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FALEIROS, Vicente de Paula, 1941. Estratégias em Serviço Social. 2º ed.

São Paulo: Cortez,


1999. Capítulo 9: Confrontos teóricos do movimento de reconceituação do Serviço Social na
América Latina.

O contexto histórico dos países latino-americanos nos anos 60 e 80 é de dominação e


dependência com os Estados Unidos. A hegemonia americana no continente é um dos desafios
que os movimentos sociais se depararam.

Ocorreram mudanças na forma de dominação imperialista, onde a prioridade passou a


ser nos mecanismos financeiros e tecnológicos. Em contrapartida, houve um impulso dos
Estados nacionais em reformas com amparo no desenvolvimento, na modernização e no
crescimento. Essas mudanças forçaram a hegemonia americana a armar-se, que passou a
repreender, através de golpes de regimes militares de direita, os Estados da Argentina, do Brasil,
da Bolívia, do Chile, do Uruguai, do Equador e do Peru.

Em meio a esse cenário político ideológico, os movimentos sociais passaram a atuar


clandestinamente.

Com a distribuição de renda que passou a concentrar -se ainda mais, a alteração quase
nula do per capita e a dívida externa esgotando as reservas nacionais, o movimento de
reconceituação deve ser visto como um processo contraditório com mudanças internas no
Serviço Social latino-americano. Essa ruptura com o Serviço Social tradicional é lida como um
rompimento das amarras imperialistas, visando a libertação nacional e a transformação na
estrutura capitalista que concentra renda, excluí e explora.

Metodologia

Divisão em quatro dimensões especificas de referência:

 Tendência político-ideológica, onde pode ser estabelecido um autor ou proposta;


 Teoria de conhecimento explícita ou implícita nesta proposta;
 Operacionalização ou projeto de prática;
 Definições do objeto e os objetivos do Serviço Social.

Foram utilizados textos publicados e divulgados nesse período de 25 anos pelas editoras:
ECRO e Humanitas, de Buenos Aires, CELATS, de Lima e Cortez, de São Paulo.

A reconceituação: visões
Vicente destaca que não podemos abordar sobre o movimento de reconceituação do
Serviço Social na América Latina sem fazer referência ao marxismo e às divergências internas
dos próprios marxistas.

Diego Palma (1977) ressalta, em seu livro, o surgimento da reconceituação nos países
onde os movimentos sociais estão mais presentes e ativos. O livro se direciona para uma espécie
de sociologia da reconceituação.

Ezequiel Ander-Egg (1984) admite o caráter marxista da reconceituação, mas satiriza e


critica-o como incoerente, desvinculado da prática, como teorista e verbalista. Ao decretar o
fim do movimento, retoma como proposta a volta do esquema de planejamento como guia
metodológico da profissão.

Josefa Batista Lopes (1979) se opõe ao funcionalismo e a dialética na análise do objeto


do Serviço Social, sem diferenciar as questões específicas, os debates e as propostas do
pensamento dialético.

Barreix (Ander-Egg, 1975) segue a linha de que houve uma mudança do “ajustamento”
para a “transformação” através da análise de três concepções:

a) Assistencial - do Serviço Social;


b) Tecnocrática- do Serviço Social;
c) Conscientizadora – de Trabalho Social.

Para ele, o Serviço Social nasceu com a criação de Escolas (1925), e o Trabalho Social é
a recusa do tradicional.

Boris Lima (1974) ressalta a polarização técnica-ciência, discorre através de quatro fases
do Serviço Social:

1. Pré-técnica;
2. Técnica;
3. Pré-científica;
4. Científica.

Sendo elas caracterizadas pelo conhecimento predominante na profissão e pela utilização


de instrumentos e pelo desenvolvimento.

Relação sujeito-estrutura, propostas que influenciaram o debate sobre o Serviço Social:


I. Liberal: produção da exclusão, individuo é o ponto de partida da sociedade. Relação
entre os homens que são como sujeitos de articulações estruturais determinantes.
II. Humanista cristão: Homem é um sujeito da história, deve tornar-se pela sua ação e
reflexão nas relações imediatas, com outros homens, modificando as situação ou
comportamentos de pessoas ou grupos através da sua ação, pela qual lhe é dada.

