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MATERIAL DE APOIO

Disciplina: Processo Civil


Professor: Aluisio Ré
Aulas: 01 e 02| Data: 09/09/2015

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

1. Bibliografia
2. NCPC
2.1. Contexto da aprovação
2.2. Norte do NCPC
2.3. Distinguishing
2.4. Overruling
2.5. Nova principiologia do NCPC

E-mail do professor: aluisiore@yahoo.com.br

Atenção: NCPC = Código de processo civil de 2015.


CPC = Código de processo civil de 1973.

1. Bibliografia

Usar Código que traga comparativo entre os dois códigos.

Daniel Amorim: Curso de processo civil e novo código de processo civl.

2. NCPC

2.1. Contexto da aprovação: o CPC passava por duas crises.

a) Crise existencial: o processo moroso, burocrático, fantasioso, utópico, elitista, vale a pena?
Muitos acham que não, não acreditam no modelo de processo. Por isso o novo CPC trabalha muito com
mediação,

b) Crise de identidade: o CPC continha dois blocos de princípios.

- Tradicionais: que protegem o direito de ação amplo, direito de defesa, cognição exauriente, exaustão
probatória, apreciação individualizada, etc.

-Fase civilista: até século XVI e XVII.


- Fase do processualismo científico: séculos XVII a XX.
- Fase da instrumentalidade do processo: século XX e XXI – ondas renovatórias (surgem os princípios
modernos).

- Modernos: Cria-se novo bloco de princípios: celeridade, sumarização do processo, cognição sumária,
julgamento antecipado, coletivização dos julgados, etc.

Exemplos da crise de identidade:

RFDP
CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
I. Tutela antecipada (artigo 273, CPC) liga-se ao segundo bloco, mas o § 2º liga-se ao bloco clássico.

Art. 273. “O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou


parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde
que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da
alegação e: (Redação dada pela Lei 8.952/94)
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou
(Incluído pela Lei 8.952/94)
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto
propósito protelatório do réu. (Incluído pela Lei 8.952/94)
(...)
§ 2º: Não se concederá a antecipação da tutela quando houver
perigo de irreversibilidade do provimento antecipado.” (Incluído pela
Lei 8.952/94)

Em 2009, o STJ definiu que a reversibilidade é relativa, deve haver ponderação (Resp 801.600).

Ementa
AgRg no AREsp 46649/RJ
Relator(a) Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA
Data do Julgamento 10/06/2014
Data da Publicação/Fonte DJe 20/06/2014
Decisão
PROCESSO CIVIL E CIVIL. PLANO DE SAÚDE. TRATAMENTO MÉDICO. COBERTURA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC.
NÃO OCORRÊNCIA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. REQUISITOS LEGAIS. MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA N. 7 DO STJ. 1.
Afasta-se a alegada violação do art. 535 do CPC quando o acórdão recorrido, integrado por julgado proferido em
embargos de declaração, dirime, de forma expressa, congruente e motivada, as questões suscitadas nas razões
recursais. 2. O recurso especial não é sede própria para rever questão referente à concessão de tutela se, para
tanto, for necessário reexaminar elementos fáticos presentes nos autos. Aplicação da Súmula n. 7/STJ. 3. A
concessão de tutela antecipada na hipótese de tratamento médico prescinde da oitiva de testemunhas visto que,
por se tratar de causa urgente, não atendida a tempo, tornará inócuo o fim maior do plano de saúde, que é
assegurar eficiente amparo à saúde e à vida. 4. Agravo regimental desprovido.

O NPCP também exige a reversibilidade da tutela antecipada.

Art. 300. “A tutela de urgência será concedida quando houver


elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.
(...)
§ 3º: A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida
quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.”

OBS: Tutela pode ser definitiva ou provisória. A tutela provisória pode ser de evidência ou de urgência e
esta última pode ser antecipada ou cautelar. O NCPC acabou com as ações cautelares, mas não com a medida
cautelar.

