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Lei n, o 5/2010
Publique-se.
A Assembleia Nacional decreta, nos termos da alinea
b) do artigo 97.° da Constituição, o seguinte: O Presidente da República, Fradique Bandeira Melo •
de Menezes.
Artigo 1.0
Aprovação do Código de Processo Penal CÓDIGO DE PROCESSO PENAL
Ao nível da sistemática do novo Código faz também te que deve ter obrigatoriamente lugar, antes do despacho
uma ruptura, pois inicia-se pela jurisdição e tribunais e só final;
depois aparecem o Ministério Público, assistente e argui- ~ Regulamentação precisa das nulidades, dos
do, seguindo-se toda a demais regulamentação. meios de prova e obtenção de prova, bem como das
Em termos genéricos o novo Código de Processo competências do Ministério Público, das entidades poli-
Penal caracteriza-se pelo seguinte: ciais e juiz na fase preliminar do processo, com identifi-
cação precisa e exaustiva das competências exclusivas ou
~ Regulamentação precisa da competência, nesta a praticar pelo juiz;
se incluindo a referente ao foro especial; .r Consagração de mecanismos de consenso ainda
~ Manutenção das actuais formas de processo, na fase preliminar (arquivamento com dispensa de pena e
elevando-se à competência do juiz singular em processo suspensão provisória do processo), nos quais se exige a
correccional para crimes puníveis com penas até cinco concordância de todos os intervenientes, incluindo o juiz,
anos de prisão; podendo ainda o assistente, arguido ou ofendido ter ini-
~ Estabelecimento de impedimentos ao nivel do ciativa no que respeita à suspensão provisória do proces-
julgamento para o juiz que participar nas fases prelimina- so;
res do processo, nomeadamente para aquele que decretar .r Em sede de audiência clarificam-se os poderes
e mantiver a prisão' preventiva em instrução preparatória do presidente de audiência, bem como se esclarece quais
e presidir à instrução contraditória; as provas que podem servir para formar a convicção do
~ Consagração e dignificação do estatuto do tribunal na sua análise dos factos;
.guido, com regulamentação pormenorizada dos seus .r Em sede de sentença e em consonância com o
.eitos e deveres, bem como do papel do defensor e dos que fica referido para a formação da convicção, impõe-se
momentos em que é obrigatória a sua nomeação; ao juiz que explicite a fundamentação de facto, especifi-
~ Regulamentação pormenorizada do primeiro cando os factos provados e não provados e quais as pro-
interrogatório judicial do arguido detido e da possibilida- vas em que se baseia para chegar a tal conclusão;
de de o arguido ter acesso aos autos e às provas, ainda .r No processo de querela são suprimidos os quesi-
que sob segredo, que determinaram a aplicação da prisão tos, tudo se passando como é hoje o processo correccio-
preventiva; nal com a exigência supra referida no que diz respeito à
~ Regulamentação precisa da detenção e dos seus sentença;
pressupostos, impedindo os interrogatórios policiais de .r Simplificação dos recursos e seu regime, com
arguido detido antes deste ser presente ao juiz para pri- obrigatoriedade de alegação sempre em primeira instân-
meiro interrogatório judicial; cia excepto nas situações em que o Supremo Tribunal de
~ Manutenção do segredo de justiça apenas duran- Justiça funcione como tribunal de julgamento em primei-
te a instrução preparatória, salvo se o arguido requerer a ra instância;
instrução contraditória e declarar que pretende a manu- ~ Manutenção dos processos especiais (ausentes,
tenção do segredo; difamação, calúnia e injurias e foro especial) com espe-
~ Consagração de que na instrução preparatória, cial relevo para a manutenção dos julgamentos à revelia,
da competência do Ministério Público, o juiz pratica mas assegurando, em termos amplos, a repetição do
todos os actos que se prendam com os direitos liberdades julgamento, após a comparência do réu;
e garantias, bem como decreta, a requerimento do Minis- .r Regulamentação precisa das execuções das
~o Público todas as medidas de coacção, excepto o penas, com fixação de critérios para contagem das penas
~rmo de identidade e residência que pode ser decretado de prisão, bem como dos mecanismos da liberdade con-
por aquele; dicional.
~ Alargamento dos prazos de prisão preventiva
para os 3 meses na instrução preparatória, 5 meses na A lei prevê o foro especial formada por dois Juízes da
contraditória, 7 meses até ao início do julgamento e 9 Primeira Instância sorteado entre todos os Juízes e presi-
meses até ao trânsito em julgado, bem como da revisão dido por um Juiz do Supremo que o preside, no julga-
dos pressupostos da prisão preventiva para os 90 dias; mento em primeira Instância do Presidente da República,
~ Possibilidade de alargamento dos prazos fixados os membros de governo, os deputados e os magistrados.
em 113 nos processos complexos, por despacho funda- Das decisões desse colectivo há recurso para o pleno
mentado do juiz, do qual cabe recurso; do Supremo Tribunal de Justiça.
~ Consagração da natureza facultativa e contradi- O Estatuto do arguido sai reforçado na presente legis-
tória da instrução contraditória a qual apenas pode ser lação tendo-se a destacar o seguinte:
requerida pelo arguido relativamente a factos pelos quais 1) Ser ouvido pelo Tribunal ou pelo Juiz sempre
tenha sido acusado pelo Minístério Público ou pelo assis- que eles devam tomar qualquer decisão que pessoalmente
tente ou pelo assistente se o Ministério Público tiver o afecte.
arquivado os autos de instrução; 2) Não responder a perguntas feitas, por qualquer
~ Consagração do direito do Ministério Público, entidade, sobre os factos que lhe forem imputados e
assistente e arguido estarem presentes a todos os actos sobre o conteúdo das declarações que acerca deles pres-
realizados na instrução contraditória, bem como no deba- tar.
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3) Ser assistido por defensor logo após a detenção b) À entidade que ordenar a detenção se o detido
e em todos os actos processuais em que participar e, lhe não foi presente de imediato.
quando detido, comunicar, mesmo em privado, com ele; c) Ao Ministério Público nos restantes casos. (art.
(art.41.°). 154.°)
De igual forma é obrigatória a assistência do defensor Da primeira vez em que um arguido preste declara-
no primeiroJnterrogatório judicial do arguido detido, sob ções, mesmo que deva ficar preso preventivamente,
pena de nulidade, o interrogatório do arguido não pode sujeitar-se-á a termo de identidade e residência indepen-
ter lugar entre as 22 horas e 7 horas. dentemente da aplicação de outra medida de garantia
Mantém-se as formas do processo, sendo querela, cor- patrimonial. Do termo constará as obrigações que o Juiz
reccional, transgressão e o sumário. O Processo de quere- achou conveniente em termos de lei. (artigo 164.°).
la é para as acções cuja pena máxima, abstractamente O Código acolheu a figura de prisão domiciliária sen-
aplicável, seja superior a cinco anos de prisão ou pelos do esta uma das possíveis posições do Juiz no termo de
crimes dolosos ou agravados pelo resultado quando foi identidade e residência, traduzida como obrigação de se
elemento do tipo a morte de uma pessoa. Serão julgados não se ausentar do local de residência, para os crimes
em processo correccional todos os processes que respei- puníveis com a pena de prisão superior a um ano. (artigo
tarem a crimes cuja pena máxima, abstractamente aplicá- 165.°).
vel, seja igual ou inferior a cinco anos de prisão ou que A duração da Prisão Preventiva é de:
por lei não corresponda a outra forma processual (art. a) Três meses até à conclusão da instrução prepara-
54.°,55.° da lei). tória;
Se houver a instrução contraditória solicitado pelo b) Cinco meses até à conclusão da instrução con- iA
arguido e se este se opuser a publicidade do processo este traditória; .,
continuará em segredo de Justiça (art. 60.°). c) Sete meses até ao início da audiência de julga-
Os escrivães são obrigados a mostrar quaisquer pro- mento;
cessos findos ou pendentes que não estejam em segredo d) Nove meses sem que haja decisão final com
da Justiça e a passar mediante despacho, quaisquer certi- trânsito em julgado.
dões a quem mostre um interesse legitimo em as obter. Estes prazos poderão ser elevados de (1/3) quando o
Aos meios de comunicação social, é permitida, dentro processo se revelar de excepcional complexidade, decla-
dos limites das leis, a narração circunstanciada do teor de rado pelo despacho do Juiz.
actos processuais que se não encontrem cobertos por De igual forma estes prazos são improrrogáveis e,
segredo de Justiça ou em cujo decurso for permitido a antes de ultrapassados se não foi previsível o seu cum-
assistência do público em geral. primento, o arguido ou o réu deverá ser posto em liber-
A reprodução de peças processuais ou de documentos dade, (artigo 172.°).
incorporados no processo, até a sentença de la Instância, O Reexame das condições de Aplicação da Prisão
salvo se tiverem sido obtidos mediante certidão solicitada Preventiva foi prolongado de 60 dias que estabelecia o
com menção do fim a que se destina, ou se para tal tiver Decreto-Lei n." 5/2002 para 90 dias. Pois nesse período o
havido autorização expressa do Juiz ou do Ministério Juiz, oficiosamente, reexamina os pressupostos fácticos
Público que presidir á fase do processo no momento da de que depende a manutenção de prisão preventiva (arti-
Publicação. go 174.°).
A transmissão ou registo de imagens ou de tomada de O Código prevê a Indemnização por privação da
som relativas à prática de qualquer acto processual, liberdade ilegal ou, injustificada (artigo 187.°). •
nomeadamente da audiência, salvo se o Juiz por despa- Com importância relevante é a total proibição das
cho, a autorizar, não pode, porém, ser autorizada a autoridades policiais ouvirem em primeiro interrogatório
transmissão ou registo de imagens ou tomada de som o arguido detido antes de o mesmo ser presente ao Juiz
relativas à pessoa que a tal se opuser. (artigo 212.° n.? 3).
De igual forma não é utilizada a publicação, por qual- São permitidas as escutas telefónicas a solicitação do
quer meio, da identidade de vítimas de crimes sexuais, Juiz em caso de investigação dos crimes de:
contra a honra ou contra a reserva da vida privada, antes a) Terrorismo, criminalidade violenta ou altamente
da audiência, ou mesmo depois, se o ofendido for menor organizada;
de 16 anos (artigo 63.° e 64.°). Em temos de detenção e b) Associações criminosas;
das Medidas Restritivas de Liberdade, a detenção é defi- c) Contra a paz e a humanidade;
nida como toda privação de liberdade por um periodo d) Contra a segurança do Estado;
não superior a 48 horas em que o detido não pode ser e) Produção e tráfico de estupefacientes;
colocado em estabelecimento prisional destinado a exe- f) Falsificação de moeda ou títulos equiparados à
cução de pena (art. 149.°). moeda;
Sempre que. ocorra qualquer detenção e antes de qual- g) Abrangidos por convenção sobre segurança da
quer interrogatório, deve a autoridade que executou a navegação de aérea ou marítima.
detenção fazer as seguintes comunicações: É proibida a intercepção e a gravação de conversações
a) Ao parente, pessoa de confiança ou defensor do ou comunicações entre o arguido e o seu defensor, salvo
detido, de preferência os indicados por ele - o detido. se o Juiz tiver fundadas razões para crer que elas consti-
tuem obiecto ou elemento do crime (art. 252.°).
lv. o 54 ~-".:'( . -!5.4 Q.TOMÉ E PRÍNCIPE - tssuu &1JIf:p.(7]J.-",[,,,-,JCA~ -.:5,,,-,6=5
1. A competência material e funcional dos tribu- Compete aos tribunais colectivos de comarca julgar de
nais em matéria penal é regulada pelas disposições deste facto, definitivamente, e de direito com recurso para o
Código e, subsidiariamente, pelas leis de organização Supremo Tribunal de Justiça, as infracções a que corres-
judiciária. ponda processo de querela e que por lei não forem excep-
2. Têm competência penal: tuados da sua competência.
a) O Supremo Tribunal de Justiça;
b) Os tribunais de primeira instância julgando em Artigo 11.°
colectivo ou singularmente; Competência do tribunal de júri
c) O Tribunal de Júri.
1. Compete ao tribunal de júri julgar os processos
Artigo 8.° que, tendo a intervenção do júri sido requerida pelo
Competência do Supremo Tribunal de Justiça Ministério Público, pelo assistente ou pelo arguido,
respeitarem a crimes cuja pena máxima, abstractamente
Compete ao Supremo Tribunal de Justiça: aplicável, for superior a oito anos de prisão.
1. Ao Juiz Conselheiro, como juiz singular: 2. O requerimento do Ministério Público e o do
a) Conhecer em recurso das sentenças e despachos assistente deve ter lugar no prazo para dedução da acusa-
preferidos pelo juiz singular de primeira instância ou do ção, conjuntamente com esta, e o do arguido, no prazo do
Tribunal Regional; requerimento para abertura de instrução contraditória.
b) Presidir à instrução contraditória e praticar os Não havendo instrução contraditória, o requerimento do
actos da competência do juiz na instrução preparatória, arguido e o do assistente que não deduziu acusação deve
nos processos criminais a que se refere o artigo 9°; ter lugar no prazo de oito dias a contar da notificação do
c) Proceder à revisão e confirmação de sentença despacho que designa dia para julgamento.
penal estrangeira. 3. O requerimento de intervenção do júri é irretractá-
2. Ao Pleno: vel.
a) Conhecer dos recursos ou decisões preferidos
em processo de querela; Artigo 12.°
b) Conhecer dos pedidos de habeas corpus em vir- Competência do juiz singular de primeira instância
tude de prisão ilegal;
c) Proferir assentos; 1. Compete ao juiz singular de primeira instância
d) Exercer as demais atribuições conferidas preparar e julgar os processos crime a que corresponda
por lei. processo correccional cu sumário, bem como:
a) Proceder ao julgamento das contravenções; tente o tribunal à ordem do qual ou em cuja área se
b) Preparar os processos que devam ser julgados encontram presos o maior número de arguidos; se o
pelos tribunais colectivos ou pelo júri; número for igualou não houver arguidos presos, será
c) Cumprir as cartas precatórias, rogatórias e competente o tribunal que primeiro teve conhecimento da
requisições que lhe sejam dirigidas por tribunais ou auto- infracção.
ridades competentes;
d) Exercer as competências do juiz em sede de ins- Artigo 16.0
trução preparatória; Crimes a bordo de navio ou aeronave ou pequenas
e) Dirigir a instrução contraditória; embarcações
f) Exercer as demais funções conferidas por lei,
quando o Ministério Público na acusação, e ainda que em 1. É competente para conhecer dos crimes cometi-
concurso de crimes, entender que não deve, em concreto, dos a bordo de navio o Tribunal da área do porto santo-
ser aplicada pena de prisão superior a 5 anos. mense para onde o agente se dirigir ou onde ele desem-
2. No caso previsto na alo f) do número anterior, o barcar; e, não se dirigindo o agente para território
tribunal não pode aplicar pena de prisão superior a .5 santomense ou nele não desembarcando, ou fazendo
anos. parte da tripulação, o Tribunal da área de matricula.
2. O disposto no número anterior é corresponden-
Artigo 13.0 temente aplicável a crime cometido a bordo de aeronave.
Competência territorial 3. Para qualquer caso não previsto nos números
3.
Sendo ofendido um dos magistrados desse tri-
bunal, será competente o juizo imediatamente a seguir.
