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O capítulo III, intitulado “Das categorias de Unidades de Conservação”, estabeleceu

no artigo 7o a divisão das unidades de conservação que integram o SNUC em dois grupos: as
Unidades de Proteção integral e as Unidades de Uso Sustentável. Frise-se que a principal
distinção entre os dois grupos reside na maneira como os recursos naturais são usados:
indiretamente, observadas as exceções previstas na Lei 9.985, e diretamente,
compatibilizando uso e sustentabilidade.

O primeiro grupo, cujo uso dos recursos naturais é de modo indireto, abrange as
seguintes categorias: Estação Ecológica, Reserva Biológica, Parque Nacional, Monumento
Natural e Refúgio de Vida Silvestre. O caráter restritivo de tais categorias é evidenciado na
maneira como a lei dispõe sobre os elementos posse, visitação, pesquisa e alteração.

No caso da primeira categoria, a Estação Ecológica, o diploma legal em estudo


determinou no artigo 9o e parágrafos, em razão das particularidades preservação e estudo
científico, que a posse e o domínio são públicos bem como a desapropriação de terras
particulares cujo território esteja incluído nos limites área de proteção e conservação.
Saliente-se que a determinação de desapropriar é um dos aspectos restritivos da categoria em
questão a qual tem a visitação pública e a pesquisa científica caracterizadas como
excepcionalidades.

Outro aspecto marcado pela restrição está, no caso das Estações Ecológicas, na
possibilidade de permitir a realização de alterações no ecossistema. O parágrafo 4o, do
sobredito artigo, apresenta um rol fechado, numerus cluasus, conforme se constata da
expressão “só podem ser permitidas”. Semelhante expressão refere-se às seguintes condições
para que o ecossistema seja alterado:
I - medidas que visem a restauração de ecossistemas modificados;
II - manejo de espécies com o fim de preservar a diversidade biológica;
III - coleta de componentes dos ecossistemas com finalidades científicas;
IV - pesquisas científicas cujo impacto sobre o ambiente seja maior do que aquele
causado pela simples observação ou pela coleta controlada de componentes dos
ecossistemas, em uma área correspondente a no máximo três por cento da extensão
total da unidade e até o limite de um mil e quinhentos hectares. (LEI 9985)

A leitura atenta das condições permissivas para alterar o ecossistema dessa primeira
categoria evidencia que a preservação da natureza predominou ligeiramente sobre a pesquisa
científica, não obstante ambos sejam os objetivos da Estação Ecológica. Ilustrativo de tal
predominância é o fato do inciso IV do parágrafo 4o do artigo 9o limitar a extensão máxima
dos três por cento de área destinada a pesquisas científicas a um mil e quinhentos hectares.
Cabe lembrar que as pesquisas científicas mencionadas são aquelas cuja realização produza
impacto superior ao causado ou pela coleta controlada ou pela simples observação.

A segunda categoria, Reserva Biológica, segundo o caput do artigo 10o, tem como
fim preservar de modo integral a “(...) biota e demais atributos naturais existentes em seus
limites (...)”, admitindo como exceção para a interferência humana a execução de ações e/ou
medidas para a promoção da recuperação e da preservação de ecossistemas, da
biodiversidade, do equilíbrio dos processos ecológicos. Além das restrições à interferência
humana, há as mesmas limitações da categoria anterior no tocante aos temas posse, domínio,
visitação e pesquisa científica.

O Parque Nacional, como a própria denominação sugere, apresenta em alguns pontos


restrições menores do que aquelas previstas nas duas primeiras categorias, principalmente,
naquilo que concerne à visitação e à pesquisa científica. A respeito dos dois citados pontos,
nota-se, na leitura do caput do artigo 11, que a Unidade de Proteção Integral em tela
caracteriza-se por ser área cujo ecossistema possui “(...) grande relevância ecológica e beleza
cênica (...)”. Em razão da importância do ecossistema é possibilitado o engendramento de
pesquisas científicas bem como de outras atividades ligadas ao campo educacional. Devido à
beleza do cenário, essa área de proteção integral permite a realização de atividades abertas ao
público como “(...) recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico”.

Apesar da abertura ao público e às atividades de caráter científico-educativo, essas


duas situações devem ser desenvolvidas em obediência às normas e às regras definidas tanto
pela administração quanto aquelas presentes em regulamentos bem como em “Planos de
Manejo”. Daí, nota-se que visitação e pesquisa são práticas vinculadas às disposições legais,
buscando garantir o uso indireto de tais unidades pela sociedade, por conseguinte,
compatibilizando preservação e uso adequado.

