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Rhuanito Ferrarezi
University of Florida
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2009
Uso, Ocupação e Conservação do Solo I
Rhuanito Soranz Ferrarrezi
USO, OCUPAÇÃO E CONSERVAÇÃO DO SOLO
Campinas/SP
Agosto de 2009
FICHA CATALOGRÁFICA
CDD – 634.3
SUMÁRIO
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Rhuanito Soranz Ferrarezi
3.3.3.3 pH .............................................................................................................................. 27
3.3.4 Atributos físicos do solo ................................................................................................. 28
3.3.4.1 Estrutura .................................................................................................................... 28
3.3.4.2 Aeração, taxa de infiltração e capacidade de retenção de água .............................. 28
3.3.5 Atributos biológicos do solo ........................................................................................... 29
3.3.5.1 Biomassa microbiana (C e N).................................................................................... 29
3.3.5.2 Respiração do solo (reflete a atividade microbiana) ................................................. 30
3.3.6 Como medir a atividade microbiana .............................................................................. 30
3.4 CONSIDERAÇÕES PRÁTICAS ...................................................................................................... 30
4 EROSÃO ....................................................................................................................................... 31
4.1 O QUE É EROSÃO? ................................................................................................................... 31
4.2 EROSÃO X MEIO AMBIENTE ....................................................................................................... 32
4.3 CAUSAS DA EROSÃO ................................................................................................................ 32
4.3.1 Causas físicas ............................................................................................................... 33
4.3.1.1 Ação do impacto das gotas de chuva........................................................................ 33
4.3.2 Causa mecânicas .......................................................................................................... 34
4.3.2.1 Compactação dos solos ............................................................................................ 34
4.3.2.2 Erosão acelerada....................................................................................................... 34
4.4 FATORES QUE CONTRIBUEM ..................................................................................................... 34
4.5 TIPOS DE EROSÃO .................................................................................................................... 35
4.5.1 Erosão hídrica................................................................................................................ 35
4.5.1.1 Erosão laminar........................................................................................................... 36
4.5.1.2 Erosão em sulcos ...................................................................................................... 37
4.5.1.3 Erosão em voçorocas ................................................................................................ 37
4.5.2 Erosão por água e vento ............................................................................................... 39
4.5.2.1 Erosão por gravidade ................................................................................................ 39
4.5.2.2 Erosão pluvial (provocada pela ação das chuvas) .................................................... 39
4.5.2.3 Erosão marinha (provocada pela ação do mar) ........................................................ 39
4.5.2.4 Erosão química .......................................................................................................... 40
4.5.2.5 Erosão glacial (provocada pela ação do gelo) .......................................................... 40
4.5.2.6 Erosão eólica (provocada pela ação do vento) ......................................................... 40
4.6 PROBLEMAS CAUSADOS PELA EROSÃO ...................................................................................... 42
4.7 EFEITOS DA EROSÃO DO SOLO .................................................................................................. 42
4.8 PRÁTICAS DE CONTROLE À EROSÃO .......................................................................................... 42
4.9 USO DA EQUAÇÃO UNIVERSAL DE PERDAS DE SOLOS (EUPS) .................................................... 43
4.9.1 Erodibilidade dos solos .................................................................................................. 43
4.9.2 Erosividade das chuvas ................................................................................................. 43
4.9.3 Fator C (de Uso e manejo do solo) ............................................................................... 44
5 PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS DE SOLOS E ÁGUAS ...................................................... 45
5.1 CONCEITO E GENERALIDADES ................................................................................................... 45
5.2 CLASSIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DAS PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS .................................. 45
5.3 PRÁTICAS DE CARÁTER VEGETATIVO ......................................................................................... 46
5.3.1 Florestamento e/ou reflorestamento ............................................................................. 47
5.3.2 Reflorestamento das áreas de preservação permanente (APPs)................................. 47
5.3.3 Pastagens ...................................................................................................................... 48
5.3.4 Plantas de cobertura ..................................................................................................... 48
5.3.5 Cobertura morta............................................................................................................. 50
5.3.6 Culturas em faixas ......................................................................................................... 51
5.3.7 Cordões de vegetação permanente .............................................................................. 52
5.3.8 Alternância de capinas .................................................................................................. 54
5.3.9 Faixas de bordadura ...................................................................................................... 54
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As ciências do solo estudam o solo como recurso natural da superfície terrestre, incluindo a
formação do solo (pedogênese), sua classificação e cartografia e ainda as suas propriedades físicas,
químicas, biológicas e fertilidade, bem como a relação destas propriedades com o uso e gestão dos
solos.
Edafologia é a ciência que trata da influência dos solos em seres vivos, particularmente
plantas, incluindo o uso do solo pelo ser humano com a finalidade de proporcionar o desenvolvimento
das plantas.
Pedologia, do grego pedon (solo, terra), é o nome dado ao estudo dos solos no seu ambiente
natural. É um dos dois ramos da ciência do solo, sendo o outro a edafologia. A pedologia estuda a
formação dos solos (pedogênese), a química, a morfologia dos solos e a classificação de solos.
O solo é o resultado de algumas mudanças que ocorrem nas rochas. Estas mudanças são
bem lentas, sendo que condições climáticas e presença de seres vivos são os principais
responsáveis pelas transformações que ocorrem na rocha até a formação do solo. Para entendermos
melhor este processo, acompanhe atentamente a seqüência abaixo:
Todo este processo leva muito tempo para ocorrer. Calcula-se que cada centímetro do solo
se forma num intervalo de tempo de 100 a 400 anos! Os solos usados na agricultura demoram entre
3000 a 12000 anos para tornarem-se produtivos.
Os solos podem ser classificados em jovens: aqueles menos intemperizados, isto é, não
houve tempo de os agentes do intemperismo atuarem na decomposição das rochas e, por esse
motivo, tendem a ser mais ricos em nutrientes, e normalmente são solos mais rasos; e em solos
velhos: são solos mais intemperizados, com intensa atividade bioclimática durante longo período de
tempo, permitindo que se desenvolva um manto de intemperismo profundo; os minerais saem
facilmente do sistema e o solo é pobre em nutrientes.
O intemperismo é o conjunto de processos químicos, físicos e/ou biológicos que, combinados
ou isoladamente, causam a decomposição e a desagregação das rochas junto à superfície da crosta
terrestre. Sobre o material intemperizado age a pedogênese, o processo de formação dos solos.
Sobre os produtos do intemperismo e da pedogênese, pode agir a erosão.
O intemperismo causa modificações na textura, na estrutura e na composição química e
mineralógica da rocha original, através de mecanismos físicos e químicos, com ou sem participação
de agentes biológicos.
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No intemperismo químico destaca-se ação da água que, combinada com outros elementos
atmosféricos, ataca as rochas em sua superfície exposta e em suas fraturas, decompondo-as e
dando origem a novos minerais, estáveis em condições superficiais.
Os principais processos químicos envolvidos são a oxidação, a redução, a hidrólise e a
hidratação, reações com ácido carbônico e a dissolução.
Figura 01 - Perfil do solo, onde: A: camada orgânica: constituída por folhas e galhos que caem das
árvores, fezes e restos de animais mortos. Nesta camada geralmente encontra-se o maior número de
seres vivos; B: camada mineral: areia ou argila; C: rocha matriz: parte da rocha que não foi
transformada.
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Rhuanito Soranz Ferrare
ezi
E
Existem bassicamente 2 tipos de solo:
s os RES SIDUAIS, prrovenientes da decomp
posição e
degradação de roccha subjacen nte. (também chamado os de “in siitu”), e os TRANSPORRTADOS,
provenie
entes de erossão, transporte e deposiçção de solos pré-existenttes (Figura 0
02).
Figura 02 - Fluxograma
a para identifficação de tip
pos de solo.
S solos produzidos pe
São ela desagreg
gação das roochas. Receebem o nome de residua ais ou “in
situ” por terem sido formados
f no mesmo loca ncontram. Tipos de soloss residuais:
al onde se en
SOLO ELUVIAL:
E Ocorre na supe
erfície, apressentando-se macroscopiccamente hom
mogêneo e is
sotrópico.
Também d solo superrficial e solo residual mad
m chamado de duro.
S solos tra
São ansportados por processso Fluvial, Plu
uvial, Marinh
ho, Eólico, Grravitacional e Glacial.
Tipos de
e solos transp
portados:
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TÁLUS: é formado pelo mesmo processo de transporte por gravidade, em encostas, que produz os
coluviões, diferenciando-se pela presença ou predominância de blocos de rocha, resultando em solos
pouco espessos na fonte, o que restringe a ocorrência de tálus ao sopé de encostas de forte
declividade ou, então, ao pé de escarpas rochosas
1.4.1 Textura
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propriedade física do solo que menos sofre alteração ao longo do tempo. É muito importante na
irrigação porque tem influência direta na taxa de infiltração de água, na aeração, na capacidade de
retenção de água, na nutrição, como também na aderência ou força de coesão nas partículas do
solo. Os teores de areia, silte e argila no solo influem diretamente no ponto de aderência aos
implementos de preparo do solo e plantio, facilitando ou dificultando o trabalho das máquinas. Influi
também, na escolha do método de irrigação a ser utilizado.
Para simplificar as análises, principalmente quanto às práticas de manejo, os solos são
agrupados em três classes de textura:
Solos de Textura Arenosa (Solos Leves) - Possuem teores de areia superiores a 70% e o de argila
inferior a 15%; são permeáveis, leves, de baixa capacidade de retenção de água e de baixo teor de
matéria orgânica. Altamente susceptíveis à erosão, necessitando de cuidados especiais na reposição
de matéria orgânica, no preparo do solo e nas práticas conservacionistas. São limitantes ao método
de irrigação por sulcos, devido à baixa capacidade de retenção de água o que ocasiona uma alta taxa
de infiltração de água no solo e conseqüentemente elevadas perdas por percolação.
Solos de Textura Média (Solos Médios) - São solos que apresentam certo equilíbrio entre os teores
de areia, silte e argila. Normalmente, apresentam boa drenagem, boa capacidade de retenção de
água e índice médio de erodibilidade. Portanto, não necessitam de cuidados especiais, adequando-se
a todos os métodos de irrigação.
Solos de Textura Argilosa (Solos Pesados) - São solos com teores de argila superiores a 35%.
Possuem baixa permeabilidade e alta capacidade de retenção de água. Esses solos apresentam
maior força de coesão entre as partículas, o que além de dificultar a penetração, facilita a aderência
do solo aos implementos, dificultando os trabalhos de mecanização. Embora sejam mais resistentes à
erosão, são altamente susceptíveis à compactação, o que merece cuidados especiais no seu
preparo, principalmente no que diz respeito ao teor de umidade, no qual o solo deve estar com
consistência friável. Apresentam restrições para o uso da irrigação por aspersão quando a velocidade
de infiltração básica for muito baixa.
É constituída pelo espaço poroso, após o arranjo dos componentes da parte sólida do solo e
que, em condições naturais, é ocupada por água e ar.
As areias retêm pouca água, porque seu grande espaço poroso permite a drenagem livre da
água dos solos. As argilas absorvem relativamente, grandes quantidades de água e seus menores
espaços porosos a retêm contra as forças de gravidade. Apesar dos solos argilosos possuírem maior
capacidade de retenção de água que os solos arenosos, esta umidade não está totalmente disponível
para as plantas em crescimento. Os solos argilosos (e aqueles com alto teor de matéria orgânica)
retêm mais fortemente a água que os solos arenosos. Isto significa mais água não disponível.
Muitos solos do Brasil e da região tropical, apesar de terem altos teores de argila, comportam-
se, em termos de retenção de água, como solos arenosos. São solos com argilas de baixa atividade
(caulinita e sesquióxidos), em geral altamente porosos. Muitos Latossolos sob cerrado apresentam
esta característica.
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Solos Rasos - Normalmente, a camada arável não alcança os 20 cm de profundidade, o que dificulta
o crescimento das culturas. Além do pequeno espaço disponível para as plantas explorarem suas
necessidades nutricionais e orgânicas, esses solos tanto podem encharcar facilmente provocando
anorexia às plantas, como podem secar rapidamente, provocando estresse hídrico. Esse tipo de
solo, geralmente, apresenta altos índices de erodibilidade, devendo ser revolvido o mínimo possível.
Solos com Afloramento de Rocha - Dificultam o tráfego normal de máquinas, tornando o preparo
irregular e heterogêneo, assim como apresentam altos riscos de dano aos implementos e aos
operadores. Portanto, não devem ser usados com culturas anuais mecanizadas.
Solos Profundos - Geralmente sua camada arável se aprofunda em mais de 60 cm, onde as raízes
têm um largo espaço para buscar alimentos e as plantas não sentem tanto o excesso de chuvas nem
o déficit de água. Esse tipo de solo facilita as técnicas de preparo e de manejo do solo, além de
aumentar a eficiência do uso da água de irrigação.
O princípio básico em agricultura consiste em respeitar a aptidão natural do solo, ou seja, utilizá-lo de
acordo com a sua capacidade de uso.
A capacidade de uso do solo pode ser expressa como sua adaptabilidade para fins diversos,
sem que sofra depauperamento pelos fatores de desgaste e empobrecimento, através de cultivos
anuais, perenes, pastagem, reflorestamento e vida silvestre.
Com respeito à avaliação de terras para desenvolvimento agrícola, existem inúmeros
sistemas de classificação, em que diversas modalidades de interpretação podem ser realizadas em
função do seu objetivo. Assim sendo o uso mais conveniente que se deve dar ao solo depende da
localização, do tamanho da propriedade, da quantidade da terra para outros fins, da disponibilidade e
localização de água, da habilidade do proprietário e dos recursos disponíveis.
No caso específico do algodoeiro irrigado, para alcançar altos rendimentos de algodão e fibra
de boa qualidade, seu cultivo deve ser em solos que apresentem características físicas, químicas e
de fertilidade adequadas. Os solos rasos, com afloramento de rochas, salinos, excessivamente
arenosos e/ou pedregosos, demasiadamente argilosos e/ou siltosos e de baixa permeabilidade,
devem ser evitados por suas características de difícil correção.
Um fator adverso para a capacidade de uso do solo é a erosão, pois destrói o maior
patrimônio do homem, que é o solo, provocando problemas de natureza:
• Física: destrói a estrutura do solo (quebra o esqueleto) dificultando a movimentação do complexo
ar-água-nutrientes e prejudicando o crescimento de raízes e vida do solo.
• Química: provoca a perda da fertilidade natural, a diminuição do teor de matéria orgânica e a
falta de nutrientes.
• Biológica: resulta em alteração da vida do solo, mal formação das raízes e poluição da água,
prejudicando os seres aquáticos.
• Econômica: provoca a perda do solo, arrastando calcário, adubo e semente, aumentando o
custo de produção e diminuindo os rendimentos do produtor.
• Social: é fator favorável ao êxodo rural, pois diante dos baixos rendimentos, o agricultor busca
nas cidades a realização do sonho de uma vida melhor.
CURIOSIDADE:
No solo arenoso o espaçamento das partículas é maior porque as partículas são maiores e,
portanto, há mais ar entre elas. Imagine, por exemplo, um punhado de arroz e outro de farinha. Os
grãos de farinha são bem menores que os de arroz, o espaço preenchido por ar é menor e, portanto,
permanecem mais unidos.
Se o espaço é menor entre as partículas, como no solo argiloso, a água fica retida, pois tem
mais dificuldade para passar. O contrário se verifica no solo arenoso, onde o espaçamento é maior e,
portanto, a água passa mais rapidamente se infiltrando no terreno.
A capacidade de deixar a água passar (ou retê-la) é conhecida como permeabilidade do solo.
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Estes fatores estão estritamente relacionados, mas podem ser agrupados em Clima, Solo,
Vegetal e também o Homem, que engloba nele todos os fatores que manejados são capazes de
modificar a produção. Cada fator afeta diretamente o crescimento das plantas e cada um está
relacionado aos outros. Exemplificando: a água e o ar ocupam o espaço poroso do solo, e os fatores
que afetam as relações de água necessariamente influenciam o ar do solo. Por sua vez, mudanças
no teor de umidade afetam a temperatura do solo. O crescimento de raízes é influenciado pela
temperatura, água e ar.