O juízo a que se refere o artigo anterior é tam-
tribunal em cuja área se praticou o último facto de con- bém competente para preparar os processos por infrac-
sumação, execução, preparação ou comparticipação que ções cometidas na respectiva região pelo juiz de direito,
seja punível pela lei. pelo seu substituto, quando em exercício, ou pelo magis-
2. Se depois do último facto praticado em território trado do Ministério Público perante ele, fora do exercício
nacional tiverem sido praticados em território estrangeiro das suas funções e que lhes não digam respeito.
outros que digam respeito à mesma infracção, os tribu-
nais são-tomenses conhecerão de todos eles e serão com- Artigo 19.0
petentes par julgar todos os seus agentes. Acumulação de crimes e conexão subjectiva
Artigo 15. 0
1. Quando um arguido for acusado de vários cri-
Desconhecimento do lugar do crime mes, o tribunal competente para o julgamento é o do
crime a que corresponder pena mais grave e, no caso de
1. Sendo desconhecido o lugar onde a infracção se crimes de iguai gravidade, aquele à ordem do qual o
cometeu, será competente para conhecer dela o tribunal à arguido estiver preso, ou, não estando, o do crime mais
ordem do qual ou em cuja área o arguido foi preso, ou, recente e, sendo da mesma data, aquele em que primeiro
não havendo arguido preso, onde primeiro tiver havido tiver sido proferido o despacho de pronúncia ou equiva-
noticia do crime. lente.
2. Se houver vários arguidos presos, será compe- 2. Se se tiverem instaurado diversos processos,
r
.• . .. lJ de Agosto de 2010
b) Intervir directamente na instrução contraditória, que tenham conhecimento, desde que a faculdade de
oferecendo provas e requerendo ao juiz as diligências denúncia não seja limitada por lei a certas pessoas.
convenientes; 2. A denúncia feita a qualquer entidade diversa do
c) Recorrer do despacho de não pronúncia, da sen- Ministério Público competente será imediatamente
tença ou do despacho que ponha termo ao processo, transmitida a este.
mesmo que o Ministério Públicu-o-nãU1enha:i'eito.
4. Os assistentes formulam a sua acusação no pra- Artigo 36.0
zo de 15 dias a contar da data da notificação do Ministé- Conteúdo da denúncia
rio Público, da acusação deduzida ou do despacho de
abstenção. 1. A denúncia pode ser feita verbalmente ou por
5. Quando os assistentes formulam acusação por escrito e conterá, quando possiveI:
factos diversos dos que constituem objecto da acusação a) A exposição sucinta dos factos e suas circuns-
do Ministério Público, não poderão recorrer da decisão tâncias que possam interessar ao processo penal;
do juiz que receber a acusação do Ministério Público. b) A indicação do autor do crime ou dos seus
6. Os assistentes podem intervir em quaiquer altu- sinais característicos, ou de quaisquer elementos que
ra do processo, aceitando-o no estado em que se encon- possam concorrer para a sua identificação;
trar, desde que o requeiram até cinco dias antes da c) A identidade do ofendido se for conhecida;
audiência de julgamento. d) Os nomes e residências das testemunhas.
2. Se a denúncia for feita verbalmente, será reduzido
Artigo 32.0 a auto assinado pelo funcionário que a receber e pelo
Representação judiciária do assistente denunciante ou, quando este não saiba ou não possa
escrever ou não prove a sua identidade, por duas teste-
1. Os assistentes são sempre representados por munhas abonatórias.
advogado. Havendo vários assistentes, são todos repre- 3. Se a denúncia for feita por escrito, por particu-
sentados por um só advogado. Se divergirem quanto à lar, será a sua assinatura, ou a assinatura a rogo, aposta
escolha decide o Juiz. na mesma, com a identificação do denunciante.
2. Ressalva-se do disposto na segunda parte do 4. O denunciante pode declarar na denúncia que
número anterior o caso de haver entre os vários assisten- deseja constituir-se assistente, se a lei lhe conferir essa
tes interesses incompativeis, bem como o de serem dife- faculdade.
rentes os crimes imputados ao arguido. Neste último
caso, este grupo de pessoas a quem a Lei permitir a cons- CAPíTULOn
tituição como assistente por cada um dos crimes pode Do arguido e do seu defensor
constituir um advogado, não sendo todavia lícito a cada
pessoa ter mais de um representante. Artigo 37.0
Qualidade de arguido
Artigo 33 0
Exercício da acção penal pelo Ministério Público 1. Assume a qualidade de arguido todo aquele con-
tra quem for deduzida acusação ou requerida instrução
O Ministério Público exerce a acção penal oficiosa- num processo penal.
mente ou mediante denúncia ou queixa. 2. A qualidade de arguido conserva-se durante
todo o decurso do processo.
Artigo 34,0
Obrigatoriedade de denúncia ao Ministério Público Artigo 38.0
Constituição de arguido
1. A denúncia ao Ministério Público é obrigatória:
a) Para as autoridades policiais, quanto a todos os 1. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, é
crimes de que tenham conhecimento; obrigatória a constituição de arguido logo que:
b) Para os funcionários públicos, quanto a crimes a) Correndo instrução contra pessoa determinada,
de que tenham conhecimento no exercicio ou por causa esta prestar declarações perante o juiz, o Ministério
das suas funções. Público ou órgãos de policia criminal;
2. Se se tratar de crimes de natureza semi-pública, b) Tenha de ser aplicada a qualquer pessoa uma
a participação só será obrigatória se o titular do direito de medida de coacção ou de garantia patrimonial;
queixa o exercer nos 8 dias imediatos à elaboração do c) Um suspeito for detido, nos termos deste códí-
auto. go;ou
d) For levantado auto de noticia que dê uma pessoa
Artigo 35.0 como agente de um crime e aquele lhe for comunicado,
Denúncias facultativas salvo se a noticia for manifestamente infundada.
2. A constituição de arguido opera-se através da
1. Qualquer pessoa pode denunciar ao Ministério comunicação, oral ou por escrito, feita ao visado pelo
Público ou aos órgãos de polícia criminal os crimes de juiz, Ministério Público V-I órc'c rle polícia criminal, de
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que a partir desse momento aquele deve considerar-se e) Constituir advogado ou solicitar ao tribunal que
arguido num processo penal e da indicação e, se necessá- lhe nomeie um defensor;
rio, explicação dos direitos e deveres processuais referi- f) Ser assistido por defensor logo após a detenção
dos no artigo 41 ° que por essa razão passam a caber-lhe. e em todos os actos processuais em que participar e"
3. A constituição de arguido implica a entrega, quando detido, comunicar, mesmo em privado, com ele;
sempre que possivel no próprio acto, de documento de g) Intervir na instrução, oferecendo provas e reque-
que constem a identificação do processo e do defensor, se rendo as diligências que se lhe afigurarem necessárias;
este tiver sido nomeado, e os direitos e deveres proces- h) Ser informado, pelo juiz, Ministério Público ou
suais referidos no artigo 41°. órgãos de polícia criminal perante os quais seja obrigado
4. A omissão ou violação das formalidades previs- a comparecer, dos direitos que lhe assistem;
tas nos números anteriores implica que as declarações i) Recorrer, nos termos da lei, das decisões que lhe
prestadas pela pessoa visada não podem ser utilizadas forem desfavoráveis.
como prova. 2. A comunicação em privado referida na alínea e)
5. A não validação de constituição de arguido pelo do número anterior ocorre à vista quando assim o impu-
Juiz ou pelo Ministério Público não prejudica as provas serem razões de segurança, mas em condições de não ser
anteriormente obtidas, ouvida pelo encarregado da vigilância.
3. Recaem em especial sobre o arguido os deveres
Artigo 39.° de:
Outros casos de constituição de arguido a) Comparecer perante o juiz, o Ministério Público
ou órgãos de polícia criminal sempre que a lei o exigir e
1. Se, durante qualquer inquirição feita à pessoa para tal tiver sido devidamente convocado;
que não é arguido, surgir fundada suspeita de crime por b) Responder com verdade às perguntas feitas por
ela cometido, a entidade que procede ao acto suspende-o entidade competente sobre a sua identidade e, quando a
imediatamente e procede à comunicação e à indicação lei o impuser, sobre os seus antecedentes criminais;
referidas no n." 2 do artigo anterior. c) Prestar termo de identidade e residência logo
2. A pessoa sobre quem recair suspeita de ter que assuma a qualidade de arguido,
cometido um crime tem direito a ser constítuída, a seu d) Sujeitar-se a diligências de prova e a medidas de
pedido, como arguido sempre que estiverem a ser efec- coacção e garantia patrimonial especificadas na lei e
tuadas diligências, destinadas a comprovar a imputação ordenadas e efectuadas por entidade competente.
que pessoalmente a afectem.
3. É correspondentemente aplicável o disposto nos Artigo 42.°
rr's 3 e 4 do artigo anterior. Defensor
possa ofender a moral, o interesse ou a ordem pública. 3. Até à decisão sobre a publicidade da audiência
não é ainda autorizada, sob pena de desobediência quali-
ficada, a narração de actos processuais anteriores àquela
quando o juiz, oficiosamente ou a requerimento, a tiver
Artigo 62. 0
proibido nos termos legais.
Certidões de processo em segredo de justiça
Artigo 65.0
1. O magistrado que presidir à respectiva fase pro- Horas em que se praticam os actos judiciais;
cessual, pode permitir que se passem certidões de proces- arguidos presos
sos em segredo de justiça para serem juntas a outros
processos igualmente em segredo de justiça, quando 1. Os actos de expediente ordinário, a interposição
pedidas pelo tribunal em que estejam pendentes estes de recursos e a apresentação de quaisquer requerimentos,
últimos processos. que deva ser feita ao magistrado titular do processo, na
2. Poderão também ser passadas, mediante despa- secretaria ou no tribunal, podem ser praticados todos os
cho, certidões de processos que tenham aguardado por dias, às horas em que a secretaria do tribunal deve estar
mais de três meses a produção de melhor prova, quando aberta, excepto aos domingos, nas férias ou em dias
os requerentes mostrem interesse legitimo em as juntar a feriados.
inutilizados, nem entrelinhas, rasuras ou emendas que c) Acórdãos, quando se tratar da decisão de um tri-
não sejam ressalvadas. Âs datas e os números podem ser bunal colegial.
escritos por algarismos, ressalvada a indicação por exten- 2. Os actos do Ministério Público tomam a forma
so das penas, montantes indemnizatórios e outros ele- de despachos.
mentos cuja certeza importe acautelar. 3. Os actos referidos nos números anteriores reves-
L---Quando houver de intervir no-processo pessoa tem os requisitos formais dos actos escritos e quando
que não conhecer ou não dominar a língua portuguesa, é proferidos oralmente são consignados no auto.
nomeado, sem encargo para ela, intérprete idóneo, ainda 4. Os actos decisórios são sempre fundamentados,
que a entidade que preside ao acto ou qualquer dos parti- devendo ser especificados os motivos de facto e de direi-
cipantes processuais conheçam a língua por aquele utili- to da decisão.
zada.
4. Podem utilizar-se máquinas de escrever ou pro- Artigo 70.0
cessadores de texto, caso em que se certifica, antes da Auto ou acta
assinatura, que o documento foi integralmente revisto e
se identifica a entidade que c elaborou. 1. O auto é c instrumento destinado a fazer fé
5. Podem igualmente utilizar-se fórmulas pré- quanto aos termos em que se desenrolaram aos actos
impressas, formulários em suporte electrónico ou carim- processuais a cuja documentação a lei obrigar e aos quais
bos, a completar com o texto respectivo, bem como abre- tiver assistido quem o redige, bem como a recolher as
viaturas com significado inequívoco. declarações, requerimentos, promoções e actos decísórios
6. Em caso de manifesta ilegibilidade do documen- orais que tiverem ocorrido perante aquele.
to, qualquer participante processual interessado pode 2. O auto respeitante ao debate contraditório e à
solicitar, sem encargos, a respectiva transcrição dactilo- audiência denomina-se acta e rege-se complementarmen-
gráfica. te pelas disposições legais que este Código lhe manda
7. É obrigatória a menção do lugar, dia, mês e ano aplicar.
da prática do acto, bem como, tratando-se de acto que 3. O auto contém, além dos requisitos previstos
afecte liberdades fundamentais das pessoas, da hora da para os actos escritos, menção dos elementos seguintes:
sua ocorrência, com referência ao momento do respectivo a) Identificação das pessoas que intervieram no
início e conclusão. acto;
b) Causas, se conhecidas, da ausência das pessoas
Artigo 68.0 cuja intervenção no acto estava prevista;
Participação de surdo, deficiente auditivo ou de c) Descrição especificada das operações pratica-
mudo das, da intervenção de cada um dos participantes proces-
suais, das declarações prestadas, do modo como o foram
1. Quando um surdo, deficiente auditivo ou um e das circunstâncias em que o foram, dos documentos
mudo devam prestar declarações, observam-se as seguin- apresentados ou recebidos e dos resultados alcançados,
tes regras: de modo a garantir a genuina expressão da ocorrência;
a) Ao surdo ou deficiente auditivo é nomeado d) Qualquer ocorrência relevante para apreciação
intérprete idóneo de língua gestual, leitura labial ou da prova ou da regularidade do acto.
expressão escrita, conforme mais adequado à situação do 4. O auto ou acta tem o mesmo valor probatório
interessado; dos documentos autênticos e autenticados.
b) Ao mudo, se souber escrever, formulam-se as
perguntas oralmente, respondendo por escrito. Em caso Artigo il."
contrário e sempre que requerido nomeia-se intérprete Redacção do auto ou acta
idóneo.
2. A falta de intérprete implica o adiamento da 1. A redacção do auto é efectuada pelo funcionário
diligência. de justiça, ou pelo funcionário de polícia criminal duran-
3. O disposto nos números anteriores é aplicável te a instrução preparatória, sob a direcção da entidade
em todas as fases do processo e independentemente da que presidir ao acto.
posição do interessado na causa. 2. Sempre que o auto dever ser redigido por SÚlnU-
la, compete à entidade que presidir ao acto velar para que
Artigo 69.0 a súmula corresponda ao essencial do que se tiver passa-
Actos decisórios do ou das declarações prestadas, podendo para o efeito,
ditar o conteúdo do auto ou delegar, oficiosamente ou a
1. Os actos decisórios dos juizes tomam a forma requerimento, nos participantes processuais ou nos seus
de: representantes.
a) Sentenças, quando conhecerem a final do objec- 3. Em caso de alegada desconformidade entre o
to do processo; teor do que for ditado e o ocorrido, são feitas consignar
b) Despachos, quando conhecerem de qualquer as declarações relativas à discrepância, com indicação
questão interlocutória ou quando puserem termo ao pro- das rectificações a efectuar, após o que a entidade que
cesso fora do caso previsto na alínea anterior; presidir ao acto profere, ouvidos os participantes proces-
1
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suais interessados que estiverem presentes, decisão defi- pelo tribunal e que deverá ser a este devolvido logo
nitiva sustentando ou modificando a redacção inicial. depois de assinado.
4. Se o destinatário não quiser ou não puder assi-
Artigo 72. 0
nar o recibo, será este devolvido ao tribunal com a decla-
Registo e transcrição ração do ocorrido feita pelo empregado do correio.