No tocante à posse e ao domínio, percebe-se que ambos são de caráter publico,


inclusive, trazendo como consequência a desapropriação de terras particulares que estejam
compreendidas dentro dos limites das unidades da categoria em estudo. Vale ressaltar que
Estados e Municípios tem capacidade para criar Parques Ecológicos.

Seguindo caminho semelhante ao da categoria anteriormente abordada, tem-se o


Monumento Natural, uma vez que, consoante definição constante no caput do artigo 12, este
visa à preservação de “(...) sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica.” Além
da ênfase na dimensão cênica, a questão da visitação obedece aos mesmos critérios
estabelecidos para os Parques Ecológicos – regras e normas da administração, do regulamento
e do “Plano de Manejo”.

A grande distinção do Monumento Natural para a categoria anteriormente estudada


reside na questão da posse e do domínio os quais seguem regras específicas. Dentre as
especificidades, chamam a atenção as seguintes questões: presença de áreas particulares e o
caráter excepcional da desapropriação.

A primeira peculiaridade está expressa no parágrafo 1o do artigo 12 ao trazer que é


possível a constituição do Monumento Natural envolver áreas particulares. A condição
exigida, nesse caso, é a existência de possibilidade de compatibilização entre os interesses
publico e privado. Em outros termos, é necessário que haja convergência entre o modo de
utilização, não só da propriedade, como também dos respectivos “recursos naturais”, pelos
proprietários e os objetivos determinantes os quais ensejaram a criação da sobredita unidade.

A segunda peculiaridade diz respeito à desapropriação a qual, para ser realizada pelo
poder público, exige o não atendimento do requisito da compatibilização de objetivos
públicos e atividades particulares. Mais precisamente, o parágrafo 2o do artigo 12 estabelece a
seguinte condicionante para a ação de desapropriação, a saber:
Havendo incompatibilidade entre os objetivos da área e as atividades privadas ou
não havendo aquiescência do proprietário às condições propostas pelo órgão
responsável pela administração da unidade para a coexistência do Monumento
Natural com o uso da propriedade, a área deve ser desapropriada, de acordo com o
que dispõe a lei.

A última categoria de Unidade de Proteção Integral é o Refúgio de Vida Silvestre


cuja abordagem é feita no artigo 13 e parágrafos. O caput do mencionado dispositivo revela
que a instituição de tal categoria busca dar proteção aos “ambientes naturais” cujas condições
são necessárias para que espécies e/ou comunidades, tanto da “flora local” quanto da “fauna
residente ou migratória”, possam existir bem como se reproduzir.
Seguindo o modelo do Monumento Natural naquilo que concerne à posse e ao
domínio, o Refúgio tem natureza mista, público e particular, consoante se depreende da
leitura do parágrafo 1o do artigo em comento. No entanto o tema relativo à desapropriação
segue uma sistemática, em certa medida, diferente da estabelecida no artigo 12, parágrafo 2o.
Semelhante diferença decorre do fato de que a compatibilização entre objetivos públicos e
atividades empreendidas pelos particulares pode não é o único determinante para desapropriar
a área a ser protegida, uma vez que a ausência de compatibilização pode ser suprida pelo ato
do proprietário aquiescer “(...) às condições propostas pelo órgão responsável pela
administração da unidade para a coexistência do Refúgio de Vida Silvestre com o uso da
propriedade (...).” Em outros termos, existe a possibilidade para o particular, apesar de uma
ausência inicial de compatibilização entre objetivo publico e atividade privada, evitar a perda
da propriedade ao aceitar adotar as medidas necessárias, ditadas pelo poder público, para criar
um ambiente no qual coexista uso e preservação/proteção da natureza.
A observação das categorias que integram as Unidades de Proteção Integral
permite vislumbrar que as restrições ao uso indireto foram, gradativamente, diminuindo,
chegando a admitir duas categorias em que posse e domínio eram mistos, público e privado.
Essa diminuição pode ser interpretada como a construção de espaço de transição para o
segundo grupo de unidades de conservação integrantes do SNUC: Unidades de Uso
Sustentável.
O segundo grupo, conforme dicção do artigo 14, é constituído pelas seguintes
categorias: Área de Proteção Ambiental; Área de Relevante Interesse Ecológico; Floresta
Nacional; Reserva Extrativista; Reserva de Fauna; Reserva de Desenvolvimento Sustentável;
e Reserva Particular do Patrimônio Natural.

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