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Universidade Federal do Pará

Centro Tecnológico
Departamento de Construção Civil
Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil
VIII IBRACON/2001

Concreto com Agregado Vegetal


Madeira
Prof. Dr. Alcebíades N. Macêdo 1
Mestrando Fábio O. Fonseca
Concreto Leve
Pode ser definido como um concreto
produzido com agregados cuja massa unitária
seja menor ou igual a 1120kg/m³

A madeira, (quando tratada para uso como agregado),


possui massa específica da ordem de 500 a 1400kg/m³

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Mestrando Fábio O. Fonseca
Concreto Leve
Uso cada vez mais corriqueiro nas mais
diversas aplicações, sobretudo devido a
cobrança por parte da sociedade de
edificações com melhor desempenho sob
todos os aspectos (economia, impacto
ambiental, conforto...)

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Mestrando Fábio O. Fonseca
Peculiaridades
• A madeira é uma matéria-prima renovável;
• Rejeito da indústria de papel e celulose;
• A possibilidade de uso de diversas espécies
pode diminuir consideravelmente a
exploração predatória sobre as espécies
“consagradas”

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Mestrando Fábio O. Fonseca
Peculiaridades
• O processo de corte e arraste de toras
resulta no corte e derrubada acidentais de
espécies com menor diâmetro de fuste (e
portanto menor valor comercial);
• Tais espécies também podem ser fonte de
agregados vegetais para concreto.

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Mestrando Fábio O. Fonseca
Características do Material
• Leveza
• Isolamento térmico
• Alta produtividade
• Durabilidade
• Economia
• Estabilidade Dimensional *
Todas as características dependem
das condições de uso
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Limitações
• A madeira quando em contato com a água de
amassamento, libera açúcares e ácidos que
podem retardar a pega do cimento;
• A natureza higroscópica da madeira faz com
que o compósito seja bastante suscetível as
variações dimensionais perante variações no teor
de umidade;
•Estas e outras características são dependentes
da espécie vegetal, do tratamento dos resíduos,
da dosagem e das condições de exposição;
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Adequação das Limitações
Exemplo: variações dimensionais são
indesejáveis em peças de revestimento de
alvenarias, porém toleráveis no caso de
isolamento acústico.

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Definições
Concreto de madeira:
• Concreto no qual o agregado mineral foi
total ou parcialmente substituído por
grânulos vegetais;
• Estes por sua podem ter granulometria
comparável a de pedregulhos (fragmentos e
grânulos) e / ou areias (serragem);

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Definições
Estabilização física ou química
• Os grânulos de madeira têm que ser física e
quimicamente estáveis dentro de certos limites;
• Ou seja: baixa reatividade química p/ resistir as
agressões do ambiente, e pequenas variações
dimensionais (efeitos de umidade e temperatura);
• E, principalmente, baixa influência no tempo de
pega do cimento;
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Observações
• O material aglomerante também tem que
ser quimicamente compatível com os
agregados vegetais;
• Qualquer sistema aglomerante–agregado
tem q/ ser quimicamente compatível ou
surgirão problemas patológicos;
• Vide para concretos comuns o problema da
reação álcali-agregado;
- Por exemplo:O cimento CP V ARI – apresenta menor
influência no tempo de pega pela presença de agregado
vegetal do que os outros cimentos.
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Observações
• O processo de fabricação destes concretos
tem que ser adequado às particulares destes
materiais;
• Atualmente os fabricantes só tomam como
essenciais os cuidados na produção dos grãos,
mas, estudos recentes mostram que são
necessários cuidados mais gerais, envolvendo
todas as fases do processo produtivo;
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Mestrando Fábio O. Fonseca
Principais Características
• Boa resistência à compressão, tração e ME;
• Razoáveis variações dimensionais;
– Quando devidamente estabilizado o agregado
• Baixa condutividade térmica;
• Boa resistência a ciclos de gelo e degelo,
melhor do que o concreto comum, que mostra
grande deterioração;
• Menor absorção de água por capilaridade do que
os tijolos ou blocos cerâmicos comuns;
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Principais Características
• Condutividade térmica mais baixa do que o
concreto celular autoclavado
Condutividade Térmica

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20 Concreto Celular Autoclavado
15
Concreto de m adeira
10
5
0
Massa Específica 600Kg/m ³

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Principais Características
• Resistência ao fogo
– Os concretos de madeira possuem em sua
composição um material orgânico
combustível, porém de difícil combustão
devido à proteção da fase aglomerante
(cimento).

