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FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS

ESPECIALIZAÇÃO EM NEUROPSCICOPEDAGOGIA

ANDRÉA FABIANE GIBELLATO

A NEUROPSICOPEDAGOGIA NO CONTEXTO ESCOLAR

Londrina
2018
FACULDADE CAMPOS ELÍSEOS

ANDRÉA FABIANE GIBELLATO

A NEUROPSICOPEDAGOGIA NO CONTEXTO ESCOLAR

Monografia apresentada à Faculdade


Campos Elíseos, como requisito parcial
para a obtenção do título de Especialista
em Neuropscicopedagogia, sob
supervisão da orientadora Professora Ana
Cristina Santos.

Londrina
2018
ANDRÉA FABIANE GIBELLATO

A NEUROPSICOPEDAGOGIA NO CONTEXTO ESCOLAR

Monografia apresentada á Faculdade


Campos Elíseos, como requisito parcial
para a obtenção do título de Especialista
em Neuropscicopedagogia, sob
supervisão da orientadora Professora Ana
Cristina Santos.

Aprovado pelos membros da banca examinadora em


___/___/___ com menção ____ (________________).

Banca Examinadora

_________________________________

_________________________________

Londrina
2018
RESUMO

A Neuropsicopedagogia se constitui como novo campo do conhecimento voltado a


pensar e a agir sobre as dificuldades de aprendizagem humana, sendo o seu objeto
de estudo o ser em processo de construção e reconstrução do conhecimento. Este
trabalho, é de caráter bibliográfico, e procurou ressaltar a importância do
neuropsicopedagogia no contexto escolar. Cada vez mais se faz necessário inserir o
psicopedagogo na instituição escolar, já que seu papel é analisar e apresentar os
fatores que ajudam, influencia ou prejudicam uma aprendizagem de qualidade em
uma instituição escolar. O papel da Psicopedagogia e da Educação é o de
estabelecer caminhos entre os opostos que unem o saber e o não saber e estes
atos devem acontecer no âmbito do sujeito, do grupo, da instituição e da
comunidade, tendo em vista a aprendizagem e, assim sendo, é também tarefa da
Psicopedagogia.

Palavras-chave: aprendizagem, instituição escolar, psicopedagogo.


ABSTRACT

Neuropsychology is constituted as a new field of knowledge aimed at thinking and


acting on the difficulties of human learning, and its object of study is being in the
process of construction and reconstruction of knowledge. This work has a
bibliographic character and sought to emphasize the importance of neuropsychology
in the school context. It is increasingly necessary to include the psychopedagogue in
the school institution, since its role is to analyze and present the factors that help,
influence or impair quality learning in a school institution. The role of
Psychopedagogy and Education is to establish paths between the opposites that
unite knowledge and not know and these acts must happen within the subject, the
group, the institution and the community, with a view to learning and, thus being, is
also the task of Psychopedagogy.

Key-words: learning, school institution, psychopedagogue.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.........................................................................................................6

2 PROCESSO DE APRENDIZAGEM.........................................................................8

3 ALFABETIZAÇÃO E A NEUROPSICOPEDAGOGIA...........................................12

3.1 QUANDO OS ALUNOS PARECEM NÃO APRENDER................................................12

3.2 JOGOS EDUCATIVOS....................................................................................................13

4 FUNCIONAMENTO DO SISTEMA NERVOSO.....................................................14

5 DESENVOLVIMENTO DA MEMÓRIA...................................................................15

5.1 TIPOS DE MEMÓRIA......................................................................................................17

5.2 FORMAÇÃO DE MEMÓRIAS.............................................................................18

5.3 SELEÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DA MEMÓRIA..................................................19

5.4 MEMÓRIA X ESQUECIMENTO..........................................................................20

6 O AUXÍLIO DOS PAIS NA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS COM BAIXO

RENDIMENTO ESCOLAR.........................................................................................22

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................25

REFERÊNCIAS..........................................................................................................27
6

1 INTRODUÇÃO

Esse trabalho está pautado na contribuição da neuropsicopedagogia no


contexto escolar, ou seja, através de uma atuação diferenciada e pautada na
formação do cidadão de uma forma geral. Neste método de procura e reflexão é
preciso fazer um importante questionamento: Qual é o real papel da psicopedagogia
no contexto escolar?
Deste modo, fazer uma reflexão critica sobre a importância do psicopedagogo
dentro de uma instituição escolar nos faz questionar para a necessidade de se
buscar uma educação de qualidade e consciente de que as crianças aprendam de
formas distintas e que se faz necessário um trabalho diferenciado em cada
instituição escolar com os educandos que mostram importantes sinais de
dificuldades de aprendizagem ao decorrer da Educação Básica.
A escola é um espaço voltado à aprendizagem, além de abranger diversas
outras necessidades que a “sociedade” vem lhe atribuindo. Dentro dessa conjuntura
educativa, os educadores percebem a importância de um profissional que lhe de
suporte, mesmo nas questões neurológicas, pedagógicas e pscicológicas,
mostrando de maneira se pode proporcionar uma aprendizagem com mais eficácia
para os alunos. O neuropsicopedagogo institucional tem a função de apresentar
novos olhares educativo, pautados na neurofisiologia do sujeito que junto às práticas
pedagógicas procura o auxilio da aprendizagem, identificando e reduzindo os
diversos níveis de problemas educacionais.
É necessário também admitir sobre as mudanças que têm acontecido nas
várias fases de desenvolvimento da criança, pois a infância e a adolescência já
exigem novos olhares por parte dos professores, psicopedagogos, psicólogos e
pediatras. Perante a realidade já mencionada é fundamental de que haja uma
reflexão a respeito do processo da qualidade da educação e a contribuição de outros
profissionais neste processo.
Nessa perspectiva, é de muita relevância um trabalho de estudo e análise que
faça uma reflexão sobre a função e a contribuição de um psicopedagogo no contexto
escolar, isto é, perante o desafio de se enfrentar as dificuldades de aprendizagem.
É importante ressaltar a psicopedagogia como complemento, que é a ciência
nova que estuda o processo de aprendizagem e dificuldades, muito tem contribuído
para explicar a causa das dificuldades de aprendizagem, pois tem como objetivo
7

