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CROMATOGRAFIA
AG
A GÁÁSS EE AA L
LÍÍQ
QUUIID
DOO
2009
Alexandre Schuler
Professor Adjunto 4
Departamento de Engenharia Química
Universidade Federal de Pernambuco
CROMATOGRAFIA
AG
A GÁÁSS EE AA L
LÍÍQ
QUUIID
DOO
2009
Alexandre Schuler - Cromatografia i
SUMÁRIO
1 - Introdução, 1
1.1. Histórico, 1
1.2. Classificação, 1
4 - O Cromatógrafo, 19
5 - Análise Qualitativa, 31
6 - Análise Quantitativa, 32
6.1. Introdução, 32
6.2. Medição de área, 32
6.3. Métodos de cálculo, 34
6.4. Seleção do melhor método de cálculo, 39
Bibliografia, 53
A2.1. Sensibilidade, 59
A2.2. Nível de ruído, 59
A2.3. Limite de Detecção, 59
A2.4. Faixa de Linearidade Dinâmica, 60
Apêndice 7 (Estatística), 72
1 - INTRODUÇÃO
1.1. Histórico1
1.2. Classificação
Cromatografia em Papel
Cromatografia em Camada Delgada
Cromatografia em Coluna Clássica
Cromatografia em Fase Gasosa
1
É sugerida a leitura do Apêndice 1 (Túnel do Tempo), para um breve histórico do desenvolvimento da Cromatografia.
Alexandre Schuler - Cromatografia 2
Esta última é mais conhecida pelas iniciais de seu nome em inglês (High
Performance Liquid Chromatography - HPLC) e constituem-se variantes suas as seguintes
técnicas:
∗
Na realidade, este termo é empregado quando a fase móvel é um solvente orgânico. Quando a fase móvel é água ou
solução aquosa, emprega-se o termo Cromatografia de Filtração em Gel. O termo Cromatografia por Exclusão de
Tamanho (em inglês Size Exclusion Chromatography) é mais genérico e abrange as duas técnicas.
Alexandre Schuler - Cromatografia 3
Na
ka =
Nn
onde Na e Nn são respectivamente o número de moles adsorvidos e não adsorvidos de uma
determinada substância. Compostos diferentes possuem diferentes valores de ka, estes variando
com a temperatura e com a natureza do adsorvente. Se uma mistura de vários componentes é
forçada a passar através de um tubo contendo um adsorvente (coluna cromatográfica), cada
componente necessitará de um intervalo de tempo diferente para transpor a coluna. Esse
intervalo de tempo é denominado tempo de retenção (Tr). A Figura 2.1a ilustra um processo de
Cromatografia por Adsorção. A substância mais fortemente adsorvida é mais dificilmente
arrastada pela Fase Móvel.
C1
kp =
C2
Se m0 é a massa total da substância e m1 é a massa dissolvida no solvente 1, é
possível escrever
m1
V1 m1 V 2
kp = = ⋅
(m0 − m1) V 1 m0 − m1
V2
logo:
kpV 1
m1 = m0. (eq. 1)
V 2 + kpV 1
kpV 1
m 2 = m1. (eq. 2)
V 2 + kpV 1
que dá a massa mn que permanece no solvente 1 após n extrações com o solvente 2. Dá-se ao
processo aqui descrito o nome de extração. Por outro lado, tratando-se de uma mistura de, por
exemplo, 2 componentes (A e B), com kpA ≠ kpB , um dos componentes ficará preferencialmente no
solvente 1 e o outro no solvente 2. Assim sendo, à medida que n cresce, cada fase ficará mais rica (mais
pura) em um dos componentes. No caso anterior (extração), a porção de líquido 1 era sempre a mesma,
renovando-se apenas o líquido 2. Agora, ambos são renovados. O Esquema 2.1, onde o líquido 1 é o
superior, ilustra o processo, que pode ser visualizado a nível “molecular” na Figura 2.1.b. No exemplo,
kA é maior que kB. Isto significa que o líquido 1 vai se enriquecendo de A e o líquido 2, relativamente, vai
Alexandre Schuler - Cromatografia 5
9/64 3/64
9/16 1/16
3/16 3/16
A B
3/16 3/16
1/16 9/16
3/64 9/64
1/64 27/64
1
Cada quadrícula corresponde a um frasco de extração (ex.: funil de separação).
2
No exemplo apresentado no esquema 2.1, as massas correspondentes a A e B, respectivamente, no solvente 1 do frasco
superior da ETAPA 3, são 0,422 g e 0,016 g, que correspondem a 96,35% de A e 3,65% de B.
Alexandre Schuler - Cromatografia 6
IMPORTANTE! Se kB também for maior que a unidade, a perda de B será muito grande e
também a purificação de A será muito demorada (exigirá maior número de etapas).
n! kp m V2
Fm, n = ⋅ n
⋅
m!(n - m)! (kp + 1) V1
1
Ver Seção 4.1.d.
Alexandre Schuler - Cromatografia 9
eluem1 na ordem crescente de seus pontos de ebulição (Figura 2.5) e o processo assemelha-se
bastante a uma destilação. Quando a fase estacionária apresenta alguma polaridade, essa ordem
de eluição em função do ponto de ebulição fica alterada (Figura 2.6) e só é obedecida quando os
componentes apresentam polaridade de mesma ordem de grandeza (componentes A-C e D-G da
Figura 2.7). Em alguns casos, a diferença de polaridade pode ser equilibrada com a diferença de
ponto de ebulição, fazendo com que dois componentes distintos eluam juntos (Figura 2.8).
