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Proposta Pedagógica Para o Ensino do

Handebol Como Conteúdo das Aulas


Educação Física

Cézar Leão
Proposta Pedagógica Para o Ensino do Handebol
Cézar Leão

SÍNTESE DO CURRÍCULO DO FACILITADOR /


PROFESSOR

Cézar Augusto Caldas Souza Leão, 44, é Professor de


Educação Física pela Universidade de Pernambuco – UPE /
82, tem Pós-graduação em Treinamento Desportivo com
especialização em HANDEBOL pela Universidade de
Pernambuco – UPE / 93 e Pós-graduação em Planejamento e
Gestão Organizacional pela Faculdade de Ciências da
Administração – FCAP – UPE / 04.
Tem como áreas de interesse permanente e atuação a gestão desportiva, o planejamento estratégico
desportivo, o treinamento do handebol a docência universitária.
É professor das disciplinas Fundamentos da Educação Física, Handebol, Organização e Gestão de
Eventos e Técnico das equipes de Handebol masculino e feminino do Centro Universitário Luterano
de Palmas, CEULP-ULBRA.
Tem realizado estudos, elaborações, apresentações e publicações no campo do treinamento e da
gestão do desporto através de palestras, cursos, seminários e atuado como conferencista em
congressos em nível regional e nacional.

Tem realizado trabalhos técnicos especializados de capacitação e treinamento de equipes:


Auxiliar técnico da Seleção Brasileira de Handebol Juvenil Masculina.
Técnico da Seleção Pernambucana de Handebol Feminino, para os jogos da Juventude;
Técnico da Seleção Pernambucana de Handebol Feminino, para o Campeonato Brasileiro;
Técnico de handebol da equipe masculina da Escola Superior de Educação Física da Universidade
de Pernambuco;
Técnico da Seleção Universitária Pernambucana de Handebol Masculino, para os Jogos
Universitários Brasileiros;
Técnico da Seleção Universitária Pernambucana de Handebol feminino, para os Jogos
Universitários Brasileiros.
Ministrante do Curso de Atualização em Handebol, na cidade de Bezerros – PE;
Ministrante do Curso de Atualização em Handebol, Aracati – CE;
Palestrante do Fórum de Debates do Encontro de Técnicos, Professores e Promotores de Eventos
do Handebol do Nordeste, GESTÃO DE EVENTOS ESPORTIVOS E NOÇÕES DO
MARKETING ESPORTIVO, Fortaleza – CE.
Ministrante do Curso de Atualização em Handebol, no Encontro dos Professores de Educação
física do Estado de Rondônia, Ji- Paraná e Porto Velho - RO
Ministrante do Curso de Atualização em Handebol, no I Congresso Internacional de Educação
Física e Pedagogia, realizado na cidade de Imperatriz – MA;
Coordenador do CENESP na estatística da modalidade handebol nos Jogos da Juventude 2001.
Coordenador geral das cinco edições da Copa Leão do Norte, maior evento particular do desporto
amador do estado de PE;
Coordenador Técnico da I Copa do Cerrado de Hnadebol;
Gestor das etapas, 2002 e 2003, do Seminário Internacional de esportes de Quadra;

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SIMBOLOGIA

JOGADOR ATACANTE

SITUAÇÃO QUE OCUPA UM ATACANTE DEPOIS DO


DESLOCAMENTO
JOGADOR ATACANTE COM A BOLA

JOGADOR DEFENSOR

SITUAÇÃO QUE OCUPA UM DEFENSOR DEPOIS DO


DESLOCAMENTO
DESLOCAMENTO DO JOGADOR NUMA DIREÇÃO E SENTIDO

DESLOCAMENTO DO JOGADOR COM A BOLA

SENTIDO DA BOLA

DESLOCAMENTO DE JOGADOR ATACANTE COM MUDANÇA


BRUSCA DIREÇÃO
DESLOCAMENTO DE JOGADOR ATACANTE EXECUTANDO O
DRIBLE

ARREMESSO

DESLOCAMENTO COM BLOQUEIO OFENSIVO

BLOQUEIO DEFENSIVO
SENTIDO DA BOLA, PASSE QUICADO

CAMPO DE JOGO OFENSIVO CAMPO DE JOGO DEFENSIVO


A orientação do campo ofensivo será A orientação do campo ofensivo
com a baliza na parte superior. será com a baliza na parte inferior.

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Índice
Capitulo I – HISTÓRICO, ORGANIZAÇÃO E EVOLUÇÃO

Capitulo II – REGULAMENTAÇÃO BÁSICA PARA AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Capitulo III – PROPOSTA METOLOGICA PARA O ENSINO DO HANDEBOL

Capitulo IV – INICIAÇÃO ESPORTIVA

Capitulo V – DOS JOGOS PRÉ-DESPORTIVOS AO MINI HANDEBOL

Capitulo VI - FUNDAMENTOS TÉCNICOS DO HANDEBOL

Capitulo VI – FUNDAMENTOS TÁTICOS DO HANDBOL

Capitulo VII – DESENVOLVIMENTO OFENSIVO

Capítulo VIII – DESENVOLVIMENTO DEFENSIVO

Capítulo IX – O GOLEIRO

Capitulo X – TEXTOS PEDAGÓGICOS

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Capitulo I – HISTÓRICO, ORGANIZAÇÃO E EVOLUÇÃO

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Capitulo I

HISTÓRICO, ORGANIZAÇÃO E EVOLUÇÃO

Existem muitas versões para a origem do Handebol, em 1917, na Alemanha, foi


criado o Handebol de Campo, para os homens, praticado em campos com as medidas do
futebol. Foi criado a partir de quatro jogos (Torball, Korball, Völkerball e Feldhandball),
pelo professor Karl Schelenz, considerado o pai do Handebol. O jogo de Handebol teve sua
popularização por toda Europa graças a Faculdade de Educação Física de Berlim, onde
havia muitos estrangeiros, que levaram para os seus países os conhecimentos ali obtidos.
Provavelmente todos os jogos com a bola têm origem na China, os historiadores
contam que, aproximadamente no ano de 2000 a.C., nasceu o Kemari como a variante mais
antiga de esporte com bola. No ano de 884 a.C., segundo o historiador Bernard Gillet,
apareceu na Grécia o jogo Epyskiros. Os gregos conheceram um outro jogo chamado
Urânia, a bola era do tamanho de uma laranja. Por volta do século XI, na civilização
romana, surge o Haspastum, jogo muito parecido com o Epyskiros. A bola do Haspastum
era feita de bexiga de boi, coberta com uma capa de couro, que foi chamada pelos romanos
de follis. Após a Idade Média surgiu o Rugby onde era permitido o uso das mãos e dos pés,
tal como podemos ver atualmente. Na Idade Moderna, em 1890, surgiu o Raffballspiel,
criado pelo prof. Alemão Konrad Kock. Esse jogo era semelhante ao Handebol, porém não
tinha campo marcado nem traves. Em 1892, apareceu o Hazena, criado pelo prof. Tcheco
Kristof Antonin, era praticado num campo de 45 x 30, havia traves com 2 m de largura, por
2,40 m de altura, a área era retangular e tinha 4 m da linha de fundo, mais tarde o prof.
Tcheco Vaclav Karas, modificou a área do goleiro para um semi-círculo de 6 m. No ano de
1898, Holger Nielsen, prof. dinamarquês, recebeu ordens do diretor de uma escola para que
não permitisse o jogo de futebol no pátio do colégio, porque estava causando prejuízos e
ferimentos nos alunos. Então ele criou um novo esporte chamado Haadbold. Em 1915,
iniciou-se na Alemanha, o jogo Torball, criado pelo prof. Max Heizer, para as operárias da
fabrica Siemmes, onde o campo tinha as dimensões de 40 x 20 m.

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Datas marcantes para o handebol:

 1925, foi realizado o 1° jogo internacional. (Alemanha 3 x 6 Áustria)


 Em 1935, foi realizado o primeiro jogo de Handebol de Salão, na Dinamarca.
(Dinamarca 12 X 18 Suécia).
 Handebol de campo, masculino, foi incluído pela primeira vez nos Jogos Olímpicos de
1936, em Berlim. (seis países – final Alemanha 10 x 6 Áustria)
 Em 1936, foi realizado o IV Congresso da IAHF, em Berlim, para publicar oficialmente
a regra de Handebol de Salão.
 No ano de 1938, foi realizado o primeiro campeonato mundial de Handebol de Salão.
(1º Alemanha, 2º Áustria, 3º Suécia).
 Em 1946, foi fundada a International Handball Federation – IHF, com sede na Suécia.
 A IHF no ano de 1950 foi transferida para a Basiléia na Suíça.
 Por razões climáticas, preferência pelo futebol, falta de espaço nas escolas e clubes das
grandes cidades, e pela velocidade e mobilidade o Handebol de Campo foi perdendo
espaço até quase desaparecer.
 Em 1972, o Handebol masculino (já o de Salão) participou novamente dos Jogos
Olímpicos em Munique – Alemanha, (1º Iugoslávia, 2º Tchecoslováquia, 3º Romênia).

NO BRASIL
 Década de 30: Introduzido pelos imigrantes europeus no início do século e por
membros da Associação Cristã de Moços (ACM) em São Paulo, em 1931 foi realizado
em 1931, o primeiro jogo interestadual entre equipes de São Paulo e do Rio de Janeiro,
no ano de 1937, foi organizado o primeiro jogo internacional, entre a seleção Paulista e
os cadetes do navio escola alemão Schlesien da Marinha Alemã (São Paulo 9 x 8 equipe
Alemã).
 Em 1940, foi fundada a Federação Paulista de Handebol – FPH.
 Em 1950, foram formadas duas seleções paulistas que jogaram na inauguração do
Estádio do Maracanã (o grande público que vibrou com o jogo, chamou de “futebol
com as mãos”).
 Década de 60: professor Augusto Listello (francês) ministrou um curso internacional
em santos para professores de todo o Brasil.
 O MEC EM 1971: Introduziu no seu calendário os jogos escolares brasileiros (JEB‟s) e
jogos universitários brasileiros (JUB‟s);
 Em 1973, foi realizado o 1º Campeonato Brasileiro de Handebol Juvenil masculino e
feminino em Niterói – RJ. (organizada pela antiga CBD)
 Em 1974, o primeiro grupo de técnicos brasileiros viajou para a Romênia para um
estágio técnico.
 No ano de 1974, em Fortaleza – CE., foi realizado o 1º Campeonato Brasileiro Adulto
masculino. (CBD)
 1979: Em 1 de junho, foi fundada a Confederação Brasileira de Handebol, com sede em
São Paulo e tendo como presidente o Prof. Jamil André.

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Gestão Organizacional da CBHb


Presidente: Prof. Manoel Luiz Oliveira
1º Vice-presidente: Guilherme Ângelo Raso
2º Vice-presidente: Walmir Prado Alencar
Sede atual: Aracaju – SE

Configuração das categorias:


• MIRIM: até 12 anos;
• INFANTIL: até 14 anos;
• CADETE: até 16 anos;
• JUVENIL: até 18 anos;
• JÚNIOR: feminino até 20 anos / masculino até 21 anos;
• ADULTO: acima de 17 anos.
Site oficial: www.brasilhandebol.com.br
Encarte bimestral: Handebol Brasil
Endereço: Rua Vila Cristina, 368
Aracaju - SE, CEP.: 49020-150
Projeto social: Mini handebol

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O HANDEBOL

O Handebol na sua atualidade configura-se hoje como um dos jogos desportivos que
mais chama a atenção das crianças e dos jovens, principalmente quando ensinado com uma
metodologia onde o conhecimento é construído através do “aprender jogando”, o Handebol
por ser uma modalidade totalmente fundamentada em movimentos naturais como correr,
saltar e arremessar nada mais justo que o ensino aprendizagem aconteça de forma jogada,
onde o (a) aluno (a) construa o conhecimento técnico e tático ofensivo e defensivo através
das pequenas sociedades (estruturas funcionais da metodologia situacional), criando
estímulos com a infinidade de opções que a metodologia proporciona, até se chegar à
formalidade do jogo. Cercel (1990) pontua que o handebol pode ser discutido sob três
pontos de vista:
• Como modalidade desportiva, que pode ter sua pratica como de competição, de
lazer ou para melhorar a qualidade de vida;
• Como conteúdo ensino aprendizagem nas aulas de Educação Física;
• Como disciplina científica enquadrada na teoria e metodologia da Educação Física e
do desporto.
Neste contexto estamos propondo uma padronização dos conhecimentos aplicados na
disciplina tanto para o ensino da modalidade como conteúdo das aulas de educação física e
ou para iniciação desportiva na escola em todas as suas faixas etárias.

A EVOLUÇÃO DO JOGO
Década de 60
Fim da existência entre o clássico e a variante;
Início do processo de desenvolvimento autônomo da modalidade variante de sete;
Início do recuo dos sistemas defensivos;
Melhoria da qualidade técnica dos jogadores de campo;
Década de 70
Especialização do praticante;
Reforço do desenvolvimento do handebol a sete;
Procura de jogadores de grande envergadura e peso;
Especialização defesa / ataque
Reconhecimento internacional. (Munique, 1972)
Degeneração da imagem do jogo por atos de dureza e brutalidade, colocando em
dúvida o futuro da modalidade;
Utilização de sistemas defensivos poucos agressivos (muros).
Década de 80
Alteração da filosofia da generalidade dos desportos coletivos;
Avanço gradual dos sistemas;
Melhoria das capacidades técnicas / táticas defensivas;
Alterações das regras após olimpíadas de Moscou, face a dureza e brutalidade dos
jogos;
Iugoslávia, Coréia do Sul, Espanha, Argélia novas formas de jogar.

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Década de 90
Maior espetacularidade e beleza devido a evolução dos atletas;
Maior disputa de espaços entre atacantes e defensores;
Defesas mais abertas;
Maior número de ataques e gols devido à melhoria do treino e disponibilidade dos
atletas;
Continuação das alterações das regras com visão também no Marketing da
modalidade; Valorização na utilização de meios técnicos audiovisuais;
Aparecimento de estruturas ofensivas, jogadores executam mais de uma função.
Século XXI
• Valorização da tática como recurso desde a iniciação;
• Utilização cada vez mais da análise estatística
• Especialização nas funções da comissão técnica;
• Utilização em mais tempo dentro do jogo das defesas abertas;
• Maior variação na utilização de sistemas defensivos.
• Utilização do contra-ataque, como recurso decisivo para os resultados positivos.

