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7 N° 1 (2018)
Fronteiras que
dialogam
RESUMO:
RESUMEN:
Sob o céu das seis (da tarde), com uma espécie de desencanto,
senti o lento crepúsculo consumir-me em plena adolescência – e
crepúsculo aqui não é metáfora da passagem do tempo, mas sim da
perda ou anulação de um espaço –; nessa circunstância, daqui do
extremo ocidente, indaguei a mim mesmo: “sou ocidental?” Pois,
oriental eu aprendera desde muito cedo que não sou, mas que de certa
forma não o deixo de ser, ainda que razoavelmente3. Devo admitir
que a partir daquele instante, o da indagação, eu passei a sofrer do
“mal” de identidade. Porém, na dúvida do momento e sem expectativa
de respostas, imaginei-me ocidental. Neste sentido, Walter Mignolo
argumenta que “América Latina se construye históricamente no como
Oriente, sino como el margen de Occidente” (MIGNOLO, 2015, p.
129). Nem oriente, nem ocidente. América se divide em Norte e Sul.
100 Norte, muro, outros, centro, sul, sul e depois mais sul. E neste “sur o
no sur”4, onde estará o meu ser? Eis a questão.
2002, p. 121). Sendo assim, ao afirmar meu bios, proponho que este
texto seja uma meta-narrativa, uma narrativa que “a partir de mim”
dialogue com outra narrativa, que por sua vez aborda uma terceira,
as quais ocupam loci semelhantes de enunciação, ou seja, a condição
fronteiriça, a exterioridade do sistema mundial colonial/moderno.
Consequentemente, são narrativas que se encontram atravessadas pelo
mesmo propósito: o de dialogarem acerca do narcotráfico, um diálogo
que se dá ao sul.
5 Gênero musical provindo do corrido mexicano, são narrativas que tematizam o narcotráfico.
6 Referente à morada da lei, de acordo com o Mal de arquivo, de Jacques Derrida.
revista landa Vol. 7 N° 1 (2018)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: