos – UERJ
3 Laboratório de Geocronologia, School of Earth Sciences Australian National University
4 Laboratório de Geocronologia, Universidade de Brasília – UNB
5 High Temperature Isotope Geochemistry Laboratory, University of Notre Dame
784
MIGMATITOS DA SERRA DO CAPARAÓ: PETROGRAFIA E
METAMORFISMO
Amaral, L. S. S.1; Vieira, P. L. N. C. R.1; Barroso, P. D.1; Carvalho, J. S.1; Figueiredo, V. D.1;
Hoerlle, F. O.1; Laranjeira, J. O.1; Machado, R. D. M.1; Rosa, E. S.1; Novo, T. A1.
1Universidade Federal de Minas Gerais
RESUMO: A Serra do Caparaó se localiza na divisa dos estados de Minas Gerais e do Espírito
Santo, e se destaca regionalmente por apresentar cotas mais elevadas que as serras em seu
entorno. Na área de estudo se encontra o Parque Nacional do Caparaó, onde ocorre o terceiro
ponto mais elevado do Brasil – o Pico da Bandeira (2892 m). Regionalmente, a serra se insere
na porção meridional do Orógeno Araçuaí, nas proximidades do limite setentrional do Orógeno
Ribeira. As unidades geológicas encontradas na serra são de alto grau metamórfico, e podem
ser divididas em: embasamento ortoderivado paleoproterozoico, metassedimentos e
granitoides neoproterozoicos. O escopo desse trabalho é descrever e detalhar os migmatitos
presentes no embasamento, representado por ortognaisse migmatítico e que é atualmente
correlacionado ao Complexo Juiz de Fora (Suíte Caparaó). Foram realizadas análises
petrográficas em 15 lâminas coletadas durante trabalhos geológicos de graduação realizados
pela Universidade Federal de Minas Gerais, entre julho e dezembro de 2015. Observa-se no
embasamento dois tipos distintos de leucossoma: o primeiro de composição enderbítica a
opdalítica e que ocorre de maneira mais generalizada e disseminada em meio ao bandamento
gnáissico, exibindo principalmente textura estromática, dobrada e schllieren, e o segundo que
corresponde a bolsões leucocráticos granatíferos que ocorrem de maneira mais local,
preferencialmente em charneiras de dobras e zonas de cisalhamento, e com maiores taxas de
fusão parcial. Enclaves máficos são frequentes em ambos leucossomas e geralmente se
mostram alongados na direção do bandamento e apresentam formas elipsoidais, de dimensões
que variam de poucos centímetros até alguns metros em seu eixo maior. O leucossoma
enderbítico-opdalítico tem composição muito similar à observada no ortognaisse, com
mineralogia essencial composta por plagioclásio + quartzo + clino e ortopiroxênio ± ortoclásio,
acessória representada por opacos, zircão e apatita, e secundária composta por anfibólios e
por biotita. Já o leucossoma granatífero apresenta mineralogia constituída por quartzo +
plagioclásio + granada ± ortopiroxênio, com mineralogia acessória representados
principalmente por rutilo, zircão, opacos, e mineralogia secundária composta por biotita, sendo
observados cristais inequigranulares, porfiroblastos e textura poiquilítica nas granadas, a qual
contém inclusões de plagioclásio, quartzo, biotita e opacos. Nos corpos encontrados em zonas
de cisalhamento, os cristais de granada mostram-se completamente envolvidos por uma
foliação milonítica espaçada e anastomosada, materializada por cristais de plagioclásio e
quartzo alongados e por palhetas de biotita, o que permite concluir que a gênese da granada
ocorreu preferencialmente em fase pré-cinemática. Primeiramente, a análise mineralógica
dessas fusões parciais permitem inferir sobre as condições metamórficas à que essas rochas
foram submetidas. Os dados obtidos levam a crer que houve metamorfismo regional
progressivo, com pico metamórfico na fácies granulito, como observado na assembleia
mineralógica plagioclásio + quartzo + clinopiroxênio + ortopiroxênio ± ortoclásio do gnaisse
migmatítico. Posteriormente, num segundo estágio, houve retrometamorfismo que reequilibrou
alguns minerais para a fácies anfibolito, com blastese de anfibólio e biotita. Análises
termobarométricas de maior detalhe estão também sendo conduzidas, com objetivo de melhor
compreender a origem e caminho P-T-t das fusões parciais encontradas na Serra do Caparaó.
785
GEOLOGIA, PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA DOS GRANITOIDES
ARQUEANOS DA PORÇÃO SUL DO DOMÍNIO RIO MARIA, PROVÍNCIA
CARAJÁS.
Almeida, J.A.C1, Oliveira, V.E.S2, Rocha, M.C 1, Rocha, K.P.P3
RESUMO: O Domínio Rio Maria integra a porção sul da Província Carajás, Cráton Amazônico.
Ele é largamente constituído por granitoides arqueanos originados no intervalo de 2,98 a 2,87
Ga e similares com as típicas séries de granitoides presentes em outros terrenos arqueanos. O
conhecimento geológico sobre tais rochas se concentrou nas áreas de Xinguara, Rio Maria,
Bannach e Redenção, ocasionando um desnível de conhecimento no Domínio Rio Maria, haja
vista que as informações acerca da granitogênese arqueana em sua porção sul são
relativamente escassas. Deste modo, este trabalho é uma contribuição para o entendimento da
granitogênese da porção sul do Domínio Rio Maria. Os granitoides desta área apresentam
comportamento estrutural NW-SE e são dominantemente hololeucocráticos
(Fe2O3+MgO+MnO+TiO2 ≤5,5%), sendo constituídos por variáveis proporções de álcali-feldspato
e plagioclásio e com teores constantes de quartzo. A biotita é a única fase mineral
ferromagnesiana primária, e o zircão, allanita, apatita, óxidos de Fe e Ti, epidoto e titanita formam
as fases acessórias, ao passo que a clorita, muscovita, carbonato e epidoto, compõem os
minerais secundários.
Foram distinguidos 3 grupos de granitoides na porção sul do Domínio Rio Maria: 1)
Associação Tonalítica-Trondhjemítica; 2) Leucomonzogranitos e; 3) Leucogranodioritos.
Observa-se um aumento do conteúdo de SiO2, K2O, Rb e das razões alcáli-
feldspato/plagioclásio, K2O/Na2O, FeOt/(FeOt+MgO) paralelo a um decréscimo das proporções
de TiO2, Al2O3, Fe2O3t, CaO, MgO, Sr e Zr no sentido grupo 1 → grupo 2. Os grupos 1 e 3,
registram similaridades geoquímicas, no entanto, o grupo 1 exibe teores mais elevados de CaO
e mais baixos de K2O e Rb em relação ao grupo 3. Essas rochas apresentam moderada a alta
razão La/Yb e ausência de anomalia de európio, já o grupo 2, mostra enriquecimento dos ETRL
e moderado fracionamento dos ETRP, com moderada a pronunciada anomalia negativa de Eu.
O grupo 1 representa as rochas mais antigas do Tonalito Arco Verde (2,96±0,02 Ga),
enquanto que as rochas dos grupos 2 e 3, mostram fortes analogias com os leucogranitos
potássicos e com os leucomonzogranitos-granodioritos ricos em Ba e Sr do Domínio Rio Maria,
respectivamente. A ausência de rochas sanukitóides na porção sul do Domínio Rio Maria, pode
sugerir diferenças na evolução geológica desta região.
786
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA DO COMPLEXO CAJAZEIRAS, VILA
CRUZEIRO DO SUL, DOMÍNIO BACAJÁ, CRÁTON AMAZÔNICO.
Almeida, J.A.C 1, Feio, G.R.L 1, Félix-Silva A.D 1, Junior, M. F 1
1Faculdade de Geologia, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Marabá, Pará.
RESUMO: O Domínio Bacajá integra a parte sul da Província Transamazonas, porção oriental
do Cráton Amazônico. A área da Vila Cruzeiro do Sul localiza-se ao sul do Domínio Bacajá,
sendo constituída por um terreno metamórfico de alto grau, onde destaca-se o Complexo
Cajazeiras, de dimensões batolíticas, formando um relevo arrasado e exibindo baixa a moderada
anomalia radiométrica positiva. Esta unidade é caracterizada por um mosaico de zonas de
cisalhamento transcorrentes curvi-planar interconectadas separando domínios lenticulares com
taxa de deformação relativamente mais baixa. Essas estruturas apresentam dimensões que
variam de escala de afloramento até dezenas de quilômetros de extensão e direção WNW-ESE
com forte caimento para sudoeste ou nordeste, e movimentação sinistral. Lineações minerais
são concordantes com a direção do plano de foliação das rochas. As litologias desta unidade
apresentam coloração cinza com tons variados, geralmente mostram bandamento composicional
de dimensões centimétricas a decimétricas, concordantes com as zonas de cisalhamento e
caracterizado pela alternância de níveis ricos em minerais máficos e níveis enriquecidos em
minerais félsicos. Frequentemente, enclaves de rochas máficas e veios de composição quartzo-
feldspática encontram-se fortemente estirados, formando boundins orientados na direção do
plano de foliação da rocha, sugerindo que o bandamento composicional pode em parte ter sido
originado pelo avanço do processo de achatamento dos enclaves máficos e veios quartzo-
feldspáticos.
Em termos petrográficos, o Complexo Cajazeiras foi individualizado em três unidades: 1)
Ortognaisses graníticos; 2) Paragnaisses e; 3) Charnockitos. Os ortognaisses são as rochas
predominante no Complexo Cajazeiras, sendo compostos por monzogranitos, granodioritos e
tonalitos. A mineralogia destas rochas, é representada por quartzo, plagioclásio, microclina,
biotita, anfibólio, titanita, allanita, apatita, opacos, clorita, epidoto, zircão e muscovita, a qual
sugere composição essencialmente ígnea para o protólito desta unidade. Os paragnaisses
ocorrem como lentes alongadas de direção NW-SE dentro do domínio dos ortognaisses e
apresentam composições dominantemente granodiorítica, além de tonalitítica e monzogranítica
de modo subordinado, são compostos por quartzo, plagioclásio, microclina, biotita, sillimanita,
granada, coríndon, opacos, clorita, epidoto, zircão e muscovita. Já as rochas chanockiticas
apresentam composições enderbíticas e charno-enderbítica, sendo constituídas por quartzo,
plagioclásio, microclina, biotita, ortopiroxênio, ± Anfibólio, zircão, apatita e clorita.
Com base no grau de deformação, é possível identificar três grupos de ortognaisses, os
quais ocorrem em domínios bem definidos na área de estudo: 1) Granitóides com textura de fluxo
magmático preservada (domínios com baixa taxa de deformação, porção sul) e sem evidência
de deformação plástica e recristalização; 2) Granitóides Protomiloníticos (rochas dominantes)
com cristais de quartzo alongados contornando fenocristais ocelares de feldspatos; 3)
Granitóides Mesomiloníticos/Ultramilonitos caracterizados pela intensa recristalização dos
cristais de quartzo e na quantidade relativamente baixa de fenocristais de feldspatos. Esses
últimos afloram na porção norte da área de estudo e coincidem com domínios que apresentam
alta resposta magnética em imagens aerogeofísicas.
787
IDADES U-TH-PBT E PROCESSOS GEOLÓGICOS REVELADOS NAS
MONAZITAS DO GNAISSE MIGMATÍTICO DO COMPLEXO JANUÁRIA (MG)
Rezende, C.R.1 & Chaves, A.O.1
1 Departamento de Geologia - Instituto de Geociências – Universidade Federal de Minas Gerais (IGC-UFMG).
crdrezende@yahoo.com.br. alochaves@yahoo.com.br;
RESUMO: As rochas pertencentes ao Complexo Januária (MG) fazem parte do Alto homônimo
na porção central do Cráton do São Francisco e constituem-se de granitos e granodioritos
indeformados associados a gnaisses migmatíticos de composição granítica a granodiorítica.
Um gnaisse migmatítico de composição granítica deste complexo mostra textura flebítica e
estictolítica e foliação marcada por biotita. A sua mineralogia principal corresponde a menos de
5% de máficos, principalmente biotita, e quantidades aproximadamente iguais de quartzo
(35%), plagioclásio (30%) e feldspato potássico (30%). Presentes na mineralogia acessória, a
monazita, allanita e granada mostraram-se capazes de revelar eventos tectônicos que afetaram
o gnaisse analisado. Análises quantitativas obtidas em microssonda eletrônica em cinco cristais
(A, B, C, D e E) de monazita deste gnaisse mostraram que elas possuem composição Ce-
monazita, predomínio de ETRL sobre ETRP, característico do mineral, baixas porcentagens de
componentes cheralíticos e huttoníticos e baixos desvios da fórmula geral (X3+, X4+, X2+)(TO4),
onde X = cátions e T = Si e P. Com relação às idades obtidas pelo método químico U-Th-PbT,
os cinco cristais apresentam quatro idades distintas. A monazita A, com feições de dissolução
de borda, apresenta idade média de 2329 ± 55 Ma, que aparentemente se relaciona ao
processo de cristalização magmática do protólito da rocha em possível ambiente de arco que
seria correlato à formação de granitóides juvenis de arco do Cinturão Mineiro da porção sul do
cráton. A monazita B apresenta idade média de 2120 ± 56 Ma, sendo interpretada como sendo
formada durante o episódio de metamorfismo e migmatização da rocha, contemporaneamente
à formação das granadas durante um evento sin-colisional. Este evento seria correlato ao
último evento de colisão tardi Riaciano do sistema orogênico Mantiqueira do SE brasileiro, ao
segmento sin-colisional do cinturão Riaciano-Orosiriano no domínio Porteirinha (N de Minas
Gerais) e à colagem do arco magmático do Oeste da Bahia no Domínio Gavião. As monazitas
euédricas C e D apresentaram idades médias de 1923 ± 28 e 1903 ± 29, respectivamente,
indicando sua cristalização em um evento descompressional ocorrido aproximadamente a
1.91Ga e interpretado como o colapso do orógeno paleoproterozoico regional correlato à
formação das suítes alcalinas Lagoa Real (BA) e Gouveana (MG). Por fim, o cristal E
apresenta feições de dissolução de borda e idade média de 1817 ± 37, que possivelmente
registra a influência do evento termo-magmático associado à formação ativa do rifte Espinhaço.
Como os dados sugerem o Complexo Januária não representaria um núcleo arqueano intacto,
mas uma porção do orógeno Riaciano-Orosiriano.
788
CARACTERIZAÇÃO DO COMPLEXO CROMITÍFERO DO VALE DO
JACURICI-BA COM AUXÍLIO DE AEROMAGNETOMETRIA E
AEROGAMAESPECTROMETRIA
789
MICROTECTÔNICA E GEOQUÍMICA DO EMBASAMENTO METAMÓRFICO
DE VILA TANCREDO NEVES, NE DE SÃO FÉLIX DO XINGU (PA), PROVÍNCIA
MINERAL DE CARAJÁS
Gouvêa, R.C.T.1; Toro, M.A.G.1; Fernandes, C.M.D.1; Juliani, C.2; Monteiro, L.V.S.2; Cruz, R.S.1
1Universidade Federal do Pará
2Universidade de São Paulo
790
INTEGRAÇÃO GEOLÓGICA DA FRENTE DO ORÓGENO BRASÍLIA
MERIDIONAL: ESTRUTURA, LITOESTRATIGRAFIA E METAMORFISMO NA
REGIÃO DE CARRANCAS E ITUTINGA (MG)
Arthuzzi, J.C.L.1, Campos Neto, M.C.1, Alves, A.1
1Universidade de São Paulo
RESUMO:
Esta reorganização dos dados teve como base plataformas GIS e foram digitalizadas
de forma padronizada, gerando assim um banco de dados funcional que poderá ser utilizado e
constantemente atualizado com o avanço dos estudos e coleta de novos dados. O banco de
dados é constituído de dados de localização, unidade, paragênses e dados estruturais.
Os mapas gerados puderam redefinir a distribuição das unidades, além de otimizar a
estruturação da frente orogênica. As isógradas, somadas, com as respectivas zonas minerais
(granada, estaurolita, cianita, clorita, biotita e cloritóide) puderam colaborar para a interpretação
do metamorfismo e da deformação regional, melhorando assim o conhecimento sobre o
Orógeno Brasília Meridonal.
791
Caracterização da Sequência Terrígena da Formação Capiru, Colombo – PR,
Região do Morro Grande
Leandro, R.1,2; Santos, L. R. 1,2; Lange, L. L.1,2, Mancini, F. 2 ; França; A. B.2; Bahniuk, A. 2;
Fontanella, G.1,2; Alcantara, J.V 2; França, R. M. 1,2; Cury, L. F. 2
792
DIQUES ARAUÁ: ULTIMAS MANIFESTAÇÕES MAGMÁTICAS DO PÓS-
COLISIONAL OROSIRIANO NO EXTREMO NORDESTE DO CRÁTON SÃO
FRANCISCO
Liz, J.D.1; Soares, V. F.1; Lenz, C.1; Liz; L.C.C.2; Nascimento A.F.1; Andrade J.O.1
1
DGEOL/Universidade Federal de Sergipe; 2 PGAB/Universidade Federal de Sergipe
793
THE MESOPROTEROZOIC BELTS OF SOUTH AMERICA
Santos, J.O.S.1,2
1University of Western Australia; 2ASME-América do Sul Mineração e Exploração Ltda.
RESUMO: The framework of South America is formed by three major cratons: Amazon, São
Francisco and Río de La Plata’, the Borborema metacraton and a poorly-defined and largely
unexposed São Luís craton. The cratons are mainly Paleoproterozoic and Archean in age
where the Mesoproterozoic units/belts were confused with older or younger units (Brasilian age,
Neoproterozoic to Cambrian) or even not considered part of the cratons during decades.
Reliable Mesoproterozoic ages showed mostly in the last 20 years when U-Pb dating became
common in Brazil and other countries. Mesoproterozoic rocks in the Amazon Craton have
resulted from the evolution of two orogens: Sunsás and K’Mudku. The Sunsás orogen of west
Amazon craton is formed by four main orogenies: Santa Helena (1470-1430 Ma), Candeias
(1370-1320 Ma), San Andrés (1260-1240 Ma), and Nova Brasilândia-Aguapeí (1200-1100 Ma).
The K’Mudku is an intracratonic orogen (unrelated to subduction) which produced NE-SW
trending metamorphic rocks in successive compressional pulses, correlated to the four main
Sunsás orogenies. It also includes the generation of A-type granites (Saracura, Gavião,
Samaúma) and mafic-ultramafic complexes (Tapuruquara, Caracaraí). The Sunsás orogen
have been compared and correlated to the Grenville orogen of Laurentia. Temporally equivalent
fragments (tens of km wide) are present in several areas of the Phanerozoic Andean orogen
such as Arequipa in Peru, Merida in Venezuela, Garzon, Santander, and Santa Marta in
Colombia. This is evidence that the Andean Belt (except Patagonia) evolved against a western
continental margin of South America which was composed of continental crust of dominant
Sunsás age. Other evidence is that several Paleozoic and Mesozoic felsic rocks of the Andes
were generated from the melting of Mesoproterozoic crust (Lu-Hf model ages). Mesoproterozoic
rocks are also present in the Río de La Plata craton such as in the Martín García Island (1392
and 1187 Ma), the Nico Pérez terrane (Cerro de las Víboras Formation, 1433 Ma), the
Taquarembó Domain (Tupi Silveira Amphibolite, 1557 Ma), the Luís Alves Domain (Ponta do
Cabeço Granite-1563 Ma and Morro do Boi leucossome-1257 Ma). Mesoproterozoic rocks of
São Francisco craton are basin-related where the main example is the Middle and Upper
Espinhaço Supergroup with the Tombador Formation (1416 Ma), Sopa-Brumadinho Group
(1192 Ma), and Paraguaçu Formation (1514 Ma). The second example is the Pananoá Group
(1300-1042 Ma) of the Brasília Belt in the western area of the craton. The Borborema
metacraton includes two metavolcano-sedimentary units dated at 1055 Ma (Riacho Gravatá
Group) and 1089 Ma (São Caetano Group), and granitic suite of 1521 Ma (Taquaritinga). The
only craton lacking known Sunsás-age rocks is the São Luís, possibly because the craton is
largely covered by Parnaíba Basin. The Sunsás belt correlates partially in time with the
Grenville orogen of Laurentia, but lacks a correlatable Ottawan orogeny. The Mesoproterozoic
rocks of the Río de la Plata craton are more likely to correlate to the Rehoboth and Sinclair belts
instead to the Namaqua belt because this is located further to the south in a paleo-
reconstruction of South America-Africa in Gondwana times.
794
O DOMÍNIO TECTÔNICO DO CABO FRIO NO SUDESTE DO BRASIL – A
SAGA DE UMA MARGEM CONTINENTAL
RETRABALHADA DO PALEOPROTEROZOICO AO CRETÁCEO
Schmitt, R.S.1; Trouw, R.A.J.1; Van Schmus, W.R.2; Armstrong, R.A.3; Stanton, N.S.G.4
1Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2University of Kansas; 3Australian National University; 4Universidade do
Estado do Rio de Janeiro.
O Domínio Tectônico do Cabo Frio é a exposição onshore na margem sudeste atual do Brasil
de um terreno geológico bem maior, com uma crosta continental de origem paleoproterozoica,
que foi submetida posteriormente a um evento extensional, em seguida a eventos de
subducção e colisão continental no Cambriano e, finalmente, a um evento de rifteamento no
Cretáceo, produzindo uma assinatura geocronológica singular. Existem fortes evidências de
que pode ser correlacionado diretamente com a porção oeste do bloco de Angola, na África.
Seu embasamento paleoproterozoico está tectonicamente intercalado com rochas
supracrustais do Neoproterozoico (Sucessões Buzios e Palmital), e está em contato a NW com
o orógeno neoproterozoico-cambriano Ribeira. Nossos estudos indicam que o embasamento já
fez parte de pelo menos três margens continentais: (a) a 1,97 Ga; (b) de 0,59 a 0,53 Ga; (c) de
0,14 Ga até hoje. É constituído por um complexo ortognáissico, formado em um arco
magmático continental, com idade entre 1,99 e 1,94 Ga. Núcleos de zircão herdados de 2,5 –
2,6 Ga mostram uma herança da antiga margem continental do Craton do Congo. No final do
Neoproterozoico, o Domínio Tectônico do Cabo Frio foi afinado e intrudido por diques máficos
toleíticos durante a formação da bacia oceânica Buzios a ca. 0,59 Ga. Durante uma inversão
tectônica para um ambiente convergente, as rochas supracrustais, depositadas nesta região de
transição entre as crostas oceânica e continental, atingiram condições metamórficas de alta P-
T, em razão da subducção da litosfera oceânica para NW, sendo exumadas como nappes
sobre o embasamento durante a colisão continental subsequente. O Domínio Tectônico do
Cabo Frio colidiu então, na sua porção NW, com o domínio Costeiro do Orógeno Ribeira a ca.
0,54 Ga. Esse último apresenta volumoso magmatismo cálcico-alcalino, interpretado como pré-
colisional e gerado pela consequente subducção da litosfera oceânica da bacia Buzios.
Portanto, o Dominio Tectônico de Cabo Frio não é um bloco exótico na Provincia Mantiqueira,
mas a transição lateral para leste entre o Orógeno Ribeira e o Craton do Congo. Quase 400
milhões de anos após a colisão, a zona de rifteamento do Atlântico Sul seguiu grosseiramente
essa antiga sutura. Não foi uma coincidência. É uma evidência de que o Domínio Tectônico do
Cabo Frio é uma margem continental, reativada como tal em repetidos eventos extensionais e
convergentes através do tempo geológico.
795
Geocronologia e geoquímica do plutonito Confisco: implicações para a
evolução paleoproterozoica do bloco Itacambira-Monte Azul
Bersan, S.M1; Danderfer, A.2; Lana, C.C. 2; Abreu, F.2; Costa, A.F.O1.
1Programa de Pós-graduação em Evolução Crustal e Recursos Naturais da Universidade Federal de Ouro Preto;
2Universidade Federal Ouro Preto
796
NOVAS IDADES LA-SF-ICPMS ARQUEANAS A PALEOPROTEROZÓICAS EM
ZIRCÕES DE GNAISSES DO DOMO GIRAU DO PONCIANO, ORÓGENO
SERGIPANO, ALAGOAS
Spalletta, B.M.¹, Oliveira, E.P.2
¹Curso de Pós-graduação em Geociências, UNICAMP; 2Departamento de Geologia e Recursos Minerais,
UNICAMP
RESUMO: Embora várias unidades do Orógeno Sergipano estejam relativamente bem datadas,
poucas idades U-Pb em zircão existem para os domos gnáissicos do orógeno. Por exemplo,
paleossoma de migmatito do domo de Simão Dias, na porção sul do orógeno, revelou idade de
2868±25 Ma, enquanto no mapa do estado de Alagoas consta uma idade de 2340 Ma para
gnaisse do domo de Girau do Ponciano e na folha Arapiraca uma isócrona Rb-Sr de 2,5 Ga em
augengnaisse. Neste resumo são apresentadas novas idades para gnaisses do domo de Girau
do Ponciano, como resultado inicial do projeto de mestrado da autora senior. De acordo com os
mapas geológicos da Folha Arapiraca (1:250.000) e Aracaju-NE (1:500.000), da CPRM, a
região do domo de Girau do Ponciano é representada por i) Complexo Nicolau-Campo Grande
constituído por sequência metavulcanossedimentar com gnaisses quartzo-feldspáticos,
metavulcânicas/metavulcanoclásticas félsicas intercalados com metamáficas, paragnaisses,
xistos, itabiritos, metaultramáficas, quartzitos e mármores; ii) Complexo Girau do Ponciano
composto por ortognaisses tonalíticos e graníticos; e iii) Ortognaisse Serra das Cabaças com
ortognaisses granadíferos. As rochas dessas unidades foram posicionadas em trabalhos
anteriores como de idade arqueana/paleoproterozoica. Como fase de reconhecimento, neste
trabalho foram coletadas 3 amostras de gnaisses cinza do Complexo Girau do Ponciano
(Girau-1 a 3) e uma amostra de gnaisse quartzo-feldspático do Complexo Nicolau-Campo
Grande (Girau-4). As amostras foram cominuídas e os concentrados de zircão obtidos por
técnicas de bateia manual, separação magnética e líquidos densos. Em seguida foram feitas
montagens dos grãos com resina epoxi e adquiridas imagens de catodoluminescência e
eletrons retroespalhados para facilitar a localização dos pontos a serem analisados. Os dados
isotópicos foram adquiridos no equipamento LA-SF-ICPMS (Thermo Scientific Element XR) do
Laboratório de Geologia Isotópica do Instituto de Geociências da Unicamp e reduzidos nos
aplicativos Iolite e VizualAge. Os resultados apresentam grande perda de Pb, mas revelaram
idades do Paleoproterozóico e herança arqueana em todas elas, exceto na amostra Girau-3. A
amostra Girau-1 produziu discórdia com intercepto superior em 2063,7±9,1 Ma e herança
arqueana no intervalo 3170-2923 Ma. Por outro lado, a amostra Girau-2 produziu um discórdia
de 3020±31 Ma no intercepto superior; os pontos analíticos de borda (com razão Th/U<0,1) e
aqueles de centro com razão Th/U<0,1 (todos com menos de 10% discordância) produziram
uma média ponderada de 1921±24 Ma (MSWD=0,30, n=10). Essa população de idades mais
novas na amostra Girau-2 pode tanto ser devido a um evento metamórfico quanto à
incorporação de zircões herdados em magma pobre em Th, ou que o magma tenha cristalizado
monazita simultaneamente ao zircão. A amostra Girau-3 produziu idade concórdia de
2035,6±2,3 Ma (MSWD=5,2, n=25) e nenhum grão arqueano. A amostra Girau-4 revelou
discórdia com intercepto superior em 2050,8±7,3 Ma e herança entre 2893 Ma e 2596 Ma.
Trabalhos em progresso ajudarão a compreender mais precisamente a evolução arqueana a
proterozóica desta região e suas correlações com o Craton São Francisco, a sul, e a Provincia
Borborema, ao norte.
797
O SISTEMA VULCÂNICO-PLUTÔNICO DE 3,3 GA DO BLOCO GAVIÃO,
CRÁTON DO SÃO FRANCISCO, BRASIL: IMPLICAÇÕES PARA O
CRESCIMENTO CRUSTAL NO PALEOARQUEANO
Zincone, S.A.1; Oliveira, E.P.1; Laurent, O.2
1Universidade Estadual de Campinas; 2 Université de Liège
798
O MAGMATISMO MÁFICO INTRAPLACA DO SETOR CENTRO NORTE DE
MINAS GERAIS COMO REGISTRO TONIANO DA QUEBRA DO
PALEOCONTINENTE SÃO FRANCISCO-CONGO
Castro, M.P. 1; Souza, M.E.S.1; Queiroga, G. 1; Martins, M. 1; Pedrosa-Soares, A.C. 2; Dussin,
I.A.3
1Universidade Federal de Ouro Preto; 2Universidade Federal de Minas Gerais; 3Universidade Estadual do Rio de
Janeiro
799
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Castro M.P. 2014. Caracterização Geológica da Formação Capelinha Como Uma Unidade
Basal Do Grupo Macaúbas Em Sua Área Tipo, Minas Gerais. MS Dissertation, Departamento
de Geologia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 146p.
Queiroga G. N., Dussin I.A., Martins M., Machado M.C., Kawashita K., Chemale Queiroga G.
N., Dussin I.A., Martins M., Machado M.C., Kawashita K., Chemale F. 2012. Roteiro de Campo
– Rochas Ígneas. In: Dussin I.A. & Chemale F. (ed). Geologia Estrutural e Estratigrafia do
Sistema Espinhaço – Chapada Diamantina e sua Aplicação nas Bacias Mesocenozóicas da
Margem Passiva Brasileira. Belo Horizonte, FUNDEP/PETROBRÁS, p. 170-195.
Souza M.E.S. 2016. Caracterização Litoestrutural e Geocronológica dos Metagabros e Xistos
Verdes do Grupo Macaúbas na Faixa Terra Branca-Planalto de Minas, Minas Gerais. MS
Dissertation, Departamento de Geologia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto,
245p.
800
METAMORFISMO DE BAIXO GRAU NOS METAPELITOS DA FORMAÇÃO
CAPIRU, COLOMBO–PR, REGIÃO DO MORRO GRANDE
Santos, L. R. 1,2; Leandro, R.1,2; Fontanella, G.1,2, Lange, L. L.1,2,
Mancini, F.2, Bahniuk, A. 2, França, A. B. 2, França, R.1,2, Alcantara, J.V.2, Cury, L. F. 2
1Pós-Graduação em Geologia, Universidade Federal do Paraná;
2Laboratório de Análises de Minerais e Rochas (LAMIR), DEGEOL - Universidade Federal do Paraná.
RESUMO: A Formação Capiru de idade neoproterozóica está localizada no Cinturão Ribeira Sul,
no Terreno Curitiba. Caracteriza-se como uma sequência metassedimentar de baixo grau
metamórfico composta por ardósias, filitos, filitos rítimicos, quartzitos e mármores, dispostos em
blocos delimitados por falhas de cavalgamento e transcorrências. O metamorfismo, assim como
a deformação das rochas da Formação Capiru, possui características heterogêneas, onde os
controles ainda não são bem entendidos e carece de estudos complementares. Este trabalho
pretende caracterizar o metamorfismo de baixo grau das rochas pelíticas presentes na região do
Morro Grande, município de Colombo, com o objetivo de compreender o desenvolvimento das
paragêneses minerais e das foliações presentes, sua distribuição e morfologia com base em
estudos petrográficos e geoquímicos. Foram selecionadas amostras de ardósias, filitos e filitos
rítimicos com diferentes graus de deformação e alteração. A caracterização das foliações foi
realizada a partir de estudos petrográficos e por microscopia eletrônica de varredura (MEV). A
constituição mineralógica e química foi determinada pela técnica de difratometria de raios-X e
fluorescência de raios-X, respectivamente. Os resultados preliminares demonstram a presença
de bandamento composicional sedimentar (S0), definido por estruturas sedimentares
preservadas como gradações e estruturas cruzadas, com indicação de topo e base. Observa-se
uma foliação S1, relacionada a uma tectônica de baixo ângulo, variando de subparalela a oblíqua
ao bandamento sedimentar S0. Esta superfície caracteriza-se por uma clivagem ardosiana
contínua, definida por muscovita com diferentes graus de cristalização. A foliação S1 ocorre como
superfície plano-axial de dobras isoclinais, por vezes rompidas e restritas a alguns níveis. A
clivagem ardosiana S1 encontra-se crenulada por uma superfície S2, com espaçamento
milimétrico, que perturba as superfícies pré-existentes. A clivagem de crenulação S2 está
relacionada a dobramentos observados em diversas escalas. As assembleias minerais são
compostas por variações nas quantidades de quartzo, muscovita-sericita-ilita, caulinita,
magnetita e grafita. Com base nos resultados preliminares o metamorfismo observado nas
rochas na região do Morro Grande varia de grau muito baixo a grau baixo, diretamente
relacionado à composição argilosa do protólito e as quantidades de fluídos intersticiais e
intercristalinos presentes. Nas rochas com protólitos compostos predominantemente por argilas,
as paragêneses são incompletas, enquanto que as rochas com menores quantidades de fluidos
originais apresentam paragêneses completas. Este fato pode ser interpretado como resultante
de um processo metamórfico ocorrido com consideráveis quantidades de água intersticial,
porém, em níveis crustais rasos, onde a presença de fluídos não facilita as reações
metamórficas, e, como consequência, condiciona a formação de paragêneses incompletas.
801
ANÁLISE DO REGISTRO SEDIMENTAR E TECTÔNICO DAS UNIDADES
SILICICLÁSTICAS DA FORMAÇÃO CAPIRU, PORÇÃO CENTRAL DE
ALMIRANTE TAMANDARÉ – PR
Lange, L.L.1; Leandro. R. 1; Santos, L. R. 1; Garcia, A.M.1; Mancini, F. 1; Cury, L. F.1.
1 Laboratório de Análises de Minerais de Rochas da Universidade Federal do Paraná / LAMIR-UFPR
802
MIGMATITOS DO COMPLEXO XINGU NA PORÇÃO NORDESTE DO DOMÍNIO
CARAJÁS, CRÁTON AMAZÔNICO, BRASIL.
Faustinoni, J.M. 1,3; Moreto, C.P.N.1,3; Delinardo da Silva, M.A. 1,3 ;Monteiro, L.V.S. ,2,3 ; Xavier,
R.P. 1,3
1Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP); 2Universidade de São Paulo (USP), 3 INCT Geociam
803
PALAVRAS-CHAVE: COMPLEXO XINGU, MIGMATITOS, CARAJÁS.
804
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E PETROGRÁFICA DE ROCHAS MÁFICAS
COM TEXTURA CUMULÁTICA AFLORANTES NA REGIÃO NORTE DO
DOMÍNIO RIO MARIA
Araújo de Paula, M.H.1; Rodrigues, D.S.1
1Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
RESUMO: O Domínio Rio Maria é um típico terreno granito-greenstone arqueano, marcado pela
ocorrência de sequências do tipo greenstone-belt e granitoides diversos, incluindo suítes de
rochas TTG, sanukitoides e leucogranitos de afinidade cálcio-alcalina. Trabalhos anteriores na
porção central deste domínio reconheceram a presença de rochas máficas a intermediárias, por
vezes com textura cumulática, mostrando mineralogia e feições de campo que sugerem
cogeneticidade com as rochas félsicas do Granodiorito Rio Maria (2,87 Ga), compondo uma suíte
sanukitóide. Até o momento não haviam sido descritas ocorrências de rochas com texturas
geradas por acumulação de cristais na porção norte do Domínio Rio Maria. Estas se apresentam
em sua maioria como xenólitos inclusos nas bordas do Granito Xinguara (2,86 Ga), estirados de
acordo com o padrão deformacional regional, onde as dimensões variam de centimétricas a
métricas, localmente com cerca de 300 por 500 metros de extensão. Em geral ocorrem na forma
de blocos rolados e pequenos lajeiros, onde as relações de contato com os leucogranitos são
evidenciadas ainda pela presença de veios deste último, cortando as rochas máficas. Três fácies
petrográficas principais foram individualizas de acordo com os seguintes critérios: a) presença
ou ausência da fração cumulática; b) tamanho dos cristais cumuláticos; e c) proporção relativa
entre os conteúdos modais de anfibólio, piroxênios e plagioclásio. A fácies predominante (1) é
caracterizada por uma coloração esverdeada, textura cumulática descrita por cristais grossos a
muito grossos de hornblenda hipidiomórficos a idiomórficos, em meio a uma fração intercumulus
composta por cristais de piroxênios de granulação fina a média com formas hipidiomórficas a
alotriomórficas, muitas vezes com sinais de alteração para uralita ao longo de fraturas.
Plagioclásio ocorre de forma intersticial, em geral intensamente saussuritizados e apresentando
formas alotriomórficas. Uma textura granoblástica é por vezes observada pela presença de
junções tríplices no contato entre minerais da fração intercumulus. A segunda fácies (2)
apresenta mineralogia similar a primeira, porém com uma fração cumulus de textura equigranular
grossa, por vezes inequigranular média a grossa, e maiores proporções de plagioclásio, também
intensamente saussuritizado. A terceira fácies (3) ocorre em menor proporção, se diferencia das
demais pela coloração preto esverdeada, textura equigranular média, quase ausência da fração
cumulus e baixa proporção de cristais de anfibólio magmático (~7%), além dos autos conteúdos
em plagioclásio (~45%) e piroxênios (~35%) e presença modal mais expressiva de quartzo. Entre
os minerais acessórios se destacam allanita, rutilo, minerais opacos e titanita. O mapeamento
faciológico em uma das ocorrências mostrou que as mesmas se dispõem em camadas de
direção geral próximo a E-W e mergulhos subverticais, variando de sul para norte da fácies 1
para a 3. A partir de um líquido inicial máfico e rico em água, sugere-se uma evolução magmática
marcada pela diminuição do conteúdo de água no líquido residual, devido a cristalização precoce
dos cristais cumuláticos de anfibólio e contínuo aumento nas proporções relativas de piroxênios
e plagioclásio nas fácies mais evoluídas. As ocorrências descritas podem representar fragmentos
de câmaras magmáticas mesoarqueanas.
805
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA, GEOQUÍMICA E GEOCRONOLÓGICA
U-Pb DO COMPLEXO SÃO JOÃO DA MATA E DO BATÓLITO SERRA DA
ÁGUA LIMPA NO EXTREMO SUDESTE DE MG, FAIXA BRASÍLIA
MERIDIONAL.
Martins, L.C.D.1; Novo, T.A.1; Pedrosa-Soares, A.C.1 Peixoto, E.I.N.2, Tedeschi, M. F1,3
1 Instituto de Geociências - Universidade Federal de Minas Gerais 2 Universidade Federal de Ouro Preto
3Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
806
CLORITAS DOS GREENSTONE BELTS FAINA E SERRA DE SANTA RITA
(GOIÁS, BRASIL)
Silva, R.G.1; Guimarães, E.M.1; Borges, C.C.A.1; Silva, A.M.1; Toledo, C.L.B.1; Garnier, J.1
1 Universidade de Brasília
RESUMO: Os Greenstone Belts de Faina e Serra de Santa Rita estão situados na porção
sudeste do Bloco Arqueano de Goiás, localizado na da Faixa de Dobramentos Brasília, leste da
Província Estrutural do Tocantins. São constituídos por termos ultramáficos a máficos
(metakomatiitos e metabasaltos) sobrepostos por uma sequência metassedimentar
(ortoquartzitos, metapelitos, xistos carbonosos, mármores e formações ferríferas); todos
submetidos a metamorfismo de baixo grau (Resende et al.,1998). Estes Greenstone Belts estão
compreendidos pelos complexos granito-gnáissicos Caiçara e Uvá a norte e sul; a oeste limitam-
se pela Zona de Cisalhamento Moiporá-Novo Brasil e a leste por uma melange ofiolítica e rochas
do Grupo Araxá (Resende et al., 1998; Pimentel et al., 2004). A ação de falhas regionais e
empurrões justapôs diferentes litotipos o que dificulta a compreensão estratigráfica da região e
o estudo de correlação litológica. O presente trabalho tem por objetivo comparar as composições
e estruturas de cloritas provenientes das sequências ultramáfica, máfica e sedimentar dos
Greenstone Belts em questão. Buscou-se correlacionar as diferentes feições mineralógicas das
cloritas com as respectivas sequências litológicas de origem, de forma a facilitar o entendimento
estratigráfico de zonas tectonicamente deformadas. Paralelamente, foi possível comparar os
dados composicionais obtidos de rochas metassedimentares com resultados observados por
Resente et al. (1998) para rochas da sequência sedimentar do Greenstone Belt Faina, o que
contribuiu para a análise de proveniência das rochas. O estudo mineralógico foi realizado por
meio de análises petrográficas, geoquímica, difração de raios-x (XRD) e microssonda (EPMA)
nos laboratórios do Instituto de Geociências da Universidade de Brasília. Os resultados obtidos
confirmaram o caráter magnesiano do cloritito estudado e apontaram maior concentração de
ferro em metapelitos. Além disso, os dados permitiram estabelecer uma relação direta entre os
difratogramas e variações composicionais das cloritas de acordo com suas respectivas rochas
de proveniência. Observou-se que a razão Fe/(Fe+Mg) nas cloritas aumenta consideravelmente
desde os exemplares ultramáficos até os sedimentares indo de 0,17 a 0,55. Adicionalmente,
pôde-se comparar os resultados composicionais das rochas metassedimentares com os obtidos
por Resende et al. (1998). Estes, mostraram que a razão Fe/(Fe+Mg) em metapelitos do primeiro
ciclo sedimentar do Greenstone Belt Faina estava em torno de 0,27, subindo para 0,49 naqueles
do segundo ciclo deposicional. Tais variações, segundo Resende et al. (1998), são resultado de
maior contribuição ultramáfica no pacote sedimentar do primeiro ciclo comparando ao segundo.
Neste último, as rochas sedimentares contém argilominerais tais como illita, interpretados por
Resende et al. (1998) como resultado de intemperismo químico em granitos potássicos e rochas
máficas. Este estudo confirma que é possível obter uma melhor interpretação estratigráfica
usando análise composicional de cloritas em regiões previamente metamorfisadas, permitindo
melhor diferenciação entre os pacotes metassedimentares dos Greenstone Belts Faina e Serra
de Santa Rita.
807
GUARAPARI SHEAR ZONE: CORRELATIONS WITH LUANDA SHEAR ZONE
AND CONCERNS FOR RIBEIRA-ARAÇUAÍ-WEST CONGO OROGEN SYSTEM
RESUMO: This paper presents the structural characterization of Guarapari Shear Zone (GSZ)
which is located at the southeastern part of Espírito Santo State, Brazil and the correlation with
its possible matching in the African counterpart: the Luanda Shear Zone (LSZ). The GSZ is an
east-west-striking ductile shear zone that crops out through rocks of Nova Venecia Complex,
Araçuai Orogen and is characterized by a well-marked mylonitic foliation, steeply dipping to
south and dextral sense of shear in a transcurrent/slight thrust tectonic. This structure is related
to Late-Neoproterozoic tectonic evolution through this section of West Gondwana framework
between Ribeira and Araçuai Belts. Structural studies carried out in the mentioned area reveals
that the GSZ could had acted as an element of approaching between São Francisco and Congo
microplates and their arc-related terrains. Paleogeographic reconstructions and structural
correlations between the basement rocks from both South America and Africa in this segment of
Atlantic Ocean suggests the lateral continuity of Guarapari Shear Zone along the Luanda Shear
Zone in the African counterpart. The Luanda Shear Zone is one of the major tectonic
boundaries of southwestern of Africa. It is also a Neoproterozoic east-west, ductile shear zone
that crops out at the northern part of Angola through parallel 9°. It shows a strike slip dextral
sense of shear and overrides laterally two crustal blocks: at northern rift and sag Neoproterozoic
stratigraphic successions from West Congo Belt and at southern Archean terrains from Angolan
Central Shield. Although the Guarapari Shear Zone doesn’t put together laterally two different
stratigraphic units, its defines the south-to-north continuity of two different sectors of tectonic
framework in the Ribeira-Araçuaí Belts: at southern, Cryogenian-Ediacaran arc related rock
association of Rio Negro Complex that crops out at the Costeiro Domain of the Oriental terrain
in Ribeira Belt. At northern, the Araçuaí Orogen, a confined orogenic system with Ediacaran arc
related rocks and it’s metasedimentary succession. Guarapari Shear Zone and Luanda Shear
Zone were coeval in time during Late Neoproterozoic. Also, they are similar in their structural
patterns as geometry and kinematics. Tectonic reconstructions for the Espírito Santo-Campos-
Santos/Kwanza-Benguela-Namibe conjugate margins and comparison between the onshore
basement structures of Espírito Santo and Luanda put both GSZ and LSZ laterally together.
Tectonic models for this segment estimate large structural discontinuities as GSZ and LSZ. This
paper proposes that the Guarapari Shear Zone and Luanda Shear zones could have been
acted as an unique arc-arc transform/transcurrent zone until the Late Neoproterozoic and their
occurrence combined with another similar transform shear zones could have accommodated
part of deformation and the approaching between São Francisco and Congo microplates and
their arc-related terrains during the development of Ribeira-Araçuaí-West Congo Orogen
System.
808
COMPARAÇÃO PETROLÓGICA DOS ORTOGNAISSES E GRANULITOS DO
COMPLEXO SERRA DA BOLÍVIA (FAIXA RIBEIRA), NA REGIÃO DE
ITAPERUNA-RJ E DA SUÍTE GALILÉIA, NAS CIDADES DE GALILÉIA E
CONSELHEIRO PENA (MG)
Marques, R.A.1; Duarte, B.P.2; Macedo, R.S.3; Rossi, A.V.A.4; Campos, R.B.M1; Soares C.C.V.1;
Medeiros Júnior, E.B.1; Fernandes, A.B1; Gouvêa, L.P.; Velasco, T.C.1; Boulhosa, G.S.1
1Universidades Federal do Espírito Santo; 2Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 3Universidade Federal de
Minas Gerais; 4Universidade Federal de Ouro Preto
RESUMO: O presente trabalho compreende duas áreas de estudo: uma situada no limite dos
estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, abrangendo os municípios de São José de Ubá,
Italva, Bom Jesus do Itabapoana, Bom Jesus do Norte e São José do calçado; e a a outra está
situada a leste do estado de Minas Gerais, no município de Galiléia e proximidades.
Geologicamente, a primeira área contextualiza-se no Complexo Serra da Bolívia do Terreno
Oriental da Faixa Ribeira. A segunda área faz parte da Suíte Galileia, localizada no Domínio
Interno do Orógeno Araçuaí. O objetivo do estudo é comparar os dois segmentos geológicos,
visto que são descritos na literatura como um conjunto de rochas pré-colisinais de arco vulcânico,
relacionado ao magmatismo do tipo G1. A comparação entre os litotipos é de grande relevância
para a definição do limite ainda incerto que as separa, devido à falta de distinções litológicas e
estruturais. A caracterização petrografica e geoquímica indicam algumas semelhanças entre as
duas unidades, entretanto, no que tange as características estruturais, há uma significativa
diferença. O Complexo Serra da Bolívia ocorre em afloramentos heterogêneos, deformados e
por vezes migmatizados. Há uma ampla variação composicional entre as rochas. Os litotipos
foram divididos em quatro grupos, de acordo com a ocorrência de campo: 1) leucognaisses e
gnaisses máficos; 2) rochas migmatizadas; 3) gnaisse homogêneo fino e 4) charnockitoides.
Estas rochas são ortoderivadas e metamorfisadas em fácies granulito. São de composições
graníticas com ortopiroxênio (charnockito, opdalito, jotunito, enderbito e hiperstênio diorito) e
ausentes de ortopiroxênio (sieno granito, quartzo sienito e quartzo diorito). A geoquímica indica
que são granitos do tipo I de caráter metaluminoso, magmatismo pré a sincolisional em ambiente
de arco vulcânico. A Suíte Galiléia ocorre em afloramentos mais homogêneos, por vezes sendo
possível observar lentes de rochas máficas na direção principal da foliação incipiente. Os litotipos
da Suíte Galiléia foram divididos em: Tonalito Galiléia e Tonalito São Vítor. As rochas são
aparentemente ígneas de estrutura foliada com enclaves máficos lenticulares orientados, e
restritamente, ocorre termos migmatíticos. As composições variam de granodioritos a tonalitos
(majoritariamente), são metaluminosas do tipo I, como similaridade ao magmatismo pré-
colisional da crosta superior a média, em ambiente de arco vulcânico. As rochas do Complexo
Serra da Bolívia são muito diversificadas estrutural e composicionalmente, ao contrário da Suíte
Galiléia. As análises microestruturais/texturais mostram o alto grau de metamorfismo e
deformação que as rochas do Complexo Serra da Bolívia sofreram, alcançando facies granulito.
É comum encontrar sinais de deformação: quartzo com extinção ondulante, plagioclásio com
maclas evanescentes, recristalização com redução dos tamanhos dos grãos e exsolução do tipo
antipertita. As rochas da Suíte Galiléia são ausentes de sinais de deformação.
809
GEOQUÍMICA DO DOMO PALEOARQUEANO BOA VISTA, CRÁTON SÃO
FRANCISCO, BRASIL.
Faustinoni, J.M. 1; Zincone, S.1; Oliveira, E.P. 1
1Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
810
MAGMATISMO PRÉ-COLISIONAL CRIOGENIANO (ca. 790 Ma) DO
CINTURÃO DOM FELICIANO REGISTRADO NO EMBASAMENTO DA ZONA
DE CISALHAMENTO MAJOR GERCINO: OS ORTOGNAISSES DO
COMPLEXO PORTO BELO (BOMBINHAS, SC)
De Toni, G.B.1; Bitencourt, M.F.1; Florisbal, L.M. 2; Almeida, B.S. 3 Geraldes, M.C.3
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2Universidade Federal de Santa Catarina; 3Universidade Estadual do
Rio e Janeiro
811
CONTEXTO METAMÓRFICO E ESTRUTURAL DOS DEPÓSITOS
SULFETADOS DO VALE DO RIBEIRA.
Cury, L. F. 1; Fedalto, G.1; Freitas; L. S.1; Zanella, R. R.1
1Laboratório de Análises de Minerais e Rochas da Universidade Federal do Paraná / LAMIR-UFPR
RESUMO: O Vale do Ribeira é a mais renomada província mineral localizada entre os estados
do Paraná e São Paulo, região que empresta o nome a um dos sistemas orogênicos mais
importantes no contexto do sul e sudeste brasileiro, o Cinturão Ribeira. São reconhecidas
diversas jazidas de chumbo-prata, ouro, cobre e zinco, além de importantes ocorrências de
barita e fluorita, distribuídas no contexto do Terreno Apiaí. Muitos desses depósitos foram
reconhecidos ainda no século XVIII, com exploração mais intensa nos meados do século
passado, sendo sempre considerados como promissores devido à quantidade e diversidade de
minerais de minério. No entanto a exploração de depósitos sulfetados no Vale do Ribeira nos
dias de hoje é praticamente inexistente, sem nenhuma operação sistemática de mineração
realizada na última década. A maior parte desses depósitos está localizada entre os municípios
de Cerro Azul (PR) e Iporanga (SP), onde são encontradas sequências
metavulcanossedimentares mesoproterozoicas, representadas principalmente pelas formações
Água Clara, Votuverava e Perau, com idades próximas a 1.5 Ga. Estas idades refrem-se à
datações U-Pb (zircão) em corpos de metabásicas, que podem ser o melhor registro de um
ambiente sedimentar exalativo, modelo admitido como ideal para compreensão dos depósitos
do “tipo Perau”. Também são encontrados depósitos encaixados em sequências
neoproterozóicas, representadas principalmente pela sequência Lajeado (1.2 a 0.8 Ga), com
vários depósitos de galena e pirita, a exemplo das minas do Rocha, Barrinha e Panelas, entre
outras localizadas no Terreno Apiaí. Nestas regiões podem ser reconhecidos dois eventos de
deformação relacionados aos estágios de desenvolvimento do orógeno. O primeiro evento é
caracterizado por uma tectônica de baixo ângulo, expressa por xistosidades, clivagens e
bandamentos metamórficos paralelos à subparalelos ao acamadamento reliquiar, com
frequentes zonas de cisalhamento de baixo ângulo que sugerem aloctonia das unidades
metavulcanossedimentares. São reconhecidas faixas miloníticas associadas às falhas de
cavalgamento, foliações com caráter de transposição em desenvolvimento heterogêneo,
podendo apagar completamente os registros anteriores em alguns locais (transposição total).
As paragêneses associadas ao desenvolvimento das foliações de baixo ângulo indicam
variação do grau metamórfico entre as fácies xisto-verde e anfibolito, sendo que em regiões
próximas à mina de Canoas pode ser observadas isógradas com almandina e estaurolita. O
segundo evento é caracterizado por uma tectônica de alto ângulo, expressa por zonas de
cisalhamento transcorrentes e dobramentos escalonados, estruturas que controlam a
compartimentação tectônica de forma mais evidente, quando observadas em escala regional.
Algumas estruturas apresentam zona de dano com centenas de metros, a exemplo da ZC
Ribeira, localizada nas proximidades da mina de Panelas. Assim, o melhor entendimento do
contexto tectônico desses depósitos pode abrir uma nova perspectiva exploratória no Vale do
Ribeira, considerando o metamorfismo e a deformação como controles não somente da
distribuição, mas também da remobilização dos depósitos sulfetados. Neste contexto, a
caracterização petrotectônica, utilizando técnicas modernas que permitem a caracterização de
microtexturas, microestruturas e suas condições de pressão e temperatura, podem fornecer
resultados importantes para orientação de novos trabalhos prospectivos, em sinergia ao
contexto geotectônico em que os depósitos do Vale do Ribeira estão inseridos.
812
ROTEIRO GEOLÓGICO DE EVOLUÇÃO CRUSTAL DA PORÇÃO NOROESTE
DA PROVÍNCIA BORBOREMA, ESTADO DO CEARÁ.
RESUMO: O Trabalho foi desenvolvido no Estado do Ceará e visou estudar a evolução geológica
do Arqueano ao Proterozóico da porção Noroeste da Província Borborema (PB), que se trata de
uma das mais importantes entidades geotectônicas do território brasileiro, por conter uma vasta
diversidade de rochas geradas em um amplo intervalo de tempo durante os diversos ciclos
tectônicos (Transamazônico, Cariris Velho e Brasiliano) responsáveis pelo atual arranjo
estrutural da Província. Neste projeto foram estudadas algumas das unidades litoestrátigráficas
que compõe os domínios estruturais Médio Coreaú (DMC), Ceará Central (DCC) e Rio Grande
do Norte (DRGN), tendo como objetivo geral a elaboração de um roteiro geológico. Este roteiro
foi inicialmente desenvolvido a partir do resgate de dados de acervos bibliográficos (artigos
científicos, livros, mapas geológicos e cartas planialtimétricas), os quais foram compilados e
tratados para que fosse possível eleger áreas de interesse geológico, levando também em
consideração a localização geográfica para viabilizar o acesso aos pontos visando dinamizar
futuras excursões geológicas ao local. Estes dados foram posteriormente complementados com
dados de campo, onde foram visitados afloramentos que auxiliassem na compreensão sobre o
Arqueano e o Proterozóico do Nordeste do Brasil, bem como a evolução e relação entre as
unidades datadas destes períodos. No DMC foram estudados afloramentos referentes ao
Complexo Granulítico Granja (paleoproterozóico). No DCC, rochas neoarqueanas do Complexo
Cruzeta que é subdividido em: Unidade Tróia (formações ferríferas e rochas básicas), Unidade
Pedra Branca (ortognaisses TTG com lentes anfibolíticas localmente milonitizados) e Unidade
Mombaça (ortognaisses de composição granodiorítica a granítica e rochas paraderivadas);
rochas paleoproterozóicas da Suíte Madalena (metagranitos de composição granodiorítica a
monzogranítica e dique de composições variadas), Sequência Choró-Algodões (associação de
paragnaisses e lentes anfibolíticas), Complexo Ceará, subdividido em quatro unidades onde
foram vistas somente as Unidades Canindé (paragnaisses e ortognaisses) e Independência
(anfibolitos e rochas paraderivadas); rochas neoproterozóicas do Complexo Granítico Quixadá-
Quixeramobim e do Complexo Tamboril-Santa Quitéria, onde foram visitados o Granito Pajé e a
Pedra da Andorinha e por fim as rochas paleoproterozóicas do DRGN representadas pelo Grupo
Orós (Formação Santarém – rochas paraderivadas). A síntese destes dados resultou na seleção
e organização do roteiro geológico composto de dezesseis pontos de afloramentos
representativos do Arqueano e do Proterozóico, nos quais é possível realizar um
sequenciamento lógico-temporal dos eventos de evolução crustal da porção noroeste da
Província Borborema, Estado do Ceará.
PALAVRAS-CHAVE: EVOLUÇÃO CRUSTAL, PROVÍNCIA BORBOREMA, ROTEIRO
GEOLÓGICO.
813
IS IT POSSIBLE THAT NWA 7325 IS A MERCURIAN METEORITE?
Richter, F.1; Garzione, C.1
1University of Rochester
RESUMO: The origin of a set of achondritic meteorites found in 2012 in Morocco, Western
Sahara, is currently a matter of heated debates in the scientific community. The composition
and mineralogy of such achondrites do not match any known achondrite group. One of the
possibilities is that it has a Mercurian origin, as suggested by data from MESSENGER mission.
This possibility arises from compositional similarities between the bulk-composition of Northwest
Africa 7325 (NWA 7325), one of the achondritic meteorite found in 2012, and the surface
composition of Mercury. High resolution measurements of Mercury’s surface composition with
the MESSENGER X-ray spectrometer show that the surface is rich in Mg and S but depleted in
Al, Ca, Ti and Fe, which resembles the bulk-composition of NWA 7325. However, its Pb
crystallization age of >4.5 Ga argues against its origin in Mercury. On the other hand,
simulations indicate a significant relative probability that cumulative particles ejected off Mercury
after an impact would reach the Earth within 30 Myr. These simulations show, for instance, that
after impact ejection of material at 14km/s, it is possible that ~3% reaches Earth after 10 Myr,
~4% after 20 Myr and ~4.5% after 30 Myr. This probability brings up the question: where are our
mercurian meteorites? This study aims to investigate and evaluate if our current knowledge
about Mercury indicates it could hold a parental relation to our so-far best mercurian candidate,
the NWA 7325 achondrite. We used four main criteria to evaluate this: 1) Likely depth of origin,
compositions and mineralogy; 2) Likely location of origin, lithology and age; 3) Probability that it
reached Earth; and 4) Isotopic composition. Compiled data from previous studies on both the
planet and the meteorite indicate that, despite its old age (>4.5 Ga), it is possible that NWA
7325 could have originated on Mercury. However, the confirmation and the solution to this
genetic mystery might only arrive once we obtain in-situ analysis or sampling in Mercury.
814
815
REGISTROS DE UMA SEQUÊNCIA METAVULCANOSSEDIMENTAR
PALEOPROTEROZÓICA ASSOCIADA A JANELA EROSIVA CORRENTINA-
CORIBE NO OESTE DA BAHIA.
Santos, L. J.1; Janoni, C. R. J1; Santos. N. S.1; Matias, J. F.2
1 Universidade Federal do Oeste da Bahia; 2Instituto Federal da Bahia.
816
PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA DO COMPLEXO GRANITO-MIGMATÍTICO
DE PALMÁCIA-PACATUBA-MARANGUAPE, DOMÍNIO CEARÁ CENTRAL,
PROVÍNCIA BORBOREMA: EVIDÊNCIAS DE UM ARCO MAGMÁTICO
NEOPROTEOROZOICO
Pitombeira, J.P.A.1; Amaral, W.S.1
1Universidade Estadual de Campinas – Instituto de Geociências
RESUMO: O Arco Magmático de Santa Quitéria (AMSQ) é uma das maiores manifestações
plutônicas do Neoproterozoico na porção norte da Província Borborema, nordeste do Brasil.
Consiste de uma associação ígnea-anatética caracterizada por um número de pulsos
magmáticos que ocorreram no intervalo entre 650-610 Ma. Regionalmente, o AMSQ abrange
grande parte da porção NW do Domínio Ceará Central (DCC). As assinaturas isotópicas de Nd
são consistentes com mistura entre magmas juvenis neoproterozóicos e magmas crustais
derivados de gnaisses paleoproterozóicos adjacentes. Associações de rochas granito-
migmatíticas tem ampla distribuição no DCC as quais são frequentemente correlacionadas ao
AMSQ. Na porção nordeste do DCC, são reconhecidas associações de rochas granito-
migmatíticas com dimensões batolíticas representadas por migmatitos e granitoides pera- a
metaluminosos e cálcio-alcalinos de alto potássio. Essas rochas foram inseridas no aqui proposto
Complexo Granito-Migmatítico de Palmácia-Pacatuba-Maranguape (CGMPPM). Os migmatitos
caracterizam-se por taxas distintas de fusão e deformação sendo representados por biotita
metatexitos ±hornblenda, de composição granodiorítica a granítica e diatexitos. Os granitóides
apresentam biotita como mineral máfico dominante com o grau de deformação variando de
levemente foliados a augen gnaisses e tectonitos tipo L. Rochas intrusivas tardias são
representadas por granitóides isotrópicos de cor cinza e porfiríticos de granulação grossa.
Subordinamente, ocorrem rochas máficas na forma de diques ou enclaves (por vezes exibindo
orientação preferencial NE-SW) além de diques pegmatóides de composição granítica. Os
termos gnáissico-migmatíticos tendem a ocorrer preferencialmente nas bordas do batólito com
os termos mais isotrópicos predominando na porção central. A foliação principal é representada
pelo bandamento gnáissico em metatexitos e domínios ricos em biotita nos granitoides. Ocorre
de médio a baixo ângulo e com mergulho preferencialmente para NW e NE na porção sul e para
E-ENE na porção oeste. Dados isotópicos preliminares sugerem uma evolução neoproterozoica
para essas rochas. Bordejando o batólito ocorrem sequências metavulcanossedimentares
representadas por granada-biotita gnaisses, granada anfibolitos, xistos, quartzitos e mármores
correlacionadas a Unidade Independência do Complexo Ceará. Diante deste cenário é possível
estabelecer um link, ainda que preliminar, entre o CGMPPM, constituído por rochas com
características de arco magmático continental, principalmente por granitoides pós-colisionais e o
AMSQ, considerando relações estruturais, tectônicas, petrográficas, geoquímicas e
geocronológicas.
817
ESTUDOS DE PROVENIÊNCIA DOS QUARTZITOS DO GREENSTONE BELT
MUNDO NOVO (BA) E IMPLICAÇÕES TECTONO-ESTRATIGRÁFICAS.
Barbuena, D.1; Oliveira, E.P.1; Zincone, S.A.1
1Universidade Estadual de Campinas
O greenstone belt Mundo Novo (GBMN), localizado na porção nordeste do cráton São
Francisco, foi definido como uma associação de rochas metavulcânicas básicas e ácidas,
espacialmente não correlacionáveis, associadas a rochas metassedimentares de natureza
química e clástica. Possui como referência geocronológica a idade de 3,3 Ga do riolito próximo
a cidade de Mundo Novo. O empilhamento estratigráfico e a extensão dessa sequência ainda
são tema de debate, muito em função da conformidade estrutural com o Grupo Jacobina,
situado a oeste, assim como com o Complexo Saúde a leste, e a consequente dificuldade de
individualizar essas unidades. A sistemática U-Pb em zircão detrítico tem sido amplamente
aplicada em rochas metassedimentares, de baixo a alto grau metamórfico, para auxiliar desde
a individualização de bacias, correlação de sequências, até o reconhecimento e discriminação
de eventos tectônicos em núcleos cratônicos antigos. Em muitos greenstone belts, como o de
Crixás, os estudos de proveniência nas unidades sedimentares têm permitido a reinterpretação
da cronologia dessas sequências. Trabalhos recentes de proveniência do Grupo Jacobina
mostram que apenas fontes mais antigas que 3,25 Ga estavam disponíveis durante a formação
da bacia. Por outro lado, o Complexo Saúde tem apresentado sistematicamente populações de
zircão de 2,1 Ga, apesar de já ter sido interpretado tanto como parte do Grupo Jacobina, como
do GBMN. Esses dados sugerem que o Complexo Saúde trata-se de uma bacia distinta e mais
nova que o Grupo Jacobina. Por outro lado, trabalhos recentes sugerem que o riolito de 3,3 Ga
não deve estar relacionado ao vulcanismo básico do GBMN, mas sim a um sistema vulcânico-
plutônico formado em ambiente extensional de natureza intraplaca. Diante disso, a
proveniência das unidades sedimentares mostra-se uma importante ferramenta para
estabelecer a cronologia relativa para a evolução da sequência metassedimentar do GBMN,
bem como a discriminação entre o Grupo Jacobina e o Complexo Saúde. Foram analisadas 14
amostras de quartzitos atribuídos à unidade Itapura do GBMN. As rochas localizadas a norte
da cidade de Jacobina apresentam apenas zircões mais antigos que 3,22 Ga, enquanto que os
quartzitos a sul, próximos das cidades de Piritiba e Mundo Novo, apresentam populações de
zircão de 3,22 Ga ou de 2,14 Ga. No sul, as rochas que apresentam população de zircão em
torno de 2,14 Ga correspondem a muscovita quartzitos e são interpretados como parte do
Complexo Saúde, enquanto que os quartzitos puros, com população de zircão mais antiga que
3,22 Ga, são correlacionados ao Grupo Jacobina. No norte, interpretamos os quartzitos como
parte da unidade Itapura, em função de estarem associados a xistos grafitosos, quiastolita
xistos, formações ferríferas e basaltos, incluindo lavas almofadadas em continuidade
estratigráfica, ou seja, sem apresentar feições de imbricamento tectônico. Desta maneira,
interpretamos que o GBMN (i) seja restrito a região próxima a Pindobaçu, norte da cidade de
Jacobina, (ii) representa a base do Grupo Jacobina, e (iii) que sua idade ainda não está
definida.
818
ROCHAS MÁFICAS GRANUTILIZADAS ENCAIXADAS NO GRUPO ALTO
JAURU, SW DO CRÁTON AMAZÔNICO
Ferreira, B.N.T.1; Silva, C.H.2; Costa, A.C.D3.
1,2,3Universidade Federal de Mato Grosso
RESUMO: A fusão parcial de rochas metabásicas que ocorre em níveis crustais inferiores
desempenha um papel crítico na formação de magmas félsicos a andesíticos e também no
processo de diferenciação da crosta terrestre. Dessa forma a identificação e estudo de rochas
que sofrerão esse processo é de suma importância para compreensão da evolução
petrogenética de terrenos e segmentos crustais. Mapeamento geológico detalhado realizado
nas proximidades da cidade de Jauru – MT, situada no Terreno Jauru parte da Província
Rondoniana San-Inácio, no sudoeste do Cráton Amazônico, permitiram identificar rochas
anteriormente estudadas e um litotipo ainda não descrito tratam-se de rochas máficas
granulitizadas que ocorrem em forma de blocos e lajedos. Estas rochas são verdes a cinza
escuras, inequigranulares, ocorrendo na forma de pequenos corpos alongados segundo uma
direção N30W. Quando analisadas em detalhe percebe-se que estas rochas apresentam duas
partes petrográficas, uma melanocrática composta por piroxênio, anfibólio, plagioclásio, quartzo
e opacos, e outra leucocrática com quartzo, plagioclásio, e piroxênios. As partes leucocráticas
são concordantes com a xistosidade presente nas rochas que é definido pela orientação de
anfibólio e piroxênios, além dos arranjos recristalizados de plagioclásio. Microscopicamente a
rocha apresenta textura granoblástica e nematoblástica, granulação média a grossa, composta
por plagioclásio, quartzo, piroxênios, anfibólio e epidoto. O plagioclásio é idioblástico, com
composição remetendo a andesina. Os piroxênios são euédricos a subédrico, com faces retas
em contato mútuo ou com o plagioclásio. Ocorrem ainda como inclusão no plagioclásio. Foram
identificados clinopiroxênio (diopsídio) e ortopiroxênio (hiperstênio). O anfibólio caracterizado
como hornblenda ocorre sempre nas bordas dos piroxênios como produto do
retrometamorfismo. O quartzo é anédrico, exibe extinção ondulante e contato poligonal
demonstrando recristalização, engloba todos os minerais previamente cristalizados (piroxênios
e plagioclásio). Ocasionalmente o quartzo ocorre em golfos de corrosão no plagioclásio. Na
parte leucocrática foi identificado a seguinte associação mineral correspondente ao pico do
metamorfismo clinopiroxênio + ortopiroxênio + plagiocásio + quartzo; já na parte melanocrática
a associação mineral é constituída por hornblenda + clinopiroxênio + ortopiroxênio +
plagioclásio + quartzo. Interpreta-se que a parte leucocrática originou-se a partir da fusão
parcial dos minerais presentes na parte melanocrática através da reação Hbl + Qtz + pl → Cpx
± Opx + Liq. Um grande número de dados experimentais de amostras naturais e sintéticas
indica que a temperatura mínima de fusão de anfibolitos pobres em feldspato potássico é 850-
900°C com em um intervalo de pressão 3-15 kbar.
819
DATAÇÃO U-PB EM ZIRCÃO POR LA-ICP-MS DA SEQUENCIA VULCÂNICA
ÁCIDA DO GREENSTONE BELT DE PIUMHI
SANTOS, TICIANO J. S1., OLIVEIRA, ELSON P.
1Instituto de Geociências - UNICAMP
RESUMO: A porção sul do craton São Francisco constitui-se por complexos gnáissicos com
idades de cristalização entre 3,21 a 2,71 Ga, sequencias vulcanossedimentares arqueanas tipo
greenstone belt (Serro, Mata Cavalo, Morro Velho, Piumhi e Fortaleza de Minas) relacionados a
ambientes extensionais, de retro-arco e arco. Vulcânicas komatiiticas de Fortaleza de Minas e
Nova Lima tem idades entre 2,78 e 2,86 Ga. O Maciço de Piumhi situa-se no SW de Minas
Gerais, nos limites das Províncias São Francisco e Tocantis, sendo constituído por uma
unidade basal metavulcanossedimentar, denominada Grupo Ribeirão Araras (GRA) seguido
para o topo por duas sequencias metassedimentares dos grupos Paciência e Lava Pés. O GRA
tem a Unidade Toleítica Inferior composta por rochas metassedimentares detríticas imaturas na
base, seguido por basálticos komatiíticos com intercalações de filitos carbonosos e basaltos
toleíticos no topo. No GRA incluem-se ainda brechas e tufos vulcânicos, diques e sills de
dacitos, riodacitos e riolitos, bem como intrusões graníticas na porção norte do Maciço dada
pelo Granito Matinha. Datações U-Pb em zircão por LA-ICP-MS foram obtidas no laboratório
de Geologia Isotópica do IG-UNICAMP visando definir a idade das vulcânicas ácidas e do
granito Matinha, que consequentemente constituem a idade mínima para a Unidade Toleítica
Inferior do GRA. Duas rochas ácidas que ocorrem intercalados e/ou cortando os basaltos
komatiiticos do Grupo Riibeirão Araras foram coletadas e datados. O primeiro corresponde a
um riolito que aflora no trevo norte de acesso a Piumhi, às margens da MG-050. Esta rocha é
isotrópica, ocorre intercalada a clorita xistos e talco xisto da Unidade Toleítica Inferior, estando
por vezes alterada e com pequenos cristais euhédricos de quartzo bipiramidais de alta
temperatura. O segundo corpo é dado por um riodacito mais preservado e isotrópico que
ocorre intercalado a basaltos toleíticos na região leste de piumhi, dentro do riacho Caxambu.
Os zircões dessas rochas são, em geral, mal formados, onde a imagem de
catodoluminescencia de alguns grãos mostram estrutura interna complexa. Ambas amostras
definem idades de cristalização ao redor de 3,05 Ga com herança de zircões de 3,2 – 3,3 Ga,
possivelmente correspondente a zircões do próprio greenstone ou do embasamento gnáissico
migmatítico do Complexo Divinópolis. Um dique granítico milonitizado, com ocelos de feldspato
preservado e dispersos numa matrix recristalizada fina, provavelmente do Granito Norte,
intrude vulcânicas máficas. Os zircões do granito Matinha mostram-se em imagens de
catodoluminescência, de maneira geral, com tonalidade escura sugerindo enriquecimento de U,
possivelmente metamítico. Esta rocha apresenta idade de cristalização 2937 ± 13 Ma onde se
verifica intensa perda de Pb, com valores tendendo ao intercepto inferior ao longo da reta
discórdia. Outra amostra da porção central do granito Matinha, que aflora no Ribeirão Araras e
que é estruturalmente isotrópico, apresenta zircões escuros em imagem de CL, mas bem
formados. Esta rocha apresenta idade de cristalização de 2898 ± 14 com forte perda de Pb.
Estes valores levam ao posicionamento do greenstone belt de Piumhi no Meso Arqueano.
Idade da Unidade Toleítica Inferior será melhor estabelecida com estudo de proveniência em
zircão nas rochas metassedimentares que ocorrem intercaladas.
820
Rhyacian A-type tholeiitic granites in southern Brazil: geochemistry, U-Pb
zircon ages and Nd model ages
Mesquita, M.J.1; Bitencourt, M. F.2; Nardi, L. S.2 ; Picanço, J.1; Chemale Jr, F.3; Pimenta, V. A.1
1 Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, 2 Universidade federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, 3
Universidade do vale do Rio do Sinos –UNISINOS.
821
PETROLOGIA, GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA U-Pb (SHRIMP) EM
ZIRCÃO DAS ROCHAS PIROCLÁSTICAS E EFUSIVAS DA FORMAÇÃO
SERRA DA BOCAINA – TERRENO RIO APA – SUL DO CRÁTON
AMAZÔNICO
Brittes, A.F.N.1,5,6; Lafon, J.M.1,6; Sousa, M.Z.A.2,5,6; Ruiz, A.S.2,5,6; Batata, M.E.3,5; Lima,
G.A.4,5,6
1Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica, IG/UFPA; 2Faculdade de Geociências, FAGEO/UFMT;
3Programa de Pós-Graduação em Mineralogia e Petrologia, IGc/USP; 4Instituto de Engenharia, IEng/UFMT;
5Grupo de Pesquisa em Evolução Crustal e Tectônica (Guaporé); 6Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de
822
GEOCRONOLOGIA U-PB EM ZIRCÃO DETRÍTICO DE ROCHAS
METASSEDIMENTARES DA PORÇÃO NORTE DO ORÓGENO ITABUNA-
SALVADOR-CURAÇÁ, CRÁTON SÃO FRANCISCO
Baldim, M.R.1; Oliveira, E.P.2
1Curso de Pós-graduação em Geociências, Universidade Estadual de Campinas
2Departamento de Geologia e Recursos Naturais, Universidade Estadual de Campinas
823
PROVENIÊNCIA DE ROCHAS METASSEDIMENTARES DO ARCO
PALEOPROTEROZOICO RIO CAPIM, CRÁTON SÃO FRANCISCO, E
IMPLICAÇÕES TECTÔNICAS
824
ESTUDO MORFOLÓGICO DOS ZIRCÕES DETRÍTICOS DA FORMAÇÃO
FORTUNA, GRUPO AGUAPEÍ – SERRA RICARDO FRANCO – SW DO
CRÁTON AMAZÔNICO
Oliveira Pinto, C.A.M.1,4,5; Lima, G.A.2,4,5; Nascimento, N.D.C.2,4,5; Ruiz, A.S.3,4,5
1Curso de Graduação em Geologia, FAGEO/UFMT; 2Instituto de Engenharia, IEng/UFMT; 3Faculdade de
Geociências, FAGEO/UFMT; 4Grupo de Pesquisa em Evolução Crustal e Tectônica (Guaporé); 5Instituto Nacional
de Ciência e Tecnologia de Geociências da Amazônia (GEOCIAM)
RESUMO: A Formação Fortuna, unidade de base do Grupo Aguapeí, mostra espessos pacotes
de conglomerados oligomíticos e arenitos quartzosos, com intercalações, em direção ao topo,
de metassiltitos e metargilitos, depositados em um ambiente transicional de mar raso e
corrente de marés, com participação de depósitos fluviais. Dados U-Pb (LA-ICP-MS),
disponíveis na literatura, em zircões detríticos para as rochas do Grupo Aguapeí, na Serra de
Ricardo Franco, indicam intervalo de idades que varia entre 2.015 e 1.417 Ma, sendo
identificadas quatro populações principais de zircões, 1.417 Ma, 1.485 Ma, 1.608 Ma e 2.015
Ma. A área de estudo está localizada na porção sudoeste do Cráton Amazônico (Província
Rondoniana – San Ignácio 1.56 – 1.30 Ga), nas proximidades do município de Vila Bela da
Santíssima Trindade - MT, Serra de Ricardo Franco. Esta serra é constituída pelos estratos
sub-horizontais do Grupo Aguapeí (Formações Fortuna, Vale da Promissão e Morro Cristalina,
da base para o topo). A amostra selecionada para este estudo corresponde a um
conglomerado oligomítico da Formação Fortuna, coletada próximo ao contato com o
embasamento. Este trabalho tem como objetivo a análise morfológica de zircões detríticos
como subsídio à futuras análises geocronológicas do Grupo Aguapeí na Serra de Ricardo
Franco, na tentativa de contribuir com o conhecimento a cerca da evolução desta bacia
sedimentar no que diz respeito à proveniência e área fonte. No processo de concentração de
minerais pesados por gravidade (bateia) foram processadas as frações 0,090 mm, 0,063 mm e
fundo, sendo que somente nas duas últimas foram encontrados e separados os zircões
detríticos. A análise morfológica, feita com auxílio de uma lupa binocular, distinguiu duas
famílias: (i) cristais euédricos, incolores a rosa pálido formados por prismas curtos e bi-
piramidais; (ii) grãos subédricos a anédricos, incolores a castanho pálido, arredondados a
subarredondados. Provavelmente os cristais em prismas bi-piramidais provêm de uma área
fonte próxima, enquanto que os grãos arredondados podem representar uma área fonte mais
distante, cujo transporte ocasionou o arredondamento das faces, alterando seu hábito
cristalino. Sugere-se análise geocronológica U-Pb (LA-ICP-MS) com a finalidade de definir a
idade máxima da bacia e possíveis áreas-fontes e confrontar com os dados disponíveis na
literatura.
825
THE UAUÁ MICROBLOCK, NORTHERN S. FRANCISCO CRATON: A KEY
AREA TO UNDERSTANDING CRUSTAL GROWTH DURING GLOBAL
SPREAD OF PLATE TECTONICS IN THE MESOARCHAEAN
Oliveira, E.P.1; Amaral, W.1; Baldin, M.R.1; Talavera, C.2; Sombini, G.1; Semprich,
J.1;McNaughton, N.2
1Departamento de Geologia e Recursos Naturais-UNICAMP, Campinas, Brazil
2John de Laeter Centre, Curtin University, Perth, WA 6845, Australia
RESUMO: When plate tectonics began on planet Earth is a subject of major international
intense. Although indirect evidences from eclogite mineralogy in diamond inclusions and Hf
isotope data in detrital zircon grains suggest that subduction, hence plate tectonics became
global after ca. 3.2-3.0 Ga, only a few field evidences of plate tectonics in the Mesoarchaean
have been reported. Here it is shown that the ca. 3.2-2.95 Ga Uauá microblock (or exotic
terrane) in the northernmost portion of the São Francisco Craton is a potential area to study the
geological processes responsible for the continental crust formation and growth during a time of
global spread of plate tectonics. The Uauá microblock is a minor exotic terrane, in the Serrinha
block, that is limited to the west by the 10 km-wide Caldeirão shear zone and to the east by
narrow shear zones that separates it from the Rio Capim greenstone belt. It is composed of
middle to lower crustal rocks, whose evolution is completely different from that of the adjacent
terranes. So far, the most widespread rocks in the Uauá microblock are ca. 3.2-2.9 Ga TTG
gneisses. The northern area of the block is occupied by a ca. 3.1-3.2 Ga complex of layered
anorthosite, diorite and leucodiorite with geochemical signatures similar to that of primitive
oceanic arc plutons. This complex was thrust towards the west and contains a few tectonically
imbricated sheets of ca. 3127 Ma N-MORB-like mafic rocks that were metamorphosed to high-
pressure granulite conditions at 2.82 Ga. Towards Uauá, in the south, the above diorite complex
lies in fault contact with a N-verging nappe of intercalated and folded sheets of ca. 2954 Ma
sanukitoids, 2955 Ma grey gneisses and 3075 Ma gabbroic lenses. The eastern and southern
areas of the Uauá microblock are under study and are composed mainly of grey gneisses and
coarse grained tonalite-granodiorite bodies; examples of the latter are the more localized ca.
3098-3079 Ma calc-alkaline Capim Tonalite and the larger ca. 3085 Ma Caratacá porphyritic
tonalite-granodiorite orthogneiss that crops out continuously nearly to the southern end of the
Uauá microblock. All of the above referred to rock suites were intruded by 2726 Ma norite and
2624 Ma tholellite dyke swarms. The Uauá terrane achieved its final fault-bounded shape during
Palaeoproterozoic extrusion tectonics (2.08-2.04 Ga) associated with the evolution of the
Itabuna-Salvador-Curaçá Orogen. The recognition of ca. 3.1 Ga anorthosite-diorite arc complex,
3.1 calc-alkaline tonalite-granodiorite plutons, 2.95 Ga sanukitoids that require a metasomatised
mantle wedge for their origin, and 2.82 Ga N-MORB-like high-pressure mafic granulites that
require mininum pressures of 15 Kbar (55 km depth) to stabilise garnet and clinopyroxene, and
nappes older than 2.73 Ga (age of norite dykes) all point to the existence of processes that may
be explained by plate tectonics. Our findings indicate that plate tectonics might have been in
operation, more or less like we know it today, as far back in time as the mid-late Mesoarchaean.
826
MIGMATITIC TTG´S FROM BAÇÃO COMPLEX: MACRO- AND
MICROSTRUCTURAL EVIDENCES
Verneque Ribeiro, T1; Gauer Marques, A.C.1; Aguilar, C.1; Lana, C.1; Alkimin, L1;
Oliveira, R.1; Silva, J.P.A.1; Schuch, C.S.1; Teixeira, L.1.
1Escola de Minas - Universidade Federal de Ouro Preto
827
METAPIROCLÁSTICAS FÉLSICAS DO GREENSTONE BELT RIO DAS
VELHAS, REGIÃO DE PITANGUI, NW DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO/MG
Marinho, M.S.1; Dreher, A.M.2; Silva, R.N.1; Di Salvio, L.P.P.1; Brito, D.C.1; Feboli, W.L.1;
1CPRM, Serviço Geológico do Brasil-BH; 2CPRM, Serviço Geológico do Brasil-ERJ
RESUMO: O Greenstone Belt Rio das Velhas (GBRV) compreende um conjunto de rochas
metavulcanossedimentares de idade arqueana que aflora na porção meridional do cráton São
Francisco, região conhecida como Quadrilátero Ferrífero (QF). Em sua extremidade noroeste,
entre os municípios de Pitangui/MG e Pará de Minas/MG, o GBRV desenvolve uma calha
sinformal de direção NW-SE. Essa calha é limitada a sudoeste e nordeste pelo embasamento
granito-gnáissico e granitoides arqueanos e é recoberta a norte e noroeste por sedimentos
neoproterozoicos do Grupo Bambuí.
Este segmento do GBRV pode ser dividido em três grandes sequências. A sequência basal é
composta por metavulcânicas máficas, com intercalações de metaultramáficas e de
metassedimentos clásticos e químicos. A sequência intermediária é metavulcanoclástica na
base, gradando para uma unidade metassedimentar clástica com intercalações de
metassedimentos químicos e níveis metavulcânicos. A sequência de topo possui caráter
molássico e contem quartzitos e metaconglomerados. A região destaca-se também pela
presença de rochas peraluminosas, oriundas de intensa alteração hidrotermal de parte dessas
unidades.
Os trabalhos de mapeamento geológico realizados na região pelo Serviço Geológico do Brasil-
CPRM, no âmbito do projeto Evolução Crustal e Metalogenia do QF, possibilitaram a
identificação de rochas metapiroclásticas félsicas, intercaladas nas sequências basal e
intermediária do GBRV. As rochas estão metamorfisadas em fácies xistos verdes e
compreendem metatufos de fluxo (metaignimbritos) e a metatufos de queda (metatufos de ash-
fall). Parte dos tufos de queda corresponde a tipos contendo lapilli acrescionários, sendo esta,
a primeira referência a rochas deste tipo no GBRV.
Os metaignimbritos da sequência basal ocorrem como lentes em meio a actinolita-plagioclásio
xistos e plagioclásio-clorita xistos derivados de basaltos, e estão associados a cloritóide-mica-
xistos, filitos carbonosos, formações ferríferas bandadas e metacherts. São rochas foliadas,
cinza avermelhadas, de granulação fina a média. Ao microscópio exibem cristais maiores de
quartzo com bordas corroídas (embayments) e remanescentes de partículas de púmice com
textura vesicular ainda discernível, em meio a uma matriz fina à base de quartzo, feldspato e
muscovita orientada, com rutilo, turmalina e cloritóide finíssimos dispersos.
Na sequência intermediária ocorrem meta-aglomerados e metatufos na sua porção mais basal,
associados a metassedimentos clásticos e calcissilicáticos. Metatufos félsicos ocorrem também
na parte superior da unidade metassedimentar, onde se associam a filitos, meta-arenitos
imaturos, metacherts e formações ferríferas bandadas. Os metaignimbritos são de cor cinza,
foliados, formados por pequenos cristais de quartzo, litoclastos derivados de outros tufos, e
partículas de tamanho variado de púmice estiradas e onduladas. Os metatufos de queda são
geralmente de cor creme e de grão muito fino. Parte deles são tufos de cristais, formados por
diminutos grãos angulosos de quartzo, feldspato e partículas líticas envoltos numa matriz
microcristalina félsica rica em filossilicatos (sericita, pirofilita), com pontuações dispersas de
rutilo e cloritóide. Os tufos com lapilli acrescionários possuem uma matriz de sericita finíssima e
quartzo, provavelmente derivada de cinza vítrea, dentro da qual se destacam corpos de
tamanho lapilli elípticos, de 0,5 a 3 mm, impregnados por limonita e com estrutura interna
concentricamente zonada. Estes tufos com lapilli acrescionários ocorrem junto a metacherts e
foram provavelmente depositados em ambiente subaquoso.
828
PALAVRAS-CHAVE: metatufos félsicos, lapilli acrescionários, greenstone belt Rio das Velhas
829
CONTEXTO ESTRUTURAL DA FORMAÇÃO VOTUVERAVA NA REGIÃO DA
SERRA DAS ANDORINHAS, IPORANGA – SP.
Lange, L.L.1; Rosa, E.L.M.2; Mattos, T.R.2; Figueiredo, T. T.3; Lima, M.C.3; Castro, L.G. 3;
Harara, O.M.M.3; Cury, L.F.1.
1 Laboratório de Análises de Minerais de Rochas da Universidade Federal do Paraná / LAMIR-UFPR
2 Laboratório de Análises de Bacia da Universidade Federal do Paraná/ LABAP-UFPR
3 Universidade Federal do Paraná/UFPR.
830
ESTRATIGRAFIA DA SEQUÊNCIA DAMARA, NEOPROTEROZOICO, NO
NOROESTE DA NAMÍBIA: DEPÓSITOS DE TALUDE À BACIA E
OLISTOLITOS
Nascimento, D.B.1; Ribeiro, A.1; Trouw, R.A.J.1; Schmitt, R.S.1; Passchier, C.W.2
1Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); 2University of Mainz;
831
ASSINATURA GEOQUÍMICA E ISOTÓPICA DOS BASALTOS DA FORMAÇÃO
PARAUAPEBAS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O AMBIENTE TECTÔNICO
DA BACIA GRÃO PARÁ, PROVÍNCIA MINERAL DE CARAJÁS.
Martins, P.L.G.1; Toledo, C.L.B.1; Silva, A.M.1 Assis, L.M.2
1Universidade de Brasília; 2VALE S.A
832
PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA DOS CORPOS DE GABRO DO CORPO N5S,
SERRA DE CARAJÁS-PA.
Martins, P.L.G.1; Toledo, C.L.B.1; Silva, A.M.1 Assis, L.M.2
1Universidade de Brasília; 2VALE S.A
RESUMO: Na região da Serra de Carajás-PA, no corpo N5S, ocorrem diques e soleiras de gabro
encaixados nas rochas da sequência metavulcanossedimentar neoarqueana (~ 2,76 Ga) do
Grupo Grão Pará, Supergrupo Itacaiúnas. Tais corpos de gabro apresentam graus variados de
alteração hidrotermal. Os gabros tem granulação média a grossa e textura reliquiar
predominantemente intergranular com domínios subofíticos, sendo composto por relictos de
plagioclásio extremamente saussuritizado/sericitizado e por pseudomorfos de augita
parcialmente ou totalmente cloritizados. Tem cores que variam entre o cinza esverdeado e cinza
rosado. A cor cinza esverdeada denota o predomínio de Mg-clorita (brunsvgita) e plagioclásio,
enquanto a cor cinza rosada indica a presença de adulária, substituindo os plagioclásios. Junto
com adulária, observa-se ainda hornblenda, epidoto, quartzo e mica branca. Estes corpos
apresentam zonas fortemente brechadas, nas quais os fragmentos da matriz encontram-se
substituídos para clorita e estiplomelano. As zonas de textura intergranular reliquiar e
assembleias minerais compostas por clinopiroxênio, plagioclásio, quartzo, magnetita e
subordinalmente, ilmenita, correspondem a paragênese ígnea primária. Já a paragênese
constituída por brunsvgita, adulária, biotita, quartzo, Fe-epidoto e estiplomelano correspondem a
alteração hidrotermal ou metamorfismo incipiente. Gradativamente as texturas intergranulares e
subofíticas dos gabros são obliteradas, devido a substituição do clinopiroxênio, pela Fe-
hornblenda e posteriormente pela brunsvgita e do plagioclásio pela adulária, que tende a estar
associada ao quartzo fino e apresentar impregnação rosada. O plagioclásio primário (labradorita,
An50-60) é substituído por adulária (KAlSi3O8) e ambos estão parcialmente substituídos para
sericita e Fe-epidoto. Os clinopiroxênios são augita e egirina-augita, com cor rosada, hábito
subédrico a anédrico e estão parcialmente ou totalmente (maioria) substituídos por Fe-
hornblenda e brunsvigita. A alteração potássica é representada principalmente por adulária de
coloração rosada, com hábito tabular e tamanho entre 0,5 mm e 2,0 mm, concentrando-se em
regiões venuladas substituindo a paragênese primária. O estilpnomelano é tardio, compreende
lamelas com tamanho entre 0,25 mm e 0,75 mm, e em diversas partes substitui a augita Em
geral, as rochas gabróicas destacam-se pelo conteúdo de SiO2 entre 44,0 e 57,0 %, teores
elevados de álcalis (5,0 – 11,0 %), com teores de K2O entre 2,0 e 7,0%, TiO2 (<1,5 %), CaO e
FeOtotal variam entre 1,0 e 7,0 % e 7,0 e 16,0 %, respectivamente. Apresentam, relativo aos
valores do condrito, anomalias negativas acentuadas de Nb e Ti, enriquecimento em elementos
terras-raras leves, distribuição horizontalizada de elementos terras-raras pesados e anomalias
negativas discretas de Eu. De forma comparativa, os corpos de gabro do N5S apresentam
grandes similaridades químicas com as rochas vulcânicas máficas da Formação Parauapebas,
exceto pela maior concentração de K2O, FeOtotal e Zr, sugerindo que estes gabros são gerados
pelo mesmo magmatismo presente na sequência vulcanossedimentar do Grupo Grão Pará.
833
CARACTERIZAÇÃO ESTRATIGRÁFICA, ESTRUTURAL E METAMÓRFICA DA
SALIÊNCIA DO RIO PARDO, ORÓGENO ARAÇUAÍ
Peixoto, E.¹; Alkmim, F.F.¹; Pedrosa-Soares, A.C.²
1Universidade Federal de Ouro Preto; 2Universidade Federal de Minas Gerais
RESUMO: O Orógeno Araçuaí, no seu setor setentrional junto ao limite com o Cráton do São
Francisco, descreve uma grande curva antitaxial, denominada Saliência do Rio Pardo. Nesta
região, estão presentes as seguintes unidades, da base para o topo: (i) o embasamento, onde
predomina gnaisse migmatítico, do bloco Gavião; (ii) uma sequência composta
predominantemente por quartzito puro a micáceo, com intercalações métricas a decamétricas
de xistos em direção ao topo; (iii) um pacote de xisto micáceo a grafitoso, composto por matriz
predominantemente muscovítica com biotita subordinada, e porfiroblastos de minerais
peraluminosos; (iv) um metarritmito, aflorante na porção central, de composição muscovítica e
quartzosa; e (v) um espesso pacote de metadiamictito. A base desta seqüência, onde
predominam xistos micáceo a grafitoso e quartzito, pode ser correlacionada ao Grupo Santo
Onofre, ou às formações Rio Peixe Bravo e, em parte, Nova Aurora do Grupo Macaúbas. Já o
pacote de metadiamictito do topo é litologicamente semelhante às formações Nova Aurora e
Chapada Acauã, do Grupo Macaúbas. A condição do metamorfismo é de média pressão
(Barroviano), com zonas da granada, estaurolita, cianita e sillimanita, observadas nos xistos
pelíticos, as quais mostram inversões locais de provável origem tectônica. Observam-se pelo
menos três fases de deformação. A primeira é caracterizada por um encurtamento N-S, em um
sistema compressivo, mas com uma suave componente predominantemente dextral. A esta
fase associam-se dobras fechadas a isoclinais, a foliação regional (Sn) de mergulho moderado
a alto, e sua lineação de estiramento (Ln). Estes elementos são dobrados pela fase posterior,
em torno de um eixo com caimento aproximadamente para NE, resultando no redirecionamento
de Sn para NE-SW, E-W e NW-SE. A segunda fase é caracterizada por um encurtamento E-W,
associada a uma foliação de crenulação de mergulho alto predominantemente para E, e
lineação de crenulação com caimento moderado para NE, atingindo desde a sequência
metassedimentar até o embasamento. As estruturas mais jovens geradas são zonas de
cisalhamento transcorrentes a transpressivas; na porção mais oriental do cume da saliência, na
conexão com a zona de cisalhamento Itapebi, elas possuem cinemática dextral, com direção
NW-SE. Na porção ocidental do cume da saliência, as zonas de cisalhamento possuem direção
predominantemente ENE-SSW e cinemática sinistral, estando impressas principalmente nas
rochas do Grupo Macaúbas. O conjunto tectônico mostra que, embora a curvatura possa ter
tido uma componente inicial irrotacional (devido à geometria da bacia), sua forma teria sido
acentuada tectonicamente em fases posteriores, durante o clímax de desenvolvimento do
orógeno.
834
EVOLUÇÃO DO ORÓGENO ARAÇUAÍ – CONGO OCIDENTAL
Pedrosa-Soares, A.C.1
1UFMG-IGC-CPMTC, Belo Horizonte, MG; Bolsista de Produtividade em Pesquisa 1B do CNPq
835
Ar-Ar PLATEAU AGES AND KINEMATICS ANALISYS OF TECTONICS
FRONTS IN AGUAPEÍ BELT AND SUNSÁS BELTS: COLLISIONAL TO
OROGENIC COLLAPSE OF SUNSÁS PROVINCE-SW OF THE AMAZONIAN
CRATON
Ruiz, A.S.1,7,8; Cordani, U.G.2; Simões, L.S.A.3; Teixeira, W.2; Matos, R.4,7; Geraldes, M.C.5,8;
Matos, J.B.1,7,8; Sousa, M.Z.A.1,7,8; Lima, G.A.6,7,8
1Geosciences Faculty, FAGEO/UFMT; 2Institute of Geosciences, IGc/USP; 3Petrology and Metallogeny
Department, IGCE/UNESP; 4Universidad Mayor San Andrés, UMSA/BO; 5Faculty of Geology, UERJ; 6Engineering
Institute, IEng/UFMT; 7Research Group in Tectonics and Crustal Evolution - Guaporé; 8National Institute of Science
and Technology for Geosciences of the Amazon – INCT-GEOCIAM
RESUMO: The Amazonian Craton on the border between Brazil and Bolivia recording
amalgamation of the allochthonous Jauru, Rio Alegre, Alto Guaporé and Paraguá terranes
which together form the basement of the Sunsás and Aguapei Groups, a siliciclastic
mesoproterozoic sedimentary over paleoproterozoic Jauru, Rio Alegre and Paraguá terranes.
The Sunsás Orogeny (1.1 to 0.9 Ga) is composed of two belts: Sunsás Belt, a convergent or
transpressional continental margin orogen, and Aguapeí belt, an intracontinental orogen,
without new oceanic crust reworking. Regional neoproterozoic tectonic fronts are described in
Bolívia (San Diablo, Concepcion, Rio Negro-Santa Catalina, Blanco-Ibaimiaí and Aguapeí) and
Brazil (Pitas, Indiavai-Lucialva, Piratininga, Corredor, Caramujo and Santa Rita). The purpose
of this work is to present and discuss new geological and structural data of megashear zones of
SW Amazonian Craton in Brazil and Bolivia and Ar-Ar plateau ages from mylonitic rocks of
Piratininga and Indiavaí-Lucialva shear zones and K-Ar. The Ar-Ar data were gathered at the
Ar-Ar Laboratory of CPGEO-USP. These NW-trending ductile shear zones display mylonitic and
protomylonitic foliation, down-dip lineation, and kinematic indicators, such as mica fish, s-c
structure and rotated porphyroclasts. Piratininga and Indiavaí-Lucialva shear sense indicators
show a normal displacement associated with a major crustal extension in the Aguapeí Belt. Ar-
Ar step-heating ages determined on muscovite grains from augen mylonites of the Indiavaí-
Lucialva Shear Zone yield plateau ages of 916±2 Ma and 915±2 Ma; step-heating of muscovite
from mylonitic rocks of the Piratininga Shear Zone display plateau ages of 929±3.6 Ma and
923±3 Ma. Bolivian major ductile shear zones San Diablo, Concepcion, Rio Negro-Santa
Catalina and Blanco-Ibaimiaí, NEE-trending ductile shear zones display mylonitic and
protomylonitic foliation, strike slip lineation, and kinematic indicators, s-c structure and rotated
porphyroclasts, shows transcurrent to transpressional kinematics, these fronts are tectonic limits
of mesoproterozoic crustal blocks and shows K-Ar ages between 1000 Ma to 870 Ma.
Considering geological data, kinematic and structural analysis of shear zones, Ar-Ar and K-Ar
ages, we suggest that brazilian major shear zones are formed during a period of orogenic
collapse in the Aguapeí Belt on the other hand, the bolivian fronts in Sunsás Belt shows
transpressional kinematics suggest a marginal orogen dominated by oblique collision at the end
of the Supercontinente Rodínia agglutination, in Amazonia paleocontinent.
836
GRANITOIDES CAMAQUÃ PELADO E LAJEADO: IDADE E CONTEXTO
TECTÔNICO, ARCO SÃO GABRIEL, RS
Laux, J.H.1; Camozzato, E.1,2; Chemale Júnior, F.2; Philipp, R.P.3; Sander, A.1,2
1Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – CPRM/Porto Alegre – Serviço Geológico do Brasil
2Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS/São Leopoldo – Escola Politécnica
3Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS/Porto Alegre – Instituto de Geociências
RESUMO: Neste trabalho serão apresentadas as idades dos granitoides Camaquã Pelado e
Lajeado e o seu contexto no âmbito do Arco São Gabriel (ASG). Os dados aqui apresentados
foram obtidos em amostras coletadas no mapeamento geológico da folha Lagoa da Meia Lua
(1:100.000) pela CPRM. Os granitoides estão localizados na parte nordeste desta folha e os
cristais de zircão foram analisados por LA-ICP-MS, na UnB. O Escudo Sul-Rio-Grandense está
compartimentado em quatro unidades geotectônicas: os terrenos Taquarembó, São Gabriel
(TSG), Tijucas e o Batólito Pelotas. O TSG, onde está inserido o ASG, pode ser subdividido em
cinco grandes unidades: rochas metamórficas e granito-gnáissicas do Complexo Cambaí (TTG)
(890-690 Ma); sequências vulcanossedimentares do Cinturão Metamórfico Vacacaí (760-720
Ma); Complexo Ofiolítico Cerro Mantiqueiras (930-800 Ma); magmatismo sin a tardicolisional
(720-680 Ma) e; magmatismo pós-colisional (600-540 Ma). O evento pós-colisional gerou dois
tipos de granitos, um com afinidade cálcico-alcalina a shoshonítica e outro alcalina, associados
ou não a vulcânicas cronocorrelatas. De maneira geral, a medida que um arco/segmento está
sendo construído, provoca nos arcos/segmentos mais antigos um magmatismo tardi a pós-
colisional, assim como parte dos arcos/segmentos mais antigos participam como fonte, junto
com sedimentos e crosta oceânica, para os novos arcos/segmentos, gerando arcos mais
evoluídos. Desde o trabalho que caracterizou a presença de um arco juvenil no Rio Grande do
Sul, o ASG, muitos dados isotópicos e geocronológicos foram acrescentados e modelos
propostos. Conjugando todos estes dados, o ASG pode ser dividido em três diferentes arcos
e/ou segmentos, com características geoquímicas e idades distintas, que podem ser
denominados, de sul para norte, como: Passinho, Lagoa da Meia Lua e Vila Nova. As idades
das suítes TTGs de cada arco/segmento são, respectivamente, ao redor de 890, 720 e 720-690
Ma. As características geoquímicas das suítes TTGs variam desde adaquíticas, mais comuns
no segmento/arco Passinho, até de arcos mais evoluídos nos segmentos/arcos mais a norte.
Dentro deste contexto são aqui apresentadas as idades do sienogranito Camaquã Pelado (CP),
que forma corpos alongados de direção NW, constituído por k-feldspato, quartzo, muscovita e
biotita; e do monzogranito Lajeado (ML) que é composto por quartzo, k-feldspato, plagioclásio e
muscovita. O CP apresenta uma idade de 690±3 Ma, que é equivalente, em idade, ao Granito
Sanga do Jobim, que foi caracterizado como um granito sintectônico, mostrando que este
segmento/arco já estava estabelecido, enquanto que nesta idade está sendo formada uma
suíte TTG no arco/segmento Vila Nova. O ML apresenta uma idade de 641±4,5 Ma e não
possui um correspondente em idade e características em nenhum outro segmento do ASG,
apresentando idades próximas as encontradas no limite entre o Terreno Tijucas e Batólito
Pelotas. A idade do ML abre a possibilidade para algumas conjecturas a respeito da evolução
do ASG, o que poderiam explicar a colocação de um granitoide com características colisionais
no limite atual dos segmentos Lagoa da Meia Lua e Vila Nova, enquanto que em outras partes
do TSG novas rochas eram geradas, como o Batólito Torquato Severo (neste evento).
837
CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA E ISOTÓPICA DOS GRANITOIDES TARDI-
A PÓS-COLISIONAIS DA FAIXA RIACHO DO PONTAL: UMA CONTRIBUIÇÃO
PARA O ENTENDIMENTO DA COLISÃO EDIACARANA
Amaral, W.S.1; Perpétuo, M.P. 1; Brito Neves, B,B. 2; Sousa, D.F.M. 1
1 Universidade Estadual de Campinas, 2 Universidade de São Paulo
RESUMO:
A Faixa (ou Orógeno) Riacho do Pontal – FRP, faz parte do sistema de dobramentos
orogênicos Brasiliano/Pan-Africano desenvolvido no nordeste do Brasil. Está situada na
Província Borborema entre o Lineamento Pernambuco e a margem norte do Cráton do São
Francisco. Divide-se em três domínios, o Domínio Externo marcado pelo sistema de nappes do
Grupo Casa Nova, constituído por rochas supracrustais, principalmente metassedimentares
clásticas; o Domínio Central composto majoritariamente por rochas metabásicas cujas
assinaturas geofísicas reforçam a existência de uma zona de sutura pré-cambriana e o
Domínio Interno, que inclui os complexos Paulistana e Santa Filomena constituídos em geral
por rochas metamórficas de baixo/médio grau e caracterizado por diversas intrusões graníticas
de idade toniana e ediacarana. Entre os granitoides tonianos destacam-se os ortognaisses
pertencentes a suíte Afeição (1000-900 Ma) amplamente estudados. Por outro lado, os
ediacaranos ainda encontram-se pouco compreendidos sob alguns aspectos, principalmente
geocronológicos. Uma série de stocks e corpos graníticos de afinidade alcalina ocorrem nos
três domínios da FRP, destacando-se neste trabalho as suítes Serra da Aldeia, Nova Olinda e
Caboclo. A suíte alcalina/sienítica mais expressiva, denominada Serra da Aldeia, é constituída
de plútons ovais a semi-circulares de dimensões variáveis, dispostos em um trend NE-SW.
Enquanto as suítes Caboclo e Nova Olinda são corpos batolíticos, a primeira de forma
arredondada e a segunda exibe a forma de um bumerangue. Há uma grande variedade
faciológica com predomínio da fácies biotita arfvedsonita granitos a sienitos e aegirina-augita
granitoides com ou sem hornblenda. Estudos geoquímicos demostraram que tratam-se de
rochas extremamente enriquecidas em Ba e Sr, geradas em ambientes tardi- a pós-colisionais.
Dados U-Pb em zircão obtidos para a fácies quartzo monzonítica do plúton Serra das
Melancias, pertencente a suíte Serra da Aldeia, apontaram para uma idade concordante em
601 Ma. A análise de um quartzo diorito da suíte Caboclo localizado na pedreira do vilarejo
Caveira forneceu a idade concordante U-Pb em zircão de 628 Ma. Um hornblenda sienito da
suíte Nova Olinda forneceu a idade a partir de cristais de zircão extremamente concordantes
em 617 Ma. Também foi analisado um granito com assinaturas típicas de arco, ao sul do
município de Betânia-PI cuja idade U-Pb em zircão foi de 624 Ma. Trabalhos de mapeamento
geológico e estudos isotópicos estão sendo conduzidos nessa região da FRP, com o intuito de
rastrear os vestígios do arco magmático ediacarano. Contudo os dados ora apresentados
posicionam a evolução desse sistema nos estágios tardios da orogenia Brasiliana/Pan-
Africana.
838
A PROVÍNCIA AURÍFERA DE ALTA FLORESTA: EVOLUÇÃO TECTÔNICA E
MINERALIZAÇÕES.
Galé, M.G.1; Juliani, C.1
1 Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo e INCT GEOCIAM
A Província Aurífera de Alta Floresta (PAAF) situa-se na porção sul do Cráton Amazônico,
sendo limitada a norte pela província geocronológica Ventuari – Tapajós (1,95 a 1,80 Ga), e a
sudoeste pela província Rio Negro – Juruena (1,80 – 155 Ga). Os estudos prévios sugerem
que esta região teria se formado pela justaposição de pelo menos três de arcos magmáticos
insulares de idades entre 1,90 a 1,80 Ga, 1,80 a 1,65 Ga e 1,65 a 1,55 Ga. As mineralizações
auríferas e de metais de base na PAAF ocorrem alinhadas ao longo de um trend de direção
WNW-ESE e, embora diferentes modelos genéticos para esses depósitos tenham sido
propostos, é consensual que as mineralizações são espacial e temporalmente relacionadas às
suítes plutono-vulcânicas paleoproterozóicas do tipo I. As características geoquímicas
permitem classificar essas rochas como predominantemente cálcio-alcalinas, metaluminosas a
peraluminosas, de médio a alto potássio, com composições mineralógicas variando de
granodioritos a álcali-feldspato granitos. O ouro comumente ocorre associado ao Cu e/ou com
Zn e Pb em veios de quartzo e de sulfetos, em stockworks e disseminados em rochas
hidrotermalizadas. Estudos em inclusões fluidas no quartzo, isótopos de oxigênio de veios
mineralizados e enxofre em sulfetos são indicativos de importantes contribuições de fluidos
magmáticos na gênese das mineralizações. As idades U-Pb e Pb-Pb, no setor leste da
província, evidenciam pelo menos dois sistemas magmáticos responsáveis pela formação das
rochas hospedeiras do minério de ouro na província (ca. 1,98 e ca. 1,78 Ga.), enquanto que os
valores de Sm-Nd resultam em εNd(t) predominantemente negativos, o que evidencia magmas
que supostamente interagiram com uma crosta pré-existente. As idades Re-Os em molibdenita
e pirita revelaram um evento de ca. 1,78 Ga como o principal responsável pela gênese de
mineralizações hospedadas em rochas com ca. 1,90 Ga do setor leste. Entretanto, novas
idades U-Pb (SHRIMP) em zircões das rochas do setor noroeste da província revelam pelo
menos três sistemas magmáticos de ca. ~1,80 ca. 1,79 e ca. 1,78 Ga, além de zircões
herdados com mais de 2,1 Ga. As características geológicas das sequências supracrustais,
bem como a petrologia e a geoquímica das rochas são típicas de ambiente continental. Estes
dados sugerem que a província formou-se não pela justaposição de arcos magmáticos
insulares, e sim pela da sobreposição de pelo menos dois arcos magmáticos continentais sobre
uma crosta paleoproterozoica mais antiga, que culminou com a justaposição da PAAF à
Província Mineral do Tapajós. Algumas das mineralizações de Au ± Cu com teores
subordinados de molibdênio têm características que podem ser associadas a sistemas do tipo
pórfiro, em especial com aqueles geoquímicamente mais evoluídos e formados em porções
mais distais da trincheira. A distribuição em uma faixa relativamente ampla destas
mineralizações também sugere que o ângulo da subducção pode ter sido relativamente baixo.
As mineralizações em rochas plutônicas mais antigas no setor leste da província (ca. 1,90 Ga)
relativamente às vulcânicas e sub-vulcânicas do setor oeste (ca. 1,80 a 1,79), sugere,
adicionalmente, um nível de erosão mais acentuado na porção leste, talvez devido à tectônica
neoproterozoica do cinturão Araguaia.
839
GEOQUÍMICA DE ROCHA TOTAL E DATAÇÃO U-PB EM ZIRCÕES
DETRÍTICOS DOS COMPLEXOS PAULISTANA E SANTA FILOMENA,
ORÓGENO RIACHO DO PONTAL, NE-BRASIL: IMPLICAÇÕES PARA
PROVENIÊNCIA E AMBIENTE TECTÔNICO
Santos, F.H.1; Amaral, W.S.1
1Universidade Estadual de Campinas
840
AGE AND ORIGIN OF CHARNOCKITIC ROCKS FROM LUIS
ALVES CRATON, SOUTH BRAZIL
Basei,M.A.S.1; Bhattacharya, S.2; Campos Neto, M.C.1; Sato, K.1; Harara,
O.M.M.3; Siga Junior, O.1
1University of São Paulo; 2 Indian Statistical Institute; 3 Paraná Federal University
841
The Hf isotopic data of both locations are very similar, and impossible to
establish a consistent difference between them. The vast majority of Epsilon Hf
values (T1) is slightly negative (-9.0 to 0.0) and the model ages (TDM) are all
predominantly Archean with values ranging from 3.0 to 3.2Ga proving the
crustal origin of these rocks. Considering the differences in U-Pb ages and the
similarities in the Hf model ages in both sets, it can be proposed that the studied
charnockitic rocks were formed and simultaneously metamorphosed in deep
crustal levels, representing the melting at 2.5 and 2.18 Ga of the material
accreted at the base of the crust around 3.0Ga
KEY WORDS: LUIS ALVES, CHARNOCKITES, U-PB ZIRCON AGES, HF
ISOTOPES
842
GEOLOGIA DO TERRENO RIO APA NA REGIÃO DA FAZENDA FIRME - PORTO
MURTINHO (MS) - SUL DO CRÁTON AMAZÔNICO
Werlang, T.1,2,3; Santos, D.V.R. 1,2,3; Ruiz, A.S.1,2,3; Sousa, M.Z.A.1,2,3; Batata, M.E.F.2,4; Faria, D.
A. 1,2,3
1
Faculdade de Geociências – Universidade Federal de Mato Grosso; 2Grupo de Pesquisa em Evolução Crustal e
Tectônica Guaporé; 3Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Geociências da Amazônia – GEOCIAM;
4
Universidade de São Paulo
Resumo: Este trabalho resulta de um mapeamento realizado em escala 1:50.000 com a finalidade de
contribuir para os conhecimentos geológicos da área, que ainda são insuficientes, através da determinação
petrográfica e estrutural que possibilitou a correlação temporal entre os litotipos, sua história metamórfica e
deformacional. Assim, foram definidas as seguintes unidades litoestratigráficas com as suas respectivas
litologias, da base ao topo: Complexo Porto Murtinho, Supersuíte Amoguijá com: a Suíte Intrusiva Alumiador
e Suíte Vulcânica Serra da Bocaina; e Província Alcalina Alto Paraguai. A unidade Complexo Porto Murtinho
é composto por biotita-cordierita-sillimanita paragnaisses com textura granoblástica, inequigranular com
porfiroclastos de granulação média a fina. Os cristais expõem-se, em geral, subidioblásticos representados
por quartzo, plagioclásio, sillimanita, biotita, cordierita, feldspato alcalino e minerais opacos. Os minerais
provenientes de alteração são: epidotos, muscovita, sericita, argilominerais, clorita, óxido de ferro e o zircão
como mineral acessório; A Supersuíte Amoguijá, a qual fazem parte: a Suíte Intrusiva Alumiador com
microgranitos de textura inequigranular, faneríticos, leucocráticos de composição monzogranítica a
sienogranítica. Como mineralogia principal apresenta grãos de quartzo, plagioclásio, feldspato alcalino,
biotita e minerais opacos; e como minerais de alteração: epidotos, sericita, óxido de ferro, rutilo, clorita e
muscovita; e a Suíte Vulcânica Serra da Bocaina por brechas ignimbríticas, microporfiríticas com presença
de distintos produtos piroclásticos como shards, esferulitos e púmices. Como mineralogia principal observa-
se fenocristais de plagioclásio, quartzo, subordinadamente, feldspato alcalino, minerais opacos e percolação
de óxido de ferro; e os tufos co-ignimbríticos com matriz, difícil de ser mensurada, de composição quartzo-
feldspática alterada por saussuritização e argilização, originando sericita, pequenos cristais de epidoto e
argilominerais. Possui, também, microfenocristais de feldspato alcalino exibindo golfos de corrosão e biotita
em palhetas envoltos pela mesóstase. Os púmices são a única feição piroclástica; e ocorrências da Província
Alcalina Alto Paraguai representadas por piroxenitos alcalinos de composição ultrabásica, microcristalina
com textura panidiomórfica e, pontualmente, com geminação. É constituído essencialmente por
clinopiroxênios, com pseudomorfos e geminações de clinoanfibólios e minerais opacos. De forma menos
expressiva, os minerais de alteração são quartzo e óxido de ferro. A relação dos feldspatos presentes não
se aplica por ser desprovida de feldspatos e a existência de sílica no sistema se dá, unicamente, pela
substituição do piroxênio para anfibólio. Quanto ao caráter metamórfico-estrutural, identifica-se duas fases
deformacionais demonstrando uma tectônica dúctil seccionada em dois momentos relevantes na história
tectono-evolutiva da área. O primeiro momento, nomeado como F1, corresponde ao registro de deformação
mais antigo ao qual ocorreu o pico metamórfico definido por um bandamento gnássico (S1), irregular e
descontínuo. Já no segundo momento, intitulado como F2, houve uma forte alteração da paragênese original
por um metamorfismo retrógrado tornando-a de fácies xisto verde. Desenvolveu dobramento do bandamento
(S1), gerando dobras fechadas (D2) e uma foliação plano axial (S2) onde S1 é paralela a S2. Essa superposição
de uma xistosidade originou clivagem ardosiana nas dobras de bandas mais finas que foi identificada tanto
no Complexo Porto Murtinho quanto nos meta-ignimbritos da Formação Serra da Bocaina.
843
Novos dados de Geocronologia U-Pb e Lu-Hf para o Complexo Granulítico
Santa Maria Chico - RS
Girelli, T.,J.1; Chemale Jr., F.1; Lavina, E.,L.,C.1; Lana, C., de C.2; Laux, J.,H.3
1Universidade do Vale do Rio Dos Sinos (UNISINOS); 2Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP); 3Serviço
Geológico do Brasil (CPRM-SUREG-POA)
RESUMO: Foram analisadas sete amostras para geocronologia U-Pb em zircão por LA-ICP-
MS e quatro amostra para Lu-Hf em zircão por LA-MC-ICP-MS para o Complexo Granulítico
Santa Maria Chico (CGSMC), ainda uma amostra de U-Pb para titanita por LA-ICP-MS
compõem o conjunto. Destas, cinco amostras são de diferentes litotipos da unidade máfica-
ultrámafica, sendo quatro posicionados na região sul do complexo e um na região norte, este
sendo um metagabro, onde foi obtida uma idade de cristalização de 2413 ± 13 Ma com uma
idade TDM (2,71 - 2,6 Ga) e um εHf de (+0,13 – +2,4). Para a porção sul do complexo na
unidade máfica ultramáfica, foi obtido em um metagabro, idade de cristalização de 2173 ± 20
Ma, com TDM de (2,35 - 2,72 Ga) e εHf de (-2,17 - +3,62). Um metapiroxênito e um
metaanortosito relacionados a um mesmo corpo também foram analisados e apresentaram
respectivamente idade de cristalização de 2186 ± 17 Ma e 2244 ± 17 Ma, no primeiro o εHf foi
de (-3,81 - +3,75) para um TDM de (2,44 – 2,71 Ga), já no metaanortosito o εHf encontrado foi
de ~ -3 para um TDM de ~ 2,76 Ga, nesta amostra ainda foram feitas analises de U-Pb em
titanita, o qual apresentou idade de 1055 ± 9,4 Ma. Um leucogabro também compõem o
conjunto, neste foram identificados três grupos de idades, um principal de 2349 ± 6,3 Ga e dois
com idades de ~2,1 e ~1,8 Ga. Duas amostras definidas como pertencentes a unidade
metassedimentar, ambas da porção sul do complexo foram analisadas para U-Pb, assim
identificadas dado a grande abundância, amplitude de idades e morfologia dos zircões. A
primeira amostra consiste de um gnaisse quartzo-Fk, onde foram identificados zircões
paleoarqueanos de até 3,4 Ga com pico principal de concentração de idades em 2,46 Ga e
picos secundários em 2,59 e 2,32 Ga, apresentando idade máxima de deposição de 2,15 Ga. A
segunda amostra consiste de um anfibolito com zircões mais antigos de idade neoarqueanas
de 2,8 Ga e pico principal de deposição em 2,4 Ga com idade máxima de deposição de 2189
Ma. Estes novos dados indicam uma diferença de 200 – 250 Ma entre as idades de
cristalização da porção norte com relação a porção sul do complexo para a unidade máfica
ultramáfica. Em ambos os casos o padrão de εHf positivo dominam, indicando fonte juvenil
reforçado ainda por idades TDM próximas as idades de cristalização. A unidade
metassedimentar apresenta idade máxima de deposição de ~2,15 Ga na porção sul do
complexo, com uma área fonte dominante de 2,4 – 2,5 Ga e ainda associadas áreas
neoarqueanas a paleoarqueanas. As idades de ~2,1 e ~1,8 identificadas no leucogabro
necessitam de maior discussão.
844
O COMPLEXO EMBU EM SUA ÁREA-TIPO A SUDOESTE DA CIDADE DE
SÃO PAULO
Campanha, G.A.C..1; Faleiros, F.M.1; Basei, M.A.S.1, Ribeiro, B.V.1
1Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo
845
BATÓLITO TORQUATO SEVERO E A COLAGEM DOS TERRENOS
TAQUAREMBÓ E SÃO GABRIEL, RS.
Camozzato, E.1,2; Philipp, R.P.3; Laux, J.H.1; Chemale Jr., F.2; Iglesias, C.M. da F.1
1Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – CPRM/Porto Alegre – Serviço Geológico do Brasil
2Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS/São Leopoldo – Escola Politécnica
3Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS/Porto Alegre – Instituto de Geociências
RESUMO: O levantamento geológico 1:100.000 das folhas Hulha Negra (SH.22-Y-C-I), Bagé
(SH.21-Z-D-III) e Lagoa da Meia Lua (SH.21-Z-B-VI) pelo Serviço Geológico do Brasil
(Programa Geologia do Brasil), associado com projeto de pesquisa sobre o magmatismo
granítico e suas relações com os eventos de metamorfismo regional orogênico, permitiram
individualizar granitoides que caracterizam a evolução de um arco magmático limitando os
terrenos Taquarembó e São Gabriel, na porção oeste do Escudo Sul-Rio-Grandense. A
denominação Batólito Torquato Severo para este arco foi tomada do distrito homônimo
pertencente ao município de Dom Pedrito, cuja sede é a Vila de São Sebastião. O Escudo Sul-
Rio-Grandense caracteriza-se por uma compartimentação em blocos limitados por grandes
falhamentos regionais, cuja colagem orogênica foi concluída no final do Ediacarano. A porção
oeste do ESRG é composta pelos terrenos Taquarembó, ao sul, e São Gabriel, ao norte; que
se limitam pela Zona de Cisalhamento Ibaré, de direção N40-60ºW. O Terreno Taquarembó,
correlacionável com o Terreno (ou Microplaca) Nico Perez do Uruguai, tem por unidade
característica o Complexo Granulítico Santa Maria Chico. Margeando a porção leste do Cráton
Rio de la Plata, constitui um segmento paleocontinental retrabalhado mas com alguma
integridade relativamente aos processos orogênicos do Ciclo Brasiliano. O Terreno São
Gabriel, composto pela intercalação de complexos ofiolíticos com um amplo magmatismo
juvenil, evoluiu em diferentes arcos intraoceânicos com idades entre 900 e 680 Ma. No limite
entre esses domínios foram cartografados, com o auxílio da aerogeofísica, granitoides que
mostram a evolução de um arco continental tardi à pós-colisional resultante da convergência
oblíqua entre as litologias juvenis do Terreno São Gabriel e da área paleocontinental do
Terreno Taquarembó. Devido ao processo de colisão oblíqua, a evolução do limite dos blocos
ocorre por falhas de natureza direcional, as quais devem constituir um importante componente
no desenvolvimento desse domínio convergente. O Batólito Torquato Severo é composto por
três unidades: (1) Supersuíte Bagé, englobando os granitoides da Suíte Santo Afonso e o
Granodiorito Sanga Rasa, de composição cálcico-alcalina alto-K, com idades U-Pb entre 635 e
625 Ma; (2) Supersuíte São Sebastião, composta pelos granitoides das suítes Cerro Preto e
Vauthier, pelos granitos Passo da Chácara e Aceguá, monzogranitos Santo Antonio e Santa
Rita e o núcleo do Complexo Intrusivo Lavras do Sul, com composição cálcico-alcalina alto-K a
shoshonítica e idades entre 600 e 585 Ma; e (3) Suíte Saibro, de composição alcalina, com
idades entre 585 e 570 Ma, que abrange o pertita granito de bordo do Complexo Lavras do Sul
e os granitos Dom Pedrito, Jaguari e Saibro. Parcela de alguns dos eventos vulcânicos
clássicos da literatura geológica do RS (Hilário e Acampamento Velho), cronocorrelatos com o
plutonismo no oeste/sudoeste do ESRG, se associam com este evento do Cinturão Dom
Feliciano.
846
ANTIFORME CANDIOTA: A TERMINAÇÃO SUL DO TERRENO TIJUCAS, RS.
Camozzato, E.1,2; Philipp, R.P.3; Chemale Jr., F.2; Iglesias, C.M. da F.1
1Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – CPRM/Porto Alegre – Serviço Geológico do Brasil
2Universidadedo Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS/São Leopoldo – Escola Politécnica
3Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS/Porto Alegre – Instituto de Geociências
RESUMO: O levantamento geológico na escala 1:100.000 das folhas Passo São Diogo (SH.22-
Y-C-IV) e Hulha Negra (SH.22-Y-C-1) pelo Serviço Geológico do Brasil – CPRM (Programa
Geologia do Brasil), associado com projeto de pesquisa dos três primeiros autores sobre a
evolução das coberturas metavulcanossedimentares do Escudo Sul-Rio-Grandense, permitiram
detalhar o conhecimento disponível sobre as litologias do Complexo Porongos aflorantes no
extremo sul do Terreno Tijucas (TTj), na região de Candiota. Este terreno apresenta forma
alongada segundo a direção NE-SW, cerca de 170 km de extensão e entre 10 e 30 km de
largura. Está limitado pelo leste, com os granitoides do Batólito Pelotas, pela Zona de
Cisalhamento Transcorrente Dorsal de Canguçu; sendo recoberto pelo norte, sul e oeste por
litologias sedimentares e vulcânicas das bacias do Camaquã e Paraná. O TTj é caracterizado
pelas metavulcanossedimentares neoproterozoicas do Complexo Porongos e ortognaisses e
metagranitos paleoproterozoicos dos complexos Encantadas e Vigia. Diversas estruturas
antiformais regionais foram descritas no TTj, as quais são conhecidas, do norte em direção ao
centro, como antiformes Capané, Serra dos Pedrosas e Godinho, esta última já ao sul do rio
Camaquã. A Antiforme Candiota ocorre no extremo sul do TTj e constitui uma janela com
aproximadamente 15 km de eixo NE-SW e 11 km NW-SE, em meio às litologias paleozoicas da
Bacia do Paraná, onde estão expostos metassedimentos do Complexo Porongos intercalados
com corpos lenticulares de metagranitos alcalinos a peralcalinos, miloníticos a ultramiloníticos,
inclusos no Metagranito Candiotinha. Os furos de sondagem para carvão efetuados na região
de Candiota pela CPRM estendem para sul-sudoeste a ocorrência dos metamorfitos de baixo a
médio grau, sob a Bacia do Paraná. O núcleo da Antiforme Candiota é composto por filitos e
xistos micáceos, com lentes de mármore calcítico a dolomítico; enquanto a porção externa é
constituída por um espesso pacote de quartzitos com xistos subordinados, com injeções de
metagranitoides alcalinos a peralcalinos (Metagranito Candiotinha). Uma exposição restrita de
serpentinito (<30 m) ocorre associada aos xistos pelíticos às margens da BR-293, nas
proximidades da Vila Umbus. Os metagranitos e as supracrustais apresentam-se fortemente
milonitizados, constituindo desde proto- até ultramilonitos. Em faixas de mais baixo strain as
supracrustais preservam a foliação metamórfica impressa nas fases precoces de deformação
tangencial, caracterizada por uma lineação de estiramento mineral de alto ângulo (rake), entre
50 e 70º. Essa estrutura é fortemente transposta pela foliação milonítica subvertical das fases
transcorrentes. Nas zonas pouco deformadas, os metagranitos apresentam textura
blastoequigranular média (1-5 mm) caracterizada por porfiroclastos de K-feldspato (Pertita) e
de clinopiroxênio sódico (Aegerina), indicando uma unidade plutônica intercalada nas unidades
paraderivadas. Uma idade U-Pb zircão de 589 ±25 Ma foi obtida para a cristalização do pertita
granito do Metagranito Candiotinha. Estas relações indicam que a construção final do Terreno
Tijucas se estendeu ao último pico do metamorfismo colisional que afetou o Cinturão Dom
Feliciano.
847
GEOCRONOLOGIA U-Pb EM ZIRCÃO DO GREENSTONE BELT
UMBURANAS, BLOCO GAVIÃO, CRÁTON DO SÃO FRANCISCO
Ângela Beatriz de Menezes Leal1, Natali da Silva Barbosa1, Luiz Rogério Bastos Leal1,
José Carlos Cunha3
1Universidade Federal da Bahia, 2Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
RESUMO: O crescente registro geocronológico na porção norte do cráton do São Francisco tem
demonstrando que este segmento crustal apresenta as rochas mais antigas da Plataforma Sul-
Americana. A identificação de alguns núcleos primitivos com idades superiores a 3,0 Ga está
sendo perpetuada em vários blocos na porção norte desse cráton, como exemplo: Guanambi-
Correntina, Gavião e Serrinha. Em particular, o bloco Gavião apresenta idades que variam desde
2,7 Ga à 3,4 Ga (e.g., Maciço Sete Voltas e Maciço Umburanas). Idades anteriormente obtidas
em zircões detríticos (Bastos Leal et al., 2003) revelam uma variação entre 3335 e 3040 Ma
apontando a contribuição de fontes crustais antigas, o que indica que muito destas fontes ainda
podem estar preservadas e envoltas por unidades/sequências mais jovens. O bloco Gavião
consiste predominantemente de terrenos granito-gnáissicos (embasamento), sequências
greenstone belts e granitoides paleoproterozoicos. O greenstone belt Umburanas localiza-se na
porção centro-sul do bloco Gavião, se estende por mais de 30 Km na direção norte-sul, com uma
configuração em forma de bengala, e está delineado entre os maciços graníticos Serra do Eixo
e Umburanas, bem como nos terrenos gnáissicos migmatíticos do embasamento (e.g., Santos,
2012). Seu arranjo litoestratigráfico é composto por três unidades geológicas, a saber: a unidade
inferior que inclui vulcânicas máficas e utramáficas na base, intercaladas por metavulcanicas
félsicas, seguidas por sequências químicas e clásticas; A unidade média é composta
predominantemente por rochas vulcânicas félsicas com intercalações subordinadas de
metavulcânicas máficas e rochas químicas metamorfisadas e; A unidade superior é composta
predominantemente por sedimentos químicos metamorfisados. Toda a sequência é intrudida por
granitoides de idade Paleproterozoica. Uma análise U-Pb SHRIMP realizada em rocha
metavulcânica félsica da unidade inferior (intercalada com as rochas metavulcânicas máficas e
ultramáficas) apresentou idade de cristalização de 3186 ± 30 Ma. Esta rocha possivelmente
estabelece a idade de formação da sequência greenstone belt Umburanas. Outras análises
realizadas pelo mesmo método nas metavulcânicas félsicas da unidade intermediária apresentou
idades de 2691 ± 4 e 2688 ± 5 Ma condizentes com o evento de cristalização magmática. Dados
da literatura obtidos por Bastos Leal et al. (2003) pelo método 207Pb/206Pb por evaporação
apresentou uma idade coeva de 2744 ± 15 Ma. Do ponto de vista geocronológico, os dados
apresentados sugerem que o greenstone belt Umburanas constitui a sequência metavulcano-
sedimentar mais antiga do cráton do São Francisco.
848
ROCHAS PALEOARQUEANAS NO BLOCO GUANAMBI-CORRENTINA,
CRÁTON DO SÃO FRANCISCO: RESULTADOS U-Pb PRELIMINARES
Natali da Silva Barbosa1, Ângela Beatriz de Menezes Leal1, Luiz Rogério Bastos Leal1,
Wilson Teixeira2, Natanael da Silva Barbosa3
1Universidade Federal da Bahia, 2Universidade de São Paulo; 3Universidade Federal do Oeste da Bahia
849
MAGMATISMO MÁFICO TOLEÍTICO DE ALTO-FE E O PROTÓLITO DE
ROCHAS PIROXENÍTICAS EXÓTICAS MESOARQUEANAS RICAS EM
FERRO, MACIÇO SÃO JOSÉ DO CAMPESTRE, NORDESTE DO BRASIL.
Abrahão Filho, E.A.1; Dantas, E.L..1
1Universidade de Brasília
850
DO PALEOARQUEANO PRECOCE AO NEOARQUEANO TARDIO: A MAIS
LONGA HISTÓRIA ACRESCIONÁRIA JÁ REPORTADA NO BRASIL
Silva, L.C1,2, Pedrosa-Soares, A.C.3
1Serviço Geológico do Brasil – CPRM, Belo Horizonte; 2 Professor Convidado do Programa de Pós-Graduação da
UERJ, Rio de Janeiro
3Instituto de Geociências da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG - Brasil
851
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ ST11 –
Vulcanismo e
Ambientes Associados
ISBN: 978-85-99198-13-1
852
PETROLOGY AND TECTONIC SETTINGS OF THE UMBU KIMBERLITE,
SERRINHA BLOCK, SÃO FRANCISCO CRATON, BRAZIL
Donatti-Filho, J.P.1,2, Schobbenhaus, C.N.1
1Lipari Mineração Ltda., Brazil (paulo.donatti@lipari.com.br)
2Department of Geology and Natural Resources, University of Campinas, Brazil
853
A PASSAGEM DO VULCANISMO EXPLOSIVO PARA EFUSIVO EM
AMBIENTE SUBMARINO NA BACIA DE SANTOS: INTERAÇÃO ENTRE
MAGMA, ÁGUA E SEDIMENTO
Thomaz, L.V.1; Roisenberg, A.2;
1Petrobras; 2Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
854
MAPEAMENTO E MODELAGEM DA ASSINATURA TÉRMICA DAS
INTRUSÕES MAGMÁTICAS EM PINNACLE RIDGE, NA REGIÃO DE
RUAPEHU, NA ZONA VULCÂNICA DE TAUPO (ZVT), NOVA ZELÂNDIA.
Ferreira, S.S.1; Corval, A.V.1; Kennedy, B.2; Lambert, W.3; Valente, S.C.1
1Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, 2Universidade de Canterbury, 3Universidade Federal de Alfenas
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo elaborar modelos térmicos unidimensionais que
auxiliem a definição e interpretação de halos de alteração em sistemas geotermais associados
a intrusões magmáticas em Pinnacle Ridge, na região de Ruapehu, pertencente à Zona
Vulcânica de Taupo (ZVT), Nova Zelândia. Mineralizações e corpos mineralizados presentes
na crosta terrestre são frequentemente relacionados aos efeitos térmicos da ascensão e
solidificação magmática em sistemas hidrotermais. Em geral, a condutividade térmica de
rochas cristalinas (como granitos e basaltos) é mais elevada do que em rochas sedimentares.
Assim, o alojamento de intrusões deste tipo próximas à superfície é capaz de gerar um
aumento da temperatura na região afetada. Esta informação é valiosa, uma vez que auxilia a
compreensão de como as anomalias térmicas geradas a partir de eventos magmáticos podem
ter contribuído para a geração de campos geotérmicos, assim como à maturação de
hidrocarbonetos em bacias sedimentares atípicas. A manifestação de processos magmáticos
na crosta da Terra e seus efeitos sobre a evolução geodinâmica de uma região específica pode
ser melhor entendida se analisada do ponto de vista de modelos numéricos, com o objetivo de
descrever a variação temporal do campo de temperatura associado. A Lei de Fourier permite
quantificar a transferência de calor por condução através de equações de fluxo de calor onde o
fluxo de calor q é diretamente proporcional ao gradiente de temperatura. A equação
unidimensional é apresentada abaixo:
(1)
855
GEOLOGIA E SUCESSÃO ESTRATIGRÁFICA DO GRUPO SÃO BENTO NAS
MARGENS DA RODOVIA GO-320, GOIATUBA, GO
Devitte, L. F M.2; Souza, F.G.1,3; Cardoso, S. V 2,3; Lima, H. F.2; Araújo, I. M.C P 3; Brod, J. A.2,3;
Junqueira - Brod, T.C.2.
1 Universidade de Brasília; 2 Universidade Federal de Goiás; 3Centro Regional para o Desenvolvimento
Tecnológico e Inovação - CRTI
856
GEOLOGIA REGIÃO SUL DO MUNICÍPIO DE GOIATUBA, GOIÁS
Lima, H.F.2; Souza, F.G.1,3; Devitte, L.F.M.2; Cardoso, S.A.2,3, Araújo, I.M.C.P.3; Brod J.A.2,3;
Junqueira-Brod, T.C2.
1 Universidade de Brasília; 2 Universidade Federal de Goiás; 3Centro Regional para o Desenvolvimento
Tecnológico e Inovação - CRTI
RESUMO: A Formação Serra Geral do Grupo São Bento aflora dominantemente na região sul
da cidade de Goiatuba, estado de Goiás. Na área predominam derrames basálticos da Bacia
do Paraná, considerada Jurocretácica. O presente trabalho feito com base em levantamento
bibliográfico, observações e interpretações do mapa geológico SE.22-Z-B e carta topográfica
SE.22-Z-B-I, avaliou níveis altimétricos, posicionamento relativo, formações geológicas e
formulação de hipóteses paleoambientais através de mapeamento em campo, coleta e análise
macroscópica de amostras.
Na região estudada afloram basaltos do vulcanismo Paraná-Entendeka intercalados com
material mal selecionado com níveis onde prevalece a fração areia e outros onde a fração silte
é predominante. Intercalações entre derrames e material siltoarenoso são regionalmente
encontradas em diferentes cotas e possivelmente marcam platôs. Características peculiares a
cada sucessão indicam que cada platô separa ao menos um ciclo distinto de derrames.
Existe ainda uma relação entre a ocorrência de nascentes e veredas com os níveis de
contato dos derrames basálticos e o material siltoarenoso. Essa relação provavelmente se
deve à diferença do nível de permeabilidade entre o material siltoarenoso e basalto,
comparativamente mais impermeável.
O primeiro ciclo é observado entre a altitude de aproximadamente 600 e 660 metros.
Este ciclo é bem fraturado na base e está associado frequentemente com nascentes. Acima de
660 metros, há evidências de outro conjunto de derrames basálticos. Com espessura de cerca
de 35 metros, este pacote é recoberto por material aparentemente de origem sedimentar
cimentado por crosta ferruginosa. Sobre este pacote, existe um último intervalo com
aproximadamente 15 metros onde alternam-se derrames e rochas sedimentares. A associação
entre as diferentes sucessões litológicas sugere um intervalo de tempo significativo para
deposição do material sedimentar entre os derrames, indicando uma atividade vulcânica
intensa e relativamente homogênea.
Na cota 725 m ocorre um pacote expressivo de disjunções colunares com cerca de 3
metros de comprimento e 80 centímetros de largura, interpretados como um conjunto de
derrames com maior vazão ou um conjunto de lagos de lava. Por vezes as disjunções são de
diâmetro menor e podem ser curvas, mostrando variação angular nas linhas de resfriamento.
Alguns derrames deste pacote mostram vesículas achatadas, indicando direção fluxo. Outra
feição peculiar é a presença de cavidades com forma de meia lua, podendo indicar
preenchimento de interstícios entre lóbulos de lavas. Este pacote tem ainda como feição
recorrente a associação entre matriz areia e/ou silte e fragmentos angulosos ou vesiculares de
lava basáltica formando rochas híbridas, interpretadas aqui como peperito.
PALAVRAS-CHAVE: DISJUNÇÃO COLUNAR, BASALTO, PEPERITO
857
Condutos de vulcânicas félsicas na porção sul da LIP Paraná-Etendeka:
padrões estruturais e associação de litofácies
Matheus S. Simões1,2; Evandro F. Lima1; Carlos A. Sommer1; Lucas M.M. Rossetti1,3
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2CPRM-Serviço Geológico do Brasil; 3University of Aberdeen
RESUMO: As rochas vulcânicas félsicas que afloram na porção sul da LIP Paraná-Etendeka
são interpretadas por diversos autores como produtos de correntes de densidade piroclásticas
de alta temperatura (reoignimbritos) ou como fluxos e domos de lavas. No Rio Grande do Sul a
investigação de três áreas (Mato Perso, Jaquirana-Cambará do Sul e São Marcos) sugere,
pelas estruturas e associações de litofácies, a ocorrência de condutos alimentadores destas
rochas. As litofácies descritas incluem vitrófiros tipo vesicular vermelho, pouco vesiculado
vermelho, pouco vesiculado cinza, bandado, esferulítico, coerente e microfraturado, bem como
obsidiana maciça, autobrecha e brechas soldadas discretas. A trama estrutural é expressa em
lineamentos regionais de primeira ordem (NE-SW) coincidentes com as falhas Leão, Açotea e
o Lineamento Antas. A sul do Lineamento Antas os vales fluviais representam estruturas de
segunda ordem de orientação NW-SE, onde os sistemas interpretados como condutos
alimentadores afloram. As estruturas de terceira ordem, de orientação NE-SW e
subordinadamente NW-SE, são concordantes com o bandamento dominantemente sub-vertical
nas litofácies bandadas. A petrotrama das rochas félsicas nas áreas estudadas é marcada pela
variação do tamanho e do conteúdo de microfenocristais de plagioclásio cálcico, clinopiroxênio
e óxidos de Fe-Ti e sugere diferentes histórias de resfriamento para cada sistema de condutos.
A população de microfenocristais e algumas feições da matriz (presença ou ausência de
esferulitos, conteúdo e tamanho dos micrólitos) identificada em fluxos subaéreos, como
vulcânicas félsicas maciças com vesículas tubulares, sugere uma relação direta dessas rochas
com as litofácies associadas aos condutos, podendo ser a sua manifestação em superfície. O
bandamento nas litofácies bandadas pode ser atribuído ao contraste de temperatura, mistura
de magmas ou heterogeneidades de distribuição de água no magma em temperaturas
hypersolidus. A ampla área de ocorrência de vitrófiros mostrando bandamento sub-vertical com
padrões de vesiculação estruturalmente controlados e seu caráter intrusivo nas áreas de
estudo sugerem a predominância de sistemas complexos, multi-intrusivos e multifásicos,
desfavorecendo a hipótese destes vitrófiros representarem porções internas de domos de lava.
Episódios de fragmentação são reconhecidos desde os estágios precoces de resfriamento e
fraturamento. Texturas piroclásticas em brechas discretas, autobrechas e fraturamento
hidráulico são interpretados como o registro do cisalhamento e da fragmentação ao longo das
paredes dos condutos. A perda eficiente de gases em eventos contínuos ao longo de fissuras
favorece a colocação do vulcanismo félsico na forma de episódios dominantemente efusivos na
parte Sul-americana da LIP Paraná-Etendeka.
858
IDENTIFICAÇÃO DOS ARGILOMINERAIS PRESENTES NAS VESÍCULAS
DAS ROCHAS DA FORMAÇÃO SERRA GERAL NO MUNICÍPIO DE PANAMÁ
– GO, UTILIZANDO AS TÉCNICAS DE DRX E MEV
Souza, F.G.1,3; Guimarães, E.M.1; Cardoso, S. V. 2,3; Araújo, I.M.C P 3; Brod, J. A.2,3; Junqueira
- Brod, T.C.2.
1 Universidade de Brasília; 2 Universidade Federal de Goiás; 3Centro Regional para o Desenvolvimento
Tecnológico e Inovação - CRTI
RESUMO: A borda norte da Bacia do Paraná aflora na região sul do estado de Goiás. Cartas
desta região estão mapeadas na escala 1:250.000. Nesta região é possível observar a
formação de peperitos, associados aos derrames basálticos da Formação Serra Geral quando
derrames foram mecanicamente misturados aos sedimentos inconsolidados.
A vesicularidade varia de menor que 1% a próximo de 10 %. Observa - se uma variação
grande no tamanho, forma e preenchimento das vesículas O aumento da abundância das
vesículas coincide com o aumento do volume médio dos derrames. A forma das vesículas é
muito irregular, especialmente nos peperitos. A presença de argilominerais nas vesículas e nos
interstícios das rochas é observada em campo.
O intuito deste trabalho é a investigação da distribuição e preenchimentos das vesículas por
argilominerais, na pedreira que pertence ao grupo Goyaz Britas localizada na região sul de
Goiás, próximo à GO 210, a aproximadamente 4 km a leste da área urbana da cidade de
Panamá (Goiás).
Este afloramento foi selecionado como área de estudo, por fornecer excelentes exposições de
perfis de rocha fresca. A sucessão que aflora na pedreira é explotada como agregado para a
construção civil. Na frente de lavra é observada uma sucessão de derrames basálticos,
sedimentos laminados, e rochas hibridas. No nível base da frente de lavra, aflora uma rocha
formada por abundante matriz de cor clara e fragmentos muito angulosos de basalto vesicular
com as cavidades preenchidas por grande variedade mineralógica.
Para a determinação dos argilominerais presentes, suas formas de ocorrência, associações,
para o estudo da morfologia e composição foram selecionadas amostras de peperito vesicular
para análises por difração de raios - x (DRX) e microscopia eletrônica de varredura (MEV).
As análises de DRX forneceram dados qualitativos das fases cristalinas presentes em rocha
total. As fases majoritárias identificadas foram: analcima, augita, albita, e magnetita. Fases
secundárias foram identificadas como: ilmenita, calcopirita, calcita, e quartzo. Observamos a
ocorrência dos filossilicatos presentes, identificados como: esmectita do tipo saponita, e mica
do tipo celadonita.
A análise por MEV buscou diferenciar os filossilicatos quanto à sua composição química e
morfologia, comprovando a presença dos minerais identificados por DRX.
859
ASSOCIAÇÕES DE LITOFÁCIES E GEOQUÍMICA DO VULCANISMO DE 1580:
ILHA DE SÃO JORGE, ARQUIPÉLAGO DOS AÇORES
Rossetti, M.M.M.1; Lima, E.F.1; Rossetti, L.M.M.2; Scherer, C.M.1; Luz, F.R.1; Sommer, C.A. 1.
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2University of Aberdeen
RESUMO: A Ilha de São Jorge faz parte do Arquipélago dos Açores juntamente com mais oito
ilhas posicionadas ao longo de uma faixa de direção N50°W localizadas ao nordeste
do Oceano Atlântico entre os 36º e os 43º de latitude Norte e os 25º e os 31º
de longitude Oeste. Estas ilhas são posicionadas em três grupos: o Grupo ocidental, localizado
em uma zona estável da placa Norte-Americana, o Grupo central e o Grupo oriental, ambos
posicionados na Microplaca dos Açores. A ilha de São Jorge, pertencente ao Grupo central,
possui uma morfologia alongada de direção WNW-ESE com uma porção subaérea de cerca de
55 km de comprimento e 7 km de largura. No presente trabalho são descritos os morfotipos dos
derrames básicos, os padrões petrográficos e geoquímicos das erupções de 1580 na Ilha de
São Jorge. A partir do levantamento geológico, de seções colunares, da descrição detalhada
de litofácies vulcânicas e de fotomosaicos, foram identificados derrames do tipo pahoehoe,
slabby pahoehoe, rubbly pahoehoe e `Ã`a em duas erupções de 1580, Ribeira do Nabo e
Ponta Queimada. Na erupção de Ribeira do Nabo sugere-se a colocação dos derrames em
uma topografia sub-horizontal com oscilações nas taxas de efusão, o que permitiu a formação
de diferentes tipos morfológicos em uma mesma área. Lobos pahoehoe apresentam superfície
original estando relacionada a períodos de baixas taxas de efusividade. Slabby e rubbly
pahoehoe possuem superfícies rompidas que indicam o aumento e/ou oscilações nas taxas de
efusão. Derrames `Ã’a também são encontrados junto aos demais tipos, sugerindo uma maior
efusividade com a canalização de lavas em relevos acidentados. Na erupção de Ponta
Queimada, foram identificados derrames `Ã’a, rubbly pahoehoe e lobos pahoehoe secundários.
Sugere-se um maior volume de magma em relação à Ribeira do Nabo que permite a inflação
interna dos derrames, e consequentemente a ruptura de suas superfícies. Os lobos pahoehoe
secundários foram provavelmente gerados pelo rompimento do núcleo dos derrames mais
espessos. Petrograficamente as rochas foram classificadas como olivina basaltos. A
mineralogia é constituída por olivina, augita, plagioclásio e minerais opacos. As lavas pahoehoe
e slabby pahoehoe possuem texturas porfirítica, glomeroporfítica e intergranular em matriz fina.
Os tipos rubbly pahoehoe e `Ã`a são porfiríticos com microfenocritais de plagioclásio (<1 mm)
em uma matriz muito fina a fina. Os derrames em Ponta Queimada apresentaram xenocristais
de olivina e microxenólitos pedidotíticos. Os dados geoquímicos da erupção de 1580 indicam
uma afinidade magmática alcalina com os termos menos diferenciados localizados na região
de Ponta Queimada. Isto pode ser explicado pela presença de xenocristais de olivina e
microxenólitos de peridotitos. Os padrões evolutivos de Ribeira do Nabo sugerem a
cristalização fracionada de olivina + augita + plagioclásio + titanomagnetita + apatita. O padrão
de ETR normalizado pelo condrito e o diagrama multielementar normalizados pelo OIB e pelo
MORB sugerem que os basaltos estudados foram gerados a partir de um baixo grau de fusão
de uma fonte profunda e enriquecida do tipo OIB.
860
BASALTO SANTIAGO DO NORTE – NOVA OCORRÊNCIA DE ROCHA ÍGNEA
NA BACIA DOS PARECIS-ALTO XINGU, MT
Rodrigues, I.S.1; Vasconcelos, C.S.1; Carmo, I.O.1; Costa, J.2; Morales, I.V.F1; Morais
Neto, J.M.1; Simbras, F.M.1; Vasconcelos, P.M.P.3
1Petróleo Brasileiro S.A., 2Fundação GORCEIX, 3The University of Queensland
861
LITOFÁCIES E TIPOS COMPOSICIONAIS DAS ROCHAS VULCÂNICAS DO
GRUPO COLÍDER (1,80 – 1,79 GA) NA REGIÃO DE APUÍ-NOVO ARIPUANÃ,
SUDESTE DO AMAZONAS
M.S. Simões1; P.R.R. Benevides Filho,1 R.E. Meloni1; A.R.C.Silva 1; N.J. Reis1
1CPRM-Serviço Geológico do Brasil (Manaus)
862
IGNIMBRITOS DE ALTO GRAU VINCULADOS AO COMPLEXO VULCÂNICO
CAVIAHUE-COPAHUE, NW NEUQUÉN, ARGENTINA
Sommer, C.A.1; Caselli, A.T.2, 4; Haag, M.B.1, Albite, J.M.3,4; Arce, L.M.2; Baez, A.D.2,4;
Barreto, C.J.1
1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2 LESVA. IIPG. Universidad Nacional de
863
GEOLOGIA E GEOCRONOLOGIA DAS ROCHAS RIOLÍTICAS DA REGIÃO DO
CERRO CHATO, HERVAL/RS
Noll Filho, R.J.1; Sommer, C.A.2; Lima, E.F.2; Philipp,R.P.2; Basei, M.A.S.3
1Programa de Pós-Graduação em Geociências, UFRGS; 2Instituto de Geociências, UFRGS; 3Centro de Pesquisas
em Geocronologia (CPGEO), Instituto de Geociências, USP.
Resumo: A região do Cerro Chato localiza-se no extremo sul do Rio Grande do Sul e é
caracterizada por associações de rochas vulcânicas e subvulcânicas de composição ácida, cujo
magmatismo tem sido relacionado às suítes mais tardias do Batólito Pelotas no Cinturão Dom
Feliciano. Os vulcanitos da região agrupam-se em duas feições geomorfologicamente distintas
e afetadas por falhas NW e NE: Cerro Chato e Cerro Partido. O Cerro Chato é caracterizado por
depósitos piroclásticos e efusivos. Os primeiros são representados por ignimbritos de que
ocorrem em duas fácies principais: ignimbritos ricos em líticos e ignimbritos ricos em cristais. São
mal selecionados e constituídos por piroclastos tamanho lápili e uma matriz tufácea. A fácies rica
em litoclastos é caracterizada por apresentar fragmentos conatos de riolitos e ignimbritos e,
subordinadamente, acidentais. Fragmentos de cristais de K-feldspato e quartzo são comuns e a
textura eutaxítica é incipiente. A fácies dos ignimbritos ricos em cristais caracteriza-se pela
abundância de cristaloclastos e fenocristais de K-feldspato e quartzo. Apresentam textura
eutaxítica e sua matriz é constituída vitroclastos tamanho cinza. Derrames riolíticos
hemicristalinos representam os eventos efusivos, com textura porfirítica, estruturas de fluxo e
esferulitos. O Cerro Partido é caracterizado por um corpo subvulcânico, alongado na direção NE-
SW, com 8 km de comprimento por 0,7 km de largura aproximadamente. É constituído por rochas
com textura porfirítica a glomeroporfirítica, com fenocristais de quartzo, K-feldspato e
plagioclásio, envoltos por uma matriz equigranular fina quartzo-feldspática. Geoquimicamente,
as rochas vulcânicas da região do Cerro Chato são riolitos do tipo alta-sílica, correlacionáveis à
série alcalina, mas próximo ao limite das séries subalcalinas. Apresentam um caráter
metaluminoso a peraluminoso e teores elevados de álcalis, FeOt/FeOt+MgO e índice agpaítico.
Os riolitos do Cerro Partido foram classificados como alto-Ti possuindo elevados teores de CaO,
P2O5, FeOt, MgO e K2O quando comparados com os riolitos do Cerro Chato, baixo-Ti. O padrão
mostrado pelos ETR dos riolitos normalizados pelo condrito de Nakamura (1974) é definido pelo
leve enriquecimento de ETRL em relação à ETRP e uma forte anomalia negativa de Eu, típica
de sistemas alcalinos metaluminosos e altamente diferenciados. As características químicas são
semelhantes com as de magmatismo granítico do tipo A, relacionado a ambientes pós-
colisionais. Dados litoquímicos obtidos indicam uma vinculação genética com as rochas
graníticas mais diferenciadas da Suíte Dom Feliciano, bem como os riolitos do Cerro Ana Dias,
associadas ao magmatismo Neoproterozoico pós-colisional do Escudo Sul-Rio-Grandense.
Dados geocronológicos U-Pb obtidos em zircões indicam uma idade de 561 ± 2 Ma para os
riolitos do Cerro Partido, sugerindo uma contemporaneidade com os granitoides associados a
suíte Dom Feliciano. Já os dados U-PB em zircão dos riolitos do Cerro Chato indicam uma idade
de 630.4 ± 2.8 Ma. Estas idades são concordantes com as obtidas por Borba et. al., 2008, em
clastos vulcânicos na base da formação Maricá, podendo assim haver uma possível relação entre
os vulcanitos do Cerro Chato com o vulcanismo sin-sedimentar inicial da Bacia do Camaquã.
864
ESTRATIGRAFIA E PETROLOGIA DA FORMAÇÃO MORRO VERMELHO:
ILHA DA TRINDADE-ES
Luz, F.R.1; Lima, E.F.1; Rossetti, L.M.M.1, Sommer, C.A.1, Waichel, B.L.2, Scherer, C.M.S.1,
Saldanha, D.L.1, Rossetti, M.M.M¹
1Universidade Federal doRio Grande do Sul; 2Universidade Federal de Santa Catarina
865
GEOLOGIA E PETROLOGIA DE DOIS SILLS ASSOCIADOS À FORMAÇÃO SERRA GERAL
NA REGIÃO DE MONTENEGRO
Baesso, A.1; Sommer, C.A.1; Sarmento, C.C.T.1; Cardoso, V.S.1; Noll Filho, R.J.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
RESUMO: O intenso magmatismo que ocorreu quando da abertura do Oceano Atlântico Sul, a
cerca de 133 Ma e que originou o vulcanismo básico a ácido da Formação Serra Geral na Bacia
do Paraná/Etendeka foi responsável pela intrusão de diques e soleiras entre as rochas vulcânicas
da própria unidade e das formações subjacentes. Corpos magmáticos intrusivos podem causar
metamorfismo térmico nas rochas encaixantes e/ou assimilá-las, processo que poderia provocar
mudanças no quimismo dos magmas. O objetivo deste trabalho é caracterizar preliminarmente
a petrografia e a geoquímica de diabásios correlacionados à Fm. Serra Geral, com o intuito de
investigar em escala de detalhe modificações geoquímicas devido a eventuais processos de
assimilação da rocha encaixante. Neste contexto, dois sills de diabásio, localizados no município
de Montenegro na região metropolitana de Porto Alegre, são alvos desse estudo. Como
principais métodos de trabalho destacam-se: (i) revisão bibliográfica sobre as áreas de estudo e
sobre outros corpos ígneos em situações semelhantes; (ii) trabalho de campo, onde foram
observadas as estruturas e relações de contato entre as diferentes litologias e foram recolhidas
amostras dos corpos ígneos e das rochas sedimentares; (iii) etapas de laboratório, envolvendo
petrografia, preparação de amostras para geoquímica e geoprocessamento. Resultados
preliminares indicam que ambos os corpos são intrusivos nos arenitos da Formação Pirambóia
(Pedreira Carollo), arenitos e siltitos das formações Pirambóia e Rio do Rastro (Pedreira Vila
Rica/Diabásio Vendinha). O primeiro apresenta um diâmetro exposto de cerca de 500 metros e
30 de espessura e o segundo cerca de 1100 metros de comprimento por 400 metros de largura,
e entre 30 e 40 metros de espessura (expostos pela pedreira). Ambos os sills apresentam
disjunções colunares, predominantemente tetragonais. No Diabásio Vendinha as disjunções
colunares são decimétricas a métricas, além de apresentar disjunções tabulares e diáclases. Na
Pedreira Carollo há apenas disjunções colunares, centimétricas a decimétricas, bem formadas e
uniformes. Estas disjunções não se limitam ao corpo ígneo e se projetam nos sedimentos. Ambos
os corpos apresentam contatos de topo e base expostos constituídos por rochas sedimentares
com feições indicativas de modificações térmicas, como endurecimento e silicificação. Em
algumas porções das soleiras, constata-se contatos irregulares com os sedimentitos e a
presença de xenólitos métricos de arenitos. No Diabásio Vendinha, constata-se a presença de
um dique nas rochas encaixantes, provavelmente alimentador da soleira e também de sills
decimétricos que ocorrem paralelos ao corpo principal. Petrograficamente os diabásios são cinza
escuros, maciços e equigranulares finos. São constituídos essencialmente de plagioclásio,
augita, magnetita e quartzo intersticial, sendo que em uma amostra foram encontrados xenólitos
e xenocristais de quarto derivados de arenitos. Dados preliminares de geoquímica permitem
caracterizar as rochas como andesito-basalto de afinidade subalcalina. No diagrama AFM (Irvine
e Baragar, 1971) constata-se o vínculo com a série toleítica. Trabalhos futuros enfocarão a
petrografia e análises químicas de detalhes a fim de verificar possíveis variações decorrentes da
interação do magma com as rochas encaixantes.
866
ORIGEM E SIGNIFICADO DE UMA ESTRUTURA CIRCULAR EM BASALTO
DA FORMAÇÃO SERRA GERAL NA REGIÃO DE ÁGUA VERMELHA,
TRIÂNGULO MINEIRO, DIVISA MG/SP
867
DOIS EVENTOS DE MAGMATISMO MÁFICO REGISTRADOS NOS DIQUES
DO SUL DO ESPÍRITO SANTO (CAMBRIANO E JURÁSSICO SUPERIOR)
Mendes, R.S1; Caxito, F.A1; Neves, M.A2; Dantas, E.L.3; Medeiros Jr., E.B2
1Departamentode Geologia - Universidade Federal de Minas Gerais; 2 Departamento de Geologia - Universidade
Federal do Espírito Santo; 3Laboratório de Geocronologia – Universidade de Brasília
868
X-RAY MICROTOMOGRAPHY: COMPARING RADIATION SOURCES AND
RESOLUTIONS ON STUDY OF POROSITY IN VOLCANIC ROCKS
Vieira, L.D.1; Becker, M.2; Waichel, B.L.1; Mouro, L.D.1,3
1Universidade Federal de Santa Catarina, PFRH-PB 240; 2Universidade Federal do Rio Grande do Sul;
3Universidade Federal do Rio de Janeiro
The X-ray microtomography (micro CT) is a non-destructive technique which has been used to
generate 3D reconstructed models of samples and acquire microstructure informations from
analysed materials. The technique is based on the emission of X-ray particles through a sample
on a rotation stage. These particles reach a scintillator, converting the X-ray into visible light that
is captured by a photodetector, generating tridimensional digital images of the sample. The
result will be a series of projected images that can be tomographically reconstructed. The
development of microtomographic imaging using the synchrotron radiation as X-ray source was
a significant advent. The synchrotron emitted light is many orders brighter than the conventional
X-ray source emitted light. Anothers advantages of synchrotron X-ray radiation includes the X-
ray parallel beam configuration, which simplifies the tomographic reconstruction algorithm, and
the use of a monochromatic X-ray that improves the accuracy of reconstructed images,
eliminating the issue of energy dependence on X-ray absorption. Here we report the micro CT
results of three samples using differents resolutions and radiation sources in order to compare
these two analysis variables. The samples are from rubbly pahoehoe (SR and BG) and
pahoehoe (GUA-P) lava flows of Serra Geral Formation (Early Cretaceous). The resolutions
obtained in the analysis were approximately 50, 8 and 4 micrometers, with the two first using
conventional X-ray radiation sources and the last one using the X-ray synchrotron radiation. As
the SR sample is from a massive basalt, almost none porosity was identified by either
resolutions, with a calculated value of approximately 1%, what means that the porosity is
homogeneously and the microporosity is insignificant in this sample. Differently, the BG sample
has a range of 6% in 50 micrometers to almost nothing in 4. This result could be explained by a
“drusy” pore imaged in the higher resolution and by the microporosity in the lower. Resembling
results were found in GUA-P sample, however the difference observed between porosity values
in 50 and 4 micrometers resolutions were larger, with 26% and 2% respectively. In this case,
the macroporosity is due to vesicular pores and the values on lower resolution can be explained
by microvesicularity. Considering this informations, we can infer that volcanic samples can be
imaged using different resolutions and radiation sources and, consequently, different porosity
values can be obtained in the same sample. Furthermore, it was observed that the samples
shows a threshold resolution value for microporosity, which means that any resolution below the
threshold will be very similar to the threshold value.
