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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................

2 CICLO DA ÁGUA .............................................................................................

3 CICLO DO OXIGÊNIO .....................................................................................

4 CICO DO CARBOBO .......................................................................................


4.1 Carbono Atmosférico ..................................................................................

5 CICLO DO NITROGÊNIO .................................................................................


5.1 Amonificação ..............................................................................................
5.2 Nitrificação ..................................................................................................
5.3 Assimilação do nitrogênio ...........................................................................
5.4 Formação de aminoácidos .........................................................................
5.5 Outros compostos nitrogenados .................................................................
5.6 Perda de nitrogênio ....................................................................................
5.7 Fixação do nitrogênio .................................................................................
5.8 Micro-organismos fixadores de nitrogênio de vida livre .............................
5.9 Outras fontes de nitrogênio ........................................................................
5.10 Solos e Agricultura ...................................................................................

6 CICLO DO FÓSFORO .....................................................................................

7 CICLO DO ENXOFRE ......................................................................................


7.1 Enxofre no solo e as suas transformações ...............................................
7.2 Oxidação e redução do enxofre no solo ...................................................
7.3 Mineralização e Imobilização .....................................................................

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..............................................................................

REFERÊNCIAS ...............................................................................................
O PAPEL DOS MICRO-ORGANISMOS NOS CICLOS BIOGEOQUÍMICOS E
SUA IMPORTÂNCIA NA DECOMPOSIÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA

1 INTRODUÇÃO

As substâncias são continuamente transformadas durante a


composição e a decomposição da matéria orgânica, sem escapar da biosfera.
Elas são recicláveis.

O ciclo biogeoquímico é o percurso realizado no meio


ambiente por um elemento químico essencial à vida. Ao longo do ciclo, cada
elemento é absorvido e reciclado por componentes bióticos (seres vivos)
e abióticos(ar, água, solo) da biosfera, e às vezes pode se acumular durante
um longo período de tempo em um mesmo lugar. É por meio dos ciclos
biogeoquímicos que os elementos químicos e compostos químicos são
transferidos entre os organismos e entre diferentes partes do planeta.

O estudo e a compreensão dos ciclos biogeoquímicos podem


ajudar a identificar potenciais impactos ambientais causados pela introdução de
substâncias potencialmente perigosas nos diversos ecossistemas.

As relações entre os organismos vivos e o ambiente físico


caracterizam-se por uma constante permuta dos elementos, em uma atividade
cíclica. Na verdade, o fenômeno é estritamente cíclico apenas em relação ao
aspecto químico, no sentido de que os mesmos compostos químicos alterados
se reconstituem ao final do ciclo.

Assim, há uma espécie de intercâmbio contínuo entre meio físico,


denominado abiótico (relativo à parte sem vida do meio físico) e
o biótico (conjunto de seres vivos), sendo esse intercâmbio de tal forma
equilibrado, em relação à troca de elementos nos dois sentidos, que os dois
meios se mantêm praticamente constantes.

Os caminhos percorridos ciclicamente entre o meio abiótico e o


biótico pela água e pelos elementos químicos carbono, oxigênio e nitrogênio
constituem os ciclos biogeoquímicos.
Ciclos - representam a troca e a circulação de matéria entre os
componentes vivos e físico-químicos da biosfera.

Bio - os organismos interagem no processo de síntese orgânica e


na decomposição dos elementos.

Geo - o meio terrestre é o reservatório dos elementos.

Químico - representam ciclos dos elementos e processos


químicos de síntese e decomposição.

Os movimentos desses elementos e compostos inorgânicos que


são essenciais para a vida são chamados de ciclagem de nutrientes.

Os organismos são extremamente importantes na decomposição


da matéria orgânica. Podemos chamar de matéria orgânica o material "morto"
que sofrerá ação de outros organismos, numa sequencia de eventos que
começa com animais maiores até chegar aos microscópicos: formigas são
capazes de triturar folhas que caem das árvores e picar frutos que apodrecem;
cupins se alimentam de troncos mortos; besouros se alimentam de animais
mortos; minhocas se movimentam no interior da terra cavando buracos e
misturando diferentes camadas, promovendo a circulação do ar no solo. E
finalmente algumas algas, bactérias e fungos que vivem no solo se alimentam
daquilo que os animais maiores não conseguiram aproveitar, transformando
tudo o que comem em compostos que ficarão no solo por um tempo até serem
novamente aproveitados, ou seja, o húmus.

Além disto, pequenos animais e vegetais do terreno são


essenciais para a agricultura. Por exemplo: os pequenos canais, ou poros,
feitos pelas minhocas, formigas, larvas e outros inúmeros insetos, servem para
o ar circular e a água e as raízes das plantas penetrarem.

Esses animais, auxiliados por bactérias e fungos, trituram e


decompõem a matéria orgânica, transformando-as em húmus, que torna os
solos mais fofos e servem de nutrientes para as plantas. Os microrganismos
também produzem substâncias que ajudam as culturas a crescer e se
defenderem de pragas e doenças.
Diversos elementos químicos são indispensáveis à vida vegetal,
visto que, sem eles, as plantas não conseguem completar o seu ciclo de vida.

O carbono vem do ar, o oxigênio do ar e da água e o hidrogênio


vem da água. Desta forma, observa-se que o solo é responsável por apenas
1% do fornecimento dos nutrientes às plantas, o que não significa que ele é
menos importante.

2 CICLO DA ÁGUA

O ciclo hidrológico é dirigido pela energia solar e compreende o


movimento da água dos oceanos para a atmosfera por evaporação e de volta
aos oceanos pela precipitação que leva à lixiviação ou à infiltração.

Cerca de 97% do suprimento de água está nos oceanos, 2% nas


geleiras e muito menos que 1% na atmosfera (0,001%). Aproximadamente 1%
do total da água contida nos rios, lagos e lençóis freáticos é adequada ao
consumo humano.

A água contida na atmosfera provém de todos os recursos de


água doce, através do processo da precipitação.

A água circula no planeta devido às suas alterações de estado


que são, principalmente, dependentes da energia solar.

A energia proveniente do Sol não atinge a Terra


homogeneamente, mas com maior intensidade no equador do que nos polos,
no verão do que no inverno, e apenas durante o dia. Essa heterogeneidade
condiciona movimentos das massas de ar (ventos) e de água (correntes
oceânicas), responsáveis por diversas características do clima e de suas
alterações.

Apenas 3% da água do planeta não estão nos oceanos. Neles


ocorre alta produção de vapor, que é deslocado por ventos até a superfície
terrestre, onde a evaporação é menor.

Conforme o vapor de água sobe a atmosfera, ele encontra menor


temperatura e pressão, e tende a formar gotículas que constituem nuvens.
Quando os movimentos de ar deslocam as nuvens contra uma serra, ela é
forçada a subir mais, o que pode provocar sua precipitação, geralmente na
forma de chuva ou de neblina. O mesmo ocorre quando uma massa de ar frio
(frente fria) encontra uma massa de ar quente e úmido.

A água que se precipita, seja através de chuva, neve, granizo, etc.


pode, em sua forma líquida, infiltrar-se no solo e subsolo, ou escoar
superficialmente, tendendo sempre a escorrer para regiões mais baixas e
podendo, assim, alcançar os oceanos. Nesse percurso e nos oceanos, ela
pode evaporar diretamente, como também pode ser captada pelos seres vivos.

Durante a fotossíntese dos organismos clorofilados, a água é


decomposta: os hidrogênios são transferidos para a síntese de substâncias
orgânicas e o oxigênio constitui o O2 que é liberado.

Durante a respiração, fotossíntese e diversos outros processos


bioquímicos, são produzidas moléculas de água.

As plantas terrestres obtêm água do solo pelas raízes, e perdem-


na por transpiração. Os animais terrestres que ingerem, e a perdem por
transpiração, respiração e excreção.

Através desses processos, a água circula entre o meio físico e os


seres vivos continuamente.

3 CICLO DO OXIGENIO

O oxigênio foi originado, principalmente, da fotossíntese dos


mares da Terra primitiva. Presente na atmosfera em forma de gás oxigênio
(O2) e gás carbônico (CO2) é também o elemento mais abundante na crosta
terrestre e oceanos. Esses dois gases, juntamente com a água (H2O), são as
principais fontes inorgânicas deste elemento. Executando papéis
extremamente importantes para a regulação da vida no planeta, o oxigênio
troca átomos entre fontes orgânicas e inorgânicas, permitindo sua utilização e
liberação. Esses processos consistem no chamado “ciclo do oxigênio”.

