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ANOTAÇÃO DE AULA
SUMÁRIO
1. Bibliografia
2. NCPC
2.1. Contexto da aprovação
2.2. Norte do NCPC
2.3. Distinguishing
2.4. Overruling
2.5. Nova principiologia do NCPC
1. Bibliografia
2. NCPC
a) Crise existencial: o processo moroso, burocrático, fantasioso, utópico, elitista, vale a pena?
Muitos acham que não, não acreditam no modelo de processo. Por isso o novo CPC trabalha muito com
mediação,
- Tradicionais: que protegem o direito de ação amplo, direito de defesa, cognição exauriente, exaustão
probatória, apreciação individualizada, etc.
- Modernos: Cria-se novo bloco de princípios: celeridade, sumarização do processo, cognição sumária,
julgamento antecipado, coletivização dos julgados, etc.
RFDP
CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
I. Tutela antecipada (artigo 273, CPC) liga-se ao segundo bloco, mas o § 2º liga-se ao bloco clássico.
Em 2009, o STJ definiu que a reversibilidade é relativa, deve haver ponderação (Resp 801.600).
Ementa
AgRg no AREsp 46649/RJ
Relator(a) Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA
Data do Julgamento 10/06/2014
Data da Publicação/Fonte DJe 20/06/2014
Decisão
PROCESSO CIVIL E CIVIL. PLANO DE SAÚDE. TRATAMENTO MÉDICO. COBERTURA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC.
NÃO OCORRÊNCIA. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. REQUISITOS LEGAIS. MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA N. 7 DO STJ. 1.
Afasta-se a alegada violação do art. 535 do CPC quando o acórdão recorrido, integrado por julgado proferido em
embargos de declaração, dirime, de forma expressa, congruente e motivada, as questões suscitadas nas razões
recursais. 2. O recurso especial não é sede própria para rever questão referente à concessão de tutela se, para
tanto, for necessário reexaminar elementos fáticos presentes nos autos. Aplicação da Súmula n. 7/STJ. 3. A
concessão de tutela antecipada na hipótese de tratamento médico prescinde da oitiva de testemunhas visto que,
por se tratar de causa urgente, não atendida a tempo, tornará inócuo o fim maior do plano de saúde, que é
assegurar eficiente amparo à saúde e à vida. 4. Agravo regimental desprovido.
OBS: Tutela pode ser definitiva ou provisória. A tutela provisória pode ser de evidência ou de urgência e
esta última pode ser antecipada ou cautelar. O NCPC acabou com as ações cautelares, mas não com a medida
cautelar.
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II. Embargos suspensivos na execução: quando o juiz rejeitar ou julgar improcedentes os embargos a
execução, a apelação não tem efeito suspensivo (520, V, CPC).
De acordo com o artigo 475-O, CPC, nesses casos a execução era provisória.
Em 2005, a súmula 317, STJ definiu que essa execução era definitiva (bloco moderno).
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§ 1º: O juiz poderá, a requerimento do embargante, atribuir efeito
suspensivo aos embargos quando, sendo relevantes seus
fundamentos, o prosseguimento da execução manifestamente possa
causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação, e
desde que a execução já esteja garantida por penhora, depósito ou
caução suficientes. (Incluído pela Lei 11.382/06).
§ 2º: A decisão relativa aos efeitos dos embargos poderá, a
requerimento da parte, ser modificada ou revogada a qualquer
tempo, em decisão fundamentada, cessando as circunstâncias que a
motivaram. (Incluído pela Lei 11.382/06).
§ 3º: Quando o efeito suspensivo atribuído aos embargos disser
respeito apenas a parte do objeto da execução, essa prosseguirá
quanto à parte restante. (Incluído pela Lei 11.382/06).
§ 4º: A concessão de efeito suspensivo aos embargos oferecidos por
um dos executados não suspenderá a execução contra os que não
embargaram, quando o respectivo fundamento disser respeito
exclusivamente ao embargante. (Incluído pela Lei 11.382/06).
§ 5º: Quando o excesso de execução for fundamento dos embargos,
o embargante deverá declarar na petição inicial o valor que entende
correto, apresentando memória do cálculo, sob pena de rejeição
liminar dos embargos ou de não conhecimento desse fundamento.
(Incluído pela Lei 11.382/06
§ 6º: A concessão de efeito suspensivo não impedirá a efetivação
dos atos de penhora e de avaliação dos bens. (Incluído pela Lei
11.382/06).
No NCPC, a execução será provisória quando houver sentença dos embargos (bloco clássico).
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2.2. Norte do NCPC
Simplificou na forma (inspiração no bloco moderno), resultando em celeridade e efetividade. Mas não
perdeu no conteúdo (bloco clássico).