A fertilidade do solo é parte da ciência do solo que estuda a capacidade em suprir (ter e
fornecer) nutrientes às plantas. Ela estuda quais os elementos essenciais, como, quando e quanto
eles podem interagir com o vegetal; o que limita sua disponibilidade e como corrigir deficiências e
excessos. Cada nutriente é estudado profundamente para entender melhor as transformações, a
mobilidade e a “disponibilidade” de cada um às plantas. Em decorrência da necessidade de se avaliar
a fertilidade do solo sob uma visão integral e dinâmica, tem-se empregado os termos:
Importante: Um solo fértil não é necessariamente um solo produtivo, mas todo solo produtivo
é um solo fértil. Por quê? Alguns fatores como drenagem (umidade), insetos, doenças dentre outros,
limitam a produção mesmo com fertilidade adequada.
Vale destacar que: Cerca de 70% dos solos cultivados no Brasil, apresentam alguma
limitação séria de fertilidade (acidez / adubação). Portanto, através dos conhecimentos gerados pela
pesquisa em fertilidade, solos aparentemente improdutivos podem se tornar grandes produtores de
alimentos. A aplicação dos conhecimentos de fertilidade do solo pode conciliar a economicidade da
atividade agrícola com a preservação do meio ambiente.
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Para que uma planta se desenvolva normalmente, ela necessita de alguns requisitos
indispensáveis: local favorável à fixação de suas raízes, temperatura adequada, luz solar, ar, água e
quantidade suficiente de elementos nutrientes (Figura 04). Essas necessidades são atendidas, em
maior ou menor proporção, pelas condições de clima e solo do local onde se encontra a planta.
a) Orgânicos: carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), que são elementos originados da água e
ar. São responsáveis pela formação de cerca de 90 a 96% dos tecidos vegetais.
b) Minerais: macro e micronutrientes, que são elementos originados do solo e responsáveis por
cerca de 10 a 4% dos tecidos vegetais. Os macronutrientes são requeridos em maiores
quantidades pela planta, e os micronutrientes são aqueles requeridos em menores quantidades.
• Macronutrientes: nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre
(S).
• Micronutrientes: boro (B), cloro (Cl), cobalto (Co), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn),
molibdênio (Mo), silício (Si) e zinco (Zn).
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Na análise da matéria seca de uma planta de milho, por exemplo, encontra-se cerca de
43,5% de carbono, 44,5% de oxigênio e 6,2% de hidrogênio. Os macronutrientes primários
respondem por 1,5% de nitrogênio, 0,2% de fósforo, 1,0% de potássio, 0,23% de cálcio, 0,2% de
magnésio e 0,2% de enxofre da matéria seca total; os micronutrientes entram com porcentagens
bem reduzidas que variam de 0,0001 a 0,08% do material analisado.
Os macronutrientes são expressos em g.kg-1 e os micronutrientes expressos em mg.kg-1,
sendo estas unidades adotadas atualmente pelo Sistema Internacional de Unidades. A Tabela 01
mostra as concentrações típicas de nutrientes para o crescimento das plantas, indicando o número
relativo de átomos de macro e micronutrientes e suas formas absorvidas pelas plantas.
Tabela 01 - Concentrações típicas de nutrientes para o crescimento das plantas (EPSTEIN &
BLOOM, 2006).
Concentração (1) Número relativo de
Elemento Formas absorvidas
mg/kg Percentagem átomos
Nitrogênio (N) N-NO3-, N-NH4+ 15.000 1,5 1.000.000
+
Potássio (K) K 10.000 1,0 250.000
+2
Cálcio (Ca) Ca 5.000 0,5 125.000
+2
Magnésio (Mg) Mg 2.000 0,2 80.000
Fósforo (P) P-H2PO4- 2.000 0,2 60.000
Enxofre (S) S-SO42- 1.000 0,1 30.000
-
Cloro (Cl) Cl 100 -- 3.000
+2
Ferro (Fe) Fe 100 -- 2.000
Boro (B) B-H3BO3 20 -- 2.000
+2
Manganês (Mn) Mn 50 -- 1.000
+2
Zinco (Zn) Zn 20 -- 300
+2
Cobre (Cu) Cu 6 -- 100
Molibdênio (Mo) Mo-MoO42- 0,1 -- 1
+2
Níquel (Ni) Ni 0,05 -- 1
(1) As concentrações são baseadas no peso de matéria seca.
Muitos elementos podem ser encontrados na amostra de um solo, quando se faz a análise
química deste, e de modo semelhante, o mesmo pode ser observado nas plantas superiores. De
modo geral, qualquer elemento que se encontre na forma “disponível” pode ser absorvido. No
entanto, a presença de um elemento químico no tecido vegetal não implica que este seja fundamental
para a nutrição da planta. Com base nisto, foi necessário separar os elementos que são essenciais
para o crescimento e desenvolvimento das plantas, daqueles que podem ser benéficos ou ainda
tóxicos. Para tanto, foram definidos os critérios de essencialidade dos nutrientes:
1. Na ausência do elemento químico a planta não é capaz de completar o seu ciclo de vida, ou seja,
germina, mas não chega a se desenvolver e reproduzir.
2. O elemento químico é insubstituível, ou seja, na sua ausência a deficiência só pode ser corrigida
através do seu fornecimento.
3. O elemento químico faz parte de molécula de um constituinte ou reação bioquímica essencial à
planta.
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Os nutrientes apresentam funções específicas nas plantas, conforme pode ser observado nas
Tabelas 02 e 03.
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Com a evolução das pesquisas na área de nutrição de plantas foram identificados alguns
elementos que podem ser considerados essenciais para algumas espécies de plantas ou mesmo
substituir parcialmente a função dos elementos essenciais. Outros, quando em concentrações muito
baixas, estimulam o crescimento de plantas, porém sua essencialidade não é demonstrada ou,
apenas demonstrada sob determinadas condições especiais. Esses elementos têm sido classificados
como elementos benéficos.
O efeito desses elementos no crescimento da planta decorre em alguns casos, de aumento
da resistência a pragas e doenças, ou favorecem a absorção de outros elementos essenciais. Entre
estes se encontram o Ni, Si, Se e Na.
O Ni tem sido capaz de prevenir e reduzir a infecção de plantas por fungos que promovem a
ferrugem em trigo. Alguns autores propuseram a inclusão na lista dos elementos essenciais, devido à
detecção desse elemento na urease contida nos tecidos vegetais, embora não seja necessário a
presença dele para a síntese da proteína, mas como um componente metálico essencial para a
estrutura e funcionamento da enzima.
O Si possui grande diversidade de efeitos benéficos para diferentes espécies. A resistência à
infecção por fungos, a ataques de insetos, e à toxidez de Mn são exemplos clássicos. A deposição de
SiO2 na parede celular de folhas e do caule de cana-de-açúcar, de arroz e de sorgo, parece conferir
considerável rigidez a essas estruturas.
O Se não é tão importante para plantas, mas é essencial para animais, que o requerem em
quantidades muito pequenas. Por outro lado, ele pode tornar-se tóxico se os teores forem elevados
nas forrageiras. Quanto aos seus efeitos benéficos, existem poucos casos na literatura com relatos
de respostas positivas, os quais se restringem a poucas espécies e em concentrações muito baixas.
O Na é considerado essencial para algumas espécies do gênero Atriplex encontrados na
Austrália e no Chile. O íon Na+ tem se mostrado capaz de substituir o K+ em algumas funções
relacionadas com o equilíbrio iônico interno das plantas.
Muitas tentativas foram feitas ao longo do tempo, para se conceituar a fertilidade do solo. E,
sempre existiu a tendência de se expressar a fertilidade do solo em termos de produtividade
(produção por unidade de área), ou seja, fertilidade e produtividade como sinônimos. Entretanto, com
o desenvolvimento de técnicas analíticas, o homem adquiriu maior facilidade e capacidade para
entender sobre a disponibilidade dos nutrientes, o que lhe permitiu desvincular parcialmente a
produção da planta da fertilidade do solo como único e verdadeiro índice da quantidade de nutrientes
passíveis de serem absorvidos.
Para esclarecer a diferença entre produtividade e fertilidade, imagine um solo fértil que gere
altas produções de algodão na época de verão, quando as temperaturas são elevadas, existe água
suficiente e os dias são mais longos. Sem dúvida, no inverno sucederá o contrário e os rendimentos
cairão substancialmente. Qual o motivo desta queda de produção, uma vez que a fertilidade
permanece adequada? Conclui-se então que o uso de um solo fértil nem sempre implica na obtenção
de alta produtividade, pois têm-se casos de solos férteis com impedimentos físicos, com altos teores
de argila, de declividade pronunciada, com alta pedregosidade, de alta compactação etc.
O conceito sobre fertilidade do solo apresenta algumas limitações importantes em sua
interpretação. Assim, a resposta em produção de uma planta pode ser diferente quando se aplicam
doses crescentes de um nutriente em solos de diferente fertilidade. Ex: um Latossolo vermelho
escuro (LE) tem maior produtividade do que uma Areia Quartzosa (AQ) quando se mede a produção
de matéria seca do capim jaraguá (Hyparrhenia rufa) em resposta à aplicação de diferentes doses de
enxofre. Portanto, o LE tem maior produtividade refletindo a sua maior capacidade para ceder
elementos essenciais (Figura 05).
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Figura 05 - Produção de matéria seca de capim jaraguá (Hyparrehenia rufa) em resposta à aplicação
de cinco doses de enxofre em um latossolo vermelho escuro (LE) e uma areia quartzosa (AQ).
Da mesma forma, um solo fértil pode ser aproveitado de forma diferente por espécies de
plantas distintas, uma vez que as plantas variam em sua capacidade de absorção e utilização de um
mesmo nutriente. Um exemplo disso pode ser observado na Figura 06, onde a braquiária mostra
maior capacidade de absorção e produção em relação ao Jaraguá. Portanto, o conceito de fertilidade
deve considerar também a espécie a ser cultivada.
Com a evolução das pesquisas na área das relações solo-planta, o conceito estático de que
a fertilidade do solo é sua capacidade de ceder nutrientes, tem sido revisto. Espécies leguminosas
em associação simbiótica com rizóbio podem apresentar maior capacidade de acidificação na região
da rizosfera, trazendo reflexos importantes para sua nutrição, ou seja, a planta tem a capacidade em
alterar o ambiente radicular, interferindo, assim, na capacidade do solo em ceder nutrientes.
Por outro lado, essas respostas poderiam ser diferentes em outro solo, devido à diferentes
características entre solos, mostrando que o produto final resulta de um interação solo-planta. Um
exemplo disso pode ser visualizado nas Figuras 07 e 08.
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Figura 07 - Produção de matéria seca da parte aérea de capim andropogon (Andropogon gayanus) e
jaraguá (Hyparrehenia rufa) em resposta à aplicação de diferentes doses de P em um latossolo
vermelho amarelo de Minas Novas.
Figura 08 - Produção de matéria seca da parte aérea de capim andropogon (Andropogon gayanus) e
jaraguá (Hyparrehenia rufa) em resposta à aplicação de diferentes doses de P em um latossolo
vermelho amarelo de Sete Lagoas.
Sob o ponto de vista de um determinado nutriente o solo pode ser fértil, porém, em relação à
outro nutriente não. O mesmo pode ser observado em relação à espécie a ser cultivada, ou ainda
para diferentes variedades de uma mesma espécie.
A fertilidade do solo tem sido conceituada como a capacidade do solo ceder nutrientes
essenciais às plantas, ou seja, como a “disponibilidade” de nutrientes essenciais. O termo
“disponibilidade” está associado com valores fornecidos por métodos de extração química, que
apenas raramente extraem dos solos os teores disponíveis; eles fornecem valores que apresentam
correlações significativas com o que seriam os teores disponíveis. Portanto, o termo “disponível” é um
conceito global que nem sempre pode ser traduzido diretamente por um número.
O teor disponível de um nutriente em uma determinada condição depende, além das formas
químicas em que o mesmo se encontra no solo (Ex: micronutrientes quelatizados a radicais orgânicos
são mais disponíveis do que na forma iônica; da umidade do solo (condições climáticas); da presença
de outros nutrientes e/ou elementos (Al3+, por exemplo); da capacidade de absorção da cultura; do
desenvolvimento do sistema radicular; do tempo de crescimento e principalmente do pH (Figura 09).
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"O crescimento e a produção da planta são limitados pelo nutriente que se encontra em
menor quantidade no meio". Esta lei estabelece uma proporcionalidade direta entre a quantidade do
fator de produção, em nível mais limitante e a colheita (Y = a + bX).
RESUMINDO: o nutriente que regula a produção é o que estiver no mínimo, ou menos
disponível para as plantas. Esta proposição é de importância universal no manejo da fertilidade do
solo, visando uma recomendação equilibrada de fertilizantes, sendo que o conceito de equilíbrio de
nutrientes é vital em fertilidade do solo, quando se pensa na produção das culturas. Nos sistemas de
exploração agrícola objetivando elevadas produtividades, a lei do mínimo torna-se de maior
importância. Inclusive, devendo-se considerar a disponibilidade de nutrientes tais como S, Mg e
micronutrientes. Infelizmente, os princípios básicos da proposição secular de Liebig são muitas vezes
esquecidos pelos técnicos.
Esta lei tem sido ilustrada, tradicionalmente, por um barril, tendo algumas tábuas com
diferentes alturas, sendo a tábua com menor altura a que representa o elemento mais limitante. O
aumento dessa tábua permitirá aumentar o nível de líquido no barril até o limite de outra tábua, agora
a de menor altura. Atualmente, a lei do mínimo se exprime, com mais freqüência, considerando seu
aspecto qualitativo, ou seja, a insuficiência de um nutriente no solo reduz a eficácia dos outros
elementos e, por conseguinte, diminui o rendimento das colheitas, e não pela eliminação completa
dos efeitos de outros nutrientes (Figura 10).
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Figura 11 - Relação entre resposta da produção e uso eficiente de nutriente. Dibb (2000).
Figura 12 – Lei dos incrementos decrescentes. Relação entre a eficiência das adubações e a
Produtividade Máxima Econômica (PME). PM = Produtividade Máxima. Fonte: Alcarde et al., 1989.
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OBS: Somente a adubação não é responsável pela produção; a contribuição dos adubos no
aumento da produtividade das culturas é de 30-50%; de 50-70% depende de variedades, sementes
selecionadas, práticas culturais, pragas e doenças, etc. O calcário não deve ser esquecido: a relação
ideal é de 4:1 e no Brasil hoje é de 1:1 baixo uso de calcário e fertilizantes. Outras interações
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importantes: água x adubação; variedades x adubação. E lembrando que: de nada adianta água e
variedade de alto potencial produtivo se adubação não acompanha.
CAUSA DA
ÓRGÃO DA PLANTA SINTOMA DOMINANTE DESORDEM
UNIFORME N, S
FOLHAS VELHAS E CLOROSE INTERNERVAL OU
MADURAS MANCHAS Mg
NECROSE MARGINAL K
UNIFORME Fe (reticulado fino)
CLOROSE INTERNERVAL OU
FOLHAS NOVAS E ÁPICES MANCHAS Mn (reticulado grosso)
NECROSE Cu
DEFORMAÇÕES Zn,B, Ca
N - Aparecem primeiro nas folhas mais velhas, depois desenvolvem-se nas mais novas, conforme a
situação se torna mais severa. Outros sintomas da deficiência de N incluem:
• plantas raquíticas e angulosas;
• menor perfilhamento em cereais como o arroz e o trigo;
• baixo conteúdo de proteína na semente e nas partes vegetativas;
• quantidade reduzida de folhas;
• maior suscetibilidade a estresse por condições ambientais, pragas e doenças.