Nesses casos, outros fatores podem auxiliar na separação, como a ponte de hidrogênio entre os
componentes D-G e a FE (Figura 2.7).
Figura 2.7 – Efeito da ponte de hidrogênio sobre a separação cromatográfica (Dados da coluna:
Fase estacionária diglicerol, 6 metros).
1
Eluição é o de transporte do analito promovido pela fase móvel ao longo de todo o sistema cromatográfico (placa ou coluna).
Alexandre Schuler - Cromatografia 10
Figura 2.10, b – Efeito da polaridade da fase móvel sobre a separação cromatográfica (em
cromatografia a líquido).
Alexandre Schuler - Cromatografia 12
gás e não a força da gravidade, de modo que as colunas normalmente são dobradas em espiral, a
fim de ocupar menos espaço dentro do cromatógrafo. A Fig. 2.12 esquematiza um cromatógrafo
a gás e a Fig. 2.13 apresenta a fotografia de um cromatógrafo a gás moderno.
A amostra (gás, líquido ou sólido em solução) é injetada (ver Apêndice 2), com
auxílio de uma microseringa ou válvula apropriada, no Injetor, que também é o Vaporizador (V)
e os seus vapores são arrastados para o interior da coluna pela fase móvel (gás de arraste). Na
saída da coluna, a amostra passa pelo Detector (D), que envia um sinal para o Registrador (R).
Como será visto adiante (Detectores, p. 24), este sinal é proporcional à quantidade de cada
componente, o que permitirá uma análise quantitativa. Vale acrescentar que a Cromatografia a
Gás é talvez o método de análise mais preciso. O sinal eletrônico captado pelo registrador é
transformado num movimento da pena do mesmo. Como o papel de registro está em movimento,
obtém-se um gráfico (Fig. 2.14) denominado cromatograma.
Fig. 2.15 - Relação entre F e n ou H. Fi é a Vazão Ideal (os parâmetros A, B e C são descritos na
Seção 3.1, eq. 5).
n = (4Dr/L)2 e H = l/n,
Alexandre Schuler - Cromatografia 15
n = (4Dr/L)2
Van Deemter estabeleceu uma equação empírica (eq. 6) que relaciona as diversas
variáveis da Cromatografia a Gás com H (altura equivalente a um prato teórico). Como H é igual a l/n e
n mede a eficiência do processo, buscam-se condições em que o valor de H é mínimo:
(eq. 5)
A equação de Van Deemter pode ser escrita sob a forma geral da equação 7,
que é a equação de uma hipérbole (Fig. 2.15).
3.3. Suporte
Figura 3.1 - Ausência (a) e presença (b) de ponte de hidrogênio entre FE e etanol
3.4. Coluna
Alexandre Schuler - Cromatografia 18
O material de que é constituída a coluna (tubo) pode ser aço inox 316,
alumínio, níquel, vidro ou teflon. Quando não se conhece o material a ser analisado, dá-se
preferência às colunas de vidro (trata-se de um vidro especialmente tratado, para remover centros
ácidos de sua superfície) ou de teflon, sendo que esta última tem emprego mais restrito, devido à
sensibilidade ao calor e à pressão. As colunas são classificadas quanto ao diâmetro externo:
1
A pureza dos gases empregados em cromatografia é dada de uma forma codificada. Por exemplo, a pureza do hidrogênio
empregado em detectores de ionização de chama é 4.5, que corresponde a 99,995 (o número 4 indica a quantidade de noves).
Alexandre Schuler - Cromatografia 19
- Disponibilidade/custo. - Segurança.
- Eficiência na separação. - Efeito sobre o sistema de detecção.
- Efeito sobre o tempo de análise.
OBSERVAÇÃO:
1 - A equação de Van Deemter simplificada (eq. 7), aplicada aos gases N2 e H2, apresenta os seguintes
coeficientes (amostra: Propano), com uma dada coluna:
2 - A velocidade relativa de eluição aumenta na ordem H2 < N2 < He < Ar, fato que demonstra a influência
da natureza do gás de arraste sobre o tempo de análise.
A Tabela 3.1 resume a aplicação dos critérios acima mencionados, para seleção
da fase móvel em função do detector empregado.
Tabela 3.1 - Gases mais recomendados para CFG, por tipo de detector.
GASES MAIS USADOS
TIPO DE DETECTOR
(Ordem de prioridade)
Condutividade Térmica H2 > He >> N2
Ionização por Chama N2 > Ne > He
Captura Eletrônica N2 > He
4 - O CROMATÓGRAFO
a) Controles de Temperatura
Figura 4.1 - Fluxímetro de bolha Figura 4.2 - Divisor de fluxo para coletor
b) Controles Pneumáticos
c) Coletor de Frações
maiores dimensões permitem a injeção de uma maior quantidade de amostra, permitindo assim a
produção de pequenas quantidades de um material com alta pureza (maior que 99,9999%), que
pode ser empregado como padrão, por exemplo.
d) Detectores
e) Eletrômetro
f) Registrador
1
Ver Apêndice 2.