central de estudo o processo humano do conhecimento: seus padrões evolutivos


normais e patologias bem como a influência (família, escola, sociedade) no seu
desenvolvimento (SCOZ, 1992).
Dessa forma, frente a sérias dificuldades de aprendizagem dos alunos é de
grande importância o trabalho psicopedagógico nas instituições escolares.
No Brasil atualmente só poderão atuar como psicopedagogo os portadores de
certificado de conclusão em curso de especialização em psicopedagogia em nível de
pós-graduação, expedido por instituições devidamente autorizadas ou credenciadas
nos termos da lei vigente - Resolução 12/83, de 06/10/83 - que forma os
especialistas, no caso, os chamados "especialistas em psicopedagogia" ou
“psicopedagogos”.
Hoje em dia, a profissão de Psicopedagogo, tendo em vista o trabalho de
outras gestões da ABPp (Associação Brasileira de Psicopedagogia) e dessa última,
tem amparo legal no Código Brasileiro de Ocupação, isto é, já existe a ocupação de
Psicopedagogo, contudo, isso não é o bastante. A profissão ainda precisa ser
regulamentada, portanto, refere-se a mais um desafio a ser enfrentado.
8

2 PROCESSO DE APRENDIZAGEM

O aprender e o lembrar do educando ocorre no cérebro, no entanto somente


conhecer a estrutura e o funcionamento não é o suficiente. A anatomia do cérebro
humano é igual entre eles, mas a forma como se aprende não, porque ao
pensarmos na aprendizagem precisamos levar em conta as experiências individuais
de cada um, e é por intermédio da neurociência que podemos entender o estado
biopsicossocial do indivíduo. Desta maneira conduzindo o processo de
aprendizagem.
Conforme Gómez e Teran (s/d, p 45), a aprendizagem é uma função íntegra,
na qual se relacionam o corpo, a psique e a mente para que o indivíduo possa
apropriar-se da realidade de forma particular.
Define-se como aprendizagem, enquanto processo de construção como um
resultado, que a partir de uma articulação de esquemas, propõe que diferentes
dimensões e coincidem para proporcionar ao ser humano caracterizar um exercício
próprio de funcionamento, configurando assim o seu processo de aprendizagem.

Como um acontecimento histórico a aprendizagem em que coincide um


organismo, uma etapa genética da inteligência e um sujeito associado a
outras estruturas teóricas. Nessa articulação de esquemas, pode-se incluir
uma dimensão biológica de caráter estruturante, uma dimensão cognitiva de
continuidade biológica funcional, uma dimensão social que se insere na
dimensão da cultura provendo a educação e a dimensão afetiva que
definitivamente, personaliza o aprender, pois visualiza os aspectos
estruturais das personalidades dos agentes deste processo (PAIN, 1986, p.
15).

É fundamental que a noção que se constrói sobre um processo de


aprendizagem esteja fundamentada pelo conhecimento das prováveis maneiras de
aprendizagem do sujeito, dentro de um determinado contexto sociocultural, em
função das competências por ele conquistadas nos diversos graus na construção do
conhecimento.

Apresenta a aprendizagem como um esquema evolutivo com base


interacionista, estruturalista e construtivista. Aprendizagem, portanto é o
“resultado de uma construção (principio construtivista) dada em virtude de
uma interação (principio interacionista) que coloca em jogo a pessoa total
(principio estruturalista).” (VISCA, 1988, p. 56)
9

Começando por de uma concepção mais funcionalista, outros autores


explicam a aprendizagem como uma função do cérebro, por meio de uma atividade
mental decorrente de um conjunto das áreas cerebrais funcionando e se
modificando sistematicamente na inter-relação do indivíduo com o meio ambiente.
Para haver aprendizagem significativa, presumem-se bases neurológicas completas,
ou seja, no processo de maturação neuronal.

O cérebro, portanto não é um sistema de funções fixas e imutáveis, mas um


sistema aberto de grande plasticidade, cuja estrutura e modos de
funcionamento são moldados ao longo da história da espécie e do
desenvolvimento individual. Dadas às imensas possibilidades de realização
humana, essa plasticidade é essencial: o cérebro pode servir a novas
funções criadas na história do homem. (KOHL, 1993, p. 24)

As relações que se constituem entre as funções cerebrais e o comportamento


humano são instrumentos de estudo da neuropsicopedagogia, que procura entender
como se exerce a atividade mental ocorrido pelo estímulo externo. Esse parecer não
concebe o cérebro como sistema fechado, com finalidades predefinidas, mas sim o
caracteriza como um sistema aberto, com plasticidade funcional que está em
constante interação com o meio, adequando-se a diferentes necessidades,
amparando as diversas funções definidas no desenvolvimento do ser humano.

Para neuropsicopedagogia as dimensões que interagem, configurando a


aprendizagem do ser humano podem ser classificas como: orgânica,
sociocultural, afetiva e intelectual. Nessa configuração há uma dinâmica de
estruturas sensoriais, perceptivas, cognitivas e motoras que coexistem
quantitativa e qualitativamente habilitando o sujeito para a aprendizagem. As
bases da neuropsicopedagogia são essenciais para se entender a
funcionalidade cerebral que efetiva funções com: memória, percepção,
discriminação, orientação, motricidade, entre outras (RIECHI, 2002, p. 5)

O profissional da neuropsicopedagogia tem como preceito entender as


respostas cerebrais que aparecem por meio dos estímulos externos, e é responsável
pela busca e integração destes indivíduos com o meio em que estão inseridos,
contemplando seu processo físico, químico e suas respostas.

O processo neuropsico-cognitivo complexos intervém na aprendizagem,


desta forma devendo ser analisados e considerados os processos: Gnosias
ou processamento perceptivo; Praxias ou processamento psicomotor;
atenção; memória; pensamento; linguagem. (GÓMEZ; TERAN, p.47)
10

A neuropsicopedagogia veio como uma nova área do conhecimento e


pesquisa no exercício de interdisciplinaridade, apresentando conhecimentos
neurocientíficos, focando nos processos de ensino aprendizagem buscando
conseguir informações de todas as ciências que possam ajudar para estabelecer o
entendimento mais específico da aprendizagem de cada ser humano. Dessa forma,
a neuropsicopedagogia, que integra conhecimentos da neurociência, psicologia e
pedagogia executa um trabalho de prevenção, pois analisa e ajuda nos processos
didáticos-metodológicos e na dinâmica institucional para que aconteça um processo
de ensino-aprendizagem mais satisfatório.