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Capitulo II – REGULAMENTAÇÃO BÁSICA PARA AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

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REGULAMENTAÇÃO BÁSICA PARA AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA

REGRA 1- A QUADRA DE JOGO


1:1 - A quadra de jogo é um retângulo com 40 metros de comprimento e 20 metros de
largura e consiste de duas áreas de gol e uma área de jogo. Os lados maiores são chamados
de linhas laterais e os lados menores são chamados linhas de gol (entre os postes da baliza)
ou linhas de fundo (em ambos lados da baliza).

REGRA 2 - A Duração da Partida

2:1 - A duração normal da partida para todas as equipes com jogadores de idade igual ou
acima de 16 anos, é de 2 tempos de 30 minutos. O intervalo de jogo é normalmente de 10
minutos.
A duração normal da partida para equipes de jovens é 2 X 25 minutos no grupo de idade
entre 12-16 anos e 2 X 20 minutos no grupo de idade entre 8-12 anos, em ambos os casos o
intervalo de meio tempo é normalmente de 10 minutos.
2:2 - Uma prorrogação é jogada, após 5 minutos de intervalo, se uma partida acaba
empatada no final da duração da partida e um vencedor tem de ser determinado. A
prorrogação consiste de 2 períodos de 5 minutos, com um intervalo de 1 minuto. Se o jogo
continuar empatado depois do primeiro tempo extra, um segundo tempo extra é jogado após
um intervalo de 5 minutos. Este segundo tempo extra também tem 2 períodos de 5 minutos
com um intervalo de 1 minuto. Se o jogo ainda estiver empatado, o vencedor será
determinado de acordo com o regulamento particular da competição.
Time-Out
2:5 - Os árbitros decidem por quanto tempo e quando, o tempo de jogo tem de ser
interrompido ("time-out").

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Um time-out é obrigatório quando:


a) uma exclusão de 2-minutos, desqualificação ou expulsão é dada;
b) um tempo-técnico é concedido;
c) há uma falta de substituição ou um jogador "extra" entra na quadra;
d) há um sinal de apito vindo do cronometrista ou do Delegado Técnico;
e) consultas entre os árbitros.
2:7 - Cada equipe tem o direito de receber um tempo-técnico de 1-minuto em cada meio
período de tempo de jogo regular.
REGRA 3 - A BOLA
3:2 - As medidas da bola, ou seja, a circunferência e o peso, que serão usadas pelas
diferentes categorias de equipes são as seguintes:
- 58-60 cm e 425-475 g (tamanho 3 da IHF) para homens e equipes masculinas jovens
(acima de 16 anos);
- 54-56 cm e 325-375 g (tamanho 2 da IHF) para mulheres, equipes femininas jovens
(acima de 14 anos) e equipes masculinas jovens (entre 12 e 16 anos);
- 50-52 cm e 290-330 g (tamanho 1 da IHF) para equipes femininas jovens (entre 8 e 14
anos) e equipes masculinas jovens (entre 8 e 12 anos).
REGRA 4 - A EQUIPE, SUBSTITUIÇÃO E EQUIPAMENTO.
A Equipe
4:1 - Uma equipe consiste de 14 jogadores, não mais de 7 jogadores podem estar presentes
na quadra de jogo ao mesmo tempo. Os demais jogadores são substitutos.

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Substituições de Jogadores
4:2 - Os reservas podem entrar no jogo, a qualquer momento e repetidamente, sem notificar
o secretário/cronometrista, desde que, os jogadores que eles vão substituir já tenham
deixado a quadra.

Equipamentos
4:3 - Os jogadores devem usar números que tenham pelo menos 20 cm de altura nas costa
da camisa e pelo menos 10 cm na frente. Os números usados devem ser de 1 até 20. As
cores dos números devem contrastar claramente com as cores e desenhos da camisa.

REGRA 5 - O GOLEIRO
Ao goleiro é permitido:
5:1 - Tocar a bola com qualquer parte do seu corpo enquanto numa tentativa de defesa,
dentro da sua área de gol;
5:2 - Mover-se com posse de bola dentro da área de gol, sem estar sujeito as restrições
aplicadas aos jogadores de quadra; ao goleiro não é permitido, contudo, atrasar a execução
do tiro de meta;
5:3 - Sair da área de gol sem a bola e participar do jogo no terreno de jogo; enquanto fizer
isto, o goleiro se sujeita às mesmas regras aplicadas aos jogadores na área de jogo. O
goleiro é considerado fora da área de gol tão logo qualquer parte de seu corpo toque o solo
no lado de fora da linha da área de gol;
5:4 - Sair da área de gol com a bola e jogá-la de novo no terreno de jogo, se ele não tiver o
completo controle da mesma.
Ao goleiro não é permitido:
5:5 - Colocar em perigo o adversário enquanto em uma tentativa de defesa;
5:6 - Sair da área de gol com a bola sob controle;

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5:7 - Tocar a bola de novo no lado de fora da área de gol após um tiro de meta, antes que
ela tenha tocado outro jogador;

5:8 - Tocar a bola quando ela está parada ou rolando no solo do lado de fora da área de gol,
enquanto estiver dentro da área de gol;
5:9 - Levar a bola para dentro da área de gol quando ela está parada ou rolando no solo no
lado de fora da área de gol;

5:10 - Entrar na área de gol vindo do terreno de jogo com posse de bola;
5:11 - Tocar a bola com o pé ou a perna abaixo do joelho, quando ela estiver parada no solo
na área de gol ou movendo-se para fora em direção ao terreno de jogo;
REGRA 6 - AREA DE GOL
6:1 - Somente ao goleiro é permitido entrar na área de gol. A área de gol, que inclui a linha
da área de gol, é considerada invadida quando um jogador de quadra a toca com qualquer
parte de seu corpo.
6:3 - A bola pertence ao goleiro quando ela está dentro da área de gol. A um jogador não é
permitido tocar a bola quando ela está parada ou rolando dentro da área de gol, ou quando
ela está sendo segura pelo goleiro é permitido, contudo, jogar a bola quando ela está no ar
sobre a área de gol, exceto quando um tiro de meta está sendo executado;

REGRA 7 - O MANEJO DE BOLA E O JOGO PASSIVO


O manejo da bola
É permitido:
7:1 - Atirar, agarrar, parar, empurrar ou bater a bola, usando mãos (abertas ou fechadas),
braços, cabeça, tronco, coxas e joelhos;
7:2 - Segurar a bola por um máximo de 3 segundos, também quando ela estiver em contato
com o solo;
7:3 - Dar um máximo de 3 passos com a bola.
7:4 - Jogar a bola enquanto ajoelhado, sentado ou deitado no solo.
Não é permitido:
7:5 - Tocar a bola mais de uma vez, a menos que ela tenha tocado o solo, outro jogador, ou
a baliza neste meio tempo.
7:6 - Tocar a bola com um pé ou perna abaixo do joelho, exceto quando a bola foi atirada
no jogador por um oponente;
7:7 - O jogo continua se a bola toca um árbitro na quadra
Jogo Passivo
7:8 - Não é permitido manter a bola em posse da equipe sem fazer uma tentativa
reconhecível de ataque ou arremesso à baliza. Isto se considera como jogo passivo, que será
penalizado com um tiro livre contra a equipe de posse da bola, O tiro livre é cobrado do
lugar onde a bola estava quando o jogo foi interrompido.

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REGRA 8 - FALTAS E CONDUTAS ANTEDESPORTIVA


8:1 – É permitido:
a) usar braços e mãos para bloquear ou ganhar posse da bola;
b)usar uma mão aberta para tirar a bola do adversário de qualquer direção;
c) usar o corpo para obstruir um adversário, mesmo quando o adversário não está em posse
da bola;
d) fazer contato corporal com um adversário, quando de frente à ele e com os braços
flexionados, e manter este contato de modo a controlar e acompanhar o adversário.

8:2 - Não é permitido:


a) arrancar ou bater na bola que está na mão do adversário;
b) bloquear ou empurrar o adversário com braços, mãos ou pernas;
c)deter, segurar, empurrar, bater ou pular sobre um adversário;
d) impedir, obstruir ou colocar em perigo um adversário (com ou sem a bola) em
contradição às regras.

8:3 – As sanções:
- Advertência verbal
- Advertência com cartão amarelo
- Exclusão 2‟ (dois minutos) pode ser adicional no mesmo momento
- Desqualificação (cartão vermelho)
- Expulsão.
 Um jogador não pode ter mais de um cartão amarelo;
 A equipe só poderá ter no máximo três cartões;
 O jogador só poderá ser excluído duas vezes, na terceira exclusão ele não retornará
mais a partida, desqualificado da partida;
 Um jogador que coloca em perigo a saúde do adversário enquanto o ataca, deverá
ser desqualificado (cartão vermelho), particularmente se:
a) Pelo lado ou por trás, ou golpeia ou puxa para trás o braço
de arremesso do jogador que está em processo de arremesso
ou passando a bola;
b) Executa qualquer ação que resulte num golpe na cabeça ou
pescoço do adversário;
c) Bater deliberadamente no corpo do adversário com seu pé
ou joelho ou de outro jeito qualquer; inclusive ocasionar
tropeços;
d) Empurrar o adversário que está correndo ou pulando, ou
atacá-lo de tal jeito que o adversário perde controle do corpo
dele; isto também se aplica quando o goleiro sai da área de
gol dele em virtude de um contra-ataque dos adversários;
e) Atingir um jogador de defesa na cabeça em um tiro livre
arremessado diretamente à baliza, desde que o jogador de
defesa não estava se movendo; ou do mesmo modo, atingir
o goleiro na cabeça num tiro de 7 metros, desde que o
goleiro não estava se movimentando numa ação defensiva;

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 O jogador expulso não mais retornará a partida e sua equipe concluirá a partida com
menos um jogador;

Observe as figuras abaixo:

a) movendo.

Exclusão Desqualificação Expulsão

Comentário:
Agressão é, para os propósitos desta regra, definida como um ataque forte e deliberada
contra o corpo de outra pessoa (jogador, árbitro, secretário/cronometrista, oficial de equipe,
delegado, espectador, etc). Em outras palavras, não é somente uma ação reflexa ou o
resultado de falta ou excesso de métodos no ato defensivo. Cuspir em outra pessoa é
especificamente considerado como uma agressão.

REGRA 9 - GOL
9:1 - Um gol é marcado quando toda a bola ultrapassa a largura da linha de gol
inteiramente, desde que nenhuma violação às regras tenha sido cometida pelo arremessador
ou companheiro de equipe antes ou durante o arremesso. O árbitro de fundo confirma com
dois apitos curtos e mostra que o gol foi marcado.
Comentário:
Um gol deve ser validado, se a bola é impedida de ir para dentro da balisa por alguém
ou alguma coisa que não está participando do jogo (espectadores, etc.), e os árbitros
estão convencidos de que a bola de qualquer jeito teria entrado na baliza.

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REGRA 10 - O TIRO DE SAÍDA


10:1 - No começo do jogo, o tiro de saída é executado pela equipe que venceu o sorteio e
escolheu começar com a posse de bola.
10:2 - Depois que um gol foi marcado, o jogo é reiniciado com um tiro de saída executado
pela equipe que sofreu o gol.
10:3 - O tiro de saída é executado em qualquer direção do centro da quadra (com uma
tolerância lateral de cerca de 1,5 metros). O tiro é precedido por um apito, e na
continuidade deve ser executado dentro de 3 segundos. O jogador executante do tiro de
saída deve permanecer com um pé sobre a linha central até que a bola tenha saído de sua
mão. Aos companheiros de equipe do executante, não é permitido cruzar a linha central
antes do apito.
10:4 - Para o tiro de saída do início de cada período (inclusive qualquer período extra),
todos os jogadores devem estar nos próprios lados da quadra deles.

REGRA 11 - O TIRO LATERAL


11:1 - Um tiro lateral é assinalado quando a bola tiver cruzado completamente a linha
lateral, ou quando um jogador de quadra da equipe defensora foi o último a tocar na bola
antes que ela cruzou a linha de fundo de sua equipe.
11:2 - O executante deve permanecer com um pé sobre a linha lateral até que a bola tenha
saído da mão dele. Ao jogador não é permitido colocar a bola no solo e pegá-la de novo, ou
quicar a bola e agarrá-la novamente.
REGRA 12 - TIRO DE META
12:1 - Um tiro de meta é assinalado: quando o goleiro controlou a bola na área de gol ou
quando a bola cruza a linha de fundo, depois de ter sido tocada por último pelo goleiro ou
pelo jogador da equipe adversária.
REGRA 13 - TIRO LIVRE
As decisões para um tiro livre
A execução do Tiro Livre
13:2 O tiro livre é normalmente executado sem nenhum apito do árbitro (ver, contudo, e, a
princípio, do lugar onde a infração ocorreu. O que vem a seguir são exceções deste
princípio)
REGRA 14 - TIRO DE 7 METROS
As decisões para um tiro de 7 metros
14:1 - Um tiro de 7 metros é assinalado quando:
a) Uma clara chance de marcar um gol for impedida em qualquer lugar da quadra, por
um jogador ou oficial de equipe da equipe adversária;
b) Há um apito não autorizado no momento de uma clara chance de marcar um gol;
c) Uma clara chance de marcar um gol é destruída através da interferência de alguém
não participante do jogo;

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A Execução do 7 Metros
14:2 - O tiro de 7 metros será executado como um arremesso ao gol, dentro de 3 segundos
após o apito do árbitro de campo, o jogador que está executando o tiro de 7 metros não
deve tocar ou cruzar a linha de 7 metros antes que a bola tenha saído da mão dele.
14:3 - A bola não deve ser tocada novamente pelo executante ou companheiro de equipe
após a execução do tiro de 7 metros, até que ela tenha tocado um adversário ou a baliza;
14:4 Quando um tiro de 7 metros está sendo executado, os companheiros do executante
devem permanecer fora da linha de tiro livre, até que a bola tenha saído da mão do
executante. Se eles não cumprirem isto, um tiro livre será sinalizado contra a equipe que
está executando o tiro de 7 metros.
14:5 - Quando um tiro de 7 metros está sendo executado, os jogadores da equipe adversária
devem permanecer fora da linha de tiro livre e a pelo menos 3 metros distantes da linha de
7 metros, até que a bola tenha saído da mão do executante. Se eles não cumprirem isto, o
tiro de 7 metros será recobrado se ele não resultou em gol.