Alexandre Schuler - Cromatografia 23
a) só possui um canal analítico, enquanto CG’s podem ter até quatro canais;
b) é modulado, isto é, o sistema de bombeamento e o detector são independentes, o
que facilita a substituição de detectores;
c) opera geralmente à temperatura ambiente;
Figura 4.7a – Cromatógrafo a Líquido (HPLC). Figura 4.7b - Diagrama em blocos de um HPLC.
Alexandre Schuler - Cromatografia 24
A Fase Móvel (um líquido puro ou uma mistura de composição definida) deve ser
filtrada em membranas com 0,46 µm de diâmetro de poros e desgaseificada (ver próximo item).
b) Sistema de desgaseificação
c) Bomba
d) Válvula de injeção
e) Coluna
f) Detector
Gradiente de Polaridade
Alexandre Schuler - Cromatografia 25
Quando o CL dispõe de apenas uma bomba, é evidente que a fase móvel tem
uma composição constante, do início ao fim da análise. Nessa situação, a polaridade da mesma
também é constante. Diz-se então que o processo é isocrático. Quando se dispõe de duas
bombas (ou mais), é possível variar a composição da fase móvel, colocando-se em cada
reservatório um líquido de polaridade diferente. O microprocessador altera a vazão de cada linha
de líquido, de modo que a partir do ponto de confluência a vazão seja constante. Nesse caso, diz-
se que o processo ocorre com gradiente de polaridade. Substituindo-se temperatura por
polaridade, podem ser utilizados os cromatogramas das Figuras 4.5 e 4.6 (página 22) como
ilustração de um processo isocrático de um processo com gradiente de polaridade,
respectivamente.
4.3. Detectores
4.3.1. Generalidades
dm
R = K1.C R = K 2.
dt
Dentre os detectores dos tipos descritos acima, destacam-se, pelo maior uso, os
seguintes: detector de condutividade térmica (DCT), detector de ionização por chama (DIC) e
detector de índice de refração (DIR), embora existam outros, de mais restrita aplicação. A
escolha do detector é importante e depende do material a ser analisado. As principais
características dos detectores, que devem ser consideradas quando da seleção do detector mais
apropriado, são as seguintes (ver Apêndice 1, p 56):
• Os detectores tipo deflexão utilizam como elemento ativo um diodo capaz de gerar uma corrente
contínua cuja intensidade é proporcional ao ângulo de incidência da luz que atravessa a célula
(Figura 4.10). Ao passar pela célula analítica uma substância com índice de refração diferente daquele
da fase móvel, haverá uma alteração no ângulo de incidência, resultando numa variação na intensidade
de corrente, que é proporcional à concentração dessa substância na célula e conseqüentemente
também proporcional à sua concentração na amostra.
• Os detectores tipo Fresnel baseiam-se no fato da luz incidente sobre o sistema mostrado na
Fig. 4.7 ser fracionada em dois feixes: uma parte da luz é refletida e a outra parte é refratada.
De acordo com a Lei de Fresnel, a relação entre essas duas frações é função do índice de
refração. Assim, ao passar uma substância (transportada pela fase móvel) pela célula, altera-
se o índice de refração e, portanto, o percentual de luz refratada. Utilizando-se como
fotodetector um diodo sensível à intensidade de luz, a corrente gerada por este será alterada
de um modo proporcional à concentração dessa substância na amostra.
b) Detectores de UV-VIS
Alexandre Schuler - Cromatografia 30
A=ε.l.c
onde l é o caminho ótico (distância percorrida pela luz dentro da solução; espessura da célula).
A constante de proporcionalidade ε denomina-se absortividade. A absorbância, por sua vez, é
proporcional à transmitância, fração de luz transmitida. Quando o conteúdo da célula (Fig. 4.11)
é transparente à radiação empregada (UV ou VIS), a transmitância é 100 % e evidentemente a
absorbância é ZERO. Entretanto, quando chega à célula uma substância que absorva essa luz, o
sistema de detecção mede a diferença em intensidade, gerando o cromatograma correspondente.
5 - ANÁLISE QUALITATIVA
6 - ANÁLISE QUANTITATIVA
6.1. Introdução
de disco (eletromecânico)
eletrônico
d) Determinação gráfica:
i) S = h.L (triangulação)
ii) ii) S = h.L’ (meia-altura),
Alexandre Schuler - Cromatografia 34
onde h é a altura do pico, medida desde a linha de base até o ápice do mesmo, L é a largura na
base (distância entre os pontos em que a linha de base é interceptada pelas tangentes traçadas nos
dois ramos da curva) e L’ é a largura do pico na metade de sua altura, como se vê na Figura 6.1.
A unidade de medida dessas grandezas deve ser o milímetro.
1) Traçar, como na Fig. 6.1, a tangente do pico; mas só as mostradas na fig. 6.2;
2) A partir do ponto A (Fig. 6.2), traçar uma vertical até cortar a linha de base;
3) L1 e L2 são as bases dos dois picos da Fig. 6.2 e as suas áreas são h1L1 e h2L2.