869
MÉTODOS DE ANÁLISE MORFOLÓGICA E DOS PADRÕES DE
VESICULAÇÃO EM PILLOW LAVAS DA FORMAÇÃO SERRA GERAL NO
MUNICÍPIO DE ARAGUARI-MG
Weschenfelder, J. H.¹; Famelli N.²; Lima, E.F.¹
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; ²CENPES - Petrobrás / PPGGEO(UFRGS)
RESUMO: Os basaltos do tipo pillow lava (lavas em almofada), são os litotipos mais
representativos da interação entre água e lavas. No presente trabalho são apresentados os
métodos que serão aplicados no estudo das pillow lavas da Formação Serra Geral (FSG),
aflorantes na porção norte da Bacia do Paraná ao longo da Ferrovia Centro Atlântica, entre os
municípios de Araguari e Uberlândia (MG). Estas ocorrências foram noticiadas na década de
80 e, mais recentemente, descritas em maior detalhe por outros autores. Os métodos de
estudo de pillows lavas enfatizam especialmente os estudos das características morfológicas,
das dimensões e dos padrões de vesiculação, sendo estes parâmetros indispensáveis para a
reconstrução do paleoambiente e declividade do terreno quando da colocação das lavas. A
relação entre a largura (H, paralela a provável superfície deposicional do derrame) e altura (V,
perpendicular tanto a H quanto a superfície deposicional inferida) é importante na estimativa
sobre as dimensões das pillows e paleodeclividade do terreno. A razão H/V em torno da
unidade é indicativa de almofadas pequenas, geradas em superfícies inclinadas, enquanto
valores <<1 são indicativos de almofadas maiores e colocadas em superfícies com baixa
declividade ou horizontal. O padrão de vesiculação de pillow lavas pode ser descrito a partir de
3 zonas principais: uma crosta externa, onde as vesículas são pequenas e ocorrem em grande
quantidade; uma porção intermediária, onde ocorrem pipe vesicles com arranjo radial ou
restritos nas porções inferiores do núcleo, ou ainda com vesículas maiores distribuídas em
níveis concêntricos; e núcleo que possui vesículas de maiores dimensões, mas em menor
quantidade. O padrão e o conteúdo de vesículas são utilizados para estimar a profundidade da
lâmina d’água quando da colocação dos derrames. Em ambiente marinho, com até 500 m de
profundidade, as vesículas são da ordem de 10-40%; até 1000 m podem atingir um conteúdo
de 5% e em profundidades superiores a 3000 m a exsolução de gases é inibida. A identificação
do tipo de material interpillow (vulcanoclástico rico em hialoclastos) pode indicar o tipo de
paleoambiente (marinho, lacustre ou fluvial) de colocação das lavas. A exposição de pillows da
Formação Serra Geral na porção norte da Bacia do Paraná contrasta com a presença de
sucessivos lobos pahoehoe compostos que afloram na porção sul da bacia sobre as unidades
eólicas da Formação Botucatu. A exposição de basaltos da Formação Serra Geral de
ambientes subaquoso/subaéreo na Formação Serra Geral permite introduzir uma nova
abordagem no mapeamento das sucessões vulcânicas priorizando a identificação dos
morfotipos, litofácies, associação de fácies e arquitetura regional deste imenso vulcanismo, e
que inclua as variações paleoambientais ocorridas no eocretáceo.
870
FLOW DIRECTION OF PAHOEHOE BASALTS AND THEIR INTERACTION WITH
SALT LAKE SEDIMENTS, SERRA GERAL GROUP - BANDEIRANTES, STATE
OF PARANÁ.
Valore, L.A.1; Licht O.A.B2
1
Geology Graduation Course, UFPR; lucasvalore@ufpr.br
2
State of Paraná Geological Survey, MINEROPAR, otavio@mineropar.pr.gov.br
In the quarry of the Municipality of Bandeirantes, basalt lava flows of the Serra Geral Group are
exposed along with features such as sharp contacts, interaction with sediments and peperites. The
quarry has an eliptical shape (320 m x 170 m), N10°-15°E oriented, with its center point at
23°6'34.70"S; 50°24'42.46"W. The volcanic rocks set comprises three lithological units A, B and C,
being the lowermost divided into subunits A1 and A2. All units show typical pahoehoe flow
morphology. The base of the unit A hasn’t been observed, being impossible to measure its
thickness. After a neighboring quarry located 480m SE, at the altitude of 495m, it is possible to
estimate the thickness of Unit B at 9 m. In this quarry, Unit B is overlaid by another flow (Unit C).
Mining activity directed at the massive core of the middle flow (unit B) (mostly in the Northern and
Southwestern sectors) exposed the top ropy surface of the lower subunit (A). The top vesicular
zone shows empty vesicles or with minor silica fillings in the Northern sector, whilst well developed
amygdales in the Southern. To characterize the flow direction of Unit A, as well as its local
variations, 164 GPS located points had the azimuth of each ropy structure’s average bisector
measured with a compass. Statistical handling of the azimuth measures showed that the general
flow direction (median of the azimuths) of the unit is not constant: in the quarry's Northeastern
sector it flows to 285°, in the Southwestern to 215° and in the Northwestern to 45°. Thus, unit A
was divided into A1, which flowed mainly to NW (secondly to SW) and A2, which flowed to NE. It is
still unclear whether these units are two different lobes of the same flow or are two separate and
practically contemporary flows. In the SW sector, subunit A1 shows brecciated lobes cut by quartz
veins and irregular masses of zeolites (green apophyllite, white stilbite and chabazite), quartz and
carbonates, showing typical hydraulic fracturing features. The breccia's matrix is sandy-silty and
supports angular to sub-angular amygdaloidal clasts of the same basalt flow. In thin section, the
matrix is mainly composed by quartz, muscovite, clays and Fe oxides, as well as sideromelane
shards with cuspate edges and vesicular surfaces. Because of such features, it is possible to
conclude that the set was formed by the interaction of basic lava with bottom sediments of a salt
lake. The lake must have been formed on the uneven surface of the volcanic landscape, although
the water could be meteoric, underground or volcanic. The shards must have originated from a
previous hydrovolcanic event and deposited in the lake before the peperite formation. This
depositional process of mixed character - that is, pyroclastic fall, wind transportation and
sedimentation in water bodies - has been observed and described in various breccia beds and
intertrappean sandstones of the Serra Geral Group in the North of the State of Paraná.
871
MODELO TECTONO-VULCÂNICO DA BACIA DO ESPÍRITO SANTO:
REGISTROS DIACRÔNICOS DE ROCHAS VULCÂNICAS EFUSIVAS E
EXPLOSIVAS NO NORTE CAPIXABA
Vieira, V. S.1; Novais, L.C.C.2; Gomes, D.G.C1
1Serviço Geológico do Brasil-CPRM; 2UO-ES/ATP-NC/RES/Petrobras
872
MULTIANALYTICAL CONSTRAINTS ON THE HYDROTHERMAL ORIGIN OF
NATIVE COPPER MINERALIZATION IN THE PARANÁ VOLCANIC PROVINCE
Baggio, S.B.1; Hartmann, L.A.1; Lazarov, M.2;
Massonne, H-J.3; Opitz, J.3; Theye, T.3; Viefhaus, T.3
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2Leibniz Universität Hannover; 3Universität Stuttgart
ABSTRACT: The hydrothermal native copper of Paraná volcanic province occurs as dendrites in
cooling joints, fractures and cavities of the flows. Secondary copper mineral phases occur in
hydrothermal breccias at the top of the flows. The holocrystalline and microporphyritic volcanic
rocks (n = 16) have average Cu content of 207 ppm and SiO2 content between 49.5-50.9 wt.%
for basalts and 53.0 wt.% for basaltic andesite. Plagioclase, clinopyroxene and opaque mineral
phenocrysts (0.6 to 1.5 mm) form intergranular or glomeroporphyritic textures. The identification
of copper minerals was supported by X-ray diffraction (cuprite and malachite) and Raman
spectrometry (native copper, tenorite, chrysocolla and azurite). Electron microprobe analyses of
native copper display nearly pure Cu with less than 0.3 wt % of other elements (e.g. Sn, Ca, Co,
Ni, U, S and Al). The LA-ICP-MS analyses were carried out in magnetite, ilmenite,
clinopyroxene, plagioclase and smectite. The highest copper content was observed in
magnetite (>9000 ppm) followed by Ilmenite (~3500 ppm), clinopyroxene (431 ppm) and
plagioclase (92 ppm). The LA-ICP-MS analyses of smectite displayed higher copper contents
which increase with the hydrothermal alteration of the volcanic rocks. A novel approach of this
study is the use of copper isotope ratios to discuss the origin of the copper. The results display
three different populations. The first one shows values between -0.20 ‰ and 0.71 ‰ (n = 41).
The second displays values between 1.07 ‰ and 1.89 ‰ (n = 9) with a predominance of lower
values (<1.2 ‰). The third population shows negative δ65Cu values between -0.59 ‰ and -0.91
‰. These populations are not related with one or another specific hydrothermal event. They
represent a regional isotope variation. In some occurrences, different δ65Cu of native copper
crystals (mm and cm-sized) are present in the same sample or one crystal shows distinct Cu
isotope composition from core to rim. This indicates multiple copper mineralization processes
with leaching and mineral precipitation at different times. The conclusion of this study
demonstrates that three (H1, H2 and H3) Cretaceous hydrothermal events altered the volcanic
rocks and generated smectite. The mineral alteration resulted in the release of Cu from igneous
minerals (primarily magnetite, ilmenite and clinopyroxene). Copper was concentrated on
smectite, subsequently was transported by boiling water at temperatures of 100 - 150 °C and
deposited along the pathways of hydrothermal fluids (cooling joints and porosity). Similarly, the
copper mineralization was precipitated in the cavities of the amygdaloidal crust. The supergene
enrichment of the native copper mineralization resulted in oxidized secondary phases (e.g.,
cuprite) with isotopic ratios higher than native copper. Thus, this study integrates chemical
analyses, XRD, Raman, EMP, LA-ICP-MS and Cu isotope analyses to understand the
hydrothermal origin of copper mineralization in the Paraná volcanic province.
873
FACIES AND STRATIGRAPHY OF AN ASSOCIATION OF BASALT FLOWS AND
VOLCANICLASTIC BRECCIAS OF THE SERRA GERAL GROUP, CORNÉLIO
PROCÓPIO, STATE OF PARANÁ
In the vicinity of Cornélio Procópio, State of Paraná, in a 225 m wide road cut on the BR-369, a
complex association of basaltic flows and thick volcaniclastic mafic breccias is exposed. This
outcrop (central point 23°10'25.75"S/50°37'02.38"W) was systematically described through field
sections and hundreds of grain size measurements, aiming the characterization of its facies and
contact relationships. Its stratigraphy can be summarized, from bottom to top as: B1, a gray,
phaneritic, fine to medium grained, amygdaloidal basalt flow with 5% of stretched vesicles > 0.5cm
to < 10cm Ø, mostly filled with silica and celadonite. Beside B1, there’s an oligomictic, grain-
supported basaltic breccia with minor matrix, whose framework is composed of coarse lapilli and
blocks. This breccia resembles the upper zone of a rubbly pahoehoe flow, although it’s not possible
to observe contact relations to an underlying flow. Amygdales of the basaltic fragments as well as
small veins are filled with zeolites. Above this first set (B1 plus V1), another set was deposited,
comprising a breccia bed (V2) and a basaltic flow (B2). V2 is a very poorly sorted polymictic
basaltic breccia, mostly matrix-supported and locally grain-supported. Its framework is mostly
composed by blocks, bombs and coarse lapilli (from most to least frequent) of amygdaloidal basalt,
of which amygdales are filled with silica, zeolites, celadonite and other minerals and secondarily
fine cuspate, vesicular or massive lapilli. Its matrix is pinkish, siliciclastic and massive. B2 flow lies
on top of B1, V1 and V2 with a diffuse contact. Its section is shaped like a channel. Above B2,
there’s another lithological set composed by V3 and B3. V3 is a polymictic basaltic breccia, matrix-
supported to grain-supported, with 60% framework and a sandy-clayey red siliciclastic matrix
showing laminated structure. This breccia is poorly sorted and reverse graded, with a framework
made of blocks and bombs, ranging from 10 to 45 cm and minor quantities of lapilli, whereas B3 is
an aphanitic to fine grained basalt with clear lobe surfaces. The boundary between them is not
completely clear, because V3 shows injections by B3, even if V3 seems to overlap it. Over an
erosive surface above V3 lies V4, which is another basaltic breccia that differs from underlying V3
because of its finer framework (>5 to <20 cm) and greater matrix volume, while still being reverse
graded. V4 is also injected by lobes of a basaltic flow (B4) that resembles B3. Covering the
sequence and occupying another channel-like feature, there’s another basaltic flow (B5) with well
developed lobes, containing subhorizontal veins up to 10 cm wide. These veins are filled by many
types of zeolites, such as chabazite, natrolite and stilbite. The interaction and intercalation of flows
with breccias compose a volcanic-volcaniclastic sequence that marks the transitions between two
major basalt flows sets Type 4 LSi-LZr-HTi-HP (in the base) to Type 1 CN LSi-LZr-LTi-LP (on the
top), both composing the Center-North Subprovince of the Paraná Igneous Province in the State of
Paraná.
874
A MAFIC VOLCANICLASTIC DEPOSIT (MVD) OF THE SERRA GERAL
GROUP, SERTANÓPOLIS, STATE OF PARANÁ
Valore, L.A.1; Licht,O.A.B.2
1 Geology Graduation Course, UFPR; lucasvalore@ufpr.br
2State of Paraná Geological Survey, MINEROPAR, otavio@mineropar.pr.gov.br
A complex sequence of basaltic flows and lobes interleaved with basaltic breccias and tuffs
(mafic volcaniclastic deposits – MVDs) composig at a 35 m thick section located in the vicinity of
Sertanópolis, State of Paraná (with central point 22°59'30.41"S / 51°5'21.19"W) was described
in detail. This volcanic-volcaniclastic sequence, described from bottom to top, begins at an
altitude of 485m with an aphanitic, gray basalt flow showing concentric structures similar to filled
up tubular conduits. Its upper vesicular zone culminates, at 491 m, in a 50 cm thick autoclastic
breccia composed by a framework made of blocks, bombs and coarse lapilli composing a
jigsaw-fit mosaic, with poor interstitial argillaceous and massive bedded matrix. This flow is
abruptly overlapped by an 80 cm thick volcaniclastic set (V1) with a 20 cm thick red lapillic tuff
(V1a) at its base. The lapillic portion is composed by cuspate, vesicular to scoriaceous red
basalt (possibly spatter) with a few centimeters thick and also fine, non vesicular lapilli. The tuff
(V1a) transitions upwards into a normally graded, poorly sorted red basaltic breccia (V1b), grain
supported, with a framework made of fine to coarse lapilli, subordinately blocks and bombs up
to 25cm (mostly vesicular basalt, fewer non vesicular clasts) of round to cuspate vesicular
basaltic fragments. The breccia layer's nucleus contains minor interstitial matrix, which is
wavy/undulated and sub-horizontally layered. At 492 m, V1b is superimposed by a fractured
basaltic flow (B2), which most fractures are filled by a red, hardened, siliciclastic material similar
to the underlying breccia’s matrix. At 501 m, B2 flow core shows a fine to aphanitic texture,
being associated to frontal, p-type pahoehoe lobes, characterized by the presence of pipes
vesicles, polygonal fractures on the lobes surface and also convex, parallel fracturing
suggesting flow direction towards SE. From 502 to 508 m, S-type pahoehoe lobes are
interspersed; each individual tabular lobe ranges from 5 to 10cm thick, being composed by a
spongy zone and a massive 1 to 2 cm thick core. At 508m, B2 is overlapped by a 12m thick set
composed by two breccia beds. Both are polymictic, normally graded, very poorly sorted, grain-
supported, with a framework of round to cuspate basaltic fragments ranging from blocks to fine
lapilli. The lowest breccia bed (V2) shows mainly blocks of vesicular (very few massive) basalt
of decimeters to a meter in diameter, and an interstitial argillaceous layered matrix (285°/25°).
The boundary between both breccia beds dips at 095°/45°.The overlying breccia bed (V3)
differs from V2 for its smaller blocks (averaging 15-20 cm), while remaining grain-supported,
with 60% framework. At 520m, the top of the breccia bed (V3) grades into a 5 to 6m wide tuff
lense (at least 1 m thick). The V3 breccia and tuff are capped by a third basaltic flow B3, in a
staggered boundary cut by normal faults. This finding expands the area in which MVDs are
found in the Serra Geral Group, in the State of Paraná, now including the sector situated north
to the Ponta Grossa Arch.
875
O MACIÇO ALCALINO DA ILHA DOS BÚZIOS, SE BRASIL: GEOQUÍMICA E
PETROLOGIA
Gomes, C.B.1; Alves, F.R.1; Azzone, R.G.1; Enrich, G.E.R.1; Ruberti, E.1
1Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo
RESUMO: O maciço alcalino da Ilha de Búzios (7,5 km2) de idade Cretáceo Superior (K/Ar,
81.4±2.6 Ma) está encaixado em charnockitos precambrianos e é composto dominantemente
(~90%) por uma associação litológica formada em condições de baixa pressão, reunindo álcali
feldspato sienitos e subordinadamente quartzo-álcali feldspato sienitos. Ambos os tipos de
rochas são cortados por um grande número de diques, orientados preferencialmente para NE e
representando duas suítes distintas: félsica (microssientios, traquitos e fonolitos) e máfica-
ultramáfica (diabásios, microdioritos e lamprófiros). Feldspato alcalino (mesopertita) é o mineral
mais abundante das rochas sieníticas; outros constituintes são clinopiroxênio (diopsídio
passando a egirina-augita e a egirina), comumente substituído por anfibólio/biotita, e opacos
(magnetita, ilmenita). Minerais acessórios incluem apatita, titanita e zircão, e ocasionalmente
fases raras de composição química complexa (Zr, Nb, Ti, ETR). Os diques félsicos podem
também conter feldspatóides (nefelina, sodalita). A suíte máfica-ultramáfica, em particular os
lamprófiros, apresenta uma assembléia mineralógica primária com olivina, clinopiroxênio (Ti-
augita) e anfibólio (kaersutita) além de massa fundamental com material vítreo, analcita e
agregados de carbonatos (ocelli). Diques de composição basáltica contêm plagioclásio e
feldspato alcalino intersticial aliado a clinopiroxênios (diopsídio a augita), anfibólio, biotita e
opacos como principais minerais ferromagnesianos. As rochas de Búzios são evoluídas do
ponto de vista químico, de filiação dominantemente potássica e pertencem principalmente à
série miaskítica. Diagramas de variação para elementos maiores e traços mostram distribuição
bimodal, sugerindo uma origem a partir de diferentes pulsos magmáticos, e correlações
negativas bem definidas para SiO2, Na2O, Rb, Nb, Zr, La e Ce, e positivas para TiO2, FeOT,
MgO, CaO, P2O5, Cr, Ni, Ba e Sr em relação aos números mg# das rochas. Similarmente a
outras ocorrências sieníticas brasileiras do Cretáceo Superior, as rochas de Búzios são
interpretadas como derivadas por cristalização fracionada a partir de magma parental de
composição basanítica, seguido de pronunciado enriquecimento em elementos incompatíveis.
As associações insaturadas e supersaturadas em SiO2 presentes no maciço não estão
aparentemente ligadas a uma única fonte magmática e no sistema petrogenético residual duas
tendências são evidentes. A primeira, no sentido do mínimo fonolítico, reflete possivelmente a
evolução normal do magma sienítico; a segunda, no sentido do mínimo riolítico, o
fracionamento do anfibólio, embora neste caso processos de AFC não possam ser inteiramente
descartados devido à inexistência de dados isotópicos para as rochas mais ricas em SiO2.
Agradecimentos: FAPESP (Procs. 2013/18073-4, 2012/06082-6).
876
EVIDÊNCIAS PETROGRÁFICAS, GEOQUÍMICAS E ISOTÓPICAS DE
PROCESSOS DE ASSIMILAÇÃO CRUSTAL NO MACIÇO ALCALINO
MÁFICO-ULTRAMÁFICO PONTE NOVA, SE BRASIL
877
EVOLUÇÃO PETROLÓGICA DE PEGMATITOS BÁSICOS E BASALTOS HOSPEDEIROS
DA PROVÍNCIA MAGMÁTICA DO PARANÁ NO SUDOESTE DO PARANÁ
878
ESTRATIGRAFIA E MORFOLOGIA DOS DERRAMES DE BASALTOS DO
GRUPO SÃO BENTO NO EXTREMO NE DA PROVÍNCIA CONTINENTAL
MAGMÁTICA DO PARANÁ, BRASIL
879
REGISTRO DE UM SILL MÁFICO DA FORMAÇÃO SERRA GERAL, NO
TRIÂNGULO MINEIRO, MG
Seer, H.J1; Moraes, L.C.de1
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
A Formação Serra Geral é uma das mais significativas manifestações de lava do planeta e
conhecida como Província Magmática Continental do Paraná (PMCP). É um vulcanismo do tipo
fissural, essencialmente máfico toleítico, com menos de três por cento do volume total de
caráter félsico limitados esses aos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio
Grande do Sul. Rochas intrusivas relacionadas são dominantemente máficas e ocorrem na
forma de diques, sills e lacólitos, concentrados na porção leste da Bacia do Paraná. O registro
aqui relatado foi identificado no âmbito do Projeto Triângulo Mineiro do Programa Mapeamento
Geológico do Estado de Minas Gerais, uma parceria entre a CODEMIG e a UFMG. Trata-se de
um corpo máfico tabular com área aflorante de 44 km2 em território mineiro, espessura média
de 90 m, podendo alcançar 103 m, alojado em arenito da Formação Botucatu. Afloramentos
foram visualizados entre as cotas 531 e 738, mas dificilmente sua espessura é maior que 103
metros, já que afloramentos do arenito relacionado são encontrados nas cotas 580, 610, 642
até 757m. Um mapeamento de mais detalhe poderá definir se representa mais de um nível de
injeção ou de falhamentos que deslocaram o sill. Em campo a rocha forma camadas
decimétricas, bastante bem preservada. Um afloramento precário mostra um basalto junto ao
gabro, podendo representar a borda fina superior da intrusão. A cor é cinza tão mais escura
quanto mais fina é a textura, tendendo a cinza médio esverdeado naquelas mais grossas. À
medida que o intemperismo avança, o plagioclásio cauliniza-se e a cor passa a cinza claro. A
textura varia desde um microgabro com fenocristais de plagioclásio e clinopiroxênio entre 0,1 e
0,5 cm, até um gabro médio, com plagioclásios atingindo 1,2 cm. Dominam termos
intermediários entre esses, e os minerais presentes são plagioclásio, piroxênio, sanidina,
opacos, preponderantemente magnetita, e apatita, que chega a 2%. Os cristais de plagioclásio
são prismáticos a aciculares, maclados e com zonamento oscilatório. Já o piroxênio ocorre na
forma equigranular e prismática alongada tendendo a acicular, sempre com tendência
euédrica. Sanidina é restrita a algumas amostras, em agulhas bem formadas. Os opacos
mostram-se na forma bipiramidal e acicular. A apatita forma prismas curtos e agulhas com até
5 mm. Uma fase intersticial está presente e pode ser formada pelos mesmos minerais, ou por
vidro rico em cristalitos. Localmente mostra-se em desequilíbrio com os fenocristais. Possíveis
cristais de olivina, totalmente substituídos por iddingsita, foram observados em uma amostra.
Minerais secundários como argilo minerais esverdeados, cloritas, zeólitas, carbonato e biotita
não são raros. Em um afloramento foi observado ocorrência de pirita, calcopirita e pirrotita,
tanto na forma de cristais isolados e disseminados como em aglomerados placóides de até um
centímetro.
880
LiTOGEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DOS DIQUES TOLEÍTICOS DE
BAIXO TITÂNIO DA COSTA SUDESTE DO BRASIL: RESULTADOS
PRELIMINARES
881
MORFOLOGIA, MINERALOGIA E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS PÚMICES DO
VULCÃO CENTRAL DA CALDEIRA,
ILHA DO FAIAL (AÇORES)
Costa, I.A.A.1; Machado, A.1,2; Lima, E.F.3; Saldanha, D.L.3; Brito, L.C.1; Almeida, J.M.1; Liz,
L.C.C1;
1Universidade Federal de Sergipe; 2Universidade de Coimbra; 3Universidade Federal do Rio Grande do Sul
A Ilha do Faial está localizada no Arquipélago dos Açores, que se insere geotectonicamente
em um ambiente de junção tríplice das placas Euroasiática, Africana e Norte-Americana. A
história vulcânica da ilha teve início com a formação de depósitos vulcânicos submersos na
Plataforma dos Açores. A primeira fase de vulcanismo subaéreo é representada pelo Vulcão
Central Ribeirinha (Complexo Vulcânico da Ribeirinha), seguido da segunda fase, o Vulcão
Central da Caldeira (Complexo Vulcânico dos Cedros), contemporâneo ao Vulcão Central
Ribeirinha. A terceira fase é representada pela Plataforma da Horta (Formação Almoxarife) e a
quarta pela Península do Capelo (Formação Capelo), sendo estas duas últimas
contemporâneas ao desenvolvimento do Vulcão Central da Caldeira. A atividade vulcânica
efusiva e explosiva do Vulcão Central da Caldeira gerou a acumulação sucessiva de fluxos de
lava e material piroclástico, como os púmices dos depósitos piroclásticos, que estão inseridos
estratigraficamente no Complexo Vulcânico dos Cedros. A morfologia e a composição química
dos púmices de quatros depósitos piroclásticos (C2, C4, C9 e C11) do Complexo Vulcânico dos
Cedros foram analisados, utilizando-se um microscópio eletrônico de varredura (MEV) e
espectrômetros de emissão óptica com plasma acoplado (ICP-OES) e emissão atômica com
fonte induzida de plasma (ICP-AES). A seleção das amostras de púmices para análise levou
em consideração, o grau de preservação da amostra e a correlação do depósito com as fases
eruptivas do vulcão. Os púmices apresentam texturas do tipo microvesicular, expandida,
reticular e tubo, sendo esta classificação baseada no tamanho, forma, grau de coalescência e
distribuição das vesículas. As populações de vesículas ocorrem em vários estágios de
coalescência e muitas vezes, formam uma rede de vesículas interligadas e estiradas,
produzindo tubos. Observa-se a presença de cristais de cristobalita, sanidina, plagioclásio,
piroxênio, anfibólio, biotita, magnetita, Ti-magnetita e ilmenita. Os púmices variam
quimicamente de benmoreítos a traquitos e apresentam afinidade alcalina. A formação de
diferentes texturas nos púmices está relacionada ao processo de coalescência das diversas
populações de vesículas e ao estresse que o magma sofre nas paredes do conduto durante a
atividade vulcânica. O processo de coalescência é responsável pela desgaseificação do
magma e está diretamente relacionado à dinâmica do fluxo magmático na porção superior do
conduto vulcânico. A ocorrência de púmices com formas subarredondadas e angulosas, e com
alto grau de vesiculação por área, sugere uma erupção magmática com alta viscosidade.
882
VULCANISMO SERRA GERAL ÁCIDO TIPO PALMAS, PLANALTO SUL DE
SANTA CATARINA, LIP PARANÁ-ETENDEKA
Besser, M.L.1; Vasconcellos, E.M.G.2; Nardy, A.J.R.3
1Serviço Geológico do Brasil (CPRM); 2Universidade Federal do Paraná (UFPR) – Laboratório de Análise de
Minerais e Rochas (LAMIR); 3Universidade Estadual Paulista (UNESP – Rio Claro)
RESUMO: No elevado planalto sul de Santa Catarina estão distribuídas delgadas e erodidas
sequências vulcânicas de natureza ácida. Elas formam atualmente platôs remanescentes de
uma ampla superfície cretácea outrora conjugada a Etendeka, na Namíbia. O platô de São
Joaquim (PSJ, 28º15’-28º28’S e 49º53’-50º28’W) conserva a principal exposição da sequência
na região (215 km² e até 160 m de espessura real). A associação das 21 litofácies descritas
durante o levantamento das 16 seções estratigráficas permite o reconhecimento da arquitetura
dos corpos vulcânicos e posterior interpretação a cerca de sua geometria. As litofácies máficas
configuram derrames andesito-basálticos geralmente dos tipos Esmeralda e Gramado (baixo
em TiO2). Os derrames são do tipo pahoehoe, espessos e zonados (centro maciço e bordas
amigdaloidais), mas também do tipo a’a’, com brechas de basaltos escoriáceos e superfície
rugosa. As rochas ácidas compreendem dacitos do tipo Palmas, predominantemente do
subtipo Caxias do Sul. A sequência ácida é seccionada por diques basálticos (tipo Esmeralda)
e acomoda uma soleira gabroica (tipo Pitanga, alto em TiO2). O PSJ é formado por pelo menos
10 unidades vulcânicas ácidas, individualizadas com base nas feições de campo e na
correlação geoquímica. As unidades ácidas são extensas (~10 km de comprimento) e
espessas (30-100 m). A arquitetura interna das unidades ácidas estrutura-se comumente nos
seguintes níveis: (1) rocha amigdaloidal muito intemperizada de cor amarela e geometria
ondulada oriunda do intemperismo de vitrófiros amigdaloidais com bandas de fluxo e de
brechas autoclásticas formadas por rocha vesiculada e lentes de pitchstone. Esse nível ocorre
tanto na base como no topo das unidades vulcânicas e compreende o revestimento do corpo
do derrame principal (e teria sido gerado pela movimentação do fluxo); (2) camadas selantes
de pitchstone de composição dacítica, encapando o centro litoidal do derrame; (3) dacitos
vitrofíricos a granofíricos com bandamento de fluxo laminar plano-paralelo, contorcido ou
dobrado, com essas estruturas formadas pela influência das ondulações do terreno durante o
escoamento do fluxo vulcânico; (4) dacitos vitrofíricos a granofíricos com disjunções em lajes,
cujos planos resultam possivelmente da diferença de velocidade do fluxo da lava entre um
ponto e outro do corpo; (5) parte central da unidade vulcânica com dacitos faneríticos muito
finos a finos, maciços, com ou sem disjunções tabulares verticais ou disjunções colunares de
grande porte. A pesquisa parte da hipótese que a LIP do Paraná também contém termos
ácidos piroclásticos, à semelhança de outras províncias ígneas terrestres. No PSJ são
encontrados localmente tufos cineríticos vítricos, evidência de processos piroclásticos raros e
localizados. No entanto, não foram encontradas outras feições desses processos, tais como
presença de fragmentos líticos, fiamme, bombas, níveis com soldagem incipiente ou
afinamento distal dos corpos. Os dacitos do PSJ e arredores ocorrem como derrames e mesas
vulcânicas extensas de centros tabulares e margens lobadas e ramificadas, provavelmente
erigidas por elevada taxa de efusão associada à alta temperatura e baixa viscosidade da lava.
883
PRIMARY VESICLES, VESICLE-RICH SEGREGATION STRUCTURES AND
RECOGNITION OF PRIMARY AND SECONDARY POROSITIES IN LAVA
FLOWS FROM THE PARANÁ IGNEOUS PROVINCE, SOUTHERN BRAZIL
RESUMO: This study focuses in the Santa Cruz do Sul-Herveiras road profile in southernmost
Brazil where a volcanic succession from pahoehoe to rubbly lavas of the Paraná–Etendeka
Province is exposed. Identification of the petrophysical properties of basaltic lava flows, including
the various shapes, sizes, origins, and filling materials of the vesicles, can determine their
suitability as possible unconventional volcanic reservoirs. This work provides an integrated
approach for examining primary vesicles and vesicle-rich segregation structures in the
mesoscopic scale as well as quantitatively analyze the pore types in thin section. This paper
establishes distinct primary vesicle distribution patterns according to lava thickness. The V1
vesicles are ubiquitous in both lobes (up to 1 m thickness) and inflated pahoehoe lavas (2-6 m
thickness). These vesicles also occur in both basal portion and top breccias of the rubbly lavas
(30-50 m thickness). The V2 vesicles occur at the base of both P-type lobes and inflated
pahoehoe lavas. V3 vesicles occur in the upper half of the core of both inflated pahoehoe and
rubbly lavas.This study also highlighted that vesicle-rich segregation structures are preserved
only in the inflated pahoehoe lavas. Proto-cylinders are typical of the base of these flows;
cylinders, C-S cylinders and S2 sheets occur only at core of these lavas, while S1 sheets appear
only in the top. Gas release process to lead to primary porosity, while alteration and tectonic
fracturing are the main processes that generate the secondary porosities including intracrystalline
sieve in plagioclase, intracrystalline in olivine, spongy, cavernous, lacy, intra-fragment, intra-
matrix, intra-cement, quench and tectonic fractures. Despite of several porosities identified in the
study area, the precipitation of secondary minerals within the developed open spaces strongly
decreases the existing porosities. On the other side, the presence of fractures, dykes, and layers
crossing the studied lava flows could represent an efficient channel network for hydrocarbon
migration. However, these structures are sealed by sandstone and secondary minerals, which
reduce the available space for hydrocarbon storage. Future studies should now focus on an
integrated approach of quantitative analysis of porosity and permeability coupled with brittle
tectonic studies in order to define the effective porosity degree of the basaltic lavas of the south
hinge of TS, which could help to build predictive models of reservoir quality for hydrocarbon
storage.
884
DEFORMAÇÕES MAGMÁTICAS EM BACIAS SEDIMENTARES E
IMPORTÂNCIA NA FORMAÇÃO DE SISTEMAS PETROLÍFEROS
Nunes, C.O.1; Soares, U.C.2
1Universidade Federal da Bahia; 2Petrobras/UO-BA
885
CARACTERIZAÇAO GEOLÓGICA DA FORMAÇÃO JAGUARÃO, EXTREMO
SUL DO BRASIL, RS
Araujo, V.M.L¹; Marques, J.C¹; Rosa, M.L.C.C.¹
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
886
Recent advances on the stratigraphy of the Paraná-Etendeka Magmatic
Province in Brazil from field relationships and dating: a critical summary
The establishment of a stratigraphy for the volcanic pile of the Paraná-Etendeka Magmatic
Province in Brazil is a formidable task, much difficulted by the enormous extension of the
volcanism, by the rarity of continuous sessions outside the Serra Geral escarpment in south Brazil
and by the apparently monotonous aspect of the basalt flows, irrespective of their age.
In spite of these drawbacks, a robust framework was established in some remarkable previous
studies, and recent contributions by various research groups from field surveys, geochemistry,
geochronology and paleomagnetism are bringing important new information that contribute to
confirm some old inferences and stimulate some new ideas on the volcanic succession of the
Province.
In this contribution, I summarize the most relevant recent progress in this subject, brought about
by researchers participating in the Fapesp Thematic Project “The Paraná-Etendeka Magmatic
Province in Brazil: temporal and petrological relationships between the tholeiitic and alkaline
magmatism and their geodynamic implications” and by other groups. Among the most relevant
aspects, I discuss:
(1) the eruptive style, age and stratigraphic position of the Santa Maria rhyolites, which seem to
be the youngest of these units, with a consistent reverse paleomagnetic polarity, and may not be
related to the same event that generated the earlier ~134 Ma basalt (Gramado-Urubici)- dacite
(Caxias) sequence of south Brazil;
(2) the stratigraphic position of the Chapecó-type trachydacites, which have a consistent normal
paleomagnetic polarity yielding a virtual pole that is distinct from the rest of the province, and yet
show a ~134 Ma age that seems firmly stablished from both Ar-Ar and U-Pb dating and is
indistinguishable from that of the previous “low-Ti/Y” basalt-dacite sequence. Moreover, the
Chapecó trachydacites are shown by field relationships to underlie the Pitanga-type high-Ti
basalts, but their relationships with the “Palmas” rhyolites are ambiguous;
(3) the meaning and extent of the Paranapanema-type basalts, which typically overlie the more
voluminous “high Ti/Y” Pitanga type in the western portion of the Province, but are shown to
underlie “Gramado-type” basalts in their southwesternmost expositions in Brazil and Uruguay.
A critical and integrated summary of these and other information on the relative and absolute
ages of the volcanic units (and their intrusive counterparts) is used to suggest some future
approaches that may result in refinements and even revisions of the stratigraphy of the PEPM
lava pile.
Financial support: Fapesp Thematic Project 2012/06082-6
887
PETROGRAFIA DE ROCHAS EXÓTICAS DO NÍVEL HEMATÍTICO DA
FORMAÇÃO SÃO JOÃO DA CHAPADA, GRUPO GUINDA, NA REGIÃO DE
BARÃO DE GUACUÍ-MG.
Almeida, G.R.1; Campos, J.E.G.1
1UnB, IG/ICC Centro, Campus Universitário Darcy Ribeiro, 70910-970, Brasília-DF, Brasil.
888
Petrologia e geoquímica de diques ácidos do Enxame de Diques de
Florianópolis, na Ilha de Santa Catarina
Marteleto, N.S.1; Florisbal, L.M.2; Janasi, V.A.1
1Universidade de São Paulo; 2Universidade Federal de Santa Catarina
889
ASPECTOS VULCANOLÓGICOS E LITOGEOQUÍMICOS DA SUCESSÃO
VULCÂNICA DA FORMAÇÃO SERRA GERAL, AO LONGO DA SERRA DO
RIO DO RASTRO – SC.
890
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DOS DIQUES MÁFICOS DA REGIÃO
DE APIACÁS-MT
Primo, G..M.A.1; Corrêa da Costa, P.C.1; Barros, M.F.S.1; Soares, M.A.1
1Universidade Federal de Mato Grosso – Faculdade de Geociências.
RESUMO: Os diques máficos da região de Apiacás, norte do estado de Mato Grosso inserem
no contexto das rochas de idades paleoproterozóicas pertencentes à província Ventuari-
Tapajós(1.9 a 1.8 Ga) no Cráton Amazônico. Tais diques ocorrem ao norte da cidade de
Apiacás, próximos a Vila Mutum e estão intrudidos na Suíte Intrusiva Juruena (1.84 a 1.81 Ga),
Suíte Colíder (1.79 a 1.77 Ga) e o Granito Apiacás (~1.78 Ga). A Suíte Intrusiva Juruena
corresponde grandes corpos intrusivos que formam grandes batólitos distribuídos em um faixa
com largura aproximada de 10 km e direções WNW/ESE, composta por biotita-granitos e
monzogranitos de cor cinza-castanho a cinza-rosado. A Suíte Colíder, distribui-se como uma
faixa continua com largura de aproximadamente 20km, direção Leste-Oeste, com inflexão à
NW onde margeia a borda sul da bacia do Cachimbo. Esta unidade é composta por
microgranitos a micromonzogranitos, granitos subvulcânicos, riolitos a riodacitos. O Granito
Apiacás ocorre em forma de batólitos alongados com direções WNW-ESE, são designados
como leucogranitos a granada ou leucogranitos a duas micas. Esta unidade é composta por
muscovita-biotita granito, biotita-granito e granada leucogranito, com coloração cinza claro a
esbranquiçados leucocráticos. Tais rochas encontram se limitadas a norte pela serra do
Cachimbo e sul pela serra do Caiabis, pelo qual correspondem aos grábens pertencentes a
sequência Beneficente e Dardanelos. Os diques estudados nesta porção do Cráton Amazônico
afloram geralmente em foram de lajedos e blocos In-situ, apresentam espessuras que variam
de centímetros a dezenas de metros e estruturalmente ocorrem com direções que variam de
N40W a N50W, podendo apresentar direções à NE, concordantes com as macroestruturas
regionais observadas na bibliografia. Macroscopicamente estes diques são de cor cinza-
escuros a cinza-esverdeados e textura microporfirítica com fenocristais de plagioclásio,
piroxênio e presença de sulfetos do tipo calcopirita e pirita. É possível observar a presença de
uma capa de intemperismo comum a litotipos de composições basálticas. Microscopicamente
estes diques são classificados como diabásios com texturas intergranular, ofítica a sub-ofitica.
São compostos essencialmente por plagioclásio e piroxênio. Os minerais de alteração
comumente observados são anfibólio, clorita, sericita, epidoto e calcita. Os minerais acessórios
são representados por titanita, apatita e minerais opacos. O plagioclásio é euédrico a
subédrico, com habito tabular e ripiforme, dimensões que variam de 0,5 mm a 1,5 mm e são
comumente alterados para sericita e epidoto pelos processos de sericitização e epidotização,
respectivamente. Os piroxênios são subédricos a anédricos, com hábitos tabulares e
prismáticos, dimensões que variam de 0,2 mm a 1 mm. Encontram se alterados para anfibólio
pelo processo de uralitização. São representados pelo clinopiroxênio do tipo augita e pelo
ortopiroxênio subordinado do tipo hiperstênio. Os anfibólios são geralmente produtos de
alteração dos piroxênios e são representados pela hornblenda e actinolita. Os estudos dos
diques presentes no trabalho apresentam aspectos petrográficos comumente observados em
litotipos que ocorrem em toda porção norte do estado de Mato Grosso, evidenciando assim
uma necessidade no estudo aprofundado dos mesmos para uma possível correlação posterior.
Com o objetivo de melhor classificar e caracterizar estes diques, estudos geoquímicos e
geocronológicos estão sendo desenvolvidos.
891
CARACTERIZAÇÃO DE MINERAIS MAGMÁTICOS ASSOCIADOS À
BENTONITA DA PARTE SUL DA FORMAÇÃO IRATI, BACIA DO PARANÁ.
Silva, A. F.1; Dani N.1; Remus M.V.D.1; Xavier, P. L. A.1; Rodrigues, Y.C. 1; Bicalho, V.1;
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul;
892
PETROFÍSICA EM DERRAMES BÁSICOS E ÁCIDOS DA FORMAÇÃO SERRA
GERAL
Becker, M.1; Lima, E.F.1; Waichel, B.L.2; Biagioni, L.H.Z.2
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2Universidade Federal de Santa Catarina;
893
ESTUDO DOS TIPOS DE POROSIDADE EM ROCHAS VULCÂNICAS:
INTERAÇÃO ENTRE PETROGRAFIA E MICROTOMOGRAFIA DE RAIOS-X
Becker, M.1; Lima, E.F.1; Waichel, B.L.2; Fernandes, C.P.2;
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2Universidade Federal de Santa Catarina
894
A PRESENÇA DE COMPLEXOS VULCANO-SEDIMENTARES DA FORMAÇÃO
SERRA GERAL: PEPERITOS, CAMADAS E DIQUES DE ARENITOS NA
REGIÃO NOROESTE DO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL
Montardo, Doris Ketzer 1
1 Montardo e Nascimento Ltda, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul.
895
A MORFOLOGIA DE CORPOS BASÁLTICOS NÃO AFLORANTES NA ÁREA
URBANA DE FORTALEZA – CE
Werneck, L.S.1; Magini, C.1
1Universidade Federal do Ceará; 1Universidade Federal do Ceará
896
A GEODINÂMICA E O VULCANISMO GLOBAL
José Manuel Fernandes Moça
897
COMPLEXO DE INJEÇÃO NOVO HAMBURGO: GEOMETRIA E ESTRUTURAS
DOS INJETITOS DE AREIA E SUAS RELAÇÕES COM AS ROCHAS
VULCÂNICAS ENCAIXANTES, TORRES, RS.
Zvirtes, G.1,2; Philipp, R. P.1; Hartmann, L.A.1 ; Palladino, G.2; Hurst, A.2
1Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Brasil; 2Universidade de Aberdeen, Escócia
898
ASPECTOS DE CAMPO, PETROGRÁFICO E MICROSCOPIA ELETRÔNICA
DE VARREDURA (MEV) DAS ROCHAS COM ESTRUTURA DE PILLOW
LAVAS NA REGIÃO DE PINDOBAÇU, GREENSTONE BELT MUNDO NOVO,
CRÁTON DO SÃO FRANCISCO, BAHIA, BRASIL
Oliveira, L.R.S.1; Câmara, I.S.1; Santana, P.R.R.1; Santiago, R.C.V.1; Nascimento, R.S.A1;
Macedo, L.L1
1 Universidade Federal da Bahia – IGEO-UFBA
A área de estudo está localizada na porção centro-norte do estado da Bahia, situa-se próximo
ao município de Pindobaçu. Geotectonicamente, constitui a base da coluna estratigráfica do
greenstone belt Mundo Novo, de idade Arqueana, que se encontra reequilibrado no fácies xisto
verde/anfibolito baixo. O objetivo principal desse trabalho é caracterizar o litotipo com base em
feições macroscópicas descritas em campo, aspectos petrográficos e imagens de microscopia
eletrônica de varredura. Para isso, foi feito trabalho de campo, com coleta de amostras para
estudos petrográficos. A partir das amostras coletadas, foram feitas lâminas polida delgada para
análise petrográficas de microestruturas e geração das imagens com o MEV. Neste
levantamento de dados foi possível determinar: (i) em campo, rocha de coloração cinza escuro,
granulação muito fina, isotrópica, com feições de pillow-lavas não deformadas e dimensões
variando entre 30 e 60 cm, exibindo formatos irregulares a elipsoidais. (ii) Litotipo foi classificado
em microscopicamente como quartzo-sericita-clorita xisto, apresentando-se fortemente
hidrotermalizado, constituído por sericita e clorita (menores que 0,1 mm) formando uma matriz
de alteração formando a matriz para associações esferoidais de clorita, quartzo e anfibólio
fibroso. Opacos ocorrem disseminados aleatoriamente por toda lâmina, assim como bolsões
esferoidais (vesículas) preenchidos por quartzo, sílica microcristalina, carbonato e sericita.
Vênulas de quartzo/calcedônia aparecem cortando a rocha em diferentes direções, preenchendo
as fraturas das mesmas e, por vezes associadas a opacos, quartzo, calcedônia (sílica
microcristalina), clorita, sericita. Pseudomorfos de opacos euédricos, com microestrutura
blastoporfirítica e granulometria variando de 0,6 a 2,0 mm de diâmetro, aleatoriamente
disseminado, apresentam-se alterados e parcialmente substituídos por quartzo/calcedônia. (iii)
foram realizadas análises de microscopia com MEV em dois sítios distintos nos pórfiros relictos
de opacos que apresentaram composições distintas, que podem estar associadas a no mínimo
duas fases mineralógicas. No sítio-1, o mapa de distribuição dos elementos atesta a
predominância de O, Si, Al com quantidades traços de K, Cr e Fe. Enquanto no sítio-2, o mapa
de distribuição dos elementos atesta a predominância de O, Fe, Si, Al, com quantidades traços
de Ti, Ca e K. Os dados de campo, tais como, dimensões e morfologias das pillow lavas sugerem
um magma de baixa viscosidade depositado em um ambiente de baixa declividade. Já a pequena
porcentagem de amigdalas no litotipo, sugere que o mesmo foi gerado sob profundidades de ~1
Km. Já os dados de MEV do sítio-1 reforçam a hipótese da alteração do litotipo por fluidos ricos
em sílica, sugerida pela analise petrográfica. Já a análise do sítio-2 sugere que os blastoporfiros
de opacos são minerais do grupo dos (óxidos de Fe/Ti) que foram preservados no processo de
alteração hidrotermal. Diante da integração dos dados apresentados, é possível concluir que: o
litotipo estudado, possivelmente representa um basalto de fundo oceânico com estruturas de
pillow lavas preservadas; O mesmo foi afetado por metamorfismo e/ou hidrotermalismo na
orogenia Riaciano-Orosiriana que estruturou a serra de Jacobina, o greenstone belt Mundo Novo
e obliterou parcialmente as microestruturas e a paragêneses mineral primárias do protólito
vulcânico máfico precursor da bacia oceânica.
899
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DO STOCK ALCALINO DA FAZENDA
LAGOA BRANCA, MUNICÍPIO DE PORTO MURTINHO-MS
Moreira, J.S.1, 2,3,4; Sousa, M.Z..A.1,2,3; Ruiz, A.S. 1,2, 3.; Matos, J.B.1, 2,3; Batata, M.E.F. 2,5
1Faculdade de Geociências-UFMT; 2Grupo de Pesquisa de Evolução Crustal Guaporé; 3Instituto Nacional de
Ciência e Tecnologia de Geociências da Amazônia –GEOCIAM; 4Grupo PET Geologia-UFMT, 5 Universidade de
São Paulo
900
GEOCRONOLOGIA U-Pb DOS BASALTOS E ANDESITOS DA FORMAÇÃO
ACAMPAMENTO VELHO NA REGIÃO DA PALMA, TERRENO SÃO GABRIEL,
CINTURÃO DOM FELICIANO, RS
RESUMO: O Terreno São Gabriel situado na porção oeste do Cinturão Dom Feliciano no RS,
representa o evento de fechamento do Oceano Charrua entre 900 e 680 Ma. A formação das
rochas vulcânicas intermediárias e básicas da região da Palma foi atribuída ao período de
subducção ativa, sendo o Arroio da Palma, próxima a mina homônima, a seção tipo de
exposição destas rochas. A partir do mapeamento geológico foram realizadas análises
petrográficas e geoquímicas e geocronológicas pelo método U-Pb em zircões ígneos dos
basaltos e andesitos. As exposições são restritas, sendo a rocha predominantemente maciça e
subordinadamente com foliação de fluxo incipiente. As rochas possuem composições variando
entre basalto, basalto andesítico a andesitos. Apresentam textura porfirítica, com fenocristais
de plagioclásio euédricos e ripiformes, com tamanhos entre 0.5 e 1.0 mm, envoltos em uma
matriz equigranular fina a intergranular, composta por cristais de plagioclásio, actinolita, clorita,
epidoto, titanita, apatita, carbonato e opacos. Apresenta ainda textura amigdaloidal e/ou
vesicular preenchidas por quartzo, epidoto e zeolita, que podem representar até cerca de 40%
da rocha e marca a atuação de um evento hidrotermal e/ou um metamorfismo térmico. A
atuação deste último processo é favorecida pelo desenvolvimento amplo de textura acicular e
fibro-radiada gerada pelo crescimento desorientado de actinolita e textura decussada definida
pelo crescimento desorientado de clorita. O metamorfismo de contato é de baixa temperatura,
da fácies albita-epidoto hornfels. Próximo ao contato com o Granito Jaguari são observadas
injeções aplíticas de composições leucocráticas. Os resultados das amostras do Arroio da
Palma datadas pelo método U-Pb LA-ICP-MS forneceram idades de 563 ± 2 Ma e 573 ± 6 Ma.
Estas idades típicas do vulcanismo da Formação Acampamento Velho da Bacia do Camaquã,
orientaram a correlação geoquímica com as exposições mais próximas desta formação
ocorrentes a cerca de 20 Km a NE, no Platô da Ramada e aproximadamente 20 Km a SE, no
Platô do Taquarembó. As rochas básicas a intermediárias apresentam composição cálcio-
alcalina baixo a médio-K e caráter metaluminoso. Os diagramas binários de Harker para
elementos maiores e menores possuem alinhamentos negativos de Al2O3, MgO, CaO e FeOt e
positivos de P2O5 e K2O. Comparativamente às rochas dos platôs da Ramada e do
Taquarembó, os basaltos e andesitos do Arroio da Palma mostram-se empobrecidos em Ni e
Sr e, enriquecidos em Rb, Ba, Y, Zr, Ce e La. A discriminação tectônica das três ocorrências
está relacionada com basaltos de arco continental. A análise dos diagramas multi-elementares
normalizados para o manto primitivo permitiu correlacionar as exposições de rochas básicas
das três áreas, apresentando um padrão similar com enriquecimento em elementos LILE, leve
enriquecimento nos ETRL, empobrecimento de Nb e Ti e um padrão achatado dos ETRP. O
conjunto de dados obtidos permite realocar os basaltos e andesitos da região da Palma como
pertencentes ao vulcanismo pós-colisional da orogênese Dom Feliciano, associados à
Formação Acampamento Velho da Bacia do Camaquã.
901
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ ST12 –
Geodinâmica e
Evolução do Atlântico Sul
ISBN: 978-85-99198-13-1
902
PROPAGADORES OCEÂNICOS NO ATLÂNTICO SUL: OBSERVAÇÕES NAS
BACIAS DE PELOTAS E SANTOS
Mohriak, W.U.1
1Universidade do Estado do Rio de Janeiro
RESUMO:
Apresenta-se neste trabalho a interpretação de propagadores oceânicos no Atlântico
Sul, notadamente na margem continental das bacias brasileiras da margem sul (Santos e
Pelotas), e sua extensão para a região da plataforma continental do Uruguai e Argentina.
Observa-se notável relacionamento entre os propagadores e zonas de fraturas oceânicas, e
também uma possível ligação com plumas mantélicas associadas com a ruptura do Gondwana
e formação das bacias sedimentare e das margens continentais divergentes. A integração de
dados de métodos sísmicos e potenciais (gravimetria e magnetometria) sugere que o
propagador identificado na região sul do Brasil (propagadora Abimael, entre Pelotas e Santos)
adentra a Bacia de Santos separando duas porções com a presença de sal, que não ocorre na
região caracterizada por um notável alto vulcânico a oeste da Zona de Fratura de Florianópolis.
Interpretações anteriores da anomalia Bouguer da região do limite sul da bacia
evaporítica do Aptiano Superior sugeriam crosta continental mesmo em regiões onde a
anomalia alcançava valores mais compatíveis com os altos vulcânicos observados na crosta
oceânica. Na reinterpretação que foi realizada no início dos anos 2000, observou-se que o
substrato apresentava características de crosta proto-oceânica semelhante à crosta em
desenvolvimento atual na região do Mar Vermelho e Golfo de Aden. Notadamente no Mar
Vermelho observa-se a implantação de centros de espalhamento oceânico ainda incipientes,
em crosta com idade de menos de 5 Ma. Esses centros de espalhamento separam massas de
sal de idade miocênica, com grande espessura tanto na margem africana (Egito, Sudão e
Eritréia) quanto na margem da Arábia Saudita e Iemen. Na margem continental brasileira
observa-se a ocorrência de extensa e espessa sequência evaporítica na porção centro-sul da
Bacia de Santos, atingindo mais de 2000 m de sal como comprovado por poços exploratórios.
Essa bacia evaporítica na parte sul de Santos é ausente em porções adjacentes ao
propagador, indicando que a mesma foi separada por um episódio de espalhamento oceânico
que foi abortado provavelmente entre o Aptiano Superior e o Albiano Inferior, com o
desenvolvimento de novo centro de espalhamento deslocado mais para leste, e que resultou
na separação final da margem brasileira e africana.
Embora ocorra na região do propagador uma rápida subida da descontinuidade de
Mohovicic, sugere-se que essa região é associada com um substrato vulcânico e não com
manto exumado como sugerido por diversos trabalhos recentes. Ocorrem feições identificadas
como cunhas de refletores mergulhantes para o mar tanto na região onde ocorre o afinamento
crustal quanto na região de crosta oceânica. Os dados geofísicos regionais sugerem que os
propagadores avançam da margem argentina para a margem brasileira, sendo afetados por
zonas de fraturas e pela presença de uma pluma mantélica no Cretáceo Inferior, localizada na
parte norte da Bacia de Pelotas, que atualmente poderia estar associada com a Ilha de Tristão
da Cunha, localizada próximo da dorsal meso-atlântica.
903
ENXAME FLORIANÓPOLIS: DIQUES DA PONTA DO PASTO-
NAUFRAGADOS
Veronez, J.B.¹, Tomazzoli, E.R.²
1Universidade Federal de Santa Catarina, Curso de Geologia, Bolsista PFRH PB-240; 2Universidade Federal de
Catarina, Departamento de Geociências.
RESUMO: A Ilha de Santa Catarina está localizada entre os paralelos 27°10’ e 27°50’ de latitude
sul e entre os meridianos 48°25 e 48°35’ de longitude oeste, apresenta forma alongada na
direção nordeste devido à configuração estrutural de seus maciços rochosos, interligados hoje
por areas de sedimentação quaternária.
Esses maciços são compostos predominantemente por granito alcalino equigranular
grosso (Granito Ilha) e também por rochas vulcânicas e hipabissais predominantemente ácidas
que compõem a Suíte Plutono Vulcânica Cambirela O Granito Ilha é intrusivo em Gnaisses e
Migmatitos do Complexo Águas Mornas, que ocorre na area continental adjacente à Ilha. Esses
maciços são cortados por diques básicos que compõem o Enxame Florianópolis, de Idade
Cretácea. Nos depósitos quaternários de planície costeira ocorrem dentre os minerais pesados,
concentrações expressivas de Óxidos de Fe-Ti (magnetita-ilmenita) provenientes dos diques.
Estudos petrológicos, geoquímicos e geocronológicos associados aos trabalhos de
geologia estrutural mostraram que o Enxame de Diques Florianópolis é de natureza polifásica,
com pelo menos três a quatro episódios maiores de injeção de diques em épocas distintas, no
intervalo entre 139 a 119 Ma. Novos dados foram recentemente obtidos e estão descritos abaixo,
excluindo-se aqui as análises geoquímicas que ainda estão sob avaliação.
No extremo leste da Praia de Naufragados, um dique múltiplo, com direção N20°E,
totalizando espessura de 22 metros, é constituído por intrusão paralela de um dique básico,
afanítico em outro, mais antigo, de granulação fina a média. O contato desse dique múltiplo com
o granito encaixante se dá por fraturas N20°E (predominantes) e N50°E. A direção da borda leste
deste dique é N20°E. No dique interno há ainda uma estrutura do tipo ponte do dique externo,
com direção N60°E; subvertical, indicando que esse dique foi intrudido com σ1 horizontal com
essa direção e, consequentemente σ3 horizontal segundo N30°W.
Na direção da Ponta do Pasto, observa-se ainda fino dique de 1,5 metros de largura
e direção geral N50°E de traquiandesito basáltico datado de 119 Ma (datação Ar-Ar) intrusivo em
mega dique de gabro com aproximadamente 200 metros de largura e direção geral N30°E, que
exibe bordas de granulação fina e núcleo de granulação grossa. Esse maga dique foi datado em
139 Ma (datação Ar-Ar). No dique fino, ocorre ainda estrutura do tipo semi-ponte, com direção
N-S, evidenciando que foi intrudido no mega dique sob σ1 horizontal com essa direção. Em sua
borda sudoeste há evidências de refusão do granito encaixante pelo calor da intrusão básica.
Essas observações são importantes pois trazem informações relevantes sobre a
deformação crustal da época do posicionamento dos diques, revelando os principais campos de
tensões (stress) e estruturas resultantes do regime distensivo que atuou na costa catarinense
durante o Rifteamento do Supercontinente Gondwana e consequente formação do oceano
Atlântico.
904
CARACTERIZAÇÃO PETROGRÁFICA DOS DIQUES DE DIABÁSIO DE
PARAÍBA DO SUL - RJ
Pires Junior, P.R.1; Nogueira, L.B.1; Fernandes, P.S.P.1; Corval, A.1; Valente, S.1
1Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
905
O SISTEMA DE JUNTAS TECTÔNICAS DO ARQUIPÉLAGO DE SÃO PEDRO
E SÃO PAULO (ATLÂNTICO EQUATORIAL BRASILEIRO) E A SUA
PROVÁVEL RELAÇÃO COM TECTONISMO ATIVO DEVIDO A UMA
COMPRESSÃO NORTE-SUL
Thomas Ferreira da Costa Campos1*, Susanna Eleonora Sichel2, Marcia Maia3, Akihisa Motoki
5†, Daniele Brunelli4, Reinaldo Petta1, Kenji Freire Motoki2, Thais Vargas5, Peter Szatmari6
Geologia e Geofísica, Universidade Federal Fluminense, Brasil;3 Université de Bretagne Occidentale / Institut
Universitaire Européen de la Mer Unité Mixte de Recherche - Domaines Oceaniques, France, 4 Dipartimento di
Chimica e Geologia, Università di Modena e Reggio Emilia, Italia, 5Departamento de Mineralogia e Petrologia
Ígnea da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Brasil, 6Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Leopoldo
Américo Miguêz de Mello (CENPES-PETROBRAS), Brasil, † In Memoriam, * thomascampos@geologia.ufrn.br
RESUMO: Descreve-se sistema de juntas tectônicas do Arquipélago de São Pedro e São Paulo,
Oceano Atlântico Equatorial Brasileiro (ASPSP) e sua provável relação com uma compressão
Norte-Sul, devido ao tectonismo ativo de elevação, que expôs o Manto Abissal. As ilhotas e
pontas de rochas que constituem o ASPSP são os cumes de uma cordilheira submarina
constituída por peridotito mantélico e rocha alcalina derivadas do Manto, fortemente
milonitizadas e serpentinizadas, designado de Maciço de São Pedro e São Paulo (MSPSP). Este
maciço na cota -2.900 m possui cerca de 200 km de comprimento por 30 km de largura e uma
forma elipsóidal. Observou-se durante os trabalhos de campo na ilha Belmonte a existências de
fissuras profundas e paralelas, com direção geral NE-SW e que as formas de algumas ilhas
(Nordeste e Sudeste) são parcialmente definidas por estas fissuras. Executou-se cerca de
5.438 medidas nesse sistema de diaclasamento, que abrangeu as ilhas de Belmonte, Sudeste,
Nordeste, Sul, Cabral e Rocha Coutinho. Identificou-se os seguintes tipos de juntas tectônicas:
a) Juntas que cortam a lineação milonítica e formam um sistema conjugado de alto ângulo, b)
Juntas de direção aleatória associada a serpentinização, c) Juntas de baixo ângulo associada a
liberação de sobrecarga, e d) Juntas abertas preenchidas por carbonatos e óxidos de ferro. O
sistema de juntas conjugadas apresentam com direção preferencial N23°E e N34°W, com eixo
de compressão segundo N10ºW. As pequenas variações na direção e inclinação dessas juntas
poder ser atribuídas a movimentação gravitacional associada aos “Depósitos de Vertentes” que
movimentou e inclinou grande blocos de rochas (Noroeste, Nordeste e Sudeste). O mecanismo
focal dos terremotos ocorridos nas imediações das ilhas apresenta-se com compressão também
na direção geral Norte-Sul. O MSPSP corresponde a uma elevação tectonicamente ativa, com
uma taxa média de 1.5 mm/ano. Nossos dados indicam que essa compressão Norte-Sul, com
um ligeiro tombamento para NNW-SSE gerou o sistema de juntas conjugadas do ASPSP.
Contudo, na área estudada, a direção da Falhas Transformante de São Paulo, seu movimento e
a lineação milonítica não são exatamente paralelos, essa discrepância será devida a
compressão Norte-Sul. Consequentemente, consideramos o Maciço de São Pedro e São Paulo
como uma maciço de pressão da Falha Transformante de São Paulo e que a tensão de
compressão Norte-Sul, ativa desde 8 Ma, rotacionou o MSPSP e se encontra ainda a empurrá-
lo para cima do nível do mar.
906
A INTRUSÃO TOLEÍTICA DE LIMEIRA (SP): CONTRIBUIÇÕES À GEOLOGIA
E ESTRATIGRAFIA DE UMA INTRUSÃO ACAMADADA
Santos, L.M.L.A.¹; Vlach, S.R.F.²
¹Universidade de São Paulo; ²Universidade de São Paulo
RESUMO: A intrusão de Limeira (SP) é uma ocorrência associada aos derrames da Formação
Serra Geral da Bacia do Paraná, e faz parte da Província Magmática do Paraná, uma das
maiores manifestações magmáticas do planeta e a segunda maior província ígnea, composta
principalmente por rochas basálticas de caráter toleítico. Essa manifestação é responsável pela
erupção de cerca de 562.000 km³ de lavas do tipo pahoehoe (Frank et al., 2009), e todo o volume
de lavas dessa província foi gerado no intervalo de 16 Ma, entre 135 e 119 Ma (Brückmann et
al., 2014). Historicamente essa intrusão vem sendo descrita como um sill desde os trabalhos de
Soares (1985), que primeiro classificou como sill de Limeira-Cosmópolis, até recentemente. A
intrusão ocorre na borda leste da Bacia do Paraná, ao sul da cidade homônima, em meio aos
arenitos e siltitos do Subgrupo Itararé, e encontra-se exposta em duas pedreiras. À partir das
observações de contatos verticalizados com as rochas encaixantes, falhamentos causados por
empurrões durante a intrusão e os contatos irregulares no seu topo, é possível caracterizar esse
corpo como uma intrusão pequena, em contato discordante com as rochas hospedeiras. Além
disso, a presença de estruturas acamadadas, até então não descritas - observadas nas rochas
que ocorrem no centro da intrusão – e associada a distribuição no espaço, as formas de
ocorrência das rochas presentes, variações de granulação e textura, pode-se inferir que essa
ocorrência não apresenta o formato tabular descrito anteriormente, e sim o formato de um
lacólito, em ‘pires’, com a região central mais espessa que as bordas. As variações da textura,
estrutura e composição, no geral, ocorrem de formas diferentes à partir da borda até as regiões
próximas ao centro da intrusão. São encontradas rochas com textura maciça, como basalto
(diabásio afanítico) e diabásios nas bordas, gradando para rochas heterogêneas de granulação
grossa a muito grossa, como monzodioritos e quartzo-monzodiorito. A rocha com estrutura
acamadada, classificada como quartzo-monzodiorito, apresenta intercalações rítmicas de
camadas sub-horizontais de composições mais ricas e mais pobres em minerais máficos, como
clinopiroxênios, magnetita titanífera e sulfetos. Essas camadas podem ocorrer de forma
incipiente ou bem formadas, com espessuras decimétricas a métricas. Recentemente estão
sendo realizados levantamentos geofísicos, pelos métodos gravimétrico e magnetométrico, com
o intuito de determinar a geometria dessa intrusão, provavelmente próxima a de um lacólito.
PALAVRAS-CHAVE: intrusão acamadada; lacólito; Serra Geral; Limeira.
907
OCEAN CORE COMPLEX DERIVADO DE UMA NOVA INTERPRETAÇÃO
BATIMÉTRICA NA DORSAL MESO-ATLÂNTICA
Nóbrega II,M1,Simões, H.A. 1,Lacasse, C.M. 1,Santos,R.V1, Pessanha, I.B.M.1,
Cavalcanti,J.A.D. 1,Gomes,F.E.M. 1, Souza, M.L. 1, Frazao,E.P. 1, Bezerra, R.G. 1, Souza, G.M. 1,
Lisniowski; M.A. 1
1Serviço
Geológico do Brasil - CPRM, Divisão de Geologia Marinha, Departamento de Recursos Minerais
(DEREM), contato: marcos.nobrega@cprm.gov.br.
908
Evolução tectono-estratigráfica dos evaporitos Horizonte e Paripueira na
porção alagoana da Bacia de Sergipe-Alagoas e suas implicações na
abertura do Oceano Atlântico Sul
Martins, G.S.1; Mohriak, W.U.1; Destro, N.2;
1Uuniversidade do Estado do Rio de Janeiro; 2Petrobras
909
QUANTITATIVE ANALYSIS OF TECTONIC SUBSIDENCE IN THE POTIGUAR
BASIN - PRELIMINARY DATA
Lopes, J.A.G.1; de Castro, D.L. 1; Bertotti, G.²; Beekman, F.³
1Programa de Pesquisa e Pós-Graduação em Geodinâmica e Geofísica - UFRN, ²Delft University of Technology,
³University of Utrecht
ABSTRACT: The evolution of rift basins can be explained by simple models, which assume that
these basins are developed from two steps: extension and thinning of the continental
lithosphere, associated with block faulting and initial subsidence; and thermal relaxation,
associated with thermal subsidence. In the Potiguar Basin, easternmost basin of the Brazilian
equatorial margin, formed by extensional efforts during the Early Cretaceous, the mechanisms
of subsidence responsible for vertical tectonics were: a) the isostatics response to the extension
and thinning of the crust and lithosphere, in syn-rift phase, which promoted the formation of
asymmetric grabens and internal highs; b) the cooling and thickening of the lithosphere, mostly
in post-rift phase; and c) sediment loading, which occurred in both phases. Using the
backstripping technique, that involves the removal of sedimentary and water loads in order to
obtain the depth of the basement without these surface charges, it was possible to infer the
rates of tectonic subsidence of the Apodi, Umbuzeiro and Boa Vista grabens, in onshore portion
of the Potiguar Basin, and to quantify the contribution of sediment load during the total
subsidence of the basin. This technique was applied using the BACKSTRIP program, which
calculates the total and tectonic subsidence for a given well. This algorithm is based on
Airy isostatic model and takes into account parameters related to compression, thickness of the
sedimentary layers, paleobathymetry, sea level rise, besides density values for the mantle,
water and sediments. In this issue, synthetic wells data were used, constructed from the
correlation between actual well data and seismic profiles, whose positions have been chosen to
represent the thickest sedimentary packs in each graben. Due to the few studies related to
paleobathymetry in the onshore portion of the Potiguar rift, it was decided not to include this
variable in the backstripping approach, given its secondary effect compared to sedimentary
loading. Preliminary analysis of the data indicates that during the Early Cretaceous (Valanginian
to Eoaptian), corresponding to the Potiguar rift phase, the rate of tectonic subsidence in the Boa
Vista graben was up to 20.7 m/Myr, while in the Umbuzeiro and Apodi grabens the rates were
96.7 m/Myr and 84.5 m/Myr, respectively. During the post-rift time, when transitional and fluvial-
marine sequences were deposited, rates of tectonic subsidence reached 8.1 m/Myr in Apodi
graben, 6.4 m/Myr in Umbuzeiro graben and 7.7 m/Myr in Boa Vista graben. These reduced
subsidence rates may reflect that only the thermal subsidence would have acted at this stage.
Regarding the effect of the sedimentary load in the total subsidence of the basin, it is
noteworthy that the Apodi graben suffered a contribution of 149.35% in subsidence, while in the
Umbuzeiro and Boa Vista grabens this contribution were 142.87% and 100.53%, respectively.
Transfer of transform shear from the development of the Brazilian Equatorial margin to the plate
interior could play an important role to the more intense subsidence rate in the SW Potiguar rift
termination.
910
EVOLUÇÃO TÉRMICA DA SEÇÃO RIO DE JANEIRO – TRÊS RIOS
Gezatt, J. N.1; Jelinek, A. R.2, Stephenson, R.1; Macdonald, D.1
1Universidade de Aberdeen, Escócia; 2Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
RESUMO: Os processos térmicos envolvidos nas fases sin- e pós-rifte das atuais margens
passivas é de grande interesse. Seu estudo revela mecanismos tectônicos, e o conhecimento
dos processos de soerguimento e denudação permitem um maior entendimento do
preenchimento das bacias marginais. As idades traço de fissão das vinte e uma amostras
coletadas na transecta entre as cidades do Rio de Janeiro e Três Rios (Estado do Rio de Janeiro)
variam entre 98.5±11.9 e 54.1±4.2 Ma. As idades são mais jovens junto à costa e aumentam
progressivamente em direção ao continente. Amostras mais altas (cerca de 1500 m acima do
nível do mar) possuem idades mais antigas. Todavia, a amplitude de idades encontradas para a
área é baixa, o que contrasta com a grande variação encontrada por outros estudos em porções
adjacentes da margem continental brasileira. Amostras com mais de 50 traços confinados foram
modeladas com os softwares QTQt e HeFTy a fim de encontrar uma história térmica óptima para
a região. A maioria das trajetórias de resfriamento mostram soerguimento rápido com início entre
100 e 76 Ma, com uma redução significativa da taxa de resfriamento entre 60 e 40 Ma. O evento
de resfriamento cretáceo é atribuído a um rápido soerguimento ligado ao rifte e abertura do
Oceano Atlântico. As inflecções paleocênicas nas trajetórias de resfriamento podem estar
relacionadas à reativação tectônica e formação do Sistema de Riftes Cenozoicos do Sudeste do
Brasil. Os modelos feitos com idades traços de fissão e idades (U-Th)/He reforçam essa
interpretação. O registro de baixa temperatura da seção Rio de Janeiro – Três Rios do sudeste
da margem continental brasileira implica em uma história termal relativamente simples da
evolução sin- e pós-rifte da área. Tal contraste com os dados encontrados para as áreas
adjacentes é atribuído à forte compartimentação estrutural N-NE/S-SW das rochas do
embasamento neoproterozóico e zonas de transferência extencionais relacionadas ao processo
de rifte.
911
RAZÃO Vp/Vs SOB O PERFIL SÍSMICO PABBRISE
Simões, C.H.S.P.1; Bernardes, R.B.1; Soares, J.E.P.1 ; Peixoto, C.L.O.¹; Fuck, R.A.1; Lima,
M.V.A.G.2;
1 IG/UnB – Instituto de Geociências, Universidade de Brasília
2 UNIPAMPA – Universidade Federal do Pampa
RESUMO: O perfil PABBRISE (PAraná Basin, Brasília and RIbeira belts Seismic Experiment)
consiste em experimento sísmico de refração e reflexão de ângulo amplo realizado na porção
nordeste da Bacia do Paraná, passando pela Faixa Brasília meridional e Faixa Ribeira central,
no Estado de São Paulo. Possui cerca de 700 km de extensão, com orientação NW-SE. Os
dados foram obtidos no âmbito do projeto de pesquisa “Estudo da Transição da Crosta
Continental-Crosta Oceânica na Região Sudeste do Brasil: Experimentos de Refração Sísmica
Profunda e Magnetotelúrico e Estudos Geológicos na Faixa Ribeira e Bacia do Paraná
(PETROBRAS/UnB/Finatec–2012). A razão Vp/Vs da crosta e manto superior sob o perfil
PABBRISE foi obtida a partir da modelagem do campo de velocidade das ondas P e S. Essa
razão é uma medida adimensional particularmente sensível ao conteúdo de sílica das rochas,
mas sensível também à presença de fluidos e à anisotropia, ressaltando variações não
observadas com o imageamento Vp ou Vs separadamente. O imageamento Vp/Vs mostra
crosta superior diferenciada em três domínios: i) na porção noroeste do perfil, valores de Vp/Vs
superiores a 1,80 evidenciam contexto máfico/ultramáfico possivelmente relacionado a
intrusões máficas; ii) na extremidade sudeste do perfil a razão Vp/Vs decresce para valores
menores que 1,70, o que indica crosta félsica, provavelmente relacionada com a granitogênese
cambriano-neoproterozoica existente na área; iii) a região central do perfil apresenta valores de
composição intermediária, que podem representar crosta superior com estrutura pré-cambriana
original preservada ou pouco modificada. A crosta inferior apresenta valores de Vp/Vs em geral
maiores que 1,80, mas com significados distintos ao longo do perfil: i) na porção noroeste, o
valor alto de Vp/Vs está associado a intrusões máficas, também identificadas na crosta
superior; nessa mesma porção verificam-se valores anômalos na base da crosta inferior (<
1,73); ii) no domínio central, underplating sugerido pela modelagem P é confirmado no
imageamento Vp/Vs; iii) na porção sudeste, apesar da Vp/Vs de 1,80, os valores baixos da
onda P na crosta inferior (6,48–6,65 km/s) não sustentam composição máfica para essas
rochas, sugerindo que os valores elevados de Vp/Vs estejam associados à presença de fluídos
intersticiais. Os fluidos aumentam a pressão de poro, diminuindo a rigidez da rocha e,
consequentemente, reduzindo de forma significativa a Vs e aumentando a Vp/Vs. O manto
litosférico revela dois domínios distintos caracterizados por razão Vp/Vs de 1,75 a noroeste e
1,71 a sudeste, próximo à costa. O imageamento Vp/Vs mostra que: i) A porção noroeste do
modelo foi retrabalhada por intrusões máficas, possivelmente associadas aos derrames da
Formação Serra Geral, afetando manto e crosta superior-inferior; ii) A porção sudeste (Faixa
Ribeira) teve o manto estirado e parte da crosta delaminada, e como consequência desse
processo, a crosta inferior foi possivelmente injetada por fluidos. Sob o perfil PABBRISE a
crosta inferior foi modificada por intrusões máficas e delaminação. O manto litosférico sob a
bacia em alguma proporção controlou o alcance do estiramento imposto pela abertura do
Oceano Atlântico Sul.
912
THE TECTONIC SIGNIFICANCE OF THE SKELETON COAST DYKE SWARM
AND ITS CORRELATION WITH THE FLORIANOPOLIS DYKE SWARM
McMaster, M.1; Almeida, J.1
1Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro
ABSTRACT: This papers examines the distribution and kinematics of the Skeleton Coast Dyke
Swarm (SCDS) of northwest Namibia in comparison with its Brazilian equivalent, the
Florianopolis Dyke Swarm (FDS) of Santa Catarina. Aeromagnetic data and satellite imagery
have been used to the map the distribution of generally coast parallel mafic dykes in northwest
Namibia. These dykes are related to the Etendeka basalts of Namibia, which together with the
Serra Geral basalts, associated felsic volcanics and mafic dyke swarms of south-east Brazil;
form the Paraná-Etendeka magmatic province of early Cretaceous age (119-139 Ma). Dyke
swarms possess a special tectonic significance as using the principals of kinematic analysis it is
possible to estimate the conditions of stress active during their emplacement. The SCDS
parallels the trend of the Pan-African Kaoko Belt, with the majority of the dykes orientated SSE-
NNW (155-335). Dykes of this orientation can be observed up to two hundred kilometres inland,
but are more frequent closer to the coast. The lack of asymmetrical features suggests that the
direction of maximum extension was ENE-WSW (65-245) normal to the trend of SCDS.
However, less common ESE-WNW and SE-NW orientated dykes display asymmetrical features,
such as zigzags, en-echelon dykes and bridges between dyke segments, which are indicative of
dextral shear sense suggesting NE-SW (30-210) extension. In contrast, WSW-ENE (65-245)
trending dykes which are common along the coast, generally display a sinistral shear sense
indicating a SE-NW (135-315) direction of maximum extension during their emplacement.
However these ENE-WSW dykes appear to be cut by the dominant SSE-NNW trending dykes,
raising the possibility of more than one generation of mafic dykes in northwest Namibia. It is
hoped that ongoing geochemical studies and isotope dating will resolve this question. Best fit
tectonic reconstructions of Western Gondwana, suggest that the South America continent was
rotated some 40 degrees to the east (clockwise) during the break-up of Western Gondwana and
subsequent opening of the South Atlantic Ocean. When the South American continent is
restored to its pre-break-up position the principal (SW-NE) orientation of the FDS is similar to
the orientation of the SCDS. Kinematic analysis of asymmetrical features suggests a
predominant sinistral shear sense for the FDS, however it should be noted that a significant
number of SW-NE trending dykes display dextral shear sense. Based on the analysis of 36
dykes from the FDS, σ3 was 105-285 (SEE-NWW) during dyke emplacement. This equates to
ENE-WSW (65-245) extension when the rotation of the South American continent is taken into
account, giving a result similar to the σ3 calculated for the SCDS. In conclusion, the FDS and
SCDS are considered to be part of the same dyke swarm emplaced under ENE-WSW
extension during the Early Cretaceous break-up of Western Gondwana.
913
MAPEAMENTO GEOLÓGICO – GEOTÉCNICO DAS INCISÕES EROSIVAS DA
ILHA DA TRINDADE, ATLANTICO SUL – BRASIL.
Barbosa, G. M. F.¹; Castro, J.W.A.²
Laboratório de Geologia Costeira, Sedimentologia & Meio Ambiente - LAGECOST, Museu Nacional - UFRJ
RESUMO: A ilha oceânica da Trindade, com superfície de 13 km², situa-se no oceano Atlântico
sul, aproximadamente no paralelo de Vitória, Estado do Espírito Santo, afastada 1.140 km da
linha de costa. Caracteriza-se por relevo íngreme associado a uma zona de fratura transversal
de montes vulcânicos submarinos. A parte emersa da ilha, em forma de um cimo erodido,
repousa sobre o assoalho oceânico a quase 5.500 m de profundidade. Os ambientes
geológicos são constituídos por rochas alcalinas ultrabásicas a intermediárias e depósitos
sedimentares pleistocênicos-holocênicos identificados por dunas, praias, aluviões, recifes
algálicos e recifes de corais. As condições topográficas atuais, bastante diferentes dos maciços
vulcânicos originais, evidenciam a presença de grandes incisões erosivas (voçorocas)
decorrentes da remoção da cobertura vegetal por cabras selvagens. O presente trabalho tem
como objetivo estudar 4 (quatro) grandes incisões erosivas associadas a Formação Morro
Vermelho, Formação Complexo Trindade e Formação Vulcão do Paredão associada a um cone
aluvionar. Como procedimento metodológico desenvolveu-se um levantamento topográfico
utilizando um GPS geodésico Pro Mark 2 e uma trena digital laser meter. Em seguida, realizou-
se um levantamento estratigráfico e geotécnico com o intuído de aferir os pontos suscetíveis a
processos erosivos. Em gabinete, gerou-se um mapa em 3D a partir do programa Arc Gis 10.0.
Resultados obtidos sugerem 2 (duas) incisões erosiva (voçoroca) associada ao Complexo
Trindade (manifestação mais antiga). Esse complexo é constituído por um conjunto
heterogêneo de rochas intrusivas piroclásticas (tufos de lapilli e bombas). De acordo com os
dados de campo verificou-se que esses 2 (dois) pontos apresentam-se menos susceptível ao
processo erosivo. A Formação Morro Vermelho caracteriza-se por derrames ankaratriticos,
ocupando grande parte da região central da ilha. Verificou-se susceptibilidade moderado aos
processos erosivos. As incisões são relativamente profundas em forma de "V" com declives
acentuados. Registra-se intervenções através do plantio de vegetação nesse local. A
Formação Vulcão do Paredão associada a um cone aluvionar que se projeta em direção a
praia do Príncipe. Verificou-se processos erosivos bastante acentuados em toda sua extensão
favorecido pelas condições de declividade acentuada. A base caracteriza-se por um cone com
pequenos tributários, associado a deposito de talude. Na ilha da Trindade vêm sendo realizado
um trabalho de recuperação ambiental das encostas em estágio avançado de erosão através
do plantio de espécies nativas pelo Departamento de Botânica (Museu Nacional) da
Universidade Federal do Rio de Janeiro em parceria com a Marinha do Brasil e o Instituto
Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio. A ação de replantio deve ser
continuada com o suporte dessa pesquisa. O trabalho aqui desenvolvido visa colaborar com a
implementação de outras medidas de remediação, visando proteger as fontes água e também
a contenção de encostas mais susceptíveis à erosão.
914
A NEW PROPOSAL FOR SOUTH AMERICA SUBPLATES BASED ON
GEOLOGY OF THE CONTINENT: ITS APPLICATION TO WEST GONDWANA
RE-ASSEMBLY
Richetti, P.C.1; Schmitt, R.S.1; Reeves, C.2
1Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2Earthworks BV
The paleogeographical reconstruction of West Gondwana may be a very obvious fit, but every
time one tries to re-assemble South America and Africa some features don’t fit well, leaving
many gaps and/or overlaps. Since the first attempt to re-assemble South America and Africa,
many different approaches have been used to better reconstruct these two continents. One
approach is to consider the non-rigidity of the tectonic plates by breaking them into smaller and
rigid sub-continental blocks, pieces from the present-day continent to be rotated back to their
past position. When localizing intracontinental deformation along these block boundaries it is
possible to model a fit predating South Atlantic opening. We present here a proposal for a
subdivision of the continental South American plate in blocks, considering its main tectonic
features: pre-Neoproterozoic cratons, Neoproterozoic-Cambrian mobile belts, Phanerozoic
sedimentary basins and the pre-Andean terranes. We consider that some of these crustal scale
structures in between these domains accommodated part of the tectonic forces responsible for
the Gondwana break-up in the Lower Cretaceous and the subsequent Atlantic drift phase. One
of these structures is the Transbrasiliano mega scale shear zone that initiated at ca. 630 Ma
and was reactivated several times through geological time. In order to subdivide the continental
segment of the South American plate into blocks a map with the main tectonic features and
structures was generated in ArcGIS® based on several previous sources. Relying on this map,
all the South American blocks were delimited and exported to a plate tectonic reconstruction
and interaction software, GPlates. The African blocks used in this work were already
established. Our result is a South American map divided into continental blocks, based upon a
combination of the inherited continental main tectonic features and the record of intraplate
deformation from the Cretaceous to present day. South American blocks were used to recreate
a tighter fit for West Gondwana, connecting with the African blocks. We conclude that this
method keeps intracontinental deformation more tied to the real possibilities of pre-South
Atlantic fit correlating geological terranes of both Atlantic sides, especially in sectors of the
margin where the continental platform is wider.
Keywords: SOUTH AMERICA, WEST GONDWANA, PLATE RECONSTRUCTION.
915
POST-RIFT EVOLUTION OF THE ONSHORE MARGIN IN THE SERRA DO
MAR (SE-BRAZIL) USING APATITE FISSION TRACK AND (U-TH)/HE AGES
Marli C. Siqueira Ribeiro1, Peter Hackspacher1, Finlay M. Stuart2
1Instituto de Geociências e Ciências Exatas da Universidade Estadual Paulista- IGCE/UNESP, Rio Claro, Brasil.
2 Isotope Geosciences Unit, Scottish Universities Environmental Research Centre, East Kilbride G75 0QF, UK
916
MANUTENÇÃO DE CALOR EM ORÓGENOS QUENTES: O PAPEL DE
ELEMENTOS RADIOGÊNICOS NA EVOLUÇÃO DO ORÓGENO ARAÇUAÍ
917
INTERPRETAÇÃO MORFOESTRUTURAL A PARTIR DE DADOS DE
BATIMETRIA MULTIFEIXE LEVANTADOS NA CORDILHEIRA
MESOATLANTICA EQUATORIAL
Simões, H.A. 1, Nóbrega II,M.1, Souza, M.L. 1, Pessanha, I.B.M.1
1Serviço
Geológico do Brasil - CPRM, Divisão de Geologia Marinha, Departamento de Recursos Minerais
(DEREM), contato: heliasio.simoes@cprm.gov.br
RESUMO: Nas dorsais mesoceanicas com baixa taxa de espalhamento, a nova crosta tem cerca
de 8 km de espessura (White et al.,1992). Existem grandes evidências de que a maior parte ou
toda esta crosta seja arrefecida rapidamente por meio de processos advectivos próximos da
dorsal (Dunn and Toomey, 1997; Dunn et al., 2000; Stein and Stein, 1994). Os sistemas
hidrotermais ativos encontrados no Atlântico são: a) os hospedados em rochas neovulcânicas
na superfície do Rift Valley, (e.g. Snake Pit (Gente et al., 1991); (Mevel et al., 1989)), b) ao lado
de grandes falhas de borda (e.g. monte TAG (Rona et al., 1986)), c) no alto das encostas do
Rift Valley, hospedados em rochas ultramáficas (e.g., Logatchev (Batuev et al., 1994)), d) em
deslocamentos não-transformantes (e.g. Rainbow, (Charlou et al., 2002)) e e) fora do eixo, em
inside-corner-highs (e.g. Lost City, (Kelley et al., 2005)). No presente trabalho buscamos
detalhar a metodologia usada para identificar as principais estruturas presentes na área do
Projeto de Prospecção e Exploração de Sulfetos Polimetálicos da Cordilheira Mesoatlântica –
PROCORDILHEIRA. Para o levantamento da batimetria multifeixe foi utilizado o ecobatímetro
SEABAT 7150 de 12 kHz da TELEDYNE RESON, instalado a bordo da embarcação R/V
Ocean Stalwart, durante o ano de 2012. A área de pesquisa estende-se por aproximadamente
2000 km de comprimento por 50 km de largura, em média, perfazendo uma área total de
aproximada de 100.000 km2 de eixo de cordilheira que está sendo pesquisada. Após o
processamento dos dados de batimetria multifeixe, pelo software CARIS HIPS and SIPS, foram
gerados os mapas batimétricos, os de backscattering e os de declividade. A partir destes
produtos foram interpretadas as principais estruturas presentes no ambiente das dorsais
mesoceanicas, que podem estar associados à ocorrência de sítios hidrotermais ativos, o
mapeamento das estruturas foi feito a partir da geração de perfis perpendiculares ao centro de
espalhamento da cordilheira mesoceanica, para tanto marcamos as principais escarpas de
falhas e picos de máximas declividades durante a definição das estruturas rúpteis e
delimitamos as superfícies suavizadas com estrias perpendiculares, delimitando os ocean´s
core complex (OCC). O mapa de declividade adensou as escarpas de falhas paralelas à dorsal
mesoceanica e os perfis leste-oeste da batimetria e do backscattering, puderam detalhar o eixo
da dorsal, inclusive os deslocamentos de 2ª ordem. A área de pesquisa está dividida em nove
seguimentos, por apresentarem em suas extremidades, falhas transformantes e falhas não
transformantes de 2ª ordem. Em nossa interpretação preliminar, foram delimitadas as zonas
neovucânicas no Rift Valley, as estruturas associadas ao vulcanismo recente (cones
vulcânicos), as grandes falhas de bordas dos Rift Valley, as falhas não transformantes de 2ª
ordem, os OCC`s e as falhas transformantes de 1ª ordem. Todas essas estruturas que foram
interpretadas nessa fase do projeto, darão suporte para as associações que serão feitas com
os dados de oceanografia física e química, que foram levantados em cruzeiros de pesquisa
posteriores, para assim tentarmos localizar as possíveis fontes hidrotermais ativas.
918
A SEPARAÇÃO NE BRASILEIRO – ÁFRICA SOB O PONTO DE VISTA
TECTONO–MAGMÁTICO
Machado Jr., D.L.1; Caixeta, J.M.1; Guerra, M.C.M.2
1E&P/EXP/NNE-INT1;2E&P-EXP/GEO-GEAT - Petrobras
RESUMO: Este trabalho apresenta a evolução tectônica das bacias costeiras eocretáceas do NE
brasileiro – Sergipe, Jacuípe e Jequitinhonha – sob o ponto de vista do magmatismo, a partir do
eoalbiano. Admite-se aqui a ocorrência de um evento tectônico derradeiro antecedendo a abertura do
Oceano Atlântico Sul, ocorrido na passagem Aptiano-Albiano, associado a profuso vulcanismo.
Considerando a natureza das rochas identificadas, o volume do magmatismo estimado, extensão e
continuidade das feições interpretadas por sísmica, propõe-se aqui designação de uma nova província
magmática (Provincia Magmática do Ne brasileiro), situada nas porções marginais das bacias do NE
brasileiro até o limite de crostas continental e oceânica (CC/CO).
Os métodos de trabalho empregados compreenderam restauração estrutural de três pares de seções
sísmicas regionais transversais às bacias de Sergipe, Jacuípe e Jequitinhonha, e de três seções
auxiliares contíguas do oeste Africano (situadas no Gabão). As seções geológicas regionais das
margens conjugadas foram unidas de forma a remover a porção de crosta oceânica correspondente ao
Atlântico Sul. Buscou-se assim remontar à época em que as duas margens do Atlântico Sul - leste do
Brasil e oeste da África - ainda se encontravam unidas, pouco antes do break-up final e criação da
crosta oceânica. Tais seções foram restauradas para os andares Eoceno, Maastrichtiano, Turoniano,
Albo-cenomaniano, Albiano e Aptiano pela remoção sequencial tanto das camadas de topo, bem como
da deformação ocorrida em diferentes etapas da história geológica da área em estudo.
A análise das seções restauradas permitiu identificar a existência de uma larga e extensa região de
topografia ligeiramente positiva entre as bacias do NE brasileiro e as correspondentes africanas
(Gabão), que foi palco de um derradeiro evento tectônico distensivo na passagem Aptiano-Albiano. Esta
tectônica gerou um relevo de baixos e altos estruturais (semi-grabens e horsts) contemporâneos ao
extravasamento de grande volume de lava basáltica. Do ponto de vista tectônico, esta geometria de
altos e baixos alternados reflete a presença de um sistema mais novo de riftes externos adjacentes às
bacias costeiras do NE brasileiro, até o limite CC/CO. A principal característica em toda a área rifteada é
a presença, pela primeira vez, de magmatismo intraplaca (alcalino), com notáveis feições tipo seaward
deeping reflectors (SDR) preenchendo baixos estruturais tipo grábens vulcânicos, ao lado de centros
vulcânicos posicionados sobre os altos estruturais. Regionalmente, os riftes têm como substrato um
segmento de crosta continental hiperestendido, onde há evidências de profuso magmatismo, rotação de
blocos e forte afinamento crustal. Desse modo, este domínio tectônico compreende uma inequívoca
província magmática do tipo LIP (Large Igneous Province) situada junto ao limite crustal presente no NE
brasileiro.
Estes eventos permitiram reanalisar a questão paleogeográfica das bacias costeiras do Ne brasileiro em
sua fase rifte, aumentando consideravelmente sua extensão para leste (e sua área prospectável),
embora os principais depocentros tenham sido preenchidos por lava basáltica.
PALAVRAS-CHAVE: Magmatismo NE brasileiro, Rifte albiano, Large Igneous Province
919
SEISMIC IMAGING OF THE DEEP CRUST IN THE PULL-APART
BASIN
OFF MARANHÃO-BARREIRINHAS-CEARÁ MARGIN, NW BRAZIL
A. Afilhado1, F. Gallais2, M. Moulin2, P. Schnürle2, N. A. Dias1,3, J. Soares4, R. Fuck4,
J.A. Cupertino5, A. Viana5, D. Aslanian2 & Magic Team*
1Instituto Dom Luiz, FCUL, Lisbon, Portugal
2IFREMER, Dept. Géosciences marines, Plouzané, France
3Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, Lisbon, Portugal
4Instituto de Geociências, Universidade de Brasília, Brasília, Brazil
5PETROBRAS, Petróleo Brasileiro S.A., Rio de Janeiro, Brazil
* The MAGIC Project was led by D. Aslanian and M. Moulin, from Ifremer, and A. Viana, from
Petrobras. Modelling of the MAGIC profiles was done by A. Afilhado, F. Gallais, M. Moulin, P.
Schnürle with help of M. Evain. Processing of the deep sounding reflection seismic data was
done by P. Schnurle. 3D Wide-angle modelling by Nuno Dias. On-land operation was conducted
by J. Soares, R. Fuck, M. Vinicius de Lima, L. Matias, A. Loureiro, C. Corela, J.L. Duarte.
Processing of the high resolution seismic data by M. Benabdellouahed, A. Baltzer, and M.
Rabineau. Core analysis by Z. Mokeddem, M. Benabdellouahed & M. Rabineau.
Oral
RESUMO : Five profiles, with coincident multi-chanel and wide-angle seismic, were
acquired during the MAGIC (Margins of brAsil, Ganha and Ivory Coast) cruise, in
order to image the Maranhão-Barreirinhas-Ceará segment of the Brazilian Margins.
The seismic experiment was conducted by Ifremer (Institut Français de Recherche
pour l'Exploration de la Mer), UnB (University of Brasilia), FCUL (Faculdade de
Ciencias da Universidade de Lisboa) and Petrobras. The main objective of the
experiment is to understand the fundamental processes which lead to the thinning
and breakup of the continental crust in a specific context of a pull-apart system,
limited by two strike-slip borders.
Here we present the main results evidenced by two of these profiles, MC3 and MC4,
oriented in the directions of flow lines (E-W) and margin segmentation (SW-NE),
respectively. The profile MC3 spans from the continental crust, near Sao Luis Craton,
to the oceanic basin, north of Ceara. 31 Ocean Bottom Seismometers (OBS) from
the Ifremer pool and 8 small arrays of 6 RefTek Land Seismic Stations (LSS) from
the Brazilian pool were deployed in this profile, jointly with 400 km multi channel
seismic acquisition. The profile MC4 spans from the Parnaiba and Barreirinhas
Basins onshore to the oceanic basin, South of the Northern Brazilian Ridge. The
MC4 seismic data includes 225 km multi channel seismic data and wide-angle data
acquired in 19 OBS and 21 arrays of 3 LSS each, totaling a maximum source-
receiver offset of 400 km.
920
and marked by reflections at the top and base, is followed continuously towards the
continent beneath the Parnaiba-Barreirinhas province, at the corner of the system.
These observations favor a lower continental crust nature for this domain, in relation
to its flow and exhumation in the flow-lines direction.
921
IMAGING FIRST STEPS OF SEAFLOOR SPREADING OFF
MARANHÃO-BARREIRINHAS-CEARÁ MARGIN, NW BRAZIL
* The MAGIC Project was led by D. Aslanian and M. Moulin, from Ifremer, and A. Viana, from
Petrobras. Modelling of the MAGIC profiles was done by A. Afilhado, F. Gallais, M. Moulin, P.
Schnürle with help of M. Evain. Processing of the deep sounding reflection seismic data was
done by P. Schnurle. 3D Wide-angle modelling by Nuno Dias. On-land operation was conducted
by J. Soares, R. Fuck, M. Vinicius de Lima, L. Matias, A. Loureiro, C. Corela, J.L. Duarte.
Processing of the high resolution seismic data by M. Benabdellouahed, A. Baltzer, and M.
Rabineau. Core analysis by Z. Mokeddem, M. Benabdellouahed & M. Rabineau.
Oral
Forward modeling of these two wide-angle seismic profiles reveals a lateral evolution
of the oceanic crust. After the transitional domain, a 60 km-wide domain, bounded to
the SW by a NW-SE volcanic line, consists in a 5 km thick crust presenting 2
layers, characterized by high acoustic velocity and overlain by 5.5 km of sedimentary
deposits. To east, the oceanic crust, 5 km thick, evolves to a 2 layers crust
characterized by “normal velocities” and also overlain by 5.5 km of sedimentary
deposits, spanning between the two main fracture zones that fringe the Maranhão-
Barreirinhas-Ceará segment.
922
Seismic structure of the Maranhão-Barreirinhas-Ceará margin, NW
Brazil, from the MAGIC wide-angle seismic experiment
D. Aslanian1, M. Moulin1, P. Schnürle1, F. Gallais1, A. Afilhado2,3, N. A. Dias2,3, J.
Soares4, , R. Fuck4, J.A. Cupertino5, A. Viana5 & MAGIC team*.
1IFREMER, Dept. Géosciences marines, Plouzané, France
2Instituto Dom Luiz, FCUL, Lisbon, Portugal
3Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, Lisbon, Portugal
4Instituto de Geociências, Universidade de Brasília, Brasília, Brazil
5PETROBRAS, Petróleo Brasileiro S.A., Rio de Janeiro, Brazil
* The MAGIC Project was led by D. Aslanian and M. Moulin, from Ifremer, and A. Viana, from
Petrobras. Modelling of the MAGIC profiles was done by A. Afilhado, F. Gallais, M. Moulin, P.
Schnürle with help of M. Evain. Processing of the deep sounding reflection seismic data was
done by P. Schnurle. 3D Wide-angle modelling by Nuno Dias. On-land operation was conducted
by J. Soares, R. Fuck, M. Vinicius de Lima, L. Matias, A. Loureiro, C. Corela, J.L. Duarte.
Processing of the high resolution seismic data by M. Benabdellouahed, A. Baltzer, and M.
Rabineau. Core analysis by Z. Mokeddem, M. Benabdellouahed & M. Rabineau.
Paneil
923
and interpreted as proto-oceanic crust and overlain by 5.5 km of sedimentary
deposits
e) a 5 km thick oceanic crust consisting of 2 layers and overlain by 5.5 km of
sedimentary deposits, spanning between the two main fracture zones that fringe
the Maranhão-Barreirinhas-Ceará segment.
We propose here an evolution of this margin and its segmentation in a geodynamical
context.
924
GENESIS AND EVOLUTION OF THE SANTOS BASIN-SÃO PAULO
PLATEAU SYSTEM, SE BRAZIL
D. Aslanian1, M. Moulin1, A. Viana4, C. Rigoti4, M. Evain1, P. Schnurle1, A.
Afilhado1,2,3, A. Loureiro2, , F. Klingelhoefer1, R. Fuck5, J. Soares5 & Sanba Team*.
1
Ifremer, Geosciences Marines, Technopôle Brest-Iroise, CS 10070, 29280 Plouzane, France
2Instituto Dom Luis (IDL), Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 1749-016 Lisboa,
Portugal
3Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL), Rue Conselheiro Emidio Navarro, 1959-007
Lisboa, Portugal,
4PETROBRAS/CENPES-PROFEX, Rio de Janeiro, Brazil,
5Lablithos, Instituto de Geociências (IG), Universidade de Brasilia, Campus Darcy Ribeiro, 70910-
Oral
RESUMO: Understanding the fundamental processes, which lead to the thinning and
finally to the breakup of the continental crust is still one of the main challenges for the
Earth Science community. Although much progress has been achieved over the last
three decades, thanks to the acquisition of new deep seismic reflection surveys,
coupled with refraction data, these processes related to continental margin formation
and evolution remain poorly understood. Hypoyheses, conceptual models, seismic
inetrpetation must be integrated on precise paleogeographic maps in order to test
their consequences on global view to be validated. For instance, conservational
models, like simple shear, pure shear or polyphase models, which exclude
exchanges between the lower continental crust and upper mantle, are usually
proposed to explain the lithospheric stretching and consequent crustal thinning of
passive continental margins. These models need large amount of horizontal
movement, which are never taken into account, and have therefore important
implications for plate kinematic reconstructions and intraplate deformation.
In the scope of the SanBa project, a scientific collaboration between Ifremer, FCUL,
UnB, IUEM and Petrobras, new wide-angle and multi-channel seismic data have
been acquired in the Santos Basin, in order to 1) Determine the crustal geometry of
this very specific SSPS basin; 2) Calibrate the ION-GXT lines 1550 and 1575 ;
3) Test/confirm/falsify/constrain the various hypotheses about the nature of the
substratum in the segments (Klingelhoefer et al., 2014; Evain et al., 2015) ; 4) include
the results in the kinematic evolution of the Santos Basin-São Paulo Plateau System
(Moulin et al., 2012) in a more general setting (Moulin et al., 2010) and 5) Finally help
to understand the genesis and the kinematic of this very peculiar 700 km-wide
Santos Basin-São Paulo Plateau System (SSPS) and its narrow conjugate Namibe
Margin.
925
Integrating the analysis of the 185 OBS (Ocean Bottom Seismometers), deployed
along seven profiles (see Evain et al, this congress and 2015) and their
interpretation, in a detailed kinematic setting, allow us to detail the genesis and
evolution of the Santos Basin.
926
DEEP STRUCTURE OF THE SANTOS BASIN-SÃO PAULO PLATEAU
SYSTEM, SE BRAZIL
M. Evain1, F. Klingelhoefer1, A. Afilhado1,2,3, C. Rigoti4, A. Loureiro2, P. Schnurle1, J.
Soares5, A. Viana4, M. Moulin1 & D. Aslanian1& Sanba Team*.
1
Ifremer, Geosciences Marines, Technopôle Brest-Iroise, CS 10070, 29280 Plouzane, France
2Instituto Dom Luis (IDL), Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 1749-016 Lisboa,
Portugal
3Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL), Rue Conselheiro Emidio Navarro, 1959-007
Lisboa, Portugal,
4PETROBRAS/CENPES-PROFEX, Rio de Janeiro, Brazil,
5Lablithos, Instituto de Geociências (IG), Universidade de Brasilia, Campus Darcy Ribeiro, 70910-
Oral
RESUMO: The structure and nature of the crust underlying the Santos Basin-São
Paulo Plateau System (SSPS), in the SE Brazilian margin, is discussed based on six
wide-angle seismic profiles acquired during the SanBa experiment in 2011,
conducted by Ifremer, FCUL, UnB, IUEM and Petrobras. Velocity models allow us to
precisely divide the SSPS in seven domains from unthinned continental crust
(Domain CC) to normal oceanic crust (Domain OC). Beneath the continental shelf, a
~100 km wide necking zone (Domain N) is imaged where continental crust thins
abruptly from ~40 km to less than 15 km. Most of the SSPS (Domain A and C) shows
velocity ranges, velocity gradients and a Moho interface characteristic of thinned
continental crust. A central domain (Domain B) has, however, a very heterogeneous
structure. While its southwestern part still exhibits extremely thinned (7 km)
continental crust, its northeastern part depicts a 2-4 km thick upper layer (6.0-6.5
km/s) overlying an anomalous velocity layer (7.0-7.8 km/s) and no evidence of a
Moho interface. This structure is interpreted as atypical oceanic crust, exhumed
lower crust or upper continental crust intruded by mafic material, overlying either
altered mantle in the first two cases or intruded lower continental crust in the last
case. Lastly, in a seventh domain (Domain D), forming a triangular shape region in
the SE of the SSPS, the crust is only 5 km thick, characterised by high seismic
velocities between 6.20 km/s in the upper crust and 7.4 km/s in the lower crust. As
seismic velocity gradients seem to rule out a continental origin, and clear Moho
reflections argue against serpentinised upper mantle, we propose that the crust
underlying this region to be of oceanic origin. Deviations from normal oceanic crustal
velocities in the lower crust (6.70-7.00 km/s) could be explained by accretion at slow
spreading rates leading to the inclusion of serpentinite into the lower crust at the
onset of organised seafloor spreading. Overall, the v-shaped segmentation of the
SSPS confirms an initial episode of rifting oblique to the general opening direction of
the South Atlantic central segment.
927
SEISMIC IMAGING OF A TRANSFORM SEGMENT OF THE
MARANHÃO-BARREIRINHAS-CEARÁ MARGIN,
NW BRAZIL
P. Schnürle1, F. Gallais16, A. Afilhado2,3, M. Moulin1, N. A. Dias2,3, J. Soares4, R.
Fuck4, J.A. Cupertino5, A. Viana5, D. Aslanian1 & Magic Team*
1
Ifremer, Geosciences Marines, Technopôle Brest-Iroise, CS 10070, 29280 Plouzane, France
2Instituto Dom Luis (IDL), Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, 1749-016 Lisboa,
Portugal
3Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL), Rue Conselheiro Emidio Navarro, 1959-007
Lisboa, Portugal,
4Lablithos, Instituto de Geociências (IG), Universidade de Brasilia, Campus Darcy Ribeiro, 70910-
* The MAGIC Project was led by D. Aslanian and M. Moulin, from Ifremer, and A. Viana, from
Petrobras. Modelling of the MAGIC profiles was done by A. Afilhado, F. Gallais, M. Moulin, P.
Schnürle with help of M. Evain. Processing of the deep sounding reflection seismic data was
done by P. Schnurle. 3D Wide-angle modelling by Nuno Dias. On-land operation was conducted
by J. Soares, R. Fuck, M. Vinicius de Lima, L. Matias, A. Loureiro, C. Corela, J.L. Duarte.
Processing of the high resolution seismic data by M. Benabdellouahed, A. Baltzer, and M.
Rabineau. Core analysis by Z. Mokeddem, M. Benabdellouahed & M. Rabineau.
Oral
The experiment was devised to obtain the 2D structure along the profiles from joint
pre-stack depth migration of the reflection data and tomography and forward
modeling of the OBS records. Along the MC5 wide-angle transect, 4 major sectors
are identified:
- the São Paulo Double Fracture Zone and the volcanic line associated to the
southern São Paulo strike-slip zone presenting a 4.5 km thick volcano-sedimentary
Basin on top of a 5.5 km thick basement;
- the intermediate domain, formed by the 4.5 km thick Basin III, the 7.5 km thick
Basin II (interleaved by a 0.5-1 km thick volcanic layer), and the 5.5 km thick Basin I
composing the continental slope; While the crust remains about 6 km thick, acoustic
velocity evolves from two-layer typical (4.8-6 km/s and 6.1-6.8 km/s) beneath Basin
III to two-layer high velocity (6.1-6.8 km/s and 7.2-7.4 km/s) beneath Basin II and I,
interpreted as exhumed lower continental crust;
- the 50 km wide necking zone, forming the Paraniba Platform and associated Piaui-
928
Comocim and Ceará Basins, where the upper and lower crust thin abruptly;
- the Medio Coreaù and Ceará Central thrust belt, where the unthinned continental
crust thickness reaches 32 km.
929
DEEP SEGMENTATION FROM 2D FORWARD MODELING AND 3D
TOMOGRAPHY OF THE MARANHÃO-BARREIRINHAS-CEARA
MARGIN, NW BRAZIL
N.A. Dias1,2, A. Afilhado1,2, P. Schnürle3, F. Gallais3, M. Moulin3, D. Aslanian3, J. Soares4, R. Fuck4,
J.A. Cupertino5, A. Viana5 & MAGIC team
1IFREMER, Dept. Géosciences marines, Plouzané, France ; 2Instituto Dom Luiz, Faculdade de
Ciências da Universidade de Lisboa Lisbon, Portugal; 3Instituto Superior de Engenharia de Lisboa,
Lisbon, Portugal; 4Instituto de Geociências, Universidade de Brasília, Brasília, Brazil; 5PETROBRAS,
Petróleo Brasileiro S.A., Rio de Janeiro, Brazil
The MAGIC Project was led by D. Aslanian and M. Moulin, from Ifremer, and A. Viana, from Petrobras.
Modelling of the MAGIC profiles was done by A. Afilhado, F. Gallais, M. Moulin, P. Schnürle with
help of M. Evain. Processing of the deep sounding reflection seismic data was done by P.
Schnurle. 3D Wide-angle modelling by Nuno Dias. On-land operation was conducted by J.
Soares, R. Fuck, M. Vinicius de Lima, L. Matias, A. Loureiro, C. Corela, J.L. Duarte. Processing
of the high resolution seismic data by M. Benabdellouahed, A. Baltzer, and M. Rabineau. Core
analysis by Z. Mokeddem, M. Benabdellouahed & M. Rabineau.
RESUMO: The deep crustal structure of the North-East equatorial Brazilian margin, was investigated
during the MAGIC (Margins of brAzil, Ghana and Ivory Coast) joint project, conducted in August-
September 2012 by IFREMER, UnB, IDL/FCUL and Petrobras. The primary objectives were to
understand the fundamental processes which lead to the thinning and finally to the breakup of the
continental crust, in a specific context of a Pull-apart system with two strike-slip borders.
The offshore Barreirinhas Basin, was probed by a set of five intersecting deep seismic wide-angle
profiles, with the deployment of short-period OBS’s from the IFREMER pool. Three of the profiles were
extended into land using stations from the Brazilian pool. The experiment was devised to obtain the
2D structure along the directions of flow lines (2 profiles E-W), parallel to margin segmentation (2
profiles SE-NW) and margin segmentation (1 profile SW-NE), from tomography and forward modeling.
However, the OBS’s deployed recorded also lateral shooting along two pairs of profiles, allowing a test
for a 3D approach using first-arrival tomography complementing the results of 2D modeling mostly at
deeper levels.
Due to the large variation of the water column thickness, heterogeneous crustal structure and Moho
depth, several approaches were tested to generate initial input models, to set the grid
parameterization and inversion parameters. The obtained 3D tomographic models consistency were
assessed by tomographic models tests, like checkerboards, and by comparison with the obtained 2D
forward models
The analysis of the full seismic data evidence a NW-SE segmentation of the margin, following the
opening direction of this pull-apart basin, and N-S segmentation that marks the passage between
Basin II and Basin III. The signature of the NW-SE segmentation is evident in the tomograms, where
the shallowing of the basement from Basin II towards the oceanic domain is well marked by a NW-SE
velocity gradient. Although not observed in the sedimentary cover, both 2D forward modeling and 3D
tomographic inversion indicate a N-S segmentation in the proto-oceanic and oceanic domains, at least
at the shallow mantle level. In the south (MC1, MC3) the mantle is much faster than on the north
(MC1). In all profiles crossing Basin II, a deep layer with velocities of 7-4-7.6 km/s generates both
refracted as well as reflected phases from its boundaries, in good agreement with the tomographic
results, which indicate here a much more gradual transition of crustal velocities to mantle-velocities,
than in the remaining segments. Modeling of wide-angle reflected phases from the continental
lithospheric mantle indicate the presence of reflectors in the mantle at depths of 25 km beneath Basin
II (MC3) and 50-60 km beneath Barreirinhas margin (MC4).
The intersection of Basin II, Basin III and proto-oceanic crust is well marked by the absence of seismic
energy propagation at deep crust to mantle levels, with no lateral arrival being recorded. Furthermore,
the large offset Pn arrivals recorded in-land in profile MC4 show a systematic seaward amplitude
decrease at this point, where a deep layer with a velocity of 7.4-7.6 km/s pinches-out.
930
PALAVRAS-CHAVE: MARANHÃO-BARREIRINHAS-CEARÁ BASIN, PULL-APART, LOWER
CONTINENTAL CRUST, MANTELLIC STRUCTURE, 3-D WIDE-ANGLE SEISMIC
931
A GEODINÂMICA, O NEOPROTEROZÓICO E A EXPLOSÃO DO
CAMBRIANO
José Manuel Fernandes Moça
932
BB-ASAP: BROADBAND SEISMIC EXPERIMENT IN THE AREA OF
SERGIPE- ALAGOAS-PERNAMBUCO, BRAZIL
D. Aslanian1, S. Neves2, & BB-ASAP Team1,2,3,4,5,6,7,8,9,10,*
1 IFREMER, Géosciences Marines, Plouzané, France
2 Instituto de Tecnologia e Geociências, Universidade Federal de Pernambuco, Pernambuco, Brazil
3 Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, Lisbon, Portugal
4 Instituto Dom Luiz, FCUL, Lisbon, Portugal
5 iSTeP, Université Pierre et Marie Curie, CNRS, Paris, France
6 Instituto de Geociências, Universidade de Brasília, Brasília, Brazil
7 Departamento de Geofísica, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brazil
8 Department of Earth Sciences of the Royal Holloway College, University of London,
9 Laboratoire Domaines Océaniques, Institut Universitaire Européen de la Mer, Plouzané, France
10 PETROBRAS/CENPES-PROFEX, Rio de Janeiro, Brazil
* A. Afilhado3,4, L. Boschi5, C. Corela3, P. De Barros Correi4, N. Dias3,4, J.L. Duarte3, M. Evain1, R. Fuck6, M.
Gorki (5), J.Julia7, G. Lamarque7, S. Leroy5, A. Loureiro 1,3,4, L. Matias3, M. Moulin1, A. Nascimento7, P.
Pelleau1, M. Perrez-Guissyne8, M. Rabineau9, P.Schnurle1, G. Silveira3, J. Soares36 & A.Viana10
Paneil
RESUMO : Mountains building and their erosion and peneplanation, sediment and
nutriment transfers trough river into continental plate-form and deep ocean, are deeply
connected with the growth cycle of the earth, the birth and the evolution of the ocean, the
palaeo-climate and the palaoe-oceanography variations, which are all linked with deep
earth processes. Probing the strong correlation between deep and surface processes in
order to understand the Earth’s growing and to model forecasts, needs the
multidisciplinary approach proposed in the holistic project “From Mountain to Deep Sea” of
the White Paper « an holistic approach of international collaboration in Marine Sciences »
(http://marinebrazil.sciencesconf.org/). Complete analysis of present land geomorphology
in association with tectonic history of uplift and subsidence, and climate changes, must be
integrated with studies of the basins history of sedimentation and erosion, defining the
main episodes of changes in sedimentation rates and establishing stratigraphic and
subsidence models for different sectors of the Brazilian continental margins, which present
remarkably wide range of morphologies. Considering the complex history of the
assemblage of the Brazilian Lithosphere, the understanding of the evolution of the
topography and the role of inherited structures from past orogenic episodes need a 3D
model of the crust and upper mantle. Seismology is the best tool to probe Earth’s deep
structure, allowing a 3D variable scale imaging. Over the last decades, increasingly
sophisticated methods have been developed to look for the Earth structure, either by using
active or passive sources, relying on different approaches but taking advantage of the
seismic wave’s properties. While active, high frequency waves can retrieve small-scale
features they have the disadvantage of shallow penetration into the earth; passive
sources, including earthquakes, have lower frequency and higher energy content, which
have the capability of a deeper penetration albeit a lower resolution. Considering therefore
that the spatial resolution depends on the type of method and data to be used, to obtain a
3D image of the Lithosphere at several scales with good precision, it is necessary to rely
on multiple adaptive seismic networks covering a broad scope of the seismic spectrum.
Recent wide-angle experiment (SALSA cruise) allows high resolution but discrete 2D
images of the crust of the NE Brazil margin, but cannot offer a lateral coverage of the
lithosphere. We propose a seismic BroadBand (BB) array of stations, deployed both on
land and at sea along the coast.
The joint analysis of the BB data together with the previous seismic results will allow, by
coupling active and passive seismic methods, the construction of a 3D seismic model of
the Lithosphere with unsurpassable detail and the detailed and integrated study of the
933
interaction between onshore-offshore (Source to Sink) and surface/deep processes (Mud
to Mantle).
934
MODELING ONSHORE-OFFSHORE WIDE-ANGLE SEISMIC DATA
ACROSS THE ALAGOAS-SERGIPE PASSIVE MARGINS, NW
BRAZIL
J. Pinheiro1, P. Schnurle1, M. Evain1, A. Afilhado2,3, F. Gallais1, A. Loureiro2,4, F.
Klingelhoefer1, J.A. Cupertino6,A. Viana6, M. Moulin4, D. Aslanian4 & SALSA Team
1IFREMER, Dept. Géosciences marines, Plouzané, France
2Instituto
Superior de Engenharia de Lisboa, Lisbon, Portugal
3Instituto Dom Luiz, FCUL, Lisbon, Portugal
4Faculdade de Ciências da Universida de Lisboa, Lisboa, Portugal
5PETROBRAS, Brazil
* The SALSA Project was led by D. Aslanian and M. Moulin, from Ifremer, and A. Viana, from
Petrobras. Modelling of the SALSA profiles was done by A. Afilhado, M. Evain, F. Gallais, F.
Klingelheofer, A. Loureiro, J.M. Pinheiro & P. Schnürle. Processing of the deep sounding
reflection seismic data was done by P. Schnurle. 3D Wide-angle modelling by Nuno Dias. On-
land operation was conducted by J. Soares, R. Fuck, M. Vinicius de Lima, N. Dias, L. Matias, A.
Loureiro, C. Corela, J.L. Duarte, J. Pinheiro, D. Alves, M. Sobrinho, F. Lima, R. De Oliveira and
P. Resende . Processing of the high resolution seismic data by A. Baltzer and M. Rabineau.
oral
RESUMO: In 2014, a deep- and wide-angle seismic refraction survey was carried out
off the Northeast coast of Brazil, precisely off the states of Bahia, Sergipe and
Alagoas. This project called SALSA (Sergipe Alagoas Seismic Acquisition) was
conducted by a collaboration between the Department of Marine Geosciences
(IFREMER: Institut Français de Recherche pour l’Exploitation de la MER, France),
the Laboratory of Oceanic Domain (IUEM: Institut Universitaire et Européen de la
Mer, France), the Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (IDL, Portugal),
the Universidade de Brasilia (Brazil) and PETROBRAS (Brazil). The purpose of this
project is to image the lithospheric structure of the Jequitinhonha-Camamu-Jacuípe-
Alagoas-Sergipe margin segment that formed following the Jurassic-Cretacic
continental break-up of Pangea. Seismic shot, Multi-Channel Seismic acquisition
(MCS) and Ocean Bottom Seismometers (OBS) deployments were performed by the
N/O L'Atalante (IFREMER) along 12 profiles. Among them, five were extended
onshore by Land Seismic Stations (LSS). P-wave velocity models were constructed
based on the joint interpretation of multi-channel and wide-angle seismic data using
the RAYINVR software. Here, we presented initial results obtained from profiles
located in the northern part of the experiment, which comprises the Sergipe-Alagoas
segment. According to the data, the sedimentary cover in the region can reaches 6
km deep. The preliminary velocity models indicate an heterogeneous crust, with 2,
and sometimes 3 layers, with classical velocities ranging from 6.0 to 7.0 km/s, very
well constrained by clear reflected and refracted phases from its tops and base. The
necking zone show some abrupt decreases in the crust thickness, that goes from 35-
40 km, in continental domain, to 5-10 km, in the oceanic domain, characterizing,
which corresponds to the transitional domain. Below this zone is also observed an
anomalously high velocity layer (7.6 km/s), with ~8 km width between the lower-crust
and the mantle. The nature of these bodies must be the principal discussion of this
work, and will need a more precise modelisation and a better comprehension of the
processes that induce thinning of continental crust.
935
DATA
936
DEEP STRUCTURE ACROSS THE TUCANO RIFT AND JACUIPE
MARGIN FROM ONSHORE-OFFSHORE WIDE-ANGLE SEISMIC
DATA.
F. Gallais1,2, M. Evain1, A. Afilhado3,4, P. Schnürle1, A. Loureiro4,5, J.M. Pinheiro1, F.
Klingelhoefer1, J.A. Cupertino6, A. Viana6, M. Moulin1, D. Aslanian1& SALSA Team
1IFREMER, Dept. Géosciences marines, Plouzané, France
2Now at JAMSTEC, CEAT, Yokohama, Japan
3Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, Lisbon, Portugal
4Instituto Dom Luiz, FCUL, Lisbon, Portugal
5Faculdade de Ciências da Universida de Lisboa, Lisboa, Portugal
6PETROBRAS, Petróleo Brasileiro S.A., Rio de Janeiro, Brazil
* The SALSA Project was led by D. Aslanian and M. Moulin, from Ifremer, and A. Viana, from
Petrobras. Modelling of the SALSA profiles was done by A. Afilhado, M. Evain, F. Gallais, F.
Klingelheofer, A. Loureiro, J.M. Pinheiro & P. Schnürle. Processing of the deep sounding
reflection seismic data was done by P. Schnurle. 3D Wide-angle modelling by Nuno Dias. On-
land operation was conducted by J. Soares, R. Fuck, M. Vinicius de Lima, N. Dias, L. Matias, A.
Loureiro, C. Corela, J.L. Duarte, J. Pinheiro, D. Alves, M. Sobrinho, F. Lima, R. De Oliveira and
P. Resende . Processing of the high resolution seismic data by A. Baltzer and M. Rabineau.
Oral
937
PALAVRAS-CHAVE: TUCANO RIFT, JACUIPE MARGIN, MARGIN
ARCHITECTURE
938
SEISMIC IMAGING OF THE DEEP CRUST IN THE JEQUITINHONHA
BASIN, BRAZIL
A. Loureiro1.2, A. Afilhado2,3,F. Klingelhoefer4, P. Schnurle4, M. Evain4, F. Gallais4, J.
Pinheiro4, J.A. Cupertino5,A. Viana5, M. Moulin4, D. Aslanian4 & SALSA Team
1Faculdade de Ciências da Universida de Lisboa, Lisboa, Portugal
2Instituto
Dom Luiz, FCUL, Lisbon, Portugal
3Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, Lisbon, Portugal
4IFREMER, Dept. Géosciences marines, Plouzané, France
5PETROBRAS, Petróleo Brasileiro S.A., Rio de Janeiro, Brazil
* The SALSA Project was led by D. Aslanian and M. Moulin, from Ifremer, and A. Viana, from Petrobras. Modelling of the SALSA profiles
was done by A. Afilhado, M. Evain, F. Gallais, F. Klingelheofer, A. Loureiro, J.M. Pinheiro & P. Schnürle. Processing of the deep
sounding reflection seismic data was done by P. Schnurle. 3D Wide-angle modelling by Nuno Dias. On-land operation was
conducted by J. Soares, R. Fuck, M. Vinicius de Lima, N. Dias, L. Matias, A. Loureiro, C. Corela, J.L. Duarte, J. Pinheiro, D. Alves,
M. Sobrinho, F. Lima, R. De Oliveira and P. Resende . Processing of the high resolution seismic data by A. Baltzer and M.
Rabineau.
RESUMO: Wide-angle reflection and refraction seismic data is one of the key components
to constrain the architecture of passive continental margins and gain insights on the
processes leading to their formation. Twelve profiles, with coincident multi-channel
and wide-angle seismic, were acquired along the northeastern Brazilian margin
during the SALSA (Sergipe Alagoas Seismic Acquisition) project: a collaboration
between the Department of Marine Geosciences (IFREMER: Institut Français de
Recherche pour l’Exploitation de la MER, France), the Oceanic Domain Laboratory
(IUEM: Institut Universitaire Européen de la Mer, France), the Instituto Dom Luiz
and Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (IDL-FCUL, Portugal), the
Universidade de Brasilia (Brazil) and PETROBRAS (Brazil). Seismic shot, Multi-
Channel Seismic acquisition (MCS) and Ocean Bottom Seismometers (OBS)
deployments were performed by the N/O L'Atalante (IFREMER). We will present
here the initial results along two of these profiles that image the deep crustal
structure in the Jequitinhonha Basin. P-wave velocity models were constructed
based on the joint modelling of multi-channel and wide-angle seismic data using the
RAYINVR software. Profiles SL11 and SL12 cross the Jequitinhonha basin,
immediately south of the Tucano aborted rift, and are oriented in the directions of
flow-lines and fracture zones (E-W). Profile SL11 crosses the southern
Jequitinhonha basin, and spans from the thinned continental crust, near the São
Francisco Craton, to the oceanic basin. 15 OBS from the Ifremer pool were
deployed in this profile, jointly with 180 km multi- channel seismic acquisition.
Profile SL12 crosses the northern Jequitinhonha basin, from thinned continental
crust near the São Francisco Craton and Olivença High to the oceanic basin. The
seismic data in the profile includes 220 km multi-channel seismic data and wide-
angle data acquired with 11 OBS, totalling a maximum source-receiver offset of 220
km. Profile SL11 is characterized by a continuous, thin, anomalous velocity zone
(7.6-8.1 km/s) underlying the crust and extending offshore up to the normal oceanic
crust. Profile SL12 does not show the anomalous velocity zone and the lower
crustal unit, present in SL11, abruptly terminates at the base of the continental
slope. These observations indicate a segmentation in the southern branch of the
Tucano triple junction, with parallel profiles within the same basin showing different
crustal organizations. The implications on the margin reconstruction of the different
velocity structures and the nature of the anomalous velocity body are a key to
understand the tectonic history of this rift system.
939
PALAVRAS-CHAVE: JEQUITINHONHA BASIN, ANOMALOUS VELOCITY ZONE,
CRUSTAL ORGANIZATION
940
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ ST13 –
Geocronologia e
Geoquímica Isotópica
ISBN: 978-85-99198-13-1
941
DATAÇÃO U-PB EM UMA INTRUSÃO GRANÍTICA E EM
METASSEDIMENTOS DO GRUPO ARAXÁ NA MARGEM ORIENTAL DO
BLOCO ARQUEANO DE GOIÁS. COMPREENSÃO SOBRE A EVOLUÇÃO
TECTÔNICA PROTEROZÓICA DO CENTRO DA FAIXA BRASÍLIA, BRASIL.
Nakamura, M.R.1; Matteini, M.2; Pimentel, M.M.²; Dantas, E.L.²
1Universidade de Brasília; 2Laboratório de Geocronologia, Universidade de Brasília.
RESUMO: A Faixa Brasília (Brasil central) formou-se durante a convergência dos crátons
Amazônico, São Francisco e Paraná, representando a principal unidade da Província
Tocantins, formada no final do Neoproterozóico. Estende-se por 1000km (N-S) ao longo da
margem ocidental do cráton São Francisco e se consiste principalmente em: 1) Arco
Magmático de Goiás, 2) Maciço de Goiás, 3) Complexo granulítico Anápolis-Itauçu, 4)
Sequências supracrustais meso-neoproterozóicas (Grupos Paranóa, Canastra, Araxá, Ibiá,
Vazante, Bambuí). O Grupo Araxá é uma bacia sedimentar sin-orogênica formada durante a
formação do Arco Magmático de Goiás (~650Ma). O objetivo desse trabalho é a caracterização
isotópica pelo método U-Pb de zircões nos sedimentos no Grupo Araxá na região perto de
Itapuranga e de um corpo granítico em contato tectônico com os sedimentos, priorizando o
reconhecimento de zircões com possível derivação a partir dos terrenos do Maciço de Goiás.
Duas amostras (quartzito e granito) foram retiradas da região de Itapuranga e preparadas para
análises isotópicas utilizando o método de U-Pb em zircões. As amostras foram trituradas e
bateadas para a concentração de minerais pesados, particularmente os zircões. Depois, os
zircões foram selecionados manualmente em lupa binocular e algumas montagens foram feitas
com eles em lâminas delgadas. Logo em seguida, uma resina foi depositada nas montagens e,
após a secagem, as lâminas foram polidas para serem analisadas utilizando o espectrômetro
de massa MC-ICP-MS acoplado com sistema de laser-ablation. Os resultados das análises
foram processados utilizando uma planilha de recalculo das idades dos zircões no Excel,
utilizando o software ISOPLOT. Foram analisados 80 grãos de zircões detríticos pelo método
U-Pb, mas apenas 49 deles (34 do quartzito e 15 do granito), com concordância entre 90 e
110%, foram utilizados para a construção dos diagramas Concordia e Probability. Nos zircões
que apresentavam núcleos herdados, duas análises foram feitas, uma no núcleo e uma na
borda. Na amostra de quartzito, a principal população (36 grãos) apresentou idades
Paleoproterozóicas, entre 1.8Ga a 2.2Ga, com uma média de 2.0Ga. Apenas 2 forneceram
idades Mesoarqueanas (~2.9Ga) e 1 com idade Mesoproterozóica (média 1.5Ga). No granito, 3
zircões com idades Mesoarqueanas foram analisados, um deles com a idade máxima de 3.147
Ga, sendo os outros dois núcleos herdados, com 2.89 e 2.80Ga, aproximadamente. Suas
respectivas bordas apresentaram idades com aproximadamente 1.95Ga e 0.83Ga. A principal
população (8 zircões) apresentou idades Paleoproterozóicas (~2.0Ga). Os dados obtidos
permitiram definir uma idade máxima de deposição de aproximadamente 1.5Ga para os
sedimentos do Grupo Araxá na região de Itapuranga. As populações de zircões encontradas
definem para os sedimentos uma área de aporte principal de idade Paleoproterozóica com
áreas menores de idades Mesoproterozóicas e Arqueanas. A idade arqueana dos zircões
detríticos é muito parecida com as idades dos granitóides do bloco arqueano de Goiás,
sugerindo ele como potencial área fonte para os sedimentos do Grupo Araxá. A idade de
aproximadamente 2.0Ga do granito pode ter implicações importantes sobre a evolução
tectônica da região, em função do contato tectônico com os sedimentos do Grupo Araxá.
942
NOVOS RESULTADOS DE GEOCRONOLOGIA U-PB (LA-ICP-MS) E Sm-
Nd PARA ROCHAS DO DOMÍNIO VULCANO-PLUTÔNICO NO SETOR OESTE
DA PROVÍNCIA AURÍFERA DE ALTA FLORESTA – MT BRASIL
943
Com relação às idades modelo TDM, o espectro de idades se encontra entre 2,40 a 1,94
Ga e indicam uma fonte magmática heterogênea com valores de ƐNd(t=1800 Ma) variando entre -
0,20 à -3,90 e +0,10 à +2,50.
As idades TDM mais antigas, em torno de 2,4 Ga são compatíveis com as idades de
cristalização das rochas juvenis da Província Amazônia Central, provavelmente retrabalhadas
pelos eventos orogênicos (crosta reciclada) da Província Ventuarí-Tapajós. Por sua vez, as
idades TDM em torno de 1,90 Ga são compatíveis com as idades de cristalização das rochas do
período orogênico da Província Ventuarí-Tapajós (Cuiú-Cuiú - arco de ilha; Creporizão - arco
continental..
944
IDADES U-Pb DE ZIRCÕES DETRÍTICOS DE ARENITO AFLORANTE NO
MUNICÍPIO DE PRESIDENTE FIGUEIREDO-AM E SUAS IMPLICAÇÕES NA
EVOLUÇÃO DA BACIA DO AMAZONAS
Riker, S.R.L1; Lima, F.J.C2; Motta1, M.B.
945
Isótopos estáveis não tradicionais: estudo de caso com princípios e
aplicações das razões δ7Li e δ44Ca às Ciências da Terra
Pietzsch, R.1; Figueiredo, M.F.; Vazquez, J.C.
1pietzsch@ymail.com, Rio de Janeiro, RJ.
946
O BATÓLITO ITAPORÉ ENTRE CORONEL MURTA E ITINGA, ORÓGENO
ARAÇUAÍ SETENTRIONAL (MG): RELAÇÕES DE CAMPO, PETROGRAFIA,
GEOCRONOLOGIA U-Pb E LITOQUÍMICA
Deluca, C.M.1; Pedrosa-Soares, A.C.1; Galliac, G.S.1; Dussin, I.A.1
1Universidade Federal de Minas Gerais, Instituto de Geociências, Centro de Pesquisa Manoel Teixeira da Costa,
Campus Pampulha, 31270-901 Belo Horizonte, MG, Brasil.
RESUMO: O Batólito Itaporé (BI) está inserido na região de Coronel Murta, NE de Minas Gerais
é um dos maiores representantes da Supersuíte G4 (ca. 530-500 Ma), a qual engloba intrusões
graníticas formadas no estágio pós-colisional do Orógeno Araçuaí. Este estudo apresenta novos
dados de campo, petrográficos e geocronológicos, além de uma completa compilação
bibliográfica e reinterpretação de dados litoquímicos, sustentando uma reavaliação das rochas
graníticas da área-tipo do BI. As rochas do batólito são livres da deformação e metamorfismo
regionais, mas apresentam tramas magmáticas (e.g., orientação por fluxo ígneo, acamamento
magmático) e feições relacionadas à atividade pneumatolítica deutérica (e.g., muscovitização,
brechação). Na área de estudo, o BI apresenta três fácies petrográficas predominantes,
denominadas: i) biotita granito (F1); ii) leucogranito a duas micas (F2); e iii) granito pegmatóide
(F3). F1 predomina nas intrusões ocidentais e é composta de monzogranito livre a muito pobre
em muscovita, apresentando titanita e allanita como minerais acessórios característicos. F2 tem
composição entre sienogranito e granodiorito, com proporções variáveis de biotita e muscovita,
caracterizando-se pela substituição de biotita por moscovita, granada e presença de coríndon e
monazita como minerais acessórios. F3 representa os maciços de granito pegmatóide, tendo
schorlita e berilo como acessórios, incluindo leucogranito a duas micas como termo subordinado.
Granada, apatita e zircão são minerais acessórios em todas as fácies descritas. Relações
texturais visualizáveis em campo e lâmina delgada indicam a transformação de F1 em F2, após
substituição de biotita pela muscovita, segundo um processo de alteração pneumatolítica
deutérica. Apresentam-se datações U-Pb (ID-TIMS) de zircão e monazita da fácies F2, que
resultaram em idades de 497 ± 1 Ma e 492 ± 1 Ma, respectivamente, indicando a cristalização
magmática e o estágio tardio de resfriamento do plúton. A fácies F3 representa magma
pegmatítico residual. As associações mineralógicas e dados litoquímicos mostram que as fácies
do BI variam entre granitos metaluminosos a peraluminosos, ricos (F1) a pobres em ETR (F2).
A distribuição das fácies e as relações de contato das intrusões com suas rochas encaixantes
sugerem que F1 representa a porção profunda de plútons, enquanto as demais fácies
representam as partes mais superiores (F2) a apicais (F3) do Batólito Itaporé.
947
U–Pb TITANITE AND MONAZITE DATING OF THE PALEOPROTEROZOIC
METAMORPHISM IN THE SOUTHERN SÃO FRANCISCO CRATON (BRAZIL)
Aguilar, C.1; Farina, F.2; Lana, C.1; Alkmim, F.F.1
1Universidade Federal de Ouro Preto (Brasil); 2University of Geneva (Switzerland)
ABSTRACT: New U-Pb geochronological data obtained in the Southern São Francisco Craton
(SSFC; southeastern Brasil) suggest that titanite and monazite underwent a complex history of
new growth, recrystallization (dissolution/precipitation) and/or partial lead-loss to isotopic
resetting during the Paleoproterozoic metamorphic event. In some cases distinct age
populations are clearly identified, whereas in other cases the data exhibit a wide age range that
probably represent partial recrystallization and incomplete isotopic resetting. For instance, early
titanite and monazite growth were preserved, registering ages that correspond to the magmatic
crystallization (2772 ± 14 Ma) or older metamorphic events (2731 ± 4 Ma and 2613 ± 11 Ma,
respectively). However, brown titanite with dark and light zones observed in an orthogneiss from
the southwestern part of the Bação Complex show two different age populations, reflecting a
period of growth at around 2687 Ma followed by recrystallization and/or partially resetting at
around 2048 Ma. Furthermore, two different colored grains were analyzed in an amphibolite
dike from the central part of the Bação Complex, indicating that the yellow grains represent new
growth or complete recrystallization, and the brown grains as older titanite that were partially
reset at ca. 2039 Ma. Therefore, pre-existing titanite was distinguished from newly grown or
recrystallized titanite based on its different color and zoning. This information has never been
extracted before for the rocks of the SSFC due to previous analyses were obtained by whole-
grain U–Pb ID-TIMS method.
In summary, the old ages derived from dark parts or brown grains clearly indicate that titanite
growth took place during early magmatism at ca. 2772 Ma or metamorphism between ca. 2731
to 2613 Ma. Combining with previous U–Pb zircon data, these early events overlap the Mamona
magmatic and metamorphic event at 2760–2680 Ma. Subsequent metamorphism and intrusion-
related heat/fluid flow events during the Transamazonian orogeny between ca. 2080 to 1940 Ma
resulted in the regional-scale recrystallization and isotopic resetting of the pre-existing titanite
and monazite. The preservation of Neoarchean ages suggests that the Transamazonian
metamorphism did not reach the temperature required and/or did not produce pervasive fluids
to reset completely titanite and monazite. In addition, these Paleoproterozoic data are well
correlated with the metamorphic ages determined for the neighboring areas of the southern and
northeastern sectors, indicating that the entire continental Archean crust was affected by a long-
lived metamorphic event. However, the absence of Paleoproterozoic magmatic data in the
SSFC indicates that this area underwent a different geodynamic evolution than both the
surrounding Mineiro and Mantiqueira belts in the southern sector as well as the Archean blocks
of the northern sectors of the craton, which were interpreted as a massive magmatic arc.
Therefore, we interpret the SSFC as an hinterland basin formed behind the active Archean
margin, which suffered closure of the Minas Basin and exhumation of domes during the
Paleoproterozoic event.
948
COMPLEXO JUIZ DE FORA NA REGIÃO DE TRÊS RIOS-RJ: NOVOS DADOS
DE Sm-Nd E Rb-Sr
Fernandes André, J. L.,1; Valladares, C. S.2; Duarte, B. P.2
1Universidade Federal do Espírito Santo (jeffersonlfandre@hotmail.com); 2Universidade do Estado do Rio de
Janeiro (claudia.s.valladares@gmail.com; biapasch@gmail.com)
RESUMO: O Complexo Juiz de Fora (CJF) é uma unidade que possui ampla variedade litológica, desde
ortogranulitos de composição charnockítica a noritíca, e ampla distribuição no Orógeno Ribeira e Araçuaí. A
literatura trata essa unidade como o embasamento da margem sudeste do Cráton São Francisco, constituída por
um conjunto de rochas paleoproterozóicas, metamorfizadas em fácies granulito durante a orogênese
Transamazônica (Paleoproterozóico) e retrometamorfizadas na orogênese Brasiliana (Neoproterozóico). Na
região de estudo (Três Rios - RJ), o CJF aflora na calha do Rio Paraíba do Sul, dentro da zona de cisalhamento
homônima de direção NE-SW, onde suas rochas estão milonitizadas, apresentando foliação milonítica subvertical
e feições de recristalização de grãos, como fitas de quartzo. Nesse estudo são apresentadas analises de seis
amostras, sendo dois ortognaisses calcioalcalinos de médio-K (TR-JEF-01C1 e TR-JEF-01a), um ortogranulito
cálcioalcalino de alto-K (TR-JEF-03b), dois ortogranulitos básicos toleíticos do tipo E-MORB (TR-JEF-03a e TR-
JEF-01) e um ortoanfibolito da séria alcalina (JA-17-JEFa). Como nessa região alguns litotipos foram totalmente
retrometamorfizados, alguns espécimes são tratados como ortognaisses e ortoanfibolito. Provavelmente esse
processo foi causado pela percolação de fluido durante a implantação da zona de cisalhamento. As razões
isotópicas foram regredidas para idades encontradas na literatura, pois não foram obtidas idades de cristalização
nesse estudo, sendo a idade 2,1 Ga atribuída aos protólitos cálcioalcalinos e 2,4 Ga para os da série toleítica, já
para rocha alcalina foi obtida apenas a idade modelo de Nd. Os ortognaisses (TR-JEF-01a e TR-JEF-1C1)
possuem idades modelos (2,37 e 2,36 Ga) e εNd(t) (-0,71 e -0,63) muito próximos, o que aponta para uma fonte em
comum, provavelmente representando um material magmático juvenil de derivação mantélica, com uma “pequena”
participação da crosta em suas gêneses, pois possuem valores de εNd(t) levemente negativos. No entanto, não
pode ser descartada a possibilidade de fusão da crosta inferior, devidos aos valores negativos dos seus εNd(t). Já o
ortogranulito de alto-K possui idade TDM de 2,2 Ga, com εNd(t) de + 2,8, o que sugere uma fonte mantélica
depletada. O ortoanfibolito alcalino (JA-17-JEFa) apresenta idade modelo (1,3 Ga) menor que a idade U-Pb
encontrada na literatura (≈ 1,7 Ga) para esse conjunto do CJF, por isso seu εNd(t) não foi calculado. Essa TDM
levanta a suspeita se essa litologia pertence ao CJF. Já os ortogranulitos básicos (composição toleítica) TR-JEF-
03a e TR-JEF-01, possuem εNd(t) de +2,9 e + 7,7, respectivamente. Sugerindo diferenciação a partir do manto
depletado. A idade TDM da primeira é 2,4 Ga, enquanto a da segunda não possui valor geológico (razão
147Sm/144Nd ≥ 0,165). Todas as razões 87Sr/86Sr
(t) possuem altos valores quando comparadas com amostras do
Complexo fora da zona de cisalhamento, o que levanta a hipótese de percolação de fluido rico em Rb, já que o
sistema Rb-Sr é afetado nesse tipo de processo. Sendo 0,71269, 0,71676 e 0,71971, para os respectivos
protólitos ácidos TR-JEF-O1C1, TR-JEF-O3b e TR-JEF-O1a, 0,70165 para o protólito toleítico TR-JEF-O1 e
0,69023 para o protólito toleítico TR-JEF-O3a, já para o metabasito alcalino o valor não pode ser calculado.
949
Petrografia, litogeoquímica e estudos isotópicos (U-Pb e Lu-Hf em zircão
por LA-ICP-MS) de Maciços da Suíte Intrusiva Rondônia
Debowski, B.P.1; Geraldes, M.C.2
1 Programa de Pós-graduação em Análise de Bacias e Faixas Móveis da Universidade do Estado do Rio de
Janeiro; 2Universidade do Estado do Rio de Janeiro
950
QUIMIOESTRATIGRAFIA ISOTÓPICA NAS FORMAÇÕES LAGAMAR E
ROCINHA, GRUPO VAZANTE, LAGAMAR (MINAS GERAIS)
Marques, C.S. 1; Uhlein, A. 2 ;Oliveira, G.D.3; Uhlein, G.J.1; Sial, A.N.4; Alvarenga, C.J.S.5
1Programa de Pós-Graduação em Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais;
2Institutode Geociências, CPMTC e Departamento de Geologia, Universidade Federal de Minas Gerais;
3 Votorantim Metais, Vazante, MG, Brasil;
4 NEG-LABISE, Universidade Federal de Pernambuco;
5 Instituto de Geociências, Universidade de Brasília.
Na região de Lagamar, Minas Gerais, afloram rochas do Grupo Vazante que estão em contato
por falha inversa com rochas do Grupo Bambuí. No Grupo Vazante foi possível individualizar as
formações Santo Antônio do Bonito (metadiamictitos, xistos e quartzitos), Rocinha (metapelito,
metarenito, metaritmito fosfático), Lagamar (carbonatos estromatolíticos, calcarenitos,
calciruditos) e Serra do Garrote (metapelitos). No Grupo Bambuí foram identificadas as
formações Serra da Saudade (metapelito, metarenito) e Lagoa Formosa (metadiamictito,
metapelito). Duas importantes falhas inversas, designadas como falha de Lagamar I e II,
inverteram a estratigrafia local. A falha de Lagamar I colocou as formações Serra do Garrote e
Lagamar, mais antigas pois apresentam exclusivamente zircões detríticos mesoproterozoicos,
sobre as formações Rocinha e Santo Antônio do Bonito, que apesentam zircões detríticos
meso-neoproterozoicos. A falha de Lagamar II colocou o Grupo Vazante (formações Santo
Antônio do Bonito e Rocinha) sobre as rochas do Grupo Bambuí.
As rochas desta região depositaram-se em ambientes de sedimentação costeira e marinho
raso a profundo. A Formação Lagamar representa uma plataforma carbonática influenciada por
ondas e marés, com fácies de planície de maré (estromatólitos e esteiras algais) e fácies de
retrabalhamento por ondas e correntes (calcarenitos, calciruditos). A Formação Rocinha exibe
fácies de ambiente plataformal, com algumas porções mais profundas e abaixo do nível de
ondas, e porções mais rasas com depósitos de fosfato.
As formações Lagamar e Rocinha foram estudadas em detalhe visando estudo isotópico de
carbono, oxigênio e estrôncio com amostras de 4 furos de sondagem e de ainda amostras da
bancada de uma lavra ativa.
A Formação Lagamar, a partir de amostras da atual Lavra Geraldo Américo, mostra valores de
δ13C entre -0,14 e 0,91‰ e de δ18O de -6,89 a -3,18‰. Em um testemunho de sondagem da
antiga lavra da CALA os valores de δ13C mostram-se bem constantes, variando entre -0,86 e
2,2‰, e os valores de δ18O entre -9,82 e -3,54‰. Na Formação Rocinha, o furo CD05, os
valores de δ13C são entre -6,58 e -2,85‰ e δ18O entre -6,20 e -5,14‰ foram encontrados. No
furo F230A tem-se valores de δ13C entre -6,62 e 3,33‰ e de δ18O entre -10,25 e -7,54‰.
Estes perfis podem evidenciar alterações diagenéticas, sobretudo no perfil da Antiga Lavra
CALA, em que as curvas de δ13C e δ18O apresentam alguma co-variância. Os valores de
87Sr/86Sr para amostras da Formação Lagamar são entre 0,70679 e 0,70788 e a para
Formação Rocinha 0,70766. Os valores de 87Sr/86Sr podem indicar idade mesoproterozoica a
neoproterozoica (Toniano/Criogeniano) para a Formação Lagamar, e idade neoproterozoica
(Criogeniano/Ediacarano) para a Formação Rocinha.
951
Hg ENRICHMENTS AND Hg ISOTOPES IN CRETACEOUS–PALEOGENE
BOUNDARY SUCCESSIONS: FINGERPRINTS OF THE DECCAN VOLCANISM
Sial, A.N.l1; Chen, J.2; Lacerda, L.D.3; Frei, R.4;Tewari, V.C.5; Pandit, M.K.6; Gaucher, C.7;
Ferreira, V.P.1; Cirilli, S.8; Peralta, S.9; Korte, C.4; Barbosa, J.A.1; Pereira, N.S.10
1 Universidade Federal de Pernambuco, 2Chinese Academy of Sciences; 3Universidade Federal do Ceará;
4University of Copenhagen; 5Sikkim University;6University of Rajasthan; 7Universidad de La República; 8 University
of Perugia; 9 Universidad Nacional de San Juan; 10Universidade Estadual da Bahia
We investigate the use of Hg as a proxy for volcanism by studying four distal and two proximal
sections in relation to the Deccan volcanic center, straddling the Cretaceous‒Paleogene (KPg)
boundary at (a) Højerup (Denmark), Bottaccione and Padriciano (Italy), (b) Meghalaya and
Jhilmili (India), and (c) Bajada del Jagüel (Argentina). Hg sequestration by organic matter
results in constant Hg/TOC ratio and linear correlation between Hg content of the sediments
and total organic content (TOC). Elevated Hg concentrations that deviate from this linear
relationship represent most likely true Hg anomalies and these notable Hg/TOC spikes (all TOC
<1%) are found in the Meghalaya, Bottaccione and Højerup sections within the CF2 planktic
foraminiferal biozone (spike I), at the KPg boundary (spike II), and within the P1a planktic
foraminiferal subzone (spike III). Spike III occurs also in the Jhilmili section. No clear correlation
between Hg/TOC and Al2O3 exists in any of the studied sections. The Hg anomalies probably
result from strong volcanic episodes of the Deccan phase-2 (started 250 kyr before the KPg
boundary and lasted for 750 kyr) that exhaled sulphuric aerosols, carbon dioxide and other toxic
agents which reached a critical threshold, represented in true Hg enrichments in the
palaeoenvironments. The possibility that Hg enrichments resulted from anoxia scavenging on
the seafloor and penetration downward into sediments is not supported in the stratigraphic
record of Mo/Al ratios redox proxy.
Hg isotopes were analyzed in samples from all KPg boundary sections in this study and
from Bidart, France, the latter for comparison. Hg isotopes yielded δ202Hg values ranging from
˗1 to ˗2 ‰ and Δ201Hg signatures from 0 to 0.05‰ (spike II in Højerup, Bottaccione and
Meghalaya KPg boundary layers) consistent with volcanic emission of Hg (0 to ˗2 ‰). δ202Hg in
spike I in Meghalaya and Padriciano and spike III in Jhilmili is consistent with volcanic emission
of Hg. Two samples from Bajada del Jagüel and four from Bidart, however, display isotope
signals compatible with volcanic emission/chondrite Hg. The results of three other samples are
characteristic for reworked sediment, soil and/or peat. Most of the data show small positive
Δ201Hg, in favor of long-term atmospheric transport prior to deposition, supporting volcanic
origin for the Hg. The present study broadens, therefore, the potential use of Hg as stratigraphic
marker and, moreover, confirms that in the critical KPg transition, Hg was enriched in
palaeoenvironments at three distinct stages during the Deccan phase-2. The data also suggest
that Hg poisoning from enhanced volcanism have contributed (or even caused) the KPg
boundary mass extinction.
952
CARBONATE AND ASSOCIATE BANDED IRON FORMATION
GEOCHEMISTRY AND PETROLOGY OF THE SÃO JOSÉ DO
BELMONTE PLUTONS, PERNAMBUCO, NE OF BRAZIL
Usma, C.D.1; Sial, A.N.1; Ferreira, V.P.1; Frei, R.2; Gaucher, C.3; Siqueira, R.1
1
NEG-LABISE Department of Geology, Federal University Pernambuco; 2Department of Geoscience and
Natural Resource Management, Univ. of Copenhagen, Denmark 3Facultad de Ciencias, Universidad de la
Republica, Montevideo, Uruguay
The Cachoeirinha Group was deposited in the central area of the Transversal
Zone Domain of the Borborema Province (Cachoeirinha–SalgueiroTerrane),
between the Patos and Pernambuco shear zones. The lithotypes of its basal
unit, the Santana dos Garrotes Formation, are formed by Neoproterozoic
metaturbiditic association with marble, banded iron formation (BIF) and
metavolcanic intercalations, deposited in a back-arc basin. Elemental and
isotope chemostratigraphy of selected sections was carried out aiming at
precising the depositional conditions of carbonate and iron-bearing sediment
formation and estimating their chronology. Calcitic marbles at the Pedreira and
Oiti localities display average δ13C, respectively, of +4.9‰ and +4.1‰, besides
negative Ce anomaly and positive Y anomaly, suggesting a middle to late
Cryogenian depositional age in a slightly oxygenated environment. The PAAS
normalized REE + Y patterns for BIFs at the Oiti locality favor a hydrogenetic
precipitation with hydrothermal influence.
Abundant Cryogenian–Ediacaran granitic plutons have intruded the Santana
dos Garrotes Formation. Bulk and mineral phase chemistry analyses of
magmatic epidote-bearing granodioritic plutons to the north of the Carmo village
allow identify them as calc-alkalic and high K calc-alkalic, of mixed origin. These
granodiorites were likely intruded during final stages of a subduction regime,
crystallizing under pressures of 6.6–9.3 kbar and temperatures in the 720–
765°C range, at depths around 22 Km.
953
EVOLUÇÃO TERMO-TECTÔNICA DO GRABEN DE URUSSANGA
Santos, A.N.1; Oliveira, C.H.E.1; Jelinek, A.R.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
A Bacia do Paraná, no estado de Santa Catarina, possui uma importante feição geotectônica
formada em contexto distensional conhecida como graben de Urussanga, o qual é preenchido
por rochas permianas do Grupo Itararé e cuja identificação e orientação em subsuperfície
foram inferidas principalmente por meio de dados de sondagens rotativas e geofísica. Existe
certa carência de dados geológicos na região em questão, principalmente dados analíticos
quantitativos que possibilitem a compreensão acerca da evolução do graben. O presente
trabalho tem por objetivo compreender a evolução termo-tectônica do graben de Urussanga
através da análise de imagens de satélite (TM-LANDSAT e SRTM) e análise por traços de
fissão em apatita. A datação por traços de fissão em apatita tornou-se bastante comum em
estudos que visam o estabelecimento das histórias térmicas de bacias sedimentares, estudos
de denudação e soerguimento, e estudos de proveniência. O método baseia-se na contagem
de defeitos cristalinos encontrados na estrutura mineral e formados quando da fissão de
átomos de urânio. A análise de imagens de satélite auxiliou na interpretação das estruturas
tectônicas, resultando na identificação dos principais lineamentos e auxiliando na coleta das
amostras para a análise por traços de fissão em apatita. Os lineamentos foram separados em
três populações e interpretados a partir de diagramas de roseta de comprimento e frequência:
embasamento, Bacia do Paraná e grandes lineamentos. Os diagramas de roseta indicam que
os lineamentos presentes na Bacia do Paraná e nas rochas granitóides do embasamento
apresentam direções preferenciais para NNE-SSW e NW-SE, sendo as primeiras mais
frequentes e de maior comprimento, coincidentes com os grandes lineamentos presentes em
todas as unidades. A análise por traços de fissão em apatita resultou em uma idade central de
77.9 ± 6.3 Ma, concordante com as idades obtidas por Karl et al. (2013) em amostras próximas
à região. O modelo de história térmica gerado mostra que as rochas foram submetidas à
máxima paleotemperatura durante a separação final entre a América do Sul e a África. Com
base na análise termo-tectônica, os lineamentos Pré-Cambrianos da região foram reativados
durante o Cretaceo Superior com consequente formação e estruturação do graben de
Urussanga em rochas pré-existentes da Bacia do Paraná, refletindo a atividade tectônica das
fases posteriores à separação final entre a América do Sul e a África.
954
IDADE Rb-Sr DO FOLHELHO LONTRAS, GRUPO ITARARÉ, BACIA DO
PARANÁ, NA REGIÃO DE MAFRA, SC, BRASIL
Koester, E.1;Scomazzon, A.K. 1; Weinschütz, L.C. 2; Wilner, E. 2; Moutinho, L.P. 1; Nascimento,
S. 1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2Universidade do Contestado
955
CONTRIBUIÇÃO A GEOCRONOLOGIA U-PB EM ZIRCÃO DA REGIÃO DE
ESPERA FELIZ: IDADES DE PROTÓLITOS PALEOPROTEROZÓICO ,
MAGMATISMO E METAMORFISMO NEOPROTEROZÓICOS.
Cardoso, L.M.C.1; Bonifácio, J.F. 1; Rodrigues, I.R. 1; Alves, M.I. 1; Geraldes, M.C. 1
1 Universidade do Estado do Rio de Janeiro
RESUMO: A Faixa Araçuaí localiza-se a leste do Cráton de São Francisco que juntamente com
a faixa Oeste-Conglesa constituem partes do Orógeno Araçuaí-Congo Ocidental. Esta faixa foi
desenvolvida durante o Ciclo Brasiliano e compreendeu uma série de eventos colisionais, do
Neoproterozóico perdurando até o Paleozóico e incluiu a margem passiva do paleocontinente
São Francisco durante sua colisão com o paleocontinente do Congo. Estes eventos finalizaram
com a formação do supercontinente Gondwana. Durante o Mesozóico houve uma reativação
tectônica, gerando a abertura do Oceano Atlântico separando o supercontinente anteriormente
formado.
O embasamento na região é representado por uma série de ortognaisses migmatíticos de idade
Arqueana a Paleoproterozóica. Segundo a literatura os granulitos da Suíte Caparaó são
ortoderivados e podem ser incluídos no Complexo Juiz de Fora, de idade paleoproterozóica. A
cobertura metassedimentar neoproterozóica é, essencialmente, constituída de paragnaisses
migmatizados do Grupo Andrelândia. Os granitóides foliados a gnaissificados são
correlacionados com os estágios pré-colisional e sincolisional do Orógeno Araçuaí. Os
granitóides livres da deformação regional são do tipo I e correlacionam-se ao plutonismo tardio,
cambriano, do Orógeno Araçuaí.
Para este trabalho foram coletadas nove amostras na região de Espera Feliz, no estado do
Espírito Santo com o objetivo de contribuir para o conhecimento da evolução geológica do
Orógeno Araçuaí e sua relação com o Orógeno Ribeira. Análises em miscroscópio petrográfico
iniciais permitiram a caracterização das paragêneses minerais. As análises de U-Pb em zircão
por LA-ICP-MS, realizadas em grãos retirados de cada amostra permitiram a obtenção de dados
geocronológicos, complementadas por imageamento utilizando microscópio eletrônico de
varredura (MEV) para análise da estrutura interna dos grãos de zircão por catodo luminescência
e da superfície por elétrons espalhados.
As análises petrográficas apontam para rochas gnaissicas ortoderivadas (quartzo, k-feldspato,
plagioclásio, biotita e granada), paraderivadas (quartzo, plagioclásio, silimanita, biotita,
muscovita, granada), granitóides (quartzo, microclina, plagioclásio e biotita) e granulitos
(quartzo, plagioclásio, ortopiroxênio, clinopiroxênio e anfibólio). Os zircões apresentam
morfologia arredondada e/ou alongada, sendo possível a identificação de núcleos herdados e
sobrecrescimento nos grãos através das imagens feitas no MEV. Análises geocronológicas U-
Pb apresentam idades de protólito que variam de 2201 Ma a 1996 Ma, idades de cristalização
de magma de 626 Ma a 622 Ma e idades de metamorfismo de 602 Ma a 582 Ma.
Estes resultados somados com as informações da literatura permitem sugerir uma evolução
geológica com a formação do embasamento Paleoproterozóico constituído por rochas
ortoderivadas originadas em ambiente de arco magmático (2201-1996 Ma) possivelmente
relacionado ao Cinturão Mineiro. Estas rochas foram intrudidas por um magmatismo
Neoproterozóico (626-622 Ma) durante o processo de subducção do assoalho oceânico com a
aproximação dos paleocontinentes Congo e São Francisco. O terceiro evento identificado nas
idades U-Pb das rochas estudadas é caracterizado pelo metamorfismo e anatexia (602-582 Ma)
durante a colisão e formação do Gondwana.
956
TRACE ELEMENTS AND ISOTOPE GEOCHEMISTRY (C, O and Fe) OF THE
CAUÊ IRON FORMATION, QUADRILÁTERO FERRÍFERO: EVIDENCE FOR
MICROBIAL DISSIMILATORY IRON REDUCTION IN THE ARCHEAN /
PALEOPROTEROZOIC TRANSITION.
Teixeira, N.L. 1, Caxito, F.A.1, Rosière, C.A.1, Vieira, L.2, Sial, A.N.3, Frei, R.4, Pecoits, E.1
1CPMTC-IGC-Universidade Federal de Minas Gerais; 2Universidade de Brasília; 3NEG-LABISE-Universidade
Federal de Pernambuco; 4University of Copenhagen, Denmark.
RESUMO: A great volume of Banded Iron Formations (BIFs) was deposited during the first
Great Oxygenation Event (GOE) around 2.45 Ga, for example the BIFs of the Cauê Formation,
Minas Supergroup, Quadrilátero Ferrífero (QF), Minas Gerais state, Brazil. Samples of
carbonatic (dolomitic/ankeritic) BIF from this unit were collected from a drillhole core ca. 600 m
deep in the Alegria region. These samples are unique as they represent the least deformed,
least metamorphosed section of the Cauê Formation studied so far, besides presenting no sign
of hydrothermal alteration, thus furnishing important information on iron deposition in the basin.
The main mineral phases are magnetite, ankerite, dolomite, amphibole (riebeckite and
grunerite) and quartz. The variable distribution of those minerals identifies a gradual variation
between four main lithofacies: (1) carbonate-magnetite BIF, (2) carbonate-magnetite-quartz BIF,
(3) carbonate BIF and (4) magnetite BIF. In all lithofacies, the main primary structure is a plane-
parallel lamination, with magnetite-rich laminae interleaved with carbonate or quartz-rich
laminae, generally with a very fine granulation (ca. 20 µm). Individual laminae are ca. 2 mm
thick, but locally can reach up to 1 cm thick. Locally, syn-sedimentary folds (slumps) and
microfaults can be recognized. The geochemical data are very homogeneous and similar for all
facies. In general, they suggest a low clastic contamination (Y/Ho = 37.74) and geochemical
signatures close to that of the seawater (GdPAAS/YbPAAS<1, LaPAAS/YbPAAS<1), with positive La
and Y anomalies. No true Ce anomalies are found. The mean Eu/Eu* value is 1.62, close to the
mean of the paleoproterozoic BIFs. Values of δ13C are between -9.95 and -4.42‰, while δ18O
values are between -24.60 and -16.75‰. Values of δ57Fe are mostly positive, between 0.7 and
1.9. Those are the lowest δ13C values ever found for carbonatic BIFs of the QF. Associated with
the positive δ57Fe, those values suggest that the carbonates of the Alegria BIFs were not
directly precipitated from the seawater, in which case they would yield δ13C values close to
zero, like those found in the Águas Claras mine. Consequently, authigenic processes must have
played an important role in the isotopic fractionation of carbon, oxygen and iron and in the
formation of dolomite and ankerite, excluding the hypothesis of a hydrothermal origin for those
carbonates. A possible model that would explain both the low δ13C and the high δ57Fe is the
actuation of microorganisms in the dissimilatory reduction of the precursor ferric oxides in the
sedimentary pile, as suggested for sequences of similar age around the world (e.g. Kuruman,
South Africa and Hamersley, Australia). Ongoing isotopic and geochemical studies (including Cr
isotopes) will contribute to consolidate this model. This work was funded by FAPEMIG through
grants n. APQ-00914-14 and PPM-00539-15.
957
Calcários neoaptianos-eoalbianos de uma seção distal do Grupo Macaé, em
área ultraprofunda da Bacia de Campos, Brasil: registro do evento anóxico
oceânico 1b no primitivo Atlântico Sul?