Na respiração de seres aeróbicos, por exemplo, o oxigênio é


utilizado na forma de O2, liberando CO2, H2O e energia. Moléculas de água
poderão ser liberadas na atmosfera através da transpiração, excreção e fezes;
e também utilizadas na síntese de diversas substâncias. Aliadas ao CO2 e
energia luminosa, participam do processo fotossintético.

Na fotossíntese, alguns átomos de oxigênio são incorporados na


matéria orgânica vegetal, podendo ser novamente disponibilizados na
atmosfera, em consequência da decomposição; e outros, liberados na forma de
O2, permitindo sua reutilização na respiração aeróbica.

O oxigênio pode, ainda, se ligar a metais do solo, formando


óxidos; além de participar da formação da camada de ozônio, atuando como
filtro protetor das radiações ultravioletas longas do Sol. Neste processo,
radiações ultravioletas curtas rompem algumas moléculas de CO2 da
atmosfera, liberando átomos isolados que reagem com outras moléculas,
formando o gás ozônio.

4 CICLO DO CARBONO

O dióxido de carbono se desprende das fumarolas e das fontes


termais uma parte deste dióxido de carbono é juvenil e outra meteórico. Uma
parte deste CO2 pode reagir metassomaticamente e substituindo a sílica das
rochas silicatadas - a consequência disto é a formação de espilitas e rochas
talco-carbonatadas. A maior ponte do dióxido do carbono se desprende para
atmosfera ou se dissolve na água.

Durante a meteorização, as águas que contém dióxido de


carbono reagem principalmente com os sais de cálcio dissolvidos para formar
carbonato e bicarbonatos cálcicos. Por último, o carbonato cálcico se precipita
por agentes orgânicos ou inorgânicos, A maior perda no Ciclo do Carbono é a
formação de calcário. É evidente que o dióxido de carbono que desaparece do
ciclo por este processo não volta nunca por completo à atmosfera. Durante a
silicificação dos calcários não se desprendem mais que uma quantidade
insignificante de dióxido de carbono porque a quantidade de rochas
carbonatadas tende a aumentar.

4.1 Carbono atmosférico

Nas plantas o carbono entra e sai por difusão, na forma de CO2,


através dos estômatos presentes na epiderme das folhas. Entrando, o CO2 vai
servir como matéria-prima de compostos orgânicos, durante a fotossíntese.
Saindo, o CO2 é um dos produtos finais da respiração. Já os animais realizam
apenas a respiração liberando o CO2 na atmosfera, e obtêm o carbono de que
precisam de forma direta, se herbívoros, ou de forma indireta se forem
carnívoros. Depois de mortos, tanto animais quanto vegetais, sofrem a ação
dos decompositores, se a decomposição de sua matéria orgânica for total, há
liberação de gás carbônico e água, e se for parcial, há transformação em
material combustível. A matéria combustível quando queimada, devolve o
carbono à atmosfera na forma de CO2. Ou seja, o carbono fixado por
fotossíntese, mais cedo ou mais tarde retorna à atmosfera pela decomposição
da matéria orgânica morta. As florestas do mundo não são apenas os principais
consumidores de dióxido de carbono em terra; também representam o principal
reservatório de carbono fixado biologicamente. As florestas contêm entre 400 e
500 bilhões de toneladas de carbono, ou aproximadamente, dois terços da
quantidade presente como dióxido de carbono na atmosfera (700 bilhões de
toneladas).

O Ciclo do Carbono revela dado e quantidades verdadeiramente


surpreendentes. Está provado que uma determinada célula de CO2 da
atmosfera entra em certa estrutura vegetal uma vez a cada 200 anos e que
todo o oxigênio do ar é renovado pelos vegetais de 2.000 em 2.000 anos. O
ciclo respiração-fotossíntese, já alterado pela introdução do homem, via
atmosfera, de grande quantidade de dióxido de carbono, pela combustão dos
chamados combustíveis fósseis. Um fator que ameniza este fato, é que os
mares são imensos reservatórios de carbono que agem como amortecedores
de choque do gás carbônico na atmosfera. Pode-se dizer: aumente-se a
quantidade do gás carbônico na atmosfera e o oceano se encarrega de retirá-
lo. Retire-se gás carbônico do ar e o mar reporá novamente. De 1.850 dc, o
homem, inadvertidamente, vem realizando um experimento geoquímico global,
queimando grandes quantidades de combustíveis fósseis e, dessa forma,
devolvendo à atmosfera o carbono que foi fixado pela fotossíntese a milhões de
anos atrás. Geralmente, entre cinco e seis bilhões de toneladas carbono fóssil
estão sendo liberadas por ano na atmosfera. Isto seria suficiente para
aumentar a quantidade de dióxido de carbono no ar de 2,3 partes por milhão
por ano, se o dióxido de carbono estivesse uniformemente distribuído e não
fosse removido. No século passado, o conteúdo de dióxido de carbono
aumentou de 290 partes por milhão para 320, sendo que mais de um quinto
desse aumento ocorreu na década passada. O aumento total corresponde
somente a um pouco mais de um terço do dióxido de carbono (cerca de 200
bilhões de toneladas no total) liberado dos combustíveis fósseis. Embora a
maior parte dos dois terços restantes tenha ido para os oceanos, uma fração
significativa pode perfeitamente ter aumentado a quantidade total de vegetação
na terra. Estudos de laboratório mostram que as plantas crescem mais
rapidamente quando o ar circundante é enriquecido com o dióxido de carbono.
Assim, é possível que o homem esteja fertilizando campos e florestas, com a
queima dos combustíveis fósseis.

A importância do Ciclo do Carbono na natureza pode ser melhor


evidência pela estimativa de que todo o CO2 presente no ar, caso não
houvesse reposição, seria completamente exaurido em menos de 20 anos,
tendo em vista a fotossíntese atual. A fixação total de carbono por ano, nos
oceanos, ascende à cifra aproximada de 1,2 x 1010 tons, enquanto que o teor
fixado em terra é da ordem de 1,6 x1010 tons. As plantas clorofiladas
constituem o mais importante agente da redução do CO2 a matéria orgânica;
outros seres, como as bactérias fotossintetizantes e as quimiolitotróficas
(redutoras de CO2) tem pequena contribuição para idêntico fim.
Nos processos de mineralização das substâncias carbonadas,
com a consequente reposição do CO2 à atmosfera, tem revelante papel os
microrganismos heterotróficos. Outra grande contribuição destes no ciclo de
carbono é o suprimento de CO2 ao solo, onde este gás funciona como um
eficiente solvente na preparação de alimentos inorgânicos para as plantas, a
partir de substâncias minerais do solo. De importância relevante é ainda a
operação de degradação levada ao cabo pelos microrganismos, das grandes
quantidades de celulose, amido e outros inúmeros carboidratos complexos
presentes no solo, provenientes de modo especial de tecidos vegetais, sem o
que a crosta terrestre se transformaria pouco a pouco numa impenetrável
camada de plantas mortas, inteiramente inadequada aos processos vitais que
aí tem lugar. O trabalho dos microrganismos, entretanto, forma aproveitável
pelas plantas, compostos orgânicos complexos e contribui de modo decisivo
para elaboração do húmus. As fontes de carbono introduzido no solo são
numerosas:

Carbono mineral do CO2 atmosférico e dos carbonatos telúricos e


o carbono orgânico dos organismos vegetais e animais sob suas múltiplas
formas, desde os glucídios simples até as substâncias altamente
polimerizadas, como a celulose, ou de estrutura complexa, como a lignina. O
metabolismo destas diversas formas varia extraordinariamente no solo devido à
estrutura mesma das substâncias carbonadas e a multiplicidade das espécies
zimógenas ativas sobre elas. Estas variações traduzem-se por diferentes
velocidades de ataque e produção de substâncias metabólicas intermediárias
diversas. De fato, se os produtos finais constantemente CO2 e H2O (e mais
Ch2, em anaerobiose), os produtos intermediários, são extremamente
variáveis: ácidos orgânicos, aldeídos, álcoois, açúcares, mais ou menos
complexos. A mineralização do carbono orgânico é excepcionalmente realizada
em uma única etapa, e via de regra, numerosos grupos bacterianos e fúngicos
intervêm sucessivamente até o processo atingir a sua fase final. Este ciclo é
ainda complicado pelo fato das substâncias glucídicas estarem constantemente
associadas em proporções variáveis, com substâncias azotadas (proteínas) ou
lipídicas, com lignina, com resinas, com taninos, etc., Por fim, como último fator
de complicação considere-se o fato do que ao mesmo tempo em que tem lugar
a degradação de carboidratos complexos, os microrganismos sintetizam corpos
do mesmo tipo (hemiceluloses microbianas, por exemplo) e seus demais
constituintes celulares, tornando-se difícil a separação entre os compostos
intermediários de degradação e os de síntese. Uns e outros podem, por
combinações químicas ou arranjos físicos, se ligar entre si ou a outros corpos,
para formarem as substâncias de reserva húmicas. Tal se apresenta, em linha
gerais, a complexidade do Ciclo do Carbono na natureza.