Apresenta a neuropsicopedagogia, como um novo campo de conhecimento


que através dos conhecimentos neurocientíficos, anexa aos conhecimentos
da pedagogia e psicologia vem contribuir para os processos de ensino-
aprendizagem de indivíduos que apresentam dificuldades de aprendizagem.
(HENNEMANN 2012, p. 6)

Compreender os processos internos (neurofisiológicos), que estão implicados no


desenvolvimento cognitivo, psíquico e social do sujeito, que definem sua condição de
aprendizagem, seus mecanismos e ações internas são determinadores para os processos
externos de intervenção pedagógica, psicológica e neuropsicopedagógica, que projetam a
reorganização e potencialização no processo de aprendizagem.

Portanto é importante que se atinja essa compreensão, a partir de uma


abordagem que relacione o funcionamento cerebral com a aprendizagem,
enquanto o comportamento humano. Esse funcionamento se dá pela
dinâmica do processo de informações, caracterizado pelas rotas funcionais,
nas quais estruturas mentais se organizam a partir de elementos
necessários para que ocorra a aprendizagem (RIECHI, 2002, p. 8).

É possível mencionar algumas habilidades mentais superiores que


caracterizam e amparam neuropsicologicamente o processo de aprendizagem.
Para que aconteça a aprendizagem é fundamental que se observem alguns
elementos que se relacionam, como o funcionamento, estrutura cerebral, processo
de informações para que assim possa aprimorar o processo cognitivo.

As habilidades mentais superiores podem ser: “funções motoras, linguagem


receptiva, linguagem expressiva, memória, processos intelectuais,
habilidades aritméticas, organização acústico-motora, funções visuais,
leitura e escrita e funções sinestésicas.”. (ANTUNHA apud RIECHI, 2002,
p.7)
11

A neuropsicopedagogia estuda o sistema nervoso e sua função no


comportamento humano, tendo como intenção a aprendizagem, realizando inter-
relação entre o estudo da neurociência com os conhecimentos da psicologia
cognitiva e da pedagogia.

Além da neuropsicopedagogia ter atribuições da psicopedagogia de estudar


as características da aprendizagem humana, processos de ensinagem e a
origem das alterações na aprendizagem promovendo a identificação,
diagnóstico, reabilitação e prevenção frente às dificuldades e distúrbios das
aprendizagens, o neuropsicopedagogo, mediante seus saberes e
conhecimentos da neurociência, poderá elaborar pareceres de
encaminhamentos para neurologistas, pediatras e psiquiatras, auxiliando-os
na identificação diagnóstica, mediante o quadro de sintomas e queixa
principal. (KRUG, 2011, s/p)

Desta maneira o neuropsicopedagogo possui um melhor conhecimento


estruturado em relação a função cerebral, compreendendo a maneira como esse
cérebro recebe, seleciona, transforma, memoriza, arquiva, processa e efetua todas
as sensações captadas.

Essas informações captadas devem ser adaptadas as metodologias e


técnicas educacionais para todas as crianças, desta forma o
neuropsicopedagogo poderá desempenhar funções como: Rever aspectos
do desenvolvimento humano a partir das novas descobertas da
neurociência; enumerar fatores que afetam negativamente e positivamente
o desenvolvimento neuropsicológico; reconhecer aspectos envolvidos nos
processos de memória e atenção relativos à aprendizagem; compreender os
problemas referentes ao Déficit de Atenção e Hiperatividade, transtornos de
aprendizagem para que se realizem encaminhamentos pedagógicos
pertinentes a cada caso; relacionar memória e desenvolvimento destacando
recursos que favorecem a aprendizagem e assessoramento técnico frente a
instituições voltadas ao trabalho de Educação Especial Inclusiva,
Atendimento Clinico ou, em mais recente proposta, no apoio ao trabalho
com Saúde Mental. (HENNEMANN, 2012, p.6)

Assim sendo, é relevante destacar sobre a prevenção do trabalho do


neuropsicopedagogo, este profissional por meio do conhecimento pode ajudar e
afirmar o desenvolvimento de cada educando, cada indivíduo sente, pensa, aprende,
entre outros, de formas diferentes, deste modo considerando os aspectos e
ajudando no planejamento escolar, e no desenvolvimento ou dificuldade deve ser
vista individualmente, esta parceria entre o educador e o neuropsicopedagogo
beneficiará a aprendizagem de cada educando.
12

3 ALFABETIZAÇÃO E A NEUROPSICOPEDAGOGIA

O processo da alfabetização abrange o desenvolvimento de um grupo de


conhecimentos que faz resultar no ler e escrever, atendendo a um seguimento pré-
estabelecida por um currículo de alfabetização, que conduzirá o aprender a aprender
(metacognição).
Conforme Vygotsky, (1988), na fase inicial da escolarização o educando está
aprendendo a ler, a prioridade, a atenção e o esforço se concentram em quebrar,
decifrar o código alfabético, entender o que significa os sinais gráficos, e que
palavras querem representar, esta é a fase do aprender a ler. Na segunda fase o
educando já decodifica as palavras sem esforço e é apto de lê-las com clareza, ele
ler para aprender: aprender o que significa as palavras, os conceitos passados num
certo texto, encontrando novos horizontes. O educador tem função ativa, sendo
capaz de desafiar o educando para que se sinta cada vez mais capacitado ao
praticar uma tarefa considerada difícil.
Os professores possuem o conhecimento, necessitando utilizar várias
estratégias diferentes (metodologias) para atingir o que foi proposto, pois os alunos
ao serem alfabetizados se distinguem no que se diz ao tempo e espaço.