Caetano-Filho, S.1; Dias-Brito, D.1
1Centro de Geociências Aplicadas ao Petróleo (UNESPetro), Universidade Estadual Paulista
958
MAPEAMENTO GEOLÓGICO, IDADE DA SEDIMENTAÇÃO E PROVENIÊNCIA
DO GRUPO ANDRELÂNDIA EM ANDRELÂNDIA, MINAS GERAIS
Kuster, K.1; Ribeiro, A.1; Dussin, I. A.2, Benedek, M. R.1
1Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2Universidade do Estado do Rio de Janeiro
959
IDADES U-Pb LA-ICP-MS DA INTRUSÃO ALCALINA DE SOARINHO - RJ
Silva, D.A1; Bernabe, T.Q2; Geraldes, M.C3
1,2,3Universidade do Estado do Rio de Janeiro
960
Recent in situ geochronology studies with the CAMECA ion microprobe
Baxter, K.; Peres, P.; Saliot, Ph.
961
OROGENIAS PALEOZOICAS E PROVENIÊNCIA SEDIMENTAR DA PORÇÃO
ORIENTAL DA BACIA BAURU NO ESTADO DE SÃO PAULO
SANTOS, C.A.M.1; RESENDE, R.S.2; TELLO, C.A.S.3 ; NUNES, J.O.R3.
1UniversidadeFederal De Mato Grosso, Campus Universitário de Rondonópolis; 2Doutora em Ciência e
Tecnologia de Materiais pela Universidade Estadual Paulista (UNESP – Campus de Presidente Prudente); 3
Universidade Estadual Paulista (UNESP – Campus de Presidente Prudente).
RESUMO: A Bacia Bauru é uma entidade geotectônica gerada no Cretáceo Superior por
processos flexurais relacionados à compensação isostática na porção sul do Soerguimento Alto
Paranaíba e oeste da Serra do Mar. Na sua parte oriental é composta pela seguinte
litoestratigrafia: Formações Uberaba, Vale do Rio do Peixe, Araçatuba, São José do Rio Preto,
Presidente Prudente e Marília. Baseando-se em datações combinadas por U-Pb e traços de
fissão (TF) em grãos individuais de zircão, este trabalho objetiva demonstrar a participação dos
eventos orogênicos paleozoicos ocorridos no sudoeste gondwânico, na proveniência
sedimentar na porção oriental da Bacia Bauru no estado de São Paulo. Para tanto, foram
datados zircões obtidos de amostras das Formações Marília (57 grãos), Presidente Prudente
(101 grãos) e Vale do Rio do Peixe (45 grãos). O método U-Pb fornece a idade de
(re)cristalização do mineral, dada a sua capacidade em permanecer isotopicamente fechado a
temperaturas superiores a 900°C, ao passo que o Método de Traços de Fissão (MTF) indica a
idade aparente relacionada a uma história de resfriamento através de uma zona de annealing
parcial (ZAP) do zircão – 210-340°C para o período de 1 Ma. Os dados demonstraram uma
ampla variação de idades, apresentando idades máximas e mínimas que apontam do
Arqueano ao Cretáceo Superior para as idades U-Pb, e do Neoproterozoico ao Cretáceo
Superior para as idades TF. Acerca das idades TF, agruparam-nas em três intervalos de
tempo, aos quais se associaram eventos geológicos explorados na literatura especializada:
idades menores de 250 Ma (Reativação Wealdeniana); entre 250 e 470 Ma (Orogenias
Paleozoicas); e superiores a 470 Ma (Colisões Brasilianas). Observaram-se entre os resultados
as seguintes concentrações de idades TF no tempo das orogenias paleozoicas (Oclóyica,
Precordilheirana, Chanica e Sanrafaélica): 49,84% para a Formação Presidente Prudente;
59,50% para a Formação Vale do Rio do Peixe e 57,19% para a Formação Marília. As idades
U-Pb são predominantes no Neo e Paleoproterozoico. Por outro lado, os resultados
simultâneos das idades U-Pb e TF no mesmo grão de zircão sugerem que as idades U-Pb
correspondem na sua maioria às idades das orogenias. A comparação de idades obtidas por
intermédio destas duas técnicas permitiu, além de identificar uma ampla variação de áreas-
fontes para a área de estudo, apontar uma participação significativa dos eventos orogenéticos
gondwânicos. Dessa forma, pode-se afirmar que os zircões se originaram no Pré-Cambriano e
as orogenias do sudoeste do Gondwana os soergueram para serem transportados para a
Bacia do Paraná. Fortalecendo esta hipótese temos resultados complementares de idades TF
das Formações Botucatu e Aquidauana mostrando concentrações no tempo das orogenias de
82,60% (23 grãos) e 82,90% (41 grãos), respectivamente, o que as tornam prováveis fontes de
sedimentos para a Bacia Bauru. Sendo assim, episódios geológicos do Paleozoico e
Mesozoico, sobretudo, a atividade tectônica e magmática do Soerguimento do Alto Paranaíba
no Cretáceo Superior, foram os maiores responsáveis por fornecer e retrabalhar a assembleia
de zircões para a Bacia Bauru.
962
LATE ORDOVICIAN–EARLY SILURIAN TRANSITION IN THE
PRECORDILLERA OF ARGENTINA: INSIGHTS FROM C-, N-
ISOTOPE AND Hg CHEMOSTRATIGRAPHY
Sial, A.N.1, Peralta, S.2, Gaucher, C.3, Lacerda, L.D.4, Ferreira, V.P.1, Pereira,
N.S.1, Santos, N.T.S.1
1Universidade Federal de Pernambuco; 2Universidad de San Juan, 3Universidad de La
República; 4 Universidade Federal do Ceará
963
sections. Hg values (1 ng.g-1) from the lowermost portion of the La Chilca
Formation are Hg enriched (25 ng.g-1) right after the OSB, probably related to
the runnof increase after glaciation.
964
TIMING OF OCEANIC CRUST FORMATION AND ACCRETION TO THE
BRASILIANO OROGEN IN THE SÃO GABRIEL TERRANE, FROM U-Pb-Hf
ISOTOPES OF ZIRCON FROM METASOMATITES
Arena, K.R.1; Hartmann, L.A.1; Lana, C.C.2
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2Universidade Federal de Ouro Preto
ABSTRACT: We established the timing of oceanic crust formation and its accretion to the
Brasiliano Orogen with the isotopic study of zircon from albitites and metasomatic rocks in
serpentinites, juvenile São Gabriel Terrane, southern Brazilian Shield. U-Pb SHRIMP and Lu-Hf
LA-ICP-MS were performed in the same region of the crystals. Albitites and chloritites yield
Tonian ages for the Cerro Mantiqueiras, Ibaré and Palma ophiolites. In the Cerro Mantiqueiras
ophiolite, the largest (9.0 x 0.5 km) ultramafic body (immersed in oceanic amphibolites) has an
assemblage of olivine + orthopyroxene + chlorite + tremolite stable in the middle amphibolite
facies of orogenic metamorphism. Granoblastic albitite occurs in two small (0.5 m) blocks
immersed in the harzburgite. Analysed (n = 28) euhedral to subhedral zircon grains (n = 24)
have an outstanding internal structure of homogeneous to incipiently zoned core (magmatic;
Th/U = 0.3) surrounded by a wide, fractured, bright rim (metamorphic; Th/U = 0.1). Two distinct
Concordia ages are 923 ±3 Ma in the cores and 786 ±13 Ma in the rims. The Ibaré ophiolite is a
volcano-sedimentary succession with voluminous ultramafic rocks initially deformed in the
greenschist facies of orogenic metamorphism but with a strong overprint of contact
metamorphism by the Santa Rita Granite. The assemblage olivine + talc indicates low
hornblende hornfels facies for large tracts of the serpentinite. A 20 x 10 m-large, fine-grained,
hiatale-textured albitite lies in the core of blackwall (40 m large), the full metasomatic
association immersed in metaserpentinite. The analyses (n = 21) of 19 zircon grains (magmatic,
Th/U = 0.3) resulted in a single age of 892.4 ±2.8 Ma. The internal structure of the grains is
homogeneous, euhedral to subhedral with embayments displaying pores in large portions. Grain
size is 60-100 µm but two grains reach approximately 200 µm. A tourmalinite body (5 m large)
in the extreme northwestern part of the ophiolite is in contact with chloritite. The internal
structure of 140 analyzed grains (80-250 mm) from these two metasomatites is a faint and
broad to irregular zoning. The euhedral grains have embayments. Euhedral apatite inclusions
are common in the cores. The age is approximately 724 Ma. The Palma ophiolite a volcano-
sedimentary succession with voluminous mafic-ultramafic rocks deformed in the greenschist
facies with intense thermal superposition. The chloritite occurs as loose blocks (10 x 20 cm) in
contact with serpentinite. The analyzed zircon grains (n = 67) are heterogeneous, subhedral,
with patchy zoning, irregular external faces and embayments. Apatite and xenotime inclusions
occur. Size is 100-190 µm but a few are closer to 50 µm. The 35 analyses resulted in an age of
722 Ma. The difficulty of dating ophiolites is presently overcome by the search and finding of
zircon in an albitite (a possible altered oceanic plagiogranite) and metasomatic (chloritite,
tourmalinite) rocks contained in serpentinite. Ophiolite formation and accretion occurred in the
Tonian (923, 786, 722 Ma). This dating solution for the São Gabriel Terrane can be expanded
for oceanic crust formation and accretion to the Brasiliano Orogen in eastern South America.
965
ANÁLISE DE DEPÓSITOS CASCALHOSOS NA PORÇÃO NORDESTE DO MÉDIO CURSO
DO RIO PARAOPEBA POR MEIO DE LEVANTAMENTO ESTRATIGRÁFICO E MÉTODOS
GEOCRONOLÓGICOS
966
enchentes. O material da fácies B é típico de origem coluvial. As próximas fases deste trabalho
envolvem a definição da idade dos depósitos por LOE, bem como a análise da proveniência
sedimentar a partir de zircão detrítico. Com essas técnicas será possível atestar definitivamente
a proveniência dos sedimentos, bem como a idade mínima de entalhamento da paisagem a partir
das supostas rampas topográficas que fizeram a ligação entre a serra da Moeda e cada um dos
depósitos aqui estudados.
967
PETROGRAFIA, GEOCRONOLOGIA E CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DO
STOCK GRANÍTICO CERRO CORÁ/RN – PROVÍNCIA BORBOREMA,
NORDESTE DO BRASIL
Oliveira, S.F1
1CPRM/SGB – Serviço Geológico do Brasil
RESUMO: O Stock Granítico de Cerro Corá/RN, de forma elipsoidal e área de 10km2, localizado
no Município homônimo, insere-se geotectonicamente na Província Borborema (NE do Brasil),
dentro do Domínio/Terreno Rio Piranhas – Seridó intrudido em biotita xistos da Formação Seridó
e limitado pela Zona de cisalhamento Pedra do Escorrego. São formados por sienogranitos e
monzogranitos a sienitos leucocráticos, equigranulares de granulação fina a média, com
coloração cinza a rosa. Petrograficamente são constituídos por feldspatos potássicos (27 a 55%),
plagioclásio (10 a 38%), quartzo (15 a 35%), biotita (4 a 18%) por vezes alterada para clorita.
Allanita, minerais opacos e hornblenda são minerais acessórios. Epidoto, apatita, titanita, zircão,
calcita e muscovita aparecem com minerais traços. Foram analisadas 13 amostras para química
de rocha total deste stock, obtendo rochas ácidas enriquecidas em SiO2 (70,9 a 74,3%), K2O
(3,04 a 3,43%), Na2O (3,04 a 3,43%), apresentam alto teor de álcalis, com razão K2O/Na2O >1
e teores médios de Rb (160,8 ppm a 207 ppm). Possuem baixos valores de Al2O3 (13,2 a 14,4%),
Fe2O3 (1,9 a 3,3%), MgO (0,2 a 0,6%), CaO (1,2 a 1,8%) e TiO2 (0,1 a 0,3%), P2O5 (0,045% a
0,13%), Sr (80,8 ppm a 215,1 ppm), Ba (260 a 926 ppm) e V (3 ppm a 12 ppm) quando
comparadas às demais suítes intrusivas do Domínio do Rio Grande do Norte. Nos diagramas de
variação do tipo Harker observa-se o desenvolvimento de alinhamento negativo das amostras
para Al2O3, Fe2O3, MgO, CaO, TiO2, P2O5, Ni, Sr, Ba, Zr, Y, La e Ce com o aumento do SiO2,
sugerindo o fracionamento de plagioclásio, biotita, anfibólio, titanita, epidoto e zircão. Nos
diagramas com K2O e Rb nota-se um alinhamento positivo sugerindo que os feldspatos
potássicos não foram fases precoces. O conteúdo total de ETRs ficou entre 186, e 433,0 ppm.
No diagrama para os ETR normalizados pelo condrito, mostra um leve enriquecimento relativo
de ETRL com relação aos ETRP (Ce/Yb)N = 27,3 a 12,4 e anomalias negativas de Eu (Eu/Eu*)N
entre 0,2 e 0,3, sugerindo fracionamento de feldspatos. Compreendem rochas supersaturadas
em sílica, metaluminosas a peraluminosas e no contexto de séries magmáticas mostram-se em
diversos diagramas discriminantes afinidades com rochas calcioalcalinas de alto-K a
shoshoníticas caracterizada nos diagramas discriminantes de ambiente geotectônico como
granitos pós-colisionais. A análise geocronológica, realizada em zircões pelo método U-Pb
(SHRIMP), obteve-se uma idade concordante de 538 ± 2 Ma (MSWD = 0,65) para 5
determinações. A análise isotópica Sm-Nd, forneceu uma idade-modelo TDM de 2,53 Ga com
um εNd = -21,35 indicando participação de fontes crustais neoarqueanas na gênese do granito.
Este stock se posicionou no final da orogênese Brasiliana, associado a espessamento crustal e
colapso extensional, e são correlacionados com os granitos cálcio-alcalinos de alto K
equigranular.
968
PETROGRAFIA, GEOCRONOLOGIA E CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DO
ORTOGNAISSE CAIONGO – DOMÍNIO SÃO JOSÉ DO CAMPESTRE,
PROVÍNCIA BORBOREMA, NORDESTE DO BRASIL
Oliveira, S.F1
1CPRM/SGB – Serviço Geológico do Brasil
RESUMO: O Ortognaisse Caiongo é formado por uma serra homônima que serve de limite
municipal entre as cidades de Currais Novos, Campo Redondo, Coronel Ezequiel e Jaçanã no
RN e Picuí-PB. Este ortognaisse era cartografado como parte do Plúton Picuí e está inserido
geotectonicamente na Província Borborema, Domínio/Terreno São José do Campestre, em
contato com rochas paleoproterozoicas dos Complexos Santa Cruz e Serrinha-Pedro Velho,
através das Zonas de Cisalhamento Lajes Pintadas e com as rochas supracrustais do Grupo
Seridó, através da Z.C Picuí – João Câmara. Os ortognaisses possuem composição
sienogranítica, monzogranítica a álcali-feldspato granítica. São leucocráticos a mesocráticos,
de coloração cinza a rosa, equigranulares, de granulação grossa a inequigranulares com
porfiroclastos augen de feldspato potássico (~5cm). Enclaves de rochas finas de coloração
cinza e composição granítica a granodioritica são observados, bem como, xenólitos de rochas
ortognáissicas, interpretados como do Complexo Santa Cruz e cortados por diques de granitos
finos de natureza leucocrática, diques pegmatíticos centimétricos e é notável uma deformação
causada por zonas de cisalhamento, principalmente nas bordas do corpo. A assinatura
geofísica é fracamente magnética, baixa em tório e urânio e enriquecida em potássio.
Petrograficamente são constituídos por feldspatos potássicos (22-40%), plagioclásio (5-25%),
quartzo (15-32%), biotita (10-18%), hornblenda (5-20%). Titanita, Allanita, minerais opacos,
epidoto, zircão e apatita são minerais acessórios e traços. Quimicamente, são rochas ácidas
com SiO2 (65,9-69,0%), enriquecidas em K2O (5,6-6,1%) com K2O/Na2O (1,7–2,1) e valores de
Al2O3 entre 14,8 e 15,30%, CaO entre 1,9 e 2,5%, Fe2O3 entre 3,8 e 4,7% e MgO entre 0,5–
0,8%. Possuem valores moderados de Rb (106 ppm-128 ppm) e Sr (355-465 ppm). Nos
diagramas de Harker possue na maioria dos diagramas um comportamento disperso, porém
descreve trends negativos com o aumento da SiO2, visto as relações com Al2O3, Fe2O3, MgO,
CaO, TiO2, P2O5, Sr, Y e Zr sugerindo o fracionamento de plagioclásio cálcico, biotita, anfibólio,
titanita, epidoto e zircão. O K2O e Ni tendem a um comportamento um tanto que positivo
sugerindo que os feldspatos potássicos não foram fases precocemente fracionadas durante a
evolução magmática. Possuem conteúdo total de ETRs entre 246-379ppm onde, nos
diagramas normalizados pelo condrito, o padrão de distribuição dos ETRs mostram o
enriquecimento relativo de elementos terras raras leves com relação aos elementos terras
raras pesados (CeN/YbN=112,3-23,3) e anomalias negativas de Eu (Eu/Eu*)N entre 0,39-0,53,
sugerindo fracionamento, de feldspatos. As rochas do ortognaisse Caiongo são
metaluminosas, com afinidade subalcalina com tendências cálcio-alcalinas de alto-K a
shoshoníticas. Em diagramas discriminantes de ambiente geotectônico distribuem-se no campo
pós-colisional. A análise geocronológica em zircões (n = 15) pelo método U-Pb SHRIMP,
obteve-se uma idade do intercepto superior de 2223 +32/-24 Ma (MSWD=0.94) interpretada
como idade de cristalização. A determinação isotópica de Sm-Nd, forneceu uma idade-modelo
TDM de 2,43Ga com um εNd(t) = -0,25 o que sugere que o ortognaisse Caiongo faz parte de um
magmatismo juvenil no período Riaciano, do Arco Magmático São José do Campestre,
correlacionado ao Complexo Santa Cruz e Serrinha – Pedro Velho.
969
100 Ma of localized magmatism in eastern Borborema Province (NE Brazil):
Evidence for a long-lived stationary heat source
970
MID-OCEAN RIDGE ENVIRONMENT AND AGE DETERMINATION OF THE
CERRO MANTIQUEIRAS OPHIOLITE, SOUTHERN BRASILIANO OROGEN
971
PROVENIÊNCIA DA UNIDADES SUPRACRUSTAIS ENCAIXADAS NOS
COMPLEXOS AMPARO, ITAPIRA E PIRACAIA, PORÇÃO LESTE-NORDESTE
DO ESTADO DE SÃO PAULO
Negri, F.A.2; Oliveira, M.A.F.1
1 Instituto Geológico – Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo 2 Universidade
Estadual Paulista – Campus de Rio Claro;
972
ENVIRONMENT OF IBARÉ OPHIOLITE FORMATION AND ACCRETION TO
THE BRASILIANO OROGEN BASED ON DETRITAL ZIRCON U-Pb-Hf
ISOTOPES FROM A VOLCANICLASTIC ROCK
Casagrande, V.M.F.D. 1; Hartmann, L.A.1; Arena, K.R.,1; Lana, C.C.2
1
Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2Universidade Federal de Ouro Preto
ABSTRACT: Ophiolites from the juvenile São Gabriel Terrane, southern Brasiliano Orogen, are
significant markers of oceanic crust formation and accretion. The environment of accretion can
be described from the rock association that contains the ophiolite. We describe the U-Pb-Hf
isotopic data of zircon from the Ibaré ophiolite because it comprises a volcano-sedimentary
succession similar to a volcanic arc, with voluminous ultramafic rocks (Corticeira Formation).
The juvenile arc was initially deformed in the greenschist facies of orogenic metamorphism but
displays a strong overprint of contact metamorphism by the intrusion of the Santa Rita Granite.
The arc (Bela Vista Formation) has mostly intercalated phyllite, quartzite, meta-arkose,
metagraywacke, metarhythmite, metasiltite, meta-andesite and volcaniclastic rocks. The
volcano-sedimentary rocks are interlayered. The stratigraphic relationships are complex, due to
folding. In the Ibaré volcaniclastic rock (IB1 sample), 174 zircon grains were documented in
backscattered electron (BSE) images and all show patchy zoning. The grains are subhedral to
anhedral and have aspect ratio 4:1 to 1:1 but mostly 2:1. The length of grains is between 50-
185 µm and mostly <100 µm, one grain with 200 µm. The grains are rounded, fractures are
present, rims are discontinuous and recrystallized. Embayments and dissolution features are
present. Euhedral apatite inclusions are common in the cores of zircon crystals. LA-ICP-MS U-
Pb isotopic analyses (n = 111 concordant) of zircon show a spread of ages between 530-1030
Ma, but the most significant peak is between 700-910 Ma. Several analyses plot near 600 Ma.
We interpret the data as resulting from detrital zircon deposition in an intra-arc basin younger
than 700 Ma. Ages near 600 Ma were probably caused by zircon resetting during intrusion of
the Santa Rita Granite. Previous studies of zircon from an albitite by Karine da Rosa Arena
placed the Ibaré ophiolite formation in the beginning of the Tonian (920 Ma). This late Tonian
age of the dated intra-arc basin indicates a long period (210 Ma) between ophiolite generation
at 923 Ma and formation of the island arc at 910-700 Ma. Zircon Hf isotopes and geochemistry
indicate an environment transitional between oceanic and continental. We have thus
established the geological environment and age of formation of the Ibaré island arc, essential
for the classification of the Ibaré ophiolite as supra-subduction zone type. This parameter can
be determined in other ophiolites from the Brasiliano Orogen to contribute to the understanding
of the evolution of Rodinia and Gondwana.
973
ORIGEM E IDADE U-Th-Pb DO DISTRITO PEGMATÍTICO DE ITAMBÉ-BA
REVELADAS PELA MONAZITA
Ferreira, R.M.G.1; Chaves, A.O.1
1Universidade Federal de Minas Gerais
974
QUARTZITO CÓRREGO DO UBÁ, EVIDÊNCIA DA BACIA PRECURSORA DO
ORÓGENO ARAÇUAÍ EM SUA PORÇÃO MERIDIONAL
Fonte Boa, T.M.R.1; Novo, T.A.1; Pedrosa-Soares, A.C.1; Dussin, I.2
1Universidade Federal de Minas Gerais; 2Universidade Estadual do Rio de Janeiro;
RESUMO: Localizado no núcleo de alto grau do Orógeno Araçuaí, mais precisamente a norte
do Município de Pocrane, o Quartzito Córrego do Ubá é um representante do seu sistema de
Bacias Precursoras. O quartzito encontra-se tectonicamente intercalado com gnaisses
ortoderivados pertencentes ao Complexo Pocrane representante do embasamento
paleoproterozoico do Orógeno Araçuaí. Para avaliar a proveniência e a idade máxima de
sedimentação do quartzito foram feitas imagens de catodoluminescência e análise U-Pb (LA-
ICP-MS) em 90 cristais de zircões de natureza detrítica. As imagens mostram zircões
tipicamente ígneos com zoneamento bem marcado sendo a maioria concêntrico e algumas
vezes reto ou truncado. Outra feição interna observada é a presença de núcleos herdados bem
como padrão de fraturamento radial. Quanto às feições morfológicas externas, os grãos de
zircão possuem formas diversas sendo grande parte arredondada e esférica e a minoria
angulosa. A análise isotópica possibilitou a identificação de cinco picos de frequência de
idades. Os dois picos mais antigos indicam fontes cristalizadas durante o ciclo orogênico
Riaciano-Orosiriano tendo como possíveis fontes as rochas do Complexo Juiz de Fora e Suíte
Borrachudos, ou demais rochas do embasamento do Cráton São Francisco. Os dois picos
intermediários indicam rochas-fonte que podem ser correlacionadas com as idades de
cristalização da Formação Bomba e idades das formações do Supergrupo Espinhaço Médio.
Do ponto de vista estatístico, a idade máxima de deposição do sedimento arenoso é balizada
no início do período Esteniano, porém, o grão mais novo apresenta idade concordante com o
final deste período, sugerindo que a deposição do protólito do Quartzito Córrego Ubá possa se
situar no limiar Toniano-Esteniano. A junção das informações obtidas pela análise das imagens
de catodoluminescência e isotópicas mostram que o sedimento do quartzito possui fontes
diversas, distintas tanto no tempo quanto no espaço. Ou seja, são rochas-fonte cristalizadas
durante fases distintas de magmatismo localizadas em diversos pontos do paleocontinente São
Francisco-Congo, todas correlacionáveis com as encontradas na literatura. Uma característica
marcante é a similaridade entre o espectro de idades do quartzito e os espectros do Grupo
Macaúbas e Complexo Jequitinhonha, representantes de bacias neoproterozoicas na região.
Portanto o Quartzito Córrego do Ubá é um representante do sistema de bacias precursoras do
Orógeno Araçuaí caracterizado pela primeira vez no seu núcleo metamórfico anatético. Este
trabalho teve apoio da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais
(CODEMIG) e Petrobras.
975
NOVAS IDADES U-PB LA-ICP-MS DE ROCHAS GRANÍTICAS E
MIGMATÍTICAS DO TERRENO COSTEIRO, DOMÍNIO MONGAGUÁ, SE DO
ESTADO DE SP: IMPLICAÇÕES PETROGENÉTICAS
Passarelli, C.R.1; Basei, M.A.S.1; Siga Jr., O.1
1Universidade de São Paulo – Instituto de Geociências
RESUMO: A província Mantiqueira foi gerada no Neoproterozoico durante a orogenia Brasiliano-
Pan-africana ligada à constituição de Gondwana Ocidental. Entre os vários cinturões
desenvolvidos nesta província o maior é o Cinturão Ribeira, situado no sudeste do Brasil. O
domínio tectônico Mongaguá está localizado na parte sul do Cinturão Ribeira, sendo composto
por rochas graníticas e gnáissico-migmatíticas, incluindo o Complexo Itariri e os Granitos Areado
e Ribeirão do Óleo.
O Complexo Itariri inclui monzogranitos de médio a alto K, granodioritos e biotita-tonalitos,
localmente migmatíticos. Análises U-Pb em zircões por LA-ICP-MS forneceram idades de 745
Ma em biotita tonalito protomilonítico e dois grupos de idade de 640-630Ma e 612Ma em zircões
magmáticos e sobrecrescimentos migmatíticos, respectivamente. Núcleos herdados
preservados no interior dos cristais forneceram idades de 2.2-2.1 Ga, 1.8 Ga, 1.2-1.1 Ga e 790
Ma. Idades U-Pb em monazitas em torno de 600 Ma confirmam o evento térmico responsável
pelo sobrecrescimento registrado em bordas de zircão. As idades U-Pb Paleoproterozóicas em
torno de 2150 Ma obtidas em mesossomas de migmatitos caracterizam a existência de núcleos
remanescentes do embasamento.
Os granitos que compõem o Complexo Itariri foram formados no Neoproterozóico a partir de
fontes crustais de idades paleoproterozóicas (1.8-2.2 Ga) e mesoproterozóicas (1200-1100 Ma)
Essas últimas, observadas no Complexo Itariri não são relatadas em rochas do sudeste do Brasil
sendo possível que a origem desse magmatismo esteja relacionada a protólitos oriundos do
Cinturão Namaqua do sudoeste da África.
O Granito Areado representa o melhor registro do magmatismo Criogeniano (ca. 700 Ma) na
região. Núcleos herdados em cristais de zircão desse corpo fornecem idades de 2.2-2.1 Ga, 1.8
Ga e 860 Ma. Porções atribuídas ao embasamento Paleoproterozóico (2150 Ma) estão
preservadas como roof-pendants na porção central do corpo. O Granito Ribeirão do Óleo
apresenta idades U-Pb por LA-ICP-MS em torno de 560 Ma atribuídas a cristalização deste
corpo. Núcleos de zircão herdados forneceram idades de 2.2-2.1 Ga, 700 Ma e valores entre 645
e 610 Ma. Feições bem caracterizadas de magma-mingling são frequentes.
976
DADOS DE TRAÇOS DE FISSÃO EM APATITA PRELIMINARES DO ESCUDO
PRÉ-CAMBRIANO DA REGIÃO NOROESTE DE MOÇAMBIQUE, ÁFRICA
977
U-PB SHRIMP ZIRCON GEOCHRONOLOGY AND PB-PB, SR and ND
ISOTOPE DATA TO UNDERSTAND METALOGENY AND TECTONIC
EVOLUTION AT THE FARALLÓN NEGRO VOLCANIC COMPLEX,
ARGENTINA
Borba, M.L.B1,2; Tassinari, C.C.G.1; Chemale Jr, F.3
1Universidade de São Paulo; 2Universidade Monte Serrat; 3Universidade do Vale do Rio dos Sinos
RESUMO: In the NW of Argentina, Central Andes, lies the Farallón Negro Volcanic Complex.
The two world-class Cu-Au porphyry deposits of Bajo de la Alumbrera and Agua Rica occur in
this area and are genetically associated to this volcanic complex activities. Isotope studies and
high-resolution geochronology were carried out for the two deposits, aiming to investigate the
source of the mineralization and crustal influence in its genesis, and ages for the Agua Rica
porphyries. Pb isotopes show that the whole-rock samples from Bajo de la Alumbrera are less
radiogenic than those from Agua Rica, with close ratio values. The whole-rock samples from
Agua Rica show higher dispersion compared to Bajo de la Alumbrera. The pyrite samples from
both deposits present similar ratios, which allows grouping them. The Pb isotopic compositions
of sulfides and host rocks for the Agua Rica deposit and Bajo de la Alumbrera indicated that,
despite the difference in the lithology present in the two deposits, the values obtained are close
and very homogeneous. Sulfide samples from Bajo de la Alumbrera show ratios of 206Pb/204Pb,
207Pb/204Pb and 208Pb/204Pb very close to the whole-rock ratios, but with a slight enrichment in
radiogenic Pb. Sulfide samples from Agua Rica present variable distribution, however, the pyrite
samples from diorite and from metasandstone present ratios close to the pyrite from Bajo de la
Alumbrera. The Sr and Nd isotopes obtained and combined with literature data may suggest
more evidence on the source of magmas and fluids for these deposits. Rocks with juvenile
pattern, incorporated during the Andean orogeny, are one group observed, but there are also
rocks that indicate the presence of crustal contamination, not homogeneous, with variations in
Epsilon Nd(t) positive to negative. U-Pb SHRIMP zircon ages in the porphyries Trampeadero
and Quebrada Seca, from the Agua Rica deposit, presented ages of 6.20±0.16 Ma and
5.66±0.22 Ma, respectively. These ages indicate a short time interval between these intrusions,
of about 0.54 Ma, and represent the youngest ages obtained for Agua Rica by U-Pb SHRIMP
zircon. Rb-Sr ages in pyrite combined with the U-Pb SHRIMP zircon ages matches the main
magmatic phase and shows that the main mineralization phase is coeval to the intrusions.
Based on these group of data, it is suggested that the genesis of the Agua Rica deposit was
coeval to the last magmatic stages of Bajo de la Alumbrera, and this marks the youngest ages
to the Farallón Negro Volcanic Complex rocks. In addition, the crustal participation was
significant in the genesis of these deposits, with a major component in the Agua Rica deposit,
because the fluids interaction with the Paleozoic basement. Based on this study, we indicated
that in flat-subduction zones, the mineral deposits generated present more significant
interaction with the crustal fluids than those normal subduction zones.
978
ESTRATIGRAFIA ISOTÓPICA DE CARBONO E OXIGÊNIO DA FORMAÇÃO
JAÍBA, GRUPO BAMBUÍ SUPERIOR, EDIACARANO DA BACIA DO SÃO
FRANCISCO
Caxito, F.A.1, Uhlein, G.J.1, Sial, A.N.2, Uhlein, A.1, Medeiros, J.D.C.1
1Universidade Federal de Minas Gerais, CPMTC-IGC, CEP 31270-901, Belo Horizonte, MG, boni@ufmg.br;
2 NEG-LABISE, Department of Geology, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, PE, 50740-530
979
U-PB AGES AND HF ISOTOPIC RECORD OF ZIRCONS FROM CARLOS
CHAGAS BATHOLITH: IMPLICATIONS FOR TECTONO-METAMORPHIC
EVOLUTION OF THE ARAÇUAÍ OROGEN (SOUTHEASTERN BRAZIL)
Melo, M.G.1; Lana, C.1; Stevens, G.2; Alkmin, L.A.1; Gerdes. A.3; Nalini Jr, H.A.1; Gonçalves,
G.O.1; Alkmim, F.F.1; Teixeira, L.1; Silva, J.P1; Silveira, G.1; Fadul, C.1
1Universidade Federal de Ouro Preto; 2Stellenbosch University; 3Goethe-Universität Frankfurt
The Carlos Chagas batholith (CCB), focus of this study, represents one of the most significant
expressions of the G2 supersuite formed during the collisional stage (ca. 585-545 Ma) of the
Araçuaí orogen (AO). The CCB rocks correspond to S-type granites which generally contain K-
feldspar megacrysts and variable content of garnet and biotite. In this work, we carried out a
detailed geochronological and Hf isotopic study by LA-ICP-MS in zircons from the CCB in order
to evaluate the tectono-metamorphic evolution of the AO. In addition, analysis of rare earth
elements (REEs) and Ti were performed on distinct domains of zircon for a better understanding
of the petrologic conditions that affected the batholith during the high-grade metamorphic events.
All samples show CL-defined inherited cores and have similar age patterns, with dominant peak
between 600 and 637 Ma. Subordinate peaks are recorded at 644-678 Ma, 693-739 Ma and 826
Ma. The U-Pb analysis performed on magmatic zircon grains yield a weighted mean age of 583
± 6 Ma. Analyses in rim domains indicate two distinct metamorphic populations, with weighted
mean ages of 562 ± 6 Ma and 515 ± 6 Ma. The inherited cores yield initial 176Hf/177Hf ratios ranging
from 0.282233 to 0.282366, with ɛHf(t) values between -6.7 and -1.8. The distribution of model
age (TDM) spans from 1350 to 1580 Ma. Spot analyses done on magmatic zircons gave initial
176Hf/177Hf ratios ranging from 0.282201 to 0.282386 and ɛHf(t) between -8.2 and -1.8, while
analyses performed on metamorphic domains yield initial 176Hf/177Hf ratios between 0.282203 and
0.282381. Regarding REEs, zircon grains presented lower HREE in the metamorphic rims
(GdN/LuN = 0.05-0.50) than in the inherited/magmatic cores (GdN/LuN = 0.02-0.10). Both domains
display negative Eu anomaly, with Eu/Eu* = 0.03-0.09 (inherited and magmatic) and 0.02-0.52
(metamorphic). Inherited cores have 9-143 ppm Ti, corresponding to Ti-in-zircon temperatures of
732-975 ºC. Magmatic cores and metamorphic rims gave Ti contents of 8-85 ppm (724-918ºC)
and 11-71 ppm (755-970ºC), respectively. Based on the main age peak of the inherited zircons,
we infer that these minerals are from Rio Doce and/or Rio Negro magmatic arcs. The abundant
occurrence of inherited zircon cores in the CCB may indicates Zr saturation in the melt and/or that
melt generation and extraction from the source was fast enough to limit the dissolution of these
inherited grains. Most of the inherited and magmatic zircons have homogenous Hf isotopic
composition and similar enrichment in HREE patterns. Petrological and geochronological data
show that the metamorphic zircon grew at granulite-facies conditions in equilibrium with peritectic
garnet. The U-Pb ages and initial 176Hf/177Hf ratios from distinct domains indicate a complex
metamorphic history during the Araçuaí orogeny, associated to the zircon formation by different
mechanisms of metamorphic recrystallization and growth/overgrowth at high temperatures, as
indicated by Ti-in-zircon thermometer. The authors acknowledge FAPEMIG for providing financial
resources for the foment of this abstract.
980
AVALIAÇÃO DE APATITAS DA PROVÍNCIA BORBOREMA, NE DO BRASIL,
COMO MATERIAIS DE REFERÊNCIA PARA GEOCRONOLOGIA U-Pb VIA LA-
ICP-MS
Schuch, C.S.¹; Lana, C.¹; Scholz, R.¹; Gonçalves, G.O.¹; Teixeira, L.P.V.¹; Alkmim, A.R.¹;
Vasconcelos, A.D.¹; Alkmin, L.¹; Silva, J.P.A.¹; Oliveira, R.G.¹; Mazoz, A.¹; Meira, T.¹
1Universidade Federal de Ouro Preto
RESUMO: A apatita é utilizada como geocronômetro devido ao fato de ser um mineral acessório
relativamente abundante, possuir concentrações consideráveis de U (centenas de ppm), baixo
conteúdo de Pb comum e possuir uma temperatura de fechamento relativamente baixa (450 –
550°C) quando comparado com outros minerais acessórios, como zircão e monazita (~900°C).
Desta forma, é possível obter idades U-Pb que marcam diferentes eventos tectono-termais. Para
a obtenção destas idades são utilizadas técnicas de alta resolução espacial para geocronologia
U-Pb, como o Laser Ablation-Inductively Coupled-Mass Spectrometry (LA-ICP-MS). Trata-se de
uma técnica destrutiva por construção, sendo necessário um constante suprimento de minerais
bem caracterizados química e isotopicamente para serem utilizados como materiais de
referência. Atualmente, há poucos materiais de referência de apatita de ampla distribuíção,
devido à escassez de material ou por se tratar de materiais in house. Neste contexto, o presente
estudo destina-se à caracterização de apatitas para geocronologia U-Pb via LA-ICP-MS, tanto
para calibração quanto para controle de qualidade. Um padrão de apatita de qualidade deve ser
homogêneo, possuir razões e idades U/Pb concordantes, baixa quantidade de Pb comum e
moderada concentração de U, ter uma estrutura não metamíctica, ser de tamanho adequado
para repetidas ablações, além de possuir uma quantidade suficiente para ampla distribuição. As
apatitas utilizadas neste trabalho provem da Província Pegmatítica Borborema, região de Junco
do Seridó, estado da Paraíba. Esta localidade apresenta grandes quantidades de apatitas
gemológicas, sendo potenciais referências para datação isotópica. Analisou-se a apatita em seu
estado natural, e após receber tratamento térmico, no intuito de verificar se tal procedimento
geraria idades mais concordantes. O mineral apresentou-se homogêneo através do
imageamento por elétrons retroespalhados (backscattered electrons), sem indícios de inclusões
ou zonamento composicional. Análise de elementos menores e traços foram realizados via LA-
Quadrupole (Q)-ICP-MS. Foram realizados cinco pontos ao longo de cada cristal. Os resultados
mostram concentrações de U e Pb em torno de 88,7 ppm e 32,7 ppm, respectivamente. O perfil
de ETR mostra um relativo enriquecimento dos ETRL em relação aos ETRP, com anomalia de
Eu/Eu* levemente negativa (9.8). Os pontos mostram que a apatita é relativamente homogênea
na escala de 4 mm, com desvios padrões relativos menores que 3% para os ETRL e 5% para os
ETRP. As idades U-Pb preliminares foram obtidas via LA-Multi-Collector (MC)-ICP-MS. Para a
alíquota não aquecida, não obteve-se uma idade concordante, com idade de intercepto inferior
de 553 ± 28 Ma (2σ) em diagrama Tera-Wassemburg. Para o fragmento aquecido, a idade
concordia obtida é de 562.6 ± 2.1 Ma (2σ). Desta forma, é possível inferir que o tratamento
térmico recuperou a estrutura cristalina das apatitas, gerando resultados mais concordantes. Os
resultados de ETR também mostram um promissor resultado para sua utilização como material
de referência para análises de elementos-traço via LA-Q-ICP-MS. Novas rodadas analíticas
serão necessárias, em outros laboratórios e equipamentos (ex., LA-(Q), (SF)-ICP-MS), de forma
a se verificar a reprodutibilidade das idades. Por fim, será realizada idades U-Pb via Isotope
Dilution- Termal Ionization- Mass Spectrometry (ID-TIMS), para obter-se as idades “verdadeiras”
ou aceitas. Agradecimentos: CNPq e FAPEMIG.
981
PALAVRAS-CHAVE: APATITA, U-PB, LA-ICP-MS
982
DETRITAL-ZIRCON U-Pb GEOCHRONOLOGY: PRELIMINARY RESULTS OF
SEDIMENTARY PROVENANCE OF THE SÃO FRANCISCO CRATON COVERS
Dias, A.N.C.1; Chemale Jr, F.2; Lana, C. C3; Mendes, L. M.1; Oliveira, T. P. R.1; Masuyama,
K.M.1; Pereira, A. A.1
1Universidade Federal de São Carlos, campus Sorocaba; 2Universidade do Vale do Rio dos Sinos; 3Universidade
Federal de Ouro Preto, Ouro Preto
Detrital-zircon geochronology is rapidly evolving into a very powerful tool for determining the
provenance and maximum depositional age of clastic strata. This rapid evolution is being driven
by the increased availability of ion probes and Laser Ablation Inductively Coupled Plasma Mass
Spectrometers (LA-ICP-MS), which are able to generate ages efficiently and with sufficient
accuracy for most applications. Furthermore, detrital zircon U-Pb studies are applied to different
types of basin for revealing sediment provenance and correlating sedimentary sequences,
determining maximum depositional ages and the tectonic environment. Thus, U-Pb zircon data
were used to distinguish the provenance and main unconformities of sedimentary cover formed
from Statherian to Cambrian in the São Francisco Craton. The São Francisco Craton
corresponds to an inner and stable portion of one of the plates involved in the assembly of
Gondwanaland in late Neoproterozoic. To the west, the São Francisco Craton is limited by the
Araçuaí-West Congo Orogen, which is composed, in its outer part, by the metasedimentary
units of the Espinhaço Supergroup and Macaúbas Group. The cratonic adjacent area is mostly
covered by the marine neoproterozoic units of the Bambuí Group. All isotopic data were
obtained from the Isotope Geology Laboratory of the Federal University of Ouro Preto and
specifically, three main sedimentary basins have been worked: the incratonic Espinhaço Basin
(1.8-0.9 Ga), passive margin deposits (<0.9 Ga to > 0.63 Ga) and red-bed foreland deposits
(Ediacaran to Cambrian) of the São Francisco Group. Although preliminary, our U-Pb data allow
distinct detrital zircon age distribution and recognize the following major unconformities: at base
of Paleo-Mesoproterozoic Espinhaço Supergroup is recognized Paleoproterozoic and Archean
contributions; whereas at the top of Espinhaço Supergroup occurs dominant Paleoproterozoic
and subordinate Mesoproterozoic contribution. In Neoproterozoic to Cambrian basins
(Supergroup San Francisco), there are two main units: at the base (Jequitaí Formation; lower
Sete Lagoas Formation) with age distribution of Paleoproterozoic and Mesoproterozoic,
suggesting the same source of Upper Supergroup Espinhaço. At the top (TM = Três Marias
Formation) we find strong contribution of Brasiliano zircons and something of Meso and
Paleoproterozoic ones. Fission-Track Thermochronology (FTT) and Lu-Hf analysis will be made
to complete the thermal history, provenance and petrology of the study area.
983
IDADE LA-SF-ICPMS EM ZIRCÕES DO GRANITO GONÇALVES NA PEDRA
REDONDA, MONTE VERDE, MG
Oliveira, E.P.1; Cestari, C.R.2
1Departamento de Geologia e Recursos Naturais, Universidade Estadual de Campinas; 2Curso de Graduação em
Geologia, Universidade Estadual de Campinas
RESUMO: Granitos neoproterozóicos são comuns na antiga margem continental ativa da placa
Paranapanema, especialmente no terreno Apiaí-Guaxupé. Esse terreno foi separado em
domínio Apiaí-São Roque, a sul, e nappe Socorro-Guaxupé, ao norte. Na literatura, os granitos
foram subdivididos em sin-orogênicos (granitos de arco, charnockitos e anatéticos), com idades
no intervalo 625-605 Ma, e pós-orogênicos (peralcalinos, tipo-A, rapakivi, calcialcalinos de alto-
K) com idades em três grupos: ~610Ma, 590-580Ma e 565 Ma. Na região de Monte Verde e
Gonçalves ocorrem granitos cartografados como sin-orogênicos (Suite Gonçalves) bem como
paragnaisses e ortognaisses do Complexo Varginha-Guaxupé. Para esta unidade, idades U-Pb
em zircões são escassas (no intervalo 640-612 Ma), enquanto que para a Suite Gonçalves não
há idades U-Pb em zircão.
Neste trabalho foi coletada uma amostra de granito grosso porfirítico e deformado da Suite
Granítica Gonçalves (CMV-01; 22,88692° S, 46,02201° W), proveniente do mirante turístico
Pedra Redonda, no distrito de Monte Verde. A amostra foi cominuída e o concentrado de zircão
foi obtido por técnicas de bateia manual, separação magnética e líquidos densos. Em seguida
foi feita a montagem dos grãos com resina epoxi e adquirido imagens de catodoluminescência
e eletrons retroespalhados para facilitar a localização dos pontos a serem analisados. Os
dados isotópicos foram obtidos no equipamento LA-SF-ICPMS (Thermo Scientific Element XR)
do Laboratório de Geologia Isotópica do Instituto de Geociências da Unicamp e reduzidos nos
aplicativos Iolite e VizualAge. Os resultados foram plotados em diagrama concórdia, obtendo-
se a idade concordia de 573,2 ± 1,66 Ma (MSWD=2,34 em 42 grãos).
Nos mapas geológicos dos estados de São Paulo e Minas Gerais, o granito datado da Suite
Granítica Gonçalves foi posicionado tectonicamente como granito sin-colisional, foliado
peraluminoso, como os granitos Nazaré Paulista, Quatro Cantos e Tico-Tico. Para o granito
Nazaré Paulista a idade U-Pb em zircão é 624 Ma e a idade U-Th-Pb em monazita é 614 Ma.
Portanto, o nosso resultado para o granito Gonçalves no afloramento da Pedra Redonda, em
Monte Verde, é mais jovem em cerca de 50 m.a. que plutons supostamente coevos. A nova
idade obtida sugere outro posicionamento tectônico para o granito Gonçalves, ou seja,
correlacionável aos granitos pós-colisionais na nappe Socorro-Guaxupé, como os granitos
peralcalinos, tipo-A Itu (582 Ma) e Piracaia (577 Ma), e no domínio Apiaí-São Roque, a sul,
como os granitos Capão Bonito (580 Ma) e Serra da Batéia (564 Ma), e a granitos
peraluminosos no terreno Serra do Mar, a leste (idades no intervalo 579-551 Ma). Trabalhos de
campo e novas datações serão realizadas na área-tipo do Granito Gonçalves para esclarecer
se este pluton é constituído por várias outras intrusões satélites coevas ou não.
984
THE DIAMANTINA MONAZITE: A PROPOSED LOW-TH NEW REFERENCE
MATERIAL FOR MICROANALYSIS
Gonçalves, G.O.1; Buick, I.S. 2; Lana, C. 1; Scholz, R. 1; Mazoz, A.O. 1; Teixeira, L.P. 1; Alves,
T.M. 1; Schuch, C.S1; Oliveira, R.G. 1; Silva, J.P.A1; Melo, M.G. 1; Vasconcelos A.D. 1
1Universidade Federal de Ouro Preto; 2Stellenbosch University
respectively, comparable or better than other proposed Sm-Nd reference materials for LA-MC-
ICP-MS (e.g. Steenkampskraal, Manangoutry or Itambé). Therefore, we propose Diamantina
monazite as a low-Th reference material for U-Pb geochrology by LA-ICP-MS or SHRIMP and
as potential Sm-Nd isotope reference material for LA-MC-ICP-MS, subject to obtaining solution
ID-TIMS Sm-Nd-isotope data. We are willing to distribute this material upon request to other
facilities.
PALAVRAS-CHAVE: MONAZITE, REFERENCE MATERIAL, LA-ICP-MS
985
NOVAS IDADES LA-SF-ICPMS EM ZIRCÕES DE GRANITOS DAS SUITES
MORUNGABA E JAGUARIÚNA, CAMPINAS, SP
Oliveira, E.P.1; Silva, E.A.B.2
1Departamento de Geologia e Recursos Naturais, Universidade Estadual de Campinas;2Curso de Graduação em
Geologia, Universidade Estadual de Campinas;
986
TIMING OF THE POST-OROGENIC HYDROTHERMAL FLUID FLOW IN THE
ESPINHAÇO RANGE: CONSTRAINTS ON MONAZITE AND RUTILE
Schffer, P. 1; Gonçalves, G.O.1*; Buick, I.S. 2; Lana, C. 1; Scholz, R. 1; Mazoz, A.O. 1; Teixeira,
L.P. 1; Alves, T.M. 1; Schuch, C.S1; Oliveira, R.G. 1; Silva, J.P.A1; Alkmin, L. 1
1Universidade Federal de Ouro Preto; 2Stellenbosch University
987
NOVAS INFORMAÇÕES SOBRE GEOCRONOLOGIA E PETROLOGIA DA
ASSOCIAÇÃO ÍGNEA PALEOPROTEROZÓICA DA PROVÍNCIA URANIFERA
DE LAGOA REAL
Lucas Eustáquio Dias Amorim1, Francisco Javier Rios1, Monica Elizetti Freitas1, Mauro César
Geraldes2, Vanessa Resende.de Andrade3, Evando Carele de Matos4
1Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear- CNEN-Av. Pres. Antônio Carlos, 6.627 - Campus UFMG,
CEP 31270-901, Belo Horizonte-MG lukemorim@yahoo.com.br; javier@cdtn.br; monicaef@gmail.com
2 Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - Rua São Francisco Xavier 524 Bloco A
Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)- geraldes@uerj.br
3Instituto de Geociências -Universidade Federal de Minas Gerais - Av. Pres. Antônio Carlos, 6.627 - Campus
UFMG, CEP 31270-901, Belo Horizonte MG - vanessaresendeandrade@gmail.com
4 Indústrias Nucleares do Brasil. , Fazenda Cachoeira s/n, Zona rural, 46400-000 - Caetite, BA - Brasil - Caixa-
postal: 07 - carele@inb.gov.br
988
BACIAS RIO DA VELHAS E MINAS NO ANTICLINAL DE MARIANA:
GEOCRONOLOGIA U-Pb POR LA-ICP-MS EM ZIRCÕES DETRÍTICOS
Oliveira, R.G.1; Lana, C.1; Sousa, F.A.1; Alkmin, L.A.1; Gonçalves, G.O.1; Fadul, C.1; Silveira,
G.J.1; Teixeira, L.P.V.1; Schuch, C.S.1; Silva, J.P.1; Mazoz, A.1
1Universidade Federal de Ouro Preto
989
MAGMATISMO PERALUMINOSO E DEFORMAÇÃO TRANSPRESSIVA COMO
REGISTRO ESPAÇO-TEMPORAL DE UMA POSSÍVEL COLISÃO
PALEOPROTEROZOICOS NA PORÇÃO LESTE DO ESCUDO SUL-RIO
GRANDENSE
Carvalho da Silva, S.C.1; Florisbal, L.M.2; Bitencourt, M.F.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2Universidade Federal de Santa Catarina;
990
PETROGRAFIA, GEOQUÍMICA E ISÓTOPOS DE Sm-Nd DOS GRANITOS
TIPO A NA PORÇÃO DO LESTE DO DOMÍNIO TAPAJÓS, ESTADO DO PARÁ
Semblano, F.R.D.¹; Macambira, M.J.B.²; Vasquez, M.L.³
¹Universidade Federal do Pará; ²Universidade Federal do Pará; ³Serviço Geológico do Brasil (CPRM)
RESUMO: O Domínio Tapajós, localizado no escudo Brasil Central (porção sul do Cráton
Amazônico), faz parte da Província Tapajós-Parima (ou Ventuari-Tapajós) que corresponde a
um cinturão orogênico paleoproterozoico de orientação NW-SE que se estende do sudoeste do
Estado do Pará até o sul da Venezuela. O Domínio Tapajós foi interpretado como resultado da
acreção de sucessivos arcos magmáticos, seguidos por um magmatismo pós-orogênico do tipo
A, representado por granitos de ca. 1880 Ma da Suíte Intrusiva Maloquinha e por vulcânicas do
Grupo Iriri que ocorrem pós-datando a Orogenia Tropas. A Suíte Intrusiva Maloquinha é
composta por granitos alcalinos gerados em ambientes pós-colisionais e associam-se
espacialmente às vulcânicas do Grupo Iriri. Essa Suíte é composta por corpos de feldspato
alcalino granito, sienogranito e monzogranito leucocráticos com predomínio de ortoclásio
pertítico e raro microclínio, e afloram como stocks e batólitos elípticos a circulares ao longo de
lineamentos regionais de direção NW-SE no Domínio Tapajós. Vários corpos pertencentes a
Suíte Intrusiva Maloquinha já foram datados tanto pelo método de evaporação de Pb quanto por
U-Pb em zircão e as idades obtidas ficaram entre 1882±4 e 1864±18 Ma. Na porção leste do
Domínio Tapajós foi identificada uma assinatura de isótopos de Nd para os granitos dessa suíte
que sugerem fontes paleoproterozoicas (Nd TDM de 2,28 a 2,23 Ga e εNd(t) de -0,72 a -2,45). O
presente trabalho foi realizado na porção leste do Domínio Tapajós, nas folhas 1:100.000 SB.21-
Z-A-II (São Domingos) e SB.21-Z-A-III (Jardim do Ouro), onde foram estudados quatro corpos
graníticos (Igarapé Tabuleiro, Dalpaiz, Mamoal e Serra Alta) pertencentes à Suíte Intrusiva
Maloquinha. Essas rochas são compostas por sienogranitos e monzogranitos, e
subordinadamente por feldspato alcalino granitos e quartzo sienitos, predominantemente
hololeucocráticos. Quimicamente, elas apresentam altos teores de SiO2 (>70 %), são ferrosas
(FeOt/(FeOt+MgO) >0,80), álcali-cálcicas a alcalinas e dominantemente peraluminosas, com
anomalias negativas de Ba, Sr, P e Ti, e alto conteúdo de ETR com pronunciada anomalia
negativa de Eu, típicas de granitos tipo A. A fonte do magma desses granitos é similar a de
granitos pós-colisionais, a maioria deles tem εNd(t) (-3,85 a -0,76) e idades modelo Nd TDM (2,22
a 2,46 Ga) compatíveis com a crosta paleoproterozoica do Domínio Tapajós. Fonte crustal
arqueana (εNd(t) de -5,01 e Nd TDM de 2,6 Ga) foi identificada localmente para esta unidade, mas
apresentou idade contraditória às atribuídas a essa província geocronológica.
991
GEOLOGIA, PETROGRAFIA E LITOQUÍMICA DE ROCHAS DE TESTEMUNHOS DE
SONDAGEM DO EMBASAMENTO DA REGIÃO DE PRIMAVERA (PA), E CORRELAÇÃO
COM GRANITOIDES DO CRÁTON SÃO LUÍS.
Lidiane Medeiros Maciel Costa, Paulo Sergio de Sousa Gorayeb; Elton Luís Dantas
Universidade Federal do Pará, Instituto de Geociências, Faculdade de Geologia, CEP 66075-
110, Belém, PA.
992
PETROGRAFIA, GEOCRONOLOGIA E GEOQUÍMICA DO TRONDHJEMITO
FAZENDA OLGA: FAIXA ALTO GUAPORÉ, SW DO CRÁTON DO AMAZONAS
RESUMO: Em uma região situada na porção sudeste do estado de Rondônia (SW do Cráton
do Amazonas) foi registrado um evento tectono-magmático regional com idade entre 1350 Ma
e 1320 Ma, posteriormente denominado como Faixa Alto Guaporé. Derivada de uma orogenia
colisional que aconteceu em condições metamórficas de alto grau, dados publicados
apresentam alguns indícios da ocorrência de um magmatismo juvenil (1468–1447 Ma)
retrabalhado durante o evento regional (1350 –1320 Ma). Esta faixa é composta principalmente
pelas rochas máficas e ultramáficas do Complexo Trincheira e rochas dioritícas-tonalíticas do
Complexo Rio Galera, além de diversos outros corpos intrusivos félsicos e máficos (granitoides
e gabros).
Durante uma campanha de mapeamento geológico na área, foi localizado um corpo intrusivo à
sequência metassedimentar do Complexo Colorado e às rochas do Complexo Trincheira. Uma
amostra de metatonalito deste corpo, constituída de hornblenda (por vezes substituída por
biotita nas fraturas, borda do cristal e em planos de clivagem), plagioclásio, quartzo e minerais
opacos (magnetita), se revelou produto do metamorfismo regional com hidratação do protólito
(Trondhjemito) e pertencente à Suíte Fazenda Olga. Foi observado também que o processo de
substituição da hornblenda para biotita indica uma alteração hidrotermal, com entrada de fluido
rico em potássio no sistema. Entende-se que o mineral hornblenda é produto do metamorfismo
de cristais de piroxênio, e embora não existam relictos do mesmo na lâmina as inclusões de
quartzo sugerem tal reação. Devido à paragênese pouco reativa, não é possível estimar o
fácies metamórfico da rocha diretamente e parte-se do pressuposto que ela acompanha a
tendência regional (pico de metamorfismo em fácies anfibolito).
Para esta amostra foi realizada uma análise geocronológica pelo método U-Pb em zircão via
LA-MC-ICP-MS, que forneceu uma idade de 1472±11 Ma (intercepto superior; regressão linear
gerada com 22 pontos analíticos) com valores da razão Th/U variando entre 0,18-0,47 e
MSWD de 0,47. Apesar das características petrográficas apresentarem fortes indícios de
metamorfismo, não foi possível obter uma idade para este evento durante as análises.
Por fim, os resultados das análises de química de rocha indicam uma associação de granitos
peraluminosos e calci-alcalinos, ambientados como “Ocean Ridge Granites”, que sugeriram a
possibilidade de metamorfismo de “plagiogranitos oceânicos” pertencentes à suíte ofiolítica. Tal
constatação necessita ainda de mais argumentos analíticos e de campo, embora sirva como
um suporte à hipótese já existente de que a região é composta por fragmentos de crosta
oceânica.
993
CARACTERIZAÇÃO DE FORMAS E ESTRUTURAS NO ZONEAMENTO DE
GRÃOS DE ZIRCÃO RECENTES EM SEDIMENTOS DA FOZ DO RIO
AMAZONAS: IMPLICAÇÕES SOBRE A APLICAÇÃO DA TÉCNICA LA-ICP-MS
Bonifacio, J. F.¹; Geraldes, M. C.¹; Cardoso, L. M. C.¹; Alves, M. I.¹
¹Universidade do Estado do Rio de Janeiro
RESUMO: O Cráton Amazônico é uma das maiores e menos conhecidas áreas cratônicas do
mundo. Em terras brasileiras possui uma área de aproximadamente 4.3x105 km² e é dividido
em dois escudos Pré-cambrianos: o Escudo das Guianas e o escudo Guaporé, que são
separados entre si pela Bacia Sedimentar Amazônica, de idade Paleozoica. No Cráton
Amazônico, as províncias geocronológicas diferem em relação uma a outra pelas idades dos
terrenos e por sua história geológica. É importante ressaltar que cada província possui rochas
ígneas orogênicas e anorogênicas e coberturas sedimentares de idades distintas, e rochas
formadas em eventos de retrabalhamento metamórfico.
O zircão tem sido o mineral mais importante para a geocronologia por suas propriedades de
não perder ou ganhar elementos após sua cristalização e também por não aceitar elementos
como o Pb no seu retículo cristalino. Desta forma, o zircão passou a ser preponderante na
aplicação do método U-Pb possibilitando a identificação de eventos de cristalização e
metamorfismo em terrenos geológicos. O potencial interpretativo e a robustez dos dados
geocronológicos U-Pb em zircão são ainda mais interessantes quando é utilizado o diagrama
da concordia, que permite identificar perda ou ganhos de elementos de interesse (U e Pb),
quantificar a variação e recompor a idade original por meio do cálculo da idade através do
intercepto superior ou inferior (interseção entre a curva da concordia e a reta da discordia).
Desta forma, a datação U-Pb em zircão tem sido a melhor opção para estudos de idades de
rochas através das técnicas TIMS, SHRIMP, LA-ICP-MS, entre outras. No presente estudo
foram coletadas amostras de sedimentos recentes na foz do rio Amazonas com o objetivo de
identificar os principais eventos formadores de rochas no craton Amazônico. A amostra foi
concentrada por bateia, líquidos densos e separação magnética, resultando em cerca de 5
gramas de concentrado de zircão. Este material foi quarteado, até atingir ao redor de 500
grãos, que foram montados em epóxi e polidos. O imageamento por catodoluminescência em
Microscópio Eletrônico permitiu a caracterização de uma grande diversidade de tipos de grãos
de zircão, que são aqui apresentados.
Através das imagens obtidas, foi realizada uma análise de formas, estruturas, microfraturas e
zoneamento nos cristais. Os principais grupos de grãos de zircão de acordo com a sua
morfologia podem ser assim descritos: (i) Grãos com zoneamento oscilatório (com camadas
variando de espessura) interno bem definido (interpretado como uma textura típica de
crescimento em processos magmáticos); (ii) Grãos com padrão irregular de zoneamento
(interpretada como resultado do crescimento durante o evento metamórfico); (iii) Grãos com
zoneamento convoluto com limites entre zonas claras e escuras curvas e irregulares (alteração
metamórfica ou hidrotermal); (iv) Grãos homogêneos arredondados (formados durante evento
metamórfico); (v) Grãos com núcleo e borda (caracterizando a cristalização em dois eventos).
A definição de tipos de grãos de zircão é importante na fase de análise por LA-ICP-MS uma
vez que a escolha do local do grão a ser datado através da incidência do feixe de laser pode
influenciar nos resultados isotópicos e nas interpretações geológicas.
994
A EVOLUÇÃO GEOLÓGICA DA BACIA DO SÃO FRANCISCO NO CONTEXTO
DO GONDWANA OCIDENTAL, BASEADA EM QUIMIOESTRATIGRAFIA
ISOTÓPICA DE C E Sr.
Paula-Santos, G.M.1; Babinski, M.1; Caetano-Filho, S.2; Trindade, R.I.1
1Universidade de São Paulo, 2 Universidade Estadual Paulista
995
ZIRCÃO HERDADO NO GRANITO ANATÉTICO NAZARÉ PAULISTA
RESUMO: Nos arredores do município de Nazaré Paulista (SP) afloram granitos anatéticos e
migmatitos, em exposições extensas, tornando a região bastante favorável para estudos de
geração e migração de magmas graníticos em crosta continental. A área está inserida na parte
sul da Nappe Socorro-Guaxupé, um arco magmático neoproterozoico, e compreende rochas de
sua porção intermediária, formada por granada-biotita paragnaisses migmatíticos e granitos
anatéticos associados. O granito Nazaré Paulista ocorre nesse contexto geológico e é bastante
heterogêneo, com estruturas nebulíticas, schilieren de biotita, xenólitos de gnaisse, e apresenta
duas fácies distintas: granada-biotita granitos cinza venulados e granada leucogranitos. O
estudo de herança nesses granitos envolveu a obtenção de imagens de catodoluminescência e
datação U-Pb idade 207Pb/206Pb por SHRIMP. A morfologia dos cristais observada nas imagens
é bastante variada e não tem relação clara com a distribuição de idades. A maioria dos cristais é
prismática, embora ocorram populações onde as pirâmides são mais destacadas. A razão de
elongação dos cristais varia entre 1:2 a 1:4. Com base nas texturas internas dos cristais e nas
idades obtidas, foram definidos três conjuntos principais: (1) núcleos herdados, claros, com
formatos angulosos e/ou com feições de corrosão e reabsorção, apresentando zoneamento
oscilatório ou homogêneos, de baixo teor de U (331 - 794 ppm) e idades 207Pb/206Pb variáveis
entre 2.4 e 1.7 Ga; (2) núcleos arredondados, com zoneamento oscilatório parcialmente
preservado e bordas reabsorvidas, ou cristais tipicamente magmáticos com poucas feições de
reação, com idades 206Pb/238U de 680-800 Ma; (3) cristais com zoneamento oscilatório
tipicamente magmático, com e sem núcleos herdados, com idades 206Pb/238U no intervalo 639-
613 Ma; a idade concórdia obtida para os seis cristais desse conjunto é de 629 ± 3 Ma.
Preliminarmente, esta idade, que é similar, dentro do erro, à idade U-Pb TIMs obtida para
monazita da mesma amostra, é interpretada como a idade de cristalização do granito. No
entanto, a maior parte dos cristais analisados apresentam na catodoluminescência bordas
escuras, homogêneas, com alto teor de U (3300 a 2600 ppm), com idades discordantes e mais
jovens. Os cristais de zircão herdados testemunharam múltiplos eventos de geração de rocha
registrados na áreas-fonte do granito Nazaré Paulista, e indicam eventos mais jovens no
intervalo 800 - 680 Ma, também registrados em núcleos herdados de monazita presentes em
migmatitos associados.
996
METASSEDIMENTOS DO GRUPO ANDRELÂNDIA E COMPLEXO
PARAÍBA DO SUL NA REGIÃO DA ZONA DE CISALHAMENTO GUAÇUÍ (ES):
IDADES DE U-Pb/Lu-Hf (LA-ICP-MS) EM ZIRCÕES DETRITICOS PARA A
ANÁLISE DE PROVENIÊNCIA.
Inacio, M.A1; Geraldes, M.C2
1Universidade Estadual do Rio do Rio de Janeiro; 2Universidade Estadual do Rio do Rio de Janeiro
RESUMO: A Zona de Cisalhamento Guaçuí (ZCG) é uma estrutura que se estende do Rio de
Janeiro a Bahia, mas ocorre de forma mais marcante a sudoeste do Espírito Santo na cidade
homônima. A dificuldade de entendimento da geologia da região faz com que sejam vagas as
suposições sobre a sua evolução geológica, necessitando de mais estudos na área com
aplicação de novas metodologias. A presença de corpos máficos e o suposto vínculo genético
destes com a estrutura. Somado à ocorrência de componentes geotectônicos como ofiolitos e
remanescentes de arcos magmáticos de idades Neoproterozoicas no contexto regional da área
de unidades paraderivadas, reforçam a hipótese que o ZCG represente uma zona de sutura que
interliga terrenos distintos. As unidades alvo de datação fazem parte dos metassedimentos
adjacentes à estrutura. Assim, este trabalho teve como objetivo obter dados para uma maior
contextualização geológica do Grupo Andrelândia e do Complexo Paraíba do Sul na evolução
tectônica da área; determinar a proveniência de sedimentos por idades U-Pb em zircões
detríticos auxiliados por idades Lu-Hf; e investigar a ZCG como possível zona de sutura entre
terrenos. Três amostras das duas unidades foram coletadas nas adjacências da estrutura. Trata-
se de rochas paraderivadas, respectivamente classificadas como: biotita-granada gnaisse, biotita
gnaisse e quartzitos impuros. Elas foram processadas e preparadas para datação baseada na
metodologia aplicada para análise de proveniência em zircões detríticos, e posteriormente
analisadas nos métodos U-Pb e Lu-Hf, com a utilização do equipamento LA-ICP-MS do
Laboratório MultLab da UERJ. A partir dos histogramas de probabilidade obtidos através das
idades U-Pb, observou-se que o Grupo Andrelândia apresenta uma idade de sedimentação
máxima marcada em 2099±7 Ma, oriundos principalmente de fontes Paleoproterozoicas. Por
outro lado o Complexo Paraíba do Sul, possui como idade limite de deposição máxima registrada
em 666±1, com fontes na maioria de idades Neoproterozoicas. Ambos registram um
metamorfismo, marcado respectivamente em 590±6 Ma e 605±14 Ma. As razões isotópicas
176Hf/177Hf inicial e ɛHf(t) em ambas as bacias são de valores positivos e negativos o que
demonstra que os materiais existentes na crosta foram misturados com novos derrames de
magma. A variação de idades TDM para as duas unidades são coincidentes em uma
concentração em 2.0 Ga, mas com registro de idades mais antigas no Grupo Andrelândia e mais
jovens no Complexo Paraíba do Sul. Os dados levam a crer que as duas unidades não são
cronocorrelatas na área de estudo, com limites de sedimentação distintos, mas registram o
mesmo processo deformacional caracterizado no evento Brasiliano. Estes resultados reiteram a
hipótese de que a ZCG seja uma zona de sutura entre dois terrenos distintos, que registram
eventos deformacionais em comum.
997
TERMOCRONOLOGIA DE BAIXA TEMPERATURA NA ILHA DE SÃO
SEBASTIÃO LITORAL SUDESTE DO BRASIL
Carolina Doranti-Tiritan1, Peter Christian Hackspacher 1 Marli Carina Siqueira Ribeiro1
1Instituto de Geociências e Ciências Exatas, UNESP
RESUMO: A Ilha de São Sebastião localiza-se no litoral Norte do estado de São Paulo, e
abrange o município de Ilha Bela. Está inserida no contexto geológico da província da Serra do
Mar que é compartimentada em três setores correspondendo a áreas de maior soerguimento
Cenozóico ao longo da região onshore do sudeste brasileiro. O setor norte possui uma série de
ilhas próximas a costa do Atlântico Sul, como Monte de Trigo, Vitória e Búzios, sendo a Ilha de
São Sebastião a Maior delas. Essas intrusões no geral, possuem caráter dominantemente
félsico, por rochas sieníticas cretáceas são introduzidas em gnaisses pré-cambrianos, sendo
esta cortada por um grande número de diques, de orientação NE. São apontados pelo menos
dois ciclos magmáticos distintos e sucessivos que seriam responsáveis por darem origem a
essa configuração. O primeiro ciclo é constituído por diques básicos do Cretáceo Inferior
enquanto que o segundo como sendo a formação dos stocks alcalinos, Serraria, São Sebastião
e Mirante, e os diques alcalinos, datados do Cretáceo Superior. Dados geocronológicos (K-Ar)
para essa porção norte da Província da Serra do mar estão restritos a idades entre 80 e 90Ma.
No presente trabalho são analisadas 7 amostras distribuídas pela ilha, sendo que as idades
obtidas coincidem com os dois ciclos magmáticos descritos. Dentre as amostras, duas do
embasamento pré-cambriano, (região central da ilha 49.4±4.8; região norte da ilha,
121.1±11.5), duas do stock alcalino Serraria a norte da ilha (88.2±8.5; 112.5±13), duas do stock
alcalino de São Sebastião a sudoeste da ilha (71.3±7.9; 89.4±13.4) e uma localizada num dos
diques alcalinos na região oeste da ilha (91,1±11.2).
Assim é possível perceber que a maioria das idades obtidas são próximas as idades
geocronológicas obtidas anteriormente na ilha, tanto para os diques básicos (~130Ma) quanto
para os stocks alcalinos (~80Ma). Entretanto as idades mais antigas tanto no embasamento
quanto no stock estão localizadas ao norte da ilha enquanto que as demais estão no centro e
sudoeste. Essas idades são muito próximas aos obtidos no Planalto de Juqueriquerê, na Serra
do Mar, separado da Ilha, pelo canal de São Sebastião. Idades de TFA limitam-se entre o
Cretáceo Superior-Paleoceno sendo que idades de (U-Th)/He são do paleoceno. Os resultados
mostram um resfriamento rápido nesse período do Cretáceo Superior-Paleoceno, indicando
uma possível correlação com o reativamento do rift continental do Sudeste.
998
ASSINATURAS ISOTÓPICAS DE C & O EM DENTES HUMANOS NO BRASIL:
CORRELAÇÃO COM ORIGEM GEOGRÁFICA
Muniz, T.R.1; Salvador, F.A.S.2; Ozahata, L.K.M.1; Silva, T.G.M.1; Reis Neto, J.M.(In memorian);
Bahniuk, A.M.1
1Universidade Federal do Paraná; 2Departamento de Polícia Federal;
999
PETROGRAFIA E TERMOCRONOLOGIA POR TRAÇOS DE FISSÃO EM
APATITA PARA O EMBASAMENTO GRANÍTICO DA REGIÃO DE CORUMBÁ -
SUL DO CRÁTON AMAZÔNICO
Spode, F.D.1,2,3 ; Ruiz, A. S.1,2,3; Curvo, E.A.C.2,3,4. Menoncello, K.D.2,3,5
1 Faculdade de Geociências – UFMT; 2 Grupo de Pesquisa em Evolução Crustal e Tectônica - GUAPORÉ; 3
Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Geociências da Amazônia- GEOCIAM; 4 Instituto de Física - UFMT;
5 Programa de Pós Graduação em Geociências – UFMT.
1000
Idades U-Pb de zircões detríticos da Antiforme Capané, Complexo
Porongos, Rio Grande do Sul
Silveira, D.F.S1; Marques, J.C. 1; Basei, M.A.S. 2; Frantz, J.C. 1; Giusti, R.O1;
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2Universidade de São Paulo;
RESUMO: O extremo sul da Província Mantiqueira, representado pelo Cinturão Dom Feliciano
(CDF), apresenta registros importantes da evolução do Supercontinente Gondwana Oeste, o
qual é o produto de sucessivas colagens durante o Ediacarano-Ordoviciano, de diversos
núcleos gerados durante a fissão do Supercontinente Rodínia. Na porção central do Escudo
Rio-Grandense, a sequencia supracrustal do CDF aflora como Complexo Porongos (CP).
Apesar deste complexo ter sido objeto de estudo recorrente nas últimas décadas, os modelos
tectônicos propostos mantém-se especulativos devido à obliteração das relações estratigráficas
pela intensa deformação e metamorfismo. A região extremo norte do CP, Antiforme Capané
(AC), apresenta características litológicas únicas e contrastantes em relação às outras
sequencias a sul, razão pela qual ela torna-se área chave para um melhor entendimento dos
processos evolutivos do complexo. Tendo em vista a complexidade geológica da área, novas
idades de U-Pb em zircão (LA-ICP-MS) da AC, foram obtidas e comparadas com os dados já
existentes na literatura. Amostras foram realizas ao longo dos flancos oeste e leste, os quais
circundam a zona central correlacionada à área axial, também amostrada. O flanco oeste é
dominado por sequencias metavulcânicas intercaladas com metapelitos. O flanco oeste e a
zona central também apresentam sheets de gnaisse alcalino, quartzito e corpos ultramáficos,
estes últimos interpretados como parte de um ofilioto desmembrado. O flanco leste tem
predominância de metapelitos em meio a sequencias metavulcanicas, além de lentes de
quartzo milonitos e corpos metagranitícos. A zona central apresenta ultramilonitos, muscovita
xisto, quartzo milonito e subordinadamente lentes de estaurolita-granada xisto. As idades
obtidas em cristais de zircão detritico das sequencias metassedimentares de ambos os flancos
mostram proveniência Paleoproterozoica, Mesoproterozoica e fortemente Neoproterozoica,
sugerindo a máxima deposição da bacia no Ediacarano. Porém, dados geocronológicos de
milonitos da zona central mostram picos restritos ao Paleoproterozoico. As diferenças
geológicas, representadas pela grande variação litológica, e os resultados geocronológicos
sugerem que a parte central da AC é um domínio distinto das sequencias observadas nos
flancos. A área central da AC pode ser considerada uma parte do embasamento exposto
constituído por rochas mais antigas, semelhantes as existentes no Domo de Santana da Boa
Vista na parte central do PC, provavelmente imbricado durante a fase de deformação do CP. A
idade Ediacarana, sugerida para a deposição das unidades da Bacia Capané difere da idade
Toniana, obtida em metariolitos na parte centro-leste do CP. Desta forma, sugere-se que a
Bacia Capané represente uma bacia mais jovem do que a Bacia Porongos, tal como
caracterizada pelas sequencias supracrustais Cerro dos Madeiras e Cerro da Árvore.
1001
GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA Sm-Nd E Rb-Sr EM ROCHA TOTAL DO
MAGMATISMO TARDI-TRANSAMAZÔNICO DA REGIÃO DE CALÇOENE,
NORTE DO AMAPÁ, SUDESTE DO ESCUDO DAS GUIANAS.
RESUMO: A área de Calçoene, porção norte do Amapá, está inserida no contexto geológico da
Província Maroni-Itacaiunas, sudeste do Escudo das Guianas e, representa uma extensa faixa orogênica
desenvolvida durante o Ciclo Transamazônico (2,26–1,95 Ga). É constituída por terrenos granito-
greenstones, granitoides e complexos metamórficos de alto grau. A região de Calçoene pertence ao
domínio paleoproterozoico Lourenço, no qual prevalecem faixas de rochas metavulcanossedimentares,
granitoides representando diversas suítes e corpos cálcio-alcalinos (2,26 a 2,09 Ga) com evolução
relacionada a arcos magmáticos e, plútons dominantemente graníticos, incluindo charnoquitos (2,10 a
1,99 Ga) que representam estágios colisionais a tardi-orogenéticos. As duas unidades paleoproterozoicas
mais expressivas são o Granito Cunani (em torno de 2,09 Ga) e a Suíte Cricou (2,11 a 2,09 Ga). Apesar
do recente avanço no conhecimento geológico dessa região alcançado por levantamentos conduzidos pela
CPRM, dados geoquímicos e isotópicos ainda são escassos e dificultam o estabelecimento da cronologia
e do contexto geodinâmico de formação deste magmatismo, bem como a avaliação dos processos de
acreção juvenil transamazônica e de retrabalhamento de crosta mais antiga. Este trabalho apresenta novos
dados petrográficos, geoquímicos e isotópicos (Nd-Sr) para melhor caracterizar o ambiente de formação
do magmatismo e avaliar a influência de material crustal arqueano no magmatismo riaciano do Domínio
Lourenço. O estudo petrográfico detalhado permitiu identificar hornblenda-biotita tonalitos, biotita
granodioritos, biotita monzogranitos e biotita sienogranitos, além de enclaves granulíticos com
composição quartzo-diorítica à ortopiroxênio e hornblenda metatonalitos na unidade Granito Cunani. Na
Suíte Cricou foram identificados apenas biotita sienogranitos. Ambas unidades são leucocráticas,
levemente anisotrópicas, com textura granular hipidiomórfica média a grossa. Os enclaves granulíticos
têm textura granoblástica incipiente, granulação fina a média, exibem anisotropia leve à moderada e são
mesocráticos. As duas unidades são classificadas como rochas ácidas, e os enclaves presentes no Granito
Cunani como de composição intermediária. As rochas do Granito Cunani têm afinidade geoquímica
cálcio-alcalina de alto-K, são peraluminosas e de ambiente de subducção a pós-colisional. Os enclaves
granulíticos e o metatonalito se posicionam no limite dos campos cálcio-alcalino-toleítico, são
metaluminosos e com assinatura geoquímica de zona de subducção. A Suíte Cricou é peraluminosa,
cálcio-alcalina, e se posiciona no limite dos campos colisional e pós-colisional. O diagrama de Elementos
Terras Raras mostrou enriquecimento dos elementos leves em relação aos pesados nas duas unidades.
Apenas a Suite Cricou apresenta anomalia positiva de Eu acentuada. Discreta anomalia negativa de Nb é
observada nos enclaves, enquanto nos demais granitoides é acentuada. Idades-modelo Nd-TDM arqueanas
entre 2,88 e 2,51 Ga foram obtidas junto a valores negativos de épsilon Nd[2,08Ga] entre -6,89 e -0,89
indicando uma importante participação de crosta arqueana na fonte dos granitoides estudados. As idades
modelo Sr-TUR variaram entre 2,52 e 2,29 Ga e sugerem também uma contribuição arqueana na fonte.
Apenas uma amostra de metatonalito forneceu idade Nd-TDM de 2,31 Ga com épsilon Nd [2,08Ga] de 0,85.
Esses resultados, junto com os dados previamente disponíveis para a região de Calçoene, apontam para
um ambiente de margem continental ativa no Neoriaciano, com possíveis remanescentes de arco de ilha
mesoriacianos.
PALAVRAS-CHAVE: ESCUDO DAS GUIANAS, OROGÊNESE TRANSAMAZÔNICA, ARCO
MAGMÁTICO.
1002
PROPOSTA PARA UM NOVO MATERIAL DE REFERÊNCIA PARA
GEOCRONOLOGIA U-Pb EM XENOTIMA POR LA-ICP-MS.
Vasconcelos, A.D.1; Scholz, R.A.1; Lana, C.1, Gonçalves, G.O.1, Teixeira, L.P.V. 1, Schuch,
C.S.1, Pereira, G.G. 1, Oliveira, R.G. 1
1 Universidade Federal de Ouro Preto
1003
CAMBRIAN PRE TO POST-COLLISIONAL SHOSHONITIC ROCKS IN THE
RIBEIRA OROGEN (SE BRAZIL): GEOCHEMISTRY AND ISOTOPE GEOLOGY
Martins, G.G.1; Mendes, J.C.1; Schmitt, R.1; Armstrong, R.2; Valeriano C.M.3
1Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ; 2 Autralian National University – ANU; 3Universidade Estadual do
Rio de Janeiro – UERJ
ABSTRACT: In the central Ribeira belt, southeastern Brazil, shoshonite rocks has been rarely
observed. This work presents a detailed study on the second occurrence in this segment of the
orogen, highlighting the role to its Late-Neoproterozoic early Paleozoic tectonic evolution. The
hornblende-biotite ortogneiss, with shoshonitic affinity, the Tinguí unit, along with undeformed
dykes with similar composition, crop out along the contact between the Costeiro (part of Oriental
Terrane of Ribeira belt) and Cabo Frio Tectonic domains. Within the Neoproterozoic Oriental
Terrane occurs also an arc-domain, represented by the Rio Negro Complex, cross cutting all
supracrustal sequences. The Cabo Frio Tectonic Domain is a Paleoproterozoic crust interpreted
as the continental margin of the Congo Craton that collided with the Oriental Terrane in the
Cambrian. The Tinguí unit is mostly represented by fine- to medium-grained mesocratic gneiss,
ranging from quartz-diorite, quartz-monzodiorite, tonalite to granodiorite in composition showing
plagioclase, biotite, quartz, hornblende, microcline, titanite, apatite, allanite, zircon, opaques
and rare epidote as the main minerals. Tonalitic to granodioritic fine-grained dykes, with similar
composition, cross cut the Tinguí orthogneiss. A conspicuous igneous flow foliation is
evidenced by biotite and hornblende aggregates. Besides mineralogical similarities, analyzed
samples from both the orthogneiss and the dykes have shoshonitic geochemical signature and
hibrid Nd-Sr isotopic results. They are basic to intermediate rocks with low Fe contents and high
alkalis, Ba, Rb, Sr, Zr, and LREE values. In addition, high K2O/Na2O (0.79 to 2.06) and
LREE/HREE ratios, low Nb contents and lack of negative Eu reinforce the shoshonitic nature.
Sm-Nd and Sr-Sr data point to negative Nd values of -13.2 to -4.38, and Paleo- to
Mesoproterozoic TDM Nd model ages (1.7 to 1.2 Ga). Although the 143Nd/144Nd ratios indicate a
predominance of lower continental crust heritage, the 87Sr/86Sr ratios ranging from c. 0.705 to
0.707 suggest an enriched mantle contribution. Nevertheless, the U-Pb zircon SHRIMP data
from Tingui orthogneiss and tonalitic dykes reveal a gap of c. 50 m.y. in their crystallization
ages: concordant ages of 551.3 ±3.4 Ma for the orthogneiss, and 494.5 ± 2.7 Ma for the tonalitic
dykes. The latter presents inherited zircon cores of 530 to 550 Ma. Comparing our new data
and the magmatic and tectonic events recorded in the Oriental Terrane, we propose a tectonic
model emphasizing the role of this shoshonitic magma, interpreted as pre- and post-collisional
intrusions regarding to the Buzios Orogeny, and possibly derived from the same magma
chamber. This protracted magmatic activity is attributed to a long-term maintenance of high
temperatures and low cooling rates in the Ribeira Orogen, considered as a hot orogen. The 50
m.y. crystallization interval between the studied rocks could be assigned to the collisional event
metamorphic/deformational peak (530-510 Ma), which may have inhibited in this interval the
emplacement of new batches of shoshonitic magma.
1004
CARACTERIZAÇÃO U/Pb DE ZIRCÃO DETRÍTICO E GEOQUÍMICA
ISOTÓPICA (Sm/Nd) EM ROCHA-TOTAL DOS XISTOS E QUARTZITOS DE
ARROIO GRANDE – RS
Beloni, M. S.¹; Porcher, C. C.²; Koester, E.²; Ramos, R. C.3; Lana, C.4; Wegner, A. C.5
1Bacharel em Geologia - UFRGS; ²Departamento de Geologia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul;
3Programa de Pós-Graduação em Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 4Departamento De
Geologia, Universidade Federal De Ouro Preto; 5 Laboratório de Geologia Isotópica – CPGq/IGEO/UFRGS.
RESUMO: Os Xistos e Quartzitos Arroio Grande (XQAG) são parte do Complexo Arroio Grande,
localizado no sudeste do Cinturão Dom Feliciano (CDF), que compreende também metamafitos,
metaultramafitos e rochas metassedimentares siliciclásticas (xistos e metagrauvacas) e
carbonáticas (Mármores Matarazzo). A partir da assinatura geoquímica dos metamafitos, foi
sugerido um ambiente tectônico oceânico de retroarco. Dados de 87Sr/86Sr anteriormente obtidos
para os mármores indicaram idade de deposição do protólito sedimentar carbonático de 820-870
Ma. Com objetivo de verificar a proveniência e adicionar informações à história sedimentar da
unidade foi estabelecido um estudo utilizando zircões detríticos e geoquímica isotópica nos xistos
e quartzitos. Essas rochas apresentam foliação de alto ângulo, alinhada com a orientação da
Zona de Cisalhamento Arroio Grande (ZCAG), na qual o Complexo Arroio Grande está
encaixado. Em lâmina delgada, os xistos apresentam muscovita, biotita e quartzo com textura
em fita, além de porfiroclastos de plagioclásio e turmalina. Os quartzitos mostram o quartzo com
textura gerada por recristalização dinâmica por bulging. Foliação S-C é observada nas duas
litologias. As texturas e assembleias metamórficas são indicativas de metamorfismo em zona de
cisalhamento em condições de fácies xisto verde. A partir dos dados obtidos de idade U/Pb dos
zircões detríticos dos Xistos e Quartzitos Arroio Grande é possível observar a maior influência
de áreas-fontes neoproterozoicas ediacaranas a criogenianas (entre 560 Ma a 650 Ma) e, em
menor frequência, fontes neoproterozoicas tonianas (entre 800 Ma a 1000 Ma),
mesoproterozoicas estenianas a ectasianas (entre 1.000 Ma e 1300 Ma) e paleoproterozoicas
estateriana a riaciana (1600 Ma, 1800 Ma, 2000 Ma e 2300 Ma). Os resultados isotópicos Sm/Nd
em rocha-total dos XQAG mostram εNd(0) (entre -7 a -12), e TDM entre 1,2 a 1,6 Ga, indicando
assinatura isotópica crustal para as rochas-fonte desses metassedimentos. Os dados
apresentados neste trabalho sugerem semelhança com os valores publicados de litologias como
o Complexo Pinheiro Machado (εNd(0) entre -11 e - 14 e TDM 1,3 a 1,7 Ga). Os dados
apresentados para a sequência siliciclástica do Complexo Arroio Grande, representada pelos
Xistos e Quartzitos, mostram que essas rochas foram depositadas em tempo e em ambiente
diverso daquele dos Mármores Matarazzo. A importante contribuição neoproterozoica de área-
fonte de mesma idade que o magmatismo regional do Domínio Leste do CDF e carência de
idades do embasamento paleoproterozoico sugere que essa deposição siliciclástica está
relacionada a um ambiente de margem ativa a um ambiente colisional. Assim, o Complexo Arroio
Grande é constituído por unidades representativas de uma paleobacia oceânica (metamafitos e
mármores) e de sedimentos siliciclásticos de margem ativa (xistos e quartzitos). As idades U/Pb
em zircão detrítico dos XQAG mais jovens permitem concluir que a idade máxima de deposição
é de 560 Ma ± 4 Ma que indica, também a idade mais jovem de movimentação da Zona de
Cisalhamento Arroio Grande. Dessa forma sugere-se que o Complexo Arroio Grande forma um
complexo associado a um ambiente de sutura, assinalando o último estágio de amalgamação do
Gondwana Ocidental (580-490 Ma) nesse setor do Cinturão Dom Feliciano.
1005
Datação U-Pb e isotopia de Hf em zircão herdado de granitos do SE
brasileiro: implicações petrológicas e tectônicas
Valdecir de Assis Janasi1, Lucelene Martins1, Adriana Alves1, Renato Henrique-Pinto2, Bruna
Borges Carvalho2, Sandra Andrade1
1Instituto
de Geociências, Universidade de São Paulo, Brasil
Department of Sciences Appliquées, Université du Québec à Chicoutimi (UQAC), Canada
1006
GRANITO CORRERECA - UM REGISTRO MAGMÁTICO OROSIRIANO NO
ORIENTE BOLIVIANO: IMPLICAÇÕES TECTÔNICAS E ESTRATIGRÁFICAS
Redes, L.A.1; Pimentel, M.M.1; Ruiz, A.S.2; Matos, G. R.S 3
1Universidade Federal de Brasília; 2Universidade Federal do Mato Grosso, 3 Universidad Mayor de San Andrés
RESUMO: O Terreno San Pablo é considerado um fragmento continental limitado a norte pela
Zona de Cisalhamento San Diablo (ZCSD), que é evidenciada por um lineamento curvilíneo e
interpretada como uma zona de sutura (>5 km de largura), entre o Terreno Paraguá e o
Terreno San Pablo. Para o oriente boliviano foram propostas duas suítes graníticas:
Pensamiento (1.27-1.37 Ga) relacionada à Orogenia San Ignácio; e Sunsás (1.0 Ga)
relacionada à Orogenia Sunsás. O Granito Correreca está localizado entre Rincón del Tigre e
Santo Corazón, a sul da ZCSD. Compreende um batólito recoberto ao norte pelo Grupo
Sunsás, a oeste pelo Grupo Boqui, ao sul pelo Grupo Murciélago, a leste faz contato por falha
com o Granito Santo Corazón. O Granito Correreca é composto por rochas graníticas
leucocráticas de cor rosa, inequigranulares, de granulação média a fina e levemente foliadas.
Opticamente são holocristalinas, hipidiomórficas a xenomórficas, de granulação média a fina,
de textura inequigranular, formada por quartzo, plagioclásio, feldspato alcalino e biotita, tendo
como minerais acessórios, apatita, zircão e opacos. Observam-se evidências da atuação da
fase hidrotermal, obtendo como produto de alteração os minerais: sericita, argilominerais,
epidoto, clinozoisita, zoisita, calcita, muscovita e clorita. O quartzo ocorre em grãos anédricos,
com dimensões de 0,2 a 5 mm, e com extinção ondulante, às vezes alongado e comumente
recristalizado em torno dos cristais constituintes da rocha. O plagioclásio, subédrico a anédrico
com geminação albita, às vezes com zonação normal, com dimensões entre de 2 a 5 mm.
Frequentemente exibe fase hóspede de pertitas em cristais subédricos tabulares apresentando
alteração hidrotermal intensa como: sericitização, argilização e saussuritização. O feldspato
alcalino (microclina) mostra-se anédrico a subédrico, apresenta geminação em grade, com
dimensão entre 1mm e 5 mm. A biotita, único mineral máfico principal ocorre como cristais
lamelares e em palhetas, medindo de 0,1 a 1,0 mm, por vezes, quando observadas em
agregados, exibem-se fibrorradiadas e estão totalmente cloritizadas. A deformação é marcada
por uma foliação penetrativa, localmente milonítica. A datação U-Pb (LA-ICP-MS), realizada em
amostra do Granito Correreca, indica a idade concórdia de 1855 ± 5.6 Ma interpretada como
idade de cristalização para essa unidade. O objetivo deste trabalho é apresentar os aspectos
petrográficos e dados isotópicos U-Pb (LA-ICP-MS) do Granito Correreca, a fim de contribuir
para o entendimento da evolução magmática do Sul/SW do Cráton Amazônico. Alguns autores
defendem que o Terreno San Pablo é um bloco crustal a sul do Terreno Paraguá, limitado pela
ZCSD. Considerando as características geológicas, petrográficas e a idade de cristalização
compatível com a dos granitoides da Suíte Intrusiva Alumiador, no Terreno Rio Apa, sugere-se
que o Granito Correreca seja parte dessa suíte ígnea e que o Terreno Rio Apa, prolongue-se
até a região de Santo Corazon, no oriente boliviano.
1007
Isótopos estáveis de Zn em geociências: Por quê? E para quê?
Daniel Ferreira Araújo
Universidade de Brasília/Université Paul Sabatier (Toulouse, France)
1008
Isótopos de Zn como um novo traçador de rejeitos metalúrgicos e
processos biogeoquímicos em ambientes costeiros e florestas de mangue
Daniel F. Araújo1-4; Geraldo R. Boaventura1; Wilson Machado2; Jerome Viers4; Dominik Weiss5;
Sambasiva Patchineelam2; Izabel Ruiz3; Ana Paula Rodrigues2; Marly Babinsky3; Elton Dantas1;
1009
GEOCRONOLOGIA U-Pb VIA LA-SF-ICP-MS EM ZIRCÕES DETRÍTICOS
DA FORMAÇÃO MOEDA NA REGIÃO DO SINCLINAL MOEDA,
QUADRILÁTERO FERRÍFERO, MG
Alkmim, A. R.1; Queiroga, G. N.1; Lana C. C.1; Martins M. S.1; Alkmim F. F.1; Alkmin L. A.1;
Teixeira L. P. V1; Schuch C. S.1; Fadul C.1; Alves T. M.1; Madureira R. S.1
1Universidade Federal de Ouro Preto
1010
MINERALOGIA, PETROGRAFIA E GEOCRONOLOGIA U-Pb EM TITANITA DO
PEGMATITO VLASTEJOVICE, REPÚBLICA TCHECA
1011
GEOCHRONOLOGY AND CONSTRAINTS ON THE Fe-Ti OXIDE CUMULATOS
IN THE CANINDÉ MAFIC INTRUSION, SERGIPANO BELT, BRAZIL
Pinto, V.M.1; Marques, J.C.2; Souza Junior, F.3; Mota, I.4; Lima, R.4, Lenz C.4, Passos, L.H.5,
Koester, E.2; Porcher, C.C.2; Chemale Jr, F.6, Takehara, L.7.
1 Centro de Engenharias – Engenharia Geológica - Universidade Federal de Pelotas (UFPEL);
2 Instituto
de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS);
3 Companhia Baiana de Prospecção Mineral, Salvador, Bahia; 4 Universidade Federal de Sergipe (UFS);
5 Universidade de Brasília (UnB); 6 UNISINOS; 7 Serviço Geológico do Brasil, CPRM-PA.
Layered mafic-ultramafic intrusions are commonly associated with or hosted the formation of Cr,
Fe-Ti-(V-P), Ni-Cu and platinum group elements (PGE) deposits. Worldwide magmatic Fe-Ti
oxide deposits, are associated with Proterozoic anorthosite complexes (e.g. Tellnes, Norway;
Lac Tio, Canada), upper parts of large layered mafic intrusions, as Bushveld and Skaergaard
deposits, or lower parts of mafic intrusions associated with flood basalts, exemplified by the
Panzhihua Intrusion, China. The Canindé layered gabbro is intrusive in a metavolcano-
sedimentary sequence and hosts Ni-Cu and Fe-Ti ores in the Canindé Domain of the Sergipano
Belt, northernmost Sergipe state, NE, Brazil. The intrusion in surface comprises, as a general
rule, of three main rock units of north to south composed chiefly by mafic-ultramafic cumulates;
olivina gabbros and troctolites; leucogabbros, respectively. Fe-Ti gabbros and Fe-Ti cumulatic
layers occurs in the last unit. The age of the Canindé intrusion has two divergent ranges: 1)
~700 Ma U-Pb SHRIMP age on pegmatitic gabbro from unit three representing the age of a
single intrusive gabbroic body; 2) a composite intrusion at 870 to 670 Ma, based on Sm-Nd and
Ar-Ar data. LA-ICP-MS U-Pb zircon dating of the gabbro sample from unit 2 yields an age of
703 ± 2 Ma. Our data indicate that the gabbros, troctolites and pegmatitic gabbros have been
crystallized almost the same time, although they might be produced by different pulse. The
spinels were observed in EPMA analysis in olivine gabbro showing Cr-rich magnetite; while in
third unit, the oxide ores occur as layers and lenses within the leucogabbros contain low-Cr
magnetite and ilmenite with hercynite-rich close a contact aureole with calc-silicate and
metatuffs rocks. Cr-rich magnetite in olivine gabbro is clearly an early crystallized phase,
whereas low-Cr magnetite of the disseminated and massive ore crystalize later. Occurrence of
Cr-poor titanomagnetite and granular ilmenite cumulates in the massive ores may have formed
from Fe-Ti rich melts. The segregation of dense Fe-Ti rich melts behaved like a heavy mineral
that settled downward in a silicate crystal mush to form disseminated and massive Fe-Ti oxide
ores as part of the cumulate sequence. The oxide ores occur as layers and lenses within the
leucogabbros and are concentrated close a contact aureole with calc-silicate and metatuffs
rocks of the Novo Gosto unit. The ore consists mostly of euhedral cumulate magnetite and
ilmenite with variable amounts of hercynite. Bulk rock data shows that the ore contains 720 to
1800 ppm in V and 8 to 11 wt% TiO2 and remarkable low silica (2.7 to 4.1 wt%) indicating near
absence of silicate minerals. The variable Al2O3 contents (6.8 to 38 wt%) represents different
pulses of cumulus corundum and spinel. EPMA analysis in oxides ore show almost pure
magnetite and Mn-V-bearing ilmenite (4-6 MnO wt%) and (0.35-0.5 V2O3).
Key words: U-Pb ZIRCON AGE; Fe-Ti OXIDES; GABBROS; CANINDÉ DOMAIN; SERGIPE.
1012
CARACTERIZAÇÃO DAS ROCHAS FONTES DA BACIA DO PARANÁ EM
SANTA CATARINA POR MEIO DE ASSINATURAS ISOTÓPICAS DE Lu-Hf E O
EM ZIRCÕES DETRÍTICOS
Canile, F.M.; Babinski, M.; Rocha-Campos, A.C.
1013
QUATRO IDADES TAPAJÔNICAS EM GRANITOS DA MINA DE OURO
ARAGÃO, PROVÍNCIA AURÍFERA ALTA FLORESTA.
Dezula, S.E.M.1, Barros, M.A.S.2, Pierosan, R.2, Santos, J.O.S.3, Costa, P.C.C.2, Pinho,
F.E.C.2, Rocha, M.L.B.P.4, Kenzo, B.5, Zan, W.G.5, Pelosi, G.F.F.1
1Programa de Pós-Graduação em Geociências, Faculdade de Geociências, Universidade Federal de Mato
Grosso; 2Faculdade de Geociências, Universidade Federal de Mato Grosso; 3University of Western Austrália;
4Programa de Pós-Graduação em Geociências – Universidade de Brasília – UNB; 5Graduação em Geologia,
Faculdade de Geociências, Universidade Federal de Mato Grosso
RESUMO: A Mina do Aragão localiza-se no setor leste da Província Aurífera de Alta Floresta –
PAAF, na porção sul do Município de Novo Mundo, Mato Grosso. Estudos anteriormente
realizados nesta região, descreveram um corpo granítico (Aragão) da Suíte Intrusiva Nhandu
com uma área de 115 km2 e composição biotita-sienogranítica a monzogranítica com biotita.
Estudos petrográficos e geoquímicos mostraram características similares às encontradas nos
granitos da Suíte Intrusiva Teles Pires (STP), um granito tipo “A” cujas idades situam-se entre
1780 e 1760Ma. Esse fato, levou alguns autores à incluir o Granito Aragão na STP. Entretanto
datações U-Pb por LA-ICP-MS realizadas, na UnB, em uma amostra do Granito Aragão
revelaram uma idade de 1931 ± 12 Ma, muito mais antiga que a Suíte Intrusiva Teles Pires. O
fato do Granito Aragão apresentar mineralizações auríferas disseminadas em uma de suas
fácies, além de sua anterior classificação como um granito tipo A, chamou a atenção dos
autores deste trabalho, que então realizaram um estudo de detalhe nessa intrusão. A
caracterização petrográfica e geoquímica confirmaram um caráter cálcialcalino de alto potássio,
tendência metaluminosa a fracamente peraluminosa e ambiente tectônico de margem
continental ativa (orogênico). Novos dados U-Pb SHRIMP em zircão, obtidos no laboratório da
Universidade Curtin – Austrália em duas amostras de biotita sienogranito exibiram idades de
1964 ± 11 e 1967 ± 2 Ma, que são similares às idades de outros granitos da Suíte Intrusiva
Nhandu no Mato Grosso (1953 ± 6 e 1962 ± 7 Ma), e Creporizão no sudoeste do Pará (1980-
1957 Ma). Duas outras amostras datadas, no mesmo laboratório resultaram em idades mais
antigas: monzogranito com biotita (1994 ± 5Ma) e metagranodiorito com forte foliação (2008 ± 4
Ma). Essas idades são correlacionáveis respectivamente as Suíte Cumaru e Complexo Cuiú-
Cuiú. Dessa forma, pode-se concluir que na Mina do Aragão existem três grupos de rochas
com idades comparáveis à unidades orogênicas da Província Tapajós, demostrando que a
parte oriental da PAAF (Domínio Peixoto de Azevedo) é dominada por rochas dessa província.
A evolução tectônica para as rochas da Mina do Aragão parece ser constituída formação de
uma margem continental ativa onde o Complexo Cuiú-Cuiú representa o arco inicial 2009 ± 4
Ma. Novos arcos continentais são agregados nos períodos de 1990 e 1960, sendo o período
de 1967-1953 Ma de uma maior atividade magmática (Arco Creporizão-Nhandu).
1014
EXTENSÃO E SIGNIFICADO DA PROVÍNCIA AMAZÔNIA CENTRAL
Macambira, M.J.B.; Lafon, J.M.
Laboratório Pará-Iso, Universidade Federal do Pará
A Província Amazônia Central tem sido definida como a parte mais antiga do cráton Amazônico
não afetada pelo ciclo Transamazônico e circundada pelas províncias Maroni-Itacaiúnas, a
norte e nordeste, Ventuari-Tapajós, a oeste, e pelo cinturão neoproterozoico Araguaia, a leste.
Ela foi dividida na Província Carajás, do Arqueano, e no Domínio Xingu-Iricoumé (DXI), onde o
embasamento raramente aflora mas, no Paleoproterozoico, foi palco de expressivos eventos
magmáticos e sedimentares. A parte central DXI está encoberta pela bacia sedimentar do
Amazonas, que o separa em dois setores. As idades-modelo com base nos isótopos de Nd das
rochas vulcânicas e plutônicas do setor sul tem indicado, sistematicamente, que essas rochas
são produto da fusão de uma crosta arqueana. Por outro lado, no setor norte, o grau de
conhecimento geológico é incipiente, o que é dificultado pela densa cobertura vegetal e
dificuldade de acesso. Dados isotópicos recentes obtidos para as rochas paleoproterozoicas do
setor norte do DXI (região Erepecuru-Trombetas, no estado do Pará, e sudeste do estado de
Roraima) tem indicado que tais rochas tiveram como fonte uma crosta igualmente do
Paleoproterozoico, assim como a maior parte da Província Maroni-Itacaiúnas. Da mesma
forma, estudos realizados no domínio Bacajá (sudeste da Província Maroni-Itacaiúnas), ao
norte da província Carajás, tem mostrado que esse domínio se estende para leste, como se
seccionasse o DXI em dois setores. Em síntese, os dados atuais desenham um quadro para o
DXI que configura que as rochas do setor norte apresentam uma fonte crustal
paleoproterozoica, enquanto que aquelas do setor sul apresentam uma fonte crustal arqueana.
O limite entre esses dois setores teria direção leste-oeste e se situaria a sul da bacia do
Amazonas, sendo que sua parte oeste estaria encoberta pelas rochas sedimentares da bacia.
Essa nova configuração reduz significativamente a área da Província Amazônia Central, com
importantes implicações tectônicas para o cráton Amazônico como um todo. No limite norte da
Província de Carajás, a fronteira arqueano-paleoproterozoica está bem definida, através de um
contado colisional brusco com o Domínio Bacajá. Contudo, no restante da Província Amazônia
Central há necessidade de mais estudos para bem definir esse limite. Outra questão importante
diz respeito à natureza e posição geográfica do limite entre a Província de Carajás e hoje, o
domínio Iriri-Xingu, a oeste, ambos produtos de fontes arqueanas e incluidos na Província
Amazônia Central. A norte da bacia do Amazonas, questionamentos similares envolvem os
limites entre o DXI e a Província Ventuari-Tapajós, ambos produtos de fontes
paleoproterozoicas.
1015
U-PbMAT – A NEW DATA CORRECTION TOOL FOR LA-ICP-MS
Silva, J.P.A.¹; Lana, C¹; Gladston; J.P. Moreira¹; Oliveira, R.G.¹; Schuch, C.S.¹; Mazoz, A.¹;
Ribeiro, T.¹ Teixeira, L.¹; Silveira, G.¹; Fadul, C.¹; Alves T.¹; Santos, L.¹
1016
DETRITAL APATITE FISSION TRACK STUDIES OF SANDSTONES FROM
THE VICTORIA LAND BASIN OF THE WEST ANTARCTIC RIFT SYSTEM,
ANTARCTICA
Silva, R.G.1; Paulsen, T.2
1 Universidade de Brasília; 2 University of Wisconsin Oshkosh
ABSTRACT: The Victoria Land Basin is located at the south portion of Antarctica, flanking the
Transantarctic Mountains, in the West Antarctica Rift System. Uplift of the Transantarctic
Mountains has occurred in the last 180 Ma during multiple phases of extensional tectonism
associated with breakup of the Gondwana supercontinent. Initial magmatism and extension
occurred along the Mountains during Jurassic rifting, and sub-sequent rift basin development in
the Ross embayment portion of the West Antarctic Rift System occurred during the Cretaceous
and Cenozoic. This initial tectonic setting enabled the Victoria Land Basin to be filled with detrial
sediments from the uplifted rocks of the Transantarctic Mountains without extensive transport. As
a result from the thick masses of ice that cover potential outcrops in Antarctica, the study of
tectonic and basin evolution of the area is hampered. One of the best ways to study the geologic
sequence of the area, then, is by core sampling, indirect geophysical methods and detrial sample
analysis. Fission track studies of rocks in the Transantarctic Mountains indicated an episodic uplift
history, with two initial Cretaceous uplift phases at 125 Ma and 85 Ma, followed by a phase in the
Cenozoic beginning around 50 Ma. Some works suggest rates of exhumation associated with the
Cenozoic uplift phase were markedly higher than those in the Cretaceous, whereas other authors
have challenged this view suggesting rapid Cretaceous uplift followed by slower Cenozoic uplift.
Cenozoic sandstones belonging to the Victoria Land basin contain grains of apatite, which can
be analyzed via fission track analyses to determine the ages and rates of cooling of the parent
rocks from which they were derived through weathering and erosion. This work presents new
analyses of detrital apatite fission track results that were obtained from rift basin sandstones with
the intent of better understanding the exhumation history of the Transantarctic Mountains in
Antarctica. In addition to that, Cenozoic uplift events younger then the proposed ages in previous
works were indicated by detrital apatite fission tracks. These younger apatite fission tracks have
longer mean track lengths and smaller standard deviations than the observed for Cretaceous
ones, a result consistent with more rapid denudation during this time interval.
1017
SAND INJECTITES FROM THE NOVO HAMBURGO COMPLEX, PARANÁ
VOLCANIC PROVINCE
RESUMO: Sand Injectites present in the lavas of Serra Geral Group show evidence of rise of
sandy sediments underlying the volcanic package. The sand was fluidised and transported
toward the surface as a result of hydrothermal processes that occurred in the basin and
generated structures such as dikes and sandstone sills, basaltic breccias with sandstone and
sand flows, which were covered by new lava flows. The sandstone has a high degree of
silicification in these structures, which contrasts sharply with the very friable sandstone of the
Botucatu Formation. Occurrences of these injectites are intense throughout the Paraná Basin,
including the mining districts of Ametista do Sul and Quaraí (Brazil) and Los Catalanes
(Uruguay), which are precursors of agate and amethyst mineralization. Previous research
carried out in quarries in the metropolitan area of Porto Alegre, Torres/RS, Serra Maracaju/MS,
Realeza/PR and Botucatu/SP revealed essential features of sand injectites. Tapered sandstone
dikes were observed feeding the sandstone sills, both intensely silicified. A sandstone layer
reached the paleosurface in places and formed a sand flow, which has horizontal and locally
low anglestratification. This layer is now overlapped by another basalt flow, indicating that the
hydrothermal processes were intercalated with volcanic flows. Phreatic breccias are common
associated with sandstone dikes. Clasts of angular basaltic rock, immersed in a sandy matrix
cemented by silica, do not show quenched rims, showing a low temperature contact of the fluid
with the wall rock. We established the relative age between injections of sandstones and filling
of cavities of igneous rock. The sands cut the filled cavities containing zeolites and silica, often
replacing the filling. The sandstone flows mark the magmatic activity intervals, serving as a
stratigraphic guide for the volcanic flows. Four pairs of samples (friable sandstone/sand
injectite) were collected, totaling 85 zircons per sample for dating by SHRIMP U-Pb method.
The analyses were obtained in the USP/SP and Curtin University/Australia laboratories. The U-
Pb zircon ages show four main peaks: Sunsás (1155-962 Ma), Brasiliano (808-530 Ma),
Cambro-Ordovician (505-448 Ma) and Permian (296-250 Ma). There are also two small
concentrations of ages in the Archean (3.8-2.5 Ga) and Paleoproterozoic (2.5-1.6 Ga). Zircon
age peaks indicate that each orogeny is related to several pulses of igneous activities in
southern South America. The combined action of three major geological events made it
possible to modify the extrusive rocks and subsequently inject the sand, and these are the large
continental province of little deformed basalt, a large active erg and the huge Guarani aquifer
with an infinite amount of available hot water.
1018
ANÁLISE ISOTÓPICA Sm-Nd E DATAÇÃO U-Pb POR LA-ICP-MS EM
MONAZITAS DE PEGMATITOS DA PROVÍNCIA PEGMATÍTICA LESTE
BRASILEIRA.
Alkmin, L.A. 1; Gonçalves, G.O. 1; Melo, M.G. 1; Lana, C.1; Alkmim, A.R. 1; Oliveira, R.G. 1; Alves,
T.1; Silva, J.P.1; Santos, L. 1; Fadul, C.M. 1 Schuch, C.S. 1; Mazoz, A. 1
1Universidade Federal de Ouro Preto
RESUMO: O par isotópico Sm-Nd tem sido aplicado em análises de rocha total para estudos de
proveniência e evolução das rochas, bem como da participação e contaminação crustal na
locação das mesmas. O avanço das técnicas de Laser Ablation (LA) em Induced Coupled Plasma
Mass Spectrometry (ICP-MS) tem aumentado significativamente a resolução espacial das
análises, permitindo um estudo de detalhe na escala mineral. O presente trabalho tem por
objetivo avaliar a aplicação e coerência da técnica, bem como entender a evolução do par
isotópico Sm-Nd em monazitas durante regimes de colapso orogênico. A monazita é um mineral
resistente a altas pressões e temperaturas. Porém, ela é facilmente dissolvida na presença de
fluidos (em especial os muito alcalinos) e tende a se recristalizar. Além disso, ela concentra
grande parte dos elementos terra raras leves (ETRLs). Levando-se em conta todas essas
informações, é possível realizar uma abordagem detalhada sobre os eventos de percolação de
fluidos, principalmente os metamórficos e entender a evolução do orógeno em momentos
específicos. Os pegmatitos estudados pertencem à Província Pegmatítica Leste Brasileira e
correspondem aos corpos Padre Paraíso (PP), Mimoso Sul (MS) e Generosa (GEN). Todos os
três encontram-se no contexto do Orógeno Araçuaí (OA: 630 – 485 Ma), que corresponde a uma
das faixas móveis brasilianas formadas durante o evento Panafricano. Esse orógeno formou-se
em um ambiente parcialmente confinado e é o produto direto da “tectônica do Quebra-Nozes”,
sendo que sua porção norte evoluiu, provavelmente, em um ambiente ensiálico, sem produção
de crosta oceânica. O estudo composicional de elementos maiores nos minerais, tanto em
Microssonda Eletrônica (EPM) como no Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV) acoplado a
um EDS (Energy Dispersive Spectrometry), sendo esse último executado no centro de
Microscopia Eletrônica do Departamento de Geologia (DEGEO) da Universidade Federal de
Ouro Preto (UFOP), relevaram que as monazitas estudas não apresentam zoneamento
composicional. No que diz respeito à concentração de elementos terra raras (ETRs), esses
exibem um padrão de enriquecimento em ETRLs em relação aos ETRs pesados (ETRPs), com
uma anomalia negativa proeminente de Eu. As datações U-Pb executadas em LA-ICP-MS,
também na UFOP, evidenciaram idades de 505±5 Ma, 494±5 e 485±5 para os pegmatitos PP,
MS e GEN, respectivamente. Essas idades correspondem ao evento de colapso orogênico e
último metamorfismo no OA e têm sido encontradas em grande parte de suas rochas. As análises
de Sm-Nd forneceram valores de εNd de -4.0±0.6; -16.3±0.5 e -14.8±0.5 para os corpos PP, MS
e GEN, respectivamente. Esses valores específicos permitiram separar e classificar esses
pegmatitos de maneira objetiva. Além disso, a discrepância dos valores de εNd sugerem que
tenham havido diferentes coeficientes de contaminação crustal e que, apesar dos três corpos
corresponderem a processos de diferenciação de rochas ígneas, suas histórias evolutivas são
bem diferentes. Os autores agradecem à FAPEMIG pelo apoio financeiro na realização do
presente trabalho.
1019
OPACIDADE ANALÍTICA: A FRAGILIDADE DO DADO DETRÍTICO
Novo, T.1
1Universidade Federal de Minas Gerais
1020
ISÓTOPOS DE Sr, Nd E Pb DOS GRANITOIDES DA REGIÃO
DE PORTO ALEGRE, NE DO CINTURÃO DOM FELICIANO, RS
1021
TWO STAGE MANTLE-DERIVED MAGMA IN A SYN-TECTONIC EDIACARAN
BATHOLITH AND THE ONSET OF THE BRASILIANO OROGENY: EVIDENCE
FROM SR, ND AND O ISOTOPES
Abstract: The elongate Monteirópolis batholith (270 km2) is composed of alkali feldspar granite
to granodiorite, it is part of the Águas Belas–Canindé composite batholith and intruded rocks of
the Pernambuco–Alagoas Domain, northeastern Brazil. This batholith is limited by the NNE-
SSW-trending Jacaré dos Homens transpressional shear zone in its southwestern portion, and
displays low-angle foliation, coeval to the development of a regional flat-lying foliation.
Microgranular dioritic enclaves and amphibole-rich clots are abundant. Syn-plutonic dikes of
diorite composition are also present. The mineralogy of this pluton comprises quartz, alkali
feldspar and plagioclase as essential phases, biotite and amphibole as major accessory
phases, besides titanite magmatic epidote. Major and trace element chemistry shows high SiO2,
total alkalis, Ba and Sr, low Fe# [ (FeOt / (FeOt + MgO) ] and Nb contents, attesting to high-K
calc-alkaline and metaluminous to slightly peraluminous character, typical of I-type granites.
The rocks are enriched in LREE and LILE and depleted in HFSE, and show fractionated
chondrite-normalized REE patterns ( LaN/LuN = 27.6 to 125) with Eu/Eu*= 0.67 to 1.25.
Chondrite-normalized spidergrams show marked negative Nb, Ta, Sr and Ti anomalies, typical
of subduction-related magmas. The Al2O3/TiO2 ratios and P2O5 vs. SiO2 contents suggest near-
liquidus temperatures of 950 – 800 °C. U–Pb SHRIMP zircon data yielded a crystallization age
of 626 ± 4 Ma. Regional structures and U–Pb geochronological data for the Jacaré dos Homens
transpressional shear zone suggest that shearing was installed at ca. 640 Ma. Movements
along this shear zone may have contributed to provide space for magma emplacement. The
rocks in this batholith are characterized by slightly negative to slightly positive εNd values ( ˗
0.78 to + 1.06), average Nd- model age of 1.0 Ga, low initial 87Sr/86Sr(626 Ma) values of 0.7050 to
0.7052, and low δ18O values (zircon) of + 5.00 to 5.94‰ V-SMOW. The magma was likely
formed by partial melting of Tonian mantle-derived rocks in the lower continental crust, probably
triggered by underplating of mantle-derived mafic magma during collision of the São Francisco
Craton and the Pernambuco–Alagoas Domain during onset of the Brasiliano orogeny close to
the Cryogenian–Ediacaran transition.
1022
IDADE DE MIGMATIZAÇÃO DO COMPLEXO NOVA MONTE VERDE, PARTE
SUL DO CRÁTON AMAZÔNICO NORTE DE MATO GROSSO
Marques, A.C.G.1; Costa, A.C.D.2; Silva, C.H.2
1Escola de Minas - Universidade Federal de Ouro Preto, 2Instituto de Geociências, Universidade Federal do Mato
Grosso.
PALAVRAS CHAVES: Idade Pb/Pb; Província Rio Negro Juruena; Alta Floresta
1023
CRIOGENIAN–EDIACARAN MAGMATISM RECORD OF THE PERNAMBUCO–
ALAGOAS DOMAIN, BORBOREMA PROVINCE (NE BRAZIL): IMPLICATIONS
FOR THE EARLY ASSEMBLY OF THE WEST GONDWANA
Thyego R. da Silva1, Mariucha M. Correia de Lima1, Valderez P. Ferreira1, Alcides N. Sial1
1NEG–LABISE,Department of Geology, Federal University of Pernambuco, Recife, PE, Brazil
____________________________________________________________________________
Abstract: A combined study of new whole-rock major-trace elements, mineral chemistry, Sr–
Nd–O isotopes, and zircon U–Pb ages, was carried out for one biotite-hornblende granodiorite
to granite orthogneiss (Jacaré dos Homens orthogneiss), emplaced along the Jacaré dos
Homens transpressional shear zone, and one pluton (Santo Antonio granite) from the southern
Águas Belas–Canindé composite batholith of the Pernambuco–Alagoas Domain, northeastern
Brazil. SHRIMP zircon U–Pb dating of the Jacaré dos Homens orthogneiss and the Santo
Antonio granite yields 206Pb/238U weighted apparent mean ages of 642.4 ± 3.4 Ma and 636.1 ±
3.6 Ma, respectively, which suggests that they were emplaced in the Criogenian–Ediacaran
transition. These rocks were emplaced in a regional strain field combining transpressive
deformation. The occurrence of a low-angle foliation, controlled by a transpressive deformation,
suggests that thrusting has operated in the area. Concordant zircon U–Pb data from this study
and from the literature date the beginning of the Brasiliano orogeny in the interval between 642
and 600 Ma. The studied granitic rocks show high-K calc-alkaline to shoshonitic composition,
magnesian nature and metaluminous to slightly–moderately peraluminous signature, typical of I-
type granitoids. They are enriched in the alkalis (7.69 to 11.79 wt.%), Rb, Ba, Th, K and light
rare earth elements, depleted in Nb, Ta, Sr and Ti, consistent with a convergent tectonic setting.
Nd isotopic data for the Jacaré dos Homens orthogneiss reveal tDM age of 1.21 Ga with slightly
negative εNd (642 Ma) of ˗ 1.56, show initial 87Sr/86Sr ratios of 0.7067 with δ18O (zircon= +
7.0‰) value more high than mantle values. While the Santo Antonio pluton shows Nd- model
age varying from 1.04 to 1.05 Ga, with εNd (636 Ma) positive to slightly negative of +0.09 to -
0.63 and back-calculated (636 Ma) initial 87Sr/86Sr ratios from 0.7048 to 0.7049. The
geochemistry indicates that the studied granitoids and the plutons from the literature that
intruded the Águas Belas–Canindé composite batholith were either derived by partial melting of
the Tonian mantle-derived magmas or by Tonian lower continental crust (evidenced from
inherited zircon cores) triggered by uplift asthenosphere and underplating of lithospheric mantle.
1024
NOVOS DADOS U-Pb E Lu-Hf LA-ICP-MS DO LEUCOGRANITO
PALEOPROTEROZOICO DE CAMPO FORMOSO, SERRA DE JACOBINA,
BAHIA
Garcia, P.M.P.1; Misi, A.1;Sá, J.H.S. 1; Teixeira, J.B.G.2; Rocha, M.M.3;Nobreza, W.B.S.2;
Cotias, F.A.2.
1Universidade Federal da Bahia, Grupo de Metalogênese e Exploração Mineral; 2Consultor Independente;
3Mineração Caraíba S/A;
1025
GEOCRONOLOGIA U-Pb EM ZIRCÃO DE ROCHAS INTRUSIVAS E DE
EMBASAMENTO NA REGIÃO DO VALE DO JACURICI, CRÁTON DO SÃO
FRANCISCO, BAHIA
1026
ESTUDO ISOTÓPICO E GEOCRONOLÓGICO Sr-Pb DA CAPA
CARBONÁTICA MARINOANA DE TANGARÁ DA SERRA, MT.
1027
terrígena observado através da quantificação da fração siliciclástica feita em todas as amostras
após dissolução total da fase carbonática utilizando HCl. As composições isotópicas de Pb
determinadas em três amostras por dissolução total (carbonatos + silicatos), em conjunto com
os dados anteriores, forneceram uma idade de 622 ± 30 Ma, melhorando a precisão sobre a
idade previamente publicada. Estes dados são mais uma evidência de que a capa carbonática
do Grupo Araras está relacionada com a glaciação Marinoana. Valores das razões isotópicas
de Pb menos radiogênicos, obtidos por lixiviação sequencial com HBr diluído afastaram-se da
reta isocrônica. Isso pode ter ocorrido por causa da presença de pirita ou pela lixiviação parcial
dos feldspatos nas amostras, que podem apresentar composições isotópicas mais baixas por
não conter U.
EDIACARANO.
1028
DATAÇÃO U-Pb POR LA-ICP-MS DE MONAZITA, RUTILO E APATITA EM
MINERALIZAÇÕES AURÍFERAS NO SUPERGRUPO RIO DAS VELHAS,
QUADRILÁTERO FERRIFERO, MINAS GERAIS, BRAZIL.
Fadul, C.M. 1; Lana, C.1; Alkmim, A.R. 1; Alkmin, L.A. 1; Silveira, G.1; Oliveira, R.G. 1; Silva, J.P.1;
Teixeira, L.1; Schuch, C.S. 1; Ribeiro, T.1; Alves, T.1; Santos, L. 1
1Universidade Federal de Ouro Preto
RESUMO: O Quadrilátero Ferrífero (QF) é uma das províncias metalogenéticas mais famosas
do mundo e possui diversas mineralizações. Ele está localizado na porção sudeste do Cráton
São Francisco, no estado de Minas Gerais, Brasil. O QF é composto por domos arqueanos de
composição TTG a cálcio-alcalina e rochas supracrustais que perfazem o Supergrupo Rio das
Velhas e o Supergrupo Minas. Entende-se que o Sg. Rio das Velhas corresponda a rochas
máficas e ultramáficas formadas em ambiente oceânico, que foram amalgamadas contra um
orógeno gerando um cinturão de xistos metamorfisados, tornando-se um greenstone belt. O Sg.
Minas, por sua vez, corresponde a uma bacia depositada sobre um rifte em franco
desenvolvimento, com conglomerados na base, evoluindo para uma margem passiva,
representada por quartzitos e filitos. Nas últimas décadas, depósitos auríferos tem sido tema de
diversos trabalhos com o intuito de se definir a composição e arquitetura do minério, uma vez
que muitos autores não concordam com um modelo definitivo de formação e controle estrutural
do mesmo. O presente estudo tem o objetivo de datar a formação do minério aurífero nas
amostras cedidas pela Jaguar Mining das regiões das minas do Pilar, Turmalina e Roça Grande
e contribuir para a elaboração de um modelo metalogenético para a formação do mesmo. As
rochas encaixantes em todas as minas, são máficas, provavelmente pertencentes ao Sg. Rio
das Velhas. O minério, por sua vez, encontra-se associado a sulfetos (pirita, calcopirita, pirrotita),
carbonatos (ankerita) e, em alguns casos, envelopado por pequenas fitas de xenotima. Os
minerais acessórios, úteis para as análises geocronológicas, são rutilo, apatita e monazita,
identificados por técnicas qualitativas em EDS (Energy Dispersive Spectrometry) associadas a
um Microscópio de Varredura Eletrônica (MEV), no Centro de Microscopia Eletrônica do
Departamento de Geologia (DEGEO) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Os
minerais correspondem a fases e paragêneses específicas, além de serem difíceis de separar e,
portanto, serão datados in situ, diretamente em lâmina. As datações desses minerais serão
realizadas em multicoletor (MC) associado ao Laser Ablation – Induced Coupled Plasma – Mass
Spectrometry (LA-ICP-MS), também na UFOP. De posse das idades e concentração de
elementos traço, espera-se entender a evolução e composição dos fluidos mineralizantes
(padrões de traços), bem como as condições de temperatura, definida pela concentração de Zr
em rutilo e, dessa maneira, construir um modelo de formação da mineralização baseado nas
assinaturas geoquímicas dos minerais acessórios que possa se correlacionar às estruturas
observadas em mina. Os autores agradecem a FAPEMIG pelo apoio financeiro para o
desenvolvimento do presente trabalho e a Jaguar Mine pela parceria e por ceder as amostras.
1029
Análise Geocronológica U-Pb (LA-ICPMS) da Bacia Pico do Itapeva, Campos
dos Jordão (SP).
Aquino,T.S1;Peternel,R.1
1Universidade do Estado do Rio de Janeiro
1030
GEOCRONOLOGIA U-Pb E GEOQUÍMICA ISOTÓPICA Nd-Sr DA PORÇÃO
OESTE DO DOMÍNIO EREPECURU - TROMBETAS, PROVÍNCIA AMAZÔNIA
CENTRAL, NOROESTE DO PARÁ
Vianna, S.Q.1,2; Leal, R.E.1,2; Lafon, J.M.1,2; Rosa Costa L.T.3
1Programa de Pós-graduação em Geologia e Geoquímica, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará
– UFPA, Rua Augusto Côrrea, 1, CEP:66076-110, Belém, Pará, Brasil – (samiavianna@gmail.com;
rafael.estumano@gmail.com).
2Laboratório de Geologia Isotópica, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará – UFPA. Belém, Pará,
Brasil – (lafonjm@ufpa.br)
3Serviço Geológico do Brasil – CPRM, Belém, Pará, Brasil – (lucia.costa@cprm.gov.br)
1031
GEOCRONOLOGIA LA-ICP-MS EM ZIRCÕES DETRÍTICOS DO FRONT SAN
DIABLO – ORIENTE DA BOLÍVIA
Nedel, I. M.1,4; Ruiz, A. S.1,3,4; Matos, G. R.2; Pavanetto P.5; Werlang T.1,3,4;
1Faculdade de Geologia – FAGEO/UFMT, 2Departamento de Geologia - IGEMA/UMSA, 3Instituto Nacional de
Ciência e Tecnologia de Geociências da Amazônia - GEOCIAM, 4Grupo de Pesquisa em Evolução Crustal e
Tectônica, 5Programa de Pós-graduação em Geologia - UnB
O Front San Diablo (FSD) é uma das grandes zonas de cisalhamento geradas durante a
Orogênese Sunsás, que marcam as rochas do pré-Cambriano da Bolívia e as rochas
Proterozóicas da cobertura metassedimentar do sul do Cráton Amazônico. Com
aproximadamente 300km de extensão e 5km de largura, trata-se de uma megaestrutura
tectônica curvilínea, orientada segundo a direção NE-SW, marcada por fortes lineamentos
evidenciados nas rochas do Grupo San Ignácio e do Grupo Sunsás, que na porção oeste
apresentam cinemática direcional sinistral, e na porção leste, no decorrer da estrutura linear
principal, apresentam um componente vertical adicional. Na área foco deste estudo, o FSD é
formado pelo Complexo Chiquitania na base, constituído por gnaisses de composição
monzogranítica a granodiorítica, metamorfizados na fácies de transição xisto verde para
anfibolito, intrudidos pelo granito Colmena, um corpo de composição monzogranítica,
pertencente a Suíte Pensamiento, seguido pelo biotita-muscovita xisto do Grupo Sunsás,
depositado em discordância ao embasamento, e pelo metarenito micáceo do topo, que é
marcado por intercalações de finas camadas de argila. As análises geocronológicas LA-ICP-
MS em zircões detríticos foram realizadas a partir de duas amostras do metarenito, a IM07,
coletada na zona de crista do FSD, e a IM06, coletada nas áreas adjacentes a zona de crista.
Os 23 cristais de zircão da amostra IM07 que renderam idades concordantes, apresentam-se
preferencialmente arredondados, com ou sem estruturação interna e bastante fraturados. As
idades 207Pb/206Pb obtidas para as rochas fonte desses cristais foram entre 1883±43 e 1274±64
Ma, com concentração de idades em torno de 1430±55 e 1333±27, e com idade máxima de
sedimentação de 1274±64 Ma, fornecida pelo zircão mais novo. Da amostra IM06, 27 cristais
de zircão apresentaram idades concordantes, sendo eles subédricos, com prismas de
tamanhos variados e com zonação preservada, podendo exibir, também, cristais arredondados.
Os resultados obtidos sugerem idades 207Pb/206Pb para as rochas fonte entre 1745±21 e
1223±170 Ma, com concentração de idades em torno de 1703±26 e 1363±31 Ma, sendo a
idade máxima de sedimentação de 1223±170 Ma. A partir desses dados foi possível concluir
que ambos os períodos sedimentação referem-se ao intervalo de deposição dos sedimentos do
Grupo Sunsás, anterior a Orogênese Sunsás (1,0 Ga), e que as idades de concentração
indicam fontes distintas para a geração do metarenito. A fonte de idade mais antiga pode estar
relacionada às rochas dos Complexos Lomas Manechis (1,8-1,65 Ga) e Chiquitania (1,7-1,68
Ga), e a fonte de idade mais jovem pode estar relacionada à Suíte Pensamiento (1,37-1,34
Ga).
1032
GEOCRONOLOGIA U-Pb E LITOQUÍMICA DA FORMAÇÃO SALINAS NO
VALE DO JEQUITINHONHA, ORÓGENO ARAÇUAÍ, MG
Deluca, C.M.1; Pedrosa-Soares, A.C.1; Cordani, U.2; Dussin, I.3
1Programa de Pós-Graduação em Geologia, CPMTC-IGC-UFMG; 2IG-USP; 3UERJ-MULTILAB
RESUMO: A Formação Salinas, que ocorre em ampla área do Médio Vale do Jequitinhonha
(Orógeno Araçuaí), inclui arenitos grauvaquianos, pelitos e conglomerados clasto-suportados,
metamorfisados nas fácies xisto verde e anfibolito. Esta formação repousa em discordância
sobre unidades diversas do Grupo Macaúbas e é intrudida por granitos pós-colisionais da
Supersuíte G4 (datados em ca. 500 Ma). As rochas metassedimentares da região enfocada,
hoje atribuídas à Formação Salinas, já foram consideradas como exclusivamente integrantes
do Grupo Macaúbas, uma unidade que representa a bacia precursora do Orógeno Araçuaí.
Contudo, após estudos de proveniência e datações de zircões detríticos, grande parte das
rochas constituintes da Formação Salinas passou a ser compreendida como representante do
preenchimento sedimentar de uma bacia orogênica (tipo flysch), com idade máxima de
sedimentação em ca. 580 Ma. O presente estudo apresenta novos resultados de análises
litoquímicas e geocronológicas para a Formação Salinas. As análises geocronológicas foram
realizadas sobre seixos de rochas vulcânicas, extraídos de ortoconglomerado exposto na
região de Rubelita-Salinas. Este ortoconglomerado apresenta clastos de rochas vulcânicas a
subvulcânicas, quartzo, quartzito, gnaisse, granito e carbonato, entremeados por escassa
matriz grauvaquiana a pelítica, composta de quartzo, biotita, muscovita, plagioclásio, calcita e
clorita. O ortoconglomerado está muito deformado, apresentando clastos fortemente estirados
e rotacionados ao longo da foliação dúctil regional. O metamorfismo registrado pela matriz é da
fácies xisto verde. Os clastos de rochas vulcânicas mais comuns apresentam composição
variável entre andesito e riolito, sendo geralmente porfiríticos, com fenocristais de feldspatos
imersos em matriz de granulação fina. Ocorrem, em menor quantidade, clastos de rochas
vulcânicas máficas. Seixos dessas rochas vulcânicas foram liberados da matriz, limpos e
moídos, para concentração de zircão. Análises U-Pb (SHRIMP) sobre cristais de zircão dessas
rochas vulcânicas indicam que o principal intervalo de idades é ca. 598–633 Ma (sete grãos),
mas também ocorrem idades em torno de 648 Ma (dois grãos) e um grão de ca. 698 Ma. O
intervalo de idades mais novas (ca. 598–633 Ma) é compatível com proveniência a partir do
Arco Rio Doce, o arco magmático do Orógeno Araçuaí. A idade de ca. 698 Ma sugere
proveniência a partir da Província Alcalina do Sul da Bahia, ao passo que fontes possíveis para
os grãos com idades em torno de 648 Ma seriam rochas ofiolíticas do Orógeno Araçuaí. O
estudo litoquímico reúne 67 análises (elementos maiores e traços). Foram analisadas amostras
de quartzo-mica xistos, micaxistos e metagrauvaca fracamente carbonática (“quartzito impuro”,
“xisto carbonático”). O conjunto de dados litoquímicos evidencia uma sedimentação
eminentemente grauvaquiana a pelito-grauvaquiana, com áreas-fonte predominantes em
ambientes de margem continental ativa e arco magmático continental.
1033
GEOQUIMICA ISOTOPICA NA RECONSTRUÇÃO PALEOAMBIENTAL DA
FORMAÇAO IPUBI (PORÇAO SUPERIOR DO GRUPO SANTANA POS-RIFTE
I) BACIA DO ARARIPE NOROESTE DO ESTADO DE PERNAMBUCO
Barros, S.D.S.,1*, Horn, B.L.D. 1, Santos, R.B. dos 1, Rocha, D.E.G.A.1
1 CPRM-Serviço Geológico do Brasil, *e-mail: silvana.barros@cprm.gov.br.
RESUMO: A Bacia do Araripe é a mais extensa das bacias cretáceas interiores do nordeste do
Brasil, e está situada na parte centro-sul do Planalto da Borborema, no limite dos estados do
Ceará, Pernambuco e Piauí. Notadamente apresenta uma evolução tectono-sedimentar
complexa suportando de forma descontinua sedimentos de idade paleozóica (pré-rifte) a
cretácea (pós-rifte I e II). As sequências pós-rifte I e II dispostas na direção E-W constituem a
chapada, onde os estratos exibem um topo horizontal mergulhando suavemente para norte e
oeste. A proposição de um modelo que retrate as características paleoambientais da porção
intermediaria da sequencia pós-rifte I (Fm. Ipubi) na porção noroeste de Pernambuco, ainda
exige muita discussão. Essas rochas afloram na base da chapada ou estão dispostas sobre o
embasamento cristalino e são exploradas como minas a céu aberto. A partir do detalhamento
nas minas, foram identificadas seis fácies na Fm Ipubi: quatro facies evaporíticas (sendo
apenas duas deposicionais), duas fácies carbonáticas e duas siliciclásticas. Nessa região está
instalado o Polo Gesseiro do Araripe responsável pela extração de aproximadamente de 90%
do gesso consumido no mercado nacional. Do ponto de vista econômico o grau de pureza de
98% da gipsita permite o aproveitamento e produção do produto final. Entretanto, a indefinição
das condições ambientais em que os depósitos foram gerados não permite a mecanização da
explotação, e em alguns casos inviabiliza a extração do bem mineral. Até o momento não
existe um consenso sobre a gênese dos depósitos evaporíticos da Fm. Ipubi. Nesse contexto a
utilização de isótopos estáveis (C, O e S), amplamente utilizados em sedimentologia, fornecerá
indicadores sobre as condições deposicionais e faciológicas da referida formação em amostras
coletadas nas minas. Os resultados do isótopo de enxofre (δ34S) obtidos nas diversas fácies de
gipsita variam de 14.5 a 17.7‰(V-CDT). Quanto aos resultados dos isótopos de δ13C e δ18O
coletados nas fácies carbonáticas associadas à gipsita foi observado uma significativa
amplitude: δ13C varia de -1.5 a -12.9‰PDB e o δ18O varia de 0.1 a -8.3‰PDB.. Algumas
proposições são observadas com base na literatura. As rochas da Formação Ipubi são datadas
do Aptiano-Albiano, nesse período a assinatura de δ34S para ambiente marinho varia de 13 a
15‰(V-CDT) valores próximos aos encontrados na Formação Ipubi. Enquanto para os isótopos
de δ13C e δ18O na literatura os valores para os carbonatos marinhos estão próximos de 0 ‰PDB,
mas apesar variação os valores podem ser interpretados como mais de um corpo de agua ou
diferentes momentos na precipitação da gipsita em ambiente com associação de agua do mar
em alguns momentos.
1034
SHRIMP ZIRCON U-Pb CRYSTALLIZATION AGES, LITHOGEOCHEMISTRY
AND ISOTOPIC SIGNATURES FOR THE PALEOPROTEROZOIC GRANITIC
SYSTEMS OF ALTA FLORESTA GOLD PROVINCE (MT), AMAZON CRATON.
Rafael Rodrigues de Assis1,3; Roberto Perez Xavier2,3; Veronica Godinho Trevisan2,3.
1Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
RESUMO: The Alta Floresta Gold Province (AFGP) (Mato Grosso State), southeastern portion
of the Amazon Craton, lies between the Ventuari-Tapajós (1.95-1.8 Ga) and Rio Negro-Juruena
(1.8-1.55 Ga) geochronological provinces, which are composed of Paleoproterozoic plutono-
volcanic sequences generated in continental arc settings. The province hosts a significant
number of Au±Cu and Au±base metals primary gold deposits that display a close spatial
relationship with granitic plutons along a NW-SW striking belt (Peru-Trairão belt). These gold
systems can be clustered into three major groups: (1) disseminated and structurally-controlled
vein-type Au±Cu (Bi, Te, Ag, Mo) deposits; (2) structurally-controlled vein-type Au + base
metals deposits; and (3) disseminated Cu+Mo±Au deposits. Collectively, these deposits show
similarities to the gold-rich porphyry and low to intermediate epithermal systems.
Despite its economic importance and potential for granite-hosted gold and gold-base metal
exploration, the geological framework of the AFGP is still poorly understood.Therefore, in this
work we report new SHRIMP zircon U-Pb crystallization ages and Sm-Nd isotopes parameters
to the granitic-gneissic basement and some well documented granitic-hosted gold deposits (e.g.
Pé Quente and X1 deposits), with the aim of assess the tectonic evolution and magmatism
history of the province.
Whitin this context, three major groups of granitic rocks can be distinguished: (1) basement and
granitoids; (2) granitic intrusions that host gold systems; and (3) felsic quartz-feldspar
porphyries. These units display affinities to the calc-alkaline, oxidized, hydrated, medium to
high-K, meta- to peraluminous and ferrous to slightly magnesium (magnetite-bearing I-type
granites), possibly derived from volcanic arc-type setting from partial melting of lower crustal
sources(metasomatized mantle).
SHRIMP U-Pb crystallization ages of the basement range from 1,980±8.8 Ma (Nova Guarita
gneiss) to 1,978±8.1 Ma (foliated tonalite), whereas the granitic intrusions yield crystallization
ages at 1,904±4.6 Ma (X1 granodiorite), 1,901±6.8 Ma (Pé Quente tonalite) and 1,863±4.8 Ma
(Jorge granodiorite). Together, these lithotypes show variable TDM ages (2.51-2.12 Ga) and low
εNd(t) values (-5.13 to -0.96). The third group includes the X1 porphyry and the União do Norte
porphyry, which exhibits crystallization ages at 1,773±5.7 Ma and 1,774±7.5 Ma, respectively.
These units still show TDM ages from 2.18 to 2.12 Ga and higher εNd(t) values (-1.7 to -1.39).
Additionally, the Pé Quente tonalite and X1 granodiorite for having the same crystallization ages
and geochemical behaviors are grouped into a new local unitdesignated as Guarantã granite,
whereas the Jorge granodiorite, X1 porphyry and União do Norte porphyry would be correlated
to the Matupá, Colíder and Teles Pires suites, respectively.
Collectively, these data suggest that these lithotypes derived from Neoarchean to
Paleoproterozoic magmas from partial melting of lower crustal sources and evolved throughout
a combination of fractional crystallization with a minor crustal contamination processes.
Moreover, this felsic magmatism may have taken place into three main stages: (1) Orosirian
represented by 2.1-1.95 Ga basement granitic rocks emplaced during a volcanic arc
chronocorrelative to Cuiú-Cuiú magmatic arc; (2) Late Orosirian with emplacement of 1.9-1.8
Ga granodiorite-tonalite intrusions over the Juruena magmatic arc; and (3) emplacement of
quartz-feldspar porphyries in the Statherian (1.77-1.75 Ga), into a post-collisional Juruena
magmatic arc setting.
Key-words: Alta Floresta Gold Province; SHRIMP zircon crystallization ages; Paleoproterozoic
magmatic events.
1035
AGE, COMPOSITION AND SOURCE OF THE POÇO DA CACIMBA PLUTON,
BORBOREMA PROVINCE–NE BRAZIL: SR AND ND ISOTOPIC CONSTRAINTS
Mariucha M. Correia de Lima; Valderez P. Ferreira; Thyego R. da Silva
Abstract: The Pernambuco–Alagoas Domain is the most extensive and complex tectonic
domain of the southern part of the Borborema Province, which is composed of magmatic and
metamorphic rocks. The Poço da Cacimba pluton represents a Neoproterozoic intrusion in the
Águas Belas–Canindé composite batholith. The lithotypes are porphyritic to equigranular
medium - to - coarse - grained quartz monzonite to granite. The mineralogy is composed of
quartz, plagioclase and alkali feldspar as essential phases, and biotite as main mafic together
amphibole, sphene, apatite, zircon and epidote as the accessory phase. The Poço da Cacimba
pluton shows a flat-lying foliation and field relationships suggest that migmatization followed the
intrusion. Dioritic enclaves are common into the pluton. The rocks are metaluminous to
peraluminous, magnesian (low Fe# = FeOt / (FeOt + MgO) of subalkaline to slightly alkaline,
and show some of the main characters of the shoshonite association. Chondrite- normalized
rare earth elements patterns are moderate to highly fractionated (LaN/LuN = 21 to 32.5), with a
slightly negative Eu anomaly (Eu/Eu* = 0.67 to 0.71). A primitive mantle normalized
incompatible element spidergram shows a negative Nb, Ta, Sr and Ti anomalies, akin to
convergence setting granites (volcanic arc granites). The zircon grains are characterized by an
igneous oscillatory- zoned core. The analyses of oscillatory zoned rims and cores yield
concordant ages of 640.9 ± 3.7 Ma (n = 12) with MSDW (Mean Square of Weighted Deviation)
= 0.70. This age is interpreted as the crystallization and emplacement of the pluton. The rocks
of Poço da Cacimba pluton are characterized by TDM ages of 1.0 to 1.2 Ga, εNd (0.640 Ga)
values from +0.11 to -1.99, εSr values of 31 to 59, and intermediate initial 87Sr/86Sr ratios, back-
calculated to 640 Ma from 0.7059 to 0.7079. These data point to a Cryogenian to Ediacaran
partial melting of a mantle-derived Tonian source, with limited lower crustal component. U–Pb
SHRIMP age results from this pluton and from the literature date the beginning of the Brasiliano
orogeny of this studied area at ca. 640 Ma, probably during the peak of metamorphism related
to the contractional deformation associated to convergence of the São Francisco Craton and
Pernambuco–Alagoas Domain during the Gondwana amalgamation.
Keywords: Cryogenian granite; Sr–Nd isotopes; Brasiliano orogeny
1036
CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA E ISOTÓPICA DO PLUTON CURITUBA E
SUA INTRUSÃO, CINTURÃO SERGIPANO, PROVÍNCIA BORBOREMA, NE
DO BRASIL
Lima, D.R.1; Silva Filho, A.F.1; Guimarães, I.1; Dáttoli, L..1
1Universidade Federal de Pernambuco
1037
Pluton Curitiba is located in the Domain Poço Redondo-Marancó, Sergipano Belt, the
southernmost part of the Borborema Province, between the states of Alagoas and Sergipe. Its
western portion makes contact with the basin Phanerozoic Tucano-Jatoba. The Pluton Curituba
is NeoProterozoic and the outcropping part is an elongated granitic complex second NE-SW,
covering around 200 km2. His intrusion houses in shear zones terminations sinistral and / or NE-
SW direction fractures. These fractures coincided with the regional expression that cuts the
Sergipano Belt and Pernambuco-Alagoas Domain probably these structures controlled
accommodation of Pluton Curituba during ductile phase. This pluton has a certain homogeneity,
identified two distinct facies: biotite Amphibole monzogranite and facies Amphibole quartz
syenite the Amphibole Sieno Granite. The granitoids are type-A and belong to shoshonitic
series and calc-alkaline high potassium, are metaluminous and magnesian composition and
show high levels of LILE (Rb, Ba and Sr), low HFSE (Nb, Zr, Y) , negative anomalies of Nb, Ta,
P and Ti and geochemical signature related to subduction, continental arc environment. Nd
isotopes were analyzed providing TDM model age of 1.59 Ga and ɛNd values (0.6 M.y.) of -
11.2, suggesting crustal contribution of source rock of the pluton. U-Pb zircon SHRIMP defined
by age 624 ± 16 M.y. and TIMS, age of 617 ± 7.4 M.y. The crystallization age of this pluton
coincides with the second reactivation (D2) of the three total reactivations of the Sergipano Belt,
which occurred in shear zones Belo Monte Jeremoabo and Macururé, thus intruded during this
reactivation, where these areas acted as duplex transtracional rotating the Sergipano Belt with
Pernambuco-Alagoas domain during collisional stage.
The absence of inherited zircons added to the fact of the pluton cut units of Caninde Domains
and Poço Redondo-Marancó and present parallel stretching the tectonic transport direction,
may suggest that this pluton is a slice of Pernambuco-Alagoas domain that was transported
south. Compared to other plutons have studied in the region, it is possible to conclude that the
Pluton Curituba is one of the oldest among the shoshonitic affinity.
1038
O COMPLEXO RIO CAPIVARI NO TERRENO EMBU: GEOCRONOLOGIA (U-
Pb), GEOQUÍMICA E ISOTOPIA (Sr, Nd, Hf)
Camara Maurer, V.1; Alves, A.1; Campos Neto, M.1
1Universidade de São Paulo
1039
NOVA IDADE U-Pb EM ZIRCÃO (LA-ICP-MS) DO MACIÇO MARIANA, BLOCO
GAVIÃO - BAHIA
Santos-Pinto, M.1; Paquette, J.L.2; Cruz, S.P.3; Barbosa, J.S.F.3; Cruz Filho, B.E4; Martins,
A.A.M.4.
1
1 Dep. Ciências Exatas- Universidade Estadual de Feira de Santana; 2 Clermont Université, Université Blaise
Pascal, CNRS & IRD, Laboratoire Magmas & Volcans; 3 Dep. Geologia, PPGG-CPGG, Universidade Federal da
Bahia, 4 CPRM-Serviço Geológico do Brasil, SUREG/SA
3259 ± 5 Ma foi considerada a idade mínima enquanto que os valores menores foram
explicados pela perda radiogênica dos grãos metamíticos. Estas rochas são consideradas
como o produto de 10% de fusão de uma crosta continental juvenil arqueana de 3,5Ga. Após
60% de fusão, elas produziram o granito Mariana de idade paleoproterozoica (1944 ± 7 Ma).
Recentemente, 50 grãos de zircão de uma nova amostra, coletada no mesmo local daquelas
analisadas por TIMS, foram estudados por ablação a laser associada a um espectrômetro de
massa com plasma indutivamente acoplado (LA-ICP-MS). Eles são euédricos, marrons e
apresentam uma razão Th/U magmática mas não indicativa de fonte alcalina. Embora os
cristais sejam opacos e com muitas inclusões, 60% das análises apresentam idade de 3354 ±
10 Ma enquanto que, para oito grãos, foi calculada a idade concórdia, mais precisa e rigorosa,
de 3363 ± 4 Ma. Os zircões mais novos, com idades entre 3.2 e 3,1 Ga, foram considerados
discordantes, provavelmente devido às perturbações pós-magmáticas e/ou alguma
contribuição de Pb comum. Como esperado, a idade LA-ICP-MS foi superior àquela
determinada por evaporação em monozircão. Diante do exposto, o maciço Mariana, passa
assim a compor os eventos magmáticos de 3,4Ga do Bloco Gavião, exemplificados pelos
maciços de Boa Vista-Mata Verde (3353 ± 5Ma), Bernada (3386 ± 9 Ma) e Sete Voltas (3403 ±
5 Ma).
1040
Confirmação geocronológica de Rochas Arqueanas no Estado do Piauí
O mapeamento geológico do Estado do Piauí, a partir do ano de 2008, com a retomada dos levantamentos
geológicos básicos e pelo Projeto Piloto ambos realizados pela CPRM, proporcionou um melhor detalhamento de
algumas áreas, em especial as situadas na Borda Sudeste do estado, fronteira com o Ceará, Pernambuco e Bahia.
Com estes projetos foi possível realizar algumas análises geocronológicas em amostras de rochas coletadas pelo
projeto Folha Fronteiras (Borda leste da Bacia do Parnaíba) durante a execução do mapeamento entre os anos de
2009 e 2011 e Folha Rio Paraim (Extremo Sul do Estado do Piauí em divisa com a Bahia), em Mapeamento nos
anos 2013 e 2014, onde foram confirmadas a existência de rochas arqueanas. As análises foram realizadas em
zircões através do método LA-MS-ICPMS. Ambos os levantamentos se deram em escala 1:100000.
Na folha Fronteiras foi identificado um ortognaisse bandado, de cor cinza, granulação fina a média, rica em
feldspato, quartzo e biotita, pertencente ao Complexo Granjeiro. Esta rocha apresentou população de zircões
com idades (em Milhões de Anos) aproximadas de 2109±56 (possível evento orogenético com crescimento de
zircões metamórficos), 2361±39 (evento orogenético com recristalização de zircões) e 2627±60 (Zircões herdados
da rocha original). Estes dados ratificam uma idade anteriormente determinada de 2541 Ma em ortognaisses TTG.
Na folha Rio Paraim, Foi identificado um meta sienogranito milonitizado de cor cinza claro rosado, rico em
feldspato potássico, quartzo e muscovita, pertencente ao complexo cristalandia do Piauí. Sua contextualização
indica pertencer a um fragmento arqueano, uma vez que em volta de sua ocorrência apenas ocorrem rochas
paragnaissicas e sua foliação discorda da regionalmente encontrada. As populações de zircão, indicaram uma
idade de 2656±33 Ma. Alguns zircões sugerem uma idade próxima de 2100 Ma, a qual regionalmente indica um
evento orogênico com crescimento de zircões metamórficos dado seu desequilíbrio isotópico relativamente alto.
Com base nessas observações, se pode inferir que a história geológica das rochas cristalinas do estado do Piauí,
inicia-se com a cristalização de rochas tonalíticas (Complexo Granjeiro) e Sieníticas (Complexo Cristalândia do
Piauí) que foram deformadas e metamorfizadas por no mínimo um evento orogenético no paleoproterozóico e
milonitizadas pela Orogênese Brasiliana.
1041
1042
FORMAÇÃO SETE LAGOAS INFERIOR/SUPERIOR (GRUPO BAMBUÍ)
ENTRE JANUÁRIA-MG E CORRENTINA-BA: CONSIDERAÇÕES
QUIMIOESTRATIGRÁFICAS
1043
CONTRIBUIÇÃO À PETROGRAFIA, GEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA DO
VULCANISMO BIMODAL DA FORMAÇÃO ARRAIAS, GRUPO ARAÍ,
NORTE DA FAIXA BRASÍLIA, NE DE GOIÁS
Martins, M.V.C.; Silva, C. C.; Souza, V. S.; Botelho, N. F.
Universidade de Brasília; Programa de Iniciação Científica - Universidade de Brasília;
1044
MAGMATISMO EXTENSIONAL DA SUÍTE DOM FELICIANO, BATÓLITO
PELOTAS, CINTURÃO DOM FELICIANO, RS, BRASIL: DADOS
GEOCRONOLÓGICOS, ISOTÓPICOS E DE QUÍMICA-MINERAL
Philipp, R.P.1; Machado, R.2; Zanon, C.3; Chemale Jr., F.3, Cordani, U.G.2
1Instituto de Geociências, Centro de Estudos em Petrologia e Geoquímica (CPGq), UFRGS, Porto Alegre, RS,
Brasil, 2Instituto de Geociências, USP, São Paulo, SP, Brasil; celizanon@yahoo.com, 3Departamento de Geologia,
UNISINOS, Av.UNISINOS, 950, Bairro Cristo Rei, São Leopoldo, RS, Brasil
1045
EVOLUÇÃO TECTÔNICA DO CINTURÃO DOM FELICIANO NA REGIÃO SUL
DO BRASIL COM BASE NAS RELAÇÕES GEOLÓGICAS E NA
GEOCRONOLOGIA U-Pb EM ZIRCÃO
O Cinturão Dom Feliciano (CDF), que se estende desde o leste do Uruguai até o sul do Brasil,
representa um importante orógeno Neoproterozóico (Toniano-Ediacarano) formado pela
colagem de domínios oceânicos e fragmentos continentais entre os Cráton Rio de La Plata, o
Terreno Nico Perez e o Cráton do Kalahari (África do Sul). O Microcontinente e/ou Terreno
Nico Perez inclui as rochas paleoproterozóicas afetadas pelas orogêneses neoproterozóicas e
presentes nos Terreno Taquarembó e Tijucas. Este terreno se estende para a região sul, com
grande área de exposição no Uruguai. A integração de dados de mapeamento geológico e
estrutural com resultados isotópicos permitiu estabelecer uma melhor compreensão sobre as
fontes do magmatismo e sobre os processos de sedimentação. A evolução do CDF envolveu a
superposição de quatro eventos orogênicos denominados Passinho (0.89-0.86 Ga), Porongos
(0.8-0.75 Ga), São Gabriel (0.77-0.68 Ga) e Dom Feliciano (0.65-0.54 Ga). O fechamento do
oceano Charrua envolveu a geração inicial de um arco intra-oceânico (Arco Passinho) e,
posteriormente, de um arco continental (Arco São Gabriel) na margem oeste do Terreno Nico
Perez. Este oceano separava as áreas continentais representadas pelo Cráton Rio de La Plata
e pela microplaca continental Nico Perez (Encantadas). O fechamento deste oceano esta
marcado pela colisão entre os sistemas de arcos e o Terreno Nico Perez, entre 720 e 700 Ma.
A orogênese Porongos (800-750 Ma) envolveu o inicio do fechamento do oceano Adamastor
com a geração de um arco de margem continental na parte leste do Terreno Nico Perez. O
último evento está representado pelo fechamento final do oceano Adamastor e pela colisão
entre os crátons Rio de La Plata/Terreno Nico Perez e Kalahari entre 650-620 Ma, envolvendo
condições metamórficas de alta temperatura e pressão intermediária e o desenvolvimento de
zonas de cisalhamento dúcteis oblíquas com ampla migmatização do embasamento e geração
de granitos metaluminosos e peraluminosos. Neste momento de grande espessamento crustal,
a partição da deformação no cinturão controla a sua evolução final com a passagem para uma
tectônica de escape, responsável pela nucleação de zonas de cisalhamento transcorrentes de
escala crustal. Estas estruturas são profundas e promoveram a geração e ascensão de
magmas máficos, que associados ao elevado gradiente térmico regional induziram um extenso
evento de retrabalhamento crustal, responsável pela formação de grande parte do Batólito
Pelotas. O colapso do orógeno é representado pelo magmatismo tardio do batólito e pela
formação das sequências superiores da Bacia do Camaquã.
Palavras-chave: Cinturão Dom Feliciano, Cráton Rio de La Plata, Terreno Nico Perez,
Geocronologia, U-Pb em zircão, Orogênese.
1046
RIFTING EVENTS IN THE CONGO-SÃO FRANCISCO PALAEOCONTINENT:
ISOTOPIC EVIDENCE FROM THE BOMA REGION, WEST CONGO BELT
Pedrosa-Soares, A.C.1; Dussin, I.2; Nseka, P.3; Baudet, D.4;
Fernandez-Alonso, M.4; Tack, L.4; Galliac, G.1
1UFMG-CPMTC; 2UERJ-MULTILAB; 3CRGM, D.R. Congo; 4AFRICAMUSEUM-MRAC, Belgium
ABSTRACT: The West Congo belt together with its counterpart located in Brazil, the Araçuaí
orogen, represents a Pan African-Brasiliano orogenic system developed within an embayment
shaped into the Congo-São Francisco palaeocontinent. From the Bas-Congo region, an ENE-
verging segment of the West Congo belt was thrust onto the Sangha aulacogen, making up a
prominent salient into the Congo craton foreland. This salient is rich in anorogenic igneous
rocks hosted by the Kimezian basement. Our study, based on zircon U-Pb (SHRIMP) and Lu-Hf
(LA-ICP-MS) analysis, focuses on the Boma sector at the westernmost Bas-Congo region,
where the Shinkakasa plutonic complex intruded the Kimezian basement. The Shinkakasa
intrusions mostly include weakly to non-metamorphosed granitic to syenitic and gabbroic rocks,
displaying magma mixing features. The gray syenogranite (sample 166101) and quartz syenite
to alkali granite (117590) of the Shinkakasa intrusion are rich in brown biotite and bluish green
amphibole, displaying igneous flow, whilst the foliated monzogranite (166102) and the foliated
syenogranite rich in pink K-feldspar (166104) are rocks very poor in mafic minerals. The
Shinkakasa granitic rocks are alkaline (K2O+Na2O: 8.55–10.46 wt%; CaO: 0.53–1.08 wt%),
ferroan (FeOt/MgO: 13.64–22.63), within-plate anorogenic granites, showing chemical attributes
(Y/Nb: 1.51–1.86; Zr+Nb+Ce+Y: 394–583 ppm; and Ga/Al relations) of A2-type granites. The
isotope analytical data are (sample number followed by MCA, magmatic U-Pb age in Ma; TDM,
Lu-Hf model age in Ga; εHf, epsilon Hf(t)): sample #166103, granodioritic orthogneiss
representing the Kimezian basement (MCA, 2069±17; TDM, 2.47–2.59; εHf, -0.71 to -4.06);
samples from Shinkakasa granites, #166104 (MCA, 869±14; TDM, 1.94–2.29; εHf, -8.31 to -
18.10), #166101 (MCA, 911±13; TDM, 1.90–2.01; εHf, -7.10 to -11.02), #166102 (MCA,
909±25; TDM, 1.89–2.36; εHf, -7.98 to -19.89), and #117590 (MCA, 880±13; TDM, 1.89–2.06;
εHf, -7.64 to -10.98). Negative εHf in zircon together with an Archaean inheritance and a calc-
alkaline magnesian signature suggest a continental magmatic arc setting for the Kimezian
basement (ca. 2069 Ma). Lithochemical and Lu-Hf signatures from the Shinkakasa rocks
suggest distinct magma evolutions. Samples 166101 and 117590 record relatively less evolved
magmas, probably including melt contribution from the Kimezian basement. Samples 166102
and 166104 represent more evolved magmas, including older crustal components. Our results
together with compiled data from the literature suggest an important event of anorogenic
magmatism in the Tonian (940-870 Ma). This event includes the Shinkakasa, Seke-Banza,
Zadinian-Mayumbian and Mayumba magmatic rocks, located in the West Congo belt, and the
Ilhéus-Pau Brasil dike swarm of the eastern São Francisco craton, as well as the Capelinha,
Pedro Lessa, Pedra Preta, Planalto de Minas and Salto da Divisa suites of the Araçuaí orogen.
This large anorogenic province represents one of the Neoproterozoic rifting events that
preceded the Araçuaí-West Congo orogen, namely: the Early Tonian event (Noqui granites, ca.
1000 Ma), the Tonian event (ca. 940–870 Ma), and the Late Tonian–Cryogenian event (ca.
735–675 Ma; represented by igneous rocks related to the Lower Diamictite and Nyanga basin of
the West Congo belt, and the South Bahia Alkaline Province).
1047
MAGMATISMO NEOPROTEROZOICO (680 MA) NO SUDESTE DO ESCUDO
SUL-RIO-GRANDENSE: U-Pb E Lu-Hf LA-MC-ICP-MS EM ZIRCÃO
Vieira, D.T.1; Koester, E.2; Porcher,C.C.2
1 Programa de Pós-Graduação em Geociências (PPGGeo), Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul – UFRGS, Porto Alegre (RS), Brasil.
2 Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul– UFRGS, Porto
Alegre (RS), Brasil.
RESUMO: A popularização dos estudos integrando análises de U-Pb e Lu-Hf em zircão com
levantamentos geológicos detalhados tem permitido investigar a complexidade na evolução de
cinturões orogênicos pré-cambrianos. Na região de Arroio Grande, sudeste do Escudo Sul-Rio-
Grandense, esse tipo de abordagem proporciona a verificação de uma evolução com mais
episódios magmáticos do que anteriormente reconhecidos. Na área de estudo ocorre
predominantemente as rochas pertencentes ao Complexo Pinheiro Machado (ca. 618 Ma), que
contém xenólitos do Gnaisse Piratini (ca. 780 Ma), intrudidos por corpos graníticos mais jovens
posicionados ao longo das zonas de cisalhamento Arroio Grande e Airosa Galvão
denominados como Granito Capão do Leão (sienogranito equigranular, metaluminoso a
fracamente peraluminoso, ca. 583 Ma), Granito Três Figueiras (sieno- a monzogranito
inequigranular, peraluminoso, ca. 582 Ma) e o Granito Chasqueiro (sieno- a monzogranito
porfirítico, metaluminoso a fracamente peraluminoso, ca. 574 Ma). O granito estudado é
classificado como um monzogranito porfirítico, milonitizado de característica metaluminosa e
afinidade cálcio-alcalina alto K constituído por augen de K-feldspato imersos em matriz
equigranular média. Como componentes máficos, a rocha apresenta biotita e resquícios de
hornblenda verde quase completamente substituída por biotita e como mineralogia acessória,
epidoto, alanita, titanita, apatita, zircão, magnetita e hematita. O granito aflora na forma de
pequenos matacões alinhados a zona de cisalhamento Arroio Grande. O estudo integrado das
análises isotópicas U-Pb e Lu-Hf por LA-MC-ICP-MS foi realizado no Laboratório de Geologia
Isotópica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 12 zircões com tamanhos maiores
que 250 mm, em geral com hábito prismático alongado e bordas arredondadas, que
apresentam contato lobado com o núcleo devido a um processo de recristalização dos grãos.