Cadeias de átomos de carbono, ligado uns aos outros, são


características das moléculas orgânicas. A glicose, por exemplo, é constituída
por uma cadeia de seis átomos de carbono, em torno da qual se arranjam seis
átomos de oxigênio e doze de hidrogênio (C6H12O6).

Em uma teia alimentar, são os produtores que originam as


substâncias orgânicas. Os consumidores e decompositores apenas
transformam a matéria orgânica obtida do nível trófico anterior.

São os produtores, portanto, que retiram carbono do reservatório


abiótico e o introduzem no meio biótico. É do CO2 (gás carbônico ou dióxido de
carbono) que o carbono é retirado, através principalmente da fotossíntese,
sendo então incorporado às substâncias orgânicas. Esse processo é
denominado fixação de CO2.

O carbono integrado às substâncias orgânicas pode ter como


destino:

Ficar incorporado aos tecidos vivos, constituindo estruturas ou


participando de processos bioquímicos. O carbono pode, assim, passar de um
nível trófico para o seguinte;

Retornar ao meio físico na forma de CO2, quando a substância


orgânica é utilizada como fonte de energia na respiração aeróbia de
produtores, consumidores e decompositores.

As duas possibilidades acima ocorrem, simultaneamente, em


cada ser vivo. Após sua morte, os tecidos serão lentamente decompostos,
liberando-se assim o carbono remanescente.

Em certas condições a matéria orgânica pode ficar protegida da


ação dos decompositores, sofrendo então lentas transformações químicas.
Assim se originaram os depósitos de carvão e petróleo. Quando queimados,
esses combustíveis fósseis liberam CO2, devolvendo à atmosfera átomos de
carbono que há milhões de anos compunham tecidos vivos.

Certas das bactérias precisam de carbono para à nutrição como a


Fototróficas que usam como fonte de energia para seu crescimento a luz.
Fotolitotróficas (autotróficas): Algumas utilizam CO2 como fonte de carbono.

Ex.: Chromatium; Fotorganotróficas (heterotróficas): outras necessitam de


compostos orgânicos como fonte de carbono. Ex.: Rhodopseudomonas. E a
Quimiotróficas que usa como fonte de energia para o seu crescimento a
oxidação de compostos orgânicos ou inorgânicos. Quimiolitotróficos
(autotróficos): utilizam o CO2 como fonte de carbono e oxidação de composto
inorgânico como fonte de energia. Organismos do gênero Nitrobacter são
capazes de oxidar nitrito a nitratos e fixar o CO2, preenchendo, assim, suas

necessidades de energia de carbono. Ex.: Thiobacillus; Quimiorganotrófico


(heterotrófico): utilizam composto orgânico como fonte de carbono e oxidação
de composto orgânico como fonte de energia. Ex.: Escherichia.

5 CICLO DO NITROGENIO

As plantas requerem certo número de elementos além daqueles


que obtém diretamente da atmosfera (carbono e oxigênio sob a forma de
dióxido de carbono) e da água do solo (hidrogênio e oxigênio). Todos estes
elementos, com exceção de um, provêm da desintegração das rochas e são
captados pelas plantas a partir do solo. A exceção é o nitrogênio, que
representa 78% da atmosfera terrestre. Embora as rochas da superfície
terrestre constituam também a fonte primária de nitrogênio, este penetra no
solo, indiretamente por meio da atmosfera, e, através do solo, penetra nas
plantas que crescem sobre ele. Entretanto, a maioria dos seres vivos é capaz
de utilizar o nitrogênio atmosférico para sintetizar proteínas e outras
substâncias orgânicas. (Ao contrário do carbono e do oxigênio, o nitrogênio é
muito pouco reativo do ponto de vista químico, e apenas certa bactérias e algas
azuis possuem a capacidade altamente especializada de assimilar o nitrogênio
da atmosfera e convertê-lo numa forma que pode ser usada pelas células. A
deficiência de nitrogênio utilizável constitui muitas vezes, o principal fator
limitante do crescimento vegetal.

O processo pelo qual o nitrogênio circula através das plantas e do


solo pela ação de organismos vivos é conhecido como Ciclo do Nitrogênio.

5.1 Amonificação

Grande parte do nitrogênio encontrado no solo provém de


materiais orgânicos mortos, nos quais existe sob a forma de compostos
orgânicos complexos, tais como proteínas, aminoácidos, ácidos nucleicos e
nucleótides. Entretanto, estes compostos nitrogenados são, em geral,
rapidamente decompostos em substâncias mais simples por organismos que
vivem nos solos. As bactérias saprófitas e várias espécies de fungos são os
principais responsáveis pela decomposição de materiais orgânicos mortos.
Estes microrganismos utilizam as proteínas e os aminoácidos como fonte para
suas próprias proteínas e liberam o excesso de nitrogênio sob a forma de
amônio (Nh2+). Este processo é denominado amonificação. O nitrogênio pode
ser fornecido sob a forma de gás amoníaco (Nh2), mas este processo ocorre
geralmente apenas durante a decomposição de grandes quantidades de
materiais ricos em nitrogênio, como numa grande porção de adubo ou
fertilizante. Em geral, a amônia produzida por amonificação é dissolvida na
água do solo, onde se combina a prótons para formar o íon amônio.

5.2 Nitrificação

Várias espécies de bactérias comumente encontradas nos solos


são capazes de oxidar a amônia ou amônio. A oxidação do amoníaco,
conhecida como nitrificação, é um processo que produz energia e a energia
liberada é utilizada por estas bactérias para reduzir o dióxido de carbono, da
mesma forma que as plantas autotróficas utilizam a energia luminosa para a
redução do dióxido de carbono. Tais organismos são conhecidos como
autotróficos quimiossintéticos (diferentes dos autotróficos fotossintéticos, como
as plantas e as algas). As bactérias nitrificantes quimiossintéticas Nitrosomonas
e Nitrosococcus oxidam o amoníaco dando nitrito (NO2-):

2 Nh2 + 3O2------> 2 NO2- + 2 H+ + 2 H2O

O nitrito é tóxico para as plantas superiores, mas raramente se


acumula no solo. Nitrobacter, outro gênero de bactéria, oxida o nitrito, formando
nitrato (NO3-), novamente com liberação de energia:

2 NO2- ------>+ O2 2 NO3-

O nitrato é a forma sob a qual quase todo o nitrogênio se move do


solo para o interior das raízes.

Poucas espécies vegetais são capazes de utilizar proteínas


animais como fonte de nitrogênio. Estas espécies, que compreendem as
plantas carnívoras, possuem adaptações especiais utilizadas para atrair e
capturar pequenos animais. Digerem-se, absorvendo os compostos
nitrogenados e outros compostos orgânicos e minerais, tais como potássio e
fosfato. As plantas carnívoras em sua maioria são encontradas em pântanos,
que são em geral fortemente ácidos e, portanto, desfavoráveis ao crescimento
de bactérias nitrificantes.

5.3 Assimilação do Nitrogênio

Uma vez que o nitrato se encontra no interior da célula, é


novamente reduzido a amônia. Este processo de redução requer energia, em
contraste com o processo de nitrificação, que envolve oxidação (do Nh2+) e
liberação de energia. Os íons amônio formados pelo processo de redução são
transferidos a compostos carbonados para produzir aminoácidos e outros
compostos orgânicos nitrogenados. Este processo é conhecido como
aminação. A incorporação do nitrogênio em compostos orgânicos ocorre, em
grande parte, nas células jovens e em crescimento das raízes. As etapas
iniciais do metabolismo do nitrogênio parecem ocorrer diretamente nas raízes;
quase todo o nitrogênio que ascende no xilema do caule já se encontra sob a
forma de moléculas orgânicas, principalmente aminoácidos.

5.4 Formação dos Aminoácidos

Os aminoácidos formam-se a partir de íons, amônio e cetoácidos.


Os cetoácidos são geralmente produtos da fragmentação dos açúcares. A
figura abaixo mostra a reação global pela qual um cetoácido se combina ao
amônio para formar um aminoácido. O principal aminoácido formado desta
maneira é o ácido glutâmico. O ácido glutâmico é o principal transportador de
nitrogênio na planta.