Mg - Quando uma deficiência ocorre, as folhas mais velhas são afetadas primeiro:
• perda da cor entre as nervuras da folha, geralmente iniciando-se nas margens e no ápice e
progredindo para o centro. Isso dá às folhas de milho uma aparência listrada;
• as folhas podem tornar-se quebradiças e encurvadas para cima;
• as folhas podem ficar mais finas que o normal;
• o ápice e a margem das folhas podem adquirir coloração púrpura-avermelhada no caso de
deficiências severas (especialmente no algodão);
• o baixo teor de Mg na folha pode diminuir a fotossíntese e o crescimento geral da cultura.
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Cu - Os sintomas de deficiência de Cu podem não ser tão fáceis de identificar quanto os de outros
micronutrientes. Uma deficiência pequena ou moderada às vezes causa apenas menor crescimento e
redução na colheita. Deficiências mais severas podem causar amarelecimento das folhas,
murchamento das mesmas e morte das regiões de crescimento dos ramos. Como o cobre
praticamente não se redistribui dentro da planta, as deficiências aparecem primeiro nos órgãos mais
novos. As plantas deficientes mostram caules ou colmos fracos e tendência de murchar mesmo
quando há umidade suficiente.
Nos cereais, os sintomas são mais evidentes entre o fim do perfilhamento e a emergência da folha
bandeira. A cor parda da panícula e o encurvamento desta e do colmo são sintomas comuns no trigo
e na cevada. As panículas são freqüentemente vazias ou contém grãos enrugados. Na cana-de-
açúcar, as touceiras raquíticas se inclinam para o chão adquirindo o aspecto de pisoteadas pelo
gado.
Fe - Os sintomas de deficiência de Fe aparecem primeiro nas folhas mais novas, na parte superior da
planta, na ponta dos ramos (cacau, café, citros) ou na sua base (coco, dendê) porque ele não se
transloca, isto é, permanece quase todo no órgão em que primeiro se acumulou. A deficiência de Fe
apresenta-se com uma coloração verde-pálido (clorose), com acentuada distinção entre as nervuras
verdes da folha e o tecido internerval. A deficiência severa pode tornar a planta inteira amarelo
esbranquiçado.
Às vezes, a deficiência de Fe é difícil de ser identificada porque os efeitos podem ser mascarados
pela deficiência de outro nutriente ou pelo desequilíbrio nutricional. Doenças, infestação de insetos ou
dano por herbicidas podem ser diagnosticados incorretamente como deficiência de Fe (ou outro
nutrientes).
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CAUSA DA
ÓRGÃO DA PLANTA SINTOMA DOMINANTE DESORDEM
NECROSE MARGINAL B, Cl (Sais)
FOLHAS VELHAS
MADURAS CLOROSE MANCHAS
Mn
TRANSIENTE NECRÓTICAS
FOLHAS JOVENS CLOROSE UNIFORME Zn, Cu, Ni
O conceito de qualidade do solo é uma preocupação atual. A rápida degradação do solo sob
exploração agrícola no mundo, especialmente nos países tropicais em desenvolvimento, despertou
nas últimas décadas a preocupação com a qualidade do solo e a sustentabilidade da exploração
agrícola. Desde então, vários conceitos de qualidade do solo foram propostos: o melhor deles, porém,
define a qualidade do solo como sendo a sua capacidade de manter a produtividade biológica, a
qualidade ambiental e a vida vegetal e animal saudável na face da terra. Ou seja, devemos produzir,
mas utilizando sistemas de manejo que observem esses aspectos.
Além da preocupação com a produção de alimentos, que polarizou a pesquisa até próximo
aos anos 80, esse conceito traz uma nova visão mostrando a preocupação com a preservação do
ambiente e a manutenção do solo livre de agentes biológicos e químicos prejudiciais à vida. Como
agentes biológicos, podemos citar práticas que propiciem a presença, por exemplo, de rizobactérias
deletérias ao crescimento de plantas, que liberam substâncias prejudiciais aos vegetais ou podem
causar doenças no sistema radicular. Como agentes químicos, podemos citar a utilização em grande
escala de produtos fitossanitários (pesticidas) que podem causar, por exemplo, efeitos tóxicos em
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microrganismos que atuam em processos benéficos tais como bactérias do gênero Rhizobium e
fungos micorrízicos arbusculares.
Outro conceito é aquele que diz que a qualidade do solo é a capacidade do mesmo em
exercer determinadas funções em ecossistemas naturais ou manejados pelo homem. Desta forma,
fica claro que o solo exerce determinadas funções e, quando essas são comprometidas afeta a
qualidade do solo. São funções do solo:
Os solos variam em relação à sua capacidade para exercer suas funções. A qualidade é
inerente a cada tipo de solo. No entanto, este conceito engloba duas partes distintas, porém,
interconectadas: qualidade inerente e qualidade dinâmica.
Esses termos eram utilizados sem critério, ou seja, fazia-se confusão entre propriedade que
era considerada como não modificável pelo manejo e característica que se podia modificar. Dentro
deste contexto, propriedade como textura e mineralogia são inatas ao solo e determinadas pelos
fatores de formação tais como: clima, material de origem, relevo, tempo e organismos. Coletivamente
essas propriedades determinam a qualidade inerente do solo. Elas auxiliam na comparação entre um
solo e outro e avalia o solo para usos específicos. Por exemplo: um solo argiloso tem uma maior
capacidade de retenção de água do que um arenoso. Assim o argiloso é um solo de maior qualidade
inerente.
Mais recentemente a qualidade do solo tem se referido à qualidade dinâmica - definida como
modificações naturais nas características do solo em função de atividades humanas e manejo.
Algumas práticas de manejo tais utilização de restos de cultura como cobertura morta tais como no
sistema de plantio direto, aumentando o teor de matéria orgânica, pode ter um efeito positivo na
qualidade dinâmica do solo.
A qualidade do solo refere-se à qualidade dinâmica – aquelas características que são
afetadas pelo manejo. A avaliação da qualidade do solo é uma ferramenta para verificar-se a
interferência das práticas de manejo na sustentabilidade dos sistemas agrícolas.
A avaliação da qualidade dos solos é feita através de indicadores que podem ser
características (ou atributos) físicas, químicas e biológicas e processos que ocorrem no solo como
associações simbióticas, tais como micorrizas (ocorre na maioria das plantas cultivadas) e
associações entre rizóbios e leguminosas. Também podem ser características morfológicas e visuais
de plantas. Os indicadores são mensurados para monitorar sistemas de manejo que induzem
modificações no solo.
a) Fáceis de mensurar
b) Capazes de medir modificações nas funções básicas do solo
c) Sensíveis às variações de manejo
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O critério para escolha dos indicadores da qualidade dos solos é a sua relação com
características específicas do solo. Os indicadores podem ser medidos por métodos qualitativos e
quantitativos:
Por exemplo: Se infiltração de água é o indicador avaliado, uma medida qualitativa seria a
observação do escorrimento superficial (runoff) excessivo no campo. A quantitativa seria medir a taxa
de infiltração. A avaliação qualitativa tem um elemento de subjetividade e, portanto, a avaliação deve
ser feita por uma única pessoa ao longo do tempo para minimizar a variabilidade dos resultados. Já a
medida quantitativa pode ser feita por diferentes pessoas obtendo-se resultados similares.
Para avaliação da qualidade do solo, de forma que possam ser sugeridas modificações nos
sistemas de manejo em utilização pelos agricultores a tempo de evitar a sua degradação, é
necessário definir atributos do solo e do ambiente sensíveis ao manejo e de fácil determinação. A
proposta atual é a definição de um conjunto mínimo de atributos químicos, físicos e biológicos, que,
acompanhados ao longo do tempo, são capazes de detectar as alterações da qualidade do solo em
função do manejo.
A escolha dos indicadores mínimos varia com o tipo de solo. Por exemplo: Acúmulo de sais e
condutividade elétrica jamais seriam usados na avaliação da qualidade de solos da Amazônia (que
são ácidos), porém são importantes em solos de regiões semi-áridas.
A matéria orgânica (MO) do solo pode ser avaliada pelo teor de carbono orgânico total, sendo
considerada como um indicador chave da qualidade do solo. Isso decorre do fato de que seu teor é
muito sensível em relação às práticas de manejo, principalmente nas regiões tropicais e subtropicais,
onde, nos primeiros anos de cultivo, mais de 50% da matéria orgânica previamente acumulada é
perdida por diversos processos, entre esses a decomposição microbiana e a erosão. Segundo: a
maioria dos atributos do solo relacionados às suas funções básicas têm estreita relação com a MO
tais como: estabilidade dos agregados, estrutura, infiltração e retenção de água, resistência à erosão,
atividade biológica, capacidade de troca de cátions (CTC), disponibilidade de nutrientes para as
plantas, lixiviação de nutrientes, liberação de CO2 e outros gases para a atmosfera.
Considerando a importância da matéria orgânica como indicador da qualidade dos solos,
falaremos com mais detalhes sobre esse atributo enfocando inicialmente o conceito de húmus, pois é
ele, na realidade, o grande responsável pela manutenção da qualidade dos solos.
a) Conceito de húmus
O Húmus é um dos produtos finais resultante da atuação dos organismos do solo (macro e
micro) através de processos de degradação e síntese nos restos vegetais e animais presentes no
solo. Ou seja, o húmus origina-se da degradação química e biológica de resíduos orgânicos (animais
e vegetais) e da atividade sintética da biota do solo. Mas geralmente as pessoas utilizam o termo
matéria orgânica como sinônimo de húmus, o que não é verdadeiro.
b) As substâncias húmicas
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Considerando-se que uma das funções básicas do solo é fornecer nutrientes às plantas, um
atributo químico de grande importância também é a CTC.
A CTC dos colóides do solo (orgânicos e inorgânicos) está relacionada com a presença de
cargas negativas na superfície desses colóides. O colóide, portanto, apresenta atividade de
superfície. A origem das cargas nos colóides inorgânicos (minerais de argila) pode ser permanente ou
dependente de pH. É permanente quando originada da substituição isomórfica quando da formação
do mineral. Se o silício (tetravalente) é substituído pelo alumínio (trivalente) há um superávit de carga
negativa, gerando uma carga permanente. Se o alumínio (trivalente) é substituído pelo magnésio
(divalente) também há superávit de carga negativa. Isso ocorre durante a formação do mineral de
argila (têm diâmetro menor que 0,002 mm). As cargas dependentes de pH são geradas em função
dos grupos OH presentes nas arestas quebradas dos óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio
(estágios mais avançados do intemperismo):
Solos com pH ácido e com alto grau de intemperismo desenvolvem cargas positivas nas
arestas quebradas dos cristais de óxidos de ferro e alumínio, ocorrendo a seguinte reação: R-OH +
H+ -----------> R-OH2+. Neste caso atraindo ânions (isso é característico dos solos tropicais de baixo
pH que fixam fósforo).
No caso das substâncias húmicas, estas apresentam uma CTC bastante superior ao dos
minerais de argila (colóides inorgânicos), cerca de 400-800 cmolc.kg-1, devido principalmente à
grande quantidade dos grupos carboxílicos e fenólicos, o que explica sua significante contribuição na
CTC do solo (as cargas são dependentes de pH).
Um solo com alta CTC apresenta maior capacidade de reter íons como cálcio, magnésio,
amônio etc (nutrientes das plantas). As perdas por lixiviação desses cátions são menores. Outro
aspecto importante da CTC dos solos é que:
a) As cargas negativas atraem íons H+, funcionando desta forma como reservatório desses íons que
estão em equilíbrio com o H+ da solução do solo. Desta forma, aumentam o poder tampão do
solo, influenciando na menor variação do pH deste solo.
b) Apresenta maior capacidade de retenção de água. Em solos tropicais e subtropicais a CTC da
matéria orgânica pode representar um grande percentual da CTC total do solo. Nesses solos, a
manutenção ou o aumento dos teores de matéria orgânica é fundamental na retenção de
nutrientes e na diminuição de sua lixiviação.
c) Determinação do carbono orgânico – Uma das formas para determinar-se o C-orgânico é através
da combustão seca e determinação do CO2 liberado (após remoção dos carbonatos). O CO2
liberado é capturado em um reagente e determinado titulometricamente ou gravimetricamente.
3.3.3.3 pH
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3.3.4.1 Estrutura
A estrutura é o principal atributo físico do solo afetado pela presença do húmus. A partir do
seu efeito sobre a agregação do solo, indiretamente são afetadas as demais características físicas do
solo como: densidade aparente, porosidade, aeração, retenção e infiltração (transporte) de água e
nutrientes que são fundamentais na capacidade produtiva do solo.
Estrutura é o arranjo das partículas primárias do solo (areia, silte e argila) definindo-se uma
geometria de poros. A estrutura pode ser modificada pelo sistema de manejo. A estrutura granular é a
mais desejável, pois neste aspecto existe uma melhor distribuição entre macro e microporos. O
húmus tem um profundo efeito na estrutura do solo. A deterioração da estrutura que acompanha um
manejo intensivo do solo é usualmente menos severa em solos adequadamente suprido com húmus.
Quando o húmus é perdido o solo tende à tornar-se compacto.
A formação dos agregados envolve dois processos: AGREGAÇÃO = FLOCULAÇÃO +
CIMENTAÇÃO. A floculação ocorre pela aproximação entre as partículas primárias. Mas, para que
esses agregados sejam estáveis, ou seja, resistam a ação da água, por exemplo, que atua na
destruição dos mesmos, é necessário que haja certa estabilidade. Essa estabilidade é dada pela
ação dos microrganismos do solo (hifas de fungos que envolvem os agregados por ex.) e ação do
húmus solo. Essa ação se deve principalmente à presença da grande quantidade de radicais
orgânicos que interagem com a superfície do mineral através de ligações de alta resistência, como
pontes de hidrogênio. A matéria orgânica envolve o agregado dificultando a entrada de água.
Outra categoria de compostos orgânicos importante na estabilização dos agregados
(microagregados) são os polissacarídeos. Eles fazem parte do grupo dos carboidratos, os quais
representam entre 5-25% da matéria orgânica do solo. Os polissacarídeos do solo são mucilagens
provenientes do metabolismo microbiano e da decomposição de raízes, resíduos vegetais e animais
e da exsudação radicular.
Esses atributos físicos são indiretamente governados pela estrutura do solo. Um solo bem
estruturado (estrutura granular) apresenta uma melhor distribuição entre macro e microporos,
refletindo-se numa boa aeração e taxa de infiltração. Não há problemas de escorrimento superficial
(runoff) e acúmulo de água no perfil.
As substâncias húmicas aumentam a capacidade de retenção de água pela presença
principalmente dos grupos carboxílicos e fenólicos que geram cargas positivas e negativas
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(aumentam a CTC do solo) e nestes locais existe a atração das moléculas de água, diminuindo,
nestas condições a percolação da água, aumentando o armazenamento de água no perfil
A biomassa microbiana é definida como a parte viva da matéria orgânica do solo, incluindo
bactérias, fungos, actinomicetos, protozoários, algas e microfauna. Excluindo-se raízes de plantas e
animais do solo maiores do que 5x10-3 μm3, a biomassa microbiana contém em média, de 2 a 5% do
C orgânico do solo.
Considerando-se que a ciclagem de nutrientes é governada pela atuação dos organismos do
solo e em maior proporção os microrganismos, a quantificação da biomassa microbiana (massa de
matéria viva dos microorganismos do solo) é um excelente indicador da qualidade dos solos.
Estimativas da biomassa microbiana têm sido usadas em estudos do fluxo de C e N, ciclagem
de nutrientes e produtividade das plantas em diferentes ecossistemas terrestres. Estas medidas
permitem quantificação da biomassa microbiana viva, presente no solo em um determinado tempo.
