Sie sind auf Seite 1von 54

Limites


Rodrigo Carlos Silva de Lima

rodrigo.uff.math@gmail.com

1
Sumário

1 Cálculo de limites 4
1.1 Cálculo de limites por meio de fatoração . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
x m − am
1.1.1 lim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
x→a xn − an
p p
xm − am
1.1.2 lim q q . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
x→a x n − a n
Xn−1
1
n
1.1.3 lim (x + ak xk ) n − x.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
x→∞
p k=0 √
1.1.4 lim n x + g(x) − n x. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
x→∞
n.xn+1 − (n + 1)xn + 1
1.1.5 lim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
x→1 xp+1 − xp − x + 1
1.2 Limites trigonométricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
sen(x)
1.2.1 O limite fundamental lim =1 . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
x
cos(x) − 1
1.2.2 lim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
x→0 x
1 + cos(x)
1.2.3 lim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
x→0 x2
senp (ax)
1.2.4 lim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
x→0 c(bx)p
sen(πx)
1.2.5 lim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
x→k x − k
tg(πx)
1.2.6 lim = π. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
x→k x − k
cos(ax) − cos(bx)
1.2.7 lim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
x→0 x2
senp (x)
1.2.8 lim .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
x→0 sen(xp )
1.2.9 Limites envolvendo tangente . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
tg(ax)
1.2.10 lim . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
x→0 bx
tg(ax) a
1.2.11 lim = . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
x→0 sen(bx) b

2
SUMÁRIO 3

1.3 Limite de função exponencial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33


1.4 Limite e função logarı́tmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
x
1.4.1 lim x = 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
x→0+
1.5 Limites envolvendo integrais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
1.6 Cálculo de limite por meio de manipulações básicas . . . . . . . . . . . 46
1.7 Limites por meio de L’Hospital . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
1.8 Limites infinitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
1.9 Limites laterais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
1.9.1 Limites laterais finitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
1.9.2 Limites laterais tendendo a infinito . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
1.10 Limites Que Não Existem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Capı́tulo 1

Cálculo de limites

1.1 Cálculo de limites por meio de fatoração

Z Exemplo 1. Calcule o limite


x2 − 1
lim .
x→1 x2 − x

Para x 6= 1 simplificamos

x2 − 1 (x − 1)(x + 1) (x + 1)
2
= = ,
x −x x(x − 1) x

aplicando o limite temos

x2 − 1 (x + 1) 2
lim 2 = lim = = 2.
x→1 x − x x→1 x 1

xm − am
1.1.1 lim n .
x→a x − an

Z Exemplo 2. Calcular o limite


x m − am
lim
x→a xn − an

4
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 5

com m e n naturais. Usando

X
m−1
m m
(x − a ) = (x − a) xk am−1−k ,
k=0

X
n−1
n n
(x − a ) = (x − a) xk an−1−k ,
k=0

dividindo ambas, segue que

P1
m− P1
m−
(x − a) xk am−1−k xk am−1−k
(xm − am ) k=0 k=0
= = .
(xn − an ) P1
n− P1
n−
(x − a) xk an−1−k xk an−1−k
k=0 k=0

Então, tomando o limite, temos

P1
m− P1
m−
xk am−1−k ak am−1−k
m
x −a m
0 k=0 mam−1
lim n = lim k= = = .
x→a x − an P1
x→a n− P1
n− nan−1
xk an−1−k ak an−1−k
k=0 k=0

Z Exemplo 3 (IME -1963). Calcular o limite


xm − am
lim .
x→a x − a

Usamos o exemplo anterior com n = 1, logo o resultado é

x m − am
lim = mam−1 .
x→a x − a

Z Exemplo 4. Suponha conhecido g (a). Calcular o limite


0

g(x)p − g(a)p
lim .
x→a xn − an
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 6

P1
p−
g(x)k g(a)p−1−k
g(x)p − g(a)p g(x) − g(a) k=0 g 0 (a)pg(a)p−1
lim = = .
x→a x n − an x−a P1 k n−1−k
n− nan−1
x a
k=0

Z Exemplo 5. Calcular o limite


Q
n
(x − rk )ak
k=1
lim m
x→r1 Q
(x − sk )bk
k=1

onde apenas r1 = s1 , a1 = b1 , todo outro sk é distinto de a1 , para qualquer k > 1.

Qn Q
n
Q
n (x − r 1 ) a1
(x − r k ) ak
(x − rk )ak
(x − rk )ak k=2 2
lim m = lim = lim k= =
x→r1 Q x→r1 Qm x→r1 Q
m
b
(x − sk ) k a
(x − r1 ) 1 (x − sk ) k b b
(x − sk ) k
k=2 k=2
Q
n
(r1 − rk )ak
2
= k=
Qm
(r1 − sk )bk
k=2

p p
xm − am
1.1.2 lim q q .
x→a x n − a n

Z Exemplo 6. Calcular o limite


p p
xm − am
lim q q
x→a x n − a n

com m, p, q e n naturais. Sabemos que vale

X
m−1
(ym − bm ) = (y − b) yk bm−1−k
k=0
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 7

logo
(ym − bm )
= (y − b)
P1 k m−1−k
m−
y b
k=0
da mesma maneira
(zn − cn )
= (z − c)
P1 k n−1−k
n−
z c
k=0

daı́
P1
n−
(ym − bm ) zk cn−1−k
(y − b) k=0
=
(z − c) P1
m−
(zn − cn ) yk bm−1−k
k=0
p p q q
fazendo y = x , b = a m m segue y = x , b = ap e z = x n , c = a n segue zn = xq ,
m p m

cn = aq , substituindo na expressão anterior tem-se

P1
n− qk q(n−1−k)
p p (xp − ap ) xna n
x −a
m m
k=0
q = ,
P1
q
m−
xn − an pk p(m−1−k)
(xq − aq ) x am m
k=0

aplicando o limite

P1
n− qk q(n−1−k) P1
n− qk q(n−1−k)
p p (xp − ap ) xna n (pap−1 ) ana n
x −a
m m
k=0 k=0
lim q = lim = =
P1 P1
q
x→a x n − a n x→a m− pk p(m−1−k) m− pk p(m−1−k)
(xq − aq ) x a
m m (qaq−1 ) a a
m m
k=0 k=0

n
z }| {
P1
n− q(n−1) X
n−1

(pap−1 ) a
q(n−1)
n (pap−1 )a n 1 p
k=0 k=0 pa m −1 n
= = = ,
P1 m q
m− p(m−1) z }| { m qa n −1
(qaq−1 ) a m
k=0 p(m−1) X
m−1
(qaq−1 )a m 1
k=0

onde passamos o termo para fora do somatório, pois não depende mais do ı́ndice
da soma k e simplificamos os termos restantes.
Em especial
p p
xm − am p p
lim = a m −1 .
x→a x−a m
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 8

Vejamos alguns casos especı́ficos do cálculo acima em detalhes.

Z Exemplo 7. Vamos calcular o limite


√ √
a+h− a
lim ,
h→0 h

que é a derivada da função √ x em um ponto a > 0 .

a+h− a
Multiplicamos a fração no numerador e no denominador pelo
√ √ h√ √
conjugado de a + h − a que é a + h + a, o que resulta em

√ √  √ √   
a+h− a a+h+ a a+h−a 1
√ √ = √ √ =
h a+h+ a h a+h+ a
 
h 1 1
= √ √ =√ √ , h 6= 0
h a+h+ a a+h+ a
agora aplicamos o limite e usamos continuidade da função raiz para obter

√ √
a+h− a 1 1
lim = lim √ √ = √ ,
h→0 h h→0 a+h+ a 2 a
então concluı́mos que

√ 1
( x) 0 = √ ,
2 x
isto é, vale a regra
1 1 1 1 −1
(x 2 ) 0 = x 2 −1 = x 2 ,
2 2
como demonstramos.