Além dos aminoácidos produzidos pela aminação de um


cetoácido, outros são formados por transaminação. A transaminação é a
transferência do grupamento amino (-NH2) de um aminoácido para um
cetoácido, formando outro aminoácido. A planta, quer por aminação ou
transaminação é capaz de sintetizar todos os aminoácidos necessários a partir
do nitrogênio inorgânico. Os animais são capazes de sintetizar apenas cerca
de 8 dos 20 aminoácidos necessários, devendo adquirir os outros por meio da
alimentação. Por conseguinte, o mundo animal depende totalmente do reino
vegetal para suas proteínas, bem como para seus carboidratos.

5.5 Outros Compostos Nitrogenados

Outros importantes compostos orgânicos nitrogenados incluem as


nucleótides, tais como ATP, ADP, NAD e NADP: a clorofila e outras moléculas
orgânicas semelhantes com anéis de porfirina: e os ácidos nucleicos ADN e
ARN. Muitas das vitaminas, com o grupo das vitaminas B, contêm nitrogênio.
Estas substâncias como os aminoácidos, podem ser sintetizadas pelas plantas
a partir do nitrogênio inorgânico, mas devem ser obtidas das plantas pelos
animais.
Outra grande diferença entre plantas e animais na manipulação
do nitrogênio consiste na capacidade das plantas de reciclar o amoníaco ou o
amônio. Os animais são incapazes de reciclar estes produtos de degradação
do metabolismo do nitrogênio e, em conseqüência, os compostos nitrogenados
são constantemente excretados na urina, fezes, suor e mesmo lágrimas.
Embora ocorra alguma perda de nitrogênio nas folhas que caem das plantas,
apenas pequenas quantidades dele são excretadas pelo corpo da planta. De
fato, a excreção de grandes quantidades de materiais de degradação de
qualquer espécie é apenas típica dos animais.

5.6 Perda de Nitrogênio

Os compostos nitrogenados das plantas clorofiladas retornam ao


solo com a morte das mesmas (ou dos animais que delas se alimentaram),
sendo reprocessados pelos organismos e microrganismos do solo, absorvidos
pelas raízes sob a forma de nitrato dissolvido na água do solo e reconvertidos
em compostos orgânicos. Durante o decorrer deste ciclo verifica-se sempre
uma “perda” de certa quantidade de nitrogênio, no sentido de se tornar
inutilizável para a planta.

Uma das principais causas desta perda de nitrogênio é a remoção


de plantas do solo. Os solos cultivados exibem freqüentemente um declínio
constante no conteúdo de nitrogênio. O nitrogênio pode ser também perdido
quando a parte superficial do solo é decapitada pela erosão ou quando sua
superfície é destruída pelo fogo. O nitrogênio é também removido pela
lixiviação; os nitratos e nitritos, que são ânions, mostram-se particularmente
suscetíveis à lixiviação pela água que se infiltra através do solo. Em alguns
solos, bactérias desnitrificantes decompõem os nitratos e liberam nitrogênio
para o ar. Este processo que fornece à bactéria o oxigênio necessário para a
respiração é dispendioso em termos de necessidades energéticas (isto é, o O2
pode ser reduzido mais rapidamente que o NO3-) e ocorre extensamente
apenas nos solos com deficiência de oxigênio, isto é, nos solos que são mal
drenados e, portanto, pobremente arejados.
Algumas vezes, uma alta proporção do nitrogênio presente no
solo não é disponível para as plantas. Esta imobilização ocorre quando existe
excesso de carbono. Quando substâncias orgânicas ricas em carbono, mas
pobres em nitrogênio, a palha é um bom exemplo, se encontram em
abundância no solo, os microrganismos que atacam estas substâncias
precisarão de mais nitrogênio do que contêm a fim de utilizar totalmente o
carbono presente. Em conseqüência, não utilizarão apenas o nitrogênio
presente na palha ou material semelhante, mas também todos os sais de
nitrogênio disponíveis no solo. Consequentemente, este desequilíbrio tende a
normalizar-se à medida que o carbono é fornecido sob a forma de dióxido de
carbono pela respiração microbiana, e à medida que aumenta a proporção
entre nitrogênio e carbono no solo.

5.7 Fixação do Nitrogênio

Conforme podemos ver, se todo o nitrogênio que é removido do


solo não fosse constantemente reposto, praticamente doa a vida neste planeta
desapareceria finalmente. O nitrogênio é reabastecido no solo pela fixação do
nitrogênio.

A fixação do nitrogênio é o processo pelo qual o nitrogênio gasoso


do ar é incorporado em compostos orgânicos nitrogenados e, assim,
introduzido no Ciclo do Nitrogênio. A fixação deste gás, que pode ser efetuada,
em graus apreciáveis, por apenas algumas bactérias e algas azuis, é um
processo do qual dependem atualmente todos os organismos vivos, da mesma
forma que todos eles dependem, em última análise, da fotossíntese para a
obtenção de energia.

Uma a duas centenas de milhões de toneladas métricas de


nitrogênio são acrescentadas à superfície terrestre a cada ano pelos sistemas
biológicos. O homem produz 28 milhões de toneladas métricas, cuja maior
parte é utilizada como fertilizantes; no entanto, este processo é efetuado com
alto custo energético em termos de combustíveis fôsseis. A quantidade total de
energia necessária para a produção de fertilizantes de amônio é atualmente
estimada como equivalente a 2 milhões de barris de óleo por dia. De fato,
calcula-se que os custos da fertilização com nitrogênio estão atingindo o ponto
de lucros decrescentes. As culturas tradicionais em áreas tais como a Índia não
atingem uma produção significativamente aumentada com a utilização de
fertilizantes com nitrogênio, tendo baixas necessidades deste elemento, mas
estão sendo atualmente substituídas por “cereais milagrosos” e outras culturas
que não produzem mais com fertilização com nitrogênio - justamente numa
época em que tal tratamento está se tornando proibitivamente dispendioso.

Das várias classes de organismos fixadores de nitrogênio, as


bactérias simbióticas são, incomparavelmente, as mais importantes em termos
de quantidades totais de nitrogênio fixado. A mais comum das bactérias
fixadoras de nitrogênio é Rhizobium, que é um tipo de bactéria que invade as
raízes de leguminosas (angiospermas da família Fabaceae ou Leguminosae),
tais como trevo, ervilha, feijão, ervilhaca e alfafa.

Os efeitos benéficos das leguminosas sobre o solo são tão óbvios


que foram reconhecidos há centenas de anos. Teofrasto, que viveu no terceiro
século a.C. escreveu que os gregos utilizavam culturas de feijão para
enriquecer os solos. Nos locais em que as leguminosas crescem certa
quantidade de nitrogênio “extra” pode ser liberada para o solo, onde se torna
disponível para outras plantas. Na agricultura moderna constitui prática comum
alternar uma cultura não leguminosa, como o milho, com uma leguminosa,
como a alfafa. As leguminosas são então colhidas para feno deixando as raízes
ricas em nitrogênio, ou ainda melhor, são aradas novamente no campo. Uma
boa colheita de alfafa, que é recolocada no solo, pode fornecer 450
quilogramas de nitrogênio por hectare. A aplicação dos elementos vestigiais,
cobalto e molibdênio, exigidos pelas bactérias simbióticas, incrementa
grandemente a produção de nitrogênio se estes elementos estiverem presentes
em quantidades limitantes, como em grande parte da Austrália.

5.8 Microrganismos fixadores de nitrogênio de vida livre


As bactérias não simbióticas dos gêneros Azotobacter e
Clostridium são capazes de fixar o nitrogênio. Azotobacter é aeróbico, ao passo
que Clostridium é anaeróbico; ambas são bactérias saprófitas comuns
encontradas no solo. Calcula-se que elas fornecem provavelmente cerca de 7
quilogramas de nitrogênio por hectare de solo por ano. Outro grupo importante
inclui muitas bactérias fotossintéticas. As algas azuis de vida livre
desempenham também um papel importante na fixação do nitrogênio. São
cruciais para o cultivo do arroz, que constitui a principal dieta de mais da
metade da população mundial. As algas azuis podem desempenhar também
um importante papel ecológico na fixação do nitrogênio nos oceanos.

A distinção entre fixação do nitrogênio por organismos de vida


livre e simbióticos pode não ser tão rigorosa como se pensava
tradicionalmente. Alguns micróbios ocorrem regularmente no solo, ao redor das
raízes de certas plantas que eliminam carboidratos, consumindo estes
compostos e, ao mesmo tempo, fornecendo indiretamente nitrogênio para as
plantas. As associações simbióticas entre bactérias normalmente de vida livre,
como Azotobacter, e as células de plantas superiores em culturas de tecido
induziram seu crescimento num meio artificial carente de nitrogênio.

