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Aulas 3 - 4
• Propriedades na estagnação
• Velocidade do som e número de Mach
• Escoamento isentrópico unidimensional
• Escoamento em bocais: Choque normal e oblíquo
• Características do escoamento real em bocais
Entalpia: h = u + pν
V2
Entalpia de estagnação: h0 = h +
2
h1 h2 V12 V 2
Volume h1 + = h2 + 2
V1 V2 2 2
de controle
h01 h02 h01 = h02
h0
Estado de estagnação
2 real
V
2
p
estado real
Entalpia:
∫
∆h = c pdT = cpT
V2
Entalpia de estagnação: h0 = cpT0 = c pT +
2
Temperatura de estagnação: V2
T0 = T +
2c p
k cp
p0 T0 (k −1) k=
Pressão de estagnação: = cν
p T
1 1
Variação da densidade ρ0 T0 (k −1) ρ=
= ν
na estagnação: ρ T
No caso de gases ideais, podem ser obtidas algumas relações simples, como as
apresentadas aqui.
A entalpia pode ser calculada pela integral do produto do calor específico vezes a
temperatura do fluido.
A temperatura de estagnação é a temperatura (maior) que o gás ideal atingiria no
freiado isentrópico (adiabático). O aumento de temperatura que aconteceria é dado pelo
termo relacionado à energia cinética dividido pelo calor específico médio entre T e To.
Também no freiado isentrópico acontecerá um aumento da pressão do gás ideal. A
equação apresentada é aplicável a processos isentrópicos de gases ideais, e ela é
obtida a partir de igualar as entropias, a do escoamento e a de estagnação.
Conseqüentemente, a densidade do gás aumenta também, no mesmo processo. A
última equação somente lembra que a densidade é a inversa do volume específico.
4 ∆t em movimento
V 〈 C
2∆t
oo o
∆t
µ
V 〉 C
ct
o o
ct
µ = arcsen
vt
c 1
µ = arcsen = arcsen
v M
vt
v
M = número de Mach =
c
Do visto antes se conclui que se a velocidade do gás é igual à velocidade do som, não
haverá propagação da onda de pressão a montante, enquanto que a velocidade a
jusante será duplicada.
No caso em que a velocidade do gás seja maior que a velocidade do som, também não
haverá propagação da onda de pressão a montante, enquanto que a velocidade a
jusante será = c+v.
As frentes de onda esféricas se moverão a jusante a uma velocidade maior à qual o raio
da onde incrementa, em razão disto, todas as frentes de onda se alojarão dentro de um
cone que tem seu ápice no ponto de perturbação.
Este cone é denominado cone de Mach, sendo o seno do seu ângulo característico igual
à inversa do número de Mach.
Foi mencionado antes que a onda de pressão, quando é rápida, é um processo
isentrópico, mas em muitos casos pode acontecer um processo mais forte, com grande
variação de pressão e temperatura através da frente de onda, nesse caso o processo
implicará num aumento da entropia, com dissipação irreversível de energia cinética, que
se manifestará na forma de uma perda da pressão de estagnação. Neste caso a frente
de onda é uma descontinuidade marcante no escoamento, e recebe o nome de onda de
choque.
r r
∆V V =0
p + ∆p r p
c r
c = velocidade do som
h + ∆h h
ρ + ∆ρ ρ
r r
Conservação da massa: ρAc = ( ρ + ∆ρ )A( c − ∆V ) ou: c∆ρ − ρ∆V = 0
r r
c2 ( c − ∆ V )2
Conservação da energia: h+ = h + ∆h + ou: ∆h − c∆V = 0
2 2
∆p ∆p
Segunda lei, processo isentrópico: T∆s = ∆h − =0 ou: ∆h =
ρ ρ
r ∆p r ∂p
Combinando as três equações: c 2 = lim∆ →0 ou: c=
∆ρ s ∂ρ s
A velocidade do som num fluído é a velocidade à qual uma onda de pressão infinitesimal
se desloca dentro dele. Esta velocidade depende das condições de pressão e
temperatura em que o fluído se encontra.
Considere um volume de controle que inclua a onda de pressão, e se movimente com
ela. Para um observador que se movimenta com este volume de controle (com a onda),
o fluído à direita dele parece estar movimentando-se (para a esquerda) na direção da
frente de onda com uma velocidade “c”, e o fluído da esquerda dele, parece
movimentar-se também para a esquerda com uma velocidade (c-dV), ficando cada vez
mais longe da frente de onda.