Possibilitam também a associação da quantidade de nutrientes imobilizados e a atividade microbiana
com a fertilidade e o potencial de produtividade do solo, servindo de base para estudos de formação
e ciclagem da matéria orgânica. Como a biomassa microbiana constitui a maior parte da fração ativa
da matéria orgânica, esta é mais sensível que o resultado quantitativo do C orgânico e do N total para
aferir alterações na matéria orgânica causadas pelo manejo do solo e pelas práticas de cultivo.
A manutenção da produtividade dos ecossistemas agrícolas e florestais depende, em grande
parte, do processo de transformação da matéria orgânica e, por conseguinte, da biomassa
microbiana do solo. Esta representa um importante componente ecológico, pois é responsável pela
decomposição e mineralização de resíduos vegetais do solo, utilizando esses materiais como fonte
de nutrientes e energia para a formação e desenvolvimento de suas células, bem como para a
síntese de substâncias orgânicas no solo. Os microrganismos imobilizam temporariamente C, N, P, K,
Ca, Mg, S e micronutrientes, que são liberados após sua morte e decomposição, podendo tornar-se
disponíveis para as plantas.
Em solos de baixa fertilidade e com cobertura vegetal pobre em N, a taxa de decomposição
da matéria orgânica seria menor, propiciando a imobilização do N da biomassa microbiana. Nessa
situação, a biomassa estaria representando um compartimento de reserva. Quando a relação C/N é
mais baixa (<30) a quantidade de N imobilizada seria menor, pois esse elemento estaria em
quantidade suficiente para atender à atividade metabólica dos microrganismos e ao processo de
decomposição da matéria orgânica. Neste caso, a biomassa microbiana estaria funcionando como
catalisadora e/ou fonte na decomposição da matéria orgânica.
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Quanto à fonte de carbono e energia, os microrganismos do solo podem ser classificados em:
a) Autotróficos – fotoautotróficos e quimioautotróficos
b) Heterotróficos – saprofíticos e parasíticos
Os autotróficos utilizam o carbono proveniente do CO2. Os fotoautotróficos obtém carbono
do CO2 e energia da luz (ex; algas verde-azuladas – cianobactérias que fazem fotossíntese). Os
quimioautotróficos obtém carbono do CO2 e energia da oxidação de substâncias inorgânicas
simples. Exemplos clássicos são as bactérias que fazem nitrificação – nitrosomonas e nitrobacter
(NH4 ---> NO2 ----> NO3) e das bactérias oxidantes do enxofre – Thiobacillus thiooxidans (SO + ½ O2
+ H2O ------> H2SO4).
Os heterotróficos obtêm carbono e energia da oxidação de substâncias orgânicas complexas.
A maioria dos microrganismos do solo são heterotróficos, como por exemplo, microrganismos que
fazem amonificação (Pseudomonas, Bacillus mycoides etc.) Os heterotróficos saprofíticos se
alimentam da matéria orgânica morta – os amonificadores por exemplo. Os parasíticos se alimentam
de matéria orgânica viva. Ex. Fungo Fusarium graminearum causador da giberela do trigo.
Considerando-se a natureza fortemente heterotrófica da população microbiana do solo, o
substrato orgânico geralmente torna-se fator estressante, que limita a atividade microbiana. Na
maioria dos solos ocorre uma explosão populacional em resposta à adição de carbono orgânico.
O manejo adequado dos restos culturais constitui-se um fator crítico para o equilíbrio da
população, atividade microbiológica e produtividade dos solos. Assim, o homem pode alterar a
química do solo e, conseqüentemente, a quantidade e qualidade dos microrganismos presentes
naquele sistema de produção.
A atividade metabólica dos microrganismo pode ser medida através de indicadores como o
CO2 liberado, O2 consumido e atividades enzimáticas (fosfatase, urease, desidrogenase –
correlacionada com a respiração microbiana quando fontes externas de C são adicionadas ao solo –
e celulase).
A respiração dos microrganismos do solo pode ser mensurada através do CO2 liberado no
campo (é mais vantajoso, pois reflete a atividade de aeróbios e anaeróbios) pela retirada de amostras
com material resistente ao impacto. Dessas amostras retiram-se as raízes, sendo o solo colocado
num cilindro contendo um recipiente com solução de NaOH ou KOH. O cilindro é vedado e as
medidas são feitas concomitantemente com a respiração edáfica.
No laboratório a respiração basal ou estimulada pode ser medida. Neste caso, tem sido
largamente usada para estudo sobre influências de diversos atributos físicos do solo (como umidade,
temperatura e aeração) e efeitos de resíduos usados na agricultura (pesticidas) sobre a mineralização
da matéria orgânica do solo.
Atualmente o grande desafio da ciência do solo é demonstrar a relação entre os níveis de
atividade biológica do solo e o funcionamento sustentável do ecossistema. Nesse sentido, uma
maioria de pesquisadores considera que a medida mais prática do “status biológico” do solo seja a da
biomassa microbiana. Assim a biomassa e atividade microbiana devem fazer parte dos estudos de
ciclagem de nutrientes, tendo como enfoque a sua contribuição na decomposição e mineralização da
matéria orgânica e, conseqüentemente, na fertilidade do solo, por meio da ciclagem microbiana, que
torna os nutrientes disponíveis para as plantas. Além disso, esses dados quando associados aos
valores de pH, teores de C orgânico, N total, umidade e argila do solo permitem uma avaliação
sistêmica do manejo adotado e a obtenção de índices de aferição da sustentabilidade.
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Aqui no Brasil o sistema de Plantio Direto tem contribuído significativamente para o avanço
quantitativo e qualitativo da agricultura de grande parte da região tropical brasileira. Consagrado
como o sistema conservacionista mais efetivo na resolução dos problemas de degradação dos frágeis
solos dos trópicos, reduzindo os custos de proteção ambiental, o Plantio Direto tem representado o
melhor caminho para a diminuição dos custos de produção e sustentabilidade da produtividade
agropecuária, sendo adaptado a todos os tamanhos e tipos de exploração.
4 EROSÃO
Figura 13 – Cobertura vegetal, solos perdidos por erosão e % de água de chuva perdida por
escorrimento superficial (1 acre = 0,4046 hectares).
Os dois agentes principais da erosão são as chuvas (erosão hídrica) e o vento (erosão
eólica). No Brasil, a água é que causa os maiores prejuízos (FERREIRA, 1981). O processo tende a
se acelerar, à medida que mais terras são desmatadas para a exploração da madeira e/ou para a
produção agrícola, uma vez que os solos ficam desprotegidos da cobertura vegetal e,
conseqüentemente, as chuvas incidem diretamente sobre a superfície do terreno (GUERRA, 1999).
A erosão destrói os solos e as águas e é um problema muito sério em todo o mundo. Devem
ser adaptadas práticas de conservação de solo para minimizar o problema. Em solos cobertos por
floresta a erosão é muito pequena e quase inexistente, mas é um processo natural sempre presente e
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importante para a formação dos relevos. O problema ocorre quando o homem destrói as florestas,
para uso agrícola e deixa o solo exposto, porque a erosão torna-se severa, e pode levar a
desertificação.
A erosão também pode ser acelerada por meio de: 1) Culturas e cultivos não adaptados às
características dos solos; 2) Queimadas; 3) Desmatamento; 4) Mineração; e 5) Ocupação irregular e
não planejada de morros.
O mecanismo da erosão ocorre da seguinte maneira: as gotas de chuva que golpeiam o solo,
desprendem as partículas de solo no local que sofrem o seu impacto e transportam por salpicamento
as partículas desprendidas, também, imprimem energia, em forma de turbulência, à água de
superfície. A água que escorre na superfície do terreno, principalmente nos minutos iniciais, exerce a
ação transportadora.
Podem ser distinguidos dois tipos de causas da erosão: causas físicas e causas mecânicas.
Se essas causas agissem isoladamente elas não teriam ação negativa sobre o solo. Entretanto, como
estas agem em conjunto, fornecem uma ação final resultante do esforço conjunto aumentando desta
forma, o seu potencial devastador. Pode-se observar a abrangência do assunto, na Figura 14, onde a
erosão do solo aparece como um problema central do diagnóstico ambiental.
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R
Rhuanito Soran
nz Ferrarezi
4.3.1 C
Causas físic
cas
S
São aquelass oriundas da d natureza, que pela in nexistência ded proteção, agem sobre o solo,
ando-o. Dentre estas causas tem-se
prejudica e: ação dos raios
r solaress, queima dee restos de culturas
c e
ação do impacto dass gotas de ch huva.
O raios solares agindo
Os o sobre o so olo desnudo trazem pro oblemas para a o mesmo. Quando
existe umma camada que intercepte estes ra aios, tais com
mo restos de e cultura porr exemplo, esta
e ação
deixa de
e existir.
O raios ultrravioletas co
Os om seu pode er biocida e os raios inffravermelhoss, com seu poder de
aquecimmento, e portaanto, de evaporação de água, quand do em excessso, podem d dificultar as condições
c
de vida do solo, provocar
p cicllos de ressecamento e umedecimento do sollo, que prov vocará o
aparecimmento de fisssuras, as qu uais facilitarã
ão a ação errosiva, por outro
o lado o ressecamen nto leva à
redução do teor de umidade e a uma estru utura muito apertada
a e por
p isso de grande resis stência à
erosão.
C
Como os raiios solares, o fogo tamb bém age neg gativamente sobre o solo o. O fogo se empre foi
considerrado uma forma rápida e ao mesmo o tempo cruel de elimina ar as coisass. Atua nos casos
c de
queima ded restos dee cultura com mo biocida, de eixando tudoo limpo e bon nito como é o conceito de muitos,
porém oso restos de cultura deve em ficar no solo como fonte
f de vidaa dos organismos que ali a vivem,
dando, conseqüente
c emente, ao solo,
s uma bo oa estrutura e, além dissso, servindo de obstáculo à ação
direta da
as gotas de chuva e do os raios sola ando ainda a ação horizzontal das águas
ares, dificulta á de
chuva. Logo,
L é fácil observar a ação nociva desta prátic ca. E daí a importância d do manejo adequado
a
dos solo
os do ponto ded vista ecoló ógico.
4.3.1.1 Ação do im
mpacto das gotas de ch
huva
A gotas de
As e chuva têm m uma gran nde importân ncia no fenô ômeno erosivo, pois qu uando as
mesmass caem sobre o solo desscoberto, po oderão comp pactá-lo e deesagregá-lo aos poucos s. A gota,
devido a sua energia a cinética, ca
ausa um impacto no solo o compactand do o mesmo, e ao mesm mo tempo,
ar partículas do solo que se desagreg
faz salta garam. Estas s partículas, ao voltarem
m à superfície
e do solo,
encontraam uma pelíccula de água a, a qual commeça a transp portar as mesmas.
E
Estas gotas,, cujo tamannho varia mu uito ao cair ao
a solo, têm m, realmente,, uma ação que atua
como elemento de impacto. As gotas de uma chuva de d 50 mm, que q caem em m 1 hectare, quando
somadass as suas en nergias de immpacto, têm energia sufic ciente para levantar uma a camada de e 17,5 cm
a uma altura
a c em toda a superfície
de 90 cm, e de 1 hectarre. Isto daria
a aproximadaamente, a suuspensão
de 2000 0 toneladas a uma alturra de 90 cm m. Partindo, destas condições é fácil observar o poder
compacttador das go otas de chuvva, principalmente se a mesma cai sobre solo descoberto, ou seja,
sem veg getação viva ou morta que o esteja prrotegendo.
A
Além desta ação,
a a gota
a, ao cair, tem
m ainda a aç ção desagregadora (que é a que pre edomina),
que faz saltar as parrtículas de solo.
s Estas partículas soltas são facilmente arrasstadas pela lâ âmina de
Págin
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água que existe na superfície do solo. É fácil observar estas partículas que saltam por ocasião da
chuva. As partículas menores, provenientes desta desagregação, serão arrastadas posteriormente no
escoamento superficial de uma pequena lâmina de água, seja horizontal ou verticalmente, originando
então a erosão laminar ou a erosão vertical ou interna.
Assim, origina-se a erosão laminar a partir do impacto da gota de chuva, que participa em
95% do problema erosivo. Somente 5% deste problema são causados pela água corrente.
São as causas que se originam pela ação das máquinas e implementos agrícolas,
comprimindo o solo ou mobilizando-o excessivamente.
A erosão acelerada, provocada pelas ações antrópicas, pode ser laminar (ou em lençol),
quando causada por escoamento difuso das águas das chuvas resultante na remoção progressiva
dos horizontes superficiais do solo; e erosão linear, quando causada por concentração das linhas de
fluxo das águas de escoamento superficial, resultando em incisões na superfície do terreno na forma
de sulcos, ravinas e voçorocas.
A voçoroca é a feição mais flagrante da erosão antrópica, podendo ser formada através de
uma passagem gradual da erosão laminar para erosão em sulcos e ravinas cada vez mais profundas,
ou então, diretamente a partir de um ponto de elevada concentração de águas pluviais.
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Diversos são os fatores que influenciam a erosão, dentre os principais pode-se citar:
a) Chuva: é um dos fatores climáticos de maior importância na erosão dos solos. O volume e a
velocidade da enxurrada dependem da intensidade, duração e freqüência da chuva, sendo a sua
intensidade talvez o mais importante. Este fator é considerado atraves do índice de erosividade
das chuvas.
b) Infiltração: é o movimento da água dentro da superfície do solo. Quanto maior sua velocidade,
menor a intensidade de enxurrada na superfície e, conseqüentemente, a erosão.
c) Topografia do terreno: é representada pela declividade e pelo comprimento do declive, exerce
acentuada influência sobre a erosão. O tamanho e a quantidade do material em suspensão
arrastado pela água dependem da velocidade com que ela escorre, e essa velocidade é função
do comprimento do declive e da inclinação do terreno.
d) Cobertura vegetal: é a defesa natural contra a erosão. Os efeitos da vegetação no fenômeno são:
• proteção direta contra o impacto das gotas de chuva;
• dispersão da água, interceptando-a e evaporando-a antes que atinja o solo;
• decomposição das raízes das plantas que, formando canalículos no solo, aumentam a
infiltração da água;
• melhor estruturação do solo pela adição de matéria orgânica, aumentando assim sua
capacidade de retenção de água;
• diminuição da velocidade de escoamento da enxurrada pelo aumento do atrito na superfície.
e) Natureza do solo: as propriedades físicas, principalmente estrutura, textura, permeabilidade e
densidade, assim como as características químicas e biológicas do solo exercem diferentes
influências na erosão. Suas condições físicas e químicas, ao conferir maior ou menor resistência à
ação das águas, caracterizam o comportamento de cada solo exposto a condições semelhantes de
topografia, chuva e cobertura vegetal.
Existem diversos tipos de erosão, classificados quanto à origem e quanto ao agente erosivo
(Figura 15).
É o transporte, por arrastamento, de partículas do solo pela ação das águas. Existem várias
formas de erosão causadas pela água. Uma delas é a erosão pelas ondas, os efeitos das ondas se
manifestam nas regiões litorâneas, lagos, bacias e nas margens dos rios. As ondas avançam sobre a
terra, desagregando-a e suspendendo grande quantidade de material e ao retornarem carregam o
material em suspensão, que será depositado, seletivamente, no fundo dos mares, represas, nos
deltas e nos meandros dos rios. Não constitui um grande problema (RIO GRANDE DO SUL, 1985).
Existe uma interação entre os vários fatores para a existência ou não da erosão como a
cobertura vegetal, topografia, características do solo, clima e regime de chuvas e o manejo do solo
(RIO GRANDE DO SUL, 1985).
Segundo FERREIRA (1981), a chuva quando cai no terreno pode se evaporar, infiltrar no solo
ou escorrer sobre o mesmo. Esta última é a que deve ser controlada de modo a evitar as enxurradas
que produzem os estragos. É claro que nem todas as chuvas causam os mesmos danos; seus efeitos
variam segundo a intensidade. Assim, se chover 100 mm em uma hora, ocasionará mais estragos do
que se essa mesma quantidade chover em um dia, pois no primeiro caso a intensidade foi maior.