Quando o aviso não possa ser entregue ao destinatário,
1. O funcionário referido no n° 1 do artigo anterior será logo devolvido ao tribunal com essa declaração,
pode redigir o auto utilizando meios estenográficos, efectuando-se a sua notificação.
estenotipicos ou outros diferentes da escrita comum, bem 5. Este aviso terá o valor e o efeito das notifica-
como socorrer-se de gravação magnetofónica ou áudiovi- ções, desde que seja devidamente entregue ao destinatá-
suaI. rio, presumindo-se que a entrega se fez desde que foi
2. Quando forem utilizados meios estenográficos, assinado o recibo pelo próprio ou feita a declaração da
estenotípicos ou outros diferentes da escrita comum, o entrega pelo distribuidor, salvo se se provar a falsidade
funcionário que deles se tiver socorrido, ou, na sua da assinatura ou da declaração.
impossibilidade ou falta, pessoa idónea, faz a transcrição 6. As notificações devem efectuar-se como as
no prazo mais curto possível. Antes da assinatura, a enti- citações em processo civil, podendo também realizar-se,
dade que presidiu ao acto certifica-se da conformidade da desde logo, no lugar em que for encontrada a pessoa a
transcrição. notificar.
vada essa impossibilidade nos termos do n" 2 deste arti- Artigo 85. 0
causa até sentença [mal, ratificar esses actos ilegitima- 6. Se o impedimento for de juizes do Supremo Tri-
mente praticados em seu nome. bunal de Justiça, a causa passará ao juiz imediato e, se
for de juizes de um tribunal colectivo de primeira instân-
CAPÍTULO IV cia, será chamado o juiz que o deva substituir.
Dos Incidentes
Artigo 94.°
Secção I Impedimentos do Ministério Público
Dos impedimentos e suspeições
1. O disposto nas als. a), b), d) e e), n,? 1, do artigo
Artigo 93.° 93.°, é aplicável ao representante do Ministério Público,
Impedimentos do juiz que também não poderá funcionar em qualquer processo
penal quando nele tenha sido advogado ou juiz.
1. Nenhum juiz pode intervir num processo penal, 2. O representante do Ministério Público que tiver
nomeadamente, em julgamento: qualquer impedimento deve declará-lo imediatamente no
a) Quando ele, o seu cônjuge ou unido de facto for processo, promovendo a sua remessa ao juízo competen-
ofendido, arguido ou possa constituir-se parte acusadora te, se for caso disso, ou passando a causa a quem o deva
no processo e ainda tiver direito à reparação civil; substituir, nos outros casos.
b) Quando for ofendido, arguido ou possa consti- 3. Se o impedimento não for declarado pelo repre-
tuir-se parte acusadora e ainda quando tiver direito a sentante do Ministério Público, deverá o juiz julgá-lo
reparação civil algum ascendente, descendente, colateral impedido oficiosamente, ou a requerimento da parte
• até ao terceiro grau ou afim nos mesmos graus, tutelado acusadora ou do arguido, depois de admitido a íntervir no
ou curatelado dele, do seu cônjuge ou unido de facto; processo.
c) Quando tiver intervindo no processo como peri- 4. O disposto no n." 4 do artigo 93.° é aplicável
to, como representante do Ministério Público ou como aos magistrados do Ministério Público.
advogado constituído ou defensor oficioso;
d) Quando contra ele tiver sido admitida acção por Artigo 95.°
perdas e danos ou acusação em acção penal por factos Impedimentos dos escrivães, peritos e intérpretes
cometidos no exercício das suas funções ou por causa
delas e seja participante, parte acusadora, co-arguido ou 1. Aos escrivães é aplicável o disposto nas als. a),
autor na acção o arguido, o ofendido, a parte acusadora b) e d), n." 1, do artigo 93.°, quando tenha havido conde-
no processo penal o cônjuge ou unido de facto de qual- nação ou pronúncia nas acções a que este último número
quer deles ou algum ascendente, descendente, irmão ou se refere, e aos peritos e intérpretes o disposto nesses
afim nos mesmos graus; números e ainda a alo c), n° 1, do mesmo artigo. Não
e) Quando houver deposto ou tiver de depor como poderão também ser nomeados peritos nem intérpretes o
testemunha; Chefe do Estado, o Primeiro-ministro e membros do
f) Quando em instrução preparatória ou contraditória governo central e os deputados, com ofensa das suas
tiver decretado e mantido a prisão preventiva do arguido imunidades, e não poderá ser nomeado intérprete o escri-
ou tiver presidido à instrução contraditória; vão do processo.
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1. Nenhum advogado ou procurador poderá exer- 1. O juiz não pode declarar-se voluntariamente
cer as suas funções em uma acção penal em que intervier suspeito, mas podem o Ministério Público, O assistente, a
como juiz Qurepres~te do Ministério~hlico O seu parte acusadora ou o arguido, logo que seja admitido a
cônjuge ou que vivam em situações análogas, UIÚdode intervir no processo, recusá-lo como tal, por algum dos
facto, ou algum ascendente, descendente, irmão ou afim fundamentos seguintes:
no mesmo grau. a) Se existir parentesco ou afinidade no quarto
2. Se a nomeação do advogado ou procurador for grau da linha colateral entre o juiz, seu cônjuge ou que
anterior à posse do juiz ou do representante do Ministério vivam em situações análogas e a parte acusadora, o
Público nessa região, continuarão aqueles a intervir no arguido ou ofendido;
processo e estes considerar-se-ão impedidos; e, se for b) Se houver ou tiver havido qualquer acção, não
posterior, o juiz, logo que tenha conhecimento do facto, compreendida na alod), n" 1, do artigo 93°, em que seja
julgará o advogado on procurador impedidos por despa- ou tiver sido parte, ofendido, participante ou arguido o
cho, oficiosamente, ou a requerimento do Ministério juiz, seu cônjuge ou que vivam em situações análogas ou
Público, do arguido, da parte acusadora ou do próprio algum parente de qualquer deles em linha recta ou no 2°
impedido. grau da linha colateral e for ou tiver sido juiz dessa causa
3. Quem tiver intervindo como juiz em qualquer ou nela directamente interessado o ofendido, a parte
processo não poderá ser nele constituído advogado nem acusadora ou o arguido ou algum ascendente ou descen-
nomeado defensor. dente ou o cônjuge, UIÚdode facto de qualquer deles;
c) Se o juiz fizer parte da direcção ou administra-
ção de qualquer corpo colectivo ou sociedade que seja
Artigo 98.° ofendida ou parte acusadora ou se for ofendido, parte
Dedução dos impedimentos acusadora ou arguido algum dos outros membros da
direcção ou administração por factos a ela respeitantes;
1. Os impedimentos mencionados nas als. a), b) e d) Se o juiz tiver recebido dádivas antes ou depois
f), n.? 1, do artigo 93.° poderão ser deduzidos em qual- de instaurado o processo e por causa dele;
quer altura do processo. Os restantes só poderão ser e) Se juiz, seu cônjuge ou que vivam em situa-
deduzidos até à decisão final. ções análogas ou algum parente na linha recta for credor
2. O impedimento será deduzido por meio de sim- ou devedor do arguido, do ofendido ou da parte acusado-
ples requerimento, juntando-se logo os documentos com- ra;
provativos. Se o impedimento for deduzido contra o juiz, f) Se o juiz, seu cônjuge ou que vivam em situa-
este, por despacho nos autos, dirá se o reconhece ou não, ções análogas ou algum ascendente ou descendente de
cabendo deste despacho recurso, que será obrigatoria- algum deles, for herdeiro presumido do ofendido, do
mente interposto pelo Ministério Público, quando o juiz arguido ou da parte acusadora;
se não declare impedido, e subirá logo em separado e g) Se houver graves motivos de inimizade entre o
sem efeito suspensivo. Se o impedimento não for deduzi- juiz e o ofendido, a parte acusadora ou o arguido.
do contra juiz, este decidirá da sua procedência por des- 2. Quando se tenha proposto qualquer acção contra
pacho de que cabe recurso, que apenas subirá com o o juiz sem motivo sério, unicamente com o fim de o fazer
primeiro que vier a ser interposto e que suba de imediato. declarar suspeito, ou quando, com o mesmo intuito, se
3. Se o impedimento for deduzido a juiz do adquira lli~ crédito contra ele, seu cônjuge ou que viva
Supremo Tribunal de Justiça e este o não reconhecer, em situação análoga, parentes ou afins da linha recta, ou
decidirá sobre o mesmo o Pleno daquele tribunal. se use, de qualquer outra fraude para fundamentar uma
4. Quando o impedimento for julgado procedente suspeição, o juiz arguido de suspeito declará-lo-a nos
os actos praticados pelo impedido serão declarados nulos, autos, e o processo subirá imediatamente ao Supremo
mas, se já não puderem repetir-se, considerar-se-ão váli- Tribunal de Justiça para, depois de proceder às diligên-
dos, se o juiz entender que não há prejuizo para a desco- cias indispensáveis, decidir em conferência, se há ou não
berta da verdade. fundamento para a suspeição.
3. As disposições nos números e parágrafo anterior
Artigo 99.° são igualmente aplicáveis, na parte em que o puderem
Efeito da dedução dos impedimentos ser, aos substitutos do juiz de direito, agentes do Ministé-
rio Público, escrivães, peritos e intérpretes.
1. A arguição dos impedimentos suspende o 4. O juiz pode pedir ao Presidente do Supremo
andamento do processo, mas, se o juiz entender que é um Tribunal de Justiça que o escuse de intervir num processo
simples expediente dilatório, ordenará que o processo quando se verificarem alguma das circunstâncias do n."
siga os seus termos conjuntamente com os do incidente. 1.
2. No decurso do incidente poderão praticar-se os
actos cuja demora possa trazer prejuizo irreparável.
E
,
são.
4. Se o juiz não responder ou confessar a suspei-
ção, o escrivão fará os autos conclusos ao juiz substituto,
a quem compete deferir os ulteriores termos do processo.
5. Se o juiz negar os factos alegados pelo recusan-
te ou declarar que não constituem fundamento de suspei-
1. Deduzida a suspeição, suspender-se-á o anda-
mento do processo até ser julgada, mas o juiz a quem
competir conhecer dela poderá ordenar e praticar quais-
quer actos urgentes do processo principal.
2. Se o juiz contra quem foi deduzido o incidente
de suspeição entender que este é um mero expediente
ção, poderá, desde logo juntar documentos ou indicar dilatório, não sustará o andamento do processo, que
testemunhas, até três a cada facto, e em seguida irá o seguirá os seus termos juntamente com os do incidente.
processo concluso ao juiz substituto para deferir aos 3. Serão válidos todos os actos praticados pelo juiz
ulteriores termos do incidente. ou funcionário recusado até ao momento em que for
6. As testemunhas do incidente serão inquiridas deduzida a suspeição.
pelo juiz, escrevendo-se os seus depoimentos por súmula, 4. No caso do n." 1.0 deste artigo aplicar-se-á o
e, findos eles, irá logo o processo concluso para o juiz disposto no n.? 4 do artigo 98.° aos actos praticados pelo
proferir despacho no prazo de dois dias. suspeito depois de arguida a suspeição.
7. Julgada procedente a suspeição, o juiz que deve 5. Da decisão final sobre suspeições há recurso
substituir o suspeito deferirá aos ulteriores termos do sem efeito suspensivo.
processo.
8. Se juiz declarar que se verifica algum dos casos Artigo 103.°
indicados no artigo 100°, serão os autos remetidos ao Má fé instrumental
Supremo Tribunal de Justiça no prazo de três dias e aí
distribuídos e julgados como os agravos em matéria Se o tribunal entender que os incidentes se tratam de
cível, procedendo-se todavia às diligências necessárias meras manobras dilatórias, condena na decisão final do
para a averiguação da verdade. O juiz suspeito de arguido incidente aquele que o tiver levantado, se não for o
deferirá os actos urgentes do processo principal. Ministério Público, na pena de multa de 2.000.000,00 a
9. Se a suspeição tiver sido aposta contra um juiz 10.000.000,00 dobras nos processos de querela ou cor-
que faça parte de um tribunal colectivo de primeira ins- reccionaís e de 1.000.000,00 a 5.000.000,00 dobras nos
tância que não seja o daquela onde correr o processo, ser- outros processos.
lhe-á remetido o incidente para ele responder à arguição
no prazo de cinco dias, seguindo-se os demais termos dos Secção fi
fi. Os4.° e 5.° e decidindo a final o juiz da comarca onde o Da falsidade
processo correr.
10. Se a suspeição tiver sido oposta contra qualquer Artigo 104.°
juiz do Supremo Tribunal de Justiça, o requerimento será Admissibilidade e regime de recurso do incidente
dirigido ao Presidente daquele tribunal que ordenará que de falsidade
o recusado responda até à primeira sessão do Pleno,
seguindo-se os demais termos indicados nos n.os 4.° e 5.°, 1. O incidente de falsidade somente pode ser
na parte aplicável, exercendo o presidente do tribunal as levantado contra documentos ou actos judiciais, quando
funções de juiz do incidente, podendo delegar no juiz de possa influir na decisão da causa. Caso contrário, o tribu-
qualquer área de jurisdição a inquirição das testemunhas nai não o admitirá.
e decidindo a final a respectiva secção. 2. Da decisão que receber ou rejeitar o incidente
11. Se a suspeição for julgada procedente, o juiz haverá recurso, de que o tribunal superior só conhecerá
será substituído pelo que se lhe seguir, segundo a ordem quando apreciar qualquer decisão sobre a questão princi-
por que devem notar. pal.
12. Se o recusado for o agente do Ministério Públi- 3. A rejeição do incidente pelo tribunal não obsta
h o' j4 -lOdeAgosto de -de')!!.
Os ascendentes, descendentes, cônjuge não separado Se as suspeitas sobre o estado mental do acusado apa-
de pessoas e bens ou equiparado, ainda que não tenham recerem durante a execução da sentença e o exame médi-
constituído advogado no processo, serão ouvidos pelo co-psiquiátrico e mais diligências ordenadas revelarem
tribunal, quando residam na sua área de jurisdição ou que a falta de integridade mental poderia ter determinado
espontaneamente se apresentem, sempre que o juiz tome a irresponsabilidade pela infracção por que foi condena-
qualquer medida acerca do arguido considerado irrespon- do, poderá requerer-se a revisão da sentença nos termos
sável ou faça cessar qualquer medida já tomada. deste código.
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..:)!UilQ DA REPÚBLICA 587
daquela onde o processo está pendente. contra ele propor-se nova acção penal por crime consti-
tuído, no todo ou em parte, por esses factos, ainda que se
Artigo 128.
0
lhe atribua comparticipação de diversa natureza.
Efeito da incompetência do tribunal
2. Quando se averigúe que deve preferir outro tri- proferida pelo respectivo tribunal constituirá casojulgado
bunal ou quando, no caso de conflito de jurisdição e relativamente à questão que nele tenha sido julgada defi-
competência, assim se tenha decidido, será remetido para nitivamente, para a acção penal que dessa decisão ficou
esse tribunal todo o processo. dependente.
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qualquer que seja o número de crimes por que responda Aquisição da notícia da infracção
na mesma ocasião e o número de processos contra ele
instaurados, desde que se julguem conjuntamente. 1. A notícia do crime adquire-se por:
4. Se um arguido for absolvido por um ou por a) Conhecimento próprio por parte da autoridade
alguns crimes e condenado por outros, pagará o imposto que tenha competência para a investigação;
de justiça correspondente à forma de processo aplicável b) Participação efectuada por outras autoridades;
ao crime mais grave por que for condenado, o qual lhe c) Denúncia apresentada por qualquer cidadão se
será aplicado dentro dos respectivos limites legais. se tratar de crime de natureza pública;
5. Nos processos em que houver assistente, se este d) Queixa, apresentada pelos titulares do direito
decair a final, pagará o imposto de justiça que o juiz ofendido, tratando-se de crimes de natureza semi-pública
arbitrar dentro dos limites legais, tendo em atenção o 2. Do conhecimento da notícia do crime é dado
processo e a situação material da parte. Se diversas pes- conhecimento imediato ao Ministério Público, se não
soas se tiverem constituído assistente, cada um pagará o tiver sido este a ordenar a investigação.
respectivo imposto de justiça e só por ele responderá.
