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APLICABILIDADE DIRETA E IMEDIATA DAS NORMAS

CONSTITUCIONAIS

*Boanerges Cezário

Tema bastante discutido no âmbito da sociedade brasileira, reflexo


principalmente dos ditames constitucionais da Carta Magna de 1988, a questão
da aplicabilidade direta dos princípios e direitos fundamentais nas relações
privadas é enfrentada pelos tribunais no sentido mesmo de que não há dúvida
de sua aplicabilidade imediata.

Em que pesem as dificuldades encontradas ao se vislumbrar o Direito


Civil no seio constitucional nos anos iniciais da vigente constituição, a ideia é
que a doutrina brasileira do Direito Civil constitucional construiu caminho
próprio no rumo da aplicabilidade direta e imediata das normas
constitucionais.

Os tribunais, atentos aos reclamos de sua base, ou seja, os juízes do


primeiro grau com os processos, cujas causas de pedir buscam corrigir falhas
excluidoras de segmentos da população à procura de justiça no campo social,
ofertam ao mundo jurídico decisões que fazem convergir o sentimento
constitucional em face dos princípios e direitos fundamentais nas relações
privadas.

Em consonância com a realidade mutante na esteira moderna dos


tribunais de não só julgar friamente os pedidos, tem-se no momento a eleição
do texto constitucional como berço de onde partem os princípios e
fundamentos dos direitos e garantias fundamentais.

Desatrelado do individualismo remoto dos Códigos, garantir as relações


privadas a partir da Constituição, além de trazer força aos direitos e garantias
fundamentais ao cidadão, reforça também a ideia de que a legislação
pertinente ao relacionamento entre os particulares tem força e se resguarda na
própria constituição, norma fundamental que serve de fundamento a todo o
arcabouço infralegal.

Um exemplo, dentre outros, que fortalece tal engenho doutrinário e


jurisprudencial é o princípio da propriedade privada, que inserto na nossa Carta
Magna, mais precisamente no art. 170, vê-se a valorização da função social da
propriedade.

Ora, tomando como exemplo a questão da propriedade, diante da


dinâmica da economia moderna e também a própria desenvoltura econômica
do país seria como enveredar na contramão da história não revigorar a
propriedade, dando-lhe feição social.
Assim, pensando, por exemplo, nos moldes do antigo Código de 1916 e
da Carta Constitucional anterior à Constituição cidadã, a propriedade seria um
instituto estagnado, pois se elegia ali sua improdutividade.

Uma mudança de concepção ideológica, e sua inserção na base da


Carta Magna transformou um instituto moribundo o da propriedade privada
sem função em um instituto dinâmico, necessário ao desenvolvimento e à
resolução de diversos problemas urbanos e rurais, dentre outros a diminuição
do déficit urbano e a fixação do homem no campo.

 Pós-Graduando em Direito Constitucional e Tributário

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