"A Educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é
preparação para a vida, é a própria vida." John Dewey
No final do estudo do Módulo 10, "Construindo Práticas Pedagógicas Emancipatórias",
venho ressaltar a importância do conteúdo existente, e da sua interligação com os estudos feitos anteriormente, e sua representação como um instrumento a mais para minha formação e prática cotidiana. As discussões apresentadas sobre a importância da integração ensino-serviço, vinculadas ao programa IDA - Integração Docente Assistencial, infelizmente não fazem parte do meu cotidiano laboral por vários fatores, embora seja necessário sua implementação pelo fato de trabalharmos com a saúde primária, diretamente com a população. Porém, eu vivenciei uma experiência significativa em um estágio extracurricular (post- laurea) no exterior no contexto da Psicologia Comunitária em um Clínica de Saúde Mental pública, com extensão a um Hospital-dia e a um Laboratório de Cerâmicas para os usuários. Depois consegui também vivenciar em uma Instituição que acolhe imigrantes do mundo inteiro (Frantz Fanon), num período total de um ano e três meses, uma intercessão de saberes, de troca de experiências contextualizada em uma equipe multiprofissional, (psicólogo, assistente social, educador, mediador cultural, antropólogo e psiquiatra). A riqueza dos atendimento feitos aos usuários eram nítidas, consolidando assim a integração almejada de ensino-serviço, visto que alí todos eram sujeitos do processo de cura, acolhimento/cuidado e aprendizagem. Eu costumava dizer, que quando estávamos juntos nas oficinas, seja de arte, teatro/psicodrama e outros (estagiários, usuários, supervisores, profissionais envolvidos), eu não conseguia reconhecer as diferenças, desigualdades que existiam entre nós. O ambiente era talmente propício à aceitação da diferença, ao acolhimento incondicional do outro, que esquecíamos do "rótulo" que os diagnosticavam. Percebe-se, então, a importância de programas como o Pró- Saúde, o PET-Saúde que visa a reorientação da formação do profissional em saúde, inserindo esses estudantes na rede pública, para uma maior formação integrada ao princípios e necessidades do SUS, como também aprender na prática como construir saúde. Vale a pena ressaltar também um exemplo que condiz a esses programas e que nos foram oferecidos pela biblioteca virtual, dois vídeos retratando essa realidade existente no Brasil, e que se aproximam da vivência que eu tive fora. No primeiro vídeo intitulado "Saúde se aprende por dentro – Integração Ensino-Serviço- Comunidade," nos remete a um novo paradigma educacional que coloca as pessoas no centro, conhecendo sua realidade para assim adaptar ao melhor tratamento possível. O trabalho é realizado em rede com equipe interdisciplinar, sua prática iniciou nos anos 70 num projeto chamado "Internato Rural" com a participação dos alunos do curso de medicina da UFMG. O processo ensino-aprendizagem se dá de maneira integral, onde o estudante vai aprender dentro de um sistema municipal de saúde, lócus que permitirá sua interferência neste processo. No segundo, “Integração ensino-Serviço-formação para o Sistema Único de Saúde", confirma que o SUS dá certo, pois possibilita encarar a rede pela realidade da rede, ou seja, permite ao estagiário uma aproximação dos serviço-ensino, uma ampliação de saberes e ideias formando uma inserção de equipe transdisciplinar. Tudo é visto como um processo de construção e isso possibilita a formação integrada desejada. Resta sublinhar algumas estratégias discutidas na Carta de Ottawa que são tidas como pilares para a promoção à saúde e que representa um desafio na minha gestão: implementação de políticas públicas saudáveis; criação de ambientes favoráveis à saúde; reorientação dos serviços de saúde; reforçamento da ação comunitária e desenvolvimento das habilidades pessoais, essas são imprescindíveis para o empoderamento da comunidade e serviços. Percebe-se também, que nós atores no âmbito da saúde, estamos sempre num processo de Educação Permanente de formação-transformação, pois sinto que não estou pronta, me alicercei na graduação e sei que durante toda a minha vida vou me constituindo; a cada dia, a cada passo em busca de reflexão, integração entre a teoria e a prática com a intenção de poder transformar a realidade que sou inserida.