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II. Embargos suspensivos na execução: quando o juiz rejeitar ou julgar improcedentes os embargos a
execução, a apelação não tem efeito suspensivo (520, V, CPC).

Art. 520. “A apelação será recebida em seu efeito devolutivo e


suspensivo. Será, no entanto, recebida só no efeito devolutivo,
quando interposta de sentença que: (Redação dada pela Lei nº 5.925,
de 1º.10.1973)
(...)
V - rejeitar liminarmente embargos à execução ou julgá-los
improcedentes;” (Redação dada pela Lei nº 8.950, de 13.12.1994)

De acordo com o artigo 475-O, CPC, nesses casos a execução era provisória.

Art. 475-O. “A execução provisória da sentença far-se-á, no que


couber, do mesmo modo que a definitiva, observadas as seguintes
normas: (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
I – corre por iniciativa, conta e responsabilidade do exeqüente, que
se obriga, se a sentença for reformada, a reparar os danos que o
executado haja sofrido; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
II – fica sem efeito, sobrevindo acórdão que modifique ou anule a
sentença objeto da execução, restituindo-se as partes ao estado
anterior e liquidados eventuais prejuízos nos mesmos autos, por
arbitramento; (Incluído pela Lei nº 11.232, de 2005)
III – o levantamento de depósito em dinheiro e a prática de atos que
importem alienação de propriedade ou dos quais possa resultar
grave dano ao executado dependem de caução suficiente e idônea,
arbitrada de plano pelo juiz e prestada nos próprios autos.” (Incluído
pela Lei nº 11.232, de 2005)

A necessidade de caução do inciso III tem ligação com o bloco clássico.

Em 2005, a súmula 317, STJ definiu que essa execução era definitiva (bloco moderno).

Súmula 317: “É definitiva a execução de título extrajudicial, ainda que


pendente apelação contra sentença que julgue improcedentes os
embargos.”

Em 2006, houve alteração legislativa no artigo 587, condicionando a provisoriedade da execução ao


efeito suspensivo nos embargos (739-A).

Art. 587. “É definitiva a execução fundada em título extrajudicial; é


provisória enquanto pendente apelação da sentença de
improcedência dos embargos do executado, quando recebidos com
efeito suspensivo (art. 739).” (Redação dada pela Lei 11.382/06).

Art. 739-A. Os embargos do executado não terão efeito suspensivo.


(Incluído pela Lei 11.382/06).

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§ 1º: O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito
suspensivo aos embargos quando, sendo relevantes seus
fundamentos, o prosseguimento da execução manifestamente possa
causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação, e
desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou
caução suficientes. (Incluído pela Lei 11.382/06).
§ 2º: A decisão relativa aos efeitos dos embargos poderá, a
requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer
tempo, em decisão fundamentada, cessando as circunstâncias que a
motivaram. (Incluído pela Lei 11.382/06).
§ 3º: Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser
respeito apenas a parte do objeto da execução, essa prosseguirá
quanto à parte restante. (Incluído pela Lei 11.382/06).
§ 4º: A concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por
um dos executados não suspenderá a execução contra os que não
embargaram, quando o respectivo fundamento disser respeito
exclusivamente ao embargante. (Incluído pela Lei 11.382/06).
§ 5º: Quando o excesso de execução for fundamento dos embargos,
o embargante deverá declarar na petição inicial o valor que entende
correto, apresentando memória do cálculo, sob pena de rejeição
liminar dos embargos ou de não conhecimento desse fundamento.
(Incluído pela Lei 11.382/06
§ 6º: A concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetivação
dos atos de penhora e de avaliação dos bens. (Incluído pela Lei
11.382/06).

No NCPC, a execução será provisória quando houver sentença dos embargos (bloco clássico).

Art. 919. “Os embargos à execução não terão efeito suspensivo.