Z Exemplo 8. Calcule

3

3
a+h− a
lim ,
h→0 h

3
isto é, a derivada de x no ponto a .
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 9

Usaremos a seguinte identidade de produto notável

x3 − y3
x3 − y3 = (x − y)(x2 + xy + y2 ) ⇒ = x − y,
x2 + xy + y2
√ √
a, disso segue que, x3 = a + h , y3 = a e
3 3
tomamos então x = a+h e y =
a expressão do produto notável fica como


3
√ a+h−a h
a + h− 3 a = √
3

3
√ √ = √
3

3
√ √ ,
( a + h)2 + a + h a + ( a)2
3 3
( a + h)2 + a + h 3 a + ( 3 a)2

logo √
3

a+h− 3a 1
= √
3

3
√ √ ,
h ( a + h) + a + h 3 a + ( 3 a)2
2

agora basta aplicar o limite em ambos lados e usar a continuidade da função


raiz, de onde segue que


3

3
a+h− a 1
lim = lim √3

3
√ √ =
h→0 h h→0 ( a + h)2 + a + h 3 a + ( 3 a)2
1 1 1
= √ √ √ √ = √ .
( a)2 + a a + ( a)2
3 3 3 3
3 ( 3 a)2
Então, mostramos que

1 1 1 −1 1 −2
(x 3 ) 0 = x3 = x 3 .
3 3

Z Exemplo 9. Calcule o limite


 p p s
xm − am
lim q q
x→a xn − an
onde s ≥ 0.
Usamos continuidade e o limite anterior
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 10

p p s p s
pa m −1 n
 
xm − am
lim q q = q .
x→a xn − an m qa n −1
Em especial
 p p s
xm − am p p −1 s
lim =( am ) .
x→a x−a m
Como um caso particular calcule o limite

2 1
x 3 − 2x 3 + 1
lim .
x→1 (x − 1)2
1
Perceba que o numerador é (x 3 − 1)2 , logo o limite é

1 2
(x 3 − 1)2

1 1 −1 1
lim = 13 = .
x→1 (x − 1)2 3 9

X
n−1
1
n
1.1.3 lim (x + ak xk ) n − x..
x→∞
k=0

Z Exemplo 10. Calcular o limite


X
n−1
1
n
lim (x + ak xk ) n − x.
x→∞
k=0

Usamos a identidade

X
n−1
n n
(y − a ) = (y − a) yk an−1−k ,
k=0

(yn − an )
= y − a,
P1 k n−1−k
n−
y a
k=0
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 11

X
n−1
1
X
n−1
n k n n
tomando y = (x + ak x ) n e a = x, temos y − a = ak xk e ficamos com
k=0 k=0

P1
n−

X
n−1 ak x k
1 k=0
(xn + ak x k ) − x =
n =
P1 k n−1−k
n−
k=0 y x
k=0

colocando xn−1 em evidência


P1
n− k
ak xxn−1
k=0
=
P1
n−
( yx )k
k=0

o limite do numerador é an−1 , vamos mostrar que o limite no denominador é n.

P1
n− 1 P1
n− P1
n−
(xn + ak x k ) n xn + ak x k ak x k
y k=0 k=0 1 k=0 1
= =( ) = (1 +
n )n → 1
x x xn xn
X
n−1
y
portanto ( )k → n e
k=0
x

X
n−1
1 an−1
n
lim (x + ak x k ) n − x = .
x→∞
k=0
n

Z Exemplo 11. Calcular o limite


X
n−1
1
X
m−1
1
lim (xn + ak xk ) n − (xm + ak xk ) m .
x→∞
k=0 k=0
Escrevemos o limite como

X
n−1
1
X
m−1
1
lim (xn + ak xk ) n − x − [ (xm + ak xk ) m − x] =
x→∞
k=0 k=0

que pelo limite que calculamos no exemplo anterior é

an−1 am−1
= − .
n m
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 12

Z Exemplo 12. Calcule o limite


p
3
p
3
lim x3 + x − x3 + 2.
x→−∞

Trocamos x por −x daı́ o limite fica como


p
3
p
3
p
3
p
3
lim −x3 − x − −x3 + 2 = lim − x3 + x + x3 − 2 = 0,
x→∞ x→∞

sendo zero pelo exemplo anterior, pois os coeficientes de x2 são nulos dentro
de cada raiz .

Z Exemplo 13. Calcular o limite


s
12 1 1
lim− + +1+ .
x→0 x x x
s
12 1 1 p −1
lim − + 1 − = lim x2 − x + 1 − x = .
x→0+ x x x x→∞ 2

Z Exemplo 14. Calcular o limite


p
lim x2 + 3x + 2 + x.
x→−∞

p p 3
lim x2 + 3x + 2 + x = lim x2 − 3x + 2 − x = − .
x→−∞ x→∞ 2

Z Exemplo 15. Calcular o limite


X
n−2
1
n(n−1)
lim x(x + ak xkn ) n − xn .
x→∞
k=0

X
n−2
1
X
n−2
1
lim x(xn(n−1) + ak xkn ) n − xn = lim (xn [xn(n−1) + ak xkn ]) n − xn =
x→∞ x→∞
k=0 k=0
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 13

tomamos xn = y daı́
X
n−2
1
(n−1)
= lim (y[y + ak yk ]) n − y
y→∞
k=0
an−2
o resultado cai no exemplo anterior , o resultado do limite é .
2

Z Exemplo 16. Calcular o limite


p √
lim x + g(x) − x
x→∞

g(x) g(x)
onde lim √ = a e lim = b, perceba que b = 0, pois
x→∞ x x→∞ x

g(x) 1
b = lim √ √ = 0.
x→∞ x x
| {z } |{z}
→a →0

Usamos a identidade y2 − a2 = (y + a)(y − a)

p √ g(x)
x + g(x) − x = p √
x + g(x) + x

colocamos x em evidência

g(x) 1
√ q
x 1 + g(x) + 1
x

1
o limite do primeiro fator é a e o limite do segundo fator é . Então vale,
2
p √ a
lim x + g(x) − x= .
x→∞ 2

Z Exemplo 17. Calcular o limite


s r q
√ √
lim x+ a2 x + · · · + an x − x
x→∞

onde temos n raı́zes "encaixadas"e cada número ak é positivo. Nesse caso temos
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 14

r
√ g(x) g(x)
q
g(x) = a2 x + · · · + an x, lim = 0 e lim √ = a2 , portanto
x→∞ x x→∞ x
s r q
√ √ a2
lim x + a2 x + · · · + an x − x = .
x→∞ 2

p
n

n
1.1.4 lim x + g(x) − x.
x→∞

Z Exemplo 18. Calcular o limite


p
n

n
lim x + g(x) − x
x→∞

g(x) g(x)
onde lim √ n
= c e lim = b. Usamos a identidade yn − an = (y −
x→∞ x n− 1 x→∞ x
X
n−1
p √
a)( yk an−1−k ), tomando y = n x + g(x) e a = n x temos
k=0

p
n

n
g(x)
x + g(x) − x= √
P1
k
n− n
x+g(x) √
n n−1

n x
x
k=0


n n−1
colocamos x em evidência

p
n
√ g(x) 1
x + g(x) − n x = √ n−1
P1 n
 k
n
x n−
q
g(x)
1+ x
k=0

tomando o limite

p √ 1 a( n b + 1 − 1)
lim n x + g(x) − n x = c k =
P1 √ b
x→∞ n−

n
1+b
k=0

se b 6= 0, se b = 0 temos

p
n

n
c
lim x + g(x) − x= .
x→∞ n
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 15

Z Exemplo 19. Calcular o limite


s r
n n
q
√ √
lim x+ a2 x + n · · · + n ap x − n x
x→∞

r
√ g(x)
q
n
se n > 2. Tomamos g(x) = a2 x + n · · · + n ap x e temos lim √
n
= 0 e
x→∞ xn−1
g(x)
lim =1
x→∞ x
daı́ s r
n n
q
√ √
n
lim x+ a2 x + n
··· + n ap x − x = 0.
x→∞

Z Exemplo 20. Calcular o limite



n1 x + n0 − t1
lim √
x→a d1 x + d0 − t2

onde n1 a + n0 = t21 , d1 a + d0 = t22 , n1 , d1 > 0 , d2 , n2 ≥ 0, t1 6= 0.