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Capitulo III – PROPOSTA METOLOGICA PARA O ENSINO DO HANDEBOL

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PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O ENSINO DO HANDEBOL

Quando falamos em metodologia do ensino para o esporte, sempre estaremos


preocupados com duas questões, em qualquer nível de ensino, a aprendizagem e a
motivação. Entendemos que sempre uma variável será dependente da outra, a
aprendizagem acoplada a motivação estarão proporcionando a felicidade da auto-percepção
de “vitória”, esta que se traduz na resolução das tarefas problema que se apresentam de
várias formas nos momentos de vivencia do jogo desportivo coletivo, seja nas pequenas
sociedades das estruturas funcionais ou no jogo formal. Para Eberspacher (1993),
APRENDIZAGEM é a aquisição relativamente duradoura de experiências que modificam
o comportamento ou as possibilidades da expressão do mesmo, sendo a aquisição dessa
experiência pode acontecer de duas formas:
•Latente ou incidental: Crianças aprendendo vendo outras crianças na rua ou no lar.
•Intencional ou formal: Na escola, nos locais de ensino formal além do ensino do
professor.
Greco (1988) nos diz que, MOTIVAÇÃO é uma variável sumamente importante
em todo processo de ensino aprendizagem, influenciando diretamente na forma de se
perceber os níveis de intensidade e de esforço que se destinam ação ou a um tipo de
comportamento motor. Com isto, torna-se necessário que, a escolha do método de ensino
aprendizagem seja coerente com as necessidades e objetivos dos nossos alunos, entendendo
e percebendo os reais motivos das crianças estarem naquele meio para aprender um esporte.
É sabido que, quando começamos uma atividade desportiva com crianças, sobretudo
coletiva, nunca lhes devemos dar o jogo tal como o conhecemos. Teremos sempre que
adaptá-lo às características físicas, psicológicas e comportamentais das mesmas. Significa
isto, que não é suficiente, por exemplo, em alguns desportos, reduzir o tamanho do campo e
da bola, a altura das balizas e o número de jogadores. O mais importante será proporcionar
diferentes experiências e conteúdos adequados que conduzam a criança a comportamentos
técnicos, tácticos e sociais o mais completos possível, assim como o mais aproximados
possível da modalidade. O jogo das crianças é diferente do jogo dos adultos. O primeiro
deve assegurar que no final do processo de iniciação a criança chegue nas melhores
condições ao modelo que estabelecemos. Sendo assim, estabelecemos parâmetros para os
diferentes métodos de ensino para que, assim possamos traçar uma linha de ação no ensino
da modalidade de acordo com as características e objetivos do planejamento.

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Proposta Pedagógica Para o Ensino do Handebol
Cézar Leão
CARACTERISTICAS DOS MÉTODOS
SITUACIONAL PROGRESSIVO REPETITIVO
Forma centrada nos jogos condicionados; Forma centrada nas técnicas;
O jogo é decomposto em unidades O jogo é decomposto em elementos
funcionais, sendo apresentado em técnicos;
complexidade crescente e de forma
sistemática;
Os princípios do jogo regulam a Hierarquização das técnicas.
aprendizagem.

FASES DO ENSINO
SITUACIONAL PROGRESSIVO REPETITIVO
Construir a relação com a bola; Aprendizagem;
Construir a presença dos alvos; Fixação;
Construir a presença do adversário; Aperfeiçoamento.
Construir a presença dos colegas e adversários;
Desenvolver as noções espaço e tempo.

VANTAGENS
SITUACIONAL PROGRESSIVO REPETITIVO
As técnicas surgem em função da tática, de Possibilita a execução correta dos elementos
forma criativa nas ações do jogo; técnicos do jogo;
Prática motivante pela presença do jogo Favorece a correção imediata de erros na
desde o início do processo; aplicação da técnica;

Favorece a boa leitura do jogo, interpretando Respeito ao processo progressivo e a


e aplicando corretamente os seus princípios. individualização na aprendizagem motora.

DESVANTAGENS
SITUACIONAL PROGRESSIVO REPETITIVO
O progresso técnico é lento e de difícil Monotonia e desmotivação pela ausência do
avaliação; jogo no início do processo;
Não permite as correções imediatas dos erros Ações de jogo mecanizadas, pouco criativas;
técnicos;
Dificulta o atendimento das limitações Problemas na leitura do jogo.
individuais.

Capitulo IV – INICIAÇÃO ESPORTIVA

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Cézar Leão

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Cézar Leão

A UTILIZAÇÃO DO ESPORTE NA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR


Cézar LEÃO
Uberti MESSSINA

A educação física no contexto escolar busca construir


sua identidade através de um pensamento de
racionalidade, onde discute: o pensar pedagógico
escolar, a intenção das vivências que não estão
adequadas à realidade cognitivo-motora da criança. A
possibilidade do desenvolvimento de uma formação
voltada a “sermos humanos”, e, além disso, buscarmos a
descoberta das potencialidades com competência e
decisão, servindo também como base nas atividades do
cotidiano. Neste sentido, podemos afirmar que
Educação Física utiliza a cultura do movimento humano
como um instrumento para atingir uma formação educativa. A participação dos alunos na
construção do planejamento é necessário que a motivação e a liberdade sirvam como ponto
de reflexão para as atividades futuras que serão direcionadas especialmente ao
comportamento entre humanos. “A responsabilidade é uma categoria que transpassa o
comportamento particular, o racional e o de interesses. Mas, aprender a ter responsabilidade
para o futuro só dá bons resultados quando a separação entre a competência de decisão a
seu afeto é extinta, quando a criança pode experimentar esta relação de efeitos no próprio
corpo”. (Hildebrandt, 2001, p. 125). No que se refere à abertura de experiências buscando
o processo de aprendizagem não devemos separar a sistematização e os métodos dos
conteúdos. Assim, do ponto de vista educativo a cultura de movimento não deve entender-
se como um momento ingressa na escola, mas uma ação que leva em consideração as
experiências vivenciadas, ou seja, a aprendizagem incidental que se refere à aprendizagem
não formal, especialmente pela ausência de centros de lazer com orientação de profissionais
ou simplesmente para atividade lúdica, proporcionando a facilitação da Aprendizagem de
forma Latente ou incidental, onde as crianças aprendendo vendo outras crianças na rua ou
no lar. (Eberspacher, 1993, p. 57). Devemos observar também as características infantis e
os objetivos a atingir. Do ponto de vista pedagógico é importante ter em conta que em
certas fases do desenvolvimento existem comportamentos que se obtém com o mínimo de
esforço e máxima eficácia, e que a criança não realiza atividades complexas se não atingiu
a idade em que as atividades básicas se adquirem normalmente. Os conteúdos de
aprendizagem de Educação Física devem referir-se as relações de vida cotidiana fora da
escola. Atualmente a Educação Física Escolar está centrada em conteúdos ligados ao
objetivo final da prática esportiva formal, pensando que a aprendizagem das técnicas
desportiva supera todas as expectativas dos alunos, além de entender que estão
possibilitando situações motoras ampliadas. Trazer o cotidiano para as aulas de educação
física significa relacionar todas as possibilidades de jogo e de movimento que o mundo
oferece. Segundo Hildebrandt (2001) “a relação de vida significa trazer as possibilidades de
jogos e de movimento do mundo cotidiano dos alunos para a aula de Educação Física,
tematizá-las de maneira a retroagirem no mundo cotidiano de jogo e de movimento”.

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Cézar Leão
O jogar e o brincar por excelência são meios que possibilitam a criança
impulsionarem-se por si mesmas no desenvolvimento e crescimento independentemente de
estímulos externos. Com isto acreditamos que temos que descaracterizar a formalidade do
ensino do esporte proporcionando condições de entendimento e reconhecimento das
possibilidades nas resoluções das situações problemas, sendo assim, não podemos
desconsiderar o aprofundamento do conhecimento em relação à utilização das pequenas
sociedades (estruturas funcionais da metodologia situacional) no ensino dos jogos
esportivos. Greco (1998) caracteriza como método situacional à possibilidade que o aluno
trabalhe e desenvolva as capacidades técnicas paralelamente as capacidades táticas, ou seja,
pode ser oferecida ao aluno a alternativa de desenvolver suas capacidades técnicas-táticas
simultaneamente. O diferencial é que não só será exigida do aluno a execução de uma
técnica (como fazer) como também tomar decisões (o que fazer) a construção do jogo
partindo da realidade do mesmo; Compreendendo, assimilando e dominando as complexas
exigências que os jogos esportivos lhe apresentam.

Iniciação esportiva e evidências de complexidade


Infinitas influencias estarão evidenciadas na iniciação esportiva, o handebol não será
diferente, ao observar o quadro proposto para análise do prof. Wilton Carlos de Santana,
constamos que os profissionais de educação física, técnicos desportivos devem ter a
preocupação permanente em tais evidencias na formulação do seu planejamento, pois, só
assim estarão interagindo por completo no ensino aprendizagem do esporte. Segundo
Santana 2002, esse sistema é dinâmico - está em movimento, complexo, na medida que
contempla várias unidades e uma quantidade imprevisível de interações entre essas
unidades que, por sua vez, produzem uma série de evidências de complexidade, e sem
hierarquia. Por exemplo, que evidências de complexidade resultariam das interações entre
professor (a), pedagogia do clube, pais e pedagogia da rua? Professor, diretor escolar,
competição e pedagogia da escola? Técnicos (as), pais e competição? Técnicos (as), pais,
criança? Ciência e pedagogia da rua? Dirigentes esportivos, mídia e ciência? Penso que
seria possível enumerar das interações entre essas unidades acima, se nos propuséssemos a
exercitar, uma quantidade generosa de evidências de complexidade. Essa rede, a meu ver,
merece os olhares dos pedagogos esportivos na medida em que sinaliza para a necessidade
de ampliar a visão e o tratamento que se dá à iniciação esportiva.

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Rede de complexidade na iniciação esportiva. Santana, (2002)

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Capitulo V – DOS JOGOS PRÉ-DESPORTIVOS AO MINI HANDEBOL


O termo Iniciação desportiva utiliza-se habitualmente para determinar o período em
que a criança começa a aprender de uma forma especifica, a pratica de um ou vários
desportos. Este termo, simples à primeira vista, começa a tornar-se mais complexo quando
o analisamos com profundidade, sobretudo se o fazemos numa perspectiva pedagógica.
Nem todos os autores defendem o principio de que o processo de iniciação desportiva
começa no momento em que a criança toma contato direto com os diferentes desportos.
L. Diemm, no seu livro El Deporte em la Infância (1979) escreve: “Na realidade a
capacidade para o jogo e a vivência em grupo não começa aos 10 anos, mas sim aos 5 e 6
anos. Nestas idades as crianças já compreendem que o desporto e os jogos de movimento
requerem a colaboração de terceiros e são, ainda que de uma forma rudimentar, processos
de grupos”. Mas à frente diz o mesmo autor... ” É importante para o futuro desportivo da
criança, descobrir todo potencial do movimento que existe no ser humano, mediante
objetivos de acordo com o seu grau de evolução individual. Isto só é possível através de um
processo continuo de aprendizagem, do qual os estímulos educativos exteriores combinem
com as suas próprias capacidades”. Assim do ponto de vista educativo, o processo de
iniciação desportiva não deve entender-se como o momento em que se começa a pratica
desportiva, mas como uma ação pedagógica que, tendo em conta as características da
criança e os objetivos a atingir, vá evoluindo progressivamente até chegar ao domínio de
cada especialidade. Do ponto de vista pedagógico é importante ter em conta que em certas
fases do desenvolvimento, existem comportamentos que se obtêm com o mínimo de
esforço e máxima eficácia e que a criança pode realizar atividades complexas se não atingiu
a idade em que as atividades básicas se adquirirem normalmente. São os jogos por
excelência, meios que possibilitem à criança impulsionar-se por si mesma no
desenvolvimento e crescimento, independentemente de estímulos externos. Por este motivo
e por ser uma atividade geradora de prazer, o jogo é geralmente motivador, levando a que a
criança se entregue plenamente e sem reservas à ação que se desenvolve no próprio jogo.
Isso acontece com o jogo infantil. No seu quarto estágio de desenvolvimento, entre
os 8 e os 12 meses (período sensório motor), a criança aprende a separar os meios dos fins e
o jogo surge. Por exemplo: uma bola com que brinca escapa-se para trás de um obstáculo;
antes, fora do alcance visual, não a procurava, mas agora sim. Ultrapassar o obstáculo é o
meio a que pode achar graça, se converter num fim aparece o jogo.
O que guia uma criança no jogo são as tarefas a realizar. A criança que joga é uma criança
que experimenta que descobre e afirma-se. Resumindo desenvolve-se.
Na seleção de jogos deveremos ter em conta sempre alguns critérios determinantes, como
por exemplo:
1. Potencial educativo (formação física, atenção, concentração, etc.)
2. Motivação
3. Jogos “chave” que permitem a sua repetição freqüentemente conduzindo a
uma competição encoberta;
4. Sua orientação em relação ao objetivo pretendido.

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A proposta prática que apresentamos, visa uma progressão pedagógica, da bola ao jogo
de mini-handebol, respeitando as três etapas que consideramos determinantes no processo
de iniciação desportiva ao handebol:
1. Brincar sozinho
Manipular o implemento de várias
maneiras, o experimento de peso e da
textura, as formas de lançar de
recepcionar, estará proporcionando
uma facilitação futura na adaptação
as ações do jogo;

2. Brincar com o colega


Proporciona o entendimento de
cooperação, relacionando as ações de
sucesso com os colegas;

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3. - Brincar com oposição.