5.9 Outras fontes de nitrogênio

O nitrogênio gasoso pode ser oxidado pelos relâmpagos e


arrastado para o solo através da chuva. A água pluvial pode carrear algumas
vezes, amônia que escapou na atmosfera. As medições realizadas numa
estação experimental na Inglaterra, durante um período de 5 anos, mostraram
que a água da chuva levou 7,1 quilogramas de nitrogênio por hectare por ano.

5.10 Solos e Agricultura

Os elementos essenciais ao crescimento das plantas constituem


apenas uma pequena proporção dos solos mais férteis. Os minerais mais
comuns dos solos derivam do alumínio e do silício, mas estes, embora
desempenhem um papel na manutenção dos elementos essenciais, não
contribuem diretamente para a nutrição dos vegetais.

Em situações normais, os elementos presentes no solo


recirculam, tornando-se novamente disponíveis para o crescimento das
plantas. Conforme discutimos anteriormente, as partículas de argila de carga
negativa são capazes de ligar íons positivamente carregados, tais como, por
exemplo, Ca2+, Mg2+ e K+. Os íons são removidos das partículas pelas raízes
da planta, quer diretamente, quer após passar na solução do solo. Em geral, os
cátions exigidos pelas plantas estão presentes em grandes quantidades nos
solos férteis e as quantidades removidas por culturas simples são pequenas.
Entretanto, quando uma série de culturas cresce num determinado campo e
quando os nutrientes são continuamente removidos do ciclo pela sua colheita,
alguns cátions (comumente o potássio) podem esgotar-se a tal ponto que se
torna necessário adicionar fertilizantes contendo o elemento ausente.

O nitrogênio e o fósforo podem constituir também fatores


limitantes sob condições de agricultura devido, em grande parte, à colheita das
plantas. Por conseguinte, o nitrogênio, o fósforo e o potássio são os três
elementos mais comumente incluídos nos fertilizantes comerciais. Os
fertilizantes são geralmente rotulados com uma fórmula que indica a
percentagem de cada um destes três elementos. Por exemplo, um fertilizante
10-5-5 é um fertilizante que contém 10% de nitrogênio, 5% de ácido fosfórico e
5% de potássio.

Outros elementos essenciais são por sua vez limitante em solos


cultivados, embora sejam necessários em quantidades muito pequenas.

A terra é formada de cerca de 90 elementos de ocorrência natural,


sendo os mais comuns o oxigênio, silício, alumínio e ferro. Os elementos são
encontrados sob a forma de minerais. Um mineral é uma substância inorgânica
que ocorre naturalmente, cuja composição química é definida. As rochas são
misturas de minerais. O solo é formado pela desagregação das rochas e
consiste de uma porção inorgânica e uma porção orgânica. O horizonte A do
solo contém a maior parte da matéria orgânica, tanto viva quanto morto, bem
como as partículas minerais mais altamente desagregadas. No horizonte B
observa-se a presença de fragmentos minerais, com pouca matéria orgânica. O
horizonte C é composto de rocha relativamente pouco decomposta.

Sabe-se que as plantas superiores requerem um total de 16


elementos para seu crescimento normal. Destes, o carbono, o hidrogênio e o
oxigênio provêm do ar e da água. O restante é absorvido pelas raízes sob a
forma de íons. Estes 13 elementos são algumas vezes classificados em
macronutrientes e micronutrientes. Os macronutrientes são o nitrogênio,
potássio, cálcio, fósforo, magnésio e enxofre. Os micronutrientes são o ferro,
cloro, cobre, manganês, zinco, molibdênio e boro.

O sódio é necessário para algumas plantas, e o cobalto é


indiretamente essencial para outras.

Os elementos minerais desempenham numerosas funções


importantes nas células. Regulam a osmose e afetam a permeabilidade celular.
Alguns servem como receptores de elétrons, como componentes estruturais
das células e como fatores acessórios para os catalisadores ou como
componentes estruturais de enzimas.

Os minerais tornam-se disponíveis na solução edáfica para as


plantas sob a forma de íons. Estas utilizam a energia metabólica para
concentrar os íons de que necessitam. Alguns dos íons são captados por
processos de transporte ativo, ao passo que outros fluem aparentemente de
modo passivo, devido aos gradientes eletroquímicos criados pelos íons que se
movem ativamente e suas bombas.

Numa comunidade natural, os elementos são retirados do solo


pelas plantas e, a seguir, retornam a ele quando as plantas ou os animais que
delas se alimentam morrem. As associações do tipo micorriza entre fungos e
raízes de plantas são importantes no funcionamento deste sistema e na
mediação direta da captação dos íons.

Sob condições agrícolas, o nitrogênio, o fósforo e o potássio


tornam-se, mais comumente, fatores limitantes para o crescimento vegetal;
portanto estes elementos são comumente fornecidos ao solo nos fertilizantes.

A circulação do nitrogênio através do solo, através dos


organismos vegetal e animal e, novamente através do solo, é conhecida como
Ciclo do Nitrogênio. Envolve várias etapas. O nitrogênio alcança o solo sob a
forma de material orgânico de origem vegetal e animal. Estas substâncias são
decompostas por organismos que vivem no solo. A amonificação, que é a
liberação de amônio (Nh2+) de compostos nitrogenados é efetuada por
bactérias e fungos que vivem no solo. A nitrificação é a oxidação do amônio,
com formação de nitritos e nitratos; estas são realizadas por dois tipos
diferentes de bactérias. O nitrogênio entra nas plantas quase que totalmente
sob a forma de nitratos. No interior delas, os nitratos reduzem-se a amônio. Os
aminoácidos são formados pela combinação de amônio com um cetoácido
(aminação) ou através da transferência de um grupamento amino (-NH2) de um
aminoácido para um cetoácido, dando origem a outro aminoácido
(transaminação). Estes compostos orgânicos retornam subsequentemente ao
solo, completando o Ciclo do Nitrogênio.

O solo perde o nitrogênio por remoção das culturas nele


instaladas, erosão, fogo, lixiviação e ação das bactérias desnitrificantes. O
nitrogênio é fornecido ao solo pela fixação do nitrogênio que consiste na
incorporação de nitrogênio elementar em componentes orgânicos. A fixação
biológica deste gás é totalmente efetuada por microrganismos. Estes incluem
bactérias (Rhizobium), que são simbiontes das leguminosas, bem como
bactérias e algas azuis de vida livre nos solos. Na agricultura, as plantas são
removidas do solo. Em conseqüência, o nitrogênio e outros elementos não são
reciclados, como na natureza, e, portanto, devem ser freqüentemente repostos
sob forma orgânica ou inorgânica.

6 CICLO DO FOSFORO

O ciclo do fósforo é um ciclo de grande importância para o futuro,


porque de todos macronutrientes (ou elementos vitais necessários em grande
quantidade para a vida), o fósforo é um dos mais escassos em termos da sua
abundância disponíveis na superfície da terra.

O fósforo é um elemento químico que participa estruturalmente de


moléculas fundamentais do metabolismo celular, como fosfolipídios, coenzimas
e ácidos nucleicos.
Os grandes reservatórios de fósforo são as rochas e outros
depósitos formados durante as eras geológicas. Estes reservatórios, devido ao
intemperismo, pouco a pouco fornecem o fósforo para os ecossistemas, onde é
absorvido pelos vegetais e posteriormente transferido aos animais superiores
e, por consequência ao homem, via cadeia alimentar.

O fosforo é um nutriente limitante do crescimento de plantas,


especialmente em ambientes aquáticos e, por outro lado, se presente em
abundância causa sérios problemas ambientais. Se, por exemplo, grande
quantidade de P, geralmente utilizado como fertilizante e em detergentes, entra
em um lago (principalmente se este for o caso), esse nutriente pode causar
aumento da população de bactérias e algas verdes (fotossintéticas). Devido ao
crescimento intenso, esses organismos podem cobrir toda a superfície do lago,
inibindo a entrada de luz e provocando, consequentemente a morte de plantas
que vivem abaixo da superfície. Quando as plantas subsuperficiais morrem,
assim como as algas e bactérias superficiais, todas são consumidas por outras
bactérias que usam o CO2 dissolvido no lago ao se alimentares. Se o nível de
O2 tornar-se muito baixo, a vida aquática fica comprometida. Os peixes
morrerão e desenvolver-se-ão bactérias anaeróbias.