- Exemplos
a) Extinção dos embargos infringentes (530, CPC). Criou técnica de julgamento (942, NCPC).
A técnica de julgamento se aplica também à ação rescisória e ao agravo de instrumento que julgou
parcialmente o mérito. Não é recurso!
b) Extinção das ações cautelares. Só há ações de conhecimento e execução. Não acabou com a tutela
cautelar, que foi colocada dentro da tutela provisória.
A doutrina tem indicado duas ações cautelares no NCPC (embora não previstas como tal):
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I. Ação probatória autônoma (artigo 381)
A prova adquiriu novas funções, além de instruir o juízo: (I) viabilizar a autocomposição e (II) evitar o
ajuizamento da ação.
Os incisos II e III do artigo 381 são ações cautelares satisfativas, não tem cautela.
Artigo 382, § 1º (aplicável apenas às ações do 381): citação de ofício dos interessados. Se inexistente o
caráter litigioso é dispensável a citação.
É possível a cumulação de provas antecipadas e não se admite defesa ou recurso, salvo produção de
prova.
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§ 3º: “Os interessados poderão requerer a produção de qualquer
prova no mesmo procedimento, desde que relacionada ao mesmo
fato, salvo se a sua produção conjunta acarretar excessiva demora.”
-> E se a ação tiver caráter contencioso? Ainda assim não terá defesa? Não há resposta.
2.3. Distinguishing
O NCPC adotou o regime de precedentes, de forma relativa (A EC 45 já havia incluído o regime, dentre
outros, pela adoção das súmulas vinculantes). Contudo, a adoção do regime impõe que as decisões sejam
fundamentadas. É a fundamentação exaustiva que permite a aplicação dos precedentes.
Segundo o artigo 489, §1º, NCPC, a decisão deve ser minuciosamente fundamentada. É a maior
conquista democrática do processo civil pós 1988.
Artigo 521, §5º do texto da câmara que não foi acolhido: se a parte prova que sua ação trata de situação
diferente daquela que foi julgada pelo Tribunal, há possibilidade de afastamento do antecedente.
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Os artigos 926 e 927 regulamentam a aplicação do distinguishing.
2.4. Overruling
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- Constitucionalização vertical do processo: normas constitucionais invadem, verticalmente, os demais
ramos do direito (artigo 1º, NCPC).
Ex. duração razoável do processo
OBS: Diálogo das fontes (Miguel Reale) é a aproximação das áreas do direito. O CDC, CC/02 e agora o
NCPC trazem esses princípios.
O NPCP transfere poder do Estado juiz para as partes. Mas, para isso, deve se conduzir pela boa-fé.
Art. 79. “Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé
como autor, réu ou interveniente.”
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§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato
processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido
designadas no calendário.”
Artigo 190: versando o processo sobre diretos que admitem autocomposição, as partes podem estipular
mudanças. Requisitos:
a) Direito disponível
b) Partes capazes
Parágrafo único: o juiz homologa o acordo. Aplica-se a teoria geral dos negócios jurídicos (havendo erro,
dolo, etc., o juiz não deve homologar).
Artigo 191: o juiz participa da negociação. O calendário vincula as partes e o juiz, sendo possível alterá-lo
apenas em casos excepcionais. É dispensada a intimação das partes para os atos marcados.
O Artigo 79 amplia a eticidade: reponde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé (em sentido
amplo. No CPC atual só responde quem pleitear).
Artigos 344 e 345, IV: a revelia ocorre quando não há contestação e o principal efeito é a presunção de
veracidade das alegações do autor. Contudo, não se aplicam os efeitos da revelia quando o autor não agir com
eticidade.
Art. 344. “Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e
presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo
autor.”
Art. 345. “A revelia não produz o efeito mencionado no art. 344 se:
I - havendo pluralidade de réus, algum deles contestar a ação;
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis;
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a
lei considere indispensável à prova do ato;
IV - as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis
ou estiverem em contradição com prova constante dos autos.”
- Eticidade objetiva: inciso III e V. Dever de facilitar a penhora e de provar a propriedade do bem.
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V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens
sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua
propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus.
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa
em montante não superior a vinte por cento do valor atualizado do
débito em execução, a qual será revertida em proveito do exequente,
exigível nos próprios autos do processo, sem prejuízo de outras
sanções de natureza processual ou material.”
b) Sociabildiade: abandono das concepções individualistas. Traz a função social para o processo.
Nos termos do parágrafo único do artigo 998, a desistência do recurso não impede a análise da questão
quando já houver repercussão geral reconhecida ou recursos extraordinários ou especiais repetitivos, pois há
impacto social.
Art. 8º: “Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins
sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo
a dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a
razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.”
c) Operabilidade: Simplificação
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