3.1 QUANDO OS ALUNOS PARECEM NÃO APRENDER

Alguns autores orientam que muitos aspectos merecem ser relevado, porém
um deles é importante: alunos que necessitam de acompanhamento de perto e
diferenciado. Mesmo que tenham a ajuda dos colegas nas atividades em duplas, é
fundamental a intervenção constante e direta do educador. O suporte será
importante, para apoia-los a continuar relatando suas ideias. A ligação que acontece
com o aluno e com ela produz é necessário para que se sinta capaz de aprender.
Em alguns momentos, é preciso intervenções mais distintas para que se atentem as
características da escrita.
A instituição escolar como modo de socializações específicas, ao mesmo
tempo em que transmitem conhecimentos, está totalmente ligada as maneiras de
exercício do poder. Não é só verdade da escola, porém, todo modo de socialização,
relação social provoca ao mesmo tempo na apropriação de saberes (constituídos ou
13

não como tais como saberes objectivados, explícitos, sistematizados, codificados) e


a aprendizagem de relações de poder. (Vincent, 1994, p.14)
Segundo Gimeno Sacristán (2000, p.211), (...) um método se caracteriza
pelas tarefas dominantes que propõe a professores e alunos. Um modelo de ensino,
quando se realiza dentro de um sistema educativo se concretiza numa gama
particular de tarefas que tem um significado determinado. Uma jornada escolar ou
qualquer período de horário diário é uma concatenação singular de tarefas dos
alunos e do professor.
Por esse conceito, declara o autor, o número, a variedade e a sequência de
tarefas, bem como as características na sua realização e no sentido que elas
assumem para educadores e educandos, junto com sua coerência dentro da filosofia
educativa adaptada, definem a singularidade metodológica que se pratica em classe.

3.2 JOGOS EDUCATIVOS

Piaget e Vygotsky concordam em suas teorias sobre a importância da


utilização dos jogos no processo de ensino aprendizagem.
Para Piaget (1978, p. 370) os jogos tem dupla função:
 Consolidam as estruturas já formadas (aprendizagens significativas)
 Dão prazer e/ou equilíbrio emocional à criança. Ele classifica os jogos em
várias fases de acordo com as estruturas mentais. As crianças do Ensino
Fundamental I (6 a 10 anos) se encontram nas fases pré-operatório e
operatório concreto, tornando-se imprescindível o contato com o objeto de
aprendizagem o que é favorecido através da utilização de jogos.

Vygotsky (2001, p. 59-83 e p. 119-142), realça a influencia do lúdico no


desenvolvimento infantil, por meio deles as crianças aprendem a agir, tem a
curiosidade estimulada e adquirem iniciativa e autoconfiança, proporcionando o
desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração.
O processo de percepção da natureza alfabética do sistema de escrita
desenvolve nas crianças mecanismos de leitura e de escrita de palavras. Ainda que
muitas delas aprendam esses mecanismos com relativa facilidade, o
desenvolvimento das habilidades relacionadas à leitura e à escrita de palavras leva
tempo e necessita treino por parte dos alunos. Para tal, um conjunto de atividades
14

de leitura e escrita de palavras e frases deve fazer parte do planejamento


pedagógico dos professores desde o primeiro ano do Ensino Fundamental.

4 FUNCIONAMENTO DO SISTEMA NERVOSO

A Neurociência procura entender o funcionamento do sistema nervoso,


integrando suas diversas funções (movimento, sensação, emoção, pensamento,
entre outras). É sabido que o sistema nervoso é plástico, isto é, capaz de se
transformar sob a ação de estímulos ambientais. Esse método, denominado de
plasticidade do sistema nervoso, acontece graças à formação de novos circuitos
neurais, à reconfiguração da árvore dendrítica e à alteração na atividade sináptica
de certo circuito ou grupo de neurônios. É essa característica de contínua
transformação do sistema nervoso que nos possibilita conseguir novas habilidades
psicomotriciais, cognitivas e emocionais, e desenvolver as já existentes.
O Sistema Nervoso Central é formado pelo encéfalo e pela medula espinhal,
tem um papel importante no controle dos sistemas do corpo. As principais partes do
encéfalo são: cérebro, tálamo, hipotálamo, mesencéfalo, ponte, cerebelo e a medula
oblonga. O cérebro é o centro de controle do sistema nervoso, é a parte mais
desenvolvida e a mais volumosa do encéfalo, ele recebe aproximadamente 20% de
todo o sangue que é bombeado pelo coração. Apresenta duas substâncias
diferentes: uma branca que ocupa o centro e outra cinzenta, que forma o córtex
cerebral. O córtex cerebral está separado em mais de 40 áreas funcionalmente
diferentes, sendo que cada uma delas controla uma atividade específica. O cérebro
se divide em duas metades, o hemisfério esquerdo e o hemisfério direito. O lobo
frontal é o responsável pela cognição, o aprendizado.
De acordo com a Psicopedagoga Maria Irene Maluf em entrevista a
Direcional Educador: "O estudo das neurociências deveria ser aplicado nos cursos
de especialização de professores". Defende que "não existe aprendizagem que não
passe pelo cérebro, a ciência a neurociência e a neuroaprendizagem, através de
neuroimagens, são elementos importantes para evitar o fracasso escolar". Declara
que conhecer o funcionamento do cérebro e do Sistema Nervoso é fundamental
para entender o processo da aprendizagem.
Maluf, (2005), salienta a importância de arranjos às características etárias
especificas dos educandos para atingir o êxito escolar. A plasticidade neural é maior
15

nas regiões cerebrais encarregadas da aprendizagem e as áreas do córtex cerebral


são simultaneamente ativadas no decorrer da aprendizagem, condições importantes
que devem ser sabido pelos profissionais da educação. Os educadores terão mais
êxito na arte de ensinar estudando como o cérebro aprende e utilizando estes
conhecimentos na educação (grifos da autora).
Maluf, (2005), argumenta que a vitória escolar resulta do apoio familiar como
sustentáculo biológico, social e emocional do aluno. O amparo aos educadores e à
instituição escolar é fundamental para ajudar no desenvolvimento da capacidade de
aprender e atingir o estado de autonomia, finalidade maior da educação.
Entender como funciona o cérebro é importante para entender como
acontece a aprendizagem de todas as pessoas, em todas as idades e situações,
especialmente na escola, relacionada à educação formal. Mas é importante
destacar que como a Neurociência cognitiva objetiva estudar e estabelecer relações
entre cérebro e cognição principalmente em áreas importantes para a educação, o
diagnóstico prematuro de transtornos de aprendizagem está entre as prioridades da
Neuroaprendizagem, o que mostrará também melhores métodos pedagógicos de
desenvolver a posse de informações e conhecimentos em crianças com transtornos
e dificuldades do aprender, da mesma maneira que a identificação de suas
particularidades individuais de aprendizagem no contexto escolar. Isso tudo deve-se
antes de tudo às descobertas neurocientíficas em torno de como se desenvolvem
a atenção, a memória, a linguagem, a emoção e cognição, o que traz valiosas
contribuições para se alcançar a educação. (MALUF, 2005).
Frente a esse complexo do sistema neural é que a estrutura pedagógica
escolar precisa demonstrar seu conteúdo programático, sua dinâmica de grupo com
a classe e sua dinâmica individual com educandos que apresentam distinção
cognitiva à maioria dos alunos. A didática deve ter intenção e ser seletiva buscando
entender se a dificuldade de aprendizagem tem alguma ligação com o ambiente
sócio familiar ou refere-se de uma condição de distúrbio neurológico.