Racionalizamos o numerador e o denominador
√ √
n1 x + n0 − t1 n1 x + n0 − t21 d1 x + d0 + t2
lim √ = lim √ =
x→a d1 x + d0 − t2 x→a d1 x + d0 − t22 n1 x + n0 + t1
√ √
n1 (x − a) d1 x + d0 + t2 n1 d1 x + d0 + t2 n1 t2
= lim √ = lim √ =
x→a d1 (x − a) n1 x + n0 + t1 x→a d1 n1 x + n0 + t1 d1 t 1
onde usamos que −n1 a − n0 = −t21 , −d1 a − d0 = −t22

Z Exemplo 21. Vamos calcular



x−1
lim √ √ .
x→1 2x + 3 − 5

Simplificamos a expressão racionalidando o numerador e denominador


√ √ √ √ √
x−1 ( x − 1)( x + 1) 2x + 3 + 5
√ √ = √ √ √ √ . √ =
2x + 3 − 5 ( 2x + 3 − 5)( 2x + 3 + 5) ( x + 1)
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 16

√ √ √ √
x−1 2x + 3 + 5 2x + 3 + 5
= . √ = √ ,
2(x − 1) ( x + 1) 2( x + 1)
então basta calcular o limite nessa última expressão, que vale para x 6= 1, temos
então que

√ √ √ √ √
x−1 2x + 3 + 5 2 5 5
lim √ √ = lim √ = = .
x→1 2x + 3 − 5 x→1 2( x + 1) 2 .2 2
Então o limite é

√ √
x−1 5
lim √ √ = ,
x→1 2x + 3 − 5 2
observe também que tal exemplo é caso particular do exemplo anterior .

Z Exemplo 22. Calcule o limite


Q
2n
(1 − x)k
k=1
lim .
x→1 Q
n
[ (1 − x)k ]2
k=1

Podemos simplificar os produtórios e usar fatoração dos polinômios para mos-


trar que

Q
2n
(1 − x)k  
k=1 2n
lim = .
x→1 Q
n
n
[ (1 − x)k ]2
k=1

n.xn+1 − (n + 1)xn + 1
1.1.5 lim .
x→1 xp+1 − xp − x + 1

Z Exemplo 23. Calcule o limite


n.xn+1 − (n + 1)xn + 1
lim .
x→1 xp+1 − xp − x + 1
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 17

Fatorando o denominador temos que

X
p−1
p+1 p p 2
x − x − x + 1 = (x − 1)(x − 1) = (x − 1) . xk .
k=0

Agora fatorando o numerador, temos

X
n−1
!
n
 
x − 1
n.xn+1 − (n + 1)xn + 1 = (x − 1) nxn − = (x − 1) nxn − xk ,
x−1 k=0

tais fatorações podem ser deduzidas por meio de algoritmo de divisão, de onde
também se pode deduzir

X
n−1 X
n−1
nxn − xk = (x − 1) (k + 1)xk ,
k=0 k=0

que para demonstrar, basta multiplicar e simplificar

X
n−1 X
n−1 X
n−1 X
n−1 X
n−1
k k+1 k n k
(x − 1) (k + 1)x = (k + 1)x − (k + 1)x = x − 1 + (k)x − (k + 1)xk =
k=0 k=0 k=0 k=1 k=1

X
n−1 X
n−1
n k n
=x −1− x =x − xk ,
k=1 k=0

como querı́amos demonstrar. Então no numerador ficamos com

X
n−1
n+1 n 2
n.x − (n + 1)x + 1 = (x − 1) (k + 1)xk ,
k=0

e podemos agora calcular o limite

P1
n−
(x − 1)2 (k + 1)xk
nx n + 1 − (n + 1)xn + 1 k=0
lim = lim =
x→1 xp+1 − xp − x + 1 x→1 P1
p−
(x − 1)2 xk
k=0

P1
n− P1
n−
(k + 1)xk (k + 1)
k=0 k=0 n(n + 1)
= lim = = ,
x→1 P1
p− P1
p− 2p
xk 1
k=0 k=0
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 18

X
n−1
n(n + 1) X
p−1
onde usamos que (k + 1) = e 1 = p.
2
k=0 k=0
Portanto
n.xn+1 − (n + 1)xn + 1 n(n + 1)
lim p+ 1 p
= .
x→1 x −x −x+1 2p

Z Exemplo 24. Calcular o limite


P
n
ak tk
k=0
lim
t→∞ P
m 1
(ap tpu + ak tk ) p
k=0

onde u ≥ n, ap > 0 e up > m.


Colocamos tpu
P
n P1
n−
ak t k an tn + ak tk
k=0 k=0
lim = lim =
t→∞ Pm 1 t→∞ P
m 1
[tpu (a p + ak tk−pu )] p tu (a p + ak tk−pu ) p
k=0 k=0

P1
n−
an tn−u + ak tk−u
k=0 an tn−u
= lim P
m = lim 1
t→∞ 1 t→∞
(ap + ak tk−pu ) p app
k=0
an
com u ≥ n se u > n então o limite é zero , se n = u resulta em 1 .
p
ap

1.2 Limites trigonométricos


sen(x)
1.2.1 O limite fundamental lim =1
x
sen(x)
b Propriedade 1. Vale lim
x
= 1.

π
ê Demonstração. Se 0 < |x| < vale sen(x) < x < tg(x) e daı́
2
x 1
1< <
sen(x) cos(x)
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 19

sen(x)
que implica cos(x) < < 1, por sanduı́che segue
x
sen(x)
lim = 1.
x

Z Exemplo 25. Calcule o limite


p p
1 + sen(x) − 1 − sen(x)
lim .
x→0 2x
Fazemos uma racionalização
p p  p p 
1 + sen(x) − 1 − sen(x) 1 + sen(x) + 1 − sen(x)
lim p p =
x→0 2x 1 + sen(x) + 1 − sen(x)

simplificando chegamos em
  
1 + sen(x) − (1 − sen(x)) 1
= lim p p =
x→0 2x 1 + sen(x) + 1 − sen(x)
→1
z
 }| {  
2sen(x) 1 1
= lim p p = .
x→0 2x 1 + sen(x) + 1 − sen(x) 2
| {z }
→ 21

Z Exemplo 26. Calcule o limite


sen(3x2 − 5x + 2)
lim .
x→1 (x2 + x − 2)

2
Primeiro fatoramos as expressões polinomiais 3x2 − 5x + 2 = 3(x − 1)(x − )
3
x2 + x − 2 = (x + 2)(x − 1), daı́

sen(3x2 − 5x + 2) sen(3(x − 1)(x − 32 ))


lim = lim =
x→1 (x2 + x − 2) x→1 (x + 2)(x − 1)
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 20

sen(3(x − 1)(x − 32 )) 3(x − 32 )


= lim
x→1 3(x − 1)(x − 32 ) (x + 2)
| {z } | {z }
→1 pelo limite fundamental → 31

1
logo o resultado é .
3

Z Exemplo 27. Calcule


lim (sen(x))x .
x→0+

Tomamos o logaritmo
→1
z }| { z →0
}| {
x
lim+ x ln(sen(x)) = lim+ sen(x) ln(sen(x)) = 0
x→0 x→0 sen(x)

o logaritmo tendendo a zero implica que lim+ (sen(x))x = 1.


x→0

Z Exemplo 28. Calcule


1 − cos(xs )
lim
x→0 Q
n
senck (xlk )
k=1

Y
n
onde x2s = xlk ck .
k=1
Multiplicamos por 1 + cos(xs ) no numerador e no denominador, no numerador
ficamos com sen2 (xs )

x2s sen2 (xs ) 1


lim = .
x→0 Q
n Q
n
senck (xlk ) 2
1 + cos(x2 )(xs )2 xlk ck xlk ck
k=1 k=1

Z Exemplo 29. Calcule o limite


sen(p(x))
lim
x→a g(x)

onde p e g são polinômios em que a é zero de ordem r.


CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 21

Como a é zero de ordem r, então podemos escrever

p(x) = (x − a)r p1 (x) e g(x) = (x − a)r g1 (x) onde p1 (a), g1 (a) 6= 0

logo temos
sen(p(x)) sen((x − a)r p1 (x))
lim = lim =
x→a g(x) x→a (x − a)r g1 (x)
sen((x − a)r p1 (x)) p1 (x) p1 (a)
= lim = .
x→a (x − a)r p1 (x) g1 (x) g1 (a)
| {z }
→1
Nesse caso mostramos que vale

sen(p(x)) p(x)
lim = lim
x→a g(x) x→a g(x)

podemos ignorar a função seno e aplicar o limite no quociente dos polinômios.