A equação de conservação da massa, e a equação de conservação da energia foram
escritas do ponto de vista deste observador.
Para obter as expressões à direita foram desprezados os termos em delta ao quadrado.
A expressão para obter a velocidade do som em função de pressão e densidade é
obtida trabalhando algebricamente com as três equações à direita.
Para obter o valor da velocidade do som é necessária uma equação de estado do fluído,
que relacione pressão e densidade (ou pressão e volume específico). Depois é
necessário equacionar o processo isentrópico. Isto é possível de fazer facilmente no
caso de gases ideais.
p1
Equação de estado: p
= RT Processo isentrópico: p= ρk
ρ ρ1k
∂p p (k −1) ρ p
Efetuando a derivada indicada: = 1k kρ
=k
∂ρ s ρ1 ρ ρ
A partir da equação de estado e das equações próprias para processos isentrópicos dos
gases ideais , pode-se obter a derivada da pressão em relação à densidade, necessária
para o cálculo da velocidade do som no gás.
Como se observa, a partir da última equação obtida, a velocidade do som depende da
constante do gás, R, da relação dos calores específicos a pressão e volume constante
(gamma) e da temperatura. Ou seja, ela depende afinal apenas da temperatura e do tipo
de gás.
O número de Mach é um identificador de um objeto em vôo. Também, normalmente,
regimes de escoamento são definidos em função da relação da velocidade do
escoamento com a velocidade do som calculada para as condições em que o fluído se
encontra. Para regimes de escoamento supersônico a velocidades muito altas utiliza-se
também o termo: hipersônico.
O termo transônico utiliza-se para indicar um escoamento próximo do sônico.
(1 − M 2 ) > 0 (1 − M 2 ) > 0
p↓ T ↓ ρ ↓ r p↑ T ↑ ρ ↑ r
r A ↓ dV > 0 r A ↑ dV < 0
V↑ M↑ V ↓ M↓
(1 − M2 ) < 0 (1 − M 2 ) < 0
p↑ T ↑ ρ ↑ p↓ T ↓ ρ ↓
r r r r
V ↓ M↓ A ↓ dV < 0 V ↑ M↑ A ↑ dV > 0
A
Prolongando o duto, acontece:
M <1
MA = 1 MA < 1
A
A B
M <1
MB = 1
M <1 M >1
garganta
A mais alta velocidade que pode ser atingida num bocal convergente é a velocidade do
som.
Isto é devido a que quando se atinge o valor M=1, na equação que analisamos no slide
anterior, a derivada da seção em relação à velocidade se anula, ao atingir a velocidade
sônica na boca de um duto, se nos prolongássemos o duto além do ponto anterior,
decrescendo sua seção, esperando uma maior aceleração do fluído a velocidades
supersônicas, isto não acontecerá. A velocidade sônica acontecerá outra vez na seção
de saída.
Para conseguir acelerar o fluído, deveremos agregar ao duto uma seção divergente...
O resultado então é que se entramos num duto convergente-divergente, com um
escoamento a alta velocidade, atingiremos M=1 na menor seção do duto, denominada
garganta do mesmo.
Neste tipo de duto atingiremos velocidades supersônicas na saída, mas outros
fenômenos podem também acontecer...como se verá mais adiante.
Obtêm-se: T0 (k − 1) 2
= 1+ M
T 2
k
p0 (k − 1) 2 ( k −1)
Lembrando as equações para processos = 1+ M
isentrópicos, se chega em: p 2
k
T∗ 2 p∗ 2 ( k −1) ρ∗ 2
1
( k −1)
= = =
T0 k + 1 p0 k + 1 ρ 0 k + 1
Substituindo p e T:
p
p0 1p =p AMpo k
(RT0 )
b 0 & =
m (k +1)
2
pb = p ∗ [
1 + (k − 1)M 2 / 2 ] [2(k −1)]
(k +1)
Variação da seção do bocal: A 1 2 k − 1 2 [2(k −1)]
∗
= 1 + M
A M k + 1 2
p0 , T0 ,
r pe pb
V ≅0
1
p0 escoamento
2
M<1 subsônico na saída
M<1 3
p∗
M=1
choque Escoamento
supersônico na saída,
5 Pb < Pe não há choque no
M>1
interior do bocal
Eficiência do bocal
1 2
V2 2 / 2
η=
V2 s 2 / 2
h01 − h2
η=
h01 − h2 s
h Coeficiente de descarga:
p01
r V2 &
m
V22 r cD = = = η
V22s V2 s m&s
2
p2 2
Num bocal real, por onde passa um fluído viscoso, mesmo sendo adiabático, devido a
efeitos da viscosidade do fluído, teremos geração de entropia, de forma tal que a
variação de energia cinética do gás realmente obtida será menor que a que seria obtida
num escoamento efetivamente isentrópico.