3.1 - Sem a utilização da bola
Proporciona o entendimento de
cooperação e oposição, começa a
relacionar as “ações táticas” vivenciadas
nas atividades com as necessidades do
jogo, como, pequenas corridas, paradas
bruscas, mudanças de direção, fintas sem
bola;

3.2 - Com a utilização da bola


Proporciona o entendimento de
cooperação e oposição, relacionando as
ações de sucesso com os colegas, com
atitudes diferenciadas causadas pela
existência de ações opostas ao objetivo a
ser alcançado, a partir daí as variações na
forma de movimentar-se nas ações
ofensivas como passar, recepcionar,
quicar e lançar, e nas ações defensivas
como os deslocamentos, os saltos e as
pequenas corridas, pois, para cada
opositor será realizada uma ação
diferenciada;

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O HANDEBOL, À MEDIDA DA CRIANÇA;

Uma estratégia de participação protegida....


Como todas as modalidades “mini” o mini handebol ilustra o conceito de participação
protegida, muito apreciada por alguns autores. Este conceito abarca as diversas medidas
que tem por finalidade garantir a participação das crianças e dos jovens em atividades
desportivas em condições de auto-satisfação e de sucesso pessoal.
Essas medidas de proteção consistem, essencialmente, em modificações regulamentares e
na eliminação das condições que habitualmente dificultam o êxito aos menos dotados em
termos físicos e motores. Distingue-se das medidas facilitadoras da aprendizagem porque
interfere no próprio domínio da competição, modificando-lhe as regras e conferindo-lhe
uma fisionomia característica participativa e educacional. De modo geral, a proteção
procura talhar o desporto à medida das capacidades da criança: nas dimensões do terreno,
no volume e peso da bola, na duração do tempo do jogo. Pretende-se ainda prevenir
algumas incidências indesejáveis tanto no ponto de vista físico (traumatismos nos desportos
de contato, por exemplo) como psicológico.

O MINI HANDEBOL, UM JOGO DESPORTIVO COLETIVO

Segundo Teodorescu (1981) o mini handebol conserva todas as características estruturais


dos jogos desportivos coletivos, que são:
(a) Ações individuais e coletivas especificam as ações do jogo;
(b) Procedimentos técnicos que consistem em estruturas específicas de atos motores
que determinam a base material das ações de jogo (por exemplo: arremesso e
arremesso em suspensão).
(c) Coordenação recíproca das ações individuais realizadas pelos jogadores da mesma
equipe.
(d) Relações de oposição com a equipe adversária, aumentando assim a complexidade
estrutural da atividade do jogador e do grupo;
(e) Processo de organização e de constante aperfeiçoamento da estrutura funcional da
equipe, nas suas ações e interações a tática.

DOS OBSTÁCULOS PSICOLÓGICOS AO DOMININO DO JOGO

Como jogo desportivo, o mini handebol implica uma intensa participação psíquica. Ao
mesmo tempo, a criança que o pratica é um ser que atravessa uma fase de profundas
transformações ao nível geral do seu psiquismo. Nesta fase da infância, os principais
obstáculos de natureza psicológica à aquisição e domínio de qualquer jogo desportivo
coletivo, que são:
1. Egocentrismo
É a principal causa das dificuldades da criança para entender o jogo como um sistema
de relação e interações que tem de estabelecer com os companheiros e os adversários;
2. Exaltação
Associa-se ao egocentrismo para conferir ao jogo a sua fisionomia caótica, ela mesmo
um sério obstáculo às aquisições elementares que se pretende;

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3. Limitações perceptivo-motoras
Limitando o acesso da criança ao domínio do jogo, dos 6 aos 8 anos de idade, a criança
pode estar já numa fase mais avançada da sua preparação (em ginástica ou patinação),
nas habilidades abertas as suas características de manutenção impõem-lhe um trajeto
mais gradual. A pressa de quem ensina pouco ou nada pode ir contra a cadência de um
organismo que se desenvolve segundo um relógio biológico próprio.

MINI-HANDEBOL Um jogo pedagógico!


Todos sabem já que é impossível transportar o modelo do handebol de alto nível
para o principiante, enquanto neste as ações são lentas, descontínuas e a informação única
centra-se na bola, no outro as ações são rápidas, encandeadas e com objetivos
determinados. Os dois indivíduos são totalmente opostos. A observação das crianças
fornece-nos então indicadores preciosos para a construção de propostas de trabalho. Assim
a necessidade de manipulação e apropriação conduz-nos à situação quase obrigatória de
uma criança - uma bola, por exemplo. A necessidade de atividade permanente leva-nos ao
cálculo importante da quantidade de trabalho. A atenção limitada obriga a sessões curtas e
variada. A necessidade de jogar realça a importância das situações de caráter lúdico. A
necessidade de ter êxito deverá resultar de situações em progressão e por último o
nivelamento heterogêneo deverá passar por brincar só, com e contra, respeitando esta
ordem. Em todo este processo a segurança deverá estar sempre contemplada.

Mas porque é que o Mini-handebol é um jogo pedagógico?


Sobretudo por quatro razões
fundamentais:
 Motivação: salientamos o fato
de se ter reduzido o campo, a
bola e as balizas, mas, o mais
importante mesmo é a liberdade
de jogo (facilidades na execução
técnica, deslocamentos e
manipulação da bola).

 Visão facilitada: O fato de


existirem menos jogadores;

 Relação física: Na
importância que vai para a
existência de uma bola mais leve que facilita uma série de movimentos e ações.
 Relação social: O convívio, a ligação com o colega de equipe, o respeito pelo grupo
em oposição, o respeito pelas decisões dos responsáveis e o respeito pelos
regulamentos, tudo fatores determinantes na educação desportiva.

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Propostas para iniciação do handebol

Defesa adaptada ao ataque MINI – HANDEBOL ATAQUE ADAPTADO A


(Cunha, 2000 - UP) (ESCOLA ALEMÃ) DEFESA
(PABLO GRECO, UFMG)

- Utiliza-se do mini - Redução do campo de jogo; - Preconiza que na iniciação


handebol. a defesa deve se adaptar ao
ataque;
- Visa incutir nos atletas - Adequação do tamanho da - Recorre a alguns processos
iniciantes o conceito de bola; do mini-handebol,
superioridade numérica principalmente os pequenos
como essência do jogo, 1 x 0, jogos, na construção do
2 x 1, 3 x 2; sentido do jogo;
- Adaptação das regras; - Parte do que se chama de
marcação pessoal, passando
pela marcação individual
(noção de cobertura);
- Ensino da técnica - Diminuição dos espaços a
individual (1 x 0,1x 1); partir do 1:5; 3:3; 3:2:1; 5:1
até chegar ao 6:0;
- Utiliza pequenos jogos - Preconiza que na iniciação
visando à construção do jogo a defesa deve se adaptar ao
oficial; ataque;

Estruturas Funcionais ou Jogos Situacionais


(Relação pedagógica e metodológica possível na iniciação do handebol)
Formas de Organização Variações nas tarefas táticas

Superioridade / igualdade / inferioridade Jogo na largura, Jogo na profundidade;


numérica.
Superioridade: 2 X 1, 3 X 2, 4 X 3 etc. Com Tabelas, Com cruzamentos, Com cortinas
e bloqueios;

Curinga: 1 X 1 + 1; 2 X 2 + 1, 3 X 3 +1. Com troca de formação, Com combinação de


dois elementos.

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REGULAMENTAÇÃO DO MINI HANDEBOL

1- A QUADRA DE JOGO
Uma quadra de 20 metros de comprimento por 13 metros de largura, que ofereça
possibilidades de progressão com a bola, bem como segurança para os jogadores. A área do
goleiro deverá ter 5 metros, linha do tiro livre 7 metros e a marca do pênalti 6 metros, todos
a partir da linha de gol.
20 m

7m
13 m
6m

5m

2 – AS MEDIDAS DAS BALIZAS:


Diferenciando a altura e a largura dependendo da faixa etária;

1,80 m, para crianças com 11


e 12 anos;
1,60 m, para crianças de 8 a
10 anos;

3,00 m, para crianças com 11 e


12 anos;
2,40 m, para crianças de 8 a 10
anos;

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3 – AS EQUIPES
MÍNIMO: 7 JOGADORES MÁXIMO: 10 JOGADORES
 No campo somente poderão jogar por vez 1 goleiro e 4 jogadores de campo. Todos
os jogadores podem atuar como goleiro ou jogador de campo, sendo obrigatório
que, em cada período atue um aluno diferente no gol, e todos os componentes da
equipe devem participar obrigatoriamente de um período completo do jogo.

4 – O JOGO
 O tempo de jogo será de 28‟ (vinte e oito minutos), cada meio tempo de jogo com
14‟ (quatorze minutos) que se divide em dois períodos de 7‟ (sete minutos) com
uma pausa de 2‟ (dois minutos) entre cada período de sete minutos. Ao completar-se
os primeiros quatorze minutos dar-se-á um intervalo de 5‟(cinco minutos).

1 º TEMPO 1 º PERÍODO 7‟ MINUTOS


PAUSA 2‟ MINUTOS
2 º PERÍODO 7‟ MINUTOS
INTERVALO 5’ MINUTOS
2 º TEMPO 1 º PERÍODO 7‟ MINUTOS
PAUSA 2‟ MINUTOS
2 º PERÍODO 7‟MINUTOS
EXEMPLO:
1 º TEMPO
1 º PERIODO 2 º PERÍODO
EQUIPE A EQUIPE B EQUIPE A EQUIPE B
2 4 4 1
TOTAL 1 º TEMPO
EQUIPE A EQUIPE B
6 5
2 º TEMPO
1 º PERIODO 2 º PERÍODO
EQUIPE A EQUIPE B EQUIPE A EQUIPE B
1 4 0 2
TOTAL / 2 º TEMPO
EQUIPE A EQUIPE B
1 6
PLACAR FINAL
EQUIPE A EQUIPE B
7 11

5 - INFORMAÇÕES GERAIS:
 A bola deverá ser pequena e de manejo fácil com uma só mão, deverá ser de couro
e ter uma circunferência de 44cm. Para as meninas e de 48 cm. para os meninos;
(H 1L).

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Proposta Pedagógica Para o Ensino do Handebol
Cézar Leão

 No campo: um goleiro e quatro jogadores;


 Todos os atletas inscritos na súmula poderão atuar como goleiro ou jogador de
campo, usando um uniforme diferenciado.
 Será obrigatório substituir o goleiro em cada período.
 As equipes poderão ser compostas de meninos e meninas.
 No início de cada período o técnico apresentará ao árbitro a escalação da sua
equipe.
 As partidas terão início com um tiro de árbitro, é obrigatório que em cada início de
período o tiro de árbitro seja executado por jogadores diferentes;
 As substituições só acontecerão em casos de:
 Pausas, Intervalos, Contusões.

6 – REGULAMENTAÇÕES BÁSICAS
6.1 – AÇÕES PERMITIDAS
 Três contatos com o solo em posse de bola, após os três contatos devem-se passar a
bola ao companheiro, driblar ou arremessar ao gol.
 O jogador poderá segurar a bola por no máximo por três segundos, caso o jogador
esteja executando o drible não existirá limite de tempo de posse de bola;
 Executar o tiro de saída após o gol de dentro da área do goleiro, na marca dos três
metros.
 Para executar corretamente o tiro lateral deve-se ter o contato com um ou os dois
pés na linha lateral, sendo permitido lançar a bola direto ao gol adversário;
 Tocar a bola com qualquer parte do corpo exceto com as pernas abaixo do joelho e
com os pés;
 Somente o goleiro poderá utilizar os pés numa ação de defesa de um arremesso;
 Ficar à frente de um oponente para impedir sua trajetória, porém sem usar os braços
e as pernas;

6.2 – AÇÕES NÃO PERMITIDAS


 Ao jogador de campo penetrar na área do goleiro, para marcar; *
 Ao goleiro sair de sua área de posse de bola; *
 O goleiro não pode pegar a bola parada ou rolando fora de sua área, estando o
mesmo dentro de sua área; *
* a equipe será penalizada com pênalti caso cometa uma das ações acima citadas;
 Duplo drible (dominar a bola, executar o drible, dominar novamente a bola,
executar o drible) infração.
 É proibido agarrar, empurrar, golpear ou dar rasteira no jogador adversário, se a
ação de um jogador for considerada perigosa o árbitro deverá excluí-lo por dois
minutos;
 É proibido adentrar à área do goleiro;
 Ao jogador de campo, defender dentro da sua área;
 Molestar o adversário que está com a bola controlada;
 Chutar voluntariamente a bola com os pés;
 Driblar a bola com as duas mãos;

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Proposta Pedagógica Para o Ensino do Handebol
Cézar Leão

 O goleiro não poderá em nenhum momento do jogo sair de sua área de gol, para
atuar como jogador de campo no decorrer dos períodos;
 Defender dentro de sua área (interferir ou fazer falta), pênalti (tiro de 6 metros);

 Não é permitido realizar defesas mistas (marcar um jogador individualmente);


 Não é permitido lançar-se sobre a bola em disputa com o adversário;

6.3 – SANÇÕES E PENALIZAÇÕES


 As sanções do MINI HANDEBOL serão sempre educativas;
 Os alunos poderão ser penalizados com: advertência ou exclusão. Em nenhum caso
o árbitro deverá mostrar o cartão amarelo ou realizar o gesto da exclusão por dois
minutos;
 O árbitro deverá comunicar ao treinador da equipe e ao secretário o atleta que está
sendo penalizado;
 Quando o atleta for excluído, o árbitro deverá solicitar ao treinador que o substitua,
para que a equipe permaneça com 5 jogadores em quadra;
 Em nenhuma hipótese o árbitro deverá desqualificar ou expulsar um aluno. Quando
ocorrer casos de conduta anti-desportiva grosseira o árbitro solicitará ao treinador
que substitua o atleta faltoso. A depender da gravidade temporariamente (dois
minutos) ou definitivamente do jogo;
 O treinador que cometer atitudes antidesportivas grosseiras, tais como falar
palavrão, xingar os alunos, fazer reclamações grosseiras aos árbitros, dirigentes da
competição, atletas e ou público ou ainda comportando-se de maneira deseducada
será punido com pênalti contra sua equipe, mesmo estando sua equipe de posse da
bola.
 Quando ocorrer a penalização com um pênalti, no que se refere aos itens 6 e 7, o
treinador determinará quem executará o referido tiro.

SISTEMA DE MARCAÇÃO
O sistema de marcação será preferencialmente INDIVIDUAL.
SUGERIDO PELA CBHb:
a) Para a faixa etária de 08 anos a 10 anos - marcação individual em toda a quadra ou em
meia quadra.