Z Exemplo 30. Calcule


x2 sen( πx )
lim .
x→∞ 2x + 1

1
Fazendo a mudança y = , e temos que calcular o limite a direita que possui o
x
mesmo valor que o limite

sen(yπ) sen(yπ)
lim 1
= lim ,
2
y→0 y (2 + 1) y→0 y(2 + y)
y

o exemplo anterior garante que tal limite tem o mesmo valor do limite

yπ π π
lim = lim = .
y→0 y(2 + y) y→0 (2 + y) 2

Z Exemplo 31. Calcule o limite


sen(sen(· · · sen(x))) sen(p) (x)
lim = lim
x→0 x x→0 x

onde sen(p) (x) é a p-ésima composição de sen(x) com si mesmo.


CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 22

Vamos provar por indução sobre p que

sen(p) (x)
lim = 1.
x→0 x

Para p = 0 vale sen(0) (x) = x, por definição, logo vale a identidade, se p = 1


também vale pelo limite fundamental. Suponha validade para p, vamos provar
para p + 1

sen(p+1) (x) sen(sen(p) (x)) sen(p) (x)


lim = lim =1 .
x→0 x x→0 sen(p) (x) | {z x }
| {z }
→1 →1

cos(x) − 1
1.2.2 lim .
x→0 x

cos(x) − 1
b Propriedade 2. lim
x→0 x
= 0.

1 − cos(2x)
ê Demonstração. Da identidade sen2 (x) = , tem-se −2sen2 (x) =
2
x
cos(2x) − 1 e daı́ −2sen2 ( ) = cos(x) − 1 e se x 6= 0,
2
sen2 ( x2 ) cos(x) − 1
−2 =
x x
cos(x) − 1 sen( x2 ) x
lim = lim −2 x sen( ) = 0.
x 2 2
| {z2 } | {z }
x→0 x→0
lim=0
lim=1

Z Exemplo 32. Sejam n, t, p reais positivos com n > t calcule


1
sen(xn + xp
) − sen( x1p )
lim .
x→0 xt
Temos que

1 1 1
sen(xn + p
) = sen(xn )cos( p ) + sen( p )cos(xn )
x x x

logo
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 23

sen(xn )cos( x1p ) + sen( x1p )cos(xn ) − sen( x1p )


lim =
x→0 xt
sen(xn )cos( x1p ) + sen( x1p )(cos(xn ) − 1)
= lim =
x→0 xt
limitado limitado
→0 z }| { →0 z }| {
z}|{ sen(xn )cos( )1 z}|{ sen( )(cos(xn ) − 1)
1
xp xp
= lim xn−t n
+ lim xn−t = 0.
x→0 x x→0 xn

Z Exemplo 33. Calcular o limite


x − sen(x)
lim .
x→0 x3

Usamos a identidade sen(3x) = 3sen(x) − 4sen3 (x) e a transformação 3y = x,


o limite fica como

x − sen(x) 3y − sen(3y) 3y − sen(3y)


lim 3
= lim 3
= lim =
x→0 x y→0 27y y→0 27y3

3y − 3sen(y) + 4sen3 (y) y − sen(y) 4sen3 (y) L 4


= lim = 3 lim + lim = +
y→0 27y3 y→0 27y3 y→0 27y3 9 27
L 4 1
então L = + o que implica L = .
9 27 6

Z Exemplo 34. Calcule


x − sen(x)
lim .
x→0 x2
Usamos a identidade sen(3x) = 3sen(x) − 4sen3 (x) e a transformação 3y = x,
o limite fica como

x − sen(x) 3y − sen(3y) 3y − sen(3y)


L = lim 2
= lim 2
= lim =
x→0 x y→0 9y y→0 9y 2
→L →0
z }| { z }| {
3y − 3sen(y) + 4sen3 (y) 1 y − sen(y) 4ysen3 (y) L
= lim 2
= 3 lim 2
+ lim 3
=
y→0 9y y→0 9 y y→0 9y 3
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 24

L
então L = o que implica L = 0.
3

1 + cos(x)
1.2.3 lim
x→0 x2

Z Exemplo 35. Calcule


1 + cos(x)
lim .
x→0 x2
Temos que

1 − cos(x) 1 − cos(x) 1 + cos(x) 1 − cos2 (x) 1


2
= 2
= 2
=
x x 1 + cos(x) x 1 + cos(x)

porém temos que 1 − cos2 (x) = sen2 (x), daı́

sen2 (x) 1 1 − cos(x)


= 2
= ,
x 1 + cos(x) x2

tomando o limite x → 0, segue que

1 + cos(x) sen2 (x) 1 1


lim 2
= lim 2
= .
x→0 x x→0 x 1 + cos(x) 2

Z Exemplo 36. Calcule


xcos(x) − sen(x)
lim .
x→0 x3

Escrevemos

xcos(x) − sen(x) x − x + xcos(x) − sen(x) x − sen(x) −x(1 − cos(x))


3
= 3
= + =
x x x3 x3
x − sen(x) 1 − cos(x)
= − ,
x3 x2
então

xcos(x) − sen(x) x − sen(x) 1 − cos(x) 1 1 1


lim 3
= lim 3
− 2
= − =− .
x→0 x x→0 x x 6 2 3
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 25

senp (ax)
1.2.4 lim
x→0 c(bx)p

Z Exemplo 37. Calcule o limite


senp (ax)
lim
x→0 (bx)p

onde p > 0 e b 6= 0 . Escrevemos

senp (ax) senp (ax) ap senp (ax)


= = p ,
(bx)p bp (xp ) b (ax)p

daı́
→1
z }| {
senp (ax) ap senp (ax)  a p
lim = lim p = .
x→0 (bxp ) x→0 b (ax)p b
Portanto
senp (ax)  a p
lim = .
x→0 (bx)p b

Z Exemplo 38. Calcule o limite


tgp (ax)
lim .
x→0 (bx)p

Escrevemos o limite como


p
→( a
b)
z }| { z → 1
}| {
p p
tg (ax) sen (ax) 1  a p
lim = lim =
x→0 (bx)p x→0 (bx)p cosp (ax) b

Portanto
tgp (ax)  a p
lim = ,
x→0 (bx)p b
onde usamos o limite anterior.

p+q
Z Exemplo 39. Calcular lim xsen g(x)
x→0 (x)
onde g é uma função limitada.
p
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 26

xp+q g(x) xq g(x)


lim = lim =0
x→0 senp (x) x→0 ( sen(x) )p
x
pois o numerador tende a zero e o denominador tende a um.

sen(πx)
1.2.5 lim .
x→k x − k

Z Exemplo 40. Calcular o limite


sen(πx)
lim
x→k x − k

onde k é inteiro .
Fazemos a mudança x − k = y, x = y + k, daı́ o limite se escreve como
(−1)k 0
z }| { z }| {
πsen(πy + πk) π[sen(πy) cos(πk) +cos(πy) sen(πk)]
lim = lim = (−1)k π.
y→0 πy y→0 πy

tg(πx)
1.2.6 lim = π.
x→k x − k

Z Exemplo 41. Calcular o limite


tg(πx)
lim .
x→k x − k

Temos que

→(−1)k π
z }| {
tg(πx) sen(πx) 1
lim = lim . = π.
x→k x − k x→k x − k cos(πx)
| {z }
→(−1)k

Portanto
tg(πx)
lim = π.
x→k x − k
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 27

Z Exemplo 42. Calcular o limite


sen(ax)
lim .
x→0 sen(bx)

sen(ax) sen(ax)(bx) a a
lim = lim = .
x→0 sen(bx) x→0 (ax)sen(bx) b b

cos(ax) − cos(bx)
1.2.7 lim .
x→0 x2

Z Exemplo 43. Calcular o limite


cos(ax) − cos(bx)
lim .
x→0 x2
x
Vale que cos(x) = 1 − 2sen2 ( ), que pode ser deduzido usando cos2 (x) =
2
1 − sen (x) subsituı́do em cos(2x) = cos2 (x) − sen2 (x),
2

ax bx bx ax
cos(ax) − cos(bx) = 1 − 2sen2 ( ) − 1 + 2sen2 ( ) = 2(sen2 ( ) − sen2 ( ))
2 2 2 2

então o limite fica como

sen2 ( bx
2
) sen2 ( ax
2
) b2 sen2 ( bx2
) a2 sen2 ( ax2
) b2 − a2 b2 − a2
2 lim − = 2 lim − = 2 ( ) = .
x→0 x2 x2 x→0 4( bx
2
)2 4( ax
2
)2 4 2

Nos casos de b2 − a2 = 0 a expressão também vale pois a expressão com cosseno


se anula no numerador.
Caso a = 0 temos o limite

1 − cos(bx) b2
lim =
x→0 x2 2
em especial
1 − cos(x) 1
lim = .
x→0 x2 2
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 28

