embasamento das aulas de Literatura Brasileira I • Esta apresentação, para uso interno e fins didáticos, é um fichamento dos primeiros capítulos da obra “História do Brasil”, de Boris Fausto, utilizado como introdução histórica para contextualização das obras a serem estudadas na disciplina Literatura Brasileira I, do curso de Licenciatura em Letras, do IFSP, Campus São Paulo. Causas da expansão marítima e chegada dos portugueses
• A partir de 1550, mudanças na Europa ocidental
• Europa agrícola, com poder político fragmentado • Expansão agrícola e crescimento das cidades • Formação de Estados a partir do século XIII, com corpo administrativo apartado da nobreza • Expansão de territórios da Europa cristã • A partir do século XIV, crise, retrocesso da expansão agrícola e da expansão territorial, peste negra • Necessidade de expandir a base geográfica e populacional • Pioneirismo de Portugal • Posição geográfica e experiência com trocas comerciais • Revolução de 1383 reforça o poder monárquico • Estado teve condições de se tornar empreendedor • Gosto pela aventura • Grande parte do globo era desconhecida • Muitas fábulas, lendas e mitos Fatores que impulsionaram as navegações
• Desenvolvimento das técnicas de navegação: a nova
mentalidade • Novas técnicas de navegação e melhores embarcações • Questionamento do argumento de autoridade • A atração pelo ouro e as especiarias • Ouro era moeda confiável e item de decoração • Noz moscada, gengibre, canela, cravo e pimenta • Produtos mais raros, úteis para disfarçar sabor de carne conservada Expansão marítima portuguesa
• Ocupação da costa africana e feitorias
• Ocupação de Ceuta em 1415 • Estabelecimento de feitorias na Costa da África • Ouro, pimenta e escravos • Ocupação das ilhas do Atlântico • Plantação utilizando trabalho escravo • Plantação de cana, concorrência com São Tomé • Chegada ao Brasil teria sido acaso? Curiosidade histórica • Frota de Cabral rumava às Índias • Expressões "nascimento" e "descobrimento" são inadequadas Os índios
• População culturalmente e linguisticamente homogênea
• Tupis-guaranis e tapuias • Tupis: costa brasileira, norte e sudeste • Guaranis: bacia do Paraná e litoral sul • Populações não tupis chamadas de tapuias • Dificuldade de analisar a sociedade indígena: preconceito e falta de dados • Migrações constantes, técnica da queimada • Economia de subsistência: feijão, milho, abóbora e mandioca • Poucas trocas de gêneros alimentícios, muitas trocas de mulheres e artigos de luxo • Guerras e capturas de inimigos • Respeito, temor e ódio aos portugueses • Violência, epidemias e mortes • Mestiçagem, isolamento. Redução brusca da população. Períodos do Brasil Colonial
• 1500/1549 - reconhecimento e posse da terra
• 1548/aprox. 1770 - processo de colonização
• Aprox. 1770/1822 - crise do sistema colonial e processo
de independência Tentativas iniciais de exploração
• Chegada ao Brasil: pouco entusiasmo
• Extração de pau-brasil/trocas com os índios
• Tratado de Tordesilhas (1494) e rota para as Índias
• Ameaça francesa e pirataria do pau-brasil
Início de colonização - as capitanias hereditárias
• Expedição de Martim Afonso de Souza
• Capitanias hereditárias: quinze quinhões • Burocratas, comerciantes e pequenos nobres • Grande nobreza não tinha interesse • Grandes poderes aos donatários • Doação de sesmarias gerou latifúndios • Rei tinha muitos direitos sobre capitanias • Só Pernambuco e São Vicente prosperaram • No século XVIII, capitanias passaram definitivamente para o domínio do Estado O Governo Geral
• Sucesso da Espanha com metais preciosos e problemas
com a Índia aceleraram a instauração do Governo Geral • Capitanias fracassaram • Tomé de Sousa: regimento e criação de cargos • Brasil: 2,5% das rendas da coroa. Índia, 26%. • Jesuítas vieram com Tomé de Sousa • Poder do governador geral era limitado pelas dificuldades de comunicação das capitanias • Após 1530, colonização toma forma • Opção pela grande propriedade e produção em larga escala Trabalho compulsório e escravidão
• Trabalho assalariado não era conveniente para a
colonização • Passagem paulatina da escravidão indígena para a negra • Primeiro nos núcleos econômicos, depois nas periferias • Índios não possuíam noção de produtividade • Submissão e aculturação foram tentadas com os índios • Não houve reconhecimento da cultura indígena • Índios tinham melhor condição de resistência à escravidão que negros • Catástrofe demográfica com as epidemias • Leis facilmente burláveis protegiam índios, a partir de 1570, mas a escravidão foi abandonada por motivos econômicos • Para as intenções colonizadoras, capacidade produtiva dos negros era superior à dos indígenas. 4 milhões de negros foram trazidos de 1550 a 1885. • Salvador e Rio de Janeiro foram os principais centros importadores • Forte resistência negra à escravidão. Quilombos • Igreja e Coroa sustentaram ideologicamente a escravidão • Legalmente, negros não tinham estatuto de pessoas • Catástrofe demográfica indígena não atingiu os negros • Perdas de braços eram compensadas com importação e não com natalidade Mercantilismo
• Concepções econômicas dos estados europeus
• Retenção de metais preciosos
• Estímulo à produção e venda de manufaturados
• Grande intervenção do Estado
O "exclusivo" colonial
• Colônias serviam como áreas reservadas da Metrópole
• Colônias vendiam barato à Metrópole
• Só com Marquês de Pombal Portugal aplicou
adequadamente mercantilismo
• Portugal dominava a expansão marítima, mas não
monopolizava o comércio colonial • Sistema tinha margem para participação de outros países
• 1530 a 1571 - relativa liberdade
• 1571 a 1640 - maiores restrições
• 1640 a 1649 - livre-comércio
• 1649 a 1765 - sistemas de frotas em troca de vantagens
comerciais
• 1765 - Marquês de Pombal cria as Companhias
Literatura e situação
• Origens da nossa literatura associam-se a um complexo
colonial de vida e de pensamento • Colônia foi gradativamente tornando-se sujeito de sua história, a partir da aculturação do português e do negro. • Ciclos de ocupação e de exploração deram origem a ilhas culturais • Houve dispersão em subsistemas regionais, mas também influxos da Europa • O descompasso entre esses influxos e nossos sistemas gerou uma vida espiritual de caráter híbrido, consistente com a coexistência de códigos europeus e conteúdos coloniais
• A decadência de Portugal fez com que a Metrópole
também fosse colônia na área das ideias • Laivos de nativismo fizeram diferença com a produção da Metrópole. O nativismo podia ser estático, pela menção da paisagem, ou dinâmico, pela inserção numa fantasia poética.
• Inconfidentes buscaram fontes ideológica não-
portuguesas e não-ibéricas, buscando modos de assimilação mais dinâmicos da cultura europeia • Processo colonial condicionou a intelectualidade brasileira Bibliografia
• BOSI, Alfredo. História concisa da literatura
brasileira. 43. ed. São Paulo: Cultriz, 2006.
• FAUSTO, Boris. História do Brasil. 9. ed. São
Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, Fundação para o Desenvolvimento da Educação, 2001.