Alexandre Schuler - Cromatografia 35
Figura 6.2 - Correção vertical Figura 6.3 - Correção vertical Fig. 6.4 - Correção horizontal
a) Normalização de área
Ai
Ci = . 100 (eq. 9)
ΣAi
onde Ai é a área do pico de um componente qualquer e ΣAi a soma de todas as áreas.
Evidentemente, é necessário que todos os componentes sejam detectados. Melhor seria que suas
áreas fossem de mesma ordem de grandeza, pois em caso contrário, pode haver erro de exatidão maior
que o aceitável. Além disso, é essencial que o detector seja igualmente sensível a todos os componentes
Alexandre Schuler - Cromatografia 36
Aci
Ci = . 100 (eq. 10)
ΣAci
onde Aci é a área corrigida de um componente qualquer e é calculada com auxílio da eq. 11:
O caso geral (eq. 10) é conhecido como Normalização de Área com Fator de
Resposta (Norm %) e o caso particular (eq. 9) como Normalização de Área sem Fator de
Resposta, ou simplesmente Área %.
b) Padronização Interna
único componente interessa ao analista, a sua determinação a partir de uma amostra com muitos
componentes traria dois outros agravantes:
- Solúvel na amostra.
- Detectável.
- Possuir tr diferente de qualquer componente detectável.
- Não reagir com a amostra.
a) prepara-se uma solução padrão (como no método Norm%), mas contendo apenas os
componentes de interesse (sol. A);
b) em seguida, prepara-se uma outra solução, onde o soluto será o padrão interno (ou
uma solução de concentração conhecida) e o solvente será a sol. A (sol. B);
c) com cada amostra, segue-se o procedimento do item anterior, substituindo-se a sol.
A pela amostra (sol. C).
d) finalmente, injeta-se igual volume das soluções B e C.
operador deve estar operando na região linear (senão estaria cometendo um erro grosseiro), é
válida a relação:
onde Api e A’pi são, respectivamente, a área do pico do padrão interno na solução padrão (sol.
B) e na amostra (sol. C); V e V’ são, também respectivamente, o volume injetado do padrão e o
volume injetado da amostra. A metodologia acima exigia que V e V’ fossem iguais. Entretanto,
pode ter havido algum erro na medição desses volumes e o que se pretende é exatamente
eliminá-lo. É claro que outras fontes de erro foram introduzidas (preparação das soluções B e C).
Entretanto, com o uso de uma boa técnica de preparação dessas soluções, o erro global pode ser
bastante diminuído.
As relações Ci /Ai = Fi e CPi /APi = FPi dão a resposta do detector para qualquer
componente, inclusive Pi. Numa mesma solução, a relação Fi / FPi é constante. Logo:
OBS.: A precisão desse método, bem como a do método “a”, independe do erro de injeção,
mas a precisão de ambos depende do erro na preparação dos padrões.
c) Padronização externa
OBS.:
1. Os valores de Fi, obtidos num determinado laboratório, podem ser tabelados, ou
fornecidos a um computador (integrador/processador), para agilização das
análises. Devido a alterações na sensibilidade do detector (variação na relação de
fluxo dos gases auxiliares no DIC, corrosão, decaimento natural na fonte
radioativa do DCE, etc.), os valores de Fi devem ser recalculados periodicamente.
O analista deverá determinar experimentalmente a periodicidade.
d) Um caso especial
C=
(∑ A ) x C EI x VEI
x 100
A EI W
Onde:
ΣA é a área total dos picos dos ésteres compreendidos entre C12:0 e C18:3, exceto o C17:0;
AEI é a área do pico correspondente ao heptadecanoato de metila;
CEI é a concentração, em mg/mL, da solução do heptadecanoato de metila;
VEI é o volume, em mililitros, da solução do heptadecanoato de metila;
Alexandre Schuler - Cromatografia 40
W é a massa, em miligramas, da amostra (biodiesel) contida em 1 mL.
e) Técnica para fechar uma análise
Muitas vezes é necessário fazer duas injeções. Isso acontece quando uma única
coluna não consegue separar todos os componentes e/ou um único detector não detecta todas as
substâncias. Considere-se o método de Normalização de Área e uma situação em que um dos
componentes aparece isolado nos dois cromatogramas. Como nas duas injeções o volume não foi
exatamente o mesmo, haveria um erro grosseiro se as diversas áreas dos dois cromatogramas
fossem somadas diretamente.
A a1. F 1 + A a 2 . F 2 + A b 3. K. F 3 + A a 4 . F 4 + A b 5. F 5. K =
o
∑A ci (eq. 20)
onde Aci é qualquer termo do 1 membro da eq. 20. A concentração de qualquer componente é
calculada a partir dessa equação.
Para se decidir sobre o melhor método de cálculo para uma dada amostra, basta
responder às questões apresentadas no Esquema 6.1.
Conforme foi visto ao longo dos capítulos anteriores, muitos fatores influem no
processo cromatográfico. Essa influência não é aleatória, podendo portanto ser controlada pelo
operador, com o objetivo de otimizar o processo de separação.
♦ Para uma mesma FE, mesmo suporte e mesma granulometria, nmax é função linear de l.
♦ O valor de nmax aumenta, quando diminui a granulometria do suporte.
