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Utopia Rosacruz
A AMORC publicou um Manifesto no qual seus dirigentes expressam sua posição sobre a
situação geral do mundo, de onde seu título “Positio Fraternitatis Rosae Crucis”[1]. Esse
Manifesto, que foi traduzido para cerca de 20 línguas, é concluído por uma utopia cujos autores
têm, portanto, nacionalidades, opiniões políticas, crenças religiosas e culturas diferentes. Se
para além dessas diferenças eles se puseram de acordo sobre uma mesma visão da sociedade
ideal, é precisamente porque a Filoso a Rosacruz traz em si um desejo de universalidade que
privilegia a unidade na diversidade. Eis o texto dessa utopia:
“Deus de todos os homens, Deus de toda vida, na humanidade com a qual sonhamos:
Os artistas são inspirados e exprimem em suas obras a beleza e a pureza do Plano divino;
Os médicos são animados pelo amor ao seu próximo e cuidam tão bem da alma quanto do
corpo.
Não há mais miséria nem pobreza, porque cada qual tem aquilo de que necessita para viver
feliz.
O trabalho não é vivido como uma coerção, mas sim como uma fonte de plenitude e bem-
estar;
A natureza é considerada como o mais belo dos templos e os animais como nossos irmãos em
via de evolução;
Existe um governo mundial formado pelos dirigentes de todas as nações, trabalhando para o
interesse de toda a humanidade;
A espiritualidade é um ideal e um modo de vida que tem sua fonte numa Religião universal,
baseada antes no conhecimento das leis divinas do que na crença em Deus.
[1] Historiadores situam o “Positio Fraternitatis Rosae Crucis” na linhagem dos três Manifestos
que os rosacruzes publicaram no século XVII: o “Fama Fraternitatis”, o “Confessio Fraternitatis”
e as “Bodas Químicas de Christian Rosenkreutz”, publicados respectivamente em 1614, 1615 e
1616.
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