7 CICLO DO ENXOFRE

O enxofre tem uma história tão antiga como a de qualquer outra


substância que evoluiu do amarelo místico dos Alquimistas até uma das mais
úteis substâncias da civilização moderna. Foi queimado nos ritos pagãos
antigos, para espantar os maus espíritos, e já naquela época seus fumos eram
usados como alvejantes para tecidos e palha. Durante muitos anos uma
companhia francesa manteve o monopólio do enxofre graças ao controle de
suprimentos mundiais provenientes da Sicília. Em parte por isso, em parte pela
abundância da pirita, o enxofre elementar foi pouco usado nos Estados Unidos
antes de 1914. Embora o enxofre tenha sido descoberto na região do Golfo do
México, em 1869, seu aproveitamento era difícil, pois os depósitos estavam
abaixo de camadas de areia movediças. Antes de 1914, a maior parte do ácido
sulfúrico produzido nos Estados Unidos provinha da pirita, doméstica ou
importada, e do dióxido de enxofre, que aparecia como subproduto da
metalurgia do cobre e do zinco.

Principiando em 1914 a mineração do enxofre do Texas e da


Lousiana pelo processo Frasch foi sendo ampliada, atingindo um grau
suficiente para alimentar todas as necessidades internas (dos Estados Unidos)
e para entrar no mercado mundial. Nos anos mais recentes, um suprimento
importante de enxofre elementar tem sido o proveniente do H2S, subproduto do
gás natural, ácido ou do petróleo cru ácido. Os maiores produtores do enxofre
recuperado são o Canadá, França e os Estados Unidos. Em 1973 a produção
do mundo ocidental foi de 33,75 milhões de toneladas longas (34,29 milhões de
toneladas métricas) de enxofre sobre quaisquer formas; desta quantidade,
27,6% foram produzidas pelo processo Frasch, 41,0% são de recuperações e
30,3% provieram de fontes não elementares: piritas e gases de fumos
metalúrgicos.

7.1 Enxofre no solo e as suas transformações

O enxofre do solo está sujeito a transformações microbianas,


influenciadas pelas condições ambientais que afetam a composição e a
atividade dos microrganismos. Em todos os solos, em maior ou em menor
intensidade, ocorrem os seguintes processos:

• Mineralização ou decomposição de enxofre orgânico com


liberação de formas inorgânicas;
• Imobilização ou conversão do enxofre do enxofre
inorgânico em compostos orgânicos dos microrganismos;
• Produção de sulfetos (S2-) pela redução de sulfatos;
• Produção de formas voláteis;

Oxidação de enxofre elementar ou outras formas reduzidas.

Os minerais primários, especialmente sulfetos metálicos de Fe,


Zn, Cu, Ca e Mg, são fonte original do enxofre no solo. Seu intemperismo, com
a ocorrência de processos físicos, químicos e biológicos, origina outros
compostos ou formas de enxofre que são utilizados por outros micro-
organismos ou plantas. A água da chuva, a água da irrigação, atmosfera, os
fertilizantes e os pesticidas à base de enxofre são outras fontes que contribuem
para o suprimento de enxofre ao solo.

A incorporação ao solo de formas gasosas de enxofre pela


adsorção direta ou pela dissolução na água da chuva, é variável entre regiões
e apresenta maior importância nas proximidades de áreas urbanas e
industriais.

O enxofre ocorre no solo em formas orgânicas e inorgânicas. O


fracionamento do enxofre orgânico, que em solos bem drenados de regiões
úmidas constitui a maior parte do enxofre total, indica a ocorrência de três
formas:

• Compostos com ligação S-O (sulfato de ésteres);


• Compostos com ligação S-C;

Enxofre inerte ou residual (Enxofre em compostos não


identificados).

O enxofre ligado ao oxigênio consiste principalmente de sulfato de


ésteres (Sulfato orgânico com ligações C-O-S). Como exemplos destes
compostos pode-se citar o sulfato de colina, sulfatos fenólicos e
polissacarídeos e lipídios sulfatados. Essa fração constitui em média cerca de
50% do enxofre orgânico e é obtida pela redução a H2S por ácido iodídrico (HI)
e é também denominada enxofre reduzível.

O enxofre ligado a carbono (Enxofre em compostos com ligação


S-C) é encontrado principalmente em aminoácidos (cisteína e metionina).
Entretanto, estes aminoácidos são poucos estáveis e não se acumulam no
solo. Assim, outros compostos não conhecidos participariam da fração C-S. A
obtenção desta fração pode ser feita pela diferença entre o enxofre total e o
enxofre reduzível (S-O) ou pela sua redução a H2S pela liga de Raney. Porém,
os teores encontrados por redução são menores que aqueles obtidos por
diferença, o que indica a existência de outras formas de enxofre orgânico não
conhecidas, as quais constituem a fração de enxofre residual ou inerte. As
frações S-C e enxofre residual representam em média cerca de 20 a 30% do
enxofre orgânico, respectivamente. Em solos brasileiros, encontraram-se
valores médios de 7 e 42%, respectivamente, para estas frações.

O fracionamento das formas de enxofre orgânico tem sido


estudado para auxiliar a avaliação da disponibilidade para as plantas, já que
certas formas são facilmente mineralizadas. A fração S-O apresenta
mineralização mais rápida por ser facilmente hidrolizada a sulfato inorgânico.
As frações S-C e, principalmente, enxofre residual são mais estáveis no solo.
Entretanto há indicações de que tanto as frações S-O como S-C podem
contribuir para o suprimento às plantas, tornando de pouca utilidade o
fracionamento do enxofre orgânico.

Em solos bem drenados, as formas reduzidas são facilmente


oxidadas a SO42-, sendo esta forma inorgânica predominante e pela qual o
enxofre é absorvido pelas plantas via sistema radicular. Entretanto as formas
reduzidas, principalmente sulfetos e H2S, são importantes em solos alagados
ou em condições de anaerobiose. Em condições de má drenagem ou aridez
pode ocorrer o acúmulo de sais solúveis de enxofre, enquanto que em solos
alcalinos ou calcários pode haver o acúmulo de sais insolúveis de enxofre ou
co-cristalizados com CaCO3, os quais são pouco disponíveis às plantas.

O teor de enxofre total nos solos pode variar de 0,002 a 3,5%. Os


valores mais elevados ocorrem em solos alcalinos ou calcários, principalmente
em regiões secas, pelo acúmulo de sulfatos; em solos não calcários o teor de
enxofre é inferior a 0,1%.

Geralmente os solos de regiões tropicais apresentam menores


teores de enxofre total e orgânico que os solos de regiões temperadas devido à
maior mineralização e ao maior intemperismo, que determinam maiores
perdas. Por ser constituído principalmente por frações orgânicas, o teor de
enxofre total no solo não é um parâmetro adequado para indicar a
disponibilidade para as plantas em curto prazo. Entretanto pode indicar o
potencial de suprimento de enxofre pelo solo.

Os fatores de formação do solo influenciam o teor de enxofre


total, sendo que provavelmente o clima e a vegetação são os mais importantes.
O material de origem seria o fator mais importante em relação às formas
inorgânicas de enxofre, pois tem grande influência sobre as propriedades
físico-químicas do solo.

A maior parte do enxofre do solo, em geral mais de 90%,


encontra-se em formas orgânicas. Isto é comprovado pelas altas correlações
verificadas entre os teores de carbono orgânico ou nitrogênio total e os teores
de enxofre total ou orgânico. A estreita relação entre o carbono orgânico e o
enxofre supõe uma relação C/S relativamente constante em solos de diferentes
regiões climáticas, o que, entretanto, não é observado. Esta variação estaria
relacionada aos fatores de formação do solo.

7.2 Oxidação e redução do enxofre no solo

A especificidade de atuação de grupos de microrganismos em


oxidação ou redução de enxofre depende principalmente das condições
ambientais (aeróbicas ou anaeróbicas), com variação do estado de oxidação
do enxofre. Algumas espécies de microrganismos, como a bactéria Thiobacillus
denitrificans, oxidam formas reduzidas a sulfato mesmo em condições de
anaerobiose, com redução de nitrato a N2.

Partes dos sulfetos formados são liberados na atmosfera (H2S),


onde podem ser oxidados a SO42-. Altas concentrações de sulfetos podem ser
tóxicas aos cultivos em solos alagados. Entretanto, estas são diminuídas pela
oxidação de S2- a S0 e, posteriormente, a SO42- por algumas espécies de
microrganismos, como as bactérias do gênero Beggiatoa.