♦ O valor de nmax varia com C, sendo máximo quando C = 12 %, para suporte com faixa de
granulometria de 60-80 mesh ( ≡ malhas por polegada linear; equivale a um diâmetro de
partícula de 175-230 mm).
♦ A faixa de vazão ideal não varia com a temperatura.
♦ O tempo de retenção diminui de maneira não linear com o aumento da temperatura; a relação ∆tr / ∆T
varia com a natureza do composto e o intervalo de temperatura considerado.
7.2. Projetando um método analítico
Alexandre Schuler - Cromatografia 44
Observações:
a) na seleção do detector, verificar se o material a ser analisado é detectável por ele e se o
seu Limite de Detecção é compatível com a faixa de concentração de interesse (ver, por
exemplo, a Tabela 4.1 na p. 27);
b) na avaliação dos erros estatísticos, considerar todas as operações envolvidas, tais como
pesagem, medição de volume, diluição, técnicas de amostragem e de injeção, etc;
c) para cálculos estatísticos, utilizar o Apêndice 6 (ver Seção 7.3);
d) em relação aos diversos métodos de cálculo, lembrar que:
Preparação Preparação Componentes
Método Injeção Altura(1)
do Padrão da Amostra não detectados
Área % Não Não Não Sim Sim
Alexandre Schuler - Cromatografia 45
7.3.1. Objetivo
7.3.2. Conceitos
7.3.3. Procedimento
a) Seletividade / Identificação
♦ Impurezas de síntese (no caso de produtos naturais, esse trabalho poderá ser bastante penoso);
♦ Impurezas de degradação (essas informações podem ser obtidas de estudos shelf-life);
♦ Excipientes, conservantes, aditivos e outros princípios ativos constantes da formulação (no
caso de associações);
demorada. A resolução também diminui se a cauda, resultante de uma interação excessiva com a
fase estacionária, é bastante pronunciada (Figura 7.2). Essa deformação do pico deve ser
considerada quando da seleção da coluna. Chama-se fator de deformação ou fator de assimetria
(TF, do inglês tailing factor) a relação:
BC
TF =
AB
Figura 7.1 – Resolução a) baixa; b) alta Figura 7.2 – Pico com cauda (deformação)
b) Detalhamento da Metodologia
A metodologia analítica inclui todos os parâmetros explicitados na Seção 7.2 (p. 42).
c) Avaliação estatística
Para realização dos testes estatísticos, sugere-se que qualquer operação (preparação da
solução padrão, tomada de alíquotas, etc) seja realizada em triplicata (ou mais) e que cada solução obtida
seja injetada pelo menos cinco vezes. Nesses casos, deve ser empregada a 2a estimativa do desvio-padrão
(sR; Apêndice 6). A 1a estimativa (s) só deve ser empregada em conjuntos de dados com mais de 10 itens.
d) Exemplo
1
A Farmacopéia Americana (USP) mede o segmento AC a 5% da altura do pico, calcula TF dividindo AC por duas
vezes AB e estabelece 2 como TFmax.
Alexandre Schuler - Cromatografia 50
A seguir, é apresentado um exemplo, para ilustrar toda a operação. Para este exemplo,
foi selecionada a aspirina, que é comercializada em várias formas, sendo selecionado como amostra o
comprimido. A aspirina (ácido acetilsalicílico) é produzida industrialmente a partir do ácido salicílico:
i. Condições analíticas:
A solução estoque foi de 500 mg/100 mL. As demais soluções foram de 200
mg/100 mL, 100 mg/100 mL, 20 mg/100 mL, 10 mg/100 mL e 5 mg/100 mL.
Preparação da amostra:
As soluções padrão foram injetadas em triplicata, sendo que a mais diluída foi
injetada dez vezes. A partir das médias das áreas obtidas, foram construídas as respectivas Faixas
de Linearidade (Gráficos 7.4 e 7.5), onde se evidencia que as massas injetadas conforme
prescrito em Preparação da amostra permanecem dentro da região linear. O ruído (medido
com atenuação mínima necessária para uma altura não inferior a 5 mm) foi de 7 mm, o que por
comparação com a média das alturas dos picos das dez injeções da solução mais diluída resultou
em um Limite de Detecção (para AAS e AS), da ordem de 0,3 mg/100 mL.
2
8,0x10 400
2
6,0x10
300
Área do pico
Área do pico
2
4,0x10
200
r = 0,99996 r = 0,99999
2
2,0x10
100
0,0
0
0 500 1000 1500 2000 0 100 200 300 400 500
Concentração (mg/L) Concentração (mg/L)
A partir dos dados (áreas) das dez injeções da solução mais diluída referida no
item ii acima, pode ser calculado o erro analítico (de repetibilidade) e a partir deste (no
exemplo, foi 1,2%), determinar a forma correta de expressão do resultado (forma esta válida para
ambos os compostos):
Re = X ± 0,01 mg/L
Alexandre Schuler - Cromatografia 52
RRb = trb/tra ,
onde trr e tri são, respectivamente, os tempos de retenção da referência e de outro componente.
Em outras palavras, o(s) analito(s) deve(m) gerar pico(s) com distância de retenção
maior que o da parafina CnH2n+2 e menor que o da parafina CmH2m+2.