A cobertura vegetal é a defesa natural de um terreno contra a erosão pois protege contra o
impacto direto das gotas de chuvas, causa o aumento da infiltração da água pela produção de poros
no solo por ação das raízes, aumento da capacidade de retenção de água pela estruturação do solo
através da incorporação da matéria orgânica (BERTONI, 1985).
A influência da topografia do terreno na intensidade erosiva verifica-se principalmente pela
declividade e comprimento de rampa (comprimento da encosta). Esses fatores interferem diretamente
na velocidade das enxurradas (GUERRA, 1999).
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Para FERREIRA (1981), esse desgaste ocorre em camadas de poucos milímetros de cada
vez, sendo paralela a superfície do terreno, não sendo notado durante muitos anos. Entretanto, com o
tempo, começam a aparecer na superfície do solo, pedras que antes estavam enterradas, raízes de
árvores tornam-se descobertas, entre outros. Justamente por precisar tanto tempo para ser notada,
porque retira e carrega o solo da superfície, a erosão laminar é talvez a mais grave e prejudicial forma
de erosão. Ela existe sempre nos solos cultivados, às vezes junto com outras formas de erosão.
Por ser a fase inicial da erosão hídrica, pode-se perpetuar no solo, bem como provocar
arrastamento mais intenso em determinados pontos de escorrimento da água, dando origem à erosão
em sulcos ou até voçorocas (RIO GRANDE DO SUL, 1985).
A erosão em sulcos (Figura 17) é facilmente perceptível pelo proprietário, devido à formação
de valas e sulcos irregulares, promovendo a remoção da parte superficial do solo atingida pelos
implementos agrícolas. Nesta fase, os sulcos ainda podem ser transpostos, bem como serem
desfeitos pelas máquinas durante os trabalhos normais de preparo do solo. Em estágio avançado, a
profundidade dos sulcos pode chegar a impedir a passagem das máquinas, podendo formar
voçorocas (RIO GRANDE DO SUL, 1985).
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Nas praias arenosas a erosão constitui um grave problema para as populações costeiras. Os
danos causados podem ir desde a destruição das habitações e infra-estruturas humanas, até a
graves problemas ambientais. Para retardar ou solucionar o problema, podem ser tomadas diversas
medidas de proteção, sendo as principais as construções pesadas de defesa costeira (enrocamentos
e esporões) e a realimentação de praias.
Envolve todos os processos químicos que ocorrem nas rochas. Há intervenção de fatores
como calor, frio, água, compostos biológicos e reações químicas da água nas rochas. Este tipo de
erosão depende do clima, em climas polares e secos, as rochas se destroem pela troca de
temperatura; e em climas tropicais quentes e temperados, a umidade, a água e os dejetos orgânicos
reagem com as rochas e as destroem.
A erosão eólica, ocasionada pelos ventos, ocorre em geral em regiões planas, de pouca
chuva, onde a vegetação natural é escassa e sopram ventos fortes. Constitui problema sério quando
a vegetação natural é removida ou reduzida; os animais, insetos, moléstias e o próprio homem
contribuem para essa remoção ou redução. As terras ficam sujeitas a erosão pelo vento quando
deveriam estar com a vegetação natural e são colocadas em cultivo com um manejo inadequado
(BERTONI, 1985).
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Este tipo de erosão consiste no transporte aéreo, ou por rolamento, de partículas de solo pela
ação do vento. A erosão eólica se reveste de maior importância nessas regiões em que a vegetação
é insuficiente para cobrir e proteger o solo, ou nas regiões áridas, nas margens arenosas de oceanos,
lagos e rios, e em solos de origem arenítica. O teor de umidade do solo é um fator limitante da
intensidade com que a erosão eólica pode ocorrer (RIO GRANDE DO SUL, 1985). Segundo BRADY
(1989), as porções mais finas podem ser carregadas a grandes alturas e por centenas de quilômetros
de distância (Figura 22).
Em geral, a terra é, não só despojada do seu solo mais rico, como as culturas são impelidas
para longe ou deixadas com as raízes expostas ou ainda poderão ser cobertas pelos detritos em
movimento.
Embora não seja tão grande a velocidade, os efeitos de corte e de abrasão, sobretudo da
areia, são desastrosos sobre culturas tenras. A maioria dos prejuízos está confinados em regiões de
baixa precipitação, porém existe ocorrência em regiões úmidas. A movimentação das dunas de areia
constitui um bom exemplo (BRADY, 1989).
O meio mais eficiente para o controle da erosão eólica é manter uma cobertura protetora na
superfície do solo (BERTONI, 1985). Para controlar a erosão eólica no litoral, em que sua ocorrência
se dá pela ação predominante dos ventos fortes, fazendo com que a areia da praia seja deslocada,
litoral adentro, formando cômoros e até enormes dunas, causando um entrave para o
desenvolvimento e progresso dessas regiões sendo que essas areias litorâneas podem chegar a
invadir campos, onde a agricultura e a pecuária tornam-se difíceis, ou chegar a invadir balneários e
zonas residenciais. A ausência do revestimento vegetal permite às dunas mudarem de posição, de
acordo com o vento.
A melhor medida de controle é a manutenção de um bom revestimento vegetal sobre o solo
ou outros obstáculos à ação dos ventos – quebra -ventos (RIO GRANDE DO SUL, 1985).
A erosão eólica também ocorre nas áreas arenosas em processo de desertificação. Alguns
fatores contribuem na aceleração deste processo como o uso inadequado das potencialidades dos
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solos da região, extremamente erodíveis, em função de sua estrutura não desenvolvida e de sua
textura arenosa. O primeiro passo no controle é o impedimento a esse uso indiscriminado, para
evitar-se que novas áreas entrem no processo (RIO GRANDE DO SUL, 1985).
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Pu = R x K x L x S x C x P
Onde:
A erodibilidade dos solos é a propriedade que retrata a facilidade com que partículas são
destacadas e transportadas, e pode ser obtida por métodos indiretos (fórmulas) ou por métodos
diretos (utilizando-se equipamentos em campo e/ou laboratório). Os valores médios de K para cada
classe de solo podem ser observados na Tabela 05.
Rc = Pm2 /Pa
Onde:
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Na Figura 23, pode ser observado o mapa da Erosividade das chuvas dos postos
pluviométricos de Jardim do Seridó/RN.
#
#
#
# N
#
#
# #
#
#
#
#
#
#
#
#
0 30 Kilometers
#
# #
#
#
Figura 23 - Mapa da Erosividade das chuvas dos postos pluviométricos de Jardim do Seridó/RN.
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São várias as técnicas de conservação do solo adotadas, podendo ser agrupadas em três
grupos distintos: a) as de caráter vegetativo, b) as de caráter edáfico, e c) as de caráter mecânico. São
práticas agrosilviculturais que melhoram as perspectivas de sustentabilidade agrícola e florestal:
a) de caráter vegetativo
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b) de caráter edáfico
c) de caráter mecânico
Como implicações diretas, alguns atributos ecológicos essenciais do ecossistema ficam mais
efetivos:
Nessa visão sistêmica do manejo agrícola e florestal sustentados, em longo prazo, o nível de
produtividade ecologicamente adequado para um determinado ecossistema pode ser inferior àquele
atingível em curto prazo com intenso uso de tecnologia, mas o risco de exaustão de recursos naturais
e, ou, de comprometimento de processos básicos do ecossistema é menor.
As práticas de caráter vegetativo são aquelas em que se utiliza a vegetação para defender o
solo contra a erosão. A densidade da cobertura vegetal é o princípio fundamental de toda proteção
que se oferece ao solo, preservando-lhe a integridade contra os efeitos danosos da erosão, que será
menor quanto mais densa for a vegetação que recobre e protege. A importância para a conservação
do solo da densidade de cobertura vegetal além de compreender as plantas também inclui os
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resíduos vegetais (BERTONI, 1985). Dentre as práticas mais comuns destacam-se as que se
seguem.
O reflorestamento das APPs com espécies nativas é fundamental para restaurar as condições
estruturais e funcionais da bacia hidrográfica, tornando-a mais eficiente na preservação e restauração
dos recursos genéticos (por meio da elevação da biodiversidade vegetal e animal) e de processos
ecológicos básicos para a sustentabilidade, como os associados à absorção de água pelo solo e à
ciclagem de nutrientes.
As APPs elevam a absorção de água, contribuindo para o reabastecimento do solo e do
lençol freático, responsável pela regularização e perenização da cadeia hídrica (nascentes, córregos,
rios e riachos).
Elas retêm as enxurradas que vêm das áreas de efetivo plantio, reduzindo a chegada de solo
e de insumos agrícolas aos cursos d’água. Com isto, o assoreamento é menor e a qualidade da água
é melhor, devido à manutenção das concentrações de nutrientes dentro de faixas normais (p.ex.,
causando menor eutrofização) e à menor contaminação das águas com resíduos tóxicos da cadeia
alimentar. A existência de ecossistemas ripários (áreas alagadas e matas ciliares) no fundo das
bacias, propicia um habitat mais diverso para o desenvolvimento de populações de vários
organismos, entre eles, as macroalgas perifíticas, recurso alimentar para outros níveis tróficos dentro
do corpo d’água.
Com relação à ocorrência de pragas, a APP atua, tanto como abrigo de insetos, que podem
se alimentar da vegetação em cultivo, como de inimigos naturais, que encontram nesta área,
alimentos e microhabitats apropriados para sua sobrevivência em longo prazo. Com o aumento da
riqueza em espécies, o ecossistema fica mais complexo, conseqüentemente, apresenta maior
estabilidade. A maior diversidade vegetacional geralmente favorece os insetos generalistas, tornando
mais difícil o encontro da planta hospedeira por insetos muito especializados. O inverso ocorre nas
plantações monoespecíficas.
As opções de reflorestamento são muito variáveis, dependendo das condições de
preservação das APPs e da disponibilidade de recursos financeiros. O ideal, às vezes mais
dispendioso, pode ser a associação de espécies. Por exemplo, a implantação de plantios mistos com
espécies pioneiras, secundárias e clímax geralmente, constitui-se numa prática adequada, por
combinar a exploração diferenciada das camadas de solo pelas raízes (extensão, profundidade), bem
como demandas diferenciadas por nutrientes de cada espécie.
Em muitos casos, pode ser possível reflorestar uma determinada área, na forma de florestas
secundárias, através do processo natural de sucessão ecológica. Para isto, com objetivo de agilizar o
processo de repovoamento, é necessário isolar a área, protegendo-a de incêndios por meio de
medidas preventivas, como o uso de aceiro, e não locar estradas nas proximidades da área de
regeneração. Ás vezes, torna-se necessário o estabelecimento de pequenos povoamentos florestais,
por exemplo, as ilhas de diversidade, com o objetivo de prover propágulos de maior diversidade de
espécies. Isto ocorre em áreas muito degradadas, onde o banco de sementes do solo é pobre e a
fonte de propágulos em áreas adjacentes é pequena.
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5.3.3 Pastagens
• O pasto deve ser mantido livre de ervas daninhas, devendo, porém, ter misturas de leguminosas e
gramíneas;
• Quando a fertilidade do solo diminuir, é conveniente a aplicação de um fertilizante químico
completo;
• Deve-se corrigir a acidez do solo, quando muito elevada, mediante a aplicação de calcário, a fim
de propiciar o crescimento de leguminosas;
• Os pastos recém estabelecidos não devem ser pastoreados até que as plantas tenham
desenvolvido um sistema radicular que permita suportar o pisoteio;
• As árvores de sombra para abrigo do gado devem ser localizadas na parte alta do terreno, e longe
dos riachos ou córregos e grotas;
• Os pastos não devem ser sobre-pastoreados;
• O pastoreio misto, de várias espécies de animais, assegura sempre melhor utilização da
pastagem; e,
• Os sulcos e camalhões em pastagens, em contorno, são práticas recomendadas para solos
argilosos, para regiões de pouca chuva e para pastagem em formação.
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incorporação de material orgânico acelera enormemente esse processo, de maneira que as culturas
podem logo dispor das quantidades de nutrientes requeridas.
O sombreamento do solo, proporcionado pelas plantas de cobertura, é outro efeito muito
importante. Nas regiões tropicais, o solo descoberto, submetido à ação direta do solo e da água da
chuva, sofre prejuízos graves e rápidos na sua produtividade. Com as plantas de cobertura,
consegue-se o estabelecimento de uma boa proteção sobre o terreno, amenizando esse efeito
prejudicial dos fatores meteorológicos.
A prática de plantas de cobertura pode ser contra-indicada se o custo das sementes for alto.
Ela requer, também, precauções contra a disseminação de pragas ou enfermidades ocasionadas por
plantas que podem ser hospedeiras de fungos e insetos que atacariam as culturas principais: é o
caso de algumas leguminosas suscetíveis a nematóides radiculares, que atacam muitas plantas
cultivadas. Em regiões secas, os adubos verdes têm pouca utilização em virtude da competição em
água, que refletirá na produção da cultura principal.
Tabela 09 - Efeito do manejo dos restos culturais de milho sobre as perdas por erosão.
Sistema de incorporação Perdas de
Solo Água
t.ha-1 % da chuva
Palha queimada 20,2 8,0
Palha enterrada 13,8 5,8
Palha na superfície 6,5 2,5
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chuva nos terrenos é a direção em nível, também denominada em contorno. O plantio seguindo a
orientação da linha-de-nível do terreno é o processo fundamental para a realização do controle da
erosão hídrica nos solos agrícolas. Experiências com medidas de perdas de solo e água indicaram que
o plantio em nível, complementado com o cultivo na mesma direção, diminuíram em até 50% (à
metade) as perdas de terra e em cerca de 30%, as de água. Os trabalhos agrícolas realizados
seguindo a linha-de-nível proporcionam, ainda, redução no esforço humano, animal e mecânico.
No caso da erosão eólica, varia a orientação dada às faixas, pois as correntes a que será
necessário antepor obstáculos são as correntes dos ventos dominantes; as faixas terão que ser
orientadas de modo a serem perpendiculares à direção dos ventos dominantes. O lançante, neste
caso, deve-se entender o comprimento ao longo da direção dos ventos dominantes.
Podem-se distinguir dois sistemas principais de culturas em faixas: a) faixas de exploração
contínua, em que as culturas nelas existentes permanecem de um ano para outro na mesma posição;
e b) faixas em rotação, em que anualmente todas as culturas mudam de posição, segundo um plano
estabelecido de rotação.
O sistema de faixas em rotação adapta-se, em geral, a qualquer tipo de cultura anual ou semi-
perene (cana-de-açúcar, mandioca); é sempre interessante incluir no plano de rotação uma
leguminosa, de preferência para enterrio como adubo verde, de forma a garantir a manutenção e o
melhoramento da fertilidade do solo. A locação das faixas pode ser feita de três maneiras:
• faixas niveladas: todos os limites entre faixas são locados na linha de contorno do terreno;
• faixas paralelas: apenas uma linha mediana da gleba é marcada em contorno, sendo as demais
linhas divisórias entre faixas tiradas paralelamente à mesma;
• faixas associadas: combinação dos dois sistemas anteriores, de tal modo que uma faixa paralela
se alterne com uma nivelada, esta com largura irregular e aquela com largura regular.
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Tabela 11 - Efeito das práticas conservacionistas em culturas anuais sobre as perdas por erosão.
Práticas Perdas de
Solo Água
t.ha-1 % chuva
Morro abaixo 26,1 6,9
Contorno 13,2 4,7
Contorno + alternância de capinas 9,8 4,8
Cordões de cana-de-açúcar 2,5 1,8
Para as condições de agricultura brasileira, tais cordões apresentam, de modo geral, sobre os
terraços, a grande vantagem de sua simplicidade e facilidade de execução. Mesmo locados sem
grande precisão, apresentarão eficiência satisfatória, o que facilita o seu emprego pelos agricultores
que disponham de pequenos recursos técnicos.