6. Se um arguido, acusado de vários crimes, for Artigo 141.0
absolvido por uns e condenado por outros, havendo assis- Participação obrigatória
tente em alguma ou algumas delas, será cada um conde-
nado no respectivo imposto de justiça, que será fixado 1. A participação ao Ministério Público é obrigatória:
para o assistente dentro dos limites legais corresponden- a) Para as autoridades policiais, quanto a todas os
tes à forma de processo dos crimes de que o arguido for crimes de que tenham conhecimento.
absolvido e para o arguido dentro dos limites correspon- b) Para os funcionários públicos, gestores públicos e
dentes à forma de processo do crime mais grave por que quaisquer outros agentes ou autoridades públicas que
foi condenado. tomarem conhecimento dos crimes, no exercício das suas
7. Será também devido imposto de justiça nos funções ou por causa delas.
demais casos prescritos na lei e a ele acrescerão as quan- 2. Tratando-se de crime de natureza semi-pública, par-
tias que a lei fixar. ticipação a que se refere este artigo só será obrigatória, se
o titular do direito de queixa o tiver exercido.
J':<ÍNCJPE - Dl.ÁRIO DA REPÚBLICA 589
•
c) O factualismo que constitui o crime; Artigo 146.°
d) O dia, hora e local e as circunstâncias em que o Providências cautelares quanto aos meios de prova
crime terá sido cometido;
e) Os meios de prova já conhecidos; 1. Compete às entidades policiais, mesmo antes de
f) Se o conhecimento da infracção não tiver sido receberem ordem do Ministério Público ou do juiz com-
adquirido pelo participante, a forma como o adquiriu. petente para procederem a investigações, praticar os
2. Tendo a denúncia sido apresentada verbalmen- actos cautelares necessários e urgentes para assegurar os
te, autoridade que a receber, lavrará o respectivo auto, meios de prova.
que conterá os elementos referidos no número anterior, 2. Compete-lhes, nomeadamente, nos termos do
bem como a identificação do denunciante. número anterior:
3. Tendo a denúncia sido apresentada por escrito, a) Proceder a exame dos vestígios do crime, asse-
deverá a mesma ser assinada pelo denunciante ou, quan- gurando a manutenção do estado das coisas e dos lugares,
do este não o saiba ou possa fazer, por duas testemunhas podendo vedar o local à circulação de pessoas e proibir
abonatórias, devidamente identificadas. as mesmas de se ausentarem do local até que a recolha
4. Nos casos de conexão previstos no artigo levan- dos vestígios esteja concluída e a sua presença seja indis-
tar-se-á um único auto. pensável;
b) Colher informações das pessoas que facilitem a
Artigo 144.° descoberta dos agentes do crime e a sua reconstituição;
Valor do auto de notícia ou denúncia c) Proceder a apreensões no decurso de revistas ou
buscas ou em caso de urgência ou perigo na demora, bem
1. Os autos a que se refere o artigo anterior farão como adoptar as medidas cautelares necessárias à con-
fé em juízo, em julgamento, até prova em contrário, se servação ou manutenção dos objectos apreendidos.
forem mandados levantar por magistrado, relativamente a 3. Mesmo após a intervenção do Ministério Públi-
crimes que tenham sido praticado perante ele, em actos co ou do iuiz. cabe às entidades noliciais assezurar novos
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judiciais ou que a eles digam respeito. meios de prova de que tiverem conhecimento, sem pre-
2. Se esses autos forem levantados por qualquer juízo de deverem dar deles notícia imediata àquela auto-
outra autoridade ou por funcionário público, somente ridade.
farão fé em juízo, até prova em contrário, se disserem
respeito a qualquer crime a que corresponda processo Artigo 147.°
correccional, de transgressões ou sumário, salvo nos Identificação de suspeito e pedido de informações
casos em que a lei exija outras diligências para a instru-
ção do processo. 1. As entidades policiais podem proceder à identi-
3. Os autos a que este artigo e o seu n° 1 se refe- ficação de qualquer pessoa encontrada em lugar público,
rem fazem fé unicamente quanto aos factos presenciados aberto ao público ou sujeito a vigilância policial, sempre
pela autoridade ou funcionário público que os levantar ou que sobre ela recaiam fundadas suspeitas da prática de
mandar levantar. crimes, da pendência de processo de extradição ou de
4. O juiz que o receber, mesmo que o auto de expulsão, de que lenha penetrado ou permaneça irregu-
notícia faça fé em juizo, poderá mandar proceder a larmente no território nacional ou de haver contra si
quaisquer diligências que julgue necessárias para a des- mandado de detenção.
coberta da verdade. 2. Antes de procederem à identificação, as entida-
des policiais devem provar a sua qualidade, comunicar ao
suspeito as circunstâncias que fundamentam a obrigação
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de identificação e indicar os meios por que este se pode objectos relacionados com o crime, susceptiveis de servi-
identificar. rem a prova e que de outra forma poderiam perder-se;
3. O suspeito pode identificar-se mediante a apre- b) À revista de pessoas que tenham de participar ou
sentação de um dos seguintes documentos: pretendam assistir a qualquer acto processual, sempre
a) Bilhete de identidade ou passaporte, no caso de que houver razões para crer que ocultam armas ou outros
ser cídadãe-sêe tomense; objectos com os quais possam praticar actos de violência.
b) Título de residência, bilhete de identidade, pas- 2. Nos casos anteriores a realização da diligência é,
saporte ou documento que substitua o passaporte, no caso sob pena de nulidade, imediatamente comunicada ao juiz
de ser cidadão estrangeiro. ou Ministério Público competente e por este apreciada
4. Na impossibilidade de apresentação de um dos em ordem à sua validação.
documentos referidos no número anterior, o suspeito
pode identificar-se mediante a apresentação de documen- CAPÍTULom
to original, ou cópia autenticada, que contenha o seu Da detenção e das medidas restritivas de liberdade
nome completo, a sua assinatura e a sua fotografia.
S. Se não for portador de nenhum documento de Secção i
identificação, o suspeito pode identificar-se por um dos Da detenção
seguintes meios:
a) Comunicação com uma pessoa que apresente Artigo 149.°
os seus documentos de identificação; Conceito de detenção
b) Deslocação, acompanhado pelas entidades
policiais, ao lugar onde se encontram os seus documentos 1. Detenção é toda a privação de liberdade por
de identificação; período de tempo não superior a 48 horas em que o deti-
c) Reconhecimento da sua identidade por uma do não pode ser colocado em estabelecimento prisional
pessoa identificada nos termos do n. ° 3 ou do n. ° 4 que destinado à execução de pena privativa da liberdade nem
garanta a veracidade dos dados pessoais indicados pelo ao cumprimento da prisão preventiva
identificando.
6. Na impossibilidade de identificação nos termos 2. A detenção destina-se a garantir a presença do
dos n.os 3, 4 e 5, as entidades policiais podem conduzir o detido no julgamento em processo sumário ou no primei-
suspeito ao posto policial mais próximo e compelí-lo a ro interrogatório judicial a que deva ser submetido ou a
permanecer ali pelo tempo estritamente indispensável à assegurar a presença imediata do detido em acto proces-
identificação, em caso algum superior a quatro horas, sual a que tenha faltado injustificadamente.
realizando, em caso de necessidade, provas dactiloscópi- 3. Compete a entidade policial que tiver efectuado
cas, fotográficas ou de natureza análoga e convidando o a detenção ou a quem o detido for entregue adoptar as
identificando a indicar residência onde possa ser encon- medidas cautelares estritamente necessárias para impedir
trado e receber comunicações. a fuga do detido.
7. Os actos de identificação levados a cabo nos
termos do número anterior são sempre reduzidos a auto e Artigo 150.°
as provas de identificação dele constantes são destruídas Flagrante delito
na presença do identificando, a seu pedido, se a suspeita
não se confirmar. 1. É flagrante delito todo o crime que se está a
8. As entidades policiais podem pedir ao suspeito, cometer.
bem como a quaisquer pessoas susceptiveis de fornece- 2. Considera-se flagrante delito todo o crime que
rem informações úteis, e deles receber, sem prejuízo, se acabou de praticar.
quanto ao suspeito, dos seus direitos, informações relati- 3. Reputa-se também flagrante delito o caso em
vas a um crime e, nomeadamente, à descoberta e à con- que o agente for, logo após o crime, perseguido por qual-
servação de meios de prova que poderiam perder-se antes quer pessoa ou encontrado com objectos ou sinais que
da intervenção do Ministério Público ou do juiz. mostrem claramente que acabou de o cometer ou de nele
9. Será sempre facultada ao identificando a possi- participar.
bilidade de contactar com pessoa da sua confiança.
Artigo 151.°
Artigo 148.° Detenção em flagrante delito
Revistas e buscas
1. Em caso de flagrante delito por crime punível, o
1. Para além dos casos previstos no nO4 do artigo juiz, o Ministério Público, agente policial ou funcionário
241°, as entidades policiais podem proceder, sem prévia público relativamente aos crimes de que tomem conhe-
autorização do juiz: cimento no exercicio das suas funções e por causa delas,
a) A revista de suspeitos em caso de fuga iminente deve proceder à detenção.
ou de detenção e a buscas no lugar em que se encontra- 2. Se nenhuma das autoridades antes referidas
rem, salvo tratando-se de busca domiciliária, sempre que puder efectuar a detenção qualquer pessoa que presencie
tiverem fundada razão para crer que neles se ocultam o flagrante delito poderá realizar a detenção.
..- mARIo DA REPÚBliCA
=~'-"---- 591
3. A pessoa que tiver procedido à detenção nos c) Ao Ministério Público nos restantes casos.
termos do número anterior entrega o detido imediatamen-
te à autoridade policial mais próxima, a qual elabora auto Artigo 155.°
da entrega donde constem, para além da identificação do Libertação do detido
captor e circunstâncias da captura, os elementos indicia-
dores da prática do crime. 1. Qualquer entidade que tiver ordenado a
4. Nos crimes cujo procedimento criminal depen- detenção ou a quem o detido for presente procede à sua
de de queixa a detenção não poderá ultrapassar vinte e imediata libertação:
quatro horas sem que o titular do direito de queixa o a) Logo que se tornar manifesto que a detenção foi
exerça. efectuada por erro sobre a pessoa;
b) Se tiver sido efectuada fora dos casos e das
Artigo 152.° condições previstas na lei;
Detenção fora de flagrante delito c) Logo que se tome desnecessária.
2. A libertação é precedida de despacho se for o
1. A excepção dos magistrados e advogados, juiz ou o Ministério Público a ordená-la e sendo outra
qualquer outro interveniente processual pode ser detido, entidade, mediante a elaboração posterior de relatório a
por ordem do juiz como forma de assegurar a sua compa- juntar obrigatoriamente ao processo se este tiver sido
rência imediata em acto processual a que tenta faltado instaurado.
injustificadamente. 3. Qualquer entidade policial que proceda à liber-
2. No decurso da instrução preparatória o Ministé- tação de um detido nos termos dos números anteriores
rio Público e o Director da Polícia de Investigação Cri- comunica-o imediatamente ao Ministério Público sob
minal podem ordenar a detenção fora de flagrante delito pena de incorrer na prática de crime de desobediência e
do arguido, quando: ficar sujeito a procedimento disciplinar.
a) O crime indiciado for punível com pena de pri-
são superior a três anos; Artigo 156.°
b) Existirem fortes indícios de que o suspeito se Apresentação ao Poder Judicial
prepara para fugir à acção da justiça e não for possível
dada a situação de urgência esperar pela intervenção do I. Se o detido não tiver sido libertado nos ter-
juiz. mos do disposto no artigo anterior, será obrigatória e
imediatamente apresentado, para os fins referidos no
Artigo 153.° artigo 149°, ao juiz competente a quem caberá apreciar a
Mandados de detenção legalidade da detenção efectuada.
2. No caso em que o detido não deva ser imedia-
1. A detenção fora de flagrante delito só pode ser tamente julgado em processo sumário ou não tiver de ser
efectuada mediante mandado cujo duplicado será entre- presente a acto processual a que haja faltado, o Ministé-
gue ao detido. rio Público promoverá a realização de interrogatório
2. O mandado de detenção contém, obrigatoria- judicial em que, além do mais, se decidirá da necessidade
mente: de aplicação ou não da prisão preventiva ou outra medida
a) Identificação da pessoa a deter e qualidade em que de coacção, com observância do artigo 215° deste código.
rt intervém no processo;
b) Identificação e número do processo a que se
3. Para efeitos deste artigo organizar-se-ão, nos
Tribunais e nos serviços do Ministério Público, turnos
referir a detenção; aos feriados e fins-de-semana de modo a que o detido
c) Nome, categoria e assinatura de quem ordenar seja imediatamente presente ao juiz.
a detenção.
3. O mandado é redigido em triplicado sendo o Artigo 157.°
original para juntar ao processo depois de certificada a H abeas corpus por detenção ilegal
captura, um outro para o arquivo da entidade captora e o
duplicado para entregar ao detido no acto da captura. 1. Qualquer detido pode requerer ao juiz da área
4. A detenção que não obedecer ao disposto neste e em que se encontrar que ordene a sua imediata libertação,
nos artigos anteriores é ilegal. se:
a) Estiverem excedidos os prazos referidos nos
Artigo 154.° artigos 1490 ou qualquer outro prazo para entrega ou
Comunicações apresentação ao poder judicial;
b) A detenção se mantiver fora dos locais e das
Sempre que ocorra uma detenção devem ser imedia- condições legalmente previstas;
tamente efectuadas as seguintes comunícações: c) A detenção tiver sido ordenada ou efectuada
a) A parente, pessoa de confiança ou defensor do por entidade incompetente;
detido, de preferência por si indicados; d) A detenção não for admissível com os funda-
b) A entidade que ordenar a detenção se o detido mentos invocados.
lhe não for presente de imediato; 2. O requerimento pode ser subscrito pelo detido
1
ÚU por qualquer pessoa no gozo dos seus direitos políti- anos e sem antecedentes criminais.
cos ou civis que o apresentará à entidade que mantém o
detido, a qual remete o requerimento imediatamente ao Artigo 161.°
juiz com as informações que entenda necessárias. Requisitos gerais
ct Artigo 165.°
Obrigação de apresentação e proibição de se
por meio de recurso, nos termos previstos no artigo 180°.
3. Quebrada a caução o seu valor reverte para o
Estado e é afectado como receita do Fundo de Assistên-
ausentar do local de residência cia Prisional.
Artigo 169.°
1. Se o crime for punível com pena de prisão Levantamento da caução
superior a um ano, o juiz pode impor ao arguido a obri-
gação de se apresentar no Tribunal, nos serviços do 1. Proferida decisão final transitada em julgado,
Ministério Público ou posto policial em dia e horas pré- ocorrendo a prisão do arguido, verificando-se qualquer
estabelecidas em razão das exigências profissionais e do causa de extinção da responsabilidade criminal, ou, sen-
local em que resida, ou ainda, de não se ausentar do local do desnecessária a caução por qualquer outro motivo, o
da residência sem autorização do Tribunal. Tribunal oficiosamente, declara-a sem efeito.
2. A entidade a quem se deva apresentar preenche- 2. Essa declaração implica que se ordene o cance-
rá a ficha das apresentações e finda a medida remeterá ao lamento do registo da hipoteca ou a restituição do depósi-
Tribunal para junção ao processo. to ou objectos penhorados ou ainda, que se declare extin-
3. O não comparecimento injustificado do suspeito ta a responsabilidade do fiador.
deverá ser comunicado ao Tribunal decorridos cinco dias, 3. Se decorridos noventa dias, após notificação
para a apreciação. pessoal efectuada para esse fim, não forem reclamados os
objectos penhorados ou a restituição do depósito já can-
Artigo 166.° celados, será decretada a sua perda a favor do Estado
Caução com o mesmo destino referido no n° 3 do artigo 168°.