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Principais Características
• Facilidade de receber fixações mecânicas
pregadas ou parafusadas;

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Principais Características
• Variações dimensionais. São de dois tipos:
– A primeira é conseqüência da hidratação do
cimento e é irreversível sob qualquer
intervenção externa.
– A segunda é relativa a variações
higrotérmicas (variações climáticas entre o
clima seco e o clima úmido), sendo,
portanto reversíveis perante intervenções
externas.
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Principais Características
• a variação dimensional é uma função
decrescente da massa específica, e crescente com
o consumo de cimento (idem concreto comum);

cortiça

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Principais Características
• Influência no calor de hidratação;

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Processos de Fabricação
Agresta.
Madeira granulada obtida por tratamento
térmico de resíduos de madeira saturados
com cloreto de cálcio e silicato de potássio.
Lithophores.
Granulado constituído de cortiça tratada
termicamente.
Granulands.
Produzido a partir de serragem pela Asheri
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Aplicações
• Alvenaria pré-montada ou pré-moldada

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Aplicações
• Painéis anti-ruído (edificações e rodovias)

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Aplicações
• Painéis de cobertura
– Similares às telhas de fibrocimento, são
constituídos p/ uma alma feita de concreto de
madeira na qual é aplicada uma camada de
concreto ou argamassa de 10 a 20mm;
– São instaladas ferragens longitudinais recobertas
de concreto comum na zona tracionada do painel.
– A espessura dos painéis varia de 5 a 26 cm,
largura de 50 cm, e vão entre apoios é de 2 a
5,3m.
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Aplicações
• Abrigos para cães;
• Casas de veraneio;
• Nivelamento (contrapiso);
• Depósitos: Permite sistemas de controle de
umidade e temperatura;
• Pisos para práticas esportivas (resistência à
abrasão);
• Proteção para concreto comum (sujeito a
ataques externos e instalações externas)
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Aplicações
• Acabamento interno;
• Restauração;
85% das restaurações históricas na França; baixa reatividade,
não interferindo quimicamente com o material original em
grande parte dos casos

• Placas (ladrilhos) de pavimentação;


Com nervuras de reforço estrutural

• Recifes artificiais;
Alta resistência à salinidade e não agressivo ao ambiente

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Aplicações
• Enchimento de lajes nervuradas e grelhas;

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Tratamento dos Grânulos
Composições médias da madeira:
• Carbono 50%
• Hidrogênio 6%
• Oxigênio 43%
• Nitrogênio 1%
• Além de outras funções químicas que podem
inclusive retardar a pega do cimento
Que formam...
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Tratamento dos Grânulos
Os três principais componentes da madeira:
• Celulose * 45 - 50%
• Hemiceluloses * 20 - 35%
• Lignina 18 - 30%

* A celulose e a hemicelulose são responsáveis pelo


comportamento higroscópico da madeira

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Tratamento dos Grânulos
Tratamentos físicos
a) impregnação dos vazios celulares por
compressão de material quimicamente
idêntico ou similar.
Com 44% de polietileno glicol (PEG)
diminui cerca de 10 vezes a retração dos
grãos. Amostras tratadas com 15 a 20% de
PEG apresentam valor final de retração da
ordem de 0,1% aos 56 dias.
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Tratamento dos Grânulos
Tratamentos físicos
b) um invólucro superficial de resinas ou
parafinas que permita isolar a madeira do
resto do material, tornando-a virtualmente
inerte. Bons resultados com Estearato de
Alumínio