5 DESENVOLVIMENTO DA MEMÓRIA
16

Aristóteles menciona que: "Nada há no intelecto que não tenha estado antes nos
sentidos" (MARSHALL, 1988, p. 378). As memórias são fruto do que alguma vez
percebemos ou sentimos.
Não é possível medir memórias em forma direta (GREEN, 1964, p. 561-608).
Somente é possível avaliá-las compreendendo o desempenho em testes de
evocação. Nos animais, a evocação se expressa por meio de alterações
comportamentais. No homem, também podemos medir a evocação por meio do
reconhecimento de pessoas, palavras, lugares ou fatos. É claro que a evocação de
uma mudança comportamental resulta num prévio reconhecimento, e que todo
reconhecimento resulta numa mudança comportamental real ou potencial.
Green (1964) diz que, o aprendizado e a memória são propriedades básicas
do sistema nervoso; não existe atividade nervosa que não inclua ou não seja afetada
de alguma forma pelo aprendizado e pela memória.
É importante que nos lembremos durante nossa vida que aprendemos a
caminhar, pensar, criar, fazer atos-motores ou ideativos simples e complexos, etc.;
Pavlov (1960) e seus seguidores intitularam ao aprendizado e à memória "atividade
nervosa superior".
A diminuição da memória a modelos, sem referencia a processos nervosos,
bem como sua atenuação a fenômenos puramente celulares, sem referência a
processos cognitivos ou comportamentais, populares há alguns anos, tem hoje só
interesse histórico (ROSE, 1988, p. 168-79; McGAUGH, 1988, p. 33-64;
IZQUIERDO, 1989). Isto porque a vários fatores: um é o refinamento crescente das
técnicas e dos conceitos neuropsicológicos que mostram que não é possível
encaixar a enorme diversidade de memórias possíveis dentro de um número restrito
de modelos, nem limitar seu alto grau de complexidade a mecanismos bioquímicos
ou processos psicológicos únicos ou simples.
A diversidade de memórias possíveis é tão grande, que é incontestável que a
capacidade de adquirir, armazenar e evocar informações é específico a muitas áreas
ou subsistemas cerebrais, e não é função somente de nenhuma delas. Sabemos
que não podemos colocar os dedos na tomada, aprendemos a reconhecer rostos ou
lugares, a jogar xadrez, dirigir, a nos comportar em vários momentos, línguas,
música. É evidente que diversos sistemas sensoriais, associativos e motores
participam em cada um destes aprendizados e nas correspondentes memórias.
17

De acordo com Rose (1988), algumas estruturas e vias (o hipocampo, a


amígdala, e suas conexões com o hipotálamo e o tálamo) regulam a gravação e
evocação de todas, de muitas, ou pelo menos da maioria das memórias. Este
conjunto de estruturas compõe-se de um sistema modulador que interfere na
decisão, pelo sistema nervoso, perante cada experiência, de que precisa ser
gravado ou que se pode ser evocado.
Estão interligados entre si e recebem informação o hipocampo e a amígdala
de todos os sistemas sensoriais: em parte provenientes do córtex, e, em parte, de
forma inespecífica quanto à modalidade. Estas estruturas e suas conexões estão,
portanto, estrategicamente localizadas para modular o processamento de
informações baseadas na experiência.

5.1 TIPOS DE MEMÓRIA

Conforme os pensamentos de Rose (1988) há, talvez, muitos tipos de


memória como tipos de experiência; assim sendo, muitos as classificam de diversas
formas. Uma classificação usual é de acordo com o tempo transcorrido entre sua
aquisição e o momento em que são evocadas: memória imediata (segundos,
minutos), recente (horas ou poucos dias), remota (semanas, meses, anos).
A diferenciação dos tipos de memória é útil desde um ponto de vista descritivo
e se usa em clínica; porém não há nenhuma evidência real de que esses tipos de
memória representem processos diferentes.
É possível que se deva a diferenciação pelas influências sobre a evocação de
substâncias liberadas durante a aquisição — b-endorfina, adrenalina, etc.
(IZQUIERDO e NETTO, 1985b). É claro que a memória imediata ocorre sob a
atuação direta dessas substâncias; e que essa influência será menor quando
medimos memória recente, minutos depois, e nula quando medimos memória
remota, um mês/depois.
Alguns autores optam por classificar as memórias de acordo com o tipo de
informação: declarativa ("saber que") e de procedimentos ("saber como"); ou
semântica e episódica (memória de eventos ou episódios) (SQUIRE, 1987); ou em
"hábitos" e "memórias" (MISHKBM et al., 1984, p. 65-77).
Sabemos que nunca foi possível diferenciar evidentemente entre estes tipos
de memória: memória declarativa (sabemos que pôr os dedos na tomada é
18

perigoso) se converte, pela repetição, numa memória de procedimentos


(automaticamente, sabemos como não colocar os dedos nas tomadas), ou num
hábito.
Um conhecimento semântico — o inglês — é adquirido em forma episódica
(por meio de aulas) e pode ser pensado em forma episódica ou não. No entanto, não
há prova plausível de que os vários tipos de memória correspondam a
representações neuronais diferentes.