Z Exemplo 44. Calcular o limite


cos(2x) − cos(3x)
lim .
x→0 x2

Tomamos no exemplo acima a = 2, b = 3, daı́ o valor do limite é

5
.
2

Z Exemplo 45. Calcule o limite


sen2 (cx)
lim .
x→0 cos(ax) − cos(bx)

Temos que

sen2 (cx) sen2 (cx) x2


lim = lim =
x→0 cos(ax) − cos(bx) x→0 x2 cos(ax) − cos(bx)
→1
z }| {
sen2 (cx) x2 2c2
= lim c2 = .
x→0 (cx)2 cos(ax) − cos(bx) b2 − a2
Com isso em especial temos que

sen2 (4x) 2.42 32


lim = 2 =
x→0 cos(3x) − 1 0 − 32 9

Z Exemplo 46. Calcule


(cos(ax) − cos(bx))m
lim .
x→0 x2m

Usando o exemplo anterior, temos que

(cos(ax) − cos(bx))m cos(ax) − cos(bx) m b2 − a 2 m


lim = lim ( ) = ( ) .
x→0 x2m x→0 x2 2
−1
Como exemplo, seja a = 0, b = 1 e m = , segue que
2
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 29

x 1 −1 √
lim p = ( ) 2 = 2.
x→0 1 − cos(x) 2

Z Exemplo 47. p p
1 + tg(x) − 1 + sen(x)
lim .
x→0 x3
Primeiro racionalizamos multiplicando o numerador e o denominador por
p p
1 + tg(x) + 1 + sen(x), chegamos em

p p
1 + tg(x) − 1 + sen(x) tg(x) − sen(x) 1
lim 3
= lim 3
p p =
x→0 x x→0 x 1 + tg(x) + 1 + sen(x)

sen(x)
usando que tg(x) = e simplificando tem-se
cos(x)
1 1
z }| { z }| {
sen(x) 1 − cos(x) 1 1 1
= lim 2
p p = .
x→0 x | x {z } cos(x) | 1 + tg(x) + 1 + sen(x) 4
1
{z }
2 1
2

Z Exemplo 48. Calcular o limite


cos(ax) − cos(bx)
lim
x→0 cos(cx) − cos(dx)

onde c2 − d2 6= 0.

cos(ax) − cos(bx) cos(ax) − cos(bx) x2 b2 − a2


lim = lim = 2 .
x→0 cos(cx) − cos(dx) x→0 x2 cos(cx) − cos(dx) d − c2

Z Exemplo 49. Calcular o limite


sec(ax) − sec(bx)
lim .
x→0 x2
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 30

sec(ax) − sec(bx) cos(bx) − cos(ax) a2 − b2


lim = lim = .
x→0 x2 x→0 x2 cos(ax)cos(bx) 2

Z Exemplo 50. Calcular o limite


sec(ax) − sec(bx)
lim .
x→0 sec(cx) − sec(dx)

sec(ax) − sec(bx) sec(ax) − sec(bx) x2 a2 − b2


lim = lim =
x→0 sec(cx) − sec(dx) x→0 x2 sec(cx) − sec(dx) c2 − d2

Z Exemplo 51. Calcular o limite


sen(ax) − sen(bx)
lim .
x→0 x
sen(ax) − sen(bx) sen(ax) sen(bx)
lim = lim a −b = a − b.
x→0 x x→0 ax bx

Z Exemplo 52. Calcular o limite


sen(ax) − sen(bx)
lim .
x→0 sen(cx) − sen(dx)

sen(ax) − sen(bx) sen(ax) − sen(bx) x a−b


lim = lim = .
x→0 sen(cx) − sen(dx) x→0 x sen(cx) − sen(dx) c−d

Z Exemplo 53. Calcular os limites


tg(ax) − tg(bx) tg(ax) − tg(bx)
lim , lim .
x→0 x x→0 tg(cx) − tg(dx)
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 31

tg(ax) − tg(bx) sen(ax) sen(bx)


lim = lim a −b =a−b
x→0 x x→0 axcos(ax) bxcos(bx)
portanto
tg(ax) − tg(bx) a−b
lim = .
x→0 tg(cx) − tg(dx) c−d

Z Exemplo 54. Calcular o limite


P
p
p

k
cosk (x)(−1)p−k
k=0
lim .
x→0 xp
Xp  
p
Usamos o binômio de Newton cosk (x)(−1)p−k = (cos(x) − 1)p , daı́ o
k=0
k
limite fica como

(cos(x) − 1)p
lim = 0.
x→0 xp

Z Exemplo 55. Calcular o limite


1 − 2cos(x) + cos(2x)
lim .
x→0 x2

Usamos que cos(2x) = cos2 (x) − sen2 (x), daı́

1 − 2cos(x) + cos(2x) 1 − 2cos(x) + cos2 (x) − sen2 (x)


lim = lim =
x→0 x2 x→0 x2
(cos(x) − 1)2 sen2 (x)
lim − lim = −1.
x→0 x2 x→0 x2

Z Exemplo 56. Calcular o limite


1 − 2cos(x) + cos2 (x) + sen2 (x)
lim .
x→0 x2
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 32

1 − 2cos(x) + cos2 (x) + sen2 (x) (cos(x) − 1)2 sen2 (x)


lim = + lim = 1.
x→0 x2 x2 x→0 x2

−2(cos(x) − 1)
lim = 1.
x→0 x2

senp (x)
1.2.8 lim .
x→0 sen(xp )

Z Exemplo 57. Calcular


senp (x)
lim .
x→0 sen(xp )

senp (x) senp (x) xp


lim = lim = 1.1 = 1.
x→0 sen(xp ) x→0 xp sen(xp )
 1
p
z }| {
senp (x)  sen(x)  xp
Pois lim = lim
  = 1 e lim = 1 também pois caso
x→0 xp x→0 x  x→0 sen(xp )

x → 0 temos xp → 0 podemos tomar y = xp que cai no limite

xp y
lim p
= lim = 1,
x→0 sen(x ) y→0 sen(y)

inverso do limite fundamental para a função seno .

1.2.9 Limites envolvendo tangente


tg(ax)
1.2.10 lim .
x→0 bx

Z Exemplo 58. Calcule o limite


tg(ax)
lim .
x→0 bx

Temos que
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 33

→1
z }| { z → 1
}| {
tg(ax) a sen(ax) 1 a
lim = lim = ,
x→0 bx x→0 b ax cos(ax) b
sen(x)
onde usamos que tg(x) = , o limite fundamental e continuidade de cosseno
cos(x)
.

tg(ax) a
1.2.11 lim =
x→0 sen(bx) b

Z Exemplo 59. Calcule o limite


tg(ax)
lim .
x→0 sen(bx)

Escrevemos a expressão como

tg(ax) sen(ax) sen(ax) bx ax


= = . . ,
sen(bx) cos(ax)sen(bx) ax sen(bx) bxcos(ax)

usando o limite fundamental segue que


→1
z }| { z → }| { z →
1 a
}|b {
tg(ax) sen(ax) bx a a
lim = lim . . = ,
x→0 sen(bx) x→0 ax sen(bx) bcos(ax) b

portanto temos que


tg(ax) a
lim = .
x→0 sen(bx) b
Por exemplo temos que
tg(3x) 3
lim = .
x→0 sen(4x) 4

1.3 Limite de função exponencial

b Propriedade 3. Para qualquer polinômio P(x) tem-se

P(x)
lim = 0,
x→∞ eax
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 34

onde a > 0.
ê Demonstração.
ax
Consideramos o caso de P(x) = xn , então escrevendo e n = y tem-se ax = n ln(y),
se x → ∞ então y → ∞ (aqui usamos explicitamente que a > 0) daı́

x n ln(y)
lim ax = lim =0
x→∞ e n y→∞ ay
logo1
x xn
lim ( x
an
)n = lim = 0.
x→∞ e x→∞ eax

No caso geral

P
n P
n
ak x k xn ak xk−n
k=0 k=0
lim = lim =0
x→∞ eax x→∞ eax
X
n
pois lim ak xk−n = an logo o limite do produto é o produto dos limites an .0 = 0.
x→∞
k=0

Z Exemplo 60. Calcule os limites


X X
n
! ! n
! !
xk xk
lim lim e−x e lim lim e−x .
n→∞ x→∞
k=1
k! x→∞ n→∞
k=1
k!