Os dados gerados por meio deste trabalho apontam uma idade de cristalização para o granito
de 680 ± 2,9 Ma e 660 ± 2,8 Ma para o evento de recristalização das bordas dos grãos de
zircão. As idades modelo obtidas pelo método Lu-Hf variam de 1,8 a 1,9 Ma, interpretadas
como a idade de extração mantélica, já os valores de εHf encontram-se entre -15,16 e -14,66,
indicando uma fonte com influência crustal geradora do magma parental do processo que deu
origem a rocha em investigação. A metodologia aplicada neste estudo fornece uma idade
inédita na região, que corrobora ideias de evolução crustal da região que sugerem a presença
de um episódio magmático entre a formação do Gnaisse Piratini e o Complexo Pinheiro
Machado em um ambiente tectônico pré- colisional relacionado a um arco vulcânico
retrabalhado a 660 Ma marcando um evento sin- a pós-colisional na região.
1048
DETERMINAÇÃO ISOTÓPICA PELO MÉTODO U-PB EM ZIRCÃO COM
APLICAÇÃO EM PADRÕES GEOLÓGICOS
Voll, K.1; Chemale, F.2; Pimentel, M.M.1; Lima, B.A.F.1;
1Universidade de Brasília; 2Universidade do Vale do Rio dos Sinos
RESUMO: Datações in situ de U-Pb em zircão são extremamente úteis pela sua rapidez na
geração dos dados e relativas exatidão e precisão. Neste trabalho foram realizadas análises de
U-Pb com uso do método LA-MC-ICPMS em cristais de zircão imageados por CL e SEM de
amostras desconhecidas e padrão interno de referência (PAD1) em seu estado natural e
submetidos a um tratamento térmico a 1000ºC por 48 horas. A reprodutibilidade, exatidão e
precisão dos dados isotópicos foram controladas pelo uso de um padrão master GJ-1 e dois
sub-padrões utilizados como amostras desconhecidas, 91500 e Mud Tank. Análise das
imagens de cristais de zircão do padrão interno (PAD1) e das amostras Jaú6 e Paranã2
mostram que os cristais em seu estado natural apresentam cores mais escuras e maiores
imperfeições, enquanto os cristais tratados termicamente mostram um padrão mais límpido e
cores azuladas devido a mudanças na estrutura molecular do zircão. Os resultados obtidos do
padrão GJ-1 conferem erros de 207Pb/206Pb = 0,37% e 206Pb/238U = 0,92% e razões bem
próximas àquelas obtidas por ID-TIMS. O sub-padrão 91500 apresentou resultados isotópicos
confiáveis, com idade média de 1066±14Ma (erro = 1,3%, 95% de conf., n=60), enquanto o
sub-padrão Mud Tank apresentou erros analíticos elevados e não é recomendado para
utilização como sub-padrão nas condições operacionais deste trabalho. Os resultados do PAD1
são similares tanto para amostra natural como para tratada termicamente com idades de
710±12Ma e 711±15Ma, respectivamente. Observa-se que tanto os cristais naturais (PAD1-a),
como aqueles tratados termicamente (PAD1-bb) com concentrações maiores de Pb (12-
15ppm) e de U (70-95ppm) são os que apresentam o menor erro individual nas razões de
207Pb/206Pb e 206Pb/238U. As amostras Jaú6 e Paranã2 apresentam idades um pouco mais
1049
1050
40
Ar-39Ar GEOCHRONOLOGY AT UNIVERSIDADE DE BRASíLIA:
INSTRUMENTATION, ANALYTICAL PROCEDURES AND CALIBRATION
Moura, A.C.A.1; Carvalho, R.N.C.B.1,2; Kawashita, K.2; Mancini, L.H.2; Dantas, E.L.1; Fuck, R.A.1
1Instituto de Geociências - Universidade e Brasília; 2Laboratório de Estudos Ambientais e Geodinâmicos –
Universidade de Brasília;
RESUMO: Laser heating 40Ar-39Ar geochronology is a modern way to improve high analytical
precision and accuracy. Accuracy of this method is limited by the ages of standards (neutron
fluence monitors) used, as well as the precision and accuracy of intercalibrations between
standards. The greatest challenge limiting 40Ar/39Ar multicollection measurements is the
frequent detectors calibrations using atmospheric argon or international standard. The mass
spectrometer Noblesse is composed of four cups, three Ion Counter and one Faraday Cup. The
natural mass dispersion of the Noblesse geometry causes argon ion beams separated by two
atomic mass units (a.m.u.), allowing simultaneous measurement of three isotopes, such as 40Ar,
38Ar, and 36Ar or 39Ar, 37Ar and 35Ar. For argon isotopic analysis atmospheric Ar is the only
readily available reference material. Its isotopic composition of 40Ar (99.6%), 38Ar (0.06%), and
36Ar (0.34%) effectively limits routine measurements to two isotopes: 40Ar and 36Ar. Calibration
of the Noblesse with atmospheric Ar is not easy because peak-jumping of 40Ar and 36Ar on to
each detector does not adequately simulate the conditions for 40Ar/39Ar, because 39Ar is
measured in a subsequent step. Correction factors must be measured using the same
detectors, ion-optic tuning, source, and detector settings used to measure 40Ar/39Ar ages for
unknown samples. Reliance upon an atmospheric Ar standard to calibrate the Noblesse is
problematic because there is no straightforward way to relate atmospheric 40Ar and 36Ar to
measurements of 40Ar and 39Ar if they are measured on separate detectors. The Ar-Ar
equipment of Geochronology Laboratory at Universidade de Brasília is divided into two major
units: an extraction line and the mass spectrometer. The extraction line is equipped with a
automated noble gas extraction and purification system composed of an optical table, gas
extraction by a 100-W laser (MIR 10 - New Wave) and ultra-high vacuum (UHV) gas purification
system and PG-50 and NP-10 getters. Calibration of equipment is performed daily before
analysis. Atmospheric argon and gain values in different cups are determined before analysis
and gain calibration, cross calibration and age calculations corrections are performed after. For
calculation, a customized worksheet was planned considering the variety of run files created
and used in routine analysis and plateau ages graphics are plotted using isoplot. Ages 40Ar/39Ar
so far calculated using this methodology are 1,2 to 2% uncertainties. After a long calibration
period and exhaustive tests performed, we have learned the necessary frequency of equipment
calibration and how to proceed corrections post analysis.
1051
POSSÍVEL RELAÇÃO ENTRE ISÓTOPOS ESTÁVEIS E INTERAÇÃO ÁGUA-
ROCHA EM AQUÍFEROS FRATURADOS NO SEMIÁRIDO DO NORDESTE
BRASILEIRO – MUNICÍPIO DE PETROLINA – PERNAMBUCO - BRASIL
1052
CARACTERIZAÇÃO ISOTÓPICA DE MICROBIALITOS DO JAPÃO COM BASE
EM ISÓTOPOS ESTÁVEIS DE C E O.
França, R.M 12; França, A.B 12, Cury, L.F. 12, Hanzawa, Y. 3, Shiraishi, F. 3,
Asada, J. 4, Bahniuk, A.M. 12
1Universidade Federal do Paraná (UFPR); 2Laboratório de Análise de Minerais e Rochas (LAMIR);
3Universidade de Hiroshima (HU), 4INPEX Tóquio
1053
PETROGRÁFIA E GEOCRONOLOGIA DAS ROCHAS VULCÂNICAS DA
PORÇÃO NE DA PROVÍCIA AURÍFERA DO TAPAJÓS, SW DO ESTADO DO
PARÁ
Santos, A.N.1; Galarza, M.A.2; Chaves, C.L.3
1POLY Engenharia LTDA; 2Faculdade de Geologia, UFPA; 3CPRM-Belém
1054
Sistema multi isotópico (Pb e Zn) na avaliação das principais fontes poluentes do
aerossol urbano da atmosfera de São Paulo.
1055
Sr-Nd-Pb GEOCHEMICAL CONSTRAINTS ON THE
RELATIONSHIP BETWEEN APOTERI BASALTS (NORTHERN
BRAZIL AND GUYANA) AND THE CENTRAL ATLANTIC
MAGMATIC PROVINCE
Pinto, V.M.1, Santos, J.O.S2, Ronchi, L.H.1, Koester, E.3, Hartmann, L.A.3,
Bicudo, C.A.4, Souza, V.4, Paludo, G.L.1, Schneider, B.C.1, Mayer, D.E.1.
1Centro de Engenharias – EngenhariaGeológica - Universidade Federal de Pelotas (UFPel);
2Universityof WesternAustralia; 3Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (UFRGS); 4Curso de Geologia, Universidade Federal de Roraima (UFRR).
1056
GEOCRONOLOGIA U-Pb E Lu-Hf EM ZIRCÃO POR LA-MC-ICP-MS DE
ROCHAS DO EMBASAMENTO DO SEGMENTO SETENTRIONAL DO
CINTURÃO ARAGUAIA, PROVÍNCIA TOCANTINS
Dias, A.N.C.1; Moura C. V. C2; Milhomem Neto, J.M.2; Masuyama, K.M.1; Alkmim, A.R. 3
1Universidade Federal de São Carlos, campus Sorocaba; 2 Universidade Federal do Pará, Belém; 3Universidade
Federal de Ouro Preto, Ouro Preto
1057
IN SITU THIN SECTION U-Pb ANALYSES USING LASER ABLATION MC-ICP-
MS. PRELIMINARY RESULTS ON METAMORPHIC TITANITE FROM THE
NEOPROTEROZOIC URUANA META-SYENITE, BRASÍLIA BELT, BRAZIL
Nakamura, M.R.¹; Matteini, M.¹; Reyes, S.¹; Pimentel, M.M.¹; Dantas, E.L¹
¹Laboratory of Geochronology, Geosciences Institute, University of Brasília, Brazil
ABSTRACT: The Brasília Belt was formed comprising part of the Tocantins Province, that
represents a large orogen of N-S direction developed in the Neoproterozoic Pan-
African/Brasiliano cycle (Almeida et al., 1981) and it was formed by the convergence and
posterior collusion of Amazonian Craton (northwest), San Francisco-Congo Craton (east) and
Paranapanema Craton (south). A laser ablation–multiple collector–inductively coupled plasma
mass spectrometry (LA–MC–ICP-MS NEPTUNE) analytical protocol has been used to date
accessory minerals at high spatial resolution using standard petrographic thin sections. We
analyzed metamorphic titanites from the Uruana meta-syenite of Neoproterozoic age (615+/-3
Ma) located in the central portion of the Brasília belt. The meta-syenite exhibits a high green
schist metamorphic paragenesis with epidote, actinolite, titanite, biotite and plagioclase.
Titanites grains are subhedral to euhedral and rotated along prominent foliation. Standardization
and normalization factors for the 206Pb/238U and 207Pb/206Pb values were calculated based
on external mineral standards, Temora and GJ zircons and in-house standard of titanite. For
instrumental mass bias correction and external reproducibility GJ and Temora zircons standards
have been used, respectively. To control the potential matrix effect during analytical session
analyses of in-house standard of titanite have been performed. An adapted mount with 5 mm of
diameter and <2 mm of thickness containing GJ. Temora and titanite standards have been
prepared and fixed directly on the thin section. In this way we could perform all the analyses
without open the sample chamber and without interrupting the carrier gas flux. The relatively
large size (>200 microns) of titanite grains and the employment of backscattering images
obtained by Scanning Electron Microscope permitted to use the laser in raster ablation mode on
homogeneous portion of the crystals. The obtained data were recalculated using an in-house
Excel spreadsheet and the results plotted using Isoplot software. Four titanite grains with
abundant common Pb defined on the Tera-Wasserburg diagram a lower intercept age of 538+/-
20 Ma that represents a metamorphic event, approximately 60Ma younger than the syenite
crystallization age of the (615+/-3 Ma) and the main peak of the Brasiliano metamorphism ~610
Ma). This analytical protocol represents an important tool because permits to analyze accessory
minerals with a textural control furnishing an additional constrain for the characterization of a
metamorphic event.
1058
COMPARAÇÃO ENTRE PADRÕES DE PROVENIÊNCIA E EVOLUÇÃO
CRUSTAL NO COMPLEXO METAMÓRFICO PORONGOS E SUÍTE
METAMÓRFICA VÁRZEA DO CAPIVARITA, CINTURÃO DOM FELICIANO:
IMPLICAÇÕES PARA A EVOLUÇÃO DO GONDWANA OESTE
Gruber, L.1; Porcher, C.C.2; Koester, E.2, Bertotti, A. L.3, Lenz, C.3, Fernandes, L.A.D.2
1Programa de Pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2Universidade Federal do Rio
Grande do Sul; 3Universidade Federal do Sergipe
.
RESUMO: Análises isotópicas (Sm/Nd, Sr/Sr, Pb/Pb, Lu-Hf) e geocronológicas (U-Pb em
zircão) efetuadas em amostras de rochas metavulcanossedimentares do Complexo
Metamórfico Porongos (CMP) e em metapelitos e mármores da Suíte Metamórfica Várzea do
Capivarita (SMVC) no Cinturão Dom Feliciano (CDF) indicam áreas-fonte com padrões
semelhantes para idades Paleoproterozóicas (ca. 2.2 – 2.0 Ga; EHf entre 3.81 a -10.37),
sugerindo uma mesma fonte em comum (Arco Encantadas, Paleoproterozóico) e
Mesoproterozóicas (ca. 1.6 – 1.4 Ga; EHf variando entre 8.50 e -12.62), possivelmente
indicando o Anortosito Capivarita como uma das fontes, cujas associação permite interpretação
de um ambiente de rift, corroborada pelas análises de Hf. Entretanto, o CMP apresenta idades
de deposição máxima e mínima muito mais jovens que a SMVC, entre ca. 570 (metapelitos e
metavulcânicas Capané e no sul da Antiforme Santana da Boa Vista) e 800 Ma (metarenitos da
antiforme Santana da Boa Vista) para o primeiro, e ca. 720 Ma (metapelitos) e750 Ma
(mármores) para o segundo. Padrões de proveniência variados foram encontrados dentro do
CMP, com razões de ENd variando entre 0.7 e -11.5, com EHf predominantemente negativos
para as idades mais jovens de ca. 800 – 570 Ma. Razões de Pb/Pb também permitem
identificar mais de uma área-fonte relativa aos três crátons provavelmente presentes à época
de deposição do CMP (Rio de La Plata, Kalahari, Congo), com pouca ou nenhuma participação
de áreas-fonte do Rio de La Plata para os metassedimentos com predominância de idades
Paleo-Mesoproterozóicas. Já os mármores da SMVC permitem estabelecer uma comparação
entre a idade de deposição química dos sedimentos e a glaciação do Stuartiano (ca. 750 - 717
Ma), possivelmente indicando um ambiente deposicional em margem passiva relacionada as
contrapartes Africanas do CDF. O diferente grau de metamorfismo (Fácies Xistos Verdes a
Anfibilotio Inferior) regional e de contato no CMP; Altíssima Temperatura e Baixa Pressão na
SMVC) e diferenças de idades de áreas-fonte mais jovens indicam que a SMVC teve seus
metapelitos depositados durante a mesma evolução de quebra do Rodínia e aglutinação do
Gondwana Oeste que o CMP, mas em ambientes tectônicos diferentes: Estas podem ser
interpretadas como uma margem passiva (SMVC; quartzo-milonitos do CMP) e um ambiente
final de deposição do CMP em um arco continental, possivelmente relacionado ao Arco
Continental Cerro Bori (Uruguai).
1059
U-PB SHRIMP EM TUFITO E PROVENIENCIA DA UNIDADE B, FORMAÇÃO
SALITRE, BACIA DE IRECÊ, BAHIA
Santana, A.V.A.1; Chemale Jr, F.1, 2; Guadagnin, F.3
1 Universidade de Brasília; 2 Universidade do Vale do Rio dos Sinos; 3 Universidade Federal do Pampa
1060
PETROGRAFIA, GEOCRONOLOGIA E GEOQUÍMICA DO TRONDHJEMITO
FAZENDA OLGA: FAIXA ALTO GUAPORÉ, SW DO CRÁTON DO AMAZONAS
RESUMO: Em uma região situada na porção sudeste do estado de Rondônia (SW do Cráton do
Amazonas) foi registrado um evento tectono-magmático regional com idade entre 1350 Ma e
1320 Ma, posteriormente denominado como Faixa Alto Guaporé. Derivada de uma orogenia
colisional que aconteceu em condições metamórficas de alto grau, dados publicados apresentam
alguns indícios da ocorrência de um magmatismo juvenil (1468–1447 Ma) retrabalhado durante
o evento regional (1350 –1320 Ma). Esta faixa é composta principalmente pelas rochas máficas
e ultramáficas do Complexo Trincheira e rochas dioritícas-tonalíticas do Complexo Rio Galera,
além de diversos outros corpos intrusivos félsicos e máficos (granitoides e gabros).
Durante uma campanha de mapeamento geológico na área, foi localizado um corpo intrusivo à
sequência metassedimentar do Complexo Colorado e às rochas do Complexo Trincheira. Uma
amostra de metatonalito deste corpo, constituída de hornblenda (por vezes substituída por biotita
nas fraturas, borda do cristal e em planos de clivagem), plagioclásio, quartzo e minerais opacos
(magnetita), se revelou produto do metamorfismo regional com hidratação do protólito
(Trondhjemito) e pertencente à Suíte Fazenda Olga. Foi observado também que o processo de
substituição da hornblenda para biotita indica uma alteração hidrotermal, com entrada de fluido
rico em potássio no sistema. Entende-se que o mineral hornblenda é produto do metamorfismo
de cristais de piroxênio, e embora não existam relictos do mesmo na lâmina as inclusões de
quartzo sugerem tal reação. Devido à paragênese pouco reativa, não é possível estimar o fácies
metamórfico da rocha diretamente e parte-se do pressuposto que ela acompanha a tendência
regional (pico de metamorfismo em fácies anfibolito).
Para esta amostra foi realizada uma análise geocronológica pelo método U-Pb em zircão via LA-
MC-ICP-MS, que forneceu uma idade de 1472±11 Ma (intercepto superior; regressão linear
gerada com 22 pontos analíticos) com valores da razão Th/U variando entre 0,18-0,47 e MSWD
de 0,47. Apesar das características petrográficas apresentarem fortes indícios de metamorfismo,
não foi possível obter uma idade para este evento durante as análises.
Por fim, os resultados das análises de química de rocha indicam uma associação de granitos
peraluminosos e calci-alcalinos, ambientados como “Ocean Ridge Granites”, que sugeriram a
possibilidade de metamorfismo de “plagiogranitos oceânicos” pertencentes à suíte ofiolítica. Tal
constatação necessita ainda de mais argumentos analíticos e de campo, embora sirva como um
suporte à hipótese já existente de que a região é composta por fragmentos de crosta oceânica.
1061
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ ST14 –
Geoquímica
ISBN: 978-85-99198-13-1
1062
ESTUDO HIDROGEOQUÍMICO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DOS
AQUÍFEROS JURO-CRETÁCEOS DO OESTE
DO RIO GRANDE DO SUL
Teixeira, G.V.1; Viero, A.P.2
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2 Universidade Federal do Rio grande do Sul
RESUMO: A região Oeste do Rio Grande do Sul (RS) é marcada por sucessivas crises de
abastecimento de água nos períodos de estiagem. Estudos hidrogeológicos e estruturais se fazem
necessários a fim de compreender a dinâmica de fluxo das águas nos aquíferos da região. Os aquíferos
na Fronteira oeste são divididos em Sistema Aquífero Guarani (SAG) e Aquífero Serra Geral. O SAG é
considerado um grande sistema aquífero composto por 4 unidades hidroestratigráficas: Botucatu,
Guará, Pirambóia e Grupo Rosário do Sul. Já o Sistema Aquífero Serra Geral é mais homogêneo. O
objetivo geral deste estudo reside na caracterização hidrogeológica, estrutural e hidroquímica dos
aquíferos Juro-Cretáceos da região sudoeste do RS. Os dados utilizados foram obtidos no SIAGAS,
banco de dados hidrogeológicos da CPRM, e foram tratados e interpretados à luz do conhecimento
atual sobre dinâmica de aquíferos e evolução química de águas subterrâneas. A análise estatística
compreendeu duas etapas, sendo a primeira a análise fatorial dos componentes principais e a segunda
de análise de agrupamento. Foi realizado mapeamento das estruturas rúpteis e interpretação de
imagens. Na área predomina o Sistema Aquífero Serra Geral com mais de 90% da área aflorante e a
orientação dessas estruturas no compartimento Oeste é preferencialmente de noroeste. Apenas as
grandes falhas parecem favorecer vazões superiores. Nos basaltos, o fluxo se dá sempre nas fraturas,
e a densidade de fraturas parece estar diretamente relacionada a uma maior produtividade dos poços
tanto em estruturas regionais quanto em estruturas menores. O mapa de isolinhas na interface
Botucatu-Serra Geral permitiu verificar que existem movimentos verticais causados por falhas oriundas
de esforço tectônico. As vazões registradas na área tem valor médio de 21 no SAG e no SASG 15,12.
Uruguaiana, Alegrete, Santana do Livramento, Cacequi, Itaqui são as localidades onde a vazão é mais
pronunciada em relação às demais, sendo que em Alegrete e Uruguaiana é possível captar água tanto
do basalto quanto do arenito e obter boas vazões. Através da análise estatística foram identificados três
grupos principais de águas e confirmados nos diagramas de dispersão, sendo que o Grupo 1 percola
apenas no Aquífero Serra Geral, o Grupo 2 é enriquecido em Cálcio, Sódio e Magnésio e mostra ampla
mistura de águas e o Grupo 3 está restrito apenas aos pacotes sedimentares. Além disto, Flúor, Sódio e
Cloreto, presentes em águas subterrâneas que percolam pela Formação Irati são incorporadas nas
análises químicas das águas das unidades localizadas acima (SASG e SAG). Essa mistura de águas é
facilitada por meio de fraturas e as concentrações desses elementos tiveram ampla afinidade com
zonas de alta densidade de fraturas no mapa de concentrações. Ainda, os carbonatos contribuem para
a solubilização de cálcio no sistema, assim como a anidrita. Por fim, o estudo das estruturas é com
certeza vital para reconhecer os locais mais favoráveis à prospecção de águas. Sem esse
detalhamento, a perfuração de novos poços torna-se aleatória.
1063
NÍVEIS DE BACKGROUND E NOVAS EVIDÊNCIAS DA OCORRÊNCIA DE
ELEMENTOS TERRAS RARAS NO ESTADO DE ALAGOAS
Franzen, M.1; Lima, E.A.M.1; Mendes, V.A.1; Torres, F.S.M.1; Lima, T.V.2
1 Serviço Geológico do Brasil (CPRM); 2 Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
RESUMO: Este trabalho visa apresentar resultados de alguns Elementos Terras Raras (ETR)
identificados no Estado de Alagoas durante o Levantamento Geoquímico de Baixa Densidade
realizado pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM). A importância dos ETR está nas suas
excelentes características eletrônicas, magnéticas, ópticas e catalíticas. Apesar do nome terras
raras estes se encontram amplamente distribuídos na crosta terrestre, porém em pequenas
concentrações. No Brasil, minerais contendo ETR são explorados há mais de um século,
chegando a garantir ao país a maior produção mundial até 1915. Desde 1992, entretanto, o
país passou a importar integralmente produtos de terras raras para atender sua demanda, em
consequência da desestabilização da produção interna. O Brasil possui reservas de ETR em
quantidade e teor suficientes, com destaque para os complexos carbonatíticos de Araxá (MG),
Catalão e Minaçu (GO), mas a exploração ainda encontra entraves na insuficiência de
tecnologia, redução dos preços e falta de competitividade com outros países produtores. A
tendência de crescimento do setor justifica trabalhos de pesquisa adicionais para descoberta
de novas jazidas e viabilizar o seu aproveitamento econômico. No Estado de Alagoas,
amostras de sedimentos de corrente foram coletadas em bacias de aproximadamente 150 km2,
peneiradas na fração granulométrica inferior a # 80 mesh, submetidas à abertura com água
régia e analisadas por ICP-AES/MS para 53 elementos químicos. Os resultados foram
processados através de análise de dispersão onde se obtiveram os percentuais (25%, 50% e
75%) e limiares acima dos quais os teores podem ser considerados anômalos em relação ao
conjunto, com os objetivos de estabelecer os níveis de background e indicar onde houver
potencial prospectivo ou alerta ambiental. Dentre os ETR foram identificados teores elevados
de lantânio (La) e cério (Ce), do grupo dos ETR leves (ETRL), em pontos coincidentes com
elevados os teores de ítrio (Y), tório (Th) e urânio (U), relativamente aos teores de background
da área, bem como aos teores médios crustais. Esses elementos fazem parte da composição
da monazita, que também já foi identificada em amostras de concentrados de bateia em
trabalhos de prospecção anteriores. Os teores de background de Ce e La em Alagoas podem
ser representados pelas medianas (Ce 53,8 ppm; La 24,4 ppm), que se encontram muito
próximas às médias crustais (Ce 60 ppm; La 30 ppm). Uma expressiva quantidade de outliers e
teores extremos, entretanto, apontam valores que chegam a 1.000 ppm em sedimentos de
corrente na região central de Alagoas, onde existem depósitos de pegmatitos explorados nas
décadas de 40 a 60, que podem ser potenciais fontes desses ETRL. Os maiores teores foram
identificados nos municípios de Marimbondo (Ce 1.000 ppm; La 1.116 ppm) e Tanque D’Arca
(Ce 1.000 ppm; La 1.097 ppm). A anomalia geoquímica de Ce e La coincide com as
ocorrências de água-marinha, berilo, cristais de quartzo e turmalinas, hospedados em
pegmatitos, que eram garimpados nos municípios de Limoeiro de Anadia e Arapiraca, mas
estende-se para leste em áreas até então inexploradas, abrindo perspectivas para serem
encontradas gemas e minerais de ETR.
1064
AVALIAÇÃO GEOQUÍMICA DOS ELEMENTOS POTENCIALMENTE TÓXICOS
EM SEDIMENTO DE FUNDO DA BACIA DO RIO CAPIVARI-SP
RESUMO: O objetivo principal do presente trabalho foi avaliar a classe de contribuição dos
sedimentos de fundo amostrado na bacia do rio Capivari (SP) utilizando como ferramenta de
classificação o Índice de Geoacumulação (Igeo). Esta bacia é um importante afluente do rio
Tiête, devido ao processo de descentralização industrial da Região Metropolitana de São
Paulo, transformou a região dessa bacia de drenagem em uma das frentes mais desenvolvidas
da economia agrícola paulista (cana-de-açúcar), sendo objeto de frequentes estudos que
envolvem estratégias de reuso da água, disponibilidade hídrica e avaliação da qualidade dos
ambientes aquáticos. O rio Capivari sofre fortes pressões antrópicas agroindustrial e urbana ao
longo de seu leito, as quais ocorrem sobre o Embasamento Cristalino, comportando áreas de
intensa ocupação e exploração de seus recursos naturais. A utilização do Igeo auxilia na
comparação de resultados e avalia a intensidade de contaminação (poluição) dos elementos
potencialmente tóxicos encontrados nos sedimentos do presente estudo. O valor obtido permite
classificar os níveis de enriquecimento dos metais em sete estratos, com intensidades
progressivas de contaminação, variando de <0 e >5 (ausente, ausente-moderado, moderado,
moderado-forte, forte-muito forte e muito forte), sendo que o valor mais alto corresponde a um
enriquecimento de aproximadamente 100 vezes em relação ao nível de background. Foram
realizadas coletas de sedimento de fundo em perfil de profundidade em três estações de
amostragem ao longo da bacia do rio Capivari, próximo à nascente (CN), ponto intermediário
localizado no meio da bacia (CMM) e próximo à foz (CF) do rio. Os últimos três centímetros de
cada perfil coletado foram usados como fundo geoquímico natural (FGN). As concentrações
totais dos elementos químicos de interesse (Cu, Co, Cd, Ni, Zn, Pb e Cr) foram obtidas através
do método de fusão alcalina e submetidas as análises química por espectrometria de emissão
ótica com plasma induzido de argônio acoplado indutivamente (ICP-OES). Em todas as
estações de amostragem da bacia do rio Capivari apresentaram classe de contribuição
variando de ausente à ausente-moderado para os elementos Cu, Co, Ni, Zn, Pb e Cr, tanto
utilizando o fundo geoquímico natural regional quanto o critério global (crosta terrestre). O
elemento Cd, nas estações de amostragem CN, CMM e CF apresentaram classe de
contribuição ausente quando utilizando o FGN, no entanto, quando utilizando o critério global a
classe de contribuição foi forte nas estações CN e CMM e moderada-forte no ponto de coleta
próximo à foz (CF). Observando os resultados obtidos, podemos concluir que, a utilização do
fundo geoquímico natural é extremamente importante para avaliações geoquímicas de
sedimentos de fundo, pois o uso exclusivo de critérios globais pode levar a interpretação de
resultados superestimados e/ ou subestimado, como foi observado para o elemento Cd no
presente estudo.
1065
1066
UTILIZAÇÃO DO FATOR DE ENRIQUECIMENTO PARA AVALIAÇÃO DA
ANTROPIZAÇÃO NA BACIA DO RIO JUNDIAÍ-SP
1067
ANÁLISE GEOQUÍMICA AMBIENTAL E SANITÁRIA DO RIO
JEQUITINHONHA NO SEGMENTO FLUVIAL COMPREENDIDO PELO RIO
CAETÉ-MIRIM E O CÓRREGO DA CACHOEIRA – GARIMPO AREINHA:
ESTUDO DA CONCENTRAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE METAIS PESADOS NA
ÁGUA SUPERFICIAL E NOS SEDIMENTOS DE FUNDO, SUA LIBERAÇÃO,
TRANSPORTE E REAÇÕES QUÍMICAS NO MEIO AMBIENTE.
1068
ANÁLISES DOS PARÂMETROS FÍSCO-QUÍMICOS: OXIGÊNIO DISSOLVIDO,
CONDUTIVIDADE ELÉTRICA, POTENCIAL HIDROGENIÔNICO E TEMPERTURA, SUAS
CORRELAÇÕES COM O USO E OCUPAÇÃO DA TERRA NO BAIXO CURSO DO RIO DAS
VELHAS-MG
RESUMO: O Rio das Velhas é um importante tributário e o maior afluente em extensão do Rio
São Francisco no norte do Estado de Minas Gerais. A área de estudo localiza-se integramente
no município de Várzea da Palma, inserida em um retângulo delimitado pelas coordenadas
UTM: E520000-N860200N e E532000-N805200. Foi feita uma amostragem de campo,
realizada entre os meses de Junho e Julho/2015, totalizando 25 amostras de água, analisou-se
parâmetros de qualidade ambiental in-situ (T, OD, CE pH). Os resultados foram comparados à
Resolução CONAMA 357/05. As leituras foram feitas através do medidor multiparâmetro, na
elaboração cartográfica foi utilizado o no software Arc Gis 9.2. Concluiu-se que, a bacia do rio
das Velhas se constitui em um ambiente natural frágil. Os vários tipos de interferências
antropogênicas, em especial a agricultura comercial, indústrias e urbanização, além, de todo o
contexto históricos de ocupação desordenada da bacia contribuíram de forma marcante, para a
sua degradação ambiental. Os recursos hídricos e os ambientes aquáticos foram os mais
afetados
1069
AVALIAÇÃO GEOQUÍMICA DE LODO DE DESCARTE DE ESTAÇÃO DE
TRATAMENTO DE ÁGUA (ETA) NO SOLO E AQUÍFERO SUBTERRÂNEO,
SÃO PAULO, BRASILTÍTULO
Muchimbane, A.B.D.1; Imbernon, R.A.L.2 Andrade, S.3
1Diretoria Nacional de Geologia – Moçambique, 2Esolca de Artes, Ciências e Humanidades – EACH/Universidade
de São Paulo, 3NAP-Geoanalítica/ Instituto de Geociências – Universidade de São Paulo
1070
NIVELAMENTO DE DADOS GEOQUÍMICOS
ENTRE LEVANTAMENTOS DISTINTOS
Hattingh, K.; Eberhardt, D.B.; Pitarello, M.Z.; Frasca, A.A.S.; Duque, T.R.F.
CPRM Serviço Geológico do Brasil
1071
IMPLEMENTAÇÃO DE MÉTODO DE ANÁLISE POR FLUORESCÊNCIA DE
RAIOS X
Roveratti, G., Silva. J. M., Bonotto, D. M.
LARIN - UNESPetro - Centro de Geociências Aplicadas ao Petróleo
1072
GEOQUÍMICA ELEMENTAR DE ROCHAS CARBONÁTICAS DA FORMAÇÃO
FECHO DO FUNIL – QUADRILÁTERO FERRÍFERO – BRASIL
Leonardo Brandão Nogueira1, Letícia Pereira Araujo1, Lucas Pereira Leão1, Gustavo Simões de
Araújo1, Hermínio Arias Nalini Junior 1.
1 Universidade Federal de Ouro Preto, e-mail: leonardolbn@yahoo.com.br;
Nos últimos anos, muitos trabalhos têm sido realizados utilizando rochas carbonáticas Pré-
cambrianas para entender os processos deposicionais, a evolução do sistema oceano-atmosfera e
as interações entre processos bióticos e abióticos durante a história da terra.
A região denominada de Quadrilátero Ferrífero (QFe) localiza-se na porção centro-sudeste
do estado de Minas Gerais ocupando uma área de 7.000 km2. Embora muitos trabalhos tenham
sido realizados no Quadrilátero Ferrífero, pouca atenção tem sido dada às rochas carbonáticas e
não há estudos sistemáticos e detalhados sobre a estratigrafia, geoquímica de elementos maiores,
traços e de elementos terras raras.
As análises geoquímicas elementares são ferramentas importantes, pois são utilizadas para
efetuar a correlação estratigráfica e acessar os processos que promoveram as mudanças
ocorridas ao longo da história evolutiva da Terra.
Dessa forma com o objetivo de minimizar essa deficiência de dados geoquímicos de rochas
carbonáticas do Quadrilátero Ferrífero, foi realizado neste trabalho a determinação da
concentração dos elementos maiores, menores e traços, incluindo os elementos terras raras
(ETR) de 13 amostras de rochas carbonáticas pertencentes à pedreira do Cumbi - Formação
Fecho do Funil.
A pedreira está localizada nas proximidades do distrito de Cachoeira do Campo, município
de Ouro Preto (0636931/ 7742469 23K).
A metodologia utilizada na abertura das amostras consistiu na digestão total de 0,1 g da
amostra com adição de HCl, HNO3 e HF. A determinação das concentrações dos elementos
maiores, menores e traços incluindo os ETR foram realizadas via ICP-OES – Agilent 725 e ICP-
MS – Agilent 7700X – Laboratório de Geoquímica – UFOP. Os valores dos elementos terras raras
foram normalizados pelo PAAS (Post-Archean Australian Shale).
As rochas carbonáticas pertencentes a pedreira do Cumbi, apresentam alto teor de CaO e
MgO (20 a 32 % e 14 a 21 % respectivamente; exceto a amostra A10-C, que apresenta teores de
CaO e MgO iguais a 15,85 e 9,72 % respectivamente. As concentrações de Al2O3 (1,87 a 8,07 %),
K2O (0,46 a 3.09 %), Fe2O3 (1,22 a 5.82 %) e Na2O (0.04 a 0.10 %) são muito menores que CaO e
MgO, exceto para as amostras A8 e A10C que apresentam altas concentrações de Al2O3.
O ΣETR apresenta uma significante variação entre as amostras de carbonatos analisadas
(20-101 ppm). As amostras A2B, A5, A8 e A10C contém os maiores teores de ETR. Correlações
positivas entre Al2O3, Fe, Ni, Cr, Th e ΣETR, correlação negativa entre CaO e ΣETR, baixa razão
Y/Ho e alta razão (Pr/Yb)SN indicam contaminação terrígena nos carbonatos da pedreira do Cumbi.
Os carbonatos da pedreira do Cumbi apresentam uma estreita variação na anomalia de Eu
(1,02 a 1,25). A positiva correlação encontrada entre Eu e Zr, Th e Y suporta a influência não
diagenética. O conteúdo de Eu nesse estudo apresenta uma significante correlação positiva com
Al2O3 sugerindo origem detritica desse elemento ao invés de eventos hidrotermais e diagênese. A
influência de materiais terrígenos nesses carbonatos como contaminantes efetivamente mascaram
a assinatura da água do mar devido à alta concentração dos ETR.
1073
ANÁLISE GEOQUÍMICA APLICADA EM ÁREAS DE SEPULTAMENTOS PRÉ-HISTÓRICOS:
SÍTIO ARQUEOLÓGICO CEMITÉRIO DA CAIXA D’ÁGUA-BURITIZEIRO-MG
RESUMO: Esta pesquisa teve como proposta principal a análise geoquímica de superfície para
os solos do sitio arqueológico cemitério Caixa d’agua, localizado no Município de Buritizeiro –
Norte do Estado de Minas Gerais -, além de uma caracterização dos aspectos do meio físico e
paleoecológicos. As coletas foram realizadas em março, julho e outubro de 2015, os solos
foram coletados em trincheiras, para a coleta das amostras, obedeceu-se a seguinte divisão:
10-20cm; 20-40cm; 40-60cm e 60-80cm. Em campo, as amostras foram descritas
macroscopicamente, ressaltando-se os seguintes parâmetros: cor, granulometria, presença de
matéria orgânica, dentre outros. Coletou-se aproximadamente 1,5kg de amostras de solos por
perfil, as amostras foram acondicionadas em sacos plásticos, lacradas e identificadas. Em
laboratório, as mesmas foram destorroadas e secas ao ar, na sequência as amostras foram
passadas em peneiras com malhas variando entre 60 mesh (0,250 mm) até 400 mesh
(0,037mm), para obtenção da terra fina seca ao ar (TFSA) e submetidos a análises físico-
químicas. A determinação do potencial hidrogênionico foi realizada seguindo a metodologia
proposta pela EMBRAPA (1997); pH em água e a leitura foi feita através do pHmetro. A
determinação das frações argila e silte foram feitas por sedimentação e a fração areia
separada por tamisação. A matéria orgânica no solo - MOS foi determinada pelo método da
incineração via mufla a 550°C - CT-I. Os elementos Ca, k, Fe, Al, P, Zn e Cu foram analisados
diretamente no espectrômetro de fluorescência de Raios-X por energia dispersiva. O software
ArcGis 10.1 foi utilizado para obtenção e confecção dos mapas. Os elementos analisados
representam uma assinatura geoquímica típica associada à atividade antrópica pré-histórica. A
atividade antropogênica pretérita, registrada no sítio arqueológico pelo “Homem de Buritizeiro”,
deixou evidências nos atributos físicos do solo, tais como: variação de cor e profundidade entre
as camadas. As análises químicas para os elementos selecionados apontaram teores
significativos de MOS, P, Ca, Fe e Al, além, dos elementos traços Zn e Cu, representando uma
assinatura geoquímica típica, associada à atividade antrópica pré-histórica, como apresentado
nos mapas de isoteores. É importe que se proponha um diálogo junto às autoridades
municipais e estaduais e a sociedade civil, visando incrementar o turismo, ecoturismo e o
turismo científico na região, com o propósito de preservar os geoambientes, arrecadar receitas
e talvez, o mais importante, incentivar a educação patrimonial, além disso, a pesquisa poderá
ser utilizada como um instrumento de auxílio no Planejamento Ambiental, Sociocultural e
Econômico do município.
1074
CONTAMINAÇÃO POR METAIS PESADOS EM SEDIMENTOS:
Desenvolvimento de uma rotina para o preparo e análise de amostras de
sedimentos
Monteiro, B. A. A.1
1
Universidade Federal de Minas Gerais
RESUMO: Metais pesados ocorrem geralmente como elementos traço, podendo apresentar
elevadas concentrações em casos específicos relacionados a causas naturais, ou antrópicas.
Devido ao seu potencial cancerígeno e caráter tóxico, são considerados contaminantes do
ambiente e objeto de diversos estudos científicos. É importante compreender a origem do
acúmulo desses elementos para que se possam tomar medidas remediadoras. Os metais
pesados são muitas vezes encontrados em ambientes fluviais adsorvidos aos sedimentos ou
dissolvidos na água, comprometendo assim a qualidade dos recursos hídricos. Os sedimentos
finos, principalmente da fração silte e argila (<63μm), possuem um elevado potencial de
acumulação de contaminantes, devido a elevada superfície, que lhes confere alta capacidade
de adsorção. Assim análises desta fração são importantes para o diagnóstico da situação
ambiental de uma bacia de drenagem e podem ser utilizados como um registro de
contaminantes a longo prazo. Este trabalho objetiva desenvolver e aperfeiçoar uma
metodologia eficaz e simples para o preparo de amostras de sedimentos para a análise de
metais pesados, utilizando um aparelho ICP-OES, e a sua disponibilidade para o meio
ambiente. Durante a coleta é necessário o levantamento dos parâmetros físico-químicos locais,
pois estes influenciam diretamente nas capacidades de adsorção dos sedimentos. As amostras
coletadas devem ser embaladas em sacos plásticos, identificados de acordo com suas
especificações, e guardadas à uma temperatura < 4°C. Durante a sua preparação amostras
devem ser pesadas após cada etapa, viabilizando o estudo granulométrico e eventuais perdas
por volatilização. A secagem deve ocorrer a baixa temperatura e na sombra, para reduzir
possíveis reações químicas. Em seguida, devem ser limpas de todos os matérias não
pertencentes ao sedimento e submetida a peneiramento. Este é feita utilizando um jogo de
peneiras Bertel nas frações areia (>2mm) até a fração silto-argilosa (<63μm). Esta última fração
é utilizada na preparação para a quantificação dos metais A abertura é realizada usando um
microondas MARS-CEM. Na digestão utiliza-se 0,5g de cada amostra que será misturada com
10ml de água regia, HNO3 concentrado (65%), diluído (10%) ou água deionizada, dependendo
da identificação do grau da disponibilidade, objetivado na pesquisa. Em sequência, as
amostras são filtradas com filtros de nitrato de celulose de 0,45μm e transferidas para balões
volumétricos onde é acrescida água deionizada até completar 50mL, e armazenadas na
geladeira até a leitura. A metodologia aqui desenvolvida mostrou-se adequada para a
identificação de metais pesados, que contaminam o meio ambiente e pode informar diferentes
graus de disponibilidade para a biota e sua reatibilidade perante mudanças físico-químicas de
parâmetros no sistema água-sedimento. São mostrados fluxogramas e descrições breves das
etapas necessárias. Assim esse trabalho pode ser adotado como roteiro prático, simples e
econômico em laboratórios de preparo de amostras para as análises geoquímicas para fins de
avaliação ambientais, agrícolas e descritivas.devido à compatibilidade com metodologias mais
complexas.
1075
GEOQUÍMICA ORGÂNICA DAS TURFEIRAS DAS PRAIAS DE
HERMENEGILDO E MARAVILHAS – RS – BRASIL
Junior, V. M.1; Silva, M.B.2; Costa, J.B.da1; Peralba, M.C.R.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2Universidade Federal de Pelotas
1076
Morfologia e composição química das partículas de ouro de Almas e
Natividade-TO
Lima, R.S.1; Horbe, A.M.C.1
1Universidade de Brasília
1077
REGISTRO HISTÓRICO DA INTRODUÇÃO DE HIDROCARBONETOS NO
EXTREMO SUL DO ESTUÁRIO DA LAGOA DOS PATOS (RS, BRASIL)
Costa, L.A.1; Baisch, P.M.1; Machado, M.I.C.1; Seus, E.R.1; Lobão, M.M.1,2; Kunrath, N.A.1
1Universidade Federal do Rio Grande,2 Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira
1078
MODELAGEM EXPERIMENTAL DE INTERAÇÕES CO2-ÁGUA-ROCHA EM
CARBONATOS SIMILARES AOS RESERVATÓRIOS DO INTERVALO DO
PRÉ-SAL
Siqueira, T.A.1; Cescani, V. K.1,2; Iglesias, R. S. 1,2; Ketzer, J. M.M. 1.
1Instituto do Petróleo e dos Recursos Naturais IPR PUCRS; 2Faculdade de Engenharia PUCRS;
1079
SHPECK - A GEOCHEMICAL EQUILIBRIUM SPECIATION MODEL
Damiani, L.H.1,2; Klunk, M.A.1; Abel, M.1; Park, A. J.3; Freitas, C.M.D.S.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS;
2Paul Scherrer Institut, Switzerland; 3Sienna Geodynamics, NY, USA
ABSTRACT: Geochemical speciation is useful for calculating and modeling the distribution of
dissolved solute and complex compound species in water, and also to compute saturation
indices of minerals. In this work, we introduce SHPECK, a numerical method to calculate
geochemical speciation using the mass-balance conditions and the phase rule. SHPECK uses
the thermodynamic equilibrium reactions as equations for the calculation of multiphase systems
in equilibrium. A set of mass-action equations aside with additional equilibrium constraints will
compose the system and the number of species defines the number of equations necessary to
solve the system. We apply the Newton-Raphson method to iteratively solve the system of
nonlinear equations and converge to a solution. A geochemical speciation method is strongly
related to the thermodynamic data used to represent the reactions. In SHPECK the information
on elements, solutes, species, compounds, reactions details and equilibrium constants is
collected from the Lawrence Livermore National Laboratory (LLNL) and organized in a SQL
database. SHPECK’s SQL database enables access to the thermodynamics through SQL
queries, reducing the complexity and increasing the speed on information retrieval. We also
implemented in SHPECK different approaches for calculating the activity coefficient: Davies, B-
Dot and Debye - Huckel. To test and validate SHPECK we modeled the diagenetic reactions
observed in Snorre Field reservoir sandstones of Norwegian North Sea. The main reservoir
horizons of the field are the fluvial sandstones in the upper member of the Upper Triassic Lunde
Formation and the Upper Triassic to Lower Jurassic Statfjord Formation. The sandstones are
dominantly fine- to medium-grained and arkosic with framework constituents of quartz (40-
80%), K-feldspar (5-12%), plagioclase (15-45%), muscovite, biotite and clay minerals. That
includes smectite, mixed-layer clay minerals, chlorite and subordinate amounts of kaolinite and
illite. Subordinate rock fragments include intraformational mudstone and carbonate clasts and
extrabasinal grains of quartz-feldspar-mica aggregates that probably represent granitic rocks
and/or schist or gneisses. The description of the diagenetic reactions that take place in the
Snorre Field allowed us to generate results to carry out a computationally comparative study.
We modeled the diagenetic processes that best represent the behavior of ions in the water-rock
interactions using three models SHPECK, PHREEQC and MINTEQA2. The comparative study
tested temperatures from 25 to 100 degrees Celsius with the same chemical composition of the
seawater. The results of SHPECK are found to be consistent with the other commercially
available geochemical equilibrium software tools. The accuracy of SHPECK is equivalent and
within the expected range to the case study developed; the results were compared and, with the
same input, they are nearly the same. Slight differences were found when simulating with
temperatures higher that 100 degrees Celsius, which appear arise from discrepancies in how
the thermodynamics properties are handled.
1080
ASPECTOS GEOQUÍMICOS DA INTRUSÃO ALCALINA DE ITATIAIA, RIO DE
JANEIRO - RESULTADOS PRELIMINARES
1Suzana Cristina de Moura, 2Carlos Eduardo Mota, 1Mauro César Geraldes
1 Faculdade de Geologia – UERJ. suzanamoura81@gmail.com
2 Divisão de Geoquímica CPRM/Serviço Geológico do Brasil. carlos.mota@cprm.gov.br
1 Faculdade de Geologia – UERJ. mauro.geraldes@gmail.com
1081
RELAÇÕES ENTRE O P DISPONÍVEL E OS ÓXIDOS DE FE E AL
CRISTALINOS E AMORFOS EM SOLOS DE UMA BACIA HIDROGRÁFICA
AGRÍCOLA
1082
QUÍMICA TOTAL ELEMENTAR DO SOLO DE DUAS TOPOSSEQUÊNCIAS DO
PLANALTO DO RIO GRANDE DO SUL E SUA RELAÇÃO COM O RELEVO E
USO DA TERRA
Capoane, V.1; Santos, D.R.2; Kuplich, T.M.3; Krolow, I.R.C.2; Costa, L.F.F.3
1Centro Regional Sul de Pesquisas Espaciais (CRS-INPE)/Universidade Federal de Santa Maria (UFSM); 2UFSM;
3CRS-INPE;
1083
MINERALOGIA DO MATERIAL PARTICULADO EM SUSPENSÃO EM UMA
BACIA DE DRENAGEM GRANITO-GNÁISSICA EM PERÍODO CHUVOSO:
CONTRIBUIÇÃO PARA O RIO PARAÍBA DO SUL, SE BRASIL
Duarte, L.A.; Mattos, C.R.C.; Silveira, C.S.
Universidade Federal Fluminense
1084
QUIMIO-ESTRATIGRAFIA DOS ITABIRITOS DA REGIÃO DO SINCLINAL
CONTA-HISTÓRIA, QUADRILÁTERO FERRÍFERO, MG.
RESUMO:
O Quadrilátero Ferrífero (QF) situa-se na porção sul do Cráton São Francisco, e possui elevada
importância econômica devido às ocorrências de mineralizações de ferro e ouro. Os depósitos
de ferro do QF são classificados como do tipo lago superior de ordem mundial, e estão
hospedados nos itabiritos da Formação Cauê. Os itabiritos são o produto metamórfico das
formações ferríferas bandadas e que apresentam ampla distribuição no QF. O objetivo deste
estudo foi a caracterização mineralógica, petrográfica e químio-estratigráfica dos diversos tipos
de itabiritos ocorrentes na Formação Cauê na região do sinclinal Conta História. Para a
realização deste estudo foram amostrados 3 testemunhos de sondagem disponibilizados pela
Vale, nos quais a espessura dos itabiritos da Formação Cauê variou de 180 a 453 metros. Os
itabiritos foram classificados de acordo com a literatura em silicosos, magnetíticos e
anfibolíticos. Análises químicas via ICP-OES, ICP-MS e métodos titulométricos mostram que os
itabiritos do sinclinal Conta História apresentam somatório dos teores de Fe2O3 e SiO2 entre 80
e 97 %, o que explica a mineralogia monótona observada com predominância de hematita,
magnetita e seus processos de alteração e quartzo. Em geral, as amostras estudadas
apresentam comportamento químico similares ás outras amostras de lago superior estudadas
na literatura. Observa-se enriquecimento supergênico de Fe, Ti e Al nos três testemunhos
estudados, e em algumas amostras ocorre o enriquecimento de Fe em profundidade, o que
sugere a atuação de uma solução hidrotermal atuando de modo a carrear a Si e possibilitando
a concentração de Fe. Algumas amostras apresentam correlações positivas entre Rb e Ba, Ba
e Al2O3 e Ba e Zr, sobretudo nas amostras de itabirito anfibolítico, o que sugere a proveniência
de uma fonte vulcânica félsica, ou contribuição clástica por depósitos continentais, que indica
variações de profundidade intrabacinal na deposição. O espectro dos ETR+Y apresenta
enriquecimento dos ETRP em relação aos ETRL, que é característico das FFB do tipo Lago
Superior no QF e nas ocorrências mundiais, além disso, as razões Eu/Sm>1 e Sm/Yb<1 além
das anomalias positiva de Y e Eu são presentes em todas as amostras o que também é um
comportamento característico sobretudo nos itabiritos do QF. Anomalias positivas de Eu
indicam a participação de soluções hidrotermais de elevadas temperaturas durante os
processos deposicionais das amostras deste estudo. As anomalias negativas verdadeiras de
Ce (Ce/Ce<<<1) observadas indicam a existência de períodos de elevadas taxas de oxidação
capazes de formar o Fe (III) e estabilização do Ce (IV).Os itabiritos analisados apresentam
valores médios de Y/Ho = 44,80, que sugere a contribuição de águas continentais e marinhas
durante os processos deposicionais de FFB de idades paleoproterozóicas médias a superiores.
Tais informações sugerem que os processos deposicionais das FFB do sinclinal Conta História
ocorreram ao longo de uma margem continental com variações plataformais, e
consequentemente variações das condições redox e de temperatura. Outro aspecto que
contribui para esse padrão são os possíveis movimentos de transgressão e regressão deste
paleo-oceano.
1085
EMPREGO DE ÍNDICES DE GEOACUMULAÇÃO E FATOR DE
ENRIQUECIMENTO NA AVALIAÇÃO DA POLUIÇÃO POR METAIS PESADOS
EM SEDIMENTOS DA LAGOA RODRIGO DE FREITAS – RIO DE JANEIRO –
RJ
Vezzone, M.1; Cesar, R.1; Polivanov, H.1; Siqueira, D.1; Castilhos, Z.2; de Campos, T.3
1Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2Centro Tecnologia Mineral; 3Pontifícia Universidade Católica do Rio de
Janeiro
RESUMO: O presente trabalho trata da distribuição de metais (Zn, Cu, Pb, Ni, Cd, As, Cr, Fe,
Al), do pH, condutividade elétrica e carbono orgânico total (COT) em sedimento superficiais de
fundo da Lagoa Rodrigo de Freitas (RJ), como subsídio ao entendimento dos impactos
associados ao despejo de esgoto doméstico e efluentes industriais. Para tanto, 16 amostras
de sedimentos foram coletadas com auxílio de uma draga do tipo van Veen. A determinação do
teor total de metais foi efetuada por ICP-OES. O COT foi obtido utilizando o equipamento
LECO-SNS. O grau de poluição dos sedimentos foi avaliado com base: (i) na comparação com
os valores orientadores da legislação brasileira para sedimentos dragados (CONAMA 454); (ii)
no cálculo do índice de geoacumulação (IGEO, uma escala logarítmica que compara a o teor
do metal em campo com aquele obtido no background regional, que foi copilado da literatura e
obtido na base de testemunhos sedimentares) e que permite a categorização da poluição em
seis classes; e no cálculo dos fatores de enriquecimento (FE), que consiste na razão Metal/Al
obtido em campo dividido pela razão Metal/Al do background e que possibilita a identificação
da possível contribuição antrópica de poluição. Os teores de Cd e As ficaram abaixo do limite
de detecção. O valor médio de pH e do COT para a Lagoa foi de 5,20±1,03 e 3,80±1,70,
respectivamente. Mais de 60% das amostras acusaram teores de metais capazes de causar
efeitos tóxicos à biota (Nível 1), conforme estipulado pela legislação brasileira. O FE indicou a
seguinte ordem de enriquecimento médio de metais: Pb (3,0) >Zn (2,4)>Cu (1,3)>Cr (1,2)>Ni
(0,7), sugerindo a ocorrência significativa de contribuições antrópicas de Pb e Zn (FE>2). Ao
redor de 18%, 55%, 50% e 19% das amostras de Zn, Cu, Pb e Cr, respectivamente,
apresentaram IGEO na Classe 1 (pouco a moderadamente poluído). Aproximadamente 35%
das amostras analisadas de Pb acusaram IGEO na Classe 2 (moderadamente poluído) e 18%
na Classe 3 (moderado a fortemente poluído). Os IGEOs para Ni ficaram na Classe 0
(praticamente não poluído). A análise de Correlação de Pearson revelou que o Zn, Cu, Pb e Ni
estão positivamente correlacionados, sugerindo uma fonte comum de poluição e/ou
comportamento geoquímico semelhante. Correlações positivas dos metais com o COT e
correlações negativas com o pH sugerem que a matéria orgânica e sulfetos presentes nos
sedimentos exercem papel importante no sequestro geoquímico de metais. Correlações
positivas com os valores de condutividade elétrica também indicam que os metais presentes na
coluna d´água podem ser precipitados na forma de sais para os sedimentos. A porção nordeste
da Lagoa apresentou os valores mais ácidos de pH, e mais altos de COT, condutividade
elétrica e de metais pesados. Tal fato pode estar associado à circulação de águas mais restrita
nesta porção da Lagoa. Espera-se que os resultados possam fornecer subsídios importantes
ao entendimento do comportamento biogeoquímico de metais em sedimentos de fundo da
Lagoa Rodrigo de Freitas, subsidiando a tomada de decisão em medidas de saúde pública e
de controle da poluição ambiental.
1086
ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DA ÁGUA DAS COMUNIDADES RORAIMA-
AMAPÁ 1 E 2 DO CURUÇAMBÁ(ANANINDEUA-PA)
Caripuna, L. A.1; Miranda, D. C. L.2; Macedo, I. F. S.3; Sousa, J. C. C.4; Costa, S.B.5
1Universidade Federal do Pará; 2Universidade Federal d do Pará; 3Universidade Federal d do Pará;
4Universidade Federal d do Pará; 5Universidade Federal d do Pará; 6Universidade Federal d do Pará.
REFERENCIAS
CPRM – SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL. Geodiversidade do estado do Pará. 2013.
Disponível em:
< http://www.cprm.gov.br/publique/media/Geodiversidade_PA.pdf>Acesso em: 21 fev. 2016.,
1087
GRASSI, M.T. As águas do Planeta Terra. Cadernos Temáticos da Química Nova na Escola,
UNICANP,2001.
BACCI, D.C. PATACA, E.M. Educação para a água. Estudos Avançados. USP, 2008.
1088
LITOGEOQUÍMICA DAS SUB-BACIAS DOS RIOS ATIBAIA (SP) E JAGUARI
(SP/MG)
Mortatti, B.C.1; Mendes, L.1; Enzweiler, J.1
1Universidade Estadual de Campinas
RESUMO: A composição química das águas superficiais é controlada por diversos fatores. Um
dos principais é a interação água-rocha, mas as condições hidrológicas, hidrogeológicas,
climáticas e antrópicas da bacia de drenagem também influenciam em sua hidrogeoquímica.
Em águas naturais os elementos terras raras (ETR) são tidos como imóveis na fração
verdadeiramente solúvel, mas com frequência algum tipo de fracionamento ao longo da série é
observado. Para compreender as assinaturas dos ETR em águas fluviais, é necessário
conhecer como estes elementos se distribuem nas rochas com as quais elas têm contato. O
arcabouço geológico da área de estudo inclui gnaisses-migmatíticos e granitóides
(embasamento Pré-Cambriano), sequências metassedimentares e vulcano-sedimentares
metamorfisadas (Proterozóico) e coberturas Paleozóicas e Mesozóicas (Bacia do Paraná).
Entretanto, os granitóides do embasamento constituem o litotipo de maior ocorrência na área.
Em amostras estudadas, os minerais principais mais frequentes são K-feldspato, quartzo,
plagioclásio, biotita, hornblenda, e como fases acessórias se encontra, principalmente, apatita,
zircão, granada e opacos. Os dados mineralógicos e geoquímicos indicam que as rochas da
área são predominantemente, subalcalinas e de alto K (correlação positiva entre os teores de
SiO2 e K2O). Resultados preliminares dos padrões de distribuição dos elementos traço
confirmam um enriquecimento de ETR leves em relação aos pesados (razões normalizadas de
La/Yb = 5,4-194) e anomalias negativas de Eu (Eu/Eu* = 0,25-0,80). O empobrecimento dos
ETR pesados em relação aos leves pode ser explicado pela grande variação nos coeficientes
de partição destes elementos. Já as anomalias negativas de Eu refletem a constituição
mineralógica das amostras investigadas, uma vez que tais feições se encontram associadas
sobretudo à presença de K-feldspato e plagioclásio, e em menor grau, à hornblenda e granada.
A maior compatibilidade do Eu2+, em detrimento à sua forma trivalente, na estrutura de minerais
principalmente como o plagioclásio, aparentemente controla as anomalias de Eu observadas
nas rochas destas sub-bacias. No que se refere aos minerais acessórios, notadamente zircão e
granada parecem regular os níveis de concentração dos ETR pesados nas amostras avaliadas.
Com base nos dados apresentados, as características mineralógicas bem como a composição
química das rochas analisadas são compatíveis com as feições geoquímicas retratadas no
presente trabalho.
1089
ESTUDO QUIMIOESTRATIGRÁFICO DA FORMAÇÃO FERRÍFERA CAUÊ NO
SINCLINAL GANDARELA, QUADRILÁTERO FERRÍFERO, MG
Sampaio, G.M.S.1; Araújo, G.S.1, Abreu, A.T.1; Nalini Jr, H.A.1
1Universidade Federal de Ouro Preto
APOIO: À FAPEMIG e a VALE que por meio dos projetos RDP-00063-10 e RDP-00067-10
apoiaram a realização deste estudo e ao CNPq pela bolsa concedida ao doutorando Geraldo
Magela Santos Sampaio.
1090
ESTUDO QUIMIOESTRATIGRÁFICO DA FORMAÇÃO FERRÍFERA CAUÊ NO
SINCLINAL GANDARELA, QUADRILÁTERO FERRÍFERO, MG
Sampaio, G.M.S.1; Araújo, G.S.1, Abreu, A.T.1; Nalini Jr, H.A.1
1Universidade Federal de Ouro Preto
APOIO: À FAPEMIG e a VALE que por meio dos projetos RDP-00063-10 e RDP-00067-10
apoiaram a realização deste estudo e ao CNPq pela bolsa concedida ao doutorando Geraldo
Magela Santos Sampaio.
1091
GEOQUÍMICA EM METAMAFITOS DE RETROARCO DOS COMPLEXOS
ARROIO GRANDE (BRASIL) E LA TUNA (URUGUAI), DOMÍNIO ORIENTAL
DO ESCUDO URUGUAIO-SUL-RIO-GRANDENSE
Ramos, R.C.1; Koester, E.1; Masquelin, H.2; Porcher, C.C. 1; Barbosa, L.D. 1; Beloni, M.S. 1
1Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Brasil); 2Instituto de Ciencias Geológicas,
Universidad de la República (Uruguai)
1092
Determinação de elementos-traço em materiais geológicos por LA-ICP-MS:
participação no teste de proficiência internacional G-Probe
Magaldi,T.T.1; Navarro, M.S.1; Enzweiler, J.1
1Universidade Estadual de Campinas
RESUMO:
A ablação por laser associada à espectrometria de massas por plasma indutivamente acoplado
(LA-ICP-MS) é uma técnica analítica de muito interesse e com grande número de aplicações
na caracterização química e isotópica de materiais geológicos. As principais aplicações da LA-
ICP-MS consistem na determinação das frações mássicas de elementos-traço e de razões
isotópicas. A técnica de LA-ICP-MS permite a análise de materiais na forma de minerais
polidos, pastilhas prensadas e vidros produzidos com ou sem fundente para materiais poli-
minerálicos, como rochas. Nesta característica reside um dos principais atrativos da técnica
pois elimina a etapa de dissolução ácida ou via fusão de amostras, que é demorada e
dispendiosa ou pode resultar em brancos que comprometem a sensibilidade. Com dados
obtidos num ICP-MS setor magnético Element XR (Thermo), ao qual está acoplado um laser
excímero de 193 nm (Photon Machines), o laboratório de Geologia Isotópica do IG/Unicamp
participa do programa G-Probe, um teste internacional de proficiência micro-analítica
organizado pela International Association of Geoanalysts (IAG). Neste trabalho serão
apresentados os resultados obtidos para a determinação de 36 elementos traços (Ba, Bi, Ce,
Co, Cs, Cu, Dy, Er, Eu, Gd, Hf, Ho, In, La, Lu, Mo, Nb, Nd, Ni, Pb, Pr, Rb, Sb, Sm, Sn, Sr, Ta,
Tb, Th, Tl, Tm, U, W, Y, Yb, Zr) nos GP-14 e 15, nos quais foram analisados BRP-1G (basalto)
e GP 15 SyMP-1G (sienito), em julho e setembro de 2015, respectivamente. As amostras foram
fornecidas como fragmentos de vidro, obtidos por fusão dos pós originais das rochas.
Seguindo as instruções dos organizadores, foram realizadas medidas em dois fragmentos de
cada rodada. O protocolo estabelecido no laboratório consistiu na aquisição de 30 segundos de
branco seguidos por 60 segundos de sinal utilizando as condições frequência do laser 10 Hz,
diâmetro do furo de 40 m, energia 40%, fluxo de He 0,6 L/min. O material de referência NIST
SRM612 e o 44Ca foram utilizados como padrão de calibração externa e interno,
respectivamente. Os dados foram tratados com o software Iolite. Os resultados obtidos (média
de 5 medidas) para o sienito SyMP-1G apresentaram-se dentro da faixa de variação aceitável
para elementos-traço (±10%). Porém, a comparação dos dados obtidos nos 2 fragmentos,
indica diferenças significativas. As diferenças podem refletir problemas de homogeneidade
causados por dificuldades no processo de fusão e resfriamento do vidro no caso de amostras
com teor mais elevado de sílica. Tal efeito não foi observado no basalto, conforme esperado.
Para os fragmentos de basalto BRP-1G, todos os elementos determinados apresentaram
resultados dentro da faixa de variação de -6% a +9%.
1093
A MOBILIDADE GEOQUÍMICA DO Hg APÓS ENSAIOS DE RESSUPENSÃO DE
SEDIMENTOS E ÁGUA DO RIO IGUAÇU, BAÍA DE GUANABARA – BRASIL
MONTE,C.N 1 ; RODRIGUES, A.P.C 1; FREITAS, A.R 1 ; LOUREIRO, D.D1 ; FREIRE, A.S2 ; SANTELLI,
R.E2; MACHADO, W 1
1 Universidade Federal Fluminense 2 Universidade Federal do Rio de Janeiro
O rio Iguaçu está localizado nesta região é um dos rios mais importantes da bacia de drenagem da Baía
de Guanabara (726Km2 de área de drenagem), pois drena municípios com polos industriais da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro,além de apresentar em sua bacia outras atividades como a agricultura.
Perto de sua desembocadura está localizada a maior refinaria de petróleo do país – Reduc . O sistema
Iguaçu-Sarapuí recebe uma grande carga também de esgotos domésticos, devido à falta de
saneamento básico nos municípios que fazem parte da sua bacia .A região estuarina do sistema
Iguaçu-Sarapuí encontra-se assoreada, sendo observadas áreas com profundidades máximas de 50cm,
quando em maré alta. Nesses casos, comumente a dragagem é utilizada como uma estratégia de
remediação para retirada dos sedimentos contaminados acumulados. O objetivo deste trabalho é
mostrar a mobilidade geoquímica nas fases sedimentares antes e após a ressupensão . A campanha de
amostragem foi realizada em setembro de 2010 no final da estação seca, durante a maré vazante, em 4
transectos com 3 pontos de coleta cada um, partindo do rio Iguaçu-Sarapuí para a Baía de Guanabara,
RJ. Os ensaios de ressuspensão foram realizados por agitação mecânica em dois intervalos de tempo:
1h e 24h em tubos de polipropileno contendo 3,5g de sedimento úmido e 50mL de água não filtrada,
mantidos em sistema fechado. Após ressuspensão o material é centrifugado e o sedimento é submetido
sequencialmente a uma extração fraca (HCl 1M) e uma extração forte (US EPA 3051) e a água
separada. No sedimento, todos os resultados deram abaixo do limite de detecção na extração HCl 1M,
entretanto na fração 3051 os resultados da médias (médias dos doze pontos de amostragem) foram:
0,15 , 0,19 e 0,18 ppb para o sedimento in natura e os intervalos de 1hora e 24 horas, respectivamente,
o que mostrou uma tendência de aumento porém não comprovada estatisticamente. A água obteve
resultados de: 0,008 , 0,026 e 0,014 ppb para água antes da ressupensão e nos intervalos de 1hora e
24 horas , respectivamente. Os resultados sugerem que o Hg num sistema fechado, ou seja, em
condições redox se manteve na fração fortemente ligada ao sedimento, mesmo após períodos de
agitação, entretanto a água de ressuspensão sozinha mostrou tendência de aumento após os intervalos
de ressuspensão.
PALAVRAS CHAVE: Estuário, Extração HCl1M, US EPA 3051A, Sedimentos Contaminados.
1094
PARÂMETROS DE OTIMIZAÇÃO DE ESPECTRÔMETRO DE
FLUORESCÊNCIA DE RAIOS X
Silva, J. M., Roveratti, G., Bonotto, D. M.
LARIN - UNESPetro - Centro de Geociências Aplicadas ao Petróleo
RESUMO: A técnica de análises por fluorescência de raios X é amplamente utilizada em Geociências para a
determinação da concentração de elementos em amostras de rochas, minerais, solos, sedimentos, etc. Mais um
laboratório com este propósito, designado de LARIN - Laboratório de Radiações Ionizantes, foi instalado no
UNESPetro - Centro de Geociências Aplicadas ao Petróleo, IGCE–Instituto de Geociências e Ciências Exatas,
UNESP/Campus de Rio Claro (SP), a partir de suporte financeiro da Petrobrás.
No LARIN foi instalado o espectrômetro de fluorescência de raios X S8 Tiger da firma alemã Bruker, o qual realiza a
quantificação de elementos desde o berílio (Be) até urânio (U). A potência utilizada é de 1 kw, não sendo necessário
o uso de refrigeração externa com água, conforme adotado por outros instrumentos. O S8 Tiger foi adquirido
juntamente com dois softwares de análise: um para amostras prensadas (em pó), QuantExpress, e outro para
amostras fundidas, GeoMaj. Neste trabalho são apresentados os resultados obtidos a partir da realização de vários
ensaios com a amostra KMT (tantalita) da empresa Tantalite Extração de Minério Ltda. cuja composição química é:
Ta₂O₅ (44,91%), Al₂O₃ (4,55%), Fe₂O₃ (13,47%), Mn₃O₄ (4,31%), MgO (6,29%), P₂O₅ (4,86%). Os testes foram
realizados para amostras prensadas (em pó), empregando-se o software QuantExpress e considerando-se os
óxidos maiores comumente utilizados nas investigações geoquímicas, isto é, SiO₂, Al₂O₃, TiO₂, Fe₂O₃, Mn₃O₄,
CaO, MgO, Na₂O, K₂O e P₂O₅. As condições experimentais de tensão e corrente corresponderam a máximo de 50
kV e 50 mA, respectivamente. As análises foram conduzidas, variando-se inicialmente a massa de amostra (2 g, 4
g, 6 g, 8 g e 10 g), e depois o tempo de análise, que está relacionado com o método selecionado, isto é, Fast (3
minutos), Full (8 minutos) e Best (15 minutos). A partir das leituras espectrométricas realizadas, foi possível
constatar que o método Best apresentou valores de concentração que tendem a ser menores do que os dos outros
métodos (Fast e Full). Dessa forma, elas foram as melhores determinações, principalmente, para as maiores
massas empregadas (8 g e 10 g). Um aspecto que se tornou evidente a partir dos ensaios realizados diz respeito à
progressiva diminuição de concentração desde o método Fast para o Full e, posteriormente, para o método Best.
Isto ocorreu porque no método Best alguns elementos foram evidenciados na leitura espectrométrica, o que não se
verificou nos métodos Fast e Full. Por exemplo, Y₂O₃, V₂O₅, Sc₂O₃, UO₂ e ZrO₂ não puderam ser detectados nas
leituras Fast e Full, diferentemente do que ocorreu no modo Best. Nele (método de análise Best), o sistema opera
durante mais tempo, de maneira que a irradiação da amostra pelos raios X acaba evidenciando elementos que eram
“invisíveis” nas leituras mais rápidas. Com o aparecimento dos novos elementos, o rearranjo das concentrações
para a normalização a 100% acaba implicando em redução da concentração dos principais óxidos. Portanto, os
resultados obtidos indicaram que a omissão de elementos traços nas análises por fluorescência de raios X acaba
implicando em acréscimo nas concentrações dos principais óxidos.
1095
PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA DAS ROCHAS ENCAIXANTES DO
DEPÓSITO SÃO CHICO, PROVÍNCIA AURÍFERA DO TAPAJÓS.
Pereira, D. F.1; Lamarão, C. N.2; Vasquez, M.L.3
1Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica-UFPA; 2Instituto de Geociências UFPA;
3Serviço Geológico do Brasil-CPRM
RESUMO: O depósito de ouro São Chico está localizado na Vila homônima, no sudoeste do Formatado: Espaçamento entre linhas: simples
Estado do Pará, distando cerca de 220 km a sul da cidade de Itaituba. Ocorre hospedado em
rochas da Suíte Intrusiva Creporizão, sob a forma de inúmeros veios subverticais variando de
20 cm a 3 m de largura. Estudos petrográficos e geoquímicos desenvolvidos durante a
dissertação do primeiro autor individualizaram biotita-anfibólio-granodioritos e biotita-anfibólio-
monzogranitos, estes últimos sendo a fácies dominante e a hospedeira da mineralização. As
rochas deste estudo são isotrópicas, mostram textura granular hipidiomórfica média a grossa e
texturas granofíricas subordinadas. São constituídas mineralogicamente por plagioclásio, álcali-
feldspato e quartzo, tendo como principais máficos ferro-hornblenda ((Mg/(Mg+Fe+2) = 0,467),
biotita rica em ferro ((Fe/(Fe+Mg)= 0,665) e, subordinadamente, piroxênio na forma de núcleos
reliquiares bordejados por anfibólio. Os minerais acessórios são zircão, apatita, titanomagnetita
e ilmenita, além de allanita, thorita e monazita ocorrendo esporadicamente. A alteração
hidrotermal, presente em diferentes intensidades, é constatada principalmente na cloritização Formatado: Fonte: (Padrão) Arial
parcial ou total de cristais de biotita e anfibólio, na saussuritização dos plagioclásios e na
argilização dos álcali-feldspatos. Franjas de albita também são reconhecidas nas bordas de
anfibólio ou no contato com cristais de plagioclásio. A presença de sulfetos como pirita,
esfalerita, galena e calcopirita é restrita às rochas monzograníticas intensamente alteradas. Os
dados geoquímicos das rochas de ambas as fácies indicam caráter dominantemente
metaluminoso e afinidade cálcico-alcalina de alto-K. No diagrama álcalis versus sílica mostram
caráter cálcico-alcalino a álcali-cálcico. O conteúdo de elementos maiores é relativamente
similar, com valores médios de FeO*=4,07%, MgO=1,10%, CaO=3,24%, Na2O=3,54% e
K2O=4,12%. Dentre os elementos traço, Ba e Zr são os mais enriquecidos e variam em 860 a
215 (valores médios), respectivamente. As rochas monzograníticas são mais enriquecidas em
ETRL (La/Sm)N entre 4,95 e 3,72 em relação às rochas granodioríticas (La/Sm)N entre 3,66 e
3,59. Os ETRP, por sua vez, exibem menor variação e mostram razões (Gd/Yb)N entre 1,58 e
1,39 nos monzogranitos e 1,75 e 1,55 nos granodioritos. As anomalias de Eu (Eu/Eu*) também
são similares em ambas às fácies e variam de 0,55 a 0,52 nos monzogranitos e de 0,52 a 0,41
nos granodioritos. O padrão de distribuição dos elementos traços mostra anomalias positivas
de Rb, Th, K, Ta, La, Ce, Nd, Sm, Zr, Hf, Tb, Y, Tm, Yb e negativas de Ba, Nb, Sr, P e Ti. Em
diagramas de ambiência tectônica as rochas estudadas plotam nos campos de granitos pós-
colisionais. Estudos geoquímicos comparativos mostram fortes similaridades com rochas da Formatado: Fonte: (Padrão) Arial
Suíte Intrusiva Creporizão estudadas em outras regiões da Província Aurífera do Tapajós.
PALAVRAS-CHAVE: SUITE INTRUSIVA CREPORIZÃO; DEPÓSITO SÃO CHICO Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: (Padrão) Arial
1096
GEOQUÍMICA DOS SEDIMENTOS DE FUNDO DO RIO TAPAJÓS,
AMAZÔNIA, BRASIL.
Nascimento, F.S.1; Castro, S.1; Fenzl, N.2
1Universidade Federal do Oeste do Pará; 2Núcleo de Meio Ambiente NUMA/UFPA
1097
Variações sazonais da qualidade da água na Bacia do Rio São João, Região
dos Lagos, Rio de Janeiro: abordagem por modelagem hidrogeoquímica.
Marques, E.D.1; Silva-Filho, E.V. 2; Souza, G.V. 2; Gomes, O.V.O.2
1CPRM – Serviço Geológico do Brasil, Superintendência Regional de Belo Horizonte.
2Universidade Federal Fluminense, Instituto de Química, Departamento de Geoquímica.
A bacia de drenagem do Rio São João possui grande importância estratégica para a região dos
Lagos, no Estado do Rio de Janeiro, uma das mais populares regiões turísticas do Brasil.
Entretanto, o rápido crescimento econômico, com subsequente crescimento de população, fez
com que aumentasse a produção rejeitos das diversas atividades antropogênicas, o que inclui
a entrada de metais pesados nos corpos d’água de superfície. Este estudo tem por objetivo
relatar o comportamento de íons maiores e metais traços nos três principais compartimentos
fluviais da Bacia do Rio São João, a saber, 1) compartimento dos rios, formado pelas estações
de amostragem nos rios São João, Capivari e Bacaxá; 2) compartimento do reservatório de
Juturnaíba (a qual possui papel crucial para o fornecimento de água para a região dos Lagos),
com pontos de amostragem próximos a desembocadura dos rios; 3) compartimento de saída
do Reservatório de Juturnaíba, com uma estação de amostragem. Os dados revelaram que o
regime pluviométrico é o principal pelas variações dos parâmetros físico-químicos e os íons
dissolvidos na água. As contribuições geológica e antropogênica, as quais são as principais
fontes dos constituintes dissolvidos das águas fluviais, foram analisados pelo Índice de
Química Inorgânica (IQI). Os dados corroboram a grande influência do regime de chuvas e
revela grande contribuição antropogênica nas estações de amostragem do reservatório de
Juturnaíba. Além disso, os valores de IQI para as estações amostradas revelaram que o
principal litotipo de influência das aguas fluviais são rochas silicáticas (gnaisses e granitos do
Complexo Paraíba do Sul). A modelagem hidrogeoquímica foi utilizada para informar as
principais formas dissolvidas dos metais traços presentes nas aguas pluviais. Os produtos de
reações de hidrólise foram as formas mais abundantes para Al, Cr e Sb (Al(OH)2+; Cr(OH)2+ e
SbO3-, respectivamente), enquanto que para Zn, Cu, Pb, Cd e Ni, as formas não complexas
são as predominantes (Zn2+, Cu2+, Pb2+, Cd2+ e Ni2+), tanto no período seco quanto no período
chuvoso. As espécies dissolvidas de cada metal traço tem sua predominância segundo pH das
águas, fato este corroborado por gráficos do índice de saturação (IS) de possíveis minerais a
serem formados contra os valores de pH nos períodos seco e chuvoso. Para Al, a espécie
Gibbsita se mostra predominante em ambos os períodos, com altos valores de IS, que pode
estar ligado aos relativos altos teores de Al nestas águas, devido ao despejo de rejeitos de
empresas de tratamento de água para a população. Assim como o Al, Cu, Cr e Ni apresentam
as formas de óxidos/hidróxidos com maiores valores de IS em ambos os períodos. Já Cd e Pb
possuem seus maiores valores de IS para espécies carbonáticas também em ambos os
períodos, enquanto Zn apresenta óxidos/hidróxidos como predominantes no período de seca e
espécies carbonáticas no período chuvoso.
1098
GEOQUÍMICA ORIENTATIVA A PARTIR DA ANÁLISE DE SEDIMENTOS DE
CORRENTE POR FLUORESCÊNCIA DE RAIOS-X PORTÁTIL (FRXP) NO
CÓRREGO DO BULE, MUNICÍPIO DE OURO BRANCO, MINAS GERAIS.
¹Universidade Federal Fluminense; ²Serviço Geológico do Brasil – CPRM; ³Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro
RESUMO: O Quadrilátero Ferrífero, região conhecida como uma das principais províncias
metalogenéticas do planeta e com grande relevância na produção mineral brasileira, possui em
sua porção sul (Sinclinal Dom Bosco) a ocorrência sulfetada de antimônio e zinco (estibinita e
esfalerita, respectivamente) localizada no Morro do Bule, no município de Ouro Branco, Minas
Gerais. Esta ocorrência sulfetada, que já foi lavrada nas décadas de 20 e 30, atualmente se
encontra completamente soterrada. A mineralização, composta por chumbo e antimônio, ocorre
nas zonas de contato entre os veios e o dolomito. Houve uma fase de alteração somente nos
minerais mais ricos em chumbo e antimônio em condições oxidantes (estibinita valentinita) e
a formação de minerais de compostos oxidados como a bindheimita, malaquita, óxidos de ferro
e antimônio associados com calcita e na aragonita. Tendo em vista que esta ocorrência está
localizada hoje em uma área de proteção ambiental, caracterizada por um importante corredor
ecológico, ou seja, uma área praticamente intocada por atividades antropogênicas desde o
inicio do último século, o objetivo deste estudo visa caracterizar o comportamento e a
dispersão dos metais por sedimentos de corrente no Córrego do Bule, e evidenciar um possível
halo de dispersão geoquímica da mineralização. Para tanto, foi utilizado para determinar e
quantificar a composição química das amostras de sedimentos de corrente a fluorescência de
raios-X portátil. Esta nova metodologia é muito utilizada nos dias atuais em projetos de
prospecção mineral, pois facilita a geração de resultados analíticos e no planejamento e
definição de pontos de amostragem em curto intervalo, já que o aparelho possui portabilidade
no campo, versatilidade tanto com seu uso no campo como em laboratório e acessibilidade aos
resultados.
A partir do tratamento estatístico dos dados baseado nos resultados obtidos por meio do FRXp,
através da correlação de Spearman entre os elementos, foram discutidos aspectos de suas
afinidades geoquímicas e processos supergênicos que controlam a dispersão dos mesmos. Os
resultados obtidos foram comparados à média crustal (Upper Continental Crust) onde a região
foi caracterizada por possuir um intenso intemperismo, lixiviando elementos com alta
mobilidade como no caso do cálcio, magnésio e estrôncio, alta maturidade do solo justificando
o baixo teor de alumínio e concentrações elevadas de ferro e manganês e seus elementos
traços associados justificados pelo contexto geológico que estão inseridas. Foi realizado o
cálculo do Fator de Enriquecimento com diferentes normalizadores como o alumínio,
representando os argilominerais; ferro + manganês, representando os óxidos/hidróxidos e o
cálcio + magnésio, representando os carbonatos. Foi indicado que o carbonato é a principal
fase carreadora de metais no Córrego do Bule, podendo ser justificado pela predominância de
rochas dolomíticas na área de estudo.
PALAVRAS-CHAVES: QUADRILÁTERO FERRÍFERO, SEDIMENTOS DE CORRENTE,
FLUORESCÊNCIA DE RAIOS-X PORTÁTIL.
1099
PADRÕES GEOQUÍMICOS DE SOLO EM ALVOS POTENCIALMENTE
MINERALIZADOS A OURO NO GRANITO NOVO MUNDO.
Miranda, G.M.T.1; Sousa, E.M.D.1; Paes de Barros; A. J.2, Testa A. L. G. C.1, Oliveira, D. R. P.1
1
Universidade Federal de Brasília 2; Companhia Matogrossense de Mineração.
RESUMO: Este trabalho foi desenvolvido no município de Novo Mundo e teve como objetivo
realizar prospecção mineral aplicando métodos geoquímicos para apontar alvos potencialmente
mineralizados em Au, estabelecendo padrões geoquímicos de solos no granito Novo Mundo e
também no embasamento desta região denominado de complexo Xingu, e consequentemente
uma comparação entre as duas litologias. A área de estudo deste trabalho localiza-se a 5 km do
centro urbano do município de Novo Mundo, na porção norte do estado de Mato Grosso,
localizada à aproximadamente 750 km da capital Cuiabá. Na pesquisa foram reinterpretados
dados de geoquímica de solo de uma das malhas do projeto Alta Floresta (MMAJ/JICA 2001), no
denominado Bloco G, e analisado e interpretado dados de duas malhas geoquímicas de solos,
denominadas Raimunda II e Luizão, realizadas no projeto Novo Mundo/METAMAT. Apesar dessas
amostras, resultantes desses dois projetos, terem sido coletadas em períodos distintos, os
procedimentos de coleta, preparação e analise são muito similares, diferenciado em partes
apenas na abertura das amostras analisadas para Au, que no caso do projeto Alta Floresta foi por
fusão (Fire Assay) enquanto no Projeto Novo Mundo foi Água Régia. O granito Novo Mundo, onde
se insere os alvos pesquisados (Raimunda II e Luizão), localiza-se na porção centro-sul do Cráton
Amazônico, norte do Estado de Mato Grosso, em um interflúvio entre o rio Braço Norte, afluente
do rio Peixoto de Azevedo, e o rio Nhandu, afluente da margem direita do rio Teles Pires. Os
levantamentos geoquímicos possibilitaram distinguir com relativa eficiência os níveis dos teores de
background de Au, Ag, As e Cu, em solos desenvolvidos sobre o complexo Xingu e granito Novo
Mundo. No complexo Xingu, onde está localizada a malha “Bloco G”, os valores são da ordem de
4 e 0,11 ppb e 3,8 e 15,03 ppm, para os metais supracitados, respectivamente; enquanto no
granito Novo Mundo, onde foram implantadas as malhas Raimunda II e Luizão, os valores foram
da ordem de 26,3 e 1,6 ppb e 2,98 e 13,99 ppm; e 14,6 e 1,06 ppb, e 0,93 e 0,97 ppm,
respectivamente. A análise e interpretação dos dados de geoquímica de solo indicam que o alvo
Raimunda II é de maior potencial, sobretudo, por apresentar anomalias consistentes de Au e As
sobrepostas, assinatura está típica das mineralizações disseminadas existentes no granito novo
mundo.
1100
COMPARAÇÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS DE
CATODOLUMINESCÊNCIA ACOPLADA EM MICROSSONDA ELETRÔNICA E
EM MICROSCÓPIO ÓPTICO NAS ANÁLISES DOS METEORITOS
CONDRÍTICOS BISHUNPUR (LL3.1) E CHAINPUR (LL3.4)
RESUMO: Os meteoritos ao longo dos séculos se tornaram objetos de grande interesse para a
ciência, isto devido às respostas que podem ser obtidas através desses corpos, oriundos de
um ambiente fora da Terra, a respeito da formação e evolução planetária. As técnicas
analíticas, que estudam esses materiais, desempenham um importante papel na obtenção de
tais respostas, e uma delas é a Catodoluminescência (CL). Esta técnica tem como objetivo
captar as respostas luminescentes dos minerais formadores dos meteoritos, uma vez aplicado
um feixe de elétrons sobre o material em estudo, onde serão geradas diferentes radiações,
incluindo a catodoluminescência. Neste trabalho foram obtidos resultados de CL dos meteoritos
condríticos Bishunpur e Chainpur, tanto de detectores acoplados à Microssonda Eletrônica
(EPMA) quanto em Microscópio Óptico (MO). Como resultado de duas distintas formas de
obtenção de resposta catodoluminescente, tem-se à priori as cores reais obtidas em MO e os
contrastes de cinza em EPMA. Uma vez que a resposta luminescente obtida em EPMA é um
sinal eletrônico, não se vê a princípio as cores reais emitidas pelos minerais, necessitando a
utilização de filtros RGB para a detecção das cores. Sendo assim, no resultado obtido do
Bishunpur em MO é possível ver um número significativo de côndrulos vermelhos, alguns deles
com tons amarelos em meio ao vermelho. Também observam-se côndrulos onde a cor azul é
presente, porém, não em toda a área do côndrulo, enquanto que outros indivíduos apresentam
muito pouca catodoluminescência ou nenhuma, mostrando-se completamente negros, assim
como a matriz em torno destes côndrulos. Já nos resultados obtidos em EPMA, o que se
observa é que as cores vermelho e azul apareceram nos mesmos côndrulos, quando se
compara as imagens de ambas as técnicas. O amarelo presente em alguns côndrulos, como
mostrado pelo MO, não foi observado no resultado em EPMA, sendo esta uma questão a ser
investigada. Comparando-se por MO ambos os meteoritos, observou-se uma quantidade
inferior de côndrulos vermelhos no meteorito Chainpur, e o vermelho aparece com menos
intensidade. Neste meteorito é possível observar também côndrulos somente azuis e na maior
parte da área analisada não se observou propriedade luminescente, como nos demais
côndrulos e na matriz que permeia tais formações condríticas. Em EPMA, alguns côndrulos do
Chainpur apresentaram luminescência, enquanto que a maior parte do meteorito, incluindo
outros côndrulos e matriz vítrea, não evidenciaram esta propriedade. Quando se compara o
resultado obtido em EPMA com o resultado em MO, é possível notar que a luminescência em
azul é quase a mesma em ambas as técnicas, contudo em EPMA o vermelho se mostra com
algumas variações de intensidade ou regiões. Esta é outra questão a ser vista nos trabalhos
futuros. Como conclusão tem-se que ambas as técnicas apresentam resultados luminescentes
bem aproximados quando comparados entre si, salvo alguns detalhes a serem estudados e
corrigidos. Desenvolvida uma metodologia adequada, a EPMA pode se tornar uma boa
ferramenta de análise desses materiais, uma vez que até o momento somente a técnica de MO
é utilizada nos estudos de CL em meteoritos.
1101
High Lateral Resolution Microanalysis of Ceramic and Refractory Materials
with the CAMECA SXFiveFE
Abstract
The development of the Schottky emitter and its implementation as electron source in Electron Microprobe has
significantly improved the characterization of materials in earth sciences, in metallurgy and in ceramic industry.
The strength of an Electron Probe Microanalysis (EPMA) is the ability to accurately measure and quantify element in
traces at few 10’s ppm level. The Field Emission (FE) Source allows major elements and trace elements analysis with
high beam currents thanks to the high brightness of the source and the excellent stability of the beam current, trading off
spatial resolution. Of course, accuracy of major element quantification is maintained with a FE source.
As X-rays are generated from a much larger diameter than the diameter of the incident electron beam, it is advised to
work at low voltage and low beam current in order to take full advantage of the small spot sizes achievable with a Field
Emission Source. Thus, at low beam voltage, the analytical resolution is not limited anymore by the beam diameter but
only by the diameter of the X-ray emission volume.
One of the advantages of the FE Source is to obtain fine focused electron beam at low beam voltage (≤10 keV) while
maintaining high and stable beam current. In these experimental conditions, the penetration depth of the primary
electrons and thus the interaction volume- in which electrons are scattered and generate X-rays- decreases to sub-µm
scale (compared to micron scale of the traditional Electron Microprobe at 15 or 20 keV).
Thanks to WDS spectrometers with sub 10eV energy resolution, accurate qualitative and quantitative analysis can be
achieved even on sub-micron phases at low beam energy and high lateral resolution.
The SXFive FE analytical capabilities will be illustrated by analyzing a porcelain vase based material. High
spectral resolution WDS spectrum will be used to determine the composition of the specimen. X ray maps
acquired at low beam voltage will demonstrate the analytical resolution that can be achieved using the
SXFiveFE.
1102
ASSINATURA GEOQUÍMICA DE FELDSPATOS ALCALINOS DOS SIENITOS
DO COMPLEXO ALCALINO DE TUNAS - PR: INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS
TARDI E PÓS MAGMÁTICOS NA ASSEMBLEIA MINERAL PRIMÁRIA
1103
EUTROFICAÇÃO DA LAGUNA DE SAQUAREMA - RJ - 12 ANOS APÓS A
ABERTURA DA BARRA FRANCA
Barradas, T.S.1; Vicente, M.C. 2; Ribeiro, F.F. 1, Wasserman, J.C.1
1REMADS, Universidade Federal Fluminense; 2Programa de Pós Graduação em Geoquímica, Universidade
Federal Fluminense
RESUMO: A Região dos Lagos, no Estado do Rio de Janeiro é muito procurada por turistas
que procuram paisagens naturais e praias paradisíacas. Particularmente, as lagunas costeiras
atraem aqueles que buscam águas tranquilas e temperaturas agradáveis. Não obstante este
interesse, a super-ocupação da região tem levado a uma intensa degradação, ameaçando a
sustentabilidade do sistema. O acompanhamento da qualidade da água torna-se necessário
um melhor entendimento dos processos biogeoquímicos e por consequência da determinação
de ações de mitigação da poluição. Neste estudo, foi feita um monitoramento da qualidade da
água em estação seca e chuvosa na laguna de Saquarema com o objetivo de avaliar como
evoluiu a qualidade da água 12 anos após a abertura de uma barra artificial de comunicação
com o mar. Foram feitas 6 amostragens de água em 4 estações nos sacos de Fora, Jardim,
Boqueirão e Mombaça, além de uma estação de controle de água do mar na Praia da Vila. Os
parâmetros salinidade, temperatura (medidos com CTD) oxigênio dissolvido, pH, Eh, turbidez
(medidores portáteis), clorofila a e feopigmentos (fluorimetria), profundidade e transparência
(disco de secchi) foram medidos in situ. Foram coletadas amostras de água superficial para
análise da DBO, e amostras de água foram filtradas in situ para posterior medição da
concentração de material particulado em suspensão e análise dos nutrientes nitrato, nitrito,
amônio e fosfato. A salinidade oscilou entre pouco mais de 12 até 35 (francamente marítima),
sofrendo influência da pluviosidade da região, sendo que observamos ainda a formação de um
forte gradiente a partir da estação mais interior (Mombaça) até a mais externa (Fora). A
salinidade parece ser o principal fator determinante do pH, dado seu poder tamponante,
oscilando entre 7 e 8. O Eh mostrou uma forte variação temporal , mas pouca oscilação
espacial (à exceção da estação marítima), sempre sendo oxidante. Provavelmente o Eh é tão
elevado pelo fato de as amostras terem sido medidas apenas na superfície. Quanto à turbidez,
observa-se pouca oscilação entre os períodos seco e úmido o que mostra que o material
particulado é determinado por processos de ressuspensão. Os valores de transparência e de
material particulado em suspensão refletem este comportamento. Dentre as formas de
nitrogênio, as dominantes são o amônio que apresenta concentrações levemente maiores no
período de chuvoso (verão), ao passo que o nitrato, também mais abundante, apresentou
concentrações mais elevadas no período seco (inverno). É provável que o amônio mais
abundante no verão está associado ao aumento populacional observado no período, visto que
este elemento é indicador de contaminação direta por esgotos domésticos. O fósforo chega a
atingir concentrações de 0,5 mg L-1, dentro de um comportamento muito similar ao do amônio,
indicando a associação deste poluente com aportes de esgotos domésticos. Com relação à
clorofila a, observa-se a ocorrência de um pico de concentrações (que chega a 25 µg L-1)
relacionado aos aportes de esgotos domésticos observados no meio do verão. O
comportamento dos feopigmentos é inverso, demonstrando um amadurecimento da atividade
planctônica no inverno.
1104
GEOINDICADORES ISOTÓPICOS DA INFLUÊNCIA DE DEPOSIÇÃO
ATMOSFÉRICA EM SOLO DA AMAZÔNIA
Figueiredo, B.R.1; Moura, C.A.V.2; Angélica, R.S.2; Nascimento, F.S.3
1Universidade Estadual de Campinas; 2Universidade Federal do Pará; 3Universidade Federal do Oeste do Pará
Um perfil de solo desenvolvido em diabásio foi estudado na região de Monte Alegre (PA) com o
intuito de avaliar a influência de deposição de material particulado atmosférico na composição
química e isotópica do solo. A escolha desse local se deveu à maior probabilidade de detecção
de contrastes geoquímicos entre esse tipo de solo e os materiais particulados já descritos na
região (compostos biogênicos, aerossóis marinhos, ressuspensão de solo, com ou sem
influência de aditivos químicos, queima de biomassa e outros materiais provenientes de fontes
situadas a leste da área de estudo). Foram coletadas amostras de solo a diferentes
profundidades (0-5, 5-10, 10-20 e 20-30 cm) e duas amostras de afloramento de rocha no
mesmo local. Os métodos analíticos utilizados incluíram a determinação da composição
mineralógica por DRX, determinação das concentrações de elementos maiores e traço por
FRX e das composições isotópicas de Pb, Sr e Nd, todos esses métodos disponíveis nos
laboratórios do Instituto de Geociências da UFPA. Em solo predominam quartzo, esmectita,
caulinita, goethita, gibbsita e rutilo em diferentes proporções. Variações de 23-26% SiO2 e 53-
55% Fe2O3 nas amostras mais profundas até 46-47% SiO2 e 30% Fe2O3 nas amostras mais
superficiais do perfil foram observadas. Um nível de concreção laterítica, aproximadamente a
20-30 cm de profundidade, contém quartzo, goethita, caulinita e anatásio e apresenta as
maiores concentrações de ferro e metais traço. Fatores de enriquecimento relativos às
concentrações de alumínio em diabásio e solo foram calculados para todos os elementos
analisados. Os metais Fe, Ba, Co, Cr, Cu, Ga, Rb, V e Zn apresentaram fatores enriquecimento
relativo mais altos no horizonte de concreção laterítica. A parte disso, Mg, Nb, Ni, Y e Zr
exibiram o maior enriquecimento relativo nos primeiros 10 cm do topo do perfil de solo. Esses
resultados que indicam variação na composição química do perfil de solo não são conclusivos
sobre a provável influência da deposição atmosférica devido à complexidade dos processos
pedogenéticos que afetaram os solos na região. As análises isotópicas de solo e rocha
revelaram razões isotópicas de chumbo mais radiogênicas e valores crescentes da razão
87Sr/86Sr em direção ao topo do perfil solo. As amostras de rochas básicas apresentaram εNd =
0,41 e 0,94 enquanto que as amostras de solo apresentaram εNd no intervalo de -5,60 na base
a -7,30 no topo do perfil de solo. Esses resultados indicam mistura de material derivado da
alteração do diabásio com material proveniente de outras fontes com residência mais longa na
Crosta. A deposição secular de material particulado atmosférico pode ser responsável pelos
contrastes geoquímico e isotópico detectados em solo derivado de diabásio na região de Monte
Alegre.
1105
CONTRIBUIÇÃO PARA ARQUEOLOGIA BRASILEIRA A PARTIR DE ESTUDOS
GEOQUÍMICOS EM TERRA PRETA
1106
PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA NA FOLHA REPARTIMENTO (SB.22-X-A),
SUDESTE DO CRÁTON AMAZÔNICO, ESTADO DO PARÁ
Macambira, E.M.B.; Neves, M.P.
1107
LAKELSE LAKE GEOTHERMAL PROJECT IN TERRACE, BRITISH
COLUMBIA, CANADA
Nunes, T.A.1; Dunn, C.2; Derry, A.3
1Universidade Federal da Bahia; 2University of Victoria
ABSTRACT: Nowadays the world is constantly seeking for new types of energies. Companies
from across the globe have been searching for sustainable and durable sources that can be
used to produce it. Geothermal energy comes to this scenario as a great potential and Borealis
Geopower is one of the few Canadian companies trying to accomplish the dream of building the
first geothermal power plant in Canada. One of its major projects lies in the city of Terrace,
British Columbia, that has a vast potential for geothermal development due to its location at the
Stikine volcanic belt, in the Pacific “Ring of Fire”, showing a favorable geological setting of deep
faulting system in which heated groundwater flows. Furthermore, Terrace exhibits the hottest
hot springs in Canada, with temperatures up to 89ºC, encouraging Borealis to establish an
exploration program in the area. This project is about the exploration work done in this city
during the summer of 2014, in which a fieldwork of 4 months took place in order to locate
strategic spots for further drilling. The fieldwork was mainly composed of analysis of:
Biogeochemistry and soil sampling, used to correlate the movement of heavy metals along fault
systems and flow regimes indicative of geothermal activity; Shallow ground probe
measurements of temperature and CO2, used to identify surface heat flow anomalies; Water
well sampling to evaluate the temperature gradient, water chemistry and lithology; Surface
lithological mapping with the aid of the spectrometer Terraspec Halo mineral identifier. In
addition, software such as ArcGIS online, ESRI Collector and Google Earth were very useful
when mapping the features found in the field. All data and information collected were put
together and a 3D map of the area was produced, showing the places with highest anomalies of
heavy metals along with elevated measures of CO2 and temperature, hence potentially
exhibiting drilling targets. At the end, the main objective of the project is to build a geothermal
facility, but in order to do so, not only is necessary to have the geological pre-requisites, but
also consider factors like the presence of power lines near the area in focus, acceptance of the
local community and government policies. Therefore, it is not an easy task to establish such a
complex project, and Borealis Geopower has been facing and overcoming barriers to achieve
their goal. Geothermal energy is one of the cleanest and renewable source of both power and
heat. It is proven technology that its production is based on an infinity loop, has near to zero
emissions and one of the smallest environmental footprints of any power supply. Although it has
been used worldwide throughout history, geothermal is still unknown by most of society.
However, it can be a practical energy solution for an entire generation of not only Canadians,
but people as a whole.
1108
POTENCIAL GERADOR DE PETRÓLEO DA FORMAÇÃO SANTA BRÍGIDA,
PERMIANO, SUB-BACIA DE TUCANO NORTE, BRASIL.
A formação Santa Brígida (Permiano) está localizada na Sub-bacia do Tucano Norte onde
afloram os pelitos do membro Ingá comprovado pelos dados geoquímicos como uma
alternativa para geração de petróleo para essa Bacia, além da já conhecida Formação
Candeias (Cretáceo), também presente nessa sub-bacia, que é a principal Formação
geradora da Bacia do Recôncavo. Em termos litoestratigráficos, esses pelitos de idade
Permiana da Fm. Santa Brígida, são correlacionáveis com outras sequências pelíticas de
bacias paleozóicas do Brasil, especialmente com a Bacia do Parnaíba a Formação Pedra de
Fogo. Estudos preliminares indicam que os pelitos do Mb. Ingá apresentam uma boa
potencialidade para geração de hidrocarbonetos. Foram realizadas campanhas de campo na
Sub-Bacia de Tucano Norte e Bacia de Jatobá em afloramentos das formações Inajá
(Devoniano), Curituba (Carbonífero) e Santa Brígida (Permiano), onde foram coletadas
amostras de rochas argilosas e arenosas contendo fraturas preenchidas por material escuro.
Através de análises geoquímicas do óleo extraído, foi confirmado tratar-se petróleo. As
amostras dos pelitos foram submetidas a análises do teor de Carbono Orgânico Total (COT)
apresentaram quantitativamente valores de 1,89% e 3,1% de matéria orgânica, esses valores
são classificados em alto e muito alto já que para uma rocha silissiclástica ser considerada
uma boa geradora de petróleo é necessário ter mais que 1% de matéria orgânica e Pirólise
Rock-Eval para a verificação do potencial gerador, qualidade e maturação da matéria
orgânica responsável por gerar petróleo e gás depositados em sedimentos da Fm. Santa
Brígida no Mb. Ingá. Aquelas que apresentaram maior potencial gerador foram extraídas
para obtenção de seus extratos orgânicos, os quais foram submetidos à cromatografia
gasosa. Foram extraídos o óleo de todas as amostras de arenitos, também submetidos a
cromatografia gasosa (whole oil), para se confirmar a presença de óleo nessas rochas.
Finalmente, foram propostos os prováveis sistemas petrolíferos, na carta estratigráfica, a
carta de eventos, apresentando um sistema petrolífero atípico, identificando as rochas
geradoras e rochas reservatórios. Evidenciando que houve sincronismo entre o tempo de
geração, migração e a formação de trapas e reservatórios como mostrado na carta de
eventos já que houve migração secundária através de falhas e camadas carreadoras para
os arenitos devonianos situados abaixo da rocha geradora e exsudação do petróleo através
das falhas.
1109
GEOTERMOMETRIA DA CLORITA: APLICAÇÃO EM ROCHAS DE ZONAS DE
CISALHAMENTO
Iop, G.T.C.1; Gomes, M.E.B.1; Mesquita, M.J.M.2; Dani, N.1; Cruz, V.G.P.1; Silva, M.D.1; Dias,
S.F.L.1; Tolotti, C.K.3.
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2Universidade Estadual de Campinas; 3Programa de Pós-Graduação
em Geociências – Instituto de Geociências - UFRGS.
1110
NIVELAMENTO ESTATÍSTICO DE DADOS GEOQUÍMICOS ANALISADOS
POR TRÊS LABORATÓRIOS DISTINTOS NA REGIÃO DO PROJETO
JURUENA-TELES PIRES-ARIPUANÃ – AM/MT
Pitarello, M.Z.1; Eberhardt, D.B2;
1Serviço Geológico do Brasil (SUREG-MA); 2Serviço Geológico do Brasil (SUREG-GO)
1111
APLICABILIDADE DA FLUORESCÊNCIA DE RAIOS-X PORTÁTIL NO
ESTUDO DE METEORITOS FÉRREOS
Araújo, A.J.S. 1,2; Rios, D.C.1,2,3; Cristine, A.P. 1,4
1 Laboratório
de Petrologia Aplicada à Pesquisa Mineral, Universidade Federal da Bahia; 2 Programa de Pós-
Graduação em Geologia; 3 Bolsista de Produtividade CNPq; 4 Bolsista Iniciação Científica, PIBIC-UFBA
1112
A TITANITA AUTIGÊNICA EM BASALTO INTEMPERIZADO: IMPLICAÇÕES
PARA RECONSTRUÇÕES PALEOATMOSFÉRICAS
Novoselov, A.A.1, Silva, D.1, de Souza Filho, C.R.1
1Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
1113
QUIMIOESTRATIGRAFIA DOS CARBONATOS DA FORMAÇÃO IRATI NO
LESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO, BACIA DO PARANÁ
Kunrath, R.F.1; Mizusaki, A.M.P.2; Cioccari, G.M.2
¹Curso de Graduação em Geologia – Universidade Federal do Rio Grande do Sul; ²Programa de Pós-Graduação
em Geociências – Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
1114
LITOGEOQUÍMICA DE ROCHAS METAULTRAMÁFICAS DO SUL DO
CRÁTON SÃO FRANCISCO: DOIS PERÍODOS DE MAGMATISMO
ULTRAMÁFICO?
Fonseca, G.M.1,2; Jordt-Evangelista, H.1; Queiroga G.N.1
1Universidade Federal de Ouro Preto; 2Instituto Federal de Goiás
RESUMO: Na região sul do Cráton São Francisco encontram-se raros corpos de rochas
metaultramáficas que preservam algum mineral e/ou textura da rocha ígnea original. O
interesse no estudo destes corpos deve-se à possibilidade de se entender melhor o
magmatismo ultramáfico que ocorreu na região, já que a maior parte das suas rochas
ultramáficas, entre as quais se destacam esteatitos e serpentinitos por sua importância
econômica, estão completamente metamorfizadas. O presente trabalho tem como objetivo a
caracterização petrológica e geoquímica de seis corpos de rochas metaultramáficas com
minerais ou texturas preservados do protólito ígneo localizados na região do Quadrilátero
Ferrífero e do Cinturão Mineiro, a saber, nos municípios de Rio Manso, Amarantina, Mariana,
Lamim e Queluzito. Os afloramentos ocorrem na forma de blocos de dimensões métricas a
decamétricas, maciços, que estão encravados em terrenos constituídos de gnaisses do
embasamento. Os litotipos estudados foram metaperidotitos com olivina, piroxênio e espinélio
ígneos preservados; metakomatiitos, que embora não apresentem minerais ígneos, preservam
textura do tipo spinifex; esteatitos, serpentinitos, tremolititos e clorita xistos associados
espacialmente aos metaperidotitos e que representam porções destes corpos mais afetadas
pelo metamorfismo. Foram realizadas análises químicas para elementos maiores, menores e
traços de amostras selecionadas que foram comparadas com análises da literatura de
peridotitos e komatiitos de localidades clássicas. Para verificar se as rochas tiveram alterações
químicas significativas em relação à composição original utilizaram-se diagramas de proporção
molecular SiO2 x (FeOt+MgO) normalizados por elementos maiores incompatíveis com a
olivina, para cada localidade, cujos trends sugerem que as amostras seguem o padrão de
fracionamento da olivina e que, portanto, podem ser usadas para estudos geoquímicos apesar
das transformações metamórficas. Em diagramas discriminantes constatou-se que as rochas
são semelhantes a peridotitos komatiíticos, com teores de MgO > 22 % em peso e de TiO2 <
0,9 %. O diagrama de elementos terras-raras para os litotipos de Amarantina, Mariana e Rio
Manso mostra um leve empobrecimento em ETRL e enriquecimento em ETRP (morfologia tipo
“spoon shape”), possivelmente causado pelo empobrecimento em ETRL da área fonte
mantélica. A amostra de Rio Manso apresenta os valores de ETR mais próximos dos valores
de condrito sugerindo uma maior taxa de fusão do manto. De acordo com a localização das
amostras, a taxa de fusão diminui de NW para SE, de Rio Manso para Amarantina e Mariana.
As amostras da região de Lamim e Queluzito são levemente enriquecidas em ETRL sugerindo
uma fonte mantélica enriquecida nesses elementos. Um enriquecimento em ETRL pode ter
sido causado pelo metassomatismo do manto que ocorreu durante acreção do arco magmático
paleoproterozoico que deu origem ao Cinturão Mineiro. Considerando a composição
mineralógica e geoquímica, a textura e a localização dos corpos estudados conclui-se que as
rochas de Queluzito e Lamim podem corresponder a um magmatismo ultramáfico
paleoproterozoico, enquanto que as amostras de Rio Manso, Amarantina e Mariana seriam
pertencentes ao magmatismo arqueano komatiítico do Grupo Nova Lima, que é a unidade
basal do greenstone belt Rio das Velhas.
1115
INCLUSÕES EM OPALA-C E OPALA-CT
Daniel da Rosa Madruga1,2, Ruth Hinrichs1,2
1 Instituto de Geociências, UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil
2 Laboratório de Microanálise, Instituto de Física, UFRGS
1116
DOWN-HOLE GAMMA-RAY LOGGING AND THE CHEMOSTRATIGRAPHY OF
BASIC VOLCANICS FROM THE CENTRAL-NORTHERN SUBPROVINCE OF
THE PARANÁ IGNEOUS PROVINCE
Licht, O.A.B.1, Gomes, A.S.², Ferreira, F.J.F.²
1 Serviço Geológico do Paraná – MINEROPAR, 2 Universidade Federal do Paraná
Researches have shown that the Paraná Igneous Province comprises two subprovinces
(Southern and Central-Northern subprovinces), each with their own chemostratigraphic
peculiarities. This study focus solely on the Central-Northern Subprovince (CNSP), whose
thickness is up to 1,722.5 meters in borehole 2-CB-001-PR, Cuiabá Paulista, State of São
Paulo. Multi-element geochemical analyses (63 elements) on 876 chip samples collected from
seven deep boreholes, which are aligned along a 538 km NE-SW section that goes from Foz do
Iguaçu to Bandeirantes (State of Paraná), were used in order to establish a high-resolution
chemostratigraphy for LSi (Low-silica) volcanics. The base of the sequence is mainly
characterized by a group of LSi-LZr-HTi-HP (Type 4) volcanics enriched in incompatible
elements (e.g., K2O, Nb, Th, U and REE) that is up to 700 meters thick. They gradually change
to LSi-LZr-LTi-LP (Central-Northern Type 1) rocks enriched in compatible elements (e.g., Cr, Ni,
Pd and Pt) that are up to 600 meters thick. Also, gamma-ray logs obtained from the continuous
logging of five oil and gas exploration boreholes (digital .LAS files provided by ANP) and six
groundwater exploration boreholes (provided by Hidroingá, Hidropel and Hydrolog) were used
for this research. Total count measurements are expressed in API units. However, as these logs
were produced in the past 40 years by different sensors with different sensitivities, there may be
some divergences in measuring scales, which precludes the parametrization and quantification
of gamma-spectrometric attributes for each geochemical type. Despite this restriction, the
patterns observed in these down-hole gamma logs match the chemostratigraphy of the volcanic
sequence and, therefore, allow the correlation between nearby boreholes that only have multi-
element geochemical data, down-hole gamma-ray logs or both. Thus, since Type 4 and Type 2
(LSi-LZr-LTi-HP) rocks usually have relatively high concentrations of K2O, U and Th, gamma-
ray logs show an increase in measured radioactivity. On the other hand, since Central-Northern
Type 1 and Type 3 (LSi-LZr-HTi-LP) volcanics generally have low concentrations of these
elements, the gamma-ray signal is considerably lower. Down-hole gamma-ray log may also be
used to identify the clear geochemical boundary between basic and Guarapuava acid volcanics
(Type 13 – HSi-HZr-LTi-LP). Furthermore, when the boundaries determined by down-hole
gamma-ray logs are projected to the ground surface, they match the boundaries determined by
geological mapping and surface geochemistry. The results presented herein indicate that down-
hole gamma-ray logs might be used in those areas that lack geochemical data. They might also
contribute to the sharp delimitation of geochemical boundaries and to the construction of a
three-dimensional model of the chemostratigraphy of the Paraná Igneous Province volcanics.
1117
ANÁLISE ESTATÍSTICA MULTIVARIADA APLICADA A PROSPECÇÃO
GEOQUÍMICA NA PORÇÃO CENTRAL DA PROVÍNCIA AURÍFERA DO
TAPAJÓS
Chaves, C. L1& Vasquez, M. L1.
1SGB/CPRM – Serviço Geológico do Brasil, Superintendência Regional de Belém
RESUMO: O método de estatística multivariada de análise fatorial foi aplicado nos resultados
analíticos das amostras de sedimentos de corrente, coletadas durante a execução do Projeto
São Domingos-Jardim do Ouro, na porção central da Província Aurífera do Tapajós. Foram
coletadas 374 amostras de sedimentos de corrente, cuja preparação inicial foi realizada no
LAMIN-BE e as análises no laboratório da SGS-GEOSOL, onde as amostras foram digeridas
por água régia e dosadas por ICP-MS e ICP-OS, para 54 elementos. No caso da análise de
ouro, 341 amostras foram dosadas por fire assay, onde foram utilizadas alíquotas entre 10 e 50
gramas. Para utilização da técnica de análise fatorial, os dados foram padronizados através da
log-transformação, sem a presença de outliers e extremos, identificados através da análise dos
diagramas de box-plot. Os dados foram calibrados com a rotação Varimax normalizada e para
a determinação do número de fatores foi utilizado o teste de Scree e a partir daí o critério de
Kaiser que considera o valor acima de 1 como relevante para análise. Através da análise
fatorial foram definidas oito associações: Fator 1 apresentou altos valores de correlação para
La-Ce-Y-Be-Pb-K; Fator 2 Hf- Nb-Ti- Zr; Fator 3 Co-Sr-Ba-Ca-Ni-Cr; Fator 4 Al-Ga-V, Fator 5
Ag-Sn-Mn, Fator 6 Mo-Bi, Fator 7 Cd e Fator 8 representado pelo Au. Os oito fatores
selecionados foram responsáveis por 75,4%, sendo o primeiro responsável por 27,23% da
variância dos dados, e os demais, respectivamente, com contribuição e essa variância de
12,4%, 10%, 8%, 5,8%, 5%, 3,7% e 3,3%. Os scores de cada fator foram representados em
mapa através de bacias de captação, cuja interpretação envolveu também análise
unielementar e de concentrados de bateia pelo menos para 6 fatores. Os fatores 1 e 2
representam bacias que drenam principalmente das rochas graníticas Tipo-A da Suíte Intrusiva
Maloquinha (SIM), com destaque para o Fator 2, cujas bacias drenam um batólito localizado
próximo ao garimpo Mamoal, onde estão as principais anomalias de 1ª ordem de Hf-Zr-Nd e
onde ocorrem indícios de cassiterita. O Fator 3 representa principalmente corpos máficos de
composição básica a intermediária, que na região apresentam uma boa correlação com os
corpos cartografados durante o mapeamento (derrames e diques). O Fator 5 ressalta o Sn, que
representa corpos da SIM, alguns coincidentes com anomalias de 1º e 2º ordem para este
elemento, além da Ag, cuja correlação positiva com o ouro foi identificada nas cercanias de
alguns dos principais depósitos da região. O mapa de Fator 6 é marcado pela associação Mo-
Bi, importantes farejadores de ouro e que reportam importante depósitos e jazimentos de ouro
1118
presentes na região. O Fator 8, reporta também os principais jazimentos de ouro, e quando
plotado juntamente com anomalias de 1ª ordem de Au, indícios de ouro, pirita e epidoto em
concentrados de bateia, observa-se outras áreas favoráveis para novos prospectos, e que de
um modo geral concentram-se numa faixa central de direção NW-SE, marcadas por zonas de
cisalhamento transcorrentes, chamadas de Lineamento Tocantinzinho.
1119
ESTUDO PETROLÓGICO E GEOQUÍMICO COMPARATIVO DO
MAGMATISMO SIENÍTICO NEOPROTEROZOICO NO BATÓLITO PELOTAS:
SIENITOIDES ARROIO DO SILVA E MACIÇO SIENÍTICO PIQUIRI, RS
Padilha, D.F.1; Bitencourt, M.F.1; Nardi, L.V.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
RESUMO: Os Sienitoides Arroio do Silva (SAS) fazem parte do Batólito Pelotas, na porção
leste do Escudo Sul-rio-grandense. Juntamente com o Maciço Sienítico Piquiri (MSP),
representam o magmatismo sienítico neoproterozoico do final do Ciclo Brasiliano. Este trabalho
tem como objetivo o estudo comparativo destes corpos sieníticos por meio de dados
petrológicos e geoquímicos. Ambas as unidades representam associações de rochas
sieníticas, monzoníticas e lamprofíricas, ainda que em diferentes proporções; são intrusivas no
Complexo Várzea do Capivarita e intrudidas pelo Granito Encruzilhada. Entretanto, ocorrem a
cerca de 30 km de distância uma da outra, o que levou à descrição das mesmas como duas
unidades. Os SAS consistem de quatro corpos aflorantes nos arredores da cidade de
Encruzilhada do Sul. Possuem uma vasta gama composicional dada pela variação da
proporção relativa dos minerais componentes, predominando a composição monzonítica a
sienítica, com termos graníticos subordinados. Os diferentes grupos composicionais possuem
textura equigranular hipidiomórfica média, raramente ocorrendo termos porfiríticos ou
equigranulares finos ou grossos. A mineralogia máfica ocorre tipicamente em agregados
orientados segundo a foliação magmática, que também é dada pela orientação de forma dos
cristais de K-feldspato. Enclaves microgranulares máficos centimétricos, de composição
diorítica e lamprofírica, são comuns, assim como termos cumuláticos. As rochas do MSP
variam de feldspato-alcalino sienitos a termos mais diferenciados como quartzo-sienitos e
sienogranitos no centro do corpo, com textura equigranular variando de fina a grossa,
localmente porfirítica, e sua foliação magmática é bem marcada pelos cristais de K-feldspato.
São interpretadas como o resultado de mistura de magmas, fracionamento, fluxo viscoso e
assimilação das rochas encaixantes, o que é evidenciado pela grande quantidade de enclaves
máficos microgranulares, schlieren, camadas máficas cumuláticas, autólitos de granulação fina
e, principalmente, pela trama planar fortemente orientada. Os elementos maiores e traços,
incluindo os ETR, de ambas as unidades são muito similares. Entretanto, o MSP exibe um
maior enriquecimento na razão K2O/Na2O, sendo considerado ultrapotássico. As rochas
intermediárias dos SAS e MSP têm padrões de distribuição quase horizontais e próximos de 1
para os ETR e HFS. Esta similaridade indica que ambas são derivadas de magmas parentais
de fontes semelhantes aos OIB. No diagrama binário de Rb versus Y+Nb as rochas dos SAS e
MSP posicionam-se no campo do magmatismo pós-colisional. São verificadas no diagrama
multielementar feições típicas de rochas geradas a partir de fontes litosféricas modificadas por
subducção, definidas pelas anomalias negativas de Nb e Ta, e enriquecimento de Cs, Ba, Rb,
U e Th. Dados isotópicos Pb-Pb em zircão obtidos nas rochas dos SAS e MSP de 612±3 Ma e
611±3 Ma, respectivamente, corroboram a correlação destas unidades. As similaridades
estratigráficas, petrográficas, texturais, composicionais, geoquímicas e geocronológicas do
MSP e dos SAS indicam que os mesmos são cogenéticos, ou ao menos gerados por
processos semelhantes e de fontes similares. As diferenças observadas para as razões
K2O/Na2O e teores de Al2O3, P2O e MgO podem indicar que não se tratam de rochas
comagmáticas, implicando, talvez, diferentes fontes ou grau de contaminação.
PALAVRAS CHAVE: SIENITO, SHOSHONÍTICO, ULTRAPOTÁSSICO
1120
RECUPERAÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DO ACERVO DE DADOS
GEOQUÍMICOS DA CPRM: PANORAMA ATUAL
Mota, C. E.1; Larizzatti, J. H.1; Moreira, A. P. C.1; Porto, C. G.1; Silveira, F. V.2; Cunha, F.1;
1CPRM/Serviço Geológico do Brasil, Rio de Janeiro-RJ; 2CPRM/Serviço Geológico do Brasil, Brasília-DF
1121
CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DO ENXAME DE DIQUES DE GRANITOS
LEUCOCRÁTICOS Á NORTE DA ZONA DE CISALHAMENTO TIMBAÚBA-
COXIXOLA, DOMINIO TRANSVERSAL, PROVÍNCIA BORBOREMA
Brainer, C.C.G.1; Guimarães, I.P.1; Lima, J.V.1; Sá, R. F.L.1; Silva, D.V.S.1; Santos, L.1;
1Universidade Federal de Pernambuco
RESUMO: A área estudada está localizada nos municípios Serra Branca e São João do Cariri,
estado da Paraíba, na Subprovíncia Transversal da Província Borborema, a qual compreende a
região situada entre as zonas de cisalhamento Patos e Pernambuco, de direções E-W e
cinemática destral. A estruturação atual da Província Borborema foi desenvolvida durante a
orogênese Brasiliana (640 – 550 Ma). A Orogênese Brasiliana na Província Borborema foi
caracterizada por intenso magmatismo granítico, extensas zonas de cisalhamento de direções
E-W e cinemática destral e, direções NE-SW com cinemática dominantemente sinistral e
metamorfismo em condições do facies anfibolito. O magmatismo brasiliano na área de estudo
compreende enxame de diques de direção NE-SW aflorantes a sudeste de Serra Branca-PB e
pequenos plutons intrudidos em gnaisses do complexo Sertânia o qual compreende biotita
gnaisses com granada e sillimanita, contendo lentes de mármore e anfibolitos. Dados U-Pb em
zircão obtidos por LA-ICP-MS para os granitoides estudados forneceram uma idade de 545 ± 3
Ma (MSWD = 1,01), a qual é interpretada como a idade de cristalização dos granitoides. A
biotita é o mineral máfico principal, com pleocroísmo variando de castanho a preto, indicando
tratar-se de biotitas ricas na molécula de annita. São sieno a monzogranitos leucocráticos,
contendo menos de 10% de biotita modal. Mostram elevados teores de sílica, com SiO2
variando de 72,64 a 73,24%, elevados teores de álcalis totais (Na2O+ K2O) variando de 8,64 a
8.89 e baixos teores de CaO (0,7 a 1,1), sendo caracterizados como granitos álcalis cálcicos.
São levemente peraluminosos com razão Al2O3/(CaO+Na2O+K2O) variando de 1,0 a 1,2 e
apresentam elevados teores de ferro. Mostram razões FeO/(FeO+MgO) elevadas (0,86 a 0,89),
sugerindo que a fO2 predominante durante a evolução e cristalização do magma foi baixa
(abaixo do tampão FMQ), que comumente são associados a magmas que evoluíram sob
condições redutoras gerando granitos da série ilmenita. Os granitoides estudados mostram
padrões de elementos Terras Raras similares e fracionados com razões (Ce/Yb)N variando
entre 37,1 e 42,2 e caracterizados pela presença de profundas anomalias negativas de Eu com
razão de Eu/Eu* variando de 0,23 a 0,34. Os padrões spidergrams são caracterizados por
depressões em Ba, Nb, Ta, Sr, P e Ti. Essas depressões são características de granitos
alcalinos e, são similares a padrões spidergrams de granitos tipo-A da subprovíncia
Transversal da Província Borborema. Esses granitoides apresentam elevados teores de ETR e
HFSE, feição típica de granitos tipo-A. Os teores de Y variam de 13,4 a 22,7 ppm e o de Nb
entre 14,6 a 24,3 ppm, os quais são típicos de granitos tipo-A2 (granitos pós-colisionais), que
geralmente tem sua origem associada a fusão parcial de crosta inferior ou da litosfera
subcontinental.
1122
ASPECTOS PETROGRÁFICOS E GEOQUÍMICOS DO STOCK AMPARO DO
SÃO FRANCISCO, SISTEMA OROGÊNICO SERGIPANO, NE-BRASIL
Pereira, F.B.1,2; Santos, I.S.2,3; Conceição J.A. 2,4; Rosa, M.L.S. 2,3; Conceição, H. 2,3
1Iniciação
Científica, Universidade Federal de Sergipe (UFS); 2Laboratório de Petrologia Aplicada à Pesquisa
Mineral (LAPA-UFS); 3Programa de Pós-Graduação em Geociências e Análise de Bacias (PGAB-UFS);
4Universidade Federal do Oeste da Bahia
O Stock Amparo do São Francisco (SASF), está localizado na região nordeste do Estado de
Sergipe, entre as cidades de Canhoba e Amparo do São Francisco, próximo ao rio São
Francisco e dista cerca de 116 km da capital, Aracaju. Esse stock tem forma elipsoidal,
alongada NS, ocupa uma área de aproximadamente 6 km² e trunca a estruturação e foliações
metamórficas existentes nos metassedimentos do Domínio Macururé. Esse stock juntamente
com aqueles de Propriá e Fazenda Alvorada têm sido correlacionado ao magmatismo pós-
orogênico do Sistema Orogênico Sergipano e no recente mapa geológico de Sergipe foi
associado a Suíte Intrusiva Queimada Grande. O SASF é essencialmente composto por
granitos a biotita ou a duas micas equigranulares de granulação média, ocasionalmente
porfiríticos, com fenocristais de feldspato alcalino ou plagioclásio. Enclaves máficos são usuais
nos afloramentos visitados, apresentam formas e tamanhos variados (<30 cm) e tendem a
organiza-se segundo o fluxo magmático. As relações dos enclaves com as encaixantes
graníticas sugerem existência de mistura entre magmas na estruturação deste stock. As rochas
presentes no SASF são granitos dominantes, granodioritos subordinados e os enclaves
máficos correspondem a monzonitos. A biotita é o máfico dominante nos granitos e
granodioritos e a hornblenda nos enclaves monzoníticos. Os granitos podem apresentarem-se
com duas micas ou somente com biotita. A geoquímica revelou tratar de associação
metaluminosa (granodioritos e enclaves) a peraluminosa (granitos) com assinatura geoquímica
cálcio-alcalina de alto potássico de magmatismo pós-orogênico. A integração dos dados
obtidos até o momento permite caracterizar esse stock como represente do magmatismo
cálcio-alcalino de alto potássio, de margem continental ativa, posicionado após a deformação
regional que deformou os metassedimento do Domínio Macururé. [Agradecimentos:
PRONEX/FAPITEC/CNPq]
1123
Águas subterrâneas com elevadas concentrações de fluoreto em
municípios do Vale do Rio Pardo e Vale do Jacui, RS.
PALAVRAS- CHAVE: Sistema Aquífero Guarani, General Câmara, Triunfo, Vale Verde, fluorose.
1124
CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA E GEOQUÍMICA DE XENOTIMAS
RICAS EM TERRAS RARAS PESADAS DOS MACIÇOS GRANÍTICOS SERRA
DOURADA E MOCAMBO, PROVÍNCIA ESTANÍFERA DE GOIÁS
Junqueira, T.P.1; Pizani, P.A.1; Vieira, C.C.1; Botelho, N.F.1;
Instituto de Geociências – Universidade de Brasília - Campus Universitário Darcy Ribeiro – Asa Norte – Brasília –
1
RESUMO: O presente estudo tem enfoque na análise de elementos terras raras em xenotimas -
(Y) de aluviões no maciço granítico Serra Dourada, e de amostras de rochas inalteradas e
hidrotermais do maciço granítico Mocambo, definidos como granitos tipo A, e localizados na
porção norte da Província Estanífera de Goiás, mas abrangendo também a parte sul do Estado
do Tocantins. Os minerais colhidos para o estudo geral foram monazitas, xenotimas e zircões.
Este trabalho enfoca a xenotima, por ser um importante concentrador de terras raras pesadas.
A investigação da composição química desse mineral foi feita, qualitativamente e
quantitativamente, com microssonda eletrônica, tanto em montagens de grãos quanto em
lâminas delgadas de rocha. Os grãos foram selecionados a partir de separação de pré-
concentrados em peneiras, dentro dos intervalos de 60 a 90 µm e 90 a 200 µm, posteriormente
bateados e tratados no separador magnético isodinâmico Frantz, com o objetivo de separar
minerais magnéticos e paramagnéticos dos minerais de terras raras. Os grãos selecionados
foram analisados em Microssonda Eletrônica, utilizando-se uma JEOL JXA-8230 do Instituto de
Geociências da UnB, equipada com cinco espectrômetros. O Maciço Serra Dourada já é
conhecido por suas ocorrências e depósito de terras raras, sendo a xenotima o mais importante
mineral primário concentrador de terras raras pesadas. A xenotima das aluviões alimentadas
pelo maciço granítico é euédrica, bipiramidal tetragonal, e com coloração variando de castanho
escuro a amarelo. Dados deste trabalho e da literatura indicam que esta xenotima pode ser
proveniente tanto do biotita granito dominante no maciço, quanto de granitos evoluídos
hidrotermalizados e mineralizados em estanho. Sua composição química tem, em média, 41,57
de Y2O3, 30,89% de P2O5, 29,14% de óxido de terras raras pesadas (ETRP2O3) e 1,19% de UO2.
No Maciço do Mocambo, são conhecidas até agora apenas anomalias de terras raras em rocha
e a xenotima-(Y) ocorre como mineral acessório do biotita granito dominante e como pequena
concentração hidrotermal em greisens com cassiterita. A xenotima acessória tem, em média,
33,98% de P2O5, 47,96% de Y2O3 e 16,83% de ETRP2O3. Nos greisens, a xenotima ocorre como
grãos irregulares de cor castanha, associada com hingganita-(Y) Y2([])Be2Si2O8(OH)2,
hingganita-(Ce) ((Ce,Ca)2([ ],Fe)Be2Si2O8[(OH),O]2), fluorita rica em inclusões de monazita e
fluorcarbonatos de ETR, ainda não completamente identificados. A xenotima hidrotermal do
Maciço Mocambo possui, em média, 35,15% de P2O5, 45,63% de Y2O3 e 14,26 % de ETRP2O3.
Em comparação com o Maciço Serra Dourada, as xenotimas do Maciço Mocambo são mais
pobres em terras raras pesadas e em urânio, cujo teor médio é de 0,02% de UO2. Em
compensação, outros minerais acessórios do biotita granito do Mocambo podem ter
concentrações importantes de ETR, com teores de até 15% de ETR2O3 + Y2O3 em apatita e
teores de até 7% de ETR2O3 + Y2O3 em zircões metamícticos.
1125
CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DOS DEPÓSITOS DO QUATERNÁRIO
TIPO TUFA DA SERRA DA BODOQUENA – MS
Oste, J.T.F.1,2; França, A.B.²; Cury², L.F.; Shiraishi, F.3; Asada, J.4; Bahniuk, A.M.²
¹ Pós-Graduação em Geologia, Universidade Federal do Paraná, ² Laboratório de Análises de Minerais e Rochas
(LAMIR), Universidade Federal do Paraná, 3 Universidade de Hiroshima, 4INPEX Tóquio
1126
PETROGRAFIA E GEOQUÍMICA DOS CARBONATITOS DE CAÇAPAVA DO
SUL
Tiara Cerva Alves1, Marcus Vinicius Dorneles Remus1, Norberto Dani1, Brenda Gamalho1
1Instituto
de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Avenida Bento Gonçalves, 9500, 91501-
970 Porto Alegre, RS, Brazil. tiara.geologia@gmail.com, marcus.remus@ufrgs.br, norberto.dani@ufrgs.br ,
begamalho@gmail.com
1127
ESTUDO DA GRANADA MELANITA DA SUÍTE ALCALINA PASSO DA
CAPELA-RS.
Silva, M.D.¹; Dias, S.F.L.¹; Gomes, M.E.B²; Drago, S.M.3; Porcher, C.C.4; Dani, N.5; Remus,
M.V.D.²; Iop, G.T.C.1; Cruz, V.G.P.1 Tolotti, C.D.K6; Schaan,R.B.6.
1UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul; 2Departamento de Mineralogia e Petrologia - UFRGS; 3Laboratório
de Microssonda Eletrônica – CPGq – UFRGS; 4Departamento de Geologia – UFRGS; 5Departamento de Geodésia
– UFRGS; 6 Programa de Pós-graduação em Geociências
1128
A RECICLAGEM DE NITROGÊNIO EM ZONAS DE SUBDUCÇÃO SOB A
ÓPTICA DA PETROLOGIA EXPERIMENTAL
Cedeño, D.G.1, *; Conceição, R.V.1; de Souza, M.R.W.1; Quinteiro, R.V.S.1; Carniel, L.C.1;
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; *Autor correspondente: daniel.gringscedeno@gmail.com
1129
Gnaisses Piratini: magmatismo cálcio-alcalino médio-K de 784 Ma (U-Pb
SHRIMP) sob a forma de xenólitos no SE do Cinturão Dom Feliciano, RS
Tambara, G.B.1; Koester, E. 1; Lenz, C.2; Porcher, C.C.1; Fernandes, A.D.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2Universidade Federal do Sergipe
1130
CALIBRAÇÃO DE PISTÃO-CILINDRO TIPO BRISTOL ‘END-LOADED’ PARA
BAIXAS PRESSÕES (ca. 200 - 500 MPa)
Para a calibração da pressão, o método empregado foi o da fusão de NaCl, controlada pela
deposição gravitativa de microesferas de Pt. NaCl de grau analítico foi finamente moído, seco a
110° C por 24 h, acomodado e comprimido em cápsulas experimentais tubulares de Au100 com
7 mm de extensão, soldadas na base. Para cada experimento, uma esfera de Pt (φ ≈0,5 mm) foi
adicionada ao sal no topo da cápsula, a qual foi vedada imediatamente a seguir com solda e
acomodada na cela experimental. Nos experimentos de fusão, temperaturas e pressões foram
paralela e suavemente incrementadas (técnica de hot piston-in) até os valores desejados e
mantidas constantes por 30 min. A seguir as cápsulas foram extraídas, lixadas e analisadas em
lupa, para checar a posição das esferas de Pt no topo ou na base da cápsula, neste último caso
demonstrando a fusão do sal. Os resultados obtidos foram comparados com valores esperados
(Siewert et al., 1998, N.Jb.Miner.Abh., 172:259) e demonstram que até uma pressão de ca. 250
MPa, que corresponde a uma pressão de óleo de 650 psi do pistão de 1”, as correções devidas
aos efeitos de fricção dos componentes da cela experimental e desta com as paredes da bomba
são relativamente pequenos, inferiores a ca. 10-15 % relativo e que diferenças significativas
existem em função da forma como a pressão desejada é alcançada (piston-in ou piston-out).
Apoios CNPq, CAPES, FAPESP e GeoAnalítica USP.
1131
GEOQUÍMICA DAS ROCHAS CARBONÁTICAS DA BASE DO GRUPO BAMBUÍ
(LAGOA SANTA, MG): IMPLICAÇÕES PARA FONTES DE PROVENIÊNCIA E
CONDIÇÕES PALEO-REDOX DE DEPOSIÇÃO
1132
DETERMINAÇÃO DE ELEMENTOS TRAÇOS DE CONTROLE DA
COLORAÇÃO DE UMA ROCHA ORNAMENTAL A PARTIR DA
ANÁLISE GEOQUIMICA POR ESPECTROMETRIA DE EMISSÃO
ATÔMICA COM PLASMA INDUTIVAMENTE ACOPLADO
Porciúncula, R.J.; Sant’ana, T.C.; Meneses, R.A.S.; Rios, D.C.
Universidade Federal da Bahia
1133
SIMULAÇÃO EM LABORATÓRIO DO CRESCIMENTO DE TAPETE
MICROBIAL
Dorneles, V.A.C¹, 2; Silva, T.G.²; Bahniuk, A.M. ²
1Graduação em Geologia da Universidade Federal do Paraná; ²Laboratório de Análise de Minerais e Rochas
(LAMIR) – Departamento de Geologia da Universidade Federal do Paraná
1134
CONSIDERATIONS ABOUT THE "SULPHUR ANOMALY" IN THE PEAT
SEDIMENTS FROM IRAÍ (RIO GRANDE DO SUL, BRAZIL) VERIFIED BY
ORGANIC GEOCHEMISTRY ANALYSIS
Brito, H. A.1; Zambrano, B.1; Loeser, B. G.1; Ribeiro, V.2, Gadens-Marcon, G. T.1; Guerra-
Sommer, M.2; Mendonça-Filho, J. G.3
Universidade Estadual do Rio Grande do Sul – Unidade de Novo Hamburgo; Universidade Federal do Rio Grande
do Sul – Instituto de Geociências; Universidade Federal do Rio de Janeiro – Laboratório de Palinofácies e Fácies
Orgânica (LAFO)
ABSTRACT: There are some mineral water springs in the city of Iraí, and also some sediments
with a dark aspect popularly known as “medicinal mud”. This last one is extracted from a well (it
was opened for business purposes), located in a wetland area next to the city. In that location,
the region is often water saturated because of the Uruguay River. People utilize “mud” and
mineral water for baths in spas of Iraí for therapeutic purposes. This attitude constitutes a
complementary source of income for the city. This study aims to characterize the organic
geochemistry of the peat sediments obtained through “Iraí T3-core” (115 cm) proximally dated
in 10.586 years before present – BP. The total organic carbon (TOC) changes too much from
the bottom to the top of the core (values between 2.80% and 27.10%). The total sulfur (TS) also
changes substantially. It reaches the minimum value of 0.06% and the maximum of 5.10%. In
general, the total amount of TOC and TS can be considered very high in the basal samples
mainly (115-85 cm). It could be related with an anoxic and stagnant environment that favored
the organic matter (OM) preservation. It is resulted from a high primary productivity. The
geochemical organic analysis revealed that the sample of 99 cm deep (8.908 years BP) is very
peculiar. TS levels (4.70%) are bigger than TOC levels (3.10%) in that core section. The high
concentration of TS could be related to sulfur-reduction process of the organic matter in the
sediment. However, the low concentration of TOC in this layer does not match with this
hypothesis. Thus, the anomalous high level of TS in comparison to TOC suggests that the
contamination came from another place in the environment. The causes of the anomalous
values are not very well explained, but it could be related to thermal springs containing mineral
waters with high chloride and sulfate content in the region, or with a volcanism event occurred in
the Andean Region between 8.000-9.000 years BP. However, there is no evidence of tephra in
the sedimentary records of equivalent ages in southern Brazil that supports the volcanism
hypothesis as being an external source subsidizing the high sulfur content of the sediment.
Therefore, the thermal-springs hypothesis in the region seems to be very reasonable, because
according some authors, the hydrogeochemical characteristics of the mineral waters suggest
that other aquifers deeper than the Guarani System can be connected hydraulically with the
“fractured” aquifer of the Serra Geral Formation through large faults or fractures, resulting in a
mixed water with very peculiar characteristics. Therefore, the additional sources of sulfur could
be derived from these deeper aquifers, although such studies are still incomplete. However, it is
evident that some factor not yet identified has restricted the accumulation of sulfur mainly to the
99 cm level.
1135
Geoquímica dos metais traço nos sedimentos do talude continental do
Estado de Sergipe e Alagoas
Alves, J.P.H.1; Arguelho, M.L.P.M.1; Garcia, C.A.B.1; Carneiro, M.E.R.2
1Universidade Federal de Sergipe/UFS; Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez de Mello/CENPES.
1136
ESTUDO DO VULCANISMO ASSOCIADO ÀS MINERALIZAÇÕES DE Cu, Pb,
Zn E Au NA REGIÃO DAS MINAS DO CAMAQUÃ/RS - BRASIL
Drago, G. B. 1; Mexias, A. S. 1; Gomes, M. E. B. 1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
1137
ANÁLISE DE TURMALINAS EM MICROSSONDA ELETRÔNICA: MÉTODO E
MATERIAIS DE REFERÊNCIA
Drago, S.M.1; Gomes, M.E.B 1; Riffel, S.B1; Jantsch, L.C.1; Martins, A.A2;
1Laboratório de Microssonda Eletrônica – CPGq – UFRGS; 2Laboratório de Geologia Isotópica – CPGq – UFRGS
1138
GEOQUÍMICA E QUÍMICA MINERAL DOS BASALTOS DA
FORMAÇÃO APOTERI, BACIA DO TACUTU- RORAIMA
Paludo, G.L.1; Pinto, V.M.1; Schneider, B.C1; Bonaldo, J.L.Z1; Bicudo, C.2;
Gomes, M.B.3; Porcher, C.C.3
1Universidade Federal de Pelotas ; 2Universidade Federal de Roraima ; 3Universidade Federal
do Rio Grande do Sul
1139
PALAVRAS-CHAVE: Basaltos; Formação Apoteri; geoquímica; química
mineral.
1140
ANÁLISE DE ROCHA e SAPROLITA DO COMPLEXO
METAULTRAMÁFICO DE CROMÍNIA
Silva, M.F.¹, Garnier J.¹
Universidade de Brasília¹
1141
CARACTERIZAÇÃO PETROLÓGICA E GEOQUIMICA DO MACIÇO DE
CASTELO, SUL DO ESPÍRITO SANTO
Marques, R. A.1; Medeiros, J. D. C.2; Soares, C. C. V.1; Gouvêa, L. P.; Medeiros Júnior, E. B.1;
Sabadini, G. F1; Boulhosa G.S.1
1Universidade Federal do Espírito Santo; 2Universidade Federal de Minas Gerais.
1142
PREPARAÇÃO DE VIDROS A PARTIR DE AMOSTRAS NATURAIS DE
ROCHAS MÁFICAS
1143
CALIBRAÇÃO/AFERIÇÃO DE FORNALHA TUBULAR VERTICAL PARA
EXPERIMENTOS EM PRESSÃO ATMOSFÉRICA E ALTAS TEMPERATURAS
SOB FUGACIDADES DE O2 NA VINHANÇA DO BUFFER QFM
Cruz, V.I.; Carvalho, P. R., Vlach, S.R.F.
1144
PETROGRAFIA E GEOQUIMICA MINERAL DE LAS LAVAS SIN- E POS-
GLACIARES DEL VOLCAN COPAHUE, ANDES DEL SUR
1Instituto de Geociências, Universidade de Brasília, Campus D. Ribeiro, Brasília, Brasil; 2 GESVA, Universidad
Nacional de Rio Negro, General Roca, Patagonia Argentina.
El volcán activo Copahue se ubica en la Zona Volcánica Sur de los Andes (37° 51’ 21.28'' S,
71° 09’ 38,80'' W) y forma parte del Complejo Volcánico Copahue-Caviahue de edad plioceno-
cuaternaria (Niemeyer y Muñoz, 1986, Linares et al., 1999, Folgure y Ramos, 2000). Varekamp
et al. (2006) reconocieron en la evolución de este complejo volcánico cuatro etapas principales:
Copahue I, Copahue II, Copahue III y Copahue IV. La fase Copahue I (de 4,3 a 0,8 Ma) se
caracteriza por depósitos piroclásticos de composición andesítica a riolítica y por la formación
de la caldera de Caviahue con domos riolíticos asociados a los 2 Ma. La fase Copahue II
empieza a los 0,8 Ma e representa la estructura volcánica que hoy se encuentra fuertemente
erosionada por las glaciaciones a la base del volcán Copahue. La fase Copahue III representa
la actividad volcánica contemporánea a la fase climática de desglaciación caracterizada por
depósitos piroclásticos y lavas. La fase IV representa la actividad volcánica post-glaciar
holocena caracterizada por flujo de lavas de composición intermedia a básica que se
encuentran en el sector oriental del volcán Copahue. En este trabajo fue realizado un estudio
petrográfico y de química mineral en dos muestras representativas de las fases Copahue III
(sin-glaciar) y Copahue IV (pos-glaciar). Las muestras son andesitas-basálticas con textura
porfirítica y fenocristales de plagioclasas, olivino, clinopiroxeno y óxidos. La matriz vítrea se
caracteriza por la presencia abundantes de microlitos de las misma fases minerales presentes
como fenocristales. La muestra de lavas pos-glaciar se caracteriza por la presencia de
glomérulos de olivino, clinopiroxeno+plagioclasa y clinopiroxeno+olivino+plagioclasa. Son
comunes en ambas muestras inclusiones vítreas en los cristales de olivino y de clinopiroxeno.
Se observan texturas de desequilibrio representadas por cristales de ortopiroxeno con borde de
olivino o clinopiroxeno y textura de mezcla entre vidrios de diferente composición. Se
efectuaron análisis de química mineral utilizando microsonda electrónica JEOL del Instituto de
Geociências de la Universidad de Brasilia. Se analizó la composición química de las principales
fases minerales, olivinos, clinopiroxenos, plagioclasas e óxidos tanto como fenocristales que
como microlitos en la matriz (fig. 1). Las plagioclasas varían em composición entre An46 a
An82, los clinopiroxenos entre En42Fs16Wo42 y En46Fs15Wo39, y los olivinos entre Fo72 y
Fo54. Las características petrográficas y de química mineral sugieren la presencia de
mecanismo de mistura durante la evolución de los magmas y que podrían haber controlado el
mecanismo eruptivo que generaron las lavas en estudio.
1145
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DO DIQUE DO
TORORÓ – SALVADOR, BAHIA, A PARTIR DE PARÂMETROS
FÍSICOS E QUÍMICOS.
Garcia, K.S.1; Barbosa, A. C. R. A1; Queiroz, A. F. S. 1; Macedo, D.P.P.2;
Lucena, M.C.2; Figueiredo, V.2; Campanelli, A.2; Oliveira, L.E.S.B.2; de Oliveira,
R.D²; do Amaral, D. N²; Nervino, M. R.³; Gradin, I.G.³.
1 Orientadores, Professores Doutores do curso de Geologia, Universidade Federal da Bahia;
2 Graduandos do curso de Geologia, Universidade Federal da Bahia; ³ Graduandos do curso de
Oceanografia, Universidade Federal da Bahia.
RESUMO: Este trabalho teve como objetivo a quantificação dos parâmetros físico-
químicos para avaliação da qualidade da água do Dique do Tororó, um corpo hídrico
localizado no centro da cidade de Salvador-Ba, que possui cerca de um quilômetro de
comprimento e até cinco metros de profundidade. Os parâmetros físicos analisados
foram a temperatura, que obteve um valor à época do ano que foi realizada a medição,
o pH, que obteve um resultado básico e também o oxigênio dissolvido, principal
parâmetro físico indicador de poluição. Os valores encontrados podem ser
enquadrados como dentro do padrão estabelecido pela resolução CONAMA 357/2005.
Foram, então, coletadas amostras de superfície e fundo em duas campanhas
realizadas nos meses de fevereiro e abril de 2016, totalizando dezoito pontos de
amostragem espalhados ao longo das margens do corpo d’água, coletando amostras
de águas na superfície e no fundo quando havia profundidade suficiente para a coleta
para determinação dos nutrientes. As análises resultaram em valores médios, nos
cátions: sódio (26 mg/L), potássio (5,3 mg/L), cálcio (20 mg/L) e magnésio (5,9 mg/L).
E nos ânions: cloreto (79,5 mg/L), fluoreto (0,16 mg/L), brometo (0,12 mg/L), sulfato
(32,5 mg/L), nitrato (2 mg/L), nitrito (0,47 mg/L) e fosfato (8,5 mg/L). Os resultados
foram tratados de acordo com a Resolução CONAMA 357/2005 para copos de água
doce classe III, e todos os valores das duas coletas foram considerados abaixo do
limite máximo estabelecido. As variações encontradas, principalmente aquelas
associadas aos parâmetros físicos medidos, podem ser associadas a variações no
índice de pluviosidade mensal e a influências antrópicas, uma vez que o Dique se
localiza em uma região da cidade com intenso fluxo de veículos, além de ser
margeado por estabelecimentos comerciais e residenciais, e um ponto de descarte
clandestino de esgoto. Porém, o Dique, apesar de se encontrar dentro de uma área
urbana, não apresentou valores acima do que foi estabelecido pela resolução
CONAMA 357/2005 para corpos hídricos de água doce classe III, e analisando
somente os parâmetros físicos e os nutrientes, o Dique do Tororó pode ser
enquadrado nesta classe, que são águas que podem ser destinadas ao abastecimento
para o consumo humano após o tratamento convencional ou avançado, à irrigação de
culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras, à pesca amadora, à recreação de contato
secundário e a dessedentação de animais.
1146
ANÁLISE DE PARAMETROS GEOQUÍMICOS DE ROCHAS, ÓLEOS E
BETUMES EM AFLORAMENTOS DAS FORMAÇÕES IRATI E PIRAMBÓIA NA
BORDA LESTE DA BACIA DO PARANÁ, SÃO PAULO, BRASIL
Crivellani, K.1; Queiroz, A.F.S.2; Mortatti, J.3; Cerqueira, J. R.4; Abreu, I.M.5
1 Bolsista
FAPEX, karenc@ufba.br - Programa de Pós-Graduação em Geoquímica: Petróleo e Meio Ambiente
(POSPETRO), Universidade Federal da Bahia (UFBA), 2 Departamento de Oceanografia (DOCean)/Instituto de
Geociências (IGEO)/POSPETRO/UFBA, 3 Divisão de Desenvolvimento de Técnicas Analíticas e Nucleares
(DVTEC)/Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA)/Universidade de São Paulo (USP)-
DOCean/IGEO/POSPETRO/UFBA, 4 DOCean/IGEO/POSPETRO/UFBA, 5 PNPD/CAPES-POSPETRO/UFBA
RESUMO: O presente trabalho faz parte do Projeto 4 – Recuperação das Informações Geoquímicas de
um Petróleo Altamente Degradado Através da Hidropirólise de seus Asfaltenos, inserido no Programa
Formação do Centro de Excelência em Geoquímica do Petróleo do Instituto de Geociências da
Universidade Federal da Bahia (UFBA) – GEOQPETROL, com apoio financeiro da BG Brasil E&P. No
âmbito das pesquisas geológicas, a Bacia Sedimentar do Paraná é considerada como a maior Bacia
Brasileira em extensão territorial e está associada a dois Sistemas-Petrolíferos: Irati - Rio
Bonito/Pirambóia e Ponta-Grossa – Itararé/Rio Bonito. Tendo como foco principal o estudo investigativo
do sistema petrolífero Irati-Pirambóia, os procedimentos analíticos aplicados neste trabalho buscaram
correlações geoquímicas através da análise de rochas, betumes e óleos (folhelhos da Fm. Irati e arenitos
asfálticos da Fm. Pirambóia), próximos a borda leste desta bacia, de forma a ampliar os conhecimentos
envolvendo os processos de biodegradação dos óleos dos reservatórios. Esta pesquisa visou ainda
identificar quais amostras de rochas se encontram em estágios mais avançados de degradação, de modo a
desenvolver posteriormente o procedimento de hidropirólise dos seus asfaltenos, recuperando dessa
forma, algumas das informações geoquímicas perdidas devido aos processos intempéricos sofridos pelos
óleos. Em laboratório, foram analisadas 19 amostras de rochas de acordo com a seguinte sequência
analítica: Pirólise Rock-Eval, Coluna de Purificação e Fracionamento, Óleo Total por Cromatografia
Gasosa (CG) acoplada ao sensor DIC (Detector de Ionização de Chamas), Biomarcadores Saturados por
Cromatografia Gasosa acoplada a Espectrometria de Massas (CG-EM) e análise isotópica do δ13C por
Espectrômetro de Massas acoplado com Cromatografia Gasosa. Os resultados obtidos foram avaliados e
interpretados geoquimicamente, baseados nos indicadores de fonte da matéria orgânica, de condições
paleoambientais e maturação, sempre considerando e analisando os efeitos da biodegradação de cada
amostra. De uma forma geral e qualitativa, os biomarcadores apresentaram diferentes níveis de
biodegradação, inclusive severos. Este fator aliado ao stress térmico sofrido pelo óleo durante sua
geração, dificultaram a determinação e interpretação dos parâmetros geoquímicos rotineiramente
utilizados em estudos de correlação rocha-óleo e óleo-óleo. No entanto, com auxílio da análise estatística
as principais variáveis que afetaram a separação de betumes e óleos em grupos foram previamente
identificadas para continuidade dos estudos direcionados a biodegradação. Para recuperação das
informações geoquímicas perdidas, indica-se submeter as amostras do ponto 6 – afloramento da Fm.
Pirambóia (Fazenda Betumita, cidade de Anhembi/SP) a craqueamento térmico através da hidropirólise,
visando a geração de petróleo contendo biomarcadores para um posterior balanço de massas, o qual irá
possibilitar um melhor entendimento dos processos e taxas de biodegradação que envolvem localmente o
Sistema-Petrolífero Irati-Pirambóia.
1147
MINERALOGIA E GEOQUÍMICA DOS LITOTIPOS DA
REGIÃO DA SERRA DA LUA, CANTÁ – RORAIMA
Feitoza, L.M.1; Soares, T.F.1; Araujo, R.C.1
1Universidade Federal de Roraima
1148
VARIAÇÃO DE ELEMENTOS TRAÇOS EM APATITA DE ORIGEM
METAMÓRFICA: UMA FERRAMENTA PARA ESTUDOS DE PROVENIÊNCIA
Henrichs, I.A1; Chew, D.1; McKenna, C.M.1; Ubide, T.1
1Trinity College Dublin
1149
DETERMINAÇÃO DA TEMPERATURA DOS MAGMAS GERADORES DOS
GRANITOIDES NEOPROTEROZÓICOS GETULÂNDIA E FORTALEZA-
DOMÍNIO PARAÍBA DO SUL
Mariana Santos Suzano¹; Beatriz Paschoal Duarte¹; Claúdia Sayão Valladares¹
1150
ESTUDO PRELIMINAR DO FOLHELHO NEGRO DA
BACIA DO TACUTU – RORAIMA
Oliveira, R.C1; Souza,V1; Máximo, M.S.1; Feitoza, L.M.1; Bicudo, C.A.1; Silva, E.Q.1
1Universidade Federal de Roraima
1151
BIOGEOQUÍMICA DO FÓSFORO EM SEDIMENTOS DA BAÍA DE SEPETIBA-
RJ COM DIFERENTES NÍVEIS DE INFLUÊNCIA ANTRÓPICA
Firmino, A.R.S.1; Rodrigues, S.K.2; Ferreira, L.J.S.¹; Monte, C.1; Rodrigues, A.P.C.1;Machado,
W.1
1 Depto de Geoquímica, Universidade Federal Fluminense; 2 COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
RESUMO: O fósforo pode ser um fator limitante à produtividade primária em áreas oligotróficas
entretanto, pode ser usado como um dos indicadores de eutrofização de sistemas aquáticos,
refletindo mudanças no uso do solo de bacias de drenagem. O presente estudo pretende
avaliar o registro sedimentar de formas orgânicas e inorgânicas do fósforo em sedimentos
costeiros de 6 pontos da baía de Sepetiba (litoral sul do Estado do Rio de Janeiro), visando o
estudo comparativo entre ambientes com forte influência antrópica e áreas controle da baía,
próximas a desembocadura. Os testemunhos foram coletados através de mergulho autônomo
em tubos de PVC, identificados e refrigerados até a chegada ao laboratório. Os sedimentos
foram liofilizados e homogeneizados. A granulometria das amostras foi obtida antes da
liofilização, utilizando granulômetro por difração à laser da marca CILAS – 1064, após 24h de
agitação do sedimento com adição de dispersante. Os resultados obtidos foram analisados
pelo programa de análise granulométrica GRADISTAT 1.0. A concentração de fósforo total (PT)
foi determinada após calcinação de aproximadamente 0,5 g de sedimento em mufla (450 °C),
por 4 horas, e extração em 10 mL de HCl 1 mol.L-1 por 16 horas. Para determinação da
concentração de fósforo total nesse extrato, usou-se uma análise colorimétrica. A metodologia
para o fósforo inorgânico (PI) foi similar, retirando-se a etapa de calcinação. O fósforo orgânico
(PO) foi obtido pela diferença: PT – PI. A determinação do conteúdo de matéria orgânica foi
realizada por gravimetria. Neste trabalho, serão descritos os dados para o testemunho coletado
na região próxima à restinga de Marambaia (UTM: 613220.6 / 7451016). O testemunho foi
seccionado de três em três centímetros, tendo 94 cm de profundidade, representando cerca de
200 anos de sedimentação. Apresentou predominância de areia (máximo: 74,4%), exceto
camadas intermediários do perfil, onde se encontra picos de silte (71,6%). O percentual de
argila variou de 6,6 a 15,0%. A matéria orgânica apresentou grande variabilidade ao longo do
perfil, apresentando sua menor concentração entre 17-20 cm (1,6%) e a maior entre 8-11cm
(9,9%). As concentrações de fósforo total foram similares ao longo do perfil, variando entre
257,4 e 518,2µg/g, excetuando-se o pico encontrado na base (1.547,2 µg/g). As concentrações
de fósforo inorgânico seguiram a mesma tendência, com concentração mínima (134 µg/g) entre
29-32cm e máxima (1.293,5µg/g) na base. O fósforo orgânico oscilou ao longo do perfil, tendo
menor e maior concentrações próximas à base (5,2µg/g, 89-92cm; 253,7µg/g, 92-94cm), sendo
em média 27,4±13,6% do fósforo total, tendendo a um maior percentual nas camadas do topo.
Somente as concentrações de fósforo total estão positivamente correlacionadas com o teor de
matéria orgânica (teste de correlação de Spearman, p<0,05). Os resultados sugeriram uma
variabilidade natural a ser comparada com as futuras análises de perfis sedimentares próximos
a fontes de poluição.
1152
2: ANÁLISE GEOQUÍMICA DE ROCHAS DA BACIA DO LAGO ISSYK-KUL –
QUIRQUISTÃO
Viana, C.S.1, Da Silva, M.A.1, Garnier, J.1, Toledo, C.L.B.1 Seyler, P. 1,2
1: Instituto de Geociências, Universidade de Brasília
2: HSM, HydroSciences Montpellier, França
RESUMO: O Lago Issyk-Kul localiza-se em uma depressão ao norte da cadeia de montanhas Tien
Shan, leste do Quirquistão, a uma altitude de 1.609 m, sendo o segundo maior lago de montanhas
do mundo (6.236 km2). Sua formação se deu no início do Mioceno, quando intensa atividade
tectônica originou uma depressão entre montanhas que acumulou água, possibilitando a formação
de um lago primitivo. O sistema atual do Lago Issyk-Kul foi gerado no Meso-Pleistoceno e a região
de sua bacia é marcada por um cinturão de dobramentos na direção E-W, perpendiculares à direção
de compressão máxima (Vermeech et al., 2004). Na região, encontra-se vários tipos de rochas tais
como rochas sedimentares (Cenozoico e Mesozoico), vulcânicas e plutônicas ácidas e
intermediárias (Ordoviciano), sendo considerado um lago salino (salinidade de ~6 g L-1), enriquecido
e depletado em determinados elementos químicos (Savvaitova e Petr, 1992). Esse trabalho tem
como objetivo analisar uma série de amostras coletadas na região da bacia Issyk-Kul, focando em
sua composição e classificação no que diz respeito aos seus âmbitos petrográfico e geoquímico.
As análises geoquímicas e mineralógicas propostas objetivam melhorar nosso conhecimento sobre
as rochas da encaixante do lago Issyk-Kul, principalmente em termo de composição química e
mineralógica. O maior entendimento das rochas que compõem a bacia do Lago Issyk-Kul é
importante para melhorar nosso conhecimento sobre a origem do lago, natureza dos sedimentos
do lago e a sua composição geoquímica (salinidade). Dezessete amostras (rochas e sedimentos)
foram coletadas na região do lago Issyk-Kul. A rochas foram descritas e a petrologia estudado a
parir de lâminas delgadas. As concentrações totais de elementos maiores e traços nas amostras
foram determinadas por ICP-MS após digestão ácida, seguido do tratamento dos dados e
elaboração de gráficos utilizando o programa GCDkit, versão 4.1. As rochas encaixantes ígneas
variam entre granitos pegmatíticos, granitos metaluminosos pertíticos, riolitos e dioritos, todos
moderadamente alterados, contendo feições de alteração tais como muscovitização, sausuritzação
e sericitação. Sendo esses granitos associados à um ambiente de arco continental, pertencentes à
série cálcio-alcalina. Os granitos são ricos em Ca e Sr, padrão típico de um granito tipo I, bem como
enriquecimento em elementos Terras Raras leves. As rochas sedimentares variam entre
sedimentos inconsolidados, ortoconglomerados e material carbonático. Os conglomerados,
coletados em uma paleo-costa localizada acima do nível do lago atual, são compostos por um
arcabouço de quartzo, microclínio pertítico e plagioclásio imersos em uma matriz de calcita
espática. De maneira geral, pode-se dizer que a composição química na maioria das rochas
encaixantes e dos sedimentos presentes no lago e ao redor deste não varia muito, demostrando
baixo intemperismo químico das rochas. Ademais, a composição dos conglomerados com altos
teores de Na, K e Ca, similares ao das encaixantes, está de acordo com a intensa ação do
intemperismo físico, situação condizente com o clima continental da região. Além disso, podemos
notar uma diferença significativa em alguns elementos pesados, sugerindo menor contribuição
desses minerais nos sedimentos.