5.2 FORMAÇÃO DE MEMÓRIAS

Conforme Castellano (1987), quatro fatores são importantes: 1) Recebemos


informações constantemente, por meio de nossos sentidos; mas não memorizamos
todas. Por ex., depois de ver um filme, lembramos algumas cenas; pode ser, até,
muitas; mas não todas. Depois de ouvir uma aula, lembramos alguns conceitos;
frases inteiras, talvez; mas não todos os conceitos nem todas as frases. Há,
portanto, um processo de seleção prévio à formação de memórias, que determina
quais informações será armazenado e quais não.
2) Isto se deve a vários fatores. Um é o refinamento crescente das técnicas e dos
conceitos neuropsicológicos que demonstraram que não é possível encaixar a
enorme variedade de memórias possíveis dentro de um número limitado de
esquemas ou modelos, nem reduzir seu alto grau de complexidade a mecanismos
bioquímicos ou processos psicológicos únicos ou simples.
3) As memórias são também muito mais sensíveis à incorporação de informação
adicional nos primeiros minutos ou horas após a aquisição. Essa informação pode
ser acrescentada, tanto por substâncias endógenas liberadas pela própria
experiência — , como por outras experiências que deixam memórias.
4) As memórias são também muito mais sensíveis à incorporação de informação
adicional nos primeiros minutos ou horas após a aquisição. Essa informação pode
ser acrescentada, tanto por substâncias endógenas liberadas pela própria
experiência — , como por outras experiências que deixam memórias.
Dependem de quatro fatores: seleção, consolidação, incorporação de mais
informação, formação de registros ou "files" para que a formação ou não de uma
memória depois de um determinado evento ou experiência, à interferência e ao
esquecimento.
19

5.3 SELEÇÃO E CONSOLIDAÇÃO DA MEMÓRIA

Os meios que separam as informações que serão possivelmente guardadas


incluem o hipocampo e amígdala. A lesão bilateral destas duas estruturas do lóbulo
temporal não causa a perda de memórias preexistentes (o qual, obviamente, indica
que as memórias não se armazenam nelas); mas impede a aquisição de outras
memórias.
O hipocampo atua no reconhecimento de determinado estímulo, configuração
de estímulos, ambiente ou situação, se são novos ou não, e, por isso, se valem ou
não ser memorizados (GRAY, 1982). É claro que, para isto, o hipocampo precisa ser
capaz de: a) distinguir estímulos, combinações de estímulos e ambientes; b)
compará-los com memórias preexistentes, armazenadas no cérebro (não, como
vimos, no próprio hipocampo); c) emitir informação referente à novidade ou não da
situação ou do ambiente a outras estruturas (seus sítios de projeção).
BEAR (2002, pag. 64) menciona que o:

O hipocampo recebe projeções das diversas vias sensoriais através de vias


secundárias originadas na formação reticular mesencefálica, septum,
amígdala, e cortex. Muita evidência recente sugere que o hipocampo é
especializado, de fato, no reconhecimento de ambientes, mais do que no
reconhecimento de qualquer estímulo. A lesão do hipocampo afeta
profundamente, e talvez especificamente, a capacidade de localização
espacial.

É possível que o reconhecimento do novo ou não de determinadas ou de


todas as situações em geral, por parte do hipocampo (GRAY, 1982), envolva,
primariamente, o reconhecimento do contexto espacial de cada estímulo ou
configuração de estímulos em particular.
As memórias em que conhecimentos antigos são relacionados os de maneira
diferente se estabelecem sem interferência do hipocampo nem do sistema
bendorfínico. Ex.: todo animal sabe que ao sofrer um estimulo doloroso deve fugir ou
reagir; aprende isso na sua infância, ou já nasce sabendo.
Conforme GRAY (1982): Podemos verificar vários estímulos ao mesmo
momento, em muitas combinações; e podemos até formar muitas memórias novas
conjuntamente (Id. ibid.); umas, contudo, serão mais bem consolidadas que outras.
Como ex., vemos diversas pessoas que vem em nossa direção; distinguimos seus
20

rostos, expressões, roupas, gestos. Uma delas trás uma arma. Gravaremos sua
imagem vividamente; as das outras, não.
A maior ou menor consolidação de determinadas experiências ou fragmentos
de experiências, simultâneas ou consecutivas, influi demais no processo seletivo.
Uma memória bem-consolidada é difícil de desaparecer; uma memória mal
consolidada se perde facilmente.
A consolidação é flexível. Os processos de modulação são importantes
porque são muito melhor conhecidos que os sistemas de armazenamento ou
evocação; e porque, na verdade, a única maneira acessível de afetar a memória
quantitativamente, ou até qualitativamente, é por meio de variáveis que atuam sobre
os sistemas moduladores.
As memórias não se formam separadamente, senão uma após a outra: a vida
no dia a dia pode ser caracterizada como uma constante experiência, ou como uma
continuação de experiências frequentes. Várias vezes, memórias assimiladas de
maneira consecutiva podem se interligar de tal forma que, depois, o indivíduo as
relembra como uma experiência única.
As sequências de memórias que guardamos como registros (e.g., a memória
de um filme, a memória da manhã de ontem, a memória do jornal, etc.) se resultam
diretamente pela característica que tem cada memória isolada de incorporar
informação adicional. Os registros se estabelecem principalmente no decorrer e
depois de cada experiência memorizada, arquivando várias memórias consecutivas.

5.4 MEMÓRIA X ESQUECIMENTO

O habitual uso da palavra memória no vocabulário moderno caracterizaria


num primeiro olhar, o avanço da proeminência do passado sobre o presente ou, tal
como afirma Joël Candau, um movimento que se demonstra como uma grande vaga
memorial que alcança todos os lugares. A essa tendência, vista em grande parte das
sociedades ocidentais, o autor qualificou como mnetropismo, espécie de compulsão
memorial que se expressa sob múltiplas formas tais como as comemorações, a
paixão genealógica, a retomada de tradições e o que o autor denomina como outras
“formas ritualizadas da reminiscência” (CANDAU, 2009:45).
De acordo com Castellano (1987), o esquecimento é "a outra cara" da
memória, ou o aspecto mais saliente da memória.
21

Fatores que levam ao esquecimento:


1) Extinção: perda geralmente gradativa de uma memória
2) A simples passagem do tempo é outro fator no esquecimento. Influi mais,
claramente, quanto pior tenha sido a gravação original: é mais fácil esquecer um
número telefônico de um cinema, aprendido ontem, que um fato marcante da
infância.
Esquecer é normal. Esquecimento excessivo, a perda real de memórias que
não queremos perder, é patológico, denomina-se amnésia.
Um grupo de cientistas divulgou uma nova pista no dia 19 de Setembro de
2013, sobre um provável tratamento para deter a doença de Alzheimer. Nesta
divulgação foi mencionada a existência de uma proteína relacionada com a limitação
da flexibilidade do envelhecimento cerebral.
Da Universidade de Stanford, a Dra. Carla Shatz (neurobiologista), da
Califórnia, descobriu (junto a sua equipa de investigadores) que a eliminação de
uma determinada proteína no cérebro de ratos travou o aparecimento de sintomas
da doença de Alzheimer. Trazendo a estes investigadores a esperança de poder
melhorar estes resultados obtidos, mais ainda estão em fase de exploração .
“As pessoas estão a começar a olhar para o que estas proteínas fazem no
cérebro. Embora seja necessário investigar mais, estas proteínas podem ser um
novo alvo para os medicamentos contra o Alzheimer”, afirma Shatz, mencionada
pela agência France Presse.
A alta acumulação de beta-amilóides, i.e., “placas” é uma característica
predominante da doença de Alzheimer. Percebeu-se que a proteína em causa
desencadeia mecanismos que proporcionam a formação destas placas (que
impossibilitam a transmissão entre neurónio e provocam os sintomas do Alzheimer).
Desta maneira, os investigadores acreditam que um fármaco que tenha como alvo a
proteína pode ajudar a parar a evolução da doença.
Por meio de estudos científicos atuais, Jean Carper (2015), em sua obra “100
dicas simples para prevenir Alzheimer (perda da memória)”, reuniu 100 atitudes
simples que é possível tomar para tornar nosso cérebro mais resistente e protegido
contra as doenças neurodegenerativas associadas à idade. Algumas pequenas
atitudes no dia a dia e algumas mudanças na rotina podem mudar drasticamente o
futuro do seu cérebro, como uma boa noite de sono, caminhadas, um círculo social,
entre outras, a chave para enfrentar os desafios do “esquecimento”. Não existe a
22

cura ainda, mas a ciência vem demonstrando que a prevenção pode impossibilitar o
aparecimento dos sintomas.
6 O AUXÍLIO DOS PAIS NA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS COM BAIXO
RENDIMENTO ESCOLAR

Sabemos que as dificuldades de aprendizagem e de comportamento estão


crescendo de modo excessivo nas instituições escolares, alguns pesquisadores têm
se voltado as suas pesquisas para este tema, focando a relevância da família na
aprendizagem. Os resultados alcançados deixam certo que a família tem uma
influência enorme no desempenho escolar dos filhos, podendo interferir no sentido
de incentivar os alunos para irem a escola, bem como auxiliá-los no
desenvolvimento de suas competências e habilidades, por meio de um bom
relacionamento com educadores e colegas.
De acordo com alguns autores, os pais necessitam estar comprometidos com
os filhos e com a escola, tendo conhecimento das dificuldades de aprendizagem
encontradas pelas crianças para poder ajudá-las buscando um desenvolvimento
global, incluindo a educação escolar, a social e a formação intelectual do educando.
FUNAYAMA (2005, p. 27-28) nos diz que tem pais que infantilizam a criança e o
problema, não se preocupando com as dificuldades dos filhos.
De acordo com SMITH; STRICK (2001, p. 17) é muito importante que o pai de
crianças com dificuldades de aprendizagem se una a escola, para que possam
trabalhar um projeto de desenvolvimento adequado, dirigido para estes alunos, na
intenção de garantir as necessidades educacionais de seus filhos. Considerando
que com o passar dos anos o problema irá se resolver, esses pais só buscam ajuda
especializada quando o estado se agrava e o nível de conhecimento e
aprendizagem se mostram muito abaixo do esperado, podendo ser forçado a repetir
o ano letivo. É preciso que os pais se conscientizem, que se a criança tem
dificuldades para fazer suas tarefas, precisando da ajuda ou da confirmação de
outras pessoas, e se junto a isso apresentar algum problema de relacionamento com
os colegas, é preciso que procurem ajuda, para que sejam analisados os motivos
que causam este comportamento e assim evitar futuros problemas educacionais dos
filhos.
As crianças só seguirão as regras se compreenderem o motivo delas. Da
mesma forma, só respeitarão os limites que conhecerem. Se não, farão tudo a seu
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modo. Através de regras claras e bem determinadas em casa, o filho saberá


propriamente qual é a maneira correta de falar, de pensar, de raciocinar e de agir em
cada caso, isso oferecerá a ele segurança e tranquilidade. Ter limites bem
determinados fará com que ele entenda até que ponto pode ir, e isso lhe
proporcionará responsabilidade e caráter.
SMITH; STRICK (2001, p. 36) ainda nos falam que as crianças com
dificuldades de aprendizagem, podem se criativas e talentosas em outras áreas,
mas em nossa sociedade, onde se valoriza muito o desempenho escolar, estas
crianças sentem-se fracassadas, especialmente se comparando com as crianças
que mostram um melhor desenvolvimento cognitivo, criando assim um bloqueio cada
vez maior no seu processo de aprendizagem. Simultâneo à sociedade, que procura
cada vez mais a conquista profissional e a competência a qualquer custo, a escola
também segue esta concepção. Aqueles que não atingem às exigências da
instituição podem sofrer com um problema de aprendizagem. A procura imediata
pela perfeição leva à rotulação dos que não se encaixam nos parâmetros impostos
necessários.
Para que o aprendizado escolar não se torne um paradoxo, os pais precisam
ter a responsabilidade e o dever de elaborar regras e os limites, em casa, na
intenção de que seus filhos aprendam o respeito e cresçam conhecendo valores
éticos e morais. Dessa forma, é necessário entender que há uma grande diferença
entre criança “ativa” e criança “mal-educada”. Crianças tem que ter vivacidade, deve
brincar, perguntar e até mesmo fazer bagunça. A dificuldade surge quando essas
atitudes passam dos limites, quando o filho não respeita o que os pais acham o mais
correto para ele. Os pais têm a obrigação de educar os filhos. Quer dizer,
primeiramente, determinar as regras principais ao seu bom convívio em casa e,
depois, na sociedade como um todo. Impor horários e atuar de maneira que deixe
claro para as crianças que existe a autoridade e de limites dentro de casa, ajuda a
desenvolver pontos fundamentais na formação do caráter.
TIBA, (2002, p.183) menciona que se houver uma parceria entre família e
escola, se as duas partes falarem a mesma linguagem e apresentarem valores
semelhantes à criança aprenderá sem grandes conflitos. È relevante destacar que a
função que a família retrata na educação da criança é fator principal na formação da
auto-estima, e consequentemente na aprendizagem do educando, promovendo o
crescimento como sujeitos capazes de auxiliar na construção de uma sociedade livre
24

