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capinnoy A theoria em Platéo como mado de vida ou como praxis segundo as interpretagées de Pierre Hadot e Hans-Georg Gadamer Fernando Rey Puente’ Sabe-se hoje mais do que nunca, certamente gragas 8 influéncia dda hermenéutica, ue nao olhamos para nosso passado filossfico com “objetividade, distincia efreza, mas que, pelo contritio, ele xe incor pora ao nosso presente por meio da apropriagzo que dele fazemnos © ‘que dele jf havia sido eta, outrora, por distntos flosofos em diver- ‘is 6pocashist6ricas. O problema, entretant, ¢ ainda mais comple- ‘xo,na media em que posemos sempre nos indagar acerca de 2 qual passado exatamente nos referimos. Tadavia, no caso do Ocidente, é evidente que nosso passado flos6tico por exceléncia é consttuide pela civilizagao grega, Masa pergunta persist ese torna ainda mais premente: Qual Grécia? A Grécia dos sofistas ou a de Sécrates? A dos pré-socratios ou a de Platao eAristoteles? A dos estoicos ou dos epi- curistas? A de Sexto Empirico oa a de Potino? Enfim, de qual passado ‘os apropriamos a fim de construirmas nossas reflexdes flosicas atuais?£ com essa pergunta em mente que propomos compara dine recente reconstrugies filos6ficas da Grécia, quis sejam: aguelaela- ‘boradla por Hans-Georg Gadamer, aqui homenageado neste simpésio, cea de Pierre Hadot, noto estudioso da filosofia antiga. A fim de imitar ‘© escopo de nossa investigagto, femo-nos em torno da compreen- sio que ambos esses intérpretesfizeram de um coneeito fundamental para a tradigo filosica ocidental a saber, nogdo de thearia. Antes, 1. rakes dh UPMG e pesqoiadr do CNP emai ceey94 show com >, 117 ‘ontudo, de nos aproximarmos das reconstrusdes que eles fizeram da ‘thearia, vejamoso que ainda permanece do significado origindrio des- ‘se fermo grego em nosso verniculo, Para isso, consultemos um de nossos dicionérios mais respei dos. 0 Caldas Aulee. No verbete “Teoria” da 5 edigao de 1964 pode-se ler os seguintessignificados:“1) prineipiosgeras fundamentais de ‘qualquer ciencia ou arte, 2) 0 conhecimento desses prncipios,3) dou ‘tina, opinido sobre os prinepios de uma cigncia ov arte ou sobre a causilidade de algum fato, 4} opinito ou doutrina nao eonfemada pelos fatose 5} conjunto dos elementos que servem para calcular 0s clementos de um planeta’ Ha, entretanto, um segundo verbete com a seguinte explicagio:"I) na Grécia Antiga, deputacao (cujas membros ‘ram os teores) que mandavam as cidades a Olimpia, Delos, Delos ‘etc para assstr aos jogos pblcos ou consultar as oraculos e2)gra- po de pessoas que se adiantam formando cola, ila bicha, proces No caso do primeiro verbete fica caro que podemosagrupar seus tr&s primeiros sentidos no dmbito ce um conhecimento coneeitual acerca de uma eigncia ou arte, jo quarto assinala certo desprestigio desse saber por nio se apoiar em uma comprovagzo factual e © quinto em ‘um uso rescto que uma determinada citncia, a astrofsica, fz desse conceito. O segundo verbete aponta para um fato histrico indubi- vel e muitas vezes esquecido, a saber, fato de que theoria em gre- 0 significa nome de uma deputagao enviada pelascidades para jobservar jogos publios ou consultar ordculos cujos membros eram denominados thers. O segundo sentido desseverbetealude apenas.a tuma generalizacao dessetermo, que passa a designar todas as pessoas ‘que se alinham em) uma fila. em uma proceso, interessante observar que no idioma grego o substantive ‘theara, consul a partir do verbo theoren, significa primelramente “yer Dado que a funcao do shearas era ade im observador de festive ddades reigiosas ocorridas em outrascidades, de consoltas a ordculos divinos, ou até mesmo a de um observador isolado que vai a outras patio, de modo que as homens atari ‘wdmiagio pelo questionamento, mas etariam em confit congo rmesoos quant ao sea comportimento" Na vis de P. Had, essa distingao, embora formulada apenas pelos estoicas, era “admitda implicitamente pela maior parte dos filosofos", Sua idea, portanto, € que a filosofia como ago distan- ciava-se muito da teoria filoséfica e que o objetivo da flosofia na Antiguidade era sobretude buscar tima transformagao de si mesmo, Epicurstase estoicos, por conseguinte, entendiam a flasofia como tum ato permanente identticado& prdpria vida, eeste ato Hadot juga «adequado definir como “uma orientagio da atengio"”-Depois dea ‘mar que Plato defina 2 filosofia com um exerccio para a morte co filosofo como o homem que nao teme a morte," porque ele contempla a totaidade do tempo edo ser” (Rep. 474d ¢ 4762), Hadot conclu suas ‘observagies sobre a ilosfia antiga com uma referéncia explicta a Aristéeles: TER Tar a pitepicomme mere devi. 20 15. Ibid, ” em lb, 2. nquannmeanumtiicinnicraosnimene 121

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