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Proposta Pedagógica Para o Ensino do Handebol
Cézar Leão

b) Para a faixa etária de 11 a 12 anos - os sistemas abaixo sugeridos.


1:3 2:2 1:2:1 3:1, Os sistemas sugeridos deverão ser aplicados gradativamente, à medida
que as crianças dominarem os sistema de marcação individual e somente utilizados com
crianças de 11 anos e 12 anos. Essa sugestão é uma preparação para a próxima faixa etária
(13 anos), quando a criança será encaminhada para o grupo de formação de atletas.

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Capitulo VI - FUNDAMENTOS TÉCNICOS DO HANDEBOL

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FUNDAMENTOS DO HANDEBOL

•FUNDAMENTOS:
 São os movimentos básicos realizados no jogo e que dão as características próprias
da modalidade desportiva, sem as quais ela não existiria.
•TÉCNICA:
 A melhor forma de se executar os movimentos fundamentais do jogo com eficiência
e economia de esforço.

•PASSE
 Técnica de lançamento da bola a um companheiro de equipe realizada com o
objetivo de criar condições favoráveis para sua recepção:
Na iniciação Para alunos iniciados ESPECIAIS: no nível, mas
avançado
De peito; De ombro; Por trás do ombro;

Com as duas mãos acima da Lateral; Por trás do quadril;


cabeça;
Com salto; Quicado entre as pernas do
adversário;
Quicado;

•RECEPÇÃO
 Técnica de domínio da posse da bola
•ALTA •MÉDIA •BAIXA
Mãos em forma de concha Mãos em forma de concha Invertida: Mãos em forma
(formando um W com o (formando um W com os de concha (formando um M
polegar e indicador), dedos polegar e indicador), com os dedos midinho e
articulação do cotovelo em articulação do cotovelo em anelar), articulação do
pequena flexão e tronco pequena flexão e a cotovelo em pequena flexão
ereto; articulação dos joelhos em e articulação dos joelhos e
pequena flexão; tronco flexionado;
Normal: Mãos em forma de
concha (formando um W
com os dedos polegar e
indicador), articulação do
cotovelo em pequena flexão
e a articulação dos joelhos
em total flexão;

39
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Cézar Leão
•DRIBLE
 Técnica de quicar (bater) a bola no solo realizada com o objetivo de conduzi-la ou
manter a sua posse em determinados momentos do jogo, alto, médio e baixo (a bola
deve ser empurrada em direção ao chão mantendo sempre a relação mão - bola –
solo – mão. O drible é o único fundamento que permite ao jogador percorrer todo
espaço de jogo com a bola dominada sem infringir a regra.

•ARREMESSOS
 Técnica de lançamento da bola ao gol, realizada com o objetivo de suplantar a
interceptação dos defensores e do goleiro adversários.
Na iniciação Para alunos iniciados ESPECIAIS: no nível, mas
avançado.
Com apoio; Com apoio; Com inclinação (com apoio e
com salto);
Com salto (trifásico); Com salto (trifásico); Com retificação;
Em suspensão (com os dois Giro e queda
pés);
Na corrida; Em queda com salto
(peixinho);
Altura do quadril; Rosca;
Com giro e salto; Falha (suíça);

•FINTAS
 Ação técnica realizada com o objetivo de enganar o adversário para ultrapassá-lo
quando se detém ou não, a posse da bola.
 De ameaça (de arremesso)
 Com giro (contato zero nos dois pés)
 De cintura (contato zero nos dois pés)
 Falsa ou de braço (contato zero nos dois pés)

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TÉCNICAS DEFENSIVAS
 Deslocamentos: são movimentos realizados pelos jogadores em diversas direções
que tem como objetivo final ocupar os espaços vazios antes dos atacantes, os
deslocamentos podem ser em diagonal, a lateral, para frente e para trás;

 Bloqueio defensivo: Elemento da estatura defensiva utilizado individualmente ou


em grupo (2,3 ou mais jogadores). Podem-se diferenciar as seguintes situações:
1. Em apoio com as duas mãos: é utilizado para deter arremessos em apoio. O
defensor deverá ter os braços paralelos em elevação superior, mãos abertas e
unidas. Os membros superiores no momento do bloco deverão “atacar” a bola.

2. Em apoio com uma mão: é utilizada para deter arremessos apoiados a altura do
quadril e por baixo, o braço deverá elevar-se lateralmente com a mão aberta e os
dedos bem afastados procurando “atacar” a bola no momento do bloco ou
bloqueio defensivo.

3. Em apoio com as duas mãos e flexão lateral do tronco: é utilizado para deter
arremessos apoiados em inclinação lateral. A estrutura do movimento é
semelhante à técnica descrita anteriormente, com as duas mãos e flexão lateral do
tronco.

41
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Cézar Leão

4. Em suspensão com as duas mãos: é utilizado


para deter arremessos em suspensão. A estrutura
do movimento é semelhante ao item Nº 1,
acrescida da suspensão vertical.

5. Em suspensão com as duas mãos e flexão lateral do tronco: é utilizado para


deter arremessos em suspensão com meia inclinação. A estrutura do movimento é
semelhante à anterior com flexão lateral do corpo no momento da realização do
bloco ou bloqueio defensivo.

6. Muro: conciste na utilização do


bloco ou bloqueio defensivo em
situações de jogo (livres, livre direto
no final do jogo), por 4, 5 ou 6
jogadores. A técnica de execução
nestas circunstâncias é semelhante às
descritas anteriormente. Esta
situação pressupõe uma atitude
coletiva muito forte e de um grande
entre ajuda.

7. Colaboração com o GOLEIRO: ação de dois ou três defensores na realização de


um bloco ou bloqueio defensivo de uma forma coordenada e definida com o
GOLEIRO.

 Encaixe (pegada técnica) – é a ação de realizar contato com um adversário, quando


de frente a ele e com os braços flexionados, sendo um na articulação do cotovelo e o
outro na cintura, mantendo este contato de modo a controlar e acompanhar o
adversário.

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Capitulo VI – FUNDAMENTOS TÁTICOS DO HANDEBOL

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FUNDAMENTAÇÃO TÁTICA
TÁTICA:
 Um conjunto de ações, individuais e coletivas, que os jogadores de uma equipe
realizam de forma organizada e racional com o objetivo de sobrepujar os atletas e as
equipes adversárias.
CARACTERIZAM A TÁTICA
 Busca pela superioridade numérica;
 Ajuda recíproca;
 Variação das ações;
 Disciplina (manutenção de postos, respeito ao plano e execução de ações no
momento oportuno);
 Objetividade na realização das ações.

TÁTICA INDIVIDUAL:
É o conjunto de ações individuais utilizadas por um jogador, em sua luta contra um ou mais
adversários, quando encontra-se numa fase de defesa ou de ataque.
1.1 - RECURSOS TÁTICOS OFENSIVOS INDIVIDUAIS
1.1.1 FINTA SEM BOLA: Ë a ação que o aluno realiza com o objetivo de criar
uma condição favorável de receber a bola.
1.1.2 FINTA DE PASSE: Ë a execução do movimento de passe numa direção
sem a sua execução, com o objetivo de criar condições de movimentações
dos colegas de equipe.
1.1.3 QUEBRA DE SENTIDO: Ação que tem como objetivo, através do retorno
da bola, criar superioridade no lado da defesa que a bola estava. (tática
individual)
1.1.4 PENETRAÇÃO: São corridas com ou sem bola realizadas por 1 ou mais
jogadores que tem o objetivo de criar superioridade em determinados postos
específicos.

1.2 - RECURSOS TÁTICOS DEFENSIVOS INDIVIDUAIS


1.2.1 MUDANÇA DE POSTURA DEFENSIVA: São reações do defensor de
acordo com a ação dos atacantes.
1.2.2 DISSUASÃO: É a ação defensiva que o adversário não terá condições de
receber a bola.
1.2.3 PRESSÃO EM POSTOS ESPECÍFICOS: É diminuir os espaços dos
atacantes em determinados pontos da quadra.
1.2.4 DAR O ESPAÇO VAZIO: Proporcionar uma ilusão ao atacante de pouco
espaço de ação.
1.2.5 BLOQUEIO DEFENSIVO: É o gesto utilizado pelos jogadores de defesa
para impedir a trajetória da bola ao gol.

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2-TÁTICA DE GRUPO:
É o conjunto de ações coletivas utilizadas por 2, 3 ou 4 jogadores sem ou com bola, em sua
luta contra um ou mais adversários, objetivando criar superioridade numérica, quando
encontra-se numa fase de defesa ou de ataque.

2.1 - RECURSOS TÁTICOS OFENSIVOS DE GRUPO


2.1.2 CORTINA: Parada ou passagem de um ou mais jogadores de ataque na
frente do defensor;
2.1.3 CRUZAMENTO: É um procedimento tático ofensivo entre dois ou mais
jogadores;
2.1.4 BLOQUEIO OFENSIVO: É a ação do jogador de ataque que impede a
movimentação do defensor, criando assim uma superioridade numérica para
o jogador que está com a bola. Os bloqueios ofensivos podem ser feitos de
costas ou de frente, com boa base.
2.1.5 FINTA DE PASSE E FINTA SEM BOLA AO MESMO TEMPO;

2.2 - RECURSO TÁTICO DEFENSIVO DE GRUPO


2.2.1 - TROCA DE MARCAÇÃO: Ë a ação dos defensores a uma posterior ação
dos atacantes que pode ser, um cruzamento, uma penetração;

3 - TÁTICA COLETIVA
É o conjunto de ações coletivas utilizadas por 5 ou mais jogadores sem ou com bola,
objetivando criar superioridade numérica, quebra de seqüência de passes, quando encontra-
se numa fase de defesa ou de ataque.

3.1 - RECURSOS TÁTICOS OFENSIVOS DE GRUPO

3.1.1 - COMBINAÇÕES PRÉ-ESTABELECIDAS: São ações pré-estabelecidas


“treinadas” com objetivo de criar superioridade numérica, este recurso é utilizado
quando a técnica individual e as ações táticas individuais e de grupo não conseguem
superar as ações defensivas;
3.1.2- CRUZAMENTO DUPLO COM PENETRAÇÃO;
3.1.3- MUDANÇA DE SISTEMA OFENSIVO;

3.2 - RECURSO TÁTICO DEFENSIVO DE COLETIVO

3.2.1 - MUDANÇA DE SISTEMA DEFENSIVO

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Capitulo VII – DESENVOLVIMENTO OFENSIVO

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DESENVOLVIMENTO OFENSIVO
ATAQUE:
 Situação de jogo determinada no momento que a equipe detenha a posse de bola
ou no ato de sua recuperação.
FASES DO ATAQUE:
1. ATAQUE RÁPIDO (SAÍDA RÁPIDA, CONTRA-ATAQUE);
CONTRA-ATAQUE
 É o momento que os jogadores se deslocam da defesa para o ataque, (transição)
com ou sem a bola.
Tipos de Contra-ataque
1ª onda-contra-ataque 2ª onda contra-ataque 3ª onda contra-ataque
simples; sustentado; sustentado ou com
combinação.
É o tipo de contra – ataque É o tipo de contra – ataque É o tipo de contra – ataque
realizado pelos jogadores no realizado pelos jogadores no realizado pelos jogadores no
primeiro momento da segundo momento da terceiro momento da
transição, acontecendo um transição, acontecendo mais transição, acontecendo mais
único passe antes da de um passe antes da de dois passes antes da
finalização, geralmente finalização, geralmente finalização, podendo existir a
realizado pelos jogadores que realizado pelos jogadores que execução de uma
marcam nas extremas ou os marcam nas laterais ou os combinação pré-estabelecida,
que marcam na 2 ª e ou 3 ª jogadores de 2 ª linha nos geralmente realizado pelos
linha nos sistemas sistemas defensivos. jogadores que marcam na
defensivos. (LEÃO, 2002). (LEÃO, 2002). posição centrais e laterais, ou
os jogadores de 1 ª linha nos
sistemas defensivos.
(LEÃO, 2002).

Evolução da eficiência de CONTRA –ATAQUE

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2. FORMAÇÃO DO SISTEMA DE ATAQUE:


 Chegada ao ataque e definição do sistema ofensivo adotado.
3. ATAQUE POSICIONAL:
 Momento em que o ataque se organiza num sistema ofensivo determinado e
começa a realizar um jogo de provocação contra a defesa adversária, sem
modificar a estrutura básica deste sistema;

FLUTUAÇÃO OFENSIVA:
 Jogo de provocação realizado pelo ataque em situação posicional, no qual, o
aluno de posse da bola avança contra a defesa ameaçando o arremesso e recua
após a execução do passe ao seu companheiro subseqüente, estando sempre a
frente quando tiver a posse da bola e atrás quando não a detiver.
ENGAJAMENTO:
 Ação de ataque, com apoios sucessivos dos jogadores na troca de passes em
busca da criação de uma situação de superioridade numérica, a partir da
estrutura de flutuação ofensiva básica com o objetivo de criar condições
favoráveis de finalização ao gol.

4 – MODIFICAÇÃO NA ESTRUTURA DO SITEMA ADOTADO.


DESDOBRAMENTOS:
 Modificação do sistema inicialmente adotado ou a realização de combinações
pré – estabelecidas.

FUNÇÃO DOS JOGADORES DE ACORDO COM SEUS POSTOS ESPECÍFICOS.

EXTREMAS – iniciar e finalizar o engajamento, fintar o


oponente direto para finalizar, circular, jogar nos 9 metros
e na linha de fundo e o primeiro a realizar contra ataques
quando se adota o sistema 6:0 contra-ataques.

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PIVÔS – abrir espaço para os jogadores de 1°


linha (9m), finalizar dos 6m, realizar
bloqueios, ocupar os espaços liberados pela
defesa, dar opção para os jogadores de 1ª
linha e realizar ações combinadas entre 1º e 2ª
linha.

ARMADORES – iniciar, dar continuidade e finalizar o engaje, arremessar de longa


distância e infiltrar para finalizar nos 6m (como 2º pivô), servir o pivô e realizar
combinações com os jogadores de 1ª e 2ª linha.

ARMADOR CENTRAL – comandar as ações


ofensivas da equipe, determinar a forma e o ritmo do
jogo, finalizar dos 6m e 9m, arremessando de longa
distância e infiltrando para finalizar como 2º pivô.
atua como uma espécie de maestro da equipe.