e democrática. A família que não demonstra interesse nos filhos e na sua vida
escolar, a criança não conseguirá progredir nos estudos, logo, as crianças aprendem
a comportar-se em sociedade ao conviver com outras pessoas, principalmente com
os próprios pais.
É preciso que a criança receba regras claras e objetivas, que conduz a boa
conduta e disciplinam a má, sem forçar, fazer ameaças, apenas fazendo com que as
regras sejam respeitadas. Há uma distinção entre castigo e disciplina. Castigo é
punição, agressão, enquanto disciplina é ensinar. Educar é transmitir vida. Não é
com gritos ou uso de violência que irá mostrar autoridade, não assim que ira se
educar. É necessário ser firme no momento de impor os limites às crianças, mas
também ser amoroso na hora certa para que elas vejam que as regras lhe estão
sendo colocadas porque você as ama.
25

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Constatou-se que a atuação do neuropsicopedagogo tem um papel atenuante


no processo de aprendizagem, pois dispõe um conhecimento estruturado sobre a
função cerebral, entendendo como esse funciona, recebe, seleciona, transforma,
memoriza, arquiva, processa e elabora todas as sensações captadas pelos
estímulos externos.
O profissional da neuropsicopedagogia possui um conhecimento maior, e
abarca a área da neurociência, aprendizado, comportamento, emoções, pois domina
os princípios da psicopedagogia, sendo fundamental para a construção,
planejamento das estratégias e materiais didáticos a valerem de ferramentas para o
processo de ensino-aprendizagem.
Assim sendo, faz-se primordial debater esse campo profissional tendo em
vista que o trabalho do neuropsicopedagogo é essencial no âmbito escolar, levando
em conta que este profissional é responsável pelo conhecimento do indivíduo como
um todo, para desenvolver um trabalho de acompanhamento pedagógico, cognitivo
e emocional.
Levando em conta também a teoria e a dinâmica pedagógica apresentada
pelas obras literárias dos autores consultados, aumenta a importância de afirmar a
importância de integrar o conhecimento do funcionamento do sistema nervoso e seu
desenvolvimento na prática pedagógica do professor. Verificar a utilização dos
recursos Neurocientíficos da Neuropsicopedagogia como motivo de identificação das
dificuldades na aprendizagem escolar, explorando junto aos educadores e
coordenadores a estruturação pedagógica, material e metodológica, respeitando o
desenvolvimento e as diversidades cognitivas dos educandos.
Nessa concepção, as experiências, saberes e conhecimentos construídos na
educação infantil, julga-se, acima de tudo, servir de orientação para as práticas e as
intervenções pedagógicas que se deseja construir no novo Ensino Fundamental. Um
ponto a ser levando em conta refere-se ao respeito a essa criança e a seu tempo de
vida. De acordo com os autores consultados, a escolarização obrigatória não pode
dar excessiva centralidade aos conteúdos pedagógicos em detrimentopo do sujeito e
de suas formas de socialização. Essa proposta ganha destaque, especialmente se
26

considerarmos as características das sociedades contemporâneas onde a


aprendizagem significativa (subsunçores) proporciona maior desenvolvimento
cognitivo.
De outro modo, não podemos perder de vista o direito desse segmento da
população ao conhecimento, principalmente, o acesso à linguagem escrita. A criança
é um sujeito que interage com outros grupos sociais e com suas produções
simbólicas, e a linguagem escrita é uma dessas produções com as quais as crianças
têm, desde muito pequenas, uma familiaridade e uma curiosidade para conhecer e
dela se apropriar.
Contudo, as famílias e os profissionais da educação sabem que assegurar o
aprendizado da leitura e da escrita tem sido um dos maiores desafios para a escola,
especialmente considerando que a educação integral deve acontecer nos três
espaços da criança: escola, família e sociedade.
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REFERÊNCIAS

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Artmed, P 211.

Guia para o Planejamento do Professor Alfabetizado – VOL 3 (SMESP) Assessoria


Pedagógica, São Paulo-SP, Maio 2010.

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Aprendizagem. Grupo Cultural, p. 45-47, s/d.

HENNEMANN, Ana Lucia. Neuropsicopedagogia. Disponível em: <http:


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KOHL, M. Vigotsky; Aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-


histórico. p. 24. São Paulo: Scipione, 1993.

KRUG, Clarice L: Neuropsicopedagogia e contextos de atuação. Novo


Hamburgo: CENSUPEG, 2011. Aula expositiva do curso de neuropsicopedagogia
Clínica e Educação Inclusiva.

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clínica. In: Sociedade Brasileira de Neuropsicologia. (Org.) Neuropsicologia e
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Alegre: Artes Médicas, 1985.

PIAGET, J. A formação do símbolo na criança.3. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.


370p. Orientações para o trabalho com a Linguagem Escrita em turmas de seis anos
de idade 25.

REICH, T.I.J.S. et al. Práticas psicopedagógicas: uma abordagem. p. 5-8. Curitiba:


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SMITH, Corine; STRICK, Lisa. Dificuldades De Aprendizagem de A a Z. Um guia


completo para pais e educadores. Porto Alegre, RS: Artmed, 2001.

TIBA, Içami. Quem Ama Educa! São Paulo: Editora Gente, 2002.

VISCA, J. Clínica psicopedagógica e epistemologia convergente. Porto Alegre:


Artes Médicas, 1988.

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Scolarisation et socialisation dans les sociétes industrielles. Lyon: Press
Universitaires de Lyon.

VYGOTSKY, L.S.; LURIA, A. R.; LEONTIEV, A. N. Linguagem, desenvolvimento e


aprendizagem. 8.ed. São Paulo: Ícone, 2001, p. 59-83 e p. 119-142.
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