Na definição da eficiência deve ser levado em conta que o objetivo de um bocal é o de
acelerar o fluído, de modo a transformar a entalpia deste em energia cinética. A
eficiência deve medir quão bem o bocal consegue este objetivo, levando em conta as
limitações das leis termodinâmicas.
A eficiência do bocal é definida comparando a energia cinética alcançada pelo fluído no
escoamento real e a que alcançaria num escoamento ideal, isentrópico, entre as
mesmas pressões de entrada e saída. Observar que a pressão considerada na entrada
é a de estagnação, assim como a entalpia na entrada.
A eficiência do bocal também pode ser expressada em termos de variações de entalpia.
No numerador temos a variação de entalpia correspondente ao escoamento real, entre a
entalpia de estagnação inicial e a final do escoamento. No denominador temos a
diferença de entalpia entre a de estagnação na entrada e a de saída correspondente a
um processo isentrópico ideal.
O coeficiente de descarga compara velocidades, ou vazões do escoamento real com um
escoamento isentrópico.
∆h h − h1
ηD = r 2 s = 02 s
V1 h01 − h1
2
2
Coeficiente de aumento de pressão:
V12
∆hs
2 p1 p2 − p1
C pr =
p01 − p1
1
s
pi = pressão estática no ponto i
p0 i = pressão de estagnação no ponto i
∂u ∂u 1 dp ∂ 2u
u +v =− +ν Despegue:
∂x ∂y ρ dx ∂y 2
∂u
∂u ∂v ∂ 2u dp =0
+ =0 µ 2 = 〉0 ∂y y = 0
∂x ∂y ∂y y = 0 dx
Quando num escoamento temos um gradiente de pressão positivo, pode acontecer que
aconteça o fenômeno de despegue da camada limite.
Este fenômeno acontece devido a uma combinação de vários.
O perfil de velocidades na camada adota a forma indicada na figura, onde de um
gradiente de velocidades positivo na camada passamos para um gradiente negativo.
Este valor negativo do gradiente significa uma desaceleração do fluído na camada
limite, essa desaceleração leva a a inclusive inverter o sentido do escoamento nela,
fazendo com que tome o sentido oposto do escoamento principal. Este efeito é
denominado despegue da camada limite. Por efeito das forças viscosas junto à parede,
o perfil de velocidades na camada não consegue acompanhar a desaceleração do
escoamento principal, que se produz devido ao aumento de pressão.
EXERCÍCIO 2
Dióxido de Carbono entra num bocal adiabático a 1200K com uma
velocidade de 50 m/s e sai a 400 K. Determine o número de Mach do
escoamento na entrada e na saída do bocal.
EXERCÍCIO 3
Ar a 200 kPa, 100 °C e número de Mach=0,8 flui através de um duto.
Encontre a velocidade e densidade do ar, e a pressão e temperatura
de estagnação.
EXERCÍCIO 4
Ar entra num bocal convergente-divergente num túnel supersônico,
a uma pressão de 1 Mpa e uma temperatura de 300 K. A velocidade
na entrada é desprezível. A área da seção de saída do bocal é de
0,15 m2 e é igual à seção de teste do túnel neste ponto . Calcule a
pressão, temperatura, velocidade e fluxo mássico na seção de teste,
para um número de Mach=2. Explique porquê o ar deve estar muito
seco para a realização deste teste.
EXERCÍCIO 5
Ar entra num bocal convergente-divergente num túnel supersônico,
a uma pressão de 1 Mpa e uma temperatura de 300 K. A velocidade
na entrada é desprezível. Se um choque normal ocorre no plano de
saída do bocal, com Mach=2, determine a pressão, temperatura,
número de Mach, velocidade e pressão de estagnação depois da
onda de choque.