Os limites de declividade em que podem ser aplicados com sucesso ultrapassam os atingidos
pelos terraços de base larga. Podem ser empregados com relativa segurança até declividade de
60%.
Quando os cordões de vegetação permanente são usados como meio de formação natural
dos terraços, convém que já sejam marcados com o espaçamento e o gradiente recomendados para
os terraços, sendo necessário, então, um pouco mais de cuidado e precisão no seu nivelamento.
Seu principal inconveniente, relativamente aos terraços, é a diminuição da área destinada às
culturas anuais. Nos terraços de base larga, toda a área do terreno, inclusive aquela ocupada pelo
camalhão e pelo canal do terraço poderá ser coberta com a cultura, sem qualquer diminuição da área
útil. Por exemplo, em uma faixa de 30 m de cultura de algodão protegida com cordões de vegetação
permanente de 3 m de largura, 10% da área da cultura principal seria ocupada com a vegetação
protetora.
A distância entre cordões de vegetação permanente varia com a declividade do terreno e com
as condições do solo; de preferência, deve ser usada a mesma tabela dos terraços.
Os cordões de vegetação permanente deverão ter de 2 a 3 m de largura. A vegetação a
empregar na sua formação, além de apresentar, de preferência, valor econômico subsidiário para a
propriedade rural, deverá possuir crescimento rápido e cerrado; formação de uma barreira densa
junto ao solo; durabilidade alta; não possuir caráter invasor para as terras de cultura adjacentes, e
não fornecer abrigo para moléstias e pragas das culturas em que tiver que ser intercalada.
As espécies mais usadas para a formação dos cordões de vegetação permanente são: a
cana-de-açúcar, que oferece valor econômico pela utilização em forragem de alimentação do gado ou
na industrialização; a erva-cidreira, que também fornece um óleo essencial, com boa barreira e a
vantagem do porte menor; o capim-gordura, que pode ser usado como feno, produz uma barreira
bastante densa e bem ligada ao solo.
Para a proteção de culturas perenes, os cordões de vegetação permanente deverão ser
formados com plantas vivazes, de pequeno porte e de crescimento bastante denso e cerrado junto à
superfície do solo, de modo a formarem barreiras contra o escoamento da enxurrada. Além do
controle da erosão, as plantas utilizadas deverão oferecer possibilidade de uso econômico, não
apresentar perigo de praguejamento e não competir com as culturas entre as quais serão plantadas.
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As faixas marginais das terras cultivadas apresentam, muitas vezes, problemas de controle
de erosão e preparo do solo, que são resolvidos com o estabelecimento de faixas de bordadura.
Consistem em faixas estreitas formadas com plantas de porte baixo e vegetação cerrada, para
conter, sem provocar danos, os excessos de enxurrada que possam escorrer.
Com uma largura de 3 a 5m são formadas na margem dos campos cultivados, ao lado dos
caminhos e dos canais escoadouros. Sua principal finalidade é controlar a erosão nas bordas dos
terrenos de cultura. Para sua formação são recomendadas as leguminosas de pequeno porte, como
centrosema, cudzu e crotalária, e gramíneas, como erva-cidreira e capim-gordura.
As faixas de bordadura também podem proporcionar um espaço para o manejo de máquinas
de preparo do solo, cultivo, de pulverização e de colheita. No caso, principalmente, dos terrenos com
certo declive e que sejam arados e cultivados em contorno, elas vêm a facilitar a virada dessas
máquinas, quando do seu uso. Outro benefício é facilitar a ligação entre as faixas de cultura ou entre
terraços, pelas máquinas de cultivo, de pulverização e de colheita.
5.3.10 Quebra-ventos
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São práticas em que se utilizam as modificações dos atributos do solo para defender o solo
contra a erosão (GUERRA, 1999).
O melhor planejamento do uso da terra é aquele que concebe ações sistêmicas baseadas
nos recursos florísticos, hídricos, edáficos, econômicos e técnicos disponíveis na bacia hidrográfica,
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considerando-a como parte interdependente de uma totalidade integrada em longo prazo (princípio
básico da sustentabilidade).
O planejamento técnico do uso da terra deve ser feito antecipadamente, geralmente, alguns
meses ou anos antes do início das atividades. Neste planejamento, as delimitações das áreas de
efetivo plantio, de preservação permanente e de reserva legal, devem tomar por base a
caracterização do meio físico: condições climáticas, topográficas e edáficas. Baseando-se nessas
informações, devem ser estabelecidos critérios para nortear as decisões sobre:
Figura 27 - Esquema de subdivisão de glebas com classes similares de aptidão de uso da terra.
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Preparos de solo conservacionistas são todos aqueles que praticamente não mobilizam (como
na semeadura direta típica) ou mobilizam pouco o solo (porém sem invertê-lo, como na escarificação,
mas aumentam a rugosidade superficial) e deixam uma quantidade de resíduo cultural na sua
superfície suficiente para protegê-lo da erosão o ano inteiro (Figura 28).
Tabela 12 - Efeito do sistema de preparo do solo sobre as perdas de solo e água por erosão; médias
na base de 1.300 mm de chuva e declive de 10,8%.
Sistema de preparo Perdas de
Solo Água
t.ha-1 % da Chuva
Duas arações 14,6 5,7
Uma aração 12,0 5,5
Escarificação (cultivo mínimo) 8,6 5,0
Fonte: Marques e Bertoni, 1961.
Tabela 13 - Perdas por erosão no Plantio Direto e Convencional na cultura do milho em Latossolo
Vermelho Distroférrico e Argissolo Vermelho Amarelo textura média/arenosa; média de seis anos
(Lombardi Neto et al., 1980).
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O cultivo mínimo pode ser considerado um estado intermediário entre o plantio convencional
e o plantio direto. Por razões semelhantes e referidas no plantio direto, o cultivo mínimo também é um
sistema, uma vez que não há uma norma fixa para a sua adoção e depende de uma série de
variações. Assim, pode sofrer interrupções de um ou mais cultivos e depois continuar sendo adotado
na mesma área.
O cultivo mínimo objetiva uma menor mobilização do solo que o sistema tradicional. O
preparo do solo nesse sistema é uma escarificação e uma gradagem ou simplesmente uma
gradagem, conservando os restos culturais. Acresce-se a este preparo a incorporação de herbicidas
o que, alias, pode ser prejudicial ao solo pelo excesso de mobilização do solo.
Além disso, o cultivo mínimo, objetiva também, uma redução dos custos da lavoura, visto que
a sua adoção, reduz o numero de passadas do trator e obviamente, auxilia no controle a erosão, e dá
mais lucros ao produtor.
Neste sistema, os restos culturais ficam incorporados ao solo, um tanto superficialmente. São
colocados em uma camada de solo que tem aeração considerável, uma vez que, parte desses, ficam
semi-incorporados. Isto proporciona uma decomposição boa ou razoável dos restos de gramíneas, os
quais devem permanecer na superfície para uma decomposição ideal, sem que haja formação de
substancias tóxicas à germinação das sementes cultivadas. Entretanto, favorece a decomposição da
resteva da soja, a qual deve ser incorporada devido ao grande conteúdo de matéria nitrogenada.
O poder erosivo das chuvas (quantidade, distribuição e intensidade) aumenta nos períodos
mais chuvosos. Nessa época, elas são mais concentradas e, geralmente, de maior intensidade. Em
função disso, de preferência, deve-se programar o preparo de solo para os períodos de menores
índices pluviométricos, sobretudo, para as áreas de solos mais susceptíveis à erosão (por exemplo,
aqueles com horizonte B textural ou B incipiente. As áreas mais íngremes, onde ocorrem os solos
mais jovens (em geral, menos permeáveis), devem ser preparadas, preferencialmente, nos períodos
de menor índice pluviométrico.
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São as que dizem respeito ao trabalho da conservação do solo com a utilização de máquinas.
Em geral, introduzem algumas alterações no relevo, procurando corrigir os declives muito acentuados
pela construção de canais ou patamares em linhas de nível, os quais interceptam as águas das
enxurradas, forçando-as a se infiltrarem em vez de escorrer. De maneira geral, essas práticas
requerem maior dispêndio de recursos financeiros, mas podem ser indispensáveis para que terrenos
declivosos possam ser usados convenientemente, sem o risco de serem severamente erodidos.
Entre as principais práticas mecânicas de conservação do solo podem-se citar o preparo do
solo e plantio em curvas de nível, os terraços do tipo camalhão e as estruturas para desvio e
infiltração das águas que escoam das estradas. Alguns desses métodos eram conhecidos de certos
povos antigos, como os incas e astecas, por exemplo, que construíam terraços do tipo patamar em
íngremes encostas, principalmente para o cultivo da batata e do milho. Esses terraços-patamar têm o
aspecto de grandes degraus, como se a encosta fosse uma imensa escada e, foram construídos
manualmente, durante muitas centenas de anos. Esse trabalho imponente mostra que esses povos já
tinham consciência da necessidade de conservar seu solo para garantir a produção contínua de seus
alimentos.
O preparo do solo e plantio em curvas de nível, também chamado de plantio em contorno,
consiste em semear e executar todas as operações de cultivo no sentido perpendicular às maiores
pendentes. Sendo assim, cada uma das fileiras de plantas age como pequenos sulcos e montículos
de terra, que as máquinas cultivadoras deixam na superfície, compondo obstáculos que interceptam o
escorrimento da enxurrada. O plantio em contorno é uma prática que, além de ser uma medida
simples de controle da erosão, facilita a adoção de outras práticas complementares de caráter
vegetativo.
O termo terraço, em agricultura, é usado para designar o conjunto formado pelo canal e
camalhão (ou dique de terra). São construídos a intervalos regulares, no sentido transversal à
inclinação do terreno, o que permite controlar as enxurradas, forçando-as a se infiltrarem no solo, ou
conduzindo-as a um local não recentemente cultivado. O terraceamento é uma prática mecânica
muito eficiente no controle da erosão, desde que seja bem planejado e executado, e que receba
também uma adequada manutenção. Um sistema de terraços mal planejado poderá causar muito
mais estragos que benefícios, pois se um camalhão se romper, pelo transbordamento de água de
chuva muito intensa, o mesmo acontecerá com todos os outros abaixo, causando profundos sulcos
de erosão.
A construção de estradas mal planejadas quer sejam vicinal ou interna à propriedade
agrícola, pode ser também a causa de graves erosões. Com o arranjo retilíneo dos caminhos, as
fileiras de cultivos tendem a se estabelecer no sentido do escoamento das águas, dificultando a
prática do plantio em contorno e do terraceamento. Muitas vezes, também as enxurradas, ao se
acumularem no leito das estradas, são desviadas para os campos de cultivo, onde formam grandes
sulcos que, com o tempo, se transformam em voçorocas. Uma forma de controle é o planejamento
racional dos caminhos, colocando-os, ao máximo, mais próximo das linhas de contorno em nível.
Estruturas especiais também podem ser colocadas a intervalos regulares das estradas para que a
água que delas escoa seja interceptada e levada a local onde não poderá causar erosão.
5.5.1 Terraceamento
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(como o plantio em nível, as culturas em faixas ou a rotação de culturas), por si só, não são
suficientes para uma eficaz proteção do solo contra a erosão hídrica.
Nem todos os solos e declives podem ser terraceados com êxito. Nos pedregosos ou muito
rasos, com subsolo adensado, é muito dispendioso e difícil manter um sistema de terraceamento. As
dificuldades de construção e manutenção aumentam à medida que cresce a declividade do terreno. O
uso do terraceamento é recomendado para declives superiores a 3%, comprimentos de rampa
maiores que 100 metros e topografia regular.
O terraceamento, quando bem planejado e bem construído, reduz as perdas de solo e água
pela erosão e previne a formação de sulcos e grotas, sendo mais eficiente e menos oneroso quando
usado em combinação com outras práticas, como o plantio em contorno, cobertura morta e culturas
em faixas; após vários anos, seu efeito se pode notar nas melhores produções das culturas, devido à
conservação do solo e da água.
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Tabela 14 - Valores de declividade recomendados (%) para três grupos de solos, ao longo de
terraços locados com gradiente progressivo.
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- faixa de movimentação de 6 a 12 m;
- adequado para declividades menores que 10%,
- em solos de boa permeabilidade: até declividade de 20%;
- possibilita o uso de máquinas no plantio, dentro do canal e sobre o camalhão;
- normalmente construído em nível;
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- durante a construção, a movimentação de terra é feita de cima para baixo, e de baixo para cima;
- adequado para áreas com declives de até 12%;
- implementos utilizados: arado fixo ou reversível, lâmina mediana;
- canal mais largo e raso, e maior capacidade de armazenamento do que o Nichol’s;
- seção transversal do canal: aproximadamente parabólica;
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No patamar deve ser plantada a cultura, e o talude deve ser recoberto com vegetação
rasteira, desde que não seja invasora, para manter sua estabilidade. Em solos pouco permeáveis
esse tipo de prática não é recomendada. É construído manualmente ou com trator de esteira
equipado com lâmina frontal. Em virtude do alto custo de construção, é normalmente recomendado
para exploração de culturas de alta rentabilidade econômica. Pode ser contínuo (semelhante a
terraços) ou descontínuo (banquetas individuais). É indicado para terrenos acima de 20% de
declividade.
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São bancos construídos individualmente para cada planta, onde a movimentação de terra se
dá apenas no local onde se vai cultivar. É indicado para culturas perenes. As ferramentas
empregadas são manuais: enxada e enxadão, porque são construídas em áreas com declividade
bastante acentuada, sendo impraticável o uso de máquinas. Inicialmente, retira-se toda a camada
superior mais fértil que é amontoada ao lado da área onde vai ser construída a banqueta. Em seguida
faz-se o corte no barranco e aproveita-se a terra retirada no corte para fazer o aterro. Da mesma
forma que o patamar, acerta-se a superfície da plataforma com ligeira declividade no sentido inverso
ao da declividade original do terreno. Vegeta-se com gramas a parte de aterro para melhor
estabilidade e, finalmente, espalha-se a terra raspada da superfície a fim de conservar a fertilidade da
banqueta.
Normalmente, esse tipo de terraço não segue dimensionamento adequado. Visando facilitar o
trânsito de máquinas e caminhões na área agrícola, a distância entre eles é maior do que a
recomendada para os terraços comuns; de forma errada, tenta-se compensar esta medida
aumentando a dimensão do camalhão para segurar maior volume de água.
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Uma limitação apresentada por esse tipo de terraço é que a remoção da camada mais fértil
do solo prejudica o desenvolvimento das plantas na área que foi raspada. Além disso, por requerer
grande movimentação de terra, seu custo de construção é elevado. Pelo fato de ser locado com
distâncias maiores, apresenta erosão acentuada e está sujeito a rompimento.
A decisão de quando se utilizar terraço em nível e quando utilizar terraço com gradiente deve
considerar as vantagens e desvantagens que apresentam, conforme a Tabela 15.
Além das vantagens e desvantagens relacionadas aos terraços em nível e com gradiente,
também devem ser considerados outros fatores para a seleção do tipo a ser utilizado, como:
permeabilidade do solo e do subsolo, intensidade das chuvas, topografia, cultura (anual ou perene),
manutenção e outros custos em longo prazo.
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Ao planejar uma lavoura, a primeira preocupação que se dever ter, é a escolha dos canais
para descarga do excesso de água do sistema de terraceamento. A escolha destes canais deve
obedecer a determinados critérios, peculiares de cada região. Mas é aconselhado, sempre que
possível, utilizar os canais escoadouros naturais, com proteção de gramíneas nativas ou implantadas.
Para cobertura dos canais escoadouros são indicados diversos vegetais, porém deve-se sempre dar
preferência a gramas nativas, estas devem ser resistentes e que não se disseminem pelo resto da
lavoura, com facilidade.
A disposição dos canais escoadouros deve ser feita com todo o cuidado, preferindo-se
sempre, escoadouros naturais e ainda fazer canais artificiais nos locais que forem necessários.
