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08/02/2020 Romance psicológico - Gênero Literário - InfoEscola

Romance psicológico
Por Daniele Cristina Agostinho Silva

Mestra em Literatura e Crítica Literária (PUC-SP, 2012)


Graduada em Letras (PUC-SP, 2008)

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O conceito de romance psicológico nasce diretamente atrelado aos estudos de


psicologia realizados entre os séculos XIX e XX. Ao aprofundar as pesquisas em torno da
psicologia, a humanidade começa a dar atenção especial ao eu, ao indivíduo.

Na esteira dessa significativa mudança, os escritores passam a produzir textos que


privilegiam o monólogo interior em sua transcrição para a narrativa. Isso significa que
os pensamentos das personagens são material fundamental para o desenrolar das
estórias.

As produções passam a ser em primeira pessoa, fator que coloca em evidência a


individualidade do sujeito ficcional com suas sensações, emoções e pensamentos. Trata-
se do protagonismo da consciência, da memória e da personalidade do personagem que
conduz a voz narrativa, num enredo que é despreocupado com as marcações temporais.

O escritor russo Fiódor Dostoiévski é considerado um dos precursores do romance


psicológico. Em seu livro Memórias do subsolo, o artista mostra a experiência cotidiana
do personagem e, mesmo em meio à obscuridade da vida, o seu fluxo de consciência
fica aparente pelo trabalho com a linguagem literária. Outro romance de Dostoiévski
que merece destaque é Crime e Castigo que apresenta os meandros da memória e da
subjetividade de alguém que comete um assassinato.

Como grande representante do romance psicológico inglês se destaca a escritora Emily


Brontë com o livro O Morro dos Ventos Uivantes que trabalha com as instâncias
psíquicas do ego e suas derivações.

Já escritor irlandês James Joyce revoluciona a literatura do século XX e o seu jeito único
de produzir literatura perdura como novidade até os nossos dias. Em sua obra Ulisses,
Joyce incorpora ao romance psicológico as intermitências do monólogo interno e sua
elevada complexidade é sinalizada no próprio texto a partir de uma estrutura sintática
mínima.

No tocante ao Brasil, alguns autores empreendem sua escrita pelas veredas do romance
psicológico, citando apenas um exemplo de cada autor e apenas alguns desses
escritores: Graciliano Ramos com a obra Angústia; Clarice Lispector com o romance
Perto do Coração Selvagem; o Dom Casmurro, de Machado de Assis.

A produção romanesca psicológica se configura como terreno fértil para o desvelamento


do eu por meio de um mergulho profundo e individual de cada obra ficcional. A partir do
seu ponto de vista, o narrador conduz a visão do leitor ao centro da subjetividade da
voz narrativa.

Para que o eu narrativo consiga colocar o leitor na esteira das experiências narradas e
da memória, ele usa como recurso literário o mosaico da temporalidade. O tempo não é

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mais apresentando em sua linearidade, ao contrário, a noção temporal é vinculada ao


fluxo contínuo do tempo psicológico e não mais cronológico.

Leia mais:

Escritores de romances psicológicos

Referências:

PINTO, Ubiratan Machado. O surgimento do romance psicológico e o retrato da


vida interior. v. 2, n. 1, p. 353-360. Revista Letrônica. Porto Alegre, 2009.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/literatura/romance-


psicologico/

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