Temos que
P
n
xk
k!
k=1
lim =0
x→∞ ex
pelo exemplo anterior, então

X
n
! !
xk −x
lim lim e = 0.
n→∞ x→∞
k=1
k!

1 n ln(y)
Provamos o limite lim = 0 na seção sobre logaritmos, sem usar propriedade de limite de
y→∞y
exponencial, não estamos usando argumento circular.
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 35

X
n
!
xk
Agora para o segundo limite, usamos que lim = ex , por isso
n→∞
k=1
k!

1
X z }| {
n
! !
xk −x
lim lim e = lim ex .e−x = 1.
x→∞ n→∞
k=1
k! x→∞

Percebemos com isso que nem sempre podemos trocar a ordem de limites, isto
é, pode acontecer de
lim lim fn (x) 6= lim lim fn (x).
n→∞ x→∞ x→∞ n→∞

Z Exemplo 61. Calcular o limite


ax − 1
lim ,
x→0 x
com a > 0.
Tomamos ax − 1 = y ⇒ ln(y + 1) = x ln(a) e o limite fica como

y ln(a) ln(a) 1 ln(a)


lim = lim 1 = ln(a) 1 = = ln(a).
y→0 ln(y + 1) y→0 ln(y + 1) y limy→0 ln(y + 1) y ln(e)

Logo
ax − 1
lim = ln(a).
x→0 x
Como corolário temos
ex − 1
lim = 1.
x→0 x
E também que

ax+h − ax ah − 1
lim = ax lim = ax ln(a).
h→0 h h→0 h
No limite acima, tomando h = y − x, x + h = y temos y → x e o limite fica como

ay − ax
lim = ax ln(a).
y→x y − x
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 36

Z Exemplo 62. Calcule o limite


n+1
ax −1
lim ,
x→0 x
onde n > 0.
Multiplicamos o limite no numerador e no denominador por xn
n+1 n+1 n+1
ax −1 xn (ax − 1) n ax − 1
lim = lim = lim x . lim = 0. ln(a) = 0.
x→0 x x→0 xn+1 x→0 x→0 xn+1
n+1
n ax − 1
Pois lim x = 0 da condição n > 0 e lim = ln(a) pois tomando
x→0 x→0 xn+1
y = xn+1 temos que y → 0 quando x → 0 e por isso esse último limite é equivalente

ay − 1
lim = ln(a),
y→0 y
como calculamos no exemplo anterior.

Z Exemplo 63. Calcule o limite


1
lim x(a x − 1),
x→∞

1
com a > 0. Trocamos a variável x → ∞ por → 0, logo o limite fica como
x
(ax − 1)
lim = ln(a)
x→0 x

pelo que calculamos no exemplo anterior .

Z Exemplo 64. Calcular


a cx+b
lim (1 + ) .
x→∞ x
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 37

a a
Tomamos y = , daı́ x = e o limite fica como
x y
ca ca
lim(1 + y) y (1 + y)b = lim(1 + y) y = eca .
y→0 y→0

Z Exemplo 65. Calcular o limite


x + b cx+f
lim ( ) .
x→∞ x+d

Primeiro colocamos x em evidência no numerador e no denominador dentro da


potência

b
1+ x cx+f
lim ( d
) = ec(b−d)
x→∞ 1+ x

onde usamos o resultado do exemplo anterior.

Z Exemplo 66. Calcular


ax + b cx+f
lim ( ) .
x→∞ ax + d

Mesmo procedimento do limite anterior


b
ax + b cx+f 1+ ax cx+f c
lim ( ) =( d
) = e a (b−d) .
x→∞ ax + d 1+ ax

ax + b cx+f
Vamos analisar o caso lim ( ) , colocamos ax e tx em evidência,
x→∞ tx + d

ax + b cx+f  ax cx+f 1 + b
ax cx+f
lim ( ) = lim ( d
) =
x→∞ tx + d x→∞ tx 1 + tx

converge
z }| ! {
cx+f
b
 a cx+f 1 + ax
= lim d
.
x→∞ t 1+ tx
 a cx+f
Então a convergência fica condicionada a análise de . Suponha a, t, c
t
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 38

a  a cx+f
positivos, se > 1, temos que lim → ∞, logo o limite tende a infinito,
t x→∞ t
a  a cx+f

se < 1 então lim → 0, e caso a = t já calculamos.
t x→∞ t
Como exemplo,
x  x !x
1 + 31x

3x + 1 3
= → ∞.
2x + 3 2 1 + 23x

Z Exemplo 67. Calcular


(ax + b)cx+f+g
lim .
x→∞ (ax + d)cx+f

(ax + b)cx+f+g (ax + b)cx+f


lim = lim (ax + b)g .
x→∞ (ax + d)cx+f x→∞ (ax + d)cx+f

c
1. Se g = 0 caı́mos no caso anterior dando e a (b−d) .

1
2. Caso g < 0 , temos com denominador tendendo a −∞ ou +∞
(ax + b)−g
logo o termo tende a zero e o limite inicial também pois o outro termo no
limite converge.

3. Caso g > 0 , se a > 0 segue que (ax + b)g → ∞ e o limite também, caso
a < 0 segue que (ax + b)g → −∞ e o limite inicial também.

Nestes casos, só precisamos tomar cuidado de não termos base negativa e
expoente não inteiro.
Caso por exemplo d = 0, a = 1 = b = f = c e g = −1, temos o limite

(x + 1)x
lim = 0,
x→∞ (x)x+1

pois cai no caso 2.


CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 39

b Propriedade 4. Vale que

P1
p−
xk
ex − k!
k=0 1
lim = .
x→0 xp p!

ê Demonstração.[1-Série]

X

xk X
p−1 k
x X

xk
x
e = = +
k=0
k! k=0
k! k=p
k!
assim
X
p−1 k
x X

xk
x
e − =
k=0
k! k=p
k!

dividindo por xp
P1
p−
xk
ex − X
∞ X

k=0
k!
xk−p xk
= =
xp k=p
k! k=0
(k + p)!

tomando x = 0
X

0k 00 1
= = = .
k=0
(k + p)! p! p!
Caso p = 2 temos
ex − 1 − x 1
lim 2
= .
x→0 x 2
ê Demonstração.[2-Definição de e]
Vamos tentar demonstrar esse limite sem o uso de séries. Usaremos a expressão
x
e = lim (1 + )n . Iremos trabalhar a expressão
x
n→∞ n

x X xk p−1
(1 + )n − =
n k=0
k!

x n
para n > p, expandindo (1 + ) por binômio de Newton tem-se
n
X n x k X xk X n x k
n   p−1 p−1    
n x p X n x k X xk
n   p−1
= ( ) − = ( ) + ( ) + ( ) − =
k=0
k n k=0
k! k=0
k n p n k=p+1
k n k=0
k!
| {z }
P
n
n x k
( k )( n )
k=0
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 40

onde abrimos o primeiro somatório em três partes, agora colocamos em evidência os


somatórios que variam de k = 0 até p − 1

X
p−1  
n 1 1 n x p X
  n−p−1 
n

1
= k
x ( k
− )+ ( ) + (x)k+p+1 k+p+1 =
k n k! p n k+p+1 n
k=0 | {z } | {z } k=0
→0 p
→ xp!

 
n 1 1 n n−k+1 1
perceba agora que lim k
= lim ( ) · · · ( ) = , pois cada fator
n→∞ k n n→∞ k! n n k!
tende à 1, por isso ao tomarmos n → ∞ o primeiro somatório é anulado, dividindo
a expressão por xp e aplicando os limites temos

1 X
n−p−1 
n

1
lim lim + (x)k+1 k+p+1 =
x→0 n→∞ p! k+p+1
k=0
n

trocando a ordem dos limites

1 X
n−p−1 
n

1 1
lim lim + (x)k+1 k+p+1 =
n→∞ x→0 p! k + p + 1 | {z } n
k=0
p!
→0

portanto
P1
p−
xk
ex − k!
k=0 1
lim = .
x→0 xp p!