1153
ANÁLISE COMPARADA DA COMPOSIÇÃO DAS CLORITAS DO
LINEAMENTO DE IBARÉ (RS) ATRAVÉS DE MICROSSONDA ELETRÔNICA E
ESPECTROMETRIA DE INFRAVERMELHO
1154
MINERALOGIA E GEOQUÍMICA DO PERFIL DE INTEMPERISMO DO
CARBONATITO TRÊS ESTRADAS, RS
1155
CARACTERIZAÇÃO MINERALÓGICA POR DIFRAÇÃO DE RAIO-X E
DETERMINAÇÃO DE TERRAS RARAS POR ICP-MS DE AMOSTRA DA
REGIÃO DE ARAXÁ-MG
Dias, H.; Araújo, L.R.O; Weber, W.; Ribeiro, Y.
1Centro Universitário de Belo Horizonte- UniBH
RESUMO:
O complexo carbonatítico de Barreiro está localizado ao norte do município de Araxá.
Apresenta predominantemente rochas ígneas máficas a ultramáficas, como glimeritos
(carbonatitos com Fe, Mg e Al associados), beforsitos (dolomita-carbonatito), presentes em
todo o complexo, e sovitos (carbonato-carbonatitos), restritos à porção NW do Complexo. A
região tem grande relevância econômica por possuir a maior reserva mundial de nióbio. O
manto de intemperismo do complexo apresenta teores elevados de Terras Raras (ETR)
constituindo depósitos econômicos. Estes elementos podem estar associados ao minério
fosfático e ao minério de nióbio. Este trabalho tem como objetivo a definição da composição
química, mineralógica e identificação dos tipos de elementos terras raras presentes em uma
amostra desta região. A caracterização das fases mineralógicas foi feita por Difração de Raio X
(DRX). A determinação dos elementos terras raras foram realizadas por Espectrofotometria de
Massa com plasma indutivamente (ICP-MS). Os minerais identificados foram: Goethita
(FeO(OH)) – 37,2%, Caulinita (Al2Si2O5(OH)4) – 31,9%, Gorceixita (BaAl3(PO4)(PO3OH)(OH)6)
– 15,6%, Goyazita (SrAl3(PO4)(PO3OH)(OH)6) – 5,8% e Monazita ((La,Ce)PO4) – 4,0 %,
caracterizando minérios fosfáticos lateríticos. A presença da hidroxila (OH) nas fases minerais
predominantes evidenciam a existência de um manto de intemperismo com teores relevantes
de Terras Raras. A caracterização mineralógica por DRX permitiu identificar apenas os
minerais principais, não sendo possível a identificação de minerais acessórios. Pelo método
ICP-MS foi possível quantificar os ETR, onde percebeu-se o enriquecimento das ETR leves em
relação aos ETR pesados na região, dentre eles se destacaram Ce (10838,56 ppm), La
(5762,56 ppm), Nd (4334,33 ppm) e Pr (1108,85 ppm). Ca e Na apresentam valores
relativamente baixos na amostra, uma possível causa é terem sido substituídos por ETR, uma
vez que possuem raios iônicos muito semelhantes com os dos ETRs os elementos Na, Ca, U e
Th são usualmente trocados nas estruturas dos minerais. Acredita-se que esse possa ser o
motivo dos teores de Ca e Na terem apresentados valores relativamente baixos. Foi realizada
uma normalização dos resultados encontrados de ETR da amostra com o Condrito, sendo
possível observar que a abundância de ETR é caracterizada por uma distribuição linear, com
enriquecimento de ETR Leves, complementando as informações obtidas através do ICP-MS.
Pelos teores de ETR identificados através do ICP-MS pode-se concluir que a região possui
potencial para exploração do manto de intemperismo com destaque para os ETR leves. Os
fosfatos presentes, em especial monazita, possuem maior afinidade com ETR leves, sugerindo
que tais minerais são os responsáveis pelos elevados teores destes elementos nas rochas
totais.
1156
PETROLOGIA E ANÁLISES DE ROCHA, DA BACIA DO LAGO
ISSYK KUL – QUIRGUISTÃO
Da Silva, M.A.1; Viana, C.S.1; Garnier, J.2
1Universidade de Brasília; 2Professor adjunto a Universidade de Brasília.
1157
PROVENIÊNCIA DOS SEDIMENTOS DE FUNDO SUPERFICIAIS DO
COMPLEXO ESTUARINO GOIANA-MEGAÓ, PERNAMBUCO: PETROGRAFIA
E QUÍMICA DOS MINERAIS PESADOS
Quinamo, L. A.1; Valença, L.M.M.2; Souza Neto, J.A.3.
1, 2, 3, Universidade Federal de Pernambuco
O estudo dos minerais pesados (densidade > 2,9 g/cm³) constitui-se de grande importância
científica, pois ocorrem como minerais acessórios em sedimentos e rochas sedimentares, são
derivados do intemperismo e erosão das rochas ígneas, metamórficas e sedimentares. Esses
minerais são relativamente resistentes às ações intempéricas e neles estão registradas as
características particulares de suas fontes. O Sistema Estuarino Goiana-Megaó, localiza-se no
extremo norte do Estado de Pernambuco e apresenta uma extensão de aproximadamente 18
km. O objetivo deste trabalho é caracterizar os minerais pesados dos sedimentos de fundo
superficial deste estuário e com isso inferir sua possível área fonte. Foram coletadas 4
amostras com draga Van Veen, ensacadas, numeradas, bateadas, passando por posterior
identificação dos minerais, com auxílio de lupa binocular e guias de determinação de minerais
em grãos. Para tal identificação, foram utilizadas propriedades físicas, tais como, cor, hábito e
tamanho. Posteriormente, estes minerais passaram por imageamento em microscópio
eletrônico de varredura, e análises de química mineral, com o auxílio de espectrômetro de
comprimento de onda acoplado. Os minerais pesados identificados foram, em ordem de
abundância: ilmenita, turmalina, cianita, epídoto, hornblenda, espodumênio, zircão e granada.
A ilmenita exibe cor preta, com brilho metálico, em formas não definidas e grãos angulosos. A
turmalina se apresenta com hábito prismático trigonal, presença de estrias verticais e
coloração variando de castanho a castanho esverdeado, o tamanho varia de 0,3 a 0,5 mm. A
cianita apresenta formas de tabletes achatados, alguns mais alongados segundo seu eixo
principal, outros mais curtos. Quanto,à coloração, os grãos transparentes se apresentam
dominante, porém, em menor proporção, foram identificados grãos azulados, esverdeados e
avermelhados com tamanhos variando de 0,5 a 1 mm. Os grãos de epídoto apresentam
superfície rugosa, fraturas conchoidais, coloração verde amarelado e amarelo. Predominam
os grãos subarredondados a arredondados, com tamanho variando entre 0,2 a 0,5 mm. A
hornblenda se apresenta em cristais prismáticos alongados, textura fibrosa, prismas finos e
aciculares e cor verde escura. O espodumênio apresenta-se na cor branca, cristais
prismáticos achatados com faces estriadas verticalmente. O zircão foi identificado em grãos
incolores, róseos, creme e acinzentados. Em sua maioria com forma de prismas curtos e
longos, bipiramidais, euedrais ou subeuedrais, alguns subarredondados, com tamanho
variando entre 0,2 a 0,5 mm. A granada mostra-se em grãos na forma dodecaedro, euédricas
e arredondadas exibindo aspecto superficial rugoso, coloração castanho alaranjado a
avermelhado. Com base nestes resultados preliminares, torna-se possível inferir a
proveniência desses sedimentos, de acordo com a composição das rochas identificadas à
montante (até 51 km) do estuário. A ilmenita, os zircões coloridos e subarredondados, o
espodumênio e o epídoto podem ser advindos das rochas (descritas macroscopicamente) do
Complexo Gnássico-Migmatítico do Arqueano (51 km do estuário). É possível que a
hornblenda, os grãos transparentes e os grãos coloridos euédricos de zircão sejam
provenientes das rochas granitoides sinorogênicos do Neoproterozoico (43 km do estuário). A
1158
presença de turmalina, cianita e granada pode estar relacionada às rochas metamórficas do
Complexo Surubim, com idade do Proterozoico Inferior (40 km do estuário).
1159
PALEOPRODUTIVIDADE DA MARGEM EQUATORIAL BRASILEIRA NO
PLEISTOCENO TARDIO
MAIA, C.S.R.1; CORDEIRO, R.C. 1; BARBOSA, C.F.1
1Universidade Federal Fluminense; Departamento de Geoquímica
1160
PIGMENTOS SEDIMENTARES DO ATLÂNTICO EQUATORIAL OESTE
DURANTE O ÚLTIMO GLACIAL
1161
Estudo Geoquímico e Aplicabilidade da Ciclicidade na Formação Irati,
Região do Arco de Ponta Grossa-Bacia do Paraná
Conforti, Renata Silva; Orientador: Egberto Pereira (UERJ)
87 pag- Dissertação (mestrado) Defesa 16/05/2014
Resumo: Diversos trabalhos foram elaborados na Bacia do Paraná, com sua diversidade de
interesses, quase sempre voltado para busca de recursos naturais (carvão, petróleo e gás).
Contribuindo para a formulação de novos trabalhos reafirmando e atualizando com técnicas mais
atualizadas e dentro de vários pontos de vistas científicos. No que diz respeito a geração de
hidrocarbonetos, a metodologia geoquímica em processos de pirólise delimitam horizontes
específicos na unidade. Ferramentas geoquímicas e isotópicas, representam resultados quanto o
caráter rítmico da unidade associado a eventos globais de caráter extra-baciais. A perfilagem elétrica
possibilitou descrever a ciclicidade da formação Irati. Identificando as unidades
quimioestratigráficas e sedimentológicas nos poços FP01 PR e FP05 PR. Dando respostas de ciclos
através da frequência elétrica da gamaespectrometria. Dados para análise das amostras do Poço FP
01 PR foi disponibilizado pelo Projeto do Departamento de Estratigrafia e Paleontologia,
aproveitado a análise do COT e selecionados para pirólise, acompanhado pela gamaespectrometria
e realizado análise de isótopos estáveis de carbono e oxigênio. No Poço FP 05 PR uma vez
quantificados, realizado as análises para isótopos estáveis. A metodologia aplicável Estratigrafia
química serviu de anteparo na pesquisa de eventos anóxicos, tempo geológico e correlação
estratigráfica. A perfilagem geofísica utilizou-se de dados de radiação gama, adquiridos no canal da
contagem total (CT) expresso por segundo durante o decaimento radioativo natural dos elementos
K, U e Th. A gamaespectrometria expressa de forma grosseira o volume de folhelho de acordo com
o intemperismo e a diagênese, medidas de radioatividade dos isótopos em folhelho. A difração do
Raio-X e fluorescência de Raio-X possibilitaram a identificação das fases na argila e relação dos
elementos constituintes desta. Aumento da granulometria (folhelhos- margas- calcários)
correspondem a superfícies de inundação. Os valores em unidades de cps entre 20 e 70% em
relações a CT, K, U e Th relativamente baixa. 50 a 70% excepcionalmente siltitos, elevados valores
de S2, COT, e Índice de Hidrogênio, folhelho betuminoso a siltito argiloso em ambos os poços.
Padrão fining upwards seguido de coarsing e fining upwards. A ciclicidade como padrão repetitivo,
com 02 metodologias diferentes quanto a gamaespectrometria., FP 05 PR, 03 litologias e 02 ciclos
sedimentares e FP 01 PR, repetição de 02 litologias, marcando 02 ciclos sedimentares. A
metodologia utilizada de 03 aplicabilidades, isotópicas, litológicas e geoquímica. FP 01 PR de A à
G com 07 ciclos sedimentares, tempo de deposição em torno de 440.000 anos, com intervalos de
3,125 Ma em deposição. Com taxas de acumulação alternando entre 0,576 m e 1,85m. Ausência da
1162
sequencia quimioestratigráficas da Unidade E/F no poço FP 05 PR. No poço FP 01 PR equivalência
quanto os 07 ciclos sedimentares e 07 unidades quimioestratigráficas.
1163
COMPARAÇÃO DE DADOS GEOQUÍMICOS DE ASSOCIAÇÕES
MAGMÁTICAS PALEOPROTEROZOICAS DO ESCUDO SUL-RIO-
GRANDENSE
Coutinho, R.S.1; Gregory, T.R.1
1Universidade Federal do Pampa – UNIPAMPA
A geologia do Rio Grande do Sul consiste numa complexa variedade de rochas que reflete
eventos tectônicos diversos. O Escudo Sul-rio-grandense representa o embasamento de
sequências fanerozoicas e localiza-se na região centro-sul do estado. Nele predominam rochas
de idade neoproterozoica e, secundariamente, rochas de idade paleoproterozoica. Em sua
porção leste, no município de São Jerônimo, afloram granitoides e gnaisses que compreendem
o Complexo Arroio dos Ratos (CAR) que representam parte do embasamento
paleoproterozoico, intrudido por uma grande variedade de granitoides neoproterozoicos.
Rochas de composição semelhante ao CAR afloram na parte central do escudo, no Domo de
Santana de Boa Vista, e constituem o Complexo Encantadas (CE). Ambos são constituídos por
tonalitos, granodioritos, trondhjemitos e rochas máficas associadas. O objetivo deste trabalho
consiste em comparar dados geoquímicos das rochas destes complexos. Para isto, foram
utilizados diagramas de classificação geoquímica, ambientação geotectônica e “spidergrams”,
gerados com o auxílio do software GCDkit, adotando dados geoquímicos já divulgados na
bibliografia. As análises empregadas correspondem a 8 amostras referentes ao CAR e 12 ao
CE. Através do diagrama TAS, ambas as associações classificam-se como subalcalinas
saturadas em sílica, com teor de sílica variando de 52 a 70% (%wt). No diagrama ternário
FeT+Ti-Mg-Al, todas amostras enquadram-se na série cálcio alcalina. No diagrama K2OxSiO2
se classificam como de médio a alto potássio. Percebe-se também que no CE tanto as rochas
básicas quanto as ácidas demonstram enriquecimento em potássio em relação às do CAR. No
diagrama A/NKxAl/CNK, as rochas do CE classificam-se como metaluminosas à
peraluminosas, enquanto que as do CAR apresentam caráter mais peraluminoso, mostrando
maior enriquecimento em Al. O padrão de ETRs normalizado para condrito exibe
empobrecimento em ETRs pesados em ambos os complexos, sendo mais acentuado para o
CE. No “spidergram” normalizado para condrito, nota-se uma anomalia negativa em Nb, Ta, Y
e Yb, enquanto que Hf e Ti apresentam anomalia positiva pontual. Conforme os diagramas
binário Th/Yb-Nb/Yb e ternário Rb/30-3Ta-Hf, estas rochas correspondem à um ambiente de
arco magmático, aproximando-se do campo do magmatismo pós colisional. Esta assinatura
pode ser obtida também a partir dos diagramas binários Th-Ta, Th/Ta-Yb e Th/Hf-Ta/Hf. Como
relatam demais pesquisadores, estas rochas foram formadas a partir de um arco continental
maduro ou margem continental ativa. Esta observação é corroborada pelo elevado teor de Al e
K de ambos complexos. A ocorrência de rochas básicas associadas implica na participação de
magmas oriundos do manto. Além disto, o padrão dos ETRs sugere um resíduo de fusão com
granada, que seria responsável por reter os ETR pesados. Estas rochas apresentam idade
ígnea de 2.234±28 Ma e 2.148±33 Ma, para o CE e para o CAR, respectivamente. Isto
corresponde a um intervalo de 86 Ma entre eles, tempo condizente com o da evolução de um
arco magmático continental, como o Andino. Conclui-se que estes complexos possuem
características geoquímicas semelhantes, com ocorrência de um pequeno enriquecimento de
um sobre o outro em alguns elementos típicos de crosta continental, podendo ser o registro de
diferentes pulsos magmáticos relacionados ao desenvolvimento do mesmo arco continental.
1164
AS ILMENITAS MANGANESÍFERAS DO KIMBERLITO AROEIRA,
PROVÍNCIA KIMBERLÍTICA NORDESTINA, BAHIA, BRASIL
Nascimento, M.A. 1,2; Rios, D.C.1,3, 4; Flynn, N.P.5; Santos, I.P.L.1,4,6; Nascimento, V.L.M.1,7
1 Laboratóriode Petrologia Aplicada à Pesquisa Mineral, Universidade Federal da Bahia; 2 Bolsista Programa
Ciência sem Fronteiras, CNPq/CAPES, matheus1822@hotmail.com; 3 Bolsista de Produtividade CNPq,
debora.rios@pq.cnpq.br; 4 Programa de Pós-Graduação em Geologia; 5 Department of Geology, School of Arts and
Sciences, La Salle University, Flynn@lasalle.edu; 6 Serviço Geológico do Brasil, Sureg Salvador,
ivanarapereira@gmail.com; 7 Laboratório de Raios-X, Instituto de Química, Universidade Federal da Bahia,
vilberto@ufba.br
1165
ORIGEM DOS PEGMATITOS DE PONTA NEGRA (RJ) E IMPLICAÇÕES NOS
ESTÁGIOS TARDI- A PÓS-COLISIONAIS DO GONDWANA
Bongiolo, E.M.1; Renac, C.2; Piza, P.A.T.1; Schmitt, R.C.1; Mexias, A.S.3
1Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); 2Universié de Nice; 3Universidade Federal do Rio Grande do Sul
1166
MINERALOGIA E GEOQUÍMICA DOS SOLOS DA UNIDADE HIDROGRÁFICA
DE CONTRIBUIÇÃO E SEDIMENTOS DO BRAÇO RIACHO FUNDO NO LAGO
PARANOÁ – DF, BRASIL
DIAS, D.F.1; GARNIER, J. 1, GUIMARÃES, E.M. 1, ROIG, H. L. 1
1Universidade de Brasília
RESUMO: O Lago Paranoá, localizado no Distrito Federal, foi construído junto com a capital
Brasília na década de 60, e está inserido em na Bacia do Paranoá com cinco unidades
hidrográficas e quatro afluentes principais. O lago recebe grande influência antrópica da
unidade hidrográfica tais como o Riacho Fundo, que despeja potencialmente elevada carga de
poluentes e sedimentos advindos do escoamento superficial. Este estudo teve como objetivo a
caracterização mineralógica e geoquímica de solos da unidade hidrográfica Riacho Fundo em
quatro tipos diferentes de uso e ocupação (área urbana com maior adensamento populacional,
área urbana com menor adensamento populacional, área agrícola e campo cerrado natural) e
dos sedimentos depositados e materiais em suspensão (MES) transportados para Braço
Riacho Fundo do Lago Paranoá, em três diferentes pontos. A composição mineralógica das
amostras de solo e sedimento foram determinadas por Difratometria de Raio-X (DRX), a partir
da interpretação dos difratogramas e análise semi-quantitativa. Foram encontrados como
constituinte principal das amostras na fração total quartzo e caolinita, seguido por gibbsita e
ilita. Na fração argila, o mineral predominante é a caolinita, seguido de gibbsita e ilita; o quartzo
aparece como constituinte menor e traço. Como constituintes traços nas duas frações foram
encontrados goethita, hematita, rutilo, anatásio, vermiculita e calcita. A mineralogia interpretada
pelos difratogramas foi comparada com as rochas que constituem a bacia hidrográfica
composta principalmente por ardósia na região mais baixa e metarritmito arenoso na região
mais alta. A predominância de quartzo, caulinita, gibbsita e ilita está de acordo com as
formações geológicas e o intemperismo delas. A calcita presente nas amostras de solo de área
urbana foi encontrada na condição traço e pode ser associada à construção civil pela utilização
de sulfato de cálcio em gesso ou argamassa. As análises geoquímicas de concentração total
dos elementos foram realizadas por fusão ácida com metaborato de lítio e análise no
espectrômetro de emissão atômica por plasma acoplado (ICP-AES). As amostras de solo da
unidade de contribuição tiveram valores de concentração de acordo com uso e ocupação do
solo, podendo ser destacado as altas concentrações de Al e Fe, devido às características
pedológicas da região muito abundante desses elementos. Os sedimentos transportados pelo
escoamento superficial através do ribeirão Riacho Fundo trazem características da unidade de
contribuição, uma vez que são transportados das áreas mais altas para as mais baixas, e
tiveram como constituinte maior Al, seguido de Fe, K, Ti, Ca, Mg, P, Pb e Na. Ca e Mg tiveram
baixos valores de concentração, contudo podem indicar ações antrópicas de uso da terra nas
áreas urbanas, uma vez que esses elementos são interpretados como provenientes
principalmente da lixiviação dos resíduos da construção civil. Portanto, a partir de dados de
mineralogia e concentração total dos elementos do solo e sedimentos podemos constatar uma
perturbação de origem antrópica nos sedimentos em suspensão e sedimentos de fundo
depositados no Lago Paranoá.
1167
ASSINATURA GEOQUÍMICA DE APATITAS DE GRANITOS MINERALIZADOS
DA PROVÍNCIA ESTANÍFERA DO SUL DO PARÁ E SUA APLICAÇÃO COMO
MINERAL RESISTATO INDICADOR
Nery, P.H.S. 2; Faro, P.S.P. 2; Fonseca, C.S. 2; Marques, G.T. 2; Lamarão, C.N. 1, 2
1Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica, IG/UFPA; 2Grupo de Pesquisa Petrologia de
Granitoides, GPPG/UFPA
RESUMO: Os granitos Antônio Vicente (GAV), Bom Jardim (GBJ), Mocambo (GM) e Serra da
Queimada (GSQ), pertencentes a Suíte Intrusiva Velho Guilherme, Província Carajás, situam-
se na região do Xingu, porção oeste da Serra dos Carajás. São constituídos por monzogranitos
e sienogranitos hidrotermalmente alterados, onde as rochas mais evoluídas/alteradas e corpos
de greisens associados contém mineralizações de Sn e W. As fases máficas são
representadas por anfibólio, nas rochas menos evoluídas do GAV, e biotita. Como minerais
acessórios ocorrem zircão, cassiterita, wolframita, allanita, monazita, ilmenita e magnetita,
enquanto sericita-muscovita, clorita, fluorita, epidoto, topázio e carbonato representam os
secundários. A cristalização da cassiterita foi tardia e ocorreu durante a oxidação das micas
primárias. Geoquimicamente, são rochas de natureza subalcalina, caráter metaluminoso a
peraluminoso, com assinatura de granitos tipo-A reduzidos e afinidade geotectônica com
granitos intraplaca. O trabalho consistiu no estudo de cristais de apatita presentes nas
diferentes fácies dos granitos estaníferos mencionados, utilizando-se imagens de elétrons
retroespalhados (ERE) e análises semiquantitativas por EDS adquiridas com o auxílio de um
MEV. Para efeitos comparativos, foram analisados cristais de apatita de granitos tipo A
oxidados da Província Carajás (granitos Jamon, Redenção, Seringa e São João), além do
granito cálcico-alcalino São Jorge, da Província Tapajós, desprovidos de mineralização. As
apatitas das rochas monzograníticas com anfibólio e biotita (BASMG) do GAV, consideradas as
menos evoluídas, são mais enriquecidas em Ca e P (37,35% a 46,05% e 20,33% a 23,91%,
respectivamente) em relação às apatitas dos BMG (37,92 a 39,83% e 20,35 a 21,09%) e dos
BSG mineralizados (29,50 a 43,04% e 17,13 a 22,89%). Por outro lado, Rb, Y e Sr mostraram
comportamento inverso, sendo mais empobrecidos nas apatitas dos BASMG (0,12 a 0,64%,
0,84 a 1,50%, 0,12 a 0,33%), levemente enriquecidos nas apatitas dos BMG (0,36 a 0,51 %,
1,25 a 1,60%, 0,16 a 0,28%) e bem mais elevados nas apatitas dos BSG mineralizados (0,27 a
2,45%, 0,80 a 4,18%, 0,17 a 1,16%). Comportamento geoquímico similar foi constatado nas
apatitas do GBJ. As apatitas do GM e GSQ, em fase de análises, apontam neste mesmo
sentido. As apatitas dos outros granitos não mineralizados não apresentaram variações
elementares significativas e se separaram das apatitas das rochas mineralizadas nos
diferentes diagramas geoquímicos. As apatitas das rochas mais evoluídas e alteradas dos
corpos mineralizados estudados até o momento (GAV e GBJ) mostram uma assinatura
geoquímica característica, marcada pelo enriquecimento em Rb, Y e Sr, que pode ser utilizada
preliminarmente como guia prospectivo de corpos estaníferos, ou, em outras palavras,
comportam-se como um mineral resistato indicador para este tipo de mineralização.
1168
HIDROGEOQUÍMICA DAS ÁGUAS MINERAIS ENVASADAS NO BRASIL
E SUA VARIABILIDADE
Rodrigues, A.B.¹; Oliveira Filho, O.B.Q²
¹Universidade do Estado do Amapá; ²Universidade do Estado do Pará
RESUMO
Este trabalho realizado teve como objetivo apontar alguns dos principais processos que
envolvem a composição hidrogeoquímica das águas consumidas dentro do território brasileiro.
Para que isto ocorresse foram adquiridos diferentes rótulos de marcas d’águas consumidas na
região norte, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul. Ao total somaram-se 10 rótulos de
concessionárias diferentes tendo como parâmetros de análise pH, condutividade elétrica,
cloreto, sódio, sulfato, nitrato, magnésio, cálcio e bicarbonato . A partir disso a análise da
composição química revelou que águas consumidas na região norte apresentam o valor de pH
mais elevado, não ocorrente em decorrência da pequena solubilidade do elementos, mas por
causa de fênomenos climáticos como as altas taxas de pluviosidade anual que além de diluir os
elementos dissolvidos, acarreta na adsorção de acidez ao ambiente em detrimento das águas
de percolação carregarem consigo o ácido carbônico ( ). Além disso, a própria vegetação
densa por meio da respiração liberam , contribuindo para a sua elevação, juntamente com
pouca fertilidade dos solos. As águas minerais consumidas no centro-sul apresentam valores
elevados de bicarbonatos, sódio, magnésio e cálcio, remetendo a presença de rochas calcárias
como a caucita que é um mineral ligado aos cátions cálcio e magnésio, que são responsáveis
pela dureza total da água. Nestas águas da região centro-sul o pH apresentou-se elevado,
mostrando que a presença do sistema carbonato é responsável por sua elevação. As águas do
nordeste brasileiro apresentaram valores elevados de cloreto, indicando que seus pontos de
captação são em proximidades do mar. Além disso, este trabalho mostrou a vulnerabilidade dos
pontos de captação das águas consumidas no norte do Brasil. Enquanto as águas do Centro-Sul
apresentaram valores altos dos elementos os da região norte apresentaram baixíssimos valores.
Tal disparidade indica que os poços de captação no norte são em aquíferos mais rasos, o que
os tornam mais suscetíveis a contaminação antrópica como descargas de efluentes domésticos,
já os da região Centro-sul, os valores na unidade partes por milhão (PPM), mantiveram-se altos,
ou seja, durante percurso da água de percolação pelo aquífero, esta leva mais tempo, há
maiores profundidades, há maior circulação, indicando que a explotação ocorre em aquíferos
mais profundos, seguros e que permite maior contato das águas com as rochas, permitindo que
haja melhor atividade de desintegração e liberação de elementos.
1169
Para caracterizar uma água, são determinados diversos parâmetros, os quais
representam as suas características físicas, químicas e biológicas (MOTA, 2003). Os principais
parâmetros físico-químicos que definem a qualidade da água são: pH, condutividade elétrica,
teor de cloretos, teor da dureza total, dureza do cálcio e do magnésio (PEDRO et al. 1991). Além
destes, para Szikszay (1993) os mais importantes sais solúveis que ocorrem em quantidades
relativamente grandes nas rochas, são os carbonatos, sulfatos e cloretos, portanto os íons mais
importantes encontrados nas águas são: , , , , , .
METODOLOGIA
Foram obtidos 10 rótulos de águas minerais que são consumidas em diferentes regiões
do Brasil. A partir disso, realizado a análise de suas características físico-químicas presentes
nos próprios rótulos a fim de explicar a sua origem e os fatores que determinam sua composição.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com base nas informações adquiridas nos rótulos de diferentes águas minerais a tabela
abaixo foi montada levando em consideração os paramentos de qualidade:
1170
valores elevados de bicarbnato em sua composição em relação as outras, indicando que estas
são captadas em tipos de rochas bicarbonatadas sódicas como os feldsptóides. Sua alta
concentração se dá por este elemento apresentar alta solubilidade e mobilidade geoquímica.
O sulfato é encontrado em rochas ricas em enxofre como os evaporitos originalmente de
gases magmáticos (RICKE, 1961). São elementos solúveis e assim como o nitrato são
indicadores de influencia antrópica por despejos de esgotos, visto que, o sulfato é a redução do
sufeto em ambientes anóxicos e nitrato o produto final da estabilização ambos na presença de
matéria orgânica. Valores elevados indicam a possível descarga de efluentes domésticos em
aquíferos rasos. Para a marca 7, os valores altos indicam a presença de rochas como os
evaporitos, o que explicam sua alta concentração devido sua solubilidade e mobilidade.
Verificando de forma geral todos os dados, percebe-se que as águas da região norte são
explotadas de aqüíferos com tempo de circulação muito baixo, ou seja, a água de percolação
adentra em pontos mais rasos. Além disso, cita-se as altas taxas de precipitação e baixa
fertilidade dos solos cm fatores preponderantes para que haja pouca mineralização dos
constituintes químicos. Diferente do que ocorre nas águas consumidas no centro-sul do país,
onde os valores apresentam-se em maior quantidade, indicando que há um tempo maior de
contato da rocha com as águas percolantes estando localizadas em aquíferos mais profundos.
CONCLUSÃO
Este trabalho apresenta as características hidrogeoquímicas das águas minerais
consumidas no Brasil, indicando sua origem e processos que contribuem para sua composição.
Grande parte destas águas provém de aquíferos rasos como os da região norte, no qual o tipo
de solo pobre em fertilidade, aliados a altas taxas de precipitação, levam a apresentar águas
com baixas concentrações de nutrientes, já as águas do Centro-Sul tem sua composição
controladas pelos tipos de rochas percoladas e profundidade dos aquíferos que, são mais
profundas permitindo maior tempo de contato entre as águas de percolação e as rochas
apresentando valores mais elevados. Além disso, este trabalho apresenta a questão vulnerável
que se encontram os aqüíferos da região norte.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual Prático de Análise de Água. ed. – Brasília:
Fundação Nacional de Saúde, 2000
MOTA, S. Introdução à engenharia ambiental. 3 ed. Rio de Janeiro: ABES, 2003. 416p.
PEDRO, N. A. R., et al. Determinação de metais em águas minerais da região de Campinas, São
Paulo. Química Nova, v.14, n. 4, p. 108-109, 1991.
PRESS, F., et. Al. Para Entender a TERRA. 4 ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. 86p.
RAMIRES, I., et al. Avaliação da concentração de flúor e do consumo de água mineral. Rev.
Saúde Pública, v.38, n.3, p.459-465, 2004.
1171
RICKE, W. Ein Beitrag zur Gepchemie dês Schwefels. Geochim. Cosmochim. Acta. Oxford, 1961.
SZIKSZAY, M. 1993. Geoquímica das Águas. São Paulo, Boletim IGUSP, Série didática no 5,
IG-USP, 166p.
1172
MAPA DE ANOMALIA GEOQUÍMICA DO ESTADO DO CEARÁ, BRASIL.
Calado, Bruno de Oliveira
Serviço Geológico do Brasil – CPRM, Fortaleza – CE
RESUMO: O Levantamento Geoquímico de baixa densidade do Estado do Ceará permitiu o estudo da composição
química da superfície terrestre, principalmente dos materiais geológicos: sedimentos de corrente (n=880), solos
(n=219) e águas de superfície (n=696). A distinção entre ambientes enriquecidos e empobrecidos em determinados
elementos químicos forneceram indícios de mineralização, como também, contaminação antrópica. A definição de
anomalia seguiu a interpretação de gráficos Box plots dos resultados analíticos brutos (normais) e também log-
transformados de 53 elementos químicos obtidos por ICP-MS, após extração parcial em água régia para solos e
sedimentos. O mapa de anomalia geoquímica mapeia algumas ocorrências minerais historicamente conhecidas no
Ceará. Por exemplo, amostras de sedimentos de corrente provenientes das cabeceiras do rio Banabuiú e riacho
Capitão Mor apresentaram anomalias pontuais para Cr, Ni, P, Te e Pt, como reflexo das ocorrências de cromita da
unidade Tróia. Amostra de sedimento de corrente coletada no rio Carrapateiras apresentou anomalia dos elementos
As e Hg, principais farejadores de metais preciosos, e indicaram áreas com requerimentos e autorização para
pesquisa de minério de ouro junto ao DNPM. Amostras de sedimentos analisadas ao longo do Rio Jaibaras
apresentaram anomalias de As, Cu e Te, que indicaram áreas com conhecidas ocorrências de brechas hidrotermais de
ferro e cobre associadas às rochas vulcano-sedimentares da Bacia de Jaibaras e aos corpos graníticos Meruoca e
Mucambo. Uma extensa zona anômala de As e Sb foi reconhecida no noroeste do estado, onde delimita a área do
Grupo Ubajara e sua relação com o Granito Mucambo. Nessa região ocorre metamorfismo de contato e foram
descritos filões de ferro associados aos metacalcários. Outra importante zona anômala de As foi reconhecida no
extremo sudeste do estado, no Rio Salgado, onde esteve associado com elementos farejadores de metais preciosos,
como Cd, Cu, Mo, Pb, Te, Sb, W e Zn. Nesta região ocorrem rochas do Grupo Cachoeirinha que são correlacionados a
Faixa Seridó, que hospeda uma importante mina de W-Au (Mina de Bonfim), como também de ocorrências de cobre
conhecidas (Prospecto de Aurora), hospedados em rochas metavulcano-sedimentares e semelhante aos depósitos
IOCG de idade brasiliana. Exemplos de contaminação antrópica também são observados, como por exemplo, na
amostra de água de fonte, coletada numa fissura de contato entre arenitos e argilitos no Grupo Serra Grande, à
jusante da cidade de Viçosa do Ceará. A concentração elevada de nitrato (114mg/L) pode indicar contaminação por
efluentes domésticos. Esta cidade apresentou 50% de saneamento básico inadequado, conforme Censo do IBGE
2010. Os elementos Be, Co e Pb também apresentaram-se enriquecidos nestas águas, juntamente com Al e Cu, com
teores acima dos valores de referência da legislação brasileira. Neste caso, é necessário monitorar a qualidade das
águas superficiais do Ceará. Embora a maioria das águas (70%) tenha sido classificada como doce pela condutividade
elétrica, a grande maioria apresentou um ou mais elementos químicos acima das classes 1, 2 e 3 da Resolução
Conama n°357/2005. Por fim, o Mapeamento Geoquímico de superfície em escala de baixa densidade do estado
demonstrou importantes correlações de caráter litológico e metalogenético, e indicaram áreas de relevante interesse
mineral.
1173
PETROLOGIA E GEOQUÍMICA DAS ROCHAS VULCÂNICAS ALCALINAS DA
PORÇÃO OESTE DO ESTADO DE MINAS GERAIS: MOBILIDADE E
CONCENTRAÇÃO DE ELEMENTOS-TRAÇO EM KAMAFUGITOS
Magalhães, L.L.1; Ferreira, A. C. D.1
1Faculdade do Noroeste de Minas – FINOM
1174
CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DOS CARBONATOS ASSOCIADOS ÀS
ROCHAS METACARBONÁTICAS DA MINA RIO BONITO, CAMPO LARGO,
PARANÁ
Silva, L.G.M.1, Silva, T.G.1, Pinto-Coelho, C.V.1
1Universidade Federal do Paraná
1175
BASALT AND RHYO-DACITE WEATHERING AND SOIL CLAY FORMATION
UNDER SUBTROPICAL CLIMATE IN SOUTHERN BRAZIL
Radtke, L.M.1; Caner, L. 2; Mexias A.S.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2Universidade de Poitiers
Resumo: Highly weathered soils are a constant in whole Brazil, due to its climate (high
temperatures and high annual precipitation). Though different studies made in several areas of
the country, fewer are those focused in the mass balance of the soils. The mass balance will
measure the loss and concentration of different and important cations, which are important for
mineralogy formation and even more important for plants development (nutrition).The objective
of this study was to measure the mass balance in soil profiles and to compare the results with
the mineralogy. The plateau of basaltic to rhyo-dacitic composition covers a large area
(1.200.000 Km2), in south and southern Brazil and part of Argentina, Uruguay and Paraguay, it
is one of the latest events of separation of Gondwana supercontinent (the event dated from late
Triassic/early Jurassic, about 130 million years ago). The area isintensively cultivated (cash
crops, such as soybean, corn, apples, pines (Pinustaeda and Pinuselliotti), and ryegrass) which
represents high economical importance, and the soils to be used properly they need a widely
and resourceful studies. For this study we have chosen two profiles to analyze the mineralogy
and chemical composition. The two profiles were chosen, so they would be representative of
the litholigies of the region: profile 1a soil developed over a rhyo-dacite (near the city of São
Francisco de Paula) and profile 2 (near the city of Canela) soil developed over a basalt. The
laboratory analyses for both profiles were done after air drying samples at room temperature
and sieving to obtain <2mm fraction. The general analyses were: organic carbon, pH, cation
exchange capacity (CEC), density of different soil horizons, particle-size distribution, dithionite-
citrate-bicarbonate, ammonium oxalate at pH 3 and clay characterization by X-ray diffraction
(XRD). The general analyses helped us to have an overview of the profiles, showing that the
mineralogy was 1:1 clay minerals and oxy-hydroxides of Fe and Al and the existence of
hydroxyl-Al interlayered minerals, high values of organic carbon for the top soil horizons,
moderate to high values of CEC for both profiles, acidic pH (4.4 to 4.8) and low bulk density,
due to its high organic matter content.After these results, specific chemical analyses were made
to better understand the weathering processes in both profiles. The total chemical analyses of
bulk sample were performed by X-ray fluorescence (XRF) to calculate the 4Si (number of Si4+
cations divided by 4 to refer to the general formula unit of phyllosilicates); M+ (Na++K++2Ca2+);
R2+ (Mg2++ Fe2++Mn2+); and R3+ (Al3++Fe3+). Following these results the weathering indices were
calculated (Chemical Index of Alteration, CIA; Weathering Intensity Scale, WIS) and element
mass balance. The results of these analyses have shown extensive loss of all elements (high
∆4Si, WIS and CIA) with residual accumulation of Fe and Al oxy-hydroxides. The weathering
degree is different in comparison of both profiles being higher on the rhyo-dacite than on the
basalt.
Palavras-chave: WEATHERING, SOILS, MASS BALANCE
1176
ANÁLISE DE ARGILAS À BAIXOS ÂNGULOS COM OTIMIZAÇÃO DE FEIXE
DINÂMICO: UM ESTUDO COMPARATIVO
Da Silva, R.F.1; Mexias, A.S.2; Bercht, E.2
1Bruker do Brasil; 2Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 3Universidade Federal do Rio Grande do Sul
1177
COMPOSIÇÃO MINERALÓGICA DO SOLO DO MUNICÍPIO DE MONTE
ALEGRE – PARÁ
RESUMO: Os solos são comumentes vistos como constituintes de uma esfera terrestre
(pedosfera), onde ocorrem os processos físicos, químicos e biológicos de interface com as
rochas, águas, seres vivos, atmosfera, e ainda com os processos induzidos pelo homem em
sociedade. O presente trabalho está inserido em um estudo de solos da Região Amazônica e
teve como principal objetivo determinar a composição mineralógica do solo superficial do
município de Monte Alegre, localizado no Estado do Pará. As amostras de solo foram coletadas
no mês de outubro do ano de 2011, em uma jazida de extração de calcário, explorada pela
Companhia CALTAREM – Exploração de Jazida e Comércio de Calcário e Brita Ltda, distante
aproximadamente 40 Km da sede municipal de Monte Alegre, na margem esquerda da rodovia
PA – 423. Segundo a EMBRAPA (1998) os solos dessa região são representados por Latossolos
e Podzólicos Vermelho – Amarelo Distrófico, com fertilidade natural baixa a muito baixa, a região
é formada principalmente por rochas areníticas e calcário.Para a caracterização deste perfil
foram coletadas 10 amostras de solo nos primeiros 20 cm (horizonte A), segmentados em
porções de 2,0 cm (horizonte A); uma única amostra entre 40 a 60 cm da rocha matriz (arenito)
e uma amostra de calcário totalizando doze (12) amostras. O tratamento das amostras coletadas
foi realizado na Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), em seguida as mesmas foram
encaminhadas para a Universidade Federal do Pará (UFPA), onde foram realizadas as análises
mineralógicas em Difratômetro de Raio – X, modelo X’PERT PRO MPD da PANalytical. A
aquisição dos dados foi feita com o auxílio do software X’Pert Data Collector, versão 2.1ª, e o
tratamento realizado com o software X’Pert HighScore versão 2.1b, ambos da PANalytical, a
identificação dos minerais foi realizada através da comparação do difratograma obtido com
padrões do banco de dados do ICDD-PDF. As análises de Difratrometria de Raio – X das 12
amostras deste perfil de solo, indicaram uma composição mineralógica similar entre os
segmentos, o perfil estudado é dominado por quartzo, revelando o caráter muito arenoso desses
solos. Feldspatos estão presentes em pequenas quantidades, foi observado ainda traços de
mica, caulinita e clorita, a presença de clorita se deu apenas na base do perfil, indicando ser
proveniente da rocha – mãe. Foi possível ainda observar a presença de altas taxas de Zircão,
Vanádio, Óxido de Manganês e Urânio nos solos analisados. Com base nos resultados obtidos
é possível inferir que os solos dessa região são de fato representados por latossolo e Podzólicos
vermelho-amarelo, como referenciado nas bibliografias consultadas.
1178
ANÁLISE HIDROGEOQUÍMICA PRELIMINAR DE AQUÍFEROS NA BACIA
SEDIMENTAR DO PARNAÍBA NO ESTADO DO PIAUÍ
Silva, R.S.V.1; Silva-Filho, E.V.1; Bidone, E.D.1, Gomes, O.V.O.1, Castilhos, Z.C.2
1Universidade Federal Fluminense; 2Centro de Tecnologia Mineral
RESUMO: Este trabalho faz parte do projeto interinstitucional “Apoio à implantação do campus
avançado do CETEM, Teresina – PI” (FINEP), parceria do CETEM, governo estadual do Piauí,
prefeituras municipais e CPRM. O projeto gerou o estudo “Avaliação de risco à saúde humana
como ferramenta à gestão dos recursos hídricos subterrâneos no estado do Piauí”, o qual
subsidia o doutorado [em curso] do primeiro autor [“Hidrogeoquímica e gestão dos aquíferos no
Estado do Piauí, Brasil”]. As coletas foram realizadas em poços de produção em terrenos
públicos, gerenciados por prefeituras municipais e que atendem ao maior número de famílias.
Em 11 municípios foram amostrados 93 poços nos aquíferos porosos/granulares (partes livres
como nas confinadas): Serra Grande, Cabeças, Potí e Piauí. Parâmetros físico-químicos foram
medidos in situ por sonda multiparâmetrica. As amostras foram acondicionadas em dois
frascos de polietileno [250ml, cada] um mantido refrigerado, e outro acidificado, encaminhados
para o LABÁGUAS - PUC/RIO para análise por Cromatografia e ICP-MS. Os resultados das
análises foram tabulados, tratados estatisticamente e em softwares específicos para análises
hidrogeoquímicas. O resumo dos resultados preliminares [valores em mg/L, exceto o pH e a T
em UT]: N= 93; CO32- 2,01±4,47; HCO3- 132,53±102,59; F- 0,11±0,13; Cl- 15,66±19,01; Br-
0,08±0,13; NO3- 5,55±20,13; HPO42- 0,17±0,27; SO42- 6,97±9,72; CaCO3 110,13±86,26; Na
27,95±32,86; K 7,10±5,28; Ca 14,91±13,78; Mg 6,35±6,87; pH 7,68±0,64; CE 265,16±183,57; T
0,99±0,28; RSevap 178,25±116,20; Dtotal 63,32±60,45. Os resultados mostram uma
relativamente baixa dispersão dos parâmetros físico-químicos, e uma alta dispersão para
alguns constituintes, e.g., CO32- e NO3-, a serem ainda interpretadas. Os valores máximos não
ultrapassam os limites estabelecidos pela legislação vigente [quando aplicável]. As águas
Bicabornatadas Sódicas predominam, seguidas das Bicabornatadas Cálcicas ou Magnesianas,
e em menor número Sulfatadas ou Cloretadas Sódicas. Diferenças composicionais perceptíveis
podem ser observadas entre os aquíferos com o uso de diagramas de classificação de águas,
e.g. diagrama de Piper, e análise de cluster. A proporção dos íons nas amostras sofre
alteração de acordo com sua localização espacial. O estudo hidrogeoquímico prossegue com a
amostragem de poços de monitoramento, enfatizando a influência da litoestratigrafia, dos
aspectos hidrodinâmicos e do uso dos solos, bem como realização da análise isotópica - δ2H e
δ18O como suporte para a caracterização das condições de recarga, descarga, vulnerabilidade
e origens dos sistemas aquíferos.
1179
CHEMISTRY OF CHROMIAN SPINEL AND ISOTOPIC DATA IN HIGH-Mg
ROCKS FROM THE MORUNGAVA INTRUSION, CRETACEOUS PARANÁ
MAGMATIC PROVINCE, SOUTHERN BRAZIL
Pinto, V.M.1, Hartmann, L.A.2, Wildner, W.3, Massonne, H.-J.4, Theye, T.4, Koester, E.2
1UniversidadeFederal de Pelotas, Centro de Engenharia, Engenharia Geológica; 2Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Instituto de Geociências (UFRGS); 3CPRM – Serviço Geológico do Brasil, Porto Alegre, RS;
4Institut für Mineralogie und Kristallchemie, Universität Stuttgart.
The Paraná magmatic province in South America and the minor Etendeka remnant in Namibia,
Africa, consist mostly of basalt and rhyodacite. This province is one of the largest igneous
provinces (LIPs) in the world, closely related with the Lower Cretaceous opening of the South
Atlantic Ocean.The regional distribution of magmatism and the distinct magma types involve
different mantle sources. The Morungava intrusion is located in the southeastern part of the
Paraná basin, at the foothills of the Serra Geral plateau, and displays distinctive intrusive forms
and geochemical differences with respect tothe main lava sequence. Composition of
chromiferous spinel and associated olivine of four picritic rocks and one tholeiitic rock of the
Morungava mafic-ultramafic sill-like intrusion are reported here, to point out the chemical
variations of this phase and early crystallization processes that caused crystallization of spinel
in primitive magmas. The Pb isotope data from these rocks added to the new Sr-Nd data are
interpreted. Samples were selected from five different drill cores with high MgO and Cr
contents. Two types of chrome-spinels have been identified in olivine gabbronorites and olivine
wehrlites from the intrusion. Type I – variation limited tothe coreof high Mg idiomorphic olivine
crystals, with high Cr2O3 (28 – 35 wt. %), Al2O3 (30 – 34 wt. %), MgO (12.6 – 14.6 wt. %) and
low TiO2 (0.5 – 0.8 wt. %) contents. The Type II crystals occur in the interstices between olivine
and clinopyroxene, with high TiO2 (2 – 15.8 wt. %) and lower Al2O3 (5.2 – 10.5 wt. %), Cr2O3 (10
– 30 wt. %) and MgO (2.8 – 7.6 wt. %). The Morungava spinels show a wide spectrum of Al and
Cr and trend to Fe and Ti-rich compositions, recording a complex history of extensive reactions
that started in intratelluric magmatic chamber and finished with trapped interstitial in situ
intercumullus liquids. The decreasing Al and increasing Fe and Ti of spinel seems to be mainly
the result of decrease of Mg in the locally coexisting melts and favourable cationic substitutions
in the lattice. The High-Mg rocks show initial Sr, Nd (t = 135 Ma) and Pb isotopic compositions
(206Pb/204Pb = 18.055-18.109, 207Pb/204Pb = 15.50-15.56, 208Pb/204Pb = 37.976-38.133,
143Nd/144Nd = 0.512777-0.512834, 87Sr/86Sr = 0.705201-0.705862). These isotopic data are
different from other Paraná magma types and confirm the primitive characteristics of the
Morungava magma, close to Tristan da Cunha plume and OIB isotopic composition.
1180
MODELAMENTO DO BALANÇO GEOQUÍMICODE MASSA DO SISTEMA
METASSOMÁTICO DAS ROCHAS SEDIMENTARES DA FORMAÇÃO RINCÃO
DOS MOURAS NA REGIÃO DAS MINAS DO CAMAQUÃ/RS.
Miranda, B. P.1; Mexias, A. S.1; Gomes, M.E.B. 1; Riffel, S. B. 1; Fontana, E.1; Lopes, R. W.1;
Drago, G.B. 1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
1181
DISTRIBUIÇÃO DE ETR AO LONGO DE TESTEMUNHO SEDIMENTAR NA
PORÇÃO SUDOESTE DO ATLÂNTICO
Andrade, T.1; Silva-Filho, E.V.1; Albuquerque, A. L. S.¹; Tristan C. C. Rousseau¹
1
Programa de Pós-Graduação em Geoquímica Ambiental, Universidade Federal Fluminense
1182
LITOGEOQUÍMICA DAS ASSOCIAÇÕES VULCÂNICA E VULCANOCLÁSTICA
DA BACIA DO GUARATUBINHA
Barbosa, T. C.1; Vasconcellos, E. M. G.2; Trzaskos, B.3; Barão, L. M.1; Rosin, J. C. F.4
1 Programa de Pós-Graduação em Geologia - Universidade Federal do Paraná; 2 Laboratório de Análise de
Minerais e Rochas (LAMIR) - Departamento de Geologia - Universidade Federal do Paraná; 3 Laboratório de
Análise de Bacias (LABAP) - Departamento de Geologia - Universidade Federal do Paraná; 4 Graduação em
Geologia - Universidade Federal do Paraná
Situada no Primeiro Planalto Paranaense, a Bacia do Guaratubinha possui semelhanças com outras bacias
descritas na porção meridional da Província Mantiqueira como as bacias de Castro, Camarinha, Campo Alegre,
Itajaí e Camaquã. Estas bacias, bem como a Bacia do Guaratubinha, são consideradas pós-tectônicas, com
bordas controladas por falhas que se nuclearam por relaxamento crustal. Este mecanismo de formação induziu o
preenchimento das bacias com associações vulcanossedimentares. Especificamente na Bacia do Guaratubinha o
empilhamento estratigráfico se apresenta com conglomerados (Formação Miringuava) em sua porção basal.
Sucedendo a Formação Miringuava tem-se a Formação Voçoroca, constituída dos derrames de andesito. A
porção superior do empilhamento estratigráfico é reconhecida como a Formação Serra do Salto, a qual é dividida
nos membros Escutador, Castelhanos e Osso da Anta. O Membro Escutador são derrames riolíticos, o Membro
Castelhanos é uma sucessão de tufos, ignimbritos e rochas epiclásticas e por fim, o Membro Osso da Anta são
depósitos ignimbríticos. Portanto há um predomínio de rochas vulcânicas ácidas e intermediárias, assim como de
rochas vulcanoclásticas sobre as rochas sedimentares. Tento em vista a importância das rochas vulcânicas para o
entendimento do contexto geológico e evolução da Bacia do Guaratubinha, este trabalho tem como objetivo o
estudo litogeoquímico das rochas vulcânicas e vulcanoclásticas com a finalidade de compreender melhor a
relação genética destas rochas. Para tanto, foram realizados trabalhos de campo para coleta de amostras, as
quais foram descritas macro e microscopicamente, bem como selecionadas e preparadas para a análise
litogeoquímica. A preparação das amostras e a laminação foram realizadas no Laboratório de Análises de
Minerais e Rochas (LAMIR). As amostras foram preparadas até a etapa da pulverização, onde o pó de rochas foi
enviado ao laboratório da empresa Acme (Grupo Bureau Veritas) para a análise de rocha total. Esta análise foi
feita por meio de duas técnicas, a fluorescência de raios X (FRX) e a espectrometria de massa por indução de
plasma acoplado (ICP-MS). A primeira foi utilizada para quantificar em porcentagem peso (wt%) os óxidos e a
segunda para quantificar elementos traço em µg/g, incluindo elementos Terras Raras. Os teores dos óxidos foram
recalculados para base anidra para que se pudesse eliminar influência de elementos voláteis. Os dados
recalculados foram então projetados em diagramas de classificação como o de álcalis total versus sílica (TAS) e
K2O versus SiO2. Os dados também foram projetados em diagramas de variação do tipo Harker e diagramas multi-
elementares. A partir dos diagramas de classificação as rochas estudadas são classificadas como traquiandesito
basáltico, traquiandesito, andesito, andesito basáltico, dacito e riolito. Em sua maioria são classificadas como
rochas sub-alcalinas, com médio a alto teor de potássio. Os diagramas de variação indicam um trend de
fracionamento, no qual as rochas estudadas se projetam em dois grupos, separados por um gap, ao longo de um
eixo comum. Para os diagramas de óxidos, este eixo se apresenta como uma função linear (reta), enquanto que
nos diagramas de elementos traço o eixo representa uma função polinomial (curva). Este trend pode indicar uma
mistura ou assimilação de magmas.
1183
DESENVOLVIMENTO DE TÉCNICAS DE MICROANÁLISE E QUANTIFICAÇÃO
PARA ESTUDOS DE MINERAIS DE DEPÓSITOS EPITERMAIS DO RIO
GRANDE DO SUL
Introdução: A área das Minas do Camaquã, localizada no extremo sul do Brasil (na região do
Escudo Sul-rio-grandense) na chamada Bacia do Camaquã, é um local de importantes
depósitos metálicos. Ela compreende as Minas Uruguai e São Luiz, portadoras de minérios de
Cu e Au, e a Jazida Santa Maria, onde ocorrem minérios de Zn e Pb. As áreas apresentam-se
sob intensa alteração hidrotermal, que é marcada nas Minas Uruguai e São Luiz pela
cloritização e na Jazida Santa Maria pela ilitização. Objetivo: contribuir para a compreensão
das relações controladoras da gênese da alteração hidrotermal e dos minerais de Zn e Pb na
Jazida Santa Maria associados à ilitização. Métodos: foram cedidas, pela empresa Votorantim
Metais, cinco amostras de três furos de sondagem das Áreas 2 e 3 da jazida Santa Maria. Em
laboratório, foram elaboradas lâminas petrográficas e realizadas análises em microscópio
óptico. Posteriormente, para a comparação de eventos hidrotermais, escolheram-se duas
lâminas que continham a maior quantidade de ilitas, uma de cada área, as quais foram
analisadas em Microssonda Eletrônica (modelo CamecaSXFive). Resultados: A amostra 59,
pertencente à Área 3, foi identificada como um siltito arenoso arcoseano, com granulometria
mal selecionada, partículas subangulares e esfericidade moderada. Possui laminações por
variações granulométricas, as quais são milimétricas e pouco definidas, com intercalações de
silte e areia. O arcabouço das amostras é formado por quartzo, feldspatos (ortoclásio
abundante, microclínio comum), plagioclásio (raro) micas (sob a forma de muscovitas), zircão e
minerais opacos. Ressalta-se que a amostra 55, pertencente à Área 2, apresenta granulação
mais grosseira. A quantidade de ilitas hidrotermais é maior na amostra 59, cerca de 15 a 20%,
enquanto que na amostra 55 esse valor é de cerca de 10 a 15%. As ilitas ocorrem alterando
feldspatos, como sobrecrescimentos em muscovitas detríticas e como precipitados diretos
entre os grãos detríticos. Os resultados provenientes da análise de microssonda eletrônica
foram separados por esses tipos de textura e ocorrência para melhor observação de como o
processo hidrotermal afetou as rochas. Foram analisados os elementos maiores mais Zn, Cu,
Pb, e dentre esses três últimos elementos metálicos apenas o Zn apresentou uma relação
positiva direta com o Fe em ambas as amostras. Foi também observado um aumento de Fe e
Mg mais proeminente na amostra 59 que na 55, assim como um aumento de Fe nas ilitas nas
áreas mineralizadas. Conclusões: Os resultados permitem preliminarmente afirmar que as
ilitas hidrotermais que ocorrem como veios apresentam mais Fe (e Mg) do que em outras
formas texturais. Também a correlação positiva entre Zn e Fe indica a captação do metal
durante a sua cristalização no processo hidrotermal de mineralização.
1184
IRON FORMATIONS OF THE SÃO JOSÉ DO CAMPESTRE MASSIF CENTRAL
PORTION, RIO GRANDE DO NORTE, BRAZIL.
Abrahão Filho, E.A.1; Dantas, E.L..1; Figueiredo, B.S.
1Universidade de Brasília
ABSTRACT: Metric to kilometric bodies of Banded Iron Formations (BIFs) occur in the central
portion of the São José do Campestre Massif (SJCM), an Archean core of the Borborema
Province, Northeast of Brazil. Establishing contacts with mafic-ultramafic rocks, calc-silicate
rocks, olivine marbles and garnet gneisses, these BIFs are inserted on the Serra Caiada Meta-
volcanic-sedimentary Sequence, a possible greenstone belt of the region. These BIFs were
mapped and sampled (1:25.000 scale) in a 45 km2 area. Together with the other rocks, they are
high-grade metamorphosed and deformed as a synclinal fold. BIF samples are mainly
constituted of magnetite (45-55%), quartz (35-40%) and traces of apatite (<1%), however, it was
possible to discriminate three groups of BIFs according to the other minerals. Group A is
composed by low contents of grunerite (2-4%) and Group B has higher modal compositions of
this amphibole (6-10%). Group C show the most heterogeneous mineral assemblages:
grunerite (3-7%), hornblende (2-6%), clinopyroxene (1-5%), orthopyroxene (~1%) and garnet
(~1%). Electron microprobe analysis of magnetite grains of Group C show high contents of Al,
Co, Sn, medium contents of Cr, Mn, Ni and low contents of Mg, Ti, V, Zn, revealing chemical
similarities with Skarn-related hydrothermal and approaches with IOCG-type and primary BIF-
type. Distinctions between the three different groups of BIF are reflected in whole rock chemical
composition and expressed in cartography, once these groups are distributed as zones in the
map. Group A show higher contents of base metals, ΣREY average 36ppm and Eu positive
anomalies (Eu/Eu*PAAS = 1.26-2.27). Group B show medium contents of base metals, ΣREY
average 87ppm and absence or slight Eu positive anomalies (Eu/Eu*PAAS = 0.92-1.22). Group C
show lower contents of base metals, ΣREY average 88ppm and absence or slight Eu positive
anomalies (Eu/Eu*PAAS = 0.84-1.26). All groups show majority of real Ce negative anomalies
(Group A, Ce/Ce*PAAS = 0.59-1.04; Group B, Ce/Ce*PAAS = 0.62-0.89; Group C, Ce/Ce*PAAS =
0.59-1.03), and groups A and B show positive Y anomalies (Group A, Y/Y*PAAS = 0.97-1.64;
Group B Y/Y*PAAS = 1.42-1.64), while Group C show positive and negative anomalies (Y/Y*PAAS
= 0.76-1.42). Group A and B display slight convexes REY patterns depleted in LREY, and
Group C show large variations of this patterns. From comparisons with other BIFs in the world
and in the SJCM, we can interpret that these BIFs were deposited in submarine environments.
Apparently Groups A and B are most influenced by hydrothermal vents with very slight
sedimentary contribution. Group C show higher detritus contribution than the other two. The
high ΣREY of these BIFs and the chemical heterogeneities of Group C can be explained,
respectively, by the presence of apatite and garnet and, thus, confirm magnetite post-events
chemical signatures. BIFs as chemical-exhalative sediments can provide information about
physicochemical conditions of ancient oceans. Apparently the chemistry of the central MSJC
BIFs may preserve the elemental signature of an Archean recluse sea, in a transitional MORB-
Arc tectonic environment. We suggest that the detected BIFs zoning can be a guide for
prospecting VMS-type deposits.
PALAVRAS-CHAVE: IRON FORMATIONS, SÃO JOSÉ DO CAMPESTRE MASSIF, RARE
EARTH ELEMENTS.
1185
PREDIÇÃO DE VALORES DE SÍLICA REATIVA E ALUMINA APROVEITÁVEL
EM BAUXITAS A PARTIR DE ANÁLISES POR SELF-ORGANIZING MAPS
Carneiro, C. C.1; Silva Yanez, D.N.D.2; Ulsen, C. 1; Kahn, H.1; Angelica, R.S. 3; Paz, S.P.A. 1,3;
Antoniassi, J.L.1; Fraser, S.4
1Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da EPUSP; 2Universidad Simon Bolivar; 3Universidade
Federal do Pará; 4CSIRO Mineral Resources, Queensland Centre for Advanced Technologies, Australia
1186
ANÁLISE DE CONCENTRADOS DE BATEIA NO MAPEAMENTO GEOLÓGICO
NO SW-RS
Castro, João Henrique Wustrow1; Iglesias, Carlos Moacyr1; Viero, Ana Cláudia1;
1Serviço Geológico do Brasil-CPRM
45
1187
PALEOAMBIENTE E GEOQUÍMICA ORGÂNICA DA FORMAÇÃO
BARREIRINHA, DEVONIANO SUPERIOR DA BACIA DO AMAZONAS,
MUNICÍPIO DE RURÓPOLIS, PARÁ
RESUMO: A Formação Barreirinha pertence ao Grupo Curuá e representa uma das mais
expressivas rochas geradoras da Bacia do Amazonas, posse uma idade Frasniana/Fameniana,
e está constituída principalmente por folhelhos cinza escuros – pretos, depositados durante a
transgressão global do final do Frasniano.
No que se refere ao paleoambiente da Formação Barreirinha pode se afirmar que faz referência
a um ambiente deposicional marinho anóxico, vinculado a depósitos costa-a-fora determinados
por uma transgressão marinha continental.
1188
ANÁLISE DE Mg EM PLAGIOCLÁSIO POR MICROSSONDA ELETRÔNICA:
APLICAÇÃO PARA GEOTERMOMETRIA
Gomes, M.E.B.1; Drago, S.M.1; Jantsch, L.C.1;Rossoni, R.B.2 ;Salerno, G.M.3 ; Tolotti, C.K. 3 ;
Schaan, R.B. 3
1Laboratório de Microssonda Eletrônica – IGEO - UFRGS; 2Instituto de Geociências – UFRGS; 3Programa de Pós-
graduação em Geociências – IGEO - UFRGS
1189
PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA DE OURO ATRAVÉS DE CONCENTRADO DE
BATEIA NO SUDESTE DO ESTADO DE RONDÔNIA
Oliveira Neto, W.L. ¹; Casto, C.C.¹
¹Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais
1190
Nivelamento de Dados Geoquímicos: o exemplo da amostragem de
sedimentos de corrente da Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais -
CPRM na divisa dos estados do Piauí, Pernambuco e Bahia
Ando, J.L.1; Larizzatti, J.H.2
1Geosoft Latinoamérica; 2CPRM Serviço Geológico do Brasil
1191
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ Tectônica,
Geomorfologia e
Pedologia
ISBN: 978-85-99198-13-1
1192
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ ST15 –
Geologia Estrutural,
Tectônica e
Sismicidade Intraplaca
ISBN: 978-85-99198-13-1
1193
φ PARA A ANÁLISE DO STRAIN EM ARENITOS
APLICAÇÃO DO MÉTODO RF/φ
E ARENITOS COM BANDAS DE DEFORMAÇÃO DA BACIA DO RIO DO
PEIXE, PB
Costa, E. N. M1; Almeida, H. L.2
1Pós-Graduação em Exploração Petrolífera e Mineral-PPGEPM/UFCG; 2Curso de Engenharia de Minas-UFCG
RESUMO: A análise do strain em amostras da Bacia do Rio do Peixe (BRP), incluindo bandas
de deformação (BD), foi realizada com base na aplicação do método Rf/φ. Para a análise foram
confeccionadas seções delgadas de arenitos finos e conglomeráticos das formações Sousa e
Rio Piranhas, respectivamente. Em cada grão de quartzo, considerado como marcador da
deformação plástica imposta a essas rochas, foram medidos os eixos menor e maior, e o
ângulo que esse último faz com uma linha de referência adotada. Preferencialmente foram
medidos grãos de quartzo alongados, cujas formas variaram de sub-elípticas a
aproximadamente paralelogrâmicas. Para o processamento dos dados e obtenção dos
diagramas foi utilizado o software EllipseFit. Em gráficos onde os eixos maior (ordenada) e
menor (abcissa) desses grãos foram plotados foi verificado haver uma distribuição de pontos
ao longo de uma linha, com uma das extremidades passando pela origem de cada um dos
gráficos, indicando uma deformação homogênea dos marcadores analisados. Em todas as
lâminas os grãos de quartzo apresentam bordas suturadas, com rara ocorrência de sub-grãos,
extinção ondulante e com a formação de algumas bandas de deformação (sub-estrutura), o
que indica deformação plástica desses marcadores (bulging deformation mechanism) sob
condições de baixa temperatura. Os índices de simetria em todas as amostras computadas,
embora relativamente baixos, situam-se acima dos valores críticos usados para esses testes.
Portanto, a hipótese da presença de uma trama anisotrópica pré-deformação bem marcada
pode ser desconsiderada em termos de uma análise Rf/φ.
As razões de strain (RS) para as amostras de arenito fino e conglomerático variaram de 1,66 a
1,95, com valores intermediários situados em torno de 1,86, refletindo baixas intensidades de
deformação para essas rochas. A elevada flutuação mostrada nos gráficos Rf/φ, normalmente
acima de 70º (+70º e/ou -70º), reflete a máxima variação angular do eixo maior dos marcadores
decorrente da baixa intensidade de deformação. Para as BD a RS obtida em cada amostra foi
de 1,69, 1,81 e 1,92. A elevada flutuação observada nos gráficos Rf/φ também reflete a baixa
intensidade de deformação. Observa-se que esse valor, quando não é igual, às vezes é inferior
a computada nos arenitos isentos de BD. A princípio, esses valores de RS tão baixos não era o
esperado ser obtido para as BD.
Em ambos os casos a análise do strain pelo método Rf/φ revelou que rochas da BRP foram
submetidas a uma baixa intensidade de deformação dúctil. Entretanto, os baixos valores de RS
para as BD podem ser devidas a: 1) A instalação dessas BD podem não relacionar-se a
regiões de elevado (anômulo) strain, 2) O processo de fluxo cataclástico, por exemplo, pode ter
sido dominante. Nesse ultimo a método não seria indicado para quanticar a deformação nas
BD.
1194
PALEOCANAIS E MIGRAÇÃO AO LONGO DE GRÁBENS NA BACIA DO RIO
DAS CINZAS (PR): UM CASO DE “DOMESTICAÇÃO” DE RIOS PELA
NEOTECTÔNICA
Santos, M.1; Batezelli, A.2; Nunes, J. O.3; Ladeira, F.S.B2
1UNESP – Univ Estadual Paulista – Ourinhos; 2UNICAMP – IG; 3UNESP – Univ Estadual Paulista - FCT
RESUMO: A bacia do rio das Cinzas localiza-se no norte do estado do Paraná e é fortemente
influenciada pelos enxames de diques da borda nordeste do Arco de Ponta Grossa. Com uma
área de 9.754 km2, esta bacia se estende a partir da Serra de Furnas, na porção ocidental da
escarpa devoniana, e deságua à margem esquerda no rio Paranapanema. A geologia da bacia
do rio das Cinzas é constituída por unidades paleozóicas e mesozóicas da Bacia do Paraná,
predominando, espacialmente, as rochas basálticas da Formação Serra Geral (Jurássico-
Cretáceo) e as rochas sedimentares (siltitos, argilitos, tilitos, diamictitos e folhelhos) do Grupo
Itararé (Carbonífero). Geomorfologicamente, a bacia está inserida nas Unidades
Morfoesculturais do Terceiro Planalto Paranaense (baixo curso) e Segundo Planalto
Paranaense (alto e médio curso). Através desta pesquisa, um quadro morfotectônico foi
delineado para a área, compreendendo quatro compartimentos orientados segundo a direção
NE-SW a ENE-WSW e basculados para NW, sobre os quais se impôs a reativação de
lineamentos NW associados aos diques de diabásio, formando, sobretudo em dois dos quatro
compartimentos, um arranjo de horstes e grábens orientados segundo esta direção.
Associados às escarpas que limitam tais grábens, ocorrem depósitos conglomeráticos de
paleocanal, indicando forte migração do canal no transcorrer do tempo. Tais depósitos
sugerem significativo aporte de sedimentos advindos das porções elevadas dos horstes que
fizeram com que tais corredores abatidos permanecessem entulhados e sofrendo forte avulsão
no Holoceno com diversos episódios de transbordamento e consequente migração do canal.
Esta dinâmica está associada a um sistema de falhas lístricas promovendo a mudança no
padrão de meandros dos canais principais da bacia nestes setores de grábens, configurando,
em alguns setores, cinturões de meandros comprimidos com planícies fortemente assimétricas.
Os resultados sugerem que extensas falhas individuais ou zonas de falhas e fraturamento,
associadas aos numerosos diques de diabásio que segmentam a área, desenvolvidas ou
reativadas no Mesozóico e Paleógeno/Neógeno, permaneceram ativas no Quaternário,
controlando e modificando a rede de drenagem e os processos de sedimentação/erosão
associados. A identificação e análise dos depósitos conglomeráticos polimíticos de palecanal,
associados à compressão de meandros, migração e avulsão, bem como as planícies aluviais
assimétricas e terraços associados a falhas normais e zonas de fraturamento, além das várias
seções geológicas, perfis topográficos e as idades por 14C dos depósitos de transbordamento
indicam um controle tectônico extensional sobre as formas de relevo e sedimentação/erosão
quaternária na área. O arranjo morfotectônico é dado por vários blocos basculados e
rotacionados formando horstes e grábens/hemigrábens estreitos conectados por rampas de
revezamento ou zonas de transferência complexas entre um e outro setor ou entre uma e outra
falha adjacente. Tal configuração sugere um quadro neotectônico extensional complexo, o qual
estaria de acordo com um SHMáx na direção NW-SE.
1195
MODELO SISMOESTRUTURAL DO EMBASAMENTO NA REGIÃO DO
COMPLEXO DELTAICO DO RIO PARAÍBA DO SUL
Oliveira, J.P.M.1; Borghi, L.1; Aristizabal, C.I.O.2; Cardoso, C.E.1
1Lagesed – Laboratório de Geologia Sedimentar, Universidade Federal do Rio de Janeiro
2PETREC – Petroleum Research and Technology
1196
Mapeamento geológico 1:5000 da porção norte de Canavieiras,
Serra de Jacobina, NE- Brasil.
1197
EMPLACEMENT AND DEFORMATION OF THE LATE MAGMATIC MADEIRA
GRANITE FACIES (PITINGA MINE, AMAZONIAN CRATON, BRAZIL)
Siachoque, A.1; Salazar, C.A.2; Trindade, R.I. 3
1, 2 Universidade Federal do Amazonas; 1, 3 Universidade São Paulo
The Madeira granite is one of the large Paleoproterozoic (1.82 Ga) A-type granite intrusions in
the Amazonian craton. It hosts Sn, Nb, Ta, F, Y, Li and REE mineralizations in its late magmatic
facies, namely albite granite. This facies is subdivided in the border albite granite (BAG) and the
core albite granite (CAG). Also, in the central portion of the CAG, there is a massive cryolite
deposit. The pluton is oriented in the NE-SW direction and the late magmatic facies form an
elongated stock oriented in the N-S direction. Classical structural techniques and the anisotropy
of magnetic susceptibility (AMS) method were applied to the study of its internal fabric for
establishment the emplacement model of Madeira granite. AMS fabric pattern is controlled by
pure magnetite in all facies, despite the significant amounts of hematite in the BAG. The
magnetic foliation is oriented preferentially along the NE-SW direction and magnetic lineations
are dominantly vertical, likely reflecting the magma emplacement processes. This magnetic
fabric correlates to magmatic state fabrics that are defined by a weak NE-SW orientation of
mafic and felsic silicates. Considering that the vertical magmatic lineations reflect the upward
magma movement, the fabric of the pluton can be interpreted in terms of its emplacement
model. In this way, we suggest that the emplacement of the late facies of the Madeira granite
likely occurred through tension sites along the NE-SW corridor of the main pluton. Late
magmatic and post-magmatic deformation were investigated through the orientation of
pegmatite dykes, faults (strike-slip and normal), hydrothermal veins and joints. Their orientation
and kinematics is consistent with the magmatic and solid-state structures. Dykes usually
orientated along the S70°W/40°N plane, which is nearly parallel to the strike of AMS and
magmatic foliations. In contrast, veins and some joints are oriented perpendicular to the
mentioned trend. The faults define a conjugate system that is kinematically coherent with the
other features. Taken together, the kinematics of all these structures shows evidence for dextral
sense of movement in the system in the brittle regime revealing a continuity in the stress regime
from the last magmatic stages until the complete cooling of the pluton along a NE-SW dextral
corridor related to the regional stress field.
1198
ANÁLISE DO STRAIN PELO MÉTODO RF/φ
φ EM GRANITÓIDES INTRUSIVOS
DO DOMÍNIO CENTRAL DA PROVÍNCIA BORBOREMA, REGIÃO DE
POCINHOS-PUXINANÃ, PB
Almeida, H. L.1,2; Pereira Júnior, H. G.2
1,Pós-Graduação em Exploração Petrolífera e Mineral-PPGEPM/UFCG; 2Curso de Engenharia de Minas-UFCG
1199
φ PARA A ANÁLISE DO STRAIN EM ARENITOS
APLICAÇÃO DO MÉTODO RF/φ
E ARENITOS COM BANDAS DE DEFORMAÇÃO DA BACIA DO RIO DO
PEIXE, PB
Costa, E. N. M1; Almeida, H. L.2
1Pós-Graduação em Exploração Petrolífera e Mineral-PPGEPM/UFCG; 2Curso de Engenharia de Minas-UFCG
RESUMO: A análise do strain em amostras da Bacia do Rio do Peixe (BRP), incluindo bandas
de deformação (BD), foi realizada com base na aplicação do método Rf/φ. Para a análise foram
confeccionadas seções delgadas de arenitos finos e conglomeráticos das formações Sousa e
Rio Piranhas, respectivamente. Em cada grão de quartzo, considerado como marcador da
deformação plástica imposta a essas rochas, foram medidos os eixos menor e maior, e o
ângulo que esse último faz com uma linha de referência adotada. Preferencialmente foram
medidos grãos de quartzo alongados, cujas formas variaram de sub-elípticas a
aproximadamente paralelogrâmicas. Para o processamento dos dados e obtenção dos
diagramas foi utilizado o software EllipseFit. Em gráficos onde os eixos maior (ordenada) e
menor (abcissa) desses grãos foram plotados foi verificado haver uma distribuição de pontos
ao longo de uma linha, com uma das extremidades passando pela origem de cada um dos
gráficos, indicando uma deformação homogênea dos marcadores analisados. Em todas as
lâminas os grãos de quartzo apresentam bordas suturadas, com rara ocorrência de sub-grãos,
extinção ondulante e com a formação de algumas bandas de deformação (sub-estrutura), o
que indica deformação plástica desses marcadores (bulging deformation mechanism) sob
condições de baixa temperatura. Os índices de simetria em todas as amostras computadas,
embora relativamente baixos, situam-se acima dos valores críticos usados para esses testes.
Portanto, a hipótese da presença de uma trama anisotrópica pré-deformação bem marcada
pode ser desconsiderada em termos de uma análise Rf/φ.
As razões de strain (RS) para as amostras de arenito fino e conglomerático variaram de 1,66 a
1,95, com valores intermediários situados em torno de 1,86, refletindo baixas intensidades de
deformação para essas rochas. A elevada flutuação mostrada nos gráficos Rf/φ, normalmente
acima de 70º (+70º e/ou -70º), reflete a máxima variação angular do eixo maior dos marcadores
decorrente da baixa intensidade de deformação. Para as BD a RS obtida em cada amostra foi
de 1,69, 1,81 e 1,92. A elevada flutuação observada nos gráficos Rf/φ também reflete a baixa
intensidade de deformação. Observa-se que esse valor, quando não é igual, às vezes é inferior
a computada nos arenitos isentos de BD. A princípio, esses valores de RS tão baixos não era o
esperado ser obtido para as BD.
Em ambos os casos a análise do strain pelo método Rf/φ revelou que rochas da BRP foram
submetidas a uma baixa intensidade de deformação dúctil. Entretanto, os baixos valores de RS
para as BD podem ser devidas a: 1) A instalação dessas BD podem não relacionar-se a
regiões de elevado (anômulo) strain, 2) O processo de fluxo cataclástico, por exemplo, pode ter
sido dominante. Nesse ultimo a método não seria indicado para quanticar a deformação nas
BD.
1200
EVIDÊNCIAS DE NEOTECTONISMO ÀS MARGENS DA BR-101, NO ESTADO DE
SERGIPE - TRECHO LARANJEIRAS A ROSÁRIO DO CATETE
Bastos,V.A.1; Senra,A.S.2.
1
Universidade Federal de Sergipe; 2Universidade Federal de Sergipe.
RESUMO:
1201
MAPEAMENTO GEOLÓGICO E ANÁLISE ESTRUTURAL DO AFLORAMENTO
DA PRAIA DE JARDIM DE ALAH, SALVADOR,BAHIA.
Neres, E.S.¹, Alves C.R.S.¹ Cruz, S.C.P.¹, Assumpção H.C.P¹
1 Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia
1202
PETROGRAFIA DAS BRECHAS DE FALHA DO PONTAL DO ATALAIA,
ARRAIAL DO CABO, RJ.
Calderaro, A.C. 1; Valente, S.C. 1
1Departamento de Geociências da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
1203
AQUISIÇÃO DE DADOS GEOLÓGICO-ESTRUTURAIS E SUAS APLIAÇÕES
NA SIMULAÇÃO NUMÉRICA DE RESERVATÓRIOS CARBONÁTICOS DE
BAIXA PERMEABILIDADE
Miranda, T.S.1, Barbosa, J.A.1, Gomes, I.F.2, Matos, G.C3, Neumann, V.H.M.L.1, Santos, R.F.2,
Falcão, T.3, Alencar, M.L.1, Ribeiro, B.4, Ramos, G.M.S4
1Programade Pós-Graduação em Geociências/Universidade Federal de Pernambuco; 2Programa de Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Civil/Universidade Federal de Pernambuco. 3Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento/Petrobras. 4Departamento de Geologia/Universidade Federal de Pernambuco.
RESUMO:
1204
GRAVIMETRIA TERRESTRE 2D PARA INVESTIGAÇÃO DA EVOLUÇÃO
TECTÔNICA NA REGIÃO DA FALHA DA SERRA DOS CRISTAIS, CHAPADA
DOS VEADEIROS - GO
Martins-Ferreira, M.A.C.1; Von Huelsen, M.G.1,2; Marotta, G.S.1,2; Lemos, I.G.S.1; Neri, B.L.1;
Falleiros, M.P1; Mendes, T.L1
1Instituto de Geociências - Universidade de Brasília; 2Observatório Sismológico - Universidade de Brasília
RESUMO:
Levantamentos gravimétricos terrestres foram realizados ao longo de perfis com o
objetivo de investigar a estrutura rúptil de direção NNW denominada "Falha da Serra dos
Cristais", localizada na divisa entre os municípios de Alto Paraíso de Goiás e Colinas do Sul. A
estrutura corta rochas dos Grupos Paranoá e Araí e separa dois domínios deformacionais e
estratigráficos bastante distintos. A leste da falha os estratos do Grupo Paranoá mergulham
suavemente para sul enquanto a oeste da falha os estratos encontram-se intensamente
dobrados formando trens de dobras fechadas com eixos paralelos à direção geral da falha. A
leste da falha a sequência estratigráfica do Grupo Paranoá encontra-se completa, porém, a
oeste não se observa as cinco formações mais basais. O papel da Falha da Serra dos Cristais
na evolução das bacias Araí e Paranoá é o objeto de investigação do presente estudo. Neste
resumo são apresentados resultados preliminares que já evidenciam características locais
determinantes para o melhor entendimento do problema.
1205
revela que este encontra-se mais alto a oeste da falha, indicando que a falha corta também o
embasamento e registra movimentação reversa. Com base nos dados de mapeamento
geológico-estrutural e nos dados gravimétricos analisados até o momento considera-se a
hipótese de se tratar de uma estrutura originada por falhamento normal do embasamento
durante a tafrogênese Araí gerando horst que permaneceu alto durante a deposição de todo o
grupo Araí e da base do Grupo Paranoá. O preenchimento da bacia Paranoá chegou ao nível
do paleoalto durante a deposição da Formação Ribeirão Piçarrão, tendo sido a falha reativada
em regime normal durante a inversão da bacia e cortando as rochas das bacias Paranoá e
Araí.
1206
CONTRIBUIÇÃO AO MAPEAMENTO GEOLÓGICO DO GREENSTONE BELT
IBITIRA-UBIRAÇABA NA REGIÃO DE CACULÉ-BA
Feitosa, M. P.1; Graia, P. J.1; Nascimento, I. V. P.1; Vaz Guedes, E. M.1; Cruz, S. C. P.1; Paim,
M. M.1; Cruz, V. A.1; Duarte, M. C. M. C.1.
1 Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia
A área de estudo insere-se no setor sul do Greenstone Belt Ibitira-Ubiraçaba, uma das
unidades que constituem a Paleoplaca Gavião, de idade paleoproterozoica, e que foi truncada
pelo setor setentrional do Orógeno Aracuaí-Oeste Congo. A história geológica é complexa, com
registros deformacionais e metamórficos desde o paleoproterozoico ao neoproterozoico.
Relacionado a esse greenstone há um destacável potencial mineral devido às ocorrências de
ferro. O levantamento geológico realizado na escala 1:60.000 permitiu individualizar as
seguintes unidades de rochas metassedimentares: quartzo-biotita xistos, quartzitos,
metarenitos impuros e metarritmitos. Além disso, anfibolitos e rochas metaultramáficas foram
identificadas formando um proeminente bandamento gnáissico. Como unidades intrusivas, têm-
se os metagranitoides Caculé (idade riaciana) e a Suíte Intrusiva Lagoa Real (idade
estateriana), além de diques máficos (idade ainda não definida). O arcabouço estrutural é
complexo e seis fases deformacionais foram interpretadas, sendo as cinco primeiras
predominantemente dúcteis. As três primeiras, respectivamente, foram responsáveis pela
geração da foliação (bandamento gnáissico e xistosidade, Sn) e lineação de estiramento (Lxn)
(Fase Dn), pelas dobras com trends gerais E-W (Fase Dn+1) e N-S (Fase Dn+2). As fases
seguintes estão relacionadas com zonas de cisalhamento sinistral-reversa com orientação
geral N-S (Fase Dn+3), que são reativadas como zonas de cisalhamento reverso-destral e com
mesma orientação geral (Fase Dn+4). Os indicadores de movimento são estruturas S/C,
dobras de arrasto, deslocamento de marcadores, além de estruturas sigmas. As estruturas da
fase Dn+4 truncam as rochas da Suíte Intrusiva Lagoa Real e foram responsáveis pela sua
gnaissificação. Zonas de cisalhamento normais, com orientações diversas, e dobras
recumbentes associam-se com a fase Dn+5. As fases Dn, Dn+1, Dn+2 e Dn+3 são,
possivelmente, relacionadas às deformações de orogenia do Paleoproterozoico e as fases
Dn+4 e Dn+5 associam-se com a Orogênese Brasiliana, Neoproterozoica, e o posterior
colapso, respectivamente. Das unidades mapeadas, as que possuem relevância econômica
são o granitoide Caculé e os diques máficos. Ambas apresentam características petrográficas e
geomorfológicas favoráveis para serem aproveitadas tanto como rocha ornamental, como
agregado para construção civil.
1207
A INFLUÊNCIA DA TECTÔNICA DE SAL NA ÁREA DOS CAMPOS
DE FRADE E RONCADOR, BACIA DE CAMPOS, BRASIL
Wischer, S.D.1
1
Universidade Estadual do Rio de Janeiro
1208
1209
1210
CONEXÕES TECTÔNICAS ENTRE A BACIA INTRAPLACA DO PANTANAL E
MARGEM ANDINA
Paulo César Soares
(UFPR) Consultor independente, p_soares@terra.com.br
O Pantanal é uma entidade ambiental e geotectônica singular na parte central da placa Sul-
Americana: difere do extenso trato de sistemas deposicionais caracterizados pela presença de
mega-leques fluviais do foreland do cinturão de dobramento e cavalgamento Sub- Andino, por
situar-se no interior continental. Embutida em um planalto a 800 m acima do nível do mar, é
uma planície a cerca de 150m da altitude, preenchida por grandes leques fluviais, mas no
Pantanal a fonte é o interior continental, não o orógeno. A bacia do Pantanal é uma bacia de
fratura sobre forebulge dos Andes tendo sua dinâmica modulada pela curvatura Boliviana e
pela zona de fraturas que se estende do lineamento Transbrasiliano até a deflexão andina de
Tucumán e Salta. Dados de campo, de geologia regional, de imagens de sensoriamento
remoto, poços, seções sísmicas, mapas geológicos, gravimétricos, magnetométricos e
sísmicos são investigados e integrados, a fim de desvendar a relação geométrica e dinâmica
entre estes elementos. Os sítios deposicionais fluviais são ricos em feições lineares, retilíneas
e curvas. A existência de zonas de fratura no interior deposicional da bacia é interpretada a
partir de feições lineares não associadas a correntes ou construções deposicionais
quaternárias, mas que as interrompem. Estas feições são associadas com falhas geológicas e
lineamentos gravimétricos e magnetométricos e revelam a atividade do lineamento
Transbrasiliano. Procedimento similar foi adotado para a extensão deste lineamento no Chaco
– leque aluvial do Pilcomayo - até a região andina. O Pantanal, bem como o Chaco, na zona do
lineamento, é submetido a um regime ativo de deformações tectônicas que modificam sua
paisagem significativamente em uma velocidade perceptível, mesmo durante a escala de
tempo da ocupação humana. Soerguimento, deslocamentos laterais, subsidência e tilting em
blocos constituem as respostas da tectônica da placa que movimentam a paisagem. Estas
mudanças tectônicas atuais têm relação geométrica e cinemática com dois elementos regionais
tectônicos ativos: (1) o movimento de colisão e endentação do maciço de Arequipa cavalgando
a margem do bloco brasileiro da placa Sul-Americana e (2) a zona de fratura ou lineamento
continental Transbrasiliano-Tucumã, com direção nordeste e movimento lateral direito, com as
fraturas associadas, dada pelo campo de tensões de cinemática e terremotos. A mega-zona de
fratura têm atuado por longo tempo na história geológica, como no Devoniano e Permiano, mas
a relação mais notável na margem continental é extensional no Cretáceo e compressional no
Plioceno-Quaternário, com efetiva deformação no interior, e arranjo geológico apropriado para
acumulação de hidrocarbonetos.
Palavras-chave – Neotectônica, Placa Sul-Americana, Pantanal, bacia de fratura,
Andes
1211
PROCESSOS DE FORMAÇÃO DE BANDAS DE DEFORMAÇÃO
FILOSSILICÁTICAS
Nicchio, M.A1, Barbosa, S.T.R¹, Balsamo, F², Souza, J.A.B³; Nogueira, F.C.C¹
1 Universidade Federal de Campina Grande; ²Universita degli Studi di Parma;
³CENPES/Petrobrás
1212
filossilicatos ao longo do plano de falha e, por fim, a presença de camadas argilosas em zonas
de falha, onde ocorrerá o processo de clay smearing.
1213
ARCABOUÇO TECTONO-ESTRUTURAL DA REGIÃO DA SERRA DE
JACOBINA-BA
Santos, F.P.1, Miranda, D.A.1, Reis, C.1, Cunha, R.C.L.1, Loureiro, H.S.C.1
1CPRM-SGB, Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – Serviço Geológico do Brasil, Salvador-BA
1214
COMPARTIMENTAÇÃO ESTRUTURAL E RECURSOS MINERAIS
ASSOCIADOS NA REGIÃO DE JANUÁRIA-MG
Miranda, D.A.1; Meneses, A.R.A.S.1; Monteiro, C.F.1; Almeida, R.C.1; Abram, M.B.1
1CPRM/SGB, Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais/Serviço Geológico do Brasil
1215
MAPEAMENTO ESTRUTURAL DE BANDAS DE DEFORMAÇÃO UTILIZANDO
VANTS
Santos, I.C.A.B.A.¹; Nicchio, M.A.¹; Balsamo, F.²; Storti,F²; Bertotti G.³ ; Bisdom, K³; Bezerra,
F.H.R.4; Souza, J.A.B5; Pontes, C.C.C¹; Nogueira, F.C.C.¹
¹Universidade Federal de Campina Grande; ²Università Degli Studi di Parma; ³Delft University Technology;
4Universidade Federal do Rio Grande do Norte; 5CENPES/Petrobrás
RESUMO: Veículos aéreos não tripulados (Vant) vêm sendo bastante utilizados para a
realização de imagemanto aéreo, tendo vasta aplicação em setores como agricultura,
mineração e mais recentemente em estudos geológicos, devido à sua rapidez e eficácia na
obtenção de imagens em alta resolução. Neste caso, a aplicação de técnica permite a
aquisição de dados de afloramentos, com alta resolução, em regiões com dimensões
equivalentes aos reservatórios produtores de hidrocarbonetos, possibilitando a construção de
modelos digitais de afloramentos análogos prontamente utilizáveis na indústria. O presente
trabalho foi realizado com recursos provindos da Petrobrás e visa descrever e interpretar a
geometria e cinemática de bandas de deformação através do mapeamento estrutural de
detalhe utilizando as imagens obtidas por Vant e análise estrutural. O imageamento foi
realizado através de um voo com altitude de 25 metros, sobre um afloramento apresentando
uma complexa rede de bandas de deformação. As imagens foram processadas e interpretadas
em campo, através da identificação das estruturas na imagem e medidas de atributos
geométrico e cinemático destas falhas. Por fim, realizou-se o processamento dos dados
estruturais utilizando o software TectonicsFP, obtendo-se a distribuição dos campos de tensões
atuantes no afloramento. O local estudado apresenta dimensões de 130 por 80 metros, onde
predominam conglomerados e arenitos argilosos da Formação Rio Piranhas, afetados por
falhas e bandas de deformação, através de clusters orientados em quatro dimensões
preferenciais, NE, NW, E-W, e N-S. O sistema NE ocorre ao longo de todo afloramento, sendo
este o mais importante no local, gerando clusters de espessuras que variam de decímetros à
metros, apresentando um padrão anastomosado que se repete desde a escala de poucos
centímetros de extensão lateral, até maiores dimensões, podendo atingir alguns metros. Além
disso, apresentam padrão de conectividade multiescala de centimétrica a métrica. As falhas NE
possuem forte mergulho entre 60° e 80° na direção NW e SE. O sistema NW, mais presente na
porção oeste do afloramento, exibe falhas de mergulho elevado, com ângulos variando de 80°
a 90° para NE, além de falhas de baixo ângulo (10° a 20°) na direção SW. As falhas do sistema
do sistema N-S apresentam mergulhos entre 50° e 80° com caimento para NW e SE. No
sistema E-W ocorrem falhas de mergulhos mais elevados (60º a 80°) podendo ocorrer tanto
nos sentidos NW quanto SW. Os slickenlines medidos na parte central do mapa estrutural
possuem baixo e alto ângulo no sentido NW e SE. A maioria das falhas NNE a NE são
extensionais com componentes de deslizamento oblíquas, sendo cortadas por falhas NW-SE.
O imageamento aéreo a partir de Vant foi uma importante ferramenta para a realização de
análise estrutural visto que possibilitou em um curto espaço de tempo a identificação dos
principais sistemas de falhas presentes no afloramento, bem como identificar suas geometrias,
servindo como base para mapeamento estrutural de detalhe em campo.
1216
CONTROLE TECTÔNICO NA PLANÍCIE ALUVIAL DO RIO JAÚ E
CARABINANI, BACIA DO AMAZONAS
SILVA-JUNIOR, J.J.A.1; SILVA, C.L.2; SANCHES, E.1; VAL, P.F.A.3;MORALES, N.4
1 Universidade Federal do Amazonas (UFAM); 2 Universidade Rural do Rio de Janeiro/DEGEO (UFRuralRJ);
3Doutorando no Department of Earth Sciences, Syracuse University, Syracuse, USA; 4Universidade Estadual
Paulista, Campus Rio Claro (SP)
RESUMO: Os rios Carabinani e Jaú são duas bacias hidrográficas, afluentes pela margem direita do rio
Negro (AM), que mostram um importante controle tectônico na planície aluvial vinculada à Zona de
Falha do Rio Negro. Essas bacias, situadas na porção norte da Bacia do Amazonas, fluem sobre rochas
areníticas de duas formações geológicas distintas: a Formação Nhamundá (Grupo Trombetas),
representada por arenitos neríticos e marinhos de idade siluriana, e a Formação Alter-do-Chão (Grupo
Javari), constituída por arenitos e siltitos flúvio-lacustre de idade cretáceo-paleógena. O estudo foi
baseado em análise de imagens recentes Landsat 8 OLI e AlosPalsar, para mapeamento do depósito
aluvial, MDE SRTM-NASA para o estudo de perfis longitudinais, determinação de rupturas de declive
(knickpoints) e obtenção de lineamentos estruturais, juntamente com as imagens de satélites. A análise
estrutural de falhas foi baseada em dados mapeados nas duas bacias hidrográficas. Os resultados obtidos
mostram que essas bacias são assimétricas, com padrão de drenagem possivelmente associado a sistemas
de falhas, e que apresentam significativos knickpoints representados por cachoeiras controladas por
falhas. Enquanto que o rio Jaú tem a tendência a ser mais retilíneo, com meandramentos diminutos no
canal principal, trechos afogados no médio e baixo curso, fluxo geral de sudoeste para nordeste e padrão
em treliça dos tributários, o rio Carabinani, além dessas mesmas características, mostra trechos
retangulares no médio curso, quando flui sobre rochas da Formação Alter-do-Chão e atravessa antigos
vales do rio Padauari. O mapa de lineamentos obtidos a partir das imagens de satélite mostra duas
orientações principais NE-SW e NW-SE. Próximo à foz com o rio Negro, esses rios apresentam a planície
aluvial afogada com barramento da sedimentação quaternária aluvial pela Zona de Falha do Rio Negro,
conforme já havia sido reportada por outros autores apenas por análise em imagens de satélite. Em
campo, foi obtida a orientação N30W/60NE para essas falhas, as quais foram caracterizadas como
superfícies planares, com médio a alto ângulo de mergulho, formando um sistema antitético. No entanto,
a ocorrência de falhas normais lístricas na área com a mesma direção, mas com mergulhos pouco
inferiores (40 a 50) para sudoeste, compreende o sistema sintético que possivelmente promoveu a
reorganização e até a reversão das bacias de drenagens situadas nessa margem. O sistema de falhas que
controlam as bacias dos rios Jaú e Carabinani envolvem ainda falhas transcorrentes E-W e N-S que
indicam um regime tectônico transcorrente.
1217
MAPA GEOLÓGICO-ESTRUTURAL DA FORMAÇÃO TIRADENTES,
MESOPROTEROZÓICO, EM RIO DAS MORTES, SUL DE MINAS GERAIS
Mafia, M. V.¹; Oliveira, L. A.¹; Nepomuceno, F. O.¹; Ribeiro, A.¹; Silva, D. R. L.¹
¹Universidade Federal do Rio de Janeiro
A Formação Tiradentes é uma sucessão quartzítica Mesoproterozóica (ca. 1,5 Ga) que
cobre em discordância litológica o embasamento pré 2,0 Ga (ortognaisses e sucessões
supracrustais do Cinturão Mineiro). A Formação é coberta por metadiamictito de ca. 1.4Ga da
Formação Carandaí, por mármore da Formação Barroso e metapelitos da Formação Prados.
Durante a orogenia brasiliana, estas unidades foram deformadas em condições metamórficas de
facies xisto verde, zona da biotita.
Na área estudada as formações Tiradentes e Prados mergulham entre 20 e 40 graus para
SE e são cortadas por clivagem ardosiana de alto mergulho para SE. A clivagem é plano axial
de dobras abertas com eixo de baixo caimento para NE, presentes apenas no canto sudoeste
da área. Um sistema de falhas de rumo NW-SE e outro E-W, definidos pelo trucamento de
contatos, brechas e cataclasitos com foliação íngreme paralela às falhas, gerou grabens e horsts
envolvendo até o embasamento.
No sistema E-W, uma falha principal coloca o embasamento sobre os quartzitos
Tiradentes. Na zona de falha ocorre uma foliação paralela ao acamamento que fica cada vez
mais íngreme ao se aproximar da caixa de falha, definindo uma dobra interpretada como de
propagação de falha. No plano de foliação existe uma lineação de estiramento com caimento de
ca. 45E. Assim, o embasamento sobre os quartzitos Tiradentes e as estruturas na zona de falha
evidenciam movimento sinistral reverso, incompatível com a compressão NW-SE gerada durante
a orogenia brasiliana na região. Dessa maneira, conclui-se que se trata de uma falha relacionada
à abertura de bacia mais nova que a Formação Tiradentes (Carandaí ou Prados?), que foi
reativada durante a Orogênese Brasiliana.
No sistema NW-SE ocorre grabens e horsts, sendo uma das estruturas um expressivo
graben. Nesta estrutura ocorrem brechas e cataclasitos com foliação subvertical paralela à
falha, contendo lineação de estiramento com caimento para leste. Dobras de arrasto e seixos
deformados indicam movimentação transcorrente dextral, compatível com reativação de falhas
normais durante a compressão NW-SE gerada na Orogênese Brasiliana. Além disso, planos
de falha com estrias e ressaltos preservados indicam movimentação sinistral referente a uma
nova reativação das falhas. Esta reativação pode ser associada aos eventos de neotectônica
que deram origem aos depósitos de fanglomerados e vaques da Bacia do Rio das Mortes.
1218
ANÁLISE ESTRUTURAL E GEOMECÂNICA DE ROCHAS CARBONÁTICAS
DA BACIA DO ARARIPE
Buriti, A.U1; Soares, J.A1; Nogueira, F.C.C1; Nicchio, M.A1
1Universidade Federal de Campina Grande
1219
MICROESTRUTURAS RESULTANTES DE DEFORMAÇÃO
INTRACRISTALINA NOS MILONITOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO
SÃO DOMINGOS – RJ
1220
EVOLUÇAO TECTONICA DA ZONA DE CISALHAMENTO ITAJAÍ-PERIMBÓ
COM BASE NO ESTUDO DE INCLUSOES FLUIDAS DO GRANITO
PARAPENTE, GASPAR – SC
Hadlich, I.W.1; Althoff, F.J.2; Ronchi, L.H.3 , Castro, N.A.2
1Programa de Pós-graduação em Geociências - UFRGS; 2 Departamento de Geociências - UFSC; 3Curso de
Engenharia Geológica - UFPel
1221
PERFIS LONGITUDINAIS E KNICKPOINTS APLICADOS À BACIA DO RIO
PELOTAS (SC) COMO INDICADORES DE ATIVIDADE TECTÔNICA
Santos, J.M.1; Salamuni, E.2; Silva, C.L.3.
1Pós-Graduação de Geologia da UFPR; 2Universidade Federal do Paraná/ DEGEO; 3Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro/ DEGEO f
1222
A TÉCNICA MEV-EBSD APLICADA À IDENTIFICAÇÃO DE MECANISMOS DE
DEFORMAÇÃO NA ZONA DE CISALHAMENTO LANCINHA-CUBATÃO
RESUMO: A Província Mantiqueira (PM) formou-se a partir da colisão entre os crátons São
Francisco e Congo durante a amalgamação do Gondwana Oeste, no final do Neoproterozóico
(~600 Ma). A colisão obliqua deu origem às zonas de cisalhamento transpressivas que
constituem o Cinturão Ribeira (CR), no qual, ao sul, localiza-se a Zona de Cisalhamento
Lancinha-Cubatão (ZCLC). A área de estudo extende-se do norte da região metropolitana de
Curitiba (PR) até a cidade de Registro (SP), e engloba o segmento sul da ZCLC, aonde
afloram granitos protomiloníticos, milonitos, ultramilonitos e filonitos, deformados sob condições
de fácies anfibolito.
Durante a deformação crustal o comportamento reológico dos minerais exerce um importante
controle na acomodação da deformação. A forma como este processo ocorre está diretamente
ligada à anisotropia cristalográfica, taxa de deformação, presença de fluidos e condições de
temperatura e pressão. Sendo assim, as estruturas geradas nas rochas deformadas
representam o resultado dos processos experimentados por estes materiais. A técnica MEV-
EBSD (Microscópio Eletrônico de Varredura - Electron Backscatter Diffraction) permite
caracterizar mecanismos de deformação responsáveis pela geração de microestruturas, bem
como os tamanhos de grão, a intensidade da trama cristalográfica e a distribuição dos ângulos
de desorientação (misorientation angles), informações que auxiliam na compreensão dos
processos de deformação responsáveis pela geração das tramas tectônicas. Investigações
desta natureza são ausentes na ZCLC. A partir de medidas de orientações cristalográficas
preferenciais (OCP), via a técnica MEV-EBSD, combinadas com análise quantitativa textural e
observações no microscópio ótico, é possível identificar os sistemas de deslizamento dos
minerais ativados durante a deformação, e consequentemente, a maneira como a deformação
foi acomodada e as condições de temperatura e pressão atuantes durante o processo
deformacional.
A presença de protomilonitos, milonitos e ultramilonitos, com alta proporção de quartzo e
feldspato, atesta que as rochas deformadas durante a instalação da ZCLC foram submetidas a
diferentes estágios de redução do tamanho do grão, consequentemente, a distintos graus de
recristalização dinâmica. A intensidade da redução do tamanho do grão, juntamente com o
mecanismo de recristalização dinâmica predominante, influenciam nos mecanismos de
deformação. Protomilotinos e milonitos, constituídos por grãos mais grosseiros, apresentam
tendência de deformação por mecanismos de dislocation creep. O avanço para o estágio de
ultramilonito (grãos mais finos), associado com o aumento da temperatura durante a
deformação, favorecem a deformação por mecanismos de diffusion creep, e o enfraquecimento
na intensidade da trama cristalográfica.
1223
ESTUDO DE FEIÇÕES NEOTECTÔNICAS EM DUAS BARRAS, SUL DO
ESPÍRITO SANTO
Serri, M.1; Neves, M.A.¹; Hubner, L.1 Turbay, C.V.G.¹
1Universidade Federal do Espírito Santo
1224
ANÁLISE ESTRUTURAL DO COMPLEXO ANTA – SAPUCAIA, RJ.
Gustavo Kaizer de Oliveira1; Odirney Benedito da Silva2; Vinicius Augusto de Souza2; Pedro
Ambrósio Daumas Barbosa2; Luiz Eduardo Corrêa da Silva2; Alan Wanderley Albuquerque
Miranda2.
1Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
RESUMO:
O Complexo Anta encontra-se localizado entre o município de Sapucaia – RJ e o distrito
de Anta, às margens da BR 393, tratando-se de um corpo plutônico alongado na direção NE-
SW apresentando o seu eixo maior cerca de 7 km, e seu eixo menor com cerca de 2 km,
estando concordante com a direção da Zona de Cisalhamento Paraíba do Sul, que se encontra
localizada próxima à borda ocidental do Complexo. Machado e Demange, 1994 classificam o
Complexo Anta quanto à fase de deformação regional, como sendo um granito Sin – F3, que
na descrição dos autores são maciços alongados, foliados, com presença de uma foliação de
fluxo magmático, muitas vezes afetada por uma foliação milonítica subparalela, de alto ângulo.
As rochas pertencentes ao Complexo Anta apresentam variações faciológicas, divididas
neste trabalho em fácies Leuco a mesocrática, caracterizada por rochas granitoides de
composição variando de sienogranito a monzogranito, e fácies bandada, sendo composta por
rochas granodioríticas e charno-enderbitos. Sendo a primeira frequente na região mais central
do corpo, e a segunda estando presente nas regiões de borda, principalmente na borda
oriental.
O plúton encontrasse encaixado entre os paragnaisses do Grupo Paraíba do Sul na
borda ocidental, e as rochas da Suíte Rio Turvo na borda oriental caracterizada neste trabalho
por rochas calcissilicáticas encontrada no mapeamento da área.
Foram identificadas estruturas e a partir destas, separadas em fases de deformação que
afetaram as rochas encaixantes e o Complexo Anta. Os paragnaisses do Grupo Paraíba do Sul
apresentam preservadas as foliações geradas por uma fase D1, e dobrada em uma fase
posterior caracterizada aqui como D2. A fase D2 presente nos pagnaisses encaixantes gerou
junto com as dobras uma foliação plano axial a estas, que é possível a identificação no
Complexo Anta, sendo esta foliação bastante sutil nas partes centrais do plúton, e muito
evidente nas bordas, sendo possível a observação em certos pontos de foliação milonítica,
caracterizando uma zona de alto streen. A fase D3 observada no Complexo geram pequenas
zonas de cisalhamento locais de cinemática sinistral e com orientação Norte Sul, também
gerando foliação milonítica com a mesma orientação, podendo ter sido geradas por uma
reativação da Zona de Cisalhamento Paraíba do Sul.
Foi possível a partir dos dados de campo, relacionar as fases de deformação e as
estruturas geradas por elas, com as litofácies encontradas no Complexo Anta, mostrando que a
fácies bandada encontrasse mais deformada que a fácies leuco a mesocrática, que em alguns
lugares aparecem sem nenhuma deformação evidente.
1225
IMPORTÂNCIA DO LEVANTAMENTO ESTRUTURAL DE DETALHE NO
PLANEJAMENTO DA LAVRA DE MACIÇOS ROCHOSOS.
1226
ASPECTOS TEXTURAIS, GEOTECTÔNICOS E GEOFÍSICOS APLICADOS À
INTERPRETAÇÃO DA IDADE DO MACIÇO ALCALINO MONTE SANTO –TO
Valentin, E.S.1; Caixeta, G.M. 1; Botelho, N.F. 1
1Instituto de Geociências - Universidade de Brasília
1227
PETROGRAFIA E DEFORMAÇÃO DO GRANITO GUARAYOS: EXTREMO
NORDESTE DA FAIXA SUNSÁS - BOLÍVIA
Santos-Neto, J.L.1,2,3. Ruiz, A.S.1,2,3. Oliveira, J.R.2,5. Paula, U.G.M.1,2. Zan, W.G.1. Matos-Salinas
R.2,4.
1
Faculdade de Geociências – Universidade Federal de Mato Grosso; 2Grupo de Pesquisa em Evolução Crustal e
Tectônica Guaporé; 3Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Geociências da Amazônia – GEOCIAM;
4
Universidad Mayor de San Andrés – UMSA; 5Pós-Graduação, Universidade de Brasília – Universidade de Brasília
Resumo: Este trabalho tem como objetivo contribuir para o conhecimento da geologia pré-cambriana do
oriente boliviano por meio da caracterização geológica e petrográfica do Granito Guarayos, . Trata-se de
uma intrusão com dimensão de batólito situado na região de Ascencion de Guarayos, Departamento de
Santa Cruz, o granito faz contato a leste e sul com o Grupo San Ignácio e a norte e oeste é recoberto pelos
sedimentos inconsolidados da Bacia Subandina. O Proyecto Pré-cambrico, uma parceria entre os serviços
geológicos boliviano e britânico, com base em aspectos de campo, abriga essa intrusão na Suíte Intrusiva
Pensamiento, parte da Província Rondoniana-San Ignácio, retrabalhada pela Orogenia Sunsás. As rochas
do Granito Guarayos, são de granulação média à grossa, cor de rosa, foliadas segundo a direção N15W e
composicionalmente classifica-se como biotita monzogranito. Ao microscópio apresenta texturas milonítica,
granolepidoblástica, inequigranular fina à média com porfiroclastos de feldspatos alcalinos (ortoclásio e
microclínio), plagioclásio e quartzo, com matriz de composição semelhante, sendo assim, classificada como
Sienogranito Protomilonítico. A mineralogia principal é composta por feldspatos alcalinos, caracterizados
como microclina e ortoclásio, quartzo, plagioclásio e biotita. Os minerais acessórios são basicamente
representados por apatita, zircão, e opacos. Foram reconhecidos como processos de alteração a
sericitizacão, que ocorre nos cristais plagioclásio e também nas pertitas, e a saussuritização , que ocorre
nas bordas dos feldspatos alcalinos, e também a formação de epidoto a partir das biotitas. Outro mineral
proveniente de alteração da biotita e feldspatos alcalinos é a muscovita, que está orientada assim como a
biotita. Porfiroclastos de microclina exibem sombras de pressão, com quartzo recristalizado em suas
margens e filossilicatos totalmente orientados envolvendo esses minerais, também é possível encontrar na
trama texturas de intercrescimento mineral do tipo pertita e mimerquita. De acordo com a caracterização
petrográfica e a análise do contexto de campo, o Granito Guarayos pode ser atribuído a Suíte
Pensamiento, com características de sin cinemático, no entanto, considerando-se que a intrusão encontra-
se na área de retrabalhamento crustal provocado pela Faixa Sunsás, é necessário investigação
geocronológica pelos métodos U-Pb e Ar-Ar com o propósito de definir qual ciclo orogênico e qual ambiente
tectônico foi responsável pela geração do batólito Guarayos.
1228
MODO DE OCORRÊNCIA DA TECTÔNICA DE BOUDINAGEM E SUA
INFLUÊNCIA NO CONTROLE DA MINERALIZAÇÃO AURÍFERA NO FLANCO
SUL DA ANTICLINAL DE MARIANA (QUADRILÁTERO FERRÍFERO):
ESTUDO DE CASO DA MINA DO JORGE, BAIRRO TAQUARAL, OURO
PRETO (MG)
Silveira, G.J.1; Martins, M.1; Bragante Filho, M.A.1; Ferrais, A.J.N.1;; Barbosa. L.H.C.1
1Universidade Federal de Ouro Preto
1229
CONTEXTO GEOLÓGICO E ESTRUTURAL NO SISTEMA DE NAPPES ANDRELÂNDIA, NA
REGIÃO DE LIBERDADE (MG)
Sérgio Wilians de Oliveira Rodrigues1, Mário da Costa Campos Neto2 e Frederico Meira Faleiros2
1- Departamento de Geologia Regional e Geotectônica, Faculdade de Geologia, Universidade do Estado
do Rio de Janeiro (swor@uerj.br);
2- Departamento de Mineralogia e Geotectônica, Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo.
A região entre Liberdade (MG) e Bocaina de Minas (MG) constitui-se uma feição morfológica linear, a
qual o Rio Grande apresenta-se alinhado. Também delimita o contato entre as nappes Liberdade e
Andrelândia. Essencialmente na região são cartografadas unidades litológicas associadas à ortognaisses
paleoproterozoico (Complexo Mantiqueira), rochas metassedimentares das Nappes Andrelândia e
Liberdade, migmatitos (Alagoas e Rio Preto) e corpos graníticos. Os ortognaisses paleoproterozoicos são
relacionados ao Complexo Mantiqueira. Constituem a principal unidade em área da região mapeada.
Ocorrem como corpos intercalados tectonicamente com unidades de rochas metassedimentares associadas
as Nappes Andrelândia e Liberdade. Caracterizam-se pelo predomínio de um migmatito estromático. Os
metassedimentos associados a Nappe Liberdade são essencialmente de natureza psamo-pelítico (mica-
xistos e quartzitos), também ocorrem unidades relacionadas a rochas migmatíticas (Migmatitos Alagoa) e
metaultramáficas. Os corpos mapeados associados a Nappe Andrelândia têm como litotipo predominante
um (sillimanita)- granada- muscovita- quartzo- xisto que apresenta intercalações métricas a centimétricas
de quartzito e de granada-muscovita biotita gnaisse bandado. O estudo das microestruturas das rochas
quartzíticas (quartzitos e quartzo-xistos) indica a atuação de processos de recristalização dinâmica
(migração de borda de grãos) e estática (annealing) com formação de agregados poligonais de quartzo. As
microestruturas observadas como a extinção ondulante do tipo tabuleiro de xadrez são evidencias de
processos de recristalização associados a altas temperaturas e pressão. O estudo da trama de eixos-c de
quartzo em rochas quartzosas é consistente com diferentes critérios cinemáticos verificados em meso- e
macroescala. Apresenta tramas associadas a deformação coaxial (guirlandas simples e cruzadas) e não
coaxial (guirlandas cruzadas e quebradas). São relacionadas à ativação relacionadas a ativações combinada
dos sistemas de deslizamento prismático <a> e [c] sob temperatura alta a muito alta (> 600º C). A análise
de deformação apresentou elipsoides oblatos no campo da deformação plana e prolatos com direção do eixo
x preferencialmente paralela a direção ENE. Apresentam-se distribuídos heterogeneamente nos limites
entre as lascas tectônicas. As características estruturais indicam o desenvolvimento de uma estrutura
complexa que agrega um conjunto de falhas transcorrentes e inversas. Sua cinemática denota para um
domínio imbricado com movimentação lateral oblíqua de caráter destral e dúctil, com orientação de
esforços compressivos NW-SE. Este sistema de esforços associa- se a um conjunto de dobras assimétricas
e com vergência para SE.
1230
MODELAGEM FÍSICA DE RAMPAS DE REVEZAMENTO
A modelagem física estrutural tem sido utilizada, desde o século XIX, como ferramenta auxiliar
na compreensão da formação, desenvolvimento e evolução de estruturas e corpos geológicos,
originados nos diversos regimes tectônicos. No presente trabalho, essa ferramenta foi utilizada
na simulação das estruturas rampas de revezamento (relay ramp), nucleadas durante a evolução
de bacias sedimentares. Rampa de revezamento consiste em uma zona de acomodação
formada na região de sobreposição existente entre duas falhas normais, que promove a
acomodação da deformação. Os experimentos foram realizados com o auxílio do aparato tipo
caixa-de-areia, utilizando-se materiais analógicos tais como areia natural seca, microesfera de
vidro, gesso e argila, para simular as sequências pré- e sintectônica. Um descontinuador de
velocidade (DV) foi usado na base do modelo para estimular a nucleação das estruturas,
simulando estruturas prévias. A velocidade da distensão, em todos os experimentos, foi
constante e igual a 0,042 cm/s. Três séries distintas de experimentos foram realizadas. A Série
I com distensão elástica oblíqua e diferente reologia das camadas da sequência pré-tectônica.
As rampas de revezamento desenvolvidas nesta série, foram geometricamente classificadas de
escalonadas, simétricas simples e simétricas compostas. Na Série II os modelos foram
submetidos à distensão também oblíqua, mas com descontinuador de velocidade curvilíneo,
variando-se tanto a curvatura do DV como a reologia da sequência pré-tectônica. Nesta série
houve o desenvolvimento de maior variedade de tipos de rampas de revezamento, com variação
de comprimento e largura, associadas a formação de um graben curvilíneo. A Série III foi
representada pelos modelos submetidos a uma distensão ortogonal com a presença de uma
zona de transferência importante. Nesta série, as rampas foram geometricamente classificadas
de escalonadas e simétricas simples, associadas com o desenvolvimento de falhas de
transferência sinistrais. Os experimentos realizados mostraram que a variação da geometria do
DV, a reologia da sequência pré-tectônica, e a obliquidade de distensão são fatores que
interferem diretamente na geometria, largura, comprimento e evolução das rampas de
revezamento. O estudo destas estruturas tem a sua importância do ponto de vista tanto
científico/acadêmico, uma vez que pode prover informações sobre a história evolutiva da bacia
sedimentar, quanto econômico pois pode influenciar direta ou indiretamente na formação de
reservatórios, ou atuar como conduto e/ou barreira para o fluxo de fluidos (hidrocarbonetos e
água).
Palavras chaves: Modelagem física, rampas de revezamento, bacia sedimentar.
1231
EXPERIMENTOS FÍSICOS EM CAIXA DE AREIA DE ESTIRAMENTO
CRUSTAL E REATIVAÇÕES EM BACIAS SALÍFERAS: RESULTADOS
PRELIMINARES
Carvalho, T. S1, Araújo, M.N.C1, Gomes, C. J. S 2, Negrão, S.C.B1, Falcão, T.C1e Lourenço, F.S1.
1232
NOVAS EVIDÊNCIAS DA TECTÔNICA TIPO THICK SKIN NA PORÇÃO SUL
DA FAIXA ARAGUAIA
Garcia, V.B. 1; Dantas, E.L.1; Yokoyama, E.1; Vidotti, R.M. 1; Hauser, N. 1; Alves, P.V.F.S. 1;
Reis, M.A.1; Teles, L.S.B. 1; Queiroz, S.O. 1; Oliveira, G.N.R. 1
1Universidade de Brasília
1233
EVOLUÇÃO ESTRUTURAL E METAMÓRFICA DO ANTIFORME DA ANTA
GORDA, FAIXA RIBEIRA MERIDIONAL
RESUMO: O Antiforme da Anta Gorda recebe essa designação devido à forma de domos
alongados onde afloram os gnaisses miloníticos do Núcleo Tigre, interpretados como zonas de
charneira de grandes estruturas antiformais abertas. Está localizado nas proximidades da
cidade de Adrianópolis (PR) e faz parte do Terreno Apiaí (Faixa Ribeira Meridional). A evolução
estrutural e metamórfica do antiforme foi elaborada a partir da integração de resultados de
análise petrográfica, estrutural e microtectônica de amostras e dados coletados em campo,
além de revisão bibliográfica de estudos já realizados na área. As rochas que compõem a parte
externa do antiforme pertencem ao Grupo Votuverava, de idade calimiana, e correspondem a
uma unidade de granada micaxistos composta dominantemente por granada-biotita-muscovita
xisto, podendo conter localmente estaurolita e cianita; além de corpos lenticulares de
metabasitos, anfibolito e rochas calcissilicáticas. A Formação Perau, que ocupa posição
estratigráfica inferior, aflora na porção sudoesta da área. É composta por uma unidade basal
de quartzito e muscovita quartzito fortemente lineados, sobrepostos por ardósia, filito e quartzo-
biotita-muscovita xisto com ou sem granada. São comuns corpos de rochas metabásicas e
calcissilicáticas concordantes a estas rochas. O Núcleo Tigre (Riaciano a Estateriano), que
corresponde ao embasamento, compreende ortognaisses miloníticos de composição
sienogranítica e quarto monzonítica a quartzo monzodiorítica, com assinatura geoquímica de
granitos tipo A. O metamorfismo que afetou as rochas do Grupo Votuverava na região foi do
tipo barroviano, variando de fácies xisto verde (zona da biotita) a anfibolito médio (zona da
cianita), sendo a estruturação dos litotipos um fator de controle importante na disposição das
zonas metamórficas na área. A paragênese das rochas pelíticas na zona da granada é formada
por muscovita, biotita, quartzo e granada, com porfiroblastos de granada de caráter pré-
cinemático em relação à foliação principal. Na zona da estaurolita, ocorre, adicionalmente,
estaurolita de caráter sin-cinemático e uma segunda geração de granada tardi- a pós-
cinemática. A paragênese na zona da cianita é composta por muscovita, biotita, quartzo,
granada, estaurolita e cianita, esta última sin-tectônica. Dados geotermobarométricos obtidos
em metapelitos e metabasitos das zonas da clorita na porção do Grupo Votuverava a norte da
Zona de Cisalhamento Ribeira e da granada apresentaram condições de pico metamórfico de
380°C-630°C e 6-8 kbar, com trajetórias P-T-t horárias. A análise dos dados estruturais permite
concluir que a foliação principal é de caráter milonítico e define dobras cilíndricas abertas com
vergência para SE e eixo de caimento baixo para NE. Em escala de afloramento, ocorrem,
localmente, dobras suaves com eixo de baixo caimento para NNW. As lineações de crenulação
apresentam caimento moderado para NE e SW. Duas clivagens de crenulação, de ocorrência
restrita, apresentam mergulho moderado para W e NE. As lineações de estiramento mineral em
quartzo e mica possuem orientação próxima ao eixo dobramento, predominando caimentos
baixos para NE. Assim, conclui-se que a estruturação geral da área é resultante de um evento
tectônico responsável pela milonitização da foliação principal e que se associa ao pico
metamórfico registrado nas rochas metapelíticas do Grupo Votuverava.
1234
COMPLEXO CAPARAÓ E A ROCHAS MILONÍTICAS ASSOCIADAS, UM
REGISTRO SINCOLISIONAL BRASILIANO (603-584 MA)
Gualandi, T. F. 1, Rodrigues, S.W.O.2, Geraldes M. C.2
1- Instituto Federal do Esprito Santo- Campus de Cachoeira do Itapemirim e Programa de Pós-Graduação em
Análises de Bacias e Faixas Móveis/ Universidade do Estado do Rio de Janeiro
RESUMO: O Complexo Caparaó situa-se na serra homônima, localizada na divisa dos estados
de Minas Gerais e Espírito Santo. Tectonicamente insere-se na região meridional do Orógeno
Araçuaí, constituindo o setor norte da Província Mantiqueira. Representa configura uma lasca
tectônica/inlier de embasamento paleoproterozoico retrabalhado no Brasiliano nos eventos
colisionais associados as faixas Araçuai. É delimitado por contatos tectônicos caracterizados
por zonas de cisalhamento inversas (empurrões) de médio a alto ângulo de mergulho. O
Complexo Caparaó é predominantemente constituído por ortognaisses e rochas migmatíticas
desenvolvidas em fácies granulito. Na borda junto as zonas de cisalhamentos ocorrem uma
série de rochas miloníticas com desenvolvimento de microestruturas indicativas de processos
de deformação e recristalização dinâmica em alto grau metamórfico. As microestruturas são
observadas principalmente nos cristais de quartzo no qual são descritos formação de ribbons e
sub-grãos com rotação de sub-grãos e migração de limites de grãos. Também são comuns nos
cristais de plagioclásio maclas de deformação em cunha e microkinks. Nestas rochas foram
realizados estudos detalhados de geocronologia com imageamento de zircões
(catodoluminescência) e datações U-Pb. O imageamento dos zircões foi realizado em um MEV
(Microscópio Eletrônico de Varredura) do laboratório Multilab-UERJ, possibilitando a
observação da estrutura interna mineral e evidenciar núcleos herdados, áreas de reabsorção,
zoneamento magmático para guiar a locação posterior da análise isotópica. O espectrômetro
utilizado para as quantificações isotópicas do presente trabalho foi o Thermo (Neptume plus)
acoplado ao Laser ablation Photo Machines InC, 193 mm, ambos aparelhos pertencentes ao
Multilab-UERJ. Nas imagens de catodoluminescência as populações de zircões analisados
apresentam em sua maioria padrão de zoneamento oscilatório e irregular os quais podem ser
interpretadas como resultado do crescimento metamórfico ou crescimento durante o pico do
evento metamórfico. Os dados U-Pb dos zircões analisados apontam por um evento de
cristalização paleoproterozoica (2.209 – 2060 Ma) e forte retabalhamento metamórfico
brasiliano (603-584 Ma). As idades de cristalização de algumas das amostras não foram
preservadas no sistema isotópico dos grãos de zircões analisados, indicando que o evento
metamórfico em questão foi tão alto que ocorreu a rehomogeneização do sistema desses
minerais. Deste modo este conjunto de idades marca o desenvolvimento das zonas de
cisalhamento, responsáveis pela estruturação geral observada no Complexo Caparaó. Estas
idades são correlacionáveis aos eventos sincolisionais das faixas Araçuai e Ribeira.
1235
A SEGMENTAÇÃO DO RIFTEAMENTO TONIANO (ca. 957 – 890 Ma) NA
REGIÃO CENTRO-NORTE DE MINAS GERAIS: AS FORMAÇÕES PLANALTO
DE MINAS E CAPELINHA COMO REGISTRO METAVULCANO-SEDIMENTAR
DA DINÂMICA DE ABERTURA DA BACIA MACAÚBAS
Souza, M.E.S.1; Castro, M.P. 1; Martins, M. 1, Queiroga, G. 1, Pedrosa-Soares, A.C. 2a, Dussin,
I.A.2b
1 Universidade Federal de Ouro Preto; 2a Universidade Federal de Minas Gerais; 2bUniversidade Estadual do Rio
de Janeiro
1236
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Castro M.P. 2014. Caracterização Geológica da Formação Capelinha Como Uma Unidade
Basal Do Grupo Macaúbas Em Sua Área Tipo, Minas Gerais. MS Dissertation, Departamento
de Geologia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 146p.
Chemale F., Dussin I.A., Alkmim F.F., Martins M.S., Queiroga G., Armstrong R., Santos M.N.
2012. Unravelling a Proterozoic basin history throught detrital zircon geochronology: The case
of the Espinhaço Supergroup, Minas Gerais, Brazil. Gondwana Research, 22(1):200-226.
Martins M., Karfunchel J., Noce C.M., Babinski M., Pedrosa-Soares A.C., Sial A.N., Liu D. 2008.
A sequência pré-glacial do Grupo Macaúbas na área-tipo e o registro da abertura do rifte
Araçuaí. Revista Brasileira de Geociências, 38(4): 761-772.
Noce C.M., Pedrosa-Soares A.C., Grossi-Sad J.H., Baars F.J., Guimarães M.L.V, Mourão
M.A.A, Oliveira M.J.R., Roque N.C. 1997. Nova divisão estratigráfica regional do Grupo
Macaúbas na Faixa Araçuaí: O registro de uma bacia neoproterozóica, Anais 9º Simp. Geol.
Minas Gerais – SGB Núcleo MG. Bol. 14: 29-31.
Souza M.E.S. 2016. Caracterização Litoestrutural e Geocronológica dos Metagabros e Xistos
Verdes do Grupo Macaúbas na Faixa Terra Branca-Planalto de Minas, Minas Gerais. MS
Dissertation, Departamento de Geologia, Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto,
245p.
1237
RECONSTRUÇÃO DE EIXOS DE PALEOTENSÃO A PARTIR DE
POPULAÇÕES DE FALHAS NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL
Morales, N.1; Hasui, Y.1; Souza, I.A.1; Antonialli, R.C.1
1UNESP – Universidade Estadual Paulista – Rio Claro
A partir do estudo das falhas e de seus componentes principais é possível obter dados das tensões vigentes no
tempo da deformação, da sua formação, permitindo uma aproximação da representação geométrica do elipsoide
de esforços. Critérios diversos para determinação do sentido de movimento, considerando a separação
estratigráfica ou o truncamento de marcadores pré-deformação, a presença de dobras de arrasto ou ainda feições
assimétricas do plano de falha (slickensides, degraus, fraturas Riedel e anti-Riedel, marcas parabólicas, entre
outros), permitem reconstruir o quadro evolutivo de uma região. A partir de informações de campo e da literatura,
foram inventariados dados de falhas deformadoras de coberturas sedimentares superficiais cenozoicas e de perfis
de alteração intempérica. Assim, dizem respeito à deformação rúptil paleógena ou neógena, onde o tempo de
formação das falhas é considerado como uma idade máxima para a sua ativação ou reativação. Para
homogeneização, os dados foram tratados com o software WinTensor, resultando em reconstruções da orientação
dos eixos de paleotensões à época de formação ou reativação daquelas populações de falhas. Para a
representação em mapa, foram utilizados diagramas que indicam a projeção dos eixos na superfície horizontal,
compressivo por setas convergentes, distensivo por setas divergentes, indicando a projeção de SHmax ou de
SHmin para cada região ou afloramento considerado. Foram reconhecidos dois grandes conjuntos, suportados
pelo quadro evolutivo regional e pela caracterização temporal apresentada nos artigos consultados: o primeiro
conjunto, mais antigo, é relacionado à evolução do Paleógeno, onde o cenário principal é a formação das bacias
do Sistema de Riftes do Sudeste do Brasil; o segundo conjunto é admitido como deformador ou modificador
daqueles registros sedimentares, portanto mais jovem, relacionado ao Neógeno. O primeiro conjunto mostra
arranjos distensivos (NW-SE, com grande variação nestes quadrantes) e compressivos (NE-SW, também com
grande variação). Sua reconstrução representa regimes distensivos com σ3 NW-SE, regimes transcorrentes com
σ1 NNE-SSW a ENE-WSW e, mais localmente, regimes de empurrão (σ3 próximo da vertical) com σ1 NW-SE. O
segundo conjunto indica predomínio de arranjos compressivos (WNW-ESE, com variação deste EW até NNW-
SSE) e subordinados arranjos distensivos (NE-SW, também com grande variação). A reconstrução dos eixos de
paleotensão mostra regimes compressivos transcorrentes com σ1 EW a NW-SE, localmente ENE-WSW, regimes
de empurrão com σ1 NW-SE e regimes distensivos com σ3 NNE-SSW a NE-SW. É interessante notar que, em
locais próximos a importantes falhas do embasamento pré-cambriano, orientadas NE-SW, são reconhecidos
arranjos distensivos com σ3 NW-SE, marcados por falhas normais paralelas às falhas mais antigas. Assim, o
quadro de paleotensões reconhecido mostra para o Neógeno o predomínio de regime compressivo com SHmax
próximo a WNW-ESE, com forte contribuição localizada de feições distensivas onde o SHmin está orientado NNE-
SSW. Tal arranjo se ajusta ao quadro neotectônico local reconhecido anteriormente por diversos autores,
representando um regime transcorrente com transtensão associada. Cabe destacar a determinação de arranjos
distensivos NW-SE associados a falhas antigas, podendo representar seu papel como descontinuidade importante
na redistribuição dos esforços do maciço rochoso levando à formação de feições distensivas locais NW-SE,
individualizadas ou associadas a pequenas províncias locais.
nmorales@rc.unesp.br;
yociteru@gmail.com
iata.anderson@gmail.com; iataas@rc.unesp.br;
rcantonialli@gmail.com
1238
The role of pre-existing basement structures during rifting: examples from
the Suez, East African and Recôncavo-Tucano rifts and the Canyonlands
National Park, USA.
A long-standing question in the formation of rift basins is the role of pre-existing brittle
and ductile structures in underlying basement. In other words, to what extent do basement
structures and fabrics influence or control the location, distribution, orientation and growth of rift-
related normal faults, and thereby the overall rift geometry and petroleum distribution.
In this work we present the result of basement lineament interpretation based on remote-
sensing data from the eastern basement shoulder of the Oligo-Miocene Suez Rift, and compare
these results to the structural trends observed in the rift basin itself. In particular, we have
focused on the trends of faults and dikes in the basement that are fairly straight lineaments at
the scale of satellite images, with preferred orientations that are presented by means of rose
diagrams. The rift faults that formed in the pre- to syn-rift sequence in the Suez rift are on
average oriented parallel to the rift axis, but show many abrupt steps with subordinate segments
or steps with odd orientations that closely match the trends of the basement lineaments. This
produces very angular fault traces in map view that we attribute to basement reactivation during
fault segment linkage.
Similar angular fault traces are seen in the East African rift system where a combination
of basement fabrics and brittle faults and fractures are reactivated. Examples from the Chow
Bahir basin, South Ethiopian rift illustrate well how angular or zig-zag fault pattern can emerge
from the exploitation of basement structure.
Similar examples are found in the Grabens area of Canyonlands National Park in the
USA. In this case graben formation occurs in a 500 m thick layer of jointed sedimentary
sequence resting on a ductile evaporite layer. Two sets of joints guide the formation of steep
extensional faults related to gravity-driven salt movements, again creating zig-zag fault patterns,
particularly in areas of fault interaction and graben stepovers.
Rift-scale transfer zones are also controlled by basement structures in many cases,
although sometimes in a more diffuse way. A well-known Brazilian example is the transfer
zones of the Recôncavo-Tucano rift, where ductile fabrics or shear zones in the basement
control more diffuse transfer zones. The rift setting resembles that of the Suez rift, where the
Sinai microplate at the northern end of the Red Sea was rotated counterclockwise and later
abandoned in favor of activity farther east.
Our conclusion is that preexisting basement structures can have rather profound
influence on the location and geometry of rift-related faults, although the actual effect will
depend on the orientation, dip, strength, continuity and size of the preexisting structure.
1239
FONTE DO OURO NAS SUCESSÕES PROTEROZÓICAS ADJACENTES A
FALHA DO LENHEIRO, SÃO JOÃO DEL REI, MINAS GERAIS
Souza,J.F.G.1,Ribeiro,A.1,Medeiros, S.R.1
1Departamento de Geologia, IGEO, Universidade Federal do Rio de Janeiro
RESUMO: Com fins de estabelecer as possíveis rochas fonte de ouro foi feito o mapeamento
geológico detalhado em escala 1:5.000 e coleta sedimentos em drenagens em uma área de
18Km2 nas adjacências da Falha do Lenheiro, a norte de São João Del Rei. A falha é uma
estrutura NE-SW que mergulha >80º para sudeste, é uma falha normal, que foi reativada em
condições de fácies xisto verde durante a Orogenia Brasiliana, resultando em uma zona de
cisalhamento reversa obliqua dextral. No bloco sul ocorrem quartzitos da Formação Tiradentes
(Mesoproterozóico) e metapelitos da Formação Prados (Neoproterozóico ?). As camadas
mergulham em torno de 20° para nordeste e são cortadas por uma clivagem de mergulho
íngreme para sudeste. Na zona de falha o acamamento chega a ficar muito íngreme (>80º)
para sudeste. No bloco norte, ocorrem clorita filitos, sericita filitos e quartzitos, ortognaisses e
pegmatitos do embasamento Paleoproterozóico (Cinturão Mineiro). A foliação no embasamento
é paralela aos contatos litológicos e mergulha em torno de 70° para sudeste.
Para a coleta de sedimentos foram selecionados dez pontos nas drenagens principais com o
objetivo de cobrir toda a área mapeada. A metodologia no campo foi a coleta de 10 litros de
sedimentos, os quais foram peneirados, para a retirada das frações maiores que areia, e
bateados no local. No laboratório, houve a separação dos minerais detríticos por líquido denso
e obtenção de diferentes frações por susceptibilidade magnética em separador isodinâmico
(Frantz). Por fim, os minerais foram identificados com auxílio de lupa binocular. O ouro foi
identificado em dois pontos de coleta no Córrego do Cunha e em um no Córrego da Água
Limpa. Optou-se então por seguir a proveniência do ouro no Córrego do Cunha, pois os pontos
nele são em drenagens de terceira ordem, enquanto a coleta na drenagem do Córrego da
Água Limpa é de primeira ordem e, portanto, já oferecia uma correlação mais direta com a
possível rocha fonte. Mais quatro coletas foram feitas nos afluentes do Córrego do Cunha.
Nestes novos pontos, dois apresentaram ouro. A partir deste resultado mais quatro coletas nos
afluentes destas drenagens foram realizadas. Uma subárea com as possíveis rochas fontes do
ouro foi então delimitada. A conclusão é que o ouro do Córrego do Cunha pode ser proveniente
de quartzitos seixosos da Formação Tiradentes, do ortognaisse do embasamento ou da zona
de cisalhamento/Falha do Lenheiro.
1240
On Earth, meteorite impact craters in volcanic settings are underrepresented but
obviously feature prominently on other planetary bodies. The study of such crater structures
could possibly give new insights into the impact-related processes (shock, structural
deformation) on planetary bodies with volcanic surfaces, the behavior of volcanic materials
under shock loading, and the formation and evolution of impact structures in general.
Two structures in Brazil were targeted for a first field campaign. The Cerro do Jarau
structure is ~13.5 km in diameter and situated at 30°12’S/56°32’W in Rio Grande do Sul. The
structure is formed in sandstones and basalts of the Jurassic-Cretaceous São Bento Group of
the Paraná Basin [1]. A possible impact origin is still controversial today. Apart from the
investigation of the obvious circular arrangement of sedimentary strata in the outer ring
structure, detailed structural observations were made on various scales. Different stages of
folding and faulting were observed. Folding at mm, dm, and decameter scales could be
discriminated, in places within one outcrop. From these initial results it can already be stated
that the observed structural deformation makes it difficult to explain the degree of folding and
faulting with purely tectonic deformation. In particular, the observed radial and concentric
folding and faulting would rather be consistent with impact deformation [2]. Locally,
millimeter-spaced intense micro-faulting with mm-scale displacements was observed; this
phenomenon strongly resembles the multiply striated joint sets related by [3] to the shatter cone
impact deformation phenomenon. Proper shatter cones, or even those “probable” ones reported
in the past, have so far not been observed. Different types of breccia are present that are
currently being investigated for shock metamorphic effects.
The Vargeão Dome (26°50’S/52°07’W, SC) 12-km-wide, complex impact structure is
also situated in the São Bento Group of the Paraná flood basalt province [4]. Various types of
breccia are present in this well exposed but deeply eroded crater structure. At a location in the
eastern part of the crater, inside the structural rim, a well exposed and not too severely
weathered road-cut (~ 60 x 5 m) exhibits volcanic rock and an adjacent breccia dyke. Breccia
clasts of angular to well-rounded shapes were observed, with some of these showing fitting
patterns. Our working hypothesis is that this locality shows the occurrence of a pseudotachylitic
breccia. Structural findings at Vargeão include large-scale concentric and radial lineaments, and
intense faulting.
At the congress, further structural and petrographic results will be discussed.
References: [1] Crósta et al. 2010. Geol. Soc. Amer. Spec. Pap. 465: 173-190. [2] Kenkmann et
al. 2012. J. Struct. Geol. 62: 156-182. [3] Nicolaysen and Reimold 1999. J. Geophys. Res. 104:
4911-4930. [4] Crósta et al. 2012. Meteorit. Planet. Sci. 47: 1945-5100.
1241
ANÁLISE DE MICROFÁCIES E COMPORTAMENTO MECÂNICO DE
CALCÁRIOS LAMINADOS APTIANOS NA BORDA NORTE DA BACIA DO
ARARIPE
Torres, L.S.1,2; Matos, G.C. 2; Carvalho, B.R.B.M. 2, Miranda, T.S. 3
1 Faculdade de Geologia – UERJ; 2 Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello –
CENPES; 3 Programa de Pós-Graduação em Geociências - UFPE.
1242
DELIMITAÇÃO ESTRUTURAL DOS LIMITES TECTÔNICOS DO
GRABEN RIO DAS MORTES.
RESUMO:
1243
enquanto o Arco do Alto Xingu estabelece o limite norte. O delimite por um
conjunto leste é marcado por falhas nas rochas da bacia do Paraná com
direção NE-SW e N-S. Conclui-se que o Graben Rio das Mortes trata-se de
uma estrutura com delimitações tectônicas bem definidas cuja evolução
permitiu a deposição de uma sequencia sedimentar significativa posterior ao
cretáceo superior.
1244
ESTUDO PETROGRÁFICO E MICROTECTÔNICO DO GRUPO PARANOÁ,
NORTE DO DF E ENTORNO
Barroso, R.H.G.1, Guimarães, E.M.1, Araújo Filho, J.O.1
Universidade de Brasília
RESUMO: Este estudo trata da caracterização de rochas pelíticas da porção norte e entorno do Distrito Federal
pertencentes aos grupos Canastra e Paranoá. Estes grupos, bem como o Grupo Bambuí, estão inseridos na Faixa
de Dobramento Brasília (FDB) do Neoproterozóico, a oeste do Cráton São Francisco e leste da Província Tocantins.
Estas unidades mostram intensidade crescente da deformação e metamorfismo de leste para oeste, e divididos em
três domínios tectônicos: 1) Cratônico não deformado; 2) deformado sem envolvimento de embasamento (Zona
Externa); 3) deformado com envolvimento do embasamento (Zona Interna). O Distrito Federal compreende a
transição entre as zonas externa e interna, em um domínio transicional.
Para investigar a relação entre diagênese e tectônica nas rochas pelíticas do Grupo Paranoá foram feitas análises
de microscopia ótica, com enfoque nas estruturas microtectônicas. Os resultados obtidos para o Grupo Paranoá
foram comparados com os do Grupo Canastra, tomado como padrão de rocha metamórfica na fácies xisto-verde,
cujos filitos apresentam domínios M (lepidoblásticos) e QF (granoblásticos), bem definidos. Há duas foliações: 1)
Foliação S1 marcada pela orientação preferencial dos filossilicatos, levemente ondulada e paralela a S0; 2) Foliação
S2, proeminente no domínio M, caracterizada predominantemente por clivagem de crenulação discreta, mas que
varia de zonada à contínua, de acordo com a proporção entre o domínio M e QF. Ocasionalmente, uma foliação S3
ocorre como clivagem espaçada incipiente, discreta, paralela à superfície axial das microdobras de S1.
As rochas do Grupo Paranoá mostram foliação S1 incipiente paralela a S0 evidenciada pela orientação das palhetas
de filossilicatos. Localmente apresentam foliação S2 e estrangulamento das camadas e lâminas pelíticas, menos
competentes. Há duas gerações de vênulas e microfraturas: 1) microjuntas e microfalhas com cristais finos de
quartzo não-orientado, com rompimento e rotação sinistral; 2) fraturas espaçadas a 3 mm, regulares, restritas aos
domínios de arenitos finos. Em zonas de falha observa-se desenvolvimento de microzonas de cisalhamento,
microfalhas normais ou inversas, com microdobras de arrasto.
Estes dados indicam 3 fases de litificação e deformação das rochas do Grupo Paranoá: 1) os sedimentos foram
submetidos à desidratação, compactação segundo S0, compactação diferencial e encurvamento das lamelas de
filossilicatos; 2) fase Dex, de abertura fraturas e seu preenchimento; 3) fase D1, de cisalhamento incipiente, indicado
pela formação da foliação S1 paralela ao plano de acamamento, e estiramento tênue dos grãos de quartzo. A
microtrama, orientada segundo o acamamento, caracteriza a transição da diagênese para o anquimetamorfismo.
Fases D2 e D3 sugerem ser temporalmente muito próximas.
Em áreas próximas às zonas de falha, observa-se foliação S2 espaçada e presença de cristais de quartzo com
lamelas de deformação sub-basa, indicando que o auge da deformação a baixa temperatura, entre 200 e 300 ºC.
1245
ANÁLISE ESTRUTURAL CENOZOICA EM MANAUS (AM) A PARTIR DE
SEÇÃO EM CORTE DE ESTRADA: AVENIDA DAS TORRES.
Furtado, A.R.1; Silva, C.L.2
1Universidade Federal do Amazonas; 2Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
1246
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E ESTRUTURAL DOS FILONITOS E
QUARTZO MILONITOS DA REGIÃO DE QUITÉRIA, RS
1247
DADOS PRELIMINARES DO MAPEAMENTO GEOLÓGICO E ESTRUTURAL
DA REGIÃO A NORTE DA CIDADE DE IBIMIRIM
Castellan, P.M.1, Neves, S.P.2,
1Universidade Federal de Pernambuco
1248
1249
UTILIZAÇÃO DA MICROTOMOGRAFIA DE RAIOS-X NA PETROGRAFIA E
MICROESTRUTURAL DE ROCHAS
Battisti, M.A.1; Campos, R.S.2
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2Universidade Federal de Santa Catarina.
1250
ANÁLISE MICROTECTÔNICA NA REGIÃO DE GRANJEIRO (CE),
PROVÍNCIA BORBOREMA, NORDESTE DO BRASIL
Felix, W. Q.¹; Cardoso, A. R.¹; Cruz, D. J. N. ¹
1Universidade Federal do Pará
1251
metamórficas do Complexo Granjeiro e na Sequência Lavras da Mangabeira
permitiu caracterizar os tipos de deformação, a cronologia das
texturas/estruturas e os comportamentos reológicos distintos entre as rochas
que compõe estas unidades. Estes dados são ainda localizados, no entanto,
devem ser amplificados futuramente e comparados com as estruturas regionais
da área de estudo, com o intuito de congregar os aspectos deformacionais e
evolutivos.
1252
NEOTECTÔNICA COMO CONTROLE ESTRUTURAL PARA AS
MINERALIZAÇÕES MANGANESÍFERAS PORTADORAS DE METAIS RAROS
NA REGIÃO DO VAU DA BOA ESPERANÇA – BARREIRAS/BA.
Janoni, C.R.J.2; Castro, M.S.S.1; Santos, G.B.1; Medeiros, E.L.M1; Barbosa, J.S.F.2
1Universidade Federal do Oeste da Bahia; 2Universidade Federal da Bahia.
RESUMO: A região oeste da Bahia está inserida geologicamente nos domínios do Cráton do
São Francisco (CSF) em seu setor setentrional, apresenta a maior concentração de minério de
manganês portador de metais raros, geradas em condições sedimentares e supergênicas do
nordeste brasileiro. A proposta de realização deste se dá através da análise neotectônica nas
coberturas sedimentares recentes que recobrem o CSF na região do Vau da Boa Esperança,
como materiais encaixantes das mineralizações manganesíferas portadoras de metais raros
(tálio, cobalto, escândio), no intuito de investigar a influência de falhas “neoformadas” ou
reativadas por processos geológicos recentes que controlam a evolução de paisagens, como
condicionantes dos depósitos sedimentares cenozoicos, hospedeiros das inúmeras ocorrências
manganesíferas portadoras de metais raros enriquecidos por processos supergênicos. A
metodologia se justifica pela análise in situ dos litotipos e das estruturas que encaixam as
mineralizações manganesíferas e também quanto às implicações neotectônicas e
metalogenéticas, na área de estudo. Na região o quadro geológico é representado pelos
grupos Bambuí e Urucuia, além da presença de extensas áreas onde predominam coberturas
cenozoicas detrito-lateríticas, eluvio-coluvionares, colúvio-aluvionares. As unidades
geomorfológicas correspondem a platôs, representados por relevo mesiforme e localmente
ruiniforme nas áreas, mas elevadas e a transição dos relevos mesiforme para os vales
intermediários inicialmente se configuram em morfologia de escarpas de regressão erosiva
inicialmente, passando para as rampas de colúvio. A análise estrutura permitiu a
caracterização de dois grandes conjuntos de lineamentos, os principais com direção NW-SE e
E-W e as subsidiarias com direção N-S e NE-SW e a partir da análise dos dados de campo
permitiu a caracterização de um regime dúctil marcado pelas foliações de direção NE-SW, com
mergulho para SE e um regime rúptil dividido no compartimento norte e sul marcado pelo
padrão de faturamento com duas famílias um com direção NW-SE com dupla vergência de
mergulho para NE e SW e a outra com direção ENE-WSW com mergulho pra NW. Estas
direções arquitetura o relevo e a rede hidrográfica da área, sendo observado na direção E-W o
relevo escarpado que indica a atuação de uma tectônica transcorrente, seguida por
basculamentos de blocos, e as fraturas de direção geral N-S e NW-SE, controla escarpas de
falhas. Em relação a rede hidrográfica os canais desviam o curso ao deparar com estruturas na
direção N-S e NW-SW, já a direção N-S e E-W representam os cotovelos que delimitam blocos
abatidos e soerguidos. Os regimes tectônicos referem-se à atuação de um primeiro regime
compressivo relacionado ao Ciclo Brasiliano gerando zonas de cisalhamento destrais NE-SW
onde as reativações foram responsáveis pela instalação dos rios regionais seguido por um
evento transcorrente E-W associado a falhas transcorrentes no Mioceno, as fases anteriores
permitiram a canalização ascensional de soluções manganesíferas e por fim, a implantação de
um regime Plio-Plestocênico transtensivo responsáveis pela geração de estruturas
neoformadas, responsáveis pela deposição das coberturas sedimentares inconsolidadas e
consequente enriquecimento supergênico arquitetando as mineralizações em destaque. Esses
planos de fraturas possivelmente refletem superfícies R` e P, subsidiárias da zona de
cisalhamento destrógera regional.
1253
ANÁLISE GEOMÉTRICA E CINEMÁTICA DAS ESTRUTURAS TECTÔNICAS
DO EXTREMO SUL DA SERRA DO ESPINHAÇO MERIDIONAL, REGIÃO DE
ITAMBÉ DO MATO DENTRO (MG)
1254
ANÁLISE DA DEFORMAÇÃO RÚPTIL NA BORDA LESTE DO PONTAL DO
ATALAIA , ARRAIAL DO CABO, RJ: IMPLICAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE
FALHAS E A CRISTALIZAÇÃO DO NEFELINA SIENITO
Burini, A.1; Miranda, A.W.A.1; Valente, S.C.1
1Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
RESUMO: Este trabalho aborda uma análise geométrica e cinemática detalhada das estruturas
rúpteis localizadas na borda leste de uma megaestrutura de direção NW-SE, posicionada na
região do Pontal do Atalaia, na cidade de Arraial do Cabo no estado do Rio de Janeiro. Essa
estrutura teve a sua formação relacionada ao estágio pré-rifte de abertura do Atlântico Sul,
chamada de Alto de Cabo Frio, que limita estruturalmente a bacia sedimentares de Santos e
Campos. O entendimento sobre a cinemática e eventos associados ao desenvolvimento das
feições estruturais encontradas na área são fundamentais para a elaboração do modelo
estrutural esquemático para a região estudada. O tratamento dos dados de juntas em
estereogramas e diagramas de rosetas permite a individualização de quatro classes de
orientações disitintas, quais sejam: NNW-SSE, NW-SE, NE-SW e ENE-WSW. As falhas
possuem três direções preferências, assim determinadas: NNW-SSE, NE-SW e ENE-WSW. As
falhas de direção NNW-SSE e mergulho para ESE possuem indicadores cinemáticos
sugestivos de um deslocamento normal sinistral. Essas falhas formam um arranjo geométrico
em X com as falhas normais destrais de direção NW-SE e mergulho moderado (>55°) para
WSW Em algumas porções, os fenocristais de feldspato potássico do Sienito estão alinhados
de acordo com os planos da falha normal sinistral ou dispostos de forma levemente oblíqua,
formando uma geometria similar a pares S-C. Nas porções afastadas dos planos de falha, os
fenocristais de feldspato potássico são frequentemente identificados sem nenhuma
similaridade na orientação, sendo inclusive deslocados ou fragmentados em diversas
situações. Nesse caso, os parâmetros de temperatura atingidos para o desenvolvimento das
demais falhas que ocorrem na área devem ter sido diferentes daquelas estimadas para as
falhas normais sinistrais. Isso implica em estágios distintos para a formação de falhas no
sistema rúptil na região. Caso essa hipótese seja verdadeira, o estágio inicial para a geração
das falhas normais sinistrais (NNW-SSE) ocorreu em momentos que precederam à
cristalização total do nefelina sienito. Os paleotensores foram estimados com base nas falhas
que possuíam indicadores cinemáticos conclusivos. A determinação dos eixos P, B e T ao
analisar as falhas normais sinistrais, destrais oblíquas e normais destrais em um mesmo
estereograma permitiu estimar um tensor σ1 com orientação WNW-ESSE (113/26). Os
paleotensores obtidos são compatíveis com o desenvolvimento das estruturas da área a partir
de um único sistema deformacional.
1255
DEFORMATION MECHANISMS AND SEISMIC ANISOTROPY IN
GABRO-NORITES FROM THE BARRO ALTO COMPLEX
Silveira, C.S.¹; Lagoeiro, L.E.¹; Barbosa. P.²; Ferreira, F.O.², Suita, M.T.F.³.
¹Universidade Federal do Paraná; ²Universidade de Brasília; ³Universidade Federal de Ouro Preto.
This method assumes that the strain field is constant, therefore the local stiffness
(Cijkl) can be calculated using the crystallographic orientations (gi), the elastic
constants of the single crystal and the volume fraction (Vi) for each phase.The
mylonitic foliation shows compositional segregation in felsic and mafic bands.
The samples are composed by porphyroclasts of plagioclase and diopside in a
fine matrix of plagioclase, clinopyroxene, orthopyroxene and, less commonly,
amphibole and bioitite. The plagioclase porphyroclasts exhibit undulose
extinction and core-mantle structure. The CPO models were compared to the
models described in the literature, based on the anorthite + diopside assembly,
since these are the major phases, and thus control the seismic properties of the
aggregate. In the fine matrix samples the poles normal to a(100), b(010) and
c(001) are distributed randomly in both minerals. However, for increasing grain
size in the matrix, plagioclase grains shows maxima of a(100) poles, sub-parallel
to the foliation and b(010) normal to the foliation. The low value of the J index
(2.4 to plagioclase and 1.4 to diopside) indicates poorly developed fabric.
Misorientation profiles showing large number of small angle boundaries are
typical of recrystallization by subgrain rotation mechanisms. The microstructural
and CPO analyses suggest deformation controlled by diffusive processes. The
CPO of plagioclase can then be classified as the Type P, intermediary pattern
1256
between plastic deformation and magmatic flow. The seismic anisotropy patterns
presented low value of P-wave velocity (Vp), being the fast velocity direction
perpendicular to the foliation, while the S wave anisotropy is extremely low (1.1
to 2.4%). The mineral assembly and the deformation mechanisms played a major
role in the resulting patterns of seismic propagation by reducing the anisotropic
behavior of these rocks, creating patterns similar to those found in an isotropic
media.
1257
O USO DE AFLORAMENTOS COMO INDÍCIOS PARA A COMPREENSÃO DO
INÍCIO DA RUPTURA E COMPARTIMENTAÇÃO DA BACIA DE CAMPOS.
1258
AQUISIÇÃO DE DADOS GEOLÓGICO-ESTRUTURAIS E SUAS APLIAÇÕES
NA SIMULAÇÃO NUMÉRICA DE RESERVATÓRIOS DE BAIXA
PERMEABILIDADE
Miranda, T.S.1, Barbosa, J.A.1, Gomes, I.F.2, Matos, G.C3, Neumann, V.H.M.L.1, Santos, R.F.2,
Falcão, T.3, Alencar, M.L.1, Ribeiro, B.4, Ramos, G.M.S4
1Programade Pós-Graduação em Geociências/Universidade Federal de Pernambuco; 2Programa de Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Civil/Universidade Federal de Pernambuco. 3Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento/Petrobras. 4Departamento de Geologia/Universidade Federal de Pernambuco.
RESUMO:
1259
CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL E METAMÓRFICA DA PORÇÃO SUL DA
REGIÃO DO PERAU, ADRIANÓPOLIS (PR): ESTUDO DAS FASES DE
DEFORMAÇÃO NO CONTEXTO TECTÔNICO REGIONAL.
1260
CONTEXTO GEOLÓGICO E HISTÓRIA DEFORMACIONAL DO ORTOGNAISSE
MARAVILHA E DA SEQUÊNCIA METASSEDIMENTAR INHAPI, DOMÍNIO
PERNAMBUCO-ALAGOAS (PROVÍNCIA BORBOREMA, NE DO BRASIL)
Dáttoli, L.C.1; Silva Filho, A.F.1; Guimarães, I.1; da Silva, J.M.1; Lima D. R.1; Coutinho, M.M.X.1;
Souza, K. S.1; Mesquita, N. M.1; Arouca R. M. J.2
1
Universidade Federal de Pernambuco; 2Universidade de Brasília
1261
INFLUÊNCIA DA PROVÍNCIA BORBOREMA E SEUS SUBDOMÍNIOS NA
NUCLEAÇÃO DE ESTRUTURAS RÚPTEIS NEOTECTÔNICAS NO GRUPO
BARREIRAS – LITORAL ENTRE PERNAMBUCO E RIO GRANDE DO NORTE
Barbosa, R.J.1; Corrêa-Gomes, L.C.1; Galvão, L.B.1; Ribeiro, E.C.1
1Universidade Federal da Bahia
RESUMO: Propõe-se que, embora classificada como margem passiva, a Costa Leste Brasileira
esteja submetida a esforços tectônicos desde o início do Neógeno – 20 Ma. Esse conjunto de
esforços, denominado Neotectônica, é contemporâneo à sedimentação do Grupo Barreiras
(GB), e essa cronocorrelação implica num registro estrutural característico impresso no
arcabouço da referida unidade sedimentar. O estudo da deformação rúptil do GB é de
relevante importância para a caracterização dos limites e das taxas de influência da
Neotectônica na Costa Brasileira, e se aplica também à pesquisa e exploração hidrogeológica,
ao desenvolvimento urbano (construção civil) e mesmo à preservação ambiental. A fim de
realizar uma análise geométrica regional dos principais trends de lineamentos estruturais que
cortam o GB na faixa litorânea leste entre os estados de Pernambuco e Rio Grande do Norte, e
de determinar possíveis relações de herança do embasamento, foram comparados dados de
lineamentos traçados em Modelo Digital de Terreno (MDT) de imagens da Shuttle Radar
Topography Mission (SRTM/2000), e dados estruturais de campo (foliação, falhas e fraturas)
do GB e da Província Borborema, através da análise de diagramas de roseta de direção,
direção de mergulho e isodensidade polar. Os lineamentos foram traçados, medidos e
quantificados com auxílio do SIG ArcGIS 10.1®, e orientados através do software QuantumGIS
1.8.0®. O tratamento estatístico, tanto de lineamentos quanto de estruturas medidas em
campo, foi realizado com auxílio dos softwares Excel® e Stereonet 2.45®, com confecção de
rosetas a partir deste último. Os dados foram posteriormente filtrados espacialmente, de acordo
com o subdomínio da Província Borborema no qual estavam inseridos, se no subdomínio
Setentrional, no Transversal ou no Meridional. A análise e comparação dos dados permitiu
observar forte compatibilidade entre os trends principais de falhas/fraturas do GB e as
estruturas rúpteis e dúcteis do embasamento, que orientam-se na direção principal NE-SW. Ao
considerar as estruturas e os lineamentos dentro de cada domínio da Província Borborema,
observa-se uma tendência do domínio setentrional de apresentar estruturas de direção NNE-
SSW, tanto para lineamentos, quanto para foliação, e o GB reproduz esse comportamento em
suas estruturas rúpteis. Já no domínio transversal, domina o trend ENE-WSW, com foliação
paralelizando-se ao lineamento Patos e Pernambuco, e influenciando as fraturas do GB. No
domínio Meridional, a foliação apresenta-se com padrão ENE-WSW, o que também é notado
no GB. Fica claro, portanto, o controle a que as estruturas rúpteis nucleadas no GB são
submetidas, tendo sua orientação fortemente influenciada pelo embasamento sobjacente.
Sugere-se portanto, que a Neotectônica atue no GB, dentre outras formas, nucleando
estruturas paralelas às já existentes no embasamento da Província Borborema, e talvez esse
fato associe-se ao caráter não tão proundo dessa deformação.
1262
PETROTRAMAS DAS ROCHAS DA SUÍTE INTRUSIVA DA SERRA DA PRATA
(RR): FLANCO NORTE.
SALAZAR C.A1., TARAZONA C.A2., VELÁSQUEZ, M.E1., ARCHANJO C.J3.
1Professor Universidade Federal do Amazonas UFAM - Instituto de Ciências Exatas
2 Pesquisador do Sevicio Geológico Colombiano INGEOMINAS - Cali
3 Professor Universidade de São Paulo USP - Instituto de Geociências
RESUMO: Ortognáisses da Suíte Metamórfica Rio Urubú hospedam rochas graníticas de idade
1.94 Ga de textura grossa a porfirítica associadas a stocks de gabro, diorito e sienogranito da
Suíte Intrusiva Serra da Prata (Domínio Guiana Central, norte do Cráton Amazonas). A
evolução tectônica nesta região é caracterizada por tectonometamorfismo e migmatização com
foliação gnáissica orientada E-W; deformação dúctil disposta NE-SW, instalação de um
cinturão de cisalhamento no Mesoproterozóico em regime dúctil-rúptil, e tafrogênese no
Mesozóico que gerou o hemigrabem de Tacutú. Estudos de mapeamento geológico-estrutural,
de mecanismos de deformação e de anisotropia de susceptibilidade magnética foram usados
para caracterizar a petrotrama das rochas da Suíte Intrusiva Serra da Prata. No flanco Norte da
Serra da Prata, a suíte homônima está constituída por monzogranito cinza porfirítico com
fenocristais tabulares de K-feldspato de até 4 cm em matriz de textura grossa contendo
plagioclásio, quartzo, anfibólio, biotita, magnetita. Quartzomonzonito ocre claro, porfirítico com
fenocristais de K-feldspato caramelo de até 3 cm de eixo maior, arredondados com fina borda
de albita, em matriz média de plagioclássio, quartzo, anfibólio, biotita, magnetita. Granito
esverdeado a marrom escuro subporfirítico com fenocristais tabulares e elípticos de K-feldspato
marrom escuro, em matriz grossa contendo plagioclássio, quartzo, piroxênio, anfibólio, biotita,
magnetita. Pequenos corpos de olivina gabro e diorito de textura media, intrusivos nos granitos.
Sienogranito com textura media a fina intrudem todas as rochas. Nos granitos foi observada
foliação So magmática preservada em forma restrita, definida pela orientação preferencial de
forma de cristais idiomórficos a subidiomórficos com agregados de plagioclássio intersticiais,
orientada 190°-210°/40°-70° Az e lineação mineral (Lm) 20°/215° Az. Nestas rochas, a
deformação interna se caracteriza por foliação milonitica dominante S1 com atitude principal é
030°-060°/50°-80° Az e lineação de estiramento Le orientada 40°-50°/020°-030° Az, sigmoides
de K-feldspato indicaram rotação sinistral. Intensa recristalização dinâmica, redução de
tamanho e rotação de subgrão, extinção tabuleiro de xadrez em quartzo e migração de limite
de feldspato caracterizam o registro desta deformação. A susceptibilidade magnética media
(Km) apresenta valores > 15 mSI, nos gabros e de 10 mSI nos granitos, as analises
termomagnéticas e de remanência magnética isotermal (IRM) comprovam a ocorrência de
magnetita intersticial em silicatos como marcador da subtrama magnética nestas rochas. Nos
gabros os elipsoides da anisotropia magnética têm parâmetros de forma T > 0 principalmente
1263
planares e excentricidades Pj > 9%, a orientação da foliação magnética tem atitude principal
NE e mergulhos variáveis para SE, a lineação magnética tem inclinação moderada para SW.