Artigo 172.°
Duração da prisão preventiva 2. Durante a suspensão, a prisão preventiva pode
ser substituída por outra medida de coacção nos termos
1. A prisão preventiva não poderá ultrapassar des- gerais que se revelarem adequadas ao seu estado e com-
de o seu inicio: patível com ele.
a) Três meses até à conclusão da instrução prepa-
ratória; Artigo 176.°
b) Cinco meses até à conclusão da instrução con- Substituição da prisão preventiva
traditória;
c) Sete meses até ao inicio da audiência de julga- 1. Na situação prevista no número 1.0 do artigo
mento; anterior e também no caso de o arguido sofrer de anoma-
d) Nove meses sem que haja decisão final com lia psíquica grave que se não manifeste continuamente, o
trânsito em julgado. juiz poderá, a titulo excepcional, em substituição da
2. Os prazos anteriormente referidos são elevados prisão preventiva ordenar o internamento hospitalar, com
de um terço (1/3) quando o processo se revelar de excep- ou sem vigilância policial.
cional complexidade ou tiverem de ser efectuadas dili- 2. Quando ocorrer atenuação das exigências caute-
gências instrutórias em território estrangeiro, devendo ser lares que determinaram a aplicação da prisão preventiva
proferido, pelo juiz, despacho devidamente fundamenta- o juiz oficiosamente e ou a requerimento substitui-a por
do a declarar a especial complexidade, do qual cabe outra medida menos gravosa ouvidos o Ministério Públi-
recurso, com efeito devolutivo, subida imediata e em co e o arguido.
separado, processado nos termos gerais.
3. Os prazos anteriormente referidos são ímprorro- Artigo 177. 0
1. Quem tiver sofrido detenção ou prisão pre- 1. As rogatórias são recebidas por qualquer via,
ventiva manifestamente ilegal pode requerer perante o competindo ao Ministério Público promover o seu cum-
Tribunal competente, indemnização pelos danos sofridos primento.
com a privação da liberdade. 2. A decisão de cumprimento das rogatórias dirigi-
2. O disposto no número anterior aplica-se a quem das a autoridades judiciárias são-tomenses, cabe ao juiz
tiver sofrido prisão preventiva que, não sendo ilegal nas fases de instrução contraditória e julgamento e ao
venha a revelar-se injustificada por erro grosseiro na Ministério Público na fase de instrução preparatória,
apreciação dos pressupostos de facto ou de direito de que excepto se o acto rogado for da competência do juiz.
dependia, excepto se o preso tiver concorrido, por qual- 3. Recebida a rogatória que não deva ser cumprida
quer forma, para esse erro. pelo Ministério Público, é-lhe dada vista para opor ao
cumprimento o que julgar conveniente.
Artigo 188.°
Prazo e legitimidade Artigo 193.°
Recusa do cumprimento de rogatórias
1. O pedido de indemnização tem de ser proposto
no prazo de um ano após a libertação do interessado ou 1. O cumprimento de rogatórias é recusado nos
da decisão definitiva do processo. casos seguintes:
2. O direito à indemnização fundado nos factos a) Quando a autoridade judiciária rogada não tiver
descritos no artigo anterior transmite-se por morte do competência para a prática do acto;
injustificadamente privado de liberdade. b) Quando a solicitação se dirigir a acto que a lei
proíba ou que seja contrário à ordem pública são-
Artigo 189.° tomense;
Conceito de funcionário c) Quando a execução da rogatóriafor atentatóna
da soberania ou da segurança do Estado;
Para efeitos deste Código o conceito de funcionário d) Quando o acto implicar execução de decisão de
abrange tanto o funcionário civil, como o agente admi- tribunal estrangeiro sujeita a revisão e confirmação e a
nistrativo, bem como os titulares de cargos judiciais ou decisão se não mostrar revista e confirmada.
policiais. 2. No caso a que se refere a alínea a) do número
anterior, a autoridade judiciária rogada envia a rogatória
CAPÍTULO IV à autoridade judiciária competente, se esta for são-
Relações com autoridades estrangeiras e entidades tomense.
judiciárias internacionais
Artigo 194.°
Artigo 190.° Cooperação com entidades judiciárias internacio-
Prevalência dos acordos e convenções internacio- nais
nais
O disposto no artigo 190° aplica-se, com as devidas
As rogatórias, a extradição, a delegação do procedi- adaptações, à cooperação com entidades judiciárias
mento penal, os efeitos das sentenças penais estrangeiras internacionais estabelecidas no âmbito de tratados ou
e as restantes relações com as autoridades estrangeiras convenções que vinculem o Estado São-tomense.
relativas à administração da justiça penal são reguladas
597
599
ponderante. A intervenção é suscitada pelo juiz, oficio- documento que puder servir de prova, faz-se menção da
samente ou a requerimento. sua apresentação e junta-se ao processo ou guarda-se
4. O disposto no número anterior não se devidamente.
aplica ao segredo religioso.
5. Nos casos previstos nos números 2 e 3, a deci- Artigo 213. 0
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Artigo 227. 0
Artigo 230.0
Despacho que ordena a perícia Relatório pericial
Artigo 232,°
Perícia médico-Iegal e psiquiátrica Artigo 236.°
Valor da prova pericial
1. A perícia relativa a questões médico-legais é
deferida a quaisquer médicos especialistas ou que desen- 1. O juizo técnico, cientifico ou artístico inerente
volvam, de forma continuada, actividades médico-legais à prova pericial presume-se subtraído à livre apreciação
ou apresentem para elas especial qualificação. do julgador.
2. O disposto no número anterior é corresponden- 2. Sempre que a convicção do julgador divergir do
temente aplicável à perícia relativa a questões psiquiátri- juizo contido no parecer dos peritos, deve aquele funda-
cas, na qual podem participar também especialistas em mentar a divergência.
psicologia e críminologia.
3. A perícia psiquiátrica pode ser efectuada a Secção VDI
requerimento de representante legal do arguido, do côn- Da prova documental
juge não separado judicialmente de pessoas e bens ou dos
descendentes, ou, na falta deles, dos ascendentes, adop- Artigo 237.°
tantes, adoptados ou da pessoa que viva com o arguido Admissibilidade
em condições análogas às dos cônjuges.
1. É admissivel prova por documento, entenden-
Artigo 233.° do-se por tal a declaração, sinal ou notação corporizada
Perícia sobre a personalidade em escrito ou qualquer outro meio técnico, nos termos da
lei penal.
1. Para efeito de avaliação da personalidade e da 2. A junção da prova documental é feita oficiosa-
perigosidade do arguido pode haver lugar a perícia sobre mente ou a requerimento, não podendo juntar-se docu-
as suas características especificas independentes de cau- mento que contiver declaração anónima, salvo se for, ele
sas patológicas, bem como sobre o seu grau de socializa- mesmo, objecto ou elemento do crime.
ção. A perícia pode relevar, nomeadamente, para a deci-
são sobre a revogação da prisão preventiva, a culpa do Artigo 238.°
agente e a determinação da sanção. Quando podem juntar-se documentos
2. Os peritos podem requerer informações sobre
os antecedentes críminais do arguido, se delas tiverem 1. O documento deve ser junto no decurso da ins-
necessidade. trução preparatória ou contraditória e, não sendo isso
possivel, deve sê-lo até ao encerramento da audiência,
Artigo 234.° 2. Fica assegurada, em qualquer caso, a possibili-
Destruição de objectos dade de contraditório, para realização do qual o tribunal
pode conceder um prazo não superior a oito dias.
Se os peritos, para procederem à perícia, precisarem 3. O disposto nos números anteriores é correspon-
de destruir, alterar ou comprometer gravemente a integri- dentemente aplicável a pareceres de advogados, de juris-
dade de qualquer objecto, pedem autorização para tal ao consulto ou de técnicos, os quais podem ser sempre jun-
magistrado titular do processo e que tiver ordenado a tos até ao encerramento da audiência.
perícia. Concedida a autorização, fica nos autos a descri-
ção exacta do objecto e, sempre que possiveI, a sua foto- Artigo 239.°
grafia; tratando-se de documento, fica a sua fotocópia, Documentos escritos em língua estrangeira ou pou-
devidamente autenticada co legíveis
nhar ou substituir por pessoa da sua confiança e que se funcionário de justiça adstrito ao processo ou de um
apresente sem delonga. depositário, de tudo se fazendo menção no auto.
2. Faltando as pessoas referidas no número ante- 3. As apreensões são autorizadas, ordenadas ou
rior, a cópia é, sempre que possível, entregue a um paren- validadas por despacho do Ministério Público ou do juiz.
te, a um vizinho, ao porteiro ou a alguém que o substitua. 4. Os órgãos de polícia criminal podem efectuar
3. Juntamente com a busca ou durante ela pode apreensões no decurso de revistas ou de buscas ou quan-
proceder-se a revista de pessoas que se encontrem no do haja urgência ou perigo na demora.
lugar, se quem ordenar ou efectuar a busca tiver razões 5. As apreensões efectuadas por órgão de polícia
para presumir que se verificam os pressupostos no n. ° 1 criminal são sujeitas à validação pelo Ministério Público
do artigo 245.°. ou pelo juiz, no prazo máximo de setenta e duas horas.
6. Os titulares de bens ou direitos objecto de
Artigo 247.° apreensão podem requerer ao juiz a modificação ou
Busca domiciliária revogação da medida. Neste caso o incidente corre por
apenso ao respectivo processo.
1. A-Â busca em casa habitada ou numa sua depen-
4 7. Se os objectos apreendidos forem susceptíveis
dência fechada só pode ser ordenada ou autorizada pelo de ser declarados perdidos a favor do Estado e não per-
juiz e efectuada entre as 6 e as 18 horas, sob pena de tencerem ao arguido, a autoridade judiciária ordena a
nulidade insanável. presença do interessado e ouve-o. A autoridade judiciária
2. Nos casos referidos nas alíneas a) e c), n.? 4, do prescinde da presença do interessado quando esta não for
artigo 244.°, as buscas domiciliárias podem também ser possível.
ordenadas pelo Ministério Público ou ser efectuadas
pelas entidades policiais. É correspondentemente aplicá- Artigo 250.°
velo disposto no n." 6 do artigo 245.°. Apreensão de correspondência
3. Tratando-se de busca em escritório de advogado
ou em consultório médico, ela é, sob pena de nulidade, 1. Sob pena de nulidade, o juiz pode autorizar ou
presidida pessoalmente pelo juiz, o qual avisa previamen- ordenar, por despacho, a apreensão, mesmo nas estações
te o presidente da respectiva ordem profissional, ou enti- de correios e de telecomunicações, de cartas, encomen-
dades que as substituam, para que o mesmo, ou um seu das, valores, telegramas ou qualquer outra correspondên-
delegado, possa estar presente. cia, quando tiver fundadas razões para crer que:
4. Tratando-se de busca em estabelecimento oficial a) A correspondência foi expedida pelo suspeito ou
de saúde, o aviso a que se refere o número anterior é feito lhe é dirigida, mesmo que sob nome diverso ou através
ao presidente do conselho directivo ou de gestão do esta- de pessoa diversa;
belecimento ou a quem legalmente o substituir. b) Está em causa crime punivel com pena de prisão
superior a três anos;
Artigo 248. ° c) A diligência se revelará de grande interesse para
Formalidades da revista a descoberta da verdade ou para a prova.
2. É proibida, sob pena de nulidade, a apreensão e
1. Antes de se proceder a revista é entregue ao qualquer outra forma de controlo da correspondência
visado, salvo nos casos do n." 5 do artigo 245.°, cópia do entre o arguido e o seu defensor, salvo se o juiz tiver
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'. 607
preparatória e os factos que através de uns e de outros se perante o juiz, de forma oral e contraditória, sobre se no
espera provar. decurso das instruções, resultaram indícios de facto e de
direito suficientes para justificar a submissão do arguido
. Artigo 283.° a julgamento.
Direcção e conteúdo da instrução contraditória
Artigo 287.°
1. A instrução contraditória é dirigida pelo juiz, Adiamento do debate
assistido pelas autoridades policiais e é formada pelo
conjunto dos actos instrutórios que o mesmo entenda O debate instrut6rio apenas poderá ser adíado urna
levar a cabo e, obrigatoriamente, por um debate contradi- única vez por motivo ponderoso.
tório, no qual participam o Ministério Público, o arguido,
o defensor, o assistente e o seu advogado, mas não as Artigo 288.°
partes civis. Decisão sobre o debate instrutório
2. O Ministério Público, assistente e o defensor
têm o direito a pa..-ticipar em todas as diligências de ins- 1. Encerrado o debate instruiório, o juiz, saneada
trução, ficando vinculados ao segredo de justiça, quando a causa, profere despacho de pronúncia ou de não pro-
a instrução contraditória seja secreta. núncia, o qual é imediatamente lido.
3. O juiz pratica os actos de instrução pela ordem 2. Caso seja proferido despacho de pronúncia e
que reputar mais conveniente para o apuramento da ver- tenha havido acusação pelo Ministério Público ou assis-
dade, podendo indeferir os actos requeridos que não tente, o despacho pode ser feito por remissão para as
interessarem à instrução ou servirem apenas para protelar mesmas.
o andamento do processo, praticando ou ordenando ofi- 3. O despacho pode ser proferido verbalmente e
ciosamente aqueles que considerar úteis. ditado para a acta, considerando-se notificados os presen-
4. Do despacho do juiz que indeferir os actos de tes.
instrução cabe recurso a subir no final da instrução con- 4. Quando a complexidade da causa em instrução
traditória com aquele que venha a ser interposto do des- o justifique, o juiz, no acto de encerramento do debate
pacho de pronúncia ou não pronúncia. contraditório, ordena que os autos lhe sejam feitos con-
.". 5. São admissíveis na instrução todas as provas clusos a fim de proferir, no prazo máximo de cinco dias,
que não forem proibidas por lei. O juiz, em instrução o despacho de pronúncia ou de não pronúncia. Neste
contraditória, interroga o arguido quando o julgar neces- caso, o juiz comunica de imediato aos presentes a data
sário e sempre que este o solicitar. em que o despacho será lido, sendo correspondentemente
aplicável o disposto na última parte do número anterior.
5. Aplica-se aos despachos de pronúncia ou não
pronúncia com as devidas adaptações o disposto nos
artigos 273.° e 277.° .
Artigo 284.° Artigo 289.°
Prazo para a instrução contraditória Nulidade da decisão
O juiz encerrará a instrução contraditória no prazo 1. A decisão instrutória é nula na parte em que
máximo de dois meses se houver arguidos presos, ou pronunciar o arguido por factos diferentes para mais
com obrigação de permanência da habitação, ou no prazo grave dos descritos na acusação do Ministério Público ou
de três meses se os não houver. do assistente, ou no requerimento para abertura da instru-
ção contraditória.
Artigo 285.° 2. A nulidade é arguida no prazo de oito dias con-
Debate instrutõrio tados da data da notificação da decisão.