Sabe-se que o logaritmo da distância de retenção (D’r) varia linearmente com o ponto de
ebulição ou com o número de átomos de carbono, numa série homóloga1. Por interpolação pode
ser construída a relação:
Nesse sistema, assume-se que o índice de retenção do hidrogênio é zero e que o índice
de retenção de qualquer parafina é igual a cem vezes o seu número de átomos de carbono:
a) Como visto acima, as parafinas normais são, por definição, padrões primários, com Ir = 100n.
b) Em qualquer série homóloga com mais de 5 átomos de carbono, o Ir cresce de 100
unidades para cada CH2 adicional e não é influenciado pela temperatura. Esses
compostos podem, portanto, ser utilizados como padrões secundários.
p n p n
É conhecida a relação ∆I = Ι r − I r , onde I r e I r são, respectivamente, os
i i i i
índices de retenção de um composto i numa fase polar qualquer e numa fase estacionária não
polar tomada como referência (geralmente esqualano), medidos a uma mesma temperatura. Essa
relação permite avaliar a influência, na separação, da fase estacionária e de grupos substituintes
presentes na molécula da substância considerada.
Tabela 8.1 – Valores do Número de McReynolds (Σ∆I) para algumas fases estacionárias.
VALORES DE ∆I
FASE ESTACIONÁRIA
A B C D E Σ∆I
Σ∆
Esqualano (*) 0 0 0 0 0 0
Nujol 9 5 2 6 11 33
Apiezon L 32 22 15 32 42 143
SE-30 15 53 44 64 41 217
SE-52 32 72 65 98 67 334
Hallcomid M-18 OL 89 280 143 239 165 916
QF-1 144 233 355 463 305 1500
Carbowax 20M 322 536 368 572 510 2308
Diglicerol 371 826 560 676 854 3287
DEGS 492 733 581 833 791 3430
TCEP 593 857 752 1028 915 4145
Alexandre Schuler - Cromatografia 55
BIBLIOGRAFIA(*)
2. Ciola, R. Fundamentos da Cromatografia a Gás. Ed. Edgard Blücher Ltda., São Paulo, 1985.
3. Ciola, R. Tópicos em Cromatografia a Líquido. Inst. Científicos C. G. Ltda., São Paulo, 1984.
4. Hadden, N. e Col. Basic Liquid Chromatography. Varian Aerograph, Cal. USA, 1971.
5. McNair, H. e Bonelli, E. Basic Gas Chromatography. Varian Aerograph, Cal. USA, 1968.
7. Fundamentals of Gas Analysis by Gas Chromatography. Varian Aerograph, Cal. USA, 1977.
10. Lederer, E. e Lederer, M. Chromatography. Elsevier Publishing Co., London, GB, 1953.
11. Heftmann, E. Chromatography. Van Nostrand Reinhold Co., New York, USA, 1967.
12. Treybal, R. E. Liquid Extraction. McGraw-Hill Book Company, Inc., New York, USA, 1951.
13. Wilcox, Melissa J., Lab South America, Guide 1999/2000, GB, p. 19-22.
(*) A Literatura aqui apresentada serviu de base para a elaboração deste texto e é
recomendada àqueles que pretendem se aprofundar na matéria.
Alexandre Schuler - Cromatografia 56
APÊNDICE 1
Túnel do Tempo
A intenção deste texto é apresentar uma seqüência cronológica dos fatos mais
importantes que marcaram o desenvolvimento da técnica cromatográfica, até os tempos atuais.
Mais do que apresentar uma lista exaustiva, pretende-se tão somente dar ao leitor uma
compreensão geral da história da Cromatografia.
Reza a lenda que um pesquisador, trabalhando em seu laboratório com uma solução
contendo uma mistura de corantes, acidentalmente molhou sua vestimenta. Para sua surpresa, no
lugar de uma mancha mais ou menos circular e de cor uniforme (igual à da solução), surgiram
círculos concêntricos, cada um com uma cor diferente das demais, como na figura abaixo. De
algum modo esse fato teria ficado registrado, tendo servido de sugestão para Tswett (ver adiante)
resolver seu problema analítico. Isso teria acontecido no século XIX1.
cromófilos no mundo animal e vegetal", no qual ele descreve com detalhes seu método de
separação de pigmentos. É de Tswett a seguinte definição: "Cromatografia é um método em que os
componentes de uma mistura são separados numa coluna de adsorvente num sistema em fluxo". Ele
deu à técnica o nome de Cromatografia, combinando as palavras gregas Khromatos (cores) e Graphos
(descrever). Ele acreditava que o processo de separação, de algum modo, tinha algo a ver com a cor da
substância. Segundo suas próprias palavras, "como raios de luz no espectro, os diferentes componentes
de uma mistura de pigmentos, obedecendo a alguma lei, se separam numa coluna de carbonato de
cálcio e podem assim ser qualitativamente e quantitativamente determinados. Eu chamo tal preparação
um cromatograma, e o método correspondente o método cromatográfico". Mais tarde, antevendo toda
a potencialidade de sua invenção, afirmou: "... é bastante evidente que o fenômeno de adsorção
descrito não se restringe aos pigmentos vegetais, mas devemos aceitar que todos os tipos de compostos
químicos, coloridos ou incolores, estão sujeitos às mesmas leis". Após sua morte, ninguém de imediato
empregou a Cromatografia em suas pesquisas. Um detalhe interessante é que o nome tswett, em russo,
significa cor. Alguém chegou a sugerir, como uma homenagem póstuma a Tswett, que o nome da
técnica fosse tswettografia.