Nos granitos os elipsoides da trama magnética têm T < 0 (forma linear) e valores de anisotropia
Pj > 12%, a foliação magnética está orientada para NE com mergulhos altos para NW e SE. A
lineação magnética exibe mergulhos altos disposta principalmente para NW. As petrotramas
das rochas estudadas comprovam a colocação de plútons graníticos e de gabro em um campo
regional de caráter transpressivo que registrou de deformação em alta temperatura com eixo
principal maior orientado NE-SW.
Palavras chaves: Strain em alta temperatura, anisotropia de susceptibilidade magnética, foliação
magmática e milonitica S1, Cráton Amazonas
1264
EVIDENCES OF THE SUPERPOSITION OF TWO BRITTLE DEFORMATIONAL
EVENTS IN THE NORTHEASTERN PART OF THE DOM FELICIANO
OROGENIC BELT, BETWEEN ARMAÇÃO DA PENHA E BALNEÁRIO DE
CAMBORIÚ, SANTA CATARINA, BRAZIL
Bruno, H.1; Valeriano, C.M.1; Almeida, J.C.H 1; Seifert, I.2.
1 Tektos/UERJ – Grupo de Pesquisa em Geotectônica - Universidade do Estado do Rio de Janeiro ; 2 Petrobras.
ABSTRACT: The northeastern coast of the Santa Catarina state, between Armação da Penha
and Balneário de Camboriú, is composed of Neoproterozoic granitic and metasediments rocks
related to the Brusque meta-volcanic sequence inserted in the tectonic context of the Dom
Feliciano orogenic belt (Brasiliano orogeny). In the context of the evolution of the Atlantic
continental margin of the South American plate, the basement which crops out outcrops in the
onshore southern edge of the Santos Basin represents a window for observation in situ of brittle
deformation processes that occurred in the upper Cretaceous (~130 My), when the Gondwana
supercontinent started to break, and later on. Throughout the study area, it was observed two
generations of brittle structures, one associated with quartz and epidote veins and other with
breccia and pseudotachylite, which led to the hypothesis of the existence of two distinct
compressional events in the formation of this set of strike-slip faults. The main objective of this
study is to evaluate these brittle structures through paleostress analysis using kinematic and
geometric interpretations. The orientation of paleostress tensors, σ1 and σ3, was developed
taking into account the attitude of each fault plane measured and its respective striae lineation,
according to the method of Turner (1954). The Tectonics FP software was used in the
calculations as well as in stereographic representation. The older event had its maximum
horizontal compression in the NNE (N20E) direction, it is commonly associated with the
development of quartz, carbonate and epidote discontinuous veins with millimetric thickness
and metric extension. The younger event, with WNW (N70W) maximum horizontal compression,
it is notably "dry" without any association with fluid activity and it is characterized by sub-vertical
fault zones with development micro-breccia, with or without the occurrence of pseudotachylite.
The results obtained with the aforementioned calculations implicates that the two generations of
brittle structures are not compatible to a single stress field, so they were fitted into two distinct
events. The characteristics of these two events allows the interpretation that the first event,
most likely, occurred at deeper crustal levels, associated with fluid activity and vein generation,
while the younger one has typical deformation characteristic for shallow crustal levels (thin-skin
tectonics), developed under lower temperature. In some outcrops, it is possible to notice the
interference between the two events, with the superposition of at least two paleostress fields.
1265
LESSONS FROM COMPARING THE COOL SCANDINAVIAN CALEDONIDES
AND THE HOT ARAÇUAI-RIBEIRA BELT
Fossen, H.1, 2; Cavalcante, C.3
1University of Bergen, Norway; 2Universidade de São Paulo; 3Universidade Federal do Paraná
ABSTRACT: The orogenic processes that operate during continental collision depend on a
number of variables, and lessons may be learned by comparing different orogenic belts. In this
presentation we will compare the Siluro-Devonian Caledonian belt in Scandinavia with the late
Proterozoic Araçuai-Ribeira belt of the Brasiliano orogenic system. These belts are similar with
respect to length, width and their non-linear strikes, but differ in other ways, including time span
and temperature. The Scandian continent-continent collision phase of the Scandinavian
Caledonides created a fairly cool orogen with limited amounts of partial melting and syn- to
postcollisional intrusive activity. This can be related to the short period of continental subduction
and the quick switch to extension-related exhumation. While both orogenic belts developed a
series of thrust sheets that were thrust over the foreland, important differences show up in the
hinterland. In the Araçuai-Ribeira belt the temperatures where high (>750 °C) for a long time in
a wide part of the hinterland, causing extensive mid-crustal migmatitization. This generated a
rheological structure of the belt where the middle crust was much weaker than the cool
Caledonian crust, which again made them behave differently during the collision and the
following exhumation:
1) Very deep subduction of Caledonian basement was possible because the basement was
cool and rigid. In most of the Araçuai-Ribeira belt the crust was too hot and weak to reach
(U)HP conditions;
2) Strain localization was stronger in the Caledonides, both during continental subduction and
extensional collapse. In the Araçuai-Ribeira belt, however, the middle crust was extremely
weak, and collapsed gravitationally over a wide area (e.g., the Carlos Chagas anatectic
domain), generally with only weak fabric development;
3) The gravity-driven collapse created subhorizontal fabrics in the Araçuai belt, and a ~150 km
wide transpressional zone in the oblique Ribeira section with stronger fabrics. A Caledonian
analogue to the oblique Ribeira belt is the Møre-Trøndelag Shear Zone, which also defines an
oblique part of the orogen, with strong and steep fabrics. However, this oblique shear system
has a width of only ~50 km, 1/3 of that of the Ribeira belt, and is limited to, and probably
controlled by, the relatively narrow hot part of the Caledonides.
4) The cold Caledonian crust was affected by major post-collisional extensional shear zones
and detachments, some of which transect the entire crust, while extensional collapse in the
Araçuai-Ribeira belt was controlled by the weak middle crust, where it was much more
distributed and difficult to separate into syn- and post-collisional components.
The reason(s) why the Araçuai-Ribeira belt was so hot is unclear, but it had significant effects
on the resulting orogenic rheological structure, anatomy and evolution.
1266
MICROTECTÔNICA DE PORFIROBLASTOS DO GREENSTONE BELT DE
GUARINOS E DE METASSEDIMENTOS DO GRUPO SERRA DA MESA, GO
1267
ANALISE DE LINEAMENTOS, DO DOMINIO POXORÉO, NA
PLATAFORMA DE ALTO GARÇAS.
RESUMO:
1268
Dom Aquino para Chapada dos Guimarães passando por Campo Verde,
subsidiando em parte o entendimento dos limites de bacia. Em sedimentos
cretáceos influenciados pelo soerguimento do Arco do Alto Xingu a distribuição
varia pouco entre os picos mencionados de NE-SW e secundariamente NW-SE
e N-S. Conclui-se que através de análise de imagens de satélites é possível
identificar os limites entre os domínios estruturais existente na área, assim
como as principais estruturas existentes.
1269
ANÁLISE ESTRUTURAL USANDO LINEAMENTOS DERIVADOS DE MODELO
DIGITAL DE ELEVAÇÃO: UMA COMPARAÇÃO ENTRE O TERRENO CABO
FRIO (BRASIL) E A REGIÃO DE BENGUELA (ANGOLA)
Guida, A.1; McMaster, M.¹; Almeida, J.C.H.¹; Castro,G.M.²
1Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2 PETROBRÁS, Rio de Janeiro, Brasil
RESUMO: O Terreno Cabo Frio (TCF), localizado no extremo leste do segmento central da
Faixa Móvel Ribeira, é composto por rochas supracrustais neoproterozoicas e ortognaisses
paleoproterozoicos e teve sua amalgamação tardia, em torno de 520 Ma. Reconstruções
tectônicas do Gondwana Ocidental correlacionam o Terreno Cabo Frio, no estado do Rio de
Janeiro, com os terrenos paleoproterozoicos do sudoeste da Angola, mais especificamente, os
que servem de embasamento para a Bacia Sedimentar de Benguela. No presente trabalho,
foram comparados os lineamentos das margens conjugadas nas áreas em questão, extraídos
de modelos digitais de elevação baseados em imagens da Shuttle Radar Topography Mission
(SRTM) e organizados em diagramas de roseta. O número de lineamentos obtidos por área na
região africana é maior do que em seu correspondente do lado brasileiro, o que pode ser
explicado pelas diferenças climáticas entre as áreas que levaram a um manto de intemperismo
menos espesso na Angola, o que torna os lineamentos estruturais mais explícitos. As
reconstruções realizadas sugerem que o continente Sul Americano foi rotacionado 40 graus
num sentido horário durante a quebra do supercontinente e subsequente abertura do Oceano
Atlântico Sul. Os dados brasileiros foram, portanto, rotacionados para suas orientações
originais pré-break up. O diagrama de roseta dos lineamentos da Bacia de Benguela e seu
embasamento apresentam uma grande dispersão, mas ficam evidentes dois grupos: um de
maior frequência (5,7%) com azimute variando 6 graus em torno do eixo norte-sul, e um
segundo grupo (4%), com variação de 12 graus na direção E-W. Para fins de checagem, no
lado brasileiro, além do diagrama de roseta do Terreno Cabo Frio, foram analisados dados de
uma porção adjacente, no Terreno Oriental. A roseta do TCF deixa clara uma concentração em
duas famílias, a primeira com 12% das medidas orientadas N-S, e a segunda, com 6% dos
dados, com azimute em torno de 100º. Já o diagrama do Terreno Oriental tem seus dados
dispersos dentro dos quadrantes NE-SW, mas com uma relevância (8%) no grupo que se
aproxima do eixo N-S. Análises estruturais preliminares - incluindo dados da região de
Benguela e os dados rotacionados do Terreno Cabo Frio e do Terreno Oriental, contíguo a este
- revelaram uma orientação principal dos lineamentos na direção N-S, correspondente às
estruturas brasiliano-pan-africanas que são associadas ao processo de fechamento e colisão
continental que deram origem ao paleocontinente Gondwana, e que nos dias atuais tem
direção NE-SW no sudeste do Brasil e são a principal estruturação na Faixa Ribeira. A
comparação entre os dados do embasamento paleoproterozoico da Bacia de Benguela com os
lineamentos do TCF explicita um segundo grupo proeminente de estruturas com orientação
WNW-ESE, que não se encontra no Terreno Oriental, o que alude a uma estruturação pré-
existente nesses terrenos e reafirma a correlação entre eles. Dessa forma, a análise feita indica
uma estruturação anterior aproximadamente E-W, característica dos dois terrenos correlatos,
que teria sido sobreposta por estruturas N-S ligadas à orogenia e suas possíveis reativações
durante o rifteamento.
1270
ANÁLISE MICROESTRUTURAL DAS INTRUSÕES MÚLTIPLAS DO
BATÓLITO GUANAMBI, CRÁTON DO SÃO FRANCISCO, BAHIA.
Silva, A.C.V.R.1; Vidal, C.G.2; Almeida, J.M.3; Silveira, C.J.S.4; Santos, P.J.5; Araújo, L.M.B.6;
Menezes, J.D.O.7
1 Universidade de Brasília; 2 Universidade Federal do Oeste da Bahia 3; Universidade Federal de Sergipe;
4Universidade Federal do Pampa 5Universidade Federal do Oeste da Bahia; 6Universidade Federal de Uberlândia;
7 Universidade Federal do Rio Grande do Sul
RESUMO: A área de pesquisa está localizada parcialmente nos municípios de Bom Jesus da
Lapa e Paratinga, na região sudoeste da Bahia. Geotectonicamente, situa-se na porção central
do Cráton do São Francisco, mais precisamente no setor ocidental do Bloco Gavião. O
substrato das cidades de Paratinga e Urandi prevalece terrenos arqueano e proterozoicos,
constituídos pelas rochas do complexo Santa Isabel, por uma sequência metavulcano
sedimentar e pelo Batólito Guanambi. O batólito apresenta trend N-S e se destaca por sua
forma levemente sigmoidal ocupando uma área de aproximadamente 6000 km². Atualmente, o
Batólito é subdividido em dois domínios: 1 - intrusões múltiplas (que representa 90% dos
afloramentos), e 2 - intrusões tardias (Maciços Cara Suja, Ceraíma e Estreito). O domínio
relacionado às intrusões múltiplas foi compartimentado em quatro regiões: Paratinga, Laguna,
Iguaporã e Guanambi. Porém, neste trabalho, considerando que é um estudo pontual de
acordo com a logística disponível, o foco foi voltado para região de Paratinga. Ressalta-se que
a grande maioria das rochas estudadas concentram-se na porção norte do Domínio Paratinga,
em decorrência dos melhores acessos aos afloramentos ocorrerem nesta região. O Domínio
Paratinga aflora na parte setentrional do Batólito Guanambi. Neste trabalho, o Domínio
Paratinga foi subdividido utilizando descrições petrográficas, as quais possibilitaram distinguir
três litofácies: 1 - Meta Quartzo Sienito, situado entre a parte leste e central do domínio; 2 -
Meta Álcalis Feldspato Sienito, compreendido na porção central do Domínio Paratinga, e 3 -
Meta Sienitos, posicionados de maneira mais expressiva a oeste e nordeste da área.
Comumente, os afloramentos apresentam feições estruturais rúpteis, representadas por
fraturas e zonas de cisalhamento expressivas. No Domínio Paratinga, a análise microestrutural
possibilitou identificar dois mecanismos de deformacionais resultantes de um regime dúctil, e
um mecanismo de deformação associado ao regime rúptil. As microestruturas de regime dúctil
ocorrem nas litofácies Meta Quartzo Sienito e Meta Sienito, e foram identificadas devido a duas
constatações: 1 - presença de processos de Deformação por Plasticidade Cristalina, os quais
são associados a Deformações em níveis crustais intermediários a altos, com temperaturas
acima de 500°C; e 2 - Deformação por Processos de Transferenciais de Massa por Difusão,
que ocorre comumente em temperaturas relativamente baixas, associadas à presença de
fluidos que permeiam por níveis crustais rasos a intermediários. As microestruturas associadas
ao regime rúptil ocorrem nas litofácies Meta Álcalis Feldspato Sienito e Meta Sienito, e são
reconhecidas pelo processo de deformação por mecanismo de microfraturamentos, que ocorre
em zonas de falhas de pequena profundidade. De modo geral, as litofácies do Domínio
Paratinga apresentam comportamento rúptil-dúctil, mascarado por características
microscópicas acusando temperatura que variam de 250° a 300°C, devido a presença de
extinção ondulante nos minerais de quartzo e presença de microfraturamento intenso,
indicando zona de cisalhamento, passando por temperaturas intermediarias entre 450° a 500°C
devido a recristalização nos feldspato, e chegando a uma temperatura superior a 500° C devido
a deformação por Transferência de Massa por Difusão.
1271
NEOTECTÔNICA NA FAIXA LITORÂNEA DO ESTADO DO CEARÁ. ANÁLISE GEOMÉTRICA
DE LINEAMENTOS REGIONAIS EM MODELO DIGITAL DE TERRENO
1272
MORFOTECTÔNICA DO GRÁBEN RIBEIRÃO DAS LAJES, RJ
Silva, S.R.1, Pinheiro, G.S.1, Machado, S.L.1, Schorcht, S. 1, Nummer, A.R. 2, Silva, C.L. 2
Gontijo-Pascutti, A.H.F. 2
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; 1Graduação 2 Orientadores
1273
DEFORMAÇÃO DÚCTIL NA FORMAÇÃO ERERÊ, MONTE ALEGRE – PA.
Oliveira, A.M.1; Mendes, A.C.1; Santos, L.O.1
1Universidade Federal do Oeste do Pará
RESUMO: A região próxima à cidade de Monte Alegre, estado do Pará, é muito importante do
ponto de vista geológico para região, pois nela têm-se o registro de grandes atividades
tectônicas como produto de intensas atividades intrusivas (magmatismo básico). Durante o
Mesozóico grandes soleiras de diabásio intrudiram e deformaram as rochas da Bacia do
Amazonas. Essas deformações podem ser observadas na estrutura dômica em Monte Alegre e
foram preservadas em várias formações paleozóicas dessa bacia. Na Formação Ererê
estruturas dúcteis são comuns, porém sem estudos dedicados a elas. Excelentes exposições
dessa formação estão dispostas as margens da PA-354, próximo à cidade de Monte de Alegre
e para realização desse trabalho foram selecionados dois afloramentos (P1 e P2) ao longo da
estrada. A realização deste trabalho consistiu na caracterização e comparação dos sistemas de
esforços geradores de estruturas dúctil na Formação Ererê, no município de Monte Alegre, e
verificar se estão associados ao evento Penatecaua. Os dados coletados em campo foram
obtidos a partir de atitudes das feições planares nas estruturas dúcteis (flancos e dobras). Os
dados foram tabulados e tratados no software GEOrient 9.5, onde foi possível realizar as
análises e projeções estereográficas, além de diagramas com dados geológicos estruturais. No
P1 foram realizadas 115 medidas (n= 115) e apresenta uma orientação N15W, mergulho
suave, sendo os esforços compressivos representados por uma deformação dúctil nos
arenitos/argilitos da formação Ererê. Os flancos da deformação dúctil apresentam um mergulho
de 15N/111S, sendo sua posição variando de vertical para quase horizontal. Essas medidas
estão próximas às propostas por trabalhos anteriores para estruturas rúpteis nessa região. No
P2 foram realizadas 144 medidas (n=144). Nesse ponto as dobras apresentam um mergulho
forte com orientação preferencial 15S/230W e direção preferencial NE/SW. Geometricamente
os dois pontos estudados da Formação Ererê apresentam comportamento semelhantes
indicando que sofreram o mesmo tipo de tensão responsável por deformações rúpteis nos
diabásios produtos do magmatismo Penatecaua. O padrão das estruturas dúcteis é condizente
com os propostos para região de Monte Alegre, e seguem as orientações preferenciais
regionais e indicam o mesmo sistema de esforços. Com os dados obtidos nas estruturas
dúcteis impresso na Formação Ererê foi possível constatar que na área de estudo, as
estruturas dúcteis foram geradas como produto do mesmo evento geológico que resultaram
nas fraturas do Diabásio Penatecaua, porém, é pertinente buscar novas áreas da Formação
Ererê para correlação e verificar se esse evento se estende regionalmente.
1274
ANÁLISE ESTRUTURAL E ESTRATIGRÁFICA ENTRE CAMPOS BELOS - GO
E TAGUATINGA - TO
RESUMO: A área de estudo encontra-se entre a borda ocidental do Cráton São Francisco e
na parte oriental do orógeno Brasília. A pesquisa está relacionada com a integração de dados
estratigráficos e estruturais dos xistos da formação Ticunzal e a sequência pelito-carbonatada
do grupo Bambuí entre as cidades de Campos Belos-GO e Taguatinga-TO. A formação
Ticunzal é representada, majoritariamente, por paragnaisses e xistos, de idade
paleoproterozoica, cuja deformação e metamorfismo ocorreram no ciclo Transamazonico. Já o
grupo Bambuí corresponde a uma unidade pelito-carbonatada, pertencente à zona cratonica do
orógeno Brasília, de idade Neoproterozoica, cuja deformação e metamorfismo ocorreram
durante o ciclo Brasiliano. Quanto aos elementos estratigráficos, foram descritos xistos e uma
sequência pelito-carbonatada. A seção começa na cidade de Campos Belos com xistos, que
dão lugar a metapelitos e metacalcários da formação Sete Lagoas, interpretado como ambiente
marinho plataformal. Logo depois passa-se para formação Serra de Santa Helena composta
por metapelitos com intercalações de metacalcários terminando em metapelitos carbonosos
próximos a cidade de Novo Alegre-TO. Seguindo ocorre a formação Lagoa do Jacaré, aflorante
até a cidade de Aurora do Tocantins-TO, constituída por calcários, margas e metapelitos
carbonosos depositados em ambiente plataformal calmo. Posteriormente ocorre uma
intercalação de metapelitos e metacalcários representante das formações Serra de Santa
Helena e Lagoa do Jacaré, respectivamente, causadas por eventos regressivos e
transgressivos. As estruturas mapeadas durante a seção Campos Belos-Taguatinga podem ser
divididas em dois domínios litoestruturais: (i) domínio litoestrutural do embasamento; (ii)
domínio litoestrutural da sequência neoproterozoica. No domínio litoestrutural do embasamento
a estruturação principal é dada por uma foliação milonítica de direção N-S. As estruturas do
domínio litoestrutural da sequência neoproterozoica é representado pelo Grupo Bambuí, que é
o foco principal desta pesquisa. A estruturação da região representada pelo domínio
neoproterozoico é constituída por amplas culminações antiformais e depressões sinformais
desenvolvidas nas formações Sete Lagoas e Serra de Santa Helena, com dobras abertas e
cônicas, exibindo vergência para leste e alguns cavalgamentos com vergência para E (em
direção ao cráton São Francisco). Já próximo a Novo Alegre até Taguatinga, ocorrem
intercaladas e com contato gradual as formações Serra de Santa Helena e Lagoa do Jacaré,
representadas por dobras suaves, essa suavização dos dobramentos é explicado devido ao
distanciamento do orógeno Brasília. A análise integrada dos dados permite afirmar que a
intensidade da deformação diminui à medida que se segue em direção a Taguatinga e indicam
um transporte tectônico para leste, com tectônica variando de caráter endodérmico à
epidérmico.
1275
MODELAGEM 2D DO GRÁBEN DO RIO SANTANA (RJ) A PARTIR DE DADOS
MAGNETOMÉTRICOS
Pinheiro, G.S.1; Silva, S.R.1; Schorcht, S.F. 1; Machado, S.L1; Vidal, J.C.F.2; La Terra, E.F.2;
Gontijo-Pascutti, A.H.F. 1
RESUMO:
O Gráben do Rio Santana constitui uma das mais expressivas feições neotectônicas do
sudeste brasileiro, com evolução considerada entre o Mioceno Médio e o Quaternário,
embutido entre as escarpas de borda do Subgraben Guandú-Sepetiba, segmento ocidental do
Gráben da Guanabara, entre os municípios de Miguel Pereira, Japeri e Paracambi (RJ). O
gráben é uma feição morfotectônica de direção NE, associado às reativações de
descontinuidades pré-cambrianas, delimitado por escarpas com caimentos para SE e NW,
compartimentado por falhas de direção NW que mergulham para SW e truncado por outras de
direções ENE, WNW, NNW e NNE. Ao longo de seus 15 km de comprimento e 2 km de largura
alojam-se as bacias paralelas do Rio João Correia, Conrado e Japeri, preenchidas por
sedimentos da planície do Rio Santana, em ambiente fluvial meandrante de alta energia, com
intercalações métricas de areias estratificadas, sedimentos argilosos com grande quantidade
de matéria orgânica e argilo-arenosos. A espessura destes sedimentos aflorantes varia entre 4
a 8 metros e as idades TL foram determinadas em 49.200±6.200, 17.500±2.100 e
13.000±1.600 anos. Estudo de um perfil geofísico na Bacia de Conrado, utilizando o método
CSAMT-Controlled Source Audiomagnetotelluric, mostrou profundidade bastante discordante,
podendo superar 300 metros. Assim, para definir com mais precisão a espessura desses
sedimentos e a tectônica do gráben, o objetivo deste trabalho foi a caracterização do
arcabouço estrutural, bem como a determinação dos paramêtros de profundidade e a forma da
bacia, a partir da análise e modelagem de quatro perfis magnetométricos. Os procedimentos e
técnicas basearam-se em conceitos da Geologia Estrutural, Análise de Bacias Sedimentares e
Geofísica, com ênfase em Magnetometria, e trabalhos de campo e de escritório. Os produtos
foram elaborados a partir da utilização dos softwares QGIS Essen, GlobalMapper 13,Geosoft e
sua extensão GMSYS. Os dados obtidos foram corrigidos em função do cálculo do IGRF e da
variação diurnal para a geração do mapa de campo total a partir da interpolação dos resultados
pelo método da mínima curvatura. O mapa elaborado permitiu a observação do comportamento
das anomalias magnéticas geradas pelas estruturas presentes em subsuperfície, as quais
registraram uma variação aproximada entre -300nT e 240nT nos valores de campo magnético.
O contato entre as anomalias magnéticas possui um trend NE/SW, assim como o observado
pelas falhas que controlam a dinâmica do gráben e, portanto, são associadas à tais estruturas.
A modelagem inversa 2D realizada com o auxílio da extensão GMSYS, disponibilizada pelo
software Geosoft, permitiu a construção de modelos para as bacias sedimentares do gráben.
Tais modelos refletem a estrutura grabenforme, a compartimentação causada pelas principais
falhas, bem como depocentros que podem atingir até 400m nas regiões mais interiores das
bacias. Estudos futuros são necessários para o melhor entendimento e caracterização das
estruturas presentes na área.
1276
ANÁLISE GEOMÉTRICA E CINEMÁTICA DA DEFORMAÇÃO RÚPTIL NA
PORÇÃO OESTE DO PONTAL DO ATALAIA, ARRAIAL DO CABO, RJ
Carbinatti, C.1; Miranda, A.W. A. 1e Valente, S.C.
1Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
RESUMO: A região do Pontal do Atalaia está localizada no município de Arraial do Cabo, litoral
norte do estado do Rio de Janeiro. A análise estrutural da deformação rúptil do Pontal do
Atalaia tem demonstrado dados significativos sobre a evolução tectônica da porção emersa do
Alto Estrutural de Cabo Frio, uma feição morfoestrutural que limita as bacias sedimentares de
Campos e Santos. Os dados estruturais foram obtidos no segmento oeste do Pontal do Atalaia,
englobando afloramentos do extremo sul da Praia Grande. A litologia do embasamento da área
corresponde a ortognaisses de composição granítica, em geral, com contato concordante com
ortoanfibolitos. Intrusões tabulares de diabásios, traquitos, lamprófiros e fonolitos são comuns
na área, exibindo diversidade em orientação, espessura e extensão entre os corpos. As
deformações rúpteis estão expressas nas estruturas presentes em todas as rochas do local,
embora ocorram com maior densidade em diques de traquitos. Em toda a área de estudo, as
juntas ocorrem em maior quantidade do que as falhas. Uma análise geométrica detalhada das
juntas permitiu a divisão em 6 classes distintas com intervalos de 30° entre si, assim
individualizadas: N0̊ -30̊E, N31̊- 60̊E, N61̊-90̊E, N0̊-30̊W , N31̊-60̊W e N61̊-90̊W . As classes
compreendidas entre os intervalos N61̊-90̊W e N31̊- 60̊E são as mais representativas da área,
perfazendo uma frequência de 48,36% do total de juntas identificadas. As falhas possuem
mergulho elevado (>75°) e são classificadas como normais oblíquas, inversas e transcorrentes
de cinemática sinistral e destral. As falhas normais oblíquas com componente horizontal
sinistral e/ou destral têm direção preferencial N0̊-20̊E. As falhas transcorrentes e inversas
possuem orientação N50̊-80̊E e N10̊-30̊E, respectivamente. A estimativa de um único campo
de paleotensões para as falhas identificadas na região é incompatível em diagramas do tipo
PBT. Nesse sentido, duas configurações para a determinação de paleotensores são admitidas,
quais sejam: (i) o tensor σ1 tem orientação próxima da vertical (092/81), abrigando no mesmo
sistema, as falhas normais oblíquas; (ii) em outra configuração, o posicionamento do σ1 está
orientado próximo da horizontal (339/09), explicando o desenvolvimento de falhas
transcorrentes na área de estudo. Embora haja uma ausência de relações temporais entre as
falhas normais oblíquas e transcorrentes, as estruturas rúpteis da área devem ter sido
formadas em, no mínimo, dois eventos tectono-estruturais.
1277
PERFIL LITO-ESTRUTURAL ENTRE AS LOCALIDADES DE PATRIMÔNIO DA
PENHA(ES) E PEDRA MENINA(MG), PARTE SUL DA SERRA DO CAPARAÓ
RESUMO: A Serra do Caparaó está localizada entre os estados do Espírito Santo e Minas
Gerias, possuindo cerca de 80% de seu volume no lado capixaba, abrangendo o Pico da
Bandeira, terceiro maior do Brasil, além de diversas cachoeiras da região, atrelando o turismo a
sua importância geológica. Está inserida no contexto geológico entre o Orógeno AraçuaÍ em sua
porção meridional e a Faixa Ribeira, onde controvérsias sobre sua origem paraderivada ou
ortoderivada é um importante assunto discutido até os dias atuais. Uma hipótese é o surgimento
da serra homônima após a colisão de blocos supracrustais arqueanos, aproximadamente entre
2,0 e 2,2 Ga, em um evento orogênico de idade Riaciana, já a outra acredita em uma origem
ortoderivada, embasados em similaridades na composição química com o complexo Juiz de
Fora, também de idade Riaciana, porém datações em zircões dão idades cerca de 75 Ma mais
antigas que o magmatismo comparado. O Orógeno Araçuaí possui dois domínios um interno e
outro externo, relacionados com as unidades de embasamento. O Caparaó representa o domínio
interno, o qual pode ser dito como um setor de intenso retrabalhamento, onde os protólitos da
serra foram submetidos a esforços de dois eventos orogênicos, resultando em que vemos hoje
como uma grande estrutura antiformal, que possui trama preferencial a NNE-SSW. Para
entender a dinâmica das rochas a partir de sua gênese até suas últimas fases deformacionais, e
procurar decifrar sua evolução geológica, é necessário além de descrições petrográficas, buscar
compreender a importância de dados estruturais em escala fractal. Para construção de um perfil
geológico-estrutural foram arrecadados dados estruturais e petrográficos, e através de
propriedades estruturais da rocha como indicadores cinemáticos, planos de lineações e
foliações, entre outros relacionados a deformações de regime dúctil e rúptil confecciona-lo. A
construção do perfil NE-SW da parte sul da Serra do Caparaó, liga Patrimônio da Penha(ES),
ponto de partida, à Pedra Menina(MG), parte final do perfil. Foi produzido na escala 1:25 000,
com intuito de detalhar as pesquisas do Serviço Geológico Brasileiro, entre outros
pesquisadores, para posterior possível interpretação do esquema evolutivo geológico-estrutural.
A pesquisa consiste no recolhimento de dados litológicos e no adensamento de dados estruturais
através do perfil traçado. Os pontos nessa pesquisa são marcados através dos nomes das
cachoeiras da região, já que são conhecidos pontos geoturísticos da região do Caparaó, como o
ponto 01 – Cachoeira Beija – Flor, onde a litologia predominante é composta mineralogicamente
por quartzo, feldspatos, biotita, onde os dois primeiros dispõem-se respectivamente como
ribbons e porfiroclastos, com ocorrências esporádicas de piroxênio e anfibólio, além de ter
granadas centimétricas em grande ocorrência, sendo considerado um mineral varietal. Possui
estruturalmente um comportamento gnáissico, com bandas máficas e félsicas bem marcadas,
seguindo um trend NE-SW, de acordo com as atitudes da foliação que apresentam valores em
torno de 230/70 em dip direction, além de apresentar enclaves máficos por todo afloramento. O
perfil confeccionado visa a unificação de dados em maior detalhe de escala, embasando a
pesquisa para realização da interpretação evolutiva-geológica da área apresentada.
1278
1279
KNICPOINTS COMO INDICADOR TECTÔNICO NA BACIA DO RIO SANTANA,
GRABEN DO RIO SANTANA, RJ
Machado, S.L.1, Silva, S.R.1, Pinheiro, G.S.1, Silva, C.L.,2 Gontijo-Pascutti, A.H.F. 2
1280
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA FAIXA SERIDÓ EM ÁREA ENTRE ASSU E
SÃO RAFAEL (RN) - PROXIMIDADES DO BATÓLITO DE SÃO RAFAEL
Lourenço, M. C. M. 1; Mendonça, B. A. V. 1; Silva, A. F. R. P. 1; Sousa, P. R. S. 1; Lima, L. C.
F. 1
1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
1281
ESTUDIO PETROLÓGICO DE LAS BRECHAS, DIQUES Y SILLS DE LOS
CERROS SUNJHANI Y KENAMARI, PROVÍNCIA AYOPAYA,
DEPARTAMENTO COCHABAMBA, ANDES CENTRALES DE BOLIVIA
Matos-Strauss, J.F.1; Matos, R.1
Universidad Mayor de San Andrés, La Paz, Bolivia
Resumen
Este trabajo corresponde al segmento central de la Cordillera Oriental de los Andes de Bolivia,
en la provincia Ayopaya del departamento Cochabamba, donde se exponen afloramientos de
stocks, diques y sills de composición ultramáfica/máfica e intermedia alcalina constituyendo un
enjambre de rocas emplazadas durante el Paleozoico superior y Mesozoico en un ambiente de
intraplaca, sometida a un régimen de distensión litosférica.
Las rocas ígneas intruyen a rocas sedimentarias de las formaciones Anzaldo y Amutara del
Ordovícico. Estas corresponden a cuarcitas, metapelitas y pizarras. Los stocks conforman
brechas de intrusión constituyendo los cerros Sunjhani y Kenamari, los cuales forman un
mismo cuerpo de brecha y se encuentran alineados de S a N, salvo el extremo septentrional
del Cerro Sunjhani, que presenta un cambio de dirección para extenderse de E a O. En el área
de Ayopaya también afloran carbonatitas vinculadas a estos eventos magmáticos; estas
carbonatitas constituyen la única expresión de este tipo de rocas en los Andes de Bolivia.
Se han reconocido 3 a 4 pulsos magmáticos para la formación de los cuerpos subvolcanicos. El
primero de ellos emplazó la brecha, en tanto que un pulso posterior dio origen a diques y sills y
por último, nuevamente la intrusión de diques/sills que en muchos casos cortan a los diques
provenientes del pulso anterior y a la brecha.
El análisis petrográfico permitió definir que los diques/sills son de basanita, tefrita y tefrita
fonolítica, en los cuales el mineral omnipresente es la lamprobolita, seguida de nefelina y
clinopiroxeno, en variedades augita y diópsida. El olivino es el mineral característico de la
basanita. Otra característica petrográfica, es la presencia abundante de calcita como mineral
metasomático, invadiendo la matrix y reemplazando la composición de los fenocristales de la
roca. Asimismo se ha observado venillas y vetas de calcita acompañada de siderita y ankerita.
El análisis químico define un magmatismo alcalino ultrabásico-básico con contenido de sílice
de 39 a 46%; muestra un enriquecimiento de tierras raras ligeras por metasomatismo y
disminución en el contenido de tierras raras pesadas, por tratarse de materiales provenientes
del manto granatífero. A esto se suma la clasificación de estas rocas como magmatismo de
intraplaca, concordando con el evento distensivo ocurrido durante en el Mesozoico, expresado
en el eje de la Cordillera Oriental. Datos isotópicos obtenidos de la bibliografía, en una brecha
ultramáfica por el método K-Ar indican una edad de 97 a 100 Ma.
1282
ESTIMATIVA DO ESTADO DE TENSÕES ATUAIS NA BORDA NORDESTE DA
BACIA DO RECONCAVO
Moura, D.H.L.1;
1PETROBRAS;
1283
DADOS PRELIMINARES DO LEVANTAMENTO ESTRUTURAL
COMPARANDO O GRUPO CUIABÁ E O GRANITO SÃO VICENTE, DOMÍNIO
INTERNO DA FAIXA PARAGUAI, MATO GROSSO
Barboza, E.S. 1; Pinho, F.E.C. 1; Mota, W.P.S. 1; Silva, S.V.N,1; Fonseca, C.A.R. 1; Fraga,
R.P.L.1; Sanches W.V.C. 1; Alencar, R.A.G. 1;Geraldes, M.C.G. 2;
1Universidade Federal de Mato Grosso; 2Universidade do Estado do Rio de Janeiro
RESUMO: O Grupo Cuiabá está inserido no domínio estrutural interno da Faixa Paraguai de
idade Neoproterozóica. Compreende uma sequência de rochas sedimentares clásticas com
contribuição química depositadas em uma margem passiva e posteriormente polideformados e
metamorfizados no fácies xistos verdes. Na região de Cuiabá-MT hospeda o batólito granítico
São Vicente de caráter tardi-tectônico e idade 504±8.9 Ma. Nesse estudo preliminar são
apresentados os primeiros resultados de uma análise comparativa entre as estruturas
tectônicas nas rochas do Grupo Cuiabá com as do Granito São Vicente. Em ambas as
unidades as deformações estão registradas sob a forma de estruturas planares e lineares,
embora no granito sejam predominantemente rúpteis, enquanto nos metassedimentos incluem
ainda dúctil e ductil-rútptil. No Grupo Cuiabá a foliação mais marcante é plano axial (Sn) de
dobras assimétricas de caráter regional e direção NE-SW, formam um leque sugerindo
vergência das dobras para NW quando mais próximas do Cráton Amazônico (setor NW)
passando a vergência SE na região de Poconé (setor SE). Ao longo dos lineamentos Poconé-
Cangas e Praia Grande-Salinas, Sn encontra-se dobrada e crenulada (Sn+1) formando
estruturas assimétricas que mostram vergência para NW, contrário a vergência das anteriores.
Estruturas C-S-C´ geradas durante o dobramento foram formadas pelo deslizamentos flexural
de camadas com distintas competências. A terceira foliação (Sn+2) ocorre como clivagem de
fratura rúptil e é ortogonal as anteriores, isto é tem direção NW-SE e é nela que estão
encaixados veios auríferos, amplamente trabalhados pelos garimpeiros da região, e por fim
cavalgamentos de baixo ângulo com deslocamento de topo para SE. No Granito São Vicente
existe três sistemas de fraturas rúpteis, a primeira delas F1 configura um sistema de direção
NE-SW com altos ângulos de mergulhos ora para NW, ora para SE, a segunda F2 possui
direção predominante para NNW-SSE com suaves mergulhos para leste e F3 é subvertical e
tem direção NW e possui uma alteração hidrotermal marcada pela presença de quartzo, pirita,
arsenopirita e molibdenita. A diferença reológica entre as rochas metassedimentares do Grupo
Cuiabá e do Granito São Vicente dificulta uma interpretação sobre a relação entre as fases de
deformação e as fraturas do granito, mas o posicionamento espacial destas estruturas planares
permite sugerir que F1 coincide com Sn quando mergulha para NW e com Sn+1 quando
mergulha para SE. As fraturas F2 tem direções similares a F3 (NW-SE), mas possui mergulhos
mais suaves; e finalmente F3 é exatamente coincidente com Sn+2 e por ser marcada pela
presença de alteração hidrotermal merece um maior detalhamento sob o ponto de vista
econômico.
1284
DIFUSÃO DO CONHECIMENTO DA SISMICIDADE BRASILEIRA COM A
FINALIDADE DE AUXILIAR GESTORES PÚBLICOS NA REDUÇÃO DOS
IMPACTOS OCASIONADOS POR TERREMOTOS
Sayão, E.A..1; França, G.S.1; Schmidt, K.2
1Observatório Sismológico da Universidade de Brasília; 2Instituto de Geociências, Universidade de Brasília
RESUMO: Há pressões em todo interior da terra e quando essas pressões atingem o limite de
resistências das rochas, ocorrem rupturas dessas rochas, que é movimento brusco, gerando
vibrações sísmicas, denominados de terremotos. Essas rupturas, são denominadas falhas
geológicas, entretanto existem também outras formas de gerar vibrações sísmicas, como por
exemplo a atividade vulcânica, os deslizamentos de terra, os desencadeados por reservatórios,
as explosões de minas e os testes nucleares. Os terremotos ocorrem mais intensamente ao
longo do contato entre as placas (sismicidade interplaca) e se torna muito branda no meio das
placas (sismicidade intraplaca), como no Brasil. Os sismos intraplacas, ocorrem devido às
pressões geradas nas bordas das placas e estas são transmitidas para o seu interior, são
menos frequentes, rasos e de magnitudes mais baixas do que os que ocorrem nas bordas.
Além dos sismos naturais intraplaca registrados no país, também são observados os
desencadeados por reservatórios, devido o aumento de pressão sobre a região e/ou alteração
da pressão de poro que se comporta como catalizador da movimentação de falha preexistente.
O Brasil, atualmente, conta com a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR) que é composta por
mais de 80 estações sismográficas, distribuídas em todo o território e permite o monitoramento
sísmico de todo o país. A Universidade de Brasília, Universidade de São Paulo, Universidade
Federal de Rio Grande do Norte e Observatório Nacional compõem a instituições responsáveis
pela manutenção e monitoramento dos dados sísmicos. Estas instituições também possuem
um sistema que permite o monitoramento em tempo real e detecção automática de eventos
sísmicos. Com o avanço da RSBR e o progresso do estudo da sismologia brasileira, é possível
registrar maior número de eventos e aumentar o diálogo entre pesquisadores de sismologia e
profissionais da defesa civil. Este trabalho tem como objetivo esclarecer, estabelecer e difundir
o conhecimento sobre atividade sísmica, sobretudo informar procedimentos adequados para
atuar em regiões susceptíveis a abalos sísmicos e auxiliar gestores públicos para preparar e
educar a população sobre como proceder em situações de abalos. Diante do recente caso de
Mariana-MG, entende-se que existe ausência de procedimentos em grandes desastres,
naturais e antrópicos, para redução de perdas sociais e econômicas.
1285
CARACTERIZAÇÃO DE ESTRUTURAS TECTÔNICAS REGIONAIS DA SERRA
DO MAR ENTRE BERTIOGA/SP E MANGARATIBA/RJ ATRAVÉS DE DADOS
AEROGEOFÍSICOS, DE SENSORIAMENTO REMOTO E DE
LEVANTAMENTOS DE CAMPO
Negrão, A.P.1; Riccomini, C.2; Mello, C.L.3; Ramos, R. R. C.4; Ribeiro, E. F.1; Grohmann, C. H.2;
Breda, T.C.3; Franco, K. H. Q.1
1 Universidade de São Paulo/Instituto de Geociências;
2 Universidade de São Paulo/Instituto de Energia e Ambiente;
3 Universidade Federal do Rio de Janeiro/Instituto de Geociências;
4 Universidade Federal do Rio de Janeiro/Museu Nacional.
1286
EVIDÊNCIAS DE NEOTECTONISMO EM DEPÓSITOS DA FORMAÇÃO
BARREIRAS, ALTO DE TAMANDARÉ-MARAGOGI, REGIÃO SUL DA BACIA
DE PERNAMBUCO
Correia Filho, O.J.1; Santana, F.R1; Bezerra, F.H.R2; Barbosa, J.A.3; Nogueira, F.C.C.4;
Buarque, B.V1; Magalhães, J.R.G. 1; Oliveira, J.T.C1; Alves, J. 2
1Programa de Pós-Graduação em Geociências - PPGEOC/UFPE; 2Departamento de Geologia - DG/UFRN;
3Departamento de Geologia - DGEO/UFPE; 4Unidade Acadêmica de Engenharia Mecânica – UAEM/CCT/UFCG
1287
ANÁLISE PETROGRAFICA E DEFORMACIONAL DO GNAISSE PORTO
MURTINHO- REGIÃO DA FAZENDA FIRME: PORTO MURTINHO – MS
Santos, D.V.R 1,2,3. Werlang, T.1,2,3. Ruiz, A.S. 1, 2,3. Sousa, M. Z. A1, 2,3 Faria, A. D.1,2,3.
1
Faculdade de Geociências – Universidade Federal de Mato Grosso; 2Grupo de Pesquisa em Evolução Crustal e
Tectônica Guaporé; 3Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Geociências da Amazônia – GEOCIAM;
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo contribuir para melhor conhecimento geológico das
rochas do embasamento que alojou a Supersuite Amoguijá no Bloco Ocidental do Terreno Rio Apa, mas
exatamente das rochas metamórficas do Complexo Porto Murtinho. As rochas dessa unidade
litoestratigrafica O Complexo Porto Murtinho, na área de estudo, é composto por biotita-cordierita-
sillimanita gnaisses polideformados, que são intrudidos por diques básicos e stocks alcalinos e recobertos
por sedimentos inconsolidados da Formação Pantanal. Em escala macroscópica o Complexo Porto
Murtinho é composto por rochas cinza escuras, de granulação média a grossa, exibem bandas
composicionais máficas e félsicas descontínuas e irregulares, dobradas e localmente transpostas .Ao
microscópio óptico as rochas apresentam textura granuloblástica, inequigranular com porfiroclastos de
feldspatóides e quartzo de granulação média a fina, sua mineralogia principal é composta por quartzo,
plagioclásio classificados no grupo do oligoclásio e da albita, biotita, muscovita, feldspato alcalino,
sillimanita e cordierita. Composicionalmente o gnaisse foi classificado como um biotita-cordierita-
sillimanita. Os minerais acessórios são epidoto, argilo minerais, sericita, clorita, óxido de ferro e zircão. Os
processos de alteração observados são sericitização, argilitização, saussuritização em cristais de
plagioclásio e feldspatos, a cloritização identificada na biotita alterando-a para clorita e a desopatização de
opacos. Os gnaisses exibem pelo menos três fases deformacionais, a primeira é responsável pela
formação do bandamento metamórfico, a segunda por dobras fechadas a isoclinais do bandamento, com
xistosidade plano-axial, e a terceira fase de deformação é registrada por dobras suaves de plano axial
subvertical, associada a discretas clivagens de crenulação. Ao microscópio nota-se a presença de
recristalização dinâmica em sua maioria nos grãos de quartzo pelo Bulging Recrystallisation- BGL, onde há
a lenta migração de bordas e a Grain Boundary Migration Recrystallisation- GBM que é a rápida migração
de bordas evidenciada em grãos interlobados a irregulares (serrilhados) em comparação aos outros grãos.
Juntamente com estes acontece a recristalização por rotação dos subgrãos, ou Subgrain Rotation
Recrystallisation-SGR que gera agregados policristalinos de subgrãos, alguns podendo apresentar cristais
em Ribbons. Como textura de intercrescimento mineral observa-se a pertita nos feldspatos alcalinos e a
gráfica no quartzo. Segundo as informações obtidas da análise petrográfica, a paragênese cordierita-
sillimanita indica um protólito rico em alumínio, o que sugere uma natureza paraderivada para os gnaisses
do Complexo Porto Murtinho na área de estudo. A paragênese mineral associada ao bandamento
gnáissico, indica condições de metamorfismo de alto grau apontando para um ápice na fácies anfibolito alto
e retrometamorfismo em fácies xisto-verde pelas reações retrometamorficas identificadas. O Complexo
Porto Murtinho representa a crosta continental mais antiga do Terreno Rio Apa, na área estudada indica
tratar-se de uma sequência metassedimentar que alcançou condições metamórficas correspondentes aos
terrenos de alto grau, provavelmente antes de se tornar encaixante dos granitos e hipoabissais da Suíte
Intrusiva Alumiador, do Arco Magmático Amoguijá.
1288
O COMPLEXO PORONGOS NA REGIÃO DE TORRINHAS, PINHEIRO
MACHADO, RS: ZONAS DE CISALHAMENTO OBLÍQUAS E SEU
SIGNIFICADO NO CINTURÃO DOM FELICIANO
1Centrode Estudos em Petrologia e Geoquímica (CPGq), Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul; 2Curso de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
1289
GEOLOGIA E SIGNIFICADO TECTÔNICO DO COMPLEXO CERRO DO
BATOVI, SÃO GABRIEL, RS, CINTURÃO DOM FELICIANO: A MARGEM
PASSIVA DO TERRENO NICO PEREZ NO RS
Resumo – O Complexo Cerro do Batovi (CCB) é constituído por metassedimentos de idade pré-
cambriana e ocorre como uma janela estrutural, envolto por formações sedimentares paleozoicas da
Bacia do Paraná. Para entender a evolução deste complexo foi realizado um estudo integrado de
estratigrafia, petrografia, geologia estrutural, petrologia metamórfica e geocronologia U-Pb em zircão. O
CCB está localizado no distrito do Batoví, ao sul de São Gabriel, situado no extremo noroeste da Zona
de Cisalhamento Ibaré, de direção NW-SE. Este contato tectônico limita o CCB ao sul com o Complexo
Granulítico Santa Maria Chico. O CCB é composto por meta-arcóseos finos a médios, com ocorrência
subordinada de mármores e metapelitos e exposições restritas de metabasaltos e meta-andesitos, BIFs
(fácies hematita e fácies turmalina). Os metassedimentos registram uma trama estrutural complexa,
resultante de uma longa história de deformação progressiva associada a um metamorfismo orogênico
de baixo a médio grau, variando entre a fácies xistos verde a anfibolito. As unidades do CCB estão
deformadas e o pacote sedimentar original esta multiplicado pela ação de dobras e pela crenulação da
xistosidade principal. Entretanto, a preservação de porções menos deformadas permitiu a identificação
de grande parte da sucessão sedimentar, com preservação de estruturas primárias como estratificação
plano-paralela e cruzada planar de baixo ângulo. Os perfis colunares levantados mostram uma
sequência transgressiva, com um espesso pacote de meta-arcóseos que passa para uma intercalação
rítimica com metapelitos, que tem sua frequência aumentada até formar um espesso pacote de
metapelito, sobreposto por outro pacote espesso de metarenito. As unidades do CCB estão afetadas
por 3 eventos deformacionais. No primeiro evento, o caráter dúctil é observado na transposição do
acamamento sedimentar, gerando a xistosidade principal S1. O segundo evento produz o dobramento e
transposição local da foliação S1, gerando uma clivagem de crenulação S2, e também estruturas como
boudins, pinch and swell e dobras F2, fechadas a isoclinais, simétricas a assimétricas, com eixos
segundo a direção NW-SE. O terceiro evento produz dobramentos tardios F3 com formas abertas a
suaves, eixos orientados segundo a direção NW-SE, e acompanhadas por um intenso fraturamento de
superfície axial S3. Os estudos de geocronologia pelo método U-Pb em 02 amostras de meta-arcóseos
avaliaram 154 cristais de zircão detrítico por LA-ICP-MS indicando um intervalo de idades 207Pb/206Pb
entre 2549 e 1676 Ma. Entre os conjuntos de grãos analisados obtiveram-se três idades concordantes
de 1752 ±4 Ma, 1783 ±9 Ma e 2421 ±15 Ma, correspondendo às idades do Metagranito Seival e do
Complexo Granulítico Santa Maria Chico. As idades entre 2.2 e 2.0 Ga podem ser correlacionadas com
os ortognaisses do Complexo Encantadas. O conjunto de dados obtidos permite sugerir que os
metassedimentos do Complexo Cerro do Batovi representem deltas ou pró-deltas depositados na
margem passiva do Terreno Nico Perez. A intensa deformação dúctil de natureza transcorrente que
estrutura o complexo é originada pela movimentação da Zona de Cisalhamento Ibaré, que representa a
rampa lateral que delimita o cavalgamento do Terreno São Gabriel sobre a Microplaca Encantadas e/ou
sobre o Terreno Nico Perez.
PALAVRAS-CHAVE: Complexo Cerro do Batovi, Petrologia, U-Pb zircão, Terreno São Gabriel,
Cinturão Dom Feliciano, Terreno Nico Perez
1290
ESTUDO DAS FRATURAS DAS ROCHAS NA ÁREA URBANA DA CIDADE DE
XINGUARA (PA) COMO APOIO À INVESTIGAÇÃO HIDROGEOLÓGICA
Santos, L.O.1 Pinheiro, R.V.L.2, Mendes, A.C.1; Oliveira, A.M.3
1Universidade Federal do Oeste do Pará; 2 Universidade Federal do Pará, Faculdade de Geologia; 3 Graduanda
RESUMO: A prospecção de água na região sul do estado do Pará tem sido fundamentalmente
apoiada pela investigação geofísica complementada por estudos sobre a tectônica rúptil capaz
de provocar deformação por fraturamento nas rochas cristalinas infracrustais e supracrustais
expostas. Este estudo, com ênfase na Geologia Estrutural, apresenta o resultado do
mapeamento geológico realizado na área da sede do município de Xinguara, sudeste do
estado do Pará, localizado a cerca de 900 km de Belém. Na região destaca-se particularmente
a presença do Granito Xinguara, com predominância de rochas graníticas (lato senso) em
associação com veios de pegmatitos. O trabalho de mapeamento geológico básico realizado
em escala de detalhe usou técnicas de fractolografia, envolvendo ainda caracterização
litológica, geométrica e temporal das rochas expostas. A base cartográfica foi construída a
partir de análise estrutural partindo de fotointerpretação visual e digital das imagens Landsat 7
ETM+ e SRTM em banda “C” (SRTM-3) e coleta in loco de dados em campo, tratados
integradamente nos softwares Global Mapper e Georient. Os dados de sensores remotos foram
analisados em estatística por distribuição de densidade e direções de lineamentos por
quadrículas. Para tal a área foi compartimentada em 140 quadrículas. Os lineamentos foram
dimensionados de acordo com sua ordem de expressão na imagem e o menor segmento de
lineamento contido em uma quadrícula teve seu valor de expressão considerado igual a 1, os
demais lineamentos tiveram os seus valores de expressão considerados quantas vezes o
mesmo era igual ao lineamento de expressão 1. Como resultado foram obtidas 2521 medidas
totalizando 100% das informações de lineamentos extraídas da imagem SRTM. Com essas
informações foram gerados diagramas de rosetas. Como resultado das somatórias foram
destacadas as orientações preferenciais de traços geológicos na direção NW-SE. O
comportamento das atitudes dos lineamentos para cada quadrícula foi definido em escala de
detalhe, refletindo os padrões de fraturas das rochas. Foram observados dois padrões
extraídos dos sensores (domínios SI e SII) e dois padrões extraídos em campo (CI e CII),
aproximadamente concordantes espacialmente: domínio de fraturas NW-SE (SI e CI); domínio
de fraturas NE-SW (SII). A distribuição destas fraturas no mapa sugere, fortemente, uma
predominância espacial e possivelmente temporal das fraturas NW-SE sobre as NE-SW que
parecem ser relativamente mais antigas. O mapeamento realizado das fraturas foi comparado
a mapeamentos de anomalias geofísicas (eletrocondutividade) realizados na mesma área. Foi
observado que as informações são coincidentes para as variações e concentrações das
estruturas rúpteis demonstrando assim nos mapas, as zonas promissoras (fraturas) para
acumulação de água em rochas cristalinas.
1291
RESTAURAÇÃO CINEMÁTICA E ANÁLISE DE STRAIN DA
BACIA DO RIO DO PEIXE (NORDESTE DO BRASIL)
Antunes, A.F.1
1Laboratório de Geologia e Geofísica do Petróleo/Departamento de Geologia – Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, alex@geologia.ufrn.br
1292
PRESENÇA DE INTRUSÕES DE DIABÁSIO E FALHAS INVERSAS NA
SEQUÊNCIA GONDUÂNICA JUNTO À FAIXA COSTEIRA DO SUL DE SANTA
CATARINA
1Núcleo de Meio Ambiente do Centro Tecnológico de Carvão Limpo (CTCL) da Associação Beneficente da
Indústria Carbonífera de Santa Catarina (SATC). Rua Pascoal Meller, 73. Bairro Universitário. CEP 88.805-380.
Criciúma/SC. Tel. (48) 3431-7612.
1293
A GEODINÂMICA E O TECTONISMO GLOBAL
José Manuel Fernandes Moça
1294
INDICADORES DE REATIVAÇÃO TECTÔNICA E MAGMATISMO MESO-
CENOZOICO NO PONTAL DO ATALAIA (RJ)
CARVALHO, T.S.1; VALENTE, S.C.2; SILVA, C.L.2, MIRANDA, A.W.A.2.
1Curso de Geologia da UFRuralRJ; 2DEGEOC/UFRuralRJ
1295
GEOLOGIA E COMPARTIMENTAÇÃO MORFOTECTÔNICA DA REGIÃO DE
BOA ESPERANÇA/NORTE DO ESPÍRITO SANTO, COM ÊNFASE NO GRUPO
BARREIRAS SOB INFLUÊNCIA DA FAIXA DE LINEAMENTOS COLATINA.
1296
CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS E MICROESTRUTURAIS DE FALHAS DE
DETACHMENT E SUA IMPORTÂNCIA PARA A EVOLUÇÃO DE AMBIENTES
EXTENSIONAIS E MARGENS RIFTEADAS: EXEMPLOS DA MARGEM DA
IBÉRIA, DEATH VALLEY E REMANESCENTES PRESERVADOS NOS ALPES
E PIRINEUS
Pinto, V.H.G.1; Manatschal, G.2
1Petrobras – E&P-EXP; 2Université de Strasbourg – IPGS
1297
A RELAÇÃO ENTRE A EVOLUÇÃO TECTÔNICA E A HISTÓRIA DE FLUIDOS
PROFUNDOS EM MARGENS RIFTEADAS HIPERESTENDIDAS: EXEMPLOS
DE MARGENS ATUAIS E DE REMANESCENTES PRESERVADOS EM
ORÓGENOS
Pinto, V.H.G.1; Manatschal, G.2; Karpoff, A.M.2
1Petrobras – E&P-EXP; 2Université de Strasbourg – IPGS
1298
SIGNIFICADO E INFLUÊNCIA DO LINEAMENTO ALEGRE NA EVOLUÇÃO
TECTÔNICA DA BACIA DE CAMPOS E MARGEM CONTINENTAL
ADJACENTE, SUDESTE DO BRASIL
Calegari, S.S.¹, Neves, M.A.², Guadagnin, F.³, França, G.S.¹, Vincentelli, M.G.C.4
1Universidade de Brasília, ²Universidade Federal do Espírito Santo, ³Universidade Federal do Pampa,
4Universidade Estadual Paulista.
1299
DEFORMAÇÃO DE CARÁTER ATECTÔNICO EM SISTEMAS MAGMÁTICOS:
UM EXEMPLO DO COMPLEXO INTRUSIVO SANTA ANGÉLICA
Oliveira, H.M.1; Rangel, C.V.G.T.2; Peterle, D.T.3; Candotti, C.S.4; Fontana, E.A.5; Zanon, M.L.6
1, 2, 3, 4, 5Universidade Federal do Espírito Santo; 6Universidade Federal de Ouro Preto
RESUMO: Diversos autores consideram que magmas eventualmente ascendem na litosfera por
diferença de densidade e flutuabilidade. Entretanto, os mecanismos de ascensão e colocação
de magmas relacionando forças de flutuabilidade e tectônicas, têm sido cada vez mais abordados
e debatidos. A colocação de magmas em zonas de cisalhamento é um processo descrito e
discutido extensivamente, com bons exemplos relatados na literatura. O Complexo Intrusivo
Santa Angélica (CISA) situa-se na região sul do estado do Espírito Santo e integra um conjunto
magmático de caráter bimodal, descrito como um corpo de colocação tectônica pós-orogênica
gerada a partir do colapso gravitacional do Orógeno Araçuaí, no Neoproterozóico. O CISA é
constituído por plutonismo do tipo I, cálcio-alcalino de alto K e alto Fe, com origem híbrida
resultante da mistura de magmas mantélicos e crustais. Quatro unidades litodêmicas principais
podem ser caracterizadas. A encaixante é representada por ortognaisse de composição
predominantemente tonalítica a granodiorítica. As intrusivas são representadas por uma unidade
máfica, composta por litotipos dioríticos, quartzo-dioríticos e gabróicos, o granito porfirítico
composto predominantemente por uma fácies sienogranítica e uma unidade híbrida, fruto de
mesclas mecânicas heterogêneas e homogêneas entre magmas máficos e félsicos. As
intrusivas, principalmente os granitos e as rochas híbridas, possuem fábricas comumente
anisotrópicas, sendo a foliação de fluxo magmático bem marcante. Não raramente, são
observadas texturas protomiloníticas a miloníticas e enclaves apresentando sinais de
assimilação e deformação plástica. Do ponto de vista estrutural, é possível caracterizar dois
momentos de deformação relativos ao estado de cristalização dos magmas de granitóides, a
partir de texturas e fábricas, desenvolvendo fábricas concordantes com suas encaixantes em
direção e sentido: A) fábricas deformacionais pré-cristalização total; B) fábrica de strain cristal-
plástico. Quanto aos aspectos deformacionais no CISA, podemos distinguir as fábricas que
caracterizam caráter atectônico e as de deformação regional. As fábricas de deformação de
caráter atectônico são caracterizadas por estruturas sem orientação preferencial, de cunho
aleatório, representada principalmente por dobras irregulares, deformação de cristais e foliação
de fluxo irregular e aleatória associada à lineação marcada por estiramento de cristais.
Entretanto, o CISA também registra uma gama de estruturas deformacionais de caráter
predominantemente plástico (foliação protomilonítica, texturas augen e estruturas do tipo SC),
indicadores cinemáticos concordantes com as estruturas cinemáticas das encaixantes locais, em
direção e sentido, sugerindo que os magmas durante suas colocações estavam sofrendo algum
tipo de esforço regional.
1300
LINEAMENTOS REGIONAIS E COLOCAÇÃO DE GRANITOS TARDI A PÓS
TECTÔNICOS NO ORÓGENO ARAÇUAÍ
Oliveira, H.M.1; Peterle, D.T.2; Rangel, C.V.G.T.3; Erler, G.C.4; Candotti, C.S.5; Fontana, E.A.6;
Mendanha, R.C.7; Zanon, M.L.8
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7 Universidade Federal do Espírito Santo; 8Universidade Federal de Ouro Preto
RESUMO: O Orógeno Araçuaí exibe uma gama de corpos intrusivos de posicionamento pré-
colisional e tardi-colisional, associados à tectônica neoproterozóica, fruto da colisão entre os
cratons do São Francisco e Congo. Alguns dos corpos, descritos como pós-colisionais, como o
Santa Angélica (SA) e o Maciço de Vitória (MV), apresentam íntima associação com grandes
lineamentos regionais, como a Zona de Cisalhamanto de Guaçuí (ZCG) e o Lineamento de
Colatina (LC), respectivamente e possuem idade cambriana (540-480 Ma). O SA ocorre na
periferia da ZCG, sendo envolvido por rochas miloníticas com cinemática predominantemente
destral. Exibe uma variação litólógica de gabro, diorito a leucogranito. Esses litótipos se
misturam em proporções variadas, gerando um conjunto híbrido com misturas mecânicas
(mingling) ou homogêneas (mixing!?). O granito e os membros híbridos mostram deformação
de caráter atectônico local, mas principalmente, feições de caráter tectônico, concordantes em
direção e sentido à foliação milonítica nas encaixantes, tanto nas bordas, quanto no interior do
plúton. Essas tramas exibem estruturas pré-cristalização total, como foliação de fluxo, mas
também feições de deformação cristal-plástica, como fenocristais deformados (ocelares),
texturas protomiloniticas a miloníticas e foliações do tipo SC. O MV é composto em sua maioria
por leucogranito porfirítico. Próximo às suas bordas exibe foliação de fluxo marcante, denotada
pela orientação de fenocristais de álcali-feldspato e xenólitos, concordantes com a foliação das
encaixantes e com a orientação geral do LC, de direção NNW-SSE. Assim, três suposições
podem ser levantadas em relação aos corpos e às lineações: i) Durante o emplacement do SA
a crosta estava sob esforço e deformação; ii) Esses corpos podem ter gênese tardi a pós-
tectônica e não puramente pós-tectônica; iii) O LC já estava estruturado e presente durante o
Cambriano. Novas pesquisas da UFES estão em andamento no sentido de elucidar essas
questões.
1301
CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL DAS ROCHAS DO
TERRENO JAURU, NA REGIÃO DE FARINOPÓLIS (MT), SW DO
CRÁTON AMAZÔNICO
1302
estruturalmente, marcado pela transposição das foliações pretéritas e pela geração de
uma foliação Sn com trend NW-SE penetrativa em todas as rochas do Terreno Jauru.
1303
REATIVAÇÃO NEOTECTÔNICA NA BORDA ESCARPADA DO SUBGRABEN
GUANDU-SEPETIBA, GRÁBEN DA GUANABARA, RJ
Schorcht, S.F.1; Machado, S.2; Real, S.3; Silva, C.L.4; Gontijo-Pascutti, A.F. 5
1,2,3,4,5Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; 1,2,3Graduação; 4,5Docentes
RESUMO: A área em estudo compreende a borda da escarpa de falha da Serra do Mar, que
limita o Subgráben Guandu-Sepetiba, segmento ocidental do Gráben da Guanabara, no trecho
de transição onde a escarpa deixa de ser paralela ao litoral inflexionando-se para o continente,
entre os municípios de Itacuruçá, Itaguaí e Seropédica (RJ). A geologia engloba rochas do
Complexo Rio Negro, constituído por ortognaisses e granitoides dispostos como corpos
alongados para NE, deformados por zonas de cisalhamento de direção NE, em geral de médio
a baixo ângulo. Ocorrem ainda diques básicos cretáceos e sedimentos quaternários fluviais,
flúvio-marinhos e marinhos. A deformação rúptil principal associa-se à tectônica distensiva do
Meosozóico-Cenozóico, geradora do gráben, exibindo falhas de alto a médio ângulo. Porém, é
notável a ocorrência de reativações que exibem planos estriados, algumas vezes com
sobreposições de estrias, preenchidos por óxidos e caulim (que indicam reativações
posteriores ao intemperismo e, portanto, neotectônicas), com paleotensores preferencialmente
transpressivos, conforme têm sido observado regionalmente, indicando transcorrências e
inversas serem as mais novas. As falhas são observadas tanto em escala de afloramento como
regional, onde se destacam controlando as formas e o reafeiçoamento do relevo. O estudo da
cinemática destas falhas em 4 afloramentos relevantes e suas expressões no relevo,
constituem o objetivo deste trabalho. Os procedimentos envolveram a Geologia Estrutural, a
Geomorfologia Tectônica, trabalhos de campo e de gabinete. Para mapeamentos e
tratamentos dos dados foram utilizadas imagens SRTM 90m e softwares como ArcGis 10.2.2,
Global Mapper 13, Spring 5.3 e WinTensor 5.8.4. O afloramento 1, Mangaratiba, mostra falhas
normais com direções NE, E-W, NW a WNW e paleotensões com σ1 77/356 sub-horizontal, σ2
03/254 e σ3 12/164. As falhas transcorrentes, geralmente mais novas, individualizam entre
dextrais de direção NNE, NE e ENE e paleotensores σ1 21/100 NNE/sub-horizontal, σ2 61/252
e σ3 13/006 WNW-SSE; sinistrais de direções NE e ENE sendo, σ1 21/017 NNE-WSW, σ2
61/241, e σ3 18/114 WNW-ESSE. Afloramento 2, Itaguaí, apresenta falhas normais, dextrais e
inversas em feixes preferenciais NE que mergulham para NW com ângulos médios, NW de alto
ângulo e E-W a WNW de alto a médio ângulo e mergulhos para S. Paleotensões totais indicam
compressão σ1 46/029, σ2 07/292 e σ3 43/195 SSW. Afloramento 3, Itacuruçá, mostra falhas
normais NW, WNW e ENE, com paleotensões indicando σ1 82/030 subvertical, σ2 01/290 e σ3
07/200 SSW-NNE; falhas transcorrentes sinistrais em feixes NNW e ENE, com estrias
sobrepostas às normais que indicam σ1 23/075 ENE/sub-horizontal, σ2 63/221 e σ3 14/339
NNW-SSE/sub-horizontal. Afloramento 4, Pedreira Santa Luzia, com falhas normais NW e NE
que truncam foliação e diques, as paleotensões posicionam σ1 68/028 subvertical, σ2 12/151 e
σ3 18/245 ENE-SSW/sub-horizontal; falhas dextrais NW-WNW onde σ1 03/182 N-S/horizontal,
σ2 58/277 e σ3 31/091 E-W/sub-horizontal.
1304
RELAÇÕES EMBASAMENTO-COBERTURA E GEOCRONOLOGIA U-Pb EM
ZIRCÃO NAS REGIÕES DA VIGIA E JAÍBA-TORRINHAS, PORÇÃO SUL DO
TERRENO TIJUCAS, CINTURÃO DOM FELICIANO, RS.
RESUMO: O Terreno Tijucas, porção central do Cinturão Dom Feliciano, constitui uma unidade
com forma alongada segundo N30ºE, cerca de 170 km de extensão e 10 a 30 km de largura,
composta por rochas metavulcanossedimentares neoproterozoicas do Complexo Porongos,
intercaladas com ortognaisses paleoproterozoicos dos Complexos Vigia e Encantadas. No
extremo sul desse terreno, nas regiões da Vigia e Jaíba-Torrinhas, muitas unidades tinham
posicionamento estratigráfico duvidoso ou não eram reconhecidas. Levantamentos geológicos
e geocronológicos (pelo método U-Pb em zircão) permitiram: 1) a identificação de uma área
dômica contendo a intercalação tectônica de rochas paleo- a neoproterozoicas, denominada
Domo da Vigia; 2) o reconhecimento de eventos inéditos do Estateriano e Calimiano; e 3) o
posicionamento estratigráfico dos ortognaisses de Jaíba-Torrinhas, intercalados em xistos do
Complexo Porongos, como cronocorrelatos ao Complexo Encantadas. As relações estruturais
e os resultados geocronológicos permitem conceber no final do Ciclo Brasiliano (~650 Ma) uma
geologia desenvolvida em ambiente colisional continental de caráter transpressivo, gerando
estruturas oblíquas, bem como referir a movimentação das zonas de cisalhamento dúctil até
meados do Ediacarano (~600Ma). Aflorando a aproximadamente 50 km ao sudoeste do
correlato Domo de Santana da Boa Vista, o Domo da Vigia constitui uma estrutura N30ºE com
aproximadamente 55 km de eixo maior e ≤10 km de largura, expondo o embasamento cristalino
entre litologias sedimentares da Bacia do Camaquã. Na área do domo foram identificados os
ortognaisses do Complexo Vigia, o Metagranito Seival, o Anfibolito Tupi Silveira e as
metassedimentares do Complexo Porongos. Esta última unidade ocorre como: a) uma estreita
faixa de direção NNE, com aproximadamente 18 km de extensão e <2 km de largura, no flanco
leste da estrutura, limitada relativamente aos gnaisses pela Zona de Cisalhamento Apertados;
e b) klippes sobre os gnaisses com menos de uma dezena de km2. Em Jaíba-Torrinhas,
ortognaisses e metagranitos estão expostos como faixas estreitas (<4 km) e alongadas
segundo a direção NE-SW (até >10 km) que caracterizam basement inliers. Estas litologias,
anteriormente incorporadas no Complexo Porongos, foram redefinidas como correlatas ao
Complexo Encantadas. Nas unidades do Complexo Porongos ocorrem corpos tabulares de
metagranitos alcalinos a peralcalinos (Metagranito Candiotinha). Dados geocronológicos U-Pb
em zircão de ortognaisses e metagranitos das áreas pesquisadas propiciaram a determinação
de eventos estaterianos e calimianos no Terreno Tijucas. Em Jaíba-Torrinhas, os gnaisses
tonalíticos do Complexo Encantadas apresentaram idades concordantes de 2.112±22 Ma e de
2.153±20 Ma, com uma isócrona de metamorfismo de 643±3,2 Ma (intercepto inferior). Foi
também obtida uma idade de 1.764±29 Ma para um corpo de muscovita granito milonítico
intercalado tectonicamente no Complexo Porongos. O Metagranito Candiotinha apresentou
idade concordante de cristalização de 589±25 Ma. As litologias do Domo da Vigia
apresentaram um conjunto inédito de idades do Estateriano (Metagranito Seival, 1.785±42 Ma
e 1.768±24 Ma) e do Calimiano (Anfibolito Tupi Silveira, 1.567±21 Ma).
1305
HIPÓTESE SOBRE OS
MECANISMOS DE FORMAÇÃO DOS VEIOS AURÍFEROS DO DEPÓSITO
AJURICABA, GRUPO CUIABÁ, PORÇÃO INTERNA DA FAIXA PARAGUAI-MT
Barboza, E.S. 1; Pinho, F.E.C. 1; Mota, W.P.S. 1; Silva, S.V.N,1; Fonseca, C.A.R. 1; Fraga,
R.P.L.1; Sanches W.V.C. 1; Alencar, R.A.G. 1; Silva, L. B. 1, Geraldes, M.C.G. 2;
1Universidade Federal de Mato Grosso; 2Universidade do Estado do Rio de Janeiro
RESUMO: A cidade de Cuiabá, capital do estado de Mato Grosso, bem como várias outras
cidades circunvizinhas tiveram sua origem associada a descoberta de ouro pelos Bandeirantes
paulistas que se aventuravam por terras inexploradas a procura do precioso metal e mão de
obra escrava. Inicialmente o ouro era extraído de aluviões e lateritas, posteriormente veios de
quartzo hospedados nos metassedimentos do Grupo Cuiabá passaram a ser objeto da
explotação. As rochas do Grupo Cuiabá foram polideformadas e metamorfisadas no fácies
xistos verdes durante o Neoproterozóico e incluem filitos, filitos sericíticos, filitos grafitosos,
metarenitos, metasiltitos e metaritmitos. A estruturação regional tem direção NE-SW agrupa de
maneira coaxial duas deformações registradas sob a forma de dobras assimétricas de
geometria que varia de acordo com o pacote e assembleia das litologias envolvidas. A foliação
mais antiga (Sn) forma um leque com dobras e crenulações com vergência para NW, passando
a verticais e para SE. A deformação sequencial redobrou o acamamento e dobrou Sn e
formando Sn+1 plano axial de dobras apertadas de menores dimensões e que mostram
vergências para NW. Ortogonalmente, ou seja, com direção NW-SE, existem dobras abertas
cujo plano axial é subvertical e está registrado sob a forma de clivagem de fratura (Sn+2).
Veios de quartzo, tipo 1 estão encaixados paralelos a Sn e por vezes se paralelizam a S0 em
dobras de grande amplitude, formando inclusive estruturas em selas, um segundo tipo (tipo 2)
está associado a deslizamentos flexurais gerados onde existe diferença de competência entre
as rochas presentes, por exemplo filitos em contato com arenitos; e por fim veios de quartzo
ortogonais a estruturação regional, isto é paralelos a subparalelos a Sn+2, onde segundo os
mineradores e garimpeiros da região encontra-se o ouro primário da região. Os veios de
quartzo paralelos a Sn tem sua origem atribuida a remobilização do quartzo das rochas
encaixantes, assim como o segundo tipo que em campo revelam em suas porções inferiores
ligação contínua com os primeiros, já o terceiro tipo, mineralizado, á partir de um levantamento
estrutural de detalhe, revelam estar associados a estruturas do tipo extencional e de
cisalhamento. O desenvolvimento dos veios auríferos a partir de extensão se deu através de
um processo de quebra e preenchimento (crack-seal) sendo retilíneos e com terminações
lenticulares nas porções inferiores e superiores, as dimensões são métricas, possuem
geometria planar e por vezes sigmoidal, nesses últimos a geometria em escada (en-echelon) e
disposição subparalelas entre si indicam, em planta, propagação de cisalhamento dextral de
direção principal aproximada 330º com veios dispostos segundo 300º, esses mesmos veios,
quando vistos em perfil também revelam geometria sigmoidal sugerindo que o cisalhamento
tem uma combinação entre vetores horizontal e vertical.
1306
DEFORMAÇÕES TECTÔNICAS EM SUCESSÕES PELÍTICAS EOPERMIANAS
DA BACIA DO PARANÁ, NA REGIÃO DE ALFREDO WAGNER - SC
Francisco, J.A.A.123; Nascimento, M.S.13; Castro, N.A.13
1Universidade Federal de Santa Catarina; 2Programa de Formação de Recursos Humanos – PFRH240-
PETROBRAS/UFSC; 3Grupo de Análise de Bacias (ANBA-UFSC)
1307
MÉTODOS POTENCIAIS APLICADOS A INTERPRETAÇÃO TECTÔNICA DA
FORMAÇÃO CAPIRU, TERRENO CURITIBA, CINTURÃO RIBEIRA
MERIDIONAL.
Fontanella, G. 1,2; Cury, L. F. 1,2; Leandro, R.1,2; Santos, L. R 1,2;
2; Bahniuk, A. B. 1,2; De Castro, L. G.3; Ferreira, F. J. F 1,3
1308
PALAVRAS-CHAVE: Métodos Potenciais; Cinturão Ribeira; Terreno Curitiba; Formação Capiru.
1309
PETROGRAFIA E POSICIONAMENTO ESTRATIGRÁFICO DO ARENITO
PEDREIRA, JURÁSSICO DA BACIA DO PARANÁ, RS
1310
ARCHITECTURE OF MAJOR PRE-CAMBRIAN TECTONIC BOUNDARIES IN
SANTA CATARINA STATE BASED ON GEOLOGICAL, MAGNETIC AND
GRAVIMETRIC DATA.
Bruno, H.1; Almeida, J.C.H 1; Heilbron, M.C.P.L.1; Salomão, M.S.1
1 Tektos/UERJ – Grupo de Pesquisa em Geotectônica - Universidade do Estado do Rio de Janeiro
ABSTRACT: A new geological map was generated from the compilation of recently published
data, integrating geology and geophysichs (potential methods) including magnetic and
gravimetric data and regional and local geology of the pre-cambrian terranes of the Santa
Catrina state. In this area the tectonic and lithological boundaries are oblique to the coast line,
and shall continue towards the continental margin. The pre-cambrian part of the study area is
mainly composed by the the Luis Alves microplate, Itajaí and Campo Alegre volcano-
sedimentary neoproterozoic basins and the Dom Feliciano folded belt. The latter encompassing
the granites of the Florianópolis batholith and the Neoproterozoic meta-volcanoclastic
sequences of the Brusque Group. Theses domains are considered to be the southern onshore
basement of the Santos Basin, located in the brazilian continental margin. The tectonic
boundaries of the various aforementioned tectonic domains, that separate crustal blocks of
different rheology and thickness, are considered as zones of weakness that may have been
reactivated during the rift phase of the Gondwana supercontinent. These limits are highlighted
as the Itajaí-Perimbó and Major Gercino shear zones. The aim of this study is the identification,
hierarchization and distinction of major crustal discontinuities between the known tectonic
blocks in the onshore and offshore portions of the study area, regarding the existing knowledge
found in the literature and the results obtained in this project. In order to achieve this objective,
the methodology applied includes the combined analysis of field data, magnetometry and
gravimetry to create an integrated model based on structural data, mainly regarding brittle
tectonics. The integration of geological and geophysical data, including field geological stations
and magnetic and gravimetric data, allowed the identification of important structural lineaments,
crustal limits and the presence of Mesozoic igneous rocks, including the NW trending Ponta
Grossa and NNE trending Florianópolis Cretaceous dyke swarms. The continuation of a number
of basement structures such as crustal scale shear zones, and the major tectonic boundaries
between the Pre-Cambrian terranes of the Luis Alves Terraine and the Dom Feliciano orogenic
belt, can be observed in the onshore and offshore geophysical sections. The product brought
forth a pattern of crustal scale structures crossing the pre-cambrian terrane with continuity to the
offshore area.
1311
REGISTRO DE DEFORMAÇÃO TRANSPRESSIVA NOS GRANITOIDES DE
QUATRO ILHAS - BOMBINHAS, SC
Andrade, P.H.S.1; De Toni, G.B.1; Bitencourt, M. F.1.
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
1312
MECANISMOS DE DEFORMAÇÃO E ORIGEM DE VEIOS DE QUARTZO NO
COMPLEXO METAMÓRFICO BRUSQUE, SANTA CATARINA
Fischer, C.1; Fassbinder, E.¹; Barros, C. E.¹
1Universidade Federal do Paraná
1313
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ ST16 –
Geomorfologia e
Espeleologia
ISBN: 978-85-99198-13-1
1314
VIBRAÇÕES PRODUZIDAS POR FONTES MECÂNICAS E SUA POTENCIAL
INTERFERÊNCIA EM CAVERNAS FERRÍFERAS: ESTUDO DE CASO DA
CAVERNA MJ-0001, QUADRILÁTERO FERRÍFERO, BRASIL
Para mensurar o nível das vibrações, foi utilizado um sismógrafo de engenharia modelo
Minimate Plus Series III, da marca Instantel devidamente calibrado dotado de sensor tri
ortogonal para registro de vibrações no terreno. O sismógrafo foi instalado em modo sensitive
durante duas sessões de monitoramento sobre a cavidade em sua calota superior externa,
onde pressupõe se que seja o local mais susceptível a abalos sísmicos devido a sua pouca
espessura. O equipamento foi locado cerca de um (1) metro distante da linha de tráfego dos
veículos monitorados. Através desse monitoramento é possível identificar os níveis de
vibrações induzidos ao terreno natural por diversos tipos de veículos com massas (kg) e
velocidades variadas. Os monitoramentos aqui relatados foram realizados no período de
10h00min às 12h30min do dia 02 de outubro de 2015 e no período de 10h30min às 12h00min
do dia 04 de novembro de 2015, totalizando 67 medições.
Com relação às vibrações provocadas pelo tráfego de veículos durante os trabalhos realizados
na área em estudo foram observados vários tipos de veículos trafegando no local incluindo:
ônibus, caminhões carregados, automóveis pequenos, caminhonetes, vans, motocicletas e
micro-ônibus. Em nenhuma ocasião os sensores dos sismógrafos foram acionados, não sendo
assim registradas vibrações superiores ao nível mínimo de acionamento programado de
Vp=0,51 mm/s, e com isso nenhum sismograma foi gerado. Com base nos ensaios realizados,
pôde-se observar que os níveis de vibração pelo terreno mantiveram-se abaixo dos limites
estabelecidos pela norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) Normas
Brasileiras Regulamentadoras (NBR) 9653/2005. Conclui-se então que no período abrangido
pelo presente estudo o tráfego local não é capaz de gerar vibrações que comprometam a
integridade física da cavidade MJ-0001, já que a intensidade das mesmas é muito reduzida.
1315
GEOMORFOLOGIA DA FOLHA POÇO DA CRUZ, NE BRASIL
Neumann, V.H.1; Rocha, D.E.G.A.2;Santos, C.A.3;Lima, R.P4; Ramos, G.M.S.1; Veras, J.D.D.5
1Universidade Federal de Pernambuco; 2Serviço Geológico do Brasil-CPRM; 3Universidade Federal de Sergipe;
4Universidade Federal de Alagoas; 5Grupo João Santos-Itapicuru Cimento Nassau
RESUMO: Este trabalho teve por objetivo mapear as unidades geomorfológicas da Folha Poço
da Cruz (FPC), na Escala de 1:100.000. Nas partes sudeste e noroeste da FPC foram
observados Pedimentos dissecados no embasamento cristalino. Esses modelados, apesar de
estarem num clima semi-árido, são superfícies de aplanamento resultantes de erosão intensa,
evoluída por processos de transformações geoquímicas e em menor proporção as físicas,
gerando coberturas de alteração. Destacam-se nas periferias de áreas que sofreram
arrasamento por etchplanação. Soerguendo a partir dos Pedimentos dissecados, se
sobressaem as Cristas residuais, apresentando uma morfologia residual alongada, isolada,
com vertentes de declividade forte e equivalentes que se interceptam em caráter simétrico e
assimétrico. Na borda sudeste da bacia ocorrem as Cuestas, com suas formas de relevo
assimétrico com desnível abrupto resultante do recuo erosivo das camadas da Formação
Tacaratu e que apresentam os seus Fronts (frente escarpada) voltados para sudeste e o
Reverso com fraca declividade para noroeste (em direção ao depocentro da bacia). As Cuestas
estão constituídas pelos arenitos da Formação Tacaratu. Na parte norte da Folha Poço da
Cruz, na bacia sedimentar, ocorre a Serra Negra, que corresponde a um platô residual cujo
topo ocupa cotas em torno de 1.050 metros, ladeada pela Serra do Periquito, que por sua vez
representa a continuidade do mesmo platô, porém geomorfologicamente mais arrasado
(altitudes em torno dos 950 metros). A parte superior das serras Negra e do Periquito é
constituída, predominantemente, de uma seqüência de arenitos avermelhados a
esbranquiçados (Formação Exu), que se sobrepõe a uma seqüência de siltitos, arenitos finos e
calcários coquinóides (Formação Romualdo). Logo abaixo da Formação Romualdo ocorrem os
calcários laminados de cor creme, que se alternam com margas de cor cinza. Serras e serrotes
foram observados principalmente na área norte da FPC. Esses compartimentos bordejam as
serras Negra e do Periquito, mas também são encontradas como serrotes isolados dispersos
na FPC. Os Pedimentos cobertos por detritos estão distribuídos na parte central da bacia
sedimentar e são constituídos principalmente por cascalhos retrabalhados da Formação Exu e
os pedimentos nas áreas mais ao norte, nas proximidades das bordas da bacia, há muitos
blocos do embasamento retrabalhados. Esse modelado se localiza nas áreas um pouco mais
elevadas do que os sedimentos com cobertura arenosa. Os Pedimentos com cobertura
arenosa predominam na FPC. Trata-se de areias brancas, amarelas e por vezes avermelhadas
que são produto do intemperismo dos diversos tipos de rocha, tanto do embasamento como da
bacia sedimentar e formam o material eluvial. O Plaino aluvial corresponde às áreas baixas e
planas que ocorrem ao longo dos vales, englobando as formas resultantes da deposição. São
as formas alongadas nas quais predominam o escoamento superficial. Na FPC os Plainos
aluviais situam-se ao longo do rio Moxotó, cuja drenagem corta a FPC de norte a sul. Este
compartimento pode ser subdividido em duas subunidades. A primeira são os terraços erosivos
compostos por vários tipos de sedimentos. A outra unidade é o leito fluvial, onde predominam a
deposição de aluviões.
1316
Processos espeleogenéticos em pequenas cavidades ferríferas associado a
controle estrutural - borda leste do sinclinal Moeda – Quadrilátero Ferrífero -
MG
Frigo, F.J.G1; Munaro, P.
1;2
Vale S.A – DIPF – Gerência de Licenciamento Ambiental e Espeleologia
fernando.frigo@vale.com
1317
CINZAS DO PASSADO: SEDIMENTAÇÃO QUATERNÁRIA E SISTEMAS
FLUVIAIS PRETÉRITOS NA BACIA DO RIO DAS CINZAS, NORTE DO
PARANÁ
Santos, M.1; Batezelli, A.2; Nunes, J. O.3; Ladeira, F.S.B2
1UNESP – Univ Estadual Paulista – Ourinhos; 2UNICAMP – IG; 3UNESP – Univ Estadual Paulista - FCT
RESUMO: A bacia do rio das Cinzas localiza-se no norte do estado do Paraná (Norte Pioneiro),
estando inserida no contexto de bacia da margem esquerda do rio Paranapanema. O
embasamento geológico da bacia do rio das Cinzas é constituído por unidades paleozóicas e
mesozóicas da Bacia do Paraná , predominando, em termos de área, as rochas basálticas da
Formação Serra Geral (Jurássico-Cretáceo) e as rochas sedimentares (siltitos, argilitos, tilitos,
diamictitos e folhelhos) do Grupo Itararé (Carbonífero). No presente estudo, foram identificados
depósitos aluviais associados a dois sistemas fluviais distintos no tempo. Um sistema
quaternário mais antigo, caracterizado por depósitos conglomeráticos polimíticos de paleocanal
do rio das Cinzas e seu principal tributário, o rio Laranjinha, provavelmente, correlatos a
depósitos datados em 40.000 BP por pesquisadores no rio Paraná. Tais depósitos ocorrem em
geral próximos às escarpas que limitam grábens ou hemigrábens de direção NW, formados
pela reativação neotectônica de antigos lineamentos. Do ponto de vista geomorfológico, tais
depósitos ocorrem em dois contextos distintos, ou associados a terraços ou em planícies
aluviais atuais fortemente assimétricas, onde parte dos afluentes estão incidindo e os
retrabalhando. Estes depósitos evidenciam forte migração de canal no transcorrer do tempo,
em função do grande aporte de sedimentos advindos das porções elevadas dos horstes.
Medidas de paleocorrente indicam sentido para norte. O outro sistema fluvial identificado, mais
recente, é caracterizado por depósitos de sedimentos finos com porcentagem de silte e argila
entre 60% e 90%, predominando a porcentagem de 80% e, na maioria das vezes, maior
quantidade de silte do que de argila. Estes depósitos ocorrem em contexto geomorfológico de
terraços e de planícies aluviais atuais com feições nítidas de migração do canal. Apresentam-
se em geral extremamente endurecidos, com uma camada superior contendo horizonte pálido
sobreposta a uma camada com cores variegadas e com nódulos de ferro e/ou manganês ou a
uma camada com horizonte orgânico escuro, que por sua vez se sobrepõe à camada de cores
variegadas e com nódulos. As idades dos depósitos deste segundo sistema, obtidas por 14C,
variam entre cerca de 3000 BP e 10100BP. Os resultados obtidos até o momento demonstram
que a área foi sujeita a um sistema de rios entrelaçados anterior ao Holoceno e possivelmente
associado ao Último Máximo Glacial, e que se apresentava, em alguns setores, controlado por
grábens e hemigrábens orientados segundo a direção NW, e, provavelmente, sob condições de
clima seco. A passagem para o Holoceno marca, na área, a mudança do sistema fluvial
entrelaçado para um sistema meandrante, sob a influência da passagem para o clima úmido, e
associado a diversos episódios de transbordamento e consequente migração e avulsão dos
canais, cujos registros foram privilegiadamente preservados ao longo dos
grábens/hemigrábens.
1318
MAPA GEOMORFOLÓGICO DOS MUNICÍPIOS DE RESENDE E ITATIAIA - RJ
Dantas, M.E.; Pôssa, J.T; Shinzato, E.
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – Serviço Geológico do Brasil
1319
COMPARTIMENTAÇÃO GEOMORFOLÓGICA DA REGIÃO DA CHAPADA
DOS VEADEIROS: CONTRIBUIÇÃO PARA A COMPREENSÃO DA
EVOLUÇÃO TECTÔNICA REGIONAL
RESUMO:
A área de estudo abrange a Folha Alto Paraíso de Goiás (1:100.000) e folhas
circundantes e está inserida na Província Tocantins, mais específicamente na porção centro-
norte da zona externa da Faixa de Dobramentos e Cavalgamentos Brasília. A Faixa Brasília foi
gerada pela orogênese Brasiliana no Neoproterozoico em regime de dobras e falhas de
empurrão em escamas de descolamento, ora rasas ora profundas, com maior ou menor
participação do embasamento. O controle geotectônico do relevo na região estudada é
suficientemente marcante a ponto de permitir que este seja um dos principais critérios de
análise geomorfológica na área. Dessa forma, a compartimentação geomorfológica contribui de
forma singular para a compreensão da evolução tectônica regional, já que separam domínios
deformacionais distintos de acordo com o nível crustal aflorante e com o estilo das estruturas
tectônicas mais proeminentes. Para a proposição da compartimentação geomorfológica da
região, além do critério geotectônico, foram considerados os seguintes parâmetros:
hipsometria, padrão de relevo, formas regionais de relevo, padrão e densidade da drenagem e
classes de solos predominantes.
O estudo foi realizado em escala 1:250.000 e os compartimentos geomorfológicos
resultantes foram:
Planalto dissecado de São João D’Aliança: padrão de relevo suavemente ondulado, cotas
predominantemente entre 1200 e 1300 metros, moderada densidade de drenagem,
predominância de latossolos e contexto geológico de monoclinal regional mergulhando para
oeste e trens de dobras fechadas de eixo curvado;
Planalto Dissecado do Alto Rio Preto: relevo ondulado a fortemente ondulado, com vales
incisos, presença de hogbacks e cuestas, com predominância de neossolos litólicos, cotas
variáveis desde 1200 a 1676 metros e substrato associado a metapsamitos do Grupo Araí
(preservado entre dois corredores de cisalhamento);
1320
Planalto Dissecado do Rio da Prata: relevo ondulado, predominância de neossolos litólicos,
cotas superiores a 1150 metros, presença de vales incisos, moderada densidade de drenagem
paralela e substrato geológico representado pelo Grupo Araí, dobras suaves;
Vale do Médio Rio Preto/Almas: relevo suavemente ondulado, cotas inferiores a 600 metros,
predominância de cambissolos cascalhentos, moderada densidade de drenagem dendrítica e
substrato representado por granitos da Suíte Aurumina;
Vales com Residuais do Baixo Rio Tocantinzinho e do Baixo Rio Preto: ambos com relevo
suavemente ondulado a ondulado com cotas entre 550 a 1000 metros, substrato geológico
compostos por rochas com diferente resistência à denudação;
1321
MAPEAMENTO DAS UNIDADES DE RELEVO E SUAS RELAÇÕES COM
O USO E COBERTURA DA TERRA NO SUDOESTE GOIANO
Assis, T.1; Martins, E. S.2; Couto Júnior, A.F.3
1Instituto de Geociências, Universidade de Brasília; 2Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária- Embrapa
Cerrados; 3Universidade de Brasília- UnB, Campus Planaltina
1322
DENSIDADE REGIONAL DAS CAVERNAS BASAIS EM RIOLITOS DA FM.
SERRA GERAL (BACIA DO PARANÁ) NO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL.
Haag, M.B.1, Abreu, E.P.1, Silva, F.D.1, Morais, G.L.1, Marin, H.D.1, Caron, F.2, Sobiesiak, J.S.1,
Souza, M.O.A.1, Betella, C.M.1, Quillfeldt, S.D.1, Frank, H.T.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2Universidade Federal do Pampa
RESUMO: Nas rochas vulcânicas da Fm. Serra Geral (Jsup – Kinf da Bacia do Paraná) no Rio
Grande do Sul (Brasil), tanto nas rochas básicas (basálticas) da porção inferior como nas
rochas ácidas (riolíticas) da porção superior, ocorrem muitas cavernas de origens variadas.
Dentre estas foi reconhecido um tipo específico, denominado informalmente de “cavernas
basais”, visto situarem-se sempre junto à base dos espessos derrames de riolitos. Apresentam
profundidades de até 50 m, larguras máximas de 30 m, alturas de até 4 m, volumes de até
2.000 m3 e uma geometria muito irregular onde se destacam salões, pilares e ramificações
tubulares baixas. A notável constância de suas feições morfológicas e de sua posição no
terreno sugere que estas cavidades formam um nível na base dos derrames riolíticos. O
objetivo deste trabalho consiste na apresentação da densidade regional destas cavernas em
uma área piloto, melhor definida por um retângulo de 2.000 km2 entre as latitudes 28º54’40”S -
29º13’40”S e as longitudes 51º17’50”W - 54º44’40”W (GCS SIRGAS 2000), compreendendo
áreas dos municípios de Bento Gonçalves, Santa Tereza, Pinto Bandeira, Cotiporã, Garibaldi,
Farroupilha, Caxias do Sul, Flores da Cunha, Veranópolis e Nova Pádua. Ali afloram quase
exclusivamente rochas da Fm. Serra Geral: nas áreas mais baixas, rochas basálticas da fácies
Gramado e, nas elevações e formando platôs, riolitos da fácies Caxias do Sul do Grupo
Palmas. A metodologia de obtenção de dados envolveu a definição de uma área de estudo,
prospecção digital, trabalho de campo com inspeção de dezenas de cavernas, topografia,
levantamentos fotográficos, petrografia e a utilização do software ArcGIS para o
processamento dos dados. Como a distribuição horizontal destas cavernas é aleatória, a sua
exposição depende de uma combinação fortuita de vários fatores geológicos. Seus acessos
sempre são muito difíceis, situados aos pés de penhascos com dezenas de metros de altura
em meio à mata fechada. Além disso, o cálculo de sua densidade regional é dificultado pelo
fato dos poucos mapas geológicos da região apresentar discrepâncias elevadas em relação à
extensão de riolitos. A despeito destas dificuldades para encontrar e mapear estas cavernas,
na área de estudo foram encontradas 8 cavernas basais. Utilizando o mapa elaborado pelo
Serviço Geológico do Brasil, é possível calcular a densidade mínima deste tipo de cavernas em
função (i) da área ocupada pelos riolitos e (ii) do perímetro ocupado pelos riolitos, tendo em
vista que essas cavidades estão situadas no contato basaltos/riolitos. Observa-se que na área
de estudo os riolitos ocupam 863,8 km2 (43,2%), com um perímetro total de 972,64 km. Dessa
forma, obtém-se uma densidade de uma caverna a cada 250 km2 de área ou de uma caverna
por 121,5 km de perímetro. Expandindo estes valores para o estado do Rio Grande do Sul,
onde se calcula que os riolitos da fácies Caxias do Sul afloram em uma área de 35.042 km2,
apresentando um perímetro de 18.566,5 km, é possível estimar que existam ao redor de 140 a
152 cavernas deste tipo acessíveis no estado, respectivamente em função da área e do
perímetro dos riolitos.
1323
IMPLICAÇÕES GEOMORFOLÓGICAS DA CARACTERIZAÇÃO E DATAÇÃO
DE DEPÓSITOS SEDIMENTARES DE CAVERNAS NA PORÇÃO SUL DA
BACIA DE IRECÊ.
Laureano, F.V.1, Karmann, I.2,Granger, D.E.3, Auler, A.S.4, Almeida, R.P.2, Cruz, F.W.2, Stríkis,
N.M.5, Novello, V.F.2
1Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, 2Instituto de Geociências USP,3Purdue University, 4Instituto do
Carste,5Universidade Federal Fluminense
1324
ESPELEOGÊNESE DE CAVERNAS COLÚVIO-MARINHAS DA ILHA DE
SANTA CATARINA, SC, BRASIL
Silva, M.1,2; Horn Filho, N.O.1; Bastos, T.V.3,4
1Programa de Pós-graduação em Geografia - PPGG, Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC; 2Espeleo
Grupo Teju Jagua – EGTJ; 3Graduação em Geologia, Universidade Federal de Belo Horizonte – UFMG; 4Grupo
Bambui de Pesquisas Espeleológicas
1325
DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE ESTRUTURAS INDICADORAS DE
CORRENTES DE RETORNO EM UMA PRAIA DE MÚLTIPLOS BANCOS
Reichow, C.¹, Goulart, E.S.²
¹Universidade Federal do Rio Grande do Sul; ²Universidade Federal do Rio Grande
RESUMO: Seis anos de observações de vídeo imagens horárias, de 2005 até 2010,
totalizando aproximadamente 30.000 imagens, foram utilizadas para determinar a frequência
de ocorrência de estruturas indicadoras de correntes de retorno nos bancos arenosos na zona
de surfe. A praia do Cassino, objeto de estudo, está localizada no município de Rio Grande, no
estado do Rio Grande do Sul, situada ao sul da desembocadura da Laguna dos Patos, sendo
uma praia extensa, retilínea e com características predominantemente dissipativas e
intermediárias. Essas correntes, características de praias intermediárias, são fortes e estreitas
e fluem em direção ao mar através da zona de surfe, sendo de extrema importância ao sistema
praial, pois afetam a distribuição de nutrientes, sedimentos e podem ser muito perigosas aos
banhistas. A partir da análise das imagens do sistema Argus, foi possível observar que as
correntes de retorno demonstraram estar preferencialmente localizadas no banco intermediário
(segundo banco na zona de arrebentação) (58%), seguidas pelo banco interno (40,6%) e
externo (1,4%). O banco intermediário apresenta valores superiores em todos os anos, exceto
em 2008 no qual o banco interno ultrapassa os valores. O banco externo tem valores menores
em todos os anos. Oliveira (2014) concluiu que o banco interno na Praia do Cassino é dinâmico
e possui o estágio dissipativo em tempo superior ao intermediário, e o segundo banco
(intermediário) que também possui características dissipativas e intermediárias apresenta
características intermediárias com mais frequência que o primeiro, logo, é mais provável que
ocorram mais correntes de retorno neste banco. Já o terceiro banco (externo) é mais retilíneo e
necessita de eventos de grande energia para apresentar maior variabilidade, sendo sempre
mais dissipativo que os demais. Essas características dos bancos submersos na Praia do
Cassino justificam o fato do banco externo possuir valores baixos de correntes de retorno, que
estariam presentes apenas em eventos em que a energia fosse suficiente para ativar o banco,
mas baixa o bastante para mantê-lo rítmico. Já o banco intermediário está mais sujeito a ação
de ondas e sofre maior variabilidade na sua morfodinâmica e está sujeito a presença de
correntes de retorno mais frequentemente, assim como variações destas, pois apresenta
ritmicidade associada a estágios intermediários com mais frequência que o externo. Já o banco
interno, possui correntes de retorno que se apresentam na forma de canais e bancos
crescentes, sem apresentar estruturas na forma de grandes lacunas como o segundo banco.
Isso pode estar associado com uma cava menor, e correntes litorâneas menos desenvolvidas à
sotamar do banco, o que acaba resultando em correntes de retorno também menos
desenvolvidas. Isto suporta a ideia de que as ondas tem sua energia atenuada no segundo
banco e ali alteram a maior parte da topografia praial, deixando o banco interno menos sujeito
a ação destas forçantes e por isso apresentando maior estabilidade. Tal trabalho é pioneiro na
abordagem das correntes de retorno de maneira quantitativa e observacional, e contribui para
projetos de segurança de praia.
1326
IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS PROCESSOS EROSIVOS ASSOCIADOS
AO COMPLEXO BONFIM NO ALTO CURSO DO RIBEIRÃO CASA BRANCA,
BRUMADINHO-MG
Barbosa, P. H. S.1; Guimarães, R. L.1; Neves, M. P.1; Castro, L. V. M. de 1; Rabello, V.L.1
1Centro Universitário de Belo Horizonte - UNIBH
1327
O USO DA GEODÉSIA DE PRECISÃO PARA AVALIAÇÃO DE PROCESSOS
EROSIVOS E DEPOSICIONAIS DE PRAIAS ARENOSAS DO LITORAL LESTE
DO RN, BRASIL
Barbosa, J.V.M.1; Amaro, V.E.1; Matos, M.F.A.1, Rios, V.P.L.1, Franco, C.G.M.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Norte
1328
INFLUÊNCIA DAS CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS NOS PADRÕES DE
RELEVO DO MUNICÍPIO DE CONCEIÇÃO DO CASTELO\ES
Simões, P.M.L.1; Conceição, R.A. C.1; Dantas, M.E.1;Vasconcelos, K.2
1 CPRM - Serviço Geológico do Brasil; 2 Universidade Federal do Pará - UFPA
RESUMO: A carta de padrões de relevo é um dos elementos que são base de informações
para a elaboração das Cartas de Suscetibilidade a Movimento de Massa e Inundação,
produzidas pelo Serviço Geológico do Brasil, através do Programa Nacional de Gestão de
Riscos e Respostas a Desastres Naturais do Governo Federal (PNGRRDN). Conceição do
Castelo, localizado na porção oeste do estado do Espírito Santo, foi um dos municípios
selecionados pelo Governo Federal a integrar tal Programa. Este apresenta características
morfológicas que favorecem os processos erosivos e de movimentos de massa, pois apresenta
relevo fortemente influenciado pelas características geológicas e estruturais da região serrana.
Sendo este marcado por elevadas amplitudes, com vertentes declivosas, com os domínios
serranos, morros altos e baixos, vales encaixados, escarpas de borda de planalto e escarpas
degradadas. Contudo, durante a execução da carta de padrões de relevo em gabinete, e nas
atividades de campo observou-se a presença de áreas com um relevo colinoso de rampas
suaves, com baixa declividade e amplitudes que não ultrapassam 50 metros. Este trabalho irá
analisar a influência das características estruturais na formação desses tipos de relevo em
Conceição do Castelo/ES. Para executar tal analise utilizou-se a carta de padrões de relevo
(que integra o Projeto Cartas Municipais de Suscetibilidade a Movimentos Gravitacionais de
Massa e Inundação); uma carta contendo a litologia e os principais lineamentos estruturais do
município; e ainda uma roseta com padrão de direção de lineamentos. Esta carta de padrões
de relevo utiliza a metodologia de Dantas (2013), baseada na fotointerpretação de acordo com
a biblioteca de padrões de relevo da CPRM, utilizando técnicas de sensoriamento remoto,
interpretação de fusão da imagem de satélite com o MDE (Shinzato et. al., 2012). Com base
nessa análise preliminar, percebe-se que a orientação da rede hidrográfica é fortemente
conduzida pela estrutura, uma vez que as confluências dos rios formam ângulos fechados de
90°. Dessa mesma forma, o relevo se mostra conduzido pela estrutura do arcabouço geológico,
pois até mesmo os limites das classes dos padrões de relevo possuem um formato retilíneo,
pouco comum nos mapeamentos morfológicos. Além disso, em meio a uma paisagem
configurada por serras e morros declivosos, destacam-se algumas colinas, com suas vertentes
suavemente onduladas e baixa declividade, na porção sudoeste do mapeamento, alinhadas
nas direções S-SW – N-NE e NW - SE, as mesmas dos principais lineamentos. As áreas
desses lineamentos, assim como as áreas de confluência de mais de um lineamento,
aparentemente se configuram como zonas de maior dissecação no município, uma vez que
como zonas de “fraqueza” aos processos intempéricos proporcionam a geração de formas de
relevos mais rebaixadas como as colinas. E ainda, possibilitam ao longo dos mesmos eixos de
lineamentos principais (S-SW – N-NE e NW - SE) o alargamento dos vales dos rios, e
posteriormente a deposição e formação de planícies de inundação, pouco comuns, com essas
dimensões, no restante do município. Este trabalho demonstra o quanto os processos de
dissecação e formação do relevo podem ser conduzidos e influenciados pelas características
estruturais de uma região.
1329
ANÁLISE DO DELTA FLUVIAL DO RIO TAPAJÓS, SANTARÉM-PARÁ
Branches Farias, E. M.1; Carneiro, D. S.2
1Universidade Federal do Oeste do Pará; 2Universidade Federal do Oeste do Pará
RESUMO: O delta fluvial digitado do rio Tapajós, assim classificado pelo Projeto RadamBrasil,
Folha SA.21-Santarém está localizado na confluência dos rios Amazonas, Tapajós e Arapiuns,
nas adjacências do município de Santarém, oeste do estado do Pará. Seu canal principal
apresenta cerca de 28 km de extensão com predominância de vegetação de campos de
cerrado, floresta ombrófila densa e clima equatorial úmido monsônico (Am). O delta fluvial é
constituído por sedimentos aluviais provenientes principalmente dos rios Amazonas e Tapajós.
Segundo a literatura, a drenagem principal atua como furo sendo assim influenciada pelo
regime hidrológico de ambos ambientes fluviais, a depender desta forma do regime hidrológico
em vigor. A morfologia peculiar apresentada evidencia uma função essencial para o
barramento hidráulico do rio Tapajós restringindo a área de desembocadura para
aproximadamente 2 km (entre a Ponta Negra e a cidade de Santarém). Fato contrastante em
relação às distâncias apresentadas pela ria fluvial do rio Tapajós a partir do município de
Aveiro até as proximidades de Santarém oferecendo-lhe a configuração de foz afogada. Apesar
da significante área de drenagem e vazão, o rio Tapajós transporta desprezíveis quantidades
de sedimentos em suspensão. Característica quando adicionada a outros aspectos confere a
este ambiente fluvial o comportamento de um sistema lacustre. Neste contexto, no intuito de
analisar a dinâmica morfológica assim como avaliar a aplicabilidade do uso de ferramentas de
sensoriamento remoto em áreas com baixa amplitude de relevo, este trabalho utilizou imagens
de radar do Shuttle Radar Topography Mission (SRTM) e imagens do satélite Landsat 8,
sensor OLI, para a produção de modelos digitais de elevação. Os resultados demonstraram
que apesar da pouca variação altimétrica do relevo e significante presença de lagos na planície
do delta, identificou-se a presença de áreas de planícies de inundação, terraços, furos e
depósitos aluviais sob a influência principal do rio Amazonas. A distinção altimétrica entre os
baixos platôs (situados à direita do furo, sentido rio Amazonas-Tapajós) e a planície expressam
variações entre 20 a 25 metros de diferença podendo ser interpretadas como correspondentes
a alturas representativas da vegetação local. Deste modo, os resultados demonstraram-se
eficientes ferramentas de análise devido à inacessibilidade e escasso material científico acerca
da morfologia do terreno em estudo.
1330
MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO DE ESCALA 1:25.000 NA REGIÃO DE
BARRA DO ITARIRI, MUNICÍPIO DE CONDE, BAHIA
Assumpção, H.C.P.1; Neres, E.S.¹; Santana, J.S.1; Santos, R.R.1; Amaral,D.N.1
1Universidade Federal da Bahia
1331
EVOLUÇÃO GEOMORFOLÓGICA DE SISTEMAS FLUVIAIS SOB A ÓTICA
DO EQUILÍBRIO DINÂMICO E ESTUDOS FLUVIOMORFOMÉTRICOS -
BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CHOPPIN
Rafaela Harumi Fujita ¹, Julio Cesar Paisani², Marga Eliz Pontelli³
O intuito deste trabalho foi analisar a bacia do rio Choppin sob a ótica do
equilíbrio dinâmico e uso de metodologias fluviomorfométricas. Para isso,
foram aplicadas metodologias quantitativas, delineadas no estudo do perfil
longitudinal e índices para detecção de anomalias de drenagem. A bacia
hidrográfica do rio Choppin compreende uma área de aproximadamente
7488km², um perímetro de 572,4km. O rio Choppin possui uma extensão de
aproximadamente 447 km, de sua nascente até a sua foz junto ao rio Iguaçu.
As altitudes variaram de 1340 a 400 m, o que representa uma amplitude de
relevo de 940 m. Ao longo do perfil longitudinal do rio Choppin verificamos
desajustes fluviais de ascensão e subsidência, e dois pequenos trechos
considerados em equilíbrio, bem como a presença de knickpoints ao longo do
perfil longitudinal. Essas irregularidades podem ser justificadas pelo encontro
de afluentes de maior porte pelas modificações abrutas na carga sedimentar,
pelo aumento da vazão, mas também podem estar relacionados à existência
de substratos rochosos mais resistentes e a influencia estrutural local e
regional. Nos segmentos designados em desajustes fluviais verifica-se uma
maior energia do relevo, apresentando ressaltos topográficos com grandes
amplitudes que podem servir de indicadores de potencialidades geoturísticas.
Com a aplicação do índice de gradiente, foi possível mensurar 48 trechos, dos
quais 35 apresentaram anomalias, sendo 27 anomalias de 2ª ordem e 8
anomalias de 1ª ordem. Ao analisar a distribuição das anomalias verifica-se
que os trechos com presença de anomalias de 1ª e 2ª ordens no rio Choppin
encontram-se distribuídos quase que em sua totalidade ao longo da Formação
1332
Serra Geral. É possível verificar o forte controle estrutural presente na área de
estudo, a bacia do rio Choppin apresenta-se simétrica até as proximidades do
Astroblema de Vista Alegre, na sequencia o flanco esquerdo da bacia se
apresenta bem alongado, com drenagens bem longas, como é o caso do rio
Marrecas, logo após a confluência deste rio, bem como a presença de um
lineamento estrutural novamente a bacia volta a apresentar características
simétricas. As anomalias são justificadas pelas influência estrutural na área de
estudo, marcada por falhas e fraturas e a ocorrência de knickpoints, que
representam níveis de bases locais. Além disso, o encontro de canais
principalmente os de maior porte influenciam a ocorrência de anomalias
principalmente de 2ª ordem. Já as anomalias de 1ª ordem são marcadas pela
presença de cachoeiras e quedas d'água, que corroboram para o indicativo de
neotectônica. Ao espacializarmos as anomalias de drenagem comparando com
a distribuição dos solos na bacia do rio Choppin as anomalias de 1ª ordem se
concentram nas regiões que predominam solos mais espessos (latossolos e
nitossolos). Já os segmentos classificados como equilíbrio, localizam-se em
áreas que predominam cambissolos e neossolos. Essa configuração de
distribuição de solos associados as anomalias de drenagem nos dá indícios de
movimentação de blocos na bacia, chamando atenção principalmente para a
área assimétrica da bacia.
1333
USO DO SIG NA ANÁLISE DO CENÁRIO GEOMORFOLÓGICO ORIGINAL E
AS ALTERAÇÕES ANTRÓPICAS EM MEIO URBANO NA SUB- BACIA DO
ARROIO DILÚVIO EM PORTO ALEGRE-RS.
Silva, K.M.P.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
RESUMO: O presente estudo tem como finalidade realizar e apresentar análises do cenário
geomorfológico original e as alterações antrópicas em meio urbano na sub- bacia do arroio
dilúvio na cidade de Porto Alegre- RS. Tal trabalho consta como parte de dissertação a ser
apresentada ao Programa de Pós Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS). O arroio dilúvio está situado em meio urbano na capital gaúcha e possui suas
nascentes situadas próximas ao Parque Saint-Hilaire, no município de Viamão segue durante
todo seu percurso em meio urbano cruzando populosos e grandes bairros da cidade até
desaguar no lago Guaíba. Como alternativa para minimizar e até mesmo a conter as
constantes inundações em alguns bairros da cidade, presenciaram-se constantes alterações
antrópicas no leito original da sub-bacia ao longo dos anos, em especial desde o final da
década de 1930, o que proporcionou uma alteração no cenário geomorfológico e na paisagem
da sub- bacia, que possui aproximadamente 80km² de área de drenagem e segundo dados do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é uma bacia 100% antropizada. O estudo
inicialmente fará uma recomposição por meio de fotografias áreas e mapeamentos
retrospectivos do curso original da sub- bacia e posteriormente serão realizadas análises do
perfil geomorfológico atual da sub-bacia utilizando-se das ferramentas SIG (Sistema de
Informação Geográfica) e de sensoriamento remoto, que representam ferramentas e técnicas
fundamentais no auxilio aos atuais estudos de geomorfologia e de bacias hidrográficas. Busca-
se assim analisar a atual situação da sub-bacia a partir da analise geomorfológica e também
verificar as consequências no meio físico-ambiental das alterações antrópicas no curso original
do rio ao longo dos anos. A metodologia empregada consiste na pesquisa bibliográfica dos
principais conceitos de geomorfologia, hidrografia e da área de estudo, a obtenção das
fotografias áreas em órgãos públicos, a pesquisa de campo, levantamento das bases
cartográficas a serem utilizadas e na elaboração da pesquisa que envolve os trabalhos de
gabinete. Já quanto aos resultados está: o apanhado de fotografia áreas históricas antes das
principais modificações da sub-bacia, elaboração de mapeamentos retrospectivos na escala de
1: 25.000, quadro comparativo das principais alterações do curso do arroio e as justificativas
para as alterações pelos órgãos públicos, caracterização dos principais problemas ambientais
da sub-bacia do arroio dilúvio, mapear principais áreas vulneráveis a risco ambiental associada
a sub- bacia.
1334
USO DO SIG NA ANÁLISE DO CENÁRIO GEOMORFOLÓGICO ORIGINAL E
AS ALTERAÇÕES ANTRÓPICAS EM MEIO URBANO NA SUB- BACIA DO
ARROIO DILÚVIO EM PORTO ALEGRE-RS.
Silva, K.M.P.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
RESUMO: O presente estudo tem como finalidade realizar e apresentar análises do cenário
geomorfológico original e as alterações antrópicas em meio urbano na sub- bacia do arroio
dilúvio na cidade de Porto Alegre- RS. Tal trabalho consta como parte de dissertação a ser
apresentada ao Programa de Pós Graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS). O arroio dilúvio está situado em meio urbano na capital gaúcha e possui suas
nascentes situadas próximas ao Parque Saint-Hilaire, no município de Viamão segue durante
todo seu percurso em meio urbano cruzando populosos e grandes bairros da cidade até
desaguar no lago Guaíba. Como alternativa para minimizar e até mesmo a conter as
constantes inundações em alguns bairros da cidade, presenciaram-se constantes alterações
antrópicas no leito original da sub-bacia ao longo dos anos, em especial desde o final da
década de 1930, o que proporcionou uma alteração no cenário geomorfológico e na paisagem
da sub- bacia, que possui aproximadamente 80km² de área de drenagem e segundo dados do
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) é uma bacia 100% antropizada. O estudo
inicialmente fará uma recomposição por meio de fotografias áreas e mapeamentos
retrospectivos do curso original da sub- bacia e posteriormente serão realizadas análises do
perfil geomorfológico atual da sub-bacia utilizando-se das ferramentas SIG (Sistema de
Informação Geográfica) e de sensoriamento remoto, que representam ferramentas e técnicas
fundamentais no auxilio aos atuais estudos de geomorfologia e de bacias hidrográficas. Busca-
se assim analisar a atual situação da sub-bacia a partir da analise geomorfológica e também
verificar as consequências no meio físico-ambiental das alterações antrópicas no curso original
do rio ao longo dos anos. A metodologia empregada consiste na pesquisa bibliográfica dos
principais conceitos de geomorfologia, hidrografia e da área de estudo, a obtenção das
fotografias áreas em órgãos públicos, a pesquisa de campo, levantamento das bases
cartográficas a serem utilizadas e na elaboração da pesquisa que envolve os trabalhos de
gabinete. Já quanto aos resultados está: o apanhado de fotografia áreas históricas antes das
principais modificações da sub-bacia, elaboração de mapeamentos retrospectivos na escala de
1: 25.000, quadro comparativo das principais alterações do curso do arroio e as justificativas
para as alterações pelos órgãos públicos, caracterização dos principais problemas ambientais
da sub-bacia do arroio dilúvio, mapear principais áreas vulneráveis a risco ambiental associada
a sub- bacia.
1335
CARACTERIZAÇÃO DE DEPÓSITO SEDIMENTAR DA CAVIDADE NATURAL
41L, MACIÇO DO LIMEIRA, PRUDENTE DE MORAIS (MG)
Freitas, K.M.D.¹; Moura, L.H.A.¹; Oliveira C.R.¹; Martins, R.S.¹; Pinheiro, H.C.¹; Santos, R.C.C¹;
Vasconcelos, A.G.²
¹Centro Universitário de Belo Horizonte, ² Programa de Pós-graduação em Geologia-UFMG
1336
COMPARAÇÃO ENTRE O POTENCIAL PALEONTOLÓGICO DE
CAVIDADES NATURAIS INSERIDAS NAS REGIÕES CÁRSTICAS DE LAGOA
SANTA (MG) E LAJEDINHO (BA)
Vasconcelos, A.G.¹; Campello, M.S.²
¹Programa de Pós-graduação em Geologia da UFMG, ²Centro de Pesquisa Professor Manoel Teixeira da
Costa - CPMTC e Departamento de Geologia, IGC-UFMG.
RESUMO: Certamente, dentre os estados brasileiros, Minas Gerais e Bahia, são os que possuem
maior destaque com relação a jazidas fossilíferas de mamíferos quaternários preservadas em
cavernas. Além de vastas áreas propícias para a formação de cavidades naturais, estes estados
foram e são alvo de estudos paleontológicos mais sistemáticos. Neste trabalho são apresentados
os resultados obtidos em levantamentos paleontológicos realizados em cavernas inseridas no
Carste de Lagoa Santa (CLS), onde foram vistoriadas 101 cavidades, e na região cárstica de
Lajedinho (BA) (RCA), norte da Chapada Diamantina, onde foram visitadas 23 cavidades. Tal
levantamento foi baseado nas diretrizes descritas na Instrução Normativa 02, de 2009 e no
Termo de Referência para atividade Minerárias em regiões cársticas de Minas Gerais, de 2005.
Dentre as feições observadas estão: depósitos sedimentares clásticos, químicos e orgânicos,
sendo que no primeiro é composto por depósitos inconsolidado, brechas e solos carbonatados.
O segundo tipo envolve principalmente escorrimentos nas paredes e piso das cavidades. Já o
terceiro depósito consiste em restos de animais, como ossos e conchas, além de serapilheira.
Parte-se do princípio que, em meio a estes depósitos, pode haver a presença de restos fósseis.
Em se tratando de depósitos clásticos, as cavidades de Minas Gerais apresentaram uma maior
quantidade, assim como de depósitos químicos. Já em relação aos depósitos orgânicos, as
cavernas baianas apresentam maior quantidade, principalmente de restos de animais sub-
recentes e recentes. Provavelmente, devido a maior quantidade de depósitos sedimentares de
origem alóctone, o CLS apresentou uma significativa e variada quantidade de fósseis, tanto de
microvertebrados (ex. morcegos e roedores), quanto de megavertebrados (ex.: preguiças
extintas). Tais ossos se apresentaram, em sua maioria, substituídos por óxidos e/ou
permineralizados e incrustados por carbonatos. Tais restos estão associados majoritariamente a
depósitos brechoides, fato que corrobora com a hipótese que esse material tenha sido
depositado a partir de fluxos de enxurradas. Conchas de gastrópodes terrestres se apresentam
incrustadas em carbonatos e/ou cimentadas em brechas, que também preservaram moldes
externos dessas conchas. Embora o RCL tenha apresentado uma quantidade inferior de restos
de animais extintos, a região preserva uma maior variedade de tipos de fossilização, como
moldes externo e interno de concha de gastrópode terrestre, pseudofósseis em matacão e
vertebrados mumificados sub-recentes e recentes (selvagens e domésticos). Pelotas de
regurgito de aves, sendo uma visivelmente preenchida por solo carbonatado, além de fezes de
tamanduá mumificadas, também são reportadas para a área. E, relação à fauna extinta, uma
vértebra caudal de preguiça, da família Mylodontidae, se encontrava sobre o piso da cavidade,
que devido a sua coloração e peso, provavelmente sofreu processos de permineralização e
substituição. Como o levantamento do potencial paleontológico foi realizado somente sobre as
superfícies das cavidades, provavelmente, devido ao volume de sedimentos clásticos alóctones
e pelos resultados obtidos através da análise das superfícies, as cavernas podem preservar
diversos fósseis soterrados de idade quaternária. Ambas regiões apresentam um elevado
potencial paleontológico, tanto do ponto de vista científico, quanto do didático e a preservação
dessas áreas é de fundamental importância.
PALAVRAS-CHAVE: FÓSSEIS, IN02-2009, PRESERVAÇÃO
1337
ASPECTOS GENÉTICOS DAS CAVERNAS BASAIS ENCONTRADAS EM
RIOLITOS DA FM. SERRA GERAL NO RIO GRANDE DO SUL, BRASIL.
Betella, C.M.1, Abreu, E.P.1, Silva, F.D.1, Morais, G.L.1, Marin, H.D.1, Sobiesiak, J.S.1,
Souza, M.O.A.1, Haag, M.B.1, Quillfeldt, S.D.1, Caron, F.2, Frank, H.T.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2Universidade Federal do Pampa.
RESUMO: Na base do pacote de rochas vulcânicas ácidas do Grupo Palmas da Fm. Serra
Geral (Jsup-Kinf, Bacia do Paraná) no Rio Grande do Sul, junto ao contato com os derrames
basálticos subjazentes, ocorrem cavernas de grande porte, com perímetros muito irregulares e
volumes de até 2.000 m3. As cavernas, aqui denominadas informalmente de “cavernas basais”,
apresentam larguras máximas de 30 m, profundidades de até 50 m e alturas entre 2 e 4 m.
Todas apresentam segmentos lineares que lembram túneis, retilíneos ou curvos, com
comprimentos de até 20 metros, larguras de até 4 metros e alturas de até 2 metros. Estas
feições tubulares se distribuem aproximadamente radialmente ao redor de espaços maiores,
informalmente chamados de “salões”. Através de prospecção digital e trabalho de campo foram
encontradas e investigadas 10 dessas cavernas. A presente contribuição discute a possível
gênese destas cavidades. Alguns processos de formação de cavernas podem ser excluídos de
imediato, como dissolução da rocha hospedeira, fraturamento do maciço rochoso e
empilhamento de blocos caídos de grande porte. Exclui-se também a ação de águas correntes
(subterrâneas ou superficiais), pois não há sinais de águas correntes presentes ou passadas e
a atual infiltração de água que ocorre através das diáclases do riolito que forma o teto das
cavernas é inexpressiva. Foram buscadas, sem sucesso, feições ou evidências da geração
destas cavernas pelo colapso do litotipo inferior. As cavernas não têm origem antropogênica,
pré- ou pós-colonial. Algumas sofreram intervenções antropogênicas pós-coloniais para
adaptá-las a usos religiosos, mas as feições originais geralmente ficaram preservadas. Uma
vez afastadas estas possibilidades, é necessário buscar evidências que indiquem outra origem.
As cavernas basais poderiam ser uma feição intrínseca do tipo de contato no qual se situam,
devido ao contraste entre o riolito pouco alterado com a brecha vulcânica basáltica alterada.
Entretanto, a raridade das cavernas basais não condiz com as grandes extensões (>900 km)
deste tipo de contato na região onde ocorrem as cavernas, sugerindo que este
condicionamento geológico gera, no máximo, um abrigo-sob-rocha pouco profundo.
Significativa é a presença, em todas as cavernas, de espeleotemas silicosos (coralóides,
estalagtites e crostas de opala, calcedônia e quartzo macrocristalino) no teto, nas paredes
laterais e no piso. Os coralóides sempre se dispõem perpendicularmente à parede, em todas
as direções entre a vertical e a horizontal, inclusive em paredes laterais convexas, indicando
sua formação quando as cavernas estavam completamente preenchidas por águas meteóricas.
Esta situação só ocorreu antes da incisão dos profundos vales que hoje dissecam o altiplano
vulcânico e que permitem o acesso às cavernas, o que projeta a potencial idade das cavidades
para pelo menos várias dezenas de milhões de anos. Os espeleotemos também sugerem que
a cavidade não se formou pela remoção de algum material geológico. Uma vez excluídos os
processos mais comuns de geração de cavernas, as evidências indicam a possibilidade de que
a gênese das cavernas esteja diretamente relacionada ao evento vulcânico gerador destas
rochas e que cavernas desse tipo formam um nível na base do pacote de rochas ácidas da Fm.
Serra Geral.
1338
MORFOLOGIA DOS ESPELEOTEMAS DE UMA CAVERNA BASAL DOS
VULCANITOS ÁCIDOS DA FM. SERRA GERAL (BACIA DO PARANÁ)
Betella, C.M.1, Sobiesiak, J.S.1, Souza, M.O.A.1, Haag, M.B.1, Quillfeldt, S.D.1, Abreu, E.P.1,
Silva, F.D.1, Morais, G.L.1, Marin, H.D.1, Frank, H.T.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
RESUMO: No nordeste do Rio Grande do Sul, na porção superior do pacote de lavas da Fm.
Serra Geral, ocorrem espessos (>40m) derrames de composição ácida (riolitos/riodacitos) que
compõe a fácies Caxias do Sul do Grupo Palmas. Na base destes vulcanitos ácidos ocorrem
grandes cavernas, com volumes de até 2.000 m3, aqui denominadas de “cavernas basais”. O
presente trabalho apresenta as morfologias dos espeleotemas encontrados em uma destas
cavernas. A metodologia consistiu em prospecção digital, saídas a campo, levantamento
planimétrico e análise dos espeleotemas. Foram coletados alguns espeleotemas encontrados
quebrados no piso da caverna. A caverna (29º10´10.84´´S, 51º41´30.14´´W) possui largura
máxima de 25 m e altura de até 3 m. Sua área total é de 700 m2, seu volume é de
aproximadamente 1.500 m3 e foi adaptada para gruta religiosa. Espeleotemas foram
encontrados no teto, nas paredes laterais e no piso. (i) No teto os espeleotemas podem ser
classificados como crostas. São constituídos por filmes opalinos marrom escuros de brilho
vítreo, com espessura inferior a um milímetro. Como o teto está desabado em grandes
extensões, essas crostas estão presentes em apenas alguns pontos. (ii) Nas paredes laterais e
em alguns pontos do piso os espeleotemas (opalinos), são classificados como estalagtites,
coralóides e por um tipo informalmente denominado de “escadinha”. Estalagtites são
relativamente raros e pequenos. Formam cones pendentes, marrom escuros, com
comprimentos inferiores a 2-3 cm. À medida que se tornam maiores, formam coralóides.
Coralóides são os espeleotemas mais freqüentes e foram detectados em 8 pontos da caverna.
Possuem cores de marrom escuro a preto e seu hábito varia entre dendrítico e
bulboso/botrioidal. Os coralóides menores (< 6-7 cm) geralmente apresentam hábito dendrítico;
os maiores são bulbosos. O comprimento dos coralóides pode superar 15 cm e os diâmetros
podem alcançar 10 cm. Nos pontos de mais difícil acesso, onde foram protegidos da ação
antropogênica, formam concentrações de várias centenas de indivíduos ao longo de 2 a 3
metros. Sua disposição geralmente é perpendicular à parede ou ao piso, mesmo nas paredes
laterais convexas. Assim, há coralóides desenvolvendo-se em todas as disposições entre a
vertical e a horizontal. As “escadinhas”, para as quais não foram encontradas descrições na
literatura especializada, ocorrem localizadamente na porção mais profunda da caverna. São
formadas por sucessivas cristas horizontais paralelas em paredes verticais. Individualmente as
cristas possuem larguras de até 2-3 cm e comprimentos (na horizontal) de até 10-20 cm. A
sucessão vertical de cristas pode alcançar várias dezenas de centímetros. Apresentam cores
claras (caramelo/creme) e também são formadas por opala. (iii) No piso, além de coralóides
em alguns pontos, há um espeleotema classificado como “depósito sedimentar inconsolidado”,
formado por argilas marrom escuras muito plásticas (esmectitas) que se depositaram em
acumulações de água. Conforme relato dos proprietários, este depósito cobria originalmente
grande parte do piso da caverna, em uma espessura de quase 1 metro. Estas morfologias são
representativas para espeleotemas neste tipo de caverna. O número restrito de tipos reflete a
dificuldade de formação de espeleotemas silicosos em comparação com espeleotemas de
composição calcária.
1339
O DESAFIO NA CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA E GEOMORFOLÓGICA
DOS PLANALTOS RESIDUAIS NORTE AMAZÔNICOS
Góis, A.G.1; Goya, S.C.2;
1Graduação em Geologia, UNIMONTE; 2UNIMONTE
1340
O CARSTE E AS CAVERNAS DE PARIPIRANGA/BA
1 Núcleo de Estudos Hidrogeológicos e do Meio Ambiente – NEHMA da Universidade Federal da Bahia - UFBa;
2 TERRAQUATRO Geologia & Meio Ambiente; 3 Buriti; 4 Cimento Bravo.
1341
PROSPECÇÃO E MAPEAMENTO DE CAVIDADES NO CARSTE DA
FORMAÇÃO CAATINGA, EM OUROLÂNDIA/BA
Pereira, R.G.F. de A.1,2; & Gonçalves, T. 1,2; da Silva, D.C.C.3,2, Sousa, R.M.4,2
1 Núcleo de Estudos Hidrogeológicos e do Meio Ambiente – NEHMA da Universidade Federal da Bahia - UFBa;
2 TERRAQUATRO Geologia & Meio Ambiente; 3 Grupo Pierre Martin de Espeleologia – GPME; 4 Centro da Terra
– Grupo Espeleológico de Sergipe.
O município de Ourolândia/BA está situado no centro Norte do Estado da Bahia. O local está
inserido na bacia do rio Salitre e representa um importante polo de extrativismo mineral, onde é
explotada a rocha de nome comercial Bege Bahia.
A região apresenta um relevo cárstico que pode ser compartimento em três unidades
geomorfológicas, descritas a seguir:
• Carste encoberto – consiste em um compartimento de relevo aplainado, com altitudes
variando de 590 a 600m, onde se observa uma cobertura superficial de natureza detrítica,
com cor alaranjada. Nesta área são observadas dolinas de subsidência, representaas por
depressões fechadas, com tamanhos variados e perfis suaves, exibindo diâmetros da ordem
de dezenas de metros.
• Carste da fm. Salitre – também representado por uma superfície aplainada, com altitudes
máximas variando de até cerca de 700, e mínimas de até 570 m. A superfície é marcada por
ondulações suaves, com vales amplos e abertos, para além de ocorrências pontuais de
dolinas de colapso e/ou de subsidência.
• Carste da fm. Caatinga – neste compartimento foi encontrado o maior número de ocorrências
de cavidades naturais subterrâneas. Apresenta também um aspecto aplainado, com altitudes
máximas inferiores a 600 m e presença de amplos lajedos de calcário maciço, que são
característicos desta unidade de relevo e são os locais onde se concentra a explotação do
calcário “Bege Bahia”. Nestes lajedos ocorre um conjunto de cavidades com padrão
espongiforme.
O rio Salitre consiste no nível de base regional, exibindo um conjunto de cavidades alinhadas ao
seu curso principal. Este rio, que apresenta um regime intermitente, entalhou um vale com
vertentes marcadas pela presença de uma pequena escarpa, com cerca de 15 m de altura, e
fundo plano.
Trabalho de prospecção e mapeamento de cavidades nesta região resultou na identificação e
mapeamento de 10 cavidades naturais subterrâneas. De maneira geral, tratam-se de cavidades
com pequenas dimensões, exibindo desenvolvimento horizontal inferior à 50 m, e desníveis
inferiores à 5 m. A maioria destas cavidades apresenta um padrão espongiforme. Em uma
análise preliminar, no conjunto de cavernas identificadas, considerando os atributos elencados
na Instrução Normativa - IN no. 02, de 20/Ago/09, do Ministério do Meio Ambiente - MMA, salvo
a presença de fósseis da megafauna em uma cavidade, não foram observadas condições que
pudessem conferir a condição de máxima relevância para as cavidades encontradas. Merece
destaque na região a Toca dos Ossos, uma cavidade de extensão notável, para os padrões
observados na formação Caatinga, o que lhe confere a inserção na categoria de relevância
máxima, estabelecida na IN no.-02.
1342
ASPECTOS MORFOLÓGICOS DAS CAVERNAS BASAIS DOS VULCANITOS
ÁCIDOS DA FM. SERRA GERAL (BACIA DO PARANÁ, BRASIL).
Quillfeldt, S.1, Betella, C.M.1, Abreu, E.P.1, Silva, F.D.1, Morais, G.L.1, Marin, H.D.1, Sobiesiak,
J.S.1, Souza, M.O.A.1, Haag, M.B.1, Caron, F.2, Frank, H.T.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2Universidade Federal do Pampa.
RESUMO: Nas rochas vulcânicas ácidas que ocorrem na porção superior da Fm. Serra Geral
(Bacia do Paraná) no estado do Rio Grande do Sul podem ser encontradas grandes cavidades
aqui denominadas de “cavernas basais”. Estas cavernas localizam-se na base dos espessos
derrames riolíticos e sua porção inferior geralmente expõe a brecha vulcânica do topo do
derrame inferior. A presente contribuição detalha as características morfológicas destas
cavernas. A metodologia de trabalho consistiu em prospecção digital, trabalho de campo e
levantamentos topográficos e fotográficos. Foram encontradas 10 cavernas deste tipo, as quais
possuem 6 elementos morfológicos, aos quais a equipe atribuiu nomes informais: (1) “Salões”
são espaços maiores, localizados no centro ou na porção anterior da caverna, com larguras
entre 15 e 30 m, profundidades de 10 a 20 m e alturas de até 4 m. O teto apresenta-se
abobadado e as paredes laterais, quando melhor preservadas, possuem uma forma côncava.
Individualmente, as cavernas podem apresentar de um a três salões. (2) “Paredes” são
alinhamentos verticais de rocha que separam espaços contíguos. As paredes geralmente são
compostos pela brecha que forma a porção inferior da caverna. Apresentam larguras entre 1 e
3 m, alturas de até 4 m e extensões ao redor de 10 m. (3) “Pilares” constituem colunas que
podem estar situadas lateralmente aos salões ou contíguos aos túneis. Suas dimensões variam
em amplos limites, com diâmetros entre 40 cm e 4 m e alturas de 50 cm a 4 m. Geralmente
apresentam bases maiores e topos mais estreitos e podem ocorrer alinhados, com 3 ou 4
pilares contíguos. (4) “Pisos côncavos” são elevações semi-esféricas do piso, com ao redor de
1 m de altura e forma dômica. Podem estar circundados parcial ou totalmente por túneis e
câmaras. Constituem uma feição mais rara, mas bastante conspícua. (5) “Túneis” formam
cavidades alongadas, tendendo a perpendiculares aos salões, com larguras entre 1 e 6 m,
alturas de até 2 m e comprimentos de até 20 m. Podem apresentar-se curvos e/ou ramificados.
Suas paredes laterais tendem a paralelas, mas podem se apresentar bastante irregulares. (6)
“Câmaras” constituem espaços elipsoidais bem menores, com larguras de até 1.5 m, alturas de
no máximo 1 m e profundidade menor, de até 1 m. Sua forma tende a elíptica, com o eixo
maior disposto horizontalmente, paralelo à parede na qual estão situadas. Podem estar
localizadas nas paredes dos salões ou, preferencialmente, nas paredes laterais dos túneis. O
reconhecimento destes seis elementos morfológicos às vezes é prejudicado devido às feições
de desabamento e de entulhamento que podem ocorrer nestas cavidades. Além disso, várias
cavernas sofreram intervenções antropogênicas, em graus de intensidade variável, para serem
usadas como grutas religiosas. Entretanto, normalmente é possível individualizar várias destas
feições morfológicas em cada uma das cavernas. A notável uniformidade destes aspectos
morfológicos permite reconhecer com certa facilidade as cavernas basais entre as muitas
outras cavernas de outros tipos que ocorrem nestas rochas.
1343
A CAVERNA DO JACAREZINHO, MUNICÍPIO DE SANTA LUZIA DO PARÁ.
Collyer, T¹.; Amaro G¹.; Braga,J. B. P².; Gouvêa, J. L¹.; Vasconcelos, M¹. ; Pinheiro, R. V³.;
Sóstenes, S4.; Brito, M¹.
¹Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Pará; ²Departamento Nacional da Produção Minera;l ³Universidade
Federaldo Pará; 4Secretaria de Estado de Cultura do Pará.
O cenário espeleológico regional registra muitos abrigos rochosos, cavernas e petroglifos, a maioria
desenvolvida em arenitos e rochas granitóides, no interior e borda da Bacia Sedimentar do
Amazonas. Nas cinco províncias espeleológicas paraenses é possível encontrar registros da ação
antrópica e o testemunho da ocupação humana. Na Província Espeleológica Intempérica do Vale do
Piriá as cavernas são em geral formadas em arenito e laterita, com minerais fosfatados,
biogeoquímicos, além de material cerâmico, lítico e terra preta. Destaca-se também a descoberta de
petroglifos e artefatos líticos em Irituia, São Miguel do Guamá e Vizeu, junto a abrigos instalados nas
feições ruiniformes semelhantes à “cânions” nas rochas do Arenito Guamá. Em geral, os sítios
apresentam petroglifos, figuras rupestres, artefatos líticos e cerâmicos, ídolos e os muiraquitãs, de
importante contribuição à história da ocupação humana na Amazônia. O potencial espeleológico do
Estado do Pará é vasto e importante como gerador de desenvolvimento da história e do cenário
ecológico amazônico, podendo ainda ser usado como elemento de desenvolvimento do turismo
regional. Às proximidades da sede municipal de Santa Luzia, foi descoberta recentemente pelo
GPANP, a Caverna do Jacarezinho, cujo nome deriva da presença de um petroglifo zoomorfo, em
uma de suas cavidades. A área que contém a caverna é constituída de rochas pertencentes ao
Grupo Gurupi, de idade Arqueana a Paleoproterozóica, localmente representada pela Formação Rio
Piritoró. Trata-se de um conjunto metavulcano-sedimentar metamorfisado no fácies xisto verde,
constituído de rochas pelítico-carbonosas-fosforíticas, e cuja rocha hospedeira, é um grafite-biotita-
quartzo-xisto. Encontram-se sistemas de veios de quartzo leitoso alojados nos xistos,, tipicamente
pegmatíticos, gerados em temperaturas acima de 500ºC, em veios concordantes ou não com a
xistosidade das encaixantes. Localmente formam aglomerados cristalinos de até 40x25 cm com
forma anastomosada, além de quantidades expressivas de cristais de grafita. Esta formação
encontra-se estruturada na direção NE-SW, com mergulho para SW e NE e com os eixos das
dobras decimétricas a milimétricas com direção NNE-SSW. Apresentam, ainda, foliação na direção
NNE-SSW, com predomino de mergulhos entre 40º a 50º para NW. A caverna tem abertura da
ordem de 8m, considerando-se que devido ao desmatamento regional para a implantação da
pecuária, tem ocorrido o aterramento do piso da caverna, por sedimentos transportados pelo
córrego existente em frente à mesma. Estima-se que já houve o aterramento de cerca de 1,50 m do
piso original. O principal “salão” tem atualmente comprimento/profundidade de 11,50 m, 7 m de
altura na entrada principal, sem considerar os 1,50 m de aterramento. Um segundo salão tem
atualmente 4 m de largura por 3 m de comprimento/profundidade. Observa-se também, a
concentração localizada de fosfato com grafita, e por vezes, a formação de estalactites e
estalagmites com estrutura sustentada por material orgânico radicular (estrutura de dissolução). por
fim, encontra-se um petroglifo em forma de um jacaré, gravado no interior de uma cavidade a cerca
de 1,20m de altura do atual chão, medindo 43 cm de comprimento, por 225 de largura, nas patas,
podendo-se afirmar que todo o conjunto continua sofrendo fortes impactos antrópicos.
GEODIVERSIDADE, GEOTURISMO, ARQUEOLOGIA.
1344
CAVERNAS E SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS DO ESTADO DO PARÁ, 6ª EDIÇÃO.
Collyer, T¹.; Pinheiro, R. V².; Amaro G¹.; Gouvêa, J. L¹.; Braga,J. B. P³.;Vasconcelos, M¹.;
Sóstenes, S4.; Brito, M¹.;Quadros, C. S¹.
¹Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Pará; ²Universidade Federal do Pará; ³Departamento Nacional da
Produção Mineral; 4Secretaria de Estado de Cultura do Pará.
O registro de cavernas e sítios arqueológicos na Amazônia ocorre desde o século XIX, quando
Wallace e Paul Le Cointe reportaram as primeiras cavernas e abrigos paraenses, com acervo
arqueológico representativo das diversas culturas dos povos que habitaram a Amazônia desde a
pré-história. No cenário espeleológico registram-se muitos abrigos rochosos, cavernas, petroglifos
e figuras rupestres, a maioria desenvolvida em arenitos e rochas granitóides, no interior e borda
da Bacia Sedimentar do Amazonas. Nas cinco províncias espeleológicas paraenses tem-se
registros da ação antrópica e o testemunho da ocupação humana. São a Província Espeleológica
Intempérica do Vale do Piriá; Intempérica da Serra dos Carajás; Arenítica-Carbonática Altamira-
Itaituba; Arenítica de Monte Alegre, e; Quartzítica da Serra dos Martírios / Andorinhas. Tanto em
número quanto em desenvolvimento, predominam as cavernas formadas em arenito e laterita,
destacando-se a Caverna do Paraíso, com 350 metros de desenvolvimento em calcário, além de
algumas cavernas exóticas, como a Gruta Leonardo Da Vinci, em Vitória do Xingu, nos folhelhos
negros da Formação Curuá e nas formações ferríferas bandadas e jaspelitos da Serra dos
Carajás. Nessas, foram descobertos os primeiros sítios de culturas pré-cerâmicas da Amazônia
(Caverna do Gavião), e ainda, a recém-descoberta Caverna do Jacarezinho, em Santa Luzia do
Pará, desenvolvida nos xistos do Grupo Gurupi, contendo um petroglifo e com sérios problemas
de antropização local. A Caverna Planaltina, no município de Brasil Novo é a maior caverna em
arenito do Brasil, com 1500 metros de desenvolvimento. Em Monte Alegre as cavernas em
arenitos da Formação Alter do Chão possuem sítios arqueológicos e pinturas rupestres, assim
como na Serra do Piriá, região nordeste paraense, pela ocorrência de minerais fosfatados raros,
formados por processos biogeoquímicos, que abrigam colônias de morcegos e material cerâmico,
lítico e terra preta. Destaca-se também a descoberta de centenas de petroglifos e artefatos líticos
em Irituia, São Miguel do Guamá e Vizeu e os abrigos instalados nas feições ruiniformes
semelhantes à “cânions” nas rochas do Arenito Guamá. Em geral, os sítios apresentam
petroglifos, figuras rupestres, artefatos líticos e cerâmicos, ídolos e os muiraquitãs, de importante
contribuição à história da ocupação humana na Amazônia. Na Serra dos Martírios/Andorinhas,
onde ocorrem sítios com mais de 5000 figuras rupestres, encontra-se farto material cerâmico e
lítico. O potencial espeleológico do Estado do Pará é importante como gerador de informações
históricas e do cenário ecológico amazônico, podendo ser usado como elemento de
desenvolvimento do turismo regional. A presente 6ª edição destaca as novas informações sobre
abrigos e sítios arqueológicos com petroglifos do Estado do Pará, na escala 1: 2.000.000,
apresentando material fotográfico e bibliográfico temático. São elementos de monitoramento da
ação antrópica e informação básica para o Setor Mineral e de Infraestrutura. A elaboração das
bases cartográficas teve como principais fontes, as cinco primeiras edições desse mapa, editadas
em formato digital a partir de 2001, no Corel Draw e contendo as áreas especiais. As informações
anteriores foram convertidas para o formato tiff, e por meio do ArcGIS 9.2, georreferenciadas,
seguindo-se a inserção dos dados espeleológicos e arqueológicos atualizados.
1345
MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO NA ESCALA DE 1:25.000 NA REGIÃO DE
MARABÁ-PA
Silva, A.S.1, Rabelo, S.A.1, Pinheiro, A.V.R.1
1
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
1346
ANÁLISE DA DISPERSÃO NATURAL E ANTRÓPICA DE MINERAIS FERROSOS
NOS SEDIMENTOS ALUVIAIS DA BACIA DO MÉDIO RIO PAROPEBA, BORDA OESTE DO
QUADRILÁTERO FERRÍFERO, MG.
1347
PALAVRAS-CHAVE: FÁCIES SEDIMENTARES, DEPÓSITOS ALUVIAIS, IMPACTO DE
MINERADORA.
1348
AVALIAÇÃO DAS UNIDADES DE PAISAGEM DA BACIA DO RIO NEGRO
(AM) PELA RELAÇÃO ENTRE CRITÉRIOS MORFOMÉTRICOS E
LANDFORMS
Lima, A. M. M.1; Araújo, I. B.2; Araújo, S. R. V. 2
1Universidade Federal do Pará; 2Universidade Federal de Santa Maria
1349
OBSERVAÇÕES SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE FOCOS EROSIVOS EM
UMA ÁREA DEGRADADA PELA MINERAÇÃO COMO PRÁTICA DE ENSINO
EM GEOCIÊNCIAS
Campos, A.C.1; Figueiredo, M.A. 1; Negreiros, A.B.1
1Universidade Federal de São João del-Rei
1350
MINERALOGIA DOS ESPELEOTEMAS DAS CAVERNAS BASAIS DOS
VULCANITOS ÁCIDOS DA FM. SERRA GERAL (BACIA DO PARANÁ).
Haag, M.B.1, Betella, C.M.1, Abreu, E.P.1, Silva, F.D.1, Morais, G.L.1, Marin, H.D.1, Sobiesiak,
J.S.1, Souza, M.O.A.1, Quillfeldt, S.D.1, Frank, H.T.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
RESUMO: Na base do pacote de vulcanitos ácidos (riolitos) da fácies Caxias do Sul do Grupo
Palmas (Fm. Serra Geral, Bacia do Paraná) ocorre um tipo especial de grandes cavernas com
volumes de até 2.000 m3, denominadas aqui informalmente de “cavernas basais” e que
apresentam espeleotemas no teto, nas paredes laterais e no piso. A presente contribuição
dedica-se à análise da composição desses espeleotemas. A metodologia de obtenção de
dados iniciou com a identificação das cavernas através de prospecção digital e saídas a
campo. Foram encontradas 10 cavernas desse tipo, sendo que várias destas foram adequadas
ao uso como grutas religiosas. As morfologias, as quantidades e a distribuição dos
espeleotemas variam consideravelmente. Uma amostragem representativa de espeleotemas
foi obtida a partir de 5 dessas cavernas, localizadas na região de Bento Gonçalves (RS),
coletando-se apenas espeleotemas encontrados quebrados no chão. As amostras constituem-
se de crostas, coralóides, estalagtites e acumulações de argilas, investigadas por
estereomicroscópio, microscopia de Luz Transmitida e Refletida e Difratometria de Raios X. (i)
As crostas localizam-se nos tetos das cavernas, quando estes não estão desabados.
Geralmente são submilimétricas e compostas por opala amorfa de cores escuras
(castanha/marrom) que apresenta uma estrutura de bandas paralelas ou irregulares, com ou
sem pequenos agregados esféricos escuros. Em muitos pontos esta opala mostra
birrefringência, evidenciando graus variáveis de recristalização para calcedônia. Algumas
crostas possuem níveis com resquícios da estrutura da opala original, mas são compostas
agora por quartzo macrocristalino, cujos cristais atingem até 0,2 mm de diâmetro. Às vezes
ocorrem crostas compostas parcialmente por calcita, com estrutura porosa e complexa e com
até vários centímetros de espessura. (ii) Coralóides e formas relacionadas são o espeleotema
mais abundante, ocorrendo tanto no teto como nas paredes laterais e no piso. Atingem até 15
cm de altura, com formas dendríticas ou bulbosas. São formadas por opala de cor marrom a
branca, que mostra uma estrutura de finas (<0,1 mm) camadas superpostas, formando níveis
horizontais ou formas concêntricas. A opala se apresenta amorfa, mas em alguns níveis está
recristalizada para calcedônia. Em várias amostras esta opala desenvolve-se sobre um nível de
cristais prismáticos longos (até 4 mm), de um mineral cuja identificação não foi possível,
mesmo com Difratometria de Raios X. Estalagtites são raros e pequenos e também são
compostos por opala. (iii) No piso podem ocorrer depósitos argilosos com até vários
decímetros de espessura, um espeleotema classificado como “depósito sedimentar
inconsolidado”. As argilas, muito puras e plásticas, apresentam cor marrom escura e
apresentam difratogramas compatíveis com esmectitas. Os resultados obtidos, demonstrando
a composição dominantemente silicosa (opala) dos espeleotemas, evidencia que estes foram
gerados a partir da sílica do próprio riolito que hospeda as cavidades. A existência de opala
recristalizada para quartzo macrocristalino no teto das cavernas sugere que essa opala foi
depositada por ocasião do completo afogamento das cavernas em águas meteóricas, o que
apenas foi possível antes da dissecação do altiplano vulcânico pelas drenagens da região. Esta
constatação eleva a potencial idade desses espeleotemas e das cavernas hospedeiras para
várias dezenas de milhões de anos.
1351
PERFIS LATERÍTICOS E O DESENVOLVIMENTO DE CAVIDADES NATURAIS
SUBTERRÂNEAS NA MINA N4E – PROVÍNCIA MINERAL DE CARAJÁS- PA.
Goncalves, D.F.1, Paula, R.G.1, Barbosa, M.R.1, Teles, C.A.S.1, Maurity, C.W.2, Macambira,
J.B.3
1Vale S.A.; 2Instituto Tecnológico Vale, 3Universidade Federal do Pará
1352
CARACTERIZAÇÃO GEOMORFOLÓGICA DA BACIA DO PURAQUEQUARA,
MANAUS-AM
Furtado, A.R.1; Rosária Carmo, M.1; Riker Cardoso. R.B.1;
1Universidade Federal do Amazonas
RESUMO: A cidade de Manaus possui duas bacias hidrográficas principais, a do Tarumã Açu a
oeste e a do Puraquequara a leste, e a ultima, tendo como canal principal o rio de mesmo
nome, no sentido N/S. A bacia hidrográfica do Puraquequara está situada na porção leste da
cidade de Manaus, tendo como rio principal o rio de mesmo nome. Em face da progressiva
evolução dos Sistemas de Informações Geográficas (SIG), a possibilidade de análises
geomorfológicas cada vez mais completas aumentam a cada ano. Com uma cidade em
constante crescimento e em vários casos de forma desorganizada como Manaus, entender a
origem e os processos de modificação do relevo é imprescindível para que a ocupação de
novas áreas ocorra de forma a oferecer melhor qualidade de vida à população. Um
detalhamento geomorfológico da bacia do Puraquequara, buscando entender os processos
naturais que ocorrem na mesma, contribuem para o claro entendimento desta parte do relevo
no município, usando como ferramenta de análise o SIG ArcGIS 10.1©. Os mapas resultantes
foram feitos em uma escala de 1:250.000, onde se buscou destacar as propriedades iniciais
para investigação, como relevo e locais onde há acúmulo de fluxo. O canal principal da bacia, o
rio Puraquequara, possui um padrão retilíneo, com uma sinuosidade no centro. Na margem
esquerda do rio, seus afluentes possuem a direção NE/SW destacada, onde a direção NW/SE
aparece em canais de 1ª e 2 ª ordem, de forma pontual nesta área da bacia. A análise primária
do relevo mostra próximo as suas nascentes acentuadas incisões no relevo, gerando possíveis
vales em “V”, que vão diminuindo para a jusante de todos os igarapés. Isso mostra que a bacia
é jovem, tendo ainda seu controle estrutural, que apesar de preestabelecido, ainda em
processo de condicionamento dos canais, Os vales formados pelos igarapés possuem uma
incisão bem acentuada no terreno, evidenciado pela abrupta mudança das cotas em áreas
mais elevadas, à montante dos igarapés, e esse grau de incisão é diminuído perto dos
exutórios no rio Puraquequara, mostrando que apesar do alto grau de incisão nas cabeceiras, a
bacia no geral possui uma baixa declividade. Isso mostra que a bacia é jovem, tendo ainda seu
controle estrutural, que apesar de preestabelecido, em processo de condicionamento dos
canais. Estudos posteriores procurarão indicar onde esse controle é efetivo, além do
fornecimento de outras características fluviomorfológicas e morfoestruturais.
1353
MÉTODO DE ANÁLISE PARA O ESTUDO DA GÊNESE DE CAVIDADES
NATURAIS EM FORMAÇÃO FERRÍFERA NA SERRA DE CARAJÁS
Pinheiro, A.V.R.1
1Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
1354
MAPEAMENTO DE ÁREAS DE RISCO SUSCETÍVEIS A ACIDENTES
GEOLÓGICO E GEOMORFOLÓGICO NA CIDADE DE PACARAIMA- NORTE
DE RORAIMA
Beserra Neta, L.C1 ; Tavares Júnior, S.S2; Nascimento, S.O.3; Silva, I.G.S4
1355
ALTERAÇÕES PEDOGENÉTICAS NO PLANALTO DE DIAMANTINA – SERRA
DO ESPINHAÇO-MG.
Formações superficiais podem apresentar transições de ambientes bem drenados (topos) para
vales encharcados, sendo comumente relatada através de sequências de solos do vermelho,
passando pelo amarelo e atingindo a cor cinza. O propósito deste trabalho consiste em discutir as
variações de cor presentes em uma pedossequência na Serra do Espinhaço – MG. Foram abertas
trincheiras em uma vertente de 280 m de comprimento, sendo possível a observação de um
ambiente de montante, um ambiente de transição e um ambiente de jusante. Observa-se um
Dominio de Alteração Laterítico (DAL), na parte superficial da vertente, este proporciona solos
avermelhados. De 8 trincheiras abertas foram observadas 3 trincheiras, TR2, TR6 e TR8, uma vez
que estas representam três diferentes ambientes de alteração revelados pela cor da camada mais
superficial do regolito. A superfície freática se aproxima da superfície do solo gradativamente à
medida que se aproxima da base da vertente, onde ela se encontra a 60 cm abaixo da superfície
no período das cheias. O substrato geológico é constituído por rocha do tipo Filito no ambiente de
montante e Quartzito no ambiente de jusante. As cores no perfil de solo da TR2 são
predominantemente vermelho-escuro (2.5YR 3/6) e na TR8 variam de amarelo-avermelhada
(7,5YR 8/6) na base e no topo cor bruna (10YR 5/4 e 10YR 4/3). O pH dessas duas trincheiras
preenche os requisitos do domínio da hidrólise uma vez que o ambiente é bem drenado e
pouco ácido. No entanto, em TR6, cujas cores variam de vermelho-clara (2.5YR 6/8) na base,
passando por amarelo (10YR 7/6) a amarelo-brunada (10YR 6/6), e no topo bruno-
acinzentado-escura (10 YR 4/2) observa-se que o pH menor que 5 no topo da trincheira pode
indicar um ambiente já propício à acidólise. Neste ambiente, o pH mais ácido e a drenagem
deficiente favorecem o redoximorfismo. A hidromorfia propicia a dissolução da hematita e, em
seguida, da goethita, e os solos gerados serão amarelo-pálido ou esbranquiçados. Os baixos
teores de Fe2O3 no topo da TR6 sugerem que estão prevalecendo processos pedogênicos de
hidromorfia no compartimento de jusante. As cores mais pálidas e as manchas e mosqueados
da base da TR6 (cor amarelo-avermelhada - 7,5YR 8/6) indicam mobilização e exportação do
Fe, provavelmente associadas ao processo de hidromorfia. No processo de hidromorfia, ocorre
a mobilização e migração do Fe, podendo migrar de uma parte para outra do solo ou ser
exportado. Com base nas cores dos horizontes de alteração da TR6 (cor vermelho-clara -
2.5YR 6/8), supõe-se que a hidromorfia também esteja dissolvendo de maneira seletiva os
óxidos de Fe. As evidências apontam para o “empalidecimento” do horizonte de alteração
devido à flutuação do lençol freático. O compartimento de montante apresenta solo zonal,
havendo em TR2 latossolo com associação de canga laterítica. Os plintossolos de TR6 são
influenciados por fatores locais (intrazonais) que se superimpõem à tendência zonal de
laterização. Os processos de intemperismo e pedogênese são fortemente influenciados pela
hidromorfia, que pode também estar associada, localmente, ao processo de podzolização, já
que a acidez é forte nos horizontes superficiais.
1356
CARACTERIZAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO D OS DEPÓSITOS DE TUFAS
CALCÁRIAS DO MUNICIPIO DE FELIPE GUERRA - RN
Barbosa, V. A. C.1; Santos, J. L.1; Veríssimo, C. U. V1; Santos, R. V.2; Nascimento, D. R.,
Jr.1; Hessel, M.H.1; Carvalho, B.P.1; Carnielli, A. L.1;
1
Universidade Federal do Ceará
2
Universidade de Brasília
código 7454
1357
GEOMORFOLOGIA DOS CANYONS DA CHAPADA DIAMANTINA, BRASIL
RESUMO: A Chapada Diamantina (Bahia) possui uma das maiores concentrações de canyons
do nordeste brasileiro entalhados em um ambiente de planalto residual, nas elevações
inferiores a 1400 m e representa um importante atrativo turístico para a região, contando com
cachoeiras de até 350 m de altura. Sua origem está relacionada à processos erosivos ocorridos
pela influência de lineamentos estruturais nos quais capturam a rede de drenagem, a partir da
sua exumação continental, tendo início no período Neógeno. O domínio fisiográfico da
Chapada Diamantina apresenta um relevo modelado por extensas cristas paralelas a vales
estreitos que refletem o padrão estrutural da área, definido pela presença de amplos sinclinais
e anticlinais, com dobramentos suaves orientados NNW-SSE, em Lençóis e N-S em Morro do
Chapéu. Entretanto, a formação dos canyons está associada as áreas que têm sofrido
retrabalhamento intenso pela erosão, resultando num relevo bastante dissecado retilíneo e
profundo, escavado a partir de um padrão estrutural de zonas de cisalhamento destrais e
sinistrais. Os canyons da Chapada Diamantina estão inseridos em rochas de natureza
sedimentar, localmente metamorfizadas em baixo grau, com idade Mesoproterozoica,
pertencentes às formações Açuruá (base), Tombador e Caboclo (topo), a qual sofreu uma série
de leves deformações durante o evento Brasiliano. Duas fases de eventos deformacionais (D1
com tensões de direção E-W e D2 com tensões de direção NNW-SSE a N-S) no
Neoproterozóico, originados por evento compressional no Brasiliano, foram responsáveis pelas
estruturas tectônicas encarregadas pelas orientações dos canyons, em lineamentos com
orientações E-W, N-S, NW-SE e NE-SW. A partir da formação de planos de fraqueza, as águas
pluviais percolam entre eles, intemperizando química e fisicamente e erodindo verticalmente a
rocha resultando no descolamento de blocos das vertentes, caindo no fundo de calha ou
talvegue. Dependendo da força da corrente fluvial esses sedimentos de granulometria variada,
chegando a matacão, podem ser transportados por quilômetros de distância. Desta forma os
canyons ou vales encaixados, como os canyons da Fumacinha, Herculano, Encantada e
Fumaça, são formados, caracterizados por um aprofundamento maior no talvegue, margens
pouco largas e vertentes de fortes declives, que evoluem para vales mais amplos como o
exemplo do Vale do Paraguaçú, Pati e Capão. A partir do desenvolvimento deste trabalho foi
possível propor uma parametrização morfológica para separar os conceitos de canyons e
vales, comumente confundidos na literatura, bem como promover a comparação análoga dos
canyons entalhados em rochas de idade arqueana e fanerozoica, de modo a facilitar o
entendimento de sua origem evolutiva (cronologias e processos).
1358
MAPA GEOMORFOLÓGICO DO MUNICÍPIO DE MIGUEL PEREIRA - RJ
Shinzato, E.; Figueredo, L.G.E.; Dantas, M.E.
Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – Serviço Geológico do Brasil
1359
GEOESPELEOLOGIA DA GRUTA DOS RODRIGUES, IPORANGA (SP)
Consentino, B.C.1; Sallun Filho, W.2; Lenhare, B.D.3
1Universidade de São Paulo; 2Instituto Geológico (São Paulo); Universidade de São Paulo3
1360
INFLUÊNCIA ESTRUTURAL SOBRE CAVERNAS EM FORMAÇÕES
FERRÍFERAS, CARAJÁS-PA.