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ARMADOR LATERAL – geralmente são jogadores de


força com boa envergadura, que finalizam com
arremessos de longa distância.

A Ordenação dos Jogadores.


Em todas as fases do jogo, é necessário estabelecer princípios de ordem para facilitar
aos jogadores o desenvolvimento individual e coletivo.
Distribuímos aos jogadores os conceitos de Linhas e Postos Específicos.
As Linhas: referem-se à profundidade, tomando como ponto de referência a área de (9
metros).
Ofensivas:
1ª Linha.:Os jogadores se encontram entre o centro do campo e a linha de 9 metros da
equipe defensora.
2ª Linha.:Os jogadores se encontram entre a linha de área de gol (6 metros) e a linha
de 9 metros da equipe defensora.

SEGUNDA LINHA

PRIMERA LINHA

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PRINCIPAIS SISTEMAS OFENSIVOS

1) 3 : 3 - com três jogadores com características de 1ª linha de ataque ( dois armadores


laterais e um central ) e três de 2ª linha ( dois extremas e um pivô ).

Ofensivos: Se nomeiam por


letras.
F D
A – Armador Lateral Esquerdo
E B – Armador Central

C – Armador Lateral Direito


A B C
D - Extremo Direito

E - Pivô

F - Extremo Esquerdo

2) 2:4 - com dois jogadores com características de 1ª linha (armadores ), dois de 2ª linha
( pivôs ) e dois com características intermediárias ou universais.
Ofensivos: Se nomeiam por
letras.
A - Armador

F
E B – Armador

E C C – Pivô

D - Extremo Direito

E - Pivô
A B
F - Extremo Esquerdo

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Capítulo VIII – DESENVOLVIMENTO DEFENSIVO

52
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A DEFESA

A evolução do handebol tem sido patente nos últimos anos e pode dizer-se que a imagem
da marca de uma equipe vencedora é a defesa que apresenta e executa (Cruz, 1990).
Ë normal o elogio do ataque e enaltecimento da obtenção do gol, cuja espetacularidade e a
sua associação à sua concretização duma aspiração primordial do jogo, marcar gols esta
diretamente ligada às manifestações do público levam os atletas, o publico e a comunicação
social a fazer referencia especiais aos atacantes e deixar em segundo plano a ação de um
defensor, por mais brilhante que tenha sido.
A evolução técnica da nossa modalidade está ligada a nossa capacidade defensiva,
esta, traduzida num domínio superior dos princípios individuais, dos meios táticos e
dos princípios coletivos da defesa.
Assim, o treinamento de defesa, tem antes de mais que se constituir um gosto, a começar
pelos professores que devem dedicar-lhe uma percentagem de tempo significativo,
tornando-o numa tarefa motivadora, enaltecendo os desempenhos defensivos estimulando
os seus atletas para se empenharem ao máximo, para que em situação de competição de
competição esta surja como uma fase de jogo alegre e entusiasmante para todos.

A ORGANIZAÇÃO DO JOGO DEFENSIVO

Em principio não deviríamos temer oferecer estruturas fechadas de jogo, as quais o jogador
deve submeter-se. Não será um problema, sempre e quando ele tenha superado
progressivamente as diferentes etapas de um programa onde as questões individuas estarão
sempre referendando o trabalho coletivo.
Na aprendizagem dos sistemas de jogo defensivos, propomos a possibilidade da existência
de organizações de jogo prévias a qualquer outra estruturação de sistemas padronizados de
jogo, o que denominamos da construção do pensamento defensivo a utilização dos
sistemas defensivos.
Construção do pensamento defensivo.
1.Organização de jogo Fase de relação
(Os pré-sistemas) Fase de desenvolvimento de elementos técnicos e táticos
individuais
2. Defesa transição individual - Fase de desenvolvimento de elementos táticos coletivos
zonal
3. A defesa em sistemas Fase de desenvolvimento de sistemas de jogo

Em toda competição ou estrutura de jogo nas fases iniciais de aprendizagem, deve evitar-se
um sistema fechado, estruturado e condicionante para o jovem praticante. Em outras
palavras, não deve tratar de parecer-se ao modelo adulto, mas sim de oferecer uma estrutura
de organização que o sintonize e co-ajude a consecução dos objetivos previstos na etapa em
que a criança encontra-se. É preciso considerar sempre essa organização, esse pré-sistemas,
como meio e nunca como fim último ou objeto de aprendizagem.

53
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Evidentemente que na primeira etapa, onde corresponde o desenvolvimento dos elementos


técnico-tático individuais, a organização em sistemas deve partir de situações de
responsabilidade estreitamente individual. Não podemos introduzir conceitos coletivos tais
como a ajuda defensiva, porque segundo os processos de progressão o momento ainda não
é adequado. Parece evidente que, mediante a organização defensiva com designação
individual, conseguiremos que a situação de jogo mantenha uma relação sólida com os
objetivos a desenvolver.
1. Organização de jogo (Os pré-sistemas)
1.1 . A defesa individual Pessoal ou nominal; Assim chamada porque exige designação
individual de marcação. Cada jogador responsabiliza-se pela marcação de seu oponente
direto, durante toda e possível situação do jogo, independentemente do mesmo estar ou não
em posse de bola. A marcação é unicamente na linha de arremesso, não existindo conceito
de ajuda.
Variações especiais;
a. Numa primeira fase, utilizar-se das pequenas sociedades, estruturas funcionais da
metodologia situacional;
b. Numa segunda fase, a quadra é utilizada para evitar o estabelecimento de relações
de colaboração fácil;
c. Numa terceira fase, de redução espacial, utiliza-se meia quadra para possibilitar, que
pelo menos de forma esporádica, apareçam situações de colaborações defensivas.
Aspectos a observar: controle tátil com o adversário direto, para poder controlar a visão
do portador da bola e em geral as demais situações do jogo.

1.2 . A defesa individual com troca de marcação ou não nominal;


Organização de jogo mais complexo, do qual também há uma designação individual de
marcação, porém sob a possibilidade de troca de oponente. Atendendo a critérios derivados
do surgimento do conceito de ajuda, o centro de atenção fundamental não será mais o
adversário direto, mas o possuidor da bola. Em conseqüência, a forma de marcação não
diferirá na marcação do jogador de posse de bola, com relação a defesa individual pessoal
ou nominal, mas na marcação do jogador sem a posse da bola, deveremos adotar uma
orientação que possibilite simultaneamente:
Ter o controle visual sobre o adversário direto, com possibilidade de interceptar um
passe sobre o mesmo;
Possibilitar a atuação em apoio decisivo sobre o portador da bola, caso este consiga
superar a os nossos colegas;
Estabelecer um equilíbrio entre a marcação na linha do passe do nosso oponente direto
(opção 1) e a marcação na linha de tiro (sempre devemos estar situados entre o adversário e
o gol);
Notar a possibilidade de ter que efetuar apoio decisivo a nosso colega, leva implícito o
conceito tático coletivo de troca de oponente, uma vez que o jogador superado pelo
atacante com bola deve, diante da atuação do seu colega procurar rapidamente o jogador
livre de marcação (opção 2);
Podemos utilizar este tipo de defesa como organizador de jogo, utilizar na fase de
desenvolvimento das combinações táticas coletivas;

54
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Variações especiais
a. Numa primeira fase, para percepção da necessidade da efetivação das trocas,
utilizar-se das pequenas sociedades, estruturas funcionais da metodologia
situacional;
b. Numa segunda fase, com a construção do pensamento tático, troca de
marcação, construído, utilizaremos todo campo de jogo ampliando os espaços
dos jogadores de posse de bola, consequentemente criando uma séries de
situações problema que estarão proporcionando a necessidade da utilização da
troca de marcação;
c. Numa terceira fase, para favorecer, mediante a redução do espaço de atuação, a
possibilidade de comunicação entre os jogadores membros de uma mesma
equipe, aplicamos este sistema defensivo desde o próprio meio campo;
d. Numa quarta fase, reduziremos progressivamente o espaço de atuação a zonas
não superiores a 12 metros com relação ao gol defendido.
Aspectos a observar:
Orientação do corpo e visão deve permitir sem controle tátil ter o nosso oponente em nosso
campo visual simultaneamente ao oponente direto e ao portador da bola.

1.3 . A defesa de transição individual à defesa por zona


Dentro da perspectiva de criação de um pensamento pedagógico na aprendizagem do
prazer em defender, esta transição se traduz num salto de qualidade muito grande. Com a
progressão marcada de defesa individual pessoal ou nominal à com troca de marcação ou
não nominal, consideramos que não é suficiente para que o jovem praticante assimile
rapidamente a mudança de uma defesa de responsabilidade individual a um sistema de jogo
que sua atuação centra-se numa zona determinada, e ainda em ajustada coordenação espaço
temporal com seus colegas. Devemos realizar uma organização de jogo que sirva como
ponte entre as defesas individuais e as zonais, a partir da progressiva incorporação das
combinações táticas coletivas, e que, além disso, respondem a um sistema de flexibilidade
imposto voluntariamente, que diferencia claramente esta estrutura dos modelos de jogo
sistematizados (sistema de jogo).
1.3.1 . Parte dos aspectos individuais
a. A configuração dos postos específicos, assim como das linhas defensivas dependerá
diretamente da formação ofensiva adotada pela equipe oponente;

2ª linha

1ª linha

55
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Cézar Leão

b. Se o atacante trocar de linha, o defensor trocará simultaneamente de linha


(transformação do sistema);

2ª linha

1ª linha

1.3.2 . Introduz aspectos coletivos


A partir dessa proposta individual introduzimos os aspectos táticos coletivos;
a. Troca de oponente entre os membros da mesmas linha defensiva. A idéia com a
qual os defensores trabalham é de manter–se numa mesma linha, permitindo ter um
controle visual entre eles, para realizar a troca de oponente diante cruzamento de
atacantes;

2ª linha

1ª linha

56
Proposta Pedagógica Para o Ensino do Handebol
Cézar Leão

b. Quando acontecer troca de linhas de ação entre os atacantes seguiremos o


primeiro princípio dos aspectos individuais, acompanhar o adversário trocando-
se de linha de ação, se acontecer trocas de posição dos atacantes dentro das
linhas seguiremos o primeiro aspecto coletivo, troca de marcação;

2ª linha

1ª linha

Vantagens de utilização desta organização de transição


a. Mantém os aspectos essenciais da organização da defesa individual;
b. Não pode se falar de um sistema estabelecido. Existe uma modificação e
adaptação em relação a troca de linhas defensivas que dependem mais da reação
defensiva frente a atuação de um atacante que de se sujeitar-se a um sistema
determinado;
c. A situação do jogo é a que marca o posto especifico que ocupará. Não existe
problema de especialização numa ou outra linha, nem num outro posto, pois a
própria dinâmica de funcionamento da organização defensiva obriga a dotar
diferentes zonas defensivas.

A defesa em sistemas
Depois de superado os primeiros níveis de aprendizagem na forma de defender, podemos
propor a possibilidade de adaptar nossos jogadores a situações de defesa em sistemas.
Parece coerente propor situações de aprendizagem dos distintos sistemas defensivos por
zona, para depois passar a situações defensivas mistas. E finalmente, abordaríamos as
situações de pressão. As defesas individuais utilizadas pelas equipes de alto nível não
correspondem com as defesas individuais utilizadas como organização do jogo.
Anteriormente falávamos de defesa individual pessoal ou nominal e como troca de
marcação ou não nominal, agora devemos falar de defesa sob pressão.
Acreditamos que a progressão pedagógica metodológica deverá centrar-se na hierarquia das
linhas defensivas, para que possamos priorizar o futuro do jogador, de acordo com as suas
características e faixa etária que estaremos a trabalhar. Como proposta deveremos, depois
de vivenciar as defesas individuais sob pressão, vivenciar as defesas em três linhas 3:3,
3:2:1, defesas em duas linhas 4:2, 5:1, defesa em uma linha 6:0 e por último as defesas
mistas 5+1, 4+2, 3+3;

57
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Cézar Leão

SISTEMA TIPO da DSEFESA LINHAS DE


AÇÃO
Individual Aberta Meia quadra Nenhuma
Quadra inteira
3:2:1 Aberta, por zona Três
3:3 Aberta, por zona Duas
4:2 Aberta, por zona Duas
5:1 Fechada, por zona Duas
6:0 Fechada, por zona Uma
4:1+1 Mista ou combinada, por zona e Duas
individual;
5+1 Mista ou combinada, por zona e Uma
individual;
4+2 Mista ou combinada, por zona e Uma
individual;
3+3 Mista ou combinada, por zona e Uma
individual;
Caracterização dos sistemas defensivos. Leão, (2006)

PRINCÍPIOS GERAIS DA DEFESA

1. – DEFESA DA BALIZA: Prioritário de qualquer sistema defensivo, organização num


sistema defensivo, cumprimento rigoroso das tarefas e colaboração mutua;
2 – CONQUISTA DA POSSE DA BOLA: Corporizar o caráter “agressivo” das defesas
modernas. O seu cumprimento pressupõe uma grande e constante agressividade (pressão),
não só sobre o portador da bola, mas também sobre os possíveis receptadores, com o
objetivo de levar os atacantes a cometerem erros;
3 – ENTREAJUDA: Principio imprescindível à coesão e eficiência de qualquer
organização defensiva;
4 – SUPERIORIDADE NUMÉRICA: O objetivo principal das ações defensivas é o de
permitir a todos os seus componentes, uma intervenção em superioridade numérica;
5 – ADAPTAÇÃO DA DEFESA AO ATAQUE: A defesa deve possuir maleabilidade e
versatilidade tais, que lhe permita, com segurança, alterar em qualquer altura do jogo o seu
esquema tático, contrariando com êxito as ações do ataque tomando assim a iniciativa do
jogo;
6 – INADAPTAÇÃO DO ATAQUE: A oportunidade, a surpresa, a agressividade e a
freqüência de determinadas ações técnico-táticas defensivas, deverá criar ao ataques
constantes e variadas dificuldades de adaptação, que deverão ser imediatamente exploradas;
7 – PREVISÃO DAS AÇÕES DO ADVERSÁRIO: Os jogadores com base numa leitura
atenta do jogo;

58
Proposta Pedagógica Para o Ensino do Handebol
Cézar Leão

8 – DISCIPLINA TÁTICA: O conceito prático deste principio exige uma grande


maturidade psicológica garantindo assim que a totalidade das capacidades do atleta seja
posta ao serviço da equipe, subordinando o interesse individual ao coletivo;
9– CONCENTRAÇÃO, COMBATIVIDADE, ESPÍRITO DE SACRIFÍCIO E
VONTADE: O valor global da equipe terá de ser superior ao somatório das capacidades
individuais dos seus componentes;
10 – PREPARAÇÃO GLOBAL DE TODOS OS JOGADORES: A equipe não pode
apresentar sua eficácia, única e exclusivamente na prestação 2 ou 3 jogadores, o grau de
treinamento de todos os jogadores deverá ser idêntico independente a sua posição de
marcação;

DESENVOLVIMENTO DEFENSIVO

1 – POSICIONAMENTOS

1.1 – DESLOCAMENTOS 1.1.1 - LATERAIS


1.1.2 - FRONTAIS
1.1.3 - DIAGONAIS
1.2 – PEGADAS TÉCNICAS
1.3 - DEFENDER POR: 1.3.1 - APROXIMAÇÃO
1.3.2 - DISSUASÃO
1.3.3 - COBERTURA
1.3.4 - DESLOCAMENTO
1.3.5 - TROCA DE MARCAÇÃO
1.4 - OBSERVAÇÃO 1.4.1 - INTERCEPTAÇÃO
1.4.2 - ANTECIPAÇÃO

Linhas Defensivas:
1a Linha- Os jogadores se encontram
próximos a linha da área de gol (6
metros)
2ª Linha- Os jogadores se encontram
TERCEIRA LINHA entre a linha de área de gol (6 metros)
e a linha de 9 metros de seu próprio
SEGUNDA LINHA
campo.
PRIMERA LINHA 3ª Linha- Os jogadores se encontram
entre o centro do campo e a linha de
9 metros da equipe defensora.