Linha do Tempo:
1938 – Reichstein realiza a primeira análise de uma substância incolor. Para visualizar as
zonas ocupadas por substâncias incolores empregam-se reativos próprios,
designados como reveladores (Figura A1.1).
1
Ver texto na página 58 sob o título “O valor do experimento”.
2
Archer John Porter Martin (1910–2002) e Richard Laurence Millington Synge (1914-1994).
Alexandre Schuler - Cromatografia 58
1943 – Lyman C. Craig desenvolve um aparelho para extração líquido-líquido, que pode
ser considerado um precursor do cromatógrafo e cujo funcionamento, descrito
adiante, auxilia no entendimento do processo cromatográfico.
1947 – Boyd, Marinsky, Spedding, Tompkins e outros realizaram pesquisas que conduziriam mais
tarde à produção industrial de terras raras por cromatografia de troca iônica.
1956 – Sober e Peterson prepararam as primeiras celuloses para troca iônica e Lathe e
Ruthvan trabalharam com peneiras moleculares (naturais e modificadas) para
medidas de peso molecular.
O aparelho de Craig
O valor do experimento
Os trabalhos de Tswett não foram de pronto aceitos pelos pesquisadores de sua época.
Dois fatos contribuíram para isso: seus trabalhos foram escritos inicialmente em russo e o
químico alemão R. M. Willstätter, ganhador do Prêmio Nobel de 1915, tornou-se um inimigo
ferrenho. Considerado o “papa” da Química, afastou seus seguidores de Tswett. Um deles, o
também ganhador do Prêmio Nobel Heinrich Wieland, chegou a dizer2: "Nós aprendemos, com
muito esforço, a destilar, cristalizar e recristalizar e agora eles vêm e dizem que conseguem fazer
tudo isso apenas com um pequeno tubo!" Mas no futuro, seu trabalho seria reconhecido por
todos. Aliás, ironicamente, o primeiro pesquisador a empregar a Cromatografia em seus
trabalhos após a morte de Tswett, foi exatamente o aluno predileto de Willstätter: Richard Kuhn
(ver Túnel do Tempo, 857).
1
Fonte: http://www.chromatographyonline.com/lcgc/data/articlestandard//lcgc/202003/56954/article.pdf.
2
Fonte: http://pubs.acs.org/hotartcl/tcaw/98/sep/creat.html.
Alexandre Schuler - Cromatografia 61
APÊNDICE 2
1. Sensibilidade
2. Nível de ruído
Essas causas podem ser removidas, exceto a primeira, que depende não só da
qualidade do produto, mas também de suas características próprias. Assim, existe um nível
mínimo de ruído que não pode ser removido. Evidentemente, um pico com altura igual à do
ruído não poderá ser reconhecido como tal. O ruído faz com que a linha de base não seja uma
reta perfeita, mas algo parecido com o traçado mostrado na Fig. A2.1.
3. Limite de Detecção
como tal. Por definição, LD é uma massa cujo pico tenha uma altura igual ao dobro da altura
média do ruído (hr, Fig. A2.1).
APÊNDICE 3
1
Esta relação chama-se “razão de divisão” (em inglês, split) e é igual à vazão na coluna dividida pela vazão total (vazão
na coluna + vazão no divisor). Ver detalhes do divisor na Figura A3.3.b.
Alexandre Schuler - Cromatografia 64
megabore, por apresentarem um maior volume interno (0,53 mm de diâmetro interno), podem
suportar maiores volumes e até injeção sem divisão (nesse caso, apenas 1 µL é o recomendado).
a) Injeção a frio
Alexandre Schuler - Cromatografia 66
b) Injeção a quente
APÊNDICE 4
APÊNDICE 5
O desenvolvimento cromatográfico
O processo de separação cromatográfica pode ser analisado, por analogia, como uma
destilação fracionada. No projeto de uma coluna de destilação contínua, o engenheiro químico calcula em
que pontos devem ser colocadas bandejas (pratos) para a retirada de frações de diferentes pontos de
ebulição. Numa destilação em batelada não existem essas bandejas, mas evidentemente o cálculo é o
mesmo. Como não existem pontos de remoção ao longo da coluna, tudo sai pelo topo da mesma, na
ordem crescente do ponto de ebulição. O mesmo acontece com a cromatografia. A diferença é que outros
fatores também interferem no processo, tornando-o mais complexo, porém também mais completo, mais
eficiente. Assim, enquanto uma coluna de destilação contém cerca de 40-60 bandejas, uma coluna de
cromatografia possui algumas centenas ou mesmo milhares de bandejas (pratos teóricos).
n = (4Dr/L)2
Alexandre Schuler - Cromatografia 69
Figura A5.1 – Desenvolvimento cromatográfico de uma mistura. Figura A5.2 – Distribuição de massa.