A largura do canal escoadouro varia muito, dependendo diretamente do volume de água que
ele deve escoar. Deve ter a parte inicial com no mínimo 2 a 3 m na parte inicial em lavouras
pequenas e à medida que se alonga, deverá ir tomando dimensões maiores, atingindo até 15 a 20 m
em grandes lavouras. Deve ser mantido sempre raso, de forma que o agricultor possa ultrapassá-lo
com as maquinas agrícolas, sem ter que contorná-lo.
Porém os canais escoadouros, não devem servir em hipótese alguma, como estradas, uma
vez que o trafego tem a tendência de sufocar e matar a grama, vindo a provocar a erosão com a
passagem de água. O mesmo poderá ocorrer nas estradas que vierem a ser utilizadas como
escoadouros.
Onde houver condições, aconselha-se fazer dos canais escoadouros, uma área para
pastoreio, mas para isso, devem ser cercados e preparados para tal atividade. Aconselha-se
principalmente para propriedades médias e grandes, que tenham condições de integrar as áreas dos
canais escoadouros com outras áreas de pastagem, ou quando o agricultor já tiver implantado um
sistema de agricultura e pecuária, executando a rotação de culturas anuais com pastagens.
Os canais escoadouros também devem ser revisados periodicamente, devem ser retirados
possíveis obstáculos que possam vir a impedir a livre passagem da água.
Se a área cultivada que desaguar no canal escoadouro for degradada e proporcionar
condições para que os terraços transportem solo para os canais, estes irão sendo aos poucos
assoreados, uma vez que a vegetação rasteira terá tendência de reter as partículas de solo. Por isto
a conservação do solo deve ser integral, muito mais do que somente algumas práticas isoladas.
São construídos entre duas áreas contíguas, de diferentes níveis, visando à proteção da
superfície mais baixa das enxurradas.
Áreas a serem protegidas podem ser lavouras situadas em encostas, acima das quais se
situam outras lavouras, em níveis mais altos, que deixam escorrer águas pluviais. Esses canais são
construídos em toda a extensão do perímetro que limita as duas superfícies e visam, portanto, o
desvio das águas, para que não atinjam a área em nível mais baixo, evitando assim, inundação,
erosão, ou assoreamento, ou ainda carreamento de venenos. Essas áreas podem também ser
várzeas, susceptíveis aos problemas de enxurradas, ou mesmo lagos ou açudes que necessitam ser
protegidos contra desmoronamentos, carreamento de venenos, e mesmo assoreamento.
Os taludes sempre deverão ter uma determinada inclinação ser revestidos com gramíneas,
para evitar o desmoronamento e conseqüentemente a obstrução do canal, dando-se preferência à
secção trapezoidal.
As extremidades onde os canais divergentes deságuam, devem estar sempre desobstruídas,
permitindo o livre escoamento, assim como toda a extensão do canal deve ser revisada para que não
aconteçam obstruções.
Porem, se construídos sem um planejamento, os canais divergentes, podem vir a apresentar
problemas de desmoronamento de seus taludes ou então se aprofundarem muito, se transformando
em voçorocas.
Nessa técnica, o preparo do solo e a execução dos trabalhos de campo, são feitos em nível,
ou seja, perpendiculares ao declive, acompanhando as curvas de nível.
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Muitos autores citam esta pratica como uma regra básica importante para um controle de
erosão bem sucedido.
Os rastros do preparo do solo e os sulcos do plantio perpendiculares ao declive formam
obstáculos ao escoamento da água. Também os sulcos das rodas do trator, onde a infiltração de
água é menor, são menos suscetíveis a erosão, quando perpendiculares ao declive e não paralelos
ao mesmo.
Com o preparo do solo ou plantio sendo realizado no sentido do declive, a água infiltrada é
canalizada para o sulco das rodas do trator e para o resto rastro dos implementos, ocasionando a
erosão.
As voçorocas são uma conseqüência da erosão, no seu estágio mais avançado. São
aprofundados no solo, devido à passagem de volumes consideráveis de água com grande
velocidade. Portanto, a concentração do volume de água e sua velocidade são os principais fatores
que concorrem para a sua formação.
A voçoroca é uma forma de erosão facilmente visualizada, devido a seu grande tamanho. Isto
faz muitos entenderem que somente há erosão no solo, quando existe a voçoroca. A erosão laminar
é mais insidiosa e não é observada por grande parte dos agricultores.
Dependendo do tipo de solo, as voçorocas cavam valas profundas. As voçorocas também
podem se originar de estradas mal locadas ou mal conservadas e que conduzem grandes volumes de
águas pluviais.
Deve-se tomar cuidado para não deixá-las de aprofundarem muito, pois, neste estágio, são
mais difíceis de controlar. Seu controle sempre constitui uma tarefa difícil, porque requer muito
trabalho e persistência. Basicamente, existem duas formas de controle de voçorocas.
A) uma forma mais rápida consiste em desmoronar os barrancos, até que fiquem nivelados.
Entretanto, isoladamente, esta pratica pouco resolve a situação, tendo em vista que, as primeiras
chuvas fortes levam consideráveis quantidades de terras. Por este fato, deve ser tomado muito
cuidado para que isto seja evitado. Quando possível, devem ser alterados os canais escoadouros ou
canais divergentes. No caso de canais escoadouros, construí-los lateralmente a voçoroca e revesti-
los com grama. Estes canais divergentes devem estar a certa distancia da margem da voçoroca. Esta
distancia, de 10 a 20 metros varia de acordo com o tamanho da voçoroca, uma vez que, se for
grande, precisará um volume grande de terra a ser desmoronado lateralmente. Depois que estes
canais estiverem consolidados e gramados, então poderá se fazer o desmoronamento da voçoroca,
com o arado de disco lavrando no sentido longitudinal, sempre com o máximo de cuidado para não se
aproximar demais da margem, evitando a queda do trator.
Este trabalho também pode ser executado com motoniveladoras com muita vantagem de
tempo e eficiência. Antes de começar o desmoronamento, pode-se colocar na voçoroca, ramos de
arvores ou arbustos, tocos, bagaço de cana-de-açúcar, pedaços de madeira ou outras substancias
orgânicas, para auxiliar a obstruir e, conseqüentemente, diminuir o volume de terra a mobilizar.
De imediato deve ser construído um canal, onde foi fechada a voçoroca, cultivando grama,
para protegê-lo, evitando assim o transporte do solo. Após estar devidamente consolidado com
grama, este funcionará como um canal escoadouro. Poderão ser destruídos os canais laterais
provisórios e preparar para conduzir as águas pluviais para dentro da antiga voçoroca. Neste caso
podem ser utilizados restos vegetais, tocos etc, dentro da antiga voçoroca, com a finalidade de
reduzir a velocidade da água. Deve-se observar que estes devem estar fixos, com estacas para que
ofereçam resistência a passagem da água. Devem ser colocados de tal forma que alcancem toda a
largura da voçoroca, para obrigar que as águas os transponham e não desviem lateralmente, pois
neste caso, criariam um problema, escavando outra voçoroca lateral.
De imediato deve ser feita a semeadura ou enleivamento de grama (missioneira ou
pensacola) para que, aos poucos, esta grama revista o canal protegendo-o da erosão.
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Por sua vez quando estes septos também estiverem com a terra transportada, provavelmente
a primeira série está totalmente aterrada. A esta altura poderá ser colocada uma terceira série de
septos, aproximadamente ao nível entre os da segunda série, ou seja, praticamente sobre os da
primeira serie. Quando estes estiverem nivelados, colocar a quarta série de septos, aproximadamente
sobre a segunda série e assim sucessivamente.
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Se a área onde está a voçoroca for destinada às pastagens, possivelmente, esta possa
permanecer arborizada após a regeneração. Caso for utilizada para lavoura, deve-se verificar o
estagio de regeneração da voçoroca e, com muita cautela, proceder a utilização racional do solo,
conforme as condições permitirem.
Se a voçoroca estiver em área de pastagem, esta deverá ser interditada para pastoreio ou
passagem de gado e devem ser evitadas queimadas, objetivando a sua correção. Isto normalmente é
feito com cerca margeando a área.
O controle de voçorocas é um trabalho demorado, e que exige cuidado e dedicação, mas
corresponde quando feito com dedicação, possibilitando, assim, recuperar áreas improdutivas ou de
difícil transposição por maquinas ou animais, devido a ação erosiva do escorrimento das águas das
chuvas.
3. OBJETIVOS
4. DESCRIÇÃO DO PROJETO
a) Atividades de recomposição
b) Plantio das espécies indicadas
c) Monitoramento e avaliação do processo de recuperação
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• Abertura de covas
• Correção dos solos e adubações
• Ações de plantio e tutoramento
IMPORTANTE:
• Fazer recomposição topográfica para o disciplinamento das águas superficiais se necessário
• O ideal é que os mesmos técnicos que elaboram o PRAD, também sejam os responsáveis
pelo acompanhamento de sua execução e por seu monitoramento;
• O registro fotográfico deve ser realizado observando os mesmos pontos fotografados nas
fases de pré e pós-recuperação
• O processo de recuperação de áreas degradadas deve atender as exigências dos órgãos
ambientais Municipais, Estaduais ou Federais licenciadores de atividades modificadoras do
ambiente
7 BACIAS HIDROGRÁFICAS
Uma bacia hidrográfica é uma unidade fisiográfica, limitada por divisores topográficos, que
recolhe a precipitação, age como um reservatório de água e sedimentos, defluindo-os em uma seção
fluvial única, denominada exutório. Os divisores topográficos ou divisores de água são as cristas das
elevações do terreno que separam a drenagem da precipitação entre duas bacias adjacentes, tal
como ilustrado na Figura 44.
A bacia hidrográfica, associada a uma dada seção fluvial ou exutório, é individualizada pelos
seus divisores de água e pela rede fluvial de drenagem; essa individualização pode se fazer por meio
de mapas topográficos. Os divisores de água de uma bacia formam uma linha fechada, a qual é
ortogonal às curvas de nível do mapa e desenhada a partir da seção fluvial do exutório, em direção
às maiores cotas ou elevações (Figura 44). A rede de drenagem de uma bacia hidrográfica é formada
pelo rio principal e pelos seus tributários, constituindo-se em um sistema de transporte de água e
sedimentos, enquanto a sua área de drenagem é dada pela superfície da projeção vertical da linha
fechada dos divisores de água sobre um plano horizontal, sendo geralmente expressa em hectares
(ha) ou quilômetros quadrados (km2).
Uma bacia hidrográfica é um sistema que integra as conformações de relevo e drenagem. A
parcela da chuva que se abate sobre a área da bacia e que irá transformar-se em escoamento
superficial, chamada precipitação efetiva, escoa a partir das maiores elevações do terreno, formando
enxurradas em direção aos vales. Esses, por sua vez, concentram esse escoamento em córregos,
riachos e ribeirões, os quais confluem e formam o rio principal da bacia. O volume de água que passa
pelo exutório na unidade de tempo é a vazão ou descarga da bacia. Na seqüência de um evento
chuvoso significativo, a vazão Q varia com o tempo de uma forma característica de cada bacia
(Figura 45).
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Divisor de Águas
Figura 45 - Bacia Hidrográfica é uma área que funciona como se fosse um funil. Toda água que cai
com a chuva escorre para um único rio ou lago. Esta área física é uma importante unidade de
planejamento e de execução de atividades sócio-econômicas, ambientais, culturais e educativas.
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Q = CIA / 360
Onde:
I=a/t+b
Onde:
• < 5%: Declive plano e suave com escoamento superficial lento ou médio. Não impedem o uso de
máquinas agrícolas. A erosão hídrica não é problema e exige práticas simples de conservação do
solo (plantio em nível, cobertura morta, rotação de culturas).
• 5-10%: Superfícies inclinadas, geralmente em relevo ondulado nos quais o escoamento
superficial é médio. O declive não prejudica o uso de máquinas agrícolas e a erosão hídrica já
causa problemas em alguns casos, exigindo práticas simples e complexas de conservação.
• 10-15%: Compreende áreas muito inclinadas ou declivosas, com escoamento superficial rápido.
Dificulta o uso de máquinas agrícolas. Os solos são facilmente erodíveis. Normalmente são áreas
que só podem ser utilizadas para alguns cultivos perenes, pastagens ou reflorestamento.
• 15-20%: São áreas fortemente inclinadas, cujo escoamento superficial é rápido. Não são
apropriadas para culturas perenes sendo próprias para pastagens ou reflorestamento. Apresenta
problemas de erosão e impedimento ao uso de máquinas agrícolas
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• Profundidade efetiva suficiente para expansão do sistema radicular das plantas. + ou - 150 cm.
• Fertilidade relativamente alta, com propriedades e características que facilitem a correção de
eventuais deficiências.
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Considera características e qualidades da gleba com um todo, julgando com elas a sua
adaptabilidade para uso intensivo com cultivos, pastagens e reflorestamento e comparando-as com
as definições das classes de capacidade de uso enquadra-se a gleba na que mais se aproxima.
9 BIBLIOGRAFIA
BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F.; Conservação do solo. Piracicaba: Livroceres, 1985. 392p.
BRADY, N. C.; Natureza e propriedades dos solos. 7. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1989. 878 p.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: ciências naturais.
Brasília: MEC/SEF, 1997. 136 p.
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ANEXO I
LEI Nº 9.433, DE 8 DE JANEIRO DE 1997.
Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de
13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
TÍTULO I
CAPÍTULO I
DOS FUNDAMENTOS
III - em situações de escassez, o uso prioritário dos recursos hídricos é o consumo humano e a
dessedentação de animais;
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;
VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação do Poder
Público, dos usuários e das comunidades.
CAPÍTULO II
DOS OBJETIVOS
II - a utilização racional e integrada dos recursos hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas
ao desenvolvimento sustentável;
III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem natural ou decorrentes do
uso inadequado dos recursos naturais.
CAPÍTULO III
Art. 3º Constituem diretrizes gerais de ação para implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos:
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I - a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos de quantidade e
qualidade;
VI - a integração da gestão das bacias hidrográficas com a dos sistemas estuarinos e zonas costeiras.
Art. 4º A União articular-se-á com os Estados tendo em vista o gerenciamento dos recursos hídricos de
interesse comum.
CAPÍTULO IV
DOS INSTRUMENTOS
V - a compensação a municípios;
SEÇÃO I
Art. 6º Os Planos de Recursos Hídricos são planos diretores que visam a fundamentar e orientar a
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos hídricos.
Art. 7º Os Planos de Recursos Hídricos são planos de longo prazo, com horizonte de planejamento
compatível com o período de implantação de seus programas e projetos e terão o seguinte conteúdo
mínimo:
III - balanço entre disponibilidades e demandas futuras dos recursos hídricos, em quantidade e
qualidade, com identificação de conflitos potenciais;
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V - medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a serem implantados, para
o atendimento das metas previstas;
VI - (VETADO)
VII - (VETADO)
X - propostas para a criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção dos recursos
hídricos.
Art. 8º Os Planos de Recursos Hídricos serão elaborados por bacia hidrográfica, por Estado e para o
País.
SEÇÃO II
Art. 9º O enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água,
visa a:
I - assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas;
II - diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante ações preventivas permanentes.
Art. 10. As classes de corpos de água serão estabelecidas pela legislação ambiental.
SEÇÃO III
Art. 11. O regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos tem como objetivos assegurar o
controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso à água.
Art. 12. Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os direitos dos seguintes usos de recursos
hídricos:
I - derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água para consumo final,
inclusive abastecimento público, ou insumo de processo produtivo;
II - extração de água de aqüífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo produtivo;
III - lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados ou não,
com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final;
V - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente em um corpo de
água.
I - o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais,
distribuídos no meio rural;
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II - as derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes;
§ 2º A outorga e a utilização de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica estará
subordinada ao Plano Nacional de Recursos Hídricos, aprovado na forma do disposto no inciso VIII do art.