7.3 Mineralização e Imobilização

A mineralização é o processo de maior importância em relação à


disponibilidade para as plantas, já que as formas orgânicas constituem a maior
parte do enxofre do solo. Muitas espécies de fungos, bactérias e actinomicetos
atuam no processo de mineralização do enxofre, utilizando a matéria orgânica
como substrato para seu crescimento. Isto ocorre tanto em condições de
aerobiose como de anaerobiose, tendo-se como produtos finais SO42- e H2S,
respectivamente.

A mineralização do enxofre orgânico em solos bem drenados, que


constituem a maior parte dos solos bem cultivados, é influenciada por fatores
de solo e clima e pelo manejo a que os mesmos são submetidos. Os principais
fatores são: formas do enxofre inorgânico do solo, tipo de material orgânico
adicionado ao solo, população microbiana, temperatura, aeração, umidade e
pH do solo. Estes fatores são influenciados pelo manejo, sendo mais
importantes os aspectos de revolvimento e cultivo do solo, adição de resíduos
orgânicos e a calagem. Os fatores ambientais refletem-se na população e
atividade microbiana.

A fração S-O (reduzível) do enxofre orgânico é a considerada de


mais fácil mineralização e então o seu teor no solo afeta as quantidades de
SO42- liberadas. A adição de materiais orgânicos com alta relação C/S pode
provocar a imobilização de SO42- da solução do solo, enquanto relações
baixas determinam maior taxa de mineralização dependendo do nível dos
demais nutrientes.

A população microbiana afeta a mineralização, dependendo da


quantidade de microrganismos em de sua capacidade em hidrolisar compostos
com enxofre.

A temperatura do solo afeta a mineralização de enxofre pelo efeito


sobre os microrganismos, sendo esta mais efetiva na faixa de 30-40ºC. O
mesmo efeito é proporcionado pela aeração e umidade. A mineralização é
maior em condições de aerobiose e no solo com umidade equivalente a 60-
80% da capacidade de campo.

O pH do solo pode ser considerado o principal fator que afeta a


mineralização, devido o seu marcante efeito na população e na atividade
microbiana. O aumento do pH determina maior mineralização de enxofre,
principalmente em solos com maior teor de matéria orgânica. A faixa mais
favorável à mineralização de matéria orgânica encontra-se próxima à
neutralidade.
A mineralização de enxofre no solo é maior na presença de
plantas em crescimento. Isto é provavelmente devido à maior atividade
microbiana na rizosfera das plantas e à excreção pelas raízes de substâncias
catalisadoras da decomposição da matéria orgânica.

Por ser um processo intensamente afetado por fatores


ambientais, a mineralização de enxofre apresenta flutuações estacionais. Em
termos médios, estima-se que a taxa de mineralização encontra-se entre 1 e
2% ao ano.

O cultivo de solos virgens, por seus efeitos nas condições de


aeração, umidade e temperatura do solo e consequentemente na atividade
microbiana, provoca a redução do teor de matéria orgânica e do enxofre
orgânico. Observa-se com o tempo a diminuição do teor de enxofre total e
orgânico no horizonte superficial e o aumento do enxofre em horizontes
subsuperficiais pelo efeito de lixiviação. Em solos de cerrado, há um
decréscimo de 25 a 75% no teor de enxofre orgânico após seu cultivo por 20 a
30 anos.

A mineralização do enxofre orgânico, com liberação de SO42-,


pode ocorrer por processos químicos, quando o solo é submetido a
tratamentos físicos, como secagem e umedecimento. Esse fenômeno é
comprovadamente não biológico, pois é imediato e o SO42- é liberado em
quantidades maiores daquelas obtidas pela incubação do solo sob condições
adequadas para a mineralização.

Enxofre nas Plantas: Avaliação da Disponibilidade de Enxofre no


Solo para as Plantas e as Deficiências causadas pela Ausência de Enxofre

As fontes de enxofre para as plantas incluem o enxofre orgânico e


inorgânico do solo, o enxofre das águas de precipitação e irrigação, o SO2
atmosférico e o enxofre veiculado por fertilizantes e pesticidas, logo, podemos
deduzir que o enxofre disponível no solo para as plantas é aquele em formas
químicas que podem ser absorvidas pelas raízes. Entretanto, o conceito de
disponibilidade envolve também formas de enxofre que podem a curto ou
médio prazos ser transformada por processos físicos, químicos ou biológicos
em formas que possam ser absorvidas pelas plantas.
Geralmente os métodos utilizados para estimar o enxofre
baseiam-se no uso de extratores químicos em amostras de solos coletadas
antes do cultivo e são desenvolvidos em estudos que utilizam apenas a
camada superficial do solo. Assim, não são consideradas as contribuições pela
mineralização do enxofre orgânico, da atmosfera e do enxofre do subsolo, e as
perdas por lixiviação que podem ocorrer durante o cultivo.

A obtenção de índices de disponibilidade de enxofre por métodos


químicos compreende as etapas de extração de formas de enxofre e sua
determinação nos extratos. Alguns métodos podem apresentar boas
correlações com parâmetros das plantas mesmo que se desconheça a
natureza do enxofre medido.

Os métodos químicos para a avaliação da disponibilidade de


enxofre incluem extração com água, extração com sais ou ácidos, extração
com resina de troca aniônica, diluição isotópica com uso de 35S e a
composição de plantas.

Os extratores químicos podem ser agrupados de acordo com as


formas extraídas ou determinadas tendo-se os seguintes grupos:

Enxofre em solução (água, CaCl2, LiCl e NaCl);

Enxofre em solução + enxofre adsorvido [Ca(H2PO4)2, NaOAc +


HOAc pH 4,8, Nh2OAc e resina de troca iônica];

Enxofre em solução + enxofre adsorvido + parte do enxofre


orgânico [NaHCO3, Ca(H2PO4) 2 em ácido acético e água quente];

Enxofre total (digestão nítrico-perclórica).

O enxofre total é mais utilizado para caracterizar o solo, pois em


geral não se relaciona com parâmetros das plantas. O enquadramento de cada
extrator num dos grupos não é rígido, pois pouco ainda é conhecido sobre a
natureza das formas extraídas por determinado método. Exemplificando,
métodos tidos como extratores apenas do enxofre solúvel podem extrair
porções do enxofre orgânico mais lábil. Revisão e discussão amplas dos
métodos para a avaliação da disponibilidade de enxofre no solo foram já
apresentadas desde 1985.
A maior parte dos métodos de determinação da disponibilidade de
enxofre procura avaliar o enxofre da solução + enxofre adsorvido, já que
métodos apenas para enxofre solúvel são adequados apenas para solos com
pequena capacidade de adsorver enxofre.

Para a condição dos solos brasileiros poucos trabalhos tem sido


desenvolvidos para a obtenção de índices de disponibilidade de enxofre para
as plantas. Todos os trabalhos já realizados até hoje, foram efetuados em
vasos em casa de vegetação, utilizando a camada arável dos solos. O
comportamento dos extratores parecem estar relacionados com as
características dos solos brasileiros, que em geral apresentam a maior
quantidade do enxofre inorgânico (SO42-) adsorvido às partículas. O SO42- é
então deslocado pelos íons fosfato presentes nestas soluções.

As deficiências constatadas de enxofre, no período dos anos 10 e


20 deste século foram mascaradas, posteriormente, pelo uso de superfosfato
simples usado como fonte de fósforo. Nas décadas de 50 e 60, em diversas
partes do mundo, foram reconhecidos os problemas ocasionados pela
deficiência de enxofre. Constatou-se que muitas das respostas obtidas com o
uso de superfosfato eram devidas ao enxofre, componente daquele fertilizante.

A deficiência de enxofre tem sido observada cada vez com mais


freqüência para diferentes culturas, em solos sob vegetação de cerrado. A
incidência desta deficiência deve-se à pobreza natural destes solos em
enxofre, aliada ao uso crescente de formulações concentradas, que propiciam
condições para que seu aparecimento se torne mais evidente e freqüente.

Muito menos freqüente tem sido os problemas por excesso.


Deficiências e excessos deste nutriente podem ser corrigidos pelo uso de
corretivos, fertilizantes e adubos orgânicos, assim como práticas que melhorem
sua disponibilidade.

O Enxofre no Ar e a Chuva Ácida

As reações e processos químico-biológicos do enxofre na biosfera


se assemelham aos do nitrogênio em vários aspectos:

Apresentam vários estados de oxidação;


Ocorrem nos solos agrícolas predominantemente em formas
orgânicas;

A maioria das transformações são decorrentes da atividade


microbiana;

Ocorrem em formas gasosas na atmosfera, com grande influência


em processos físico-químicos que nela ocorrem.