Alexandre Schuler - Cromatografia 70
APÊNDICE 6
3. Detector de Íons
k = L/A
Ce = 1000 k/c
4. Detector de Fluorescência
5. Detector Eletroquímico
Desenvolvido para detectar traços (ppb a ppt) de íons, este detector exige alta
pureza de solventes e reagentes. A água, por exemplo, deve ser deionizada, purificada em
sistema Milli-Q ou equivalente e filtrada em filtros com 0,2 µm (membrana de nylon 66) e sua
resistividade deve ser ao menos 18,2 MOhm.cm. O fabricante inclusive aconselha que ao sair do
sistema Milli-Q a água passe em coluna com fase móvel C18 para extração.
Figura A6.1 – Análise de ácidos graxos com: a) Detector UV (215 nm) e b) ELSD.
O detector de Índice de Refração, embora universal, apresenta baixa
sensitividade e não pode trabalhar com gradiente de polaridade. O detector de Ultravioleta,
embora apresente um Limite de Detecção muito mais baixo, somente detecta substâncias que
Alexandre Schuler - Cromatografia 73
absorvam luz ultravioleta. Observe-se que no Cromatograma A6.1.a aparece um pico bastante
proeminente de uma impureza presente em baixíssima concentração na amostra. Devido à sua
alta absortividade molar, a área do pico é bastante grande e além disso acarreta um problema de
resolução entre si e o pico do componente 2. No cromatograma A6.1.b, obtido com um ELSD,
esse problema desaparece totalmente, além de obter-se um sinal mais alto para o componente 3,
de baixa absortividade molar. A literatura já apresenta um grande número de métodos analíticos
empregando um ELSD. Pode-se acrescentar que muitas vezes, principalmente devido à baixa
sensitividade do DIR, é necessário realizar-se uma derivação na amostra para que a mesma
torne-se detectável por um DUV ou um detector de fluorescência, como por exemplo, no caso de
aminoácidos. A derivação sempre é um transtorno, por representar um trabalho a mais e uma
fonte de erro a mais.
APÊNDICE 7
Estatística
1. Erro estatístico
sR = Kn R (eq. 23)
onde R é a amplitude, ou seja, a diferença entre o valor (resultado analítico) maior e o valor
menor. O valor de Kn é obtido da Tabela A7.1.
3. Avaliação da exatidão
Na realidade, erro de exatidão é o erro sistemático, que seria corrigido pelo próprio
método analítico, conforme afirmado acima. Entretanto, o analista pode cometer erros operacionais que
resultem em erro sistemático (ex.: uso de solventes contendo impurezas que interfiram na identificação). O
erro sistemático pode ser avaliado com auxílio do teste t (de Student), que compara a concentração real de
Alexandre Schuler - Cromatografia 75
uma solução padrão, preparada com todo critério (por exemplo, preparada por um Laboratório de
Referência) com a concentração do padrão empregado na calibração do equipamento. A equação seguinte
é aplicada, com auxílio da Tabela A7.2:
n 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Kn 0,8862 0,5908 0,4857 0,4299 0,3946 0,3698 0,3512 0,3367 0,3249
X−µ n
t= (eq.24)
s
onde X é a média aritmética das n determinações, µ é a concentração real, s é calculado de
acordo com a eq. 22 (p. 72) e t é comparado com o valor tabelado (Tabela A7.2). Se o valor de
tcalc for menor ou igual ao de ttab na coluna P = 95%, para o correspondente valor de n-1, o
Laboratório em avaliação está correto.
P (%)
n-1 90 95 99
1 6,314 12,706 63,657
2 2,920 4,303 9,925
3 2,353 3,182 5,841
4 2,132 2,776 4,608
5 2,015 2,571 4,032
6 1,943 2,447 3,707
7 1,895 2,365 3,499
8 1,860 2,306 3,355
9 1,833 2,262 3,250
10 1,812 2,228 3,169
4. Avaliação da reprodutibilidade
(Tabela A7.3). Para uso da eq. 25, o maior desvio padrão é colocado no numerador, de modo a
ter-se um valor de F maior que 1.
s2A
F= 2 (eq. 25)
sB
O número ideal de repetições (em paralelo) é calculado com aplicação das eq. 26 e 27:
t.s
∆ = R
n
(eq. 26) L = 100∆/µ (eq. 27)
Os dados são organizados no Quadro abaixo (os valores são exemplo fictício),
para facilitar a interpretação. Na última coluna é indicada a diferença entre o valor de L atual e o
da linha anterior. No momento em que a diferença (vale dizer, a diminuição na dispersão dos
valores, ou ainda o aumento na precisão) fica desprezível, a critério do analista, este adota o
número anterior como sendo o número ideal de repetições.
amostra A: µ = 1%
n
∆ L Dif.
2 0,260 26,0 -
3 0,072 7,2 18,8
4 0,046 4,6 2,6
5 0,036 3,6 1,0
6 0,030 3,0 0,6
Na Seção 7.3 (p. 44) foi solicitado o cálculo do coeficiente de correlação. Este
cálculo é realizado com uso da eq. 28:
(eq. 28)
Ponto no x y x.y x2 y2
1 x1 y1 x1.y1 x12 y12
2 x2 y2 x2.y2 x22 y22
... ... ... ... ... ...
... ... ... ... ... ...
... ... ... ... ... ...
n xn yn xn.yn xn2 yn2
Totais Σx Σy Σx.y Σx2 Σy2
Alexandre Schuler - Cromatografia 78
APÊNDICE 8
Equações: