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1. INTRODUÇÃO
- Opiniões correntes
- “A questão agrária na América Latina é um nó indeslindável: uma dessas taras ou doenças que afligem sociedades que
começaram mal, e cujos dirigentes nada ou quase nada fizeram para corrigí-la”
◦ Nó indeslindável nunca será desfeito, nada irá mudar [ideia que favorece quem tem o recurso]
- Conduz uma crítica à matriz ideológica do neoliberalismo [mundo não vai ser alterado] (neoliberalismo é
implementado nos anos 90 no Brasil)
- Liberalismo – final do século XIX e início XX
- Enquanto o problema da terra não for resolvido ele irá persistir [problemas de distribuição, conflitos]
- Início: terra no Brasil já nasce concentrada [terra dada a amigos do rei]
- Ao invés de resolver o problema, ampliam ele
- Setor que dominava estado e terras manipulava estado para atender seus objetivos/se manter no poder [não é que
não fizeram nada]
- Foram as revoluções mexicanas, de base agrária, que evidenciaram o problema das estruturas latifundiárias
- Feitas por populações que viviam no campo
- O latifúndio foi tomado como foco para a compreensão do continente latino-americano e empecilho na concretização
da justiça social
- Problemas existem pois: posse da terra concentrada
- Teorias para entender pobreza viam do urbano
- Enquanto terra continuar concentrada não haverá justiça social
- Hoje a luta se materializa entre as comunidades agrárias indígenas – bolsões de resistência [nos estados mais pobres
lutam para distribuição da terra] – e os grupos industriais agrários, polícia e exército [ligados ao avanço neoliberal]
- Comunidade indígena = comunidade pobre
- As disputas pela terra são recorrentes no México, Guatemala, Equador, Peru, Bolívia, Honduras, Nicarágua, El Salvador,
Colômbia
- Elas se inscrevem nos mecanismos que moldaram a colonização dos diversos países latino-americanos
- Não se restringem, portanto, a um fato singular da história brasileira
CAFÉ
- Produzido no Brasil
- Impacto social e ambiental fica no Brasil
- Parte final no beneficiamento vai para Alemanha
- Alemanha dita quanto vai pagar pelo produto Não é o grande produtor que dita o valor é o comprador
- Economia dependente: depende do comprador para conseguir sobreviver
- Setor agroexportador dependente
- A voracidade na acumulação de terras deveu-se a ânsia por prestígio, poder, mando e títulos de nobreza
- Ter a posse da terra não era associada ao lucro [considerando capitalismo]
- Mentalidade ainda é feudal pouco relacionada aos investimentos e aos lucros
- Lei de seis marias: qualquer pessoa podia explorar a terra desde que produzisse
- Por isso nobre vai produzir mesmo sem a ideia de que posse dá lucro
- Cede a terra pra alguém que não tem posse entende isso como favor me deve obrigação exploração
dissimulada quanto maior propriedade rural mais trabalhadores livres escravo era extremamente caro – se
escravo morre perde dinheiro trabalhador livre não tinha custo – não precisava vigiar, se morresse não tinha
prejuízo
- Para isso funcionar não são muitas pessoas que podem ter posse - DESIGUALDADE
- Ao ter muita terra impedia que outras tivessem – uma pessoa tinha domínio sobre várias terras, domínio sobre estado
- Grande proprietário normalmente era padrinho das pessoas que viviam na terra
- Padre Cícero [apelo religioso] – força militar: Lampião
- Assim, o novo país seria estruturado com base em um sistema político atrasado, personalista e antidemocrático
[votavam nas pessoas]
- Determinado historicamente
- Caracterizado pelo latifúndio, conservadorismo social, econômico e pelo coronelismo
- Não se poderia obter as mesmas glórias – prestígio, poder e mando – através de outras atividades? O tráfico era de
escravos, comércio, mineração
- De fato, a noção de prestígio não se desvinculou do poder econômico
- Mas o poder econômico, por si só, não gerava prestígio
- As fortunas acumuladas através do comércio, da mineração, do tráfico negreiro, conferiam ao seu detentor um