RESUMO: A pesquisa foi realizada no contexto geológico da Bacia Carajás, Província Mineral
de Carajás no sudeste do Pará. O objetivo é estudar cavernas hospedadas em Formações
Ferríferas Bandadas (FFB) que geologicamente estão inseridas na Formação Carajás, bem
como, em Canga. Poucos trabalhos foram realizadas no sentido de avaliar a influência
estrutural sobre cavernas nessa litologia. Desta forma, foram realizadas análises buscando
entender de que forma estruturas descontínuas, fraturas e bandamentos, influenciam no
desenvolvimento dessas feições “pseudocársticas”, e ainda, se existe alguma contribuição a
partir de estruturas reativadas ou neoformadas, Neotectônica. Incialmente foi gerado a rede de
drenagem com objetivo de individualizar os canais de acordo com seu nível de hierarquia para
análise tectônica. Em campo foram coletadas medidas estruturais de fraturas e bandamentos
para confecção de estereogramas. Muito embora algumas cavernas pareçam não seguir
nenhum padrão estrutural a grande maioria apresenta influencia nesse sentido. Estruturas
descontínuas facilitam a percolação de fluidos, ocasionando a completa dissolução e/ou
alteração de minerais menos resistentes, a se destacar as bandas formadas basicamente por
sílica. Assim, uma caverna poderia se desenvolver de forma pronunciada segundo a direção de
uma determinada estrutura. Por sua vez, aquelas que não seguem padrão algum, podem estar
relacionadas à porosidade primária da rocha por onde o fluido poderia percolar gerando o
mesmo efeito, ou ainda, serem geradas a partir de acomodação de blocos. Portanto, com base
na comparação de estereogramas de bandamento e fraturas com a direção dos principais
condutos, foi possível estabelecer que as cavernas se desenvolvam segundo a direção dessas
estruturas. Ou seja, a maioria das cavernas de Carajás está relacionada a um padrão
estrutural, conclusão que pode se estender a outros litotipos como calcário e arenito. As
estruturas consideradas mais recentes (Cenozoico) da região proveniente de movimentação
tardia, em acordo com a literatura teriam direções E-W, para as reativadas, e N-S para aquelas
neoformadas. No entanto, com base nos diagramas de rosetas gerados a partir dos canais de
drenagem de primeira ordem em comparação com as principais direções de condutos das
cavernas, não foi possível estabelecer relação com eventos tectônicos recentes, carecendo
ainda de mais estudos neste âmbito.
1361
MORPHOLOGICAL, OSL DATING AND ANALYTICAL PROPERTIES IN A
GEOMORPHOLOGICAL SITES IN THE NOVA LIMA GROUP –
QUADRILÁTERO FERRÍFERO – MINAS GERAIS – BRAZIL
Costa, F.O.1; Bacellar, L.A.P.1; Castro, S.S.2; Messias, R.M.1; Silva, S.F.3
1Federal University of Ouro Preto; 2Federal University of Goiás; 3University of Brasília
1362
CARACTERIZAÇÃO GEOQUÍMICA DOS FLUXOS HÍDRICOS EM ESCALA DE
BACIA NA REGIÃO DA NAPPE CHAPADA-LAVRAS NOVAS –
QUADRILÁTERO FERRÍFERO – MINAS GERAIS
Messias, R.M.1; Bacellar, L.A.P.2; Castro, P.T.A.3; Santos, E.A.4
1,2,3,4Universidade Federal de Ouro Preto – Escola de Minas – Departamento de Geologia
RESUMO: O trabalho tem como objetivo verificar a evolução química das águas subterrâneas
e superficiais e investigar processos desnudacionais em áreas montanhosas. Foram
selecionadas duas bacias (B1 e B2) com homogeneidade geológica e hidrogeológica, pouca
interferência antrópica e nenhum processo erosivo avançado. Localmente ocorrem
metassedimentos do tipo flysch do Grupo Sabará, idade paleoproterozoica, que evidenciam
mudança nos sistemas deposicionais e nas áreas fonte de sedimentos, controlados por
tectônica sin-fechamento da bacia Minas. A localidade configura-se como um bloco
tectonicamente alóctone de extensos paredões alçados a posições altimontanas por efeitos de
empurrões e basculamentos. O contexto inclui evidencias de eventos tectono-deformacionais e
desnudacionais de superfícies de aplainamento. Foram realizadas análises de ICP-OES, TDS,
pH, ORP, Alcalinidade, Condutividade e Resistividade em águas naturais de 7 nascentes, 6
canais fluviais entre 1ª, 2ª e 3ª ordens e 2 exutórios. Um dos principais produtos é a verificação
da mobilidade de elementos maiores, menores e traço e o entendimento das características
físico-químicas das águas. Os dados referentes a B1 indicam valores de concentração iônica
(Ca, Na, K e Mg) baixos. Os valores de Condutividade e STD foram, em média, menores que 8
µS e 4,12 mg/L e, pH entre 4,78 e 5,42. As amostras de canais de 1ª ordem apresentaram pH
em torno de 5,00; ORP de 220 mV; e Condutividade inferior à 7 µS. Valores obtidos no exutório
relacionam-se aos dos canais de montante. O pH é 5,08; ORP = 234 mV; Condutividade = 4,72
µS; Resistividade = 199,73 kΩ; e STD = 2,65 mg/L. Em relação aos elementos via ICP-OES,
destacam-se a quantificação de Ba entre 2,11 ug/L e 14,25 ug/L, Al entre 47,7 ug/L e 128 ug/L,
e Fe no intervalo de 11 à 63,1 ug/L para as amostras de nascentes. Os canais de demais
ordens denotam similaridade, em exceção para a concentração de Li entre 3,88 ug/L e 4,14
ug/L, elemento não identificado nas amostras de nascentes. Os resultados para a B2
apresentam valores de Condutividade acima de 8 µS e STD geralmente > 5 mg/L. Os valores
de pH são majoritariamente > 5. Dados do exutório indicam pH = 5,08; ORP = 217;
Condutividade = 4,9; e STD = 2,72 mg/L. Nos elementos via ICP-OES, destacam-se a
uniformidade da concentração e picos de 130 ug/L, 121 ug/L, 20,48 ug/L para Al, Fe e Zn,
respectivamente. De modo geral, os resultados geoquímicos obtidos para B1 e B2 denotam
razões iônicas baixas, tratando-se portanto de águas pouco mineralizadas. Os resultados de
pH < 6 em B1 também atestam baixa mineralização, valores de Alcalinidade <10 mg/L sugerem
baixa capacidade tampão das amostras. Valores superiores foram encontrados em todas as
amostras da B2, atestando águas ligeiramente mineralizadas em comparação à B1. Os dados
de vazão do exutório B2 também são superiores ao exutório B1. Para condução futura,
pretende-se aliar informações relacionadas à densidade de rocha, geoquímica total de rochas e
geoquímica de solos com fins da obtenção do cálculo da taxa de rebaixamento do relevo das
bacias em ton/km2/ano.
1363
LEVANTAMENTO ESPELEOLÓGICO NO PARQUE NACIONAL SERRA
DA BODOQUENA.
Rodriguez, I.M.U¹., Barroso, R.H.G.¹, Sampaio, L.F.¹, Silva, C.B.¹, Villela, F.C².
¹GREGEO – UnB, ²ICMBio – Bonito -MS.
1364
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DE CAVIDADES EM ÁREA DE INFLUÊNCIA DE
MINERAÇÃO
Braga, A.A.J.1;Ronaib, C.P.S.2; Vieira V.3; Lima T.F.4; Guimarães, R.P.5; Barbosa M.R.6; Felix
Silva, A.D7.
1Brandt Meio Ambiente; 2Brandt Meio Ambiente; 3CGA Projetos Geotécnicos; 4Brandt Meio Ambiente; 5Vale; 6Vale;
7Brandt Meio Ambiente
1365
POSSÍVEIS INFLUÊNCIAS BIOLÓGICAS NA GÊNESE DE ESPELEOTEMAS
DE SÍLICA E CAULINITA EM ARENITOS QUARTZOSOS DA FORMAÇÃO
FURNAS
Pontes, H.S.1, 2; Fernandes, L.A1; Melo, M.S.3; Guimarães, G.B.2, 3; Pileggi, M.3
1- Programa de Pós Graduação em Geologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR); 2- Grupo Universitário
de Pesquisas Espeleológicas (GUPE); 3) Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)
1366
ANÁLISE SISTÊMICA DA PAISAGEM E QUALIDADE DE LATOSSOLOS
VERMELHOS DISTRÓFICOS – SUL DE MINAS GERAIS
Ayer, J. E. B.1,2; Raniero, M.3; Servidoni, L. E.3; Silva, M. L. N.4; Mincato, R. L.3
¹ Universidade Estadual de Campinas; ² Faculdade de Paulínia - FACP; 3 Universidade Federal de Alfenas
4 Universidade Federal de Lavras.
RESUMO: A modelagem ambiental dos fatores que condicionam a qualidade dos recursos naturais é
cada vez mais importante para identificação, conservação e monitoramento desses recursos, frente à
crescente degradação por técnicas produtivas não sustentáveis e o impacto da projeção do crescimento
demográfico e do consumo de bens, que implicará numa pressão maior sobre tais recursos. Todavia,
recursos como as águas, os solos e as florestas, serão cada vez mais escassos e sofrerão cada vez maior
pressão antrópica. Neste contexto, os solos são um dos recursos naturais mais importantes ao
desenvolvimento e manutenção da vida, sendo fundamental em diversos ciclos e processos ecológicos.
Deste modo, a modelagem ambiental a partir de técnicas geoestatísticas, de sistemas de informação
geográfica e de sensoriamento remoto é fundamental na identificação, conservação e fiscalização dos
recursos naturais. Dentro deste contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar como a estrutura da paisagem,
considerando as variáveis biofisiográficas independentes, afeta os atributos dos Latossolos Vermelhos
distróficos, as variáveis dependentes, na região de Alfenas, no Sul de Minas Gerais que são os mais
abundantes e utilizados na agropecuária. Para tanto, foram coletadas 23 amostras de solos e classificadas
as paisagens na área definida por um raio de 250 m em volta do local amostrado. A partir dessas amostras,
foram gerados modelos de regressão lineares e não-lineares, relacionando as variáveis da paisagem,
composição, configuração e relevo, os com atributos dos solos, características físicas e químicas. Estes
modelos foram selecionados pelo critério de informação de Akaike. Os resultados apontam que o relevo
e a composição da paisagem são os aspectos que mais influenciam nas características do solo. O declive
e a qualidade do solo na paisagem mostraram maior influência nas características físicas, por exemplo
diâmetro médio geométrico, com qualidade do solo: ∆AICc = 0,0; WAICc = 0,45; declive: ∆AICc = 1,3;
WAICc = 0,24, e químicas do solo, por exemplo pH, com declive e uso: ∆AICc = 0,0; WAICc = 0,98.
Desta maneira, é necessário dar a devida atenção aos manejos utilizados e à dinâmica dos sistemas naturais
remanescentes na paisagem agrícola. A partir disso é possível manter a qualidade do solo e seus produtos
de forma sustentável para a produção, para a biodiversidade e, consequentemente, para as gerações
futuras, pelas suas funções ecossistêmicas.
1367
GEOESPELEOLOGIA DA GRUTA DO CAPÃO: ASPECTOS ESTRUTURAIS E
SEDIMENTARES E SEUS REFLEXOS NA MORFOLOGIA, SERRA DO
ESPINHAÇO MERIDIONAL, MG, BRASIL
Dutra, I.C.R.1; Bastos, T.V.1,2,3; Moreira, B.F.1; Rego, L.A.2; Corrêa, T.R.3
1GEO IT Consultoria Ltda; 2 Graduação em Geologia, Universidade Federal de Belo Horizonte – UFMG; 3Grupo
Bambuí de Pesquisas Espeleológicas;
1368
VALORAÇÃO ESPELEOLÓGICA NA PORÇÃO CENTRAL DA BACIA UNA-
UTINGA, MUNICÍPIO DE LAJEDINHO, BAHIA-BA
Este trabalho tem como objetivo apresentar valoração espeleológica realizada sob a ótica do
meio físico, conforme previsto no Decreto Federal nº 6640, de 07 de novembro de 2008 e a
Instrução Normativa nº 2 (IN MMA 02/2009), de 20 de agosto de 2009 para uma seleção de
cavidades naturais posicionadas na porção central da Bacia de Una-Utinga, na Chapada
Diamantina, Bahia. O trabalho é parte integrante do Estudo de Impacto Ambiental de empresa
de mineração, elaborado para obtenção da Licença Prévia tendo sido executado por intermédio
de parceria envolvendo universidades e a iniciativa privada. Do ponto de vista regional, a área
de estudo encontra-se inserida no domínio do Supergrupo São Francisco, de idade
neoproterozóica, representado pela Formação Bebedouro e localmente por calcarenitos
laminados da Formação Salitre, parcialmente a totalmente encobertos por coberturas
Cenozóicas. O referido decreto , em seu artigo segundo, prevê uma classificação em diferentes
graus de relevância para as cavidades naturais que são determinadas pela análise de atributos
geológicos, hidrológicos, paleontológicos, cênicos, histórico-culturais, socioeconômicos, dentre
outros. Tais atributos são avaliados sob enfoque regional e local. Durante as etapas destinadas
às avaliações das cavidades naturais, foram realizadas análises de cada um dos atributos para
cada cavidade natural identificada. Os graus de importância destes atributos forma
considerados entre acentuado, significativo ou baixo, tanto ao nível local quanto ao nível
regional. A Bacia Una-Utinga foi considerada a como unidade espeleológica regional, uma vez
que é nela que se encontra circunscrita as ocorrências das rochas carbonáticas da Formação
Salitre. Para a definição da unidade geomorfológica local foram considerados aspectos
altimétricos, sub-bacias hidrográficas, distribuição de feições cársticas e outras formas do
relevo, tendo sido delimitada pelas porções altas das bacias de dois tributários da margem
esquerda do rio Utinga: o riacho do ribeirão e o riacho Baixo do Jacu. Foram mapeadas,
caracterizadas e valoradas um total de 37 (trinta e sete) cavidades naturais localizadas nos
municípios de Lajedinho, Andaraí e Ibiquera. Dentre as cavidades naturais avaliadas a Gruta
da Lapinha e a Gruta da Fazenda Baurú merecem destaque tendo em vista sua classificação
como de máxima relevância também em função das suas dimensões notáveis em extensão,
área e volume.
Palavras-chave: VALORAÇÃO ESPELEOLÓGICA, UNIDADE GEOMORFOLÓGICA,
UNIDADE ESPELEOLÓGICA.
1369
GEOFORMAS FLUVIAIS DO ARQUIPÉLAGO DAS ANAVILHANAS, BAIXO
RIO NEGRO, AM.
Silva, P.M.¹; Velásquez, M.E.²; Salazar, C.A.²Wahnfried I.D², Soares E.A².
RESUMO: Na região do baixo rio Negro (AM), o leito deste rio apresenta baixo gradiente
hidráulico em uma área de aproximadamente 15 km de largura e mais de 100 km de
comprimento, gerando-se uma bacia de sedimentação. A dinâmica sedimentar nesta bacia está
relacionada com as variações do nível de água que é máximo no mês de junho e mínimo no
mês de outubro, esta sazonalidade no rio, representa oscilação média de 10 m conforme
registro histórico no Porto de Manaus. Mediante análises de Sensoriamento Remoto
(LANDSAT-5/TM) de períodos de vazante e cheia dos anos 1973, 1989 e 2009, com
verificações em campo, foram identificadas e descritas várias geoformas que constituem o
Arquipélago das Anavilhanas com objetivo de entender a dinâmica dos principais processos
geomorfológicos que atuam neste arquipélago. A bacia das Anavilhanas tem formato linear
orientado N40°W, associado ao sistema de cisalhamento transcorrente com atitude local N50ºE
que controla o rio Solimões. O leito do rio Negro erode rochas sedimentares do limite norte da
bacia do Amazonas-Solimões. Nestas rochas, localmente, se observam nas duas margens do
rio estruturas rúpteis com cinemática sinistral transtensiva orientadas N75°E/70°S e conjugado
sintético disposto N80°W/80N. Associado a este sistema transcorrente, ocorre estrutura tensiva
com atitude N35°-20°W/80°S. As principais geoformas fluviais originam-se pela formação de
corredores sinuosos com fluxo de água encaixados por diques constituídos por sedimentos de
tamanho areia. Estes corredores migram de posição e se interceptam gerando setores isolados
onde o fluxo de água é reduzido (lagos) e predomina a sedimentação de material fino a
argiloso, desta forma geram-se as denominadas ilhas representadas por diques que limitam
lagos. Erosão lateral modifica em forma, largura e posição dos corredores ativos de fluxo de
água, assim a ruptura de diques ativa a sedimentação nos lagos. Este sistema de corredores
de fluxo de água evolui para jusante com dinâmica similar à de delta interior e se consolida
para montante com a formação de empilhamento sedimentar na forma de barras de acresção
associadas aos canais ativos. Nos períodos de estiagem os diques e áreas emersas, são
invadidas por vegetação pioneira que depois é substituída por arbustiva e arbórea, os limites
das ilhas se alargam e a área ocupada pelos lagos observa-se reduzida e restrita. Nos
períodos de cheia, as ilhas são definidas apenas por cordões estreitos longitudinais de
vegetação arbórea melhor desenvolvida nos diques. A origem desta bacia parece estar
relacionada a um segmento do leito do rio Negro com baixo gradiente hidráulico, onde ocorre
controle estrutural de um binário tensivo orientado NW-SE que está associado com um sistema
1370
de cisalhamento sinistral transtensivo com trend NE-SW. Assim a sedimentação neste
segmento do rio Negro gera feições geomorfológicas similares às de delta fluvial interior.
1371
MAPA DE POTENCIAL ESPELEOLOGICO DO SINCLINAL GANDARELA, MG
Braga, A.F.E.1; Sacramento, E.S.M.1; Araújo, J.O.1; Silva, H.A.1; Lopes, T.O.1 Weber, A.K.P.S.1
1Centro Universitário de Belo Horizonte - UNIBH;
RESUMO:
Uma ferramenta importante para nortear os trabalhos de órgãos fiscalizadores na implantação
de empreendimentos em áreas com potencial espeleológico é o mapa de potencialidade de
ocorrência de cavernas do Brasil, na escala 1:2.500.000, elaborado pelos analistas do CECAV
(Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas, do Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade). Foi utilizada a escala regional e classificação litológica para
espacializar áreas do território brasileiro que são favoráveis a ocorrências de cavernas. No
entanto, esta metodologia necessita de uma adaptação para uma escala mais detalhada com
intuito de incluir diferentes litologias que fazem parte de um ambiente onde há a ocorrência de
cavidades naturais. Dentro deste contexto, é que esta pesquisa se insere, utilizando a análise
de multicritério (peso e notas) para identificação de áreas potenciais à ocorrência de cavernas
em litotipos de formações ferríferas bandadas e canga. A área escolhida foi o Sinclinal do
Gandarela, onde nesta região foi criado o Parque Nacional da Serra do Gandarela, com mais
de 500 cavidades apontadas e 80% do subsolo requerido junto ao DNPM para a substância
ferro. Nesta área foi elaborado um mapa do potencial espeleológico local do Sinclinal
Gandarela, além de trabalhos de campo para validação do mapa. Neste trabalho foi utilizada
uma base de dados denominados litologia e tectônica, disponibilizados pela CPRM/USGS em
formato shapefile, imagem SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) para geração de
declividade, além de analise de paisagem na região do Sinclinal Gandarela. Os dados foram
tratados e integrados no ambiente do software ArcMap 10.3. Foram atribuídos pesos mais
elevados para as litologias de maior potencial para a formação de caverna. Já com relação aos
dados estruturais, vetores de falhas, fraturas e traços axiais, foram gerados buffer de 250
metros e definidos pesos. Para a declividade extraída do SRTM foi gerado um mapa de
unidades de relevo subdividido em sete classes e os pesos atribuídos de acordo com a energia
esperada para os fluxos de águas. Desta forma, foi obtido um banco de dados no formato
Shapefile, onde o potencial de ocorrência de cavidade apresenta 30 níveis de potencialidade e
827 combinações das caraterísticas descritas. Neste banco de dados é possível não só
analisar individualmente cada cavidade, bem como qualquer unidade espacial maior que 0,81
ha. Foi observado um potencial elevado em áreas de relevo fortemente ondulado, rochas
ferruginosas e presença de estruturas. Neste contexto estão mais de 50% das cavidades.
Áreas de rochas siliclásticas também apresentaram alto potencial em relevos escarpados e
com falhas. Observou-se também a existência de áreas de elevado potencial sem
apontamentos que possuem requerimentos de mineração.
1372
ANÁLISE DE FORÇANTES TECTÔNICAS E SEDIMENTARES NA DEFINIÇÃO DO RELEVO NO MÉDIO RIO
SOLIMÕES/AMAZONAS
Mazoca, C.E.M.1; Grohmann, C.H.2; Almeida, R.P.1; Sawakuchi, A.O.1; Pupim, F.N.1
1
Instituto de Geociências – Universidade de São Paulo, 2Instituto de Energia e Ambiente – Universidade de São Paulo
RESUMO: A região amazônica é uma das áreas de maior biodiversidade do planeta, e por essa razão são
numerosos os estudos da variedade, especiação e endemismo de espécies. Modelos recentes de
evolução da biodiversidade amazônica apontam uma relação entre áreas de endemismo e fatores
tectônicos, que se manifestam através de falhas e agem como controladores de canais fluviais, que
por sua vez atuam como limites entre ambientes separando grupos endêmicos. A área de estudo é
a porção ao longo do rio Solimões entre o lago de Coari e o rio Purus, a oeste do trecho onde se
encontrava o antigo divisor de drenagem de toda a atual região amazônica, o Arco de Purus.
Investigações em escala de detalhe, propiciadas pelo uso de dados de sensores remotos com alta
resolução, indicam uma atuação de processos superficiais na construção do relevo, que podem: 1)
estar interagindo com as forçantes tectônicas indicadas por trabalhos na literatura da área ou 2)
serem os principais elementos na definição de feições geomorfológicas.
1373
CARACTERIZAÇÃO PRELIMINAR DO CARSTE NORTE FLUMINENSE
Almeida, L.H.S.1; Melo, J. 1; Iró, A.1; Kwamme, A.I.A.S. 1; Ramos, R.R.C.2
1Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro
1374
PROCESSOS EROSIVOS ACELERADOS (VOÇOROCAS) DO COMPLEXO
METAMÓRFICO DO BAÇÃO EM CACHOEIRA DO CAMPO, OURO PRETO/MG
Neto, P.L.M.1; Batista, N. G.1; Sales, A. V.1; Amaral, F. C.1; Junio, I. de B.1; Lima, C. de O.1;
Matildes, C. da C.1; Neves, M.2; Guimarães, R. L.3
1Centro Universitário de Belo Horizonte – UniBH; 2Professora do Centro Universitário de Belo Horizonte – UniBH;
3Professora do Centro Universitário UNA
1375
MAPEAMENTO DE UNIDADES GEOMORFOLÓGICAS DO MÉDIO RIO SOLIMÕES/AMAZONAS COM DADOS DE
GEOMORFOMETRIA E AVALIAÇÃO POR IMAGENS SAR
Mazoca, C.E.M.1; Grohmann, C.H.2; Almeida, R.P.1; Sawakuchi, A.O.1; Pupim, F.N.1
1
Instituto de Geociências – Universidade de São Paulo, 2Instituto de Energia e Ambiente – Universidade de São Paulo
RESUMO: A região amazônica é uma das áreas de maior biodiversidade do planeta, e por essa razão são
numerosos os estudos da variedade, especiação e endemismo de espécies. O estudo da definição
do relevo amazônico serve de apoio para a elaboração de modelos biogeográficos para a região. A
área de estudo é a porção ao longo do rio Solimões entre o lago de Coari e o rio Purus, a oeste do
trecho onde se encontrava o antigo divisor de drenagem de toda a atual região amazônica, o Arco
de Purus, um arco estrutural presente atualmente na base da espessa deposição sedimentar da
Bacia do Solimões. Apresentamos um método de trabalho em geomorfologia que busca contribuir
com as técnicas de mapeamento do relevo analisando aspectos quantitativos, através da análise
digital de terreno/geomorfometria, em conjunto com interpretações qualitativas sobre imagens de
radar.
1376
GEOSSISTEMAS DA SUB-BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO MANDU, SUL DE
MINAS GERAIS
Teixeira, G.C.1; Ribeiro, A.S.2; Tavares, A.S.1; Mincato, R.L.1
1 Universidade Federal de Alfenas; 2 FAI – Centro de Ensino Superior em Gestão, Tecnologia e Educação
1377
REGISTRO FOTOGRÁFICO PARA O MONITORAMENTO DE FEIÇÕES
GEOESPELEOLÓGICAS E GEOESTRUTURAIS EM CAVIDADES DE SERRA
NORTE, PROVÍNCIA MINERAL DE CARAJÁS.
Ronaib, C.1; Braga, A.A.J.2; Vieira V.3; Lima T.F.4; Guimarães, R.P.5; Barbosa M.R.6; Felix Silva,
A.D7.
1,2,4,7Brandt Meio Ambiente; 3CGA Projetos Geotécnicos; 5,6Vale
1378
COMPARTIMENTAÇÃO GEOMORFOLÓGICA DO MUNICÍPIO DE
TEJUÇUOCA, CEARÁ, BRASIL
Cavalcante, D.R.1; Cavalcante, R.G.2; Bastos, F.H.3
1Universidade Estadual do Ceará; 2Universidade Federal do Ceará; 3Universidade Estadual do Ceará
1379
ANÁLISE DA DERIVA POTENCIAL DE AREIA NO CAMPO DE DUNAS DO
PARQUE ESTADUAL DE ITAPEVA-RS
Fagundes, M.R.1; Rockett, G.C.2; Barboza, E.G.2
1
Faculdade de Engenharia Ambiental - Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2 Instituto de Geociências -
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
RESUMO: Localizado no litoral norte do estado do Rio Grande do Sul (RS), o Parque Estadual
de Itapeva (PEVA) é uma unidade de conservação integral criada com o objetivo de preservar
diversos ecossistemas originais da região. Entre outras paisagens características na planície
litorânea do estado, o PEVA abriga um vasto campo de dunas com formas eólicas
peculiares, as quais são modeladas pela ação do vento, que é considerado como um dos mais
importantes agentes modeladores da paisagem na planície costeira do RS (Tomazelli, 1993).
Nesse contexto, um estudo do regime eólico, juntamente com a análise da deriva eólica
potencial, são importantes ferramentas para a estimativa das taxas de migração das dunas e
consequentemente fornece subsídios para o planejamento ambiental na região. Portanto, com
a finalidade de caracterizar a deriva eólica potencial de areia e assim, estimar o movimento
preferencial das dunas em cada mês do ano, foram analisados os dados horários de direção e
velocidade dos ventos referentes à Estação de Torres (do Instituto Nacional de Meteorologia -
INMET), localizada muito próxima do campo de dunas estudado, e compreendem o período
de janeiro de 2002 a dezembro de 2015. Primeiramente foram elaborados os gráficos de rosas
dos ventos mensais com o auxílio do software WRPLOT, para a determinação da direção
predominante dos ventos. Após, determinou-se a deriva potencial resultante (DPR) e a direção
de deriva resultante (DDR), também calculadas para cada mês do ano, utilizando o modelo
proposto por Fryberger & Dean (1979), em que a superfície do campo de dunas é considerada
como lisa, seca e sem vegetação e é composta somente por grãos de quartzo com diâmetro de
0,177mm, que é o tamanho de grão característico da região estudada. A deriva potencial de
areia (DP) é calculada multiplicando a frequência relativa de cada classe de velocidade de
vento por um fator peso, que é calculado com base nos dados da intensidade da velocidade
dos ventos locais. Os resultados são expressos em um diagrama denominado “rosa de
areia”, que representa a DP em cada direção de proveniência dos ventos, a DPR e a DDR,
expressos em unidades de vetor (u.v.). As análises mostraram que, durante todo o ano, há o
predomínio dos ventos provenientes das direções nordeste, sul e sudoeste. Sua frequência
relativa varia bastante no decorrer dos meses do ano, sendo que para os meses de abril, maio,
junho e julho os ventos de sul e sudoeste tem maior frequência que os de nordeste. Os
resultados demonstram que os meses de primavera são os que possuem os maiores valores
de deriva potencial, chegando à aproximadamente 930u.v. no mês de novembro. Fevereiro é o
mês que possui menor deriva potencial com apenas 176u.v.. Em relação à DPR percebeu-se
que os valores variaram entre 78u.v. no mês de fevereiro e 361u.v. no mês de agosto, sendo
que suas DDRs são em sentido noroeste e norte respectivamente. Por fim, constatou-se que a
DDR predominante no decorrer do ano é a norte e ocorre nos meses de abril, junho, julho,
agosto e setembro.
1380
GEOMORFOLOGIA EÓLICA DO CAMPO DE DUNAS DE ITAPEVA-RS.
Rockett, G.C.1; Barboza, E.G.1,2; Hesp, P.A.3; Rosa, M.L.C.C.1,2; Fagundes, M.R.4
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS/Programa de Pós-Graduação em Geociências-PPGGEO;
2Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS/Centro de Estudos de Geologia Costeira e Oceânica-CECO;
3Flinders University – School of the Environment
4Faculdade de Engenharia Ambiental – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
1381
ANÁLISE DE FRAGILIDADES E POTENCIALIDADES DE MICROBACIAS
HIDROGRÁFICAS: UM ESTUDO DE CASO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO
RIO CACARIA,PIRAI- RJ.
RESUMO:
1382
RELAÇÃO ENTRE DRENAGENS DE 1ª E 2ª ORDEM EM VOÇOROCAS E
ESTRUTURAS REGIONAIS: A DINÂMICA MORFOESTRUTURAL
QUATERNÁRIA NO TRIÂNGULO MINEIRO
Sayeg, H.S.1; Pereira, K.G.2; Bertolucci, J.C.3; Rutierry, P3; Souza, M.H.O.1
1Instituto
de Geografia, Universidade Federal de Uberlândia; 2 Curso de Geografia - Faculdade de Ciências
Integradas do Pontal, Universidade Federal de Uberlândia; 3Estudante de graduação do curso de Geografia do
Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia
1383
TAXAS DE EROSÃO POR MOVIMENTO DE MASSA NA SERRA DO MAR:
UMA BASE PARA A MODELAGEM DA EVOLUÇÃO DO RELEVO
Menezes, P.L.C. 1; Silva, L.M. 1; Fernandes, N.F. 1
1Universidade Federal do Rio de Janeiro
RESUMO: Os movimentos de massa são importantes processos que atuam nas formas do
relevo, deslocando solos, rochas e/ou detritos, que alteram a paisagem e muitas vezes causam
consequências catastróficas. O Brasil, devido às suas grandes cadeias montanhosas e ao
clima tropical associado a muitas destas áreas, foi palco de grandes movimentos nos últimos
anos, como o ocorrido em Janeiro de 2011, na Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro
(RSERJ). Embora grandes avanços tenham sido feitos nos estudos relacionados a esses
processos no Brasil, ainda são poucos os trabalhos que demonstram a magnitude desses
eventos, as taxas de erosão por deslizamentos e a sua importância para a evolução do relevo
no longo tempo. Dessa maneira, este trabalho teve com o objetivo estimar a taxa de erosão
instantânea por deslizamentos para três bacias hidrográficas que foram atingidas por grandes
movimentos de massa em Janeiro de 2011 (bacias dos rios Príncipe, Dantas e Cuiabá). Para a
obtenção dessa taxa, foi criada uma relação entre área e volume de cicatrizes dos
deslizamentos com o auxílio de outros trabalhos já existentes na literatura internacional,
propondo assim uma escala de magnitude desses processos, o volume total de material
mobilizado e a análise da importância dos movimentos de massa na evolução do relevo. Além
disso, verificou-se em campo o tipo de movimento, contato (solo/rocha – solo/solo) e,
principalmente, a espessura das cicatrizes em algumas áreas. Posteriormente, essas cicatrizes
foram mapeadas por meio de imagens de satélite no software ArcGis e o mesmo foi utilizado
para determinar a área do terço superior das cicatrizes, considerado aqui como área de ruptura
da cicatriz. Os dados de espessura coletados em campo foram usados para determinar o
volume de material deslocado de cada cicatriz. Os dados coletados nessas regiões, em
conjunto com dados retirados da literatura para outras regiões do mundo, foram utilizados para
gerar um gráfico relacionando área e volume dos movimentos de massa. Por meio deste,
observou-se que a tendência da relação área e volume para as cicatrizes de deslizamentos das
bacias da RSERJ é semelhante à encontrada na literatura internacional. Verificou-se que as
cicatrizes analisadas demonstraram uma variação no volume do material mobilizado de duas a
três ordens de grandeza, na média de 10³ m³ por cicatriz. Considerando as 2296 cicatrizes
identificadas nas três bacias mencionadas, pôde-se estimar o volume transportado nesse único
evento em Janeiro de 2011, a partir dessa relação, para os locais em que o volume não foi
estimado em campo. Assim, este estudo serve como subsídio para a estimativa do volume e
das taxas de erosão por deslizamentos em regiões em que os movimentos de massa são
processos importantes, contribuindo para uma avaliação quantitativa da significância desses
processos na evolução do relevo da Serra do Mar.
1384
MAPEAMENTO GEOMORFOLÓGICO COMO SUBSÍDIO A GESTÃO
TERRITORIAL EM PARTE DOS MUNICÍPIOS DE LIVRAMENTO DE NOSSA
SENHORA E RIO DE CONTAS, CHAPADA DIAMANTINA, BAHIA
Santana, P.R.R.1; Nascimento, R.S.A1; Purificação, C.G.C.1; Sampaio, F.J.1; Câmara, I.S.1;
Anjos, J.A.S.A.1; Corrêa-Gomes, L.C.1; Oliveira, L.R.S.1; Bastos, P.H.S.1; Alves, S.S.1; Macêdo,
L.L.1
1Universidade Federal da Bahia
A área de estudo está localizada na região centro-sul do Estado da Bahia, em parte dos
municípios de Livramento de Nossa Senhora e Rio de Contas, englobando área de 98,182 km²
e altimetrias entre 460 a 1360 m. Geologicamente, a região é associada ao cristalino arqueano,
coberturas proterozoicas do Supergrupo Espinhaço, além de formações superficiais
quaternárias. Sua morfogênese envolveu fenômenos exógenos e endógenos de ordens
tectônico-estrutural, sedimentar, paleoclimática e antrópica, resultando em relevos
diversificados dos tipos Depressão Sertaneja, Superfícies de Cimeiras, Planícies Aluvionares,
Leques Coluviais e Serras. O objetivo deste trabalho é realizar uma avaliação preliminar da
dinâmica espacial do uso e ocupação dos solos, através do mapeamento geomorfológico na
escala 1:32.500. Para isso, buscou-se aliar dados bibliográficos, recursos imageamento de
satélite e mapeamento de campo. Através dessas informações a área foi compartimentada nos
modelados de aplanamento, acumulação e dissecação diferencial. A Depressão Sertaneja
localiza-se no entorno da cidade de Livramento de Nossa Senhora, ocupa 58,10% da área, em
altimetrias de 470 a 600 m e declividades de 0° a 5°. Esse relevo possui como substrato os
depósitos detrito-lateríticos e latossolos derivados do embasamento cristalino arqueano. Essa
área possui alta densidade populacional relacionada às atividades pastoris e marcante
agricultura irrigada e erosão fraca. A Superfície de Cimeira localiza-se no entorno da cidade de
Rio de Contas, representando 6% da área, em altimetrias de 800 a 1100 m e declividades de
0° a 5°. Está associada a neossolos litólicos, desenvolvidos sobre depósitos detrito-lateríticos
provenientes das rochas metassedimentares do Grupo Paraguaçu. Os solos pouco
desenvolvidos, relevo aplanado e baixa densidade demográfica tornam a região sujeita a
erosão fraca a moderada. As Planícies Aluvionares distribuem-se nas margens dos rios
Taquari e Brumado, representam 1,17% da área, em altimetrias de 460 a 510 m e declividade
de 0° a 3°. Corresponde, geologicamente, aos depósitos aluvionares recobertos por solos
aluvionares. A área apresenta forte ocupação agropastoril responsável pela derrubada das
matas ciliares e consequentemente pelo desbarrancamento das margens e assoreamento dos
rios. Os Leques Coluviais abrangem 10,57% da área, em altimetrias de 600 a 800 m e
declividades de 15° a 30° onde desenvolvem-se latossolos sobre depósitos coluvionares.
Atualmente esse relevo representa o principal vetor de ocupação humana e em virtude da
declividade elevada e desmatamentos, mostram escoamento laminar e concentrado que
resultam na atuação de fortes processos erosivos. O relevo de Serras, ocupa 24,16% da área,
com altimetria variando de 800 a 1300 m, com inclinações superiores a 70°, onde se
desenvolvem neossolos litólicos sobre rochas metavulcanossedimentares dos Grupos Rio dos
Remédios e Paraguaçu. Em função do relevo escarpado, não há ocupação antrópica relevante,
predominando processos erosivos fortes dos tipos escoamento concentrado, queda de blocos
e deslizamento de encostas. Os estudos geomorfológicos possuem grande importância para
diagnósticos ambientais e gestão territorial sendo possível através deles definir os diferentes
graus de risco que a área possui em relação as formas de ocupação e uso dos solos, bem
como do aproveitamento sustentável dos recursos naturais e prevenção de desastres físico-
naturais.
1385
APLICAÇÃO DO LASER SCANNER 3D COMO FERRAMENTA DE
INTERPRETAÇÃO DE DADOS LITOESTRUTURAIS EM CAVIDADE NATURAL
LOCALIZADA NA SERRA DO CURRAL-MG
Galdeano, M.G.1; Muniz, F.G.2; Pettersen,C.3; Sebastião,C.4, Soares, L.M.5, Rezende, B.6
1 Tetra Tech Coffey; 2 Tetra Tech Coffey; 3 Tetra Tech Coffey, 4 Tetra Tech Coffey5 ,Tetra Tech Coffey6
RESUMO: A partir desse estudo, foi efetuada uma análise comparativa dos métodos de
mapeamento de cavidades naturais, utilizando o laser scanner 3D. Dessa forma, foi realizado
levantamento topográfico obtido por imagens com laser scanner 3D além do
georreferenciamento por meio de Levantamento Geodésico e Topográfico. Essas informações
foram unidas ao levantamento de campo geológico-estrutural e reconhecimento
geomorfológico da cavidade e do seu entorno, além de complementações regionais com
bibliografias da região de estudo. Os resultados obtidos a partir desta análise permitiram a
definição de domínios geoestruturais e geomecânicos a fim de identificar potenciais pontos de
ruptura na região de estudo. O laser scanner 3D já é uma ferramenta que vem sendo utilizada
em estudos espeleológicos para levantamentos topográficos de detalhe e definição de volumes
das cavidades. Inclusive, quando seu uso é voltado para cavidades, principalmente nas
cavidades presentes em proximidades de áreas com intensa atividade de mineração, é de
respeitar a definição do seu entorno protetivo em um raio de 250 metros envolta dessas
cavidades proposta por CONAMA 347/2004 e pela portaria IBAMA 887. O uso do laser scanner
3D para o levantamento geoestrutural e geomecânico em cavidades desenvolvidas em
formações ferríferas se mostra como solução extremamente eficaz, principalmente quando
integrada ao mapeamento de campo. O mapeamento convencional (com uso da bússola) fica
comprometido em áreas com intensa interferência magnética, dificultando a interpretação
estrutural do local, além das dificuldades relacionadas ao acesso e a pouca luminosidade
presente nas cavidades. Com isso, o laser scanner 3D facilita a interpretação de estruturas na
etapa de pré-campo e a posterior validação de dados em etapa pós-campo em ambiente de
realidade virtual. O tratamento e a visualização dos dados em ambiente de realidade virtual
(RV) vem trazendo inúmeros ganhos para os estudos espeleológicos, incluindo um aumento de
produtividade, diminuição das equipes de campo e consequente minimização dos riscos das
atividades, além de apresentar maior precisão nos levantamentos e progressiva redução de
seu custo de execução. Este trabalho visa apresentar os resultados do levantamento
litoestrutural e geomecânico de uma cavidade de formação ferrífera e canga localizada na
região da Serra do Curral no Parque Municipal Mangabeiras, Belo Horizonte-MG, realizado em
ambiente de realidade virtual a partir do escaneamento da cavidade por laser scanner 3D com
o auxílio do software Geovisionary 3.
1386
CONDICIONANTES LITOESTRUTURAIS NA REDE DE DRENAGEM DO ALTO
CURSO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO GUANDU - RJ
Miguens, D.S.1; Almeida, J.C.H. 1;
1LET-Laboratório de Estudos Tectônicos, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
RESUMO: A bacia hidrográfica do rio Guandu tem caráter bastante peculiar, marcada pela
orientação NE-SW e pela geometria estreita e alongada das sub-bacias do rio Santana e do
ribeirão das Lajes. Ambas drenam na mesma direção, porém em sentidos opostos até se
encontrarem numa junção em forma de T, formando o rio Guandu. Apresenta relevo
acidentado e densa rede de drenagem fortemente orientada em padrões do tipo treliça,
retangular, dendrítico e paralelo, resultado da dissecação diferencial em diferentes domínios
litoestruturais. Este estudo teve como objetivo a análise das condicionantes litoestruturais na
evolução da rede de drenagem no alto curso da bacia hidrográfica do rio Guandu - RJ. Para tal
foram realizadas coletas de informações geológicas em campo, compilação de dados
litológicos e estruturais em ambiente SIG, e análises morfométricas das sub-bacias Lajes e
Santana. Também foram feitas análise dos knickpoints e das anomalias de drenagem. A
relação da rede de drenagem com a geologia (litotipos, foliação, fraturas e falhas) evidenciou o
controle das estruturas NE e NW sobre a rede de drenagem. O contraste reológico entre as
rochas das unidades litoestratigráficas facilitou a dissecação fluvial que deu origem aos vales
dos principais rios. O Complexo Rio Negro e as suítes Serra dos Órgãos e Serra do Piloto
perfazem o divisor sul das duas sub-bacias, resultado da erosão diferencial sobre as suas
rochas graníticas. O divisor norte, por sua vez, é constituído predominantemente pelas rochas
metassedimentares da Unidade Conservatória. As duas sub-bacias se desenvolveram
preferencialmente sobre as rochas da Unidade Arcádia-Areal, provavelmente devido à intensa
milonitização que atingiu estas rochas e, também, pela alternância entre diferentes rochas
metassedimentares e os diques de diabásio subparalelos à foliação milonítica. No baixo
Santana, falhas de direção NE são as principais estruturas que controlaram a implantação do
vale. Essas falhas aproveitaram zonas de fraquezas pré-existentes (foliação milonítica e
diques) formando estruturas tipo grabens e horsts alongadas na direção NE (Gráben do rio
Santana). As falhas NW influenciaram sobremaneira o avanço da rede drenagem e resultaram
na formação de grandes cotovelos no rio Santana. No Médio e Alto Santana, knickpoints
orientados por falhas e fraturas de direção NW e NNW têm um papel fundamental na conexão
destes compartimentos, gerando o padrão em treliça/retangular. A sub-bacia do ribeirão das
Lajes apresenta aspectos bem distintos da sub-bacia do rio Santana. A relativa escassez de
falhas e a não existência dos grabens e horsts observados no Santana resultou numa evolução
e controle estrutural em degraus transversais aos canais principais. Os resultados
morfométricos mostraram uma grande assimetria no Médio Lajes que aliados à
compartimentação topográfica sugerem que o ribeirão das Lajes drenava para o rio Piraí e que
teria sido capturado pelo Rio Guandu (Captura de Japeri). Esta captura foi fortemente
controlada por falhas NW, provavelmente relacionadas à Zona de Transtensão de Volta
Redonda, e teria desencadeado uma série de capturas à montante formando as sub-bacias do
Santana e do Lages. As diferenças observadas entre as duas sub-bacias devem-se aos
diferentes arcabouços estruturais sobre os quais a erosão remontante se desenvolveu.
1387
ALTERABILIDADE E CONDICIONANTES GEOLÓGICOS NA
CARSTIFICAÇÃO DE
ROCHAS CARBONÁTICAS DA BACIA POTIGUAR
Alan Liupekevicius Carnielli 1; César Ulisses Vieira Verissimo 2, Helena Becker 3, Jefferson
Lima dos Santos 4 e Vanusa Antonia Castello Barbosa 5
1Universidade Federal do Ceara; 2 Universidade Federal do Ceara; 3 Universidade
Federal do Ceara;4 Universidade Federal do Ceara;3 Universidade Federal do Ceara;
1388
A IMPORTANCIA DO NÚCLEO DE ESTUDOS ESPELEOLÓGICO DA SERRA DO
ESPINHAÇO NO APERFEIÇOAMENTO DE TÉCNICOS E NA PRESERVAÇÃO DO
PATRIMÔNIO ESPELEOLÓGICO REGIONAL
Fraga, L.M.S1.; Neves, S.C.1; Almeida Abreu, P. A.1; Baggio, H.1; Rodrigues, F.1; Ferreira,
D.R.1; Canuto, L.1
1-Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
1389
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ ST17 –
Mapeamento Geológico
E de Solos
ISBN: 978-85-99198-13-1
1390
DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DO SOLO À PENETRAÇÃO SOB MANEJO DE
CAFEZAL E EM ÁREAS DE RESERVA LEGAL
Tavares, A. S.1; Mendes Júnior, H. 1; Teixeira, G. C.1; Ribeiro, A. S.2; Nogueira, D.A.1; Silva, M.
L. N.3; Spalevic, V.4;Mincato, R. L.1
1 2
Universidade Federal de Alfenas; FAI – Centro de Ensino Superior em Gestão, Tecnologia e Educação;
3 4
Universidade Federal de Lavras; University of Montenegro
1393
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DO SUDESTE DO RIO GRANDE DO SUL,
DESCRIÇÃO DE NOVAS UNIDADES GEOLÓGICAS EM NOVO DOMÍNIO
GEOTECTÔNICO NO EXTREMO SUL DO ESTADO
Cruz, R.F.; Iglesias, C.M.F.; Camozzato, E.
1394
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA REGIÃO NOROESTE DO DISTRITO DE
SANTA ANGÉLICA, ALEGRE – ES.
Alves, J.S.E.1; Pagoto, A.1; Guedes, L.E.1; Almeida, V.B.M.1; Turbay, C.V.G.1; Teixeira, P.A.D.1
1Universidade Federal do Espírito Santo;
O trabalho teve como objetivo gerar um mapa geológico, na escala de 1:10000, da região
noroeste do distrito de Santa Angélica, localizado no município de Alegre-ES. Esta região está
inserida no Complexo Intrusivo Santa Angélica (CISA), caracterizado na literatura pelos litotipos
da suíte G5, gerados durante o estágio pós-colisional da orogênese Brasiliana. Em termos
litológicos, foram mapeadas três unidades, denominadas: Gabro\Diorítica, Granítica-Porfirítica
e Granodiorítica. Na unidade Gabro\Diorítica foram identificadas as fácies equigranular-fina
melanocrática, pontualmente mesocrática, e inequigranular-porfirítica melanocrática. Na
unidade Granítica-Porfirítica foram identificadas as fácies inequigranular-porfirítica, e
pontualmente equigranular. E por fim, na unidade Granodiorítica encontram-se as fácies
equigranular mesocrática e pontualmente melanocrática. Outra unidade presente na área se
refere aos Depósitos Quaternários, encontrados na parte central da área, circundando as
drenagens. Tal unidade é caracterizada por ser depósito de sedimentos fluviais de deltas,
constituída por areia e cascalho. Em termos estruturais, observou-se a ocorrência de falhas e
fraturas originadas pelos esforços cinemáticos associados à ascensão de plútons graníticos e
eventuais deformações oriundas do processo evolutivo do CISA. Em contra partida, não
puderam ser recolhidos muitos dados de medidas estruturais, já que os afloramentos expostos
eram basicamente rochas anisotrópicas, impedindo a identificação de acamamento e foliação
das rochas. A complexidade de se mapear esta região se dá pela freqüente interação das
unidades litológicas, demandando uma escala de mapeamento descritivo de alto detalhamento.
Prova disso está na quantidade de pontos realizados para se conseguir separar as unidades e
entender a geologia local, onde foram feitos 87 pontos em uma área de 4 km2. As interações
das unidades litológicas evidenciaram a ocorrência de mistura mecânica (mingling), ressaltada
por feições como diques, bolsões, venulações e septos, marcadas por contatos mais abruptos.
Já a mistura química (mixing), aparece como um ponto polêmico do estudo, já que se deduz
sua existência pelos contatos difusos entre o Granodiorito e o Gabro\Diorito, e o Granodiorito e
o Granito-Porfirítico. Embora as unidades se apresentem composicionalmente diferenciadas,
sendo o Gabro\Diorito menos evoluído, o Granodiorito o membro intermediário e o Granito-
Porfirítico o membro mais evoluído, não caracterizam uma série magmática. Essa conclusão se
deu ao observar que o Granodiorito e o Granito-Porfirítico seriam produtos da intrusão do
magma máfico, no caso o Gabro\Diorito, que teria modificado a encaixante. O próximo passo
deste trabalho, seria a elaboração um estudo geoquímico da área para que questões
polêmicas como o mixing, sejam melhores esclarecidas.
1395
PROJETO TRIÂNGULO MINEIRO: MAPEAMENTO DA BACIA DO PARANÁ
NO ESTADO DE MINAS GERAIS, FOLHAS ICÉM E FRUTAL
Klock, C. F.1; Novo, T.1
1Universidade Federal de Minas Gerais
1396
CARTOGRAFIA DE DETALHE 1:10.000 DO SEGMENTO NORDESTE DO
SINCLINAL GANDARELA: IMPLICAÇÕES GEOLÓGICAS PARA A SUA
GEOMENTRIA
FARIA, I.C.G.¹; FONSECA, M.A.²
¹Universidade Federal de Ouro Preto
1397
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICA DOS MIGMATITOS QUE OCORREM
NAS PROXIMIDADES DO DISTRITO DE SÃO RAFAEL EM LINHARES,
ESPÍRITO SANTO
RESUMO: A área estudada possui 64 km² e está situada nos arredores do distrito de São Rafael,
município de Linhares, norte do Espírito Santo, onde ocorrem migmatitos correlacionáveis ao Complexo
Nova Venécia. Durante quinze dias de mapeamento foram realizados perfis geológicos detalhados
acompanhados de descrição macroscópica litológica e estrutural de noventa afloramentos. Foram
confeccionadas e descritas 16 lâminas delgadas de litotipos representativos. A compilação dos dados
permitiu a geração de um mapa geológico da área na escala 1:25.000. Foram distinguidos cinco litotipos:
metatexito estromático; diatexito nebulítico a schollen; granitoide porfirítico a ocasionalmente porfirítico;
leucogranito com granada; e charnoenderbito. O metatexito estromático ocorre em cerca de 42% a oeste da
área. Apresenta foliação e bandamento, por vezes, dobrado. Composto por paleossoma mesocrático,
neossoma em bandas e/ou bolsões constituídos essencialmente por quartzo, feldspato, biotita e granada,
além de porções residuais exauridas da fusão compostos por cordierita e granada. Subordinadamente
ocorrem feições migmatíticas, como as oftalmíticas, dobras ptigmáticas e textura agmática; bem como
níveis lenticulares de rocha calciossilicáticas, diques máficos e intrusões graníticas de granulação fina.
Apresenta contato gradual com o diatexito e inferido com o charnoenderbito. O diatexito nebulítico a
schollen ocorre em 38% da área no centro e a leste. Apresenta textura variavelmente equigranular com
quartzo, feldspato, biotita e granada, regiões fortemente foliadas e porções menos deformadas. É marcado
principalmente por feições migmatíticas desde schlieren, schollen a intercalações em escalas decamétrica
com porções metatexíticas. Também ocorre associado a rocha calciossilicática e bolsões graníticos de
granulação fina. Os contatos com o metatexito, granitoide porfirítico e leucogranito são graduais. No contato
com o leucogranito também é marcado por uma zona com intensa intercalação de níveis de neossoma e
paleossoma. O granitoide porfirítico a ocasionalmente porfirítico, ocorre em cerca de 13% da área,
principalmente no centro e em porções mais altas, e possui um trend N-S a NW-SE. Apresenta textura
inequigranular porfirítica, por vezes encontra-se cisalhado, com planos de cisalhamento transpondo a
foliação principal. Os pórfiros são de K-feldspato e granada, na matriz ocorre quartzo, feldspato (K-feldspato
+ plagioclásio), granada e biotita. Os bolsões graníticos de granulação fina, indeformados também ocorrem
nessa litologia. O contato desse litotipo com o diatexito é gradual e marcado por uma zona com intensa
intercalação de níveis de neossoma e paleossoma. O leucogranito ocorre a nordeste da área e corresponde
a menos que 2%. Composto essencialmente por quartzo, feldspato e granada. Apresenta ocasionalmente
textura glomeroporfítica com granada e cordierita. Apresenta contato gradual com o diatexito. O provável
charnoenderbito ocorre ao sul em 6% da área, e corresponde a uma rocha equigranular mesocrática
indeformada composta principalmente por minerais máficos. Apesar dos contatos inferidos, da ausência de
deformação a de feições migmatíticas, as relações de corte sugerem ser um litotipo mais recente.
1398
REVISÃO DA GEOLOGIA DAS FOLHAS SURUBIM E LIMOEIRO DA ZONA
TRANSVERSAL, PROVÍNCIA BORBOREMA.
Carlos Alberto dos Santos1; Maria de Fátima Lyra de Brito1; Priscila Resende Fernandes1; Caio
dos Santos Pereira1
RESUMO - As folhas Surubim e Limoeiro estão inseridas na Zona Transversal, e mais quase
que exclusivamente no Terreno Rio Capibaribe (TRC), com uma pequena fração no Terreno
Alto Moxotó (TAM). Trabalhos de mapeamento e integração regional executado pela CPRM,
cartografaram unidades geológicas nos principais períodos do Proterozoico, compreendendo
uma sequência basal paleoproterozoica formada dominantemente por ortognaisses bandados
e hornblenda biotita gnaisses, migmatitos, e ortognaisses graníticos e metanortositos tardi-
paleoproterozoicas a cedo-mesoproterozoicas. Sequências supracrustais atribuídas a três
complexos (Sertânia, no extremo noroeste da folha Surubim de idade paleoproterozoica,
pertinente ao TAM; Vertentes – unidade metavulcanossedimentar de idade toniana (?),
pertinente ao TRC e o Surubim-Caroalina de idade Ediacarana); Um ortognaisse granítico
toniano e plútons brasilianos culminam a estratigrafia dessas folhas. Posteriormente, em
trabalhos de mapeamento da CPRM, e também em convênio com a UFPE, o quadro
estratigráfico foi confirmado, exceção para o caso do Complexo Vertentes, que foi
reconsiderado como uma unidade basal, deixando de ser uma sequência
metavulcanossedimentar, como definida originalmente para ser caracterizada como
ortognaisse bandado diorítico-granodiorítico. Nossa proposta após as atividades de campo nas
folhas Limoeiro e Surubim é a de que se retome a definição original quanto ao Complexo
Vertentes e o Complexo Surubim-Caroalina. Porque a sequência metavulcanossedimentar é
individualizável, e se caracteriza por paragnaisses granadíferos intercalados por
metavulcânicas máficas e félsicas, enquanto o Complexo Surubim-Caroalina, que pode ser
confundido com os metassedimentos do Vertentes, é tipicamente uma associação
petrogenética do tipo QPC (quartzito, pelito, carbonato), onde o quartzito é a sequência basal.
Ademais, para corroborar tal afirmação, um novo componente desse empilhamento
estratigráfico, foi definido e formalizado neste trabalho, a “Suíte Intrusiva Ultramáfica de
Limoeiro” uma unidade praticamente subaflorante evidenciada pela aeromagnetometria e
largamente espalhada na folha Limoeiro. Em furos de sondagem executados na pesquisa de Ni
pelo consórcio Votorantim – MMG demonstram claramente a intrusão desta ultramáfica
isotrópica no Complexo Surubim-Caroalina. Portanto, nossa proposta é a de se reincluir no
TRC o Complexo Vertentes de idade possivelmente toniana, por ser correlata ao Complexo
Riacho do Tigre, de idade comprovadamente toniana através de datação U-Pb em zircão (folha
Pesqueira), e reconsiderar o Complexo Surubim-Caroalina de idade Ediacarana (tipicamente
uma associação do tipo QPC). E por fim, a nova unidade “ Suíte Intrusiva Ultramáfica de
Limoeiro” aqui caracterizada como tardi a pós-tectônica, que vem a ser uma nova janela de
exploração para mineralizações de Ni-Cu-Co do tipo PGE em áreas de faixas móveis.
PALAVRAS CHAVES: TIPO QPC; NI-Cu-Co DO TIPO PGE; TERRENO.
1399
Mapeamentos de pegmatitos na região de Buíque -Tupanatinga (PE),
Terreno Pernambuco-Alagoas, Província Borborema, NE-Brasil.
Accioly, A.C.A.1; Morais, D.M.F.1; Silva, M.R.R.; Santos, C.A.1; Barreto, S.B 2.
1CPRM-Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais-SUREG-RE; 2UFPE-Universidade Federal de Pernambuco
1400
ANÁLISE TEXTURAL PARA CARACTERIZAÇÃO DA ERODIBILIDADE DO
SOLO NA BACIA HIDROGRÁFICA DO CÓRREGO JOÃO DIAS,
AQUIDAUANA/MS
1401
GEOLOGIA DA SERRA DA CAPOEIRA GRANDE, PEDRA DE GUARATIBA –
RIO DE JANEIRO, RJ
Nascimento, C.W.R.1 Almeida, S.1
¹Departamento de Geociências - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
RESUMO: A Serra da Capoeira Grande está localizada na região de Pedra de Guaratiba, zona
oeste da cidade do Rio de Janeiro. É formada por um alinhamento rochoso de direção NE-SW,
com três quilômetros de extensão e que inclui o Parque Natural Municipal da Serra da
Capoeira Grande. A serra é formada por granitos de coloração rósea a cinza com megacristais
idiomórficos de microclina com comprimento variando de quatro a dez centímetros, envolvidos
por uma matriz granítica de granulometria fina. A razão megacristais/matriz é variável,
resultando em texturas que vão de inequigranular seriada a porfirítica. Em zonas com mais de
90% de megacristais a rocha assume um aspecto pegmatóide, que é observado na porção
nordeste da serra. Estruturas de fluxo ígneo são definidas pelo alinhamento de eixos dos
megacristais tabulares de K-feldspato segundo as direções ENE-WSW, NNE-SSW com
mergulhos de baixo ângulo, e por discretas faixas, de dois a cinco centímetros de espessura,
de granito equigranular fino, contendo biotitas também alinhadas segundo essa direção. As
estruturas orientadas são mais notáveis ao longo da porção sul da serra e discretas na sua
porção norte. Allanita ocorre concentrada em bolsões decimétricos. Um segundo tipo de granito
é observado na porção sul da Serra da Capoeira. Trata-se de um tipo de ocorrência localizada,
equigranular, de granulação fina e coloração cinza e seu contato com o granito porfirítico é
transicional e marcado por uma coloração avermelhada que resulta da ocorrência de
concentrações de allanita na zona de contato. Blocos de granodiorito/tonalito ocorrem aos pés
do Morro Redondo, na porção leste da serra, indicando a presença dessas rochas nas áreas
mais elevadas do Parque Municipal, onde a mata fechada dificulta o acesso. A serra é cortada
por diques básicos afaníticos de espessura variando de um metro a um metro e meio,
orientados na direção NEE-SWW e, secundariamente, NNE-SSW, com ocorrências de diques
bifurcados, modelando as bordas da serra em algumas áreas específicas. Veios pegmatíticos
com quartzo, K-feldspato e biotita cortam a rocha na mesma direção dos diques básicos.
Também, nota-se que os diques estão estruturalmente condicionados pela lineação dos
megacristais de microlina. Feições sugestivas de intrusões duplas (dique em dique), variações
texturais e de coloração indicam mais de uma geração de rochas básicas. Os Diques exibem
duas direções de fraturamento: a principal segundo NE-SE, a segunda, menos expressiva,
perpendicular à esta. O conjunto de rochas da Serra da Capoeira Grande é correlacionável à
litotipos do Maciço da Pedra Branca, do qual a serra constitui uma ramificação desvinculada
em superfície pela cobertura de depósitos quaternários. Além disso, o conjunto de fraturas
pode favorecer o abastecimento do aquífero da região.
1402
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA PORÇÃO NORTE DA CHAPADA
DIAMANTINA NA REGIÃO DO MUNICÍPIO DE LENÇOIS – BAHIA
Casagrande, P.B.1;
1Universidade Federal de Minas Gerais – Laboratório de Geoprocessamento da Escola de Arquitetura;
1403
GEOLOGIA DO VALE DO CANAÃ – MUNICÍPIOS DE SANTA TERESA E SÃO
ROQUE DO CANAÃ (ES)
Faustino, J.L.S.1
1Universidade Federal do Espírito Santo
1404
LITOESTRATIGRAFIA E DETALHAMENTO SEDIMENTOLÓGICO DO GRUPO
VAZANTE NA REGIÃO DE LAGAMAR, MINAS GERAIS
Brandi, T,D.1 & Campos, J.E.G.2
1 Graduação em Geologia - IG/UnB, ** Professor doutor do Instituto de Geociências - UnB
1405
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA PORÇÃO NOROESTE DA SERRA DO
CARAPAÓ E SUAS ADJACÊNCIAS
Muzzi-Machado, R.D.1; Laranjeira, J.O. 1
1Universidade Federal de Minas Gerais
RESUMO:
1406
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA ÁREA SUDOESTE DA FOLHA AIRI, BACIA
DO JATOBÁ, NE DO BRASIL
Cabral, F.A.A.1; Neunann, V.H.1
1Universidade Federal de Pernambuco
RESUMO: O presente trabalho trata de um mapeamento geológico de uma área de 250 km²,
inserida na Bacia do Jatobá, localizada na porção centro-sul do estado de Pernambuco, entre
os municípios de Floresta e Petrolândia. A Bacia de Jatobá representa a extremidade
setentrional do Sistema Rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá cuja origem está relacionada à
extensão crustal que fragmentou o Supercontinente Gondwana, dando origem ao Oceano
Atlântico (Eoaptiano). O objetivo deste trabalho é o mapeamento geológico de uma área
previamente delimitada com caracterização sedimentológica, petrográfica e estrutural das
unidades encontradas, contribuindo desta forma para o conhecimento geológico local. Este
mapeamento realizado na escala de 1:50.000 permitiu identificar seis unidades litológicas
principais. A área está inserida, geologicamente, no Domínio Pernambuco-Alagoas da
Província Borborema, onde ocorre um embasamento Paleoproterozoico. As unidades do
embasamento encontradas na área são: Complexo Belém de São Francisco representada por
ortognaisses migmatizados e, localmente, milonitizados e, Suíte Granítica composta por
granitos porfiríticos e equigranulares. O preenchimento da Bacia do Jatobá compreende
unidades da Fase Rifte da Bacia de idade Mesozoica, são elas: a Formação Candeias
composta por folhelhos e argilitos intercalados com níveis carbonáticos e com conteúdo
fossilífero, o Grupo Ilhas, no qual foram descritos arenitos médios a grossos, localmente, com
níveis conglomeráticos e, a Formação São Sebastião com arenitos variando de finos a grossos.
Além destas, a unidade denominada Depósitos Colúvio-Eluviais, de idade Cenozoica,
formando extensos areais com granulação fina a média, que ocorre na maior parte da área de
estudo. As foliações referentes aos litotipos do embasamento apresentam direção segundo um
trend WNW-ESE e são caracterizadas como foliação de médio a alto ângulo, com mergulho
variando de 55° a 75° para NE e SW, possivelmente associadas a transcorrência da Zona de
Cisalhamento Pernambuco de direção E-W. Os critérios cinemáticos (K- feldspatos em forma
de sigmoide e trama S-C) observados nos diversos afloramentos da área mapeada concordam
com a cinemática dextral da mesma zona de cisalhamento. Nos afloramentos referentes às
litologias sedimentares, foi observado que os arenitos, com maior frequência os da Formação
São Sebastião, apresentam muitas bandas de deformação, estruturas típicas de estilo rúptil,
que causam diminuição de porosidade e permeabilidade local. O conteúdo fossilífero está
representado por ostracodes encontrados na Formação Candeias. Recursos minerais, na área,
são representados por extensos depósitos de areias encontrados em toda a porção da área de
estudo.
1407
MAPEAMENTO GEOLÓGICO NA REGIÃO DE ATIBAIA
Góis, A. G.¹; De Oliveira, F. V.²; Veronez, G. V.³; Soares, S. R. M. 4
¹Centro Universitário Monte Serrat; ²Centro Universitário Monte Serrat; ³Centro Universitário
Monte Serrat; 4Centro Universitário Monte Serrat
1408
Palavras-chaves: Mapeamento geológico; Domínio Socorro; Sedimentos
Cenozóicos.
1409
MAPEAMENTO GEOLÓGICO NA ESCALA DE 1:25.000 NA REGIÃO DE
MARABÁ-PA
Rabelo, S.A.1, Silva, A.S.1, Pinheiro, A.V.R.1
1Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
RESUMO: O mapeamento geológico tem como objetivo principal o reconhecimento das rochas
presentes no local estudado e a partir desses dados estabelecer: idades, litotipos, atitudes das
camadas das rochas observadas, localização das formações geológicas, tipos de depósitos,
relações de contato entre os diferentes litotipos e a construção de uma coluna estratigráfica. O
presente trabalho apresenta o resultado do mapeamento geológico, na escala de 1:25.000,
realizado na região de Marabá-PA (Folha Marabá – SB.22-X-D) e tem como objetivo final a
apresentação de um mapa geológico, elaborado pelo software QuantumGis 2.12.3-Lyon, que
integra os dados adquiridos durante a fase de campo em conjunto com imagens de Landsat 8,
Spot 5 e do programa Shuttle Radar Topography Mission (SRTM). Esses dados associados
aos resultados de outros estudos de caráter interdisciplinar realizados na área visam
recomposição de cerca de 3,5 hectares de mata ciliar do rio Tauarizinho; 2,5 hectares na área
da Cidade Universitária da Unifesspa e 3,0 hectares para a formação de um corredor ecológico
entre dois fragmentos florestais remanescentes na localidade. Foi utilizada a bacia hidrográfica
Araguaia/Tocantins, afluente Tauarizinho, como unidade padrão para os estudos. A área
mapeada localiza-se, geologicamente, na região do Cinturão de Cisalhamento Araguaia
(MORAES REGO, 1933; SHEARER et al.,1944 ; CAMPBELL, 1949; KEGEL, 1952; ALMEIDA,
1974). Na margem esquerda do rio Tauarizinho afloram rochas pertencentes à Formação
Couto Magalhães (HASUI et al., 1975), de idade neoproterozoica, essa formação é constituída
de litotipos como filitos, ardósias, xistos (de granulação fina), quartzitos e calcários com baixo
grau de metamorfismo. O fácies metamórfico situa-se do xisto verde baixo, alcançando o grau
anquimetamórfico. Na área de estudo destacam-se os filitos que apresentam forte influência
estrutural, apresentando famílias de juntas e fraturas em formas de losangos perfeitos.
Ademais, na margem direita do Tauarizinho apresentam-se depósitos quaternários de pouca
espessura e grande extensão, provavelmente provenientes das cheias periódicas dos rios
Tauarizinho e Tocantins. Por meio dos materiais e métodos utilizados, foi possível delimitar as
unidades geológicas presentes no local estudado, as quais foram caracterizadas quanto à
litologia, idade, relações de contato e processos atuantes, além da elaboração de perfis
estratigráficos e mapas temáticos da área de estudo. Assim, o mapeamento geológico de
detalhe das unidades e suas respectivas características serão de suma importância para o
entendimento da evolução da área.
1410
MAPEAMENTO GEOLÓGICO NA ESCALA 1:10.000 DA REGIÃO BARRA
NOVA - PETROLÂNDIA/SC
XAVIER, F. C. B.1; CHIARELLO; B. G. 2; LEONARDI, T. M. H. 2
1Universidade Federal do Paraná – Programa de Pós-graduação em Geologia 2Universidade Federal do Paraná –
Departamento de Geologia
1411
MAPEAMENTO DE UMA ÁREA A SUL DE CHAVAL (CE)
Samuel Gameiro1, Breno Pinheiro Carvalho1, Claudiane Maia1, Elian Fernandes Costa1,
Rodrigo Gomes1; Christiano Magini1
1Universidade Federal do Ceará
O presente trabalho tem foco no mapeamento geológico de uma área de 24Km² (4 x 6 Km) em
escala de 1:25.000, localizada a sul da cidade de Chaval, próxima a divisa entre Piauí e Ceará.
Este mapeamento foi realizado por alunos do curso de Geologia da Universidade Federal do
Ceará e teve como principal objetivo mapear a faciologia e as estruturas tectônicas
desenvolvidas durante sua colocação. Na bibliografia, o granito de Chaval situa-se no Domínio
Médio Coreaú, no limite noroeste do Estado do Ceará e nordeste do Estado do Piauí, estando
limitado entre a margem retrabalhada do Cráton São Luis - Oeste Africano e o Lineamento
Transbrasiliano. Na área de estudo, foram pesquisados, localizados e mapeados os principais
litotipos que compõem a Formação São Joaquim, Grupo Barreiras, gnaisses do Complexo
Granja e o Granito Chaval. O Complexo Granja exibe ortognaisses e representa o
embasamento sub crustal do Grupo Martinópole, com indicativos de um protólito formado por
uma suíte TTG com máficos como piroxênio, anfibólio e pouca biotita esta unidade é a rocha
encaixante do granito. Níveis de migmatização associados ao movimento cisalhante da ZC
Granja gerando estruturas S e C em um movimento dextral e com megacristais de K-Feldspato
e medições de foliações orientadas em 155/68; 155/72; 155/84; 152/75 e fraturas em 60/78;
58/80; 235/80. Na Formação São Joaquim verificou-se um quartzito correspondente ao topo do
grupo Martinópole e que ocorre com intercalações de mármores, xistos e quartzitos, muitas
vezes aluminosos, impuros e cisalhados orientados em N55E/70SE, de acordo com o trend
regional, o quartzito também é subverticalizado milonitizado com orientação para sudeste
(140/85). O Grupo Barreiras consiste principalmente em um corpo de arenito conglomerático já
em processo de laterização. O Granito Chaval, principal objeto de estudo, se encontra em
diversos estágios diferentes tendo corpos graníticos porfirítico, com megacristais de KF de
máximo e mínimo, respectivamente, de 7 cm e 2 cm, exibindo uma geminação Baveno e
rotacionados e orientados em 240° Az, fenocristais com estiramento e fraturamentos em certas
regiões. Verificou-se também a presença de enclaves microgranulares, pequenos corpos de
granulação fina, com autólitos de álcali-granito, diques tardios supersaturados em KF e Qz. Na
borda leste ocorre zonas milonitizadas próximo a Zona de Cisalhamento Transcorrente Santa
Rosa e algumas porções aluminosas com cristais de granada nas porções restíticas,
permitindo a interpretação da origem do granito por fusão de metassedimentos da crosta
continental. A classificação, portanto, do granito, é do tipo S com alto teor de K e Al. O granito
se encontra em diversas texturas e estágios de deformação, variando desde o fácies porfirítico,
mais afastado da ZC destral, poiquilítica, granular hipidiomórfica, de acumulação e mortar, até
porções migmatíticas, com boudins, foliações, bandas máficas e como principais feições
estruturais, destacam-se o encurvamento e segmentação de cristais, rotação de cristais,
microbudinagem, foliação anastomosada, inclusive S-C e lineação de estiramento.
1412
1413
MAPEAMENTO GEOLÓGICO EM ESCALA 1:25.000 DA REGIÃO DE
SANTANA DO RIACHO, MINAS GERAIS
1414
DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DO SOLO À PENETRAÇÃO SOB MANEJO DE
CAFEZAL E EM ÁREAS DE RESERVA LEGAL
Tavares, A. S.1; Mendes Júnior, H. 1; Teixeira, G. C.1; Ribeiro, A. S.2; Nogueira, D. A.1; Marx, L.
N. S.3; Spalevic, V.4; Mincato, R. L.1
1Universidade Federal de Alfenas; 2 FAI – Centro de Ensino Superior em Gestão, Tecnologia e Educação;
3Universidade Federal de Lavras; 4 University of Montenegro
1415
PALAVRAS-CHAVE: USO DA TERRA, COMPACTAÇÃO DO SOLO, TESTE DE TUKEY.
1416
MAPEAMENTO GEOLÓGICO NA ESCALA DE 1:50.000 NA REGIÃO DO VALE
DO RIBEIRÃO DOS ÍNDIOS, NW DE NOVA XAVANTINA – MT.
Testa, A. L. G. C.¹; Cunha, T. M. L.; Silva, C. H.2; Costa, A. C. D.² ; Oliveira, D. R. P.¹; Miranda,
G. M. T.¹
¹Pós-graduação no Curso de Geologia, UnB; 2Faculdade de Geociências FAGEO/UFMT
1417
EVOLUÇÃO DA CARTOGRAFIA GEOLÓGICA DO ESTADO DO ESPÍRITO
SANTO (RESULTADOS PRELIMINARES)
Vieira, V.S.1; Fortes, P.T.F.O.2; Gomes, D.G.C1
1Serviço Geológico do Brasil-CPRM; 2 Departamento de Geologia/Universidade Federal do Espírito Santo
RESUMO: A cartografia geológica do Estado do Espírito Santo (ES) vem evoluindo desde o
início do século XX. Os primeiros registros que podem ser destacados correspondem aos
mapas geológicos do Brasil em escala de 1:5.000.000 para os quais são relacionados a seguir
as unidades litoestratigráficas que ocorrem no ES segundo: Branner (1919) com areias, argilas
e sedimentos marinhos do Fanerozoico e granitos, gnaisses e xistos (com quartzitos e
mármores) do Cambriano incluídos no Complexo Brasileiro; Bastos (1942) com arenitos,
argilitos, folhelhos e calcários do Quaternário/Terciário e o embasamento Arqueano constituído
de gnaisses, granitos, micaxistos e calcários do Complexo Cristalino Brasileiro; Lamego (1960)
no Mapa Geológico do Brasil atribui às coberturas do Terciário a Formação Barreiras, tendo
sido tal formação empregada pela primeira vez por Moraes Rêgo (1930, in Morais et al. 2006),
e denomina de Série Mantiqueira o embasamento gnáissico Pré-Cambriano indiviso.
Destacam-se ainda vários trabalhos em escala 1:1.000.000: Silva, A.S & Pimentel, E.C e
Fonseca, M.J.G & Campos, D.A.(1978) na carta geológica do Brasil dividem o Pré-Cambriano
em três unidades litoestratigráficas a Faixa Costeira, a Associação Charnockítica e um conjunto
de rochas do Período Superior Novo sem denominação; Machado Filho et al. (1983) e Silva et
al. (1987) estruturaram a granitogênese pós-orogênica em suítes intrusivas; Bizzi et al. (2001),
Silva et al. (2004) e Leite et al. (2004) denominam os granitos do estagio pós-colisional
segundo Pedrosa-Soares et al. 2001 de granitos pós-orogênicos. Na escala 1:400.000 a
geologia do estado tem importantes contribuições, tais como: Lamego (1949) em seu mapa da
Geologia da Faixa Costeira de Vitória individualiza os maciços graníticos no entorno da cidade
homônima, posicionando-os no Azoico, no entanto, não atribuindo denominações; Boris
Brajnikov (1954) na Carta Geológica do Estado do Espírito Santo pela primeira vez mostra o
panorama da distribuição dos principais litotipos que compõem a geologia do estado a partir do
momento que individualiza as Zonas de Granitizações Progressivas e as séries de Minas, de
Barra do São Francisco, do Rio Itapemirim, do Rio Jucu e os gnaisses básicos; Vieira et al.
(2013), no Mapa Geológico do Estado do Espírito Santo introduz várias mudanças na
cartografia desse estado, destacando-se o grupamento da granitogênese Pós-Orogênica - γ5,
nas suítes Espírito Santo, Santa Angélica e Aimorés, mostrando corpos diferenciados (granitos,
charnockitos, diorito, tonalito, norito, gabro, anortosito, monzonito e granodiorito), a
visualização areal da granitogênese Sin-a Tardi-Orogênica – γ2, principal responsável pela
produção e exportação de rochas ornamentais no estado, a substituição da denominação
Complexo Paraíba do Sul pelos complexos Nova Venécia e São Fidélis e o primeiro registro
cartográfico do vulcanismo ácido explosivo na porção NE do estado ou NW da Bacia do
Espírito Santo, correlacionado com a Fm. Abrolhos – Grupo Espírito Santo, cujas rochas
ignimbríticas e vulcanoclásticas foram atravessados por poços de petróleo, nas porções
marítimas (offshore) e terrestres (onshore) da bacia.
1418
CARACTERIZAÇÃO TEXTURAL DOS DOLOMITOS DA FM. MORRO DO
CALCÁRIO – GRUPO VAZANTE, NO MUNICÍPIO DE PARACATU-MG.
GUIMARÃES, A.C.B.¹; MORAIS, D.S.1
1419
GEOLOGICAL MAPPING AND STRUCTURAL ANALYSIS OF HOLY ISLAND,
ANGLESEY, NORTH WALES
ABSTRACT: Holy Island is situated in Anglesey, North Wales, and it's known for its remarkable
structures in Precambrian rocks. The main goal of this work is to assess the geological evolution
of the area through geological mapping and structural analisys, presenting the lithostratigraphy
and deformation history. Five units have been defined on the island. The first is a green foliated
tremolite serpentinite, with relicts of igneous pyroxene surrounded by serpentine. The next three
units constitute a metassedimentary sequence. The South Stack Formation (SSF) is constituted
by interbedded layers of quartzite and schist. The quartzite is a green, massive, medium-grain
sized rock, with preserved sedimentary structures. The other lithology is a chlorite-muscovite-
quartz schist, with fine to medium-grain size, with granolepidoblastic texture. Holyhead Formation
(HhF) is a massive white to greenish quartzite, with poorly sorted, coarse to very coarse, badly
rounded fragments of quartz on a medium to fine rounded matrix, locally recristallized. The
Roscolyn Formation (RF) is composed of two different types of quartzite. The first is dark-yellow
to red, with fine-grained granoblastic texture, with feldspar and lithic fragments of schist. The
second is dark-grey to white, with fine to coarse-grained granoblastic texture and pure
composition. Not all contacts were observed and some are considered to be tectonic. The New
Harbour Group (NHG) is characterized by pale-green biotite-chlorite-muscovite-quartz schist, with
fine to very fine-grained granolepidoblastic texture and tight schistosity, defined by muscovite and
chlorite. Paleogene dykes of diorite composition crosscut all units and present a NE-SW trend.
Based on field evidence, three deformation phases have been identified. The first one, D1, is
responsible by the development of a foliation (S1//S0) on the schists of NHG and a cleavage on
the schists of SSF. The second, D2, formed regional open folds in all units observed,
characterized by the presence of parasitic folds on outcrop scale. These folds are mainly
moderately inclined to plunged inclined. Folds in SSF are tight, while in NHG there are thight and
isoclinal folds. Other structures, such as kink bands and crenulations, occur mainly on the schist
layers and are also understood as part of this phase. Finally, D3 is responsible for generating
types 2 and 3 refolding patterns and crenulation on the NHG. In addition, it generated axial plane
phyllitic cleavage in SSF rocks and the major thrust faults of the area. The structural analysis
reveals that bedding on RF and SSF and the schistosity of the NHG are parallel. Also, the bedding
cylindrical best fit agrees with the axis and axial planes of the first folds (F1) analysed in NHG,
evidencing that the main folds in all units have been formed by the same deformation event. In
addition, the best fit of F1 axis and the refolding patterns (F2) have a close pattern, which might
indicate that both were coaxial. The kinematic indicators show transport towards SE, which is
compatible with stretching lineation data. This project was developed through CAPES’ and
CNPq’s Science without Borders program.
1420
ANÁLISE GEOMORFOLÓGICA, PEDOLÓGICA E PALEOAMBIENTAL DO
CALCÁRIO CAATINGA NO MUNICÍPIO DE ITAGUAÇU DA BAHIA
Araújo, T.W.A.1; Rocha, P.D.M.1; Gama, J.P.A.1; Alves, R.R. 1
1 Universidade Federal do Oeste da Bahia
1421
MAPEAMENTO GEOLOGICO NA ESCALA DE 1:10.000 NA SUÍTE INTRUSIVA
SANTA ANGÉLICA
Rabello, B.F.1; Santos, G.C. 1; Santana, L.S. 1; Oliveira, V.I.S. 1
1Universidade Federal do Espirito Santo
1422
GEOLOGIA DAS ROCHAS METAVULCANOSSEDIMENTARES NA FOLHA
GUAPIARA (1:50.000), SUDOESTE DE SÃO PAULO
1423
CARACTERIZAÇÃO LITOLÓGICA NA FOLHA GUAPIARA (1:50.000), SW DE
SÃO PAULO
Vieira, O.A.R.P.1; Godoy, A.M.2;
1Mestrando em Geociências/UNESP; 2 DPM/IGCE/UNESP
1424
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA PORÇÃO NOROESTE DA FOLHA
ITAMARACÁ, BACIA DA PARAÍBA, NORDESTE DO BRASIL
RESUMO: A Bacia da Paraíba está localizada na faixa costeira dos estados de Pernambuco e
da Paraíba, entre o Lineamento Pernambuco, em Recife-PE, e o Alto de Mamanguape, ao
norte de João Pessoa-PB, abrangendo uma área de aproximadamente de 5.300 km² em sua
porção emersa. É uma bacia de margem continental passiva e está inserida na porção leste da
Província Borborema. Estruturalmente é uma rampa assentada discordantemente sobre o
embasamento cristalino, apresentando subdivisão em três sub-bacias: Olinda, Alhandra e
Miriri, de sul para norte, respectivamente. O município de Goiana, local onde se abrangeu a
maior parte da área mapeada neste trabalho, está inserido na Bacia da Paraíba. Dentro da
área estudada, só foram encontradas três formações, das cinco existentes em toda bacia.
Foram elas: a Formação Beberibe, a Formação Gramame e a Formação Barreiras. Na
Formação Beberibe foi encontrado o ambiente de planície fluvial, caracterizado pela presença
de arenitos conglomeráticos, com seixos subangulosos a subarredondados, de
aproximadamente 1 cm, mal selecionados; o ambiente Fluvial Entrelaçado, próximo ao Rio
Goiana, com grãos intercalados e horizontalizados (indicando uma paleocorrente), de
coloração acinzentada, e se alternando entre areia média/grossa e seixo; além do contato entre
essa Formação e a Formação Barreiras. Na Formação Gramame, foi muito comum a presença
de fósseis amonóides, icnofóssies (Thalassinoides), além de amostras de rocha modificadas
pela piritização e a recristalização local, com geodos de calcita, a partir da substituição de
conchas de moluscos e de microfósseis. Também foi identificado o contato desta Formação
com a Formação Barreiras. Na Formação Barreiras, encontramos uma fácie do Sistema Fluvial
Entrelaçado, indicado pela presença de sedimentos variegados, alternando de arenito
médio/grosso a conglomerático, com presença de lentes de argila, além de estratificação
cruzada. Também foi encontrada a Fácie de Sistema de Leque Aluvial e Fluvial Torrencial. A
primeira foi indicada pelos arenitos conglomeráticos com blocos de laterita e camadas silticos-
argilosas, enquanto que o segundo pela elevada quantidade de cascalhos orientados em uma
matriz arenosa, com presença de estratificação cruzada e camadas de argila. Além dessas
Formações, também foi encontrado vários Depósitos de Sedimentos Marinhos Recentes, como
por exemplo, os Terraços Marinhos Pleistocênicos e os Terraços Marinhos Holocênicos e os
Depósitos Elúvio-Coluviais, que predominam em toda área de estudo. Todas as formações
foram devidamente estudadas nesse trabalho buscando associar cada tipo de afloramento com
uma determinada fácies e um determinado sistema deposicional, como foi citado
anteriormente, e no caso dos depósitos de sedimentos recentes, caracterizar, por exemplo, os
sedimentos dos Terraços Marinhos Holocênicos e Pleistocênicos. O embasamento da Bacia da
Paraíba não foi encontrado dentro da área estudada. No que diz respeito à Geologia
Econômica, a Bacia da Paraíba traz consigo importantes recursos minerais de uso no dia a dia,
como o próprio calcário, a areia, o cimento, e até mesmo a fosforita, encontrada na cidade de
Olinda – PE, além dos aquíferos encontrados nas Formações Beberibe e Barreiras.
1425
Analise petrográfica das rochas ortoderivadas (Cassorotiba, Maricá e
Tinguí) que afloram entre o contato do Domínio Costeiro e Terreno Cabo
Frio.
Telles, R.C.M.1 , Mendes, J. C. 1 (Orientador), Martins, G. G. 1 (Coorientador)
1Universidade Federal do Rio de Janeiro.
RESUMO: A delimitação do contato entre o Terreno Oriental e o Domínio Tectônico Cabo Frio
ainda segue em debate. Tendo em vista isso, o presente trabalho possuí como objetivo
diferenciar petrograficamente as rochas ortoderivadas (Cassorotiba, Marica e Tinguí) que
afloram próximo ao contato entre estes terrenos.A área de estudo está localizada na região
sudeste do Brasil, a leste da região metropolitana do estado do Rio de Janeiro, mais
precisamente entre nos municípios de Maricá, Itaboraí e Tanguá. A metodologia utilizada
envolveu o estudo bibliográfico, trabalhos de campo para elaboração do mapa geológico em
escala de detalhe (1:25.000) utilizando o software ArcGIS., e análise petrográfica através da
descrição de lâminas delgadas e classificação modal realizada em contador automático. O
segmento central da faixa Ribeira, é subdividida em quatro terrenos tectônicos, representados
de NW para SE por: Ocidental, Paraíba do Sul, Oriental e Cabo Frio (Trouw et al., 2013). O
Terreno Oriental é representado por ortognaisses referente ao domínio do arco magmático Rio
Negro, intrusivos em sequências de rochas metassedimentares do grupo São Fidelis que
representa parte do Domínio Costeiro. Neste domínio encaixado nas rochas metassedimetares
ocorrem os ortognaisses foco deste trabalho, representado pelas unidades Cassorotiba, Maricá
e Tinguí descritas abaixo, e em contato tectônico com as rochas supracrustais relacionado ao
Domínio Tectônico Cabo Frio referente a sucessão Palmital.A unidade Palmital representa uma
das sequências de rochas metassedimentares relacionadas ao Terreno Cabo Frio aflorando ao
longo do contato com o Domínio Costeiro,e representada por sillimanita gnaisses migmatíticos,
pontualmente com presença de granada e lentes calciossilicáticas, orientadas segundo a
foliação tectônica.A Unidade Cassorotiba é representada por granada-biotita gnaisse porfirítico
mesocrático, de granulação variando de média a grossa. Possui uma textura inequigranular
porfirítica com fenocristais de microclina e plagioclásio atingindo 8 cm. Como características de
afloramento, o feldspato presente na matriz tem um formato amendoado, e são encontrados
cristais de granada de até 4 cm. Localmente contém lentes calciossilicáticas e níveis de fusão
parcial in situ formando diferentes padrões de migmatitos.A unidade Maricá contituidas por
ortognaisses leucocráticos porfiríticos, de composição granodiorítica a monzogranítica, com
fenocristais de microclina de até 6 cm e matriz inequigranular hipidiomórfica de granulação
média a grossa.A unidade Tinguí é caracterizada por biotita gnaisse migmatítico de granulação
fina por vezes migmatítico, com maior proporção de leucossoma em relação a melanossoma,
apresentando estruturas estromática e pontualmente do tipo schollen. Vale ressaltar, que esta
unidade ocorre por vezes junto com ortognaisse porfirítico Maricá, variando a proporção de
cada rocha no afloramento e em contato inferido com a unidade Cassorotiba e com os
paragnaisses da unidade Palmital. As unidades pós-colisionais são representadas por diques
básicos a intermediarios de composição tonalítica com foliação de fluxo ígneo bem marcada
pelos aglomerados de biotita e hornblenda, e ainda por diques de granito hololeucocrático
representando a unidade Cajú, que corta todas unidades descritas acima.Resultados recentes
acerca das rochas ortoderivadas apontam que estas são fruto de um magmatismo calcio-
alcalino de alto-K, enquanto o ortognaisse Tinguí e os diques tonalíticos apresentam uma
afinidade shoshonítica.
1426
DADOS DE MAPEAMENTO DE CAMPO DE ROCHAS GRANÍTICAS DO
MUNICÍPIO DE RURÓPOLIS – PA
Marinho, A.S.S .1; Guimarães, F.V.1; Gomes, E. S.1; Bento, D. F.1;
1Universidade Federal do Oeste do Pará
RESUMO: A área de estudo pertence a Folha planimétrica SB-21-X-B, no qual está inserida a
cidade de Rurópolis, situada na região sudoeste do estado do Pará. Objetivando um estudo
detalhado em escala 1:25.000 da área mapeada, a metodologia fundamentou-se na consulta
bibliográfica e cartográfica, confecção da base de dados em SIG, mapeamento geológico,
análise macroscópica e estrutural. Na borda sul da Bacia do Amazonas há a ocorrência de
arenitos e pelitos correspondentes aos grupos Urupadi e Curuá, tendo seu embasamento
representado pelo Cráton Amazônico. Além das rochas sedimentares típicas da bacia,
correspondentes aos grupos citados anteriormente, há ocorrência de rochas cristalinas. As
unidades ígneas mapeadas consistem-se em corpos graníticos, com conjuntos de fraturas
extensionais com orientações preferenciais N-S, concordantes aos segmentos de drenagem e
consequentemente ao alinhamento do relevo distribuído na área de estudo. Os granitóides em
questão são holocristalinos, de coloração rosada, faneríticos, leucocráticos, por vezes
mesocráticos, com granulação variando de maneira expressiva, desde fina até cristais grossos.
Sua mineralogia é composta por feldspato potássico (35%), plagioclásio (20%), quartzo (20%) e
minerais máficos (25%). A fase máfica é representada por minerais magnéticos, possivelmente
magnetita, além de biotita e anfibólio, classificando-o como um sienogranito. O sienogranito
apresentava enclave com dimensão de aproximadamente um metro, com textura fanerítica e
granulação média a fina, sendo sua mineralogia composta por cristais de quartzo, plagioclásio e
feldspato potássico dispersos em uma matriz máfica. As características destes corpos permitem
associá-los as rochas graníticas do Domínio Iriri-Xingu, inserido no Grupo Iriri, localizados na
parte meridional da Província Amazônia Central. Esses corpos rochosos são associações
vulcano-plutônicas de idade orosiriana e caráter intracontinental representadas por granitóides
de afinidade alcalina (Tipo A), aos granitos tipo I com afinidade cálcio-alcalina, às rochas
vulcânicas félsicas, bem como coberturas sedimentares de rifte continental da Província
Amazônia Central. A análise geomorfológica dentro da área mapeada permite dividir o cenário
atual em três diferentes unidades, sendo a primeira representada por um relevo moderadamente
ondulado; a segunda caracterizada por uma área totalmente plana, e o terceiro se encontra nas
regiões de planaltos. Os afloramentos das rochas sedimentares, com disposição dominante em
forma de corte de estrada, retratam a evolução geológica local caracterizada por ciclos
sedimentares transgressivo-regressivo (folhelhos, arenitos e siltitos) durante o Paleozóico,
ocorrendo, ao final desta sequência, uma incursão glacial (diamictitos). As rochas graníticas
mapeadas estavam dispostas em forma de lajedos e blocos rolados, fortemente marcados pelo
intemperismo de grau médio resultante das condições climáticas da região. A presença dessas
rochas ígneas na Bacia do Amazonas necessita de estudos detalhados para maior compreensão
de sua ocorrência, bem como para correlação aos domínios e grupos aos quais estas rochas
são pertencentes, ressaltando ainda a necessidade dessas informações para somar
conhecimento a respeito da evolução geológica da Bacia do Amazonas.
1427
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DE SEMIDETALHE DA REGIÃO DE
BARÃO DE GRAJAÚ-MA, BACIA DO PARNAÍBA
Cardoso, A. R.1; Faro, P. S. P. 1; Ferreira, M. M. M. 1; Venturieri, E. M. 1; Nogueira, A. C. R.2,
Silva, A. Q.2; Soares, J. L.2; Bandeira, J. 2
1Universidade Federal do Pará; 2Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica, Faculdade de
Geologia, Universidade Federal do Pará
RESUMO: Mapeamento geológico foi efetuado em uma área de 40 km² no município de Barão
do Grajaú, estado do Maranhão. Um mapa na escala de 1:25.000 foi confeccionado a partir da
integração de dados estratigráficos, estrutura1is e geomorfológicos. Esta região foi inicialmente
mapeada na escala de 1:100.000 pelo Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e está inserida na
folha Floriano SB.23-Z-B-IV. Neste trabalho, foram utilizados mapas estruturais
fotointerpretados, imagens SRTM e mapas geológicos da área de estudo, posteriormente
incorporados aos dados obtidos em campo. As rochas estudadas compõem cuestas, chapadas
e morros, adjacentes a planícies levemente irregulares que perfazem as principais feições
geomorfológicas da área. Este arranjo resulta principalmente de erosão diferencial em litotipos
distintos. Durante o trabalho de campo foram individualizadas nove fácies sedimentares,
agrupadas em três associações de fácies (AF1, AF2 e AF3), pertencentes às formações Poti e
Piauí, que compõem uma sequência sedimentar de aproximadamente 160 m de espessura. A
AF1 é caracterizada por espessos pacotes tabulares de arenito com estratificação cruzada
acanalada e tangencial intercalados com arenitos com estratificação plano-paralela, de extensa
continuidade lateral, os quais definem o ambiente fluvial entrelaçado. A AF2 é constituída por
siltitos laminados intercalados a camadas de arenito com laminação cruzada cavalgante
supercrítica, organizados em ciclos de adelgaçamento ascendente e interpretados como
depósitos lacustres. As AF1 e AF2 caracterizam a porção basal e superior da Formação Poti,
respectivamente. A AF3 é composta por espessas camadas de arenito com estratificações
cruzadas de médio porte e seixos subarredondados e foscos. Ocorrem também estruturas de
fluxo de grãos (grain flow), queda de grãos (grain fall) e laminações convolutas. Nesta
associação também ocorrem arenitos com estratificação plano-paralela, arenitos com
laminação cruzada cavalgante transladante subcrítica, arenitos maciços e siltito laminado com
gretas de contração, curled flakes e rip-up clasts. Este conjunto caracteriza a porção superior
da Formação Piauí e foi interpretado como o registro de depósitos eólicos, com ciclos de
dunas/interdunas de caráter úmido, supridos esporadicamente por canais fluviais efêmeros
(wadis), que resultaram no retrabalhamento do substrato e em ciclos de granodecrescência
ascendente. Com base em imagens SRTM, além da identificação de fraturas e falhas normais,
dispostas preferencialmente em duas famílias de direções NE-SW e NW-SE, interpreta-se que
a deformação ocorreu em regime rúptil-extensional. A unificação dos dados de
fotointerpretação e de campo permitiu a produção de um mapa geológico na escala de
semidetalhe, que pode servir de guia para futuras pesquisas na área.
1428
PERFIL LITOESTRATIGRÁFICO DA SERRA DA QUEIMADA, SALIÊNCIA DO
RIO PARDO, ORÓGENO ARAÇUAÍ, MG-BA
Sepulveda, G.O.1; Peixoto, E.1; Alkmim, F.F.1
1Universidade Federal da Ouro Preto
RESUMO: O limite setentrional da Faixa Araçuaí com o Cráton do São Francisco caracteriza-
se por uma ampla curva antitaxial denominada Saliência do Rio Pardo. Estudada em sua
porção externa, a porção interna é uma das regiões menos detalhadas e mapeadas do
orógeno Araçuaí. Ao longo desta região, entre as cidades de Cordeiros (BA), Tremedal (BA) e
Ninheira (MG), na denominada Serra da Queimada, uma subdivisão da Serra Geral, ocorre
uma faixa de rochas metassedimentares onde dados estratigráficos e estruturais foram
coletados. Foram levantados dois perfis na escala 1:50.000, com orientação N-S, um oriental
(A-A’) e um ocidental (B-B’), com o objetivo de detalhar mapeamentos regionais feitos nos
arredores, nas escalas 1:100.000 e 1:250.00. Nestes mapeamentos, o embasamento é
correlacionado ao Bloco Gavião e as sequências metassedimentares às formações
neoproterozoicas Ribeirão da Folha e Chapada Acauã ou à unidade paleoproterozoica Piripá-
Iguatemi. Ao longo dos dois perfis, observa-se Sn variando progressivamente de 033/50 a
120/44, e máximos de Ln em 056/35 e de Scren em 108/56. A relação entre Sn e Scren indica
um possível dobramento da primeira foliação durante a fase que gerou da segunda. Da base
para o topo e de norte para sul, afloram as seguintes unidades: (i) o embasamento, formado
por ortognaisses comumente migmatizados, bandamento centimétrico a decimétrico, com
intercalações de corpos de anfibolito; (ii) uma unidade metassedimentar pelito-arenosa com
cerca de 8000 m de espessura, onde na base predomina quartzito micáceo a puro, com raras
estratificações cruzadas de médio porte preservadas, gradacionando para o topo para um xisto
grafitoso a micáceo, de granulação fina a média e textura lepidoblástica a porfiroblástica, com
matriz composta por muscovita, biotita, quartzo, plagioclásio e porfiroblastos variáveis de
granada, estaurolita e cianita; (iii) no topo ocorre um metarritimito de granulação fina, com
exposições raras e pouco frescas, formado principalmente por quartzo, muscovita e rara
granada, de granulação fina e textura lepidoblástica a granoblástica. O acamamento original
está transposto ao longo de quase toda a seqüência, mas localmente o metapelito apresenta
resquícios de um acamamento centimétrico rítmico e gradacional, além de intercalações de
pacotes de metarritmito mais arenoso, onde variam lâminas de escala milimétrica, com contato
brusco ou gradacional, ambos sendo semelhantes a turbiditos. Uma rocha metaígnea corta
todas as unidades e é observada com pelo menos 1000 m de espessura ao longo do perfil A-
A’. Possui composição intermediária a básica, granulação fina a média, textura nematoblástica
a lepidoblástica, com foliação marcada principalmente por anfibólio, biotita e plagioclásio. Os
protólitos da unidade metassedimentar são interpretados como sílticos a areníticos na base,
passando para o topo a pelitos peraluminosos a carbonosos, indicando o ambiente marinho
como um possível sistema deposicional.
1429
MAPEAMENTO E GEOQUÍMICA DAS FOLHAS DE MONTE BONITO E FOLHA
PASSO DAS PEDRAS DE CIMA, BATÓLITO PELOTAS, RS
Viter Magalhães Pinto¹, Luiz Henrique Ronchi1, Evaldo R. Soares1, Camile Urban1, Ricardo G.
Marquezan1, Talita Cabelera da Silva¹, Juliano Rodrigues1, Wesllen Volz1, Rodrigo Duarte2,
Bruna Koppe1, João Angelo Toniolo2, Jorge Henrique Laux2.
1- Universidade Federal de Pelotas, Centro de Engenharias, Curso de Engenharia Geológica, Pelotas, 2- CPRM –
Serviço Geológico do Brasil, Superintendência de Porto Alegre, Porto Alegre,
1430
MAPEAMENTO DE ASPECTOS ESTRUTURAIS, ESTRATIGRÁFICOS E
EVOLUTIVOS DA PORÇÃO SW DA SUB-BACIA DE IGUATU
Medeiros, M.C.; Araújo, L.M.L.; Guerra, D.G.F.; Câmara, V.A.P. ; Silva, M.S.M.; Rapozo, B. F.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
As bacias de Iguatu, sub-bacias de Iguatu, Malhada Vermelha, Lima Campos e Icó, são
registros intracratônicos da abertura do supercontinente Gondwana no estágio de separação
entre América do Sul e África e consequente formação do Proto-oceano Atlântico. Estas bacias
cretáceas sofrem a influência de reativações de falhas eocretáceas. Geologicamente, a Bacia
de Iguatu está inserida no Grupo Iguatu, apresentando rochas sedimentares datadas do
Cretáceo Inferior e embasamento cristalino pertencente ao Domínio Ceará Central com idade
variando desde o Arqueano ao Proterozoico. Neste trabalho serão discutidos aspectos
estruturais, estratigráficos e evolutivos da sub-bacia de Iguatu, em sua porção SW. A área
estudada, com cerca de 330 Km², está localizada inteiramente no município de Iguatu e
resultou em um produto cartográfico de escala 1:75000. As etapas de estudo e mapeamento
utilizaram produtos de sensoriamento remoto para elaboração de diversos mapas pré-campo,
como zonas homólogas, lineamentos, drenagens e caminhamento, estudo de afloramentos
para a interpretação e coleta de dados estruturais, além da identificação das unidades
litoestratigráficas presentes, com o objetivo de coletas de pontos para a confecção do mapa
geológico e coleta de amostras das rochas pertencentes às respectivas formações e, em etapa
pós-campo, compilação, organização e unificação dos dados coletados, com o intuito de tratá-
los e interpretá-los, para a confecção de um Mapa Geológico da área. A sub-bacia de Iguatu,
neste trabalho descrita e analisada em sua porção SW, apresenta-se como um semi-gráben
originado a partir da separação dos continentes Sulamericano e Africano. A porção Sudeste da
área, limitada à sul pela ZC Patos, representa a margem falhada da bacia, onde verifica-se a
relação entre o conjunto sedimentar e embasamento e é limitada por falhas normais, com
mergulho de sentido NW. Na borda Noroeste da região, encontram-se porções da margem
flexural e há ocorrência de falhas secundárias de regime normal mergulhando para SW. Além
disto, a partir do comportamento das unidades litológicas mapeadas e de porções de
comportamento retilíneo da drenagem, infere-se a presença de falhas de regime transcorrente
destral. A orientação das camadas, que mergulham para sentidos opostos a partir das duas
bordas, permitem a caracterização inferida de uma macroestrutura sinclinal com plano axial
passando aproximadamente pelo centro da bacia, com orientação NE-SW, corroborada
também pela terminação periclinal interpretada na porção SW do mapa. Os regimes estruturais
que modelaram a bacia de Iguatu, em específico a sub Bacia de Iguatu, mostram sua influência
na sedimentação pré e sintectônica a partir da análise faciológica dos depósitos. Distinguem-
se, a princípio, dois regimes estruturais atuantes na área, sendo o primeiro caracterizado
durante a abertura da bacia e o segundo proveniente de uma reativação das falhas. Analisando
estes regimes, pode-se inferir os sistemas deposicionais influentes durante o processo de
formação e desenvolvimento dos conjuntos sedimentares, sendo, dominantemente, processos
fluvio-lacustres, com suas sub-divisões baseadas em regimes de alta, média e baixa energia. A
estratigrafia observada e interpretada a partir das atitudes coletadas em campo define, da base
para o topo do Grupo Iguatu, Formação Icó, seguida da Formação Malhada Vermelha e
Formação Lima Campos.
1431
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA PORÇÃO SUDOESTE DA FOLHA AIRI,
BACIA DE JATOBÁ, NORDESTE DO BRASIL
José Diego Dias Veras1, Virgínio Henrique Neumann2, Lúcia Maria Mafra Valença2, Rafael
Pereira Lima3, Flávia Araújo de Arruda Cabral3
1Universidade Federal de Pernambuco, e-mail: diegodias_ig@hotmail.com;
2 Universidade Federal de Pernambuco; 3 Universidade Federal de Pernambuco
1432
USO DE DRONE DE PEQUENO PORTE (AEROMODELO) NO MAPEAMENTO
GEOLÓGICO
Duque, T.R.F.1
1Serviço Geológico do Brasil - CPRM
RESUMO: A utilização de drones para os mais diversos fins tem se tornado cada dia mais
popular e a possibilidade de auxílio ao trabalho geológico, até o momento, tem-se mostrado
muito eficiente. No dia a dia seu uso tem sido empregado desde atividades simples de
lazer/recreação até tarefas mais profissionais onde envolvem riscos eminentes para se
executar determinadas funções. O emprego desta ferramenta tornou-se atrativa para os
trabalhos que exigem coletas de dados. Lançando mão dessa nova tecnologia, abrem-se
diversas possibilidades para a utilização deste equipamento com a finalidade de auxiliar o
trabalho de mapeamento geológico/estrutural, indo desde simples fotografias de ângulos
diferentes a transporte de equipamentos para medições a lugares de difícil acesso. Em um
futuro próximo os drones com maiores capacidades de voos e incremento de cargas podem
diminuir os custos de levantamentos específicos como, por exemplo, os levantamentos
geofísicos, levando agilidade e melhores resoluções ao produto final. Apesar da diversidade de
equipamentos existentes no mercado e das diferentes tecnologias associadas a estes objetos
voadores, a facilidade de manuseio e/ou a mobilidade tornam-se parâmetros para a escolha do
tipo de aparelho a se utilizar em trabalhos de campo. Equipamentos classificados como
aeromodelos, segundo definições da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) mostram-se
como uma alternativa em contrapartida aos VANT’s e RPA’s que exigem licenças e condições
específicas para serem pilotados. Os drones, que são classificados como aeromodelos,
apresentam menor porte e preços mais acessíveis, mas não necessariamente são menos
sofisticados, estes aparelhos podem auxiliar o pesquisador no entendimento de um
determinado afloramento ou ainda dinamizar a logística de procura de pontos de interesse e
acessos. Utilizando-se de um quadricóptero destinado à recreação e com alcance limitado foi
possível mensurar a possibilidade do emprego desses equipamentos em trabalhos de campo.
Por meio de um drone de aproximadamente 400 g e com alcance médio de 300 m foram
efetuadas fotografias e vídeos durante etapas de mapeamento geológico e amostragem
geoquímica (solo), os dados obtidos desta experiência proporcionaram uma visão panorâmica
da região estudada, permitindo dimensionar afloramentos, localizar contatos, adquirir uma
visão geral de estruturas como falhas e dobras, texturas e até mesmo localizar afloramentos e
acessos, facilitando assim a interpretação dos dados obtidos durante o
mapeamento/amostragem, o que tornou o trabalho geológico mais qualificado e aprimorado do
ponto de vista ilustrativo e técnico.
1433
CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL E PETROGRÁFICA DOS
METADIAMICTITOS DA FOMAÇÃO IPORANGA
Santos, R.S1; Fedalto,G.1; Britto, C.B. 1
1Universidade Federal do Paraná
1434
O ENXAME DE DIQUES FLORIANÓPOLIS NA ILHA DO CAMPECHE,
FLORIANÓPOLIS, (SC)
1435
PALAVRAS-CHAVE: ENXAME DE DIQUES FLORIANÓPOLIS; ILHA DO CAMPECHE
1436
MAPEAMENTO DIGITAL DE SOLOS POR ATRIBUTOS TOPOGRÁFICOS NAS
SUB-BACIAS DOS RIOS CAPRICÓRNIO E CORVO, NOROESTE DO PARANÁ
SANTOS, L.J.C. 1; NOWATZKI, A. 1; OLIVEIRA, J.G. 1
1Universidade Federal do Paraná
1437
GAMAESPECTROMETRIA APLICADA AO MAPEAMENTO GEOLÓGICO NA
REGIÃO DE PLANALTO DE MINAS, MINAS GERAIS
Madeira, M.R.1; Souza, M.E.S.1; Martins, M.S.1; Barbosa, M.S.C.1; Rosa, M.L.1
1Universidade Federal de Ouro Preto
RESUMO: O presente trabalho utilizou de uma detalhada análise geofísica, pelo método
gamaespectrométrico, associado à cartografia geológica de detalhe em escala 1:25.000 na
região do distrito de Planalto de Minas, pertencente ao município de Diamantina no estado de
Minas Gerais. A região está inserida no contexto regional da Serra do Espinhaço Meridional,
compreendendo um seguimento da Faixa Araçuaí. As unidades aflorantes pertencem a
Formação São João da Chapada do Supergrupo Espinhaço e a Formação Planalto de Minas
do Grupo Macaúbas e a região é dominada por falhas de empurrão, transcorrentes e
dobramentos. Este conjunto é responsável pela notável repetição das camadas e
complexidade da área. Sete mapas temáticos de gamaespectrometria foram gerados utilizando
os dados do programa 2008/2009 de levantamento aerogeofísico do estado de Minas Gerais
executado pela CODEMIG em parceria com a CPRM. Os dados foram tratados no software
Oásis Montaj 7.01, gerando os mapas de anomalias geofísicas pelo método de mínima
curvatura, com tamanhos de células pré-definidas. Os mapas temáticos gerados correspondem
aos canais de K, Th, U, contagem total, parâmetro F e de razões entre os radioelementos U/Th,
e além destes, foi feito também uma imagem ternária na composição CMY. Os métodos
radiométricos alcançam baixíssimas profundidades, sua principal aplicação é no mapeamento
geológico, pois diferentes rochas apresentam distintas assinaturas gamaespectrométricas. O
mapa ternário, que apresenta uma combinação das concentrações dos radioelementos, foi o
escolhido para determinar as radiofácies com o intuito de associa-las as litofácies mapeadas
Os mapas de canal de potássio (K), contagem total e parâmetro F mostraram-se muito
eficientes para a interpretação dos lineamentos. Ao sobrepor o mapa geológico sobre o ternário
nota-se que os contatos dos litotipos mapeados mostraram-se bastante concordantes com a
resposta gamaespectrométrica da área. Em alguns casos, onde os contatos foram inferidos em
campo, foi possível delimitá-los de maneira mais precisa depois destas análises. O mapa de
U/Th exibe zonas com anomalias baixas na porção central da área mapeada em resposta as
rochas mais antigas, já as anomalias mais altas estão na porção oeste e nordeste justamente
onde ocorrem os litotipos mais recentes. O mapa temático de lineamentos
gamaespectrométricos foi gerado a partir do mapa de parâmetro F com o auxílio do canal de
potássio (K) e do mapa temático de contagem total. Os lineamentos apresentam um padrão NS
que é cortado por outro preferencialmente NW. Além destes, ocorrem em menor quantidade,
lineamentos NE que também são cortados pelos NW. Este padrão indica que as estruturas NS
e NE são mais antigas que as NW. O trend dos lineamentos coincide com o trend das
estruturas geológicas mapeadas. Os lineamentos NS estão associados às falhas de empurrão
e aos eixos das dobras. Estes são cortados por estruturas NE e EW que representam falhas
transcorrentes deslocando as dobras e as falhas de empurrão. Os lineamentos NE, que são
menos proeminentes e frequentes, também são deslocados. O método geofísico de
gamaespectrometria foi eficaz na interpretação dos litotipos e os contatos entre eles, com isso
foi possível auxiliar o mapeamento geológico da região.
1438
MAPEAMENTO GEOLÓGICO PRELIMINAR DE UM DEPÓSITO DE MANGANÊS
EM CONCEIÇÃO DA APARECIDA (MG)
Gaspar Júnior, L.A.1; Paula, I.R.2; Pisani, J.R.3; Alves, G.M.R.4; Silva, L.F.B.5; Souza Junior,
S.A.B.6; Soldano, F.B.7; Batista, W.J.8; Souza, P.H.G.9; Nascimento, T.S.10; Margoto, L.D.O11;
Ferreira, N.M.12
1,2,3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10,11,12 Universidade Federal de Alfenas – UNIFAL-MG
1439
MAPEAMENTO METAMÓRFICO ENTRE OS POVOADOS DE
LIBERATO GOMES-MG E SALINAS-BA, SUDOESTE DA BAHIA
E NORTE DE MINAS GERAIS.
1440
localizado na porção leste e é representado por três fácies distinta: fácies quartzo
sienitos (k-feldspato, plagioclásio, quartzo, biotita), fácies quartzo monzonitos
(plagioclásio, k-feldspato, biotita, quartzo) e fácies monzogranitos e sienitos,
ocorrem na forma de morrotes em meia laranja e lajedos, cortados de diversas
zonas de cisalhamento e os contatos com CSI são separados por falhas. É
importante ressaltar que ambos os contatos são de natureza intrusiva, entretanto
os processos pedogenéticos dificultam sua visualização com maior nitidez. O
Supergrupo Espinhaço é representado pelas Formações Serra do Boqueirão,
(meta-ritmito e meta-quartzo arenitos), Serra da Garapa (filitos grafitosos, meta-
arenitos feldspáticos, quartzosos, ferruginosos e meta-conglomerados), Santo
Onofre Indiviso (filitos intercalados com meta-siltitos) sendo algumas porções é
possível observa-los em contato com os meta-quartzo sienito do Complexo
Santa Isabel. O Grupo Macaúbas é representado na área de estudo pela
Formação Jequitaí onde foi observada associação litológica composta por meta-
diamictitos e quartzitos. Com base na composição mineralógicas que
caracterizam as diferentes unidades mapeadas pode-se considerar que devido
a ocorrência de cristais de clorita, moscovita, e epidoto, o metamorfismo permeia
pela transição de grau fraco a inicio do médio, submetido a um metamorfismo
regional que apontam para um aumento da intensidade de oeste para leste.
1441
MAPEAMENTO DETALHADO ENCONTRA AFLORAMENTO DE MILONITOS,
A SUDOESTE DA UNIDADE QUIXERAMOBIM - ESTADO DO CEARÁ
Bezerra, J.L.¹; Ferro, I.M.¹; Carmo, J.A.A.¹
¹Universidade Federal do Ceará
1442
PALAVRAS-CHAVE: MAPEAMENTO; MILONITOS; QUIXERAMOBIM
1443
MAPEAMENTO GEOLÓGICO EM ESCALA DE 1:25.000 DA NA
REGIÃO DE FARINOPÓLIS – MT, SW DO CRATON AMAZÔNICO.
Bretas, F. V.N 1; Lima, I.F. 1,; Bárrios, G.F.M.1; Caldana, P.H.P 1,, Patti, D.M.1
1
Graduandos do Curso de Geologia da Universidade Federal de Mato Grosso
RESUMO: O presente trabalho tem como escopo apresentar os dados até então obtidos através
de mapeamento geológico efetuado na região de Farinópólis, distrito de Araputanga MT. A área
contendo cerca de 40km² insere-se na porção sudoeste do Cratón Amazônico denominada de
Província Rondoniana-San Ignácio abrangendo as seguintes unidades lito-estratigráficas: Grupo
Alto Jauru (GAJ), Complexo Metamórfico Alto Guaporé (CMAG) e a Granodiorito Água Clara
(GAC) tendo sido, neste estudo, mapeada na escala de semi-detalhe 1:25.000. Foram
identificadas durante o mapeamento rochas pertencentes ao Grupo Alto Jauru de idade 1.769 ±
1.724M.a. (Geraldes, 2000) correspondentes aos xistos, com granulação fina a média, cor cinza-
esverdeada, foliação N50W/74SW evidenciada por minerais micáceos e ao anfibolito
ortoderivado, com granulação fina a média de coloração cinza escura. Xisto e anfibolito
constituem uma sequência meta-vulcanosedimentar, resultado da deformação de crosta
oceânica ofiolítica. O CMAG é representado por ortognaisses, cinzas, leucocráticos, composição
variando de granodioritos a tonalitos, bandados (bandas quartzo-feldspáticas se alternam a
bandas formadas por biotita e hornblenda). Apresentam complexo padrão de deformação
granulação fina a grossa com presença de xenólitos de anfibolito. A composição tonalítica é
sempre resultado da assimilação dos xenólitos de anfibolito imersos nos ortognaisses. São
comumente encontrados justapostos e formando constatos tectônicos com o GAJ. Os dados
geocronológicos obtidos por Geraldes (2000) revelam uma idade de 1.740 ± 27Ma. O GAC é
representado por rochas de cor cinza-clara e granulação média a grossa. Estudos petrográficos
confirmaram a posteriori essa composição. Apresenta idade 1.485 ± 04M.a. (Matos, et al - 1.996).
As rochas que compreedem esse batólito apresentam foliação concordante com as encaixantes.
Foi mapeado ainda, um stock de composição variando de monzo a granodioritica, de coloração
cinza, ganulação média, contendo, por vezes, bolsões pegmatíticos e uma foliação concordante
com a direção preferencial regional N30W/65SW, foi reconhecido intrudindo rochas do GAJ,
ainda não cartografado nos trabalhos anteriores. Sugere-se neste trabalho, a possibilidade de
que tal corpo não esteja relacionado ao GAC, de acordo com a descrição microscópica que
aponta uma composição sienogranitíca além da presença de granada, composição e aspecto
mineralógico ainda não descrito nesta unidade.
PALAVRAS-CHAVE: MAPEAMENTO GEOLÓGICO, SW CRATON AMAZÔNICO,
FARINOPÓLIS.
1444
CARACTERIZAÇÃO GEOLOGICA DA ÁREA URBANADO MUNICÍPIO DE
RODEIO/SC COMO SUBSÍDIO A ELABORAÇÃO DE CARTAS GEOTÉCNICAS
DE APTIDÃO.
Tomazzoli E. R. 1, Parizoto, D. G. V. 2; Pellerin, J .R. G.M. 3; Coutinho, I.4; Rosa, O. M. F. 5
1
Universidade Federal de Santa Catarina. 2 Universidade Federal de Santa Catarina. 3 Universidade Federal de Santa
Catarina. 4 Universidade Federal de Santa Catarina. 5 Universidade Federal de Santa Catarina
RESUMO:
1445
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA FOLHA RIOLÃNDIA, TRIÃNGULO MINEIRO,
MINAS GERAIS – MG
Este trabalho tem como objetivo apresentar o mapeamento geológico da Folha Riolândia
(SE.22-Z-C-VI), estando o mesmo inserido no Projeto Triangulo Mineiro 2015, resultado de
Projeto de Extensão N° 19967 , financiado pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de
Minas Gerais (CODEMIG), executado em parceria com o Centro de Pesquisa Manoel Teixeira
da Costa (CPMTC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O referido Projeto
constitui no mapeamento geológico em escala 1:100.000 de 39 folhas na região oeste de
Minas Gerais conhecida como Triângulo Mineiro. Na área da Folha Riolândia afloram rochas do
Cretáceo Inferior, representado pelo Grupo São Bento. Afloram ainda rochas do Cretáceo
Superior, representado pelo Grupo Bauru, e por fim, depósitos aluvionares do
cenozoico/quartenário. Na base da sequência mapeada, encontram-se rochas ígneas e
sedimentares do Grupo São Bento, subdividido nas formações Botucatu e Serra Geral. A
Formação Botucatu apresenta arenitos bem selecionados, com grãos esféricos, arredondados
e silicificados, ocorrendo esporadicamente sob a forma de lentes (intertrappe) entre os
basaltos. A Formação Serra Geral é representada por basaltos andesíticos e basaltos
amigdalóide, frequentemente ricos em magnetita, com disjunções tabulares e também
frequentes amígdalas, atingindo cerca de 100 metros de espessura. O Grupo Bauru,
sobreposto ao Grupo São Bento por uma discordância erosiva, é constituído pelas formações
Vale do Rio do Peixe e Marília. Na Formação Vale do Rio do Peixe, com espessura máxima de
70 metros, identificam-se arenitos finos a médios, moderadamente selecionados, com
estratificação cruzada tabular e acanalada. Na Formação Marília, com espessura máxima de
150 metros, encontram-se arenitos conglomeráticos, calcretes, conglomerados e arenitos finos
com níveis de pelitos. Ocorrem ainda, próximo ao Rio Grande, depósitos aluvionares
representados por bancos horizontalizados métricos de areia branca, cascalhos, níveis de
argila e siltito de coloração variada em tonalidades ente o bege e marrom-avermelhado escuro.
As fraturas e juntas coletadas na Folha ocorrem em duas famílias principais: uma seguindo
aproximadamente o azimute 303° (predominante) e a outra no azimute 90°, na maioria das
vezes com mergulhos altos a subverticais. Um falhamento normal de direção aproximada NNE-
SSW, concordante com outras fraturas que ocorrem na Folha Riolândia foi inferido com base
nas variações altimétricas das litologias mapeadas. No que diz respeito aos principais bens
minerais disponíveis na Folha Riolândia destacam-se a areia, o cascalho e a brita, produzidos
de forma incipiente.
Palavras-chave: MAPEAMENTO GEOLÓGICO, FOLHA RIOLÂNDIA, TRIÂNGULO MINEIRO.
1446
GEOLOGIA DO PLÚTON JATOBÁ, BATÓLITO BUÍQUE-PAULO AFONSO,
DOMÍNIO PERNAMBUCO-ALAGOAS.
1447
MAPEAMENTO GEOLÓGICO EM ESCALA 1: 10:000 DA REGIÃO DA SERRA
DAS CAMBOTAS – MINAS GERAIS
Freitas, R.D.A.1; Sales, H.C.1; Lasmar, F.P.1; Martins, M. S.1
1Universidade Federal de Ouro Preto
RESUMO: A Serra das Cambotas localiza-se entre os municípios de Caeté e Barão de Cocais
na parte central de Minas Gerais, à 97km de Belo Horizonte. A serra está localizada numa
região onde os domínios geológicos do Quadrilátero Ferrífero e do Supergrupo Espinhaço
formam uma interface. O quartzito Cambotas é mapeado como a base do Grupo Tamanduá,
porém, o posicionamento estratigráfico deste grupo ainda não está totalmente definido.
Simmons e Maxwell (1961) localiza este no topo do Supergrupo Rio das Velhas, porém,
Alkmim & Noce (2006), assim como Dorr (1969), posicionam o grupo na base do Supergrupo
Minas. Contudo, para Ladeira (1980) o quartzito Cambotas faz parte do Supergrupo Espinhaço.
A estratigrafia local, definida neste mapeamento, é representada pelo embasamento e a
Formação Sapão, com espessura variável e condicionada pela tectônica de blocos.
Localmente, tal formação é subdivida em quatro membros, da base para o topo denominados:
B, C, D, E e F, estes membros apresentam contato estratigráfico normal e os mais novos estão
localizados na parte sudeste da serra. Estruturalmente, a área é dominada por uma estrutura
principal N-S que mergulha preferencialmente para E, e a grande deformação interna é através
de dobras. A evolução tectônica da Serra de Cambotas começou com um movimento de
distensão crustal, que culminou a implantação de uma bacia intracratônica. De acordo com
Dossin (1990), o estágio rifte, foi responsável por falhamentos normais profundos, gerando
feições do tipo horst e gráben. A sedimentação da bacia foi condicionada por estas estruturas e
a abertura e preenchimento desta se deu de norte para sul, evidenciado na coluna
estratigráfica, onde as unidades mais velhas se encontram a norte. A compensação isostática
atuante na área condicionou a sedimentação a ter maior espessura no norte do que na porção
sul, por isso, existe um adelgaçamento do Membro B, no sul da serra se comparado ao centro
norte. No Brasiliano, houve o fechamento da bacia (Dossin, 1990), esse evento foi o
responsável pela geração da falha de descolamento basal na parte oeste da Serra, que marca
o contato do embasamento com as unidades adjacentes. A fase compressiva da tectônica
brasiliana é caracterizada pela frequência de dobras intrafoliais de origem milonítica (Dossin,
1990). Durante esse evento também ocorreu à ascensão de intrusões máficas com foliações
concordantes, o que comprova o seu caráter sintectônico. De acordo com Dossin (1990), após
a compressão principal, ocorreu a segunda foliação, responsável pela estruturação em
anticlinais e sinclinais com eixos orientados N-S. Com a evolução do pensamento geológico,
associado ao mapeamento de detalhe então realizado, pode-se interpretar a evolução tectônica
da área não ligada aos falhamentos, antes determinados por Crocco-Rodrigues (1991), mas
sim por um regime dominados por dobramentos ligados a uma falha de descolamento basal.
Tais dobramentos foram evidenciados por dados de campo e fotointerpretação. Foi observado
um contato estratigráfico normal das unidades, mostrando que Crocco-Rodrigues (1991) teve
um equívoco quando caracterizou a região como um domínio de falhas de empurrão. Tratando-
se da estratigrafia, as unidades mostram-se relacionadas ao Grupo Conselheiro Mata do
Supergrupo Espinhaço.
1448
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DE PARTE DAS UNIDADES
CANINDÉ E INDEPENDÊNCIA NO DISTRITO DE SÃO BERNARDO,
MUNICÍPIO DE CANINDÉ –CE
Maia, G.A.M.1; Lopes, J.P.F.2; Almeida, M.P.P.M1; Lins, J.P.C.1; Souza, I.C.O 1;
Franco, B.L.C.1
1Universidade Federal do Ceará ; 2Universidade Federal do Ceará – Programa de Pós Graduação
em Geologia
1449
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DE TERRENOS CRISTALINOS DE UMA ÁREA
A LESTE DE ITAJÁ/RN
Almeida, M.C..1; Araújo, M.V.G., A.C.S.1; Albuquerque, D.R.1, Lopes, G.S.1, Oliveira, L.S.B.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Norte
1450
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DE ESCALA 1:25.000 NA REGIÃO DE COSTA
AZUL, MUNICÍPIO DE JANDAÍRA, BAHIA
Neres, J.S1; Lima, C.S.1; Costa, F.L. 1; Souza, S.S.1
1Universidade Federal da Bahia
1451
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DE DETALHE NA REGIÃO ENTRE
LIVRAMENTO DE NOSSA SENHORA E RIO DE CONTAS, BAHIA E A
PROSPECÇÃO DE AU
Oliveira, L.R.S.1; Santana, P.R.R. 1; Câmara, I.S. 1; Purificação, C.G.C. 1; Alves, S.S.1;
Nascimento, R.S.A2; Bastos, P.H.S.1; Garcia, P.M.P. 1; Sampaio, F.J.1; Anjos, J.A.S.A.1; Corrêa-
Gomes, L.C.1; Ribeiro, T.S.1
1Universidade Federal da Bahia; 2PetroReconcavo
1452
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DE SEMIDETALHE (ESCALA 1: 25.000) NA
REGIÃO DE SÃO JOSÉ DO CALÇADO – ES
RESUMO: A área estudada se situa em uma região constituída essencialmente por rochas
gnáissicas de alto grau metamórfico, na região de São José do Calçado- ES, próxima à
interface dos orógenos Araçuaí e Ribeira. Este trabalho consiste em um mapeamento
geológico de semidetalhe, na escala de 1: 25.000. O presente trabalho é justificado pela
complexidade dos granitoides gnaissificados e rochas paraderivadas, que compõem os
sistemas orogênicos neoproterozóicos da Província Mantiqueira. Os dados foram obtidos
através da interpretação geológica de imagens na etapa de pré-campo, da identificação das
rochas e estruturas encontradas em afloramentos na etapa de campo, na descrição
macroscópica de amostras e interpretação de estereogramas na etapa pós-campo. O mapa
geológico e as análises resultantes deste trabalho registraram de uma forma mais detalhada as
características de rochas gnáissicas e migmatíticas encontradas, possibilitando comparações
com as unidades e estruturas registradas em outros trabalhos. As unidades mapeadas foram
classificadas como: Gnaisse Protomilonítico Migmatítico, no qual a foliação milonítica bem
marcada é a principal característica; Granada- Biotita Gnaisse, com quantidade de granada
mais expressiva e granulação geralmente mais grossa; Biotita Gnaisse, com bandamento mais
regular e presença de minerais magnéticos; Unidade Heterogênea, assim denominada pelos
afloramentos serem bastante anisotrópicos (com até quatro litotipos em um mesmo
afloramento) e conterem feições migmatíticas características de um metatexito; Unidade
Migmatítica Diatexítica associada a leucogranitos e leucocharnocktóides, ora bem estruturada
com nítidas feições migmatíticas, ora com textura maciça e presença de ortopiroxênio.
Constratou-se ainda, que estas unidades possuem trend estrutural NE, semelhante ao trend da
Faixa Ribeira. A foliação metamórfica e milonítica ocorrem com direção preferencial NE, e altos
ângulos de mergulho para SE, por vezes para NW. Já os indicadores cinemáticos
(porfiroblastos de feldspato rotacionados, dobras de arraste e pares de foliação S/C) mostram
que a cinemática da área é predominantemente dextral. Ocorrem dois tipos de metamorfismo
na região: o regional, observado a partir da foliação metamórfica, do bandamento gnáissico e
de dobras irregulares e intrafoliares com plano axial paralelo à foliação, incluindo texturas
estictolítica, schollen e schilieren orientadas conforme a foliação ou bandamento, além da
presença de granada e ortopiroxênio, que levam a presumir um metamorfismo sob condições
de fácies anfibolito superior a granulito, possibilitando o aparecimento das porções anatéticas;
e o dinâmico, determinado através estruturas como foliação milonítica, porfiroblastos tipo sigma
(σ) e delta (δ), pares de foliação S/C e dobras de arraste, que evidenciam uma deformação
dúctil-rúptil gerada pela influência de uma zona de cisalhamento a sudeste da área mapeada.
1453
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA BR 304/ANGICOS/RN: PRÁTICA DOS
ESTUDANTES DO CURSO TÉCNICO EM GEOLOGIA DO IFRN/CNAT
Costa, A. P. L.1; Araújo, JB.P.1
1Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte;
1454
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA REGIÃO DE GRANJEIRO (CE),
TERRENO GRANJEIRO, PROVÍNCIA BORBOREMA, NORDESTE
DO BRASIL
Cardoso, A. R.¹; Cruz, D. J. N. ¹; Félix, W. Q.¹
1Universidade Federal do Pará
1455
verde (zona da granada), e a formação de granada-biotita xistos e
metaleucosienogranitos; 8) extrusão lateral, formação de zonas de
cisalhamento e metamorfismo dinâmico; 9) colocação de granitoides sin- a
tarditectônicos ao longo de zonas de cisalhamento; 10) exumação, deformação
rúptil e processos geomorfológicos-denudacionais. Os dados aqui
apresentados podem direcionar estudos futuros na região. Neste sentido,
estudos geocronológicos e geoquímicos são sugeridos, principalmente nas
unidades Granito Serra do Furtado (NPγsf) e Metaleucosienogranito (NPlmmg).
1456
ASPÉCTOS GEOLÓGICOS PRELIMINARES NA PORÇÃO NORTE DE URANDI– BAHIA
Oliveira, L.B.G.1; Vida, l. G.C.1; Rocha, W.R.F.1; PrazeresSantos,J.1; Torres, M.A.G.1;
Carvalho,L.G.1
1Universidade Federal do Oeste da Bahia
1457
NOVA CARTOGRAFIA GEOLÓGICA DO GREENSTONE BELT DO RIO
SALITRE, NORTE DO ESTADO DA BAHIA, BRASIL.
Macêdo, E.P. (1).
1 Serviço Geológico do Brasil – CPRM.
Resumo: Este resumo trata dos trabalhos iniciais desenvolvidos, em apoio ao programa Áreas
de Relevante Interesse Mineral (ARIM) Remanso-Sobradinho, da Diretoria de Geologia e
Mineração (DGEM), no âmbito de integração dos dados geológicos e metalogenéticos, obtidos
do mapeamento em escala 1/50.000 da sequência tipo Greenstone Belt Rio Salitre (GBRS). Na
região do baixo vale do rio Salitre, a sudoeste da cidade de Juazeiro, ao norte do estado da
Bahia, inserido no Bloco Gavião, Cráton do São Francisco, posiciona-se uma sequência
denominada de Greenstone Belt do Rio Salitre (GBRS), embasada a oeste no terreno
metaplutônico arqueano, gnaissificado e por vezes migmatizado, de composição
tonalítica/granodiorítica/granítica, com frequentes enclaves de rochas anfibolitizadas e
supracrustais diversas (Complexo Sobradinho-Remanso) e, a leste e a sul, recoberto
discordantemente por calcário quaternário da Formação Caatinga. O GBRS é formado por uma
sequência metavulcanossedimentar (Sequência Inferior) e sequência metassedimentar
(Sequência Superior). A Sequência Inferior é constituída por agregação dominantemente de
metavulcânica máfica (hornblenda anfibolito) e metaultramáfica (tremolitito e tremolita-actnolita-
xisto), com participação diminuta de metassedimentos clásticos e químicos exalativos
representados por quartzitos, localmente piritosos, com litofácies de tremolita quartzito,
quartzito branco e quartzito feldspático, sobrepostos por outro nível de metavulcânicas máfica e
metaultramáfica, que evoluem lateral e verticalmente para uma associação de metamáfica
(clorita-hornblenda anfibolito) e metaultramáfica (tremolitito) com intercalações de
metavulcânicos félsicos (riólito e dacito andesítico). Esta sequência Inferior culmina com um
horizonte descontínuo de sedimentos químicos e químico-pelíticos, constituída por metachert
cinza-escuro a negro, piritoso, associado a camadas de jaspilito, rochas calcissilicática e filito
grafitoso. A Sequência Superior de natureza metassedimentar assenta concordantemente
sobre o pacote inferior, e é formada por sedimentos que indicam natureza turbidítica,
metapelito com alternância subordinada de metapsamito, com estruturas sedimentares
preservadas, tais como acamamento gradacional, estratificações plano-paralela e cruzada.
Esta sequência é composta por filito com\sem magnetita, xisto, metassiltito, metagrauvaca e
metarcósio, que são justapostos por lentes de quartzito e metacarbonato dolomítico. Tanto a
Sequência Inferior como a Sequência Superior do GBRS são truncadas por diques de diabásio,
veios graníticos pegmatíticos e aplitos graníticos de espessuras variáveis desde milimétricas a
centimétricas. As rochas do GBRS foram estão preferencialmente estruturadas segundo a
direção N-S, apresentando-se na borda oeste, inclinadas para leste sob a forma de um sinclinal
ou sinforme invertido com caimento para sul, com mergulho médio em torno de 60° a 65° e, na
borda leste, na forma de dobramentos suaves e simétricos, com charneiras arredondadas,
cilíndricas, isoclinais e com Lb variando entre N005 e N20, perfazendo anticlinais ou antiformes
e sinclinais ou sinformes normais com caimento para sul. Nota-se ainda a presença frequente
de veios de quartzo, colocados subparalelamente à orientação referida estrutura. A associação
vulcanossedimentar máfica basal do Greenstone Belt do Rio Salitre é de filiação toleiítica,
compatível com ambiente de fundo oceânico, provavelmente transicional do tipo bacia back-
arc. Por outro lado, intercaladas nesses metabasito toleiítico ocorre rochas com quimismo e
texturas do tipo komatiítico, denunciado principalmente por valores elevados de MgO, Cr e Ni e
texturas spinifex.
1458
CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS, LITOGEOQUÍMICA E GEOCRONOLOGIA U-Pb (LA-
ICPMS) NA PORÇÃO NORTE DO COMPLEXO TAMBORIL SANTA QUITÉRIA, FOLHA
ITAPIPOCA (1:100.000), DOMINIO CEARÁ CENTRAL
Iramaia Furtado Braga1, Felipe Grandjean da Costa2, Iris Pereira Gomes 3, Joseneusa Brilhante4, Antonio Maurilio
Vasconcelos5
1,2,3,4,5 CPRM-Serviço Geológico do Brasil, iramaia.braga@cprm.gov.br.
A área da Folha Itapipoca-Ce (SB.24-Y-D-II) (1:100.000) está inserida no Domínio Ceará Central na porção
setentrional da Província Borborema e, abrange em termos litológicos: i) migmatitos paraderivados e ortognaisses
do Complexo Canindé do Ceará (CCC); ii) metassedimentos da Unidade Independência (Complexo Ceará); ii)
magmatismo ígneo/anatético do Complexo Tamboril-Santa Quitéria (CTSQ) (ca. 640-620 Ma), representado por
diatexitos e metagranitoides graníticos, quartzo-monzonìticos e localmente sienitos; iv) corpos plutônicos pós-
tectônicos (sem deformação) (ca. 545 Ma) representados por granitos equigranulares cinza (Granito Amontada) e
plútons charnokíticos a charno-endebíticos (ex: plútons Macaco e Penedos); e por fim v) extensas coberturas
Cenozoicas que se encontram próximo a faixa litorânea.
O arranjo estrutural é marcado por trend SW-NE, que condicionou a forma em corpos alongados do CTSQ,
da Suíte Magmática Tardi a Pós Orogênica (Leugranito Penedos, Granulito Macaco e Granito Amontada), bem
como os corpos do Sienito Gurupá. A estruturação da área é admitida como produto de eventos tectônicos distintos.
Inicialmente em regime sin-colisional (ca. 640-620 Ma) houve a intrusão do CTSQ com a geração da foliação Sn de
direção WSW-ENE. Esta é caracterizada por mergulhos médios de 23º para SSE, apresenta sentido de transporte
tectônico para NW e, é associada à lineação oblíqua com caimento de 23º, preferencialmente para SSW. O segundo
evento ocorreu em regime transcorrente dextral (ca. 580-545 Ma), durante o qual desenvolveu-se a foliação Sn+1
milonítica, evidenciada por médio a alto ângulo de mergulho (61º) para o quadrante SE, com lineção direcional com
caimento d 18º para SW. A Zona de Cisalhamento de Forquilha (ZCF), direção SW-NE, constitui a principal feição
dúctil (Sn+1) da área.
Os corpos do Leucogranito Penedos e do Granulito Macaco, intrusivos na Unidade Granitoide Santa
Quitéria do CTSQ possuem formas alongadas, orientadas segundo a direção N45ºE e exibem somente a foliação
(Sn+1). Os granitos isotrópicos de Amontada provavelmente tiveram seu alojamento em fase tardia a posterior a
movimentação dextral da ZCF.
Em termos litogeoquímicos as rochas ortoderivadas do Complexo Caninde do Ceará são subalcalinas,
metaluminosas a peraluminosa, com tendência principal para a série cálcio-alcalina de médio a alto potássio e
assinatura de granitos de arco vulcânico. Os granitoides do Complexo Santa Quitéria são dominantemente rochas
intermediárias a ácidas, distribuem-se predominantemente no campo da série subalcalina e são metaluminosas a
peraluminosas. Os granitoides apresentam afinidade cálcio-alcalina de alto potássio a shoshonítica, sendo
classificados em relação ao ambiente tectônico, como pré a sincolisionais, com assinatura de granitos de arco
vulcânico. O Plúton Penedo, com afinidade para magmatismo charnokítico (piroxênio magmático), apresenta
afinidade shoshonítica, característica metaluminosa a peraluminosa, e tendência para rochas alcalinas (Tipo-A).
Sendo obtida para este plúton uma idade de cristalização 545±10 Ma (U-Pb/ICPMS) – Braga et al. 2015.
1459
GEOLOGIA DA REGIÃO DO MUNICÍPIO DE CHOROZINHO-CE
Soares, W.C.1; Pereira, T.K.M.1; Maia, A.O.1 Freitas Filho, A.F. 2; Pinto, K.E.T.1 Nogueira Neto,
J.A.1
1Universidade Federal do Ceará; 2Universidade Federal de Campina Grande
RESUMO: A evolução metamórfica em terrenos granulíticos tem sido alvo de intensa pesquisa
nas últimas décadas visto que tais terrenos, em sua grande maioria, representam segmentos
da crosta continental inferior e média. Assim, a região de Chorozinho (Nordeste do Ceará)
exibe uma sequência de rochas granulíticas, sobre a qual vem sendo efetuados estudos com
vista a um melhor entendimento do contexto geológico. A metodologia empregada no
desenvolvimento deste trabalho obedeceu quatro etapas diferenciadas, levantamento
bibliográfico, etapa de campo, etapa laboratorial, onde as amostras passaram por estudo
petrográfico e a etapa de gabinete. A região supracitada esta enquadrada no Domínio Ceará
Central (DDC) posicionado ao norte do estado do Ceará. Em termos litoestratigraficos três
unidades são reconhecidas: i – Unidade Granulítica (Ortoderivada) formada por gnaisses
enderbiticos e charnoquíticos; ii - Unidade Paraderivada composta por silimanita-granada-
gnaisse e granada-biotita-gnaisse, com diversos graus de migmatização; iii – Unidade
Gondítica, constituída por uma alternância entre finas lentes quartzíticas e gonditos com
importantes mineralizações de manganês (Mn). As rocha ortoderivadas exibem uma
associação metamórfica constituída por plagioclásio, feldspato potássico, quartzo, clino e orto
piroxênio, hornblenda, biotita, ± granada, ± titanita, possuem textura granoblástica. As
paraderivadas são formadas feldspato potássico, quartzo, plagioclásio, sillimanita, biotita, ±
opacos ± granada, dado um certo grau de migmatização em menor ou maior escala estas
rochas exibem textura granolepidoblástica. Estruturalmente, as grandes zonas de cisalhamento
dúcteis de Senador Pompeu (a sudeste) e Sabonete – Inharé (a oeste), embora situadas a
certa distância da área estudada representem importantes descontinuidades regionais que
condicionam o surgimento de elementos tectônicos impressos nos litotipos aflorantes. Neste
contexto, na porção oeste, o bandamento torna-se vertical, com uma foliação milonítica Sm
disposta de forma paralela ao mesmo, exibindo direção NE-SW. A zona de cisalhamento
presente na região é caracterizada por foliações verticais a subverticais, com a presença de
sigmoides e rotação de grãos minerais indicadores de movimento destral. Com relação ao
metamorfismo da região o pico corresponde ao fácies granulito, o qual foi submetido a um
evento retro-metamórfico posterior que levou à hidratação do sistema. Por fim, Os dados
obtidos através do método isotópico de U-Pb, em zircões, objetivando a idade do protólito,
forneceram resultados que mostram idades entorno de 2.0 a 2.1 Ma.
1460
GEOLOGIA, PETROGRAFIA E DADOS DE COMPORTAMENTO MAGNÉTICO
DE UM EXTENSO DIQUE AFLORANTE NA REGIÃO SUDOESTE DE
REDENÇÃO – PA, PORÇÃO SUL DO DOMÍNIO RIO MARIA.
Pacheco Jr, R. 1; Almeida, J.A.C.2
1, 2 Universidade Federal do Sul e sudeste do Pará (UNIFESSPA)
RESUMO: Na região sudoeste do município de Redenção-PA, porção sul do Domínio Rio Maria,
Província Carajás do Cráton Amazônico, ocorre uma intrusão máfica de grande expressividade
com dimensões superiores a 1 km de largura e 50 km de comprimento orientado com trend NW-
SE que secciona rochas arqueanas. O mapeamento geológico e o estudo petrográfico deste
dique gabróico mostraram que o mesmo é constituído por três fácies: (i) fácies borda; (ii) fácies
intermediária e (iii) fácies núcleo, que diferem entre si em termos texturais e composicionais,
sendo identificadas duas variedades: Gabronorito e Hornblenda Gabro. Os valores de
suscetibilidade magnética (SM) das amostras representativas deste corpo variam no intervalo
entre 4,760x10-2 (valor máximo) e 1,768x10-2 (valor mínimo) SIv, com SMmédia= 3,237 x10-2
SIv. Os valores mais elevados de SM estão relacionados à fácies com maiores conteúdos modais
de piroxênio e opacos, enquanto que nas fácies com maiores conteúdos de anfibólio, biotita e
quartzo, representam as rochas com menores valores de SM. Dados de processamento e
interpretação de imagem aeromagnetométrica utilizando o método geofísico de deconvolução de
Euler estimam profundidades de fontes magnéticas que chegam até 2.400 metros.
PALAVRAS-CHAVE: Mapeamento geológico; Petrografia; Suscetibilidade Magnética.
1461
MAPEAMENTO GEÓLOGICO DA REGIÃO ENTRE O MUNICÍPIO DE RIO DE
CONTAS E O SEU DESTRITO MARCOLINO MOURA
Carvalho, J.V.1; Dáttoli, L.C.2; Sampaio Filho, F.1
1Universidade Federal da Bahia; 2Universidade Federal de Pernambuco
A área de estudo está situada na região centro-sul do Estado da Bahia, mais precisamente no
sudoeste da Chapada Diamantina. Este trabalho trata da individualização e descrição das
unidades geológicas, mapeadas durante a fase campo e definidas a partir da integração dos
dados obtidos (dados mineralógicos e estruturais) associados a informações da literatura e
consultas ao programa Google Earth, além da fotointerpretação detalhada (usada
principalmente em áreas em que não foi possível o acesso durante a fase campo), sendo então
possível determinar dez unidades litoestratigráficas distintas: Complexo Gavião representando
o embasamento Pré-Espinhaço, Supergrupo Espinhaço com a Formação Serra da Gameleira,
Grupo Rio dos Remédios (Formação Novo Horizonte, Formação Ouricuri do Ouro), Grupo
Paraguaçu (Formação Mangabeira, Formação Açuruá), além dos Diques Básicos, Depósito de
Leque Coluvial, Depósito Coluvio Detrito-Laterito e Depósito de Leque Aluvial. O embasamento
cristalino, quando não encontrado em alto grau de intemperismo, está articulado em dobras de
caráter regional, estruturado seguindo o trend regional, com direções entre NW-SE a NNW-
SSE, verificada através das medidas de sua foliação Sn. Já nas unidades da cobertura, foram
mapeadas as dobras regionais através de critérios estruturais como o uso do fechamento
periclinal e a regra dos ‘Vs’, sendo possível verificar três superfícies de acamadamento
distintas (S0, S1 e S2). Na área de estudo também é possível verificar estruturas de natureza
dúctil, dúctil-rúptil e rúptil. As dúcteis são constituídas por dobras, pelas foliações, lineações de
estiramento mineral, bandamentos gnáissicos, dobras de caráter regional e intrafolial e
boudins; para as rúpteis existem fraturas e falhas que por vezes estão preenchidas por
minerais hidrotermais; enquanto que para as rúpteis-dúcteis existem zonas de cisalhamento
localizadas, marcadas por dobras de arrastro e outras de cunho regional que geraram milonitos
e cataclasitos (a depender da profundidade) e a colocação de fluídos tardios gerando por vezes
corpos tabulares de granulometria fina. Contudo, percebe-se que ainda existem algumas
estruturas a serem mapeadas e interpretadas. Estruturas essas de cunho regional, local e até
pontual, sendo este trabalho apenas uma compilação de dados mapeados em campo,
associados a consultas bibliográficas e outros obtidos por fotointerpretação, aplicados numa
área muito rica em estruturas geológicas e com possíveis potencialidades econômicas.
1462
CROSTAS LATERÍTICAS E NOMENCLATURAS CARTOGRÁFICAS
ADOTADAS EM MAPAS GEOLÓGICOS E GEOMORFOLÓGICOS NO BRASIL
1 Serviço Geológico do Brasil, Av. Lauro Sodré, 2561, São Sebastião, Porto Velho, 76801-581, Brasil,
edgar.iza@cprm.gov.br;
2 Universidade de Brasília, Instituto de Geociências, Campus Universitário Darcy Ribeiro, Brasília, 70910-900Brasil
3 Universidade Federal de Rondônia, Departamento de Geografia, PPGG Porto Velho, 76801-059 Brasil.
RESUMO: As crostas lateríticas são produtos gerados a partir do intenso intemperismo químico
em ambientes tropicais e são consideradas excelentes testemunhos paleoclimáticos, são,
portanto, úteis em estudos geomorfológicos e podem concentrar elementos como Fe, Al, ETR,
Mn, etc., constituindo assim excelentes alvos metalogenéticos. Apesar de sua importância
geológica, metalogenética e paleoambiental as crostas lateríticas são muitas vezes consideradas
irrelevantes nos mapas geológicos e geomorfológicos, e em boa parte dos mapas as referências
a elas ou aos seus produtos de desmantelamento são imprecisas ou incorretas. Nos mapas
geológicos as crostas lateríticas são frequentemente referenciadas como coberturas detrito-
lateríticas, e nos casos mais críticos podem ainda ser inseridas nas coberturas sedimentares
indiferenciadas. O termo “detrito” está relacionado a material solto, resultante da desintegração
e abrasão, ou mesmo a qualquer produto relacionado ao desgaste. Neste sentido o nome da
unidade é inadequado, além de ser desnecessário, pois, especifica uma condição da crosta
laterítica que em muitos casos, não é a predominante na unidade. Ainda assim a utilização do
termo “detrito” pode induzir a uma associação com aspectos ou processos sedimentares. Em
muitos casos, devido a problemas de escala, os mapas geomorfológicos não correlacionam as
crostas lateríticas a processos residuais e não destacam quaisquer outros atributos genéticos
(textura, estrutura, etc.). Há, portanto, nítida falta de padronização das nomenclaturas,
entendimentos equivocados a respeito de sua gênese e descrições pouco claras que contribuem
negativamente na individualização correta das unidades lateríticas. Por outro lado, a escassez
de dados geocronológicos, em crostas lateríticas, contribui pouco para as discussões
relacionadas aos aspectos evolutivos e sua individualização mais criteriosa como unidade nos
mapas geológicos. As crostas lateríticas alóctones, também conhecidas como linhas de pedra
são normalmente constituídas por fragmentos de crostas e formam corpos com alguns
centímetros de espessura e são derivadas dos processos erosivos atuantes em crostas
lateríticas. A formação das linhas de pedra está relacionada à deposição dos produtos de
desmantelamento próximo a área fonte e intimamente relacionada a escorregamentos locais e
transporte com contribuição de água. Sugere-se, portanto a descrição das crostas lateríticas
sempre vinculada ao processo de intemperismo (residual) e formação do solo (pedogênese)
especialmente quando a descrição estiver relacionada a produtos “in situ”. As descrições
relacionadas aos produtos de desmantelamento que passaram por algum tipo de transporte
local, como aqueles associados à colúvios, devem ser descritas dentro dos próprios colúvios e
cartografadas de acordo com a escala e área de exposição. Os mapeamentos de detalhe devem
se referir a tais colúvios como “constituídos por produtos do desmantelamento de crostas
lateríticas” ou simplesmente “constituídos por fragmentos de crostas lateríticas”. Portanto as
crostas lateríticas (autóctones) devem ser referenciadas como depósitos residuais associados a
processos pedogenéticos que frequentemente estão vinculados a formas de relevo de topo
tabular por vezes associadas à colúvios e nunca tratada como produtos sedimentares.
1463
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA REGIÃO DE FARINÓPOLIS –
MT: UM POSSÍVEL REMANESCENTE OFIOLITICO NO SW DO
CRÁTON AMAZÔNICO
Araújo, J. F. 1; Lima; B. H. R.1; Cambará, M. V. D. 1; Neves Silva, S. V.1; Primo,
G. M. A1; Mariano, H. A. C1; Fonseca, C. A. R. 1; Braga, L. G. 1; Santos-Neto, J.
L. 1; Silva, C. H.1
1Universidade Federal de Mato Grosso – Faculdade de Geociências
1464
MAPEAMENTO GEOLÓGICO NA ESCALA 1:25.000 DA ÁREA
SETENTRIONAL À SERRA DA MATRICULADA, DATAS - MG
Sena, N. C. 1; Ramos, M.E.A.F.1; Possas, C. R.1, Duarte, V. N.1,
1Universidade Federal De Minas Gerais
RESUMO:
Uma área de 12 Km² localizada a nordeste de Datas-MG foi objeto do mapeamento geológico
em escala 1:25.000 no Programa de Ensino Eschwege. A área é bordejada por altos topográficos
e dominada por vales encaixados e vertentes íngremes na porção central. O limite sul é
constituído pela Serra da Matriculada, notavelmente reconhecida na literatura pelo seu
arcabouço estrutural, bem como por ser uma das feições geomorfologicamente mais
proeminentes da região.
Foram reconhecidas três unidades principais: Complexo Gouveia (Arqueano), Supergrupo Rio
Paraúna (Arqueano a Paleoproterozóico) e Supergrupo Espinhaço (Paleo- a Mesoproterozóico).
O Complexo Gouveia é caracterizado por rochas graníticas com graus variáveis de milonitização.
Aflora na porção central perfazendo 20% da área mapeada, associado a baixos topográficos. É
constituído essencialmente por quartzo, k-feldspato, plagioclásio, muscovita e biotita. Quando
mais deformada, a rocha assume uma foliação anastomosada bem marcada pela sericita, que
contorna os cristais reliquiares de quartzo e feldspato.
A área é caracterizada por uma sucessão de falhas reversas de direção aproximada norte-
sul e vergência para oeste, responsáveis pela maior parte dos contatos entre as unidades. A
estrutura mais frequente é uma foliação milonítica Sn, marcada por planos sericíticos, e mergulho
moderado para leste (100/30). Uma lineação de estiramento mineral (sericita/cianita) down-dip
ou com pequeno componente transcorrente é associada a foliação Sn. É também reconhecida
uma foliação Sn+1 caracterizada por uma clivagem de crenulação ou uma clivagem espaçada.
Diversas lascas tectônicas e zonas de cisalhamento dúctil ocorrem em todas as unidades
descritas. Foliação S-C, porfiroblastos sigmoidais, porfiroclastos com calda de recristalização,
boudins e outras estruturas são comuns.
1465
As unidades descritas, juntamente com suas feições estruturais principais, estão
concordantes com o que é descrito regionalmente. O mapa final é assim uma descrição
detalhada na escala 1:25.000 dessas feições tectônicas. Um trabalho em uma escala ainda maior
com o intuito de entender plenamente a enorme concentração de falhas de empurrão é
recomendado.
1466
MAPEAMENTO GEOLÓGICO E PROSPECÇÃO GEOQUÍMICA 1:100.000 NAS
MICRORREGIÕES DE JAGUARÃO E DA CAMPANHA MERIDIONAL,
FRONTEIRA BRASIL – URUGUAI.
1467
GEOLOGY OF THE WINES OF SÃO JOAQUIM,
SANTA CATARINA STATE, BRAZIL
Santos, E. A.1; Florisbal, L. M.1; Loss, A.1; Besser, M. L.2
1Federal University of Santa Catarina; 2Geological Survey of Brazil (CPRM, Residence of Fortaleza)
ABSTRACT: Geology can be applied to wine science in the study of the characteristics of the
physical environment that influence in the grape cultivation and consequently in the wine to be
produced. The quality of a wine is the result of an interrelationship between all the factors,
above and below the ground surface, that affect the growth of the grape. These factors, each of
them constituted by different elements, can be divided into five main groups: meteorological,
physiographic, pedological, geological and viticultural. Together they compose the terroir, a
French term translated by some authors as “sense of place”. The São Joaquim region is
privileged with respect to a number of factors that compose its terroir, however, there are no
studies that demonstrate or quantify them in a holistic approach. Situated in the Southern
Highlands of Santa Catarina, in an area with hilly relief and high elevation (between 900 and
1600 meters), São Joaquim is among the highest of the Brazilian viticultural regions. Its climate
has an annual average of 13 oC, one of the coldest of Brazil, with mild summers (average of 18
oC) and low temperatures during the winter (average of 9 oC), which, according to the Köppen
climatic classification, corresponds to the climate type Cfb (temperate climate, with mild
summer). The region is situated on the volcanic flows of the Serra Geral Formation of the
Paraná Magmatic Province. In the Province predominates tholeiitic basaltic flows (90% of the
total volume), with tholeiitic andesites (7%) and subordinated dacites-rhyodacites-rhyolites. The
acid volcanic units (dacites to rhyolites) of the region are located in a prominent place in the
topography, the São Joaquim Plateau, and are considered to be of the Palmas-type. The basic
volcanic units of the region correspond to basaltic andesites of the Gramado and Esmeralda
magma types. All of the volcanic rocks in the area are low-Ti type. On these volcanic flows are
located several vineyards, where the grapes are grown for the production of fine wines of
altitude (wines produced from European – Vitis vinifera – grapes varieties cultivated in
vineyards above 900 meters). A relationship can be observed between the geology and the
soils of the region: the acid volcanic units are correlated with the Cambissolos Humicos (Humic
Cambisols), and the basic volcanic unit with the Neossolos Litolicos (Leptosols). Factors,
controlled by geology and climate, such as physical and chemical properties of soils, slope
aspect and direction, rainfall and temperature maxima and minima, directly and indirectly affect
the grape cultivation and the wine production. Therefore, analyze and describe them is of
extreme importance to know the variables that influence the growth of the Vitis vinifera. This
work aims to develop a descriptive and integrative model of these factors in the São Joaquim
region (i.e., outline the local terroir) and to develop predictive models of areas favorable to the
grape cultivation destined to the production of fine wines of altitude. For such, a multi-criteria
evaluation in GIS (geographic information system) of the meteorological, physiographic,
pedological and geological components will be effectuated.
1468
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DO NOROESTE DE RORAIMA – REGIÃO DE
AMAJARI
Santana R.F.1; Coelho, P.A.2; Carvalho, R.S.3
1Universidade Federal do Amazonas; 2Universidade Federal do Amazonas; 3Universidade Federal do Amazonas
1469
1470
GEOLOGIA DA NAPPE DE PASSOS NA REGIÃO DA REPRESA DE
ESTREITO
1471
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA FOLHA SACRAMENTO (SE.23-Y-C-V) NA
ESCALA DE 1:100.000
Humberto da Silva, C.1; Seer, H. J. 2; Moraes, L. C.2; Timm, R. L.1; Avelar, P.R.1
1Faculdade de Geociências- FAGEO/Universidade Federal do Mato Grosso- UFMT; 2Centro Federal de Educação
Tecnológica de Minas Gerais – Campus Araxá
1472
DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA DO SOLO À PENETRAÇÃO SOB MANEJO DE
CAFEZAL E EM ÁREAS DE RESERVA LEGAL
Tavares, A. S.1; Mendes Júnior, H. 1; Teixeira, G. C.1; Ribeiro, A. S.2; Nogueira, D. A.1; Marx, L.
N. S.3; Spalevic, V.4; Mincato, R. L.1
1Universidade Federal de Alfenas; 2 FAI – Centro de Ensino Superior em Gestão, Tecnologia e Educação;
3Universidade Federal de Lavras; 4 University of Montenegro
1473
PALAVRAS-CHAVE: USO DA TERRA, COMPACTAÇÃO DO SOLO, TESTE DE TUKEY.
1474
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ Geologia de
Engenharia, Ambiental e
Aplicada
ST18 – Geotecnia
ISBN: 978-85-99198-13-1
1475
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ ST18 –
Geotecnia
ISBN: 978-85-99198-13-1
1476
AVALIAÇÃO DA APLICAÇÃO DE ÍNDICES PARA QUANTIFICAÇÃO DOS
NÍVEIS DE INTEMPERISMO A SOLOS DE GRANITO DO MUNICÍPIO DE SÃO
JOSÉ – SC
RESUMO: Neste trabalho discute-se a aplicação de alguns índices para quantificação dos níveis
de intemperismo à solos residuais de uma rocha granítica, os quais ocorrem em uma área de
encosta no município de São José, em Santa Catarina. Foram analisadas amostras da rocha
(amostra RGr) e de quatro solos residuais que ocorrem no local (GrAm, GrVm, GrBt e GrLt), os
quais apresentam características geotécnicas distintas e diferentes níveis de alteração. Estes
diferentes estágios de alteração devem-se não somente à maior suscetibilidade dos materiais
aos agentes intempéricos em certas áreas da encosta, mas a ação de outros agentes que
promovem alteração, como o hidrotermalismo. A área estudada é transpassada por uma falha,
o que favorece a ação de diferentes agentes de alteração. Os índices para quantificar o nível
de alteração baseiam-se na ideia de que o grau de intemperismo pode ser mensurado
quantitativamente de acordo com as mudanças químicas e mineralógicas sofridas pela rocha,
quantificando o grau de depleção dos componentes móveis em relação aos componentes
imóveis durante o intemperismo. Neste trabalho avaliou-se o resultado obtido quando da
aplicação de dez índices propostos na literatura, entre os quais o Índice de potencial de
intemperismo (WPI), Índice de Intemperismo (WI), Índice de Alteração Química (CIA) e Índice
de Mobilidade (IMOB). Para tal foram efetuadas análises de Fluorescência de Raios – X nas
amostras de solo e rocha obtidas na área de estudo de forma a determinar a composição
química das mesmas. Analises de difração de raios-x, de lâminas delgadas e microscopia
eletrônica de varredura foram também efetuadas para avaliar o resultado apresentado pelos
índices testados. Dentre os índices empregados, o denominado PI foi o único que mostrou
resultados totalmente inconsistentes, uma vez que indicou o solo GrVm menos alterado que a
própria rocha. Basicamente todos os índices posicionaram o solo GrLt como o mais alterado,
seguido pelo GrBt. O nível mais avançado de alteração do solo GrLt é ratificado mediante suas
feições típicas de solo laterítico. No que tange aos solos GrAm e GrVm, dentre os dez índices
aplicados com sucesso, sete mostraram o solo GrAm como menos intemperizado, e três deles
indicaram o solo GrVm como o mais preservado. Nesse sentido cabe uma análise acerca dos
elementos utilizados como referência para o cálculo destes índices. Aqueles que revelaram o
solo GrAm como o menos intemperizado priorizam os elementos necessários à formação de
plagioclásios e ortoclásios, como Na, Ca e K. Os índices que indicam o solo GrVm menos
intemperizado baseiam-se na concentração de Ti, Fe e compostos perdidos ao fogo.
1477
SISTEMA DE ESTABILIZAÇÃO DA VOÇOROCA FORMADA SOBRE O
GRANITO AÇUCENA DA SUÍTE BORRACHUDOS, ANTÔNIO DIAS/MG
Nery, M.F.S.1; Mendes, P.S.T.2
1Instituto Brasileiro de Educação Continuada; 2Universidade Federal Fluminense
RESUMO: Voçoroca é um processo geológico exógeno que pode ou não ser intensificado
pelas ações antrópicas. Apesar de natural, este processo é prejudicial ao meio ambiente por
tornar o solo pobre em nutrientes e contribuir para o assoreamento dos rios. O presente
trabalho trata de uma voçoroca localizada no município de Antônio Dias/MG. A área de
aproximadamente 19.600 m2 encontra-se em um pequeno vale a oeste do rio Piracicaba, na
propriedade de uma mina de ferro.
O avanço da feição erosiva em questão colocava em risco certos acessos da mina, além de
resultar em um passivo ambiental induzido pela grande carga de sedimentos carreada para o
ribeirão Grande e o rio Piracicaba. A construção de uma barragem de terra no “pé” da voçoroca
foi a solução encontrada para sua estabilização. Dessa maneira, a contenção do
desenvolvimento dos processos erosivos se deu a partir do preenchimento do reservatório por
rejeitos de mineração.
A região da voçoroca é formada pelo Granito Açucena da Suíte Borrachudos, descrito nas
folhas de Coronel Fabriciano e Ipatinga. Esta unidade é formada por um granito equigranular
de foliação sub-horizontal com granulação variando de fina a média, composta essencialmente
por quartzo, biotita e feldspato. O material de fundação na área da barragem trata-se de um
saibro derivado da alteração da unidade descrita. Localmente o perfil de intemperismo
apresenta camadas métricas arenosas totalmente inconsolidadas separadas por lentes
centimétricas argilo-siltosas de consistência mole.