A crise do indivíduo-ator

É demandado do ator profissional ser externo às situações, analisando as insatisfações e


problemas do cliente, como se não houvesse um problema sem problematização e uma situação
sem contexto. Visão está que foi criticada teoricamente e praticamente pelo movimento de
reconceituação.
A crítica da reconceituação as suposições liberais da ação e dos princípios positivistas do
conhecimento se articulava como um combate à ordem capitalista, à exploração do homem ao
imperialismo norte-americano, no processo de lutas pela transformação das sociedades latino-
americanas.
A igreja católica apoiava as correções do capitalismo para moderar as ganâncias dos
patrões e as insatisfações operárias.

A situação-problema em vez do indivíduo-problema

Umas das estratégias de modernização tecnocrática foi modificar a consideração do


indivíduo insatisfeito para a visão situação-problema. Essa modificação da situação-problema
como objeto reduz a intervenção à questão isolada.
O sujeito passa a ser um “agente de mudança” das circunstancias possíveis e passiveis de
recursos previstos pelo Estado. O plano tecnocrata reduz os sujeitos a atores de uma lógica
construída, para controlar as ações por meio do consenso racional plano: redução do real ao
racional, e ação é iluminada pelo diagnostico em nome da ciência que conhece.

A participação em vez da solução de problema

A participação do sujeito torna-se algo aceitável no que se refere a concretização do plano,


tendo o serviço social como responsável pelo plano para que dê certo. Visto que o serviço social
tinha como teoria fazer um ordenamento no contexto social.

O popular em vez de “co-operar”

A proposta cientificista para o Serviço Social se casa com essa visão humanista, porém
esse caráter humanista e militante não se constitui num bloco uniforme.
Esse cooperar se refere a ter uma visão maior e compreender além do problema,
abrangendo o cotidiano daquele oprimido, com a intenção de, não só descobrir e estudar o
problema, mas mudar o mundo, e essa mudança seria feita de forma coletiva e concretizadora,
para que eles possam ser os protagonistas.

E foi exatamente este fato que influenciou o Serviço Social reconceituado, que buscou
retomar a questão da transformação do sujeito e do mundo. Onde a mudança já não partiria do
problema, mas dos agentes que são afetados.

Muitos profissionais passaram a descrer da reconceituação, devido a dicotomia entre


discurso revolucionário e a pratica modernizadora.

O militantismo no lugar do método

O autor Zabala vai dizer quanto a isso que o trabalhador não tem que ser um ser
epistemológico, mas que ele pode aprender tudo e conhecer através da ação.

Receita eclética

Boris Lima e Maria Angélica Gallardo elaboraram uma proposta extremamente eclética,
tentando vincular o processo de planejamento ao método de conhecimento inspirado em
Mao/Zabala.

Totalitarismo e História

A pratica é a fonte e o critério da verdade da teoria, tendo em vista que a generalidade


teórica se choca com a realidade, que não são nada parecidas.

A relação da teoria com a pratica se desdobra na própria luta de classe, mas ao que diz
respeito a essa reconceituação, o capitalismo tem como objetivo de reflexão, não de forma
mecânica, traz à baila a questão do valor e a relação do Serviço Social com a teoria do valor.

Maguinã chega a ver o Serviço Social como produtivo, pois reduz os custos de produção
da força de trabalho ao oferecer serviços de consumo, enquanto outros vêem o Serviço Social
como improdutivo por não valorizar diretamente o capital.

Relações sociais estruturais

As instituições se apresentam assim como lugares de luta, onde os profissionais também


se posicionam nos diferentes blocos e conflitos que se formam.
No entanto para os tecnocratas, o agente estatal é o detentor do conhecimento e do recuso,
considerando conhecimento apenas aquilo formulado pela racionalidade estatal. E a
reconceituação rompeu definitivamente com esta metodologia, pois visava a luta constante pela
construção de uma sociedade sem exploração e dominação, e não mais uma revolução linear da
assistência a transformação.

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