1. O arguido será interrogado pelo presidente do Se houver vários réus, poderão ser interrogados sepa-
tribunal e perguntado primeiramente pelo seu nome, radamente ou uns na presença dos outros, segundo pare-
estado, filiação, idade, naturalidade, residência, se sabe cer mais conveniente ao Tribunal para a descoberta da
ler e escrever, se já esteve preso ou respondeu e, no caso verdade.
afirmativo, quando e por que motivo. A falta de resposta
a estas perguntas fará incorrer o arguido num crime de Artigo 315.°
desobediência ou se faltar à verdade num crime de falsas Quem procede aos interrogatórios e declarações
declarações. Em seguida, será interrogado sobre os factos
de que é acusado. 1. Aos ofendidos poderão ser tomadas declarações
2. Antes de começar o interrogatório do arguido, em qualquer altura, durante a produção da prova, depois
acerca dos factos de que é acusado, deverá o juiz adverti- do interrogatório do arguido e todas as vezes que se tor-
10 de que não é obrigado a responder às perguntas que nem necessárias.
lhe vão ser feitas, pois tem apenas por fim proporcionar- 2. As perguntas aos arguidos, aos ofendidos, aos
lhe o ensejo de se defender e contribuir para o esclareci- peritos e quaisquer outras pessoas que devam prestar
mento da verdade, e não obter elementos para a sua con- declarações serão sempre feitas pelo presidente do tribu-
denação. nal, mas tanto a acusação como a defesa poderão pedir
3. O presidente do tribunal poderá também, em que os interrogados esclareçam as suas respostas ou que
qualquer altura, durante a produção da prova, oficiosa- se lhes façam novas perguntas, no intuito de esclarecer a
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verdade, podendo o presidente indeferir, se entender que perguntas sejam formuladas por seu intermédio.
as perguntas são desnecessárias ou proibidas por lei.
Artigo 321.°
Artigo 316.° Dever de permanência das testemunhas e dos
Quem não pode depor como testemunha na declarantes
audiência de julgamento
As testemunhas e pessoas chamadas a prestar declara-
Não poderão depor como testemunhas em audiência ções, depois de interrogadas, deverão permanecer na sala
de julgamento as pessoas inibidas de o serem, nos termos de audiência até terminar a produção da prova, salvo se o
do artigo 218.° e não serão obrigadas a depor as indica- presidente, ouvidos os representantes da acusação e defe-
das no artigo 206.° deste Código. sa, autorizar que se retirem antes.
L
.,lUNCiPE - D1ARJODA REPÚBLIC{_ ..._._ .._-ill
do-o às medidas de coacção admissíveis e adequadas às 2. Se já tiver subido recurso da sentença, a correc-
exigências cautelares que o caso requerer, devendo ção é feita, quando possível, pelo tribunal competente
nomeadamente ter em conta a decisãojá proferida. para conhecer do recurso.
3. O disposto nos números anteriores é correspon-
Artigo 337.° dentemente aplicável a despachosjudiciais.
Sentença absolutória
Artigo 341.°
1. A sentença absolut6ria declara a extinção de Condenação em indemnização civil no caso de
qualquer medida restritiva de liberdade e ordena a ime- absolvição
diata libertação do arguido preso preventivamente, salvo
se ele dever continuar preso por outro motivo ou sofrer Nos casos de absolvição da acusação crime, o tribunal
medida de segurança de internamento. condenará o réu em indemnização civil, desde que fique
2. A sentença absolut6ria condena o assistente em provado o ilicito desta natureza ou a responsabilidade
imposto de justiça, custas e honorários, nos termos pre- fundada no risco.
vistos neste Código e no Código de Custas Judiciais.
3. Se o crime tiver sido cometido por inimputável, Artigo 342.°
,
a sentença é absolut6ria; mas se nela for aplicada medida Acta da audiência de julgamento
de segurança, vale como sentença condenat6ria para
efeitos do disposto no n.? 1.° do artigo anterior e de 1. A acta da audiência contém:
recurso do arguido. a) O lugar, a data e a hora de abertura e de encer-
ramento da audiência e das sessões que a compuseram;
Artigo 338.° b) O nome dos juizes, dos jurados e do represen-
Publicação de sentença absolutória tante do Ministério Público;
c) A identificação do arguido, do defensor, do
1. Quando o considerar justificado, o tribunal orde- assistente, das partes civis e dos respectivos advogados;
na no dispositivo a publicação integral ou por extracto da d) A identificação das testemunhas, dos peritos,
sentença absolutória em jornal indicado pelo arguido, dos consultores técnicos e dos intérpretes e a indicação
desde que este o requeira até ao encerramento da audiên- de todas as provas produzidas ou examinadas em audiên-
cia e haja assistente constituído no processo. cia;
2. As despesas correm a cargo do assistente e e) A decisão de exclusão ou restrição da publicida-
valem como custas. de, nos termos do artigo 297.°.;
f) Os requerimentos, decisões e quaisquer outras
Artigo 339.° indicações que, por força da lei, dela devam constar;
Nulidade da sentença g) A assinatura do presidente e do funcionário de
justiça que a lavrar.
1. É nula a sentença: 2. Sempre que na audiência de julgamento não
a) Que não contiver as menções referidas no n.? 2 e haja qualquer ocorrência sobre que recaia despacho do
na alínea b), n.? 3, do artigo 334.°; ou juiz, dir-se-á apenas na acta que compareceram as pes-
b) Que condenar por factos diversos da acusação soas convocadas, devidamente identificadas quando
ou na pronúncia, se a houver, fora dos casos e das condi- forem ouvidas, e que, produzida a prova e feitas as alega-
ções previstas nos artigos 326.° e 327.° . ções, foi proferida a sentença.
c) Quando o tribunal deixe de pronunciar-se sobre 3. Os depoimentos das testemunhas e as declara-
questões que deva apreciar ou conheça de questões de ções dos ofendidos e dos arguidos, quando deverem ser
que não podia tomar conhecimento. escritos, constarão da própria acta.
2. As nulidades da sentença devem ser arguidas ou
conhecidas em recurso, sendo lícito ao tribunal supri-las, Artigo 343.°
aplicando-se, com as necessárias adaptações, o disposto Requerimentos e protestos verbais
no n.? 4 do artigo 375.°.
Todos os requerimentos e protestos verbais constarão
Artigo 340.° da acta da audiência, podendo o presidente do tribunal
Correcção da sentença ordenar que a respectiva transcrição seja feita somente
depois da sentença, se os considerar dilat6rios.
1. O tribunal procede oficiosamente ou a requeri-
mento, à correcção da sentença, quando:
a) Fora dos casos previstos no artigo anterior, não
tiver sido observado ou não tiver sido integralmente
observado, o disposto no artigo 334.°.
b) A sentença contiver erro, lapso, obscuridade,
ambiguidade cuja eliminação não importe modificação
essencial.
. _'.4-·]0 de Agosto de 2010
rio Público o qual o complementa com as diligências do julgamento e o arguido não se comprometer a apre-
necessárias, findas as quais deduz acusação ou arquiva o sentá-las na audiência o Tribunal procede à sua notifica-
mesmo se entender que não existe contravenção ou ção.
transgressão.
Artigo 357.°
Artigo 353.° Da Audiência
Termos do processo e garantias
1. Nas contravenções e transgressões a que cor-
1. Em todos os casos os actos e termos do proces- responda unicamente pena de multa o Ministério Público
so são reduzidos ao mínimo indispensável para conheci- pode acusar oralmente e é notificado da decisão final.
mento e boa decisão da causa. 2. Se à contravenção ou transgressão corresponder
2. Não é obrigatória a constituição de arguido e a pena de prisão e o Ministério Público não estiver presen-
nomeação de defensor só é obrigatória quando o crime te no início da audiência o juiz nomeia pessoa idónea em
for punível com prisão ou medida de segurança ou tal for sua substituição.
requerido pelo arguido. 3. No início da audiência as pessoas que tiverem
legitimidade para recorrer da sentença, podem requerer a
Artigo 354.° documentação da audiência a qual será feita por súmula,
Pagamento voluntário no Tribunal 4. Se tiver sido requerida a documentação da
audiência, a acusação e contestação se tiverem sido pro-
1. Se o crime for punível unicamente com multa, feridas oralmente, serão registadas na acta.
o arguido pode, até ao início da audiência de julgamento, 5. Produzida a prova é concedida a palavra, por
requerer o pagamento voluntário da multa que lhe é uma só vez, ao Ministério Público e ao defensor os quais
liquidada pelo mínimo, acrescida do minimo de imposto podem usar da mesma pelo máximo de vinte minutos
de justiça. improrrogáveis.
2. Não tendo havido pagamento voluntário no 6. A sentença pode ser proferida oralmente e dita-
prazo determinado ou sendo o crime punível com pena da para a acta
de prisão ou medida de segurança, o juiz designa dia para 7. São subsidiariamente aplicáveis ao julgamento,
julgamento. com as necessárias adaptações, as disposições do proces-
so correccional.
Artigo 355.°
Designação da data do julgamento Artigo 358.°
Recursos
1. O arguido é notificado da data de julgamento
com 10 dias de antecedência, com a cominação de que 1. Só é admissível recurso, da sentença, do despa-
caso não compareça é julgado como se estivesse presente cho que puser termo ao processo, do despacho que não
e representado por defensor e ainda que pode apresentar receber a acusação ou não designar dia para julgamento.
a sua defesa na audiência, mesmo oralmente e requerer a 2. O recurso é processado como agravo em maté-
comparência do participante na mesma. ria cível com as especialidades deste Código.
2. Se não for possível notificar o arguido o juiz
nomeia-lhe defensor a quem é feita a notificação, prosse- CAPÍTULOxn
guindo o processo até final sem necessidade de interven- Do processo sumário
ção do arguido.
3. Não é obrigatória a presença do arguido na Artigo 359.°
audiência, desde que o crime seja punível apenas com Quando tem lugar
multa, podendo fazer-se representar por advogado.
4. Nos casos em que é obrigatória a presença do 1. São julgados em processo sumário os detidos
arguido e faltar é designada uma nova data, sendo nesta, em flagrante delito por crime, transgressão ou contraven-
caso falte de novo, representado por defensor e julgado ção punível com prisão cujo limite máximo não seja
como se estivesse presente. superior a cinco anos, nos termos dos artigos seguintes.
2. A audiência de julgamento dever-se-á iniciar,
Artigo 356.° impreterivelmente no prazo de 48 horas, a contar do
Testemunhas momento da detenção e terá de ser concluída, excepto
nos casos previstos neste capítulo, nos cinco dias imedia-
1. O número de testemunhas da acusação e da tos.
defesa não pode exceder 3, por cada crime. 3. Sendo previsível a impossibilidade de respeitar
2. O arguido pode apresentar as testemunhas até 5 os prazos do número anterior, ou tratando-se de matéria
dias antes da data designada para a audiência ou apresen- que não se compadeça, pela sua complexidade com a
tá-las na mesma por simples declaração verbal, antes do forma sumária, o tribunal enviará a participação a que se
fim do julgamento. refere o artigo seguinte ao Ministério Público para efeitos
3. Se as testemunhas tiverem sido indicadas antes de instrução preparatória.
para deduzir a defesa, que será resumidamente escrita I
Artigo 360.0 acta, se não tiver sido apresentada por escrito, depois c
Trâmites do processo sumário que interrogará o acusado e o ofendido, se estiver presei
te, as testemunhas de acusação e defesa, podendo faze
1. A autoridade ou agente de autoridade, que efec- lhes as perguntas que os representantes da acusação
tuar a prisão ou-a quem for entnlgoo o preso, notiãcará defesa requererem e que julgue necessárias para o esc!
verbalmente, nesse acto, as testemunhas da ocorrência, recimento da verdade.
em número não superior a três, para comparecerem no 3. Finda a produção da prova, será concedida
tribunal respectivo à hora que logo lhes indicará, e avisa- palavra por uma s6 vez aos representantes da acusação
rá o arguido de que pode apresentar testemunhas de defe- defesa, os quais dela poderão usar por um espaço l
sa também em número não superior a três. Se o arguido quinze minutos, que o juiz poderá prorrogar por ms
as apresentar nesse acto, a autoridade ou agente de auto- tempo, se a natureza da causa o exigir, depois do que
ridade as notificará também para comparecerem. juiz proferirá a sentença.
2. A autoridade ou agente de autoridade notificará 4. O ofendido poderá fazer-se representar no ac
o ofendido para comparecer, quando julgue necessária a do julgamento por advogado.
sua comparência. 5. Se o arguido for absolvido e o ofendido se ti,
3. Se a captura se fizer a horas em que o tribunal feito representar nos termos do parágrafo anteceden
esteja aberto e possa desde logo tomar conhecimento do pagará o respectivo imposto de justiça.
facto, as testemunhas e o ofendido, quando a sua presen- 6. A sentença poderá ser proferida verbalmen
ça for necessária, serão notificados para comparecer em consignando-se na acta a decisão. Os termos processui
acto seguido no tribunal, onde o infractor será imediata- serão sempre reduzidos ao mínimo indispensável.
mente apresentado ao respectivo juiz.
4. Se o tribunal não se encontrar aberto ou não Artigo 363.°
puder desde logo tomar conhecimento do facto, a autori- Recursos em processo sumário
dade ou agente de autoridade libertará o detido ap6s a
elaboração do auto, advertindo-o de que deverá compare- 1. Neste processo s6 há recurso, nos termos gers
cer no primeiro dia útil imediato, à hora que lha for da sentença final ou do despacho que o mandar arquiva
designada, sob pena de, faltando, incorrer no crime de 2. Quando a acusação ou a defesa declararem c
desobediência. A participação será remetida ao tribunal não prescindem de recurso, a produção da prova SI
no primeiro dia útil imediato. reduzida a escrito, devendo constar resutnidamente
acta e pertencendo a redacção ao juiz.
Artigo 361.°
Adiamento da audiência CAPíTULOxm
Da revisão e confirmação de sentença penal estn
1. Sem prejuízo da manutenção da forma sumária, geira
a audiência pode ser adiada até ao limite do 30° dia pos-
terior à detenção: Artigo 364. °
a) Se o arguido solicitar esse prazo para preparação Necessidade de revisão e confirmação
da sua defesa;
b) Se ao julgamento faltarem testemunhas de que o 1. Quando, por força da lei ou de tratado ou c
Ministério Público, o assistente ou o arguido não pres- venção, uma sentença penal estrangeira dever ter eficé
cindam; Ou em São Tomé e Príncipe, a sua força executiva depe
c) Se o tribunal, oficiosamente ou a requerimento de prévia revisão e confirmação.
do Ministério Público, considerar necessário que se pro- 2. A pedido do interessado pode ser confirnu
ceda a quaisquer diligências de prova essenciais à desco- no mesmo processo de revisão e confirmação de sente
berta da verdade e que possam previsivelmente realizar- penal estrangeira, a condenação em indemnização c
se dentro daquele prazo. constante da mesma.
2. Se a audiência for adiada, o juiz adverte o argui- 3. O disposto no nO 1 não tem aplicação quanc
do de que esta prosseguirá na data designada, mesmo que sentença penal estrangeira for invocada nos tribunais i
não compareça, sendo representado por defensor. tomenses como meio de prova.
Artigo 366.°
Legitimidade
Artigo 370.°
Têm legitinúdade para pedir a revisão e confirmação Procedimento
de sentença penal estrangeira o Ministério Público, o
arguido, o assistente e as partes civis. No procedimento de revisão e confirmação de senten-
ça penal estrangeira seguem-se os trâmites da lei do pro-
Artigo 367.° cesso civil em tudo quanto se não prevê na lei especial,
Requisitos da confirmação bem como nos artigos anteriores e ainda nas alíneas
seguintes:
1. Para confirmação de sentença penal estrangeira a) Da decisão do juiz conselheiro enquanto juiz
é necessário que se verifiquem as condições seguintes: singular cabe recurso, interposto e processado como os
a) Que, por lei, tratado ou convenção, a sentença recursos penais, para o Pleno do Supremo Tribunal de
possa ter força executiva em território de São Tomé e Justiça;
n,""~~:_~.