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Tratamento dos Grânulos
c) Outro tratamento possível é a
mineralização (ou impregnação mineral) com
uma solução de cloreto de cálcio, hidróxido
de cálcio ou uma solução de silicato sódio,
cloreto de magnésio ou sulfatos de alumínio

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Tratamento dos Grânulos
Efeitos esperados de uma mineralização ideal:
• redução da capacidade de absorção de água;
• redução da higroscopia da madeira;
• aumento da resistência do grão, tornando-o
resistente ao fogo

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Tratamento dos Grânulos
Tratamento térmico
• Consiste em aquecer a madeira em um gás
inerte até a temperatura de 280°C
mantendo-se a temperatura por tempo
suficiente para que se modifique a estrutura
da madeira.
• A combustão das partículas de madeira não
acontece por causa do uso do gás inerte; e a
lignina só se decompõe a partir de 300°C
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Tratamento dos Grânulos
Tratamento térmico
• Até 160°C a madeira perde água, entre 260
e 280, perde gás carbônico, e uma grande
parte do ácido acético;
• Isto se deve a degradação da hemicelulose;
que é o componente da madeira mais
sensível ao calor.

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Tratamento dos Grânulos
Autohidrólise
• Solubiliza grande parte das hemiceluloses
responsáveis pelo inchamento da madeira;
• Tratamento à quente (160°C) sob pressão (15
horas) melhora a estabilidade dimensional da
madeira pela criação de novas ligações entre os
componentes químicos celulares;
• Em contrapartida provocam uma redução da
resistência à flexão e ao cisalhamento.
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Tratamento dos Grânulos
Grupos OH
• Grande tendência mundial da substituição de
grupos hidroxila (higroscopicidade da madeira)
por outros agrupamentos químicos mais
hidrófobos, como:
– Óxido de butadieno, anidrido acético,
polipropileno, óxido de propileno e di-iso-cianato,
formaldeídos, sulfato de dimetila, acrilonitrila,
Beta-propiolactona, e principalmente o époxi
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Mestrando Fábio O. Fonseca
Tratamento dos Grânulos
Aspecto econômico
• É necessário levar em conta todas as variáveis,
em particular os aspectos econômicos;
• Depois de dominados os aspectos técnicos da
estabilização de grânulos e sua compatibilização c/
o aglomerante; é necessário assegurar q/ a
fabricação de madeira modificada é
economicamente viável.

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Mestrando Fábio O. Fonseca
Considerações Finais
• Valorização dos recursos florestais e
contribuição contra exploração predatória;
• Emprego de espécies alternativas;
• Uso de resíduos;
– Completa / substitui os agregados minerais;
– Com ou sem tratamento físico ou químico;
• As variações dimensionais da ordem de 4mm/m
desestimulam o uso do material;
• Porém, o pequeno número de espécies
estudadas (7) não permite generalizar o
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problema; Mestrando Fábio O. Fonseca
Considerações Finais
Destas observações vemos a necessidade de:
- Diversificar e difundir o conhecimento
deste material (tratamentos, propriedades da
zona de transição, estocagem, e demais
particularidades);
- Correlacionar as espécies de madeiras
utilizadas com o uso da peça fabricada.

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Mestrando Fábio O. Fonseca
Considerações Finais
Outros aspectos interessantes:
- Fabricação fácil estimula a produção in loco;
- Leveza do material aumenta a produtividade;
- Facilidade de ser pregado ou parafusado;
- Isolação térmica e boa resistência mecânica;
- Inércia térmica q/ favorece o conforto térmico;
- Isolação acústica;

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Considerações Finais
Obstáculos a superar para popularizar o material:
• Tratamento satisfatório e barato dos grãos
(sobretudo químico) para que se obtenha os
melhores níveis de desempenho possíveis;
• Pouco conhecimento sobre as reações entre as
substâncias químicas da madeira e do cimento;
• Em certos casos, redução sensível das variações
dimensionais, que não devem ecxeder 1mm/m

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