Z Exemplo 68. Calcular o limite


p
ex − 1
lim
x→0 x

onde p > 1.
p
Fazemos a mudança ex − 1 = y daı́ ln(y + 1) = xp ⇒
p
p
ln(y + 1) = x, daı́ o
limite fica como
p
y y p
ln(y + 1)p−1
lim p
p
= lim p
p
= lim 1 =0
y→0 ln(y + 1) y→0 ln(y + 1) y→0 ln(y + 1) y

pois o numerador tende a zero e o denominador tende à 1.


CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 41

Z Exemplo 69. Calcular


1
lim− e x .
x→0

1 1
lim− e x = lim ex = lim = 0.
x→0 x→−∞ x→∞ ex

Z Exemplo 70. Calcular


P1
p−
x2k+1
ex − e−x − 2 (2k+1)!
k=0
lim .
x→0 x2p

Escrevemos como
2P
p−1 2P
p−1 P1
p−
xk xk x2k+1
ex − (k)!
+ (k)!
− e−x − 2 (2k+1)!
k=0 k=0 k=0
=
x2p

2P
p−1 P
p P1
p−
xk x2k x2k+1
ex − (k)!
−e−x + (2k)!
− (2k+1)!
k=0 k=0 k=0
= 2p
+ →
| x{z } x2p
→ (2p)!
1

tomando y = −x tem-se na segunda expressão

P
p
y2k P1
p−
y2k+1
ey − (2k)!
− (2k+1)!
k=0 k=0 1
−( )→−
y2p (2p)!

logo a soma tende a zero.

Z Exemplo 71. Calcular


P1
p−
x2k+1
ex − e−x − 2 (2k+1)!
k=0
lim .
x→0 x2p+1
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 42

Escrevemos como
2P
p−1 2P
p−1 P1
p−
xk xk x2k+1
ex − (k)!
+ (k)!
− e−x − 2 (2k+1)!
k=0 k=0 k=0
=
x2p+1

2P
p−1 P
p P1
p−
xk x2k x2k+1
ex − (k)!
−e−x + (2k)!
− (2k+1)!
k=0 k=0 k=0
= 2p
+ →
| x{z } x2p+1
→ (2p)!
1

tomando y = −x tem-se na segunda expressão

P
p
y2k P1
p−
y2k+1
ey − (2k)!
− (2k+1)!
k=0 k=0 1

y2p+1 (2p)!

2
logo a soma tende a .
(2p)!

Z Exemplo 72. Calcular o limite


ax − bx
lim .
h→0 x

ax − bx ax − 1 bx − 1 a
lim = lim − = ln(a) − ln(b) = ln( ).
h→0 x h→0 x x b

Z Exemplo 73. Calcular o limite


ax − bx
lim .
h→0 cx − dx

ax − bx ax − bx x ln( ab )
lim = lim = .
h→0 cx − dx h→0 x cx − dx ln( dc )
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 43

Z Exemplo 74. Calcular o limite


ex
lim
x→∞ xp

onde p ∈ R.
x n Xn   k
n x
x
Usamos que e = lim (1 + ) = lim k
daı́
n→∞ n n→∞
k=0
k n

ex Xn   k−p
n x
p
= lim
x n→∞
k=0
k nk

se p ≤ 0 então −p ≥ 0 e tomando o limite temos

ex Xn  
n xk−p
lim p = lim lim =∞
x→∞ x n→∞
k=0
k x→∞ nk

se p > 0 existe n0 ∈ N mı́nimo tal que n0 > p ≥ n0 − 1 e abrimos a soma

ex X n
n0 −1  
xk−p X n
n  
xk−p
lim p = lim + lim =∞
x→∞ x k x→∞ nk k x→∞ nk
k=0 k=n 0

pois a primeira parte da soma é limitada e a segunda tende a infinito.

1.4 Limite e função logarı́tmica

b Propriedade 5.
ln(x)
lim =0
x→∞ x
1
ê Demonstração. Seja f(x) = x − ln x, temos f(1) = 1 e f 0 (x) = 1 − > 0 para
x
x > 1 logo x > ln x para x > 1 pois a função é crescente. Temos 0 < ln x < x para
x > 1 daı́
1 1 1 1 1 ln x 4
ln(x 2 ) < x 2 ⇒ ln(x) < x 2 ⇒ (ln x)2 < x ⇒ 0 < <
2 4 x ln x
ln x
tomando x → ∞ segue que lim =0
x→∞ x
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 44

Z Exemplo 75. Mostrar que


ln(x)
lim =0
x→∞ eax

onde a > 0.

ln(x) ln(x) x
lim ax
= lim =0
x→∞ e x→∞ x eax
ln(x) x
o limite lim = 0 pelo exemplo anterior e lim ax = 0 que provamos na
x→∞ x x→∞ e
seção sobre exponencial, então tal limite é zero .

$ Corolário 1.
lim x ln x = 0
x→0

1
tomando x =
y
ln y1 − ln y
lim x ln x = lim = lim = 0.
x→0 y→∞ y y→∞ y

1.4.1 lim+ xx = 1
x→0

Z Exemplo 76. Calculamos o limite do logaritmo


lim ln(xx ) = lim+ x ln(x) = 0
x→0+ x→0

logo lim+ xx = 1 por continuidade do logaritmo .


x→0

xx+1 − x
$ Corolário 2. lim+ = 0, pois
x→0 x
xx+1 − x
lim+ = lim+ xx − 1 = 0.
x→0 x x→0
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 45

Z Exemplo 77. Calcular o limite


b d
lim (cx + f)(ln(1 + ) − ln(1 + )).
x→∞ x x

b d x + b cx+f
lim (cx + f)(ln(1 + ) − ln(1 + )) = lim (ln( ) ) = ln(ec(b−d) ) = c(b − d).
x→∞ x x x→∞ x+d

Z Exemplo 78. Calcular o limite


c
lim (ax + b)(ln(e + ) − 1).
x→∞ x

c c
lim (ax + b)(ln(e + ) − 1) = lim (ax + b)(ln(e + ) − ln(e)) =
x→∞ x x→∞ x
c (ax+b)
1 ac ac
= lim (ax + b) ln(1 + ) = ln(e e ) = .
x→∞ ex e

Z Exemplo 79. Calcular o limite


1
lim x(ln(e + ) − 1).
x→∞ x
1
Usando o resultado anterior temos .
e

Z Exemplo 80. Calcular o limite


ln(y + a) − ln(a)
lim .
y→0 y

ln(y + a) − ln(a) y 1 1 1
lim = lim ln(1 + ) y = ln(e a ) = .
y→0 y y→0 a a
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 46

1.5 Limites envolvendo integrais

Z Exemplo 81. Calcular o limite


Rx sen(t)
π t
lim .
x→π x−π
0
Temos uma indeterminação do tipo , logo aplicamos a regra de L’Hospital
0
junto com o teorema fundamental do cálculo
Rx sen(t)
π t sen(x) sen(π)
lim = lim = = 0.
x→π x−π x→π x π

Z Exemplo 82. Calcular o limite


Rx t ln(1+t)
0 t 4 +4
dt
lim .
x→0 x3

Aplicamos a regra de L’Hospital


Rx t ln(1+t)
0 t4 +4
dt x ln(x + 1)
lim = lim =
x→0 x3 x→0 (x4 + 4)(3x2 )

simplificando e aplicando novamente tem-se

1 1 1
= lim 5
= lim 4
= .
x→0 (x + 1)(3x + 12x) x→0 (x + 1)(15x + 12) 12

1.6 Cálculo de limite por meio de manipulações básicas

Z Exemplo 83. Seja lim g(x)


x
= a calcular o limite
x→0 p

g(cx)
lim .
x→0 dxp

onde c, d 6= 0.
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 47

g(cx) 1 p g(cx) 1 p g(y) cp .a


lim = lim c = lim c = .
x→0 dxp d x→0 (cx)p d y→0 (y)p d
g(x) g(x)
Se lim p
= a então lim xp p = 0 = lim g(x), portanto lim |g(x) − x| = 0.
x→0 x x→0 x x→0 x→0

Z Exemplo 84. Calcular o limite


1 1
lim −
x→a f(x) f(a)

onde f é contı́nua.

1 1 f(a) − f(x)
lim − = lim =0
x→a f(x) f(a) x→a f(a)f(x)
pois o numerador tende a zero.