§ 1º: O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito
suspensivo aos embargos quando verificados os requisitos para a
concessão da tutela provisória e desde que a execução já esteja
garantida por penhora, depósito ou caução suficientes.
§ 2º: Cessando as circunstâncias que a motivaram, a decisão relativa
aos efeitos dos embargos poderá, a requerimento da parte, ser
modificada ou revogada a qualquer tempo, em decisão
fundamentada.
§ 3º: Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser
respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá
quanto à parte restante.
§ 4º: A concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por
um dos executados não suspenderá a execução contra os que não
embargaram quando o respectivo fundamento disser respeito
exclusivamente ao embargante.
§ 5º: A concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetivação dos
atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de
avaliação dos bens.”

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2.2. Norte do NCPC

Simplificou na forma (inspiração no bloco moderno), resultando em celeridade e efetividade. Mas não
perdeu no conteúdo (bloco clássico).

- Exemplos

a) Extinção dos embargos infringentes (530, CPC). Criou técnica de julgamento (942, NCPC).

A técnica de julgamento se aplica também à ação rescisória e ao agravo de instrumento que julgou
parcialmente o mérito. Não é recurso!

Art. 530. “Cabem embargos infringentes quando o acórdão não


unânime houver reformado, em grau de apelação, a sentença de
mérito, ou houver julgado procedente ação rescisória. Se o
desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto
da divergência.” (Redação dada pela Lei nº 10.352, de 26.12.2001)

Art. 942. “Quando o resultado da apelação for não unânime, o


julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a
presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos
previamente definidos no regimento interno, em número suficiente
para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial,
assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar
oralmente suas razões perante os novos julgadores.
§ 1º: Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na
mesma sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que
porventura componham o órgão colegiado.
§ 2º: Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos
por ocasião do prosseguimento do julgamento.
§ 3º: A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se,
igualmente, ao julgamento não unânime proferido em:
I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença,
devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior
composição previsto no regimento interno;
II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que
julgar parcialmente o mérito.
§ 4º: Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:
I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de
demandas repetitivas;
II - da remessa necessária;
III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte
especial.”

b) Extinção das ações cautelares. Só há ações de conhecimento e execução. Não acabou com a tutela
cautelar, que foi colocada dentro da tutela provisória.

A doutrina tem indicado duas ações cautelares no NCPC (embora não previstas como tal):

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I. Ação probatória autônoma (artigo 381)
A prova adquiriu novas funções, além de instruir o juízo: (I) viabilizar a autocomposição e (II) evitar o
ajuizamento da ação.

Os incisos II e III do artigo 381 são ações cautelares satisfativas, não tem cautela.

Art. 381. “A produção antecipada da prova será admitida nos casos


em que:
I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito
difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação;
II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a
autocomposição ou outro meio adequado de solução de conflito;
III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o
ajuizamento de ação.”

II. Ação cautelar de arrolamento de bens (artigo 381, § 1º)

§ 1º: “O arrolamento de bens observará o disposto nesta Seção


quando tiver por finalidade apenas a realização de documentação e
não a prática de atos de apreensão.”

 Parágrafos do artigo 381 aplicáveis a essas duas ações de natureza cautelar:

2º: A produção antecipada da prova é da competência do juízo do


foro onde esta deva ser produzida ou do foro de domicílio do réu.

§ 3º: A produção antecipada da prova não previne a competência do


juízo para a ação que venha a ser proposta.

§ 4º: O juízo estadual tem competência para produção antecipada de


prova requerida em face da União, de entidade autárquica ou de
empresa pública federal se, na localidade, não houver vara federal.

Artigo 382, § 1º (aplicável apenas às ações do 381): citação de ofício dos interessados. Se inexistente o
caráter litigioso é dispensável a citação.

Art. 382. “Na petição, o requerente apresentará as razões que


justificam a necessidade de antecipação da prova e mencionará com
precisão os fatos sobre os quais a prova há de recair.
§ 1º: O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a
citação de interessados na produção da prova ou no fato a ser
provado, salvo se inexistente caráter contencioso.”