.I. .lJ~l\"<.lyç, b) O Ministério Público tem sempre legitimidade
b) Que o facto que motivou a condenação seja para recorrer.
d)
Que a sentença não tenha aplicado pena ou
medida de segurança proibida pela lei são-tomense;
Que o arguido tenha sido assistido por defensor
e, quando ignorasse a língua usada no processo, por
intérprete;
LIVRom
DOS RECURSOS
CAPÍTULO I
e) Que, salvo tratado ou convenção em contrário, a Espécies e Tramitação dos Recursos
sentença não respeite a crime qualificável, segundo a lei
são-tomense ou a do país em que foi proferida a senten- Artigo 371.°
ça, de crime contra a segurança do Estado. Decisões que admitem recurso
2. Valem correspondentemente para confirmação
de sentença penal estrangeira, na parte aplicável, os É pernútido recorrer dos despachos, sentenças ou
requisitos de que a lei do processo civil faz depender a acórdãos, proferidos por quaisquer juizes ou tribunais,
confirmação de sentença civil estrangeira. em matéria penal, que não forem expressamente excep-
3. Se a sentença penal estrangeira tiver aplicado tuados por lei.
pena que a lei são-tomense não prevê ou pena que a lei
são-tomense prevê, mas em medida superior ao máximo Artigo 372.°
legal admissível, a sentença é confirmada, mas a pena Decisões que não admitem recurso
aplicada converte-se naquela que ao caso coubesse
segundo a lei são-tomense ou reduz-se até ao limite ade- Não haverá recurso:
quado. Não obsta, porém, à confirmação a aplicação pela a) Dos despachos de simples expediente;
sentença estrangeira de pena em limite inferior ao míni- b) Das decisões sobre matéria de facto tomadas
mo adnússivel pela lei são-tomense. pelo juiz ou tribunal;
c) Dos acórdãos do Supremo Tribunal de Justiça,
Artigo 368.° sem prejuizo do disposto na Lei Base do Sistema Judiciá-
Exciusão da esequíbilídade no;
d) Tendo sido proferida decisão sobre pedido
Verificando-se todos os requisitos necessários para a cível deduzido, o recurso é adnússível mas restrito ao
confirmação, mas encontrando-se extintos, segundo a lei pedido, desde que o seu montante exceda a alçada previs-
são-tomense, o ..procedimento criminal ou a pena, por ta em matéria cível;
prescrição, amnistia ou qualquer outra causa, a confirma- e) Nos casos especiais deternúnados por lei.
ção é concedida, mas a força executiva das penas ou
medidas de segurança aplicadas é denegada. Artigo 373.°
Artigo 369.° Legitimidade e interesse em agir
Início da execução
1. Têm legitinúdade para recorrer:
A execução de sentença penal estrangeira confirmada a) O Ministério Público, de quaisquer decisões,
não se inicia enquanto o condenado não cumprir as penas ainda que no exclusivo interesse do arguido;
ou medidas de segurança da mesma natureza em que b) O arguido ou arguido e o assistente, de decisões
tiver sido condenado pelos tribunais são-tomenses, sem contra ele proferidas;
prejuízo da necessidade de efectivação de eventual c) As partes civis, da parte das decisões contra
cúmulo jurídico. cada uma, proferidas;
d) Aqueles que tiverem sido condenados no paga-
mento de quaisquer importâncias, nos termos deste
~~~~~
A revisão pode pedir-se, ainda que a acção penal se Se a revisão for requerida com fundamento na alíi
tenha extinguido ou a pena esteja prescrita ou cumprida. e) do artigo 387.°, poderá o juiz ordenar os exames mé
ce-forenses e demais diligências que julgue necessár
Artigo 389.° antes de fazer seguir o pedido de revisão.
Legitimidade para o pedido
Artigo 394.°
A revisão da sentença pode ser pedida pelo Ministério Processamento por apenso
Público, quando para isso houver fundamento, e também
o poderá ser pelo arguido condenado e, quando este tiver A revisão será processada por apenso aos autos c
falecido, pelos seus ascendentes, descendentes, cônjuges se proferiu a decisão que deve ser revista.
ou equiparados, irmãos ou herdeiros. O assistente só
poderá requerer a revisão das decisões absolutórias. Artigo 395.°
Tramitação pelo juiz da causa
'::;
l' c. .,._ .~ u S,,-':24·- j Ode Agosto de]Ol G
, Artigo 412.°
Âmbito de recurso interposto para o tribunal supe-
rior
Artigo 418.°
Prova da verdade das imputações
arguido à revelia, o Supremo Tribunal de Justiça conhe- 1. Se o arguido pretender provar a verdade das
cerá de facto e de direito e poderá ordenar que se proceda imputações, deduzirá a sua defesa na contestação, não
a novojulgamento, se o julgar necessário. podendo produzir mais de 3 testemunhas por cada facto.
Em seguida será o processo concluso ao juiz, o qual,
Artigo 413.° dentro de três dias, decidirá se é ou não admissivel aque-
Execução da sentença condenatória proferida à la prova, e, no caso afirmativo, declarará sem efeito o
revelia despacho que designou dia para julgamento, observando-
se o disposto nos artigos seguintes.
A sentença condenatória proferida à revelia contra 2. Quando a imputação for de factos criminosos,
arguidos ausentes executar-se-à desde logo quanto à só é admissivel prova resultante de condenação com
multa, imposto de justiça, indemnização e quaisquer trânsito em julgado.
outras quantias em que o arguido for condenado. 3. Deduzida defesa nos termos dos números ante-
riores, se não houver ainda decisão condenatória pelo
Artigo 414.° facto criminoso imputado, ficará o processo suspenso
Arguidos presos ou caucionados e réus ausentes pelo prazo do n," 4 do artigo 3.°, a fim de ser promovida
e decidida a acção penal, procedendo-se depois de har-
1. Se forem acusados conjuntamente diversos monia com o decidido.
arguidos, alguns dos quais estejam presos ou sob caução
e outros não tenham sido encontrados, decorridos 30 dias Artigo 419.°
após a prisão ou caução do primeiro, o processo segue os Contestação do Ministério Público
seus termos contra todos.
2. Os arguidos que não forem encontrados serão 1. Se tiver sido admitida a prova das imputações,
julgados à revelia, nos termos dos artigos anteriores, e o processo irá com vista ao Ministério Público, para no
julgados conjuntamente com os outros, se o tribunal não prazo de oito dias as contestar, oferecer logo o rol de
optar por proceder à separação de processos. testemunhas que não poderá exceder três por cada facto,
e requerer quaisquer outros meios de prova. Em seguida,
Artigo 415.° será notificado o assistente, havendo-o, para o mesmo
Arguidos notificados e arguidos não notificados fim e em igual prazo.
2. Se acusarem conjuntamente o Ministério Públi-
Se houver no mesmo processo diversos arguidos, co e o assistente por actos diversos, cada um poderá
nenhum dos quais esteja preso ou caucionado, mas uns oferecer três testemunhas a cada facto. Se os factos forem
tenham sido notificados do dia de julgamento e outros os mesmos, o Ministério Público poderá oferecer duas
não, adiado o julgamento e decorrido um mês após a testemunhas e a parte mais uma, se não estiverem de
notificação dos primeiros, seguirá o processo contra acordo. Se diversas pessoas se tiverem constituído assis-
todos, correndo à revelia dos não notificados, nos termos tente e não estiverem de acordo, cada uma poderá ofere-
dos artigos anteriores, e sendo todos julgados conjunta- cer mais uma testemunha a cada facto.
mente. 3. Uma cópia da contestação e do rol de testemu-
nhas será entregue ao arguido, no prazo de três dias.
.. :L:::.1;) de AgoSLO de 2010
A participação por qualquer crime praticado por juiz Os processos a que se refere o presente capítulo tê
ou magistrado do Ministério Público, será dirigida ao natureza urgente.
presidente do Conselho Superior da Magistratura Judiciai
ou do Ministério Público, respectivamente, acompanhada Artigo 428.°
de todos os documentos e com a indicação dos demais Transgressões cometidas por Magistrados
elementos de prova.
1. Se a algum juiz ou magistrado do Ministé
Artigo 422.° Público for imputada qualquer transgressão ou cont
Instrução venção, no caso de não se ter verificado a oblação voh
tária, o respectivo auto de notícia será remetido ao O
A participação será distribuída ao presidente do selho Superior da Magistratura Judicial ou do Ministé
Supremo Tribunal de Justiça no caso de se tratar de um Público, respectivamente.
juiz, ou ao Procurador-Geral da República, no caso de se 2. Ouvido por escrito o infractor, o Conse
tratar de magistrado do Ministério Público, o qual inquire Superior respectivo decidirá se haverá ou não luga
as testemunhas indicadas, preside aos exames tidos por procedimento contravencional.
necessários, bem como, ordena as diligências que julgar 3. Havendo lugar a procedimento contravencio
convenientes. os autos serão distribuídos a um dos juizes conselhe
do Supremo Tribunal de Justiça, por sorteio, com exr
Artigo 423.° ção do seu presidente, o qual designará dia para ju
Resposta do arguido mento.
4. Só em caso de sentença condenatória, ha
1. Finda a instrução do processo e ouvido o recurso para o Pleno do Supremo Tribunal de Justiça.
Ministério Público, o instrutor comunicará ao arguido os
factos que lhe são imputados, mandando-o responder por LIVRO V
escrito, em prazo não superior a 15 dias.
2. O arguido poderá consultar o processo na secre- DÂS EXECUÇÕES
taria do Supremo Tribunal de Justiça, durante o prazo
que lhe for concedido, para responder às acusações. CAPÍTULO I
Disposições gerais
Artigo 424.°
Acusação Artigo 429.°
Efeitos das decisões penais
Junta aos autos a resposta, ou decorrido o prazo que
para esse fim tiver sido designado, irá o processo com 1. As decisões penais condenatórias transi
vista ao Procurador-geral da República, para proferir em julgado têm força executiva em todo o terr
despacho de abstenção ou de acusação, e para os mesmos nacional e ainda em território estrangeiro, conforr
fins será, se houver, notificado o assistente. tratados, convenções e regras de direito ínternacione
2. As decisões penais absolut6rias são exeq
Artigo 425.° logo que proferidas, sendo consideradas extintas
Instrução contraditória e suspensão de funções quer medidas restritivas da liberdade que ao ai
tenham sido aplicadas.
1. Deduzida acusação, o processo seguirá os ter-
mos do processo comum com as especificidades do arti-
go 9° deste Código.
',PRÍNCIPE - D1AIuo DA REPÚBLKA 631
1. Quando se encontrar cumprida metade da pena Apenas o incumprimento cu1posodas regras, de'.
(1/2) aplicada ao condenado, o mesmo pode' ser colocado ou do plano de readaptação legitimam a actuação do.
em liberdade condicional, pela duração igual ao tempo de no sentido de advertir o condenado, exigir novas gl
prisão que lhe falta cumprir, mas nunca superior a quatro tias de cumprimento ou formu1arnovas exigências.
anos, nos termos e condições constantes do artigo 58.° e
seguintes do Código Penal. Artigo 440.°
2. Não sendo concedida a liberdade condicional Revogação e extinção da liberdade eondícíon
concedida na metade da pena a mesma será, obrigatoria-
mente, reapreciada quando ao arguido tiver cumprido 1. A revogação da liberdade condicional deter
dois terços (2/3) da pena. a execução da pena de prisão ainda não cumprida
3. Sem prejuízo do disposto nos números anterio- pode ser decretada se o condenado no decurso da e:
res, o condenado é colocado em liberdade condicional ção:
logo que houver cumprido cinco sextos (5/6) da pena. a) Infringir grosseira ou repetidamente os de
4. A decisão sobre liberdade condicional compete ou regras de conduta impostos ou o plano individr
ao juiz da execução e deve atender às circunstâncias readaptação social; ou
previstas na lei penal. b) Cometer crime pelo qual venha a ser condi
5. A concessão da liberdade condicional depende em pena superior a um ano revelando deste modo (
sempre do consentimento do condenado, podendo ser finalidades da liberdade condicional não poderã
requerida por este, pelo Ministério Público, pelo Director atingidas.
de Serviços Penitenciários e Reinserção Social, devendo 2. A pena é declarada extinta, independente
ser apreciada oficiosamente pelo juiz de execução da de despacho se, decorrido o período de duração da
pena. dade condicional, inexistirem razões que possam
car a sua revogação.
Artigo 438.°
Sujeição a regras de conduta Artigo 441.°
Inicio do processo da liberdade condícion
1. A concessão da liberdade condicional pode ser
sujeita ao cumprimento de deveres ou subordinada a 1. Até dois meses antes da data admissível
regras de conduta, destinadas a facilitar e garantir o pro- libertação condicional do condenado e independen
cesso de socialização do condenado, nomeadamente a te de requerimento ou ordem judicial, os Serviço
obrigação de: tenciários e Reinserção Social elabora o respecth
a) Pagar dentro de certo prazo a indemnização cesso individual do condenado donde conste:
devida ao lesado ou garantir o seu pagamento por meio a) Os elementos mais relevantes relativos ê
de caução idónea; denado e que constem do seu processo individu
b) Dar ao lesado uma satisfação moral adequada; ceptiveis de permitirem a caracterização da pos
c) Entregar ao Estado certa quantia sem atingir o recluso face ao processo de socialização;
limite máximo estabelecido para o quantitativo da pena b) Parecer sobre a concessão da Iíberdade
de multa; cional aprovado pelo Conselho de Socialização;
d) Não exercer determinadas profissões ou fre- c) Proposta do Director de Serviços Penite
quentar certos meios ou lugares; e Reinserção Social.
e) Não residir em certos lugares ou regiões ou não 2. Oficiosamente ou a requerimento do M
acompanhar, alojar ou receber determinadaspessoas; Público ou do condenado, o tribunal solicita q
f) Não frequentar certas associações ou participar outros relatórios, documentos, informações ou
em determinadas reuniões; diligências que se mostrem relevantes para a deci
633
3. Até 15 dias antes da data admissível para a 3. O disposto no número anterior não se aplica no
libertação, o juiz de execução desloca-se à prisão onde caso de o pagamento da multa ter sido diferido ou autori-
estiver o condenado e ouve o mesmo, em privado, sobre zado pelo sistema de prestações.
o seu consentimento para a liberdade condicional e em
tudo o mais que seja relevante para decisão da mesma. Artigo 444.°
Após, vão os autos com vista ao Ministério Público o Substituição da multa por dias de trabalho
qual emite parecer sobre a concessão da liberdade condi-
cional. 1. O condenado, no prazo previsto nos n.Os2 e 3 do
4. Posteriormente e no mesmo prazo de 15 dias, o artigo anterior, pode requerer a substituição da multa, por
juiz profere decisão fundamentada sobre a liberdade dias de trabalho devendo o condenado indicar as habilita-
condicional a qual é notificada com cópia ao condenado ções profissionais e literárias, a situação profissional e
e ao Ministério Público e remetida cópia aos Serviços familiar e o tempo disponível, bem como, se possível,
Penitenciários e Reinserção Social. mencionar alguma instituição em que pretenda prestar
5. O despacho que deferir a liberdade condicional, trabalho.
além de descrever os fundamentos da sua concessão, 2. O tribunal pode solicitar informações comple-
especifica o respectivo período de duração e as regras de mentares aos serviços de reinserção social, nomeadamen-
conduta ou outras obrigações a que fica subordinado o te sobre o local e horário de trabalho e a remuneração.
beneficiário, sendo este dele notificado e recebendo cópia 3. A decisão de substituição indica o número de
antes de libertado. horas de trabalho e é comunicada ao condenado, aos
6. A decisão do juiz é impugnável por meio de serviços de reinserção social e à entidade a quem o traba-
recurso com efeito meramente devolutivo. .lho deva ser prestado.