1.7 Limites por meio de L’Hospital

Z Exemplo 85. Calcular o limite


x
ln( sen(x) )
lim .
x→0 x2

Aplicamos L’Hospital que implica no limite

x
ln( sen(x) ) sen(x) − cos(x).x
lim = =
x→0 x2 2x2 sen(x)
aplicando novamente L’Hospital

sen(x)
= lim =
x→0 4sen(x) + 2xcos(x)

e uma última vez

cos(x)
= lim
x→0 6cos(x) − 2xsen(x)
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 48

1
que é contı́nua resultando em o valor do limite.
6
sen(x)
Podemos calcular lim sem usar L’Hospital
x→0 4sen(x) + 2xcos(x)

sen(x)
sen(x) 1
lim = lim sen(x) x = .
x→0 4sen(x) + 2xcos(x) x→0 4 + 2cos(x) 6
x

$ Corolário 3. O exemplo anterior implica que


x 1 1
lim( ) x2 = e 6 .
x→0 sen(x)

b Propriedade 6. Vale que


Q
n
1− cosαk (βk ) X
n
k=1 αk β2 k
lim = .
x→0 x2 k=1
2

Y
n
ê Demonstração. Usaremos a seguinte identidade, se f(x) = [gk (x)]αk então
k=1

X
n
αk g 0 (x)
f 0 (x) = f(x) k
.
k=1
gk (x)

Y
n
Tomando f(x) = − [cos(βk )]αk temos
k=1

X
n
αk βk sen(βk x) X
n
0
f (x) = f(x) = f(x) αk βk tg(βk x)
k=1
cos(βk ) k=1

Aplicamos a regra de L’Hospital uma vez


Q
n P
n
1− cosαk (βk ) f(x) αk βk tg(βk x)
k=1 k=1
lim = lim =
x→0 x2 x→0 2x
em 0 a função ainda se anula pela presença do termo sen(βk x), então aplicamos a
regra de L’Hospital mais uma vez
P
n P
n
f 0 (x) αk βk tg(βk x) + αk β2k sec2 (βk x)
k=1 k=1
= lim
x→0 2
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 49

1
porém f 0 (x) é contı́nua se anula em x = 0 e sec2 (βk x) = é contı́nua com
cos2 (βk x)
valor 1 em x = 0, então resulta que
Q
n
1− cosαk (βk ) X
n
k=1 αk β2 k
lim = .
x→0 x2 k=1
2

b Propriedade 7. Sejam (ak )p1 números positivos, então vale

P
p 1
 akx x Yp
k=1 1
lim =( ak ) p ,
x→∞ p k=1

isto é, tal limite converge para a média geométrica da sequência (ak )p1 .

ê Demonstração. Usaremos a regra de L’Hospital e propriedades de logaritmo,


tomando o logaritmo do termo do limite, tem-se
P
p 1
P
p P
p ax
1 1

k
k=1
 ak x
x
 ak  x
ln p
k=1 k=1
ln[ ] = x ln = 1
p p x

perceba que cada fator no numerador dentro logaritmo tem limite 1, são p fatores,
totalizando p, porém o total é dividido por p, resultando em 1 cujo logaritmo é zero
0
e no numerador o limite tende a zero, logo temos uma indeterminação do tipo e
0
podemos aplicar a regra de L’Hospital, o que iremos fazer agora, aplicando L’Hospital
temos

P
p 1
ax
0
k
k=1
p
lim P
p 1
=
x→∞ ax k
( x1 ) 0 k=1
p

f 0 (x)
onde usamos que [ln(f(x))] 0 = , agora iremos usar que [ag (x)] 0 = ag(x) g 0 (x) ln(a)
f(x)
P
p
( 1 ) 0 ln(a
1
x 0
x k )ak
k=1
p
= lim P
p 1 =
x→∞ ax

k
( x1 ) 0 k=1
p
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 50

1
cancelamos os termos ( ) 0 e p
x

P
p 1
ln(ak )akx X
p
Y
p
k=1 1 1
= lim = ln(ak ) p = ln[( ak ) p ]
x→∞ P
p 1
akx k=1 k=1
k=1

por continuidade e injetividade o logaritmo segue que


P
p 1
 akx x Yp
k=1 1
lim =( ak ) p
x→∞ p k=1

como querı́amos demonstrar.

Z Exemplo 86. Calcule o limite


1 1 1
1n + 2n + 3n n
lim ( ) .
n→∞ 3

Sabemos que tal limite pela propriedade anterior converge para a média geométrica
dos elementos 1, 2 e 3, logo o limite assume valor


3
√3
1.2.3 = 6.

1.8 Limites infinitos


Z Exemplo 87. Calcule o limite
s r

q p
a1 x + a2 x + a3 x + · · · + a p x
lim s
x→∞ r

q p
b1 x + b2 x + b3 x + · · · + bm x

onde no numerador temos p raı́zes encaixadas e no numerador temos m raı́zes


encaixadas, sendo ainda b1 6= 0 e todo outro bk e ak não negativos.
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 51


Colocamos x em evidência no numerador e no denominador
s r
√ 1
q p √
x a1 + x a2 x + a3 x + · · · + ap x
lim s =
x→∞ r
√ √
q p
x b1 + x1 b2 x + b3 x + · · · + bm x

s r

q
1
p
a1 + a2 x + a3 x + · · · + a p x
x
= lim s
x→∞ r

q p
1
b1 + x
b2 x + b3 x + · · · + bm x
s r
1 √
q
porém temos que lim a2 x + a3 x + · · · + ap x = 0 e o mesmo no denomi-
x→∞ x
1
nador, pois podemos colocar o fator para dentro das raı́zes
x
v v
u u s
u r
u x u x x
lim a2 2 + a3 4 + · · · + ap 2p−1 = 0
t t
x→∞ x x x

logo o limite resulta em



a1
√ .
b1

Z Exemplo 88. Calcule



x
lim q .
x→∞ p √
x+ x+ x

1
Pelo que vimos no resultado anterior esse limite converge para √ = 1.
1

1.9 Limites laterais

1.9.1 Limites laterais finitos


CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 52

Z Exemplo 89. Calcule o limite


x2 − 4
lim− .
x→2 |x2 − 4|

Para x suficientemente próximo de 2 e x < 2 temos que |x + 2| = x + 2, pois


x é positivo, da relação x < 2 tem-se que x − 2 < 0 e daı́ |x − 2| = −(x − 2) por
propriedade de módulo, então temos que

x2 − 4 (x − 2)(x + 2) (x − 2)(x + 2)
= = = −1,
|x − 4|
2 |x − 2||x + 2| −(x − 2)(x + 2)

então aplicando o limite de x → 2− segue que

x2 − 4
lim− = lim −1 = −1.
x→2 |x2 − 4| x→2−

1.9.2 Limites laterais tendendo a infinito

Z Exemplo 90. Calcule o limite


5
lim+ .
x→ 32 3x − 2
2
A solução de 3x − 2 = 0 é x =, além disso a função é crescente, por isso
3
2
para x > temos que 3x − 2 > 0 logo tem-se 3x − 2 → 0 pela direita, isto é, por
3
2 2
valores positivos, conforme x → pela direita (valores maiores que ) portanto
3 3
1 5
tende a +∞ e o mesmo para , isto é,
3x − 2 3x − 2

5
lim+ = ∞.
x→ 32 3x − 2
Perceba que usamos aqui que se f(x) 6= 0 tende a zero pela direita, isto é, tende
1
a zero por valores positivos, então tende a +∞. Intuitivamente os número
f(x)
no denominador ficam arbitrariamente próximos de zero, porém ainda positivos,
CAPÍTULO 1. CÁLCULO DE LIMITES 53

como na sequência de frações

1 1 1 1
− 1
= 10, − 2
= 102 , − 3
= 103 , · · · , −n = 10n , · · ·
10 10 10 10
os denominadores ficam cada vez menores, positivos, a sequência tende a +∞.

1.10 Limites Que Não Existem

Z Exemplo 91. O limite


−1
eh
lim não existe.
h→0 h

Vamos mostrar que o limite pela direita e pela esquerda diferem. Denote
−1
= u, logo quando h → 0− temos que u → +∞ e temos
h
−1
eh
lim− = − lim eu .u = −∞.
h→0 h u→+∞

1
Denote agora = u, temos com h → 0+ que u → ∞
h
−1
eh u
lim+ = lim e−u .u = lim u = 0.
h→0 h u→+∞ u→+∞ e

Logo o limite assume valores diferentes pela esquerda e pela direita. Em especial
para o limite não existir bastava mostrar o limite à esquerda sendo −∞.

Das könnte Ihnen auch gefallen