É possível a cumulação de provas antecipadas e não se admite defesa ou recurso, salvo produção de
prova.

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§ 3º: “Os interessados poderão requerer a produção de qualquer
prova no mesmo procedimento, desde que relacionada ao mesmo
fato, salvo se a sua produção conjunta acarretar excessiva demora.”

§ 4º: “Neste procedimento, não se admitirá defesa ou recurso, salvo


contra decisão que indeferir totalmente a produção da prova
pleiteada pelo requerente originário.”

-> E se a ação tiver caráter contencioso? Ainda assim não terá defesa? Não há resposta.

2.3. Distinguishing

O NCPC adotou o regime de precedentes, de forma relativa (A EC 45 já havia incluído o regime, dentre
outros, pela adoção das súmulas vinculantes). Contudo, a adoção do regime impõe que as decisões sejam
fundamentadas. É a fundamentação exaustiva que permite a aplicação dos precedentes.

Segundo o artigo 489, §1º, NCPC, a decisão deve ser minuciosamente fundamentada. É a maior
conquista democrática do processo civil pós 1988.

Art. 489. “São elementos essenciais da sentença:


I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do
caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das
principais ocorrências havidas no andamento do processo;
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de
direito;
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que
as partes lhe submeterem.
§ 1º: Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja
ela interlocutória, sentença ou acórdão, que:
I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato
normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão
decidida;
II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o
motivo concreto de sua incidência no caso;
III - invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra
decisão;
IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo
capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem
identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o
caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos;
VI - deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou
precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de
distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.”

Artigo 521, §5º do texto da câmara que não foi acolhido: se a parte prova que sua ação trata de situação
diferente daquela que foi julgada pelo Tribunal, há possibilidade de afastamento do antecedente.

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Os artigos 926 e 927 regulamentam a aplicação do distinguishing.

Art. 926. “Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e


mantê-la estável, íntegra e coerente.
§ 1º: Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no
regimento interno, os tribunais editarão enunciados de súmula
correspondentes a sua jurisprudência dominante.
§ 2º: Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às
circunstâncias fáticas dos precedentes que motivaram sua criação.”

Art. 927. “Os juízes e os tribunais observarão:


I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado
de constitucionalidade;
II - os enunciados de súmula vinculante;
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de
resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos
extraordinário e especial repetitivos;
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em
matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria
infraconstitucional;
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem
vinculados.
§ 1º: Os juízes e os tribunais observarão o disposto no art. 10 e no
art. 489, § 1o, quando decidirem com fundamento neste artigo.
§ 2º: A alteração de tese jurídica adotada em enunciado de súmula
ou em julgamento de casos repetitivos poderá ser precedida de
audiências públicas e da participação de pessoas, órgãos ou
entidades que possam contribuir para a rediscussão da tese.
§ 3º: Na hipótese de alteração de jurisprudência dominante do
Supremo Tribunal Federal e dos tribunais superiores ou daquela
oriunda de julgamento de casos repetitivos, pode haver modulação
dos efeitos da alteração no interesse social e no da segurança
jurídica.
§ 4º: A modificação de enunciado de súmula, de jurisprudência
pacificada ou de tese adotada em julgamento de casos repetitivos
observará a necessidade de fundamentação adequada e específica,
considerando os princípios da segurança jurídica, da proteção da
confiança e da isonomia.
§ 5º: Os tribunais darão publicidade a seus precedentes,
organizando-os por questão jurídica decidida e divulgando-os,
preferencialmente, na rede mundial de computadores.”

2.4. Overruling

É a possibilidade de alterar o precedente. Por ex. em razão da alteração do contexto social.

2.5. Nova principiologia do CPC

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- Constitucionalização vertical do processo: normas constitucionais invadem, verticalmente, os demais
ramos do direito (artigo 1º, NCPC).
Ex. duração razoável do processo

Art. 1º: “O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado


conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na
Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as
disposições deste Código.”

- Constitucionalização horizontal: aproximação dos ramos infraconstitucionais, a partir da inserção legal,


doutrinária e jurisprudencial, de valores constitucionais por todo o ordenamento.

Nesse contexto, o NPCP usa os três grandes processos do direito civil:

OBS: Diálogo das fontes (Miguel Reale) é a aproximação das áreas do direito. O CDC, CC/02 e agora o
NCPC trazem esses princípios.

a) Eticidade: Boa-fé objetiva

Exemplos: artigos 5º e 79.

O NPCP transfere poder do Estado juiz para as partes. Mas, para isso, deve se conduzir pela boa-fé.

Art. 5º: “Aquele que de qualquer forma participa do processo deve


comportar-se de acordo com a boa-fé.”

Art. 79. “Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé
como autor, réu ou interveniente.”

Negócio judicial (artigos 190 e 191):

Art. 190. “Versando o processo sobre direitos que admitam


autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular
mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da
causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e
deveres processuais, antes ou durante o processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a
validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes
aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em
contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em
manifesta situação de vulnerabilidade.”

Art. 191. “De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar


calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso.
§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos
somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente
justificados.

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§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato
processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido
designadas no calendário.”

Artigo 190: versando o processo sobre diretos que admitem autocomposição, as partes podem estipular
mudanças. Requisitos:

a) Direito disponível
b) Partes capazes

Parágrafo único: o juiz homologa o acordo. Aplica-se a teoria geral dos negócios jurídicos (havendo erro,
dolo, etc., o juiz não deve homologar).

Artigo 191: o juiz participa da negociação. O calendário vincula as partes e o juiz, sendo possível alterá-lo
apenas em casos excepcionais. É dispensada a intimação das partes para os atos marcados.

O Artigo 79 amplia a eticidade: reponde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé (em sentido
amplo. No CPC atual só responde quem pleitear).

Artigos 344 e 345, IV: a revelia ocorre quando não há contestação e o principal efeito é a presunção de
veracidade das alegações do autor. Contudo, não se aplicam os efeitos da revelia quando o autor não agir com
eticidade.

Art. 344. “Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e
presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo
autor.”

Art. 345. “A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a
lei considere indispensável à prova do ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis
ou estiverem em contradição com prova constante dos autos.”

O artigo 774 traz os atos incompatíveis com a ética na execução

- Eticidade objetiva: inciso III e V. Dever de facilitar a penhora e de provar a propriedade do bem.

Art. 774. “Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta


comissiva ou omissiva do executado que:
I - frauda a execução;
II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios
artificiosos;
III - dificulta ou embaraça a realização da penhora;
IV - resiste injustificadamente às ordens judiciais;

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V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens
sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua
propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus.
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa
em montante não superior a vinte por cento do valor atualizado do
débito em execução, a qual será revertida em proveito do exequente,
exigível nos próprios autos do processo, sem prejuízo de outras
sanções de natureza processual ou material.”

b) Sociabildiade: abandono das concepções individualistas. Traz a função social para o processo.

Artigos 8º; 998, parágrafo único e 529, §3º, NCPC:

Nos termos do parágrafo único do artigo 998, a desistência do recurso não impede a análise da questão
quando já houver repercussão geral reconhecida ou recursos extraordinários ou especiais repetitivos, pois há
impacto social.

O artigo 529, §3º, limita o desconto em folha de pagamento a 50%.

Art. 8º: “Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins
sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo
a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a
razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.”

Art. 998. “O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência


do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso.
Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de
questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquela
objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais
repetitivos.”

Art. 529. “Quando o executado for funcionário público, militar,


diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do
trabalho, o exequente poderá requerer o desconto em folha de
pagamento da importância da prestação alimentícia.
(...)
§ 3º: Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito
objeto de execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas
do executado, de forma parcelada, nos termos do caput deste artigo,
contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta
por cento de seus ganhos líquidos.”

c) Operabilidade: Simplificação

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