4. Em caso de não substituição da multa por dias
Artigo 442.° de trabalho, o prazo de pagamento é de 15 dias a contar
Acompanhamento da execução pelo juiz e visitas da notificação da decisão.
ao estabelecimento prisional
Artigo 445.°
1. Compete ao juiz de execução: Não pagamento da multa
a) Visitar, pelo menos, mensalmente os estabele-
cimentos prisionais, a fim de tomar conhecimento da 1. Findo o prazo de pagamento da multa ou de
forma como estão a ser executadas as condenações; alguma das suas prestações sem que o pagamento esteja
b) Ouvir, na altura da visita, as pretensões dos efectuado, procede-se à execução patrimonial.
reclusos, preventivos e condenados, que para o efeito se 2. Tendo o condenado bens suficientes e desemba-
inscrevem em livro próprio, e resolver essas pretensões raçados de que o tribunal tenha conhecimento ou que ele
com o Director de Serviços Penitenciários e Reinserção indique no prazo de pagamento, o Ministério Público
Social; promove logo a execução, que segue os termos da execu-
c) Exercer as demais funções que lhe sejam atri- ção por custas.
buídas por lei. 3. Não sendo paga a multa pela execução de bens,
2. O juiz de execução pode visitar livremente nem substituída por trabalho a favor da comunidade é
qualquer estabelecimento penitenciário e interpelar qual- executada a prisão alternativa fixada na sentença nos
,C quer funcionário ou recluso, podendo-se fazer acompa-
nhar por funcionário judicial.
termos estabelecidos no Código Penal.
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1. Até dois meses antes da data calculada para a Artigo 1.0_ Legalidade da acção penal, interpretação e inte-
revisão obrigatória da situação do internado ou a pedido gração da lei processual penal
deste, o tribunal responsável pela execução da pena Artigo 2. Principio da suficiência da acção penal
ordena: Artigo 3. Questões prejudiciais não penais
a) Pericia psiquiátrica ou sobre a personalidade a Artigo 4. Questões prejudiciais em processo não penal
realizar, sempre que possível, no próprio estabelecimento
em que se encontra o internado, devendo o respectivo
relatório ser-lhe apresentado dentro de 30 dias;
Secção Ií- Da Jurisdição Artigo 34.°· Obrigatoriedade de denúncia ao Ministério
Público
Artigo 5.°. Administração da justiça penal Artigo 35.°. Denúncias facultativas
Artigo 6. 0. Exercicio da função jurisdicional penal Artigo 36.°· Conteúdo da denúncia
Artigo 7.°. Lei reguladora da competência material e fun- Artigo 37.°. Qualidade de arguido
cional Artigo 38.°. Constituição de arguido
Artigo 8.°. Competência do Supremo Tribunal de Justiça Artigo 39.°. Outros casos de constituição de arguido
Artigo 9.°. Foro especial Artigo 40.°. Posição processual
Artigo 10.°. Competência dos tribunais colectivos Artigo 41.°. Direitos e deveres processuais
Artigo 11.°. Competência do tribunal dejúri Artigo 42.°. Defensor
Artigo 12.°. Competência do juiz singular de primeira Artigo 43.°. Direitos do defensor
instância Artigo 44.°· Obrigatoriedade de assistência
Artigo 13.°. Competência territorial Artigo 45.°. Assistência a vários arguidos e substituiçã
Artigo 14.°. Crime parcialmente praticado em território do defensor
nacional
Artigo 15.°. Desconhecimento do lugar do crime CAPíTULO m- Da acção civil
Artigo 16.°. Crimes a bordo de navio ou aeronave ou
pequenas embarcações Artigo 46.°. Indemnização por perdas e danos
Artigo 17.0. Crimes cometidos no estrangeiro Artigo 47.°. Pedido civil em separado
Artigo 18.°. Crimes em que é ofendido o juiz de direito ou Artigo 48.°. Efeitos da transacção na acção civil
magistrado do Ministério Público Artigo 49.°. Legitimidade e prazos para o pedido (
Artigo 19.°. Acumulação de crimes e conexão subjectiva indemnização
Artigo 20.°. Conexão objectiva por comparticipação Artigo 50.°. Efeito da extinção da acção penal antes (
Artigo 21.°. Conexão objectiva por infracções reciprocas julgamento
ou simultâneas Artigo 51. 0. Reparação por perdas e danos
Artigo 22.°. Crimes que são causa ou efeito uns dos outros Artigo 52.°. Indemnização fundada em responsabilida
Artigo 23.°. Contravenções e transgressões que constam civil ou pelo risco
do mesmo auto de notícia Artigo 53.°. Pagamento da indemnização
Artigo 24.°. Crimes da responsabilidade só de alguns
arguidos e praticadas em regiões diversas LIVRO u- DO PROCESSO
Artigo 25.°. Prorrogação de competência no caso de acu-
mulação de crimes TÍTULO I· Disposições gerais
Artigo 26.°. Exercicio da acção penal CAPÍTULO Ií- Dos actos judiciais
Artigo 27.°. Quem pode exercer a acção penal, além do
Ministério Público Artigo 59.°. Manutenção da ordem dos actos judiciais
Artigo 28.°. Legitimidade para exercer a acção penal nos Artigo 60.°. Publicidade do processo e segredo de just
crimes cujo procedimento criminal dependa de queixa Artigo 61.°. Obrigação de mostrar processo que não e
Artigo 29.°. Legitimidade em procedimento dependente em segredo de justiça
de acusação particular Artigo 62.°. Certidões de processo em segredo de just
Artigo 30.°. Homologação da desistência da queixa ou da Artigo 63.°. Publicação não autorizada de actos ou c
acusação particular mentos de processo
Artigo 31. 0. Assistentes em processo penal Artigo 64.°. Meios de comunicação social
Artigo 32.°. Representação judiciária do assistente Artigo 65.°. Horas em que se praticam os actos judi
Artigo 33°· Exercicio da acção penal pelo Ministério arguidos presos
Público Artigo 66.°. Requisitos de validade dos actos do proc
Artigo 67.°. Língua e forma escrita dos actos e nom
de intérprete
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~!.d.L
Artigo 68.°. Participação de surdo, deficiente auditivo ou Artigo 101.°_ Dedução da suspeição
de mudo Artigo 102.°. Efeito da dedução da suspeição
Artigo 69.°. Actos decisórios Artigo 103.°. Má fé instrumental
Artigo 70.°. Auto ou acta
Artigo 71.°. Redacção do auto ou acta Secção II· Da falsidade
Artigo 7r· Registo e transcrição
Artigo 73.°. Reforma de auto perdido, extraviado ou des- Artigo 104.°. Admissibilidade e regime de recurso do
truído incidente de falsidade
Artigo 74.°. Chamamento ajuízo Artigo 105.°- Quando pode ser levantado o incidente
Artigo 75.°. Notificação aos arguidos ou réus, assistentes, de falsidade
partes civis e advogados e solicitadores Artigo 106.°. Arguição posterior à decisão final
Artigo 76.°. Requisição de funcionários Artigo 107.°. Processo do incidente de falsidade
Artigo 77.° .• Cumprimento de mandados pelos oficiais de Artigo 108.°. Efeito do incidente de falsidade
diligências Artigo 109.°- Dedução do incidente de falsidade na
Artigo 78.°_ Cumprimento de mandados pela autoridade audiência de julgamento
policial Artigo 110.°. Má fé sobre incidente da falsidade
Artigo 79.°. Testemunhas fora da área de jurisdição
• Artigo 80.°- Requisição de actos a praticar em área de Secção Ilf- Da alienação mental do arguido
~ jurisdição diversa
Artigo 81.°_ Falta injustificada de comparecimento Artigo 111.°. Exame médico-forense no caso de sus-
Artigo 82.°. Requisição de esclarecimentos, documentos peita sobre a integridade mental do arguido
ou diligências indispensáveis Artigo 112.°- Falta de integridade mental posterior à
Artigo 83.°. Prazo geral para despachos e promoções dos pratica da infracção
magistrados Artigo 113.°. Nomeação do defensor oficioso no caso
Artigo 84.°. Prazo para os actos da secretaria de falta de integridade mental
Artigo 85.°. Compromisso e juramento Artigo 114.°. Audiência de ascendentes, descendentes
Artigo 86.°_ Quem não presta juramento e cônjuge e equiparado
Artigo 115.°- Incidente suscitado na instrução prepara-
CAPÍTULO m- Das nulidades e da ilegitimidade tória ou antes do julgamento
Artigo 116.°. Efeito da declaração de irresponsabilida-
Secção I· Das nulidades
de antes do julgamento
Artigo 117.°- Incidente suscitado durante a execução
Artigo 87.°_ Nulidades da decisão condenatória
Artigo 88.°. Regime de arguição e conhecimento das Artigo 118.°. Medidas de segurança provisórias
nulidades Artigo 119.°. Internamento de inimputáveis
Artigo 89.°. Irregularidades do processo Artigo 120.°. Cessação da medida de segurança de
internamento
C~ Secção II· Da ilegitimidade
Artigo 121.°. Colocação em estabelecimento de bene-
ficência
1'1igc90.°", Ilegitimidade nos crimes semi-públicos
.•.
 AA
Artigo 122.°.. Destino de internado, findo o interna-
Artigo 91. v- Ilegitimídade do assistente nos crimes mento
públicos e semi-públicos
Artigo 92.°. Irregularidade da representação do argui- CAPÍTULO V· Das Excepções
do ou do assistente
Secção 1- Disposições gerais
CAPÍTULO IV-Dos Incidentes
Artigo 123.°- Enumeração das excepções
Artigo 124.°. Legitimidade para a dedução e conheci-
Secção I· Dos impedimentos e suspeições
mento das excepções
Artigo 93.°. Impedimentos do juiz Artigo 125.°. Dedução e trâmites das excepções
Artigo 94.°. Impedimentos do Ministério Público Artigo 126.°- Restrições à prova testemunhal na trami-
Artigo 95.°. Impedimentos dos escrivães, peritos e tação das excepções
intérpretes
Artigo 96.°. Incompatibilidade dos juízes Secção II· Da incompetência
Artigo 97.°. Incompatibilidades dos advogados
Artigo 98.°. Dedução dos impedimentos Artigo 127.°. Excepção da incompetência
Artigo 99.°. Efeito da dedução dos impedimentos
Artigo 100.°- Suspeição dos juízes
Artigo 150.°. Flagrante delito
Artigo 128.°. Efeito da incompetência do tribunal
Artigo 151.0. Detenção em flagrante delito
Artigo 152.°. Detenção fora de flagrante delito
Secção Ilf- Da Iitispendência
Artigo 153.°. Mandados de detenção
Artigo 129.°. Lítíspendêãciã"' Artigo 154.°. Comunicações
Artigo 155.°. Libertação do detido
Artigo 156.°. Apresentação ao Poder Judicial
Secção IV· Do caso julgado
Artigo 157.°. Habeas corpus por detenção ilegal
Artigo 158.°. Tramitação do incidente
Artigo 130.°. Caso julgado absolutório por falta de
tipicidade ou extinção da acção
Artigo 131.°. Caso julgado absolutório pessoal Secção fi· Das medidas de coacção
Artigo 132.°. Absolvição por falta de provas
Artigo 133.°. Abstenção da acusação e despronúncia Artigo 159.°. Principio da legalidade
Artigo 134."· Caso julgado sobre questão prejudicial Artigo 160.°. Escolha da medida
não penal Artigo 161.°. Requisitos gerais
Artigo 135.°. Caso julgado condenatório Artigo 162.°. Cumulação de medidas
Artigo 136.°. Efeitos da sentença absolutória em acção Artigo 163.°. Competência para aplicação da medida
não penal Artigo 164.°. Termo de Identidade e residência
Artigo 165.°. Obrigação de apresentação e proibição de i
CapítlJ.!oII· Das medidas cautelares e de policia Secçãoli· Das medidas de garantia patrimonial
Artigo 394.°. Processamento por apenso CAPÍTULO Ilf- Do processo por infracções pelos
Artigo 395.°. Tramitação pelo juiz da causa Magistrados
Artigo 396.°. Tramitação no Supremo
Artigo 397.°. Autorização da revisão Artigo 421.°. Participação
Artigo 398.°. Autorização da revisão e execução da pena Artigo 422.°. Instrução
Artigo 399.°. Anulação das sentenças penais inconciliá- Artigo 423.°. Resposta do arguido
veis Artigo 424.°. Acusação
Artigo 400.°. Negação da revisão Artigo 425.°. Instrução contraditória e suspensão de fun-
Artigo 401.°. Diligências anteriores ao novo julgamento ções
Artigo 426.°. Trâmites processuais
LIVRO IV· DOS PROCESSOS ESPECIAIS Artigo 427.°. Natureza urgente
Artigo 428.°- Transgressões cometidas por Magistrados
CAPÍTULO I· Dos processos de ausentes
LIVRO V· DAS EXECUÇÕES
Artigo 402.°. Processo de ausentes
Artigo 403.°. Julgamento à revelia e com dispensa de CAPÍTULO 1- Disposições gerais
comparência do arguido
Artigo 404.°. Afixação de editais e julgamento Artigo 429.°. Efeitos das decisões penais
Artigo 405.°. Tramitação do julgamento de réus reveis Artigo 430.°. Inexistência da decisão ou sentença e dúvi-
Artigo 406.°. Ausência justificada, por impossibilidade de das sobre a identidade do arguido
comparência Artigo 431.°. Competência do Ministério Público para a
Artigo 407.°. Ausência posterior ao início do julgamento execução
Artigo 408.°. Comparência do arguido na audiência de Artigo 432.°. Tribunal competente para a execução
julgamento Artigo 433.°. Extinção da execução
Artigo 409.°. Prazos, no caso de haver lugar à extradição
do arguido CAPÍTULO Il- Da execução das penas
Artigo 410.°. Novo julgamento e valor das provas no
primeiro julgamento Secção I· Da prisão
Artigo 411.°. Publicidade da audiência e prazos para
recurso Artigo 434.°. Entrada no estabelecimento prisional
Artigo 412.°. Âmbito de recurso interposto para o tribunal Artigo 435.°. Contagem do tempo de prisão
superior Artigo 436.°. Momento da libertação
Artigo 413.°. Execução da sentença condenatória proferi- Artigo 437.°. Pressupostos e duração da liberdade condi-
da à revelia cional
Artigo 414.°. Arguidos presos ou caucionados e réus Artigo 438.°. Sujeição a regras de conduta
ausentes Artigo 439.°. Incumprimento das regras ou deveres
Artigo 415.°. Arguidos notificados e arguidos não notifi- Artigo 440.°. Revogação e extinção da liberdade condi-
cados cional
Artigo 416.°- Novo julgamento de co-arguidos ausentes Artigo 441.°. Inicio do processo da liberdade condicional
Artigo 442.°. Acompanhamento da execução pelo juiz e
CAPÍTULO IT- Do pi'ocessu por difamação, calúnia e 'visitas ao estabelecimento prisional
injúrias
Secção Il- Da execução da pena de multa
Artigo 417.°. Forma de processo
Artigo 418.°. Prova da verdade das imputações Artigo 443.°. Prazo de pagamento
Artigo 419.°. Contestação do Ministério Público Artigo 444.°. Substituição da multa por dias de trabalho
Artigo 420.°. Realização de diligências e marcação de Artigo 445.°. Não pagamento da multa
julgamento
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DIÁRIO DA REPÚBLICA
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