As formas mais comuns do enxofre encontradas no ar são


combinadas, sendo: SO2, H2S e SO22-. Formas gasosas de enxofre pode ser
uma fonte importante de suprimento de enxofre para as plantas, embora o
suprimento de enxofre para as plantas possa ser feito em parte pela atmosfera,
o estudo das formas e transformações do mesmo no solo é importante para o
conhecimento dos mecanismos de disponibilidade para as plantas.

Fenômenos naturais, como a atividade vulcânica e a


decomposição de plantas, liberam dióxido de enxofre na atmosfera, isso
aumenta a acidez da água da chuva, mas não chega a causar danos
ecológicos, pois o efeito do ácido é neutralizado ao entrar em contato com
substâncias alcalinas presentes na água e no solo.

A industrialização e o advento dos automóveis começam a


romper este equilíbrio, logo, o dióxido de enxofre, resultante da queima de
carvão nas usinas termoelétricas e dos motores dos automóveis também
entram na atmosfera e, em contato com o oxigênio e vapores de água esse gás
transforma-se em ácido sulfúrico que voltam à superfície sob a forma de chuva,
neve ou microscópicas partículas de poeira ácida. Essa chuva ácida provoca a
corrosão de construções e metais e causam também sérios danos à natureza.

8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um ciclo biogeoquímico é o percurso realizado no meio ambiente


por um elemento químico essencial à vida. Ao longo do ciclo, cada elemento é
absorvido e reciclado por componentes bióticos (seres vivos) e abióticos (ar,
água, solo) da biosfera e, às vezes, pode se acumular durante um longo
período de tempo em um mesmo lugar. É por meio dos ciclos biogeoquímicos
que os elementos químicos e compostos químicos são transferidos entre os
organismos e entre diferentes partes do planeta. Os mais importantes são os
ciclos da água, oxigênio, carbono, nitrogênio e fósforo.

O ciclo do nitrogênio é a transformação dos compostos contendo


nitrogênio na natureza. O nitrogênio constitui aproximadamente 79% de nossa
atmosfera. Os organismos vivos, excetuando-se algumas bactérias e algas,
não conseguem fixá-lo diretamente na forma como o encontram no ar. Através
de fenômenos eletroquímicos (raios) e fotoquímicos (sol), o N2 combina-se
com o oxigênio e a água da atmosfera, formando os nitratos (NO3) - forma
mais utilizada pelas plantas - que se precipitam para o solo.
O ciclo da água é movido pela energia solar. Esta energia faz
evaporar a água dos oceanos, dos lagos, dos rios e das superfícies úmidas do
solo e provoca transpiração das folhas e dos corpos de outros organismos
vivos.
As moléculas de água vão da superfície terrestre para a
atmosfera, onde, junto com outros compostos moleculares, dão origem às
nuvens. O retorno dessa água para a superfície se dá na forma líquida (chuva)
ou na forma sólida (neve, granizo).

Quando a chuva ou a neve atingem o chão, uma parte é


absorvida pelo solo, onde forma os lençóis subterrâneos, ou é absorvida pelas
plantas. O restante forma a água de escoamento que se junta às nascentes e
às fontes de lençóis freáticos para formar os lagos e os rios que alimentam os
oceanos, fechando assim o ciclo da água. Então é o contínuo movimento da
água na, sobre e abaixo da superfície da Terra. A água pode mudar de estado
entre líquido, vapor e gelo em suas várias etapas.

O ciclo do carbono é o ciclo biogeoquímico no qual o carbono é


passado entre a biosfera, pedosfera, geosfera, biosfera e a atmosfera. O
carbono é o elemento essencial na composição da matéria orgânica. Depois da
água, é o elemento que entra em maior quantidade na constituição dos
organismos vivos. O ciclo do carbono envolve um estágio sólido e um gasoso.
O estágio sólido representa o carbono encerrado nas rochas (pedras calcárias)
e nos combustíveis fósseis, como hulha e petróleo, fixados pela fotossíntese
durante milhões de anos.
O ciclo do oxigênio é o movimento do oxigênio dentro e entre os
três maiores reservatórios: a atmosfera, a biosfera e a litosfera. O principal fator
do ciclo do oxigênio é a fotossíntese, que é responsável pela composição
atmosférica e pela vida na Terra. O oxigênio representa cerca de 21% do ar
atmosférico, sendo de vital importância para os seres vivos, quer usado nos
processos energéticos, quer nos processos respiratórios.
As únicas fontes que convertem o CO2 em O2 (oxigênio) são os
vegetais clorofilados realizadores de fotossíntese.

Desse O2 livre produzido, uma parte é absorvida pelos seres


vivos através do processo da respiração e devolvida à atmosfera sob a forma
de CO2 e h2O, isto é, oxigênio combinado. Outra parte é dissolvida nas águas
que também possuem O2 livre proveniente da atividade fotossintetizadora de
algas e de outros vegetais aquáticos. Quando a temperatura da água se eleva
ou ocorre saturação de O2, ela começa desprendê-lo, retornando à atmosfera
parte desse oxigênio dissolvido.

O fosforo é o movimento do fósforo pela litosfera, hidrosfera e


biosfera. A atmosfera não possui um papel significativo no movimento do
fósforo porque o fósforo e componentes fosfóricos são normalmente sólidos
nos níveis mais comuns de temperatura e pressão na Terra. O fósforo constitui
um importante componente da substância viva, além de estar ligado ao
metabolismo respiratório e fotossintético. Daí seu uso com adubo.

Na natureza é um elemento encontrado em pequena quantidade


em relação às necessidades dos seres vivos e seu grande reservatório são as
rochas fosfatadas.

A erosão do solo pelas águas ou pelos ventos desagrega essas


rochas e esses fósforo mineral é levado para os oceanos. Uma grande parte é
sedimentada nas profundezas e não será aproveitada. A pequena parte
aproveitada pelos seres marinhos, entre eles certas aves marinhas, é restituída
ao solo, de onde pode novamente ser retirado pela plantas.
O organismo animal entra no ciclo ao se alimentar desses
vegetais. Após sua morte ou por excreções (fezes, urina) lançadas por esses
organismos durante sua vida, os compostos contendo fósforo retornam ao solo
onde são decompostos por bactérias e fungos, fechando assim seu ciclo.

O ciclo do enxofre é um ciclo que envolve um estágio sólido e um


gasoso onde os organismos (especialmente os micro-organismos), que obtêm
energia a partir da oxidação química de compostos inorgânicos, exercem
papéis fundamentais. Processos geoquímicos e meteorológicos tais como
erosão, lixiviação (arraste por lençóis freáticos) e ação da chuva são
importantes na recuperação do enxofre dos sedimentos mais profundos.

Quando as plantas e os animais mortos são decompostos pelos


micro-organismos saprófitos aeróbios e anaeróbios, destes últimos desprende-
se gás sulfídrico (h2S). Parte desse gás é reconvertida em sulfato por bactérias
sulfurosas especializadas. A outra parte é transformada em enxofre (S) por
certas bactérias que obtêm sua energia a partir dessa transformação química.

Assim, os ciclos biogeoquímicos se combinam para formar um


mecanismo de controle complexo que mantém condições favoráveis à vida.

REFERENCIA

Ciclo do Carbono. Disponível em:


<http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?
base=./agropecuario/index.html&conteudo=./agropecuario/artigos/ciclocarbono.
html>. Acesso em: 19 de novembro de 2010.

Ciclo do Oxigênio. Disponível


em:< http://www.brasilescola.com/biologia/ciclo-do-oxigenio.htm>. Acesso em:
19 de novembro de 2010.

Importância da Compreensão dos ciclos biogeoquímicos para o


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em: <http://www.iqsc.usp.br/iqsc/servidores/docentes/pessoal/mrezende/arquiv
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2010.

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em: <http://www.meioambiente.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?
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Disponivel em:
<http://www.enq.ufsc.br/labs/probio/disc_eng_bioq/trabalhos_pos2004/microorg
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Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/2994637/IMPORTANCIA-DOS-


MICRORGANISMOS-DO-SOLO> Acesso em: 21 de novembro de 2010.

Disponível em: <http://www.colegioweb.com.br/biologia/a-importancia-das-


bacterias.html> Acesso em: 21 de novembro de 2010.

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CICLO-DO-NITROGENIO> Acesso em: 21 de novembro de 2010.

Disponível em: <http://www.scribd.com/doc/6729495/Controle-


Microorganismos> Acesso em: 21 de novembro de 2010.

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