estigma de plebeu [não era riqueza nobre]
- Novo rico – plebeu
- Dessa forma, o investimento na propriedade rural e o desempenho de uma atividade no domínio agrário, de cunho
eminentemente aristocrático, funcionaria como uma confirmação do prestigio econômico e apagaria a marca plebeia
- Rico prestígio
- Riqueza tinha que ser confirmada pela posse da grande propriedade rural
- Não se pode esquecer que se trata de uma sociedade aristocrática, valorizadora do ócio e que não perdoava aqueles
que necessitavam trabalhar
- O resultado dessa ideologia foi a multiplicação dos latifúndios e a instituição do trabalho compulsório [escravo
não tem acesso à terra – se sujeita as regras de quem tem]
- Brasil: terra + concentrada entre os países de economia capitalista significativa
- Pequena propriedade (24% da terra) produz 70% dos alimentos que consumimos
- Grande propriedade: cultura de exportação
- Dicotomia moldada no processo de colonização [herança feudal que transplantaram para a nova terra] Brasil nunca
teve feudalismo, mas o processo das terras foi guiado por uma ideologia feudal [mas no sistema capitalista]
- Sistema de trabalho na produção de cana não é capitalista [só economia]
- Depois da década de 60 que se pode falar em trabalhador assalariado
- O trabalho compulsório foi instituído porque a Europa não dispunha de contingentes populacionais suficientes para
que se empreendessem migrações massivas
- Porque o escravo não foi o índio: tráfico dava lucro, índios no Brasil eram pacíficos, hábito do cunhadismo [população
se tornou mestiça tribos davam as filhas pra europeu casar (ganhar aliados)], contato com português dizimou
grande parte da população [doenças, guerras, dominadas por portugueses]
- Primeiro motivo: econômico [tráfico dava lucro] e depois já não tinha mais índio para trabalhar
- Boa parte dos escravos que chegavam viam de traficantes brasileiros principalmente situados em Salvador
- Por outro lado, os colonizadores precisavam estabelecer núcleos permanentes de produção e mercadorias para
garantirem um fluxo constante para Europa
- O que obrigou a pessoa que recebeu a terra a produzir
- Se não produzir toma a terra de volta
- Assim, a vastidão das áreas se justificava também para minimizar a concorrência por mão de obra [trabalhador livre]
- Disputa por mão de obra livre
- Domina mais se é o único proprietário de terra da região
- Não caracterizar trabalhadores como escravos = proteger grandes proprietários = fazendas não vão para reforma
agrária
- A independência dos países latino-americanos pouco contribuiu para mudar as estruturas agrárias coloniais [de
posse e uso da terra]
- Em certos casos a reforçou
... E renovaram os laços econômicos com as antigas metrópoles, consolidados em condição subordinada [mais
subordinada que antes como colônia mesmo] é o que se denominou neocolonialismo
- Visaram modernizar as estruturas latino-americanas, com base nas ideias liberais vigentes no mundo capitalista em
expansão
- Inglaterra buscava dominar a América Latina economicamente [tomar do pobre e dar pro rico] extremamente
conservadoras para elite o que já era concentrado ficou mais ainda]
- De acordo com a visão liberal, o atraso latino-americano devia-se a preguiça, ao conservadorismo católico, à
desconfiança do poder da técnica [o que foi moderno, ficou atrasado ao passar dos anos]
- Tratava-se de uma herança ibérica
- A terra constituiu o alvo das reformas liberais: o sistema latifundiário foi fortalecido
- Milhões de camponeses foram expulsos
- E suas terras disponibilizadas para empresas capitalistas modernas
Brasil: lei de terras de 1950 [estipula valor de compra de terra muito alto]
Mexico: lei de terras de 1857/59 e lei de colonização e terrenos baldios de 1875
- Quem se apodera da terra não recebe seis marias tem pouco dinheiro tem que comprar por valor alto outro
grande proprietário compra posseiro tem propriedade desapropriada tem que trabalhar pro grande
proprietário