35 desta Lei, obedecida a disciplina da legislação setorial específica.
Art. 13. Toda outorga estará condicionada às prioridades de uso estabelecidas nos Planos de
Recursos Hídricos e deverá respeitar a classe em que o corpo de água estiver enquadrado e a manutenção
de condições adequadas ao transporte aquaviário, quando for o caso.
Parágrafo único. A outorga de uso dos recursos hídricos deverá preservar o uso múltiplo destes.
Art. 14. A outorga efetivar-se-á por ato da autoridade competente do Poder Executivo Federal, dos
Estados ou do Distrito Federal.
§ 1º O Poder Executivo Federal poderá delegar aos Estados e ao Distrito Federal competência para
conceder outorga de direito de uso de recurso hídrico de domínio da União.
§ 2º (VETADO)
Art. 15. A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa parcial ou totalmente, em
definitivo ou por prazo determinado, nas seguintes circunstâncias:
III - necessidade premente de água para atender a situações de calamidade, inclusive as decorrentes
de condições climáticas adversas;
V - necessidade de se atender a usos prioritários, de interesse coletivo, para os quais não se disponha
de fontes alternativas;
Art. 16. Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos far-se-á por prazo não excedente a trinta
e cinco anos, renovável.
Art. 18. A outorga não implica a alienação parcial das águas, que são inalienáveis, mas o simples
direito de seu uso.
SEÇÃO IV
I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor;
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III - obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções contemplados nos
planos de recursos hídricos.
Art. 20. Serão cobrados os usos de recursos hídricos sujeitos a outorga, nos termos do art. 12 desta
Lei.
Art. 21. Na fixação dos valores a serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos devem ser
observados, dentre outros:
I - nas derivações, captações e extrações de água, o volume retirado e seu regime de variação;
II - nos lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, o volume lançado e seu
regime de variação e as características físico-químicas, biológicas e de toxidade do afluente.
Art. 22. Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão aplicados
prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram gerados e serão utilizados:
§ 1º A aplicação nas despesas previstas no inciso II deste artigo é limitada a sete e meio por cento do
total arrecadado.
§ 2º Os valores previstos no caput deste artigo poderão ser aplicados a fundo perdido em projetos e
obras que alterem, de modo considerado benéfico à coletividade, a qualidade, a quantidade e o regime de
vazão de um corpo de água.
§ 3º (VETADO)
SEÇÃO V
DA COMPENSAÇÃO A MUNICÍPIOS
SEÇÃO VI
Art. 25. O Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos é um sistema de coleta, tratamento,
armazenamento e recuperação de informações sobre recursos hídricos e fatores intervenientes em sua
gestão.
Parágrafo único. Os dados gerados pelos órgãos integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos serão incorporados ao Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos.
Art. 26. São princípios básicos para o funcionamento do Sistema de Informações sobre Recursos
Hídricos:
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II - coordenação unificada do sistema;
Art. 27. São objetivos do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos:
I - reunir, dar consistência e divulgar os dados e informações sobre a situação qualitativa e quantitativa
dos recursos hídricos no Brasil;
CAPÍTULO V
CAPÍTULO VI
Art. 29. Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, compete ao Poder Executivo
Federal:
II - outorgar os direitos de uso de recursos hídricos, e regulamentar e fiscalizar os usos, na sua esfera
de competência;
III - implantar e gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos, em âmbito nacional;
Parágrafo único. O Poder Executivo Federal indicará, por decreto, a autoridade responsável pela
efetivação de outorgas de direito de uso dos recursos hídricos sob domínio da União.
Art. 30. Na implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, cabe aos Poderes Executivos
Estaduais e do Distrito Federal, na sua esfera de competência:
III - implantar e gerir o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos, em âmbito estadual e do
Distrito Federal;
TÍTULO II
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DO SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS
CAPÍTULO I
Art. 32. Fica criado o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, com os seguintes
objetivos:
V - as Agências de Água.
Art. 33. Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos: (Redação dada pela
Lei 9.984, de 2000)
I – o Conselho Nacional de Recursos Hídricos; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
I-A. – a Agência Nacional de Águas; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
II – os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal; (Redação dada pela Lei
9.984, de 2000)
III – os Comitês de Bacia Hidrográfica; (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
IV – os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais cujas
competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos; (Redação dada pela Lei 9.984, de
2000)
CAPÍTULO II
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I - representantes dos Ministérios e Secretarias da Presidência da República com atuação no
gerenciamento ou no uso de recursos hídricos;
Parágrafo único. O número de representantes do Poder Executivo Federal não poderá exceder à
metade mais um do total dos membros do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
III - deliberar sobre os projetos de aproveitamento de recursos hídricos cujas repercussões extrapolem
o âmbito dos Estados em que serão implantados;
IV - deliberar sobre as questões que lhe tenham sido encaminhadas pelos Conselhos Estaduais de
Recursos Hídricos ou pelos Comitês de Bacia Hidrográfica;
VII - aprovar propostas de instituição dos Comitês de Bacia Hidrográfica e estabelecer critérios gerais
para a elaboração de seus regimentos;
VIII - (VETADO)
X - estabelecer critérios gerais para a outorga de direitos de uso de recursos hídricos e para a
cobrança por seu uso.
I - um Presidente, que será o Ministro titular do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e
da Amazônia Legal;
II - um Secretário Executivo, que será o titular do órgão integrante da estrutura do Ministério do Meio
Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal, responsável pela gestão dos recursos hídricos.
CAPÍTULO III
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Art. 37. Os Comitês de Bacia Hidrográfica terão como área de atuação:
Parágrafo único. A instituição de Comitês de Bacia Hidrográfica em rios de domínio da União será
efetivada por ato do Presidente da República.
Art. 38. Compete aos Comitês de Bacia Hidrográfica, no âmbito de sua área de atuação:
I - promover o debate das questões relacionadas a recursos hídricos e articular a atuação das
entidades intervenientes;
VII - (VETADO)
VIII - (VETADO)
IX - estabelecer critérios e promover o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse comum
ou coletivo.
Parágrafo único. Das decisões dos Comitês de Bacia Hidrográfica caberá recurso ao Conselho
Nacional ou aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de acordo com sua esfera de competência.
I - da União;
II - dos Estados e do Distrito Federal cujos territórios se situem, ainda que parcialmente, em suas
respectivas áreas de atuação;
§ 1º O número de representantes de cada setor mencionado neste artigo, bem como os critérios para
sua indicação, serão estabelecidos nos regimentos dos comitês, limitada a representação dos poderes
executivos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios à metade do total de membros.
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§ 2º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias de rios fronteiriços e transfronteiriços de gestão
compartilhada, a representação da União deverá incluir um representante do Ministério das Relações
Exteriores.
§ 3º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias cujos territórios abranjam terras indígenas devem
ser incluídos representantes:
§ 4º A participação da União nos Comitês de Bacia Hidrográfica com área de atuação restrita a bacias
de rios sob domínio estadual, dar-se-á na forma estabelecida nos respectivos regimentos.
Art. 40. Os Comitês de Bacia Hidrográfica serão dirigidos por um Presidente e um Secretário, eLeitos
dentre seus membros.
CAPÍTULO IV
Art. 41. As Agências de Água exercerão a função de secretaria executiva do respectivo ou respectivos
Comitês de Bacia Hidrográfica.
Art. 42. As Agências de Água terão a mesma área de atuação de um ou mais Comitês de Bacia
Hidrográfica.
Parágrafo único. A criação das Agências de Água será autorizada pelo Conselho Nacional de
Recursos Hídricos ou pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos mediante solicitação de um ou mais
Comitês de Bacia Hidrográfica.
Art. 43. A criação de uma Agência de Água é condicionada ao atendimento dos seguintes requisitos:
II - viabilidade financeira assegurada pela cobrança do uso dos recursos hídricos em sua área de
atuação.
III - efetuar, mediante delegação do outorgante, a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
IV - analisar e emitir pareceres sobre os projetos e obras a serem financiados com recursos gerados
pela cobrança pelo uso de Recursos Hídricos e encaminhá-los à instituição financeira responsável pela
administração desses recursos;
V - acompanhar a administração financeira dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de
recursos hídricos em sua área de atuação;
VII - celebrar convênios e contratar financiamentos e serviços para a execução de suas competências;
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VIII - elaborar a sua proposta orçamentária e submetê-la à apreciação do respectivo ou respectivos
Comitês de Bacia Hidrográfica;
IX - promover os estudos necessários para a gestão dos recursos hídricos em sua área de atuação;
X - elaborar o Plano de Recursos Hídricos para apreciação do respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica;
a) o enquadramento dos corpos de água nas classes de uso, para encaminhamento ao respectivo
Conselho Nacional ou Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de acordo com o domínio destes;
c) o plano de aplicação dos recursos arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
CAPÍTULO V
Art. 45. A Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Recursos Hídricos será exercida pelo órgão
integrante da estrutura do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal,
responsável pela gestão dos recursos hídricos.
III - instruir os expedientes provenientes dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e dos
Comitês de Bacia Hidrográfica;
Art. 46. Compete à Secretaria Executiva do Conselho Nacional de Recursos Hídricos: (Redação dada
pela Lei 9.984, de 2000)
III – instruir os expedientes provenientes dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos e dos
Comitês de Bacia Hidrográfica;" (Redação dada pela Lei 9.984, de 2000)
CAPÍTULO VI
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DAS ORGANIZAÇÕES CIVIS DE RECURSOS HÍDRICOS
Art. 47. São consideradas, para os efeitos desta Lei, organizações civis de recursos hídricos:
III - organizações técnicas e de ensino e pesquisa com interesse na área de recursos hídricos;
Art. 48. Para integrar o Sistema Nacional de Recursos Hídricos, as organizações civis de recursos
hídricos devem ser legalmente constituídas.
TÍTULO III
Art. 49. Constitui infração das normas de utilização de recursos hídricos superficiais ou subterrâneos:
I - derivar ou utilizar recursos hídricos para qualquer finalidade, sem a respectiva outorga de direito de
uso;
III - (VETADO)
IV - utilizar-se dos recursos hídricos ou executar obras ou serviços relacionados com os mesmos em
desacordo com as condições estabelecidas na outorga;
V - perfurar poços para extração de água subterrânea ou operá-los sem a devida autorização;
VI - fraudar as medições dos volumes de água utilizados ou declarar valores diferentes dos medidos;
VII - infringir normas estabelecidas no regulamento desta Lei e nos regulamentos administrativos,
compreendendo instruções e procedimentos fixados pelos órgãos ou entidades competentes;
VIII - obstar ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades competentes no exercício de suas
funções.
Art. 50. Por infração de qualquer disposição legal ou regulamentar referentes à execução de obras e
serviços hidráulicos, derivação ou utilização de recursos hídricos de domínio ou administração da União, ou
pelo não atendimento das solicitações feitas, o infrator, a critério da autoridade competente, ficará sujeito às
seguintes penalidades, independentemente de sua ordem de enumeração:
I - advertência por escrito, na qual serão estabelecidos prazos para correção das irregularidades;
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III - embargo provisório, por prazo determinado, para execução de serviços e obras necessárias ao
efetivo cumprimento das condições de outorga ou para o cumprimento de normas referentes ao uso,
controle, conservação e proteção dos recursos hídricos;
IV - embargo definitivo, com revogação da outorga, se for o caso, para repor incontinenti, no seu antigo
estado, os recursos hídricos, Leitos e margens, nos termos dos arts. 58 e 59 do Código de Águas ou
tamponar os poços de extração de água subterrânea.
§ 1º Sempre que da infração cometida resultar prejuízo a serviço público de abastecimento de água,
riscos à saúde ou à vida, perecimento de bens ou animais, ou prejuízos de qualquer natureza a terceiros, a
multa a ser aplicada nunca será inferior à metade do valor máximo cominado em abstrato.
§ 2º No caso dos incisos III e IV, independentemente da pena de multa, serão cobradas do infrator as
despesas em que incorrer a Administração para tornar efetivas as medidas previstas nos citados incisos, na
forma dos arts. 36, 53, 56 e 58 do Código de Águas, sem prejuízo de responder pela indenização dos danos
a que der causa.
§ 3º Da aplicação das sanções previstas neste título caberá recurso à autoridade administrativa
competente, nos termos do regulamento.
TÍTULO IV
Art. 51. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos e os Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos
poderão delegar a organizações sem fins lucrativos relacionadas no art. 47 desta Lei, por prazo
determinado, o exercício de funções de competência das Agências de Água, enquanto esses organismos
não estiverem constituídos. (Redação dada pela Lei nº 10.881, de 2004)
Art. 52. Enquanto não estiver aprovado e regulamentado o Plano Nacional de Recursos Hídricos, a
utilização dos potenciais hidráulicos para fins de geração de energia elétrica continuará subordinada à
disciplina da legislação setorial específica.
Art. 53. O Poder Executivo, no prazo de cento e vinte dias a partir da publicação desta Lei,
encaminhará ao Congresso Nacional projeto de Lei dispondo sobre a criação das Agências de Água.
Art. 54. O art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 1º .............................................................................
........................................................................................
III - quatro inteiros e quatro décimos por cento à Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio
Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal;
IV - três inteiros e seis décimos por cento ao Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica - DNAEE,
do Ministério de Minas e Energia;
....................................................................................
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§ 4º A cota destinada à Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos
Hídricos e da Amazônia Legal será empregada na implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos e do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e na gestão da rede
hidrometeorológica nacional.
§ 5º A cota destinada ao DNAEE será empregada na operação e expansão de sua rede hidrometeorológica,
no estudo dos recursos hídricos e em serviços relacionados ao aproveitamento da energia hidráulica."
Parágrafo único. Os novos percentuais definidos no caput deste artigo entrarão em vigor no prazo de
cento e oitenta dias contados a partir da data de publicação desta Lei.
Art. 55. O Poder Executivo Federal regulamentará esta Lei no prazo de cento e oitenta dias, contados
da data de sua publicação.
Gustavo Krause
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ANEXO II
MAPA DO USO DO SOLO E DA COBERTURA VEGETAL DO MUNICÍPIO DE PALMAS - TO
791000 804000 817000
SEDUH
8910000
8910000
Secretaria de Des envolvimento Gerênc ia de Informações
Urbano e Habitação - SEDUH Urbanís ticas e Georreferenciamento
LEGENDA
Convenções Cartográficas
Lago
8897000
8897000
Cursos d'água
Quadras
Uso do Solo
Rio Tocantins
Aeroporto - construção
Aeroporto atual
Área de lazer
Área de mineração
8884000
8884000
Área de residuos
Área inundada
Área urbana
Campo de várzea
Campo limpo
Campo sujo
Cascalheira
Cerrado
Cerradão
8871000
8871000
Cultura perene
Floresta estacional
Mata ciliar
Mata de galeria
Pasto
8858000
8858000
ESCALA GRÁFICA
m
0 1.950 3.900 7.800 11.700
8845000
8845000
1:250.000
Projeção Cartográfica - Universal Transversal
de Mercator - UTM - SAD 69 - Fuso 22
Z:\ S EDUH\ M apas E x portados \ 2007\ SI G-I nform aç ões G era is
NOTA T ÉCNICA
- Base Cartográfic a Urbanística compilada do Mos aico das
Ortofotos do projeto nº 680/03. Escala das fotos: 1:8000.
Configuração:Sentido do vôo N-S-N, com câmara ZEISS
U wlk 2000, distância focal calibrada 152,355 mm.
Época do vôo: maio de 2003. Levantamento autorizado
pelo Exército e realizado pela Engefoto em parceria com
a Prefeitura Municipal de Palmas. Layout versão 3.0.
8832000
8832000
FONTE DE DADOS
- Informações provenientes da bas e de dados do Cadastro
Multifinalitário, levantamento realizado no período de outubro
de 2003 a setembro de 2004 pela Prefeitura Munic ipal
de Palmas;
- Informações do Us o do Solo e da Cobertura Vegetal
M 009_A gos to de 2007