59
Proposta Pedagógica Para o Ensino do Handebol
Cézar Leão
PRINCÍIPIOS GERAIS DA DEFESA À ZONA
Domínio dos conceitos de troca de adversário, quando e como se executa.
Evitar o bloqueio.
Saber a noção de ajuda, sem descuidar a sua posição inicial.
Dominar termos de comunicação com os companheiros (entrou, é teu, passou o
pivô).
Colaboração com o goleiro.
Domínio dos princípios fundamentais de cada posto nos principais sistemas
defensivos.
As zonas de atuação se entrelaçam;
PRINCÍPIOS INDIVIDUAIS DA DEFESA À ZONA
Colocação entre o portador da bola e a baliza.
Atacar o portador da bola.
Capacidade de antecipação
Comportamento agressivo e corajoso dentro do regulamento técnico,
compreendendo o HANDEBOL como um jogo de choque sistemático e aceitando
fato com naturalidade.

DEFESAS ABERTAS, PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS.


Posição base inicial nos 9 metros (aproximadamente) recuando à linha de 6metros
face às ações dos atacantes.
Manutenção o mais possível dos 3 parâmetros de toda a defesa.
Profundidade, largura, densidade.
Entrar na zona de criação de jogo
VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS DEFESAS ABERTAS
VANTAGENS
Obriga o adversário a jogar longe da nossa baliza
Dificulta a coordenação entre os atacantes adversários.
Possibilita a interceptações de bola e lançamentos de contra-ataque.
Predisposição psicológica dos nossos jogadores, maior concentração para ajudar os
colegas.
Bom para equipes com goleiros com dificuldades em arremessos dos 9 metros.
DESVANTAGENS
Diminuição da densidade defensiva.
Maior espaço entre os defensores.
Menor possibilidades de ajuda.
Maior exigências físicas e psíquicas.
Maior riscos na zona de 6`metros.
Maiores riscos de sanções disciplinares.

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DEFESAS ABERTAS

1) INDIVIDUAL – Tem como principal objetivo desajustar o ritmo de jogo, dificultar


os passes e os deslocamentos ofensivos dos atacantes adversários. De um ponto de vista
pratico, o sistema homem a homem pode ser empregado:
– Quando a equipe adversária estiver com uma pequena diferença, no máximo três gols,
a frente do placar em final de jogo;
– Para surpreender o adversário e fazê-lo sair de sua tática habitual;
– Quando da exclusão temporária de um ou vários jogadores, o que coloca a equipe
adversária em inferioridade numérica;
– Quando a equipe adversária for deficiente, tanto no plano técnico tático quanto no
físico. SIMÕES, (2002).
1.6 – POR TODA QUADRA 1.5 – EM MEIA QUADRA

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2) 3 : 3 – Com a organização espacial e do mecanismo funcional do sistema, sua
utilização é de suma importância na iniciação do jogo pois proporciona vários riscos dentro
do objetivo da modalidade, porém quando utilizado por equipes de competição exige
condições físicas técnicas e táticas altamente qualificadas por parte dos participantes do
jogo de handebol, por isso que se torna muito mais fácil sua execução quando se é
vivenciado na aprendizagem inicial.

Defesas nomeiem por números


3 – Central Avançado
1 - Extrema Direita
3 - Lateral Direita Avançado
3 - Base
3 2
2 2 - Lateral Esquerda Avançado
1 - Exterior esquerda
G - Goleiro
3

1 1

Um belo exemplo de defesa aberta!

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3) 3 : 2 : 1 – É um sistema que requer conhecimentos sensíveis em nível de marcação
individual, ajustamento alternativo e de ajuda mútua dentro do próprio sistema, pois, é um
sistema de três linhas defensivas.

Defesas nomeiem por números


3 – Avançado
2 - Lateral Direita
3 1 - Extrema Direita
3 - Base
2 - Lateral Esquerda
2 2 1 - Extrema esquerda
3
G - Goleiro
1
1

4) 4: 2 – É um sistema que requer conhecimentos sensíveis em nível de marcação


individual, de trocas de marcação principalmente os avançados, ajustamento alternativo e
de ajuda mútua dentro do próprio sistema, pois, é um sistema de duas linhas defensivas.

3 – Avançado
2 - Lateral Direita
1 - Extrema Direita
3 3 3 - Avançado
2 - Lateral Esquerda
1 - Extrema esquerda
2 2 G - Goleiro
1
1

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DEFESAS FECHADAS A ZONA

Os sistemas defensivos fechados são caracterizados pela disposição dos jogadores em uma
linha ou em duas linhas. De todos os sistema são os de mais fáceis aplicabilidade, pois as
tarefas individuais estão bem definidas e pouco se alteram no decurso do jogo.

TIPOS DE DEFESAS FECHADAS

1) 6 : 0 – Na Utilização do sistema cada defensor tem uma responsabilidade em cobrir uma


zona espacial. Velocidade e marcação por aproximação se enquadram nesse mecanismo,
com os defensores participando em movimentos de saídas e retornos rápidos.

1 – Extrema Direita
2 – Lateral Direita
3 – Centro Direita
3 – Centro esquerda
2 – Lateral Esquerda
3 3 1 – Extrema esquerda
2 G – Goleiro
2

1
1

2) 5 : 1 – É o sistema que é executado em duas linhas defensivas (6 metros) e (9 metros) as


duas linhas são realizadas pela existência de uma jogador avançado, o que cria várias
possibilidades. Assim, o sistema defensivo 5:1 é composto por cinco defensores que atuam
na primeira linha defensiva e um com um posicionamento mais avançado.

3 – Avançado
3 1 - Extrema Direita
2 - Lateral Direita
3 - Central
2 - Lateral Esquerda
3 1 - Extrema esquerda
2 2 G - Goleiro
1 1

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VANTAGENS E DESVANTAGENS DAS DEFESAS FECHADAS.

VANTAGENS DESVANTAGENS
 Estabilidade contra as bruscas mudanças dos  Não dificulta a organização defensiva;
sistemas ofensivos do adversário;  Exige bom sentido de colocação dos
 Automatização dos deslocamentos; seus componentes;
 Aumento da densidade defensiva;  Necessário ter jogadores muito
 Menor espaços entre os defensores; experientes;
 Maior possibilidade de ajuda;  Exige grande espírito de ajuda e
 Menor exigências física e psíquica; colaboração.
 Menor riscos na zona dos 6 metros;
 Anulas linhas de passe (para o 5 : 1);

3) DEFESAS MISTAS OU COMBINADAS


 São sistemas que se caracterizam por definir um ou mais atacantes com a execução
da marcação individual.
5+1 4 +2 3+3

4:1 + 1(Escola Portuguesa)

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Capítulo IX – O GOLEIRO

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O GOLEIRO

No handebol o goleiro ocupa uma posição de


vital importância. De sua atuação depende o
êxito ou fracasso de sua equipe. A diferença do
resto dos jogadores é que não pode cometer um
erro, pois será castigado com o gol. Como
ultimo defensor pode corrigir os erros de seus
companheiros e facilitar-lhes o inicio do ataque
a possibilitando-os contra atacar com eficácia.
Independentemente dos valores que objetivam
sua atuação, desde do ponto de vista
psicológico, seu comportamento influi de
maneira decisiva, motivando seus
companheiros com boas defesas. No handebol
não existe uma posição de jogo que cause mais
fascino que a do goleiro. As constantes
intervenções que realiza em função da rápida dinâmica do jogo e o efeito psicológico que
exerce sobre seus companheiros fazem com que muitos autores o descrevam como sendo a
alma do time, depositando nele 50% do sucesso obtido por uma equipe. Por isso, nas aulas
de Educação Física a orientação dos alunos é imprescindível, pois o conhecimento das
técnicas e táticas de defesa como um processo de construção facilitará o desenvolvimento
de um estilo próprio de realizá-las com confiança e segurança, estimulando-os a uma maior
participação em tão difícil posto, compreendendo o ensino da técnica, destacamos a
importância da utilização das estratégias de explicação verbal, questionamentos,
visualização e demonstração no ensino das habilidades específicas, principalmente para
esta posição de jogo no handebol.

FUNDAMENTOS BÁSICOS (Posição de base ou fundamental)


1- O goleiro deve se posicionar no centro da meta e colocar-se um pouco a frente da
linha do gol (mais ou menos um passo / um passo e meio)
2- Manter os pés paralelos e afastados aproximadamente de 20 a 30 cm com as pernas
levemente flexionadas e pés em contato com o solo com calcanhares ligeiramente
levantados para facilitar o deslocamento.
3- Distribuir o peso do corpo uniformemente nas duas pernas, provocando um pequeno
desequilíbrio no centro de gravidade, através de uma suave elevação dos
calcanhares.
4- Adotar um posicionamento e mãos que se adeqüe às suas características físicas
(tamanho, envergadura, velocidade de reação e de membros, etc.)

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Deslocamento em meia-lua (deslizamento feito a partir da posição de base, para


acompanhar a trajetória da bola, indo de um poste lateral da baliza ao outro);

POSIÇÃO INICIAL

NO CENTRO NA EXTREMA

DEFESA DE BOLAS BAIXAS

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DEFESA DE BOLAS NO CENTRO

DEFESA DE BOLAS A MEIA ALTURA DEFESA DE BOLAS ALTAS

No processo de aprendizagem de suas habilidades específicas é muito importante que o


goleiro trabalhe as técnicas de empunhadura, passe e recepção junto com o treino das
técnicas de defesas propriamente ditas, nas quais a utilização coordenada dos braços e
pernas são fundamentais para a interceptação de arremessos de bolas lançadas a meia
altura, baixa ou altas, como na “saída em x e em y, o desabamento em escala, a meia-
ESCALA ou esparcate, defesa com uma duas mãos tipo futebol, entre outras, inclusive
sendo estimulado a participar nas diversas outras posições de jogo até chegar a fase de
especialização e aperfeiçoamento. Por fim, consideramos fundamental ressaltar, que tão
importante quanto a preocupação que devemos ter com o ensino dos fundamentos técnicos
básicos da posição, são os cuidados que temos que dedicar a segurança do garoto. Por isso,
o uso de materiais como bola de espuma, camisa alcochoada, protetores (para a região
genital dos meninos e seios das meninas) e a orientação dos companheiros sobre os riscos
que o goleiro corre na hora do arremesso, além, é claro da preparação gradativa do seu
corpo para enfrentar os impactos da bola, com atividades de força, choque e contato
corporal, são alguns dos recursos disponíveis para a intervenção do professor neste
contexto.Obs.: na fase de iniciação, o desenvolvimento da coordenação motora e dos
aspectos psicomotores deve seguir paralelamente como suporte insubstituível no
processo de formação técnica do iniciante goleiro.

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Capitulo X – TEXTOS PEDAGÓGICOS

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DESPORTIVISMO

O fator competição no desporto tem ainda outro valor. E através do desporto que os jovens
podem desenvolver-se moralmente, aprender um código básico de comportamento
desportivo que poderá depois ser transferido para um código moral de vida. O desporto
competitivo – onde ganhar é um valioso prêmio oferece inúmeras oportunidades para o
bom desenvolvimento dos conceitos morais. Por exemplo, a Ana está a participar de um
jogo recreativo de tênis com a Teresa, que faz um ponto vitorioso no decurso de uma
jogada. Sabendo que este lançamento foi bom, a Ana aplaude-a, ganhou, portanto a Teresa.
Ora, isto não é difícil fazer quando esta a participar num jogo por prazer, quando não há
nada em jogo para ganhar. Vejamos uma outra circunstancia, a Ana esta a jogar o mesmo
jogo, mas agora ganhar significa ter uma viagem ao estrangeiro e prestigio de vencer o
premio da cidade. Neste caso, custa muito mais aplaudir a mesma jogada.
Um dos valores do desporto competitivo é que situações que requerem tais solicitações
morais ocorrem com muita freqüência e fornecem aos jovens a oportunidade de aprender e
aos adultos de transmitir modelos apropriados de desportivismo. Fazer um correto
aproveitamento moral à custa de uma valiosa vitória é uma verdadeira prova de caráter
assim como uma oportunidade para construir esse caráter.

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PROCURAR MANTER A VITÓRIA COMO META

Ganhar é importante em todos os desportos, e o ganhar pode ser mantido como meta,
quando os adultos reconhecem que o processo de lutar para vencer pode trazer a superfície
aquilo que de melhor existe nos jovens o seu espírito competitivo, o seu empenhamento e
sua atitude moral. Para que o desporto possa fornecer esses benefícios „vital que se
mantenha uma perspectiva correta no conceito de vitória.