A baixa qualidade do material de fundação gerou grande dificuldade ao longo do projeto e da
obra da barragem. Para melhor modelar a fundação foram realizadas oito sondagens
percussivas, quatro sondagens mistas e dez ensaios de infiltração, além das inspeções de
campo. A partir do resultado das investigações foi possível traçar seções geológico-
geotécnicas e quantificar a permeabilidade dos materiais.
Devido à alta permeabilidade das camadas arenosas, ao simular a percolação de água pelo
maciço e fundação da barragem em software específico, verificou-se que o gradiente hidráulico
a jusante da barragem apresentava valores muito elevados. Na correção deste problema foram
construídos: uma trincheira de vedação “cut-off” sob o talude de montante da barragem; um
tapete drenante a jusante do “cut-off” e um dreno vertical profundo escavado a jusante do
maciço que está ligado ao dreno de pé da barragem. O “cut-off” foi construído
concomitantemente com o maciço da barragem, já que a escavação apresentava-se totalmente
instável quando não preenchida pelo material argiloso.
A locação do vertedouro da barragem representou mais um desafio. O talvegue muito
encaixado e o material presente nas ombreiras não permitiam cortes com a inclinação
necessária para a instalação da estrutura hidráulica. Consequentemente, o vertedouro foi
construído com os devidos cuidados no próprio maciço da barragem. Por fim, foram instalados
três piezômetros de “tubo aberto” na fundação e três medidores de nível d’água no maciço. O
monitoramento do comportamento da barragem está sendo realizado a partir destes
instrumentos para se evitar futuros problemas.
1478
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICA DA BRECHA VÍTREA
OCORRENTE EM UMA JAZIDA DE RIODACITO – PROJETO DE EXPANSÃO
DA MINA MAESTRA – CAXIAS DO SUL, RS
Selmo, L.T.1; Gonzatti, C.2; Viero, A.P.3
1Universidade Federal de Santa Catarina; 2Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 3Universidade Federal do
Rio Grande do Sul
1479
Caracterização química, física e mineralógica do depósito sedimentar do
Quaternário no Norte Fluminense.
1
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro; 2Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy
Ribeiro; 3Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
1480
CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO GEOTÉCNICO DE ANCORAGENS
REINJETÁVEIS E PROTENDIDAS – ESTUDO DE CASO DAS OBRAS DE
EXPANSÃO DO METRÔ DE SÃO PAULO
RESUMO: Em crescente expansão e com grande aplicação nas mais diversificadas obras de
Engenharia para a estabilização de taludes e encostas, a utilização de cortinas atirantadas com
ancoragens reinjetáveis e protendidas representam um sistema de contenção ativo e esbelto,
capaz de suportar elevados esforços de tração, o que representa um atrativo aos profissionais
da área, por conseguir conciliar capacidade resistente da estrutura com praticidade e agilidade
de execução. Entretanto, apesar da expansão das obras ancoradas, as pesquisas relacionadas
ao comportamento dessas ancoragens no maciço geotécnico são escassas, sendo que, na
maioria das vezes, o conhecimento e aprimoramento do processo executivo advêm da
experiência das próprias empresas executoras. Além disso, o solo, diferentemente da maioria
dos materiais construtivos empregados na execução de obras na Engenharia, representa um
material natural, não fabricado pelo homem, e que sofreu modificações consideráveis de suas
propriedades ao longo dos anos, desde sua formação inicial. Trata-se de um material
heterogêneo, podendo apresentar comportamento anisotrópico e mutável, com características
que variam de região para região. Sendo assim, é importante ampliar um banco de dados com
pesquisas que analisem o comportamento de ancoragens, visando o aprofundamento dos
fatores que influenciam na capacidade de carga das mesmas, pois o conhecimento mais
minucioso da influência de cada uma das variáveis interdependentes envolvidas durante e
após o processo executivo de ancoragens, permite detectar eventuais não conformidades dos
métodos de previsão comportamental de ancoragens reinjetáveis, bem como aperfeiçoar certos
procedimentos já consagrados no meio profissional (projeto e execução). Diante disso, este
trabalho apresenta um resumo dos resultados de ensaios básicos realizados nas obras de
expansão do metrô de São Paulo. Trata-se de uma contribuição significativa na área de
ancoragens reinjetáveis e protendidas no terreno. Uma série de variáveis foram analisadas,
como por exemplo, a influência do número de injeções e pressão de injeção na capacidade de
carga geotécnica de tirantes. Percebe-se ao longo do trabalho, que a relação entre essas
variáveis não é linear e mostra-se bastante dispersa. Em função disso, concluiu-se que a
relação entre tirante de aço, bulbo de concreto e maciço geotécnico não é trivial, sendo função
de múltiplas variáveis. Essa pesquisa teve o objetivo de contribuir um pouco mais sobre o
entendimento do comportamento de ancoragens reinjetáveis e protendidas em terrenos
brasileiros.
1481
PESQUISA DE OCORRÊNCIA DE SOLOS LATERÍTICOS AO LONGO DA
ESTRADA DE FERRO CARAJÁS
Guimarães, A. C. R.1; Silva, M. A. da2; Santana, C.S.A.3
1Instituto Militar de Engenharia; 2Mestranda, Instituto Militar de Engenharia; 3Mestranda, Instituto Militar de
Engenharia
1482
MONITORAMENTO GEOTÉCNICO DO GASODUTO BOLÍVIA-BRASIL
BASEADO EM INSPEÇÕES, CARTAS DE RISCO E ALERTA DE CHUVAS
Hernandes, G.L.S.1; Moya, M.1; Costa, C.A. 1
1TBG – Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil
1483
FUNDAÇÃO DO PRÉDIO DA PETRO – UFRRJ – ESTUDO DE CASO
Santos, T.G.O.1; Gil, E.J¹.
1Departamento de Geociências da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
1484
MÉTODOS CONSTRUTIVOS DE BARRAGENS DE REJEITO: CRÍTICA AO
MÉTODO DE MONTANTE
Cardozo, F. A. C.1 Cordova, D. P.1 Zingano, A. C.1 Galli, B.1 Peña, F. P.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
1485
CARACTERIZAÇÃO GEOMECÂNICA DO ARENITO DA FORMAÇÃO
BOTUCATU
Zucchetti, M.G.1; Cardozo, F.A.C.2; Pimenta, M.M.3; Rigon, L.4; Zingano, A.C.5; Pereira, J.R.M.6
1, 2, 3, 4, 5Universidade Federal do Rio Grande do Sul
6Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul
RESUMO: Atualmente são diversas as aplicações na sociedade atribuídas aos arenitos, seja
na construção civil, como material de revestimento ou alicerce de construção; ou até mesmo
como material para peças artísticas. Vistas as inúmeras aplicações atuais, com intuito de
respaldar novas aplicações para este material, e novas técnicas de processamento, tal como a
usinagem, este estudo se concentra no objetivo de caracterizar o arenito da formação Botucatu
quanto as suas propriedades geomecânicas. Sendo assim, neste trabalho são apresentados os
resultados e processos utilizados para determinar as propriedades geomecânicas do arenito da
Formação Botucatu, utilizando amostras retiradas desta formação no Rio Grande do Sul. Essa
caracterização foi realizada a partir dos dados das propriedades físicas e mecânicas da rocha
obtidas através de uma série de ensaios de laboratório. As amostras utilizadas no estudo foram
extraídas na forma de testemunho de sondagem e posteriormente preparadas e ensaiadas
seguindo a norma técnica NBR referente a cada ensaio e conforme norma americana ASTM na
ausência de norma brasileira. Pelo fato do arenito Botucatu apresentar estratificações e isto
garantir a formação de planos de fraqueza na rocha influenciando diretamente em algumas das
propriedades da mesma como a resistência do material dependendo do sentido de aplicação
de carga, por esta razão os corpos de prova foram divididos em dois grupos, salvo no ensaio
de flexão e ensaio de propriedades físicas em que os corpos de prova não foram divididos, o
primeiro grupo de corpos de prova foi extraído com a foliação fazendo um ângulo de 45ᵒ com a
direção de extração, e o segundo grupo foi extraído com foliação perpendicular a direção de
extração. Para a determinação das propriedades foram feitos ensaios triaxiais utilizando três
pressões de confinamento diferentes para a obtenção da resistência da rocha, coesão e ângulo
de atrito, ensaio brasileiro para determinação da resistência à tração, ensaio de flexão por
carregamento em três pontos para determinação da resistência a flexão (módulo de ruptura),
ensaio de abrasão cerchar para determinação do índice de abrasividade (CAI) e ensaio de
propriedades físicas para determinação da densidade aparente, porosidade, umidade e
absorção de água. Foram ensaiados cerca de 71 corpos de prova, estes dentro das
especificações próprias de cada ensaio.
1486
ESTUDO EXPERIMENTAL DE MISTURAS DE SOLOS COM CINZA DE
CARVÃO MINERAL E CAL PARA APLICAÇÕES GEOTÉCNICAS
1487
PROPIEDADES GEOTÉCNICAS DE ESTRATOS SEDIMENTARIOS DE LA
FM. RAIGÓN, URUGUAY
Bango, Gonzalo1; Musso, Marcos1
1Dto. Ing. Geotécnica, Facultad de Ingeniería, Universidad de la República, Uruguay
RESUMEN:
Las unidades geológicas formales como las Formaciones, muchas veces engloban
sedimentos o rocas que presentan variaciones granulométricas y/o mineralógicas. Una
formación sedimentaria con diferentes estratos, separables por granulometría así como
estructuras sedimentarias, pueden tener diferentes comportamientos geotécnicos. En este
trabajo se presentan los primeros resultados de un estudio en desarrollo sobre la Fm.
Raigón (Plioceno).
El área de trabajo se localiza en la costa del Río de la Plata, al sur del departamento de
San José, donde alfora la formación Raigón (uno de los principales acuíferos del sur del
País). Esta unidad geológica está definida como areniscas de granulometría variable, de
color blanco amarillento con lentes y niveles de arcillas verdes. La variabilidad textural
abarca desde arcillas verdes, arenas finas arcillosas, arenas medias cuarzo feldespáticas,
arenas gruesas y muy gruesas feldespáticas, gravas y cantos polimícticos. La
angulosidad es mayor en las fracciones mayores y la mineralogía varía de feldespática a
polimítica al pasar de arenas a gravas y cantos. Las mejores exposiciones de esta
variabilidad se observan en las barrancas de erosión costera. En el sector de Ordeig se
llevó a cabo la recolección de muestras para la realización de los ensayos.
Para cada muestra se determinaron valores de humedad, peso específico (natural y
seca), densidad de partículas sólidas, granulometría, límites de Atterberg, porosidad,
resistencia a la compresión uniaxial, compacidad máxima y mínima, y conductividad
hidráulica. Todos los procedimientos fueron realizados basándose en normas técnicas de
la American Standard for Testing Materials (ASTM). Las muestras se clasifican desde
arenas mal graduadas (SP) a arcillas de baja plasticidad (CL). Los porcentajes de arena y
arcillas son variables, influyendo en las propiedades geotécnicas como resistencia y
conductividad hidráulica de las muestras analizadas. La conductividad hidráulica varía
desde valores de 10-4 m/s a 10-10 m/s. La resistencia a la compresión uniaxial sin
confinamiento se pudo realizar a una de las muestras, obteniéndose valores de
resistencia de pico de 220 kPa.
A partir de los resultados de los ensayos se pudieron verificar correlaciones entre las
propiedades medidas en los suelos. Algunos ejemplos son: a mayor porcentaje de arcilla
presente, mayor plasticidad del suelo; a mayor tamaño medio de grano, mayor
permeabilidad. La diferencia textural de una formación sedimentaria imprime variabilidad
en las propiedades geotécnicas, por lo que es necesario estudiar estas propiedades y no
extrapolarlas de la información de la geología básica cuando se hacen investigaciones
para la gestión de recursos hídricos, la vulnerabilidad ambiental o las fundaciones de
obras civiles.
1488
ALTERNATIVE BACKFILL MATERIALS FOR GEOSYNTHETICALLY
REINFORCED MSE WALL
Rezende, E.F.V.1; Florio, P.2; Soleimanbeigi, A. 3; Likos, W. J. 4
1UndergraduateResearcher, University of Wisconsin-Madison, WI-USA and Federal University of Pampa,
Caçapava do Sul-Brazil; 2Graduate Researcher, UW-Madison, WI-USA; 3Research Assistant, PhD, PE, UW-
Madison, WI-USA; 4 Professor and Chair of Geological Engineering Department, PhD.
ABSTRACT: This study aims to facilitate the use of Recycled Concrete Aggregate (RCA) and
Recycled Asphalt Pavement (RAP) in lieu of natural aggregates as alternative backfill for
Mechanically Stabilized Earth (MSE) walls. Although several studies on RCA and RAP have been
conducted for use in roadway construction applications, only a few studies have been conducted
to evaluate RCA and RAP for specific use as MSE wall backfill. The selection of RCA, RAP and
Geosynthetic reinforcements considered costs and environmental benefits. The use of RCA and
RAP as backfill can reduce the costs associated with mining and transportation of natural
aggregates, which can dominate the total cost of a MSE wall. In addition, the disposal of RCA
and RAP into landfills is costly and can pose environmental risks to air and groundwater alike.
The suitability of RCA and RAP as backfill for geosynthetically reinforced MSE walls is
investigated in this study. Mechanical interaction between these recycled aggregates with four
types of geosynthetic will be presented. The index and mechanical properties of RCA and RAP
also were measured. Interface shear resistance between geosynthetics and the recycled
materials was measured using a pullout table and a large-scale direct shear machine. Two types
of geotextiles (woven and non-woven) and 2 types of geogrids (uniaxial and biaxial) were used.
The interface friction angle between RCA, RAP and each of the four selected geosynthetics were
evaluated by large-scale interface direct shear test. RCA samples were compacted at 22°C while
RAP samples at 22°, 35° and 50°C. All tests were performed at normal pressures of 50, 100 and
200 kPa. A displacement rate of 1 mm/min and the total test travel distance of 50 mm were used.
Pullout tests were performed on RCA and RAP samples reinforced with woven geotextile and
uniaxial geogrid. Normal stresses of 20, 30, 50, 100 and 200 kPa were applied. A pullout
displacement rate of 1.0 mm/minute was used as well during a total travel of 100 mm. A large
scale triaxial test apparatus was used to evaluate the angles of friction of RCA and RAP. The
results of the triaxial tests allowed the internal friction angle and apparent cohesion of RCA and
RAP. These values were used in the calculation of pullout capacity tested. The pullout capacity
is used to measure the length of the reinforcement used in different sections of the wall. The
results indicate that RCA and RAP can be used in geotechnical construction. Internal friction angle
(Ф’) and cohesion (c’) obtained from RCA was 48º and 78 kPa; and from RAP was 29.2º and 25
kPa. Interface friction angle (δ) of RCA generally range between 18º and 36º, and of RAP between
17º and 40º, with efficiency factor (Eφ) between 0.30 to 0.62; 0.56 and 1.50 for RCA and RAP
respectively. Interaction coefficients (Ci) from the pullout test ranged between 0.13 and 0.52 for
RCA and between 0.11 and 0.32 for RAP.
1489
AVALIAÇÃO DE REFORÇOS ALTERNATIVOS APLICADOS AO SOLO PARA
A PAVIMENTAÇÃO DE RODOVIAS
Oliveira, T.G.1; Soares, C.C.2; Faria, I.C.G.3; Bernardes, V.H.R.4; Silva, V. A.5
1Universidade Federal de Ouro Preto; 2Universidade Federal de Ouro Preto; 3Universidade Federal de Ouro Preto;
4Universidade Federal de Ouro Preto; 5Universidade Federal de Ouro Preto
1490
STUDY OF THE SCALE EFFECT IN HYDRAULIC CONDUCTIVITY FOR
UNDISTURBED SOIL COLUMNS
Godoy, V.A.1,2; Zuquette, L.V.1; Gómez-Hernández, J.J.2
1Universidade de São Paulo; 2Universitat Politècnica de Velència
The study of the soil hydraulic conductivity (K) is useful for a wide range of research areas as
mining, geotechnical engineering, solute migration, groundwater remediation and others. Its
determination can be made by indirect methods as the correlation with porosity values and
granulometric curve, but also directly in the field by means of double ring infiltrometer, Guelph
permeameter, slug test, among others, that although allowing measurement in a wide variety of
volume of soil, can be expensive and difficult to control the influential factors like precipitation,
evapotranspiration and temperature. In laboratory, K can be determined using fixed or flexible-
wall permeameter, depending on the soil characteristics, with permanent or variable head. The
advantage of the laboratory tests is the greater control over the boundary conditions. On the
other hand, the main drawback of these tests is that due to logistical difficulties, they are usually
performed with no variation of the sample volume, and usually this volume is smaller than those
in which K values will be applied, for example, in numerical models. However, K values can
change according to the scale at which measurements are taken, configuring the existence of
the scale effect, and justifying the need for test on different scales. The scale effect in hydraulic
conductivity has been widely reported and the researchers highlighted the importance of
experimental studies in the definition of the upscaling rules. In this context, the main objective of
this paper is study the scale effect in hydraulic conductivity by laboratory tests performed in
undisturbed soil columns with volumes ranging from 1.2 E-03 m3 to 1.46 E-02m3. The columns
were collected manual and carefully in slopes and trench walls in the study area located in Sao
Carlos City, Sao Paulo State, Brazil. The study area is a soil volume of 30 m x 30 m x 5 m and
the columns were randomically sampled. The laboratory conditions as hydraulic head,
temperature and type of test (fixed-well permeameter with permanent head) were the same for
all columns. First the soil was characterized (mineralogy, texture and physical indices) and the
saturated hydraulic conductivities were then measured in the laboratory. The studied soil can be
described as a clayey sand, with macropores and double porosity. The results suggest the
existence of scale effect in K, with evidence of strong trends in mean and variance. As expected
reductions in the variance of In K are observed with increasing sample volume and this occurs
because larger samples can incorporate more heterogeneity than smaller samples. Therefore, it
is possible to conclude that there is scale effect in the K of the studied soil and the variance of
de ln K tends to diminish with increasing of the sample volume.
1491
INFLUÊNCIA DA CONTAMINAÇÃO DE NaOH NA RESISTÊNCIA MECÂNICA
DE SOLOS ARGILOSOS.
Viero, A.P.1, Toniolo, G.1, Gonzatti, C.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
RESUMO: O comportamento mecânico dos solos é uma função das suas características
mineralógicas, texturais e estruturais e da quantidade e propriedades físico-químicas do fluido
intersticial. As propriedades geotécnicas dos solos e resposta destes à solicitação de esforços
são objeto de ampla investigação acadêmica e aplicada, porém a maioria dos trabalhos não trata
das relações entre contaminação ambiental e resistência mecânica. Cabe destacar que a
contaminação pode modificar substancialmente a composição química do fluido intersticial, bem
como alterar propriedades físicas e químicas do solo. Este trabalho apresenta os resultados do
estudo que avalia a resistência mecânica de um solo residual de granito contaminado com soda
cáustica, a qual representa uma substância comum em muitos processos industriais e, por isso,
tem forte potencial de contaminação ambiental. Para tanto, foi coletada uma amostra em talude
da BR-116, no município de Barra do Ribeiro, RS e dividida em duas alíquotas idênticas, sendo
uma contaminada com solução de NaOH com pH igual a 12,0 e a outra não. As duas alíquotas
foram submetidas a ensaios granulométricos sem uso de defloculante, ensaios de compactação
proctor, energia normal e compressão não confinada, de resistência ao cisalhamento não
drenada, de deformação específica axial na ruptura e de índices físicos. Os ensaios
granulométricos apontaram um teor de argila mais elevado na amostra contaminada,
evidenciando que a soda cáustica promove a diminuição da intensidade das forças de adesão
das partículas finas, particularmente dos argilo-minerais. Disso devem decorrer a maior
susceptibilidade à erosão hídrica, tanto superficial quanto subsuperficial, e a diminuição da
resistência mecânica do solo. A amostra contaminada apresentou, também, uma redução
próxima de 10% no grau de saturação em relação a amostra não contaminada, revelando que o
NaOH inibe a absorção de água pelo solo. Em consonância com os resultados acima referidos,
os ensaios de compressão simples apontaram queda da ordem de 36% na resistência à
compressão não confinada e ao cisalhamento não drenada na amostra contaminada e em menor
intensidade na deformação específica axial na ruptura, cujo valor é próximo de 12%. Ademais, a
forte redução na resistência à ruptura por compressão simples na amostra contaminada com
soda cáustica é acompanhada por leve redução no teor de umidade. Dado que a resistência à
ruptura por cisalhamento possui relação direta com a intensidade das forças de coesão e inversa
com o teor de umidade, daqui se depreende que a soda cáustica interfere diretamente na coesão
das partículas reduzindo a sua intensidade. Com isso, pode-se concluir que solos contaminados
com NaOH possuem resistência mecânica mais baixa pela perda de coesão, mesmo em
condições de umidade decrescente, e tornam-se mais vulneráveis aos processos de erosão
hídrica, por conta do efeito dispersante da soda cáustica.
PALAVRAS-CHAVE: SODA CÁUSTICA, RESISTÊNCIA MECÂNICA, SOLO CONTAMINADO.
1492
CARTA DE POTENCIAL À EROSÃO DA SUB-BACIA RIBEIRÃO DAS ANTAS,
EM CAFEARA/PR
Machado, M. C.¹; Mesquita, C.²; Machado, R. G.³
¹ Universidade Federal de Ouro Preto/Mineral Geologia; ² Mineral Geologia; ³ Mineral Geologia
O presente trabalho ocorreu em parceria com a Prefeitura Municipal de Cafeara, sendo que a
sub-bacia estudada compreende quase a totalidade do município. Este se localiza na região
norte do Estado do Paraná, a 478 quilômetros da capital Curitiba. Cortada pelo Ribeirão das
Antas, que desagua no Rio Paranapanema, a área está entre as cotas 280 e 500 metros, com
declividade entre 0 e 20%, predominando a classe 3 a 10%. Situada no Terceiro Planalto
Paranaense, o relevo local é plano, com vales abertos em V e topos aplainados. Argissolos e
Latossolos Vermelhos predominam em quase todo o município, sendo que o último ocorre nos
topos. Cafeara está inserida na Bacia Sedimentar do Paraná, especificamente nos Grupos São
Bento, exaltando basaltos da Formação Serra Geral, e Bauru, com arenitos, siltitos e lamitos
das Formações Adamantina, Santo Anastácio e Caiuá, além de sedimentos aluvionares
quaternários. Para a caracterização do solo com fins de análise de potencial à erosão, foram
realizadas descrições e amostragens ao longo do município, bem como ensaios no SELAB –
Laborátorio da Mineropar S/A, que incluíram Análises Granulométricas, de Massa Específica,
Índice de Erodibilidade e Permeabilidade. As amostras analisadas em laboratório foram
selecionadas a partir do Mapa de Sedimentos Inconsolidados, gerado a partir de dados
regionais e descrições de campo, com o objetivo de determinar os tipos de solo da área. Essas
unidades foram diferenciadas em: Aluvião, Meia Encosta, Topo – Fm. Adamantina e Topo –
Fm. Santo Anastácio. O aluvião é o único tipo com solo transportado, e textura areno-argilosa.
As unidades Meia Encosta e Topo – Fm. Santo Anastácio são muito semelhantes, e ambas
foram classificadas como solos residuais da Formação Santo Anastácio. Tem por característica
a textura arenosa, com predominância de areia fina e pouco silte e argila, diferenciando-se
apenas na cor, na qual a Meia Encosta é avermelhada e o Topo é castanho avermelhado. Por
fim, a unidade Topo – Fm. Adamantina refere-se ao solo residual da Formação Adamantina,
também com textura arenosa e composta por areia fina, mas com maior quantidade de silte e
argila. O basalto é encontrado abaixo dos sedimentos aluvionares nas proximidades do Rio
Paranapanema, no norte da área. A Carta de Potencial à Erosão foi feita utilizando o método
de Pejon (1992), adaptado para a área, no qual são pontuados atributos em relação à sua
importância no problema da erosão. Esse método requer que inicialmente seja feita uma Carta
de Potencial de Escoamento Superficial, que considera a classe de declividade, o litotipo,
textura, gênese, espessura e permeabilidade do solo, densidade de drenagens por quilômetro
linear e a ocorrência de feições favoráveis ao armazenamento. Em seguida, as classes de
escoamento superficial são analisadas juntamente ao índice de erodibilidade, a textura e a
profundidade do solo para a geração da Carta de Potencial à Erosão. Esses atributos foram
interpolados utilizando o software ArcGis 10.1. Como resultado, foi encontrado potencial médio
à erosão em quase que a totalidade da sub-bacia, restringindo o potencial baixo ao aluvião e
nas proximidades do Rio Paranapanema, onde o basalto predomina.
1493
ANÁLISE CINEMÁTICA DE ESTABILIDADE EM TALUDES ROCHOSOS NOS
QUILÔMETROS 25 A 30 DA BR-476, EM ADRIANÓPOLIS/PR
Machado, M. C.¹
¹ Universidade Federal de Ouro Preto
Este estudo tem por objetivo analisar a estabilidade do maciço rochoso aflorante entre os
quilômetros 25 (+450m) e 30 (+840m) da BR-476, situada no município de Adrianópolis/PR, a
cerca de 100 quilômetros de Curitiba/PR. A região de estudo compreende os filitos da
Formação Votuverava do Grupo Açungui e o Granito Varginha, cujos litotipos aflorantes são
monzogranitos, sienogranitos e quartzo-sienitos. Três foliações filíticas foram cartografas,
denominadas como Sn, Sn+1 e Sn+2, além de cinco famílias de juntas e duas famílias de falhas
rúpteis. O contato entre o filito e o granito na rodovia se dá pela Zona de Cisalhamento Maria
Rita, de comportamento dúctil a dúctil-rúptil, configurando uma zona de fraqueza importante.
Outra característica desse arranjo litológico a ser considerada está na presença de um
turmalina-sericita-quartzo hornfels no filito, em contato com o granito, resultado do
metamorfismo de contato provocado pela intrusão do plúton. O trabalho envolveu atividades de
campo a fim de caracterizar o maciço rochoso e levantar dados sobre as descontinuidades,
bem como o corte de estrada realizado na construção da via. A BR-476 foi dividida em 29
trechos, de acordo com a direção da rodovia, que posteriormente foram submetidos a uma
triagem para que fossem identificados os taludes passíveis de análise pelo Método da Projeção
Estereográfica (Hoek & Bray, 1981). Essa triagem envolveu inicialmente a cartografia dos
trechos, identificando quais possuíam taludes. Secundariamente, foram selecionados os
taludes que, pelo grau de alteração, não possuíam comportamento semelhante ao de solo,
podendo gerar rupturas circulares, restando os taludes cuja análise obteria um resultado
confiável. A caracterização do maciço rochoso também envolve fatores como espaçamento das
fraturas, tipo de vegetação, presença de água, preenchimento de fraturas e falhas, altura do
talude e tipo de fratura, entre outros. Com a definição dos trechos analisáveis, foram
elaborados diagramas estereográficos de dados e de interpretação, levando em conta as
atitudes das estruturas, a atitude do talude e o ângulo de atrito. Essa interpretação resultou na
suscetibilidade de vários planos e interseções de planos a deslizamentos translacionais, e na
ausência de risco a tombamento de blocos. O método utilizado se restringe a uma análise
geométrica da estabilidade dos taludes, sendo necessária também uma análise dinâmica, além
do maciço terroso. Ensaios in situ e laboratoriais também são fundamentais para um estudo
aprofundado, podendo então chegar a melhores recomendações de obras de estabilização ou
contenção.
1494
ESTUDO DA FORMAÇÃO DE DUNAS BARCANAS DA REGIÃO DO
PERÓ/RIO DE JANEIRO, BRASIL, EM TÚNEL DE VENTO (ESCALA
REDUZIDA)
GONÇALVES, J.B.1; BORGES, A.F.2
1,2Universidade Federal do Rio de Janeiro
RESUMO: Dunas costeiras são pequenas elevações de areia formadas pela interação entre o
mar, o vento, a areia e a vegetação. Elas fazem parte do contexto de erodibilidade da faixa
litorânea, e estão diretamente relacionadas a fatores ecológicos e socioeconômicos. Possuem
papel ambiental ligado à biodiversidade e à paisagem e uma influência grande na geração de
atividades turísticas. O entendimento da migração das dunas é importante para compreender e
evitar problemas ambientais como soterramento de vilas, vias de acesso e corpos d’água
decorrentes da ocupação inadequada e da modificação do campo de dunas. O presente estudo
tem como objetivo a análise de amostra de material arenoso proveniente de campos de dunas
da região das praias do Peró, no município de Cabo Frio, Rio de Janeiro, Brasil; e observação
da formação dessas dunas em escala reduzida em túnel de vento. Até o momento, foram
realizados estudos deste tipo para as dunas do Peró considerando a influência do sal no
comportamento das dunas em escala reduzida. Nesse trabalho, foi realizado estudo das
amostras de areia através de ensaios de granulometria e massa específica dos grãos, e
descrição sedimentar com miscroscópio. Posteriormente, foram realizados ensaios com as
mesmas amostras de areia de duna em escala reduzida dentro de um túnel de vento subsônico
de pequenas dimensões para obtenção do melhor modelo em escala de duna barcana possível
nas condições atuais. As dunas barcanas são dunas de areia com forma de um C ou de lua
crescente com as pontas apontando para o lado contrário ao do vento (sotavento). Foram feitas
análises de dados meteorológicos de direção e intensidade do vento no Peró e análises
detalhadas do campo de ventos dentro da área de testes do túnel de vento. Esse modelo visa
simular a erosão eólica, que depende da força de arrasto do vento, da força de suspensão
aerodinâmica, da força coesiva entre as partículas e da rugosidade da superfície. Os resultados
a serem obtidos poderão ser úteis para a avaliação de impactos ambientais (por exemplo, perdas
patrimoniais); fatores de riscos costeiros; e caracterização da dinâmica sedimentar e
geomorfológica das dunas costeiras. Esse trabalho, então, pode contribuir na avaliação dos
vários processos associados a erosão costeira, como os deslocamentos das dunas de areia,
além de considerar o risco de uso e ocupação da orla marítima e, também, contribuir com os
estudos brasileiros sobre migração dunas.
1495
MAPEAMENTO GEOLÓGICO E GEOELÉTRICO EM APOIO A PROJETOS DE
INSTALAÇÃO DE PARQUES EÓLICOS NO ESTADO DA BAHIA: ESTUDO DE
CASO
RESUMO: Ao centro sul do Cráton São Francisco, no estado da Bahia, mapeamento geológico
superficial e ensaios geofísicos geoelétricos por eletrorresistividade foram condizidos
integradamente. O principal objetivo foi reconstituir o modelo geológico-geotécnico do terreno
onde se pretende construir um parque eólico no alto de uma serra sustentada por
metassedimentos do Supergrupo Espinhaço, de modo a prevenir de eventuais riscos e fornecer
subsídios a tomadas de decisões nas fases preliminares e subsequentes do projeto,
considerando os atributos geotécnicos inferidos a partir do estudo. O mapeamento geológico
(litológico e estrutural) foi realizado considerando os locais de aquisição geofísica e seu
entorno. Os ensaios geoelétricos totalizaram aproximadamente 1,5 km de extensão linear,
distribuídos em 06 transectors, tomados longitudinal e transversalmente ao lineamento da
serra, no topo da mesma, utilizando a técnica de perfilagem elétrica lateral, em configuração
dipolo-dipolo, com espaçamento variando entre 15, 20 e 30 m. Os dados levantados foram
tratados, interpolados e invertidos bidimensionalmente, gerando mapas geológicos e seções de
resistividade elétrica. O mapeamento geológico de superfície permitiu identificar cinco unidades
geológicas: (i) granitos-gnaisses do embasamento; (ii) metassedimentos impuros; (iii) níveis de
quartzo branco, ocupando cotas mais altas do terreno; (iv) solo areno-argiloso que se
desenvolveu sobre o saprólito das rochas do embasamento e dos metassedimentos; e (v) solo
areno-argiloso contendo fragmentos de quartzo branco na forma de colúvio. As perfilagens
geoelétricas inferiram: (i) um possível substrato cristalino (embasamento), situado nas porções
mais a sul da área levantada, demarcado nas cores amarelo a vermelho, com elevados valores
de resistividade elétrica; (ii) um domínio metassedimentar, situado nas porções mais a norte,
com valores intermediários de resistividade elétrica, denotado na cor verde; (iii) um possível
veios de quartzo, apresentando valores elevados de resistividade, intrusivo ao domínio
metassedimentar; (iv) falhas e fraturas associadas a anomalias condutivas e descontinuidades
geoelétricas; e (v) anomalias geoelétricas condutivas, demarcadas na cor azul, associadas a
possíveis zonas mais úmidas, ou argilosas, ou intemperizadas. Em suma, os resultados
permitiram inferir um modelo geológico-geotécnico do terreno o qual demarca: (i) a zona de
contato litológico entre o embasamento e os metassedimentos; (ii) possíveis zonas mais
úmidas e/ou de preferencial percolação de água em períodos de preciptação pluvial; (iii)
intrusão ígnea no domínio metassedimentar por possível veio de quartzo; e (iv) duas regiões
indicativas de falhas/fraturas no domínio metassedimentar interpretadas serem suscetíveis a
eventuais riscos geotécnicos. Estas regiões devem ser consideradas nas fases de
planejamento e instalação do parque eólico.
1496
ESTUDOS PEDOLÓGICOS, GEOTÉCNICOS, AMBIENTAIS E
MINERALÓGICOS EM SOLOS E ROCHAS EM AMBIENTE TROPICAL
Rangel, R.C.G. ; Damasceno, E.P. ; Polivanov, H. ; Mesquita, G.R.
RESUMO: Com o avanço do consumo de bens em uma economia cada vez mais capitalista,
há cada vez maior demanda de espaços para acomodação de rejeitos sólidos produzidos em
grande escala nos centros urbanos. Tendo em vista a gravidade do impacto ambiental causado
por estas pressões antrópicas sobre a natureza, torna-se premente a necessidade de soluções
seguras e ambientalmente responsáveis. A utilização de camadas intercaladas de rejeitos e
argilas pouco permeáveis é uma solução eficaz para impedir a percolação e contaminação das
águas subterrâneas e dos solos com líquidos provenientes da decomposição do lixo. Para
tanto, é necessário conhecer o comportamento geotécnico das argilas na presença de
substâncias comuns nesses meios, como por exemplo sais alcalinos como NaCl. Além da
aplicabilidade na impermeabilização de aterros sanitários, o conhecimento acerca da interação
sal/argila é útil na aprimoração de projetos da construção civil em áreas costeiras em que os
solos sofrem influência tanto das águas meteóricas quanto marinhas, bem como no
desenvolvimento de fluidos de perfuração em hidrogeologia e geologia do petróleo.
O tema deste projeto é pouco estudado no Brasil, contudo há uma tese de doutorado brasileira
intitulada “Efeito da salinidade na difusão e sorção de alguns íons em um solo argiloso
saturado” (Elisabeth Ritter, 1998) que procura analisar a interação do chorume com os solos de
aterro na cidade de Gramacho. No exterior muitos estudos sobre o assunto já foram realizados,
como o artigo intitulado “Effect of Inorganic Salt Solutions on the Consistency Limits of Two
Clays” (Arasan & Yetimoğlu, 2008) que procura estudar os efeitos de diversos sais em solos de
alta e baixa plasticidade e o artigo “Effect of Leachate on The Engineering Properties of
Different Bentonites” (Raji Ann, 2010) que analisa o comportamento de bentonitas sódicas e
cálcicas na presença de ácido acético e cloreto de cálcio.
Desta forma, procurou-se determinar o comportamento geotécnico pela análise de um latossolo
puro e de uma mistura meio a meio do mesmo latossolo com bentonita em seus estados
naturais e na presença de diversas concentrações de NaCl, a saber: 0.6, 1.2, 3.5 e 15% (em
massa). Os testes realizados para a análise do comportamento incluíram a determinação dos
limites de Atterberg (LL, LP e IP), o Índice de Atividade de Skempton (IA), a classificação
granulométrica do solo e a sua mineralogia (seguindo as normas da ABNT). Constatou-se uma
grande mudança nas propriedades geotécnicas de ambos os solos, contudo os solos reagiram
de maneira distinta entre si. Enquanto o solo caulinítico ganhou plasticidade com a adição de
sal, o oposto aconteceu com a mistura de latossolo e bentonita, caracterizando
comportamentos díspares e não totalmente compreendidos.
Palavras-chave: SAL, ARGILA, GEOTECNIA.
1497
UTILIZAÇÃO DO MÉTODO BOREHOLE SHEAR TEST PARA
DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA DOS SOLOS
Contessi, R.J.; Sakamoto, M.Y.; Higashi, R.A.R.
Universidade Federal de Santa Catarina
1498
AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS GEOTÉCNICOS PRELIMINARES A
INSTALAÇÂO ESTRUTURAL EM OBRAS PREDIAIS NA UFERSA EM
MOSSORÓ/RN
Ribeiro, R.T.¹; Gurgel, M.T.¹; Silva, A.L.B.¹; Costa, G.L.S.¹; Morais, P.A.R.¹; Vale, R.A.V.¹;
Pereira, F.F.A.²;
1Universidade Federal Rural do Semi-Árido; Instituto Federal do Rio Grande do Norte²
1499
ESTUDOS GEOTÉCNICOS EM OBRAS DE PAVIMENTAÇÃO NO MUNICÍPIO
DE MOSSORÓ/RN
Pinheiro, M.K.R.¹; Gurgel, M.T.¹; Silva, A.L.B.¹; Costa, G.L.S.¹; Morais, P.A.R.¹; Vale, R.A.V.¹;
Pereira, F.F.A.²;
1Universidade Federal Rural do Semi-Árido; Instituto Federal do Rio Grande do Norte²
1500
MODELO GEOMECÂNICO ATRAVÉS DA INTEGRAÇÃO DE MAPEAMENTO
DE CLASSES GEOMECÂNICAS E ANÁLISES GEOTÉCNICAS EM GALERIAS
DE MINA SUBTERRÂNEA
RESUMO: Uma vez escavada, uma galeria de mina subterrânea pode apresentar uma condição
geotécnica diferente da esperada, com maior incidência de queda de blocos e potencial para
rupturas em cunha, sendo necessários gastos com suportes que não haviam sido previstos no
projeto inicial. Quanto melhor caracterizado o comportamento geomecânico do maciço rochoso,
mais preciso será o planejamento de lavra, otimizando a produção e reduzindo custos
operacionais. O objeto de estudo deste trabalho foram cinco galerias da Mineração Fazenda
Brasileiro, no município Barrocas-BA, pertencente à empresa Brio Gold; onde afloram rochas da
Sequência Canto, inseridas em contexto de evolução transpressiva do Greenstone Belt Rio
Itapicuru. Trata-se de uma sequência vulcânica ácida de elevado grau de faturamento intercalada
com xistos carbonosos que preenchem e lubrificam os planos de descontinuidade, formando um
maciço rochoso com elevado potencial para queda de blocos e rupturas em cunha. Este trabalho
teve por objetivo criar um modelo geomecânico bidimensional através da integração de dados
de análise geotécnica e mapeamento de classes geomecânicas. Seguindo observações em
campo, as galerias foram preliminarmente divididas em janelas de mesmo padrão geológico-
estrutural. Em cada janela foi feito o mapeamento de falhas e caracterização das
descontinuidades, analisando parâmetros como orientação espacial, frequência, espaçamento,
persistência, rugosidade, abertura e preenchimento. Os dados levantados nesta etapa foram
aplicados às classificações geomecânicas Rock Quality Designation - RQD (Palmstron, 1982),
Rock Mass Rating - RMR (Bieniawski, 1989) e Tunneling Quality Index - Q (Barton et al., 1974).
Tais classificações, quando feitas ao longo das galerias de uma mina subterrânea, podem
evidenciar uma segmentação de trechos pertencentes a uma mesma classe geomecânica.
Quando estes dados são distribuídos espacialmente, permite-se criar um mapa de classes
geomecânicas, elaborado com auxílio do software ArcGIS 10.3. As análises geotécnicas foram
feitas com o uso de softwares de tratamento de dados e simulação estabilidade, pertencentes à
plataforma Rocscience (Dips, Unwedge e Phase 2), focando principalmente na identificação das
principais famílias de fratura, potencial de ruptura em cunha e distribuição de tensões ao redor
da escavação; serão feitas como complementação de dados, para simular situações reais
encontradas na mina, exemplificando a influência de alguns dos parâmetros descritos. A
integração dos mapas de falhas, dos mapas de classes geomecânicas (RQD, RMR e Q) e das
análises geotécnicas, foram a base para a elaboração do modelo geomecânico bidimensional do
maciço rochoso estudado, apresentado na forma de um mapa para cada galeria, com a finalidade
de delimitar zonas de baixa qualidade geomecânica, onde escavações futuras possam vir à
enfrentar instabilidade. Este trabalho contou com o apoio da equipe de geomecânica da
Mineração Fazenda Brasileira, pertencente à Brio Gold, e do Laboratório de Geologia de
Engenharia e Meio Ambiente, do Departamento de Geologia Aplicada, UNESP-Rio Claro.
1501
PERCOLAÇÃO EM BARRAGENS COM AVALIAÇÃO DE SISMOS
Silva, Camila Aparecida Lebron Xavier da; Graduanda Universidade Federal de Minas Gerais,
Belo Horizonte - MG, Brasil, camila.lebron@gmail.com
Soares, Ecidinéia Pinto; Profa. Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte - MG,
Brasil, esoares@etg.ufmg.br
RESUMO
Este artigo apresenta uma análise do comportamento de barragens de terra para reservação
de fluidos diante de sismos simulados em laboratório, próximos da realidade sismológica
observada do Estado de Minas Gerais. Para tal, foram introduzidos sismos de magnitudes
variadas, com a utilização de metodologias de ensaio e do sismômetro de vibração GSR-12PC.
A partir de modelo reduzido de uma seção de barragem, construída com base em análises
numéricas de percolação e estabilidade, avaliou-se o comportamento da estrutura face às
poropressões geradas. O modelo estudado compõe-se de seção homogênea, cujo material foi
ensaiado em laboratório de solos, com drenagem interna em tapete drenante, e dreno de pé.
As análises e medições permitiram verificar o comportamento geotécnico da estrutura, a
partir dos níveis piezométricos verificados no talude a jusante, face às solicitações induzidas.
ABSTRACT
This paper presents a behavior analysis of earth dams for reservation fluids before
earthquakes in laboratory simulated, similar to the seismic reality observed in the state of
Minas Gerais. To this finality, Were brought earthquakes of various magnitudes using test
methodologies and vibration seismometer GSR-12PC. From reduced model of a dam section ,
based on stability and percolation numeric analysis, was evaluated the behavior of the
structure in the face of pore pressures generated. The studied model consists of
homogeneous section, whose material was tested in soil laboratory, with internal drainage in
underdrain, and toe drain. The analysis and measurements allowed to verify the geotechnical
behavior of the structure, faced with induced solicitation.
1. INTRODUÇÃO
Um abalo sísmico, também conhecido como terremoto, é o resultado de um movimento que
faz com que a rocha sofra ruptura quando há uma pressão muito grande na crosta. Essa
pressão muito aumentada vai se acumulando em forma de energia potencial na litosfera até
um certo limite onde essa energia é liberada em forma de ondas elásticas, que se propagam
em todas as direções da Terra.
As rochas por sua vez se comportam como corpos elásticos, podendo acumular deformações
quando submetidas a esforços de compressão ou de tração até o limite de sua resistência.
Quando é ultrapassado esse limite de resistência a rocha se rompe ao longo de um plano
chamado falha, que pode ser novo ou já existir anteriormente.
1502
Sabe-se que a litosfera é a camada mais externa da Terra formada por solo e rocha e é
dividida nas placas tectônicas.
O Brasil, como pode ser observado nas figuras 1 e 2, está localizado na placa da América do
Sul, que por sua vez está pressionada pela Placa de Nazca, a oeste, e pelo movimento de
abertura da cordilheira meso-oceânica, responsável pela expansão do assoalho marítimo do
Oceano Atlântico e afastamento da África em relação à América. Esse fato causa um acúmulo
de tensões crescente ao longo de toda placa provocando o surgimento de trincas ao longo da
crosta brasileira. Essas trincas, por sua vez, devido às pressões sofridas pela Placa
Sulamericana também ficam submetidas a grandes tensões, podendo aliviá-las
repentinamente e provocar tremores, como já é registrado no Brasil. Sabe-se que há no
Brasil regiões onde os tremores são mais frequentes, como no Rio Grande do Norte, Ceará,
parte central de Goiás, e a bacia do Pantanal. As Figuras 3 e 4 apresentam as falhas
geológicas mapeadas no Brasil, de acordo com o IGC (Instituto de Geociências) da
Universidade Federal de Minas Gerais, e a ocorrência dos sismos, respectivamente.
1503
Figura 3 - Falhas Geológicas Localizadas no Brasil
Figura 4 - Sismicidade no Brasil
(Instituto de Geociências - UFMG).
(http://www.iag.usp.br/).
De acordo com D’Agrella-Filho (2016), os terremotos podem ser provocados por ações
antrópicas, denominados sismos induzidos, como injeção de água e gás sob pressão no
subsolo, extração de fluidos dos maciços, alívio de carga em minas a céu aberto e
subterrâneas e enchimento de reservatórios artificiais ligados a barragens, sendo estes
últimos os que podem atingir maior magnitude. Vale ressaltar que um sismo induzido nunca
ultrapassa em magnitude um sismo natural ocorrido na mesma região.
2. OBJETIVO
Dentro do contexto citado, ressalta-se a quantidade crescente de eventos sismológicos
registrados nos últimos anos, especialmente, no Estado de Minas Gerais, como o sismo
registrado no início da manhã do dia 2 de maio deste ano, cujo epicentro se localizou
próximo às cidades de Esmeraldas e Betim, a 10 quilômetros de profundidade, de acordo
com o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Obsis/UnB). Tais eventos
despertam a necessidade de estudos mais direcionados para, além de suas origens, os
impactos por eles causados em obras civis.
Assim, este trabalho tem como objetivo analisar o comportamento de barragens de terra,
para reservação de água, quando submetidas a sismos simulados em laboratório, com
magnitudes semelhantes às registradas recentemente no estado de Minas Gerais.
3. METODOLOGIA
Inicialmente, foi estudada uma seção típica de barragem em solo arenoso, com a utilização
do programa Slide da Rocscience, cujos parâmetros geotécnicos foram obtidos a partir de
ensaios de laboratório. A seguir, foi construído um modelo, em escala reduzida e, depois de
verificada a percolação pelo maciço, foram simulados sismos e verificados os danos causados
na estrutura.
1504
Ressalta-se que os sismos foram simulados através de uma plataforma de madeira fixada
sobre 4 pares de rodas, onde a caixa de vidro foi apoiada, como apresentado na Figura 5.
Sobre a caixa de vidro foi apoiado um sensor do sismômetro que registrou as vibrações
provocadas no sistema e que consistiram, inicialmente, em deslizar a base rolante com
diferentes velocidades através de sua movimentação manual. Com os dados obtidos,
determinou-se a magnitude alcançada pelo experimento a partir de gráficos de velocidade da
partícula x magnitude, de acordo com Koçaslan et al. (2016).
4. MODELO REDUZIDO
O experimento foi instalado em uma caixa mista de vidro e aço. O tapete drenante foi
executado com manta de geossintético e brita zero, conforme ilustra a Figura 6. Na Figura 7
é possível visualizar os piezômetros, que foram fixados posteriormente à construção e
compactação da seção de barragem.
O material utilizado para o maciço da barragem, areia média, foi ensaiado para a
determinação dos parâmetros geotécnicos conforme Figura 8, e que foram considerados na
análise de estabilidade realizada. A Figura 9 apresenta o resultado desta análise, cuja seção
apresenta 25 cm de altura, talude de montante 1V: 2,5H, talude de jusante 1V:2H, largura
da crista 8 cm.
1505
Figura 8 - Medição da densidade.
1506
Figura 10 - Seção da barragem em etapas da construção e compactação.
Figura 102 – Piezômetro antes dos sismos. Figura 113 - Sensor do sismômetro de vibração.
1507
5. RESULTADOS
Tendo em vista o exposto, percebe-se que a realidade sísmica do estado de Minas Gerais
consiste em sismos predominantemente superficiais. Os tremores registrados com maior
frequência no estado variam, na escala Richter, entre 0,1 e 3, com exceção da região de
Montes Claros, onde já foram registrados sismos de magnitude maior que 4, de acordo com
o relatório do Obsis, do ano de 2013.
Com os valores obtidos, foi realizada a correlação dos dados do sismômetro com os do
gráfico da Figura 124, sendo que as extrapolações necessárias foram realizadas
manualmente. Os resultados alcançados estão apresentados na Tabela 1, assim como na
Figura 15. Para todas as simulações sísmicas a seção da barragem não apresentou alteração
visível na percolação em sua estrutura, apesar de ter ocorrido o galgamento da mesma,
como mostra as Figuras 16 e 17.
1508
(a) Sismo 1 (b) Sismo 2
(a) (b)
(c) (d)
Figura 16 – Imagens da seção pós sismo.
1509
Figura 17 - Piezômetro após sismos.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da observação do comportamento final da estrutura em análise, ressalta-se que a
mesma manteve-se estável mesmo após o galgamento proveniente dos sismos induzidos.
Considera-se, ainda, que as leituras nos piezômetros, no instante dos sismos, não puderam
ser confirmadas em função da vedação lateral dos mesmos na parede de vidro.
Ressalta-se que este estudo representa a fase inicial de uma linha de pesquisa em
sismicidade e barragens de terra e enrocamento, que objetiva fornecer um banco de dados
sobre o assunto, para que o mesmo possa ser aprimorado e estimulado com novos
trabalhos, a fim de garantir segurança às estruturas futuras e existentes.
7. AGRADECIMENTOS
As autoras agradecem ao DETG – Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia
da UFMG, e às pessoas colaboraram para este trabalho. Dentre elas destacam-se o Professor
Paulo Aranha, do IGC, o Professor Fernando Amorim de Paula, do Departamento de
Estruturas da Escola de Engenharia da UFMG, a aluna de pós graduação Dâmia Carina Dias
do Carmo, Gabriel Lourenço Braga de Paula, e João Victor Coelho Guabiroba.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1510
D’Agrella-Filho, M.S., Física da Terra e do Universo para Licenciatura em Geociências.
Disponível em <http://www.iag.usp.br/~agg_1400200/moddata/GEOFISICA/apostila2-
sismo.pdf>. Acesso em: 11 mai. 2016.
ASSUMPÇÃO, M.. A regional magnitude scale for Brazil.. Bull. Seism. Soc. Am., Estados
Unidos, v. 73, n.1, p. 237-246, 1983.
10
1511
ESTUDO COMPARATIVO ENTRE SONDAGENS SPT E SÍSMICA RASA PARA
DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS GEOTÉCNICOS EM UMA ÁREA DO
MUNICÍPIO DE CAÇAPAVA DO SUL, RS
Pereira, L.B.1; Lima, P.C.M.2; Queiroz, D.S.3; Rojas, J.W.J.4; Lima, M.V.A.G.5
1Universidade Federal do Pampa; 2Universidade Federal do Pampa; 3Universidade Federal de Pampa;
4Universidade Federal do Pampa; 5Universidade Federal do Pampa
1512
INFLUÊNCIA DE ESTRUTURAS RELIQUIARES NA ANÁLISE DE
ESTABILIDADE DE UM MACIÇO TERROSO – CAMBORIÚ,SC
Vitto, R.1; Espíndola, M.S.1; Müller, V.S.1; Flach, M.K.1; Silva, M.A.1; Rodrigues Júnior, N.1;
Flores, J.A.1;
1Universidade Federal de Santa Catarina
RESUMO: O estado de Santa Catarina tem sido palco de diversos fenômenos relacionados
aos processos de instabilização de encostas, causando inúmeros prejuízos de ordem
econômica, social e nos piores casos com a perda de vidas. Devido à complexidade dos
processos pedogenéticos, modelos clássicos da mecânica de solos nem sempre conseguem
descrever ou prever o comportamento de determinados tipos de solos. Um dos fatores mais
influentes nestes casos é a presença de estruturas reliquiares herdadas da rocha fonte. Dentre
estas estruturas destacam-se a presença de planos de acamamento, foliações, xistosidade,
falhas, entre outras descontinuidades estruturais ou composicionais, que influenciam
diretamente no comportamento geotécnico do manto de alteração. Estas particularidades são
especialmente marcantes em solos residuais, os quais adicionalmente podem apresentar
efeitos de tensão remanescente e também efeitos de cimentação. Dentro deste contexto, o
presente trabalho demonstra a influencia desse tipo de estruturas nos processo de ruptura bem
como seus efeitos sobre as avaliações geotécnicas. Foram coletadas e caracterizadas
geotecnicamente uma série de amostras indeformadas de horizonte C de cambissolo de
encosta, em talude localizado no município de Camboriú, SC. As coletas de amostras
indeformadas levaram em consideração as orientações dos planos preferenciais de ruptura.
Após a caracterização física das amostras, obteve-se os parâmetros de resistência (coesão e
ângulo de atrito) para cada uma delas a partir do ensaio de cisalhamento direto.
Adicionalmente foram avaliados os diferentes perfis de alteração deste talude. Os resultados
obtidos demonstram que os parâmetros de resistência são significativamente afetados pelas
orientações dos planos, verificando-se ainda que não somente os planos reliquiares são
variáveis nestes tipos de solos, como também as diferentes zonas de cimentação e graus de
intemperismo. Por vezes, verificou-se que as rupturas têm ocorrido preferencialmente
condicionadas às estruturas geológicas, ao invés de percorrer trajetória circular, logo, a
orientação dos corpos de prova tiveram impacto significativo nos resultados obtidos. Os
resultados ressaltam a importância de se realizar uma investigação geotécnica adequada, onde
os parâmetros experimentais obtidos são os que melhor representam as áreas estudadas e
deveriam ser uma etapa fundamental na avaliação de áreas de risco tanto em estudos de
detalhe, geralmente no suporte a obras de engenharia, como nos projetos de mapeamentos
geotécnicos.
1513
ANÁLISE DE MECANISMOS DE RUPTURAS DE TALUDE, MINAS DO CAMAQUÃ, RS
1514
UTILIZAÇÃO DO ENSAIO DE CISALHAMENTO DIRETO EM CAMPO COMO
ALTERNATIVA NA DETERMINAÇÃO DA ESTABILIDADE DE MACIÇOS
TERROSOS PARA O PLANEJAMENTO URBANO
Arruda, M.1; Müller, V.1; Rodrigues, N.1; Klein, M.1; Vitto, R.1; Espíndola, M.1; Higashi, R.1;
Sbroglia, R.1; Flores, J.1.
1Universidade Federal de Santa Catarina
1515
CARACTERIZAÇÃO GEOTÉCNICA DOS SOLOS NAS CERCANIAS DE
ICONHA/ES: ESTUDO DE CASO PROJETO ENGEFOTO-ECO101
Graf, R.1; Reginaldo, L.2; Zitta, N3.
1Universidade Federal do Paraná; 2Engefoto Engenharia e Aerolevantamentos S.A.; 3Consultor Geotécnico
1516
ANÁLISE DA SUSCETIBILIDADE DE RUPTURA DE TALUDES EM UMA
ATIVIDADE DE MINERAÇÃO NO QUADRILÁTERO FERRÍFERO (MG) EM
AMBIENTE SIG
Marcellino, L. C.1; Oliveira, F. B.1; Costa, R. O.1; Freitas, M. H. G.2; Alves, J. S. E1; Guarnier, L.1
1Universidade Federal do Espírito Santo
2Instituto Federal do Espírito Santo
RESUMO: Problemas de origem geotécnica afetam a sociedade atual, seja causando a perda
de vidas, prejuízos econômicos ou danos ambientais. Na mineração a instabilidade de taludes
durante a lavra ocorre com maior frequência por se tratar de um ambiente dinâmico com
grandes níveis de vibrações do maciço e características geológicas diversas, ocorrendo
rupturas que causarão problemas podendo até inviabilizar o projeto mineiro. No contexto da
mineração, o ângulo do talude final de uma cava representa a otimização envolvendo
economia e segurança da lavra, assim a análise da estabilidade de taludes na mineração a céu
aberto implica na geometria dos taludes com acesso ao bem mineral. Diante do exposto busca-
se a aplicação de ferramentas como geoprocessamento aliadas a análise de estabilidade para
aumentar ainda mais a segurança e garantir melhor aproveitamento do bem mineral. Neste
contexto o trabalho apresentou a proposição de uma metodologia para diagnóstico e
quantificação do risco associado a problemas geotécnico em uma cava de mineração. A
metodologia proporcionou a identificação de parâmetros utilizados na estimativa de risco
através de parâmetros geotécnicos, geológicos, de suscetibilidade e vulnerabilidade. Esses
fatores permitiram de acordo com a metodologia determinar o plano de setorização geológico-
geotécnica da cava com seus respectivos riscos. Os resultados obtidos consistiram na
realização e geração dos mapas geomorfológico, topográfico, de declividade, estrutural e
geomecânico em ambiente SIG utilizando o software ArcGis 10.1. Através de métodos
estatísticos de análise hierárquica em conjunto com a lógica fuzzy e o método AHP. Para a
geração do mapa de vulnerabilidade de rompimento de taludes utilizou-se pesos estatísticos
para cada classe dentro de cada mapa gerado, sendo que os pesos atribuídos a cada mapa e
a cada classe variaram entre 0 e 255. Nos mapas geomecânicos que tinham as classes de
maciço mais pobres obtiveram notas próximas de 1, e os que tinham as classe de maciço
mediano obtiveram notas próximas de 255. Nos mapas de declividade em conjunto com mapa
geológico as classes com declividade acima de 50º em um tipo de rocha muito intemperizada
obtiveram notas próximas de 255, onde a declividade era abaixo de 30º em rochas pouco
intemperizadas, obtiveram notas entre 10 e 50. O mapa de Suscetibilidade foi classificado em
três, e de acordo com a valor de risco apresentado, que foi dividia em Alta; Média e Baixa. Com
a setorização foi possível quantificar e qualificar os riscos associados à ruptura de taludes e
assim evitar acidentes com perda de vidas, perdas econômicas, podendo a metodologia ser
emprega em outras atividade de mineração na região.
1517
Caracterização do regolito associado aos Movimentos de
Massa na Bacia do Rio Santa Cruz, Paranaguá-PR, no evento
metereológico de Março/2011
1518
AÇÃO EMERGENCIAL PARA RECONHECIMENTO DE ÁREAS DE ALTO E
MUITO ALTO RISCO A MOVIMENTOS DE MASSAS E ENCHENTES: UMA
VISÃO GERAL SOBRE O CRESCIMENTO URBANO NOS MUNICÍPIOS QUE
COMPÕE A BACIA DO RIO ACRE
Mendonça, R.R.1; Silva, J.A.1; Buffon, F.T.1; Callegario, L.S.1; Amos, T.A.M.1
1Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais CPRM – Residência de Porto Velho
RESUMO: Devido ao grande histórico de desastres naturais ocorrido nos últimos anos, que
trouxeram grandes perdas em vidas e danos materiais, o Governo Federal junto com a Casa
Civil, sentiu a necessidade de conhecer, quantificar e qualificar as áreas que possam trazer
riscos a população e propor ações para mitigação destes problemas. A Companhia de
Pesquisa e Recursos Minerais – CPRM, empresa de pesquisa com foco em geociências ligada
ao Ministério de Minas e Energia por possuir quadro técnico competente para tal função, foi
acionada para que se mapeasse em escalas variando de 1:3000 a 1:1000, áreas que variem
de Alto a Muito Alto risco, em uma Ação Emergencial. O programa abrange todos os
municípios Brasileiros. O trabalho aqui pretende apresentar os principais problemas
encontrados e sugestões a estes, focando os municípios que compõe a bacia do rio Acre em
território brasileiro, indo desde os municípios que compõe a tríplice fronteira Brasil, Peru e
Bolívia até ao encontro das aguas do rio Acre e o rio Purus, no município de Boca do Acre,
estado do Amazonas. Os problemas geotécnicos e de uso e ocupação encontrados aqui são
referentes a inundações, erosões Fluviais e deslizamentos de baixa velocidade denominados
rastejos ou Creepings. Ao longo dos últimos anos, foram registrado em quase todos estes
municípios inundações de grande magnitude que trouxeram grandes danos materiais e
prejuízos a população. Estes danos são diretamente ligados a ocupação sem a devida
importância e infraestrutura sobre as planícies de inundações reconhecidas do rio. Associado a
estes eventos, é reconhecido que, devido à cultura das antigas comunidades ribeirinhas, que
em épocas passadas tinham o rio como sua única via de acesso a outras comunidades e fonte
de seu sustento, é comum até hoje a ocupação de áreas extremamente próximas à orla dos
rios, as quais devido à dinâmica do rio associado à natureza de baixa coesão do substrato
sofrem intenso processo de erosão. Estes eventos de erosão popularmente conhecidas como
“terras caídas” trazem anualmente grandes prejuízos e em alguns eventos óbitos. Os rastejos
são observados em locais onde o substrato é composto por argilas de natureza expansiva.
Reconhecidas ora em áreas topográficas altas e ora em áreas de margem de rios afluentes do
rio Acre, são movimentações e deslizamentos de velocidades baixas, que são reconhecidas
por rachaduras em moradias, vegetação deformada, cercas e muros deformados. As soluções
para cada caso reconhecido vão desde a imediata retirada da população residente da área de
risco reconhecida, obras de infraestrutura urbanística; recomposição e reflorestamento de
encostas e margens do rio.
1519
MODIFICAÇÕES ELETRÔNICAS E MECÂNICAS PARA UTILIZAÇÃO DE
EQUIPAMENTO DE CISALHAMENTO DIRETO EM CAMPO
Muller, V. S.1; Rodrigues, N.1; Flach, M.K.1; Espindola, M.1; Arruda, M.1; Higashi, R.1; , R.1;
Flores, J.1.
1Universidade Federal de Santa Catarina
1520
ANÁLISE DE QUEDA DE BLOCOS E ESTABILIDADE DE ESCAVAÇÕES
SUBTERRÂNEAS: RELAÇÃO ENTRE MÉTODOS EMPÍRICOS E ANALÍTICOS
EM UMA MINA DE CARVÃO
Pimenta, M.M.1; Cordova, D.P.1; Cardozo, F.A.C.1; Zingano, A.C.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Sul
1521
Análise do controle estrutural em taludes instáveis: Estudo de caso
Alves C.R.S.¹, Corrêa-Gomes, L.C.¹ & Campos L.E.P.¹
1
Universidade Federal da Bahia
1522
ELABORAÇÃO DE UM BANCO DE DADOS DE ENSAIO SPT DA CIDADE DE FLORIANÓPOLIS
Gisele Marilha P. Reginatto, Caroline Ester Christ, Rafael A. R. Higashi, Douglas Aguiar de Carvalho,
Regiane Sbroglia
1523
AVALIAÇÃO DAS CAUSAS DO APARECIMENTO FREQUENTE DE TRINCAS
NO REVESTIMENTO DO PAVIMENTO DA BR-304/RN
Florêncio, L.A.S.1; Silva, B.M.F.1; Araújo, E.E.B.1; Ferreira, D.F.1; Vilhete, D.F.1; Bittencourt,
E.C.1; Queiroz, F.L.1 ; Sousa, R.A.1 ; Lucena, T.S.1 ; Cardoso, R.R.1 ; Brito, T.J.1; França,
F.A.N.1
1Universidade Federal do Rio Grande do Norte
1524
CARACTERIZAÇÃO GEOLÓGICO-GEOTÉCNICA DO MACIÇO DE
FUNDAÇÃO DA UHE-MAUÁ-PR
Rivas, R.S.Z.1; Figueira, I.F.R.2; Salamuni, E.3
1PósGraduação em Geologia da Universidade Federal do Paraná; 2Instittutos Lactec; 3Universidade Federal do
Paraná
1525
ANÁLISE DA VARIAÇÃO DOS PARÂMETROS DE RESISTÊNCIA EM
DIFERENTES NÍVEIS DE INTEMPERISMO EM UM TALUDE NATURAL
Flach, M.K.1; Muller, V. S.1; Arruda, M.1; Rodrigues, N.1; Vitto, R.1; Espindola, M.1; Higashi, R.1;
Sbroglia, R.1; Flores, J.1.
1Universidade Federal de Santa Catarina
1526
ESTRUTURAS ANCORADAS E SUAS APLICAÇÕES NA GEOTECNIA
Ferreira, D.C.¹; Porto, T.B.²; Silva, C.R.³
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais ¹; Universidade Federal de Ouro Preto ²; Universidade Federal de
Ouro Preto³
1527
COMPARTIMENTAÇÃO FISIOGRÁFICA DA PORÇÃO CENTRO-SUL DO
MUNICÍPIO DE SÃO SEBASTIÃO - SP
Sisto, F. P.¹; Reis, F. A. G. V.²; Cerri, R. I.¹; Corrêa, C. V. S.1; Gabelini, B. M.1; Amaral, A. M.
C.1; Giordano, L. C.2
1 Pós-graduação em Geociências e Meio Ambiente, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
2 Departamento de Geologia Aplicada, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Instituto de
Geociências e Ciências Exatas (IGCE)
RESUMO: O litoral norte do Estado de São Paulo, por influência de sua proximidade com a Serra
do Mar, é uma das localidades mais propícias em todo o Brasil para o desenvolvimento de
processos geológicos, como movimentos de massa. Ao longo da história, a população dessas
áreas sempre conviveram com estes eventos, tendo sido o mais destrutivo ocorrido em 1967,
em Caraguatatuba. O município de São Sebastião apresenta várias áreas de risco a
movimentos de massa, podendo afetar tanto à população, como a infraestrutura da região, que
abriga oleodutos de grande importância econômica ao país. Deste modo, buscou-se neste
trabalho a realização de uma compartimentação fisiográfica na porção centro-sul do município
de São Sebastião com o objetivo de indentificar áreas mais propícias para o desenvolvimento
de movimentos de massa. A metodologia empregada se utilizou de técnicas de sensoriamento
remoto, analisando feições do terreno, tais como a densidade dos elementros de drenagem,
tropia, a densidade dos elementos do relevo, a forma dos vales e encostas, a amplitude local e
inclinação das encostas e a forma de topo. Com isso, pode-se dividir a área em zonas
homólogas, ou seja, unidades com o mesmo comportamento geotécnico, levando em conta
fatores como a geologia e geomorfologia do terreno. Aliado a isso, dados levantados em
campo e a coleta de amostras de solo deformadas e indeformadas com a posterior realização
de ensaios geotécnicos, como de índices físicos, sedimentação e granulometria e limite de
consistência, permitiram uma caracterização mais detalhada dos solos de cada unidade
geotécnica da área, visto que o tipo e características intrínsecas ao solo influenciam
diretamente nos processos de movimentos de massa. Como produtos principais deste trabalho
foi obtido um mapa geológico-geotécnico preliminar, na escala 1:50000, dividindo a área em
unidades geotécnicas, e uma tabela sintetizando as características utilizadas para a distinção
de cada uma destas unidades. As unidades localizadas nas áreas de serranias costeiras e nas
encostas do Planalto Atlântico, devido, principalmente à sua alta inclinação foram definidas
como mais propícias para o desenvolvimento de movimentos de massa, fato este corroborado
pela presença de cicatrizes de escorregamentos anteriores, que em sua grande maioria, se
encontram nestas unidades.
1528
Influência da Mineralogia nos Parâmetros Geotécnicos em Encostas de
Municípios do Estado de Santa Catarina
Silva Jr., R.1; Flores, J.1; Espíndola, M.1; Müller, V.1; Rodrigues, N.1; Klein, M.1; Vitto, R.1;
Arruda, M.1; Silveira E.1.
1
Universidade Federal de Santa Catarina
1529
ESTUDO DE CASO SOBRE A INFLUÊNCIA DA SISTEMÁTICA DE
EXECUÇÃO DE OBRAS DE INFRAESTRUTURA NO MEIO FÍSICO
Marco Antônio de Morais Alcantara1; Antônio Anderson da Silva Segantini2; Carlos Eduardo
Côvolo3
1Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira da UNESP; 2Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira da UNESP;
3Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira da UNESP
1530
Investigação Geotécnica: Trilhos de Rodas - BR 251, Porção Noroeste do Estado de Minas
Gerais
COUTINHO BARROS, M. A.1; FERREIRA, A.C.D. 1
1Faculdade do Noroeste de Minas - Finom
Resumo: O presente estudo, com base na mecânica dos solos, visa definir a causa das
ocorrências de trilhos de rodas na BR-251. A área localiza-se na porção noroeste do Estado de
Minas Gerais, na Rodovia Júlio Garcia, ao longo do município de Unaí. A região inserisse na
zona externa da Faixa Brasília, a qual representa metassedimentos neoproterozoicos
cavalgados sobre a margem oeste do Cráton do São Francisco. Afloram as unidades
geológicas do Grupo Vazante (carbonatos e pelitos intercalados), Grupo Areado (arenitos,
conglomerado e siltitos) e Grupo Mata da Corda (tufitos e arenitos cineríticos). A geomorfologia
é caracterizada pela depressão São Franciscana, intensas áreas rebaixadas com altitudes
médias de 400 a 600 m, as quais representam a evolução das drenagens do rio homônimo. As
classes pedológicas são; Latossolos Vermelhos Distróficos Típico A moderado com textura
argilosa, situados nos relevos planos á suave angulados. Cambissolos Háplicos Distrófico Tipo
A, os quais apresentam granulometria siltosa à argilosa e localizados apenas nos locais de
relevos ondulado. Após serem feitas sondagens do tipo janela de inspeção de 1x1x1 m no
acostamento da rodovia. Os materiais retirados dos horizontes pedológico foram levados para
laboratório. Foram realizados ensaios de caracterização: Granulometria, Limite de Liquidez e
Limite de Plasticidade. O material encontrado na camada de base são Lateritas com adição de
material fresado, caracterizado como tipo de solo Granular apresentando umidade de 5,7%,
limite de liquidez de 32,9%, Limite de plasticidade 30% e índice de plasticidade 2,9%. Na
classificação HRB o material foi descriminado como A2-4, com espessura de camada de 39
cm. As camadas de sub-base são compostas por argilas vermelhas, caracterizado como um
solo argiloso apresentando umidade de 17,7%, Limite de liquidez de 55,7%, Limite de
plasticidade 42,1% e índice de plasticidade 13,7. Na classificação HRB o material foi
descriminado como A7-6, com espessura de camada de 55 cm. Após todos os ensaios ficou
enfatizado que o material asfáltico provindo de fresagem encontrado na camada de base do
aterro, foi utilizado na tentativa aumentar a resistência dessa camada, para evitar possíveis
patologias, demonstrando assim que o material lateritico encontrado também na camada de
base não tinha capacidade de suportar o trafego da rodovia e é a possível causa dos trilhos de
rodas. A aquisição de novos dados por meio de outros ensaios, permitirá responder melhor
essa incógnita.
Palavras-Chave: Investigação Geotécnica; Mecânica dos Solos; BR-251.
1531
AVALIAÇÃO DA MISTURA SOLO-CAL DE CARBURETO QUANTO À
RESISTÊNCIA À TRAÇÃO.
RESUMO
A Província Petrolífera de Urucu, área de extração de gás e petróleo administrada pela companhia
Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras), localiza-se no Município de Coari, no Estado do Amazonas, a 650
km de Manaus. Tal região possuí alta pluviosidade, solos superficiais, em geral com baixa capacidade de
suporte e carência de materiais granulares. Esses aspectos dificultam e oneram as obras de pavimentação
locais. Em paralelo, a descoberta desses poços de petróleo impõe a necessidade da construção e
manutenção desses pavimentos. A literatura técnica mostra a estabilização química como solução
alternativa à pavimentação em regiões onde existe a escassez de agregados pétreos e elevado custo de
transporte desses materiais. Nesse contexto, o trabalho em pauta analisa o efeito de um resíduo industrial
na estabilização química do solo proveniente da região de Urucu, visando ao aumento da capacidade de
suporte, bem como à destinação final voltada a um passivo ambiental. O resíduo selecionado para esta
pesquisa foi a cal comum (CC), produto com grande disponibilidade na natureza e com valor comercial
extremamente reduzido, junto a um aditivo químico pouco difundindo o RoadCem®. Este, por sua vez, é
formado pela composição de metais alcalinos e zeólitas, cuja a finalidade é melhorar as características
mecânicas da composição. Misturaram-se os dois materiais nas seguintes proporções: 95% de solo e 5%
de cal comum, e posteriormente solo-cal-RoadCem® na mesma proporção. Os referidos materiais, assim
como as misturas, foram caracterizados por meio de ensaios físicos e mecânicos. No primeiro caso,
realizaram-se a análise granulométrica e a determinação do limite de liquidez, do limite de plasticidade,
da massa específica grãos e da compactação na energia intermediária. Quanto à parte mecânica, o
material in natura e as composições foram submetidos ao ensaio de compressão diametral, para se avaliar
a resistência à tração, utilizando-se a Universal Testing Machine (UTM 14) da IPC Global. Os resultados
preliminares apontaram: (a) granulometria do solo de Urucu com a predominância das frações finas (silte
e argila); (b) solo natural com o maior valor de LL, comparado com as misturas; (c) acréscimo da cal a
proporcionar decréscimo no valor do LL das composições; (d) diminuição do valor do LP, à medida que
aumentou a participação do resíduo nas misturas; (e) diminuição do IP, mediante acréscimo desse
subproduto; e (f), no desempenho mecânico, estabilização desse solo amazônico, por meio da adição da
cal comum e RoadCem®, elevando-se a resistência à tração.
1532
MAPEAMENTO DO SOLO EXPANSIVO (MASSAPÊ) COMO FERRAMENTA
PARA O MONITORAMENTO DOS DESLIZAMENTOS NA ÁREA DO
SUBÚRBIO FERROVIÁRIO DE SALVADOR, BAHIA
Nunes, T.A.1; Barbosa, R.J.1; Nascimento, F.S.1; Machado, M.L.B2
1Universidade Federal da Bahia; 2Defesa Civil de Salvador
RESUMO: Os solos expansivos apresentam grande restrição de uso, sobretudo no que diz
respeito à ocupação urbana. As variações de volume devido à mudanças no teor de umidade
provocam movimentações no solo que possuem grande potencial destrutivo, podendo causar
danos em edificações ou mesmo prejudicar completamente suas estruturas. No recôncavo
baiano, são comuns os problemas com solos expansivo em obras de engenharia como
barragens e edificações. Estes solos são, de forma geral, desenvolvidos sobre os folhelhos do
Grupo Ilhas, mais precisamente da formação Pojuca, situados na Bacia do Recôncavo. Em
Salvador, apesar de sua expressiva distribuição geográfica no subúrbio ferroviário do
município, seu potencial destrutivo é negligenciado, inclusive por obras públicas, a exemplo de
conjuntos habitacionais que foram completamente interditados por problemas estruturais
associados com movimentações no solo. Desta forma, este projeto consiste no mapeamento
da distribuição do solo expansivo no subúrbio ferroviário do município de Salvador e análise de
sua susceptibilidade à movimentações, com o objetivo principal de gerar uma ferramenta para
subsidiar a prevenção e gerenciamento de riscos. Para tanto, inicialmente, foi elaborado um
inventário dos mapas geológicos e pedológicos já produzidos na área e das ocorrências
registradas na Defesa Civil de Salvador, visando programar os trabalhos de campo e conhecer
a dimensão do problema. No campo, o reconhecimento do solo e análise da susceptibilidade
foram desenvolvidos a partir de uma análise multitemática de características do solo, como
textura, cor, estrutura e pegajosidade, associada a observação de indícios de instabilidade,
como inclinação de objetos rígidos, a exemplo de postes, árvores e cercas, trincas nas
edificações, gretas de ressecamentos e assim por diante. Como resultado, foi elaborado o
mapa da distribuição espacial dos solos expansivos no município de Salvador, na porção do
subúrbio ferroviário, bem como foi gerada a carta de susceptibilidade, classificando o solo em
três graus de susceptibilidade: alto, médio e baixo. Além disso foi gerado um relatório com um
arquivo fotográfico ilustrativo das evidências de movimentações observadas em campo, afim
de orientar a ocupação nessas áreas onde há ocorrência deste tipo de solo bem como servir de
ferramenta para o monitoramento de movimentações e danos à ocupação já consolidada na
área.
1533
IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE PROBLEMAS GEOTÉCNICOS
RELACIONADOS A MOVIMENTOS DE MASSA NA RAMPA DA BA 826, TRECHO QUE DÁ
ACESSO AO AEROPORTO DE BARREIRAS-BA
Erundino, T.S.1; Carvalho, L. G.1; Guedes, T. R. S.1; Oliveira, K. C.1; Loureiro, L. R.1
1Universidade Federal do Oeste da Bahia
RESUMO: O presente estudo foi realizado na cidade de Barreiras que está localizada no Oeste
da Bahia e inserida na Bacia Hidrográfica do Rio Grande. Com relação ao contexto geológico,
a representação é dada principalmente pelo Grupo Urucuia, subdividido nas formações Posse
e Serra das Araras, sendo de forma geral constituído por arenitos finos a grosseiros, alternados
a níveis de pelitos, por vezes silicificados, tendo na base arenitos conglomeráticos e
conglomerados. E pelo Grupo Bambuí, sobre o qual assenta-se o Grupo Urucuia na região,
representado na área de estudo pelas formações São Desidério, Serra da Mamona e Riachão
das Neves, de forma geral este grupo é representado por rochas carbonáticas, peliticas e
psamíticas. Este estudo tem como objetivo a avaliação da evolução de processos erosivos no
trecho da BA 826 que dá acesso ao aeroporto da cidade de barreiras, propondo medidas de
controle e mitigação dos problemas identificados. Na área do estudo ocorre o processo erosivo
bastante acentuado do talude que sustenta a BA 826, e como esta rodovia dar acesso ao
aeroporto da cidade de Barreiras há então um fluxo constante de carros que pode inclusive
estar colaborando para a sua instabilidade. A erosão já comprometeu uma porção de
aproximadamente 10% da pista e caso não seja feito nenhum tipo de reparo com certa
urgência poderá ocorrer a evolução do problema e consequentemente, comprometer o acesso
por completo, o que acarretará no aumento do custo em sua reparação. A possível causa para
o desenvolvimento dessa ravina teria sido a instalação inadequada de uma canaleta que, ao
transpor as águas pluviais para a base do talude acabou por contribuir para uma erosão
remontante no sentido da pista. Outro problema observado ao longo da rodovia é a ocorrência
de rastejo da encosta, sendo este identificado principalmente por meio de rachaduras
presentes no pavimento asfáltico e por meio da inclinação das árvores presentes na encosta. A
presença de blocos e matacões de arenito do Grupo Urucuia na encosta pode acentuar o
processo, pois, ao rolar para o leito da rodovia, pode vir a interditá-la completamente. Diante do
exposto, recomenda-se a recomposição do talude, a reconstrução da canaleta contemplando
estruturas capazes de promover a redução da energia da água antes que chegue a base do
talude. Além disso, recomenda-se também a adoção de sistemas de contenção dos blocos e a
realização de vistorias periódicas de todo o trajeto da BA 826, principalmente o situado na
rampa de subida da Serra do Aeroporto.
1534
CARACTERIZAÇÃO TECNOLÓGICA DE AGREGADOS PARA USO COMO
LASTRO DE FERROVIA DE ALTA VELOCIDADE
RESUMO: O Brasil possui uma demanda substancial de obras de engenharia, como por
exemplo, as ampliações e construções de novos aeroportos, incrementos das malhas
rodoviária e ferroviária, necessárias para suportar as presentes e futuras demandas para o
desenvolvimento do país. Neste sentido inclui-se o Trem de Alta Velocidade (TAV), projeto
governamental concebido para ligar as cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. Os
TAVs são um meio de transporte com qualidade reconhecida há décadas em outros países e
que poderá, futuramente, compor e ampliar a infraestrutura brasileira em transportes aliado ao
fato de que esta obra de engenharia deverá requerer produção elevada de agregados de alta
qualidade para emprego como lastro e também para concreto. No tocante ao uso como lastro,
é importante frisar que o agregado fica exposto e sujeito à ação constante das intempéries,
fazendo com que estudos envolvendo alterabilidade como, por exemplo, a saturação em
solução de sulfato de sódio e secagem em estufa, seja tão importante quanto os de
caracterização geomecânica dos materiais pétreos. Estes aspectos motivaram investigar as
relações entre as propriedades tecnológicas de rochas cristalinas (diabásio, migmatito e
granitóides) e suas utilizações como agregados para lastros inicialmente do trecho
Campinas/São Paulo do traçado do TAV. Foram testadas amostras de agregados coletadas
diretamente no ciclo produtivo (pilhas de britagem) de pedreiras em atividades que margeiam o
referido trecho localizadas, no máximo, a vinte quilômetros de distância. Isto porque a
proximidade das jazidas em relação à obra é fundamental, pois o material pétreo tem baixo
valor agregado e, portanto, seu transporte limita a relação custo benefício. Nestas jazidas
foram coletadas rochas com aspectos texturais e propriedades físico-mecânicas, em princípio,
apropriadas para uso como agregado em lastro de ferrovias para serem submetidas à ensaios
de alterabilidade, levando-se em conta as condições intempéricas típicas de uma zona tropical
que estarão submetidas. Em termos práticos, esta pesquisa prevê estabelecer comparações
entre a qualidade e durabilidade dos agregados rochosos disponíveis na área que servirão
para uso em lastros, visando conhecer ou indicar quais deles são tecnologicamente mais
adequados. Destaca-se que os agregados produzidos pelas pedreiras já estudadas são
largamente utilizados na construção civil, notadamente para concreto e pavimentação. Todavia,
os resultados preliminares deste estudo indicam que alguns materiais apresentaram valores de
resistências (abrasão Los Angeles, esmagamento e impacto Treton) inferiores ou próximos aos
limites normatizados pela ABNT para lastros de ferrovia, além da perda de qualidade verificada
nos ensaios de resistência à intempérie, inviabilizando ou restringindo a utilização destes
materiais para lastro. De modo geral, tais informações poderão servir de subsídio aos órgãos
governamentais para tomada de decisões, quanto ao emprego dos materiais disponíveis na
área onde será construído o TAV brasileiro.
1535
ESTUDOS DE "RAA" PELO MÉTODO ACELERADO COM REJEITOS DE
QUARTZITOS DO MUNICÍPIO DE CAPITÓLIO - MG
Francklin Junior, I.1; Motta, L.A.C.2; Collares, E.G.1, Ribeiro, R.P.3; Paraguassú, A.B.3;
Remédio, M.J.3,4
1 Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), 2 Universidade Federal de Uberlândia (UFU), 3 Escola de
Engenharia de São Carlos (EESC/USP), 4 Serviço Geológico do Brasil (CPRM)
1536
CARACTERIZAÇÃO DO POTENCIAL DE ESTABILIDADE DO GRUPO
GUATÁ, BR-280/SC
Martins, J.A.1
1Universidade Federal de Santa Catarina
RESUMO: As formações geológicas sedimentares estão entre as mais sujeitas aos processos
de instabilidades ao longo das rodovias. A identificação dos processos erosivos integrada a
descrição de perfis de solo pode ser muito útil, uma vez que torna mais precisa a determinação
litologias com maior sensibilidade aos escorregamentos. Com intuito de avaliar as áreas
frequentemente afetadas por problemas de escorregamentos, foi escolhido o segmento da BR-
280/SC, que liga as regiões de Mafra e Três Barras, no extremo norte catarinense. Foram
verificados ao longo da rodovia, diferentes taludes instáveis, além das rochas e solos residuais
que ocorrem no perfil. Os dados obtidos em campo foram correlacionados com as informações
provenientes das sondagens e ensaios geotécnicos, executados ao longo de 6 diferentes
pontos do segmento. Os pontos amostrais foram determinados de maneira que se pudesse
abranger boa parte da área de estudo e estabelecer uma tendência do comportamento dos
solos. Os dados integrados identificaram duas unidades geológicas: folhelhos a siltitos da
Formação Rio Bonito (P1rb) e siltitos a arenitos finos da Formação Palermo (P1p), Grupo
Guatá (Bacia do Paraná). Na P1rb, o intenso desplacamento causado pela intemperização,
configuram grande instabilidade aos solos residuais dos folhelhos e siltitos argilosos. A
instabilidade dos folhelhos aumenta quando o plano de estratificação mergulha no sentido do
talude. Contrastando com os folhelhos, os arenitos mostram maior estabilidade, exceto quando
apresentam grande fração argilosa, fraturamento e intercalações com folhelho. Já na área que
afloram as rochas e solos residuais da P1p, devido à grande facilidade de desagregação da
fração argilosa, os cortes também são instáveis, principalmente quando os siltitos e argilitos
mostram-se alterados. No horizonte B das rochas estudas, o índice de plasticidade
normalmente é elevado (IP:19,1%). O ensaio de Índice de Suporte Califórnia, utilizando energia
proctor normal mostrou baixo suporte para as amostras (CBR:7,5%) e expansão de 1,13%. Já
o horizonte C apresentou IP:20,9%, CBR:6,6% e expansão de 1,53%. Sendo assim, solos
residuais derivados principalmente dos folhelhos, argilitos e siltitos do Grupo Guatá, mostram-
se mais instáveis no horizonte C, devido a maior expansividade e plasticidade das argilas. A
identificação do controle geológico e estrutural das coberturas sedimentares estudadas, bem
como a caracterização dos processos de instabilizações, são ferramentas que fornecem
respostas assertivas e contribuem para a definição das inclinações dos cortes da rodovia de
uma maneira mais adequada. A integração de dados geológicos-geotécnicos na definição dos
processos de instabilizações nos taludes da BR-280/SC tem, portanto, grande potencial para
colaborar com os estudos geotécnicos ao longo do segmento estudado, ampliando também o
conhecimento dos solos da região.
1537
INTEGRAÇÃO DE DADOS GEOLÓGICOS E GEOTÉCNICOS DOS TALUDES
DA BR-158, CENTRO OESTE DO PARANÁ
Martins, J.A.1; Cordeiro, R.F.2; Teixeira, V.H.3
1Universidade Federal de Santa Catarina; 2PROSUL-Projetos, Supervisão e Planejamento Ltda; 3PROSUL-
Projetos, Supervisão e Planejamento Ltda
RESUMO: Os solos residuais da zona colunar dos basaltos da Formação Serra Geral (Bacia
do Paraná) ocorrem em todo subtrecho da BR-158/PR (Campo Mourão – Palmital), importante
segmento rodoviário responsável pela circulação da produção agropastoril local. Em respostas
aos problemas relacionados aos escorregamentos e futuras obras de infraestrutura rodoviária,
levantamentos geológicos integrados a descrição de perfis de alteração de solos, bem como
ensaios de laboratório são importantes. Sendo assim, o presente trabalho traz uma síntese dos
principais resultados das investigações geotécnicas executadas nos cortes do subtrecho
supracitado. Para a determinação dos parâmetros de resistência ao cisalhamento dos solos,
coesão (c') e ângulo de atrito (φº), 7 amostras indeformadas foram coletadas, e posteriormente
realizados ensaios de cisalhamento direto, em condição inundada, tanto no estado natural,
como na forma compactada (energia proctor normal). Os pontos de coleta das amostras foram
determinados de maneira que se pudesse abranger boa parte do segmento e estabelecer uma
tendência do comportamento dos taludes. As sondagens executadas apresentaram no
horizonte B, descrições típicas de latossolo de basalto (zona colunar), ou seja, solos argilosos,
confirmadas pelas observações de campo. Já os ensaios de cisalhamento direto, apresentaram
os seguintes valores de (φº): 24,20; 21,80; 24,70; 16,10; 24,70; 24,40; 21,20º e (c'): 8,20;
14,70; 6,30; 18,82; 7,80; 9,40 e 10,24 kPa, respectivamente. Destes ensaios, também se
obteve os valores de peso específico (γ) médio das amostras: 12,60; 13,70; 12,50; 15,00;
13,80; 13,70 e 17,70 kN/m³, respectivamente. Os latossolos estudados, embora argilosos,
apresentaram comportamento semelhante a solos granulares devido aos grumos e por isto,
tendem exibir boas condições de drenagem, distintos dos solos residuais das demais zonas do
derrame. Esta boa permeabilidade, faz com que por lixiviação todos os minerais expansivos
sejam carreados sobrando apenas sílica, alumínio e óxidos de ferro. Tal comportamento
também é verificado através da baixa expansão dos solos, geralmente em torno de 0,3%. A
identificação do horizonte dos solos, bem como a zona do derrame basáltico que lhe deu
origem, são fundamentais para compreensão dos problemas relacionados a estabilidade dos
taludes. Os solos residuais da zona colunar, apresentam grande estabilidade quando expostos
nos cortes da rodovia, principalmente devido a sua menor alterabilidade, bem como menor
expansividade das argilas. Portanto, quando o condicionamento geológico não é detectado
previamente, negligência o estudo de estabilidade de taludes, podendo acarretar em inúmeros
problemas geotécnicos para as obras.
1538
AVALIAÇÃO DA VARIABILIDADE DA CAPACIDADE DE INFILTRAÇÃO
POTENCIAL A PARTIR DE ENSAIOS IN SITU
Failache, M.F.1; Zuquette, L.V.1
1Universidade de São Paulo
1539
ASPECTOS DE GEOLOGIA DE ENGENHARIA SOBRE A ESTABILIZAÇÃO DE
UM TALUDE DE CORTE, MORRO DO DESPRAIADO – CUIABÁ – MATO
GROSSO
Camargo, R.K.G.1; Sousa, E.M.D. de.2; Figueiredo, L.N.1; Bretas, F.V.N.1; Mafort, D.P.1;
Ribeiro, V.R.1; Curtis Neto, J.A.3
RESUMO:
Taludes de corte tem diversos objetivos, no caso de obras lineares, objetiva-se principalmente
a abertura de espaço para a ligação ou ampliação de vias. As obras civis envolvendo contextos
geotécnicos foram realizadas em Cuiabá durante os anos antecedentes a Copa do Mundo de
2014 foram alvo de diversos estudos e críticas. O caso do Morro do Despraiado na Avenida
Miguel Sutil envolve um talude de corte feito para a ampliação da pista. É conhecido que os
problemas causados ao corte mal planejado na encosta natural causaram a retirada de nove
residências na crista do Morro. O presente trabalho tem como objetivo, sob o ponto de vista de
Geologia de Engenharia, a análise do contexto geológico-geotécnico dos materiais aflorantes
na área em comparação aos métodos de estabilização utilizados. Para tanto foram feitos
reconhecimentos em campo da área durante e posteriores as obras, bem como a produção de
uma sessão perpendicular ao talude. Curtis Neto et al. (2015) reconheceram o contexto
geológico da área, aflorando localmente uma intercalação de rochas pelíticas e areníticas
metamorfisadas em grau xisto verde, pertencentes a subunidade 5 do Grupo Cuiabá de Luz et
al (1980). Sobre as litologias analisadas destaca-se o filito com comportamento geotécnico
como rocha branda, ainda nessa litologia analisada há a foliação com o mesmo sentido da
vertente e ângulo de mergulho menor. Foram observadas um conjunto de medidas de
contenção e escoamento hídrico. O primeiro corte realizado com insucesso era subvertical,
sendo necessário o retaludamento escalonado em três bancadas com ângulo 60°. Foi utilizado
concreto projetado ao longo das cristas das bancadas. Nas rampas das três bancadas a
solução adotada foi a utilização de geogrelha e grama, para reforço do solo utilizado. Ao longo
da crista foi utilizado um muro de arrimo, de 2,50 metros. O contexto geológico-geotécnico é de
difícil controle, sendo assim uma série de medidas foram necessárias para o controle dos
escorregamentos, que ocorreram nos meses de maior chuva. Consequentemente as medidas
de contenção envolveram também estruturas para redirecionamento hídrico. Portanto conclui-
se que as investigações geológico-geotécnicas anteriores ao primeiro corte não foram
suficientes para a escolha das soluções, o que aconteceu somente após a exposição do
material.
1540
ESTUDO DO POTENCIAL EROSIVO DO SOLO ATRAVÉS DO ENSAIO DE
INDERBITZEN
Gonçalves, M.V.¹; Bandeira, A.P.N.²
¹Universidade Regional do Cariri; ²Universidade Federal do Cariri
1541
Anais de 48º Congresso Brasileiro de Geologia
9 a 13 de setembro de 2016
▪ ST19 –
Riscos Geológicos e
Desastres Naturais
ISBN: 978-85-99198-13-1
1542
Índices pluviométricos e sistemas de alerta para movimentos
gravitacionais de massa: utilidade e restrições
Edir E. Arioli, Geólogo, Serviço Geológico do Paraná - MINEROPAR
Resumo
1543
GESTÃO DE RISCOS AMBIENTAIS E SOCIAIS DE GRANDES PROPORÇÕES
EM BARRAGENS DE MINERAÇÃO: A IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO E
DETALHAMENTO DO PLANO DE CONTINGENCIAMENTO
1544
RASTEJO NO ALTO JURUÁ. ÁREAS DE RISCOS EM MARECHAL
THAUMATURGO– AC.
Andretta, E.R.¹ & Souza, A.G.H.¹
1 Serviço Geológico do Brasil - CPRM - SUREG-MA
1545
TSUNAMIS NO BRASIL: OS TERREMOTOS DE LISBOA DE 1755 E DA
REPUBLICA DOMINICANA DE 1964
Dourado, F.1; Baptista, M.A.2,3, Wronna, M.4, Omira, R.3,
1Universidade do Estado do Rio de Janeiro; 2Instituto Superior de Engenharia de Lisboa, Instituto Politécnico de
Lisboa, 3Instituto
Dom Luiz/Universidade de Lisboa; 4Instituto Português do Mar e da Atmosfera, Portugal
RESUMO: Os tsunamis são processos perigosos caracterizados por uma série ondas de
pequena amplitude, alta velocidade em oceano profundo e grande comprimento de onda. O
Comumente sua origem está associada a terremotos submarinos nas zonas de subducção. Ao
propagarem-se para zonas costeiras, menos profundas, a sua amplitude aumenta podendo
atingir a costa com alturas superiores a uma dezena de metros, colocando em risco vidas,
propriedades, infraestrutura e serviços. Pelo facto de os tsunamis serem fenómenos
relativamente raros nalgumas zonas do globo a percepção das populações expostas a estes
eventos é muitas vezes subestimada. No entanto, no litoral do Brasil alternam regiões com uma
grande geo-diversidade, atividades muito importantes para a economia do país e inúmeras
instalações relacionadas à segurança nacional. Apesar da alta ocupação do litoral brasileiro
desde o início da colonização, os relatos sobre tsunamis na costa brasileira são escassos. A
literatura científica apresenta poucos trabalhos que confirmem a chegada de tsunamis ao
Brasil. Alberto Veloso, apresenta em seu livro “Tremeu a Europa e o Brasil também” uma série
de registros históricos oficiais relacionando grandes ondas que chegaram ao litoral
pernambucano e paraibano ao terremoto de Lisboa de 1755. Em 2004, a chegada do tsunami
gerado pelo terremoto da Indonésia foi registrada na costa brasileira por marégrafos que
observaram ondas que chegaram à amplitude 1,23 metro em Imbituba (SC). Apesar da
existência de provas científicas da chegada de tsunamis ao Brasil e do grande número de
pessoas e infraestruturas possivelmente expostos no litoral à possibilidade da chegada deles, o
risco desse processo perigoso no Brasil nunca foi calculado. Mesmo que com uma
probabilidade muito baixa de ocorrer, devido ao alto impacto que pode ser gerado, torna-se
necessário conhecer a perigosidade e o risco associado de dano ou destruição devido a um
tsunami na costa brasileira. Este trabalho tem por objetivo dar o primeiro passo na
quantificação do risco associado a tsunamis no Brasil: a identificação da chegada pretérita de
tsunamis na costa brasileira através da simulação/modelagem numérica. O trabalho apresenta
dois estudos de caso: o terremoto de Lisboa de 1755 que possui evidências históricas da sua
chegada ao Brasil e o evento da República Dominicana de 1964 no Caribe que é a região-fonte
catalogada mais próxima do Brasil. Baseada em trabalhos que estabeleceram os pontos de
origem e seus parâmetros geométricos mais prováveis destes eventos e utilizando o modelo
NSWING, determinou-se os trechos no litoral brasileiro que foram atingidos por este evento. O
trecho entre os estados do Amapá e Pernambuco foi o que apresentou a chegada das ondas
com as maiores amplitudes. É importante salientar que foi identificada a chegada de ondas de
menor amplitude no litoral de Alagoas e no trecho entre o Sul da Bahia e o Norte do Rio de
Janeiro. Os próximos passos do trabalho serão a simulação matemática em detalhe dos
trechos que apresentaram as maiores amplitudes de onda e a posterior coleta de amostras
para análises estratigráfica, bioestratigráfica e geoquímica para a comprovação física da
chegada de tsunamis no Brasil.
1546
PROCESSOS EROSIVOS ASSOCIADOS A EVENTOS CLIMÁTICOS
EXTREMOS: BRASILEIA, ACRE
Adamy, A.
Serviço Geológico do Brasil - CPRM
RESUMO: Eventos climáticos rigorosos incidentes no Estado do Acre nos últimos anos, com
precipitações pluviométricas elevadas, têm conduzido a inundações excepcionais, gerando
consideráveis danos materiais e ambientais, além de afetar as condições de vida de centenas
de moradores alojados em áreas de risco nas cidades de porte médio a pequeno. Em um
intervalo de quatro anos, este estado foi submetido a duas inundações distintas, atingindo
diversas cidades como Rio Branco, Brasileia e Xapuri, entre outras. É importante salientar que,
devido ao processo de ocupação e crescimento do estado estar associado a drenagens de
média a grande porte, o período chuvoso sempre é recebido com imensa preocupação por
seus habitantes e pela administração pública, sendo áreas altamente suscetíveis a cheias e
erosão fluvial.
O objetivo deste trabalho vincula-se a uma caracterização e avaliação preliminar dos
processos fluviais e pluviais atuantes sobre a cidade de Brasileia, drenada pelo rio Acre, e as
consequências daí advindas, tais como avanço das águas sobre áreas densamente ocupadas,
contaminação das águas subterrâneas e os riscos de desbarrancamento de taludes fluviais. Da
mesma forma, procura avaliar a suscetibilidade a riscos futuros associados às variações
climáticas. Esta cidade, situada na região sudeste do estado foi afetada por inundações nos
anos de 2012 e 2015, cobrindo ampla área de seu traçado urbano e restringindo o acesso
rodoviário.
Nos referidos anos, um período chuvoso anormal no curso superior do rio Acre,
traduzido por um alto nível fluviométrico e uma vazão elevada prenunciavam cheias
excepcionais, com aumento das pressões hidrodinâmica e hidrostática das águas. Como
consequência, extensas áreas do traçado urbano de Brasileia e até mesmo na vizinha Cobija,
foram impactadas pela elevação do nível das águas e pela ação erosiva fluvial nos taludes
marginais ao canal principal, mormente em porções côncavas do rio, mais diretamente
atingidas pelo fluxo da correnteza.
Os efeitos associados à inundação tiveram uma maior distribuição urbana pelo
condicionamento morfológico de ampla extensão da cidade, implantada em terraços baixos, em
planície de inundação subatual e até mesmo em um meandro abandonado. Da mesma forma,
processos erosivos fluviais foram particularmente atuantes ao longo dos taludes marginais
(barrancos) do rio Acre, instalados em terraços baixos constituídos por sedimentos
inconsolidados derivados do intemperismo de litologias argilossílticas da Formação Solimões,
de baixa resistência à erosão, gerando as conhecidas “terras caídas”, comuns em drenagens
de águas brancas, favorecidos ainda mais pela remoção da cobertura vegetal protetora.
Consideráveis desabamentos e desmoronamento de terra em taludes subverticalizados
constituíram uma paisagem comum na área urbana, com destaque para a área histórica da
cidade e dos bairros Leonardo Barbosa e 28 de Maio.
Os bairros Leonardo Barbosa e 28 de Maio implantado em um meandro ativo do rio
estão unidos a cidade de Brasileia por uma estreita faixa de terra (30 a 40m de largura),
parcialmente erodida durante o último evento chuvoso, constituindo uma área típica de rio em
processo de avulsão, sujeita ao rompimento total a depender da intensidade futura dos
processos erosivos vinculados às chuvas sazonais e as maiores vazões do rio Acre.
1547
CLASSIFICAÇÃO DOS MOVIMENTOS DE MASSA E DESCRIÇÃO
PETROGRÁFICA DO MORRO DA BOA VISTA, NO MUNICÍPIO DE VILA
VELHA-ES
Boulhosa, G.S.1; Fernandes, A.B.1; Souza, A.M. 1
1Universidade Federal do Espírito Santo
1548
ASPECTOS GEOLÓGICOS E A SUSCEPTIBILIDADE A MOVIMENTOS DE
MASSA NO PERÍMETRO URBANO NORTE DE ITUPORANGA, SANTA
CATARINA
Noveletto, V.12; Nascimento, M.S.12; Parizoto, D.G.V.1; Pellerin, J.R.G.M. 1; Manna, M.O. 12
1Universidade Federal de Santa Catarina; 2UFSC, Grupo de Pesquisa em Análise de Bacias (ANBA)
1549
CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DO PROCESSO DE DEBRIS FLOW NA
BACIA DO GURUTUBA, ITAÓCA - SP
Veloso V. Q.1; Gramani, M.F. 2
1Universidade Estadual Paulista - Unesp; 2Instituto de Pesquisas Tecnológicas - IPT
RESUMO: Localizada ao norte do município de Itaóca, a bacia hidrográfica do rio Gurutuba foi
atingida no dia 12 de janeiro de 2015 por uma chuva da ordem de aproximadamente 200 mm
em seis horas. O cenário pós-evento evidenciou uma quantidade enorme de cicatrizes
resultantes de escorregamentos generalizados translacionais rasos ocorridos,
aproximadamente 642 segundo Lin et al. (2016). Assim, por meio de trabalhos de campo e
utilização de imagens de satélite, foi possível encontrar evidências da ocorrência de um
processo de debris flow, indícios como a exumação e alargamento verificados na calha fluvial
por processo de alta energia e deposição de material de granulometria muito grosseira nos
depósitos. Sua ocorrência foi condicionada aos elementos da topografia e morfo-estruturais,
tendo amplitude de aproximadamente 615 m e declividades entre 30 e 40º. A sua deflagração
preferencialmente se deu de duas formas: (a) a primeira nas linhas de drenagem principais
onde o modelado geomorfológico dos vales encaixados permitiu um confinamento do fluxo e
uma maior mobilidade gerando grande poder de impacto; a carga de material sólido que
alimentou o fluxo foi proveniente dos escorregamentos e da erosão do substrato fluvial ao
longo da linha de drenagem e (b) nas drenagens secundárias, onde as vertentes têm como
característica principal altas declividades, de extensão inferior a 200 m, a superfície teve como
agente potencializador do debris flow os escorregamentos que por meio de mecanismos de
liquefação espontânea ou dilatância acabaram por alimentar o fluxo. Tanto nas drenagens
primárias quanto nas secundárias, houve o elemento agravante que correspondeu à formação
de barramentos naturais oriundos de troncos e rochas responsáveis pelo incremento da
energia potencial. Basicamente esse represamento reteve o fluxo momentaneamente, fazendo
com que uma espécie de reservatório se formasse aumentando a energia acumulada até o
momento em que não suportou a carga da massa, rompendo e liberando o fluxo denso e
avassalador com alto poder destrutivo, atingindo uma área de aproximadamente 2 km. Por fim,
buscou-se apresentar a relação de um evento chuvoso extremo somado a uma superfície
geomorfológica com condições ideais para ocorrência de uma corrida de detritos, visando o
eventual auxílio ao planejamento e gestão dos municípios das regiões serranas, que tem alta
vulnerabilidade a esse tipo de processo tão destrutivo e carente de melhores definições no
cenário nacional.
1550
ANÁLISE DA ESTRUTURA DOS BANCOS DE DADOS PÚBLICOS DE
DESASTRES EM ESCALA ESTADUAL NO ESTADO DE SÃO PAULO
Vieira, G.S.; Peixoto, A.S.P.; Kaiser, I.M.
Universidade Estadual Paulista, Bauru, Brasil
RESUMO: The increasing of the victims and damages caused by natural and technological
disaster has been noticed by the analysis of the international disaster databases. Therefore the
United Nations General Assembly (ONU) decreed the 1990s as the International Decade for
Natural Disaster Reduction that resulted on the Hyogo and Sendai Framework, in 2005 and
2015, respectively. The communities’ vulnerability reduction became the spotlight, which led on
the development of resilient cities. The systematization of information regarding natural and
technological disasters in databases is a basic action that subsidizes the planning and the
adoption of prevention policies. Several databases with regional, national and international
coverage have been implemented with sundry motivations. In Brazil, the Bauru Meteorology
Centre of the Faculty of Sciences/Unesp (IPMet) made online available the first regional scope
(states of Sao Paulo and Parana) database at 2011, with data since 1980. More recently the
Ministry of National Integration in partnership with the Centre of Disasters Studies and
Researches from Santa Catarina Federal University launched the Integrated System of
Disasters Information (S2ID) with records since 1940. As a result of this work, the Civil Defense
of Sao Paulo State launched the SIDEC (Civil Defense’s Integrated System), an online
database, with data since 2008. These databases use the following concepts for classification
and organization of disasters information: triggering event, type of damages, and quantification
of human and materials losses. The Brazilian Civil Defense adopted the COBRADE (Brazilian
Disasters Codes and Classification) classification in 2012 that follows the EM-DAT (Emergency
Events Database) pattern, trying to facilitate the information exchange. Despite these efforts,
frequently the damage information and the triggering event are not clearly identified and
available. Furthermore the purpose of the database creation is a major factor on the final shape
of this tool, which can result in deviations and trends. Difficulties are observed in the information
organization and systematization, once various damages occur concomitantly, with more than
one triggering event, which can result in double counting; or omission. This work compares the
structure of two databases (IPMet and SIDEC) as its structures, information sources and results
presentation to structure searches and analyses. A comparative table was done to indicate the
similar codifications and the specific information from each database. In order to evaluate the
differences on the two databases, a time cut encompassing the period between 2010 and 2012
was done. The results shows that the databases do not overlap and a codifications pattern is
highly recommend.
1551
Determinação de altitudes ortométricas de estações fluviométricas para
geração de manchas de inundação do Sistema de Alerta da Bacia do rio Caí
Giana Grupioni Rezende1; Emanuel Duarte Silva1, Ricardo Duarte de Oliveira1, Raquel Barros
Binotto1, Ana Claudia Viero1, Márcia Conceição R. Pedrollo1
1MME/CPRM, Superintendência Regional de Porto Alegre (SUREG-PA)
RESUMO: Com o início da operação de Sistemas de Alerta de Eventos Críticos pelo Serviço
Geológico do Brasil – CPRM, passaram a ser desenvolvidos estudos hidrodinâmicos visando a
elaboração de mapas de inundação das áreas monitoradas, importante ferramenta para gestão
de risco e zoneamento ambiental. Estes estudos contemplam em seu escopo a elevação do
terreno e a compatibilização de séries históricas de níveis dos rios com levantamentos
topográficos e Modelos Digitais de Elevação (MDE’s). Com isso, viu-se a necessidade de
determinar as altitudes ortométricas de todos os referenciais de níveis das estações
fluviométricas integrantes da Rede Hidrometeorológica Nacional (RHN), anteriormente
arbitrados, e que são operadas pela Superintendência Regional de Porto Alegre - SUREG-PA
para os Sistemas de Alerta. A leitura precisa do nível d’água, em tempo real, e correspondente
modelagem, possibilita a previsão com dez horas de antecedência das áreas que serão
inundadas em municípios da bacia do rio Caí, por exemplo. No contexto do Sistema de Alerta
desta bacia, foram elaborados mapas de inundação para os municípios de São Sebastião do
Caí e Montenegro a partir da compatibilização dos níveis aferidos por sua seção de réguas e o
MDE disponibilizado pela Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional
(METROPLAN). Em campo, foram materializados seis marcos geodésicos, padrão do Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), próximos às estações fluviométricas
Linha Gonzaga (87150000), São Vendelino (87168000), Barca do Caí (87170000), Costa do
Rio Cadeia (87230000), Nova Palmira (87160000) e Passo Montenegro (87270000), tendo os
dados adquiridos em campo constituído um banco digital. As coordenadas planialtimétricas
destes marcos geodésicos foram determinadas com GPS Geodésico, sistema de referência
WGS-84, com observação mínima de seis satélites e PDOP (geometria dos satélites) inferior a
quatro. O tempo de rastreio por posicionamento GNSS seguiu o “Manual Técnico de
Posicionamento” do INCRA elaborado em 2013 enquanto o método do levantamento obedeceu
o manual “Orientações para Elaboração do Relatório de Instalação de Estações Hidrométricas”
elaborado pela Agência Nacional das Águas (ANA) em 2014. A correção do posicionamento foi
realizada pelo Posicionamento por Ponto Preciso (PPP), um serviço online do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para o pós–processamento de dados GPS.
Utilizando-se este serviço, obtiveram-se as coordenadas planialtimétricas ajustadas segundo
modelos matemáticos para correções de interferências ambientais e melhoria dos parâmetros
de posicionamento dos satélites nos momentos de aquisição. Além do posicionamento por
GNSS, executou-se também nivelamento geométrico, que é o mais exato dos nivelamentos
realizado através de visadas horizontais com um nível eletrônico. A longo prazo, todas as
estações da RHN, operadas pela CPRM, deverão estar em um mesmo referencial altimétrico, o
geóide (aproximadamente o nível médio dos mares), possibilitando o cruzamento de dados de
diversos modelos de elevação e de quaisquer outras fontes que também estejam referenciadas
ao geóide.
1552
DADOS DA SETORIZAÇÃO DE RISCOS GEOLÓGICOS DA CPRM NO
ESTADO DO SERGIPE NO ANO DE 2015
Santos, F.G.1; Beltrão, B.A.1; Melo, R.C.1;
1Serviço Geológico do Brasil – CPRM – Superintendência Regional do Recife
1553
ZONAS DE ESTABILIDADE NA ÁREA CÁRSTICA DA MINA EXTREMO
NORTE, VAZANTE, MG
Araújo, E.E.1; Nascimento, G.C.S.1; Bessa, V.1
1Votorantim Metais
RESUMO: O crescente uso e ocupação do solo pela sociedade aumenta a cada dia a
necessidade de entendimento dos processos de estabilidade geotécnica em áreas antes
inabitadas. O ambiente cárstico, embora habitado desde tempos pré-históricos, pode
apresentar diferentes potenciais de estabilidade e em função disso o entendimento do
arcabouço geológico local é importante para identificar medidas para uso e ocupação seguras.
O presente artigo objetiva apresentar os resultados de mapeamento de zonas de estabilidade
de solo na região cárstica localizada no entorno da Mina Extremo Norte da Votorantim Metais
em Vazante, MG. A região em estudo localiza-se em meio às rochas carbonáticas do Grupo
Vazante. A faixa carbonática está limitada a leste pelos filitos da Formação Serra do Garrote e
a oeste pela sequência pelítico-carbonática com lentes de quartzito da Formação Serra da
Lapa. A faixa carbonática é composta da base ao topo por dolomitos estromatolíticos, filitos
carbonosos, dolomitos cinzas com laminações algais e dolomitos róseos intercalados com
margas da Formação Serra do Poço Verde, sobrepostos por dolomitos estromatolíticos e
dolomitos cinzas com laminações algais da Formação Morro do Calcário. A região é recoberta
por um manto de alteração e cobertura de espessura e constituição variáveis. Diversas
variáveis geológicas e hidrogeológicas podem afetar o potencial de estabilidade no solo
cárstico e favorecer a ocorrência de abatimentos (dolinas). As principais variáveis são: a
litologia, o grau de carstificação e de vazios presentes na rocha, a espessura e tipo de
sedimentos presentes acima das cavidades e a variação do nível de água no decorrer do
tempo. Foram utilizados no trabalho dados disponíveis de mapeamento geológico, sondagens
diversas (rotativa diamantada e rotopercussiva), eletrorresistividade, gravimetria e nível
freático. As classes de estabilidade foram separadas considerando principalmente o grau de
risco de geração de abatimentos de solo causados por infiltração de água superficial, quer de
origem natural ou antrópica, e variação do nível de água local, seja também por motivos
naturais (sazonalidade) ou antrópicos. O cruzamento espacial destas informações permitiu
definir 09 zonas de estabilidade distribuídas em uma área de 3.602 hectares. Deste total
63.85% apresentam alto ou médio índice de estabilidade em relação à ocorrência de
abatimentos de solo. São representados principalmente por áreas com cobertura de solo
ausente ou pouco expressiva em litologias com menor grau de carstificação. Áreas com baixa
estabilidade (alto risco) representam 36,15% e estão dispostas em áreas com sedimentos
inconsolidados sobrepostos a rochas com maior grau de carstificação e contatos solo-rocha de
inclinação elevada. A definição de zonas de estabilidade mostra-se uma ferramenta importante
de auxílio na definição das ações de gerenciamento do ambiente cárstico, principalmente no
tocante ao uso e ocupação do solo. Indica a localização de áreas de baixa estabilidade onde
medidas de proteção em edifícios e outras estruturas civis podem se mostrar necessárias ou
que devam ser aplicados monitoramentos adicionais. Em contrapartida áreas de alta
estabilidade podem ser geridas com segurança sem que haja a necessidade de aplicação de
recursos adicionais.
1554
CLASSIFICAÇÃO E QUANTIFICAÇÃO DOS ESCORREGAMENTOS
OCORRIDOS NO DIA 11 DE MARÇO DE 2011 NA SERRA DO MAR
PARANAENSE
Avelar,F.1
1Universidade Federal do Paraná
RESUMO: Esse estudo teve como foco principal classificar e quantificar os escorregamentos
ocorridos no dia 11 de março de 2011, na Serra do Mar, no Estado do Paraná, no município de
Morretes através da interpretação de imagens de satélite. Para o estudo foi utilizada imagem
do satélite Word View 1 com resolução espacial de 0,5 m, temporal de 1,7 dias no nadir e
radiométrica de 11 bits. Através dessa imagem foi possível identificar blocos de rocha
deslocados, áreas iniciais de deslocamento de massa e o seu percurso até chegar às áreas de
deposição desses sedimentos e também áreas inundadas na parte mais baixa do relevo.
Foram registrados nos dias 11 e 12 de março um índice pluviométrico de 518,6 mm (em todo
mês de março 760,5 mm), superior aos registros de janeiro (432,3 mm), fevereiro (366,1 mm),
abril (113 mm), maio (38,4 mm), junho (91,4 mm), julho (151,2), agosto (265,9 mm), setembro
(73,8 mm), outubro (237,1 mm), novembro (107,7 mm) e dezembro (162,6 mm). Ou seja,
houve uma alta concentração de chuvas em um curto período de tempo. Esse fato somado
com as características geológicas, geomorfológicas e pedológicas da região da Serra da Prata,
foram deflagradores dos processos de movimento de massa que ocorreram. Utilizando a
classificação de Filho & Wolle (1996) os movimentos de massa ocorridos na área de estudo
foram classificados em dois tipos: escorregamentos e corridas. Também foram identificadas as
áreas inundadas nas áreas de deposição dos sedimentos deslocados. Foram identificados 890
escorregamentos, com a superfície de ruptura bem definida na maioria deles, típica de
escorregamentos planares (também chamado de translacionais na literatura), 146 corridas e na
Bacia do Jacareí 44 inundações. A população afetada por esse evento pertence ao distrito de
Floresta em Morretes, e é uma comunidade localizada na bacia do Jacareí, sendo esta uma
área de risco geológico e que foi profundamente afetada, principalmente pelos eventos de
corrida de lama e as inundações. Esse ocorrido vitimou pessoas, destruiu residências,
devastou lavouras e causou um alto prejuízo econômico já que a maior parte do distrito é
dependente da agricultura. Portanto torna-se claro que essa região necessita de um plano de
risco e um planejamento territorial.
1555
SUSCETIBILIDADE À ESCORREGAMENTOS TRANSLACIONAIS DE SOLO
EM VERTENTES NATURAIS E ESTABILIDADE DE TALUDES DA BR-376 KM
661+350 À 668+200 - SERRA DO MAR PARANAENSE
RESUMO: A instabilidade das encostas nas áreas serranas do Brasil vem sendo estudada há
décadas com intuito de minimizar os acidentes de proporções significativas que afetam
anualmente essas regiões. Os escorregamentos translacionais em encostas relacionam-se ao
produto de fatores como: características geomorfológicas, hidrológicas e geológicas, tipos de
vegetação, processos geodinâmicos, antrópicos e pluviométricos. Na Serra do Mar
paranaense, diversos mecanismos de movimento de massa são observados, sendo os
escorregamentos translacionais de solo os mais comuns, principalmente quando associados a
eventos pluviais extremos. O trecho da BR‐376 situado entre as cidades de Curitiba e Garuva
possui um histórico de eventos de instabilidade, deflagrados por chuvas intensas ou mesmo
por intervenções de engenharia relacionadas à implantação das pistas de rodagem e das áreas
de ocupação adjacentes a estas. A demanda de estudos criteriosos e multidisciplinares para o
gerenciamento de riscos geológico‐geotécnicos desta região, está diretamente relacionada a
sua suscetibilidade a escorregamentos. Este trabalho tem por objetivo dar subsídio a ações
que aumentem a segurança em regiões serranas, mediante a construção de uma abordagem
que integre informações geológicas, geográficas, geotécnicas e pluviométricas, analisando
criticamente os fatores relacionados a mapeamento de riscos de suscetibilidade a
escorregamentos translacionais em vertentes naturais. A pesquisa envolveu a análise da
estabilidade de taludes baseada na teoria do equilíbrio limite. Foram utilizados métodos
determinísticos para o cálculo do fator de segurança em diferentes perfis de encostas, através
de propriedades físicas e mecânicas dos solos (definidas por ensaios laboratoriais),
declividade, escoamento hídrico e tipos de cobertura vegetal. Este resultou no desenvolvimento
de operações em Sistemas de Informações Geográficas – SIG que possibilitaram a
representação da superfície terrestre por meio de modelos digitais de terreno (MDT), com
mapas de declividade e índice de estabilidade e fator de segurança. Os mapas gerados
apresentaram cenários distintos de saturação hídrica do solo e propensão a escorregamentos
através de 5 classes de suscetibilidade, sendo estas: muito baixa, baixa, moderada, alta e
muito alta suscetibilidade. Estes mapas foram validados mediante cicatrizes de movimentos de
massa recentes e pretéritos delimitadas em fotografias aéreas e imagens de satélite. O
cruzamento das informações do MDT e do mapa de fator de segurança com as evidências
coletadas em campo, permitiu analisar criticamente o produto do trabalho de modelagem
digital, bem como identificar critérios para seu aperfeiçoamento futuro.
1556
A IMPORTÂNCIA DA CONSCIENTIZAÇÃO DE JOVENS PARA A
PREVENÇÃO E PREPARAÇÃO DE DESASTRES NATURAIS
Serrano, J. S.; Dourado, F.
Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CEPEDES/UERJ)
RESUMO: Os desastres naturais são eventos extremos que impactam negativamente o meio
ambiente causando perdas e danos humanos, financeiros e de infraestrutura. As inundações,
furacões, movimentos de massa, tsunamis e terremotos são exemplos de processos perigosos
que podem se transformar em um desastre. Usualmente ocorrem naturalmente em nosso
planeta, mas podem ser induzidos ou potencializados pela ação humana. Evitar um processo
perigoso, em geral, é um processo complexo, por vezes impossível. Porém, eliminar ou mitigar
as perdas e danos causados pelos desastres decorrentes desses eventos é uma realidade
passível e dependem da adoção de medidas de prevenção. Tais medidas de prevenção podem
ser estruturais ou “não estruturais”. As medidas estruturais consistem em obras de engenharia
como por exemplo contenção de encostas, barragens, dragagem e reflorestamento que
demandam geralmente altos custos financeiros e pessoal técnico especializado para seu
planejamento e execução. Tais intervenções devem ainda contar com o planejamento de
manutenção de curto, médio e longo prazo, o que demanda mais recursos ao longo da vida útil
das intervenções. As medidas “não estruturais” são ações que não demandam obras físicas e
que estão ligadas ao ordenamento/disciplinamento do uso do solo e conscientização dos
elementos expostos, como por exemplo, sistemas de planejamento e gerenciamento de riscos,
sirenes de alerta, orientação aos moradores, etc. As medidas “não estruturais” são de mais fácil
implantação por exigir menos recursos financeiros do que as obras de engenharia. As
populações que habitam as áreas de riscos podem ser catalizadoras dos fatores detonantes e
muitas vezes potencializadoras dos processos perigosos aos quais estão expostos. São
exemplos de ações que podem potencializar a susceptibilidade das áreas aos processos
perigosos: a ocupação de encostas, a alteração do leito dos rios, o despejo descontrolado de
águas servidas, esgoto e lixo. Desta forma, conscientizar a população aos processos perigosos
aos quais ela está exposta é uma das medidas mais eficazes e com uma das melhores relações
custo/benefício que podem ser implantadas. Os adultos possuem maiores dificuldades em
construir novos conhecimentos devido à dificuldade da quebra de paradigmas, pois os adultos já
possuem opiniões formadas (sendo elas corretas ou não) e ocorre uma maior dificuldade em
aceitar novas ideias. Os jovens, por outro lado, encontram-se em constante aprendizado, em
processo de formação de opinião, consistindo na idade ideal para adquirir novos conceitos e
conhecimentos, incluindo aprender sobre a importância de se prevenir de um desastre natural.
A partir dos 11 ou 12 anos o jovem já possui um pensamento abstrato para poder construir um
raciocínio científico e possui discernimento para poder repassar seu conhecimento para seus
familiares no caso de necessidade. Nesse trabalho será demonstrada a importância da
conscientização de jovens para a prevenção e preparação para desastres naturais.
1557
ESTUDO E SIMULAÇÃO DE RISCO DE QUEDA DE BLOCOS, NO BAIRRO DE
CAMPO GRANDE, RIO DE JANEIRO - RJ.
Pedro, G.P.1; Tavares, F.A.1; Araújo,B.C.1 ; Gil, E. J. 1; Machado, H.T. 2.
1Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; 2COBA – Consultores de Engenharia e Ambiente;
RESUMO: A notória expansão da ocupação na cidade do Rio de Janeiro rumo à zona oeste
também se faz presente num dos maiores bairros da cidade, nomeadamente o bairro de
Campo Grande, que possui uma população de mais de 800 mil habitantes, segundo dados
censitários do IBGE do ano de 2010. A demanda por espaços e terrenos propícios à ocupação
e instalação de habitações é grande e abrange desde programas de habitação populares até
condomínios de classe média e de alto padrão. Porém muitas das ocupações encontram-se
próximas de áreas com grande susceptibilidade de risco geológico, tais como deslizamentos e
quedas de blocos. Estes problemas são recorrentes na cidade do Rio de Janeiro, devido a
fatores como o clima tropical, relevo acidentado, tipos de solo, substrato rochoso e uso do solo
dentre outros. Nas proximidades do entruncamento da BR 465 com a Avenida Brasil, são
encontrados matacões de rocha granítica, pertencentes à unidade Neoproterozóica
denominada Suíte Granítica Intrusiva Pedra Branca, que está inserida no contexto tectônico da
Faixa de Dobramentos Ribeira. Os matacões podem alcançar até uma dezena de metros de
diâmetro. O local de estudo é popularmente conhecido como Serra do Corcundinha e
apresenta iminente risco de queda de blocos e matacões, bem como histórico de ocorrência de
queda e rolamento de material rochoso, que por sua vez ameaçam residências e outras
instalações ao seu redor. Movimentos de massa em geral, caracterizam o movimento de solo,
rocha e/ou vegetação ao longo de uma vertente sob a ação direta da gravidade, com devidas
contribuições de fluídos, reduzindo a resistência mecânica dos materiais. A queda de blocos se
dá quando da ausência de superfície de movimentação, com alta velocidade, predomínio de
material rochoso de diversos tamanhos, podendo estar associada a rolamentos, saltação e
fragmentação. A análise geotécnica envolve o reconhecimento de parâmetros tais como o grau
de alteração, grau de resistência, grau de consistência e orientação das descontinuidades,
assim como a análise dessas descontinuidades, uma vez que a rocha apresenta considerável
grau de alteração devido ao intemperismo. O uso de softwares de simulação de queda de
bloco providencia melhor imagem da trajetória de possíveis eventos, permitindo realizar
previsões das trajetórias, dimensionando velocidade, amplitude do salto e alcance do material
em movimentação. Considerando o histórico de evento de quedas e rolamentos, apresenta-se,
dentre os produtos deste trabalho, mapa de situação da área apontando setores críticos, com o
intuito de auxiliar possíveis medidas estruturais da engenharia a serem tomadas para
prevenção e mitigação de acidentes.
1558
DIMENSIONAMENTO DE GRADES VIVAS PARA ESTABILIZAÇÃO
BIOTÉCNICA DE TALUDES
Pezzi, G.1; Gavassoni, E.2; Faro V.P.3
1Universidade Federal do Paraná
1559
EROSÃO LINEAR NA BACIA DO RIO DO PEIXE, SP
Hellmeister Júnior, Z.1 ; Almeida, M.C.J. de.1; Freitas, T.B. de1; Almeida Filho, G.S.de.1;
1Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT
RESUMO: A bacia hidrográfica do rio Peixe, localizada na porção oeste do Estado de São
Paulo, possui área de drenagem de 10.769 km2. A bacia do rio Peixe apresenta graves
problemas referentes aos processos erosivos lineares do tipo ravina e boçoroca. Essa situação
provoca a produção de grande quantidade de sedimentos, que contribuem para o
assoreamento dos cursos d’água, principalmente o rio do Peixe e seus afluentes.
Levantamentos realizados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo -
IPT, em todo o Estado, identificaram que a bacia do rio do Peixe apresenta o maior número de
processos erosivos lineares do tipo ravina e boçoroca (sete mil). O substrato geológico
condiciona fortemente os processos erosivos em decorrência da alteração das rochas e
principalmente, das formações de solos de textura arenosa, altamente suscetíveis à erosão. A
bacia está inserida no Planalto Ocidental, dentro da Bacia Sedimentar do Paraná pertencentes
ao Grupo Bauru (Formações Presidente Prudente, Vale do Rio do Peixe e Marília); arenitos do
Grupo Caiuá (Formações Rio Paraná e Santo Anastácio). O relevo é predominantemente muito
suave, ondulado, com longas vertentes retilíneas e convexas, de baixa declividade. Também
ocorre na bacia áreas com relevo mais enérgico, com colinas médias, morrotes; grandes áreas
de relevo de escarpas. Estas formas de relevo são as maiores potencializadoras dos processos
erosivos, uma vez que as rampas são relativamente longas e inclinadas, e são frequentes as
áreas de cabeceiras de drenagem e linhas preferencias de concentração do fluxo d'água. As
associações pedológicas que predominam na bacia, são classificadas como Argissolos
Vermelho-Amarelos Distróficos e Eutróficos abrúpticos ou não, tornando-os altamente
suscetíveis a erosões, ocorrem também Latossolos Vermelhos Distróficos A moderado textura
média relevo plano e suave ondulado. Predomina nessa bacia as pastagens (pecuária
extensiva), a frequente movimentação dos animais gera trilhas, que conduzem aos canais de
drenagem por meio da concentração de fluxos hídricos superficiais e que são capazes de
desencadear os processos erosivos do tipo sulco, ravina e boçoroca. O levantamento realizado
para a elaboração do mapa de feições erosivas constituiu na identificação das erosões do tipo
ravinas e boçorocas, num total de 6.990 (seis mil e novecentos e noventa) feições erosivas
lineares (ravinas e boçorocas), por meio da interpretação de fotos aéreas da Empresa Paulista
de Planejamento Metropolitano SA, na escala 1:8.000 (datadas de 2010), e com auxilio de
imagens do Google Pro. Com vistas a contribuir para prevenir ou minimizar a degradação, o
IPT está desenvolvendo uma caracterização, utilizando os parâmetros morfométricos (forma da
bacia, índice de circularidade, coeficiente de compacidade, índice de sinuosidade da drenagem
e outros), correlacionando-os com as características do meio físico (substrato geológico,
sistemas de relevo, coberturas pedológicas) e com as diferentes categorias de uso e ocupação
do solo, para determinar as áreas de maior ou menor suscetibilidade aos processos erosivos e
as áreas potenciais à produção de sedimentos (escala 1:250.000), e posteriormente
estabelecer uma hierarquização dos compartimentos hidrográficos.
1560
ANALISIS Y MAPEO DE RIESGO GEOTECNICO Y SUSCEPTIBILIDAD EN
ACANTILADOS DEL LITORAL NORESTE DE BRASIL
Taquez, D.E.D.1; Freitas Neto, O.D.2; Matos, M.F.A.3; Scudelari, A.C.4
1,2,3,4Universidade Federal do Rio Grande do Norte;
RESUMEN: El litoral del noreste brasilero, específicamente la región del estado de Rio Grande
del Norte se caracteriza por la presencia de dunas y acantilados propios de la formación
Barreiras, en esta región son relatados movimientos de masa, en cantidades importantes en
periodos lluviosos, que representan un constante riesgo para los habitantes y visitantes de la
región. Dada la importancia de esta región en aspectos económicos, ambientales y sociales, se
hace necesario el mapeo de las áreas que son más riesgosas o susceptibles a procesos de
movimientos de masa, y que estos mapas sean la base para los análisis de estabilidad,
orientando así políticas de protección ambiental y habitacional. En este trabajo se hace uso del
proceso de análisis jerárquico AHP (Analytic Hierarchy Process), este método se usa para
modelar un proceso en el cual se tienen varias variables de decisión que componen un
problema, cuantificándolas por medio de pesos. Este método ya es usado en estudios tanto
académicos como en consultorías geotécnicas. Del mismo modo se hace uso del software
ARCGIS para sistematizar y agilizar los procesos de mapeo. El proceso inicial fue obtener
informaciones tanto en la literatura como en las visitas de campo sobre los mecanismos de
ruptura, los procesos condicionantes y las particularidades presentes en el área de estudio que
estaban involucrados en el desarrollo de inestabilidades, para estructurar la información en los
diferentes niveles jerárquicos (Factores, Clases). Como resultado se obtuvieron 8 factores que
serán estructurados en la matriz AHP, los cuales se mencionan a continuación: Altura,
Declividad, Cobertura, Nivel de agua, Agua superficial, Material, Factores predisponentes,
Número de capas cementadas. Para cada uno de estos factores se estructuraron distintos
parámetros denominados clases, los cuales cuantifican la información de campo, y como
resultado del cálculo del proceso de análisis jerárquico se obtienen los pesos para cada una de
estas clases y de estos factores. Una vez obtenidos los pesos para cada nivel jerárquico, se
hizo uso del software ARCGIS para implementar el mapeo de cada uno de los factores
mediante los procesos de clasificación supervisada y generación de mapas de declividad,
posteriormente con el uso de la herramienta calculadora raster fue posible asignar los pesos de
cada factor obtenidos en el proceso de análisis jerárquico y de esta manera obtener el mapa de
susceptibilidad ponderado. El resultado del estudio es representado en un mapa que clasifica y
delimita en rangos el grado de riesgo y susceptibilidad para el área estudiada, en este caso los
acantilados que se encuentran dentro de la base militar de la Barreira Do Inferno en Rio
Grande del Norte, Brasil.
1561
REGISTO GEOLÓGICO DE TSUNAMIS NO ATLÂNTICO
Costa, P.J.M.1,3 , Baptista, M.A.2,3, Wronna, M.4, Omira, R.3,Quartau, R.5; Ramalho, R.6,
Andrade, C.1, Dawson, S.7, Dourado, F. 8
1Departamento de Geologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Portugal,2Instituto Superior de
Engenharia de Lisboa, Instituto Politécnico de Lisboa, 3Instituto Dom Luiz/Universidade de Lisboa; 4Instituto
Português do Mar e da Atmosfera, Portugal, 5 Instituto Hidrográfico, Portugal, 6 Universidade of Dundee, Escócia,
7Universidade de Bristol, Inglaterra, 8 Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres(CEPEDES)/Universidade
1562
ESPACIALIZAÇÃO DAS ÁREAS SUSCETÍVEIS A INUNDAÇÕES,
ENXURRADAS E CORRIDAS DE DETRITOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO
RIO TAQUARI-ANTAS, RS.
Oliveira, G.G.¹; Guasselli, L.A.²; Eckhardt, R.R.¹; Haetinger, C.¹; Alves, A.¹; Ruiz, L.F.C.²;
Bressani, L.A.²; Riffel, E.S.².
¹Centro Universitário UNIVATES; ²Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
1563
EROSÃO NO ESTADO DE SÃO PAULO
Almeida Filho, G.S.1; Costa, S.B.1; Corsi, A.C.1; Hellmeister Júnior, Z.1; Heleno, A.F.1
1Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT
1564
INUNDAÇÃO NA ARÉA URBANA NOS MUNICÍPIOS DO ESTADO DE SÃO
PAULO
Almeida Filho, G.S.1; Corsi, A.C.1; Heleno, A.F.1; Hellmeister Júnior, Z.1; Costa, S.B.1
1Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT
1565
CRIAÇÃO DE ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL NA TENTATIVA DE
COIBIR A OCUPAÇÃO DE ENCOSTAS SEM NENHUM CRITÉRIO TÉCNICO
OU PLANEJAMENTO - MODELO APA DOS MORROS GARAPENSES -
DUQUE BACELAR-MARANHÃO.
Souza, J.L.M.1.
1CPRM – Serviço Geológico do Brasil, SUREGSA, GEHITE, GATE.
RESUMO: O planeta Terra se comporta como um sistema vivo, por meio de um conjunto de
grandes engrenagens que se movimenta, que se modifica, acolhe e sustenta uma imensidade
de seres vivos em sua superfície. Os geossistemas são mapeados num sistema similar à
sobreposição de planos de informação em sistema de informação geográfica sendo que para o
mapeamento dos geossistemas são sobrepostas informações relativas ao relevo, substrato,
drenagem, solos, vegetação e uso da terra. O crescimento acelerado e desordenado das
cidades aliado à ausência de planejamento urbano, técnicas de construção adequadas, e
ausência de educação básica, sanitária e ambiental, tem sido agentes potencializadores
dessas situações de risco, que se efetivam em desastres por ocasião de eventos naturais, nos
grandes e pequenos núcleos urbanos. A ocupação de encostas sem nenhum critério técnico ou
planejamento bem como a ocupação das planícies de inundação dos principais cursos d’água
que cortam a maioria das cidades têm sido os principais causadores de mortes e de grandes
perdas materiais. O reconhecimento dessas horrendas consequências potenciais tem motivado
as pessoas a trabalharem juntas para reduzir os efeitos adversos. Os governos têm
promulgado novas regulamentações voltadas para os problemas ambientais regionais e novos
tratados têm sido formulados para reduzir os impactos nas atividades antrópicas. O
mapeamento de geossistemas pode ser considerado uma atividade básica para o
planejamento territorial, uma vez que o mapa de geossistemas mostra áreas homogêneas
onde a interação entre os componentes da natureza e o uso da terra são similares. Visando
uma redução geral das perdas humanas materiais, bem como os danos ambientais causados
pelas as ocupações desordenadas em encostas, o governo do Maranhão, através da
Secretaria de Estado do Meio Ambiente, pela Lei Nº 25.087 de 31 de Dezembro de 2008, criou
uma APA – Área de Proteção Ambiental, que abrange uma área de 234.767.9097 ha, nos
municípios de Buriti, Duque Bacelar, Coelho Neto e Afonso Cunha. Com seis anos de criação,
sendo a mais nova do Estado, essa Unidade de Conservação maranhense localizada no Baixo
Parnaíba e Alto Munim, é a única de jurisdição estadual que possui um Conselho em
funcionamento. O CONAMG é um Conselho atuante e participativo junto ao Governo e a
sociedade. O CONAMG possui 16 representantes que se reúnem ordinariamente quatros
vezes ao ano, buscando soluções para os problemas ambientais e da sustentabilidade da
Unidade.
1566
DIAGNÓSTICO E QUANTIFICAÇÃO DAS PERDAS E DANOS DO EVENTO DE
MOVIMENTO DE MASSA DO MORRO DO BUMBA/RJ
Almeida, F.V.1; Dourado, F.1
1Centro de Estudos e Pesquisas sobre Desastres, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (CEPEDES/UERJ)
RESUMO: No dia 7 de abril de 2010, o Morro do Bumba em Niterói foi palco de um desastre de
onde foram oficialmente retirados 48 corpos. Entre os anos de 1970 e 1986, o morro localizado
no bairro de Viçoso Jardim, hospedou o segundo lixão da cidade. Após o mesmo ter sido
desativado começaram a ser construídas moradias, apesar de ser proibida a ocupação do
local, resultado de uma falha na fiscalização. Por fim, o poder público incentivou a ocupação
irregular levando obras de saneamento básico, programas de iluminação e saúde, construção
de escolas, creches, quadras e outros. Uma intensa chuva atinge um depósito irregular (bota-
fora) de entulhos de construção civil e causa um primeiro movimento de massa que foi
televisionado em rede nacional. Alguns minutos após o apagar dos holofotes e das câmeras
ocorre o segundo, e maior, movimento de massa que mobilizou toneladas de lixo que estavam
sob as ruas da comunidade levando casas e pessoas morro a baixo. Através de dados
históricos e relatórios técnicos do Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro (DRM) tal
como entrevistas com peritos que trabalharam no local do acidente, foi realizado um
diagnóstico do evento apresentando os fatores geológicos e geotécnicos e as ações
antrópicas, que geraram, ou pelo menos propiciaram o evento. A quantificação dos danos
públicos e privados de infraestrutura foi estimada através de fotografias aéreas anteriores e
posteriores ao evento que possibilitaram a delimitação da área em que o lixo se movimentou.
Para quantificar as perdas humanas e sociais foram utilizados os dados censitários do IBGE a
fim de observar o número de pessoas que viviam na área demarcada e que se encontravam
expostas ao processo perigoso. No trabalho foram utilizados relatórios técnicos do DRM e das
Defesas Civil Municipal e Estadual que viabilizaram o cálculo quanto ao número de danos
humanos: pessoas atingidas, afetadas, desaparecidas e falecidas. As fotografias aéreas
cedidas, em conjunto com os dados censitários obtidos no IBGE, possibilitaram criar uma
relação dos índices de crescimento da ocupação na área ao longo dos anos e como isso teve
influência no evento. Todos os dados reunidos foram utilizados para criação de um banco de
dados espacial sobre este evento no Morro do Bumba.
1567
SITUAÇÃO DE PERNAMBUCO FRENTE A DESASTRES NATURAIS E
MUDANÇAS CLIMÁTICAS – UMA ANÁLISE SOCIOECONÔMICA NO
PERÍODO DE 2009 A 2014.
Borges, M.A.L.1; Pereira, H.S.2; 3
1 Instituto Federal de Pernambuco; 2 Instituto Federal de Pernambuco; 3 Universidade Federal Rural de
Pernambuco
RESUMO: É perceptível que os desastres naturais afetam a produção e o nível de riqueza das
regiões que sofrem com esses eventos. Nos últimos anos, essas catástrofes assolaram
diferentes regiões do mundo. Além de afetar a economia não só no capital físico, mas também
no capital humano e ambiental. Saber quantificar a magnitude desse problema é importante
para existir um melhor planejamento de como evitar tais catástrofes e evitar tantas perdas a
sociedade. A pesquisa teve como base a correlação de dados socioeconômicos e imagens de
satélite através do uso de técnicas do sensoriamento remoto e geoprocessamento. Tornando
possível identificar e estimar os prejuízos socioeconômicos causados por desastres naturais ao
longo do período de 2009 a 2014 no estado de Pernambuco. Através dos mapas originou-se a
espacialização dos relevantes prejuízos nos municípios mais atingidos, onde os principais são
Recife, Jaboatão, Olinda, Paulista e área semiárida do Estado. Na RMR (Região Metropolitana
do Recife) é perceptível à presença de deslizamentos, erosão marinha, alagamentos ao
contrário do Sertão que sofre de estiagem e seca excessivas, somadas a solos bastante rasos,
corroboram para os processos de desertificação. Com os eventos de desastres naturais o
Governo Federal destinou para todo o Brasil cerca de R$ 97.116.603,69 para prevenção e
preparação de desastres e R$ 1.221.724.027,31 para respostas e reconstrução em áreas
afetadas. Só em Pernambuco, foram destinados em aplicações diretas e ao governo do estado
um total de R$ 45.054.539,21 para apoio a obras preventivas. Essa quantificação dos
investimentos dos governos frente aos desastres, permitiu a observação que a maioria da
aplicação do capital nos últimos anos envolveu a resposta e reconstrução de desastres
naturais, principalmente no ano de 2010 onde existiram as grandes cheias e inundações no
Estado. Também é notória uma queda nos investimentos no ano de 2014, decorrente da crise
econômica em que o país tem passado. Conclui-se que permanente necessidade do
monitoramento contínuo dessas variáveis do tempo é de suma importância para a tomada de
decisões voltadas às ações de mitigação pelas autoridades. Dessa forma, ações planejadas
tornam possível a racionalização no uso dos recursos disponíveis, evitando as perdas
decorrentes da improvisação na busca das soluções.
1568
AVALIAÇÃO DOS DADOS OBTIDOS NAS SETORIZAÇÕES DE RISCO DOS
MUNICIPIOS BAIANOS ENTRE 2012 E 2015.
Souza, J.L.M.1.
1CPRM – Serviço Geológico do Brasil, SUREGSA, GEHITE, GATE.
RESUMO: Ação Emergencial para Delimitação de Áreas em Alto e Muito Alto Risco a Enchentes,
Inundações e Movimentos de Massa e uma linha de ação que tem sido abordada nos últimos
anos pelo Serviço Geológico do Brasil - CPRM em razão do histórico de ocorrências de
acidentes resultantes dos processos naturais, somados às intervenções antrópicas no meio
ambiente. Anualmente inúmeros desastres decorrentes de eventos naturais castigam todo o
país, esses desastres acarretaram a perda de milhares de vidas humanas e muitas vezes
ultrapassaram as expectativas e previsões dos sistemas de alerta existentes. Tal ação tem por
objetivo identificar, caracterizar e orientar a tomada de decisões para a redução dos danos
resultantes desses processos, principalmente escorregamentos, erosões diversas,
assoreamentos e inundações. Decorre também da necessidade de incrementar o
conhecimento desses processos destrutivos atuantes por parte dos órgãos gestores em nosso
território, de modo a orientar a tomada de decisões relativas a cada um dos fenômenos,
podendo ainda tais decisões serem acompanhadas de intervenções estruturais, planejamento
urbano, educação ambiental, implantação de sistemas de alerta, dentre outros, visto que o
crescimento acelerado e desordenado das cidades aliado à ausência de planejamento urbano,
de técnicas de construção adequadas, e ausência de educação básica, sanitária e ambiental,
tem sido agentes potencializadores dessas situações de risco, que se efetivam em desastres
por ocasião de eventos naturais, nos grandes e pequenos núcleos urbanos. A ocupação de
encostas sem nenhum critério técnico ou planejamento bem como a ocupação das planícies de
inundação dos principais cursos d’água que cortam a maioria das cidades têm sido os
principais causadores de mortes e de grandes perdas materiais. O Serviço Geológico do Brasil
- CPRM, na figura da SUREGSA, realizou a setorização de risco alto e muito alto em 52
municípios no Estado da Bahia. Apartir dos dados obtidos em campo foi realizado um trabalho
de interpolação de informações, compilação, processamento e análises, no intuito de comparar
as diferentes localidades setorizadas. Os resultados mostraram dados impressionantes, como
por exemplo, a cidade de Malhada que possui 100% da população da área urbana do
município morando em área de alto risco à inundação. Os resultados deste trabalho
apresentam o panorama geral da distribuição das áreas de risco geológico alto e muito alto no
Estado da Bahia entre os anos de 2012 e 2015. Sendo que além da distribuição espacial por
municípios, também foi possível verificar os principais fenômenos geradores desse risco. Com
estes dados pode ser possível planejar melhor o seu gerenciamento no tocante à concentração
de futuros estudos e concessão de financiamentos da gestão pública nas esferas federal e
estadual.
1569
AÇÕES DE PROTEÇÃO E DEFESA CIVIL EM ÂMBITO MUNICIPAL: AS
EXPERIÊNCIAS DOS MUNICIPIOS DE SANTOS E SÃO PAULO
Figueira, R.M..1 & BANDINI, M. P. 2
1 Prefeitura do Municipio de São Paulo; 2 Prefeitura do Municipio de Santos
1570
urbanos muitas vezes extrapola os limites municipais e demandam um processo de integração inter
federativa e de governança que define novas territorialidades e formas de organização integradas ao
Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil -SINDEC. É a partir deste contexto que apresentamo
experiências dos Municipios de Santos e São Paulo no processo de implantação das ações de proteção e
defesa civil na gestão dos riscos ambientais urbanos.
1571
SETORIZAÇÃO EMERGENCIAL DAS ÁREAS DE RISCO A INUNDAÇÃO E
DESLIZAMENTO EM ALDEIAS INDIGENAS NO MUNICÍPIO DE
JACAREACANGA-PA
1572
Atualização da base de dados dos desastres hidrometeorológicos na mesorregião do Sudoeste do
Pará (PA) nos últimos 4 anos (2010 a 2014)
Os desastres naturais são originados do impacto de um fenômeno natural que causam sérios prejuízos
sobre a sociedade. Os eventos de inundação brusca e inundação gradual estão classificados como
hidrometeorológicos; eventos de estiagem e seca também estão ligados a estes fenômenos. As
inundações bruscas são ocasionadas por chuvas intensas e concentradas em locais de relevo acidentado
ou mesmo em áreas planas, caracterizando-se pela rápida e violenta elevação e escoamento dos níveis
das águas. No caso das inundações graduais caracterizam-se pela elevação das águas de forma lenta e
previsível, permanecendo em situação de cheia durante algum tempo, para após, escoarem-se
gradualmente. As fortes chuvas no período de inverno na Amazônia tornam a região mais susceptível a
desastres naturais relacionados a inundação. O presente trabalho buscou identificar o número de desastres
ocorridos na mesorregião Sudoeste do Estado do Pará, nos anos de 2011 a 2014, para a atualizar a base
de dados existente dos últimos dezenove anos (1991-2010). A metodologia para realização do trabalho
inclui a pesquisa bibliográfica dos decretos de situação de emergência dos últimos quatro anos no site da
Imprensa Oficial do Estado (IOE/PA). Subsequentemente as informações foram transcritas e convertidas
em formatos compatíveis com o Sistema de Informação Geográfica utilizado para confecção do mapa
quantitativo dos decretos registrados em cada município da mesorregião. O software utilizado foi o
ArcGIs 10.1. Foram contabilizados o total de sete decretos de situações de emergências em quatro
municípios, Itaituba, Aveiro, Medicilândia e Uruará, sendo três de inundação gradual e quatro de
inundação brusca, havendo municípios com mais de um registro de situação de emergência. Não houve
registro para o evento de estiagem e seca. Os desastres naturais ocorreram no primeiro semestre do ano,
coincidindo com a época dos maiores índices pluviométricos e sucessivamente fluviométrico. Desta
forma, a atualização do banco de dados e elaboração de mapa temático é essencial para construção de
um panorama temporal das ocorrências dos desastres naturais nos municípios. Adicionalmente, os dados
podem subsidiar um planejamento adequado e políticas públicas de redução de riscos, por meio de
programas educacionais, além de medidas de mitigadoras a longo prazo em locais frequentemente
afetados.
1573
1574
A DINÂMICA NATURAL COMO ELEMENTO DETERMINANTE PARA O
PLANEJAMENTO URBANO: EROSÃO COSTEIRA NO CONTEXTO
TRANSFRONTEIRIÇO BRASIL – URUGUAI
RESUMO: Processos erosivos na linha de costa têm sido o foco de estudos e discussões há
décadas, produto da pesquisa de profissionais das diversas áreas das geociências. O trabalho
em questão tem como objetivo traçar um paralelo entre os modelos de ordenamento territorial
adotados em cidades litorâneas e áreas definidas como de risco a erosão costeira no sul do
Brasil e litoral atlântico do Uruguai. A fundamentação teórica é baseada na discussão dos
conceitos de risco, vulnerabilidade, susceptibilidade e perigo (hazard), tanto em seu uso mais
amplo, por diversas áreas do conhecimento, como de forma aplicada aos processos naturais,
sob a ótica de uma abordagem sistêmica. No presente momento visa-se discutir a abordagem
e a metodologia escolhida para o discussão da problemática em questão.
Adotando uma proposta multiescalar de análise, parte-se inicialmente de uma escala regional
para uma escala local. A primeira, compreende a delimitação baseada nas dinâmicas naturais
regionais do litoral meridional brasileiro e atlântico uruguaio. Assim, busca-se priorizar as
características naturais predominantes da região como parâmetro para a delimitação da área
de estudo em sobreposição aos limites fronteiriços político-administrativos. A segunda escala
de análise compreende áreas balneárias urbanizadas historicamente enquadradas em situação
de risco a erosão costeira, contidas na escala regional anteriormente proposta, no caso os
balneários do Hermenegildo em Santa Vitória do Palmar/Brasil e Aguas Dulces em
Castillos/Uruguai.
A metodologia escolhida para a coleta de dados físicos em campo respeitará uma analise
qualitativa de três fatores preferenciais: evidências de processos erosivos (metais pesados,
escarpas, falésias, exposição de paleoambientes, resquícios de construção e obras de
contenção), possíveis causas (dinâmica de ondas, subsidência, marés, variação relativa do
nível do mar, déficit sedimentar e correntes de deriva) e perigo analisado (erosão costeira,
inundações e voçorocas). Por sua vez, a análise dos modelos de ordenamento territorial destes
balneários será feita através do histórico de ocupação, planos diretores, dados demográficos e
censitários, legislação em distintas esferas políticas, projetos de expansão urbana, fotografias
áreas, imagens de satélite e entrevistas com gestores.
A conclusão visa fomentar e colaborar com a discussão acerca da importância em
compreender as dinâmicas naturais na gestão e planejamento das cidades. Para alcançar este
propósito, serão debatidos aspectos legislativos de países latino-americanos, bem como
normatizações consagradas no exterior para que finalmente possam ser delimitadas diretrizes
com o intuito de nortear o desenvolvimento urbano em prol da redução dos riscos e de um
melhor ambiente para a população. E assim, finalmente nos questionar: como a compressão
dos processos naturais pode colaborar com a concepção de cidades do futuro?
1575
INFLUÊNCIA DO GRAU DE SATURAÇÃO NO MÓDULO DE ELASTICIDADE
DOS SOLOS: APLICAÇÃO À PREVISÃO DO ALCANCE EM QUEDAS DE
BLOCOS.
Castro, A.S.1; Ribeiro, R.S.1,2; Barroso, E.V. 1; Vargas Jr, E.A.1,3 Figueiredo, V.D.1
1Universidade Federal do Rio de Janeiro; 2 CPRM – Serviço Geológico do Brasil; 3 Pontifícia Universidade Católica
do Rio de Janeiro.
RESUMO: Dos movimentos de massa que ocorrem em encostas, o do tipo queda de blocos
rochosos é um dos mais destrutivos. Considerando a baixa previsibilidade da sua deflagração,
atenção tem sido dada à determinação das trajetórias dos blocos como método para a redução
de riscos. O coeficiente de restituição é o principal parâmetro físico envolvido na análise do
alcance dos blocos, representa as perdas de energia após os choques do bloco de rocha com
diversos materiais geológicos em sua trajetória. Trata-se de um parâmetro ainda pouco
conhecido na literatura geológica e geotécnica, sobretudo quando se considera a interação dos
blocos de rocha com solos em diferentes umidades. O presente trabalho tem a finalidade de
avaliar o efeito da umidade do solo sobre o Módulo de Elasticidade, parâmetro elástico que
afeta a rigidez no contato entre rocha e solo no momento do choque e, por conseguinte, o
próprio coeficiente de restituição. Para fins de comparação, um solo derivado de rocha ácida e
outro de rocha básica foram coletados na região serrana do Estado do Rio de Janeiro.
Procedeu-se à caracterização da mineralogia das rochas de origem e dos solos derivados, bem
como dos índices físicos dos solos. Após a determinação da curva característica, os solos
foram moldados em diferentes teores de umidade e submetidos a ensaios de compressão
triaxial do tipo não adensado e não drenado. Os resultados mostram variação de mais de uma
ordem de grandeza do Módulo de Elasticidade em função da umidade do solo, indicando que a
umidade tem considerável influência na rigidez do contato entre o solo e a rocha, tornando os
alcances dependentes da variação sazonal de umidade nas encostas.
1576
COMPARAÇÃO E ANÁLISE DOS PROCESSOS DEFLAGRADORES DE
MOVIMENTOS DE MASSA NA REGIÃO DE BAIXO GUANDU – ESPÍRITO
SANTO, BRASIL
Antonelli, T.1; Pinho, D.1; Dos-Santos, L. F.1; Lazaretti, A. F.1; Salviano, M. F.1
1CPRM – Serviço Geológico do Brasil
1577
A GEOFÍSICA COMO FERRAMENTA PARA DETERMINAÇÃO DA
SUSCETIBILIDADE DE OCORRÊNCIA DE MOVIMENTOS DE MASSA –
ESTUDO DE CASO.
Flores, J. A. A.1; Pellerin, J.G.M. 2; Guedes Jr, A. M.3; Bernhardt, G. A.4 .
1Universidade Federal de Santa Catarina; 2Universidade Federal de Santa Catarina; 3GeoEnvi Geologia e Meio
Ambiente; 4GeoEnvi Geologia e Meio Ambiente;
RESUMO: A ocorrência de movimentos de massa em áreas urbanizadas tem gerado nos últimos
anos consideráveis perdas humanas e econômicas e, despertado maior preocupação quanto a
necessidade de delimitação e caracterização das áreas de risco e com a prevenção às
consequências destas ocorrências. Em função de condicionantes naturais e antrópicas ocorre a
formação das áreas de risco que são constituídas, a priori, pela junção de características naturais
–geológicas, geomorfológicas, pedológicas, hidrológicas e botânicas – favoráveis à ocorrência
de movimentos de massa (suscetibilidade) com a ocupação antrópica da área. Para a
determinação da suscetibilidade da área e, consequentemente do grau de risco, são analisadas
uma série de características físicas e antrópicas da área. Muitas vezes esta análise é realizada
baseada somente nas características passíveis de determinação tato-visual. Contudo, várias
características fundamentais para o entendimento e prevenção de áreas de risco precisam ser
obtidas com investigações mais acuradas do subsolo. Neste enfoque a geofísica por
eletrorresistividade têm se mostrado ferramenta extremamente útil para a determinação de
características importantes como determinação da espessura do solo, saturação do solo,
existência de zonas de falhas e de descontinuidades geológicas. Outro aspecto muito importante
da utilização da geofísica é a relação custo-benefício. Este tipo de estudo pode ser feito de forma
relativamente rápida e com um custo relativamente baixo, possibilitando maior detalhamento,
eficiência no mapeamento de áreas de risco e implantação de medidas preventivas.
O presente artigo mostra um estudo de caso de área onde ocorreu movimento de massa
rotacional em encosta côncava no município de Ituporanga. O estudo geofísico realizado é
composto por linhas paralelas de caminhamentos elétricos, com arranjo dipolo-dipolo. As linhas
do caminhamento elétrico foram realizadas cortando longitudinalmente a encosta, atravessando
a cicatriz do deslizamento rotacional ocorrido. Os dados provenientes do imageamento elétrico
do subsolo, que gera imagens do subsolo em duas dimensões, foi analisado juntamente com as
características geológicas e geomorfológicas da área possibilitando a elaboração de seções
geológicas até a profundidade aproximada de 30 m.
Estas seções geológicas mostraram alternância de camadas, a existência de descontinuidades
geológicas, ocorrência de zonas de falhas e de porções saturadas possibilitando a elaboração
de cartas geotécnicas mais precisas.
1578
CARTA DE SUSCETIBILIDADE A MOVIMENTOS GRAVITACIONAIS DE
MASSA E INUNDAÇÃO DO MUNICÍPIO DE GUARAPARI - ES
1579
“TERRAS CAÍDAS” NA ORLA DA ILHA DO ARQUIPÉLAGO DE
TUPINANBARANA, PARINTINS - AMAZONAS - BRASIL
Motta, M.B1.; Garcia, W. da S2.
1Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais – Serviço Geológico do Brasil, CPRM-SGB
2Instituto Federal de Educação do Amazonas – IFAM, Campus Parintins
1580
A IMPORTÂNCIA DO REGISTRO HISTÓRICO DE INUNDAÇÕES PARA
AÇÕES DE PREVENÇÃO E REDUÇÃO DO RISCO: O CASO DO RIBEIRÃO
FORQUILHAS, SÃO JOSÉ/SC
Sánchez, G.M.1; Flores, J.A.A.1; Kobiyama, M.2
1Universidade Federal de Santa Catarina; 2Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Instituto de Pesquisas
Hidráulicas
1581
CARTA DE SUSCETIBILIDADE A MOVIMENTOS GRAVITACIONAIS DE
MASSA E INUNDAÇÃO DO MUNICÍPIO DE VIANA – ES.
Nogueira, A.C.1; Machado, M.F.1; Lacerda, A.F.1
1 CPRM - Serviço Geológico do Brasil
1582
CARTA DE SUSCETIBILIDADE A MOVIMENTOS GRAVITACIONAIS DE
MASSA E INUNDAÇÃO DO MUNICÍPIO DE ANCHIETA - ES
1583
AVALIAÇÃO EMERGENCIAL DO RISCO A ESCORREGAMENTOS NO
BAIRRO JAMBEIRO 2, EM PENEDO, MUNICÍPIO DE ITATIAIA (RJ)
Batista, C.S.1; Ramalho, J. 1
1 Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro (DRM-RJ)
1584
ANÁLISE DO RISCO A ESCORREGAMENTOS NO BAIRRO GRANJA
SPINELLI, MUNICÍPIO DE NOVA FRIBURGO (RJ)
Batista, C.S.1; Santos, T.1
1 Serviço Geológico do Estado do Rio de Janeiro (DRM-RJ)
RESUMO: Este trabalho apresenta as análises realizadas durante vistoria técnica no bairro
Granja Spinelli, município de Nova Friburgo (RJ), em março de 2015, pelo Núcleo de Análise e
Diagnóstico a Escorregamentos pertencente ao Serviço Geológico do Estado do Rio de
(NADE/DRM-RJ), tendo como objetivo de avaliar o risco remanescente de escorregamentos e
suas eventuais consequências. O bairro se desenvolveu no fundo de um encaixado vale na
direção NW-SE e foi intensamente atingido por escorregamentos deflagrados pelas chuvas de
Jan/2011. O local é caracterizado por encostas naturais compostas por solo residual sobre
rocha alterada e fraturada, e, até a data da vistoria, com exceção da desobstrução das vias,
nenhuma intervenção para mitigar o risco foi executada na região. Dentre as localidades
avaliadas, destacam-se dois pontos: o Hotel Recanto Belo Vale e a Rua João Curty. O primeiro
ponto, localizado no Hotel Recanto Belo Vale, permanece interditado desde o
Megadesastre’11. O acidente pode ser dividido em três grandes deslizamentos que ocorreram
nas laterais do canal principal do vale, dois deles ocorreram em solo sobre rocha alterada e
estão localizados a nordeste do Hotel e o terceiro trata-se de um deslizamento raso em solo a
sudoeste. Ambos, caracterizados como planares, foram iniciados na quebra de inclinação dos
taludes naturais e se desenvolveram nas drenagens secundárias ao longo das encostas. A
massa mobilizada nestes três grandes processos teve a capacidade de se deslocar até o canal
principal onde incorporou mais sedimentos, ganhou velocidade e seguiu para jusante em forma
de corrida de massa. A corrida atingiu o Hotel Recanto Belo Vale e se estendeu por mais 200m
aproximadamente. O segundo processo a ser destacado, inicialmente caracterizado como
deslizamento planar, ocorreu no contato entre solo e rocha fraturada no terço superior da
encosta a montante da Rua João Curty. Após 240 m de extensão, o deslizamento evoluiu para
uma corrida de massa ao entrar em contato com uma linha de drenagem na própria encosta. A
massa mobilizada, que englobou solo residual e blocos rochosos de grandes volumes (média
de 6 m³), se estendeu em forma de corrida por mais de 200 m demolindo uma Igreja Católica e
atingindo a praça localizada na Rua Sabina Abreu Aguilera, onde se localizam um Centro
Comunitário e um campo de futebol. O material ainda alcançou o muro da Escola Municipal
localizada à jusante da praça, porém, não afetou sua estrutura. Devido às características
geológicas e geomorfológicas locais citadas, pode-se afirmar que a região tem potencial muito
alto de ocorrência de novos deslizamentos deflagrados por chuvas horárias intensas -
associadas a chuvas acumuladas significativas -, que, eventualmente, poderão evoluir para
corridas de massa, conforme já ocorrido em 2011. No entanto, é possível recuperar o terreno e
minimizar a ocorrência de novos deslizamentos. As soluções englobam o desmonte dos blocos
rochosos, a proteção das faces rochosas com tela metálica, a exceção de muros de impacto na
base dos taludes e a implantação de um sistema de drenagem nas cristas e ao longo das
encostas, além do controle da erosão com revegetação.
1585
MÉTODO DE MAPEAMENTO GEOTÉCNICO E DAS ÁREAS SUSCETÍVEIS A
DESLIZAMENTOS UTILIZADO NA ELABORAÇÃO DE CARTAS
GEOTÉCNICAS DE APTIDÃO À URBANIZAÇÃO EM MUNICÍPIOS DE SANTA
CATARINA
Sbroglia, R.M.1; Higashi, R.A.R.2; Espíndola, M.S.3; Müller, V.S.4; Flores, J.A.A.5
1,2,3,4,5Universidade Federal de Santa Catarina