PRIMEIRO OS ATLETAS DEPOIS.... A VITÓRIA

Depois da leitura deste texto, será que vai ser capaz de manter esta correta perspectiva face,
à vitória, não só agora mas também durante o fervor de uma competição, quer esteja a
ganhar quer a perder ? será que vai ser capaz de continuar a defendê-la, quer as coisas
estejam a correr bem quer estejam a correr mal ?
Quando o ganhar é construído segundo uma perspectiva correta, a pratica desportiva ajuda
à educação de jovens que gostam de movimento, que lutam pelo melhor resultado, que se
atrevem a errar para aprender, que crescem com dignidade e que criticam construtivamente
aquilo que fazem.
Quando isto acontece, há lugar para satisfação na procura da vitória que esta a satisfação da
própria atividade. Com uma orientação correta, os programas desportivos são pois capazes
de formar jovens responsáveis, que aceitam os outros e acima de tudo que se, aceitem a si
próprio.
DIREITO DE TODOS OS JOVENS PRATICANTES DESPORTIVOS

 Direito de fazer desporto


 Direito de participar em competições num nível adaptado a maturidade e a
capacidade de cada um.
 Direito de ter uma orientação adulta e qualificada.
 Direito de praticar desporto como crianças e não a moda dos adultos.
 Direitos a co-participar na direção e nas decisões relativas a sua participação
desportiva. *
 Direito de praticar o desporto em locais seguros e saudáveis.
 Direito de ter uma preparação apropriada para fazer desporto.
 Direito de uma oportunidade de se esforçar, para ganhar.
 Direito de sentir prazer no desporto.

Todos nós sabemos que, em algumas competições desportivas, o fato de ganhar está sobre
valorizado, situação que é freqüente assinalada e criticada por algumas pessoas
preocupadas com o tema.
Existe porem quem defenda que os programas competitivos de desporto devem como tal,
serem totalmente eliminados e substituídos por jogadores de cooperação. Argumentam
essas pessoas que a competição cria hostilidade e é contraproducente, enquanto que a
cooperação cria amizade e produz uma maior realização do homem.
Eliminar a competição não irá, no entanto, por o desporto na sua perspectiva correta, seria
mesmo deixar fora o que nele há de mais importante.

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A competição como tal não é boa nem má para si é metamente um meio pelo qual nos
comparamos as nossas habilidades e esforços com outros, sujeitos a regras pré-
estabelecidas. Se a competição é saudável ou não, isso depende do modo como competimos
e do significado que atribuímos a vitória.

LUTAR PARA GANHAR

Não estamos a insinuar que vencer não é importante. Vencer, ou melhor, lutar pela vitória é
essencial para haver satisfação na competição. Praticar desporto sem lutar para ganhar é ser
um “competidor desonesto” diz Michael Novak em “A alegria do desporto”.
“Ganhar não é tudo, mas é o que interessa”, disse Vince Lobardi, ou foi assim que nos
ensinaram. Na realidade, Lombardi não disse bem isso; foi uma má interpretação feita por
um repórter. O Lombardi, na realidade quis dizer foi “ganhar não é tudo, mas lutar para
ganhar é o que mais interessa“, afirmação que reflete melhor a sua filosofia, sobre a
preparação desportiva.
Terá algum sentido que a ênfase que se dá ao ganhar não seja atribuída totalmente à vitória
em si, mas antes que esforço realizado para vencer? E a busca da vitória e o sonho de
alcançar o gol, mais do que alcançar o gol àquilo que dá prazer a pratica desportiva ?
muitos atletas de renome dizem abertamente que as suas melhores recordações, desportivas
não são as vitórias alcançadas, mas antes os meses de preparação, a expectativa criada e as
suas próprias sensações, antes e depois das competições.

COMPROMISSO E EMPENHAMENTO

A competição e a luta para ganhar têm também outro significado. Hoje em dia, ouvimos
muita coisa acerca da nossa juventude, de sua falta de respeito para com as normas
estabelecidas e a falta de motivação para se aperfeiçoar. Lamentavelmente, muitos jovens
não encontram em suas casas, nas escolas e noutros locais atividades capazes de merecerem
os seus desempenho. A juventude está, porem a ser captada pelo desporto, onde encontra
motivos que merecem a sua dedicação. E que tipo de motivos? sem duvida a comparação
das habilidades e esforços, a luta para ganhar e admiração pelos resultados alcançados, isto
é, pela competição.
O João foi um destes jovens “sem empenhamento”, ele era demasiado preguiçoso ou
desinteressado para fazer os seus trabalhos de casa, normalmente ficava a ver televisão e a
comer, o que fez com que ele engordasse bastante. Mas por uma razão desconhecida, o
João decidiu-se a praticar desporto, onde finalmente encontrou um desafio em si próprio.
Para conseguir entrar na equipe e atingir peso ideal precisava melhorar as suas notas e
perder cinco quilos. Os seus pais e professores já tinham tentado fazer varias vezes, mas
sem qualquer êxito. Agora foi ele próprio que o quis e conseguiu fazê-lo.
Recentemente, um deficiente mental de 16 anos, recebeu um premio pelos seus notáveis
feitos em natação. O que é admirável neste jovem é que quando tinha doze anos não falava,
não comia nem se vestia por si próprio. Mas através dos jogos olímpicos para deficientes
ele aprendeu a nadar e a competir e este desafio fê-lo sair do seu mundo interior. Aprendeu
não só a vestir-se, a comer sozinho e a falar, espantosamente aprendeu até a ensinar outros
jovens a nadar.

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“Uma discussão de alguns, problemas escolares, o notável educador James Colemam


afirmou que as maiores realizações do homem surgem quando este se dedica intensamente
a alguma coisa; e quando essa concentração de esforços acontece, pode resultar em sucesso
não é totalmente garantido. O desporto atrai este tipo de dedicação e por vezes resulta em
grandes feitos pessoais”.

Muita gente pensa que nós, os Não é verdade, EU por


treinadores somos insensíveis e exemplo sou uma pessoa Quando,
terríveis disciplinadores pensam muito compreensiva e Ganhamos!
que só gostamos de ralar, bater e amiga....
humilhar os atletas.

MARTENS,R; CHRISTINA,R; HARVVEY,J; SHARKEV. B;


(Adaptado de Your Coaching Objectives, in Coaching Youg Athlates, Cap.1 Hurman
Publishers, Inc, Miniois, 1981).

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SER PROFESSOR
Por ARAÚJO, JORGE (1996). Adaptado por Cezar Caldas

Ser PROFESSOR exige conhecimentos e requer experiências que ultrapassam as


aquisições de uma carreira de atleta. Um excelente atleta, nem sempre terá garantia de
possuir capacidade de ensinar e, muito menos, de ser capaz de criar climas de trabalho
próprios para a aprendizagem ou o treino. A experiência do atleta é importante mas, para
ser PROFESSOR, para além da lógica do jogo e dos seus elementos, torna-se fundamental
dominar a lógica pedagógica do ensino. A função do PROFESSOR implica a tomada de
decisões organizadas com base em indicadores e segundo critérios que obedecem a uma
certa ordem e em diferentes domínios, como organização da aula ou do treino, liderança,
estilo e formas de comunicação com os jogadores, pais, dirigentes, árbitros, jornalistas,
etc.., Opções estratégicas e táticas decorrentes da observação e analise das aulas e do jogo,
gestão das pressões contidas nas aulas e competição, controle da capacidade de
concentração e emoções.
Para além dos imprescindíveis conhecimentos técnicos – táticos e da possível capacidade
de demonstrar corretamente as técnicas de ser PROFESSOR exige um conhecimento
multidisciplinar e o desenvolvimento de um conjunto de habilidades próprias no âmbito
das competências de ensino. Logicamente, não existem PROFESSORES ideais, tipo
super-homem de banda desenhada, que sabe tudo e nada o perturba, homem sem defeitos e
comportamentos sociais e desportivos sempre irrepreensivelmente modelares. Tais modelos
não passam de produtos imaginários, criados e alimentados por enquadramentos sócio-
desportivos alienatórios da realidade. O PROFESSOR ideal nem mesmo no domínio da
utopia poderá ser descrito, não existindo um perfil único de treinador mas sim uma série
infindável deles, consoante as circunstancias e respectivas necessidades de intervenção.
Várias foram, até a data as investigações cujas conclusões comprovam que o
PROFESSOR é ser humano sujeito aos problemas e dificuldades de qualquer cidadão.
Ao PROFESSOR dos dais de hoje exige-lhe um desempenho onde mais do que atuar de
modo autoritário, ele veja sua autoridade reconhecida, conhece-se a si próprio e as
necessidades de realização, auto-estima e segurança social que, como qualquer outro
cidadão, norteiam a sua atividade, desenvolvendo a sua ação natural com objetivo natural
de ter sucesso (realização) gostando de si próprio (auto-estima), necessitando para isso de
pertencer a um grupo profissional socialmente dignificado.
Ser PROFESSOR coloca-nos perante a necessidade de desempenharmos as funções
de:
Líder : Apontamos os caminhos que devem ser trilhados e o modo como consideramos
necessários fazê-lo, o mais possível com a intenção de vermos a nossa liderança
naturalmente aceita e reconhecida como necessária (respeito mutua entre os componentes
da equipe).
Treinadores: Ensinamos e treinamos com evidentes exigências de equilíbrio entre a
eficácia necessária e a preocupação de formar e educar os que estão sob nossa a
responsabilidade.
Organizadores e planificadores: Organizamos e planificamos toda a atividade das equipes
por quem somos responsáveis, tomando a participação responsável dos que nos rodeiam,
como base essencial de suporte da nossa ação.

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Motivadores: Conseguir melhor das entregas e a maior das ambições daqueles que nos
cercam, conquistando a adesão entusiástica e responsável de jogadores e dirigente.
Guias e conselheiros: Enormes responsabilidades de intervenção formativa e educativa,
influenciando positivamente os componentes da equipe, para alem dos meros aspectos
inerentes ao treino e a competição (atletas sujeito e não objeto, cidadão / atleta e não só
atleta / rendimento).
Disciplinadores: Conseguir a disciplina vivida no seio da equipe seja assumida
responsavelmente por todos os seus componentes, imperando a auto disciplina e a auto
preparação relativamente ao autoritarismo. Ser firme mas justo.

Ser PROFESSOR exige-nos qualidades imprescindíveis tais como:


Saber / Conhecimento: Domínio dos conhecimentos requeridos pelo exercício da função,
com a profundidade necessária e a noção fundamental de que, consoantes às condições de
trabalho e os objetivos a alcançar, necessitamos de determinar quais os aspectos desses
conhecimentos sobre os quais iremos incidir, com maior insistência.
Habilidade para ensinar: Temos de ser capazes de transmitir os nossos conhecimentos,
pois não basta saber, é preciso saber ensinar.
Qualidades próprias: Ser leal para o grupo de trabalho, liderar todas as suas atividades,
trabalhar árdua e entusiasticamente, ser natural e atuar de modo conforme com a
personalidade que se possui.
Trabalhar em equipe: Os alunos, atletas e os dirigentes representam o grupo de trabalho
sobre o qual incide fundamentalmente a ação do treinador. Um grupo de trabalho baseado
em exclusivo na valia individual de cada um dos seus elementos, apenas fornece maiores
possibilidades para ganhar, não garante vitórias. Pertence ao treinador saber trabalhar em
equipe.
Criar clima de sucesso: O pretendido clima de sucesso depende do entusiasmo e
dedicação do treinador, pertencendo-lhe dar o seu melhor em beneficio de cada atleta e do
grupo de trabalho. É da responsabilidade do treinador ajudar os atletas superarem-se época
a época e, principalmente, a tornarem-se confiantes nas suas capacidades de execução e
decisão. O clima de sucesso depende em larga medida da perfeita determinação dos
objetivos que deverão estar de acordo com as possibilidades dos atletas em serem
atingíveis.

Ser PROFESSOR subentende um constante interesse pela inovação cientifica,


pedagógica e cultural e a recusa permanente de atitudes seguidistas ou subservientes.

Ser PROFESSOR exige uma cultura geral e especifica possibilitadora das necessárias
intervenções criticas, com reflexos no desejado desenvolvimento do desporto nacional.

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Cézar Leão

Bibliografia:
ARNO et al. Manual de Handebol: Treinamento de Base para Crianças e
Adolescentes. São Paulo: Porthe Editora, 2002.

CALDAS, Iberê. Handebol: como conteúdos para as aulas de Educação Física. Recife:
EDUPE, 2003.

CERCEL, Paul. Andebol: O Treinamento de Equipes Masculinas. Lisboa:


Biodesporto, 1990.

CHRISTIAN, Kröger e Klaus Roth. Escola da Bola: Um ABC para iniciantes nos
jogos esportivos. São Paulo: Phorte Editora, 2002.

HILDEBRANDT, Reiner e LAGING, Ralf. Concepções Abertas no Ensino da


Educação Física. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1987.

KASLER, Horst. Handebol: do aprendizado ao jogo disputado. Rio de Janeiro: Ao


Livro Técnico, 1978.

MELHEM, Alfredo. Brincando e Aprendendo Handebol. Rio de Janeiro: Sprint,


2002.

MELO, Rogério Silva de. Esportes de Quadra. Rio de Janeiro: Sprint, 2001.

OLIVER, Juan Coronado. Conteúdos de Handebol nas Etapas de Iniciação


(Conferência no III Encontro Nacional dos Professores de Handebol das Instituições
de Ensino Superior Brasileiras). Belo Horizonte: CBHb, 2004.

SANTOS, Ana Lúcia Padrão dos. Manual de Mini-Handebol. São


Paulo: Phorte, 2003.

SILVA, Claudecir Carlos da. Treinamento do Goleiro de Handebol. Rio de Janeiro:


Palestra Edições, 1980.

SILVA, Marco Antônio F.. Handebol, Regras Ilustradas, Técnicas e Táticas. Rio de
Janeiro: Ediouro, 1983.

SILVA, Pedro Antonio da. Jogos Poliesportivos, Volume 2. Rio de Janeiro: Sprint,
2002.

SIMÕES, Antônio Carlos. Handebol Conceitos Técnicos e Táticos – Defensivo. São


Paulo: Phorte Editora, 2002.

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